09 setembro 2014

Lição 11- O Julgamento e a soberania pertencem a DEUS 2 parte

Lição 11- O Julgamento e a soberania pertencem a DEUS 2 parte
 
Tg 4.13 A palavra “vós” provavelmente se refere aos homens de negócios. Endereçar esta carta a pessoas dispersas supõe, pelo menos em parte, que as pessoas estabeleceram uma nova vida em lugares distantes. Mas as suas lições se aplicam a qualquer situação que exija planejamento. Planejar não é mau - na verdade, os homens de negócios são aconselhados a planejar com antecedência. O problema a que Tiago se refere, entretanto, é que DEUS não está incluído nestes planos. Os comerciantes planejam com arrogância, pensando que podem ir onde quiserem e que podem permanecer ali por quanto tempo quiserem. A sua maneira de planejar, fazer negócios e usar o dinheiro pode ser honesta, mas não é realmente diferente do planejamento de qualquer homem de negócios pagão. Estes homens de negócios cristãos deveriam fazer algo melhor.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 686.
 
Tg 4.13 «...Atendei, agora...»,O grego diz, literalmente, «vinde agora», com a força de «vede agora». Assim também se lê em Tg 5:1. Isso representa um convite insistente, uma chamada incisiva para que se dê atenção. Na Septuaginta temos tal expressão nos trechos de Jz 19:6; II Rs 4:24 e Is. 43:6.
«...vós que dizeis...» Em seus corações e em suas atitudes, e que às vezes se manifestava abertamente em suas palavras. Tanto no íntimo como nas palavras proferidas, DEUS era deixado do lado de fora. Que se poderia aproveitar disso? Tais motivos são uma forma de mundanismo, de amor às vantagens terrenas.
«...hoje ou amanhã... » Tais pessoas dizem: «O tempo está em nossas mãos», em contradição com o que ensinam as Escrituras. E continuam: «Quer hoje, quer amanhã, a decisão depende de nossos próprios desejos, de nossos caprichos, e não de DEUS».
«...cidade tal...» Literalmente, «...esta cidade...», alguma cidade específica em mente, que oferece boas oportunidades de lucro. Ê possível, entretanto, que essa palavra seja aqui usada como uma designação indefinida, e não porque aqueles que fazem tais planos não sabem para onde vão; antes, porque o autor sagrado, ao criar uma situação hipotética, não tinha um lugar definido em mente. Alguns intérpretes preferem este último sentido.
«...passaremos um ano...» Um tempo regularmente longo, mas ainda sem levar DEUS em consideração. Seria um ano vivido inteiramente para o próprio «eu».
«...negociaremos e teremos lucros...» O autor sagrado não condena o desejo de obter lucro ou de alguém ocupar-se de atividades comerciais legitimas. Mas o que é condenado é a atitude totalmente egoista de certas pessoas. Ele se sentia chocado que certos homens podem fazer esses planos, deixando DEUS inteiramente de fora. Eles viajam buscando lucro, o que é uma prática comum, na antiguidade e nos dias hodiernos. Mas fazem tudo sem DEUS, até onde diz respeito a suas vontades.
«Não te incomodes com o amanhã, pois não sabes o que o dia te trará. Talvez ele não esteja vivo ao amanhecer, e assim ter-se-ia preocupado por um mundo que não mais existe para ele». (Sanhedrin 100b, extraido do Talmude). Há grande semelhança entre essa declaração talmúdica e o que declarou o Senhor JESUS (em Mat. 6:25 e ss., especialmente o versículo 34), em reverberação ao que ele dissera: «Buscai, em primeiro lugar, o reino de DEUS...» (versículo 33).
Pontos de vista diversos sobre o uso da vida: O autor sagrado apresenta certo ponto de vista—não devemos ter cuidados que não sejam postos sob o governo de DEUS. Isso representa uma inquirição espiritual que é deleitosa para a mente divina. Isso também agrada a JESUS CRISTO, que é nosso Senhor. (Ver Rm. 1:4). A resposta dos epicureus, entretanto, era: «Vive para os prazeres». A resposta dos estóicos, era: «Vive com apatia, indiferente a qualquer emoção». Aristóteles recomendava: «Vive para alguma função virtuosa». Platão declarava: «Vive para o mundo eterno, para que passes para as dimensões do espírito puro, quando fores liberto do corpo». O filósofo chinês, Yang Chu, tomava o ponto de vista epicureu ou hedonista, ao dizer: «Cem anos é o limite de uma longa vida. Nem uma pessoa, em cada mil, consegue chegar a esse ponto. Contudo, se alguém atingi-lo, a infância inconsciente e a idade avançada furtarão metade desse tempo. O tempo em que passará inconsciente, enquanto dorme, à noite, e aquilo em que desperdiça os seus pensamentos, durante o dia, também totaliza a outra metade do tempo restante. Além disso, as dores e enfermidades... preenchem alguns anos, de modo que realmente ficará apenas com dez anos, mais ou menos, para seu aprazimento... Portanto, devemo-nos apressar a gozar a vida, sem dar atenção à morte...  (Yu-lan Eung, A Comparative Study ofLife Ideals, págs. 82-84).
Na realidade, porém, a vida é um «grande continuam». Passa através de vários estágios, antes do nascimento, no nascimento, após o nascimento, na morte, após a morte e por todo o tempo é a mesma pessoa que vive, pois a alma é imortal. A morte não mata. E, por conseguinte, o indivíduo é responsável por aquilo que pratica, pouco importando por quanto tempo ele viva na terra; pois o que importa é a maneira de sua vida. A morte não nos leva a escapar da vida, e nem da necessidade de prestarmos contas. Somos responsáveis por aquilo que fazemos, de bom ou de mal (ver II Cor. 5:10). Nesse versículo mencionado, damos a nota de sumário sobre o julgamento do crente. A vida física, na realidade, é bem passageira; mas o que importa é quê estejamos vivendo de acordo com a dimensão eterna; e a nossa inquirição espiritual deve visar aquela forma de imortalidade que o próprio DEUS possui. (Ver João 5:26,27 e 6:57).
Avaliando A Vida E Os Seus Valores
1. O ateu diz: «Há boas evidências como o mal existente no mundo, seus desastres, violências, ódio, etc., e que DEUS não existe. Portanto, viverei essencialmente para mim mesmo, e talvez, um pouco para mais uma ou duas pessoas».
2. O agnóstico diz: «É impossível decidir se DEUS existe ou não. Há evidências positivas e negativas quanto a isso. Porém, como não posso saber (pelo menos por enquanto) qual a verdade da questão, conduzirei a minha vida como um ateu prático. Agirei como se DEUS não existisse, até obter maiores luzes. Viverei essencialmente para mim mesmo, e somente para o presente».
3. O positivista lógico diz: «Não há qualquer evidência, nem a favor e nem contra a existência de DEUS, porquanto questões como essa estão completamente fora da possibilidade de nossas investigações. O único tipo de conhecimento que possuímos é de ordem científica; por conseguinte, viverei para a ciência e para as coisas que ela pode oferecer. Viverei exclusivamente para este mundo. Não me preocuparei com especulações metafísicas».
4. O hedonista diz: «O alvo da vida é o prazer. Empregarei a minha inteligência e todos os recursos físicos para fomentar a quantidade e á qualidade dos meus prazeres. Este mundo é meu. Viverei para o mundo».
5. O teísta diz: «Creio em DEUS e em suas leis. Creio que sou responsável diante de DEUS, porque ele intervém na história humana e porque os homens lhe estão sujeitos. Portanto, viverei para o mundo vindouro. Minha vida, neste mundo, será governada pela dimensão eterna. Aquilo que o Senhor quiser, isso farei. O que ele não quiser, não o farei».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 69-70.
 
No v. 6 Tiago escreveu: “DEUS resiste aos soberbos, mas aos humildes concede graça.” DEUS diz “não” à vida daqueles que fazem de conta que DEUS não existe e de que têm tudo nas próprias mãos e em seu poder de deliberação. Ele publica seu “sim” sobre a vida daqueles que sabem: DEUS é DEUS e nós somos seres humanos. Nesse contexto Tiago passa a tratar de algo que tem particular atualidade entre nós ocidentais laboriosos e ativos, principalmente hoje, a saber, o planejamento, a agenda de compromissos.
1 – Planejar é necessário (v. 13).
Tg 4.13 “Hoje ou amanhã, viajaremos”: fala-se do planejamento. Hoje há planejamento em toda parte: no governo federal, nos estados, nas igrejas, planos financeiros de médio prazo, planos de desenvolvimento, planejamentos rurais e urbanos. Em todos os lugares há tarefas que precisam ser planejadas em longo prazo. A economia precisa planejar. Para permanecerem aptas na concorrência e preservar postos de trabalho as empresas precisam planejar com grande antecedência o desenvolvimento de seus artigos, bem como os preparativos da produção. Na política educacional é preciso planejar, também para assegurar que todo o povo seja apto para a concorrência no mundo. Existe uma ciência que se ocupa de possíveis desenvolvimentos futuros, elaborando fundamentos e oferecendo impulsos para o planejamento. Também na vida individual existem hoje planejamentos em várias áreas: é preciso planejar a formação pessoal e sua continuação, bem como a educação dos filhos. Precisamos antever o que será necessário no futuro. Na construção da casa e no seu financiamento há necessidade de planejar. Um pai de família responsável fará um plano para o caso de não ser mais capaz de trabalhar ou mesmo falecer. Todos esses planejamentos são necessários, sobretudo na atual sociedade industrial muito diferenciada e complicada em nosso país densamente povoado. Para o cristão um planejamento cuidadoso fará parte da fidelidade que se exige de um bom administrador (cf. Lc 12.42; 1Co 4.2).
2 – Como nosso planejar se torna errado?
a) Afinal, o que Tiago está questionando (cf. v. 16)? Em que somos advertidos pela palavra de DEUS? Não o planejar em si, mas o espírito com que se planeja. Trata-se de um planejamento em que o ser humano não pensa mais em si: “Nas tuas mãos estão os meus dias” (Sl 31.15). Ele se refere a um planejar em que o ser humano presume que tenha o controle de todos os fatores, em que realiza tudo segundo sua vontade, com meios próprios e com força pessoal, no qual em última análise age como se ele mesmo fosse DEUS. Por meio de Tiago, a palavra de DEUS também quer fechar essa porta para o gênio falso do inimigo que, embora sendo criatura, pretende ser deus ao lado de DEUS, deus contra DEUS, e até mesmo deus acima de DEUS, infectando os seres humanos com seu mau espírito: “Sereis como DEUS” (Gn 3.5). Essa hýbris, essa mania de grandeza do ser humano perpassa a história do mundo, até o anticristo (2Ts 2.3-12; Ap 13), o “cristo do diabo” que corporifica esse espírito de forma pura.
b) Nós humanos modernos corremos singularmente o perigo de dar espaço a esse espírito, porque somos obrigados a planejar e sobretudo porque temos possibilidades tão grandiosas para planejar. – A geração que construiu a torre (Gn 11) é um modelo exato da sociedade humana atual: haviam feito invenções e descobertas importantes - sabiam produzir pedras artificiais, tijolos; descobriram uma argamassa muito durável, resina da terra, asfalto. Encontraram um excelente terreno para construir, a planície de Sinar. As invenções e descobertas em si não eram erradas. Faziam parte do cumprimento da tarefa: “Sujeitai a terra” (Gn 1.28). Errada, porém, era a postura interior. Pretendem teimar contra a vontade de DEUS e permanecer unidos contra a orientação dele. Como símbolo dessa coesão planejaram uma gigantesca torre, sobre a qual pensavam estar entronados na mesma altura de DEUS (a mania humana de grandeza é sempre simultaneamente tolice). Pretendiam “tornar célebre seu nome” (Gn 11.4), ao invés de exaltar o nome de DEUS (Sl 34.3) e esperar até que DEUS lhes tornasse célebre o nome (Gn 12.2). Queriam construir sozinhos “sua eternidade”, um memorial “para todos os tempos”.
c) Precisamente esse é o espírito que Tiago combate em toda a carta e diante do qual ele previne como um impactante pregador da penitência. É o espírito que representa tão alto risco para nós hoje e que é motivo especial para os juízos de DEUS no curso e no alvo da história. Especialmente onde cristãos atuam em posições de responsabilidade no Estado, na economia e pesquisa, esse ponto de incursão do espírito satânico aqui descrito representa para eles um ponto particularmente perigoso. Somos remetidos à oração em vista do risco para nós mesmos e de nossos irmãos que ocupam essas posições.
d) Corremos esse perigo também quando nós cristãos agimos em prol do reino de DEUS: em obras de diaconia, em ações de socorro a outros grupos étnicos, em cruzadas missionárias. As pessoas capazes e ativas correm o risco de acabar atuando exclusivamente segundo planos pessoais, confiando na própria força, com recursos próprios e para sua própria honra. Porém tudo isso fará parte de “palha, feno, restolhos”, que conforme 1Co 3.12-15 serão queimados um dia. – Vemos também na Escritura exemplos de pessoas (até mesmo bem-intencionadas) que atuaram dessa maneira e que fracassaram: quando Moisés tentou realizar algo por seu povo segundo seu próprio parecer, seus próprios planos, com força própria, com meios próprios e em época pessoalmente definida, tudo redundou em grave fracasso (Êx 2.11-15). Frequentemente a dificuldade está em distinguir entre o plano de DEUS e a escolha pessoal (cf. a esse respeito o excurso no final do comentário sobre o presente bloco: “Como percebemos a condução de DEUS em nossa vida?”). – Passemos agora à exegese detalhada:
3 – O ser humano não tem motivo para estar seguro de si (v. 13s).
13 “Vamos agora”: percebemos o ser humano pró-ativo e resoluto, que arrasta consigo também outras pessoas. É a esse modo de falar que Tiago alude.
“Hoje ou amanhã”: a expressão se refere à rapidez com que ele faz os planos e os leva à execução. – “Nessa e naquela cidade”: o homem pondera onde o mercado está mais favorável naquele exato instante.
14 “Um ano”: hoje elaboramos planos quadrienais ou quinquenais, na presunção de que podemos dispor com segurança de um futuro distante. Contudo não somos donos do futuro. É DEUS quem dispõe sobre ele. “Afinal não sabeis como será vossa vida amanhã.” Muitas coisas podem atingir o ser humano, frustrando seus planos: enfermidades e desastres, mudança na conjuntura política e econômica etc. Merecem destaque dois aspectos: a questão da duração de nossa vida e a das rápidas mudanças na realidade em que vivemos.
a) A duração breve e incerta de nossa vida é motivo para não termos tanta segurança: “Porque sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” A vida humana é como o vapor da caldeira de água fervente ou como o hálito da boca no frescor da manhã, como a bandeira de fumaça de uma locomotiva a vapor ou a coluna expelida por uma válvula, como a “escrita no céu” que um avião desenha contra o azul celeste para fins de propaganda: permanece por pouco tempo, depois se modifica, e em pouco tempo já não se vê mais nada (cf. Sl 90.5s; Is 40.6s; Lc 12.20).
b) Outro motivo dessa insegurança é hoje, entre outros, o fato de que o desenvolvimento acelerado em todas as áreas não pode ser plenamente previsto por ninguém. Nenhuma pessoa sabe com certeza como tudo se concretizará e quais exatamente serão seus efeitos na ação conjunta. No passado o ser humano estava ameaçado pela natureza, hoje é a natureza que está sendo ameaçada pelo ser humano. Pessoas que atuam na linha de frente, se forem responsáveis, com frequência são tomadas de apreensão.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
2. A incerteza e a brevidade da vida (Tg 4.14).
Tg 4.14 Há um problema com estes planos tão bem elaborados - ninguém pode saber o que acontecerá amanhã, para não dizer dentro de um ano (veja Pv 27.1; Lc 12.16-21). Estas pessoas estavam fazendo planos como se o seu futuro estivesse garantido. Tiago não está sugerindo que eles não façam planos por causa de um possível desastre, mas que sejam realistas sobre o futuro, confiando em DEUS para orientá-los. Como o futuro é incerto, é ainda mais importante que nós dependamos completamente de DEUS. A nossa vida é incerta, como uma neblina que cobre o campo pela manhã e depois é dissipada pelo sol. A vida é curta, não importando quanto tempo vivamos. Não devemos nos enganar pensando que temos tempo de sobra para viver para CRISTO, para desfrutar nossos entes queridos, ou para fazermos aquilo que sabemos que devemos fazer. Hoje é o dia de viver para DEUS! Então, não importando quando a nossa vida termine, teremos cumprido os planos que DEUS tem para nós.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 686.
 
