22 abril 2025

Escrita Lição 6, CPAD, O bom Pastor e suas ovelhas, 2Tr25, Com. Extras do Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 6, CPAD, O Bom Pastor  E Suas Ovelhas, 2Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva



 
Vídeo https://youtu.be/d39uAQAOIgA?si=hu5yytLG4tm8ktSO
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/04/escrita-licao-6-cpad-o-bom-pastor-e.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/04/slides-licao-6-cpad-o-bom-pastor-e-suas.html
PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-6-cpad-o-bom-pastor-e-suas-ovelhas-2tr25-pptx/278385569
 
ESBOÇO DA LIÇÃO 6
I – JESUS, A PORTA  DAS OVELHAS 
1. O contexto    
2. A Porta das Ovelhas  
3. A mensagem da porta  
II – O APRISCO DAS OVELHAS
1. Parábola? Uma alegoria?   
2. O aprisco das ovelhas  
3. Um lugar de proteção  
III – A DISTINÇÃO ENTRE  O BOM PASTOR  E O MERCENÁRIO
1. O Bom Pastor  
2. O Mercenário  
3. Lobos vorazes X o Bom Pastor  
 
 
TEXTO ÁUREO
“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.” (Jo 10.14)
 
VERDADE PRÁTICA
JESUS é o Bom Pastor e nós, que pertencemos à sua Igreja, somos as ovelhas do seu rebanho.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ez 34.2-4 As ovelhas do aprisco precisam de ser bem tratadas 
Terça - Ez 34.6 Em que lugar estão as ovelhas do aprisco?
Quarta - Jo 10.15,16 JESUS é a entrada acessível para as suas ovelhas
Quinta - Hb 4.14,15 O Senhor é a entrada direta para o DEUS Pai 
Sexta - Jo 10.12-14 A diferença entre o verdadeiro pastor e o mercenário
Sábado - Jo 10.2-4 JESUS é o Bom Pastor que orienta suas ovelhas
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 10.1-16
1 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2 - Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3 - A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora.
4 - E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
5 - Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6 - JESUS disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
7 - Tornou, pois, JESUS a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
8 - Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
9 - Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
10 - O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.
11 - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12 - Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.
13 - Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.
14 - Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
15 - Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.
16 - Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
 
HINOS SUGERIDOS:  : 91, 126, 274 da Harpa Cristã
 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

REVISTAS ANTIGAS E LIVROS DIVERSOS

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BEP – CPAD - COMENTÁRIOS

10.1 JESUS, O BOM PASTOR. O sermão de JESUS a respeito do Bom Pastor (vv. 1-30) retrata-o como o verdadeiro Pastor e Governante do seu povo, contrastando com todos os falsos pastores. Para um melhor entendimento deste capítulo, o leitor deve ler os seguintes trechos do AT que condenam os falsos pastores: Is 56.9-12; Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11. Nos versículos 7-18, JESUS aplica a si mesmo os versículos 2-5.

10.9 EU SOU A PORTA. Quem entrar por meio de CRISTO será "salvo", i.e., terá vida eterna e abundante (v. 10), tudo quanto necessita para ser liberto do pecado, da culpa e da condenação. JESUS é a única porta da salvação; não há salvação senão por Ele (At 4.12).

10.11 EU SOU O BOM PASTOR. JESUS declara que Ele é o bom Pastor prometido nas profecias (ver Sl 23.1; Is 40.11; Ez 34.23; 37.24). (l) Esta metáfora de JESUS como o Bom Pastor ilustra o cuidado terno e devotado que Ele tem por seu povo. É como se Ele dissesse: "Eu sou, para com todos aqueles que crêem em mim, o que um bom pastor é para as suas ovelhas: cuidadoso, vigilante e amoroso". (2) A característica de CRISTO como o Bom Pastor é que Ele morreu por suas ovelhas. É isso que, de modo ímpar, ressalta a CRISTO como Pastor. É a morte de CRISTO na cruz que salva suas ovelhas (Is 53.12; Mt 20.28; Mc 10.45). CRISTO é aqui chamado o "Bom Pastor"; em Hb 13.20 é chamado o "grande Pastor"; e em 1Pe 5.4, o "Sumo Pastor". (3) O ministro do evangelho que ocupa esta posição apenas como meio de vida, ou de obter honrarias, é o "mercenário" referido nos versículos 12,13. O verdadeiro pastor cuida de suas ovelhas. O falso pastor pensa em primeiro lugar em si mesmo e na sua posição diante dos homens.

10.14 CONHEÇO AS MINHAS OVELHAS. O conhecimento que DEUS tem dos seus filhos e seu amor por eles incluem sua afeição pessoal, fidelidade e cuidado providencial constante. O crente está gravado nas palmas das suas mãos (Is 49.14-17 nota). Ele nunca está esquecido por DEUS. Nunca há um só momento em que os olhos de DEUS deixam de vigiar o crente para o seu bem (cf. Êx 33.17; Jr 1.5; ver Mt 10.31; Rm 8.28)

10.27 AS MINHAS OVELHAS OUVEM A MINHA VOZ. Aqueles que realmente são ovelhas de CRISTO obedecem à sua voz e o seguem; estão em comunhão constante com o pastor. "Ouvir" e "seguir" estão no tempo presente, denotando atividade habitual. O Pastor dá vida eterna aos que o seguem. Aqueles que se desgarram do Pastor e se recusam ouvir a sua voz e segui-lo, demonstram que não são suas ovelhas (João 15.1-6).

10.28 NUNCA HÃO DE PERECER. Aqui temos uma preciosa promessa dada a todos que são ovelhas de CRISTO. Nunca perecerão, i.e., nunca serão eternamente banidos da presença, nem do amor de DEUS e nenhum poder nem circunstância neste mundo os separará do seu Pastor divino (cf Rm 8.35-39). Há, com certeza, segurança e proteção, até mesmo para as ovelhas mais fracas, se seguirem e ouvirem o Bom Pastor.

 

 

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PARÁBOLA

Significado do termo. A palavra parábola deriva do grego parabole que, etimologica- mente, significa “colocar as coisas lado a lado”, geralmente com a finalidade de fazer uma comparação. Como na Septuaginta (LXX) a palavra parabole foi usada como tradução da palavra hebraica mashal, seus diversos significados ficaram anexados ao termo parabole. Portanto, no NT as expressões figuradas, comparações e metáforas são todas chamadas de parábolas. A parábola propriamente dita, isto é, uma história simples e curta de onde se origina algum detalhe de ensino, é um exemplo ampliado de uma comparação ou metáfora. A. M. Hunter sugere a seguinte definição: a parábola é uma “comparação extraída da natureza ou da vida quotidiana, destinada a esclarecer alguma verdade espiritual com a suposição de que o que é válido em uma determinada esfera também será válido em outra” (Interpreting the Parables, p. 8).

O Senhor JESUS, naturalmente, não inventou a parábola. Elas são encontradas no AT (cf., por exemplo, 2 Samuel 12.1-14; Isaías 5.1-7) e nos escritos rabínicos. Uma cuidadosa comparação entre o uso das parábolas no AT e os escritos dos rabinos, com o uso feito pelo Senhor JESUS, revela inúmeras e surpreendentes semelhanças. As diferenças, entretanto, são ainda mais notáveis. Os rabinos usavam a parábola para esclarecer uma verdade já conhecida das Escrituras. O Senhor JESUS usava a parábola para proclamar o reino de DEUS, que veio em sua própria pessoa e ministério. A originalidade, o vigor e o talento de suas parábolas não encontram paralelo nem no AT nem nos escritos dos rabinos.

Classificação das parábolas. Aproximadamente um terço dos ensinos do Senhor JESUS foram modelados sob a forma de parábolas. Esse é um fato particularmente notável, porque Ele é a única pessoa do NT que faz uso delas. Não existem parábolas nas epístolas do NT, embora naturalmente muitas metáforas e comparações estejam presentes. O número total de parábolas dos Evangelhos difere de acordo com a definição de cada um, mas um número aproximado pode ser 50 ou 60 parábolas. O Evangelho de Lucas é o mais rico nessa forma de ensino do Senhor JESUS: ele tem cerca de 24 parábolas, das quais 15 ocorrem apenas nesse evangelho. Mateus tem 20, das quais 11 lhe são peculiares; Marcos tem 8, sendo que 2 ocorrem apenas em seu evangelho. Embora o termo parabole não esteja presente no evangelho de João em seu idioma original, JESUS usa muitos exemplos e alegorias sobre sua pessoa; por exemplo, o Bom Pastor, a Vinha, o Pão do Céu etc.

A gama de assuntos tratados nas parábolas é rei ativa mente reduzido. Jeremias classifica as parábolas em oito grupos básicos, enquanto Hunter os reduz para quatro; a vinda do reino, a graça do reino, os homens do reino e a crise do reino. É provável que esta seja uma simplificação exagerada; no entanto, ela enfoca o aspecto de que elas estão indissoluvelmente ligadas à pessoa e à obra do Senhor JESUS CRISTO. Veja Parábolas de JESUS.

Propósito das parábolas. O propósito óbvio do uso das parábolas pelo Senhor JESUS era tornar a verdade espiritual mais clara e obrigatória. Partindo ao pressuposto que “todo mundo ama uma história”, o Senhor contou histórias fascinantes extraídas da natureza (por exemplo a do semeador, Mateus 13.3- 23; e a da semente de mostarda, Mateus 13.31,32)         e das vicissitudes da vida (por exemplo, a da dracma perdida, Lucas 15.8- 10; a das virgens prudentes e das loucas, Mateus 25.1-13) para levar à mente de seus ouvintes a verdade espiritual através de ilustrações que lhes fossem familiares.

Entretanto, Marcos 4.11,12 parece sugerir que JESUS falava sob a forma de parábolas a fim de obscurecer a verdade: “Á vós vos é dado saber os mistérios do Reino de DEUS, mas, aos que estão de fora, todas essas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam, para que se não convertam, e lhes sejam perdoados os pecados”. Muitas soluções foram oferecidas para essa crux interpretum (dificuldade de interpretação). Os antigos intérpretes viam nessa passagem um exercício da divina soberania que arbitrariamente escolhe a quem quer, e que endurece a quem quer. Outros, rejeitando essa ideia como indigna dos ensinos de JESUS, desconsideraram essa expressão como sendo parte de seu ensino, atribuindo-a ao desenvolvimento da teologia da Igreja primitiva. No entanto, como existem boas evidências de que essa expressão é autêntica (ela está de acordo com o Targum e contém vários termos do aramaico), foram sugeridas outras possibilidades. A mais atraente foi considerar a cláusula do propósito ihína) como a cláusula resultante (hoti, cf. Mt 13.13), e entender essa passagem como a descrição do efeito de endurecimento que os ensinos de JESUS exercem sobre aqueles que os rejeitam. As parábolas de JESUS não são histórias bonitas com uma simples instrução moral no final. Elas convocam os homens a tomar uma decisão. Essa decisão está relacionada não só com a verdade da parábola, mas com a Pessoa que ensina através dela. Se o ouvinte se recusar a responder, seu coração ficará ainda mais endurecido. Esse processo está descrito em Marcos 4.11,12, uma passagem que ao invés de ser descrita conforme a finalidade das parábolas deveria ser chamada de “o resultado de deixar de responder aos ensinos das parábolas de JESUS”.

Interpretação das parábolas. Nenhum outro segmento dos ensinos de JESUS sofreu tanto nas mãos dos intérpretes como as parábolas. Orígenes interpreta a parábola do bom samaritano da seguinte maneira: “O homem que caiu entre os ladrões é Adão. Como Jerusalém representa o céu, assim também Jericó, para onde se dirigia o viajante, representa o mundo. Os ladrões são os inimigos dos homens, o Diabo e seus ser- viçais. O sacerdote representa a lei, e os levitas representam os profetas. O bom samaritano é o próprio CRISTO. O animal sobre o qual o homem ferido foi colocado é o corpo de CRISTO que carrega o Adão caído. A hospedaria é a igreja; as duas moedas, o Pai e o Filho; e a promessa do samaritano de voltar outra vez é o segundo advento de CRISTO". Exemplos semelhantes desse espantoso tipo de interpretação podem ser encontrados nos escritos de Tertuliano, Agostinho e outros. Inevitavelmente, instalou-se uma reação, liderada pelos patriarcas de Antioquia (principalmente Teodoro de Mopsuestia e João Crisóstomo), mas apesar de seus esforços, o método de alegorias geral mente prevaleceu.

Durante a Reforma foram feitos significativos progressos nos estudos bíblicos, que refletiram no entendimento e na interpretação das parábolas. Assim, as alegorias foram, ae forma geral, rejeitadas.

Se Lutero e Calvino erraram em sua interpretação das parábolas, isso se deve apenas à sua ansiedade de encontrar “A Doutrina da Reforma” em todas as partes das Escrituras, inclusive nas parábolas de JESUS.

O próximo grande passo para o entendimento das parábolas foi dado por Adolph Jülicher com a publicação de sua obra de dois volumes, atualmente famosa, Die Gleichnisreden JESUS, em 1888 e 1889. Jülicher desferiu o golpe mortal sobre o método das alegorias das parábolas. Ele insistiu que cada parábola tinha somente uma única verdade a ser ensinada e que todos os outros detalhes eram apenas mera decoração. Ele realizou um importante trabalho. Eliminou a interpretação subjetiva e alegórica que há muito tempo vinha impedindo uma adequada compreensão de seu significado. Entretanto, ele cometeu dois erros: (1) Levou muito adiante sna teoria de “uma única verdade”. Muitas parábolas têm, evidentemente, elementos alegóricos em si. (2) Ele estava enganado em sua assertiva de que elas ensinam apenas uma verdade moral - quanto mais geral melhor. A correção de Jülicher veio com a publicação da obra de C. H. Dodd, "The Parables of the Kingdom״, em 1935, cuja grande contribuição foi colocar as parábolas no cenário correto da vida, isto é, no grande ato escatológico [ou redentor - Ed.] de DEUS, realizado através da pessoa, ministério e ensinos do Senhor JESUS CRISTO. Nele o reino de DEUS havia chegado, e as parábolas devem ser entendidas dentro do Contexto desse reino agora realizado.

Estudos mais recentes (por exemplo, Jeremias em “The Parables of JESUS”, 1954) afirmam que as parábolas, na forma como são encontradas nos Evangelhos, sofreram uma radical transformação. Seu cenário original, como na época de JESUS, não existe mais. Estudando a maneira pela qual aconteceu a transformação de uma parábola, do cenário da vida de JESUS, para o da Igreja primitiva, podemos reconstruir esse cenário original. Essa abordagem é extremamente subjetiva e seus resultados são meras conjecturas, embora seja indubitavelmente verdade que em alguns exemplos as circunstâncias históricas precisas das parábolas tenham se perdido. Na verdade, a missão redentora de CRISTO, isto é, “a presença do reino de DEUS na pessoa, ministério e ensinos de JESUS” (cf. George E Ladd, 'The Life Setting of the Parables of the Kingdom”, JBR, XXXI [1963], 197) nos fornece a situação geral da realidade de todas as parábolas de JESUS. É nesses termos que elas devem ser entendidas, e não em termos de uma verdade moral e religiosa de caráter geral.

W. W. W.

 

PARÁBOLAS DE JESUS

Para uma informação introdutória sobre as parábolas de JESUS, veja Parábola. Fazemos aqui uma tentativa de relacionar, classificar e fornecer alguma orientação sobre a interpretação dessas parábolas. A maioria dos estudiosos tem discordado quanto ao número de parábolas que identificaram nos Evangelhos. Suas relações variam entre 30 a 80, dependendo de terem ou não incluído parábolas semelhantes que não foram descritas sob o termo “parábola” e de terem incluído parábolas mais curtas e exemplos extraídos delas. Aqui foram analisadas 52 parábolas. Elas foram distribuídas em nove categorias. Em alguns casos a classificação de uma parábola em determinada categoria foi um pouco arbitrária. Em cada caso, sua história não é contada, mas simplesmente sugerida em uma conjunção com sua interpretação. As referências das Escrituras são mencionadas em todos os exemplos para que o leitor possa acompanhá-las com a Bíblia aberta.

 

I.        A Mensagem de DEUS ao Mundo

A.      Natureza da mensagem. O pano remendado e os odres de vinho (Mt 9.16,17; Mc 2.21,22; Lc 5.36-38).O tecido novo ainda não encolheu e quando uma roupa velha é remendada com ele, seu encolhimento piora a rotura. O vinho novo colocado em velhos odres de vinho fará com que a pele de que o odre é feito se rompa, porque ela já foi esticada ao máximo possível no processo anterior de fermentação. O ponto importante é que o Senhor JESUS CRISTO veio com uma nova mensagem de graça em oposição à antiga ordem legal: essa mensagem exige uma nova abordagem e novas formas.

B.      Proclamação da mensagem. O semeador (Mt 13.3-9,18-23; Mc 4.1-9; 13.20; Lc 8.4-15). De acordo com a parábola, a semente das boas novas do reino é plantada em vários solos com diferentes resultados: a maioria das pessoas, por uma ou outra razão, não recebe a verdade de DEUS para a salvação.

C.      Crescimento da verdade (reino) no mundo.

1.       A semente que cresce secretamente (Mc 4.2629־) descreve o imperceptível crescimento do reino de DEUS no mundo.

2.       A semente de mostarda (Mt 13.31,32; Mc 4.3032־; Lc 13.18,19) retrata o rápido, e inesperado, crescimento do reino de DEUS. Embora a semente seja pequena (a mostarda da Palestina é preta e pequena como a semente da petúnia, ou ainda menor), ela cresce rapidamente, alcançando uma grande altura (na Palestina ela atinge de 4 a 5 metros, ou mais).

D.      Corrupção da mensagem e da obra de DEUS.

1.       O fermento (Mt 13.33; Lc 13.20,21). Como regra geral, nas Escrituras o fermento fala sobre o maligno, e provavelmente faça o mesmo nesta passagem; portanto, a referência seria dirigida à corrupção da doutrina do reino através de falsas doutrinas. Alguns preferem interpretá-la como significando que a verdade do evangelho infiltrar-se-á na sociedade do mal.

2.       A parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-

30,36-43) ensina que Satanás falsificou o evangelho com sua própria marca de religião, e que ambos cresceram juntos na cristandade - tanto aqueles que professam um falso evangelho, como os verdadeiros detentores da verdade; e eles serão separados por ocasião do juízo.

II.       A Salvação e o Perdão dos Pecados

1, 2 e 3. As parábolas da ovelha perdida, da moeda perdida e do filho pródigo (Lc 15) estavam dirigidas aos fariseus que criticavam JESUS por sua associação com publicanos e pecadores. Os fariseus procuravam justificar- se perante os homens. O Senhor JESUS, aparentemente, relacionou-os às 99 ovelhas, às nove moedas e ao irmão mais velho pelo fato de se considerarem espiritualmente salvos. Mas, ao contrário, dirigiu-se aos publicanos e pecadores (a centésima ovelha, a moeda perdida e o filho pródigo) que reconheceram a necessidade que tinham de um Salvador.

4.       O fariseu e o publicano (Lc 21.28-32). Novamente, JESUS atinge os farisaicos interlocutores que se consideravam justos, através da justiça própria que demonstravam, O publicano foi justificado porque se apresentou com humildade, reconhecendo seus pecados e confiando na divina provisão.

5.       Filhos convocados ao trabalho (Mt 21.28-32). O primeiro filho representa os publicanos e as prostitutas que a princípio não sentiam simpatia por João Batista, por seu ministério e mensagem, mas que depois se arrependeram e creram.

O segundo representa os principais sacerdotes e anciãos que, como homens religiosos, demonstraram um interesse inicial por João, mas depois não receberam a mensagem em seus corações.

6 e 7, O tesouro escondido e a pérola de grande valor (Mt 13.44-46) mostra o valor dos crentes por quem CRISTO fez o supremo sacrifício. O campo deve representar o mundo, assim como nas primeiras duas parábolas de Mateus 13. O homem que desistiu de tudo para comprar a pérola só pode ser o próprio CRISTO, que fez o supremo sacrifício para pagar a dívida do pecado de todo o mundo. Dentro do mundo dos pecadores existem aqueles que irão acreditar nele - o tesouro e a pérola.

8.       O casamento do filho do rei (Mt 22.1-14) fala primeiro sobre os líderes religiosos que recusaram o convite do rei. Como resultado, DEUS afastou-se dos judeus e procurou os gentios. Em segundo lugar, esta parábola fala sobre os gentios que ousaram apresentar-se perante o rei à sua própria maneira; eles não tinham as vestes para o casamento - o manto da justiça do Senhor.

9.       A grande ceia (Lc 14.16-24), De natureza semelhante à anterior, essa parábola envolve três grupos; os que a princípio receberam o convite e recusaram, os pobres, aleijados, mancos e cegos, e aqueles que estão entre os caminhos e as sebes. Parece que o primeiro grupo representa os escribas e os fariseus, e o segundo e o terceiro (que respondem) representam os publicanos e pecadores, e os gentios, respectivamente.

10 e 11. A figueira estéril (Lc 13.6-9), a porta estreita e a porta fechada (Lc 13.23-30) falam sobre a salvação de DEUS e seu castigo, porque deixaram de receber sua graça. 12 el3. Aporta do curral das ovelhas (Jo 10.1- 10) e o bom Pastor (Jo 10.11-18,25-30). Estas parábolas declaram que JESUS é o caminho pelo qual alguém se torna membro dessa nova família espiritual (rebanho). Aqueles que se recusam a entrar pela porta (como os fariseus) e procuram a salvação através de sua própria virtude são classificados como ladrões e assaltantes e estão fora do curral. Como bom Pastor, JESUS oferece sua própria vida pelas suas ovelhas, e escolhe as ovelhas tanto entre os gentios, como entre os judeus, tornando-os um único rebanho (ou “aprisco”). 14 e 15. A contaminação que vem tanto do exterior (Mt 12.43-45; Lc 11.24-26) como do interior.

