Escrita Lição 8, Central Gospel, Passos em Direção à Maturidade, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 8, Central Gospel, Passos em Direção à Maturidade

  



MATURIDADE -  τελεσφορεω telesphoreo
DE HOMENS - levar à (perfeição ou) maturidade
de animais - conduzindo seus filhotes à maturidade

 

καταρτιζω katartizo
1) restituir, i.e. preparar, examinar, completar
1a) emendar (o que estava quebrado ou rachado), reparar
1a1) completar
1b) preparar, equipar, colocar em ordem, arranjar, ajustar
1b1) preparar ou ajustar para si mesmo
1c) eticamente: fortalecer, aperfeiçoar, completar, tonar-se no que se deve ser

 

Romanos 5:4  (AMP)

E a perseverança (fortaleza) desenvolve maturidade de caráter (fé aprovada e experimentada integridade). E caráter desse tipo produz o hábito de ter esperança alegre e confiante da salvação eterna.

Hebreus 6:1  (KJA)

Sendo assim, considerando conhecidos os ensinos básicos a respeito de CRISTO, prossigamos rumo à maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atitudes inúteis e que conduzem à morte; da fé em DEUS,

Efésios 4:13  (KJA)

até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da estatura da plenitude de CRISTO.

Efésios 4:16  (AMP)

Pois por causa dEle todo o corpo (a igreja, em todas as suas várias partes), intimamente juntas e firmemente tecidas em conjunto, unidas pelas juntas e ligamentos com os quais isso é suprido, quando cada parte [com o poder adaptado à sua necessidade] está operando propriamente [em todas as suas funções], cresce para a completa maturidade, edificando-se a si mesma em amor.

Eclesiastes 10:16  (MSG)

(16-17)       Infeliz a nação cujo rei não passa de um garoto E cuja princesa só pensa em festa. Feliz é a terra cujo rei tem maturidade E a princesa é bem-comportada. Que bom que eles nunca perdem o bom senso.

Filipenses 3:15  (KJA)

Por isso, todos nós que alcançamos a maturidade espiritual, devemos pensar dessa mesma maneira; porém, se em algum aspecto pensais de forma diferente, também quanto a isso DEUS vos esclarecerá.

1 Coríntios 2:6  (KJA)

Contudo, falamos de sabedoria entre aqueles que já têm maturidade; não me refiro, entretanto, à sabedoria desta era ou dos poderosos deste século, que estão sendo reduzidos a nada.

2 Coríntios 13:11  (KJA)

Sem mais, irmãos, despeço-me de vós! Procurai agir com maturidade, tende bom ânimo, encorajai-vos mutuamente, tende um só pensamento principal e vivei em harmonia. E o DEUS de amor e paz estará convosco.

Filipenses 1:11  (Bíblia de Jerusalém)

na plena maturidade do fruto da justiça que nos vem por JESUS CRISTO para a glória e o louvor de DEUS.

João 15:5  (MSG)

(5-8)  “Eu sou a Videira, vocês são os ramos. Quando vocês estiverem unidos a mim e eu a vocês, num relacionamento intimo e orgânico, não imaginam que colheita terão. Separados, vocês nada podem produzir. Qualquer um que se separa de mim é um ramo morto, que é apanhado e jogado na fogueira. Mas, se vocês estão em mim e minhas palavras estão em vocês, estejam certos de que suas petições serão atendidas. É desta maneira que meu Pai demonstra quem ele é: quando vocês produzem frutos, quando demonstram maturidade como meus discípulos.

Gálatas 6:6  (MSG)

Vocês, que já chegaram à maturidade, sejam generosos com aqueles que os instruíram, compartilhando com eles tudo o que de bom possuem e experimentam.

2 Coríntios 10:3  (MSG)

(3-6)  O mundo é sem princípios. É uma selva lá fora! Ninguém joga limpo. Mas o cristão não vive nem age desse modo. Nunca nos comportamos assim e jamais o faremos. As ferramentas que usamos não são para propaganda ou manipulação, mas para demolir esta cultura dominante corrupta. Usamos as ferramentas poderosas de DEUS para esmagar filosofias pervertidas, derrubar barreiras levantadas contra a verdade de DEUS, encaixar todo pensamento livre, toda emoção e todo impulso à estrutura de vida moldada por CRISTO. Nossas ferramentas estão preparadas para limpar o terreno e edificar vidas pela obediência, rumo à maturidade.

Colossenses 1:26  (MSG)

(26-29)       Esse mistério permaneceu sem ser esclarecido por muito tempo, mas agora é desvendado. DEUS quis que todos, não apenas os Judeus, conhecessem esse rico e glorioso segredo por dentro e por fora, independentemente de origem e de filiação religiosa. O mistério, em poucas palavras, é este: CRISTO está em vocês, e isso dá a vocês a esperança de participar da glória de DEUS. Simples assim. Esse é o âmago da Mensagem. Anunciamos CRISTO, alertando as pessoas para que nada acrescentem a esta Mensagem. Nosso ensino foi ministrado num ESPÍRITO de profundo bom senso, para conduzir cada pessoa à maturidade. Ser maduro é viver o essencial: CRISTO! Nada mais, nada menos. É por isso que trabalho tanto, dia após dia, ano após ano, fazendo O melhor que posso com o vigor que DEUS tão generosamente me dá.

 

MATURIDADE

Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual; sonho, ambição.

 

Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era somente um: conquistar a excelência do conhecimento de JESUS CRISTO (Fp 3.8,10). Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de JESUS exige labor e disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de DEUS em CRISTO JESUS”, Paulo convidou os filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma recompensa (Fp 3.14-17).

 

A ASPIRAÇÃO PAULINA

 

1. “Prossigo para o alvo”. Para participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço, dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a CRISTO, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em JESUS. Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o tempo, na dependência do Senhor.

2. O sentimento de incompletude de Paulo. Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca corria sem meta (1Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar disposto a avançar para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que confiava em DEUS. E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda teria grandes desafios em seu ministério. Sua força estava em DEUS. Eis porque venceu grandes lutas e foi fiel até o fim. Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer das coisas que atrás ficam” (v.13).

3. O engano da presunção espiritual. Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim, reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou meio (1Co 9.24; Gl 6.9).

 

 

O crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de CRISTO, deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em JESUS.

 

A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)

 1. Somos perfeitos (3.15)? O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do benefício da obra perfeita de CRISTO no Calvário, todos nós já alcançamos tal “perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a DEUS no ESPÍRITO, isto é, não confiando na carne (3.3).

