ESCRITA - Lição 9, A Necessidade de Termos uma Vida Santa

Lição 9, A Necessidade de Termos uma Vida Santa
3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos
Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS, Jundiaí, SP
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454
FIGURAS DA LIÇÃO 9 - https://ebdnatv.blogspot.com.br/2017/08/figuras-licao-9-necessidade-de-termos.html
 
 
TEXTO ÁUREO“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também SANTOS em toda a vossa maneira de viver.” (1 Pe 1.15).
 
 
VERDADE PRÁTICACremos na necessidade e na possibilidade de termos uma vida santa e irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de JESUS CRISTO.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lv 10.10 O profano é aquele que lida com as coisas sagradas como se fossem banais
Terça - Êx 26.33 SANTO é a separação daquilo que é de uso comum
Quarta - Lv 19.2 DEUS é santo
Quinta - Hb 9.14 O sangue de CRISTO nos santifica
Sexta - 1 Pe 1.16 DEUS nos chamou para a SANTIFICAÇÃO
Sábado - Hb 12.14 Sem a SANTIFICAÇÃO ninguém verá o Senhor
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Pedro 1.13-2213 - Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de JESUS CRISTO, 14 - como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; 15 - mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também SANTOS em toda a vossa maneira de viver, 16 - porquanto escrito está: Sede SANTOS, porque eu sou santo. 17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, 18 - sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, 19 - mas com o precioso sangue de CRISTO, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 20 - o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós; 21 - e por ele credes em DEUS, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em DEUS. 22 - Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para amor fraternal, não fingido, amai-vos ardentemente uns aos outros, com um coração puro.
 
1 Pedro 1.13-22 - BÍBLIA VIVA - 13 Portanto, agora vocês podem aguardar com calma e inteligência uma porção maior da bondade de DEUS para com vocês quando JESUS CRISTO voltar. 14 Obedeçam a DEUS porque vocês são filhos dele; não voltem atrás aos seus velhos caminhos - a prática do mal porque não conheciam nada melhor. 15 Mas agora, sejam SANTOS em tudo quanto fizerem, tal como é santo o Senhor, que os convidou para serem seus filhos. 16 O próprio Senhor disse: "Vocês têm de ser SANTOS, pois Eu sou santo". 17 E lembrem-se que seu Pai Celestial, a quem vocês oram, não tem preferidos quando julga. Ele julgará vocês com perfeita justiça por tudo quanto fizerem; portanto, procedam com um respeitoso temor a Ele, desde agora até chegarem ao céu. 18 DEUS pagou um resgate para livrar vocês do insuportável caminho que seus pais tentaram seguir para chegar ao céu, e o resgate que Ele pagou não foi simplesmente ouro ou prata, como vocês sabem muito bem, 19 mas Ele pagou por vocês o precioso sangue de CRISTO, o Cordeiro de DEUS sem pecado e sem mancha. 20 DEUS O escolheu para este propósito muito antes do princípio do mundo, mas só recentemente foi que Ele manifestou isto publicamente, nestes últimos dias, como uma bênção para vocês. 21 Por causa disto, vocês podem pôr sua confiança em DEUS, que levantou a CRISTO dentre os mortos e Lhe deu grande glória. Agora, a fé e a esperança de vocês podem descansar somente nele.  22 Agora vocês podem ter amor verdadeiro por todos, porque as almas de vocês foram purificadas do egoísmo e do ódio quando confiaram em CRISTO, como seu Salvador; portanto, procurem amar na verdade uns aos outros ardentemente, de todo o coração.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conceituar SANTIDADE;
Mostrar a necessidade de termos uma vida santa;
Apontar para a possibilidade de termos uma vida santa.
 
Resumo da Lição 9, A Necessidade de Termos uma Vida Santa
I - DEFININDO OS TERMOS
1. A SANTIDADE de DEUS.
2. Significado.
3. Exclusividade.
II - A NECESSIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA
1. Israel.
2. A Igreja.
3. Uma exigência natural.
III - A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA
1. A SANTIFICAÇÃO posicional.
2. A SANTIFICAÇÃO real.
3. A SANTIFICAÇÃO futura.
4. É possível ser santo?
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - O nosso chamado para ser santo, isto é, afastar-se de tudo aquilo que é pecaminoso, está baseado na SANTIDADE de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Da mesma forma que DEUS separou Israel para ser santo, Ele separou a Igreja para ser santa.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A SANTIFICAÇÃO tem uma perspectiva passada, presente e futura, destacando a suficiência do sacrifício de CRISTO.
 
PARA REFLETIR - A respeito da necessidade e da possibilidade de ter uma vida santa, responda:
Qual o significado de qadash e qual o sentido de SANTIFICAÇÃO? O verbo hebraico qadash,"ser santo", e seus derivados "santo, santificar, dedicar, consagrar", no Antigo Testamento, significam "separar".
O que é SANTIFICAÇÃO posicional? É o primeiro aspecto da SANTIFICAÇÃO, também chamado de SANTIFICAÇÃO passada ou instantânea.
O que é SANTIFICAÇÃO real? É conhecida como a SANTIFICAÇÃO presente.
O que é SANTIFICAÇÃO futura? É o terceiro aspecto da SANTIFICAÇÃO, conhecido também como "glorificação" (Fp 3.11).
Quais os três meios que DEUS disponibilizou para a SANTIFICAÇÃO? DEUS disponibilizou três meios para a SANTIFICAÇÃO: o sangue de JESUS; o ESPÍRITO SANTO (2 Ts 2.13) e a própria Palavra de DEUS (Jo 17.17; Ef 5.26).
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p40.
 
Disponibilizamos novamente o cremos para que seja lido nas Escolas Bíblicas Dominicais.
 
Cremos (Confissão de Fé)
1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);
2. Em um só DEUS, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);
3. No Senhor JESUS CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS, plenamente DEUS, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No ESPÍRITO SANTO, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);
5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de DEUS e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de JESUS CRISTO podem restaurá-lo a DEUS (Rm 3.23; At 3.19);
6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO e pelo poder atuante do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por JESUS CRISTO em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de CRISTO, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo ESPÍRITO SANTO para seguir a CRISTO e adorar a DEUS (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO, conforme determinou o Senhor JESUS CRISTO (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de JESUS CRISTO (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);
11. No batismo no ESPÍRITO SANTO, conforme as Escrituras, que nos é dado por JESUS CRISTO, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de CRISTO, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);
14. No comparecimento ante o Tribunal de CRISTO de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de CRISTO na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por DEUS e ratificado por nosso Senhor JESUS CRISTO como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).
 
 
Resumo Rápido do Pr. Henrique - Lição 9, A Necessidade de Termos uma Vida Santa
INTRODUÇÃOQuando aceitamos a JESUS como Salvador e Senhor, somos justificados, regenerados, santificados e adotados como filhos na família de DEUS. A SANTIFICAÇÃO nos é concedida pelo ESPÍRITO SANTO no ato de nossa conversão. No decorrer de nossa vida cristã esta santificação passa a ser progressiva, quanto mais lugar dermos ao ESPÍRITO SANTO, mais nos tornamos SANTOS,ou seja, separados para uso exclusivo de DEUS. Portanto, podemos e devemos manter uma vida santa e irrepreensível na presençpa de DEUS, até a vinda do Senhor para nos buscar.
 
I - DEFININDO OS TERMOS
1. A SANTIDADE de DEUS.
Essa santidade é absoluta, pois DEUS é santo em seu caráter e essência, conforme disse o profeta Amós, em duas ocasiões: "Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade" e "Jurou o Senhor Jeová pela sua alma" (Am 4.2; 6.8). A santidade é característica fundamental de DEUS (Is 6.3; Ap 4.8). Ele é singular por causa de sua majestade infinita e também em virtude de se tratar de um Ser totalmente distinto e separado, em pureza, de suas criaturas (Sl 99.1-5). Essa santidade é a plenitude gloriosa da excelência moral de DEUS, que existe nEle e que nEle se originou, não tendo sido derivada de ninguém: "Não há santo como é o SENHOR [...]" (1 Sm 2.2).
 
Divindade. Como DEUS é transcendente e independente do universo que criou (1 Rs 8.27), Ele está separado dos seus habitantes e é temido por eles (por exemplo, Êx 19.10-25; 20.18-21). Desta forma, a SANTIDADE torna-se equivalente à verdadeira Divindade, separando-o da impotência dos deuses dos egípcios derrotados (Êx 15.11). "Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em SANTIDADE...?" O termo "SANTO", em muitos trechos, é sinônimo de "divino". "Não há santo [exclusivamente divino] como é o Senhor; porque não há outro fora de ti" (1 Sm 2.2; cf. SI 99.3,5,9; Is 40.25; He 3.3). Pelo fato do Senhor ser SANTO, o verdadeiro DEUS e, portanto, infinito, não é possível esquadrinhar seu entendimento (Is 40.28; SI 145.3). A SANTIDADE, portanto, é o que caracteriza DEUS, e ela inclui todos os seus outros atributos.
 
2. Significado.
As palavras hebraicas qadosh, "santo"; qodesh, "SANTIDADE; e a palavra grega hagios e hagiosyne significam basicamente a separação do que é comum ou impuro, e a consagração a DEUS (Lv 20.24-26; At 6.13; 21.28). Da ideia básica da separação do profano (Lv 10.10; Ez 22.26) derivam três aspectos de SANTIDADE encontrados nas Escrituras:
a- Divindade - b- SANTIDADE cerimonial - c- SANTIFICAÇÃO (Batismal - Posicional - Experimental).
SANTO - Strong Português) - αγιος - hagios - de hagos (uma coisa grande, sublime)
1) algo muito santo; um santo
 
SANTIFICAÇÃO - Strong Português - αγιασμος hagiasmos1) consagração, purificação
2) o efeito da consagração
2a) santificação de coração e vida
 
SANTIFICAÇÃO - ἁγιασμός, οῦ ὁ. (Léxico do NT Gingrich)
ἁγιασμός (hagiasmos), οῦ (ou) ὁ (ho). G38 gen. ους santidade, santificação, consagração Rm 6.191 Tm 2.15. Outorgada por DEUS em (através de) CRISTO 1 Co 1.30.
Santidade, consagração, santificação, dedicação: מַרְגּוֹע, Je. 6:16Ro. 6:19Ro. 6:221 Co. 1:301 Ts. 4:31 Ts. 4:41 Ts. 4:72 Ts. 2:131 Ti. 2:15He. 12:141 Pe 1:2.
 
SANTIFICAÇÃO (Dicionário Almeida)
Ato, estado e processo de se tornar SANTO (Rm 6.19-22; 1Ts 4.1-7). É realizada na vida do salvo pela ação do ESPÍRITO SANTO (2Ts 2.13; 1Pe 1.2).
 
SANTIFICAÇÃO - Dicionário Teológico - Claudionor Correia de Andrade - [Do lat. sanctificatio]
Separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de DEUS. É a forma pela qual o filho de DEUS aperfeiçoa-se à semelhança do Pai Celeste (Lv 11.44). A SANTIFICAÇÃO só é possível através da Palavra de DEUS e mediante o sangue de CRISTO (Jo 17.17I Jo 1.7).
 
3. Exclusividade.
DEUS não aceita dividir o amor e a sua paternidade com outrem. Só nosso DEUS nos amou a ponto de enviar seu próprio filho para morrer por nós. Devemos manter exclusividade de nossa vida para DEUS. Vivamos em total submissão ao nosso PAI Eterno.
O que é sagrado não pode ter uso comum; o azeite da unção e o incenso do santuário não podiam ter outro uso (Êx 30.33,38).
O crente é instrumento de DEUS na Terra, É templo do ESPÍRITO SANTO e onde quer que esteja é representante de JESUS.
 
II - A NECESSIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA
SANTIFICAÇÃO
Palavra derivada do lat. sanctus; do verbo heb. qadash, "ser separado, consagrado"; do substantivo grego hagiasmos, "consagração", "purificação", "SANTIFICAÇÃO"; do verbo hagiazo, "santificar", "separar das coisas profanas ou consagrar", "purificar ou santificar". O breve catequismo de Westminster define a SANTIFICAÇÃO como "a obra da livre graça de DEUS, pela qual somos renovados na totalidade de nosso ser, conforme a imagem de DEUS, e nos tornamos cada vez mais capacitados a morrer para o pecado e viver para a justiça". Esta definição, no entanto, apesar de útil ao chamar a atenção à graça soberana de DEUS, assim como à responsabilidade de cada cristão, tende a confundir a regeneração com a SANTIFICAÇÃO. As principais ideias relacionadas à SANTIFICAÇÃO são a separação daquilo que é pecaminoso, por um lado, e, por outro, a consagração àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de DEUS. A SANTIFICAÇÃO precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, DEUS atribui ao crente, no momento em que recebe a CRISTO, a própria justiça de CRISTO, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em CRISTO (Rm 6.4-10). É uma mudança que ocorre "de uma vez por todas" na condição legal ou judicial da pessoa diante de DEUS. A SANTIFICAÇÃO, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento. Na SANTIFICAÇÃO ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre DEUS e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, e entre o homem e a natureza.
 
1. Israel.
Embora seja verdade que DEUS, como "o Alto e o Sublime" habita "em um alto e santo lugar", Ele também está com "o contrito e humilde de espírito" (Is 57.15). Isto significa que DEUS compartilha sua SANTIDADE com aqueles que fazem parte do relacionamento da aliança com Ele. Eles também estão separados do mundo ao seu redor, porque foram trazidos para junto de DEUS (Ex 19.4-6; 33.16; Lv 11.44,45; 1 Rs 8.53). Desta forma, a SANTIDADE divina não é exclusiva, mas DEUS estende sua mão para alcançar outras pessoas e trazê-las ao seu estado, e à separação do mundo material que Ele criou. Israel, portanto, é uma nação santa (Êx 19.6) e no Novo Testamento os crentes são chamados de SANTOS (do grego hagioi, literalmente "SANTOS", Romanos 1.7), e de "nação santa" (1 Pe 2.9). Os objetos cerimoniais também são classificados como SANTOS ou sagrados, dedicados inteiramente ao uso de DEUS. Assim, o Tabernáculo foi santificado pela glória shekinah de DEUS (Êx 29.43-45; 40.34,35; SI 93.5), especialmente o SANTO dos SANTOS (q.v.). Os sacerdotes tinham vestes santas (Êx 28.2). O lugar onde DEUS apareceu a Moisés na sarça ardente era um solo sagrado (ou uma "terra santa"; Êx 3.5). Tal SANTIDADE não possuía uma qualidade essencialmente moral. Como um exemplo extremo do significado da raiz da palavra hebraica, a prostituta do Templo de Canaã era chamada uma q'desha (Dt 23.17) porque ela era separada para este cerimonial religioso. As guerras eram "santificadas" (Jl 3.9), declaradas santas ou separadas para punir os inimigos de DEUS.
A SANTIDADE cerimonial poderia ser temível, pois a morte poderia seguir ao contato com DEUS (Êx 33.20; Jz 6.22ss.; 13.22ss.; Is 6.5). Os homens de Bete-Semes, golpeados por profanarem a arca por terem olhado para o seu interior, gritaram. "Quem poderia estar em pé perante o Senhor, este DEUS santo?" (1 Sm 6.20). Quando Davi estava trazendo a arca a Jerusalém, Uzá foi morto instantaneamente, simplesmente por ter tocado a arca para equilibrá-la (2 Sm 6.6,7).
Como parte do santo relacionamento da aliança com DEUS, Moisés prescreveu rituais de purificação preparatórios para as cerimônias sagradas (Êx 19.14; 29.4; Lv 12-15). Algumas das cerimônias e leis incluíam: (1) consagração do primogênito (Êx 13.2,12ss.; 22.29ss.), e oferta de todos os primeiros animais e dos primeiros frutos (Dt 26.1-11);
(2) distinção entre os alimentos puros e impuros (Lv 11; Dt 14);
(3) regras com respeito à SANTIDADE dos sacerdotes (Lv 21.1-22.16), dos levitas (Nm 8.5-26), e do lugar sagrado de adoração (Dt 12); e
(4) regras relativas às festividades e convocações sagradas (Lv 23). Os nazireus (q.v.), pelo seu voto de total separação ao Senhor, resumiam uma vida de SANTIDADE cerimonial (Nm 6). Os estudiosos que comparam as religiões atribuem muitas passagens qodesh das Escrituras ao conceito primitivo de um tabu: assuntos divinamente potentes que deveriam ser deixados à parte. Superstições como estas não são dignas do Antigo Testamento, mas algo parece ser verdade, os objetos sagrados permanentemente separados para DEUS, eram chamados de herem, ou coisas "dedicadas". DEUS ordenou a Israel que tomassem aquilo que os de Canaã consideravam qodesh ou tabu para torná-los herem, "dedicados" seja à destruição ou, se valioso ao serviço do Senhor, para uso sagrado (Js 6.17-19);
 
Pureza moral. Uma vez que essa associação cerimonial e essa comunhão trazida pela aliança estão relacionadas ao DEUS que também é justo e completamente isento de pecado, a SANTIDADE adquire o significado de separação do pecado (Is 52.11; 2 Cr 6.17) e conformidade com os padrões morais de DEUS (Lv 20.7,8; Mt 5.48; 1 Pe 1.15,16). Desde o início, a vontade de DEUS se opôs ao pecado e procurou a justiça na raça humana (Gn 6.5,6). E a integridade moral ou a pureza de DEUS que o leva a se separar totalmente do mal (He 1.13). Portanto, a SANTIDADE de DEUS é, por um lado, a total libertação do mal moral, e, por outro, é a absoluta perfeição moral. Sua maior revelação é sobre o caráter completamente isento de pecado, e a obra de JESUS CRISTO {veja os artigos a respeito de CRISTO). Pela SANTIDADE de DEUS não fica claro que Ele esteja sujeito a alguma lei ou a algum padrão de excelência moral e perfeição exterior a Si mesmo, mas que toda lei e perfeição moral têm sua base eterna e imutável na sua própria natureza. Neste sentido, os SANTOS cantarão sem restrições: "Porque só tu és santo" (Ap 15.3,4).
O castigo para as infrações morais do homem, em última análise, deriva do fato da SANTIDADE de DEUS (Ez 38.16,23; Am 4.2). A maior perda com tal castigo é sua separação do favor e da presença divina. No chamado de Isaías, a reação natural do profeta à SANTIDADE de DEUS (Is 6.3) foi a de experimentar a convicção sobre seu próprio pecado e a consciência de ser imperfeito (v. 5), de estar perdido, excluído ou arruinado (em hebraico, nidmeti). No entanto, sua submissão resultou no seu perdão e na imputação de uma SANTIDADE moral sobre sua pessoa através da expiação ("a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado [heb. tfkuppar]", v. 7).
 
