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Escrita, Lição 8, CPAD, A Resistência De Mardoqueu, 3Tr24, Com. Extras de Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita, Lição 8, CPAD, A Resistência De Mardoqueu, 3Tr24, Com. Extras de Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO 8, CPAD, 3Tr24
I – MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI
1. Os bastidores do poder
2. A investigação
3. O registro dos fatos
II – HAMÃ É EXALTADO PELO REI
1. Um novo personagem
2. Um herói (aparentemente) esquecido
3. Evitando frustrações
III – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ
1. Reverenciado por todos
2. A condição de judeu
3. Inimizades intergeracionais
 
 
TEXTO ÁUREO
“Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?”  (Et 3.3)
 
VERDADE PRÁTICA
Como cristãos, somos sujeitos a conflitos ético-morais e devemos decidir sempre de acordo com a vontade e a orientação de DEUS.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 23.7; Pv 17.15
A conveniência de se comprovar a acusação para não cometer injustiças
Terça - Sl 139.16; Hb 4.13; Ap 20.12
As nossas obras estão escritas diante de DEUS
Quarta - Êx 17.8-13
Hamã provavelmente era um amalequita, um povo inimigo de Israel
Quinta - 1 Sm 15.2,8,33
O termo "agagita" costumeiramente é atribuído ao rei Agague
Sexta - Gn 34.1-31
Episódios bíblicos relatam vingança de família
Sábado - Mt 5.9; Rm 12.18-21; Hb 12.14
Aos cristãos não pertence a vingança, mas o perdão e a paz
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ester 2.21-23; 3.1-6
Ester 2
21 - Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero. 
22 - E veio isso ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu. 
23 - E inquiriu-se o negócio, e se descobriu; e ambos foram enforcados numa forca. Isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.
Ester 3
1 - Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que  estavam  com ele. 
2 - E todos os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. 
3 - Então, os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei? 
4 - Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles  isso,  de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que  era  judeu. 
5 - Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. 
6 - Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que  havia  em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.
 
Hinos Sugeridos: 225, 304, 305 da Harpa Cristã
 
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 8
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COMENTÁRIOS DO CAPÍTULO 2 DE ESTER
 
Lição 07: Ester 2 – Ester é Coroada Rainha | EBD – Pecc | 3° Trimestre De 2021
 
MARDOQUEU SALVA O REI (Et 2.19-23)
1. Assentado à porta do rei Assuero” (Et 2.19) 
“Quando pela segunda vez, se reuniram as virgens, Mardoqueu estava assentado à porta do rei”.
É possível que Mardoqueu fosse uma espécie de oficial na corte persa, pois se sentava no portão do rei. Talvez ele ocupasse alta posição no sistema judicial do rei, visto que sentar-se no portão indicava deliberar legalmente. Os oficiais esperavam à porta do palácio real e não entravam enquanto não fossem convidados. Em sua posição especial de autoridade, Mardoqueu descobriu um conluio para assassinar o rei (Et 2.21). Foi assim que o plano não deu certo, e Mardoqueu obteve menção de herói nas crônicas do rei.
 
2. Conspiração frustrada (Et 2.21) 
“Naqueles dias, estando Mardoqueu sentado à porta do rei, dois eunucos do rei, dois guardas da parta Bigtã e Teres, sobremodo se indignaram e tramaram atentar contra o rei Assuero”.
Mardoqueu soube da trama para assassinar o rei. Essas conspirações eram muito comuns no palácio. Alguns anos mais tarde o rei foi assassinado nesse tipo de ardil na corte. Mas, neste momento, a revelação da trama, feita por Mardoqueu, salvou a vida do rei pela segunda vez: “Naqueles dias, estando Mardoqueu sentado à porta do rei dois eunucos de rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, sobremodo se indignaram, e tramaram atentar contra o rei Assuero” (Et 2.21). Mardoqueu tinha sua posição no portão e era conhecido pelo rei.
 
3. Morte dos conspiradores (Et 2.23)
“Investigou-se o caso e era fato ambos foram pendurados numa forca. Isso foi escrito no Livro das Crônicas, perante o rei.”
Não se sabe que desagrado o rei havia cometido contra os dois eunucos, servos ou oficiais Bigtã e Teres. Eles eram guardas da porta, quer dizer, membros da guarda pessoal do rei que guardavam seus ambientes particulares. Assim, tinham fácil acesso ao rei, que seria um homem praticamente morto, não fora a intervenção de Mardoqueu. Mardoqueu tornou-se um salvador da vida do rei quando ouviu os dois homens sussurrando o plano assassino, passou as tristes notícias para Ester, que contou ao rei demonstrando sua nova posição de influência e de acesso ao soberana.
O caso foi investigado, constatado como verdadeiro, e o resultado natural foi a execução dos culpados por enforcamento, um método favorito de execução entre os persas. Por sua vez, foi assim que Mardoqueu, oficial da corte persa de Susã, transformou-se em amigo e salvador da vida do rei, fato que foi registrado no livro das crônicas dos Reis e que mais tarde serviu para que Mardoqueu, fosse honrado pelo rei e prevalecesse sobre Hamã, salvando também, a vida dos seus compatriotas judeus (Et 2.23; 6.1).
 
APLICAÇÃO PESSOAL
No império medo-persa, duas pessoas relativamente insignificantes, Mardoqueu e Ester, sobem ao palco como parte de um grupo de segunda ou terceira geração de exilados, com atuação decisiva para a salvação da vida do rei mostra que DEUS continuava tecendo os fios dessa história em favor do Seu povo.
 