2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16). Quando Paulo diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos Judeus convertidos a CRISTO. Trata-se de andar conforme a doutrina de CRISTO, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor JESUS, que o crente deve seguir. Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de DEUS até o Dia de JESUS CRISTO (Fp 1.6).

3. Exemplo a ser imitado (3.17). Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da Igreja de CRISTO (Fp 2.17). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.17). Como obreiro de DEUS, Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de JESUS — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).

 Não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de DEUS até o Dia de JESUS CRISTO (Fp 1.6).

 

A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE

 1. A atualidade do desejo paulino. O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores. Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima comunhão com DEUS (Fp 3.12).

2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual. Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor JESUS CRISTO.

3. Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã. Paulo era um sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil ser fiel a DEUS. Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de DEUS (Fp 2.17). Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias (2Tm 3.12). Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o “prêmio da soberana vocação de DEUS em CRISTO JESUS” (Fp 3.14).

  

Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor JESUS CRISTO.

 

 

QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto

para ensinar.”

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho (4.12,15).

O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1;

Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).

O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (32,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão de. que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.

Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 .; Lv 10.2 .; 21.7,17 .s; Nm 20.12 .; 1Sm 2.23 .; Jr 23.14 .; 29.23 .).

A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2Sm 12.9-14).

Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais altos.

Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).

As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no ESPÍRITO, na fé, na pureza” (4.12).

 

 

ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE

2Tm 2.2 “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem

os outros

A igreja tem a responsabilidade de salvaguardar a verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas Escrituras, e transmiti-la aos fiéis sem transigência nem corrupção. Fica subentendida, assim, a necessidade do ensino bíblico na igreja.

A Bíblia menciona as seguintes razões para o ensino bíblico, ou teológico, quer no lar, na igreja ou na escola: (a) transmitir o evangelho de CRISTO a crentes fiéis, para que conheçam (2Tm 3.15; ver Jr 2.8 .), guardem (2Tm 1.14 .), e ensinem a verdadeira fé bíblica (1Tm 4.6,11; 2Tm 2.2) e a santidade de vida (ver Rm 6.17 .; 1Tm 6.3); (b) demonstrar aos estudantes a necessidade primacial de “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (ver Jd 3 .), e dar-lhes os meios pelos quais possam defendê-la contra todas as teologias falsas (ver At 20.31 .; Gl 1.9 .; 1Tm 4.1 .; 6.3-4; Tt 1.9). (c) guiar os estudantes ao crescimento contínuo no caráter mediante “a doutrina que é segundo a piedade” (1Tm 6.3; cf. Js 1.8; Sl 1.2,3; 119.97-100; Mt 20.28; Jo 17.14-18; 1Ts 4.1; 1Tm 1.5 .; 47,16; 2Tm 3.16); (d) preparar os estudantes para fortalecer outros crentes e levá-los à maturidade espiritual de modo que juntos possam refletir a imagem de CRISTO no lar, na igreja local e no corpo de CRISTO em geral (Ef 4.11-16);

levar os estudantes a uma compreensão e experiência mais profunda do reino de DEUS na terra e seu conflito contra o poder de Satanás (Ef 6.10-18); (f) motivar os estudantes através das verdades eternas do evangelho, a dedicar-se sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação do evangelho a todas as nações no poder do ESPÍRITO SANTO (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20); (g) aprofundar a experiência que os estudantes têm do amor de CRISTO, da comunhão pessoal com Ele e do dom do ESPÍRITO SANTO (Jo 17.3,21,26; Ef 3.18,19), exortando-os a seguir a orientação do ESPÍRITO SANTO que neles habita (Rm 8.14), a levá-los ao batismo no ESPÍRITO SANTO (ver At 2.4), e ensinando-os a orar (Mt 6.9 .), a jejuar (Mt 6.16 .) e a adorar, enquanto aguardam o bendito aparecimento de JESUS CRISTO com o fervor espiritual dos santos do NT (2Tm 4.8; Tt 2.13).

Esses propósitos do ensino bíblico deixam claro que ele deve ser administrado somente por aqueles que em tudo são leais às Escrituras como a Palavra de DEUS plenamente inspirada (2Tm

13,14; ver Ed 7.10), bem como ao ESPÍRITO SANTO e seu ministério de verdade, de justiça e de poder (L14).

Note-se que o autêntico ensino bíblico enfatiza um viver SANTO (i.e., conhecer a santidade, ser SANTO e proceder santamente), e não apenas ter uma mera compreensão das verdades ou fatos

bíblicos. As grandes verdades reveladas nas Escrituras são verdades redentoras e não acadêmicas; são questões que envolvem a vida ou a morte, exigem uma resposta e decisão pessoal, tanto do mestre quanto do discípulo (Tg 2.17; ver Fp 1.9 .).

 

 

A SEPARAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE

2Co 6.17,18 “Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor

Todo-poderoso”.

O conceito de separação do mal é fundamental para o relacionamento entre DEUS e o seu povo. Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e outra positiva: (a) a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é contrário a JESUS CRISTO, à justiça e à Palavra de DEUS; (b) acercar-se de DEUS em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a Ele.

No AT, a separação era uma exigência contínua de DEUS para o seu povo (Lv 11.44 .; Dt 7.3 .; Ed 9.2). O povo de DEUS deve ser SANTO, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer exclusivamente a DEUS. Uma principal razão por que DEUS castigou o seu povo com o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8 .s; 24.3 .; 2Cr 36.14 .; Jr 2.5, 13 .s; Ez 23.2 .; Os 7.8 .).

No NT, DEUS ordenou a separação entre o crente e (a) o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm 3.1-5; Tg 1.27; 4.4); (b) aqueles que na igreja pecam e não se arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e (c) os mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9 .; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo 4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).

Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de (a) ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb 1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à falsa doutrina (Gl 1.9), (c) amor genuíno para com aqueles de quem devemos nos separar (Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm 9.1 3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e (d) temor de DEUS ao nos aperfeiçoarmos na santificação

Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como o povo de DEUS, (a) perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17), na fé (1Tm 1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co

; (b) vivamos inteiramente para DEUS como nosso Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co 6.16-18) e (c) convençamos o mundo incrédulo da verdade e das bênçãos do evangelho (Jo 17.21; Fp 2.15).

Quando corretamente nos separarmos do mal, o próprio DEUS nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios filhos (6.16-18).

O crente que deixa de separar-se da prática do mal, do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com DEUS (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).

 

 

A SANTIFICAÇÃO

1Pe 1.2 “Eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça epaz vos sejam multiplicadas”.