Tg 4.14 «...o que sucederá amanhã...» Há uma história, contada pelos rabinos. que ilustra a questão: «Os nossos rabinos contam-nos uma história que aconteceu nos dias do rabino Simeão, filho de Quelpata. Ele estava presente à circuncisão de uma criança, e ficou com o pai da mesma, na celebração que se seguiu. O pai trouxe vinho de sete anos de idade para seus convidados, dizendo: Com este vinho continuarei a celebrar por longo tempo o nascimento de meu filho recém-nascido. Eles continuaram a ceia até à meia-noite. Então o rabino Simeão se despediu para retomar à cidade onde morava. No caminho de volta, viu o anjo da morte, que andava para lá e para cá. E ele lhe perguntou: ‘Quem és tu?’ E ele respondeu: ‘Tiro a vida daqueles que dizem, Faremos isto ou aquilo, e não pensam de quão breve a morte se apossa deles. Aquele homem, com quem tomaste a ceia, e que disse a seus convidados: Com este vinho continuarei celebrando por muito tempo o nascimento de meu filho recém-nascido, eis que o fim de sua vida se aproxima, porquanto ele morrerá dentro de trinta dias’». (Debarim Rabba, secção 9, foi. 261:1). Que história impressionante!
«Que a incerteza da vida nos relembre de quanto dependemos de DEUS». (Ropes, in loc.).
«...neblina...» No grego temos o termo «atmis», «vapor» ou «fumo», segundo também se vê em Esd. 7:61 e Apocalipse de Baruque 82:6, sendo palavra usada para indicar a natureza fugidia e tênue desta vida mortal. O termo grego pode significar uma ou outra dessas coisas. Indicava o «vapor» que escapa da água fervente, ou indicava a «fumaça» produzida pela combustão de algo. Parece não haver qualquer apoio léxico para a tradução «neblina», que ordinariamente era «amichle» ou «aer», no original grego.
Porém, a alusão pode ser à «neblina» que se levanta de um rio ou lago, cedo pela manhã, e que logo se dissipa, assim que aparece o sol.
A mentalidade da segurança e do planejamento carnais se esboroa ante o fato brutal da mortalidade e da fragilidade do homem. Pouco tempo depois dessas palavras de Tiago terem sido escritas, o desastre e a morte caíram sobre Jerusalém com tremenda força. Ê bem possível que alguns dos leitores originais desta epistola tenham morrido debaixo do açoite de Roma.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 70-71.
 
Tg 4:14 / Em contraste com o caráter racional e seguro de seus planos, sobressai a insegurança desta vida: Ora, não sabeis o que acontecerá amanhã. De fato, a vida é eminentemente efêmera: O que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Os planos estão traçados; as projeções lançadas. Todavia, tudo gira em torno de uma vontade superior à deles, a de DEUS, que não foi sequer consultado no planejamento. Naquela noite mesmo uma doença pode derrubar alguém; de súbito, seus planos se evaporam. Os planos deles se resumirão numa pequena viagem até a sepultura fria, no interior de um esquife. Esses homens assemelham-se ao rico louco da parábola de JESUS, o qual ganhara grandes margens de lucro honesto mediante investimentos agrícolas em sua fazenda. Sentindo-se seguro, o ricaço traça planos para uma aposentadoria confortável “Mas DEUS lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma” (Lucas 12:16-21). Ao pensar unicamente numa esfera mundana, os negociantes crentes da carta de Tiago tinham uma falsa sensação de segurança. Era preciso que encarassem a morte, e percebessem que não tinham nenhum controle desta vida.
Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 146.
 
Tg 4.14. Ao fazerem seus planos concernentes apenas a este mundo, estes homens de negócios deixaram de reconhecer um fato fundamental — a natureza insubstancial e transitória “deste mundo”. Para pessoas como elas (uma paráfrase do relativo indefinido hoitines), planejar com tanta confiança é o cúmulo da tolice. Isto, o ponto principal do versículo 14, está claro, embora seja debatida a forma exata em que Tiago o expressa. A ARA (junto com ARC) divide em duas partes a primeira divisão do versículo: uma declaração, Vós não sabeis o que sucederá amanhã, e uma pergunta, Que é a vossa vida? Outras versões combinam estas duas partes numa única declaração: “... não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã!” Aqui vida é comparada a uma neblina (atmis). Esta palavra também pode ser traduzida por “vapor” (BLH; BJ; ARC; cf. At 2.19) e tem alguma afinidade com as “vaidades” da vida, das quais tanto fala Eclesiastes. Qualquer que seja o sentido exato, Tiago, é óbvio, pretende enfatizar a duração extremamente curta da vida. Uma enfermidade, morte acidental ou a volta de CRISTO poderiam abreviar nossa vida, assim como o sol da manhã dissipa a neblina ou como uma mudança no rumo do vento afasta a fumaça. Este reconhecimento realista da brevidade e incerteza da vida e mesmo as figuras usadas para descrevê-la são encontrados com freqüência nas Escrituras. Provérbios 27.1 adverte: “Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz”. Jó 7.7, 9,16 e SI 39.5-6 descrevem a vida como um “sopro”. Segundo costuma ocorrer, algumas palavras de JESUS aproximam-se particularmente do ensino de Tiago. Em Lc 12.15, ele adverte as multidões contra a avareza e as lembra de que “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”. Numa rápida parábola, ele ilustra o argumento usando a figura de um homem rico que, à semelhança do negociante de Tiago, fez planos definidos para aquisição de mais bens, mas foi impedido de executá-los por sua morte (Lc 12.16-20). Esta passagem contém vários temas que Tiago utiliza aqui e em 5.1-6, e é bem possível que lhe tenha dado o estímulo para suas próprias exortações.
Douglas J. Moo. Tiago. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.154-155.
 
3. O modo bíblico de abordar o futuro (Tg 4.15).
Tg 4.15 Os crentes não podem viver de uma forma independente de DEUS; portanto, os nossos planos não podem ignorá-Lo. Precisamos ter a certeza de que estes planos incluem a frase: Se o Senhor quiser. Devemos fazer planos, mas devemos reconhecer a vontade superior de DEUS e a soberania divina. Isto significa mais do que simplesmente dizer: “Se DEUS quiser”, quando falarmos a respeito dos planos futuros, porque isto também pode perder o significado. Isto significa planejar com DEUS ao fazermos os nossos planos.
Os nossos planos devem ser avaliados pelos padrões e objetivos de DEUS, e nós devemos orar por eles quando estivermos ouvindo o conselho de DEUS. Esta forma de planejar agrada a DEUS.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 686.
 
Tg 4.15 Não faz muito, quando pessoas piedosas escreviam cartas, acrescentavam «D.V.» a quaisquer planos ali mencionados. Isso significa «Deo volente», isto é, se DEUS quiser. Seguiam literalmente—e esperamos que também seguiam no espírito—a exigência do presente texto. O «D.V.» deveria ser escrito na alma, servindo-nos de guia na vida, porquanto certamente DEUS sabe melhor o que convém para nós.
«Pois o segredo do ser do homem não consiste apenas em viver; mas em ter algo pelo que viver. Sem fim conceito estável do objetivo da vida, o homem não deveria consentir em continuar vivendo, preferindo destruir-se do que permanecer na face da terra, embora tenha pão em abundância». (Dostoievski, Os Irmãos Karamazov, ao comentar sobre a afirmativa do Senhor JESUS, «O homem não vive de pão apenas»).
O indivíduo seriamente interessado em fazer a vontade de DEUS, em lançar a sua alma nessa direção, não demora a perceber quão inadequado é o ponto de vista dos materialistas, sobre a vida e sobre os ideais da vida. Em nossos próprios dias, a ciência se tem tornado o novo deus, porque serve tão bem à prosperidade material do homem. Mas é verdade o que disse Charles P. Steinmetz (um gênio científico): «Algum dia, as pessoas aprenderão que as coisas físicas não trazem felicidade, sendo de pouco uso para tornar homens e mulheres criativos e poderosos. Então os cientistas do mundo transformarão seus laboratórios, adaptando-os para o estudo de DEUS, da oração e das forças espirituais».
A expressão «...Se o Senhor quiser...» Não era comumente usada pelos judeus quando expressavam seus planos e intuitos; mas era algo extremamente comum na cultura pagâ. Nos escritos de Platão tal expressão é comum: Alei. i. pár. 135D; Hipp. major., par. 286C; Leges, par. 688E e 799E; Theat., par. 151D; e ver também Arist. Plut. 1188; Zeno., Hip ar.
9,8; Alex. Sever. 45; Minucius Felix, Oct. 18; Ennius ap. Cic. de off.
i. 12,38; Plautus, Capt. ii.3,94. Essa expressão também era de uso comum nos escritos árabes. Seus autores, evidentemente, copiavam os sírios, e os sírios copiavamos gregos, nesse costume sadio.
Parece, pois, que Tiago recomendava aos judeus uma prática helenista, e que ele considerava digna de ser adotada, pois não há qualquer evidência de que os judeus estavam acostumados a falar assim. «Faz a vontade dele (de DEUS) como se fosse a tua própria vontade, para que ele faça a tua vontade, como se fosse a tua. Anula a tua vontade diante da vontade dele, para que ele anule a vontade de outros perante a tua vontade». (Pirke Gamaliel, palavras do rabino Gamaliel).
«Com o termo vontade ele indica não aquilo que é expresso na lei, mas o conselho de DEUS, mediante o qual ele governa todas as coisas». (Calvino, in loc.).
(Quanto á vontade toda-inclusiva de DEUS, ver Ef. 1:10, Ef. 5:17 e 6:6). DEUS opera em nós tanto o querer como o fazer, segundo o seu beneplácito (ver Fl. 2:13). Cumpre-nos ser «cheios do conhecimento de sua vontade» (ver Cl. 1:9). É da vontade de DEUS que sejamos santificados (ver I Tes. 4:3). Ê de sua vontade que todos os homens cheguem ao conhecimento da verdade e da salvação (ver ITim. 2:4).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 71.
 
