Vídeos Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo, 3 partes, 4tr21, Pr Henrique...

Slides Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo, Pr Henrique, EBD NA TV

 













































Escrita Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo, Pr Henrique, EBD NA TV

Home
Estudos
EBD
Discipulado
Mapas
Igreja
Ervália
Corinhos
Figuras1
Figuras2
Vídeos
Fotos
 
Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Apóstolo Paulo - Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a igreja de CRISTO
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique
 
 
 
 
Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo
Vídeo desta Lição - https://ebdnatv.blogspot.com/2021/10/video-completo-licao-4-paulo-vocacao.html
Slides desta Lição - https://ebdnatv.blogspot.com/2021/10/slides-licao-4-paulo-vocacao-para-ser.html
 
 
TEXTO ÁUREO
“Paulo, chamado pela vontade de DEUS para ser apóstolo de JESUS CRISTO.” (1 Co 1.1)
 
 
VERDADE PRÁTICA
DEUS chama pessoas para realizar grandes feitos no reino divino.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gl 1.15 Um chamado pela presciência de DEUS
Terça - At 9.15,16 Paulo, um vaso escolhido de DEUS
Quarta - At 9.17; 1 Co 14.18 Paulo na dimensão do ESPÍRITO
Quinta - At 22.14 DEUS o escolhe de antemão para fazer a sua vontade
Sexta - Ef 1.1 Paulo, separado para ser apóstolo
Sábado - Gl 1.17,18 A escola do deserto na Arábia
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 9.15-22; Gálatas 1.11-18
Atos 9
15 - Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. 16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 17 - E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor JESUS, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do ESPÍRITO SANTO. 18 - E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado. 19 - E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. 20 - E logo, nas sinagogas, pregava a JESUS, que este era o Filho de DEUS. 21 - Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?  22 - Saulo, porém, se esforçava muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o CRISTO.
Gálatas 1
11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, 12 - porque não o recebi de homem algum, mas pela revelação de JESUS CRISTO. 13 - Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de DEUS e a assolava. 14 - E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 - Mas, quando aprouve a DEUS, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, 16 - revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 17 - nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.


PONTO CENTRAL - DEUS chama para a sua obra.

Lição 4, Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo
I – O PONTO DE PARTIDA PARA A VOCAÇÃO DE PAULO
1. Chamada e presciência divina.
2. Um ministério na plenitude do ESPÍRITO.
3. DEUS mudou o nome de Saulo para Paulo?
II – UMA VOCAÇÃO EFETIVADA PELO CRISTO RESSURRETO
1. Saulo viu o esplendor glorioso do CRISTO ressurreto (At 9.3-6).
2. Uma vocação inevitável para o apostolado entre os gentios.
3. A vocação mudou o rumo da vida de Saulo.
III – VOCAÇÃO DE PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO
1. A ida para o deserto.
2. As lições do deserto.
3. Mais lições do deserto.
 
 
 
 
 
Observações Iniciais:
O apóstolo Paulo não passou 3 anos na Arábia. Foi a Arábia, muito provavelemnte ao Monte Horebe, que ficava na cadeia montanhosa do Sinai, do lado Árabe, na Terra de Midiã, onde viveu e se casou Moisés, tendo ali também recebido a Lei. Paulo disse que saiu de Damasco, foi a Arábia e depois voltou a Damasco. Três anos depois disto foi a Jerusalém, onde pssou 15 dias com Pedro e viu também a Tiago, irmao de JESUS, que agora também era apóstolo. Paulo, na certa, pensou: Se Moisés falou com DEUS no Monte Horebe, na Arábia, então eu também vou até lá falar com DEUS. E falou mesmo. Ali JESUS lhe revelou várias coisas, como por exemplo, sobre a Santa Ceia: Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 1 Coríntios 11:23.
 
Aqui, o texto Bíblico.
nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:17-19
 
Existem apóstolos hoje  na Igreja, só naõ são reconhecidos e mantidos adequadamente. São aqueles que desbravam lugares onde nunca ouviram a pregação do evangelho legítimo, abrem igrejas e as coordenam instituindo líderes para cada uma delas. Estes apóstolos também instruiem e doutrinam seus membros. São homens cheios do ESPÍRITO SANTO com sinais, prodígios e maravilhas acontecendo em seus ministérios.
 
O apóstolo Paulo deu dica de como saber se alguém é apóstolo: Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas. 2 Coríntios 12:12.
Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. 1 Coríntios 9:2
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-dem-2tr21-O%20Minist%C3%A9rio%20de%20Ap%C3%B3stolo.html - Veja subsídio do ministério apóstolo nos dias atuais, assim como dias de Paulo.
 
 
CHAMAR
Embora a palavra “chamar” tenha muitas aplicações comuns nas Escrituras, sua principal importância é a de ser um termo especificamente teológico. A forma verbal (kaleo), quando usada tecnicamente, se refere à chamada de Deus aos homens para participar da bênção da redenção. Seus benefícios podem ser descritos como a chamada de Deus à sua glória (1 Pe 5.10; 2 Pe 1.3); à vida eterna (1 Tm 6.12); à comunhão com o seu Filho (1 Co 1.9) e das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9).
A chamada depende do propósito de Deus (Gl 1.15), estabelecido através da dádiva de sua graça (Gl 1.6,15) e alcança os homens através da proclamação do Evangelho (2 Ts 2.14) tornando-se, dessa maneira, a única esperança de salvação para a humanidade (Ef 4.4). A chamada está dirigida não só à salvação do homem como também ao seu comportamento. Assim, os cristãos são chamados não só à pureza, mas à santificação (1 Ts 4.7), à liberdade (Gl 5.13) e a viver em paz (Fl 4.7).
O termo “chamada”, como substantivo, (klesis), aparece no NT exclusivamente em um sentido técnico. O convite é para entrar no reino de Deus, para recebê-lo como uma dádiva e um bem. Incluída nesse convite está uma decisiva ênfase na soberana iniciativa de Deus que nos enviou seu filho para dar a vida por nós. "que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade". 1 Timóteo 2:4
“Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Porque vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. (1 Coríntios 1:25-31” cf. Ef 4.4). Mas essa Divina chamada exige, da mesma forma, uma resposta do homem. “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2 Pe 1.10). "Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação e cumpra todo desejo da sua bondade e a obra da fé com poder"; 2 Tessalonicenses 1:11.

A chamada pode ser considerada como vinda do céu! (Hb 3.1) e uma luta santa, desejando a vida celestial (Fp 3.14). É, também, um santo convite - "que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho, para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia". 2 Timóteo 1:9-12  - que está aberto a toda raça humana, mas exige fé daqueles que ouvem o evangelho (Ef 1.13 e 2.8 - Ouvir o evangelho e crêr para receber o ESPÍRITO SANTO, ou seja, a salvação - A fé é exigida - em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; Efésios 1:13 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8,9).
O adjetivo verbal “chamado” (kletos) é usado de duas maneiras. Na maioria dos casos ele tem em vista o chamado à salvação (como em Rm 1.6,7; 1 Co 1.24; Jd 1; Ap 17.14).
O termo Apóstolo aparece com nova dimensão em Romanos 1.1 e em 1 Coríntios 1.1 onde a chamada se torna efetiva em termos de um ofício - “chamado para ser apóstolo” - αποστολος - apóstolos - 1) um delegado, mensageiro, alguém enviado com ordens - 1a) Primeiro colegiado apostólico especificamente aplicado aos doze apóstolos de Cristo - 1b) num sentido mais amplo aplicado a outros apóstolos da igreja que surgiram após os primeiros apóstolos - cristãos eminentes 1b1) Barnabé; 1b2 Paulo; 1b3) Tiago, irmão de JESUS; 1b4 Andronico; 1b5 Júnia,; 1b46 Timóteo e 1b7 Silvano. Veja e confira nas passagens bíblicas a seguir:
Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando Atos 14:14
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo: 2 Tessalonicenses 1:1
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, Colossenses 1:1
para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios; 2 Timóteo 1:11
Rm 16:7 Saudai a Andrónico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em CRISTO.
1Corintios cap. 15 e vers. 5 diz: e foi visto por Cefas e depois pelos DOZE, e no versículo 8 Paulo diz que JESUS apareceu a ele próprio por último (fazendo distinção dos 12), indicando que JESUS apareceu primeiro aos 12 no verso 5.
A quem Paulo se referiu em respeito aos 12?
Paulo aparece no verso 8 como distinto dos 12, então a resposta é óbvia, não era Judas Iscariotes pois ele não viu o CRISTO ressurreto e se perdeu, suicidando-se, portanto Matias viu, e quando Paulo fala que os 12 viram, já haviam feito a substituição de Judas por Matias, pelo motivo de se referir aos 12 e não aos 11, Paulo reconheceu ser Matias dos 12.
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Efésios 4:11
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-dem-2tr21-O%20Minist%C3%A9rio%20de%20Ap%C3%B3stolo.html - Veja subsídio do ministério apóstolo nos dias atuais, assim como dias de Paulo.
E a parábola de Mateus sobre a festa de casamento (“porque muitos são chamados [kletos], mas poucos escolhidos [eklektoi]״ Mt 22.14) que encerra o texto com maior dificuldade. Ao contrário da prática encontrada em outras situações (veja especialmente Ap 17.14 e também Rm 8.28ss), os eleitos são aqui diferenciados daqueles que são chamados. A despeito da advertência de K. L. Schmidt, de que desconhecemos as palavras escritas em aramaico que estão por trás deste texto (TWNT, III, 496), o contexto fornece um claro suporte a essa distinção. A tensão dialética da qual o verso está falando, não pode ser situada no fato de que em alguns casos muitos serão chamados, enquanto em outros casos apenas alguns poucos o serão, como afirma Schmidt. E mais provável que muitos serão convidados, mas poucos serão aceitos. O que o texto está afirmando é que Deus, por ser aquele que está convidando, tem a especial prerrogativa de qualificar os que podem comparecer. O propósito dessa elocução não é proporcionar conforto aos poucos que foram escolhidos. Nessa parábola, o chamado a muitos foi estendido e recusado. Aqueles que serão reunidos foram homens originalmente deixados de lado. Mas nem estes ficarão isentos de julgamento. Cada um deve ter as suas vestes de casamento para ser aceito (escolhido).
Essa parábola é uma advertência. Ela reitera o que já foi dito anteriormente em Mateus (cf. Mt 5.20) e, particularmente, o que faz parte do contexto imediato. Na parábola da vinha, que a precedeu, a conclusão é que ele “arrendará a vinha a outros lavradores, que, a seu tempo, lhe dêem os frutos... Portanto, eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21.41,43).
Em Mateus 23.3, esse tema contínua na condenação que o Senhor Jesus proferiu contra os fariseus que pregavam a justiça, mas não a praticavam. O mérito consiste não em ser um dos poucos, mas em possuir uma justiça que seja aceitável a Deus.
Dicionário Bíblico Wycliffe (com alguns acréscimos do Pr. Henrique)
 