2. A Igreja.
O Novo Testamento ensina que o crente é santificado de uma forma posicionai perante DEUS, com a SANTIDADE de CRISTO imputada a si, na ocasião da sua conversão, pela virtude do seu ser apresentado "em CRISTO" (1 Co 1.2,30). Ele está sendo santificado experimentalmente ao continuar contando com sua posição em CRISTO, recusando-se a permitir que os seus membros pequem, e apresentando-se a DEUS (Rm 6.11-13). Ele deve deliberadamente seguir "a paz com todos e a SANTIFICAÇÃO, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Em última instância, ele será santificado no sentido de uma completa conformidade com CRISTO na glorificação (Rm 8.30,31). Veja SANTIFICAÇÃO. Como consequência, a SANTIDADE é a marca característica de um crente, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Aquele que está no lugar santo para adorar a DEUS deve ter as mãos limpas e um coração puro, e não deve ter jurado enganosamente (SI 24.3,4). Para habitar no monte santo de DEUS - em Sua presença - o crente deve caminhar com integridade (praticar a justiça) e não fazer mal ao seu próximo (SI 15). DEUS "nos elegeu nele [em CRISTO] antes da fundação do mundo, para que fôssemos SANTOS e irrepreensíveis diante dele" (Ef 1.4). A nossa SANTIFICAÇÃO é a vontade direta e perfeita de DEUS para nós (1 Ts 4.3). Dessa forma, qualquer atividade da vida torna-se santa para os cristãos e também para Israel. Pois, quando o objetivo de um homem é o de estar em conformidade com a vontade de DEUS, que executa a justiça moral sem parcialidade, a vida não pode ser dividida entre o que é secular e o que é sagrado. Semelhantemente, CRISTO tratou os mandamentos como sendo um único. "Amarás ao Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração... e ao teu próximo como a ti mesmo... faze isso..." (Lc 10.27,28), e ilustrou seu ensino com a parábola do Bom Samaritano. A motivação que determina a nossa conduta ética e religiosa deve ser aquela que nos leva a responder à graça de DEUS, uma motivação que não é voltada a uma recompensa, mas que visa a gratidão.
 
3. Uma exigência natural.
É uma exigência natural de DEUS a santificação de seus escolhidos. Os filhos devem se parecer com seu pai. A possibilidade de termos uma vida santa é clara, pois temos o ESPÍRITO SANTO morando em nós.
Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.15,16)
Devemos manter distância das práticas pecaminosas dos povos a nossa volta. Idolatria e prostituição não devem ser nem mencionados em nosso arraial, se referindo a crentes.
 
III - A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA
Santificação é um ato divino que também ocorre dentro do homem, refletindo logo em seu exterior. Daí a diferença entre santidade – um estado – e justiça – santidade prática, de vida (Lc 1.75). Na operação divina da conversão, a santidade de CRISTO passa a ser a nossa santidade (Cl 2.10; 1Co 2.30; Hb 10.10,14 e Rm 8.2). Seus méritos são creditados à nossa conta. Estamos tratando da santificação posicional em CRISTO, não da santificação progressiva, no viver diário do crente, como mostrada em 2 Coríntios 7.1 e Apocalipse 22.1.
 
O resultado da santificação, operada na conversão, é a mudança de vida.
A salvação considerada sob estes três aspectos simultâneos é perfeita. É a salvação no sentido objetivo. Estamos em CRISTO (2Co 5.17 e Jo 15.4). Nunca seremos mais salvos do que somos agora. CRISTO não fará mais nada para salvar-nos além do que já fez. Ele já fez tudo o que era preciso e possível. Aí está o perigo do pecador rejeitar a CRISTO, pois não haverá outro plano divino de Salvação. O atual é eterno (2Tm 1.9 e Ef 3.11). Nem mais outro sacrifício expiatório terá lugar, pois o de JESUS foi perfeito e completo (Hb 9.26; 10.10,12).
Pela santificação em CRISTO, o crente é declarado santo. Por ela, o crente entra em boas relações com DEUS quanto à sua na¬tureza, pois Ele é santo (1Pe 1.16 e 2Tm 2.21).
Estas três bênçãos – justificação, regeneração e santificação – são simultâneas, no sentido objetivo. As três constituem a plena Salvação em CRISTO (2Co 5.17).
 
A Salvação na experiência humana
Quando falamos de salvação na experiência humana, estamos falando de salvação no sentido subjetivo. O homem como recipiendário e DEUS como o doador. É salvação vista na experiência humana. Considerada a salvação sob este aspecto, ela tem três tempos: no passado, justificação; no presente, santificação; no futuro, glorificação.
a) No passado – justificação: É a salvação da condenação do pecado. O crente foi salvo da condenação do pecado. A Bíblia descreve este fato como ato passado (Rm 5.1 e 1Co 6.11). Justificação é o que DEUS fez por nós. O crente foi justificado uma só vez. Daí em diante o que ocorrerá é a purificação (1Jo 1.9 e Jo 13.10).
b) No presente – santificação: É a salvacão do domínio e influência do pecado. Santificação bíblica significa basicamente separação para uso e posse de DEUS. Uma boa definição é a de Paulo em Atos 27.23: “...do Senhor, de quem sou e a quem sirvo”. Santificação não é apenas a pessoa pertencer a DEUS, mas também servi-lo. Se o leitor é um santo de DEUS, certamente está servindo a DEUS. Há muita santificação por aí que pode ser tudo, menos bíblica.
A santificação posicional, deve tornar-se experimental no viver diário do crente. A santificação é primeiramente interna, isto é, pureza interior, purificação do pecado, refletindo isso em nosso exterior, traduzido em separação do pecado e dedicação a DEUS. É um termo ligado ao culto a DEUS e consagração ao seu serviço, conforme se vê no livro de Levítico, através de pessoas e coisas, sacerdotes, templo, objetos etc. Quem pensa ser santo deve ser separado do mal e dedicado a DEUS para seu uso (2Tm 2.21). A santificação, como acabamos de ver, tem um lado posicional e outro prático: um santo viver.
A justiça é comparada a um vestido (Jó 29.14 e Is 59.17). Mas o corpo, que recebe esse vestido, como deve estar? É razoável um vestido limpo em corpo sujo?
A santificação é o que DEUS faz em nós. Nesse sentido, a salvação é progressiva. Uma criança nova é perfeita, mas não é adulta. Uma frutinha é também perfeita ao formar-se, mas não é madura (Ef 4.13). Tendo sido justificado, o crente progride e prossegue para a perfeição, de que em seguida nos ocuparemos. Portanto, ao estudarmos a santificação precisamos vê-la quanto à posição do crente em JESUS CRISTO, e quanto ao estado do crente em si mesmo.
c) No futuro – glorificação: Será a salvação da presença do pecado em nossa vida. A glorificação é a inteira conformação com JESUS CRISTO (Rm 8.23 e 1Jo 3.2). É a perfeição do crente. Na glorificação, a salvação envolverá o corpo físico, então glorificado. Estaremos ressuscitados. Estaremos no Céu (Rm 13.11; 2Co 5.2,4; Fp 2.12 e Hb 9.2). Será redenção do corpo (Rm 8.23).
A glorificação será o que DEUS fará conosco. Pr. Antônio Gilberto - CPAD
 
1. A SANTIFICAÇÃO posicional.
Todos aqueles que são regenerados ou salvos são posicionalmente vistos como totalmente santificados em CRISTO. Por esta razão, embora o apóstolo Paulo tenha censurado o cristianismo dos coríntios, classificando-o como carnal (1 Co 5.1; 6.1-8), ele ainda diz que eles são santificados em JESUS CRISTO e chamados de SANTOS (1 Co 1.2; 6.11; cf. At 20.32; Hb 10.10; 1 Pe 1.2; Jd 1). O livro aos Hebreus funciona como uma ponte entre este aspecto e a SANTIFICAÇÃO experimental que vem a seguir (Hb 2.17; 9.13ss.; 12.14). Uma vez que o conhecimento da SANTIFICAÇÃO posicional depende de uma compreensão mental da verdade bíblica, ele possui uma natureza instantânea, "de uma vez por todas", como ocorre na percepção de todos os outros conhecimentos, os quais alguns confundem com a própria perfeição.
 
2. A SANTIFICAÇÃO real.
Santificação Real ou Experimental. No desenvolvimento de uma vida santificada, os cristãos consideram sua posição em CRISTO da maneira como ela é expressa em algumas passagens como Romanos 6.2-10 e Colossenses 2.9-13 (cf. 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2). O próprio Senhor JESUS CRISTO expressa os ensinos básicos da SANTIFICAÇÃO em Mateus 5.17-48, e Paulo o faz em Romanos 6-8. O crente deve ser santo (Êx 19.6; Lv 11.44; 1 Pe 1.15), mas seu crescimento na SANTIFICAÇÃO repousa na dependência de sua posição, e em sua entrega, momento a momento, à vontade de DEUS e à disposição de andar no caminho do Senhor. Uma vez que DEUS escolheu deixar que o crente ainda tivesse em si mesmo a natureza caída (Rm 7; Gl 5.17ss.), nenhum de nós poderá alcançar a perfeição até que esta natureza seja finalmente removida; na melhor hipótese, o que cada cristão pode fazer é progredir em direção à perfeição. Só podemos crescer em santificação ao nos aproximar de DEUS. ELE é santo e nossa comunhão com ELE nos tornará cada dia mais santo.
 
3. A SANTIFICAÇÃO futura.
Futura ou Final. No momento em que o Senhor vier arrebatar sua Igreja, a natureza caída será completamente removida e cada crente receberá o corpo da ressurreição, será glorificado, e se tornará semelhante ao Salvador (Rm 8.29,30; 1 Jo 3.1-3; Jd 24).
 
4. É possível ser santo?
Evidente que sim. Somos novas criaturas,. Somos nascidos de novo, devemos nos parecer com nosso salvador e pedirmos ajuda ao ESPÍRITO SANTO que em nós habita.
Já estou crucificado com CRISTO; e vivo, não mais eu, mas CRISTO vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de DEUS, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:20
 
Meios de SANTIFICAÇÃO
O meio externo é a Palavra de DEUS. O Senhor JESUS CRISTO orou: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). Uma vez que Ele concedeu as Escrituras através de sua inspiração, Ele nunca trabalha contra, mas sim através delas. O meio interno é a presença e a direção do ESPÍRITO SANTO em nossos corações. É Ele quem mantém a lei de DEUS, assim como foi revelada por Ele mesmo, em nós e através de nós. "Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, DEUS, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o ESPÍRITO" (Rm 8.3,4). Esta é a chave para o ESPÍRITO e a própria vida cheia do ESPÍRITO. Como conclusão, a suprema obra de DEUS pelo seu ESPÍRITO e pela ação responsiva do homem, devem ser combinados em uma visão adequada da SANTIFICAÇÃO (Fp 2.12,13).
 
CONCLUSÃO
A santidade de DEUS é completa e indiscutível. No NT a palavra hebraica é qadosh, "santo"; qodesh, "Santidade; e no NT a palavra grega é hagios e hagiosyne.  DEUS tem todo o direito de nos cobrar a santificação e a exclusividade de nossa vida para ELE, pois ELE é santo. Temos a necessidade de termos uma vida santa. Israel foi chamado e separado para DEUS que tinha em vista JESUS nascendo desta família. A igreja foi escolhida e capacitada para pregar o evangelho da salvação em JESUS. É uma exigência natural de DEUS a santificação de seus escolhidos.  A possibilidade de termos uma vida santa é clara, pois temos em nós o ESPÍRITO SANTO morando. A santificação posicional é instantânea e acontece no momento de nossa conversão. A santificação real é progressiva e exige de nós a separação de tudo o que não visa com a santidade de DEUS. A santificação futura ocorrerá no momento do arrebatamento, quando seremos transformados e estaremos daí para frente eternamente com DEUS. É possível ser santo? Evidente que sim. Somos novas criaturas,. Somos nascidos de novo, devemos nos parecer com nosso salvador e pedirmos ajuda ao ESPÍRITO SANTO que em nós habita.
 
 
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES, BÍBLIAS, COMENTÁRIOS DICIONÁRIOS BÍBLICOS
 
SANTO - Strong Português) - αγιος - hagios - de hagos (uma coisa grande, sublime)
1) algo muito santo; um santo
 
SANTIFICAÇÃO - Strong Português - αγιασμος hagiasmos1) consagração, purificação
2) o efeito da consagração
2a) santificação de coração e vida
 
SANTIFICAÇÃO - ἁγιασμός, οῦ ὁ. (Léxico do NT Gingrich)
ἁγιασμός (hagiasmos), οῦ (ou) ὁ (ho). G38 gen. ους santidade, santificação, consagração Rm 6.191 Tm 2.15. Outorgada por DEUS em (através de) CRISTO 1 Co 1.30.
Santidade, consagração, santificação, dedicação: מַרְגּוֹע, Je. 6:16Ro. 6:19Ro. 6:221 Co. 1:301 Ts. 4:31 Ts. 4:41 Ts. 4:72 Ts. 2:131 Ti. 2:15He. 12:141 Pe 1:2.
 
SANTIFICAÇÃO (Dicionário Almeida)
Ato, estado e processo de se tornar SANTO (Rm 6.19-22; 1Ts 4.1-7). É realizada na vida do salvo pela ação do ESPÍRITO SANTO (2Ts 2.13; 1Pe 1.2).
 
SANTIFICAÇÃO - Dicionário Teológico - Claudionor Correia de Andrade - [Do lat. sanctificatio]
Separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de DEUS. É a forma pela qual o filho de DEUS aperfeiçoa-se à semelhança do Pai Celeste (Lv 11.44). A SANTIFICAÇÃO só é possível através da Palavra de DEUS e mediante o sangue de CRISTO (Jo 17.17I Jo 1.7).
 
SANTIFICAÇÃO E A ALIANÇA MOSAICA DICIONÁRIO WYCLIFFE
Esta baseava-se no amor e na graça e não simplesmente em poder. Além disso, ela tinha como objetivo a salvação dos eleitos de DEUS, e não a mera submissão e obediência. Voltando ao significado e à importância espiritual dessa aliança, podemos concluir que o elemento condicional é prioritário em relação ao elemento incondicional. Será que está sendo ensinada a expressão "faze isso e viverás" (cf. Lc 10.28) no sentido de que a vida eterna para o crente do AT dependia de se guardar a lei de DEUS? Se fosse, as obras seriam de valor meritório até que viesse a cruz! Ou será que DEUS queria dizer que deveriam viver à luz da lei? O Senhor JESUS
CRISTO, no Sermão do Monte, ensinou esta segunda visão quando expôs vários mandamentos e disse: "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.48). Ele aplicou a lei com o propósito da contínua SANTIFICAÇÃO do crente e não para a sua justificação. Em Levítico 18.5 é feita a mesma aplicação da lei: "Os meus estatutos e os meus juízos guardareis; os quais, fazen-do-os o homem, viverá por eles" (ou seja, naquele âmbito). Quando vemos que esta aliança começa com a graça: "Eu sou o Senhor, teu DEUS, que te tirei da terra do Egi-to, da casa da servidão" (Êx.20.2), e acrescentamos a isto uma consideração dos fatos descritos acima, somos levados a vê-la como uma aliança cheia de graça. A aliança Mosaica, então, torna-se tanto um aio que tem a função de nos trazer a CRISTO, onde todos os tipos de aliança apontam para ele, como um padrão para guiar o comportamento dos crentes do AT e dos cristãos.
4. Aliança Palestina (Dt 29-30). Embora seja uma parte da renovação da aliança Mosaica, esta aliança é considerada por alguns separadamente. As partes são DEUS e Israel, as condições são que DEUS abençoará Israel se a nação permanecer fiel a Ele, e Ele a amaldiçoará se ela se virar contra Ele, como expresso nas bênçãos e maldições promulgadas do Monte Gerizim e do Monte Ebal (Dt 27.9ss.). Os resultados, depois de todas as bênçãos e maldições terem sido vivenciadas por Israel no decorrer da sua história, são aqueles ocorridos se e quando a nação se arrepender. DEUS a reunirá das partes mais distantes da terra, reestabelecerá a aliança e a abençoará. A garantia da aliança encontra-se nas ordenanças ao céu e à terra (Dt 30.19).
Esta aliança tem um aspecto unilateral -promessas e recompensas pela manutenção da aliança, e maldições como consequência de sua quebra. A garantia era dada para se ter a certeza de que aconteceria o arrependimento da nação de Israel (Dt 30.1-10). Ainda há um aspecto bilateral - Israel tem de se arrepender. Este arrependimento ocorrerá por causa da graça soberana de DEUS na vida dos judeus quando JESUS voltar (Zc 12.10-14; 13.6; cf. Is 66.19,20). As ordenanças de DEUS levam em consideração tanto o que o homem fará em sua liberdade quanto o que DEUS planeja fazer em sua soberana graça; estes dois elementos aparecem na aliança Palestina. DICIONÁRIO WYCLIFFE
 