A atitude correta (v. 15).
15 “Em vez disso, deveis dizer: Se o Senhor quiser e nós vivermos, faremos isso ou aquilo” (cf. também At 18.21; 1Co 4.19; 16,17; Hb 6.3): hoje essa palavra parece ser para muitos uma sabedoria prosaica, um linguajar piegas e surrado (e eventualmente também foi transformada nisso). Contudo essa palavra descreve precisamente a atitude correta de um cristão. Desse modo somos colocados no lugar correto: “Se o Senhor quiser… faremos” – então também acontecerá. A atitude correta de um cristão nesse aspecto foi descrita com singular clareza por N. L. von Zinzendorf [1700-1760], seguramente por experiência de vida pessoal, em seu hino: “Grava, ó alma, essa grande palavra: quando JESUS acenar, então vá…” “Se o Senhor quiser… faremos”: isso foi vivido por JESUS. Foi assim que Tiago, seu irmão, presumível autor da presente carta, o conheceu. Seus irmãos esperavam que ele se apresentasse no grande palco da festa em Jerusalém. Contudo ele se recusou. Mais tarde, porém, foi para lá (Jo 7.8,10). Aguardou o sinal de seu Pai. Foi assim que procedeu nas bodas de Caná (Jo 2.4,12) – possivelmente Tiago também esteve lá – e da mesma maneira em vista da enfermidade e morte de seu amigo Lázaro (Jo 11.6ss). JESUS diz: “O Filho do homem terá de padecer muitas coisas” (Mt 16.21; 17.22; 20.17-19; 26.2). “Hoje tenho de entrar em tua casa” (Lc 19.5). Nesse “tenho de”, em grego dei, igualmente se explicita a vontade, o plano e o aceno do Pai. Por fim, JESUS ora: “Que se faça não a minha, mas a tua vontade” (Lc 22.42). – Também Israel deixou que DEUS lhe mostrasse o caminho por meio da coluna de nuvem e fogo (Êx 13.21s), assim como Paulo aguardava a sinalização de seu Senhor (At 16.6-10). A igreja de JESUS, e a igreja do fim dos tempos, “segue ao Cordeiro para onde for” (Ap 14.4). O espírito de baixo, porém, instiga a sair arbitrariamente dos trilhos do discipulado (cf. o exposto em Tg 4.4 sobre a “meretriz da Babilônia” em Ap 17). – “À tua disposição, meu DEUS e meu Senhor, à tua disposição cada vez mais. À tua disposição na alegria e dor; todo dia e toda hora pronto para JESUS” (F. Traub, missionário falecido precocemente na China).
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
III - OS PECADOS DA ARROGÂNCIA E DA AUTOSSUFICIÊNCIA DO SER HUMANO    (Tg 4.16,17)
1. Gloriar-se nas presunções (Tg 4.16a).
Ainda vinculado ao assunto anterior, em que Tiago abordou o perigo de se fazer planos sem que DEUS participe deles, passamos agora a tratar da arrogância atrelada à autossuficiência. No tópico anterior, parece que estamos contemplando crentes esquecidos, e que no tópico atual, há crentes que se omitem em fazer o que é certo. Um se esquece de DEUS quando não o inclui em seus planos, e outro se esquece de DEUS quando conscientemente deixa de fazer o que é certo. A omissão de quem sabe fazer o certo e não o faz é tida como um pecado. É uma lição bem prática, bem ao estilo do irmão do Senhor.
A arrogância, ao que parece, no texto de Tiago, está vinculada às pessoas que queriam viajar e fazer negócios sem que DEUS fosse consultado ou participasse de suas vidas. Isso pode demonstrar também que essas pessoas acreditavam que DEUS estava restrito à esfera espiritual de suas vidas, e não à esfera material também. Essa forma de ver a vida cristã é errada, pois somos cristãos dentro e fora da igreja. Nosso cristianismo deve ser demonstrado não só no santuário, mas igualmente fora dele. Na verdade, DEUS espera que possamos dar testemunho de nossa fé com nossas atitudes fora do âmbito da comunidade cristã. E a reprimenda de Tiago nos mostra que aqueles crentes estavam agindo de forma errada.
Esse é um dos erros mais comuns dos cristãos de nossos dias. Não raro, há crentes que imaginam que podem ser uma pessoa na igreja e outra fora dela. Há pessoas crendo que é possível adorar a DEUS no Domingo e quando chega a Segunda- feira, agir de acordo com as regras deste mundo, como se não tivéssemos um DEUS. Um comerciante cristão pode acreditar que não há qualquer problema em repassar a um consumidor uma mercadoria reconhecidamente defeituosa. Um estudante cristão pode acreditar que não há problemas em se utilizar de meios ilícitos para se obter uma boa nota numa avaliação. Um funcionário cristão pode crer que não há problema algum em se apropriar de um objeto da empresa em que trabalha, imaginando que não vai fazer falta lá. Mas se DEUS os pesar em uma balança, com certeza serão achados em falta.
Não existe dualidade na vida cristã. Preciso ser fiel a DEUS tanto na igreja quanto fora dela, ou provavelmente esvaziarei meu testemunho diante dos ímpios. Quantos de nós já não ouvimos críticas sobre pessoas da igreja que nem mesmo parecem servir a DEUS? Mas também já ouvimos opiniões de pessoas que não conhecem JESUS, mas que tem contato com homens e mulheres cujos testemunhos irradiam uma comunhão imensa com nosso Senhor, por meio de sua vida e atitudes.
Tiago conclui seu pensamento no verso 17 informando que quem sabe fazer o bem e não faz, comete pecado. Para Tiago, a comissão é fruto direto da omissão em relação ao pecado. Esta não se realiza apenas quando agimos de forma errada, mas também quando deixamos de agir de acordo com o padrão que DEUS espera de nós. JESUS certa vez disse: “E o servo que soube a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.47). Esta parábola de JESUS fala sobre serviço e obediência, e JESUS utiliza a figura de um servo que teve à sua disposição os bens de seu senhor. Nessa história, o mordomo inicialmente é um homem fiel e prudente, que apesar da ausência de seu amo, faz aquilo que é certo. Mas JESUS apresenta a possibilidade de esse mesmo servo aproveitar a ausência de seu senhor para maltratar seus conservos, e aproveitar-se dos mantimentos que deveriam ser distribuídos a todos. Esse tipo de servo será duramente punido por sua atitude de covardia e de desperdícios.
Se atentarmos bem para essa história, podemos nos ver sendo enquadrados em qualquer uma das duas categorias desse mesmo servo. Podemos ser fiéis e prudentes, obedecendo a DEUS e respeitando nossos conservos, como podemos também nos aproveitar dos bens “depositados” em nossa conta e esquecer-nos de que um dia prestaremos contas ao Senhor pela forma com que usamos tais bens. Um mesmo servo, duas possibilidades de atitudes, com duas consequências distintas. Na prática, DEUS já nos deu o que precisamos para viver, e até mais do que o necessário, a fim de partilharmos com outros.
A mensagem final: Não sejamos arrogantes nem imaginemos que somos autossuficientes a ponto de não precisar depender de DEUS. E que os recursos que recebemos de DEUS nos lembrem de que um dia prestaremos contas a DEUS de nossa mordomia.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 131-134.
 
Tg 4.16ª Da Negligência à Oposição
Quão longe um homem pode ir em sua negligência a DEUS sem passar o ponto de estar em oposição direta? E acerca disso que Tiago trata aqui. Até aqui parece que Tiago tem censurado a negligência e o descuido em vez do pecado consciente. Notamos uma mudança de tom, e ele ressalta o perigo da auto-suficiência. Mas, agora (v. 16) significa: vocês precisam incluir DEUS em seus planos, mas os fatos mostram que vocês não o estão fazendo — e vocês estão, de certa forma, tendo um certo prazer na sua auto-suficiência. Phillips interpreta o significado desse versículo claramente: “Em vez disso, vocês estão mostrando um certo orgulho em planejar o seu futuro com tanta confiança.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 187.
 
Tg 4.16 Somos dirigidos a evitar a vanglória, e a considerá-la não somente algo tolo, mas como uma coisa muita maligna. “Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna” (v.16). Eles tinham esperanças de vida e prosperidade, e de grandes coisas no mundo, sem a devida consideração por DEUS; e aí se vangloriavam dessas coisas. Essa é a alegria das pessoas mundanas, se vangloriarem de todos os seus sucessos, e mais, às vezes até se vangloriarem dos seus projetos antes de saber que sucesso obterão. Como é comum que os homens se vangloriem de coisas que não possuem, a não ser do que brota da sua própria vaidade e presunção! Toda glória tal como esta, diz o apóstolo, é maligna; é tola e é nociva.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 846.
 
Tg 4:16 Entretanto, aqueles crentes estavam longe de planejar em espírito de oração, pois dizem: Vós vos jactais das vossas presunções. Ora, toda jactância tal como esta é maligna. A palavra-chave aqui é jactância, visto que indica uma atitude interna. O orgulho é a vindicação de quem se jacta em vão, de quem vindica uma habilidade que na verdade não possui. Trata-se de vindicação de controle e de posição na vida mencionada em 1 João 2:16, mas tal vindicação é falsa, porque o mundo em cujo contexto a jactância é proferida está desaparecendo.
Temos aí as vindicações presunçosas e o comportamento cheio de ostentação pelos quais os homens procuram impressionar-se uns aos outros e, com frequência, acabam iludindo-se uns aos outros”
Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 147.
 
2. A malignidade do orgulho das presunções (Tg 4.16b).
Tg 4.16b Quando os homens se vangloriam de coisas mundanas e de seus projetos ambiciosos, quando na verdade deveriam observar os humildes deveres expostos anteriormente (w. 8-10), isso é uma coisa muito maligna. É um grande pecado aos olhos de DEUS, vai conduzi-los a grandes frustrações, e vai comprovar a sua destruição no final. Se nos alegramos em DEUS porque nosso tempo está em suas mãos, que todos os eventos estão à sua disposição e que Ele é o nosso DEUS do concerto, essa alegria é boa; a sabedoria, o poder e a providência de DEUS estão então ocupados em fazer com que todas as coisas cooperem para o nosso bem. Mas, se nos alegramos na nossa própria confiança e nas nossas vanglorias presunçosas, isso é maligno. É um mal que precisa ser cautelosamente evitado por todos os homens sábios e bons.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 846.
 
Tg 4.16b «...maligna...» No grego é «poneros», que significa «errado», «prejudicial», por ser mal. (Comparar isso com Tg 2:4; Mat. 5:19; João 3:19; 7:7; I João 3:12; Col. 1:21 e Atos 25:18).
O presente versículo fala especificamente sobre o «orgulho da vida» (ver I João 2:16). Trata-se da confiança equivocada dos ímpios, em sua habilidade de levarem uma vida baseada na arrogância, sem sofrerem perturbação ou perda. Trata-se do indivíduo que pensa que não precisa da providência divina em sua vida. Ele é o seu próprio bem; ele adora a si mesmo.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 71.
 
Vós vos jactais em vossos planos de grandeza oca: “Você devia ver o negócio que estou prestes a fechar”, ou talvez umas palavras que ressoam mais modestas: “Pois é, amanhã irei a Roma. Meu agente estabeleceu uma loja finíssima perto do fórum. Já se diz que é a loja mais sofisticada da região”. E assim prossegue a jactância: menção de nomes de pessoas importantes, alusões a lugares e a pessoas de grande poder, vaidosa descrição de negócios que serão realizados, mas tudo isso resumindo-se em jactância vazia. porque só DEUS controla nossas vidas. Tiago declina essa atitude de modo severo: é maligna, porque rouba de DEUS o direito honroso que lhe cabe como Senhor soberano, e exalta o mero homem,
Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 147.
 
3. Faça o bem (v.17).
Tg 4.17 Este versículo resume todo o conteúdo dos capítulos 1 a 4 e todo o problema ético contido em toda a carta de Tiago. Ele pode estar dizendo aos comerciantes que eles sabem o que devem fazer — isto é, honrar a DEUS nas suas práticas comerciais. Se ignorarem isto, estarão pecando.
Em um sentido mais amplo, Tiago acrescenta estas palavras como uma admoestação para que todos os seus leitores façam o que ele escreveu: Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado. Eles foram avisados, de modo que não têm desculpa.
Nós temos a tendência de limitar os pecados a atos específicos - fazer algo errado. Mas Tiago nos diz que não fazer o que é certo também é pecado. (Estes dois tipos de pecado são, às vezes, chamados pecados de comissão e pecados de omissão.) Mentir é um pecado; conhecer a verdade e não dizê-la também pode ser um pecado. Falar mal de alguém é um pecado; evitar esta pessoa quando você sabe que ela precisa da sua amizade também é um pecado. Nós devemos estar dispostos a ajudar os outros conforme o ESPÍRITO SANTO nos orientar. Se DEUS ordenou que você realize uma boa ação, preste algum serviço a outras pessoas, ou restaure um relacionamento — faça isto. Você sentirá uma vitalidade renovada e revigorada na sua fé cristã.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 686-687.
 
Pecados de Omissão (4.17)
O versículo 17 pode ser entendido como uma exortação conclusiva do tema apresentado nos versículos 13-16. “Aqueles a quem as palavras foram dirigidas tinham, até certo ponto, falhado por meio da negligência; agora que essas coisas foram apresentadas de forma bastante clara, eles estão na posição de saber como agir; se, apesar de saberem agora como agir de forma correta, negligenciarem o curso apropriado, então isso é pecaminoso”.16 Mas essa verdade também é ressaltada em outras partes da Bíblia. Palavras semelhantes são apresentadas por JESUS: “E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lc 12.47). Em um sentido real, o versículo 17 pode ser aplicado a diversos aspectos até aqui na epístola (cf. 1.22; 2.14; 3.1,13 e 4.11). Phillips apresenta uma excelente paráfrase desse versículo: “Sem dúvida, vocês concordam com a teoria acima. Bem, lembrem-se que se um homem sabe o que é certo e não o faz, essa omissão é considerada pecado real”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 187.
 
