Escrita Lição 6, CPAD, A Justiça de DEUS, 4Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

 Lição 6, A Justiça de DEUS



TEXTO ÁUREO
“Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.” (Sl 18.26)
 
VERDADE PRÁTICA
Os agentes do juízo divino revelam que a responsabilidade humana é pessoal.
 

Lição 6, CPAD, A Justiça de DEUS, 4Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

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LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 18.26 O Justo Juiz de toda a Terra sabe separar o justo do injusto
Terça - 2 Rs 17.25 Animais selvagens são agentes de DEUS para o juízo divino
Quarta - Jr 24.10 Espada, fome e peste são agentes da ira divina
Quinta - Jr 29.18 A trilogia da morte, espada, fome e peste, envolve destruição e diáspora
Sexta - Dn 12.1 O juízo divino sobre Jerusalém é o prenúncio da Grande Tribulação
Sábado - Lc 21.21-24 O derramamento da ira de DEUS nunca acontece sem aviso prévio
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 14.12-21
1
2 - Veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 13 - Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; 14 - ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ. 15 - Se eu fizer passar pela terra nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16 - ainda que esses três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada. 17 - Ou, se eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e animais; 18 - ainda que aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas livrariam, mas eles só ficariam livres. 19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça. 21 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e animais?
 
PALAVRA-CHAVE - Justiça
 
Resumo da Lição 6, A Justiça de DEUS
I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO
1. O discurso profético.
2. A primeira parte do oráculo (v.13).
3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).
II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE
1. Exemplos de intercessão pelo pecador.
2. Um castigo inevitável.
3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.
III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ
1. Por que o povo rejeitou os profetas?
2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).
3. O profeta Daniel.
 
 
COMENTÁRIOS EXTRAS
 
BEP - CPAD
14.3 ÍDOLOS NO SEU CORAÇÃO. Os anciãos de Israel (v. 1) eram culpados de idolatria no coração, i.e., não eram leais a DEUS e à sua Palavra. Desprezaram a vontade divina, e queriam viver de maneira ímpia. Como DEUS não respondesse suas orações, ficaram sem direção alguma. Semelhantemente, aqueles que hoje buscam orientação de DEUS, não a terão, se seus corações estiverem cheios de impiedade e demais coisas pecaminosas do mundo.
14.9,10 O PROFETA... DESTRUÍ-LO-EI. DEUS destruiria qualquer profeta que tolerasse, apoiasse, ou incentivasse a idolatria dos israelitas. Semelhantemente, os pastores que toleram membros da igreja, em pecado, e não os disciplinam serão considerados tão culpados como esses membros hipócritas.
14.14 NOÉ, DANIEL E JÓ. O julgamento que estava para vir sobre Jerusalém era tão certo que até mesmo estes três homens de DEUS, conhecidos pela sua retidão (Gn 6.9; Jó 1.1,8; 2.3; Dn 6.4,5,22), não poderiam livrar ninguém mediante as suas orações intercessórias.
14.16 NEM A FILHOS NEM A FILHAS LIVRARIAM. A condição moral de Judá tornou-se tão pecaminosa, que nem as justas orações de Noé, Daniel e Jó seriam suficientes para salvar seus próprios filhos. O crente deve tomar muito cuidado quanto ao ambiente social e educacional de seus filhos. O ambiente pode tornar-se tão ímpio que nem nossa vida santa, nem nossas ferventes orações conseguirão levar esses filhos a aceitar CRISTO como seu Senhor e Salvador
 