Nessas parábolas, JESUS toma claro que não existe meio termo entre a aceitação e a rejeição do Salvador. Na última parábola, um certo espirito maligno deixou o homem e, mais tarde, encontrando esse homem sem suficiente defesa moral, penetrou em sua vida com mais sete outros espíritos malignos. Devemos estar cheios de bondade e possuir uma virtude positiva que só está disponível através de CRISTO. Na segunda parábola, a fonte da dificuldade está descrita não como vinda do exterior, mas do interior da pessoa. Além de ter de combater a obra dos espíritos malignos, o indivíduo tem dentro de si uma natureza pecadora. Seu coração é desesperadamente iníquo e a fonte de todas as formas de corrupção.

16.     Luz interior (Mt 6,22,23; Lc 11,34-36). Assim como o corpo físico Tecebe a luz pelos olhos, a alma também tem um “olho”. Aqueles que têm visão espiritual e não estão sob as trevas da impenitência, compreendem o significado do desenvolvimento espiritual que ocorre em tomo de si, porque pertencem ao Salvador.

17.     Sob a figura de duas estradas (Mt 7.13,14), JESUS retrata a alternativa dos caminhos abertos ao homem nessa vida.

18.     Os construtores (Mt 7.2427־; Lc 6.46-49). Existem duas classes de homens como construtores. Aquele que prudentemente constrói sua vida e caráter com a fé arraigada em CRISTO, e o outro que tenta construir, de forma tola, a vida e o caráter sem estar definitivamente estabelecido em CRISTO.

III.      O Tratamento de CRISTO

Pelo menos duas parábolas tratam desse tema: a dos lavradores maus (Mt 21.33-41; Mc 12.1-9; Lc 20.9-16) e a da pedra rejeitada (Mt 21.42-46; Mc 12.10,11; Lc 20.17-19). Na primeira parábola, os inimigos de CRISTO são comparados aos vinhateiros que deixaram de cumprir sua responsabilidade de cuidar da vinha (Israel) para seu senhor ( DEUS). Na verdade, eles maltrataram os servos (profetas) do seu senhor quando trouxeram as mensagens de seu mestre. Finalmente, eles até mataram o filho (JESUS CRISTO) do seu senhor; por isso DEUS os destruirá. Na segunda parábola, os fariseus aparecem como aqueles construtores que jogaram uma certa pedra fora (CRISTO) por ser inadequada à estrutura que estavam construindo. Mas essa pedra tomou-se a pedra angular e também uma poderosa arma nas mãos de DEUS para destruir os oponentes do Messias.

IV.      A Comunhão com DEUS

Aqueles que têm fé e apropriam-se da obra de CRISTO, e experimentam o novo nascimento, têm o privilégio de desfrutar a comunhão com o Pai e com o Filho. JESUS expressou essa verdade em diversas parábolas.

A.      Oração. Duas parábolas sobre a oração estão intimamente relacionadas: a do amigo importuno (Lc 11.5-8) e a do injusto juiz (Lc 18.1-8). Ambas demonstram que DEUS certamente ouvirá seus filhos, mas que a oração deverá ser importuna e perseverante. Entretanto, essas parábolas diferem um pouco no sentido de que a primeira demonstra que a oração nunca é de fato importuna, e a última de que é certo que ela trará bênçãos, e não uma maldição.

B.      Gratidão. A parábola dos dois credores (Lc 7.41-43) parece ensinar que a gratidão dos pecadores depende do quanto lhes foi perdoado.

C.      O relacionamento de CRISTO com seus discípulos. A parábola da noiva e do noivo (Mc 2.19,20; Lc 5.34,35) descreve o feliz relacionamento do Senhor JESUS CRISTO com seus discípulos, e sua partida que ocorreria em breve.

D.      Comunhão e alimento espiritual. A parábola da vinha e dos ramos (Jo 15.1-11) está relacionada com o ministério de CRISTO para e através de seus discípulos, e as condições para a frutificação.

E.      O suprimento das necessidades temporais. A história do rico insensato (Lc 12.16-21) ensina que uma vida abundante paia o crente não depende da riqueza, e que nem mesmo a própria vida pode ser assegurada pelo dinheiro. A exortação que a acompanha no v.31 é especialmente importante: “Buscai antes o reino de DEUS e todas essas coisas vos serão acrescentadas”.

V.       Testemunho ou Discipulado

1 e 2. Assim como o homem que se prepara para construir uma torre em primeiro lugar avalia os custos para determinar se pode terminá-la (Lc 14.28-30), e um rei calcula seus recursos militares antes de iniciar uma batalha (Lc 14.31,32), também o discípulo de CRISTO deve avaliar o custo do discipulado e se preparar para viver uma vida de completa renúncia.

3        e 4. Um discípulo sem o espírito de auto abnegação é como o sal que perdeu seu poder de temperar (Mt 5.13; Mc 9.50; Lc 14.3335־). Sob essa condição, ele absolutamente não serve para nada. Assim como o bom sal, os cristãos eficientes sâo capazes de exercer um efeito de preservação e de purificação, e dão um excelente tempero à sociedade. A parábola do cristão como uma lâmpada acesa (Mt 5.15; Mc 4.21; Lc 8.16,17; 11.33) enfoca a difusão de seu testemunho.

5.       Se um discípulo deseja dar testemunho mais efetivo, deve constantemente preocupar-se com a autocrítica. Essa é a mensagem da parábola sobre os membros que escandalizam (Mt 5.29,30; Mc 9.43,45,47), Na verdade, nenhum sacrifício é demasiada- mente grande se for capaz de promover uma correta condição espiritual e servir como um bom testemunho por parte do crente.

VI.     O Relacionamento com Outros

A.      ESPÍRITO generoso: o servo implacável (Mt 18.23-35). Aqui JESUS está lidando com o ódio de um espírito rancoroso, e transmitiu a ideia de que DEUS nos perdoa tanto, que deveríamos estar dispostos a perdoar todos aqueles que pecam contra nós.

B.      Sociabilidade: o bom samaritano (Lc 10.30- 37). Ter um espírito de altruísmo e divina consideração; ser um bom próximo para aquele com quem não se tem nenhum relacionamento de parentesco ou sequer de amizade.

VII.    As Recompensas

A parábola dos trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16) ensina que DEUS irá recompensar todo trabalho bem feito, e que Ele o fará de acordo com sua soberana vontade.

Ninguém tem o direito de exigir recompensas pelo serviço prestado ao Senhor. Uma parábola semelhante está em Lucas 17.7-10, cuja principal mensagem é que o servo não pode fazer uma queixa justa por ter feito além daquilo que deveria.

VIII.   A Volta de CRISTO

Seis parábolas tratam do tema da volta de CRISTO. Outras que serão analisadas na próxima seção tratam do juízo em conexão com sua volta. Em Lucas 12.35-38, o Senhor JESUS ensina sobre o dever da leal vigilância em relação à sua volta. Como os servos devem estar preparados para encontrar seu mestre a qualquer hora, para o casamento que ocorrerá assim que ele voltar, da mesma forma os crentes devem estar prontos para a volta de CRISTO, que pode se dar a qualquer momento.

Sob outra figura de linguagem - a invasão de um ladrão - o Senhor apresenta uma mensagem semelhante (Lc 12.39,40; Mt 24.43,44). O dono da casa é exortado a manter uma constante vigilância para que, caso ele durma, o Senhor não venha como um ladrão durante a noite. No esforço para realçar ainda mais o assunto da vigilância, o Senhor JESUS novamente muda de exemplo - dessa vez é um servo da casa esperando a volta de seu senhor (Mt 24.45-51; Lc 12.42- 46). Embora possa existir alguma incerteza sobre se um ladrão irá ou não entrar, existe uma certeza absoluta de que o mestre irá retornar. A parábola do dono da casa e do porteiro (Mc 13.34-37) exorta à vigilância em vista da volta de CRISTO, e é auto- explicativa.

Nosso Senhor também enfatiza a importância da preparação para sua vinda, e para a próxima vida, na parábola do mordomo infiel (Lc 16.1-13). Muitas têm sido as dificuldades para interpretar essa parábola: a maior parte delas vem da tentativa de forçar a interpretação de detalhes sem importância. O ponto principal é que o Senhor JESUS está simplesmente tentando ensinar a seus discípulos que mesmo os homens iníquos de sua geração usaram as oportunidades da época para se prepararem para o futuro. Os crentes podem aprender com os infiéis a esse respeito e, como mordomos fiéis, eles podem agora se preparar para no final prestar contas - de uma forma positiva - de seu serviço.

Embora nas parábolas anteriores o Senhor JESUS CRISTO tenha feito exortações à vigilância em vista de sua volta, cuja data não é divulgada, Ele realmente fez uma pausa para indicar a proximidade desse evento. Na parábola da figueira (Mt 24.32-35; Mc 13.28- 31; Lc 21.29-33) o Senhor ensina que como os brotos indicam a chegada do verão, da mesma forma a existência de certas condições será um sinal seguro de sua volta.

IX.     O Juízo

O Senhor JESUS julgará a todos após o final da Grande Tribulação. A parábola da rede de pesca (Mt 13.47-50) fala sobre esse julgamento em termos gerais.

Três outras parábolas estão relacionadas ao julgamento de CRISTO, depois da Grande Tribulação. Duas são semelhantes, mas aparentemente não são idênticas: a das dez minas (Lc 19.11-27) e a dos dez talentos (Mt 25.14-30).

Um estudo cuidadoso irá revelar que existe uma lista completa de diferenças entre elas. Na primeira, o nobre que viajou para um país distante à procura do reino não pode ser outro a não ser o próprio Senhor. Seus servos, então, seriam os discípulos ou outros crentes. Aqueles que odiavam e rejeitavam a CRISTO seriam os cidadãos iníquos. Estes últimos deverão ser mortos (lançados no local de condenação) por ocasião da vinda do Senhor. Os discípulos deverão ser recompensados de acordo com seus serviços, durante a ausência do Senhor. Da mesma forma, a parábola dos talentos demonstra a importância da fidelidade à luz da volta de CRISTO. Talvez exista uma intimação no verso 30, de que a infidelidade indique a falta de uma experiência regeneradora. Portanto, os infiéis serão lançados à perdição.

Outra parábola sobre o juízo, e uma das que tem sido objeto de muita discussão, é a aas dez virgens (Mt 25.1-13).

Naturalmente, é superficialmente óbvio que nessa passagem JESUS procurou ensinar a importância da vigilância à luz de sua volta. O que se segue é oferecido como uma tentativa de interpretação. A parábola descreve o julgamento de Israel. As dez virgens são os remanescentes que professam ao Senhor em Israel depois da Igreja ter sido arrebatada. Cinco virgens prudentes representam um remanescente que crê em DEUS; as virgens loucas representam os infiéis que professam estar esperando que o Messias venha com poder. O casamento do noivo com a noiva (Igreja) já se realizou no céu, e a parábola faz alusão à festa de casamento que acontece na terra. A chegada do noivo é o retorno do Senhor em glória, no final da Grande Tribulação. A entrada na festa do casamento corresponde à entrada no reino do céu sobre a terra (o Milênio). A presente obra não tem como escopo uma defesa mais detalhada ou uma discussão sobre as facetas dessa interpretação.

Uma última parábola sobre o juízo está muito relacionada ao julgamento individual que ocorre sempre que uma pessoa deixa a vida terrena: o homem rico e Lázaro (Lc 16.19-31). Alguns poderiam preferir dar a este relato o nome de incidente histórico e não de parábola; em todo caso, a mensagem não seria modificada. Quanto ao seu significado, precisamos nos lembrar do seu contexto. Antes dela, encontramos a parábola do mordomo infiel que procura mostrar os benefícios da utilização prudente das vantagens e recursos do presente. O homem rico, ao invés de aproveitar suas oportunidades e recursos para fazer o bem na terra, fez da própria riqueza seu maior bem. Deste modo, a riqueza tornou-se o empecilho para uma fé viva em DEUS, e uma vida que seria uma bênção para os outros. Ele perdeu a chance de acumular tesouros no céu. Lázaro, entretanto, manteve a fé em DEUS durante seus anos na terra, e por isso foi recompensado na vida seguinte. F, V. - - Dicionário Bíblico Wycliffe

 

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Escrita Lição 8, O Bom Pastor e os Pastores Infiéis (CPAD)

 

 

TEXTO ÁUREO

“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (Jo 10.11)


VERDADE PRÁTICA

As Escrituras revelam DEUS como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. DEUS dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 34.1-12

1 - E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2 - Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3 - Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4 - A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5 - Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
6 - As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. 7 - Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:
8 - Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, 9 - portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:
10 - Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto. 11 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. 12 - Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.


PALAVRA-CHAVE – Pastor

 

Resumo da Lição 8, O Bom Pastor e os Pastores Infiéis

I - SOBRE O REBANHO

1. Ovelhas.

2. Natureza.

3. O rebanho.

4. Os pastores.

II - SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

1. O pastor de ovelhas.

2. O que os governantes faziam (vv.2,3)?

3. O que os governantes não faziam (vv.4,8)?

4. As ovelhas dispersas (vv. 5,6).

III – SOBRE O BOM PASTOR

1. A reação divina contra os maus pastores (vv.10-12).

2. JESUS, o bom Pastor.

3. O pastor cristão.

 

 

COMENTÁRIOS EXTRAS DIVERSOS DE REVISTAS E LIVROS

 

COMENTÁRIOS - BEP - CPAD

34.2-31 OS PASTORES DE ISRAEL.

Ezequiel profetiza contra os líderes de Israel, i.e., seus reis, sacerdotes e profetas. Com sua cobiça, corrupção e egoísmo, deixaram de guiar o povo de DEUS no caminho em que Ele os queria. Estavam a explorar o povo (v. 3), e manipular os cidadãos para obterem lucro pessoal, ao invés de lhes dar assistência espiritual (v. 4). Esses líderes, portanto, eram culpados do cativeiro de Judá, e DEUS ia julgá-los. Em contraste com os pastores infiéis, Ezequiel passa a profetizar que um dia DEUS enviará um Pastor segundo seu próprio coração (i.e., o Messias), que realmente cuidará do povo. Então, o rebanho, ao invés de ser explorado e manipulado, terá chuvas de bênção (v. 26).
34.11 PROCURAREI AS MINHAS OVELHAS E AS BUSCAREI. Porque os líderes de Israel fracassaram, o próprio Senhor assumiria a direção do seu povo. Ele cuidaria do seu rebanho (vv. 11-16), julgaria entre as ovelhas, carneiros e bodes (vv. 17-24), e estabele
ceria um concerto de paz (vv. 25-31).

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 Lição 08: Mensagem Contra os Falsos Profetas e os Pastores Infiéis, 1° Trimestre de 2022, EBD, BETEL

Escola Bíblica Dominical

  

TEXTO ÁUREO

“Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram!” Ezequiel 13.3

 

VERDADE APLICADA

O povo de DEUS precisa estar atento para não ser enganado pelos falsos obreiros.

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Alertar contra os falsos profetas.
Advertir acerca dos pastores infiéis.
Explicar a responsabilidade dos obreiros diante de DEUS.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA -

EZEQUIEL 13.6- Veem vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e fazem que se espere o cumprimento da palavra.

EZEQUIEL 34.2- Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3- Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Dt 13.1-5 O castigo dos falsos profetas.
TERÇA / 2Sm 5.2 Davi, eleito por DEUS para apascentar Israel.
QUARTA / 2Rs 22.8-11 O livro da lei é encontrado no templo.
QUINTA / Jr 29 O plano divino de restauração do Seu povo.
SEXTA / 1Co 4.1-2 Despenseiros dos mistérios de DEUS.
SÁBADO / Ef 4.12 Aperfeiçoamento dos santos.

 

HINOS SUGERIDOS 96, 127, 432

MOTIVOS DE ORAÇÃO - Ore pela unidade das igrejas no Brasil.

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução
1– Profecia contra os falsos profetas
2– Profecia contra os pastores infiéis
3– Ministros de CRISTO fiéis
Conclusão

 

INTRODUÇÃO

Ezequiel profetizou contra os falsos profetas e líderes de Israel (pastores infiéis) que deixaram de guiar o povo de DEUS na verdade das Escrituras Sagradas. Tais relatos devem servir de alerta para a Igreja hoje.

 

PONTO DE PARTIDA - É preciso estar atento para não ser enganado.

 

1- PROFECIA CONTRA OS FALSOS PROFETAS

Desde o início da humanidade há tentativa de enganar as pessoas com mensagens que anunciam uma mentira como se fosse verdade e procuram semear dúvidas quanto ao que o Criador falou [Gn 3.1-5]. Tal realidade sempre acompanhou a história do povo de DEUS, como veremos no presente tópico [Ez 13.2-3]. DEUS repudia essas práticas e se mostra contra todos os que usam de engano [Ez 13.8].

 

1.1. DEUS prepara o povo para entrar em Canaã. 

A preparação para o povo de Israel possuir e habitar a terra de Canaã incluiu orientações sobre como lidar com o surgimento de falsos profetas no meio do povo [Dt 13.1-5]. Notemos que DEUS avisou que o referencial para discernir se a mensagem deveria ser recebida, não era a realização de um sinal ou prodígio, mas a Palavra de DEUS já revelada ao povo [Dt 13.4]. A Palavra de DEUS continua sendo a revelação maior sobre a vontade de DEUS para a humanidade. Precisamos passar pelo crivo das Escrituras Sagradas todas as mensagens e ensinos [Is 8.19-20].

 

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody sobre Deuteronômio 13.1-5: “O padrão de vida e culto de Israel era revelação de DEUS através de Moisés, escrita ou falada; a exigência fundamental, portanto, era fidelidade exclusiva ao Senhor – andareis após o Senhor [Dt 13.4]”. Infelizmente, desde os tempos remotos há a tendência de o povo desprezar as Escrituras Sagradas como referencial de culto e conduta, chegando ao ponto do Livro da Lei ter sido esquecido nos arquivos do templo [2Rs 22.8-11].

 

1.2. O povo desprezou os profetas de DEUS. 

Tanto o Reino do Norte como o Reino do Sul desprezaram os profetas que DEUS enviou chamando o povo ao arrependimento [2Rs 17.13-14; Ne 9.26, 30]. Também não aceitaram a Palavra de DEUS que ordenava que se submetessem ao cativeiro, pois o mesmo era uma disciplina imposta pelo Senhor como parte do plano divino no processo de restauração do Seu povo [Jr 29].

 

Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody – Ezequiel 33.30-33: “Neste fragmento da vida oriental, os exilados são vistos falando um com o outro sobre Ezequiel, assentados diante dele [Ez 8.1; 14.1; 20.1]. Gostavam de suas mensagens sobre a futura restauração e as profecias contra as nações, mas não obedeciam às condições morais e religiosas sem as quais não participariam da nova era.”

 

1.3. A atuação dos falsos profetas. 

Tanto Jeremias como Ezequiel denunciaram e enfrentaram a atuação dos falsos profetas que ainda estavam presentes, mesmo num tempo de grande sofrimento, desviando a muitos da verdadeira mensagem divina [Jr 26.6-9; 28.1-2; 29.8; Ez 13.1-10]. Os falsos profetas criaram, na época, uma falsa segurança nos judeus em Jerusalém, promovendo-lhes paz e livramento falsos [Ez 13.16]. Na realidade, isso só aconteceria quando se voltassem para as leis de DEUS e abandonassem as rebeldias, idolatrias e profanações. Infelizmente muitos seguiam mensagens que não chamavam ao arrependimento, mas procuram tranquilizar o povo e mantê-los em suas práticas pecaminosas [Jr 7.4, 8-10].

 

Subsídio do Professor: Antônio Neves de Mesquita comentou sobre o texto de Ezequiel 12.21 – 14.11: “Entre as muitas infelicidades que visitaram o povo nesses trágicos dias, estava a corja dos falsos profetas. Homens sem convicções religiosas, apenas desejando agradar aos que dominavam, constituíam-se em entraves aos verdadeiros enviados de DEUS. Esta seção compõe-se de cinco oráculos ou curtos discursos a respeito da obra danosa dos falsos profetas. Havia até um provérbio entre eles: “Prolongue-se o tempo e não se cumpra a profecia”, que era o mesmo que dizer: Vamos ver se o que diz o profeta vai sair certo. (…) Contra tal provérbio vem a palavra do Senhor: Farei cessar esse provérbio e já não se servirão dele em Israel [Ez 12.23].

 

”EU ENSINEI QUE: A Palavra de DEUS continua sendo a revelação maior sobre a vontade de DEUS para a humanidade. Portanto, precisamos passar pelo crivo das Escrituras Sagradas todas as mensagens e ensinos.

 

2- PROFECIA CONTRA OS PASTORES INFIÉIS

A mensagem divina contra atitudes de líderes contrárias às orientações divinas à frente do povo de DEUS (tanto no AT como no NT) é um tema bem presente nas Escrituras Sagradas, pois causam muitos e grandes sofrimentos e dificuldades [Ez 34.7-10; 2Co 11.13].