Santificação (gr. hagiasmos) significa “tornar SANTO”, “consagrar”, “separar do mundo” e “apartar-se do pecado”, a fim de termos ampla comunhão com DEUS e servi-lo com alegria.

Além do termo “santificar” (cf. 1Ts 5.23), o padrão bíblico da santificação é expresso em termos tais como “Amarás o Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37), “irrepreensíveis em santidade” (1Ts 3.13), “aperfeiçoando a santificação” (2Co 7.1), “a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”

(1Tm 1.5), “sinceros e sem escândalo algum” (Fp 1.10), “libertados do pecado” (Rm 6.18), “mortos para o pecado” (Rm 6.2), “para servirem à justiça para santificação” (Rm 6.19), “guardamos os seus mandamentos” (1Jo 3.22) e “vence o mundo” (1Jo 5.4). Tais termos descrevem a operação do ESPÍRITO SANTO mediante a salvação em CRISTO, pela qual Ele nos liberta da escravidão e do poder do pecado (Rm 6.1-14), nos separa das práticas pecaminosas deste mundo atual, renova a nossa natureza segundo a imagem de CRISTO, produz em nós o fruto do ESPÍRITO e nos capacita a viver uma vida santa e vitoriosa de dedicação a DEUS (Jo 17.15-19,23; Rm 6.5, 13, 16, 19; 12.1; Gl 5.16, 22,23; ver 2Co 5.17 .).

Esses termos não subentendem uma perfeição absoluta, mas a retidão moral de um caráter imaculado, demonstrada na pureza do crente diante de DEUS, na obediência à sua lei e na inculpabilidade desse crente diante do mundo (Fp 2.14,15; Cl 1.22; 1Ts 2.10; cf. Lc 1.6). O cristão, pela graça que DEUS lhe deu, morreu com CRISTO e foi liberto do poder e domínio do pecado (Rm

; por isso, não precisa nem deve pecar, e sim obter a necessária vitória no seu Salvador, JESUS CRISTO. Mediante o ESPÍRITO SANTO, temos a capacidade para não pecar (1Jo 3.6), embora nunca cheguemos à condição de estarmos livres da tentação e da possibilidade do pecado.

A santificação no AT foi a vontade manifesta de DEUS para os israelitas; eles tinham o dever de levar uma vida santificada, separada da maneira de viver dos povos à sua volta (ver Êx 19.6 .; Lv 11.44 .; 19.2 .; 2Cr 29.5 .). De igual modo a santificação é um requisito para todo crente em CRISTO. As Escrituras declaram que sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

Os filhos de DEUS são santificados mediante a fé (At 26.18), pela união com CRISTO na sua morte e ressurreição (Jo 15.4-10; Rm 6.1-11; 1 Co 130), pelo sangue de CRISTO (1Jo 1.7-9), pela Palavra (Jo 17.17) e pelo poder regenerador e santificador do ESPÍRITO SANTO no seu coração (Jr 31.31-34; Rm 8.13; 1Co 6.11; 1Pe 1.2; 2Ts 2.13).

A santificação é uma obra de DEUS, com a cooperação do seu povo (Fp 2.12,13; 2Co 7.1). Para

cumprir a vontade de DEUS quanto à santificação, o crente deve participar da obra santificadora do ESPÍRITO SANTO, ao cessar de praticar o mal (Is 1.16), ao se purificar “de toda imundícia da carne e do ESPÍRITO” (2Co 7.1; cf. Rm 6.12; Gl 5.16-25) e ao se guardar da corrupção do mundo (Tg 1.27; cf. Rm 6.13,19; 8.13; Ef 4.31; 5.18; Tg 4.8).

A verdadeira santificação requer que o crente mantenha profunda comunhão com CRISTO (ver Jo 15.4 .), mantenha comunhão com os crentes (Ef 4.15,16), dedique-se à oração (Mt 6.5-13; Cl

, obedeça à Palavra de DEUS (Jo 17.17), tenha consciência da presença e dos cuidados de DEUS (Mt 6.25-34), ame a justiça e odeie a iniquidade (Hb 1.9), mortifique o pecado (Rm 6), submeta-se à disciplina de DEUS (Hb 12.5-11), continue em obediência e seja cheio do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.14;

Ef 5.18).

Segundo o NT, a santificação não é descrita como um processo lento, de abandonar o pecado pouco a pouco. Pelo contrário, é apresentada como um ato definitivo mediante o qual, o crente, pela graça, é liberto da escravidão de Satanás e rompe totalmente com o pecado a fim de viver para DEUS (Rm 6.18; 2Co 5.17; Ef 2.4,6; Cl 3.1-3). Ao mesmo tempo, no entanto, a santificação é descrita como um processo vitalício mediante o qual continuamos a mortificar os desejos pecaminosos da carne (Rm 8.1-17), somos progressivamente transformados pelo ESPÍRITO à semelhança de CRISTO (2Co 3.18) crescemos na graça (2Pe 3.18), e devotamos maior amor a DEUS e ao próximo (Mt 22. 37-39; 1Jo 4.10-12, 17-21).

A santificação pode significar uma outra experiência específica e decisiva, à parte da salvação inicial. O crente pode receber de DEUS uma clara revelação da sua santidade, bem como a convicção de que DEUS o está chamando para separar-se ainda mais do pecado e do mundo e a andar ainda mais perto dEle (2Co 6.16-18). Com essa certeza, o crente se apresenta a DEUS como sacrifício vivo e SANTO e recebe da parte do ESPÍRITO SANTO graça, pureza, poder e vitória para viver uma vida santa e agradável a DEUS (Rm 12.1,2; 6.19-22).

 

 

A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO

1Jo 5.13 “Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna e para que creais no nome do Filho de DEUS.”

Todo cristão deseja ter a certeza da salvação, ou seja: a certeza de que, quando CRISTO voltar ou a morte chegar, esse cristão irá estar com o Senhor, no céu (Fp 1.23; 2Co 5.8). O propósito de João ao escrever esta primeira epístola é que o povo de DEUS tenha esta certeza (5.13). Note que João não declara em parte alguma da carta que uma experiência de conversão vivida apenas no passado proporciona certeza ou garantia da salvação hoje. Supor que possuímos a vida eterna, tendo por base única uma experiência passada, ou uma fé morta, é um erro grave. Esta epístola expõe nove maneiras de sabermos que estamos salvos como crentes em JESUS CRISTO.

Temos a certeza da vida eterna quando cremos “no nome do Filho de DEUS” (5.13; cf. 4.15; 5.1, 5). Não há vida eterna, nem certeza da salvação, sem uma fé inabalável em JESUS CRISTO; fé esta que o confessa como o Filho de DEUS, enviado como Senhor e Salvador nosso.