 
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO (BEP - CPAD)
Ef 1.4,5 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
ELEIÇÃO. A escolha por Deus daqueles que crêem em Cristo é uma doutrina importante (ver Rm 8.29-33; 9.6-26; 11.5, 7, 28; Cl 3.12; 1Ts 1.4; 2Ts 2.13; Tt 1.1). A eleição (gr. eklegoe) refere-se à escolha feita por Deus, em Cristo, de um povo para si mesmo, a fim de que sejam santos e inculpáveis diante dEle (cf. 2Ts 2.13). Essa eleição é uma expressão do amor de Deus, que recebe como seus todos os que recebem seu Filho Jesus (Jo 1.12). A doutrina da eleição abarca as seguintes verdades:
A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. Deus nos elegeu em Cristo para a salvação (1.4; ver v. 1, nota). O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus. A respeito de Jesus, Deus declara: “Eis aqui o meu servo, que escolhi” (Mt 12.18; cf. Is 42.1,6; 1Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé.
A eleição é feita em Cristo, pelo seu sangue; “em quem [Cristo]... pelo seu sangue” (1.7). O propósito de Deus, já antes da criação (1.4), era ter um povo para si mediante a morte redentora de Cristo na cruz. Sendo assim, a eleição é fundamentada na morte sacrificial de Cristo, no Calvário, para nos salvar dos nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).
A eleição em Cristo é em primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um povo (1.4,5, 7, 9; 1Pe 1.1;
. Os eleitos são chamados “o seu [Cristo] corpo” (1.23; 4.12), “minha igreja” (Mt 16.18), o “povo adquirido” por Deus (1Pe 2.9) e a “noiva” de Cristo (Ap 21.9). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao corpo de Cristo, a igreja verdadeira (1.22,23; ver Robert Shank, Elect in the Son (Eleitos no Filho). É uma eleição como a de Israel no AT (ver Dt 29.18-21 nota; 2Rs 21.14 nota; ver o estudo O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS).
A eleição para a salvação e a santidade do corpo de Cristo são inalteráveis. Mas individualmente a certeza dessa eleição depende da condição da fé pessoal e viva em Jesus Cristo, e da perseverança na união com Ele. O apóstolo Paulo demonstra esse fato da seguinte maneira: (a) O propósito eterno de Deus para a igreja é que sejamos “santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4). Isso se refere tanto ao perdão dos pecados (1.7) como à santificação e santidade. O povo eleito de Deus está sendo conduzido pelo Espírito Santo em direção à santificação e à santidade (ver Rm 8.14; Gl 5.16-25). O apóstolo enfatiza repetidas vezes o propósito supremo de Deus (ver 2.10; 3.14-19; 4.1-3, 13,14; 5.18). (b) O cumprimento desse propósito para a igreja como corpo não falhará: Cristo a apresentará “a si mesmo igreja gloriosa... santa e irrepreensível” (5.27). (c) O cumprimento desse propósito para o crente como indivíduo dentro da igreja é condicional. Cristo nos apresentará “santos e irrepreensíveis diante dele” (1.4), somente se continuarmos na fé. A Bíblia mostra isso claramente: Cristo irá “vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé e não vos moverdes da esperança do evangelho” (Cl 1.22,23).
A eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16,17; 1Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb
, e torna-se uma realidade para cada pessoa consoante seu prévio arrependimento e fé, ao aceitar o dom da salvação em Cristo (2.8; 3.17; cf. At 20.21; Rm 1.16; 4.16). Mediante a fé, o Espírito Santo admite o crente ao corpo eleito de Cristo (a igreja) (1 Co 12.13), e assim ele torna-se um dos eleitos. Daí, tanto Deus quanto o homem têm responsabilidade na eleição (ver Rm 8.29 nota; 2Pe 1.1-11).
A PREDESTINAÇÃO. A predestinação (gr. proorizo) significa “decidir de antemão” e se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. A eleição é a escolha feita por Deus, “em Cristo”, de um povo para si mesmo (a igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de Deus (todos os crentes genuínos em Cristo).
Deus predestina seus eleitos a serem: (a) chamados (Rm 8.30); justificados (Rm 3.24; 8.30); (c) glorificados (Rm 8.30); (d) conformados à imagem do Filho (Rm 8.29); (e) santos e inculpáveis (1.4); (f) adotados como filhos (1.5); (g) redimidos (1.7); (h) participantes de uma herança (1.14); (i) para o louvor da sua glória (1.12; 1Pe 2.9); (j) participantes do Espírito Santo (1.13; Gl 3.14); e (l) criados em Cristo Jesus para boas obras (2.10).
A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de Cristo (i.e., a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quando inclusos neste corpo mediante a fé viva em Jesus Cristo (15, 7, 13; cf. At 2.38-41; 16.31).
RESUMO. No tocante à eleição e predestinação, podemos aplicar a analogia de um grande navio viajando para o céu. Deus escolhe o navio (a igreja) para ser sua própria nau. Cristo é o Capitão e Piloto desse navio. Todos os que desejam estar nesse navio eleito, podem fazê-lo mediante a fé viva em Cristo. Enquanto permanecerem no navio, acompanhando seu Capitão, estarão entre os eleitos. Caso alguém abandone o navio e o seu Capitão, deixará de ser um dos eleitos. A predestinação concerne ao destino do navio e ao que Deus preparou para quem nele permanece. Deus convida todos a entrar a bordo do navio eleito mediante Jesus Cristo.
 
 
O termo grego apostolos vem do verbo apostellein, “enviar”, “remeter”. O substantivo e o verbo são usados pela LXX para traduzir o hebraico shalah e seus derivativos. Estas palavras gregas e hebraicas são ocasionalmente usadas para mensageiros com ênfase naquele que envia, de forma que o agente se toma uma extensão da personalidade e da influência do mestre (Gn 45.4-8; 1 Rs 14.6). K. H. Rengstorf, T. W. Manson e outros tentaram rastrear a palavra do NT e chegar ao termo judaico shaliah (usado em relação a um representante cujas funções não podem ser transferidas; representante da autoridade religiosa, seja de um indivíduo ou de um grupo; agente de Deus). A palavra Apostolos, usada para “mensageiro” ou “agente”, também é encontrada no grego clássico (Heródoto i.21; v. 38; cf. Eurípedes, Iphigeneia in Aulis, 688). No NT a palavra “apóstolo” é usada tanto em um sentido amplo quanto estrito. Todo apostolado é centrado em Jesus, que é o Apóstolo (Hb 3.1-6) enviado por Deus para ser o Salvador do mundo (1 Jo 4.14). Embora João não use o substantivo, ele freqüentemente usa o verbo e descreve as funções do Senhor Jesus como o Apóstolo de Deus. Ele foi enviado por Deus (Jo 7.28,29; 8.42) para falar as palavras de Deus (3.34), para fazer as obras (5.36; 6.29) e a vontade (6.38) de Deus, para revelar a Deus (5.37-47), para dar a vida eterna (17.2,3). Todo o apostolado subseqüente tem seu centro em Deus através de Jesus Cristo (Jo 17.18-26; 20.21-23) e é mediador de Cristo em palavra e pessoa (Mt 10.40; Lc 10.16).
Mateus e Marcos usam o termo “apóstolo” apenas uma vez para se referirem aos doze que foram enviados em uma viagem missionária (Mt 10.2; Mc 6.30). Aqui, este termo designa uma função ao invés de uma posição. Durante o ministério de Jesus, os doze não eram, a princípio, mensageiros, mas, homens selecionados que foram iniciados no reino vindouro e, portanto, consideravam seu dever conclamar o povo de Israel ao arrependimento e, em última análise, julgá-lo (Mt 19.28-30).
Lucas, freqüentemente, e quase que exclusivamente, chama os doze de “apóstolos” (Lc 6.13; 9.10; 17.5; 22.14; 24.10; Act 1.26; 2.43; 4.35,37; 5.2,12,18; 8.1. Exceções: Lc 11.49; Act 14.4,14). Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de Jesus na terra e conseqüentemente testificaram que Jesus era o Senhor ressurrecto (Lc 24.45-48; 1 Jo 1.1- 3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em Act 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14- 16; Act 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19.
Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por Jesus, Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17,1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de Jesus e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério de Jesus, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1).
Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15- 18). O Cristo ressurrecto fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição, apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.46- 48), e completou o processo com o envio do Espírito Santo no Pentecostes (Lc 24.49; Act 1.1-8; 2.1-13). No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (Act 6.1-6; 15.4). O apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (Act 10.1-11.18), Tiago o substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.
Paulo usa o termo “apóstolo” em um sentido amplo para um mensageiro ou agente (2 Co 8.23; Fp 2.25; e possivelmente em Rm 16.7). Este uso mais amplo tornou possível falar de falsos apóstolos (Ap 2.2). Geralmente, porém, Paulo usa a palavra para um grupo de testemunhas que havia visto o Senhor ressurrecto e que havia recebido um chamado específico para um apostolado. Este grupo era maior que os doze (Act 15.5,6). Incluído neste grupo estava Tiago, o irmão do Senhor (Act 15.13; Gl 1.19), Paulo (Rm 1.1; 1 Co 1.1; 9.1,2; 15.8-10; Gl 2.7,8), provavelmente Barnabé (1 Co 9.1-6; Gl 2.9; cf. Act 14.4.14), e possivelmente outros (Rm 16.7). No entanto, o Senhor ressurrecto, de quem Paulo se tornou uma testemunha é idêntico ao Jesus histórico de quem os doze também testemunharam. Conseqüentemente, a proclamação de Paulo deve ser idêntica à dos doze (1 Co 15.11; Gl 1.18; 2.7-10; cf. Act 15).
João enfatiza a obra do Espírito que testemunha através das palavras dos apóstolos (Jo 15.26,27). Através da pregação do Evangelho, Jesus Cristo, o Senhor ressurrecto, é contemporâneo aos ouvintes, e os coloca no mesmo patamar das testemunhas oculares (cf. 1 Co 3.21-23).
Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de Deus e santos que usam seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1 Pe 2.9; Ap 1.6; 5.8,10; 7.3) e, como os apóstolos, são mediadores de Cristo Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap 3.21).
Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma e os arautos do fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua igreja (Ef 2.20; Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de Cristo para a sua igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por Deus na igreja (1 Co 12.28,29).
Para detalhes sobre os doze, veja os tópicos que trazem o nome de cada um, incluindo Matias. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
Atos 9
15 - Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. 16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 17 - E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor JESUS, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do ESPÍRITO SANTO. 18 - E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado. 19 - E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. 20 - E logo, nas sinagogas, pregava a JESUS, que este era o Filho de DEUS. 21 - Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes?  22 - Saulo, porém, se esforçava muito mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o CRISTO.
 