SANTIDADE - SANTIFICAÇÃO - SANTIFICAR, SANTIFICADO DICIONÁRIO WYCLIFFE
SANTIDADE, SAGRADO
As palavras hebraicas qadosh, "santo"; qodesh, "SANTIDADE; e a palavra grega hagios e hagiosyne significam basicamente a separação do que é comum ou impuro, e a consagração a DEUS (Lv 20.24-26; At 6.13; 21.28). Da ideia básica da separação do profano (Lv 10.10; Ez 22.26) derivam três aspectos de SANTIDADE encontrados nas Escrituras:
1. Divindade. Como DEUS é transcendente e independente do universo que criou (1 Rs 8.27), Ele está separado dos seus habitantes e é temido por eles (por exemplo, Êx 19.10-25; 20.18-21). Desta forma, a SANTIDADE torna-se equivalente à verdadeira Divindade, separando-o da impotência dos deuses dos egípcios derrotados (Êx 15.11). "Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em SANTIDADE...?" O termo "SANTO", em muitos trechos, é sinônimo de "divino". "Não há santo [exclusivamente divino] como é o Senhor; porque não há outro fora de ti" (1 Sm 2.2; cf. SI 99.3,5,9; Is 40.25; He 3.3). Pelo fato do Senhor ser SANTO, o verdadeiro DEUS e, portanto, infinito, não é possível esquadrinhar seu entendimento (Is 40.28; SI 145.3). A SANTIDADE, portanto, é o que caracteriza DEUS, e ela inclui todos os seus outros atributos.
2. Divindade.
Embora seja verdade que DEUS, como "o Alto e o Sublime" habita "em um alto e santo lugar", Ele também está com "o contrito e humilde de espírito" (Is 57.15). Isto significa que DEUS compartilha sua SANTIDADE com aqueles que fazem parte do relacionamento da aliança com Ele. Eles também estão separados do mundo ao seu redor, porque foram trazidos para junto de DEUS (Ex 19.4-6; 33.16; Lv 11.44,45; 1 Rs 8.53). Desta forma, a SANTIDADE divina não é exclusiva, mas DEUS estende sua mão para alcançar outras pessoas e trazê-las ao seu estado, e à separação do mundo material que Ele criou. Israel, portanto, é uma nação santa (Êx 19.6) e no Novo Testamento os crentes são chamados de SANTOS (do grego hagioi, literalmente "SANTOS", Romanos 1.7), e de "nação santa" (1 Pe 2.9). Os objetos cerimoniais também são classificados como SANTOS ou sagrados, dedicados inteiramente ao uso de DEUS. Assim, o Tabernáculo foi santificado pela glória shekinah de DEUS (Êx 29.43-45; 40.34,35; SI 93.5), especialmente o SANTO dos SANTOS (q.v.). Os sacerdotes tinham vestes santas (Êx 28.2). O lugar onde DEUS apareceu a Moisés na sarça ardente era um solo sagrado (ou uma "terra santa"; Êx 3.5). Tal SANTIDADE não possuía uma qualidade essencialmente moral. Como um exemplo extremo do significado da raiz da palavra hebraica, a prostituta do Templo de Canaã era chamada uma q'desha (Dt 23.17) porque ela era separada para este cerimonial religioso. As guerras eram "santificadas" (Jl 3.9), declaradas santas ou separadas para punir os inimigos de DEUS. A SANTIDADE cerimonial poderia ser temível, pois a morte poderia seguir ao contato com DEUS (Êx 33.20; Jz 6.22ss.; 13.22ss.; Is 6.5). Os homens de Bete-Semes, golpeados por profanarem a arca por terem olhado para o seu interior, gritaram. "Quem poderia estar em pé perante o Senhor, este DEUS santo?" (1 Sm 6.20). Quando Davi estava trazendo a arca a Jerusalém, Uzá foi morto instantaneamente, simplesmente por ter tocado a arca para equilibrá-la (2 Sm 6.6,7).
Como parte do santo relacionamento da aliança com DEUS, Moisés prescreveu rituais de purificação preparatórios para as cerimônias sagradas (Êx 19.14; 29.4; Lv 12-15). Algumas das cerimônias e leis incluíam: (1) consagração do primogênito (Êx 13.2,12ss.; 22.29ss.), e oferta de todos os primeiros animais e dos primeiros frutos (Dt 26.1-11); (2) distinção entre os alimentos puros e impuros (Lv 11; Dt 14); (3) regras com respeito à SANTIDADE dos sacerdotes (Lv 21.1-22.16), dos levitas (Nm 8.5-26), e do lugar sagrado de adoração (Dt 12); e (4) regras relativas às festividades e convocações sagradas (Lv 23; veja Festividades). Os nazireus (q.v.), pelo seu voto de total separação ao Senhor, resumiam uma vida de SANTIDADE cerimonial (Nm 6). Os estudiosos que comparam as religiões atribuem muitas passagens qodesh das Escrituras ao conceito primitivo de um tabu: assuntos divinamente potentes que deveriam ser deixados à parte. Superstições como estas não são dignas do Antigo Testamento, mas algo parece ser verdade, os objetos sagrados permanentemente separados para DEUS, eram chamados de herem, ou coisas "dedicadas". DEUS ordenou a Israel que tomassem aquilo que os de Canaã consideravam qodesh ou tabu para torná-los herem, "dedicados" seja à destruição ou, se valioso ao serviço do Senhor, para uso sagrado (Js 6.17-19). Veja Amaldiçoado; Devoto. 3. Pureza moral. Uma vez que essa associação cerimonial e essa comunhão trazida pela aliança estão relacionadas ao DEUS que também é justo e completamente isento de pecado, a SANTIDADE adquire o significado de separação do pecado (Is 52.11; 2 Cr 6.17) e conformidade com os padrões morais de DEUS (Lv 20.7,8; Mt 5.48; 1 Pe 1.15,16). Desde o início, a vontade de DEUS se opôs ao pecado e procurou a justiça na raça humana (Gn 6.5,6). E a integridade moral ou a pureza de DEUS que o leva a se separar totalmente do mal (He 1.13). Portanto, a SANTIDADE de DEUS é, por um lado, a total libertação do mal moral, e, por outro, é a absoluta perfeição moral. Sua maior revelação é sobre o caráter completamente isento de pecado, e a obra de JESUS CRISTO {veja os artigos a respeito de CRISTO). Pela SANTIDADE de DEUS não fica claro que Ele esteja sujeito a alguma lei ou a algum padrão de excelência moral e perfeição exterior a Si mesmo, mas que toda lei e perfeição moral têm sua base eterna e imutável na sua própria natureza. Neste sentido, os SANTOS cantarão sem restrições: "Porque só tu és santo" (Ap 15.3,4).
O castigo para as infrações morais do homem, em última análise, deriva do fato da SANTIDADE de DEUS (Ez 38.16,23; Am 4.2). A maior perda com tal castigo é sua separação do favor e da presença divina. No chamado de Isaías, a reação natural do profeta à SANTIDADE de DEUS (Is 6.3) foi a de experimentar a convicção sobre seu próprio pecado e a consciência de ser imperfeito (v. 5), de estar perdido, excluído ou arruinado (em hebraico, nidmeti). No entanto, sua submissão resultou no seu perdão e na imputação de uma SANTIDADE moral sobre sua pessoa através da expiação ("a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado [heb. tfkuppar]", v. 7). O Novo Testamento ensina que o crente é santificado de uma forma posicionai perante DEUS, com a SANTIDADE de CRISTO imputada a si, na ocasião da sua conversão, pela virtude do seu ser apresentado "em CRISTO" (1 Co 1.2,30). Ele está sendo santificado experimentalmente ao continuar contando com sua posição em CRISTO, recusando-se a permitir que os seus membros pequem, e apre-sentando-se a DEUS (Rm 6.11-13). Ele deve deliberadamente seguir "a paz com todos e a SANTIFICAÇÃO, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Em última instância, ele será santificado no sentido de uma completa conformidade com CRISTO na glorificação (Rm 8.30,31). Veja SANTIFICAÇÃO. Como consequência, a SANTIDADE é a marca característica de um crente, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Aquele que está no lugar santo para adorar a DEUS deve ter as mãos limpas e um coração puro, e não deve ter jurado enganosamente (SI 24.3,4). Para habitar no monte santo de DEUS - em Sua presença - o crente deve caminhar com integridade (praticar a justiça) e não fazer mal ao seu próximo (SI 15). DEUS "nos elegeu nele [em CRISTO] antes da fundação do mundo, para que fôssemos SANTOS e irrepreensíveis diante dele" (Ef 1.4). A nossa SANTIFICAÇÃO é a vontade direta e perfeita de DEUS para nós (1 Ts 4.3). Dessa forma, qualquer atividade da vida tor-na-se santa para os cristãos e também para Israel. Pois, quando o objetivo de um homem é o de estar em conformidade com a vontade de DEUS, que executa a justiça moral sem parcialidade, a vida não pode ser dividida entre o que é secular e o que é sagrado. Semelhantemente, CRISTO tratou os mandamentos como sendo um único. "Amarás ao Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração... e ao teu próximo como a ti mesmo... faze isso..." (Lc 10.27,28), e ilustrou seu ensino com a parábola do Bom Samaritano. A motivação que determina a nossa conduta ética e religiosa deve ser aquela que nos leva a responder à graça de DEUS, uma motivação que não é voltada a uma recompensa, mas que visa a gratidão.
 
SANTIFICAÇÃO
Palavra derivada do lat. sanctus; do verbo heb. qadash, "ser separado, consagrado"; do substantivo grego hagiasmos, "consagração", "purificação", "SANTIFICAÇÃO"; do verbo hagiazo, "santificar", "separar das coisas profanas ou consagrar", "purificar ou santificar". O breve catequismo de Westminster define a SANTIFICAÇÃO como "a obra da livre graça de DEUS, pela qual somos renovados na totalidade de nosso ser, conforme a imagem de DEUS, e nos tornamos cada vez mais capacitados a morrer para o pecado e viver para a justiça". Esta definição, no entanto, apesar de útil ao chamar a atenção à graça soberana de DEUS, assim como à responsabilidade de cada cristão, tende a confundir a regeneração com a SANTIFICAÇÃO. As principais ideias relacionadas à SANTIFICAÇÃO são a separação daquilo que é pecaminoso, por um lado, e, por outro, a consagração àquilo que é justo e que está de acordo com a vontade de DEUS. A SANTIFICAÇÃO precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, DEUS atribui ao crente, no momento em que recebe a CRISTO, a própria justiça de CRISTO, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em CRISTO (Rm 6.4-10). É uma mudança que ocorre "de uma vez por todas" na condição legal ou judicial da pessoa diante de DEUS. A SANTIFICAÇÃO, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento. Na SANTIFICAÇÃO ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre DEUS e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, e entre o homem e a natureza.
Visões Variadas
Três principais visões precisam ser mencionadas:
1. SANTIFICAÇÃO Batismal.
Esta é a visão católica romana, que defende que no batismo é removida não somente a culpa, mas também a depravação do pecado. Esta afirmação é certamente negada pelo próprio ensino católico romano de que os pecados seguintes devem ser constantemente confessados no confessionário, perdoados pelo sacerdote e removidos por meio de penitências.
2. Perfeccionismo.
Aqueles que defendem esta visão ensinam que o cristão pode tornar-se perfeitamente santificado, ou chegar à perfeição nesta vida. Para que esta convicção seja sustentada, é necessário minimizar, de alguma forma, as exigências tenazes da lei, como, por exemplo, exigir a obediência somente até o limite de nossa habilidade humana (Finney); a obediência ao novo mandamento ou lei de CRISTO; o mero exercício do amor em tudo o que fizermos (Paul Tillich). Tais interpretações das exigências de DEUS falham em satisfazer a própria aplicação do sexto e do sétimo mandamento que o Senhor JESUS CRISTO fez em Mateus 5.17-48, onde, em sua exegese, o próprio Senhor determina que estas duas leis são a base de uma perfeição na qual somos exortados a nos tornarmos perfeitos como o nosso Pai Celestial (v. 48). Os metodistas, e outras igrejas cristãs da tradição Arminiana ou Wesleiana em geral, ensinam, de alguma forma, o perfeccionismo. 3. SANTIFICAÇÃO Progressiva. Esta é uma visão de Calvino e de todos os cristãos que defendem uma teologia Reformada. Esta só pode ser corretamente entendida quando se percebe que ela destaca que a SANTIFICAÇÃO, conforme ensinada na Bíblia Sagrada, aparece em três aspectos.
a. Posicional. Todos aqueles que são regenerados ou salvos são posicionalmente vistos como totalmente santificados em CRISTO. Por esta razão, embora o apóstolo Paulo tenha censurado o cristianismo dos coríntios, classificando-o como carnal (1 Co 5.1; 6.1-8), ele ainda diz que eles são santificados em JESUS CRISTO e chamados de SANTOS (1 Co 1.2; 6.11; cf. At 20.32; Hb 10.10; 1 Pe 1.2; Jd 1). O livro aos Hebreus funciona como uma ponte entre este aspecto e a SANTIFICAÇÃO experimental que vem a seguir (Hb 2.17; 9.13ss.; 12.14). Uma vez que o conhecimento da SANTIFICAÇÃO posicionai depende de uma compreensão mental da verdade bíblica, ele possui uma natureza instantânea, "de uma vez por todas", como ocorre na percepção de todos os outros conhecimentos, os quais alguns confundem com a própria perfeição.
b. Experimental. No desenvolvimento de uma vida santificada, os cristãos consideram sua posição em CRISTO da maneira como ela é expressa em algumas passagens como Romanos 6.2-10 e Colossenses 2.9-13 (cf. 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2). O próprio Senhor JESUS CRISTO expressa os ensinos básicos da SANTIFICAÇÃO em Mateus 5.17-48, e Paulo o faz em Romanos 6-8. O crente deve ser santo (Êx 19.6; Lv 11.44; 1 Pe 1.15), mas seu crescimento na SANTIFICAÇÃO repousa na dependência de sua posição, e em sua entrega, momento a momento, à vontade de DEUS e à disposição de andar no caminho do Senhor. Uma vez que DEUS escolheu deixar que o crente ainda tivesse em si mesmo a natureza caída (Rm 7; Gl 5.17ss.), nenhum de nós poderá alcançar a perfeição até que esta natureza seja finalmente removida; na melhor hipótese, o que cada cristão pode fazer é progredir em direção à perfeição.
c. Final. Quando o crente partir para estar com CRISTO, ou no momento em que o Senhor vier arrebatar sua Igreja - o que ocorrer primeiro - a natureza caída será completamente removida e cada crente receberá o corpo da ressurreição, será glorificado, e se tornará semelhante ao Salvador (Rm 8.29,30; 1 Jo 3.1-3; Jd 24).
 
Meios de SANTIFICAÇÃO
O meio externo é a Palavra de DEUS. O Senhor JESUS CRISTO orou: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). Uma vez que Ele concedeu as Escrituras através de sua inspiração, Ele nunca trabalha contra, mas sim através delas. O meio interno é a presença e a direção do ESPÍRITO SANTO em nossos corações. E Ele quem mantém a lei de DEUS, assim como foi revelada por Ele mesmo, em nós e através de nós. "Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, DEUS, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o ESPÍRITO" (Rm 8.3,4). Esta é a chave para o ESPÍRITO e a própria vida cheia do ESPÍRITO. Como conclusão, a suprema obra de DEUS pelo seu ESPÍRITO e pela ação responsiva do homem, devem ser combinados em uma visão adequada da SANTIFICAÇÃO (Fp 2.12,13).
 
SANTIFICAR, SANTIFICADO
Essas duas palavras (e também o termo "santo") significam basicamente "estar purificado", no aspecto moral e cerimonial e, portanto, "santificado". Essas palavras são usadas para pessoas ou coisas escolhidas e separadas para DEUS. O Sábado era santificado (Ex 20.11), assim como os sacerdotes (Êx 29.1), o Tabernáculo e seus utensílios (Êx 40.9) e o Templo de Salomão (1 Rs 9.3). DEUS é completamente e perfeitamente SANTO, e Ele santifica seu povo (Lv 22.32) incluindo os primogênitos (Nm 3.13).
 
