Escrita Lição 1, CPAD, A ORIGEM DA IGREJA, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 1, CPAD, A ORIGEM DA IGREJA, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA
1. No Antigo Testamento

2. No Novo Testamento

3. Na história cristã

II – A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1. A Igreja como um ideal de DEUS

2. A Igreja como uma realidade concreta

3. A Igreja no Pentecostes

III – A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS

 SALVOS
1. Regenerados pelo sangue de CRISTO

2. Selados pelo ESPÍRITO SANTO

3. O Batismo de CRISTO e do ESPÍRITO






TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO.” (At 2.38)

 

VERDADE PRÁTICA
A Igreja é a família de DEUS, comprada com o sangue de CRISTO e selada com o ESPÍRITO SANTO.


LEITURA DIÁRIA
Segunda – Dt 4.10 O povo de DEUS reunido debaixo do Antigo Pacto
Terça – At 20.28 A Igreja foi comprada com o sangue de CRISTO
Quarta – Ef 1.3-6 A Igreja idealizada em DEUS
Quinta – Mt 16.18 A Igreja como propriedade exclusiva de DEUS
Sexta – At 2.42-47 A Igreja como uma comunidade de salvos
Sábado – 1 Co 12.13 A Igreja selada com o ESPÍRITO SANTO


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.1,2; 37,38
1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
37 - Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 - E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO.

 

HINOS SUGERIDOS: 247, 432, 434 da Harpa Cristã

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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A IGREJA – BEP - CPAD

Mt 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto do povo de DEUS em CRISTO, que se reúne como cidadãos do reino de DEUS (Ef 2.19), com o propósito de adorar a DEUS. A palavra “igreja” pode referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).

A igreja é apresentada como o povo de DEUS (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto da morte de CRISTO (1Pe 1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com DEUS (1Pe 2.5; ver Hb 11.6).

A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino de DEUS. A separação do mundo é parte inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por DEUS e Pai (2Co 18).

A igreja é o templo de DEUS e do ESPÍRITO SANTO (ver 1Co 3.16; 2Co 6.147.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniquidade e da imoralidade.

A igreja é o corpo de CRISTO (1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira sem união vital dos seus membros com CRISTO. A cabeça do corpo é CRISTO (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).

A igreja é a noiva de CRISTO (2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção e fidelidade da igreja a CRISTO, quanto o amor de CRISTO à sua igreja e sua comunhão com ela.

A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do ESPÍRITO SANTO (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do ESPÍRITO (Ef 4.4) e o batismo com o ESPÍRITO (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).

A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).

A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do ESPÍRITO (Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O ESPÍRITO que está na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de DEUS, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).

A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (ver Fp 1.17; Jd 3).

A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por centro a volta de CRISTO para buscar o seu povo (ver Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb 9.28).

A igreja é tanto invisível como visível. (a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé viva em CRISTO. (b) A igreja visível consiste de congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 2.11, 17, 26; ver 2.7), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5); espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; ver Mt 13.24; At 12.5).

 

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ORIGEM DA IGREJA (Thiago Santos – comentarista dos Subsídios da CPAD – 1Tr24)

Caríssimo(a) professor(a), a paz do Senhor! Estamos iniciando um novo trimestre de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Neste trimestre, seus alunos aprenderão sobre a origem, a natureza e o desenvolvimento da Igreja como instituição estabelecida pelo Senhor Jesus neste mundo. Veremos que a Igreja existe para o cumprimento de uma missão muito especial. Para tanto, ela possui ordenanças e funções ministeriais que possibilitam a sua atuação como representante de Cristo neste mundo.

A história da Igreja perpassa os séculos e a compreensão do que significa a Igreja mudou de acordo com as épocas. Contudo, há uma perspectiva presente na sua origem que nunca deixou de existir, haja vista a obra do Espírito Santo em preservá-la: a Igreja foi chamada para viver como uma comunidade de fé, avulsa ao pecado, fora do sistema mundano que tem a Satanás como seu principal regente, e foi delegada a servir o Senhor e a compartilhar das bênçãos espirituais disponíveis em Seu Reino. Do ponto de vista atual, a Igreja, conforme discorre Stanley M. Horton, na obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD, 1996), “refere-se frequentemente ao prédio onde os crentes se reúnem (por exemplo: ‘Estamos indo à igreja’). Pode indicar a nossa comunhão local ou denominação (‘Minha igreja ensina o batismo por imersão’) ou um grupo religioso regional ou nacional (‘a igreja da Inglaterra’). A palavra é empregada frequentemente com referência a todos os crentes nascidos de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais (‘a Igreja do Senhor Jesus Cristo’). Mas, seja como for, o significado bíblico de “igreja” refere-se primariamente não às instituições e culturas, mas, sim, às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele” (pp. 537e 538).

Nesse sentido, podemos concluir que, apesar das diversas faces apresentadas pela Igreja ao longo dos séculos, o mais preocupante não sãos suas versões institucionais, embora não deixem de ter a devida importância, mas sua essência. A Igreja, independentemente da época, não pode se furtar de preservar os valores e a fidelidade aos ensinamentos das Escrituras, que tornam santos os que compartilham da cristandade. Em tempos trabalhosos, “quem é justo faça justiça ainda e quem é santo seja santificado ainda” (Ap 22.11).

 

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Lição 8, A Igreja de CRISTO

3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos

Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS, Jundiaí, SP

Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454

   

 

TEXTO ÁUREO
"Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mt 18.20)

 

 

VERDADE PRÁTICA
Cremos na Igreja, que é o corpo de CRISTO, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares.

 

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 16.18 JESUS CRISTO é o fundador da Igreja
Terça - Hb 12.23 A Igreja é a comunidade dos remidos
Quarta - Ef 1.22,23 O Senhor JESUS CRISTO é a cabeça do Corpo da Igreja
Quinta - 1 Tm 3.15 A Igreja é a Casa de DEUS
Sexta - Ef 5.25-28 O relacionamento do casal é comparado ao de CRISTO com a sua Igreja 
Sábado - Ap 22.17 A Igreja no convite do pecador para CRISTO

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 12.12-20,25-27
12 - Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é CRISTO também. 13 - Pois todos nós fomos batizados em um ESPÍRITO, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um ESPÍRITO. 14 - Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15 - Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 16 - E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo? 17 - Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 - Mas, agora, DEUS colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. 19 - E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 - Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo.

25 - para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. 26 - De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. 27 - Ora, vós sois o corpo de CRISTO e seus membros em particular.

 

12.13 TODOS NÓS FOMOS BATIZADOS EM UM ESPÍRITO. O batismo "em um ESPÍRITO" não se refere, nem ao batismo em água, nem ao batismo no ESPÍRITO SANTO  que CRISTO outorga ao crente como no dia de Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4). Refere-se, pelo contrário, ao ato do ESPÍRITO SANTO  batizar o crente no corpo de CRISTO - a igreja, unindo-o a esse corpo; fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente "em CRISTO" biblicamente.

12.25 TENHAM OS MEMBROS IGUAL CUIDADO UNS DOS OUTROS.

Os dons espirituais e ministeriais não devem ser base para se destacar uma pessoa, ou para considerar um crente mais importante do que o outro (vv. 22-24). Antes, cada pessoa é colocada no corpo de CRISTO de conformidade com a vontade de DEUS (v. 18), e todos os membros são importantes para o bem-estar espiritual e funcionamento apropriado desse corpo. Os dons espirituais e ministeriais devem ser usados, não com orgulho, nem visando a exaltação pessoal, mas com o desejo sincero de ajudar o próximo, e com um coração que realmente se preocupa com os outros (1Co 13). Todos podem e devem ter dons do ESPÍRITO SANTO (1 Coríntios 14:31).

12.28 A UNS PÔS DEUS NA IGREJA. Paulo apresenta aqui uma lista parcial dos dons de ministério (ver Rm 12.6-8 e Ef 4.11-13,). Para a definição dos termos apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre; ver também Jo 6.2, 1Co 12.10, para uma definição de "milagres". Ver também Rm 12.7,8, 1Co 12.10 para definição de "socorros" ("exercer misericórdia"), e "governos" ("presidir").

 

OBJETIVO GERAL
Mostrar a Igreja como corpo de CRISTO e os elementos que a identificam.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar o significado da palavra "igreja" e os seus desdobramentos;

Explicar os elementos que identificam a Igreja;

Conscientizar os crentes de que eles são membros do corpo de CRISTO.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro professor, é de suma importância para o aluno ter uma compreensão bíblica e teológica a respeito da natureza da Igreja de CRISTO. Hoje, há algumas ideias equivocadas quanto algumas instituições que se chamam "igrejas". Muitos confundem a Igreja de CRISTO com tais instituições. Um dos objetivos da lição desta semana é exatamente esclarecer essa questão. O que é a Igreja de CRISTO? Qual a diferença entre a sua natureza visível e a sua natureza invisível? Qual o papel do membro dentro do Corpo de CRISTO?
São algumas questões que devem nortear a aula desta semana. O nosso desejo é que a sua classe compreenda melhor o maravilhoso privilégio de pertencer ao Corpo de CRISTO, a Igreja do Senhor.

 

 

PONTO CENTRAL - A Igreja é o Corpo de CRISTO.

 

Resumo da Lição 8, A Igreja de CRISTO

I - A COMUNIDADE DOS FIÉIS

1. Etimologia.

2. A assembleia dos cidadãos.

3. O significado da expressão "Santa Igreja Católica".

II - ELEMENTOS QUE IDENTIFICAM UMA IGREJA

1. Afinal, o que é Igreja?

2. As ordenanças.

3. A adoração.

4. A família de DEUS.

III - O CORPO DE CRISTO

1. O corpo e seus membros.

2. A morada de DEUS.

3. Os membros do corpo.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - A palavra "igreja" remonta à comunidade dos fiéis reunida em nome do Senhor JESUS.

SÍNTESE DO TÓPICO II - As ordenanças (batismo e ceia), a adoração e a reunião de pessoas são elementos que identificam a Igreja.

SÍNTESE DO TÓPICO III - A Igreja é o corpo de CRISTO na terra, a morada do DEUS Altíssimo.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO I
O primeiro tópico é um pouco técnico. Mas é importante conhecer o sentido etimológico do termo "igreja". O comentarista mostra que ekklesia é uma palavra grega que significa um grupo de pessoas "chamado para fora" e a interliga com o termo hebraico qahal, "assembleia, multidão humana reunida", no contexto do Antigo Testamento.
 

CONHEÇA MAIS

*Igreja - "Origem da Palavra

"No Novo Testamento, a palavra 'igreja' é uma tradução da palavra grega ekklesia, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica uma associação local de crentes". Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.949.

 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO II
"Precisamos nos identificar primeiro com o Senhor JESUS CRISTO, parecer com Ele no amor, no trato com as pessoas, nas estratégias de trabalho, no aproveitamento das oportunidades, no uso de autoridade para libertar os oprimidos e na compaixão pelas pessoas. Enfim, identificar-se com CRISTO é ser parecido com Ele no projeto de transformar o mundo [...]. Precisamos também de identificação entre nós mesmos, ou seja, precisamos entender e praticar o que é ser Igreja. Não me refiro a uma comunidade com estatuto e CGC, endereço e liderança, que faz o que quer, como quer e quando quer. Uma comunidade burocrática e fria, cheia de deveres e direitos, sem vida nem poder. Igreja não é um lugar onde uma multidão ali chega triste e sai vazia, nem tampouco um meio através do qual se possa ganhar dinheiro, explorando-se a boa fé alheia. Igreja não é uma facção dividida por um grupo de radicais e outro de liberais, onde só há confronto e não há vida. Igreja não é lugar de promessas mirabolantes, mas um lugar de vida onde JESUS se manifesta, onde há sinceridade, onde acontecem maravilhas, onde o amor tem liberdade de atuar, onde há comunhão e onde há poder" (FERREIRA, Israel Alves. Igreja Lugar de Soluções: Como recuperar os enfermos espirituais. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.12-13).
 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO III
"A fim de enfatizar e visualizar a relação viva dos crentes com o CRISTO, a Bíblia o apresenta como o 'cabeça' da Igreja, e a Igreja como seu 'corpo' (1 Co 12.27; Ef 1.22,23; Cl 1.18). Há várias razões para esta analogia. A igreja é a manifestação física - visível - de CRISTO no mundo, a fazer seu trabalho, tal como chamar os pecadores ao arrependimento, proclamando a verdade de DEUS às nações e preparando-se para as eras vindouras. A Igreja também é um corpo, composta de um arranjo complexo de diversas partes, cada qual discreta, cada qual recebendo do Cabeça, cada qual com seus próprios dons e ministérios, contudo, todos necessários à obra de DEUS por vir (Rm 12.4-8; 1 Co 6.15; 10.16,17; 12.12-27; Ef 4.15,16). (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.134-35).

 

PARA REFLETIR - A respeito da Igreja de CRISTO, responda:
O que significa literalmente a palavra grega ekklesía, "igreja"?
O termo grego para "igreja" é ekklesía, literalmente, "chamado para fora", do verbo grego ekkaleo "chamar, convocar".
Qual o tom da "universal assembleia e igreja dos primogênitos"?
Essas palavras expressam um tom de uma celebração jubilosa, de uma reunião festiva com todos os remidos como cidadãos da comunidade celestial (Ap 5.11-13).
Quais as ordenanças da Igreja?
As ordenanças da Igreja são duas, a primeira é o batismo em águas e a segunda é a Ceia do Senhor.
O que significa "casa de DEUS" em relação à Igreja?
Há passagens no Novo Testamento em que o termo "casa" parece se referir à igreja. O termo "casa" também é utilizado na Bíblia metaforicamente para designar "família" (Js 24.15; At 16.31). A Igreja é citada como a família de DEUS (Ef 2.19) e o templo espiritual de DEUS (1 Co 3.16; Ef 2.22). É por isso que chamamos de irmãos aqueles que se convertem ao Senhor JESUS.
O que significa "batizado pelo ESPÍRITO" (1 Co 12.13)?
Ser batizado "por um só ESPÍRITO" quer dizer que é o ESPÍRITO quem batiza; isso indica a iniciação dos crentes no corpo de CRISTO e não se refere ao batismo do dia de Pentecostes.
 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p40.

 Comentários do Pr. Henrique da Lição 8, A Igreja de CRISTO

 Comentários de Bíblias, Comentários, Dicionários e Livros

 

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ECLESIOLOGIA - As Grandes Doutrinas da Bíblia - Pr. Raimundo de Oliveira – CPAD

 

ÍNDICE

I. DEFINIÇÃO DO TERMO "IGREJA"

1. O Uso Clássico  -  2. Seu Uso na Septuaginta  - 3. O Uso Cristão

 

II. A ORIGEM DA IGREJA

1. Considerada Profeticamente  -  2. Considerada Historicamente

 

III. O FUNDAMENTO DA IGREJA

1. CRISTO - a Pedra  -  2. Pedro - Uma Pedra  -  3. Petra e Petros

 

IV. A IGREJA EM RELAÇÃO AO REINO DE DEUS

1. O Reino e a Igreja  -  2. A Igreja não é o Reino  -  3. O Reino Cria a Igreja  -  4. A Igreja dá Testemunho do Reino  -  5. A Igreja é a Agência do Reino - 6. A Igreja: a Guardadora do Reino

 

V. OS MEMBROS DA IGREJA

1. A Igreja é Composta Somente por Aqueles que Demonstram Fé em CRISTO  - 2. Uma Igreja se Compõe Somente Daqueles que Foram Batizados Depois Duma Profissão de Fé.

 

VI. A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

1. O Sistema Episcopal  -  2. O Sistema Presbiteriano   -  3. O Sistema Congregacional

 

VII. O MINISTÉRIO DA IGREJA

1. Ser Aqui um Lugar de Habitação de DEUS  -  2. Testemunhar da Verdade  -  3. Tornar Conhecida a Multiforme Sabedoria de DEUS

4. Dar Eterna Glória a DEUS  -  5. Edificar a Seus Membros  -  6. Disciplinar Seus Membros  -  7. Evangelizar o Mundo - 8. Sustentar Uma Norma Digna de Conduta  -  9. Cultivar a Comunhão Entre Seus Membros

 

VIII. A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA

1. Os Doze Apóstolos  -  2. Após a Ascensão de CRISTO  -  3. Princípios Gerais

 

IX. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

1. O Batismo em Água  -  2. A Ceia do Senhor.

 

X. A ADORAÇÃO NA IGREJA

1. A Natureza da Adoração na Igreja  -  2. Oração e Louvor  -  3. Hinos e Cânticos Espirituais  -  4. Reafirmação da Fé Cristã - 5. Ministração da Palavra de DEUS  -  6. A Mordomia Cristã

 

ECLESIOLOGIA -

INTRODUÇÃO

Nas Escrituras a doutrina da Igreja (ou eclesiologia) se reveste de tanta importância quanto as demais nela tratadas. O estudo e consequente compreensão desta doutrina levará o cristão à conclusão de que, em valor, a Igreja se sobrepõe aos grandes organismos e organizações existentes no mundo hoje . A vocação e missão da Igreja têm alcance imensurável. Suas origens se ocultam na eternidade passada, enquanto que a sua missão no presente tem a capacidade de alterar a rotina tanto do Céu quanto do próprio Inferno. Há, pois, grande recompensa no estudo e compreensão desta doutrina.

 

I. DEFINIÇÃO DO TERMO "IGREJA"

Os dicionários mais comuns dão dois significados ao termo ekklesia: 1° "Ajuntamento popular", e 2° "Igreja". O primeiro significado é chamado profano, e o segundo "bíblico", "eclesiástico". Os dicionários do Novo Testamento seguem a mesma divisão subdividindo mais uma vez o significado do termo no Novo Testamento: 1° Igreja, como comunidade universal. 2° Congregação, como comunidade local ou particular, bem como comunidade doméstica (A Igreja do Novo Testamento – Aste – Pág.15). Noutras palavras, "ekklesia”, traduzida por "igreja" se deriva de ekkaleo, verbo que significa "chamar à parte"; por isto denota uma assembleia citada ou chamada à parte, um corpo escolhido e separado duma grande massa de gente. O uso do termo pode ser investigado levando-se o seguinte em consideração:

1. O Uso Clássico

O uso clássico do termo "ekklesia" designa uma assembleia de cidadãos, convocados por um arauto; uma espécie de assembleia legislativa. Cremer diz que é o termo comum para designar uma reunião dos eklectoi, reunidos para discutir os assuntos pertinentes à política de um estado livre e soberano. Portanto, ekklesia era a assembleia legal, em uma cidade grega, formada de todos os que possuíam o direito de cidadania para tratar dos assuntos públicos. Eram pessoas literalmente chamadas para fora da grande massa de povo que compunha o grosso da sociedade, - uma porção escolhida do povo, não o populacho, tampouco os estrangeiros, não aqueles que haviam perdido os direitos civis. Tanto a palavra "chamar" como a palavra "aparte" possuem significado que não deve ser desprezado quando ambas tiverem de ser estudadas no contexto da Igreja Cristã. Neste caso o termo ekklesia não denota, exceto em uso excepcional e figurado, uma assembleia mista e não-oficial.

2. Seu Uso na Septuaginta

Na versão grega do Antigo Testamento chamada Septuaginta, o termo ekklesia é a tradução usual do termo hebraico kahal, que denota a multidão inteira de qualquer povo, unido pelos vínculos de uma sociedade, e constituindo uma república ou estado. Em sua significação ordinária, o termo pode ser definido como uma assembleia ou convocação do povo de Israel. Assim disse Moisés: "Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação ['ekklesia'] do Senhor" (Dt 23.3; Ne 13.1). Assim também disse Davi: “O meu louvor virá de ti na grande congregação [‘ekklesia’]; pagarei os meus votos perante os que o temem” (Sl 22.25). Neste caso a ekklesia de Israel se compunha exclusivamente pelos israelitas feitos idôneos para cumprirem com os deveres de povo do Senhor, e para participarem do culto em seu santuário. Excluía-se, portanto os incircuncisos, os imundos e os demais povos. A mesma restrição é evidente no uso do termo ekklesia no Novo Testamento quando se refere ao antigo Israel como a “igreja do Senhor” (At 7.38; Hb 2.12).

3. O Uso Cristão

O termo "ekklesia" aparece no Novo Testamento cerca de cento e quinze vezes. Destas, três se referem à congregação hebraica do Senhor (At 7.38; Hb 2.12); três outras vezes se referem à assembleia grega (At 19.32,39,41); e cento e dez à Igreja cristã.Como aparece no Novo Testamento, o, termo tem dupla designação: 1° Designa uma assembleia específica e local de crentes, organizados para manutenção do culto, doutrinas ordenanças e disciplina do evangelho, e unidos sob um concerto especial com CRISTO e entre si; como "a igreja em Jerusalém", "as igrejas da Galácia". A palavra se encontra usada neste sentido local em noventa e dois casos. 2° Denota a totalidade do corpo dos escolhidos nos céus e na terra - todos quantos foram alcançados pelo concerto da graça de DEUS que os faz membros do reino eterno de CRISTO. A doutrina evangélica ensina que a Igreja pode existir independentemente de ter ou não uma forma vista pelos homens, pois ela é tanto visível (militante), como invisível (triunfante). A Igreja Invisível se compõe de todos os que estão unidos a CRISTO. Não é uma organização externa, mas um organismo eterno. Os seus membros são conhecidos por DEUS, ainda que não seja possível serem conhecidos, totalmente pela vista humana. Muitos deles estão no Céu, ou ainda estão por nascer. A Igreja Visível compõe-se de todos os que professam estarem unidos a CRISTO; aqueles que têm os seus nomes arrolados nos livros de registro das suas respectivas congregações. Não é sem certo constrangimento que afirmamos que muitas vezes pode ocorrer da pessoa ter seu nome arrolado entre os membros da Igreja visível sem, contudo tê-lo escrito no Livro da Vida do Cordeiro.

 

II. A ORIGEM DA IGREJA

Para compreendermos a origem da Igreja, mister se faz estudá-Ia levando-se em consideração fatores proféticos e históricos.

1. Considerada Profeticamente

Israel é descrito na Bíblia como uma igreja no sentido de ser uma nação chamada dentre outras nações para ser um povo formado de servos de DEUS. Israel, pois, era a congregação ou a igreja de Jeová no Antigo Testamento. Depois da igreja judaica o ter rejeitado, CRISTO predisse a fundação duma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que continuaria sua obra na terra (Mt 16.18). Essa é a Igreja de CRISTO, que começou a existir visivelmente a partir do dia de Pentecoste, conforme o capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos. Paulo fala da manifestação mística da Igreja, usando os seguintes termos: "A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de CRISTO, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em DEUS, que tudo criou: para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos léus, segundo o eterno propósito que fez em CRISTO JESUS nosso Senhor" (Ef 3.8-11).Portanto, no plano de DEUS, a Igreja já existia muito antes que qualquer outra coisa viesse à existência, isso com base no sangue do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). DEUS, segundo o seu soberano propósito, permitiu que as eras se fossem escoando até que achou por bem tornar a Igreja manifesta e conhecida.

2. Considerada Historicamente

A Igreja de CRISTO veio à existência, como tal, no dia de Pentecoste, quando do derramamento do ESPÍRITO SANTO . Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Ex 40.34), de igual modo os primeiros membros da Igreja foram consagrados no Cenáculo e consagrados como Igreja pela descida do ESPÍRITO SANTO  sobre eles e dentro deles. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da glória manifesta no Tabernáculo e no Templo, glória essa que há muito tempo havia se afastado, e cuja ausência era lamentada pelos rabinos judaicos mais piedosos (Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida - Pág. 217). Davi juntou os materiais para a construção do Templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, JESUS, durante o seu ministério terreno, havia juntado os materiais com os quais haveria de dar forma à sua Igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido pelo seu sucessor, o ESPÍRITO SANTO . Realmente: essa obra foi feita pelo ESPÍRITO SANTO , operando através dos apóstolos, que lançaram os fundamentos e edificaram a Igreja por sua pregação, ensino e organização. Por isso a Igreja é descrita como sendo edificada sobre o fundamento dos apóstolos (Ef 2.20).

 

III. O FUNDAMENTO DA IGREJA

A origem divina da Igreja é patenteada pela sua origem histórica, bem como pela sua expansão e confirmação. Não é possível se pensar na Igreja separadamente de CRISTO, nem se pensar em CRISTO separadamente da Igreja. Apesar disto a teologia vaticano - romanista atribuição apóstolo Pedro, méritos de pedra fundamental sobre a qual a Igreja de CRISTO está edificada. Buscando achar fundamentos escriturísticos para tão absurdo ensino, os teólogos católicos - romanos, apelam para as seguintes palavras do Salvador: "E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o CRISTO, o Filho de DEUS vivo. E JESUS, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai que esta nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do remo dos céus; e tudo o que ligares. na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16.16-19). Dessa passagem, a Igreja Romana deriva o seguinte raciocínio de interpretação:

- Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja estar edificada.

- A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, só ele e seus sucessores (os papas) poderão abrir a porta do reino dos céus.

- Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma.

- toda autoridade eclesiástica foi conferida a Pedro, até nossos dias, através da linhagem de bispos e de papas, todos vigários de CRISTO.

