Escrita Lição 5, CPAD, A Promessa De Salvação, Com. Extras do Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita, Lição 5, CPAD, A Promessa De Salvação, 4Tr24, Com. Extra Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A PROMESSA DA SALVAÇÃO 
1. Uma maravilhosa salvação
2. A obra de salvação
3. O Salvador 
II - A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO
1. Justificação 
2. Regeneração 
3. Santificação 
III – PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO
1. A base da promessa de salvação é CRISTO 
2. A Apostasia Individual 
3. A Promessa e a Segurança da Salvação 

TEXTO ÁUREO
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”  (Jo 5.24)

VERDADE PRÁTICA
A promessa da vida eterna é a maior bênção divina para todo aquele que crê em JESUS CRISTO.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Nm 21.4-9 A Serpente no deserto como um tipo de CRISTO
Terça - At 4.12; Rm 6.4-11 Livres da escravidão do pecado e da condenação
Quarta - Rm 5.1 Justificados e tendo plena paz com DEUS
Quinta - Jo 16.7-11 A operação do ESPÍRITO SANTO para a salvação
Sexta - Rm 8.16,17; 2 Co 5.17 Andando como nova criatura e em novidade de vida
Sábado - At 14.21,22; Hb 2.1-3 O cuidado contra a apostasia individual

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.14-21
14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 - Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 - Porque DEUS enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de DEUS.
19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em DEUS.

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 5
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A Obra Salvífica de CRISTO 
A obra salvífica de CRISTO é a coluna central no templo da redenção divina. É o sustentáculo que carrega a maior parte do peso, sem o qual a estrutura jamais poderia ter sido completada. Podemos compará-la também ao eixo em torno do qual gira toda a atividade de DEUS na revelação. E a obra que fornece uma cabeça ao corpo, um antítipo ao tipo, uma substância às sombras e prefigurações. Tais afirmações em nada diminuem a importância do que DEUS fez em favor do seu povo, segundo a aliança do Antigo Testamento, e às nações em redor. Para os estudiosos das Escrituras, permane¬ce sua incalculável relevância, refletindo o pensamento de hebreus 1.1: "Havendo DEUS, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho". DEUS falou de modo infalível e relevante no passado, mas não pela última vez. Sua derradeira palavra só chegou com a vinda de seu Filho, e o registro dessa vinda aparece de forma infalível e definitiva nos 27 livros do cânon do Novo Testamento.

O Significado de Salvação

O estudo da obra salvífica de CRISTO deve começar pelo Antigo Testamento, onde descobrimos, nas ações e palavras divinas, a natureza redentora de DEUS. Descobrimos tipos e predições específicos daquEle que estava para vir e do que Ele estava para fazer. Parte de nossas descobertas provém da terminologia empregada no Antigo Testamento para descrever a salvação, tanto a natural quanto a espiritual.
Qualquer um que tenha estudado o Antigo Testamento, hebraico sabe quão rico é o seu vocabulário. Os escritores sagrados empregam várias palavras que fazem referência ao conceito geral de "livramento" ou "salvação", seja no senti¬do natural, jurídico ou espiritual. O enfoque recai em dois verbos: natsal e yasha'. O primeiro ocorre 212 vezes, mais frequentemente com o significado de "livrar" ou "libertar". DEUS revelou a Moisés ter descido para "livrar" Israel das mãos dos egípcios (Êx 3.8). Senaqueribe escreveu ao rei em Jerusalém: "O DEUS de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos" (2 Cr 32.17). Frequentemente, o salmista implorava o salvamento divino (SI 22.21; 35.17; 69.14; 71.2; 140.1). O emprego do verbo indica haver em vista uma "salvação" física, pessoal ou nacional.
O termo assume ainda conotação espiritual: a salvação mediante o perdão dos pecados. Davi apela a DEUS para salvá-lo de todas as suas transgressões (SI 39.8). Em Salmos 51.14, é provável que Davi tenha em mente a restauração e salvação espirituais pessoais, quando ora: "Livra-me dos cri¬mes de sangue, ó DEUS, DEUS da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça".
Embora o Salmo 79 seja uma lamentação por causa da invasão de Israel e da profanação do Templo pelos inimigos, o salmista reconhece que um livramento só seria possível com o perdão dos seus pecados (v. 9).
A raiz yasha 'ocorre 354 vezes, sendo a maior concentra¬ção nos Salmos (136 vezes) e nos livros proféticos (cem vezes). Significa "salvar", "livrar", "conceder vitória" ou "aju-dar". Ocasionalmente, a palavra ocorre sem matizes teológi¬cas, por exemplo, quando Moisés defende as filhas de Reuel e as livra da ação opressiva dos pastores (Êx 2.17). Mais frequentemente, porém, tem DEUS como o sujeito e o povo de DEUS como o objeto. Ele livrou os seus de todos os tipos de aflição, inclusive de inimigos nacionais e pessoais (Êx 14.30; Dt 20.4; Jz 3.9; Jr 17.14-18) e de calamidades (2 Cr 20.9). Por isso, Yahweh é "Salvador" (Is 43.11,12), "meu Salvador" (SI 18.14) e "minha salvação" (2 Sm 22.3; SI 27.1).
DEUS, mais frequentemente, escolhia representantes para trazer a salvação. No entanto, "os obstáculos a serem venci¬dos eram tão espetaculares que, sem a mínima dúvida, era necessária a ajuda especial da parte do próprio DEUS". Em Ezequiel, o termo assume qualidades morais. DEUS promete: "E vos livrarei de todas as vossas imundícias" (36.29); "E os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei" (37.23).
Lendo o Antigo Testamento e considerando séria e lite¬ralmente a sua mensagem, facilmente concluiremos que a salvação é um dos temas dominantes, e DEUS, o protagonis¬ta. O tema da salvação já aparece em Gênesis 3.15, na promessa de que o Descendente - ou "semente" - da mulher esmagará a cabeça da serpente. "Este é o protoevangelium, o primeiro vislumbre da salvação que virá através daquEle que restaurará o homem à vida".7 Javé salvava o seu povo através de juízes (Jz 2.16,18) e outros líderes, como Samuel (1 Sm 7.8) e Davi (1 Sm 19.5). Javé livrou até mesmo a Síria, inimiga de Israel, por meio de Naamã (2 Rs 5.1). Não há salvador à parte do Senhor (Is 43.11; 45.21; Os 13.4).
O texto clássico do emprego teológico de yasha', entre os narrativos, é Êxodo 14, onde Javé "salvou Israel da mão dos egípcios" (v. 30). O evento veio a ser o protótipo do que o Senhor faria no futuro para salvar o seu povo. Tudo indican¬do o tempo em que DEUS traria a salvação, mediante o Servo sofredor - a todos, não somente a Israel. Em Isaías 49.6, Ele diz ao Servo: "Também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra". Os "atos salvíficos no Antigo Testamento vão preparando o palco para o derradeiro ato salvífico, que incluirá todas as pessoas sob suas bênçãos".
No que diz respeito ao conceito de "salvar", "livrar" ou "libertar", a evidente riqueza lexical do Antigo Testamento não ocorre no Novo. Este emprega primariamente a palavra sõzõ, que significa "salvar", "preservar" ou "tirar do perigo", e suas formas derivadas0 Na Septuaginta, sõzõ traduz yasha' em sessenta por cento das ocorrências, e sõtêria é empregada principalmente para os derivados de yasha'. O termo hebrai¬co sustenta o nome que o anjo anunciou a José: "... e lhe porás o nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1.21). "O exegeta e filósofo judeu da Alexandria, Filo, atesta que o significado do nome era mui¬tíssimo bem conhecido, ao interpretar assim o nome de Josué: Iêsous sõtêria kyriou - JESUS significa salvação medi¬ante o Senhor". Por isso, a palavra empregada no Novo Testamento para a obra salvífica de CRISTO reflete ideias veterotestamentárias.
Sõzõ pode referir-se a salvar a pessoa da morte (Mt 8.25; At 27.20,31), da enfermidade física (Mt 9.22; Mc 10.52; Lc 17.19; Tg 5.15), da possessão demoníaca (Lc 8.36) ou da morte que já sobreveio (Lc 8.50). Mas , na grande maioria das ocorrências, refere-se à salvação espiritual que DEUS providenciou por meio de CRISTO (1 Co 1.21; 1 Tm 1.15) e que as pessoas experimentam pela fé (Ef 2.8).
Embora o título "salvador" (gr. sõtêr) fosse atribuído pelos gregos aos seus deuses, líderes políticos e outros que trouxessem honra ou benefícios ao seu povo, na literatura cristã era aplicado somente a DEUS (1 Tm 1.1) e a CRISTO (At 13.23; Fp 3.20). O substantivo "salvação" (gr. sõtêria) apa¬rece 45 vezes e se refere quase exclusivamente à salvação espiritual, que é a possessão presente e futura de todos os crentes verdadeiros.  Todavia, embora as palavras gregas traduzidas por "salvar" e "salvação" não sejam muito frequentes, o próprio JESUS proclama o tema do Novo Testa¬mento quando diz: "O Filho do Homem veio buscar e salvar [sõsai] o que se havia perdido" (Lc 19.10).
As Naturezas de DEUS e da Humanidade
A Bíblia, portanto, revela um DEUS que salva, um DEUS que redime. Por que é necessária a salvação espiritual? O que torna possível a salvação espiritual? São perguntas que surgem, e as respostas que oferecemos relacionam-se ao nos¬so modo de ver a natureza de DEUS e a da humanidade. O que aconteceria se DEUS não fosse como a Bíblia nos revela, e não tivéssemos sido criados à sua imagem e subsequentemente caído? A salvação, conforme a Bíblia a descreve, não teria sido possível nem necessária. Logo, o drama da reden¬ção tem como pano de fundo o caráter de DEUS e a natureza da criação humana.
A Bíblia deixa claro que todas as pessoas precisam de um Salvador e que elas não podem salvar a si mesmas. 
Talvez achemos cansativo ler os pormenores sobre quem, quando, como e o que DEUS exigia e aceitava. Que significado têm para nós, que vivemos sob a nova aliança? Possivelmente, que DEUS diz a todos nós: "Se você quer se aproximar de mim, seja segundo as minhas condições. Você não tem o direito de inventar o seu próprio caminho". Nadabe e Abiú aprenderam isso de modo fulmi¬nante (Lv 10.1,2; Nm 3.4), e todo o Israel com eles. Seria a experiência de Ananias e Safira (At 5.1-11) um exemplo paralelo? DEUS não permitirá a ninguém brincar com o que é exigido por sua santidade.

A Santidade e o Amor de DEUS
Sendo nós ímpios e DEUS pura santidade, como poderíamos pensar até mesmo em nos aproximar dEle? No entanto, isto é possível, porque Ele não só escolheu o caminho como o preparou: a cruz de CRISTO. O Novo Testamento contém numerosas referências a "pecados" ou "pecadores" em conexão com a morte de CRISTO. Eis algumas delas: "O qual por nossos pecados foi entregue" (Rm 4.25). "CRISTO morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8). "CRISTO morreu por nossos pecados, se¬gundo as Escrituras" (1 Co 15.3). "CRISTO padeceu uma vez pelos pecados" (1 Pe 3.18). Não existe a mínima possibilidade de se negar o ensino do Novo Testamento de que JESUS CRISTO morreu para ligar o abismo entre um DEUS santo e uma raça pecaminosa que não podia salvar a si mesma.
Ao consideramos as características de DEUS, é importan¬te evitar a tendência de tratar seus atributos de modo a neutralizar a unidade de sua natureza. Quando a Bíblia diz: "DEUS é amor", emprega o substantivo para descrevê-lo, não o adjetivo "amoroso", que seria uma caracterização mais fraca. Embora a Bíblia realmente fale em retidão, santidade, justiça e bondade de DEUS, não menciona que DEUS é retidão ou bondade. Tal fato tem levado alguns a afirmar: "Na realidade de DEUS, o amor é mais fundamental que a justiça ou o poder, e é anterior a eles". NEle, portanto, a santidade e o amor, a retidão e a bondade não se colocam em oposição entre si.
Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento revelam-no como um DEUS de santidade total (Lv 11.45; 19.2; Js 24.19; Is 6.3; Lc 1.49) e justiça reta (SI 119.142; Os 2.19; Jo 17.25; Ap 16.5).
Tentativas de enfraquecer o significado das palavras que descrevem DEUS e suas ações, talvez por considerá-las expressões exageradas do desagrado de DEUS à desobedi¬ência, levam à tolice semântica. Se, pois, rejeitarmos o seu sentido integral, que diríamos dos termos que descre¬vem seu amor e sua graça? Enfraquecer um grupo de palavras é enfraquecer a outro. A cruz, e tudo quanto ela subentende, só fará sentido diante de um DEUS reto e justo, que exige julgamento. De outra forma, a agonia de CRISTO no Getsêmani e sua morte excruciante teriam sido mero teatro de Páscoa. Além disso, o DEUS amoroso seria transformado em nulidade. Se Ele não está realmente irado com o pecado nem exigindo sua condenação, a cruz seria o menos amoroso dos atos.

A Bondade, Graça e Misericórdia de DEUS
A Bíblia mostra que devemos levar em conta a santidade e retidão da natureza divina ao considerar a mensagem de salvação. Da mesma forma, entretanto, revela que a nature¬za de DEUS é boa na sua própria essência. O Antigo Testamento afirma continuamente que o Senhor é bom (heb. tov) e que Ele somente faz coisas boas. O salmista nos convida: "Provai e vede que o Senhor é bom" (SI 34.8). Também declara: "O Senhor é bom" (100.5) e diz ao Senhor: "Tu és bom e abençoador" (119.68). Certo escritor declara: "A palavra 'bom' é o termo mais compreensível para louvar a excelência de alguma coisa". Quando aplicado a DEUS, su¬bentende a perfeição absoluta dessa característica nEle. Nada existe nEle que o possa tornar "não-bom". Por isso, a ativida¬de redentora de DEUS expressa a sua bondade, conforme evidencia a declaração bíblica de que Ele não deseja (gr. boulomaí) "que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se" (2 Pe 3.9).
A bondade de DEUS, que o levou a adiar seu julgamento e salvar a humanidade, é expressa por várias ideias-chaves (embora não apareçam tão frequentemente indicando ca¬racterísticas afetivas de DEUS). A Bíblia afirma com clareza sua paciência, longanimidade e tolerância, sendo que os escritores do Antigo Testamento expressam esse conceito mais frequentemente com a expressão "tardio em irar-se". No Novo Testamento, a palavra primária (neste assunto) segue o modelo hebraico. Em 2 Pedro lemos que o Senhor "é longânimo [gr. makrothumei] para convosco, não querendo que alguns se percam" (3.9). Pedro diz também: "Tende por salvação a longanimidade [gr. makrothumia] de nosso Se¬nhor" (2 Pe 3.15). Em Romanos 2.4, Paulo emprega anochê (que significa "moderação", "tolerância", paciência" ) ao advertir os que julgavam ao próximo - pois faziam as mesmas coisas - a não desprezar "as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade". Em alguns aspectos, a paciên¬cia de DEUS reflete mais uma razão reativa que proativa ao fornecer a salvação por meio de CRISTO. Mas, não fosse a sua tolerância, quem poderia ser salvo?
A Bíblia revela a natureza salvífica de DEUS ao descrever sua misericórdia, que é mais uma ação que uma qualidade. A paciência não requer ação, a misericórdia, sim. Mas não existe aqui nenhum tipo de dicotomia. A ideia essencial de misericórdia requer uma condição: quem a recebe não tem méritos para exigi-la. Havendo méritos, deixa de ser miseri¬córdia. 
Ao refletir sobre o que DEUS havia feito no passado em favor do povo da aliança, Isaías diz: "Pelo seu amor [heb. 'ahavah] e pela sua compaixão [heb. chemlah], ele os remiu" (63.9). Davi compara a compaixão (heb. rachem) do Senhor à compaixão de um pai (SI 103.13). Salmos 116.5 diz: "O nosso DEUS tem misericórdia" (heb. rachem). O Novo Tes¬tamento emprega primariamente eleos e suas formas deriva¬das, que se encontram principalmente nos escritos de Paulo (26 vezes) e em Lucas e Atos (vinte vezes). Nos evangelhos sinóticos, o verbo (gr. eleeõ) aparece principalmente nos pedidos de misericórdia dirigidos a JESUS, "filho de Davi" (Mt 9.27; Mc 10.47), ao passo que nas Epístolas a palavra refere-se principalmente a DEUS, demonstrando misericórdia ou deixando de demonstrá-la (Rm 9.15-18; 1 Pe 2.10). A mise¬ricórdia é tanto humana (Mt 23.23; Tg 3.17) quanto divina (Rm 15.9; Hb 4.16; 1 Pe 1.3).
Em Lucas 1, o grandioso capítulo que introduz a redenção divina final, a palavra "misericórdia" ocorre cinco vezes (vv. 50,54,58,72,78).27 Maria, no seu cântico (Magnificat), rego¬zija-se em DEUS porque Ele "atentou na humildade de sua serva" (v. 48), mas ela inclui na misericórdia divina "os que o temem" (v. 50) e "seu servo Israel" (v. 54). A inspirada profecia de Zacarias revela de modo especial a conexão entre a misericórdia e a salvação. 
Efésios 2.4,5, Paulo revela a opera¬ção do amor, misericórdia e graça de DEUS na nossa salva¬ção. O sentido literal é o que temos em nossa Bíblia [ARC]: "Mas DEUS, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou... nos vivificou juntamente com CRISTO". A riqueza de sua misericórdia levou-o a salvar.
Tito 3.4,5, Paulo liga a misericórdia a duas outras palavras de ternura. DEUS manifestou sua benignidade e sua caridade quando nos salvou, "não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia
O substantivo chên aparece principalmente na frase "achar favor aos olhos de alguém" (dos homens: Gn 30.27; 1 Sm 20.29; de DEUS: Êx 34.9; 2 Sm 15.25). Chesedh contém sempre um elemento de lealdade às alianças e promessas, expresso espontaneamente em atos de misericórdia e amor. No Antigo Testamento, a ênfase recai sobre o favor demonstrado ao povo da aliança, embora as demais nações também estejam incluídas. 
No Novo Testamento, a "graça", como o dom imerecido mediante o qual as pessoas são salvas, aparece primariamen¬te nos escritos de Paulo4 É um "conceito central que ex¬pressa mais claramente seu modo de entender o evento da salvação... demonstrando livre graça imerecida. O elemento da liberdade ... é essencial". Paulo enfatiza a ação de DEUS, e não a sua natureza. "Ele não fala do DEUS gracioso; fala da graça concretizada na cruz de CRISTO".35 Em Efésios 1.7, Paulo afirma: "Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça", pois "pela graça sois salvos" (Ef 2.5,8).

O Amor de DEUS
Sem menosprezar a paciência, misericórdia e graça de DEUS, a Bíblia associa mais frequentemente o desejo de DEUS em nos salvar ao seu amor. No Antigo Testamento, o enfoque primário recai sobre o amor segundo a aliança, como se vê em Deuteronômio 7:
O Senhor não tomou prazer [heb. chashaq] em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos... mas porque o Senhor vos amava [heb. 'ahev]; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais... vos resgatou da casa da servidão... Será, pois, que, se, ouvindo estes juízos, os guardardes e fizerdes, o Senhor, teu DEUS, te guardará o concerto e a beneficência [heb. chesedh] que jurou a teus pais; e amar-te-á [heb. 'ahev] e abençoar-te-á (vv. 7,8,12,13).
O Novo Testamento emprega agapaõ ou agapê para referir-se ao amor salvífico de DEUS. No grego pré-bíblico, essas' palavras tinham pouca relevância. No Novo Testa-mento, porém, são óbvios o seu poder e calor. "DEUS é agapê" (1 Jo 3.16). Por isso, "ele deu seu Filho unigênito" (Jo 3.16) para salvar a humanidade. DEUS tem demonstrado seu amor imerecido para conosco "em que CRISTO morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rm 5.8). O Novo Testa¬mento dá amplo testemunho do fato de que o amor de DEUS impeliu-o a salvar a humanidade perdida. Por isso, estes quatro atributos de DEUS - a paciência, a misericórdia, a graça e o amor - demonstram a sua bondade ao prover a nossa redenção. 
Se a Bíblia ensina que a bondade de DEUS o levou a salvar a humanidade perdida, ensina também que nada fora dEle mesmo o compeliu a fazer assim. A redenção tem a sua origem no amor e na vontade de DEUS. E espontânea, Ele não se vê obrigado a isso. 
Em Gálatas 1.4, Paulo proclama que CRISTO "se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente sécu¬lo mau, segundo a vontade de DEUS, nosso Pai". No dia de Pentecostes, Pedro declarou que JESUS fora entregue à morte "pelo determinado conselho e presciência de DEUS" (At 2.23). Embora não devamos comprometer o poder infinita¬mente impulsor do amor divino, não podemos, por outro lado, comprometer sua soberania.

Aspectos da Obra Salvífica de CRISTO 
O Sacrifício
Embora algumas ideias já tenham sido estudadas, faz-se necessário examinar mais de perto alguns aspectos da obra redentora de CRISTO. Várias palavras bíblicas a caracterizam. Ninguém que leia as Escrituras de modo perceptivo pode fugir à realidade de que o sacrifício está no âmago da reden¬ção, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A figura de um cordeiro ou cabrito sacrificado como parte do drama da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx 12.1-13). DEUS veria o sangue aspergido e "passaria por cima" daqueles que eram protegidos por sua marca. Quando o crente do Antigo Testamento colocava as suas mãos no sacrifício, o significado era muito mais que identificação (isto é: "Meu sacrifício"). Era um substituto sacrificial (isto é: "Sacrifico isto em meu lugar").
Embora não se deva forçar demais as comparações, a figura é claramente transferida a CRISTO no Novo Testa¬mento. João Batista apresentou-o, anunciando: "Eis o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). Em Atos 8, Filipe aplica às boas novas a respeito de JESUS a profecia de Isaías que diz que o Servo seria levado como um cordeiro ao matadouro (Is 53.7). Paulo se refere a CRISTO como "nossa páscoa" (1 Co 5.7). Pedro afirma que fomos redimidos "com o precioso sangue de CRISTO, como de um cordeiro imaculado e incontaminado" (1 Pe 1.19). Até mesmo nas regiões celestiais, o Leão da tribo de Judá era louvado e adorado como o Cordeiro que fora morto (Ap 5). Embora alguns possam achar "sanguinário" o con¬ceito do sacrifício, removê-lo arranca da Bíblia o seu próprio âmago.
Os termos "propiciação" e "expiação" relacionam-se es¬treitamente com o conceito de sacrifício e procuram infor¬mar o efeito do sacrifício de CRISTO. No Antigo Testamento, refletem kippere seus derivados; no Novo, hilaskomai e seus derivados. Os dois grupos de palavras significam "aplacar", "pacificar" ou "conciliar" (isto é, propiciar) e "encobrir com um preço" ou "fazer expiação por" (a fim de remover pecado ou ofensa da presença de alguém: expiar). As vezes a decisão de escolher um significado em preferência a outro tem mais a ver com a posição teológica que com o significado básico da palavra. “O ensino bíblico consistente é que o pecado do homem tem incorrido na ira de DEUS... evitada pela oferta expiadora de CRISTO. Deste ponto de vista, sua obra salvífica é corretamen¬te chamada propiciação". Nem a Septuaginta nem o Novo Testamento esvaziaram o pleno significado de hilaskomai como "propiciação"
A Bíblia, no entanto, ensina que DEUS, em seu amor, misericórdia e fidelidade às suas promessas, forneceu os meios pelos quais a sua ira seria aplacada. No caso do ensino neotestamentário, DEUS não somente forneceu os meios como também veio a sê-los. 1 João 4.10 diz: "Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a DEUS, mas em quem ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação [gr. hilasmos] pelos nossos pecados"6
Primeiramente, o sofrimento, pela sua própria nature¬za, não está sujeito a cálculo matemático nem a ser pesa¬do na balança. Em certo sentido, sofrer o pior caso de braço quebrado é sofrer todos os casos. Morrer uma só morte excruciante e agonizante é morrer todas elas. Em segundo lugar, é preciso relembrar o caráter e a natureza do sofrimento pessoal. CRISTO era perfeito em santidade e, portanto, não possuía nenhum senso de culpa ou remorso pessoal, que teríamos ao saber que estávamos sofrendo o justo castigo pelos nossos pecados. Há algo de heroico na incisiva repreensão do ladrão da cruz ao seu companheiro de crimes: "Tu nem ainda temes a DEUS, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, por-que recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez" (Lc 23.40,41). A perfeição de CRISTO não lhe diminuiu o sofrimento, e até pode tê-lo intensifi¬cado, por saber Ele que era imerecido. Sua oração, pedin¬do que não lhe fosse necessário "beber o cálice" não era um gesto teatral. Ele bem sabia o sofrimento que o esperava. O fato de Ele ter sofrido como DEUS certamente lança luz sobre a questão.

A Reconciliação
Diferente de outros termos bíblicos e teológicos, "recon¬ciliação" aparece em nosso vocabulário comum. E um termo tirado do âmbito social. Todo relacionamento interrompido clama por reconciliação. O Novo Testamento ensina com clareza que a obra salvífica de CRISTO é um trabalho de reconciliação. Pela sua morte, Ele removeu todas as barreiras entre DEUS e nós. Somente Paulo dá conotação religiosa a esse grupo de palavras. O verbo katallassõ e o substantivo katallagê transmitem com exati-dão a ideia de "trocar" ou "reconciliar", da maneira como se conciliam os livros contábeis. No Novo Testamento, o as¬sunto em pauta é primariamente o relacionamento entre DEUS e a humanidade. A obra reconciliadora de CRISTO res-taura-nos ao favor de DEUS porque "foi tirada a diferença entre os livros contábeis".
Os textos mais relevantes são Romanos 5.9-11 e 2 Corín¬tios 5.16-21. Em Romanos, Paulo coloca a ênfase na certeza de salvação. Usando duas vezes a expressão "quanto mais", ele assevera que a obra de CRISTO nos salvará da ira de DEUS (Rm 5.9) e que quando ainda éramos inimigos (Cl 1.21-22) a sua morte nos reconciliou com DEUS. Logo, o fato de Ele estar vivo garante a nossa salvação (Rm 5.10). Podemos regozijar-nos em nossa reconciliação com DEUS por meio de CRISTO (5.11). Se em Romanos a ênfase recai sobre o que DEUS fez "por nós" em CRISTO, em 2 Coríntios incide sobre DEUS como agente principal da reconciliação (cf. Cl 1.19,20) .60 O sermos novas criaturas provém de DEUS "que nos reconci¬liou consigo mesmo por JESUS CRISTO" (2 Co 5.18) e que "estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo" (5.19). Estes versículos enfatizam o que pode ser chamado reconci¬liação ativa: isto é, para que a reconciliação aconteça, a parte lesada desempenha papel primário. Se a pessoa lesada não demonstrar a disposição de acolher quem a lesou, não poderá haver reconciliação.
Em CRISTO, DEUS nos garante que já tomou a iniciati¬va. Ele já nos perdoou. Agora, devemos corresponder, reco¬nhecendo que já rasgou de cima a baixo o véu que nos separava dEle, e entrar com ousadia na sua presença perdoadora. Essa é a parte que devemos cumprir, aceitando o que DEUS tem feito através de CRISTO.61 Se não ocorrerem as duas ações, a reconciliação jamais acontecerá.

A Redenção
A Bíblia também emprega a metáfora do resgate ou da redenção para descrever a obra salvífica de CRISTO. O tema aparece muito mais frequentemente no Antigo Tes-tamento que no Novo. O tema aparece referindo-se aos ritos da "redenção" no tocante às pessoas ou aos bens (cf. Lv 25; Rt 3 e 4, que empregam a palavra hebraica ga'al). O "parente reden¬tor" funciona como um go'el. O próprio Javé é o Redentor (heb. go'el) do seu povo (Is 41.14; 43.14), e eles são os redimidos (heb. ge'ulim, Is 35.9; 62.12). O Senhor to¬mou medidas para redimir (heb. padhah) os primogênitos (Êx 13.13-15). Ele redimiu Israel do Egito (Êx 6.6j Dt 7.8; 13.5) e também os remirá do exílio (Jr 31.11). Às vezes DEUS redime um indivíduo (SI 49.15; 71.23); ou um indi¬víduo ora, pedindo a redenção divina (SI 26.11; 69.18). Mas a obra divina na redenção é primariamente moral no seu escopo. Em alguns textos bíblicos, a redenção clara¬mente diz respeito aos assuntos morais. Salmos 130.8 diz: "Ele remirá a Israel de todas as suas iniquidades". Isaías diz que somente os "remidos", os "resgatados", andarão pelo chamado "O Caminho SANTO" (Is 35.8-10). Diz ain¬da que a "filha de Sião" será chamada "povo santo, os remidos do Senhor" (62.11,12).
No Novo Testamento, JESUS é tanto o "Resgatador" quanto o "resgate"; os pecadores perdidos são os "resgata¬dos". Ele declara que veio "para dar a sua vida em resgate [gr. lutron] de muitos" (Mt 20.28; Mc 10.45). Paulo liga nossa justi¬ficação e o perdão dos pecados à redenção que há em CRISTO (Rm 3.24; Cl 1.14, apolutrõsis nestes dois textos). Diz que CRISTO "para nós foi feito por DEUS sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Co 1.30). Diz, tam¬bém que CRISTO "se deu a si mesmo em preço de redenção [gr. antilutron] por todos" (1 Tm 2.6). O Novo Testa¬mento demonstra claramente que Ele proporcionou a re¬denção mediante o seu sangue (Ef 1.7; Hb 9.12; 1 Pe 1.18-19; Ap 5.9), pois era impossível que o sangue dos touros e dos bodes tirasse os pecados (Hb 10.4). CRISTO nos comprou (1 Co 6.20; 7.23, gr. agorazõ) de volta para DEUS, e o preço foi o seu sangue (Ap 5.9).
Sendo que as palavras subentendem o livramento de um estado de escravidão mediante o pagamento de um preço, então, de que fomos libertos? CRISTO nos livrou do justo juízo de DEUS que realmente merecíamos, por causa dos nossos pecados (Rm 3.24,25). Ele nos livrou das consequências inevitáveis de se quebrar a lei de DEUS, que nos sujeitava à ira divina. Embora não façamos tudo quanto a Lei requer, já não estamos debaixo de uma maldição. CRISTO tomou sobre si essa maldição (Gl 3.10-13). A sua redenção conseguiu para nós o perdão dos pecados (Ef 1.7) e nos libertou deles (Hb 9.15). Ele, ao entregar-se por nós, remiu-nos "de toda iniquidade [gr. anomia]" (Tt 2.14. O propósito de CRISTO ao redimir-nos é "purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras" (Tt 2.14). 
Pedro diz que "fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais" (1 Pe 1.18). Não podemos ter certeza de quem são os "pais". Seri¬am pagãos, judeus, ou ambos? Ambos, provavelmente, pois o Novo Testamento considera fúteis os modos pagãos (At 14.15; Rm 1.21; Ef 4.17) e também vê certa futilidade nas práticas externas da religião judaica (At 15.10; Gl 2.16; 5.1; Hb 9.10,25,26; 10.3,4). Haverá, também, uma redenção final dos gemidos e dores da era presente quando acontecer a ressurreição, e veremos o resultado de termos sido adotados como filhos de DEUS mediante a obra de CRISTO na nossa redenção (Rm 8.22,23).
Os evangélicos crêem que o Novo Testamento ensina haver CRISTO pago o preço pleno do resgate para nos libertar. Sua é a obra objetiva da expiação, cujos benefícios, quando aplicados a nós, não deixam nada a ser completado por nós. E uma obra definitiva, não poderá ser repetida. Uma obra incomparável, que jamais será imitada ou compartilhada por outros. 