 
A mensagem de julgamento e Grace ( 14: 12-23 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
12  E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: 13  Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim por cometer uma transgressão, e eu estendo a minha mão contra ela, e quebrar o sustento do pão, e enviarei fome sobre -lo, e cortar dela homens e animais; 14  ainda que esses três homens, Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, eles devem entregar, mas as suas próprias almas pela sua justiça, diz o Senhor DEUS. 15  Se eu fizer feras para passar pela terra, e eles devastar-lo, e ela fique desolada, de modo que ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16  ainda que esses três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles devem entregar nem filhos nem filhas; eles só devem ser entregues, mas a terra seria assolada. 17  Ou, se eu trouxer a espada sobre aquela terra, e disser: Espada, passa pela terra; para que eu cortar dela homens e animais; 18  ainda que esses três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles não livrariam nem filhos nem filhas, mas eles só devem ser entregues a si mesmos. 19  Ou, se eu enviar a peste sobre aquela terra, e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para exterminar dela homens e animais; 20  ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles devem entregar nem filho nem filha; eles somente livrariam as suas próprias almas pela sua justiça.
21  Pois assim diz o Senhor DEUS: Quanto mais quando eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, a fome, as bestas-feras e a peste, para cortar dela homens e animais 22  Mas, se ainda , se ainda restarem nela alguns sobreviventes que devem ser realizados fora, assim filhos e filhas; eis que eles virão para vós, e vereis o seu caminho e os seus feitos; e sereis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém, e de tudo o que eu trouxe sobre ela. 23  E sereis consolados, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis que eu não fiz sem razão tudo o que eu tenha feito, diz o Senhor DEUS.
Outra mensagem pessoal aos cativos de Tel-Abibe segue o julgamento sobre a idolatria. A configuração cresce fora das perguntas dos cativos por que motivo DEUS não poupará Jerusalém como Ele se ofereceu para fazer com Sodoma e Gomorra nos dias de Abraão ( Gn. 18: 23f ). Ezequiel enuncia o princípio da responsabilidade pessoal. A justiça do justo não pode salvar o ímpio.
A breve mensagem é composta de duas considerações: a regra de julgamento (vv. 12-21 ), e o remanescente da graça (vv. 22-23 ).
A regra de julgamento, com seus quatro ilustrações é expressa hipoteticamente: quando uma terra pecar ... e eu estendo a minha mão ... e enviar fome ... ainda que esses três homens estivessem no meio dela ... ... eles devem entregar, mas suas próprias almas. Esta ilustração é empregada de quatro vezes, cada vez que sugere uma nova forma de julgamento pela fome, feras, uma espada e peste. O princípio espiritual é que a presença de um homem justo há segurança para os ímpios, que vai sofrer por seus próprios pecados.
Noé, Daniel e Jó eram homens anotado para grande justiça nos tempos do Antigo Testamento. Noé salvou sua família ( : Gen. 6 8F. ;) Daniel salvou seus amigos ( Dan. 1: 6-20 ); Jó salvou seus inimigos ( Jó 42: 7-10 ). Se alguém fosse capaz de salvar Jerusalém, que teria sido uma dessas grandes santos. Mas a mensagem de julgamento inevitável foi corrigido. Mesmo que eles estavam presentes nesta cidade mal, que só seria capaz de salvar-se.
Os críticos argumentam que a diferença de nomes entre esta Dan'el e Daniel, o profeta ( Dan. 1: 2 ), significa que Ezequiel está se referindo ao grande herói de Canaã mencionado nos tablets Ras Shamra. Embora isso seja possível, o peso da evidência nesta passagem favorece a Daniel bíblico. Ezequiel foi em Babylon, um contemporâneo do conselheiro corte de Nabucodonosor ( Dan. 2 ). Ele refere-se tanto a justiça de Daniel e de sua sabedoria (cf. 28: 3 ; Dan. 1: 8 ; 05:11 ). Seria improvável para Ezequiel, um sacerdote, para mencionar um herói Cananéia que não era monoteísta, quando a chave pensei aqui é justiça. Nota 28: 3 , onde a sabedoria de Daniel é a ideia principal.
O versículo 21 aplica-se a suposição de Jerusalém. Se a terra não poderia ser salvo de um julgamento, quanto mais quando DEUS envia todos os quatro tipos de julgamento sobre Jerusalém. Certamente, não há esperança para esta cidade mal.
Mas, em contraste com a certeza de um julgamento, Ezequiel lembra-nos da misericórdia da graça de DEUS: No entanto, eis que, se ainda restarem nela um remanescente. Somente a graça pode poupar onde a justiça e a honra procura vingança. "Onde abundou o pecado, a graça abundou mais excessivamente" ( Rom. 5:20 ). Fora da cidade condenada virão alguns que sereis consolados. Estas foram palavras de graça para os cativos perplexos de Tel-Abibe. O testemunho da resquício que pudesse assegurar os atuais cativos que os caminhos de DEUS estava certo e justo (v. 22 ). Não mais que eles levantam a questão: "Por que DEUS não poupou a nossa cidade?" Eles sabem que eu não fiz sem razão tudo o que eu tenha feito, diz o Senhor DEUS.
Esta breve palavra do profeta estabelece dois pensamentos que passam por toda a Escritura. O julgamento de DEUS cai inevitavelmente sobre o pecado; o homem não pode rejeitar a DEUS e vencer. No entanto, a graça de DEUS está presente no meio de julgamento; há sempre um raio de esperança para a alma que se arrepende.
 