Responda
1) Qual o grau de parentesco entre Ester e Mardoqueu? Primos
2) Que tipo de trama Mardoqueu descobriu contra o rei Assuero? O plano para assassinar o rei
 
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BEP – CPAD  
Ester 2.20 COMO MARDOQUEU LHE ORDENARA. Embora Ester tivesse sido escolhida e coroada rainha do grande império persa (2.17), não se orgulhou, nem se envaideceu por causa da sua posição social e do poder que acabara de receber. Não desprezava os conselhos do seu primo, de condição humilde, nem menosprezou sua tradição espiritual. Pelo contrário, manifestava um espírito de mansidão, humildade e submissão após tornar-se rainha, como sempre fizera antes.
 
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Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ester 2:21-23
A Descoberta de um Plano por Parte de Mardoqueu
 
O bom serviço que Mardoqueu rendeu ao governo, em descobrir um plano contra a vida do rei, é aqui registrado; ato que posteriormente será mencionado, para a vantagem do cortesão. Nenhum passo é dado por ora em relação ao plano de Hamã para a destruição dos judeus, mas vários passos são dados em relação ao plano de DEUS para sua libertação; por exemplo, o aqui relatado. Agora DEUS concede a Mardoqueu a oportunidade de prestar um bom favor ao rei, para que possa ter a oportunidade, ainda mais afortunada, de prestar outro aos judeus posteriormente.
 
1. Um plano foi tramado contra o rei por dois de seus servos, que procuravam pôr as mãos no rei, não apenas para torná-lo prisioneiro, mas para lhe tirar a vida. Provavelmente guardavam rancor de alguma afronta que pensavam ter recebido do rei. Quem em sã consciência almejaria ser grande, para ser tamanho objeto de inveja? Quem seria tão arbitrário, para ser objeto de tantas más intenções? Príncipes, mais que quaisquer outros mortais, têm a vida sempre nas mãos, e não raro são levados de modo sangrento à sepultura, especialmente os que causaram espanto na terra dos viventes.
 
2. Mardoqueu ficou sabendo do plano dos traidores, e, por meio de Ester, fê-lo saber ao rei, desse modo confirmando-a e recomendando-se às graças do rei. Como ficou sabendo do plano não é relatado. Se entreouviu a conversa dos traidores, ou se lhe foi oferecido participar do plano, a coisa se passou de modo que veio ao conhecimento dele. Isto deve servir de advertência contra todas as práticas traidoras e sediciosas: ainda que os homens presumam agir em segredo, as aves dos céus levariam a voz, e o que tem asas daria notícia da palavra. Mardoqueu, assim que soube do plano, fez com que o rei fosse informado, o que deve servir de instrução e exemplo a todos para serem bons cidadãos, não escondendo qualquer intento maligno, contra o príncipe ou a paz pública, de que venham a ficar sabendo, pois escondê-lo significaria estar em conluio com inimigos públicos.
3. Os traidores foram enforcados, conforme mereciam, mas não até sua traição ter sido, sob exame, completamente provada. A questão foi registrada nos anais do rei, com menção especial à descoberta da traição por parte de Mardoqueu. Ele não foi recompensado na ocasião, mas seu feito foi registrado em um livro. Assim também com respeito aos que servem a CRISTO, ainda que não recebam a recompensa até o dia da ressurreição dos justos, mesmo assim é preservada a memória de seu trabalho de caridade, de que DEUS não é injusto para se esquecer. (Hb 6.10)
 
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COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
Quando pela segunda vez se reuniram as moças, Mardoqueu estava assentado à porta do rei (v. 19).  Não é muito clara a posição de Mardoqueu no palácio, mas parece que não era um estranho, pois assentar-se à porta do palácio não seria permitido a todos.
 
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Comentário Bíblico Wesleyana
HEROÍSMO D. Mardoqueu ( 2: 19-23 )
19  E, quando as virgens foram reunidas pela segunda vez, Mardoqueu estava sentado à porta do rei. 20  Ester, porém, não tinha declarado a sua parentela nem o seu povo; como Mardoqueu lhe tinha ordenado: Ester cumpria à risca o mandado de Mardoqueu, como quando ela fora criada por ele. 21  Naqueles dias, enquanto Mardoqueu estava sentado na porta do rei, dois eunucos do rei, Bigthan e Teresh, daqueles que faziam sua guarda, se indignaram e procuravam lançar mão do rei Assuero. 22  E a coisa tornou-se do conhecimento de Mardoqueu, que contou à rainha Ester; e Ester o disse ao rei em nome de Mardoqueu. 23  E quando a inquisição foi feita sobre o assunto, e foi confirmado ser assim, ambos foram enforcados; e foi escrito no livro das crônicas reais perante o rei.
 
Este incidente interrompe a parte principal da narrativa, a fim de relatar um episódio que afeta vitalmente a principal narrativa em desenvolvimentos posteriores. Um certo judeu chamado Mardoqueu tinha ouvido uma conspiração contra o rei. Mardoqueu tinha sido responsável pela educação de Ester (v. 7 ), bem como para algum tipo de ocupação no palácio (v. 5 ). Quando Mardoqueu enviou uma mensagem para Ester, agora reinando como rainha, ela informou o rei. Os conspiradores foram enforcados, e a gravação do incidente nas crônicas reais deu o devido reconhecimento a Mardoqueu (v. 23 ; cf. 6:2 ), porém sem nenhum reconhecimento público ou premiação como era devido naqueles dias.
 