1. CRISTO – a Pedro

A “pedra” constante de Mateus 16.18 nada mais é do que a confissão de Pedro: em CRISTO está a verdade fundamental da Igreja! “porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é JESUS CRISTO” (1 Co 3.11). Em vários textos da Bíblia encontramos alusões a CRISTO, como sendo Ele a “Pedra”. Parar Daniel, no Antigo Testamento, CRISTO é a pedra que do alto será lançada, e que destruirá a estatua do misterioso sonho de Nabucodonosor (Dn 2.34,35). A pedra aqui fala de CRISTO na sua segunda vinda, destruindo o poder gentílico mundial. Para Pedro, CRISTO era a pedra que os lideres espirituais de Israel rejeitaram e mataram (At 4.11). Que CRISTO é a pedra, já era prefigurado no Antigo Testamento (1 Co 10.4). Dos oitenta e quatro chamados Pais da Igreja primitiva, só dezesseis criam que o Senhor se referiu a Pedro, quando disse "essa pedra". Os demais, uns diziam que a expressão se referia a CRISTO mesmo, outros à confissão que Pedro acabara de fazer, ou, ainda, a todos os apóstolos. Só a partir do IV Século começou-se a falar a respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja, e esta discussão estava intimamente relacionada com a pretensão exclusivista do bispo de Roma.

2. Pedro - Uma Pedra

A interpretação da Igreja Romana segundo a qual CRISTO estabeleceu a sua Igreja sobre a pessoa do apóstolo Pedro é insustentável e não suporta a prova da teologia bíblica. Não consta em parte alguma das Escrituras, nem mesmo na história do cristianismo, que Pedro tenha assumido essa posição de destaque que o romanismo lhe atribui. Evidentemente, Pedro teve algumas oportunidades de ações relevantes junto aos demais apóstolos. Foi, porém, uma posição temporária ou transitória. Com exceção do que lemos em Gálatas 1.18, não encontramos nenhuma outra referência a Pedro no restante do Novo Testamento, nem sobre um possível episcopado sobre os demais apóstolos e comunidades cristãs da sua época. É bom lembrar que Pedro foi enviado como missionário aos samaritanos e gentios vizinhos a Jerusalém, sob a orientação de Tiago, quando esse e não Pedro, era o pastor e líder da Igreja em Jerusalém. Pedro foi uma pedra, mas não a pedra firme e inabalável sobre a qual foi fundada "a universal assembleia e igreja dos primogênitos que estão escritos nos céus (Hb 12.23), e sim uma pedra como são os demais salvos e remidos pelo sangue de JESUS (1 Pd 2.4).

3. Petra e Petros

O substantivo grego PETRA designa, no grego, "uma rocha grande e firme". Já o substantivo masculino PETROS é aplicado geralmente para designar blocos de pedra, móveis e isolados, bem como a pedras pequenas, tais como a pederneira, ou pedra de arremesso.

Pedro é PETROS - parte da rocha, não PETRA - rocha grande e firme.

CRISTO é PETRA - rocha grande e firme.

Pedro foi uma pedra forte e firme, mas em união com CRISTO e nunca desligado dele. Por exemplo: lemos no Evangelho que Pedro andou sobre o mar encapelado, mas só enquanto tinha os olhos fixos em JESUS, pois quando começou a olhar para as ondas do mar, começou a afundar. Era uma pedra que ia se afundando. Como uma Igreja sobre a qual as portas do Inferno não poderiam prevalecer, iria ser edificada sobre o homem Pedro?

 

IV. A IGREJA EM RELAÇÃO AO REINO DE DEUS

Parece unânime a opinião dos estudiosos das Escrituras quanto à dificuldade de conciliar o estudo da doutrina da Igreja com o estudo relacionado com o Reino de DEUS. O problema geralmente começa com as questões: Deve o Reino de DEUS, em algum sentido da palavra, ser identificado com a Igreja? Se não, qual a relação entre ambos? A busca de resposta a esta questão, passará, sem dúvida à análise das seguintes questões:

1. O Reino e a Igreja

Achar-se o tipo de relação porventura existente entre Reino de DEUS e a Igreja dependerá do conceito que o cristão tiver do Reino. Conclui-se, pois, que, se o conceito que o cristão fizer do Reino estiver correto, ele nunca deverá ser identificado com a Igreja. "O Reino é primeiramente o reinado dinâmico ou o domínio soberano de DEUS e, derivadamente, a esfera na qual tal soberania é experimentada. De acordo com a fraseologia bíblica, o Reino não deve ser identificado com as pessoas que pertencem a Ele. Elas são o povo do domínio de DEUS que entra no Reino, vive sob a autoridade do Reino, e é governado e orientado pelo Reino. A Igreja é a comunidade do Reino, mas nunca o próprio Reino. Os discípulos de JESUS pertencem ao Reino como o Reino lhes pertence; mas eles não são o Reino. O Reino é o domínio de seus; a Igreja é uma sociedade composta por seres humanos” (Teologia do Novo Testamento – JUERP – Pág. 106).

2. A Igreja Não é o Reino

O Novo Testamento nunca confunde Igreja com o Reino. Os primitivos pregadores do Evangelho pregaram o Reino de DEUS e não a Igreja (At 8.12; 19.8; 20.25; 28.23,31). Portanto é impossível confundir "reino" por "igreja" na fraseologia neotestamentária. As únicas referências ao povo de DEUS como Basiléia encontram-se em Apocalipse 1.6 e 5.10; mas as pessoas que recebem tal designação recebem-na, não em virtude de serem as pessoas que estão sob o domínio de DEUS, mas porque são participantes do reino de CRISTO. “... e eles reinarão sobre a terra" (Ap 5.10). Nestas declarações, "reino" é sinônimo de "reis", e não de pessoas sob o governo de DEUS. Deste modo é confuso afirmar como fez Sommerlarth, que "a Igreja é a forma assumida pelo Reino de DEUS no intervalo existente entre a ascensão e a parousia de CRISTO"; ou como disse Gilmour: "A Igreja, (não como instituição, mas como comunidade amada) tem sido o Reino de DEUS dentro do processo histórico".

3. O Reino Cria a Igreja

O domínio dinâmico de DEUS, presente na missão terrena de JESUS, desafiou o homem no "Sentido de manifestar uma resposta positiva à sua mensagem, introduzindo-o em um novo grupo de comunhão. Deste modo, a manifestação do Reino de DEUS assinalava o cumprimento da esperança messiânica do Antigo Testamento, prometida a Israel. Mas quando Israel como um todo rejeitou a oferta do Reino, aqueles que a aceitaram foram constituídos o novo povo de DEUS, os filhos do Reino, o verdadeiro Israel, a igreja incipiente. Assim "a Igreja não é senão o resultado da vinda do Reino de DEUS ao mundo por intermédio da missão de JESUS CRISTO" (Teologia do Novo Testamento – JUERP – Pág.106). A Igreja visível e histórica, tem um duplo caráter. Ela se constitui no povo do Reino, contudo, ela não forma o povo em seu caráter ideal, uma vez que tem no seu seio pessoas que não podem ser indicadas realmente como filhos do Reino. Por isso se conclui que a entrada no Reino de DEUS significa participação na Igreja; mas a entrada na Igreja não é uma expressão equivalente da entrada no Reino de DEUS.

4. A Igreja dá Testemunho do Reino

A Igreja é ineficaz para edificar o Reino é fazê-lo prosperar; no entanto, tem ela o dever e a autoridade de testemunhar do Reino e para o Reino. Este testemunho diz respeito aos atos redentores de DEUS por meio de JESUS CRISTO, cobrindo todo o período compreendido pela Dispensação da Graça. Os doze enviados, de Mateus 10 e os setenta, de Lucas 10, tinham o mandamento expresso de testemunhar do Reino. A comissão desses primeiros discípulos de JESUS parece se revestir de grande simbolismo para a Igreja hodierna. Portanto, é tarefa da Igreja viver e demonstrar a vida e a comunhão do Reino de DEUS e da Era Vindoura numa era escravizada pela perversidade e egoísmo, orgulho e animosidade. Esta demonstração da vida característica do Reino é um elemento essencial do Testemunho da Igreja em favor do Reino de DEUS. A Igreja pode e tem o dever de orar: “Venha o teu reino...”

5. A Igreja é a Agência do Reino

Os primeiros discípulos de JESUS, além de proclamarem as boas-novas afetas à presença do Reino, consideravam a si mesmos agentes instrumentais do Reino. Pesava sobre seus ombros a grande comissão dada por JESUS antes de voltar para o seio do Pai. Deste modo, a partir daí, eles consideravam que o que eles faziam era como se JESUS CRISTO mesmo, em pessoa, tivesse realizado. Assim tal como fez JESUS quando, visivelmente entre eles, quando eles curaram enfermos, expulsaram demônios e ressuscitaram mortos (Mt 27.10.8; Lc 10.17). Os discípulos tinham ciência de que o poder de que dispunham para realizar a obra de DEUS, fora outorgado por delegação, mas não tinham a menor dúvida de que esse poder neles e através deles operante, tinha a mesma eficácia que o poder operante no ministério terreno de JESUS. Uma vez que o poder que dispunham para realizar a obra de DEUS não lhes pertenciam como condição inata, não tinham porque se vangloriar. Ao manifestar a decisão de fundar a sua Igreja triunfante Mt 16.18), JESUS estava garantindo que as forças das trevas e do inferno haveriam de recuar ante a manifestação aterradora do Reino através da ação notória da Igreja vitoriosa.

6. A Igreja: a Guardadora do Reino

Os rabinos judaicos antigos tinham Israel na conta de guardador do Reino de DEUS, segundo eles, inaugurado na terra nos dias de Abraão, finalmente entregue a Israel quando da outorga da Lei no Sinai. Uma vez que Israel foi feito guardião exclusivo da Lei divina, o Reino de JESUS se tornava posse exclusiva de Israel. Quando um gentio queria fazer parte desse Reino, tinha de se deixar proselitizar, ou se judaizar. Só após essa "conversão" o judaísmo é que o gentio podia se considerar súdito do Reino. Era indispensável a mediação de Israel, uma vez que só o israelita era considerado "filho do Reino". Na pessoa de JESUS CRISTO, o domínio de DEUS manifestou-se em um novo evento redentor, demonstrando, de um modo totalmente inesperado, os pobres do reino escatológico dentro do cenário da história humana. Como a nação de Israel rejeitou por completo esta nova forma de manifestação do Reino de DEUS, a porta da graça divina se abriu para o mundo gentílico. A barreira de separação existente entre judeus e gentios fora derribada. Já não haveria "filhos exclusivos" do Reino. Súditos do Reino seriam todos aqueles que absorvessem a revelação divina trazida por JESUS CRISTO. Os discípulos de JESUS, a sua ekklesia, agora se tornaram os guardadores do Reino, em lugar da nação de Israel. O Reino é tirado de Israel e dado a outro povo - a ekklesia de JESUS. Deste modo, os discípulos de JESUS não somente dão testemunho a respeito do Reino; eles não apenas se constituem em instrumento do Reino, à medida que este manifesta o seu poder nesta Era presente, eles são também os guardadores do Reino (Teologia do Novo Testamento – JUERP – Pág. 110).

 

V. OS MEMBROS DA IGREJA

Uma igreja é uma congregação de crentes em JESUS CRISTO batizados depois duma profissão de fé, e voluntariamente ligados sob a aliança especial para a manutenção do culto, verdades, ordenanças, e disciplina do evangelho Portanto, face à questão quanto, a saber, quem são e quais as características dos membros da Igreja de CRISTO, diríamos:

1. A Igreja é Composta Somente por Aqueles que Demonstram fé em CRISTO.

As unidades da Igreja são almas regeneradas e que vivem em união com CRISTO. Deste modo a Igreja é uma assembleia de tais almas, atraídas umas às outras por afinidades espirituais da nova vida que cada uma recebeu e pelo vínculo comum que as une a DEUS. Disse JESUS que “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de DEUS” (Jo 3.3). É assim que o novo nascimento espiritual se constitui condição indispensável e fundamental para a união do homem com a Igreja cristã. Por mais difícil que pareça ser o estabelecimento duma igreja formada só de pessoas inteiramente regeneradas, a verdade é que a igreja local que mais trabalha no sentido de levar os seus membros a demonstrarem uma genuína conversão, mais tem se aproximado do ideal duma vida de fé e de pureza.

2. Uma Igreja se Compõe Somente Daqueles que Foram Batizados Depois duma Profissão de Fé

As considerações seguintes fazem do batismo em água, não uma opção mas uma ordenança para ser cumprida pelo crente:

-A comissão apostólica dada por JESUS nos manda não apenas fazer discípulos, mas também batizar (Mt 28.19). A ordem de fazer discípulos e depois batizar, se preserve definitivamente como decreto da autoridade divina.

-Nas Escrituras, o batismo é o primeiro ato público do crente. Esse ato tem duplo significado: a) fala do rompimento do crente com a vida de outrora; e b) fala do seu membramento no corpo de CRISTO, que é a Igreja. O batismo em água, desde o princípio, tem sido considerado como prática uniforme de admissão do neoconvertido à igreja.

- As Epístolas do Novo Testamento se dirigem às igrejas, como corpos compostos exclusivamente de pessoas batizadas em águas (Rm 6.1-14; 1 Pd 3.21).

 

VI. A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

Existem três formas distintas de igrejas, que se diferenciam entre si pelos princípios fundamentais de sua organização, são elas: Episcopal, Presbiteriana e Congregacional.

1. O Sistema Episcopal

O sistema episcopal de organização da igreja consiste numa rija hierarquia, concentrando o poder eclesiástico no sacerdócio formado de três ordens de bispos, sacerdotes e diáconos. Essas três ordens formam uma espécie de governo sacerdotal. Esta forma é adotada pela Igreja Católica Romana, a Igreja da Inglaterra, a Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos, e a Igreja Metodista Episcopal. Nesta última os bispos se diferenciam dos presbíteros não como uma ordem distinta, mas somente por razões de funções. Em todas estas igrejas o poder principal está nas mãos do clero, que se constitui um corpo que se perpetua a si mesmo, distinto da congregação local, e virtualmente independente dela.

2. O Sistema Presbiteriano

Nas igrejas que adotam este sistema de organização, a recepção e disciplina de membros são confiadas a um conselho, composto de pastores, e anciãos eleitos pela congregação; mas todos. Os atos eclesiásticos estão sujeitos a revisão por um conselho superior, composto de pastores e anciãos de muitas outras congregações. A igreja, segundo a concepção presbiteriana, é formada de muitas e distintas congregações, reunidas por seus representantes - pastores e anciãos - em um corpo, no qual reside todo o poder eclesiástico. Por isto há uma cadeia de comando na seguinte ordem: o conselho, cujos membros são eleitos pela congregação individual; o presbitério, composto de delegados dos distintos conselhos; o sínodo, corpo local composto de delegados de vários presbitérios; e a assembleia geral, composta de delegados de todos os presbitérios, e que constitui a última corte de apelação. Todos os oficiais eleitos pela congregação local e todos os atos executados por ela podem ser anulados por esta mais alta autoridade eclesiástica.

3. O Sistema Congregacional

No sistema Congregacional de igreja, todo o poder eclesiástico é exercido por cada igreja local, reunida em uma congregação, e as decisões tomadas pela igreja local individual não estão sujeitas a revogação por nenhum outro corpo eclesiástico. A esta classe pertence, com ligeiras diferenças e pormenores de organização, os Independentes da Inglaterra, as igrejas congregacionais da América e as igrejas batistas de todo o mundo (Su Forma de Gobierno y Sus Ordenanzas – Editora Mundo Hispano – Pág.110). Quando comparadas estes três sistemas de igreja, não há dúvida que o sistema Congregacional é o que melhor se identifica com o modelo de organização da Igreja primitiva. De acordo com o Novo Testamento, era a igreja como congregação local (e não o seu ministério ordinário), que tinha autoridade de receber, disciplinar e excluir a seus membros (1 Co 5.1-5; 2 Co 2.4,5; Rm 16.17; 2 Ts 3.6). Ela detinha com exclusividade o direito de eleger os seus próprios oficiais (At 1.15-26; 6.1-6; 14.23; 1 Co 16.3). De acordo com a História da Igreja, foram as congregações locais que escolheram espontaneamente, proeminentes bispos, como Atanásio (328 d.C.), Ambrósio (374 d.C.) e Crisóstomo (398 d.C.). A igreja local, ainda, detém o poder de decidir assuntos não decididos pelas Escrituras.

 

VII. O MINISTÉRIO DA IGREJA

O Lions Club existe em função dos "leões", o Rotary Club, em função dos rotarianos, a Maçonaria, em função dos maçons. A Igreja é o único organismo existente no mundo, cuja preocupação essencial não é o bem-estar de seus próprios membros. A razão de ser, existir e agir da Igreja na terra é ministrar em nome de CRISTO ao mundo. Em síntese, se constitui missão prioritária da Igreja no mundo:

1. Ser Aqui um Lugar de Habitação de DEUS

"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo do Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de DEUS em ESPÍRITO” (Ef 2.20-22). “Não sabeis vós que sois o templo de DEUS, e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós” (1 Co 3.16).

2. Testemunhar da Verdade

Para que se eu tardar, fiques cientes de como se deve proceder na casa de DEUS, que é a igreja do DEUS vivo, coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.15).

3. Tornar Conhecida a Multiforme Sabedoria de DEUS

"Para que pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais" (Ef 3.10).

4. Dar Eterna Glória a DEUS

"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que em nós opera, a ele seja a glória, na igreja e em CRISTO JESUS, por todas as gerações para todo o sempre. Amém" (Ef 3.20,21).

5. Edificar a Seus Membros

"E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de CRISTO, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de DEUS, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de CRISTO" (Ef 4.11-13).

6. Disciplinar Seus Membros

"Se teu irmão pecar, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano'’ (Mt 18.15-17).

7. Evangelizar o Mundo

“JESUS, aproximando-se, falou-Ihes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do ESPÍRITO SANTO ; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.18-20).

8. Sustentar Uma Norma Digna de Conduta

"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que há de salgar? para nada mais presta senão para se Iançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt 5.13-16).

9. Cultivar a Comunhão Entre Seus Membros

"Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". "Mas, se andardes na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de JESUS CRISTO seu Filho nos purifica de todo o pecado" (Jo 13.34,35; 1 Jo 1.7).

 

VIII. A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA

O Novo Testamento não provê um código detalhado de regulamentos e preceitos para o governo da Igreja, e a própria ldéia de tal código pode parecer repugnante para a liberdade da Dispensação do Evangelho. No entanto CRISTO deixou atrás de si um corpo de líderes (os apóstolos), por ele mesmo escolhido, ao qual ofereceu alguns princípios gerais para o exercício de sua função reguladora.

1. Os Doze Apóstolos

Os doze apóstolos foram escolhidos, a fim de que estivessem com JESUS CRISTO (Marc 3.14), e essa associação pessoal qualificou-os para agirem como suas testemunhas (At 1.8). Por isso, desde o princípio foram capacitados a expelirem demônios e a curarem enfermos (Mt 10.1), poder esse que foi renovado e aumentado, atingindo a sua plenitude com o derramamento do ESPÍRITO SANTO  sobre suas vidas (Lc 24.49; At 1.8). Na sua primeira missão foram enviados a pregar (Marc 3.14), e na Grande Comissão foram instruídos a ensinar todas as nações. Assim receberam de CRISTO a autoridade para evangelizar o mundo. Porém, foi-lhes igualmente prometida uma função mais específica como juízes e governantes do povo de DEUS (Mt 19.28; Lc 22.29,30), com o poder de ligarem e desligarem (Mt 18.18), e de perdoarem e reterem pecados (Jo 20.23). Tal linguagem deu origem à concepção das chaves tradicionalmente definidas, como: chave da doutrina, para ensinar qual conduta é proibida e qual é permitida (esse é o sentido técnico de ligar e desligar na fraseologia legal judaica), e chave da disciplina, para excomungar os indignos e reconciliar os contritos, declarando o perdão de DEUS mediante a remissão de pecados exclusivamente em CRISTO. Pedro recebeu esses poderes em primeiro lugar (Mt 16.18,19), como também recebeu a comissão pastoral de alimentar o rebanho de CRISTO (Jo 21.15), mas fê-Io de modo representativo, e não como uma capacidade pessoal; pois quando tal comissão é repetida por JESUS em Mateus 18.18, a autoridade de exercer o ministério da reconciliação é investida sobre todo o corpo de discípulos, como um todo, como também é a congregação fiel, e não qualquer indivíduo particular, que age em nome de CRISTO para abrir o Reino aos crentes e fechá-lo aos incrédulos. Semelhantemente, essa função autoritativa é exerci da primariamente pelos pregadores da Palavra, e o processo seletivo, de conversão, é visto em operação desde a primeira pregação de Pedro, e daí em diante (At 2.37-47). Quando Pedro confessou a CRISTO, sua fé se tornou típica do alicerce rochoso sobre o qual a Igreja está edificada; mas, em realidade, o alicerce da Jerusalém Celeste contém os nomes de todos os apóstolos (Ap 21.14) e não o de Pedro, apenas, pois estes agiam conjuntamente nos primeiros dias da Igreja, e a ideia de que Pedro tenha exercido qualquer primado entre eles é refutada, parcialmente pela posição de liderança ocupada por Tiago no Concílio de Jerusalém (At 15.13,19) e parcialmente pelo fato de que Paulo resistiu a Pedro face a face (Gl 2.11). Era uma capacidade conjunta que os apóstolos proviam liderança para a Igreja primitiva; e essa liderança era eficaz tanto na misericórdia (At 2.42) como no juízo (At 5.1-11). Exerciam autoridade geral sobre cada congregação, enviando dois dentre os seus, a fim de supervisionarem novos desenvolvimentos em Samaria (At 8.14), e resolvendo com os anciãos qual a orientação comum para a administração dos gentios (At 15), enquanto que "a preocupação com todas as igrejas" (2 Co 11.28), sentida por Paulo, é ilustrada tanto pelo número de suas viagens missionárias, como pelo grande volume de sua correspondência.

2. Após a Ascensão de CRISTO

O primeiro passo dado pelos apóstolos logo após a ascensão de JESUS CRISTO foi preencher a vaga deixada por Judas, e isso fizeram mediante um apelo direto a DEUS (At 1.24-26). Outros foram posteriormente contados entre os apóstolos (Rm 16.7; 1 Co 9.5,6; Gl 1.19),mas as qualificações de ser testemunha ocular da ressurreição (At 1.22), e de ter sido de algum modo comissionado por CRISTO, não eram de natureza a poderem ser perpetuadas indefinidamente. Quando a pressão do trabalho aumentou, fizeram escolher sete assistentes, ou diáconos (At 6.1-6), eleitos pela congregação e ordenados pelos apóstolos, a fim de que administrassem a caridade entre os membros carentes da Igreja. Os oficiais eclesiásticos com denominação distintiva são pela primeira vez encontrados nos anciãos de Jerusalém, os quais receberam dons (At 11.30) e participaram do Concílio aí realizado (At 15.6). Esse ofício foi provavelmente copiado do presbítero das sinagogas judaicas; pois a própria Igreja é chamada de "sinagoga" em Tiago 2.2, e os anciãos judaicos, aparentemente ordenados por imposição de mãos, eram os responsáveis pela manutenção da disciplina, com o poder de ligar e desligar os que desobedecessem à Lei. O presbítero cristão, todavia, sendo um ministro evangélico, âdquiriu deveres adicionais para pastorear (Tg 5.14; 1 Pd 5.1-3) e para pregar (1 Tm 5.17). Foram ordenados anciãos para todas as igrejas da Ásia Menor por Paulo e Barnabé (At 14.23), enquanto que Tito foi exortado a fazer o mesmo em relação à igreja em Creta (Tt 1.5); e embora os distúrbios em Corinto possam sugerir que uma democracia mais completa prevalecia naquela congregação (1 Co 14.26), o padrão geral de governo eclesiástico na época apostólica parece ter sido uma junta de anciãos ou pastores, possivelmente aumentada por profetas e mestres, que governavam cada uma das congregações locais, tendo os diáconos como ajudantes da administração, e contando com a superintendência geral da Igreja inteira provida pelos apóstolos e evangelistas. Nada existe neste sistema neotestamentário que corresponda exatamente ao moderno episcopado diocesano. Os bispos, quando são mencionados (Fp 1.1), formavam uma junta de oficiais da congregação local, a posição ocupada por Timóteo e Tito era a de ajudantes pessoais de Paulo em sua obra missionárias. O que é mais provável é que quando um ancião adquiria presidência permanente da junta, passava então a ser especialmente designado pelo título de bispo; porém, mesmo quando o bispo monárquico aparece nas cartas de Inácio, continuava sendo apenas o pastor de uma única congregação. Na terminologia semelhante a uma hierarquia, encontramos descrições vagas como "o que preside", "os que vos presidem no Senhor" (Rm 18.8; 1 Ts 5.12), ou então "vossos guias” (Hb 13.7,17,24). OS anjos das igrejas citadas em Apocalipse 2 e 3, têm sido algumas vezes considerados como bispos verdadeiros; porem, mais provavelmente são personificações de suas respectivas comunidades. Aqueles que ocupam posições de responsabilidade têm o direito de serem honrados (1 Ts 5.12,13), de serem sustentados (1 Co 9.15), e de estarem a salvo de acusações frívolas (1 Tm 5.19) .

