Lição
4 – Gerados Pela Palavra da Verdade
LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Comentário: Pr.
Eliezer de Lira e Silva
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Sendo de novo gerados,
não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de DEUS, viva
e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23).
VERDADE PRÁTICA
Somente aqueles que foram
gerados pela Palavra da Verdade são guiados pelo ESPÍRITO SANTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Pe 4.12,13 -
Alegrai-vos com a provação
Terça - Lm 5.21 - Nossa
oração pelo perdão
Quarta - Jo 3.3 - Novo
nascimento e Reino de DEUS
Quinta - 1 Jo 5.4 - A
vitória sobre o mundo
Sexta - 2 Co 6.2 - Hoje é
dia de salvação
Sábado - 1 Tm 2.4 - DEUS a
todos quer salvar
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
- Tiago 1.9-11,16-18
Tg 1.9 Mas glorie-se o irmão abatido na
sua exaltação, 10 e o rico, em seu abatimento, porque ele passará como a
flor da erva. 11 Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor
cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o
rico em seus caminhos.
Tg 1.16 Não erreis, meus amados irmãos. 17 Toda boa dádiva e todo dom
perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem
sombra de variação. 18 Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da
verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.
INTERAÇÃO
DEUS pode fazer o mal? O
contexto da epístola de Tiago mostra que Ele é bom e, portanto, a sua
sabedoria só pode fazer o bem, jamais o mal. Nele, não há variação de
bondade e malignidade; de luz ou trevas. O nosso Pai Celestial decidiu de
uma vez por todas, em JESUS, fazer o bem para reconciliar o mundo consigo
mesmo. Por isso, a sabedoria de DEUS é pura, bondosa, benigna, humilde,
cordata, temperante, etc. Porque Ele é bom! Prezado professor, que a bondade
de DEUS inunde a sua vida e a dos seus alunos. Que eles decidam amar o
próximo como o nosso Pai o ama.
OBJETIVOS - Após a aula,
o aluno deverá estar apto a:
Analisar a relação entre os
pobres e os ricos da igreja.
Defender a verdade que DEUS
só faz o bem.
Compreender que os filhos de
DEUS são as primícias dentre as criaturas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para
concluir o primeiro tópico da lição sugerimos mais uma leitura dos
versículos 9-11 do primeiro capítulo de Tiago. Logo em seguida, explique aos
alunos que à luz das Escrituras, apesar de o pobre ser marginalizado pela
sociedade cuja cultura predominante é a de "ter" e não de "ser", ele é
convidado a gloriar-se em CRISTO pela sua nova posição de filho de DEUS.
Enquanto o rico, no encontro com o Evangelho de CRISTO, é convidado por
CRISTO a se humilhar para compreender a natureza passageira da sua riqueza.
Sabendo assim acerca da sua missão de suprir o pobre necessitado. Conclua o
tópico afirmando que DEUS é o Senhor dos pobres e dos ricos.
Resumo da Lição 4 -
Gerados Pela Palavra da Verdade
I. A RELAÇÃO ENTRE OS
POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do
primeiro século.
2. Os ricos na Igreja
Antiga.
3. Perante DEUS, pobres e
ricos são iguais.
II. DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg
1.16,17)
1. Não erreis (v.16).
2. Todo dom e boa dádiva
vêm de DEUS.
3. A origem de tudo o que
é bom está no Pai das Luzes.
III. PRIMÍCIAS DE DEUS
ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente DEUS
faz.
2. A Palavra da verdade.
3. O propósito de DEUS.
SINOPSE DO TÓPICO (1) Na
igreja do primeiro século, pobres e ricos eram acolhidos em amor.
SINOPSE DO TÓPICO (2) Tudo o
que é bom vem de DEUS, pois nEle não há momento de bondade e maldade. Ele é
sempre bom!
SINOPSE DO TÓPICO (3) A
partir da promessa da salvação, DEUS colhe as suas primícias (os salvos)
dentre as criaturas.
Minhas observações - Ev. Luiz Henrique
Teologia da Prosperidade - Opção pelos ricos,
sem problemas financeiros e de saúde física.
Teologia da Libertação - Opção pelos pobres, em detrimento dos ricos e
conformidade com as doenças.
Teologia Bíblica - Sem acepção de pessoas, DEUS
ama a todos indistintamente e JESUS morreu por todos. Passamos por
problemas, aflições, doenças, tentações e provações. DEUS passa junto
conosco por esses problemas e nos livra de todos.
Causa da pobreza na época de Tiago:
a- Mecanismos legais, que suprimem o direito
daqueles que se endividaram (Tg. 2.1-12);
b- Ganância, que prima pela ostentação (Tg.
4.-13-17)
c- Opressão, através da retenção dos salários
dos mais pobres (Tg. 5.4).
As pessoas se divertem e alcançam prazer em
oprimir umas as outras, em nossos dias (Tg. 1.18,21; 4.6; 5.19,20).
O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (I
Tm. 6.10).
Os ricos que são gerados pela palavra de Deus,
são crentes, não colocam o coração nas riquezas terrenas, sabem que nada
trouxeram para este mundo, e que nada também levarão (I Tm. 6.7).
Não se deve colocar nas riquezas o coração (Sl.
62.10).
A igreja está passando por uma crise de
identidade, não sabe se está no reino de DEUS ou dos homens. As obras
realizadas pela igreja, em nossos dias, são feitas para serem vistas e
aplaudidas pelo mundo e não por amor a DEUS e a nosso próximo.
“Assim, não sois mais
estrangeiro, nem imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos.”
No Antigo Testamento, as
nações foram formadas pelos três filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. No livro de
Atos, vemos essas três famílias unidas em CRISTO. Em Atos 8, um descendente
de Cam é salvo, o ministro da fazenda da Etiópia. Em Atos 9, um descendente
de Sem é salvo no caminho de Damasco, Saulo de Tarso, o qual se tornou o
apóstolo Paulo. Em Atos 10, um descendente de Jafé é salvo, Cornélio. O
pecado dividiu a humanidade, mas CRISTO faz dela uma nova nação. Todos os
crentes das diferentes nacionalidades formam a nação santa que é a igreja.
Francis Foulkes diz que em relação ao povo da aliança de DEUS, os gentios
eram xenoi e paraikos, “estrangeiros” e “imigrantes”, isto é, pessoas que,
ainda que vivessem no mesmo país, tinham, contudo, os mais superficiais
direitos de cidadania. Essa era a situação anterior, mas, de agora em
diante, já não o é. Nas palavras do apóstolo, agora são “concidadãos dos
santos”.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS,
Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007.
SAIBA MAIS pela Revista
Ensinador Cristão CPAD - nº 59, p.38.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.38.
Inicie a aula descrevendo as
classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Ricos e os pobres
da igreja. Apesar de sua posição, nem sempre os ricos se
aproveitavam das oportunidades para demonstrar a preocupação de DEUS por
aqueles que estavam necessitados (2.14-17). Já se orgulhavam de sua elevada
posição, talvez por se considerarem 'ricos', moralmente superiores, mesmo
quando se identificavam com as armadilhas das posições elevadas e do poder.
Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação utilizando a imagem da sua
posição social, isto é, a coroa da vida" (p.1665).
Um desastre que pode ocorrer
ao crente economicamente bem sucedido é quando ele interpreta as ocorrências
cotidianas da vida como "acontecimentos espirituais". Ele faz uma teologia
particular sem se importar com os outros ao redor.
É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da
prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino
da Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se
alegrar por se achar o filho escolhido por DEUS.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO - VÁRIOS LIVROS TEOLÓGICOS
A Epístola de Tiago
apresenta também como tema a forma como
o cristão deve encarar a pobreza e a riqueza. Essas condições sociais são
enfatizadas pelo apóstolo como circunstâncias transitórias da vida, como
situações passageiras, porquanto terrenas, e também como conjunturas em meio
às quais o cristão deve aprender a estar sempre satisfeito (Tg 1.9-11).
Outro tema abordado é
DEUS como a fonte de todo bem verdadeiro (Tg 1.16,17); e, na sequência desse
assunto, o apóstolo fala do maior de todos os dons que o Senhor nos concede:
o de sermos gerados de novo pelo poder da Palavra de DEUS (Tg 1.18).
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 47.
VERDADE
Do heb. 'emuna,
"firmeza, estabilidade, verdade"; 'emet, "firmeza, verdade"; gr. aletheia,
"verdade".
Carnell afirma que "a
verdade é uma propriedade do julgamento que coincide com o pensamento de
DEUS" {An introduction to Christain Apologetics, p. 47). Através da expressão
consistência sistemática, ele quer dizer que uma afirmação deve:
primeiramente satisfazer sem dificuldade as leis da lógica, ou seja, ser
horizontalmente consistente - que é o teste da verdade formal; em segundo
lugar, estar de acordo com os fatos, ou seja, concordar verticalmente com
todos os fatos, que é o teste da verdade material.
Aspectos da Verdade
Em uma definição
satisfatória de verdade, como esta que foi apresentada acima, estão
incluídos três aspectos e elementos da verdade.
1. Verdade ontológica ou
metafísica.
Esta expressa o supremo relacionamento da verdade e da natureza,
bem como o relacionamento da verdade religiosa e moral em particular com o
próprio caráter, vontade e pensamento de DEUS. A verdade religiosa e moral é
o que DEUS é, e está de acordo com o seu caráter. A verdade científica e
social é o que DEUS deseja e está, também, em consistência com seu caráter.
DEUS é a verdade em sua própria pessoa (Dt 32.4; SI 31.5; Is 65.16), e este
fato é particularmente revelado em JESUS CRISTO (Jo 1.14,17; 14.6). Sua
Palavra revelada é a verdade (1 Rs 17.24; Jo 17.17); sua lei moral é a
verdade (SI 119.142,151).
2. Verdade lógica.
Dois extremos ocorrem: (a)
Alguns aplicam a lógica e negam a revelação. Ele mostra que o lógico
positivista assume as proposições básicas da moralidade e da ética, e as
utiliza sem exigir provas, (b) Outros tentam aceitar a revelação, embora
negando à lógica sua função própria. DEUS é racional e lógico e a Bíblia prova não estar cheia de
paradoxos e contradições quando aceita, pela fé e da maneira como foi
escrita. O Senhor forneceu evidências verossímeis da verdade e da
infalibilidade de sua Palavra. Esta conclusão é o testemunho dos crentes dos
dois Testamentos (SI 108.4; Jo 20.30,31; 1 Jo 1.1-3).
3. Verdade factual. A
verdade tem de condizer com os fatos da vida e da existência. Isto significa
ter uma correspondência proposicional com a realidade. A verdade não pode
satisfazer-se com universalidades e generalidades, por mais úteis que possam
ser, nem com meras individualidades e particularidades, mas tem de condizer
verticalmente com os fatos enquanto os organiza corretamente através do uso
de universalidades.
Atitudes para com a
Verdade
Ouvindo e sendo a
verdade. Pode-se ouvir a verdade, acreditar que é verdadeira, até ensiná-la
e ainda assim recusar-se ou falhar em agir de acordo com ela. Isto
corresponde a ouvir a verdade e não ser a verdade. A verdade conhecida, no
sentido de acreditar e agir de acordo com ela, satisfaz, então, a três
testes: consistência lógica, consistência factual e consistência prática.
Os
dois primeiros foram discutidos acima nos itens verdade lógica e verdade
factual. O terceiro é mencionado pelo Senhor JESUS CRISTO como a base da
salvação, isto é, experimentar a verdade ao agir de acordo com ela (Jo
8.32). Isto acarreta um conhecimento do conteúdo sobre o qual a ação
apoia-se. As Escrituras dão aos três seu lugar adequado. Elas esperam que a
fé seja baseada em evidências razoáveis, e que a ação siga o recebimento de
uma revelação clara e autoconsistente.
Muitos teólogos modernos
das escolas neo-ortodoxa e liberal negam que a verdade seja absoluta. Paul
Tillich, por exemplo, a vê como, necessariamente, relativa, argumentando
que, se fosse absoluta e imutável, isso tornaria DEUS - que é o Supremo e o
Absoluto - relativo. Tal visão, de fato, nega a possibilidade da verdade
autêntica, substituindo-a pela verdade kairotic ou temporária - as coisas
podem ser verdadeiras hoje, mas erradas amanhã. A resposta cristã destaca
vários fatos.
1. Se a verdade depende
de DEUS, e DEUS é a verdade em pessoa, então a verdade absoluta não limita,
ao contrário, revela DEUS. DEUS é amor, mas o amor não rouba, não mente,
etc.., e os mandamentos apenas expressam estas verdades que já existem no
caráter de DEUS. Elas não estão limitando, mas revelando afirmações que têm
sua base na natureza de DEUS.
2. Pelo fato de DEUS ser
a verdade, CRISTO é a verdade tanto em sua pessoa como em sua revelação (Jo
1.14,17; 14.6). Seu caráter e suas palavras complementam-se, e seu ensino
revela tanto seu caráter santo quanto o do Pai (Mt 5.43-48). Os teólogos
existencialistas tentavam reforçar a importância de ser a verdade, enquanto
negavam que a verdade tivesse um conteúdo proposicional, isto é, um conteúdo
que está compreendido nas afirmações reveladas nas Escrituras. Sua tentativa
fracassa quando se percebe que CRISTO, usando uma linguagem de sala de aula,
sustenta em João 8 que seu testemunho é verdadeiro. Ele ensina somente o que
ouviu (w. 26,40), viu (v. 38) e o que lhe foi ensinado pelo Pai (v. 28). Ele
pode confirmar o que diz, porque o Pai jamais o deixou só (v. 29). Em João
14, onde CRISTO declara que Ele mesmo é a verdade (v. 6), Ele mais uma vez
refere-se ao conteúdo de seu ensino, mostrando que Ele não é somente a
verdade em pessoa, mas que também ensina a verdade proposicional.
Isto faz parte do
contexto de João 8, quando, como visto acima, Ele defende a verdade de seus
ensinos ao dizer: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (v.
32). Isto torna claro que Ele não está falando de um conhecimento místico
dele mesmo que salvará o homem, mas de um conhecimento cujo conteúdo é
composto por aquilo que Ele ensina.
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1990-1991.
TERMINOLOGIA BÍBLICA
No hebraico devemos
considerar uma palavra e no grego, também uma, a saber:
I. Emeth, "verdade",
"constância". Esse vocábulo hebraico ocorre por 92 vezes no Antigo
Testamento, conforme se vê, para exemplificar, em Gên. 24:27; 42:16; Êxo,
18:21; Deu. 13:14; Jos. 24:14; Juí. 9:15; I Sam. 12:24; II Sam. 2:6; I Reis
2:4; II Reis 20:3,19; II Crô. 18: 15; Esl. 9:30; Sal. 15:2; 25:5,10; 30:9;
31:5; 40:10,11; 43:3; 51:6; 57:10; 61:7; 71:22; 91:4; 145:18; 146:6; Pro.
3:3; 8:7; 12:19; 23:23; Ecl. 12:10; lsa. 10:20; 16:5; 38:18,19; Jer. 4:2;
9:5; Dan. 8:12; 9:13; Osé. 4:1; Miq. 7:20; Zac. 8:3,8,16,19; Mal. 2:6. Há
outras formas dessa palavra e outros vocábulos que ocorrem por algumas
poucas vezes, e que também podem ser traduzidos como "verdade".
2. Alétheia, "verdade".
Palavra grega que é usada por 110 vezes: Mal. 22:16; Mar. 5:33; 12:14,32;
Luc. 4:25; 20:21; 22:59; João 1:14,17; 3:21; 4:23,24; 5:33; 8:32,40,44-46;
14:6,17; 18:37,38; Atos 4:27; 10:34; Rom. 1:18,25; 2:2,8,20; I Cor. 5:8;
13:6; II Cor. 4:2; 6:7; 13:8; Gál. 2:5,14; 5:7; Efé. 1:13; 4:21 ,24,25; 5:9;
6: 14; Fil. 1:18; Col. 1:5,6; II Tes. 2:10,12,13; I Tim. 2:4,7; 3:15; 4:3;
6:5; II Tim. 2:15,18,25; 3:7,8; 4:4; Tito 1:1,14; Heb. 10:26; Tia. 1: 18;
3:14; 5: 19; I Ped. I: 22; li Ped. 1:12; 2:2; I João 1:6,8; 2:4,21; 3:
18,19; 4:6; 5:6; 11 João 1-4; III João 1,3,4,8,12.
No Antigo Testamento, a
palavra emeth e seus cognatos indicam as idéias de firmeza, estabilidade,
fidelidade, alguma base fidedigna de apoio. É uma qualidade atribuída tanto
a DEUS quanto às criaturas. Também é atribuída não somente às mais diversas
afirmações (por exemplo, Rute 3:12), mas também à conduta (ver Gên. 24:49) e
às promessas (li Sam. 7:28). A verdade é associada na Bíblia à gentileza
(Gên. 47:29), à justiça (Nee. 9: 13 e Isa. 59:14) e à sinceridade (Jos.
24:14). Por essas razões, a Septuaginta, com frequência, a traduz pelo termo
grego plstts, "fé", "fidelidade", "convicção", a fim de expressar o aspecto
moral, em vez de empregar alétheia, "verdau Je " .
Nas páginas do Novo
Testamento, alétheia retém a ênfase moral e personalista que o termo
paralelo hebraico tem no Antigo Testamento, embora a noção de fidelidade,
com mais frequência, seja transmitida através da palavra grega pistis.
Etimologicamente, alétheia sugere que alguma coisa tenha sido descoberta,
revelada, segundo a sua verdadeira natureza, dando a ideia daquilo que é
real e genuíno, em contraposição com o que é imaginário ou espúrio, ou,
então, daquilo que é veraz, em contraposição com o que é falso. Assim, lemos
a respeito do "verdadeiro DEUS" e da "verdadeira vinha", tal como o Credo
Niceno fala sobre "o vero DEUS do vero DEUS". O adjetivo grego, a léthinos.
aparece em contextos assim, ao passo que alethés é palavra empregada como um
predicado (ver Mal. 22:16; João 3:33, etc.). A julgar pelo uso que esses
dois adjetivos têm no Novo Testamento, não se pode averiguar qualquer
diferença essencial no significado fundamental desses dois termos, Porém, as
referências neotestarnentárias a declarações verazes tornam evidente que o
conceito de verdade cognitiva deriva-se das noções de franqueza ou caráter
fidedigno (ver, por exemplo, Mar. 5:33; 12:32; João 8:44-46; Rom. 1:25 e
Efé. 4:25).
