ESCRITA Lição 12, Exortações Finais na Grande Maratona da Fé, 1Tr18, Pr. Henrique, EBD NA TV

Lição 12, Exortações Finais na Grande Maratona da Fé
1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: Pr. José Gonçalves, pastor presidente das Assembleias de DEUS em Água Branca, PI.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Ajuda http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta." (Hb 12.1)
 

VERDADE PRÁTICAAssim como um atleta, o cristão corre a grande maratona da fé.
 
 
LEITURA DIÁRIASegunda - Hb 12.1 O exemplo dos antigos em correr a maratona da fé
Terça - Hb 12.2 O exemplo de JESUS, autor e consumador de nossa fé
Quarta - Hb 12.3,4 O exemplo da igreja em resistir à perseguição 
Quinta - Hb 13.17 A necessidade de se valorizar os líderes espirituais
Sexta - Hb 13.9 A necessidade de se valorizar a doutrina bíblica
Sábado - Hb 13.18 A necessidade de se cultivar os valores espirituais
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 12.1-8; 13.15-1812.1 - Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, 2 - olhando para JESUS, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de DEUS. 3 - Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. 4 - Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. 5 - E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a  correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido; 6 - porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. 7 - Se suportais a correção, DEUS vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? 8 - Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.
13.15 - Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome. 16 - E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, DEUS se agrada. 17 - Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. 18 - Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente.

OBJETIVO GERAL - Mostrar que, assim como um atleta, o cristão corre a grande maratona da fé.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Discutir a respeito da corrida que nos foi proposta por DEUS;
Mostrar que precisamos ser corredores bem treinados;
Saber que estamos na reta final da nossa corrida da fé.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORProfessor(a), pela graça do Senhor JESUS CRISTO, chegamos ao final de mais um trimestre. Estudamos a Epístola aos Hebreus, uma carta que revela a superioridade de CRISTO, do seu ministério e da Nova Aliança. Ela foi escrita em um tempo e em um contexto bem diferente do nosso, mas seu conteúdo é atual e nos ajuda a enfrentarmos os "tempos trabalhosos" pelos quais estamos passando. Nesta última lição estudaremos os dois últimos capítulos, esses nos exortam a correr a maratona da fé sem recuar ou olhar para trás, pois em breve o nosso Salvador virá.
 
PONTO CENTRAL - Precisamos de fé para correr a grande maratona que nos está proposta
 
Resumo da Lição 12, Exortações Finais na Grande Maratona da Fé
I - A CORRIDA PROPOSTA
1. O exemplo dos antigos.
2. O exemplo de JESUS.
3. O exemplo da Igreja.
II - CORREDORES BEM TREINADOS
1. Respeitam limites.
2. Mantêm a mente limpa.
3. Valorizam as coisas espirituais.
III - A CORRIDA FINAL, EXORTAÇÕES FINAIS
1. Valorizar a liderança.
2. Valorizar a doutrina.
3. Valorizar a adoração.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Estamos em meio a uma corrida que nos foi proposta por DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Para vencermos a corrida que nos foi proposta pelo Senhor precisamos de treino
SÍNTESE DO TÓPICO III - Estamos na corrida final, por isso, precisamos estar atentos as exortações do Senhor.
 
PARA REFLETIR - A respeito de Exortações Finais na Grande Maratona da Fé, responda: 
A quem o autor se refere ao falar da "grande nuvem de testemunhas"? A "grande nuvem de testemunhas"(Hb 12.1) é uma referência aos heróis da fé aos quais ele se referia no capítulo 11.
Como o autor de Hebreus vê o sofrimento? Ele vê o sofrimento como um instrumento pedagógico usado por DEUS.
Qual texto o autor tinha em mente ao falar de "raiz de amargura". Ele tinha em mente o texto de Deuteronômio 29.18.
De acordo com o livro de Gênesis, como era Esaú? De acordo com o livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas terrenas do que com as celestiais.
Quais são as formas de adoração apresentadas pelo escritor aos Hebreus? Louvor, adoração e ação de graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p42.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
O Apóstolo dos Pés Sangrentos; Coleção Pioneiros Pentecostais; Gustavo Bergstrom
 
Resumo rápido do Pr. Henrique da Lição 12, Exortações Finais na Grande Maratona da Fé
INTRODUÇÃO
O autor aos hebreus usa agora a figura de uma maratona para ensinar sobre as dificuldades da vida cristã, como vencer as aflições e tribulações e alcançar o premio final - estar para sempre com DEUS..
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas - Seria a plateia de um estádio onde corredores correm uma maratona. (Hebreus 12.1-8)
corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta - maneira de correr para atingir o alvo.
imitando alguém que alcançou a vitoria final.
alvo a ser imitado - JESUS
Premio - Gloria com CRISTO que assentou a direita de DEUS, todo poderoso.
I - A CORRIDA PROPOSTA
1. O exemplo dos antigos.
Os heróis da Fe mencionados no capitulo 11 sao exemplos de corredores que venceram a maratona da Fe - da vida com DEUS na terra - herdaram a vida eterna com DEUS.
2. O exemplo de JESUS.
O maior e perfeito exemplo de maratonista que deu sua vida por nos, nunca pecando e nunca esmorecendo de sua Fe. Venceu e esta a direita de DEUS.
3. O exemplo da Igreja.
No tempo da epistola corria a carreira da Fe sofrendo, gemendo, mas, vencendo pela fe em JESUS. Muitos foram exemplo de perseverança, como Tiago, Pedro, João e nesta epoca, o apostolo Paulo.
II - CORREDORES BEM TREINADOS
1. Respeitam limites.
Corredores precisam ser treinados e para serem vencedores, precisam se abster de vícios, dormir bem, se alimentar bem, treinar todos os dias.
Cristãos precisam ler e estudarem a bíblia cotidianamente, orarem muito, jejuarem, combaterem o pecado, fugirem da aparência do mal, vestirem a armadura da fe, evangelizarem, santificarem suas vidas.
2. Mantêm a mente limpa.
O crente purifica sua mente lendo e estudando a Bíblia. mantendo seu pensamento cativo na Palavra de DEUS. A leitura bíblica, o jejum e a oração devem ser mantidos em horários predefinidos.
3. Valorizam as coisas espirituais.
O cristão deve estar pensando nas coisas que sao de cima, amando as coisas espirituais, desejando e crendo no batismo no ESPIRITO SANTO, desejando ardentemente os dons do ESPIRITO SANTO, Esperando a vinda de JESUS ocupado em sua obra.
III - A CORRIDA FINAL, EXORTAÇÕES FINAIS
1. Valorizar a liderança.
Os lideres tem o dever de visitar, orientar, orar pelos seus liderados, mas seus liderados devem ser recíprocos a esse cuidado, orando pelos seus lideres, obedecendo-os, ajudando-os em sua tarefa de evangelização, discipulado e administração da Igreja.
2. Valorizar a doutrina.
A doutrina bíblica correta deve ser aprendida e guardada no coração. Nunca se desviar das doutrinas ensinadas por JESUS e os apóstolos e o dever de todo legitimo cristão. Não se deixar envolver por doutrinas falsas e primordial na vida crista.
3. Valorizar a adoração.
Todo ser que respira pode louvar a DEUS, mas somente os nascidos de novo que sao morada do ESPIRITO SANTO podem adorar a DEUS em ESPIRITO E EM VERDADE, como DEUS deseja, pois, aos tais, procura.
CONCLUSÃO
A CORRIDA PROPOSTA, ou a vida crista tem como exemplo os antigos heróis da Fe que são  mencionados no capitulo 11 desta mesma epistola. São exemplos de vitoriosos porque correram com Fe.
O exemplo de JESUS e o maior exemplo de Fe e perseverança, pois sempre lutou com armas espirituais e não carnais.
O exemplo da Igreja da epoca da epistola deve ser visto como meta a ser atingida em nossos dias.
CORREDORES BEM TREINADOS respeitam limites, mantêm a mente limpa e valorizam as coisas espirituais.
NA CORRIDA FINAL DEVEMOS ACEITAR A EXORTAÇAO de que devemos valorizar a liderança, valorizar a doutrina bíblica e valorizar a adoração.
 
 
Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
LIÇÃO 13 - PERSEVERANÇA NA FÉ E NA SANTIDADE:
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 12.1,2, 6-8, 12,13
1 Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, 2 olhando para JESUS, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de DEUS.
12 Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados,13 e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado.
 
INTRODUÇÃOOs dois últimos capítulos de Hebreus encerram a epístola com exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. Estes temas atualmente são desprezados em muitos lugares, por causa do “vírus” do relativismo. Mas a Palavra de DEUS é como um “martelo que esmiuça a penha” (Jr 23.29), e dissipa os “ventos” contrários a sã doutrina, fortalecendo e edificando os que hão de concluir a carreira cristã.
I. A CARREIRA COM PACIÊNCIA
1. Uma nuvem de testemunhas (v.1).
O escritor nos leva a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados de “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Quem são essas testemunhas? Pelo contexto entendemos que aqueles são heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua fidelidade. Aqui, a palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé. Por outro lado, podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios. (Ver Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.
2. Deixando o pecado e o embaraço (v.2).
Somos exortados a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia”. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tornar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado. Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo. A televisão, por exemplo, mesmo transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o crente se este deixar de ir à casa de DEUS para prostrar-se diante dela.Há crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16).
3. Correndo com paciência.
Aqui o escritor toma uma figura de linguagem emprestada, provavelmente dos jogos olímpicos, para comparar a vida cristã a uma maratona. Numa corrida, é necessário ter paciência para se alcançar a chegada (cf. Hb 10.36). No caso da fé, a carreira não é escolhida pelo cristão, e sim proposta por DEUS. O crente precisa correr e chegar ao final vitorioso. Para que isso aconteça só existe um segredo segundo as Escrituras: perseverança e paciência (Rm 5.3-5).
4. Olhando para JESUS (v.2).
Numa corrida de resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, JESUS. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de DEUS, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A historia da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a CRISTO.
5. A correção com amor (vv.3-11).
Nesta primeira parte do texto, o escritor exorta os crentes hebreus à perseverança, dizendo que ainda não haviam resistido “até o sangue no combate contra o pecado” (v.4).
Parece que o escritor tinha em mente que seus destinatários poderiam ignorar um pouco da Palavra de DEUS, e cita Provérbios 3.11-12, onde a Palavra de DEUS anima os crentes a não se esquecerem da exortação do Pai, e a não desanimarem ao serem repreendidos.
No v.6, o autor diz que se alguém está sem disciplina não é filho, mas bastardo, ou filho ilegítimo (vv.7,8). E conclui falando do valor da correção: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que o recebe por filho” (vv.10,11). Trata-se da correção com amor.
II. EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO
1. Levantando as mãos cansadas (v.12).
Na vida cristã, pode haver momentos de cansaço e esgotamento espiritual. Mas existe um remédio para isso: Os que estão firmes pela graça de DEUS, ao invés de dificultarem ainda mais a caminhada dos mais fracos, devem ajudá-los a levantarem-se (cf. Jó 4.3; Is 35.3). E, DEUS tem o poder necessário para nos renovar e restaurar (Is 40.29-31).
2. Seguindo a paz e a santificação.
Santidade é o estado de quem se destaca pela pureza. Santificação é a prática. E só é possível através da Palavra de DEUS e mediante o sangue de CRISTO (Jo 17.17; 1 Jo 1.7). A santificação é a salvação em andamento, em processo. A doutrina equivocada de que “uma vez salvo para sempre salvo” não passa de falácia, para justificar a pretensiosa doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns nascem “carimbados” como “salvos” e outros como “perdidos”. Uma vez salvo, o cristão precisa fazer sua parte: separar-se do mundo e dedicar-se totalmente ao serviço do Reino de DEUS.
CONCLUSÃO
Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de DEUS, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.
 
Subsídio Teológico“‘A carreira que nos está proposta’. Esta corrida é o teste neste mundo, que dura a vida inteira (10.23,38; 12.25;13.13).
(1) A corrida deve ser efetuada com “paciencia” (gr. hupomone) ou seja, com perseverança e constância (cf. 10.36; Fp 3.12-14). O caminho da vitória é o mesmo que o dos santos no capítulo 11 — esforçando-se para chegar até ao fim (cf. 6.11,12; 12.1-4; Lc 21.19; 1 Co 9.24,25; Fp 3.11-14; Ap 3.21).
(2) Na corrida, devemos deixar de lado os pecados que nos atrapalham ou que nos fazem ficar para trás (v.1) e fixarmos os olhos, nossas vidas e nossos corações em JESUS e no exemplo que Ele nos legou na terra, de obediência perseverante (vv.1-4).
(3) Na corrida, devemos estar conscientes de que o maior perigo que nos confronta é a tentação de ceder ao pecado (vv.1,4), de voltar àquela pátria de onde haviam saído (11.15; Tg 1.12), e de nos tornar, de novo,
cidadãos do mundo (Mc 11.13; Tg 4.4; 1 Jo 2.15; ver Hb 11.10).” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág.1918)
“Portanto, tal como a CRISTO, há uma carreira proposta ao povo de DEUS, um alvo as ser alcançado, um caminho a ser percorrido. JESUS CRISTO é o príncipe, o Líder e o Aperfeiçoador da fé. AquEle que não se embaraçou com as coisas materiais desta vida, pois contemplava a eternidade, sabendo discernir o valor das coisas que não se viam. Tal deve ser a nossa paciência. A luta de CRISTO foi até a morte, e Ele a venceu. Animados por seu exemplo, podemos fazer o mesmo”. (Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, p.167.)
 
LIÇÃO 14 - EVIDÊNCIAS DA VIDA CRISTÃ
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 13.1-3, 7, 17, 20-22 1 Permaneça a caridade fraternal.2 Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.3 Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.
7 Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de DEUS, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
20 Ora, o DEUS de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor JESUS CRISTO, grande Pastor das ovelhas,21 vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por CRISTO JESUS, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém! 22 Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi.
 