 
A Destruição do Povo é Determinada. - A Variedade dos Juízos Divinos. - Um Remanescente é Preservado - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ezequiel 14. 12-23 - O objetivo destes versos é mostrar:
I
Que os pecados nacionais trazem juízos nacionais. Quando a virtude é destruída, em pouco tempo as demais coisas também são destruídas (v. 13): Quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, quando a perversidade e a iniquidade se tornarem epidêmicas, quando os pecadores forem muito numerosos e os seus pecados odiosos, quando graves impiedades e imoralidades prevalecerem, “então, estenderei a mão contra ela”, para puni-la. O poder divino será exercido abertamente e vigorosamente. Os juízos se estenderão a todos os cantos da terra, a todos os interesses da nação. Pecados graves trazem pragas graves.
II
Que DEUS tem uma variedade de amargos juízos com os quais pune as nações pecadoras, e Ele os tem todos a Seu comando e os inflige quando deseja. Na verdade, Ele permitiu que Davi escolhesse com qual juízo desejava ser punido pelo seu pecado de numerar o povo. Pois qualquer deles serviria ao Seu objetivo, que era diminuir o número de que Davi tanto se orgulhava. Mas Davi, na verdade, devolveu a escolha a DEUS; “Caiamos nas mãos do Senhor. Que Ele escolha a vara que nos atingirá”. Mas DEUS usa uma variedade de juízos para que fique evidente que Ele tem um domínio universal, e em todos os nossos interesses podemos ver a nossa dependência dele. Quatro juízos amargos são aqui especificados: 1. A fome, v. 13. A negação e a retenção das misericórdias comuns é por si só, um juízo suficiente, nada mais é necessário para tornar um povo infeliz. DEUS não precisa trazer a vara de opressão, basta tirar o sustento do pão e a obra logo é cumprida. Ele extirpa homens e animais eliminando as provisões que a natureza cria para ambos, nos produtos anuais da terra. DEUS tira o sustento do pão quando, ainda que tenhamos pão, não somos alimentados e fortalecidos por ele. Ageu 1.6, Comeis mas não vos fartais. 2. Animais nocivos, repugnantes, venenosos ou famintos. DEUS pode fazê-los passar pela terra (v. 15), fazer com que se multipliquem por todas as suas partes, e prová-la, não somente através do gado domesticado, atacando seus rebanhos, mas do seu povo, devorando homens, mulheres e crianças, de modo que ninguém possa passar por ela, por causa das feras. Ninguém ousará passar, nem mesmo pelas estradas, temendo ser despedaçado pelos leões, ou outros animais predatórios, como os filhos de Betel o foram, por dois ursos. Observe que quando os homens se rebelam contra a sua aliança com DEUS, e se rebelam contra Ele, é justo diante de DEUS que as criaturas inferiores se levantem contra os homens, Levítico 26.22. 3. A guerra. DEUS frequentemente castiga as nações trazendo sobre elas uma espada, a espada de um inimigo estrangeiro, e a esta espada Ele dá Sua comissão e ordens sobre a execução que ela fará (v. 17): Ele diz: Espada, passa pela terra. Já é ruim o suficiente se a espada somente entrar nas fronteiras de uma terra, mas muito pior quando ela passa pelas entranhas de uma terra. Com a espada DEUS arranca de uma terra homens e animais, cavalaria e infantaria. A execução que a espada realiza, é DEUS que a realiza por intermédio dela. Pois é a Sua espada que age como Ele lhe ordena. 4. A peste (v. 19), alguma doença terrível, que algumas vezes despovoou cidades. Por ela, DEUS derrama o Seu furor com sangue (isto é, com morte). A peste mata tão eficazmente como se o sangue fosse derramado pela espada, pois está envenenada pela doença, e de doença a chamamos. Veja como é infeliz o caso da humanidade que está assim exposta a mortes de variadas formas. Veja como é perigoso o caso dos pecadores contra os quais DEUS tem tantas maneiras de lutar, de modo que, ainda que escapem a um juízo, DEUS tem outro à sua espera.
III
Que, quando o povo que professa servir a DEUS se revolta contra Ele, e se rebela contra Ele, pode, com razão, esperar que uma combinação de juízos caia sobre todos eles. DEUS tem várias maneiras de lutar contra uma nação pecadora. Mas se Jerusalém, a cidade santa, se tornar uma prostituta, DEUS enviará sobre ela todos os Seus “quatro maus juízos” (v. 21). Pois quanto mais próxima uma pessoa está de DEUS em nome e profissão, mais severamente Ele lidará com ela, se ela envergonhar aquele digno nome pelo qual é chamada, e for falsa com aquilo que professa. Eles serão castigados sete vezes mais.
IV
Que pode haver, e normalmente há, alguns poucos homens de bem, mesmo naqueles lugares que pelo pecado, estão prontos para a destruição. Não é uma suposição estranha que mesmo em uma terra que transgrediu terrivelmente, possa haver três homens como Noé, Daniel e Jó. Daniel estava vivo nesta época, e mal tinha chegado ao auge da sua eminência, mas já era famoso (pelo menos, esta palavra de DEUS a respeito dele, sem dúvida, o tornaria famoso). No entanto, ele foi levado em cativeiro, com os primeiros, Daniel 1.6. Algumas das melhores pessoas em Jerusalém poderiam, talvez, pensar que, se Daniel (de cuja fama na corte do rei da Babilônia eles tinham ouvido falar) tivesse permanecido em Jerusalém, ela teria sido poupada por causa dele, como aconteceu com os magos na Babilônia. Não, diz DEUS, embora vocês o tenham tido, a ele, que foi tão eminentemente bom em maus tempos e lugares como Noé no velho mundo, e Jó, na terra de Uz, ainda assim a suspensão desta punição não será obtida. Nos lugares mais corruptos e nas épocas mais degeneradas, existe um resto que DEUS reserva para Si mesmo, e que ainda conservará a sua integridade, e continuará justo pela honra de libertar a terra, como está escrito que são os inocentes, Jó 22.30.
V
Que DEUS frequentemente poupa lugares muito ímpios por causa de algumas poucas pessoas piedosas que ali estão. Isto é indicado aqui como a expectativa dos amigos de Jerusalém no dia da sua aflição: Certamente DEUS irá interromper a Sua controvérsia conosco. Pois não há alguns, entre nós, que esvaziam a medida da culpa nacional com as suas orações, da mesma maneira como outros a enchem com seus pecados? E, em lugar de destruir os justos com os ímpios, DEUS preservará os ímpios com os justos. Se Sodoma poderia ter sido poupada por causa de dez homens de bem, certamente Jerusalém também pode.
VI
Que homens que forem como Noé, Daniel e Jó, prevalecerão, se alguém puder prevalecer, para desviar a ira de DEUS de um povo pecador. Noé era um homem reto e manteve a sua integridade quando toda a carne tinha corrompido o seu caminho. E por causa dele, a sua família, ainda que um deles fosse ímpio (Cam), foi salva na arca. Jó foi um grande exemplo de piedade, e poderoso na oração por seus filhos e por seus amigos. E DEUS virou o seu cativeiro quando ele orou. Estes eram exemplos muito antigos, mais importantes que Moisés, o grande intercessor. E DEUS os menciona para indicar que Ele tinha alguns favoritos muito peculiares, muito tempo antes que a nação judaica fosse formada ou fundada, e os teria quando ela fosse destruída. E por esta razão, aparentemente, estes nomes são usados, e não os de Moisés, Arão ou Samuel. No entanto, para que ninguém pensasse que DEUS era parcial na Sua consideração pelos dias antigos, aqui está um exemplo moderno, um exemplo vivo, colocado entre aqueles dois que eram as glórias da antiguidade (e que agora é um cativo, “Daniel”), para nos ensinar a não diminuir os homens de bem dos nossos dias enaltecendo demais os antigos. Que os filhos do cativeiro saibam que Daniel, seu semelhante, e companheiro em tribulações, sendo um homem de grande humildade, piedade e zelo por DEUS, cuidadoso e constante em oração, tinha um acesso ao céu como tinham Noé ou Jó. Por que DEUS não poderia levantar homens grandiosos e bons como fez anteriormente, e fazer a mesma coisa por eles?
VII
Que quando o pecado de um povo atingisse o seu auge, e a sua destruição fosse promulgada, a piedade e as orações dos melhores homens não prevaleceriam para dar um fim à controvérsia. Isto é declarado aqui, repetidas vezes, pois, ainda que esses três homens estivessem no meio de Jerusalém, “nem filho nem filha eles livrariam”. Os pequeninos não seriam livrados por causa deles, tanto quanto os pequenos de Israel não foram livrados pela oração de Moisés, Números 14.31. Não. A terra seria desolada, e DEUS não ouviria as orações por ela, ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante dele, Jeremias 15.1. Observe que quando se abusa da paciência, ela se converte em ira inexorável. E parece que DEUS seria mais inexorável no caso de Israel do que em qualquer outro (v. 6), porque, além da paciência divina, eles tinham desfrutado de mais privilégios do que qualquer outro povo, e isto agravava o seu pecado.
VIII
Que, embora homens piedosos e que oravam não prevalecessem para libertar a outros, eles libertariam suas próprias almas, pela sua justiça, de modo que, embora pudessem sofrer a calamidade comum, para eles a propriedade desta calamidade seria alterada. Ela não seria, para eles, o que era para os ímpios. Ela seria fraca e não lhes faria mal. Ela seria santificada, e lhes faria bem. Algumas vezes, as almas dos fiéis (as suas vidas) são admiravelmente libertadas, e lhes são dadas como despojo. Pelo menos as suas almas (os seus interesses espirituais) são protegidas. Se seus corpos não forem libertados, pelo menos as suas almas serão. As riquezas realmente não servem para nada no dia da ira, mas a justiça liberta da morte, de uma morte tão grande, de tantas mortes como as que são ameaçadas aqui. O fato de que, se conservarmos a nossa integridade em tempos de apostasia comum estaremos escondidos no dia da ira do Senhor, deve nos encorajar a conservá-la.
IX
Que, ainda que DEUS inflija as maiores desolações com seus juízos, Ele reserva alguns para serem monumentos da Sua misericórdia, vv. 22,23. Na própria Jerusalém, embora marcada para a destruição total, haverá um resto que não será extirpado por nenhum destes maus juízos anteriormente mencionados, mas será levado em cativeiro – tanto os filhos como as filhas, que serão a semente de uma nova geração. Os jovens, que não tinham chegado a tal obstinação no pecado como seus pais (que foram extirpados por serem incuráveis), serão levados para fora das ruínas de Jerusalém, pelo inimigo vitorioso, e “virão a vós”, que estais em cativeiro. Eles se tornarão grandes necessitados. E tendo em vista que muitos de seus amigos tinham ido para lá antes deles, eles virão ainda mais dispostos à Babilônia, e aqueles estarão prontos para recebê-los. “Vereis o seu caminho e os seus feitos”. Vocês ouvirão quando eles fizerem uma confissão livre e sincera dos pecados de que tinham sido culpados, e uma humilde profissão de arrependimento por eles, com promessas de reforma. E verão exemplos da sua reforma, verão o bem que a sua aflição lhes fez, e com que prudência e paciência se comportam nesta aflição. O fato de escaparem, por pouco, produzirá um efeito positivo sobre eles. Isto mudará o seu temperamento e o seu modo de vida, e os tornará novos homens. Isto resultará: 1. Na satisfação de seus irmãos: “Sereis consolados, quando virdes o seu caminho”. Observe quão consoladora é a visão de um povo que, estando sob a vara, se arrepende e se humilha, justificando a DEUS e aceitando a punição pela sua iniquidade. Quando sofremos (e sofremos!) pelas aflições de outros, é um grande consolo para nós, em nossa angústia, vê-los tirando proveito das suas aflições e fazendo bom uso delas. Quando os cativos disseram aos seus amigos quão maus tinham sido, e quão justo DEUS foi ao trazer estes juízos sobre eles, isto os deixou muito tranquilo, e ajudou a reconciliá-los com as calamidades de Jerusalém. Também aceitaram a justiça de DEUS ao punir o Seu próprio povo desta maneira, e a bondade de DEUS, que agora mostrava ter tido as melhores intenções em tudo. E assim, “ficareis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém”. Em outras palavras, quando compreenderem melhor, não terão preocupações tão terríveis como têm tido. Observe que se obtivermos o bem pelas nossas aflições, temos uma dívida com nossos irmãos, pois o fato de saberem disto os consolará. 2. Isto resultará na honra de DEUS: “Sabereis que não fiz sem razão tudo quanto tenho feito”. Sabereis que não foi sem uma justa provocação e nem sem um gracioso desígnio, que fiz tudo quanto tenho feito nela. Observe que quando as aflições tiverem concluído o seu trabalho, e tiverem cumprido aquilo para o que foram enviadas, então ficarão evidentes a sabedoria e a bondade de DEUS ao enviá-las, e DEUS não será somente justificado, mas glorificado nelas.
 