3. Princípios Gerais

Cinco princípios gerais podem ser deduzidos do ensinamento neotestamentário como um todo: Toda a autoridade se deriva de CRISTO (Mt 20.26-28); A humildade de CRISTO provê o padrão para o serviço cristão; O governo d.a Igreja deve ser exercido conjuntamente e não hierarquicamente: Ensinar e dirigir são funções intimamente associadas. Ajudantes administrativos são necessários para cooperarem com os pregadores da Palavra (At 6.2,3; - O Novo Dicionário da Bíblia – Edições Vida Nova – Págs. 679-681). Quanto à administração e governo da Igreja; convém, pois, saber:

- CRISTO é a Cabeça da Igreja. Sabemos que DEUS “pôs todas as coisas embaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo; como também CRISTO é a cabeça da igreja; sendo ele próprio o salvador do corpo" (Ef 1.22; 5.23). Da mesma forma que a cabeça prove, sustenta e dirige o corpo, assim também CRISTO faz a cada um dos membros de seu corpo espiritual a Igreja. O Senhor é capaz de dirigir os menores detalhes da nossa vida, e quem desconhece ou se nega a reconhecer a direção do Senhor em sua vida diária jamais conhecerá as doçuras da vida verdadeiramente cristã.

- Quando o CRISTO subiu ao Céu, concedeu certos dons à sua Igreja. São dons em forma de homens por Ele chamados. Esses diferentes dons estão relacionados em Efésios 4.11. Esses mesmos dons operaram em CRISTO, pois através do Novo Testamento vemo-lo como apóstolo (Hb 3.1), profeta (At 3.22,23), evangelista (Lc 4.18), pastor (Jo 1.10) e mestre (Jo 13.13,14).Agora, exaltado à destra do Pai, JESUS concede à Igreja esses dons. Ministeriais que nele operaram, para que a Igreja seja edificada. Nada há mais indefeso que um rebanho de ovelhas sem pastor, e a Igreja é comparada a um rebanho de ovelhas.

- As palavras "pastor", "bispo" e "presbítero" têm o mesmo significado quanto ao cargo. A palavra "pastor" é a tradução de um vocábulo grego que significa "supervisor". Pastor, no original, e alguém que conduz e alimenta as ovelhas (1 Pd 1.25). Ao ministro da casa de DEUS não basta ser intelectual capacitado para o exercício do ministério cristão. É imprescindível que ele seja revestido do poder do ESPÍRITO SANTO : Nem mesmo o Senhor JESUS CRISTO iniciou o seu ministério terreno senão após receber a plenitude do ESPÍRITO SANTO  sobre a sua vida. Portanto, se o ministro deseja que o seu ministério seja uma continuação do ministério do Salvador, deve se deixar possuir do mesmo poder que Ele (Jo 14.12,13).

É imperioso que todos os ministros sejam revestidos do poder do alto (Jo 14.16,17).

- Há uma pesada responsabilidade sobre os ombros do ministério evangélico. O ministro de DEUS é tal qual um atalaia sobre as muralhas de Sião. Ele vê o perigo e avisa os pecadores do iminente juízo divino. Caso ele não aja assim, será responsabilizado pela perda das almas sob seus cuidados. A mais terrível declaração com respeito aos pastores sem fé, vitimadas pelo pecado da desobediência, avareza, embriaguez e glutonaria, foi proferida pelo Senhor através do profeta Isaías (Is 56.9-12). O que foi dito aos pastores de Israel, deverá servir de solene aviso aos ministros da casa de DEUS hoje em dia.

 

IX. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

Apesar de possuir ordenanças, a Igreja não faz do ritualismo a sua alma e a sua vida. A essência do cristianismo é um novo relacionamento entre o homem e DEUS, através do novo nascimento operado pelo ESPÍRITO SANTO  e pela Palavra de DEUS. São duas as principais ordenanças dadas pelo Senhor JESUS CRISTO à sua Igreja: o batismo em água, e a celebração da Santa Ceia do Senhor.

1. O Batismo em Água

O termo "batizar" comum ente significa mergulhar ou imergir. Apesar de indefinida a origem da prática batismal e da razão porque foi adotada pela Igreja cristã, a sua prática se faz algo imperioso quando analisadas as seguintes palavras de JESUS: "Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do ESPÍRITO SANTO " (Mt 28.19).

a) A Fórmula do Batismo

Os inimigos da doutrina trinitária, com frequência, se insurgem contra a fórmula batismal dada por JESUS em Mateus 28.19. Por exemplo, citam o apóstolo Pedro dizendo: “... cada um de vós seja batizado em nome de JESUS" (At 2.38), para erroneamente afirmarem que a forma batismal bíblica é "em nome de JESUS", e não "em nome do Pai, e do Filho e do ESPÍRITO SANTO ". Um escritor cristão do II Século põe fim à questão quanto à forma batismal cristã, quando escreve: "Agora, concernente ao batismo, batizai assim: havendo ensinado todas as coisas, batiza em nome do Pai, do Filho, e do ESPÍRITO SANTO , em água viva (corrente). E se não tiveres água viva, batiza em outra água; e se não podes em água fria, então em água morna. Mas se não tiveres nem uma nem outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai, e do Filho e do ESPÍRITO SANTO " (Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida – Pág.22).

b) O propósito do Batismo

Uma vez que só o salvo pode ser batizado, o batismo não tem como finalidade a salvação do batizando. O ato do batismo se constitui num testemunho público de que aquele que a ele se submete foi regenerado pela fé em JESUS CRISTO. Assim, pelo batismo, o novo crente dá prova de haver morrido para o mundo, estando pronto para ser sepultado e ressuscitado para uma nova vida em CRISTO. No entanto, devemos compreender que se o crente, por uma circunstância inesperada, vier a morrer antes de ser batizado em água, a sua posição de salvo continua inalterada (Lc 23.42,43). Em circunstâncias normais, uma vez que o batismo não se constitui uma opção, mas uma ordenação divina, todos os que crêem devem ser batizados.

2. A Ceia do Senhor

O Senhor JESUS CRISTO começou o seu ministério terreno pelo batismo no Jordão, e o encerrou com a celebração da Ceia no Cenáculo. Ambos os fatos destacam o valor da Ceia do Senhor para a vida dos crentes hoje em dia.

a) O Propósito da Ceia

A Santa Ceia do Senhor tem por finalidade anunciar a nova Aliança (Mt 26.26-28), e se constitui um memorial, conforme ordem expressa do próprio JESUS (Lc 23.19). É uma lição objetiva que expõe os dois fundamentos do Evangelho: Primeiro: A encarnação: Ao partir do pão, ouvimos o apóstolo João a dizer: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). Segundo: A expiação: As bênçãos incluídas na encarnação nos são concedidas mediante a morte de CRISTO. O simbolismo do pão partido é que o Pão deve ser quebrantado na morte, a fim de ser distribuído entre os espiritualmente famintos. O vinho derramado nos diz que o sangue de CRISTO, o qual é a sua vida, deve ser derramado na morte, a fim de que seu poder purificador e vivificante possa ser outorgado às almas necessitadas. Os elementos usados na Ceia (o pão e o vinho) nos lembram que pela fé podemos ser participantes da natureza de CRISTO, isto é, ter "comunhão com ele". Ao participarmos do pão e do vinho, na Ceia do Senhor, o ato nos recorda e nos assegura que, pela fé, podemos verdadeiramente receber o ESPÍRITO de CRISTO e ser o reflexo do seu caráter.

b) Como Celebrar a Ceia

No ato da celebração da Ceia, CRISTO deixou-nos o exemplo de como devemos ministrar. Todos os discípulos participaram do pão e do vinho, e esta fórmula foi repetida no ensino do apóstolo Paulo (1 Co 11.24-26). Por ser a Ceia do Senhor a maior festa espiritual da Igreja, interrompê-la com outros assuntos se constitui profanação. Este tipo de atitude representa, na verdade, falta de zelo para com as coisas de DEUS. Se por um lado a reverência cristã condena o mero formalismo, ao mesmo tempo não pode aceitar que a Ceia do Senhor seja celebrada sem nenhuma solenidade, de modo relaxado e desprezível. Isto é profanar aquilo que é sagrado. Somos, igualmente, admoestados sobre o modo como devemos participar da Ceia do Senhor: "Examine-se pois o homem a si mesmo..." (1 Co 11.28). Portanto, erram clamorosamente aqueles que, ao invés de examinarem a si mesmos, ficam a investigar as outras pessoas.

c) A Atitude Correta Face à Celebração da Ceia

Em 1 Coríntios 11.24,26,28, o apóstolo Paulo chama a atenção do comungante da Santa Ceia do Senhor, para três direções que essa cerimônia o leva a olhar:

Primeiro: O olhar retrospectivo: Como memorial, todas as vezes em que celebrarmos a Ceia do Senhor, devemos fazê-lo com um olhar retrospectivo, - em direção ao Calvário, onde o Senhor, com o seu próprio sangue, pagou o preço exigido pelo resgate de nossas almas. O Calvário deve ser permanentemente o tema de nossas vidas!

Segundo: O olhar introspectivo: Este é o olhar interior, pessoal uma espécie de sondagem para saber como está a nossa vida diante do Senhor a quem celebramos quando participamos do pão e vinho. Que valor temos dado ao seu sacrifício. Em que posição nos encontramos concernente à nossa comunhão com o Salvador? Este é um dos propósitos Ceia do Senhor. Ela nos estimula a uma reflexão interior sobre os nossos passos na vida cristã.

Terceiro: O olhar expectativo: Finalmente, a Ceia do Senhor também um fator de esperança. Todas as vezes que dela participamos, nossa mente se volta para aquele glorioso dia quando nos assentaremos com o Senhor nas Bordas do Cordeiro (Maturidade Cristã N° 4 – 4° Trimestre - CPAD). O próprio JESUS CRISTO assim se expressou: “E digo-vos que, desde agora que, desde agora, não beberei deste fruto da vide ate aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai" (Mt 26.29). Paulo, em outras palavras reiterou a mesma mensagem: “... anunciais a morte do Senhor até que venha” (1 Co 11.26).

 

X. A ADORAÇÃO NA IGREJA

A Igreja é conhecida basicamente como uma comunidade adoradora. Como "povo de DEUS", a Igreja leva consigo associações da sua redenção e do seu destino. Ela foi chamada por DEUS para ser propriedade e herança exclusivamente dele. O apóstolo Paulo diz que "assim como [DEUS] nos escolheu nele [no Senhor JESUS CRISTO] antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de JESUS CRISTO, segundo o beneplácito de sua vontade... predestinados... a fim de sermos para louvor da sua glória... em quem também vós... tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO  da promessa" (Ef 1.4,5, 11-13).

1. A Natureza da Adoração na Igreja

Desse William Temple: "Adoração é o submetimento de todo o nosso ser a DEUS. E tomar consciência de sua santidade; é o sustento da mente com Sua verdade; é a purificação da imaginação por sua beleza; é o apego do coração ao seu amor; é a rendição da vontade aos seus propósitos. E tudo isto se traduz em louvor, a mais íntima emoção, o melhor remédio para o egoísmo que é o pecado original". Dentre tantas vantagens da adoração, como partes do culto da igreja a DEUS destacam-se as seguintes:

-A adoração cria uma atmosfera de redenção.

-A adoração destaca o valor do indivíduo e sua responsabilidade.

-A adoração dá perspectiva à vida.

-A adoração dá ocasião ao companheirismo fraternal.

-A adoração educa.

- A adoração enriquece a personalidade e fortalece o caráter.

-A adoração dá energia para o serviço cristão.

-A adoração sustém a esperança de paz no mundo (Que Mi Pueblo Adore – Casa Bauistas de Publicaciones – Págs. 9-11).

2. Oração e Louvor

Dois tipos de oração são conhecidos no ensino e no exemplo da Igreja do Novo Testamento. Há a oração particular no lugar secreto da comunhão pessoal entre o crente e o Senhor, bem como a oração congregacional, feita conjuntamente por todos os crentes reunidos no lugar de culto. Deste modo a Bíblia fala de pessoas que oraram de forma individual, como de pessoas que oraram coletiva ou congregacionalmente. JESUS parecia estar ensinando a importância da oração congregacional, quando disse: "Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.19,20). Através da oração, o louvor a DEUS encontra a sua mais elevada expressão. Se oração é petição, rogo e intercessão, o louvor se constitui na mais refinada forma de adoração a DEUS - veículo através do qual o crente expressa o seu reconhecimento pelos grandes benefícios recebidos de DEUS, inclusive fazendo menção daqueles atributos divinos que, pronunciados, inundam de gozo a alma do crente.

3. Hinos e Cânticos Espirituais

Escreveu o apóstolo Paulo: "A palavra de CRISTO habite em vós abundantemente, em toda sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração" (Cl 3.16). A Igreja Cristã nasceu em cânticos. Espera-se, pois, que o Evangelho cristão traga consigo para acena da história uma explosão de hinódia e dê louvor a DEUS. Além disto, podemos argumentar que todos os antecedentes do aparecimento no mundo do Século I, nos levariam a esperar que a Igreja primitiva fosse uma comunidade de cântico de hinos. Podemos investigar os livros do Novo Testamento, tendo em mira descobrir ali a presença de semelhantes cânticos de adoração. As grandes religiões do mundo, com exceção o Cristianismo, não possuem hinos. Possuem apenas murmúrios de dor e lamentos. Como expressão de adoração, os hinos são uma exclusividade do Cristianismo. Na verdade a Igreja tem à sua disposição nada menos que quinhentos mil hinos. A Bíblia manda: "Está alguém alegre? Cante louvores" (1 Co 14.15). "Cânticos espirituais" se referem a fragmentos de louvor espontâneo que o ESPÍRITO SANTO  coloca nos lábios do adorador enlevado. Noutras palavras, é o que diz o apóstolo Paulo: "Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento" (Tg 5.13).Há ainda hoje grande fonte de inspiração à disposição do crente no cântico, seja de hinos congregacionais, seja em cânticos espirituais.

4. Reafirmações da Fé Cristã

Quando a Igreja se congrega para cultuar a DEUS, dentre outras coisas, ela reafirma os valores espirituais por ela esposados. Deste modo a Igreja é reconhecida como comunidade de fé, pregação e confissão. A Igreja primitiva esposava um corpo de doutrinas distintivas, conservado como depósito sagrado da parte de DEUS. As referências a esta base de verdade Salvífica estão dispostas com uma plenitude de descrição e variedade de pormenores, embora não se deva forçar a evidência para sugerir que houvesse qualquer coisa que se aproximasse dos credos posteriormente adotados. Os seguintes termos demonstram como os cristãos primitivos designavam o conjunto doutrinário que criam e esposavam:

"A doutrina dos apóstolos" (At 2.42).

"A palavra da vida" (Fp 2.16).

"A forma de doutrina" (Rm 6.17).

"As palavras da fé e da boa doutrina” (1 Tm 4.6).

"O padrão das sãs palavras” (2 Tm 1.13).

"A sã doutrina” (2 Tm 4.3; Tt 1.9).

Anos após os eventos redentores da Cruz e do Túmulo Vazio, os seguidores de JESUS CRISTO ainda estavam confessando: "CRISTO morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras. Foi sepultado; ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e, depois, aos Doze. Quando reafirmamos os pontos salientes de nossa fé, as nossas convicções vão se cimentando cada vez mais, até se transformarem em inabalável certeza.

5. Ministração da Palavra de DEUS

O principal elemento da adoração praticada na sinagoga judaica era a leitura e a exposição da Lei: A Lei era lida primeiramente no hebraico original, e depois em paráfrases aramaicas, chamadas Targuns, seguindo-se, por sua vez, uma homilia ou pregação. Este era o centro de gravidade no culto da sinagoga, havendo bênçãos e orações dispostas em derredor. A leitura e exposição da Palavra de DEUS alcançou o seu apogeu no ministério terreno de JESUS, bem como no ministério de seus apóstolos, especialmente do apostolo o que escrevendo a Timóteo, disse: "Devota tua atenção à leitura [e exposição] publica as escrituras’’ (1 Tm 4.23 – uma tradução livre).Dos ministros escolhidos por DEUS para servirem à Igreja de CRISTO, é exigida a máxima diligência no estudo e fidelidade na exposição das Escrituras. A igreja em cujo culto nota-se a ausência da atitude de amor e de respeito pela Palavra de DEUS, toda e qualquer outra coisa, porventura, aí existente, por grande que seja a dedicação com que é feita, é abominável ao ESPÍRITO SANTO  ultrajante à honra do Senhor JESUS CRISTO. Culto sem compromisso com a fiel exposição das Escrituras, não é culto na verdadeira acepção da palavra, pelo contrário, é confusão. Portanto, que os ministros de CRISTO, pastores e mestres, deixem que o povo de DEUS seja abençoado com a interpretação e exposição fiel das Escrituras.

6. A Mordomia Cristã

Da adoração cristã deve fazer parte não só aquilo que somos, mas também o que DEUS nos tem dado. Particularmente, quanto ao dinheiro, o Novo Testamento o reconhece como meio de troca e de ganhar a vida; e dá toda a ênfase possível à necessidade de diligência e da consciência no trabalho diário do cristão. Dentre tantas outras, há uma razão mais profunda para que o cristão se aplique ao trabalho de forma mais honesta e com o melhor de seus esforços: Adoramos a DEUS no decurso das nossas tarefas diárias, e a oferenda a Ele de toda a perícia profissional e capacidade dedicada, com a melhor produtividade da nossa mente e mãos, faz parte do nosso culto cristão tanto quanto o cântico dos hinos e as devoções nos cultos na igreja. Daí a justificativa do acréscimo tipicamente paulino àquilo que parece ser uma exortação pré-cristã: "Trabalhai de todo o coração... como para o Senhor" (Cl 3.23).

O dinheiro que damos como parte do nosso culto a DEUS, junta estes dois aspectos: a dádiva é "santificada", e a adoração é "concretizada", à medida em que o fruto do nosso trabalho diário é trazido e oferecido ao Senhor para uso no seu trabalho.

 

 

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LIÇÃO 01 - A IGREJA DE CRISTO

Primeiro Trimestre de 2007 - TEMA – A Igreja e a sua missão - COMENTARISTA : Elienai Cabral
Tema do trimestre: A doutrina da Igreja sob um aspecto prático 

  

LIÇÃO 01 - A IGREJA DE CRISTO

 

Texto Áureo:

E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (Mt 16.18)

  

Verdade Prática:

Nenhuma barreira material, moral ou espiritual será capaz de impedir a igreja de cumprir a sua missão na Terra.

  

Leitura Bíblica Em Classe:
Mateus 16.16-18:

Simão Pedro respondeu: Tu és o CRISTO, o Filho do DEUS vivo.
Respondeu-lhe JESUS: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, pois não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus.
E também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
 

Atos 4.11,12:

Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.

Em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

 

INTRODUÇÃO AO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2007.

JO 10.9 EU SOU A PORTA. QUEM ENTRAR POR MIM SERÁ SALVO; PODERÁ ENTRAR E SAIR E ACHARÁ COMIDA.

ENTRAR no curral das ovelhas, no aprisco, significa entrar no reino espiritual, no reino da luz, no reino de DEUS (somente possível através de JESUS, nosso salvador) e

SAIR, significa sair do mundo espiritualmente governado por Satanás, reino das trevas.

ASSIM, temos um encontro com DEUS e sua Palavra revelada (comida do céu).

ANTES, quando JESUS estava aqui na Terra, num corpo físico, DEUS olhava de cima e só via um filho de DEUS; assim, quando precisava de alguém para pregar o evangelho em Samaria, por exemplo, enviava para lá seu único (unigênito) filho, porém as outras regiões ficavam sem ouvir o evangelho, pois só havia um filho de DEUS na Terra para pregar o evangelho e este só podia estar em um local de cada vez, pois estava sujeito a um corpo físico.

AGORA, após o sacrifício de JESUS na cruz por nós, a revelação do ESPÍRITO SANTO disso e nossa conversão, quando DEUS olha de cima, vê milhões de filhos de DEUS na Terra, gerados pela semente viva, a Palavra de DEUS,  fazendo sua obra por toda a parte e de todas as maneiras possíveis e em todo o mundo habitado. Glória a DEUS, o plano de redenção deu certo!!!!!!!!!!!!!!!

 

Unidade Na Construção Do Edifício De DEUS:

1- O Fundamento Dos Apóstolos E Dos Profetas (V.20)

Os Profetas Do Antigo Testamento Profetizaram A Respeito De CRISTO E Os Apóstolos, No Novo Testamento, Confirmaram Essas Profecias. Nessa Tipologia De Um Edifício CRISTO É A Pedra Principal (De Esquina) E Os Profetas E Apóstolos São Colunas De Sustentação E Declarados Também Como Fundamento, Pois São Testemunhas Das Promessas De DEUS E Seus Ensinos, Juntamente Aos De JESUS São A Base Da Igreja.

2- O Lugar De Cada Crente No Edifício De DEUS (Vv.21,22)

Somos O Templo De DEUS Na Terra, Unidos Pelo ESPÍRITO SANTO. Se Somos Como Pedras Vivas O ESPÍRITO SANTO É Como A Massa De Cimento Unindo Essas Pedras; Fazendo Assim Um Templo Que Cresce Cada Dia Mais, Indo De Encontro Ao Artífice E Construtor Que É DEUS, Mas Sempre Olhando Para CRISTO, O Autor E Consumador De Nossa Fé.

 

Unidade No Corpo De CRISTO:

1 Antes, Estávamos Longe; Agora Chegamos Perto (V.13)

Pelo Sangue De CRISTO, Chegamos Perto. Somos Um Mesmo ESPÍRITO Com Ele. Antes Separados, Na Carne; Agora Unidos Pelo ESPÍRITO SANTO.

2 Antes, Sem Reconciliação; Agora Temos Paz Com DEUS (Vv.14,16)

CRISTO Nos Reconciliou Com O Pai ( A Ofensa Foi Paga Na Cruz ), Através Do Seu 

Sangue A Parede De Separação Foi Removida(O Pecado).

3 Antes, Éramos Dois Povos; Agora, Somos Um Só (V.15)

Não Há Mais Diferença, Formamos Um Só Corpo; O Corpo De CRISTO. (DEUS Olha De Cima E Vê Milhões De Filhos)

4 Antes, Não Tínhamos Acesso Ao Pai; Agora, Em CRISTO, Isto É Possível(Vv.18,19)

Os Gentios Não Podiam Nem Entrar No Templo Construído Pelos Judeus, Agora Nós Podemos Entrar Na Presença Do Pai Pelo Novo E Vivo Caminho Que JESUS Nos Consagrou = O Véu Foi Rasgado, Isto É, Sua Carne.

 

Frequente uma Igreja Regularmente
Quando você recebeu a JESUS CRISTO como seu Senhor e Salvador pessoal, você iniciou um relacionamento não só com JESUS CRISTO, mas também com outros, que tomaram este passo de fé, crentes. Não importa qual era a sua opinião antes, mas ir a igreja hoje é uma experiência rica e recompensadora.

Através do ensino e da pregação da Palavra de DEUS a sua compreensão d'Ela será cada vez maior.

Você terá oportunidade de fazer perguntas e discutir sobre as Escrituras com outras pessoas.

Você aprenderá a adorar a DEUS, isto é, louvá-lo por tudo que Ele é, e agradecer por tudo que Ele tem feito por você.

Adorando, aprendendo e servindo com outros cristãos, você descobrirá outras pessoas com quem pode ter uma amizade duradoura, uma amizade, que será para toda a eternidade!

Frequente a Escola Bíblica Dominical para que possa aprender melhor a Palavra de DEUS.

 

ESTA É A IGREJA dos chamados para fora e esta é sua função primordial - A salvação das almas e sua condução a DEUS.

 

EDIFÍCIO ESPIRITUAL - PEDRAS VIVAS - IGREJA CRISTOCÊNTRICA
INTRODUÇÃO 
A linguagem figurativa da Bíblia retrata a Igreja como uma obra em edificação. Este rico simbolismo aponta para a necessidade de um fundamento, sem o qual nenhuma construção é capaz de ser erguida em condições de manter-se de pé ou suportar a ação do tempo em suas estruturas. Ver Mt 7.24-27. 


I. UMA PERGUNTA QUESTIONADORA 
1. O propósito da pergunta. Como núcleo da Igreja incipiente, os discípulos foram preparados por CRISTO para serem as colunas de sustentação apostólica do Cristianismo bíblico. Eles teriam a responsabilidade ímpar de iniciar a construção deste grande edifício - a Igreja. Chegara, portanto, o momento supremo em que se descortinaria para a história este projeto concebido na mente de DEUS. Com este propósito, o Mestre inicia uma reflexão e Ihes faz a pergunta questionadora: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" (v.13). 
À primeira vista, numa leitura menos teológica, tem-se a impressão de que o Senhor está em processo de auto-afirmação, buscando, por isso. o reconhecimento da opinião pública. No entanto, à medida em que se aprofunda o diálogo, verifica-se que foi apenas o ponto de partida para chegar ao cerne da questão: o fundamento da Igreja nascente.

2. A reação da opinião pública. A pergunta enseja aos discípulos a oportunidade de mostrar o que pensava a opinião pública. Aqui há 
uma descoberta interessante,que serve de lição para o dia-a-dia: As percepções sobre a vida variam de pessoa para pessoa e podem ser classificadas em níveis distintos. São fatores diversos, internos e externos, que determinam essa variação. A avaliação apresentada pelos 
discípulos reflete essa realidade. Não obstante a clareza da mensagem pregada pelo Senhor, o máximo que as respostas indicam é uma 
percepção equivocada que situa CRISTO ao nível dos profetas do Antigo Testamento (v.14). 
 