O conceito cognitivo é
mais explícito no Novo Testamento do que no Antigo Testamento. A verdade
está ligada não somente à fidelidade e à justiça, mas também ao conhecimento
e à revelação. A
maneira de pensar dos escritores sagrados era mais diretamente moldada pelos
conceitos veterotestamentários e acima de tudo, pela crença de que o
verdadeiro DEUS, o DEUS alethinôs, não vive oculto, mas antes, age e fala
com uma franqueza totalmente digna de confiança (alethés).
A VERDADE QUE CONHECEMOS
1. Sabemos bem pouco,
mas aquilo que sabemos é imensamente importante.
2. Em contraste com o
conhecimento de um historiador, que depende de pesquisas do passado
distante, e isso contando com meios inadequados, a busca pela verdade
religiosa depende da revelação. A revelação depende do interesse de DEUS
pelo mundo, e é evidência do mesmo.
3. A verdade é
comprovada nas vidas daqueles que são transformados segundo a imagem de
CRISTO. Poder é necessário para que isso se concretize, e o que é bom traz
consigo suas próprias evidências.
A sabedoria não é
finalmente testada nas escolas, A sabedoria não pode
passar de quem a tem para quem não a tem, A sabedoria da alma não
é suscetível de prova, é sua própria prova.
(Walt Whitman, Canção da
Estrada Aberta).
Conforme disse
Aristóteles (Retórica 11.13), a verdade é que os homens se vão tornando
menos e menos dogmáticos, à proporção que envelhecem, reconhecendo cada vez
mais a vastidão da verdade, e isso certamente é o caso da verdade de CRISTO,
pois é infinitamente ampla e não pode ser contida por qualquer credo ou
denominação religiosa, porquanto é impossível alguém cercar DEUS com uma
sebe.
Contra a Arrogância
a. A fé não consiste em
não crer em algo que não é a verdade. Um dogma pode servir de obstáculo para
a verdade.
b. Nenhuma denominação ou fé isolada pode ser guardiã da verdade
divina. Podemos aprender coisas de outros, e as janelas deveriam ser
mantidas abertas, para permitir que a luz entre, para que possa haver
crescimento.
Da preguiça que aceita
meias verdades, Da arrogância que pensa
conhecer toda a verdade. Ó Senhor, livra-nos. (Arthur Ford)
O próprio Paulo exibiu
grande confiança: "Sei em quem tenho crido", e, no entanto, aludiu a si
mesmo como mero principiante na inquirição pela verdade espiritual. (Ver II
Tim. 1:12, em comparação com Fil. 3: 10-14. Quanto a JESUS como a
personificação da "verdade", ver João 14:6).
Descrições e Elementos
da Verdade
DEUS é o DEUS da verdade
(Deu. 32:4; Sal. 31 :5).
CRISTO é a verdade (João
14:6 com João 7:18).
CRISTO estava repleto de
verdade (João 1: 14).
CRISTO falou a verdade
(João 8:45).
O ESPÍRITO SANTO é o
ESPÍRITO da verdade (João 14: 17).
O ESPÍRITO SANTO nos
guia a toda verdade (João 16: 13).
A Palavra de DEUS é a
verdade (Dan. 10:21; João 17: 17).
DEUS encara a verdade
favoravelmente (Jer. 5:3).
Os juízos divinos são
segundo a verdade (Sal. 96:13; Rom.12).
Os santos deveriam:
Adorar a DEUS na verdade
(João 4:24 com SaI.145:18).
Servir a DEUS na verdade
(Jos. 24: 14; 1 Sam. 12:24).
Andar diante de DEUS na
verdade (I Reis 2:4; 11 Reis 20:3).
Observar as festividades
religiosas na verdade (I Cor.5:8)
Estimar a verdade como
preciosíssima (Pro. 23:23).
Regozijar-se na verdade
(I Cor. 13:6).
Falar a verdade uns com
os outros (Zac. 8:16; Efé. 4:25).
Meditar sobre a verdade
(Fil. 4:8).
Escrever a verdade sobre
as tábuas do coração (Pro.3:3).
DEUS deseja a verdade no
coração (Sal. 51:6).
O Fruto do ESPÍRITO se
verifica na verdade (Efé. 5:9).
Os ministros deveriam:
Falar a verdade (lI Cor.
12:6; Gál. 4: 16).
Ensinar a verdade (1
Tim. 2:7).
Ser aprovados pela
verdade (11 Cor. 4:2; 6:7,8; 7: 14).
Os magistrados deveriam
ser homens caracterizados pela verdade (Êxo. 18:21).
Os reis são preservados
pela verdade (Pro. 20:28).
Os que dizem a verdade:
Exibem a retidão (Pro.
12: 17).
Serão firmados (Pro.
12:19).
São deleitáveis para
DEUS (Pro. 12:22).
Os ímpios:
São destituídos da
verdade (Osé. 4: 1).
Não dizem a verdade
(Jer. 9:5).
Não sustentam a verdade
(Isa. 59:14,15).
Não pleiteiam pela
verdade (Isa. 59:4).
Não são corajosos em
defesa da verdade (Jer. 9:3).
Serão punidos por não
terem a verdade (ler. 9:5,9; Osé, 4: 1).
O evangelho, como a
verdade:
Veio por meio de CRISTO
(João 1:17).
CRISTO dá testemunho da
verdade (João 18:37).
Ela se acha em CRISTO
(Rom. 9: 1; 1Tim. 2:7).
João deu testemunho da
verdade (João 5:33).
Ela é segundo a piedade
(Tito 1:1).
Ela é santificadora
(João 17: 17,19).
Ela é purificadora (I
Ped. 1:22).
Ela faz parte da
armadura cristã (Efé. 6:14).
Ela é revelada
abundantemente aos santos (Jer. 33:6).
Ela permanece com os
santos (11 João 2).
Ela deveria ser
reconhecida (11 Tim. 2:25).
Ela deveria ser crida
(11 Tes. 1:12, 13; 1 Tim. 4:3).
Ela deveria ser
obedecida (Rom. 2:8; Gál. 3: 1).
Ela deveria ser amada
(11 Tes. 2: la).
Ela deveria ser
corretamente manuseada (11 Tim. 2: 15).
Os ímpios se afastam da
verdade (11 Tim. 4:4).
Os ímpios resistem à
verdade (11 Tim. 3:8).
Os ímpios estão
destituídos da verdade (I Tim. 6:5).
A igreja é a coluna e o
baluarte da verdade (1 Tim. 3: 15).
O diabo é despido de
verdade (João 8:44).
TRÊS CONCEITOS DE
VERDADE NA BÍBLIA
O uso que a Bíblia faz
da palavra verdade, sugere três conceitos relacionados entre si, a saber:
1.
a verdade moral;
2. a verdade ontológica; e
3. a verdade cognitiva.
Naturalmente, os conceitos 2 e 3 dependem, logicamente, do conceito 1; e o
conceito 3 depende, logicamente, dos conceitos 1 e 2. Em cada um desses
casos, entretanto, a base da verdade se encontra em DEUS, que é a fonte
originária e o padrão de 1, a retidão; 2, o ser; e 3, o conhecimento.
1. A Verdade Moral.
A
verdade é um dos atributos de DEUS. Como tal, esse vocábulo se refere à
integridade, ao caráter digno de confiança e à fidelidade de DEUS. Um poeta
hebreu celebra esse atributo em Salmos 89, e o profeta Oséias o faz em Osé.
2:19-23. Em ambos os casos, a verdade divina é combinada com a misericórdia
e o amor de DEUS. De acordo com Deuteronômio 32:4, Salmos 100:5 e 146:6, a
fidelidade de DEUS é revelada por meio da criação; e, no livro de
Apocalipse, esse é o atributo de DEUS sobre o qual repousa a expectação de
juízo (ver Apo. 3:7,14; 6:10; 15:3,4; 19:11 e 21:5).
Visto que o caráter
divino deve ser imitado pelos homens, a verdade também deveria ser uma
qualidade, virtude ou atributo humano. Por esse prisma, a verdade importa em
honestidade (Sal. 15:2; Efé. 4:25) e justiça civil (Isa. 59:4,14,15). Dizer
a verdade, portanto, para o homem constitui uma obrigação, de tal maneira
que a veracidade (verdade cognitiva) seja uma das características do homem
em quem se pode confiar (verdade moral).
Entretanto, espera-se de
cada indivíduo que se mostre íntegro diante de DEUS e de seus semelhantes
(Êxo. 18:21; Jos. 24:14). Nesse sentido moral, a verdade não é algum mero
verniz superficial, pelo contrário, parte do próprio coração, distinguindo o
caráter inteiro do homem interior (I Sam, 12:24; Sal. 15:2; 51:6).
2. A Verdade Ontológica.
Originando-se no conceito de que o indivíduo que é inteiramente digno de
confiança é veraz, temos aquele outro conceito do indivíduo que efetivamente
é aquilo que se propõe a ser. Isso significa que tal individuo não vive uma
ficção, não procura enganar ao próximo, e nem é um homem que dê um exemplo
imperfeito ou negativo. Nesse sentido, "a verdadeira luz" (João 1:9) é a
perfeição que João Batista refletia em parte, em sua pessoa; "o verdadeiro
pão" (João 6:32) faz contraste com o imperfeito maná de Moisés; e "os
verdadeiros adoradores" (João 4:23) fazem contraste com aqueles que adoravam
por mera antecipação, aguardando por quem não conheciam o Messias. Os
crentes tessalonicenses abandonaram seus ídolos a fim de servirem ao
verdadeiro DEUS (1Tes. 1:9).
E nesse sentido que
falamos sobre "um verdadeiro homem", "um verdadeiro erudito" ou "um
verdadeiro filho", dando a entender alguém que é fiel a algum ideal, que
representa perfeitamente algum padrão de virtude. A teoria grega dos
universais via, em todos os particulares, uma participação, em algum grau,
nas formas ideais dos universais.
Pensadores cristãos como
Agostinho, Anselmo e Tomás de Aquino equipararam essas formas com as ideias
e os decretos divinos (verdades eternas), tendo atribuído uma "verdade
ontológica" aos objetos naturais que dão corpo a essas idéias e decretos.
Entretanto, essa noção não se originou dos ensinamentos bíblicos, mas pela
combinação das teorias gregas sobre a forma com o conceito bíblico de um
Criador que faz todas as coisas em consonância com a sua perfeita vontade.
3. A Verdade Cognitiva.
Um outro fator resultante da verdade moral é que o individuo veraz diz a
verdade e não a mentira ou falsidade. Em DEUS, a verdade origina-se na sua
onisciência, de tal modo que o atributo da verdade se refere, pelo menos em
parte, ao seu perfeito conhecimento de todas as coisas (1ó 28:20-26; 38:39).
Visto que DEUS é o Criador, tudo quanto sabemos depende, em última análise,
do Senhor. Toda verdade é uma verdade divina. Nossas habilidades cognitivas
são uma criação de DEUS, e o caráter inteligível da natureza confirma a
sabedoria de DEUS. Por conseguinte, o conhecimento de DEUS é um conhecimento
arquétipo, do qual o nosso conhecimento é parcial, uma imitação. Aquilo que
declaramos verdadeiro, só o é à proporção que concorda com a verdade, que só
se manifesta perfeitamente na pessoa de DEUS. Isso posto, a verdade
terrestre é contingente, dependente, limitada, provisória. É por um motivo
assim que o apóstolo dos gentios explicou que"... agora vemos como em
espelho, obscuramente...", e que somente na presença imediata de DEUS,
quando estivermos na glória, é que " ...veremos face a face ...". Sim, ainda
no dizer do apóstolo, agora conhecemos apenas parcialmente; no céu
conheceremos tal e qual somos conhecidos. Em contraste com o nosso
conhecimento refletido, a verdade arquétipo é ilimitada, imutável e
absoluta. No caso do homem, a verdade permanece em formação constante; mas,
no caso de DEUS, a verdade já é perfeita, completa.
Isso é expresso através
do conceito do Logos, nos escritos de João, bem como na discussão, na
epístola aos Colossenses, sobre o fato de estarem ocultos, em CRISTO,
" ... todos os tesouros
da sabedoria e do conhecimento..." (Col. 2:3). O CRISTO, por intermédio de
Quem todas as coisas foram criadas, e que agora sustenta a tudo em
existência, é aquele que empresta, à natureza e à história,
inteligibilidade, boa ordem e propósito. Conhecer a CRISTO é conhecer a
fonte onisciente de toda a verdade, de todo o conhecimento, não a fim de que
possamos saber de tudo quanto ele sabe, mas a fim de podermos compreender
como são possíveis todo o conhecimento e toda a sabedoria. CRISTO é aquele
que garante o caráter fidedigno de qualquer verdade que podemos obter.
Apesar de ser evidente,
no Novo Testamento, o conceito cognitivo da verdade (ver, por exemplo, Mar.
5:33; 12:32; Rom. 1:25), é particularmente aplicado ali à mensagem anunciada
por CRISTO e seus apóstolos (João 5:33; 8:31-47; Rom. 2:8; Gál, 2:5; 5:7;
Efé. 1:13; I Tim. 3: 15; I João 2:21-27). Um mensageiro cristão fiel fala a
verdade que procede de DEUS; e, correspondendo a essa verdade de DEUS, o
crente confia em DEUS, de quem procede essa verdade. A fé, pois, consiste
tanto no assentimento da verdade como na dependência ao que DEUS declara.
Por isso é que se lê que uma pessoa "pratica a verdade", quando dá o seu
assentimento à mensagem do evangelho e confia em CRISTO, em vista de sua
"verdade moral" ou fidelidade (ver I João 1:6-8; 2:4; 3:18,19).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos.
pag. 593-595.
I - A RELAÇÃO ENTRE OS POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
1. Os pobres na Igreja do primeiro século.
Gl 2.10 Muito esforço
seria necessário para promover a unidade no nível das raízes entre os
cristãos de origem judaica e os gentios. Os apóstolos perceberam que uma
maneira imediata e prática de transpor esta possível brecha seria
lembrarem-se de ajudar aos pobres. Paulo assegurou que pretendia fazer isto
com diligência. Ele nunca se esqueceu desta ideia. Ele continuava ansioso
por ajudar os crentes pobres de Jerusalém. Nas suas viagens missionárias
(especialmente na terceira), Paulo arrecadou fundos para ajudar os crentes
de origem judaica que eram pobres e que viviam em Jerusalém (veja At 24.17;
Rm 15.25-28; 1 Co 16.1-4; 2 Co 8-9).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 268-269.
O compromisso de Paulo
(Gl 2.10)
O apóstolo Paulo passa
das considerações teológicas acerca do conteúdo e da defesa do evangelho
para os aspectos práticos — o auxílio aos pobres. Doutrina e prática andam
juntas. A teologia cristã precisa desembocar na prática do amor cristão. A
salvação é só pela fé, independentemente das obras, mas a fé salvadora não
vem só, ela produz obras. A fé sem obras é morta. A fé opera pelo amor. A fé
é a fonte; as obras, o fluxo que corre dessa fonte. A fé é a raiz; as obras,
os frutos. A fé a causa; as obras, a consequência. Não somos salvos pelas
obras, mas para as obras. O mesmo evangelho que liberta do pecado, também
assiste os necessitados.
Duas verdades são aqui
destacadas.
Em primeiro lugar, não
há conflito entre fé e obras.
“Recomendando-nos
somente que nos lembrássemos dos pobres...” (2.10). O evangelho da graça é
integral. Ele provê salvação para a alma e redenção para o corpo. É
transcendental e ao mesmo tempo assistencial. Não existe conflito entre
evangelização e ação social. Fé e obras não se excluem; completam-se. Quando
o coração está aberto para DEUS, está também franqueado para o próximo. A
conversão do coração passa também pela generosidade do bolso. Quem ama a
DEUS também serve ao próximo. Quem adora a DEUS também socorre o
necessitado.
Em segundo lugar, não há
conflito entre evangelização e ação social. “... o que também me esforcei
por fazer” (2.10b). Não há conflito entre a pregação do evangelho e o
cuidado dos pobres. Paulo foi um homem que se afadigou na Palavra. Ele se
gastou pelo evangelho. Pregou com senso de urgência e também com lágrimas.
Ao mesmo tempo, porém, esforçou-se para socorrer os pobres. Foi a Jerusalém
duas vezes com o propósito de levar ofertas aos necessitados (At 11.29,30;
21.17). Compromisso assumido, compromisso cumprido. A pobreza dos crentes da
Judeia despertou a simpatia das igrejas gentias (Rm 15.25-27; I Co 16.1-4;
2Co 8—9). Evangelização sem ação social gera um pietismo alienado; ação
social sem evangelização produz um assistencialismo humanista. Ao longo dos
séculos o evangelho de CRISTO tem sido o vetor inspirador para as maiores
obras sociais do mundo, criando hospitais, escolas, asilos e dezenas de
instituições que cuidam do ser humano de forma integral. Concluímos esta
exposição com a perspectiva de William Hendriksen. Ele diz que ajudar os
pobres é requerido na lei de DEUS (Êx 23.10,11; 30.15; Lv 19.10; Dt
15-7-11), na exortação dos profetas (Jr 22.16; Dn 4.27; Am 2.6,7) e no
ensino de JESUS (Mt 7.12; Lc 6.36,38; Jo 13.29). É fruto da gratidão do
crente pelos benefícios recebidos. Aqueles que recebem misericórdia
tornam-se misericordiosos. Paulo diz que aqueles que recebem benefícios
espirituais devem retribuir com benefícios materiais (Rm 15.26,27). JESUS é
o maior exemplo de generosidade (2Co 8.9). O homem generoso receberá grande
recompensa (Mt 25.31-40).
LOPES, Hernandes
Dias. GÁLATAS A carta da liberdade cristã. Editora Hagnos. pag. 90-92.
Gl 2.10 De conformidade
com a doutrina farisaica, as três grandes colunas sobre as quais se apoia o
mundo espiritual, seriam as esmolas, o serviço no templo e o estudo da
Torah. As condições econômicas da época, em muitas comunidades judaicas, mas
sobretudo em Jerusalém, tornavam a prática das esmolas extremamente
importante. Jerusalém parece ter
sido sempre uma parasita econômica, dependente das rendas do templo, que
vinham de outras regiões de Israel e até mesmo de países estrangeiros.
