Lição 7 - O ministério de Profeta, 6 partes, 2Tr14, Ev Henrique, EBD NA ...

Lição 7 - O ministério de Profeta, EBD NA TV, Ev. Henrique


Lição 7 - O ministério de Profeta
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
“E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28).
 
 
VERDADE PRÁTICA
O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de CRISTO nos dias atuais.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda- At 3.22Jesus O profeta prometido
Terça - At 11.2 7 Profetas na igreja primitiva
Quarta - Lc 11.49 Profetas enviados por DEUS
Quinta - 1 Co 14.3 O ministério do profeta
Sexta - 1 Ts 5.20 Não despreze as profecias
Sábado - Ap 3.22 O ESPÍRITO fala às igrejas
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.
1 Coríntios 12.27 - Ora, vós sois o corpo de CRISTO e seus membros em particular. 28 - E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4.11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, 12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra g do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, 13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO.
 
INTERAÇÃO
O ministério de profeta é um dom de DEUS para a igreja atual. O profeta é chamado para faiar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina.
Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior; porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.
 
OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever a função do profeta no Antigo Testamento.
Compreender o ofício do profeta em o Novo Testamento.
Discernir o verdadeiro do falso profeta
 
PALAVRA-CHAVE
Profeta: Porta-voz oficial da divindade.
 
Resumo da Lição 7 - O ministério de Profeta
I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. 
2. O ofício. 
3. O profetismo. 
II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. 
2. O ofício do profeta neotestamentário. 
3. O objetivo do dom ministerial de profeta. 
III – DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância.
2. Pelos frutos os conhecereis. 
3. Ainda sobre o falso profeta. 
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Os profetas do Antigo Testamento falavam em nome de DEUS, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Os profetas em o Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico
“Os verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23)- O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que a Impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 JESUS une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO. [...] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de JESUS CRISTO (1 Jo 4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds,) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.61-62).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol, 1: Mateus a Atos. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
 
Meus Comentários - Ev. Henrique
João Batista, o último profeta? Existiam profetas na época do início da igreja? Existem profetas hoje?
João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento - profetas do AT profetizaram sobre primeira vinda de JESUS e quase nada sobre depois disso, com raríssimas exceções. Alguns muito usados em milagres, alguns sem milagres, mas com grandes profecias messiânicas, alguns sem milagres e sem profecias messiânicas, mas com mensagens de juízo. Os verdadeiros eram temidos e pouco desejados em meio à sociedade em geral, principalmente entre os ricos. Eram pessoas de grande fé e santidade. Suas vidas eram inteiramente comprometidas com DEUS e sua palavra inspirada. A bíblia nos diz que nossa fé deve estar em conformidade com os ensinos dos apóstolos e dos profetas.
No Novo Testamento, como ocorre com os apóstolos, temos o ministério de Profeta. Efésios 2.20; 4.11 fala sobre isso e em muitas outras partes do NT, como por exemplo: Atos 11:27 - profetas; Atos 15:32 - Judas e Silas; Atos 21:10 - Ágabo; 1 Co 12.28, 29; Tito 1.12 - profeta que revela pecado; Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
O ministério profeta deveria ser reconhecido na Igreja, mas com o passar do tempo, e devido à multiplicação do pecado, principalmente por parte da liderança da igreja, esse ministério teve a mesma sorte daquele que havia no AT, passaram a ser pessoas "non gratas" nas igrejas. Revelar pecado e juízo sobre esse pecado é uma das maiores tarefas de um legítimo profeta de DEUS, por isso sua pouca popularidade na igreja atual.
O que o profeta falaria hoje na igreja? O profeta revelaria o pecado oculto da maioria dos crentes de hoje. O profeta é excluído de nossos púlpitos devido ao temor dos líderes de que seus pecados sejam revelados e eles sejam desmascarados ante suas inocentes ovelhas que são tosquiadas a cada dia para enriquecimento dessas lideranças materialistas.
O pecado tem que ser combatido a qualquer custo e a mensagem do profeta deve ser ouvida na igreja para que o temor se apodere dos crentes e eles se arrependam de seus pecados e sejam sarados.
Lembremo-nos de que todos aqueles que escreveram nossos livros que estão contidos na bíblia e falam sobre alguma coisa no futuro, principalmente a escatologia, todos eles formam profetas de DEUS. Não existiria o livro de Apocalipse se não existisse profeta no Novo Testamento. Os ministérios podem ser mudados ao longo do tempo. Por exemplo, João que começou como apóstolo, terminou como profeta, escrevendo Apocalipse. Paulo que começou como Apóstolo, passou pelo ministério de profeta, evangelista, pastor e mestre.
O ministério é dado por CRISTO de acordo com a necessidade do momento. Paulo preso pode e é usado por JESUS como um legítimo profeta de DEUS, combatendo o pecado nas igrejas e falando sobre coisas futuras.
 
Dom de Profecia X Ministério Profeta
 
Dom de Profecia é para edificação, exortação e consolação, não prediz nada, pode vir de 3 fontes, DEUS, homem e o Diabo; deve ser julgada.
 
Profeta é ministério, Profeta é usado em dons de revelação - fala a respeito do futuro (Palavra de Sabedoria - dentro da Onisciência de DEUS - DEUS sabe o futuro); também revela coisas ocultas tanto no passado quanto no presente (Dom da Palavra da ciência ou Conhecimento - dentro da Onipresença de DEUS - DEUS está presente em toda parte). profeta é usado em dons de poder (ressuscitar mortos - Fé; Curar enfermos - Dons de Curar; Modificação na natureza - milagres) - Alguns profetas escrevem a respeito de coisas futuras, como Apocalipse, por exemplo - são revelações das coisas futuras dadas ao profeta. Quem tem ministério de profeta não quer dizer que um dia não não possa ter outros ministérios.
 