INTRODUÇÃONesta última lição, veremos que a vida cristã tem características importantes que precisam ser evidenciadas em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às relações interpessoais.
I. VIRTUDES RELEVANTES À VIDA CRISTÃ
1. O amor fraternal (v.1). Essa virtude é tão importante que representa a marca, ou distintivo, do verdadeiro discípulo (cf. Jo 13.34,35). Sem o amor fraternal de nada servem os dons ou a realização de boas obras (1 Co 13).Visto que nossos irmãos fazem parte da família de DEUS, devemos amá-los incondicionalmente; desprezá-los é o primeiro passo para quem desconsidera a CRISTO, nosso irmão mais velho.
2. A hospitalidade (v.2). A hospitalidade deve ser prestada não somente aos estranhos (v.2), mas também aos pobres (Lc 14.13), e até mesmo aos inimigos (Rm 12.20).
Na época em que foi escrita a Epístola aos Hebreus, muitos cristãos haviam perdido todos os seus bens em conseqüência da perseguição que lhes movia as autoridades constituídas. Neste aspecto, a hospitalidade trazia alento a esses servos de DEUS, e demonstrava que outros crentes poderiam servir ao Senhor abrindo suas casas para lhes servirem de abrigo. Entretanto, essa simpática atitude, principalmente em nossos dias, não deve ser confundida com a de hospedar qualquer pessoa sem conhecê-la ou saber de suas reais intenções. 
3. O valor do matrimônio (v.4). A expressão “venerado seja” nesse texto, denota elevado grau de respeito e consideração para com o matrimônio. Muitos desprezam o casamento para viverem uma vida desregrada,
dissoluta e descompromissada. A vida cristã exige compromisso sério não apenas com DEUS e a igreja, mas também com a sociedade e a família; e esta última começa com o nosso cônjuge. Quaisquer comprometimentos sexuais ilícitos — a prostituição, o adultério — são duramente condenados por DEUS, e quem pratica tais coisas receberá dEle o justo juízo. DEUS quer que seus filhos tenham vida sexual ilibada, não apenas por causa do testemunho, mas também por sermos o templo do seu ESPÍRITO.
4. O valor da beneficência (vv.3 e 6). O escritor não se esqueceu da importância da beneficência cristã. Exortou aqueles crentes a que se lembrassem dos que estavam presos e dos maltratados como se estivessem no lugar deles. Um crente perseguido facilmente seria lembrado por seus irmãos, mas os que permaneciam presos por muito tempo poderiam ser esquecidos. Há muitas pessoas que são perseguidas e presas por causa de sua fé em CRISTO, como há também aquelas que cumprem pena por terem transgredido a lei dos homens. Mas tanto um como o outro não podem ser desprezados pela igreja do Senhor.
II. EXPRESSÕES DA FÉ: SUBMISSÃO E OBEDIÊNCIA
1. Submissão à liderança (vv.7 e 17).
O escritor adverte a seus leitores sobre a maneira correta de tratar os que pastoreiam o rebanho do Senhor:
a) Lembrando-se deles e imitando-lhes a fé (13.7). É dever dos membros da igreja lembrarem-se de seus pastores em suas orações diárias e não apenas em épocas especiais como a data reservada à comemoração do “dia do pastor”. Os pastores são modelos que precisam ser imitados, pois homens de fé servem de exemplo e impulsionam outros homens a terem fé.
b) Atentando para a sua maneira de viver (13.7). A vida de um pastor sempre será observada: sua integridade, piedade, amor a DEUS e a sua obra servirão de exemplo principalmente para os novos obreiros. Daí a grande responsabilidade do pastor.
c) Obedecendo-lhes (13.17a). A lembrança e a atenção dadas aos pastores de nada valerão se não forem acompanhadas pela obediência aos mesmos. Eles são responsáveis por trazer mensagens, orar por nós,
administrar a igreja, aconselhar, visitar, ter a família como exemplo e prestar contas a DEUS do rebanho que lhe foi confiado. Será que, com tantas responsabilidades, eles não merecem a obediência de suas ovelhas? “A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a DEUS” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD).
Hoje em dia, muitos obreiros são desrespeitados. E essa é a estratégia de Satanás para enfraquecer a liderança eclesiástica. Que possamos ter em alta estima aqueles a quem DEUS escolheu para zelar por nós.
2. Obediência a CRISTO. “...
JESUS CRISTO, grande pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade...” (vv.20,21). (Grifo nosso.) Isso significa que aquele que nos salvou continua a realizar sua obra em nós, tornando-nos sensíveis à sua vontade para que tudo quanto fizermos seja agradáve aos seus olhos. A obediência ao Senhor JESUS deve ocupar o primeiro lugar na vida cristã. 
3. Obediência à Palavra (v.22).
O escritor exorta-nos a “suportar a presente palavra”. “Tenham paciência comigo”, pede ele, “quanto partilho a Palavra com vocês. Aceitem-na com paciência e digiram-na, porque a carta não é muito comprida” Quando DEUS fala, como o fez por meio desta epístola, devemos ouvir e aplicar o que ouvimos.
CONCLUSÃO
O escritor conclui sua Epístola, desejando que o Senhor JESUS CRISTO, “o grande pastor das ovelhas” aperfeiçoe os crentes em toda a boa obra, operando o que lhe é agradável, e roga que aqueles crentes suportem a  exortação” (vv.20-25). Que o Senhor nos ajude a entender e guardar os preciosos e santos ensinos que  estudamos durante este trimestre.
 
Subsídio Bibliológico
“O amor entre os irmãos pode ser comparado à “vara” que segurava as tábuas recobertas de ouro do antigo Tabernáculo, servindo para dar unidade ao recinto em que se manifestava a divina presença. O amor do cristão para com o seu próximo é universal. Que esse amor continue sempre entre nós (v.1). Nesse tempo era uma necessidade que houvesse hospitalidade particular, devido à falta de hotéis. A hospitalidade não é necessariamente uma virtude cristã, mas de qualquer maneira, a sociedade cristã deve provê-la. (v.2). De modo prático, o cristão deve procurar socorrer quem precisa dele, seja tal necessidade resultado de
perseguição ou decorrente das circunstâncias adversas da vida (v.3). Os avisos sobre o caráter sagrado do matrimônio eram especialmente oportunos, devido à facilidade do divórcio entre os judeus, uma vez sancionados pelos mestres da escola do grande rabino Hillel (Westcott). DEUS julgará e condenará as violações dos laços matrimoniais, quer dos solteiros que vivem em fornicação, quer dos casados que praticam o adultério, independente de qual seja a opinião tolerante da sociedade da época. Como é necessária essa mesma exortação para os dias atuais (v. 4).
Esta seção inicia com uma referência aos líderes da igreja (v.7) e assim também se encerra (v.17). Da primeira vez, o autor ordenara aos crentes reconhecerem com gratidão os seus pais na fé, os fundadores da igreja, que possivelmente já haviam falecido, procurando seguir-lhes o exemplo. Agora ele manda que obedeçam àqueles que estão atualmente na direção, seus pastores. Tais homens não eram aventureiros inescrupulosos, mas homens de DEUS, cônscios de sua responsabilidade pastoral perante DEUS e a igreja. Portanto, que não lhes causassem tristeza, comportando-se como ovelhas desgarradas, pois isso não lhes seria proveitoso”. (Comentário Bíblico, Hebreus, CPAD, págs. 170-174.)
 
Bibliografia
CD CPAD - LIÇÕES - 3º trimestre 2001 - www.cpad.com.br 
Comentários Pr.Elinaldo Renovato de Lima, Natal - RN
 