SANTO
O termo "santo" na Bíblia Sagrada é a tradução de duas palavras hebraicas {hasid e kadosh) e uma grega (hagios) nos textos em Salmo 30.4; 106.16; Romanos 1.7. Há versões que diferenciam as palavras hebraicas traduzindo hasid como "SANTOS" (por exemplo, Salmo 132.9), e "fiéis" (por exemplo, Salmos 50.5; 149.1,5,9), enquanto kasosh é algumas vezes traduzido como "santo" (por exemplo, Salmos 16.3) e outras vezes como "dedicado" (Êx SI 106.16). Por definição, hasid significa "pio"; daí vem a designação dos piedosos adoradores do Senhor (1 Sm 2.9; 2 Cr 6.41; SI 30.4; 31.23; 37.28; 50.5; 52.9; 79.2; 85.8; 97.10; 116.15; 132.9,16; 145.10; 148.14; 149.1,5,9). Por definição kasosh significa "santo", "puro" ou "limpo"; por isso, é especialmente apropriado para descrever os indivíduos consagrados ao serviço do Senhor: sacerdotes (SI 106.16; Êx 28.41-29.1; Lv 21.6; 1 Sm 7.1), anjos (Dt 33.2,3) e os primogénitos (Êx 13.2). Alguns acreditam que hasid em certos Salmos (79.2; 97.10; 149.5,9) representa o conceito de "fiéis" durante as intensas lutas do período macabeu, quando os hasidim eram os leais, os nacionalistas, aqueles que eram estritamente separados para a adoração ao Senhor. Alguns professaram ter encontrado uma importância escatológica em Daniel (7.21,22), onde o termo kadosh descreve os SANTOS que receberam o reino no grande dia do justo julgamento do Senhor. O termo kadosh também é aplicado a lugares sagrados (Êx 29.31; Lv 6.16), a dias SANTOS (Ne 8.10,11), e ao próprio Senhor como aquele que é "Santíssimo" (Os 11.9; Js 24.19; Pv 9.10). Na Septuaginta (LXX), o termo hasid é traduzido principalmente como hosios, que por definição significa "incontaminado pelo pecado", "livre de impiedade", ou "aquele que observa religiosamente cada obrigação moral". Por esta razão, o termo veio representar aqueles que são santificados ou piedosos. Na LXX kadosh é principalmente traduzido como hagios, que se refere à reverência ou ao temor religioso, portanto àqueles que adoram ao Senhor. No NT, os Evangelhos fazem pouco uso do termo "santo", que é usado como uma referência ao corpo dos SANTOS ressuscitados (Mt 27.52), e esta pode ser uma referência conforme o uso do AT, àqueles que foram fiéis antes da era do NT. O próprio Senhor JESUS CRISTO é, no entanto, chamado de "o SANTO de DEUS" (Mc 1.24; Lc 1.35).
Os cristãos, de um modo geral, são "SANTOS" no uso do NT, e o termo é comum como uma referência aos membros de uma Igreja local (Rm 1.7; 1 Co 1.2; 2 Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.2). Outras referências no NT igualam os cristãos, em geral, aos "SANTOS" (2 Co 13.13; Rm 16.15; At 9.13; Hb 13.24; Ap 5.8). Todos os cristãos são identificados como SANTOS, porque estão em JESUS CRISTO. Mantendo o uso tanto do AT como do NT, deve ser observado que aqueles que são chamados SANTOS devem manter-se no mais alto padrão ético na vida (Ef 5.3). Esta atitude é revelada através do amor pelos outros, expresso através de serviços práticos e úteis (vejaRm 12.13; 15.25,26; 16.2; Ef 1.15; Cl 1.4; 1 Tm 5.10; Hb 6.10; 2 Co 8.4; 9.1). Veja Consagração. No NT, os SANTOS de CRISTO devem ser associados com Ele na totalidade de seu triunfo e vitória final, dando um significado escatológico ao termo (1 Ts 3.13; 2 Ts 1.10; 1 Co 6.2,3; Cl 3.4) H. L. D.
 
SANTUÁRIO
 Na Bíblia, é um local à parte, geralmente o local da presença do Senhor entre seu povo. Exemplos são o Tabernáculo de Moisés (Êx 25.8; Lv 16.33) e o Templo de Salomão com seus recintos (1 Cr 22.19; Is 63.18; SI 74.7). O termo heb. qodesh e miqdash (137 vezes) e o gr. hagion (quatro vezes) transmitem a ideia de separação, mais tarde reduzido à "separação do pecado". Veja SANTIDADE, Santificar. Estes termos são também utilizados para locais pagãos elevados e santuários (Is 16.12; Ez 28.18; Am 7.9). Através de escavações, foi descoberta uma grande variedade de santuários cananeus como em: Megido, Ai, Hazor, Laquis, Siquém, e Bete-Seã, e um santuário israelita dentro de uma fortaleza real em Arade. (Para detalhes veja os artigos sobre estas cidades). Há outros lugares na terra que foram santificados pela presença de DEUS, como: Jerusalém, Sião e Silo, e que são chamados de santuários do Senhor. Mas o céu é especialmente sua santa morada (Dt 26.15; SI 68.4,5); O seu santo Templo (Mq 1.2; He 2.20; Jn 2.4,7); O alto do seu santuário (SI 102.19); e seu santo céu (SI 20.6) onde está o trono da sua SANTIDADE (SI 47.8). De fato, o Salmo 150.1 chama o céu de santuário de DEUS. DEUS ensinou os israelitas como deveriam construir o Tabernáculo (Êx 25-27), instru-indo-os a reverenciá-lo (Lv 19.30) e a não profaná-lo (Lv 21.12,23). As cerimônias da lei Mosaica eram, em parte, uma grande lição objetiva; seu propósito era ensinar à nação algo sobre a SANTIDADE de DEUS e sua completa separação do pecado. Quando Israel caiu em apostasia e seus sacerdotes profanaram o Templo (Sf 3.4), DEUS anunciou através de seus profetas que os adversários de Israel profanariam o santuário (Is 63.18; Jr 51.51; Dn 8.11-14), por Ele o ter rejeitado como lugar de sua presença especial. Veja Lugar SANTO; Tabernáculo; Templo. Aos judeus em cativeiro, DEUS gentilmente declarou: "Lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram" (Ez 11.16; cf. Is 8.14). Ele também prometeu a Israel, "farei com eles um concerto de paz" e "quando estiver o meu santuário no meio deles, para sempre" (Ez 37.26,28). Ezequiel descreve este Templo renovado e ideal nos capítulos 40^18. Ele termina com a visão de um rio de águas que curam, o qual flui do santuário (47.12) onde o Príncipe Messiânico habita (48.21).
O NT ensina que o corpo do cristão é, em um sentido real, o santuário de DEUS (por exemplo, 2 Coríntios 6.16). Todavia, o santuário também continua a ser o céu, onde o Senhor JESUS, nosso grande Sumo Sacerdote, "está assentado à destra do trono da Majestade, ministro do santuário e do verdadeiro Tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem" (Hb 8.1,2). E. B. S.
 