 
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COMENTÁRIOS DO CAPÍTULO 3 DE ESTER
 
Ester 3
1 - Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que  estavam  com ele. 
2 - E todos os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. 
3 - Então, os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei? 
4 - Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles  isso,  de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que  era  judeu. 
5 - Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. 
6 - Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que  havia  em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.
 
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BEP - CPAD
3.2 MARDOQUEU NÃO SE INCLINAVA.
Mardoqueu, por sua lealdade a DEUS, recusou-se a inclinar-se diante de Hamã (v. 4). Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a DEUS. Daí, Mardoqueu não concordar em curvar-se ou prostrar-se diante de Hamã. Os três companheiros de Daniel evidenciaram a mesma convicção (Dn 3.1-12).
Dn 3.10-12
10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, e da gaita de foles, e de toda a espécie de música, se prostrasse e adorasse a estátua de ouro; 11 E, qualquer que não se prostrasse e adorasse, seria lançado dentro da fornalha de fogo ardente. 12 Há uns homens judeus, os quais constituíste sobre os negócios da província de babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste.
 
 
3.4 ERA JUDEU. Os que conheciam Mardoqueu queriam saber por que ele não se prostrava perante Hamã. Sua resposta era uma só: ele era judeu.
(1) DEUS enviou os judeus ao cativeiro para purificá-los da idolatria. Já vimos nos livros de Esdras e de Neemias, que os judeus que voltaram a Jerusalém tinham aprendido a lição e queriam um culto livre da idolatria; o livro de Ester mostra que os judeus que não retornaram, também aprenderam a lição. Nessa época, ser judeu significava muito. Eles se recusavam curvar-se diante de qualquer ídolo ou ser humano.
(2) Para nós, ser cristão, deve significar muito. Como Mardoqueu, devemos tomar posição firme e pública ao lado de CRISTO e dos santos padrões da sua Palavra, no meio das pressões da atual sociedade mundana.
 
 
3.6 HAMÃ, POIS, PROCUROU DESTRUIR TODOS OS JUDEUS. Hamã, primeiro ministro da Pérsia, é o primeiro elemento político na Bíblia que maquinou uma conspiração sinistra para o extermínio de todos os judeus da sua esfera política. Tal conspiração genocida contra a raça judaica tem seu paralelo na conspiração de Antíoco Epifânio, no século II a.C. (ver Dn 11.28), na conspiração de Hitler, na Europa do século XX e no Anticristo, no fim da presente era, o qual procurará destruir todos os judeus e cristãos de então (Ap 13.15-18).
 
 
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Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ester 3:1-6 - A Proposta Maldosa de Hamã
 