 
A condição deplorável de Jerusalém é irremediável (14.12-23) - Comentário - NVI (F F Bruce)
Que a presença de homens justos em uma comunidade, especialmente se forem grandes intercessores, pode protegê-la contra o desastre é um tema recorrente no ATOS: o exemplo clássico é a garantia divina dada a Abraão com relação a Sodoma (Gn 18.23-32). Mas a condição de Jerusalém agora é tão desesperadora que o homem mais justo que já tivesse vivido não poderia salvá-la da fome, dos animais selvagens, da espada e da peste. O mesmo tema é formulado em Jr 15.1-4, em que Moisés e Samuel (intercessores realmente grandes) têm o papel que Noé, Daniel e Jó têm no texto estudado aqui.
v. 13. para cortar o seu sustento: cf. 4.16; 5.16. v. 14. Noé, Daniel eJó: três homens que se sobressaíram por sua justiça; acerca de Noé, cf. Gn 6.9; 7.1 (contudo as únicas pessoas resgatadas em virtude da justiça dele foram pessoas da sua própria família), e acerca de Jó, cf. Jó 1.1,8 (e 42.8,10, em que ele ora com eficácia por seus três amigos). Daniel (heb. daríeí, NEB: “Danei”) é soletrado de forma diferente do herói do livro de Daniel, contemporâneo de Ezequiel, e possivelmente deve ser identificado com uma personagem comparável em antiguidade com Noé e Jó — o Danei que é celebrado na literatura ugarítica do século XIV a.C. como um governante justo e sábio, que julgou a causa da viúva e do órfão (cf. 28.3). (Pode ser coincidência que um “Danei” seja mencionado em Jubileus
4.20 como o tio e sogro de Enoque.) Se essa identificação puder ser sustentada, então todos os três homem justos desse texto eram não-israelitas (ao contrário dos israelitas Moisés e Samuel em Jr 15.1), mas, se eles vivessem em Jerusalém, a sua justiça serviria apenas para salvar a sua própria vida — nem mesmo (em contraste com a narrativa do Dilúvio) a vida das suas famílias. Isso pode ser uma antecipação do individualismo ético destacado em 18.1ss; 33.10-16.
v. 21. os meus quatro terríveis juízos: resumindo as ameaças em maiores detalhes dos v. 12-20. Três das quatro — a espada, a fome [...] e a peste — já foram mencionadas nos oráculos de 5.12 e 6.12, e a outra — animais selvagens — no de 5.17. v. 22. haverá alguns sobreviventes: cf. 12.16. Aqui a sobrevivência de algumas pessoas do cerco e saque de Jerusalém não é tanto um ato de misericórdia para os próprios sobreviventes quanto uma fonte de consolo para os exilados: quando eles virem os sobreviventes e ouvirem de suas experiências angustiantes, ficarão felizes por terem sido levados para o exílio já antes e vão entender que DEUS teve um propósito nisso tudo.
 