Com base nos fundos dos tesouros do templo de Jerusalém e das milhares de
sinagogas é que eram sustentadas as viúvas e outros pobres, sendo dali
também tirados fundos para ajudar aos desempregados. Ao mesmo tempo,
entretanto, líderes gananciosos se enriqueciam mediante o uso pessoal dos
fundos destinados à comunidade. Estêvão selou a sua condenação ao indicar,
em seu sermão, que o templo de Jerusalém estava obsoleto, e não era mais
essencial para a verdadeira adoração. Ao menos por razões financeiras,
discursos dessa natureza não poderiam mesmo ser tolerados entre os judeus
antigos. (Ver Atos 7:49 e ss.).
Falando sobre dinheiro,
ninguém deseja contribuir, hoje em dia, para a manutenção do ministério e
para a ereção de escolas. Mas quando se trata do estabelecimento da
idolatria e da adoração falsa, nenhum custo é poupado. A verdadeira religião
sempre padecerá da falta de fundos suficientes, ao passo que as religiões
falsas são sustentadas pelas riquezas materiais». (Martinho Lutero, in
loc.).
«...dos pobres...» Estes
deveriam ser relembrados e servidos. Provavelmente apelaram a Paulo, para
que os ajudasse, e a coleta foi feita, pelo menos em parte, como resposta a
esse apelo. Naturalmente que isso não foi apresentado como «condição» para a
aceitação de Paulo por parte dos demais apóstolos; antes, foi a única coisa
que veio a ser solicitada dele, no tocante a quaisquer sugestões adicionais
que os apóstolos tinham a respeito dos labores de Paulo. Os «pobres», em
geral, devem ser incluídos nessa ideia, ainda que parece ter havido uma
preocupação especial como os pobres de Jerusalém e das cercanias.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 4. pag. 454.
2. Os ricos na Igreja Antiga.
A pobreza e a riqueza na
vida do cristão
A não ser em casos
específicos em que a condição espiritual da pessoa a leva a comportamentos
que acabam afetando negativamente a sua vida financeira, ou em casos também
muito específicos em que o juízo de DEUS sobre alguém, afeta a sua vida
financeira, ser pobre ou rico materialmente não tem nada a ver com a
condição espiritual. Há ímpios pobres e há ímpios muito ricos, assim como há
servos de DEUS ricos e pobres, servos de DEUS ricos que empobreceram e
servos de DEUS pobres que enriqueceram. Por exemplo: Abraão foi rico; Isaque
também foi rico; Jacó nasceu em uma família rica, depois foi ganhar a vida
como empregado de seu tio Labão até que DEUS o fez enriquecer sem precisar
da ajuda de seus pais; o rico Jó era um homem justo e reto diante de DEUS,
mas se tornou pobre e depois voltou a ser rico; Jeremias era pobre,
permaneceu assim e morreu assim; os profetas Sofonias e Isaías foram
aristocratas palacianos, mas o profeta Amós foi um simples camponês; o pobre
Lázaro da história contada por JESUS em Lucas 16, e que morreu pobre e na
miséria, era um homem justo; a Bíblia diz que um profeta que realmente
“temia ao Senhor” e auxiliava no ministério do profeta Eliseu morreu pobre e
endividado (1 Rs 4.1), mas sua esposa acabou prosperando após um milagre de
DEUS (1 Rs 4.7); etc.
O que a Bíblia
classifica como mal não é a riqueza, mas o amor às riquezas, a confiança
depositada nelas. Isso está mais do que claro em várias passagens das
Escrituras. A Bíblia nos diz que, no que tange a bens materiais, passamos a
ser ímpios quando:
1) Passamos a amar as
riquezas, o que é o princípio do fim, porque “o amor ao dinheiro é a raiz de
toda espécie de males” (l Tm 6.10).
2) A riqueza passa a ser
senhora de nossas vidas e não nossa serva: “Náo podeis servir a DEUS e a
Mamom” (Mt 6.24).
3) Tornamo-nos
avarentos, isto é, apegados demasiadamente, e de forma repugnante, ao
dinheiro (Lc 12.15a).
4) Passamos a medir a
qualidade da nossa vida pela abundância do que possuímos (Lc 12.15b).
5) Passamos a colocar a
nossa prioridade nas riquezas (Mt 6.19-21).
6) Passamos a colocar a
nossa esperança nas riquezas (l Tm 6.17b).
7) Tornamo-nos altivos,
soberbos e arrogantes por causa das riquezas (l Tm 6.17a).
8) Praticamos a usura
(SI 15.5).
9) Somos possuídos pela
cobiça (l Tm 6.10), as riquezas se tornam uma obsessão em nossa vida (l Tm
6.9).
10) Nossos bens são
“bens mal adquiridos”, ou seja, conquistados desonestamente, seja
ilegalmente (Hc 2.9) ou não (Pv 28.20), pois nem sempre o que é legal é
moral. O pagamento de salários injustos é um desses casos, inclusive
mencionado pelo apóstolo Tiago (Tg 5.4).
Como vemos, no que diz
respeito às riquezas, o pecado está em mantermos uma relação imoral com
elas. Bons exemplos de homens de DEUS ricos são Jó e Abraão (Gn 13.2; Jó
1.3; 42.10,12). Eles enriqueceram dentro do sistema econômico
de suas épocas e não eram avarentos. Eles eram generosos, desapegados às
suas riquezas e colocavam seus bens a serviço da obra de DEUS, ajudando o
próximo (leia com atenção Jó 31.14-41). O próprio apóstolo Tiago cita Abraão
como grande exemplo de verdadeira piedade, de fé com obras (Tg 2.21-23).
JESUS criticou a avareza, o amor ao dinheiro, e não o desejo simples (que
não deve ser confundido com desejo obsessivo) de prosperar financeiramente
(Mt 6.19-21,24). JESUS não pregou a pobreza como uma virtude. Ser rico e ser
pobre não têm nada a ver com caráter ou qualidade de vida espiritual.
Quando JESUS citou a
metáfora do camelo no fundo da agulha, estava falando não da impossibilidade
de um rico entrar no Reino de DEUS, mas da dificuldade (Mt 19.23,24), porque
o ser humano tendente a valorizar o material mais do que o espiritual. JESUS
não estava ensinando, e nunca ensinou, que, para nos mantermos firmes
espiritualmente, devemos ser avessos a qualquer tipo de desejo de prosperar
financeiramente. Tanto é que JESUS conclui sua ilustração dizendo que DEUS
salvará, sim, ricos (Mt 19.26). A metáfora é só um alerta para não se apegar
às riquezas, o que JESUS já havia feito em seu Sermão da Montanha (Mt 6.24).
Na mesma linha do Mestre, o apóstolo Paulo não dá recomendações aos cristãos
ricos para que deixem de ser ricos, mas para que sejam bênção como ricos (l
Tm 6.17-19), e assevera que o dinheiro não é a raiz de todos os males, mas,
sim, “o amor ao dinheiro” (l Tm 6.10).
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 49-51.
Lc 18.24,25 Com o
discipulado lhe tendo sido oferecido, o homem decidiu voltar às suas posses.
JESUS tristemente mostrou aos seus discípulos que muito dificilmente
entrarão no Reino de DEUS os que têm riquezas. Isto era contrário à
sabedoria convencional. Muitos judeus acreditavam que a riqueza era um sinal
da bênção de DEUS sobre o povo. Aqui, JESUS explicou que as riquezas
frequentemente podem provar ser um obstáculo. As pessoas ricas
frequentemente não sentem a profunda necessidade espiritual de procurar e
encontrar a DEUS. Elas podem usar o seu dinheiro para obter posses, viagens
e pessoas que lhes servem, para que não sintam nenhuma necessidade em suas
vidas. Com todas as suas vantagens e influência, os ricos com frequência
acham difícil ter a atitude da humildade, da submissão, e de serviço exigida
por JESUS. Como o dinheiro representa poder e sucesso, os ricos
frequentemente deixam de perceber o fato de que o poder e o sucesso na terra
não podem trazer a salvação eterna. Mesmo que usem o seu dinheiro para
ajudar causas boas e nobres, ainda assim podem perder a oportunidade de
fazer parte do reino de DEUS.
JESUS usou um conhecido
provérbio judaico para descrever a dificuldade enfrentada pelos ricos; ele
disse: “é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar
um rico no Reino de DEUS”. A palavra grega se refere a uma agulha de
costura. O camelo, o maior animal da Palestina, poderia passar pelo furo de
uma agulha de costura mais facilmente do que uma pessoa rica poderia entrar
no reino de DEUS. Estas realmente são palavras preocupantes para aqueles
cujos bens e dinheiro são extremamente importantes.
18.26,27 Como o povo
judeu via as riquezas como um sinal de bênçãos especiais de DEUS, as pessoas
ficaram atônitas quando JESUS disse que na verdade as riquezas impediam que
as pessoas se encontrassem com DEUS. Então, perguntaram: “Logo, quem pode
salvar-se?” JESUS respondeu que as coisas que são impossíveis aos homens são
possíveis a DEUS. As pessoas não podem salvar a si mesmas, não importa
quanto poder, autoridade ou influência possam comprar. A salvação vem
somente de DEUS. Tanto os ricos quanto os pobres podem ser salvos, e as
coisas humanamente impossíveis são divinamente possíveis. Os ricos devem
deixar de se apegar às suas riquezas, lembrando-se de que todos os centavos
vêm de DEUS. E devem usar voluntariamente o que DEUS lhes deu para ajudar no
avanço do seu Reino. Isto não é fácil para ninguém, seja rico ou pobre. O
dinheiro pode ser um obstáculo imenso, mas DEUS pode modificar todas as
pessoas.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 437.
Lc 18.25-26. Esse
acontecimento levou JESUS a fornecer aos seus um ensinamento sobre o perigo
da riqueza. Um rico dificilmente entra no reino de DEUS, porque o coração
pecaminoso se apega demais à propriedade terrena. A fim de incutir mais
firmemente essa verdade em seus ouvintes, o Senhor acrescenta ao que foi
dito até agora um provérbio: “É mais fácil que um camelo passe pelo fundo de
uma agulha do que um rico entrar no reinado de DEUS.” O ponto de comparação
desse provérbio é o humanamente impossível. Com certeza não é condizente
imaginar aqui a pequena entrada no muro de Jerusalém pela qual um camelo
carregado passava apenas com dificuldade.
A declaração do Senhor
ensinou os ouvintes a lançar um olhar sincero para seu próprio coração.
Consternados eles perguntam quem, então, poderá ser salvo? A pergunta não é
“que pessoa rica pode tornar-se bem-aventurada?”, como consta no título do
livrinho de Clemente de Alexandria, mas: “que pessoa realmente pode
tornar-se bem-aventurada?”
Não obstante, tornar-se
bem-aventurado, ser salvo, algo impossível a partir do ser humano, pode ser
viabilizado por DEUS. Nenhuma pessoa é capaz de transformar seu coração por
força própria, para não se apegar mais às coisas terrenas. A onipotência da
graça de DEUS, porém, consegue renovar o coração, para que abra mão de tudo
o que é terreno por causa do reino de DEUS, para que busque, ao invés de
bens terrenos, o tesouro celestial.
Fritz Rienecker.
Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
Lc 18.25-26. O Senhor quer dizer que é impossível que um rico
faça ou encontre por suas próprias forças um caminho para o reino de DEUS.
Quão poderosa é a resistência que a riqueza exerce no coração do homem
natural! Ele é violentamente retido por seu fascinante charme e é assim
impedido de cultivar uma atitude de coração e mente necessária para entrar
no reino de DEUS. Veja Lucas 16.13; cf. 1 Timóteo 6.10. É preciso observar
que JESUS fala deliberadamente em termos absolutos. Há pouco usamos a
expressão por suas próprias forças. Embora diante do versículo 27 não se faz
necessário retrair esse qualificativo, deve-se advertir que aqui no
versículo 25 JESUS não qualifica assim sua afirmação.
Ele fala em termos
absolutos a fim de gravar ainda mais claramente na mente dos discípulos que
a salvação, do princípio ao fim, não é uma “realização” humana. Quanto ao
fato de que “o extremo do homem é a oportunidade de DEUS”, fica reservado
para mais adiante.
A surpreendente
observação de JESUS teve o efeito desejado. Abalou tanto os que o ouviam,
que exclamaram: “Então, quem pode ser salvo?” Provavelmente arrazoaram deste
modo: o que JESUS diz com respeito aos ricos vale para todos, porque, embora
nem todos sejam ricos, contudo os pobres aspiram a ser ricos. Em relação a
isso, note também que o rico havia inquirido sobre herdar a vida eterna (v.
18). JESUS havia respondido em termos de entrar no reino de DEUS (v. 25). E
os ouvintes - em sua maioria discípulos, provavelmente (veja vs. 15, 28) -
haviam interpretado a resposta de seu Senhor como uma indicação de que
ninguém poderia ser salvo (v. 26). Portanto, é evidente que as três
designações são sinônimas; todas descrevem a mesma bênção, porém cada uma
focaliza um ponto de vista diferente.
HENDRIKSEN. William.
Comentário do Novo Testamento. Lucas. Vol 2. Editora Cultura Cristã. pag.
401-402.
Tg 1.11 Tiago descreveu
um acontecimento comum no Oriente Médio. A manhã é frequentemente recebida
por flores coloridas do deserto, que se abrem após o frio da noite. A sua
morte é repentina com o ardor do sol. Este murchar e morrer, no caso das
pessoas ricas, é tão repentino quanto a morte das flores silvestres. A morte
sempre se intromete. A vida é incerta. O desastre é possível a qualquer
momento.
O pobre deve ficar feliz
porque as riquezas não significam nada para DEUS; caso contrário, as pessoas
pobres seriam consideradas sem valor. O rico deve ficar feliz porque a
prosperidade não significa nada para DEUS, porque a prosperidade é
facilmente perdida. Nós encontramos a verdadeira riqueza quando
desenvolvemos a nossa vida espiritual, e não os bens materiais. Tiago inicia
a sua carta certificando-se de que os crentes, tanto os pobres como os
ricos, se vejam sob a mesma luz diante de DEUS (veja Gl 3.28; Cl 3.11).
Tiago convoca os seus
leitores a encontrarem esperança nas promessas eternas de DEUS.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 665.
Tg 1.11 Essa metáfora é
acolhida por Tiago para explicitar a transitoriedade daquilo que torna
alguém rico: “O sol se levanta com seu ardente calor, e faz secar o capim,
sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto. Assim também
definhará o rico em seus caminhos”: na hora da morte os bens ficam para trás
(Lc 12.20s). Com frequência eles já se desfazem antes em crises econômicas,
especulações equivocadas, guerras com suas consequências, ou por causa da
desonestidade de pessoas. A pessoa rica não se livra das preocupações. Boas
posições podem-nos ser tiradas rapidamente pela idade, enfermidade, mudança
da conjuntura, golpes políticos. A beleza pode murchar depressa, acuidade
intelectual pode se perder em acidentes ou doenças. Nada é mais seguro para
nós do que isto: “Assim também definhará o rico em seus caminhos.”
Isso, pois, é visto por
Tiago como motivo para alegrar-se. O rico deve “gloriar-se” de sua
insignificância (v. 10), ou seja, deve gostar de lembrar e falar disso. Como
isso deve ser entendido e realizado na prática? “Têm como se não tivessem”
(1Co 7.29-31). Não prendem a tudo isso o coração (Mt 6.19-24). Com o que
possuem são administradores de DEUS. São bens que lhes foram confiados (cf.
Mt 25.14ss). Levam a sério sua administração e têm o propósito de ser fiéis.
Alegram-se quando os recebem, e
estão dispostos a devolvê-los novamente (Jó 1.21b). Por isso estão isentos
das inquietas e medrosas preocupações que com freqüência atormentam tanto os
ricos neste mundo. Não estão agarrados à propriedade. Algo diferente
deixa-os alegres e confiantes na vida e na morte, no tempo e na eternidade:
“Em mim e minha vida não há nenhum valor; por CRISTO é concedida a luz ao
pecador” (Paul Gerhardt [1607-1676 – HPD 160,3]). Isso coloca no mesmo nível
os membros da igreja socialmente diferentes e os posiciona muito perto uns
dos outros. A pobreza não humilha, a riqueza não exalta. – Quando a questão
da riqueza não parece mais tão terrivelmente importante, estão asseguradas
também as premissas para a harmonização social. Ela acontece sem que se faça
grande alarde disso. Pessoas renovadas geram uma realidade nova. Dessa
maneira a riqueza também passa a não ser mais tentação e perigo. Sabe-se que
ela não é nada em comparação com a graça de DEUS, concedida igualmente a
todos. Perante DEUS somos todos mendigos e todos regiamente presenteados.
Nesse contexto
igualmente será bom lembrar que também os dons (em grego charismata) e
serviços (cargos) específicos na igreja não exaltam uma pessoa sobre a
outra. Aliás, isso contrariaria a maneira de JESUS (Mt 18.1-4; 20.25-28). Os
dons espirituais não são pedestal para alçar os detentores nem condecorações
por uma conduta especial, mas meros equipamentos para determinados serviços
(1Co 12.7). Não devemos nos deixar fascinar pelo que conseguimos realizar
por meio do dom de DEUS, mas nos alegrar com o presente imerecido que nos
foi dado pela filiação divina (Lc 10.20). Também nesse caso vale de
forma especial: “Em mim e minha vida não há nenhum valor; por CRISTO é
concedida a luz ao pecador” [Paul Gerhard, HPD 160,3] “Pela graça de DEUS
sou o que sou” (1Co 15.10). Por fim, o dom (1Co 13.8) e a incumbência
somente nos foram atribuídos provisoriamente. No grande dia de nosso Senhor
precisamos contar com uma redistribuição (Lc 19.17).
Fritz Grünzweig.
Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Tg 1:11 - O quadro que
Tiago usa a fim de imprimir essa idéia na mente de seus leitores é o de um
fenômeno dramático, observado na Palestina. As anêmonas e as ciclamens
florescem maravilhosamente pela manhã, mas, à medida que o sol vai subindo e
o dia se torna mais quente, elas vão pendendo, murcham e acabam morrendo. No
final da tarde as flores que havia pouco estavam em pleno viço agora não
mais existem, e não renascerão. É provável que esse quadro tenha sido tirado
de Isaías 40:6-8 (também é empregado em 1 Pedro 1:24), mas o sentido é
singularmente de Tiago. O rico é a flor cuja aparência é tão impressionante.
Contudo, da perspectiva dos céus, a situação desse rico é precária na
verdade. Logo sobrevirá algum problema, alguma doença, e onde estará depois
o rico? Em face da morte, as riquezas são absolutamente insignificantes (cf.
Jó 15:30; Provérbios 2:8; Salmos 73; Mateus 6:19-21). O rico murchará também
enquanto vai andando em seus caminhos. A memória que dos ricos restará não
será eterna, cheia de glória, como imaginavam que fosse, mas dissolver-se-á
no pó, à semelhança de qualquer mortal, e logo seus monumentos e a própria
lembrança deles se desfarão, desaparecendo no esquecimento. Isso era tudo
que o rico teve, visto que, diferentemente do pobre, que havia sido
“levantado” e, dessa maneira, veio a gozar de um lugar eterno junto a DEUS,
o rico recebeu toda sua consolação aqui na terra, pelo que mergulhou para
sempre nas trevas e no esquecimento, cortado bem no meio de seus caminhos.
Nesse momento Tiago
inicia a segunda parte da sua declaração de abertura. Embora verse sobre os
mesmos temas, não é repetitivo, pois cada tema é ampliado. Trata-se aí das
causas interiores do fracasso nas provações e não dos benefícios gerais
advindos da provação. Debate-se a boa dádiva de DEUS em relação ao problema
do diálogo e não em relação à oração e à sabedoria. Agora focaliza-se a
prática da fé (que significa repartir com generosidade), e não o debate da
situação real do rico e do pobre. Todos esses temas acabarão por fundir-se
nos debates de maior monta da conclusão.
Peter H. Davids.
Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 50.
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Lição 4 – Gerados Pela Palavra da Verdade 2 Parte
3. Perante DEUS, pobres e ricos são iguais.
A transitoriedade das
riquezas
Por isso, o apóstolo
Tiago, após mencionar que tanto o rico quanto o pobre cristãos podem se
alegrar em meio às circunstâncias, destaca ainda, no caso do rico, que ele
deve se lembrar de que as riquezas terrenas são passageiras: “...porque ele
[o ser rico] passará como a flor da erva. Porque o sol se levanta com seu
ardente calor, e a erva seca, e a sua flor cai, e desaparece a formosura do
seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos” (Tg 1.10b,
11). Logo, se as riquezas são passageiras, não devemos nos apegar a elas,
não devemos supervalorizá-las.
O rico Salomão lembrava
que como não podemos levar as riquezas conosco para a eternidade (Ec 5.15),
não faz sentido apoiar-se em algo passageiro, fugaz. O rico Jó afirmou o
mesmo. Diante da perda de seus bens e filhos, declarou ele: “Nu saí do
ventre da minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o
tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21). Escrevendo aos crentes em
Corinto, o apóstolo Paulo afirma que, tendo em vista a brevidade da vida
aqui e, em perspectiva, a eternidade, deveríamos “tratar as coisas deste
mundo como se não estivéssemos ocupados com elas, pois este mundo, como está
agora, não vai durar muito” (1 Co 7.31, NTLH). Ou, como aparecem nas versões
ARC e ARA desse mesmo versículo, devemos “usar” as coisas deste mundo em vez
de “abusar” delas ou “utilizar do mundo, como se dele não usássemos”, porque
“a aparência deste mundo passa”. Escrevendo a Timóteo, Paulo assevera ainda:
“Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar
dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes” (l Tm 6.7,8). Nossa vida não se resume a bens. Estes são benesses
agradáveis e importantes, mas não fazem parte da essência da vida.
Mas, além de apegar-se
às riquezas significar a perda do sentido da vida e, consequentemente,
caminha para a perdição eterna, a Bíblia também nos diz que, ainda aqui na
Terra, essa atitude traz muitos males. O apóstolo Paulo ressalta que a
supervalorização dos bens materiais e a cobiça levam o homem a “cair em
tentação e em laço”; a “muitas concupiscências loucas e nocivas, que
submergem os homens na perdição e ruína; a “toda a espécie de males”; a se
“desviarem da fé”; e a “muitas dores”; e que, por isso, aquele que teme a
DEUS “foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
paciência, a mansidão” (l Tm 6.9-11). E Salomão, o homem mais rico de todos
os tempos, já alertava em seu tempo que o apego aos bens materiais provoca
vícios e males tais como o desejo incontrolável de ganhar mais e mais (Ec
5.10), o gasto desenfreado (Ec 5.11), preocupações e noites mal dormidas (Ec
5.12) e a perda desnecessária de bens (Ec 5.13,14). Enfim, alguém pode ser
muito rico, mas, sem JESUS, sem DEUS, ser infeliz.
Outro detalhe é que o
tipo de sentimento que alimentamos em relação aos nossos bens determina o
propósito das nossas ações, o nosso comportamento. Portanto, se alimentamos
um sentimento correto em relação às riquezas, não seremos tão afetados
emocionalmente e muito menos espiritualmente se as perdermos; mas, se
cultivamos um sentimento errado em relação a elas, uma eventual perda
levar-nos-á ao desmoronamento do nosso ser interior, pois nossa alma estava
apoiada em areia movediça.
O sentido e a alegria de
nossas vidas não devem estar fundamentados em bens materiais, mas na solidez
e perfeição dos valores divinos.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 51-53.
Rm 8.14 Os judeus já se
consideravam filhos de DEUS por causa da sua herança, mas Paulo explica que
agora esse termo tem um novo significado. Os verdadeiros filhos de DEUS são
aqueles que são guiados pelo ESPÍRITO de DEUS como ficou provado no seu
estilo de vida. Os crentes não têm apenas o ESPÍRITO (8.9), eles também são
guiados por Ele.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 55.
Rm 8.14 O “...espírito
de adoção...” é outro privilégio daqueles que estão em CRISTO JESUS (w.
14-16).
Todos os que são de
CRISTO são assumidos na relação de filhos de DEUS (v. 14).
Observe:
(1) Sua
característica: Eles são “...guiados pelo ESPÍRITO de DEUS”, como um
estudante, que em sua aprendizagem é guiado por seu professor, como um
viajante, que em sua viagem é orientado por seu guia, como um soldado, que
em combate é dirigido por seu capitão; não são guiados como animais, mas
como criaturas racionais, puxados com as cordas de um homem e os laços do
amor. E característica indubitável de todos os verdadeiros crentes serem
guiados pelo ESPÍRITO de DEUS. Tendo se submetido pela fé à sua orientação,
em sua obediência eles seguem a sua orientação e são docilmente levados a
toda verdade e à total submissão.
(2) Os privilégios que possuem:
Eles
“...são filhos de DEUS”, recebidos no número dos filhos de DEUS por adoção,
reconhecidos e amados por Ele como seus filhos.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 353.
Rm 8.14 Paulo quer que
os seus leitores entendam que esta mortificação dos impulsos do nosso corpo
pelo ESPÍRITO não leva a uma recaída ao legalismo. Porque todos os que são
guiados pelo ESPÍRITO de DEUS, esses são filhos de DEUS. A mortificação não
é a base, mas sim o resultado do nosso relacionamento com DEUS. A presença
do ESPÍRITO nos nossos corações é o resultado de uma mudança nas nossas
relações com DEUS, uma mudança na qual DEUS tomou a iniciativa. Ele enviou o
seu Filho para que os seus filhos rebeldes pudessem se tornar seus filhos
pela adoção. A mortificação, assim, nos mostra que DEUS restabeleceu as
relações filiais. Ela nasce da presença renovada do ESPÍRITO SANTO dentro
dos nossos corações. Consequentemente, não há lugar para o medo ansioso.
William M. Greathouse.
Comentário Bíblico Beacon. Romanos. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 121.
Ef 2.19 - Os gentios não
são mais estrangeiros nem forasteiros. Estas palavras descrevem pessoas que
vivem em um país que não é o seu, sem qualquer dos direitos de cidadania
daquele país. Os gentios eram “estrangeiros” em relação aos judeus, bem como
a qualquer esperança (sem CRISTO) de um relacionamento com DEUS (2.12). Esta
era a sua antiga posição. Por causa de CRISTO, entretanto, os gentios
tornaram-se cidadãos, com todos aqueles que haviam sido chamados para serem
os concidadãos dos Santos. Os judeus e os gentios que depositam a sua fé em
JESUS CRISTO como seu Salvador tornam-se membros da família de DEUS.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 328.
Ef 2.19 - Neste ponto, o
apóstolo volta a falar sobre o estado dos gentios e repete o linguajar do
versículo 12. Por CRISTO, eles não são mais estrangeiros (xenoi) —
“visitantes estrangeiros sem direitos na comunidade” — e forasteiros (paroikoi)
— “residentes estrangeiros com direitos temporários e limitados”. A atual
relação com DEUS na qualidade de redimidos do Senhor não é nem um pouquinho
inferior aos judeus. Paulo se serve de três ilustrações para expressar a
unidade extraordinária que prevalece na comunhão dos crentes judeus e
gentios.
1. “Concidadãos dos
Santos” (19a)
Nesta metáfora, retirada
da vida citadina, o apóstolo garante aos gentios que “os seus nomes estão
inscritos no mesmo rol cívico com todos a quem ‘o Senhor contará quando
somar as pessoas”’. Antigamente, os judeus eram os santos, cidadãos da
cidade de DEUS, e os gentios eram os estrangeiros. A situação não é mais
esta. Os crentes gentios fazem parte do novo Israel (G1 6.16), que é formado
por todos os cristãos. Eles compartilham todos os direitos e privilégios
deste novo povo.
2. “Família de DEUS”
(19b)
Esta segunda metáfora,
retirada da vida familiar, sugere uma relação mais próxima. Agora, os
gentios são “família de DEUS, membros plenos da sua família, na mesma base
que os filhos naturais de Abraão, que entraram na família de DEUS pela
‘mesma fé preciosa’”. A relação com os judeus crentes só pode ser
caracterizada por palavras como “parentes”, “irmãos” e “santos”. De forma
milagrosa e graciosa, os gentios ficaram presos em amor pelos judeus
crentes.
Willard H. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Efésios. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 142-143.
Em primeiro lugar Paulo
fala sobre uma nação (2.19a). “Assim, não sois mais estrangeiros, nem
imigrantes; pelo contrário, sois concidadãos dos santos.” Israel era a nação
escolhida de DEUS, mas eles rejeitaram seu redentor e sofreram as
consequências disso. O reino foi tirado deles e dado a outra nação (Mt
21.43). Essa outra nação é a igreja (I Pe 2.9). No Antigo Testamento, as
nações foram formadas pelos três filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. No livro de
Atos, vemos essas três famílias unidas em CRISTO. Em Atos 8, um descendente
de Cam é salvo, o ministro da fazenda da Etiópia. Em Atos 9, um descendente
de Sem é salvo no caminho de Damasco, Saulo de Tarso, o qual se tornou o
apóstolo Paulo. Em Atos 10, um descendente de Jafé é salvo, Cornélio. O
pecado dividiu a humanidade, mas CRISTO faz dela uma nova nação. Todos os
crentes das diferentes nacionalidades formam a nação santa que é a igreja.
Francis Foulkes diz que em relação ao povo da aliança de DEUS, os gentios
eram xenoi e paraikos, “estrangeiros” e “imigrantes”, isto é, pessoas que,
ainda que vivessem no mesmo país, tinham, contudo, os mais superficiais
direitos de cidadania. Essa era a situação anterior, mas, de agora em
diante, já não o é. Nas palavras do apóstolo, agora são “concidadãos dos
santos”.
Em segundo lugar, Paulo
fala sobre uma família (2.19b). “[...] e membros da família de DEUS.” Pela
fé, entramos para a família de DEUS, e DEUS tornou-se nosso Pai. Essa
família está no céu e também na terra (3.15). Os crentes vivos na terra e os
crentes que dormem em CRISTO no céu; não importa a nacionalidade, somos
todos irmãos, membros da mesma família. Não deve haver mais barreira racial,
cultural, linguística nem econômica. Somos um em CRISTO. Temos o mesmo
ESPÍRITO. Fomos salvos pelo mesmo sangue. Temos o mesmo Pai. Somos herdeiros
da mesma herança. Moraremos juntos no mesmo lar.
LOPES, Hernandes Dias.
EFESIOS Igreja, a noiva gloriosa de CRISTO. Editora Hagnos. pag. 67-68.
II - DEUS SÓ FAZ O BEM (Tg 1.16,17)
1. Não erreis (v.16).
Tg 1.16 O perigo por
trás do aviso de Tiago para que não erremos é a tentação de crer que DEUS
não se importa, ou que não nos ajudará, ou até mesmo que possa estar
trabalhando contra nós. A imagem não é agradável. Se chegarmos a crer que
estamos sozinhos, é porque fomos enganados ou erramos. Se perdermos a
confiança em DEUS, significa que fomos enganados. Se ousarmos acusar a DEUS
de ser o tentador, estaremos terrivelmente enganados.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 667.
Tg 1:16 Não vos
enganeis, meus amados irmãos. Não vos enganeis a respeito do quê? Seria o
parágrafo anterior encerrado por este versículo, e teria relação com alguma
crença segundo a qual a pessoa poderia lançar a culpa sobre DEUS, ou abrigar
a concupiscência, ou o pecado, sem que sobreviessem as más consequências? Ou
será que esse versículo se refere ao engano sobre de onde vêm as provações
(1:13)? Ou será que esse versículo é cabeçalho do parágrafo seguinte,
referindo-se à falha em perceber que DEUS nos dá o bem e nos traz salvação?
Estruturalmente, a terceira opção é a preferível, porquanto o termo que
designa os destinatários da carta, meus amados irmãos normalmente introduz
um novo parágrafo.
Todavia, aqui funciona
como versículo-dobradiça: ser enganado quanto a um daqueles itens é o mesmo
que ser enganado em todos, visto que o parágrafo seguinte é apenas a negação
do parágrafo anterior. Se alguém lançar a culpa em DEUS quanto a uma
tentação, essa pessoa está imergindo no pecado e negando a bondade de DEUS.
Tiago acredita que seus leitores são crentes verdadeiros (irmãos), mas teme
que se desviem da fé, o que fica implícito na exortação não vos enganeis;
ele tem medo de que esses crentes possam cair no erro da dúvida quanto à
bondade de DEUS, o que poderia ser fatal à fé.
Peter H. Davids.
Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 54.
Tg 1.16 Em síntese
cumpre dizer: não podemos empurrar a culpa para DEUS e, dessa forma,
justificar a nós mesmos: “Não vos enganeis, meus amados irmãos”, declara
Tiago. Isso quer dizer: não tirem conclusões falsas por meio de uma lógica
aparente (consciente ou inconsciente). O ser humano que tenta se afirmar
contra DEUS empenha de múltiplas maneiras sua capacidade mental para
justificar essa atitude errada.
Fritz Grünzweig.
Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
Tg 1.16. Este versículo
atua como uma transição entre os versículos 12-15 e 17-18. Atribuir a DEUS o intento
maligno de tentar as pessoas é um assunto sério. Tiago quer ter certeza de
que seus leitores não se “enganarão” nesta questão. Longe de atrair para o
pecado, DEUS é a fonte de todas as boas dádivas (v. 17), dentre as quais a
maior é o novo nascimento (v. 18).
Simom J. Kistemaker.
Comentário do Novo Testamento Tiago e Epistola de João. Editora Cultura
Cristã. pag. 74.
2. Todo dom e boa dádiva vêm de DEUS.
DEUS: a fonte de todo
bem verdadeiro
Por falar em bens, no
versículo 17 do capítulo primeiro, o apóstolo Tiago afirma que a origem de
todo bem está em DEUS. Ele declara expressamente que o Pai celestial é a
fonte de todo bem verdadeiro: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação” (v. 17). E mais: ao se referir a DEUS como o “Pai das luzes”,
Tiago está enfatizando que nEle não há dúvida de que muitas das
crises espirituais que muitos cristãos têm vivenciado nos dias de hoje está
relacionada à sua má compreensão de DEUS.
Como pai das luzes”,
Tiago está enfatizando que nEle não há trevas, isto é, não há fingimento,
falsidade, maldade, mentira, erro, imperfeição. E Ele não muda: nEle, “não
há mudança, nem sombra de variação”. Como o próprio DEUS afirma através da
instrumentalidade do profeta Malaquias: “Eu, o Senhor, não mudo” (Ml 3.6).
Ou seja, DEUS é e continuará sendo a Fonte de todo bem.
O versículo anterior, o
16, é o que faz a ligação entre o assunto dos versículos 12 a 15 e o assunto
dos versículos 17 e 18. Nele, Tiago diz: “Não vos enganeis, amados irmãos”.
Mas, não vos enganeis em relação a que, especificamente? Nos versículos de
12 a 15, o apóstolo fala sobre a tentação e explica que DEUS não tenta a
ninguém (v. 13). Portanto, a preocupação de Tiago nessa passagem, ao
esclarecer o que DEUS não faz (v. 13) e enfatizar o que Ele é (v. 17), é que
os seus leitores tenham uma compreensão clara de DEUS. O seu Senhor não é um
tentador, não é alguém que quer o seu mal; Ele é o Pai das luzes, a Fonte de
todo bem.
Não há dúvida de que
muitas das crises espirituais que muitos cristãos têm vivenciado nos dias de
hoje está relacionada à sua má compreensão de DEUS. Em meu livro Como vencer
a frustração espiritual (CPAD), escrevi a respeito disso:
“Não tenho a menor
dúvida de que muitas frustrações e neuroses espirituais que vemos hoje, bem
como um nível raso de vida cristã, são, na maioria esmagadora das vezes,
fruto de uma visão distorcida acerca de DEUS. O pastor Aiden Wilson Tozer
talvez tenha sido o primeiro a denunciar enfaticamente esse sintoma negativo
de nossos dias — a perda do conceito bíblico de DEUS. Em 1961, ele escreveu:
‘O baixo conceito de DEUS mantido quase universalmente entre os cristãos é a
causa de uma centena de males menores em toda parte. Uma filosofia de vida
cristã inteiramente nova resultou desse único erro básico em nosso
pensamento religioso’. Na época, Tozer ainda arremataria uma frase que se
tornaria célebre: ‘O que nos vem à mente quando pensamos em DEUS é a coisa
mais importante a nosso respeito’ {Mais perto de DEUS, A.W.Tozer, Mundo
Cristão, 1993)”.