Aqui temos:
I
 Hamã é promovido pelo rei, e deste modo adorado pelo povo. Assuero vinha deitando Ester em seu colo, mas ela não tinha interesse em conseguir promoções para os amigos, ou prevenir a promoção de alguém que soubesse ser um inimigo dos judeus. Quando os justos alcançam grandes posições, percebem que ainda assim não conseguem fazer o bem, ou prevenir a injustiça, como gostariam. Hamã era um agagita (um amalequita, diz Josefo), provavelmente um dos descendentes de Agague, um nome comum entre os príncipes de Amaleque (como vemos em Nm 24.7). Alguns pensam que era ele príncipe de nascença, como o foi Joaquim, cujo trono estava estabelecido acima dos reis cativos (2 Rs 25.28), como neste caso o de Hamã (v.1). O rei agradou-se deste (príncipes não precisam justificar seus obséquios), fê-lo seu favorito, seu confidente, seu primeiro-ministro. Tão poderosa influência tinha a corte então, que (ao contrário do provérbio) o que ela abençoava, também o abençoava o povo; pois todos adoravam a este sol nascente, e os servos reais eram particularmente ordenados a inclinar-se e prostrar-se perante Hamã (v. 2), e assim faziam. Pergunto-me o que terá visto o rei em Hamã de louvável ou meritório; salta aos olhos que não era ele um homem de honra ou justiça, de qualquer coragem verdadeira ou conduta firme, mas soberbo, impetuoso e vingativo; e, no entanto, foi promovido, e regalado, e nenhum havia que se lhe assemelhasse em grandeza. Os queridinhos dos príncipes nem sempre são pessoas valorosas.
II
 Mardoqueu aderindo a seus princípios com brava e corajosa resolução, e, portanto, recusando-se a reverenciar a Hamã, como o faziam os demais servos do rei (v. 2). Foi encorajado a fazê-lo pelos amigos, que o lembraram da ordem do rei, e, portanto, do perigo em que incorria com sua recusa; era o quanto valia a sua vida, especialmente considerando-se a insolência de Hamã (v. 3). Diziam-lhe isso de dia em dia (v. 4), para persuadi-lo a conformar-se ao que estava ordenado, mas era tudo em vão; ele não lhes deu ouvidos, mas lhes disse simplesmente que era judeu, e que sua consciência o proibia de fazê-lo. Sem dúvida sua recusa, quando foi notada, e começou-se a espalhar sua notícia, foi em geral atribuída a orgulho e inveja, como se Mardoqueu não rendesse honras a Hamã porque, considerando-se suas relações com Ester, não recebera tamanha promoção como ele, ou atribuíam-no a um espírito sedicioso e desleal; os mais generosos viam-no como uma fraqueza de Mardoqueu, a rusticidade de um provinciano, chamando-o de temperamental, ou de excêntrico afetado. Até onde o livro nos informa, ninguém senão Mardoqueu teve escrúpulos quanto à reverência que se ordenara, e no entanto este agiu com piedade, consciência e de modo agradável a DEUS, pois a religião de um judeu proibia-o:
1. De render honras tão extravagantes quanto às exigidas a qualquer homem mortal, especialmente um homem tão perverso como Hamã. Nos capítulos apócrifos desse livro (cp. 13.12-14), Mardoqueu aparece rogando a DEUS da seguinte maneira sobre esta questão: Sabes, Senhor, que não foi nem por espírito de soberba, nem por presunção, nem por vanglória que recusei prostrar-me diante do orgulhoso Hamã. Voluntariamente para salvar Israel, eu beijaria os vestígios de seus pés. Mas procedi assim por temor de colocar a honra de um homem acima da honra de DEUS; não adorarei jamais a ninguém senão a ti.
2. Ele achou especialmente injusto que os judeus fossem obrigados a prestar honras a um amalequita, pertencente à nação contra a qual DEUS jurara perpetrar guerra eterna (Êx 17.16), e a respeito da qual houvera dado a solene advertência (Dt 25.17): (Observação do Pr Henrique - Caso Mardoqueu soubesse da descendência de Hamã, o que a bíblia não afirma, mas podemos supor que a referência a Agague aqui pode se referir ao rei Agague, amalequita).
Lembra-te do que te fez Amaleque. Ainda que a religião de modo algum destrua as boas maneiras, e ensine a prestar honra a quem honra se deve, alguém como Hamã, para um cidadão de Sião, é o réprobo a cujos olhos é desprezado (Sl 15.4). Os que são guiados por princípios de consciência devem ser firmes e resolutos, não importando o quanto sejam censurados ou ameaçados, como o foi Mardoqueu.
III
 Hamã planejando sua vingança. Alguns, que esperavam cair nas graças de Hamã, contaram-lhe sobre a rudeza de Mardoqueu, para ver se ele ignoraria o fato, ou se antes tomaria como ofensa (v. 4). Hamã então constatou o ocorrido, e encheu-se de furor (v. 5). Um homem de temperamento dócil e humilde teria feito pouco caso da afronta, e dito: “Ele que seja carrancudo se quiser; em que isso me poderá prejudicar?”. Mas o espírito orgulhoso de Hamã fica enfurecido, martirizado, e sobremaneira agitado, de modo que fica indisposto consigo mesmo, e com tudo à sua volta. Não demora em decidir que Mardoqueu deve morrer. A cabeça que não se curva diante de Hamã deve ser decapitada; se não lhe tiver a reverência, ter-lhe-á o seu sangue. É tão punível nesta corte não adorar a Hamã, como o era na de Nabucodonosor não dobrar os joelhos diante do ídolo de ouro. Mardoqueu é uma pessoa distinta, num cargo de honra, e primo da própria rainha (ainda que o não sabia ainda Hamã); e, no entanto, para Hamã, sua vida nada vale, e sua afronta deve ser punida: milhares de vidas inocentes e valiosas devem ser sacrificadas à sua indignação; e portanto, ele jura a destruição de todo o povo de Mardoqueu, tão-somente em virtude deste, pois sua condição de judeu foi a razão declarada para sua recusa em reverenciá-lo. Aqui aparecem, em Hamã, o orgulho intolerável, a crueldade insaciável e a antipatia ancestral que um amalequita tem pelo Israel de DEUS. Saul, o filho de Quis, um benjamita, poupou a vida de Agague, mas Mardoqueu, também filho de Quis, um benjamita (Et 2.5), não encontra misericórdia alguma nesse agagita, cujo intento é destruir a todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero (v. 6), o que, suponho, incluiria a todos que haviam retornado para sua própria terra, pois esta era agora uma província de seu reino. Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação (Sl 83.4). O desejo bárbaro de Nero é também o seu: que tivessem todos um mesmo pescoço, para que lhes pudesse decapitar de um só golpe.
 
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COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
CAPÍTULO II - COMO HAMÃ PLANEJOU A DESTRUIÇÃO DOS JUDEUS (Cap. 3-5)
1. Hamã Odeia Mardoqueu (3:1.6)
 