Temos a certeza da vida eterna quando temos CRISTO como Senhor da nossa vida e procuramos sinceramente guardar os seus mandamentos. “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de DEUS está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele” (2.3-5; ver também 3.24; 5.2; Jo 8.31, 51; 14.23; Hb 5.9).

Temos a certeza da vida eterna quando amamos o Pai e o Filho, e não o mundo (2.15; cf. 5.4).

Temos a certeza da vida eterna quando habitual e continuamente praticamos a justiça, e não o pecado (2.29). Por outro lado, quem vive na prática do pecado é do diabo (3.7-10; ver 39 .).

Temos a certeza da vida eterna quando amamos os irmãos (3.14; ver também 2.9-11; 4.7, 12, 20; 51; Jo 13.34,35).

Temos a certeza da vida eterna quando temos consciência da habitação do ESPÍRITO SANTO em nós. “E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo ESPÍRITO que nos tem dado” (3.24). Ver também 4.13: “Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois que nos deu do seu ESPÍRITO”.

Temos a certeza da vida eterna quando nos esforçamos para seguir o exemplo de JESUS e viver como ele viveu (2.6; cf. Jo 13.15).

Temos a vida eterna quando cremos, aceitamos e permanecemos na “Palavra da vida”, i.e., o CRISTO vivo (1.1), e de igual modo procedemos com a mensagem de CRISTO e dos apóstolos, conforme o NT (2.24; cf. 1.1-5; 4.6).

Temos a certeza da vida eterna quando temos um intenso anelo e uma inabalável esperança pela

volta de JESUS CRISTO, para nos levar para si mesmo. “Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (3.2,3; cf. Jo 14.1-3).

 

 

FÉ E GRAÇA

Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por JESUS CRISTO,

nosso Senhor.”

A salvação é um dom da graça de DEUS, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. Para entender corretamente o processo da salvação, precisamos entender essas duas palavras: Fé e Graça

FÉ SALVÍFICA. A fé em JESUS CRISTO é a única condição prévia que DEUS requer do homem para a salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de CRISTO, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a CRISTO como Senhor e Salvador (cf. Mt 4.19;

16.24; Lc 9.23-25; Jo 10.4, 27; 12.26; Ap 14.4).

O conceito de fé no NT abrange quatro elementos principais: (a) Fé significa crer e confiar firmemente no CRISTO crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal (ver Rm 1.17 .). Importa em crer de todo coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a totalidade do nosso ser a JESUS CRISTO tal como Ele é revelado no NT.

Fé inclui arrependimento, i.e., desviar-se do pecado com verdadeira tristeza (At 17.30; 2Co 7.10) e voltar-se para DEUS através de CRISTO. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At 2.37,38; ver Mt 3.2, . sobre o arrependimento).

A fé inclui obediência a JESUS CRISTO e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a DEUS e pela obra regeneradora do ESPÍRITO SANTO em nós (Jo 3.3-6; 14.15, 21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.

A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a JESUS CRISTO, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com CRISTO (cf. Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8).

A fé em JESUS como nosso Senhor e Salvador é tanto um ato de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer (ver Jo 1.12 .). Porque temos fé numa Pessoa real e única que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2Ts 1.3; 1Pe 1.3-9). A confiança e a obediência transformam-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa intensa dedicação pessoal e amorosa ao Senhor JESUS CRISTO (Fp 1.21; 3.8-10; ver Jo 15.4 .; Gl 2.20 .). GRAÇA. No AT DEUS revelou-se como o DEUS da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de DEUS à sua promessa

feita a Abraão, Isaque e Jacó (ver Êx 6.9). Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de DEUS em CRISTO JESUS, transmitidos aos crentes pelo ESPÍRITO SANTO, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de DEUS (Jo 3.16; 1Co 15.10; Fp 2.13;

1Tm 1.15,16). Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina.

DEUS concede uma medida da sua graça como dádiva aos incrédulos (1Co 1.4; 15.10), a fim de poderem crer no Senhor JESUS CRISTO (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.4).

DEUS concede graça ao crente para que seja “liberto do pecado” (Rm 6.20, 22), para que nele opere “tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13; cf. Tt 2.11,12; ver Mt 7.21, . sobre a obediência como um dom da graça de DEUS), para orar (Zc 12.10), para crescer em CRISTO (2Pe 3.18) e para testemunhar de CRISTO (At 4.33; 11.23).

Devemos diligentemente desejar e buscar a graça de DEUS (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a graça de DEUS são: estudar as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jo 15.1-11; 20.31; 2Tm 3.15), ouvir a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm

16; 1Co 1.17,18), orar (Hb 4.16; Jd v. 20), jejuar (cf. Mt 4.2; 6.16), adorar a CRISTO (Cl 3.16); estar continuamente cheio do ESPÍRITO SANTO (cf. Ef 5.18) e participar da Ceia do Senhor (cf. At 2.42; ver Ef 2.9, . sobre como opera a graça).

A graça de DEUS pode ser resistida (Hb 12.15), recebida em vão (2Co 6.1), apagada (1Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente (Gl 5.4).

 

 

A PAZ DE DEUS

Jr 29.7 “Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.”

DEFINIÇÃO DE PAZ. A palavra hebraica para “paz” é shalom. De. muito mais do que a ausência de guerra e conflito. O significado básico de shalom é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.

Pode referir-se à tranquilidade nos relacionamentos internacionais, tal como a paz entre as nações em guerra (e.g., 1Sm 7.14; 1Rs 4.24; 1Cr 19.19).

Pode referir-se, também, a uma sensação de tranquilidade dentro de uma nação durante tempos de prosperidade e sem guerra civil (2Sm 3.21-23; 1Cr 22.9; Sl 122.6,7).

Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos relacionamentos humanos, tanto dentro do lar (Pv 17.1; 1Co 7.15) quanto fora (Rm 12.18; Hb 12.14; 1Pe 3.11).

Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar, livre de ansiedade e em paz com a própria alma (Sl 4.8; 119.165; cf. Jó 3.26) e com DEUS (Nm 6.26; Rm 5.1).

Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1—2, ela descreve o mundo originalmente criado, que existia em perfeita harmonia e integridade. Quando DEUS criou os céus e a terra, criou um mundo em paz. O bem-estar total da criação reflete-se na breve declaração: “E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).

A INTERRUPÇÃO DA PAZ. Quando Adão e Eva deram atenção à voz da serpente, e comeram da árvore proibida (Gn 3.1-7), sua desobediência introduziu o pecado e se interrompeu a harmonia original do universo.

Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez, culpa e vergonha diante de DEUS (Gn 3.8), e uma perda da paz interior.

O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu relacionamento harmonioso com DEUS. Antes de comerem daquele fruto, tinham íntima comunhão com DEUS (cf. 3.8), mas depois esconderam-se “da presença do SENHOR DEUS, entre as árvores do jardim” (Gn 3.8). Ao invés de sentirem anelo pela conversa com DEUS, agora tiveram medo da sua voz (Gn 3.10).

Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão e Eva como marido e mulher. Quando DEUS começou a falar-lhes a respeito do pecado que haviam cometido, Adão lançou a culpa em Eva (Gn 3.12), e DEUS declarou que a rivalidade entre o homem e a mulher continuariam (Gn 3.16). Assim começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações humanas, desde as discussões e a violência no lar (cf. 1Sm 1.1-8; Pv 15.18; 17.1), até os conflitos e guerras internacionais.

Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a raça humana e a natureza.

Antes de Adão pecar, trabalhava alegremente no jardim do Éden (Gn 2.15), e andava livremente entre os animais, dando nome a cada um (Gn 2.19,20). Parte da maldição divina após a queda envolvia a inimizade entre a serpente e Adão e Eva (Gn 3.15), bem como uma nova realidade: o trabalho produziria suor e labuta (Gn 3.17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o meio-ambiente, agora luta e conflito de modo que “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (ver Rm 8.22 .).

A RESTAURAÇÃO DA PAZ. Embora o resultado da queda fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, DEUS planejou a restauração do shalom; logo, a história da reconquista da paz é a história da redenção em CRISTO.

Tendo em vista que Satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas das promessas do AT a respeito da vinda do Messias eram promessas da vitória e paz vindouras. Davi profetizou que o Filho de DEUS governaria as nações (Sl 2.8,9; cf. Ap 2.26,27; 19.15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is 9.6,7). Ezequiel predisse que o novo concerto que DEUS se propôs estabelecer através do Messias seria um concerto de paz (Ez 34.25; 37.26). E Miquéias, ao profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: “E este será a nossa paz” (Mq 5.5).

Por ocasião do nascimento de JESUS, os anjos proclamaram que a paz de DEUS acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O próprio JESUS veio para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer a paz (Ef 2.12-17). JESUS deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de ir à cruz (Jo 14.27; 16.33). Mediante a sua morte e ressurreição, JESUS desarmou os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1.20; 2.14,15; cf. Is 53.4,5). Por isso, quando se crê em JESUS CRISTO, se é justificado mediante a fé e se tem paz com DEUS (Rm 5.1). A mensagem que os cristãos proclamam são as boas-novas da paz (At 10.36; cf. Is 52.7).

Apenas saber que CRISTO veio como o Príncipe da Paz não garante que a paz se tornará automaticamente parte da vida; para experimentar a paz há que se estar unido com CRISTO numa fé ativa. O primeiro passo é crer no Senhor JESUS CRISTO. Quando assim faz, a pessoa é justificada pela fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16) e assim tem paz com DEUS (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de viver-se em paz (Lv 26.3,6). Os profetas do AT declaram frequentemente que não há paz para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16). A fim de que os crentes conheçam sua paz perpétua, DEUS lhes tem dado o ESPÍRITO SANTO, que começa a operar em nós um aspecto do fruto, que é a paz (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do ESPÍRITO, deve-se orar pedindo a paz (Sl 122.6,7; Jr 29.7; ver Fp 4.7 .), deixar que a paz governe o coração (Cl 3.15), buscar a paz e segui-la (Sl 34.14; Jr 29.7; 2Tm 2.22; 1Pe 3.11), e esforçar-se por viver em paz com o próximo (Rm 12.18; 2Co 13.11; 1Ts 5.13; Hb 12.14).

 

 

A PALAVRA DE DEUS

Is 55.10,11 “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.”

A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS. A expressão “a palavra de DEUS” (também “a palavra do Senhor”, ou simplesmente “a palavra”) possui várias aplicações na Bíblia. (1) Obviamente, refere-se, em primeiro lugar, a tudo quanto DEUS tem falado diretamente. Quando DEUS falou a Adão e Eva (e.g., Gn 2.16.17; Gn 3.9-19). o que Ele lhes disse era, de fato, a palavra de DEUS. De modo semelhante. Ele se dirigiu a Abraão (e.g.. Gn 12.1-3). a Isaque (e.g.. Gn 26.1-5). a Jacó (e.g.. Gn 28.13-15) e a Moisés (e.g.. Êx 3-4). DEUS também falou à totalidade da nação de Israel. no monte Sinai. ao proclamar-lhe os dez mandamentos (ver Êx 20.1-19). As palavras que os israelitas ouviram eram palavras de DEUS. (2) Além da fala direta. DEUS ainda falou através dos profetas. Quando eles se dirigiam ao povo de DEUS. assim introduziam as suas declarações: “Assim diz o Senhor”. ou “Veio a mim a palavra do Senhor”. Quando. portanto. os israelitas ouviam as palavras do profeta. ouviam. na verdade. a palavra de DEUS. (3) A mesma coisa pode ser dita a respeito do que os apóstolos falaram no NT. Embora não introduzissem suas palavras com a expressão “assim diz o Senhor”. o que falavam e proclamavam era. verdadeiramente. a palavra de DEUS. O sermão de Paulo ao povo de Antioquia da Pisídia (At 13.14-41). por exemplo. criou tamanha comoção que. “no sábado seguinte. ajuntou-se quase toda a cidade a ouvir a palavra de DEUS” (At 13.44). O próprio Paulo assegurou aos tessalonicenses que. “havendo recebido de nós a palavra da pregação de DEUS. a recebestes. não como palavra de homens. mas (segundo é. na verdade) como palavra de DEUS” (1Ts 2.13; cf. At 8.25). (4) Além disso. tudo quanto JESUS falava era palavra de DEUS. pois Ele. antes de tudo. é DEUS (Jo 1.1.18; 10.30; 1Jo 5.20). Lucas. escritor do terceiro evangelho. declara explicitamente que. quando as pessoas ouviam a JESUS. ouviam na verdade a palavra de DEUS (Lc 5.1). Note como. em contraste com os profetas do AT. JESUS introduzia seus ditos: Eu “vos digo...” (e.g.. Mt 5.18.20.22.23.32.39; 11.22.24; Mc 9.1; 10.15; Lc 10.12; 12.4; Jo 5.19; 6.26; 8.34). Noutras palavras. Ele tinha dentro de si mesmo a autoridade divina para falar a palavra de DEUS. É tão importante ouvir as palavras de JESUS. pois “quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação” (Jo 5.24). JESUS, na realidade, está tão estreitamente identificado com a palavra de DEUS que é chamado “o Verbo” [“a Palavra”] (Jo 1.1.14; 1Jo 1.1; Ap 19.13 16; ver Jo 1.1 .). (5) A palavra de DEUS é o registro do que os profetas. apóstolos e JESUS falaram. i.e.. a própria Bíblia. No NT. quer um escritor usasse a expressão “Moisés disse”. “Davi disse”, “o ESPÍRITO SANTO diz”. ou “DEUS diz”. nenhuma diferença fazia (ver At 3.22; Rm 10.5.19; Hb 3.7; 4.7); pois o que estava escrito na Bíblia era. sem dúvida alguma. a palavra de DEUS. (6) Mesmo não estando no mesmo nível das Escrituras. a proclamação feita pelos autênticos pregadores ou profetas. na igreja de hoje. pode ser chamada a palavra de DEUS. (a) Pedro indicou que. a palavra que seus leitores recebiam mediante a pregação. era palavra de DEUS (1Pe 1.25). e Paulo mandou Timóteo “pregar a Palavra” (2Tm 4.2). A pregação. porém. não pode existir independentemente da Palavra de DEUS.