SANTIDADE - Teologia Sistemática – Strong - vol. 1
SANTIDADE é a pureza auto-afirmada. Em virtude deste atributo da sua natureza, DEUS eternamente quer e mantém sua excelência moral. Esta definição contém três elementos: primeiro, pureza; segundo, vontade de pureza; terceiro, vontade de pureza em si mesma.
Ex. 15.11 - “glorificado em SANTIDADE”; 19 .10-16 - o povo de Israel deve purificar-se antes de vir a presença de DEUS; Is. 6.3 - “SANTO, santo, santo é o Senhor dos Exércitos” - note o contraste com os lábios impuros, que devem ser purificados com uma brasa tirada do altar (v. 5-7); 2 Co. 7.1 - “purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espirito, aperfeiçoando a SANTIFICAÇÃO no temor de DEUS”; 1 Ts. 3.13 - irrepreensíveis em SANTIDADE”; 4.7 - “DEUS não nos chamou para a imundícia, mas para a SANTIFICAÇÃO”; Hb. 12.29 - “o nosso DEUS e um fogo consumidor” - de toda a iniquidade. Estas passagens mostram que a SANTIDADE se opõe a impureza e que SANTIDADE é pureza.
O desenvolvimento do conceito de SANTIDADE na historia hebraica era, sem duvida, gradual. No começo pode ter incluído pouco mais do que a ideia de separação de tudo o que é comum, pequeno e fraco. A limpeza física e a aversão pelo mal moral foram elementos adicionais que, com o tempo tornaram-se dominantes. Contudo devemos lembrar que o sentido próprio de um termo deve ser determinado não pelo uso  primitivo mas pelo recente. A natureza humana e ética desde o começo e procura expressar o pensamento de uma regra ou padrão de obrigação e de um Ser justo que impõe essa regra ou padrão. Aos primeiros conceitos de majestade e separação que se ligam a apreensão da divindade na infância da raca mistura-se ao menos um certo sentido do contraste entre a pureza de DEUS e o pecado do homem.
O homem menos desenvolvido tem uma consciência que condena algumas formas de cometer erro, e causa um sentimento de separação entre o poder e os poderes superiores. A contaminação física torna-se um símbolo natural do mal moral. Investem-se lugares e vasos e ritos de dignidade associada com a divindade ou consagrada a ela.
O fato de que só aos poucos esse conceito de SANTIDADE purifica-se dos elementos estranhos e não essenciais e recebe expressão plena só na revelação do Novo Testamento e especialmente na vida e obra de CRISTO não nos deve cegar sobre o fato de que os germes da idéia estão bem atrás, no começo
da existência do homem na terra. Mesmo aí o sentido de erro interior teve como seu correlato uma justiça exterior obscuramente reconhecida. Tão logo o homem conhece a si mesmo como um pecador, passa a conhecer algo da SANTIDADE do DEUS que ele ofendeu. Por isso devemos abrir exceção à nota de Schurman, Belief in God, 231 - “Provavelmente os primeiros deuses não eram seres morais” , pois o próprio Schurman já havia dito: “Um DEUS sem caráter moral na realidade não é DEUS” . Dillmann, O. T. Theology, com muita propriedade, faz do pensamento fundamental da religião do A.T. não a unidade ou a majestade de DEUS, mas a sua SANTIDADE. Só isto forma a base ética da revelação e da lei. E. G. Robinson, Christian The o lo gy-“O único objetivo do cristianismo é a SANTIDADE pessoal. Mas este será o objetivo que absorve e atinge o homem só quando este reconhece ser o atributo proeminente em DEUS. Daí tudo o que é divino é santo - o templo, as Escrituras, o ESPÍRITO” .
O desenvolvimento da ideia de SANTIDADE assim como da ideia de amor foi preparado antes do advento do homem. A. H. Strong, Education and Optimism: “Houve tempo quando a historia passada da vida sobre o planeta parecia a de carnificina sem coração e cruel. A sobrevivência do mais adequado teve como o outro lado da moeda a destruição de miríades. A natureza tinha o dente vermelho e garras de ravina’. Porem o pensamento mais tarde mostrou que este ponto de vista sombrio resulta de uma indução parcial dos fatos. A vida paleontológica foi marcada não só por uma luta pela vida, mas por uma luta pela vida dos outros. O começo do altruísmo deve ser visto no instinto de reprodução e no cuidado dos filhos. Em cada cova de leões e toca dos tigres, na provisão de alimentos da águia para com os filhotes, ha um sacrifício que palidamente mostra a subordinação dos interesses do homem aos interesses dos outros. Mas, nas primeiras eras do homem, pode ser  encontrada a justiça numa forma incipiente como também o amor numa forma incipiente.
A luta pela vida própria tem seu lado moral do mesmo modo que a luta pela vida dos outros. O instinto de autopreservação e o principio do direito da retidão, da justiça e da lei terrena. Cada criatura tem o dever diante de DEUS de preservar o seu próprio ser. Deste modo podemos achar um esboço da moralidade ate mesmo na luta predatória e exterminadora das eras geológicas.
O DEUS imanente estava preparando o caminho para o direito, a dignidade, a liberdade do ser humano’. E, podemos acrescentar, estava  reparando o caminho para o entendimento do seu próprio atributo fundamental da SANTIDADE pelos homens.
Para maior explicação assinalamos que:
A) Negativamente, a SANTIDADE não é:
a) Justiça ou pureza exigindo a pureza das criaturas.
Justiça, atributo relativo ou transitivo, na verdade é a manifestação e expressão do  tributo imanente da SANTIDADE, mas não deve ser confundido com ele.
Quen stedt, Theol., 8.1.34, define SANTIDADE como “summa omnisque labis expers in Deo puritas, puritatem debitam exigens a creaturis” -  Definição de SANTIDADE transitiva, ou justiça, em vez do atributo imanente. Is. 5.16 - “O Senhor dos exércitos será exaltado em juízo, e DEUS, o santo, será santificado em justiça” = a justiça e somente a SANTIDADE de DEUS em sua atividade judicial. Apesar de que a SANTIDADE normalmente e um termo de separação e expressa a oposição inerente de DEUS a todo o que e pecador, também e empregada como um termo de união, como em Lv. 11.44 - “serei SANTOS porque eu sou santo”. Quando JESUS voltou do encontro com o moco rico (Mc. 10.23) ele ilustrou a primeira; Jo. 8.29 ilustra a segunda: “aquele que me enviou esta comigo”. Lowrie, Doctrine of St. John, 51-57 - “ ‘DEUS e luz’
(1 Jo. 1.5) indica o caráter de DEUS, pureza moral revelada,  produzindo gozo e vida, em contraste com as mas obras, andando nas trevas, num estado de perdição”.
A consciência humana universal e em si mesma uma revelação da SANTIDADE de DEUS e a reunião do sofrimento em todo o lugar com o pecado e a revelação da justiça de DEUS. A cólera, a ira, o ciúme de DEUS mostram que esta reação da natureza de DEUS e necessária. A própria  natureza de DEUS e santa, justa e boa. A SANTIDADE não e substituída pelo amor, como sustenta Ritchl, visto que não ha nenhuma doação própria sem auto-afirmação. A SANTIDADE não demanda apenas lei, mas concede o Espirito SANTO. Santayana, Sense of Beauty, 69 - “Se a perfeição e a justificação ultima do ser, podemos entender a base da dignidade moral do belo. O belo e um penhor da possível conformidade entre a alma e a natureza e, consequentemente a base da Fé na supremacia do bem”. Contudo, consideramos a natureza apenas como o símbolo e expressão de DEUS e, deste modo, consideramos o belo como a base da Fe na sua soberania. Ha mais verdade a respeito do que Santayana diz sobre o belo com relação a SANTIDADE. Em qualquer lugar que o vemos, reconhecemos nele um penhor da possível conformidade entre a alma e DEUS e, consequentemente, a base da Fe na supremacia de DEUS.
b) SANTIDADE não é um termo complexo designativo do conjunto das perfeições divinas.
Por outro lado, a noção de SANTIDADE é, tanto na Escritura comona experiência cristã, perfeitamente simples e perfeitamente distinta dos outros atributos.
Dick, Theol., 1.275 - SANTIDADE = veneração, i.e., “nenhum atributo particular, mas o caráter geral de DEUS que resulta dos atributos morais”. Wardlaw chama a SANTIDADE de união de todos atributos, como a pura luz branca e a união de todos os raios coloridos do espectro (Theology, 1.618-634). H. W. Beecher: “SANTIDADE = totalidade”. A abordagem desta concepção é a definição de W.N. C larke, Christian Theology, 83 - “SANTIDADE e a gloriosa plenitude da bondade de DEUS, consistentemente sustentada como o principio da sua própria ação e o padrão para as suas criaturas”. Isto implica, segundo o Dr. Clarke: 1. O caráter interior da sua bondade; 2. O caráter como principio consistente da sua própria ação; 3. A bondade que e o principio da sua própria ação e o padrão da deles”. A saber; SANTIDADE e 1. caráter; 2. autoconsistência;
3. requisito. A esta definição objetamos que ela deixa de definir.
Não se diz que e essencial ao caráter; a definição inclui em SANTIDADE aquilo que apropriadamente pertence ao amor; omite toda a menção dos mais importantes elementos na SANTIDADE, a saber, a pureza e a justiça.
Semelhante falta de definição clara aparece na afirmação de Mark Hopkins, Law of Love, 105 - “E este duplo aspecto do amor revelando a natureza moral toda e voltando a cada caminho como a espada flamejante que guarda o caminho da arvore da vida que se chama SANTIDADE”. Como já mostramos acima, na Escritura, a SANTIDADE não se contrasta com a simples finitude ou pequenez, ou o infortúnio, ou mesmo a irrealidade, mas só com a impureza e com a pecaminosidade. E. G. Robinson, Chrst. Theology, 80 - “A SANTIDADE no homem e a imagem de DEUS. Mas e claro que a SANTIDADE no homem não e proporcional as outras perfeições do seu ser - a sua forca, ao seu conhecimento, a sua sabedoria apesar de ser proporcional a retidão da sua vontade - e, por isso, não pode ser a resultante de todas as perfeições.... Identificar a SANTIDADE com a soma de todas as perfeições e fazer dela apenas a plenitude do caráter”.
c) SANTIDADE não é o amor próprio de DEUS, no sentido da suprema consideração no seu próprio interesse e felicidade. Não há nenhum elemento utilitário na SANTIDADE.
Buddeus, Theol. Dogmat., 2.1.36, define SANTIDADE como o amor próprio de DEUS. Mas DEUS ama e se afirma, não como o eu, mas como o mais santo. Não existe em DEUS uma busca de si mesmo. Nem dos interesses de DEUS, mas o amor a DEUS como santo, e o principio e fonte da SANTIDADE no homem. Chamar a SANTIDADE de DEUS de amor próprio e dizer que DEUS e santo em razão do que ele pode fazer através disso, i.e., negar que a SANTIDADE tem existência independente.
Não devemos negar, mas, ao contrario, sustentar que ha um adequado amor próprio que não e egoísmo. Contudo, este amor próprio não e, afinal de contas, amor. Ao invés disso, e o respeito próprio, a preservação própria, a vindicação própria e constitui uma importante característica da SANTIDADE.
Porem, definir SANTIDADE como amor de DEUS por si mesmo e deixar de lado a definição da razão para este amor na pureza e retidão da natureza divina. O respeito próprio de DEUS implica que DEUS respeita a si mesmo por algo em seu próprio ser. E o que e este algo? A SANTIDADE e “excelência moral” de DEUS (H opkins), ou a sua “bondade perfeita” (C larke)? Mas o que e esta excelência moral, ou bondade perfeita? Temos aqui descritos o método e o fim, mas não o motivo e a base. DEUS não ama a si mesmo por causa do seu amor, mas ele ama a si mesmo por causa da sua SANTIDADE. Os que sustentam que o amor e a auto-afirmação assim como autocomunicação e, por isso, a SANTIDADE e o amor de DEUS por si mesmo, devem ainda admitir que este autoafirmante que e a SANTIDADE condiciona e fornece o padrão ao amor  utocomunicante que e a benevolência.
G. B. Stevens, Johannine Theology, 364, diz-nos que “a justiça de DEUS e o respeito próprio do perfeito amor”. Miller, Evotution of Love, 53 - “O amor próprio e o tipo de ação que no ser perfeito realiza, no finito procura realizar o eu perfeito ou ideal”. A saber, o amor e a auto-afirmação. Porem, objetamos que o amor próprio não e, afinal de contas, amor porque nele não ha nenhuma comunicação própria. Se em qualquer sentido a SANTIDADE e uma forma ou manifestação do amor - questão que ainda temos de considerar – sem duvida, não se trata de um amor próprio unitário e utilitário, que seria idêntico ao egoísmo, mas, ao invés disso, um sentimento que implica centralização trinitária no outro ser e o apoio do eu como um objeto ideal. Este parece ser o sentido de Jonathan Edwards, Essay on the Trínity (ed. Fischer), p. 79 - “Todo amor se refere a outro ser, que e amado. Para o apostolo, a palavra amor certamente significa algo mais que aquilo que normalmente se chama amor próprio: isto e impropriamente chamado de amor e faz parte de uma natureza bem diversa do sentimento ou virtude de que o apostolo esta falando”. Veremos ainda que, conquanto Jonathan Edwards nega que a SANTIDADE seja um amor próprio unitário e utilitário, ele considera a essência deste como  sendo o amor trinitário de DEUS para consigo mesmo, de excelência moral perfeita.
A falta de convicção trinitária de Ritschl faz ser-lhe impossível fornecer qualquer base própria para o amor ou para a SANTIDADE na natureza de DEUS. Ritschl sustenta que, como pessoa, CRISTO e um fim em si mesmo; ele realizou o seu próprio ideal; desenvolveu a sua própria  personalidade; atingiu a sua perfeição na sua obra em favor do homem; ele não e somente um homem destinado a salvação dos homens. Mas, ao chegar a sua doutrina de DEUS, estranhamente Ritschl e inconsistente com tudo isso, porque deixa de representar DEUS como tendo um fim em si mesmo, e trata-o somente como um meio para o reino de DEUS assim como um fim. Garvie, Ritschilian Theology, 256,278,279, com propriedade assinala que pessoalidade significa a posse de si mesmo assim como a autocomunicação, distinção de outros seres assim como união com eles. Ritschl não considera que o amor de DEUS em primeiro lugar se dirige ao seu Filho e só depois a comunidade crista. Deste modo ele ignora a Trindade imanente. Antes da autocomunicação deve haver uma auto-sustentação. Caso contrario, DEUS deixa a sua independência e torna necessária a existência criada. d) SANTIDADE não é idêntica ao amor, ou sua manifestação. Porque a automanutenção deve preceder a autoconcessão e porque a benevolência tem seu objetivo, motivo, padrão e limite na retidão, na SANTIDADE, o atributo autoafirmante não pode de modo algum ser resolvido no amor autocomunicante. A doutrina de Jonathan Edwards e que a SANTIDADE e uma forma de amor; Essay on the Trinity{ed. Fisher), 97 - “E no infinito amor de DEUS a si mesmo que consiste a SANTIDADE. Como toda criatura, a SANTIDADE deve ser resolvida no amor, como nos ensina a Escritura, assim a SANTIDADE do próprio DEUS consiste no amor infinito a si mesmo. A SANTIDADE de DEUS e a beleza infinita e a excelência da sua natureza, e a excelência de DEUS consiste no amor a si mesmo”. Em seu tratado sobre The Nature of Virtue, Jonathan Edwards define a virtude com relação ao ser em geral. Ele considera que o amor de DEUS, antes de tudo, destina-se a si mesmo tendo a maior quantidade do ser e, só depois, as suas criaturas cuja quantidade de seres e infinitesimal comparada com ele. Por isso DEUS acha o seu principal fim em si mesmo e o amor próprio de DEUS e a sua SANTIDADE. Este principio tem permeado e dominado a subsequente teologia da Nova Inglaterra, desde Samuel Hopkins, Works, 2.9-66, que defende que esta SANTIDADE = amor do ser em geral. Horace Bushnell, Vicarious Sacrifice, declara: “A justiça, mudada em uma palavra de sentimento, e o amor; o amor, traduzido em uma palavra da consciência, e a justiça; a lei eterna do direito e apenas uma outra concepção da lei do amor; os dois princípios, justiça e amor, aparecem exatamente um na medida do outro”. Dorner, Christian Ethics, 73,93,184, ensina doutrina semelhante-“O amor une a existência do eu com a existência dos outros, auto-afirmação e entrega de si mesmo. ... Amor próprio em DEUS não e egoísmo, porque ele e a sede original e necessária do bem em geral e do bem universal. DEUS conserva a sua honra ate dando de si mesmo aos outros. ... O amor e a forca e o desejo de ser do eu enquanto no outro ser e, enquanto o eu de qualquer pessoa estiver em outro ser recebido no coração ate o fim. ... Devo amar o meu próximo só como a mim mesmo. ... Contudo, a virtude requer não só a boa vontade, mas a vontade daquilo que e justo”. Do mesmo modo, Newman Smith, Christian Ethics, 226, 239, sustenta que 1. O amor e uma auto-afirmação. Dai ele defende que SANTIDADE ou respeito próprio envolve amor. A justiça não e uma excelência independente em contraste com a benevolência, ou em oposição a ela; e parte essencial do amor.
2. O amor e a doação de si mesmo. O único limite e ético. Eis aqui uma imanência sempre profunda, apesar de que sempre de DEUS, porque DEUS não pode negar-se a si mesmo. 3. O amor encontra-se a si mesmo em outro ser. O elemento vicário pertence ao amor. Retrucamos a Dorner e a Smith que o seu reconhecimento de que o amor tem sua condição, seu limite, seu motivo, objeto e padrão mostra que ha um principio mais elevado que o amor e que o regula. Reconhece-se este principio como sendo ético. E idêntico ao direito. DEUS não pode negar-se a si
mesmo porque ele e fundamentalmente justo. Esta auto-afirmação e a SANTIDADE e a SANTIDADE não pode ser uma parte do amor, ou uma forma dele porque ela condiciona e domina o amor. Chama-la benevolência e ignorar sua distinção majestosa e por em perigo sua legitima supremacia.
DEUS deve em primeiro lugar sustentar o seu próprio ser antes de poder dar a outro e esta auto-sustentação deve ter sua razão e motivo no merecimento daquilo que e sustentado. SANTIDADE não pode ser amor porque o amor e irracional e caprichoso a não ser quando tem um padrão pelo qual ele e regulado e este não pode ser o próprio amor, mas a SANTIDADE. Concordamos com C larke, Christian Theology 92, em que “o amor e o desejo de conceder SANTIDADE”. O amor e um meio de SANTIDADE e, por isso, a SANTIDADE e o supremo bem, algo mais elevado que só o amor. Então, ao invés de dizer, com Clarke, que “a SANTIDADE e o centro em DEUS, mas o amor e essencial a SANTIDADE”, e preferível dizer: “O amor e o centro em DEUS, mas a SANTIDADE e o centro do amor”, apesar de que, neste caso, devemos empregar o termo amor incluindo o amor próprio. Melhor ainda e não empregar a palavra amor referindo-se ao cuidado de DEUS para consigo mesmo. No uso comum, amar significa considerar os outros e ter comunhão com eles. Abranger nele a autoafirmação de DEUS e interpretar mal a SANTIDADE e considera-la um meio de alcançar um fim, ao invés de fazer o que realmente e, o objeto superior e o principio regulador, do amor.
Aquele que lança a norma ou padrão do amor deve ser superior ao referido amor. Quando esquecemos que “justiça e juízo sao a base do seu trono” (SI. 97.2), destruímos um dos principais marcos da doutrina crista e envolvemo-nos numa nevoa de erro. Ap. 4.3 - “ao redor do trono ha um arco-íris” = no meio do arco-íris do perdão e da paz ha um trono de SANTIDADE e juízo. Em Mt. 6.9,10, “Venha o teu reino” não e a primeira petição, mas ao invés disso, “Santificado seja o teu nome”. E uma falsa ideia da simplicidade divina reduzir os atributos a um. A auto-afirmação não e uma forma de doação de si mesmo. A não sensibilidade, estado de sensibilidade, apesar de ser a mais pura benevolência, e fundamental, porem, mais do que isso, e a atividade daquela vontade e a sua justa direção. Hodge, Essays, 133-136, 262-273,  bem mostra que  o amor santo e controlado pela SANTIDADE. A SANTIDADE não é um simples meio para a felicidade. Ser feliz não e a razão ultima de ser santo.
Certo e errado não sao matéria de lucro e perda. Dizer que DEUS e apenas benevolência e que ele pune apenas quando a felicidade do  universo o requer destrói toda a nossa lealdade para com DEUS e violenta a constituição da nossa natureza.
A doutrina de que DEUS e apenas amor tem sido chamada de “o papado de DEUS”. DEUS e um “mar de verão de bondade, nunca agitado por tempestades” (D ale, Ephesians, 59). JESUS, porem nos da a melhor ideia a respeito de DEUS e nele achamos não só a piedade, mas as vezes a indignação moral. Jo. 17.11 - “Pai santo” = mais do que amor. O amor pode ser exercido por DEUS só quando e o amor correto. A SANTIDADE e o trilho no qual a locomotiva do amor deve correr. O amor não pode ser a locomotiva. Se um inclui o outro, então a SANTIDADE e que inclui o amor, visto que a SANTIDADE e a manutenção da perfeição de DEUS e a perfeição envolve amor. Aquele que e santo afirma a si mesmo como também o perfeito amor. Se o amor fosse fundamental, nada haveria para dar e, deste modo, o amor seria vão, e inútil. Não se pode dar o eu, sem que haja antes a auto-afirmação. DEUS não e santo porque ele ama, mas ama porque e santo. O amor não pode dirigir-se a si próprio; ele esta limitado a SANTIDADE. A justiça não depende do amor para ser reta.
Stephen G. Barnes: “O simples bem não e o único conteúdo da lei; ele não basta nos tempos de prova de fogo; e inadequado como base para a retribuição. O amor necessita da justiça e a justiça do amor; ambos sao comandados pela lei de DEUS e sao revelados perfeitamente no caráter de DEUS”. Pode haver um atrito entre ambas as mãos do homem e pode haver um conflito entre a consciência e a vontade do homem, entre o seu intelecto e o seu sentimento. A forca e a energia de DEUS sob a resistência; a forca e a energia pertencem-lhe. Deste modo, quando o homem peca, a SANTIDADE e o amor em DEUS tornam-se polos ou forcas opostas. O primeiro e mais serio efeito do pecado não e o que ocorre sobre o homem, mas sobre DEUS.
A SANTIDADE necessariamente requer sofrimento e o amor o suporta. Este sofrimento eterno de DEUS por conta do pecado e a expiação; o CRISTO encarnado apenas mostra o que foi no coração de DEUS desde o principio. Fazer a SANTIDADE uma forma de amor e, na verdade, negar a sua existência e, consequentemente, negar a necessidade de qualquer expiação para a salvação do homem. Se SANTIDADE e a mesma coisa que amor, como e que o mundo clássico, que conhecia a SANTIDADE de DEUS, não conhecia também o seu amor?
Aqui a ética lembra o caldo de carne de Abraão Lincoln feito da sombra de um pombo que morreu de fome. SANTIDADE que e só boa vontade não e SANTIDADE, porque lhe faltam os elementos essenciais da pureza e retidão. Nas bases da agulha (desvio de estrada de ferro) para o leste de Rochester, existe um homem cuja responsabilidade e movimentar para a esquerda ou para a direita uma barra de ferro de duas ou três polegadas. Deste modo ele determina se o trem vai para Nova Iorque ou para Washington, para Nova Orleans ou para Sao Francisco. Neste ponto da teologia a nossa conclusão igualmente determina qual será o nosso sistema futuro. O principio de que a SANTIDADE e uma manifestação de amor, ou uma forma de benevolência, leva a conclusão de que a felicidade e o único bem e o único fim; que a lei e um
mero expediente para a garantia da felicidade; que a pena e simplesmente dissuasiva, ou tem um fim reformatório; que não ha necessidade de nenhuma expiação a ser oferecida a DEUS pelo pecado humano; que não se pode vindicar a retribuição eterna porque não ha esperança de recuperação. Este ponto de vista ignora o testemunho da consciência e da Escritura de que o pecado é Intrinsecamente mau e, por isso, deve ser punido não porque a punição vai operar o bem do universo; na verdade, não poderia operar o bem ao universo a não ser que este fosse justo e reto. Ignora o fato de que a misericórdia e uma opção de DEUS, enquanto a SANTIDADE e invariável; que a punição muitas vezes esta ligada a SANTIDADE de DEUS, mas nunca ao amor; que DEUS não e somente amor, mas luz - luz moral - e, por isso, “um fogo consumidor” (Hb. 12.29) para toda a iniquidade. O amor castiga (Hb. 12.6), mas a SANTIDADE pune (Jr. 10.24 - “Castiga-me, o Senhor, mas com medida; não na tua ira”; Ez. 28.22 - “quando executar juízos e nela me santificar”; 36.21,22 - em juízo “Não e por vosso respeito que faço isto, o casa de Israel, mas pelo meu santo nome”; 1 Jo. 1.5 - “DEUS e luz e não ha nele treva nenhuma” - treva moral; Ap. 15.1,4 - “a ira de DEUS ... só tu és santo ... os teus juízos sao manifestos”; 16.5 - “justo és tu ... porque julgaste estas coisas”; 19.2 - “verdadeiros e justos sao os seus juízos, pois julgou a grande prostituta”).
B) Positivamente, SANTIDADE é:
d) Pureza de substância
- Na natureza moral de DEUS, agindo necessariamente, há, na verdade, os dois elementos da vontade e do ser. Mas o passivo precede logicamente o ativo; o ser vem antes da vontade; DEUS é puro antes de desejar a pureza. Porque a pureza, contudo, ordinariamente é um termo negativo e significa apenas liberdade da mácula e do erro, devemos incluir nele também a idéia positiva de retidão moral. DEUS é santo no sentido de que ele é a fonte e o padrão do direito.
E. G. Robinson, Christian Theology, 80 - “SANTIDADE e pureza moral, não só no sentido de ausência de toda mancha moral, mas de complacência em todo bem moral”. Shedd, Dogm. Theology, 1.362 - “SANTIDADE em DEUS e conformidade com a sua própria natureza perfeita. A única regra para a vontade divina e a razão divina; e esta prescreve tudo o que e benéfico que um Ser faca. DEUS não esta sob lei, nem acima dela. Ele é a lei. Ele e reto por natureza e por necessidade. ... DEUS e a fonte e o autor da lei para todos os seres morais”. Podemos melhorar a definição de Shedd dizendo que SANTIDADE e o atributo em virtude do qual o ser divino e a vontade divina conformam-se eternamente um com o outro. Deste modo, sustentando que o ser santo logicamente precede o querer santo, diferimos do ponto de vista de Lotze, Philos. of Religion, 139 - “Tal vontade de DEUS não segue a partir da natureza como secundaria a ela, ou precede-a como primordial a ela mais do que, no movimento, a direção pode ser antecedente ou subsequente a velocidade”.
Bowne, Philos. of Theism, 16 - “A natureza de DEUS = uma lei fixa da atividade ou modo de manifestação. ... Mas as leis do pensamento não sao limitação alguma porque sao apenas modos do pensamento com atividade. Elas não regem o intelecto, mas apenas expressam o que o intelecto e”. Apesar destas afirmações de Lotze e de Bowne, devemos sustentar que, a verdade do ser logicamente precede a verdade do conhecer e uma natureza amorosa precede as emoções amorosas, do mesmo modo a pureza da substancia precede a pureza da vontade. A doutrina oposta conduz a afirmações tais como a de Whedon (On the VJiii, 316): “DEUS e santo naquilo que livremente ele escolhe para fazer a sua própria felicidade no direito eterno. Que ele não pudesse fazer-se igualmente feliz no erro e mais do que podemos dizer. ... A sabedoria infinita e a SANTIDADE infinita consistem eternamente nas volicoes de DEUS e delas resultam”. Whedon, contudo, não crê na imutabilidade de DEUS, mas sim em sua Constancia. Ele não pode dizer se motivos quaisquer não podem em algum tempo provar-se mais fortes que conduziriam a apostasia. A SANTIDADE essencial de DEUS não proporciona base para uma certificação. Como dizíamos a respeito da verdade, do mesmo  modo aqui dizemos a respeito da SANTIDADE que, fazer da SANTIDADE assunto de mera vontade, em vez de considera-la característica do ser de DEUS, e negar que qualquer coisa e santa em si mesma. Se DEUS pode transformar a impureza em pureza, então DEUS em si mesmo e indiferente a pureza ou impureza e, portanto deixa de ser DEUS. Robert Browning, A Soul’s Tragedy, 223 - “Confio em DEUS - o Justo será o Justo e outra coisa que não seja o Erro enquanto ele existir”. RS. Moxom: “Revelação e descoberta da retidão divina. Não adicionamos o pensamento quando dizemos que e também a descoberta do amor divino, porque o amor e uma manifestação ou realização daquela retidão que e a integridade. H.B. Smith, System, 223-231 - Virtude = amor tanto na felicidade como na SANTIDADE, apesar de que a SANTIDADE e como o ultimo elemento; o amor a mais elevada Pessoa e aos seus fins e objetivos”.
b) Energia da vontade
- A pureza não é simplesmente uma qualidade passiva e morta; é penetrada e permeada pela vontade. SANTIDADE é o movimento moral  livre de DEUS.  Como existe uma Mente mais elevada que a nossa e um coração maior que o nosso, do mesmo modo também existe uma   Vontade maior do que a nossa. A SANTIDADE contem este elemento de vontade, embora seja uma vontade que expressa a natureza, ao invés de causa-la. Não e uma pureza calma e imóvel, da neve recentemente caída, ou do azul sem mancha do céu estivai. E a mais tremenda das energias num movimento insone. E um “mar de vidro” (Ap. 15.2), mas um “mar de vidro misturado com fogo”. A. J. Gordon: “SANTIDADE não e uma pureza de brancura mortal, perfeição da estatua de mármore perfeito. A vida, assim como a pureza entra na ideia de SANTIDADE. Os que sao ‘perfeitos diante do trono’ sao os que ‘seguem o Cordeiro aonde quer que ele vá; atividade santa que atende e expressa o seu estado santo”. Martensen, Christian Ethics, 62,63 - “DEUS é a unidade perfeita do eticamente necessário e do eticamente livre”; “DEUS não pode agir de outra forma que não seja a sua natureza essencial”. (274) O centro da personalidade e a vontade. O conhecimento tem seu fim no sentimento e o sentimento tem seu fim na vontade. Por isso devo subordinar o sentimento a vontade e a felicidade a justiça. Devo querer com DEUS e empregar toda a minha influencia sobre os outros para torna-los como DEUS na SANTIDADE. William James, Will to Believe, 123 - “A mente deve  primeiramente obter sua impressão sobre o objeto; depois definir o que e esse objeto e que medidas ativas a sua presença demanda; e, finalmente, reagir.
... Toda Fe e toda filosofia, modo e sistema, sao subservientes e passam a um terceiro estagio, o da ação”. O que e verdade a respeito do homem também o e a respeito de DEUS. Toda vontade do homem, combinada, na verdade, toda energia ativa da humanidade em todo lugar e em todas as eras nada e comparada com a extensão e vontade de DEUS. O momento todo do ser divino esta escudado na lei moral. Tal lei e a expressão dele mesmo. Seu braço benéfico ao mesmo tempo que terrível esta sempre defendendo e executando. DEUS deve manter a sua SANTIDADE porque ela e a divindade. Se ele não a mantivesse, o amor não teria nada a apresentar, ou não tornaria os outros participantes dele.
Será que DEUS quer o bem porque este e bom, ou o bem e bom porque DEUS o quer? No primeiro caso, parece que o bem esta acima de DEUS; no segundo, o bem e algo arbitrário e mutável. Kaftan, Dogmatik, 186,187, diz que nenhuma destas opções e verdadeira; ele sustenta que não ha nenhum bem a priori antes da vontade dele e sustenta que a vontade sem a direção não e vontade; o bem e bem por causa de DEUS não antes, mas em sua autodeterminação. Dorner, System Doctrine, 1.432, contrariamente, sustenta que ambos sao verdadeiros porque DEUS não e simplesmente uma forma de ser, quer necessária, quer livre, mas ao invés disso, um ser multiplamente diverso, embora absolutamente correlato e reciprocamente condicionante; isto e, um ser trinitário, tanto necessário como livre. Aqui concordamos com Dorner e defendemos a crença de que o ser de DEUS e necessário a uma ética correta e a uma teologia também correta. Celsus justificava o poiiteismo sustentando que seja o que for DEUS se revela DEUS, serve DEUS e, consequentemente, pode racionalmente ser adorado. Ele livra o cristianismo desta ampla tolerância, porque este adora um DEUS zeloso, que não se satisfaz em ser um entre muitos. Mas este zelo realmente significa que DEUS e um Ser para quem as distinções morais sao reais. O DEUS de Celsus, o do  panteísmo, e zeloso, não porque e SANTO, mas somente porque e Absoluto. A categoria da ética surge da categoria do ser. O grande defeito da teologia moderna e precisamente o ético; a SANTIDADE surge da benevolência; não ha o reconhecimento próprio da justiça de DEUS. Jo. 17.25 - “Pai justo, o mundo não te conheceu” - e um texto tão verdadeiro atual como o foi nos tempos de JESUS. Isole, Begriff der Heiligkeit in N. 7T, 41,84, define a SANTIDADE em DEUS como “perfeição ética de DEUS na exaltação dela acima de tudo o que e pecaminoso” e a SANTIDADE no homem como a “condição correspondente a de DEUS em que o homem se conserva puro relativamente ao pecado”.
c) Auto-afirmação - SANTIDADE é a vontade própria de DEUS. Sua própria pureza é o supremo objetivo de sua própria consideração e sustento. DEUS é santo no sentido de que sua excelência moral infinita afirma e se declara como o mais elevado motivo e fim possíveis. Como a verdade e o amor este atributo só pode ser entendido à luz da doutrina da Trindade.
SANTIDADE é a pureza que deseja a si mesma.
Temos analogia no dever de autopreservação, respeito próprio e auto-afirmação do homem. A virtude se obriga a sustentar-se e defender-se como no caso de Jo. Nos seus melhores momentos, o cristão sente que a pureza não e apenas a negação do pecado,
mas a afirmação de um principio de justiça interior e divino. Thomasius, Christi Person und Werk, 1.137 - SANTIDADE e a concordância perfeita da vontade divina com o ser divino; pois, como a criatura pessoal e santa quando quer e determina a si mesma quanto a vontade de DEUS, assim DEUS e o santo porque
ele deseja ser o que ele e. Em virtude deste atributo, DEUS esta isento de tudo o que contradiz a sua natureza, e se afirma em seu ser absolutamente bom: ser semelhante a si mesmo”. Tholuck, on Romans, 5- ed., 151 - “O termo SANTIDADE deve ser empregado para indicar uma relação de DEUS consigo mesmo. E santo aquele que, não se perturba com o que vem de fora;
e totalmente semelhante a si mesmo”. Dorner, System of Doctrine, 1.456“Faz parte da sua bondade proteger a bondade”. Quando considerarmos a Trindade, veremos que esta doutrina tem estreitas relações com a dos atributos imanentes. E no Filho que DEUS tem o objeto perfeito da sua vontade bem
como do conhecimento e do amor.
O objeto da vontade de DEUS na eternidade passada não e nada fora de si mesmo. Ela deve ser a mais elevada de todas as coisas. Vemos o que ela deve ser só quando nos lembramos de que a justiça e o imperativo incondicional da nossa natureza moral. Visto que nos fomos feitos a imagem de DEUS, devemos concluir que ele quer eternamente a justiça. Nem todos atos de DEUS sao de amor, mas todos sao de SANTIDADE. O respeito próprio, a preservação de si mesmo, a auto-afirmação, a vindicação de si mesmo, que chamamos SANTIDADE de DEUS, apenas palidamente se refletem em afirmações tais como em Jo 27.5,6 - “Ate que eu expire, nunca apartarei de mim a minha sinceridade. A minha justiça me apegarei e não a largarei”; 31.37 - “O numero dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele”. 0 fato de que o Espirito de DEUS e denominado Espirito SANTO deve ensinar-nos qual e a natureza essencial de DEUS e a exigência de que nos sejamos SANTOS como ele o e ensinam-nos qual e o verdadeiro padrão do dever humano e o objetivo da ambição humana. Contudo, porque a SANTIDADE de DEUS e auto-afirmação, fornece a garantia de que o amor de DEUS não deixa de garantir o seu fim e que todas as coisas atendem ao seu propósito. Rm. 11.36 — “Porque dele, e por ele, e para ele sao todas as coisas; gloria, pois, a ele eternamente. Amem”.  
 