O Alcance da Obra Salvífica de CRISTO
CRISTO morreu por todos, mas sua obra salvífica é levada a efeito somente naqueles que se arrependem e creem. Nem todos serão salvos. DEUS torna a salvação possível a todos, que crêem à obra expiadora de CRISTO (Jo 17.9; Gl 1.4; 3.13; 2 Tm 1.9; Tt 2.3; 1 Pe 2.24).
Somente existe o sentido à oferta sincera do Evange¬lho a todas as pessoas, isso acha-se na Grande Comissão. Uma vez que a Bíblia ensina a eleição e não sabemos quais são os eleitos (cf. At 18.10: "Tenho muito povo nesta cidade [Corinto]"), devemos pregar a to¬dos. Mas seria esta uma oferta genuína da parte de DEUS, que diz: "Todo aquele que desejar", quando Ele sabe que isso não é realmente possível? 
Até mesmo os eleitos precisam crer para ser salvos. A aplicação da obra de CRISTO não é automática. Se alguém optar por não crer, não significa que CRISTO não tenha morrido por ele ou que se pode lançar suspeitas sobre o caráter de DEUS.
"A hipótese da expia¬ção universal consegue levar em conta um segmento maior do testemunho bíblico com menos distorção que a hipótese da expiação limitada".
Por exemplo, Hebreus 2.9 diz que JESUS, pela graça de DEUS, provou a morte para "todos". Fica bastante fácil argumentar que o contexto (2.10-13) não significa todos de modo absoluto, mas os "muitos filhos" que JESUS traz à glória. Semelhante conclusão, no entanto, vai além da credibilidade exegética. Além disso, há um sentido universal no contexto (2.5-8,15). Quando a Bíblia diz que "DEUS amou o mundo de tal maneira" (Jo 3.16) ou que CRISTO é "o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29) ou que Ele é "o Salvador do mundo" (1 Jo 4.14), significa isso mesmo.
Certamente a Bíblia emprega a palavra "mundo" num sentido qualitativo, referindo-se ao sistema maligno que Satanás domina. Mas CRISTO não morreu em favor de um sistema. Entregou sua vida em favor das pessoas que dele fazem parte. Em texto algum do Novo Testamento, "mun¬do" se refere à Igreja ou aos eleitos. Paulo diz que JESUS "Se deu a si mesmo em preço de redenção por todos" (1 Tm 2.6) e que DEUS "quer que todos os homens se sal¬vem" (1 Tm 2.4). Em 1 João 2.1,2, temos uma separação explícita entre os crentes e o mundo e uma afirmação de que JESUS CRISTO, o Justo, "é a propiciação" (v. 2) para ambos. H. C. Thiessen reflete o pensamento do Sínodo de Dort (1618-19): "Concluímos que a expiação é ilimitada no sentido de estar à disposição de todos; é limitada no sentido de ser eficaz somente para aqueles que crêem. Está à disposição de todos, mas é eficiente apenas para os eleitos", os que ouvem o evangelho e creem (Ef 1.13). 

A Ordem da Salvação
DEUS, por sua infinita bondade e justiça, enviou seu Filho unigênito à cruz a fim de suportar a penalidade total do pecado e poder perdoar livremente e com justiça todos quantos comparecerem diante dEle. Como isso acontece na vida de uma pessoa? Qual a ordem lógica (não a cronológi¬ca) na qual experimentamos o processo de passar de um estado pecaminoso para o da plena salvação? A Bíblia não oferece uma ordem específica, embora se ache embrionariamente em Efésios 1.11-14, onde a salvação vem pelo ouvir a pregação, crer, ser convencido do pecado, justiça e juízo pelo ESPÌRITO SANTO, se arrepender e pedir perdão e receber o perdão e receber o ESPÍRITO SANTO, sendo salvo, portanto. Aí acontece a Justificação pelo crer, a regeneração pelo nascer do ESPÍRITO SANTO e a santificação pelo perdão total dos pecados.
A Eleição
Evidentemente, a Bíblia ensina uma escolha feita por DEUS: a eleição divina. O Antigo Testamento diz que DEUS escolheu Abraão (Ne 9.7), o povo de Israel (Dt 7.6; 14-2; At 13.17), Davi (1 Rs 11.34), Jerusalém (2 Rs 23.27) e o Servo (Is 42.1; 43.10). No Novo Testamento, a escolha divina inclui anjos (1 Tm 5.21), CRISTO (Mt 12.18; 1 Pe 2.4,6), um remanescente de Israel (Rm 11.5) e os crentes, isto é, os eleitos, quer individual (Rm 16.13; 2 Jo 1.1,13) ou coletiva¬mente (Rm 8.33; 1 Pe 2.9). Sempre a iniciativa é de DEUS. Ele não escolheu Israel pela grandeza da nação (Dt 7.7). JESUS diz aos seus discípulos: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós" (Jo 15.16). Paulo deixa bem claro esse fato em Romanos 9.6-24, ao declarar que DEUS escolhe¬ra apenas os descendentes de Isaque para serem seus filhos (vv. 7-8) e que, antes do nascimento, Ele escolheu Jacó, e não o seu gêmeo, Esaú, "para que o propósito de DEUS, segundo a eleição, ficasse firme" (v. II). 
No NT a fé está implícita – Aquele que tiver fé ao ouvir a boa nova será salvo. Em sua onisciência (presciência) DEUS viu o momento desta conversão e adotou como filho todo aquele que fez isto algum dia de sua vida.
Para ser filho de DEUS depende da livre e soberana expressão de sua misericórdia, e não de algo que sejamos ou façamos. DEUS enviou seu filho, portanto ELE nos amou primeiro.
Paulo enfatiza a misericórdia divina que inclui os gentios juntamente com os judeus (Rm 9.24-26; 10.12). Na mesma seção bíblica (Rm 9-11), surgem evidências da participação e responsabilidade huma¬nas (cf. 9.30-33; 10.3-6,9-11,13,14,16; 11.20,22,23). Paulo afirma: "DEUS, pois, compadece-se de quem quer e endurece a quem quer" (9.18). Diz ainda que Israel havia experimen¬tado "o endurecimento em parte" (11.25), mas o contexto parece relacioná-lo à sua desobediência, obstinação e incre¬dulidade (10.21; 11.20). Além disso, Paulo declara que a razão por que "DEUS encerrou a todos debaixo da desobedi¬ência" é "para com todos usar de misericórdia" (11.32). 
Qualquer estudo sobre a eleição deve sempre começar por JESUS. E toda conclusão teológica que não fizer referência ao coração e aos ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por suspeita. Sua natureza reflete o DEUS que elege, e em JESUS não achamos nenhum particularismo. NEle, achamos o amor. 
Por isso, é relevante que em quatro ocasiões que Paulo vincule o amor à eleição ou à predestinação: "Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr. eklogên] é de DEUS" (1 Ts 1.4). "Como eleitos [gr. eklektoi]16 de DEUS, santos e amados..". (Cl 3.12) - nesse contexto, amados por DEUS. "Como também nos elegeu [gr. exelaxato] nele antes da fundação do mundo... e nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua vontade" (Ef 1.4,5). Embora a intenção divina não esteja ausente nesta última palavra grega (eudokia), ela inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou boulomai. A forma verbal aparece em Mateus 3.17, onde o Pai diz: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo [gr. eudokêsa]".
Finalmente, Paulo diz: "Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido [gr. heilato] desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade" (2 Ts 2.13). O DEUS que elege é o DEUS que ama, e Ele ama o mundo. Tornar-se-ia válido o conceito de um DEUS que arbitrariamente escolhe alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um DEUS que ama o mundo?
Em JESUS vemos também a presciência. Ele sabia que morreria numa cruz (Jo 12.32) e conhecia alguns pormeno¬res de sua morte (Mc 10.33,34). Sabia que Judas o trairia (Jo 13.18-27) e que Pedro o negaria (Mc 14-19-31). Mas certa¬mente não devemos atribuir causalidade à sua presciência. Depois de curado o coxo, Pedro declarou que os judeus em Jerusalém haviam agido na ignorância ao crucificar JESUS, mas que também a morte de CRISTO cumprira o que DEUS falara através dos profetas (At 3.17,18). DEUS não os levou a crucificar JESUS, a culpa ainda era deles (At 4.27,28). Por¬tanto, quando a Bíblia liga nossa eleição à presciência (1 Pe 1.2) não devemos ver nisso a causalidade. DEUS não precisa predestinar para saber de antemão. A declaração, em Roma¬nos 8.29, de que os que DEUS "dantes conheceu, também os predestinou" não apoia semelhante ideia: a presciência seria um termo sem significado.
Não poderíamos considerar a presciência e a predestinação como dois lados de uma mesma moeda? O lado de cima, a presciência, olha em direção a DEUS, refletindo o que Ele sabe. Mas, no tocante a nossa parte na salvação, a Bíblia não dá o mínimo indício do que DEUS sabia com antecedência. Se, porém, sustentarmos uma doutrina de onisciência total, sua presciência por certo incluiria o nosso arrependimento e fé em correspondência ao seu chamamento. Esta declaração, não compromete a atuação soberana de DEUS, na tentativa de fazê-la depender de alguma coisa que fazemos. Mas se a Bíblia não declara o que DEUS conheceu de antemão, claramente se refere a quem (Rm 8.29). A predestinação, o lado de baixo da moeda, olha em direção aos seres humanos e demonstra a operação soberana da vontade de DEUS. 
Além disso, têm-se dito que o verbo "conhecer de antemão" (gr. proginõskõ) sugere algo mais que a mera cognição mental. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento empre¬gam a palavra "conhecer" para referir a intimidade do relaci¬onamento entre marido e mulher (Gn 4.1; Lc 1.34) e para conhecer aquilo que vai além de meros fatos a respeito de uma pessoa. O Senhor, falando através de Amós, diz a Israel: "... a vós somente conheci" (3.2). Paulo disse: "... para conhecê-lo [CRISTO]" (Fp 3.10). Ao dirigir-se aos "pais", João diz que "já conhecestes aquele que é desde o princípio" (1 Jo 2.13,14). Estes exemplos por certo demonstram que "conhecer", na Bíblia, pode incluir amor e relacionamento. Poderíamos, então, ver na presciência de DEUS sobre nós uma expressão de seu amor e solicitude? E DEUS ama a todas as pessoas no mundo. Ele realmente possui presciência cognitiva de todos os pensamentos e ações de todas as pessoas. Quando, porém, a Bíblia se refere àqueles que creem no seu Filho, a presciên¬cia é aplicada a eles e a eles somente. Um Pai amoroso apresenta uma Noiva ao seu Filho amado.9
Aqueles que DEUS conheceu de antemão (Rm 8.29; 1 Pe 1.1), Ele os elegeu em Cristo80 (Ef 1.4) e os predestinou "para serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8.29) e "para louvor da sua glória" (Ef 1.11,12). Em consonância ao seu propósito soberano e amoroso assim expresso: "... não que¬rendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se" (2 Pe 3.9), Ele chama as pessoas a si mesmo (Is 55.1-8; Mt 11.28). No Antigo Testamento, o chamamen¬to divino tinha a ver em primeiro lugar com o povo de Israel, a partir de Abraão, seu ancestral. No Novo Testamento, o chamamento veio a ser mais universal e individualista, pri¬mariamente com o propósito salvífico, embora seja diferente a ênfase. Às vezes o chamamento refere-se à (1) conclamação para seguir a JESUS (Mt 4.21; Mc 2.14, 17; cf. Lc 18.22); (2) a uma chamada divina, ativa e interior, quando se refere aos crentes (Rm 8.30; Ef 4.1; 2 Tm 1.9); (3) a uma descrição daqueles que correspondem (ou seja, "os que são chamados" [1 Co 1.24]); ou (4) ao propósito para o qual DEUS os chamou (por exemplo, para serem "santos" [Rm 1.7; 1 Co 1.2]).
Ao concluir a parábola das bodas (Mt 22.1-14), JESUS disse que "muitos são chamados [gr. klêtoi], mas poucos,, escolhidos [gr. eklektoi]" (v. 13), num contexto que certa¬mente tem em vista o destino eterno (v. 13). "Demonstra que, pelo menos do ponto de vista da resposta humana, o círculo dos chamados e o dos eleitos não coincidem necessa¬riamente entre si". A própria palavra "chamada" subenten¬de uma resposta, e, se correspondermos a ela, tornamo-nos eleitos de DEUS. Se o propósito eterno de DEUS estiver em perspectiva (cf. Ef 1.4), estaremos entre os eleitos.
A pessoa já nasceu de novo. A ideia de resistir, em semelhante caso, já não faz sentido.
Poder-se-ia afirmar, então, que a expressão "graça irresistível" é tecnicamente imprópria? Parece ser um oximoro, como "bondade cruel", porque a própria natureza da graça subentende que um dom gratuito é oferecido, e tal presente pode ser aceito ou rejeitado. E assim acontece, mesmo sendo o presente oferecido por um Soberano gracioso, amoroso e pessoal. E sua soberania não será ameaçada ou diminuída se recusarmos o dom gratuito. Este fato é evidente no Antigo Testamento. O Senhor diz: "Estendi as mãos todo o dia a um povo rebelde" (Is 65.2). E: "chamei, e não respondestes; falei, e não ouvistes" (Is 65.12). Os profetas deixam claro que quando o povo não acolhia bem as expressões da graça de DEUS, nem por isso ficava ameaçada a sua soberania. Estêvão fustiga os seus ouvintes: "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao ESPÍRITO SANTO; assim, vós sois como vossos pais" (At 7.51). Parece claro que Estêvão tinha em vista a resistência à obra do ESPÍRITO SANTO, que queria levá-los a DEUS. O fato de alguns deles (inclusive Saulo de Tarso) terem crido posteri¬ormente não serve como evidência em favor da doutrina da graça irresistível. 
Além disso, necessário é dizer que, fosse impossível resis¬tir à graça de DEUS, os incrédulos pereceriam, não por não quererem corresponder, mas por não poderem. A graça de DEUS não seria eficaz para eles. Neste caso, DEUS pareceria mais um soberano caprichoso que brinca com os seus súditos que um DEUS de amor e graça. Sua promessa: "todo aquele , que quer" seria uma brincadeira de inigualável crueldade, pois Ele é quem estaria brincando. Mas o DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO não brinca conosco. Quando os braços de nosso Senhor JESUS CRISTO se estenderam na cruz, Ele abrangeu a todos, pois DEUS ama o mundo. DEUS é amor, e a própria natureza do amor subentende que ele pode ser resistido ou rejeitado. 
Olha a graça sendo rejeitada – “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?” Lucas 13:34
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más”. João 3.19
Pela sua própria natureza, o amor é vulne¬rável. Não lhe diminuímos a magnífica grandeza ou a sobera¬nia se cremos possível recusar seu amor e graça, que buscam atrair todas as pessoas a si mesmos. A situação é a inversa. DEUS, cujo amor anseia que todos cheguem a Ele mas não os obriga irresistivelmente a vir e cujo coração fica magoado com a recusa, forçosamente é de uma grandeza que ultra¬passa a nossa imaginação.
Há somente uma resposta apropriada a tamanho amor: arrepender-nos e crer. Claro está que não podemos produzir tais ações sem a capacitação divina. Por outro lado, não são produzidas em nós sem o nosso consentimento.
A conversão é uma obra que somente DEUS leva a efeito. Se o pecador optar por arrepen¬der-se e crer, DEUS é o único agente ativo. Se o pecador optar por não se arrepender ou não crer, a culpa é inteira¬mente deste.
“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente”, Gênesis 3:22
É preciso enfatizar nossa capacidade de escolher livremente, mesmo nas questões que afetam o nosso destino eterno. Somos depravados; no entanto, nem mesmo os mais depravados entre nós perderam totalmente a imagem de DEUS. O sinergista evangélico afirma que somente DEUS salva, mas acredita que as exortações universais ao arrepen¬dimento e à fé fazem sentido apenas se pudermos, na realida¬de, aceitar ou rejeitar a salvação. A salvação provém inteira¬mente da graça de DEUS, mas declarar este fato não exige que diminuamos a nossa responsabilidade quando confron¬tados pelo Evangelho.
Sem a fé não existe salvação. A todos foi dada uma medida de fé, mas cada um deve desenvolver sua fé na direção correta para ser salvo ao ouvir o evangelho. Sem o ser humano desejar ser salvo, não haverá a salvação para tal. E pela graça, mas é mediante a fé (Ef 2.8,9).

O Arrependimento e a Fé
O arrependimento e a fé são os dois elementos essenciais da conversão. Envolvem uma "virada contra" (o arrependi¬mento) e uma "virada para" (a fé). As palavras primárias, no Antigo Testamento, para expressar a ideia de arrependimen¬to são shuv ("virar para trás", "voltar") e nicham ("arrepen¬der-se", "consolar"). Shuv ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto ao desviar-se de DEUS (1 Sm 15.11; Jr 3.19), seja no sentido de voltar para DEUS (Jr 3.7; Os 6.1). A pessoa também pode desviar-se do bem (Ez 18.24, 26) ou desviar-se do mal (Is 59.20; Ez 3.19), isto é, arrepen¬der-se. O verbo nicham tem um aspecto emocional que não fica evidente em shuv; mas ambas as palavras transmitem a ideia do arrependimento.
O Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de "voltar-se" para DEUS (At 15.19; 2 Co 3.16) e metanoeõ/metanoia para a ideia de "arrependimento" (At 2.38; 17.30; 20.21; Rm 2.4). Utiliza-se de metanoeõ para expressar o significado de shuv, que indica uma ênfase à mente e à vontade. Mas também é certo que metanoia, no Novo Tes¬tamento, é mais que uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa a operar uma mudança fundamental de atitudes básicas.
Embora o arrependimento por si só não possa nos salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tomar consciência da ênfase deste sobre aquele. DEUS "anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam" (At 17.30). A mensagem inicial de João Batista (Mt 3.2), de JESUS (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era "Arrependei-vos!5 To¬dos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituí¬dos estão da glória de DEUS (Rm 3.23).
Embora o arrependimento envolva as emoções e o inte¬lecto, é a vontade que está mais profundamente envolvida. Quanto a isso, basta citarmos como exemplos os dois Herodes. O evangelho de Marcos apresenta o enigma de Herodes Antipas, um déspota imoral que encarcerou João Batista por ter este denunciado o casamento com a esposa de seu irmão Filipe, mas ao mesmo tempo "Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo" (Mc 6.20). Segundo parece, Herodes acreditava em algum tipo de ressurreição (6.16). Portanto, possuía algum entendimento teológico. Dificil-mente poderíamos imaginar que João Batista não lhe tenha proporcionado uma oportunidade de se arrepender.
Paulo confrontou Herodes Agripa II com a própria cren¬ça do rei nas declarações proféticas a respeito do Messias, mas o rei não quis ser persuadido a tornar-se cristão (At 26.28). Não quis arrepender-se, embora não negasse a vera¬cidade do que Paulo lhe dizia a respeito de CRISTO. Todos nós precisamos dizer, assim como o filho pródigo: "Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai" (Lc 15.18). A conversão suben¬tende "voltar-se contra" o pecado, mas igualmente "voltar-se para" DEUS. Embora não devamos sugerir uma dicotomia absoluta entre as duas ações (pois só quem confia em DEUS dá o passo do arrependimento), não está fora de propósito uma distinção. Quando cremos em DEUS e confiamos total¬mente nEle, voltamo-nos para Ele.
Entre as declarações bíblicas sobre o assunto, esta é a fundamental: "Abraão creu [heb. 'aman] no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça" (Gn 15.6). Moisés ligou a rebelião e desobediência dos israelitas à sua falta de confian¬ça no Senhor (Dt 9.23,24). A infidelidade de Israel (Jr 3.6-14) forma um nítido contraste com a fidelidade de DEUS (Dt 7.9; SI 89.1-8; Os 2.2,5; cf Os 2.20). A fé abrange a confian¬ça. Podemos "depender" do Senhor ou nEle "fiar-nos" (heb. batach) com confiança. Quem assim fizer será bem-aventu¬rado (Jr 17.7). Alegramo-nos porque podemos confiar no seu nome (SI 33.21) e no seu amor inabalável (SI 13.5). Pode¬mos também "refugiar-nos" (heb. chasah) nEle, conceito este que afirma a fé (SI 18.30; ver também Is 57.13).
No Novo Testamento, o verbo pisteuõ ("creio, confio") e o substantivo pistis ("fé") ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente fun¬ciona como um termo técnico, usado quase exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em DEUS (Rm 4.24), em CRISTO (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de CRISTO (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é "um salto no escuro".
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de DEUS leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a DEUS (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em DEUS e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de DEUS fiel. E o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).
 "A fé... é a resposta do homem. É DEUS quem possibilita a fé, mas a fé (o ato de crer) não é de DEUS, mas do homem". A fé não é obra, mas sim a mão estendida que se abre para aceitar a dádiva divina da salvação.
A Regeneração
Quando correspondemos ao chamado divino e ao convi¬te do ESPÍRITO e da Palavra, DEUS realiza atos soberanos que nos introduzem na família do seu Reino: regenera os que estão mortos nos seus delitos e pecados; justifica os que estão condenados diante de um DEUS santo; e adota os filhos do inimigo. Embora estes atos ocorram simultaneamente na¬quele que crê, é possível examiná-los separadamente.
A regeneração é a ação decisiva e instantânea do ESPÍRITO SANTO, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por "regenera¬ção" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somen¬te em Tito 3.5 se refere à renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O Senhor "tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne" (Ez 11.19). DEUS diz: "Espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos" (Ez 36.25-27). DEUS colocará a sua lei "no seu interior e a escreverá no seu coração" (Jr 31.33). Ele "circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor" (Dt 30.6).
O Novo Testamento apresenta a figura do ser criado de novo (2 Co 5.17) e a da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum é a de "nascer" (gr. gennaõ, "gerar" ou "dar à luz"). JESUS disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS" (Jo 3.3). Pedro declara que DEUS, em sua grande misericórdia; "nos gerou de novo para uma viva esperança" (1 Pe 1.3). E uma obra que somente DEUS realiza. Nascer de novo diz respeito a uma transformação radical. Mas ainda se faz mister um processo de amadurecimento. A regeneração é o início do nosso crescimento no conhecimento de DEUS, na nossa ex¬periência de CRISTO e do ESPÍRITO e no nosso caráter moral. 
Nascemos aqui na Terra como filhos de Adão, portanto com a semente do pecado e a condenação eterna devido ao mesmo. Quando ouvimos o evangelho e cremos entregando a vida totalmente a DEUS nascemos de novo, agora da semente Palavra de DEUS, como filhos de DEUS. Recebemos o ESPÍRITO SANTO da promessa. Somos Salvos. Colocados no corpo de CRISTO.

A Justificação
Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de DEUS. O termo "justificação" refere-se ao ato me¬diante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de CRISTO na cruz, DEUS declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O DEUS que detesta "o que justifica o ímpio" (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque CRISTO já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constamos, portanto, diante de DEUS como plenamente absolvidos.
Para descrever a ação de DEUS a justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddíq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1 Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaioõ: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, no entanto sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4, 7, 11), JESUS CRISTO tornou-se a nossa justiça (1 Co 1.30). DEUS credita ou contabiliza (gr. logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.
Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que "creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb. chashav] isto por justiça" (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a DEUS no tocante à circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre "o homem a quem o Senhor não imputa maldade" (Rm 4.8; ver também 2 Co 5.19). Já é glorioso receber em nossa conta corrente a retidão de uma pessoa perfeita, independente de qualquer bem que porventura fa¬çamos. Mas é ainda mais glorioso não sermos considerados culpados de nossos pecados e más ações. DEUS, ao nos justificar, tem graciosamente feito as duas coisas - e de modo lícito, pois o sacrifício de CRISTO pagou o preço.
Como ocorre a justificação, em relação ao crente? A Bíblia deixa duas coisas bem claras. Em primeiro lugar, não é por causa de nenhuma boa obra de nossa parte. Realmente, "CRISTO morreu debalde" se a justiça provém da obediência à Lei (Gl 2.21). Quem procura ser justificado mediante a Lei está sujeito à maldição (Gl 3.10), foi "separado de CRISTO" e "caiu da graça" (Gl 5.4). Quem imagina estar mais justifica¬do depois de servir ao Senhor durante cinco ou 55 anos ou pensa que boas obras obtêm mérito diante de DEUS, deixou de compreender o ensino bíblico.
Em segundo lugar, no próprio âmago do Evangelho en¬contra-se a verdade de que a justificação tem sua origem na livre graça de DEUS (Rm 3.24) e sua provisão no sangue que CRISTO derramou na cruz (Rm 5.19), e nós a recebemos mediante a fé (Ef 2.8). É comum, quando ocorre a ideia da justificação no Novo Testamento, a fé (ou o crer) achar-se ligada a ela (cf. At 13.39; Rm 3.26,28,30; 4.3,5; 5.1; Gl 2.16; 3.8). A fé nunca é o fundamento da justificação. O Novo Testamento jamais afirma que a justificação é dia pistin ("em troca da fé"), mas sempre dia pisteos, ("mediante a fé"). A Bíblia não considera meritória a fé, mas simplesmente como a mão vazia estendida para aceitar o dom gratuito de DEUS. A fé tem sido sempre o meio de se receber a justificação, mesmo no caso dos santos do Antigo Testamento (cf.- Gl 3.6-9).
Tendo sido justificados pela graça, mediante a fé, experi¬mentamos grandes benefícios de agora em diante. "Temos paz com DEUS" (Rm 5.1) e estamos preservados "da ira de DEUS" (Rm 5.9). Temos a certeza da glorificação final (Rm 8.30) e a libertação presente e futura da condenação (Rm 8.33,34; ver também 8.1). A justificação nos toma "herdeiros, segundo a esperança da vida eterna" (Tt 3.7). Em louvor à justificação.

A Adoção
DEUS, no entanto, vai além de nos colocar em situação correta diante dEle. Conduz-nos também a um novo relacio¬namento, pois nos adota em sua família. A "adoção", um termo jurídico, é o ato da graça soberana mediante o qual DEUS concede todos os direitos, privilégios e obrigações da afiliação àqueles que aceitam JESUS CRISTO. Embora o termo não apareça no Antigo Testamento, a ideia se acha ali (Pv 17.2). A palavra grega huiothesia, "adoção", aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente nos escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos fei¬tos filhos de DEUS, não nos tornamos divinos. A divindade pertence ao único DEUS verdadeiro.
A doutrina da adoção, no Novo Testamento, leva-nos, desde a eternidade passada e através do presente, até a eternidade futura (se for apropriada semelhante expressão). Paulo diz que DEUS "nos elegeu nele [em CRISTO] antes da fundação do mundo" e "nos predestinou para filhos de ado¬ção por JESUS CRISTO" (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa experiência presente: "Porque não recebestes o espíri¬to de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o Espírito93 de adoção de filhos [huiothesia],94 pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba [aramaico: Pai], Pai [gr. ho patêr]" (Rm 8.15). Somos plenamente fi¬lhos, embora ainda não sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de lado a mortalidade, receberemos "a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo" (Rm 8.23). A adoção é uma realidade presente, mas será plenamente rea¬lizada na ressurreição dentre os mortos. DEUS nos concede privilégios de família mediante a obra salvífica do seu Filho incomparável, daquEle que não se envergonha de nos cha¬mar irmãos (Hb 2.11).
Ao recebermos o ESPÍRITO SANTO quando cremos nos tornamos filhos de DEUS (agora temos a imagem de DEUS em nós pelo ESPÍRITO SANTO). (Ef 1.13).

A Perseverança
Nem todas as pessoas em nossas igrejas e nem todos os que oferecem evidências exteriores de fé são crentes de verdade. 
De acordo com as Escrituras, a perseverança refere-se à operação contínua do ESPÍRITO SANTO, mediante a qual a obra que DEUS começou em nosso coração será levada a bom termo (Fp 1.6). Parece que ninguém, seja qual for a sua orientação teológica, é capaz de levantar objeções a seme¬lhante declaração
Não é possível apenas a apostasia formal, mas também a real (Hb 6.4-6; 10.26-31). A palavra grega apostasia ("apostasia", "rebe¬lião") provém de aphistêmi ("partir", "ir embora") e transmi¬te o conceito de modificar a posição em que a pessoa está de pé. Millard Erickson diz: "O escritor... está tratando de uma situação hipotética... JESUS [Jo 10.28] está nos dizendo o que vai acontecer: as suas ovelhas não perecerão. Então, pode-se entender que a Bíblia diz que poderíamos apostatar, porém, mediante o poder de CRISTO para nos conservar, isso não nos acontecerá". 
Prosseguindo nesse raciocínio, citemos a advertência de JESUS: "O amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perse¬verar até ao fim será salvo" (Mt 24.12,13). Ele diz que olhar para trás nos torna indignos do Reino (Lc 9.62) e adverte: "Lembrai-vos da mulher de Ló" (Lc 17.32). JESUS diz ainda que, se a pessoa não permanecer nEle, será cortada (Jo 15.6; cf. Rm 11.17-21; 1 Co 9.27). Paulo diz que podemos ser alienados de CRISTO e cair da graça (Gl 5.4); que alguns naufragaram na fé (1 Tm 1.19); que alguns abandonarão (gr. aphistêmi) a fé (1 Tm 4.1); e que "se o negarmos, também ele nos negará" (2 Tm 2.12). O escritor aos Hebreus diz que "a casa [de DEUS] somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" (3.6); que devemos cuidar para que ninguém entre nós tenha "um coração mau e infiel, para se apartar [gr. aphistamai] do DEUS vivo" (3.12); e que "nos tornamos participantes de CRISTO, se retivermos firmemente o princípio da nossa confi¬ança até ao fim" (3.14).
Pedro menciona aqueles que "depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador JESUS CRISTO, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o pri¬meiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama" (2 Pe 2.20-22).
João diz que a vida eterna não é possessão do crente, independente de ele ter a CRISTO (1 Jo 5.11,12). O Pai "deu também ao Filho ter a vida em si mesmo" no mesmo sentido em que o Pai tem vida por seu próprio direito e natureza (Jo 5.26). A nós não foi concedido esse direito. A vida eterna é a vida de CRISTO em nós, e nós a possuímos somente à medida que estamos "em CRISTO".
Se a pessoa pode chegar tão perto do Reino quanto descrito na Epístola aos Hebreus, em 2 Pedro e em Mateus 7.22 e ainda não estar "dentro" do Reino, de onde provém essa certeza maior? Na realidade, a certeza da salvação dada a todos os crentes verdadeiros mediante o ESPÍRITO SANTO que em nós habita, é que, pela graça mediante a fé, estamos em CRISTO, nossa redenção e justiça. E, estando nEle, temos a segurança eterna. 
para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.

Atos 1:25
Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência,  A qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém. 1 Tm 6.20,21
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 1 Timóteo 6:10
Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás. 1 Tm 5.15
Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. 2 Timóteo 4:10
Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns.

2 Timóteo 2:18
 Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; 1Tm 1.6
Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; 2 Pedro 2:21
(TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON - CPAD) Daniel B. Pecota


I. A natureza da salvação
O assunto desta secção será: Que é que constitui a salvação, ou "estado de graça"?

1. Três aspectos da salvação.
Há três aspectos da salvação, e cada qual se caracteriza por uma palavra que define ou ilustra cada aspecto:
(a) Justificação é um termo forense que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado, perante DEUS, é absolvido e declarado justo — isto é, justificado.
(b) Regeneração (a experiência subjetiva) e Adoção (o privilégio objetivo) sugerem uma cena familiar. A alma, morta em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida, sendo esta concedida por um ato divino de regeneração. A pessoa, por conseguinte, torna-se herdeira de DEUS e membro de sua família.
(c) A palavra santificação sugere uma cena do templo, pois essa palavra relaciona-se com o culto a DEUS. Harmonizadas suas relações com a lei de DEUS e tendo recebido uma nova vida, a pessoa, dessa hora em diante, dedica-se ao serviço de DEUS. Comprado por elevado preço, já não é dono de si; não mais se afasta do templo (figurativamente falando), mas serve a DEUS de dia e de noite. (Luc. 2:37.) Tal pessoa é santificada e por sua própria vontade entrega-se a DEUS.
O homem salvo, portanto, é aquele cuja vida foi harmonizada com DEUS, foi adotado na família divina, e agora dedica-se a servi-lo. Em outras palavras, sua experiência da salvação, ou seu estado de graça, consiste em justificação, regeneração (e adoção), e santificação. Sendo justificado, ele pertence aos justos; sendo regenerado, ele é filho de DEUS; sendo santificado, ele é "santo" (literalmente uma pessoa santa).
São essas bênçãos simultâneas ou consecutivas? Existe, de fato, uma ordem lógica: o pecador harmoniza-se, primeiramente, perante a lei de DEUS; sua vida é desordenada; precisa ser transformada. Ele vivia para o pecado e para o mundo e, portanto, precisa separar-se para uma nova vida, para servir a DEUS. Ao mesmo tempo as três experiências são simultâneas no sentido de que, na prática, não se separam. Nós as separamos para poder estudá-las. As três constituem a plena salvação. À mudança exterior, ou legal, chamada justificação, segue-se a mudança subjetiva chamada regeneração, e esta , por sua vez, é seguida por dedicação ao serviço de DEUS. Não concordamos em que a pessoa verdadeiramente justificada não seja regenerada; nem admitimos que a pessoa verdadeiramente regenerada não seja santificada (embora seja possível, na prática, uma pessoa salva, às vezes, violar a sua consagração). Não pode haver plena salvação \ sem essas três experiências, como não pode haver um triângulo sem três lados. Representam elas o tríplice fundamento sobre o qual se baseia subsequente vida cristã. Começando com esses três princípios, progride a vida cristã em direção à perfeição.
Essa tríplice distinção regula a linguagem do Novo Testamento em seus mínimos detalhes. Ilustremos assim:
(a) Em relação à justificação: DEUS é o Juiz, e CRISTO é o Advogado; o pecado é a transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o arrependimento é convicção; aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o ESPÍRITO testifica do perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o cumprimento da lei da justiça.
(b) A salvação é também uma nova vida em CRISTO. Em relação a essa nova vida, DEUS é o Pai (Aquele que gera), CRISTO é o Irmão mais velho e a vida; o pecado é obstinação, é a escolha da nossa própria vontade em lugar da vontade do Chefe da família; expiação é reconciliação; aceitação é adoção; renovação de vida é regeneração, é ser nascido de novo; a vida cristã significa a crucificação e mortificação da velha natureza, a qual se opõe ao aparecimento da nova natureza, e a perfeição dessa nova vida é o reflexo perfeito da imagem de CRISTO, o unigênito Filho de DEUS.
(c) A vida cristã é a vida dedicada ao culto e ao serviço de DEUS, isto é, a vida santificada. Em relação a essa Vida santificada, DEUS é o SANTO; CRISTO é o sumo sacerdote; o pecado é a impureza; o arrependimento é a consciência dessa impureza; a expiação é o sacrifício expiatório ou substitutivo; a vida cristã é a dedicação sobre o altar (Rom. 12:1); e a perfeição desse aspecto é a inteira separação do pecado; separação para DEUS.
E essas três bênçãos da graça foram providas pela morte expiatória de CRISTO, e as virtudes dessa morte são concedidas ao homem pelo ESPÍRITO SANTO. Quanto à satisfação das reivindicações da lei, a expiação proveu o perdão e a justiça para o homem. Abolindo a barreira existente entre DEUS e o homem, ela possibilitou a nossa vida regenerada. Como sacrifício pela purificação do pecado, seus benefícios são santificação e pureza.
Notemos que essas três bênçãos fluem da nossa união com CRISTO. O crente é um com CRISTO, em virtude de sua morte expiatória e em virtude do seu ESPÍRITO vivificante. Tornamo-nos justiça de DEUS nele, (2 Cor. 5:21); por ele temos perdão dos pecados (Efés. 1:7); nele somos novas criaturas, nascidos de novo, com nova vida (2 Cor. 5:17); nele somos santificados (1Cor. 1:2), e ele é feito para nós santificação (1Cor. 1:30). Ele é "autor da salvação eterna".