Na realidade. o teste para se determinar se a palavra de DEUS está sendo proclamada num sermão. ou mensagem. é se ela corresponde exatamente à Palavra de DEUS escrita. (b) O que se diz de uma pessoa que recebe uma profecia. ou revelação. no âmbito do culto de adoração (1Co 14.26-32)? Ela está recebendo. ou não. a palavra de DEUS? A resposta é um “sim”. Paulo assevera que semelhantes mensagens estão sujeitas à avaliação por outros profetas. Todavia. há a possibilidade de tais profecias não serem palavra de DEUS (ver 1Co 14.29 .). É somente em sentido secundário que os profetas. hoje. falam sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO; sua revelação jamais deve ser elevada à categoria da inerrância (ver 1Co 14.31).

O PODER DA PALAVRA DE DEUS. A palavra de DEUS permanece firme nos céus (Sl 119.89; Is 40.8; 1Pe 1.24.25). Não é. porém. estática; é dinâmica e poderosa (cf. Hb 4.12). pois realiza grandes coisas (55.11). (1) A palavra de DEUS é criadora. Segundo a narrativa da

criação. as coisas vieram a existir à medida que DEUS falava a sua palavra (e.g.. Gn 1.3.4.6.7.9). Tal fato é resumido pelo salmista: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (Sl 33.6. 9); e pelo escritor aos Hebreus: “Pela fé. entendemos que os mundos. pela palavra de DEUS. foram criados”

(Hb 11.3; cf. 2Pe 3.5). De conformidade com João. a Palavra que DEUS usou para criar todas as coisas foi JESUS CRISTO (Jo 1.1-3). (2) A palavra de DEUS sustenta a criação. Nas palavras do escritor aos Hebreus. DEUS sustenta “todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3; ver também Sl 147.15-18). Assim como a palavra criadora. essa palavra relaciona-se com JESUS CRISTO segundo Paulo insiste: “todas as coisas subsistem por ele [JESUS]” (Cl 1.17). (3) A palavra de DEUS tem o poder de outorgar vida nova. Pedro testifica que nascemos de novo “pela palavra de DEUS. viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23; cf. 2 Tm 3.15; Tg 1.18). É por essa razão que o próprio JESUS é chamado o Verbo da vida (1Jo 1.1). (4) A palavra de DEUS também libera graça. poder e revelação. por meio dos quais os crentes crescem na fé e na sua dedicação a JESUS CRISTO. Isaías emprega um expressivo quadro verbal: assim como a água proveniente do céu faz as coisas crescerem. assim a palavra que sai da boca de DEUS nos leva a crescer espiritualmente (55.10.11). Pedro ecoa o mesmo pensamento ao escrever que. ao bebermos do leite puro da palavra de DEUS. crescemos em nossa salvação (1Pe 2.2). (5) A palavra de DEUS é a arma que o Senhor nos proveu para lutarmos contra Satanás (Ef 6.17; cf.Ap 19.13-15). JESUS derrotou Satanás. pois fazia uso da Palavra de DEUS: “Está escrito” (i.e.. “consta como a Palavra infalível de DEUS”; cf. Lc 4.1-11; ver Mt 4.1-11. .). (6) Finalmente. a palavra de DEUS tem o poder de nos julgar. Os profetas do AT e os apóstolos do NT frequentemente pronunciavam palavras de juízo recebidas do Senhor. O próprio JESUS assegurou que a sua palavra condenará os

que o rejeitarem (Jo 12.48). E o autor aos Hebreus escreve que a poderosa palavra de DEUS julga “os pensamentos e intenções do coração” (ver Hb 4.12 .). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a palavra de DEUS. acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.

NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS. A Bíblia descreve. em linguagem clara e inconfundível. como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1.2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar. no Senhor. a palavra de DEUS (Sl 56.4.10). amá-la (Sl 119.47.113). e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16.47). Devemos aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13). ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11). confiar nela (Sl 119.42). e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74.81.114; 130.5). Acima de tudo. devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17.67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames (Sl. DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15 e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4).

 

 

TEXTO BÍBLICO BASICO - Salmo 37.1-9

1- Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. 2- Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura. 3- Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. 4- Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. 5- Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. 6- E ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia. 7- Descansa no Senhor e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos. 8- Deixa a ira e abandona o furor; não te indignes para fazer o mal. 9- Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam  no Senhor herdarão a terra.

 

 

TEXTO AUREO

Até que todos cheguemos à  unidade da fé e ao conhecimento  do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO. Efésios 4.13

 

 

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira - Salmo 73.2-17 Bom é DEUS para com os limpos de coração

3ª feira - Lucas 12.22-28 Buscai, antes, o Reino de DEUS

4ª feira - Salmo 40.1-15 Esperei com paciência no Senhor

5ª feira - Provérbios 28.11-16 Bem-aventurado é o homem que teme

6ª feira - Eclesiastes 7.10-15 Atenta para a obra de DEUS

Sábado - Hebreus 13.1-8 Não te deixarei, nem te desampararei

 

 

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:

- entender o sentido da verdadeira maturidade;

- compreender que a maturidade do crente está diretamente relacionada à sua capacidade de confiar em DEUS, de deleitar--se em Suas misericórdias, de entregar-se ao Seu amor e de descansar em Seu poder.