Observação sobre sustento do profeta:
O Didaquê, obra da igreja primitiva que pode ser dada como de produção ao redor do ano 90 de nossa era (parece anteceder, inclusive, ao evangelho de João), e que é considerado como um manual de doutrina da igreja primitiva, diz o seguinte, sobre o trabalho de mestres itinerantes na vida das comunidades cristãs da época: “Todo apóstolo (profeta e pregador também) que venha a vós seja recebido como o Senhor, porém não permanecerá mais que um dia, e se houver necessidade, ainda o outro dia; mas se permanecer três dias, é um falso profeta. E tendo saído o apóstolo nada tomará para si, a não ser pão, até o próximo alojamento. Mas se pede dinheiro é um falso profeta” (11.4-7). Não estou declarando o Didaquê como inspirado, como os escritos do Novo Testamento, mas reconhecendo-o como documento histórico e como manual de doutrina da Igreja. A conexão que ele faz entre apóstolo, profeta e pregador itinerante é interessante, bem como o método para descobrir se é falso o apóstolo ou profeta ou pregador itinerante: se busca levar vantagem no exercício de sua função.
<http://www.ensinameaviver.com.br/admin/pdf/O_PROFETISMO_EM_ISRAEL_-_Isaltino_Gomes_Coelho_Filho.pdf >
 
A importância do ministério do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
 
Veja a importância de um profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa, mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem, através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto os do NT . Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
 
Atos 15:32-34
"Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
 
Judas e Silas eram respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
 
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
 
Veja aqui, mais uma vez, a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
 
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
 
Veja a importância do ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para a edificação e progresso da igreja.
 
Tito 1.12 - profeta que revela pecado
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
 
Veja aqui Paulo dando testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses. Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.

Apocalipse 18:20
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga aos perseguidores dos profetas de DEUS, sejam eles falsos crentes ou descrentes. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para pregar em nossos púlpitos. São considerados como escória. São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os recompensará.
 
Como identificar se a mensagem é vinda de um ministério Profeta ou de alguém usado em dom de profecia?
Quando se fala a respeito de coisas futuras ou coisas passadas ou ocultas quando se revela pecados ocultos e notícia de juízo é Ministério de profeta. O profeta revela às vezes um problema ou uma doença, ou um juízo e já trás a solução com um milagre, uma transformação, ---------a profecia não traz o milagre junto. A profecia é mais um aconselhamento, para edificação, consolação e exortação. não tem elemento preditivo e nem palavra de juízo contra o pecado. A profecia é para indicar a presença de DEUS na vida do crente ou descrente.
 
Porque existe uma rejeição intensa para com o profeta ministerial nos dias de hoje?
Não só hoje, mas o profeta sempre foi temido, excluído, colocado à margem dos poderosos. O profeta tem a revelação do pecado, principalmente o pecado da liderança. profeta revela roubo de dinheiro na secretaria, desvio de dinheiro das obras sociais e de missões, revela superfaturamentos nas notas fiscais, revela adultérios, revela homossexualidade, lesbianismo, prostituição, etc... Imagine quem quer um profeta em sua igreja!!! O rei da igreja, ou o ditador da igreja morre de medo de um profeta e não dá oportunidade para ele pregar de jeito nenhum.
 
Fim de meus comentários - Ev. Luiz Henrique
 
Vamos ver outros comentários
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.39
O ministério de profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, de codinome de Jezabel, dizia-se profetisa (Ap 2.20) - por isso achava-se respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: "Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos". Apesar de se chamar "A instrução dos Doze", o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de CRISTO, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre "A Vida em Comunidade", os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
Empurrado para o ralo da heresia pela igreja romana e pelos Cessacionistas, e devido à autonomia profética e carismática, Montano é um grande exemplo do exercício profético entre os séculos II e III na Ásia Menor, tendo inclusive atraído um dos mais importantes pais latinos da Igreja: Tertuliano.
O que dizer sobre Catarina de Siena, Tereza Dávila - mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma John Huss, John Wycliffe e tanto outros gigantes da história que aprouve ao Senhor nosso DEUS levantá-los como verdadeiros profetas e profetisas?
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de DEUS. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade?
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Neste capítulo, discorremos sobre o dom ministerial de profeta, na igreja cristã. É um assunto que envolve dificuldades de interpretação, tendo em vista alguns aspectos que parecem não estar bem claros, no texto neotestamentário. Quando se estuda a missão dos profetas, no Antigo Testamento, normalmente, não há grandes questionamentos. Mas, no âmbito do Novo Testamento, persistem algumas indagações. Há dúvidas acerca da correlação entre o dom de “profeta” e o dom espiritual de “profecia”. O profeta, na igreja atual é um dom ou é um ofício? E um cargo ministerial, como alguém utiliza, acima dos demais? Já existem igrejas em que seu titular já foi pastor, bispo, apóstolo e, atualmente, é chamado de “o profeta”!
A Igreja Primitiva é o modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cristãs ao longo da História. Mesmo considerando algumas especificidades ministeriais, face ao contexto histórico e cultural de sua época, o que foi ensinado por JESUS e por seus apóstolos, ao longo do desenvolvimento das igrejas locais, tem valor essencial para quaisquer igrejas, em todos os tempos e lugares, no mundo em que vivemos. Desse modo, constatamos que tanto o dom de profecia como o ofício ou o dom ministerial de profeta eram naturalmente reconhecidos pelos cristãos primitivos.
Em momentos cruciais, quando as adversidades ameaçavam a comunidade cristã, homens de DEUS eram levantados para transmitir a mensagem de orientação, necessária para sua estabilidade. Os profetas do Novo Testamento não eram pessoas procuradas por irmãos ou grupos de irmãos, com a finalidade de buscarem orientações pessoais. Eles eram usados, em momentos especiais, quando havia uma necessidade de uma palavra especial da parte de DEUS. E o faziam de modo espontâneo, sem qualquer ideia de premeditação ou direcionamento da parte do profeta, como ocorre, infelizmente, em alguns lugares, nos dias presentes. Também não tinham o ofício de profeta, idêntico ao dos profetas do Antigo Testamento.
O profeta do Antigo Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de DEUS, tinha outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos governantes (1 Sm 16.1; 1 Rs 19.16).
No Novo Testamento, o profeta tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas, de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação, exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de profetas. Considerando que, antes da Vinda de JESUS, está prevista terrível manifestação da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da manifestação do ESPÍRITO SANTO, tanto através do dom de profecia, como a palavra dos profetas de DEUS.
O profeta de hoje não tem a missão de ungir reis ou profetas em seu lugar, mas tem a grave responsabilidade de transmitir a mensagem de DEUS, nos momentos necessários, no tempo certo, para pessoas ou para a comunidade cristã. Essas mensagens são de grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que comprometem a integridade espiritual do Corpo de CRISTO.
Quem tem um dom de DEUS deve ter consciência de que é apenas um servo e não um senhor dos outros.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 82-83.
 