 

2.1. A atividade de pastor.

A atividade de pastor é uma das mais antigas profissões da história da humanidade. A primeira pessoa mencionada na Bíblia como sendo pastor de ovelhas é Abel [Gn 4.2]. A expressão hebraica usada para pastor, segundo James Strong, transmite várias ideias: “apascentar um rebanho; pastoreá-lo; guardar”. Os primeiros patriarcas de Israel estiveram envolvidos na atividade de apascentar rebanhos [Gn 13.7; 26.20; 30.36]. Portanto, por se tratar de uma atividade bem presente no cotidiano dos judeus, quando o Senhor DEUS usou esta expressão metaforicamente acerca dos líderes do povo de Israel ou de outros, o povo bem entendia a mensagem que o Senhor estava transmitindo.

 

Subsídio do Professor: Ralph Gower – A tarefa do pastor: “Na primavera, depois das chuvas de inverno, havia muita pastagem perto da aldeia. Depois de o cereal ser colhido, as ovelhas tinham permissão para comer tudo o que restasse. Quando isso acabava, era necessário deixar a região e procurar a erva seca que permanecia sob o sol quente [1Cr 4.39-40]. Fontes de erva fresca onde houvesse suprimento de água (águas tranquilas, quando disponíveis) tornavam esse movimento possível [Sl 23.2]”. Além de ser necessário prover proteção diante de tantos perigos para o rebanho.

 

2.2. Os pastores de Israel. 

Já vimos na lição passada que a Bíblia descreve, metaforicamente, o povo de DEUS como “ovelhas do pasto do Senhor” [Ez 34.31]. Assim, também são usadas as expressões ”pastor” ou “apascentar” com significado metafórico em relação aos que tinham a responsabilidade de guiar, ensinar, prover proteção e suprir as necessidades do povo de Israel, como os profetas, reis e sacerdotes [Jr 23.1-2; Ez 34.2-10]. Nesse sentido, encontramos Davi sendo escolhido por DEUS para apascentar o Seu povo [2Sm 5.2]. Os líderes eram estabelecidos para que o povo do Senhor não fosse “como ovelhas que não têm pastor” [Nm 27.17; 1Rs 22.17].

 

Subsídio do Professor: John B. Taylor: “Não é incomum, nem no Antigo Testamento nem em outros escritos do antigo Oriente Próximo, ver governantes designados como pastores [Is 44.28; Jr 2.8; 10.21; Mq 5.4-5; Zc 11.4-17]. Moisés e Davi recebem esta descrição [Is 63.11; Sl 78.70-71] e, não sem relevância, estes dois homens receberam sua chamada à liderança enquanto realmente serviam como pastores de rebanhos. A palavra “pastor” sugere a liderança e o cuidado, e era, portanto, uma metáfora apropriada para se usar no caso de monarcas hereditários que, doutra forma, poderiam pensar somente em termos de dominar o povo.”

 

2.3. Pastores que apascentam a si mesmos. 

Assim, diante do exposto nos tópicos anteriores, podemos entender com mais clareza, como os primeiros ouvintes de Ezequiel, a mensagem divina: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!” [Ez 34.2]. Ao longo da história de Israel há diversos exemplos de líderes que contribuíram para que o povo se desviasse dos caminhos do Senhor [2Rs 22.53; 2Rs 3.3], assim como líderes que promoveram um retorno ao Senhor e se esforçaram para ensinar o povo os mandamentos do Senhor [2Cr 17.7-10; 2Cr 29.1-11; 2Cr 34.29-33]. A denúncia de Ezequiel aqui é contra todos aqueles tinham sido constituídos para cuidar “das ovelhas do Senhor”, contudo apenas visavam seus próprios interesses (comer gordura, se vestir de lã e degolar o cevado), além de agir sem amor (rigor, dureza e não socorrer as mais necessitadas).

 

Subsídio do Professor: F. F. Bruce: “Os reis e príncipes de Israel são denunciados como falsos pastores que tosquiavam e devoravam o rebanho de DEUS confiado a seus cuidados, em vez de pastoreá-lo, com a consequência de que o rebanho estava espalhado por toda a terra. Essa seção tem eco em Zacarias 11.15-17 e especialmente na referência de JESUS aos mercenários que se intrometem sorrateiramente no rebanho e, na hora do perigo, abandonam as ovelhas aos ataques dos lobos [Jo 10.12-13].”

 

EU ENSINEI QUE: Assim como no passado, hoje, os líderes estabelecidos pelo Senhor têm a responsabilidade de guiar, ensinar, prover proteção e suprir as necessidades do povo de DEUS.

 

3- MINISTROS DE CRISTO FIÉIS

Como no passado, hoje também DEUS chama e capacita pessoas para apascentar, ensinar e cuidar do Seu rebanho, a Igreja [1Co 4.1-2]. E requer-se que tais pessoas sejam fiéis. São duas importantes expressões: “ministro” (servir sob direção) e “despenseiros” (administrador do Evangelho). São termos que lembram: cumprir a missão dada por DEUS sendo submissos ao ESPÍRITO SANTO e fiéis às verdades do Evangelho.

 

3.1. Dons de DEUS para a Igreja. 

O Senhor JESUS tem concedido à Sua Igreja dons (gr. doma – ou seja, presente), como os relacionados em Efésios 4.8-11. Assim, enquanto a Igreja estiver neste mundo, será cuidada, como rebanho de DEUS, pelo Senhor por intermédio daqueles que Ele tem dado e capacitado pelo Seu ESPÍRITO SANTO, visando aperfeiçoamento, edificação, amadurecimento e crescimento, até que cheguemos “à medida da estatura completa de CRISTO” [Ef 4.12-16].

 

Subsídio do Professor: Geremias do Couto escreveu: “Assim como no Antigo Testamento existiu a congregação do povo de Israel, para receber o conhecimento de sua revelação, de igual modo a Igreja dá continuidade ao plano divino na atualidade. Como resultado direto do projeto de DEUS, a Igreja tem uma missão, qual seja de anunciar as riquezas incompreensíveis de CRISTO.”

 

3.2. Falsidades nos últimos dias.

Como vimos nos tópicos 1 e 2, a existência de falsos profetas e pastores infiéis na história passada de Israel, o Senhor JESUS e os apóstolos, pelo ESPÍRITO SANTO, também nos alertam que nos últimos dias da Igreja na terra surgirão falsos doutores, enganadores e falsos profetas [Mt 24.5,11; At 20.29-30 – notar como a expressão “não perdoarão o rebanho” lembra a descrição de Ezequiel 34; 2Pe 2.1-2]. Precisamos, pois, estar atentos e seguros na Palavra de DEUS para não sermos levados por “espíritos enganadores” [1Tm 4.1-2]. Israel tinha as Escrituras Sagradas e os profetas que o Senhor enviou, porém desprezaram. E nós hoje? Temos a Bíblia completa, o ESPÍRITO SANTO habitando em nós, os dons ministeriais. Como estamos reagindo às providências de DEUS para a Sua Igreja?

 

Subsídio do Professor: Michael Green comentou sobre 2Pedro 2.1-2: “O pensamento de Pedro ainda se demora nas profecias do Antigo Testamento. Em Israel no meio do povo surgiram falsos profetas além dos verdadeiros; e agora a história estava se repetindo. Seus leitores tinham falsos mestres no seu meio. Sem dúvida, isto é, porque vê que cumprem as profecias tanto do Antigo Testamento quanto de JESUS [Dt 13.2-6; Mt 24.24, etc.]. Sempre tem havido falsos mestres entre o povo de DEUS, e sempre os haverá.”

 

3.3. Cumpre o teu ministério.

A expressão que intitula este tópico foi extraída de 2Timóteo 4.5. O apóstolo Paulo estava encerrando sua carreira nesta terra. Conforme o sentido destas expressões no grego, é como se ele estivesse dizendo a Timóteo: “Desempenhe plenamente, com toda certeza, o ofício de ministrar acerca das coisas divinas”. Tal firmeza no cumprimento da missão faz-nos lembrar de Jeremias e Ezequiel, que, em tempos tão difíceis, enfrentando falsos profetas, indiferença, perseguições, adversidades e ameaças, permaneceram fiéis Àquele que os chamou, enquanto anunciavam a verdadeira Palavra de DEUS ao povo.

 

Subsídio do Professor: J. N. D. Kelly comentou sobre 2Timóteo 4.3-4: “Os homens e as mulheres já estão achando, conforme o apóstolo não pode deixar de observar com dor, o evangelho desagradável ao paladar, e ele, com seu senso vívido das crescentes tribulações dos “últimos dias” pode facilmente prever que este é apenas um antegosto de coisas piores que se seguirão. (…) Pessoas cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, isto é, que lhes contarão ou coisas que desejam ouvir, ou coisas que pretendem excitar sua imaginação ou aguçar sua curiosidade religiosa, independentemente, nos dois casos, da veracidade do que dizem.”

 

EU ENSINEI QUE: Hoje, como no passado, DEUS também chama e capacita pessoas para apascentar, ensinar e cuidar do Seu rebanho. E Ele requer que tais pessoas sejam fiéis.

 

CONCLUSÃO

Em todo o tempo o povo de DEUS tem enfrentado a realidade de encontrar falsos profetas e pastores infiéis. Contudo, o Senhor DEUS continua levantando pessoas fiéis a Ele e comprometidas com as verdades do Evangelho para levar adiante o Seu propósito.

 

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 O Pastor de Israel (34.1-31) Comentário - NVI (F F Bruce)

O tema do pastor-rei era bem difundido no Antigo Oriente Médio, e não menos no ATOS. E mais do que coincidência que os dois maiores líderes de Israel na época do ATOS passaram os seus anos de aprendizado e estágio como pastores. Javé, o Rei supremo de Israel, é também o Pastor de Israel por excelência (cf. SL 80.1; 100.3; Is 40.11); esse é o papel em que ele fala em todo esse oráculo.
a) A denúncia contra os pastores indignos (34.1-10). Os reis e príncipes de Israel são denunciados como falsos pastores que tosquiavam e devoravam o rebanho de DEUS confiado a seus cuidados, em vez de pastoreá-lo, com a conseqüência de que o rebanho estava espalhado por toda a terra. Essa seção tem eco em Zc 11.15-17 e especialmente na referência de JESUS aos mercenários que se intrometem sorrateiramente no rebanho e, na hora do perigo, abandonam as ovelhas aos ataques dos lobos (Jo 10.12,13).
v. 6. Aí minhas ovelhas vaguearam por todos os montes', cf. a linguagem de Micaías em lRs 22.17 e a compaixão de JESUS pela multidão porque eram como “ovelhas sem pastor” (Mc 6.34) — como um exército sem capitão.
b)    Javé busca as suas ovelhas perdidas (34.11-16). Não importa o que os mercenários tenham feito, o DEUS de Israel vai cumprir com o papel de um verdadeiro pastor do seu rebanho, ajuntando as ovelhas, alimentando-as com boa pastagem (v. 14) e cuidando daquelas que precisam de tratamento especial (cf. SL 23). Linguagem semelhante é usada na parábola da ovelha perdida nos Evangelhos (Mt 18.12,13; Lc 15.3-7); aqui a referência é à restauração do exílio.

 

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Os Pastores São Reprovados - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ezequiel 34. 1-6
A profecia deste capítulo não é datada, como acontece com todas aquelas que a seguem, até o Ez 40. É muito provável que ela tenha sido entregue depois do término da destruição de Jerusalém, quando seria muito oportuno averiguar as suas causas.
I
O profeta recebe a ordem para profetizar contra os pastores de Israel – os príncipes e os magistrados, os sacerdotes e os levitas, o grande Sinédrio ou conselho de estado, ou a qualquer homem que tivesse a direção dos assuntos públicos em uma esfera mais alta ou mais baixa, especialmente os reis, pois havia dois deles agora cativos na Babilônia, que assim como o povo, deveriam enxergar as suas próprias transgressões para que pudessem se arrepender, como Manassés em seu cativeiro. DEUS tem algo a dizer aos pastores, pois eles são sub-pastores, que devem obediência àquele que é o grande Pastor de Israel, Salmos 80.1. Observe o que o Senhor diz: Ai dos pastores de Israel! Embora eles sejam pastores, e pastores de Israel, ele não deve poupá-los nem lisonjeá-los. Note que se a posição e o poder dos homens não os afastarem do pecado, como deveriam, eles não servirão para isentá-los da reprovação, nem para desculpar a sua falta de arrependimento, nem para guardá-los dos juízos de DEUS se não se arrependerem. Tivemos um “ai” proferido contra os pastores, Jeremias 23.1. DEUS acertará as contas com eles de um modo especial, se não forem fiéis à confiança que neles foi depositada.
II
Ele é aqui instruído sobre a acusação que deverá fazer contra os pastores, em nome de DEUS, como o fundamento da disputa de DEUS com eles. Pois esta não é uma discussão sem motivos. Eles são acusados de duas coisas: 1. De que todo o cuidado deles visava o favorecimento pessoal, para enriquecerem a si mesmos e se tornarem grandes. A função deles era cuidar daqueles que foram entregues aos seus cuidados: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Sem dúvida deveriam apascentá-las. Eles estarão traindo a confiança do Senhor se não fizerem assim. Não que eles devam colocar a comida na boca das ovelhas, mas devem prover a comida para elas, e levá-las até ela. Mas estes pastores não prestaram, a esta atividade, o mínimo de sua atenção. Eles alimentavam a si mesmos, planejavam tudo para gratificar e saciar os seus próprios apetites, e para se tornarem ricos e grandes, gordos e tranqüilos. Eles garantiam os lucros das suas funções. Eles comiam a gordura, o creme (assim alguns entendem), porque aquele que apascenta um rebanho se alimenta do seu leite (1 Co 9.7), e garantiam para si o melhor do leite. Eles garantiam a lã, e se vestiam com ela, colocando as suas mãos na maior quantidade possível de bens daqueles que estavam sujeitos a eles. Eles matavam aquelas ovelhas que estavam bem alimentadas, para que pudessem se alimentar com aquilo que tivessem, assim como no caso de Nabote, que foi morto por causa da sua vinha. Observe que há um “ai” para aqueles que estão em posições púbicas de confiança, mas que só levam em consideração os seus interesses particulares. Sim, para aqueles que estão mais curiosos a respeito do benefício do que a respeito do ofício. Estes estão mais preocupados com o dinheiro que deve ser conseguido, do que com o bem que deve ser feito. Esta é uma queixa antiga: Todos buscam o que é seu, e muitos buscam mais do que aquilo que é seu. 2. De que não cuidavam do benefício e do bem-estar daqueles que foram entregues aos seus cuidados: Não apascentais o rebanho. Eles nem sabiam como fazê-lo, de tão ignorantes que eram, nem se esforçavam para fazê-lo, de tão preguiçosos que eram. Não, eles nunca desejaram nem planejaram fazer isso, por serem tão traiçoeiros e infiéis. (1) Eles não cumpriram a sua obrigação para com as ovelhas do rebanho que estavam doentes. Não as fortaleceu, nem as curou, nem as ligou, v. 4. Quando qualquer uma do rebanho estivesse doente ou com dores, aflita ou ferida, eles não se importavam se ela fosse viver ou morrer. Eles nunca cuidavam delas. Os príncipes e juízes não se importavam em fazer justiça àqueles que foram injustiçados, ou com a defesa da inocência ofendida. Eles não se importavam com os pobres para vê-los abastecidos com o necessário. Por eles, os pobres poderiam morrer de fome. Os sacerdotes não se importavam em instruir os ignorantes, em corrigir os erros dos que erravam, em advertir os desobedientes, ou confortar os indecisos e fracos. Os ministros de estado não se importavam em impedir os males crescentes do reino, que ameaçavam os seus pontos vitais. As coisas estavam erradas e fora de rumo em todos os lugares, e nada era feito para corrigi-las. (2) Eles não faziam a sua obrigação para com as ovelhas do rebanho que estavam dispersas, que foram levadas pelos inimigos que invadiram o país, e que foram obrigadas a buscar abrigo onde pudessem achar um lugar, ou que andavam desgarradas pelos montes e outeiros (v. 6), onde estavam expostas às feras do campo e se tornaram como pasto para elas, v. 5. Todos estão prontos a agarrar um animal sem dono. Alguns foram para outra terra e mendigaram, outros foram para outra terra e negociaram, e desse modo o país se tornou escasso de moradores, e foi enfraquecido e empobrecido, e carecia de mãos tanto nos campos de grãos como nos campos de batalha. Tanto na colheita como na guerra: As minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, v. 6. E ninguém jamais perguntou por elas, e jamais foram encorajadas a voltar para o seu próprio país: não há quem as procure, nem quem as busque. Com força e crueldade eles as regiam, o que fez com que mais fossem embora, e desanimavam aquelas que pensavam em retornar. A situação é muito ruim quando alguém tem motivos para esperar ser mais bem tratado entre os estranhos do que em seu próprio país. Isto pode significar aqueles do rebanho que se desviaram de DEUS e da sua obrigação. E os sacerdotes, que deveriam ter ensinado o bom conhecimento do Senhor, não utilizaram meios para convencê-los e reclamá-los, de forma que eles se tornaram uma presa fácil para os corruptores. Assim, se espalharam por não haver pastor, v. 5. Havia aqueles que se denominavam pastores, mas que na verdade não o eram. Note que aqueles que não fazem o trabalho de pastores são indignos deste nome. E se aqueles que se propõem a ser pastores forem pastores insensatos (Zc 11.15), se eles forem soberbos e se sentirem envaidecidos por sua função, se forem ociosos e não amarem o seu trabalho, ou se forem infiéis e indiferentes a ele, a situação do rebanho será tão ruim quanto se não houvesse pastor. É melhor não ter nenhum pastor do que ter pastores assim. CRISTO se queixa de que o seu rebanho era como ovelhas que não tinham pastor, quando, no entanto, os escribas e fariseus se sentavam na cadeira de Moisés, Mateus 9.36. É muito ruim para o paciente quando o seu médico é a sua pior doença; é muito ruim para as ovelhas do rebanho quando os pastores as mandam embora e as dispersam, governando-as com violência.

 

Os Pastores Reprovados
Ezequiel 34. 7-16
Ao lermos os artigos de impedimento anteriormente redigidos, em nome de DEUS, contra os pastores de Israel, só podemos olhar para os pastores com uma justa indignação, e para o rebanho com uma terna compaixão. DEUS, através do profeta, expressa aqui estes dois sentimentos de uma forma enfática. E os pastores são chamados (vv. 7,9) para ouvir a palavra do Senhor, para ouvir esta palavra. Ouçam eles como o Senhor os considera pouco, eles que se consideravam muito, e como o Senhor considera muito o rebanho, o qual eles desprezavam tanto. As duas palavras serão humilhantes para eles. Aqueles que não querem ouvir a palavra do Senhor lhes dando instruções tão importantes, serão obrigados a ouvir a palavra do Senhor proferindo a sua condenação. Agora veja aqui:
I
Quão desgostoso DEUS está com os pastores. Os seus crimes são repetidos, v. 8. O rebanho de DEUS se tornou uma presa para os enganadores que primeiro, o atraíram para a idolatria, e então para os destruidores que os levaram para o cativeiro. E estes pastores não tinham o cuidado de evitar um ou o outro, mas agiam como se não houvesse pastores. Portanto, DEUS diz isto (v. 10), e confirma isto com um juramento (v. 8): Eu estou contra os pastores. Eles receberam de DEUS a responsabilidade de apascentar o rebanho e utilizaram este precioso nome no que faziam, esperando que tivessem o apoio dele. “Não,” diz DEUS, “longe disso. Eu sou contra eles.” Note que o fato de termos o nome e a autoridade de pastores não garante a presença de DEUS conosco, se não fizermos o trabalho que nos foi ordenado, e não formos fiéis à confiança que foi depositada em nós. DEUS é contra eles, e eles saberão disso. Porquê: 1. Eles terão que prestar contas pela maneira como se desincumbiram da confiança que neles foi depositada: “Demandarei as minhas ovelhas da sua mão, e imputarei sobre eles o fato de tantas estarem faltando.” Note que terão muito pelo que responder no dia do juízo aqueles que têm sobre si o cuidado das almas, e que, no entanto, não cuidam delas. Os ministros devem ficar alerta e trabalhar como aqueles que devem prestar contas, Hebreus 13.17. 2. Eles perderão o officio et beneficio – tanto o trabalho como os salários. Eles cessarão de apascentar o rebanho, isto é, de fingir que o apascentam. Observe que é justo que DEUS tire das mãos dos homens o poder de que eles abusaram, e a confiança que traíram. Mas se este fosse todo o castigo deles, poderiam suportá-lo muito bem. Portanto, é acrescentado: “Eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas ovelhas da sua boca, pois não as têm protegido, e não lhes servirão mais de pasto.” Note que aqueles que estão enriquecendo a si mesmos com os despojos do público, não podem esperar que sempre tenham a permissão para fazer isso. DEUS também não permitirá que o seu povo seja sempre menosprezado por aqueles que deveriam apoiá-lo, mas preparará um dia em que os livrará dos pastores, que são os seus falsos amigos, bem como dos leões, que são os seus inimigos confessos.
II
Quão preocupado DEUS está com o rebanho. Ele fala mostrando que Ele mesmo é Aquele que está mais preocupado com eles, pelo fato de tê-los visto assim negligenciados. Porque é em DEUS que o órfão encontra misericórdia. Promessas preciosas são feitas aqui nesta ocasião, e deveriam ter o seu cumprimento no retorno dos judeus do seu cativeiro e o seu restabelecimento na sua própria terra. Ouçam os pastores esta palavra do Senhor, e saibam que eles não têm nenhuma parte nem porção neste assunto. Mas ouçam as pobres ovelhas e sejam consoladas com isso. Note que embora os magistrados e ministros falhem em fazer a sua parte, pelo bem da igreja, DEUS não falhará em fazer a sua parte. Ele tomará o rebanho na sua própria mão, antes que a igreja perca a bondade que Ele planejou para ela. Os sub-pastores podem mostrar que são negligentes. Mas o Sumo Pastor não cochila nem dorme. Eles podem ser falsos. Mas DEUS permanece fiel.
1. DEUS juntará as ovelhas que estavam espalhadas, e as trará de volta para o aprisco junto com aquela que andava errante: “Eis que eu, eu mesmo, o único que pode fazer isto, o farei, e terei toda a glória disso. Procurarei as minhas ovelhas e as buscarei (v. 11) como faz um pastor (v. 12), e as farei voltar como ele faz com a desgarrada, sobre os seus ombros, de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.” Há dias de nuvens e de escuridão, com ventos e tempestades que espalham as ovelhas de DEUS, que as mandam para lá e para cá, para lugares diversos e distantes, em busca de tranqüilidade e segurança. Mas: (1) Onde quer que elas estejam, os olhos de DEUS as acharão, porque os seus olhos percorrem a terra, em favor delas. Eu buscarei as minhas ovelhas, e nenhuma que pertença ao aprisco será perdida, embora tenha se desgarrado. O Senhor conhece aqueles que são Seus. Ele conhece o seu trabalho, onde moram (Ap 2.13), e onde estão escondidas. (2) Quando chegar a hora que Ele mesmo determinou, os seus braços irão trazê-las para casa (v. 13): E as tirarei dos povos. DEUS tocará em seus corações para que venham pela sua graça, e pela sua providência abrirá uma porta para elas e removerá toda dificuldade que se achar no caminho. Elas não voltarão uma a uma, fugindo clandestinamente, mas voltarão em um só grupo: “E as farei vir dos diversos países em que foram dispersas, não só as famílias mais consideráveis deles, mas cada pessoa em particular. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer,” v. 16. Isto foi feito quando milhares de judeus voltaram triunfantemente deixando a Babilônia, sob a direção de Zorobabel, Esdras, e outros. Quando aqueles que haviam se desgarrado de DEUS indo para caminhos de pecado forem trazidos de volta pelo arrependimento, quando aqueles que erraram chegarem ao conhecimento da verdade, quando os banidos de DEUS forem reunidos e restaurados, e as congregações religiosas, que estavam dispersas se reunirem novamente, quando cessarem as perseguições, e quando as igrejas tiverem descanso e liberdade, então esta promessa se cumprirá uma vez mais.