II. UMA RESPOSTA REVELADORA 
1. A percepção dos discípulos acerca de CRISTO. É provável que os discípulos ainda nutrissem dúvidas sobre o caráter messiânico do

advento de CRISTO. Talvez tivessem uma percepção parecida com a da opinião pública. Neste ponto crucial, o Senhor restringe o campo de sua pesquisa e lhes faz a pergunta decisiva: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (v.15). Da resposta dependeriam os passos seguintes. 
Contudo, o que se percebe do texto, num aparente hiato entre os vv.15 e 16,é a retração do grupo. A percepção externa já cristalizada não 
favorece uma posição clara. Esta ênfase é proposital porque, atualmente, em diversos casos a percepção quanto à posição da Igreja em 
CRISTO é conduzida pelos que os outros pensam e dizem a respeito, e não pelo que a Bíblia revela.

2. A percepção de Pedro acerca de CRISTO. Todavia, no exato momento em que os discípulos se encontram aparentemente perplexos 
diante da pergunta inquiridora, entra em cena a revelação sobrenatural. Pedro, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, toma-se o porta-voz do grupo, e declara: "Tu és o CRISTO, o Filho do DEUS vivo" (v.16). Aqui está o reconhecimento implícito da messianidade de JESUS, pedra de toque do arcabouço teológico que dá vida à Igreja. 
O CRISTO da história, que viveu na dimensão humana, como enviado do Pai, incorporava em si mesmo toda a plenitude da divindade, (Cl 
2.9). Este é o sentido da revelação dada por DEUS a Pedro. Tirar esta doutrina da centralidade da pregação é deixar a Igreja anômala e sem consistência bíblica.


III. UMA DECLARAÇÃO CONCLUSIVA 
1. A base da declaração. Chegasse, agora, ao ponto de tensão sobre quem é o fundamento da Igreja. Inicialmente, o Senhor esclarece a 
origem da revelação: Não foi fruto da percepção humana equivocada (carne e sangue), mas resultado da ação direta de DEUS, mediante o ESPÍRITO SANTO, no coração de Pedro, (v.17). Em segundo lugar, através de um recurso estilístico, no grego, estabelece de forma precisa que o fundamento da Igreja está na confissão do apóstolo, (v.18). CRISTO cita duas palavras da mesma raiz, mas com significados diferentes, 
que expressam a dimensão exata da revelação. A primeira, petros (o nome do discípulo), significa um fragmento de pedra. A segunda, 
petra, traduz-se como rocha inamovível. Está claro que o Senhor, ao mesmo tempo em que reconheceu a sensibilidade espiritual de 
Pedro, como um fragmento de pedra, deixou também estabelecido que a Igreja seria edificada sobre aquela pedra inamovível - CRISTO, o Filho do DEUS vivo - que se constituiu na confissão pública do apóstolo. 
2. O alcance da revelação. O Senhor foi mais além, ao declarar a completa vitória da Igreja sobre as portas do inferno. Tal afirmativa

revela a plena autoridade de CRISTO para cumprir cabalmente o plano divino concernente ao mundo segundo a Palavra de DEUS. Por outro lado, fosse Pedro o fundamento ou qualquer outro dos discípulos, a Igreja não teria resistido aos fortes vendavais que sopraram sobre ela ao longo da história, e nem suportaria os ventos que hoje tentam desviá-la da rota, (comp. Ap 3.10). 
 

IV. UM FUNDAMENTO INAMOVÍVEL 
1. Refutando o dogma romanista. Uma regra áurea de interpretação bíblica determina que não se pode interpretar o texto isoladamente, 
sem levar em consideração o contexto. Portanto, considera-se como doutrina aquela que desfruta de respaldo em toda a Bíblia. Não é o caso do dogma romanista. que situa Pedro como fundamento da Igreja. Senão, vejamos: 
a) O livro de Atos, que narra os primeiros passos da Igreja Apostólica, em nenhum momento deixa transparecer esta ideia. Nos primeiros 
13 capítulos Pedro aparece tomando várias iniciativas, mas a partir daí, com exceção do cap.15, que trata do Concílio em Jerusalém (onde 
ele desponta no mesmo nível dos demais apóstolos), ele sai de cena.

b) Desde o momento em que Jerusalém começa a entrar em declínio político, antes da diáspora do ano 70 d.C. DEUS se move através das circunstâncias para transferir o núcleo da Igreja das fronteiras judaicas para outro local estratégico. É assim que nasce a obra em Antioquia. A Bíblia identifica os personagens principais como crentes anônimos, dispersos pela perseguição, e cita Barnabé e Paulo em fase posterior. A liderança de Pedro sequer é mencionada, (At 11.~9-26). 
c) Nenhuma das epístolas faz alusão a Pedro como alguém que estivesse ocupando posição de proeminência. Nem mesmo a que foi escrita aos romanos o destaca. E pelo menos em uma ocasião sofre críticas de Paulo, em razão de sua atitude dissimulada no relacionamento com os gentios (GI 2.11-15).
Como se vê, houvesse Pedro sido nomeado pelo Senhor como o fundamento da Igreja, o Novo Testamento cuidaria de registrar, com detalhes, os fatos que apontassem nessa direção. 
2. A doutrina bíblica do fundamento da Igreja. Vejamos, finalmente, como se posiciona o Novo Testamento em relação a CRISTO como o fundamento da Igreja. Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, é enfático: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é JESUS CRISTO", 3.11. O apóstolo segue a mesma linha da declaração revelatória no ato da confissão de Pedro. 
Mas é possível que algum crítico possa pôr em dúvida a afirmação do apóstolo, alegando tratar-se de rivalidade entre ele e Pedro. Fosse desta forma, ter-se-ia deste outro posicionamento. Todavia, a teologia petrina reitera a mesma posição. Em At 4.11 e 1Pe 2.6,7, Pedro sem qualquer pretensão apresenta CRISTO como a pedra principal de esquina. Esta expressão denota a ideia de centralidade no alicerce de uma construção e está em sintonia com a teologia paulina. É tanto que Paulo faz uso da mesma linguagem em Ef 2.20,21. Assim sendo, o Novo Testamento apregoa a doutrina que sustenta a posição de CRISTO como o fundamento eterno e inabalável da Igreja. 
 

CONCLUSÃO 
Ter a CRISTO como fundamento é a razão pela qual a Igreja subsiste a todos os ataques do inimigo, desde o período apostólico até os dias atuais.  É também a garantia de que ela continuará triunfando contra todas as forças diabólicas que ajustam suas estratégias malignas às circunstâncias de hoje para tentar desviá-la do propósito de DEUS. Nada poderá jamais detê-la. 
 

SÍMBOLOS DA IGREJA

Mediante uma ampla pesquisa, fale sobre o casamento nos tempos bíblicos e, principalmente, como era entre os povos antigos, na Palestina, na Grécia e em Roma. Destaque os costumes e os pontos de igualdade entre os povos. 
Fale sobre o tabernáculo e os templos na vida religiosa de Israel. Se possível, mostre um desenho do tabernáculo, do templo de Salomão 
e Herodes, não esquecendo de citar um resumo das fases históricas dos templos. 
Por último, discorra sobre as funções dos órgãos humanos, mostrando que nenhum deles é sem importância para a nossa vida, bem como que eles obedecem a um padrão orgânico criado por DEUS, que é a base de nossa sustentação física. Use o Manual Bíblico do Estudante, da CPAD, para preparar seu trabalho em classe.


COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO 
A Bíblia utiliza diversos símbolos para ilustrar a natureza da Igreja, de seus membros em particular e de seu relacionamento com CRISTO. 
No comentário de hoje, a abordagem restringir-se-á apenas a três que melhor contextualizam a visão atual do papel da Igreja diante de todos: noiva, templo e corpo.


I. A IGREJA COMO NOIVA DE CRISTO 
1. A importância da noiva. Esta é a primeira alusão do comentário pela importância que as Escrituras dão ao matrimônio, como instituição divina, quando o compara ao relacionamento entre CRISTO e a Igreja. É primordial na Igreja fortalecer o casamento, isto porque há uma ação maligna em curso contra ele por ser, em primeiro lugar, a estratégia que melhor serve ao inimigo no seu famigerado propósito de tentar destruir o plano de DEUS para o homem. 
Em segundo lugar, porque desmoraliza uma instituição que melhor representa o tipo de comunhão que CRISTO mantém com a sua noiva, no presente, e a perspectiva da vida que ambos desfrutarão na era vindoura (Ap 19.7,8). 
2. A sujeição da noiva. Outra lição que o texto de Paulo oferece é a da sujeição da Igreja a CRISTO (Ef 5.24). O apóstolo a usa para exemplificar a mesma atitude da mulher para com o marido. No entanto, a ideia não é a de uma sujeição imposta pela força ou por uma decisão unilateral e legalista da esposa. É fruto, isto sim, do amor intenso dedicado pelo esposo, que produz nela profundo sentimento de afeto resultando no reconhecimento espontâneo de sua sujeição posicional. É assim a relação de CRISTO com a sua noiva. O amor que Ele lhe devota é tal, como demonstrado no ate da redenção, que ela se sente espontaneamente constrangida a ser-lhe eternamente fiel e a viver em função de sua liderança (2 Co 5.14,15J.

3. A pureza da noiva. Outro detalhe expresso no símbolo é que a pureza da Igreja como noiva resulta da entrega do Senhor por ela (Ef 5.26,27). É Ele quem a santifica, purifica e a torna imaculada e irrepreensível. Não é um ato intrínseco da Igreja, que, por si mesma, possa desenvolver essas qualidades da vida cristã. Ela depende de estar abrigada sob o amor do noivo e ter a noção exata da grande compaixão implícita nesta entrega. Só assim poderá viver essas características e apresentar-se, no dia das bodas, como "Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante..." Tal é o comportamento que DEUS espera dos cônjuges. O amor do marido pela esposa deve evidenciar-
se de tal maneira, não só por palavras, mas acima de tudo por atos, que a mulher se sinta prazerosamente motivada a manter a sua pureza interior, bem como as suas qualidades morais e físicas para que ambos tenham, por toda a vida, plena satisfação na união conjugal. Assim, estarão dando um testemunho sem palavras, na dimensão humana, do que representa, no nível mais sublime, a comunhão entre CRISTO e a Igreja (Ef 5.32).

 

II. A IGREJA COMO TEMPLO DE DEUS:

1. Lugar da habitação de DEUS.

A Igreja, como templo de DEUS, traz a ideia subjacente da construção de um edifício habitacional que se ergue sob rigorosas normas de engenharia ("bem ajustado") (Ef 2.21). 
Aqui se evidenciam duas coisas: 
A) Quem normatiza e aplica os detalhes técnicos da obra é o engenheiro responsável, princípio este que denota a mesma responsabilidade no trato de CRISTO com a Igreja. As normas partem dele e já estão reveladas na Bíblia, não podendo ser substituídas por suposições humanas sob pena de fazer ruir todo o edifício, cf. Cl 2.20-23.

B) A Igreja foi projetada como lugar da habitação do DEUS trino, que, mediante o ESPÍRITO SANTO, envolve-se em toda a sua peregrinação histórica. O projeto, portanto, pertence ao Pai, a execução ao Filho e o acompanhamento ao ESPÍRITO SANTO (cf. Ef 3.9; Mt 16.18; Jo 14.16,17,26).

Outro desdobramento cabível aqui é a doutrina da transcendência e da imanência de DEUS. Em sua transcendentalidade. DEUS é chamado de altíssimo porque habita "em um alto e santo lugar". Todavia, ao mesmo tempo em que o céu dos céus é a sua eterna morada, identifica-se também como o DEUS imanente, que habita "com o contrito e abatido de espírito", Is 57.15.

2. Templo de adoração a DEUS. Outro conceito implícito no símbolo do templo, é que faz parte dá natureza essencial da Igreja adorar a DEUS. Este é o sentido do termo cultuar. Infelizmente, porém, igrejas há amarradas a uma liturgia cultual engessada, onde o ESPÍRITO SANTO não encontra liberdade para atuar. As reuniões acabam-se tornando uma rotina repetitiva e enfadonha com pouco proveito espiritual para os participantes. Em muitos casos a adoração passa para o plano secundário ou mesmo terciário - se não for totalmente esquecida - e os que se destacam na coordenação do culto ocupam o centro das atenções. Os crentes, de modo geral, deixam de ser adoradores para transformar-se em assistentes. Muitos escudam-se atrás da recomendação bíblica sobre decência e ordem para defender essa situação. Todavia, levar este princípio ao extremo e isolá-lo do contexto conduz ao formalismo. Em todas as reuniões da Igreja, como templo de DEUS, sem menosprezo da organização, há espaço garantido para os elementos que compõem o culto ao Senhor e aí o ESPÍRITO SANTO tem liberdade para agir (1 Co 14.26-33).


III. A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO 
1. O padrão orgânico do corpo. 
Por último, neste comentário a Igreja é analisada sob a perspectiva do corpo humano. De início traduz a ideia de que são diversos órgãos e muitos membros, mas todos trabalham de forma orgânica e harmônica, interligados, em função do corpo. Este recebe os benefícios (1 Co 12.12). Vale a pena reiterar: eles não trabalham em função de si mesmos. Qualquer ação de um órgão ou membro em corpo saudável está comprometida com a estrutura orgânica que sustenta a vida.  E acima está a cabeça - o cérebro - no comando. 
Assim é a Igreja de CRISTO. Ela conta com milhões de membros espalhados pelo mundo. Quando todos cumprem a sua parte, a Igreja se beneficia, mas se algum deles está enfermo espiritualmente e não é logo restaurado, afeta todo o corpo. Haja vista inúmeros exemplos que promovem escândalos e trazem má fama ao povo de DEUS. É responsabilidade de todos os crentes trabalharem de forma orgânica e harmônica, interligados, em favor do crescimento, saúde e fortalecimento da Igreja, tendo CRISTO, como cabeça, na liderança (Ef 1.22,23). Sem nenhum exagero, a Igreja atual precisa ser mais corpo e menos indivíduos.

2. A utilidade de cada membro do corpo. Todavia, a ideia de corpo não anula a utilidade de cada membro em particular. Todos cumprem uma atividade regular e indispensável no processo da vida. Se algum deles por qualquer motivo pára de trabalhar, o corpo ressentir-se-á de sua inatividade.
Esta é a mesma visão que norteia a presença da Igreja na Terra ( I Co 12.14,27).Muitos crentes, no entanto, por não entenderem corretamente este princípio, sentem-se inúteis e não se envolvem no serviço cristão. Mas se todos se impregnarem do senso de utilidade, a vida de oração será aprofundada, não faltarão recursos para a expansão do Reino, a evangelização será mais rápida, a obra missionária não andará a passos lentos, a unidade não constituir-se-á em utopia e a Igreja terá relevância no mundo (1 Co 15.58). 


CONCLUSÃO  
Como noiva de CRISTO, esteja a Igreja consciente de que Ele é a fonte de sua pureza espiritual. Como templo de DEUS, tenha ela a visão de que é o lugar santo de Sua habitação na Terra e do compromisso de permanentemente adorá-Lo. Como corpo de CRISTO, mostre-se ao mundo como um corpo bem ajustado, onde cada membro cumpra com alegria a sua responsabilidade em favor do corpo.
 

Características da Igreja Verdadeira

Onde pode ser encontrada hoje a igreja verdadeira e quais os seus aspectos essenciais? Em primeiro lugar devemos distinguir os vários significados da palavra igreja:

1. Todo o povo de DEUS em todos os séculos, o conjunto total dos eleitos. Os Reformadores falaram disto como sendo a igreja invisível.

2. A comunidade local dos cristãos, reunidos visivelmente para adoração e ministério; este significado abrange a vasta maioria das referências à igreja (ekklesia) do Novo Testamento.

3. Todo o povo de DEUS no mundo, em determinada época, talvez melhor definida como a igreja universal. Esse sentido ocorre apenas ocasionalmente no Novo Testamento (1 Co 10.32; Gl 1.13).

4. “A igreja dentro da igreja”. Notamos antes a distinção feita entre a edah (toda a congregação visível) e os gahal (aqueles dentro dela que respondem ao chamado de DEUS). JESUS ensinou que o reino corresponde a este padrão: o joio está misturado com o trigo (Mt 13.24-30; 36-43). Dentro do grupo identificado com CRISTO acha-se o povo de DEUS, a verdadeira igreja. Não existe, então, uma igreja pura; em meio a cada igreja pode haver pessoas que não professaram a sua fé e outras cuja profissão será desmascarada no último dia (Mt 7.21-23).

Admitindo-se assim que uma igreja pura ou perfeita não é possível deste lado da glória, onde podemos descobrir o verdadeiro povo de DEUS visivelmente reunido? Tradicionalmente, são reconhecidos quatro sinais da igreja autêntica:

UNA

A unidade da igreja procede de seu fundamento do único DEUS (Ef 4.1-6). Todos os que pertencem verdadeiramente à igreja são um só povo e, portanto, a igreja verdadeira será distinguida por sua unidade.

Esta unidade, porém, não implica necessariamente uniformidade total. Na igreja do Novo Testamento havia uma variedade de ministérios (1 Co 12.4-6) e de opiniões sobre assuntos de importância secundária (Rm 14:1-15:13). Embora houvesse uniformidade nas convicções teológicas básicas (1 Co 15.11, BLH; Jd 3), a fé comum recebia ênfases diversas, segundo as diferentes necessidades percebidas pelos apóstolos (Rm 3.20; cf. Tg 2.24; Fp 2.5-7; cf. Cl 2.9s).

Havia também uma variedade de formas de adoração. O tipo de culto em Corinto (1 Co 14.26ss) não era comum nas igrejas palestinas, onde a adoração se baseava no modelo da sinagoga judaica e tinha um padrão mais formal, centrado na exposição da palavra escrita. Este modelo tirado da sinagoga justifica o fato de as igrejas do primeiro século serem consideradas um ramo do judaísmo. Tiago 2.2 usa até mesmo a palavra sinagoga para a reunião dos cristãos. Existem também elementos discerníveis de mais de uma forma de governo da igreja.

A verdadeira unidade no ESPÍRITO SANTO de todo o povo regenerado é um fato independente da desunião denominacional exterior. O chamado para a unidade no Novo Testamento é, portanto, uma ordem para manter a unicidade fundamental da vida que o ESPÍRITO concedeu através da regeneração (Ef 4.3). Os Reformadores salientaram este ponto, distinguindo entre a igreja invisível (todos os eleitos que são verdadeiramente um em CRISTO) e a igreja visível (um grupo misto de regenerados e não-regenerados). A unidade da igreja invisível é um fato consumado, concedido com a salvação.

Roma tem usado este sinal de maneira polêmica, a fim de proclamar sua unidade, comparando-a à fragmentação do protestantismo, como uma evidência de ser a verdadeira igreja. Isto, no entanto, ignora três pontos: (i) A própria Roma separou-se da igreja ortodoxa em 1054, e jamais tinha sido considerada universalmente como a única igreja verdadeira em séculos anteriores; por exemplo, a igreja celta floresceu na Inglaterra, e Patrício fundou a igreja inglesa muito antes de os missionários romanos terem chegado à Inglaterra. (ii) Os sinais devem manter-se juntos. A sucessão histórica e a unidade exterior não têm validade quando não associadas à lealdade e ao evangelho apostólico. (iii) Embora o protestantismo tenha-se mostrado às vezes necessariamente desagregador, pode ser argumentado que, através de seu desvio da doutrina bíblica, é a própria Roma que tem sido a maior causa de cismas no correr dos séculos.

As Escrituras encorajam a mais plena expressão de unidade possível entre o povo de DEUS, mas elas também tornam claro que a divisão acha-se perfeitamente de acordo com a vontade divina quando a essência do Cristianismo Apostólico estiver em risco. Esta foi a razão da discórdia entre Paulo e os judaizantes (Gl 1.6-12), e entre JESUS e os fariseus (Mc 7.1-13). É significativo notar que quando Judas pretendeu escrever sobre a salvação que temos em comum, ele achou necessário insistir com os leitores para “batalhar diligentemente pela fé que uma vez foi entregue aos santos” (Judas 3). Para o Novo Testamento, a unidade está baseada em um compromisso consciente com as verdades reveladas do Cristianismo Apostólico.

O Novo Testamento dirigiu seus ensinos sobre a unidade a grupos específicos, com implicações imediatas para seus relacionamentos visíveis (Ef 2.15; 4.4; Cl 3.15). JESUS orou pela unidade, que ajudaria o mundo a crer (João 17.21); embora o paralelo entre esta unidade e a dEle com o Pai (17.11,22) confirme o caráter essencialmente espiritual da unidade bíblica, esta certamente inclui identificação visível de vida e propósito, pois JESUS em toda a sua missão expressou uma união visível e demonstrável com o Pai. Em outras palavras, é preciso buscar uma unidade visível mais plena do que aquela que está sendo experimentada pelos que são fiéis ao evangelho apostólico.

Este fato tem especial importância quando dois ou mais grupos que têm uma fé bíblica estiverem operando na mesma área, como, por exemplo, em um campus universitário. O desafio mais profundo deste ensinamento, porém, situa-se ao nível dos relacionamentos na igreja local. Nesse ambiente, a unidade da vida em CRISTO deve expressar-se através do cuidado e compromisso genuínos e tangíveis de uns para com os outros. Na ausência disto, a reivindicação de ser uma verdadeira igreja cristã é posta em dúvida (1 Co 3.3s).

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

João 13:35

SANTA

O povo de DEUS forma a nação santa (1 Pe 2.9). No sentido mais profundo a igreja é santa, da mesma forma que todo indivíduo cristão é santo em virtude de estar unido a CRISTO, separado para ele e revestido com sua justiça perfeita. Na sua posição diante de DEUS em CRISTO, a igreja é irrepreensível e isenta de qualquer mancha moral. A distinção entre a igreja visível e a invisível aplica-se aqui, desde que esta santidade imputada não pertence aos membros da igreja não confiam pessoalmente em CRISTO como Salvador. A íntima comunhão com o ESPÍRITO SANTO leva a igreja a se separar para DEUS, esperando a iminente volta de JESUS para buscá-la.

A união com CRISTO envolve também uma santidade de vida que seja visível. Desse modo, a relação da igreja com CRISTO, o seu cabeça, será expressa no caráter moral e nas características especiais de sua vida e de seus relacionamentos comunitários. A igreja alheia à santidade é alheia a CRISTO. Quando CRISTO dirigiu-se à sua igreja, ele esperava dela essa mesma diferença moral e foi severo em seu julgamento quando observou que ela lhes faltava (Ap 2.-3). A noiva deve permanecer pura no espírito, alma e corpo, a espera de seu noivo (1 Ts 5:23).

A fim de não desanimarmos ao aplicar este teste, vale a pena lembrar que grande parte da vida da igreja do Novo Testamento foi eivada de erros, divisões, falhas morais e instabilidade. Não obstante, a presença de um sinal visível de santidade é uma característica invariável da igreja de DEUS.
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 1 Tessalonicenses 5:23


CATÓLICA

O termo católico significa literalmente abrangendo ao todo. E em seu uso primitivo, significava ser a igreja universal, distinguindo-a da local; mais tarde, veio significar a igreja que professava a fé ortodoxa, em contraste com os hereges. Com o passar do tempo, Roma adotou o termo para referir-se a si mesma como instituição eclesiástica, centrada no papado, historicamente desenvolvida e geograficamente difundida. Os reformadores do século dezesseis procuraram restaurar o significado anterior da catolicidade, em termos do reconhecimento da fé ortodoxa; nesse sentido, argumentavam eles, a igreja católica era de fato eles e não Roma.

O principal aspecto da catolicidade da igreja primitiva estava na sua abertura para todos. Distinta do judaísmo, com seu exclusivismo racial, e do gnosticismo, com seu exclusivismo cultural e intelectual, a igreja abriu seus braços a todos que quisessem ouvir a mensagem e aceitar seu salvador, sem levar em conta cor, raça, posição social, capacidade intelectual e antecedentes morais. Ela surgiu no mundo como uma fé para todos (Mt 28.19; Ap 7.9). A única exigência para admissão era a fé pessoal em JESUS CRISTO como Salvador e Senhor, ensinando o batismo como o rito ordenado por JESUS e a santa ceia.(Mt 28.19; At 2.38,41).

É neste nível fundamental que esta característica (a de ser católica) deve ser entendida. As igrejas que exigem outros testes devem ser consideradas como suspeitas. Não existe lugar numa verdadeira igreja para a discriminação de qualquer tipo, seja racial, de cor, social, intelectual ou moral, neste último caso desde que haja evidência de verdadeiro arrependimento. A discriminação denominacional também precisa ser examinada com cuidado nos casos em que as doutrinas fundamentais bíblicas sejam claramente reconhecidas.