Depois destas coisas... isto é, depois das festas de regozijo pela escolha da nova rainha, que, segundo o Talmude, foi a mais bela mulher da História, havendo.apenas outra, mas não igual, o rei engrandeceu Hamã, filho de Hamedata, o agagita (3:1).  Por que este engrandecimento, não sabemos, mas os reis eram despóticos, e por qualquer bajulação elevavam a Um e abatiam a outro.  Este Hamã, como já acentuamos, era descendente de Agague, o que parece pelo apelido (I Sam. 15.32).  A sua raiva contra os judeus nasceu do fato de que, segundo ordens reais, todos os servos do rei que se assentavam à porta do palácio deviam curvar-se quando ele passasse. Todos faziam isso, menos Mardoqueu, que não se curvava diante de ninguém. A este tempo já todos sabiam que este homem era judeu (v. 4). Dia após dia, passava o grande Hamã e todos se levantavam e se dobravam, menos o judeu Mardoqueu. Isso irritou Hamã. Não sabemos em que o judeu se baseava, porque não se tratava propriamente de uma vênia religiosa, isto é, de uma adoração, e parece que na lei dos judeus não há qualquer proibição de se prestarem honras a quem se devem, mereçam ou não.  Josefo acha que Mardoqueu se recusava a prestar homenagem a Hamã por motivos religiosos; todavia, a religião neste livro é coisa escondida, embora a raça judaica não o seja. Heródoto nos informa que os embaixadores espartanos se recusaram a curvar-se diante de Xerxes quando de uma visita a Susã.
Por que transgrides a ordem do rei? (v.3) perguntaram os criados que estavam à porta junto com Mardoqueu.  Esta gente achou que era uma descortesia para com o rei e não para com Hamã. Isto, dia após dia, pois Hamã ia todos os dias ao palácio e Mardoqueu lá estava também todos os dias à porta do rei.  Mardoqueu não lhes deu ouvidos (v. 4) e continuou a sua insubmissão.  Isso teria causado certa inveja ou constrangimento, todos se levantarem e um judeu ficar impassível, quando o grande Hamã passava. O assunto foi levado a Hamã, que então prestou atenção ao fato e se encheu de furor, sabendo já que era, judeu (não sabendo ainda que bem assim a rainha Ester o era). Estava criado um caso. Todavia, ele era grande e poderoso e esperava jogar com todos os trunfos.
 
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Comentário Bíblico Wesleyana
A trama de HAMÂ ( Ester 3: 1-6 )
No curso de seu reinado, o rei Assuero teve ocasião para promover um chamado Hamã para o cargo de grão-vizir, um cargo que se classificou como de suma importância para o rei. De acordo com o decreto do rei, todos foram obrigados a curvar-se ao grão-vizir.
 
RECUSA DE Mardoqueu a fazer a reverência a Hamã ( 3: 1-6 )
1 Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou, e pôs o seu assento acima de todos os príncipes que estavam com ele. 2 E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. 3 Então os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que transgrides o mandado do rei? 4 Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isto, dia após dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que era judeu. 5 Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. 6 Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o pôr as mãos só em Mardoqueu (porque lhe haviam declarado de que povo era Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir a todos os judeus, o povo de Mardoqueu, que havia em todo o reino de Assuero.
 
A recusa de Mardoqueu de se curvar a Haman, o grão-vizir, foi explicada em termos de ser um judeu (v. 4 ). Este motivo de recusa permanece ambígua. No entanto, a recusa de Mardoqueu agitava a raiva de Haman e este arquitetou uma trama incrível para destruir não só a Mardoqueu, mas também a todos os judeus, seu povo. A raiva de Haman teve explosão repentina, violenta de paixão, mas de uma forma muito mais mortal que apenas raiva, porem aquela do tipo que persegue sua vítima com a intenção deliberada de causar terrível vingança. Seu enredo era exterminar Mardoqueu e toda a população judaica (v. 6 ). Ele estava disposto a oferecer ao rei um suborno fabuloso, dez mil talentos de prata (v. 9 ). Sua mente demente trabalhou com notável eficiência, pois, se o rei concordasse, Haman poderia pagar o suborno por confiscar os bens dos massacrados.
As paixões poderosas de um ser humano pode empurrar suas capacidades notáveis de inteligência ​​para formular brutalidade incrível. No entanto, ao mesmo tempo, a mente incrível desta criatura pode assim manipular a operação de forma a torná-lo um empreendimento rentável. Haman esperava fazer uma fortuna através de confisco. Ele é um exemplo claro da condição caída da humanidade, e o patético é que ele não deu nenhuma indicação de pesar pelo imenso erro que ele tinha arquitetado contra a vida de tantas pessoas (haviam pelo menos 1 milhão de judeus em todo o império Persa).
 
 
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Revista na íntegra
 
Escrita, Lição 8, CPAD, A Resistência De Mardoqueu, 3Tr24, Com. Extras de Pr Henrique, EBD NA TV
 
ESBOÇO DA LIÇÃO 8, CPAD, 3Tr24
I – MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI
1. Os bastidores do poder
2. A investigação
3. O registro dos fatos
II – HAMÃ É EXALTADO PELO REI
1. Um novo personagem
2. Um herói (aparentemente) esquecido
3. Evitando frustrações
III – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ
1. Reverenciado por todos
2. A condição de judeu
3. Inimizades intergeracionais
 
TEXTO ÁUREO
“Então, os servos do rei, que estavam à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei?”  (Et 3.3)
 
VERDADE PRÁTICA
Como cristãos, somos sujeitos a conflitos ético-morais e devemos decidir sempre de acordo com a vontade e a orientação de DEUS.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 23.7; Pv 17.15
A conveniência de se comprovar a acusação para não cometer injustiças
Terça - Sl 139.16; Hb 4.13; Ap 20.12
As nossas obras estão escritas diante de DEUS
Quarta - Êx 17.8-13
Hamã provavelmente era um amalequita, um povo inimigo de Israel
Quinta - 1 Sm 15.2,8,33
O termo "agagita" costumeiramente é atribuído ao rei Agague
Sexta - Gn 34.1-31
Episódios bíblicos relatam vingança de família
Sábado - Mt 5.9; Rm 12.18-21; Hb 12.14
Aos cristãos não pertence a vingança, mas o perdão e a paz
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ester 2.21-23; 3.1-6
Ester 2
21 - Naqueles dias, assentando-se Mardoqueu à porta do rei, dois eunucos do rei, dos guardas da porta, Bigtã e Teres, grandemente se indignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei Assuero. 
22 - E veio isso ao conhecimento de Mardoqueu, e ele o fez saber à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mardoqueu. 
23 - E inquiriu-se o negócio, e se descobriu; e ambos foram enforcados numa forca. Isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.
Ester 3
1 - Depois dessas coisas, o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata, agagita, e o exaltou; e pôs o seu lugar acima de todos os príncipes que  estavam  com ele. 
2 - E todos os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. 
3 - Então, os servos do rei, que  estavam  à porta do rei, disseram a Mardoqueu: Por que traspassas o mandado do rei? 
4 - Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles  isso,  de dia em dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para verem se as palavras de Mardoqueu se sustentariam, porque ele lhes tinha declarado que  era  judeu. 
5 - Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante dele, Hamã se encheu de furor. 
6 - Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que  havia  em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.
 