 

 

11 curiosidades sobre as ovelhas (https://www.facebook.com/ibmiweb)

 

1º) – Todos os animais foram criados com uma defesa especial. A cobra, o cachorro, o leão, todos têm defesas, mas a ovelha é o único animal terreno que não possui defesa alguma, ela é totalmente vulnerável, ela fica no fim da cadeia alimentar, não se defende, não tem habilidades de luta.

 

2º) – A ovelha produz lã o tempo todo. Desde que nasce, ela produz lã, quanto mais tosquiada mais ela produz.

 

3º) – A ovelha é um animal bastante ingênuo. Ela não sabe discernir a erva boa para comer da erva venenosa, por isso o pastor tem que ir na frente preparar a pastagem com cuidado, retirando aquelas que podem envenená-la.

A alimentação das ovelhas é fundamentalmente a erva, que encontram nos pastos por onde pastam. Não necessita de muitos suplementos alimentares e tem a característica de não estragar esse mesmo pasto.

Quando ela vai se alimentar no aprisco, ela só come na sua manjedoura.

Se a manjedoura de outra ovelha estiver cheia, e a sua vazia, ela não irá à manjedoura alheia e comerá a comida de outra ovelha. Esta atitude poderá até levar a ovelha à morte, mas o princípio de obediência é respeitado. A ovelha espera até que o pastor coloque o alimento na sua manjedoura.

 

4º) – As ovelhas conhecem a voz do seu pastor.

Pesquisando a respeito disso, li uma história bem interessante:

"Um certo homem esteve na África. E estando ali viu um grande lago onde muitos animais iam beber água. De repente, chegou um pastor com umas duzentas ovelhas e elas começaram a beber, depois chegou outro pastor com suas ovelhas. Então o homem se questionou "Como ele vai saber quais são as ovelhas dele se estão todas misturadas?" Depois chegou mais um pastor, com mais uma quantidade de ovelhas. Os pastores ficaram conversando enquanto as ovelhas bebiam. Daqui a pouco foi saindo um por um, e as ovelhas escutaram a voz de cada pastor chamando-as e cada rebanho seguiu ao seu pastor, sem se misturar."

 

5º) - Só dorme no mesmo lugar. Aqui o paralelo é um pouco diferente. A ovelha sabe qual é o seu lugar no aprisco! De maneira nenhuma ela vai querer o lugar de outra ovelha.

 

6º) - No dia que vai morrer, a ovelha não come, fica quieta num canto. Ela não demonstra nenhuma reação. Mesmo que alguém queira interagir com ela, ela não foge, não dá coices. Ela espera pacientemente pela hora do seu sacrifício.

Assim foi com o nosso Senhor JESUS CRISTO. Mesmo sabendo a hora da morte, triunfantemente enfrento-a a fim de nos garantir a vida eterna.

 

7º) - A ovelha é um animal muito medroso. Basta que ela não sinta o cheiro do pastor para que fique tremula de medo. E no auge do medo pode sair correndo do aprisco e se torna presa fácil dos predadores.

 

8º) - A ovelha é muito sensível a perturbação das moscas que ficam rodeando a sua cabeça. Se isso acontece com frequência, ela acaba ficando desnorteada, vai balançar a cabeça de um lado para o outro tentando fugir do assédio dos insetos, acaba ficando sem comer, emagrecendo. Vendo que não consegue se livrar dos insetos, sai correndo sem direção. Quando uma ovelha corre a outra fica apavorada e vai atrás. É preciso que o pastor molhe a cabeça dela com óleo para afastar os mosquitos.

 

9º) - A ovelha come o dia inteiro e de noite está com o estômago muito cheio. O maior órgão que a ovelha possui é o estômago, que toma conta da maior parte da caixa torácica.

 

10º) - Durante a noite elas gostam de brincar de dar cabeçadas umas nas outras e normalmente caem no chão com as patas para cima e depois não conseguem se levantar sozinhas pois a lã dificulta que ela se levante. Se a ovelha não for erguida dentro de uma hora, ela morrerá asfixiada, pois o estômago comprimirá e apertará o seu pulmão, por isso o pastor precisa durante a noite andar no meio das ovelhas levantando as ovelhas caídas.

 

11º) - Para corrigir e acudir a ovelha o pastor dispõe de dois instrumentos: A VARA E O CAJADO.

A vara é comprida e a ponta dela parece um ponto de interrogação, um gancho. Com a vara o pastor laça a ovelha pelo pescoço porque por ter muita lã está constantemente se enroscando em espinheiros.

O cajado muitas vezes é usado para evitar que a ovelha vá aonde não lhe é permitido. Quando a ovelha vai desgarrando ou quando se mete na briga com outra velha, o pastor joga o cajado para assustar a ovelha, mas por vezes ele tem de acertá-la e com a bordoada a ovelha cai tonta pela pancada que recebeu.

  

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Escrita Lição 8, O Bom Pastor e os Pastores Infiéis (REVISTA CPAD)

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS - 4º Trimestre de 2022

Título: A Justiça Divina — A preparação do povo de DEUS para os últimos dias no livro de Ezequiel - Comentarista: Esequias Soares

Data: 20 de Novembro de 2022

 

TEXTO ÁUREO

“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” (Jo 10.11)


VERDADE PRÁTICA

As Escrituras revelam DEUS como o pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes eclesiásticos. DEUS dá bons pastores ao seu povo, e também remove os maus.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 34.1-12

1 - E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 2 - Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3 - Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. 4 - A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5 - Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.
6 - As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. 7 - Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:
8 - Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, 9 - portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:
10 - Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu estou contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto. 11 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei. 12 - Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.


PALAVRA-CHAVE – Pastor

 

 

INTRODUÇÃO
O profeta Ezequiel enfoca, no capítulo 34, quatro pontos sobre a figura do pastor, a saber: os pastores infiéis (vv.1-10), DEUS como o futuro bom pastor (vv.11-16), o julgamento entre as próprias ovelhas (vv.17-22) e o Messias como o pastor de DEUS (vv.23-31). Por limite de espaço, a presente lição se restringirá aos pastores infiéis e ao bom pastor.


I - SOBRE O REBANHO

Primeiro é necessário identificar a ovelha no seu sentido literal para compreender o sentido metafórico. Isso pode explicar a razão da Bíblia nos comparar com ovelhas. O Salmo 23 apresenta um quadro perfeito dessa comparação.


1. Ovelhas.

Ovelha é a fêmea do carneiro e o cordeiro é filho do carneiro até um ano. Das 74 vezes que o termo aparece no Novo Testamento, apenas uma vez é literal (Jo 2.14). É um animal dócil e símbolo de sacrifício e redenção (Is 53.7; At 8.32). A natureza da ovelha e sua relação com o ser humano resultaram em diversas figuras que ilustram o relacionamento entre DEUS e o seu povo (Sl 23.1; 74.1; 100.3).


2. Natureza.

As ovelhas são animais indefesos e medrosos que se assustam facilmente e se dispersam rapidamente (Zc 13.7). Uma ovelha virada de costas com as patas para cima não consegue se levantar e, além de morrer depressa, torna-se presa fácil de predadores. Somente o pastor pode socorrê-la; é, pois, necessário uma supervisão diária. As ovelhas não cuidam de si mesmas, elas exigem atenções continuadas de dia e de noite (Lc 2.8) sob muitos aspectos (Lc 15.4-6). O rebanho precisa de cuidados por causa dos predadores (1 Sm 17.34, 35) e de outros infortúnios como a presença de insetos e parasitas (Sl 23.5).


3. O rebanho.

O povo de Israel e a igreja são identificados diversas vezes, na Bíblia, como rebanho (Nm 27.17; 1 Pe 5.2). Além do sentido próprio do termo, figuradamente “rebanho” é aplicado a Israel por desfrutar do relacionamento pactual com DEUS (Is 40.11). Isso vale também para a igreja no Novo Testamento (Mt 26.31; Lc 12.32) e diversas vezes Israel era visto como ovelhas sem pastor (1 Rs 22.17; Mt 9.36; 10.16; 15.24).


4. Os pastores.

A palavra “pastores de Israel”, no contexto de Ezequiel, bem como no de Jeremias 23.1-5, se refere aos governantes. O sistema político na antiguidade de Israel era teocrático e não era possível separar o civil do religioso, diferente do que acontece nos estados laicos na atualidade. É importante entender essa diferença, pois diversas vezes adeptos de grupos religiosos, estranhos ao cristianismo bíblico, usam essas passagens bíblicas para atacar os nossos líderes. Trata-se de críticas rasteiras com o único objetivo: desqualificar a nossa doutrina e os nossos pastores.


II - SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

O profeta Ezequiel compara os líderes de Israel a pastores. Pode-se dizer que o tema da presente lição é provavelmente o mais familiar do livro de Ezequiel por causa da linguagem pastoril.


1. O pastor de ovelhas.

A função primordial do pastor é alimentar, guiar e proteger o rebanho e isso ilustra bem o papel do líder de uma nação. Muitos líderes de Israel fizeram isso com perícia, dedicação e responsabilidade como Davi (Sl 78.72). A parábola da ovelha perdida revela esse dever do pastor (Lc 15.4-6). Moisés e Davi foram pastores de ovelhas no sentido estrito da palavra (Êx 3.1; Sl 78.70,71). Mas os líderes de Israel, contemporâneos de Ezequiel, se desviaram de suas funções.


2. O que os governantes faziam (vv.2,3)?

Cuidavam de si mesmos: “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!” (v.2). Essa era uma denúncia contra as autoridades civis e religiosas de Jerusalém que empregavam todo o seu esforço em benefício próprio, deixando de lado a função pela qual foram constituídos: proteger o povo e prover as condições para o bem-estar espiritual e econômico dos seus cidadãos. O profeta mostra três práticas deploráveis deles numa linguagem metafórica: “Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” (v.3) para designar exploração e abuso de sua autoridade. Eles não cuidavam do povo e nem se esforçavam para suprir suas necessidades, antes cuidavam de si mesmos (Jr 12.10).


3. O que os governantes não faziam (vv.4,8)?

Não cuidavam das ovelhas. As ovelhas fracas, doentes, quebradas, desgarradas e perdidas precisam de cuidados especiais, mas a realidade era diferente: “A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza” (v.4). Essa linguagem metafórica revela o estado de miséria da população de Jerusalém. Essa situação nos leva a uma reflexão sobre a atual conjuntura do nosso país, que não é boa. Devemos orar pela nossa nação e seus governantes (1 Tm 2.1-3).


4. As ovelhas dispersas (vv. 5,6).

Ezequiel dirige esses oráculos divinos à casa de Judá, mas a mensagem diz respeito a todos os filhos Israel, até mesmo os dispersos pelos assírios (v.6). A mesma diáspora aconteceu em Judá com a destruição de Jerusalém, mas não é possível saber a data do pronunciamento desse discurso, se antes ou depois da queda da cidade santa. O profeta recebeu a notícia dessa derrocada algum tempo depois da destruição de Jerusalém “no ano duodécimo, no décimo mês, aos cinco do mês” (Ez 33.21). Segundo os dados fornecidos nessa passagem, parece indicar 8 de janeiro de 585 a.C.
"O Senhor JESUS concedeu pastores à igreja para [...] a edificação do Corpo de CRISTO.”


III – SOBRE O BOM PASTOR

O próprio DEUS toma as dores das ovelhas e se coloca, Ele mesmo, como Pastor do rebanho. O Salmo 23 e o discurso de JESUS como o Bom Pastor (Jo 10.7-18) deixam isso muito claro.


1. A reação divina contra os maus pastores (vv.10-12).

Eles não visitaram as ovelhas no sentido de cuidar delas; agora é DEUS quem vai visitar esses maus pastores no sentido de castigar (Jr 23.2). DEUS promete buscar as ovelhas dispersas em toda a parte do mundo, uma referência ao retorno da segunda diáspora (Ez 34.12). Ele promete ainda libertar o seu povo das mãos deles: “E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência” (Jr 3.15). Essa promessa não se refere ao Messias, mas pode se aplicar aos atuais pastores de igrejas (Mt 23.34; Ef 4.11). O profeta está dizendo que Javé vai dar ao povo líderes e governantes segundo os ideais de Davi (At 13.22). A promessa era para um futuro distante (Ez 34.23,24; 37.24; Os 3.5).


2. JESUS, o bom Pastor.

O Senhor JESUS disse: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14). Ele é o Grande Pastor das ovelhas (1 Pe 5.4), pois que, assim como Javé vai trazer de todas as nações os judeus dispersos para à terra de seus antepassados, o que já está acontecendo, em Israel, no Oriente Médio, da mesma forma o Senhor JESUS está congregando, de todas as nações, as ovelhas para o seu redil (Jo 10.16). Todas as profecias do Antigo Testamento se convergem para o Messias (Lc 24.44).


3. O pastor cristão.

O bom pastor é aquele que está disposto a arriscar a vida pelas ovelhas, assim como fez Davi enfrentando um leão e um urso (1 Sm 17.34-36). JESUS disse: “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Ele simplesmente não arrisca a vida, mas a entrega de acordo com a vontade do Pai (Jo 10.17,18). O Senhor JESUS concedeu pastores à igreja (Ef 4.11) para o aperfeiçoamento dos crentes e a edificação do Corpo de CRISTO (Ef 4.11-16). Ainda que alguém considere alguns pastores faltosos, isso na sua maneira de entender as coisas, o melhor é seguir os ensinos de JESUS: “Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras” (Mt 23.3). DEUS sabe cuidar dos seus servos, é dever nosso orar por eles.


CONCLUSÃO
O comportamento do ser humano se compara em muitos aspectos aos das ovelhas e, por essa razão, DEUS nos chama nas Escrituras de ovelhas. Há entre elas aquelas que dão marradas umas nas outras para marcar território, o que não é diferente entre nós, seres humanos. Há competições entre as ovelhas (Ez 34.20-22). Isso desagrada a DEUS. O nosso relacionamento entre os irmãos deve ser de maneira que glorifique a DEUS (Sl 133.1; 1 Co 10.31).

  

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Lição 2, A Escolha Entre A Porta Estreita E A Porta Larga, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

https://youtu.be/soiQ0f5mkgc?si=_YI2cM0CvFsYsaHP Vídeo

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2024/03/escrita-licao-2-escolha-entre-porta.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2024/03/slides-licao-2-escolha-entre-porta.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-lio-2-cpad-a-escolha-entre-a-porta-estreita-e-a-porta-largapptx/267038137

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – PORTAS E CAMINHOS

1. A porta estreita

2. O caminho apertado

3. Porta larga e caminho espaçoso

II – POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL

1. Uma porta aberta, porém, difícil

2. As oportunidades da porta larga são atraentes

3. As razões das exigências

 III – ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU

1. Arrependimento de pecados

2. Confissão de pecados

3. Produzindo frutos de arrependimento

  

TEXTO ÁUREO

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.”        (Lc 13.24)

  

VERDADE PRÁTICA

A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente entrar no Céu.

  

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Pv 15.24    A ideia da “porta estreita” presente no AT

Terça – Mt 5.39,48 Princípios celestiais da “porta estreita”

Quarta – Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24 Renúncia e a glória progressiva da “porta estreita”

Quinta – 1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21 A recompensa de quem entra pela “porta larga”

Sexta – Is 1.15,16; 55.7; Jr 7.3-7 A “porta estreita” é um chamado ao arrependimento

Sábado – Pv 28.13; 1 Jo 1.7 A “porta estreita” é um caminho de confissão e de perdão

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 7.13,14; 3.1-10

Mateus 7

13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

14 - E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

Mateus 3

1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia

2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.

3 - Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

4 - E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

5 - Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão;

6 - e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.

7 - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?

8 - Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento

9 - e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras DEUS pode suscitar filhos a Abraão.

10 - E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

 

 

Comentários BEP – CPAD

7.14 ESTREITA É A PORTA... E POUCOS OS QUE A ENCONTREM. CRISTO ensinou que não devemos esperar que a maioria o siga pelo caminho que leva à vida. (1) São poucos os que querem entrar pela porta humilde do verdadeiro arrependimento e, em seguida, negar-se a si mesmo para seguir a JESUS, esforçar-se sinceramente para obedecer aos seus mandamentos, buscar zelosamente o seu reino e a sua justiça e perseverar até o fim com verdadeira fé, pureza e amor. (2) JESUS, no Sermão do Monte, descreve as grandes bênçãos que pertencem aos discípulos do seu reino (Mt 5.3-12), mas Ele também ressalta que esses discípulos não escaparão à perseguição (5.10-12). Além disso, contrastando com alguns evangelistas que pregam que ser salvo é uma das coisas mais fáceis neste mundo, JESUS ensinava que segui-lo importa em sérias obrigações no tocante à justiça, à aceitação da perseguição, ao amor aos inimigos e à renúncia pessoal.

 

3.2 ARREPENDEI-VOS. O significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é voltar-se ao contrário ; dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para CRISTO e, através dEle, para DEUS (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6). (1) A decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em CRISTO importa em aceitar a CRISTO não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve um  troca de senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de CRISTO e da sua Palavra (At 26.18). (2) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21). (3) A definição da fé salvífica como mera confiança em CRISTO como Salvador é totalmente inadequada, ante a exigência do tipo de arrependimento feita por CRISTO. Definir a fé salvífica sem incluir um rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o conceito bíblico da redenção. A fé que inclui o arrependimento é uma condição imutável para a salvação (cf. Mc 1.15; Lc 13.3,5; At 2.38; 3.19; 11.21). (4) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos profetas do AT (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de João Batista (3.2), de JESUS CRISTO (Mt 4.17; 18.3; Lc 5.32) e dos cristãos no NT (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do arrependimento sempre deve acompanhar a mensagem do evangelho (Lc 24.47)

3.7 FARISEUS E SADUCEUS. Dois dos mais proeminentes grupos religiosos judaicos eram os fariseus e os saduceus. (1) Os fariseus eram um grupo religioso que procurava observar todo o AT, e ao mesmo tempo suas interpretações puramente humanas. Para eles, a salvação consistia na obediência à letra dessas leis e regras. A sua religião era exterior na sua forma, e sem qualquer piedade interior, i.e., no coração (23.25). Estavam em constante oposição a JESUS e à sua mensagem, o qual ensinava que a religião deve ter sua sede no coração e no espírito, indo além da obediência legalista do homem aos mandamentos das Escrituras (cf. Mt 9.14; 23.2-4; Lc 18.9-14). (2) Os saduceus eram os liberais da época. Não criam no sobrenatural. Externamente demonstravam obediência à lei de DEUS, mas na prática negavam os seus ensinamentos. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição,

dos anjos, dos milagres, da imortalidade e do juízo vindouro. Tinham uma vida mundana e moralmente relaxada. Eles, também, perseguiam a JESUS CRISTO (Mt 16.1-4).

3.8 FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. O arrependimento genuíno será acompanhado pelo fruto da justiça (cf. 23.23; Lc 3.10-14; At 26.20). A verdadeira fé salvífica e a conversão devem evidenciar-se por meio de vidas que deixam o pecado e dão frutos agradáveis a DEUS (ver Jo 15.16). Aqueles que dizem crer em CRISTO e ser filhos de DEUS, mas cuja vida não produz bons frutos, serão como árvores que são cortadas e lançadas ao fogo (vv. 8-10,12).

 

 

HINOS SUGERIDOS: 208, 447, 570 da Harpa Cristã

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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O Sermão da Montanha

Mateus 7. 12-14

Aqui nosso Senhor está insistindo conosco sobre a justiça dos homens, que é um ramo essencial da verdadeira religião, e que a fé em DEUS é um ramo essencial da justiça universal.