JESUS não aceita a objeção de Ananias (vv. 15,16): “Tu não precisas me dizer como Saulo foi mau, pois Eu o conheço muito bem. Mas vai por teu caminho a toda pressa e lhe dá toda ajuda que puderes, porque este é para mim um vaso, ou “instrumento” (versão RA), escolhido (v. 15). Eu tenho confiança nele, portanto não há necessidade de teres medo dele”. Ele era um vaso no qual o tesouro-evangelho deveria se instalar para servir de veículo para muitos. Era um vaso de barro (2 Co 4.7), mas um vaso escolhido. O vaso que DEUS usa, Ele mesmo escolhe. É justo que Ele mesmo escolha os instrumentos que Ele usa: Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós (Jo 15.16). Ele é um vaso de honra, e não deve ser negligenciado em atual penúria, nem jogado fora como um vaso quebrado e imprestável ou um vaso no qual não há prazer. Saulo é nomeado: (1) Para prestar serviços eminentes: Levar o meu nome diante dos gentios (v. 15). Ele será o apóstolo dos gentios, levando o evangelho às nações pagãs. O nome de JESUS é o padrão pelo qual as almas devem ser reunidas e sob o qual devem ser registradas, e Saulo é o portador-padrão. Ele tem de levar o nome de JESUS para testemunhar de JESUS perante reis, o rei Agripa e o próprio César, e perante os filhos de Israel, embora muitos já estivessem ocupados trabalhando entre eles. (2) Para ter sofrimentos eminentes: Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome (v. 16). Aquele que fora perseguidor agora ele mesmo será perseguido. O fato de JESUS mostrar isso para Saulo dá a entender, talvez, que Ele o conduzirá a estas provações, como diz Salmos 60.3: Fizeste ver ao teu povo duras coisas. Ou Ele o avisa sobre estes acontecimentos futuros para que ele não se surpreenda quando acontecerem. Note que os que levam o nome de JESUS terão de levar a cruz pelo seu nome. Os que fazem mais por JESUS são chamados a padecer mais por Ele. Saulo tem de padecer grandes coisas (subentendido na palavra quanto). Há quem pense que estas palavras eram um consolo vazio para um recém-convertido. Mas é o mesmo que dizer a um soldado de espírito corajoso e valente, quando ele se alista, que em breve ele entrará em ação no campo de batalha. Os sofrimentos de Saulo por CRISTO redundarão muitíssimo para a honra de CRISTO e para o serviço da igreja. Serão sofrimentos muito bem equilibrados com as consolações espirituais e recompensados com a glória eterna, que de modo nenhum lhe é desanimador ficar sabendo de antemão quanto ele tem de sofrer pelo nome de CRISTO.
III
Comissionado por JESUS para encontrar-se com Saulo, Ananias parte imediatamente e obtém bons resultados. Ele levantara objeções para encontrar-se com ele, mas, quando cada uma delas lhe foi respondida, retira-as e não insiste mais nelas. Quando as dificuldades são afastadas, o que temos de fazer é continuar o nosso trabalho e não ficar presos a objeções.
1. Ananias entregou sua mensagem para Saulo (v. 17). Provavelmente o achou na cama e o tratou como paciente. (1) Ananias impôs as mãos sobre Saulo (v. 17). Conforme a promessa de JESUS, um dos sinais que seguiriam os que cressem era que eles poriam as mãos sobre os enfermos e os curariam (Mc 16.17,18). Foi com essa intenção que Ananias impôs as mãos sobre ele. Saulo foi a Damasco para pôr mãos violentas sobre os discípulos de JESUS, mas aqui um discípulo de JESUS põe mãos curadoras e ajudadoras sobre ele. Os homens sanguinários aborrecem aquele que é sincero, mas os retos procuram o seu bem (Pv 29.10). (2) Ananias chamou Saulo de irmão (v. 17), porque ele foi feito participante da graça de DEUS, embora ainda não fosse batizado. Sua prontidão em reconhecê-lo como irmão lhe deu a entender a prontidão de DEUS em reconhecê-lo como filho, mesmo que ele tivesse sido blasfemo de DEUS e perseguidor dos seus filhos. (3) Ananias realiza sua missão da mesma mão que agarrara Saulo no caminho e que agora o mantinha em custódia. “Aquele mesmo Senhor JESUS, que te apareceu no caminho por onde vinhas (v. 17) e te convenceu do pecado de persegui-lo, me enviou agora para te consolar.” Una eademque manus vulnus opemque tulit – A mão que feriu cura. “Sua luz te deixou cego, mas Ele me enviou a ti para que tornes a ver, pois o propósito não era cegar teus olhos, mas os encantar para que visses as coisas por outra luz. Aquele que pôs barro em teus olhos me enviou para que tu os lavasses a fim de que eles sejam curados.” Ananias poderia entregar sua mensagem a Saulo muito apropriadamente nas palavras do profeta Oséias: Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele (Os 6.1,2). Não serão mais aplicados agentes corrosivos, mas agentes lenitivos. (4) Ananias garante a Saulo que ele não só terá sua visão restabelecida, mas será cheio do ESPÍRITO SANTO (v. 17). Já que ele será apóstolo, não deve em nada ficar atrás do principal dos apóstolos. Ele tem de receber o ESPÍRITO SANTO imediatamente, e não, como os outros, pela interposição dos apóstolos. O fato de Ananias impor as mãos sobre ele, antes de ele ser batizado, tem como alvo conceder o ESPÍRITO SANTO.
2. Ananias viu de dois modos os bons resultados da sua missão. (1) No favor de JESUS para com Saulo. Pela palavra de Ananias, Saulo foi liberado da prisão através do restabelecimento da visão. A missão de JESUS de abrir a prisão aos presos (Is 61.1) é explicada pela doação de visão aos cegos (Lc 4.18; Is 42.7). A missão de JESUS é abrir os olhos dos cegos e tirar os prisioneiros da prisão. Saulo é libertado do espírito de escravidão pelo recebimento da visão, que foi representado pela queda imediata e instantânea de umas escamas dos seus olhos (v. 18). A cura foi súbita para mostrar que foi milagrosa. Isto significava sua recuperação: [1] Da escuridão do seu estado não convertido. Quando Saulo perseguia a igreja de DEUS e andava no espírito e caminho dos fariseus, ele era cego. Ele não via o significado da lei ou do evangelho (Rm 7.9). JESUS disse muitas vezes aos fariseus que eles eram cegos e que não podia conscientizá-los disso. Eles diziam: Vemos (Jo 9.41). Saulo é salvo da sua cegueira farisaica, conscientizando-se dela. Note que a graça convertedora abre os olhos da alma e faz as escamas caírem, abrindo os olhos dos homens e os tirando das trevas para a luz (Atos 26.18). Com essa finalidade, Saulo foi enviado aos gentios, para a pregação do evangelho; por isso, ele tem de experimentá-lo primeiro. [2] Da escuridão dos seus terrores presentes, sob o medo da culpa que lhe pesava a consciência, e sob a ira de DEUS contra ele. Essa situação o deixou totalmente aturdido durante os três dias que ficou cego, como Jonas durante os três dias que ficou no ventre do inferno. Mas agora umas escamas caíram dos seus olhos (v. 18), as nuvens se dispersaram e o Sol da justiça nasceu em sua alma, trazendo-lhe cura debaixo das suas asas (Ml 4.2). (2) Na sujeição de Saulo a JESUS. Ele foi batizado e, desse modo, submeteu-se ao governo de CRISTO e se dispôs na graça de CRISTO. Assim ele entrou na escola de CRISTO, passou a fazer parte de sua família, alistou-se sob sua bandeira e se uniu a Ele incondicionalmente. A guerra foi ganha: acabou. Agora Saulo é discípulo de JESUS, que não só deixa de lhe fazer oposição, mas se dedica inteiramente ao seu serviço e honra.
IV
A boa obra começada em Saulo é continuada maravilhosamente. Este cristão recém-nascido, embora parecesse um nascido fora de tempo (1 Co 15.8, versão RA), em pouco chegará à maturidade.
1. Saulo recebeu sua força física (v. 19). Ele jejuara por três dias, o que, somado ao grande peso que por todo aquele tempo estava sobre seu espírito, o deixara muito fraco. Mas, tendo comido, ficou confortado (v. 19), ou “depois de ter-se alimentado, sentiu-se fortalecido” (versão RA). O Senhor é para o corpo (1 Co 6.13), por isso devemos cuidar do corpo e mantê-lo em boas condições. Assim, ele será adequado para servir à alma que serve a DEUS, e CRISTO será nele engrandecido (Fp 1.20).
2. Saulo se associou com os discípulos que estavam em Damasco, entrou em contato com eles, conviveu com eles, participou de suas reuniões e esteve em comunhão com eles. Recentemente, respirara ameaças e mortes contra eles, mas agora respira amor e afeto. Agora morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará (Is 11.6). Note que os que recebem DEUS por seu DEUS recebem o seu povo por seu povo. Saulo se associou com os discípulos, porque agora via amabilidade e excelência neles, porque os amava e achava que aumentou em conhecimento e graça convivendo com eles. Desse modo, fez confissão da sua fé cristã e abertamente se declarou discípulo de CRISTO, associando-se com os que eram os seus discípulos.
3. Saulo pregou JESUS [...] nas sinagogas (v. 20). Ele teve um chamado extraordinário e uma qualificação ímpar para pregar JESUS, pois DEUS lhe revelou seu Filho imediatamente para que ele o pregasse (Gl 1.15,16). Ele estava tão cheio do próprio CRISTO que o ESPÍRITO em seu interior o constrangia (Jó 32.18) a pregar aos outros, e, como Eliú, a falar para se desafogar (Jó 32.20, versão RA). Observe: (1) Onde Saulo pregava: Ele pregava [...] nas sinagogas dos judeus (v. 20), porque o evangelho tinha de ser oferecido primeiramente aos judeus. As sinagogas eram lugares de encontro, onde eles se reuniam. Lá costumavam pregar contra CRISTO e castigar seus discípulos. O próprio Saulo os castigara muitas vezes por todas as sinagogas (Atos 26.11). Justamente por isso, ele teria de enfrentar os inimigos de JESUS lá, onde seriam mais ousados – e confessaria abertamente o cristianismo onde teria maior oposição. (2) O que Saulo pregava: Ele pregava a JESUS (v. 20). Quando começou a ser pregador, ele fixou esta máxima por seu princípio ao qual se manteve firme desde então: Não nos pregamos a nós mesmos, mas a CRISTO JESUS, o Senhor (2 Co 4.5); nada mais que JESUS CRISTO e este crucificado (1 Co 2.2). Ele pregava CRISTO, o Filho de DEUS, seu Filho amado, em quem Ele se comprazia. (3) Como as pessoas foram afetadas pela conversão de Saulo: “Todos os que o ouviam estavam atônitos e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome? (v. 21). Agora é ele que invoca este nome, persuade outros a invocá-lo e fortalece as mãos dos que o fazem”. Quantum mutatus ab illo – Oh! Que mudança! Está também [Saulo] entre os profetas? (1 Sm 10.11). Mas ele não veio até aqui com este propósito: prender todos os cristãos que encontrar para os levar cativos aos principais dos sacerdotes? (v. 21). Sim, veio. Quem teria imaginado que ele algum dia pregaria JESUS CRISTO? Indubitavelmente, muitos viam como forte confirmação da verdade do cristianismo o fato de alguém, que fora perseguidor notório do evangelho, tornar-se, de uma hora para outra, pregador inteligente, estrênuo e pleno do evangelho. Este milagre no espírito de tal homem excedia em magnitude os milagres no corpo físico. Dar a um homem semelhante coração diferente era mais que dar aos homens o dom de falar em outras línguas.
4. Saulo rebateu e confundiu os que eram contra a doutrina de CRISTO (v. 22). Ele se tornou notável não só no púlpito, mas também nas escolas e se mostrou sobrenaturalmente habilitado para pregar a verdade, mantê-la e defendê-la, quando a pregava. (1) Saulo aumentou em força. Ele se tornou mais estreitamente familiarizado com o evangelho de CRISTO, e os seus sentimentos piedosos se fortaleceram. Ele se tornou ainda mais corajoso, ousado e resoluto na defesa do evangelho: Ele se esforçava muito mais (v. 22) por causa das criticas que lhe lançavam (v. 21). Seus novos amigos o censuraram por ter sido perseguidor, e seus velhos amigos o censuravam por agora ser um renegado. Mas Saulo, em vez de se desanimar por causa dessas observações sobre sua conversão, deixava-se incentivar ainda mais, achando que eram recursos imediatos mais do que suficientes para responder o que dissessem dele. (2) Saulo venceu seus antagonistas e confundiu os judeus que habitavam em Damasco (v. 22). Ele os silenciou e os envergonhou, respondendo plenamente suas objeções para o contentamento de todas as pessoas indiferentes, e os assediou com argumentos para os quais eles não sabiam o que responder. Ao mesmo tempo, em todos os discursos com os judeus, ele provava que esse JESUS era o CRISTO, o Ungido de DEUS, o verdadeiro Messias prometido aos pais. Ele estava provando, symbibazon – afirmando e confirmando, ensinando com persuasão. Temos razão em pensar que ele foi o instrumento para converter muitos à fé cristã e para edificar a igreja em Damasco, para onde ele fora com o propósito de causar dano. Assim, do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte (Jz 14.14).
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 