1 - O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito.
No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando DEUS levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos.
1. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS
O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando JESUS se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica.
1) Profetas no Pentateuco. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, DEUS lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por DEUS para ajudar Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, DEUS diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos DEUS ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles homens não tinham um ministério profético. Foram usados por DEUS em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal.
2) Profetas em diversos livros do Antigo Testamento. Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de DEUS de modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39) e revelou o pecado de adultério de seu pai Davi antes, depois falou sobre a construção do templo pelo mesmo Salomão que havia de ungir como rei; o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi usado por DEUS (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando DEUS quer, usa a quem Ele quer.
Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o profeta messiânico devido à grande parte de suas profecias se referirem o Messias, no futuro. Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por DEUS para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20).
Esdras, líder da reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).
2. OS PROFETAS MAIORES
Integram uma lista de 5 livros, de Isaías a Daniel. São chamados de “maiores” não por importância pessoal dos profetas, mas pelo volume ou tamanho de seus livros bem como a abrangência das profecias. Aqueles mensageiros de DEUS foram usados para transmitir mensagens do Senhor ao povo de Israel, no seu tempo, e também foram usados de maneira profética para vaticinar acontecimentos futuros, escatológicos.
3. OS PROFETAS MENORES
São 12 livros, de Oseias a Malaquias. De igual modo, seus autores são chamados de “menores”, não por serem inferiores aos outros, mas pelo menor volume de seus livros e menor extensão de suas profecias. Os profetas do Novo Testamento apenas foram citados, no texto bíblico, em referência a sua participação na história da Igreja, mas não tiveram a condição de serem incluídos no cânon bíblico. Os profetas do Antigo Testamento tinham um ministério voltado para toda a nação.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 84-85.
 
O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS.
(1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.
 
PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
(1) Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
(2) Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO de DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21 .), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.
 
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características: (1) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência.
O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
(2) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
(3) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
 
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
 
OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. .
(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele.
(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). .
(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. .
(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61–62; 65.17–66.24; Jr 33; Ez 37). .
(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3–4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
 
A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de DEUS. (2) O pecado e o arrependimento. .(3) Predição e esperança messiânica. .
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
 
3. O profetismo.
ASPECTOS GERAIS
O profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar, chegando a formar escola de profetismo, culminando na vasta literatura profética que hoje faz parte da Bíblia.
a- Etimologia
A palavra portuguesa Profeta geralmente é entendida como a pessoa que sabe prever o futuro. Esta, porém, não é a única compreensão etimológica da palavra, na sua origem. A sua raiz se encontra no grego profh,thj que pode ser traduzida por: Aquele que fala diante. Não é o pré-ditor, mas o que fala pelo outro, alguém que fala diante dos outros, que comunica revelação divina.
Traduz o Hebraico abn nabi, cuja raiz acádica tem o sentido de: chamar, falar em voz alta, orador, anunciador. A mesma raiz, em árabe tem o sentido de delirar, borbulhar, caráter frenético de expressão. A partir destas idéias, Albright define o profeta como um chamado por Deus para falar por ele.
 
b- A Profecia no Antigo Oriente
Era comum, no Antigo Oriente, a existência de homens que exercem a magia e a adivinhação (Nm 22,5s; Dt 2,2; 4,3-4). São pessoas consultadas pelas autoridades antes de grandes empreendimentos. Geralmente diante de guerras, os profetas devem dizer com proceder.
 
c- A Profecia em Israel
Em Israel, inicialmente, os profetas têm papel semelhante aos do Antigo Oriente (1Rs 22,1-29). Nos tempos dos juízes surgem os filhos dos profetas (1Sm 10,5ss), cuja função é semelhante à dos profetas do Antigo Oriente (1Sm 19,20-24). Estes se parecem como grupos de dança e canto no culto. Ainda recebem títulos como: vidente (1Sm 9,9), visionário (Am 7,12), homem de Deus (1Sm 9,7)[6].
Em Israel se formou uma tradição profética devido aos discípulos dos profetas (2Rs 2; Nm 11,17). Assim, o que inicialmente era apenas um movimento espontâneo, tornou-se uma experiência que foi marcante na história de Israel.
O surgimento dos profetas está relacionado com a instituição da monarquia e do sacerdócio. O profeta forma, ao lado do rei e do sacerdote, um dos três eixos da sociedade (1Rs 1). Eles dão orientações aos reis (Natan, Elias, Eliseu, etc.). Porém, a profecia não é uma instituição como a realeza e o sacerdócio (Dt 18,14-19). O profeta sempre será o portador de um Dom de Deus. É neste sentido que o profetismo, em Israel, adquire um sentido diferente do mesmo fenômeno em outros povos., ainda que em Israel também havia profetas de outras divindades, de outros países, estes se restringiam à magia, adivinhação e oráculos. Não é este o caso dos legítimos profetas de Israel. “O conteúdo ético e religioso da profecia israelita não tem paralelo no mundo antigo”.
Ao que parece, na origem do profetismo de Israel, havia líderes profetas que acolhiam discípulos. Estes alunos eram chamados de Filhos de Profetas, ou seja, eram discípulos de um profeta e se identificavam com sua causa. Samuel é um líder profeta (1Sm 3,1ss). Ele tem papel nas escolhas dos reis, na unção dos mesmos e até na sua deposição (1Sam 7 –15). Além desta função política, Samuel tem também funções de um operador de milagres. Ele é vidente (1Sm 9,9-11.18-19). Ele encontra animais perdidos. “Samuel é mais diretamente o antepassado do profetismo sucessivo do que o são os Filhos de Profetas”. Elias é um continuador do professorado de Samuel e depois dele, seu sucessor, Elizeu, deu sequência a esse ministério.
<http://www.estef.edu.br/pessoais/arquivos/ESTEF_PESSOAL_12_08_2005_21_34_48_ProfSab.htm> 
 
