Escrita Lição 3, Betel, Particularidades do Servo, 1Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 3, Betel, Particularidades do Servo

 


Vídeo https://youtu.be/psfz6kgPsPs

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Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/01/slides-licao-03-particularidades-do.html

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 Auxílio extra à Lição 3

EBD Pecc (Programa de Educação Cristã Continuada) | 4° Trimestre De 2022 | Tema: MARCOS – O Evangelho do Servo Jesus | Escola Biblica Dominical |

 

Lição 06: Marcos 7 e 8 – O Servo é o Cristo

SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Marcos 7 e 8 há 37 e 38 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 8.11-30 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Querido(a) professor(a), Jesus enfrentou rejeição e acusações ao longo de suas caminhadas. Mesmo assim, seguia com enorme senso missionário e messiânico a fim de alcançar quantos o quisessem conhecer.

Ele cumpriu a Torá com justiça, recusando uma religiosidade corrompida e motivada pelo desejo de manipular e explorar as pessoas. Ninguém precisa se ocupar de uma santidade ritualística, pois um coração convertido não se deixa arrastar por costumes e tradições seculares. Jesus foi até os impuros e encontrou mais fé entre eles do que entre os fariseus. Vamos vigiar para que Satanás não nos leve a agir contra os propósitos do Reino, como, por um instante, aconteceu com Pedro.

 OBJETIVOS

• Assumir, como servos, o compromisso missionário.
• Praticar a justiça e a humildade, seguindo o exemplo de Jesus.
• Ensinar a todos que Jesus os convida à salvação.


 PARA COMEÇAR A AULA

Professor(a), mostre aos seus alunos que o crente vai a qualquer lugar onde o Evangelho deva ser ministrado, pois não somos chamados para excluir as pessoas do Reino. Ao contrário, empenhamos nossas vidas na tarefa de revelar Jesus a todos que queiram conhecê-lo. É no cotidiano das nossas atividades seculares, entre incrédulos, que devemos testemunhar com firmeza e generosidade para que muitos creiam e sejam libertos pela fé em Jesus, o Cristo.

 

LEITURA ADICIONAL

“A pureza moral não depende de lavar ou não lavar, de tocar ou não tocar em coisas, de comer ou não comer certas coisas, conforme os fariseus e escribas ensinavam. (…) Nossa pecaminosidade original e nossa inclinação natural para o mal raramente são consideradas como convém. A iniquidade dos homens, frequentemente, é atribuída aos maus exemplos, às más companhias, a tentações peculiares ou às armadilhas do diabo. Parece que esquecemos o fato de que cada homem traz, dentro de si, o manancial de sua própria iniquidade. Não precisamos de qualquer companhia má para nos ensinar ou de qualquer demônio para nos tentar a cair em pecado. Já temos dentro de nós a fonte de cada pecado debaixo do céu. (…)

Ao lermos essas palavras, precisamos entender claramente que nosso Senhor estava referindo-se ao coração humano em geral. Ele não aludia somente ao devasso de má reputação ou ao preso na cadeia. Todos nós, grandes ou pequenos, ricos ou pobres, patrões ou empregados, idosos ou jovens, eruditos ou ignorantes – todos nós temos, por natureza, um coração como aquele que foi descrito por Jesus. As sementes de todos os males aqui mencionados jazem escondidas dentro de nós. Podem ser reprimidas pelo temor às consequências, pelas restrições da opinião pública, pelo medo de sermos descobertos, pelo desejo de parecermos respeitáveis e, acima de tudo, pela graça onipotente de Deus.

Porém, cada indivíduo possui, dentro de si mesmo, a raiz de todo pecado. (…) Aos olhos de Deus, ‘todos nós somos como o mundo’ (Is 64.6). Deus vê, em cada um de nós, incontáveis iniquidades que o mundo jamais será capaz de perceber, porquanto Deus lê nossos corações. (…) Certamente, a pessoa que não se gloria no evangelho reconhece pouco da praga que abriga em seu interior”. Livro: Meditações no Evangelho de Marcos (RYLE, John Charles. 2. ed., São José dos Campos, SP: Editora Fiel, 2018, pp. 124-125).

 

TEXTO ÁUREO

“Então, lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.” Mc 8.29

 

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO

Marcos 8.11-30

 

VERDADE PRÁTICA

Cristo é o único que pode transformar o nosso ser de dentro para fora.

 

INTRODUÇÃO
I- VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE Mc 7.1-23
1- A acusação Mc 7.5
2– A refutação Mc 7.8
3– O ensino Mc 7.20
II- O EVANGELHO ALCANÇOU OS GENTIOS Mc 7.24-37
1– Território gentio Mc 7.24
2– A mulher siro-fenícia Mc 7.26
3– O surdo e gago Mc 7.32
III- JESUS É O CRISTO Mc 8.1-38
1– Alimentando gentios Mc 8.4
2– Cego de Betsaida Mc 8.24
3– Quem dizem que eu sou? Mc 8.29


APLICAÇÃO PESSOAL

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Marcos 7.6
Terça – Marcos 7.13
Quarta – Marcos 7.21
Quinta – Marcos 7.28
Sexta – Marcos 8.2
Sábado – Marcos 8.12


Hinos da Harpa: 299 – 45

 

INTRODUÇÃO

Nos capítulos 7 e 8 de Marcos, a essência da verdadeira espiritualidade é revelada por Jesus. Ademais, ao palmilhar por terras gentílicas e promover milagres entre gentios, o Servo demonstra o alcance universal da redenção. Após, no ápice do evangelho de Marcos, Pedro, representando os discípulos e inspirado pelo Espírito Santo, enfim professa a identidade messiânica de Jesus. No capítulo 8, destaca-se a cura do cego de Betsaida, narrada exclusivamente por este evangelista.

 

I- VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE (Mc 7.1-23)

1- A acusação (Mc 7.5) Por que não andam os teus discípulos de conformidade com a tradição dos anciãos, mas comem com as mãos por lavar?

Segundo a tradição rabínica, Moisés recebeu duas leis no Monte Sinai: a Torá escrita e a Mishná oral. Esta consiste em comandos verbais prescrevendo, com riqueza de detalhes, como a Torá deveria ser aplicada nas mais variadas circunstâncias do cotidiano, sendo transmitidos às gerações sucessivas. Na época de Jesus, para os fariseus, a adesão à tradição oral era tão importante quanto a obediência à própria Torá. Questões de pureza ocupam 25% da Mishná, daí o motivo da obsessão farisaica pelo tema. “Pureza”, porém, aqui, não tem a ver com higiene, mas com ritos de purificação. Mesmo que não implicasse sujeira, o simples contato com utensílios ou pessoas “impuras” demandava sujeição a rigorosos rituais de lavagem e purificação (7.3-4).

Fariseus e escribas se escandalizaram com o fato dos discípulos de Jesus não lavarem as mãos antes de comerem (7.5). No entanto, essa conduta em nada ofendia a Lei de Moisés, que, de sua parte, apenas exigia dos sacerdotes que lavassem suas mãos e pés antes de oferecerem sacrifício (Êx 30.18- 21). A verdade é que diversos preceitos humanos foram acrescentados à lei de Deus, impondo à vida espiritual do povo um fardo pesadíssimo de carregar (Mt 23.4).

 

2- A refutação (Mc 7.8) Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens.

Jesus foi contundente em sua resposta, denominando seus contendores de “hipócritas” (7.6). Para demonstrar a pertinência de sua colocação, o Servo invoca a lei e os profetas. Cita Isaías: “Este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (7.6; Is 29.13). Após, Moisés: “Honra a teu pai e a tua mãe” (7.10; Êx 20.12). Resgata, assim, a primazia da lei de Deus para guiar a vida do ser humano (Sl 119.105). Um exemplo concreto vem à tona: a lei de “Corbã” (7.11-12). Segundo o costume rabínico, uma pessoa poderia devotar alguns de seus bens ao Senhor (Lv 27.28; Nm 18.14), embora mantendo o exclusivo controle sobre eles enquanto vivesse. Ou seja, somente com a sua morte esses bens passariam ao uso no templo, nenhum sacrifício real demandando do “ofertante”. Essa medida não passava de ardiloso artifício para privar sobretudo pais, em sua velhice, de usufruir da propriedade desses bens, com ampla aceitação dos sacerdotes, dispensando os filhos de seus deveres para com pai e mãe (7.12). Tradição humana francamente violadora da lei de Deus (7.13). Como amar a Deus e desobedecer à sua Palavra (1Jo 5.3)? Jesus foi certeiro: pura hipocrisia.

 

3- O ensino (Mc 7.20) O que sai do homem, isso é o que o contamina.

O sistema de purificação dos fariseus partia do pressuposto de que a fonte do mal é exterior – o que vem de fora é o que contamina o homem (7.15). Jesus inverte essa afirmativa. Antes, “o que sai do homem é o que o contamina” (7.20). De fato, o alimento que se ingere apenas desce pelo aparelho digestivo (7.19). No coração, porém, residem nossas genuínas motivações e propósitos (Mt 12.34), inclusive contaminações morais e espirituais que afetarão a todos os que nos circundam (7.21-23). Assim, o mal não vem de fora, mas de dentro. Sua fonte não está no “sistema” ou em objetos, mas, sim, no coração humano. Antes de atentar para nossas palavras e ações, o Senhor contempla a qualidade do nosso coração (Gn 4.4b; 1Sm 16.7), pois dele procedem as fontes da vida (Pv 4.23).

 

II- O EVANGELHO ALCANÇOU OS GENTIOS (Mc 7.24-37)

1- Território gentio (Mc 7.24) Levantando-se, partiu dali para as terras de Tiro [e Sidom].

A partir desta seção, Marcos passa a relatar o ministério de Jesus na região de Tiro e Sidom (7.24), local com ampla predominância de gentios, forte paganismo e histórica inimizade para com os judeus. Ali, por exemplo, nasceu a rainha Jezabel, que seduziu Israel para práticas pagãs (1Rs 16.31-32). Logo, tal visita de Jesus era não apenas embaraçosa, mas até escandalosa para os seus. Porém, tudo que Jesus faz tem um sábio propósito: as lições sobre pureza e impureza deveriam continuar. Afinal, já se declarou que não há alimento impuro (7.19). Agora, é tempo de proclamar que também não há terras ou pessoas impuras. O Evangelho deve chegar em todos os lugares e alcançar a todas as pessoas (Mt 28.19; At 1.8).

 

2- A mulher siro-fenícia (Mc 7.26) Esta mulher era grega, de origem siro-fenícia, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.

Como é de seu costume, Jesus aplicará a lógica de seu ensino anterior (7.1-23) em experiências concretas. Para tanto, a personagem que surge é perfeita: mulher, grega, de origem siro-fenícia, habitante de terra infame e com uma filha endemoninhada (7.26). Para um judeu médio da época, o cúmulo da impureza. Mas a frustrante incredulidade do povo escolhido contrasta com a surpreendente sabedoria dessa mulher: diante de uma necessidade desesperadora, prostra-se aos pés de Jesus e roga-lhe que liberte sua filha (7.25- 26).

Segue-se, então, um diálogo profundamente espiritual: com uma resposta aparentemente dura, o Servo testa a qualidade de sua fé (7.27). A mulher não decepciona: em reação, revela não apenas fé persistente, como também compreensão correta do plano divino, reconhecendo a preferência dos judeus nas bênçãos de Deus (Rm 1.16), mas não sua exclusividade (7.28). Mesmo sendo gentia, tem plena convicção que o amor de Jesus é tão abundante que pode saciar a todos os povos da terra (Gn 12.3b).

 

3- O surdo e gago (Mc 7.32) Então, lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele.

Com esse milagre, só encontrado no evangelho de Marcos, Jesus oferece alimento salvífico a gentios com o mesmo amor e compaixão que o ofertou aos judeus (Marcos 6). O Servo está reforçando o alcance abrangente de Sua missão redentiva. Jesus continua aplicando aos “impuros” a obra que iniciou entre os judeus. Chega a Decápolis, ainda terra gentílica. Aproxima-se outro gentio, mas, agora, com dificuldades singulares: nunca ouviu acerca de Jesus tampouco dialogou a respeito.

Deficiência na audição e na fala. Porém, esse rigoroso bloqueio não impediu que alguns por ele intercedessem, levando-o perante o Servo (7.31-32). O Senhor o colocou à parte e o tratou com dignidade, com ele interagindo diretamente. Demonstrando intensa compaixão (“suspirou”), após tocar em seus ouvidos e língua, disse: “Abre-te!” (7.33-34). Instantaneamente, tanto os ouvidos quanto a língua ficaram desembaraçados (7.35). Nosso Mestre concretiza a visão de Isaías da era messiânica da salvação: surdos ouvindo e mudos cantando (Is 35.5-6). A lição principal está cada vez mais evidente: Jesus é o Cristo (8.29) e Seu Reino de amor não tem limites étnicos ou geográficos (Sl 96.3; Mc 13.10).

 

III- JESUS É O CRISTO (Mc 8.1-38)

1- Alimentando gentios (Mc 8.4) Donde poderá alguém fartá-los de pão neste deserto?

A segunda multiplicação de pães e peixes guarda, pelo menos, duas importantes singularidades em comparação com a primeira (Mc 6.35-44):
a) o papel mais ativo de Jesus: é o próprio Senhor quem percebe o problema (8.1-3) e, do início ao fim, protagoniza a dinâmica dos acontecimentos;
b) os destinatários do milagre: na alimentação dos quatro mil (Marcos 8), Jesus oferece alimento salvífico a gentios com o mesmo amor e compaixão que o ofertou aos judeus (Marcos 6). O Servo está reforçando o alcance universal de sua missão redentiva. Entretanto, à diferença dos gentios, o povo judeu continua resistindo ao ministério do Servo, pedindo “um sinal do céu” (8.11).

Tamanha incredulidade continua a incomodar profundamente a Jesus, que rejeita qualquer exposição gratuita de poderes (8.12-13; Mt 7.6). Afinal, pelo contrário, é preciso crer para ver (Jo 20.29). Infelizmente, até os discípulos continuam com corações endurecidos, fato evidenciado em outro evento de falta de alimento. Desta feita, porém, Jesus repreende a contínua falta de discernimento espiritual de seus companheiros mais próximos, que permanecem presos a uma visão por demais superficial e materialista de suas falas (8.14- 21), como ocorrera, inicialmente, com Nicodemos (Jo 3.1-10).

 

2- Cego de Betsaida (Mc 8.24) Vejo homens, porque como árvores os vejo, andando.

Deparamo-nos, agora, com outro episódio bíblico exclusivo de Marcos: a cura gradual do cego de Betsaida. Tomando-o pela mão, Jesus o leva para fora da aldeia, aplica-lhe saliva aos olhos e impõe suas mãos (8.22-23). O homem sinaliza que sua visão fora restaurada em parte, pois enxergava imagens ainda borradas (8.24). Após novo toque de Jesus em seus olhos, fez-se perfeita restauração da visão (v. 25). A cura em duas etapas não se deve a limitações do poder de Jesus (Mc 6.56 e 10.51-52). Pelo contrário, essa curiosa dinâmica de restauração gradual foi deliberadamente escolhida pelo Servo para servir de símbolo da própria obra que estava realizando no povo judeu, especialmente nos discípulos, cujo processo de discernimento espiritual também acontecia lenta e progressivamente, com importantes avanços e incômodos recuos (8.14-21 e 27-33).

 

3- Quem dizem que eu sou? (Mc 8.29) Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.

O evangelho de Marcos chega ao seu ponto alto. Em meio a todo esse contexto de avanço do Evangelho junto aos gentios e embaraço junto aos judeus, Jesus prepara o cenário para, enfim, descortinar com maior riqueza de detalhes a natureza e o propósito de sua missão, bem como o nosso papel em Seu Reino. A culminância desse amoroso processo acontece exatamente quando Jesus, no caminho de Cesaréia de Filipe, debate com seus discípulos sobre o que os homens diziam a seu respeito. Em meio a muitas respostas, todas equivocadas, o Mestre, enfim, pergunta: “Mas vós, quem dizeis que eu sou?”.

Pedro, então, responde: “Tu és o Cristo” (8.27-29). A identidade messiânica de Jesus estava plenamente revelada e crida! O verdadeiro cristão não teme destoar da convicção das massas e posicionar-se ao lado da verdade, com amor e sabedoria (1 Tm 1.7). Afinal, não devemos nos conformar com este mundo, mas, sim, sujeitarmo-nos à transformação pela renovação das nossas mentes, pois só assim experimentaremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Sobre a sólida verdade de ser o Cristo (8.29), Jesus passa a descortinar detalhes de seu sofrimento, morte e ressurreição (8.31). O vacilo de Pedro, deixando-se ser usado por Satanás para tentar convencer Jesus a não morrer por nossos pecados (8.32-33), dá ensejo a mais uma lição: a batalha espiritual contra o diabo será dura, mas devemos ser firmes em resistir-lhe (Ef 6.10-18). Para tanto, cumpre-nos viver uma vida de total abnegação e entrega a Jesus (8.34-38; Tg 4.7).

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Jesus é o Filho de Deus. Por Sua graça, pode alcançar a todos, agindo onde reside o verdadeiro problema humano: no coração.

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RESPONDA

1) Para provar a hipocrisia de seus contendores, que lei decorrente do costume rabínico Jesus denunciou? R. A lei de “Corbã” (Mc 7.11-13).
2) Nesta lição, temos duas curas que Jesus operou cujos registros só existem no evangelho de Marcos. Quais são? R. As curas do surdo e gago e do cego de Betsaida.
3) Segundo a lição, a partir de que sólida verdade espiritual Jesus passou a descortinar detalhes de seu sofrimento, morte e ressurreição? R. Da verdade de que Jesus é o Cristo (Mc 8.29).

 

 Lição da Revista completa

 

Lição 3, Betel, Particularidades do Servo

  

TEXTO AUREO

"Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer." Marcos 8.2

 

VERDADE APLICADA

Como discípulos de CRISTO precisamos, também, no poder do ESPÍRITO SANTO, testemunhar com palavras e ações aspectos do caráter de CRISTO.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Falar acerca da identidade de JESUS.

Mostrar que a autoridade de JESUS está acima de tudo.

Destacar a compaixão de CRISTO.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - MARCOS 8.1-3;6

1. Naqueles dias, havendo mui grande multidão a não tendo o que comer, JESUS chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes:

2. Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo e não têm o que comer.

3. E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.

6. E ordenou à multidão que se assentasse no chão. E, tomando os sete pães e tendo dado graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, para que os pusessem diante deles; e puseram-nos diante da multidão.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Mc 10.45 JESUS se tornou Servo para nos salvar.

TERÇA Lc 10.19 O Servo JESUS nos deu autoridade.

QUARTA Jo 5.19 JESUS fez a vontade do Pai.

QUINTA Rm 13.1 A autoridade de CRISTO foi instituída por DEUS.

SEXTA 1Jo 3.17 Compaixão, amor e auxílio ao próximo.

SÁBADO 1Jo 5.5 JESUS é Filho de DEUS

 

HINOS SUGERIDOS - 141, 253, 484

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos desenvolver os atributos que há em CRISTO.

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- A identidade do Servo.

1.1. Muitos não conheciam a identidade do Servo.

1.2. O Servo conhecido progressivamente.

1.3. Andar com o Servo nos faz conhecê-lo.

2- A autoridade do Servo.

2.1. A autoridade da mensagem do Servo.

2.2. A autoridade do Servo foi atestada por sua palavra.

2.3. A autoridade do Servo foi confirmada perante o mundo espiritual.

3- A compaixão do Servo

3.1. A clemencia do Servo.

3.2. O Servo que se compadece.

3.3. O Servo nos ensina que, onde há compaixão, abunda o amor.

 

INTRODUÇÃO

Veremos na presente lição que o conhecimento acerca de JESUSCRISTO, durante Seu ministério terreno, se deu progressivamente. Enfatizaremos dois aspectos da identidade do Servo sofredor que se destacam no evangelho de Marcos: autoridade e compaixão.

 

1- A identidade do Servo

Podemos dizer que a identidade de uma pessoa é o que a faz ser distinta de todos: a cidade onde nasce, nome, sobrenome, quem são seus avós, quem são seus pais, quem são seus irmãos, sexo, impressão digital, data de nascimento. Assim, nossa identidade nos faz pessoas únicas. Diante dessa certeza iremos ver no evangelho de Marcos a apropriada identidade de JESUS.

 

1-1- Muitos não conheciam a identidade do Servo.

Servir a CRISTO também implica em conhecê-Lo. A despeito deste pensamento a melhor forma de conhecer mais sobre Ele é por meio do estudo das Santas Escrituras, em particular o Novo Testamento, que descreve a Sua história e como Ele morreu na cruz por nós. Podemos dizer que desde o início JESUS é uma figura que causa admiração em muitos, pois não se sabia direito como defini-lo. Neste sentido o profeta Oseias diz: "Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor; como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra:' [Os 6.3]. Afigura-se que o evangelho de Marcos nos apresenta a identidade de CRISTO: Filho de DEUS e Servo obediente.

  

1-2- O Servo conhecido progressivamente.

No início do evangelho de Marcos, após JESUS ensinar na sinagoga de Cafarnaum e expulsar de um homem um espírito impuro que o importunava, todos se admira-vam com a Sua autoridade: "E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles o obedecem!" [Mc 1.27].

          Assistimos que em Marcos 4.41, quando JESUS

acalma a tempestade, seus discípulos temerosos se perguntam: "Mas quem é este que até o vento e o mar o obedecem?” Podemos ainda acrescentar que, em Marcos 6.1-6, as perguntas de quem de fato era JESUS se graduam tendo início as tentativas mais diversas para dar conta de quem de fato Ele era.

  

1-3- Andar com o Servo nos faz conhecê-lo.