2. Salvação - externa e interna.
A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).
(a) A justiça, em primeiro lugar, é mudança de posição, mas é acompanhada por mudança de condições. A justiça tanto é imputada com também conferida.
(b) A adoção refere-se a conferir o privilégio da divina filiação; a regeneração trata da vida interna que corresponde à nossa chamada e que nos faz "participantes da natureza divina".
(c) A santificação é tanto externa como interna. De modo externo é separação do pecado e dedicação a DEUS; de modo interno é purificação do pecado.
O aspecto externo da graça é provido pela obra expiatória de CRISTO; o aspecto interno é a operação do ESPÍRITO SANTO.
3. Condições da salvação.
Que significa a expressão condições da salvação? Significa o que DEUS exige do homem a quem ele aceita por causa de CRISTO e a quem dispensa as bênçãos do Evangelho da graça.
As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação; o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido. (Mar. 16:16; Atos 22: 16; 16:31; 2:38; 3:19.)
Abandonar o pecado e buscar a DEUS são as condições e os preparativos para a salvação. Estritamente falando, não há mérito nem no arrependimento nem na fé; pois tudo quanto é necessário para a salvação já foi providenciado a favor do penitente. Pelo arrependimento o penitente remove os obstáculos à recepção do dom; pela fé ele aceita o dom. Mas, embora sejam obrigatórios o arrependimento e a fé, sendo mandamentos, é implícita a influência ajudadora do ESPÍRITO SANTO. (Notem a expressão: "Deu DEUS o arrependimento" Atos 11:18.) A blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO afasta o único que pode comover o coração e levá-lo à contrição. Por conseguinte, para tal pecado não há perdão.
Qual é a diferença entre o arrependimento e a fé? A fé é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá com o arrependimento. O arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de DEUS.
Pode haver fé sem arrependimento? Não. Só o penitente sente a necessidade do Salvador e deseja a salvação de sua alma.
Pode haver arrependimento verdadeiro sem fé? Ninguém poderá arrepender-se no sentido bíblico sem fé na Palavra de DEUS, sem acreditar em suas ameaças do juízo e em suas promessas de salvação.
São a fé e o arrependimento apenas medidas preparatórias à salvação? Ambos acompanham o crente durante sua vida cristã; o arrependimento torna-se em zelo pela purificação da alma; e a fé opera pelo amor e continua a receber as coisas de DEUS.
(a) Arrependimento. Alguém definiu o arrependimento das seguintes maneiras: "A verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo"; "tristeza piedosa pelo pecado"; "convicção da culpa produzida pelo ESPÍRITO SANTO ao aplicar a lei divina ao coração"; ou, nas palavras de menino: "Sentir tristeza a ponto de deixar o pecado."
Ha três elementos que constituem o arrependimento segundo as Escrituras: intelectual, emocional e prático. Podemos ilustrá-los da seguinte maneira: (1) O viajante que descobre estar viajando em trem errado. Esse conhecimento corresponde ao elemento intelectual pelo qual a pessoa compreende, mediante a pregação da Palavra, que não está em harmonia com DEUS. (2) O viajante fica perturbado com a descoberta. Talvez alimente certos receios. Isso ilustra o lado emocional do arrependimento, que é uma autoacusação e tristeza sincera por ter ofendido a DEUS. (2 Cor. 7:10) (3) Na primeira oportunidade o viajante deixa esse trem e embarca no trem certo. Isso ilustra o lado prático do arrependimento, que significa em "meia-volta.. . volver!" e marchar em direção a DEUS. Há uma palavra grega traduzida "arrependimento", que significa literalmente "mudar de ideia ou de propósito". O pecador arrependido se propõe mudar de vida e voltar-se para DEUS; o resultado prático é que ele produz frutos dignos do arrependimento. (Mat. 3:8.)
O arrependimento honra a lei como a fé honra o evangelho. Como, pois, o arrependimento honra a lei? Contristado, o homem lamenta ter-se afastado do santo mandamento, como também lamenta sua impureza pessoal que, à luz dessa lei, ele compreende. Confessando — ele admite a justiça da sentença divina. Na correção de sua vida ele abandona o pecado e faz a reparação possível e necessária, de acordo com as circunstâncias.
De que maneira o ESPÍRITO SANTO ajuda a pessoa a arrepender-se? Ele a ajuda aplicando a Palavra de DEUS à consciência, comovendo o coração e fortalecendo o desejo de abandonar o pecado.
(b) Fé. Fé, no sentido bíblico, significa crer e confiar. É o assentimento do intelecto com o consentimento da vontade. Quanto ao intelecto, consiste na crença de certas verdades reveladas concernentes a DEUS e a CRISTO; quanto à vontade, consiste na aceitação dessas verdades como princípios diretrizes da vida. A fé intelectual não é o suficiente (Tia. 2:19; Atos 8:13, 21) para adquirir a salvação. É possível dar seu assentimento intelectual ao Evangelho sem, contudo, entregar-se a CRISTO. A fé oriunda do coração é o essencial (Rom. 10:9). Fé intelectual significa reconhecer como verídicos os fatos do evangelho; fé provinda do coração significa a pronta dedicação da própria vida as obrigações implícitas nesses fatos. Fé, no sentido de confiança, implica também o elemento emocional. Por conseguinte, a fé que salva representa um ato da inteira personalidade, que envolve o intelecto, as emoções e a vontade.
O significado da fé determina-se pela maneira como se emprega a palavra no original grego. Fé, às vezes, significa não somente crer em um corpo de doutrinas, mas, sim, crer em tudo quanto é verdade, como, por exemplo nas seguintes expressões: "Anuncia agora a fé que antes destruía 
(Gál. 1:23); apostatarão alguns da fé" (1 Tim. 4:1); "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jud. 3). Essa fé é denominada, às vezes, "fé objetiva" ou externa. O ato de crer nessas verdades é conhecido como fé subjetiva.
Seguida por certas preposições gregas a palavra "crer" exprime a ideia de repousar ou apoiar-se sobre um firme fundamento; é o sentido da palavra crer que se lê no Evangelho de João 3:16. Seguida por outra preposição, a palavra significa a confiança que faz unir a pessoa ao objeto de sua fé. Portanto, te e o elo de conexão entre a alma e CRISTO.
A fé é atividade humana ou divina? O fato de que ao homem e ordenado crer implica capacidade e obrigação de crer. Todos os homens tem a capacidade de depositar sua confiança em alguém e em alguma coisa. Por exemplo: um deposita sua fé em riquezas, outro no homem, outro em amigos, etc. Quando a crença e depositada na palavra de DEUS, e a confiança está em DEUS e em CRISTO, isso constitui fé que salva. Contudo, reconhecemos a graça do ESPÍRITO SANTO, que ajuda, em cooperação com a Palavra, na produção dessa fé (Vide João 6:44; Rom. 10:17; Gál. 5:22; Heb. 12:2.)
Que é então, a fé que salva? Eis algumas definições: "Fé em CRISTO e graça salvadora pela qual o recebemos e nele confiamos inteiramente para receber a salvação conforme nos é oferecida no evangelho." E o "ato exclusivamente do penitente, ajudado, de modo especial, pelo ESPÍRITO, e como descansando em CRISTO." "É ato ou hábito mental da parte do penitente, pelo qual, sob a influencia da graça divina, a pessoa põe sua confiança em CRISTO como seu único e todo suficiente Salvador." "É uma firme confiança em que CRISTO morreu pelos meus pecados, que ele me amou e deu-se a si mesmo por mim." "E crer e confiar nos méritos de CRISTO, e por cuja cousa DEUS está disposto a mostrar-nos misericórdia." "É a fuga do pecador penitente para a misericórdia de DEUS em cristo.

4. Conversão.
Conversão, segundo a definição mais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de DEUS. (Atos 3:19.) O termo é usado para exprimir tanto o período crítico em que o pecador volta aos caminhos da justiça como também para expressar o arrependimento de alguma transgressão por parte de quem ja se encontra nos caminhos da justiça. (Mat. 18:3; Luc. 22:32; Tia. 5:20.)
A conversão está muito relacionada com o arrependimento e a te, e, ocasionalmente, representa tanto um como outro ou ambos, no sentido de englobar todas as atividades pelas quais o homem abandona o pecado e se aproxima de DEUS. (Atos 3:19; 11:21; 1 Ped. 2:25.) O Catecismo de Westminster, em resposta à sua própria pergunta, oferece a seguinte e adequada definição de conversão:
Que é arrependimento para a vida?
Arrependimento para a vida é graça salvadora, pela qual o pecador, sentindo verdadeiramente o seu pecado , e lançando mão da misericórdia de DEUS em CRISTO, e sentindo tristeza por causa do seu pecado e ódio contra ele, abandona-o e aproxima-se de DEUS, fazendo o firme propósito de, daí em diante, ser obediente a DEUS.
Note-se que, segundo essa definição, a conversão envolve a personalidade toda — intelecto, emoções e vontade.
Como se distingue conversão de salvação? A conversão descreve o lado humano da salvação. Por exemplo: observa-se que um pecador, bêbado notório, não bebe mais, nem joga, nem frequenta lugares suspeitos; ele odeia as coisas que antes amava e ama as coisas que outrora odiava. Seus amigos dizem: "Ele está convertido; mudou de vida." Essas pessoas estão descrevendo o que aparece, isto é, o lado humano do fato. Mas, do lado divino, diríamos que DEUS perdoou o pecado do pecador e lhe deu um novo coração.
Mas isso significa que a conversão seja inteiramente uma questão de esforço humano? Como a fé e o arrependimento estão inclusos na conversão, a conversão é uma atividade humana; mas ao mesmo tempo é um efeito sobrenatural sendo ela a reação por parte do homem ante o poder atrativo da graça de DEUS e da sua Palavra. Portanto, a conversão é o resultado da cooperação das atividades divinas e humanas. "Assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque DEUS é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade" (Fip 2:12,13). As seguintes passagens referem-se ao lado divino da conversão: Jer. 31:18; Atos 3:26. E estas outras referem-se ao lado humano: Atos 3:19; 11:18; Ezeq. 33:11.
Qual se opera primeiro, a regeneração ou a conversão? As operações que envolvem a conversão são profundas e de caráter misterioso; por conseguinte, não as analisaremos com precisão matemática. O teólogo Dr. Strong conta o caso de um candidato à ordenação a quem fizeram a pergunta acima. Ele respondeu: "Regeneração e conversão são como a bala do canhão e o furo do cano do canhão — ambos atravessam o cano juntos."

II. A Justificação
1. Natureza da justificação: absolvição divina.
A palavra "justificar" é termo judicial que significa absolver, declarar justo, ou pronunciar sentença de aceitação. A ilustração procede das relações legais. O réu está perante DEUS, o justo Juiz; mas, ao invés de receber sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição.
O substantivo "justificação" ou "justiça", significa o estado de aceitação para o qual se entra pela fé. Essa aceitação é dom gratuito da parte de DEUS, posto à nossa disposição pela fé em CRISTO. (Rom. 1:17; 3:21,22.) É o estado de aceitação no qual o crente permanece (Rom. 5:2). Apesar de seu passado pecaminoso e de imperfeições no presente, o crente goza de completa e segura posição para com DEUS. "Justificado" é o veredito divino e ninguém o poderá contradizer. (Rom. 8:34.) Essa doutrina assim se define: "Justificação é um ato da livre graça de DEUS pelo qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de CRISTO, que se recebe pela fé."
Justificação é primeiramente uma mudança de posição da parte do pecador, o qual antes era um condenado; agora, porém, goza de absolvição. Antes estava sob a condenação, mas agora participa da divina aprovação.
Justificação inclui mais do que perdão dos pecados e remoção da condenação, pois no ato da justificação DEUS coloca o ofensor na posição de justo. O presidente da República pode perdoar o criminoso, mas não pode reintegrá-lo na posição daquele que nunca desrespeitou as leis. Mas a DEUS é possível efetuar ambas as coisas! Ele apaga o passado, os pecados e ofensas, e, em seguida, trata o ofensor como se nunca tivesse cometido um pecado sequer! O criminoso perdoado não é considerado ou descrito como bom ou justo; mas DEUS, ao perdoar o pecador, o declara justificado, isto é, justo aos olhos divinos. Juiz algum poderia justificar o criminoso, isto é, declará-lo homem justo e bom. Se DEUS estivesse sujeito às mesmas limitações e justificasse somente gente boa, então não haveria evangelho nenhum a ser anunciado aos pecadores. Paulo nos assegura que DEUS justifica o ímpio. "O milagre do Evangelho é que DEUS se aproxima dos ímpios, com uma misericórdia absolutamente justa e os capacita pela fé, a despeito do que são, a entrarem em nova relação com ele, relação pela qual é possível que se tomem bons. O segredo do Cristianismo do Novo Testamento, e de todos os avivamentos e reformas da igreja, é justamente este maravilhoso paradoxo: "DEUS justifica o ímpio!"
Assim vemos que justificação é primeiramente subtração — o cancelamento dos pecados; segundo, adição — imputação de justiça.

2. Necessidade da Justificação: a condenação do homem.
"Como se justificará o homem para com DEUS?" perguntou Jó 9:2. "Que é necessário que eu faça para me salvar?" interrogou o carcereiro de Filipos. Ambos expressaram a maior de todas as perguntas: Como pode o homem acertar sua vida perante DEUS e ter certeza da aprovação divina?
A resposta a essa interrogação encontra-se no Novo Testamento, especialmente na epístola aos Romanos, na qual se apresenta, em forma sistemática e detalhada, o plano da salvação. O tema do livro encontra-se no capítulo 1:16,17, o qual se pode parafrasear da seguinte maneira: O evangelho é o poder de DEUS para a salvação dos homens, pois o evangelho revela aos homens como se pode mudar de posição e de condição, de maneira que eles sejam justos perante DEUS.
Uma das frases proeminentes da mesma epístola é: "A justiça de DEUS." O inspirado apóstolo descreve a qualidade de justiça que DEUS aceita, de forma que o homem que a possui tenha aceitação como justo perante ele. Essa justiça resulta da fé em CRISTO. Paulo demonstra que todos os homens necessitam dessa justiça de DEUS, porque toda a raça pecou. Os gentios estão sob condenação. Os passos de sua degradação foram claros: outrora conheceram a DEUS (1:19,20); falhando em o servirem e adorarem, seu coração insensato se obscureceu Rm 1:21,22; a cegueira espiritual os conduziu à idolatria (Rm 1: 23) e a idolatria os conduziu à corrupção moral (vers. 24-31). São indesculpáveis porque tinham a revelação de DEUS na natureza, e a consciência que aprova ou desaprova seus atos. (Rom. 1:19,20; 2:14,15.) O judeu também está sob condenação. É verdade que ele pertence à nação escolhida, e conhece a lei de Moisés de há muitos séculos, mas transgrediu essa lei em pensamentos, atos e palavras (cap. 2). Paulo, assim, estrondosamente, encerra toda a raça humana sob a condenação: "Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de DEUS. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rom. 3:19,20).
Qual será essa "justiça" de que tanto necessita o homem? A própria palavra significa "retidão", ou estado de reto, ou justo. A palavra às vezes descreve o caráter de DEUS, como sendo isento de toda imperfeição ou injustiça. Quando aplicada ao homem, significa o estado de retidão diante de DEUS. Retidão significa "reto", aquilo que se conforma a um padrão ou norma. Por conseguinte, é o homem que se conforma à lei divina. Mas que acontecerá se esse homem descobrir que, em vez de ser "reto", ele é perverso (literalmente "torto") sem poder se endireitar? É então que ele precisa da justificação — que é obra exclusiva de DEUS.
Paulo declarou que pelas obras da lei ninguém será justificado. Essa declaração não é uma crítica contra a lei, a qual é santa e perfeita. Significa simplesmente que a lei não foi dada com esse propósito de fazer justo o povo, e, sim, de suprir a necessidade duma norma de justiça. A lei pode ser comparada a uma fita métrica que pode medir o comprimento do pano, sem, contudo, aumentar o comprimento. Podemos compará-la à balança que determina o nosso peso, sem, contudo, aumentar esse peso. "Pela lei vem o conhecimento do pecado."
"Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de DEUS" (Rom. 3:21). Notem a palavra "agora". Alguém disse que Paulo dividiu todo o tempo em "agora" e "depois". Em outras palavras, a vinda de CRISTO operou uma grande mudança nas transações de DEUS com os homens. Introduziu uma nova dispensação. Durante séculos os homens pecavam e aprendiam a impossibilidade de aniquilarem ou vencerem seus pecados. Mas agora DEUS, clara e abertamente, revelou-lhes um novo caminho.
Muitos israelitas julgavam que devia haver um meio de serem justificados sem ser pela guarda da lei; por duas razões: 1) perceberam um grande abismo entre as exigências de DEUS para com Israel e seu verdadeiro estado espiritual. Israel era injusto, e a salvação não podia proceder dos próprios méritos ou esforços. A salvação teria que proceder de DEUS, por sua intervenção. 2) Muitos israelitas reconheceram por experiência própria sua incapacidade para guardar perfeitamente a lei. Chegaram à conclusão de que devia haver uma justiça alcançável independentemente de suas próprias obras e esforços. Em outras palavras,-anelavam por redenção e graça. E DEUS lhes assegurou que tal justiça lhes seria revelada. Paulo (Rom. 3:21) fala da justiça de DEUS sem a lei, "tendo o testemunho da lei (Gên. 3:15; 12:3; Gál. 3:6-8) e dos profetas (Jer. 23:6; 31:31-34)". Essa justiça incluía tanto o perdão dos pecados como a justiça íntima do coração.
Na verdade, Paulo afirma que a justificação pela fé foi o plano original de DEUS para a salvação dos homens; a lei foi acrescentada para disciplinar os israelitas e fazê-los sentir a necessidade de redenção. (Gál. 3:19-26.) Mas a lei em si não possuía poder para salvar, como o termômetro não tem poder para baixar a febre que ele registra. Seria o próprio Senhor, o Salvador do seu povo; e sua graça seria a sua única esperança.
Infelizmente, os judeus exaltaram a lei, imaginando que ela fosse um agente justificador, e elaboraram um plano de salvação baseado no mérito pela guarda dos seus preceitos e das tradições que lhes foram acrescentadas. "Porquanto, não conhecendo a justiça de DEUS, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de DEUS" (Rom. 10:3). Não conheceram o propósito da lei. Confiaram nela como meio de salvação espiritual, ignorando a pecabilidade dos seus próprios corações, e imaginavam que seriam salvos pela guarda da letra da lei. Por essa razão, quando CRISTO veio, oferecendo-lhes a salvação dos seus pecados, pensavam que não precisavam dum Messias como ele. (vide João 8:32-34.) O pensamento dos judeus era o de estabelecer rígidos requisitos pelos quais conseguiriam a vida eterna. "Que faremos para executarmos as obras de DEUS?" perguntaram. E não se prontificaram a obedecer à indicação de JESUS: "A obra de DEUS é esta: Que creiais naquele que ele enviou" (João 6:28,29). Tão ocupados estavam em estabelecer seu próprio sistema de justiça, que perderam, por completo, a oportunidade de serem participantes da justificação divinamente provida para os homens pecadores. Na viagem, um trem representa o meio de conseguir um determinado alvo. Ninguém pensa em fazer do trem sua morada; antes, preocupa-se tão somente em chegar ao destino. Ao chegar a esse destino, deixa-se o trem. A lei foi dada a Israel com o propósito de conduzi-lo a um destino, e esse destino é a fé na graça salvadora de DEUS. Mas, ao aparecer o Redentor, os judeus satisfeitos consigo mesmos, fizeram o papel do viajante que, chegando ao destino, se recusa a deixar o trem, embora o condutor lhe diga: "Estamos no fim da viagem"! Os judeus se recusaram a deixar as poltronas do "trem do Antigo Pacto", muito embora o Novo Testamento lhes assegurasse: "O fim da lei é CRISTO", e que se cumpriu o Antigo Testamento. (Rom. 10:4.).

3. A fonte da justificação: a graça.
Graça significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de DEUS. Alguém a definiu como a "bondade genuína e favor não recompensados", ou "favor não merecido". Dessa forma a graça nunca incorre em dívida. O que DEUS concede, concede-o como favor; nunca podemos recompensá-lo ou pagar-lhe. A salvação é sempre apresentada como dom, um favor não merecido, impossível de ser recompensado; é um benefício legítimo de DEUS. (Rom. 6:23) O serviço cristão portanto, não é pagamento pela graça de DEUS; serviço cristão é um meio que o crente aproveita para expressar sua devoção e amor a DEUS. "Nós o amamos porque ele primeiramente nos amou."
A graça é transação de DEUS com o homem, absolutamente independente da questão de merecer ou não merecer. "Graça não é tratar a pessoa como merece, nem tratá-la melhor do que merece", escreveu L. S. Chafer. "E tratá-la graciosamente sem a mínima referência aos seus méritos. Graça é amor infinito expressando-se em bondade infinita."
Devemos evitar certo mal-entendido. Graça não significa que DEUS é de coração tão magnânimo que abranda a penalidade ou desiste dum justo juízo.
Sendo DEUS o Soberano perfeito do universo, ele não pode tratar indulgentemente o assunto do pecado pois isso depreciaria sua perfeita santidade e justiça. A graça de DEUS aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de CRISTO, pagou toda a pena do pecado. Por conseguinte, ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou não merecimentos. Os pecadores são perdoados, não porque DEUS seja benigno para desculpar os pecados deles, mas porque existe redenção mediante o sangue de CRISTO. (Rom. 3:24; Efés. 1:6.) Os pregadores modernistas erram nesse ponto; pensam que DEUS por sua benignidade perdoa os pecados; entretanto, seu perdão baseia-se na mais rigorosa justiça. Ao perdoar o pecado, "Ele é fiel e justo" (1 João 1:9). A graça de DEUS revela-se no fato de haver ele provido uma expiação pela qual pode ser justo e justificador e, ao mesmo tempo, manter sua santa e imutável lei. A graça manifesta-se independente das obras ou atividades dos homens. Quando a pessoa está sob a lei, não pode estar sob a graça; e quando está sob a graça, não pode estar sob a lei. Está "sob a lei" quando tenta assegurar a sua salvação ou santificação como recompensa, por fazer boas obras ou observar certas cerimônias. Essa pessoa está "sob a graça" quando assegura para si a salvação por confiar na obra que DEUS fez por ela, e não na obra que ela faz para DEUS. As duas esferas são mutuamente exclusivas. (Gál. 5:4.) A lei diz: "paga tudo"; mas a graça diz: "Tudo está pago." A lei representa uma obra a fazer; a graça é uma obra consumada. A lei restringe as ações; a graça transforma a natureza. A lei condena; a graça justifica. Sob a lei a pessoa é servo assalariado; sob a graça é filho em gozo de herança ilimitada.
Enraizada no coração humano está a ideia de que o homem deve algo para tornar-se merecedor da salvação. Na igreja primitiva certos instrutores judaico-cristãos insistiam em que os convertidos fossem salvos pela fé e a observância da Lei de Moisés. Entre os pagãos, e em alguns setores da igreja cristã, esse erro tem tomado a forma de auto castigo, observância de ritos, peregrinações, e esmolas. A ideia substancial de todos esses esforços é a seguinte: DEUS não é bondoso; o homem não é justo; por conseguinte, o homem precisa fazer-se justo a fim de tornar DEUS benigno. Esse foi o erro de Lutero, quando, mediante auto mortificações, envidava esforços para efetuar a sua própria salvação. "Oh quando será que você se tornará piedoso a ponto de ter um DEUS benigno?" exclamou certa vez, referindo-se a si próprio. Finalmente Lutero descobriu a grande verdade básica do evangelho: DEUS é bondoso; portanto deseja fazer justo o homem. A graça do amoroso Pai, revelada na morte expiatória de CRISTO é um dos elementos que distinguem o Cristianismo das demais religiões.
Salvação é a justiça de DEUS imputada ao pecador; não é a justiça imperfeita do homem. Salvação é divina reconciliação; não é regulamento humano. Salvação é o cancelamento de todos os pecados; não é eliminar alguns pecados. Salvação é ser libertado da lei e estar morto para a lei; não é ter prazer na lei ou obedecer á lei. Salvação é regeneração divina; não é reforma humana. Salvação é ser aceitável a DEUS; não é tornar-se excepcionalmente bom. Salvação é perfeição em CRISTO; não é competência de caráter. A salvação, sempre e somente, procede de DEUS; nunca procede do homem. — Lewis Sperry Chofer. Usa-se, às vezes, a palavra "graça", no sentido íntimo, para indicar a operação da influência divina (Efés. 4:7) e seus efeitos (Atos 4:33; 11:23; Tia. 4:6; 2 Cor. 12:9). As operações desse aspecto da graça têm sido classificadas da seguinte maneira: Graça proveniente (literalmente, "que vem antes") é a influência divina que precede a conversão da pessoa, influências que produzem o desejo de voltar para DEUS. É o efeito do favor divino em atrair os homens (João 6:44) e convencer os desobedientes. (Atos 7:51.) Essa graça, às vezes, é denominada eficiente, tornando-se eficaz em produzir a conversão, quando não encontra resistência. (João 5:40; Atos 7:51; 13:46.) A graça efetiva capacita os homens a viverem justamente, a resistirem à tentação, e a cumprirem o seu dever. Por isso pedimos graça ao Senhor para cumprir uma determinada tarefa. A graça habitual é o efeito da morada do ESPÍRITO SANTO que resulta em uma vida plena do fruto do ESPÍRITO (Gál. 5:22,23).

4. Fundamento da justificação: a justiça de CRISTO.
Como pode DEUS tratar o pecador como pessoa justa? Resposta: DEUS lhe provê a justiça. Mas será que isso é apenas conceder o título de "bom" e "justo" a quem não o merece? Resposta: O Senhor JESUS CRISTO ganhou o título a favor do pecador, o qual é declarado justo "mediante a redenção que há em CRISTO JESUS". Redenção significa completa libertação por preço pago.
CRISTO ganhou essa justiça por nós, por sua morte expiatória, como está escrito: "Ao qual DEUS propôs para propiciação pela fé no seu sangue." Propiciação é aquilo que assegura o favor de DEUS para com os que não o merecem. CRISTO morreu por nós para nos salvar da justa ira de DEUS e nos assegurar o seu favor. A morte e a ressurreição de CRISTO representam a provisão externa para a salvação do homem, referindo-se o termo justificação à maneira pela qual os benefícios salvadores da morte de CRISTO são postos à disposição do pecador. Fé é o meio pelo qual o pecador lança mão desses benefícios.
Consideremos a necessidade de justiça. Como o corpo necessita de roupa, assim a alma necessita de caráter. Assim como é necessário apresentar-se em público decentemente vestido, assim é necessário que o homem se vista da roupa dum caráter perfeitamente justo para apresentar-se diante de DEUS. (Vide Apo. 19:8; 3:4; 7:13,14.) As vestes do pecado estão sujas e rasgadas (Zac. 3:1-4); se o pecador se vestisse de sua própria bondade e seus próprios méritos, alegando serem boas as suas obras, elas seriam consideradas como "trapos de imundícia". (Isa. 64:6.) A única esperança do homem é adquirir a justiça que DEUS aceita — a "justiça de DEUS". Visto que o homem por natureza está destituído dessa justiça, terá que ser provida para ele essa justiça; terá que ser uma justiça que lhe seja imputada, não merecida.
Essa justiça foi comprada pela morte expiatória de CRISTO. (Isa. 53:5,11; 2 Cor. 5:21; Rom. 4:6; 5:18,19.) Sua morte foi um ato perfeito de justiça, porque satisfez a lei de DEUS. Foi também um ato perfeito de obediência. Tudo isso foi feito por nós e posto a nosso crédito. "DEUS nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ter sido imputada a justiça de CRISTO", afirma determinada declaração doutrinária.
O ato pelo qual DEUS credita essa justiça à nossa conta chama-se imputação. Imputação é levar à conta de alguém as consequências do ato de outrem. As consequências do pecado do homem foram levadas à conta de CRISTO, e as consequências da obediência de CRISTO foram levadas à conta do crente. Ele vestiu-se das vestes do pecado para que nós pudéssemos nos vestir do seu "manto de justiça". "CRISTO... para nós foi feito por DEUS... justiça" (1Cor. 1:30). Ele torna-se "O Senhor Justiça Nossa" (Jer. 23:6).
CRISTO expiou nossa culpa, satisfez a lei, tanto por obediência como por sofrimento, e tornou-se nosso substituto, de maneira que, estando unidos com ele pela fé, sua morte toma-se nossa morte, e sua obediência toma-se nossa obediência. DEUS então nos aceita, não por qualquer bondade própria que nós tenhamos, nem pelas coisas imperfeitas que são as nossas "obras" (Rom. 3:28; Gál. 2:16), nem por nossos méritos, mas porque nos foi creditada a perfeita e toda-suficiente justiça de CRISTO. Por causa de CRISTO, DEUS trata o homem culpado, quando este se arrepende e crê, como se fosse justo. Os méritos de CRISTO são creditados a ele.
Também surgem as seguintes perguntas na mente da pessoa que investiga: sim, a justificação que salva é algo externo e concernente à posição legal do pecador; mas não haverá mudança alguma na condição moral? Afeta a sua situação, mas não afetará sua conduta? A justiça é imputada somente e não concedida de modo prático? Na justificação CRISTO somente será por nós, ou agirá também em nós? Em outras palavras, parece que a imputação da justiça desonraria a lei se não incluísse a certeza de justiça futura.
A resposta é que a fé que justifica é o ato inicial da vida cristã e esse ato inicial, quando a fé for viva, é seguido por uma transformação interna conhecida como regeneração. A fé une o crente com o CRISTO vivo; essa união com o Autor da vida resulta em transformação do coração. "Se alguém está em CRISTO, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Cor. 5:17). A justiça é imputada no ato da justificação e é comunicada na regeneração. O CRISTO que é por nós torna-se o CRISTO em nós.
A fé pela qual a pessoa é realmente justificada, necessariamente tem que ser uma fé viva. Uma fé viva produzirá uma vida reta; será uma fé que "opera pelo amor" (Gál. 5:6). Outrossim, vestindo a justiça de CRISTO, o crente é exortado a viver uma vida em conformidade com o caráter de CRISTO. "Porque o linho fino são as justiças dos santos" (literalmente os atos de justiça) (Apoc. 19:8). A verdadeira salvação requer uma vida de santidade prática. Que julgamento faríamos da pessoa que sempre se vestisse de roupa imaculada mas nunca lavasse o corpo? Incoerente, diríamos! Mas não menos incoerente é a pessoa que alega estar vestida da justiça de CRISTO, e, ao mesmo tempo, vive de modo indigno do evangelho. Aqueles que se vestem da justiça de CRISTO terão cuidado de purificar-se do mesmo modo como ele é puro. (1 João 3:3.)