O JULGAMENTO DO CRENTE
2Co 5.10 “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.”
A Bíblia ensina que os crentes terão, um dia, de prestar contas “ante o tribunal de CRISTO”, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus. No tocante a esse julgamento do crente, segue-se o estudo de alguns de seus pontos.
Todos os crentes serão julgados; não haverá exceção (Rm 14.10,12; 1Co 3.12-15; 2Co 5.10; ver Ec 12.14).
Esse julgamento ocorrerá quando CRISTO vier buscar a sua igreja (ver Jo 14.3; cf. 1Ts).
4.14-17).
O juiz desse julgamento é CRISTO (Jo 5.22, cf. “todo o juízo”; 2Tm 4.8, cf. “Juiz”).
A Bíblia fala do julgamento do crente como algo sério e solene, mormente porque inclui para este a possibilidade de dano ou perda (1Co 3.15; cf. 2 Jo 8); de ficar envergonhado diante dEle “na sua vinda” (1Jo 2.28), e de queimar-se o trabalho de toda sua vida 1Co 3.13-15). Esse julgamento, não é para sua salvação, ou condenação. É um julgamento de obras.
Tudo será conhecido. A palavra “comparecer” (gr. phaneroo, 5.10) significa “tornar conhecido aberta ou publicamente”. DEUS examinará e revelará abertamente, na sua exata realidade, (a) nossos atos secretos (Mc 4.22; Rm 2.16), (b) nosso caráter (Rm 2.5-11), (c) nossas palavras (Mt 12.36,37), (d) nossas boas obras (Ef 6.8), (e) nossas atitudes (Mt 5.22), (f) nossos motivos (1Co 4.5), (g) nossa falta de amor (Cl 3.23—4.1) e (h) nosso trabalho e ministério (1Co 3.13).
Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a DEUS (Mt 25.21-23; 1Co 4.2-5) e das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu (Lc 12.48; Jo 5.24; Rm 8.1).
As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levadas em conta quanto à sua recompensa: “Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer” (Cl 3.25; cf. Ec 12.14; 1Co 3.15; 2Co 5.10). As boas ações e o amor do crente são lembrados por DEUS e por Ele recompensados (Hb 6.10): “cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer” (Ef 6.8).
Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários, como obtenção ou a perda de alegria (1Jo 2.28), aprovação divina (Mt 25.21), tarefas e autoridade (Mt 25.14-30), posição (Mt 5.19; 19.30), recompensa (1Co 3.12-14; Fp 3.14; 2Tm 4.8) e honra (Rm 2.10; cf. 1Pe 1.7).
A perspectiva de um iminente julgamento do crente deve aperfeiçoar neste o temor do Senhor (5.11; Fp 2.12; 1Pe 1.17), e levá-lo a ser sóbrio, a vigiar e a orar (1Pe 4.5, 7), a viver em santa conduta e piedade (2Pe 3.11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt 5.7; cf. 2Tm 1.16-18).
 