 
Gálatas 1
11 - Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, 12 - porque não o recebi de homem algum, mas pela revelação de JESUS CRISTO. 13 - Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de DEUS e a assolava. 14 - E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 - Mas, quando aprouve a DEUS, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, 16 - revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 17 - nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias.
 

Acerca da maneira como recebeu o evangelho que pregou a eles. Ele lhes assegura (vv. 11,12) que não o tinha recebido de outros, mas pela revelação do céu. Uma coisa peculiar na posição de um apóstolo era ter sido chamado e instruído para esse ofício diretamente por CRISTO. E ele prova a autenticidade do seu ofício, independentemente do que seus inimigos alegavam. Em ministros comuns, quando recebem o chamado para pregar o evangelho, isso ocorre pela mediação de outros. Eles recebem seu conhecimento pela instrução e auxílio deles. Mas Paulo os informa que recebera seu conhecimento do evangelho, bem como sua autoridade para pregá-lo, diretamente do Senhor JESUS. O evangelho que pregava “...não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum”, mas pela inspiração imediata, ou revelação de CRISTO. Ele procurou deixar isso claro, para provar que era apóstolo. Para esse propósito:
1. Ele descreve a sua instrução, e o que fazia (vv. 13,14). De um modo especial, ele lhes diz que foi criado na religião judaica, e que “...na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições...” dos anciãos, doutrinas e costumes que tinham sido inventados pelos “...meus pais”, e transmitidos de uma geração a outra. Seu zelo era tão grande que “...sobremaneira perseguia a igreja de DEUS e a assolava”. Ele não só tinha sido alguém que rejeitava a religião cristã, apesar das diversas provas quanto à sua origem divina, mas também tinha sido um perseguidor dela, e tinha buscado destruir os adeptos dela com violência e fúria. Paulo menciona esse aspecto com freqüência, por causa da grandiosidade dessa graça livre e preciosa que o tornou um penitente sincero, transformando-o de um perseguidor furioso em um apóstolo. Era muito oportuno mencionar isso aqui, porque ficava claro que ele não tinha sido levado ao cristianismo, como foi o caso de muitos outros, puramente pelo ensino, uma vez que tinha sido criado em aversão e oposição a essa doutrina. Assim, eles podem sensatamente supor que tenha ocorrido algo realmente extraordinário para promover uma mudança tão radical nele, a ponto de vencer os preconceitos da sua educação e o levar não somente a professar, mas a pregar, essa doutrina, à qual tinha se oposto com tanta veemência.
2. Ele descreve a maneira maravilhosa como foi dissuadido do erro dos seus caminhos, como foi levado ao conhecimento e fé em CRISTO e designado para o ofício do apostolado (vv. 15,16). Isso não foi feito de uma forma comum, nem por meios ordinários, mas de uma maneira extraordinária. Porque: (1) DEUS “...desde o ventre de minha mãe me separou...”. A mudança operada nele foi em conseqüência de um propósito divino, em que foi designado para ser cristão e apóstolo, antes de vir ao mundo ou ter feito bem ou mal. (2) Ele foi chamado “...pela sua graça”. Todos os convertidos são chamados pela graça de DEUS. A conversão é o resultado do favor de DEUS em relação aos convertidos, e é realizado pelo seu poder e graça neles. Mas havia algo peculiar no caso de Paulo, quanto à rapidez e à grandeza da mudança operada nele, e também da maneira como foi operada. Essa mudança não ocorreu pela mediação de outros, mas pela aparição pessoal de CRISTO a ele e a operação imediata nele. Dessa maneira, ficou evidente a ação extraordinária do poder e favor divinos. (3) Ele tinha CRISTO revelado nele. Ele não só foi revelado a ele, mas nele. Não nos beneficiaremos da revelação de CRISTO feita a nós se também Ele não for revelado em nós. Mas esse não era o caso de Paulo. Agradou a DEUS “...revelar seu Filho...” nele, levá-lo ao conhecimento de CRISTO e seu evangelho pela revelação especial e imediata. (4) Foi com esse desígnio que ele deveria pregá-lo aos gentios. O apóstolo não só deveria recebê-lo, mas pregá-lo a outros. Dessa forma, ele era tanto um cristão quanto um apóstolo pela revelação.
3. Ele lhes diz a forma em que procedeu em relação a isso (vv. 16-24). Sendo chamado assim para esse trabalho e ofício, “...não consultei carne nem sangue...”. Isto pode ser entendido de maneira mais geral, e dessa forma devemos reconhecer que, quando DEUS nos chama por sua graça, não devemos consultar carne nem sangue. O significado disso é que ele não consultou homens. Ele não solicitou o conselho e a direção de ninguém; “...nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos”, como se precisasse ser aprovado por eles, ou receber outras instruções ou autoridade deles. Mas, em vez disso, “...parti para a Arábia...”, talvez como um lugar de isolamento, apropriado para receber outras revelações divinas, ou para pregar o evangelho entre os gentios daquela região, sendo designado para ser o apóstolo aos gentios. E, de lá, “...voltei outra vez a Damasco”, onde havia começado seu ministério, e de onde tinha escapado com dificuldade da ira dos seus inimigos (At 9). Somente “...três anos...” após a sua conversão, ele foi “...a Jerusalém para ver a Pedro”. E quando o fez, ficou pouco tempo com ele, não mais de “...quinze dias”. Enquanto esteve lá, ele não entrou em muitas conversações, porque não viu “...a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor”. Portanto, fica difícil insistir que Paulo se sentia endividado em relação aos outros apóstolos quanto ao seu conhecimento do evangelho ou sua autoridade para pregá-lo. Fica claro que tanto suas qualificações, quanto seu chamado para o ofício apostólico foram extraordinários e divinos. Esse relato era importante para estabelecer sua reivindicação em relação a esse ofício, para eliminar as críticas injustas dos seus adversários e para corrigir os gálatas das impressões erradas que tinham recebido a respeito dele. Ele confirma isso por meio de um juramento solene (v. 20), declarando, na presença de DEUS, que aquilo que tinha dito era totalmente verdade, e que não tinha fraudado o seu relato. Embora isso não justifique que façamos um voto solene a DEUS em cada ocasião, mostra que, em questões de peso e importância podemos fazê-lo, e que às vezes isso não só é legítimo, mas um dever. Depois disso, ele lhes informa que foi “...para as partes da Síria e da Cilícia”. Após fazer essa visita breve a Pedro, ele volta novamente ao seu trabalho. Ele não tinha contato naquela época com as “...igrejas da Judéia, que estavam em CRISTO”. Ele não era conhecido de vista pelos cristãos da Judéia. Eles “...somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. E glorificavam a DEUS a respeito dele”. Por causa disso, muitas ações de graça foram expressas a DEUS. Esse relato da mudança poderosa ocorrida nele enchia-os de alegria e estimulava-os a dar glórias a DEUS.
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
 
A Vida e a Época do Apóstolo Paulo - 220.92 - Biografia - Ball. Charles Ferguson - BALa A Vida e a Época do Apóstolo Paulo.../ Bali, Charles Ferguson - 1° ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de DEUS, 1998. ISBN 85-263-0186-1 - Biografia. 2. História Bíblica.
Grande parte da vida e da época de Paulo nos tem sido preservada no Novo Testamento, principalmente nos escritos pessoais do apóstolo. Numa narrativa envolvente, Charles Ferguson Ball apresenta, pormenorizadamente, a vida do grande apóstolo dos gentios. Onde a história se cala, o autor busca prováveis detalhes em suas pesquisas, mantendo sempre a conformidade com o registro bíblico.
 