I

 Devemos fazer da justiça a nossa lei, e ser governados por ela (v. 12). Portanto, estabeleça isso como seu princípio, agindo em relação aos outros da mesma forma como gostaria que eles agissem com você. Como regra geral, e a fim de obedecer a esse princípio especial, procure não julgar ou censurar o seu próximo (não censure, se não deseja ser censurado) para alcançar o benefício das promessas feitas. A lei da justiça se mostra adequada quando aliada à lei da oração, pois, a não ser que sejamos sinceros em nossas palavras, DEUS não ouvirá as nossas orações (Is 1.15-17; 58.6,9; Zc 7.9,13). Não podemos esperar receber coisas boas de DEUS, se nós mesmos não as praticarmos, bem como tudo aquilo que for honesto, gracioso e de boa reputação entre os homens. Devemos ser, além de piedosos, também sinceros, caso contrário nossa devoção será apenas hipocrisia. Temos, então, que:

1. As regras da justiça foram estabelecidas. Você deve fazer às outras pessoas tudo aquilo que gostaria que elas lhe fizessem. CRISTO veio para nos ensinar aquilo que devemos saber e acreditar, mas também como devemos agir em relação não só aos amigos e discípulos que fazem parte da nossa religião, como também aos homens em geral, entre os quais exercemos alguma atividade. O conceito moral da igualdade é agir com os outros como gostaríamos que agissem conosco. Alexandre Severo, um imperador pagão, era um grande admirador desse conceito e mandou que fosse escrito nas paredes dos seus aposentos. Ele o citava muitas vezes quando expressava as suas decisões e, por conta dele, honrava a CRISTO e ajudava os cristãos. Quod tibi, hoc alteri – Faça aos outros aquilo que você gostaria que eles lhe fizessem. Seja na forma negativa (Quod tibi fieri non vis, ne alteri feceris), ou positiva, esse preceito quer dizer a mesma coisa. Não devemos retribuir aos outros o mal que eles nos fizeram ou que poderiam nos fazer, se isso estivesse em seu poder. Nem devemos fazer aquilo que pensamos que tenha sido feito contra nós. Podemos suportar com alegria tudo aquilo que nos seja feito. Isso está fundamentado naquele grande mandamento: amar ao próximo como a si mesmo. Da mesma forma como devemos sentir pelo nosso próximo o mesmo amor que sentimos por nós, devemos também praticar as mesmas boas obras. O significado dessa regra está baseado em três coisas. (1) Devemos praticar com nosso próximo aquilo que nós mesmos reconhecemos que é próprio e razoável. Quando se trata da nossa pessoa, essa súplica é feita à nossa consciência, e a manifestação do nosso juízo corresponde ao nosso próprio desejo e expectativa. (2) Devemos colocar as pessoas em um nível igual ao nosso e reconhecer que somos devedores a elas pelo muito que fazem por nós. Estamos tão presos à justiça quanto elas, e elas têm igual direito aos seus benefícios. (3). Em nossos relacionamentos com os nossos semelhantes, devemos nos colocar na mesma circunstância e situação especial daqueles com os quais tratamos, e também precisamos agir adequadamente em relação a eles. Se você estivesse negociando com alguém, ou enfrentando alguma enfermidade ou aflição, como desejaria ser tratado? Essa é uma justa suposição, pois não sabemos se muito em breve esse caso poderá realmente acontecer conosco. Pelo menos podemos temer que, em sua justiça, DEUS faça conosco aquilo que fizermos aos outros, se não lhes tivermos feito aquilo que gostaríamos que fosse feito conosco.

2. Existe uma razão que reforça essa lei; “essa é a lei e os profetas”. Ela representa o resumo daquele segundo grande mandamento, de um daqueles dois mandamentos dos quais depende toda a lei e os profetas (Mt 22.40). Não o temos com tantas palavras, tanto na lei como nos profetas, embora exista uma linguagem concomitante entre ambos. Tudo que foi dito a respeito do nosso dever em relação ao próximo (e que não é pouco) pode ser resumido nessa lei. Ela foi introduzida por CRISTO na sua lei, de modo que tanto o Antigo Testamento como o Novo estão de acordo em prescrevê-la para nós, para fazermos aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Através dela, a lei de CRISTO fica comprovada, e a vida dos cristãos também, quando comparada a ela. Se não estiverem de acordo com o Evangelho, não serão cristãos.

II

 Devemos fazer da religião nossa vocação e nos dedicarmos a ela, e devemos ser rigorosos e circunspectos em nossas palavras. A religião está aqui representada como se estivéssemos entrando por uma porta estreita, ou caminhando ao longo de uma estrada apertada (vv. 13,14). Observe então:

1. O relato é sobre o caminho que conduz à perdição e sobre o bom caminho da santidade. Existem apenas dois caminhos, o certo e o errado, o bom e o mau, o caminho para o céu e o caminho para o inferno. Seja qual for o caminho em que cada um de nós esteja andando agora, não existe um meio-termo. Os filhos dos homens – sejam santos ou pecadores, religiosos ou ímpios – serão tragados pela eternidade.

Eis aqui: (1) Um relato que nos foi dado sobre o caminho do pecado e os pecadores, incluindo tanto o que existe em termos de esperança como o que há de pior nele.

[1] O caminho que atrai as multidões e não as deixa se afastar; a porta é larga e o caminho é amplo, e nele existem muitos viajantes. Em primeiro lugar: “Você terá abundante liberdade nesse caminho; a porta é larga e se mantém aberta para tentar aqueles que procuram esse caminho. Você pode atravessar essa porta com toda sua luxúria, ela não restringe os seus apetites ou suas paixões. Você terá bastante espaço para seguir o caminho do seu coração e a visão dos seus olhos”. É um caminho amplo e nada existe que possa limitar aqueles que o percorrem. No entanto, eles vagueiam sem parar. Trata-se de um caminho cheio de atalhos, existe a possibilidade de escolher os diferentes atalhos do pecado. Em segundo lugar: “Você terá muitos companheiros nesse atalho, pois existem muitos que entram por essa porta e seguem esse caminho”. Se seguirmos a multidão, será para praticar o mal. Se acompanharmos essas pessoas, estaremos percorrendo o caminho errado. Faz parte da nossa natureza a inclinação de seguir a corrente e agir de acordo com os nossos semelhantes. Mas estaremos sendo excessivamente complacentes, se estivermos dispostos a receber a condenação e ir com eles para o inferno só pelo privilégio da sua companhia. Eles não irão para o céu conosco. Devemos ser muito cuidadosos, pois muitos irão perecer.

[2] O caminho que nos amedronta é o que nos leva à destruição. A morte, a morte eterna, é o que nos espera ao chegarmos ao seu término (e o caminho do pecado leva a ela), à eterna desolação e à separação da presença do Senhor. Seja ele a estrada para uma vida evidentemente profana, ou o retorno a uma hipocrisia reservada, será sempre o caminho do pecado e da nossa ruína, se não nos arrependemos.

(2) Temos aqui o relato que nos foi dado sobre o caminho da santidade.

[1] O que existe nele que leva muitos a ficar temerosos. Vamos conhecer o pior que pode nos acontecer para podermos sentar e avaliar as consequências. CRISTO cuida fielmente de nós e nos ensina:

Em primeiro lugar, que a porta é estreita. A conversão e a regeneração representam a porta pela qual entramos nesse caminho, no qual começamos uma nova vida de fé e sincera piedade. Para sair de um estado de pecado para um estado de graça devemos passar pelo novo nascimento (Jo 3.3,5). A porta é estreita e difícil de ser encontrada e de atravessar, como uma passagem entre dois rochedos (1 Sm 14.4). Deve haver um novo coração e um novo espírito e as coisas antigas devem ser deixadas para trás. A disposição da alma deve ser mudada e os hábitos e os costumes antigos devem ser abandonados. Tudo aquilo que temos estado fazendo deve ser refeito. Devemos nadar contra a correnteza, e toda a oposição deve ser combatida e destruída, aquela que está no nosso interior e a que está fora de nós. É mais fácil colocar um homem contra o mundo do que contra si mesmo; no entanto, isto deve ocorrer na sua conversão. É uma porta estreita e devemos nos humilhar para poder passar. Devemos nos tornar tão pequenos como as crianças. Os pensamentos orgulhosos devem ser suprimidos, devemos nos desnudar, nos anular, abandonar o mundo e tudo que éramos antes. Devemos estar dispostos a desistir de tudo pela nossa atração a CRISTO. A porta é estreita para todos, mas para alguns ela é mais estreita ainda, como para os ricos, para alguns que durante muito tempo têm estado predispostos contra a religião. A porta é estreita. Bendizemos a DEUS por ela não estar fechada, nem trancada contra nós, nem guardada com uma espada flamejante, como irá acontecer dentro de pouco tempo (Mt 25.10).

Em segundo lugar, que o caminho é estreito. Não estaremos nos céu logo que atravessarmos a porta estreita, nem em Canaã, assim que tivermos cruzado o Mar Vermelho. Na verdade, precisamos atravessar o deserto, viajando por um caminho estreito cercado pela lei divina, que é excessivamente extensa e torna o caminho estreito. A personalidade deve ser negada, o corpo mantido sob controle e as corrupções dominadas. As tentações diárias devem ser resistidas e os deveres devem ser executados, mesmo aqueles que vão contra nossas inclinações. Devemos suportar as situações difíceis, lutar e nos afligir, vigiar em todas as coisas e caminhar com cuidado e circunspeção. Iremos atravessar muitas tribulações. Será um caminho cercado por espinhos, abençoado por DEUS, mas cheio de dificuldades. Os corpos que carregamos, cheios de corrupção, dificultam a prática do nosso dever; mas à medida que o entendimento e a vontade crescem, esse dever se torna mais firme. Ele se ampliará e se tornará cada vez mais agradável.

Em terceiro lugar, sendo a porta tão estreita, e o caminho tão apertado, não é de admirar que poucos o encontrem. Muitos passarão por ele descuidadamente e não farão um grande esforço para achá-lo, pois acreditam estar muito bem e não vêem necessidade de mudar sua maneira de viver. Outros chegam a considerar esse caminho, mas se desviam, pois não gostam de ser limitados ou restringidos. Muito poucos serão os que irão para o céu, comparados aos que irão para o inferno. Serão apenas os remanescentes de um grande rebanho, como as respigas de uvas de uma vindima ou como aqueles oito que foram salvos na arca (1 Pe 3.20). In vitia alter alterum trudimus. Quomodo ad salutem revocari potest, quum nullus retrahit, et populus impellit – Os homens induzem seus semelhantes a seguir à frente nos caminhos do pecado. Como alguém poderá retornar à vereda segura, quando é impelido pela multidão, e sem encontrar nenhuma influência contrária? Sêneca, Epist. 29. Por isso muitos ficam desanimados, anseiam por ser diferentes, solitários, e preferem dizer: Se tão poucos irão para o céu, sobrará mais lugar para mim.

[2] Vejamos o que existe nesse caminho, o qual, embora apresente tudo isso, nos convida a percorrê-lo. Ele leva à vida, nos conforta com o favor de DEUS, que representa a vida da alma, a bem-aventurança eterna, a esperança de que ao final venceremos todas as dificuldades e transtornos da estrada. A vida e a piedade foram reunidas (2 Pe 1.3). A porta é estreita e o caminho é apertado e íngreme, mas apenas uma hora no céu servirá para nos compensar por ele.

2. A grande preocupação e o dever de cada um de nós ao considerarmos tudo isso. “Entrai pela porta estreita”. Esse assunto foi claramente explicado – a vida e a morte, o bem e o mal foram expostos à nossa frente, tanto os seus caminhos como as suas consequências e os seus resultados finais. Vamos então examinar esse assunto cuidadosamente, considerá-lo com imparcialidade, e depois decidir andar de acordo com esses caminhos. Trata-se de assunto definitivo, que não admite discussão. Nenhum homem, dentro do seu juízo perfeito, iria escolher a prisão só pelo fato de o caminho que leva até ela ser suave e agradável, nem recusar a oferta de um palácio ou de um trono porque o caminho que leva a ele é áspero ou desagradável. No entanto, o homem é culpado de cometer tais absurdos no que se refere à sua alma. Portanto, não demore, não pense mais, entre já pela porta estreita. Use as suas orações constantes e sinceras para bater nela, e assim ela lhe será aberta; isto é, uma porta grande e valiosa se abrirá. É verdade que não podemos nem entrar, nem caminhar, sem a ajuda da graça divina, mas também é verdade que ela nos é oferecida gratuitamente e não faltará àqueles que a procuram e se submetem a ela. A conversão é uma tarefa árdua e necessária, mas é abençoada por DEUS e totalmente possível, se nos esforçarmos (Lc 13.24).

  

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REVISTA Lição 2, A Escolha Entre A Porta Estreita E A Porta Larga, 2Tr24, NA ÍNTEGRA - CPAD

 

Lição 2, A Escolha Entre A Porta Estreita E A Porta Larga, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

 

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – PORTAS E CAMINHOS

1. A porta estreita

2. O caminho apertado

3. Porta larga e caminho espaçoso

II – POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL

1. Uma porta aberta, porém, difícil

2. As oportunidades da porta larga são atraentes

3. As razões das exigências

 III – ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU

1. Arrependimento de pecados

2. Confissão de pecados

3. Produzindo frutos de arrependimento

  

TEXTO ÁUREO

“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.”        (Lc 13.24)

  

VERDADE PRÁTICA

A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente entrar no Céu.

  

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Pv 15.24    A ideia da “porta estreita” presente no AT

Terça – Mt 5.39,48 Princípios celestiais da “porta estreita”

Quarta – Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24 Renúncia e a glória progressiva da “porta estreita”

Quinta – 1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21 A recompensa de quem entra pela “porta larga”

Sexta – Is 1.15,16; 55.7; Jr 7.3-7 A “porta estreita” é um chamado ao arrependimento

Sábado – Pv 28.13; 1 Jo 1.7 A “porta estreita” é um caminho de confissão e de perdão

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 7.13,14; 3.1-10

Mateus 7

13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

14 - E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

Mateus 3

1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia

2 - e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.

3 - Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

4 - E este João tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

5 - Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão;

6 - e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.

7 - E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?

8 - Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento

9 - e não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras DEUS pode suscitar filhos a Abraão.

10 - E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

  

HINOS SUGERIDOS: 208, 447, 570 da Harpa Cristã

  

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a analogia da "porta estreita" e da "porta larga", mencionada pelo Senhor. Veremos que nosso Senhor teve a pretensão de mostrar aos pecadores o caminho para a salvação. Para compreendermos melhor a soteriologia de CRISTO, responderemos às seguintes questões: o que significa a analogia de JESUS concernente à "porta estreita" e ao "caminho apertado"? Por que devemos escolher a porta estreita? De que maneira o pecador pode entrar pela porta que o leva para o Céu? E, por fim, aprenderemos que a consistência da vida cristã tem por base o arrependimento, a confissão de pecados e a experiência do perdão.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Explicar a analogia da "porta estreita" e do "caminho apertado" do ponto de vista bíblico e teológico; II) Destacar que a decisão pela porta estreita requer uma vida de renúncia e disposição para enfrentar os desafios da caminhada cristã; III) Apontar que a entrada pelo caminho estreito está baseada no arrependimento, confissão de pecados e novo estilo de vida.

B) Motivação: As figuras da "porta estreita" e do "caminho apertado" confrontam as pessoas que ouvem a mensagem do Evangelho. Do mesmo modo, leva os crentes à reflexão a respeito de se estão, de fato, se portando de maneira digna a entrar na eternidade com DEUS. Aproveite para conversar com seus alunos sobre o estilo de vida dos que estão aguardando ansiosamente pelo Arrebatamento da Igreja. Finalize este momento, perguntando: "Estamos, de fato, trilhando pelo caminho apertado?"

C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição aborda o conceito de porta e caminhos de acordo com a perspectiva bíblica da salvação. A analogia "caminho" aparece no Antigo Testamento, especificamente, para ilustrar a vida de renúncia ao pecado e decisão pela prática da justiça. No Novo Testamento, a figura da "porta" é aplicada de maneira mais direta pelo próprio CRISTO quando se compara à porta pela qual as ovelhas podem entrar, sair e encontrar pastagem (uma situação cotidiana das regiões camponesas de Israel). Relacione no quadro as duas situações e faça um exercício de correlação bíblica, isto é, identifique o sentido de cada ilustração no contexto bíblico. Você pode consultar as informações no Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, editado pela CPAD.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: A trajetória da vida cristã é marcada por ofertas de prazeres e deleites terrenos que são renunciados pelos crentes à medida que vivem um relacionamento estreito com DEUS. O cristão comprometido com o Evangelho mantém a obediência aos preceitos da Palavra de DEUS, pois sabe que a devoção verdadeira requer disposição para viver um estilo de vida que expresse, de fato, a renúncia às obras da carne e o cultivo do Fruto do ESPÍRITO.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 97, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Os dois caminhos: o largo e o estreito", localizado depois do primeiro tópico, destaca a ideia de escolha entre dois caminhos presente no Antigo Testamento; 2) O texto "Porta", ao final do segundo tópico, apresenta o uso frequente da palavra porta no contexto bíblico, bem como seu uso literal e figurativo.

 

PALAVRA-CHAVE - PORTA

  

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o símbolo da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do espaçoso. Nosso propósito é pontuar algumas razões que nos mostram porque devemos escolher a porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar pelo caminho apertado. Nesse sentido, veremos que o início da nossa jornada deve levar em conta o caminho que nos conduz ao Céu.

  

I – PORTAS E CAMINHOS

1. A porta estreita

A ideia de uma “porta estreita” como caminho para a vida está presente tanto na literatura judaica quanto na cristã. Por exemplo, essa concepção é encontrada no Antigo Testamento (Pv 15.24). Sabemos que a porta é uma entrada existente em um edifício ou o muro de uma cidade, algo muito comum nos tempos antigos, em que a cidade era toda murada e, ao redor de todo o edifício, havia uma porta estreita. Era por meio dessa porta que todos entravam e saíam da cidade.

  

2. O caminho apertado

Quando falamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira de viver que evidencia salvação ou perdição. Nesse sentido, a linguagem figurada do “caminho apertado”, conforme Mateus 7, aponta para os que desejam a vida eterna. Não por acaso, a palavra “apertado” vem do verbo grego thlíbō que significa “prensar como uvas, espremer, pressionar com firmeza, caminho comprimido, contraído; metaforicamente, aborrecer, afligir, angustiar”. Assim, o caminho apertado é o que nos leva a praticar os ensinamentos de JESUS de modo bem concreto: amar os inimigos, não praticar a hipocrisia, acumular tesouros no céu dentre outros princípios celestiais ensinados no Sermão do Monte (Mt 5.39,48).

 

 

3. Porta larga e caminho espaçoso

A porta larga e o caminho espaçoso simbolizam uma vida sem compromisso com CRISTO, segundo o padrão do Mundo. Essa porta recebe muitas pessoas que expressam crenças e valores segundo a sua vã maneira de viver. Um caminho que tem seduzido muitos por meio da busca irrefreada do prazer e das ideias que negam a Bíblia como nossa única regra de fé e conduta. Tratam-se, pois, de uma porta e de um caminho em que entram pessoas que vivem segundo suas próprias ideias (Jz 21.25) e que não desejam ajustar-se aos ensinos das Escrituras Sagradas (Jo 7.38). 

  

SINÓPSE I

Seguir pelo caminho apertado requer uma disposição em seguir na contramão da maioria.

  

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Os dois caminhos: o largo e o estreito (Mt 7.13,14).

O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura inter-testamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva [...]. Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. JESUS, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual JESUS há pouco instruiu as pessoas” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Mateus-Atos. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 61).

  

II – POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL

1. Uma porta aberta, porém, difícil

A porta para a entrada na pátria celestial está aberta. Porém, há muitos impedimentos para que a alma humana a atravesse: o egoísmo, o ego inflado, a idolatria, dentre outros. Contudo, nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, deixar morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte uma glória progressiva e indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24).

 

2. As oportunidades da porta larga são atraentes

Para muitos, o caminho da porta estreita não é atraente, pois a porta larga oferece uma jornada de prazeres, deleites e libertinagem. Entretanto, os que andam nesse caminho são dominados pelas ilusões da vida, enredando-se numa sedutora fantasia. É um caminho de apego prazeroso ao mundo e de desprezo a DEUS (1 Jo 2.15,16). Tragicamente, todos os que amam o mundo não terão direito a entrar nos céus (1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21). Por isso, o cristão comprometido com o Evangelho de CRISTO sabe que “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de DEUS permanece para sempre” (1 Jo 2.17).

  

3. As razões das exigências

Diferentemente da porta larga e do caminho espaçoso, a porta estreita e o caminho apertado requerem uma transformação interior, uma decisão pessoal e uma disposição em seguir na contramão da maioria. Só começa a trilhar pelo caminho da porta estreita quem se reconhece em CRISTO como um pecador (2 Co 12.9) e com disposição de viver uma vida dirigida por Ele como um novo começo (2 Co 5.17). A partir dessa jornada, o Evangelho nos faz caminhar em santidade, seguir os passos de CRISTO e andar como Ele andou (1 Jo 2.6). Então, estaremos prontos para criar raízes e enfrentar os obstáculos de nossa jornada cristã (Lc 8.13,14).

  

SINÓPSE II

Seguir pelo caminho apertado requer uma disposição em seguir na contramão da maioria.