SINÓPSE I - DEUS não executa o seu juízo sem uma justa causa nem mesmo sem um prévio aviso.
SINÓPSE II - Na Bíblia, encontramos exemplos de orações intercessórias de justos que DEUS não atende: os de Moisés e Samuel; os de Noé, Daniel e Jó.
SINÓPSE III - Segundo a mensagem de Ezequiel, DEUS não é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1 - A Lição Transmitida por Ezequiel

Ao longo de seu ministério, [...] Ezequiel explicou aos israelitas o significado da presença de DEUS com eles. Quando o povo de DEUS é fiel e anda humildemente diante dEle, a presença do Senhor é uma fonte de bênção, paz e prosperidade. No entanto, quando o povo de DEUS é desleal, rebelde e adúltero, a presença de DEUS é algo terrível porque significa julgamento e correção. Porém, por DEUS ser misericordioso e compassivo, sua presença também significa perdão, salvação, restauração e esperança . Leia mais em Panorama da Bíblia, CPAD, p.118.
Ezequiel refuta o imaginário popular de que DEUS é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.”
 
Auxílio Teológico TOP2 - Responsabilidade HUMANA
“Embora estivesse ansioso para aceitar as mensagens dos falsos profetas, o povo de Judá considerava a presença de alguns homens tementes a DEUS na nação uma apólice de seguro contra desastres. Em tempos de adversidade, sempre podiam pedir conselhos aos profetas de DEUS. Devemos lembrar que a relação que o nosso pastor, nossa família e amigos têm com DEUS não nos protegerá das consequências de nossos pecados. Cada pessoa é responsável por sua relação pessoal com DEUS. Sua fé é pessoal e real ou você se apoia naquilo que outros fazem?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1046).
Auxílio Teológico TOP3 - O justo juízo de DEUS
“Noé, Daniel e Jó foram grandes homens na história de Israel, renomados por seu relacionamento com DEUS e por sua sabedoria (ver Gn 6.8,9; Dn 2.47,48; Jó 1.1). Daniel foi levado cativo durante a primeira invasão da Babilônia contra Judá em 605 a.C.; oito anos antes, Ezequiel havia sido exilado. Na época em que Ezequiel pregou essa mensagem, Daniel ocupava uma elevada posição no governo da Babilônia. Mas mesmo estes grandes homens de DEUS não poderiam ter salvado o povo de Judá, porque DEUS já havia julgado a nação devido à impiedade geral” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1047).
HINOS SUGERIDOS: 389, 450, 522 da Harpa Cristã
 
PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO
A presente lição está fundamentada em três grandes tópicos. O primeiro identifica o juízo divino exposto pelo profeta. O segundo mostra um tipo de petição que DEUS não atende. E, finalmente, o terceiro diz respeito a impossibilidade de uma possível intercessão de homens justos, como Noé, Daniel e Jó, para livrar o povo do juízo divino. À luz desses tópicos, a presente lição desenvolve o tema da retribuição divina ao pecado.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Identificar o juízo divino; II) Mostrar a petição que DEUS não atende; III) Refletir a respeito da intercessão de Noé, Daniel e Jó.
B) Motivação: A justiça divina traz justa retribuição ao pecado. Não podemos perder o foco do perigo do pecado. DEUS é o justo Juiz. A natureza de sua justiça se revela no atributo de sua santidade. O pecado nos distancia da santidade divina.
C) Sugestão de Método: Trabalharemos agora com a terceira lei do ensino: a lei da comunicação. Essa lei pode ser descrita assim: "a linguagem comunicada no ensino deve ser comum ao professor e ao aluno". Tão importante como preparar a aula é cuidar do tipo de comunicação em classe. Essa comunicação deve levar em conta que todos devem aprender a Bíblia. Por isso, 1) Tenha cuidado em traduzir devidamente os termos bíblicos, pois o que para você parece simples, para o aluno pode ser complexo; 2) Tenha sempre uma versão moderna da Bíblia para simplificar o entendimento de uma passagem complexa, nem todos conseguem compreender uma versão tradicional como a ARC (nesse sentido, a versão NAA pode auxiliar nesse objetivo); 3) Convide os alunos a comentarem um trecho bíblico, ou parte da lição, com as suas próprias palavras.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Advirta a classe que, diante de DEUS, temos responsabilidade com os próprios atos. O justo Juiz nos pedirá conta deles.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Responsabilidade Humana" traz um aprofundamento a respeito da responsabilidade dos próprios atos; 2) O texto "O Justo Juízo de DEUS" faz uma distinção entre o juízo de DEUS a justiça dos homens.