“Muita gente que pensa
estar se aproximando de DEUS está, na verdade, se relacionando com uma
imagem que criou dEle, uma mera sugestão mental, em vez de o DEUS da Bíblia.
Sua relação não é com o DEUS vivo e verdadeiro, mas com uma caricatura do
divino, uma fantasia construída pela sua própria imaginação, uma concepção
equivocada de quem é DEUS. Essa concepção pode ter advindo absolutamente de
sua própria cabeça (“achismo”) ou ter sido importada de algum discurso
bonito, atraente, mas despido de respaldo bíblico (o que acontece na maioria
dos casos). Afinal, há muita falsa teologia popularizada por aí”.
“Infelizmente, não é
difícil encontrar pessoas [...] que um dia aceitaram JESUS e suas vidas
foram transformadas, mas estacionaram por aí. Porque não se aprofundaram no
conhecimento acerca do seu Senhor, se tornaram presas fáceis, aceitando
caricaturas de DEUS como se fossem versões verdadeiras dEle, e hoje vivem
espiritualmente frustradas e doentes. Houve um encontro seguido de
desencontro e, agora, é preciso um reencontro. O reencontro com o verdadeiro
DEUS, que as salvou. E esse reencontro só pode ocorrer através da Palavra de
DEUS”.
“Só o conhecimento
verdadeiro de DEUS tem o poder de curar todas as feridas de nossa alma. Só a
verdade pode libertar (Jo 8.32). [...] O principal objetivo da nossa
existência é conhecer a DEUS”.
Sigamos o conselho do
profeta Oseias: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor (...) e ele
descerá sobre nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra” (Os
6.3).
A mais importante de
todas as dádivas divinas
No versículo 18, o
apóstolo Tiago destaca a mais importante de todas as dádivas divinas: a
regeneração pela Palavra da Verdade, a Salvação em CRISTO, a transformação
pela qual passamos pelo poder do evangelho de CRISTO: “Segundo a sua
vontade, Ele nos gerou pela Palavra da Verdade, para que fôssemos como
primícias das suas criaturas”.
O apóstolo Pedro também
menciona essa regeneração pela Palavra em sua primeira epístola: “Sendo de
novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra
de DEUS, viva e que permanece para sempre” (1 Pe 1.23). Segundo define o
próprio apóstolo Pedro, regeneração é uma operação divina, com base na
ressurreição de JESUS (1 Pe 1.3), de nos tornar novas criaturas pelo poder
da Palavra de DEUS (1 Pe 1.23). Essa ação é operada em nós pelo ESPÍRITO
SANTO (Jo 3.5; Tt 3.5). É Ele quem aplica o poder do Evangelho, o poder
regenerador da Palavra da Verdade, em nossas vidas.
Tiago enfatiza que a
regeneração não pode ser operada pelo homem: ela é “segundo a sua vontade”,
ou seja, segundo a vontade de DEUS. É uma ação exclusivamente divina, como o
apóstolo João também destaca na abertura do seu Evangelho (Jo 1.13).
Outro detalhe importante
é que o meio-irmão do Senhor ainda declara que DEUS nos gerou pela Palavra
da Verdade “para que fôssemos como primícias das suas criaturas”. Ao usar o
termo “primícias”, o apóstolo está tomando como analogia do propósito da
obra regeneradora de DEUS em nossas vidas as primícias do Antigo Testamento,
que nada mais eram do que a colheita dos primeiros frutos, que eram os
melhores (Lv 23.10,11; Ex 23.19; Dt 18.4). Isso significa que, ao chamar os
cristãos de “primícias das suas criaturas”, Tiago estava querendo dizer que
o Evangelho de CRISTO não apenas nos transformou, mas também nos deu, devido
a essa transformação, o privilégio de “ocuparmos o primeiro lugar entre
todas as suas criaturas”.4 Esta é uma honra extraordinária!
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 53-56.
Tiago 1:16-18 - Mais uma
vez Tiago sublinha a grande verdade de que cada dom que DEUS nos concede é
bom. O versículo 17 bem pode traduzir-se assim: "Toda dádiva é boa". Quer
dizer: não há coisa alguma que venha de DEUS que não seja boa. No grego há
aqui um estranho fenômeno. A frase que traduzimos "toda boa dádiva e todo
dom perfeito" é, em realidade, um perfeito verso hexâmetro. De maneira que
ou Tiago tinha um ouvido rítmico capaz de captar uma delicada cadência, ou
estava citando aqui alguma obra que nós não conhecemos.
O que Tiago está
destacando nesta passagem é a imutabilidade de DEUS. E para fazê-lo emprega
dois termos astronômicos. A palavra que foi traduzida como mudança é
parallage; e a expressão sombra de variação no original é trope. Ambas as
palavras têm que ver com a variação que mostram os corpos celestes, as
diferenças na duração do dia e da noite, as aparentes variações no curso do
Sol, as fases crescentes e minguantes da Lua, os distintos graus de
luminosidade tanto nas estrelas como nos planetas, etc. Variedade e mudança
são características de todas as coisas criadas. DEUS é o criador dos
luzeiros celestiais: o Sol, a Lua, as estrelas. Uma oração judia matutina
diz: "Bendito DEUS, o Senhor, que formou as luzes." As luzes mudam e variam,
mas Aquele que as criou nunca muda. Tudo o que vem dEle não pode ser outra
coisa senão que seja bom.
Além disso, o propósito
divino é completamente benigno. A palavra de verdade é o evangelho; e DEUS,
ao enviar este evangelho, tem o propósito de que o homem nasça a uma nova
vida. Quando o evangelho penetra na vida é como se a vida começasse de novo.
As sombras terminam e chegou a fidedigna palavra de verdade.
E este renascer é um
renascer na família e na possessão de DEUS. No mundo antigo a lei era que
todos os primeiros frutos fossem consagrados a DEUS. Tomavam-se as primícias
e as ofereciam em sacrifício de gratidão a DEUS, porque pertenciam Ele. De
modo que quando renascemos pela palavra verdadeira do evangelho, tornamo-nos
propriedade de DEUS, assim como o eram os primeiros frutos da colheita.
Desta maneira Tiago
insiste em que as dádivas de DEUS longe de jamais tentar o homem, são
invariavelmente boas. Em meio a todas as mudanças de um mundo cambiante,
elas nunca variam. O objeto supremo de DEUS é recriar a vida mediante a
verdade do evangelho, para que assim os homens saibam que lhe pertencem por
direito.
BARCLAY. William.
Comentário Bíblico. TIAGO. pag. 64-65.
A bondade de DEUS (Tg
1:17)
Tiago apresenta quatro
fatos sobre a bondade de DEUS.
DEUS nos dá apenas boas
dádivas. Tudo o que há de bom no mundo vem de DEUS.
Se vem de DEUS, é necessariamente bom, mesmo que não vejamos de
imediato qualquer bondade nessa dádiva. O espinho na carne de Paulo lhe foi
dado por DEUS e lhe pareceu uma dádiva estranha, mas que se tornou uma
grande bênção para ele (2 Co 12:1-10).
O modo de DEUS dar é
bom. Podemos traduzir a segunda oração por "e todo ato de dar". É possível
dar algo sem amor. O presente pode perder seu valor de acordo com a maneira
de ser dado. Mas, quando DEUS nos dá uma bênção, ele o faz de modo amoroso e
cheio de graça. Tanto aquilo que concede quanto o modo de concedê-lo são
bons.
Ele nos dá
constantemente. O verbo descendo está no gerúndio e indica algo "descendo
continuamente". As dádivas de DEUS não são ocasionais; ele as concede
constantemente. Ele as envia mesmo quando não as vemos. Como sabemos disso?
É o que ele nos diz, e cremos em sua Palavra.
DEUS não muda. Para o
Pai das luzes, não há sombras. É impossível DEUS mudar. Não pode mudar para
pior porque é santo; não pode mudar para melhor porque já é perfeito.
A luz do Sol varia à
medida que a Terra muda de posição, mas o Sol, em si, continua brilhando. Se
há sombras entre nós e o Pai, não são causadas por ele. Ele é o DEUS
imutável.
Isso significa que não
devemos jamais questionar seu amor nem duvidar de sua bondade, quando vêm as
dificuldades ou surgem as tentações.
Se Davi se houvesse
lembrado da bondade do Senhor, não teria tomado Bate-Seba para si nem
cometido pecados horríveis. Pelo menos foi isso o que o profeta Natã disse
ao rei: "Assim diz o Senhor, DEUS de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e
eu te livrei das mãos de Saul; dei-te a casa de teu Senhor e as mulheres de
teu Senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se
isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas" (2 Sm 12:7, 8).
Convém observar a repetição do verbo dar nessa declaração curta. DEUS havia
sido bom para com Davi e, no entanto, Davi havia se esquecido da bondade de
DEUS e mordido a isca.
A primeira barreira
contra a tentação é negativa: o julgamento de DEUS. A segunda barreira é
positiva: a bondade de DEUS. O temor a DEUS é uma atitude saudável, mas deve
ser contrabalançado com o amor a DEUS. Podemos obedecer por causa da
possibilidade de nos disciplinar ou podemos obedecer porque ele já foi tão
generoso conosco que o amamos por isso.
Foi essa atitude
positiva que ajudou a impedir que José pecasse ao ser tentado pela esposa de
seu senhor (Gn 39:7ss). "Ele, porém, recusou e disse à mulher do seu senhor: Tem-me por mordomo o meu
senhor e não sabe do que há em casa, pois tudo o que tem me passou ele às
minhas mãos. Ele não é maior do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou,
senão a ti, porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha maldade e
pecaria contra DEUS?" (Gn 39:8, 9). José sabia que todas essas bênçãos
tinham vindo de DEUS. Foi a bondade de DEUS, demonstrada pelas mãos do
patrão de José que refrearam José em seu momento de tentação.
As dádivas de DEUS são
sempre melhores que as barganhas de Satanás. O inimigo nunca dá coisa
alguma; sempre pagamos caro por aquilo que recebemos dele. "A bênção do
Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto" (Pv 10:22). Acã
esqueceu-se da advertência e da bondade de DEUS, viu a riqueza proibida,
cobiçou-a e tomou-a para si. Tornou-se um homem rico, mas a tristeza que
sucedeu transformou sua riqueza em miséria (Js 7).
Quando vierem as
tentações, devemos meditar sobre a bondade de DEUS em nossa vida. Se cremos
estar necessitando algo, precisamos esperar pela providência do Senhor.
Não devemos jamais
brincar com as iscas do inimigo. Devemos usar a tentação para aprender a ter
paciência. Em duas ocasiões, Davi foi tentado a matar o rei Saul e adiantar
a própria coroação, mas resistiu à tentação e esperou o tempo de DEUS.
WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag.
443-444.
3. A origem de tudo o que é bom está no Pai das Luzes.
Lc 11.11-13 JESUS
explicou que os seus seguidores podem confiar que DEUS atenderá as suas
orações. Se nem os seres humanos que são maus pensam em dar a uma criança
uma serpente em lugar de um peixe, ou um escorpião em lugar de um ovo, então
quanto mais um DEUS santo irá reconhecer e atender os pedidos dos cristãos?
Com estas palavras, JESUS revelou o coração de DEUS Pai. DEUS não é egoísta,
invejoso ou mesquinho; seus seguidores não precisam implorar nem humilhar-se
quando vêm com seus pedidos. Ele é um Pai amoroso que entende, cuida,
conforta e voluntariamente dará o ESPÍRITO SANTO àqueles que lho pedirem.
Como o ESPÍRITO SANTO é a maior dádiva de DEUS e Ele não se recusará a dá-la
a quem a pedir, os crentes também podem contar com a provisão de DEUS para
todas as suas necessidades menores. Como o Pai celestial é perfeito trata
bem os seus filhos! O presente mais importante que Ele poderia dar é o
ESPÍRITO SANTO (At 2.1-4), que Ele prometeu dar a todos os crentes depois da
sua morte, ressurreição, e volta para o céu (Jo 15.26).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 399.
Uma aplicação disto às
bênçãos do nosso Pai celestial (v. 13): “Se vós, sendo maus, dão, e sabem
como dar, boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o
ESPÍRITO”. Ele dará coisas boas. Assim está em Mateus. Observe:
(1) A instrução que o
Senhor nos dá quanto ao que devemos pedir em oração. Devemos pedir o
ESPÍRITO SANTO, não só o necessário para que oremos bem, mas como inclusivo
em todas as coisas boas pelas quais devemos orar; não precisamos mais tentar
ser felizes por meio de nossos próprios esforços, porque o ESPÍRITO é aquele
que opera em nossa vida espiritual, e Ele é o penhor da vida eterna. Note
que o dom do ESPÍRITO SANTO é um dom pelo qual cada um de nós deve orar
sincera e constantemente.
(2) O encorajamento que
Ele nos dá para esperarmos ser atendidos nesta oração: Dará o Pai
celestial.
É no seu poder que é dado o ESPÍRITO; Ele tem todas as coisas boas para
conceder, envoltas nesta concessão do ESPÍRITO. Mas isto não é tudo;
esta é
a sua promessa, o dom do ESPÍRITO SANTO faz parte da aliança, Atos
2.33,38,
e está aqui inferido na presteza dos pais em suprir as necessidades de
seus
filhos, e em satisfazer os seus desejos, quando eles são naturais e
próprios. Se um filho pedir uma serpente, ou um escorpião, o pai, por
bondade, lhe negará. Mas não acontecerá o mesmo se ele pedir o que for
necessário; aí sim, lhe será concedido. Quando os filhos de DEUS pedem o
ESPÍRITO, eles na verdade pedem pão; porque o ESPÍRITO é o sustentáculo
da
vida; Ele é o Autor da vida da alma. Se nossos pais terrenos, embora
maus,
são tão bons para nós, se eles, embora fracos, são tão inteligentes,
que não
só dão, mas dão com discrição, dão o que é melhor, da melhor maneira e
no
melhor tempo, muito mais o nosso Pai celestial, que excede
infinitamente os
pais da nossa carne tanto em sabedoria quanto em bondade, nos dá seu
ESPÍRITO SANTO. Se os pais terrenos desejam investir na educação de
seus
filhos, a quem eles planejam deixar seus bens, muito mais nosso Pai
celestial dará o ESPÍRITO SANTO a seus filhos, a todos aqueles a quem
Ele
predestinou para a herança de filhos.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.
Editora CPAD. pag. 610-611.
Lc 11.11-13 JESUS
fundamenta com acontecimentos práticos do dia-a-dia o fato básico de que a
pessoa que pede recebe, a que procura acha, e à que bate a porta será
aberta; em outras palavras, quem ora com seriedade tem suas orações
atendidas.
Se aqui na terra o
pedido dos filhos já exerce grande poder sobre os pais, a oração dos filhos
de DEUS move o coração do Pai no céu com muito mais intensidade. Nenhum pai
terreno dá ao filho uma serpente em lugar do peixe e um escorpião em lugar
do ovo (as palavras “quando o filho pede ao pai um pão este lhe dá
uma pedra” faltam nos manuscritos mais antigos - aparecem somente nos
manuscritos da Koiné). O verdadeiro pai não dá ao filho nada que não seja
comestível, nada nocivo ou até mesmo assustador.
Um ser humano, que
talvez pode ser duro e severo contra um semelhante, não renegará seu filho,
sua carne e seu sangue. Infinitamente menor é a possibilidade de DEUS
renegar seus filhos. Sua bondade ultrapassa qualquer capacidade e
compreensão humanas. Se os humanos, que por natureza são maus, concedem boas
dádivas a seus filhos quando estes lhes pedem, o Pai no céu fará isso de
modo muito mais radical.
Consequentemente, o
desfecho dessa seção acerca da instrução para a oração certa leva de volta
ao ponto de partida, ao título “Pai”, dado a DEUS e que pressupõe a relação
filial. À primeira vista, os dois mantimentos citados por JESUS parecem
escolhidos ao acaso. No entanto, Bovet observa que peixes assados e ovos
cozidos constituem justamente os ingredientes comuns do almoço de um
viajante no oriente. Mateus não menciona o “ovo”, mas Lucas com certeza não
o acrescentou por conta própria. Saltam aos olhos as correlações exteriores
entre peixe e serpente, ovo e escorpião. Tudo nos discursos instrutivos de
JESUS é tangível, certeiro, perfeito até nos mínimos detalhes.
No entanto, ainda que
frequentemente pareça que DEUS não ouve nossas orações, apesar disso devemos
persistir fielmente na oração. O Pai no céu, que é bom, nem sempre cumpre o
que desejamos, porém sempre cumpre aquilo que resulta em nosso bem maior,
como peixe e ovo.
Pelo fato de JESUS
dirigir essas palavras sobre a oração a seus discípulos, não somente seus
adversários, mas todos os seres humanos são chamados de “maus”. Somos maus
desde a juventude (cf. Jó 15.14-16; Mt 19.27), ao contrário de DEUS, o único
que é bom. Ele, o DEUS exclusivamente bom, concede o ESPÍRITO SANTO a quem
pede, não como escreve Mateus: “DEUS concede boas dádivas”. O ESPÍRITO SANTO
é a dádiva suprema. Não é dito “o Pai no céu”, mas que “o Pai a partir do
céu” concede. O céu é o ponto de origem ou a pátria do ESPÍRITO SANTO. É
significativo que, em sua exortação para orar com verdadeira seriedade e
persistência, o Senhor por fim cite somente o “ESPÍRITO SANTO” como objeto
da oração.
Mas, ao sintetizar tudo no
fim dessa instrução na oração pelo ESPÍRITO SANTO, o Senhor ao mesmo tempo
dá a entender para quais orações podemos esperar atendimento incondicional e
quais só podem ser atendidas de forma condicional. A oração por dons
espirituais sempre é atendida, o desejo por determinadas bênçãos temporais
somente se de fato for um peixe, e não uma serpente (serpentes e escorpiões
são os símbolos mais precípuos do deserto e da aridez, que ferem e não curam
nem beneficiam!).