 

 

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Professor, é importante esclarecer à turma o fato de a santificação ser um processo; por essa razão, ela desenvolve-se gradativamente. Isso pode ser .do na própria classe, onde cada aluno alcançou, neste exato momento, um determinado nível de maturidade. Na segunda carta de Pedro (3.18) lemos: crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO. Tal recomendação indica que há fases do crescimento pelas quais o cristão deve passar (graça e conhecimento). O importante é que cada cristão, individualmente, percorra o caminho da maturidade. Você, professor, foi separado por DEUS para realizar este trabalho: ajudar seus alunos a trilharem as veredas do discernimento, da ponderação, da sensatez, da perfeição e da plenitude. Excelente aula!

 

 

COMENTÁRIO

Palavra introdutória

A Palavra de DEUS é o manual por excelência de todo aquele que deseja conhecer Sua vontade, descobrir a alegria de viver e alcançar a maturidade. DEUS deseja, ardentemente, que Seus filhos sejam pessoas estáveis e equilibradas e que suas famílias sejam agências de fortalecimento pessoal e comunitário. Para tanto, Ele estabeleceu princípios fundamentais que, se forem apreendidos e colocados em prática, trarão como resultado  o crescimento espiritual desejável a todos (Ef 4.13). Mas, afinal, em que consiste a verdadeira maturidade? JESUS, o Mestre por excelência, falando de si próprio, declarou: o Filho do Homem não tinha onde reclinar sua cabeça (Lc 9.58). Em princípio, isso significa dizer que a verdadeira maturidade está muito além da aquisição de bens materiais ou daquilo que o dinheiro pode garantir. Nesta lição, serão abordados os estados de ESPÍRITO que nos permitem alcançar a verdadeira maturidade: confiança na graça de DEUS, deleite em Suas misericórdias; entrega ao Seu amor; e descanso no Seu poder.

 

SUBSÍDIO 1

As palavras de JESUS, em Mateus 19.29, fazem-nos compreender que a maturidade está muito mais atrelada ao ato do deixar do que ao ato  de acumular (afetos ou propriedades). Com CRISTO aprendemos uma verdade elementar: todas as coisas que recebemos dos céus são fruto da disposição do amor.

 

 RESUMO GERAL DA LIÇÃO

1- CONFIANÇA NA GRAÇA

1-1- Porque pela graça somos salvos.

1-1-1- E quando a fé escapa, é possível recuperá-la?

1-2- Porque a graça nos basta

1-3- Porque onde abundou o pecado, superabundou a graça

2- DELEITE, ENTREGA E DESCANSO

2-1- Deleite em Suas misericórdias

2-1-1- A prática do deleitamento

2-2- Entrega ao amor do Pai

2-3- Descanso no poder do Altíssimo

  

1- CONFIANÇA NA GRAÇA

Talvez seja possível afirmar que confiar (e saber em quem depositar confiança) é o maior desafio posto ao ser humano. O Éden já nos dá a dimensão desse conflito primordial: o primeiro casal, não confiando no que DEUS lhe dissera, deliberadamente deslocou sua confiança para o engano. Nos subtópicos seguintes, serão destacadas as razões pelas quais os servos de DEUS devem depositar absoluta confiança na maravilhosa graça divina.

 

 

1-1- Porque pela graça somos salvos.

A confiança verdadeira é aquela que se instala no coração humano transmitindo a certeza inabalável de que a salvação é um dom divino advindo da graça, por meio da fé (Ef 2.8). É CRISTO quem salva e dá a certeza de vida eterna (Jo 3.16; 5.24). Todavia, a salvação que dele é recebida não se restringe ao porvir, mas, repercute também nas questões do viver diário e auxilia na superação de barreiras, limitações pessoais e escolhas equivocadas.  O ente humano é salvo para alcançar o céu, mas também, para viver na terra uma vida estável, sem ilusões, medos ou culpas. Se no Éden, pela desobediência, houve uma ruptura da confiança e da comunhão com o Autor da Vida; pela fé em CRISTO, os vínculos da comunhão com o Altíssimo podem ser restaurados, pois, por Sua graça, Ele, resgatou-nos do império das trevas e transportou-nos para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). A confiança na graça de DEUS pode ser medida pelo descanso que a alma experimenta quando a Ele se entrega. Quando se confia na graça que salva (para o hoje e para o porvir), deixa-se de carregar por sobre os ombros quaisquer tipos de jugo. Quando se confia solidamente na graça que salva, não há mais motivos para sobrecarregar-se com ansiedades,  preocupações ou temores de qualquer natureza (Mt 6.26-30). É preciso depositar confiança tão somente no favor imerecido de DEUS. Isso deve acontecer mesmo quando não se compreende completamente o que se passa à volta. Pela confiança na graça salvadora de DEUS, entende-se que a vida milita em favor do salvo e não contra ele.

 

 

SUBSÍDIO 2

A confiança destituída de fé que se entranha no ser, não  pode abrir as portas das certezas das coisas que se esperam, tampouco pode trazer a convicção dos fatos que se não veem (Hb 11.1).

 

 

1-1-1- E quando a fé escapa, é possível recuperá-la?

Quando somos dominados pelo sentimento de que a fé escapou por entre os nossos dedos, devemos lembrar-nos de que ela (a fé) caminha de mãos dadas com as dúvidas, os problemas e as adversidades da vida. A fé é o que deve permanecer em meio aos escombro se as sobras das grandes demolições da existência. JESUS a compara a coisas pequenas (Mt 17.20), porém, com uma imensa capacidade de transformação. Por isso, não é preciso desesperar-se; ela sempre estará ao dispor daqueles que colocam em DEUS as esperanças de respostas, soluções e livramentos.

 

 

1-2- Porque a graça nos basta

Muitos pensam: "No dia em que eu me casar, serei feliz"; "Quando eu passar no vestibular, viverei meu maior sonho"; "No dia em que eu ganhar na loteria, realizarei todos os meus desejos"; "Quando eu tiver um filho, encontrarei o sentido da vida"; "Quando eu comprar a minha própria casa, terei concluído minha principal meta". Pode-se afirmar, com certa propriedade, que a humanidade, nesta era, busca uma única coisa: a felicidade (medida, quase sempre, pelos afetos somados e pelos bens acumulados). Mas, onde, afinal, pode-se encontrar a ventura desta vida?