Hinos Sugeridos: 225, 304, 305 da Harpa Cristã
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A lição desta semana traz um contexto de conspiração, inveja e tramas dentro da corte persa. Nele, as figuras de Mardoqueu e Hamã se destacam. Mardoqueu descobre uma conspiração e a faz chegar ao conhecimento do rei, poupando-lhe a vida. Inexplicavelmente, Hamã aparece elevado ao cargo acima de todos os príncipes do reino. Diante desse contexto, esse capítulo tem muito a nos ensinar. Vivenciaremos contextos dominados pelas mais dramáticas tramas. Mardoqueu experimentou isso. Mas ele resistiu. Da mesma forma somos instados pela Bíblia a resistir diante de todo contexto inóspito, pois a nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12).
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Tratar a respeito da descoberta de Mardoqueu acerca de uma conspiração contra o rei; II) Abordar a exaltação de Hamã pelo rei; III) Relacionar a resistência de Mardoqueu com o ódio de Hamã.
B) Motivação: Mardoqueu é um personagem que revela determinação, resiliência e coragem. Tudo isso vinha de sua fé em DEUS. Era aquele que fazia o certo independente das opiniões alheias. Em nossa vida cristã somos desafiados a ser determinados, resilientes e corajosos para perseverar em nossa fé.
C) Sugestão de Método: Para introduzir o primeiro tópico, sugerimos que você trace o perfil de Mardoqueu. Por exemplo, a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal traz os pontos fortes de Mardoqueu: 1) Denunciou uma conspiração de assassinato contra o rei; 2) Atenção suficiente para adotar sua prima; 3) Recusa de curvar-se diante de qualquer pessoa, exceto DEUS; 4) Ocupou o lugar de Hamã como segunda pessoa no comando do reino de Assuero. Explique que esse perfil nos estimula a aproveitar as oportunidades de DEUS para fazer o que é correto, confiar que Ele está tecendo os acontecimentos de nossa vida, que vale a pena perseverar nas atitudes corretas. A vida de Mardoqueu é um exemplo para a nossa perseverança em CRISTO.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Mardoqueu não se curvou diante de Hamã que exigia poder, prestígio e posição. Da mesma forma, devemos prestar adoração somente a DEUS, e jamais nos curvar a qualquer ideia, pensamento ou ideologia que se rebele contra o DEUS dos céus. 
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 98, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Mardoqueu", localizado depois do primeiro tópico, aprofunda mais o estudo sobre Mardoqueu; 2) O texto "Por que Hamã queria destruir todos os judeus se apenas um homem o tinha desafiado?", ao final do terceiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito do ódio de Hamã sobre os judeus.
 
 
PALAVRA-CHAVE – RESISTÊNCIA
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
A ascensão de Ester ao trono foi celebrada com grande festa. Assuero decretou feriado e se mostrou muito generoso, distribuindo presentes aos seus súditos. Mesmo na condição de rainha, Ester permaneceu obedecendo a Mardoqueu: não revelou a ninguém que era judia. Havia muito o que acontecer na corte. Conspiração, inveja e tramas. A história continua.
 
I – MARDOQUEU DESCOBRE UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA O REI
1. Os bastidores do poder
Ambientes de poder costumam ser cercados de sentimentos facciosos. É da natureza humana caída alimentar discórdias, intrigas e ressentimentos, os quais, quando não dissipados, levam a terríveis tragédias. Nem o meio evangélico fica isento. Isso é de origem maligna e deve ser rejeitado pelo verdadeiro cristão (Tg 3.14-18). Nos dias de Assuero, dois de seus guardas, Bigtã e Teres, ficaram muito indignados contra o rei e tramaram assassiná-lo. Mardoqueu trabalhava junto à porta do palácio e ficou sabendo do plano. Fiel ao rei, contou a Ester para que o avisasse, o que ela fez em nome de Mardoqueu (Et 2.21,22). O fato de ter sido promovida a uma posição elevada, não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome. Além de permanecer obedecendo a Mardoqueu, transmitiu ao rei a informação dando-lhe o devido crédito (Et 2.20,22b).
 
2. A investigação
A atitude de Ester se revelou não apenas eticamente correta, mas também revestida de prudência. Embora possivelmente ela não imaginasse, houve uma investigação prévia para apurar a informação, descobrindo-se que, de fato, havia um plano homicida em andamento. Bigtã e Teres foram enforcados (Et 2.23). Mardoqueu certamente buscou certificar-se da conversa que ouviu, antes de transmiti-la a Ester. O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato e não exerceu o poder de forma precipitada. Mesmo sendo confiáveis as fontes, como no caso de Mardoqueu e Ester, é conveniente que se busque comprovar toda acusação, para não cometer injustiça (Êx 23.7; Pv 17.15). Agir com base apenas no “ouvi dizer” estimula fofocas e torna o líder suscetível a manipulações.
 