Tg 4.17 A recusa da obediência: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, é para ele pecado”: nesse contexto, portanto, ocorre a conhecida palavra do v. 17. Sem dúvida podemos lhe atribuir também um significado geral, de que comete pecado aquele que sabe o que seria bom em sua situação, mas não obstante deixa de realizá-lo. Contudo, de acordo com o contexto a palavra se refere à questão específica de que devemos estar prontos e dispostos para o plano, a vontade e a sinalização de DEUS. De modo geral e no caso concreto é “bom” aquilo que DEUS quer (“bom” não é o que a moral humana define como tal). – Além disso, faz parte de nos tornarmos obedientes à vontade, ao plano e à sinalização de DEUS que não nos deixemos monopolizar e prender tanto pelos nossos próprios planejamentos, inclusive no tocante à jornada diária, que não estejamos mais abertos e livres para as incumbências para as quais DEUS nos chama a cada instante. É correto distribuir com cuidado o tempo, mas é importante estar também disposto a se sujeitar a qualquer momento aos planos de DEUS e a receber novas incumbências. É necessário que sejamos flexíveis para DEUS. Talvez o sacerdote em Lc 10.31 não tenha chegado a ajudar o pobre porque seu tempo já estava preenchido com seu planejamento. Em todos os casos é essa a situação de um grande número de “sacerdotes” que hoje passa ao largo de um ser humano que DEUS deita diante dele. Em contraposição, com que disposição Filipe e Pedro se deixaram chamar por seu Senhor, para fora de seus esquemas e em direção de outras tarefas, inclusive quando diziam respeito a apenas poucas pessoas (At 8.26s; 10.20)!
EXCURSO: no presente contexto pode emergir para muitos a pergunta: “Como percebemos a condução de DEUS em nossa vida?”
Ela parece irrelevante para pessoas que acreditam ser capazes de realizar a trajetória de vida por conta própria, i. é, segundo planos pessoais e com sua própria força. Contudo, para quem sabe que somente andará no caminho certo e se posicionará na vida no lugar correto e nas tarefas certas quando se deixar guiar por DEUS, essa questão é extremamente importante. Mas quando tentamos ser obedientes, ela pode vir a ser muito difícil para nós: como, pois, reconhecemos a vontade de DEUS?
1 – Com muita frequência experimentamos sua vontade diretamente através da palavra dele, que nos ordena sermos verdadeiros, puros, conciliadores, não-egoístas e amorosos. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti” (Mq 6.8).
2 – Às vezes acontece, porém, de nos depararmos com uma encruzilhada e ambos os caminhos diante de nós na realidade serem bons, p. ex., na questão da vocação que devemos seguir em nossa vida. Em que lugar, afinal, DEUS quer que estejamos? Em At 16.6s é relatado como Paulo buscava um novo campo de trabalho. Inicialmente pretendia dirigir-se para o sudoeste, à populosa província da Ásia em torno de Éfeso. Mas “o ESPÍRITO SANTO os impediu”. Então procurou um lugar para a ação missionária ao norte, na região da Bitínia, e provavelmente também na margem meridional do Mar Negro. “Mas o ESPÍRITO de JESUS não o permitiu”. Talvez Paulo tenha se inquietado no íntimo quando pensava em ir até lá (possivelmente não se limitou a pensar nisso), talvez tenha se angustiado na oração; não obteve confirmação interior de seu plano. Para a condução espiritual de DEUS é importante permanecer “em prontidão”, em constante contato de oração. É assim que dispomos do meio para a sinalização e orientação de DEUS. Também Paulo não recebeu “estoque de orientação para muitos anos”, mas apenas a ordem de não dar o passo projetado. Não devemos nos admirar quando não obtemos uma clareza maior no início. Diz Lutero, na retrospectiva de sua vida: “DEUS me conduziu como um matungo ofuscado.”
3 – No entanto, que faremos se apesar de todas as nossas indagações e súplicas não obtivermos resposta? Continuar no caminho em que estávamos (ou no único caminho que ainda resta aberto). Foi precisamente o que também Paulo observou outrora na Ásia Menor. E foi assim que o evangelho percorreu o importante caminho até a Europa. Muitas vezes somos impacientes demais (François Poncet: “Os alemães são as pessoas mais apressadas do mundo; isso já lhes custou caro.”) “Quando JESUS silencia na alma, também tu precisas ter calma” (von Zinzendorf).
4 – Contudo, em certos momentos temos de nos decidir, e que será então? Também Paulo finalmente teve de tomar uma decisão quando chegou ao mar em Trôade. É possível que tenha aguardado um sinal. E DEUS lhe deu esse sinal. O sinal que DEUS nos concede pode ser: uma palavra da Bíblia com a qual nos deparamos e que fala de maneira singular em nossa situação; uma porta nitidamente aberta (cf. 2Co 2.12) enquanto outras portas e possibilidades continuam fechadas para nós; o conselho de cristãos maduros, surgido da intercessão por nós; a circunstância de que simplesmente somos necessários para determinadas tarefas. O sinal isolado, porém, nunca é suficiente; necessário é que obtenhamos certeza no diálogo da oração (não podemos interpretar algo precipitadamente como sinal de DEUS, principalmente quando confirma nossos próprios desejos. “Quando contraria a natureza, então é que está no caminho certo” – G. Tersteegen). Importante é obedecer imediatamente, porque do contrário tudo facilmente se dissipa e se torna questionável o que a princípio ficou muito claro por parte de DEUS e seu ESPÍRITO (At 16.10 – “imediatamente”; At 8.27,30 – “ele correu”; Gn 22.3 – “cedo”).
5 – O que faremos, porém, quando não descobrimos nenhum sinal e quando até mesmo o conselho de outros cristãos é contraditório e pouco convincente? Entregar mais uma vez a vida inteiramente a DEUS, para que disponha dela: “Aqui estou, faz de mim o que te apraz!” Então lhe rogaremos: “Senhor, dirige tu os meus pensamentos e minhas ponderações, as sábias e as tolas, de modo que assim se destaque tua vontade boa, misericordiosa e salutar para mim e outros.” Por fim tomaremos a decisão com confiança, segundo nosso mais depurado conhecimento e nossa consciência, da melhor forma que pudermos decidir em nossa miopia humana. Quando isso acontece com autenticidade, constatamos muitas vezes, ao olhar para trás, que nossas decisões resultaram em mais acertos do que podíamos prever na época de nossa decisão. “Guia-me pelas veredas da justiça” (Sl 23.3).
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)  com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 11- O Julgamento e a soberania pertencem a DEUS
Responda conforme a revista da CPAD do 3º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema: FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Há só um ____________________________ e um Juiz, que pode __________________________ e destruir. Tu, porém, quem és, que __________________________ a outrem?" (Tg 4.12).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Não podemos estar na __________________________ de __________________________ contra as pessoas, pois somente DEUS é o _________________________ Juiz.
 
I. O PERIGO DE COLOCAR-SE COMO JUIZ (Tg 4.11,12)
3- Como é a ofensa gratuita no meio da Igreja?
(    ) Devemos evitar as ofensas e as agressões gratuitas, pois o "irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma torre forte; e as contendas são como fechaduras de um palácio".
(    ) Não há postura mais problemática em uma igreja local quanto a do "disse-me-disse".
(    ) Infelizmente, tal comportamento parece ser uma questão cultural.
(    ) Algumas pessoas parecem ter satisfação em destilar palavras que machucam.
(    ) O que ganham com isso? Um ambiente incendiado por insinuações maldosas, onde elas mesmas passam a maior parte das suas vidas sofrendo e levando outros a sofrerem.
(    ) Tiago inicia a segunda seção bíblica do capítulo quatro abordando o relacionamento interpessoal entre os crentes.
(    ) Devemos evitar as ofensas e as agressões gratuitas, pois o "irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um palácio".
(    ) As ofensas só trazem angústias, tristezas e desgraças.
 
4- Como é o falar mal dos outros e ser juiz da lei (Tg 4.11)?
(    ) Nós, servos de CRISTO, fomos chamados para ser mestres, não juízes.
(    ) O pecado de falar mal do outro foi por Tiago tratado com clareza ainda no versículo 11.
(    ) Quem empresta os seus lábios para caluniar e emitir falso testemunho, além de estar pecando, coloca-se como o juiz do outro, mas não cumpridor da lei.
(    ) Nós, servos de CRISTO, fomos chamados para ser discípulos, não juízes.
(    ) Quem busca estabelecer condições para amar o próximo não pode ser discípulo de JESUS de Nazaré.
(    ) Já imaginou se hoje, DEUS, o nosso Pai, tratasse-nos numa posição de Juiz? Provavelmente estaríamos perdidos!
 
5- Como o autêntico Legislador e Juiz pode salvar e destruir (Tg 4.12)?
(    ) Portanto, antes de emitir uma palavra de julgamento contra uma pessoa, responda: "Tu, porém, quem és, que condenas a outrem?"
(    ) Com o objetivo de demonstrar o porquê de não podermos nos colocar como juízes dos outros, o texto bíblico recorda do quanto somos pecadores e declara que há apenas um Legislador (criador das leis) e Juiz (apto para julgar a todos).
(    ) Apenas o Criador tem o poder de salvar e destruir.
(    ) Portanto, antes de emitir uma palavra de julgamento contra uma pessoa, responda a esta questão: "Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?"
 
II. A BREVIDADE DA VIDA E A NECESSIDADE DO RECONHECIMENTO DA SOBERANIA DIVINA (Tg 4.13-15)
6- Por que não devemos ter planos meramente humanos (Tg 4.13)?
(    ) Nos acostumamos à rotina e tendemos a planejarmos o futuro consultando a DEUS, o autor da vida, pois tudo o que temos é fruto da sua bondade e misericórdia.
(    ) É comum algumas vezes falarmos "daqui tantos anos vou fazer isso", "em 2018 eu farei aquilo" etc.
(    ) É verdade que precisamos planejar a vida.
(    ) Entretanto, todo planejamento deve ser feito com a sabedoria do alto.
(    ) Isto é uma dádiva de DEUS.
(    ) Todavia, infelizmente nos acostumamos à mera rotina e tendemos a planejarmos o futuro sem ao menos nos lembrarmos de que DEUS, o autor da vida, tem de ser consultado, pois tudo o que temos é fruto da sua bondade e misericórdia.  
 
7- Como é a incerteza e a brevidade da vida (Tg 4.14)?
(    ) "A vida é um momento que aparece por um pouco e depois desaparece".
(    ) "A vida é um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece".
(    ) Eis uma séria advertência de Tiago para nós!
(    ) O ser humano muitas vezes se esquece da sua real condição.
(    ) Fazemos os planos para amanhã ou depois, mas ninguém tem a certeza do futuro que lhe espera.
(    ) A nossa vida é breve, passa como a fumaça.
(    ) Lembre-se de que a nossa existência terrena é passageira e que, por isso, devemos viver a vida segundo a vontade de DEUS, esperança nossa.  
 
8- Qual é o modo bíblico de abordar o futuro (Tg 4.15)?
(    ) Com consciência, buscaremos realizar a vontade de DEUS que é boa, tolerante e agradável.
(    ) Após compreendermos que a existência humana é finita e DEUS é o infinito Absoluto, o versículo 15 nos ensina a ter um estilo de vida diferente.
(    ) A consciência da nossa limitação, bem como da transitoriedade e a brevidade da vida, deve incidir sobre o nosso modo de viver ao mesmo tempo em que deve servir como ponto de partida para confiarmos ao Senhor todos os nossos planos.
(    ) Só com essa consciência, buscaremos realizar a vontade de DEUS que é boa, perfeita e agradável.
(    ) Portanto, agiremos assim: "Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou não".
(    ) Tal postura não é falta de fé, ao contrário, é fé na Palavra de DEUS.
 
III. OS PECADOS DA ARROGÂNCIA E DA  AUTOSSUFICIÊNCIA DO SER HUMANO (Tg 4.16,17)
9- Por que não devemos nos gloriar em nossas presunções (Tg 4.16a)?
(    ) Pensar que podemos controlar a nossa vida é de uma presunção orgulhosa que afronta o próprio DEUS.
(    ) Nós somos as criaturas e DEUS, o controlador de nossas ações.
(    ) Nós somos as criaturas e DEUS, o Criador.  
(    ) Infelizmente, muitos fazem os seus planos desprezando o Senhor como se fosse possível deixá-lo fora do curso da nossa vida.
(    ) Não sejamos presunçosos e arrogantes! Reconheçamos as nossas fragilidades, pois somos pó e cinza.
(    ) DEUS, o nosso Pai, é tudo em todos por CRISTO JESUS, o nosso Senhor.
 
10- Sobre a malignidade do orgulho das presunções (Tg 4.16b), complete:
A gravidade da ________________________ e da _________________________ humana pode ser comprovada na segunda parte do versículo dezesseis: "toda glória tal como esta é ________________________". O livro de __________________________ conta-nos a história do rei de Tiro. Ali, a malignidade, a arrogância e o orgulho humano levaram um poderoso rei a __________________________ tudo o que tinha. Ele era poderoso em __________________________ e entendimento, acumulando para si riquezas e __________________________. Mas seu coração tornou-se arrogante, enchendo o interior de _________________________, iniquidades, injustiças do comércio e _________________________ dos santuários (Ez 28.4,5,16,18). Em pouco tempo o seu fabuloso _________________________ desmoronou. Não há ser humano no mundo que resista às tentações da __________________________, do poder e do orgulho. Triste é o final de quem se entrega à malignidade do orgulho das __________________________ humanas.
 
11- Por que perseverarmos em fazer o bem (v.17)?
(    ) DEUS condena o pecado de submissão!
(    ) Fazer o bem é uma afirmação da Epístola de Tiago que lembra as suas primeiras recomendações de não sermos apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra.
(    ) Ora, se nós ouvimos, entendemos, compreendemos e podemos fazer o que deve ser feito, mas não o fazemos, estamos em pecado.
(    ) DEUS condena o pecado de omissão!
(    ) Não sejamos omissos quanto àquilo que podemos e devemos fazer!
(    ) Como discípulos de CRISTO não podemos recuar.
(    ) Antes, temos de perseverar em perseguir o alvo que nos foi proposto até o fim.
 
CONCLUSÃO
12- Complete:
Vimos nesta lição as duras _________________________ de Tiago. Infelizmente, as transgressões descritas na epístola são quase que __________________________ na atualidade. Não são poucos os que _________________________, caluniam e falam mal do próximo. Comportam-se como os verdadeiros ________________________, ignorando que com a mesma medida com que __________________________ os outros, eles mesmos serão _________________________ (Mc 4.24). Vimos também que ainda que façamos os melhores planos para a nossa vida, devemos nos lembrar de que a vontade de DEUS é sempre o _________________________. Que aprendamos com Tiago a __________________________ ao outro e submetermo-nos à ________________________ do Pai.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 15-16.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva

08 setembro 2014

Vídeos da Lição 11- O Julgamento e a soberania pertencem a DEUS 5ptese

Julio Severo: Não sigo o Papa Francisco, Maria não é a minha mãe...

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“O cristão que não sente que a Virgem Maria é a sua mãe é um órfão”,
tuitou o Papa Francisco. Até que enfim mostrou sua cara o papa dos
antibíblicos.

02 setembro 2014

Lição 10 - O Perigo Da Busca Pela Autorrealização Humana, 1parte, 3Tr14, Ev Henrique, EBD NA TV

Lição 10 - O Perigo Da Busca Pela Autorrealização Humana
LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Comentário: Pr. Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
"Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará" (Tg 4.10).
 