d- Características Do Movimento Profético  
O Profetismo no Antigo Israel: Forma extática.
Nabi – aquele que foi chamado.Também conhecido como Rozeh o vidente.
Possuía vida nômade. As Escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel. Is 8:16;30:8; Jr 36.
Profetas profissionais do culto: Fundiram o Nabi com o rozeh.
Pregavam a Benção e a Salvação.
Seu tema principal é "a eleição do povo conduz os indivíduos a Deus, ainda que pela punição".
Outro tema importante é a exaltação de Israel: "Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo. Jr 14:13".
Profetas da Corte: Falam o que o rei quer ouvir I Reis 22:8-18; I Sm 10:1, 24; 16:12-13.
Conselheiros do rei 1Sm 22:5; 2Sm 24:11-19; 1Rs 11:29-31.
Quando a política se desviou dos planos de Deus, a profecia mudou seu discurso e passou a criticar o rei. Inimigos, I Rs 21:20; 18:17.
Perseguidos I Rs 18:13; 19:10; Jr 18:18; 26:11.
Divisão: Profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado, independentes. Jr 28:1-17. 14:13-16; 23:9-40; 28:9; Ez 33:30-33; Jr 17:15; 12:1.
Profetas individuais ou anônimos - Amós, Oséias, Isaias, Miquéias, Sofonias, Jeremias e Ezequiel. Vocacionados e não profissionais.
Vêm o homem numa condição de abandono de Deus, recusando entregar-se a Ele, revoltado.
Esperam a punição. (O dia do Senhor)
Apontam a possibilidade de perdão e de uma nova salvação. "Ruína ou salvação".
O Tema é a conversão.
A salvação, para esses profetas trata-se de uma transformação radical, interior e exterior.
Profetismo Escatológico: Reinterpretam os profetas individuais.
Inicia-se com o Isaias, seguido de Daniel, Joel, e a apocalíptica judaica.
Estágios Proféticos: Deus se apossa interiormente da pessoa.
O Espírito ou a palavra de Deus vem sobre o profeta. Is 6:8 audição.
O profeta não perde a consciência. O Profeta procede à interpretação e explanação de acordo com a fé em que vive. Acréscimo de imagens, ilustrações poética, que marcam o estilo do profeta.
 Abraão, Moisés, Débora, Aarão, todos foram chamados de profetas. Gn 20:7; Ex 7:1; Dt 34:10; Jz 4:4.
Jeremias e Isaias não são chamados de profetas.
Amós rejeita ser chamado de profeta Am 7:14.
Em Ageu e Zacarias, após o exílio, vemos que o ofício profético foi reconhecido socialmente Ag1:1, Zc1:1, e já passaram a ser chamados como "Antigos Profetas" Zc 1:4.
Como o povo via os profetas? Como doidos, ou tolos 2Rs 9:11; Os 9:7. Será que alguém queria ser profeta? E hoje, as pessoas anseiam por ser profetas?
Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Surgem em grupos I Sm 19:20; I Rs 2:3,
Chamam-se filhos de profetas I Rs 20:35,
Líderes que presidiam suas reuniões I Sm 19:20;
Viviam em comunidades 2 Rs 4:38-41;
Alguns eram casados 2 Rs 4:1;
Sustento por esmolas e doações 2 Rs 4:8,42;
Vestimentas, mantos de pele e cinturão de couro 2 Rs 1:8; Zc 13:4; sinais e cicatrizes na testa I Rs 20:41;
Cantavam, soltavam gritos e lamentações I Sm 10:6-9; Mq 1:8; chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados I Sm 19:24; Dn 8:18,27. Entravam em transe I Sm 19:24.
<http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo> 
 
II- O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
Em o Novo Testamento, só há um livro profético — O Apocalipse. Nenhum personagem neotestamentário, além de João, o Evangelista, escreveu outro livro com esse caráter. Mas, ao longo dos livros do Novo Testamento encontramos referências a profetas, que tiveram papel relevante. Vamos refletir um pouco sobre eles.
 
UM DOM MINISTERIAL
Em sua carta aos coríntios, o apóstolo Paulo fala da importância do corpo de Cristo, enfatizando que os crentes são “seus membros em particular” (1 Co 12.27). E o faz, depois de demonstrar a necessidade da unidade do corpo de Cristo, fazendo uma analogia com o corpo humano, mostrando que nenhum membro do corpo pode dispensar a função do outro. “Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo” (1 Co 12.18-20). Daí, porque nenhum dom ministerial é maior que o outro. A ordem dos dons, no texto, é questão de prioridade.
Com essa visão, da unidade do corpo de Cristo, que é a Igreja, o apóstolo apresenta uma lista de dupla referência. Primeiro, fala de homens a quem Ele põe na igreja, ao que tudo indica, numa ordem de prioridade. São “homens-dons”, por assim dizer. Nessa lista, os “profetas” aparecem em segundo lugar. Sem dúvida, não é por acaso, mas segundo o entendimento do Espírito Santo. Os profetas eram os homens usados por Deus para transmitir mensagens divinas para a comunidade dos que eram ganhos para Cristo. Os doutores eram os que cuidavam do ensino ou do discipulado, estudando, interpretando e ensinando os fundamentos da fé cristã com profundidade.Eram mensagens sobrenaturais.
Na segunda parte do texto, vemos Paulo apresentar uma lista de ministérios, indispensáveis à unidade, a edificação, ao fortalecimento e à própria administração da igreja local: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.28 b), e faz indagações que enfatizam o valor do uso dos dons de modo integrado e não fragmentado (1 Co 12.29-31). Se um dom fosse maior que o outro, não promoveria a unidade indispensável do corpo de Cristo.
Escrevendo aos efésios, Paulo é mais didático ou explícito, em relação aos dons ministeriais. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo ” (Ef 4.11-13 — grifos nossos). Observe que, à semelhança do texto de 1 Coríntios 12.28, os profetas vêm em segundo lugar.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 86-87.
 
No Novo Testamento, a palavra comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, que exemplificamos com Mat. 1:22; 2:5,16; Mar. 8:28; Luc. 1:70,76; 7:16; Joio 1:21,23; 3:18,21; Rom. 1:2; 11:3; I Cor. 12:28,29; 14:29,32,37; Efé. 2:20; Tia. 5:10; I Ped. 1:10; 11 Ped. 2:16; 3:2; Apo. 10:7; 11:10. O substantivo prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mat. 13:14; Rom. 12:6; I Cor. 12:10; 13:2,8; 14:6,22; I Tes. 5:20; I Tim. 1:18; 4:14; 11 Ped. 1:20,21; Apo. 1:3; 11:6; 19:10; 22:7.10,18,19. Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., e phemi; «falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por extensão, «intérprete.., especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta... Os profetas eram tidos como representantes de Deus. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 424.
 
Estes versículos expõem quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é proclamar a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Certos estudiosos veem uma contradição no pensamento de Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1 Coríntios 3.11. Lá, Cristo é o fundamento. O problema se resolve quando nos damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos diferentes. Na passagem coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de outros como construtores. Na relação aqui está claro que Cristo é o fundamento sobre o qual eles constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na construção. Nesta relação, Cristo é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de Deus.
Nos versículos 4 a 22, temos o assunto: “A Igreja, a Morada de Deus”. A unidade da Igreja Invisível é o tema de fundo. 1) A fundação da Igreja, 20; 2) A construção da Igreja: inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de projeto simétrico — bem ajustado; cresce até à conclusão — cresce para templo santo no Senhor, 21; 3) “Em Cristo”, a Igreja é a morada de Deus no Espírito, 22 (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144.
 