Não há nada mais prazeroso do que ser conhecido por JESUS e conhecê-Lo. Neste sentido temos a certeza de que para conhecer JESUS de verdade precisamos nos relacionar com Ele. Marcos nos mostra em seu evangelho que a última vez que a pergunta sobre a identidade de JESUS aparece no livro, feita pelo próprio JESUS é dirigida aos discípulos: "(...) Quem dizem os homens que eu sou? E eles responderam: João Batista; e outros, Elias; mas outros, um dos profetas. E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou? E, respon-dendo Pedro, lhe disse: Tu és o CRISTO." [Mc 8.27-29]. Pedro agora, depois de andar com JESUS e ter intimidade com Ele, expressa sua firme convicção de que Ele é o CRISTO, o Filho do DEUS vivo.

 

 2- A autoridade do Servo.

A partir do que se pode ler no evangelho de Marcos, JESUS por onde caminhou realizou muitos prodígios e Seu ensino era admirado por todos que o seguiam e o ouviam, porque possuía autoridade [Mc 1.27].

  

2-1- A autoridade da mensagem do Servo.

Podemos afirmar que a fonte da autoridade de JESUS vinha do céu. Nos escritos deixados pelo evangelista Mateus lemos as seguintes palavras de JESUS: "(...) É-me dado todo o poder no céu e na terra." [Mt 28.18]. Ao longo do evangelho de Marcos podemos visualizar que a palavra de JESUS diferia de tudo que o povo estava acostumado a ouvir. "E repreendeu-o JESUS, dizendo: Cala-te e sai dele. Então o espírito imundo, convulsio-nando-o e clamando com grande voz, saiu dele:' [Mc 1.25-26]. Ao notarmos os demônios saindo sem hesitar podemos constatar que a Sua mensagem apresentava autoridade dos céus.

 

 2-2- A autoridade do Servo foi atestada por sua palavra.

Para bem compreender, nas palavras de JESUS existiam ensinamentos sólidos que o povo começou a perceber e admirar. Pelo que se pode notar, a Sua maneira de ensinar fazia com que Ele apresentasse as verdades espirituais com autoridade sufocando as tradições dos religiosos: "Invalidando, assim, a palavra de DEUS pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas." [Mc 7.13]. Importante ressaltar que nos ensinamentos de JESUS, Ele nos fez perceber a Sua autoridade sobre os demônios: "(...) Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído" [Mc 7.29-30].

  

2-3- A autoridade do Servo foi confirmada perante o mundo espiritual.

Acompanhando o itinerário traçado no evangelho de Marcos, vemos que JESUS é a demonstração apropria-da do Pai. A Ele foi oferecido o poder e autoridade sobre tudo e sobre todos. Ficando evidenciado em todo o Novo Testamento que até mesmo sobre os demônios: "E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E JESUS logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogou-se no mar." [Mc 5.12-13].

 

3- A compaixão do Servo.

O evangelho de Marcos descreve que JESUS, em Suas peregrinações pelas cidades e povoados, ao notar as multidões, tinha compaixão delas porque estavam angustiadas e desfavorecidas, como ovelhas sem pastor [Mc 6.34].

 

 

3-1- A clemência do Servo.

O evangelho de Marcos, assim como os demais, nos apresenta que a morte, assim como as enfermidades, físicas, emocionais e espirituais, são decorrentes da Queda. Entretanto, podemos verificar que CRISTO veio ao mundo e demonstrou compaixão ao libertar os homens das garras de Satanás: "Naqueles dias, havendo mui grande multidão e não tendo o que comer, JESUS chamou a si os seus discípulos, e disse-lhes: Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo a não têm o que comer:' [Mc 8.1-2]. Que vemos então? Que o Servo por Sua compaixão curou a todos que iam até Ele.

 

 3-2- O Servo que se compadece.

A partir da ótica do evangelho de Marcos, podemos dizer que os males, doenças e a morte passaram a existir em decorrência da entrada do pecado no mundo. Dentro deste panorama podemos dizer que o pecado trouxe consequências terríveis para toda a humanidade. Depois da Queda o ser humano já não seria mais o mesmo. Entretanto, JESUS demonstrou compaixão ao vir ao mundo para resgatar o homem da maldição do pecado. CRISTO demonstrou todo o Seu amor se fazendo pecado por nós, e na cruz levou as nossas iniquidades sobre si [Is 53.4]. Isso nos mostra que o Servo se compadece de nós.

 

 3-3- O Servo nos ensina que, onde há compaixão, abunda o amor.

Chama-nos atenção o fato de que, na cura de um leproso, Marcos relata que JESUS demonstra Sua compaixão a esse homem: "E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me. E JESUS, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, a disse-lhe: Quero, sê limpo!" [Mc 1.40-41]. Compreende-se facilmente que com esse fim, JESUS veio ao mundo para demonstrar Sua compaixão com todos que se aproximavam dEle, curando doentes a ressuscitando mortos para que todos fossem salvos das garras de Satanás.

  

CONCLUSÃO

É na caminhada e no relacionamento diário com o Senhor que vamos conhecendo e crescendo no conhe-cimento acerca de JESUS CRISTO [2Pe 3.18].

 

 

 

 

 

 

Escrita Lição 3, O Avivamento No Novo Testamento, 1Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 3, O Avivamento No Novo Testamento

Para me ajudar - PIX 33195781620 (CPF - Luiz Henrique de Almeida Silva - Bradesco - Imperatriz - MA)

 

 

Vídeo https://youtu.be/HH2-5tZn-tk

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TEXTO ÁUREO
“Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”  (Jo 4.10)

 

 

VERDADE PRÁTICA
A Palavra de Deus revela raízes de um verdadeiro avivamento espiritual, que perpassa a história.

 

 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 7.28 Jesus ensinava com autoridade, diferentemente dos escribas
Terça - Mc 16.6-8 Jesus venceu a morte, ressuscitando ao terceiro dia
Quarta - Lc 2.10-14 Jesus: alegria, paz e boa vontade aos homens
Quinta - Jo 1.3,4 Jesus: criação, vida e luz para os homens
Sexta - At 1.8 A promessa de Jesus a respeito do Espírito Santo
Sábado - Ap 1.7 Jesus voltará visível e gloriosamente

 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 4.7-15
7 - Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 - Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. 9 - Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)? 10 - Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11 - Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12 - És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? 13 - Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, 14 - mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. 15 - Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.

 

4.7 MULHER DE SAMARIA. A conversa que Jesus teve com a mulher Samaritana revela sua dedicação ao propósito de seu Pai celeste, bem como seu próprio desejo de conduzir essa pessoa à vida eterna. A paixão consumidora de Jesus era salvar os perdidos (ver Lc 15; cf. Pv 11.30; Dn 12.3; Tg 5.20), alvo este que lhe era infinitamente mais importante que a comida e a bebida (v. 34). Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ao nosso redor há pessoas dispostas a ouvir a Palavra de Deus. Devemos falar-lhes da sua necessidade espiritual e de Jesus, que pode satisfazer essa necessidade. JESUS estava ali por causa daquela mulher. Esta mulher atraía a atenção máxima de sua cidade. Esta mulher bebeu da água da vida. Ela foi escolhida para pregar o evangelho em sua terra. Ela levou toda uma cidade a JESUS.

Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo (Messias)? Saíram, pois, da cidade e foram ter com ele. João 4:28-30

 


HINOS SUGERIDOS: 42, 84, 122 da Harpa Cristã


PALAVRA-CHAVE - Novo Testamento

 

Resumo da Lição 3, O Avivamento No Novo Testamento

I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

1- O avivamento em João.

2- O avivamento em Mateus.

3- O avivamento em Marcos.

4- O avivamento em Lucas.

II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

1- O avivamento na Igreja Primitiva.

2- A descida do Espírito Santo.

III – O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE
1- Nas epístolas paulinas.

2- Nas epístolas gerais (ou universais).

3- No livro do Apocalipse.

 

 

INTRODUÇÃO

Vamos procurar captar nos livros do Novo Testamento algum indicativo de avivamento nesta lição. Nos evangelhos vemos o próprio JESUS CRISTO, cheio do ESPÍRITO SANTO, trazendo avivamento por onde passava, pregando, ensinando e curando a todos, o que indica a comprovação deste avivamento. O reino de DEUS é evidenciado na terra nesses dias.
Os apóstolos, na perseguição da imitação de JESUS CRISTO, foram chamados cristão por colocarem em prática a mesma forma de demonstrar o reino de DEUS e salvação em JESUS CRISTO.  Nas  epístolas e livros escritos por Mateus, Marcos, Lucas, João, Tiago, Pedro e Judas vemos pregação, ensino e sinais, prodígios e maravilhas comprovando a mensagem do evangelho por eles transmitido.

 

Os livros do Novo Testamento e seus autores

Os Evangelhos

A primeira parte da história do Novo Testamento é formada pelos quatro Evangelhos, que significa “boas notícias”. São eles:

Evangelho segundo Mateus: escrito por Mateus, também chamado de Levi, apóstolo de Jesus;

Evangelho segundo Marcos: escrito por Marcos, conhecido por João Marcos, mencionado em Atos 12:12, Cl. 4:10, etc;

Evangelho segundo Lucas: escrito por Lucas, "o médico amado" (Cl 4:14), também é o autor do livro de Atos;

Evangelho segundo João: escrito por João, um dos 12 apóstolos de Jesus, autor de 3 cartas e do Apocalipse.

Esses 4 primeiros livros narram a história de Jesus, desde o seu nascimento até sua morte e ressurreição, na visão de seus discípulos que o acompanharam durante sua trajetória.

Mateus, o primeiro livro do Novo Testamento, apresenta Jesus como o Messias prometido por Deus no Antigo Testamento. Marcos apresenta Jesus como o servo de Deus, que veio à terra a fim de cumprir as ordens do seu Pai.

Lucas, por sua vez, o anuncia como o Filho do Homem, como forma de mostrar o lado humano de Cristo. Já João apresenta o lado divino de Jesus, chamando-o de Filho de Deus.

Nos Evangelhos, a morte e ressurreição de Jesus Cristo é apresentada como a vitória do bem contra o mal, sendo ele anunciado como O Filho de Deus, que venceu o pecado da humanidade, proporcionando a graça e o perdão de Deus.

O Livro Histórico

A segunda parte da história do Novo Testamento é constituída pelo Livro Histórico denominado por Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, companheiro de viagem de Paulo e Barnabé. O livro de Atos é uma continuação do livro de Lucas, dirigido a Teófilo (At. 1:1)

O Livro de Atos conta a história da primeira expansão da igreja após a morte de Jesus Cristo. Ao ressuscitar, Jesus capacitou alguns de seus seguidores através do Espírito Santo, denominando-os apóstolos, que significa “os enviados”.

A narração gira em torno de como os apóstolos propagaram o Evangelho de Jesus, orientando pessoas à fé, formando assim uma nova comunidade cristã e igrejas. Um dos principais personagens deste livro é o apóstolo Paulo, autor de várias cartas que orientavam as igrejas locais da época.

As Epístolas

A terceira parte do Novo Testamento é composta pelas Cartas (Epístolas) dos Apóstolos às novas igrejas fundadas. Essa parte é subdividida em outras duas: as treze Epístolas de Paulo, escritas pelo apóstolo Paulo, e as Epístolas Gerais, escritas por outros apóstolos.

As treze Epístolas de Paulo são:

Carta aos Romanos - em que o apóstolo escreve sobre a justiça de Deus, justificação pela fé e o ensinamento sobre a salvação;

1ª Carta aos Coríntios - fala sobre as divisões e questionamentos que estavam acontecendo na igreja; fala sobre orar em línguas para edificação própria, regulamentação dos Dons, Amor perfeito e serviço cristão.

2ª Carta aos Coríntios - Paulo faz um alerta sobre falsos profetas e orienta a igreja a enfrentar os problemas através do amor e a  ajuda da Igreja aos necessitados;

Carta aos Gálatas - explica que a salvação vem somente através da fé em Jesus Cristo, o perigo de procurar justificação pela Lei;

Carta aos Efésios - Paulo explica como todos os membros da igreja formam um só corpo, sendo Jesus o guia, fala de armadura na Guerra espiritual com oração;

Carta aos Filipenses - Paulo ensina como superar os sofrimentos da vida com a força e alegria que vêm através de Jesus Cristo, aquele que em tudo se tornou semelhante aos homens, menos no pecado;

Carta aos Colossenses - adverte e ensina que a fé deve ser apenas em Jesus Cristo e em nenhum outro ensinamento, fala sobre o triunfo de CRISTO sobre o pecado;

1ª Carta aos Tessalonicenses - Paulo instrui à igreja dando recomendações, conselhos e advertências gerais, além disso, realça a esperança futura na segunda vinda de Jesus Cristo;

2ª Carta aos Tessalonicenses - o apóstolo continua o ensino sobre a Segunda vinda de Cristo, arrebatamento, dá aconselhamentos pastorais, esclarecendo prováveis mal-entendidos da 1ª carta;

1ª Carta a Timóteo - Fala de Intercessão, fala de um só DEUS e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO; aborda o tipo de conduta pessoal que um jovem pastor deve ter no ministério;

2ª Carta a Timóteo - Exortação a despertar o Dom que havia recebido por imposição de mãos; Paulo encoraja ao jovem servo do Senhor, alertando-o sobre as dificuldades dos "últimos tempos" e instruindo a pregar a Palavra com firmeza.

Carta a Tito - conselhos pastorais, organização na escolha de líderes das igrejas, fala sobre a necessidade de uma boa doutrina juntamente com as boas obras;

Carta a Filemon - Trata-se de uma carta pessoal de intercessão que aborda o perdão.

 

As Epístolas Gerais também eram cartas, mas são chamadas assim porque foram escritas por autores diferentes. São elas:

Carta aos Hebreus - com autor desconhecido (creio eu que Paulo), a carta aos Hebreus fala sobre a superioridade de Jesus Cristo em relação a profetas, anjos, Moisés, Arão, sobre a perfeição de CRISTO e de seu sacrifício perfeito e eterno; e a fé que os fiéis devem ter Nele, o Sumo Sacerdote perfeito;

Tiago - escrita por Tiago, irmão de Jesus Cristo, a carta fala sobre a importância da fé cristã ser acompanhada de boas obras e do cuidado com a língua, unção com óleo e com as visitas a órfãos e viúvas;

1ª Pedro - escrita por Pedro, Apóstolo de Jesus, a carta fala sobre santificação, pedra angular JESUS, de JESUS levando nossos pecados sobre Ele, fala sobre a submissão das esposas e o amor dos maridos, a vida cristã, a exemplo de Jesus Cristo, que mesmo no sofrimento obedeceu a Deus e venceu, fala da administração da igreja sem avareza; fala da humildade e submissão a DEUS no combate a Satanás e da submissão dos jovens aos mais velhos.

2ª Pedro - escrita por Pedro, Apóstolo de Jesus, a carta fala da importância das Escrituras, e do genuíno conhecimento do Senhor a fim de combater as falsas doutrinas e falsos profetas; fala da visão da transfiguração, fala do justo Ló, fala da vinda iminente de JESUS, fala do fim da Terra, queimada por fogo.

1ª, 2ª e 3ª João - escritas pelo Apóstolo João, estas cartas ensinam que Deus é o perfeito Amor, que o amor, a fé e a verdade são princípios vencedores no embate contra o mundo e contra o mal. Fala sobre a importância de amar a Deus e mutualmente, advertindo sobre o erro de seguir falsos mestres, instrui sobre a importância da hospitalidade cristã; fala do perdão constante de DEUS ao confessarmos nossos pecados com arrependimento, fala da propriação pelos pecados do mundo todo, fala da última hora e da vinda do anticristo, fala da unção de DEUS que está sobre nós, fala de sermos filhos de DEUS, adverte sobre os falsos irmãos.

Judas - escrita por Judas, irmão de Tiago e de Jesus, a carta fala sobre orar em línguas para edificação própria (no ESPÍRITO SANTO), alerta sobre o perigo de falsos profetas e heresias que punham em risco a fé verdadeira que os cristãos possuíam.

 

O Livro Profético

O último livro do Novo Testamento, chamado de Apocalipse, que significa “Revelação”. Foi escrito pelo apóstolo João, quando estava preso na Ilha de Patmos e teve revelações de Jesus Cristo, sobre a realização dos planos de Deus para a história e sobre o Final dos Tempos.

Nestas revelações, João descreve as visões apocalípticas que teve de Jesus Cristo sobre os acontecimentos marcantes e conflitos na história humana. Ele também transmite uma mensagem de esperança aos crentes, afirmando que Cristo voltará para buscar aqueles que seguiram seus ensinamentos e O receberam como único e eterno Salvador. No céu acontece o Tribunal de CRISTO e Bodas do Cordeiro, na Terra, Grande Tribulação e Juízo entre Bodes e Ovelhas. Logo após Milênio, Juízo Final no Trono Branco, Lago de Fogo e Enxofre para ímpios e Vida Eterna com DEUS para salvos. A grande promessa da extinção do mal (pecado, sofrimento e morte) soma-se à alegria da vida eterna com Deus em uma Nova Terra e para a Igreja, numa Nova Cidade Celestial - A Nova Jerusalém.

 


I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS
O Novo Testamento é a revelação última de Deus escrita na Bíblia para o mundo.  

 


1. O avivamento em João.

O avivamento no evangelho de João, fala de JESUS como DEUS, mostra JESUS sempre existindo e sendo DEUS mesmo. Fala de João Batista dando testemunho de JESUS. Narra o primeiro milagre de JESUS (Caná da Galileia). Fala do zelo de JESUS na casa de oração. Fala de Novo Nascimento, mostra o versículo chave da Bíblia (Jo 3.16), fala da salvação e evangelização da mulher Samaritana e sua cidade, bem como da adoração perfeita em Espírito e em Verdade. Fala do milagre do filho do oficial do rei (João 4:46). Fala das curas no tanque de Betesda. Fala de JESUS como pão da vida etc.

 

Autor: João
Tema: Jesus, o Filho de Deus
Data: 80-95 d.C.

 
Considerações Preliminares

O Evangelho segundo João é ímpar entre os quatro Evangelhos. Relata muitos fatos do ministério de Jesus na Judéia e em Jerusalém que não se acham nos Sinóticos, e revela mais a fundo o mistério da sua pessoa. O autor identifica-se indiretamente como o discípulo “a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7, 20). O testemunho dos primórdios do cristianismo, bem como a evidência interna deste Evangelho, evidenciam João, o filho de Zebedeu, como o autor. João foi um dos doze apóstolos originais de Cristo, e um dos três mais chegados a Ele (Pedro, Tiago e João).
Segundo testemunhos muito antigos, os presbíteros da igreja da Ásia Menor pediram ao venerável ancião e apóstolo João, residente em Éfeso, que escrevesse este “Evangelho espiritual” para contestar e refutar uma perigosa heresia concernente à natureza, pessoa e deidade de Jesus, propagada por um certo judeu de nome Cerinto. O Evangelho segundo João continua sendo para a igreja uma grandiosa exposição teológica da “Verdade”, como a temos personalizada em Jesus Cristo.

Propósito

João deixa claro o propósito do seu Evangelho, em João 20.31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Alguns manuscritos gregos deste Evangelho apresentam, nesta passagem, formas verbais distintas para “crer”. Uns contêm o aoristo subjuntivo (“para que comecem a crer”); outros contêm o presente do subjuntivo (“para que continuem crendo”). No primeiro caso, João teria escrito para convencer os incrédulos a crer em Jesus Cristo e serem salvos. No segundo caso, João teria escrito para consolidar os fundamentos da fé de modo que os crentes continuassem firmes, apesar dos falsos ensinos de então, e assim terem plena comunhão com o Pai e o Filho (cf. João 17.3). Estes dois propósitos são vistos no Evangelho segundo João. Contudo, o peso do Evangelho no seu todo favorece o segundo caso como sendo o propósito predominante.

Visão Panorâmica

O quarto Evangelho apresenta evidências cuidadosamente selecionadas no sentido de Jesus ser o Messias de Israel e o Filho encarnado (não adotado) de Deus. As evidências comprobatórias incluem: (1) sete sinais (João 2.1-11; 4.46-54; 5.2-18; 6.1-15; 6.16-21; 9.1-41; 11.1-46) e sete sermões (João 3.1-21; 4.4-42; 5.19-47; 6.22-59; 7.37-44; 8.12-30; 10.1-21), pelos quais Jesus revelou claramente sua verdadeira identidade; (2) sete declarações “Eu sou” (João 6.35; 8.12; 10.7; 10.11; 11.25; 14.6; 15.1) mediante as quais Jesus revelou figuradamente aquilo que Ele é como redentor da raça humana; e (3) a ressurreição corpórea de Jesus como o sinal supremo e a prova máxima de que Ele é o “Cristo, o Filho de Deus” (20.31).
João contém duas divisões principais. (1) Os caps. 1—12 tratam da encarnação e do ministério público de Jesus. Apesar dos sete sinais convincentes de Jesus, dos seus sete grandiosos sermões e das suas sete majestosas declarações “Eu sou”, os judeus o rejeitaram como seu Messias. (2) Uma vez rejeitado pelo Israel do antigo pacto, Jesus passou (13–21) a considerar seus discípulos como o núcleo do novo concerto (i.e., a igreja que Ele fundou). Estes capítulos incluem a última ceia de Jesus (13), seus últimos sermões (14–16) e sua oração final com seus discípulos (17). O novo concerto se iniciou e se estabeleceu pela sua morte (18,19) e ressurreição (20,21).