 
VERDADE PRÁTICA
A realização humana, à parte de DEUS, é impossível de acontecer, pois a criatura não pode viver longe do Criador.
 
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 30.15 A felicidade passageira
Terça - Cl 2.20-23 A frustração advinda dos preceitos humanos
Quarta - 2 Tm 3.1-5 A dissimulação humana
Quinta - Lc 12.13-21 A insensatez do materialista
Sexta - 1 Tm 6.17 A esperança na incerteza das riquezas
Sábado - Ap 3.17 A tragédia da autoconfiança humana
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tiago 4.1-10
1 Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? 2 Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. 3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. 4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra DEUS? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de DEUS. 5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O ESPÍRITO que em nós habita tem ciúmes? 6 Antes, dá maior graça. Portanto, diz: DEUS resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. 7 Sujeitai-vos, pois, a DEUS; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. 8 Chegai-vos a DEUS, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração. 9 Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. 10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
 
INTERAÇÃO
Todo ser humano almeja se realizar profissionalmente, no ministério, em família e nas diversas áreas da vida. Esta busca é normal e legítima. Ela faz com que venhamos a trabalhar, estudar, casar, ter filhos, nos leva a correr em busca dos nossos sonhos e projetos. Todavia, a realização pessoal se torna pecado quando ela é colocada acima de DEUS. A Palavra de DEUS é bem clara quanto a isto: "Mas buscai o Reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). DEUS deseja que venhamos ter uma vida abundante, de realizações, mas não podemos deixar de levar e apresentar a Ele todos os nossos projetos. Se nossos alvos são alcançados, não é por merecimento próprio, mas porque DEUS assim permitiu pela sua graça e bondade infinitas. Não seja arrogante ou autossuficiente, mas se humilhe perante o Senhor e Ele o exaltará.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar qual é a origem dos conflitos e discórdias na vida do crente e da igreja.
Mostrar que o crente não pode flertar com o sistema do mundo.
Compreender que a autorrealização não pode vir em primeiro lugar em nossas vidas.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para iniciar o primeiro tópico da lição, escreva no quadro a primeira parte do versículo um do capítulo quatro de Tiago: "Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?" Peça que os alunos discutam e respondam esta indagação. Em seguida explique que as disputas entre crentes são sempre prejudiciais. Nestas contendas não existem vencedores. Toda a igreja sofre, pois em geral as discussões e disputas são resultado de desejos egoístas e perversos. Explique que a cura para os desejos egoístas e malignos é a humildade. Encerre lendo com os alunos 1 Pedro 5.5,6 (5 Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". 6 Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido).
 
Resumo da Lição 10 - O Perigo Da Busca Pela Autorrealização Humana
I. A ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3)
1. Que sentimentos são esses?
2. A origem dos males (Tg 4.2).
3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3).
II. A BUSCA EGOÍSTA (Tg 4.4,5)
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4).
2. "Inimigos de DEUS"
3. O ESPÍRITO tem "ciúmes" (Tg 4.5).
III. A BUSCA DA AUTORREALIZAÇÃO (Tg 4.6-10)
1. Humilhando-se perante DEUS (Tg 4.6,7).
2. Convertendo a soberba em humildade (Tg 4.8,9).
3. "Humilhai-vos perante o Senhor" (Tg 4.10).
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - As guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais que carregamos em nosso interior.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Os crentes que estão divididos entre a igreja e o mundo são denominados por Tiago de "adúlteros e adúlteras". O crente jamais deve flertar com o sistema do mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Como criaturas, precisamos nos humilhar diante do nosso Criador, reconhecendo que sem Ele nada somos e nada podemos fazer.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.
ARRINGTON, French L; STRONSTD (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2009.
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.41.
Por que existem conflitos, discórdias e males entre as pessoas cristãs? Tiago, o meio-irmão do Senhor, retoricamente, pergunta: "Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites que nos vossos membros guerreiam?" (v.1). Esta é a origem dos conflitos e das discórdias que o autor da epístola descreve na seção bíblica 3.1-3. Quão enganoso e destrutivo é o coração humano!
 
No terceiro capítulo, Tiago demonstra que a maioria das nossas desavenças e tramas perversas é fruto da ambição, ignomínia e sede de vermos o nosso desejo realizado. E qual o objetivo desta realização? O deleite! O líder da igreja de Jerusalém expõe a nudez da alma humana. Daí é que surgem muitas frustrações espirituais e da própria alma. O indivíduo tem uma relação com DEUS não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram em sua cabeça que as bênçãos de DEUS são para os seus deleites e prazeres. Neste ponto, Tiago é taxativo: "Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites" (4.2,3).
"Porque não pedis", Tiago destaca esta expressão para compará-la, logo em seguida, com a outra posterior: "Pedis e não recebeis". Porque alguém pede a DEUS e não recebe, já que o nosso Senhor prometeu dar-nos tudo o que pedíssemos em seu nome? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida à luz de um autoexame sincero, pois a Palavra responde com clareza: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites". Temos de ter o cuidado, para não confundirmos a vontade de DEUS com a nossa própria. Não podemos usar o nome de DEUS para realizar as vontades e os prazeres particulares. DEUS não se usa!
Portanto, desafie a classe para um autoexame honesto, sincero e transparente à luz da Palavra de DEUS. Nada é melhor que o homem desnudar-se na presença do Altíssimo. O nosso Pai sabe o que está em nosso coração e qual a nossa verdadeira motivação de vida diante dEle. Num tempo dominado pelas ambições e prazeres humanos, a palavra ensinada por Tiago chega a uma ótima hora e desafia-nos a olharmos para nós e perguntarmo-nos: o que há em meu coração?
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS ESCRITORES - INTRODUÇÃO
Ao falar, no final do capítulo 3, sobre a sabedoria que vem do Alto, o apóstolo contrasta-a com a falsa sabedoria, a sabedoria terrena, que se baseia na “amarga inveja” e no “sentimento faccioso” (Tg 3.14,16). Prosseguindo, então, nesse raciocínio, Tiago começa o capítulo 4 falando sobre a origem das disputas e dos conflitos entre as pessoas, e dos males do orgulho humano. E o apóstolo já vai direto ao assunto no primeiro verso do capítulo, ao encetá-lo com a pergunta: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?” (v.la).
Ora, não poucas vezes, somos tentados a culpar as pessoas ou a situação à nossa volta pelos conflitos, mas Tiago é claro quanto à real origem das disputas e conflitos: ele afirma que tudo começa dentro de nós (v.lb). Sendo assim, urge atentarmos para a repreensão do apóstolo, até porque ela nos apresenta alguns passos que devemos tomar para evitar que nos tornemos fontes de conflitos, como veremos a seguir.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 115.
 
O capítulo 4 começa com um desafio para que eles mudem o seu comportamento habitual. As perguntas de Tiago impõem a firmeza e o comprometimento de uma pessoa que compreende que o mal inalterado não irá desaparecer. Tiago deseja que os seus irmãos e irmãs resistam não somente às práticas da sabedoria maligna, mas também à fonte desta sabedoria. O seu plano exige uma declaração de fidelidade a DEUS e uma rebelião declarada contra o exército do diabo.
Precisamos sentir o impacto destas mesmas verdades, à medida que Tiago descreve as situações que são terrivelmente verdadeiras nas igrejas da atualidade. As disputas e brigas que Tiago observava ainda caracterizam a vida do corpo de CRISTO e prejudicam gravemente a transmissão eficiente do Evangelho. Os de fora, que consideram a igreja como um lugar de consolação e salvação, frequentemente a encontram repleta de discórdias. Precisamos desesperadamente da sabedoria de DEUS em nossas igrejas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 681.
 
A sabedoria falsa é força poderosa em favor do mal, conforme fica demonstrado na secção anterior. Porém, mais prejudicial ainda para a inquirição espiritual é o desejo maligno e descontrolado; e esse é o tema que o autor sagrado agora passa a abordar e a repreender. Esta secção não demonstra qualquer unidade especial, pois o autor sagrado mistura muitas ideias, embora, de alguma maneira, alguma forma de desejo distorcido apareça por detrás de cada versículo.
Os versículos l-2b Os homens que têm desejos conflitantes, nenhum deles santificados pela influência do ESPÍRITO de DEUS, criam confusão em suas próprias vidas, bem como na vida da congregação local a que pertencem. Desejos conflitantes provocam guerras, entre nações ou indivíduos, ou mesmo entre facções de uma igreja local. Aqueles que se envolvem em tais dissensões, esquecem-se da grande chave mestra da conduta cristã: «Buscai primeiramente o Reino de DEUS...» Mas buscam zelosamente as coisas de mero valor temporal, que são coisas inteiramente prejudiciais para a alma,, quando substituem os valores espirituais. É um dos elementos do paradoxo que é a natureza humana, que aquele que se esquece de seu bem-estar espiritual, termina por anelar por coisas que são prejudiciais para sua alma. Contenta-se em seguir algo que lhe dá prazer imediato, e age como se os valores eternos não existissem, ou como se fossem secundários, sem importância. Sempre temos sido ensinados, e professados a crer que a vida digna de ser vivida é aquela que traz o bem para outros, que é expressão de amor e altruísmo. Porém, frequentemente, vivemos exclusivamente para nós mesmos, e mesmo quando fazemos algo em favor de outrem, é porque temos algum motivo egoísta ulterior. Dessa maneira, não vivemos segundo a lei do amor, que exige que tomemos sempre em consideração a dimensão eterna.
Ê o desejo mau e egoísta que nos leva a olvidar e a ignorar os verdadeiros motivos da vida. O primeiro mandamento consiste em amar a DEUS; o segundo mandamento nos ordena amar ao próximo e o trecho de Mat. 25:35 e ss. mostra-nos que amamos a DEUS quando amamos ao próximo, o que é realizado por feitos de generosidade em favor de nossos semelhantes. Porém, quando buscamos os próprios interesses e agimos somente em proveito próprio, dificilmente podemos viver segundo essa regra. Por conseguinte, os maus desejos egoístas que tanto frustram a lei do amor têm como resultado natural disso o espírito contencioso.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 62.
 
I - A ORIGEM DOS CONFLITOS E DAS DISCÓRDIAS (Tg 4.1-3)
1. Que sentimentos são esses?
Tg 4.1 “Guerras exteriores vêm de guerras interiores”. Aqui está a verdade que Tiago procura deixar claro para os seus leitores. Ele estava tratando de um problema que ocorria no círculo de crentes. Ele continua se dirigindo aos “meus irmãos” (1.2; 2.1; 3.1,10; 4.11). Esses eram cristãos professos, mas eles não estavam dando um bom exemplo como seguidores de CRISTO. Na sua comunhão, havia inveja e sentimento faccioso (3.14). Em um apelo à consciência, Tiago pergunta: Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? (v. 1). Não são elas guerras travadas em seu próprio espírito?
1. Desejos Errados e Desastre Espiritual (4.1,2b)
Tiago dá uma resposta afirmativa à sua própria pergunta, mas ele sabe que é a mesma resposta que seus leitores ouvirão de uma consciência acusadora. Vocês colocaram seu coração naquilo que o mundo pode lhes dar e, como resultado, vocês estão em dificuldade. Desejos mundanos conflitam uns com os outros. Esses deleites (“prazeres”, ARA), que nos vossos membros guerreiam (v. 1), perturbam vossa própria paz de espírito, por isso vocês brigam e matam e espalham o conflito aos outros. O principal problema é que vocês permitem que desejos profanos possuam seu espírito. Esses desejos, se impuros e incontrolados, levam ao desastre espiritual.
Se analisarmos esse texto de acordo com 3.14, ele é melhor interpretado por: sois invejosos (“matam”, cf. KJV e NVI e ARA), combateis e guerreais de maneira figurativa. Não é provável que essas coisas tenham, na verdade, ocorrido na comunidade cristã. Tanto Tiago quanto seus leitores cristãos estariam familiarizados com a interpretação de JESUS de que abrigar o desejo perverso consistia, na ótica de DEUS, na violação dos mandamentos (cf. Mt 5.21-22). A maioria dos tradutores modernos entende que o versículo
2 apresenta duas sentenças equilibradas, ou seja: “Vocês desejam, mas não possuem; por isso cometem assassinato. E vocês são invejosos e não conseguem obter; por isso, lutam e brigam” (NASB).
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 181-182.
 
Tg 4.1 A palavra “pelejas” refere-se a lutas sem armas, como em conflitos pessoais. Estes conflitos não têm nada a ver com as disputas no mundo pagão; são disputas dentro da igreja, entre os crentes. Tiago está descrevendo uma situação em que um grupo chega a um estado de guerra, com escaramuças declaradas surgindo em meio às pessoas. Os lados foram escolhidos, as trincheiras foram cavadas. Em casos como este, os crentes deixaram de ser pacificadores (3.18) e vivem em um antagonismo aberto uns contra os outros. A palavra “guerras” refere-se a batalhas com armas, um conflito armado. Esta palavra é usada de maneira figurada para indicar a luta entre poderes, tanto terrenos quanto espirituais.
Obviamente, haverá desacordos em qualquer igreja. Mas, quando isto acontecer, será que seremos suficientemente sábios para entender a razão? Identificaremos a sua origem? Quando tratados de maneira correta, com sabedoria devota, estes problemas podem levar ao crescimento.
Infelizmente, entretanto, algumas igrejas tornam-se campos de batalha permanentes. Os novos crentes encontram-se em meio a um fogo cruzado de discussões, ressentimentos e lutas pelo poder que aparentam ser uma verdade espiritual, mas que frequentemente são simplesmente conflitos pessoais. Neste processo, os observadores inocentes são, a umas vezes, profundamente feridos. Muitos de nós conhecem pessoas que se afastaram da igreja por causa de um conflito que nada tinha a ver com o Evangelho.
Guerras e pelejas têm sido causadas não por alguma força externa, mas pelos maus desejos (versão NTLH) das pessoas. Quando cada pessoa procura o seu próprio prazer, o resultado só pode ser conflito, ódio, e divisão. A expressão “lutando dentro de vocês” (versão NTLH) sugere uma batalha furiosa entre o desejo de fazer o bem e o desejo de fazer o mal.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682.
 