2. O ofício do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.

Atos 11:28
"E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César". Atos 11:28.
 
Veja a importância de um profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa, mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem, através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto os do NT . Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
 
Atos 15:32 - Judas e Silas;
Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali.

Atos 15:32-34
"Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
 
Judas e Silas eram respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
 
Atos 21:10 - profeta Ágabo novamente;
E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo;
E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.

Atos 21:10-11
"E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
 
Veja aqui, mais uma vez, a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
 
1 Co 12.28, 29;
E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
 
Veja a importância do ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para a edificação e progresso da igreja.
 
Tito 1.12 - profeta que revela pecado;
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
 
Veja aqui Paulo dando testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses. Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela.

Apocalipse 18:20
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa causa quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga aos perseguidores dos profetas de DEUS, sejam eles falsos crentes ou descrentes. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para pregar em nossos púlpitos. São considerados como escória. São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os recompensará.
 
3. O objetivo do dom ministerial de profeta.
O DOM DE PROFETA NÃO É PARA TODOS
Examinando o contexto do capítulo 12 de 1 Coríntios, podemos verificar e concluir que os dons ministeriais não são para todos os crentes, na igreja local. Diz o texto: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12.18). Note-se que o texto diz que “a uns pôs Deus na igreja”. Isso mostra que Deus não pôs todos, mas “uns”.
Na lista de Paulo aos efésios, vemos escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11,12). Quando o escritor diz “uns” e “outros” fica bem claro que tais dons não estão à disposição de todos os crentes. Diz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas’ (grifo nosso).
1) O aperfeiçoamento dos santos. A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus, “para a obra do ministério”.
Há o que chamamos ministério ordenado, regular, integrado pelos auxiliares dos ministérios, são eles: presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou separados para atender às necessidades da comunidade cristã. E há diversos, que não são realizados pelos ministros ou obreiros. Na música, no louvor, no ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por Deus, e assumem tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja.
Observação minha - Ev. Henrique - São verdadeiras bênçãos para a igreja todos os cooperadores. Nenhum desses exerce, no entanto, um ministério dado por CRISTO à igreja (Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres), mas todos cooperam para o engrandecimento do reino de DEUS.
2) Para a “obra do ministério”. O ministério tem como obra principal ganhar almas para CRISTO e coordenar o trabalho da igreja na terra, cuidando para que nenhuma alma se perca, mas que todos cheguem ao pleno conhecimento de CRISTO e por fim sejam salvos e alcancem um lugar ao lado de CRISTO na Glória eterna.
3) A edificação do Corpo de Cristo. Os dons ministeriais também atendem à necessidade da “edificação do Corpo de Cristo”, que é a Igreja (invisível), que se torna visível, no conjunto de salvos, na igreja local. Os crentes salvos são considerados “edifício de Deus” (1 Co 3.9). A metáfora é bem adequada. Os salvos são considerados “pedras vivas”, na construção desse edifício espiritual. Diz o apóstolo Pedro: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5). Nessa edificação, o papel dos que têm o dom ministerial de profeta é de grande valia.Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 87-88.
PROFETAS. Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
(1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).
(2) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia  (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
(3) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
(4) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
(5) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Profecia
    A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7.
    Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa exercitá-la: “Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados”, 1 Co 14.31.
    Ainda que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrenatural, não devendo, portanto, ser confundido com a simples habilidade de pregar o Evangelho.
Dada a importância desse dom em face dos demais dons espirituais, e dentro do contexto da doutrina pentecostal, necessário se faz uma análise cuidadosa, no sentido de conceituá-lo no seio da Igreja hoje.
    O apóstolo Paulo adverte os crentes a procurar “com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1); isto por razões que ele mesmo enumera:
    a. Porque “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação... O que profetiza edifica a igreja”, 1 Co 14.3,4.
    “Edificação”, “exortação” e “consolação” são os três elementos básicos da profecia, são a razão de ser e de existir desse dom. É evidente que isto contraria a crença tão popular entre nós, de que o principal elemento da profecia é o preditivo (predição do futuro). Certamente, que tanto o Antigo quanto o  Novo Testamento contêm numerosas profecias preditivas, muitas das quais já se cumpriram, e outras estão se cumprindo, e outras ainda se hão de cumprir, No entanto, no conteúdo geral das Escrituras, o elemento preditivo da profecia é relativamente o menor.