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que ficamos sabendo à luz das Escrituras sobre a ira de DEUS? À luz das Escrituras ficamos sabendo que a ira de DEUS nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio aviso (Am 3.7).
2. Quais os agentes do juízo divino? A seca, a espada, a peste, a fome, animais ferozes.
3. Quais os dois baluartes de Israel que tiveram as suas orações intercessórias pelo povo atendidas? Moisés e Samuel, dois baluartes de Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e rebeliões (Êx 32.11, 14; Nm 14.19, 20; 1 Sm 7.5, 6, 9; 12.19-25; Sl 99.6-8).
4. Por que a maioria não acreditava no juízo divino anunciado por Ezequiel? Se apenas 10 justos, na época de Abraão, em relação a Sodoma (onde Ló morava), são suficientes para DEUS poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém com um número maior de justos? (Gn 18.33). Essa era uma das razões pelas quais a maioria não acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas.
5. Quais os patriarcas citados na profecia como exemplos de justos que não teriam suas petições atendidas em favor do povo, mas apenas pela própria justiça deles? Eles são Noé, Daniel e Jó (Ez 14.14, 20).

VOCABULÁRIO - Abjurar: Renegar a crença (convicção, princípio moral etc.) em que antes acreditava.

 

 

Lição 6, A Justiça de DEUS – CPAD - Revista

 

 

TEXTO ÁUREO

“Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.” (Sl 18.26)

  

VERDADE PRÁTICA

Os agentes do juízo divino revelam que a responsabilidade humana é pessoal.

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 14.12-21


1
2 - Veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 13 - Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; 14 - ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ. 15 - Se eu fizer passar pela terra nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16 - ainda que esses três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada. 17 - Ou, se eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e animais; 18 - ainda que aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas livrariam, mas eles só ficariam livres. 19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça. 21 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e animais?

 

RESUMO GERAL

I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO

1. O discurso profético.

2. A primeira parte do oráculo (v.13).

3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).

II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE

1. Exemplos de intercessão pelo pecador.

2. Um castigo inevitável.

3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.

III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ

1. Por que o povo rejeitou os profetas?

2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).

3. O profeta Daniel.

   

INTRODUÇÃO
É importante compreender a estrutura do discurso de Ezequiel 14.12-21. Estaria o profeta partindo do genérico para o específico? Ou seja, de uma terra qualquer para depois se dirigir à casa de Israel? É o que parece. A primeira parte dessa palavra profética é genérica e a segunda é específica, dirigida a Jerusalém. A presente lição tem por objetivo mostrar e explicar a retribuição divina ao pecado de uma nação.

 

I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO

Uma leitura atenta dos profetas do Antigo Testamento nos ajuda a compreender as ações de DEUS concernentes à retribuição ao pecado.


1. O discurso profético.

À luz das Escrituras, ficamos sabendo que a ira de DEUS nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio aviso (Am 3.7). O DEUS Javé de Israel procede dessa maneira para oferecer oportunidade de arrependimento (Jr 3.14; 38.17,18; Am 5.1-4,14,15). O perdão divino vem com o arrependimento como aconteceu com a cidade de Nínive (Jn 3.10). Mas o tempo dessa oportunidade já havia expirado para Jerusalém. A vontade de Javé é abençoar o seu povo e restaurar sua herança, mas como ajudar quem não se ajuda? Por isso o castigo é inevitável, trata-se de uma questão de justiça e santidade.


2. A primeira parte do oráculo (v.13).

A expressão, “[. . .] quando uma terra pecar contra mim”, pode se aplicar a qualquer povo e em qualquer lugar e época. Existem inúmeras formas de DEUS castigar um desobediente contumaz, que se recusa ouvir sua Palavra. Ele torna “instável o sustento do pão” (v.13; 4.16; 5.16). Como isso é feito? A palavra profética esclarece com a carestia, fome e extermínio de seus moradores e até dos animais (Mt 24.7; Ap 6.8). Trata-se de uma grande crise econômica nacional, que chamamos de recessão financeira.


3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).

É Javé quem manda as chuvas e fertiliza a terra e os campos (Jr 5.24; 14.22; Dt 32.2; Am 4.7,8). Ao invés de agradecer a DEUS, eles agradeciam as abençoadas colheitas a Baal (Os 2.8). A seca era um sinal visível do castigo divino (Jr 12.4; Dt 28.23). A espada, linguagem figurada para designar a guerra, também resulta em fome e peste (Ez 6.3,12; 7.15). A fome é uma referência à escassez de alimento provocada pela destruição da produção agropecuária; a peste é resultado da epidemia causada pelas mortes nos campos de batalha. Mas, no versículo 21, o profeta acrescenta a figura dos animais ferozes. No versículo 21, o oráculo inclui Jerusalém como destinatária da profecia, de modo que podemos afirmar que essa palavra profética é para qualquer nação e época.