5. Os meios da justificação: a fé.
Visto que a lei não pode justificá-lo, a única esperança do homem é receber "justiça sem lei" (isto, entretanto, não significa injustiça ilegal, nem tampouco religião que permita o pecado; significa sim, uma mudança de posição e condição). Essa é a "justiça de DEUS", isto é, a justiça que DEUS concede, sendo também um dom, pois o homem é incapaz de operar a justiça. (Efés. 2:8-10.)
Mas um dom tem que ser aceito. Como, então, será aceito o dom da justiça? Ou, usando a linguagem teológica: qual é o instrumento que se apropria da justiça de CRISTO? A resposta é: "pela fé em JESUS CRISTO." A fé é a mão, por assim dizer, que recebe o que DEUS oferece. Que essa fé é a causa instrumental da justificação prova-se pelas seguintes referências: Rom. 3:22; 4: 11; 9:30; Heb. 11:7; Fil. 3:9.
Os méritos de CRISTO são comunicados e seu interesse salvador é assegurado por certos meios. Esses meios necessariamente são estabelecidos por DEUS e somente ele os distribui. Esses meios são a fé — o princípio único que a graça de DEUS usa para restaurar-nos à sua imagem e ao seu favor. Nascida, como é, no pecado, herdeira da miséria, a alma carece duma transformação radical, tanto por dentro como por fora; tanto diante de DEUS como diante de si própria. A transformação diante de DEUS denomina-se justificação; a transformação interna espiritual que se segue, chama-se regeneração pelo ESPÍRITO SANTO. Esta fé é despertada no homem pela influência do ESPÍRITO SANTO, geralmente em conexão com a Palavra. A fé lança mão da promessa divina e apropria-se da salvação. Ela conduz a alma ao descanso em CRISTO como Salvador e Sacrifício pelos pecados; concede paz à consciência e dá esperança consoladora do céu. Sendo essa fé viva e de natureza espiritual, e cheia de gratidão para com CRISTO, ela é rica em boas obras de toda espécie.
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de DEUS. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efés. 2:8,9). O homem nenhuma coisa possuía com que comprar sua justificação. DEUS não podia condescender em aceitar o que o homem oferecia; o homem também não tinha capacidade para cumprir a exigência divina. Então DEUS graciosamente salvou o homem, sem pagar este coisa alguma —"gratuitamente pela sua graça" (Rom. 3:24). Essa graça gratuita é recebida pela fé. Não existe mérito nessa fé, como não cabem elogios ao mendigo que estende a mão para receber uma esmola. Esse método fere a dignidade do homem, mas perante DEUS, o homem decaído não tem mais dignidade; o homem não tem possibilidades de acumular bondade suficiente para adquirir a sua salvação. "Nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei" (Rom. 3:20).
A doutrina da justificação pela graça de DEUS, mediante a fé do homem, remove dois perigos: primeiro, o orgulho de autojustiça e de auto esforço; segundo, o medo de que a pessoa seja fraca demais para conseguir a salvação.
Se a fé em si não é meritória, representando apenas a mão que se estende para receber a livre graça de DEUS, que é então que lhe dá poder, e que garantia oferece ela à pessoa que recebeu esse dom gratuito, de que viverá uma vida de justiça? Importante e poderosa é a fé porque ela une a alma a CRISTO, e é justamente nessa união que se descobre o motivo e o poder para a vida de justiça. "Porque todos quantos fostes batizados em CRISTO já vos revestistes de CRISTO"(Gál. 3:27). "E os que são de CRISTO crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências" (Gál. 5:24).
A fé não só recebe passivamente mas também usa de modo ativo aquilo que DEUS concede. É assunto próprio do coração (Rom. 10:9,10; vide Mat. 15:19; Prov. 4:23), e quem crê com o coração, crê também com suas emoções, afeições e seus desejos, ao aceitar a oferta divina da salvação. Pela fé, CRISTO mora no coração (Efés. 3:17). A fé opera pelo amor (a "obra da fé"... 1Tess. 1:3), isto é, representa um princípio enérgico, bem como uma atitude receptiva. A fé, por conseguinte, é poderoso motivo para a obediência e para todas as boas obras. A fé envolve a vontade e está ligada a todas as boas escolhas e ações, pois "tudo que não é de fé é pecado" (Rom. 14:23).Ela inclui a escolha e a busca da verdade (2 Tess. 2:12) e implica sujeição à justiça de DEUS (Rom. 10:3).
O que se segue representa o ensino bíblico concernente à relação entre fé e obras. A fé se opõe às obras quando por obras entendemos boas obras que a pessoa faz com o intuito de merecer a salvação. (Gál. 3:11.) Entretanto, uma fé viva produzirá obras (Tia. 2:26), tal qual uma árvore viva produzirá frutos. A fé é justificada e aprovada pelas obras (Tia. 2:18), assim como o estado de saúde das raízes duma boa árvore é indicado pelos frutos. A fé se aperfeiçoa pelas obras (Tia. 2:22), assim como a flor se completa ao desabrochar. Em breves palavras, as obras são o resultado da fé, a prova da fé, e a consumação da fé.
Imagina-se que haja contradição entre os ensinos de Paulo e de Tiago. O primeiro, aparentemente, teria ensinado que a pessoa é justificada pela fé, o último que ela é justificada pelas obras. (Vide Rom. 3:20 e Tia. 2:14-16.) Contudo, uma compreensão do sentido em que eles empregaram os termos, rapidamente fará desvanecer a suposta dificuldade. Paulo está recomendando uma fé viva que confia somente no Senhor; Tiago está denunciado uma fé morta e formal que representa, apenas, um consentimento mental. Paulo está rejeitando as obras mortas da lei, ou obras sem fé; Tiago está louvando as obras vivas que demonstram a vitalidade da fé. A justificação mencionada por Paulo refere-se ao início da vida cristã; Tiago usa a palavra com o significado de vida de obediência e santidade como evidência exterior da salvação. Paulo está combatendo o legalismo, ou a confiança nas obras como meio de salvação; Tiago está combatendo antinomianismo, ou seja, o ensino de que não importa qual seja a conduta da pessoa, uma vez que creia. Paulo e Tiago não são soldados lutando entre si; são soldados da mesma linha de combate, cada qual enfrentando inimigos que os atacam de direções opostas.

III. A Regeneração
1. Natureza da regeneração.

A regeneração é o ato divino que concede ao penitente que crê uma vida nova e mais elevada mediante união pessoal com CRISTO. O Novo Testamento assim descreve a regeneração:
(a) Nascimento. DEUS o pai é quem "gerou", e o crente é "nascido" de DEUS (1 João 5:1), "nascido do ESPÍRITO" (João 3:8), "nascido do alto" (tradução literal de João 3:3,7). Esses termos referem-se ao ato da graça criadora que faz do crente um filho de DEUS.
(b) Purificação. DEUS nos salvou pela "lavagem" (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração". (Tito 3:5.) A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora, recebendo novidade de vida, experiência simbolicamente expressa no ato de batismo. (Atos 
(c) Vivificação. Somos salvos não somente pela "lavagem da regeneração", nas também pela "renovação do ESPÍRITO SANTO" (Tito 3:5. Vide também Col. 3:10; Rom. 12:2; Efés. 4:23; Sal. 51:10). A essência da regeneração é uma nova vida concedida por DEUS Pai, mediante JESUS CRISTO e pela operação do ESPÍRITO SANTO.
(d) Criação. Aquele que criou o homem no princípio e soprou em suas narinas o fôlego de vida, o recria pela operação do seu ESPÍRITO SANTO. (2 Cor. 5:17;Efés. 2:10; Gál. 6:15; Efés. 4:24; vide Gên. 2:7.) O resultado prático é uma transformação radical da pessoa em sua natureza, seu caráter, desejos e propósitos.
(e) Ressurreição. (Rom. 6:4,5; Col. 2:13; 3:1; Efés. 2:5, 6.) Como DEUS vivificou o barro inanimado e o fez vivo para com o mundo físico, assim ele vivifica a alma em seus pecados e a faz viva para as realidades do mundo espiritual. Esse ato de ressurreição espiritual é simbolizado pelo batismo nas águas. A regeneração é "a grande mudança que DEUS opera na alma quando a vivifica; quando ele a levanta da morte do pecado para a vida de justiça" (João Wesley).
Notar-se-á que os termos acima citados são apenas variantes de um grande pensamento básico da regeneração, isto é, uma divina comunicação duma nova vida à alma do homem. Três fatos científicos relativos à vida natural também se aplicam à vida espiritual; isto é, ela surge repentinamente; aparece misteriosamente, e desenvolve-se gradativamente.
Regeneração é o aspecto singular da religião do Novo Testamento. Nas religiões pagãs, reconhece-se universalmente a permanência do caráter. Embora essas religiões recomendem penitências e ritos, pelos quais a pessoa espera expiar os seus pecados, não há promessa de vida e de graça para transformar a sua natureza. A religião de JESUS CRISTO é "a única religião no mundo que declara tomar a natureza decaída do homem e regenerá-la, colocando-a em contacto com a vida de DEUS". Assim declara fazer, porque o Fundador do Cristianismo é Pessoa Viva e Divina, que vive para salvar perfeitamente os que por ele se chegam a DEUS. (Heb. 7:25.) Não existe nenhuma analogia entre a religião cristã, e, digamos, o Budismo ou a religião maometana. De maneira nenhuma se pode dizer: "quem tem Buda tem a vida". (Vide 1João 5:12.) Buda pode ter algo em relação à moralidade. Pode estimular, causar impressão, ensinar, e guiar, mas nenhum elemento novo foi acrescido às almas que professam o Budismo. Tais religiões podem ser produtos do homem natural e moral. Mas o Cristianismo declara-se ser muito mais. Além das coisas de ordem natural e moral, o homem desfruta algo mais na Pessoa de Alguém mais, JESUS CRISTO.

2. Necessidade da regeneração.
A entrevista de nosso Senhor com Nicodemos (João 3) proporciona um excelente fundo histórico para o estudo deste tópico. As primeiras palavras de Nicodemos revelam uma série de emoções provenientes do seu coração. A declaração abrupta de JESUS no verso 3, que parece ser uma repentina mudança do assunto, explica-se pelo fato de JESUS estar respondendo ao coração de Nicodemos e não às palavras de sua interrogação. As primeiras palavras de Nicodemos revelam. 1) Fome espiritual. Se esse chefe judaico tivesse expressado o desejo de sua alma, talvez teria dito: "Estou cansado do ritualismo morto da sinagoga vou lá mas volto para casa com a mesma fome com que saí. Infelizmente, a glória divina afastou-se de Israel; não há visão e o povo perece. Mestre, a minh'alma suspira pela realidade! Pouco conheço de tua pessoa, mas tuas palavras tocaram-me o coração. Teus milagres convenceram-me de que és Mestre vindo de DEUS. Gostaria de te acompanhar. 2) Faltou a Nicodemos profunda convicção. Sentiu a sua necessidade, mas necessidade dum instrutor e não dum Salvador. Tal qual a mulher samaritana, ele queria a água da vida (João 4:15), mas, como aquela, Nicodemos teve de compreender que era pecador, que precisava de purificação e transformação. (João 4:16-18.) 3) Nota-se nas suas palavras um rasto de autocomplacência, coisa muito natural num homem de sua idade e posição. Ele diria a JESUS: "Creio que foste enviado a restaurar o reino de Israel, e vim dar-te alguns conselhos quanto aos planos para conseguir esse objetivo." Provavelmente ele supôs que sendo israelita e filho de Abraão, essas qualificações seriam suficientes para o tornarem membro do reino de DEUS.
"JESUS respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de DEUS." Parafraseando essa passagem, JESUS diria: "Nicodemos, tu não podes unir-te à minha companhia como se te unisses a uma organização. O pertencer à minha companhia não depende da qualidade de tua vida; minha causa não é outra senão aquela do reino de DEUS, e tu não podes entrar nesse reino sem experimentar uma transformação espiritual. O reino de DEUS é muito diferente do que estás pensando, e o modo de estabelecê-lo e de juntar seus súditos é muito diferente do meio de que estás cogitando."
JESUS apontou a necessidade mais profunda e universal de todos os homens — uma mudança radical e completa da natureza e caráter do homem em sua totalidade. Toda a natureza do homem ficou deformada pelo pecado, a herança da queda; essa deformação moral reflete-se em sua conduta e em todas as suas relações. Antes que o homem possa ter uma vida que agrade a DEUS, seja no presente ou na eternidade, sua natureza precisa passar por uma transformação tão radical, que seja realmente um segundo nascimento. O homem não pode transformar-se a si mesmo; essa transformação terá que vir de cima.
JESUS não tentou explicar o como do novo nascimento, mas explicou opor quê do assunto. "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido de ESPÍRITO é espírito." Carne e espírito pertencem a reinos diferentes, e um não pode produzir o outro. A natureza humana pode gerar a natureza humana, mas somente o ESPÍRITO SANTO pode gerar a natureza espiritual. A natureza humana somente pode produzir a natureza humana; e nenhuma criatura poderá elevar-se acima de sua própria natureza. A vida espiritual não passa do pai ao filho pela geração natural; ela procede de DEUS para o homem por meio da geração espiritual.
A natureza humana não pode elevar-se acima de si própria. Escreveu Marcus Dods:
 Todas as criaturas possuem certa natureza segundo a sua espécie, determinada pela sua ascendência. Essa natureza que o animal recebe dos seus pais determina, desde o princípio, a sua capacidade e a esfera desse animal. A toupeira não pode subir aos ares como o faz a águia; nem tampouco pode o filhote da águia cavar um buraco como afaz toupeira. Nenhum treino jamais fará a tartaruga correr como o antílope, nem fará o antílope tão forte como o leão... Além de sua natureza, nenhum animal poderá agir.
O mesmo princípio podemos aplicar ao homem. O destino mais elevado do homem é viver com DEUS para sempre; mas a natureza humana, em seu estado presente, não possui a capacidade para viver no reino celestial. Portanto, será necessário que a vida celestial desça de cima para transformar a natureza humana, preparando-a para ser membro desse reino.

3. Os meios de regeneração.
(a) Agência divina. O ESPÍRITO SANTO é o agente especial na obra de regeneração. Ele opera a transformação na pessoa. (João 3:6; Tito 3:5.) Contudo, todas as Pessoas da Trindade operam nessa obra. Realmente as três Pessoas operam em todas as divinas operações, embora cada Pessoa exerça certos ofícios que lhe são peculiares. Dessa forma o Pai é preeminentemente o Criador; contudo, tanto o Filho como o ESPÍRITO SANTO são mencionados como agentes na criação. O Pai gera (Tia. 1:18) e no Evangelho de João, o Filho é apresentado como o Doador da vida. (Vide caps. 5 e 6.)
Notem especialmente a relação de CRISTO com a regeneração do homem. É ele o Doador da vida. De que maneira ele vivifica os homens? Vivifica-os por morrer por eles, de forma que, ao comerem sua carne e beberem seu sangue (que significa crer em sua morte expiatória), eles recebem a vida eterna. Qual é o processo de conceder a vida aos homens? Uma parte da recompensa de CRISTO era a prerrogativa de conceder o ESPÍRITO SANTO (Vide João 3:3,13; Gál.3:13,14), e ele ascendeu para que pudesse tomar-se a Fonte da vida e energia espiritual (João 6:62; Atos 2:33). O Pai tem vida em si (João 5:26); portanto, ele concede ao Filho ter vida em si; o Pai é a Fonte do ESPÍRITO SANTO, mas ele concede ao Filho o poder de conceder o ESPÍRITO; desta forma o Filho é um "ESPÍRITO vivificante" (1 Cor. 15:45), tendo poder, não somente para ressuscitar os mortos, fisicamente, (João 5:25,26) mas também vivificar as almas mortas dos homens. (Vide Gên 2:7; João 20:22; 1 Cor. 15:45.)
(b) A preparação humana. Estritamente falando, o homem não pode cooperar no ato de regeneração, que é um ato soberano de DEUS; mas o homem pode tomar parte na preparação para o novo nascimento. Qual é essa preparação? Resposta: Arrependimento e fé.

4. Efeitos da regeneração.
Podemos agrupá-los sob três tópicos: posicionais (adoção); espirituais (união com DEUS); práticos (a vida de justiça).
(a) Posicionais. Quando a pessoa passa pela transformação espiritual conhecida como regeneração, torna-se filho de DEUS e beneficiário de todos os privilégios dessa filiação. Assim escreve o Dr. William Evans: "Pela adoção, o crente, que já é filho de DEUS, recebe o lugar de filho adulto; dessa forma o menino torna-se filho, o filho menor torna-se adulto." (Gál. 4:1-7.) A palavra "adoção" significa literalmente: "dar a posição de filhos" e refere-se, no uso comum, ao homem que toma para seu lar crianças que não são as suas pelo nascimento.
Quanto à doutrina, devemos distinguir entre adoção e regeneração: o primeiro é um termo legal que indica conceder o privilégio de filiação a um que não é membro da família; o segundo significa a transformação espiritual que toma a pessoa filho de DEUS e participante da natureza divina. Contudo, na própria experiência, é difícil separar os dois, visto que a regeneração e a adoção representam a dupla experiência da filiação.
No Novo Testamento a filiação comum é, às vezes, definida pelo termo "filhos" ("uioi"— no grego), termo que originou a palavra "adoção"; outras vezes é definida pela palavra "tekna", no grego, também traduzida por "filhos", que significa literalmente "os gerados", significando a regeneração. As duas idéias são distintas e ao mesmo tempo combinadas nas seguintes passagens: "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder (implicando adoção) de serem feitos filhos de DEUS... os quais... nasceram... de DEUS" (João 1:12,13). "Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados (implicando adoção) filhos de DEUS (a palavra que significa "gerados" de DEUS)" (1 João 3:1). Em Rom. 8: 15,16 as duas idéias se entrelaçam: "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos Abba, Pai. O mesmo ESPÍRITO testifica com o nosso espírito que somos filhos de DEUS."
(b) Espirituais. Devido à sua natureza, a regeneração envolve união espiritual com DEUS e com CRISTO mediante o ESPÍRITO SANTO; e essa união espiritual envolve habitação divina (2 Cor. 6:16-18; Gál. 2:20; 4:5,6; 1 João 3:24; 4:13.) Essa união resulta em um novo tipo de vida e de caráter, descrito de várias maneiras; novidade de vida (Rom. 6:4); um novo coração (Ezeq. 36:26); um novo espírito (Ezeq. 11:19); um novo homem (Efés. 4:24); participantes da natureza divina (2 Ped. 1:4). O dever do crente é manter seu contacto com DEUS mediante os vários meios de graça e dessa forma preservar e nutrir a sua vida espiritual.
(c) Práticos. A pessoa nascida de DEUS demonstrará esse fato pelo ódio que tem ao pecado (1 João 3:9; 5:18), por obras de justiça (1 João 2:29), pelo amor fraternal (1 João 4:7) e pela vitória que alcança sobre o mundo (1 João 5:4).
Devemos evitar estes dois extremos: primeiro, estabelecer um padrão tão baixo que a regeneração se torne questão de reforma natural; segundo, estabelecer um padrão elevado demais que não leve em conta as fraquezas dos crentes. Crentes novos que estão aprendendo a andar com JESUS estão sujeitos a tropeçar, como o bebê que aprende a andar. Mesmo os crentes mais velhos podem ser surpreendidos em alguma falta. João declara que é absolutamente inconsistente que a pessoa nascida de DEUS, portadora da natureza divina, continue a viver habitualmente no pecado (1 João 3.9), mas ao mesmo tempo ele tem cuidado em escrever: "Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o justo" (1 João 2:1).

IV. A Santificação
1. Natureza da santificação

Em estudo anterior afirmamos que a chave do significado da doutrina da expiação, encontrada no Novo Testamento, acha-se no rito sacrificial do Antigo Testamento. Da mesma forma chegaremos ao sentido da doutrina do Novo Testamento sobre a santificação, pelo estudo do uso no Antigo Testamento da palavra "santo".
Primeiramente, observa-se que "santificação", "santidade", e "consagração" são sinônimos, como o são: "santificados" e "santos". Santificar é a mesma coisa que fazer santo ou consagrar. A palavra "santo" tem os seguintes sentidos:
(a) Separação. "SANTO" é uma palavra descritiva da natureza divina. Seu significado primordial é "separação "; portanto, a santidade representa aquilo que está em DEUS que o toma separado de tudo quanto seja terreno e humano — isto é, sua perfeição moral absoluta e sua divina majestade.
Quando o SANTO deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou aquele objeto do seu uso comum, e, em virtude dessa separação, a pessoa ou o objeto toma-se "santo".
(b) Dedicação. Santificação inclui tanto a separação de, como dedicação a alguma coisa; essa é "a condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de DEUS por meio do Mediador".
A palavra "santo" é mais usada em conexão com o culto. Quando referente aos homens ou objetos, ela expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a DEUS, no sentido especial de serem sua propriedade. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Jeová; os levitas são santos por serem especialmente dedicados aos serviços do tabernáculo; o sábado e os dias de festa são santos porque representam a dedicação ou consagração do tempo a DEUS.
(c) Purificação. Embora o sentimento primordial de "santo" seja separação para serviço, inclui também a ideia de purificação. O caráter de Jeová age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas. Limpeza é uma condição de santidade, mas não a própria santidade, que é, primeiramente, separação e dedicação.
Quando Jeová escolhe e separa uma pessoa ou um objeto para o seu serviço, ele opera ou faz com que aquele objeto ou essa pessoa se torne santo. Objetos inanimados foram consagrados pela unção do azeite (Êxo. 40:9-11). A nação israelita foi santificada pelo sangue do sacrifício da aliança. (Êxo. 24:8. Vide Heb. 10:29). Os sacerdotes foram consagrados pelo representante de Jeová, Moisés, que os lavou com água, ungiu-os com azeite e aspergiu-os com o sangue de consagração. (Vide Lev., cap. 8.)
Como os sacrifícios do Velho Testamento eram tipos do sacrifício único de CRISTO, assim as várias abluções e unções do sistema mosaico são tipos da verdadeira santificação que alcançamos pela obra de CRISTO. Assim como Israel foi santificado pelo sangue da aliança, assim "também JESUS, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta" (Heb. 13:12).
Jeová santificou os filhos de Arão para o sacerdócio pela mediação de Moisés e o emprego de água, azeite e sangue. DEUS o Pai (1 Tess. 5:23) santifica os crentes para um sacerdócio espiritual (1 Ped. 2:5) pela mediação do Filho (I Cor. 1:2,30; Efés 5:26; Heb 2:11), por meio da Palavra (João 17:17; 15:3), do sangue (Heb. 10:29; 13:12) e do ESPÍRITO (Rom. 15:16; 1 Cor. 6:11; 1 Ped. 1:2).
(d) Consagração, no sentido de viver uma vida santa e justa. Qual a diferença entre justiça e santidade? A justiça representa a vida regenerada em conformidade com a lei divina; os filhos de DEUS andam retamente ( 1 João 3:6-10). Santidade é a vida regenerada em conformidade com a natureza divina e dedicada ao serviço divino; isto pede a remoção de qualquer impureza que estorve esse serviço. "Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver" (1 Ped. 1:15). Assim a santificação inclui a remoção de qualquer mancha ou sujeira que seja contrária à santidade da natureza divina.
Em seguida à consagração de Israel surge, naturalmente, a pergunta: "Como deve viver um povo santo?" A fim de responder a essa pergunta, DEUS deu-lhes o código de leis de santidade que se acham no livro de Levítico. Portanto, em consequência da sua consagração, seguiu-se a obrigação de viver uma vida santa. O mesmo se dá com o cristão. Aqueles que são declarados santos (Heb. 10:10) são exortados a seguir a santidade (Heb. 12:14); aqueles que foram purificados (1 Cor. 6:11) são exortados a purificar-se a si mesmos (2 Cor. 7:1).
(e) Serviço. A aliança é um estado de relação entre DEUS e os homens no qual ele é o DEUS deles e eles o seu povo, o que significa um povo adorador. A palavra "santo" expressa essa relação contratual. Servir a DEUS, nessa relação, significa ser sacerdote; por conseguinte, Israel é descrito como nação santa e reino de sacerdotes (Êxo. 19:6). Qualquer impureza que venha a desfigurar essa relação precisa ser lavada com água ou com o sangue da purificação.
Da mesma maneira os crentes do Novo Testamento são "santos", isto é, um povo santo consagrado. Pelo sangue da aliança tornaram-se "sacerdócio real, a nação santa... sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a DEUS por JESUS CRISTO" (1 Ped. 2:9,5); oferecem o sacrifício de louvor (Heb. 13:15) e dedicam-se como sacrifícios vivos sobre o altar de DEUS (Rom. 12:1).
Assim vemos que o serviço é elemento essencial da santificação ou santidade, pois é esse o único sentido em que os homens podem pertencer a DEUS, isto é, como seus adoradores que lhe prestam serviço. Paulo expressou perfeitamente esse aspecto da santidade quando disse acerca de DEUS: "De quem eu sou, e a quem sirvo" (Atos 27:23). Santificação envolve ser possuído por DEUS e servir a ele.

2. O tempo da santificação.
A santificação reúne: 1) ideia de posição perante DEUS e instantaneidade; 2) prática e progressiva.
(a) Posicional e instantânea. A seguinte declaração representa o ensino dos que aderem à teoria de santificação da "segunda obra definida", feita por alguém que ensinou essa doutrina durante muitos anos:
Supõe-se que a justificação é obra da graça pela qual os pecadores, ao se entregarem a CRISTO, são feitos justos e libertados dos hábitos pecaminosos. Mas no homem meramente justificado permanece um princípio de corrupção, uma árvore má, "uma raiz de amargura", que continuamente o provoca a pecar. Se o crente obedece a esse impulso e deliberadamente peca, ele perde sua justificação; segue-se portanto, a vantagem de ser removido esse impulso mau, para que diminua a possibilidade de se desviar. A extirpação dessa raiz pecaminosa é santificação. Portanto, é a purificação da natureza de todo pecado congênito pelo sangue de CRISTO (aplicado pela fé ao realizar-se a plena consagração), e o fogo purificador do ESPÍRITO SANTO, o qual queima toda a escória, quando tudo é depositado sobre o altar do sacrifício. Isso, e somente isso, é verdadeira santificação — a segunda obra definida da graça, subsequente à justificação, e sem a qual essa justificação provavelmente se perderá.
A definição supra citada ensina que a pessoa pode ser salva ou justificada sem ser santificada. Essa teoria, porém, é contrária ao ensino do Novo Testamento.
O apóstolo Paulo escreve a todos os crentes como a "santos" (literalmente, "os santificados") e como já santificados (1 Cor. 1:2; 6:11). Mas essa carta foi escrita para corrigir esses cristãos por causa de sua carnalidade e pecados grosseiros. (1 Cor. 3:1; 5:1,2,7,8.) Eram "santos" e "santificados em CRISTO", mas alguns desses estavam muito longe de ser exemplos de cristãos na conduta. Foram chamados a ser santos, mas não se portavam dignos dessa vocação santa.
Segundo o Novo Testamento existe, pois, um sentido em que a santificação é simultânea com a justificação.
(b) Prática e progressiva. Mas será que essa santificação consiste somente em ser conferida a posição de santos? Não, essa separação inicial é apenas o começo duma vida progressiva de santificação. Todos os cristãos são separados para DEUS em JESUS CRISTO; e dessa separação surge a nossa responsabilidade de viver para ele. Essa separação deve continuar diariamente: o crente deve esforçar-se sempre para estar conforme à imagem de CRISTO. "A santificação é a obra da livre graça de DEUS, pela qual o homem todo é renovado segundo a imagem de DEUS, capacitando-nos a morrer para o pecado e viver para a justiça." Isso não quer dizer que vamos progredir até alcançar a santificação e, sim, que progredimos na santificação da qual já participamos.
A santificação é posicionai e prática — posicional em que é primeiramente uma mudança de posição pela qual o imundo pecador se transforma em santo adorador; prática porque exige uma maneira santa de viver. A santificação adquirida em virtude de nova posição, indica-se pelo fato de que todos os coríntios foram chamados "santificados em CRISTO JESUS, chamados santos" (1 Cor. 1:2). A santificação progressiva está implícita no fato de alguns serem descritos como "carnais" (1 Cor. 3:3), o que significa que sua presente condição não estava à altura de sua posição concedida por DEUS. Em razão disso, foram exortados a purificar-se e assim melhorar sua consagração até alcançarem a perfeição. Esses dois aspectos da santificação estão implícitos no fato de que aqueles que foram tratados como santificados e santos (1 Ped. 1:2; 2:5), são exortados a serem santos (1 Ped. 1:15). Aqueles que estavam mortos para o pecado (Col 3:3) são exortados a mortificar (fazer morto) seus membros pecaminosos (Col 3:5). Aqueles que se despiram do homem velho (Col. 3:9) são exortados a vestirem-se ou revestirem-se do homem novo. (Efés 4:22; Col. 3:8.)

3. Meios divinos de santificação.
São meios divinamente estabelecidos de santificação: o sangue de CRISTO, o ESPÍRITO SANTO e a Palavra de DEUS. O primeiro proporciona, primeiramente', a santificação absoluta, quanto à posição perante DEUS. É uma obra consumada que concede ao pecador penitente uma posição perfeita em relação a DEUS. O segundo meio é interno, efetuando a transformação da natureza do crente. O terceiro meio é externo e prático, e diz respeito ao comportamento do crente. Dessa forma, DEUS fez provisão tanto para a santificação interna como externa.
(a) O sangue de CRISTO, (Eterno, absoluto e posicionai.) (Heb. 13:12; 10:10,14; 1João 1:7.) Em que sentido seria a pessoa santificada pelo sangue de CRISTO? Em resultado da obra consumada de CRISTO, o pecador penitente é transformado de pecador impuro em adorador santo. A santificação é o resultado dessa "maravilhosa obra redentora do Filho de DEUS, ao oferecer-se no Calvário para aniquilar o pecado pelo seu sacrifício. Em virtude desse sacrifício, o crente é eternamente separado para DEUS; sua consciência é purificada, e ele próprio é transformado de pecador impuro, em santo adorador, unido em comunhão com o Senhor JESUS CRISTO; pois, "assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Heb. 2:11).
Que haja um aspecto contínuo na santificação pelo sangue, infere-se de 1 João 1:7: "O sangue de JESUS CRISTO, seu Filho, nos purifica de todo pecado." Se houver comunhão entre o santo DEUS e o homem, necessariamente terá que haver uma provisão para remover a barreira de pecado, que impede essa comunhão, uma vez que os melhores homens ainda assim são imperfeitos. Ao receber Isaías a visão da santidade de DEUS, ele ficou abatido ao perceber a sua falta de santidade; e não estava em condições de ouvir a mensagem divina enquanto a brasa do altar não purificasse seus lábios. A consciência do pecado ofusca a comunhão com DEUS; confissão e fé no eterno sacrifício de CRISTO removem essa barreira. (1 João 1:9.)
(b) O ESPÍRITO SANTO. (Santificação Interna.) (1 Cor. 6:11; 2 Tess. 2:12; 1 Ped. 1:1,2; Rom. 15:16.) Nessas passagens a santificação pelo ESPÍRITO SANTO é apresentada como o início da obra de DEUS nos corações dos homens, conduzindo-os ao inteiro conhecimento da justificação pela fé no sangue aspergido de CRISTO. Tal qual o ESPÍRITO pairava por cima do caos original (Gên. 1:2), seguindo-se o estabelecimento da ordem pelo Verbo de DEUS, assim o ESPÍRITO paira sobre a alma humana, fazendo-a abrir-se para receber a luz e a vida de DEUS. (2 Cor. 4:6.)
O capítulo 10 de Atos proporciona uma ilustração concreta da santificação pelo ESPÍRITO SANTO. Durante os primeiros anos da igreja, a evangelização dos gentios retardou-se visto que muitos cristãos-judeus consideravam os gentios como "imundos", e não-santificados por causa de sua não conformidade com as leis alimentares e outros regulamentos mosaicos. Exigia-se uma visão para convencer a Pedro que aquilo que o Senhor purificara ele não devia tratar de comum ou impuro. Isso importava em dizer que DEUS fizera provisão para a santificação dos gentios para serem o seu povo. E quando o ESPÍRITO de DEUS desceu sobre os gentios, reunidos na casa de Cornélio, já não havia mais dúvida a respeito. Eram santificados pelo ESPÍRITO SANTO, não importando se obedeciam ou não às ordenanças mosaicas (Rom. 15:16), e Pedro reptou os judeus que estavam com ele a negarem o símbolo exterior (batismo nas águas) de sua purificação espiritual. (Atos 10:47; 15:8.)
(c) A Palavra de DEUS. (Santificação externa e prática.) (João 17:17, Efés 5:26; João 15:3; Sal. 119:9; Tia. 1:23-25.) Os cristãos são descritos como sendo "gerados pela Palavra de DEUS"(l Ped. 1:23). A Palavra de DEUS desperta os homens a compreenderem a insensatez e impiedade de suas vidas. Quando dão importância à Palavra arrependendo-se e crendo em CRISTO, são purificados pela Palavra que lhes fora falada. Esse é o início da purificação que deve continuar através da vida do crente. No ato de sua consagração ao ministério, o sacerdote israelita recebia um banho sacerdotal completo, banho que nunca se repetia; era uma obra feita uma vez para sempre. Todos os dias porém, era obrigado a lavar as mãos e os pés. Da mesma maneira, o regenerado foi lavado (Tito 3:5); mas precisa uma separação diária das impurezas e imperfeições conforme lhe forem reveladas pela Palavra de DEUS, que serve como espelho para a alma. (Tia. 1:22-25.) Deve lavar as mãos, isto é, seus atos devem ser retos; deve lavar os pés, isto é, "guardar-se da imundície que tão facilmente se apega aos pés do peregrino, que anda pelas estradas deste mundo".