    b. Porque ‘‘se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós”, l Co 14.24,25.
    Há algo mais que precisamos ter em mente quanto ao dom de profecia e o seu uso na Igreja hodiemamente:
    a) O dom de profecia nunca deve exercer propósitos diretivos ou de governo sobre a Igreja. No Antigo Testamento, Israel era governado por reis e o culto era dirigido pelos sacerdotes, mas nunca por alguém que se tivesse distinguido por um ministério cem por cento profético. Os profetas eram apenas colaboradores na condução do povo. O mesmo aconteceu com a Igreja dc Novo Testamento: o seu governo sempre esteve sob a responsabilidade dos presbíteros ou bispos, ou pastores, mas nunca sob a responsabilidade de profetas.
    Escreveu o missionário Eurico Bergstén, que “quando alguém, por meio de profecia, penetra na direção da igreja, mostra que é dominado por influências estranhas. Abre-se, então, uma porta para a perturbação... Quando alguém se faz ‘oráculo de profeta’, para responder a perguntas e orientar os crentes, está usando indevidamente o dom de profecia... O dom de profecia não atinge, nesta dispensação, a faixa de consulta, pois tem uma outra finalidade: a edificação da Igreja”.
   b) Devido a possíveis abusos quanto ao uso do dom da profecia, este dom está sujeito a análise e a consequente julgamento. Recomenda o apóstolo Paulo: “...falem dois ou três profetas, e os outros julguem”, 1 Co 14.29.
   Paulo arremata suas advertências quanto ao dom de profecia, dizendo: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor”, 1 Co 14.37.
  O dom de profecia não deve ser desprezado (1 Tm 4.14), mas despertado (2 Tm 2.16), a fim de que a Igreja seja enriquecida: 1 Co 1.57.
Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
O apóstolo então nos relata quais foram os dons de Cristo na sua ascensão: “E ele mesmo deu uns para apóstolos...” (v. 11). Na verdade, Ele enviou alguns desses antes da sua ascensão (Mt 10.1-5), mas um foi acrescentado depois (At 1.26). E todos eles foram mais solenemente empossados e publicamente confirmados, em seu ofício, pelo seu derramar visível do Espírito Santo de uma forma extraordinária. Observe: O grande dom que Cristo deu à igreja na sua ascensão foi o ministério da paz e da reconciliação. O dom do ministério é o fruto da ascensão de Cristo. E ministros têm seus vários dons, que são todos dados pelo Senhor Jesus. Os ministros que Cristo deu à sua igreja eram de dois tipos - os extraordinários, investidos de um ofício superior na igreja: tais eram apóstolos, profetas e evangelistas. Os apóstolos eram os dirigentes. Cristo os investiu com dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar sua verdade. Tendo eles sido testemunhas dos seus milagres e doutrina, Ele os enviou a espalhar o evangelho e a implantar e governar igrejas. Os profetas expunham os escritos do Antigo Testamento e prediziam as coisas do futuro. Os evangelistas eram pessoas ordenadas (2 Tm 1.6) que os apóstolos levavam como companheiros de viagem (Gl 2.1), e os enviavam para estabelecer igrejas que eles, os apóstolos, tinham implantado (At 19.22). Os evangelistas não estavam presos a nenhum lugar específico; por isso, deveriam continuar o seu trabalho até que fossem chamados de volta (2 Tm 4.9). Também existem os ministros ordinários, empregados em uma esfera mais restrita tais como pastores e mestres. Alguns entendem que esses dois nomes significam um ofício só, envolvendo as tarefas de governar e ensinar. Outros entendem que eles representam dois ofícios distintos, ambos regulares e de uso permanente na igreja. Os pastores são colocados como dirigentes principais de igrejas particulares, com o intento de guiar, instruir e alimentar os membros de acordo com as instruções de Cristo. Eles são frequentemente chamados de bispos e anciãos. Os mestres eram aqueles que também pregavam o evangelho e instruíam o povo por meio da exortação. Vemos aqui que é prerrogativa de Cristo designar oficiais e ofícios em sua igreja.
A igreja é rica pelo fato de ter tido uma diversidade tão grande de oficiais e continuar tendo uma diversidade tão grande de dons! Como Cristo é amável com sua igreja! Quão grande é o seu cuidado por ela e pela sua edificação! Quando Ele subiu, enviou o dom do Espírito Santo; e os dons do Espírito Santo são vários: alguns receberam mais, outros, menos; mas todos os dons são para o bem do corpo, o que nos leva ao terceiro argumento:
3. A grande finalidade e desígnio de Cristo em relação aos dons. Os dons de Cristo eram para o bem da sua igreja e para promover seu Reino e interesse entre os homens. Tudo isso tinha um fim comum e era um bom motivo para que todos os cristãos quisessem viver em amor fraternal e não invejar os dons dos outros. Todos os dons são para “...o aperfeiçoamento dos santos” (v. 12); isto é (de acordo com o original), conduzir a um estado espiritual ordenado aqueles que tinham sido desordenados e separados pelo pecado, e então fortalecer,
confirmar e promovê-los nisso, para que cada um, em seu devido lugar e função, possa contribuir para o bem do todo. “...para a obra do ministério” (ou para a obra da dispensação), isto é, para que pudessem repartir as doutrinas do evangelho e cumprir as diversas partes da sua função ministerial, “...para edificação do corpo de Cristo”, isto é, a edificação da sua igreja, que é o corpo místico de Cristo, pelo aumento da graça deles e um acréscimo de novos membros. Todos são designados para preparar-nos para o céu: “...até que todos cheguemos...” (v. 13). Os dons e ministérios (alguns deles) que foram mencionados devem continuar na igreja até que os santos sejam aperfeiçoados, o que não acontecerá “...até que todos cheguemos à unidade da fé (até que todos os verdadeiros crentes se unam, por meio da mesma preciosa fé) e ao conhecimento do Filho de Deus”, o que não quer dizer um conhecimento meramente especulativo, ou o reconhecimento de Cristo como o Filho de Deus e o grande Mediador, mas como deveria ser observado, com apropriação e afeto, com a devida honra, confiança e obediência; “...a varão perfeito”, para o crescimento completo dos dons e graças, livre das fragilidades imaturas às quais estamos sujeitos no presente mundo; “...