 
SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA
 
O Cristão como Atleta
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
Na Grécia antiga, era permitido aos escravos correrem ao lado das pessoas livres nas competições olímpicas. Foram criadas leis especiais que asseguravam ao escravo a liberdade, se este fosse vencedor do prêmio. A coroa da vitória era posta na sua cabeça e automaticamente aquele escravo recebia para sempre a sua liberdade. No entanto, durante as competições eram colocadas jóias preciosas no trajeto percorrido pelos atletas. O objetivo disso era despertar o interesse do escravo a fim de que seus passos fossem “embaraçados”, ao se deter para apanhar as jóias. Muitos eram levados pela tentação de pegá-las e assim, não cruzavam a linha de chegada em primeiro lugar, perdendo o prêmio e, conseqüentemente, a liberdade. Paulo lembrou estes acontecimentos quando comparava os obreiros cristãos aos atletas, advertindo-nos: “... Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (I Co 9.24,25).
olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
O autor sagrado continua aqui a mesma argumentação iniciada no versículo primeiro, comparando-nos aos atletas das competições olímpicas. Sete pontos eram rigorosamente observados pelos competidores, mas o principal deles era correr “olhando para o alvo”. Estes pontos são:
Tinham de correr olhando para o alvo — até atingi-lo
Correr com propósito — legitimamente;
Não correr incerto — como se inconstante;
Esquecer de tudo — lembrar somente da competição;
Não se embaraçar com negócios desta vida — como as pérolas lançadas ao longo do caminho;
Submeter-se à disciplina que a competição exige — subjugar o seu corpo;
Correr até o final — correr com paciência. Esta foi também a recomendação do escritor da Epístola aos Hebreus, isto é, correr com paciência até o final e assentar-se ao lado de Cristo à destra do trono de Deus e ali ser coroado (Ap 2.103.20).
Considerai pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
Quando o velho sacerdote Simeão tomou Jesus em seus braços, ele profetizou a seu respeito e disse a Maria: “Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para sinal que é contraditado” (Lc 2.34). Esta predição do homem de Deus cumpriu-se literalmente na pessoa de Cristo. Durante seu ministério terreno, Cristo foi alvo de zombaria das autoridades religiosas e civis de Israel. A conduta pecaminosa dessas autoridades fez com que não reconhecessem a atuação do Espírito Santo na vida e nas obras de Cristo. Eles atribuíram às forças do mal aquilo que estava sendo realizado pelo Espírito Santo. Os fariseus ignoraram a origem do poder de Jesus, isto é, atribuíram ao príncipe dos demônios as operações miraculosas que Jesus realizava pelo poder do Espírito de Deus. Nosso Senhor advertiu aos escribas e fariseus sobre o tenebroso perigo da rejeição de suas almas com vistas ao mundo vindouro. Jesus havia demonstrado que, tanto a razão quanto a instrução religiosa e espiritual a eles oferecidas, não deixavam dúvidas de que o Espírito Santo operava através dEle.
Exemplos quanto ao Sofrimento dos Santos
Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
O escritor sagrado lembra aqui aos cristãos hebreus que reconhecia o sofrimento que os atingiu. Alguns deles haviam perdido seus bens, pois tiveram suas propriedades confiscadas; outros tinham sido aprisionados — e além de tudo, tinham sido também desprezados pela comunidade religiosa judaica, que não aceitava a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Contudo, Deus os guardou, não permitindo que fossem martirizados pelo poder opositor daqueles dias. Isto é, eles sofreram muito, mas não chegaram a resistir “... até ao sangue”, como Jesus, Estêvão, Tiago, irmão de João, Antipas e outros cristãos da Igreja Primitiva. No decorrer dos séculos, a História registra que outros filhos de Deus chegaram a resistir até ao sangue, combatendo contra o pecado, como descreve Eusébio em sua obra História Eclesiástica. Também nos é dito que alguns santos terão seu sangue derramado durante a Grande Tribulação, por cuja razão eles pedem a Deus vingança contra seus inimigos (Ap 6.10).
E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
Na maioria das vezes, pensamos que o sofrimento é algo fora do controle divino, e algumas vezes chegamos até mesmo a perguntar ao Senhor se não há uma maneira mais suave de nos ensinar. Entretanto, muitas vezes o açoite de Deus testifica de seu amor para conosco, pois aqueles que não toleram ser castigados por Deus, para sua própria salvação, podem num futuro bem próximo perder suas almas. O apóstolo Paulo relaciona em 2 Coríntios 11 uma série de sofrimentos atrozes aos quais foi submetido.
“São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes.
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes foi açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez” (2 Co 11.23-27).
Contudo, em meio a estas e outras calamidades, ele ouviu a voz do Pai eterno, que lhe dizia: “A minha graça de basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza... Pelo que sinto prazer nas fraquezas [responde agora Paulo], nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte” (2 Co 12.9,10).
O Senhor Corrige o que Ama porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
Nem sempre é assim, mas na maioria das vezes o sofrimento do santo serve como uma espécie de adubo em sua vida espiritual, e por meio destas provas alguns dos frutos do Espírito Santo começam então a brotar. Davi afirmou que o sofrimento divino lhe foi proveitoso para sua vida espiritual perante Deus: “Antes de ser afligido, andava errado; mas agora guardo a tua palavra” (SI 119.67). E depois acrescenta: “Foi- me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (SI 119.71). Em Hebreus 5.8, o autor fala de Jesus como sendo um filho que fora ensinado pelo Pai, dizendo: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu”. Não sabemos o porquê deste mistério, mas alguns sofrimentos trazem bênçãos inauditas para os filhos de Deus (cf. Rm 8.28). O apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses, reconhece que em meio ao abatimento de sua alma, vinha logo da parte de Deus o fortalecimento, e assim escreveu: “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.12,13).
Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija?
Através da morte de Cristo, os cristãos receberam o direito de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.12,13). Mais adiante, o mesmo João conclui: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser...” (I Jo 3.2). Deus nos trata como filhos, ainda que em algumas ocasiões Ele passe a nos corrigir de maneira que aos nossos olhos pareça que “... coisa estranha” esteja acontecendo; mas é para o nosso bem e para nossa edificação espiritual (I Pe 4.12). Aqui, portanto, está o segredo desta exortação divina com respeito a seus filhos. Deus sabe o que é melhor para os seus filhos, e vez por outra nos envia sua disciplina, e assim “... somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18).
Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos.
No grego, a palavra “bastardo”, conforme se traduz no texto em foco, é nothos, e significa um “produto que foi adulterado”. Com relação à família, tal expressão era usada para denotar “um filho ilegítimo”, que nascera de uma relação fora do lar. No mundo antigo, em sentido geral, o filho de uma meretriz era expulso de casa, sob a alegação de que o mesmo não podia fazer parte da herança paterna. Veja-se o que se diz de Jefté, o grande herói de Deus, quando foi rejeitado por seus irmãos: “Não herdarás em casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher” (cf. Jz 11.2). Sendo expulso da casa paterna, este filho bastardo era abandonado, ficando assim à mercê da própria sorte. Nesse caso, como a correção disciplinar era feita pelo pai, o filho bastardo ficava sem correção. Aqui está, portanto, a nossa grande vantagem, como dizia Crisóstomo: “Visto que não ser disciplinado é prova de que esse alguém é filho bastardo, devemos nos regozijar debaixo da correção, como sinal de nossa genuína filiação”.
Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?
Este versículo aponta para dois ângulos da vida: o humano e o divino. A vida física é proporcional e sustentada pelo poder e pelo cuidado subseqüente dos pais biológicos. A vida espiritual é conferida e sustentada pelo Pai celestial, que é Deus. Deus é o “Pai dos espíritos”, frase esta que inclui todos os espíritos: humanos e angelicais. Todos foram feitos por Ele e através dEle receberam a vida. Nesta particularidade da vida, nosso Salvador Jesus Cristo também encontra-se nela incluído como Criador. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.16-18).
Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade.
A disciplina de Deus visa sempre o proveito espiritual de seus filhos, no entanto seu método de correção está baseado em sua misericórdia. Na promessa divina feita a Davi com respeito a Salomão, que edifícaria uma casa ao Senhor, está escrito: “Eu lhe serei por pai, ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-ei com vara de homens e com açoites de filhos de homens. Mas a minha benignidade se não apartará dele...” (2 Sm 7.14,15). A correção em geral, aqui apresentada, visa o “proveito, para sermos participantes da sua santidade”, porque Deus é santo e exige de seus filhos a santidade. É o que confirma Pedro: “Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (I Pe 1.14,15).
E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacifico de justiça nos exercitados por ela.
Na suma deste argumento sobre a correção de Deus para com seus filhos, há dois erros em que eles podiam incorrer com respeito à disciplina: o primeiro seria o desprezo da correção de Deus, julgando ser um castigo e rejeitando-a sem aceitação alguma (v. 5); o segundo seria desanimar sob a correção, achando que o Pai celestial estava contra ele com o objetivo de rejeitá-lo como filho (v. 6). O propósito divino, nesse caso, não é nos esmagar, e sim, nos ensinar, embora algumas de suas lições nos pareçam de difícil compreensão. Paulo disse que muitas vezes nosso coração pode ser ferido pela tristeza, mas que essa tristeza é produzida pelo próprio Deus. “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende...” (2 Co 7.10).
Exortação à Santidade
Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados,
Um corpo somente pode funcionar bem com o auxílio de todas as juntas. Mas para que isso aconteça com perfeição é necessário que todo o corpo se encontre em perfeita saúde (Ef 4.16), o que, segundo nos parece, não podia ser dito sobre este grupo de santos. Suas “mãos” encontravam-se impossibilitadas para o trabalho e seus “joelhos”, inertes para suas vidas de oração e dedicação a Deus. E lamentável quando um filho de Deus encontra-se com suas mãos quebradas (Lv 21.19, pesadas (Ex 17.12), mirradas (Lc 6.6), mortas (Jr 11.21, inativas — como no texto em foco. Porém é louvável quando ele se encontra com suas mãos limpas (SI 24.4), esforçadas (2 Sm 2.7), confortadas (I Sm 23.16), santas levantadas! (I Tm 2.8) Outrossim, o desejo de Deus é que seus filhos tenham:
Joelhos fortalecidos (Is 35.3);
Joelhos que oram (Lc 22.41);
Joelhos que adoram (SI 95.6).
e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado.
A palavra “manco” indica a porção da Igreja que hesitava entre o cristianismo e o judaísmo. A preparação de “veredas direitas”, diante de todos, visava não se desviarem do caminho e nem perderem o prêmio. Existem várias maneias de se convencer alguém a seguir uma orientação:
Pela força moral (princípios e doutrinas) = regras fundamentais
Pela força social (costumes, normais, leis) = o direito
Pela força física (braços e armas) = a guerra
Pela força pessoal (o exemplo) = influência psicológica
Pela força verbal (falada ou escrita) = retórica
Pela força divina (atuação do Espírito Santo) = convencimento
Um bom exemplo demonstrado pela ala da igreja hebréia que permanecia sadia na fé influenciaria a vida espiritual daqueles que se encontravam manquejando, o que os levaria a serem “sarados”. Nosso bom exemplo dignifica o nome santo de Deus e nossas boas obras podem servir para despertar os homens a buscarem a Deus. Jesus nos ensinou que isto pode ser possível, quando disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
A paz e a santificação caminham juntas, porque o fruto da paz contém a essência da natureza da santificação. Ambas procedem do Espírito Santo, que é o Espírito da paz e de santificação. Nas Escrituras Sagradas, tudo que se relaciona com Deus deve ser santo. A terra (Ex 3.5); o sábado (Gn 2.3Êx 20.831.14Ne 13.22); o óleo da santa unção (Êx 37.29); as festas (Lv 23.2); o monte do Senhor (SI 15.1); a aliança (Dn 11.30); a comida (I Tm 4.5); a oferta (Mt 23.19; o sangue (Hb 10.29); os crentes (At 20.32; 26.18; 1 Co 1.2; 7.14; Hb 2.11); os vasos (2Tm 2.21); o altar (Êx 40.10); o caminho (Is 35.8); a cidade (Mt 4.5); os dízimos (Lv 27.32); o jejum (J11.14; 2.15); os sacrifícios (Rm I2.I); A os primogênitos dos homens e dos seres (Ex 13.2Dt 15.19); as convocações solenes (Lv 23.2, etc.). Assim, as Escrituras dizem que: Deus, o Pai, é santo (Lv 19.2); Jesus, o Filho, é santo (Lc 1.35); Espírito Santo é santo (Jo 14.26).
Deus também exige santidade na tríplice constituição do homem, como escreve o apóstolo Paulo aos tessalonicenses: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5.23). O apóstolo Pedro, mais adiante, relembra a seus leitores um antigo mandamento do Senhor relacionado com a santificação: “Sede santos, porque eu sou santo” (I Pe I.16).
tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.
Muitos ensinamentos das Escrituras foram apresentados por metáfora baseada na vida agrícola. Por exemplo, um pouco de parra brava pode envenenar toda a comida (2 Rs 4.3841), como também ”... um pouco de fermento faz levedar toda a massa” (I Co 5.6). Lamentavelmente, tem havido espaço para algum tipo de erva daninha no seio da Igreja cristã. Quando o bom semeador semeou sua boa semente, “... dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se” (Mt 13.25). No contexto espiritual, o texto em foco parece apontar para algum indivíduo ou grupo de pessoas que estavam envenenando a igreja local com algum tipo de ensinamento danoso à pureza e à santidade dos cristãos, o que, segundo o versículo 14, poderia ser entendido como discórdia ou dissensão.
O Caráter Profano de Esaú
E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura.
O incidente que envolve a venda da primogenitura de Esaú encontra-se narrado em Gênesis 25.29-34, que diz assim: "E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado. E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e este comeu, e bebeu, levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura”. As bênçãos de Deus não podem ser mercadejadas. Elas são dons gratuitos de Deus como ato de sua bondade para com o ser humano. Simão, o mágico de Samaria, ofereceu uma grande quantia em dinheiro pelo dom do Espírito Santo, mas Pedro lhe repreendeu duramente, dizendo: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro” (At 8.20). Podemos, portanto, tirar destes episódios as seguintes conclusões: as bênçãos do Senhor não devem ser:
Compradas;
Vendidas;
Trocadas;
Desprezadas.
Quem tais atos praticar torna-se um profano. O ato profano praticado por Esaú foi o seu menosprezo à bênção espiritual: vendendo-a simplesmente por um prato de lentilhas. Que pena! Mas serve de aviso solene para todos nós! Jamais negociemos as bênçãos de Deus por nada desta vida.
Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou.
Depois que Esaú se viu sem a bênção patriarcal, ele se sentiu um homem fora da proteção de Deus. Então “... com lágrimas, o buscou”. Porém “... não achou lugar de arrependimento”. Esta frase parece apontar para três direções, a saber: Esaú não achou lugar de arrependimento:
Em Deus;
Em Isaque;
Em Jacó.
Assim, a sua perda foi tríplice e sua rejeição também. Diz F. W. Grant: “Um só ato pode revelar o caráter de uma pessoa”, como sucedeu com Esaú! Por um prato de comida ele negociou a sua primogenitura, e esse ato o caracterizou como uma pessoa profana, isto é, que habitualmente deixa Deus fora dos seus planos. Ainda assim ele desejava a bênção, e a buscou ardentemente depois de a ter perdido, como Balaão, que queria morrer a morte dos justos sem ter vivido a vida dos justos (Nm 23.10). Assim, Esaú ‘“não achou lugar para o arrependimento’ porque, embora quisesse a bênção perdida, não julgou seus próprios caminhos diante de Deus”.1
Estai Prontos ao Terceiro Dia
Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade,
O escritor sagrado mostra como na dispensação da graça o povo hebreu que aceitara a fé em Jesus fora beneficiado. Por esta razão ele procura voltar-se para o grande acontecimento sem precedentes: o encontro de Deus com o povo no monte Sinai, para a promulgação da sua santa Lei. Na manhã do terceiro dia de preparação, cada israelita tinha os olhos fixos no monte Sinai. A promessa divina para o povo era: no
terceiro dia, o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai” (Ex 19.11). A coluna se espalhara sobre o topo do monte e a nuvem foi-se tornando cada vez mais escura. E a escuridão era tamanha que o povo andava às apalpadelas. Então, um terremoto sacudiu toda a montanha. Todos tremeram, inclusive Moisés! Deus havia chegado ali! E a montanha inteira parecia pulsar de vida!
e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual, os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais;
As manifestações divinas que antecipavam a chegada de Deus ali foram algo sem precedente. Em meio à escuridão palpável, a artilharia do céu foi descarregada! Um troar de trovões repercutia por todos os lados! Em meio ao impressionante espetáculo, o sonido de trombeta se tornava cada vez mais intenso. Depois, diante do silêncio do povo, o som da trombeta deixou morrer seus últimos ecos. “Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta”. Porém, “à voz das palavras”, aqueles que as ouviram pediram que se lhes não falasse mais, não querendo ouvir as palavras da Lei. Então Deus ordenou a Moisés que subisse ao monte, para que recebesse as duas tábuas de pedra em que a Lei havia sido escrita pelo próprio dedo de Deus. Através de uma análise comparativa, o autor procura mostrar aos santos hebreus que seu encontro com Jesus havia sido bastante suave e mesclado ao mesmo tempo com a brisa refrigeradora do Espírito Santo e da misericórdia divina.
porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado.
Em obediência à voz divina, ao terceiro dia, Moisés conduziu o povo ao pé do monte Sinai. Antes, ele havia instruído alguns levitas que fizessem uma cerca ao redor da montanha, para que ninguém a traspassasse, conforme o Senhor lhe ordenara, dizendo. “... marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, que não subais ao monte nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte certamente morrerá. Nenhuma mão tocará nele, porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá...” (Ex 19.12,13). Ninguém podia tocar no monte, exceto Moisés quando Deus o chamasse, porquanto era por demais elevado e santo para ser profanado por seres humanos pecaminosos, ou mesmo um animal irracional. As proibições distanciavam os homens cada vez mais da presença de Deus. Cristo veio para encurtar esta distância que existia entre o homem e Deus. É o que Paulo descreve, dizendo: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegaste perto” (Ef 2.13, ênfase do autor).
E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo.
Flávio Josefo, falando sobre este acontecimento, diz que “na manhã do terceiro dia, viu-se, antes do nascer do sol, o que até então não se havia ainda visto no mundo. O céu estava tão claro e tão sereno, que não existia a menor nuvem; mas surgiu uma nuvem quase de repente, que cobriu todo o acampamento dos israelitas; um vento impetuoso, acompanhado de grande chuva, levantou um furacão violento; os relâmpagos seguiam-se, um tão perto do outro, que deslumbravam os olhos, não somente, mas lançavam o terror nos espíritos; o raio que caía com um ruído estranho indicava a presença de Deus... os hebreus julgaram que Deus, em sua cólera, havia feito Moisés morrer e que os tratava do mesmo modo. Quando assim, esta- vam aterrorizados, viram Moisés aparecer cheio de majestade e resplandecente de glória. Sua presença afastou a tristeza e fê- los conceber melhores esperanças”.
Mas chegastes ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos,
Para o povo hebreu, três montes faziam parte da história sagrada e tinham influência em suas vidas:
O monte Sinai;
O monte Moriá;
O monte de Sião.
O monte Sinai marcava a presença de Deus na terra, visto ter sido ali que Ele entregara sua Lei a Moisés.
O monte Moriá, lugar que Deus mostrou a Abraão onde Isaque deveria ser sacrificado (Gn 22.2). Posteriormente, nele Salomão edificou o templo como símbolo de adoração e de sua contínua presença.
O monte de Sião é mencionado por 110 vezes nas Escrituras; 90 delas são em termos de grande amor e afeição do Senhor por ele, de modo que o lugar tem grande significação e passou a ser identificado com a Jerusalém “lá de cima”, a cidade celestial (Gl 4.26). Este monte também é tomado como figura expressiva do recipiendário do orvalho que, espalhado ao seu redor, simboliza o amor fraternal que deve haver entre os remidos do Senhor (SI 133.3). E tido ainda como símbolo de firmeza e confiança daqueles que em Deus confiam (SI 125.1). No Novo Testamento, quem crê em Cristo chega ao pé deste monte, afirma o escritor sagrado, dizendo: “chegastes ao monte de Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial”.
O Reino Eterno Preparado para os Justos Aperfeiçoados
à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;
Atualmente, a Igreja é formada por várias famílias, pois cada família na terra torna-se uma extensão da Igreja. Somos, assim, diferentes dos anjos, que mesmo pertencendo à grande família de Deus, são organizados em várias companhias, pois cada anjo é uma criação original e separada. Porém, com a morte de Cristo, o propósito de Deus é “... reunir em um corpo os filhos de Deus...” numa só assembléia, denominada de “a universal assembléia [de anjos] e igreja [dos humanos] dos primogênitos, que estão inscritos nos céus”. Isso terá seu real cumprimento quando os “espíritos dos justos aperfeiçoados ”, juntamente com os anjos de Deus, formarem um só corpo e uma só família nos domínios eternos da existência. E ali Cristo será adorado com toda a honra e glória que lhe são devidas (cf. Ef 3.14,15Ap 7.9-12).
e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel.
Aqui nesta passagem, o escritor sagrado fala da superioridade do sangue de Cristo sobre o sangue de Abel, o primeiro mártir da fé. Deus respondeu à “voz do sangue” que clamava por justiça desde a terra, pedindo por justiça (Gn 4.10. Mas no texto em foco, o sangue de Cristo fala melhor do que o sangue de Abel, pois este fala lá do céu e clama por salvação. A morte deste justo não deixa de ser importante, porque seu exemplo de fé tem trazido ao povo eleito e ao cristianismo edificação espiritual de suma importância. Contudo, sua morte não tem o significado que tem a morte de Cristo, o Filho de Deus. O de Abel era, de fato, um sangue justo, mas não podia purificar ninguém. O de Cristo, pelo contrário, por si mesmo, sem nenhum acréscimo, “... nos purifica de todo pecado” (I Jo 1.7).
Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus,
A Epístola aos Hebreus começa com as seguintes palavras: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou- nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (1.1). As Escrituras (especialmente o Novo Testamento) inserem as palavras do Filho de Deus quando este esteve aqui na terra. Mas agora, há uma voz celestial, proferida por Cristo, por meio de seu sangue e de sua Nova Aliança; e essa voz não pode ser ignorada. A voz de Cristo, em nossas vidas, se verifica de muitas maneiras: no testemunho tranqüilo da oração, no sermão do pregador, na lição da escola dominical, na leitura da Palavra de Deus; mediante alguma tragédia, enfermidade, abalo; mediante a razão, a vitória, a perda, a alegria, a felicidade, a dor e a morte — a última e contundente maneira de Deus falar!
a voz do qual moveu, então, a terra, mas, agora, anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a terra, senão também o céu.