APOSTÓLICA

O apóstolo é uma testemunha do ministério e da ressurreição de JESUS; é um arauto autorizado do evangelho (Lc 6.12s; At 1.21s; 1 Co 15.8-10). Os arautos tomam posição entre JESUS e todas as gerações subsequentes da fé cristã; nós só nos achegamos a ele por meio dos apóstolos e de seu testemunho sobre ele, incorporado no Novo Testamento. Neste sentido fundamental, toda a igreja é "edificada sobre o fundamento dos apóstolos" e profetas (Ef 2.20; cf. Mt 16.18; Ap 21.14). Os evangelhos de Mateus e João nos dá suporte necessário para nossa fé, eles foram apóstolos que conviveram diretamente com JESUS. O primeiro mostrou sua messianidade e descendência do rei Davi e o segundo mostrou sua espiritualidade e intimidade com o ESPÍRITO SANTO e com o PAI.  A Apostolicidade da igreja encontra-se, portanto, no fato de ela conformar-se à fé apostólica "que uma vez por todas foi entregue ao santos" (Jd 3; cf. At 2.42). Os apóstolos ainda governam e organizam a igreja na medida em que esta permite que sua vida, seu entendimento e sua pregação sejam constantemente reformados pelos ensinos das Sagradas Escrituras. O ministério apostólico permanece como visto em efésios 4.11, mas não com autoridade para continuar a escrever a Bíblia ou reinterpretá-la. Isso aconteceu até os escritos dos apóstolos Paulo, Judas e Tiago.

Grandes Reformas aconteceram, como os despertamentos do século dezoito com Whitefield e os Wesleys.

O catolicismo romano estende esta interpretação de "apostólico" para incluir a reivindicação de que o Bispo de Roma é o sucessor histórico de Pedro e o guardião especial da graça de DEUS na igreja. A alegação é insustentável. A primazia de Pedro entre os apóstolos não passou de uma clara liderança no período da primeira missão cristã. Ele claramente recuou para um segundo plano à medida que a igreja avançou fora de Jerusalém, sendo Paulo nomeado para liderar a missão fora da Palestina e quando João lutava para corrigir as igrejas prejudicadas pelos falsos mestres. É bem significante que Pedro não apareceu no papel principal no Concílio de Jerusalém (At 15), e que ficou claramente à sombra de Paulo no incidente registrado em Gálatas 2.

Roma alega ainda que esta suposta supremacia de Pedro deveria continuar para a salvação eterna e bem contínuo da igreja. Nenhum dos versículos citados como apoio escriturística (Mt 16.18s; Jo 21.15-17 e Lc 22.32) faz qualquer referência a um sucessor de Pedro. Essas duas reivindicações romanas contrariam a evidência manifesta no Novo Testamento, e a terceira, de que a primazia de Pedro se estende ao bispo de Roma, é ainda menos digna de crédito. O fato de Pedro ter terminado sua vida como mártir em Roma é uma tradição primitiva que encontra apoio razoável na traição humana e não na bíblia; as dificuldades históricas, porém, para mostrar que houve uma sucessão estabelecida de bispos monárquicos de Roma, a partir do primeiro século, são intransponíveis.

A sucessão apostólica é na verdade a sucessão do evangelho apostólico, quando o depósito original de verdade apostólica é passado de uma para outra geração: "homens fiéis ... para instruir a outros" (2 Tm 2.2). A igreja é apostólica à medida que reconhece na prática a autoridade suprema das escrituras apostólicas.

OS SINAIS DOS REFORMADORES

Embora os Reformadores não pusessem de lado esses quatro sinais tradicionais, as controvérsias em que se viram envolvidos prenderam sua atenção em outras coisas. Eles identificaram duas características da igreja verdadeira e visível. "Onde quer que vejamos a Palavra de DEUS pregada e ouvida em toda a sua pureza e os sacramentos ministrados segundo a instituição de CRISTO, não há dúvida de que existe uma igreja de DEUS".

“A Palavra pregada em toda a sua pureza” trouxe à tona a supremacia do evangelho bíblico e forma precisamente nesse ponto que surgira a verdadeira ruptura com Roma. Atrás desta ênfase havia uma convicção quanto ao elo indissolúvel entre a Palavra escrita e o ESPÍRITO; pertencer à comunidade do ESPÍRITO iria necessariamente refletir a submissão à Palavra que o ESPÍRITO havia inspirado. Os Reformadores desconheciam qualquer ESPÍRITO que não os levasse à Palavra; desconheciam qualquer amor por DEUS que não estivesse ligado à fé e à verdade. O outro ponto em que discerniram a verdadeira igreja, os sacramentos, era também polêmico, já que foi no aspecto do ensino e da prática com relação aos sacramentos que os Reformadores viram a mais clara violação da religião bíblica por parte de Roma.

A existência de grupos cristãos (p. ex. o Exército da Salvação e a Sociedade dos Amigos) que não possuem sacramentos faz-nos hesitar quanto à afirmação de que os sacramentos são essenciais para que a igreja seja verdadeira. Não obstante, nosso Senhor claramente considerou o batismo como intimamente ligado à mensagem da igreja e à resposta humana a ela (Mt 28.19s), e a participação na Ceia como fundamental para a vida da igreja (Lc 22.19; 1 Co 11.24s).

Podemos generalizar esses sinais afirmando que o sinal supremo para os Reformadores era o próprio CRISTO. Ele é o centro da Palavra e o cerne dos sacramentos.

A MISSÃO – UM SINAL AUSENTE?

Nas instruções de JESUS sobre a vida da igreja (Jo 13-16; Lc 10.1-20; At 1.1-8), encontramos um elemento não abordado nas características da igreja identificadas até agora, que é a missão: a responsabilidade de levar as boas novas de JESUS aos confins da Terra.

Existe certamente grande significado no fato de a história da igreja do Novo Testamento, o livro de Atos, Ter como seu tema principal a expansão sucessiva na pregação do evangelho: Jerusalém, Judéia, Samaria, e, em seguida, o mundo gentio (1.8; cf. 6.8s; 7; 8; 10.34-38; 11.19-26; 13.1ss). A igreja é missão talvez seja uma frase exagerada, mas em seu serviço total ao propósito e à glória de DEUS, a missão é um ingrediente bíblico fundamental, que se relaciona com a grande comissão ordenada por CRISTO.

Assim sendo, uma igreja que não prega o evangelho não sente a responsabilidade pelo bem-estar moral e espiritual dos que a rodeiam, nem expressa interesse pelos pobres e necessitados onde quer que eles sejam encontrados, perdeu seu direito à autenticidade, constituindo-se numa negativa viva de seu Senhor.

Para resumir: a verdadeira igreja será reconhecida pela sua unidade nos relacionamentos, pela sua santidade de vida, pela sua abertura a todos, pela sua submissão à autoridade das escrituras, pela sua pregação de CRISTO em palavras e sacramentos, pelo batismo com o ESPÍRITO SANTO, com evidência do falar em línguas, pelas manifestações do dons do ESPÍRITO SANTO e pelo seu compromisso com a missão.

Fonte: Texto retirado do livro Conheça a Verdade Estudando as Doutrinas da Bíblia, de Bruce Milne, ABU Editora (com modificações do Pr Henrique).

 

 

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LIÇÃO 05 -  IGREJA POVO ESCOLHIDO DE ADORAÇÃO

 

TEXTO ÁUREO:

"DEUS é ESPÍRITO, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade" (Jô 4.24)

 

VERDADE PRÁTICA:

A igreja existe para adorar a DEUS e levar o seu maravilhoso conhecimento às nações.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Pedro 2.5-10; Romanos 12.1.

1 Pedro 2

5 - Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a DEUS, por JESUS CRISTO. 6 - Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.

7 - E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina;

8 - e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.

9 - Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

10 - vós que em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de DEUS; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

 

Romanos 12

1. Portanto, rogo-vos, irmãos, pela compaixão de DEUS, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso culto racional.

 

ADORAÇÃO

Há duas palavras no A.T. significando adoração: uma delas, em certos lugares, tem o sentido de fazer ‘reverência’, ‘inclinar-se’ (Dn 2.46; 3.5); a outra usa-se a respeito do culto prestado ao SENHOR e a outros deuses ou objetos de reverência (Gn 24.26, 48, etc.; Êx 34.14; Dt 4.19,etc.); e também a respeito do ‘príncipe do exército do Senhor’ (Js 6.14). No N.T. a palavra mais frequentemente empregada significava, na sua origem, beijar a mão de alguém, como sinal de consideração, fazendo-se uma inclinação respeitosa. É usada com as seguintes significações: adoração a DEUS (Mt 4.10); reverência para com JESUS CRISTO (Mc 5.6); e culto idólatra (At 7.43; cf. Ap 9.20; 14.9; 22.8). (http://www.portalgospel.com/dicionario/) 

 

A Adoração   (EVANGELHO DE JOÃO 4.23)

            Jo 4.23- “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores 

adorarão o Pai em ESPÍRITO e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.   

 

             Os Samaritanos devido a terem sido dominados por povos não Judeus durante muito tempo (2 Rs 17.6) e também por serem em sua maioria idólatras desde o tempo de Acabe com Jezabel (1 Rs 16.32), também fizeram alianças com idólatras (1 Rs 20.34; 2 Rs 1.3) , também esta região foi habitada por várias nações gentias que o rei da Assíria trouxe de Babel, e de Cuta, e de Ava, e de Hamate, e de Sefarvaim e a fez habitar nas cidades de Samaria (2 Rs 17.24) ficaram com uma maioria de "judeus mestiços", o que causou uma inimizade entre os outros judeus que não aceitavam que judeus se misturassem através do casamento com os gentios. Isso chegou ao ponto de os judeus de Judá não passarem pelo território de Samaria para chegarem até a Galileia, preferiam passar por Decápolis e atravessar o Mar da Galileia. 

 

A inimizade dentre esses irmãos de mesma descendência perdurou por muito tempo e JESUS quebrou esta regra (Mt 5.44) passando por Samaria quando estava indo para a Galileia, evangelizando assim tanto a samaritana como toda a cidade dela; mais tarde vamos ver Filipe, o diácono e posterior Evangelista (At 6.5; 21.8)), evangelizando esta mesma Samaria e obtendo excelentes resultados nesse território.(At 8.6)

 

            Cabe-nos esclarecer que os verdadeiros adoradores são aqueles que trabalham na obra do Senhor, dando suas vidas pela causa do mestre; embora muitos pensam que são os exclusivamente cantores. A adoração a DEUS é um estado constante em nosso espírito “recriado” (ligado a DEUS pelo novo nascimento, através do ESPÍRITO SANTO), não sendo determinada por momentos de louvor, mas uma vida de comunhão com o ESPÍRITO SANTO; neste capítulo 4, a palavra adoração aparece 10 vezes indicando-nos, a necessidade de atentarmos mais para esse fato tão importante. A verdadeira adoração exige serviço na obra de DEUS e dedicação em obedecer à vontade de DEUS e ganhar almas

(esta é a prioridade da Igreja, a evangelização).   

 

            Devemos lembrar-nos de que DEUS é ESPÍRITO e aqueles que desejam adorá-lo devem fazê-lo em espírito e em verdade, ou seja, dispensando os estímulos externos; com um coração sincero e temente a DEUS (A adoração é a expressão máxima da oração).

Jamais devemos confundir a adoração com o louvor, pois:  

-         Louva-se a DEUS pelo que ELE fez ou faz, mas adora-se a ELE pelo que ELE é;

-         O louvor é um agradecimento a DEUS, a adoração é um engrandecimento de DEUS;

-  No louvor precisa-se da participação de outras pessoas e às vezes de instrumentos musicais, a adoração é individual e nasce dentro de nós, em nosso espírito;

-         O louvor chega aos átrios, a adoração chega ao santo dos santos (presença de DEUS);

-   No louvor são usados o corpo e a alma; na adoração são usados o corpo (mortificado), a alma (lavada no sangue de JESUS) e o espírito (“recriado”);

-         Para louvar a DEUS não é preciso comunhão com o ESPÍRITO SANTO, pois até os animais o louvam (Sl 148, 149, 150); para se adorar a DEUS é preciso uma estreita comunhão com o ESPÍRITO SANTO, pois é ELE que nos transporta ao trono.

-         O louvor é como um aceno e cumprimento, a adoração é um abraço e um beijo cheio de amor.

-         Tomemos como exemplo um marido que dá um fogão de presente à sua esposa e manda entregar em sua casa. A esposa louva ao marido pelo seu ato de amor, mas quando o mesmo chega em casa ela o abraça e beija agradecida e cheia de amor (isso é adoração).

-         Para louvar não é preciso nascer de novo, para adorar só com espírito “recriado” (ligado a DEUS pelo novo nascimento, através do ESPÍRITO SANTO).

-         Observação: Por isso se vê tão poucos adoradores e tantos que louvam.

Aos homens se aplaude (manifestação externa), a DEUS se adora (manifestação interna).

Note que JESUS está dizendo para a mulher que os judeus adoravam a DEUS com a palavra de DEUS (em verdade, pois possuíam todos os escritos do Pentateuco até os profetas) mas suas bocas diziam uma coisa e o coração outra.

Não adoravam em ESPÍRITO, só com a verdade.

Os samaritanos adoravam em ESPÍRITO, pois não tinham nem o templo legítimo e nem a palavra (só adotavam o Pentateuco), faltava-lhes portanto a verdade.  

JESUS está dizendo que chegou o tempo de adorar em ESPÍRITO e em Verdade, pois ele envia o ESPÍRITO SANTO àqueles que lhe aceitarem como senhor e salvador e estes aprenderão o real sentido da adoração.

Veja que é DEUS que procura aos verdadeiros adoradores que o adoram em ESPÍRITO e em verdade. (Porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Parte b do v. 23)

Não é nem no Monte Gerizim em Samaria (templo já destruído) e nem no Monte Moriá em Jerusalém (onde estava erigido um suntuoso templo construído por Herodes e foi destruído no ano 70 d.C.) - mas a verdadeira adoração a DEUS é feita onde você estiver, bastando para isso erguer o pensamento a DEUS e adorá-lo, entregando-se totalmente ao ESPÍRITO SANTO. Não há lugar específico para se adorar.

 

***Caim ofereceu sacrifício inferior ao de seu irmão Abel, pois Abel ofereceu sua própria vida a DEUS (verdadeira adoração), tipificada no cordeiro que foi imolado e derramado o seu sangue; Antítipo de CRISTO.(Gn 4.2-5;Hb 11.4); por isso seu sacrifício foi aceito - uma vida para DEUS.***Abraão por já ser velho não poderia oferecer sua vida, pois pouco lhe restava para viver aqui na terra, por isso DEUS lhe pediu uma vida mais preciosa, a de seu filho amado que já estava começando a ocupar o lugar que só era de DEUS, no coração do velho patriarca.***Moisés ofereceu sua vida quando deixou os seus 40 anos de orgulho de ser filho da filha de um faraó e passar a ser pastor de ovelhas por mais 40 anos e depois passar mais 40 anos dirigindo o povo de DEUS pelo deserto, inclusive passando pelo Mar Vermelho, símbolo de batismo nas águas, ou seja, morte. Se tivéssemos espaço e tempo falaríamos de tantos outros que entregaram a DEUS o melhor da adoração, suas próprias vidas, como os milhares que morreram nas arenas de Roma, no Coliseu. (Hb 11.4 - Pela fé Abel ofereceu a DEUS mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala.5 Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; e não foi achado, porque DEUS o trasladara; pois antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a DEUS.===17 Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas,===24 Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,===35 As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;36 e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões.37 Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados 38 (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

 

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Lição 13 - A mordomia da adoração - 07/04/2005

 

http://www.ebdweb.com.br/licoes/licao13_0403.htm

Texto Áureo:

Dai ao Senhor a glória de seu nome; trazei presentes, e vinde perante Ele; adorai ao Senhor na beleza da sua santidade”

(1 Cr 16.29).
 ADORAI AO SENHOR NA BELEZA DA SUA SANTIDADE. A adoração genuína deve ser prestada em "santidade" (cf. 2 Cr 20.21). DEUS aceita a adoração espiritual e jubilosa (15.28) somente quando acompanhada de uma disposição reverente e pura de um anelo sincero de estar perto dEle e de um firme propósito de resistir a tudo quanto ofenda a sua santa natureza (ver v. 7).

Verdade Prática:

O ato de adorar a DEUS implica reconhecer a sua soberania e dar-lhe a glória que lhe é devida, com espontânea reverência e serviço amoroso. Segundo o novo concerto, todos os crentes são sacerdotes de DEUS (1 Pe 2.5,9) e, como tais, devem desempenhar o ministério espiritual de louvores e ações de graças a DEUS. "Portanto, ofereçamos sempre, por ele, [CRISTO] a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15). O louvor e a adoração do crente devem ser com palavras e também com atos (ver v. 29) e são aceitáveis diante de DEUS, somente à medida que o crente for dedicado à sua Palavra, e não conformado com o mundo (Rm 12.1,2).

 

Leitura Bíblica em Classe:
EFÉSIOS 1.4-6

 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade,5  e nos predestinou para filhos de adoção por JESUS CRISTO, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
EM CRISTO JESUS. Todo crente "fiel" tem vida somente estando "em CRISTO JESUS". (1) Os termos "em CRISTO JESUS", "no Senhor", "nEle", ocorrem 160 vezes nos escritos de Paulo (36 vezes só em Efésios). "Em CRISTO", significa que o crente vive e age agora na esfera de CRISTO JESUS. O novo ambiente do redimido é o da união com CRISTO. "Em CRISTO" o crente tem comunhão consciente com seu Senhor, e, nesse relacionamento, sua própria vida é considerada a vida de  CRISTO manifesta através dele (ver Gl 2.20). Essa comunhão pessoal com CRISTO é a coisa mais importante na experiência cristã. A união com CRISTO é uma dádiva de DEUS mediante a fé. (2) A Bíblia contrasta nossa nova vida "em CRISTO" com a velha vida não regenerada, "em Adão". Enquanto a velha vida é caracterizada pela rebeldia, pecado, condenação e morte, nossa nova vida "em CRISTO" é caracterizada pela salvação, vida no ESPÍRITO, graça abundante, retidão e vida eterna (ver Rm 5.12-21; 6; 8; 14.17-19; 1 Co 15.21,22, 45-49; Fp 2.1-5; 4.6-9)

   

Efésios 1.11,12;

11 nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade, 12 com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em CRISTO;
2Ts 2. 13 Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade,
 

1 PEDRO 2.5,9

1 PEDRO 2.5 vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a DEUS, por JESUS CRISTO.
SACERDÓCIO SANTO. No AT, o sacerdócio era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a DEUS, em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com DEUS (Êx 19.6; 28.1; 2 Cr 29.11). Agora, por meio de JESUS CRISTO, todo crente é constituído sacerdote para o serviço de DEUS (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte. 

(1) Todos os crentes têm acesso direto a DEUS, através de CRISTO (3.18; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18). 

(2) Todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (vv. 5,9; 1.14-17). 

(3) Todos os crentes devem oferecer "sacrifícios espirituais" a DEUS, inclusive: 

(a) viver em obediência a DEUS, sem conformar-se com o mundo (Rm 12.1,2); 

(b) orar a DEUS e louvá-lo (Sl 50.14; Hb 13.15); 

(c) servir com coração íntegro e mente disposta (1 Cr 28.9; Fp 2.17; Ef 5.1,2); 

(d) praticar boas ações (Hb 13.16); 

(e) contribuir com nossas posses materiais (Rm 12.13; Fp 4.18) e 

(f) apresentar nossos corpos a DEUS como instrumentos da justiça (Rm 6.13,19). 

(4) Todos os crentes devem interceder e orar uns pelos outros e por todos (Cl 4.12; 1 Tm 2.1; Ap 8.3). 

(5) Todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo sucesso dela (v. 9; 3.15; At 4.31; 1 Co 14.26; 2 Ts3.1; Hb 13.15)

 

1 PEDRO 2.9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
A NAÇÃO SANTA. Os crentes são separados do mundo a fim de pertencerem totalmente a DEUS (Cf. At 20.28; Tt 2.14) e de proclamarem o evangelho da salvação para a glória e louvor de DEUS (cf. Êx 19.6; Is 43.20,21).

   

Comentários:

INTRODUÇÃO
A mordomia da adoração se constitui numa doutrina essencial na vida da Igreja. Nesta lição, trataremos do culto a DEUS através da adoração, como a Bíblia nos ensina. Trataremos também da sua prática na vida cotidiana da igreja.
 

I. MORDOMIA DA ADORAÇÃO A DEUS
A primeira verdade da mordomia da adoração é que ela é um privilégio concedido ao povo salvo para, deste modo, servir a DEUS.

ADORAÇÃO NO CRISTIANISMO

Devemos nos lembrar de que somente adoram a DEUS em espírito e em verdade aqueles que são nascidos de novo, ou seja, os que têem o ESPÍRITO SANTO residente em si mesmos, pois o espírito do homem precisa ser religado a DEUS para que haja legítima adoração, antes de aceitar a CRISTO o homem está espiritualmente desligado, separado de DEUS por causa de suas ofensas ou pecados; depois de o fazer o ESPÍRITO SANTO (O Selo) faz sua parte que é ligar o espírito do homem a DEUS que é ESPÍRITO e procura pelos adoradores legítimos, seus filhos amados, nascidos da Palavra de DEUS e do ESPÍRITO de DEUS. 

Não há lugar próprio para a nossa adoração (ex.Montes), podemos adorar a DEUS em todos os lugares e em todo o tempo.; basta para isso elevarmos nosso pensamento a DEUS e entregarmos a ELE nossa vida, reconhecendo que ELE é Senhor.

A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares (At 2.46,47). Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a DEUS nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a DEUS noutros lugares, geralmente em casas particulares (cf. At 18.7; Rm 16.5; Cl 4.15; Fm v. 2), mas, às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).


MANIFESTAÇÕES DA ADORAÇÃO CRISTÃ.
(1) Dois princípios-chaves norteiam a adoração cristã. (a) A verdadeira adoração é a que é prestada em espírito e verdade (ver Jo 4.23), i.e., a adoração deve ser oferecida à altura da revelação que DEUS fez de si mesmo no Filho (ver Jo 14.6). Por sua vez, ela envolve o espírito humano, e não apenas a mente, e também como as manifestações do ESPÍRITO SANTO (1Co 12.7-12). (b) A prática da adoração cristã deve corresponder ao padrão do NT para a igreja (ver At 7.44). Os crentes atuais devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos constantes da prática da adoração vista no NT (cf. o princípio hermenêutico estudado na introdução a Atos). 

(2) O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (ver Nm 28, 29). Uma vez que o sacrifício de CRISTO na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer necessidade de derramamento de sangue como parte do culto cristão (ver Hb 9.1—10.18). Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava continuamente o sacrifício de CRISTO, efetuado de uma vez por todas (1Co 11.23-26). Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15), e a oferecer nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS” (Rm 12.1). 

(3) Louvar a DEUS é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a DEUS (e.g., Sl 100.4; 106.1; 111.1; 113.1; 117), bem como na adoração cristã primitiva (At 2.46,47; 16.25; Rm 15.10,11; Hb 2.12).

(4) Uma maneira autêntica de louvar a DEUS é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (e.g., 1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de JESUS, a totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor (Lc 2.13,14), e a igreja do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos dos cristãos eram cantados, ou com a mente (i.e. num idioma humano conhecido) ou com o espírito (i.e., em línguas; ver 1Co 14.15). Em nenhuma circunstância os cânticos eram executados como passatempo. 

(5) Outro elemento importante na adoração é buscar a face de DEUS em oração. Os santos do AT comunicavam-se constantemente com DEUS através da oração (e.g. Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18). Os apóstolos oravam constantemente depois de JESUS subir ao céu (At 1.14), e a oração tornou-se parte regular da adoração cristã coletiva (At 2.42; 20.36; 1Ts 5.17). Essas orações eram, às vezes, por eles mesmos (At 4.24-30); outras vezes eram orações intercessórias por outras pessoas (e.g. At 12.5; Rm 15.30-32; Ef 6.18). Em todo tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a DEUS (Ef 5.20; Fp 4.6; Cl 3.15,17; 1Ts 5.17,18). Como o cântico, o orar podia ser feito em idioma humano conhecido, ou em línguas (1Co 14.13-15). 

(6) A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. DEUS estabelecera o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para a confissão nacional de pecados (Lv 16). Salomão, na sua oração de dedicação do templo, reconheceu a importância da confissão (1Rs 8.30-36). Quando Esdras e Neemias verificaram até que ponto o povo de DEUS se afastara da sua lei, dirigiram toda a nação de Judá numa contrita oração pública de confissão (cap. 9). Assim, também, na oração do Pai nosso, JESUS ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt 6.12). Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da confissão sincera, recebemos a certeza do gracioso perdão divino (1Jo 1.9).

(7) A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel exposição. Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).

(8) Sempre quando o povo de DEUS se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos cristãos de Corinto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a DEUS deve, portanto ensejar uma oportunidade para apresentarmos ao Senhor os nossos dízimos e ofertas.

(9) Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do ESPÍRITO SANTO e das suas manifestações. Entre essas manifestações do ESPÍRITO na congregação do Senhor havia a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé, dons de curas, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos coríntios, Paulo expõe princípios normativos da adoração deles (ver 1Co 14.1-33). O princípio dominante para o exercício de qualquer dom do ESPÍRITO SANTO durante o culto é o fortalecimento e a edificação da congregação inteira (1Co 12.7; 14.26).

(10) O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das ordenanças — o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor (ou o “partir do pão”, ver At 2.42) parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do Pentecostes (At 2.46,47), e, posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At 20.7,11). O batismo conforme a ordem de CRISTO (Mt 28.19,20) ocorria sempre que havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48; 16.30-33; 19.1-5).