“Que DEUS guarde o nosso coração de toda inimizade e porfia. A vingança não nos pertence. Como filhos de DEUS, devemos perdoar e buscar a paz.”
 
3. O registro dos fatos
Desde a Antiguidade, era costume registrar os fatos ocorridos no cotidiano das cortes. As crônicas do rei ficavam arquivadas para serem consultadas (Et 6.1). O ato de fidelidade de Mardoqueu e a importância que teve para o rei e seu reino ficaram registrados. Com ou sem registro humano, devemos sempre fazer a vontade de DEUS, sabendo que diante dEle todas as nossas obras estão escritas (Sl 139.16; Hb 4.13; Ap 20.12)
 
SINÓPSE I - Mardoqueu demonstrou um ato de fidelidade ao rei ao descobrir uma conspiração contra a coroa.
 
AMPLIANDO CONHECIMENTO
“Hamã, o primeiro ministro da Pérsia, é a primeira figura política na Bíblia a idealizar um plano sinistro para, em sua esfera de influência e autoridade, exterminar os judeus. Este plano de genocídio (isto é, um esforço sistemático de matar todas as pessoas de um grupo étnico, nacional ou religioso) contra a raça dos judeus se compara ao plano de Antíoco Epifânio, no século II a.C. (veja Dn 11.28), aos perversos planos de Adolf Hitler [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal: Edição Global, editada pela CPAD, pp.838-39.
 
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
MARDOQUEU - Após o último levante de Jerusalém contra o domínio de Nabucodonosor, a família de Mardoqueu foi deportada para a Babilônia. Ele provavelmente nasceu em Susã, cidade que se tornou uma das capitais do Império Persa após Ciro ter conquistado a Babilônia. Também herdou uma posição oficial entre os judeus cativos, que o manteve no palácio mesmo após a expulsão dos babilônios. Certa feita, ficou sabendo de uma conspiração para assassinar o rei Assuero, contou a trama a Ester e salvou a vida do monarca.
A vida de Mardoqueu foi repleta de desafios, os quais ele transformou em oportunidades. Quando os pais de Ester morreram, ela foi adotada por seu primo Mardoqueu. Os próprios pais dele provavelmente haviam sido mortos e ele sentiu-se responsável por ela. Mais tarde, quando foi recrutada para o harém de Assuero e escolhida rainha, Mardoqueu continuou a aconselhá-la. Logo depois disso, ele se pôs em conflito com o segundo no comando do império, Hamã. Embora disposto a servir o rei, Mardoqueu se recusou a curvar-se e reverenciar o representante do rei. Hamã ficou furioso. Por isso, ele planejou matar Mardoqueu e todos os judeus. Seu plano se tornou lei para os medos e os persas, e parecia que os judeus estavam irremediavelmente condenados. [...]  A grande honraria que o rei proporcionou a Mardoqueu arruinou o plano de Hamã de pendurá-lo na forca. DEUS havia preparado uma eficiente estratégia contra a qual o plano de Hamã não poderia prevalecer” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD,
 
II – HAMÃ É EXALTADO PELO REI
1. Um novo personagem
Hamã era muito rico (Et 3.9). Já entra em cena sendo elevado por Assuero acima de todos os príncipes do reino (Et 3.1). Identificado como agagita, Flávio Josefo afirma que Hamã era amalequita, um povo historicamente inimigo de Israel (Êx 17.8-13; Nm 24.7). O termo agagita costuma ser associado a Agague, o rei amalequita mencionado em 1 Samuel 15.2,8,33. Versões bíblicas como a NVI e a NTLH apresentam Hamã diretamente como “descendente de Agague”.
 
2. Um herói (aparentemente) esquecido
O texto não nos informa o motivo da exaltação de Hamã. Enquanto isso, nada mudou para Mardoqueu, apesar de seu ato heroico. Tornou-se um herói (aparentemente) esquecido. É preciso ter sabedoria e prudência para viver momentos de aparente injustiça. Ser guiado pela própria vista pode nos levar a crises emocionais e espirituais, principalmente quando os fatos nos parecem desfavoráveis. Asafe quase se desviou olhando para a prosperidade dos ímpios (Sl 73.2-17). O exemplo de Mardoqueu nos apresenta um cenário que poderia ter tido o mesmo desfecho.
 
3. Evitando frustrações
Quando nutrimos altas expectativas, nos tornamos sujeitos a muitas frustrações. Mardoqueu era servo do rei, mas não tinha acesso direto ao palácio. Para alertar Assuero da conspiração, precisou de que Ester levasse a informação (Et 2.22). Mardoqueu não pertencia ao primeiro escalão real e permaneceu exercendo a mesma função de antes, não se abalando emocionalmente. A Bíblia nos ensina a nos contentar com o que temos e não viver ambicionando coisas altas (Hb 13.5; Rm 12.16). Considerar merecer mais do que tem, gera constante insatisfação e não contribui em nada para o nosso progresso.
 
SINÓPSE II - Enquanto Mardoqueu foi aparentemente esquecido, o rei honrou Hamã, elevando-o ao posto mais alto da corte.
 