Paulo, quando escreveu à igreja de Corinto, disse que a graça do Senhor nos basta, porque o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Co 12.9,10). Eis, portanto, a segunda razão para depositarmos nossa confiança, tão somente, no favor imerecido de DEUS: somos aperfeiçoados, isto é, amadurecemos, a partir das nossas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições e angústias (2 Co 12.9,10). Deste modo, nada há, para além da graça, capaz de fazer-nos fortes e, consequentemente, bem-aventurados (felizes). A felicidade, nesse sentido, não se encontra nas pessoas que conhecemos, tampouco nos bens que acumulamos. No Sermão do Monte, o Mestre revelou que alcançaríamos a  verdadeira felicidade: na consciência de que somos espiritualmente pobres; no choro; na humildade; na fome de justiça; na misericórdia; na pureza de coração; na pacificação e na perseguição por causa da justiça (Mt 5.1-12)" (GOMES) G. Central Gospel, 2016).

 

 

1-3- Porque onde abundou o pecado, superabundou a graça

Quem mais plenamente compreende a graça é quem entende a Queda, pois onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm 5.20). Paulo sabia quem era: ele escrutinava as entranhas dos seus pensamentos e sentimentos; ele se autopercebia. E, a  conclusão a que chegou, a respeito de si mesmo, foi terrível: Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte (Rm 7.24); CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (1 Tm 1.15). O apóstolo aos gentios enxergava a essência do pecado que o habitava— que nos habita desde o Éden. Ele conhecia sua miserabilidade.  Eis, portanto, a terceira razão para depositarmos nossa confiança, tão somente, no favor imerecido de DEUS: no fim das contas, a misericórdia triunfa sobre o juízo. A despeito de quem somos, a graça nos acolhe.

 

 

2- DELEITE, ENTREGA E DESCANSO

No tópico anterior, abordamos o primeiro estado de ESPÍRITO que nos permite alcançar a verdadeira maturidade: confiança incondicional na graça de DEUS. Neste tópico, abordaremos os demais: deleitar-se em Suas misericórdias; entregar-se ao Seu amor; e descansar no Seu poder.

 

 

2-1- Deleite em Suas misericórdias

O Salmo 37 fala da importância de sermos pacientes em meio às tribulações. Os filhos de DEUS podem nutrir tal paciência, porque sabem que sua recompensa eterna há de superar abundantemente quaisquer circunstâncias temporais. No verso 4 desse Salmo, Davi declara: Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.  Deleitar-se tem origem no latim (delectare) e tem o sentido de "atrair, seduzir, encantar, recrear". No contexto do Salmo (37.4), deleitar-se tem o sentido de "sentir prazer" em estar na presença do Altíssimo, porque se tem a consciência de que:

(1) as Suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos;

(2) as Suas misericórdias não têm fim (Lm 3.22,23 ARA).

O salmista sabe que DEUS satisfaz os desejos do coração daquele que Nele se deleita.

 

 

2-1-1- A prática do deleitamento

A vida moderna impõe a todos a realização de inúmeras atividades. As tarefas são tantas que as 24 horas de cada dia parecem não ser suficientes, Nessa toada, vamos deixando de dar importância para a necessidade de deleitarmo-nos nas misericórdias do Senhor— muitos, diga-se de passagem, não fazem ideia de "como" dedicar-se a essa prática. Seguem, portanto, alguns conselhos simples:

- Reserve um tempo especial para orar e dar graças a DEUS (Dn 6.10; Is 55.6);

- Medite na Palavra do Senhor — No início do ministério de Josué, substituto de Moisés, DEUS ordenou-lhe como algo essencial que o acompanharia durante toda a sua vida: meditar em Sua palavra de dia e de noite (Js 1.8). Seja para orar, render graças ou meditar, escolha um lugar tranquilo onde você possa estar a sós com o Senhor. Reserve esse tempo para "sentir prazer" em DEUS, Desligue tudo o que possa desviar sua atenção (telefones, rádio, televisão, computadores etc.). Não permita que o passado invada o seu presente nem influencie o seu futuro.

 

 

2-2- Entrega ao amor do Pai

O próximo passo em direção à maturidade é ir ao lugar onde DEUS habita e, ali, lançar-se em Seus braços de amor. Colocar-se diante de DEUS e revelar-se disponível para Ele é uma das tarefas mais gratificantes na caminhada cristã. No Evangelho de Lucas, encontramos as histórias de duas mulheres que - cada uma a sua maneira e por suas próprias razões - se entregaram ao amor do Senhor:

a primeira mulher, identificada como "pecadora", regou os pés de JESUS com suas próprias lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos (Lc 7.36-50);

a segunda é Maria que, em oposição à sua irmã, escolheu assentar-se aos pés de JESUS para dele aprender (Lc 10.38-42).

A entrega ao amor do Pai é algo que acontece, antes de tudo, pela fé. Portanto, para alcançar a verdadeira maturidade, é necessário abraçar a certeza de que o Senhor é abrigo (Is 25.4) e é, também, galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). Nesses dias de descrença em um DEUS de amor, nada é mais significativo do que aprender a viver nos braços do Único que nos pode dar abrigo, sustento e direção.

 

 

2-3- Descanso no poder do Altíssimo

O descanso em DEUS é a dimensão em que se encontra todo aquele que alcançou a maturidade (SI 37.7). O Senhor JESUS convida os cansados e oprimidos a encontrarem refrigério e bálsamo para suas almas, Nele. Sendo assim, Ele mesmo declarou: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma (Mt 11.28,29). Se Dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas (Rm 11.36), quem pode compreender o Seu intento? Quem pode ser Seu conselheiro (Rm 11.34)? Definitivamente: DEUS é o Senhor do mistério. Se assim é, a resposta mais sensata que toda alma pode dar ao seu convite ao descanso é: eis-me aqui, ó Altíssimo; eu bem sei que os seus caminhos são inescrutáveis (Rm 11.33).

 

 

CONCLUSÃO

A verdadeira maturidade está intimamente ligada ao nível de entrega e dependência de DEUS. Portanto, se você deseja alcançar o estado de confiança, descanso e contentamento supremos e se deseja entregar seus caminhos ao Senhor, a oportunidade apresenta-se diante de você agora. Coloque sua mão no arado e comece a partir de hoje porque, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que DEUS preparou  para os que o amam (1 Co 2.9). DEUS transforma maldição em bênção, fracassos em vitórias e tristeza em alegria. A única coisa que você precisa fazer é render-se e agir! Se o amanhã é desconhecido, descanse confiante e pacificamente Nele.

 

 

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1- Quais estados de ESPÍRITO, destacados nesta lição, permitem-nos alcançar a verdadeira maturidade?

R- Confiança na graça de DEUS; deleite em Suas misericórdias; entrega ao Seu amor e descanso no Seu poder.