1 – A realidade da falta de paz (v. 1).
Tg 4.1 “Guerra”, em grego pólemos: trata-se do combate a um adversário com todos os meios disponíveis, inclusive as armas, com a finalidade de aniquilá-lo. Quantas guerras também o nosso século presenciou em todos os quadrantes do mundo! Quantas repetidas vezes as guerras nos ameaçam! E como já nos acostumamos com os conflitos! O mundo está cheio de “guerras e clamores de guerras” (Mt 24.6).
“Lutas”: essa é a expressão mais abrangente. Refere-se também aos atritos menores. Eles ocorrem em toda parte: no dia-a-dia político, entre parceiros sociais, na vida econômica e profissional, entre vizinhos e moradores da casa, entre as gerações e entre cônjuges.
“Entre vós”: significa no âmbito da igreja de JESUS. Isso é consternador. Será que, ao falarmos da discórdia, pensamos apenas nos outros ou primeiramente em nós? Está em negociação a “nossa causa”. Repetidamente ocorrem rivalidades, ciumeiras, suscetibilidades, necessidade de afirmação, tensões, irreconciliabilidade, dissensões entre cristãos, em igrejas, congregações e grupos cristãos. Também quando está em jogo a necessária luta pela verdade, muitas coisas humanas estão envolvidas. Com frequência a luta está infectada por um espírito falso. A palavra representa um chamado ao arrependimento que nosso Senhor dirige a todos nós. – “Entre vós” significa literalmente: “em vós”. A expressão refere-se à nossa comunhão, ou seja, à realidade das interações humanas. Mas igualmente pode ser relacionado com cada um de nós: em nós mesmos trava-se a luta. Pelo fato de frequentemente existir em nós mesmos tanta desordem, falta de paz, dilaceramento, temos não raro reações tão negativas. A falta de paz entre as pessoas nas coisas pequenas e grandes, em discórdias e guerras, não é mais do que a multiplicação daquilo que existe em cada indivíduo.
2 – A causa da discórdia – de onde ela vem (v. 1).
“De onde vêm as guerras e de onde as contendas entre vós? De onde, senão dos desejos que militam em vossos membros?”
Esses “desejos” e cobiças se dirigem ao que o próprio ser humano precisa para viver, ao que a geração posterior necessita, ao que traz alegria e gera felicidade ou facilidade para nós, ao que promete sublimar nossa vida, ao que promete nos preservar de sermos esquecidos no mundo vindouro, ao que deve assegurar a nós e nossos filhos o futuro, ao que vemos em outros… Muitas dessas expectativas têm razão de ser. Contudo, em nós elas surgem permeadas, atacadas, embebidas pelo espírito de baixo, ao qual muitas vezes abrimos as portas. Estão contaminadas e deterioradas desde que o pecado está no mundo. Vivemos no reino do pecado, no mundo, e, por natureza, o mundo está em nós. Essa condição do ser humano é chamada de “carne” pela Bíblia. Todas as esferas da vida estão marcadas por ela: a luta por bens, por ascensão social, por poder, por realização na vida, por felicidade. Também nossa sexualidade é abarcada por ela.
“Em vossos membros”: todos os órgãos humanos, dons, possibilidades, esferas de vida são igualmente atacados por esse espírito. Essa condição está sediada em nosso “sangue”. Em vão procuramos no ser humano o muito citado “cerne bom”. Pelo contrário, de acordo com a sentença da Bíblia ele possui um cerne mau, duríssimo. Ela fala de “corações de pedra” (Ez 36.26s). Unicamente o próprio DEUS é capaz de realizar o “transplante cardíaco” que salva. O “em vossos membros” diz ainda mais: esses órgãos, dons e âmbitos da vida se tornam praticamente instrumentos, “armas” (cf. Rm 6.13) nessa ferrenha luta por autoafirmação, reconhecimento e auto-realização do ser humano: forças intelectuais, capacidade de contatos, olhos, ouvidos, capacidade de falar, mãos, pés, órgãos sexuais, em suma: corpo, alma e espírito.
“Os desejos militam em vossos membros”: Assim o ser humano é atormentado e agitado. Preocupação e medo como consequência desses desejos (do próprio desejo e do desejo dos outros) tornam-se “contingência básica de sua existência”, como dizem os filósofos. Ele é como um animal que precisa sempre “garantir-se”, estar alerta e buscar um ponto fraco no outro para se defender. Algo análogo ocorre predominantemente na vida profissional, comercial, política, social, e até mesmo na vida familiar. Quando desaparece a confiança em DEUS, desaparece também a confiança nas pessoas. Essa é a condição do ser humano que não conta com DEUS e não espera nada dele, com o ser humano que tenta ser grande por conta própria (Gn 3.5) e que pensa ter de ajudar-se a si mesmo. É o ser humano que acredita estar sozinho, motivo pelo qual também tem de suportar sozinho o gigantesco fardo da preocupação pelo futuro. Por isso resiste tão ferrenhamente, por isso a bestial seriedade e as hostilidades. No entanto – o que é alarmante – isso também ocorre na igreja cristã.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
As GUERRAS são uma realidade da vida, a despeito dos acordos de paz. Não há apenas guerras entre as nações, mas também entre as denominações, dentro nas famílias e dentro do nosso próprio coração. Tiago diz que o nosso verdadeiro problema não está fora de nós, mas dentro de nós (4.1; Mt 15.19,20).
A guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, destruiu a Grécia no ápice da grande civilização que ela havia criado como resultado da Idade de Ouro de Atenas. Roma fez da guerra uma maneira de viver, mas, apesar disso, foi vencida e destruída pelos bárbaros. Na Idade Média, a guerra varreu a Europa, culminando com os horrores da Guerra dos Trinta Anos, terminada em 1648.
Essa guerra é considerada o episódio militar mais horrível na história ocidental antes do século 20. Cerca de 7 milhões de pessoas ou seja, 1/3 dos povos de língua alemã morreram naquela guerra. James Boyce disse que a guerra é o nosso principal legado.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) aproximadamente 30 milhões de pessoas pereceram. Todos ficaram horrorizados. Mas dentro de 20 anos outra guerra foi travada no mesmo anfiteatro, pelos mesmos participantes, por muitas das mesmas razões. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) resultou na perda de 60 milhões de vidas, enquanto os custos quadruplicaram da estimativa de 340 bilhões para 1 trilhão de dólares. Assistimos a guerra fria entre o comunismo e o capitalismo. Assistimos o maior massacre da história contra os cristãos pelas mãos do comunismo entre os anos de 1917 a 1985. Assistimos sangrentas guerras tribais na África, batalhas fratricidas na Irlanda, massacres no Oriente Médio.
Hoje vemos o domínio bélico dos Estados Unidos sobre seus rivais. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada em nosso próprio peito. Carregamos uma guerra dentro de nós. Desejamos o nosso próprio prazer à custa dos outros (4.2). Em vez de lutar, Tiago diz que devemos orar (4.2,3).
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag.
 
2. A origem dos males (Tg 4.2).
Tg 4.2 Os desejos aqui descritos tornam-se tão fortes, que as pessoas estão prontas até para matar (versão NTLH), com a finalidade de conseguir aquilo que querem. A palavra “matar” pode ser interpretada como uma hipérbole para o ódio e a amargura. Em lugar de reavaliarem os seus desejos, as pessoas descritas por Tiago recorrem à inveja, a lutas, a disputas, e a coisas piores do que estas. Mas, apesar de todo o seu egoísmo e antagonismo para conseguirem o que desejam, elas ainda não podem alcançar estas coisas.
Por que? Nós aprendemos (desde quando tivemos o nosso primeiro triciclo até quando dirigimos o nosso primeiro automóvel) que os desejos satisfeitos não trazem tanta satisfação quanto prometem.
Algumas vezes, conseguimos realmente aquilo que queríamos, e então descobrimos que ainda não temos aquilo de que realmente necessitávamos - a profunda satisfação que somente nos vem quando somos justificados para com DEUS. Se confiarmos somente nos nossos desejos, eles apenas nos levarão às coisas desta terra, e não às coisas de DEUS. Em resumo, a mensagem de Tiago é: Nada tendes, porque não pedis a DEUS. Em outras palavras: “Vocês não têm o que querem porque não querem a DEUS”.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682.
 
Este versículo dá prosseguimento à citação «secular» que encabeça a presente secção. Não podemos imaginar que houvesse mortes reais no seio da igreja.
O segundo versículo deste capítulo explica detalhadamente a conexão entre a busca pelos prazeres e as lutas subsequentes, no primeiro versículo.
«...cobiçais...» No grego é nepithumeo», «desejar», «anelar por», em bom ou em mau sentido. E óbvio que aqui isso deve ser entendido de maneira prejudicial. Tal palavra era com frequência usada para indicar as paixões sexuais descontroladas; mas o presente contexto não limita seu sentido a isso.
«.. .e nada tendes...» Obter para si mesmo não é satisfatório; a alma, que reconhece intuitivamente a natureza da verdadeira inquirição na vida, não aceita a satisfação falsa derivada do egoísmo. Portanto, o resultado líquido do egoísmo é a insatisfação.
«...matais...» No contexto original, devia ser entendido literalmente; no contexto cristão, conforme o uso do autor sagrado, está em foco a destruição do bem-estar espiritual, da reputação alheia, da vida espiritual de crentes individuais e de igrejas locais inteiras.
«...invejais, e nada podeis obter...» A emulação também não é satisfatória; até mesmo quando se obtém aquilo que se deseja, a porção nobre do homem rejeita isso como digno. O estoicismo diz isso claramente.
O desejo cumprido conduz meramente a uma maior multiplicidade de desejos; e a grande multiplicidade dos desejos conduz à frustração; e a frustração leva à futilidade. A única emoção legitimamente orientadora é a simpatia; e isso é apenas uma outra maneira de dizer «Amar o próximo». O amor é o oposto da emulação. O amor constrói; a inveja e a emulação destroem.
«Finalmente, ele proíbe o desejo, sabendo que o desejo produz a revolução e se inclina para a intriga. Pois todas as paixões da alma são más, agitando-a e excitando-a de maneira desnatural, destruindo sua saúde e, pior que tudo, seu desejo. E esses males têm por causa o amor ao dinheiro, o amor às mulheres, o amor à glória ou o amor a qualquer daquelas coisas que produzem prazer—são elas coisas pequenas e ordinárias? Não é por causa dessa paixão que relações são quebradas, e assim a boa vontade natural é transformada em uma desesperadora inimizade? que grandes e populosos países são desolados domésticos? e que terras e mares são tomados por tremendos desastres, devido a batalhas navais e campanhas terrestres? Pois as guerras, famosas em sua tragédia, que os gregos e os bárbaros têm feito uns contra os outros, originaram-se todas de uma só fonte: o desejo pelo dinheiro, pela glória ou pelo prazer. Por causa dessas coisas a raça humana tem enlouquecido». (Filo, de decai., 28. M, par. 204 e s.).
«...viveis a lutar e fazer guerras...» conforme essa citação foi utilizada pelo autor sagrado, estão em foco lutas íntimas e comunais, que são prejudiciais tanto para o crente individual como para as igrejas locais. Essas atividades nada conseguem realizar. Essa é a tese que o autor reitera por muitas vezes.
Em contraste violento com tudo isso, posta-se DEUS. Filo comenta acerca desse princípio em Leg. all. ii.23. M., par. 83. Comenta ele que é impossível dominar a busca pela satisfação dada pelo prazer, exceto mediante a submissão a DEUS. Somente na comunhão mística com DEUS, através do ESPÍRITO SANTO, que forma a imagem de CRISTO no íntimo, podemos esperar receber as forças necessárias para vencermos as nossas paixões, os nossos desejos egoístas. A maioria dos homens se deixa governar por esses elementos, conforme a observação mais casual o demonstra. O homem de DEUS, entretanto, deve viver acima desse tipo de vida.
«Existe uma espécie de reação em cadeia na alma do homem, tal como aquela que Tiago aqui descreve: a concupiscência, incapaz de sentir-se satisfeita, leva o indivíduo a impulsos sádicos, os quais, despertados por uma visão de prazeres fora do alcance do indivíduo, se transformam em violência, em crueldade e em homicídio». (Easton, in loc.).
«...Nada tendes, porque não pedis...» O autor sagrado descontinua abruptamente sua citação, e agora se volta para o tema da oração. O fato de ter ele dito que toda a concupiscência e contendas de seus leitores «nada consegue», fá-lo lembrar-se que aquilo que é digno de ser recebido nos é dado em resposta às nossas orações. Por conseguinte, ele se volta imediatamente para esse assunto. A abrupta mudança de tema tem deixado perplexos aos intérpretes, que não percebem que o autor sagrado estava somente se utilizando de uma citação, que aqui descontinua, e que isso sugeriu uma nova corrente de pensamento, a qual se segue imediatamente.
A Natureza Da Oração
1. A oração é um ato criativo que pode fazer qualquer coisa, até mesmo os labores mais fantásticos e prodigiosos.
2. Porém, precisa mover-se acompanhando a corrente da vontade divina; em caso contrário, pode-se pedir o que bem se entender, que nada sucederá.
3. Se pudéssemos ver nossas vidas conforme DEUS as vê, assim observando seu curso inteiro, do princípio ao fim, perceberíamos aqueles acontecimentos que terão de ocorrer, a bem de nosso desenvolvimento espiritual. Então perceberíamos quão errada e prejudicial é qualquer oração que nos leva a evitar tais ocorrências. E também veríamos como, antes de qualquer acontecimento valioso, nossas almas são inspiradas a orar com intensidade. E assim oramos; e depois dizemos: «A oração fez isso». Talvez fosse mais correto dizermos : «DEUS fez isso. Isso fazia parte de seu plano para mim, e minha oração foi um exercício espiritual que me preparou para buscar e aceitar o que DEUS tencionava para mim».
4. Seja como for, a oração é um importante exercício espiritual, e não consiste meramente de «pedir e receber». A oração nos serve de treinamento espiritual. Portanto, é um de nossos meios de desenvolvimento espiritual.
5. Efé. 6:18 e Mat. 7:7 e ss. Busquemos a dimensão eterna, e todas as coisas nos serão acrescentadas (ver Mat. 6:31-33).
«DEUS promete àqueles que oram, e não aos que lutam. Se orássemos, não haveria nem ‘guerras’ e nem ‘lutas’». (Faucett, in loc.).
«Os bens mundanos são os vossos deuses; não deixais pedra sobre pedra, a fim de obtê-los; e visto que nada pedis de DEUS, senão para o consumirdes em vossos maus desejos e propensões, vossas orações não são ouvidas». (Adam Clarke, in loc.).
«Eles não tentam suprir suas necessidades de um modo que cause perda a alguma outra pessoa, a saber, orando a DEUS; preferem empregar a violência e a astúcia contra os outros. Ou então, se oram, pedindo o suprimento de suas necessidades terrenas, nada obtêm, porquanto oram com mau intuito. Orar sem o espírito da oração é namorar com o fracasso». (Plummer, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 63.
 