A afirmação de Deus de mover a terra e o céu foi predita quando Ele prometeu a Israel que em breve viria o Desejadode todas as nações”. “Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda uma vez, daqui a pouco, e farei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; e farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações...” (Ag 2.6,7). Este tremor produzido pelo supremo poder de Deus fala da mudança das coisas terrenas e passageiras para uma condição celestial e permanente. Cremos que uma série de acontecimentos trarão todas estas mudanças, que serão necessárias para que também haja mudança de comportamento nos seres humanos, visto que suas mentes encontram-se impregnadas de vícios e sentimentos perversos. A vinda de Jesus, a Grande Tribulação e o Milênio trarão todas estas mudanças estruturais na História e no comportamento humano.
E esta palavra: Ainda um vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.
Os céus e a terra também fazem parte desta grande mudança. No Dia do Senhor, “... os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há se queimarão” (2 Pe 3.10). Mas o alvo principal que parece tomar aqui o pensamento do escritor sagrado é a mudança de todos os sistemas religiosos do mundo. Isto inclui todo tipo mosaico de prática religiosa, com sua legislação, suas cerimônias, seu legalismo — a antiga aliança e suas provisões, enfim. Serão todos removidos, para que a Nova Aliança, selada pelo sangue do Cordeiro de Deus, assuma em todas as esferas o controle total e universal. Tudo isso será possível pela operação do Deus Todo-poderoso. Ele efetuará uma total mudança, fazendo “novas todas as coisas” num estado de santidade e perfeição (Ap 21.5).
Pelo que, tendo recebido um Reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverênàa e piedade;
Este reino que jamais pode ser abalado é o Reino de Deus, que foi implantado no coração daquele que recebe a Jesus como Salvador. Ele não pode ser abalado ou destruído, porque este “... Reino não terá fim” (Lc 1.33). Sua esfera é puramente espiritual, dentro da qual a vontade divina é aceita, isto é, o mundo natural e tudo o que nele existe em estado de pureza, como também as vidas dos homens. No plano da redenção, o Reino de Deus produz salvação e vida eterna para todo aquele que crê. No plano espiritual, o Reino de Deus inclui seus elevados poderes angelicais e todas as coisas, visíveis e invisíveis, que se encontram dentro das esferas de seu domínio — todas as ordens angelicais, conforme já falamos anteriormente, e também todos os santos, tanto do presente como do passado. Nele, cada criatura serve a Deus agradavelmente com reverência e piedade!
porque o nosso Deus é um fogo consumidor.
Deus, como fogo consumidor, pode se manifestar de duas maneiras: uma como destruidor de seus inimigos e outra como um Deus que purifica. O sentido mais apropriado do texto em foco, ao que parece, é este último, porque ao longo do texto a menção feita é aos santos e não aos ímpios.
A passagem de Malaquias 3.2,3 traz mais luz sobre isso, quando Deus é apresentado pelo profeta, que o compara ao fogo purificador. “... Porque ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi e os afinará como ouro e como prata...” Obviamente, não pode haver adoração genuína a Deus sem o respeito reverente. E Deus, quando se manifesta como fogo que tudo consome, impõe respeito e santo temor, que faz com que todos se prostrem em santa adoração (2 Cr 7.1-3).
Permaneça a caridade fraternal.
O autor sagrado começa esta epístola falando de Deus, que é amor, e parece querer concluí-la dentro do mesmo tema e argumento principal (I.I). O apóstolo Paulo dedicou dois capítulos inteiros da sua Primeira Carta aos Coríntios (12 e 14) para dar instruções sobre os dons espirituais. Mas em meio a estes, reservou o capítulo 13 para falar da excelência da caridade. Ele lembra a seus leitores que a caridade é o solo onde as demais virtudes espirituais irão fluir no coração e na vida santificada de cada cristão. Em seguida, Paulo separou dentro deste mesmo assunto três virtudes principais que devem estar presentes na vida espiritual, terminando assim seu argumento sobre a caridade: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade” (I Co 13.13). Observemos que no versículo em foco o apóstolo fala da fé — da esperança — e da caridade. Como já vimos anteriormente, ele fala também da esperança (7.19) e da fé (11.1).
Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.
Entre aqueles que tiveram a oportunidade de hospedar anjos em suas casas, destacamos: Abraão (Gn 18.1-15); Ló (Gn 19.1-3) e Maria, mãe de Jesus (Lc 1.26-28). Outros tiveram encontros marcantes com os anjos de Deus, mas não se diz que estes seres foram hospedados por eles. Somos informados através de antigos escritores que a hospitalidade era, peculiarmente, uma virtude oriental. No Livro dos Mortos, do Egito, um juízo elogiador era conferido a quem tivesse alimentado aos famintos e vestido aos nus. O Antigo Testamento está repleto de ilustrações da prática da hospitalidade, que de fato era considerada um dever religioso. Os romanos reputavam por impiedade qualquer violação dos ritos de hospitalidade. Contudo, havia entre os hebreus um discernimento quando praticavam tal ato (2 Rs 4.8-10), pois sem ele, ao invés de anjos, podiam sem querer hospedar demônios (cf. 2 Jo 10,11).
Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.
Nos dias da Igreja Primitiva, quando esta ocupava-se tão- somente da divulgação da mensagem do Evangelho, muitos cristãos foram presos e maltratados. O próprio Saulo que, até ser transformado por Jesus, “... assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8.3). Somos informados de que o encarceramento era tão comum para os primeiros cristãos, que a intercessão em favor dos prisioneiros sempre fazia parte dos cultos da Igreja. O judaísmo também demonstrava cuidados especiais por aqueles que sofriam desse modo, e a intercessão por tais pessoas estava incluída no culto matutino diário das sinagogas. Portanto, era óbvio que como a Igreja forma um só corpo, o sofrimento de um cristão torna-se extensivo a todos. “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele...” (cf. I Co 12.26).
Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.
A pureza do lar faz parte do plano de Deus desde do início da criação, ao que Jesus disse: “... desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á a sua mulher” (Mc 10.6,7). A poligamia consiste na pluralidade de cônjuges. Existem pelo menos três formas de poligamia: casamento de diversos homens com diversas mulheres (casamento grupai); casamento de diversos homens com uma só mulher (poliandria) e casamento de várias mulheres com um só homem (poligamia). A poligamia opõe-se à monogamia, que é o casamento de um só homem com uma só mulher. Existe também o concubinato, praticado em algumas culturas e povos do mundo. Em geral, tais práticas são rejeitadas pelos conceitos religiosos que se fundamentam nos preceitos bíblicos. Billy Graham oferece “Dez Dicas” para um lar sólido, feliz e que honre ao Senhor:
- Estabeleça a linha de comando de Deus. A Bíblia nos ensina que, para o cristão, Jesus Cristo é o cabeça do lar, com a esposa sob a autoridade de um marido submisso a Cristo e com os filhos sob a responsabilidade de ambos.
- Obedeçam ao mandamento de amarem-se mutuamente.
- Demonstrem aceitação e apreciação a cada membro da família.
- Os membros da família devem respeitar a autoridade de Deus sobre eles, como também a autoridade por Deus delegada aos pais.
- È importante que haja disciplina no lar.
- É indispensável que haja tempo para que toda a família possa conviver e desfrutar da presença um do outro. No entanto, quantidade de tempo não substitui qualidade de tempo.
- Não cometa adultério. O adultério destrói o casamento, sendo pecado contra Deus e contra o cônjuge.
- Cada membro da família deverá trabalhar para o benefício mútuo da família como um todo. Os filhos devem ter tarefas a serem cumpridas, e a eles deve ser ensinado que o trabalho enobrece e traz realização.
- Orem e leiam a Bíblia juntos. Nada poderá unir mais a família do que esse hábito, além de ser a melhor defesa contra as investidas de Satanás.
- Deve haver uma preocupação genuína em cada um dos membros da família quanto à salvação de todos. Isto deve estender-se além da família imediata, como avós, tios, tias, primos e agregados. Não há como ser um “sucesso” aos olhos de Deus, se nossas famílias forem desajustadas e sem unidade espiritual.
Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
Em Provérbios 30.7-9 há uma oração feita por um homem chamado Agur, para que Deus mantenha em sua vida o equilíbrio social, de acordo com a necessidade da pessoa humana. “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza e nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, não venha a furtar e lance mão do nome de Deus”. Muitas pessoas perdem a confiança em Deus quanto à vida material, e não contentando-se com o que têm, começam a fazer negócios ilícitos, seduzidas pelo amor do dinheiro. Elas se esquecem de que “... o amor [o amor — não o dinheiro] do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6.10). O problema aqui não está no “ser rico” — mas no “querer ser rico”.
E assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem.
A confiança do cristão deve se firmar em Deus, seja qual for a circunstância em ele se encontre. “Porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei”. A ajuda divina sempre esteve presente na vida do povo de Deus em ambos os Testamentos. Na oração de Moisés, Deus é retratado como sendo o refúgio eterno de seu povo: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração” (SI 90.1). Isto significa que Ele nos ajuda a vencer todas as provas e a superar todas as circunstâncias da vida: sejam elas terrenas ou espirituais. Deus é, portanto, “nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (SI 46.1, ênfase do autor). O poder humano pode confiscar bens e propriedades, como aconteceu com os cristãos aqui mencionados. Contudo, nada pode fazer com as almas dos salvos que sempre estão a contar com a providência divina. Por esta razão nosso Senhor Jesus Cristo advertiu e encorajou seus discípulos, dizendo: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma...” (Mt 10.28).
Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.
Parecem estar presentes, no versículo em foco, os pastores jubilados, enquanto o versículo 17 se refere aos pastores que se encontram em plena atividade. Não se deve ignorar ou desprezar os heróis do passado — especialmente aqueles que nos ofereceram bons exemplos realizando importantes obras, fundando igrejas, instituições e outros seguimentos em prol da causa do Mestre amado. Alguns destes pastores já se foram, mas outros ainda estão vivos entre nós. Devemos inquirir onde se encontram estes obreiros e, se necessário for, socorrê-los em tempo oportuno. A lei da divisão dos bens procura fazer justiça aos que estão na guerra e aos que ficaram com as bagagens (cf. I Sm 30.22-25). Os obreiros jubilados são agora guardiães das grandes bagagens que a vida espiritual e ministerial lhes conferiram. E em alguns momentos podem também ajudar aqueles que se encontram no campo de batalha precisando de socorro, que somente virá através das orações destes heróis da fé.
A Natureza Eterna de Cristo
Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.
Esta passagem mostra a imortalidade do Filho de Deus e, por extensão, aquilo que Ele é quanto ao tempo! Sua vida aqui na terra foi muito curta, tendo durado apenas 33 anos. Talvez tenha sido uma grande perda para a humanidade, que poderia ter desfrutado de sua presença por mais tempo entre os homens. Contudo, no plano espiritual, era esta a vontade de Deus. As três dimensões em que Cristo se apresenta aqui refletem aquilo que Ele foi, e é, e será para sempre.
Ele é o mesmo ontem. Cristo é eterno e histórico. Ele nasceu de uma virgem e fez parte do tempo; mas como Deus, Ele é “Pai da Eternidade” (Is 9.6).
Ele é o mesmo hoje. Cristo é eterno, histórico e atual porque a sua existência transcende o tempo. Ele existiu e está existindo e continuará a existir! Porque Ele vive e reina para sempre!
Ele será o mesmo eternamente. Cristo é eterno porque possui em si a natureza da imortalidade. “O qual é a ima gem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.15-17).
Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e estranhas, porque bom é que o coração se fortifique com graça e não com manjares, que de nada cproveitaram aos que a eles se entregaram.
Nos dias da Igreja Primitiva, várias doutrinas pagãs, além dos ensinos gnósticos, assediavam impertinentemente os cristãos. Essas heresias procuravam a todo custo desviar a mente dos santos do valor justificador da graça de Deus, oferecida por meio de Jesus Cristo. Além destes grupos heréticos, o judaísmo tradicional também procurava colocar dúvidas de que não podia haver salvação sem a observação da lei de Moisés, especialmente no tocante à prática da circuncisão. Eles afirmavam: “Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At 15.1). Havia também várias observações sobre bebidas, comidas, lavagens e ordenanças carnais que lhes haviam sido impostas como sendo parte do contexto da salvação. Com efeito, porém, o escritor sagrado salienta que nada destas coisas tem proveito para as virtudes da alma, e sim, a confiança no sangue e na graça de Jesus Cristo (cf. At 15.8-11).
Temos um altar de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo.
O altar, aqui em foco, é tomado para representar a Cristo e toda a extensão da sua obra redentora. Aqueles que apenas fazem parte do cristianismo, mas que espiritualmente ainda não nasceram de novo, “... não [podem] ver” e nem “... entrar no Reino de Deus” (Jo 3.3,5), e assim participar de Cristo, que é “o Pão da vida”. Os judeus dos dias de Jesus eram os guardiães das normas legalistas e cerimoniais do judaísmo, mas não tinham sido nomeados por Deus como sendo “reis e sacerdotes” da Nova Aliança feita por Jesus Cristo. Por esta razão não tinham o direito de participar deste altar, como agora têm aqueles que foram santificados pelo sangue de Jesus, tornando-se assim herdeiros de um “sacerdócio real” (cf. Mt 8.11,12I Pe 2.9Ap 1.6,7).
O Sacrifício de Cristo fora do Arraial
Porque os corpos dos animais cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o Santuário, são queimados fora do arraial.
Os corpos dos animais eram queimados fora do arraial, por estarem impregnados do pecado e impróprios para um arraial santo, especialmente quando o povo eleito observava rigorosamente as leis e preceitos do Senhor. Os animais em si mesmos eram inocentes, mas tinham assumido a culpa de alguém que havia pecado. Se aquele animal tomado para sacrifício pudesse expressar-se por palavras para se defender, ele poderia até mesmo perguntar a Deus: “Senhor, quem deve morrer: eu, que sou inocente, ou ele, que é pecador?”, visto que a culpa devia recair sobre o pecador e não sobre aquele que era inocente. Mas a justiça de Deus vindicava um sacrifício inocente e imaculado, qualidades estas que não eram encontradas em nenhum pecador. Assim, o Senhor Jesus era inocente, mas, “... levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro” (I Pe 2.24), foi também queimado pela justiça divina fora do arraial, quer dizer, fora do arraial judaico que o tinha rejeitado, conforme veremos a seguir nos versículos 12 e 13.
E, por isso, também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta.
Na frase “... fora da porta”, aqui em foco, deve ser subentendido “fora das portas de Jerusalém”, que, alegoricamente falando, dava entrada para “o arraial judaico”, apesar de a Jerusalém antiga possuir 12 portas (Atualmente existem somente “sete portas” de entrada). Estas portas foram construídas pelo sultão Suleiman, o Magnífico. Segundo a tradição, Jesus costumava atravessar o “Portão de Ouro” quando entrava em Jerusalém, mas quando saía usava o “Portão dos Leões”, que ficava na muralha oriental, em direção ao monte das Oliveiras. Há também opiniões de que Ele tenha saído fora do arraial (a cidade de Jerusalém, geograficamente falando) pela “Porta das Ovelhas”. Esta porta era normalmente usada pelos líderes do povo hebreu, e Jesus era um deles (cf. Ne 3.1Jo 5.210.1, etc.). Porém, quando saiu para ser crucificado, Jesus pode ter cruzado o “Portão de Damasco”, visto que este dava acesso ao Calvário e ao túmulo onde Jesus foi sepultado. Ambos estão localizados em uma colina ao norte de Jerusalém, cerca de 213 metros da “Porta de Damasco”. Em alguns escritos esta porta é também chamada de “Porta do Juízo”. Passando por ela Jesus foi conduzido para fora do arraial até ao Calvário. Ali, Jesus foi crucificado e morreu! Ele desejou salvar o seu povo dentro de suas portas, mas estes não quiseram ouvir a sua voz. O arraial era o judaísmo — uma religião de formas e cerimônias —, mas Jesus, além desse povo, precisava santificar um outro povo que concordou com Ele em sair “fora do arraial”, embora com a missão de levar o “seu vitupério”, conforme nos é dito no versículo seguinte.
Saiamos, pois a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.
O arraial, aqui em foco, deve ser entendido em sentido simbólico, ainda que, religiosamente falando, isso indicava o arraial judaico que rejeitou a Cristo e ao seu ensino. Isto fica bem explícito nas palavras dos judeus, quando disseram: “Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo- nos da sua herança. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram” (Mt 21.38,39, ênfase do autor). Doravante a cruz de Cristo vem a ser, depois de sua morte, um novo altar escolhido por Deus, onde, sem terem o mínimo merecimento em si, os remidos se reúnem para oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12.1I Pe 2.5). Contudo, para que sejamos santificados e possamos desfrutar dos benefícios do Senhor, não podemos nos limitar simplesmente a um cristianismo formal e sem objetividade. Qualquer religião que nega a eficácia do sacrifício de Cristo pelos pecados da humanidade deve ser rejeitada, pois fora de Cristo, “... em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12).
Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura.
Tanto judeus como cristãos tinham uma idéia de que Jerusalém, por ser a “cidade do grande Rei”, era uma cidade eterna (Mt 5.35). Roma é também chamada por alguns de “cidade eterna”, dada a sua antiguidade e por abrigar o Vaticano, a sede da Igreja Católica. Outras cidades no mundo foram e são chamadas assim. Contudo, o escritor sagrado nos afirma que não existe aqui na terra “cidade permanente”, nem no sentido estrutural nem no sentido de moradia. Por cuja razão ele nos exorta a “buscarmos a futura”, a capital da nova terra — a Jerusalém celestial, isto é, ”... a Jerusalém que é de cima... a qual é mãe de todos nós” (Gl 4.26). Comumente, ao longo dos anos as cidades sofrem transformações, sendo modificadas em sua urbanização, arquitetura, ou mesmo em toda a sua estrutura. E em algumas ocasiões, muitas destas cidades cheias de belezas e esplendores foram destruídas — como Jerusalém. Ainda que na poesia se diga: “Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida” (SI 122.3). Porém, esta cidade futura que buscamos permanece eternamente.
Louvor e Beneficência como Sacrifícios a Deus
Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.
O louvor exprime alegria. “Está alguém contente? Cante louvores” (Tg 5.13). Nas páginas da Bíblia, o louvor exprime a idéia de agradecimento. Por esta razão vários sentidos são traduzidos na palavra “louvor”. Louvar significa magnificar , aprovar , honrar , glorificar , oferecer ação de graças, elogiar, adorar, aclamar. Nos Salmos, que era o Hinário de Israel, o louvor é prestado a Deus pelas seguintes razões:
Por seus conselhos eternos (SI 16.7);
Por sua salvação (SI 18.46);
Por sua resposta às orações (SI 28.6);
Por seu livramento (SI 40.1-3);
Por suas consolações (SI 42.5);
Por sua proteção (SI 71.6);
Por sua misericórdia (SI 89.1);
Por suas maravilhosas obras (SI 89.5);
Por sua majestade (SI 96.1,6);
Por seus juízos (SI 101.I);
Porque Ele perdoa o pecado (Sl 103.1-3);
Por sua bondade (Sl 107.8);
Por sua longanimidade e veracidade (Sl 138.2);
Por sua glória (SI 138.5);
Por sua grandeza (SI 145.3);
Por suas excelências (SI 148.13).
O louvor é expresso pelos anjos (SI 103.20); pelos santos (SI 30.4); pelos gentios (SI 1 I7.1); pelos filhos de Deus (SI 8.2); pelos exaltados e pelos humildes (SI 148.1); pelos jovens e idosos (SI 148.1,11); por todos os seres humanos (SI 107.8); por Cristo (Hb 2.12). Finalmente, “Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!” (SI 150.6)
E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios, Deus se agrada.
O termo “beneficência”, em algumas versões da Bíblia, se lê “a prática do bem”, indicando todas as formas de boas obras — em público ou particularmente —, em vinculação com a igreja local ou individualmente. Em Atos 10.38, le- mos que “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem...” Ligada à prática do bem está a comunicação — ambas são descritas aqui como sacrifícios que agradam a Deus. Paulo nos recomenda, dizendo: “Comunicai com os santos nas suas necessidades, seguir a hospitalidade” (Rm 12.13). Ajudar a alguém que se encontra em dificuldades faz parte do “fruto do Espírito”, que é caridade; ainda que esta ação possa ser praticada até mesmo por uma pessoa que não nasceu de novo. Contudo, qualquer ato de boa vontade praticado diante de uma necessidade é transformado em caridade, e caridade só é caridade quando “o amor fraternal” é aplicado (G1 5.22; 2Pe 1.71Jo 3.17).
O Desvelo do Pastor para com seu Rebanho
Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo,
porque isso não vos seria útil.
Essa expressão “velar” quer dizer “estar sem sono” (Hb 13.7,17), indicando assim o grande cuidado que os pastores deviam ter para com o rebanho. Requeria-se do ministério pastoral cuidado e coragem (I Sm 25.7Is 31.4Am 3.12Jo 10.12); responsabilidade (Mt 18.12Lc 15.6); amor e paciência (Is 40.11Ez 34.4); competência e disposição para o ofício (Pv 27.23Lc 15.4); alegria no trabalho e abnegação (I Pe 5.2 e ss); ordem (Jr 33.13; Jo; humildade e mansidão (Ez 34.4Mt 11.29; I Pe, e senso de julgamento entre o bem e o mal (Ez 34.17Mt 25.32, etc.). Na antiguidade, muitos pastores de ovelhas passavam noites inteiras sem dormir, cuidando do rebanho. “O sono fugia de seus olhos” pelo grande cuidado que seu trabalho exigia (Gn 31.40), pois freqüentemente ouvia-se a cobrança do dono do rebanho dizendo: “... onde está o rebanho que se te deu, e as ovelhas da tua glória?” (Jr 13.20. Isso o obrigava a trabalhar dias e noites quase sem tempo para o descanso. Em muitas ocasiões depois que fazia deitar o rebanho, ele passava horas e horas cuidando daquelas ovelhas que se feriram ou que foram feridas durante o dia (Ez 34.4), e ainda tinha de estar alerta à presença de lobos e afugentá-los. Alguns cordeirinhos eram ainda incapazes de suportar o rigor da viagem nas longas caminhadas à procura de pastagens (Gn 33.12), o que obrigava o pastor a conduzi-los em seus braços, como bem descreve o profeta Isaías: “... apascentará o seu rebanho; entre os seus braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente” (Is 40.11).
Orai por NósOrai por nós; porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar- se honestamente.
Tudo indica que este pedido de oração saiu dos lábios do apóstolo Paulo. Ele tinha este hábito de vez por outra pedir as orações.
Em Romanos 15.30, ele pede as orações, dizendo: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”.
Em Efésios 6.18,19, o apóstolo apresenta um novo pedido de oração. “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito... e por mim...”
Em Colossenses 4.3, o mesmo se repete, quando o apósto o conclama a todos para a prática da oração, buscando o beneficio coletivo. “Orando também juntamente por nós...”
Em Filemom 22, ele conclui dizendo: “... espero que, pelas vossas orações, vos hei de ser concedido”. Assim ele sempre foi vitorioso, porque orava, pedia oração e exortava os crentes a orarem (At 9.11; Ef 6.19I Ts 5.17). A oração é a principal fonte de socorro do homem que em suas aflições clama a Deus. Por isso ele exorta aos crentes que orem, para que tenham supridas as suas necessidades.
E rogo-vos, com instância, que assim o façais para que eu mais depressa vos seja restituído.
 