4. Idéias errôneas sobre a santificação.
Muitos cristãos descobrem o fato de que seu maior impedimento em chegar à santidade é a "carne", a qual frustra sua marcha para a perfeição. Como se conseguirá libertação da carne? Três opiniões erradas têm sido expostas:
(a) "Erradicação" do pecado inato é uma dessas idéias. Assim escreve Lewis Sperry Chafer: "se a erradicação da natureza pecaminosa se consumasse, não haveria a morte física, pois esta é o resultado dessa natureza. (Rom. 5:12-21.) Pais que houvessem experimentado essa "extirpação", necessariamente gerariam filhos sem a natureza pecaminosa. Mas, mesmo que fosse realidade essa "extirpação", ainda haveria o conflito com o mundo, a carne (à parte da natureza pecaminosa) e o diabo; pois a "extirpação" desses males é obviamente antibíblica e não está incluída na própria teoria.
A erradicação é também contrária à experiência.
(b) Legalismo, ou a observância de regras e regulamentos. Paulo ensina que a lei não pode santificar (Rom. cap. 6), assim como também não pode justificar (Rom. 3). Essa verdade é exposta e desenvolvida na carta aos Gálatas. Paulo não está de nenhuma maneira depreciando a lei. Ele a está defendendo contra conceitos errôneos quanto a seu propósito. Se um homem for salvo do pecado, terá que ser por um poder à parte de si mesmo. Vamos empregar a ilustração dum termômetro. O tubo e o mercúrio representam o indivíduo. O registro dos graus representará a lei. Imaginem o termômetro dizendo: "Hoje não estou funcionando exatamente; devo chegar no máximo a 30 graus." Será que o termômetro poderia elevar-se à temperatura exigida? Não, deveria depender duma condição/ora dele mesmo. Da mesma maneira o homem que percebe não estar à altura do ideal divino não pode elevar-se em um esforço por alcançá-lo. Sobre ele deve operar uma força à parte dele mesmo; essa força é o poder do ESPÍRITO SANTO.
(c) Ascetismo. É a tentativa de subjugar a carne e alcançar a santidade por meio de privações e sofrimentos — o método que seguem os católicos romanos e os hindus ascéticos.
Esse método parece estar baseado na antiga crença pagã de que toda matéria, incluindo o corpo, é má. O corpo, por conseguinte, é uma trava ao espírito, e quanto mais for castigado e subjugado, mais depressa se libertará o espírito. Isso é contrário às Escrituras, que ensinam que DEUS criou tudo muito bom. É a alma e não o corpo que peca; portanto, são os impulsos pecaminosos que devem ser subjugados, e não a carne material. Ascetismo é uma tentativa de matar o "eu", mas o "eu" não pode vencer o "eu". Essa é a obra do ESPÍRITO.

5. O verdadeiro método da santificação.
O método bíblico de tratar com a carne, deve basear-se obviamente, na provisão objetiva para a salvação, o sangue de CRISTO; e na provisão subjetiva, o ESPÍRITO SANTO. A libertação do poder da carne, portanto, deve vir por meio da fé na expiação e por entregar-se à ação do ESPÍRITO. O primeiro é tratado no sexto capítulo de Romanos, e o segundo na primeira parte do capítulo oitavo.
(a) Fé na expiação. Imaginemos que houvesse judeus presentes (o que sucedia com frequência) enquanto Paulo expunha a doutrina da purificação pela fé. Nós os imaginamos dizendo em protesto: "Isso é uma heresia do tipo mais perigoso!" Dizer ao povo que precisam crer unicamente em JESUS, e que nada podem fazer quanto à sua salvação porque ela é pela graça de DEUS, tudo isso resultará em que descuidarão de sua maneira de viver. Eles julgarão que pouco importa o que façam, uma vez que creiam. Sua doutrina de fé fomenta o pecado. Se a justificação é pela graça e nada mais, sem obras, por que então romper com o pecado? Por que não continuar no pecado para que abunde ainda mais a graça? Os inimigos de Paulo efetivamente o acusaram de pregar tal doutrina. (Rom. 3:8; 6:1.) Com indignação Paulo repudiou tal perversão. "De modo nenhum . Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Rom. 6:2). A continuação no pecado é impossível a um homem verdadeiramente justificado, em razão de sua união com CRISTO na morte e na vida. (Vide Mat. 6:24.) Em virtude de sua fé em CRISTO, o homem salvo passou por uma experiência que inclui um rompimento tão completo com o pecado, que se descreve como morte para o pecado, e uma transformação tão radical que se descreve como ressurreição. Essa experiência é figurada no batismo nas águas. A imersão do convertido testifica do fato que em razão de sua união com o CRISTO crucificado ele morreu para o pecado; ser levantado da água testifica que seu contacto com o CRISTO ressuscitado significa que "como CRISTO ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Rom. 6:4). CRISTO morreu pelo pecado a fim de que nós morrêssemos para o pecado.
"Aquele que está morto está justificado do pecado" (Rom. 6:7). A morte cancela todas as obrigações e rompe todos os laços. Por meio da união com CRISTO, o cristão morreu para a vida antiga, e os grilhões do pecado foram quebrados. Como a morte dava fim à servidão do escravo, assim a morte do crente, que morreu para o mundo, o libertou da servidão ao pecado. Continuando a ilustração: A lei nenhuma jurisdição tem sobre um homem morto. Não importa qual seja o crime que haja cometido, uma vez morto, já está fora do poder da justiça humana. Da mesma maneira, a lei de Moisés, muitas vezes violada pelo convertido, não o pode "prender", pois, em virtude de sua experiência com CRISTO, ele está "morto". (Rom. 7:1-4; 2 Cor. 5:14.)
"Sabendo que, havendo CRISTO ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas, quanto a viver, vive para DEUS. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para DEUS em CRISTO JESUS nosso Senhor" (Rom. 6:9-11). A morte de CRISTO pôs fim a esse estado terrenal no qual ele teve contacto como o pecado; sua vida agora é uma constante comunhão com DEUS. Os cristãos, ainda que estejam no mundo, podem participar de sua experiência, porque estão unidos a ele. Como podem participar? "Considerai-vos como mortos para o pecado, nas vivos para DEUS em CRISTO JESUS nosso Senhor." Que significa isso? DEUS já disse que por meio da nossa fé em CRISTO, estamos mortos para o pecado e vivos para a justiça. Resta uma coisa a fazer; crer em DEUS e considerar ou concluir que estamos mortos para o pecado. DEUS declarou que quando CRISTO morreu, nós morremos para o pecado; quando ele ressuscitou, nós ressuscitamos para viver uma nova vida. Devemos continuar considerando esses fatos como absolutamente certos; e, ao considerá-los assim, tornar-se-ão poderosos em nossa vida, pois, seremos o que reconhecemos que somos. Uma distinção importante tem sido assinalada, a saber, a distinção entre as promessas e os fatos da Bíblia. JESUS disse: "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito" (João 15:7). Essa é uma promessa, porque está no futuro; é algo para ser feito. Mas quando Paulo disse que "CRISTO morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras", ele está declarando um fato, algo que foi feito. Vide a expressão de Pedro: "Pelas suas feridas fostes sarados" (1 Ped. 2:24). E quando Paulo declara "que o nosso homem velho foi com ele crucificado", ele está declarando um fato, algo que aconteceu. A questão agora é: estamos dispostos ou não a crer
no que DEUS declara que são fatos acerca de nós? Porque a fé é a mão que aceita o que DEUS gratuitamente oferece.
Será que o ato de descobrir a relação com CRISTO não constitui a experiência que alguns têm descrito como "a segunda obra da graça"?

(b) Cooperação com o ESPÍRITO. Os capítulos 7 e 8 de Romanos continuam o assunto da santificação; tratam da libertação do crente do poder do pecado, e do crescimento em santidade. No cap. 6 vimos que a vitória sobre o poder do pecado foi obtida pela/é. O capítulo 8 apresenta outro aliado na batalha contra o pecado — o ESPÍRITO SANTO.
Como fundo para o capítulo 8 estuda-se a linha de pensamento no cap. 7, o qual descreve um homem voltando-se para a lei a fim de alcançar santificação. Paulo demonstra aqui a impotência da lei para salvar e santificar, não porque a lei não seja boa, mas por causa da inclinação pecaminosa da natureza humana, conhecida como a "carne". Ele indica que a lei revela o fato (v. 7), a ocasião (v.8), o poder (v.9), a falsidade (v. 11), o efeito (vs. 10,11), e a vileza do pecado (vs. 12,13).
Paulo, que parece estar descrevendo sua própria experiência passada, diz-nos que a própria lei, que ele tão ardentemente desejava observar, suscitava impulsos pecaminosos dentro dele. O resultado foi "guerra civil" na sua alma. Ele é impedido de fazer o bem que deseja fazer, e impelido a fazer o que odeia. "Acho então esta lei em mim; que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de DEUS; mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros" (vs. 21-23).
A última parte do capítulo 7, evidentemente, apresenta o quadro do homem debaixo da lei, que descobriu a perscrutadora espiritualidade da lei, mas em cada intento de observá-la se vê impedido pelo pecado que habita nele. Por que descreve Paulo esse conflito? Para demonstrar que a lei é tão impotente para santificar como o é para justificar.
"Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" (v. 24 Vide 6:6). E Paulo, que descrevia a experiência debaixo da lei, assim testifica alegremente de sua experiência debaixo da graça: "Dou graças a DEUS (que a vitória vem) por JESUS CRISTO nosso Senhor" (v. 25). Com essa exclamação de triunfo entramos no maravilhoso capítulo oitavo, que tem por tema dominante a libertação da natureza pecaminosa pelo poder do ESPÍRITO SANTO.

Há três mortes das quais o crente deve participar: 
1) A morte no pecado, isto é, nossa condenação. (Efés. 2:1; Col. 2:13.) O pecado havia conduzido a alma a essa condição, cujo castigo é a morte espiritual ou separação de DEUS. 2) A morte pelo pecado, isto é, nossa justificação. CRISTO sofreu sobre a cruz a sentença duma lei infligida, e nós, por conseguinte, somos considerados como a havendo sofrido nele. O que ele fez por nós é considerado como se fosse feito por nós mesmos. (2 Cor. 5:14; Gál. 2:20.) Somos considerados legal ou judicialmente livres da pena duma lei violada, uma vez que pela fé pessoal consentimos na transação. 3) A morte para o pecado, isto é, nossa santificação. (Rom. 6:11.) O que é certo para nós deve ser feito real em nós; o que é judicial deve se tornar prático; a morte para a pena do pecado deve ser seguida pela morte para o poder do pecado. E essa é a obra do ESPÍRITO SANTO. (Rom. 8:13.) Assim como a seiva que ascende na árvore elimina as folhas mortas que ficaram presas aos ramos, apesar da neve e das tempestades, assim o ESPÍRITO SANTO, que habita em nós, elimina as imperfeições e os hábitos da vida antiga.
 
6. Santificação completa.
Muitas vezes esta verdade é discutida sob o tema: "Perfeição cristã."
(a) Significado de perfeição. Há dois tipos de perfeição: absoluta e relativa. É absolutamente perfeito aquilo que não pode ser melhorado; isso pertence unicamente a DEUS. E relativamente perfeito aquilo que cumpre o fim para o qual foi designado; essa perfeição é possível ao homem.
A palavra "perfeição", no Antigo Testamento, significa ser "sincero e reto" (Gên 6:9; Jó 1:1). Ao evitar os pecados das nações circunvizinhas, Israel podia ser uma nação "perfeita" (Deut. 18:13). No Antigo Testamento a essência da perfeição é o desejo e a determinação de fazer a vontade de DEUS. Apesar dos pecados que mancharam sua carreira, Davi pode ser chamado um homem perfeito e "um homem segundo o coração de DEUS", porque o motivo supremo de sua vida era fazer a vontade de DEUS.
No Novo Testamento a palavra "perfeito" e seus derivados têm uma variedade de aplicações, e, portanto, deve ser interpretada segundo o sentido em que os termos são usados. Várias palavras gregas são usadas para expressar a ideia de perfeição: 1) Uma dessas palavras significa ser completo no sentido de ser apto ou capaz para certa tarefa ou fim. (2 Tim. 3:17.) 2) Outra denota certo fim alcançado por meio do crescimento mental e moral. (Mat. 5:48; 19:21; Col. 1:28; 4:12 ; Heb. 11:40.) 3) A palavra usada em 2 Cor. 13:9; Efés 4:12; e Heb. 13:21 significa um equipamento cabal. 4) A palavra usada em 2 Cor. 7:1 significa terminar, ou trazer a uma terminação. A palavra usada em Apoc. 3:2 significa fazer repleto, cumprir, encher (como uma rede), nivelar (um buraco).
A palavra "perfeito" descreve os seguintes aspectos da vida cristã: 1) Perfeição de posição em CRISTO (Heb. 10:14) — o resultado da obra de CRISTO por nós. 2) Madureza e entendimento espiritual, em contraste com a infância espiritual. (1 Cor. 2:6; 14:20;2Cor. 13:11; Fil. 3:15;2Tim. 3:17) 3) Perfeição progressiva. (Gál. 3:3.) 4) Perfeição em certos particulares: a vontade de DEUS, o amor ao homem, e serviço. (Col. 4:12; Mat. 5:48; Heb. 13:21.) 5) A perfeição final do indivíduo no céu. (Col. 1:28,22; Fil. 3:12; 1Ped. 5:10.) 6) A perfeição final da igreja, ou o corpo de CRISTO, isto é, o conjunto de crentes. (Efés. 4:13; João 17:23.)
(b) Possibilidades de perfeição. O Novo Testamento apresenta dois aspectos gerais da perfeição: 1) A perfeição como um dom da graça, o qual é a perfeita posição ou estado concedido ao arrependido em resposta à sua fé em CRISTO. Ele é considerado perfeito porque tem um Salvador perfeito e uma justiça perfeita. 2) A perfeição como realmente efetuada no caráter do crente. É possível acentuar em demasia o primeiro aspecto e descuidar do Cristianismo prático. Tal aconteceu a certo indivíduo que, depois de ouvir uma palestra sobre a Vida Vitoriosa, disse ao pregador: "Tudo isso tenho em CRISTO." "Mas o senhor tem isso consigo, agora, aqui em Glasgow?" foi a serena interrogação. Por outra parte, acentuando demais o segundo aspecto, alguns praticamente têm negado qualquer perfeição à parte do que eles encontram em sua própria experiência.
João Wesley (o fundador do Metodismo) parece haver tomado uma posição intermediária entre os dois extremos. Ele reconhecia que a pessoa era santificada na conversão, mas afirmava a necessidade da inteira santificação como outra obra da graça. O que fazia essa experiência parecer necessária era o poder do pecado, que era a causa de o cristão ser derrotado. Essa bênção vem a quem buscar com fidelidade; o amor puro enche o coração e governa toda a obra e ação, resultando na destruição do poder do pecado.
Essa perfeição no amor não é considerada como perfeição absoluta, nem tampouco isenta o crente de vigilância e cuidados constantes. Wesley escreveu: "Creio que a pessoa cheia do amor de DEUS ainda está propensa a transgressões involuntárias. Tais transgressões vocês poderão chamá-las de pecados, se quiserem; mais eu não." Quanto ao tempo da inteira santificação, Wesley escreveu:
"É esta morte para o pecado e renovação no amor, gradual ou instantânea? Um homem poderá estar à morte por algum tempo; no entanto, propriamente falando, não morre enquanto não chegar o instante em que a alma se separa do corpo; e nesse momento ele vive a vida da eternidade. Da mesma maneira a pessoa poderá estar morrendo para o pecado por algum tempo; entretanto, não está morto para o pecado enquanto o pecado não for separado de sua alma; é nesse momento que vive a plena vida de amor. E da mesma maneira que a mudança sofrida quando o corpo morre é duma qualidade diferente e infinitamente maior que qualquer outra que tenhamos conhecido antes, tão diferente que até então era impossível conceber, assim a mudança efetuada quando a alma morre para o pecado é duma classe diferente e infinitamente maior que qualquer outra experimentada antes, e que ninguém pode conceber até que a experimente. No entanto, essa pessoa continuará a crescer na graça, no conhecimento de CRISTO, no amor e na imagem de DEUS; e assim continuará, não somente até a morte, mas por toda a eternidade. Como esperaremos essa mudança? Não em um descuidado indiferentismo, ou indolente inatividade; mas em obediência vigorosa e universal, no cumprimento fiel dos mandamentos, em vigilância e trabalho, em negarmo-nos a nós mesmos, tomando diariamente a nossa cruz; como também em oração fervorosa e jejum, e atendendo bem às ordenanças de DEUS. E se alguém pensa em obtê-la de alguma outra maneira (e conservá-la quando a haja obtido, mesmo quando a haja recebido na maior medida) esse alguém engana sua própria alma."
João Calvino, que acentuara a perfeição do crente pela consumada obra de CRISTO, e que não era menos zeloso da santidade de que Wesley, dá o seguinte relato da perfeição cristã:
"Quando DEUS nos reconcilia consigo mesmo, por meio da justiça de CRISTO, e nos considera como justos por meio da livre remissão de nossos pecados, ele também habita em nós, pelo seu ESPÍRITO, e santifica-nos pelo seu poder, mortificando as concupiscências da nossa carne e formando o nosso coração em obediência à sua Palavra. Desse modo, nosso desejo principal vem a ser obedecer à sua vontade e promover a sua glória. Porém, ainda depois disso, permanece em nós bastante imperfeição para repelir o orgulho e constranger-nos à humildade." ( Ecl. 7:20; 1Reis 8:46.)
Ambas as opiniões, a perfeição como dom em CRISTO e a perfeição como obra real efetuada em nós, são ensinadas nas Escrituras; o que CRISTO fez por nós deve ser efetuado em nós. O Novo Testamento sustenta um ideal elevado de santidade e afirma a possibilidade de libertação do poder do pecado. Portanto, é dever do cristão esforçar-se para conseguir essa perfeição. (Fil. 3:12; Heb.6:l.)
Em relação a isto devemos reconhecer que o progresso na santificação muitas vezes implica uma crise na experiência, quase tão definida como a da conversão. Por um meio ou outro, o crente recebe uma revelação da santidade de DEUS e da possibilidade de andar mais perto dele, e essa experiência é seguida por um conhecimento interior de ter ainda alguma contaminação. (Vide Isa. 6.) Ele chegou a uma encruzilhada na sua experiência cristã, na qual deverá decidir se há de retroceder ou seguir avante, com DEUS. Confessando seus fracassos passados, ele faz uma reconsagração, e, como resultado, recebe um novo aumento de paz, gozo e vitória, e também o testemunho de que DEUS aceitou sua consagração. Alguns têm chamado a essa experiência uma segunda obra da graça.
Ainda haverá tentação de fora e de dentro, e daí a necessidade de vigilância (Gál. 6:1; ICor. 10:12); a carne é fraca e o cristão está livre para ceder, pois está em estado de prova (Gál. 5:17; Rom. 7:18, Fil. 3:8); seu conhecimento é parcial e falho; portanto, pode estar sujeito a pecados de ignorância. Porém ele pode seguir avante, certo de que pode resistir e vencer toda a tentação que reconheça (Tia. 4:7; 1 Cor. 10:13; Rom. 6:14; Efés. 6:13,14); pode estar sempre glorificando a DEUS cheio dos frutos de justiça (1 Cor. 10:31; Col. 1:10); pode possuir a graça e o poder do ESPÍRITO e andar em plena comunhão com DEUS (Gál. 5:22, 23; Efés. 5:18; Col. 1:10,11; 1 João 1:7); pode ter a purificação constante do sangue de CRISTO e assim estar sem culpa perante DEUS. (1 João 1:7; Fil. 2:15; 1Tess. 5:23).


V. A Segurança da Salvação
Temos estudado as preparações para a salvação e considerado a natureza desta. Nesta seção consideramos: É a Salvação final dos cristãos incondicional, ou poderá perder-se por causa do pecado?
A experiência prova a possibilidade duma queda temporária da graça, conhecida por "desviar-se". O termo não se encontra no Novo Testamento, senão no Antigo Testamento. Uma palavra hebraica significa "voltar atrás" ou "virar-se"; outra palavra significa "volver-se" ou ser "rebelde". Israel é comparado a um bezerro teimoso que volta para trás e se recusa a ser conduzido, e torna-se insubmisso ao jugo. Israel afastou-se de Jeová e obstinadamente se recusou a tomar sobre si o jugo de seus mandamentos.
O Novo Testamento nos admoesta contra tal atitude, porém usa outros termos. O desviado é a pessoa que outrora tinha o zelo de DEUS, mas agora se tomou fria (Mat. 24:12); outrora obedecia à Palavra, mas o mundanismo e o pecado impediram seu crescimento e frutificação (Mat. 13:22); outrora pôs a mão ao arado, mas olhou para trás (Luc. 9:62); como a esposa de Ló, que havia sido resgatada da cidade da destruição, mas seu coração voltou para ali (Luc. 17:32); outrora estava em contacto vital com CRISTO, mas agora está fora de contacto, e está seco, estéril e inútil espiritualmente (João 15:6); outrora obedecia à voz da consciência, mas agora jogou para longe de si essa bússola que o guiava, e, como resultado, sua embarcação de fé destroçou-se nas rochas do pecado e do mundanismo (1 Tim. 1:19); outrora alegrava-se em chamar-se cristão, mas agora se envergonha de confessar a seu Senhor (2 Tim. 1:8 ;2:12); outrora estava liberto da contaminação do mundo, mas agora voltou como a "porca lavada ao espojadouro de lama" (2 Ped. 2:22; vide Luc. 11:21-26).
É possível decair da graça; mas a questão é saber se a pessoa que era salva e teve esse lapso, pode finalmente perder-se. Aqueles que seguem o sistema de doutrina calvinista respondem negativamente; aqueles que seguem o sistema arminiano (chamado assim em razão de Armínio, teólogo holandês, que trouxe a questão a debate) respondem afirmativamente.

1. Calvinismo.
A doutrina de João Calvino não foi criada por ele; foi ensinada por santo Agostinho, o grande teólogo do quarto século. Nem tampouco foi criada por Agostinho, que afirmava estar interpretando a doutrina de Paulo sobre a livre graça.
A doutrina de Calvino é como segue: A salvação é inteiramente de DEUS; o homem absolutamente nada tem a ver com sua salvação. Se ele, o homem, se arrepender, crer e for a CRISTO, é inteiramente por causa do poder atrativo do ESPÍRITO de DEUS. Isso se deve ao fato de que a vontade do homem se corrompeu tanto desde a queda, que, sem a ajuda de DEUS, não pode nem se arrepender, nem crer, nem escolher corretamente. Esse foi o ponto de partida de Calvino — a completa servidão da vontade do homem ao mal. A salvação, por conseguinte, não pode ser outra coisa senão a execução dum decreto divino que fixa sua extensão e suas condições.
Naturalmente surge esta pergunta: Se a salvação é inteiramente obra de DEUS, e o homem não tem nada a ver com ela, e está desamparado, amenos que o ESPÍRITO de DEUS opere nele, então, por que DEUS não salva a todos os homens, posto que todos estão perdidos e desamparados? A resposta de Calvino era: DEUS predestinou alguns para serem salvos e outros para serem perdidos. "A predestinação é o eterno decreto de DEUS, pelo qual ele decidiu o que será de cada um e de todos os indivíduos. Pois nem todos são criados na mesma condição; mas a vida eterna está preordenada para alguns, e a condenação eterna para outros." Ao agir dessa maneira DEUS não é injusto, pois ele não é obrigado a salvar a ninguém; a responsabilidade do homem permanece, pois a queda de Adão foi sua própria falta, e o homem sempre é responsável por seus pecados.
Posto que DEUS predestinou certos indivíduos para a salvação, CRISTO morreu unicamente pelos "eleitos"; a expiação fracassaria se alguns pelos quais CRISTO morreu se perdessem.
Dessa doutrina da predestinação segue-se o ensino de "uma vez salvo sempre salvo"; porque se DEUS predestinou um homem para a salvação, e unicamente pode ser salvo e guardado pela graça de DEUS, que é irresistível, então, nunca pode perder-se.
Os defensores da doutrina da "segurança eterna" apresentam as seguintes referências para sustentar sua posição: João 10:28,29: Rom. 11:29; Fil. 1:6; 1 Ped. 1:5; Rom. 8:35; João 17:6.

2. Arminianismo.
O ensino arminiano é como segue: A vontade de DEUS é que todos os homens sejam salvos, porque CRISTO morreu por todos. (1 Tim. 2:4-6; Heb. 2:9; 2 Cor. 5:14; Tito 2:11,12.) Com essa finalidade ele oferece sua graça a todos. Embora a salvação seja obra de DEUS, absolutamente livre e independente de nossas boas obras ou méritos, o homem tem certas condições a cumprir. Ele pode escolher aceitar a graça de DEUS, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio sempre permanece.
As Escrituras certamente ensinam uma predestinação, mas não que DEUS predestina alguns para a vida eterna e outros para o sofrimento eterno. Ele predestina " a todos os que querem" a serem salvos — e esse plano é bastante amplo para incluir a todos que realmente desejam ser salvos. Essa verdade tem sido explicada da seguinte maneira: na parte de fora da porta da salvação lemos as palavras: "quem quiser pode vir"; quando entramos por essa porta e somos salvos, lemos as palavras no outro lado da porta: "eleitos segundo a presciência de DEUS". DEUS, em razão de seu conhecimento, previu que essas pessoas aceitariam o evangelho e permaneceriam salvos, e predestinou para essas pessoas uma herança celestial. Ele previu o destino delas, mas não o fixou.

E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vidaApocalipse 22:17


A doutrina da predestinação é mencionada, não com propósito especulativo, e, sim, com propósito prático. Quando DEUS chamou Jeremias ao ministério, ele sabia que o profeta teria uma tarefa muito difícil e poderia ser tentado a deixá-la. Para encorajá-lo, o Senhor assegurou ao profeta que o havia conhecido e o havia chamado antes de nascer (Jer. 1:5). Com efeito, o Senhor disse: "Já sei o que está adiante de ti, mas também sei que posso te dar graça suficiente para enfrentares todas as provas futuras e conduzir-te à vitória." Quando o Novo Testamento descreve os cristãos como objetos da presciência de DEUS, seu propósito é dar-nos certeza do fato de que DEUS previu todas as dificuldades que surgirão à nossa frente, e que ele pode nos guardar e nos guardará de cair.

3. Uma comparação.
A salvação é condicional ou incondicional? Uma vez salva, a pessoa é salva eternamente? A resposta dependerá da maneira em que podemos responder às seguintes perguntas-chave: De quem depende a salvação? É irresistível a graça?
1) De quem depende, em última análise, a salvação: de DEUS ou do homem? Certamente deve depender de DEUS, porque, quem poderia ser salvo se a salvação dependesse da força da própria pessoa? Podemos estar seguros disto: DEUS nos conduzirá à vitória, não importa quão débeis ou desatinados sejamos, uma vez que sinceramente desejamos fazer a sua vontade. Sua graça está sempre presente para nos admoestar, reprimir, animar e sustentar.
Contudo, não haverá um sentido em que a salvação dependa do homem? As Escrituras ensinam constantemente que o homem tem o poder de escolher livremente entre a vida e a morte, e DEUS nunca violará esse poder.

2) Pode-se resistir à graça de DEUS? Um dos princípios fundamentais do Calvinismo é que a graça de DEUS e irresistível. Quando DEUS decreta a salvação de uma pessoa, seu ESPÍRITO atrai, e essa atração não pode ser resistida. Portanto, um verdadeiro filho de DEUS certamente perseverará até ao fim e será salvo; ainda que caia em pecado, DEUS o castigará e pelejará com ele. Ilustrando a teoria calvinista diríamos: é como se alguém estivesse a bordo dum navio, e levasse um tombo; contudo está a bordo ainda; não caiu ao mar.
Mas o Novo Testamento ensina, sim, que é possível resistir à graça divina e resistir para a perdição eterna (João 6:40; Heb. 6:46; 10:26-30; 2 Ped. 2:21; Heb. 2:3; 2 Ped. 1:10), e que a perseverança é condicional dependendo de manter-se em contacto com DEUS.
Note-se especialmente Heb. 6:4-6 e 10:26-29. Essas palavras foram dirigidas a cristãos; as epístolas de Paulo não foram dirigidas aos não-regenerados. Aqueles aos quais foram dirigidas são descritos como havendo sido uma vez iluminados, havendo provado o dom celestial, participantes do ESPÍRITO SANTO, havendo provado a boa Palavra de DEUS e as virtudes do século futuro. Essas palavras certamente descrevem pessoas regeneradas.
Aqueles aos quais foram dirigidas essas palavras eram cristãos hebreus, que, desanimados e perseguidos (10:32-39), estavam tentados a voltar ao Judaísmo. Antes de serem novamente recebidos na sinagoga, requeria-se deles que, publicamente, fizessem as seguintes declarações (10:29): que JESUS não era o Filho de DEUS; que seu sangue havia sido derramado justamente como o dum malfeitor comum; e que seus milagres foram operados pelo poder do maligno. Tudo isso está implícito em Heb. 10:29. (Que tal repúdio da fé podia haver sido exigido, é ilustrado pelo caso dum cristão hebreu na Alemanha, que desejava voltar à sinagoga, mas foi recusado porque desejava conservar algumas verdades do Novo Testamento.) Antes de sua conversão havia pertencido à nação que crucificou a CRISTO; voltar à sinagoga seria de novo crucificar o Filho de DEUS e expô-lo ao vitupério; seria o terrível pecado da apostasia (Heb. 6:6); seria como o pecado imperdoável para o qual não há remissão, porque a pessoa que está endurecida a ponto de cometê-lo não pode ser "renovada para arrependimento"; seria digna dum castigo mais terrível do que a morte (10:28); e significaria incorrer na vingança do DEUS vivo (10:30, 31).
Não se declara que alguém houvesse ido até esse ponto; de fato , o autor está persuadido de "coisas melhores" (6:9). Contudo, se o terrível pecado da apostasia da parte de pessoas salvas não fosse ao menos remotamente possível, todas essas admoestações careceriam de qualquer fundamento.
Leia-se 1 Cor. 10:1-12. Os coríntios se haviam jactado de sua liberdade cristã e da possessão dos dons espirituais. Entretanto, muitos estavam vivendo num nível muito pobre de espiritualidade. Evidentemente eles estavam confiando em sua "posição" e privilégios no Evangelho. Mas Paulo os adverte de que os privilégios podem perder-se pelo pecado, e cita os exemplos dos israelitas. Estes foram libertados duma maneira sobrenatural da terra do Egito, por intermédio de Moisés, e, como resultado, o aceitaram como seu chefe durante a jornada para a Terra da Promissão. A passagem pelo Mar Vermelho foi um sinal de sua dedicação à direção de Moisés. Cobrindo-os estava a nuvem, o símbolo sobrenatural da presença de DEUS que os guiava. Depois de salvá-los do Egito, DEUS os sustentou, dando-lhes, de maneira sobrenatural, o que comer e beber. Tudo isso significava que os israelitas estavam em graça, isto é: no favor e na comunhão com DEUS.
Mas "uma vez em graça sempre em graça" não foi verdade no caso dos israelitas, pois a rota de sua jornada ficou assinalada com as sepulturas dos que foram destruídos em consequência de suas murmurações, rebelião e idolatria. O pecado interrompeu sua comunhão com DEUS, e, como resultado, caíram da graça. Paulo declara que esses eventos foram registrados na Bíblia para advertir os cristãos quanto à possibilidade de perder os mais sublimes privilégios por meio do pecado deliberado.