III – A RESISTÊNCIA DE MARDOQUEU E O ÓDIO DE HAMÃ
1. Reverenciado por todos
Assuero ordenou que todos os seus servos se curvassem e se prostrassem diante de Hamã. Mardoqueu não se curvava e nem se prostrava (Et 3.2). Há distintas opiniões quanto aos motivos que o levaram a agir assim. De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, Mardoqueu recusou-se a se inclinar diante de Hamã por lealdade a DEUS: “Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a DEUS. Daí, Mardoqueu não concordar em curvar-se ou prostrar-se diante de Hamã. Os três companheiros de Daniel evidenciaram a mesma convicção (Dn 3.1-12)”.
 
2. A condição de judeu
O texto bíblico sugere que havia mesmo um motivo religioso para a conduta de Mardoqueu. Depois de os servos do rei lhe questionarem algumas vezes porque não cumpria a ordem de Assuero, sua única resposta foi que era judeu. A notícia chegou a Hamã, que também ressaltou a origem judia. O agagita encheu-se de furor não apenas contra Mardoqueu, seu ódio foi extensivo a todos os judeus, os quais planejou destruir por completo (Et 3.4-6). Hamã não seria o único a almejar o extermínio de todo o povo judeu.
 
3. Inimizades intergeracionais
Além de se sentir ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33). A Bíblia relata alguns episódios de vingança entre famílias, como no caso dos filhos de Jacó que mataram os siquemitas por causa do ultraje feito a Diná, filha de Leia (Gn 34.1-31). Além da Bíblia, a história secular apresenta inúmeros exemplos desses conflitos alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações. Não muito longe de nós, em solo brasileiro, são conhecidas as histórias de perpetuação de violência por disputas econômicas (geralmente por terras) ou ofensas morais. Que DEUS guarde nosso coração de toda inimizade e porfia. A vingança não nos pertence. Como filhos de DEUS, devemos perdoar e buscar a paz (Mt 5.9; Rm 12.18-21; Hb 12.14).
 
SINÓPSE III - Enquanto Hamã era reverenciado por todos, Mardoqueu o resistia.
 
 AUXÍLIO VIDA CRITÃ
“POR QUE HAMÃ QUERIA DESTRUIR TODOS OS JUDEUS SE APENAS UM HOMEM O TINHA DESAFIADO?
1) Hamã era agagita (3.1), um descendente de Agague, rei dos amalequitas (1 Sm 15.20). Os amalequitas eram antigos inimigos dos israelitas (leia Êx 17.16; Dt 25.17-19). O ódio de Hamã estava direcionado não só a Mardoqueu como também a todos os judeus. 2) Como segundo no comando do Império Persa (3.1), Hamã adorava seu poder e autoridade e a reverência a ele demonstrada. No entanto, os judeus viam a DEUS como sua autoridade máxima e não a um homem. Hamã percebeu que a única forma de satisfazer seus anseios egoístas era matar a todos os que negassem sua autoridade. Sua busca de poder pessoal e seu ódio pela raça judaica o consumia.
Hamã adorava o poder e o prestígio da sua posição, e ficou enfurecido quando Mardoqueu não respondeu com a reverência requerida. A fúria de Hamã não era apenas contra Mardoqueu, mas contra o que ele defendia — a dedicação dos judeus a DEUS como única autoridade digna de reverência. A atitude de Hamã foi preconceituosa: Ele odiava um grupo de pessoas por terem um credo ou cultura diferente. O preconceito é proveniente do orgulho pessoal — considerar-se melhor do que as outras pessoas. Ao final, Hamã foi punido por sua atitude arrogante (7.9,10). DEUS julgará duramente os preconceituosos e aqueles cujo orgulho os leve a menosprezar as pessoas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.690).
 
CONCLUSÃO
Uma das aplicações práticas da inteligência espiritual é não nos deixar iludir com a natureza humana (Cl 1.9; Jr 17.5). Embora não devamos viver desconfiando de tudo e de todos, também não podemos deixar de ser prudentes e ignorar a malignidade do coração humano (Mt 10.16; 15.19). O Maligno pode suscitar ódio contra nós de onde menos esperamos. Mardoqueu experimentou isso. Precisamos estar atentos e revestidos de toda a armadura de DEUS para que possamos resistir e vencer o mal. Nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.11-16; Rm 13.12).
 
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Que virtude ética Ester revelou no episódio de informar ao rei acerca da conspiração?
O fato de ter sido promovida a uma posição elevada não envaideceu Ester: ela não se envergonhou do primo e nem aproveitou da informação para projetar ainda mais o próprio nome.
2. O que aprendemos com Assuero a respeito de como tratar uma acusação?
O rei, mesmo ouvindo da rainha, teve o cuidado de apurar a informação. É uma questão de justiça. Nesse ponto, Assuero agiu como um líder sensato. Não exerceu o poder de forma precipitada.
3. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, por qual razão Mardoqueu não se prostrava perante Hamã?
Tudo indica que a homenagem prestada a Hamã pelos servos do rei e por outros, ou era imerecida, ou conflitava com atos religiosos que os judeus reservavam exclusivamente à adoração a DEUS.
4. O que pode ter movido Hamã a desejar a morte de todos os judeus?
Além de sentir-se ferido em seu orgulho, é possível que Hamã estivesse agindo movido por uma inimizade intergeracional – Flávio Josefo diz isso –, o que confirmaria sua descendência de Agague, o rei amalequita morto por Samuel (1 Sm 15.32,33).
5. O que são inimizades intergeracionais?
São conflitos, alimentados e repetidos ao longo de muitas gerações.