 
SANTIFICAÇÃO - DICIONÁRIO  Champlin - Russell Norman Champlin
Esboço:
I.    Idéias Gerais
II.    Elementos da SANTIFICAÇÃO
III.    Inteira SANTIFICAÇÃO
IV.    O Alvo da SANTIFICAÇÃO
I. Idéias Gerais
O termo grego aqui empregado é agiasmos, que significa «consagração», «separação», «SANTIFICAÇÃO». Refere-se ao processo que leva o crente a tornar-se uma pessoa dedicada, santa, baseada em um início implantado quando da conversão, judicialmente reconhecido diante de DEUS, mas também concretizado nele, através de sua transformação moral. O alvo final é a perfeita concretização dessa SANTIDADE no indivíduo, de modo que a própria SANTIDADE de DEUS Pai seja plenamente absorvida (ver Mat. 5:48 e Rom. 3:21). Somente essa forma de SANTIDADE é aceitável por DEUS; todos os seres que habitam nos lugares celestiais e, portanto, estão próximos de DEUS, devem ser SANTOS como DEUS é santo.
A conversão e a justificação são as sementes da SANTIFICAÇÃO. No artigo sobre Justificação, pode-se perceber que a justificação, conforme os termos paulinos, realmente inclui aquele processo que se chama SANTIFICAÇÃO, ainda que os reformadores protestantes, sobretudo Lutero, tenham feito clara distinção entre uma e outra doutrina, provavelmente no zelo em procurar preservar a justificação, isenta de qualquer pensamento de esforço humano. Todavia, essa distinção não é paulina, pois a justificação é para a vida, onde há comunicação de vida santa, e não apenas um «decreto forense» de DEUS, que declara que o crente está «posicionalmente» perfeito em CRISTO. É verdade que essa declaração forense está envolvida mas está envolvida ainda mais do que isso. Consiste em realmente aperfeiçoar o crente, mediante a influência do ESPÍRITO SANTO; e isso pode ser chamado de SANTIFICAÇÃO «progressiva» ou «presente».
A linha divisória entre a justificação e a SANTIFICAÇÃO é muito tênue, se é que realmente existe. A justificação, em seu sentido pleno, torna-se real e vital na SANTIFICAÇÃO, que é a operação do ESPÍRITO SANTO que torna o indivíduo dedicado e santo, e que assim, finalmente, vem a tornar-se tão santo quanto o próprio DEUS. (Ver o artigo sobre a Justificação.) A «SANTIFICAÇÃO» tem um aspecto passado, obtido quando da conversão; há também a SANTIDADE presente (ver Gál. 5:22,23), que vai sendo paulatinamente implantada oela ação e poder do ESPÍRITO; e há também um aspecto futuro da SANTIFICAÇÃO, quando todo o resquício de pecado será tirado, quando o indivíduo tornar-se finalmente participante das qualidades morais positivas de DEUS, e não meramente livre da presença do pecado E isso significa que o homem tornar-se-á tão santo como DEUS, pedeito na bondade, na Justiça e no amor, e esse é o alvo na direção do qual estamos sendo levados pela SANTIFICAÇÃO.
Ora, é a transformação de nossa natureza moral que coduz uma transformação correspondente da natureza metafísica, a quai nos tornará participantes da própria natureza e divindade de CRISTO (ver Rom. 8:29II Cor. 3:18 e II Ped. 1:4), ou seja, da «total olenituae de DEUS» (ver Efé. 3:19). Esse é o alvo culminante da SANTIFICAÇÃO.
II. Elementos da SANTIFICAÇÃO
1.    Separação do crente para DEUS e para o seu serviço (ver Sal. 4:3; Cor. 6:17).
2.    Ela é uma realização divina (ver Eze. 37:28; I Tes. 2:23 e Jud. 1), por meio de CRISTO (ver Heb. 2:11 e 13:12), e através do ESPÍRITO SANTO (ver Rom. 15:16I Cor. 6.11 e I Tes. 4:8).
3.    Consiste na «comunhão mística com CRISTO» (ver I Cor. 1:2).
4.    Depende do valor da expiação pelo sangue de CRISTO (ver Heb. 10:10 e 13;12).
5.    Realiza-se mediante a energia da palavra de DEUS (ver João 17:17,19 e Efé. 5:26).
6.    CRISTO é o nosso mais elevado exemplo de SANTIDADE, porquanto ele é a nossa SANTIFICAÇÃO (ver I Cor. 1:30).
7.    A eleição leva a efeito esse alto objetivo, por meio da SANTIFICAÇÃO, não podendo esse alvo deixar de ser concretizado na vida do crente regenerado, visto que é um dos elos da cadeia de ouro que nos leva à glorificação (ver II Tes. 2:13 e I Ped. 1:2).
8.    A igreja se tornará gloriosa por meio da SANTIFICAÇÃO (ver Efé. 5:26,27).
9.    Conduz o crente à presente mortificação da natureza pecaminosa (ver I Tes. 4:3,4).
10.    Conduz o crente àquela SANTIDADE no íntimo, sem o que ninguém verá DEUS (ver Rom. 6:22Efé. 5:7-9 e Heb. 12:14).
11.    Torna aceitável para DEUS a «oferta» dos SANTOS (ver Rom. 15:16).
12.    A vontade de DEUS é que os crentes sejam SANTOS (ver I Tes. 4:3).
13.    Também é mediante a SANTIFICAÇÃO que os ministros de DEUS são separados para o serviço divino (ver Jer. 1:5).
14.    Deveriamos orar insistentemente para que os crentes participem plenamente da SANTIFICAÇÃO (ver I Tes. 5:23).
15.    Sem a SANTIFICAÇÃO ninguém poderá herdar o reino de DEUS (ver I Cor. 6:9-11).
III.    Inteira SANTIFICAÇÃO
1.    Biblicamente falando, isto é declarado impossível para a vida atual. Ver I João 1:8.
2.    A experiência mostra que declarações de inteira SANTIFICAÇÃO são falsas.
3.    As pessoas que declaram que têm alcançado a «perfeição» sempre reduzem a definição do pecado para ter a capacidade de viver (em algum grau) suas declarações.
4.    A SANTIFICAÇÃO inclui a participação positiva nas virtudes morais de DEUS. (Gál. 5:22,23). Deste ponto de vista, a SANTIFICAÇÃO deve ser um processo infinito eterno. Ver Efé. 3:19, sobre a nossa participação na plenitude de DEUS. A perfeição, atualmente, é o alvo. A perfeição de DEUS sempre será o alvo de nosso viver.
Em termos gerais, tudo isso está envolvido no processo de sermos separados ou dedicados para ser santo, para seu uso, para seu serviço, tanto nesta terra como nos céus, tanto no tempo como na eternidade. DEUS santifica, CRISTO santifica, e o ESPÍRITO SANTO santifica (conforme declaramos acima), mas o próprio crente também se santifica, cedendo à influência divina e aplicando os meios normais de adoração e purificação, como a oração, o estudo da Palavra e a meditação, além da inquirição pelo ESPÍRITO SANTO. Esses são «meios» que compete ao crente aplicar a si mesmo, a fim de que o ESPÍRITO SANTO, por sua vez, opere sua obra santificadora. (Ver os trechos de Lev. 11:44Jos. 7:13 e II Cor. 6:14-18, onde a responsabilidade da SANTIFICAÇÃO é imposta ao homem).
A SANTIFICAÇÃO consiste na transformação moral do crente, segundo a imagem de CRISTO. por isso mesmo torna-se necessária a comunhão com ele, para que haja essa realização (ver I Cor. 1:4 e II Cor. 3:18). As experiências espirituais específicas podem intensificar a busca e fornecer vitórias especiais no terreno da SANTIFICAÇÃO; mas nenhuma experiência poderá entregar tudo para nós. De fato, na qualidade de seres mortais, não somos ainda o tipo de seres que possa ter a SANTIDADE em seu sentido mais completo, conforme é explanado acima. É mister que o indivíduo receba a natureza divina e esteja habitando nos lugares celestiais, antes de poder dar os passos gigantescos na direção da perfeição moral, que podemos intitular de «inteira SANTIFICAÇÃO». Trata-se de uma inquirição eterna, e não meramente da terra ou dos céus, como se, por ocasião da partida do crente deste mundo e de sua entrada nos lugares celestiais, tudo pudesse ser atingido automática e repentinamente. Pelo contrário, esse exaltado alvo está sendo atingido; e nisso consiste a própria existência do crente, nisso consiste a própria natureza da vida terrena: tornarmo-nos cada vez mais semelhantes a DEUS.
A SANTIFICAÇÃO tem sido reduzida a um «sacramento», porquanto muitos estudiosos supõem que, na Igreja Católica Romana, a SANTIFICAÇÃO é conferida através da graça supostamente inerente nos sacramentos. Pelo contrário, a SANTIFICAÇÃO é e sempre será «mística», ou seja, vem através da comunhão mística com o ESPÍRITO de DEUS, mediante sua presença habitadora contínua. Certamente que isso não envolve um processo legalista. Não pode a SANTIFICAÇÃO ser atingida mediante a observância consciente de algum código legal.
IV.    O Alvo da SANTIFICAÇÃO
1.    A SANTIFICAÇÃO tem seus primórdios originários na eleição; e uma vez que se desenvolve em realidade, ela se toma um meio da eleição.
2.    O ESPÍRITO SANTO é o agente da SANTIFICAÇÃO, pois, afinal de contas, trata-se de uma realização divina. Requer a cooperação humana e isso se concretiza mediante o uso dos meios de desenvolvimento espiritual, como o amor, bem como o emprego dos dons espirituais, no cumprimento de nossas respectivas missões e na SANTIFICAÇÃO.
3.    O alvo é elevadíssimo: antes de mais nada, a própria natureza santa de DEUS está sendo implantada em nós (ver Dan. 3:21).
4.    A perfeição de DEUS é o alvo da santiticação (ver Mat. 5:48). Chegaremos a participar da natureza do Pai, porquanto somos filhos de DEUS e estamos sendo conduzidos à glória (ver Heb. 2:10).
5.    A participação na natureza metafísica de DEUS é o resultado da inquirição após a perfeição (ver II Ped. 1:4). Isso nos conferirá a plenitude divina (a natureza e os atributos de DEUS), conforme se aprende emEfé. 3:19. Essa transformação é levada a efeito em conformidade com a imagem do Filho, o qual é o arquétipo da nossa salvação (ver Col. 2:10 e Rom. 8:29).
 
SANTO - Dicionario Davis
A palavra hebraica, geralmente usada, é Kadosh, que significa separado. Em o Novo Testamento, é representada pela palavra grega Agios. Emprega-se para designar as pessoas ou coisas destinadas ao uso sagrado, bem como os dias reservados a serviço religioso, Ex 20: 830: 31Lv 21: 7Nm 5: 17Ne 8: 9Zc 14: 21, tudo que a lei cerimonial manda separar, Ex 22: 31Lv 20: 26, a purificação da carne e do espírito, 2 Co 7: 11 Ts 4: 7, inclusive a separação dos falsos deuses e de práticas pagãs, Lv 20: 6721: 6. em um sentido mais lato, DEUS é santo porque é separado de todos os outros entes pelas suas infinitas perfeições, como sejam, sabedoria, poder, SANTIDADE, justiça, bondade e verdade, cuja glória enche a terra, Is 6: 3. Os mesmos SANTOS anjos rendem preito à sua SANTIDADE, Ap 4: 816: 5.
 