4. Equilíbrio escriturístico.
As respectivas posições fundamentais, tanto do Calvinismo como do Arminianismo, são ensinadas nas Escrituras. O Calvinismo exalta a graça de DEUS como a única fonte de salvação — e assim o faz a Bíblia; o Arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem — e assim o faz a Bíblia. A solução prática consiste em evitar os extremos antibíblicos de um e de outro ponto de vista, e em evitar colocar uma ideia em aberto antagonismo com a outra. Quando duas doutrinas bíblicas são colocadas em posição antagônica, uma contra a outra, o resultado é uma reação que conduz ao erro. Por exemplo: a ênfase demasiada à soberania e à graça de DEUS na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o Calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação. Os dois extremos que devem ser evitados são: a ilegalidade e o legalismo.
Quando Carlos Finney ministrava em uma comunidade onde a graça de DEUS havia recebido excessiva ênfase, ele acentuava muito a responsabilidade do homem. Quando dirigia trabalhos em localidades onde a responsabilidade humana e as obras haviam sido fortemente defendidas, ele acentuava a graça de DEUS. Quando deixamos os mistérios da predestinação e nos damos à obra prática de salvar as almas, não temos dificuldades com o assunto. João Wesley era arminiano e George Whitefield calvinista. Entretanto, ambos conduziram milhares de almas a CRISTO.
Pregadores piedosos calvinistas, do tipo de Carlos Spurgeon e Carlos Finney, têm pregado a perseverança dos santos de tal modo a evitar a negligência. Eles tiveram muito cuidado de ensinar que o verdadeiro filho de DEUS certamente perseveraria até ao fim, mas acentuaram que se não perseverassem, poriam em dúvida o fato do seu novo nascimento. Se a pessoa não procurasse andar na santidade, dizia Calvino, bem faria em duvidar de sua eleição.
É inevitável defrontarmo-nos com mistérios quando nos propomos tratar as poderosas verdades da presciência de DEUS e a livre vontade do homem; mas se guardamos as exortações práticas das Escrituras, e nos dedicamos a cumprir os deveres específicos que se nos ordenam, não erraremos. "As coisas encobertas são para o Senhor DEUS, porém as reveladas são para nós" (Deut. 29:29).
Para concluir, podemos sugerir que não é prudente insistir falando indevidamente dos perigos da vida cristã. Maior ênfase deve ser dada aos meios de segurança — o poder de CRISTO como Salvador; a fidelidade do ESPÍRITO SANTO que habita em nós, a certeza das divinas promessas, e a eficácia infalível da oração. O Novo Testamento ensina uma verdadeira "segurança eterna", assegurando-nos que, a despeito da debilidade, das imperfeições, obstáculos ou dificuldades exteriores, o cristão pode estar seguro e ser vencedor em CRISTO. Ele pode dizer com o apóstolo Paulo: "Quem nos separará do amor de CRISTO? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de DEUS, que está em CRISTO JESUS nosso Senhor" (Rom. 8:35-39). 
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Teologia Sistemática - Myer Pearman – EDITORA VIDA

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Lição 10, O Processo da Salvação
4º Trimestre de 2017 - Título: A Obra da Salvação - JESUS CRISTO é o Caminho, e a Verdade e a Vida.
Comentarista: Pr. Claiton Ivan Pommerening, Assembleia de DEUS de Joinville, SC.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
 
https://ebdnatv.blogspot.com.br/2017/11/figuras-da-licao-10-o-processo-da.html  (FIGURAS)
 
  
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.1-7
1 – E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2 – Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele. 3 – JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS. 4 – Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5 – JESUS respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO não pode entrar no Reino de DEUS. 6 – O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do ESPÍRITO é espírito. 7 – Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
 
Resumo da Lição 10, O Processo da Salvação
I - JUSTIFICADOS POR DEUS
1. A natureza da Justificação. 
2. A necessidade de Justificação. 
3. A impossibilidade da autojustificação. 
II - REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO
1. A natureza da Regeneração. 
2. A necessidade de Regeneração. 
3. Consequências da Regeneração. 
III - SANTIFICADOS EM CRISTO
1. Uma consequência da salvação. 
2. Um esforço pessoal. 
3. O desafio de sermos santos. 
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Pela fé em CRISTO e mediante a sua graça somos justificados por DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O ESPÍRITO SANTO opera, naquele que crê em JESUS CRISTO, a regeneração.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Pela fé somos santificados em JESUS CRISTO.
 
PARA REFLETIR - A respeito do processo da salvação, responda: 
Quais são as consequências da justificação?
A justificação tem como consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação do pecador com DEUS, a segurança da salvação e a santificação da vida.
Qual é a necessidade da justificação?
A necessidade da justificação é para que nos encontremos justos e santos diante de DEUS, a fim de que sejamos participantes das bênçãos da salvação e para que o Diabo não acuse o crente dos pecados que CRISTO perdoou.
Qual é a distinção entre regeneração e conversão?
Regeneração é a ação divina de criar um novo homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova criação, tornando-o filho de DEUS e fazendo-o passar da morte para a vida. A conversão é a resposta humana à regeneração no processo de salvação, que é voltar-se inteiramente para DEUS; enquanto aquela é um milagre operado por DEUS na natureza humana, um fenômeno incompreensível à mente natural. 
O que é a santificação?
A santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a DEUS, desenvolvendo nele a imagem de CRISTO.
É possível ser santo de maneira absoluta?
As Escrituras revelam que devemos almejar e priorizar a santificação, pois a nossa natureza pecaminosa insiste em resistir a esse processo. DEUS anela pela santificação dos seus filhos, não por capricho divino, mas porque o pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor não quer ver os seus filhos feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua natureza amorosa. Às vezes achamos que podemos ser continuamente bons e santos (1 Jo 1.10). Na verdade, a nossa meta deve ser essa, mas não podemos deixar de reconhecer que somos simultaneamente justos e pecadores, ou seja, em CRISTO, DEUS nos vê absolutamente santos; no entanto, em relação à nossa natureza inclinada ao pecado, nossa santificação sofre revezes. Por isso é exigido um esforço pessoal e dependência contínua do ESPÍRITO SANTO para sermos santos.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 72, p41. 
 
ESTUDOS DE DIVERSOS AUTORES E LIVROS COM ALGUMAS CORREÇÕES
Resumo rápido do Pr. Henrique
INTRODUÇÃO
Após o interesse da pessoa, ainda descrente, por DEUS, vem o convencimento do ESPÍRITO SANTO do pecado, da justiça e do juízo, depois o arrependimento e a confiança total no sacrifício de JESUS, ai vem a confissão. Continuando o processo de salvação, nas etapas que hoje vamos estudar, acontecem a justificação, a regeneração e a santificação. 
 
Sequência de fatos no processo da salvação, que acontece no mesmo instante da confissão.
Primeiro é o Interesse da pessoa por DEUS (Livre-arbítrio).
Aí DEUS providencia que ouça o evangelho.
ESPÍRITO SANTO convence (Jo 16.8).
Arrependimento.
Fé em JESUS e seu sacrifício
Justificação.
Regeneração.
Santificação.
Adoção.
Redenção.
Etc...
Nossa lição está continuando o processo da salvação passo a passo.

Veja que Lídia era temente a DEUS, faltava ouvir o evangelho e ser salva. Como já se interessava por DEUS, DEUS enviou Paulo a pregar o evangelho para ela. O ESPÍRITO SANTO entrou com a abertura de seu coração através do convencimento do pecado, da justiça e do juízo.
Veja o caso de Cornélio que já era homem temente a DEUS, faltava ouvir a palavra pra ser salvo e DEUS lhe enviou Pedro.
Veja Paulo que era zeloso por DEUS e DEUS lhe enviou Estevão que pregou para ele na sua morte. Depois JESUS confirmou este chamado e ainda enviou Ananias.
O homem só precisa se interessar por DEUS, o resto DEUS fará para que se converta. Vai enviar pregador e vai convencer pelo ESPÍRITO SANTO e este homem se arrependerá de seus pecados e se entregará a JESUS, confiando em sua salvação por meio de JESUS. E a fé que agrada a DEUS.
O Batismo no corpo de CRISTO é feito pelo ESPÍRITO SANTO ao aceitarmos a JESUS, pis já estamos salvos. Agora somos filhos de DEUS. Igreja. Membros do corpo invisível de CRISTO na terra. Fomos colocados pelo ESPÍRITO SANTO no corpo de CRISTO. Esse é o batismo de todo crente. Um único batismo.
Já o batismo nas águas não é batismo no ESPÍRITO SANTO. É um Ritual de confirmação de nossa fé. Assim como a circuncisão era feita no AT pelos judeus. 
O BATISMO nas águas é humano, não sobrenatural como o BATISMO no corpo de CRISTO e o BATISMO no ESPÍRITO SANTO para capacitação do crente para pregar o evangelho.
O BATISMO no ESPÍRITO SANTO como revestimento de poder para pregar o evangelho é sobrenatural e efetuado por JESUS. Nesse BATISMO o crente é cheio do ESPÍRITO SANTO e fala em línguas no momento que o recebe.
 
Sequência do processo da salvação.
Primeiro é o Interesse da pessoa por DEUS (livre-arbítrio).
Depois DEUS providencia que ouça o evangelho.
Ouvir e Crer - Fé em JESUS e seu sacrifício (Ef 1.13)
ESPÍRITO SANTO convence do pecado, da justiça e do juízo..
Arrependimento.
Justificação.
Regeneração.
Santificação.
Adoção.
Redenção.
Etc...
 
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa. 14 O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. Ef 1.13, 14.
 
DEUS nos deu o livre arbítrio para escolher o que queremos. Se a fé para sermos salvos fosse dada por DEUS não seria fé que agradaria a DEUS. Seria fé forçada. Ninguém foi escolhido para ser salvo e outro escolhido para ir para o inferno.
Ensino diabólico de calvinistas ensina sobre depravação total do homem que não pode se chegar a DEUS sozinho. Isso é invenção de calvinista que copiou de um católico esta doutrina - Agostinho.
O homem pode se interessar por DEUS sim. DEUS diz que o homem conhece o bem e o mal.
ANTES DO HOMEM PECAR. - Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3:5 
 
DEPOIS DO HOMEM PECAR DEUS DISSE: Então disse o Senhor DEUS: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor DEUS, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. Gênesis 3:22, 23. 
 
DEUS manda o homem escolher é porque pode escolher. Veja em Dt 30 
Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, Deuteronômio 30:19
 
Observação: 
Paulo diz que não conseguiu a perfeição. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por CRISTO JESUS. Filipenses 3:12
Antes do arrebatamento jamais conseguiremos a perfeição.
Um crente pode ter 50 anos de crente e mesmo assim não ter dado ao ESPÍRITO SANTO chance de arrumar alguma área de sua vida.
Tem batismo no ESPÍRITO SANTO no corpo de CRISTO e tem batismo no ESPÍRITO SANTO para revestimento de poder para evangelizar.
Tem batismo no ESPÍRITO SANTO no corpo de CRISTO (acontece na hora que se converte) e tem batismo no ESPÍRITO SANTO para revestimento de poder para evangelizar (neste o crente fala em línguas confirmando externamente o batismo - pode ocorrer no mesmo instante em que se converte, pode acontecer antes do batismo nas águas, pode acontecer durante a vida do crente e pode não ocorrer nunca na vida do crente.)
No batismo nas águas não acontece nada sobrenatural. Ninguém é transformado ou aperfeiçoado quando se batiza nas águas. É inteiramente uma decisão humana e realização humana. É externo. Apenas confirmação de que o crente está tomando a decisão de participar da Igreja como membro que já é desde o instante em que se converteu. É um compromisso de ter uma vida diferente quando à vida exterior. A partir dai terá obrigações sociais. É um sepultamento com CRISTO e uma ressurreição com CRISTO para uma nova vida. As coisas velhas passaram. Não poderemos viver mais como se não tivéssemos aceitado a JESUS como único Salvador e Senhor. Nenhum pecado é deixado na água e nenhuma transformação a água vai causar no crente.
Seria muita pretensão do crente achar que já alcançou a perfeição. Perfeito - Só JESUS. Paulo disse que seguia olhando para JESUS - o alvo é JESUS.
 
Nascer da água é nascer da Palavra de DEUS. Fostes regenerados não a partir de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da Palavra de DEUS, a qual é viva e operosa por toda a eternidade. 1 Pedro 1.23 Quem é de DEUS escuta as palavras de DEUS; por isso vós não as escutais, porque não sois de DEUS. João 8:47
De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS. Romanos 10:17 Visto como na sabedoria de DEUS o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21 Nascer da água é nascer da Palavra de DEUS. Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Efésios 5:26 Nascer da água é nascer da Palavra de DEUS. Nascer do ESPÍRITO é nascer da ação do ESPÍRITO SANTO que nos convence do pecado, da justiça e do juízo e depois nos coloca no corpo de CRISTO, a Igreja. Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO SANTO, Tito 3:5 E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. João 16:8
De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS. Romanos 10:17 A fé para ser salvo tem que ser ativada no coração do ser humano depois de ouvir a Palavra de DEUS. Se a fé não for ativada pelo ser humano não será salvo.
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13
 
I - JUSTIFICADOS POR DEUS
Justificação. E a mudança de posição externa e legal do pecador diante de DEUS: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (I Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; Gl 2.16).
Regeneração. E a mudança de condição do pecador: de servo do pecado para filho de DEUS. A regeneração é tão séria diante de DEUS, que a Bíblia chama-a de “batismo em JESUS” (I Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Trata-se de um ato interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu ser. E um termo ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo 3.5). Mediante a regeneração somos chamados “filhos de DEUS” (cf. Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).
Santificação. E a mudança de caráter (mudança subjetiva); e a mudança de serviço (mudança objetiva), “em CRISTO” (posicionai), como lemos em João 15.4 ;17.26.
 
A JUSTIFICAÇÃO
1. Definição etimológica. Significa, declarar justo pelos méritos de CRISTO.
2. Definição teológica. Declarar alguém justo, como se este jamais houvera cometido quaisquer iniquidades.
3. Benefícios da justificação. 1) Novo relacionamento com a Lei (At 13.39); 2) Novo relacionamento com DEUS (Rm 5.1,9).
Definição. "Justificação" é o ato de DEUS declarar justo o pecador que pela fé aceita JESUS por seu Salvador (Rm 5.1,33). Tal pessoa passa a ser vista por DEUS como se jamais tivera pecado em toda a sua vida. DEUS declara o pecador livre de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas. 
Os benefícios da justificação. A justificação nos concede inúmeras bênçãos divinas. Para o estudo desta lição destacaremos apenas três: 
a) Remissão dos pecados. O apóstolo Paulo quando pregou na sinagoga de Antioquia da Pisídia fez a seguinte declaração: "Seja-vos notório, varões irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê" (At 13.38,39). CRISTO ao cumprir toda a lei que o homem não pôde cumprir, possibilitou ao homem ser plenamente justificado. 
b) Restauração da graça de DEUS. A justificação tem sua origem na livre graça de DEUS (Rm 3.24). Graça é o favor divino dispensado ao homem sem que ele mereça. Mediante o pecado o homem perdeu a proteção divina e passou a viver sob a justa ira divina (Jo 3.36; Rm 1.18). A ira de DEUS representa a reação automática de sua santidade contra o pecado. Porém, ao aceitar a CRISTO pela fé, o pecador é por DEUS justificado, ficando assim, livre da ira divina (Rm 5.9). 
c) Imputação da justiça de CRISTO. A graça de DEUS só foi possível mediante a provisão da justiça de CRISTO. Justificação significa mudança de posição perante DEUS: de condenado que era, o homem passa a ser considerado justo. Como isso ocorre? A justiça de CRISTO é creditada à nossa conta espiritual (Rm 3.24-28; 1 Co 1.30).
 
1. A natureza da Justificação. 
Houve um julgamento, no qual, fomos considerados culpados (Rm 3.23). Só nos resta apelar para JESUS, nosso advogado e justificador.
O sacrifício expiatório e substitutivo de CRISTO nos livrou da pena (Rm 4.24,25). JESUS nos substituiu pagando por nós na cruz (2 Co 5.21). DEUS nos ama e prova que nos ama, dando seu Filho para morrer em nossos lugar.
Nós não temos méritos na salvação (Rm 5.1; Ef 2.8). A fé foi introduzida no homem quando nasceu aqui na terra. esta fé dá livre-arbítrio ao homem para escolher ser salvo ou não. Esta fé é o meio para nos conduzir a CRISTO, o nosso justificador. A fé não é a causa da justificação. A justificação tem como consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação do pecador com DEUS, a segurança da salvação e a santificação da vida.
 
2. A necessidade de Justificação. 
Sem justificação não há salvação.
Só podemos nos apresentar diante de DEUS como justos e santos pela justificação em CRISTO. Existem centenas de bênçãos advindas da salvação. Nossa vitória contra o Diabo e suas acusações de que pecamos são apagadas por CRISTO que nos perdoou (Rm 8.33,34). O crente foi justificado, está livre de condenação e é herdeiro da vida eterna, tendo como resultado prático a paz com DEUS (Rm 5.1).
 
3. A impossibilidade da autojustificação. 
JESUS morreu em nosso lugar, levando sobre Ele nossos pecados - Pertence a JESUS a nossa justificação - Nada do que fizermos ou dissermos poderá nos justificar.
 Na parábola do publicano e do fariseu, JESUS ilustra a justificação. (Lc 18.9-14). 
Só existe justificação se existir a fé - Abraão é chamado de pai dos que têem fé porque foi justificado por sua fé.
E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em DEUS, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de DEUS. Tiago 2:23
Mesmo com os nossos defeitos e falhas, em CRISTO, DEUS nos enxerga sem pecado (1 Co 6.11). Assim, o pecador é justificado pela graça de DEUS somente, jamais por méritos pessoais (Rm 3.21,26,28; Ef 2.8; 4.5; Gl 3.11).
 
II - REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO
A REGENERAÇÃO DO SER HUMANO NAS SAGRADAS ESCRITURAS

Para nascer é preciso morrer.
A ideia de que o batismo é o ato pelo qual os pecados são perdoados, inadvertidamente seguida, ainda hoje, por grupos religiosos que se dizem evangélicos, é uma sutil humanização da doutrina da regeneração.
 
A regeneração
 Quando correspondemos ao chamado divino e ao convite do ESPÍRITO e da Palavra, DEUS realiza atos soberanos que nos introduzem na família do seu Reino: regenera os que estão mortos nos seus delitos e pecados; justifica os que estão condenados diante de um DEUS santo; e adota os filhos do inimigo. Embora estes atos ocorram simultaneamente naquele que crê, e possível examiná-los separadamente.
A regeneração e a ação decisiva e instantânea do ESPÍRITO SANTO, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por "regeneração" aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere a renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. 0 Senhor "tirara da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne" (Ez 11.19). DEUS diz: "Espalharei água pura sobre vos, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vos o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos" (Ez 36.25,27). DEUS colocará a sua lei "no seu interior e a escreverá no seu coração" Jr 31.33). Ele "circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor" (Dt 30.6).
O Novo Testamento apresenta a figura do ser criado de novo (2 Co 5.17) e a da renovação (Tt 3.5), porém a mais comum é a e nascer gr. gennaõ, gerar ou dar a luz) . JESUS disse: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS" 003.3). Pedro declara que DEUS, em sua grande misericórdia) "nos gerou de novo para uma viva esperança" (1 Pe 1.3). E uma obra que somente DEUS realiza. Nascer de novo diz respeito a uma transformação radical. Mas ainda se faz mister um processo de amadurecimento. A regeneração é o início do nosso crescimento no conhecimento de DEUS, na nossa experiência de CRISTO e do ESPÍRITO e no nosso caráter moral. (Teologia sistemática – Stanley M.Horton – CPAD)
 
 
A REGENERAÇÃO
 Jo 3.3: “JESUS respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de DEUS.” 
Em 3.1-8, JESUS trata de uma das doutrinas fundamentais da fé cristã: a regeneração (Tt 3.5), ou o nascimento espiritual. 
 Sem o novo nascimento, ninguém poderá ver o reino de DEUS, i.e., receber a vida eterna e a salvação mediante JESUS CRISTO.
   Apresentamos a seguir, 
importantes fatos a respeito do novo nascimento. (1) A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24), efetuadas por DEUS e o ESPÍRITO SANTO (3.6; Tt 3.5). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio DEUS é outorgada ao crente (3.16; 2Pe 1.4; 1Jo 5.11), e este se torna um filho de DEUS (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2Co 5.17; Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo DEUS “em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
(2) A regeneração é necessária porque, à parte de CRISTO, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a DEUS e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12; 1Co 2.14).
(3) A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para DEUS (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador (ver 1.12).
(4) A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a JESUS CRISTO (2Co 5.17; Ef 4.23,24; Cl 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado (ver 8.36; Rm 6.14-23), e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a DEUS e de seguir a direção do ESPÍRITO(Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1Jo 2.29), ama aos demais crentes (1Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo ( 1Jo 2.15,16).
(5) Quem é nascido de DEUS não pode fazer do pecado uma prática habitual na sua vida (ver 1Jo 3.9). Não é possível permanecer nascido de novo sem o desejo sincero e o esforço vitorioso de agradar a DEUS e de evitar o mal (1Jo 2.3-11, 15-17, 24-29; 3.6-24; 4.7,8,20; 5.1), mediante uma comunhão profunda com CRISTO (ver 15.4) e a dependência do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.2-14).
(6) Aqueles que continuam vivendo na imoralidade e nos caminhos pecaminosos do mundo, seja qual for a religião que professam, demonstram que ainda não nasceram de novo (1Jo 3.6,7).
(7) Assim como uma pessoa nasce do ESPÍRITO ao receber a vida de DEUS, também pode extinguir essa vida ao enveredar pelo mal e viver em iniquidade. As Escrituras afirmam: “se viverdes segundo a carne, morrereis” (Rm 8.13). Ver também Gl 5.19-21, atentando para a expressão “como já antes vos disse” (v. 21).
(8) O novo nascimento não pode ser equiparado ao nascimento físico, pois o relacionamento entre DEUS e o salvo é questão do espírito e não da carne (3.6). Logo, embora a ligação física entre um pai e um filho nunca possa ser desfeita, o relacionamento de pai para filho, que DEUS quer manter conosco, é voluntário e dissolúvel durante nosso período probatório na terra (ver Rm 8.13). Nosso relacionamento com DEUS é condicionado pela nossa fé em CRISTO durante nossa vida terrena; fé esta demonstrada numa vida de obediência e amor sinceros (Hb 5.9; 2Tm 2.12).
 
1. O homem foi criado por DEUS em perfeição.
Só o DEUS Altíssimo, Pessoal e Onipotente, a quem rendemos toda honra e glória, seria capaz disso! O homem não surgiu do acaso, como ensinam os humanistas,
O homem foi criado à imagem e semelhança de DEUS (Gn 1.26,27).
DEUS é a causa primária de todas as coisas, inclusive o ser humano.
O homem que veio à existência em estado de perfeição espiritual, moral, psíquica e física.
O homem é um complexo aparelho psíquico consciente e perfeito, capaz de pensar e agir por vontade própria, que o reveste de responsabilidade moral por seus feitos e de característica singular, acima de todos os seres da Criação (Gn 1.28-31).
O homem foi criado num corpo completo, funcional e com uma anatomia perfeita.
DEUS, soprou-lhe o espírito (Gn 2.7) a fim de propiciar-lhe comunhão
 
 
2. O homem pecou e foi afetado pelo pecado. Satanás interagindo enganosamente com o livre-arbítrio do homem, seduziu-o e por meio dele (o homem), introduziu o pecado e a morte no mundo (Rm 5.12).
Um dos principais significados do vocábulo pecado é errar o alvo.
O propósito de DEUS para a raça humana foi desvirtuado pela desobediência de nossos primeiros pais (Gn 2.15-17).
O pecado passou a contaminar todo homem que vem ao mundo, tornando-o presa fácil de Satanás.
Mediante a disseminação de ideologias materialistas, como a que estamos estudando hoje, o pecado, afasta a humanidade cada vez mais de DEUS.
 
Obs. Pr. Henrique
Haviam duas árvores no meio do jardim, se escolhesse comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não poderia comer da árvore da vida.
Como escolheu comer da primeira foi proibido de comer da outra.

Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, Gênesis 3:22 (Passou a conhecer os dois lados - o bem e o mal) 

Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, Deuteronômio 30:19

 
3. O homem necessita da regeneração.
 
"Mas DEUS, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo lugar, que se arrependam" (AT 17.30). No próprio juízo de DEUS ao primeiro casal, extensivo a toda raça humana, veio também implícita a promessa de sua redenção (Gn 3.15)
Na época exata, o Filho Unigênito de DEUS tomou a forma de homem para, através de sua obra vicária, redimir o ser humano de seus pecados e das mãos de Satanás (vv. 24-26; Fp 2.5-11).
A parte de DEUS está perfeitamente consumada, como claramente expõe reiteradamente a Epístola aos Hebreus.
Basta ao homem crer na providência divina e pela fé salvífica em CRISTO, aceitá-la, ao invés de dar ouvidos ao pós-modernismo humanista, que o leva cada vez mais para o abismo.
CRISTO veio para restaurar todas as coisas, a partir do homem (Mt 19.28; At 3.21).
Quando o pecador se arrepende de seus pecados e aceita a JESUS como seu Salvador, ele experimenta a nova vida em CRISTO, gerada pelo poder do ESPÍRITO SANTO, que nele passa a habitar após receber a salvação.
 
 
Assim, enquanto o mundo continua em busca da nova humanidade através dos caminhos do pós-modernismo humanista, negando a necessidade da regeneração bíblica, nós, os cristãos redimidos pelo sangue de CRISTO, reafirmamos com ousadia os fundamentos da sua doutrina, sem a qual o revestir-se do novo homem jamais poderá ser alcançado.
 
 
A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS

 
 Jo 20.22 “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO.”
 
A outorga do ESPÍRITO SANTO por JESUS aos seus discípulos no dia da ressurreição não foi o batismo no ESPÍRITO SANTO como ocorreu no dia de Pentecoste (At 1.5; 2.4).
  
 
Era, realmente, a primeira vez que a presença regeneradora do ESPÍRITO SANTO e a nova vida do CRISTO ressurreto saturavam e permeavam os discípulos.
  
 
Regeneração: Ato que se dá na vida de quem aceita a CRISTO, tornando-o partícipe da vida e da natureza divina. (1) Durante a última reunião de JESUS com seus discípulos, antes da sua paixão e crucificação, Ele lhes prometeu que receberiam o ESPÍRITO SANTO, como aquele que os regeneraria: “habita convosco, e estará em vós” (14.17). JESUS agora cumpre aquela promessa.
(2) Da frase, “assoprou sobre eles”, em 20.22, infere-se que se trata da sua regeneração. A palavra grega traduzida por “soprou” (emphusao) é o mesmo verbo usado na Septuaginta (a tradução grega do AT) em Gn 2.7, onde DEUS “soprou em seus narizes [de Adão] o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. É o mesmo verbo que se acha em Ez 37.9: “Assopra sobre estes mortos, para que vivam”. O uso que João faz deste verbo neste versículo indica que JESUS estava lhes outorgando o ESPÍRITO a fim de neles produzir nova vida e nova criação. Isto é, assim como DEUS soprou para dentro do homem físico o fôlego da vida, e o homem se tornou uma nova criatura (Gn 2.7), assim também, agora, JESUS soprou espiritualmente sobre os discípulos, e eles se tornaram novas criaturas. Mediante sua ressurreição, JESUS tornou-se em “espírito vivificante” (1Co 15.45).
(3) O imperativo “Recebei o ESPÍRITO SANTO” estabelece o fato que o ESPÍRITO, naquele momento histórico, entrou de maneira inédita nos discípulos, para neles habitar. A forma verbal de “receber” está no aoristo imperativo (gr. lebete, do verbo lambano), que denota um ato único de recebimento. Este “recebimento” da vida pelo ESPÍRITO SANTO antecede a outorga da autoridade de JESUS para eles (Jo 20.23), bem como do batismo no ESPÍRITO SANTO, pouco depois, no dia de Pentecoste (At 2.4).
(4) Antes dessa ocasião, os discípulos eram verdadeiros crentes em CRISTO, e seus seguidores, segundo os preceitos do antigo concerto. Porém, eles não eram plenamente regenerados no sentido da nova aliança. A partir de então os discípulos passaram a participar dos benefícios do novo concerto baseado na morte e ressurreição de JESUS (ver Mt 26.28; Lc 22.20; 1Co 11.25; Ef 2.15,16; Hb 9.15-17. Foi, também, nessa ocasião, e não no Pentecoste, que a igreja nasceu, i.e., uma nova ordem espiritual, assim como no princípio DEUS soprou sobre o homem até então inerte para de fato torná-lo criatura vivente na ordem material (Gn 2.7).
(5) Este trecho é essencial para a compreensão do ministério do ESPÍRITO SANTO entre o povo de DEUS: (a) os discípulos receberam o ESPÍRITO SANTO (i.e., o ESPÍRITO SANTO passou a habitar neles e os regenerou) antes do dia de Pentecoste; e (b) o derramamento do ESPÍRITO SANTO em At 2.4. Isto seguiu-se à primeira experiência. O batismo no ESPÍRITO no dia do Pentecoste foi, portanto, uma segunda e distinta obra do ESPÍRITO neles.
(6) Estas duas obras distintas do ESPÍRITO SANTO na vida dos discípulos de JESUS são normativas para todo cristão. Isto é, todos os autênticos crentes recebem o ESPÍRITO SANTO ao serem regenerados, e a seguir precisam experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO para receberem poder para serem suas testemunhas
 (At 1.5,8; 2.4; ver 2.39).
(7) Não há qualquer fundamento bíblico para se dizer que a outorga por JESUS do ESPÍRITO SANTO em 20.22 era tão somente uma profecia simbólica da vinda do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste. O uso do aoristo imperativo para “receber” (ver supra) denota o recebimento naquele momento e naquele lugar.
 
 
1. A natureza da Regeneração. 
Ao aceitarmos a JESUS como único Salvador e Senhor, somos mudados de filhos da ira para filhos de DEUS. 
No NT, o termo palingenesia é usado em relação à restauração escatológica (Mt 19.28) de todas as coisas. Em Tito, na única outra vez em que a palavra é usada, ela se refere à salvação do indivíduo (Tt 3.5). Outras expressões do NT são usadas para a mesma verdade, mas todas têm em comum a ideia de uma mudança dramática semelhante, e denominada novo nascimento. O novo nascimento significa renascer ou nascer do alto (Jo 3.3; 1 Pe 1.23), ser nascido de DEUS (Jo 1.13), ser gerado por DEUS (1 Pe 1.3), ser vivificado (Ef 2.5; Cl 2.13). Esta renovação ocorre pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Jo 3.5; Tt 3.5) e faz do homem uma nova criatura (q.v.; 2 Co 5.17; Ef 2.5; 4.24).
A regeneração deve ser distinguida da justificação. A justificação muda o relacionamento do crente com DEUS. A regeneração afeta sua natureza moral e espiritual e a transforma. A justificação remove sua culpa; a regeneração, sua atrofia espiritual, de forma que ele passa da morte espiritual para a vida espiritual. A justificação traz o perdão dos pecados; a regeneração, a renovação da vida espiritual para que o indivíduo possa atuar como um filho de DEUS.
A regeneração também deve ser distinguida da santificação (q.v.). A santificação, ou a vida de crescimento progressivo na graça, começa somente após a regeneração e continua até que o crente vá estar com CRISTO. Contudo, a santificação é citada em termos similares à regeneração. O cristão é exortado a ser transformado pela renovação de sua mente (Rm 12.2), a revestir-se do novo homem (Ef 4.22-24; Cl 3.9,10), e a considerar- se morto para o pecado, mas vivo para DEUS (Rm 6.3-11). Estas passagens mostram que o período de santificação do crente começa com sua regeneração.
A regeneração só pode ocorrer com a fé porque elas estão unidas (Ef 2.8). Uma não ocorre sem a outra.
As igrejas Católica Romana e Anglicana ensinam uma forma de regeneração batismal, e algumas igrejas da Reforma até falam da regeneração ocorrendo “antes, durante, ou depois do batismo". As Escrituras, porém, não ensinam a regeneração batismal de moído algum. Embora Pedro fale do batismo salvando o crente (1 Pe 3.21), ele diz que a regeneração é causada pela Palavra de DEUS (1 Pe 1.23), como faz Tiago (Tg 1.18). Parece claro que o que Pedro quer dizer é que o batismo no ESPÍRITO salva, a aplicação real do sangue de CRISTO pelo ESPÍRITO SANTO aos nossos pecados na regeneração. CRISTO coloca tal ênfase no ato de fé de aceitá-lo como Salvador (Jo 3.16,36; 5.24), que qualquer regeneração, sem um conhecimento racional dele e uma aceitação pessoal não é sequer considerada. As objeções nas Escrituras para a circuncisão e para a observação da lei como um meio de regeneração mostram que qualquer ensino de uma eficácia de batismo ex opere operato também não tem lugar. A Palavra de DEUS fornece o conteúdo daquilo em que uma pessoa deve crer para ser salva, e o batismo significa e confessa o poder purificador do sangue de CRISTO para remover os pecados; mas a fé salvadora, dada como um dom ao homem no momento da regeneração, é a condição.
Bibliografia. Biíly Graham, “The New Birth”, em Fundamentais ofthe Faith, Carl F. H. Henry, ed., Grand Rapids. Zondervan, 1969, pp, 189-208. Herman A. Hoyt, The New Birth, Findlay, Ohio. Dunham, 1961. Robert D. Knudsen, “The Nature of Regeneration", em Christian Faith and Modern Thought, Carl F. H. Henry, ed., Nova York. Channel Press, 1964, pp. 307-321. R. A. K. - DICIONÁRIO WHICLIFFE
 
2. A necessidade de Regeneração. 
Sem a regeneração seriamos apenas robôs, mas como regenerados somos novas criaturas, as coisas velhas passaram, tudo se fez novo. Temos uma luta para lutar agora.
Para nascermos no reino de DEUS temos que morrer no reino de Satanás, ou reino das trevas. Ao ouvirmos a pregação da Palavra de DEUS esta Palavra fez em nós um corte profundo e nos fez morrer para o pecado e nascer para DEUS, para a santificação, para uma vida nove, agora enxergando o reino da luz.
Agora em intimidade com o ESPÍRITO SANTO temos entusiasmo espiritual e vida abundante (Jo 7.38), onde outrora havia morte, ofensa e pecado (Ef 2.1). É o agir do ESPÍRITO pela Palavra que faz germinar vida no coração do salvo (Tg 1.18).
 
3. Consequências da Regeneração. 
Algumas características do crente regenerado vão aparecendo gradativamente. O crente é batizado no ESPÍRITO SANTO, recebe dons espirituais, passa a ter um amor intenso a DEUS (1 Jo 4.19; 5.1); o amor pelos irmãos (1 Jo 3.14); a rejeição das coisas mundanas (1 Jo 2.15,16); o amor à Palavra de DEUS (Sl 119.103; 1 Pe 2.2); o amor pelas almas perdidas (Rm 9.1-3); o desejo de estar em comunhão com DEUS e adorá-lo (Sl 42.1,2; 63.1; Ef 5.19,20); a vitória sobre o pecado, a carnalidade e as práticas contrárias ao Evangelho (1 Jo 5.18; Gl 5.16; 2 Co 5.17); o conhecimento da vontade de DEUS (1 Co 2.12); o testemunho interior do ESPÍRITO SANTO atestando nossa filiação ao Pai (Rm 8.16); o intenso interesse de praticar a justiça (1 Jo 2.29). Quanto mais lugar o crente der ao ESPÍRITO SANTO, mais intimidade terá com DEUS e maior poder terá para fazer uma grande obra para DEUS.
 