 
As Visões de Saulo e Ananias
Nessa mesma ocasião, o Senhor preparava Ananias para que visitasse Saulo. Ananias fora, certa vez, destacado, em sua sinagoga, como um homem piedoso e que obedecia à Lei de Moisés com o rigor de um fariseu.
Mas desde que se tornara cristão, os judeus passaram a suspeitar dele. Alguns diziam que Saulo tinha ido a Damasco especialmente para prender Ananias, pois os nazarenos haviam-no reconhecido como seu líder. Mas numa visão, o Senhor ordenou a Ananias: "Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas, por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando, e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver" (At 9.11,12).
Ananias imediatamente protestou. Afinal, os nazarenos de Damasco tinham medo de Saulo por causa das notícias que chegavam de Jerusalém. Além disso, haviam sido informados que ele estava na cidade a fim de que, como representante do sumo sacerdote, procedesse a prisão dos discípulos de JESUS e os conduzisse a Jerusalém. Os cristãos não haviam orado para que DEUS os livrasse? Quando chegaram as notícias de que Saulo ficara cego, agradeceram a DEUS. Era a resposta à sua oração.
Mas, agora, ordenava o Senhor: "Vai, porque esse é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e dos reis, dos filhos de Israel" (At 9.15).
Sem mais duvidar, Ananias dirigiu-se à casa de Judas, e perguntou por Saulo, o rabino de Jerusalém. Levado a um quarto nos fundos, deparou-se com o jovem e terrível fariseu sentado, completamente cego e abalado pelo conflito que se desenrolava em sua alma. Saulo já não sentia qualquer amargura, pois havia atravessado águas profundas naqueles três dias; passara por uma sondagem como nunca pensara ser possível.
Ananias atravessou o quarto, aproximou-se de Saulo e, impondo a mão sobre a sua cabeça, disse-lhe em voz baixa: "Irmão Saulo, o Senhor JESUS que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do ESPÍRITO SANTO" (9.17).
Um nazareno o chamara de "irmão"! E pensar que ele, Saulo, viera justamente prender um homem como esse que, agora, estendia-lhe a destra da comunhão! Dissipadas as trevas, Saulo vê o homem que o procurara como mensageiro de DEUS.
Ele acabara de receber a confirmação do que tinha ouvido na estrada de Damasco. Como não render-se ao CRISTO? Por um momento, Saulo duvida: como ser perdoado pela perseguição e pelos problemas que criara à Igreja. Mas a voz de Ananias lhe dá plena segurança quanto ao amor e benignidade de DEUS.
Saulo sabia que o batismo era o sinal nazareno do arrependimento. Era uma forma de mostrar publicamente que havia mudado, invocando o nome daquEle a quem antes odiara, porém agora, além deste batismo nas águas, recebe o batismo no ESPÍRITO SANTO, fato totalmente desconhecido para ele (cheio do ESPÍRITO SANTO).
Saulo estava pronto. Encontrava-se nas mãos de DEUS e já não havia dúvida em seu coração. Ajoelhou-se com Ananias, e orou ao Senhor como se fora uma criança, confessando-lhe os pecados, pedindo-lhe que o perdoasse em nome de JESUS e invocando-lhe o nome de seu Filho, fez como o faziam os nazarenos. A seguir, Ananias o batizou, marcando definitivamente a sua entrada na nova vida.

Vivendo para CRISTO
Saulo saíra das trevas para a luz. Morrera para a velha vida, sob a Lei, e fora cheio do ESPÍRITO. Desejava, agora, provar o seu arrependimento através de uma vida de serviço a CRISTO. Essa perspectiva dava-lhe grande alegria. Depois de ter-se alimentado, levantou-se com um zelo tão intenso por CRISTO que excedia de muito sua antiga dedicação ao Judaísmo.
Ananias voltou para anunciar aos cristãos de Damasco que o perigo passara. Saulo não só havia desistido de persegui-los, como também fora batizado, invocando o nome de CRISTO. Era agora um nazareno. Eles receberam-no, pois, com grande alegria; acolheram-no como a um irmão.
Os cristãos de Damasco fortaleciam a Saulo diariamente com a cordialidade de sua comunhão, e doutrinavam-no acerca de JESUS. Ele se mostrava mais que atento. Os irmãos falaram-lhe do Salvador, de sua vida e de sua obra. Ficaram surpresos ao ver o conhecimento que ele tinha das Escrituras e como constatava rapidamente, agora, que todas elas apontavam para JESUS. Sua erudição deixou-os admirados. Ele parecia encontrar argumentos fortes e favoráveis a CRISTO que antes lhe haviam escapado. Seus corações encheram-se de alegria ao compreender que ele também viria a ser um grande mestre das doutrinas enunciadas pelo Senhor JESUS.
Durante o curto período em que permaneceu em Damasco - somente alguns dias - Saulo cresceu espiritualmente e já ansiava por testemunhar da grandiosa experiência que tivera na estrada de Damasco. Junto com Ananias e outros nazarenos, visitou a sinagoga e pregou a CRISTO. Ele era hábil em rebater todos os argumentos dos fariseus. Como tivesse o dom da oratória, causou grande impressão sobre o povo. Embora não pudesse dizer muito a respeito dos ensinamentos de JESUS, sabia apelar para a Lei, os Profetas e os Salmos. Ele sentia-se mui à vontade nesses tópicos.
A primeira vez que Saulo visitou a sinagoga, que se achava repleta, foi um grande dia para os nazarenos. Ali estava um jovem, destemido e forte, que tivera o privilégio de ser educado na escola de Gamaliel. A maioria dos judeus sabia de seu ódio a CRISTO, e alguns que suspeitavam dos nazarenos, achavam que a sua missão em Damasco era necessária.
Inicialmente, Saulo contou-lhes a história de sua ida a Damasco e do incidente na estrada: como encontrara a JESUS de Nazaré e O  contemplara com os próprios olhos, aquEle a quem vinha perseguindo, e como, desde então, toda a sua vida se transformara. Ele cria agora que JESUS era o CRISTO. Com sua habilidade de rabino, citou passagem após passagem do Antigo Testamento para provar a messianidade de JESUS. Ao terminar o discurso, confessou publicamente o seu pecado em perseguir os seguidores de JESUS, e descreveu a nova vida que nele havia por meio da habitação interior do ESPÍRITO SANTO.
Ninguém podia acreditar no que estava ouvindo: "Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam esse nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais sacerdotes?" (At 9.21).
Ao verem-no abjurar as antigas crenças, ficaram indignados. O primeiro discurso de Saulo como nazareno foi respondido pelos rabinos da sinagoga, que o tacharam de falso mestre e traidor da nação. Negaram o uso que o novo discípulo de CRISTO fazia das Escrituras, discutindo acaloradamente com ele sobre o correto significado destas. Mas não puderam refutar-lhe os argumentos, nem a sua experiência na estrada de Damasco. Quando a congregação retirou-se, todos estavam comovidos com o que ouviram. Alguns creram, mas a maioria achava que Saulo merecia ser expulso da sinagoga e açoitado publicamente. O inimigo declarado e preconceituoso de CRISTO mudara rápida e drasticamente, transformando-se num cristão inabalável, com a determinação de entregar sua vida ao serviço do Senhor. Ao cair diante de sua glória, tornara-se de JESUS um servo para todo o sempre. Saulo vira-o ressurreto, e tinha plena certeza disso. E, sobre esta certeza, construiu todas as suas esperanças na eternidade. Foi ainda esta certeza que o levou a pregá-lo com toda a autoridade (1 Co 9.1).
 
O EVANGELHO DE SAULO
Quando alguém se converte a CRISTO de modo tão inesperado e radical quanto Saulo, passa a sentir de imediato um forte desejo de partilhar sua experiência com todos. Diante de um testemunho como o seu não há como disfarçar as emoções. A experiência de um homem que viu a glória divina nos aquece o coração.
Saído de um ambiente tão rígido como o do farisaísmo, o choque que Saulo recebeu foi enorme. Seu modo de pensar modificara-se tão rapidamente, que ele precisava de tempo para descansar e refletir. Queria repensar o passado, observar lógica e tranqüilamente o futuro, e preparar-se para a grande obra a que DEUS o chamara. O Senhor não dissera que ele devia levar o nome de CRISTO diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel?
Saulo era um pensador profundo. Não tomava nenhuma atitude sem antes raciocinar e pesar as conseqüências. Algumas pessoas a tudo analisam; outras, não se preocupam com nada. A mente de Saulo era analítica; teve necessidade de refletir para ajustar-se aos fatos que lhe abalaram a estrutura existencial.
Ao despedir-se dos cristãos de Damasco, isolou-se na Arábia a fim de concentrar-se nesta nova etapa de sua vida.
Na Epístola aos Gálatas, Saulo revela que, depois de sua conversão, não se dirigiu aos apóstolos em Jerusalém, ou para quaisquer outros, a fim de se inteirar do Evangelho que mais tarde pregaria. O Evangelho foi-lhe revelado diretamente por DEUS. Em várias ocasiões, apóstolo o enfatizou: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei" (1 Co 11.23).