 

II. RAZÕES PARA A ADORAÇÃO
O homem foi criado para adorar ao Criador de modo livre e espontâneo. Com a queda de Adão e Eva, esse senso de adoração foi completamente desvirtuado. Mas DEUS providenciou a restauração da humanidade mediante a revelação de Seu Filho JESUS CRISTO. Foi o próprio JESUS quem proveu essa recuperação humana abrindo o caminho para a adoração ao Pai, revelando-O de modo especial.

 

III. ASPECTOS DA ADORAÇÃO CRISTÃ
1. Administrando o culto a DEUS.
a) Leitura da Palavra.  (Ne 8.5,6).

 INCLINARAM-SE E ADORARAM O SENHOR. Este capítulo da Bíblia descreve um dos maiores cultos de adoração ao Senhor, de todos os tempos. DEUS deseja a adoração do seu povo e o conclama a adorá-lo continuamente

b) Pregação e ensino da Palavra de DEUS. (2 Cr 34.30-33).

c) O cântico na adoração.  (Sl 136; Sl 126.3). (Ex 15.1-21).
d) A oração na adoração.  
e) Contribuição e adoração.
 

CONCLUSÃO
O homem foi criado para a glória de DEUS, que deseja e espera receber o devido louvor de sua criação (Is 43.7). A adoração do crente deve ser direcionada única e exclusivamente a DEUS (Mt 4.10), pois, nas Escrituras, encontramos as principais razões para assim  procedermos, “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28).


Sacerdote

Ministro divinamente designado, cuja principal função era representar o homem diante de DEUS.

 

Comunhão com DEUS
Relacionamento estreito que o crente passa a manter com DEUS mediante o sacrifício de CRISTO no Calvário.

 

A ADORAÇÃO A DEUS (BEP CPAD)
 Ne 8.5,6 “E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque  estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém!  Amém!, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.”
 

A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande DEUS do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em DEUS, e não no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de DEUS em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em CRISTO e através do ESPÍRITO SANTO. A adoração requer o exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso DEUS e Senhor.
 

BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS. O ser humano adora a DEUS desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com DEUS no jardim do Éden (cf. Gn 3.8). Caim e Abel trouxeram a DEUS oferendas (hb. minhah, termo também traduzido por “tributo” ou dádiva”) de vegetais e de animais (Gn 4.3,4).  Os descendentes de Sete invocavam “o nome do SENHOR” (Gn 4.26). Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio (Gn 8.20). Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor (Gn 12.7,8; 13.4, 18; 22.9) e falou intimamente com Ele (Gn 18.23-33; 22.11-18).  Somente depois do êxodo, quando o Tabernáculo foi construído, é que a adoração pública se tornou formal. A partir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e DEUS estabeleceu várias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas (Êx 23.14-17; Lv 1—7; Dt 12; 16). O culto a DEUS foi posteriormente centralizado no templo de Jerusalém (cf. os planos de Davi, segundo relata 1Cr 22—26). Quando o templo foi destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a DEUS enquanto no exílio, e aonde quer que viessem a morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel (Ed 3—6). Nos tempos do NT havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano (e.g. Lc 4.16; Jo 6.59; At 6.9; 13.14; 14.1; 17.1, 10; 18.4; 19.8; 22.19). A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares (At 2.46,47). Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a DEUS nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a DEUS noutros lugares, geralmente em casas particulares (cf. At 18.7; Rm 16.5; Cl 4.15; Fm v. 2), mas, às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).

   

AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS VERDADEIROS ADORADORES. Quando os crentes verdadeiramente adoram a DEUS, muitas bênçãos lhes estão reservadas por Ele. Por exemplo, Ele promete (1) que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e sairá com eles (Ap 3.20); (2) que envolverá o seu povo com a sua glória (cf. Êx 40.35; 2Cr 7.1; 1Pe 4.14); (3) que abençoará o seu povo com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com a paz (Sl 29.11); (4) que concederá fartura de alegria (Sl 122.1,2; Lc 15.7,10; Jo 15.11); (5) que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Mc 11.24; Tg 5.15); (6) que encherá de novo o seu povo com o ESPÍRITO SANTO e com ousadia (At 4.31); (7) que enviará manifestações do  ESPÍRITO SANTO entre o seu povo (1Co 12.7-13); (8) que guiará o seu povo em toda a verdade através do ESPÍRITO  SANTO (Jo 15.26; 16.13); (9) que santificará o seu povo pela sua Palavra e pelo seu ESPÍRITO (Jo 17.17-19); (10) que consolará, animará e fortalecerá seu povo (Is 40.1; 1Co 14.26;2Co 1.3,4; 1Ts 5.11); (11) que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do ESPÍRITO SANTO (ver Jo 16.8); e (12) que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do ESPÍRITO SANTO (1Co 14.22-25).
 

O mundo sempre adorou deuses de toda espécie, de estátuas, objetos, animais e até mesmo prédios.

O culto imperial em Roma iniciou-se com Octaviano César Augusto, que era filho adotivo de Júlio César. O imperador era assim visto como um DEUS (Augustus) e por isso muitos imperadores acrescentaram ao seu nome o título de Augustus. O culto imperial foi um dos fatores da centralização e de unificação do Império Romano, encontrando resistências no Cristianismo, que por isso não foi aceito na sua fase inicial. Muitos cristãos foram perseguidos nos séculos II e III. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Culto_imperial )

 

EMPECILHOS À VERDADEIRA ADORAÇÃO. O simples fato de pessoas se dizendo crentes realizarem um culto, não é nenhuma garantia de que haja aí verdadeira adoração, nem que DEUS aceite seu louvor e ouça suas orações. 

(1) Se a adoração a DEUS é mera formalidade, somente externa, e se o coração do povo de DEUS está longe dEle, tal adoração não será aceita por Ele. CRISTO repreendeu severamente os fariseus por sua hipocrisia; eles observavam a lei de DEUS por legalismo, enquanto seus corações estavam longe dEle (Mt 15.7-9; 23.23-28; Mc 7.5-7). Note a censura semelhante que Ele dirigiu à igreja de Éfeso, que adorava o Senhor mas já não o amava plenamente (Ap 2.1-5). 

(2) Outro impedimento à verdadeira adoração é um modo de vida comprometido com o mundanismo, pecado e  imoralidade. DEUS recusou os sacrifícios do rei Saul porque este desobedeceu ao seu mandamento (1Sm 15.1-23). Isaías repreendeu severamente o povo de DEUS como “nação pecadora... povo carregado da iniquidade da semente de malignos” (Is 1.4); ao mesmo tempo, porém esse mesmo povo oferecia sacrifícios a DEUS e comemorava seus dias  santos. Por isso, o Senhor declarou através de Isaías: “As vossas festas da lua nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.14,15). Semelhantemente, na igreja do NT, JESUS conclamou os adoradores em Sardes a se despertarem, porque “não achei as tuas obras perfeitas diante de DEUS” (Ap 3.2). Da mesma maneira, Tiago indica que DEUS não atenderá as orações egoístas daqueles que não se separam do mundo (Tg 4.1-5). O povo de DEUS só pode ter certeza que DEUS estará presente à sua adoração e a aceitará, quando esse povo tiver mãos limpas e coração puro (Sl 24.3,4; Tg 4.8).

 

AUXÍLIO bibliográfico - Subsídio Homilético

"Concentre-se na Eternidade Paulo nos diz em Colossenses 3.1 ,2 para pensarmos "nas coisas que são de cima", não naquelas que são terrenas. Afinal, como ele diz, a nossa vida 'está escondida com CRISTO em DEUS'. Nosso espírito habita com Ele nos lugares celestiais; por que deveríamos ficar confortáveis na sarjeta? [..Seguem algumas idéias para você começar sua vida de louvor. Recomendo a seleção e a prática imediata de algumas.

1. Louve a DEUS através da música. Existe bastante boa música de louvor, mas minha sugestão é para que você escolha alguns bons hinos e de fato passe algum tempo ouvindo, meditando profundamente nas palavras e louvando a DEUS através deles.

2. Louve a DEUS através de versículos das Escrituras memorizados. Não posso recomendar a você nenhuma tarefa mais merecedora de seu tempo que aprender os grandes versículos da Bíblia memorizando-os. Uma vez que aqueles versículos estão incutidos em seu coração, tornam-se uma parte permanente de seu ser. Você recebeu do ESPÍRITO santo uma ferramenta para encorajamento em sua vida. Ele o fará recordar daqueles versículos quando você mais precisar deles.

3. Louve a DEUS nos intervalos diários. Escolha pequenos intervalos em que você possa parar suas atividades e cantar baixinho, louvores a DEUS ou entoá-Ios em voz alta. Leve consigo um

Novo Testamento de bolso ou mesmo alguns dos seus versículos favoritos anotados em um cartão. Depois de algum tempo, isto não acontecerá apenas em intervalos determinados. Você estará adorando constantemente durante suas atividades diárias."

UEREMIAH, David. O desejo do meu coração: vivendo cada momento na maravilha da adoração. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.224-6.)

 

Referências Bibliográficas (outras estão acima)

Bíblia Amplificada - Bíblia Católica Edições Ave-Maria - Bíblia da Liderança cristã - John C Maxwell - Bíblia de Estudo Aplicação pessoal - CPAD - Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006 - Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida. Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA:CPAD, 1999. Bíblia Ilúmina em CD - Bíblia de Estudo NVI em CD - Bíblia Thompson EM CD. - Bíblia NVI - Bíblia Reina Valera - Bíblia SWord - Bíblia Thompson - Bíblia VIVA - Bíblia Vivir - Bíblias e comentários e dicionários diversos da Bíblia The Word - Comentário Bíblico Moody - Comentário Bíblico Wesleyano - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal. - Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD - Dicionário Strong Hebraico e Grego - Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD - Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD - Enciclopédia Ilumina - Série Cultura Bíblica - Vários autores - Vida Nova  - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970 -  - HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996 - Dicionário Bíblico Wycliffe, Comentário Bíblico. Editora Geográfica, 2008 - Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD - Comentário do Novo Testamento de Adam Clarke - CPAD - GRUDEM, W. Manual de Teologia Sistemática. Editora Vida, I a . Edição, 2001, p.258 - WWAD, S. A Terra Santa em Cores (revista), Jerusalém. Ralphot Ltda. 1986, pp.44-48 SILVA, Severino Pedro da. A Vida de CRISTO. CPAD, 2 a . Edição, 2000, pp.49-57 - JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Livro III. CPAD, 8 a . Edição, 2004 [Art. 120], pp.I76-I77 - Enciclopédia Judaica. No 1. V Editora e Livraria Sêfer Ltda, 1989, p.73 - MEDRANO, R. Pitágoras e seus versos dourados.1993, p.I3 - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD - Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD - Peq. Enc. Bíb. - Orlando Boyer - CPAD -

BANCROFT, E. H. Teologia Elementar. Editora Batista Regular. www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/ -  

 

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IGREJA - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD

Origem da Palavra

No Novo Testamento, a palavra “igreja” é uma tradução da palavra grega ekklesia, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica uma associação local de crentes.

Não se tem certeza das circunstâncias sob as quais ekklesia tomou-se a palavra aceita para as congregações cristãs. A palavra aparece no Novo Testamento na declaração de JESUS registrada em Mateus 16.18 e 18,17. No entanto, a menos que JESUS tenha falado grego nessas duas ocasiões (uma possibilidade muito remota), é mais provável que ekklesia, nesse texto, reflita a terminologia de Mateus e da igreja primitiva, Além disso, não há como determinar quais palavras hebraicas ou aramaicas JESUS poderia ter usado, pois ekklesia poderia ser usada para traduzir pelo menos três palavras semitas diferentes. Tampouco é provável que ekklesia deva sua origem aos primeiros fiéis de Jerusalém. Em Atos, existe uma variedade do que parecem ser autodenominações dos membros dessa comunidade, tais como “os irmãos״, “os discípulos”, “seguidores do caminho”, ou “os santos”; mas não existe evidência de que eles se chamassem de “a igreja”.

É mais que provável que tenha sido entre os cristãos judeus que falavam grego e os seus partidários gentios que a palavra tenha aparecido pela primeira vez, e no contexto da sua própria tradição cultural. No mundo grego, a palavra ekklesia normalmente se refere a uma reunião. Também era usada tecnicamente para referir-se às assembleias regularmente agendadas dos cidadãos de uma cidade grega. Em Atos 19.39, é fornecido um exemplo desse uso, quando o escrivão da cidade de Éfeso disse ao povo que eles deveriam encaminhar qualquer ação contra os companheiros de Paulo em um legítimo ajuntamento, ou ekklesia.

Também é possível que os cristãos judeus no mundo helênico tenham introduzido a palavra ekklesia, porque essa era uma das duas expressões básicas usadas na Septuaginta (LXX) para designar o povo de DEUS. A palavra ekklesia traduz quase 100 vezes a palavra hebraica qahal, que significa “assembleia”. A outra palavra usada para traduzir qahal era synagoge, mas esse termo já havia sido incorporado pela comunidade judia que falava grego para designar os seus lugares de reunião.

Qualquer que tenha sido a maneira como ekklesia veio a chamar a atenção dos cristãos, seu rápido progresso, passando a ter um uso geral, e sua predominância sobre outros termos concorrentes não podem ser vistos como acidentais. Dois fatores parecem ser responsáveis por isso. O primeiro em importância é a consciência, por parte dos cristãos, do desenvolvimento paralelo que eles mantinham com o povo de DEUS do Antigo Testamento. A “assembleia״ do Antigo Testamento foi estabelecida quando DEUS convocou Israel no monte Sinai (Dt 5.22; 9.10; 10.4; 18.16) e pela sua própria Palavra e por seus atos foi criada a comunidade da aliança. Daquela época em diante, os israelitas tornaram-se a qahal (ekklesia) de DEUS, ״ativamente engajada nos propósitos da revelação e da salvação concedidas por DEUS, expressas pelos poderosos acontecimentos através dos quais DEUS intervém na história de uma forma redentora, e impulsiona a aliança em direção ao seu cumprimento final e universal” (T. F. Torrance, “The Israel of God”, Interpretation, X, 306).

Da mesma maneira, a qahal ou ekklesia do Novo Testamento foi convocada por DEUS pela Palavra divina, o Eterno Logos. Ela também foi criada como uma comunidade de “aliança”, e tendo recebido uma nova aliança por meio do sangue de JESUS, foi “alcançada” pelo grande programa redentor de DEUS. Assim, os cristãos, pelo uso do nome de JESUS, dão testemunho de que são os sucessores diretos de Israel como herdeiros da esperança de Israel. O uso que os cristãos faziam de outras expressões que tradicionalmente se referiam a Israel confirma essa argumentação. Os primeiros cristãos são chamados, no Novo Testamento, de “os eleitos”, “a semente de Abraão”, “as doze tribos”, “estrangeiros da dispersão”, e “Israel de DEUS”.

O nascimento da Igreja foi reconhecido pelos cristãos como um cumprimento de parte da aliança feita com Abraão e Moisés. DEUS tinha feito um pacto com os israelitas pelo qual Ele iria estabelecer um povo que seria seu, e que iria receber as suas promessas. Esse povo seria sua “propriedade peculiar”, um “reino de sacerdotes”, uma “nação santa”, aquele que levaria sua luz ás nações (Êx 19.5,6).

É exatamente nesses termos que Pedro dirige-se à comunidade do Novo Testamento em sua primeira carta. Eles são “eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO... que... nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de JESUS CRISTO dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar” (1.2-4). Eles são preciosos “... como pedras que vivem... edificados casa espiritual” para serem “sacerdócio santo”, a fim de oferecerem “sacrifícios espirituais” (2.4,5). Eles tornaram-se “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”, para anunciarem “as virtudes” daquele que os chamou “das trevas para a sua maravilhosa luz” (2.9).

O segundo fator para a escolha final do termo ekklesia pela comunidade cristã está relacionado com a rejeição do Messias pelos judeus. Um novo povo de DEUS havia sido estabelecido. Para esse povo era adequada a escolha de uma palavra da versão LXX que historicamente se referisse ao povo de DEUS, um nome familiar pelo seu uso e pelas suas associações, sagrado por fazer parte do Livro Divino, do qual a oposição judaica ainda não tivesse se apropriado. G. W. Ba.

O que seria mais natural do que a escolha da palavra ekklesia, uma palavra suficientemente neutra para ser adaptada às muitas e novas compreensões que pertencem à nova esperança?

 

A Origem da Igreja

Existe muita diferença de opinião a respeito da data de origem da Igreja. Ela teve início no Pentecostes, ou naquela época foi meramente constituída sob a forma que teria no Novo Testamento?

Aqueles que acreditam que a Igreja teve início no Pentecostes ressaltam que a afirmação de CRISTO em Mateus 16.18, “edificarei a minha Igreja", apresenta o verbo no futuro e faz alusão a uma época pelo menos subsequente a essa afirmação. Adicionalmente, eles argumentam que alguém se torna um membro da Igreja por meio do batismo no ESPÍRITO SANTO, que assim o une ou o identifica com o corpo místico de CRISTO (1 Co 12.13ss.). O batismo no ESPÍRITO SANTO era um evento futuro nos Evangelhos (Mt 3,11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33) e em Atos 1.5. Porém, em Atos 11,15,16 ele Já havia sido concedido pela primeira vez. Onde mais alguém poderia logicamente começar o batismo, a não ser no Pentecostes? Se o começo do batismo no ESPÍRITO SANTO, por meio do qual alguém se torna membro da Igreja, ocorre no Pentecostes, então a Igreja deve ter começado ali.

Além disso, o apóstolo Paulo refere-se ao ESPÍRITO SANTO em Efésios 3.2-11, e ressalta que ele fala do “mistério.., o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado peto ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas' ׳vv. 3-5).

Outros respondem que essa passagem não nega claramente a existência anterior da Igreja, mas apenas afirma que sua extensão não tinha sido dada a conhecer a eles, como tinha sido aos apóstolos. Em outras palavras, embora o Antigo Testamento certamente tivesse dado indicações de que os gentios iriam receber o evangelho quando o Messias viesse (Is 9.2; 11.10; 42.6; 49.6; 60.3; 66.12; Am 9.121, ele não deixava clara a eliminação da divisão, ou da parede de separação entre os judeus e os gentios (Ef 2.14; 3,9).

A isto, eles acrescentam que a unidade da aliança da graça - de que a saivaçâo, em todos os tempos e com todas as revelações, foi oferecida sobre a base da graça de DEUS e por meio da fé — e o ensino de Romanos 4 a respeito da justificação pela fé, anterior à lei no caso de Abraão, sob a lei no caso de Davi, e na época do Novo Testamento, mostram a existência da Igreja no Antigo Testamento e sua continuidade no Novo !testamento. R. A. K.

 

A Natureza da Igreja

A verdadeira Igreja é única, como está indicado pelo uso singular da palavra em Efésios e em várias outras passagens, quando se faz referência a todos os fiéis (1 Co 15.9; Gl 1.13; Cl 1.18,24; 1 Tm 3.15). Apesar disso, havia muitos grupos locais conhecidos como “a igreja” naquele lugar. W. C. Robinson explica o paradoxo; “Onde quer que a igreja se reúna, ela existe como um todo, ela é a igreja naquele lugar. A congregação em particular representa a igreja universal, e por meio da participação na redenção de CRISTO, abrange misticamente o todo, do qual faz parte a manifestação local״ (BDT, p. 124).

A característica significativa de cada igreja local e da igreja universal é o seu relacionamento com DEUS e com JESUS CRISTO; “igrejas de DEUS... em CRISTO JESUS” (1 Ts

2.14). A Igreja é de DEUS porque Ele a estabeleceu pelos atos sobrenaturais de vir à terra na Pessoa de seu Filho por meio do nascimento virginal, comprou um povo por meio do sacrifício substitutivo do seu Filho, ressuscitou o Filho dos mortos para promover a vida eterna, e enviou o ESPÍRITO SANTO para abastecer e equipar os seus santos.

Há pelo menos oito imagens no Novo Testamento que representam a relação de CRISTO com sua Igreja: (l)o Pastor e as ovelhas (Jo 10.1-30; At 20.28; Hb 13.20); (2) a Videira e os ramos (Jo 15.1-17); (3) a Pedra Angular ou a fundação e as pedras de um templo sagrado (Ef 2.20-22; 1 Co 3.9-17; 1 Pe 2.4-8); (4)    o Sumo Sacerdote e o reino de sacerdotes (Hb 5.1-10; 6.13-8.6; 1 Pe 2.5,9; Ap 1.6); (5)   a Cabeça e o corpo que tem muitos membros (Ef 1.22,23; 4.4,12,15; 5.23,30; 1 Co 12.12-27; Cl 1,18; 2.19); (6) o Noivo e a noiva (Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19,7,8); (7) O Primogênito entre muitos irmãos, ou as primícias (Rm 8.29; 1 Co 15.20,23; Ap 1.5); (8)     O Senhor e os servos (Ef 6.5-9; Cl 3.22- 4.1; 1 Co 7.22-23; Rm 6.18,22; Fp 1.1). Estas e outras descrições revelam que a vida da Igreja, sua santidade e sua unidade estão em CRISTO (Cl 3.3,4; 1 Co 1.30; Gl 3.28; Jo 17.21-23).

 

Ministério e Missão da Igreja

Como um corpo, um organismo vivo, a Igreja deveria crescer para a maturidade, “à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13; cf. vv. 14-16). Como ajuda para esse desenvolvimento, CRISTO deu alguns dons à sua Igreja, sob a forma de homens que realizariam várias tarefas. Alguns eram apóstolos, e outros eram profetas, evangelistas, pastores e doutores, para equipar os santos para a obra do ministério (Ef 4.11,12). Como os membros da Igreja eram batizados no ESPÍRITO SANTO, cada um tinha um dom espiritual, ou mais, para edificar os outros na comunidade de crentes (1 Co 12.4-13; Rm 12.3-8). Cada um deveria servir de acordo com sua chamada e com sua habilidade (1 Pe 4.10,11).

A Igreja também deveria crescer no sentido de expansão. Cada crente deveria ser uma testemunha de CRISTO por meio do poder do ESPÍRITO SANTO (At 1.8), levando o evangelho a todas as criaturas, e fazendo discípulos em todas as nações (Mc 16.15; Mt 28.19).

Embora todos os crentes tivessem uma posição igual perante CRISTO, o Cabeça, a Igreja organizou-se com a finalidade de assegurar seu funcionamento prático e ordenado aqui na terra. De certo modo, os apóstolos e os profetas eram sua fundação (Ef 2.20), os representantes autorizados por JESUS CRISTO para completar a revelação de sua Palavra para seu povo. Nesse sentido básico do apostolado, não poderia haver sucessão dos apóstolos depois daqueles que haviam testemunhado o ministério e a ressurreição do Senhor JESUS (At 1.21,22). Os apóstolos instituíram os diáconos (At 6.1-6) e os anciãos (ou presbíteros; At 14.23; 20.17- 38; Fp 1.1; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9; 1 Pe 5.1-4; Tg 5.14) para presidir as igrejas locais e dar-lhes a orientação necessária.

Qualquer que fosse a função na qual cada crente servisse, é importante observar que ele era escolhido e então guiado e capacitado pelo ESPÍRITO. De uma forma não especificada, o ESPÍRITO SANTO revelou que Barnabé e Paulo deveriam ser enviados como missionários, (At 13.1-3). Da mesma forma, os anciãos de Éfeso foram estabelecidos como líderes da comunidade pelo ESPÍRITO (At 20.28). Uma declaração profética acompanhou os dons espirituais conferidos a Timóteo em sua consagração (1 Tm 4.14). Paulo e Silas foram conduzidos a Trôade pelo ESPÍRITO (At 16.6-8).

Dessa forma, o principal ministério da Igreja consistia em servir ao seu Senhor (At 13.2a), adorá-lo como sacerdotes por meio do ESPÍRITO que habita dentro de cada um (Fp 3.3) e fazer sua vontade na terra, realizando sua obra por meio do poder do seu ESPÍRITO (Jo 14.12,16,17). A presença do sobrenatural tem caracterizado a Igreja em todos os momentos.

J. R. - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD

 

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Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman – Editora Vida

A Igreja

JESUS projetou, claramente, a existência duma sociedade de seus seguidores que daria aos homens seu Evangelho e ministraria à humanidade no seu ESPÍRITO, e que trabalharia pelo aumento do reino de DEUS como ele o fez. Ele não modelou nenhuma organização e nenhum plano de governo para essa sociedade... Ele fez algo mais grandioso que lhe dar organização — ele lhe concedeu vida. JESUS formou essa sociedade de seus seguidores chamando-os a unirem-se a ele, comunicando-lhes, durante o tempo em que esteve no mundo, tanto quanto fosse possível, de sua própria vida, de seu ESPÍRITO e de seu propósito. Ele prometeu continuar até ao fim do mundo concedendo sua vida à sua sociedade, à sua igreja. Podemos dizer que seu dom à igreja foi ele mesmo. — Robert Hastings Nichols.

 

I. A natureza da Igreja

Que é a igreja? A questão pode ser solucionada considerando: 1) As palavras que descrevem essa instituição; 2) As palavras que descrevem os cristãos; 3) As ilustrações que descrevem a igreja.

 

1. Palavras que descrevem a igreja.

A palavra grega no Novo Testamento para igreja é "ekklesia", que significa "uma assembleia de chamados para fora". O termo aplica-se a:

1) Todo o corpo de cristãos em uma cidade (Atos 11:22; 13:1.)