Características Especiais

Oito características ou ênfases principais destacam o Evangelho segundo João. (1) Jesus como “o Filho de Deus”. Do prólogo do Evangelho, com sua sublime declaração: “vimos a sua glória” (1.14), até à sua conclusão na confissão de Tomé: “Senhor meu, e Deus meu!” (20.28), Jesus é Deus, o Filho encarnado. (2) A palavra “crer” ocorre 98 vezes, equivalente a receber a Cristo (1.12). Ao mesmo tempo, esse “crer” requer do crente uma total dedicação a Ele, e não apenas uma atitude mental. (3) “Vida eterna” em João é um conceito-chave, referindo-se não tanto a uma existência sem fim, mas à nova qualidade de vida que provém da nossa união com Cristo, a qual resulta tanto na libertação da escravidão do pecado e dos demônios, como em nosso crescimento contínuo no conhecimento de Deus e na comunhão com Ele. (4) Encontro de pessoas com Jesus. Temos neste Evangelho 27 desses encontros individuais assinalados. (5) O ministério do Espírito Santo, pelo qual Ele capacita o crente, comunicando-lhe continuamente a vida e o poder de Jesus após sua morte e ressurreição. (6) A “verdade”. Jesus é a verdade; o Espírito Santo é o Espírito da verdade, e a Palavra de Deus é a verdade. A verdade liberta (8.32); purifica (15.3). Ela é a antítese da natureza e atividade de Satanás (8.44-47, 51). (7) A importância do número sete neste Evangelho: sete sinais, sete sermões e sete declarações “Eu sou” dão testemunho de quem Jesus é (cf. a proeminência do número “sete” no livro de Apocalipse, do mesmo autor). (8) O emprego doutras palavras de destaque como: “luz”, “palavra”, “carne”, “amor”, “testemunho”, “conhecer”, “trevas” e “mundo”.

 


2. O avivamento em Mateus.

Fala de JESUS como Messias, Como rei, descendente do rei Davi.

 

Autor: Mateus
Tema: Jesus, o Messias e Rei
Data: Cerca de 60-64 d.C.

 
Considerações Preliminares
É muito apropriado que dentre os Evangelhos este seja o primeiro, servindo assim de introdução ao NT e a “Cristo, o Filho do Deus vivo” (16.16). Embora o autor não apareça identificado por nome no texto bíblico, o testemunho unânime de todos os antigos pais da igreja (a partir de cerca de 130 d.C.) é que este Evangelho foi escrito por Mateus, um dos doze discípulos de Jesus.
Enquanto o Evangelho segundo Marcos foi escrito para os romanos (ver a introdução a Marcos), e o Evangelho segundo Lucas, para Teófilo e demais crentes gentios (ver introdução a Lucas), o Evangelho segundo Mateus foi escrito para os crentes judaicos. A origem judaica deste Evangelho se sobressai de muitas maneiras, por exemplo: (1) ele apoia-se na revelação, promessas e profecias do AT, para comprovar que Jesus era o Messias de há muito esperado; (2) faz a linhagem de Jesus retroceder até Abraão (1.1-17); (3) declara repetidas vezes que Jesus é o “Filho de Davi” (Mt 1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30,31; 21.9, 15; 22.41-45); (4) usa preferencialmente a terminologia judaica, como “reino dos céus” (um sinônimo de “reino de Deus”), por causa da reverente relutância dos judeus quanto a pronunciarem literalmente o nome de Deus; e (5) faz referência a costumes judaicos sem maiores explicações (prática essa diferente nos demais Evangelhos).
Este Evangelho, porém, não é exclusivamente judaico. Assim como a mensagem do próprio Jesus, o Evangelho segundo Mateus visava, em última análise, à igreja inteira, revelando fielmente o escopo universal do evangelho (e.g., Mt 2.1-12; 8.11,12; 13.38; 21.43; 28.18-20).
A data e o local onde este Evangelho foi escrito são incertos. Há, no entanto, bons motivos para crer que Mateus escreveu antes de 70 d.C., estando na Palestina ou em Antioquia da Síria. Certos eruditos bíblicos crêem que Mateus foi o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito; outros atribuem essa primazia ao Evangelho segundo Marcos.

Propósito
Mateus escreveu este Evangelho (1) para prover seus leitores de um relato da vida de Jesus, por uma testemunha ocular, (2) para assegurar aos seus leitores que Jesus é o Filho de Deus e o Messias, esperado desde o remoto passado, predito pelos profetas do AT, e (3) para demonstrar que o reino de Deus se manifestou em Jesus de maneira incomparável.
Mateus deixa claro para seus leitores (1) que Israel, na sua maioria, rejeitou a Jesus e ao seu reino e se recusou a crer nEle por ter Ele vindo como um Messias espiritual, e não político, e (2) que somente no fim da presente era é que Jesus virá em glória, como Rei dos reis para julgar e governar as nações.

Visão Panorâmica
Mateus apresenta Jesus como o cumprimento da esperança profética de Israel. Ele cumpre as profecias do AT, a saber, o modo como Jesus nasceu (1.22,23), o lugar do seu nascimento (2.5,6), o seu regresso do Egito (2.15), sua residência em Nazaré (2.23); como aquele, para o qual estava predito um precursor messiânico (3.1-3); o território principal do seu ministério público (4.14-16), o seu ministério de cura (8.17), a sua missão com o servo de Deus (12.17-21), os seus ensinos por parábolas (13.34,35), a sua entrada triunfal em Jerusalém (21.4,5), a sua prisão (26.50, 56).
Os capítulos 5–25 registram cinco principais sermões e cinco principais narrativas de Jesus, em torno dos seus atos poderosos como o Messias. Os cinco principais sermões são:
(1) o Sermão da Montanha (5–7); (2) instruções para os proclamadores itinerantes do reino de Deus (10); (3) as parábolas a respeito do reino (13); (4) o caráter dos verdadeiros discípulos do Senhor (18); e (5) o sermão do Monte das Oliveiras, a respeito do fim dos tempos (24-25). As cinco principais narrativas deste Evangelho são: (1) Jesus efetua obras poderosas em testemunho da realidade do seu reino (8,9); (2) Jesus demonstra mais profundamente a presença do reino (11,12); (3) a proclamação do reino provoca oposição diversa (14—17); (4) a viagem de Jesus a Jerusalém e sua última semana ali (21.1-26.46); e (5) a prisão, crucificação e ressurreição de Jesus dentre os mortos (Mt 26.47-28.20). Os três últimos versículos deste Evangelho registram a Grande Comissão de Jesus a seus discípulos.

Características Especiais
São sete as características principais deste Evangelho. (1) É o mais judaico dos quatro Evangelhos. (2) Contém a exposição mais sistemática dos ensinos de Jesus e do seu ministério de cura e libertação. Isto levou a igreja, no século II, a usá-lo intensamente na instrução dos novos convertidos. (3) Os cinco sermões principais já mencionados contêm os textos mais extensos dos Evangelhos sobre o ensino de Jesus (a) durante seu ministério na Galileia, e (b) quanto a escatologia (as últimas coisas a acontecer). (4) Este Evangelho, de modo específico, identifica eventos da vida de Jesus como sendo cumprimento do AT, com mais frequência do que qualquer outro livro do NT. (5) Menciona o reino dos céus (reino de Deus) duas vezes mais do que qualquer outro Evangelho. (6) Mateus destaca (a) os padrões de retidão do reino de Deus (5–7); (b) o poder divino ora em operação no reino, sobre o pecado, a doença, os demônios e a morte; e (c) o triunfo futuro do reino, na vitória final de Cristo, nos fins dos tempos. (7) Mateus é o único Evangelho que menciona a igreja como entidade futura pertencente a Jesus (16.18; 18.17).

 


3. O avivamento em Marcos.

Fala de JESUS como Servo.

 

Autor: Marcos
Tema: Jesus, o Filho-Servo
Data: 55-65 d.C.

 

Considerações Preliminares

Dentre os quatro Evangelhos, Marcos é o relato mais conciso do “princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome no livro (o mesmo ocorre nos demais Evangelhos), o testemunho primitivo e unânime da igreja é que João Marcos foi quem o escreveu. Ele foi criado em Jerusalém e pertenceu à primeira geração de cristãos (At 12.12). Teve a oportunidade ímpar de colaborar no ministério de três apóstolos: Paulo (At 13.1-13; Cl 4.10; Fm 24), Barnabé (At 15.39) e Pedro (1 Pe 5.13). Segundo Papias (c. de 130 d.C.) e outros pais eclesiásticos do século II, Marcos obteve o conteúdo do seu Evangelho através da sua associação com Pedro, escreveu-o em Roma e destinou-o aos crentes de Roma. Embora seja incerta a data específica da escrita do Evangelho segundo Marcos, a maioria dos estudiosos o coloca nos fins da década de 50 d.C., ou na década de 60; é possível que seja o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito.

Propósito

Na década 60-70 d.C., os crentes de Roma eram tratados cruelmente pelo povo e muitos foram torturados e mortos pelo imperador romano, Nero. Segundo a tradição, entre os mártires cristãos de Roma, nessa década, estão os apóstolos Pedro e Paulo. Como um dos líderes eclesiásticos em Roma, João Marcos foi inspirado pelo Espírito Santo a escrever este Evangelho, como uma antevisão profética desse período da perseguição, ou como uma resposta pastoral à perseguição. Sua intenção era fortalecer os alicerces da fé dos crentes romanos e, se necessário fosse, inspirá-los a sofrer fielmente em prol do evangelho, oferecendo-lhes como modelo a vida, o sofrimento, a morte e a ressurreição de Jesus seu Senhor.

Visão Panorâmica

Numa narrativa de cenas rápidas, Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus e o Messias, o Servo Sofredor. O momento culminante do livro é o episódio de Cesaréia de Fillipo, seguido da transfiguração (8.27—9.10), onde tanto a identidade de Jesus, quanto a sua dolorosa missão plenamente reveladas aos seus doze discípulos. A primeira metade de Marcos focaliza em primeiro plano os estupendos milagres de Jesus e a sua autoridade sobre doenças e demônios, como sinais de que o reino de Deus está próximo. Em Cesaréia de Fillipo, no entanto, Jesus declara abertamente aos seus discípulos que “importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que, depois de três dias, ressuscitaria” (8.31). Há numerosas referências em todo o livro de Marcos ao sofrimento como o preço do discipulado (e.g., Mc 3.21,22, 30; 8.34-38; 10.30, 33,34, 45; 13.8, 11-13).Apesar disso, a vindicação da parte de Deus vem após o sofrimento, por amor à justiça, conforme demonstrou a ressurreição de Jesus.

Características Especiais

Quatro características distinguem o Evangelho segundo Marcos: (1) Sendo um Evangelho de ação, ele enfatiza mais aquilo que Jesus fez, do que suas palavras. Daí, Marcos registrar dezoito milagres de Jesus, mas somente quatro das suas parábolas. (2) Como um Evangelho aos romanos, ele explica os costumes judaicos, omite todas as genealogias judaicas, a narrativa do nascimento de Jesus, traduz as palavras aramaicas e emprega termos latinos. (3) Marcos inicia seu Evangelho de modo repentino, e descreve os eventos da vida de Jesus de modo sucinto e rápido, introduzindo os episódios mediante o advérbio grego que corresponde a “imediatamente” (42 vezes no original). (4) Como um Evangelho vigoroso, Marcos descreve os eventos da vida de Jesus, de modo sucinto e vívido, com a perícia pitoresca de um gênio literário.

 


4. O avivamento em Lucas.

O Evangelho de Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14), é considerado “o evangelho do Filho do Homem” (Lc 19.10) - humanidade de Jesus.

 

Autor: Lucas
Tema: Jesus, o Salvador Divino-Humano
Data: 60-63 d.C.
 

Considerações Preliminares

O Evangelho segundo Lucas é o primeiro dos dois livros endereçados a um certo Teófilo (1.3; At 1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome em nenhum dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e as evidências internas indicam a autoria de Lucas nos dois casos.
Segundo parece, Lucas era um gentio convertido, sendo o único autor humano não-judeu de um livro da Bíblia. O Espírito Santo o moveu a escrever a Teófilo (cujo nome significa “aquele que ama a Deus”) a fim de suprir uma necessidade da igreja gentia, de um relato completo do começo do cristianismo. A obra tem duas partes: (1) o nascimento, vida e ministério, morte, ressurreição e ascensão de Jesus (Lucas), e (2) o derramamento do Espírito em Jerusalém e o desenvolvimento subsequente da igreja primitiva (Atos). Esses dois livros perfazem mais de uma quarta parte do NT.
Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era um “médico amado” (Cl 4.14) e um leal cooperador do apóstolo (2 Tm 4.11; Fm 24; cf. os trechos em Atos na primeira pessoa do plural; ver a introdução a Atos). Pelos escritos de Lucas, vemos que ele era um escritor culto e hábil, um historiador atento e teólogo inspirado. Segundo parece, quando Lucas escreveu o seu Evangelho, a igreja gentia não tinha nenhum desses livros completo ou bem conhecido, a respeito de Jesus. Primeiramente Mateus escreveu um Evangelho para os judeus, e Marcos escreveu um Evangelho conciso para a igreja em Roma. O mundo gentio de língua grega dispunha de relatos orais de Jesus, dados por testemunhas oculares, bem como breves tratados escritos, mas nenhum Evangelho completo com os fatos na devida ordem (ver 1.1-4). Daí, Lucas se propôs a investigar tudo cuidadosamente “desde o princípio” (1.3), e, Provavelmente, fez pesquisas na Palestina enquanto Paulo esteve na prisão em Cesaréia (At 21.17; 23.23—26.32) e terminou o seu Evangelho perto do fim daquele período, ou pouco depois de chegar a Roma com Paulo (At 28.16).

Propósito

Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um registro completo e exato de “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia que foi recebido em cima” (At 1.1b,2a). Escrevendo sob a inspiração do Espírito Santo, sua intenção foi transmitir a Teófilo e outros convertidos e interessados gentios, com certeza, a plena verdade sobre o que já tinham sido oralmente inteirados (1.3,4). Lucas no seu Evangelho deixa claro que ele escreveu para os gentios. Por exemplo, ele apresenta a genealogia humana de Jesus, recuando-a até Adão (3.23-38) e não até Abraão, conforme fez Mateus (cf. Mt 1.1-17). Em Lucas, Jesus é visto claramente como o Salvador divino-humano, que veio como a provisão divina da salvação para todos os descendentes de Adão.

Visão Panorâmica

O Evangelho segundo Lucas começa com as narrativas mais completas da infância de Jesus (1.5—2.40), bem como apresenta o único vislumbre, nos Evangelhos, da juventude de Jesus (Lc 2.41-52). Depois de descrever o ministério de João Batista e apresentar a genealogia de Jesus, Lucas divide o ministério de Jesus em três seções principais: (1) seu ministério na Galileia e arredores (Lc 4.14—9.50), (2) seu ministério durante a viagem final a Jerusalém (9.51—19.27); e (3) sua última semana em Jerusalém (19.28—24.43).
Embora os milagres ocupem lugar de destaque no registro de Lucas sobre o ministério de Jesus na Galileia, o enfoque principal deste Evangelho consiste nos ensinos e parábolas de Jesus durante seu extenso ministério a caminho de Jerusalém (9.51—19.27). Esta é a maior seção de assuntos exclusivos de Lucas, e inclui muitas histórias e parábolas prediletas. O versículo determinante (9.51) e o versículo-chave (19.10) do Evangelho ocorrem no início e perto do fim dessa seção especial.

Características Especiais

São oito as características principais do Evangelho segundo Lucas. (1) Seu amplo alcance no registro dos eventos na vida de Jesus, desde a anunciação do seu nascimento até a sua ascensão. (2) A qualidade excepcional do seu estilo literário, empregando um vocabulário rico e escrito com um domínio excelente da língua grega. (3) O alcance universal do Evangelho — que Jesus veio para salvar a todos: judeus e gentios igualmente. (4) Ele salienta a solicitude de Jesus para com os necessitados, inclusive mulheres, crianças, os pobres e os socialmente marginalizados. (5) Sua ênfase na vida de oração de Jesus e nos seus ensinos a respeito da oração. (6) O notável título de Jesus neste Evangelho, a saber: “Filho do Homem”. (7) Seu enfoque sobre a alegria que caracteriza aqueles que aceitam a Jesus e a sua mensagem. (8) Sua ênfase na importância e proeminência do Espírito Santo na vida de Jesus e do seu povo (e.g., Lc 1.15, 41, 67; 2.25-27; 4.1, 14, 18; 10.21; 12.12; 24.49).


II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS
Lucas escreve o que JESUS continua fazendo - salvando, curando, libertando, batizando.

 

Autor:
Lucas
Tema:
A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Poder do Espírito Santo
Data:
Cerca de 63 d.C.

 

Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de Jesus, e (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Espírito em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5). O versículo-chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o
centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O Espírito Santo. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do Espírito Santo. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do NT (exceto a redação de novos livros para o NT). Esses fatos são evidentes quando a igreja vive na plenitude do poder do Espírito Santo. Nada, em Atos e no restante do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica.
 

Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O Espírito Santo inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de Jesus, e (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do Espírito em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo entre as duas coletâneas, e faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do Espírito Santo na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no Espírito Santo como a provisão de Deus para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de Jesus. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no Espírito Santo ser acompanhado de enunciação em outras línguas (At 2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão permanente de Deus para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de Jesus aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo (1.4,5). O versículo-chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: Jesus promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de Deus e do Senhor Jesus (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O Espírito Santo. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o batismo no Espírito Santo e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a Deus (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do Espírito Santo. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. At 2.17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do Espírito Santo.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da PRIMEIRA IGREJA.

 

 

1. O avivamento na Igreja Primitiva.

Promessa do batismo no ESPÍRITO SANTO.

 

1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o relato de tudo que Jesus começou a fazer e a ensinar no poder do Espírito Santo (Lc 4.1,18). No livro de Atos temos a continuação do relato de como seus seguidores, no mesmo poder do Espírito Santo, proclamaram o mesmo evangelho, operaram o mesmo tipo de milagre e viveram o mesmo tipo de vida cristã. O Espírito Santo reproduzindo a vida e o ministério de Jesus através da igreja é a principal ênfase teológica do livro de Atos. Este livro poderia muito bem ser chamado Os Atos do Espírito Santo . Observe os itens abaixo sobre o registro inspirado do Espírito Santo no livro de Atos. (1) Todo o texto bíblico de Atos, inclusive o das narrativas históricas, tem relevância didática (i.e., ensino) e teológica. Dois fatos confirmam esta verdade. (a) A declaração bíblica de que Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3.16). (b) A declaração paulina de que as narrativas do AT têm um propósito didático e instrutivo (1 Co 10.11). Ele afirma que essas narrativas são exemplos de relevância prática e teológica para o crente (Rm 15.4). O que é válido às narrativas históricas do AT também o é a Atos. (2) Os propósitos primários que Lucas tinha em mente ao escrever o livro de Atos eram, portanto, os seguintes: (a) apresentar um padrão definitivo da atividade do Espírito Santo, a
ser seguido durante toda a era da igreja; (b) fornecer dados para a formulação de uma doutrina do Espírito Santo; e (c) mostrar como essa doutrina deve relacionar-se com a vida dos crentes em Cristo. Note especificamente dois elementos neste livro que são normativos na teologia e na prática: (i) o registro repetido e harmônico de Lucas das muitas ocasiões em que ocorreu o batismo no Espírito Santo, ou quando os crentes foram cheios do Espírito Santo (ver At 2.39; cf. At 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 13.9,52; 15.8; 19.1-6); (ii) as muitas atividades do Espírito Santo no livro de Atos, que forneceram à igreja os padrões de justiça, de testemunho e do poder que Deus deseja para seu povo
nos últimos dias (i.e., na era da igreja).
1.3 SE APRESENTOU VIVO. aparições de Cristo após ressuscitar.
1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) é o batismo no Espírito Santo (ver v. 5). O cumprimento desta promessa, no entanto, é descrito como ser cheios do Espírito Santo (2.4). Assim, batizado no Espírito e cheio do Espírito , às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras. A partícula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no Espírito Santo, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no Espírito Santo, não deve ser identificado com o recebimento do Espírito Santo na ocasião da regeneração. São duas obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas por um período.
1.5 BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO. A preposição com é a partícula grega en, que pode ser traduzida como em ou com . Por isso, muitos preferem a tradução sereis batizados no Espírito Santo . Da mesma forma, batizados com água pode ser traduzido batizados em água . O próprio Jesus é aquele que batiza no Espírito Santo os que nEle crêem.
1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo-chave do livro de Atos. O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou. Sua finalidade é que Cristo seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de Deus (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). (1) Poder (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O batismo no Espírito Santo trará o poder pessoal do Espírito Santo à vida do crente. (2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no Espírito Santo com a salvação e regeneração da pessoa, mas com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia. (3) A obra principal do Espírito Santo no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito à obra salvífica de Cristo, à sua ressurreição e à promessa do batismo no Espírito (cf. 2.14-42). Ver Espírito dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal
1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no Espírito Santo não somente outorga poder para pregar Jesus como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo por termos sido cheios do Espírito (cf. Jo 14.26; 15.26,27). (1) O Espírito Santo revela e torna mais real para nós a presença pessoal de Jesus (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio Jesus Cristo resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. (2) O Espírito Santo dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a Cristo (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do Espírito Santo a respeito da obra redentora de Jesus Cristo, manifestará com certeza, à semelhança de Cristo, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13). (3) O batismo no Espírito Santo outorga poder para o crente testemunha de Cristo e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8). Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40). (4) O batismo no Espírito Santo destina-se àqueles cujos corações pertencem a Deus por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a Cristo (ver 5.32). (5) O batismo no Espírito Santo é um batismo no Espírito que é santo (cf. Espírito de santificação , Rm 1.4). Assim, se o Espírito Santo realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de Cristo. À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no Espírito Santo, terá um desejo intenso de agradar a Cristo em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do Espírito complementa (i.e., completa) a obra salvífica e santificadora do Espírito Santo em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude do Espírito, mas vivem uma vida contrária ao Espírito de santidade, estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o Espírito Santo, mas segundo um espírito impuro que não é de Deus (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15).
1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAÇÃO E SÚPLICAS. A experiência do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do Espírito em sua vida, para terem poder para realizar a obra de Deus, devem colocar-se à disposição do Espírito Santo mediante sua submissão à vontade de Deus e à oração (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do Espírito sobre Jesus e os discípulos. (1) O Espírito desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14; 2.2-4). (2) Houve manifestações visíveis do Espírito (Lc 3.22; At 2.2-4). (3) Os ministérios, tanto de Jesus como dos discípulos, começaram depois do Espírito Santo vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At 2.14-47).

 
2. A descida do Espírito Santo.

Batismo no Espírito Santo - Jl 2.28,29. Dom de variedade de Línguas - Conversão em massa - comunhão.