Na Arábia
No deserto, longe do burburinho da vida urbana, com as rochas e areias ardentes durante o dia, e as estrelas silentes à noite, despojou-se Saulo das amarras de uma vida inteira, libertando-se da Lei e da tradição judaicas. Na quietude da Arábia, andou com DEUS. Aqui, o Senhor revelou a Saulo as grandes verdades que viriam a ser as âncoras de sua pregação. Foi aqui também que reestudou as Escrituras, e meditou sobre as grandes doutrinas que iria em breve ensinar em todas as igrejas. Aprendeu o valor da comunhão com DEUS, tornando-se-lhe sensível à vontade.
Foi no deserto que Moisés veio a encontrar DEUS. Naquele mesmo Monte na Arábia onde Paulo agora estava a ter um encontro pessoal com JESUS (Monte Horebe). E foi num momento de desespero, que Elias procurou a quietude do deserto. No deserto, o maná alimentou o povo de DEUS por quarenta anos. Que lugar seria mais propício para Saulo reencontrar-se com o Senhor? Onde poderia ser alimentado diariamente pelo pão do céu senão aqui?
É impossível saber os detalhes daqueles dias de consagração. Mas de uma coisa não temos dúvida: Saulo deixou o deserto plenamente convicto e preparado para apresentar as razões de sua fé. Ele sabia que, no exato momento em que abrisse os lábios na sinagoga, os fariseus opor-se-lhe-iam amargamente, tachando-o de hipócrita, traidor. Por isso, deveria estar preparado a fim de apresentar tanto a sua defesa quanto a de JESUS com toda a sua força e poder.
Na defesa da fé, seria imprescindível que tivesse idéias muito claras acerca da salvação oferecida por CRISTO. Falar de uma experiência é simples, mas debater com os filósofos e defensores de outras religiões exige um conhecimento bem definido e pontos de vista sólidos. Além de justificar a morte de CRISTO conforme predita nas Escrituras, Saulo teria de explicar porque isso foi necessário e por que DEUS o exigiu.
Ao pensar no propósito da vida e na felicidade de que ora desfrutava, Saulo concluiu: o que aprendera na escola rabínica era de fato uma poderosa verdade. O supremo propósito do ser humano é receber o favor divino. Mas a única maneira de se obter tal favor é submeter-se à justiça de DEUS. Somente Ele pode conceder-nos a paz.

Entendendo o Dom da Justiça de DEUS
A história do homem sempre foi o relato do desvio da justiça divina e do deliberado afastamento de DEUS. Muitos são os que, embora se julguem justos e condenem os outros, jamais sentiram comunhão com DEUS. Outros, como os judeus, dependem de sua obediência à Lei para obter o favor divino. Saulo viveu desse modo até encontrar a JESUS. Mas agora, podia ver quão vazia era a vida dos judeus: por não haverem recebido a JESUS, achavam-se na mesma condição dos gentios.
Os gentios falharam em sua busca pela justiça. Não porque DEUS haja se ocultado deles, pois Ele lhes dera suficiente conhecimento para que viessem a ser conduzidos pela justiça. Eles porém não quiseram seguir a luz; tentaram extingui-la. E já que não alcançaram o favor de DEUS, fizeram-se filhos da ira. Quanto aos judeus, gabavam-se de suas muitas vantagens sobre o resto do mundo. Embora possuíssem a Lei e os Profetas, não tiraram proveito deles.
O que importa diante de DEUS não é saber o que é certo, mas praticar o que é justo. Antes, Saulo acreditava que guardar a Lei era a única maneira de se agradar a DEUS. Isso, porém, jamais lhe havia proporcionado satisfação espiritual. Por outro lado, estava ciente de que, como depositário da Lei de DEUS, tinha mais responsabilidades espirituais do que os gentios. Agora, contudo, já não podia ignorar: tanto os judeus como os gentios, haviam falhado na busca da justiça divina; encontravam-se ambos expostos à ira de DEUS.
Nem os judeus nem os gentios eram bons, por haverem ambos herdado a natureza pecaminosa de Adão. Tal natureza torna a pessoa fraca demais para ser justa. A Lei, por descrever claramente o pecado, teria sido um precioso guia para conduzir-nos à vida santa. Mas como curar uma natureza tão enferma? Aquilo que queremos fazer, não o fazemos; e aquilo que não queremos, isso o fazemos. DEUS outorgou a Lei com o propósito de mostrar-nos qual o padrão de sua justiça.
Todos esses pensamentos formavam-se na mente de Saulo à medida que o Senhor lhe transmitia gradualmente a mensagem que deveria ensinar em todas as igrejas. Seu dia mais ditoso foi aquele em que DEUS ofereceu-lhe um plano de salvação que não dependia de se guardar a Lei. Foi aí que compreendeu que jamais alcançaria a justiça divina por seu próprio esforço.
Com o passar dos dias, Saulo começou a entender mais claramente todo o quadro da salvação oferecida por DEUS. E essa revelação, obtida na Arábia, foi mencionada repetidamente por ele como "o meu evangelho". Saulo não a obteve mediante estudo ou leitura, nem a recebera de homem algum. Foi diretamente e pessoalmente por intermédio de JESUS que chegou ao conhecimento de tais fatos.

O Verdadeiro Significado da igreja
O retrato completo da Igreja apareceu mais vividamente a Saulo, durante sua estada no deserto. Ele foi o primeiro apóstolo a compreender que a Igreja não era uma seita judaica, mas uma irmandade universal que se estendia a todas as raças e nações. Tempos depois, travaria muitas batalhas com os que não estavam dispostos a admitir os gentios na Igreja.
Saulo considerava a Igreja um edifício, cujas pedras todas achavam-se bem ajustadas, tendo a CRISTO como a pedra angular. A seguir, viu-a como um corpo bem coordenado. E os membros todos desse corpo - braços, pernas, pés, dedos, olhos e ouvidos - eram os cristãos em particular que, ligados uns aos outros, constituíam-se num só organismo, tendo a CRISTO por cabeça. A figura ajudou-o a compreender a unidade da Igreja e a sua dependência em relação ao Senhor JESUS. Saulo passou a compreender que cada um de nós somos templo do ESPÍRITO SANTO, morada de DEUS na Terra. Passou a conhecere a pessoa do ESPÍRITO SANTO, fato vedado ao judeu tradicional sem CRISTO.
Saulo fora chamado por CRISTO para deixar de lado as regras, tradições e todo o passado do qual tanto se gloriara. Outros já o haviam feito e tiveram de enfrentar oposição. O futuro não lhe seria fácil. Ele pensa em Estêvão e como fora este poderoso no Evangelho. Se Saulo tivesse aberto os olhos antes, quantas centenas de crentes não teriam sido poupadas! Mas ele tomaria o lugar de Estêvão, e quem sabe, faria para CRISTO uma obra ainda maior. Uma vez mais Saulo delibera ser fiel à visão celestial, e passar o resto de sua vida pregando o Evangelho aos judeus e gentios.

O Mundo, um Campo Missionário
Saulo começa a refletir sobre o mundo que o rodeava. Embora só o conhecesse parcialmente, sabia que o Império Romano estendia-se para além dos Portões da Cilícia, em direção ao ocidente. Em suas fronteiras, havia milhões de pessoas.
Que mundo de trevas era aquele!
Os ídolos eram adorados por toda a parte. As cidades encontravam-se repletas de estátuas, altares e templos. Tateando, as pessoas andavam à procura de algo real. Seus corações estavam vazios; seus olhos, voltados para os grandes blocos de granito e mármore. Se os gentios pudessem enxergar o vazio de seus templos! Se soubessem que somente CRISTO podia satisfazê- los!
Saulo compreende que será mais fácil convencer os gentios do que os judeus. Ele alegra-se por ter sido escolhido pelo Senhor para levar o Evangelho da graça salvadora de DEUS aos gentios.
Ao fazer um retrospecto de sua vida, Saulo percebe que deveria estar louco e cego ao imaginar que o seu ódio e crueldade pudessem reconduzir os convertidos ao Judaísmo. Na Arábia, DEUS forçou-o a abandonar os seus métodos e a aprender um pouco do grande ESPÍRITO que estava em Estêvão, quando este orava por seus inimigos.
Não se sabe quanto tempo Paulo permaneceu na Arábia. Sabemos, porém, que passou três anos em Damasco a sua conversão e a sua volta a Jerusalém. Paulo tivera tempo de organizar seus pensamentos, e agora estava pronto a pregar o Evangelho com todas as suas forças, pois sentia- se em débito para com os judeus e gregos.
De qualquer forma, Saulo achava-se melhor preparado para, sinceramente, lutar pela fé. Em cada sinagoga, os fariseus se lhe opunham, zombando de sua mudança de vida e chamando-o de mentiroso. Ele era obrigado a, todo o instante, a defender o Evangelho a que se habituara a chamar de "meu evangelho", não por ser diferente do de Pedro, ou de qualquer outro dos discípulos, mas porque JESUS o entregara diretamente a ele.
Mais tarde, Saulo aprenderia mais de Pedro e dos demais apóstolos o verdadeiro significado das declarações e ensinamentos do Senhor. Mas, por ora, já sabia o suficiente para começar a pregar a JESUS como o CRISTO das Escrituras, por cujo intermédio podia-se alcançar a justiça divina.
Com as palavras do Senhor no coração, avançaria e estabeleceria igrejas em todas as partes. Se em sua ignorância prendera e até matara, agora ofereceria a sua vida por CRISTO. Afinal, JESUS não vencera a morte levantando-se da sepultura? Sua mente já estava apaziguada e cultivada pelos ministérios de DEUS.

O REGRESSO A DAMASCO
Saulo foi cordialmente recebido pelos irmãos de Damasco. Todos ansiavam por sua volta, pois somente ele poderia enfrentar os judeus que se opunham ao Evangelho. Lembravam-se todos de como Saulo silenciara os rabinos antes de partir para a Arábia. Com um poder muito maior, Saulo retoma o trabalho nas sinagogas. A oposição judaica contra si já se havia transformado em ódio. A sua determinação de pregar a JESUS CRISTO, contudo, em nada diminuíra.
Durante o período em que esteve em Damasco com os nazarenos, homens e mulheres aceitavam diariamente a CRISTO ao ouvir-lhe a pregação. O conselho da sinagoga fez o máximo para tapar os ouvidos de seus congregados. Mas como a mensagem de Saulo tivesse como base as próprias Escrituras, ninguém era capaz de resistir-lhe as palavras. Até os rabinos temiam proibir o acesso de alguém com tamanho conhecimento da Torá na sinagoga.
A cada discussão com Saulo os rabinos mais se enfureciam. E já instigavam o conselho da sinagoga contra Saulo, pois mais de uma vez ele os sobrepujara. Em seu ódio, queriam fazer dele um exemplo público. E tanto fizeram, que vieram a conseguir o seu intento. Açoitaram-no diante da porta da sinagoga com 39 chibatadas. Enquanto o chicote rasgava-lhe as costas, Saulo experimentava uma estranha sensação de alegria por ser considerado digno de sofrer pela causa de CRISTO. Não fora exatamente isso o que ele havia feito com os que seguiam a esse mesmo JESUS?
O corpo de Saulo fica marcado para sempre; com orgulho exibiria essas marcas por haverem-no introduzido numa comunhão mais profunda com o CRISTO e com os que foram chamados a sofrer pela fé.
Finalmente, ele foi expulso da sinagoga. Todavia, encontrando-se secretamente com os judeus de Damasco, ganhou a muitos deles para CRISTO. Os rabinos vieram a compreender, então, que ninguém poderia deter a propagação do Cristianismo. O que fazer? Ordenaram-lhe pois que deixasse a cidade, mas Saulo não lhes acatou a ordem. Pelo contrário: agora, pregava a CRISTO com mais vigor e intensidade. O conselho reuniu-se então em segredo, e chegaram a esta conclusão: "Só há um meio de calar a Saulo - tirar-lhe a vida".
Os judeus favoráveis aos nazarenos, alertaram a Saulo sobre a decisão do conselho. Ele pois escondeu-se de modo a que não pudessem encontrá-lo. Cada sinagoga era vigiada, mas o acusado não aparecia. Seus inimigos finalmente descobriram que ele sabia da conspiração. E para que Saulo não fugisse disfarçado de mercador, ou viajante, resolveram ir ao governador e fizeram uma acusação formal contra o desafeto, dizendo que este era um perturbador da ordem pública, pois incitava os judeus a se amotinarem. O governador prontamente enviou as ordens para a prisão de Saulo. Imediatamente, os soldados passaram a vigiar os portões da cidade, observando as caravanas que saíam de Damasco. Como a cidade só possuísse quatro portões, os rabinos julgavam que, em breve, o prenderiam.
Sempre atentos a qualquer movimento, os judeus pretendiam acabar com a seita que os perturbava, livrando-se de seu novo líder. Diante disso, os amigos de Saulo perceberam que só havia um meio de salvar-lhe a vida: tirá-lo da cidade.
Os velhos muros eram tão largos em determinados lugares que casas haviam sido construídas sobre eles. Numa dessas casas, com janelas salientes, morava um nazareno. Quando a noite caiu sobre a cidade, Saulo foi levado a essa casa. Então, amarraram uma corda a um grande cesto que foram baixando pelo muro até que pousasse em segurança. Ato contínuo, o passageiro deixou rapidamente o cesto, embrenhando-se na escuridão.
 