à medida da estatura completa de Cristo”, tornando-nos cristãos maduros em todas as graças providas pela plenitude de Cristo. Ou, de acordo com a medida dessa estatura que é completar a plenitude de Cristo e seu corpo místico. Nunca chegaremos a ser o varão perfeito, até que cheguemos ao mundo perfeito. Há uma plenitude em Cristo, e uma plenitude a ser obtida dele; uma certa estatura dessa plenitude e uma medida dessa estatura são determinadas no conselho de Deus para cada crente, e nunca chegaremos a essa medida até chegarmos ao céu. Os filhos de Deus, enquanto estiverem neste mundo, estão crescendo. O Dr. Ligthfoot entende que o apóstolo está falando aqui dos judeus e gentios ligados na unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, constituindo, dessa forma, um homem perfeito, e a medida da estatura completa de Cristo. O apóstolo também mostra, nos versículos seguintes, qual era o desígnio de Deus em suas instituições sagradas e quais efeitos deveriam ter sobre nós. (1) “...para que não sejamos mais meninos...” (v. 14); isto é, para que não mais sejamos meninos em conhecimento, fracos na fé e inconstantes em nossos julgamentos, facilmente cedendo a cada tentação, prontamente concordando com o capricho de cada um. Crianças podem ser facilmente iludidas. Devemos cuidar para não sermos inconstantes (ou “agitados de um lado para outro”, versão RA), como navios sem lastro, levados, como nuvens no céu, em relação a doutrinas que não têm verdade nem solidez em si, mas que, mesmo assim se espalham por todo lado, e são, portanto, comparados ao vento, “...pelo engano dos homens”: essa é uma metáfora tirada de jogadores trapaceiros e traz a ideia da sutileza enganosa dos sedutores; “...que, com astúcia”, pelo que dispõem sua habilidade em encontrar maneiras de seduzir; pois segue-se: enganam fraudulosamente, como em uma emboscada, para iludir os fracos e afastá-los da verdade. Observe: Somente homens muito perversos e impiedosos buscam seduzir e enganar os outros por meio de doutrinas falsas e erros. O apóstolo os descreve aqui como homens perversos, que usam manhas e astúcia diabólica para alcançar seus objetivos. O melhor método que podemos usar para nos proteger e nos fortalecer contra essas pessoas é estudar os oráculos sagrados e orar pela iluminação e graça do Espírito de Cristo, para que possamos conhecer a verdade em Jesus, e ser firmados nela. (2) Para que sigamos “...a verdade em caridade” (v. 15), ou falemos a verdade em amor, ou sejamos sinceros em amor com os nossos irmãos em Cristo. Enquanto nos devotamos à doutrina de Cristo, que é a verdade, devemos viver em amor uns com os outros. O amor é uma coisa excelente, mas devemos ser cuidadosos para preservar a verdade junto com ele. A verdade é uma coisa excelente; no entanto, é necessário que a falemos com espírito de amor e não em contenda. Esses dois aspectos devem andar juntos: verdade e paz. (3) Para crescermos “...em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Crescer em tudo em Cristo quer dizer estar mais arraigado nele. Em todas as coisas - no conhecimento, no amor, na fé e em todos os aspectos do novo homem. Devemos crescer rumo à maturidade, que é o oposto de continuar sendo meninos. Aqueles que crescem em Cristo são cristãos saudáveis. Quanto mais crescermos no conhecimento de Cristo, na fé nele, no amor a Ele e na dependência dele, tanto mais prosperaremos em graça. Ele é a cabeça, e nós devemos crescer de tal forma que estejamos em condições de honrar essa cabeça.
O crescimento cristão sempre será para a glória de Cristo. (4) Devemos auxiliar uns aos outros, como membros do mesmo corpo (v. 16). Aqui o apóstolo faz uma comparação entre o corpo natural e o corpo místico de Cristo, esse corpo do qual Cristo é a cabeça. Paulo observa que do mesmo modo que há comunhão e comunicação mútua dos membros do corpo entre si, para o seu crescimento e melhoramento, assim deve haver amor e unidade mútua, junto com o fruto apropriado, entre os cristãos, para que ocorra o melhoramento e crescimento espiritual na graça, “...do qual, diz ele (isto é, de Cristo, seu cabeça, que transmite influência e alimento para cada membro específico), todo o corpo, bem ajustado e ligado (estando unidos firme e ordenadamente, cada um em seu devido lugar), pelo auxílio de todas as juntas (pelo auxílio que cada uma das partes, assim unidas, dá ao todo, ou pelo Espírito, fé, amor, sacramentos etc., que, semelhantemente às veias e artérias no corpo, servem para unir os cristãos a Cristo, seu cabeça, e uns aos outros como membros desse corpo), segundo a justa operação de cada parte (isto é, dizem alguns, de acordo com o poder que o Espírito Santo exerce para tornar os meios designados por Deus eficazes para esse grande fim, em relação à medida que Cristo julga ser suficiente e apropriada para cada membro, de acordo com seu respectivo lugar e ministério no corpo; ou, como outros pensam, segundo o poder de Cristo, que, como cabeça, influencia e aviva cada membro; ou, de acordo com o trabalho eficaz de cada membro em comunicar aos outros o que recebeu; assim o alimento é levado a todos na devida proporção e segundo o estado e exigência de cada parte) faz o aumento do corpo”, em conformidade com a necessidade do corpo. Observe: Cada cristão recebe seus dons e graças de Cristo para o benefício de todo o corpo.
“...para sua edificação em amor”. Podemos entender isso de duas maneiras: uma maneira é que todos os membros da igreja podem alcançar uma medida de amor maior para com Cristo e uns para com os outros; a outra maneira é que eles são movidos a agir na forma mencionada do amor a Cristo e uns aos outros. Observe: O amor mútuo entre os cristãos é um grande aliado do crescimento espiritual; ao passo que “...um reino dividido contra si mesmo não pode subsistir” (veja Mc 3.24).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 592-593.
 