 

2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinquenta dias após esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (=quinquagésimo). Era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a Deus (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para Deus neste mundo.
2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo (vv. 2,3) demonstram que Deus estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para Deus, visando a obra de glorificar a Cristo (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle (At 1.8). Estas duas manifestações antecederam o batismo no Espírito Santo, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos.
2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do Espírito Santo recebida no dia de Pentecoste? (1) Significou o início do cumprimento da promessa de Deus em Jl 2.28,29, de derramar seu Espírito sobre todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29). (2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se veem ante a decisão de se arrependerem e de crerem em Cristo (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17 notas). (3) Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de Cristo, a produzir nos perdidos grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para a salvação em Cristo (cf. At 1.8 notas; At 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8). (4) O Espírito Santo já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o batismo no Espírito Santo ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana (vv. 38-40; At 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39). (5) Os discípulos se tornaram ministros do Espírito. Não somente pregavam Jesus crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao arrependimento e à fé em Cristo, como também influenciavam essas pessoas a receber o dom do Espírito Santo (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no Espírito Santo é a chave da obra apostólica no NT (ver At 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este batismo no Espírito, os seguidores de Cristo tornaram-se continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do Espírito Santo, as mesmas coisas que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar (At 1.1; Jo 14.12)
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um exame do significado do falar em línguas ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e da possibilidade de falsas línguas estranhas.
2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco de uva não fermentado. Aqueles que zombavam dos discípulos talvez haja empregado este termo, ao invés da palavra mais comum no NT para vinho (oinos), porque sabiam que os discípulos de Jesus usavam somente este tipo de vinho doce, não fermentado. Neste caso, sua zombaria teria sido sarcástica.
2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso de Pedro no dia de Pentecoste, juntamente com sua mensagem em At 3.12-26, contém um padrão para a proclamação do evangelho. (1) Jesus é o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-36; At 3.13-15). (2) Estando agora à destra do Pai, Jesus Cristo recebeu autoridade para derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (vv. 16-18,32,33; 3.19). (3) Todos devem colocar sua fé em Jesus como Senhor, arrepender-se dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos pecados (vv. 36-38; 3.19). (4) Os crentes devem esperar o prometido dom do Espírito Santo, ou o batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv. 38,39). (5) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo e salvar-se dessa geração perversa (v. 40; 3.26). (6) Jesus Cristo voltará para restaurar completamente o reino de Deus (3.20,21).
2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no Espírito Santo e as manifestações espirituais acompanhantes são cumprimentos de Jl 2.28,29. Joel, no século VIII a.C., profetizou um grande derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus (ver Jl 2.28,29 notas).
2.17 NOS ÚLTIMOS DIAS.(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que o Senhor agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvação ao seu povo (cf. Is 2.2-21; 3.18 -46; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12). (2) O NT revela que os últimos dias começaram com a primeira vinda de Cristo e o derramamento inicial do Espírito sobre o povo de Deus, e que terminarão com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2). Este período específico é caracterizado como a era do juízo contra o mal, da autoridade sobre os demônios, da salvação da raça humana e da presença aqui do reino de Deus. (a) Estes últimos dias serão assinalados pelo poder do Espírito Santo (Mt 12.28). (b) Os últimos dias abrangem a investida do poder de Deus, através de Cristo, contra o domínio de Satanás e do pecado. Mesmo assim, a guerra apenas começou; não terminou, pois o mal e a atividade satânica ainda estão fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda vinda de Jesus aniquilará a atividade do poder maligno e encerrará os últimos dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19). (c) Os últimos dias serão um período de testemunho profético, conclamando todos a se arrependerem, crerem em Cristo e experimentarem o derramamento do Espírito Santo (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32). Devemos proclamar a obra salvífica de Cristo, no poder do Espírito, mesmo enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o grande e glorioso Dia do Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em vigilância, esperando o dia da redenção e a volta de Cristo para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17). (d) Os últimos dias introduzem o reino de Deus com sua demonstração de pleno poder (ver Lc 11.20). Devemos ter a plenitude desse poder no conflito contra as forças espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)
2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Aqui o falar noutras línguas (vv. 4,11) está relacionado à profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar em línguas é uma forma de profetizar. O significado básico aqui, de profecia, é o uso da nossa voz para o serviço e a glória de Deus sob o impulso direto do Espírito Santo. No livro de Atos: (1) os 120 todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (2.4); (2) o Espírito Santo desceu sobre Cornélio e sua casa. Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus (At 10.44-47); e (3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam (At 19.6).
2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel, citada por Pedro, o batismo no Espírito Santo é para aqueles que já pertencem ao reino de Deus, i.e., servos de Deus, ou crentes; tanto homens como mulheres salvos, regenerados, pertencentes a Deus.
2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que Deus derramará seu Espírito naqueles dias . O derramamento do Espírito Santo e os sinais sobrenaturais que o acompanham, não podem ser limitados unicamente ao dia de Pentecoste. O poder e a bênção do Espírito Santo são para todo cristão receber e experimentar, no decurso de toda a era da igreja, que é a totalidade do período entre a primeira e segunda vinda de Cristo (Ap 19.20; ver At 2.39).
2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O derramamento do Espírito Santo por Jesus comprova que Ele é de fato o Messias exaltado e que agora está à destra de Deus, intercedendo pelos seus representantes na terra (Hb 7.25). (1) Desde o batismo de Jesus até o dia de Pentecoste, o Espírito estava sobre o Cristo (i.e., o Ungido de Deus; cf. Lc 3.21,22; 4.1,14,18,19). Estando Jesus agora à direita de Deus, vive para derramar o mesmo Espírito sobre aqueles que nEle crêem. (2) Ao derramar o Espírito, a intenção de Jesus é que o Consolador transmita sua presença aos crentes e lhes conceda poder para continuarem a fazer tudo aquilo que Ele mesmo fazia enquanto estava na terra
2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VÓS SEJA BATIZADO. O arrependimento, o perdão dos pecados e o batismo são condições prévias para o recebimento do dom do Espírito Santo. Mesmo assim, o batismo em água antes do recebimento da promessa do Pai (cf. At 1.4,8) não deve ser tido como condição prévia absoluta para a plenitude do Espírito Santo; assim como o batismo no Espírito não é uma consequência automática do batismo em água. (1) Na situação em apreço, Pedro exigiu o batismo em água antes do recebimento da promessa, porque na mente dos seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como parte de qualquer decisão de conversão. O batismo em água, contudo, não precedeu o batismo no Espírito nas ocasiões registradas em At 9.17,18 (o apóstolo Paulo) e 10.44-48 (os da casa de Cornélio). (2) Cada crente, depois de se arrepender dos seus pecados e de aceitar Jesus Cristo pela fé, deve receber (At 2.38; cf. Gl 3.14) o batismo pessoal no Espírito. Vemos no livro de Atos o dom do Espírito Santo sendo conscientemente desejado, buscado e recebido (At 1.4,14; 4.31; 8.14-17; 19.2-6); a única exceção possível à regra, no NT, foi o caso de Cornélio (At 10.44-48). Daí, o batismo no Espírito não deve ser considerado um dom automaticamente concedido ao crente em Cristo.
2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às subsequentes. (1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. (2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).
2.40 DESTA GERAÇÃO PERVERSA. Ninguém, pode ser salvo, se não abandonar a perversidade e a corrupção da sociedade contemporânea (cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15).
Todos os novos crentes devem ser ensinados a romper com todas as más companhias, renunciar o mundo ímpio, unir-se com Cristo e seu povo e dedicar-se à obra de Deus (2 Co 6.14,17).
2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES. .

12.5 A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária. (1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). (2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de Cristo (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). (3) O batismo no Espírito Santo será pregado e concedido aos novos crentes (ver At 2.39), e sua presença e poder se manifestarão. (4) Os dons do Espírito Santo estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (At 2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18). (5) Para dirigir a igreja, Deus lhe provê um ministério quíntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12) (6) Os crentes expulsarão demônios (At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17). (7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de Cristo e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de Deus e à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15). (8) No primeiro dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de Deus escrita e das manifestações do Espírito (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17). (9) A igreja manterá a humildade,
reverência e santo temor diante da presença de um Deus santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15). (10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). (11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8). (12) Haverá amor e comunhão no Espírito evidente entre os membros (At 2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da congregação local como também entre ela e outras congregações que crêem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8). (13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18). (14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16). (15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22). (16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a outros países (At 2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16 características práticas entre seus membros.
12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT frequentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (At 1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de Deus é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de Jesus: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e presença de Deus e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no Espírito Santo, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14).


III – O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE
1. Nas epístolas paulinas.

Paulo - “pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios” (2 Tm 1.11). 13 (ou 14, incluindo Hebreus). “justificação pela fé” em Romanos (Rm 5.1); a salvação em 1 e 2 Coríntios; a transformação do corpo por ocasião da volta de Jesus em 1 e 2 Tessalonicenses (1 Ts 4.16,17); o advento da alegria dos salvos em Filipenses (Fp 4.4). Aos efésios: “mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).


Romanos

Esboço
Autor: Paulo
Tema: A Revelação da Justiça de Deus
Data: Cerca de 57 d.C.

Considerações Preliminares
Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, nem por qualquer outro apóstolo. Ela talvez tenha sido iniciada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e prosélitos convertidos no dia de Pentecoste (At 2.10). Paulo não tinha Roma como campo específico de outro apóstolo (15.20).
Em Romanos, Paulo afirma que muitas vezes planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafirma seu desejo de ir até eles (15.23-32).
Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; 1 Co 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (16.23; 1 Co 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxiliar Tércio (16.22), planejava voltar a Jerusalém para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (15.25-27). Logo a seguir, Paulo esperava partir para a Espanha levando-lhe o evangelho, visitar de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (15.24, 28).

Propósito
Paulo escreveu esta carta a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha. (1) Seu propósito era duplo.
Segundo parece, os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo (e.g., Rm 3.8; 6.1,2, 15); daí ele achar necessário registrar por escrito o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos. (2) Queria corrigir certos problemas da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios (e.g., 2.1-29; 3.1, 9), e dos gentios para com os judeus (e.g., Rm 11.11-32).

Visão Panorâmica
O tema de Romanos está em Rm 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a justiça de Deus é revelada como a solução à sua justa ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho. Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da justificação são universais (Rm 1.18—3.20). Posto que tanto os judeus quanto os gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser justificado diante dEle à parte do dom da justiça (3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21—4.25).
Sendo justificado generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (Rm 5), o crente demonstra que recebeu o dom divino da justificação, ao morrer com Cristo para o pecado (cap. 6); é liberto da luta com a justiça da lei (Rm 7), e é adotado como filho de Deus, recebendo nova vida segundo o Espírito, o que o conduz à glorificação (8.18-30). Deus está levando a efeito o seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (9–11).
Finalmente, Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da retidão e do amor em todos os aspectos da vida social, civil e moral da pessoa (12–14). Paulo termina Romanos expondo seus planos pessoais (cap. 15), uma longa lista de saudações pessoais, uma última admoestação e uma doxologia (cap. 16).

Características Especiais
Sete destaques principais caracterizam Romanos. (1) Romanos é a mais sistemática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do NT. (2) Paulo escreve num estilo de pergunta-e-resposta, ou de diálogo (e.g., Rm 3.1, 4-6, 9, 31). (3) Paulo usa amplamente o AT como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira natureza do evangelho. (4) Paulo apresenta “a justiça de Deus” como a revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); Deus restaura e ordena a situação do homem em Jesus Cristo e através dEle. (5) Paulo focaliza a natureza dupla do pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: (a) o pecado como uma transgressão pessoal (Rm 1.1—5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hamartia), i.e., a tendência natural e inerente para pecar, existente no coração de toda pessoa, desde a queda de Adão (5.12—8.39). (6) O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espírito Santo na vida do crente. (7) Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus
(excetuando-se um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel (9–11).

 

1 Coríntios

Autor: Paulo
Tema: Problemas da Igreja e Suas Soluções
Data: 55/56 d.C.
 
Considerações Preliminares
Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era, em muitos aspectos, a metrópole grega de maior destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era intelectualmente arrogante, materialmente próspera e moralmente corrupta. O pecado, em todas as suas formas, grassava nessa cidade de má fama, pela sua licenciosidade.
Juntamente com Prisca e Áquila (16.19) e com sua própria equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu ministério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem missionária (At 18.1-17). A igreja era composta dalguns judeus, sendo sua maioria constituída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostólica, por carta e visitas pessoais.
A primeira epístola aos Coríntios foi escrita durante seu ministério de três anos em Éfeso (At 20.31), na sua terceira viagem missionária (At 18.23—21.16). Paulo soube em Éfeso dos problemas de Corinto (1Co 1.11); depois, uma delegação da congregação em Corinto (16.17) entregou uma carta a Paulo, em que lhe pediam instruções sobre vários assuntos (7.1; cf. 1Co 8.1; 12.1; 16.1). Paulo escreveu esta epístola tendo em vista os informes ouvidos e a correspondência recebida daquela igreja.

Propósito
Paulo tinha dois motivos principais ao escrever esta epístola: (1) Tratar dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves. (2) Aconselhar e doutrinar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escrito. Isso incluía assuntos doutrinários e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação.

Visão Panorâmica
Esta epístola trata dos problemas que uma igreja experimenta quando seus membros continuam “carnais” (3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2 Co 6.17). São problemas tipo espírito de divisão (1Co 1.10-13; 11.17-22), tolerância de pecado tipo incesto (5.1-13), imoralidade sexual em geral (6.12-20), ação judicial entre os cristãos (6.1-11), idéias humanistas a respeito da verdade apostólica (15) e conflitos a respeito da “liberdade cristã” (8;10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do celibato e do casamento (7), o culto público, inclusive a Ceia do Senhor (11—14) e a oferta para os santos de Jerusalém (16.1-4).
Entre os ensinos mais importantes de Paulo em 1 Coríntios, está o das manifestações e dons do Espírito Santo nos cultos da igreja (12—14). O ensino desses capítulos é o mais rico do NT sobre a natureza e o conteúdo da adoração na igreja primitiva (14.26-33). Paulo mostra que o propósito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espírito através de crentes fiéis (12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos ministérios (12.28-30) — uma diversidade dentro da unidade, comparável às múltiplas funções do corpo humano (1Co 12.12-27). No da operação dos dons espirituais na congregação, Paulo faz uma distinção essencial entre a edificação individual e a coletiva como assembleia (1Co 14.2-6,12,16-19,26), e reitera que todas as manifestações públicas dos dons devem brotar do amor (13) e existirem para a edificação de todos os crentes (1Co 12.7; 14.4-6,26).

Características Especiais
Cinco características especiais vemos em 1 Coríntios. (1) De todo o NT, é a epístola que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espirituais claros e permanentes, sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja (e.g. 1Co 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23). (2) Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre divisões, Ceia do Senhor e dons espirituais. (3) Esta epístola contém o mais amplo ensino do NT em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (7); a Ceia do Senhor (1Co 10.16-21; 11.17-34); línguas, profecias e dons espirituais durante o culto (12,14); o amor cristão (13); e a ressurreição do corpo (15). (4) A epístola é de valor incalculável para o ministério pastoral, no tocante à disciplina eclesiástica (cap. 5). (5) Salienta a possibilidade indubitável de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm firmeza em Cristo (1Co 6.9,10; 9.24-27; 10.5-12,20,21; 15.1-2)

 

2 Coríntios

Autor: Paulo
Tema: Glória mesmo no Sofrimento
Data: 55/56 d.C.

Considerações Preliminares
Paulo escreveu esta epístola à igreja de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (1.1), identificando-se duas vezes pelo nome (1.1; 10.1). Tendo Paulo fundado a igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionária, manteve contato frequente com os coríntios a partir de então, por causa dos problemas daquela igreja (ver a introdução a 1 Coríntios).A sequência desses contatos e o contexto em que 2 Coríntios foi escrito são os seguintes: (1) Depois de alguns contatos e correspondência inicial entre Paulo e a igreja (e.g. 2Co 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu 1 Coríntios, de Éfeso, (primavera de 55 ou 56 d.C.). (2) Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, cruzando o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2 Coríntios (cf. 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a congregação (2.1,2). (3) Depois dessa visita afonosa, informes chegaram a Paulo em Éfeso de que seus adversários estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo. (4) Respondendo, Paulo escreveu 2 Coríntios, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.). (5) Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epístola aos Romanos.

Propósito
Paulo escreveu esta epístola a três classes de pessoas em Corinto. (1) Primeiro, escreveu para encorajar a maioria da igreja que lhe era fiel, como seu pai espiritual. (2) Escreveu para contestar e desmascarar os falsos apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autoridade e o seu apostolado, e distorcer a sua mensagem. (3) Escreveu, também, para repreender a minoria na igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua autoridade e correção. Paulo reafirmou sua integridade e sua autoridade apostólica em relação a eles, esclareceu os seus motivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2 Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, para sua visita iminente.

Visão Panorâmica
2 Coríntios tem três divisões principais. (1) Na primeira (1—7), Paulo começa dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos sofrimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por disciplinarem um grande transgressor e defende a sua integridade ao alterar seus planos de viagem. Em 2Co 3.1—6.10, Paulo apresenta o mais extenso ensino do NT sobre o verdadeiro caráter do ministério. Ressalta a importância da separação do mundo (2Co 6.11—7.1) e expressa sua alegria ao saber, através de Tito, do arrependimento de muitos na igreja de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade apostólica (7). (2) Nos caps. 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonstrar a mesma generosidade cristã e sincera dos macedônios, ao contribuírem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém. (3) O estilo da epístola muda nos caps. 10—13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada, qualificações e sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2 Coríntios com a única bênção trinitária no NT (2Co 13.14 ).

Características Especiais
Quatro fatos principais caracterizam esta epístola. (1) É a mais autobiográfica das epístolas de Paulo. Suas muitas referências pessoais são feitas com humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a situação em Corinto. (2) Ultrapassa todas as demais epístolas paulinas no que tange à revelação da intensidade e profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus filhos espirituais. (3) Contém a mais completa teologia do NT sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3-11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a contribuição cristã (8—9). (4) Termos-chaves, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tribulação, sofrimento, consolação, jactância, verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparável desta carta.

 

 

Gálatas

Autor: Paulo
Tema: Salvação Pela Graça Mediante a Fé
Data: Cerca de 49 d.C.

 Considerações Preliminares
Paulo escreveu esta epístola (Gl 1.1; 5.2; 6.11) “às igrejas da Galácia” (1.2). As autoridades no assunto declaram que os gálatas eram gauleses oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo território a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escrito esta epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14). A data mais provável da carta situa-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou – Antioquia da Síria, e pouco antes do Concílio de Jerusalém (At 15).  O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta: (1) A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação? (2) É necessário obedecer a certas práticas e leis judaicas do AT para se obter a salvação em Cristo? Talvez Paulo haja escrito Gálatas antes da controvérsia da lei, na Assembleia de Jerusalém (At 15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola
que Paulo escreveu.

Propósito
Paulo tomou conhecimento de que certos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convertidos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu: (1) para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a circuncisão do velho concerto, nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concerto; e (2) para reafirmar claramente que o crente recebe o Espírito Santo e com Ele a nova vida espiritual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do AT.

Visão Panorâmica
Pelo conteúdo desta carta, conclui-se que os oponentes judaicos de Paulo na Galácia o atacavam pessoalmente a fim de solapar sua influência nas igrejas. Sua acusação era de que: (1) Paulo não era um dos apóstolos originais e, portanto, desprovido de autoridade direta (cf. Gl 1.1,7,12; 2.8,9); (2) sua mensagem diferia do evangelho pregado em Jerusalém (cf. Gl 1.9; 2.2-10); e (3) sua mensagem da graça resultaria numa vida iníqua (cf. Gl 5.1,13,16,19,21).
Paulo deu respostas diretas a todas três acusações. (1) Defendeu energicamente a sua própria autoridade de apóstolo de Jesus Cristo, autoridade esta recebida diretamente de Deus e que foi confirmada por Tiago, Pedro e João (1,2). (2) Defendeu com ardor o evangelho da salvação pela graça, mediante a fé em Cristo, à parte das obras da lei (3,4). (3) Finalmente, Paulo sustentou com veemência que o verdadeiro evangelho de Cristo abrange a liberdade da escravidão do legalismo judaico tanto quanto a liberdade do pecado e das obras da carne. A verdadeira liberdade cristã consiste em viver no Espírito e cumprir a lei de Cristo (5,6).
Gálatas contém uma síntese do feitio dos crentes judaicos que se opunham à Paulo na Galácia, em Antioquia e em Jerusalém (At 15.1,2,5) e na maioria dos lugares onde ele trabalhou.

Características Especiais
Quatro fatos singulares caracterizam esta epístola. (1) É a defesa mais veemente no NT da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (e.g., Gl 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem iludir tão facilmente (1.6; 3.1; 4.19,20). (2) Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por 2 Coríntios. (3) Esta é a única epístola de Paulo em que ele explicitamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a introdução a Efésios). (4) Contém a descrição do fruto do Espírito (5.22,23) e a lista mais completa do NT das obras da carne (5.19-21).

Efésios

Autor: Paulo
Tema: Cristo e Sua Igreja
Data: Cerca de 62 d.C.
  

Considerações Preliminares
Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epístolas de Paulo. Ela não foi elaborada no árduo trabalho da bigorna da controvérsia doutrinária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando estava prisioneiro por amor a Cristo (3.1; 4.1; 6.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Colossenses, e talvez tenha sido escrita logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas simultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíquico (6.21; cf. Cl 4.7).
É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta circular às igrejas de toda a província da Ásia. Muitos crêem que Efésios é a mesma carta aos Laodicenses, mencionada por Paulo em Cl 4.16.

Propósito
O propósito imediato de Paulo ao escrever Efésios está implícito em Ef 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do Senhor Jesus Cristo (e.g., Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo, portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espirituais ao revelar a plenitude do propósito eterno de Deus na redenção “em Cristo” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23; 2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3,17-32; 5.1—6.20).