2) Uma congregação, (1Cor. 14:19,35; Rom. 16:5.)

3) Todo o corpo de crentes na terra. (Efés. 5:32.)

2. Palavras que descrevem os cristãos.

(a) Irmãos. A igreja é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas todas as divisões que separam a humanidade.

- "não há grego nem judeu": a mais profunda de todas as divisões baseadas na história religiosa é vencida;

- "não há grego nem bárbaro". a mais profunda de todas as divisões culturais é vencida;

- "não há servo ou livre". a mais profunda de todas as divisões sociais e econômicas é vencida;

- "não há macho nem fêmea". a mais profunda de todas as divisões humanas é vencida. (Vide Col. 3:11; Gál. 3:28.)

(b) Crentes. Os cristãos são chamados "crentes" porque sua doutrina característica é a fé no Senhor JESUS.

(c) Santos. São chamados "santos" (literalmente "consagrados ou piedosos") porque estão separados do mundo e dedicados a DEUS.

(d) Os eleitos. Refere-se a eles como "eleitos", ou os "escolhidos", porque DEUS os escolheu para um ministério importante e um destino glorioso.

(e) Discípulos. São "discípulos" (literalmente "aprendizes"), porque estão sob preparação espiritual com instrutores inspirados por CRISTO.

(f) Cristãos. São "cristãos" porque sua religião gira em tomo da Pessoa de CRISTO.

(g) Os do Caminho. Nos dias primitivos muitas vezes eram conhecidos como "os do Caminho" (Versão Brasileira) (Atos 9:2) porque viviam de acordo com uma maneira especial de viver.

 

3. Ilustrações da igreja.

(a) O corpo de CRISTO.

O Senhor JESUS CRISTO deixou este mundo há mais de dezenove séculos; entretanto, ele ainda está no mundo. Com isso queremos dizer que sua presença se faz sentir por meio da igreja, a qual é seu corpo. Assim como ele viveu sua vida natural na terra, em um corpo humano individual, assim também ele vive sua vida mística em um corpo tomado da raça humana em geral. Na conclusão dos Evangelhos não escrevemos: "Fim", mas, "Continua", porque a vida de CRISTO continua a ter expressão por meio dos seus discípulos como se evidencia no livro de Atos dos Apóstolos e pela subsequente história da igreja. "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (João 20:21). "Quem vos recebe, a mim me recebe" (Mat. 10:40). Antes de partir da terra, CRISTO prometeu assumir esse novo corpo. Entretanto, usou outra ilustração: "Eu sou a videira, vós as varas" (João 15:5). A videira está incompleta sem as varas e as varas nada são à parte da vida que flui da videira. Se CRISTO há de ser conhecido pelo mundo, terá que ser mediante aqueles que tomam o seu nome e participam de sua vida. Na medida em que a igreja se tem mantido em contato com CRISTO, sua Cabeça, assim tem participado de sua vida e experiências. Assim como CRISTO foi ungido no Jordão, assim também a igreja foi ungida no Pentecoste. JESUS andou pregando o Evangelho aos pobres, curando os quebrantados de coração, e pregando libertação aos cativos; e a verdadeira Igreja sempre tem seguido em suas pisadas. "Qual ele é, somos nós também neste mundo" (1João 4:17). Assim como CRISTO foi denunciado como uma ameaça política e, finalmente, crucificado, assim também sua igreja, em muitos casos, tem sido crucificada (figurativamente falando) por governantes perseguidores. Mas tal qual o seu Senhor, ela ressuscitou! A vida de CRISTO dentro dela a torna indestrutível. Este pensamento da identificação da igreja com CRISTO certamente estava na mente de Paulo quando falou: "na minha carne cumpro o resto das aflições de CRISTO, pelo corpo, que é a igreja" (Col. 1:24). O uso dessa ilustração faz lembrar que a igreja é um organismo e não meramente uma organização. Uma organização é um grupo de indivíduos voluntariamente associados com um propósito especial, tal como uma organização fraternal ou um sindicato. Um organismo é qualquer coisa viva, que se desenvolve pela vida inerente. Usado figuradamente, significa a soma total das partes entrelaçadas, na qual a relação mútua entre elas implica uma relação do conjunto. Desse modo, um automóvel poderia ser considerado uma "organização" de certas peças mecânicas; o corpo humano é um organismo porque é composto de muitos membros e órgãos animados por uma vida comum. O corpo humano é um, embora seja composto de milhões de células vivas. Da mesma maneira o corpo de CRISTO é um, embora composto de almas nascidas de novo. Assim como o corpo humano é vivificado pela alma, da mesma maneira o corpo de CRISTO é vivificado pelo ESPÍRITO SANTO. "Pois todos nós fomos batizados em um ESPÍRITO formando um corpo" (1Cor. 12:13). Os fatos supra citados indicam uma característica única da religião de CRISTO. Assim escreve W. H. Dunphy: Ele — e unicamente ele — dos fundadores de religião, produziu um organismo permanente, uma união permanente de mentes e almas, concentradas em torno de sua Pessoa. Os cristãos não são meramente seguidores de CRISTO, senão membros de CRISTO e membros uns dos outros. Buda reuniu sua sociedade de "esclarecidos", mas a relação entre eles não passa de relação externa, de mestre para com o aluno. O que os une é sua doutrina, e não a sua vida. O mesmo pode dizer-se de Zoroastro, de Sócrates, de Maomé, e dos outros gênios religiosos da raça. Mas CRISTO não somente é Mestre, ele é a vida dos cristãos. O que ele fundou não foi uma sociedade que estudasse e propagasse suas idéias, mas um organismo que vive por sua vida, um corpo habitado e guiado por seu ESPÍRITO.

(b) O templo de DEUS. (1Ped. 2:5,6.) Um templo é um lugar em que DEUS, que habita em toda parte, se localiza a si mesmo em determinado lugar, onde seu povo o possa achar "em casa". (1Reis 8:27.) Assim como DEUS morou no Tabernáculo e no templo, assim também vive, por seu ESPÍRITO, na igreja. (Efés 2:21,22; 1Cor. 3:16,17.) Neste templo espiritual os cristãos, como sacerdotes, oferecem sacrifícios espirituais, sacrifícios de oração, louvor e boas obras.

(c) A noiva de CRISTO. Essa é uma ilustração usada tanto no Antigo como no Novo Testamento para descrever a união e comunhão de DEUS com seu povo. (2 Cor. 11:2; Efés. 5:25-27; Apoc. 19:7; 21:2; 22:17.) Mas devemos lembrar que é somente uma ilustração, e não se deve forçar sua interpretação. O propósito dum símbolo é apenas iluminar um determinado lado da verdade e não o de prover o fundamento para uma doutrina.

 

II. A Fundação da Igreja

1. Considerada profeticamente.

Israel é descrito como uma igreja no sentido de ser uma nação chamada dentre as outras nações a ser um povo de servos de DEUS. (Atos 7:38.) Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, a palavra "congregação" (de Israel) foi traduzida "ekklesia" ou "igreja". Israel, pois, era a congregação ou a igreja de Jeová. Depois de a igreja judaica o ter rejeitado, CRISTO predisse a fundação duma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que continuaria sua obra no terra (Mat. 16:18). Essa é a igreja de CRISTO, que veio a ter existência no dia de Pentecoste.

 

2. Considerada Historicamente.

A igreja de CRISTO veio a existir, como igreja, no dia de Pentecoste, quando foi consagrada pela unção do ESPÍRITO. Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Êxo. 40:34), assim os primeiros membros da igreja foram congregados no cenáculo e consagrados como igreja pela descida do ESPÍRITO SANTO. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da "Shekinah" (a glória manifesta no Tabernáculo e no templo) que, havia muito, partira do templo, e cuja ausência era lamentada por alguns dos rabinos. Davi juntou os materiais para a construção do templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, JESUS, durante seu ministério terreno, havia juntado os materiais da sua igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido por seu sucessor, o ESPÍRITO SANTO. Realmente, essa obra foi feita pelo ESPÍRITO, operando mediante os apóstolos que lançaram os fundamentos e edificaram a igreja por sua pregação, ensino e organização. Portanto, a igreja é descrita como sendo "edificados sobre o fundamento dos apóstolos..." (Efés. 2:20).

 

III. Os membros da Igreja.

O Novo Testamento estabelece as seguintes condições para os membros da igreja:

- fé implícita no Evangelho e confiança sincera e de coração em CRISTO como o único e divino Salvador (Atos 16:31);

- submeter-se ao batismo nas águas como testemunho simbólico da fé em CRISTO; e

- confessar verbalmente essa fé. (Rom.10:9,10.)

No princípio, praticamente todos os membros da igreja eram verdadeiramente regenerados. "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (Atos 2:47). Entrar na igreja não era uma questão de unir-se a uma organização, mas de tornar-se membro de CRISTO, assim como o ramo é enxertado na árvore. No transcurso do tempo, entretanto, conforme a igreja aumentou em número e em popularidade, o batismo nas águas e a catequese tomaram o lugar da conversão. O resultado foi um influxo na igreja de grande número de pessoas que não eram cristãs de coração. E desde então, essa tem sido mais ou menos a condição da cristandade. Assim como nos tempos do Antigo Testamento havia um Israel dentro dum Israel, israelitas de verdade, bem como israelitas nominais, assim também no transcurso da história da igreja vemos uma igreja, dentro da igreja, cristãos verdadeiros no meio de cristãos apenas de nome. Portanto, devemos distinguir entre a igreja invisível, composta dos verdadeiros cristãos de todas as denominações, e a igreja visível, constituída de todos os que professam ser cristãos — a primeira, composta daqueles cujos nomes estão escritos no céu; a segunda, compreendendo aqueles cujos nomes estão registrados no rol de membros das igrejas. Nota-se a distinção em Mateus 13, onde o Senhor fala dos "mistérios do reino dos céus" — expressão essa que corresponde à designação geral "cristandade".

As parábolas nesse capítulo esboçam a história espiritual da cristandade entre o primeiro e o segundo advento de CRISTO, e nelas aprendemos que haverá uma mistura de bons e maus na igreja, até a vinda do Senhor, quando a igreja será purificada e se fará separação entre o genuíno e o falso. (Mat. 13:36-43, 47-49.) O apóstolo Paulo expressa a mesma verdade quando compara a igreja a uma casa na qual há muitos vasos, uns para honra e outros para desonra. (2Tim. 2:19-21). É a igreja sinônimo do reino de DEUS? Que a igreja seja uma fase do reino entende-se pelo ensino de Mat. 16: 18, 19, pelas parábolas em Mat. 13, e pela descrição de Paulo da obra cristã como sendo parte do reino de DEUS (Col. 4:11). Sendo "o reino dos céus" uma expressão extensa, podemos descrever a igreja como uma parte do reino. William Evans assim escreveu: "A igreja pode ser considerada como uma parte do reino de DEUS, assim como o Estado de Illinois é parte dos Estados Unidos." A igreja prega a mensagem que trata do novo nascimento do homem, pelo qual se obtém entrada no reino de DEUS (João 3:3-5; 1Ped. 1:23.)

 

IV. A obra da Igreja.

1. Pregar a salvação.

A obra da igreja é pregar o Evangelho a toda a criatura (Mat. 28:19, 20), e explanar o plano da salvação tal qual é ensinado nas Escrituras. CRISTO tornou acessível a salvação por provê-la; a igreja deve torná-la real por proclamá-la.

 

2. Prover meios de adoração.

Israel possuía um sistema de adoração divinamente estabelecido, pelo qual se chegava a DEUS em todas as necessidades e crises da vida. Assim também a igreja deve ser uma casa de oração para todos os povos, onde DEUS é cultuado em adoração, oração e testemunho.

 

3. Prover comunhão religiosa.

O homem é um ser social; ele anela comunhão e intercâmbio de amizade. é natural que ele se congregue com aqueles que participam dos mesmos interesses. A igreja provê uma comunhão baseada na Paternidade de DEUS e no fato de ser JESUS o Senhor de todos. É uma fraternidade daqueles que participam duma experiência espiritual comum. O calor dessa comunhão era uma das características notáveis da igreja primitiva. Num mundo governado pela máquina política do Império Romano, em que o indivíduo era praticamente ignorado, os homens anelavam uma comunhão onde pudessem livrar-se do sentimento de solidão e desamparo. Em tal mundo, uma das características mais atraentes da igreja era o calor e a solidariedade da comunhão — comunhão em que todas as distinções terrenas eram eliminadas e os homens e mulheres tomavam-se irmãos e irmãs em CRISTO.

 

4. Sustentar uma norma de conduta moral.

A igreja é "a luz do mundo", que afasta a ignorância moral; é o "sal da terra", que a preserva da corrupção moral. A igreja deve ensinar aos homens como viver bem, e a maneira de se preparar para a morte. Deve proclamar o plano de DEUS para regulamentar todas as esferas da vida e sua atividade. Contra as tendências para a corrupção da sociedade, deve ela levantar a sua voz de admoestação.

Em todos os pontos de perigo deve colocar uma luz como sinal de perigo.

 

V. As ordenanças da Igreja

O Cristianismo no Novo Testamento não é uma religião ritualista; a essência do Cristianismo é o contato direto do homem com DEUS por meio do ESPÍRITO. Portanto, não há uma ordem de adoração dogmática e inflexível, antes permitindo à igreja, em todos os tempos e países, a liberdade de adotar o método que lhe seja mais adequado, para a expressão de sua vida. Não obstante, há duas cerimônias que são essenciais, por serem divinamente ordenadas, a saber, o batismo nas águas e a Ceia do Senhor. Em razão de seu caráter sagrado, elas, às vezes, são descritas como sacramentos, literalmente, "coisas sagradas", ou "juramentos consagrados por um rito sagrado". Também são elas mencionadas como ordenanças porque são "ordenadas" pelo próprio Senhor.

O batismo nas águas é o rito do ingresso na igreja cristã, e simboliza o começo da vida espiritual. A Ceia do Senhor é o rito de comunhão e significa a continuação da vida espiritual. O primeiro sugere a fé em CRISTO; o segundo sugere a comunhão com CRISTO. O primeiro é administrado somente uma vez, porque pode haver apenas um começo da vida espiritual; o segundo é administrado freqüentemente, ensinando que a vida espiritual deve ser alimentada.

 

1. O batismo.

(a) O modo. A palavra "batizar", usada na fórmula de Mateus 28:19.20. significa literalmente mergulhar ou imergir. Essa interpretação é confirmada por eruditos da língua grega e pelos historiadores da igreja. Mesmo eruditos pertencentes a igrejas que batizam por aspersão admitem que a imersão era o modo primitivo de batizar. Além disso, há razões para crer que para os judeus dos tempos apostólicos, o mandamento de ser "batizado" sugeriria "batismo de prosélito", que significava a conversão dum pagão ao Judaísmo. O convertido estava de pé na água, até ao pescoço, enquanto era lida a lei, depois do que ele mesmo se submergia na água, como sinal de que fora purificado das contaminações do paganismo e que começara uma nova vida como membro do povo da aliança. De onde veio, então, a prática da aspersão e de derramar a água? Quando a igreja abandonou a simplicidade do Novo Testamento, e foi influenciada pelas idéias pagãs, atribuiu importância antibiblica ao batismo nas águas, o qual veio a ser considerado inteiramente essencial para se alcançar a regeneração. Era, portanto, administrado aos enfermos e moribundos. Posto que a imersão não era possível em tais casos, o batismo era administrado por aspersão. Mais tarde, por causa da conveniência do método, este generalizou-se. Também, por causa da importância da ordenança, era permitido derramar a água quando não havia suficiente para praticar a imersão. Notem a seguinte citação dum antigo escritor do segundo século, agora concernente ao batismo, batiza assim: havendo ensinado todas essas coisas, batiza em nome do Pai, do Filho, e do ESPÍRITO SANTO, em água viva (corrente). E se não tiveres água viva, batiza em outra água; e se não podes em água fria, então em água morna. Mas se não tiveres nem uma nem outra, derrama água três vezes sobre a cabeça, em o nome do Pai e do Filho e do ESPÍRITO SANTO. Não obstante, o modo bíblico e original é imersão, o qual corresponde ao significado simbólico do batismo, a saber, morte, sepultura e ressurreição. (Rom. 6:1-4.)

 

(b) A fórmula. "Batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do ESPÍRITO SANTO" (Mat. 28:19). Como vamos reconciliar isso com o mandamento de Pedro: "...cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO"? (Atos 2:38). Estas últimas palavras não representam uma fórmula batismal, porém uma simples declaração afirmando que recebiam batismo as pessoas que reconheciam JESUS como Senhor e CRISTO. Por exemplo, o "Didaquê", um documento cristão escrito cerca do ano 100 A.D., fala do batismo cristão celebrado em nome do Senhor JESUS, mas o mesmo documento, quando descreve o rito detalhadamente, usa a fórmula trinitária. Quando Paulo fala que Israel foi batizado no Mar Vermelho "em Moisés", ele não se refere a uma fórmula que se pronunciasse na ocasião; ele simplesmente quer dizer que, por causa da passagem milagrosa através do Mar Vermelho, os israelitas aceitaram Moisés como seu guia e mestre como enviado do céu. Da mesma maneira, ser batizado em nome de JESUS significa encomendar-se inteira e eternamente a ele como Salvador enviado do céu, e a aceitação de sua direção impõe a aceitação da fórmula dada por JESUS no capítulo 28 de Mateus. A tradução literal de Atos 2:38 é: "seja batizado sobre o nome de JESUS CRISTO". Isso significa, segundo o dicionário de Thayer, que os judeus haviam de "repousar sua esperança e confiança em sua autoridade messiânica". Note-se que fórmula trinitária é descrita duma experiência. Aqueles que são batizados em nome do triúno DEUS, por esse meio estão testificando que foram submergidos em comunhão espiritual com a Trindade. Desse modo pode-se dizer acerca deles: "A graça do Senhor JESUS CRISTO e o amor de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITO SANTO seja com vós todos" (2 Cor. 13:13).

 

(c) O recipiente. Todos os que sinceramente se arrependem de seu pecado, professam a fé no Senhor JESUS, são elegíveis para o batismo. Na igreja apostólica o rito era acompanhado das seguintes expressões exteriores:

1) Profissão de fé. (Atos 8:37.)

2) Oração. (Atos 22:16.)

3) Voto de consagração. (1 Ped. 3:21.)

Visto que os infantes não têm pecados de que se arrepender e não podem exercer a fé, logicamente são excluídos do batismo nas águas. Com isso não os estamos impedindo que venham a CRISTO (Mat. 19:13,14), pois eles podem ser consagrados a JESUS em culto publico.

 

(d) A eficácia. O batismo nas águas, em si não tem poder para salvar; as pessoas são batizadas, não para serem salvas, mas porque já são salvas. Portanto, não podemos dizer que o rito seja absolutamente essencial para a salvação. Mas podemos insistir em que seja essencial para a integral obediência a CRISTO. Como a eleição do presidente da nação se completa pela sua posse do governo, assim a eleição do convertido pela graça e pela glória de DEUS se completa por sua pública admissão como membro da igreja de CRISTO.

 

(e) O significado. O batismo sugere as seguintes idéias:

1) Salvação. O batismo nas águas é um drama sacro (se nos permitem falar assim), representando os fundamentos do Evangelho. A descida do convertido às águas retrata a morte de CRISTO efetuada; a submersão do convertido fala da morte ratificada, ou seja, o seu sepultamento; o levantamento do converso significa a conquista sobre a morte, isto é a ressurreição de CRISTO.

2) Experiência. O fato de que esses atos são efetuados com o próprio convertido demonstra que ele se identificou espiritualmente com CRISTO. A imersão proclama a seguinte mensagem: "CRISTO morreu pelo pecado para que este homem morresse para o pecado." O levantamento do convertido expressa a seguinte mensagem: "CRISTO ressuscitou dentre os mortos a fim de que este homem pudesse viver uma nova vida de justiça."

3) Regeneração. A experiência do novo nascimento tem sido descrita como uma, "lavagem" (literalmente "banho", Tito 3:5), porque por meio dela, os pecados e as contaminações da vida de outrora foram lavados. Assim como o lavar com água limpa o corpo, assim também DEUS, em união com a morte de CRISTO e pelo ESPÍRITO SANTO, purifica a alma. O batismo nas águas simboliza essa purificação. "Levanta-te, e lava os teus pecados (isto é, como sinal do que já se efetuou)" (Atos 22:16).

4) Testemunho. "Porque todos quantos fostes batizados em CRISTO já vos revestistes de CRISTO" (Gál. 3:27). O batismo nas águas significa que o convertido, pela fé, "vestiu-se" do caráter de CRISTO de modo que os homens podem ver a CRISTO nele, como se vê o uniforme no soldado. Pelo rito de batismo, o convertido, figurativamente falando, publicamente veste o uniforme do reino de CRISTO.

 

2. A ceia de Senhor. Pontos principais.

Define-se a Ceia do Senhor ou Comunhão como o rito distintivo da adoração cristã, instituído pelo Senhor JESUS na véspera de sua morte expiatória. Consiste na participação solene do pão e vinho, os quais, sendo apresentados ao Pai em memória do sacrifício inexaurível de CRISTO, tornam-se um meio de graça pelo qual somos incentivados a uma fé mais viva e fidelidade maior a ele. Os seguintes são os pontos-chave dessa ordenança:

(a) Comemoração. "Fazei isto em memória de mim." Cada ano, no dia 4 de julho, o povo norte-americano recorda de maneira especial o evento que o fez um povo livre. (*[1]) Cada vez que um grupo de cristãos se congrega para celebrar a Ceia do Senhor, estão comemorando, dum modo especial, a morte expiatória de CRISTO que os libertou dos pecados. Por que recordar a sua morte mais do que qualquer outro evento de sua vida? Porque a sua morte foi o evento culminante de seu ministério e porque somos salvos, não meramente por sua vida e seus ensinos, embora sejam divinos, mas por seu sacrifício expiatório.

(b) Instrução. A Ceia do Senhor é uma lição objetiva que expõe os dois fundamentos do Evangelho:

1) A encarnação. Ao participar do pão, ouvimos o apóstolo João dizer: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nos" (João 1:14); ouvimos o próprio Senhor declarar: "Porque o pão de DEUS é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo" (João 6:33).

2) A expiação. Mas as bênçãos incluídas na encarnação nos são concedidas mediante a morte de CRISTO. O pão e o vinho simbolizam dois resultados da morte: a separação do corpo e da vida, e a separação da carne e do sangue. O simbolismo do pão partido é que o Pão deve ser quebrantado na morte (Calvário) a fim de ser distribuído entre os espiritualmente famintos; o vinho derramado nos diz que o sangue de CRISTO, o qual é sua vida, deve ser derramado na morte a fim de que seu poder purificador e vivificante possa ser outorgado às almas necessitadas.

 

(c) Inspiração. Os elementos, especialmente o vinho, nos lembram que pela fé podemos ser participantes da natureza de CRISTO, isto é, ter "comunhão com ele". Ao participar do pão e do vinho da Ceia, o ato nos recorda e nos assegura que, pela fé, podemos verdadeiramente receber o ESPÍRITO de CRISTO e ser o reflexo do seu caráter.

 

(d) Segurança. Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue"! (1 Cor. 11:25). Nos tempos antigos a forma mais solene de aliança era o pacto de sangue, que era selado ou firmado com sangue sacrificial. A aliança feita com Israel no Monto Sinai foi um pacto de sangue. Depois que DEUS expôs as suas condições e o povo as aceitou, Moisés tomou uma bacia cheia de sangue sacrificial e aspergiu a metade sobre o altar do sacrifício, significando esse ato que DEUS se havia comprometido a cumprir a sua parte do convênio; em seguida, ele aspergiu o resto do sangue sobre o povo, comprometendo-o, desse modo, a guardar também a sua parte do contrato (Êxo. 24:3-8). A nova aliança firmada por JESUS é um pacto de sangue. DEUS aceitou o sangue de CRISTO (Heb. ?); portanto, comprometeu-se, por causa de CRISTO, a perdoar e salvar a todos os que vierem a ele. O sangue de CRISTO é a divina garantia de que ele ser benévolo e misericordioso para aquele que se arrepende. A nossa parte nesse contrato é crer na morte expiatória de CRISTO. (Rom. 3:25,26.) Depois, então poderemos testificar que foram aspergidos com o sangue da nova aliança. (1Ped. 1:2.)

 

(e) Responsabilidade. Quem deve ser admitido ou excluído da Mesa do Senhor? Paulo trata da questão dos que são dignos do sacramento em 1Cor. 11:20-34. "Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber este cálice do Senhor indignamente, será culpado (uma ofensa ou pecado contra) do corpo e do sangue do Senhor." Quer isso dizer que somente aqueles que são dignos podem chegar-se à Mesa do Senhor? Então, todos nós estamos excluídos! Pois quem dentre os filhos dos homens é digno da mínima das misericórdias de DEUS? Não, o apóstolo não está falando acerca da indignidade das pessoas, mas da indignidade das ações. Sendo assim, por estranho que pareça, é possível a uma pessoa indigna participar dignamente. E em certo sentido, somente aqueles que sinceramente sentem a sua indignidade estão aptos para se aproximar da Mesa; os que se justificam a si mesmos nunca serão dignos. Outrossim, nota-se que as pessoas mais profundamente espirituais são as que mais sentem a sua indignidade. Paulo descreve-se a si mesmo como o "principal dos pecadores" (1Tim. 1:15). O apóstolo nos avisa contra os atos indignos e a atitude indigna ao participar desse sacramento. Como pode alguém participar indignamente? Praticando alguma coisa que nos impeça de claramente apreciar o significado dos elementos, e de nos aproximarmos em atitude solene, meditativa e reverente. No caso dos coríntios o impedimento era sério, a saber, a embriaguez.