SANTIFICAÇÃO - Conhecendo as Doutrinas da BíbliaTeologia Sistemática - Myer Pearman - EDITORA VIDA
1. Natureza da SANTIFICAÇÃO
Em estudo anterior afirmamos que a chave do significado da doutrina da expiação, encontrada no Novo Testamento, acha-se no rito sacrificial do Antigo Testamento. Da mesma forma chegaremos ao sentido da doutrina do Novo Testamento sobre a SANTIFICAÇÃO, pelo estudo do uso no Antigo Testamento da palavra "santo".
Primeiramente, observa-se que "SANTIFICAÇÃO", "SANTIDADE", e "consagração" são sinônimos, como o são: "santificados" e "SANTOS". Santificar é a mesma coisa que fazer santo ou consagrar. A palavra "santo" tem os seguintes sentidos:
 
(a) Separação. "SANTO" é uma palavra descritiva da natureza divina. Seu significado primordial é "separação "; portanto, a SANTIDADE representa aquilo que está em DEUS que o toma separado de tudo quanto seja terreno e humano — isto é, sua perfeição moral absoluta e sua divina majestade.
Quando o SANTO deseja usar uma pessoa ou um objeto para seu serviço, ele separa essa pessoa ou aquele objeto do seu uso comum, e, em virtude dessa separação, a pessoa ou o objeto toma-se "santo".
 
(b) Dedicação. SANTIFICAÇÃO inclui tanto a separação de, como dedicação a alguma coisa; essa é "a condição dos crentes ao serem separados do pecado e do mundo e feitos participantes da natureza divina, e consagrados à comunhão e ao serviço de DEUS por meio do Mediador".
A palavra "santo" é mais usada em conexão com o culto. Quando referente aos homens ou objetos, ela expressa o pensamento de que esses são usados no serviço divino e dedicados a DEUS, no sentido especial de serem sua propriedade. Israel é uma nação santa, por ser dedicada ao serviço de Jeová; os levitas são SANTOS por serem especialmente dedicados aos serviços do tabernáculo; o sábado e os dias de festa são SANTOS porque representam a dedicação ou consagração do tempo a DEUS.
 
(c) Purificação. Embora o sentimento primordial de "santo" seja separação para serviço, inclui também a idéia de purificação. O caráter de Jeová age sobre tudo que lhe é consagrado. Portanto, os homens consagrados a ele participam de sua natureza. As coisas que lhe são dedicadas devem ser limpas. Limpeza é uma condição de SANTIDADE, mas não a própria SANTIDADE, que é, primeiramente, separação e dedicação.
Quando Jeová escolhe e separa uma pessoa ou um objeto para o seu serviço, ele opera ou faz com que aquele objeto ou essa pessoa se torne santo. Objetos inanimados foram consagrados pela unção do azeite (Êxo. 40:9-11). A nação israelita foi santificada pelo sangue do sacrifício da aliança. (Êxo. 24:8. Vide Heb. 10:29). Os sacerdotes foram consagrados pelo representante de Jeová, Moisés, que os lavou com água, ungiu-os com azeite e aspergiu-os com o sangue de consagração. (Vide Lev., cap. 8.)
Como os sacrifícios do Velho Testamento eram tipos do sacrifício único de CRISTO, assim as várias abluções e unções do sistema mosaico são tipos da verdadeira SANTIFICAÇÃO que alcançamos pela obra de CRISTO. Assim como Israel foi santificado pelo sangue da aliança, assim "também JESUS, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta" (Heb. 13:12).
Jeová santificou os filhos de Arão para o sacerdócio pela mediação de Moisés e o emprego de água, azeite e sangue. DEUS o Pai (1 Tess. 5:23) santifica os crentes para um sacerdócio espiritual (1 Ped. 2:5) pela mediação do Filho (I Cor. 1:2,30Efés 5:26Heb 2:11), por meio da Palavra (João 17:1715:3), do sangue (Heb. 10:2913:12) e do ESPÍRITO (Rom. 15:161 Cor. 6:111 Ped. 1:2).
 
(d) Consagração, no sentido de viver uma vida santa e justa. Qual a diferença entre justiça e SANTIDADE? A justiça representa a vida regenerada em conformidade com a lei divina; os filhos de DEUS andam retamente ( 1 João 3:6-10). SANTIDADE é a vida regenerada em conformidade com a natureza divina e dedicada ao serviço divino; isto pede a remoção de qualquer impureza que estorve esse serviço. "Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também SANTOS em toda a vossa maneira de viver" (1 Ped. 1:15). Assim a SANTIFICAÇÃO inclui a remoção de qualquer mancha ou sujeira que seja contrária à SANTIDADE da natureza divina.
Em seguida à consagração de Israel surge, naturalmente, a pergunta: "Como deve viver um povo santo?" A fim de responder a essa pergunta, DEUS deu-lhes o código de leis de SANTIDADE que se acham no livro de Levítico. Portanto, em conseqüência da sua consagração, seguiu-se a obrigação de viver uma vida santa. O mesmo se dá com o cristão. Aqueles que são declarados SANTOS (Heb. 10:10) são exortados a seguir a SANTIDADE (Heb. 12:14); aqueles que foram purificados (1 Cor. 6:11) são exortados a purificar-se a si mesmos (2 Cor. 7:1).
 
(e) Serviço. A aliança é um estado de relação entre DEUS e os homens no qual ele é o DEUS deles e eles o seu povo, o que significa um povo adorador. A palavra "santo" expressa essa relação contratual. Servir a DEUS, nessa relação, significa ser sacerdote; por conseguinte, Israel é descrito como nação santa e reino de sacerdotes (Êxo. 19:6). Qualquer impureza que venha a desfigurar essa relação precisa ser lavada com água ou com o sangue da purificação.
Da mesma maneira os crentes do Novo Testamento são "SANTOS", isto é, um povo santo consagrado. Pelo sangue da aliança tornaram-se "sacerdócio real, a nação santa... sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a DEUS por JESUS CRISTO" (1 Ped. 2:9,5); oferecem o sacrifício de louvor (Heb. 13:15) e dedicam-se como sacrifícios vivos sobre o altar de DEUS (Rom. 12:1).
Assim vemos que o serviço é elemento essencial da SANTIFICAÇÃO ou SANTIDADE, pois é esse o único sentido em que os homens podem pertencer a DEUS, isto é, como seus adoradores que lhe prestam serviço. Paulo expressou perfeitamente esse aspecto da SANTIDADE quando disse acerca de DEUS: "De quem eu sou, e a quem sirvo" (Atos 27:23). SANTIFICAÇÃO envolve ser possuído por DEUS e servir a ele.
 
2. O tempo da SANTIFICAÇÃO.
A SANTIFICAÇÃO reúne: 1) idéia de posição perante DEUS e instantaneidade; 2) prática e progressiva.
 
(a) Posicional instantânea. A seguinte declaração representa o ensino dos que aderem à teoria de SANTIFICAÇÃO da "segunda obra definida", feita por alguém que ensinou essa doutrina durante muitos anos:
 
Supõe-se que a justificação é obra da graça pela qual os pecadores, ao se entregarem a CRISTO, são feitos justos e libertados dos hábitos pecaminosos. Mas no homem meramente justificado permanece um princípio de corrupção, uma árvore má, "uma raiz de amargura", que continuamente o provoca a pecar. Se o crente obedece a esse impulso e deliberadamente peca, ele perde sua justificação; segue-se portanto, a vantagem de ser removido esse impulso mau, para que diminua a possibilidade de se desviar. A extirpação dessa raiz pecaminosa é SANTIFICAÇÃO. Portanto, é a purificação da natureza de todo pecado congênito pelo sangue de CRISTO (aplicado pela fé ao realizar-se a plena consagração), e o fogo purificador do ESPÍRITO SANTO, o qual queima toda a escória, quando tudo é depositado sobre o altar do sacrifício. Isso, e somente isso, é verdadeira SANTIFICAÇÃO — a segunda obra definida da graça, subseqüente à justificação, e sem a qual essa justificação provavelmente se perderá.
 
A definição supra citada ensina que a pessoa pode ser salva ou justificada sem ser santificada. Essa teoria, porém, é contrária ao ensino do Novo Testamento.
O apóstolo Paulo escreve a todos os crentes como a "SANTOS" (literalmente, "os santificados") e como já santificados (1 Cor. 1:26:11). Mas essa carta foi escrita para corrigir esses cristãos por causa de sua carnalidade e pecados grosseiros. (1 Cor. 3:15:1,2,7,8.) Eram "SANTOS" e "santificados em CRISTO", mas alguns desses estavam muito longe de ser exemplos de cristãos na conduta. Foram chamados a ser SANTOS, mas não se portavam dignos dessa vocação santa.
Segundo o Novo Testamento existe, pois, um sentido em que a SANTIFICAÇÃO é simultânea com a justificação.
 
(b) Prática progressiva. Mas será que essa SANTIFICAÇÃO consiste somente em ser conferida a posição de SANTOS? Não, essa separação inicial é apenas o começo duma vida progressiva de SANTIFICAÇÃO. Todos os cristãos são separados para DEUS em JESUS CRISTO; e dessa separação surge a nossa responsabilidade de viver para ele. Essa separação deve continuar diariamente: o crente deve esforçar-se sempre para estar conforme à imagem de CRISTO. "A SANTIFICAÇÃO é a obra da livre graça de DEUS, pela qual o homem todo é renovado segundo a imagem de DEUS, capacitando-nos a morrer para o pecado e viver para a justiça." Isso não quer dizer que vamos progredir até alcançar a SANTIFICAÇÃO e, sim, que progredimos na SANTIFICAÇÃO da qual já participamos.
A SANTIFICAÇÃO é posicionai e prática — posicional em que é primeiramente uma mudança de posição pela qual o imundo pecador se transforma em santo adorador; prática porque exige uma maneira santa de viver. A SANTIFICAÇÃO adquirida em virtude de nova posição, indica-se pelo fato de que todos os coríntios foram chamados "santificados em CRISTO JESUS, chamados SANTOS" (1 Cor. 1:2). A SANTIFICAÇÃO progressiva está implícita no fato de alguns serem descritos como "carnais" (1 Cor. 3:3), o que significa que sua presente condição não estava à altura de sua posição concedida por DEUS. Em razão disso, foram exortados a purificar-se e assim melhorar sua consagração até alcançarem a perfeição. Esses dois aspectos da SANTIFICAÇÃO estão implícitos no fato de que aqueles que foram tratados como santificados e SANTOS (1 Ped. 1:22:5), são exortados a serem SANTOS (1 Ped. 1:15). Aqueles que estavam mortos para o pecado (Col 3:3) são exortados a mortificar (fazer morto) seus membros pecaminosos (Col 3:5). Aqueles que se despiram do homem velho (Col. 3:9) são exortados a vestirem-se ou revestirem-se do homem novo. (Efés 4:22Col. 3:8.)
 
3. Meios divinos de SANTIFICAÇÃO.
São meios divinamente estabelecidos de SANTIFICAÇÃO: o sangue de CRISTO, o ESPÍRITO SANTO e a Palavra de DEUS. O primeiro proporciona, primeiramente', a SANTIFICAÇÃO absoluta, quanto à posição perante DEUS. É uma obra consumada que concede ao pecador penitente uma posição perfeita em relação a DEUS. O segundo meio é interno, efetuando a transformação da natureza do crente. O terceiro meio é externo e prático, e diz respeito ao comportamento do crente. Dessa forma, DEUS fez provisão tanto para a SANTIFICAÇÃO interna como externa.
 
(a) O sangue de CRISTO, (Eterno, absoluto e posicionai.) (Heb. 13:1210:10,141João 1:7.) Em que sentido seria a pessoa santificada pelo sangue de CRISTO? Em resultado da obra consumada de CRISTO, o pecador penitente é transformado de pecador impuro em adorador santo. A SANTIFICAÇÃO é o resultado dessa "maravilhosa obra redentora do Filho de DEUS, ao oferecer-se no Calvário para aniquilar o pecado pelo seu sacrifício. Em virtude desse sacrifício, o crente é eternamente separado para DEUS; sua consciência é purificada, e ele próprio é transformado de pecador impuro, em santo adorador, unido em comunhão com o Senhor JESUS CRISTO; pois, "assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Heb. 2:11).
Que haja um aspecto contínuo na SANTIFICAÇÃO pelo sangue, infere-se de 1 João 1:7: "O sangue de JESUS CRISTO, seu Filho, nos purifica de todo pecado." Se houver comunhão entre o santo DEUS e o homem, necessariamente terá que haver uma provisão para remover a barreira de pecado, que impede essa comunhão, uma vez que os melhores homens ainda assim são imperfeitos. Ao receber Isaías a visão da SANTIDADE de DEUS, ele ficou abatido ao perceber a sua falta de SANTIDADE; e não estava em condições de ouvir a mensagem divina enquanto a brasa do altar não purificasse seus lábios. A consciência do pecado ofusca a comunhão com DEUS; confissão e fé no eterno sacrifício de CRISTO removem essa barreira. (1 João 1:9.)
 
(b) O ESPÍRITO SANTO. (SANTIFICAÇÃO Interna.) (1 Cor. 6:112 Tess. 2:121 Ped. 1:1,2Rom. 15:16.) Nessas passagens a SANTIFICAÇÃO pelo ESPÍRITO SANTO é apresentada como o início da obra de DEUS nos corações dos homens, conduzindo-os ao inteiro conhecimento da justificação pela fé no sangue aspergido de CRISTO. Tal qual o ESPÍRITO pairava por cima do caos original (Gên. 1:2), seguindo-se o estabelecimento da ordem pelo Verbo de DEUS, assim o ESPÍRITO paira sobre a alma humana, fazendo-a abrir-se para receber a luz e a vida de DEUS. (2 Cor. 4:6.)
O capítulo 10 de Atos proporciona uma ilustração concreta da SANTIFICAÇÃO pelo ESPÍRITO SANTO. Durante os primeiros anos da igreja, a evangelização dos gentios retardou-se visto que muitos cristãos-judeus consideravam os gentios como "imundos", e não-santificados por causa de sua não conformidade com as leis alimentares e outros regulamentos mosaicos. Exigia-se uma visão para convencer a Pedro que aquilo que o Senhor purificara ele não devia tratar de comum ou impuro. Isso importava em dizer que DEUS fizera provisão para a SANTIFICAÇÃO dos gentios para serem o seu povo. E quando o ESPÍRITO de DEUS desceu sobre os gentios, reunidos na casa de Cornélio, já não havia mais dúvida a respeito. Eram santificados pelo ESPÍRITO SANTO, não importando se obedeciam ou não às ordenanças mosaicas (Rom. 15:16), e Pedro reptou os judeus que estavam com ele a negarem o símbolo exterior (batismo nas águas) de sua purificação espiritual. (Atos 10:4715:8.)
 
(c) A Palavra de DEUS. (SANTIFICAÇÃO externa e prática.) (João 17:17Efés 5:26João 15:3Sal. 119:9Tia. 1:23-25.) Os cristãos são descritos como sendo "gerados pela Palavra de DEUS"(l Ped. 1:23). A Palavra de DEUS desperta os homens a compreenderem a insensatez e impiedade de suas vidas. Quando dão importância à Palavra arrependendo-se e crendo em CRISTO, são purificados pela Palavra que lhes fora falada. Esse é o início da purificação que deve continuar através da vida do crente. No ato de sua consagração ao ministério, o sacerdote israelita recebia um banho sacerdotal completo, banho que nunca se repetia; era uma obra feita uma vez para sempre. Todos os dias porém, era obrigado a lavar as mãos e os pés. Da mesma maneira, o regenerado foi lavado (Tito 3:5); mas precisa uma separação diária das impurezas e imperfeições conforme lhe forem reveladas pela Palavra de DEUS, que serve como espelho para a alma. (Tia. 1:22-25.) Deve lavar as mãos, isto é, seus atos devem ser retos; deve lavar os pés, isto é, "guardar-se da imundície que tão facilmente se apega aos pés do peregrino, que anda pelas estradas deste mundo".
 
4. Idéias errôneas sobre a SANTIFICAÇÃO.
Muitos cristãos descobrem o fato de que seu maior impedimento em chegar à SANTIDADE é a "carne", a qual frustra sua marcha para a perfeição. Como se conseguirá libertação da carne? Três opiniões erradas têm sido expostas:
 
(a) "Erradicação" do pecado inato é uma dessas idéias. Assim escreve Lewis Sperry Chafer: "se a erradicação da natureza pecaminosa se consumasse, não haveria a morte física, pois esta é o resultado dessa natureza. (Rom. 5:12-21.) Pais que houvessem experimentado essa "extirpação", necessariamente gerariam filhos sem a natureza pecaminosa. Mas, mesmo que fosse realidade essa "extirpação", ainda haveria o conflito com o mundo, a carne (à parte da natureza pecaminosa) e o diabo; pois a "extirpação" desses males é obviamente antibíblica e não está incluída na própria teoria.
A erradicação é também contrária à experiência.
 
(b) Legalismo, ou a observância de regras e regulamentos. Paulo ensina que a lei não pode santificar (Rom. cap. 6), assim como também não pode justificar (Rom. 3). Essa verdade é exposta e desenvolvida na carta aos Gálatas. Paulo não está de nenhuma maneira depreciando a lei. Ele a está defendendo contra conceitos errôneos quanto a seu propósito. Se um homem for salvo do pecado, terá que ser por um poder à parte de si mesmo. Vamos empregar a ilustração dum termômetro. O tubo e o mercúrio representam o indivíduo. O registro dos graus representará a lei. Imaginem o termômetro dizendo: "Hoje não estou funcionando exatamente; devo chegar no máximo a 30 graus." Será que o termômetro poderia elevar-se à temperatura exigida? Não, deveria depender duma condição/ora dele mesmo. Da mesma maneira o homem que percebe não estar à altura do ideal divino não pode elevar-se em um esforço por alcançá-lo. Sobre ele deve operar uma força à parte dele mesmo; essa força é o poder do ESPÍRITO SANTO.
 