Tg 4.2
a) O v. 2 demonstra o comportamento humano por meio de três palavras que expressam um crescendo. “Desejais” trata de uma avidez insaciável e egoísta: “Quanto mais tem, tanto mais deseja possuir”. – “Assassinais e vos fanatizais”: seríamos capazes de “servir veneno” ao outro. “Lutais e fazeis guerras”: agora, de maneira grosseira e refinada, tudo também se torna explícito.
b) No resultado final tudo isso não leva a nada. Três vezes é dito: “Não tendes nada – não alcançais nada – não recebeis nada.” “Retornam onerados de pecados e insatisfeitos.” Apesar de todas as asseverações em contrário, as guerras não produzem nada de bom. Quantas coisas foram devoradas pelas últimas grandes guerras mundiais, vidas humanas, casamentos, famílias, lares, felicidade, bens, moralidade! E qual é o saldo de uma luta exacerbada entre parceiros de sociedade? Aperta-se mais um pouquinho o parafuso dos salários e preços, bem como a sorrateira desvalorização da moeda. Isso acontece ainda mais em lares, famílias e matrimônios. As pessoas gemem: “… como poderia ser bela nossa vida!” – “Não recebeis nada”: em sua bondade DEUS estaria disposto a presentear. Mas quando concedemos espaço a esse espírito e a essa distorção, DEUS se fecha.
c) “Porque não pedis”: tentam conquistar pessoalmente o que somente pode ser obtido junto ao grande Doador. Acreditam ser obrigados a cuidar de si mesmos completamente sozinhos e não fazem uso da grande possibilidade da oração. Não optam pela extraordinária saída de toda a aflição: não batem na porta que sempre está aberta para nós (Mt 7.7; 1Pe 5.7; Fp 4.6; Sl 37.5).
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
I Sam 16.7 Não atentes para a sua aparência. Saul era homem de elevada estatura, algo muito apreciado pelos antigos. Ver os comentários sobre I Sam. 9.2 e 10.23. Samuel estava caindo no erro de julgar um homem por sua aparência física. Samuel não estava olhando para o interior, mas Yahweh era observador dos corações.
Há a aparência e há a realidade. O homem vê a aparência de uma pessoa ou coisa, e assim faz julgamentos precipitados. Mas DEUS vê a realidade do homem ou coisa, e faz um juízo verdadeiro. Samuel tinha de ajustar-se à maneira divina de avaliar pessoas e coisas. É frequentemente verdadeiro que as aparências enganam. Os homens são facilmente enganados e atos tolos ocorrem por causa de decepções. A questão da escolha do segundo rei de Israel era muito importante para ser feita de acordo com sua aparência física. Por isso mesmo, Yahweh teve de intervir desde o começo, certificando-se de que Davi fosse ungido. O coração de Eliabe não era tão bom quanto a sua aparência física. Ele não era um candidato apropriado.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1180.
 
I Sam 16.7 Os profetas, quando falavam debaixo da direção divina, eram tão sujeitos a erros como qualquer outro; como Natã (2 Sm 7.3). Mas DEUS corrigiu o engano do profeta por meio de um sussurrar secreto em sua mente: Não atentes para a sua aparência (v. 7). Era estranho que Samuel, que tinha sido tristemente desapontado em relação a Saul, cuja aparência e estatura o recomendavam mais do que qualquer outro, deveria estar tão ansioso em julgar um homem por essa regra. Quando DEUS desejava satisfazer o povo com um rei, escolheu um homem decoroso; mas, quando desejava ter alguém conforme o seu coração, esse não deveria ser escolhido pela sua aparência exterior. Os homens julgam segundo a vista dos seus olhos, mas DEUS não (Is 11.3). O SENHOR olha para o coração, isto é: (1) Ele conhece o coração. Nós podemos afirmar como as pessoas se parecem, mas Ele pode afirmar quem elas são. As pessoas olham para os olhos (de acordo com o original), e se satisfazem com a vivacidade e disposição de alguém, mas DEUS olha para o coração, e vê os pensamentos e intenções dele. (2) Ele julga as pessoas pelo coração. A boa disposição do coração, a santidade ou bondade dele, nos recomendam a DEUS. O coração é precioso diante dele (1 Pe 3.4), não a majestade da aparência, ou a força e estatura do corpo. Vamos reconhecer a verdadeira beleza que está no interior, e julgar as pessoas, tanto quanto for possível, pelo seu coração, e não pela sua aparência.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 285.
 
I Sam 16.6,7 — Eliabe significa meu DEUS é pai. E disse. Samuel estava provavelmente dizendo para si mesmo. A aparência e a estatura do filho mais velho de Jessé, Eliabe, recomendava-o para a liderança.
Mas as mesmas características foram exatamente aquelas que recomendaram Saul (1 Sm 9.2). Em vez de olhar para a aparência, DEUS olhou para o coração. Portanto, DEUS deu a Samuel uma nova perspectiva. O estado do coração de um homem era muito mais significativo do que a sua habilidade natural e a sua aparência física.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 480.
 
3. O porquê de não recebermos bênçãos (Tg 1.3).
A primeira reflexão para a qual a repreensão de Tiago nos leva diz respeito à necessidade de analisarmos as nossas reais motivações. O versículo 3 é enfático quanto a esse ponto. Ali, Tiago afirma que, em vez de forçarmos para conseguir as coisas que desejamos, devemos pedi-las confiantemente a DEUS (v.2b); só que, em seguida, ele acrescenta que nem adianta pedirmos a DEUS o que desejamos quando o que pedimos a Ele é com base em péssimas motivações: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (v.3). Ou na versão da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH): “E, quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus Próprios prazeres” (Tg 4.2,3 — grifos meus).
Ou seja, o que o apóstolo Tiago está afirmando aqui é que o verdadeiro cristão não é fonte de conflitos porque ele harmoniza os seus desejos com a santidade de DEUS; ele harmoniza as suas motivações com o que é santo. Em outras palavras, não basta que nossos alvos sejam bons; nossas motivações também têm que ser boas. Elas devem refletir a nossa comunhão com DEUS, que é santo.
O apóstolo Paulo, escrevendo em sua Primeira Epístola aos Coríntios sobre o uso correto dos dons espirituais, trata do tema do amor e, quando o faz, apresenta o amor como aquilo que caracteriza uma motivação santa. Isto é, nenhuma motivação é correta se não se baseia no amor cristão (1 Co 13.1-7).
Outro parâmetro para avaliação das nossas motivações, além do amor e da santidade, é a busca da glória de DEUS. A Bíblia diz que, em tudo o que fazemos, devemos buscar a glória de DEUS acima de tudo (1 Co 10.31).
Em segundo lugar, a repreensão de Tiago nos aponta para a necessidade de não apenas refletirmos sobre nossas motivações, mas também sobre os meios que utilizamos para chegar aos fins que almejamos. Ou seja, não basta também que os alvos que desejamos alcançar sejam corretos, e nem que as motivações que nos levam a buscá-los também sejam corretas; é preciso ainda atentar para que os meios usados para atingir esses alvos sejam igualmente corretos.
Não há problema em desejarmos realizar coisas ou mesmo buscarmos uma realização pessoal, contanto que o tipo de realização que procuramos não seja pecaminosa em si mesma e que também as nossas motivações e os meios pelos quais objetivamos alcançar essas realizações também não sejam pecaminosos, mas completamente sadios.
Um fato impactante sobre esse ponto na Epístola de Tiago é que a repreensão do apóstolo chama a atenção para métodos extremamente terríveis que estavam sendo usados em sua época. Essa constatação fica bem clara quando acompanhamos o raciocínio que ele desenvolve no versículo 2 como aparece em algumas outras versões em português, que procuram ser ainda mais precisas na tradução do texto original grego. Vejamos, por exemplo, o versículo 2 na NTLH: “Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam ardentemente; mas, como não conseguem possuí-las, brigam e lutam” (Tg 4.2 — grifos meus). O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento traz ainda a seguinte tradução especial para a referida passagem: “Você deseja, mas não tem; então você mata. Você tem inveja, mas é incapaz de conseguir, então você guerreia e peleja”.
Como vemos, o texto bíblico no original dá a ideia de pessoas que estão tão cegas pelos seus desejos que já se encontram totalmente fora de controle, ao ponto de haver entre elas gente que estava disposta até a matar para conseguir o que desejava! Essa é uma interpretação mais correta, que mostra de forma chocante até que ponto pode chegar uma pessoa possuída e dominada por um desejo.
Há, porém, uma outra interpretação dada a essa passagem, como lembra o Comentário Bíblico Pentecostal: “Existe entre os comentaristas uma acentuada tendência para interpretar a exortação de Tiago ‘combateis e guerreais’ (Tg 4.2) como uma simples figura de retórica e não uma verdadeira acusação de assassinato. De acordo com esses estudiosos, Tiago está acompanhando a precedência de JESUS quando se referiu ao ódio como assassinato (Mt 5.21,22)”. Entretanto, como sublinha a referida obra, parece muito mais provável que Tiago está aqui aludindo à “omissão de cuidar ‘dos órfãos e das viúvas’ (Tg 1.27), assim como de outros membros indigentes da comunidade (Tg 2.15,16)”, como a causa “de mortes desnecessárias”. Logo, “o desejo pecaminoso de ‘gastar em vossos deleites’ (Tg 4.3)” é também “uma espécie de assassinato”.
Ademais, devemos nos perguntar se nossa interpretação pró-retórica e pró-espiritualização dessa ideia de morte nesta passagem bíblica, não se dá porque nos choca imaginar que alguns ditos cristãos dos dias de Tiago estavam levando irmãos em CRISTO mais necessitados — e pobres de forma geral — à morte devido a seus interesses egoístas, que lhes fazia omitirem-se de ajudar essas pessoas. Ao lutarem apenas pelos seus próprios deleites, estavam, na prática, mesmo que indiretamente, combatendo e guerreando contra seus irmãos necessitados, levando-os, dessa forma, à morte.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 1.16-119
 
Tg 4.3 Quase tão ruim quanto não pedir é pedir de maneira errada. Se não entendermos bem o uso correto da oração, poderemos deixar de orar, ou tentar manipular a DEUS. Mais adiante, Tiago deixa claro que, quando oramos, precisamos nos humilhar diante de DEUS (4.7). Se não for assim, poderemos não ser atendidos. As pessoas não deveriam ficar surpresas quando as suas orações não fossem atendidas, porque os seus motivos são frequentemente maus (versão NTLH). Elas iriam gastar o que recebessem nos seus deleites (a mesma palavra utilizada em 4.1). Os desejos das pessoas eram tão fortes, que elas estavam brigando, disputando, e usando a oração para conseguir o que queriam. O seu motivo não era ajudar os outros, mas satisfazer a si mesmas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682.
 
Tg 4.3 Para eles, orar era apenas um meio de fomentar a ganância. Se conseguissem qualquer coisa com esse propósito dúbio, teriam a certeza que não fora DEUS quem lhe dera. Tinham perdido completamente o conceito do uso apropriado da oração. Tinham-na transformado em um instrumento da carnalidade. Em que eles se importavam acerca da oração como um avanço na santidade e no bem-estar espiritual? Agiam como se houvesse apenas a dimensão terrena na existência, sem céu e sem DEUS. Eram teístas professos, mas eram ateus na prática, porquanto, na realidade, imaginavam que DEUS não desempenhava qualquer papel vital em suas vidas. Do «eu» e seus prazeres tinham feito os seus deuses. Eram idólatras da pior espécie. Nada há de errado nas orações que pedem a prosperidade e o bem-estar físico; conforme se depreende de III João 2. E bom alguém gozar de boa saúde e estar financeiramente próspero. Mas é mau fazer dessas coisas a finalidade central de nossas vidas. Outrossim, os leitores originais da epístola tinham como alvos verdadeiros de suas vidas a busca pelos prazeres, pelo conforto e pelo poder; e assim não se preocupavam apenas com uma abastança mais razoável. Tinham substituído a dimensão eterna pela dimensão temporal; tinham feito da autoindulgência algo mais importante do que cumprir a vontade de DEUS, sendo transformados segundo a imagem de CRISTO, o que é e deverá ser sempre o alvo de toda a existência. (Ver Efé. 1:10).
«...buscai pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas» (Mat. 6:33).
«Uma vida consagrada ao serviço de DEUS é a melhor oração que pede bênçãos temporais. A oração feita com espírito ganancioso é como a de um bandido, que pede sucesso para os seus assaltos.» (Plummer, in loc.).
«...mal...», isto é, erradamente. (Comparar com Sabedoria 14:29,30 e IV Macabeus 6:17). Aquela gente pedia com «propósitos egoístas», para obter os frutos ilegítimos dos prazeres. Essas orações não são ouvidas por DEUS. (Quanto ao fato que DEUS ouve as orações dos justos e penitentes, ver Sal. 34:15-17; 145:18; Pro. 10:24; Salmos de Salomão 6:6; Luc. 18:9 e ss.; Tg. 1:6 e ss.-, I João 5:14).
«...esbanjares em vossos prazeres...» A ideia central é que eles desejam a abastança financeira, a fim de se ocuparem mais diligentemente na busca pelos prazeres; e existem ainda outros meios pelos quais os prazeres podem ser obtidos, e as petições de tais pessoas incluem qualquer coisa mediante o que o «eu» pode ser satisfeito.
«Até mesmo as orações dos crentes com frequência são melhor respondidas quando os seus desejos são menos atendidos». (Faucett, in loc.).
«Queriam fazer de DEUS o ministro de suas próprias concupiscências». (Calvino, in loc.).
«O sentido geral é: se realmente orásseis corretamente, esse senso de contínua sede por coisas mundanas em maior quantidade não existiria: todas as vossas necessidades apropriadas seriam supridas; e aqueles desejos impróprios, que geram guerras e contendas entre vós desapareceriam. Pediríeis, e pediríeis bem, e, consequentemente, obteríeis». (Alford, in loc.).
«É grande a misericórdia de DEUS quando ele não ouve aos homens que fazem orações injustas. (Ver Sal. 66:18)» (Quesnel, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 63.
 