A Classificação dos Dons (4.11)
Tudo indica que Paulo, quando escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos ministérios relacionados em 1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma lista mais longa de dons espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja. Cristo deu à igreja os apóstolos: os ministros supremos, os doze que haviam visto o Senhor ressurreto e recebido suas tarefas diretamente dele. Os profetas têm posição proximal à dos apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério inspirado. Foulkes afirma que a função primária dos profetas era similar à dos profetas do Antigo Testamento: “anunciar” a palavra de Deus. Porém, ocasionalmente prediziam acontecimentos futuros, como em Atos 11.28 e 21.9,ll.30 Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como se faz hoje.
Certos intérpretes sugerem que as primeiras três categorias se aplicam à igreja universal, ao passo que as outras duas se ajustam especificamente à igreja local. Pastores são pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais. Doutores pode ser uma outra função do pastor. Bruce afirma que estes dois termos “denotam a mesma e uma única classe de homens”.31 Contudo, pode ser que os doutores representem uma classe de responsabilidade um tanto quanto menor que os pastores, mas que, mesmo assim, detêm lugar especial na igreja. Os cinco ministérios são concedidos pelo Espírito e dados por Cristo à sua igreja.
O Propósito dos Dons (4.12-16)
Falando principalmente da vida interior da comunidade cristã, Paulo descreve o propósito para o qual Cristo deu à igreja estes ministérios. Pelo menos quatro dimensões do propósito divino são distinguíveis.
a) Estes ministérios são dados para edificar ou construir o corpo de Cristo (12). As três frases neste versículo, cada uma separada por uma vírgula (RC), dão a impressão de que o apóstolo expressa um propósito triplo. No idioma original, a ênfase está na última frase: “Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo” (NTLH). O objetivo destes servos especiais é ocasionar um aperfeiçoamento (katartismos, lit., “adaptação” ou “equipamento”) para a obra do ministério (diakonias). A expectativa é que haverá um trabalho ativo e frutífero para o Senhor, com o resultado de que a igreja será edificada. A medida que as almas são ganhas, a vida da comunidade se aprofunda e se fortalece pelo serviço unificador da igreja.
b) Estes dons ministeriais são dados para promover maturidade. O versículo 13 rememora o anterior e oferece explicação adicional da “edificação” da igreja. Uma vez mais, Paulo usa três frases, cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da estatura completa de Cristo. Estas não são ideias paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a segunda fala da realidade da maturidade e a terceira fala da medida da maturidade. Uma tradução melhor do versículo seria esta: “Assim, todos finalmente atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em nosso conhecimento do Filho de Deus, e chegaremos à maturidade, medida por nada menos que a estatura completa de Cristo” (NEB).
A unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus constitui o meio do amadurecimento (cf. RA). A unidade é um dom do Espírito (cf. 3), mas requer-se fé e conhecimento para recebê-la. Neste texto, a fé é a resposta que damos ao Filho de Deus e a nossa confiança nele — Deus manifestado na carne que morreu no Calvário em nosso benefício. Aqui, conhecimento (epignosis) é semelhante à fé no ponto em que significa “compreensão, familiaridade, discernimento”. Não devemos equipará-lo a conhecimento intelectual, mas a relações pessoais. A unidade se origina dessa intimidade com o Filho proporcionada pela graça. Paulo não está falando da experiência inicial com Cristo. O apóstolo se preocupa com o crescimento e aumento em entendimento e compreensão dos propósitos e vontade de Deus conforme estão revelados em associação com Cristo. Os membros da igreja podem e devem ter tal crescimento em maior medida enquanto o servem.
A varão perfeito refere-se ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no qual o poder de Deus se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de Cristo na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
A medida da estatura completa de Cristo é o padrão de medida que determina a maturidade cristã. Hodge escreve: “A igreja se torna adulta, homem perfeito, quando alcança a perfeição de Cristo”. A chave para interpretar o versículo é a expressão estatura completa de Cristo. Qual é esta estatura? Salmond diz que é “a soma das qualidades que fazem o que ele é”. Quando a igreja está à altura da maturidade plena do seu Senhor, ela é perfeita. E à medida que cresce em direção a essa maturidade, ela fica mais próxima de sua meta em Cristo. Precisamos também destacar que não há crescimento na igreja separadamente de nosso crescimento individual como crente. É cada um de nós individualmente que tem de se dirigir com empenho à estatura completa de Cristo.
c) Estes ministérios são dados para garantir a estabilidade na igreja diante de doutrinas divergentes e do engano de homens (14). Esta é consequência natural da maturidade, como Paulo indica por sua frase introdutória: Para que não sejamos mais meninos. Uma das evidências claras de imaturidade é a incapacidade de resistir, de forma inteligente e espiritual, as declarações das falsas doutrinas. As palavras de Paulo são pitorescas. O termo inconstantes só ocorre aqui no Novo Testamento e é derivado de kludon (“vagalhão” ou “onda”). Por conseguinte, o verbo significa literalmente “ser lançado pelas ondas”. Cristãos imaturos são como barcos açoitados pela tempestade. Levados em roda vem da palavra grega periphero, que tem a ideia de oscilar violentamente. Boas traduções dos dois termos são: “levados de um lado para outro pelas ondas” e “jogados para cá e para lá por toda nova rajada de ensino” (cf. BJ, NVI). Atarefa dos ministros é pôr mão forte no leme da igreja, mantê-la firme e fornecer o lastro doutrinário mediante um ministério fiel de pregação e ensino.
Aqueles que introduzem falsos ensinos, nos quais os crentes instáveis caem vítimas, enganam a si mesmos e também enganam fraudulosamente os outros. Esta fase é mais bem traduzida por “fazem uso de todo tipo de dispositivo inconstante para induzir ao erro” (Weymouth). Eles usam de engano (lit., “jogo de dados”). Metaforicamente, veio a significar “artimanha” (BJ, RA). Moule declara corretamente o aviso de Paulo: “Há pessoas próximas de vós que não só vos desviam, mas o fazem de propósito, pondo armadilhas premeditadas e organizando métodos bem-elaborados, com o objetivo de afastá-los de Cristo a quem eles não amam”. A única proteção adequada contra a sutileza da heresia é uma fé crescente e um conhecimento progressivo da verdade. Os ministros têm de proporcionar a oportunidade de tal maturação para assim garantir a estabilidade na igreja.
d) Estes ministérios são dados para possibilitar o crescimento em Cristo. Seguindo a verdade (15) é derivado do verbo grego aletheuo, geralmente traduzido por “falar a verdade” (cf. CH, NTLH). Mas há mais no pensamento de Paulo do que proferir sons articulados. Ele pensa em termos de viver e agir. Dale comenta: “A verdade tem de ser a vida de todos os cristãos. A revelação de Deus em Cristo tem de influenciar e inspirar todas as atividades dos cristãos. A verdade tinha de se encarnar nos efésios, tinha de se corporificar neles. [...] Não era apenas para falar, mas para vivenciá-la”.38 E esta vida era para ser vivida em caridade (“em amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, CH, NVI, RA), quer dizer, com os motivos e inclinações que o amor evoca. As pessoas confessam e vivem asperamente certa porção de verdade, mas a comunidade cristã sempre tem de se expressar em amor. O resultado será o movimento progressivo em direção à perfeição de Cristo, a cabeça da igreja. Repare que esta ideia é essencialmente idêntica ao pensamento do versículo 13. Além disso, esta ação positiva é a melhor defesa contra os efeitos do erro descritos no versículo 14.
No versículo 16, o apóstolo retorna à analogia do corpo e se serve disso para enfatizar a unidade que Cristo, a cabeça, traz para a igreja. Ele visualiza a estrutura maravilhosa e intricada do corpo humano com suas partes unidas de modo bem ajustado e ligado (“bem unido e consolidado”, NEB).39 Na analogia, juntas referem-se aos ligamentos pelos quais as partes do corpo se unem. Quando o corpo está funcionando segundo ajusta operação de cada parte, quer dizer, quando cada parte é ativada de acordo com o seu propósito, a harmonia prevalece e o crescimento é certo. Cristo é, obviamente, o centro e a origem de toda a vida espiritual. Ele dá “coesão e poder vital para o crescimento”.40 Este crescimento resulta na edificação ou “construção” (BAB) da igreja em amor (cf. 1.4; 3.17; 4.2; 5.2). A estrutura tem a ver principalmente com o desenvolvimento espiritual interno, mas quando a igreja é interiormente forte ela aumenta numericamente.
Em suma, Paulo vê a unidade da igreja em termos orgânicos e não organizacionais. A verdadeira unidade é interior e resultado de um organismo saudável. O Espírito cria essa unidade; não é obra de homens, por mais inteligentes ou apessoados que sejam. Quando esta unidade prevalece, compartilhada por cada membro e motivada pela fidelidade de ministros talentosos, a igreja cresce em simetria e beleza, para espanto do mundo não crente.
Nos versículos 4 a 16, o pensamento da medida da estatura completa de Cristo sugere o tema “O Alvo Ultimo do Cristão”. 1) O meio para esse fim. Ensinar e pregar a Palavra de Deus, 11,12; 2) O compêndio do ideal, 4-7,15. A fé incorporada e o corpo incorporado, 16; 3) A proximidade da meta num caráter estável, 14. Cristo no trono do coração. A igreja unida (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 160-163.

ELABORADO: Pb Alessandro Silva com comentários extras do Ev. Henrique.