O escritor desta epístola se encontrava preso (ou retido) em algum lugar — possivelmente em Roma. Mas ele cria no poder da oração. Pedro, quando “... era guardado na prisão... a igreja fazia contínua oração por ele a Deus”, e em resposta a estas orações ele foi novamente restituído ao convívio da igreja em Jerusalém (At 12.5-17). Fato semelhante aconteceu com Paulo e Silas na cidade de Filipos. Ambos se encontravam aprisionados “... no cárcere interior”. Mas "... perto da meia- noite, Paulo e Silas oravam e contavam hinos a Deus...”, e em respostas às suas orações, Deus mandou um terremoto “... e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos” (At 16.24-26). Esta mesma certeza de que Deus pode, através da oração, abrir todas as portas de qualquer prisão (seja terrena ou espiritual), continua viva no coração do autor sagrado aqui. A oração é a chave da vitória. Consiste na manutenção do contato com o Criador. Isto significa que Deus existe, que pode ouvir-nos, que criou todas as coisas, que preserva e governa todas as suas criaturas e dirige as suas ações.
Saudações Finais
Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
No Antigo Testamento, o título de pastor era conferido tanto aos guardiães de ovelhas como aos dirigentes do povo de Israel. No Novo Testamento, porém, este título é transferido para nosso Senhor Jesus Cristo, de uma maneira nova e sem igual.
O bom Pastor: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11);
O grande Pastor: “Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20);
Pastor e Bispo: “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora, tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma” (I Pe 2.25);
O Sumo Pastor: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (I Pe 5.4).
Estes títulos conferidos ao Senhor Jesus o distinguiam totalmente daqueles que apenas arrogavam-nos para si, mas que na verdade não o eram. Jesus pronunciou este discurso sobre ovelhas e pastor logo após ter visto uma “pobre ovelha” (o cego que tinha sido curado por Jesus próximo ao tanque de Siloé) sendo expulsa do redil judaico por aqueles que, aos olhos do povo, eram de fato os pastores (Jo 9.34). Cristo, então, mostra-nos aqui sua ternura e benevolência. A missão de nosso Senhor, quando esteve aqui entre nós, foi servir à vontade divina e à necessidade humana; por isso se apresentou como sendo o bom Pastor, dizendo ainda: “Eu... conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14).
vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre. Amém!
No antigo pacto, a ideia de aperfeiçoamento já fazia parte do sacerdócio levítico, como vemos na expressa determinação de que os ministros da linhagem de Arão tinham de ser um tipo de beleza, não podendo haver neles qualquer “deformidade”. Em Levítico 21.16-24, encontramos a recomendação de Deus a Moisés a esse respeito. Eram 12 as deformidades que tornavam um homem incapaz para o sacerdócio, tais como: “... homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos, ou homem que tiver o pé quebrado, ou quebrada a mão, ou corcovado, ou anão, ou que tiver belida no olho, ou sarna, ou impigens, ou que tiver testículo quebrado”. Estes 12 defeitos físicos impossibilitavam qualquer sacerdote de exercer uma função no santuário. Era, portanto, exigida perfeição absoluta da cabeça aos pés e de acordo com as informações rabínicas, além dos requisitos ali mencionados, ainda eram acrescentados outros, como por exemplo: dentes perfeitos, boa dicção, altura e peso dentro dos padrões exigidos, etc. Para servir no ministério da Igreja, segundo o padrão exigido no Novo Testamento, a regra continua a mesma — só que no sentido espiritual. Paulo diz que “... o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.17). A capacidade que vem de Deus para o verdadeiro obreiro torna-o apto para o desempenho de sua função no tocante ao bem-estar do rebanho, pois uma boa parte do seu trabalho no ministério é “aperfeiçoar os santos”.
Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação; porque abreviadamente vos escrevi.
Tem sido argumentado que apesar de ser considerada uma epístola — pois no tempo em que foi escrita, qualquer tratado contendo mais de 91 palavras era considerado uma epístola, e não uma carta —, Hebreus é um livro relativamente longo. Ele é o nono livro em extensão do Novo Testamento. Aqui no texto em foco, o escritor afirma tê-lo escrito “abreviadamente”, como uma espécie de “exortação” — provavelmente entre 64 e 67 d.C. —, talvez por sentir que se aproximava a destruição de Jerusalém ou por causa de sua morte. E se de fato foi Paulo o seu autor, ele morreu em 68 d.C. De fato, foi uma verdadeira exortação, uma obra tencionada a exortar os santos a uma ação cristã, segura e firme. Com efeito, porém, esta epístola tem sido lida no mundo inteiro e seus ensinamentos têm servido para edificação de vidas através dos séculos.
Sabei que já está solto o irmão Timóteo, com o qual (se vier depressa) vos verei.
O conteúdo deste versículo faz referência de um relacionamento próximo, entre Timóteo e o escritor desta epístola; por cuja razão parece que o apóstolo Paulo está aqui em foco! Também fala de um encarceramento que Timóteo sofreu, que não se encontra mencionado nem no livro de Atos e nem nas epístolas. Contudo, ele agora estava solto e podia visitá-lo, mas isso requeria muita pressa por causa, talvez, de sua morte. Este trecho deve estar em harmonia com 2Timóteo 4.9,13,21, onde Paulo solicita a presença de Timóteo com urgência, dizendo: “Procura vir ter comigo depressa”, e acrescenta outras palavras a estas dizendo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos”. Tal solicitação de Paulo para que Timóteo lhe trouxesse “sua capa” e que viesse ter com ele “antes do inverno” (se foi ele
quem de fato escreveu esta epístola) confirma a fiel tradição de que ele se encontrava aprisionado no Cárcere Mamertino, onde o frio é intenso na época do inverno. O autor deste livro já esteve algumas vezes visitando o cárcere Mamertino, que fica localizado na parte antiga de Roma, e numa delas verificou que a temperatura externa ali era de 4 graus negativos.
Saudai todos os vossos chefes e todos os santos. Os da Itália vos saúdam.
Uma saudação que parte de um coração puro pode trazer alegria àquele que a recebe e, além da satisfação, traz ainda a bênção de Deus para ambos. Boaz, progenitor do rei Davi, ao chegar de Belém, onde se encontravam seus segadores, disse: “O Senhor seja convosco. E disseram-lhe eles: O Senhor te abençoe” (Rt 2.4). Um outro exemplo é a saudação de Maria, ao encontrar-se com sua prima Isabel. "... ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha [João Batista] saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo” (Lc 1.41). As saudações no contexto apostólico eram consideradas como bênçãos transmitidas para os filhos de Deus. Várias saudações são transmitidas aos cristãos de todos os tempos pelos escritores do Novo Testamento, para expressar a satisfação das almas e o amor divino nos corações. Vejamos alguns exemplos:
“Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo...” (2 Co 13.12);
“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7);
“A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor” (I Tm 1.2);
“Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde” (Tg I.I);
“A misericórdia, e paz, e caridade vos sejam multiplicadas” (Jd 2). Saudemos, portanto, nossos irmãos!
A graça seja com todos vós. Amém!
A bênção sacerdotal ordenada por Deus a Moisés era dedicada apenas aos “filhos de Israel”, não sendo extensiva a todas as pessoas. “Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes:
O Senhor te abençoe e te guarde;
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;
O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6.23-26).
No Novo Testamento, a bênção apostólica é abrangente e oferecida a todos. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos. Amém!” (2 Co 13.13) E na conclusão da Bíblia, o Espírito Santo orienta a João encerre o texto da mesma forma, oferecendo a todos a graça de Deus encontrada em seu Filho Jesus Cristo. Então ele o fez, dizendo: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém!” (Ap 22.21) Amém.
 