 

 AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“Portas da cidade

No mundo antigo, as portas desempenhavam um papel crítico nas defesas de uma cidade. As portas geralmente eram o ponto mais fraco nos muros de uma cidade e, portanto, muitas vezes o ponto de ataque dos exércitos sitiantes. Para uma cidade ser forte, não bastavam muros maciços; tinha de ter portas fortes.

As portas da cidade também eram o local dos tribunais judiciais, bem como o local onde os impostos eram recolhidos. Jeremias 38.7 indica que o rei realizou a corte em uma das portas de Jerusalém. Quando os profetas do AT atacam a injustiça, eles frequentemente se referem às portas da cidade como lugar de justiça (Am 5.15).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Dicionário Bíblico Baker, editado pela CPAD, p.400.

  

Auxílio Bibliológico

“Porta. Uma palavra mencionada muitas vezes na Bíblia Sagrada. Na versão KJV em inglês, é a tradução de sete palavras hebraicas e uma grega. Os dois termos hebraicos frequentemente usados são: delet, referindo-se à própria porta, e petah, uma porta de entrada. A palavra ‘porta’ é utilizada tanto no sentido literal como de modo figurativo.

Uso literal (por exemplo, Gn 19.6, 9; 2 Rs 9.10). As portas comuns eram feitas de madeira, mas às vezes eram feitas de espessos pedaços de pedra, tanto para casas como para tumbas. Cadeados de madeira, latão, ou ferro eram usados (Jz 3.24,25). Nas tendas as portas eram aberturas cobertas por uma aba (Gn 18.1,2).

Diferentemente da porta larga e do caminho espaçoso, a porta estreita e o caminho apertado requerem uma transformação interior, uma decisão pessoal [...].”

Uso figurativo. Provavelmente, o uso mais frequente de porta de modo figurativo seja como símbolo de oportunidade, especialmente para o testemunho e o serviço cristão (por exemplo, 1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3; Ap 3.8). O termo porta é também usado para representar o caminho pelo qual uma pessoa entra em algum lugar. O próprio CRISTO é a porta pela qual o ser humano alcança a salvação (Jo 10.9; cf. At 14.27; Os 2.15). Aquele que está próximo é considerado como ‘estando à porta’ (Mt 24.33; Tg 5.9; Ap 3.20; Gn 4.7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1576).

 

Assim, quando o homem reconhece em confissão que é um pecador, ele recebe o perdão de seus pecados.”

 

 

III – ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU

1. Arrependimento de pecados

Por meio das palavras do arauto divino, João Batista (Mt 3.1-10), a mensagem pregada por ele para entrar no Reino de DEUS é o Arrependimento. João é uma voz que ecoa entre a Antiga e a Nova Alianças, confirmando as palavras dos profetas do Antigo Testamento, pois sua mensagem de arrependimento era a mesma pregada por Isaías e Jeremias (Is 1.16,15; 55.7; Jr 7.3-7). Por essa razão, é importante ponderar que o arrependimento bíblico não é uma questão meramente emocional, mas uma disposição para mudar de ideia e um exercício que envolve o aspecto mental e moral do pecador. Por meio da pregação e da aceitação do Evangelho, mediante a ação regeneradora do ESPÍRITO SANTO, o pecador renuncia ao pecado, reorienta a vida e firma uma resolução de deixar o caminho espaçoso para tomar o caminho que conduz para a vida eterna.

  

2. Confissão de pecados

O ministério de João Batista foi impactante, de modo que iam ter com ele toda Judeia e a província do Jordão (Mt 3.5). Os que iam até João confessavam os seus pecados para serem batizados. Ora, a Bíblia diz que todos pecaram e separados estão da glória de DEUS (Rm 3.23). Sem que o homem reconheça que é pecador, jamais compreenderá que precisa de um Salvador. Nesse aspecto, a confissão pessoal dos pecados é uma perspectiva nova que aparece com o ministério de João Batista. Em Israel, a confissão era nacional e se dava em dia especial como no Dia da Expiação (Nm 5.7). Por meio do modelo de vida de João Batista, a confissão de pecados passou a fazer parte da tradição cristã.  Desse modo, a pessoa confessa os seus pecados (Sl 32.5) e afirma que crê em DEUS Poderoso e Salvador (Rm 10.9,10). Assim, quando o homem reconhece em confissão que é um pecador, ele recebe o perdão de seus pecados (Pv 28.13; 1 Jo 1.7).

  

3. Produzindo frutos de arrependimento

Para João Batista, o batismo e a confissão somente não seriam as provas verdadeiras da mudança de vida. Era preciso apresentar frutos na vida como a marca de um arrependimento sincero. Em Lucas, podemos contemplar frutos concretos que João Batista esperava de quem se arrependesse: honestidade, misericórdia, respeito às autoridades, dentre outros (Lc 3.11-14). Isso era a prova de que a natureza da pessoa havia sido verdadeiramente transformada. Portanto, uma pessoa que teve um encontro verdadeiro com JESUS produzirá frutos dignos de arrependimento, uma nova forma de pensar e agir, um novo estilo de vida (Mt 3.2; 21.29; Mc 1.15).

  

SINÓPSE III

O verdadeiro encontro com JESUS produz no crente frutos dignos de arrependimento.

 

 

CONCLUSÃO

No momento que inicia sua jornada com CRISTO, o cristão deve ter a consciência de que escolheu o caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu. Isso significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos, para que CRISTO apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por meio de um verdadeiro arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão.

  

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que significa dizer “caminho apertado”?

Quando falamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira de viver que evidencia salvação ou perdição.

2. O que a “porta larga” e o “caminho espaçoso” simbolizam?

A porta larga e o caminho espaçoso simbolizam uma vida sem compromisso com CRISTO, segundo o padrão do Mundo.

3. O que o Senhor JESUS ensinou a respeito de fazer o caminho da “porta estreita”?

Nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, deixar morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte uma glória progressiva e indizível.

4. O que a “porta estreita” requer da pessoa?

A porta estreita e o caminho apertado requerem uma transformação interior, uma decisão pessoal e uma disposição em seguir na contramão da maioria.

5. Que tipo de disposição deve haver no arrependimento bíblico?

Trata-se de uma disposição para mudar de ideia e um exercício que envolve o aspecto mental e moral do pecador.

 

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O Bom Pastor

João 10. 1-18

Não se sabe ao certo se este discurso foi proferido na Festa da Dedicação, no inverno (mencionada no v. 22), que pode ser interpretada como a data, não somente do que vem a seguir, mas daquilo que veio antes (e isto apóia o fato de que CRISTO, nas suas palavras ali, prossegue com a metáfora das ovelhas, vv. 26,27, onde parece que aquele discurso e este ocorreram na mesma ocasião). Ou este era uma continuação da sua discussão com os fariseus, no encerramento do capítulo anterior. Os fariseus, em sua oposição a CRISTO, baseavam-se no princípio de que eles eram os pastores da igreja, e que JESUS, não tendo comissão outorgada por eles, era um intruso e impostor, e, portanto, as pessoas se viam forçadas, pelo dever, a ficar do lado deles, e contra Ele. Em oposição a isto, CRISTO aqui descreve quem eram os falsos pastores, e quem é o verdadeiro, deixando que eles concluíssem o que quisessem.

I

 Aqui está a parábola, ou similitude, proposta (vv. 1-5). Ela foi emprestada do costume daquela nação, no cuidado com suas ovelhas. As similitudes, usadas para exemplificar as verdades divinas, devem ser tomadas daquelas coisas que são mais familiares e comuns, para que as coisas de DEUS não sejam obscurecidas por aquilo que deveria esclarecê-las. O prefácio a este discurso é solene: “Na verdade, na verdade vos digo” – Amém, amém. Esta veemente declaração evidencia a certeza e a importância do que Ele dizia. Nós encontramos “amém” em dobro nos louvores e nas orações da igreja, Salmos 41.13; 72.19; 89.52. Se desejarmos ter nossos améns aceitos no céu, os améns de CRISTO devem prevalecer na terra. Seus améns repetidos.

1. Nesta parábola, temos: (1) A evidência de um ladrão e salteador, que vem para fazer danos ao rebanho e prejudicar o dono, v. 1. Ele não entra pela porta, por não ter causa legítima para entrar, mas sobe por outra parte, como uma janela ou alguma brecha no muro. Como as pessoas ímpias são engenhosas para fazer o mal! Que planos elas fazem, que esforços elas empreendem, que riscos elas correm, nas suas intenções ímpias! Isto deveria nos envergonhar pela nossa preguiça e covardia no serviço a DEUS. (2) O caráter que distingue o proprietário legítimo, que tem a propriedade das ovelhas, e que cuida delas: ele “entra pela porta”, como alguém que tem autoridade (v. 2), e vem para lhes fazer algo de bom, para ligar a que está quebrada, e fortalecer a que está enferma, Ezequiel 34.16. As ovelhas precisam dos cuidados do homem, e, em troca, são úteis a ele (1 Co 9.7). Elas vestem e alimentam aqueles que as abrigam e alimentam. (3) A entrada preparada que o pastor encontra: “A este o porteiro abre”, v. 3. Antigamente, os currais de ovelhas ficavam situados dentro das portas externas das suas casas, para maior segurança de seus rebanhos, de modo que ninguém poderia chegar até elas diretamente, mas aqueles a quem o porteiro abrisse, ou o dono da casa desse as chaves. (4) O cuidado que ele toma com suas ovelhas, e a provisão que faz para elas. “As ovelhas ouvem a sua voz”, quando ele fala de maneira que lhes é familiar, quando elas vêm ao curral, como os homens fazem agora com seus cães e cavalos. E, além disto, ele “chama pelo nome às suas ovelhas”, tão exata que é a atenção que ele tem com elas, o registro que ele mantém delas. E ele as traz para fora do curral, para os pastos verdejantes. E (vv. 4,5), quando tira para fora suas ovelhas, ele não as conduz, mas (como era o costume naquele tempo) vai adiante delas, para evitar qualquer dano ou perigo que possam encontrar, e as ovelhas, acostumadas com isto, o seguem, e estão em segurança. (5) A estranha obediência das ovelhas ao pastor: elas “conhecem a sua voz”, de modo a discernir sua vontade, segundo sua voz, e a distingui-la da de um estranho (pois o boi conhece seu possuidor, Isaías 1.3). Elas não seguirão o estranho, mas, como se suspeitando de algum mau desígnio, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos, exceto que não é a voz do seu próprio pastor. Esta é a parábola. Nós temos a chave para entendê-la, Ezequiel 34.31: “Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso DEUS”.

2. Observemos, a partir desta parábola, que: (1) Os bons homens são adequadamente comparados a ovelhas. Os homens, sendo criaturas dependentes do seu Criador, são chamados de ovelhas do seu pasto. Os bons homens, sendo criaturas inexperientes, têm as boas qualidades das ovelhas, são inofensivos e inocentes como as ovelhas; são dóceis e tranquilos, sem fazer ruídos; são pacientes como as ovelhas, sob a mão do tosquiador ou do açougueiro. Elas são úteis e proveitosas, domáveis e obedientes ao pastor, sociáveis entre si, além de serem muito usadas nos sacrifícios. (2) A igreja de DEUS no mundo é um curral de ovelhas, no qual são reunidos os filhos de DEUS que estavam dispersos por todas as partes (Jo 11.52), e no qual elas são unidas e incorporadas. É uma boa malhada, Ezequiel 34.14. Veja Miquéias 2.12. Este curral é bem fortificado, pois o próprio DEUS é como um muro de fogo ao seu redor, Zacarias 2.5. (3) Este curral está muito exposto a ladrões e salteadores; sedutores ardilosos que pervertem e enganam, e cruéis perseguidores que destroem e devoram; lobos cruéis (At 20.29); ladrões que roubariam o rebanho de CRISTO, para sacrificá-lo aos demônios, ou roubariam o alimento das ovelhas, para que morressem pela falta de alimento; “lobos vestidos como ovelhas”, Mateus 7.15. (4) O grande Pastor do rebanho cuida maravilhosamente do rebanho, e de tudo o que pertence às ovelhas. DEUS é o grande Pastor, Salmos 23.1. Ele conhece os que são seus, e os chama pelo nome, marca-os para si, e os leva para pastagens bem regadas. O Senhor faz com que descansem e se alimentem ali, fala com eles de uma forma consoladora, protege-os pela sua providência, guia-os pelo seu ESPÍRITO e pela sua Palavra, e vai adiante deles, para colocá-los no caminho dos seus passos. (5) Os pastores auxiliares, que são encarregados de alimentar o rebanho de DEUS, devem ser cuidadosos e fiéis no desempenho desta tarefa. Os magistrados devem defendê-los, além de proteger e promover todos os seus interesses seculares. Os ministros devem servi-los nos seus interesses espirituais, devem alimentar suas almas com a Palavra de DEUS fielmente aberta e aplicada, e com ordenanças do Evangelho devidamente administradas, supervisionando-os. Eles devem entrar pela porta de uma ordenação regular, e a estes o porteiro abrirá. O ESPÍRITO de CRISTO irá colocar diante deles uma porta aberta, lhes dará autoridade na igreja e confiança no seu seio. Eles devem conhecer os membros dos seus rebanhos pelo nome, e cuidar deles. Devem levá-los aos pastos das ordenanças públicas, presidi-los, ser sua boca diante de DEUS, e a boca de DEUS para eles. E nos seus costumes, devem ser exemplos para os crentes. (6) Aqueles que são verdadeiramente as ovelhas de CRISTO serão muito obedientes ao seu Pastor, e muito prudentes e tímidos com estranhos. [1] Eles seguem seu Pastor, pois conhecem sua voz, tendo um ouvido que discerne, e um coração obediente. [2] Eles fogem de um estranho, e temem segui-lo, porque não conhecem sua voz. É perigoso seguir àqueles em quem não discernimos a voz de CRISTO, e que nos afastariam da fé nele, levando-nos a fantasias a respeito dele. E aqueles que sentiram o poder e a eficácia das verdades divinas sobre suas almas, que têm o sabor e o prazer delas, têm uma sagacidade maravilhosa para descobrir os vilões de Satanás, e também para discernir entre o bem e o mal.

II

 A ignorância dos judeus quanto ao objetivo e ao significado deste discurso (v. 6): “JESUS disse-lhes esta parábola”, estas palavras figuradas, mas sábias, elegantes e instrutivas, “mas eles não entenderam o que era que lhes dizia”, não perceberam a quem Ele se referia quando falou dos ladrões e salteadores, e do Bom Pastor. O fato de muitos ouvirem as palavras de CRISTO e não as compreenderem, porque não desejam compreender, e porque as interpretam mal, consiste no pecado e na vergonha deles. Eles não conhecem, nem provam, as coisas, e por isto não compreendem as parábolas e comparações com as quais elas são exemplificadas. Os fariseus tinham um grande orgulho do seu próprio conhecimento, e não podiam suportar que ele fosse questionado, mas não tinham percepção suficiente para compreender as coisas de que JESUS falava. Elas estavam acima da sua capacidade. Aqueles que pretendem ter mais conhecimento são, frequentemente, os mais ignorantes nas coisas de DEUS.

III

 A explicação que CRISTO dá desta parábola, abrindo completamente seus detalhes. Nós veremos o Senhor JESUS, pessoalmente, pronto para explicar quaisquer dificuldades que possamos ver em suas palavras. Basta estarmos desejosos de compreendê-las. Nós descobriremos que uma passagem das Escrituras explica a outra, e o bendito ESPÍRITO é o intérprete do bendito JESUS. Nesta parábola, CRISTO tinha diferenciado o pastor do ladrão pelo fato de que Ele entra pela porta. Agora, explicando a parábola, Ele se faz tanto a porta pela qual o pastor entra quanto o Pastor que entra pela porta. Embora possa ser um solecismo em retórica, fazer a mesma pessoa ser a porta e o pastor, não há solecismo na Divindade ao fazer CRISTO obter sua autoridade de si mesmo, assim como Ele tem vida em si mesmo, e Ele mesmo entra, pelo seu próprio sangue, como a porta, no santuário.

1. CRISTO é a porta. Isto Ele diz àqueles que fingiam procurar a justiça, mas, como os sodomitas, se cansavam de procurar a porta onde ela jamais seria encontrada. Ele disse aos judeus, que deveriam ser o único rebanho de DEUS, e aos fariseus, que deveriam ser seus únicos pastores: “Eu sou a porta das ovelhas”, a porta da igreja.

(1) De maneira geral: [1] Ele é como uma porta fechada, para manter afastados os ladrões e os salteadores, e outras pessoas que não devem ser admitidas. O fechar da porta é a segurança da casa. E que maior segurança tem a igreja de DEUS do que a interposição do Senhor JESUS, e da sua sabedoria, do seu poder e da sua bondade, entre ela e todos os seus inimigos? [2] Ele é como uma porta aberta, para passagem e comunicação. Em primeiro lugar, por CRISTO, como a porta, nós temos nossa primeira admissão no rebanho de DEUS, Jo 14.6. Em segundo lugar, nós entramos e saímos, em uma relação de fé, ajudados por Ele, aceitos nele, andando no seu nome, Zacarias 10.12. Em terceiro lugar, através dele, DEUS, o Pai, vem à sua igreja, visita-a, e se comunica com ela. Em quarto lugar, através dele, como a porta, as ovelhas são, por fim, admitidas no reino celestial, Mateus 25.34.

(2) Mais particularmente:

[1] CRISTO é a porta dos pastores, de modo que ninguém que não entre por Ele será considerado pastor, mas (de acordo com a regra estabelecida, v. 1) ladrões e salteadores (embora finjam ser pastores), porém as ovelhas não os ouvem. Isto se refere a todos os que tinham o caráter de pastores em Israel, fossem magistrados ou ministros, que exerciam seu ofício sem nenhuma consideração pelo Messias, ou quaisquer outras expectativas dele além das que eram sugeridas pelos seus próprios interesses carnais. Observe, em primeiro lugar, o caráter que lhes foi atribuído: “São ladrões e salteadores” (v. 8). De todos os que vieram antes dele, não em termos de existência, muitos deles eram pastores fiéis, mas todos os que se anteciparam à sua comissão, e correram antes que Ele os enviasse (Jr 23.21), que assumiram para si mesmos uma precedência e uma superioridade em relação a Ele, agiram como o anticristo, que exalta a si mesmo, 2 Tessalonicenses 2.4. “Os escribas e fariseus, os principais dos sacerdotes, todos os que vieram antes de mim, que se empenharam em monopolizar meus interesses, e a evitar que eu conquistasse qualquer espaço na mente do povo, influenciando-o com preconceitos contra mim, estes são ladrões e salteadores, e roubam aqueles corações sobre os quais não têm direitos, defraudando o dono legítimo da propriedade”. Eles condenaram nosso Salvador como ladrão e salteador, porque Ele não passou por aqueles que se consideravam a porta, nem obteve alguma permissão da parte deles, mas Ele mostra que eles deveriam ter recebido dele sua comissão, que deveriam ter sido admitidos por Ele, e terem vindo depois dele, e por não terem agido desta maneira, mas terem se antecipado a Ele, eles eram ladrões e salteadores. Eles não vieram como seus discípulos, e, por esta razão, foram condenados como usurpadores, e suas falsas comissões foram canceladas e substituídas. Observe que os rivais de CRISTO são salteadores da sua igreja, ainda que finjam ser pastores, ou até mesmo pastores de pastores. Em segundo lugar, o cuidado tomado para proteger as ovelhas em relação a eles: “Mas as ovelhas não os ouviram”. Aqueles que tinham uma verdadeira característica de piedade, que eram espirituais e celestiais, e sinceramente devotados a DEUS e à religiosidade, não podiam, de maneira nenhuma, aprovar as tradições dos anciãos, nem apreciar suas formalidades. Os discípulos de CRISTO não possuíam nenhuma instrução especial de seu Mestre que os impedisse de comer sem efetuar antecipadamente uma lavagem cerimonial das mãos, nem colher espigas no sábado, pois nada é mais contrário ao verdadeiro cristianismo do que o farisaísmo, e não existe nada mais repugnante a uma alma verdadeiramente devota do que as devoções hipócritas daqueles fariseus.

[2] CRISTO é a porta das ovelhas (v. 9): “Se alguém entrar por mim” (di emou – através de mim como a porta) no curral, como alguém pertencente ao rebanho, “salvar-se-á”, não somente estará a salvo dos ladrões e salteadores, mas será feliz, “e entrará, e sairá”. Aqui temos, em primeiro lugar, instruções claras sobre como entrar no curral: nós devemos entrar por JESUS CRISTO, que é a porta. Por meio da fé nele, como o grande Mediador entre DEUS e o homem, nós entramos em aliança e comunhão com DEUS. Não é possível entrar na igreja de DEUS, a não ser entrando na igreja de CRISTO. Ninguém é considerado como membro do reino de DEUS entre os homens, a não ser aqueles que estão dispostos a submeter-se à graça e à soberania do Redentor. Agora devemos entrar pela porta da fé (At 14.27), uma vez que a porta da inocência está fechada para nós, e aquela passagem ficou intransponível, Gênesis 3.24. Em segundo lugar, promessas preciosas àqueles que observarem estas orientações. 1. Eles serão salvos no futuro. Este é o privilégio da sua casa. Estas ovelhas serão salvas de serem sequestradas e confinadas pela justiça divina, devido às transgressões. A satisfação pelos danos foi feita pelo seu grande Pastor. Elas são salvas de serem uma presa do leão que ruge. Elas serão felizes para sempre. 2. Enquanto isto, elas entrarão e sairão, e acharão pastagens. Este é o privilégio do seu caminho. Elas terão suas relações com o mundo pela graça de CRISTO, estarão no seu rebanho como um homem na sua própria casa, onde ele entra, sai e regressa livremente. Os verdadeiros crentes estão em casa em CRISTO. Quando saem, eles não ficam do lado de fora como estranhos, mas têm liberdade para entrar outra vez. Quando entram, eles não são trancados como invasores, mas têm liberdade de sair. Eles saem para o campo pela manhã e voltam para o curral à noite, e nos dois percursos o Pastor os guia e protege, e nos dois percursos eles encontram pastagens: grama no campo, forragem no curral. Em público, ou em particular, eles têm a palavra de DEUS com a qual dialogar, pela qual sua vida espiritual é sustentada e alimentada, e da qual seus desejos graciosos são satisfeitos. Eles se reabastecem com a bondade da casa de DEUS.