Visão Panorâmica
Há dois temas fundamentais no NT: (1) como somos redimidos por Deus, e (2) como nós, os redimidos, devemos viver. Os capítulos 1—3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos 4—6 focalizam o segundo.
(1) Os capítulos 1—3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da Bíblia (1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção tributa louvores ao Pai pela eleição, predestinação e adoção que Ele nos propiciou (1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (1.7-12) e pelo Espírito, como selo e garantia da nossa herança (1.13,14). Nesses capítulos, Paulo ressalta que a redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconcilia consigo mesmo (2.1-10) e com outros que estão sendo salvos (2.11-15), e, em Cristo, nos une em um só corpo, a igreja (2.16-22). O alvo da redenção é “tornar a congregar em Cristo todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (1.10). (2) Os capítulos 4—6 consistem mais de instruções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Efésios, sobre como os redimidos devem viver, destacam-se três categorias gerais. (1) Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do mundo. São chamados a serem “santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4), a crescer “para templo santo no Senhor” (2.21), a andar “como é digno da vocação com que fostes chamados” (4.1), a “varão perfeito” (4.13), a viver “em verdadeira justiça e santidade” (4.24), a andar “em amor” (5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos “pela palavra” (5.26), a fim de que Cristo tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... santa e irrepreensível” (5.27). (2) O crente é chamado a um novo modo de viver nos relacionamentos familiares e vocacionais (5.22—6.9). Esses relacionamentos devem ser regidos por princípios de conduta que distingam o crente da sociedade descrente à sua volta. (3) Finalmente, o crente é chamado a manter-se firme contra as astutas ciladas do diabo e as terríveis “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (6.10-20).

Características Especiais
Há quatro características que predominam nesta epístola. (1) A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1—3 é interrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação no conhecimento de Deus (1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-21). (2) “Em Cristo”, uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção espiritual” e todo assunto prático da vida relaciona-se com o estar “em Cristo”. (3) Efésios salienta o propósito e alvo eterno de Deus para a igreja. (4) Há um realce multifacetado do papel do Espírito Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18). (5) Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas semelhanças em seus conteúdos e terem sido escritas quase ao mesmo tempo (ver o esboço das duas).

 

 

Filipenses
Autor: Paulo
Tema: Alegria de Viver por Cristo e Humanidade de JESUS CRISTO
Data: Cerca de 62/63 d.C.
 
Considerações Preliminares
A cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar.
A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segunda viagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionária (At 20.1,3,6).

Propósito
Da prisão (Fp 1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (Fp 4.14-19) e para informá-los do seu estado pessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão (Fp 1.12-30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (Fp 2.25-30), e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

Visão Panorâmica
Diferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (1.1) à bênção final (4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: (1) O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (1.12-26); (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (4.2; cf. 2.2-4); e (3) a ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (cap. 3). Em meio a esses três problemas em potencial, temos os ensinos mais ricos de Paulo sobre (1) alegria em meio a todas as circunstâncias da vida (e.g., Fp 1.4,12; 2.17,18; 4.4,11-13), (2) a humildade e serviço cristãos (2.1-16), e (3) o valor incomensurável de conhecer a Cristo (cap. 3).

Características Especiais
Cinco assuntos principais caracterizam esta epístola. (1) Ela é muito pessoal e afetuosa, refletindo assim o estreito relacionamento entre Paulo e os crentes filipenses. (2) É altamente cristocêntrica, revelando a estreita comunhão entre Paulo e Cristo (e.g., 1.21; 3.7-14). (3) Contém uma das declarações cristológicas mais profundas da Bíblia (2.5-11). (4) É preeminentemente a “Epístola da Alegria” no NT. (5) Apresenta um modelo de vida cristã dinâmica e resignada, inclusive o viver humilde e como servo (2.1-8); prosseguir com firmeza para o alvo (3.13,14); regozijar-se sempre no Senhor (4.4); libertar-se da ansiedade (4.6), contentar-se em todas as circunstâncias (4.11) e fazer todas as coisas mediante a potente graça de Cristo (4.13).

 

Colossenses

Autor: Paulo
Tema: A Supremacia de Cristo
Data: Cerca de 62 d. C.

 Considerações Preliminares
A cidade de Colossos estava localizada perto de Laodiceia (cf. 4.16), no sudeste da Ásia Menor, cerca de 160 quilômetros a leste de Éfeso. A igreja colossense, tudo indica, foi fundada como resultado do grandioso ministério de Paulo em Éfeso, durante três anos (At 20.31), cujos efeitos foram tão poderosos e de tão grande alcance que “todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus” (At 19.10). Paulo talvez nunca tenha visitado Colossos pessoalmente (2.1), mas mantivera contatos com a igreja através de Epafras, um dos seus convertidos e cooperadores naquela cidade (Cl 1.7; 4.12).
O motivo desta epístola foi o surgimento de ensinos falsos na igreja colossense, ameaçando o seu futuro espiritual (2.8). Quando Epafras, dirigente da igreja colossense e seu provável fundador, viajou com o objetivo de visitar Paulo e informar-lhe a respeito da situação em Colossos (1.8; 4.12), Paulo então escreveu esta epístola. Nessa ocasião Paulo estava preso (4.3,10,18), possivelmente em Roma (At 28.16-31), aguardando comparecer perante César (At 25.11,12). O cooperador de Paulo, Tíquico, entregou pessoalmente a carta em Colossos, em nome do apóstolo (4.7).
Não está descrita claramente na carta a heresia surgida em Colossos, uma vez que os leitores originais a conheciam bem. No entanto, pelas refutações de Paulo ao falso ensino, deduz-se que era uma mistura estranha de ensinos cristãos, tradições judaicas extrabíblicas e filosofias pagãs (semelhante ao sincretismo religioso das seitas falsas de hoje). Tal ensino subvertia e substituía a centralidade de Jesus.

Propósito
Paulo escreveu esta carta: (1) para combater os falsos ensinos em Colossos, que estavam suplantando a centralidade e supremacia de Jesus Cristo na criação, na revelação, na redenção e na igreja; e (2) para ressaltar a verdadeira natureza da nova vida em Cristo e suas exigências para o crente.

Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja e expressar gratidão pela fé, amor e esperança dos crentes colossenses, bem como pelo seu progresso contínuo, Paulo focaliza dois assuntos principais: a doutrina correta (Cl 1.13—2.23) e exortações práticas (3.1—4.6).
Teologicamente, Paulo enfatiza o verdadeiro caráter e glória do Senhor Jesus Cristo. Ele é a imagem do Deus invisível (1.15), a plenitude da deidade em forma corpórea (2.9), o criador de todas as coisas (1.16,17), o cabeça da igreja (1.18) e a fonte toda-suficiente da nossa salvação (Cl 1.14,20-22). Enquanto Cristo é todo-suficiente, a heresia colossense é totalmente insuficiente — vazia, enganosa e humanista (2.8); de espiritualidade superficial e arrogante (2.18) e sem poder contra os apetites pecaminosos do corpo (2.23).
Nas suas exortações práticas, Paulo faz um apelo em favor de uma vida alicerçada na suficiência completa de Cristo, como o único meio de progresso no viver cristão. A realidade da habitação de Cristo neles (1.27) deve evidenciar-se na conduta cristã (3.1-17), no relacionamento doméstico (Cl 3.18—4.1) e na disciplina espiritual (4.2-6).

Características Especiais
Três características principais tem esta epístola. (1) Mais do que qualquer outro livro do NT, Colossenses focaliza a dupla verdade da preeminência de Cristo e da perfeição do crente nEle. (2) Afirma com toda intensidade a plena divindade de Cristo (2.9) e contém um dos trechos mais sublimes do NT a respeito da sua glória (1.15-23). (3) Às vezes, Colossenses é tida como uma “epístola gêmea” de Efésios, porque as duas têm certas semelhanças de conteúdo, e foram escritas provavelmente na mesma época.

 

 

1 Tessalonicenses

Autor: Paulo
Tema: A Volta de Cristo
Data: Cerca de 51 d.C.
 
Considerações Preliminares
Tessalônica, situada há pouco menos de 160 km a sudoeste de Filipos, era a capital, cidade principal e porto da província romana da Macedônia. Entre os 200.000 habitantes da cidade, havia ali uma grande comunidade judaica. Quando Paulo fundou a igreja tessalonicense, na sua segunda viagem missionária, seu frutífero ministério ali foi encerrado prematuramente devido à intensa hostilidade judaica (At 17.1-9).
Forçado a sair de Tessalônica, Paulo foi a Beréia, onde outro ministério breve, porém bem- sucedido, foi interrompido pela perseguição movida pelos judeus que o seguiram desde Tessalônica (At 17.10-13). A seguir, viajou para Atenas (At 17.15-34), onde Timóteo se encontrou com ele; depois, Paulo enviou Timóteo de volta à Tessalônica para verificar a condição da nova igreja (3.1-5); ao mesmo tempo, Paulo seguiu para Corinto (At 18.1-17). Timóteo, ao completar sua tarefa, viajou para Corinto levando a Paulo informações sobre a igreja tessalonicense (3.6-8), o que levou Paulo a escrever esta carta, talvez três a seis meses após fundada a igreja.

Propósito
Por ter sido Paulo forçado pela perseguição a sair de Tessalônica, os novos convertidos receberam apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. Ao saber Paulo, por meio de Timóteo, das reais circunstâncias, escreveu esta epístola (1) para expressar sua alegria pela fé e perseverança dos tessalonicenses em meio à perseguição, (2) para instruí-los na santidade e na vida piedosa e (3) para elucidar certas doutrinas, especialmente no tocante à situação dos crentes que morrem antes da volta de Cristo.

Visão Panorâmica
Depois de saudar a igreja (1.1), Paulo, com alegria, enaltece os tessalonicenses pelo seu zelo e fé perseverantes em meio à adversidade (1Ts 1.2-10; 2.13-16). Responde às críticas contra ele, relembrando à igreja a pureza dos seus motivos (2.1-6), a sinceridade da sua afeição e solicitude pelo rebanho (1Ts 2.7,8,17-20; 3.1-10) e a integridade da sua conduta entre eles (2.9-12). Paulo destaca a necessidade e importância da santidade e do poder na vida cristã. O crente precisa ser santo (1Ts 3.13; 4.1-8; 5.23,24), e o evangelho, acompanhado pelo poder e manifestação do Espírito Santo (1.5). Paulo admoesta os tessalonicenses a não extinguirem o Espírito, ao desprezar as suas manifestações, especialmente a profecia (5.19,20).
Um tema de destaque é a volta de Cristo para livrar seu povo da ira de Deus sobre a terra (1Ts 1.10; 4.13-18; 5.1-11). Parece que alguns crentes haviam morrido em Tessalônica, motivando preocupação sobre a sua salvação final. Por isso, Paulo explica o plano de Deus para os santos que já tiverem partido quando Cristo voltar para buscar a sua igreja (4.13-18), e exorta os vivos sobre a importância de estarem preparados quando Ele vier (1Ts 5.1-11). Paulo termina a carta com uma oração pela santificação e preservação espiritual dos tessalonicenses (5.23,24).

Características Especiais
São quatro as características principais desta epístola. (1) Ela foi um dos primeiros livros escritos do NT. (2) Contém textos chaves do NT sobre a ressurreição dos santos falecidos por ocasião do arrebatamento da igreja (4.13-18), e a respeito do “Dia do Senhor” (5.1-11). (3) Todos os cinco capítulos fazem referência à volta de Cristo e à relevância deste evento para os salvos (1Ts 1.10; 2.19; 3.13; 4.13-18; 5.1-11,23). (4) Oferece uma visão única (a) do estado de uma igreja zelosa, mas imatura, no começo da década de 50 d.C., e (b) das características do ministério de Paulo como pioneiro do evangelho.

 

2 Tessalonicenses

Autor: Paulo
Tema: A Volta de Cristo
Data: Cerca de 51 ou 52 d.C.

 Considerações Preliminares
Ao escrever Paulo esta epístola, a situação na igreja de Tessalônica era quase a mesma da ocasião em que ele escreveu a primeira carta (ver introdução a 1 Tessalonicenses). É provável, pois, que esta carta tenha sido escrita apenas poucos meses depois de 1 Tessalonicenses, quando Paulo ainda se encontrava trabalhando em Corinto com Silas e Timóteo (1.1; cf. At 18.5). Tudo indica que Paulo, ao ser informado do acolhimento da sua primeira carta e do progresso dos crentes tessalonicenses, foi movido a escrever esta segunda carta.

Propósito
O propósito de Paulo nesta epístola é semelhante ao de 1 Tessalonicenses: (1) animar seus novos convertidos perseguidos; (2) exortá-los a dar bom testemunho cristão e a trabalhar cada um pelo seu sustento; e (3) corrigir certos erros doutrinários sobre eventos dos tempos do fim, ligados ao Dia do Senhor (“Dia de Cristo’’) (2.2).

Visão Panorâmica
O tom da primeira carta de Paulo aos tessalonicenses é o de uma ama que cria os seus filhos (1 Ts 2.7). Na segunda, o tom é primeiramente o de um pai que disciplina os filhos desobedientes para corrigir seus caminhos (2Ts 3.7-12; cf. 1 Ts 2.11). Elogia-os, porém, pela sua fé perseverante e volta a encorajá-los a permanecer fiéis em todas as perseguições (1.3-7).
A seção principal da carta trata do Dia do Senhor, no seu aspecto escatológico (2Ts 2.1-12; cf. 2Ts 1.7-10). Afigura-se de 2.2 que alguns em Tessalônica afirmavam por “espírito” (suposta revelação profética), por “palavra” (mensagem verbal) ou “epístola” (supostamente escrita por Paulo), que o tempo da grande tribulação e o Dia do Senhor já haviam começado. Paulo corrige tal erro, declarando que três eventos notáveis assinalarão e precederão a chegada do Dia do Senhor (2.2): (1) ocorrerá uma grande apostasia e rebelião (2.3); (2) a restrição determinada por Deus para resistir à injustiça, será removida (2.6,7); e (3) “o homem do pecado” se revelará (2Ts 2.3,4,8-11). Paulo repreende aqueles que, na igreja, estavam se aproveitando da expectativa da iminente volta de Cristo como desculpa para a ociosidade. Exorta os crentes a serem diligentes e disciplinados no seu viver (2Ts 3.6-12).

Características Especiais
Três são as características especiais desta epístola. (1) Ela contém um dos trechos mais completos do NT a respeito da iniquidade e da impostura desenfreadas, no final dos tempos (2Ts 2.3-12). (2) O justo juízo de Deus, vinculado à segunda vinda de Cristo é descrito aqui em termos apocalípticos, como no livro de Apocalipse (1.6-10; 2.8). (3) Emprega termos descritivos do Anticristo que não se acham noutras partes da Bíblia (2.3,8).

  

1 Timóteo

Autor: Paulo
Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras
Data: Cerca de 65/66 d.C.
 
Considerações Preliminares
1 e 2 Timóteo e Tito — comumente chamadas “epístolas pastorais” — são cartas escritas por Paulo (1.1; 2 Tm 1.1; Tt 1.1) a Timóteo (em Éfeso) e Tito (em Creta) concernente ao cuidado pastoral das igrejas. Alguns críticos questionam a autoria destas cartas por Paulo, mas a igreja primitiva corroborava sua autoria paulina. Embora haja diferenças de estilo e de vocabulário nas epístolas pastorais ao compará-las com as outras cartas de Paulo, estas diferenças podem decorrer da avançada idade de Paulo e sua solicitude pessoal com os ministérios de Timóteo e de Tito. 
Paulo escreveu 1 Timóteo depois dos eventos relatados no fim de Atos a primeira prisão de Paulo em Roma (At 28) terminou, segundo parece, com a sua libertação (2 Tm 4.16,17). Posteriormente, segundo Clemente de Roma (cerca de 96 d.C.) e o Cânon Muratoriano (cerca de 190 d.C.), Paulo viajou de Roma, dirigindo-se para o oeste, até a Espanha, e ministrou a Palavra de Deus ali, como era seu desejo há longo tempo (cf. Rm 15.23,24,28). Conforme relatam as Epístolas Pastorais, Paulo, a seguir, voltou à região do mar Egeu (especialmente Creta, Macedônia e Grécia) e aí continuou seu ministério. Durante esse período (cerca de 64,65 d.C.), Paulo comissionou Timóteo como seu representante apostólico para ministrar em Éfeso, e Tito para fazer o mesmo em Creta. Da Macedônia, Paulo escreveu sua primeira carta a Timóteo, e, pouco mais tarde, escreveu a Tito. Posteriormente, Paulo foi preso de novo em Roma, quando então escreveu uma segunda carta a Timóteo pouco antes do seu martírio em 67/68 (ver 2 Tm 4.6-8; ver também introdução a 2 Timóteo).

Propósito
Paulo teve um tríplice propósito ao escrever 1 Tm: (1) exortar o próprio Timóteo a respeito do seu ministério e da sua vida pessoal; (2) exortar Timóteo a defender a pureza do evangelho e seus santos padrões da corrupção causada por falsos mestres; e (3) dar a Timóteo instruções a respeito de vários assuntos e problemas de Éfeso.

Visão Panorâmica
Um dos cuidados principais que Paulo transmite ao seu jovem auxiliar é que Timóteo lute com denodo pela fé e refute os falsos ensinos que estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho (1Tm 1.3-7; 4.1-8; 6.3-5,20,21). Paulo também instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a futuro pastor de igreja (ver a lista detalhada das qualidades de ministros e diáconos no esboço supra).
Entre outras coisas, Paulo ensina a Timóteo sobre o relacionamento pastoral com os vários grupos dentro da igreja, como as mulheres em geral (1Tm 2.9-15; 5.2), as viúvas (1Tm 5.3-16), os homens mais idosos e os mais jovens (5.1), os presbíteros (5.17-25), os escravos (6.1,2), os falsos mestres (6.3-6) e os ricos (1Tm 6.7-10,17-19). Paulo confia a Timóteo cinco tarefas distintas para ele cumprir (1Tm 1.18-20; 3.14-16; 4.11-16; 5.21-25; 6.20-21). Nesta epístola, Paulo exprime sua afeição a Timóteo como seu convertido e filho na fé, e estabelece um elevado padrão de piedade para a vida dele e da igreja. 

Características Especiais
Quatro características se projetam nesta epístola. (1) É dirigida diretamente a Timóteo como representante de Paulo na igreja de Éfeso, daí a carta ser muito pessoal e escrita com profunda emoção e sentimento. (2) Juntamente com 2 Tm, ressalta mais do que qualquer outra epístola do NT a responsabilidade pastoral de manter o evangelho puro e livre de falsos ensinos que enfraqueçam o seu poder salvífico. (3) Enfatiza o valor supremo do evangelho, a influência demoníaca corruptora do evangelho, a santa vocação da igreja e as altas qualificações que Deus requer para os seus obreiros. (4) Fornece a orientação mais específica do NT sobre o correto relacionamento do pastor com os grupos sociais da igreja segundo a idade e sexo deles.

 

 

2 Timóteo

Autor: Paulo
Tema: Perseverança Inabalável na Fé
Data: Cerca de 67 d.C.

 Considerações Preliminares
Esta é a última carta de Paulo. Ela foi escrita quando o imperador Nero procurava impedir a expansão da fé cristã em Roma, perseguindo severamente os crentes. E Paulo voltara a ser prisioneiro do imperador em Roma (1.16,17). Estava sofrendo privações como se fosse um criminoso comum (2.9), abandonado pela maioria dos seus amigos (1.15), e tinha consciência de que o seu ministério terminara, e que sua morte se aproximava (2Tm 4.6-8,18; ver introdução a 1 Timóteo para um exame mais completo da autoria e do contexto da epístola).
Paulo escreve a Timóteo como “amado filho” (1.2) e fiel cooperador (cf. Rm 16.21). Sua intimidade com Timóteo e sua confiança nele percebe-se no fato de o apóstolo mencioná-lo como seu cooperador na escrita de seis epístolas, de Timóteo haver permanecido consigo durante sua primeira prisão (Fp 1.1; Cl 1.1; Fm 1), e de lhe haver escrito duas cartas pessoais. Ante sua execução iminente, Paulo pede duas vezes a Timóteo que venha estar novamente com ele em Roma (4.9,21). Timóteo ainda residia em Éfeso quando Paulo lhe enviou esta segunda epistola (1 Tm 1.3; 2 Tm 1.18). Nesta epístola, o apóstolo envia saudações a Onesíforo que residia em Éfeso (1.16), e igualmente para o casal Áquila e Priscila (4.19).

Propósito
Sabendo Paulo que Timóteo era tímido e enfrentava adversidades no ministério, e divisando a sombria perspectiva de forte perseguição vinda de fora, contra a igreja, e da atividade nociva dos falsos mestres dentro dela, ele exorta Timóteo a defender o evangelho, a pregar a Palavra, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão.

Visão Panorâmica
No capítulo 1, Paulo assegura a Timóteo o seu incessante amor e orações, e exorta-o a nunca transigir na fidelidade ao evangelho, a guardar com diligência a verdade e a seguir o seu exemplo.
No capítulo 2, Paulo incumbe seu filho espiritual a preservar a fé, transmitindo suas verdades a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão a outros (2.2). Admoesta o jovem pastor a sofrer as aflições como bom soldado (2.3), a servir a Deus com diligência e a manejar corretamente a palavra da verdade (2Tm 2.15), a separar-se daqueles que se desviam da verdade apostólica (2.18-21), a manter-se puro (2.22) e a trabalhar com paciência como mestre (2Tm 2.23-26).
No capítulo seguinte, Paulo declara a Timóteo que o mal e a apostasia aumentarão (3.1-9), porém, ele precisa permanecer sempre, e em tudo, leal às Escrituras (3.10-17).
No capítulo final, Paulo incumbe Timóteo de pregar a Palavra e de cumprir todos os deveres do seu ministério (2Tm 4.1-5). Termina, informando a Timóteo quanto aos seus assuntos pessoais, quando ele já encarava a morte, e instando com o jovem pastor a vir logo ao seu encontro (2Tm 4.6-21).