 
A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
 
C. A DISCIPLINA E SEUS BENEFÍCIOS (12.1-20)
Em seguida, os leitores são exortados a olhar para o exemplo de CRISTO, e isto leva diretamente a uma discussão sobre a disciplina. O escritor demonstra que ela é essencial para a vida cristã, e exorta seus leitores de modo enfático a evitarem a inconsistência moral, e apela ao caso de Esaú para ilustrar este aspecto. Mais uma vez ressalta a grande vantagem da Nova Aliança sobre a Velha.
 
HEBREUS 12:1
(i) A necessidade da disciplina (12.1-11)
1. Embora os dois primeiros versículos sejam uma continuação do capítulo anterior, ressaltam de modo mais direto a diferença entre a velha e a nova ordem. Os heróis do passado agora são considerados espectadores, ao passo que os cristãos estão na arena. O enfoque muda para o presente, mas o valor dos exemplos do passado é incorporado ao quadro total. Notamos que o escritor identifica-se com aqueles que estão na arena, o que claramente demonstra que está descrevendo a posição dos cristãos de maneira geral. Quando diz: visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, toma por certo que os cristãos têm consciência da presença destes espectadores. A palavra usada aqui para “testemunha” (martys) usualmente não denota “espectador,” mas o uso da linguagem figurada aqui pressupõe semelhante sentido.102 Mesmo assim, a palavra que o escritor escolheu nos diz alguma coisa acerca do caráter dos espectadores. Devem ser distinguidos da abordagem inconstante daqueles cujo único desejo é divertir-se. Estas testemunhas que observam das arquibancadas são bem qualificadas para inspirar - dão testemunho da fidelidade de DEUS em sustentálas. Estão ali para encorajar os competidores atuais. Pode-se perguntar por que o escritor escolhe a figura de uma nuvem. Visa transmitir a idéia de um grupo maciço de pessoas, e talvez tenha sido sugerida pelo conceito do verbo rodear (perikeimenon), que talvez produzisse a imagem do povo sejido envolto numa nuvem. Apesar disto, deve ser reconhecido que a idéia parece algo estranho à linguagem figurada da arena, a não ser que seja sustentado o conceito (sugerido por Crisóstomo, por exemplo) de que a nuvem ofereceria aos competidores proteção do calor intenso. Mas assim, a analogia é talvez levada longe demais. Já que uma “nuvem” de testemunhas é uma boa locução clássica para uma “hoste,” a metáfora não deve ser forçada. O escritor volta sua atenção, em seguida, aos preparos necessários antes de os competidores começarem a corrida. A linguagem figurada é tirada da abordagem rigorosa dos atletas gregos em treinamento. Nada que acrescenta peso é retido; tudo, menos o mínimo essencial, deve ser colocado de lado. O escritor, ao continuar, dá uma interpretação espiritual aos possíveis empecilhos ao referir-se ao pecado que tenazmente nos assedia, não deixa dúvida de que o peso (onkon, achado somente aqui no Novo Testamento) também deve ser aplicado metaforicamente a quaisquer questões que impediriam um cristão na sua nova fé. A natureza do pecado que assedia não é definida, e assim tem a aplicação mais ampla possível. A palavra traduzida tenazmente assedia (euperistaton) ocorre somente aqui no Novo Testamento, e seu significado é incerto. Moulton104 alista quatro possibilidades: (i) facilmente evitado, (ii) admirado, (iii) que facilmente cerca, i.é, acossador, (iv) perigoso (do sentido: “afligindo-se facilmente”). A ARA aproxima-se da terceira. Seja qual for o significado exato, fica evidente que o escritor considera o pecado o principal empecilho na corrida espiritual. Não deve ser suposto que qualquer pecado específico — um pecado habitual — esteja em mente. É, pelo contrário, o próprio pecado que é o impedimento. A exortação corramos com perseverança é o lado positivo de lançar fora fardos desnecessários. É este lado positivo que recebe a ênfase no grego. É uma ação que requer esforço. Nenhum atleta pode esperar que ganhará sem resolução. A palavra usada dá a entender a idéia de persistência, da corrida firme até o fim, a despeito das dificuldades. A mesma palavra grega é empregada em 10.36. A idéia volta a ocorrer de novo no presente capítulo no v. 3, em todo o conceito de submeter-se à disciplina. Além disto, a palavra traduzida carreira (agõna) aqui usada, é uma palavra que denota “conflito.” É usada várias vezes por Paulo. Em Filipenses 1.30 refere- se ao seu sofrimento; em Colossenes 2.1 aos seus esforços em prol dos colossenses; em 1 Tessalonicenses 2.2 à oposição que encontrou na pregação do evangelho e em 1 Timóteo 6.12 e 2 Timóteo 4.7 ao combate da fé. Será percebido, portanto, que a corrida em epígrafe era uma prova rigorosa de resistência. Deve ser notado, também, que os competidores não podem escolher sua própria corrida, porque a carreira nos está proposta, i.é, pelo próprio DEUS. Está no programa dEle.
2. Outra palavra incomum é o verbo traduzido olhando firmemente para... JESUS (aphorõntes eis) que sugere a pessoa desviando firmemente o seu olhar doutras pessoas e dirigindo sua atenção à JESUS. Sugere a impossibilidade de olhar em duas direções ao mesmo tempo. Em qualquer certame, o olhar fito somente na meta final é essencial, e o escritor transforma este pensamento no meio de focalizar o próprio JESUS. Na verdade, a injunção ética é absorvida numa declaração doutrinária. Não é sem razão que o nome escolhido aqui é JESUS, enfatizando, assim, a Sua humanidade (como no capítulo 2). Um alvo deve ser reconhecível, e o escritor está exortando seus leitores a fixar seus olhares no mais perfeito exemplo de humanidade. As descrições adicionais,Autor (archègon) e Consumador (teleiòtên), são altamente sugestivas. No seu conjunto, abrangem a gama total das atividades de JESUS com relação à nossa fé. Embora a palavra archêgos possa ter o significado de “fundador” (assim MM) no sentido de Autor, também pode ter o significado de “líder” ou “pioneiro” (cf. o comentário sobre 2.10). Talvez alguém pense que JESUS não foi o pioneiro da fé para os que foram mencionados no capítulo 11, porque veio historicamente depois deles. Mas o escritor parece considerar JESUS como Aquele que forneceu a inspiração para todos os santos da antigüidade. A segunda palavra ocorre no Novo Testamento somente nesta passagem e não ocorre na Septuaginta. Retrata o mesmo pensamento de outras partes da Epístola onde ocorre o verbo cognato (teleioõ, usado 9 vezes). O objeto destas atividades de JESUS é descrito como sendo a fé (tês pisteõs), uma expressão usada aparentemente para resumir a totalidade da posição cristã. A ligação de alegria com sofrimento neste versículo, ecoa um tema constante no Novo Testamento. Até mesmo na véspera da Sua Paixão, JESUS falava da Sua alegria e do Seu desejo de que Seus discípulos participassem dela (Jo 15.11; 17.13). É altamente provável que os discípulos se lembrassem deste fato notável quando, mais tarde, refletiram sobre a Paixão de JESUS. O escritor não considera necessário delongar-se aqui sobre o tema da alegria, mas atribui alguma importância ao fato de que lhe estava proposta, o que sugere que estava acima de todas as outras coisas. Há certa correlação entre a carreira que nos está proposta e a alegria que estava proposta a JESUS. Nos dois casos os processos de salvação estão nas mãos de DEUS. O sofrimento está focalizado na cruz. A idéia de perseverança já foi introduzida no v. 1, mas aqui temos o seu exemplo supremo. É reforçada pela cláusula acompanhante; não fazendo caso da ignominia, atitude esta que não desconhece a ignomínia, mas que a considera sem importância em comparação com a alegria. A posição de JESUS, assentado à destra do trono de DEUS, ecoa a idéia expressa em 1.3 e 8.1. A Paixão é vista como parte do caminho ao trono. Como ocorre tão freqüentemente no Novo Testamento, a cruz é imediatamente ligada com a glorificação. Nunca é vista como um fim em si mesma, porque, neste caso,  sugeriria uma tragédia ao invés de um triunfo.
3. Uma palavra que ocorre somente aqui no Novo Testamento e que está ausente da Septuaginta é usada na exortação inicial neste versículo, sendo traduzida Considerai (analogisasthe). Nos papiros, esta palavra é usada no sentido matemático de “tirar a soma” (MM) e claramente subentende uma avaliação cuidadosa. Os leitores são exortados a pesar cuidadosamente a perseverança de CRISTO ao contemplarem suas próprias adversidades. Se o sentido matemático ainda estiver presente, a idéia deve ser aquela de considerar cada aspecto da hostilidade que CRISTO teve de suportar contra Sua Pessoa, até que seja obtido um quadro completo. Tanto aqui quanto no v. 2, os leitores voltam-se para fora de si mesmos, a fim de focalizar sua atenção em CRISTO. Este escritor gosta de usar o tempo perfeito quando se refere às realizações de CRISTO, conforme faz aqui com o verbo suportou (hypomemenèkota). Aquilo que Ele fez tem relevância permanente. A palavra traduzida oposição (antilogia) tem o significado primário de oposição através de palavras, que no caso dos inimigos de CRISTO levou, ainda, à oposição nas ações, que chegou ao seu clímax na vergonha da cruz. O propósito de fixar a atenção em JESUS CRISTO é para que não vos fatigueis, desmaiando em vossas almas. Parece claro que o escritor sabia que havia uma tendência entre seus leitores de se desanimarem, não num único momento, mas no decurso de um período de tempo, com um relaxamento paulatino da sua resolução. Um corretivo para esta tendência é uma atenção cada vez mais profunda prestada ao objeto glorioso da fé cristã, o próprio JESUS. 
4. Os cristãos têm uma luta contra o pecado. Isto não exclui os conflitos interiores constantes, mas a ênfase recai claramente sobre os antagonistas da fé cristã. Aqueles que são responsáveis por semelhante pecado são personificados como sendo o próprio pecado. Embora a luta já seja intensa (o verbo é antagonizo), a resistência ainda não foi até ao ponto do derramamento do sangue. O grego aqui não é tão específico (mechris haimatos - até ao sangue), porque as palavras poderiam referir-se ao martírio ou poderiam ser entendidas metaforicamente no sentido de “até ao máximo.” A primeira referência parece preferível aqui, visto que a declaração parece estar em contraste com o v. 3, onde a hostilidade que CRISTO suportou tinha sido “até ao sangue.” Provavelmente, o pensamento do escritor ainda está sendo influenciado por sua linguagem figurada da arena no v. 1.
5. A esta altura, outra pergunta retórica é introduzida: estais esquecidos? Parece ter receado que alguns dos seus leitores tinham esquecido a lição da Escritura que passa a citar de Provérbios 3.11-12, porque depois de citá-la, oferece uma discussão detalhada do seu tema principal. Ao descrever a Escritura como exortação (paraklèsis) talvez pretendesse sugerir que a Escritura também pode ser um encorajamento, porque a palavra tem os dois sentidos. A própria Escritura é personificada como se pudesse dirigir- se pessoalmente aos leitores. O “filho” de Provérbios é automaticamente aplicado aos cristãos {como a filhos, discorre convosco) que receberão a carta. Uma das características notáveis da Escritura é que ela é eterna na sua aplicação. A exortação no sentido de não tratar levianamente a disciplina é constantemente necessária porque os homens têm uma repugnância inata pela disciplina, e hoje mais do que nunca. É demasiadamente fácil menosprezar (oligõrei, fazer pouco de ou tratar como insignificante). Fica tanto mais em evidência quando se trata da correção que vem do Senhor. Para muitos, o conceito é uma contradição, porque têm uma compreensão muito fraca do caráter de DEUS. Este capítulo inteiro é dedicado a corrigir este defeito. É porque os homens não têm um reconhecimento natural da necessidade da disciplina que perdem o ânimo quando são castigados {nem desmaies quando por ele és reprovado). Não conseguem enxergar os benefícios a longo prazo, nem a solicitude de DEUS por eles.
6. É difícil entender a ligação entre a disciplina e o amor, mas é básica para uma compreensão certa de como o Senhor trata Seu povo. O castigo que tem sua origem no amor não pode ser vindicativo, mas deve sempre ser benéfico. Este é especialmente o caso dos relacionamentos entre pai e filho. A passagem do Antigo Testamento demonstra um conceito profundo do amor, amor este que não hesita em corrigir. A  expressão todo filho a quem recebe demonstra quão básica é a idéia da disciplina para o desenvolvimento dos melhores relacionamentos. Realmente, a disciplina toma-se sinônima da filiação, conforme demonstra o versículo seguinte.
7. O escritor apega-se à palavra disciplina do texto do Antigo Testamento a fim de aplicá-la especificamente aos leitores. Além disto, usa o verbo perseverar (hypomenõ) que já aplicou a CRISTO no v. 3 (traduzido suportar). A mesma aceitação paciente que é esperada de todos os filhos é vista no Filho por excelência. Semelhante aceitação é possível somente quando temos plena compreensão do motivo por detrás da  disciplina. O princípio definido aqui é que o relacionamento determina o propósito da disciplina. O pai que negligencia a correção do filho é deficiente na sua capacidade como pai, e o filho que escapa a toda a disciplina está perdendo sua filiação. Este é um princípio que não seria reconhecido por todas as escolas de pensamento nesta era moderna onde a permissividade tem uma influência tão poderosa. A autoridade dos pais foi submetida a tanta erosão que a disciplina raras vezes, ou talvez nunca, entra em jogo. Geralmente deixou de fazer parte da filiação. Não é de se admirar que as pessoas criadas em semelhante atmosfera achem dificuldades genuínas em compreender a disciplina de DEUS. Teria havido menos dificuldade em apreciar a lição entre os primeiros leitores desta Epístola.
8. A mesma lição é inculcada mais fortemente neste versículo, porque é tomado por certo que todos os filhos verdadeiros se submeterão à disciplina e que aqueles que não o fazem não têm direito a ser chamados filhos, por isso mesmo. São, na realidade, bastardos. Não poderia haver um contraste mais vívido com os filhos legítimos. O pai não dá ao filho ilegítimo os mesmos direitos e privilégios, nm se dá o trabalho de discipliná- lo. A ausência da disciplina, portanto, reflete a categoria da pessoa. A verdadeira filiação envólve responsabilidades, para as quais cada pessoa deve ser preparada pela disciplina.
9. A esta altura o escritor faz uma comparação entre a disciplina terrestre e a celeste. Está introduzindo uma consideração adicional (conforme é visto nas palavras Além disso, eita), que se centraliza no respeito que os pais terrestres recebem dos seus filhos quando os disciplinam. É uma consideração importante. Os filhos têm mais estima pelos seus pais quando estes usam sua autoridade da maneira certa para guiá-los e treinálos. Desprezam aqueles que têm tão pouca convicção que nunca discordam deles. Não há dúvida de que o segredo para recuperar o respeito às autoridades acha-se no lar. A autoridade dos pais é realmente um microcosmos de autoridade na sociedade, e onde uma delas entra em colapso a outra forçosamente deve sofrer. O escritor usa a analogia para ilustrar um princípio espiritual mais sublime. O título Pai dos espíritos visa constrastar-se com a analogia humana. Este título incomum (somente aqui no Novo Testamento) é mais expressivo do que “celeste” em contraste com terrestre, porque os chamar a atenção à natureza espiritual de DEUS, o autor demonstra como isso afeta nosso conceito da disciplina. Assim como nossa existência terrestre foi mediada através de um pai terrestre, assim também nossa existência espiritual existe através da agência de um pai espiritual (i.é, DEUS). Ele é o pai da nossa vida espiritual. Quando é elevada para um plano espiritual, a disciplina toma-se um aspecto essencial da vida verdadeira. Começamos a viver somente quando aceitamos o fato de que, num sentido espiritual, DEUS é nosso Pai. Este pensamento é expresso na Epístola como uma pergunta retórica, que toma por certo que a resposta é axiomática. Realmente, toda a Escritura dá testemunho da atividade disciplinadora de DEUS. Este é um exemplo clássico de um argumento do menor para o maior.
10. Outro contraste é feito entre os tipos diferentes de disciplina exercidos pelos pais humanos e por DEUS. O primeiro tipo é breve na sua duração (por pouco tempo) e para um motivo inferior (segundo melhor lhes parecia). Por mais nobres que sejam os princípios segundo os quais o pai terrestre age, não são infalíveis. É governado pelo seu próprio beneplácito que, em muitas ocasiões pode ser pouco sábio, ou até mesmo contra os melhores interesses do filho. Por contraste, o conhecimento que DEUS tem de nós é perfeito e aquilo que Ele faz é para o nosso próprio bem (para aproveitamento), porque Ele sabe qual é a disciplina necessária. Nunca aplicará disciplina em demasia, nem a negligenciará. Quer fazer com que Seus filhos sejam como Ele mesmo. Tem um alvo específico : a fim de sermos participantes da sua santidade. Ao passo que a ação do pai terrestre é de curto prazo, o Pai celeste está interessado em nosso bem-estar eterno. Compartilhar da Sua santidade é a antítese de um benefício a curto prazo. Aliás, a única outra ocorrência da palavra santidade fhagiotès) no Novo Testamento está em 2 Coríntios 1.12, onde Paulo a emprega a respeito do comportamento dele mesmo e dos seus companheiros.
11. Todos concordariam quanto ao caráter doloroso da disciplina. Pelo menos é assim que parece no momento. É difícil apreciar o propósito da ação disciplinar na hora do impacto. A idéia de ser motivo de alegria parece totalmente estranha . Mas depois, as coisas se encaixam nos seus devidos lugares. O verdadeiro propósito fica sendo mais claro. Aquilo que parecia doloroso ainda é reconhecido como tal, mas é temperado pela eficácia do resultado. A linguagem figurada é tirada do campo da horticultura, onde um princípio aceito é que a disciplina da poda produz maior frutificação. Ao aplicar a metáfora, o escritor pensa nofruto pacifico... de justiça. A combinação entre a paz e a justiça é natural, porque nenhuma paz verdadeira pode existir sem a justiça. A paz advém da justiça. Quando o homem fica de bem com DEUS, seu coração tem paz. Uma idéia semelhante ocorre em Romanos 5.1, onde a paz decorre da justificação pela fé. Indubitavelmente, a justiça (dikaiosynè) conforme é usada aqui, deve ser interpretada à luz da “santidade” referida no v. 10. O genitivo pode ser entendido ou no sentido de “consistindo da justiça,” e neste caso a justiça fica sendo identificada com o fruto: ou no sentido de “pertencente à” justiça, e neste sentido o fruto resulta da justiça. Esta última interpretação parece enquadrar-se melhor no contexto. Podemos notar que o escritor, ao colocar a palavra justiça no fim da frase, pretende conceder uma ênfase considerável a ela. Os que têm sido por ela exercitados são aqueles que se submeteram à disciplina. Posto que o verbo usado aqui (gymnazõ) é freqüentemente usado para o treinamento atlético, há provavelmente implicações da metáfora da arena que aparece no início do capítulo. Não está, porém, inteiramente fora de lugar falar aqui do treinamento em conexão com a metáfora da horticultura, porque a poda das plantas pode ser descrita como um processo de “treinamento.” Mesmo assim, o escritor leva sua linguagem figurada a termos mais pessoais, visto ser este o contexto em que fala da disciplina.
 