Fritz Rienecker.
Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
III - PRIMÍCIAS DE DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
1. Algo que somente DEUS faz.
Is
1.18 - Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.. Este é um
dos mais citados versículos de Isaías, o clamor apaixonado de reforma no
qual Yahweh deixou de lado, por um minuto, Suas terríveis ameaças e convidou
homens humildes a raciocinar com Ele. A ideia do versículo é a correção
através de um discussão arrazoada na qual a verdadeira natureza das coisas é
exposta, e o desejo pela mudança é instilado.
Elementos do Versículo:
1. A condescendência
divina. DEUS, embora poderoso para julgar, prefere elevar os homens de seus
pecados e abençoar, em vez de julgar.
2. O raciocínio
substitui as ameaças.
3. Os pecados são vis,
profundos e malignos, o que é indicado pela palavra escarlate, uma tintura
de cor vermelha usada para tingir tecidos. A cor vermelha subentende pecados
de sangue (pecados verdadeiramente terríveis, vs. 15). E a ideia de tintura
implica algo penetrante na própria alma dos homens iníquos, algo que não é
fácil de sair.
"... carmesim escuro,
cor da mancha de sangue" (Ellicott, in loc).
4. A neve,
ocasionalmente, é verdadeiramente branca, sendo composta de cristais de
água, pura e incontaminada. Os cristais de neve substituem o tecido tinto de
vermelho. Está em foco uma reforma total, uma purificação completa, uma
mudança radical.
5. O tecido que fora
tingido de vermelho tomar-se-ia branco como a lã, que prove uma nova veste,
de cor inteiramente diferente.
6. O pecado tinha de ser
reconhecido e abandonado. Sem isso, não haveria mudança permanente. Sem essa
mudança não haveria redenção das ameaças de destruição.
7. O sangue do Cordeiro
pode tingir de branco, um paradoxo divino (ver Apo. 3.4,5; 7.14).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 2791.
Is 1.18 Uma
demonstração, no tribunal da razão, da equidade das atitudes de DEUS para
com eles: “Vinde, então, e argui-me” (v. 18). Enquanto suas mãos estiverem
cheias de sangue, Eu não terei nada que ver com vocês, ainda que vocês me
tragam uma enorme quantidade de sacrifícios; mas se vocês se lavarem e se
purificarem, serão bem-vindos para se aproximarem de mim; venham agora, e
vamos conversar sobre o assunto.
Observe que aqueles, e
somente aqueles, que rompem a sua lealdade ao pecado, serão bem-vindos ao
concerto e à comunhão com DEUS. Aquele que antes lhes proibia o acesso aos
Seus átrios, agora diz, “Vinde”. Veja Tiago 4.8. Ou melhor, havia aqueles,
entre eles, que se consideravam como afrontados pelo desprezo que DEUS
dedicava à quantidade de seus sacrifícios, como em Isaías 58.3: “Por que jejuamos nós (dizem eles),
e tu não atentas para isso?” Eles descreviam a DEUS como um Mestre duro, a
quem era impossível agradar. Venham, diz DEUS, vamos discutir o assunto, e
Eu não duvido que veremos que os meus caminhos são direitos, e os de vocês
são torcidos (Ez 18.25). Observe que a genuína religião de DEUS tem a razão
do seu lado. Existem todas as razões do mundo pelas quais nós devemos fazer
aquilo que DEUS deseja que façamos. O DEUS do céu condescendeu em examinar o
caso com aqueles que o contradiziam e encontravam problemas nas Suas
atitudes; pois Ele será justificado quando falar (SI 51.4). O caso precisa
somente ser declarado (como o é aqui, de maneira muito justa) e se decidirá
por si mesmo. Aqui
DEUS mostra em que
termos eles estavam (como faz em Ezequiel 18.21-24; 33.18,19) e então deixa
que eles julguem se esses termos são justos e razoáveis.
1. Eles não podiam, com
razão, esperar nada menos do que, caso se arrependessem e se modificassem,
serem restaurados à benevolência de DEUS, apesar das suas provocações
anteriores. Isso vocês podem esperar, diz DEUS, e é muito bondoso; quem
poderia ter a coragem de desejar isso em quaisquer outros termos?
(1) E
muito pouco o que é exigido - somente que estejam dispostos e que sejam
obedientes, que consintam em obedecer (assim alguns interpretam), que
submetam as suas vontades à vontade de DEUS, aquiescendo nisso, e
entregando-se, em todas as coisas, para serem governados por Aquele que é
infinitamente sábio e bom. Aqui não há penalidade imposta pela sua teimosia
anterior, nem o jugo é tornado mais pesado, nem apertado mais fortemente aos
seus pescoços. Somente lhes é dito: Se até então vocês foram perversos e
obstinados, e não desejaram estar de acordo com o que era para o seu próprio
bem, sejam tratáveis, sejam governáveis a partir de agora. Ele não diz: Se
vocês forem completamente obedientes, mas se estiverem dispostos a sê-lo;
pois, se houver um espírito disposto, será aceito.
(2) Que aquilo que é
prometido é muito grande.
[1] Que todos os seus pecados lhes seriam
perdoados, e não seriam mencionados contra eles. Embora sejam tão vermelhos
como a escarlata e o carmesim, embora vocês estejam sob a culpa do sangue,
ainda assim, com o seu arrependimento, mesmo isso lhes será perdoado, e
vocês parecerão, aos olhos de DEUS, tão brancos como a neve. Observe que os
maiores pecadores, se verdadeiramente se arrependerem, terão seus pecados
perdoados, e assim terão suas consciências pacificadas e purificadas. Embora
os nossos pecados tenham sido como a escarlata e o carmesim, como uma
tintura profunda, uma tintura dupla, primeiro na lã da corrupção inicial e
depois nos muitos fios da transgressão atual - embora tenhamos sido
mergulhados frequentemente, por nossos muitos retrocessos, no pecado, e
embora tenhamos estado por muito tempo mergulhados nele, assim como o tecido
na tinta vermelha - ainda assim a misericórdia que perdoa irá limpar a
mancha completamente, e, sendo por ela purificados com hissopo, ficaremos
puros (SI 51.7). Se nos purificarmos pelo arrependimento e pela conversão
pessoal (v. 16), DEUS nos tornará brancos, por meio de uma completa
remissão.
[2] Que eles teriam toda a felicidade e todo o consolo que
poderiam desejar. Sejam apenas dispostos e obedientes, e comerão os frutos
desta terra, a terra da promessa; vocês terão todas as bênçãos do novo
concerto, da Canaã celestial, todo o bem da terra. Aqueles que perseveram no
pecado, ainda que possam habitar em uma boa terra, não podem, com algum
conforto, comer do bem dela. A culpa deixa tudo amargo; mas, se o pecado for
perdoado, os confortos das criaturas se tornam confortos realmente.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD.
pag. 8.
Is 1.18 Agora o SENHOR
resume as suas palavras que começaram no versículo 10. “Vinde, então, e
argui-me” é um termo legal que faz parte da cena de um tribunal. Ele pode
significar o seguinte: “Vamos cessar os argumentos; vamos fazer algo a
respeito disto”. DEUS está tomando a iniciativa. Os pecados deles são
realmente “como a escarlata” — o tipo de tom mais profundo do vermelho —
numa referência que apontava de volta para as mãos sangrentas do versículo
15. Ê pressuposto que se eles admitirem isto, ou confessarem, eles ficarão
tão brancos quanto o branco mais claro, mais alvos do que a neve ou a lã, um
branco que é branco por sua natureza, indicando que a própria natureza deles
seria mudada pela graça de DEUS. Esta exortação continua nos versículos
seguintes.
HORTON. Staleym. M.
Serie Comentário Bíblico Isaias. Editora CPAD. pag. 61.
Jo 14.23
Jesus respondeu,
e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará,
e viremos para ele, e faremos nele morada.
Com efeito, a resposta de JESUS reafirmou a Judas e aos discípulos que nem Ele nem o Pai os abandonariam. A princípio, deve ter parecido aos discípulos que eles não possuíam qualquer vantagem sobre todas as demais pessoas - JESUS morreria e os deixaria. Ao responder a pergunta de Pedro no capítulo anterior, JESUS havia explicado que, como em oposição aos líderes judeus que foram informados que não poderiam ir aonde JESUS estava indo, os discípulos seriam capazes de estar com JESUS, mas isto ocorreria mais tarde (veja 7.32-34; 13.36). Aqui JESUS ofereceu o maior de todos os confortos - para estes discípulos, não haveria realmente qualquer separação dele. Pelo fato de JESUS voltar para o Pai, o ESPÍRITO SANTO se tornaria disponível, permitindo a cada crente um acesso constante ao Pai e ao Filho. Uma bênção está reservada para aqueles que amam JESUS: o Filho e o Pai vêm a ele, e fazem nele morada. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 573. Jo 14.23 A última declaração de JESUS provocou Judas que perguntou: Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo? (22) Em resposta, JESUS reiterou o que acabara de dizer. O amor não pode ser separado da obediência. Se alguém me ama, guardará a minha palavra (23). E neste relacionamento ativo que ocorre a manifestação do Filho. “O poder de receber uma Revelação divina depende da obediência ativa, que se baseia no amor pessoal”. Judas tinha evidentemente esperado que JESUS fosse de alguma maneira manifestar-se abertamente, para que todos os homens pudessem vê-lo. Mas a resposta é que “todo o poder da divindade está presente na vida e no testemunho do crente” — e viremos para ele e faremos nele morada (23; cf. 17.21). A manifestação do ESPÍRITO ocorre através daqueles que nele crêem, que o amam e lhe obedecem. A oração e viremos, por causa do pronome nós, “sugere necessariamente a reivindicação da divindade por parte de CRISTO”. A frase faremos nele morada precisa ser entendida à luz de 14.2, pois a mesma palavra grega (mone) é usada em ambos os versículos — ali moradas, aqui morada. Hoskyns comenta: “O santuário e lar de DEUS, que está no céu, e que estava revelado apenas de forma incompleta no Templo em Jerusalém, descerá sobre cada cristão que mantiver a sua fé”. Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. João. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 125. Jo 14.23 A resposta de JESUS de forma alguma parece ser realmente correspondente a essa pergunta. Já nos deparamos com um modo desses de responder também em Jo 12.34-36. JESUS ainda falará exaustivamente a respeito do envio dos discípulos ao mundo. Porém somente poderão cumprir esse envio como testemunhas se eles próprios estiverem em ordem, se sua própria vida for uma vida repleta de JESUS. Por isso, Judas, ouça o que JESUS tem a dizer sobre a vida pessoal do discípulo! Dirija o olhar para a coisa grandiosa que JESUS está mostrando a você e aos outros discípulos. Somente desse modo se tornará uma testemunha da nova vida que lhe cabe levar ao ser humano que vive na morte. JESUS reitera sua promessa, conferindo-lhe a expressão máxima que se pode encontrar. O discípulo torna-se morada do DEUS vivo! Isso transforma o que foi prometido nos v. 8-10 em realidade plena. Vimos que DEUS não é um objeto, algo que possa ser mostrado. Apenas quem vem ao Pai pode realmente encontrar a realidade do Pai. Reconhecer e ver depende de uma maneira radical de ser. Esse novo ser é presenteado completamente quando não mais apenas a pessoa vem a DEUS, mas quando DEUS agora vem ao ser humano e faz nele morada. E isso não é prerrogativa de um determinado círculo de pessoas eleitas. Se alguém me ama é a frase que abre para cada pessoa essa inaudita possibilidade de ser tornar morada do DEUS trino. A condição prévia para isso, porém, é imprescindível e está fundamentada no cerne da questão. Esse alguém tem de amar a JESUS. Trata-se, no caso, de amor verdadeiro, que se acende no amor redentor de JESUS por nós e que enche nosso coração. Ele é tão decisivo que o Ressuscitado pergunta a Pedro unicamente por esse amor antes de lhe confiar novamente o serviço (Jo 21.15-17). Amor nunca é frio e sem sentimentos, mas não deve se esgotar em meros sentimentos. O amor genuíno se expressa claramente em guardar a palavra de JESUS. Quem ama o Filho e guarda a palavra do Filho, está no amor do Pai. E esse amor busca toda a proximidade e ligação com aquele que ele ama, levando ao vir e fazer morada. Werner de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança. 2. A Palavra da verdade. Tg 1.21 Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. Devemos rejeitar toda imundícia e acúmulo de malícia. Segundo o texto grego, esta é uma ação definitiva. Por que devemos fazer isto? O progresso na nossa vida espiritual não pode ocorrer a menos que vejamos o pecado como ele é, deixemos de justificá-lo, e decidamos rejeitá-lo. A imagem das palavras de Tiago aqui nos apresenta livrando-nos dos nossos maus hábitos e atos como quem se despe de roupas sujas. Depois de “nos livrarmos”, precisamos receber com mansidão a palavra de DEUS, procurando viver de acordo com ela, porque ela foi enxertada em nossos corações e se torna parte do nosso ser. DEUS nos ensina desde as profundezas das nossas almas, com o ensino do ESPÍRITO e com o ensino de pessoas orientadas pelo ESPÍRITO. O solo no qual a palavra é plantada deve ser acolhedor, para que ela possa crescer. Para tornar o nosso solo acolhedor, precisamos desistir de quaisquer impurezas nas nossas vidas. A Palavra de DEUS torna-se uma parte permanente de nosso ser, orientando-nos todos os dias. A palavra implantada é suficientemente forte para poder salvar a nossa alma. Quando absorvemos as características ensinadas na Palavra, estas se expressam no nosso modo de viver. As provações e as tentações não podem nos derrotar se estivermos aplicando a verdade de DEUS às nossas vidas. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 668. Tg 1.21 – “Por isso, despojai-vos de toda impureza e acúmulo de maldade”: precisamos permitir que “passo a passo” nos seja tirada publicamente a velha natureza e dada a nova. Unicamente na proporção em que estivermos dispostos a abrir mão do antigo, o novo terá espaço. Somente na medida em que os “brotos selvagens” são tirados, terão espaço os “ramos nobres”. Também o acúmulo de conhecimento por meio da palavra de DEUS está relacionado à disposição de obedecer, assim como inversamente a falta de capacidade de entendimento está ligada à falta de obediência (Jo 7.17; Ef 4.18). Hoje (como em certa medida também já em épocas passadas) várias coisas podem se opor à palavra de DEUS nas pessoas, como “tampões de ouvidos”: vínculos com o ocultismo, indisciplina sexual, endeusamento das riquezas. Tudo o que podemos fazer é rogar que também hoje sejam abertos os ouvidos e o coração de muitos (At 16.14). – Os citados empecilhos também podem reaparecer ou surgir pela primeira vez em pessoas há muito chamadas por DEUS, impedindo que a nova vida chegue ao devido avanço, fortalecimento e amadurecimento. Por isso também há espaço no seio da igreja, como outrora nos dias de Tiago, para a exortação: “Despi-vos de toda sujeira, e do mal de todo tipo.” “Desmascara tudo e consome o que não for puro em tua luz” (G. Tersteegen). Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. Tg 1.21. Em geral, este versículo é considerado juntamente com os w. 19-20. Mas, apesar de haver uma ligação óbvia com o que vem antes dele, por causa da conjunção "Portanto", ele tem uma relação mais íntima com os versículos seguintes, através do tópico da palavra. Além disso, o Portanto (idio) pode atuar como um elo entre a discussão nos w. 21ss. e o v.18, em vez de fazer uma ligação com os w. 19-20. Isto pode ser sugerido a partir do fato de que 1 Pedro 1.23-2.2 demonstra um padrão notavelmente semelhante a Tiago 1.18,21: o novo nascimento através da palavra de DEUS é seguido pela ordem (introduzida com dio) para que nos despojemos do comportamento maligno e abracemos a Palavra de DEUS. É improvável que Pedro tenha se baseado em Tiago ou vice-versa. Mas é possível que os dois autores estejam utilizando uma ordem sermônica comum no cristianismo primitivo, na qual um lembrete do nascimento espiritual concedido graciosamente pelo Senhor a seu povo, através da Palavra de DEUS, era seguido por exortações para que eles evitassem o tipo de comportamento associado com a vida antiga e começassem a viver pelo padrão da Palavra de DEUS que os havia salvado. O uso que Tiago faz da expressão despojando-vos (apotithemai) também apoia a ideia de que ele estava empregando uma tradição comum. Este verbo, geralmente usado em relação ao ato de tirar as vestes (cf. At 7.58), é amplamente aplicado no Novo Testamento em referência ao “despir-se” dos padrões de comportamentos antigos e pré-cristãos (cf. Rm 13.12; Ef 4.22, 25; Cl 3.8; Hb 12.1; 1 Pe 2.1). Aquilo de que devemos nos despojar é toda impureza e acúmulo de maldade. A palavra impureza (ARC “imundícia”; gr. rhyparia) aparece somente aqui no grego bíblico, mas seu adjetivo, “sujo”, é usado em 2.2 (BJ) para descrever as roupas de um homem pobre, e em Zacarias 3.3-4, referindo-se às vestes que o sumo-sacerdote Josué tem de tirar, antes de receber os “finos trajes” das mãos do anjo do Senhor. Assim, esta palavra mantém a figura das vestes sugerida por “despojar”. Acúmulo de maldade é a tradução de uma palavra (perisseia) que significa “excesso” ou “abundância”. Tasker afirma que ela possui aqui o mesmo significado da palavra perisse uma, tendo o sentido de “o restante da maldade”. Mas em Romanos 5.17 e 2 Coríntios 8.2, a palavra parece significar apenas “abundância”, e então é preferível pensar que a palavra é acrescentada para acentuar a variedade e o predomínio do pecado contra o qual os cristãos devem lutar. O “despojar-se” da impureza deve ser acompanhado pelo “recebimento” de alguma outra coisa: a palavra em vós implantada. Hort afirma que a palavra traduzida como “implantada” (emphytos) significa “inata” (como em Sabedoria 12.10, a única outra ocorrência da palavra no grego “bíblico”) e que Tiago estava se referindo à capacidade natural, “inata”, que o homem tem de receber a revelação de DEUS “a capacidade original envolvida na Criação à imagem de DEUS, que torna possível ao homem apreender a revelação”. Mas este conceito, além de ter um apoio bíblico duvidoso, é muito geral para o contexto, onde “palavra” é descrita como possuindo poder para salvar (v. 21) e gerar de novo (v. 18). Então, ao contrário, estas referências indicam claramente que a “palavra implantada” deve ser um retrato da Palavra de DEUS proclamada e não uma qualidade inata no homem. Neste caso, emphytos poderia se referir a alguma coisa que se tomou implantada. Este notável conceito da Palavra pode estar baseado na famosa profecia da “nova aliança” em Jeremias, onde DEUS promete: “Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei” (Jr 31.33; e cf também a referência à “lei da liberdade” em 1.25 e a parte na Introdução sobre “A lei”, pp. 48-49). O que Tiago afirma, ao descrever a Palavra deste modo, é que o cristão não deve pensar que está tudo terminado depois que a Palavra de DEUS o salva. A Palavra torna-se uma parte permanente, inseparável do cristão, uma presença dominadora e orientadora dentro dele. Assim, a ordem para que “acolham” a palavra em vós implantada não é no sentido de que se convertam (este é o significado de “receber a palavra” em outro lugar do Novo Testamento), mas de que aceitem seus preceitos como obrigatórios, procurando viver por eles. Os cristãos que verdadeiramente foram “gerados” (v. 18) demonstram que a Palavra os transformou, quando eles humildemente a aceitaram como autoridade e diretriz para a vida. Ou, usando a figura utilizada pelo Senhor para explicar o mesmo assunto: o crente deve preparar uma “boa terra” em seu coração, a fim de que a “semente” da Palavra ali plantada possa produzir muito fruto (cf. Mc 4.3-20). Tiago fala do ato de “salvar as vossas almas” como sendo este fruto. Em concordância com o uso feito no Antigo Testamento, “alma” aqui significa simplesmente “pessoa”, e a salvação é considerada em aspectos futuros: “acolher a palavra” conduz ao livramento no dia do julgamento. Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 79-81. 3. O propósito de DEUS. Tg 1.18 Quando o autor menciona "nós", a quem ele se refere? Aos leitores em geral ou aos cristãos? Os comentaristas têm pontos de vista divergentes. A verdade é significativa em qualquer um dos casos. Se entendermos "nós" como que significando homens criados à imagem de DEUS, o significado é claro. DEUS nos fez da maneira que somos — segundo a sua vontade. A razão para nossa liberdade, provas, perplexidades e problemas morais envolvendo escolha é que deveríamos ser semelhantes a Ele — como primícias das suas criaturas. Ele nos criou com liberdade para escolher o mal ou com liberdade para escolher o bem para que fôssemos em certo sentido os criadores do nosso próprio espírito, a glória coroada da sua palavra criativa (cf. Hb 11.3). Podemos, no entanto, com sólidas evidências exegéticas entender "nós" como que referindo-se à Igreja cristã. Robertson coloca o seguinte título para esse versículo: “O Novo Nascimento”. DEUS, que é nosso Pai por meio da criação, é também nosso Pai por meio da redenção. Homens redimidos do pecado são a glória coroada dos propósitos de DEUS para a vida humana — “os primeiros espécimes da sua nova criação” (Phillips). A palavra da verdade é a verdade do evangelho. Knowling vai mais adiante e afirma: “Não podemos esquecer que o nosso Senhor (Jo 17.17-19) fala da ‘palavra’ que é verdade, por meio da qual os discípulos devem ser santificados”. O propósito final de DEUS é conduzir-nos à vitória por meio dos nossos testes para tornar-nos semelhantes a Ele em santidade e amor. A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 160-161. Tg 1.18 ·...primícias...» Um filho primogênito tinha privilégios superiores: tinha o lugar de precedência na família, exercia autoridade sobre seus irmãos mais novos, recebia uma bênção especial de seu pai, recebia a autoridade paterna, recebia dupla porção na herança, era tratado especialmente por seus pais, para que não fosse alienado. (Dt 15.16). Em sentido espiritual, CRISTO é o primogênito acima de todos. Nele, os crentes chegam a participar de seus poderes e privilégios espirituais. Porém, na qualidade de primogênitos, eles também são primícias. São a melhor porção da colheita, dedicada a DEUS, como o eram as primícias no antigo Israel. DEUS era honrado com o oferecimento de suas vidas; a oferta dos primogênitos consagrou a humanidade inteira, mostrando que todos os homens, se o quiserem, podem participar de idênticos benefícios (ver Rom. 11:16). (Ver também Apo. 14:4. onde a igreja é chamada de primícias.). Em I Cor. 15:20.23 o próprio CRISTO recebe esse titulo, o que indica que ele ocupa o primeiro lugar em uma imensa companhia, que será levada à vida eterna e à ressurreição. (Ver Jer. 2:3; Filo. de Const. Princ.. 6. quanto ao simbolismo usado acerca do povo de Israel. Comparar também com II Tess. 2:13. onde o termo é usado relativamente aos crentes). ...das suas criaturas... DEUS possui uma vasta criação: e todos os seres inteligentes da mesma são passíveis de redenção: e esse é o plano divino relativo a eles. Ele mostra o que pode fazer pelos mesmos, através do que tem feito à igreja. A igreja, pois, é o modelo da redenção divina. Na antiga nação de Israel, as «primícias» de todas as coisas vivas, homens, gado, cereal, etc.. eram consagradas ao Senhor. Essa consagração de tudo santificava a nação inteira, tornando-a apta para ser usada por DEUS (ver Rom. 11:16). Assim também, no plano espiritual, o fato que DEUS separou as primícias mostra-nos que, eventualmente, tudo se beneficiará da expiação e da vida ressurreta de CRISTO. O produto da terra era de tipo mui diversos, como a cevada, o trigo, o vinho, o azeite, o mel, as novas árvores frutíferas e todo o produto da terra (ver Lev. 23:10-14; Exo. 23:16; 23:16,17; Deut. 18:4: Lev. 19:23,24 e Deut. 26:2). Mediante o uso desses itens, os sacerdotes viviam. No terreno espiritual, as coisas (ou seres) de muitas espécies e gradações, se beneficiam daquilo que CRISTO realizou, e tudo eventualmente, será consagrado a DEUS, embora com níveis diversos de bem-estar e de glória. Toda a criação, por fim, participará, de algum modo, na glorificação dos filhos de DEUS. (Ver Rom. 8:20,21). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 27. Tg 1.18 Que efeito e finalidade tem essa palavra? “Para que fôssemos como que oferta de primícias das suas criaturas.” Vimos acima que o objetivo de DEUS é voltar a clarear o mundo obscurecido pela grande rebelião. “As nações hão de andar na luz dele e os reis no fulgor de DEUS” (Is 60.3), “até que DEUS seja tudo em todos” (1Co 15.28). JESUS é o resplendor da glória de DEUS (Hb 1.3), é “luz, que veio ao mundo”. Nele a luz vinda de DEUS novamente nos alcançou. Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Sob seu reflexo também nós somos “luz do mundo” (Mt 5.14). Mais do que isso: a luz está em nós por meio do ESPÍRITO dele, tornando-se transparente em nós. “DEUS, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de DEUS, na face de CRISTO” (2Co 4.6). O mundo zomba, dizendo que nós cristãos seríamos no máximo a “luz traseira” do mundo. Mas quando permanecemos singelamente voltados para nosso Senhor e abertos à influência de sua palavra e seu ESPÍRITO, ele cuida para que apesar disso sejamos e continuemos sendo “luz do mundo”. Na metáfora da “oferta de primícias” cumpre lembrar os primeiros frutos da colheita ofertados a DEUS. A humanidade, lavoura de DEUS (Mt 13.38), produziu cardos e abrolhos. Por isso DEUS permite que também a lavoura do ser humano produza cardos e abrolhos (Gn 3.17-19). Contudo agora caiu no solo o único grão de trigo bom, “importado” por DEUS para dentro desse mundo, o eterno Filho de DEUS (Jo 12.24). Consequentemente, a igreja de JESUS agora pode ser começo da maravilhosa colheita de DEUS (Mt 13.30,37-43; Ap 14.15). A safra aponta para além dela mesma. Ela é apenas começo, “fruto de primícias”. A igreja de JESUS constitui um sinal de esperança para toda a criação (Rm 8.19ss). Por realizar tudo isso, a palavra de DEUS é a dádiva de todas as boas dádivas de DEUS. Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. ELABORADO: Pb Alessandro Silva (<http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/>), com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Sendo de novo gerados, não
de _______________________ corruptível, mas da incorruptível, pela
_______________________ de DEUS, viva e que permanece para
_______________________" (1 Pe 1.23).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Somente aqueles que foram
________________________ pela ________________________ da Verdade são
_______________________ pelo ESPÍRITO
SANTO.
I. A RELAÇÃO ENTRE OS
POBRES E OS RICOS DA IGREJA (Tg 1.9-11)
3- Como era a classe
dos pobres na Igreja do primeiro século?
( ) A Igreja do primeiro século era constituída por
três distintas classes
sociais: a dos pobres, a dos sacerdotes e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua
composição.
( ) Do ponto de vista
social, a pobreza exclui o ser humano dos direitos básicos necessários à sua
subsistência.
( ) Não é difícil
reconhecer que a Igreja do primeiro século era constituída por duas classes
sociais: a dos pobres e a dos ricos, tendo evidentemente mais pobres em sua
composição.
( ) Uma vez que não
podemos fazer acepção de pessoas, os pobres daquela
época, que foram gerados pela Palavra e inseridos no corpo de CRISTO - a
Igreja - tinham motivos de alegrar-se no Senhor, pois além do novo
nascimento, eles eram acolhidos pela igreja local.
4- Como eram os ricos
na Igreja Antiga?
( ) É possível o
irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de DEUS? Não, claro.
Ele encontrarará maior dificuldade para
desprender-se de suas riquezas.
( ) Por
vezes, os ricos são identificados na Bíblia como judeus proprietários de
muitos bens e que negligenciavam as obrigações que pesam sobre os que
desfrutam de tal condição.
( ) Por
suas atitudes, eles eram frequentemente repreendidos pelas Escrituras.
( ) Os ricos e
abastados têm a tendência a desenvolverem a arrogância, a autossuficiência e
a postura de senhores poderosos, que pensam poder comprar as pessoas a
qualquer preço.
( ) As Escrituras são
claras em afirmar que o Reino de DEUS não pode ser comprado por dinheiro
algum.
( ) É possível o
irmão rico ser gerado pela Palavra e tornar-se um filho de DEUS? Sim, claro. Porém, ele pode encontrar maior dificuldade para
desprender-se de suas riquezas.
( ) É imprescindível
que os mais abastados compreendam que após entregarem-se a CRISTO,
obedecerão ao mesmo Evangelho a que os irmãos pobres submetem-se.
( ) Aqui, torna-se
ainda mais clara a verdade bíblica: para DEUS não há acepção de pessoas.
5- Perante DEUS,
pobres e ricos são iguais. Complete:
A igreja local deve receber
a _______________________ no espírito do Evangelho, isto é, como membros da
_______________________ de DEUS, pois através da salvação em CRISTO,
independentemente da condição social, todos têm a DEUS como
_______________________ (Rm 8.14), e a JESUS como _______________________
(Lc 8.21). Somos coerdeiros, juntamente com CRISTO, de uma herança
_______________________ (1 Pe 1.4), pertencentes à santa
_______________________ de DEUS (Ef 2.19) e cidadãos de um reino imutável
(Hb 12.28). Na família de DEUS há lugar para todo ser humano
________________________ por CRISTO. Portanto, o irmão pobre e o irmão rico
não devem se ________________________ de suas condições sociais. Se o
Evangelho alcançou seus corações, o rico saberá ________________________ o
que fazer com a sua riqueza. E o pobre, de igual forma, como viverá sua
pobreza. O importante é que CRISTO em tudo seja _______________________!
II. DEUS SÓ FAZ O BEM
(Tg 1.16,17)
6- O que quer dizer a
expressão: “Não erreis” (v.16)?
( ) Com essa
advertência o meio-irmão do Senhor está afirmando a doutrina da
"santidade eterna" ou perfeccionista: a de que o homem, uma vez remido, não
mais pecará.
( ) Com essa
advertência o meio-irmão do Senhor não está afirmando a doutrina da
"santidade plena" ou perfeccionista: a de que o homem, uma vez remido, não
mais pecará.
( ) Tal palavra tem
como propósito conclamar o crente a não dar ouvidos à "voz" da
concupiscência carnal.
7- O que quer dizer o
versículo 16?
( ) É uma advertência
para os crentes não se curvarem aos desejos imorais e infames do mundo.
( ) É uma advertência
para os crentes por que todos podem se curvar aos desejos imorais e infames do mundo.
( ) DEUS é a fonte
de tudo o que é bom.
( ) Não podemos dar
crédito àquilo que é mau.
8- De onde vêm o dom
e a boa dádiva?
( ) Este dom é fruto
do merecimento que temos diante do Pai por mossas boas obras.
( ) Um dom de DEUS,
como a sabedoria que torna uma pessoa espiritualmente madura, não pode
ser recebido pelo crente através de esforço humano.
( ) Quem o distribui
é DEUS.
( ) Este dom é fruto
da graça do Pai para nós.
( ) Num tempo onde o
ascetismo religioso tende a tirar o foco da glória de DEUS e da sua
benignidade, tornando o ser humano "digno" do céu, precisamos lembrar que a
nossa vida espiritual não depende de disciplinas humanas para receber
dádivas de DEUS.
( ) Depende de um
relacionamento livre, espontâneo e sincero com o Pai das Luzes mediante o
seu Filho, JESUS CRISTO, e na força do ESPÍRITO SANTO.
9- Onde está a origem
de tudo o que é bom?
( ) Ao escrever que
"toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto", Tiago declara que apenas
as boas virtudes vêm de DEUS.
( )
Embora, às vezes, haja sombra de
variação no Pai das Luzes, isto é, há momentos de ira e outros
de paz.
( ) Só há luz. Ele
não muda e é bom!
( ) Não há sombra de
variação no Pai das Luzes, isto é, nEle não há momentos de trevas e outros
de luzes.
( ) DEUS não faz o mal aos
seus filhos.
( ) Infelizmente,
muitos têm uma visão turva de DEUS como se Ele fosse um carrasco pronto a
castigar-nos na primeira oportunidade.
( ) Não devemos falar
sobre o Pai desta maneira, lembremo-nos do ensinamento joanino que fala
sobre sermos defendidos e advogados por JESUS, o Filho de DEUS.
III. PRIMÍCIAS DE
DEUS ENTRE AS CRIATURAS (Tg 1.18)
10- Cite algumas
coisas que só DEUS faz:
( ) Ser gerado de
novo é uma ação realizada por nós para nossa salvação.
( ) A regeneração é
um milagre proveniente do Pai das Luzes, segundo a sua vontade.
( ) Foi Ele que nos
gerou pela Palavra da Verdade.
( ) Ser gerado de
novo é uma ação realizada exclusivamente pelo Pai das Luzes através do SANTO
ESPÍRITO.
( ) Ele limpa o homem
dos seus pecados, dando-lhe perdão e implantando-lhe um novo
caráter.
( ) Aqui, acontece o
que o nosso Senhor falou aos seus discípulos: "Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada".
( ) O Pai é a fonte
de nossa vida espiritual.
11- Por que Tiago usa
a expressão: “Palavra da verdade”?
( ) Naqueles dias,
parte da igreja estava dispersa, sofrendo muitas tribulações.
( ) Podemos
afirmar que ainda não somos filhos de DEUS, mas, somos aceitos como primícias entre as criaturas do
Senhor.
( ) Para superá-las
era preciso uma inabalável convicção de que, apesar das lutas, ela não havia
deixado de ser as primícias do Senhor entre as criaturas.
( ) Por esse motivo,
Tiago enfatiza a expressão "Palavra da Verdade".
( ) Fomos gerados e
enxertados pela Palavra que salva a nossa alma.
( ) Assim, a despeito
de todas as circunstâncias difíceis da vida, podemos aplicar essa verdade
afirmando que somos filhos de DEUS, as primícias entre as criaturas do
Senhor.
12- Qual o propósito
de DEUS para nós, segundo Tiago?
( ) A salvação é a
maior bênção de DEUS para a humanidade.
( ) A salvação é a
segunda maior bênção de DEUS para a humanidade.
( ) O propósito
divino não é primeiramente abençoar o crente com bênçãos materiais, mas
fazer dele primícias de suas criaturas: os salvos pela graça mediante a fé.
( ) No Antigo
Testamento, as primícias eram a colheita do melhor fruto.
( ) Ao referir-se às
primícias, Tiago dizia aos primeiros irmãos, notadamente judeus, que eles
foram escolhidos como primícias do Evangelho.
( ) Os primeiros de
muitos outros que DEUS havia começado a colher.
( ) Alegre-se no
Senhor! Você faz parte das primícias da sua geração.
( ) Escolhido por
DEUS e nomeado por Ele para proclamar as virtudes do Senhor neste mundo.
CONCLUSÃO
13- Complete:
Inseridos no processo de
_______________________ espiritual, sofremos os mais diversos tipos de
_______________________, independentemente de nossa posição social,
econômica e cultural. Tais situações aperfeiçoam-nos e amadurecem-nos como
pessoas. Quando alguém é _______________________ pela Palavra da Verdade,
ele é chamado pelo Pai a viver o Evangelho em ________________________.
Não podemos nos esquecer do nosso maior desafio: fazer o Evangelho falar num
mundo dominado por relacionamentos_______________________. Somos o Corpo de
CRISTO, a Igreja de DEUS: a coluna e firmeza da _______________________ (1Tm 3.15).