2. CRISTO é o pastor, v. 11ss. A vinda dele havia sido profetizada no Antigo Testamento. Ele seria um pastor, Isaías 40.11; Ezequiel 34.23; 37.24; Zacarias 13.7. No Novo Testamento, Ele é mencionado como o Grande Pastor (Hb 13.20), o Sumo Pastor (1 Pe 5.4), o Pastor e Bispo das nossas almas (1 Pe 2.25). DEUS, nosso grande dono, de cuja pastagem nós somos as ovelhas, desde a criação constituiu seu Filho JESUS para ser nosso Pastor, e Ele reconhece esta relação por repetidas vezes. Ele tem, pela sua igreja, e por todos os crentes, todo o cuidado que um bom pastor tem pelo seu rebanho. E Ele espera a presença e a obediência de toda a igreja, e de cada crente em particular, assim como ocorria com os pastores e seus rebanhos naquelas regiões.

(1) CRISTO é um pastor, e não é como o ladrão, não é como aqueles que não vêm pela porta. Observe:

[1] A intenção prejudicial do ladrão (v. 10): o ladrão não vem com nenhuma boa intenção, senão roubar, matar e destruir. Em primeiro lugar, aqueles de quem estes ladrões roubam, cujos corações e afetos eles roubam de CRISTO e das suas pastagens, matam e destroem espiritualmente, pois as heresias que eles produzem secretamente são odiosas. Aqueles que enganam as almas são assassinos de almas. Aqueles que roubam as Escrituras, conservando-as em um idioma desconhecido, que roubam os sacramentos, mutilando-os e alterando suas propriedades, que roubam as ordenanças de CRISTO, colocando suas próprias invenções no lugar delas, matam e destroem. A ignorância e a idolatria são coisas destrutivas. Em segundo lugar, aqueles que eles não conseguem roubar, nem conduzir, levar ou carregar do rebanho de CRISTO, por meio de perseguições e massacres, eles procuram matar e destruir fisicamente. Aquele que não se permitir roubar corre o risco de ser morto.

[2] O desígnio gracioso do pastor. Ele veio:

Em primeiro lugar, para dar vida às ovelhas. Em oposição à intenção do ladrão, que é matar e destruir (e que era a intenção dos escribas e fariseus), CRISTO diz: “Eu vim” entre os homens: 1. “Para que tenham vida”. Ele veio para dar vida ao rebanho, à igreja em geral, que parecia mais um vale cheio de ossos secos do que uma pastagem coberta de rebanhos. CRISTO veio para defender as verdades divinas, para purificar as ordenanças divinas, para corrigir injustiças, e para restaurar o zelo que estava prestes a morrer. Ele veio procurar as ovelhas do seu rebanho que estavam perdidas, ligar aquilo que estava quebrado (Ez 34.16), e isto, para sua igreja, é como a vida dentre os mortos (Rm 11.15). Ele veio para dar vida aos crentes, individualmente. A vida abrange todo o bem, e está em oposição à morte ameaçadora (Gn 2.17). Ele veio para que pudéssemos obter vida, como um criminoso obtém vida quando é perdoado, como um doente obtém vida quando é curado, e um morto obtém vida quando é ressuscitado, para que pudéssemos ser justificados, santificados, e, por fim, glorificados. 2. Para que tenham vida “em abundância”, kai perisson echosin. Como nós interpretamos, esta é uma comparação: para que possamos ter uma vida mais abundante do que aquela que foi perdida devido ao pecado, mais abundante do que aquela que foi prometida pela lei de Moisés. Sua duração é superior aos dias em Canaã, mais abundante do que poderia ser esperado ou do que poderíamos pedir ou pensar. Mas isto pode ser interpretado sem a conotação de comparação: para que eles pudessem ter abundância, ou pudessem ter a vida abundantemente. CRISTO veio para dar vida e perisson ti – algo a mais, algo melhor, a vida com benefícios, para que em CRISTO nós pudéssemos, não somente viver, mas viver confortavelmente, viver plenamente, viver e alegrar-nos. A vida em abundância é a vida eterna, a vida sem a morte ou o temor da morte, a vida e muito mais.

Em segundo lugar, para dar sua vida pelas ovelhas, e isto para que pudesse dar a vida a elas (v. 11): “O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. 1. É uma característica e uma qualidade de todo bom pastor arriscar e expor sua vida pelas ovelhas. Jacó fez isto, uma vez que se fatigava tanto para cuidar delas, Gênesis 31.40. Também Davi, quando matou o leão e o urso. Tal pastor de almas foi o apóstolo Paulo, que alegremente se cansava para servir a elas, e considerava que sua vida não era importante, em comparação com a salvação delas. Mas: 2. Era prerrogativa do grande Pastor dar sua vida para resgatar seu rebanho (At 20.28), para compensar suas transgressões, e para derramar seu sangue para lavá-los e purificá-los.

(2) CRISTO é um bom pastor, e não é como um mercenário. Havia muitos que não eram ladrões, desejando matar e destruir as ovelhas, mas faziam-se passar por pastores, porém eram muito pouco cuidadosos no desempenho da sua função, e, devido à sua negligência, o rebanho foi enormemente prejudicado. Pastores insensatos, pastores inúteis, Zacarias 11.15,17. Em oposição a estes:

[1] CRISTO aqui diz ser “o bom Pastor” (v. 11), e novamente (v. 14), ho poimen ho kalos – aquele pastor, aquele bom Pastor, que DEUS tinha prometido. Observe que JESUS CRISTO é o melhor dos pastores, o melhor no mundo para supervisionar e cuidar das almas. Ninguém é tão talentoso, tão fiel, tão terno, como Ele. Não há ninguém que alimente e lidere como Ele, nem que proteja e cure as almas como Ele.

[2] Ele prova ser o bom Pastor, em oposição a todos os mercenários, vv. 12-14. Aqui observamos:

Em primeiro lugar, a descrição da desatenção do pastor desleal (vv. 12,13). Aquele que é um mercenário, que é empregado como um servo e que é pago pelos seus esforços, a quem as ovelhas não pertencem, que não lucra nem perde com elas, vê o lobo aproximando-se, ou qualquer outro perigo ameaçador, e deixa as ovelhas à mercê do lobo, pois, na verdade, ele não se preocupa com elas. Aqui há uma referência clara ao pastor inútil, Zacarias 11.17. Os maus pastores, os maus magistrados e os maus ministros são aqui descritos, tanto pelos seus maus princípios quanto pelos seus maus costumes.

a. Seus maus princípios, a raiz dos seus maus costumes. O que faz com que aqueles que têm que cuidar das almas, em épocas de provação, traiam a confiança que lhes é depositada, e em épocas de tranquilidade, não se preocupem com elas? O que os torna falsos, zombeteiros e interesseiros? É o fato de que são mercenários, e não se preocupam com as ovelhas. Isto é: (a) A riqueza do mundo é o principal dos seus bens, porque eles são mercenários. Eles assumem o trabalho de pastor, como um negócio com o qual viver e se enriquecer, e não como uma oportunidade de servir a CRISTO e fazer o bem. É o amor ao dinheiro, e aos seus próprios estômagos, que os faz prosseguir nele. Isto não significa que sejam mercenários aqueles que, enquanto servem ao altar, vivem, e vivem confortavelmente, do altar. O trabalhador é digno do seu alimento, e uma manutenção escandalosa formará, em pouco tempo, um ministério escandaloso. Mas estes são mercenários que amam o salário mais do que o trabalho, e se preocupam mais com o salário, como está escrito que são os mercenários, Deuteronômio 24.15. Veja 1 Samuel 2.29; Isaías 56.11; Miquéias 3.5,11. (b) O trabalho é a menor das suas preocupações. Eles não se importam com as ovelhas, não se preocupam com as almas dos outros. Sua preocupação é ser senhores de seus irmãos, e não seus guardiões ou protetores. Eles cuidam somente das suas próprias coisas, e não se preocupam naturalmente pela condição das almas, como fazia Timóteo. O que mais se pode esperar, além de que eles fujam quando o lobo vier. Eles não se preocupam com as ovelhas, pois elas não pertencem a eles. De certa forma, nós podemos dizer que o melhor a respeito dos sub-pastores é que as ovelhas não lhes pertencem, eles não têm domínio sobre elas, nem a propriedade delas (“Apascenta minhas ovelhas e meus cordeiros”, diz CRISTO), mas em se tratando de afeição e carinho, elas deviam ser como suas. Paulo considerava como seus aqueles a quem ele chamava de amados, e de quem sentia saudades. Aqueles que não aderem cordialmente aos interesses da igreja, tornando-os seus, não serão fiéis a eles por muito tempo.

b. Seus maus costumes, o resultado destes maus princípios, v. 12. Veja aqui: (a) De que maneira vil o mercenário abandona seu posto. Quando ele vê vir o lobo, embora seja quando há mais necessidade da sua presença, ele deixa as ovelhas e foge. Observe que aqueles que se importam mais com sua própria segurança do que com seu dever são uma presa fácil para as tentações de Satanás. (b) Como são fatais as consequências! O mercenário imagina que o rebanho saberá se cuidar, mas isto não é o que acontece: “O lobo as arrebata e dispersa”, e lamentavelmente o rebanho é destruído, do que toda a culpa será do pastor traidor. O sangue das almas que perecem é requerido das mãos dos vigias descuidados.

Em segundo lugar, veja aqui a graça e a ternura do bom Pastor, que se colocará contra os anteriores, como estava predito (Ez 34.21,22ss.): “Eu sou o bom Pastor”. É um consolo para a igreja, e para todos os seus amigos, o fato de que, por mais que ela possa ser prejudicada e colocada em perigo pela traição e pela má administração dos seus suboficiais, o Senhor JESUS é, e será, como sempre foi, o bom Pastor. Aqui estão dois grandes exemplos da bondade do pastor.

a. O fato de que Ele está familiarizado com seu rebanho, com todas as ovelhas que pertencem ao seu rebanho, ou que, de alguma maneira, estão relacionadas com ele, e que são de dois tipos, ambos conhecidos dele:

(a) Ele conhece todas as ovelhas que agora pertencem ao seu rebanho (vv. 14,15), sendo o bom Pastor (vv. 3,4): “Conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido”. Observe que existe um conhecimento mútuo entre CRISTO e os verdadeiros crentes. Eles se conhecem muito bem, e o conhecimento indica afeição.

[a] CRISTO conhece seu rebanho. Ele conhece, com olhos que distinguem, quais são suas ovelhas e quais não são. Ele conhece as ovelhas sob suas muitas fraquezas, e os bodes, sob seus disfarces mais plausíveis. Ele conhece, com olhos favoráveis, aqueles que, na verdade, são suas próprias ovelhas. Ele toma conhecimento da sua condição, se preocupa com elas, tem uma consideração terna e afetuosa por elas, e está continuamente atento a elas na intercessão que Ele mesmo vive para fazer do lado de dentro do véu. O Senhor as visita graciosamente pelo seu ESPÍRITO, e tem comunhão com elas. Ele as conhece, isto é, Ele as aprova e aceita, como em Salmos 1.6; 37.18; Êxodo 33.17.

[b] Ele é conhecido das suas ovelhas. Ele as observa com um olhar de graça, e elas o observam com um olhar de fé. O fato de que CRISTO conhece suas ovelhas é anterior ao fato de que elas o conheçam, pois Ele nos conheceu e amou primeiro (1 Jo 4.19), e nossa felicidade não é tanto o fato de que o conhecemos, mas o fato de sermos conhecidos por Ele, Gálatas 4.9. Mas é a personalidade das ovelhas de CRISTO que as faz conhecê-lo; conhecê-lo entre todos os fingidores e intrusos. Elas conhecem sua vontade, conhecem sua voz, conhecem, por experiência, o poder da sua morte. CRISTO fala aqui como se Ele se gloriasse em ser conhecido pelas suas ovelhas, e julgasse o respeito delas uma honra para si. Nesta ocasião, CRISTO menciona (v. 15) o conhecimento mútuo entre seu Pai e Ele mesmo: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. Isto pode ser considerado, ou, em primeiro lugar, como a base daquele conhecimento e relacionamento íntimo que existe entre CRISTO e os crentes. O concerto da graça, que é o elo desta relação, está fundamentado no concerto da redenção entre o Pai e o Filho, que, podemos ter certeza, permanece firme, pois o Pai e o Filho se compreendiam perfeitamente bem sobre este assunto, e não poderia haver nenhum engano, o que poderia atribuir alguma incerteza à questão, ou colocá-la sob algum risco. O Senhor JESUS conhece a todos os que Ele escolheu, e está seguro a respeito deles (Jo 13.18), e eles também conhecem aquele em quem confiaram, e estão seguros a respeito dele (2 Tm 1.12), e a base para ambos é o perfeito conhecimento que o Pai e o Filho tinham, cada um, da vontade do outro, quando houve o conselho da paz entre ambos. Ou, em segundo lugar, como uma semelhança apropriada, exemplificando a intimidade que existe entre CRISTO e os crentes. Isto pode relacionar-se às palavras anteriores desta maneira: “Conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. Compare com João 17.21. 1. Assim como o Pai conhecia o Filho, e o amava, e o reconhecia nos seus sofrimentos, quando Ele foi levado, como uma ovelha, para o matadouro, também CRISTO conhece suas ovelhas, e mantém um olhar vigilante sobre elas, e estará com elas quando elas forem abandonadas, como seu Pai esteve com Ele. 2. Assim como o Filho conhecia o Pai, e o amava e o obedecia, e sempre fazia as coisas que lhe agradavam, confiando nele como seu DEUS, mesmo quando Ele parecia tê-lo abandonado, também os crentes conhecem a CRISTO com uma consideração obediente e confiante.

(b) Ele conhece aqueles que, no futuro, serão do seu rebanho (v. 16): “Ainda tenho outras ovelhas”, tenho direito a elas e interesse nelas, “que não são deste aprisco”, da igreja judaica; “também me convém agregar estas”. Observe:

[a] A consideração que CRISTO tinha pelos pobres gentios. Algumas vezes Ele tinha evidenciado seu interesse especial pelas ovelhas perdidas da casa de Israel. A elas, realmente, limitava-se seu ministério pessoal. “Mas”, diz Ele, “tenho outras ovelhas”. Aqueles entre os gentios que, no decorrer do tempo, desejassem crer em CRISTO, e fossem levados a obedecer a Ele, são aqui chamados de ovelhas, e está escrito que Ele as tem, embora elas ainda não sejam chamadas, e muitas delas ainda não tenham nascido. Isto porque são escolhidas de DEUS, e são entregues a CRISTO nos conselhos do amor divino, desde a eternidade. CRISTO tem o direito, em virtude da doação do Pai e do seu próprio resgate, das muitas almas das quais Ele ainda não tem a posse. Assim, Ele tinha muita gente em Corinto, quando esta cidade ainda vivia em iniquidade, Atos 18.10. “Estas outras ovelhas que Eu tenho”, diz CRISTO, “Eu as tenho no meu coração, nos meus olhos, e estou tão certo de tê-las como se já as tivesse”. Agora CRISTO fala daquelas outras ovelhas, em primeiro lugar, para remover o desprezo que lhe era atribuído, pelo fato de ter apenas poucas ovelhas. Alguns pensavam que, mesmo sendo um bom Pastor, Ele ainda assim fosse um pobre pastor. “Mas”, diz Ele, “Eu tenho mais ovelhas do que vocês podem ver”. Em segundo lugar, para remover o orgulho e a vanglória dos judeus, que pensavam que o Messias deveria reunir todo o seu rebanho do seu meio. “Não”, diz CRISTO, “Eu tenho outras que irei colocar junto às ovelhas do meu rebanho, embora vocês desdenhem colocá-las junto aos cães do seu rebanho”.

[b] Os propósitos e as determinações da sua graça a respeito delas: “‘Também me convém agregar estas’, trazê-las para casa, para DEUS, trazê-las para a igreja, e, para isto, despi-las dos seus costumes inúteis, trazê-las de volta das suas perambulações, como aquela ovelha perdida”, Lucas 15.5. Mas por que Ele deve trazê-las? Qual era a necessidade? Em primeiro lugar, a necessidade da sua condição o exigia: “Eu devo trazê-las, ou elas serão deixadas vagando interminavelmente, pois, como ovelhas, elas nunca voltarão por si mesmas, e nenhum outro poderá, ou quererá, trazê-las”. Em segundo lugar, a necessidade dos seus próprios compromissos o exigia. Ele deve trazê-las, ou não será fiel ao que lhe foi confiado, e fiel à sua missão. “Elas são minhas, compradas e pagas, e, portanto, eu não devo negligenciá-las nem deixar que pereçam”. Ele deve, honrosamente, trazer aquelas que lhe foram confiadas.

[c] O feliz resultado e a consequência disto, em dois aspectos. Em primeiro lugar: “Elas ouvirão a minha voz. Minha voz não somente será ouvida entre elas (embora elas ainda não a tenham ouvido, e por isto não possam crer, agora que o som do Evangelho irá até os confins da terra), mas será ouvida por elas. Eu falarei e elas ouvirão”. A fé vem pelo ouvir, e nossa observação diligente da voz de CRISTO é, ao mesmo tempo, um meio e uma evidência de que somos trazidos a CRISTO, e a DEUS, por seu intermédio. Em segundo lugar: “Haverá um rebanho e um Pastor”. Assim como há um pastor, haverá um rebanho. Tanto os judeus quanto os gentios, voltando-se à fé em CRISTO, serão incorporados em uma única igreja, serão participantes comuns e iguais nos seus privilégios, sem distinção. Estando unidos a CRISTO, eles estarão unidos nele. Duas varas se tornarão uma, na mão do Senhor. Observe que um pastor faz um rebanho, um CRISTO faz uma igreja. Assim como a igreja é única na sua constituição, submissa a uma cabeça, animada por um ESPÍRITO, e guiada por uma regra, também seus membros deverão ser um só, em amor e afeto, Efésios 4.3-6.

b. A oferta que CRISTO faz de si mesmo, pelas suas ovelhas, é outra prova de que Ele é um bom pastor, e nisto Ele recomenda ainda mais seu amor, vv. 15,17,18.

(a) Ele declara seu propósito de morrer pelo seu rebanho (v. 15): “Dou a minha vida pelas ovelhas”. Ele não somente arrisca sua vida por elas (neste caso, a esperança de salvá-la pode ser equivalente ao temor de perdê-la), mas, na verdade, a deposita, e a sujeita a uma necessidade de morrer pela nossa redenção, tithemi – Eu a ofereço como uma garantia ou penhor, como um dinheiro depositado adiantado. As ovelhas destinadas ao matadouro, prontas para o sacrifício, foram resgatadas pelo sangue do Pastor. Ele ofereceu sua vida, hyper ton probaton, não somente para o bem das ovelhas, mas no lugar delas. Milhares de ovelhas eram oferecidas em sacrifício pelos seus pastores, como ofertas pelo pecado, mas aqui, em uma inversão surpreendente, o pastor é sacrificado pelas ovelhas. Quando Davi, o pastor de Israel, foi culpado pessoalmente, e o anjo destruidor sacou sua espada contra o rebanho, por causa dele, com boas razões ele implorou: “Estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim”, 2 Samuel 24.17. Mas o Filho de Davi era sem pecado e imaculado. E suas ovelhas, qual foi o mal que não fizeram? Ainda assim, Ele disse: “Seja, pois, a tua mão contra mim”. Aqui CRISTO parece referir-se à profecia de Zacarias (Zc 13.7): “Ó espada, ergue-te contra o meu Pastor”. E, embora ferir o pastor significasse a dispersão imediata do rebanho, seu objetivo é reunir o rebanho.

(b) Ele remove o escândalo da cruz, que para muitos é uma pedra de tropeço, com quatro considerações:

[a] Que a oferta da sua vida pelas ovelhas era a condição cujo cumprimento lhe dava o direito às honras e aos poderes do seu estado exaltado (v. 17): “‘Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida’. Nestes termos, Eu, como Mediador, devo esperar a aceitação e a aprovação do meu Pai, e a glória designada a mim, de me tornar um sacrifício pelo remanescente escolhido”. Não somente que, como Filho de DEUS, Ele fosse amado pelo seu Pai, desde a eternidade, mas como DEUS-homem, como Emanuel, Ele era, por essa razão, amado pelo Pai, porque se comprometeu a morrer pelas ovelhas. Por isso, a alma de DEUS se alegrava nele, como seu Eleito, porque nisto Ele era seu servo fiel (Is 42.1), e por isto Ele disse: “Este é o meu Filho amado”. Que lindo exemplo do amor de DEUS pelos homens é este, que Ele amou ainda mais ao seu Filho, por amar a nós! Veja que importância CRISTO dá ao amor do seu Pai, pois, para merecê-lo, Ele daria sua vida pelas ovelhas. Ele julgava que o amor de DEUS era recompensa suficiente por todos os seus serviços e sofrimentos, e julgaremos nós que é pouco pelos nossos, e procuraremos os sorrisos do mundo para compensar? “Por isso, o Pai me ama”, isto é, a mim, e a todos os que, pela fé, se tornam um só comigo. A mim, e ao corpo místico, porque Eu dou minha vida.