(c) Ascetismo. É a tentativa de subjugar a carne e alcançar a SANTIDADE por meio de privações e sofrimentos — o método que seguem os católicos romanos e os hindus ascéticos.
Esse método parece estar baseado na antiga crença pagã de que toda matéria, incluindo o corpo, é má. O corpo, por conseguinte, é uma trava ao espírito, e quanto mais for castigado e subjugado, mais depressa se libertará o espírito. Isso é contrário às Escrituras, que ensinam que DEUS criou tudo muito bom. É a alma e não o corpo que peca; portanto, são os impulsos pecaminosos que devem ser subjugados, e não a carne material. Ascetismo é uma tentativa de matar o "eu", mas o "eu" não pode vencer o "eu". Essa é a obra do ESPÍRITO.
 
5. O verdadeiro método da SANTIFICAÇÃO.
O método bíblico de tratar com a carne, deve basear-se obviamente, na provisão objetiva para a salvação, o sangue de CRISTO; e na provisão subjetiva, o ESPÍRITO SANTO. A libertação do poder da carne, portanto, deve vir por meio da fé na expiação e por entregar-se à ação do ESPÍRITO. O primeiro é tratado no sexto capítulo de Romanos, e o segundo na primeira parte do capítulo oitavo.
 
(a) Fé na expiação. Imaginemos que houvesse judeus presentes (o que sucedia com freqüência) enquanto Paulo expunha a doutrina da purificação pela fé. Nós os imaginamos dizendo em protesto: "Isso é uma heresia do tipo mais perigoso!" Dizer ao povo que precisam crer unicamente em JESUS, e que nada podem fazer quanto à sua salvação porque ela é pela graça de DEUS, tudo isso resultará em que descuidarão de sua maneira de viver. Eles julgarão que pouco importa o que façam, uma vez que creiam. Sua doutrina de fé fomenta o pecado. Se a justificação é pela graça e nada mais, sem obras, por que então romper com o pecado? Por que não continuar no pecado para que abunde ainda mais a graça? Os inimigos de Paulo efetivamente o acusaram de pregar tal doutrina. (Rom. 3:86:1.) Com indignação Paulo repudiou tal perversão. "De modo nenhum . Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Rom. 6:2). A continuação no pecado é impossível a um homem verdadeiramente justificado, em razão de sua união com CRISTO na morte e na vida. (Vide Mat. 6:24.) Em virtude de sua fé em CRISTO, o homem salvo passou por uma experiência que inclui um rompimento tão completo com o pecado, que se descreve como morte para o pecado, e uma transformação tão radical que se descreve como ressurreição. Essa experiência é figurada no batismo nas águas. A imersão do convertido testifica do fato que em razão de sua união com o CRISTO crucificado ele morreu para o pecado; ser levantado da água testifica que seu contacto com o CRISTO ressuscitado significa que "como CRISTO ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida" (Rom. 6:4). CRISTO morreu pelo pecado a fim de que nós morrêssemos para o pecado.
"Aquele que está morto está justificado do pecado" (Rom. 6:7). A morte cancela todas as obrigações e rompe todos os laços. Por meio da união com CRISTO, o cristão morreu para a vida antiga, e os grilhões do pecado foram quebrados. Como a morte dava fim à servidão do escravo, assim a morte do crente, que morreu para o mundo, o libertou da servidão ao pecado. Continuando a ilustração: A lei nenhuma jurisdição tem sobre um homem morto. Não importa qual seja o crime que haja cometido, uma vez morto, já está fora do poder da justiça humana. Da mesma maneira, a lei de Moisés, muitas vezes violada pelo convertido, não o pode "prender", pois, em virtude de sua experiência com CRISTO, ele está "morto". (Rom. 7:1-42 Cor. 5:14.)
"Sabendo que, havendo CRISTO ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado, mas, quanto a viver, vive para DEUS. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para DEUS em CRISTO JESUS nosso Senhor" (Rom. 6:9-11). A morte de CRISTO pôs fim a esse estado terrenal no qual ele teve contacto como o pecado; sua vida agora é uma constante comunhão com DEUS. Os cristãos, ainda que estejam no mundo, podem participar de sua experiência, porque estão unidos a ele. Como podem participar? "Considerai-vos como mortos para o pecado, nas vivos para DEUS em CRISTO JESUS nosso Senhor." Que significa isso? DEUS já disse que por meio da nossa fé em CRISTO, estamos mortos para o pecado e vivos para a justiça. Resta uma coisa a fazer; crer em DEUS e considerar ou concluir que estamos mortos para o pecado. DEUS declarou que quando CRISTO morreu, nós morremos para o pecado; quando ele ressuscitou, nós ressuscitamos para viver uma nova vida. Devemos continuar considerando esses fatos como absolutamente certos; e, ao considerá-los assim, tornar-se-ão poderosos em nossa vida, pois, seremos o que reconhecemos que somos. Uma distinção importante tem sido assinalada, a saber, a distinção entre as promessas e os fatos da Bíblia. JESUS disse: "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito" (João 15:7). Essa é uma promessa, porque está no futuro; é algo para ser feito. Mas quando Paulo disse que "CRISTO morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras", ele está declarando um fato, algo que foi feito. Vide a expressão de Pedro: "Pelas suas feridas fostes sarados" (1 Ped. 2:24). E quando Paulo declara "que o nosso homem velho foi com ele crucificado", ele está declarando um fato, algo que aconteceu. A questão agora é: estamos dispostos ou não a crer
no que DEUS declara que são fatos acerca de nós? Porque a fé é a mão que aceita o que DEUS gratuitamente oferece.
Será que o ato de descobrir a relação com CRISTO não constitui a experiência que alguns têm descrito como "a segunda obra da graça"?
 
 
(b) Cooperação com o ESPÍRITO. Os capítulos 7 e 8 de Romanos continuam o assunto da SANTIFICAÇÃO; tratam da libertação do crente do poder do pecado, e do crescimento em SANTIDADE. No cap. 6 vimos que a vitória sobre o poder do pecado foi obtida pela/é. O capítulo 8 apresenta outro aliado na batalha contra o pecado — o ESPÍRITO SANTO.
Como fundo para o capítulo 8 estuda-se a linha de pensamento no cap. 7, o qual descreve um homem voltando-se para a lei a fim de alcançar SANTIFICAÇÃO. Paulo demonstra aqui a impotência da lei para salvar e santificar, não porque a lei não seja boa, mas por causa da inclinação pecaminosa da natureza humana, conhecida como a "carne". Ele indica que a lei revela o fato (v. 7), a ocasião (v.8), o poder (v.9), a falsidade (v. 11), o efeito (vs. 10,11), e a vileza do pecado (vs. 12,13).
Paulo, que parece estar descrevendo sua própria experiência passada, diz-nos que a própria lei, que ele tão ardentemente desejava observar, suscitava impulsos pecaminosos dentro dele. O resultado foi "guerra civil" na sua alma. Ele é impedido de fazer o bem que deseja fazer, e impelido a fazer o que odeia. "Acho então esta lei em mim; que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de DEUS; mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros" (vs. 21-23).
A última parte do capítulo 7, evidentemente, apresenta o quadro do homem debaixo da lei, que descobriu a perscrutadora espiritualidade da lei, mas em cada intento de observá-la se vê impedido pelo pecado que habita nele. Por que descreve Paulo esse conflito? Para demonstrar que a lei é tão impotente para santificar como o é para justificar.
"Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?" (v. 24 Vide 6:6). E Paulo, que descrevia a experiência debaixo da lei, assim testifica alegremente de sua experiência debaixo da graça: "Dou graças a DEUS (que a vitória vem) por JESUS CRISTO nosso Senhor" (v. 25). Com essa exclamação de triunfo entramos no maravilhoso capítulo oitavo, que tem por tema dominante a libertação da natureza pecaminosa pelo poder do ESPÍRITO SANTO.
Há três mortes das quais o crente deve participar: 1) A morte no pecado, isto é, nossa condenação. (Efés. 2:1Col. 2:13.) O pecado havia conduzido a alma a essa condição, cujo castigo é a morte espiritual ou separação de DEUS. 2) A morte pelo pecado, isto é, nossa justificação. CRISTO sofreu sobre a cruz a sentença duma lei infligida, e nós, por conseguinte, somos considerados como a havendo sofrido nele. O que ele fez por nós é considerado como se fosse feito por nós mesmos. (2 Cor. 5:14Gál. 2:20.) Somos considerados legal ou judicialmente livres da pena duma lei violada, uma vez que pela fé pessoal consentimos na transação. 3) A morte para o pecado, isto é, nossa SANTIFICAÇÃO. (Rom. 6:11.) O que é certo para nós deve ser feito real em nós; o que é judicial deve se tornar prático; a morte para a pena do pecado deve ser seguida pela morte para o poder do pecado. E essa é a obra do ESPÍRITO SANTO. (Rom. 8:13.) Assim como a seiva que ascende na árvore elimina as folhas mortas que ficaram presas aos ramos, apesar da neve e das tempestades, assim o ESPÍRITO SANTO, que habita em nós, elimina as imperfeições e os hábitos da vida antiga.
 
6. SANTIFICAÇÃO completa.
Muitas vezes esta verdade é discutida sob o tema: "Perfeição cristã."
 
(a) Significado de perfeição. Há dois tipos de perfeição: absoluta e relativa. É absolutamente perfeito aquilo que não pode ser melhorado; isso pertence unicamente a DEUS. E relativamente perfeito aquilo que cumpre o fim para o qual foi designado; essa perfeição é possível ao homem.
A palavra "perfeição", no Antigo Testamento, significa ser "sincero e reto" (Gên 6:9Jó 1:1). Ao evitar os pecados das nações circunvizinhas, Israel podia ser uma nação "perfeita" (Deut. 18:13). No Antigo Testamento a essência da perfeição é o desejo e a determinação de fazer a vontade de DEUS. Apesar dos pecados que mancharam sua carreira, Davi pode ser chamado um homem perfeito e "um homem segundo o coração de DEUS", porque o motivo supremo de sua vida era fazer a vontade de DEUS.
No Novo Testamento a palavra "perfeito" e seus derivados têm uma variedade de aplicações, e, portanto, deve ser interpretada segundo o sentido em que os termos são usados. Várias palavras gregas são usadas para expressar a idéia de perfeição: 1) Uma dessas palavras significa ser completo no sentido de ser apto ou capaz para certa tarefa ou fim. (2 Tim. 3:17.) 2) Outra denota certo fim alcançado por meio do crescimento mental e moral. (Mat. 5:4819:21Col. 1:284:12 ; Heb. 11:40.) 3) A palavra usada em 2 Cor. 13:9Efés 4:12; e Heb. 13:21 significa um equipamento cabal. 4) A palavra usada em 2 Cor. 7:1 significa terminar, ou trazer a uma terminação. A palavra usada em Apoc. 3:2 significa fazer repleto, cumprir, encher (como uma rede), nivelar (um buraco).
A palavra "perfeito" descreve os seguintes aspectos da vida cristã: 1) Perfeição de posição em CRISTO (Heb. 10:14) — o resultado da obra de CRISTO por nós. 2) Madureza e entendimento espiritual, em contraste com a infância espiritual. (1 Cor. 2:614:20;2Cor. 13:11Fil. 3:15;2Tim. 3:17) 3) Perfeição progressiva. (Gál. 3:3.) 4) Perfeição em certos particulares: a vontade de DEUS, o amor ao homem, e serviço. (Col. 4:12Mat. 5:48Heb. 13:21.) 5) A perfeição final do indivíduo no céu. (Col. 1:28,22Fil. 3:12; 1Ped. 5:10.) 6) A perfeição final da igreja, ou o corpo de CRISTO, isto é, o conjunto de crentes. (Efés. 4:13João 17:23.)
 
(b) Possibilidades de perfeição. O Novo Testamento apresenta dois aspectos gerais da perfeição: 1) A perfeição como um dom da graça, o qual é a perfeita posição ou estado concedido ao arrependido em resposta à suafé em CRISTO. Ele é considerado perfeito porque tem um Salvador perfeito e uma justiça perfeita. 2) A perfeição como realmente efetuada no caráter do crente. É possível acentuar em demasia o primeiro aspecto e descuidar do Cristianismo prático. Tal aconteceu a certo indivíduo que, depois de ouvir uma palestra sobre a Vida Vitoriosa, disse ao pregador: "Tudo isso tenho em CRISTO." "Mas o senhor tem isso consigo, agora, aqui em Glasgow?" foi a serena interrogação. Por outra parte, acentuando demais o segundo aspecto, alguns praticamente têm negado qualquer perfeição à parte do que eles encontram em sua própria experiência.
João Wesley (o fundador do Metodismo) parece haver tomado uma posição intermediária entre os dois extremos. Ele reconhecia que a pessoa era santificada na conversão, mas afirmava a necessidade da inteira SANTIFICAÇÃO como outra obra da graça. O que fazia essa experiência parecer necessária era o poder do pecado, que era a causa de o cristão ser derrotado. Essa bênção vem a quem buscar com fidelidade; o amor puro enche o coração e governa toda a obra e ação, resultando na destruição do poder do pecado.
Essa perfeição no amor não é considerada como perfeição absoluta, nem tampouco isenta o crente de vigilância e cuidados constantes. Wesley escreveu: "Creio que a pessoa cheia do amor de DEUS ainda está propensa a transgressões involuntárias. Tais transgressões vocês poderão chamá-las de pecados, se quiserem; mais eu não." Quanto ao tempo da inteira SANTIFICAÇÃO, Wesley escreveu:
 
"É esta morte para o pecado e renovação no amor, gradual ou instantânea? Um homem poderá estar à morte por algum tempo; no entanto, propriamente falando, não morre enquanto não chegar o instante em que a alma se separa do corpo; e nesse momento ele vive a vida da eternidade. Da mesma maneira a pessoa poderá estar morrendo para o pecado por algum tempo; entretanto, não está morto para o pecado enquanto o pecado não for separado de sua alma; é nesse momento que vive a plena vida de amor. E da mesma maneira que a mudança sofrida quando o corpo morre é duma qualidade diferente e infinitamente maior que qualquer outra que tenhamos conhecido antes, tão diferente que até então era impossível conceber, assim a mudança efetuada quando a alma morre para o pecado é duma classe diferente e infinitamente maior que qualquer outra experimentada antes, e que ninguém pode conceber até que a experimente. No entanto, essa pessoa continuará a crescer na graça, no conhecimento de CRISTO, no amor e na imagem de DEUS; e assim continuará, não somente até a morte, mas por toda a eternidade. Como esperaremos essa mudança? Não em um descuidado indiferentismo, ou indolente inatividade; mas em obediência vigorosa e universal, no cumprimento fiel dos mandamentos, em vigilância e trabalho, em negarmo-nos a nós mesmos, tomando diariamente a nossa cruz; como também em oração fervorosa e jejum, e atendendo bem às ordenanças de DEUS. E se alguém pensa em obtê-la de alguma outra maneira (e conservá-la quando a haja obtido, mesmo quando a haja recebido na maior medida) esse alguém engana sua própria alma."
 
João Calvino, que acentuara a perfeição do crente pela consumada obra de CRISTO, e que não era menos zeloso da SANTIDADE de que Wesley, dá o seguinte relato da perfeição cristã:
 
"Quando DEUS nos reconcilia consigo mesmo, por meio da justiça de CRISTO, e nos considera como justos por meio da livre remissão de nossos pecados, ele também habita em nós, pelo seu ESPÍRITO, e santifica-nos pelo seu poder, mortificando as concupiscências da nossa carne e formando o nosso coração em obediência à sua Palavra. Desse modo, nosso desejo principal vem a ser obedecer à sua vontade e promover a sua glória. Porém, ainda depois disso, permanece em nós bastante imperfeição para repelir o orgulho e constranger-nos à humildade." ( Ecl. 7:201Reis 8:46.)
 
Ambas as opiniões, a perfeição como dom em CRISTO e a perfeição como obra real efetuada em nós, são ensinadas nas Escrituras; o que CRISTO fez por nós deve ser efetuado em nós. O Novo Testamento sustenta um ideal elevado de SANTIDADE e afirma a possibilidade de libertação do poder do pecado. Portanto, é dever do cristão esforçar-se para conseguir essa perfeição. (Fil. 3:12; Heb.6:l.)
Em relação a isto devemos reconhecer que o progresso na SANTIFICAÇÃO muitas vezes implica uma crise na experiência, quase tão definida como a da conversão. Por um meio ou outro, o crente recebe uma revelação da SANTIDADE de DEUS e da possibilidade de andar mais perto dele, e essa experiência é seguida por um conhecimento interior de ter ainda alguma contaminação. (Vide Isa. 6.) Ele chegou a uma encruzilhada na sua experiência cristã, na qual deverá decidir se há de retroceder ou seguir avante, com DEUS. Confessando seus fracassos passados, ele faz uma reconsagração, e, como resultado, recebe um novo aumento de paz, gozo e vitória, e também o testemunho de que DEUS aceitou sua consagração. Alguns têm chamado a essa experiência uma segunda obra da graça.
Ainda haverá tentação de fora e de dentro, e daí a necessidade de vigilância (Gál. 6:1ICor. 10:12); a carne é fraca e o cristão está livre para ceder, pois está em estado de prova (Gál. 5:17Rom. 7:18Fil. 3:8); seu conhecimento é parcial e falho; portanto, pode estar sujeito a pecados de ignorância. Porém ele pode seguir avante, certo de que pode resistir e vencer toda a tentação que reconheça (Tia. 4:71 Cor. 10:13Rom. 6:14Efés. 6:13,14); pode estar sempre glorificando a DEUS cheio dos frutos de justiça (1 Cor. 10:31Col. 1:10); pode possuir a graça e o poder do ESPÍRITO e andar em plena comunhão com DEUS (Gál. 5:2223;Efés. 5:18Col. 1:10,111 João 1:7); pode ter a purificação constante do sangue de CRISTO e assim estar sem culpa perante DEUS. (1 João 1:7Fil. 2:15; 1Tess. 5:23).