Características Especiais
Há cinco características principais nesta epístola. (1) Contém as últimas palavras escritas por Paulo antes da sua execução por ordem de Nero, em Roma, uns 35 anos depois da sua conversão a Cristo, na estrada de Damasco. (2) Contém uma das declarações mais claras, na Bíblia, a respeito da inspiração divina das Escrituras e do seu propósito (3.16,17); Paulo reafirma que as Escrituras devem ser interpretadas com exatidão pelos ministros da Palavra (2.15) e insiste que a Palavra de Deus seja confiada a homens fiéis que, por sua vez, possam ensinar a outros (2.2). (3) Do começo ao fim da carta aparecem exortações sucintas, e.g., “despertes o dom de Deus” (1.6), “não te envergonhes” (1.8), sofre pelo evangelho (1.8), “conserva o modelo das sãs palavras” (1.13), guarda a verdade (1.14), “fortifica-te na graça” (2.1), passa adiante a mensagem (2.2), sofre as aflições (2.3), sê diligente na Palavra (2.15), “evita os falatórios profanos” (2.16), “foge dos desejos da mocidade e segue a justiça” (2.22), acautela-te da apostasia que há de vir (3.1-9), permanece na verdade (3.14), “pregues a palavra” (4.2), “faze a obra de um evangelista” (4.5) e “cumpre o teu ministério” (4.5). (4) Os temas iterativos destas muitas exortações são: manter firme a fé (em Jesus Cristo e no evangelho apostólico original), guardá-la da distorção e da corrupção, opor-se aos falsos mestres e pregar o evangelho com perseverança inabalável. (5) O testemunho de despedida de Paulo é um exemplo comovedor de coragem e esperança diante do martírio sentenciado (4.6-8).

 

 

Tito

Autor: Paulo
Tema: A Sã Doutrina e as Boas Obras
Data: Cerca de 65/66 d.C.
 
Considerações Preliminares
Tito, como 1 e 2 Timóteo, é uma carta pessoal de Paulo a um dos seus auxiliares mais jovens. É chamada de “epístola pastoral” porque trata de assuntos relacionados com a ordem e o ministério na igreja. Tito, um gentio convertido (Gl 2.3), tornou-se íntimo companheiro de Paulo no ministério apostólico. Embora não mencionado nominalmente em Atos (por ser, talvez, irmão de Lucas), o grande relacionamento entre Tito e o apóstolo Paulo vê-se (1) nas treze referências a Tito nas epístolas de Paulo, (2) no fato de ele ser um dos convertidos e fruto do ministério de Paulo (1.4; como Timóteo), e um cooperador de confiança (2 Co 8.23), (3) pela sua missão de representante de Paulo em pelo menos uma missão importante a Corinto durante a terceira viagem missionária do apóstolo (2 Co 2.12,13; 7.6-15; 8.6, 16-24), e (4) pelo seu trabalho como cooperador de Paulo em Creta (1.5).
Paulo e Tito trabalharam juntos por um breve período na ilha de Creta (a sudoeste da Ásia Menor, no Mar Mediterrâneo), no período entre a primeira e a segunda prisão de Paulo em Roma (ver introdução a 1 Timóteo). Paulo deixou Tito em Creta cuidando da igreja ali (1.5), enquanto ele (Paulo) seguia adiante para a Macedônia (cf. 1 Tm 1.3). Algum tempo depois, Paulo escreveu esta carta a Tito, incumbindo-o de completar a tarefa em Creta que os dois haviam começado juntos. É provável que Paulo tivesse mandado a carta pelas mãos de Zenas e Apolos, que passaram por Creta, em viagem (3.13).
Nesta carta, Paulo informa sobre seus planos para enviar Ártemas ou Tíquico para substituir Tito dentro em breve. E nessa ocasião Tito devia encontrar-se com Paulo em Nicópolis (Grécia), onde o apóstolo planejava passar o inverno (3.12). Sabemos que isto aconteceu, já que na ocasião posterior, Paulo designara Tito para a Dalmácia, no litoral oriental do mar Adriático (na ex-Iugoslávia), em cuja região ficava Nicópolis, na Grécia (3.12).

Propósito
Paulo escreveu primeiramente para instruir Tito na sua tarefa de (1) pôr em ordem o que ele (Paulo) deixara inacabado nas igrejas de Creta, inclusive a instituição de presbíteros nessas igrejas (1.5); (2) ajudar as igrejas a crescerem na fé, no conhecimento da verdade e em santidade (1.1); (3) silenciar falsos mestres (1.11); e (4) vir até Paulo, uma vez substituído por Ártemas ou Tíquico (3.12).

Visão Panorâmica
Nesta epístola, Paulo examina quatro assuntos principais. (1) Ensina Tito a respeito do caráter e das qualificações espirituais necessárias a todos os que são separados para o ministério na igreja. Os presbíteros devem ser homens piedosos, de caráter cristão comprovado, e bem sucedidos na direção da sua família (1.5-9). (2) Paulo manda Tito ensinar a sã doutrina, repreender e silenciar falsos mestres (Tt 1.10—2.1). No decurso da carta, Paulo apresenta dois breves resumos da sã doutrina (Tt 2.11-14; 3.4-7). (3) Paulo descreve para Tito (cf. 1 Tm 5.1—6.2) o devido papel dos anciãos (2.1, 2), das mulheres idosas (2.3,4), das mulheres jovens (2.4,5), dos homens jovens (2.6-8) e dos servos (2.9,10). (4) Finalmente, Paulo enfatiza que as boas obras e uma vida de retidão são o devido fruto da fé genuína (Tt 1.16; 2.7,14; 3.1, 8, 14; cf. Tg 2.14-26).

Características Especiais
Três características principais temos nesta epístola. (1) Dois breves resumos da verdadeira natureza da salvação em Jesus Cristo (Tt 2.11-14; 3.4-7). (2) A igreja e o seu ministério devem estar edificados sobre firmes alicerces espirituais, teológicos e éticos. (3) Contém uma das duas listas no NT enumerando as qualificações necessárias à direção da igreja (1.5-9; cf. 1 Tm 3.1-13).

 

Filemon

Autor: Paulo
Tema: Reconciliação
Data: Cerca de 62 d.C.

 Considerações Preliminares
Paulo escreveu esta “epístola da prisão” (vv. 1, 9) como uma carta pessoal a um homem chamado Filemom, mais provavelmente durante sua primeira prisão em Roma (At 28.16-31). Os nomes idênticos mencionados em Filemom (vv. 1,2, 10, 23,24) e em Colossenses (Cl 4.9,10-17), indicam que Filemom morava em Colossos e que as duas cartas foram escritas e entregues juntas.
Filemom era um senhor de escravos (v. 16) e membro da igreja de Colossos (compare vv. 1,2 com Cl 4.17), talvez um convertido de Paulo (v. 19). Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para Roma; ali, teve contato com Paulo, que o levou a Cristo. Desenvolveu-se um forte vínculo de amizade entre os dois (vv 9-13). Agora, Paulo, um tanto apreensivo, envia Onésimo de volta a Filemom, acompanhado por Tíquico, cooperador de Paulo, levando esta carta (cf. Cl 4.7-9).

Propósito
Paulo escreveu a Filemom para tratar do problema específico do escravo fugitivo deste, Onésimo. Segundo a lei romana, um escravo fugitivo era passível da pena de morte. Paulo intercede junto a Filemom em favor de Onésimo e pede-lhe que graciosamente receba Onésimo de volta, como um irmão crente e como companheiro de Paulo, com o mesmo amor com que acolheria o próprio Paulo.

Visão Panorâmica
Eis o apelo de Paulo a Filemom: (1) Roga que Filemom, como irmão na fé cristã (vv. 8,9, 20,21), receba Onésimo de volta, não como escravo, mas como irmão em Cristo (vv. 15,16). (2) Num trocadilho (no grego), Paulo chama atenção para o fato que Onésimo (cujo nome significa “útil”) era anteriormente “inútil”, mas agora é “útil” tanto a Paulo como a Filemom (vv. 10-12). (3) Paulo queria que Onésimo permanecesse com ele em Roma, mas prefere enviá-lo de volta ao seu legítimo senhor (vv. 13,14). (4) Paulo oferece-se para pagar a dívida de Onésimo e relembra a Filemom que este deve sua vida ao Apóstolo (vv. 17-19). A carta termina com saudações dalguns dos cooperadores de Paulo em Roma (vv. 23,24) e com uma bênção (v. 25).

Características Especiais
Três características principais acham-se nesta epístola. (1) Essa é a mais breve de todas as epístolas de Paulo. (2) Mais do que qualquer outra parte do NT, ela ilustra como Paulo e a igreja primitiva tratavam do problema da escravidão no império romano. Ao invés de atacá-la diretamente ou de instigar rebelião armada, Paulo expôs princípios cristãos que eliminavam a severidade da escravidão romana e que finalmente levaram à sua abolição total no meio da Cristandade. (3) Oferece um vislumbre incomparável da natureza íntima de Paulo, pois este se identificou tanto com um escravo que o chamou de “meu coração” (v. 12).

 

 

2. Nas epístolas gerais (ou universais).

Hebreus (Para mim autoria de Paulo)

Autor: Desconhecido
Tema: Um Melhor Concerto
Data: Cerca de 67-69 d.C.

 Considerações Preliminares
Este livro foi destinado originalmente aos cristãos de Roma. O seu título, nos manuscritos gregos mais antigos, diz apenas “Aos Hebreus”. Seu conteúdo, no entanto, revela que foi escrito a cristãos judeus. O emprego que o autor fez da Septuaginta (versão grega do AT), nas citações do AT, indica que os primeiros leitores foram provavelmente judeus de idioma grego que viviam fora da Palestina. A expressão “Os da Itália vos saúdam” (13.24) significa provavelmente que o autor escrevia para Roma, e que na ocasião incluiu saudações de crentes italianos que viviam longe da pátria. Os destinatários podem ter sido igrejas em lares, da comunidade cristã de Roma, das quais algumas estavam a ponto de abandonar a fé em Jesus e voltar para a antiga fé judaica por causa da perseguição e do desânimo.
O escritor não se identifica no título original, nem através do livro, embora fosse bem conhecido dos seus leitores (Hb 13.18-24). Por alguma razão, perdeu-se a sua identidade ao findar-se o século I. Posteriormente, na tradição da igreja primitiva (séculos II ao IV), surgiram muitas opiniões diferentes sobre o possível escritor de Hebreus. A opinião de que Paulo haja sido o autor não tinha aceitação até o século V.
Muitos eruditos conservadores descartam a autoria de Paulo, uma vez que o estilo esmerado e alexandrino do autor, seu embasamento na Septuaginta, sua maneira de introduzir as citações do AT, seu método de argumentar e ensinar, a estrutura da argumentação e a omissão da sua identificação pessoal são características muito diferentes das de Paulo. Além disso, enquanto Paulo sempre apela à sua revelação recebida diretamente de Cristo (cf. Gl 1.11,12), esse escritor demonstra ser um dos cristãos da segunda geração aos quais o evangelho fora confirmado por testemunhas oculares do ministério de Jesus (2.3). Entre os homens mencionados nominalmente no NT, a descrição que Lucas oferece de Apolo, em At 18.24-28, ajusta-se melhor ao perfil do escritor de Hebreus.
Deixando de lado o nome do escritor de Hebreus, uma coisa é certa: ele escreveu na plenitude do Espírito e com entendimento, revelação e autoridade apostólicos. A ausência de qualquer referência, em Hebreus à destruição do templo de Jerusalém e do seu culto levítico é um forte indício que o autor escreveu antes de 70 d.C.

Propósito
Hebreus foi escrito principalmente para os cristãos judeus que estavam sob perseguição e esmorecimento. O escritor procura fortalecê-los na fé em Cristo, demonstrando cuidadosamente a superioridade e finalidade da revelação e redenção da parte de Deus em Jesus Cristo. Demonstra que as disposições divinas para a redenção vistas no Antigo Concerto cumpriram-se e tornaram-se obsoletas pela vinda de Jesus e pelo estabelecimento de um Novo Concerto, mediante a sua morte vicária. O escritor anima seus leitores (1) a manterem firme sua confissão de Cristo até o fim, (2) a prosseguirem para a maturidade espiritual, e (3) não volverem ao estado de condenação caso abandonem a fé em Jesus Cristo.

Visão Panorâmica
Hebreus parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como “uma palavra de exortação” (13.22). Contém três divisões principais. (1) Primeiro, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado a plena revelação de Deus à humanidade — maior do que os profetas (Hb 1.1-3), do que os anjos (Hb 1.4—2.18), Moisés (3.1-6) e Josué (4.1-11). Nesta divisão do livro, ocorre uma advertência solene no tocante às consequências do abandono da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (Hb 2.1-3; 3.7—4.2). (2) A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações (Hb 4.14—5.10; 6.19—7.25), caráter (Hb 7.26-28) e ministério (Hb 8.1—10.18), são perfeitos e eternos. Há uma solene advertência para quem permanecer espiritualmente imaturo ou mesmo “cair” depois de se tornar participante de Cristo (Hb 5.11—6.12). (3) A divisão final (Hb 10.19—13.17) admoesta enfaticamente os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no sofrimento e na santidade.

Características Especiais
Oito características afloram neste livro. (1) No NT é único quanto à sua estrutura: “começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta” (Orígenes). (2) É o texto mais refinado do NT, abeirando-se do estilo do grego clássico, mais do que qualquer outro escritor do NT (com exceção, quiçá, de Lucas, em Lc 1.1-4). (3) É o único escrito do NT que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus. (4) A cristologia do livro é ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus. (5) Sua palavra-chave é “melhor” (13 vezes). Jesus é melhor do que os anjos e todos os mediadores do AT. Ele provê melhor repouso, concerto, esperança, sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas. (6) Contém o principal capítulo do NT a respeito da fé (cap. 11). (7) Está repleto de referências e alusões ao AT que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã primitiva da história e da adoração no AT, mormente no campo da tipologia. (8) Adverte, mais do que qualquer outro escrito do NT contra os perigos da apostasia espiritual.

 

Tiago

Autor: Tiago
Tema: A Fé Manifesta-se pelas Obras
Data: 45-49 d.C.

 Considerações Preliminares
Tiago é classificada como “epístola universal” porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências (2.19-21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19). Isso explicaria (1) a ênfase inicial da carta quanto ao sofrer com alegria as provações que testam a fé e que demandam perseverança (Tg 1.2-12), (2) o conhecimento pessoal que Tiago demonstra ter pelos crentes “dispersos”, e (3) o tom de autoridade da carta. Como pastor da igreja de Jerusalém, Tiago escreve às suas ovelhas dispersas.
A maneira do autor se identificar simplesmente como “Tiago” (1.1), revela sua posição de destaque na obra. Tiago, meio-irmão de Jesus e dirigente da igreja de Jerusalém, é geralmente tido como o autor. Seu discurso no Concílio de Jerusalém (At 15.13-21), bem como as descrições dele noutras partes do NT (e.g., At 12.17; 21.18; Gl 1.19; 2.9,12; 1 Co 15.7) correspondem perfeitamente com o que se sabe dele como autor desta epístola. O mais provável é que Tiago tenha escrito esta epístola durante a década dos 40 d.C. A data tão remota para a escrita provém de vários fatores, e.g., Tiago emprega a palavra grega synagoge (lit. “sinagoga”) para referir-se ao local de reunião dos cristãos (2.2). Segundo o historiador judaico Josefo, Tiago, irmão do Senhor, foi martirizado em Jerusalém, em 62 d.C.

Propósito
Tiago escreveu (1) para encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações, que punham sua fé à prova, (2) para corrigir crenças errôneas a respeito da natureza da fé salvífica, e (3) para exortar e instruir os leitores concernente ao resultado prático da sua fé na vida de retidão e nas boas obras.

Visão Panorâmica
Esta epístola trata de uma ampla variedade de temas relacionados à verdadeira vida cristã. Tiago exorta os crentes a suportarem com alegria as suas provações e a tirarem proveito delas (Tg 1.2-11), exorta-os a resistirem às tentações (1.12-18), a serem praticantes da Palavra e não apenas ouvintes (1.19-27) e a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia (Tg 2.14-26). Adverte solenemente contra a pecaminosidade de uma língua indomável (Tg 3.1-12; 4.11,12), a sabedoria carnal (3.13-16), a conduta pecaminosa (Tg 4.1-10), a vida presunçosa (4.13-17), e a riqueza egocêntrica (5.1-6). Tiago encerra ressaltando a paciência, a oração e a restauração dos desviados (5.7-20). Em todos os cinco capítulos destaca-se o relacionamento entre a verdadeira fé e a vida piedosa. A fé genuína é uma fé provada (1.2-16), ativa (Tg 1.19-27), pela qual se ama o próximo como a si mesmo (2.1-13), manifesta-se pelas boas obras (2.14-26), mantém a língua sob rígido controle (3.1-12), busca a sabedoria de Deus (3.13-18), submete-se a Deus como justo juiz (4.1-12), confia em Deus para o viver de cada dia (4.13-17), não é egocêntrica, nem libertina (5.1-6), é paciente no sofrimento (5.7-12) e diligente na
oração (5.13-20).

Características Especiais
Sete características principais assinalam esta epístola. (1) É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do NT a ser escrito. (2) Embora contenha apenas duas referências nominais a Cristo, há nela mais alusões aos ensinos de Jesus do que todas as demais do NT. Isso inclui 15 referências ao Sermão do Monte. (3) Mais da metade dos seus 108 versículos são expressões imperativas, ou mandamentos. (4) Sob vários aspectos, é o livro de Provérbios do NT, pois (a) está repleto de sabedoria divina e instruções práticas, visando a uma vida cristã realista, e (b) está escrito em estilo sucinto, com preceitos diretos e analogias realistas. (5) Tiago é um hábil observador dos fenômenos naturais e da natureza humana pecaminosa. Repetidas vezes, ele extrai lições disso para desmascarar esta última (e.g., 3.1-12). (6) Mais do que qualquer outro livro do NT, Tiago destaca o devido relacionamento entre a fé e as obras (principalmente Tg 2.14-26). (7) Tiago, às vezes, é chamado o Amós do NT por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdade sociais.

 

 

1 Pedro

Autor: Pedro
Tema: Sofrimento por Amor a Cristo
Data: Cerca de 60-63 d.C.

 Considerações Preliminares
Esta é a primeira de duas cartas no NT escritas pelo apóstolo Pedro (1.1; 2 Pe 1.1). Ele testifica que escreveu sua primeira carta com a ajuda de Silvano (cuja forma contracta em grego é Silas), como seu escriba (5.12). O grego fluente de Silvano e seu estilo literário aparecem aqui, enquanto que, possivelmente, o grego menos esmerado de Pedro apareça na sua segunda epístola. O tom e o conteúdo de 1 Pedro combinam com o que sabemos a respeito de Simão Pedro. Os anos que viveu em estreito convívio com o Senhor Jesus estão implícitos nas suas referências à morte de Jesus (1Pd 1.11,19; 2.21-24; 3.18; 5.1) e à sua ressurreição (1.3,21; 3.21). Indiretamente, ele parece referir-se, inclusive, às ocasiões em que Jesus lhe apareceu na Galileia, depois da ressurreição (1Pd 2.25; 5.2a; cf. Jo 21.15-23). Além disso, muitas semelhanças ocorrem entre esta carta e os sermões de Pedro registrados em Atos.
Pedro dirige esta carta aos “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas da Ásia Menor (1.1). Alguns destes, talvez haja se convertido no dia de Pentecoste, ao ouvirem a mensagem de Pedro, e retornaram às suas respectivas cidades levando a fé que acabavam de conhecer (cf .At 2.9,10). Estes  crentes são chamados “peregrinos e forasteiros” (2.11), relembrando-lhes, assim, que a peregrinação cristã ocorre num mundo hostil a Jesus Cristo; mundo este, do qual só podem esperar perseguição. É provável que Pedro escreveu esta carta em resposta a informes dos crentes da Ásia Menor sobre a crescente oposição a eles (4.12-16), ainda sem consentimento do governo (1Pd 2.12-17).
Pedro escreveu de “Babilônia” (5.13). Isto pode referir-se literalmente à cidade de Babilônia, na Mesopotâmia, ou pode ser uma expressão figurada referente a Roma, o centro principal de oposição a Deus, no século primeiro. Embora Pedro possa ter visitado alguma vez a grande colônia de judeus ortodoxos em Babilônia, é mais consentâneo entender, aqui, a presença de Pedro, Silas (5.12) e Marcos (5.13), juntos em Roma (Cl 4.10; cf. os comentários de Pápias a respeito de Pedro e Marcos em Roma), no começo da década de 60, do que em Babilônia. Pedro escreveu mais provavelmente entre 60 e 63 d.C., certamente antes do terrível banho de sangue em Roma, ordenado por Nero (64 d.C.).

Propósito
Pedro escreveu esta epístola de alegre esperança a fim de levar o crente a ver a perspectiva divina e eterna da sua vida terrestre e prover orientação prática aos cristãos que se encontravam sob o fogo do sofrimento entre os pagãos. O cuidado de Pedro visava a evitar que os crentes não perturbassem, sem necessidade, o governo, e sim seguissem o exemplo de Jesus no sofrimento, sendo inocente, mas portando-se com retidão e dignidade.

Visão Panorâmica
1 Pedro começa lembrando os leitores (1) de que têm uma vocação gloriosa e uma herança celestial em Jesus Cristo (1.2-5), (2) de que sua fé e amor nesta vida estarão sujeitos a provas e purificação e que isso resultará em louvor, glória e honra na vinda do Senhor (1.6-9), (3) de que essa grande salvação foi predita pelos profetas do AT (1.10-12), e (4) de que o crente deve viver uma vida santa, bem diferente do mundo ímpio ao seu redor (1Pd 1.13-21). Os crentes, escolhidos e santificados (1.2), são crianças em crescimento que precisam do puro leite da Palavra (2.1-3), são pedras vivas em que estão sendo edificadas como casa espiritual (1Pd 2.4-10) e peregrinos, caminhando em terra estranha (1Pd 2.11,12); devem viver de modo honroso e humilde no seu trato com todas as pessoas durante a sua peregrinação aqui (1Pd 2.13—3.12).
A mensagem preeminente de 1 Pedro diz respeito à submissão e a sofrer, perseverando na retidão, por amor a Cristo, de conformidade com o próprio exemplo dEle (1Pd 2.18-24; 3.9—5.11). Pedro assegura aos fiéis que eles obterão o favor e a recompensa de Deus ao sofrerem por causa da justiça. No contexto desse ensino do sofrimento por Cristo, Pedro ressalta os temas conexos da salvação, da esperança, do amor, da fé, da santidade, da humildade, do temor a Deus, da obediência e da submissão.