III - SANTIFICADOS EM CRISTO
1. Uma consequência da salvação. 

Santificação posicional - Na posição de salvos agora somos declarados santos.
A justificação efetuada por DEUS para nos salvar põe-nos em correto relacionamento com Ele. Já a santificação comprova a realidade da justificação em nossa vida, manifestando seus frutos em nós; em nossa vida.
SANTO é aquele crente que vive separado do pecado, do mal, do mundo (mundanismo), e dedicado a DEUS e ao seu serviço. Observe as palavras de Paulo em Atos 27.23: “Porque, esta mesma noite, o anjo de DEUS, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo”.
O cristão tem duas naturezas: uma humana, herdada de Adão, pela geração natural; e outra, divina, através da geração espiritual (I Pe 1.23). Daí a santificação do crente ter dois aspectos: um diante de DEUS, e outro, diante de si mesmo e do mundo (I Jo 3.3; 2 Co 7.1; Hb 12.14; Mt 5.16). Essas duas naturezas do crente são vistas em Gálatas 5.17 e Romanos 6—8.
Em Levítico 20.8 — “Eu sou o Senhor que vos santifica” — vemos a santificação do crente diante de DEUS, mas, no versículo 7, menciona-se a santificação crente diante de si mesmo e do mundo: “Santificai-vos e sede santos” (cf. I Pe LI5).
Santificação de objetos, eventos, datas, pessoas, animais. Esse aspecto da santificação é muito comum em relação ao Tabernáculo e seus objetos, e seus oficiantes, os quais pertenciam somente a DEUS, como vemos nos livros de Êxodo e Deuteronômio. Esse aspecto da santificação implica um só sentido, que é a posse de DEUS, e a dedicação e separação desses elementos para o serviço de DEUS.
 Alguns exemplos desses elementos santos:
*Eventos e datas (Êx 20.8; Dt 5.12; Lv 25.10; 23.2).
*O Templo (I Rs 9.3).
*O altar dos holocaustos (Êx 29.37).
*As vestes sacerdotais (Êx 28.2; 29.29; 40.13).
*Pessoas (Êx 13.12; 28.41; 29.1,44; I Sm 16.5; I Cr 15.14; 2 Cr 29.5).
*Animais (Nm 18.17; Êx 13.2b).
Nesse sentido, os templos atuais da igreja são santificados a DEUS, bem como os objetos dedicados ao serviço dEle.
 
2. Um esforço pessoal. 
Parta continuarmos sendo santos temos que nos separar a cada dia para DEUS.
Santificação de pessoas. Há dois principais sentidos de santificação do crente em relação a DEUS. O primeiro diz respeito à separação do mal para pertencer a DEUS
“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo” (Lv 20.26). E o sentido negativo da santificação, pois se ocupa do “não farás isso; não farás aquilo”, etc; é separar-se para DEUS.
O segundo sentido de santificação do crente é o positivo. O crente, já separado do mal, dedica-se a DEUS para o seu serviço, ocupa-se em fazer algo para Ele: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2Tm 2.21). Paulo, ao falar de DEUS, disse: “de quem eu sou e a quem eu sirvo” (Ato 27.23).
A santificação é dúplice. Ser santo não é somente evitar o pecado, mas também servir ao Senhor, com a vida; com os talentos; com os dons; com os bens; com a casa; com o tempo; com as finanças; com os serviços, inclusive mão de obra. Por isso, muitos crentes não conseguem viver uma vida santa; eles não vivem pecando continuadamente, mas não querem nada com as coisas do Senhor, nem com a sua obra, nem com a igreja para zelar por ela e promovê-la.
 
3. O desafio de sermos santos. 
Ser santo significa lutar e vencer o pecado todo dia, mas antes, temos que estar em comunhão com DEUS.
 
Os tempos da santificação. A santificação de pessoas quanto à vida cristã abrange três tempos:
Santificação passada e instantânea (I Co 6.II;Hb 10.10,14; Fp 1.1; I Co 1.2; Jo 15.4). É aspectual e posicional, isto é, o crente estando “em CRISTO” (Cl 1.20; Fp I.I). O crente posicionalmente “em CRISTO” não pode ser mais santo do que o é no momento da sua conversão, pois a santidade de CRISTO é a sua santidade (c£ I Jo 4.17). Na Igreja Romana, alguns são “canonizados” (feitos santos) depois de mortos, mas no Remo de DEUS é diferente: os salvos são santos aqui, enquanto estão vivos!
Santificação presente e progressiva (2 Co 7.1). É temporal, vivencial. Ê a santificação experimental, ou seja, na experiência humana, no dia-a-dia do crente (I Ts 5.23; Hb 13.12 — “para santificar o seu povo”). A Santificação posicionai e a experimental (progressiva) são vistas juntas nestas passagens: Hebreus 12.10 com 12.14; Filipenses 3.15 com 3.12; João 15.4 com 15.5;
Coríntios 1.2; Filipenses I.I; e Levítico 20.7 com 20.8.
Santificação futura e completa (Ef 5.27; I Ts 3.13). É plena; trata-se da santificação final do crente (I Jo 3.2). Ela ocorrerá à Segunda Vinda de JESUS, para levar os seus (I Jo 3.2; Ef 5.26,27). Seremos então mudados: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Co 15.52).
Os meios divinos de santificação:
DEUS, o Pai (I Ts 5.23). DEUS, o Filho (Hb 10.10; 13.12; Mt 1.21). DEUS, ESPÍRITO SANTO (I Pe 1.2), cujo título principal — ESPÍRITO SANTO — já indica a sua missão principal: santificar.
A correção divina. E um meio de santificação (Hb 12.10,11).
A Palavra de DEUS. Lida, crida, estudada, ouvida, amada, meditada, pregada, ensinada, obedecida, vivida, memorizada (SI 119.II; Jo 15.3; 17.17; SI 119.9; Ef 5.26).
A paz de DEUS em nós. Seu cultivo, sua busca, sua promoção (Hb 12.14; 1Ts 5.23a). Nestas duas passagens, a paz está ligada à santificação do crente.
A fé em DEUS. Esta, baseada na sua Palavra, é um meio divino de santificação (Rm 4; Hb 11.33; 2Ts 2.13b; Ato 26.18; 15.9).
Alerta divino. A Palavra de DEUS tem um alerta para a igreja quanto à santificação: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). E ainda: “Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8). Tenhamos cuidado com a falsa santidade, enganosa, sectarista, farisaicas e exclusivista (2 Tm 3.5); sigamos a verdadeira santidade (Ef 4.24).
 
CONCLUSÃO
 Justificados por DEUS, temos agora a natureza de DEUS em nós pela justificação. A necessidade de nossa justificação por JESUS se dá pela nossa incapacidade de nos auto justificarmos. Somos regenerados pelo ESPÍRITO SANTO e a nova natureza advinda da regeneração se dá pela nossa nova vida em CRISTO. A necessidade de regeneração nos conduz a uma entrega total ao trabalho do ESPÍRITO SANTO em nosso espírito. As consequências da regeneração são sentidas pelo crente em um novo processo de santificação em CRISTO como consequência da salvação. Agora há a necessidade de um esforço pessoal. É um grande desafio que enfrentamos agora de sermos santos.
 
 
ESTUDOS DE DIVERSOS AUTORES E LIVROS COM ALGUMAS CORREÇÕES
 
Soteriologia — a Doutrina da Salvação - Antônio Gilberto
Em Tito 3.5, está escrito: “segundo a sua misericórdia nos salvou”. O verbo está no pretérito: “nos salvou”. Isso nos leva a refletir sobre a certeza dessa gloriosa salvação em CRISTO JESUS. Somos salvos mesmo? Temos visto casos de crentes antigos que descobrem, para a surpresa de muitos, que ainda não eram salvos segundo o evangelho!
Por que as igrejas de Éfeso e Corinto eram tão diferentes? Aos coríntios disse Paulo, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO: “Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de DEUS; digo-o para vergonha vossa” (I Co 15.34). Apenas fazer parte de uma congregação formada por salvos não significa ser salvo!
A salvação não é coletiva, e sim individual. Vemos que, no passado, entre o povo de DEUS viveu um povo denominado o “vulgo” (Nm 11.4; Êx 12.38). Esse “vulgo” não era convertido e tornou-se em Israel uma perturbação, uma fonte de fraquezas, de desobediência, de rebeldia e de pecado. Em Lucas 15.8 JESUS contou uma parábola acerca de uma moeda perdida dentro de casa. E no livro de Ezequiel menciona-se uma ovelha “perdida” dentro do rebanho (34.4b). O leitor tem plena convicção da parte de DEUS de que está salvo mesmo} Por CRISTO, segundo “o evangelho da vossa salvação”? (Ef 1.3; Rm 1.16,17; Tt 3.5).
Em Lucas 9.23, JESUS disse: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. Observe a parte final do versículo: “e siga-me”. O que significa isso? É perseverar em seguir ao Senhor JESUS; é persistir em seguir aos passos dEle. Enfim, implica ser um dos seus discípulos. Na aludida referência, JESUS não falou primeiramente de “vir a mim”, mas “vir após mim”.
O que é ser um discípulo dEle segundo o evangelho? Consideremos o texto de Lucas 14.26,27,33:
Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher; e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.
E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo. Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.
Como vemos no texto acima, o Senhor JESUS aplica um tríplice teste pelo qual se confirma um verdadeiro discípulo. Por três vezes, o Mestre disse: “não pode ser meu discípulo”. Somos — eu e o leitor — de fato discípulos de JESUS, ou apenas pensamos que o somos?
O QUE É SALVAÇÃO
O que é a salvação em CRISTO? A palavra “salvação” é de profundo significado e de infinito alcance. Muitos têm uma concepção muito pobre da inefável salvação consumada por JESUS, o que às vezes reflete numa vida espiritual descuidada e negligente, em que falta aquele amor ardente e total por JESUS e a busca constante de sua comunhão.
Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma e na vida — no caráter — de toda a pessoa que, pela fé, recebe JESUS CRISTO como seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5). Observe as afirmações bíblicas “é nova criatura” (conversão) e “tudo se fez novo” (nova vida, novo e íntegro caráter).
Não se trata apenas de livramento da condenação do inferno; a salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de DEUS para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de JESUS CRISTO, nesta vida e na outra (Rm 13.11 I; Hb 7.25; 2 Co 3.18; Ef 3.19).
Pessoalmente — isto é, em relação à pessoa —, a salvação que CRISTO realiza abrange: a regeneração espiritual do crente, aqui e agora (Tt 3.5; 2 Co 3.18); a redenção do corpo do crente, no futuro (Rm 8.23; I Co 15.44); e a glorificação integral do crente, também no futuro (Cl 3.4; Ef 5.27).
Como receber a salvação. Há três passos necessários para um pecador receber a gloriosa salvação em CRISTO. Primeiro, reconhecer mediante o evangelho que é pecador (Rm 3.23). Segundo, confiar em JESUS como o seu Salvador (Ato 16.31). Terceiro, confessar que o Senhor JESUS é o seu Salvador pessoal, “Visto que... com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.10).
A obediência honesta do pecador movido por DEUS a esses três passos resultará na sua salvação, operando o ESPÍRITO SANTO e a Palavra. Isso não falha; não se trata de uma mera teoria; é a verdade de DEUS sobre a salvação do pecador, revelada aos homens segundo a infalível Palavra de DEUS e o testemunho da infinitude de salvos em CRISTO por toda parte.
Pleno conceito e convicção de salvação. Vemos em Hebreus 2.3 uma cristalina verdade sobre a salvação: “... uma tão grande salvação”. O que denota esta expressão? Ela diz respeito às riquezas imensuráveis da salvação; às bênçãos subsequentes a ela; à eternidade infinita dela; ao seu alcance imensurável; e à sua sublimidade.
Se todos os crentes tivessem uma plena visão da salvação; se pudessem ver plenamente ao longe a tão grande salvação que receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia a dia. Teríamos tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção, tanto anseio e enlevo pelo céu, que não haveria na Terra um só salvo descontente, descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e deste mundo!
Ademais, teríamos uma tão profunda compreensão do que é o céu — e, por isso, teríamos tanto desejo de ir para lá—, que o Diabo não teria na igreja um só fã, um só admirador de suas coisas, um só aliado. Mas, há crentes que admiram e gostam das coisas do Maligno e se aliam a ele. Por mais que não admitam, pelo fato de não atentarem para a “tão grande salvação”, tornam-se vulneráveis às investidas do Tentador.
Visão atrofiada da salvação. Inúmeros crentes, por terem uma visão atrofiada da salvação em CRISTO, levam uma vida comprometida com o mundo, descuidada, negligente, sem amor, sem dedicação, sem ideal, sem uma busca constante da face do Senhor. 
 
Quais devem ser os passos normais de uma vida salva:
1. Regeneração espiritual;
2. Plenitude do ESPÍRITO SANTO;
3. Maturidade espiritual;
4. Dedicação ao Senhor no seu trabalho.
 
Em que consiste a salvação? É importante, antes de avançarmos, respondermos a algumas perguntas. Em que consiste a salvação para o caro leitor? No seu passado na fé? Ou seja, apenas livramento da condenação do pecado? No seu presente na fé? Quer dizer, apenas livramento do poder do pecado? Ou no seu futuro na fé? Isto é, apenas livramento da presença do pecado?
Na verdade, a salvação consiste na resposta afirmativa a todas as três perguntas mencionadas. A nossa “grande salvação” em CRISTO nos livra: da condenação, que outrora era uma realidade; do poder do pecado, pois hoje ele não tem domínio sobre nós, se é que não “andamos segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1b); e da presença do pecado, haja vista a nossa glorificação futura.
O que não é salvação. É importante, ainda nessa introdução à Soteriologia, apresentar algumas definições do que não é a salvação em CRISTO:
1. Apenas ter uma religião com o nome de cristã. O que dizer dos seguidores do mormonismo, cujo nome da igreja é JESUS CRISTO dos Santos dos Últimos Dias. São eles salvos por seguirem a uma religião “cristã”?
2. Apenas frequentar ou tornar-se membro de uma igreja local. Uma coisa é pertencer a uma igreja, e outra é pertencer à Igreja.
3. Apenas ter e ler a Bíblia. Isso os católicos romanos fazem!
4. Apenas professar um credo religioso. Ser salvo é muito mais que adotar, seguir, abraçar dogmas.
5. Apenas praticar a “regra áurea” de Mateus 7.12. Boas obras não salvam ninguém (Ef 2.8,9).
6. Apenas aspergir um infante com “água benta”. Afinal, dependendo da idade da criança, sequer tem a capacidade de crer para a salvação (Mc 16.16a; 
Rm 10.9).
7. Apenas batizar um adulto ou uma criança. Batismo não salva, mas destina- se a quem já é salvo (Mc 16.16b).
8. Apenas “confirmar” um adepto da sua confissão religiosa.
9. Apenas participar da Ceia do Senhor, ou da Eucaristia.
10. Apenas ter um irrepreensível código de conduta, bom testemunho, porte.
11. Apenas praticar sempre boas obras.
O que é salvação. E tudo o que JESUS realizou e ensinou para levar uma raça pecadora à comunhão com um DEUS santo. Trata-se da redenção do ser humano do poder do pecado (I Pe 1.18,19). Ê, ainda, a libertação do cativeiro espiritual (Rm 8.2). E a saída do pecador dentre o poder das trevas do pecado (Cl 1.13). E, finalmente, é o retorno do exílio espiritual do pecador para DEUS (Ef 2.13). Isso é salvação em resumo.
Como se vê, o homem não pode efetuar a sua salvação, nem ao menos ajudar nisso (Ef 2.8,9; Tt 2.11; Jn 2.9b). Daí ter dito o salmista: “A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção” (SI 3.8). A salvação é pela graça de DEUS, e não por nosso esforço próprio, conquanto os salvos sejam chamados para a prática das boas obras (Ef 2.10).
A salvação é chamada de novo nascimento (Jo 3.5) e de ressurreição (Cl 3.1), Não obstante o pecador venha a desejar a “tão grande salvação”, é JESUS CRISTO quem o ressuscita dentre os mortos no pecado e o faz nascer de novo.
Afinal, um bebê nada pode fazer para nascer, assim como um morto nada pode fazer para ressuscitar — toda ajuda tem de vir de fora.
Introdução à Soteriologia
Soteriologia é em suma o conjunto de doutrinas da salvação. Há pelo menos umas vinte doutrinas relacionadas com a nossa gloriosa salvação em CRISTO. Discorremos de modo resumido sobre as doutrinas da salvação, a saber:
1. A doutrina do pecado (Rm 3.23; 5.12,20), pois o pecado é a causa da perdição da humanidade.
2. A doutrina da graça de DEUS (Tt 2.11; 3.4), haja vista ser a graça a salvação quanto ao seu alcance.
3. A doutrina da expiação pelo sangue (Lv I7.I I), uma vez que a expiação implica a salvação quanto ao pecado.
4. A doutrina da redenção (Ef 1.7), que trata da salvação quanto a libertação e resgate do pecador.
5. A doutrina da propiciação (Êx 32.30), que enfatiza a salvação como um ato benevolente de DEUS.
6. A doutrina da fé salvífica (Ef 2.8), que trata do meio requerido por DEUS, da parte do pecador para a sua salvação.
7. A doutrina do arrependimento (Mc 1.14,15), que está intimamente ligada à doutrina da fé salvífica.
8. A doutrina da confissão dos pecados (Rm 10.9,10).
9. A doutrina do perdão dos pecados (Cl 3.13).
10. A doutrina da regeneração espiritual (I Pe 1.3;Tt 3.5), que trata do que ocorre no íntimo do pecador ao receber de DEUS a salvação.
11. A doutrina da imputação da justiça de DEUS ao crente (Gn 15.6; Rm 4.2-11; 5.13; 2 Co 5.19; Fm v.I8;Tg 2.23).
12. A doutrina da adoção de filhos (Gl 4.5,6).
13. A doutrina da santificação do crente (I Co 6.11; 2 Co 7.1), isto é, a santificação posicionai, “em CRISTO”, e também a progressiva, no tempo presente.
14. A doutrina da presciência de DEUS (I Pe 1.2).
15. A doutrina da eleição divina (I Pe 1.2).
16. A doutrina da predestinação dos salvos (Rm 8.29).
17. A doutrina da chamada para a salvação (Rm 8.30).
18. A doutrina da justificação somente pela fé em CRISTO (Rm 8.30), haja vista ser a justificação a nossa salvação ante a presença de DEUS.
19. A doutrina do julgamento do crente (2 Co 5.10; Rm 14.10). E uma doutrina relacionada à Escatologia.
20. As doutrinas da glorificação dos salvos (Rm 8.30) e da salvação, nas eras divinas futuras (Ef 2.7; I Tm 1.17; Jo 1.29).
21.

A SALVAÇÃO NO SENTIDO FACTUAL OBJETIVO
A salvação é um fato em si, isto é, no sentido objetivo. Ela tem um lado objetivo (o lado divino), e um, subjetivo (o humano). O primeiro refere-se a DEUS como o Doador da salvação; e o segundo refere-se ao homem como o recebedor.
No sentido objetivo, a salvação tem três aspectos, todos simultâneos: a justificação, que nos declara justos (esse aspecto tem a ver com a nossa posição diante de DEUS: “em CRISTO”); a regeneração, que nos declara filhos (tem a ver com a nossa condição espiritual, interior); a santificação, que nos declara santos, mediante a nossa fé no sangue derramado de JESUS.
A salvação no seu sentido objetivo, diante de DEUS, não tem tempos, mas aspectos ou lados. Ao mesmo tempo em que uma pessoa é pela fé em CRISTO justificada, é também regenerada e santificada.
Justificação. E a mudança de posição externa e legal do pecador diante de DEUS: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (I Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; Gl 2.16).
Regeneração. E a mudança de condição do pecador: de servo do pecado para filho de DEUS. A regeneração é tão séria diante de DEUS, que a Bíblia chama-a de “batismo em JESUS” (I Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Trata-se de um ato interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu ser. E um termo ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo 3.5). Mediante a regeneração somos chamados “filhos de DEUS” (cf. Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).
Santificação. E a mudança de caráter (mudança subjetiva); e a mudança de serviço (mudança objetiva), “em CRISTO” (posicionai), como lemos em João 15.4 ;17.26.
 
A SALVAÇÃO NO SENTIDO EXPERIMENTAL SUBJETIVO
Na experiência humana, a salvação é subjetiva. A salvação experimental tem três tempos (não aspectos): passado, presente e futuro.
No passado. Justificação; é o que DEUS fez por nós. E a salvação da pena do pecado. Ela é referida na Bíblia como ocorrida no passado da vida cristã.
... haveis sido justificados em nome do Senhor JESUS e pelo Espirito do nosso DEUS (I Co 6. Z l).
E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou... Quem intentará acusação contra os escolhidos de DEUS? E DEUS quem os justifica (Rm 8.30,33).
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com DEUS por nosso Senhor JESUS CRISTO (Rm 5.1).
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em CRISTO JESUS (Rm 3.23,24).
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em JESUS CRISTO, temos também crido em JESUS CRISTO, para sermos justificados pela fé de CRISTO e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada (Gl 2.16).
No presente. Santificação em conduta, diante do mundo. Ê a salvação do poder do pecado. E aquilo que DEUS faz em nós agora. Uma frutinha pode ser perfeita, e não ser madura.
Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de DEUS (2 Co 7.1).
E o mesmo DEUS de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO (l Es 5.23).
Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou (l Jo 2.6).
.. . operai a vossa salvação com temor e tremor (Fp 2.12).
No futuro. Glorificação; é o que DEUS fará conosco na glória celestial (I Pe 1.5). Será a salvação da presença do pecado. Trata-se da nossa inteira “conformação” com JESUS CRISTO.
Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar; seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2).
... nós mesmos, que temos as primícias do ESPÍRITO, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber; a redenção do nosso corpo (Rm 8.23).
E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé (Rm 13.11).
E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também CRISTO, oferecendo-se uma vez; para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez; sem pecado•, aos que o esperam para a salvação (Hb 9.27,28).
Evidências da salvação experimental. São os testemunhos do ESPÍRITO em nosso interior (Rm 8.16); da Palavra de DEUS (Ato 16.31); da nossa consciência (I Jo 3.19); da transformação da nossa vida (2 Co 5.17); dos frutos produzidos (Mt 5.8; 7.16-20); da aversão ao pecado (I Jo 3.9); do cumprimento da doutrina (2 Jo v.9); do amor (e comunhão) fraternal (Jo 13.35); e da vitória sobre o mundo (I Jo 4.5).
 
Como triunfar sobre o pecado. Os passos para vencer o pecado, triunfando sobre ele, são os seguintes:
1- Amar a Palavra de DEUS, a ponto de escondê-la no coração; isso faz com que o crente vença o pecado (Sm 119.11).
2- Crer no poder do sangue de JESUS, isto é, no sacrifício expiatório que Ele realizou, a fim de que o pecado não tenha domínio sobre nós (I Jo 1.9).
3- Confiar no poder do ESPÍRITO SANTO, o qual habita em nós e, se Ele exercer pleno predomínio em nosso viver, faz-nos triunfar sobre o pecado (Rm 8.2).
4- O ministério sacerdotal de CRISTO. Ele venceu todas as coisas, e, se estivermos nEle, também venceremos o pecado (Hb 4.15,16).
5- A nossa fé depositada em JESUS CRISTO também nos faz triunfar sobre o pecado (Fp 3.9).
6- Finalmente, a nossa total submissão e entrega a CRISTO (Rm 6.14). E submissão implica ser obediente à sua vontade e também agradar-lhe por amor.
Conclusão. A nossa recomendação final, ao concluir este tópico sobre a doutrina do pecado é, como diz o escritor sacro: “Evita o pecado!” A Palavra de DEUS admoesta: “Meus filhinhos (...) não pequeis” (1 Jo 2.1). Lembre-se de que “Obedecer é melhor do que sacrificar” (I Sm 15.22). E “sacrificar”, aqui, também pode significar “remediar”.
Evitemos, pois, os pecados vindos de dentro; e, de fora: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro” (I Tm 5.22).
 
Tudo é pela graça de DEUS. Na vida do crente, ela gera crescimento na fé (2 Pe 3.18). E por meio dela que triunfamos contra o mal (Rm 6.14; Hb 13.9; Ato 4.33; 2 Co 12.9
 
A DOUTRINA DA CONFISSÃO
No original, o verbo homologeo (gr.) e o substantivo homologia são os termos para confissão. Confessar é dizer de coração o que DEUS diz sobre nós na sua Palavra (Rm 10.9,10; Lv 5.5; Sm 38.18; I Jo 1.9). No sentido bíblico, confissão não se refere primeiramente a confessar pecados. Significa concordar com o que DEUS diz sobre nós — e dEle — na sua Palavra, bem como reconhecer os nossos pecados e faltas como sendo nossos e admitir os nossos erros, falhas, pecados e declará-los (Ato 19.18).
Vemos em Hebreus 3.1 que JESUS CRISTO é o Sacerdote da nossa confissão, isto é, a quem confessamos quanto à nossa salvação e tudo o mais pertinente à fé. Em I João 1.9, está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”.
Elementos da confissão. De acordo com o I João 1.9, a confissão deve ser contrita e definida: “nossos pecados”. Observe que são “pecados” (plural). Outro elemento é a renúncia ao pecado (Pv 28.13). E, quanto for o caso, a confissão deve ser com restituição.
Confissão secreta. E a confissão feita somente a DEUS. Confissão de pecados cometidos pelo crente e conhecidos somente por ele e DEUS. Tais pecados devem ser confessados secretamente ao Senhor, dependendo isso da base bíblica desse crente e da confiança plena e firme no que DEUS declara na sua Palavra.
Confissão pessoal. E a confissão feita a pessoas contra quem pecamos. Nesse caso, antes de irmos a DEUS contritamente, temos de tratar com o ofendido ou o cúmplice, pois a comunhão espiritual é tanto vertical (comunhão com DEUS) como horizontal— comunhão com o próximo (I Jo I.7a).
Confissão pública. E a confissão feita à igreja, à congregação. São pecados conhecidos, cometidos contra a coletividade cristã.

A DOUTRINA DA REGENERAÇÃO ESPIRITUAL
O termo regeneração tem a ver com a nossa inclusão na família de DEUS (I Pe 1.3,23; Tt 3.5). Em Gênesis 1.27, temos a criação natural do homem; em Efésios 2.10, temos a sua criação espiritual.
Regeneração é o ato interior da conversão, efetuada na alma pelo ESPÍRITO SANTO. Conversão é mais o lado exterior e visível da regeneração. Uma pessoa verdadeiramente regenerada pelo ESPÍRITO SANTO é também convertida (cf. Lc 22.32).
Sendo regenerado pelo ESPÍRITO SANTO, o crente é declarado filho de DEUS (Jo). O que ocasiona a regeneração espiritual não é primeiramente a justificação pela fé, mas a comunicação da vida de CRISTO — da “vida eterna” ao pecador arrependido. Justificação tem a ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador. Justificação é imputada por DEUS; regeneração é comunicada por DEUS.
Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada, e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em DEUS, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de DEUS (Tg 2.22,23).

A DOUTRINA DA IMPUTAÇÃO DA JUSTIÇA DE DEUS
Imputação é o lançamento ou creditamento da justiça de CRISTO a nosso favor, mediante a nossa fé em CRISTO (Rm 4.3ss; Gl 2.16ss; 3.6-8; Gn 15.6;Tg 2.23). “O Senhor Justiça Nossa” (Jr 23.6). “Mas vós sois dele em JESUS CRISTO, o qual para nós foi feito por DEUS (...) justiça” (I Co 1.30).
O princípio da doutrina da imputação da justiça de DEUS é visto em passagens como Gênesis 3.21; 6.14 (hb.); e 15.6. Em Filemom v. 18 e Filipenses 4.17 vemos a imputação ilustrada na prática natural:
E, se te fez algum dano ou te deve alguma coisa, põe isso na minha conta.
Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
Assim como a justiça divina é imputada ao que nEle crê, ao ímpio impenitente são imputados os seus pecados contra DEUS (Sm 32.2). E também, da mesma forma, à nossa conta podem ser imputados males que cometemos contra o próximo (2Tm 4.16; Ato 7.60; I Ts 4.6; Mt 6.12 — “as nossas dívidas”).
Somos feitos justos diante de DEUS, não primeiramente pela influência da moral cristã sobre nós, mas primacialmente pela imputação da justiça (retidão) de DEUS sobre nós, pela fé em JESUS CRISTO. Aleluia ao DEUS Trino!
Respondida está, por DEUS, a pergunta de Jó, de antanho: “Como seria justo o homem perante DEUS, e como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25.4).

A DOUTRINA DA ADOÇÃO DE FILHOS
A adoção de filhos é mencionada em textos como Romanos 8.15; Efésios 1.5; e João 1.12.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor; mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
[DEUS Pai] ... nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.
Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS: aos que crêem no seu nome.
A expressão “adoção de filhos” é uma única palavra no original: huiothesis — de huios, “filho”, e thesis, “posição”. A ideia da adoção de filhos também se encontra no Antigo Testamento (Êx 2.10 com Hb 11.24; Êx 4.22 com Os 11.1 e Mt 2.15).
Em Efésios 1.4,5 está escrito que fomos predestinados por DEUS para adoção de filhos, antes da fundação do mundo; portanto, antes da existência do homem. Isso exclui qualquer mérito humano e somente revela a graça infinita de DEUS.
Na antiga Grécia. A adoção de filhos, na antiga Grécia, nada tinha a ver com a filiação da criança, e sim com a sua posição em relação à família (gr. huiothesis). Por meio do ato da adoção, o “filho”, ao atingir a idade necessária, passava à posição de herdeiro da família. Daí a expressão bíblica “adoção de filhos” (Gl 4.4,5).
O ato da “adoção de filhos” passou dos gregos para os romanos, e assim chegou aos tempos do Novo Testamento e da igreja. Biblicamente, então, DEUS “adota” a quem já é seu filho.
No presente. Há bênçãos desfrutadas já nesta vida, decorrentes da adoção, como: o nosso nome de família: “chamados filhos de DEUS” (I Jo 3.1; Ef 3.14,15); o testemunho do ESPÍRITO SANTO em nosso interior, de que somos filhos de DEUS (Rm 8.16); o recebimento do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.15; Lc 11.11-13); a disciplina da parte de DEUS que nos é ministrada, como seus filhos: “Se estais sem disciplina (...) sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.8; cf. vv.6-11); a nossa herança celestial, declarada e garantida por DEUS (Rm 8.17); e a redenção do nosso corpo.
Por meio da adoção, os nossos nomes foram registrados no livro da vida do Cordeiro (Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 17.8; 3.5; 13.8; 20.12,15; 21.27).
No futuro. Em Romanos 8.23, vemos que os nossos privilégios quanto à adoção de filhos de DEUS têm ainda um lado futuro: “... gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”. Isso se dará à vinda de JESUS para levar a sua Igreja.
Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de DEUS.
Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de DEUS, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro (l Jo 3.1-3).