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
 
_________________________________________________________
 
 
Paulo, o maior líder do cristianismo - Editora Hagnos
 
 Uma pedra bruta lapidada
Depois de convertido, logo Paulo se transforma em pregador do evangelho. Em vez de perseguir os cristãos, promove a fé evangélica. Em vez de tapar a boca dos cristãos, abre a boca para testemunhar do nome de JESUS. Destaco três mudanças radicais que aconteceram na vida de Paulo depois de sua conversão:
Em primeiro lugar, de agente de morte a pregador do evangelho. Paulo tornou-se um embaixador de CRISTO, um pregador do evangelho imediatamente após sua conversão (Atos 9.20). DEUS mesmo o escolheu para levar o evangelho aos gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel (Atos 9.15).
Paulo pregou a tempo e fora de tempo. Em prisão e em liberdade. Com saúde ou doente. Pregou nos lares, nas sinagogas, no templo, nas ruas, nas praças, na praia, no navio, nos salões governamentais, nas escolas. Paulo pregou com senso de urgência, com lágrimas e no poder do ESPÍRITO SANTO.
Aonde ele chegava, os corações eram impactados com o evangelho. Ele pregava não apenas usando palavras de sabedoria, mas com demonstração do ESPÍRITO e de poder (1Co 2.4; lTs 1.5).
Em segundo lugar, de devastador da igreja a plantador de igrejas. DEUS encorajou Ananias a ir ao encontro de Saulo em Damasco, dando-lhe as seguintes palavras: “... Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (Atos 9.15). O Senhor mesmo levantou Paulo como o maior evangelista, o maior missionário, o maior pastor, o maior pregador, o maior teólogo e o maior plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele plantou igrejas na região da Galácia, nas províncias da Macedônia, Acaia e Asia Menor. Não apenas plantou igrejas, mas pastoreou-as com intenso zelo, com profundo amor e com grave senso de responsabilidade. Pesava sobre ele a preocupação com todas as igrejas (2Co 11.28).
Em terceiro lugar, de receptor de cartas para prender e matar a escritor de cartas para abençoar e salvar. Como perseguidor e exterminador dos cristãos, Paulo pedia cartas para prender, amarrar e matar os crentes (Atos 9.2,14). Mas, depois de convertido, ele escreve cartas para abençoar. Paulo foi o maior escritor do Novo Testamento. Ele escreveu treze cartas. Suas cartas são mais conhecidas do que qualquer obra jamais escrita na história da humanidade. Suas cartas têm sido alimento diário para milhões de crentes em todos os tempos. Essas cartas são luzeiros que brilham; são pão que alimenta; são água que dessedenta; são verdades inspiradas pelo ESPÍRITO SANTO que ensinam, exortam e levam pessoas a CRISTO todos os dias!
Vejamos, agora, como DEUS trabalhou na vida de Paulo até transformá-lo no apóstolo que foi. Mesmo que sua conversão tenha sido genuína e radical, seu amadurecimento foi progressivo.
Pregando em Damasco
Logo após ser curado da cegueira, ser batizado e ter recebido o ESPÍRITO, Paulo começou a pregar em Damasco, afirmando que JESUS é o Filho de DEUS (Atos 9.20). Sua pregação consistia apenas numa declaração de que aquele a quem ele perseguia era o Filho de DEUS. Essa pregação causou espanto nos damascenos, em virtude de sua reputação de exterminador dos que invocavam o nome de JESUS (Atos 9.21).
Seminário intensivo com JESUS na Arábia
Há um intervalo muito importante na vida de Paulo entre Atos 9.20,21 e Atos 9.22. No começo, Paulo apenas pregava e afirmava que JESUS era o Filho de DEUS (Atos 9.20,21). Mas, depois, Paulo mais e mais se fortalecia e confundia os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que JESUS é o CRISTO (Atos 9.22). Demonstrar é mais do que afirmar. Demonstrar é provar cuidadosa e meticulosamente o que se afirma. Demanda um exame acurado, uma investigação precisa, uma análise profunda.
Onde Paulo esteve e o que aprendeu para passar do primeiro estágio da afirmação para o segundo estágio da demonstração? O livro de Atos não nos responde, mas encontramos a resposta na carta aos Gálatas. Após sua conversão, Paulo não foi para Jerusalém, onde estavam os apóstolos, mas rumou para as regiões da Arábia, onde permaneceu três anos, fazendo um seminário intensivo com o próprio Senhor JESUS. O próprio Paulo registra esse fato, assim: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de JESUS CRISTO” (Gl 1.11,12).
Depois de passar três anos examinando cuidadosamente o Antigo Testamento, ele descobriu que JESUS era, de fato, o Messias prometido. Paulo narra como foi que isso aconteceu nesses três anos: “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco” (Gl 1.15-17).
Pregação mais precisa em Damasco
Ao voltar das regiões da Arábia para Damasco é que Paulo, agora, não apenas afirma, mas demonstra que JESUS é o CRISTO, o Messias prometido (Atos 9.22).
Em vez de sua pregação encontrar guarida em Damasco, encontra, pelo contrário, severa
resistência. Paulo precisa fugir de maneira humilhante num cesto muralha abaixo para salvar a vida. Depois de três anos de sua conversão, de Damasco ele vai a Jerusalém (Gl 1.18).
Rejeição e acolhimento em Jerusalém
Ao chegar a Jerusalém, a recepção de Paulo não foi nada calorosa. Os discípulos não acreditavam na sinceridade de sua conversão. Pensavam que ele estava blefando e armando uma cilada para perseguir a igreja. Essa rejeição, possivelmente, foi mais um golpe que Paulo sofreu ainda nos albores da sua caminhada. Estava colhendo os frutos de sua semeadura. Eis o relato de Lucas: “Tendo chegado a Jerusalém, procurou [Paulo] juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo” (Atos 9.26).
Barnabé, o filho da consolação, viu Paulo com outros olhos. Acreditou nele e investiu em sua vida. Assim Lucas relata: “Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de JESUS” (Atos 9.27). Barnabé foi o instrumento usado por DEUS para introduzir Paulo na comunidade cristã de Jerusalém, cidade onde ele outrora devastara a fé que agora pregava (Gl 1.23).
Uma exagerada confiança em si mesmo
Uma vez acolhido na igreja-mãe, onde outrora perseguira com tanta fúria os cristãos, Paulo tem livre trânsito para sair da cidade e entrar nela, a fim de pregar aos judeus e discutir com os helenistas. Mas toda essa desenvoltura não alcança os resultados que Paulo esperava. Talvez até aqui Paulo ainda estivesse confiando em si mesmo para obter sucesso em seu ministério. Ainda estava vivendo sob a égide da antiga aliança.
Em vez de frutos do seu trabalho, enfrenta mais perseguição. Eis o relato de Lucas: “Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os helenistas; mas eles procuravam tirar-lhe a vida” (Atos 9.28,29).
Ao dar testemunho de sua conversão muitos anos depois, ao ser preso nessa mesma cidade de Jerusalém, Paulo narra uma experiência dramática. Ele não foi apenas rejeitado pelo povo da cidade. Foi dispensado também da obra pelo próprio DEUS. Acompanhemos o relato que o próprio apóstolo faz: “Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, sobreveio-me um êxtase, e vi aquele que falava comigo: Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito” (Atos 22.17,18).
Em vez de DEUS mudar os oponentes de Paulo, é Paulo que tem de mudar e sair da cidade. Paulo não quer sair da igreja de Jerusalém. Ele chega a discutir com DEUS. Pensa que DEUS está cometendo um erro estratégico ao tirá-lo desse campo. Ele pensa ser o homem certo para essa empreitada. Mas DEUS não cede; é Paulo que tem de arrumar as malas e ir embora. Vejamos a argumentação de Paulo com DEUS: “Eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu encerrava em prisão e, nas sinagogas, açoitava os que criam em ti. Quando se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até guardei as vestes dos que o matavam. Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe, aos gentios” (Atos 22.19-21). Como Paulo reluta em sair, ele é retirado pelos irmãos: “Tendo, porém, isto chegado ao conhecimento dos irmãos, levaram-no até Cesareia e dali o enviaram para Tarso” (Atos 9.30).
O jovem Paulo sofre mais um golpe em seu orgulho. Quando ele arruma as malas e vai embora de Jerusalém, imediatamente os problemas da igreja se resolvem: “A Igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do ESPÍRITO SANTO, crescia em número” (Atos 9.31). Talvez nada fira tanto o orgulho de um pastor do que sair da igreja e ver que após sua saída todos os problemas dela se resolvem. Volte para casa, jovem!
Paulo saiu de Jerusalém e foi para Tarso, sua cidade natal. E ali ficou não pouco tempo no anonimato, num completo ostracismo. Nada sabemos desse longo período de sua vida. Aquele que estava com a mente povoada de muitos sonhos, e nutrindo na alma o ideal de pregar a Palavra em Jerusalém, está, agora, sozinho, esquecido, fora do palco, longe das luzes da ribalta.
É importante perceber que DEUS ainda está tratando com ele. Na verdade, DEUS está mais interessado em quem nós somos do que no que fazemos. Vida com DEUS precede trabalho para DEUS. A nossa maior prioridade não é fazer a obra de DEUS, mas conhecer o DEUS da obra. O DEUS da obra é mais importante do que a obra de DEUS. Paulo precisava aprender que o sucesso na obra não vinha dele mesmo, mas de DEUS. Ele precisava passar da antiga aliança para a nova aliança. Na antiga aliança, tudo depende de nós e nada, de DEUS; na nova aliança, tudo depende de DEUS e nada, de nós. Se quisermos fazer a obra de DEUS fiados em nossas próprias forças, fracassaremos. Se dependermos apenas dos nossos recursos, nos frustraremos. A nossa suficiência vem de DEUS.
Tarso não foi um acidente na vida de Paulo, mas uma escola de treinamento. O deserto é a escola superior do ESPÍRITO SANTO onde DEUS treina seus líderes mais importantes. Tarso foi o deserto de Paulo. O deserto não é um acidente em nossa vida, mas uma agenda de DEUS. É DEUS quem nos leva para o deserto. Não gostamos do deserto. Ele não nos promove. Ele nos tira do palco. Ele apaga as luzes dos holofotes e nos deixa sem qualquer projeção. DEUS nos leva para o deserto não para nos exaltar, mas para nos humilhar. O deserto é o lugar onde DEUS treina seus líderes mais importantes. DEUS não tem pressa quando se trata de preparar os seus líderes. Vivemos numa geração que tem muita pressa. Gostamos de restaurantes fast-food. Mas os líderes não podem amadurecer no carbureto. Eles não podem pular o estágio do deserto. DEUS preparou Moisés quarenta anos para usá-lo durante quarenta anos. DEUS preparou Elias três anos e meio para usá-lo num único dia, no cume do monte Carmelo. O Senhor JESUS só começou seu ministério com 30 anos de idade. Paulo passou quatorze anos em Tarso antes de ser poderosamente usado por DEUS na obra missionária.
Aprenda a ser liderado antes de poder liderar
A evangelização do mundo estava a todo vapor, e isso sem a contribuição de Paulo. Não há pessoas indispensáveis na obra. Somos apenas cooperadores, e não os agentes da obra. O evangelho chegou a Antioquia, a terceira maior cidade do mundo daquela época. A igreja de Jerusalém enviou para lá o mesmo Barnabé que havia acolhido Paulo em Jerusalém. Ao chegar ali, alegrou-se ao ver a obra de DEUS prosperando e lembrou-se de Paulo. Foi atrás dele e o buscou para engrossar fileiras no ministério da evangelização e do ensino naquela cidade metropolitana.
Durante um ano, eles ensinaram a Palavra de DEUS em Antioquia. A igreja era multicultural e multirracial. Fortalecida na Palavra, a igreja orava e jejuava. Foi nesse tempo que o ESPÍRITO SANTO separou Barnabé e Paulo para a grande obra missionária, enviando-os para uma viagem missionária transcultural. É digno de nota, porém, que o ESPÍRITO SANTO separou Barnabé e Paulo, e não Paulo e Barnabé. O líder não era Paulo. Ele precisava aprender a ser liderado antes de poder liderar. Ele precisava estar sob a autoridade de alguém antes de poder exercer autoridade sobre alguém. Ele precisava aprender a ser reserva antes de ocupar o lugar de titular.
Mais uma vez, estamos diante do fato de que DEUS está trabalhando na vida de Paulo, ensinando-o a depender totalmente do Senhor e nada de si mesmo. DEUS estava esvaziando a bola desse homem. Estava lapidando essa pedra, aparando suas arestas e moldando-o como um oleiro faz com o vaso.
Esta, possivelmente, foi a lição mais importante que DEUS ensinou a Paulo em sua trajetória missionária: como viver no poder da nova aliança. O mesmo apóstolo compartilha como isso se deu em sua vida. Escrevendo sua segunda carta aos Coríntios, ele fala das cinco marcas de uma vida vitoriosa: otimismo indestrutível, sucesso constante, impacto inesquecível, integridade irrefutável e realidade inegável (2Co 2.14-17; 3.1-3). Contudo, a grande questão é: “... Quem, porém, é suficiente para estas cousas?” (2Co 2.16). Ele não dá a resposta imediatamente. Só vai fazê-lo no capítulo seguinte, quando escreve: “... a nossa suficiência vem de DEUS” (2Co 3.5). Só depois de aprender esse princípio, Paulo está pronto para ser o grande líder, o grande missionário, o homem poderosamente usado nas mãos de DEUS para levar o evangelho aos mais distantes rincões do mundo.
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 DA CPAD
 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - O ponto de partida para a vocação de Paulo foi a presciência divina e a pessoa do ESPÍRITO.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A visão gloriosa do CRISTO Ressurreto mudou defi nitivamente o rumo da vida de Paulo.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A vocação de Paulo foi aperfeiçoada no deserto pelo qual o apóstolo passou durante três anos.
 