Características Especiais
Cinco características principais vemos nesta epístola. (1) Juntamente com Hebreus e Apocalipse, sua mensagem gira em torno dos crentes sob a perspectiva de severa perseguição, por pertencerem a Jesus Cristo. (2) Mais do que qualquer outra epístola do NT, contém instruções sobre o comportamento do cristão ante à perseguição e ao sofrimento injustos (1Pd 3.9—5.11). (3) Pedro destaca a verdade de que o crente é estrangeiro e peregrino na terra (1Pd 1.1; 2.11). (4) Muitos dos títulos do povo de Deus no AT são aplicados aos crentes do NT (e.g., 1Pd 2.5,9,10). (5) Contém um dos trechos do NT de mui difícil interpretação: quando, onde e como Jesus “pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes... nos dias de Noé” (1Pd 3.19,20).

 

2 Pedro

Autor: Pedro
Tema: A Verdade de Deus e o Falso Ensino dos Homens
Data: Cerca de 66-68 d.C.

 
Considerações Preliminares
Na saudação, Simão Pedro identifica-se como o autor da carta. Mais adiante ele declara aos seus leitores que esta é a sua segunda epístola (3.1), indicando assim que está escrevendo aos mesmos crentes da Ásia Menor, a quem dirigira a primeira epístola (1 Pe 1.1). Visto que Pedro, assim como Paulo, foi executado por decreto do perverso Nero (que, por sua vez, morreu em junho de 68 d.C.), é mais provável que Pedro escreveu esta epístola entre 66 e 68 d.C., pouco antes do seu martírio em Roma (2Pd 1.13-15).
Alguns estudiosos do passado e do presente, ignorando certas notáveis semelhanças entre 1 e 2 Pedro e destacando, ao invés disso, as diferenças entre elas, supõem que não é de Pedro a autoria da carta. Essas diferenças de conteúdo, vocabulário, ênfases e estilo literário podem ser uma decorrência das diferentes circunstâncias de Pedro e de seus leitores, nas duas cartas. (1) As circunstâncias originais dos endereçados haviam mudado. Antes, ardia o fogo da perseguição movida pela sociedade em derredor; agora, eram ataques vindos de dentro, através dos falsos mestres que ameaçavam os fundamentos da igreja: a verdade e a santidade. (2) As circunstâncias de Pedro também eram outras. Enquanto na primeira carta ele contou com a cooperação eficiente de Silvano na escrita (1 Pe 5.12), parece que agora este último não estava disponível ao ser escrita esta segunda epístola. Talvez, Pedro tenha empregado seu próprio grego galileu singelo, ou serviu-se de um escriba menos hábil do que Silvano.

Propósito
Pedro escreveu (1) para exortar os crentes a buscarem com diligência a santidade de vida e o verdadeiro conhecimento de Cristo e (2) para desmascarar e repudiar a atividade traiçoeira dos falsos profetas e mestres que agiam nas igrejas da Ásia Menor, pervertendo a verdade bíblica. Pedro resume o propósito do livro, em 3.17,18, onde exorta os crentes verdadeiros (1) a estarem alerta para não serem enganados por homens perversos (2Pd 3.17) e (2) a crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (3.18).

Visão Panorâmica
Esta breve epístola solenemente instrui os crentes a tomarem posse da vida e da piedade, mediante o verdadeiro conhecimento de Cristo. O primeiro capítulo acentua a importância do crescimento cristão. Tendo começado pela fé, o crente deve buscar diligentemente a excelência moral, o conhecimento, a temperança, a perseverança, a piedade, o amor fraternal e a caridade (amor altruísta), que levam à fé madura e ao verdadeiro conhecimento do Senhor Jesus (1.3-11).
O capítulo seguinte adverte solenemente contra os falsos profetas e mestres que surgem dentro das igrejas. Pedro os denuncia como anarquistas e perniciosos (2Pd 2.1,3;3.17), que se comprazem nas concupiscências da carne (2Pd 2.2,7,10,13,14,18,19); são cobiçosos (2.3,14,15), arrogantes (2.18) e obstinados (2.10) e que desprezam a autoridade (2.10-12).
Pedro procura resguardar os verdadeiros crentes contra as suas heresias destrutivas (2.1) pondo a descoberto seus motivos e conduta malignos.
2Pd 3, Pedro refuta o ceticismo desses mestres, no tocante à vinda do Senhor (3.3,4). Assim como a geração dos dias de Noé, enganada, zombava da ideia do juízo da parte de Deus, através de um grande dilúvio, esses outros zombadores estão igualmente cegos quanto às promessas da volta de Cristo. Mas, com a mesma certeza manifesta no julgamento pelo dilúvio (3.5,6), Cristo voltará e desintegrará a presente terra, no fogo (3.7-12), e criará uma nova ordem sob a justiça (3.13). Tendo em vista esse fato, os crentes devem viver vidas santas e piedosas na presente era (3.11,14).

Características Especiais
Esta carta tem quatro características principais. (1) Ela contém uma das declarações de maior peso em toda a Bíblia no tocante à inspiração, à fidedignidade e à autoridade das
Sagradas Escrituras (1.19-21). (2) 2 Pe 2 e a epístola de Judas têm semelhanças notáveis na incriminação dos falsos mestres. Talvez Judas, enfrentando em data posterior o
mesmo problema dos falsos mestres, empregou trechos dos ensinos inspirados de Pedro, para transmitir a mesma lição (ver Introdução a Judas). (3) O capítulo 3 é um dos
grandes capítulos do NT sobre a segunda vinda de Cristo. (4) Pedro cita indiretamente os escritos de Paulo como Escrituras, ao mencioná-los juntamente com “as outras
Escrituras” (3.15,16).

 

1 João

Considerações Preliminares
Cinco livros do NT levam o nome de João: um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. Embora João não se identifique pelo nome nesta epístola, testemunhas do século II (e.g., Papias, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria) afirmam que ela foi escrita pelo apóstolo João, um dos doze primeiros discípulos de Jesus. Fortes semelhanças no estilo, no vocabulário e nos temas, entre 1 João e o Evangelho segundo João, sancionam o testemunho fidedigno dos cristãos primitivos, afirmando que os dois livros foram escritos pelo apóstolo João (ver introdução ao Evangelho segundo João).
Não há indicação dos destinatários desta carta, como também não há saudações, nem menção de pessoas, lugares ou eventos. A explicação mais provável dessa forma rara epistolar é que João escreveu de onde residia, em Éfeso, a certo número de igrejas da província da Ásia, que estavam sob sua responsabilidade apostólica (cf. Ap 1.11).
Visto que as congregações tinham um problema comum e necessidades semelhantes, João escreveu esta epístola como carta circular, enviando-a por um emissário pessoal, juntamente com suas saudações pessoais.
O assunto principal desta epístola é o problema dos falsos ensinos a respeito da salvação em Cristo e seu processo no crente. Certas pessoas, que anteriormente conviveram com os leitores da epístola, deixaram as congregações (1Jo 2.19), mas os resultados dos seus falsos ensinos continuavam a distorcer o evangelho, quanto a “saber” que tinham a vida eterna. Doutrinariamente, a sua heresia negava que Jesus é o Cristo (1Jo 2.22; cf. 1Jo 5.1) ou que Jesus veio em carne (1Jo 4.2,3). Na área moral, ensinavam que não era necessário à fé salvífica (cf. 1Jo 1.6; 5.4,5), a obediência aos mandamentos de Jesus (2.3-4; 5.3) e uma vida santa, separada do pecado (1Jo 3.7-12) e do mundo (1Jo 2.15-17).

Propósito
O propósito de João ao escrever esta epístola foi duplo: (1) expor e rebater os erros doutrinários e éticos dos falsos mestres e (2) exortar seus filhos na fé a manter uma vida de santa comunhão com Deus, na verdade e na justiça, cheios de alegria (1.4) e de certeza da vida eterna (5.13), mediante a fé obediente em Jesus, o Filho de Deus (1Jo 4.15; 5.3-5,12), e pela habitação interior do Espírito Santo (2.20; 4.4,13). Alguns crêem que a epístola também foi escrita como uma sequência do Evangelho segundo João.

Visão Panorâmica
A fé e a conduta estão fortemente entrelaçados nesta carta. Os falsos mestres, aos quais João chama aqui de “anticristos” (1Jo 2.18-22), apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e a vida de retidão. De modo semelhante a 2 Pe e Jd 1, 1 Jo refuta e condena com veemência os falsos mestres (e.g., 1Jo 2.18,19,22,23,26; 4.1,3,5) com suas crenças e conduta destruidoras.
Do ponto de vista positivo, 1 Jo expõe as características da verdadeira comunhão com Deus (e.g., 1Jo 1.3—2.2) e revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá “saber”, com confiança e certeza, que tem a vida eterna: (1) a evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (1Jo 1.1-3; 2.21-23; 4.2,3,15; 5.1,5,10,20); (2) a evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (1Jo 2.3-11; 5.3,4); (3) a evidência de um viver santo, i.e., afastar-se do pecado, para comunhão com Deus (1Jo 1.6-9; 2.3-6,15-17,29; 3.1-10; 5.2,3); (4) a evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (1Jo 2.9-11; 3.10,11,14,16-18; 4.7-12,18-21); e (5) a evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (1Jo 2.20,27; 4.13). João afirma, por fim, que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna (5.13) quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida.

Características Especiais
Cinco características principais há nesta epístola. (1) Ela define a vida cristã empregando termos contrastantes e evitando todo e qualquer meio-termo entre luz e trevas, entre verdade e mentira, entre justiça e pecado, entre amor e ódio, entre amar a Deus e amar ao mundo, entre filhos de Deus e filhos do diabo, etc. (2) É importante ressaltar que este é o único escrito do NT que fala de Jesus como nosso “Advogado (gr. parakletos) para com o Pai”, quando o crente fiel peca (2.1,2; cf. Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7,8). (3) A mensagem de 1 Jo fundamenta-se quase que inteiramente no ensino apostólico, e não na revelação anterior do AT; não há claramente na carta referências às Escrituras do AT. (4) Visto tratar da cristologia, e ao mesmo tempo refutar determinada heresia, a carta focaliza a encarnação e o sangue (i.e., a cruz) de Jesus, sem mencionar especificamente a sua ressurreição. (5) Seu estilo é simples e reiterativo, à medida que João apresenta certos termos principais, como “luz”, “verdade”, “crer”, “permanecer”, “conhecer”, “amor”, “justiça”, “testemunho”, “nascido de Deus” e “vida eterna”.

 

 

2 João

Considerações Preliminares
O autor se identifica como “o ancião” (v. 1). Provavelmente, um título honroso atribuído ao apóstolo João nas duas décadas finais do século I, devido a sua idade avançada e sua respeitável posição de autoridade espiritual como o único dos doze apóstolos ainda vivo.
João dirige esta carta “à senhora eleita e a seus filhos” (v. 1). Alguns interpretam “a senhora eleita”, figuradamente, como uma igreja local, sendo “seus filhos” os membros dessa igreja e sua “irmã, a eleita” (v. 13), como uma congregação idêntica. Outros interpretam a endereçada, literalmente, como uma viúva cristã de destaque, conhecida de João, numa das igrejas da Ásia Menor, sob seus cuidados pastorais. A família dessa senhora (v. 1), bem como os filhos da sua irmã (v. 13) são pessoas de destaque entre as igrejas daquela região. Como as outras epístolas de João, 2 Jo provavelmente foi escrita de Éfeso, em fins da década de 80 ou no começo da década de 90 d.C.

Propósito
João escreveu esta carta a fim de prevenir “a senhora eleita” contra os falsos obreiros (mestres, evangelistas e profetas) que perambulavam pelas igrejas. Os tais abandonaram os ensinos do evangelho e propagavam os seus falsos ensinos. A destinatária não devia recebê-los, dialogar com eles, nem os auxiliar. Fazer isso, significaria ajudá-los a disseminar os seus erros e participar da sua culpa. A carta repudia o mesmo falso ensino denunciado em 1 Jo.

Visão Panorâmica
Esta epístola realça uma advertência, que também se acha em 1 Jo, sobre o perigo de falsos mestres que negam a encarnação de Jesus Cristo e que se afastam da mensagem do evangelho (vv. 7,8). João se alegra por ver que “a senhora eleita” e seus filhos “andam na verdade” (v. 4). O verdadeiro amor cristão deve ser obediente aos mandamentos de Cristo e ser mútuo entre os irmãos (vv. 5,6). O amor cristão deve também incluir o discernimento entre a verdade e o erro, e também não dar apoio aos falsos mestres (vv. 7-9). Receber amavelmente os falsos mestres é participar dos seus erros (vv. 10,11). A carta é breve, pois João planeja uma visita para breve, e assim falar-lhe “de boca a boca” (v.
12).

Características Especiais
São três as características principais desta epístola. (1) É o menor livro do NT. (2) Tem semelhanças surpreendentes com 1 e 3 Jo, quanto à sua mensagem, vocabulário e estilo simples de escrita. (3) Constitui-se num importante complemento à mensagem de 3 Jo, como prevenção quanto a receber e ajudar obreiros estranhos, desconhecidos. Conclui, insistindo na necessidade de cuidadoso discernimento, à luz dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, antes de alguém apoiar esses falsos obreiros.

 

3 João
Autor: João
Tema: Procedendo com Fidelidade
Data: 85-95 d.C.
 
Considerações Preliminares
João, o apóstolo amado, apresenta-se novamente como “o presbítero” (v. 1; ver introdução de 2 Jo.1-). Esta carta pessoal é endereçada a um fiel cristão chamado Gaio (v. 1), talvez pertencente a uma das igrejas da Ásia Menor. Assim como as demais epístolas de João, 3 João foi certamente escrita em Éfeso, em fins da década de 80 d.C. ou início da década de 90 d.C.
Em fins do primeiro século, ministros itinerantes da igreja viajavam de cidade em cidade, sendo comumente sustentados pelos crentes que os acolhiam em casa e os ajudavam nas despesas de viagem (vv. 5-8; cf. 2 Jo 10). Gaio era um dos muitos cristãos dedicados que graciosamente acolhiam e auxiliavam ministros viajantes de confiança (vv. 1-8). Ao mesmo tempo, um homem de projeção chamado Diótrefes resistia com arrogância à autoridade de João e recusava hospitalidade aos irmãos viajantes, enviados da parte deste.

Propósito do livro
João escreveu para dar testemunho de Gaio pela sua fiel hospitalidade e ajuda prestada aos fiéis obreiros viajantes, para fazer uma advertência indireta ao petulante Diótrefes e para preparar o caminho da sua própria visita pessoal.

Visão Panorâmica
Três homens são mencionados por nome em 3 Jo. (1) Gaio é calorosa e honrosamente mencionado pela sua piedosa vida na verdade (vv. 3,4), e pela sua hospitalidade exemplar para com os irmãos viajantes (vv. 5-8). (2) Diótrefes, um dirigente ditador, é denunciado pelo seu orgulho (“procura ter entre eles o primado”, v. 9), cujas manifestações são: rejeitar uma carta anterior de João (v. 9), calúnia contra João (v. 9), recusar o acolhimento aos mensageiros de João e ameaçar com exclusão aqueles que os receberem (v. 10). (3) Demétrio, talvez o portador desta carta, ou pastor de uma comunidade na vizinhança, é louvado como um homem de boa reputação e lealdade à verdade (v. 12).

Características Especiais
Duas características principais sobressaem nesta epístola. (1) Embora seja pequena, dá uma noção de várias facetas importantes da história da igreja primitiva, perto do final do século I. (2) Há semelhanças notáveis entre 3 Jo e 2 Jo. Mesmo assim, as duas epístolas diferem entre si em um aspecto importante: 3 Jo elogia a hospitalidade e ajuda oferecidas aos bons ministros viajantes, ao passo que 2 Jo acentua que não se conceda hospitalidade e sustento a maus obreiros, para não sermos culpados de apoiar seus erros ou más obras.

 

Judas
Autor: Judas
Tema: Batalhar pela Fé
Data: 70-80 d.C.
 
Considerações Preliminares
Judas se identifica simplesmente como o “irmão de Tiago” (v. 1). Os únicos irmãos do NT que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3).
Talvez Judas mencionou Tiago porque a posição de destaque do seu irmão, sendo dirigente da igreja de Jerusalém serviria para esclarecer sua própria identidade e posição.
Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente antinominianos (i.e., ensinavam que a salvação pela graça lhes permitia pecar sem haver condenação) e que zombando, rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natureza de Jesus Cristo, segundo as Escrituras (v. 4). Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente à fé (vv. 19a, 22) e quanto à conduta (vv. 4, 8, 16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (v. 15), que “não têm o Espírito” (v. 19).
O possível relacionamento entre Jd e 2 Pe 2.1—3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de 2 Pedro (vv. 17,18) e, daí, sua epístola se situaria posteriormente, i.e., entre 70-80 d.C. Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de 2 Pedro (ver introdução de 2 Pedro).

Propósito
Judas escreveu esta carta (1) para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas, e (2) para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v. 3).

Visão Panorâmica
Seguindo-se à saudação (vv. 1,2), Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (v. 3a). Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (v. 4). Judas os acusa de impureza sexual (vv. 4, 8, 16, 18), liberais como Caim (v. 11), cobiçosos como Balaão (v. 11), rebeldes como Coré (v. 11), arrogantes (vv. 8, 16), enganosos (vv. 4a, 12), sensuais (v. 19) e causadores de divisões (v. 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do AT (vv. 5-11). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento divino (vv. 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (vv. 20-23). Judas termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impetrar a sua bênção (vv. 24,25).

Características Especiais
Quatro características principais estão nesta epístola. (1) Contém a incriminação mais vigorosa e direta do NT sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa. (2) Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, e.g., três exemplos de julgamento tirados do AT (vv. 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (v. 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do AT (v.11). (3) Sob a plena influência do Espírito Santo, Judas fez menção de vários escritos: (a) as Escrituras do AT (vv. 5-7, 11); (b) as tradições judaicas (vv. 9.14,15); e (c) 2 Pedro, citando diretamente 2 Pe 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (vv. 17,18). (4) Contém a bênção mais sublime do NT.

 


3. No livro do Apocalipse.

 

Autor: João
Tema: A Consumação do Conflito dos Séculos
Data: Cerca de 90-96 d.C.

Considerações Preliminares
O Apocalipse é o último livro do NT e singular entre os demais. Ele é, ao mesmo tempo, uma revelação do futuro (Ap 1.1,19), uma profecia (Ap 1.3; 22.7,10,18,19) e um conjunto de sete cartas (1.4,11; 2.1—3.22). (“Apocalipse” deriva da palavra grega apokalupsis, traduzida por “revelação” em 1.1). O livro é uma revelação divina quanto à natureza do seu conteúdo, uma profecia quanto à sua mensagem e uma epístola quanto aos seus destinatários. Cinco fatos importantes no tocante ao contexto deste livro são revelados no capítulo 1. (1) É a “revelação de Jesus Cristo” (1.1). (2) Essa revelação foi comunicada ao autor, de modo sobrenatural, por Cristo glorificado, por anjos e visões que ele teve (1.1,10-18). (3) A comunicação foi concedida ao servo de Deus, João (1.1,4,9; cf. 22.8). (4) João teve as visões e recebeu a mensagem apocalíptica quando exilado na ilha de Patmos (80 quilômetros a sudoeste de Éfeso), por causa da Palavra de Deus e do testemunho do próprio
João (1.9). (5) Os destinatários iniciais foram sete igrejas da província da Ásia (1.4,11).
As evidências históricas e internas do livro indicam o apóstolo João como o seu autor. Irineu verifica que Policarpo (Irineu conheceu a Policarpo, e este conheceu o apóstolo João) referiu-se a João, escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado de Domiciano, imperador romano (81-96 d.C.).O livro retrata as circunstâncias históricas do reinado de Domiciano, o qual exigiu que todos os seus súditos lhe chamassem de “Senhor e Deus”. Sem dúvida, o decreto do imperador originou um confronto entre os que se dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que confessavam que somente Jesus era “Senhor e Deus”. Destarte, o livro foi escrito num período- do em que os crentes enfrentavam intensa perseguição por causa de seu testemunho. A tribulação aparece através do contexto do livro de Apocalipse (Ap 1.19; 2.10,13; 7.14-17; 11.7; 12.11,17; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4).

Propósito
O propósito deste livro é tríplice. (1) As cartas às sete igrejas de Apocalipse revelam que ocorriam graves desvios do padrão bíblico da verdade e retidão segundo o NT em muitas igrejas da Ásia. João escreve, da parte de Cristo, para repreender a transigência e pecado dessas igrejas, e chamá-las ao arrependimento e ao seu primeiro amor. (2) Tendo em vista a perseguição resultante do endeusamento do imperador, o livro de Apocalipse foi enviado às igrejas para fortalecer-lhes a fé, firmeza e fidelidade a Jesus Cristo, e encorajar os membros a serem vencedores e permanecerem fiéis até à morte. (3) Finalmente, foi escrito para dar aos crentes de todas as eras a perspectiva divina do férreo conflito entre eles e as forças conjuntas de Satanás, nesta revelação do desfecho da história. O Apocalipse revela principalmente os eventos dos últimos sete anos antes da segunda vinda de Cristo, quando, então, Deus intervirá neste mundo e vindicará seus santos, derramando sua ira sobre o reino de Satanás. A isto seguir-se-á a segunda vinda de Cristo.