(ii) Evitando a inconsistência moral (12.12-17)
12. Tendo em vista as declarações gerais a respeito da disciplina que acabam de ser feitas, o escritor dirige uma exortação direta aos seus leitores. Por isso (dio), como introdução, demonstra que esta exortação depende da discussão anterior. É colocada em linguagem vétero-testamentária, sendo que a primeira parte é tirada de Isaías 35.3 e a segunda parte (v. 13) de Provérbios 4.26 na Septuaginta. É provável que esta seção continue a figura de linguagem atlética.105 As palavras de encorajamento são vívidas. Mãos descaídas e joelhos trôpegos são típicos de espíritos desanimados. Retratam pessoas que se tomaram incapazes de agir por pura exaustão. ARA (com vossos pés) entende que a exortação é dirigida aos leitores no sentido de fortalecerem suas próprias mãos e seus próprios joelhos, mas o texto grego poderia ser entendido de outras pessoas serem encorajados a ajudar a fortalecer seus irmãos. Embora este último sentido seja possível, ninguém tem esperança alguma de revivificar outras pessoas se não se esforçar para revivificar a si mesmo.
13. A idéia de caminhos retos introduz um pensamento diferente. De nada adianta fortalecer os joelhos fracos para andarem em caminhos errados. A retidão forma uma ligação com a idéia da justiça no v. 11. Visto que os caminhos naturais usualmente são tortuosos, evitando as dificuldades ao invés de enfrentá-las, um caminho reto é um especialmente preparado com certo esforço (cf. a linguagem figurada de Isaías 40.3ss.). As rochas e as pedras de tropeço devem ser resolutamente removidas. Uma estrada reta e lisa é uma bênção para os mancos, não menos no sentido espiritual do que no sentido físico. A idéia parece ser que os leitores devem aceitar os efeitos benéficos de qualquer disciplina que realmente suportarem, e, portanto, tomar jeito e cuidar do seu progresso. Aqueles que estão num estado fraco devem concentrar-se na cura, e não na deslocação (ektrapè). O quadro de um manco ficando com a perna aleijada completamente desarticulada (“extraviada”) por causa da aspereza desnecessária do caminho inculca vividamente a seriedade de descuidar da fraqueza espiritual e moral. 0 alvo deve ser a cura e não a lesão.
14. Passa agora a ser dada alguma indicação daquilo que o escritor quer dizer com “caminhos retos.” Em primeiro lugar, os cristãos devem esforçar-se em prol da paz com todos. Há um paralelo direto em Romanos 12.18 que é igualmente abrangente. Mas que isto não significa paz a qualquer preço fica claro na sua estreita ligação com a busca da santidade. A paz com todos os homens é possível somente dentro dos limites daquilo que é certo. Há, na verdade, ocasiões em que tomar posição em prol de causas justas traz antagonismos, e a paz é inevitavelmente fragmentada. Mas o significado deve ser que todos os esforços devem ser feitos no sentido de manter a paz, se houver qualquer possibilidade disto. A palavra segui (diõketej é uma palavra enfática, e expressa algo do afã da perseguição da caça. A idéia de correr atrás da pista da paz é ecoada do Salmo 34.14, onde é ligada com a separação deliberada do mal. O segundo objeto a ser perseguido, a santificação, é retomado do v. 10, mas a cláusula qualificadora — sem a qual ninguém vem o Senhor - explica porque esta busca essencialmente espiritual é indispensável. Esta é realmente uma declaração mais pormenorizada do porquê DEUS deseja que compartilhemos da Sua santidade. É o equivalente a elevarnos ào mesmo nível que Ele mesmo. A pureza total não pode deixar de aborrecer a impureza. “Ver” a DEUS pode ser compreendido num sentido em que uma perspectiva mais completa está em mente do que é possível agora (cf. 1 Jo 3.2 que indica o retomo de CRISTO). O tempo futuro (opsetai) olha para o futuro, para um evento ainda não realizado.
15. A palavra traduzida atentando diligentemente (episkopeó) é comum nos papiros nas saudações finais das cartas (MM). Literalmente significa “exercer superintendência”, e pode ser usada nalgum tipo de capacidade oficial. Alguns dos leitores deveriam estar com condições de exercer semelhante função, conforme subentende 5.12. A questão a ser tratada com atenção é da máxima importância espiritual: zelar para que ninguém seja faltoso separando-se da graça de DEUS. É digno de nota o fato de ser usado aqui o tempo presente (hysterôn tem o significado de “continuar a faltar”). A graça de DEUS representa aqui todos os benefícios quê DEUS tem fornecido na Sua graça. Muitos fracassos entre os cristãos devem-se a uma falta de apropriar-se desses benefícios. Um exemplo específico é citado aqui - como quando alguma raiz de amargura causa problemas. As palavras sãü tiradas de Deuteronômio 29.17-18, mas aqui são aplicadas num sentido geral a qualquer pessoa ou coisa que resulte em amargura, assim como a raiz de uma planta afeta os frutos que a planta produz. O brotar da raiz descreve de modo pitoresco o desenvolvimento e, portanto, a multiplicação da amargura. O escritor aqui liga a amargura com a contaminação (e, por meio dela, muitos sejam contaminados), posto que a amargura, sempre que existe, estende sua influência. A amargura realmente corrompe e estraga sempre. A mesma palavra (mianthõsin, ser contaminado) é usada em Tito 1.15 para descrever os descrentes cujas mentes e consciências se corromperam.
16. Os maus efeitos do tipo de “amargura” que o escritor tem em mente são descritos, ainda mais, como impuro (pomos) e profano (bebêlos). As palavras como foi Esaú podem referir-se a estas duas expressões, ou somente à última. Não há evidência tirada do Antigo Testamento de que Esaú agiu imoralmente (cf. Gn 25.33-34), embora pudesse ser descrito como profano. Vender seu direito de primogenitura era contra sua tradição religiosa, mas não pode ser descrito como imoral. Apesar disto, Filo, comentando acerca de Esaú, considerou-o um homem de vícios (e.g. Legum Allegpriae 3.2), tal era a opinião geralmente sustentada a respeito dele. Embora seja omitido dos heróis da fé no capítulo 11, Esaú acha aqui uma menção pouco invejável. Sua estultícia em trocar seu privilégio como filho primogênito por um repasto é tão patente que veio a ser um exemplo de todos aqueles que colocam as vantagens materiais ou sensuais antes da sua herança espiritual. A palavra traduzida “profano” ou “irreligioso” (bebêlos) ocorre também nas Epístolas Pastorais (cf. 1 Tm 1.9; 4.7; 6.20 e 2 Tm 2.16), onde o mundanismo é uma das características dos falsos mestres.
17. O escritor apela ao conhecimento dos seus leitores acerca da história de Esaú (Pois sabeis). Todos os que tivessem conhecimento do Antigo Testamento teriam familiaridade com o fato de que Esaú não podia reverter sua ação ao esbanjar sua primogenitura. A referência à bênção é uma alusão ao relato em Gênesis 27 onde Isaque foi logrado no sentido de dar sua bênção patriarcal a Jacó, mas mesmo assim reconheceu que não poderia ser desfeita ainda depois dele ter descoberto seu engano. O que impressionou o escritor desta Epístola foi a total futilidade das lágrimas de Esaú. Não achou lugar de arrependimento traduz literalmente o grego, que pode ter o significado de que não haveria uma oportunidade para ele mudar suas circunstâncias. Neste sentido, não sobrou nenhuma oportunidade para o arrependimento, mas é um princípio neotestamentá: rio que uma oportunidade para o arrependimento espiritual sempre é possível quando há um desejo espiritual. É neste sentido que se pode dizer que o evangelho é baseado numa chamada ao arrependimento. Pode-se perguntar o que levou o escritor a introduzir a história trágica de Esaú a esta altura da sua discussão, e a resposta deve ser que Esaú era considerado um dos exemplos mais notáveis daqueles que deixaram de apropriarse “da graça de DEUS.” A nota solene que é introduzida por esta alusão será desenvolvida ainda mais na passagem seguinte.
(iii) Os benefícios da nova aliança (12.18-29).
18. A seção 18-24 compara o reverente temor inspirado pela outorga da lei com a majestade da nova aliança. Aqui, também, um conhecimento considerável do pano de fundo vétero-testamentário é pressuposto. Uma referência àquilo que é palpável traz à memória a cena na outorga da lei (Êx 19.12-22; 20.18-21). Realmente, os israelitas, e até mesmo seus animais foram probidos de tocar o monte sagrado (cf. v. 20). A ênfase inteira dizia respeito a uma abordagem à majestade através dos sentidos. A descrição diz respeito aos acompanhamentos físicos: o fogo, as trevas, a tempestade, o clangor da trombeta. A outorga da lei veio de uma maneira tal que pode ser apreciada através dos sentidos do tato, da visão e da audição. A cena inteira é dramaticamente relembrada sem a menor referência ao próprio monte Sinai. A natureza inspiradora de temor daquele evento fala por si mesma. Os pormenores são tirados de Deuteronômio 4 e 5 e Êxodo 19 e 20.
19. No relato da outorga da lei em Êxodo 19, o sonido da trombeta aumentava sua intensidade à medida em que a presença de DEUS era mais reconhecida e a sensação de reverente temor aumentava de modo correspondente. O clangor (êchõ) ficou sendo um aspecto familiar da linguagem figurada apocalíptica (cf. Mt 24.31; 1 Ts 4.16, e as sete trombetas do Apocalipse de João). Visa transmitir uma ordem autorizada que não pode ser desconsiderada. O som de palavras (phônè rhèmatõn) foi igualmente aterrorizador. Conforme Êxodo 19.19, DEUS respondia a Moisés no trovão. Era como se o ato da comunicação tivesse de receber a máxima importância. Não havia mensagem direta de DEUS para o povo, a não ser através de Moisés, mas mesmo aquelas comunicações que eram inteligíveis enchiam os corações de pavor. O pedido de que não se lhes falasse mais é notável, tendo em vista a revelação impressionante de DEUS e Seu desejo evidente de fazer provisão por eles. Havia, naturalmente, algumas condições, das quais a mais marcante era a necessidade de um devido senso de reverente temor, e era isto que preocupava o povo, conforme demonstra o versículo seguinte.
20. O escritor destaca o aspecto que deve ter causado a maior impressão sobre os israelitas: a exclusividade da comunicação de Moisés com DEUS. Era uma lembrança vívida da sua indignidade que nem eles, nem seus animais, tinham licença de aproximar-se do monte (cf. Êx 19.12-13). O fato de que já não suportavam o que lhes era ordenado sugere que ficaram totalmente apavorados pela glória da ocasião. Não é de se estranhar, visto que até mesmo o próprio Moisés ficou trêmulo, segundo o relato. No curso de toda a era da lei, a separação tinha sido um aspecto do modo de DEUS lidar com Seu povo, conforme demonstrava o SANTO dos Santos. Esta consolidação do aspecto de reverente temor tinha o propósito de ressaltar, em maior relevo, que era possível aproximar-se de DEUS segundo o evangelho, conforme demonstram os w. 22-24.
21. Não foi somente o povo, mas também o próprio Moisés que ficou aterrorizado. O impacto especial sobre Moisés é descrito como o espetáculo (to phantazomenonj, palavra esta que era suficientemente abrangente para incluir a revelação especial a ele que o povo não viu. Se os israelitas, mantidos à distância ao sopé da montanha, ficaram apavorados,  não é de se admirar que Moisés tremesse diante dasdemonstra ções aterrorizadoras enquanto avançava para o lugar onde devia receber as tábuas da lei. Não há nenhum registro específico no Antigo Testamento de que Moisés tenha dito: Sinto-me aterrado e trêmulol na ocasião da outorga da lei, mas a ocorrência da tremedeira não é difícil de se imaginar nas circunstâncias. A declaração mais próxima é Deuteronômio 9.19, que registra que Moisés relembra o temor que  sentira. Além disto, há referência ao seu temor diante da sarça ardente (Êx 3.6), fato este que Estêvão nota em Atos 7.32. Este terror da parte de Moisés termina abruptamente o comentário do escritor sobre a velha ordem. Seu interesse centraliza- se na nova ordem.
22. É surpreendente que a Jerusalém celestial seja colocada em contraste com a outorga da lei, mas parece que a intenção é ressaltar a superioridade da abordagem espiritual disponível aos cristãos. Foi-se o senso de pavor e de separação. Há uma qualidade poética no estilo da declaração integral da posição cristã que se segue. O grego não contém artigo algum até à última palavra do v. 24 (Abel). Desta maneira, a declaração fica com uma qualidade notavelmente concisa. Há, na realidade, uma estrutura quase litúrgica na seqüência das cláusulas. Embora o monte onde Moisés se encontrou com DEUS não seja mencionado pelo nome, o monte onde os cristãos se encontram com Ele é especificamente definido como o monte Sião, que ressalta a superioridade do último sobre o primeiro. Além disto, para impedir qualquer mal-entendido, é descrito como a cidade do DEUS vivo e também como a Jerusalém celestial. A ausência de demonstrações inspiradoras de temor é ressaltada pela realização de uma assembléia festiva. Dificilmente se poderia conceber de um contraste mais marcante. Como a paz após a tempestade, há o quadro mais calmo da morada de DEUS e do Seu povo. A Jerusalém celestial parece prenunciar a idéia da nova Jerusalém em Apocalipse 21 (cf. também 3.12), a habitação perfeita do povo de DEUS. Talvez haja significância na ligação entre o monte e a cidade, uma combinação que não deixava de ser familiar nos tempos  antigos, especialmente no meioambiente grego, onde o centro da cidade (ou agora) era dominado pelo monte nas proximidades (sobre o qual ficava a acrópole). Na mente do autor, os dois são concebidos espiritualmente. O monte Sião veio a ser símbolo da verdadeira adoração a DEUS, e Jerusalém veio a ser símbolo da verdadeira comunidade.
As incontáveis hostes de anjos povoam o cenário e mostram que DEUS está cercado pelos Seus servos. Isto é o que mais impressiona nesta cena. DEUS já não é inabordável nem inspirador de temor. Habita no meio de uma sociedade de adoradores. A referência aos anjos é especialmente relevante tendo em vista a discussão nos capítulos 1 e 2 sobre seu relacionamento com CRISTO. Estes anjos são “espíritos ministradores” enviados para servir. Há alguma disputa sobre se a palavra para assembléia festiva (panègyris) deve ser restrita aos anjos, ou se se refere a uma reunião conjunta de anjos e crentes. A primeira interpretação é a mais provável, e talvez visa contrabalançar qualquer pensamento de que os anjos eram anjos de julgamento (como no Apocalipse). Outra possibilidade é considerar a palavra anjos isolada e ligar a universal assembléia à “igreja.” Parece melhor, no entanto, tratar os dois grupos separadamente.
23. A palavra traduzida igreja (ekklèsia) é traduzida assim noutros lugares, e alguma associação com este significado mais normal deve estar em vista aqui (em contraste com “assembléia,” RSV). O único outro uso da palavra nesta Epístola é em 2.12 onde ocorre uma citação do Antigo Testamento (Septuaginta), e é traduzida “congregação.” Em primeiro lugar, o grupo em mente é descrita como os primogênitos (prõtotokoi). Há, aqui, uma distinção marcante entre a igreja e a era patriarcal, quanto a primogenitura era limitada a um membro por família (cf. Esaú no v. 16). Na igreja cristã todos os herdeiros estão colocados em pé de igualdade. Semelhante grupo não somente é especialmente distintivo, como também sem paralelo. Devemos notar que para Paulo há somente um pròtotokos, i.é, CRISTO (Cl 1.15). Há alguma conexão com o pensamento aqui, se os prõtotokoi são aqueles que resnasceram mediante CRISTO.107 Seus nomes estão arrolados nos céus, o que demonstra que são membros oficialmente aceitos da Jerusalém celeste. A mesma idéia do arrolamento no livro da vida é achada em Lucas 10.20 e em Apocalipse 21.27. Na segunda parte do versículo, o enfoque muda para o tema do julgamento e trata dele do ponto de vista daqueles que já morreram e daqueles que ainda vivem. O Juiz é identificado como o DEUS de todos, o que ressalta o fato de que Seu julgamento estará de conformidade com aquela revelação da Sua natureza, i.é, Aquele que sabe todas as coisas, cujo julgamento, portanto, é universal. Deve ser notado que DEUS não deve ser considerado aqui exclusivamente como um juiz que condena, mas, sim, como um que examina e discrimina. O uso da palavra espíritos é sugestivo porque o escritor, em trecho anterior do capítulo, descreveu DEUS como o Pai dos espíritos (v. 9). Além disto, os anjos são descritos como “ministros” em 1.7 (conforme SI 104.4). Claramente a expressão está sendo usada no sentido de seres espirituais. No presente caso, porém, são distinguidos dos anjos pela descrição espíritos dos justos aperfeiçoados. A palavra “justos” descreve aquilo que vieram a ser e não indica a base da sua perfeição. Tomaramse justos em virtude daquilo que CRISTO fez por eles. A palavra aperfeiçoados deve ser entendida no sentido de “completos” ; tudo quanto DEUS designou para estas pessoas agora foi cumprido. Tem sido sugerido que os “justos aperfeiçoados” são os santos pré-cristâos mencionados em 11. 40.108 Mas não há indicação alguma neste contexto que requeira esta interpretação. Outra sugestão é que os “arrolados” são os eleitos segundo a antiga aliança, e “os justos aperfeiçoados” são os mártires cristãos (cf. Ap 6.9). Mesmo assim, JESUS falou dos nomes dos Seus seguidores “arrolados no céu” (Lc 10.20), de modo que esta referência parece incluir todos os crentes. Aquele que leva a efeito o aperfeiçoamento do Seu povo já foi, no v. 2, identificado como o próprio JESUS.
24. O enfoque muda mais uma vez: desta vez, concentra-se em JESUS como Mediador, porque é através dEle que o processo da perfeição foi possível. O escritor resume aqui em poucas palavras a sua mensagem principal. Já no cap. 8 e em 9..15 expôs a CRISTO como Mediador e contrastou a antiga aliança com a nova. É somente aqui que a aliança é descrita como nova (neas) no sentido de “recente” ao invés de nova no sentido da sua natureza (kainê), como em 8.8,13 (da LXX) e 9.15. O sangue da aspersão resume o ato sacrificial de JESUS. Relembra o sangue aspergido que ratificou a antiga aliança (cf. 9.19), e imediatamente estabelece a superioridade da oferta de CRISTO. Tem uma voz, que fala em estilo totalmente diferente da voz do Sinai. O sangue fala de coisas mais profundas do que ele mesmo, porque proclama um novo caminhp da aproximação de DEUS. Este sangue fala coisas superiores do que o sangue de Abel; (RSV diz mais graciosamente) mas a palavra usada (kreitton) é o tema musical desta Epístola, i.é, “melhor.” O sacrifício de Abel foi mencionado em 11.4, onde está escrito que, por meio da sua fé, ainda fala. Pode ser notado que o pensamento “do que o sangue de Abel” não ocorre no texto grego, que simplesmente diz: “do que Abel” (para ton Abeí). É mais natural, no entanto, supor que é o sangue de Abel que está sendo comparado com o sangue de JESUS.
25. A esta altura a discussão leva para uma seção final que termina com uma declaração impressionante acerca de DEUS (v. 29). Uma advertência direta é dada aos leitores - Tende cuidado, não recuseis ao que fala — em termos que demonstram que o escritor ainda tem em mente a atitude dos israelitas (cf. Êx 20.19). O mesmo verbo aqui traduzido recusar (paraitêsêsthe) é traduzido “suplicar” no v. 19, e deve ser entendido, portanto, dentro do âmbito da outorga da lei. “O que fala,” referido neste contexto, é DEUS, mas há um ponto de paralelismo interessante com o “sangue que fala” no versículo anterior. Há um contraste direto entre a voz sobre a terra e a advertência dos céus. Apesar disto, e embora a localidade seja diferente, é a mesma voz. A diferença acha-se na maior responsabilidade que recai sobre aqueles que recebem a advertência celestial. Os israelitas não escaparam. O escritor volta à idéia do escape, que introduzira anteriormente na Epístola. As conseqüências da falta de fé da parte dos leitores não seriam menores para eles do que para os israelitas. A advertência dos céus é ligada com a totalidade da revelação cristã centralizada na obra mediadora de CRISTO. Este é outro exemplo de um argumento poderoso baseado numa transferência do pensamento do menor para o maior. Lança luz considerável sobre a relevância do exemplo histórico.
26. Relembrando os acompanhamentos físicos da outorga da lei, o escritor delonga-se sobre o tema da instabilidade da velha aliança e da estabilidade da nova. Abalar a terra, portanto, é aplicado metaforicamente. O terremoto no monte Sinai era uma lembrança impressionante da majestade de DEUS e da instabilidade da terra (cf. Êx 19.18). Não é surpreendente, portanto, que os terremotos ficaram sendo um aspecto familiar do pensamento apocalíptico (cf. Mt 24.29). As palavras agora, porém (nyn de) transferem o pensamento da era do Sinai para a era cristã. A promessa referida é uma citação de Ageu 2.6. O profeta antevê um tempo em que haverá outro cataclisma acompanhando uma revelação de DEUS. As palavras introdutórias — Ainda uma vez (eti hapax), qúe ocorrem na Septuaginta - são vistas como relevantes porque subentendem a qualidade definitiva da revelação vindoura, conforme demonstra o v. 27. A inclusão de um abalo celeste bem como um abalo terrestre no distúrbio vindouro (farei abalar não só a terra, mas também o céu) acrescenta mais peso a este sentido definitivo.
27. Este versículo é um exemplo do método do autor de lidar com a interpretação bíblica. Claramente atribui muita importância às próprias palavras do texto e não hesita em tirar uma conclusão específica de uma inferência baseada nas palavras: Ainda uma vez. A palavra significa (dèloi) é usada em 1 Pedro 1.11 acerca da interpretação pelo ESPÍRITO das predições dos sofrimentos do Messias. O que ficou claro no entendimento da Escritura foi esclarecido pelo ESPÍRITO. 0 escritor toma este fato por certo ao invés de declará-lo especificamente. Ao referir-se à terra e ao céu nas palavras como tinham sido feitas, deseja chamar a atenção à sua qualidade transitória.
Conclui da passagem em Ageu que a promessa garante a remoção dessas coisas abaladas, ou seja: a realização de uma estabilidade tal que não haverá lugar para coisas abaláveis. Claramente, aquilo que é inabalável deve ser eterno, porque qualquer possibilidade de alteração levaria à instabilidade. Não é possível ter certeza daquilo qué o escritor tem em mente aqui, porque não entra em mais pormenores sobre estas condições inabaláveis. Está interessado em demonstrar que a posição cristã, diferentemente da era da lei mosaica, leva para um estado de absoluta estabilidade. Há um eco aqui do tema da imutabilidade achada no capítulo 1. A linguagem figurada das alterações físicas é freqüentemente usada na Escritura para expressar verdades espirituais e especialmente nesta Epístola as coisas vistas, com todas as suas qualidades mutáveis, são consideradas sombras de realidades espirituais maiores. A idéia expressa aqui, da instabilidade do mundo existente, contrasta-se vividamente com o conceito platônico da eternidade do mundo.
28-29. Seja qual for o significado exato do abalar, o enfoque recai sobre o reino, que será a concretização da estabilidade (inabalável), em notável contraste com a transitoriedade daquilo que o escritor acaba de descrever. O reino aqui é indefinido, diferentemente das suas ocorrências nos Evangelhos onde sempre é o reino de DEUS ou o reino dos céus. Aqui, é claramente um reino espiritual, e deve ser entendido no mesmo sentido em que JESUS usava o conceito. Para a menção dele nas Epístolas de Paulo, cf. Romanos 14.17; 1 Coríntios 4.20;6.9; 15.24, 50;Gálatas 5.21;Colossenses 1.13; 4.11; 1 Tessalonicenses 2.12; 2 Tessalonicenses 1.5; 2 Timóteo 4.1. O escritor diz que os leitores receberam um reino. É com base neste fato que duas exortações são endereçadas a eles: retenhamos a graça (ou: “sejamos gratos”) e sirvamos a DEUS. Na realidade, são inextricavelmente ligadas entre si. A primeira exortação pode ser compreendida no sentido de “tenhamos graça” no sentido de possuir graça, mas não se encaixa tão bem no contexto. Tendo em vista o caráter abalável das demais coisas, há boa razão para nos sentirmos gratos quando algo imutável é colocado em nossas mãos. Além disto, deve nos levar a adorar. Há certos aspectos da adoração que vale a pena notar neste contexto. Em primeiro lugar, deve ser agradável, no sentido de aceitável. Embora a adoração plenamente aceitável seja difícil, senão impossível, de conseguir, o escritor está convicto de que o ideal deva ser colocado diante dos seus leitores. Além disto, a adoração deve ser com reverência, uma atitude mental que reconhece a grandeza de DEUS. Ligado com ela há o santo temor (deous), que é especialmente apropriado tendo em vista a idéia de DEUS como um fogo consumidor, ecoando as palavras de Deuteronômio 4.24. O conceito de DEUS como inspirador de santo temor toma seus tons de evento do Sinai. É uma lembrança que até mesmo o crente deve reconhecer que DEUS é justo e que Seu caráter não mudará. Embora a Epístola termine numa nota mais branda (cf. 13.20-21), este senso da qualidade de DEUS inspira santo temor não pode ser deixado de lado, mas, sim, deve inculcar um verdadeiro senso de reverência.
 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO - PTE1"O chamado a perseverar como filhos (12.1-13)
O vínculo entre a fé e a perseverança (ou paciência) no capítulo 11 torna-se a plataforma para o chamado à perseverança em 12.1-13. Em 11.40, duas frases sinalizam o retorno à aplicação pessoal para os leitores originais e para nós: 'Alguma coisa melhor a nosso respeito' e 'para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados'. Tendo descrito a história e os triunfos espirituais dos antigos santos, que se tornaram possíveis causas de sua fé e perseverança, o autor novamente enfoca o desafio que seus leitores têm de serem firmes na fé e perseverantes para suportar as provas (cf. 12.1-3,7 com 10.32,36). Ele desenvolve três incentivos principais que deveriam inspirar seus leitores a perseverarem como crentes no Senhor:
O incentivo do exemplo de seus antepassados (21.1);
O incentivo do exemplo de CRISTO (21.2,3);
O incentivo do relacionamento do Pai-Filho que tinha com DEUS (12.4-11)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1630).
 