 

VI. A Adoração da Igreja.

Das epístolas de Paulo inferimos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor, e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a "Festa de Amor" ("ágape", em língua grega). O primeiro era culto público; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos.

 

1. O culto público.

O culto público, segundo o historiador Robert Hastings Nichols, era "realizado pelo povo conforme o ESPÍRITO movesse as pessoas". Citamos um trecho dos escritos desse historiador: Oravam a DEUS e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de JESUS. Quando os apóstolos enviavam cartas às igrejas, a exemplo das Epístolas do Novo Testamento, essas também eram lidas. Esse singelo culto podia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do ESPÍRITO na forma de profecia, línguas e interpretações, ou por alguma iluminação inspirada sobre as Escrituras. Essa característica da adoração primitiva é reconhecida por todos os estudantes sérios da história da igreja, não importando sua filiação denominacional ou escola de pensamento. Pela leitura de 1Cor. 14:24, 25 sabemos que essa adoração inspirada pelo ESPÍRITO era um meio poderoso de atrair e evangelizar os não-convertidos.

 

2. O culto particular.

Lemos que os primeiros cristãos perseveraram no "partir do pão" (Atos 2:42). Descrevem essas palavras uma refeição comum ou a celebração da Ceia do Senhor? Talvez ambas. É possível que houvesse acontecido o seguinte: no princípio a comunhão dos discípulos entre si era tão unida e vital que tomavam suas refeições em comum. Ao sentarem-se à mesa para pedir a bênção de DEUS sobre o alimento, vinha-lhes à lembrança a última Páscoa de CRISTO, e assim essa bênção sobre o alimento espontaneamente se estendia em culto de adoração. Dessa forma, em muitos casos, é difícil dizer se os discípulos faziam uma refeição comum ou participavam da Comunhão. A vida e a adoração a DEUS estavam intimamente relacionadas naqueles dias! Porém muito cedo os dois atos, o partir do pão e a Ceia do Senhor, foram distinguidos, de forma que o segundo se tomou a ordem do culto: em determinado dia os cristãos reuniam-se para comer uma refeição sagrada de comunhão, conhecida como a Festa de Amor, a qual era uma refeição alegre e sagrada, simbolizando o amor fraternal. Todos traziam provisões e delas participavam todos em comum. Em 1Cor. 11:21,22 Paulo censura o egoísmo daqueles que comiam seus alimentos sem distribuí-los entre os pobres. Ao terminar a Festa de Amor, celebrava-se a Ceia do Senhor. Na igreja de Corinto alguns se embriagavam durante o "ágape" e participavam do sacramento nessa condição indigna. Mais tarde, no primeiro século, a Ceia do Senhor foi separada do "ágape" e celebrada na manhã do Dia do Senhor.

 

VII. A Organização da Igreja

1 - O Governo da Igreja.

É evidente que o propósito do Senhor era que houvesse uma sociedade de seus seguidores que comunicasse seu Evangelho aos homens e o representasse no mundo. Mas ele não moldou nenhuma organização ou plano de governo; não estabeleceu nenhuma regra detalhada de fé e prática. Entretanto, ele ordenou os dois singelos ritos de batismo e comunhão. Ao mesmo tempo, ele não desprezou a organização, pois sua promessa concernente ao Consolador vindouro deu a entender que os apóstolos seriam guiados em toda a verdade concernente a esses assuntos. O que ele fez para a igreja foi algo mais elevado do que organização: ele lhe concedeu sua própria vida, tornando-a em organismo vivo. Assim como o corpo vivo se adapta ao meio ambiente, semelhantemente, ao corpo vivo de CRISTO foi dada liberdade para selecionar suas próprias formas de organização, segundo suas necessidades e circunstâncias. Naturalmente, a igreja não era livre para seguir nenhuma manifestação contrária aos ensinos de CRISTO ou à doutrina apostólica. Qualquer manifestação contrária aos princípios das Escrituras é corrupção. Durante os dias que se seguiram ao Pentecoste, os crentes praticamente não tinham nenhuma organização, e por algum tempo faziam os cultos em suas casas e observavam as horas de oração no templo. (Atos 2:46.) Isso foi completado pelo ensino e comunhão apostólicos. Ao crescer numericamente a igreja, a organização originou-se das seguintes causas: primeira, oficiais da igreja foram escolhidos para resolver as emergências que surgiam, como, por exemplo, em Atos 6:1-5; segunda, a possessão de dons espirituais separava certos indivíduos para a obra do ministério.

As primeiras igrejas eram democráticas em seu governo, circunstância natural em uma comunidade onde o dom do ESPÍRITO SANTO estava disponível a todos, e onde toda e qualquer pessoa podia ser dotada de dons para um ministério especial. É verdade que os apóstolos e anciãos presidiam às reuniões de negócios e à seleção dos oficiais; mas tudo se fez em cooperação com a igreja. (Atos 6:3-6; 15:22; 1Cor. 16:3; 2Cor. 8:19; Fil. 2:25.) Pelo que se lê em Atos 14:23 e Tito 1:5, poderá entender-se que Paulo e Barnabé nomearam anciãos sem consultar a igreja; mas historiadores eclesiásticos de responsabilidade afirmam que eles os "nomearam" da maneira usual, pelo voto dos membros da igreja. Vemos claramente que no Novo Testamento não há apoio para uma fusão das igrejas em uma "máquina eclesiástica" governada por uma hierarquia. Nos dias primitivos não havia nenhum governo centralizado abrangendo toda a igreja. Cada igreja local era autônoma e administrava seus próprios negócios com liberdade. Naturalmente os "Doze Apóstolos" eram muito respeitados por causa de suas relações com CRISTO, e exerciam certa autoridade. (Vide Atos 15.)

Paulo exercia certa supervisão sobre as igrejas gentílicas; entretanto, essa autoridade era puramente espiritual, e não uma autoridade oficial tal como se outorga numa organização. Embora que cada igreja fosse independente da outra, quanto à jurisdição, as igrejas do Novo Testamento mantinham relações cooperativas umas com as outras. (Rom. 15:26, 27; 2Cor. 8:19; Gál. 2:10; Rom. 15:1; 3João 8.) Nos séculos primitivos as igrejas locais, embora nunca lhes faltasse o sentimento de pertencerem a um só corpo, eram comunidades independentes e com governo próprio, que mantinham relações umas com as outras, não por uma organização política que as reunisse todas elas, mas por uma comunhão fraternal mediante visitas de delegados, intercâmbio de cartas, e alguma assistência recíproca indefinida na escolha e consagração de pastores.

 

2. O ministério da igreja.

No Novo Testamento são reconhecidas duas classes de ministério:

1) O ministério geral e profético geral, porque era exercido com relação às igrejas de modo geral mais do que em relação a uma igreja particular, e profético, por ser criado pela possessão de dons espirituais.

2) O ministério local e prático local porque era limitado a uma igreja, e prático, porque tratava da administração da igreja.

 

(a) O ministério geral e profético.

1) Apóstolos. Eram homens que receberam sua comissão do próprio CRISTO em pessoa (Mat. 10:5; Gál. 1:1), que haviam visto a CRISTO depois de sua ressurreição (Atos 1:22; 1Cor. 9:1); haviam gozado duma inspiração especial (Gál. 1:11,12; 1Tess. 2:13); exerciam um poder administrativo sobre as igrejas (1Cor. 5:3-6; 2Cor. 10:8; João 20:22, 23); levavam credenciais sobrenaturais (2Cor. 12:12), e cujo trabalho principal era estabelecer igrejas em campos novos. (2Cor. 10:16.) Eram administradores da igreja e organizadores missionários, chamados por CRISTO e cheios do ESPÍRITO. Os "doze" apóstolos de JESUS, e Paulo (que por sua chamada especial constituía uma classificação à parte), eram apóstolos por preeminência; entretanto, o título de apóstolo também foi outorgado a outros que se ocupavam na obra missionária. A palavra "apóstolo" significa simplesmente "missionário". (Atos 14:14; Rom. 16:7.) Tem havido apóstolos desde então? A relação dos doze para com CRISTO foi uma relação única que ninguém desde então pôde ocupar. Sem dúvida, a obra de homens tais como João Wesley, com toda razão, pode ser considerada como apostólica.

2. Profetas. Eram os dotados do dom de expressão inspirada. Desde os primeiros dias até ao fim do século constantemente apareceram, nas igrejas cristãs profetas e profetisas. Enquanto o apóstolo e o evangelista levavam sua mensagem aos incrédulos (? 2:7,8), o ministério do profeta, era particularmente entre os cristãos. Os profetas viajavam de igreja em igreja, tanto como os evangelistas o fazem na atualidade; não obstante, cada igreja tinha profetas que eram membros ativos dela.

3. Mestres. Eram os dotados de dons para a exposição da Palavra. Tal qual os profetas, muitos deles viajavam de igreja em igreja.

(b) O ministério local e prático. O ministério local, que era nomeado pela igreja, com base de certas qualidades (1Tim. cap. 3), incluía os seguintes:

1. Presbíteros, ou anciãos, aos quais foi dado o título de "bispo", que significa supervisor, ou que serve de superintendente. Exerciam a superintendência geral sobre a igreja local, especialmente em relação ao cuidado pastoral e à disciplina. Seus deveres eram, geralmente de natureza espiritual. Às vezes se chamam "pastores". (Efés. 4:11, Vide Atos 20:28.) Durante o primeiro século cada comunidade cristã era governada por um grupo de anciãos ou bispos, de modo que não havia um obreiro só fazendo para a igreja o que um pastor faz no dia de hoje. No princípio do terceiro século colocava-se um homem à frente de cada comunidade com o título de pastor ou bispo.

2. Associados com os presbíteros havia um número de obreiros ajudantes chamados diáconos (Atos 6:1-4; 1Tim. 3:8-13; Fil. 1:1) e diaconisas (Rom. 16:1; Fil. 4:3), cujo trabalho parece, geralmente, ter sido o de visitar de casa em casa e exercer um ministério prático entre os pobres e necessitados (1Tim. 5:8-11). Os diáconos também ajudavam os anciãos na celebração da Ceia do Senhor.

 

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Lição 1 2024 1Tr24 – NA ÍNTEGRA

Escrita Lição 1, CPAD, A ORIGEM DA IGREJA, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA
1. No Antigo Testamento

2. No Novo Testamento

3. Na história cristã

II – A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1. A Igreja como um ideal de DEUS

2. A Igreja como uma realidade concreta

3. A Igreja no Pentecostes

III – A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS

 SALVOS
1. Regenerados pelo sangue de CRISTO

2. Selados pelo ESPÍRITO SANTO

3. O Batismo de CRISTO e do ESPÍRITO


TEXTO ÁUREO
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO.” (At 2.38)


VERDADE PRÁTICA
A Igreja é a família de DEUS, comprada com o sangue de CRISTO e selada com o ESPÍRITO SANTO.


LEITURA DIÁRIA
Segunda – Dt 4.10 O povo de DEUS reunido debaixo do Antigo Pacto
Terça – At 20.28 A Igreja foi comprada com o sangue de CRISTO
Quarta – Ef 1.3-6 A Igreja idealizada em DEUS
Quinta – Mt 16.18 A Igreja como propriedade exclusiva de DEUS
Sexta – At 2.42-47 A Igreja como uma comunidade de salvos
Sábado – 1 Co 12.13 A Igreja selada com o ESPÍRITO SANTO


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.1,2; 37,38
1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
37 - Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 - E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados, e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO.

  

HINOS SUGERIDOS: 247, 432, 434 da Harpa Cristã


PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
O propósito deste trimestre é estudar a respeito da doutrina da Igreja segundo a sua origem, natureza e missão neste mundo. Nesta primeira lição, abordaremos o tema da origem da Igreja. Procuraremos responder as seguintes questões: Como o povo de DEUS é formado na Bíblia? Como a Igreja foi planejada por DEUS? O que a Igreja de fato é?
Para tratar desses e outros assuntos, contaremos com o pastor José Gonçalves, líder da Assembleia de DEUS em Água Branca (PI), mestre em Teologia, graduado em Filosofia, escritor de diversas obras editadas pela CPAD e membro da Comissão de Apologética da CGADB.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Descrever a trajetória do povo de DEUS na Bíblia e na história; II) Apresentar a Igreja como criação divina; III) Identificar a Igreja como a comunidade de salvos.
B) Motivação: Uma das imagens bíblicas mais interessantes a respeito da Igreja pode ser contemplada a partir desta expressão: “o Corpo de CRISTO”. Tal expressão revela que a Igreja não é uma mera associação, mas uma instituição orgânica e divina que foi estabelecida pelo próprio DEUS. Você se sente conscientemente parte desse Corpo?
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico desta lição apresenta o desenvolvimento do Povo de DEUS ao longo da Bíblia. No Antigo Testamento, ele aparece como a nação de Israel; no Novo, como a Igreja de CRISTO. Para enfatizar o desenvolvimento do conceito de Igreja, expanda o conteúdo do subtópico “Na história cristã”, mostrando como esse conceito foi desenvolvido ao longo do tempo. Para isso, consulte obras especializadas como “DEUS e o Seu Povo”, editada pela CPAD, e, a partir do conceito apresentado na lição, aprofunde o conceito de Igreja ao longo da história com a classe. Você pode apresentar esse conceito expandido da Igreja por meio de projeção digital ou de notas distribuídas previamente a cada aluno.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Só faz parte da Igreja, o Corpo de CRISTO, quem é regenerado, justificado, santificado pelo Senhor JESUS e selado pelo ESPÍRITO SANTO. Aqui, é muito importante afirmar que a natureza da Igreja é celestial, pois não nos congregamos a ela por mera vontade humana, mas pela obra de CRISTO na cruz mediante ao arrependimento e fé, na força do ESPÍRITO SANTO.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Termo EKKLÊSIA”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda a compreensão técnica a respeito da origem bíblica da Igreja; 2) O texto “A Origem da Igreja”, ao final do segundo tópico, amplia a reflexão a respeito da origem da concreta da Igreja de CRISTO.

 

PALAVRA-CHAVE - Igreja


INTRODUÇÃO
Uma rápida leitura do Novo Testamento é suficiente para percebermos o que a Igreja é de fato e que importância ela tem. Para os apóstolos e os primeiros cristãos a Igreja era relevante. Paulo, por exemplo, a denominou de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15); e Pedro a chamou de “geração eleita” (1 Pe 2.9). Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia, de fato, revela sobre a Igreja de DEUS. Veremos que a ekklesia, a Igreja de DEUS, longe de ser meramente uma associação de pessoas, é uma instituição divina.


I – O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA
1. No Antigo Testamento

O termo hebraico qahal é usado para se referir a um ajuntamento do povo de DEUS debaixo do Antigo Pacto. Nesse aspecto, o seu uso é o de “uma convocação para uma assembleia” ou “o ato de reunir-se em assembleia”. Dessa forma, qahal é descrito como o povo reunido (Dt 4.10); congregação do povo (Jz 20.2); multidão (1 Sm 17.47 – NAA); congregação (1 Rs 8.22); congregação de Israel (1 Cr 13.2) e grande ajuntamento (Ne 5.7). O termo qahal, portanto, no contexto do Antigo Testamento, se refere ao Israel étnico, uma nação que se juntava ou reunia tanto com fins cúlticos ou não.


2. No Novo Testamento

O termo grego ekklesia se refere à igreja cristã. Contudo, no contexto neotestamentário, o seu sentido diferirá do que lhe é dado no Antigo Testamento, tanto na forma como na função. Não é apenas uma raça ou nação, mas todos aqueles, de diferentes raças e nações, que foram comprados pelo sangue de CRISTO (Ef 3.6; At 20.28; Ap 5.9). Assim, o seu sentido no Novo Testamento é majoritariamente sacro, isto é, de uma assembleia de crentes que se juntaram para adorar a DEUS (At 12.5; 13.1). Não é apenas um ajuntamento de pessoas, mas uma assembleia de crentes regenerados que se reúnem para adorar a DEUS. JESUS, por exemplo, usou o termo ekklesia com um sentido exclusivo – o povo adquirido pelo seu sangue (Mt 16.18). Dessa forma, o uso paulino de ekklesia, nas suas epístolas, designa sempre a comunidade dos salvos. Assim vemos Paulo saudando a igreja (1 Co 1.2); ensinando as igrejas (1 Co 7.17); disciplinando o uso dos dons na adoração da igreja (1 Co 14.4,5,12,19,23,28,33,34,35) e dando diretrizes à igreja (1 Co 16.1).


3. Na história cristã

Há quem creia que a Igreja subsiste governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele. Evidentemente, a tradição protestante rejeita esse conceito, visto que ele não reflete o contexto do Novo Testamento onde a figura do sucessor de Pedro é totalmente estranha e desconhecida. Após a Reforma do século XVI, a tradição protestante procurou dar um sentido bíblico e mais preciso a respeito do que uma igreja é de fato. Em uma grande denominação protestante histórica, a Igreja é definida como “uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”. Por outro lado, de acordo com um documento de uma grande denominação pentecostal americana, entendemos a Igreja como “o corpo de CRISTO, a habitação de DEUS através do ESPÍRITO SANTO, com divinas nomeações para cumprimento de sua Grande Comissão onde cada crente, nascido do ESPÍRITO, é parte integrante da Assembleia Universal e da Igreja dos primogênitos, que estão inscritos no Céu” (Ef 1.22,23; 2.22; Hb 12.23).


SINÓPSE I - O desenvolvimento do povo de DEUS é mostrado ao longo da Bíblia e da história cristã.


Auxílio Teológico - O TERMO EKKLÊSIA
“JESUS assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a primeira entre mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega primária para ‘igreja’: ekklęsia, composta com a preposição ek (“fora de”) e o verbo kaleõ (“chamar”). Logo, ekklęsia denotava originalmente um grupo de cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O termo é conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e Eurípedes. Este conceito de ekklęsia prevalecia especialmente na capital, Atenas, onde os líderes políticos eram convocados como assembleia constituinte até quarenta vezes por ano.1 O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. Em Atos 19.32,41, por exemplo, ekklęsia refere-se à turba enfurecida de cidadãos que se reuniu em Éfeso para protestar contra os efeitos do ministério de Paulo.2 Na maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se àqueles que DEUS tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu Filho, JESUS CRISTO, e que se tornaram “concidadãos dos santos e da família de DEUS” (Ef 2.19). Ekklęsia é sempre empregada às pessoas e também identifica as reuniões destas para adorar e servir ao Senhor” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

 

II – A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1. A Igreja como um ideal de DEUS

Desde a eternidade, a Igreja estava no coração de DEUS e foi idealizada por Ele. Em sua essência, ela é um projeto divino: “Como também nos elegeu nele [CRISTO] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Na sua Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala de um “mistério” que estava oculto (Ef 3.3-6). Esse mistério que fora revelado era exatamente a Igreja! Na mente de DEUS, portanto, a Igreja já existia. O amor de DEUS fez com que Ele provesse um plano para salvar o homem caído. Assim, CRISTO amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.25). Assim, a Igreja é formada por pessoas que estavam no pecado, a caminho da condenação eterna, mas que, graças ao Evangelho, tiveram suas vidas transformadas.”

2. A Igreja como uma realidade concreta

Como vimos, a Igreja não ficou apenas na mente de DEUS; ela passou a existir de uma forma concreta. O início da Igreja acontece na plenitude dos tempos: “mas, vindo a plenitude dos tempos, DEUS enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Dessa forma, DEUS faz “congregar em CRISTO todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10). Então, surge a pergunta: “Quando a Igreja passou a existir de fato? Quando ela se estabeleceu na sua forma concreta?” A maioria dos teólogos defende que foi no Pentecostes. A Igreja, por exemplo, não é citada nos Evangelhos de Marcos, Lucas e João. Mateus fala de sua existência, mas como um evento futuro (Mt 16.18).

3. A Igreja no Pentecostes

Depois do Pentecostes, Lucas destaca que “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). Dessa forma, a Igreja, que existia apenas no coração e na mente de DEUS, se tornava uma realidade concreta quando o ESPÍRITO SANTO é derramado no Pentecostes após a ressurreição de JESUS (At 2.1,2).


SINÓPSE II - A Igreja surgiu como o ideal de DEUS na eternidade e tornou-se realidade concreta no Pentecostes.


Auxílio Teológico - A ORIGEM DA IGREJA
“Várias são as razões para crermos que a Igreja teve sua origem, ou pelo menos foi publicamente reconhecida pela primeira vez, no dia de Pentecostes. Embora na era pré-cristã DEUS certamente se associasse a uma comunidade pactual de fiéis, não há evidências claras de que o conceito de Igreja existisse no período do Antigo Testamento. Ao citar expressamente ekklęsia pela primeira vez (Mt 16.18), JESUS falava de algo que iniciaria no futuro (‘edificarei’ [gr. oikodomęső] é um verbo no futuro simples, não uma expressão de disposição ou determinação).
Na condição de corpo de CRISTO, é natural que a Igreja dependa integralmente da obra concluída por Ele na Terra (sua morte, ressurreição e ascensão) e da vinda do ESPÍRITO SANTO (Jo 16.7; At 20.28; 1 Co 12.13). Millard J. Erickson observa que Lucas não emprega ekklęsia no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes do período abrangido em Atos.8 Imediatamente após aquele grande dia em que o ESPÍRITO SANTO foi derramado sobre os crentes reunidos, a Igreja começou a propagar poderosamente o Evangelho, conforme fora predito pelo Senhor ressurreto em Atos 1.8. A partir daquele dia, a Igreja continuou a propagar-se e a aumentar no mundo inteiro,


III – A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS

 SALVOS
1. Regenerados pelo sangue de CRISTO

No Pentecostes, o apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO para perdão dos pecados” (At 2.38). Com essas palavras, o apóstolo Pedro estava dizendo como se dá o ingresso de uma pessoa na Igreja, ou seja, por meio do arrependimento e do batismo. A Igreja é uma comunidade cristã formada por pessoas regeneradas que fizeram uma pública profissão de fé. O ingresso de alguém à Igreja não se dá por adesão, mas pela conversão. É exatamente esse o sentido da palavra grega metanoeo, traduzida aqui por arrependimento. Significa uma mudança de mente. Assim, a Igreja é formada por pessoas que estavam no pecado, a caminho da condenação eterna, mas que, graças ao Evangelho, tiveram suas vidas transformadas.


2. Selados pelo ESPÍRITO SANTO

Já foi dito que a Igreja tem sua origem no dia de Pentecostes. Por meio do ESPÍRITO de DEUS, somos batizados no Corpo de CRISTO, a Igreja, então, passamos a fazer parte dela. É exatamente isso o que o apóstolo Paulo diz aos Coríntios na sua Primeira Carta: “Pois todos nós fomos batizados em um ESPÍRITO, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um ESPÍRITO” (1 Co 12.13).


3. O Batismo de CRISTO e do ESPÍRITO

O apóstolo Pedro, que exortou os presentes no dia Pentecostes a se arrependerem, também disse: “e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO” (At 2.38). Assim, podemos afirmar que CRISTO batizou os crentes com o ESPÍRITO SANTO e com fogo, um batismo de capacitação (At 1.4), enquanto o ESPÍRITO os batizou no Corpo de CRISTO, um batismo de iniciação, formando a Igreja (1 Co 12.13).



SINÓPSE III - Como comunidade dos salvos, a Igreja é a reunião dos regenerados pelo sangue de CRISTO e selados pelo ESPÍRITO.


CONCLUSÃO
Nesta lição vimos como surgiu a Igreja fundada por JESUS CRISTO. Ela existiu, primeiramente, no plano de DEUS até se estabelecer no Novo Testamento após a morte, ressurreição de CRISTO e a infusão dos Cristãos no Corpo de CRISTO por meio do ESPÍRITO SANTO. A Igreja, portanto, não foi idealizada por homem algum, nem tampouco está fundada sobre teses humanas. O seu fundamento é CRISTO, que é a cabeça da Igreja. Por isso, é um grande privilégio fazer parte da Igreja, o Corpo de CRISTO.


REVISANDO O CONTEÚDO
1. A que se refere o termo hebraico qahal no contexto do Antigo Testamento?
O termo qahal, portanto, no contexto do Antigo Testamento, se refere ao Israel étnico, uma nação que se juntava ou reunia tanto com fins cúltico ou não.
2. A que se refere o termo grego ekklesia no sentido do Novo Testamento?
O termo grego ekklesia se refere a igreja cristã.
3. Onde a Igreja estava desde a eternidade?
Desde a eternidade a Igreja estava no coração de DEUS e foi idealizada por Ele.
4. Como se dá o ingresso de uma pessoa à Igreja?
O ingresso de alguém à Igreja não se dá por adesão, mas pela conversão.
5. Por meio de quem somos batizados no Corpo de CRISTO e passamos a fazer parte da Igreja?
Por meio do ESPÍRITO de DEUS somos batizados no Corpo de CRISTO, a Igreja, então, passamos a fazer parte dela.