Visão Panorâmica
A mensagem profética deste livro flui através de figuras e simbolismos dramáticos, retratando a consumação de toda a mensagem bíblica da redenção. Coloca em destaque o papel de Cristo como o Cordeiro digno, que foi morto (cap. 5) e virá com ira para julgar o mundo e expurgá-lo da iniquidade (6–19). As outras figuras simbólicas salientes deste livro são: o dragão (Satanás), a besta que sai do mar (o Anticristo), a besta que sai da terra (o Falso Profeta) e a Grande Babilônia (o centro do engano e poderio satânicos).Depois do prólogo (1.1-8), há três seções principais no livro. Na primeira seção (1.9—3.22), João tem uma grandiosa visão de Cristo glorificado, no meio de castiçais (igrejas), o qual comissiona João a escrever às sete igrejas da Ásia Menor (1.11,19). Cada carta (2.1—3.22) contém uma descrição simbólica do Senhor exaltado, visto na visão inicial, uma descrição do estado da igreja, elogio ou repreensão, ou ambos, advertência a cinco igrejas, exortação para ouvir e arrepender-se e uma promessa a todos os vencedores. A ênfase no número sete nessa seção indica que as cartas representam uma mensagem plena e coletiva do Senhor glorificado, à igreja em qualquer lugar e em todos os tempos.
A segunda seção principal do livro (4.1—11.19) contém visões de coisas do céu e da terra, concernentes ao Cordeiro e ao seu papel no desfecho da história. Começa com uma visão da majestosa corte celestial, onde Deus está sentado, entronizado em santidade e na luz inacessível (cap. 4). O capítulo 5 focaliza um rolo selado, sobre a consumação escatológica, à destra de Deus, e a seguir, na do Cordeiro, sendo que somente este é digno de romper os selos e revelar-lhe o conteúdo. A abertura dos seis primeiros selos (cap. 6) dá continuação à visão iniciada nos capítulos 4–5, só que agora o cenário se transfere para a terra. Os cinco primeiros selos revelam os juízos divinos dos últimos dias, conducente ao desfecho do fim. O sexto selo anuncia a ira vindoura de Deus. O primeiro evento parentético do livro ocorre no capítulo 7, e trata dos 144.000 selados no limiar da grande tribulação (7.1-8) e da recompensa dos santos no céu, depois desta (7.9-17). Os capítulos 8–9 descrevem a abertura do sétimo selo, revelando outra série de julgamentos, i.e., as sete trombetas. O segundo evento parentético ocorre entre a sexta e a última trombetas. Esse evento inclui o próprio João, um livro pequeno (10.1-11) e duas poderosas testemunhas proféticas, na grande cidade (11.1-14). Finalmente, a sétima trombeta (11.15-19) propicia uma visão antecipada da consumação (v. 15) e, como prelúdio, às cenas finais do mistério de Deus, agora a revelar-se (12–22).A terceira seção principal (12.1—22.5) apresenta um quadro detalhado do grande conflito dos tempos do fim, entre Deus e Satanás. Os capítulos 12 e 13 revelam que os santos na terra enfrentarão uma conspiração terrível da tríade do mal, a saber: (1) o dragão (cap. 12), (2) a besta que sai do mar (13.1-10) e (3) a besta que sai da terra (13.11-18). Os capítulos 14 e 15 são visões para reafirmar aos santos a tribulação, a certeza de que a justiça prevalecerá, pois Deus está prestes a derramar a sua ira final sobre o povo do Anticristo. A revelação detalhada da ira de Deus é vista na série dos sete juízos das salvas ou taças (cap. 16), no julgamento da grande prostituta (cap. 17) e na queda da Grande Babilônia (cap. 18). À essa altura, grande regozijo irrompe no céu, ao ser anunciada a ceia das bodas do Cordeiro e sua noiva (19.1-10).
Contudo, o final ainda está para acontecer. João vê o céu aberto e Cristo saindo, montado num cavalo branco, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, para derrotar a besta e seus aliados (19.11-21). A derrota final de Satanás é precedida da sua prisão por mil anos (20.1-6). Durante esse período, Cristo reina com os seus santos (20.4). A seguir, Satanás é solto por um breve período (20.7-9) e, logo após, lançado no “lago de fogo” por toda a eternidade (20.10). A profecia apocalíptica termina com a cena do julgamento do grande trono branco (20.11-15), a justa condenação dos ímpios (20.14-15; 21.8) e os novos céus e nova terra como a destinação dos santos (21.1—22.5). O livro termina com advertências para que o homem atenda à sua mensagem e obtenha a vida eterna (22.6,7,10-17).

Características Especiais
Oito características principais acham-se no Apocalipse. (1) Ele é o único livro do NT de profecia apocalíptica. (2) Como livro apocalíptico, sua mensagem é expressa através de símbolos de realidades, a respeito de tempos e eventos futuros; ao mesmo tempo, essa mensagem encerra certo enigma ou mistério. (3) Há números com abundância no Apocalipse, inclusive 2, 3, 3 1/2, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 24, 42, 144, 666, 1000, 1260, 7000, 12.000, 144.000, 100.000.000 e 200.000.000. O livro destaca em especial o número sete, que ocorre 54 vezes, simbolizando plenitude total ou plena realização. (4) As visões se destacam no livro, e o cenário frequentemente muda da terra para o céu e daí para a terra. (5) Os anjos estão nitidamente associados às visões, decretos e ordens celestiais. (6) É um livro que revela ser demoníaca a atitude de qualquer governante terreno reivindicar divindade para si, e Jesus Cristo como o Senhor exaltado e o Soberano dos reis da terra (1.5; 19.16). (7) O livro reflete o conteúdo das profecias do AT, sem citá-las formalmente.

Interpretação
Apocalipse é o livro de interpretação mais difícil do NT. Os leitores originais provavelmente entenderam a sua mensagem sem muita dificuldade, porém, nos séculos subsequentes surgiram quatro escolas principais de interpretação deste livro. (1) A escola de interpretação preterista considera que o livro e as suas profecias cumpriram-se no contexto histórico original do império romano, a não ser os capítulos 19–22, que aguardam cumprimento. (2) A interpretação historicista entende que o Apocalipse é uma previsão profética do quadro total da história da igreja, partindo de João até o fim da presente era. (3) A interpretação idealista considera o simbolismo do livro como a expressão de certos princípios espirituais, sem limitação de tempo, concernente ao bem e ao mal, através da história, sem prender-se a eventos históricos. (4) A interpretação futurista considera os capítulos 4–22 como profecias de eventos da história, que ocorrerão somente no fim desta era.

 


CONCLUSÃO

O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS com a presença de JESUS CRISTO cheio e conduzido pelo ESPÍRITO SANTO, pregando, ensinando e curando a todos é uma realidade bíblica.

O avivamento em João mostra JESUS como DEUS vivo e presente. O avivamento em Mateus mostra JESUS como Messias e como rei de seu próprio reino. O avivamento em Marcos mostra JESUS como servo sofredor, porém vencedor. O avivamento em Lucas mostra JESUS como homem cheio do ESPÍRITO SANTO e guiado por Ele.

O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS começa com a promessa da descida do ESPÍRITO SANTO e esse avivamento na Igreja Primitiva se inicia com o derramamento do ESPÍRITO SANTO em Atos 2 sobre cerca de 120 irmãos que falaram em línguas e profetizaram; três mil almas se converteram.

O avivamento nas epístolas paulinas e gerais vem com muita instrução e teologia e no apocalipse vem com revelações do passado, presente e futuro.

APRENDAMOS COM O NOVO TETAMENTO A VIVERMOS AVIVADOS.

 

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 3 - CPAD - REVISTA COMPLETA

 SINÓPSE I - O Novo Testamento mostra o avivamento que a mensagem de Jesus pode revelar ao mundo.

SINÓPSE II - O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra as condições para um avivamento verdadeiro.
SINÓPSE III - O avivamento também é encontrado nas Epístolas e no Apocalipse.

 

 PLANO DE AULA


1. INTRODUÇÃO
Professor(a), nesta terceira lição veremos um panorama geral a respeito do avivamento no Novo Testamento. Percorreremos os Evangelhos, o livro de Atos dos Apóstolos e as Epístolas, concluindo o livro de Apocalipse.
Sabemos que são nos ensinos de Jesus que encontramos a mais poderosa mensagem de Deus para a humanidade, capaz de transformar o mais vil pecador e acender a chama divina do Espírito Santo. Os apóstolos, comissionados pelo Senhor e revestidos de poder, levaram esta mensagem poderosa as nações, pois todo avivamento tem como resultado a conversão de pecadores. Basta ver os textos de Atos dos apóstolos, onde em um só dia três mil pessoas foram convertidas (At 2.41). Deus é imutável e o Novo Testamento nos revela o plano dEle para as nações e o seu desejo de que a Igreja, de maneira avivada, cumpra com a sua missão proclamadora, anunciando o Reino de Deus até que Cristo venha.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar o avivamento nos Evangelhos; II) Saber como se deu o avivamento no livro de Atos dos Apóstolos; III) Conhecer o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse.
B) Motivação: Jesus conferiu aos discípulos e a nós uma missão evangelística e discipuladora (Mt 28.19,20). Para cumprirmos, enquanto Igreja, a nossa missão neste mundo tenebroso, precisamos estar revestidos de poder. Como está o seu nível de relacionamento com o Espírito Santo? Você tem buscado seguir a recomendação bíblica e se encher dEle diariamente (Ef 5.18)?
C) Sugestão de Método: Sente-se com os alunos em círculo. Explique que Jesus tem um compromisso com a sua Igreja e com aqueles que proclamam a sua Palavra. Esse compromisso pode ser visto e mais bem compreendido mediante os milagres e maravilhas realizados por Jesus nos Evangelhos e livro de Atos. Diga que estes tinham o propósito de glorificar o nome de Jesus e expandir o Reino de Deus. Depois, peça a um aluno e uma aluna que citem um milagre narrado no livro de Atos (cura do coxo - At 3.1-9; ressurreição de Dorcas - At 9.36-42; Pedro livre da prisão - At 12.1-12). Em seguida diga que Jesus continua operando milagres e maravilhas, porém, não podemos nos esquecer que o maior milagre e maravilha que podemos presenciar é a conversão de um pecador a Cristo. Você já experimentou esse milagre em sua vida?
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Após apresentar um panorama do avivamento no Novo Testamento, estimule os alunos a refletirem a respeito da maneira como eles têm proclamado o Evangelho, anunciando o Reino de Deus: Tenho cumprido a missão que Cristo me conferiu até que Ele volte? Estou disposto a reconhecer a necessidade de um avivamento? Desejo isso?
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O livro de Atos", para apoio do segundo tópico, apresenta um resumo a respeito deste livro que é uma continuação do Evangelho de Lucas; 2) O texto "Epístolas", para o apoio do terceiro tópico, mostra que o livro de Atos é um relato histórico vital para as epístolas de Paulo e de outros apóstolos.

 

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1 - * Sinóticos
“[Do hb. Besorah; do gr. evangelion, Boas-Novas; do gr. synoptikós] Literalmente, eis o que significa este vocábulo: ‘o que de um só golpe de vista abrange várias coisas’. Assim são chamados os três primeiros Evangelhos. Embora enfoquem a vida de Jesus por diferentes prismas, Mateus, Marcos e Lucas [João não é um sinótico] proporcionam, em virtude de suas semelhanças, uma visão de conjunto da vida, do ministério e da paixão de Jesus Nosso Senhor”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Dicionário Teológico, editada pela CPAD, p.103.

 


Auxílio Bibliológico TOP2 - O livro de Atos
“Lucas escreveu Atos como continuação do seu primeiro livro, o Evangelho de Lucas. O Terceiro Evangelho registra o que Deus realizou através das ações e ensinos de Jesus ungido pelo Espírito Santo, ao passo que Atos enfatiza a continuação da obra de Jesus feita por suas testemunhas capacitadas pelo Espírito. O prefácio de Atos liga este livro ao Evangelho de Lucas e fornece um resumo.
Em Atos 1.1, Lucas se refere ao seu Evangelho como um registro ‘de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar’; ele rememora os eventos principais de Lucas 24: 1) As aparições do Cristo ressurreto aos discípulos; 2) A promessa do batismo com o Espírito Santo, e 3) A ascensão do Cristo ressurreto ao céu.
Atos registra a continuação do ministério de Jesus. Desde o início até à conclusão do seu ministério terreno, tudo o que Jesus fez e disse foi dirigido e capacitado pelo Espírito. O segundo volume de Lucas narra uma história semelhante, que focaliza uma comunidade de discípulos ungidos pelo Espírito que continuam a fazer e ensinar as coisas que Jesus tinha começado a fazer e a ensinar durante seu tempo na terra” (Comentário Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.623,24,).


Auxílio Biológico TOP3 - Epístolas
“O livro de Atos é um relato histórico vital para as epístolas de Paulo e de outros apóstolos. Todas as igrejas para as quais Paulo escreveu epístolas aparecem em Atos. A partir desse livro, tomamos conhecimento das circunstâncias nas quais essas igrejas em particular foram fundadas, o tipo de oposição que elas enfrentaram e sua resposta inicial ao evangelho. Isso torna a leitura dessas epístolas mais fácil e mais rica. Toda a teologia das epístolas de Paulo é teologia aplicada. Em outras palavras, ela representa os princípios do evangelho aplicados a cenários específicos. Entender esses cenários nos ajuda a ler sua teologia e, depois a aplicá-la em nossas próprias circunstâncias.
Apocalipse
O livro de Apocalipse começa com uma declaração da grandiosidade de Deus (1.4-8) e a descrição da visão recebida por seu autor, João (1.3-9, 9-18). O Cristo ressurreto instruiu João a escrever a visão e a enviar cartas para as sete igrejas, fornecendo as mensagens específicas de advertência e de encorajamento (1.19 — 3.22)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.327,401).


REVISANDO O CONTEÚDO
1. Por que o avivamento em João é tratado em primeiro lugar? Porque sua mensagem é a mais objetiva da parte de Cristo para uma missão gloriosa entre os homens.
2. Quais expressões identificam a pessoa de Jesus em Marcos? Servo vencedor sobre as enfermidades, os demônios, as forças da natureza e a morte; servo sofredor e servo triunfante.
3. O que a mensagem do livro de Atos mostra? Mostra que o Evangelho ultrapassou as fronteiras de Israel, chegando aos gentios de maneira impactante e avivada.
4. Para o propósito desta lição, qual apelo do apóstolo Paulo merece ser destacado? Vale destacar o apelo do apóstolo aos efésios: “mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
5. Que princípios as epístolas gerais apontam? Elas revelam princípios que dão suporte à verdadeira vida cristã.

 TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”  (Jo 4.10)

  

VERDADE PRÁTICA

A Palavra de Deus revela raízes de um verdadeiro avivamento espiritual, que perpassa a história.

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 4.7-15

7 - Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 - Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. 9 - Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)? 10 - Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. 11 - Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 12 - És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado? 13 - Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, 14 - mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. 15 - Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.

 

 


INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos um panorama geral a respeito do avivamento no Novo Testamento. Estudaremos o avivamento trazido por Cristo mediante aos homens comissionados por Ele para proclamar a mensagem de Boas-Novas para Israel e o mundo. Desse modo, nosso Senhor trouxe a mais poderosa mensagem que os homens ouviram: a mensagem do Reino de Deus. Os apóstolos do Senhor transmitiram essa gloriosa mensagem por meio de epístolas e livros.

 

Resumo Geral

I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

1- O avivamento em João.

2- O avivamento em Mateus.

3- O avivamento em Marcos.

4- O avivamento em Lucas.

II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

1- O avivamento na Igreja Primitiva.

2- A descida do Espírito Santo.

III – O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE
1- Nas epístolas paulinas.

2- Nas epístolas gerais (ou universais).

3- No livro do Apocalipse.


I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

O Novo Testamento é a revelação última de Deus para o mundo. Abordamos, primeiramente, o avivamento em João, pois sua mensagem é a mais objetiva da parte de Cristo para uma missão gloriosa entre os homens.


1- O avivamento em João.

O Evangelho de João foi escrito entre os anos 80 e 95 d.C. Sua abordagem difere dos outros três evangelistas. Daí não considerarmos esse Evangelho um livro sinótico. *

No encontro de Jesus com a mulher samaritana, uma “água” diferente é revelada aos homens: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). Esse versículo é o resumo da missão redentora de Jesus: Preencher o vazio da alma com a salvação, sanar as necessidades espirituais e emocionais do ser humano. Só Jesus pode fazer isso. Esse encontro entre o Salvador e a mulher samaritana mostra que o fruto da mensagem divina traz vida aos que estão mortos espiritualmente (Cl 2.12,13). Esse é o maior de todos os avivamentos que uma pessoa pode experimentar.


2- O avivamento em Mateus.

O Evangelho de Mateus foi escrito cerca de 60 d.C. É considerado o Evangelho do Reino ou o Evangelho do Rei. As expressões “Reino dos Céus”, “Reino” ou “Reino de Deus” aparecem mais de 30 vezes no texto. O propósito primário de Mateus é revelar aos judeus, e depois ao mundo, que Jesus é o Messias prometido no Antigo Testamento por meio dos profetas.

Assim, Mateus revela o real avivamento que o mundo poderia vivenciar (Mt 4.13-17).


3- O avivamento em Marcos.

No Evangelho de Marcos, Jesus é apresentado como servo em três aspectos. Primeiro, ele mostra Jesus como o servo vencedor sobre as enfermidades, os demônios, as forças da natureza e a morte. Segundo aspecto, o evangelista apresenta Jesus como o servo sofredor, maltratado pelos líderes judaicos, sacerdotes, traído por Judas, um de seus discípulos (Mc 14.10,11), e humilhado pelos soldados romanos (Mc 15.1-20).  

Terceiro, Marcos apresenta Jesus como servo triunfante. A mensagem do anjo às mulheres, que foram ao seu túmulo, afirma: “[...] Já ressuscitou, não está aqui” (Mc 16.6-8). Assim, nosso Senhor foi morto, mas ressuscitou triunfante ao terceiro dia, vencendo a morte, o pecado, o mundo e o Maligno.


4- O avivamento em Lucas.

O Evangelho de Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14), é considerado “o evangelho do Filho do Homem” (Lc 19.10) pelos estudiosos. Nenhum outro evangelista retrata tão bem a humanidade de Jesus. Lucas registra o nascimento singular do Salvador (Lc 2.1-7), bem como a mensagem dos anjos aos pastores (Lc 2.10-14). Um novo tempo que chegava para Israel e o mundo. Era o avivamento enviado dos céus.


II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

A mensagem do livro de Atos transcende a história da Igreja Primitiva.               

Ela mostra que o Evangelho ultrapassou as fronteiras de Israel, chegando aos gentios de maneira impactante e avivada.


1- O avivamento na Igreja Primitiva.

No primeiro capítulo de Atos, o evangelista registra as palavras de Jesus, quando nosso Senhor disse aos apóstolos em sua despedida: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O cumprimento dessa promessa na vida da Igreja seria o maior avivamento ocorrido na história.


2- A descida do Espírito Santo.

O batismo no Espírito Santo, registrado em Atos 2, é o comprimento da promessa de Deus feita em 835 a.C. (Jl 2.28,29). Esse evento trouxe um avivamento espiritual no nascimento da Igreja. Antes da chegada do Espírito Santo, nosso Senhor reuniu os discípulos e deu-lhes “a Grande Comissão” (Mc 16.15-18). Dias depois, receberam o cumprimento da gloriosa promessa, quando foram cheios do Espírito Santo (2.1-3), para executar “a Grande Comissão”.

Para pregar o Evangelho é preciso receber o avivamento que vem do alto.


1- Nas epístolas paulinas.

Após a sua dramática conversão, o apóstolo Paulo passou por uma radical transformação de vida. De perseguidor, Deus o transformou em “pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios” (2 Tm 1.11). Não por acaso, ele escreveu 13 cartas entre igrejas e pessoas. Em suas epístolas destinadas às igrejas, podemos destacar temas como a “justificação pela fé” em Romanos (Rm 5.1); a salvação em 1 e 2 Coríntios; a transformação do corpo por ocasião da volta de Jesus em 1 e 2 Tessalonicenses (1 Ts 4.16,17); o advento da alegria dos salvos em Filipenses (Fp 4.4). Todavia, e especialmente, vale destacar o apelo do apóstolo aos efésios: “mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Esse apelo continua a ecoar atualmente.

 
2- Nas epístolas gerais (ou universais).

As epístolas universais apresentam oito documentos. Aparentemente sem perspectivas avivalistas, elas revelam princípios que dão suporte à verdadeira vida cristã. Essas epístolas revelam a supremacia de Cristo em todas as esferas da vida; o valor da fé e da salvação, acompanhadas de boas obras; o valor da santificação e do amor de Deus derramados nos corações dos salvos. Esses princípios apontam para uma vida cristã avivada.


3- No livro do Apocalipse.

O último livro da Bíblia (90-96 d.C.) traz revelações singulares a respeito dos fins dos tempos: a revelação do Cristo glorificado (Ap 1.1); a revelação de coisas passadas (Ap 1.19); a revelação de coisas em relação à Igreja (Ap 2 e 3); em relação às nações; o Arrebatamento da Igreja, o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), a entrega dos galardões, as Bodas do Cordeiro (Ap 4–22). Depois de sete anos, em que haverá a Grande Tribulação na terra, o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro no céu, Jesus voltará em glória e será visto por todos os habitantes da Terra (Ap 1.7). Ele dará fim à Grande Tribulação e implantará gloriosamente o seu Reino Milenial. Nesse dia, o mundo viverá o maior e o último avivamento da história.


CONCLUSÃO
O Novo Testamento é a revelação de Deus para a sua Igreja e a mensagem de salvação para toda a humanidade. Por isso, ao longo desse divino documento, podemos perceber a vontade de Deus para um avivamento genuíno do seu povo. No geral, o Novo Testamento revela o plano de Deus para o mundo, bem como suas diretrizes para que a Igreja exerça, de maneira avivada, a sua missão na Terra.