 
SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP1
Parece que no passado havia uma percepção maior a respeito de jovens, e de muitos outros irmãos que entregavam a sua vida a CRISTO, que desejavam por uma vocação na obra de DEUS. Muitos se planejavam para ir aos seminários a fim de aperfeiçoarem-se para servir melhor na obra de DEUS. Muitos obreiros relatam não perceber essa mesma disposição com o mesmo sentimento de outrora. Claro que isso não significa que não haja pessoas sendo vocacionadas, pois DEUS as chama em qualquer tempo.
Nesse sentido, promova uma reflexão a respeito das vocações por meio das seguintes indagações: Você se sente vocacionado por DEUS para alguma obra? Em algum momento de sua vida, você ignorou ou tem ignorado esse chamado? O que você poderia fazer para aperfeiçoar-se melhor na obra de DEUS?
Você deve promover essa reflexão como introdução ao tema desta semana, ressaltando sempre que DEUS chama pessoas para a sua obra.
 
 
CONHEÇA MAIS TOP2
*Presciência Divina
“[Do lat. praesentia, ciência inata] Atributo metafísico e incomunicável de DEUS, através do qual Ele se faz eternamente presente no tempo e no espaço, conhecendo todas as coisas antecipadamente (1 Sm 2.3; 1 Jo 3.20).” Para ler mais, consulte o “Dicionário Teológico”, editado pela CPAD, p.303.
 
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“O JESUS ressurreto é quem aparece a Saulo (cf. 1 Co 9.1; 15.8) e lhe diz: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ (At 9.4). Essa pergunta é dirigida ao propósito imediato de Saulo destruir a Igreja. Atacar os discípulos de JESUS não é, como Saulo pensa, mera perseguição de pessoas que adoram de maneira herética. É um ataque contra o próprio representante divino, na pessoa do seu povo. [...] De começo, JESUS não se identifica. Então o perseguidor pergunta: ‘Quem és, Senhor?’ (v.5). O termo de tratamento ‘Senhor’ usado aqui pode ser simplesmente um título de respeito. Mas há forte apoio para o entendermos no sentido cristão de ‘Senhor’ (cf. At 1.6,24; 4.29; 7.59,60; 9.10,13; 10.14; 11.8; 22.19). Saulo confessa que está falando com Ele como Senhor, reconhecendo que se dirige à pessoa divina. [...] O Senhor exaltado se identifica como JESUS, a quem Saulo está perseguindo. Lá, na estrada de Damasco, o crucificado, revelado a Saulo na sua glória divina, o transforma” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus – Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.674).
 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“Identificando um Chamado
Possuir um ‘chamado’ é ter sido convocado por DEUS para o cumprimento de uma tarefa que, com base em sua autoridade, é Ele mesmo quem estabelece o que deve ser feito, como deve ser feito e por quem deve ser feito. Com base nisso, podemos destacar três lições: 1. O mérito não é de quem é chamado, mas de quem chama; 2. A tarefa a ser realizada não pertence a quem foi chamado, mas a quem chamou; 3. Não se trata de um peso, mas de um privilégio concedido pela graça divina.
[...] Quem chama passa a ser visto como infinitamente mais importante do que quem é chamado, e isso significa dizer que as razões, as formas e objetivos devem sempre girar, única e exclusivamente, em torno da Pessoa de DEUS, o que é o Chamador” (TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o seu chamado. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.12,15).
 
 
OBJETIVO GERAL - Revelar que DEUS vocaciona atualmente os crentes para a sua obra.
 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Salientar o ponto de partida para a vocação de Paulo;
Enfatizar que a vocação de Paulo foi efetivada pelo CRISTO Ressurreto;
Relacionar a vocação de Paulo com o aprendizado no deserto.
 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Antes de o apóstolo Paulo exercer a sua vocação, ele passou por um aprendizado no deserto. O deserto lhe ensinou mais sobre JESUS, onde o apóstolo pôde reavaliar-se diante de DEUS, mediante suas crenças e convicções. Ele podia agora confrontá-las com a revelação da graça de DEUS em CRISTO. Ainda no deserto, ele pôde refletir sobre a simplicidade, dominar suas paixões instintivas e, por meio da solidão, aprender a depender de DEUS.
O deserto que Paulo experimentou pode trazer profundos aprendizados para os nossos próprios "desertos", quando os experimentamos quer na vida cotidiana, quer no ministério dado por DEUS.
 

PARA REFLETIR - A respeito de “Paulo, a Vocação para Ser Apóstolo”, responda:
Segundo a lição, em que a vocação de Paulo foi estabelecida? A vocação de Paulo foi estabelecida segundo a presciência de DEUS.
O que explica a mudança de ênfase do nome de “Saulo” para “Paulo”? O que explica a mudança de ênfase do nome de Saulo para Paulo é a origem do apóstolo.
Qual era a vontade de DEUS para Paulo? A vontade de DEUS para Paulo era torná-lo um embaixador de CRISTO, um pregador do Evangelho (At 9.20).
Do que o ministério de Paulo precisava? O ministério de Paulo precisava de uma preparação austera, silenciosa, de comunhão com DEUS e de reflexão.
Segundo a lição, cite algumas lições do deserto aprendidas por Paulo. No deserto, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em CRISTO. Ele também aprendeu que a imensidão do deserto esmaga o poder e a fraqueza do homem; agora ele só pode depender de DEUS.
 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 87, p. 38.