[b] Que a oferta da sua vida tinha o objetivo de retomá-la: “Dou a minha vida para tornar a tomá-la”. Em primeiro lugar, o resultado do amor do seu Pai, e o primeiro passo da sua exaltação, eram fruto daquele amor. Por ser o SANTO de DEUS, Ele não deveria ver a corrupção, Salmos 16.10. DEUS o amava demais para deixá-lo na sepultura. Em segundo lugar, seu objetivo, ao ofertar sua vida, era poder ter uma oportunidade de declarar ser o Filho de DEUS em poder pela sua ressurreição, Romanos 1.4. Por um estratagema divino (como aquele diante de Ai, Josué 8.15), Ele se entregou à morte, como se fosse ferido diante dela, para que pudesse vencer a morte de modo mais glorioso, e triunfar sobre a sepultura. Ele entregou um corpo desonrado, para poder assumir um corpo glorificado, apropriado para ascender ao mundo dos espíritos. Entregou uma vida adaptada a este mundo, mas assumiu uma adaptada ao outro, como um grão de trigo, Jo 12.24.

[c] Que Ele era completamente voluntário nos seus sofrimentos e na sua morte (v. 18): “Ninguém tira, ou pode tirar, minha vida contra minha vontade, mas Eu, voluntariamente, ‘de mim mesmo a dou’, Eu a entrego como meu próprio documento legal, pois ‘tenho’ (o que nenhum homem tem) ‘poder para a dar e poder para tornar a tomá-la’”.

Em primeiro lugar, veja aqui o poder de CRISTO, como o Senhor da vida, particularmente da sua própria vida, que Ele tinha em si mesmo. 1. Ele tinha poder de proteger sua vida de todo o mundo, de modo que ela não fosse arrancada dele sem seu próprio consentimento. Embora a vida de CRISTO parecesse ser tomada por um ataque repentino, na realidade ela foi entregue. Caso contrário, ela teria sido inabalável, e nunca seria tomada. O Senhor JESUS não caiu nas mãos dos seus perseguidores porque não pudesse evitar isto, mas, na verdade, Ele se entregou às mãos deles, porque era chegada sua hora. “Ninguém ma tira de mim”. Este era um desafio como nunca tinha sido feito, nem pelo herói mais ousado. 2. Ele tinha poder para ofertar sua vida. (1) Ele tinha a capacidade de fazer isto. Ele podia, quando desejasse, desfazer o nó da união entre a alma e o corpo e, sem nenhum ato de violência cometido contra si mesmo, podia desligar um do outro. Tendo assumido um corpo voluntariamente, Ele podia, voluntariamente, abandoná-lo, o que ficou evidente quando Ele clamou com grande voz, e entregou seu espírito. (2) Ele tinha autoridade para fazer isto, exousian. Embora possamos encontrar instrumentos de crueldade, que são capazes de acabar com nossa própria vida, ainda assim Id possumus quod jure possumus – nós só podemos fazer aquilo, e somente aquilo, que pudermos fazer legitimamente. Nós não temos permissão de fazê-lo. Mas CRISTO tinha uma autoridade soberana para dispor da sua própria vida como desejasse. Ele não era devedor (como somos nós) nem da vida nem da morte, mas completamente sui juris. 3. Ele tinha “poder para tornar a tomá-la”. Nós não temos. Nossa vida, uma vez ofertada, é como água derramada sobre o chão. Mas CRISTO, quando oferta sua vida, ainda a tem ao seu alcance, e pode tornar a tomá-la. Separando-se dela por uma transferência voluntária, Ele podia limitar como desejasse a entrega, e Ele o fez com um poder de revogação, que era necessário para preservar as intenções da entrega.

Em segundo lugar, veja aqui a graça de CRISTO. Uma vez que ninguém podia exigir sua vida pela lei, ou extorqui-la pela força, Ele mesmo a entregou, pela nossa redenção. Ele se ofereceu para ser o Salvador. “Eis que venho”. E então, como a necessidade da nossa situação o exigia, Ele se ofereceu para ser um sacrifício: Eis-me aqui, deixem estes em paz. Portanto, é pela vontade dele que nós somos santificados, Hebreus 10.10. Ele era, ao mesmo tempo, o ofertante e a oferta, de modo que, ao oferecer sua vida, Ele estava oferecendo a si mesmo.

[d] Que Ele fez tudo isto pela expressa ordem e designação de seu Pai, no que Ele explicou, enfim, toda a questão: “Esse mandamento recebi de meu Pai”. Não tanto um mandamento como um feito, que Ele fez necessário, antes de sua própria incumbência voluntária. Mas esta era a lei da mediação, que Ele estava disposto a ter escrita em seu coração, assim como deleitar-se em fazer a vontade de DEUS, de acordo com ela, Salmos 40.8.

Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD

 

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LIÇÃO NA ÍNTEGRA CONFORME A REVISTA CPAD 2TR2025

 

Escrita Lição 6, CPAD, O Bom Pastor  E Suas Ovelhas, 2Tr25, Com. Extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO 6

I – JESUS, A PORTA  DAS OVELHAS 

1. O contexto    

2. A Porta das Ovelhas  

3. A mensagem da porta  

II – O APRISCO DAS OVELHAS

1. Parábola? Uma alegoria?   

2. O aprisco das ovelhas  

3. Um lugar de proteção  

III – A DISTINÇÃO ENTRE  O BOM PASTOR  E O MERCENÁRIO

1. O Bom Pastor  

2. O Mercenário  

3. Lobos vorazes X o Bom Pastor  

 

 

TEXTO ÁUREO

“Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.” (Jo 10.14)

 

VERDADE PRÁTICA

JESUS é o Bom Pastor e nós, que pertencemos à sua Igreja, somos as ovelhas do seu rebanho.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ez 34.2-4 As ovelhas do aprisco precisam de ser bem tratadas 

Terça - Ez 34.6 Em que lugar estão as ovelhas do aprisco?

Quarta - Jo 10.15,16 JESUS é a entrada acessível para as suas ovelhas

Quinta - Hb 4.14,15 O Senhor é a entrada direta para o DEUS Pai 

Sexta - Jo 10.12-14 A diferença entre o verdadeiro pastor e o mercenário

Sábado - Jo 10.2-4 JESUS é o Bom Pastor que orienta suas ovelhas

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 10.1-16

1 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.

2 - Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.

3 - A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora.

4 - E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.

5 - Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.

6 - JESUS disse-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.

7 - Tornou, pois, JESUS a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.

8 - Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.

9 - Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.

10 - O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.

11 - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

12 - Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.

13 - Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.

14 - Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.

15 - Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.

16 - Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.

 

HINOS SUGERIDOS:  : 91, 126, 274 da Harpa Cristã

 

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

A lição desta semana está organizada em três pontos: 1) JESUS como a Porta das Ovelhas, que permite o acesso ao aprisco e à salvação; 2) o Aprisco das Ovelhas, simbolizando um espaço de segurança e proteção; 3) a distinção entre o Bom Pastor, que sacrifica a sua vida pelas ovelhas, e o mercenário, que as deixa em risco. Baseada em João 10.1-16, esta aula apresenta uma descrição de JESUS sobre as qualidades do Bom Pastor e o seu relacionamento com as ovelhas. Assim, é uma lição que destaca a liderança amorosa de JESUS e, ao mesmo tempo, ressalta a responsabilidade das ovelhas de identificarem a sua voz e atenderem ao seu chamado.

 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Analisar que JESUS é a porta das ovelhas, o único acesso para o pecador alcançar a salvação e estabelecer a comunhão com DEUS.; II) Esclarecer o simbolismo do aprisco enquanto espaço de segurança, assistência e pertencimento ao Corpo de CRISTO; III) Diferenciar as atitudes do Bom Pastor dos comportamentos egoístas do mercenário.

B) Motivação: A parábola do Bom Pastor ilustra o cuidado e a liderança de JESUS sobre o seu rebanho. Assim como um pastor guia, protege e atende às necessidades das suas ovelhas, JESUS faz o mesmo por aqueles que têm fé nEle. Ele é a Porta que nos conduz à salvação, o Aprisco onde encontramos abrigo, e o Pastor que, ao contrário do mercenário, entrega a sua vida para nos salvar e proteger.

C) Sugestão de Método: Inicie a aula fazendo a seguinte pergunta: "O que representa para si o fato de saber que JESUS é o Bom Pastor que cuida das suas ovelhas?" Relacione as respostas com situações do cotidiano em que eles procuram segurança, orientação ou proteção. Esclareça que nesta lição iremos aprender como JESUS nos guia com amor e cuidado, proporcionando salvação, segurança e uma liderança genuína. Destaque também o contraste entre o cuidado genuíno do Bom Pastor e as influências que negligenciam o bem-estar das ovelhas, ressaltando a importância de reconhecer e obedecer à voz de JESUS, que nos conduz em caminhos de vida e proteção.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Da mesma forma que as ovelhas reconhecem a voz do seu pastor e o seguem, somos convidados a identificar a voz de CRISTO em nossa vida diária e a seguir suas diretrizes. Assim, é o momento de trilhar o caminho de JESUS com firmeza, prestando atenção à sua voz e seguindo-a, cientes de que Ele nos orientará sempre com sabedoria, amor e proteção.

 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Eu Sou a Porta", localizado depois do primeiro tópico, apresenta a reflexão bíblica a respeito da "porta" e seu simbolismo em JESUS; 2) No final do terceiro tópico, o texto "O Bom Pastor" mostra uma reflexão que aprofunda o relacionamento do Bom Pastor com suas ovelhas. 

 

PALAVRA-CHAVE - CUIDADO

 

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o capítulo 10 do Evangelho de João, destacando a figura de JESUS como o Bom Pastor, aquEle que protege, cuida e orienta as suas ovelhas. Analisaremos o contexto em que nosso Senhor é descrito como “A Porta das Ovelhas” e a conexão desta imagem com o aprisco das ovelhas, que representa o lugar de habitação do rebanho. Por fim, diferenciaremos as figuras do Bom Pastor e do mercenário, para que possamos reconhecer a voz do verdadeiro pastor de nossas almas.

  

I – JESUS, A PORTA  DAS OVELHAS 

1. O contexto     

Este capítulo é antecedido pelo capítulo 9, onde JESUS teve uma conversa breve com fariseus que tentavam encontrar algum ponto de discórdia para acusá-lo (Jo 9.40,41). No capítulo 10, o nosso Senhor interrompe esse diálogo após a cura de um cego de nascença, que foi expulso da sinagoga da cidade porque sabiam que o seu testemunho os incomodaria. No entanto, JESUS utilizou a parábola do Pastor e das Ovelhas para caracterizar os religiosos como falsos pastores e, mais especificamente, como mercenários. Este relato possui a mesma força da crítica aos falsos pastores presente na profecia de Ezequiel 34.1-10.

 

2. A Porta das Ovelhas           

Nesta parábola de JESUS, contada no capítulo 10 de João, destacam-se dois pontos principais. Em primeiro lugar, Ele entra pela porta do aprisco onde se encontram as ovelhas (Jo 10.1-3). Em segundo lugar, Ele se refere a si mesmo como “a porta das ovelhas” (Jo 10.7). Nos primeiros versículos de João 10, sugere-se que aquele que passa pela porta do aprisco é o verdadeiro pastor, enquanto quem utiliza outros caminhos é associado a “ladrões e salteadores”. Assim, as ovelhas reconhecem a voz do verdadeiro pastor e não dão atenção ao mercenário. Além disso, JESUS afirma: “Eu sou a Porta” (Jo 10.7); e logo depois declara: “Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10.11). Estas declarações são direcionadas aos líderes religiosos judeus, que podem ser vistos como falsos pastores do povo (Jo 10.11,14), pois não cuidavam, protegiam ou orientavam o povo de DEUS. 

 

3. A mensagem da porta      

O significado contido na frase “Eu Sou a Porta” é bastante claro: existe apenas um caminho exclusivo para entrar no Reino de DEUS, que é através da fé em JESUS CRISTO. O nosso Senhor atua como a porta de acesso direto ao Pai (Hb 4.14,15), permitindo-nos aproximarmos dEle com ousadia e confiança (Hb 4.16). Para desfrutarmos de uma relação eterna e significativa com DEUS, é essencial crer em JESUS, viver conforme os seus ensinamentos e obedecê-lo plenamente. O nosso Senhor é a “porta” pela qual todos os pecadores devem entrar. 

 

SINÓPSE I - JESUS é a porta das ovelhas, o único caminho para alcançar a salvação.

 

AUXÍLIO BIBLICO-TEOLÓGICO

“EU SOU A PORTA

“A exclusividade deste caminho de fé em CRISTO nunca foi melhor colocada do que quando JESUS disse: Eu sou a porta. CRISTO é o Caminho para CRISTO, pois Ele é ao mesmo tempo a Porta e o Aprisco. Parece atraente quando os homens dizem que todos aqueles que têm ideais éticos elevados comparáveis aos do Sermão da Montanha são cristãos. Mas como isso parece vazio quando colocado ao lado do desafio pessoal: Eu sou a porta! Não existe outra! Assim, todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram (8).

Certamente isto não deve ser interpretado como uma referência àqueles verdadeiros mensageiros de DEUS do Antigo Testamento, mas inclui todos aqueles que falsamente se intitulam mensageiros de DEUS. Mesmo os fariseus, que corromperam os ensinos de Moisés como se estes mesmos fossem capazes de dar vida, estão sob esta condenação. ‘Não há um ponto na história humana que esteja além do horizonte dos ladrões e mercenários das parábolas. Quando o homem afirma anunciar o dom da vida, à parte da fé em JESUS, ele se proclama como ladrão e mercenário, e a sua atividade foi, é, e será, uma atividade destrutiva’” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.97).

 

II – O APRISCO DAS OVELHAS

1. Parábola? Uma alegoria?    

O versículo 6 indica que a história narrada pelo nosso Senhor é uma parábola. Trata-se de uma narrativa, normalmente breve, que ensina através de uma alegoria. Assim, o Senhor JESUS comunicava as suas lições de forma sistemática utilizando a parábola. Desta forma, as figuras do Pastor e das Ovelhas servem como símbolos para ilustrar o ensinamento de CRISTO sobre o pastoreio das ovelhas no aprisco. 

 

2. O aprisco das ovelhas    

O aprisco das ovelhas consistia, essencialmente, numa edificação de pedras que possuía apenas uma entrada (ou porta) por onde as ovelhas eram levadas para dentro ao entardecer (Jo 10.1). Essas ovelhas eram supervisionadas pelo porteiro, ou pastor, que se acomodava junto à entrada do abrigo para assegurar a proteção delas. Desta forma, a representação simbólica do abrigo remete à atividade pastoril que os judeus exerceram ao longo de várias gerações, assim como à relação religiosa entre os líderes judeus e a população. Portanto, atualmente, essa imagem simbólica da parábola pode ser relacionada ao vínculo da Igreja de CRISTO com o Senhor JESUS, nosso Sumo Pastor (1 Pe 5.4).

 

3. Um lugar de proteção    

O aprisco das ovelhas simboliza também um espaço de proteção. Este local é defendido diretamente pelo Pastor do Rebanho, que está disposto a sacrificar-se, se necessário (Jo 10.11). Não existe lugar mais seguro do que aquele que está sob a vigilância e proteção do Sumo Pastor, o Senhor JESUS CRISTO. O seu compromisso com o seu rebanho ficou evidente através da sua obra realizada no Calvário (Jo 19.30). Assim, as afirmações “Eu sou a porta” (v.9) e “Eu sou o bom pastor” (v.11) expressam essa realidade de cuidado por todos os que fazem parte do Corpo de CRISTO (Cl 1.24).

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“No aprisco, o pastor desempenha a função de uma porta, fazendo com que, por seu intermédio, as ovelhas entrem e sejam protegidas. JESUS é a porta da salvação de DEUS para nós. Ele oferece o acesso à segurança e à proteção. CRISTO é o nosso protetor. Algumas pessoas ressentem-se por JESUS ser a porta, o único caminho de acesso a DEUS. JESUS é o Filho de DEUS, então, porque deveríamos buscar outro caminho ou desejar um caminho particular que leve a DEUS?” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD, p.1437.

 

SINÓPSE II - JESUS é o aprisco das ovelhas. Ele garante segurança, assistência e pertencimento das ovelhas no Corpo de CRISTO.

 

III – A DISTINÇÃO ENTRE  O BOM PASTOR  E O MERCENÁRIO

1. O Bom Pastor                 

O versículo 11 menciona que JESUS é o “Bom Pastor” que sacrifica a sua vida pelas ovelhas. Em contraste com o ladrão (v.10), que vem para roubar, matar e destruir, a missão do Bom Pastor é oferecer vida, tanto na perspectiva eterna/celestial da salvação, como na dimensão virtuosa da santidade enquanto forma de viver no mundo (Jo 20.31; Rm 8.29). A generosidade do Sumo Pastor é sem igual, pois ninguém pode defender as suas ovelhas como Ele faz. O nosso Senhor é indiscutivelmente o melhor dos pastores. Quem entra no seu aprisco encontra uma vida verdadeira.  

 

2. O Mercenário      

O versículo 12 apresenta a figura do mercenário. Ao contrário do Bom Pastor, que se sacrifica pela vida das ovelhas, o mercenário opta por fugir diante do perigo, dispersando e roubando as ovelhas. Não demonstra zelo nem cuidado por elas. Por essa razão, é simbolizado como ladrão e bandido. Assim, enquanto o Bom Pastor promove a vida, o mercenário traz consigo a morte; em vez de construir, ele destrói tudo o que encontra pelo caminho. Ele abandona as ovelhas à sua própria sorte. A representação do mercenário ilustra o caráter dos falsos líderes e mestres fraudulentos que procuram constantemente semear divisões entre o povo de DEUS.

 

3. Lobos vorazes X o Bom Pastor    

Os lobos aproximam-se do aprisco para atacar as ovelhas apenas quando percebem que o mercenário não está atento à sua chegada. O mercenário, por sua vez, opta por fugir e abdica das suas responsabilidades: “Mas o mercenário que não é pastor, de quem não são as ovelhas, foge, e o lobo arrebata e dispersa” (Jo 10.12). Não é por acaso que o apóstolo Paulo descreve esses “lobos vorazes” como sendo os falsos mestres que promovem doutrinas enganosas e comprometem a fé recebida do Evangelho, iludindo e levando consigo as ovelhas desatentas (At 20.29,30). Estes têm intenções destrutivas (2 Co 2.17), geram divisões no rebanho (Tt 3.10) e dispersam as ovelhas (1 Jo 2.18,19; 4.1-3). Por essa razão, nosso Senhor se apresenta como a Porta das Ovelhas, o Bom Pastor (Mt 7.13,14; Lc 13.24).

 

AUXÍLIO BIBLICO-TEOLÓGICO

O BOM PASTOR

“A observação universal do quarto Evangelho se destaca na afirmação de JESUS: Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor (16). Observe que há outras ovelhas, não bodes. “O rebanho de CRISTO não está limitado àqueles que estão encerrados no curral judaico, seja na Palestina, seja em outros lugares” (cf. 11.52; 12.32). O amor de DEUS é para todo o mundo (3.16). A urgência moral de trazer essas outras ovelhas para o curral está expressa nas palavras, também me convém agregar estas. O verbo ouvir “assume o genitivo, como quando tem a conotação de ouvir com entendimento e obediência”. Haverá um rebanho tem o verbo no plural nos melhores manuscritos, e a palavra ‘rebanho’ é a tradução correta do termo grego poimne (cf. Ez 34.20-24). “Todos (judeus e gentios) formarão um único rebanho sob um único Pastor’” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.98).

 

SINÓPSE III - As ações do Bom Pastor distinguem-se das do mercenário. Ao contrário deste, o Bom Pastor dá a sua própria vida, demonstra generosidade e protege as ovelhas.

 

CONCLUSÃO  

 O Senhor afirmou que as suas ovelhas conhecem a sua voz e a reconhecem, seguindo-a (Jo 10.27). Desta forma, aqueles que pertencem ao grande rebanho do Sumo Pastor têm a alegria de conhecer e reconhecer a sua voz. Assim sendo, não devemos perder tempo ouvindo a voz do lobo. A voz do Bom Pastor é mais do que suficiente para nos guiar ao longo da nossa caminhada na vida cristã.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual foi a finalidade de JESUS ao utilizar a parábola do Pastor e das Ovelhas?

JESUS utilizou a parábola do Pastor e das Ovelhas para caracterizar os religiosos como falsos pastores e, mais especificamente, como mercenários.

2. Qual é a mensagem evidente da afirmação “Eu Sou a Porta”?

O significado contido na frase “Eu Sou a Porta” é bastante claro: existe apenas um caminho exclusivo para entrar no Reino de DEUS, que é através da fé em JESUS CRISTO.

3. O que constituía o aprisco das ovelhas?

O aprisco das ovelhas consistia, essencialmente, numa edificação de pedras que possuía apenas uma entrada (ou porta) por onde as ovelhas eram levadas para dentro ao entardecer (Jo 10.1).

4. Qual é a missão do Bom Pastor?

A missão do Bom Pastor é oferecer vida, tanto na perspectiva eterna/celestial da salvação, como na dimensão virtuosa da santidade enquanto forma de viver no mundo (Jo 20.31; Rm 8.29).

5. De que forma você pode caracterizar o Mercenário?

O mercenário opta por fugir diante do perigo, dispersando e roubando as ovelhas. Não demonstra zelo nem cuidado por elas.