A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO DO CRENTE
A justificação efetuada por DEUS para nos salvar põe-nos em correto relacionamento com Ele. Já a santificação comprova a realidade da justificação em nossa vida, manifestando seus frutos em nós; em nossa vida.
SANTO é aquele crente que vive separado do pecado, do mal, do mundo (mundanismo), e dedicado a DEUS e ao seu serviço. Observe as palavras de Paulo em Atos 27.23: “Porque, esta mesma noite, o anjo de DEUS, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo”.
O cristão tem duas naturezas: uma humana, herdada de Adão, pela geração natural; e outra, divina, através da geração espiritual (I Pe 1.23). Daí a santificação do crente ter dois aspectos: um diante de DEUS, e outro, diante de si mesmo e do mundo (I Jo 3.3; 2 Co 7.1; Hb 12.14; Mt 5.16). Essas duas naturezas do crente são vistas em Gálatas 5.17 e Romanos 6—8.
Em Levítico 20.8 — “Eu sou o Senhor que vos santifica” — vemos a santificação do crente diante de DEUS, mas, no versículo 7, menciona-se a santificação crente diante de si mesmo e do mundo: “Santificai-vos e sede santos” (cf. I Pe LI5).
Santificação de objetos, eventos, datas, pessoas, animais. Esse aspecto da santificação é muito comum em relação ao Tabernáculo e seus objetos, e seus oficiantes, os quais pertenciam somente a DEUS, como vemos nos livros de Êxodo e Deuteronômio. Esse aspecto da santificação implica um só sentido, que é a posse de DEUS, e a dedicação e separação desses elementos para o serviço de DEUS.
Alguns exemplos desses elementos santos:
*Eventos e datas (Êx 20.8; Dt 5.12; Lv 25.10; 23.2).
*O Templo (I Rs 9.3).
*O altar dos holocaustos (Êx 29.37).
*As vestes sacerdotais (Êx 28.2; 29.29; 40.13).
*Pessoas (Êx 13.12; 28.41; 29.1,44; I Sm 16.5; I Cr 15.14; 2 Cr 29.5).
*Animais (Nm 18.17; Êx 13.2b).
Nesse sentido, os templos atuais da igreja são santificados a DEUS, bem como os objetos dedicados ao serviço dEle.
Santificação de pessoas. Há dois principais sentidos de santificação do crente em relação a DEUS. O primeiro diz respeito à separação do mal para pertencer a DEUS
“Ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo” (Lv 20.26). E o sentido negativo da santificação, pois se ocupa do “não farás isso; não farás aquilo”, etc; é separar-se para DEUS.
O segundo sentido de santificação do crente é o positivo. O crente, já separado do mal, dedica-se a DEUS para o seu serviço, ocupa-se em fazer algo para Ele: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra” (2Tm 2.21). Paulo, ao falar de DEUS, disse: “de quem eu sou e a quem eu sirvo” (Ato 27.23).
A santificação é dúplice. Ser santo não é somente evitar o pecado, mas também servir ao Senhor, com a vida; com os talentos; com os dons; com os bens; com a casa; com o tempo; com as finanças; com os serviços, inclusive mão de obra. Por isso, muitos crentes não conseguem viver uma vida santa; eles não vivem pecando continuadamente, mas não querem nada com as coisas do Senhor, nem com a sua obra, nem com a igreja para zelar por ela e promovê-la.
Os tempos da santificação. A santificação de pessoas quanto à vida cristã abrange três tempos:
Santificação passada e instantânea (I Co 6.II;Hb 10.10,14; Fp 1.1; I Co 1.2; Jo 15.4). E aspectual e posicionai, isto é, o crente estando “em CRISTO” (Cl 1.20; Fp I.I). O crente posicionalmente “em CRISTO” não pode ser mais santo do que o é no momento da sua conversão, pois a santidade de CRISTO é a sua santidade (c£ I Jo 4.17). Na Igreja Romana, alguns são “canonizados” (feitos santos) depois de mortos, mas no Remo de DEUS é diferente: os salvos são santos aqui, enquanto estão vivos!
Santificação presente e progressiva (2 Co 7.1). É temporal, vivencial. Ê a santificação experimental, ou seja, na experiência humana, no dia-a-dia do crente (I Ts 5.23; Hb 13.12 — “para santificar o seu povo”). A Santificação posicionai e a experimental (progressiva) são vistas juntas nestas passagens: Hebreus 12.10 com 12.14; Filipenses 3.15 com 3.12; João 15.4 com 15.5;
Coríntios 1.2; Filipenses I.I; e Levítico 20.7 com 20.8.
Santificação futura e completa (Ef 5.27; I Ts 3.13). É plena; trata-se da santificação final do crente (I Jo 3.2). Ela ocorrerá à Segunda Vinda de JESUS, para levar os seus (I Jo 3.2; Ef 5.26,27). Seremos então mudados: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Co 15.52).
Os meios divinos de santificação:
DEUS, o Pai (I Ts 5.23). DEUS, o Filho (Hb 10.10; 13.12; Mt 1.21). DEUS, ESPÍRITO SANTO (I Pe 1.2), cujo título principal — ESPÍRITO SANTO — já indica a sua missão principal: santificar.
A correção divina. E um meio de santificação (Hb 12.10,11).
A Palavra de DEUS. Lida, crida, estudada, ouvida, amada, meditada, pregada, ensinada, obedecida, vivida, memorizada (SI 119.II; Jo 15.3; 17.17; SI 119.9; Ef 5.26).
A paz de DEUS em nós. Seu cultivo, sua busca, sua promoção (Hb 12.14; 1Ts 5.23a). Nestas duas passagens, a paz está ligada à santificação do crente.
A fé em DEUS. Esta, baseada na sua Palavra, é um meio divino de santificação (Rm 4; Hb 11.33; 2Ts 2.13b; Ato 26.18; 15.9).
Alerta divino. A Palavra de DEUS tem um alerta para a igreja quanto à santificação: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). E ainda: “Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8). Tenhamos cuidado com a falsa santidade, enganosa, sectarista, farisaica e exclusivista (2 Tm 3.5); sigamos a verdadeira santidade (Ef 4.24).
 
A DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA
“Eleição” e “escolha” são apenas um termo, no original: eeloge. A eleição “olha” para o aspecto passado da nossa salvação (I Pe 1.2; Ef 1.4). Eleição divina é, pois, a nossa escolha para a salvação, feita por DEUS. Nós, pecadores por natureza, não sabemos escolher, mas o Senhor nos escolhe (Jo 15.16).
E claro que a eleição, em si, não implica salvação:
Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espirito e fé da verdade (2 Ts 2.13).
eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO: graça e paz vos sejam multiplicadas (l Pe 1.2).
Na Bíblia mencionam-se a eleição divina coletiva, como a de Israel (Is 45.4;) e a da Igreja (Ef 1.4); e a individual, como a de Abraão (Ne 7.9) e a de cada crente (Rm 8.29). A vocação e a eleição do crente, do seu lado humano. Em 2 Pedro LIO lemos: “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis”.
A escolha divina ocorre da maneira como é descrita em I Ts 1.4-10. Ela se dá pelo recebimento do evangelho, pela fé, e permanência em CRISTO, mediante a santificação daqueles que se convertem dos ídolos ao DEUS vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, JESUS, que nos livra da ira futura” (v. 10).
DEUS não elege uns para a salvação, e outros, para a perdição. O homem é capaz de fazer a livre-escolha. E a graça de DEUS não é irresistível, como muitos ensinam, valendo-se do falacioso chavão “Uma vez salvo, salvo para sempre”.
 
A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
Justificação é o ato judicial de DEUS, pelo qual Ele declara justo diante dEle o pecador que põe sua fé para a salvação em JESUS, ficando assim isento de culpa e condenação (Rm 8.30). A justificação é um ato e também um processo, como a santificação experimental na vida do crente; ela é primeiramente um ato de DEUS.
O que é justificar? E DEUS declarar justo diante dEle o transgressor que crê em JESUS como o seu Salvador pessoal (Rm 4.3-5; 8.33). Justificar, como DEUS justifica, é mais que perdoar. Em teologia sistemática, a justificação precede a santificação, mas na Bíblia a santificação precede a justificação (I Co 6.11), que também é um processo — “justificação de vida” (Rm 5.18).
Diferenças entre justificar e perdoar. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos diante de DEUS; isto é, como se nunca tivéssemos pecado! Quão maravilhosa é a graça de DEUS! Aleluia!
Somente DEUS pode perdoar e também justificar a um só tempo. O homem jamais pode fazer isso; ele pode relativamente perdoar, mas não justificar — declarar justo um transgressor da lei. Como é possível um DEUS perfeitamente justo perdoar e também justificar o ímpio, transgressor, sobrecarregado de delitos e pecados?
Mediante o seu amor, DEUS substituiu o culpado pelo inocente. O imaculado Cordeiro de DEUS, no Calvário, pelo amor divino, nos substituiu, levando sobre si os nossos pecados.
Verdades fundamentais da justificação pela fé, As verdades fundamentais da justificação pela fé em DEUS são: (I) a sua origem, que é a graça de DEUS (Rm 3.24;Tt 3.7); a sua base, o sangue de JESUS (Rm 5.9); o seu meio, a fé (Rm 5.1; 3.25); o seu testemunho perante os homens são as obras (Tg 2.24); e a sua causa instrumental é a ressurreição de JESUS CRISTO (Rm 4.25).

A DOUTRINA DO JULGAMENTO DO CRENTE

A doutrina do julgamento do crente é geralmente estudada, em teologia sistemática, sob a escatologia. Trata-se do Tribunal de CRISTO, isto é, o julgamento da igreja após o seu arrebatamento (2 Co 5.10; Rm 14.10; I Jo 4.17). É o dia da prestação de conta da nossa vida; da nossa mordomia cristã, da nossa diaconia ante o citado Tribunal.
Segundo a Palavra de DEUS, o julgamento do crente é tríplice. No passado, o crente foi julgado em CRISTO, no Calvário, como pecador (2 Co 5.21). No presente, ele é julgado como filho de DEUS, durante a sua vida (I Co 11.31). No futuro, será julgado como servo de DEUS, quanto à sua fidelidade no serviço prestado a DEUS (2 Co 5.10).
Não será um julgamento de pecados do crente (Rm 8.1; Jo 5.24), mas das obras do crente (Ap 22.12; 14.13). Todos os crentes serão julgados, e não apenas alguns. Este autor e o leitor — eu e tu — também: todos havemos de
comparecer ante o tribunal de CRISTO” (Rm 14.10). “... para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).
Os critérios do julgamento. Os critérios de julgamento do crente no Tribunal de CRISTO envolvem: a “lei da liberdade cristã” (Tg 2.12), haja vista sermos livres para fazermos ou não a vontade de DEUS (vamos responder por essa liberdade diante do Senhor naquele dia); a qualidade do trabalho que fazemos para DEUS (Mt 20.1-16); vemos neste ensino de JESUS que muitos crentes trabalharão a vida toda (“o dia todo”, v. 12), mas receberão a recompensa de quem trabalhou apenas “uma hora”. Não será primeiramente a quantidade de trabalho que será julgada, e sim primeiramente a qualidade desse trabalho.
Outros critérios de julgamento serão: o “material” empregado no trabalho feito para DEUS (I Co 3.8,12-15); a conduta do crente por meio do seu corpo (2 Co 5.10
; o modo como tratamos nossos irmãos na fé (Rm 14.10; Tg 5.9; Ef 6.8; Cl 3.25); e os motivos secretos do nosso coração que nos levaram aos respectivos atos (I Co 4.5; Rm 2.16).
Um aviso a todos os que ensinam na casa de DEUS: o seu julgamento será maior, mais rigoroso e mais exigente:
Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres; sabendo que receberemos mais duro juízo (Tg 3.1).
Qualquer; pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus (Mt 5.19).
 
 
 
CONCLUSÃO
Como é maravilhoso experimentar a salvação em CRISTO JESUS! Todavia, o melhor está por vir. Quando Ele voltar para buscar a sua Igreja, haveremos de experimentar a salvação em toda a sua plenitude. Conforme ensina o apóstolo Paulo, os salvos seremos transformados num abrir e fechar de olhos ante o toque da última trombeta. E, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Aleluia! Você já experimentou a salvação? Aceite a CRISTO imediatamente.
 
 
  
TRÊS VERDADES SOBRE A SALVAÇÃO
(Pr. Geziel Gomes)  I Ts 5.8
 
INTRODUÇÃO: JESUS disse: A verdade vos libertará, Jo 8.36
 
1- O MUNDO INTEIRO ESTÁ DEBAIXO DE CONDENAÇÃO
A-   Os judeus pecaram, por isso estão debaixo de condenação
B-   Os gentios pecaram,  por isso estão debaixo de condenação Cada criatura pecou, por isso está sob condenação.
 
2- SOMENTE DEUS PODE SALVAR O PECADOR
B-   Somente Ele tem graça suficiente para salvar
C-   Somente ele tem poder suficiente para salvar
A-   Ele ofereceu JESUS para ser o nosso Salvador
 
3- CADA PESSOA TEM DIREITO Á SALVAÇÃO
B-   Basta arrepender-se, At 3.19
C-   Basta ter fé em JESUS, Jo 3.16
A-   Basta apropriar-se da salvação garantida, Jo 1.12
 
CONCLUSÃO: Por que não o fazer agora?
 
DESTINADOS PARA A SALVAÇÃO
(Pr. Geziel Gomes)
I Ts 5.9
I-   DEUS QUER QUE SEJAMOS SALVOS
2-     Ele sabe que somos pecadores
3-     Sozinhos não podemos salvar-nos
4-     Estamos perdidos, Rm 3.23
1-     Ele nos ofereceu Seu Filho
II-  QUE TIPO DE SALVADOR É CRISTO?
2-     Salvador poderoso, Hb 7.25
3-     Salvador único, I Tm 2.5
4-     Salvador gracioso, Ef 2.8
1-     Salvador e Senhor, Lc 2.11
III-  DE QUE JESUS NOS SALVA?
2-     Dos perigos da vida – Paulo, Daniel
3-     De enfermidades – como o leproso
4-     Da destruição – Noé, Jó
1-     Do pecado – Isaque, Samaritano
IV-  ELAS ESTÃO ESPIRITUALMENTE
2-     Na nossa justificação, Rm 5.9
3-     Na nossa purificação, I Jo 1.7
1-     Na nossa reconciliação, Ef 2.13; Cl 1.20
V-  ELAS ESTÃO PODEROSA EFETIVAMENTE
2-     Na celebração da ceia, I Co 11.25
4-     Nas vitórias da Igreja
5-     No cântico dos anjos, Ap 5.9
 
A ALEGRIA DA SALVAÇÃO - Sl 51.12
(Pr. Geziel Gomes)
1.    Uma alegria que provêm de DEUS, Lc 15.22-24
A.  DEUS é a fonte de todo o gozo
B.   DEUS se alegra com a salvação de um pecador, por ser mais um filho que nasce
2.    Uma alegria que está no coração de JESUS, Lc 15.4-6
A.  A alegria do Senhor é a nossa força Ne 8
B.   “O trabalho da sua alma Ele verá e ficará satisfeito”, Is 53
3.    Uma alegria que alcança os anjos, Lc 15.10
A. A alegria da salvação contagia os anjos
B., Eles irradiam essa alegria por todo o Universo
4.    Uma alegria que inunda o coração do novo crente
A.  A  alegria de perder o peso do pecado
B. A alegria de entrar na família de DEUS
5.    Uma alegria que deve contagiar a igreja
A. Cada novo convertido é uma vida que escapa do Inferno
B.  Cada novo crente é uma ovelha no santo Rebanho de CRISTO  
 
PERGUNTAS SOBRE A SALVAÇÃO
01- O QUE DEVE O HOMEM FAZER PARA SER SALVO?
O primeiro passo é se expor à Palavra de DEUS. Ouvir a Palavra com atenção, com reflexão, com reverência, com interesse, com sede de conhecer a Verdade: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará... se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.32, 36). "De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS". (Romanos 10.17). O segundo passo é arrepender-se de seus pecados, confessá-los e deixá-los: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia". JESUS iniciou o Seu ministério dizendo: "Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus"(Mateus 3.2). O terceiro passo é aceitar o convite de JESUS e permitir que Ele more no seu coração: "Eis que estou à porta , e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo". (Apocalipse 3.20). O quarto passo é permanecer na fé, permanecer no caminho: "MAS AQUELE QUE PERSEVERA ATÉ O FIM SERÁ SALVO". (Mateus 24.13) "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito". (João 15.7; Romanos 3.23-24; 10.9; Atos 3.19).
02- QUAL O SIGNIFICADO DE "NOVO NASCIMENTO"?
Novo nascimento, regeneração ou nascimento espiritual são termos semelhantes e significam receber a VIDA ETERNA e a salvação em CRISTO JESUS. "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de DEUS". (João 3.3). O NOVO NASCIMENTO é experimentado por aquele que se arrepende de seus pecados e os deixa, crê no Senhor JESUS, e O aceita como Senhor e Salvador. O homem nascido de DEUS, nascido do ESPÍRITO é uma NOVA CRIATURA, uma nova pessoa que evita o pecado e está disposta a viver em obediência a DEUS e conforme a Sua palavra. O Novo Nascimento é o maior milagre que DEUS opera na vida do homem. "Portanto, se alguém está em CRISTO, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo". Novo Nascimento é sinônimo de libertação, de transformação. Significa sair das TREVAS e ir para a LUZ; sair do reino de Satanás e ir para o reino de DEUS; deixar de ser apenas CRIATURA DE DEUS para ser FILHO DE DEUS.(2 Coríntios 5.17; Romanos 12.2; Efésios 4.22-25; Colossenses 3.7-10; 1 João 3.9; 5.18).
03 - O QUE É A FÉ?
A FÉ não se explica através da lógica humana. Fé é crença, convicção, certeza, confiança, entrega. É a certeza de que algo vai acontecer, não importando se as condições sejam contrárias. A definição bíblica para a fé é a seguinte: "É a CERTEZA das coisas que se esperam, e a prova das coisas QUE NÃO SE VÊEM" (Hebreus 11.1). Fé é a crença de que o Senhor está no comando de todas as coisas, em quem depositamos total e irrestrita confiança.
04 - QUAL O SIGNIFICADO DE "SOIS SALVOS PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ"?
Essa afirmação está em Efésios 2.8. Daremos o exemplo de um rio. Para que a água possa fluir de forma ordenada e consistente, é necessário que haja um leito, uma vala ou um canal. Esse caminho, leito, canal ou vala representam a nossa FÉ. A água é a GRAÇA de DEUS. Não há rio sem leito. Sem fé, sem entrega incondicional, sem obediência a graça de DEUS não encontra caminho para se derramar sobre nós. "Sem fé é impossível agradar a DEUS, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam (Hebreus 11.6).
05- O BATISMO NAS ÁGUAS É INDISPENSÁVEL À SALVAÇÃO?
Não. Ao ladrão arrependido, na cruz, JESUS afirmou que naquele mesmo dia ele estaria salvo, independente de batismo nas águas. Pelo ato do batismo o crente, já salvo, confirma seu compromisso de seguir a CRISTO. É certo que a Palavra diz: "Quem crer e for batizado será salvo". Mas em seguida afirma: "...mas quem não crer será condenado" (Marcos 16.16). Então, quem não crer será condenado. " É a falta de fé que leva à condenação, e não a ausência de um sacramento". Outras referências confirmam esse raciocínio: "Quem nEle crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no unigênito Filho de DEUS" (João 3.18); "Pela graça sois salvos, por meio da fé". (Efésios 2.8).
06 - E AS EXPRESSÕES FILHOS DA LUZ, FILHOS DO REINO, FILHOS DO ALTÍSSIMO, FILHOS POR ADOÇÃO, FILHOS DA OBEDIÊNCIA?
São expressões semelhantes que caracterizam a situação dos que, pela fé em JESUS CRISTO, foram constituídos filhos de DEUS. Nessa condição, estão habilitados a receberem as bênçãos divinas (Mateus 8.12; Lucas 6.35; João 12.36; Gálatas 4.5; Efésios 5.8; 1 Tessalonicenses 5.5; 1 Pedro 1.14; 1 João 3.10).
07 - QUAL A DIFERENÇA ENTRE SEIO DE ABRAÃO E PARAÍSO?
Os antigos hebreus denominavam "Seio de Abraão" o lugar para onde iam os justos, para "desfrutarem da companhia de DEUS e dos patriarcas". Na atual dispensação o termo é inadequado. JESUS disse ao ladrão na cruz: "Em verdade te digo que hoje estarás COMIGO NO PARAÍSO" (Lucas 23.43). O apóstolo Paulo afirmou que gostaria de "partir e estar COM CRISTO" (Filipenses 1.23).
08- QUAL O SENTIDO DA EXPRESSÃO "MORTE VICÁRIA DE CRISTO"?
Vicário significa : que faz as vezes de outrem ou de outra coisa. Logo, CRISTO morreu em nosso lugar. Morte vicária e morte substitutiva são expressões equivalentes (João 3.16).
09 - E MORTE PROPICIATÓRIA?
Propiciar quer dizer tornar favorável, propício. O sangue de JESUS propiciou a redenção da humanidade, satisfez a justiça de DEUS e reconciliou os homens com Seu Criador. (1 João 4.10).
10 - E MORTE EXPIATÓRIA?
Expiar significa cumprir a pena no lugar do outro; pagar o preço por outra pessoa. É comum a expressão "bode expiatório" que indica o estado de uma pessoa inocente que sofre punição em lugar do verdadeiro culpado. JESUS, com Seu sangue, pagou o preço de nossa redenção, de nosso resgate, colocando-se em nosso lugar, fazendo expiação por nossos pecados (Daniel 9.24).
11 - O QUE É MORRER EM CRISTO?
Significa o estado do homem que permaneceu na fé em JESUS CRISTO e morreu na condição de filho de DEUS. "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Apocalipse 2.10). "Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós" (João 15.4-a).
12 - QUE SIGNIFICAM "MORTE ETERNA" E "VIDA ETERNA"?
MORTE ETERNA é a eterna separação de DEUS. É o estado dos que morrem sem CRISTO e viverão para sempre em tormentos. VIDA ETERNA significa a futura situação dos santos, pois viverão em eterna comunhão com DEUS, na presença de DEUS: "Em verdade, em verdade vos digo: quem crê, tem a vida eterna" (João 6.47).
13 - O CRENTE PODE FICAR SEM SER ARREBATADO?
Crente é aquele que crê no Senhor JESUS. A Palavra diz que “todo aquele que crê no Filho tem a vida eterna” (João 3.36). Logo, todos os crentes serão arrebatados ¬ os que estiverem vivos por ocasião da vinda de JESUS. Os mortos em CRISTO ressuscitarão (1 Tessalonicenses 4.16-17). Só deixará de ser arrebatado se tiver abandonado a fé. 
 
 
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REVISTA NA ÍNTEGRA
Escrita, Lição 5, CPAD, A Promessa De Salvação, 4Tr24, Com. Extra Pr Henrique, EBD NA TV



ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A PROMESSA DA SALVAÇÃO 
1. Uma maravilhosa salvação
2. A obra de salvação
3. O Salvador 
II - A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO
1. Justificação 
2. Regeneração 
3. Santificação 
III – PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO
1. A base da promessa de salvação é CRISTO 
2. A Apostasia Individual 
3. A Promessa e a Segurança da Salvação 

TEXTO ÁUREO
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”  (Jo 5.24)

VERDADE PRÁTICA
A promessa da vida eterna é a maior bênção divina para todo aquele que crê em JESUS CRISTO.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Nm 21.4-9 A Serpente no deserto como um tipo de CRISTO
Terça - At 4.12; Rm 6.4-11 Livres da escravidão do pecado e da condenação
Quarta - Rm 5.1 Justificados e tendo plena paz com DEUS
Quinta - Jo 16.7-11 A operação do ESPÍRITO SANTO para a salvação
Sexta - Rm 8.16,17; 2 Co 5.17 Andando como nova criatura e em novidade de vida
Sábado - At 14.21,22; Hb 2.1-3 O cuidado contra a apostasia individual

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 3.14-21
14 - E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 - para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 - Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 - Porque DEUS enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 - Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de DEUS.
19 - E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20 - Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em DEUS.

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PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da mais importante das promessas divinas: a promessa da salvação. Ela continua sendo a principal promessa de DEUS para a humanidade. De que adianta ter prosperidade, saúde e não ter a salvação? A doutrina da salvação revela-nos quão grande é o amor e a graça de DEUS para conosco (Jo 3.16). 
Todos os filhos de DEUS que creem nessa promessa não podem viver de qualquer maneira, sem santidade, sem ter o devido cuidado com sua conduta diante de DEUS e do mundo. Também não podemos nos esquecer de que a salvação é obra divina, dependemos dEle, da sua misericórdia e do seu favor para conosco pecadores perdidos. Aceite humildemente o amor e a graça de DEUS em seu favor, pois JESUS pagou um alto preço para que quem crê nEle seja salvo, e quem o rejeita permaneça perdido em delitos e pecados (Ef 2.1). 
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar biblicamente a promessa da salvação; II) Mostrar a natureza da promessa da salvação; III) Refletir a respeito da importância da promessa da salvação e a perseverança nela. 
B) Motivação: Temos a dádiva da Salvação. JESUS pagou um alto preço pela nossa redenção, porém em nossa jornada cristã enfrentaremos obstáculos e dificuldades. O nosso Salvador disse que nesse mundo teríamos aflições, mas que tivéssemos bom ânimo (Jo 16.33). O bom ânimo é resultado da fé, da certeza de que DEUS é fiel para cumprir com as suas promessas. A nossa fé deve estar alicerçada em DEUS para que, quando nos encontrarmos diante dos obstáculos em nossa caminhada espiritual, não venhamos desfalecer e abandonar a valiosa promessa da salvação. Os desafios podem ser grandes, mas não são maiores que o nosso DEUS, por isso, confie nEle e seja fiel até o fim. 
C) Sugestão de Método: Sugerimos que você converse com seus alunos explicando que "a obra salvífica de CRISTO é a coluna central no templo da redenção divina. É o sustentáculo que carrega a maior parte do peso, sem o qual a estrutura jamais poderia ter sido completada. Podemos compará-la também ao eixo em torno do qual gira toda a atividade de DEUS na revelação. É a obra que fornece uma cabeça ao corpo, um antítipo ao tipo, uma substância às sombras e purificações. Tais afirmações em nada diminuem a importância do que DEUS fez em favor do seu povo, segundo a aliança do Antigo testamento, e às nações em redor. Para os estudiosos das Escrituras, permanece sua incalculável relevância, refletindo o pensamento de Hebreus 1.1. DEUS falou de modo infalível e relevante no passado, mas não pela última vez. Sua derradeira palavra só chegou com a vinda de seu Filho, e o registro dessa vinda aparece de forma infalível e definitiva nos 27 livros do cânon do Novo Testamento" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 335). 
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A lição de hoje é uma excelente oportunidade para você e os alunos refletirem a respeito da dádiva da salvação e seus efeitos. Mostre que, à medida que temos consciência da graça e da misericórdia de DEUS, a nossa fé aumenta e se torna um antídoto contra a falta de esperança nas promessas do Senhor. Encerre a aula citando as Escrituras: "Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." (Jo 5.24)
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto ao final do segundo tópico, expande a reflexão a respeito dos aspectos da salvação: regeneração, salvação e santificação, porém o enfoque é dado na regeneração; 2) O texto ao final do terceiro tópico, mostra que a promessa da salvação não é incondicional e que existe o perigo da apostasia.

PALAVRA-CHAVE - Salvação

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
A Salvação é um dos mais importantes temas das páginas da Bíblia, pois é a principal promessa de DEUS para a humanidade. A doutrina bíblica da salvação leva-nos a conhecer quão grande é o amor de DEUS para com o ser humano. É, exatamente, isso o que nos mostra o Evangelho de João no capítulo 3, em que  estudaremos a promessa da salvação, sua natureza e perseverança. 

I – A PROMESSA DA SALVAÇÃO 
1. Uma maravilhosa salvação
A Leitura Bíblica em Classe nos lembra a passagem bíblica do Antigo Testamento em Números 21.4-9, que trata de um ato simbólico em que a cura física seria uma realidade para quem olhasse para a Serpente de Bronze no deserto, e teria a maldição removida de sua vida. Semelhantemente, o sacrifício de JESUS na Cruz do Calvário proporciona redenção para a alma carente de salvação (Jo 3.14,15). Dessa forma, o amor de DEUS é revelado nas Escrituras de uma maneira que não se pode mensurar, ao ponto de entregar o seu Único Filho para salvar aquele que crê (Jo 3.16). Essa preciosa promessa traz duas realidades: 1) a de que quem crê não será condenado (Jo 3.18); 2) a de que quem não crê já está condenado (Jo 3.18). Logo, a salvação é um maravilhoso presente de DEUS para todos os que creem em seu Filho.  
2. A obra de salvação
O Evangelho de João nos mostra que a obra de salvação é uma providência de DEUS para salvar o ser humano de uma condenação eterna. No sentido geral, a palavra “salvação”, que vem do grego soteria, traz um sentido de “livramento de perigo, de ameaça” (Lc 1.69,71); “saúde” (At 27.34); “livramento da prisão” (Fp 1.19); “livramento do dilúvio” (Hb 11.7). Dessa maneira, a salvação propriamente dita tem a ver com os que recebem a CRISTO JESUS como seu suficiente Salvador. Quando isso acontece, somos imediatamente libertos da escravidão do poder do pecado e da condenação eterna (At 4.12; Rm 6.4-11).  
3. O Salvador 
A obra de salvação tem como base a entrega do Filho de DEUS como aquEle que pagou o preço do pecado. JESUS é o nosso Salvador, como bem expressa o termo grego, sõter, “salvador, libertador, preservador, conservador”, (Lc 2.11; Jo 4.42; At 5.31; 2 Pe 1.11). Assim sendo, o Evangelho de João nos revela que todo ser humano foi corrompido pelo pecado e, por isso, precisa de um Salvador. Esse Salvador, revelado em João 3.16,17, nos garante a gloriosa promessa de Salvação: “todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Quem se arrepende, crê e permanece em JESUS, jamais perecerá eternamente.
SINÓPSE I - A salvação é um precioso presente de DEUS para todos os que creem em seu Filho.

II - A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO
Podemos compreender a natureza da Promessa de Salvação estudando alguns aspectos salvíficos dessa grande obra.  
1. Justificação 
Um dos aspectos da obra salvífica que está apresentado em termos bíblicos é a “justificação”. Quem é alcançado pelo Evangelho de CRISTO, e crê no Filho de DEUS com todo o seu coração, é “declarado justo”, isto é, livre da culpa e do merecimento da punição divina. Ele não é mais condenado; está declaradamente absolvido. É um salvo! Por intermédio da Justificação, o pecador é visto por DEUS como se não houvesse praticado transgressão alguma. Dessa forma, fomos justificados e, por isso, temos plena paz com DEUS por intermédio do nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO (Rm 5.1). 
2. Regeneração 
Para que a obra de Salvação, apresentada no Evangelho de João 3, se manifeste na vida do salvo, é necessário que ocorra a Regeneração, denominada de Novo Nascimento no mesmo capítulo (Jo 3.1-6). Uma pessoa que nasce de novo passa por um processo de transformação interior em que o coração sofre uma mudança radical por intermédio do Evangelho, mediante o poder do ESPÍRITO (Jo 16.7-11). Essa obra é feita diretamente pelo ESPÍRITO SANTO. Então, o pecador se torna filho de DEUS, nova criatura que anda em novidade de vida (Rm 8.16,17; 2 Co 5.17). Uma vez que nascemos de novo, passamos a fazer parte da família de DEUS (Hb 2.11). 
3. Santificação 
A santificação é um aspecto da salvação como resultado da obra do Calvário de nosso Senhor JESUS. Em primeiro lugar, por meio da Justificação e da Regeneração, somos santificados por DEUS de maneira posicional, ou seja, imediatamente. Em segundo lugar, somos santificados de maneira progressiva por meio do relacionamento com CRISTO. Esse processo ocorrerá até o advento da nossa glorificação final por ocasião da transformação do nosso corpo no advento do Arrebatamento da Igreja, pois teremos um corpo semelhante ao de JESUS ressurreto (Fp 3.21). Portanto, a obra de salvação exposta no Evangelho de João é completa. 
SINÓPSE II - Podemos compreender a natureza da Promessa de Salvação estudando alguns aspectos salvíficos dessa grande obra: justificação, regeneração e santificação.

III – PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO
1. A base da promessa de salvação é CRISTO 
João 3 mostra, com clareza, que o nosso Senhor é o centro da promessa de nossa salvação. DEUS escolheu um povo dentre pessoas pecadoras que se arrependeram e creram em JESUS CRISTO como Senhor e Salvador (Ef 1.4; 2 Ts 2.13,14). Logo, a Igreja de CRISTO, o povo de DEUS, é constituída de pessoas unidas ao Senhor JESUS (Ef 1.9,10). Assim, fazemos parte do Corpo de CRISTO e isso só é possível por causa da obra consumada no Calvário (Ef 1.7). 
2. A Apostasia Individual 
Nas Escrituras também encontramos uma grande advertência concernente à promessa da Salvação. A Bíblia nos mostra que a salvação não é incondicional, pois as pessoas podem resisti-la (Jo 3.18-20). E, também, mostra que os que a receberam, experimentaram o amor e o perdão de DEUS, podem romper esse relacionamento, rejeitando por completo os ensinos fundamentais revelados na Palavra de DEUS (apostasia doutrinária), bem como tornando-se novamente escravos da prática do pecado (apostasia moral). A isso denominamos “apostasia”, que implica uma rebelião contra DEUS, abandono proposital da fé que uma vez nos foi entregue. Há diversos registros bíblicos que confirmam essa possibilidade (At 14.21,22; 1 Tm 6.10-12; Hb 2.1-3).    
3. A Promessa e a Segurança da Salvação 
A promessa de Salvação também nos traz uma consoladora certeza, aquela mesma que o apóstolo Paulo escreveu: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com CRISTO, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). O ensino bíblico do Novo Testamento afirma que, ao passar pela morte, o salvo já está imediatamente com CRISTO. Assim, os que creem em CRISTO, se submetem a Ele como o seu Senhor e, mediante um relacionamento pessoal com CRISTO, estão definitivamente seguros para a vida eterna (1 Jo 5.13).
SINÓPSE III - O nosso Senhor JESUS CRISTO é o centro da promessa de nossa salvação.


CONCLUSÃO
A Promessa da Salvação nos lembra de que não podemos descuidar da nossa conduta diante de DEUS e do mundo. A salvação, em primeiro lugar, depende de DEUS, que estende sua mão ao pecador perdido. Mas também é necessário que o ser humano aceite humildemente o amor e a graça de DEUS em seu favor. Quem crê em JESUS é salvo, mas quem o rejeita permanece perdido em delitos e pecados (Ef 2.1).