Até mesmo a oração é deturpada (v. 3).
Tg 4.3 O mau espírito do egoísmo, o espírito de baixo, deturpa até mesmo a oração (quando ainda existe), de modo que ela pode tornar-se vã: “Pedis e não recebeis, porque pedis com má intenção, para (o) consumirdes em vossos prazeres”. O ser humano, também aquele que é aparentemente cristão, encontra-se em uma posição de “ouriço”, de “defesa para todos os lados”. No fundo não se interessa pessoalmente por DEUS e pelo que agrada a ele. Quando ora a DEUS, espera que ele seja mero fornecedor dos meios com que possa se afirmar e reforçar sua posição. DEUS somente deve prover os auxílios para a felicidade, o conforto, o prazer e a edificação do pedestal da auto-exaltação dessa pessoa. Alguém pode até mesmo pedir pelos dons do ESPÍRITO, em grego charismata – pelos mais notáveis – com a intenção de se sobressair com eles, de exibi-los como distintivo de sua devoção singular. Também a intenção de celebrar vitórias nesse campo significaria “consumir em seus prazeres” o que foi pedido. – Contudo, DEUS não aceita esse papel de fornecedor. Em vão se aguarda o atendimento de tais pedidos. Por esse motivo uma oração altamente efusiva não obtém resposta.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
 
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - O melhor método de oração é a oração em línguas, ou seja, no ESPÍRITO, ou, no ESPÍRITO SANTO.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,

Judas 1:20
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, (Judas 1:20)
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo (1 Coríntios 14:4)
Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem (1 Coríntios 14:14)
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, (Efésios 6:18)
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. (Romanos 8:26-27)
 
II - A BUSCA EGOÍSTA (Tg 4.4,5)
1. Adúlteros e amigos do sistema mundano (Tg 4.4).
A partir do versículo 4, Tiago entrelaça a busca pecaminosa com o sistema que domina a maior parte da humanidade, e que é chamado na Bíblia de “mundo”. O apóstolo chama de “adúlteros e adúlteras” todos os crentes que, em vez de se afastarem da cultura humana pecaminosa, em vez de se distanciarem do sistema pecaminoso fomentado pelo Diabo, se unem a ele. Ou seja, o relacionamento do cristão com esse sistema é traição a DEUS, é traição ao nosso relacionamento e compromisso com Ele, é adultério espiritual.
O meio-irmão de JESUS é enfático: “A amizade do mundo é inimizade contra DEUS” e “Qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de DEUS” (Tg 4.4). Esse ensino é frisado também pelos apóstolos Paulo e João em 2 Coríntios 6.14-18 e 1 João 2.15-17.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 119.
 
Tg 4.4 A chocante palavra “adúlteros” descreve claramente a infidelidade espiritual das pessoas e tenciona despertá-las para que encarem a sua verdadeira condição espiritual. Estes crentes estavam tentando amar a DEUS e ter um romance com o mundo. O fato de DEUS expressar, nos termos mais fortes possíveis, a importância da fidelidade deve nos inquietar. Os padrões bíblicos de comportamento pessoal, conjugal e espiritual estão sob constante ataque de erosão.
Nós somos constantemente bombardeados pela mensagem da transigência. Do ponto de vista do mundo, nós devemos ser flexíveis, tolerantes ao pecado, e complacentes. Mas isto não funciona, porque a amizade do mundo é inimizade contra DEUS. Para os crentes, o mundo e DEUS são dois objetos distintos de afeto, mas são completamente opostos. O mundo é o sistema do maligno, que está sob o controle de Satanás; ele representa tudo o que é contrário a DEUS. Ter amizade com o mundo, portanto, é adotar os seus valores e desejos (veja também Rm 8.7,8; 2 Tm 4.10; I Jo 2.15-17). Estes crentes podem amar verdadeiramente a DEUS, mas também são atraídos pelos benefícios do sistema deste mundo. Eles adoram a DEUS, mas podem desejar a influência, os padrões de vida, a segurança financeira, e talvez um pouco da liberdade que o mundo oferece. A busca destas coisas só irá minar a generosidade, os cuidados, e a divisão de recursos que deveriam caracterizar os cristãos.
Qual é, então, o relacionamento adequado de um crente com o mundo? Alguns usaram declarações bíblicas como esta de Tiago como a base para uma retirada radical do “mundo”. Mas a retirada não é a solução. Embora seja verdade que nós somos chamados para estar no mundo mas não pertencer a este mundo (Tg 17.14), deveríamos amar as pessoas deste mundo o suficiente para lhes transmitirmos o Evangelho. Para fazermos isto, precisamos nos relacionar com elas sem nos relacionar com as coisas deste mundo que são contrárias a DEUS (veja 1 Jo 3.15-17).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682-683.
 
Ruptura com o Mundo (4.4)
As palavras Adúlteros e adúlteras não se encontram nos textos gregos mais antigos. Deveríamos interpretar adúlteras figuradamente, como JESUS usou esse termo quando chamou as pessoas falsas e infiéis dos seus dias de “geração [...] adúltera” (Mt 12.39). A expressão não sabeis vós supõe que os leitores estavam familiarizados com essa verdade mas a estavam ignorando. O mundo aqui, como em outras partes do Novo Testamento, significa tudo que as pessoas pensam e fazem que desconsidera DEUS e é contrário à sua vontade. Por meio de palavras retumbantes, Tiago declara que o povo de DEUS deve tomar uma decisão clara entre DEUS e todas as atitudes não-cristãs. Se pertencemos a DEUS, a amizade do mundo precisa nos deixar. Se nos agarramos a qualquer caminho errado, nutrindo-o como um amigo, nos tornamos inimigos de DEUS e não temos mais uma base bíblica para crer que estamos em um relacionamento de salvação com Ele.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 182.
 
Tg 4.4 “Adúlteros (literalmente: adúlteras), não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade contra DEUS? Quem, portanto, pretende ser um amigo do mundo revela-se inimigo de DEUS.”
a) “Mundo”: o que a Bíblia visa dizer com isso?
a.1) A palavra grega kósmos significa “enfeite” (o termo “cosmético” origina-se dela). Segundo a opinião dos gregos, portanto, o mundo é uma “coisa linda”, uma “bela ordem”. Uma série de autores entende por “mundo” a bela e maravilhosa criação de DEUS. “DEUS fez o mundo e tudo o que ele contém” (At 17.24; cf. Hb 11.3; Sl 50.1; 90.2; Pv 30.4).
a.2) Um grande número de referências bíblicas, particularmente no NT, emprega “mundo” no sentido de “humanidade”, “mundo das pessoas”, com determinada natureza e intenção homogêneas: o ser humano, ao qual DEUS confiou a terra (Gn 1.28), abriu as portas para o inimigo, deu-lhe atenção. Agora este o domina. Toda a humanidade é território ocupado pelo inimigo. JESUS fala do diabo como “príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11). Paulo chega a designar o inimigo como “deus deste mundo” (2Co 4.4). E João diz que o mundo “jaz no maligno” (1Jo 5.19; Tg 1.27). DEUS “amou o mundo” (Jo 3.16), porém não para confirmar sua natureza, mas para, por meio de seu Filho, salvar o que é possível salvar. Como cristãos prestamos serviço ao mundo em consonância com o amor e a vontade salvadora de nosso DEUS, devendo por isso “tomar o rumo”, entrar no mundo (Mt 28.19). JESUS fala aos seus: “Assim como meu Pai me enviou, assim envio vocês” (Jo 20.21). Porém não devemos nos perder no mundo, nem diluir-nos nele, do contrário não poderemos mais ser para as pessoas o que devemos ser. Nesse sentido (negativo) a Escritura fala com muita frequência do “mundo”. João exorta: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15ss). Paulo escreve: “Não vos conformeis com este mundo” (Rm 12.2). Lamenta que Demas “passou a amar este mundo” (2Tm 4.10). E as testemunhas do NT constatam que o mundo com sua natureza e seu prazer desaparecerá e será condenado (1Co 7.31; 1Jo 2.17; 1Co 11.32). É nesse sentido negativo e de advertência que também Tiago fala aqui do mundo.
b) “A amizade com o mundo”: colocando em último plano ou até mesmo negando o que DEUS é, concede e deseja, o ser humano busca concordância com aquilo que prevalece nos seres humanos e obtém reconhecimento, aprovação e aplausos deles. Adapta-se ao entorno, para não prejudicar sua aceitação. Isso também acontece porque seu desfavor e sua inimizade acarretam desvantagens ou até mesmo poderiam tornar-se perigosos.
c) O efeito nefasto da amizade com o mundo: “inimizade contra DEUS”. DEUS deseja se reconciliar com o pecador. Mas ele é inconciliável em vista do pecado, do inimigo e de sua natureza. Uma linha de confrontação perpassa o mundo, fazendo divisão entre DEUS e Satanás. Quem se volta para esse último e para pessoas determinadas por sua natureza obrigatoriamente se distancia de DEUS e se volta contra ele. Não é possível ser simultaneamente um bom amigo de DEUS e do mundo controlado pelo inimigo (cf. Mt 6.24; 12.30). É preferível perder o mundo todo que perder a DEUS! Quando o ser humano diz “não” a DEUS, DEUS por fim dirá “não” a ele e sua vida. “Horrível coisa é cair nas mãos do DEUS vivo” (Hb 10.31). Fazer a mesma troca que Judas, largando JESUS, e com isto também DEUS, para obter a amizade (e os bens) do mundo tem consequências quase inimagináveis para nós.
d) Tiago elucida por que a aliança com o mundo tem efeitos tão nefastos, recorrendo a uma estranha constatação: “Adúlteras” sois vós! De acordo com o v. 5, a acusação não é de transgressão do Sexto Mandamento (“Não cometerás adultério”), mas do Primeiro Mandamento: “Eu sou o Senhor, teu DEUS, não terás outros deuses além de mim.”
d.1) A comunhão que o grande e santo DEUS concede a seu povo, ao pequeno ser humano pecador, é repetidamente comparada na Escritura aos dois relacionamentos humanos mais estreitos que existem: o relacionamento entre pai e filho e entre marido e mulher, ou noivo e noiva. Sim, o verdadeiro relacionamento entre pai e filho, o verdadeiro matrimônio, é a comunhão que DEUS concede. Constitui o protótipo da comunhão humana. O melhor que os humanos conseguem realizar é sempre uma mera réplica, mais ou menos fiel. As palavras que a Escritura usa para descrever a comunhão entre DEUS e sua igreja do AT e NT como matrimônio ou noivado, passam como um fio vermelho por toda a Bíblia. A aliança do Sinai (Êx 19.1-9) foi como uma celebração matrimonial. Mais tarde isso passou a ser expressamente formulado (Os 2.19s; Ez 16; 23; Is 61.10; 62.5; Ef 5.25; Ap 19.7; 21.2; 22.17). Hoje o mundo manifesta incompreensão diante da mensagem da comunhão que DEUS concede aos humanos. Declara: “Temos agora uma ideia da magnitude do cosmos. É inconcebível que – se existir um DEUS – ele se importe tanto com cada pequenino ser humano.” No entanto, para quem crê, para quem compreendeu algo do amor de DEUS, esse amor se transforma em milagre ainda maior. No Sl 8 nos deparamos pela primeira vez com a admiração que toma conta do ser humano quando por um lado se apercebe do poder de DEUS, o Criador, e por outro, do amor de DEUS, o Pai, para com seus filhos: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste: que é o homem, que dele te lembres, e o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que DEUS” (Sl 8.3-5). João expressa essa surpresa e admiração com as palavras: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de DEUS!” (1Jo 3.1). Foi necessário falar disso aqui com tanto detalhamento porque somente sob esse ângulo é possível compreender a presente passagem da Escritura, a gravidade do afastamento de DEUS: somente quem conhece o dia sente integralmente a profundidade das trevas. Somente quando conhecemos o amor de DEUS e o experimentamos podemos aquilatar o que significa jogar fora esse amor como algo sem valor e trocá-lo por uma coisa qualquer. Precisamente isso é chamado aqui de “adultério”. A grave palavra não se dirige a descrentes, que não conhecem o amor de DEUS, mas àqueles que ouviram o “pedido de casamento” na palavra proclamada, que responderam sim a DEUS, experimentaram seu amor e viveram em sua comunhão, mas depois lhe deram as costas (cf. Hb 6.4-6).
d.2) Paralela à linha lúcida da “noiva” a Bíblia também é perpassada pela linha obscura do povo de DEUS que se tornou infiel, que desprezou o milagre de seu amor (Os 1ss; Is 1.21; Ez 16; 23; também cabe citar aqui Ap 17).
“Adúlteras” é o nome dado por Tiago aos cristãos que flertam com o mundo, desertam para o lado dele e se associam a ele. A forma feminina deve estar relacionada com a circunstância de que, na “aliança matrimonial” entre DEUS e seu povo, tanto sua igreja quanto o cristão individual ocupam o lugar da “esposa”.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.