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas
Com efeito, a resposta de JESUS reafirmou a Judas e aos discípulos que nem Ele nem o Pai os abandonariam. A princípio, deve ter parecido aos discípulos que eles não possuíam qualquer vantagem sobre todas as demais pessoas - JESUS morreria e os deixaria. Ao responder a pergunta de Pedro no capítulo anterior, JESUS havia explicado que, como em oposição aos líderes judeus que foram informados que não poderiam ir aonde JESUS estava indo, os discípulos seriam capazes de estar com JESUS, mas isto ocorreria mais tarde (veja 7.32-34; 13.36). Aqui JESUS ofereceu o maior de todos os confortos - para estes discípulos, não haveria realmente qualquer separação dele. Pelo fato de JESUS voltar para o Pai, o ESPÍRITO SANTO se tornaria disponível, permitindo a cada crente um acesso constante ao Pai e ao Filho. Uma bênção está reservada para aqueles que amam JESUS: o Filho e o Pai vêm a ele, e fazem nele morada. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 573. Jo 14.23 A última declaração de JESUS provocou Judas que perguntou: Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo? (22) Em resposta, JESUS reiterou o que acabara de dizer. O amor não pode ser separado da obediência. Se alguém me ama, guardará a minha palavra (23). E neste relacionamento ativo que ocorre a manifestação do Filho. “O poder de receber uma Revelação divina depende da obediência ativa, que se baseia no amor pessoal”. Judas tinha evidentemente esperado que JESUS fosse de alguma maneira manifestar-se abertamente, para que todos os homens pudessem vê-lo. Mas a resposta é que “todo o poder da divindade está presente na vida e no testemunho do crente” — e viremos para ele e faremos nele morada (23; cf. 17.21). A manifestação do ESPÍRITO ocorre através daqueles que nele crêem, que o amam e lhe obedecem. A oração e viremos, por causa do pronome nós, “sugere necessariamente a reivindicação da divindade por parte de CRISTO”. A frase faremos nele morada precisa ser entendida à luz de 14.2, pois a mesma palavra grega (mone) é usada em ambos os versículos — ali moradas, aqui morada. Hoskyns comenta: “O santuário e lar de DEUS, que está no céu, e que estava revelado apenas de forma incompleta no Templo em Jerusalém, descerá sobre cada cristão que mantiver a sua fé”. Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. João. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 125. Jo 14.23 A resposta de JESUS de forma alguma parece ser realmente correspondente a essa pergunta. Já nos deparamos com um modo desses de responder também em Jo 12.34-36. JESUS ainda falará exaustivamente a respeito do envio dos discípulos ao mundo. Porém somente poderão cumprir esse envio como testemunhas se eles próprios estiverem em ordem, se sua própria vida for uma vida repleta de JESUS. Por isso, Judas, ouça o que JESUS tem a dizer sobre a vida pessoal do discípulo! Dirija o olhar para a coisa grandiosa que JESUS está mostrando a você e aos outros discípulos. Somente desse modo se tornará uma testemunha da nova vida que lhe cabe levar ao ser humano que vive na morte. JESUS reitera sua promessa, conferindo-lhe a expressão máxima que se pode encontrar. O discípulo torna-se morada do DEUS vivo! Isso transforma o que foi prometido nos v. 8-10 em realidade plena. Vimos que DEUS não é um objeto, algo que possa ser mostrado. Apenas quem vem ao Pai pode realmente encontrar a realidade do Pai. Reconhecer e ver depende de uma maneira radical de ser. Esse novo ser é presenteado completamente quando não mais apenas a pessoa vem a DEUS, mas quando DEUS agora vem ao ser humano e faz nele morada. E isso não é prerrogativa de um determinado círculo de pessoas eleitas. Se alguém me ama é a frase que abre para cada pessoa essa inaudita possibilidade de ser tornar morada do DEUS trino. A condição prévia para isso, porém, é imprescindível e está fundamentada no cerne da questão. Esse alguém tem de amar a JESUS. Trata-se, no caso, de amor verdadeiro, que se acende no amor redentor de JESUS por nós e que enche nosso coração. Ele é tão decisivo que o Ressuscitado pergunta a Pedro unicamente por esse amor antes de lhe confiar novamente o serviço (Jo 21.15-17). Amor nunca é frio e sem sentimentos, mas não deve se esgotar em meros sentimentos. O amor genuíno se expressa claramente em guardar a palavra de JESUS. Quem ama o Filho e guarda a palavra do Filho, está no amor do Pai. E esse amor busca toda a proximidade e ligação com aquele que ele ama, levando ao vir e fazer morada. Werner de Boor. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança. 2. A Palavra da verdade. Tg 1.21 Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. Devemos rejeitar toda imundícia e acúmulo de malícia. Segundo o texto grego, esta é uma ação definitiva. Por que devemos fazer isto? O progresso na nossa vida espiritual não pode ocorrer a menos que vejamos o pecado como ele é, deixemos de justificá-lo, e decidamos rejeitá-lo. A imagem das palavras de Tiago aqui nos apresenta livrando-nos dos nossos maus hábitos e atos como quem se despe de roupas sujas. Depois de “nos livrarmos”, precisamos receber com mansidão a palavra de DEUS, procurando viver de acordo com ela, porque ela foi enxertada em nossos corações e se torna parte do nosso ser. DEUS nos ensina desde as profundezas das nossas almas, com o ensino do ESPÍRITO e com o ensino de pessoas orientadas pelo ESPÍRITO. O solo no qual a palavra é plantada deve ser acolhedor, para que ela possa crescer. Para tornar o nosso solo acolhedor, precisamos desistir de quaisquer impurezas nas nossas vidas. A Palavra de DEUS torna-se uma parte permanente de nosso ser, orientando-nos todos os dias. A palavra implantada é suficientemente forte para poder salvar a nossa alma. Quando absorvemos as características ensinadas na Palavra, estas se expressam no nosso modo de viver. As provações e as tentações não podem nos derrotar se estivermos aplicando a verdade de DEUS às nossas vidas. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 668. Tg 1.21 – “Por isso, despojai-vos de toda impureza e acúmulo de maldade”: precisamos permitir que “passo a passo” nos seja tirada publicamente a velha natureza e dada a nova. Unicamente na proporção em que estivermos dispostos a abrir mão do antigo, o novo terá espaço. Somente na medida em que os “brotos selvagens” são tirados, terão espaço os “ramos nobres”. Também o acúmulo de conhecimento por meio da palavra de DEUS está relacionado à disposição de obedecer, assim como inversamente a falta de capacidade de entendimento está ligada à falta de obediência (Jo 7.17; Ef 4.18). Hoje (como em certa medida também já em épocas passadas) várias coisas podem se opor à palavra de DEUS nas pessoas, como “tampões de ouvidos”: vínculos com o ocultismo, indisciplina sexual, endeusamento das riquezas. Tudo o que podemos fazer é rogar que também hoje sejam abertos os ouvidos e o coração de muitos (At 16.14). – Os citados empecilhos também podem reaparecer ou surgir pela primeira vez em pessoas há muito chamadas por DEUS, impedindo que a nova vida chegue ao devido avanço, fortalecimento e amadurecimento. Por isso também há espaço no seio da igreja, como outrora nos dias de Tiago, para a exortação: “Despi-vos de toda sujeira, e do mal de todo tipo.” “Desmascara tudo e consome o que não for puro em tua luz” (G. Tersteegen). Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. Tg 1.21. Em geral, este versículo é considerado juntamente com os w. 19-20. Mas, apesar de haver uma ligação óbvia com o que vem antes dele, por causa da conjunção "Portanto", ele tem uma relação mais íntima com os versículos seguintes, através do tópico da palavra. Além disso, o Portanto (idio) pode atuar como um elo entre a discussão nos w. 21ss. e o v.18, em vez de fazer uma ligação com os w. 19-20. Isto pode ser sugerido a partir do fato de que 1 Pedro 1.23-2.2 demonstra um padrão notavelmente semelhante a Tiago 1.18,21: o novo nascimento através da palavra de DEUS é seguido pela ordem (introduzida com dio) para que nos despojemos do comportamento maligno e abracemos a Palavra de DEUS. É improvável que Pedro tenha se baseado em Tiago ou vice-versa. Mas é possível que os dois autores estejam utilizando uma ordem sermônica comum no cristianismo primitivo, na qual um lembrete do nascimento espiritual concedido graciosamente pelo Senhor a seu povo, através da Palavra de DEUS, era seguido por exortações para que eles evitassem o tipo de comportamento associado com a vida antiga e começassem a viver pelo padrão da Palavra de DEUS que os havia salvado. O uso que Tiago faz da expressão despojando-vos (apotithemai) também apoia a ideia de que ele estava empregando uma tradição comum. Este verbo, geralmente usado em relação ao ato de tirar as vestes (cf. At 7.58), é amplamente aplicado no Novo Testamento em referência ao “despir-se” dos padrões de comportamentos antigos e pré-cristãos (cf. Rm 13.12; Ef 4.22, 25; Cl 3.8; Hb 12.1; 1 Pe 2.1). Aquilo de que devemos nos despojar é toda impureza e acúmulo de maldade. A palavra impureza (ARC “imundícia”; gr. rhyparia) aparece somente aqui no grego bíblico, mas seu adjetivo, “sujo”, é usado em 2.2 (BJ) para descrever as roupas de um homem pobre, e em Zacarias 3.3-4, referindo-se às vestes que o sumo-sacerdote Josué tem de tirar, antes de receber os “finos trajes” das mãos do anjo do Senhor. Assim, esta palavra mantém a figura das vestes sugerida por “despojar”. Acúmulo de maldade é a tradução de uma palavra (perisseia) que significa “excesso” ou “abundância”. Tasker afirma que ela possui aqui o mesmo significado da palavra perisse uma, tendo o sentido de “o restante da maldade”. Mas em Romanos 5.17 e 2 Coríntios 8.2, a palavra parece significar apenas “abundância”, e então é preferível pensar que a palavra é acrescentada para acentuar a variedade e o predomínio do pecado contra o qual os cristãos devem lutar. O “despojar-se” da impureza deve ser acompanhado pelo “recebimento” de alguma outra coisa: a palavra em vós implantada. Hort afirma que a palavra traduzida como “implantada” (emphytos) significa “inata” (como em Sabedoria 12.10, a única outra ocorrência da palavra no grego “bíblico”) e que Tiago estava se referindo à capacidade natural, “inata”, que o homem tem de receber a revelação de DEUS “a capacidade original envolvida na Criação à imagem de DEUS, que torna possível ao homem apreender a revelação”. Mas este conceito, além de ter um apoio bíblico duvidoso, é muito geral para o contexto, onde “palavra” é descrita como possuindo poder para salvar (v. 21) e gerar de novo (v. 18). Então, ao contrário, estas referências indicam claramente que a “palavra implantada” deve ser um retrato da Palavra de DEUS proclamada e não uma qualidade inata no homem. Neste caso, emphytos poderia se referir a alguma coisa que se tomou implantada. Este notável conceito da Palavra pode estar baseado na famosa profecia da “nova aliança” em Jeremias, onde DEUS promete: “Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei” (Jr 31.33; e cf também a referência à “lei da liberdade” em 1.25 e a parte na Introdução sobre “A lei”, pp. 48-49). O que Tiago afirma, ao descrever a Palavra deste modo, é que o cristão não deve pensar que está tudo terminado depois que a Palavra de DEUS o salva. A Palavra torna-se uma parte permanente, inseparável do cristão, uma presença dominadora e orientadora dentro dele. Assim, a ordem para que “acolham” a palavra em vós implantada não é no sentido de que se convertam (este é o significado de “receber a palavra” em outro lugar do Novo Testamento), mas de que aceitem seus preceitos como obrigatórios, procurando viver por eles. Os cristãos que verdadeiramente foram “gerados” (v. 18) demonstram que a Palavra os transformou, quando eles humildemente a aceitaram como autoridade e diretriz para a vida. Ou, usando a figura utilizada pelo Senhor para explicar o mesmo assunto: o crente deve preparar uma “boa terra” em seu coração, a fim de que a “semente” da Palavra ali plantada possa produzir muito fruto (cf. Mc 4.3-20). Tiago fala do ato de “salvar as vossas almas” como sendo este fruto. Em concordância com o uso feito no Antigo Testamento, “alma” aqui significa simplesmente “pessoa”, e a salvação é considerada em aspectos futuros: “acolher a palavra” conduz ao livramento no dia do julgamento. Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 79-81. 3. O propósito de DEUS. Tg 1.18 Quando o autor menciona "nós", a quem ele se refere? Aos leitores em geral ou aos cristãos? Os comentaristas têm pontos de vista divergentes. A verdade é significativa em qualquer um dos casos. Se entendermos "nós" como que significando homens criados à imagem de DEUS, o significado é claro. DEUS nos fez da maneira que somos — segundo a sua vontade. A razão para nossa liberdade, provas, perplexidades e problemas morais envolvendo escolha é que deveríamos ser semelhantes a Ele — como primícias das suas criaturas. Ele nos criou com liberdade para escolher o mal ou com liberdade para escolher o bem para que fôssemos em certo sentido os criadores do nosso próprio espírito, a glória coroada da sua palavra criativa (cf. Hb 11.3). Podemos, no entanto, com sólidas evidências exegéticas entender "nós" como que referindo-se à Igreja cristã. Robertson coloca o seguinte título para esse versículo: “O Novo Nascimento”. DEUS, que é nosso Pai por meio da criação, é também nosso Pai por meio da redenção. Homens redimidos do pecado são a glória coroada dos propósitos de DEUS para a vida humana — “os primeiros espécimes da sua nova criação” (Phillips). A palavra da verdade é a verdade do evangelho. Knowling vai mais adiante e afirma: “Não podemos esquecer que o nosso Senhor (Jo 17.17-19) fala da ‘palavra’ que é verdade, por meio da qual os discípulos devem ser santificados”. O propósito final de DEUS é conduzir-nos à vitória por meio dos nossos testes para tornar-nos semelhantes a Ele em santidade e amor. A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 160-161. Tg 1.18 ·...primícias...» Um filho primogênito tinha privilégios superiores: tinha o lugar de precedência na família, exercia autoridade sobre seus irmãos mais novos, recebia uma bênção especial de seu pai, recebia a autoridade paterna, recebia dupla porção na herança, era tratado especialmente por seus pais, para que não fosse alienado. (Dt 15.16). Em sentido espiritual, CRISTO é o primogênito acima de todos. Nele, os crentes chegam a participar de seus poderes e privilégios espirituais. Porém, na qualidade de primogênitos, eles também são primícias. São a melhor porção da colheita, dedicada a DEUS, como o eram as primícias no antigo Israel. DEUS era honrado com o oferecimento de suas vidas; a oferta dos primogênitos consagrou a humanidade inteira, mostrando que todos os homens, se o quiserem, podem participar de idênticos benefícios (ver Rom. 11:16). (Ver também Apo. 14:4. onde a igreja é chamada de primícias.). Em I Cor. 15:20.23 o próprio CRISTO recebe esse titulo, o que indica que ele ocupa o primeiro lugar em uma imensa companhia, que será levada à vida eterna e à ressurreição. (Ver Jer. 2:3; Filo. de Const. Princ.. 6. quanto ao simbolismo usado acerca do povo de Israel. Comparar também com II Tess. 2:13. onde o termo é usado relativamente aos crentes). ...das suas criaturas... DEUS possui uma vasta criação: e todos os seres inteligentes da mesma são passíveis de redenção: e esse é o plano divino relativo a eles. Ele mostra o que pode fazer pelos mesmos, através do que tem feito à igreja. A igreja, pois, é o modelo da redenção divina. Na antiga nação de Israel, as «primícias» de todas as coisas vivas, homens, gado, cereal, etc.. eram consagradas ao Senhor. Essa consagração de tudo santificava a nação inteira, tornando-a apta para ser usada por DEUS (ver Rom. 11:16). Assim também, no plano espiritual, o fato que DEUS separou as primícias mostra-nos que, eventualmente, tudo se beneficiará da expiação e da vida ressurreta de CRISTO. O produto da terra era de tipo mui diversos, como a cevada, o trigo, o vinho, o azeite, o mel, as novas árvores frutíferas e todo o produto da terra (ver Lev. 23:10-14; Exo. 23:16; 23:16,17; Deut. 18:4: Lev. 19:23,24 e Deut. 26:2). Mediante o uso desses itens, os sacerdotes viviam. No terreno espiritual, as coisas (ou seres) de muitas espécies e gradações, se beneficiam daquilo que CRISTO realizou, e tudo eventualmente, será consagrado a DEUS, embora com níveis diversos de bem-estar e de glória. Toda a criação, por fim, participará, de algum modo, na glorificação dos filhos de DEUS. (Ver Rom. 8:20,21). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 27. Tg 1.18 Que efeito e finalidade tem essa palavra? “Para que fôssemos como que oferta de primícias das suas criaturas.” Vimos acima que o objetivo de DEUS é voltar a clarear o mundo obscurecido pela grande rebelião. “As nações hão de andar na luz dele e os reis no fulgor de DEUS” (Is 60.3), “até que DEUS seja tudo em todos” (1Co 15.28). JESUS é o resplendor da glória de DEUS (Hb 1.3), é “luz, que veio ao mundo”. Nele a luz vinda de DEUS novamente nos alcançou. Ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Sob seu reflexo também nós somos “luz do mundo” (Mt 5.14). Mais do que isso: a luz está em nós por meio do ESPÍRITO dele, tornando-se transparente em nós. “DEUS, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de DEUS, na face de CRISTO” (2Co 4.6). O mundo zomba, dizendo que nós cristãos seríamos no máximo a “luz traseira” do mundo. Mas quando permanecemos singelamente voltados para nosso Senhor e abertos à influência de sua palavra e seu ESPÍRITO, ele cuida para que apesar disso sejamos e continuemos sendo “luz do mundo”. Na metáfora da “oferta de primícias” cumpre lembrar os primeiros frutos da colheita ofertados a DEUS. A humanidade, lavoura de DEUS (Mt 13.38), produziu cardos e abrolhos. Por isso DEUS permite que também a lavoura do ser humano produza cardos e abrolhos (Gn 3.17-19). Contudo agora caiu no solo o único grão de trigo bom, “importado” por DEUS para dentro desse mundo, o eterno Filho de DEUS (Jo 12.24). Consequentemente, a igreja de JESUS agora pode ser começo da maravilhosa colheita de DEUS (Mt 13.30,37-43; Ap 14.15). A safra aponta para além dela mesma. Ela é apenas começo, “fruto de primícias”. A igreja de JESUS constitui um sinal de esperança para toda a criação (Rm 8.19ss). Por realizar tudo isso, a palavra de DEUS é a dádiva de todas as boas dádivas de DEUS. Fritz Grunzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. ELABORADO: Pb Alessandro Silva (<http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/>), com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da
Lição
4 – Gerados Pela Palavra da Verdade
Responda conforme a
revista da CPAD do 3º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 15-16.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
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