II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE

Nós encontramos em Jeremias e Ezequiel duas situações hipotéticas de orações intercessórias de justos que DEUS não atende. O exemplo de Moisés e Samuel; o de Noé, Daniel e Jó.


1. Exemplos de intercessão pelo pecador.

DEUS aceitou poupar as cidades de Sodoma e Gomorra atendendo a oração intercessória de Abraão, isso se houvesse pelo menos 10 justos em Sodoma (Gn 18.32). Moisés e Samuel, dois baluartes de Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e rebeliões (Êx 32.11,14; Nm 14.19,20; 1 Sm 7.5,6,9; 12.19-25; Sl 99.6-8). DEUS perdoou o povo reiteradas vezes. Israel se rebelou contra DEUS, ainda no Sinai, com o culto do bezerro de ouro. Mas DEUS perdoou-os e renovou o concerto com os israelitas (Êx 34.10). Inspirados nessas experiências dos homens de DEUS que oramos, uns pelos outros (Ef 6.18,19; Tg 5.16), e intercedemos pelos pecadores, para que eles se arrependam e venham a CRISTO.


2. Um castigo inevitável.

As reiteradas rebeliões dos filhos de Israel ao longo de sua história, desde a peregrinação no deserto, levaram a nação a uma apostasia generalizada. Chegou-se a um ponto em que não havia mais retorno (2 Cr 36.15, 16). As Escrituras mostram que há situações em que DEUS se recusa a perdoar a nação e até pessoas, como aconteceu com Saul (1 Sm 16.1). O profeta Jeremias intercedeu pelo povo (Jr 14.21), mas DEUS endureceu sua resposta ao profeta, afirmando que nem mesmo Moisés e Samuel seriam atendidos se orassem em favor de Judá (Jr 15.1).


3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.

A Bíblia ensina que a “oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16), mas quando o pecado ultrapassa todos os limites, DEUS não atende tais orações intercessórias. O “pecado para morte”, na linguagem do apóstolo João (1 Jo 5.16), é a apostasia total tanto individual quanto coletiva que se aparta da fé e abjura o seu DEUS (Hb 10.28,29). Isso é diferente do pecador que se arrepende. A apostasia é negar a fé que antes defendia, isso acontecia reiteradas vezes em Israel, mas no período final do reino de Judá, não havia mais remédio senão o juízo divino sobre a cidade de Jerusalém.


III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ

Estava chegando o tempo em que nem com a intercessão de Moisés e Samuel o povo seria poupado. Ezequiel refuta o imaginário popular de que DEUS é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.


1. Por que o povo rejeitou os profetas?

A geração dos profetas Jeremias e Ezequiel conhecia o relato da destruição de Sodoma e Gomorra. Se apenas 10 justos são suficientes para DEUS poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém com um número maior de justos? (Gn 18.32). Essa era uma das razões pelas quais a maioria não acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas. Esse argumento pode explicar por que Ezequiel afirma que “ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma” (vv.14,20). Esse oráculo está entre os mais severos, veja que todas as vezes que os três justos são mencionados, vêm acompanhados da chancela de autoridade espiritual “diz o Senhor Jeová” (v.14) ou, “vivo eu, diz o Senhor Jeová” (vv. 16,18,20).

 

2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).

Por que Daniel? Há quem se surpreenda em ver o nome de um jovem entre dois grandes e antigos patriarcas. Mas, a pergunta deveria ser invertida, pois Daniel era judeu, mas Noé e Jó não eram israelitas e viveram muito tempo antes da formação do povo de Israel. Porém, eram exemplos de justos, reconhecidos de todo o povo, pois adoraram e serviram o mesmo DEUS Javé de Israel, Criador dos céus e da terra (Gn 6.7,8; Hb 11.7; Jó 1.8; Tg 5.11). Mas, somente a justiça de CRISTO é extensiva a todos os pecadores que creem (Rm 3.22; 5.17-19).


3. O profeta Daniel.

Nos últimos tempos, têm surgido questionamentos sobre a identidade do Daniel apresentado nesse trio de justos. São dois os argumentos para explicar não ser o profeta Daniel da Bíblia. Primeiro, a grafia do nome, que Ezequiel emprega Dan’l, não é como Dan‘yel usada no livro de Daniel; e, segundo, o fato de ser muito jovem para ser contado entre dois patriarcas antigos. Mas muitos expositores do Antigo Testamento consideram tais argumentos insuficientes, pois não se deve dar importância demais à ortografia, pois soletrações variantes nunca foram novidades na antiguidade bíblica. Além disso, Daniel era contemporâneo de Ezequiel na Babilônia, e era ministro na corte de Nabucodonosor (Dn 2.48,49). A reputação de Daniel pela sua fé e sabedoria se espalhou rapidamente entre os exilados de Babilônia (Ez 28.3).


CONCLUSÃO
Concluímos a nossa lição conscientes de que o enfoque da justiça de DEUS nesse discurso de Ezequiel diz respeito à retribuição divina ao pecado. É importante ter em mente esse conceito para não se confundir com a justiça da teologia paulina, que justifica o pecador que crê em JESUS.