CONHEÇA MAIS - PTE1
*Correr
"1. Trechõ (τρέχω),, 'correr', usado: (a) literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn, particípio aoristo, proveniente de um verbo obsoleto dramõ, mas suprindo certas formas ausentes do verbo trechõ, literalmente, 'tendo corrido, correndo', expressivo da determinação do ato; a mesma forma no indicativo é usada, por exemplo, em Mt 28.8; nos Evangelhos, só é usado o significado literal; em outros lugares, ocorre em 1 Co 9.24 (duas vezes na primeira parte); Ap 9.9; (b) metaforicamente, para ilustrar 'corredores' numa corrida, acerca da rapidez ou esforço em atingir um fim (Rm 9.16) [...]; 1 Co 9.26Hb 12.1, alude à atividade perseverante no trajeto cristão com vistas a obter recompensa". Para conhecer mais leia "Dicionário Vine", CPAD, p.512.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PTE2"A santidade na vida prática (12.14)
A santidade não é algo opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à sua essência. Somente aqueles que têm o coração puro verão a DEUS; ninguém mais (Mt 5.8). Aqui (Hb 12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida prática. Deste modo, 12.14 começa exortando os crentes a procurarem verdadeiramente a paz e a santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço possível (dioko) transmite a ideia da diligência na busca da paz e da santificação, e não um esforço que produz obras mortas e justiça própria.
Muitos intérpretes entendem a busca da 'paz' em 12.14 como se referindo à paz com todos (como na NVI). A preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que traz um sentido de 'junto com' (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo 'todos' significa especialmente junto com 'todos os outros crentes' (cf. 13.24), que também estão sendo exortados a procurar a paz de CRISTO na comunidade. Como um objeto direto do verbo dioko, a paz é vista como uma realidade objetiva ligada a CRISTO e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).
Semelhantemente, a 'santidade' é essencial para a comunidade cristã (cf. 12.15). O pecado divide e contamina o Corpo de CRISTO (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com o corpo humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual a nossa vida e nossa maneira de viver são separadas para DEUS como santas e como instrumentos de honra a Ele. Somos transformados conforme a semelhança de DEUS quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença. Na união e na comunhão com DEUS, no Lugar Santíssimo, reside o poder da 'paz' e da 'santidade'" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1634).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO - PTE3"Apegar-se ao ensino sadio do evangelho (13.7-12)
Os próximos três versos devem ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 13.7 e 13.9. JESUS CRISTO é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8), que foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve permanecer de acordo com o padrão da verdade, pelo qual todos os ensinos serão julgados (13.9).
'Lembrai-vos (uma ênfase na continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos pastores, que vos falaram (no passado, isto é, antigos líderes) a Palavra de DEUS' (13.7). Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes espirituais dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o termo begoumenoi, que se refere a homens de autoridade em uma posição de liderança. Em 13.7, os leitores devem obedecer aos seus líderes, e em 13.24, o autor envia suas saudações a todos os líderes; em ambos os versos o autor se refere aos líderes atuais. Em 13.7, porém, são seus antigos líderes que devem ser lembrados. São recordados dois fatos importantes a respeito destes antigos líderes.
1) Proclamaram 'a palavra de DEUS' (13.7); isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se manterem enfocados na Palavra de DEUS. É mais provável que a igreja, que reunia em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.
2) Eram homens de 'fé' (13.7), cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38). Sua vida e fidelidade a CRISTO eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a 'imitarem' sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito. A advertência a considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento; agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final de fé, na partida para estar com o Senhor" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1645).

 
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
A Excelencia da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 .
AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. 
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Comentário Bíblico TT W. W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W. Wiersbe
CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
http://www.gospelbook.netwww.ebdweb.com.brhttp://www.escoladominical.nethttp://www.portalebd.org.br/, Bíblia The Word.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD.Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para vocè - SEVERINO PEDRO DA SILVA
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida
Teologia Sistemática de Charles Finney
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm