Escrita Lição 4, CPAD, Quando a Criatura vale mais que o Criador, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 4, Quando a Criatura vale mais que o Criador, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

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3° Trimestre de 2023, ADULTOS
Tema - A IGREJA DE CRISTO E O ÍMPERIO DO MAL – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia

https://youtu.be/a3JxqQQZBwM Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/escrita-licao-4-cpad-quando-criatura.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/slides-licao-4-quando-criatura-vale.html
Power Point https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-4-quando-a-criatura-vale-mais-que-o-criador-3tr23pptx



TEXTO ÁUREO

“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25).


VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana.


LEITURA DIÁRIA
Segunda 1 Tm 4.2 A mentira aprisiona e cauteriza a consciência do ser humano
Terça – Ef 2.3 Os que andam nos desejos da carne são filhos da ira
Quarta Jo 20.25,29 – O falso cristianismo cede espaço para o racionalismo e o ceticismo
Quinta Dt 6.1-9 A Bíblia possui um arcabouço de prática espiritual e social
Sexta – Êx 20.3-5 O ídolo é tudo o que se coloca no lugar de Deus
Sábado – GI 5.19 A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual


Hinos Sugeridos: 370, 526, 598 da Harpa Cristã


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-25
18 – Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19 – porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 – Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22- Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 – E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si;
25 – pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!


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COMENTÁRIOS BEP - CPAD
ROMANOS –
1.18 A IRA DE DEUS. A ira (gr. orge) de Deus é uma expressão da sua justiça e do seu amor. É a indignação pessoal de Deus e sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8,9; Ef 5.6; Ap 19.15) causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2 Sm 6.6,7) e nações (Is 10.5; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15), e pela apostasia e infidelidade do seu povo (Nm 25.3; 32.10-13; Dt 29.24-28). (1) No passado, a ira de Deus e seu ódio ao pecado revelou-se através do dilúvio (Gn 6; 7; 8), da fome e da peste (Ez 6.11ss), do abrasamento da terra (Dt 29.22,23), da dispersão do seu povo (Lm 4.16) e de incêndio através da terra (Is 9.18,19). (2) No presente, a ira de Deus é vista quando Ele entrega os ímpios à imundícia e às vis paixões (ver v. 24) e leva à ruína e à morte todos quantos persistem em lhe desobedecer (Rm 1.18-3.18; 6.23;

Ez 18.4; Ef 2.3). (3) No futuro, a ira de Deus incluirá a Grande Tribulação para os ímpios deste mundo (Mt 24.21; Ap 6-19) e um dia vindouro de juízo para todos os povos e nações (Ez 7.19; Dn 8.19) "dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão" (Sf 1.15), um dia de prestação de contas para os iníquos (Rm 2.5; Mt 3.7; Lc 3.17; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 11.18; 14.8-10; 19.15). Por fim, Deus manifestará sua ira mediante o castigo eterno sobre os que não se arrependerem (ver Mt 10.28). (4) A ira de Deus não é a sua última palavra aos seres humanos, pois Ele proveu um meio de escape ou salvação da sua ira. O pecador pode arrepender-se do seu pecado e voltar-se a Jesus Cristo por fé (5.8; Jo 3.36; 1 Ts 1.10; 5.9). (5) Os crentes unidos a Cristo devem compartilhar da ira de Deus contra o pecado, não no sentido de vingança, mas por amor sincero à justiça e aversão ao mal (ver Hb 1.9). O NT reconhece uma ira santa que aborrece aquilo que Deus odeia; ira esta evidenciada principalmente no próprio Jesus (Mc 3.5; Jo 2.12-17; Hb 1.9; ver Lc 19.45), em Paulo (At 17.16) e outras pessoas justas (2 Pe 2.7,8; Ap 2.6)

1.21 NÃO O GLORIFICARAM. Embora os versículos 21-28 tratem principalmente da depravação cada vez pior entre os ímpios, eles também apontam os princípios por que um dos pecados principais dos líderes cristãos que caem é a imoralidade (ver v. 24). (1) Quando os líderes da igreja se tornam orgulhosos (v. 22), buscam honra para si mesmos (v. 21) e exaltam a si mesmos (a criatura) mais do que o Criador (v. 25), uma porta se abre, então, na sua vida, à impureza sexual e à vergonhosa concupiscência (vv. 24,26; ver 2 Pe 2. 2,15). Caso não voltem arrependidos, serão por fim controlados por uma mente pervertida (v. 28). (2) Tais pessoas talvez prossigam na concupiscência e pecados vergonhosos, enquanto justificam seus próprios atos como sendo fraqueza humana comum, persuadindo a si mesmos que ainda estão em comunhão com o Espírito Santo e no gozo da salvação. Fecham seus olhos à advertência bíblica de que "nenhum fornicador, ou impuro... tem herança no Reino de Cristo" (Ef 5.5).

1.24 TAMBÉM DEUS OS ENTREGOU. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e perversão sexuais. (1) A expressão: "também Deus os entregou" à imundícia significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais baixas. A palavra "concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo, denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos (cf. 2 Co 12.21; Gl 5.19; Ef 5.3). (2) As três etapas do abandono por Deus, à impureza são: (a) Ele entrega as pessoas aos prazeres sexuais pecaminosos que degradam o corpo (v. 24); (b) Ele as entrega a paixões homossexuais ou lésbicas, vergonhosas (vv. 26,27); a seguir: (c) Ele as entrega a um sentimento perverso, i.e., sua mente justifica as suas ações iníquas e pensam continuamente no mal e nos prazeres dos pecados sexuais (v. 28). Essas três etapas ocorrem entre todos que rejeitam a verdade da revelação divina e que buscam o prazer na iniquidade (v.18; ver v.27). (3) Deus tem dois propósitos ao abandonar os iníquos ao pecado: (a) permitir que o pecado e suas consequências se acelerem como parte do seu juízo sobre eles (2.2); e (b) levá-los a reconhecer sua necessidade da salvação (Rm 2.4).

1.25 MENTIRA. A "mentira", aqui, é a mensagem de Satanás, o pai da mentira (Jo 8.44): "sereis como Deus" (Gn 3.5). (1) Crer na mentira é rejeitar "a verdade de Deus" e tomar parte na idolatria (Gn 3.5; Cl 3.5; 2 Ts 2.11). (2) A Bíblia adverte constantemente contra o orgulho devido à tendência do ser humano de crer na mentira e adorar a si mesmo.

"Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus" (Ez 28.2; cf. Pv 6.17; 8.13; 16.18; 1 Tm 3.6; Tg 4.6; 1 Jo 2.16).

1.27 VARÃO COM VARÃO. O apóstolo, certamente, considerou a abominação homossexual do homem e da mulher como a evidência máxima da degeneração humana, resultante da imoralidade e do abandono da pessoa por Deus (ver Gn 19.4,5; Lv 18.22). Qualquer nação que justifica o homossexualismo ou o lesbianismo, como modo aceitável de vida, está nas etapas finais da corrupção moral (ver v. 24). Mais textos bíblicos a respeito dessa prática horrível: Gn 19.4-9; Lv 20.13; Dt 23.17; 1 Rs 14.24; 15.12; 22.46; Is 3.9; 1 Co 6.9,10; 1 Tm 1.10; 2 Pe 2.6; Jd 7.

1.32 CONSENTEM AOS QUE AS FAZEM. A última palavra de Paulo sobre a pecaminosidade humana tem a ver com a condenação, por Deus, de uma condição do ser humano merecedora de maior juízo do que a própria prática do pecado, i.e., apoiar, aprovar e incentivar o mal, sentindo prazer nas práticas imorais dos outros. Esse é o derradeiro grau da depravação deleitar-se com a concupiscência e a iniquidade dos outros. É o pecado como forma de entretenimento. (1) A palavra "consentem" (gr. suneudokeo), significa "concordar", "consentir" ou "solidarizar-se", indicando o prazer imodesto nos pecados dos outros, ora prevalecente na sociedade humana. (2) Em nossos dias, sabemos quão grandes danos são produzidos pelas cenas imorais que dominam a mídia do entretenimento; mesmo assim, muitos consentem nisso, tendo nelas prazer. Quem se diverte, olhando outras pessoas pecarem e cometerem atos malignos, mesmo sem os praticar pessoalmente, receberá a mesma condenação divina que aqueles que as cometem. A iniquidade aumenta em qualquer sociedade onde não há restrição decorrente da desaprovação, pelos outros, de tais males. (3) Logo, aqueles (e especialmente aqueles que professam fé em Cristo) que se divertem com as práticas imorais dos outros, mesmo sem cometê-las, contribuem diretamente para predispor a opinião pública à imoralidade e, portanto, à corrupção e, por fim, à condenação eterna de um número infinito de pessoas. Esse pecado é digno da morte (v. 32) e será desmascarado e condenado no dia do juízo (2 Ts 2.12).

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O Neomodernismo Teológico
Seitas e Heresias - Raimundo de Oliveira

“Modernismo" ou "Neomodernismo Teológico" são expressões mui conhecidas, largamente usadas no mundo da teologia nos dias modernos. Em linhas gerais, designam o des­vio teológico da linha de compromisso com a verdade divina, no ato de interpretar e comunicar as Escrituras.

O Modernismo Teológico, de acordo com estudiosos da teo­logia em nossos dias, está mais vinculado ao complexo sistema teológico e doutrinário de Karl Barth, teólogo suíço, nascido em 1886, e falecido em 1968, aos 82 anos de idade.

É sabido, porém, que o neomodernismo abriu fronteiras, rom­pendo os limites da teologia barthiana. Deste modo, este sistema teológico se faz presente no movimento ecumênico, levado a efei­to por determinados segmentos do cristianismo, e, mais recente­mente, na chamada "Teologia da Libertação", que tanta confusão está causando.

I. A TEOLOGIA DE KARL BARTH
Karl Barth foi, sem dúvida, um teólogo culto e um escritor prolifero. Dentre as principais obras que escreveu, destacam-se: A Palavra de Deus e a Teologia, A Teologia e a Igreja, O Novo Mun­do da Bíblia, Questões Bíblicas, Necessidades e Promessas da Pregação Cristã, A Palavra de Deus como Dever da Teologia, Dou­trina Reformada - Sua Essência e Dever e Fundamentos Dogmáticos. Mas, foi com a publicação do seu livro Comentários Sobre Romanos que ele tornou-se mundialmente conhecido.


1.1. Por que Karl Barth?
São duas as razões por que tomamos a pessoa de Karl Barth como ponto de partida da especulação da teologia neomodernista: Primeiro, grande número de teólogos mais conservadores da atua­lidade o consideram assim. Segundo, sua teologia tem contribuído para que determinados setores da teologia, nos dias hodiernos, dêem uma guinada, passando do verdadeiro e lógico para o absurdo e anti-bíblico.

A teologia barthiana tem influenciado tanto o pensamento teológico dos dias modernos, que muitos teólogos consideram Barth uma espécie de "profeta" e "reformador". Porém, não há como esconder o erro embutido em suas conclusões teológicas, que infelizmente estão se infiltrando em vários seminários em nosso país e sendo adotadas por muitos ministros evangélicos brasileiros.


1.2. A Doutrina Neomodernista
Dentre os muitos pontos controversos da teologia barthiana e modernista liberal, destacam-se os seguintes:


1.2.1. A BÍBLIA
A Bíblia é "de capa a capa palavras humanas e falíveis... Se­gundo o testemunho das Escrituras sobre os homens, que também se refere a eles (isto é, aos profetas e apóstolos), eles podiam errar, e também têm errado, em toda palavra... mas, precisamente com essa palavra humana, falível e errada pronunciaram a palavra de Deus" (Fundamentos Dogmáticos, vols. I, II, pp. 558/588).

Segundo Barth, a infalibilidade da Bíblia é uma fantasia, só aceita por crentes ignorantes. Para ele, nem mesmo as palavras de Cristo, relatadas nos Evangelhos, são infalíveis. Ele vai mais além e afirma que os ensinamentos de Jesus, conforme dados no Evan­gelho, são tão afastados da verdade acerca de Deus como as mais cruéis idéias da primitiva religião.

Portanto, conclui ele, a Bíblia não é a divina e inspirada Palavra de Deus, a não ser que Deus resolva usá-la como meio de sua revelação, o que, segundo Barth, só se sucede quando ela é pregada pela Igreja.

1.2.2. O PECADO E A QUEDA
A pergunta: "Como o homem se tornou pecador?" responde Barth: "Não por uma queda do primeiro homem. A entrada do pecado no mundo, por Adão, não é um evento físico-histórico em qualquer sentido" (Comentário Sobre Romanos, p. 149). Isso, na­turalmente, significa que o pecado não começou por uma livre escolha pela qual o homem preferiu desobedecer à lei divina. De fato, segundo Barth, o pecado pertence à natureza do homem como um ser criado. Desse modo, na qualidade de homem, até mesmo nosso Senhor Jesus Cristo foi carne pecaminosa — afirma Barth irreverentemente.

Se o pecado pertence à natureza do homem, na qualidade de ser criado, pode ele, nesse caso ser perdoado e salvo do seu pecado? Evidentemente Barth fala de perdão de pecado, mas "perdão" não significa, para ele, que o homem seja transformado e se torne uma nova criatura. Tudo quanto é criado é pecaminoso, e o crente é tão pecaminoso quanto o mais iníquo dos homens. Segundo Barth, "o pecado habitou, habita e habitará no corpo mortal enquanto o tempo for tempo, o homem for homem e o mundo for mundo".

Não vemos esperança de real salvação para os neomodernistas, uma vez que crêem na Bíblia e em Deus ao seu próprio modo. Na realidade, eles mutilam a Bíblia e descrêem de Deus.


1.2.3. A Pessoa de Cristo
Quem lê o livro Credo, de Barth, tem a impressão de que ele crê no nascimento virginal de Jesus Cristo, o que não corresponde à verdade, à luz do contexto geral da teologia barthiana.
De acordo com Barth, na história tudo é relativo e incerto. Isso, evidentemente, aplica-se à vida terrena de Cristo. Por conse­guinte, ele pode falar sobre o nascimento virginal de Cristo, mas como um "mito".

1.2.4. A morte de Cristo
Barth ensina que Cristo morreu em desespero, e que isso é a indicação mais clara de que o homem não tem meios de chegar a Deus por sua religião! Em um de seus sermões, disse ele acerca de Cristo crucificado: "Ele se tornou humilhado, derrotado e sacrifica­do, pois não queria outra coisa senão vencer o eu humano e dar tudo nas mãos do Pai". O significado da morte de Jesus, dessa forma, é apenas que Ele se sacrificou, e nada mais.

1.2.5. A ressurreição de Cristo
No seu livro Comentários Sobre Romanos, Barth chega a di­zer que o ateu D. F. Strauss talvez tivesse razão em explicar a ressurreição de Cristo como "um embuste histórico". Mas é Barth mesmo quem afirma: "A ressurreição de Cristo, ou o que dá no mesmo, a sua vida, não é um acontecimento histórico".

1.2.6. ESCATOLOGIA
Ensina o barthianismo que a escatologia nada tem a ver com o futuro, e que a segunda vinda de Cristo não é um acontecimento vindouro. Ensina que esperar pela vinda do Senhor é acrescentar ansiedade à nossa situação real.


1.2.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Segundo a teologia neomodernista, a palavra "ressurreição" na Bíblia nada tem a ver com a ressurreição do homem da morte física. De fato, Barth ensina que a ressurreição já aconteceu.

1.2.8. O CÉU
Barth destaca em seu ensino que a esperança que o crente nu­tre de ir para o céu é uma prova do cristianismo egoísta que está vivendo. Por isso, diz ele que o verdadeiro crente não necessita da imortalidade da alma, nem do julgamento final e nem do céu.

1.3. A Bíblia Refuta as Doutrinas Neomodernistas
Ao refutar o neomodernismo ou barthianismo, a Bíblia nega toda e qualquer possibilidade de salvação aos neomodernistas apri­sionados nos seus próprios erros. Veja o que dizem as Escrituras a respeito dos temas abordados:

1.3.1. A BÍBLIA
A Bíblia é a Palavra de Deus, e, portanto, é:
a. o Livro infalível e imutável dos séculos (Sl 119.89);
b. divinamente inspirada (2 Pe 1.21);
c. absolutamente digna de confiança (1 Rs 8.56; Mt 5.18);
d. pura (Sl 19.8);
e. santa, justa e boa (Rm 7.12);
f. perfeita (Sl 19.7; Rm 12.2);
g. verdadeira (Sl 119.142).


1.3.2. O PECADO

Deus não é autor nem cúmplice do pecado, pois:
a. Ele não pratica perversidade, nem comete injustiça (Jó 34.10);
b. Ele fez o homem reto (Ec 7.29);
c. o homem foi advertido de não pecar (Gn 2.16,17);
d. o homem caiu em pecado por sua própria escolha (Gn 3.6,7);
e. aquele que confessa o seu pecado e o deixa, alcança do Senhor misericórdia e perdão (Pv 28.13; 1 Jo 1.9).


1.3.3. A Pessoa de Cristo
Cristo era uma Pessoa real:
a. Ele nasceu duma virgem (Is 7.14; Lc 1.27);
b. Ele foi isento de pecado (Hb 7.26);
c. Ele foi visto por João Batista (Jo 1.29), Anás (Jo 18.12,13), Pilatos (Jo 18.28,29) e Herodes (Lc 23.8).


1.3.4. A morte de Cristo
A morte de Cristo foi um fato histórico e real:
a. foi testemunhada pelo centurião romano (Lc 23.45-47);
b. foi testemunhada pelos soldados romanos (Jo 19.32,33);
c. José de Arimatéia e Nicodemos tomaram seu corpo, embalsamaram-no e o enterraram (Jo 19.38-42).


1.3.5. A ressurreição de Cristo
A ressurreição de Cristo foi um fato histórico e real. Após ressurreto Ele foi visto:
a. pelos guardas do sepulcro (Mt 28.11-23);
b. por Maria Madalena (Jo 20.16);
c. por dez dos seus discípulos (Jo 20.19-23);
d. por Tome (Jo 20.26-29);
e. por sete dos seus discípulos (Jo 21.1-14);
f. por Simão Pedro (Jo 21.15-19);
g. por mais de quinhentos irmãos (1 Co 15.6).


1.3.6. ESCATOLOGIA
A escatologia bíblica é clara, e, segundo ela, os acontecimen­tos finais obedecerão à seguinte ordem:
a. O arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17).
b. O comparecimento dos crentes ao tribunal de Cristo, nos céus (2 Co 5.10), enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação (Mt 24.15-28).
c. A manifestação de Cristo em glória acompanhado dos seus santos e anjos (Mt 24.30).
d. A batalha do Armagedom (Ap 16.16).
e. O julgamento das nações (Mt 25.32).
f. A prisão de Satanás por mil anos (Ap 20.1-3).
g. A inauguração do reino milenar de Cristo na Terra (Is 2.2-4; 65.18-22).
h. A soltura de Satanás por um breve espaço de tempo, para logo ser preso para sempre (Ap 20.7-10).

i. O juízo do Grande Trono Branco (Ap 20.11-15).

j. O estabelecimento dos novos céus e da nova Terra (Ap 21.1).


1.3.7. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
A ressurreição dos mortos é um assunto tratado de forma abun­dante e inequívoca em toda a Escritura, sobre a qual falaram:

a. Jó (Jó 19.25-27);
b. Davi (Sl 17.15);
c. Jesus (Mt 22.31; Lc 14.14; 20.35,36; Jo 5.29);
d. Marta (Jo 11.24);
e. Paulo (Act 23.6; 24.21; 1 Co 15.13);
f. O autor da Epístola aos Hebreus (Hb 6.2);
g. João (Ap 20.5,6).


1.3.8. Acerca do Céu
O céu existe, ele é real. Por que o crente o deseja e espera nele morar? Dentre outras razões sobressaem-se as seguintes:

a. No céu está a habitação e o trono de Deus (Act 7.49).
b. Do céu foi derramado o Espírito Santo (Mt 3.16; Act 2.33).
c. No céu está a nossa pátria (Fp 3.20).
d. Do céu virá Jesus (Mt 24.30).
e. O verdadeiro crente aguarda o estabelecimento dos novos céus e da nova Terra, onde habita a justiça de Deus (2Pe3.13).


II. UMA SOLENE ADVERTÊNCIA
Escrevendo a Timóteo, e, em extensão, a nós hoje, diz o apóstolo Paulo: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cris­to, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (l Tm 6.3-6).


2.1. Detectando os Falsos Teólogos
De acordo com 1 Timóteo 4.1, abandonar a verdade e disse­minar o erro é muito mais que uma preferência pessoal. Aquele que assim age está "dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios". É aqui que se enquadram os neomo-dernistas. Mas como detectá-los? De acordo com 1 Timóteo 6.3-5, o falso teólogo é alguém que: a) ensina outra doutrina que não aquela ensinada pelo Senhor Jesus Cristo, que é segundo a pieda­de; b) é soberbo, dado a discussões fúteis que não levam a nenhum proveito.

Num ultrajante desrespeito à Escritura, os liberais ou teólogos modernistas fazem a interpretação que bem lhes convém. Cha­mam a isto emprego de "palavras conotativas", uma forma de "contextualizar" a Escritura à realidade moderna. Exemplo: já não empregam a palavra "reconciliação" no sentido bíblico de o ho­mem reconciliar-se com Deus. "Redenção" já não é empregada no sentido bíblico de o homem ser salvo do pecado e do castigo eter­no. Em vez disso, dão-lhe diferente "conotação", e opinam que esta tem a ver com a melhoria social e cultural da sociedade. "Mis­sões" foi substituída por "diálogo"; e "conversão" passou ser um conceito inaceitável.

2.2. Evitando os Falsos Teólogos
Os teólogos comprometidos com o neomodernismo são pes­soas que se deixaram enredar pela astúcia do diabo, o pai da men­tira. Por lhes faltar genuína conversão, falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Cristo. Um boletim publicado pelo Concilio Mundial de Igrejas, em uma grande cida­de, para orientação de pregadores de rádio, ilustra este ponto:

"Os temas devem difundir amor, alegria, coragem, esperança, fé, confiança, boa vontade. Em geral, evite críticas e controvérsi­as. Na realidade, estamos 'vendendo religião'. Portanto, preparar os cristãos para levarem a sua cruz, sacrificarem-se e servirem, ou convidar os pecadores ao arrependimento está fora de moda. Porventura não podemos, como apóstolos, convidar o povo a go­zar dos nossos privilégios, fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?"
Alguém comparou os teólogos liberais ou neomodernistas a um comerciante que tem de reserva sob seu balcão toda espécie de artigos. Quando um liberal à moda antiga lhe vem pedir liberalis­mo, o neomodernista estende a mão sob o balcão e diz: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui". E se um cristão bíblico entra na loja, o neomodernista com o mesmo gesto, responde: "Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui".
Eis uma real descrição do neomodernismo, capaz de adequar a sua linguagem e o seu comportamento de maneira a agradar a quem quer que seja.

Ao crente fiel, porém, recomenda o Espírito Santo, através de Paulo, que se afaste dos falsos teólogos e seus ensinos, milite a boa milícia da fé, tome posse da vida eterna, e obedeça ao manda­mento do Senhor, mandamento esse sem mácula e irrepreensível (lTm 6.5,12,14).


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O que é Hedonismo?
Hedonismo consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida.
A palavra hedonismo vem do grego hedonikos, que significa "prazeroso", já que hedon significa "prazer". Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes.
Esta doutrina moral teve a sua origem nos cirenaicos (fundada por Aristipo de Cirene), epicuristas antigos. O hedonismo determina que o bem supremo, ou seja, o fim último da ação, é o prazer. Neste caso, "prazer" significa algo mais que o mero prazer sensual. Os utilitaristas ingleses (Bentham e Stuart Mill) foram os continuadores do hedonismo antigo.
Em muitas ocasiões, o hedonismo é confundido com o epicurismo. No entanto, existem algumas diferenças entre eles, sendo que Epicuro criou o epicurismo visando aperfeiçoar o hedonismo.
O epicurismo tem como um dos objetivos a ausência da dor, e assim o prazer tem um papel mais passivo, e o indivíduo deve renunciar a coisas que possam originar dor e sofrimento. No caso do hedonismo, a busca pelo prazer é aconselhada intensamente, levando também em conta os prazeres sexuais.
Como o hedonismo aborda a busca excessiva pelo prazer como o propósito mais importante da vida, muitas religiões a repudiam, pois consiste em uma doutrina que entra em choque com a doutrina de muitas igrejas.

Hedonismo ético e psicológico
O hedonismo pode ser dividido em duas categorias: hedonismo ético e hedonismo psicológico.

O hedonismo psicológico tem como fundamento a noção que em todas as ações, o ser humano tem a intenção de obter mais prazer e menos sofrimento. Essa forma de viver seria a única coisa que fomenta a ação humana.

Por outro lado, o hedonismo ético tem como princípio o facto de o homem contemplar o prazer e os bens materiais como as coisas mais importantes das suas vidas.

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O que é Narcisismo?
Narcisismo é um conceito da psicanálise que define o indivíduo que admira exageradamente a sua própria imagem e nutre uma paixão excessiva por si mesmo.

O termo é derivado de Narciso, que segundo a mitologia grega, era um belo jovem que despertou o amor da ninfa Eco. Mas Narciso rejeitou esse amor e por isso foi condenado a apaixonar-se pela sua própria imagem refletida na água. Narciso acabou cometendo suicídio por afogamento. Posteriormente, a mãe Terra o converteu em uma flor (narciso).
Estando relacionado com o autoerotismo, o narcisismo consiste em uma concentração do instinto sexual sobre o próprio corpo.
Os indivíduos narcisistas são frequentemente fechados, egocêntricos e solitários.

Narcisismo segundo Freud
De acordo com o psicanalista Sigmund Freud, o narcisismo é uma característica normal em todos os seres humanos. Está relacionado com o desenvolvimento da libido (com o desejo sexual, eros).

Na linha psicanalítica de Freud, o narcisismo como perversão sexual é uma fixação de uma fase de transição da infância, em si normal. Está correlacionado, em parte com a homossexualidade e o exibicionismo, entre outras características da conduta sexual.
O narcisismo se transforma em patologia, ou seja, passa do estado normal para o doentio, quando entra em conflito com ideias culturais e éticas, tornando-se excessivo e dificultando as relações normais do indivíduo no meio social.
De acordo com os estudos de Freud, o narcisismo pode ser dividido em duas etapas: narcisismo primário (fase autoerótica) e o narcisismo secundário (quando o indivíduo desenvolve o ego e consegue se diferenciar - os seus desejos e o que o atrai - do resto do mundo).


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O que é antropocentrismo?
Características e implicações da doutrina filosófica que põe o homem em evidência

O antropocentrismo é um pensamento filosófico que coloca o homem como indivíduo central para o entendimento do mundo. O termo tem origem grega e em sua etimologia temos anthropos, que significa "humano", e kentron, "centro", logo homem no centro. Como doutrina filosófica, o pensamento antropocêntrico nos informa que o ser humano é a figura central e, desse modo, ele é responsável pelas suas ações, sejam elas culturais, históricas, sociais e filosóficos. Ao romper com os paradigmas presentes na época, traz à tona um homem crítico, dotado de racionalidade que lhe possibilita questionar a realidade em sua volta.

Para entender o conceito de antropocentrismo, é importante retomar a concepção de mundo que imperava na sociedade da Idade Média: o teocentrismo. Para essa doutrina, o deus cristão estaria no centro do universo. Desse modo, qualquer pensamento ou ação que não estivessem baseados nos preceitos descritos pela Bíblia poderiam ser considerados incorretos e, consequentemente, pecaminosos. No teocentrismo, o divino é o fundamento do mundo e não há qualquer pensamento racional ou crença diferente da cristã que esteja acima dessa máxima.

Características do antropocentrismo

A centralidade do ser humano trazida pelo antropocentrismo apresenta reflexos em diversas áreas do conhecimento, sendo importante para a literatura, pintura, escultura e música, além da própria filosofia. Atualmente, esse pensamento se encontra bastante difuso, mas em sua origem podem ser observadas algumas características que possibilitam diferenciá-lo da doutrina à qual ele se opõe.

Vejamos algumas características:

A principal característica do antropocentrismo é a mudança de perspectiva no que diz respeito a quem é a figura central para a explicação do mundo e em quem deveria basear as ações humanas. Em vez do deus judaico-cristão, agora é o ser humano quem ocupa esse lugar de referência;
Outro traço do pensamento antropocêntrico diz respeito à exaltação da racionalidade como sendo um atributo inerente à humanidade;
Esse pensamento filosófico também será marcado pelo cientificismo, segundo o qual o homem pode exercer controle sobre a natureza, sendo possível estudá-la e compreendê-la;
Uma vez que o deus judaico-cristão deixa de ser o centro do universo, as ações tomadas pelos seres humanos devem levar em consideração apenas as consequências que elas poderão causar aos próprios seres humanos. Por isso, diz-se que, no antropocentrismo, o homem é o fim das coisas;
Por fim, a filosofia antropocêntrica será marcada por um certo essencialismo. Isso diz respeito ao fato de que, segundo essa doutrina, o ser humano possui uma essência que é imutável, natural e central. Essa propriedade não poderia ser observada em nenhuma outra espécie.

Antropocentrismo e humanismo
Um dos principais reflexos do antropocentrismo é o humanismo renascentista. Esse movimento literário e intelectual era fortemente inspirado na centralidade e racionalidade humana. Ele conseguiu enfraquecer o poder que a Igreja Católica possuía durante a Idade Média e impulsionou grandes transformações sociais. Os filósofos humanistas que eram adeptos do antropocentrismo dedicavam suas atenções a três temáticas em especial: o homem, a sociedade e a natureza.

Esses pensadores vão encabeçar uma importante mudança na forma de pensar, que produz impactos visíveis nos dias atuais, especialmente, no que diz respeito ao desenvolvimento da pesquisa científica. Contudo, as revoluções que eles impulsionam também podem ser observadas nas artes e literatura, por exemplo. Isso acontece, em virtude da defesa da racionalidade e possibilidade de questionamentos para busca da verdade, que não mais estaria dada pelos textos e interpretações bíblicas.

Vejamos alguns dos principais filósofos humanistas inspirados pelo antropocentrismo e as contribuições que eles deram para a construção do conhecimento:

Nicolau Maquiavel – autor da obra “O Príncipe”, é considerado o fundador da ciência política e do pensamento moderno. Seu mais famoso livro é descrito como um manual de como governar;
Nicolau Copérnico - foi o astrônomo e matemático que desenvolveu a teoria heliocêntrica, segundo à qual o planeta Terra e os demais planetas se movimentam em torno do Sol. Copérnico é tido como o pai da Astronomia Moderna.
Galileu Galilei - é um dos nomes mais importantes da Astronomia. Galilei defendeu que a Terra não era o centro do universo, reafirmando a teoria de Copérnico e se opondo ao pensamento da Igreja. Por conta disso, foi condenado à morte pela Inquisição caso não negasse em público o pensamento científico que havia produzido.
René Descartes - é o criador do sistema de pensamento filosófico que deu origem à Filosofia Moderna: o pensamento cartesiano. “Discurso sobre o Método” é o título de sua obra mais famosa.

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O Racionalismo Cristão
Seitas e Heresias - Raimundo de Oliveira

O Racionalismo Cristão é um movimento religioso de feições nitidamente sincretistas. Quanto à sua concepção, diz-se filosófico-cristão. Quanto às suas crenças, é uma mistura de espiri­tismo, humanismo e panteísmo. E, acima de tudo, hostil ao Cristi­anismo e à Bíblia.

I. O QUE É O RACIONALISMO CRISTÃO
Segundo o panfleto O Que E o Racionalismo Cristão, distri­buído pela sede da entidade na cidade do Rio de Janeiro, "o Racionalismo Cristão trata do espiritualismo racional e científico e explica os porquês da vida, dentro da razão, da ciência, da filo­sofia e do bom senso. É a própria doutrina explanada por Cristo (daí o motivo de chamar-se Racionalismo Cristão)."


1.1. Origem do Racionalismo Cristão
Crendo que essa concepção do homem, da vida e do Univer­so, é tão antiga quanto a própria existência da humanidade, os historiadores do Racionalismo Cristão dizem que este foi "re-implantado" na Terra em 1910, pelo brasileiro Luiz de Mattos, na cidade de Santos, Estado de São Paulo.
Com sede na cidade do Rio de Janeiro, o movimento possui templos e adeptos em outros grandes centros, como São Paulo e Campinas. Suas sessões públicas acontecem nas segundas, quar­tas e sextas-feiras, geralmente das 20 às 21 horas. Além das ses­sões normais noturnas, os templos racionalistas estão abertos de segunda a sexta-feira, inclusive feriados, para prestar orientação e esclarecimento doutrinário a quem interessar.


1.2. A Que se Propõe o Racionalismo Cristão
A doutrina dita racionalista cristã alega ter como proposta e finalidade a espiritualização e a humanização dos povos, esclare­cendo o ser humano sobre a vida fora da matéria e sobre sua com­posição astral e física, ou seja, como força e matéria (espírito e corpo).
A oposição do Racionalismo Cristão ao Cristianismo, e a qual­quer outro sistema religioso organizado, é demonstrada no seguinte trecho extraído do folheto O Que E o Racionalismo Cristão:
"Vale salientar aqui alguns pontos fundamentais que distin­guem e diferenciam o Racionalismo Cristão das seitas e religi­ões, bem como das demais correntes espiritualistas e do próprio espiritismo. O principal deles, isto é, a sua concepção (nova para a maioria da humanidade) da composição do Universo e do homem, logo chama a atenção do observador e estudioso da doutrina. As­sim, Força e Matéria são os dois únicos princípios fundamentais de que se compõe o Universo. A Força é o agente ativo, inteligen­te, transformador; a Matéria é o elemento passivo, inerte, plasmável, o qual é utilizado pela Força como condição ou meio para a sua evolução. Tudo no Universo está indissoluvelmente ligado à ação da Força sobre a Matéria, sendo esta ação permanente a própria definição da vida. A compreensão de Força e Matéria situa-se, pois, dentro da lógica dos fenômenos psíquicos divulgados pelo Racionalismo Cristão. E nestes dois princípios se resume e se explica toda a ciência, que é o conhecimento da Verdade."

O Racionalismo Cristão é a complicação e confusão do ho­mem contrapondo-se à simplicidade da mensagem de Cristo e da Bíblia!

1.3. A Doutrina Racionalista
A doutrina racionalista, dita cristã, se diz apenas uma filosofia de cunho exclusivamente espiritualista, sem nenhuma conotação de caráter religioso, místico e sobrenatural. Nega a existência de mistérios, a validade dos dogmas e a possibilidade da ocorrência de milagres, pois, segundo crêem os racionalistas, tudo no Univer­so, tudo na vida, tem explicação racional e científica. Tanto os fenômenos que obedecem às leis do plano físico, como os que obedecem às leis do plano psíquico, espiritual, e invisível, são exteriorizações da Força e se enquadram, igualmente, nas leis que regem o Universo. Logo, nada há de sobrenatural, mas simples­mente manifestações da Força, em suas numerosas aplicações. Desse modo, o que foge ao entendimento humano e mesmo à ci­ência, no plano terreno, torna-se compreensível em uma esfera mais elevada, onde a inteligência e a evolução dos seres está muito à frente da nossa.
A doutrina racionalista ensina ainda que quando a criatura chega à compreensão de que o espírito é força, luz, inteligência e poder, que dispõe de atributos para vencer racionalmente quais­quer situações, que faz parte integrante do Todo, como partícula da Força Universal, "caem por terra as idéias primitivas de um deus protetor, ilusório, corpóreo, irreal e fictício. Desaparecem as concepções de caráter divino, que trazem o espírito sob o jugo do sobrenatural do mistério e do milagre, compreendendo-se que a Verdade não está nessa concepção deísta, divinal, de sentido adoratório" (Do folheto O Que É o Racionalismo Cristão).

1.4. Propagação do Racionalismo Cristão
Até onde nos é possível saber, o "Racionalismo Cristão", con­forme concebido no Brasil, não chegou a atravessar as nossas fron­teiras. Apesar disto, os seus adeptos aceitam como satisfatório o crescimento do movimento em nosso país.
A disseminação do Racionalismo Cristão se deve, basicamen­te, ao zeloso proselitismo levado a efeito por seus membros e à literatura que a entidade produz, destacando-se aqui dois livros, intitulados: Racionalismo Cristão e A Vida Fora da Matéria.
Apesar de alegarem clareza de linguagem, ausência de sofis-mas e subterfúgios, os escritos racionalistas são confusos e obscu­ros. São lidos, parece, pelo simples fato de o ser humano gostar de se ver envolvido com assuntos complicados.


1.5. As Sessões de Limpeza Psíquica
As chamadas "sessões de limpeza psíquica", mui comuns nos cultos racionalistas, são espécies de sessões de exorcismo. "Atra­vés destas, o Astral Superior arrebata para fora da atmosfera da Terra os espíritos perturbadores que assistem e obsedam os seres humanos, produzindo, com sua assistência maléfica e fluidos de­letérios, doenças e outros males de ordem física, moral, espiritual e social.
"Tal ação benéfica de saneamento e higienização astral pro­cessa-se principalmente através do fenômeno psíquico do desdo­bramento. O trabalho das Forças Superiores feito deste modo, atra­vés do Racionalismo Cristão, com segurança e eficácia, é uma das revelações mais notáveis de que tem ciência o ser humano, no campo do psiquismo, e seus resultados são inegavelmente benéfi­cos para a humanidade" (O Que É o Racionalismo Cristão).


II. ASPECTOS DA DOUTRINA RACIONALISTA
Já dissemos que o Racionalismo Cristão, apesar do comple­mento "Cristão", constitui-se num movimento religioso nitidamente anticristão e averso à Bíblia. As diferenças básicas entre o chama­do Racionalismo Cristão e o Cristianismo são detectadas na cren­ça racionalista acerca dos seguintes temas:

2.1. A Bíblia Sagrada
O desprezo e desrespeito do Racionalismo Cristão pela Bíblia são revelados na seguinte manifestação racionalista:
"Na Bíblia, todos sabem, foram alterados diversos textos origi­nais, com o fim de favorecer a um vantajoso sistema capaz de propi­ciar fundos suficientes para sustento das legiões que mantém.
"Somente a palavra 'perdão', habilmente introduzida naquele livro, tem proporcionado imensa, incalculada renda.
"Durante muitos séculos, as religiões propugnaram pela igno­rância dos seres. Essa ignorância convinha aos interesses dos orientadores religiosos. Isto porque ricos e ignorantes sempre vi­veram às mil maravilhas com as seitas religiosas que introduziram na Bíblia este versículo repleto de malícia: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus'" (Racionalismo Cristão, p. 55).

Segundo a opinião do Racionalismo Cristão, conclui-se que a Bíblia Sagrada:
a. teve o seu texto interpolado e alterado para satisfazer inte­resses humanos;
b. é objeto de lucros financeiros por parte dos líderes religio­sos que a usam como fonte doutrinária;
c. é usada como forma de manter os seus leitores na ignorân­cia espiritual.

2.2. Deus
A mesquinhez do conceito racionalista quanto ao Ser de Deus é evidente no seguinte raciocínio:
"Grupos afins se reúnem para adorar, de um certo modo, um certo deus. Cada povo, cada raça, criou a imagem desse deus à sua própria semelhança.
"Um chinês, por exemplo, jamais admitiria um deus com fei­ções ocidentais, assim como um ocidental acharia absurda, e até ridícula, a idéia da divindade de rosto asiático.
"Os deuses possuem, invariavelmente, os caracteres físicos e mentais dos seres que os conceberam...
"Na Bíblia, no Velho Testamento — livro sagrado e intocável para tantos adoradores — existem várias referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época.
"Esse vergonhoso sentimento, especialmente em um deus, nada mais é do que o reflexo do sentimento do próprio povo que o ima­ginou" (Racionalismo Cristão, pp. 50,51).
Segundo um documento racionalista," a expressão 'deus' acha-se profundamente desmoralizada pelo sentido mesquinho, materi­alista e animalizado que lhe emprestaram, através dos tempos, os adoradores e as religiões; e esteado nessa verdade básica da com­posição do Universo, o Racionalismo Cristão substituiu a palavra 'deus' por termos mais condizentes e adequados à realidade, tais como a Força Universal, a Inteligência Universal, a Força Criado­ra ou o Grande Foco, do qual fazemos parte integrante como par­tículas em evolução, possuindo, em estado latente, todos os atri­butos, poderes e dons dessa Força, dessa Inteligência Universal.
"O Grande Foco ou Força Universal ocupa todo o espaço infi­nito, não existindo um só ponto no Universo que não acuse a sua presença vital, inteligente e criadora. Assim, o Racionalismo Cris­tão, evidentemente, não admite a idéia de Deus como terceiro ele­mento no Universo, além da Força e Matéria" (O Que É o Racionalismo Cristão).
O Racionalismo Cristão cai no velho engano panteísta de con­fundir Deus com a Criação.

2.3. Jesus Cristo
O Racionalismo Cristão reinterpreta a Pessoa e obra de Jesus Cristo, a princípio, dizendo que Ele não foi um "milagreiro", mas que apenas utilizou-se das leis naturais e imutáveis que regem o Universo.
Diz o Racionalismo que grandes espíritos movidos por ideais reformadores baixaram à Terra, encarnando, com enorme sacrifí­cio, para ver se conseguiam a desbrutalização da mente humana, que se deixara empolgar pelo sentimento do gozo e dos prazeres apenas materiais.
Segundo o Racionalismo Cristão, esses valorosos espíritos, porém, além de não haverem sido compreendidos, acabaram divinizados pela massa ignorante, como aconteceu com Jesus, Buda, Confúcio e Maomé.
Na doutrina racionalista, Jesus Cristo perde a posição singu­lar de Filho eterno de Deus, conforme documentam as Escrituras e crêem os cristãos, sendo reduzido à posição de um espírito valo­roso e evoluído, ao nível de fundadores de religiões pagas como Buda, Confúcio e Maomé.

2.4. O Homem
Contestando a crença universal da criação do homem como obra de Deus, declara o racionalismo: "Não importa que estes, invertendo a realidade dos fatos, afirmem que foi Deus que criou o homem à sua imagem. A verdade é bem outra, e não é preciso ter grande imaginação para descobrir o logro multissecular de que tem sido vítima a humanidade" (Racionalismo Cristão, p. 50).
Negando o relato bíblico da criação do homem, o racionalismo acolhe a absurda teoria espiritista da reencarnação. Deste modo, divide os espíritos desencarnados em trinta e três classes, espalha­das em mundos diferentes, dezessete delas no nosso planeta.

Distribuídos na série de trinta e três classes, de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um, os espíritos fazem a sua evolução partindo da seguinte ordem de mundos:

a. mundos materializados — espíritos da 1a à 5a classe
b. mundos opacos — espíritos da 6a à 11a classe
c. mundos brancos — espíritos da 12a à 17a classe
d. mundos diáfanos — espíritos da 18a à 25a classe
e. mundos de luz puríssima — espíritos da 26a à 33a classe.

O mundo dividir-se-ia, ainda, em duas grandes categorias: mundo de estágio e mundo de escolaridade. Para o primeiro, iriam os espíritos que desencarnam e deixam a atmosfera da Terra, cada um ascendendo ao mundo correspondente à sua própria classe, pois neles não estagiam espíritos de classes diferentes.
Crê o Racionalismo que a Terra é um mundo de escolaridade em que as dezessete primeiras classes da série de trinta e três pro­movem a sua evolução, partindo da primeira e chegando à décima sétima em períodos que variam muito, de espírito para espírito, mas que se elevam, sempre, a milhares e milhares de anos.


2.5. O Pecado e o Perdão
O Racionalismo Cristão nega a realidade do pecado e a possi­bilidade do perdão, quando assevera:

"Quando o indivíduo se convencer de que se praticar o mal terá, inapelavelmente, de resgatá-lo, sem possibilidade de perdão; que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte; que esta será mais ou menos penosa consoante o uso que tenha feito do seu livre arbítrio, na prática do bem ou do mal; que as ações boas revertem em seu benefício e as más em seu prejuízo; que não pode contar com o auxílio de ninguém para libertá-lo das conse­qüências das faltas que cometer e que terá de resgatar com ações elevadas — qualquer que seja o número de encarnações para isso necessárias — por certo pensará mais detidamente, antes de prati­car um ato indigno.
"Os que sabem avaliar o peso da responsabilidade que arras­tam com os próprios atos, fazem todo o possível para se firmarem nos ensinamentos reais que transmitem o conhecimento da Verda­de, rompendo com as entorpecentes mentiras religiosas" (Racionalismo Cristão, p. 58).
O que a Bíblia considera pecado, primeiro como um estado herdado, e em segundo lugar como um ato resultante da escolha pessoal, e a necessidade de arrependimento para confissão, o racionalismo considera fatos normais inevitáveis dentro do pro­cesso evolutivo do homem.

2.6. A Salvação
Quanto à questão da salvação, escreve Luiz de Mattos, funda­dor do Racionalismo:
"Martelando a idéia da 'salvação' na mente da criança, vai-se essa fantasia impregnando no seu perispírito, até criar raízes pro­fundas. Mais tarde, quando adulta, repete, maquinavelmente, o que se habituara a ouvir, sem querer submeter o caso ao raciocínio por sentir um desagradável choque entre o falso, por tanto tempo ar­mazenado no subconsciente, e o verdadeiro, latente no sentido consciente.
"Além de absurdo, é o dogma da 'salvação' um estímulo ao comodismo. O trabalho, a luta que o ser humano precisa travar, o esforço a que se não pode deixar de entregar para conseguir a evo­lução espiritual e o progresso material, não são entendidos pelos sectaristas que melhor confiam na 'graça', nos 'favores', na prote­ção da suposta divindade, do que em tudo mais.
"Ainda mesmo que se trate de vadios, parasitas e malandros, isso não modifica a sua imunidade celestial se vierem ao mundo como eleitos de 'deus' e a salvo, portanto, das conseqüências dos pecados terrenos. De qualquer maneira, não estão aí os represen­tantes da divindade para conceder aos delinqüentes as absolvições e, com elas, o passaporte para o céu?" (Racionalismo Cristão, pp. 139,140).

2.7. O Juízo Final
O Racionalismo Cristão ab-roga a possibilidade do juízo final propugnado pelas Escrituras como uma coisa só concebida por uma mentalidade atrofiada.
Quanto a isto, pontifica o racionalismo: "Céus beatíficos e paradisíacos, purgatórios estagiários e infernos e demônios e cal­deiras incandescentes são imaginosas criações que o próprio bom senso repele. O mesmo acontece com relação a um suposto julga­mento divino. E pura invencionice. Não existem deuses para jul­gar os que desencarnam" (Racionalismo Cristão, p. 104).
O Racionalismo Cristão admite possuir uma vocação messiânica e exclusivista. Admite estar engajado na nobre e árdua tarefa de esclarecer, despertar e transformar as consciências do século XXI. Diz esposar uma doutrina revolucionária, no sentido moral e espiritual, de caráter essencialmente racional e científico, condizente com a evolução dos tempos, capaz de pregar e condu­zir, com segurança, uma nova humanidade pelos caminhos do fu­turo, da supercivilização do próximo milênio. Civilização esta esteada no avanço da ciência e da tecnologia, mas esclarecida e humanizada pela filosofia espiritualista, baseada em Força e Matéria.
O Racionalismo Cristão diz que, em obediência ainda às leis evolutivas que a tudo presidem, tendo passado pelas fases de im­plantação e consolidação, está agora iniciando uma nova etapa de expansão e divulgação. E nesta conjuntura, diz constituir-se mais do que nunca, em mensagem e veemente apelo dirigido às criatu­ras espiritualmente independentes e livres. De modo especial aos jovens e à infância, porque deles depende, evidentemente, o futu­ro da humanidade. "Sobretudo, por serem espíritos de evolução adiantada e ávidos de saber, mais susceptíveis, nessa idade, de se desfazerem e se libertarem, à luz da razão, de seculares erros, pre­conceitos, crenças e crendices, fanatismos e sectarismos religio­sos, enfim de todas as místicas, aceitando as verdades transmiti­das e explanadas pelo Racionalismo Cristão" (O Que E o Racionalismo Cristão).

III. O RACIONALISMO CRISTÃO DESMASCARADO
As teorias do Racionalismo Cristão, com feições inequivocadamente tupiniquins, são demasiadamente frágeis. Eiva­das de erros como são, são incapazes de suportar uma contra-argumentação da Bíblia, da fé e mesmo da razão. Para provar isto, vamos alinhar a nossa refutação às teorias racionalistas, to­mando os mesmos temas na ordem em que foram abordados an­teriormente.

3.1. A Bíblia Sagrada
O Racionalismo diz que a Bíblia está cheia de erros, que ela nada tem a ver com o livro sagrado que diz ser, porém, é incapaz de provar teológica e cientificamente onde está sequer um erro das Escrituras.
Independentemente do arrazoado dos racionalistas, toda a Bí­blia "é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para re­preender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (2 Tm 3.16,17).
Vozes autorizadas de grandes mestres das letras levantam-se em defesa da Bíblia como um livro singular. Dentre esses desta­cam-se:
Pedro Calmom, magnífico Reitor da antiga Universidade do Brasil: "Livro dos livros, a Bíblia é o fundamento de uma cultura que se fez com a palavra — no princípio era o verbo — a promes­sa, a divina promessa da justiça, que pacifica os homens; que os incorpora na sociedade; que lhes abre as portas da sobrevivência. Alicerce de uma civilização eminentemente moral, a Bíblia é o eterno documento do espírito, mensagem de comunhão do homem com Deus".
Coelho Neto, polígrafo — homem de fé: "O livro de minha alma, a Bíblia, não o encerro na biblioteca entre os livros de meus estudos. Conservo-a sempre à minha cabeceira, à mão. E dela que tiro a água para a minha sede da verdade; é dela que tiro o bálsamo para as minhas dores nas horas de agonia. E vaso em que cresce a verdade. Nela vejo sempre a verde esperança abrindo-se na flor celestial, que é a fé. Eis o livro que é a valise com que ando em peregrinação pelo mundo".
J.J. Rousseau, filósofo francês: "Eu confesso que a majesta­de das Escrituras Sagradas me abisma, e a santidade do Evangelho enche o meu coração. Os livros dos filósofos com toda a sua pom­pa, quanto são pequenos à vista deste! Pode-se crer que um livro tão sublime e, às vezes, tão simples, seja obra dos homens?!"
Erasmo Braga, teólogo: "Considerando a Bíblia pelo seu as­pecto literário, não se compreende como intelectuais podem per­manecer indiferentes à grande fonte em que se abeberaram os que fizeram a nossa literatura — eminentemente bíblica —, e deram maciez, tom suave, e caminho ao nosso meigo idioma. Como se pode ler Bernard, Frei Luiz, e Vieira, e não possuir o veio de onde lhes saiu o ouro de lei — Deus?"
Tobias Barreto, escritor: "A Bíblia é um modelo de tudo quan­to é bom e belo, e, se outras razões não determinassem sua leitura, bastaria o gosto, o simples instinto literário, para levar-nos a fo­lhear, a admirar as palavras sublimes, as lavras petrificadas que brotaram daquelas bocas abrasadas como crateras do céu".
Victor Hugo, escritor francês: "Há um livro que, desde a primeira letra até a última, é uma emanação superior; um livro que contém toda a sabedoria divina, um livro que a sabedoria dos po­vos chamou de Bíblia. Espalhai evangelhos em cada aldeia: uma Bíblia em cada casa!"
César Cantu, historiógrafo: "A Bíblia é o livro de todos os povos, de todos os séculos, e para todas as idades".
Werner Keller, arqueólogo, autor do laureado livro E a Bí­blia Tinha Razão..., nos dois últimos parágrafos da introdução ao citado livro, escreve: "Nenhum livro de história da humanidade jamais produziu um efeito tão revolucionário, exerceu uma influ­ência tão decisiva no desenvolvimento de todo o mundo ocidental e teve uma difusão tão universal como o 'Livro dos livros", a Bí­blia. Ela está hoje traduzida em mil cento e vinte línguas e dialetos e, após dois mil anos, ainda não dá qualquer sinal de que haja terminado a sua triunfal carreira.

"Durante a coleta e o estudo do material, que de modo algum pretendo seja completo, ocorreu-me a idéia de que era tempo de os leitores da Bíblia e seus opositores, os crentes e os incrédulos, participarem das emocionantes descobertas realizadas pela sóbria ciência de múltiplas disciplinas. Diante da enorme quantidade de resultados de pesquisas autênticas e seguras, convenci-me, apesar da opinião da crítica cética, de que desde o século do Iluminismo até os nossos dias tentava-se diminuir o valor documentário da Bíblia, do que a Bíblia tinha razão!"
Todos estes testemunhos corroboram com a declaração dos Gideões Internacionais na apresentação do seu Novo Testamento de bolso, segundo a qual, a Bíblia contém a mente de Deus, a condição do homem, o caminho da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são justos, suas histórias verdadeiras e suas deci­sões imutáveis.

Leitor, leia-a para ser sábio, creia nela para estar seguro e pra­tique o que nela está escrito, para ser santo. Ela contém luz para dirigi-lo, alimento para sustê-lo, e consolo para animá-lo.
A Bíblia é o mapa do viajor, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado e o mapa do cristão. Por ela o Paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno des­cobertas.
Cristo é o seu grande tema, e a glória de Deus a sua finalidade. A Bíblia deve encher a mente, governar o coração e guiar os nossos pés.
Leia-a leitor, lenta e freqüentemente, e em oração. É uma mina de riqueza, um paraíso de glória e um rio de prazer. É-lhe dada em vida, será aberta no dia do julgamento e lembrada para sempre. Ela envolve a mais alta responsabilidade, recompensará o mais árduo labor e condenará a todos quantos menosprezam seu sagra­do conteúdo.

3.2. Deus
O Racionalismo Cristão nega a existência de Deus como reve­la a Bíblia, para esposar a crença em um deus impessoal. Chega às raias do absurdo panteísta de ensinar que, no Universo, Deus é tudo e tudo é Deus. Isto é, Deus é não só parte do Universo, Ele se confunde com o próprio Universo.

Apesar de o racionalismo negar a existência de Deus como um Ser pessoal, distinto da Criação, são muitos os argumentos racio­nais, além dos elementos oferecidos pela Bíblia, a favor da existên­cia de Deus. Dentre esses destacam-se os seguintes:

3.2.1. O ARGUMENTO ONTOLOGICO
O argumento ontológico tem sido apresentado de diversas for­mas por diferentes pensadores. Em sua mais refinada forma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano. Seu argumento é que o homem tem imanente em si a idéia de um ser absolutamente perfeito e, por conseguinte, deve existir um Ser absolutamente perfeito. Este argumento admite que existe na mente do próprio homem o conhecimento básico da existência de Deus, posto lá pelo próprio Criador.

3.2.2. O ARGUMENTO COSMOLOGICO
Este argumento tem sido apresentado de várias formas. Em geral encerra a idéia de que tudo o que existe no mundo deve ter uma causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo ale­mão, indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve ter um ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.

3.2.3. O ARGUMENTO TELEOLÓGICO
Este argumento é praticamente uma extensão do anterior. Ele mostra que o mundo, ao ser considerado sob qualquer aspecto, revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existên­cia de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem, para vi­ver, consome o ar, do qual retira todo o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o dióxido como elemento essencial, e produzem daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.

3.2.4. O ARGUMENTO MORAL
Este, como os outros argumentos, também tem diversas for­mas de expressão. Kant partiu do raciocínio que deduz a existên­cia de um Supremo Legislador e Juiz, com absoluto direito de go­vernar e corrigir o homem. Esse filósofo era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais. No seu intuito de provar a existência de Deus, ele recorria a este argumento. A teo­logia moderna utiliza este mesmo argumento, afirmando que o re­conhecimento por parte do homem de um Bem Supremo e do seu anseio por uma moral superior indicam a existência de um Deus que pode converter esse ideal em realidade.

3.2.5. O ARGUMENTO HISTÓRICO
A exposição principal deste argumento é a seguinte: entre to­dos os povos e tribos da Terra é comum a evidência de que o homem é potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno, deve ser parte constitutiva da natureza do homem. E se a natureza do homem tende à prática religiosa, isto só encontra explicação em um Ser superior que originou uma natureza tal que sempre indica ao homem um Ser superior. É aqui que milhões, inclusive os racionalistas, por ignorarem o único e verdadeiro Deus, envere­dam pelo caminho das heresias. É o anseio da alma na busca do Criador que ignoram, por ter dEle se afastado.

A Bíblia registra vários nomes referentes a Deus, mas jamais o designa como: Inteligência Universal, Força Criadora ou Gran­de Foco, como presunçosamente faz o Racionalismo Cristão.

3.3. Jesus Cristo
A Bíblia diz que "ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11.27). Ora, uma vez que o Racionalismo Cris­tão ignora a Deus, o Pai, como esperar que conheçam a Deus, o Filho e zelem pelo seu Santo Nome?
Conhecer a Jesus como o Cristo, o Filho enviado de Deus, é uma prerrogativa exclusiva daqueles que, a exemplo do apóstolo Pedro, foram iluminados pelo Espírito Santo (Mt 16.16,17).

Jesus Cristo é o personagem principal da História Universal. A humanidade não pode esquecer-se de Cristo enquanto se lem­brar da História, pois a História é a História de Cristo. Omiti-lo seria como omitir da astronomia as estrelas ou da botânica as flo­res. Como apropriadamente afirma Bushnell: "Seria mais fácil separar todos os raios de luz que atravessam o espaço e deles re­mover uma das cores primárias, do que retirar do mundo o caráter de Jesus".
Um autor desconhecido escreveu que poderá haver outro Homero, ou outro Virgílio, ou outro Dante, ou outro Milton, mas jamais haverá outro Jesus. Sejam quais forem as surpresas que possam estar reservadas para o mundo, Jesus jamais será ultrapassado ou superado. Ele é o alvo de toda a bondade, o ápice de todo o pensamento, a coroa de todo o caráter e a perfeição de toda a beleza. Ele é a encarnação de toda a ternura, a focalização do vi­gor, a manifestação da força, a personificação do poder, a concen­tração do caráter, a materialização do pensamento e a ilustração viva de toda a verdade. Ele é a profecia da possibilidade do ho­mem.

Olhamos para Ele e vemos nEle a realização de todas as ex­pectativas humanas: um líder maior que Moisés, um sacerdote maior que Arão, um rei maior que Davi, um comandante maior que Josué, um filósofo maior que Salomão e um profeta maior que Elias. Ele anda como um homem. Fala como Deus. Suas palavras são oráculos. Seus atos, milagres. A coroa da divindade repousa em sua fronte. O cetro do domínio universal está firme em sua mão; o brilho da eternidade, em seus olhos. A retidão eterna está escrita em sua face; o sorriso de Jeová transforma sua aparência.
Ele é a imagem expressa de seu Pai. As crianças se agrupam aos seus pés. Em sua fronte está a coroa da pureza. Os ventos lhe obedecem. Um olhar seu e as águas cristalinas se transformam em vinho cor de âmbar. Os mortos esquecem-se de si mesmos e vi­vem. Os coxos pulam de alegria. Ouvidos que nunca ouviram anseiam pelo próprio som de sua voz e olhos sem visão negam seu passado e descerram suas palpebras abatidas para a beleza de sua presença. A dor se desvanece sob seu toque.

Todas as bênçãos espirituais, por meio das quais a Igreja é enriquecida, estão em Cristo e são concedidas por Cristo. Nossa redenção e remissão de pecados são ambas mediante Ele. Todas as transações graciosas entre Deus e seu povo realizam-se através de Cristo. Deus nos ama por meio de Cristo. Ele ouve as nossas ora­ções mediante Cristo. Ele nos perdoa todos os pecados por meio de Cristo.
Mediante Cristo Ele nos justifica, santifica, sustem e aper­feiçoa. Todas as suas relações conosco são por meio de Cristo; tudo o que temos vem de Cristo; tudo o que esperamos ter, de­pende dEle. Cristo é a dobradiça dourada sobre a qual gira a nossa salvação.
O nome de Cristo permanece sozinho. Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome. Nenhum credo pode contê-lo, ne­nhum catecismo pode explicá-lo. A Ele, pois, seja a glória, o do­mínio e o poder para todo o sempre.

3.4. O Homem
A crença racionalista quanto à origem do homem constitui-se declarado desrespeito às Escrituras e afronta à mente inteligente. Suas teorias, seja quanto à reencarnação, seja quanto à evolução, já foram refutadas na análise das doutrinas do espiritismo e do evolucionismo.

O duplo relato da criação do homem (Gn 1.26,27; 2.7) leva os estudiosos do assunto às seguintes conclusões irrefutáveis:

1) A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, con­forme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).

2) A criação do homem é um ato imediato de Deus: "E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore fru­tífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi... E disse Deus: Produzam as águas abun­dantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus" (Gn 1.11,20). Compare estas declarações com a que se segue: "... criou Deus o homem..." (Gn 1.27). Não há aqui qualquer idéia de mediação na criação do homem.

3) O homem foi criado segundo um tipo divino: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..." (Gn 1.26).

4) Os elementos da natureza humana se distinguem: "E for­mou o Senhor Deus o homem... e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7).

5) O homem foi feito coroa da criação divina: "Contudo, pou­co menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coro-aste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés" (Sl 8.5,6).

Deus, e não o homem, é o responsável pela criação, sustenta­ção e futuro da humanidade.

3.5. O Pecado e o Perdão
Assim como a simples negação de uma moléstia não cura um doente, a simples negação da realidade do pecado e da necessida­de de perdão não resolvem o problema espiritual do homem.

Creia ou não o Racionalismo Cristão, "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). E ainda: Cristo "nos mandou pregar ao povo, e testificar que Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos. A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome" (Act 10.42,43).
A própria história das religiões pagas testifica da universali­dade do pecado. A pergunta de Jó 25.4: "Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mu­lher?" é uma pergunta feita tanto por aqueles que conhecem a re­velação especial de Deus, como por aqueles que a ignoram.
Quase todas as religiões dão testemunho de um conhecimento universal do pecado e da necessidade de reconciliação com um Ser superior. Há um sentimento geral de que os deuses estão ofen­didos e de que algo deve ser feito para apaziguá-los. A voz da consciência acusa o homem diante do seu fracasso em alcançar o ideal da vida perfeita, dizendo que ele está condenado aos olhos de alguém que possui um poder superior.
Os altares banhados de sangue e as freqüentes confissões de agravo, feitos por pessoas que buscam livrar-se do mal, apontam em conjunto para o conhecimento do pecado e da sua gravidade. Onde quer que os missionários cristãos se encontrem, apodera-se deles a certeza de que o pecado é um flagelo universal para a hu­manidade.
Os mais antigos filósofos gregos, na sua luta contra o proble­ma do mal, foram levados a admitir a universalidade do pecado, ainda que incapazes de explicar esse fenômeno.
A maior prova em favor da universalidade do pecado é a pró­pria obra realizada por Cristo na cruz, que no seu escopo apresen­ta-se como uma obra de alcance universal, e como remédio único para a doença espiritual de toda a criatura.
Compreendendo a realidade do pecado e a necessidade do perdão, é simplesmente impossível negar a possibilidade de salva­ção oferecida por Cristo, e o julgamento divino dos ímpios e de todas as gentes que se esquecem de Deus (Sl 9.17).


Enoque incluiu os racionalistas, quando, falando acerca do iminente juízo de Deus, disse: "Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse" (Jd vv. 14-16).

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Lição 4, Quando a Criatura vale mais que o Criador, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

3° Trimestre de 2023, ADULTOS

Tema - A IGREJA DE CRISTO E O ÍMPERIO DO MAL – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia


TEXTO ÁUREO

“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25).


VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana.


LEITURA DIÁRIA

Segunda 1 Tm 4.2 A mentira aprisiona e cauteriza a consciência do ser humano
Terça – Ef 2.3 Os que andam nos desejos da carne são filhos da ira
Quarta Jo 20.25,29 – O falso cristianismo cede espaço para o racionalismo e o ceticismo
Quinta Dt 6.1-9 A Bíblia possui um arcabouço de prática espiritual e social
Sexta – Êx 20.3-5 O ídolo é tudo o que se coloca no lugar de Deus
Sábado – GI 5.19 A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual


Hinos Sugeridos: 370, 526, 598 da Harpa Cristã


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 1.18-25

18 – Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19 – porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 – Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22- Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 – E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si;
25 – pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!


PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO
O antropocentrismo é o conjunto de ações e de doutrinas filosóficas que colocam o ser humano no centro de todas as coisas. Também chamado de humanismo, essa herança cultural do movimento histórico, político e social conhecido como Renascença, vem se desdobrando desde o século XIV. Contudo, como sabemos, a verdadeira identidade humana não se encontra no antropocentrismo, mas nos ensinos das Escrituras Sagradas, cujo Criador Todo-Poderoso é soberano sobre todas as coisas.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar as consequências da irreligiosidade e culto à criatura;
II) Compreender a origem histórica do humanismo e seus desdobramentos em nossa cultura;
III) Conhecer os tipos de autoi­dolatria e as orientações bíblicas para escapar desses males.
B) Motivação: Nesta lógica, refletiremos sobre como a relativização do primeiro mandamento pode adoecer toda a sociedade. Como movimento sociocultural, a influência do humanismo possui desdobramentos em diferentes esferas sociais, inclusive na eclesiástica. Portanto, é crucial vigiarmos o nosso caminho.
C) Sugestão de Método: Disponibilize alguns dicionários, tanto público quanto da língua portuguesa, e peça que alguns voluntários os abram em palavras-chave da lição, tais como: Renascentismo; Iluminismo; Humanismo; Antropocentrismo; Narcisismo; Hedonismo; etc. Após a leitura dos significados, pergunte aos alunos se eles identificam traços desses movimentos em nossa cultura. Em seguida, aprofunde a reflexão voltando-a para a nossa própria realidade, indagando-os de que maneira tais características podem ser percebidas em nosso ambiente eclesiástico. Permita alguns minutos de debate e inicie a exposição da lição.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta lição nos convida a refletir sobre a tendência humana ao egocentrismo e a influência cultural dos ensinos da filosofia pós-modernista, centrados no homem, acima de seu Criador, assim como os perigos individuais e coletivos desse mal. Precisamos identificar as sutilezas de tal cilada, na qual caiu o próprio Diabo (Isaías 14.12-15) e hoje a utiliza com o mesmo propósito, de afastar o ser humano do Deus Todo-Poderoso.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 94, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará os seguintes auxílios:
1) O texto “O Relativismo iniciado no Éden” expande a reflexão a respeito do Relativismo no primeiro tópico;
2) O texto “Humanismo: ‘A tradição de homens””, localizado no segundo tópico, enfatiza um alerta sobre o humanismo.


INTRODUÇÃO
A soberba e a insensatez do homem ímpio o mantêm afastado da verdade de Deus. Com o advento da revolução do pensamento, o ser criado passou a priorizar cada vez mais a criatura em autoidolatria, o coração perverso e a escolha pelos prazeres da carne colocaram a raça humana em inimizade contra Deus (2 Tm 3.4). A lição de hoje é um alerta acerca do que ocorre quando Deus deixa de ser a medida de todas as coisas (Rm 1.18).


PALAVRA-CHAVE: ANTROPOCENTRISMO


I – O DESPREZO À VERDADE
1- A impiedade e a injustiça
O termo “impiedade” é a tradução do grego Ele refere-se a decisão do ser humano de viver como se Deus não existisse (Sl 36.1; Jd 1.14,15). Já o vocábulo “injustiça” vem do grego adi­kia e significa “sem retidão”. A palavra carrega a ideia de não ser reto diante de Deus e nem com o próximo (2 Pe 2.15). Ambas as palavras revelam a situação geral da humanidade não regenerada (Rm 1.18), sua idolatria, o culto a criatura (Rm 1.19-23), a perversidade e a depravação moral (Rm 1.25-32) que expressam a decisão deliberada do homem em des­ prezar a verdade divina (Rm 1.19,20). Essa investida contra o temor a Deus e a relativização do pecado aprisiona e cauteriza a consciência humana (1Tm 4.2). Tais ações provêm da recusa do homem em glorificar o Criador (Rm 1.21).


2- A insensatez humana
O apóstolo Paulo assegura que a revelação geral de Deus, por meio da natureza, faz com que o ser humano possua o conhecimento sobre o Criador (Rm 1.19,2oa). Por isso, ninguém pode ser indesculpável acerca da realidade divina nem de seu eterno poder (Rm 1.20b). Não obstante, mesmo em contato diário com essa revelação, o homem iníquo não glorifica a Deus nem lhe rende graças (Rm 1.21a).

Em lugar de reconhecer o Criador, o ser criado age como se não fosse criatura e se comporta como se fosse divino (Gn 3.5). Por causa das especulações pretensiosas de seu coração e de sua autoidolatria, tanto o seu raciocínio quanto o seu intelecto em relação à verdade tornam-se inúteis (Rm 1.21b).

Suas ideologias rejeitam, pervertem e substituem a verdade de Deus pela mentira do homem. Dessa insensatez resulta a idolatria e a perversão moral (Rm 1.22-25).


3- O culto a criatura
Ao rejeitar a Deus e suas leis, os “filhos da ira” (Ef 2.3) são deixados à mercê de seus desejos pecaminosos, dentre eles: a impureza sexual e a degradação do próprio corpo (Rm 1.24). Aqui o texto bíblico ratifica a anunciada ira de Deus sobre a impiedade e a injustiça dos homens (Rm 1.18). A corrupção moral do ser humano deriva de sua rebelião contra Deus. Sua natureza caída troca a verdade pelo engano e prefere honrar e servir a criatura em lugar do seu Criador (Rm 1.25a).

Assim, na religião os seres criados passam a ser cultuados; nas ciências, a matéria é colocada acima de Deus; na sociedade, o artista, o atleta, o político ou o líder religioso se tornam uma referenda de idolatria em afronta ao Criador, que é bendito eternamente (Rm 1.25b).


SINOPSE I
A perversão moral do homem em desprezar a verdade divina o deixa à mercê de seus desejos.


AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
O Relativismo iniciado no Éden
“Adão e Eva tentaram ser iguais a Deus e determinar os próprios padrões (veja o v.5). Até certo ponto, eles conseguiram tomar-se independentes de Deus e capazes de distinguir, por si mesmos, o bem do mal.

(1) Neste mundo, o juízo imper­feito e pervertido dos homens frequentemente decide o que é bom ou mau. Essa, porém, nunca foi a vonta­de de Deus. Ele pretendia que nos conhecêssemos apenas o bem, confiando nEle e na sua Palavra.
(2) Todos os que aceitam o perdão de Deus e confessam que Ele é o Senhor – o líder amoroso de suas vidas – retomam ao propósito original estabelecido por Deus para eles. Eles confiam na Palavra de Deus para determinar o que é bom, certo e verdadeiro” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição do Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.15).


II – A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO
1- Renascentismo
A Renascença é um movimento intelectual que surgiu na Europa Ocidental, entre os séculos XIV e XVI. A característica desse movimento foi o seu profundo racionalismo, ou seja, tudo devia ter uma explicação racional. Os renascentistas recusavam-se acreditar em qualquer coisa que não pudesse ser comprovada racionalmente. Durante esse período, que coincide com o início da Idade Moderna, que os historiadores marcam a partir da tomada dos otomanos pelos turcos em 1453 até 1789 (Revolução Francesa), a visão teocêntrica (em que Deus era a medida de todas as coisas) foi mudada por uma concepção antropocêntrica (em que o homem se tomava a única medida de todas as coisas).

No lugar de ver o mundo a partir das lentes do Criador, os homens passaram a enxergá-lo a partir das lentes da criatura. Assim, surgiram os primeiros efeitos do processo de secularização da cultura, quando a vida social passou a ceder o espaço para o racionalismo e o ceticismo (Jo 20.25,29). Nesse sentido, a revolução científica e literária, que se deu a partir do Renascimento, contribuiu para o surgimento do Humanismo.


2- Humanismo
A Itália foi o principal centro humanista nos fins do século XV. Para o movimento humanista, a ética e a moral dependem do homem. Assim, a criatura passou a ser a base de todos os valores, e não o Criador. Os humanistas aprofundaram seus estudos na história antiga a fim de desconstruir os livros sagrados. De positivo, destaca-se a valorização dos direitos do indivíduo.
Porém, esta não é uma bandeira própria do humanismo. A Bíblia possui um arcabouço de concepções de liberdade e de igualdade (Dt 6.1-9) que antecedem muitos direitos que apareceram nos tempos modernos. Destaca-se, ainda, que a Escritura ensina a igualdade entre raças, classe social e de gênero (GI 3.28).

3- Iluminismo e Pós-modernismo
O Iluminismo surgiu na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejeitavam a tradição, buscavam respostas na razão, entendiam que o homem era o senhor do seu próprio destino e que a igreja era uma instituição dispensável. Já a Pós-modernidade, ou Modernidade Líquida, surge a partir da metade do século XX. Sociólogos observam que a sociedade deixou de ser “sólida” e passou a ser “liquida”. Isso quer dizer que os valores que eram “absolutos» tornaram-se “relativos”. Nesse aspecto, a coletividade foi substituída pelo egocentrismo em que os relacionamentos se tornaram superficiais. Nesse contexto, os dois grandes imperativos que marcam esse movimento foram o hedonismo e o narcisismo. Na busca do bem-estar humano tudo se torna válido, tais como: o uso das pessoas, o abuso do corpo, a depravação e o consumismo desenfreado.


SINOPSE II
O desdobramento histórico e cultural do Renascimento culmina na relativização dos valores divinos.


AUXÍLIO TEOLÓGICO
HUMANISMO: A TRADIÇÃO DOS HOMENS
“O que ensina o humanismo. Segundo essa filosofia, que inclui a ‘tradição dos homens’ a que se referia Paulo, o homem e o universo são apenas originários da energia que se transformou em matéria, por obra do acaso. É a filosofia irmã do evolucio­nismo biológico. Nega a existência de um Deus pessoal e infinito; nega ser a Bíblia a revelação inspirada de Deus a raça humana. Para o humanismo, o homem e o seu próprio deus; o homem pode melhorar e evoluir, segundo tais preceitos, por meio da educação, redistribuição econômica, psicologia moderna ou sabedoria humana. o humanismo e relativista, pois crer que padrões morais não são absolutos, e sim relativos e determinados por aquilo que faz as pessoa sentirem-se felizes… ensina que o homem não deve ficar preso a ideia de Deus” (RENOVATO, Elinaldo. Colossenses. Serie Comentário Bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.90-91).


III – TIPOS DE AUTOIDOLATRIA
1- Idolatria da autoimagem
A idolatria é tudo o que se coloca no lugar da adoração a Deus (Ex 20.3-5). Nesse caso, podemos dizer que o culto à autoimagem é uma forma de idolatria. Enquanto Cristo reflete a imagem de Deus (Hb 1.2,3), o narcisismo humano reflete a natureza do pecado (Jo 8.34). O apóstolo Paulo retrata o homem caído como uma pessoa egoísta: amante de si mesmo; avarenta: amante do dinheiro; odiosa: sem amor para com o próximo; rebelde: sem amor para com Deus; e hedonista: amante dos deleites (2 Tm 3.2-4).
Desse modo, uma pessoa não regenerada terá a necessidade de autopromover-se, desenvolvendo uma opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11). Ela também anseia por reconhecimento e de modo ilícito, busca estar sempre em evidência (Lc 22.24-26). Contrária a autoidolatria, a Bíblia ensina que a primazia é de Cristo, não do homem (Jo 3.30).


2- Idolatria no coração
O coração se refere às emoções, à vontade e ao centro de toda personalidade (Rm 9.2; 10.6; 1 Co 4.5). Ele também é descrito como enganoso e perverso (Jr 17.9), pois do seu interior saem os maus pensamentos, as imoralidades, a avareza, a soberba e a insensatez (Mc 7.21,22). Em vista disso, Deus condena a adoração de ídolos no coração (Ez 14.3).
Infelizmente, algumas pessoas chegam a aparentar que adoram a Deus, mas na verdade servem aos ídolos em seus corações (Mt 15.8). Assim, quem não teme a Deus, traz a idolatria no seu íntimo quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais. Ao contrário dessa postura, a fim de não pecar, somos advertidos a guardar a Palavra de Deus no coração (Sl 119.11).


3- Idolatria sexual
A falha no controle dos impulsos sexuais está associada a sensualidade (Rm 1.27), imoralidade (Rm 13.13 – NVI) e libertinagem (2 Co 12.21 – NVI).
A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual (Gl 5.19). Não se trata apenas da prática do ato imoral, mas da busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1 Co 6.15). É o altar da idolatria sexual edificado no coração (Mc 7.21).
Então, a adoração a Deus é trocada pelo culto ao corpo a fim de satisfazer o ídolo da perversão e da lascívia por meio de pecados (1 Pe 4.3 – NAA). A orientação bíblica para escapar desse mal é a seguinte: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne» (Gl 5.16 – NAA).


SINOPSE III
A autoidolatria pode se manifestar de muitas formas, inclusive travestida de religiosidade.


CONCLUSÃO
A corrupção da raça humana é o des­fecho de sua rebelião à verdade divina. A impiedade e a ausência de retidão resultaram em teorias de autossuficiência em que a criatura se ergue acima de seu Criador. Ao se colocar como medida única de todas as coisas, o homem eleva seu interesse acima da vontade divina. As consequências são a autoidolatria, a depravação moral, a decadência social e espiritual. Não obstante, a Escritura alerta que a ira divina permanece sobre os que são desobedientes à verdade divina (Rm 2.8).


REVISANDO O CONTEÚDO
1- Explique as palavras “impiedade,, e “injustiça” de acordo com a lógica. R. O termo “impiedade” é a tradução do grego asebeia, que significa “irreligio­sidade”. Ele refere-se a decisão do ser humano de viver como se Deus não existisse (SI 36.1; Jd 1.14,15). Já o vocábulo “injustiça” vem do grego adikia e significa “sem retidão”. A palavra carrega a ideia de não ser reto diante de Deus e nem com o próximo (2 Pe 2.15).
2- O que acontece com as pessoas que rejeitam a Deus e suas leis? R. Ao rejeitar a Deus e suas leis, os “filhos da ira” (Ef 2.3) são deixados à mercê de seus desejos pecaminosos, dentre eles: a impureza sexual e a degradação do próprio corpo (Rm 1.24).
3- Cite pelo menos dois movimentos que marcam a revolução no pensamento humano. R. Renascentismo / Humanismo.
4- Quais são as características de quem não teme a Deus? R. Quem não teme a Deus traz a idolatria no seu interno quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais.
5- Qual é a orientação bíblica para escapar do mal da idolatria sexual? R. A orientação bíblica para escapar desse mal é a seguinte: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gl 5.16 – NAA).

VOCABULÁRIO
Hedonismo: dedicação ao prazer dos sentidos, o prazer como estilo de vida.
Matéria: qualquer substância que compõe um corpo sólido, líquido ou gasoso; substância corpórea de determinada natureza.
Narcisismo: amor pela própria imagem
Ideologia: conjunto de convicções filosóficas, sociais, políticas etc. de um indivíduo ou grupo de indivíduos.




Vídeo Lição 3, Hermenêutica Bíblica, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV, Pilares da...

Escrita Lição 3, Hermenêutica Bíblica, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 3, Central Gospel, Hermenêutica Bíblica, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

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 https://youtu.be/1ObPRDRym1E Vídeo

Escrita  https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/escrita-licao-3-hermeneutica-biblica.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/slides-licao-3-hermeneutica-biblica.html

PowerPoint  https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-3-hermenutica-bblica-3tr23-pr-henriquepptx


TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Atos 8.26-35

26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27 - E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos Etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28 - regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29 - E disse o ESPÍRITO a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês?

31 - E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

32 - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.

33 - Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

34 - E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?

35 - Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS.

  

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:

- entender o significado e a função da hermenêutica bíblica;

- perceber que a interpretação correta da Bíblia depende das ferramentas hermenêuticas;

- dominar os princípios e as regras da hermenêutica.

  

TEXTO ÁUREO

Antes, santificai a CRISTO, como Senhor, em vosso

coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós. 1 Pedro 3.15

  

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira – 2 Timóteo 3.16,17 A Escritura como um todo é inspirada por DEUS

3ª feira – 2 Pedro 1.20, 21 Nenhuma profecia é de particular interpretação

4ª feira – Atos 1.16 A infalibilidade das Escrituras

5ª feira – 1 Pedro 1.11 Investigando atentamente a ocasião

6ª feira – 1 Pedro 3.15 Como santificar a CRISTO como Senhor

Sábado – Atos 8.34,35 O anúncio de CRISTO

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A ABRANGÊNCIA DA HERMENÊUTICA

1.1. A relação entre hermenêutica e exegese bíblicas

1.2. O campo de atuação da hermenêutica bíblica

1.3. A necessidade da hermenêutica bíblica

1.4. O que a Bíblia não faz por si mesma

2. DEFINIÇÃO E FOCO

2.1. Leitores-intérpretes

3. A REVELAÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

3.1. A inspiração das Escrituras

3.2. A atualidade das Escrituras

3.3. A compreensão das Escrituras

3.4. O auxílio eficaz

4. REGRAS E PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA

4.1. A Bíblia interpreta a própria Bíblia

4.2. Não se deve interpretar o texto a partir de

passagens isoladas

4.3. É preciso determinar o estilo do texto

4.4. O texto deve ser analisado de maneira imparcial

4.5. Apenas um sentido deve ser procurado no texto

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS

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HERMENÊUTICA  F Á C I L  E  D E S C O M P L I C A D A

Esdras Costa Bentho

A Hermenêutica é a ciência tanto bíblica quanto secular, que se ocupa dos métodos e técnicas da interpretação. E, basicamente, o estudo da compreensão de textos. A Hermenêutica tem sido considerada por muitos estudantes sérios da Bíblia uma ciência tanto necessária quanto hermética. Uns conferem às regras uma autonomia, e chegam a separar o texto e o contexto do pensamento do seu autor, como se o texto tivesse vida independente de quem o produziu. Por outro lado, há quem não creia na existência de qualquer regra válida de interpretação, ou que “interpretação boa é aquela que o Espírito revela no púlpito”; “a letra mata, mas o Espírito vivifica”, dizem eles. Acreditamos que o Espírito Santo é o agente funcional de toda interpretação bíblica genuína. Entretanto, não aceitamos o argumento de que se o Espírito revela o que está no texto, não é necessária uma metodologia para a interpretação e compreensão das Escrituras. Esta obra não valoriza qualquer um dos dois segmentos. Ao contrário, critica-os. Devo frisar, entretanto, que esta obra é resultado de minha experiência como professor de Hermenêutica na Faculdade Teológica Refidim, Escola Preparatória de Obreiros Siloé e nos diversos cursos e seminários promovidos pela Missão de Edificação Cristã (MECRI). Consequentemente, pretende ser mais prático do que teórico. Para isto, adotamos o moderno método de ensino integrado. Ao mesmo tempo em que procuramos adaptarmo-nos às condições do moderno conhecimento sobre a hermenêutica, colocamos ao alcance dos alunos blocos organizados de conceitos e afirmativas, capazes de mostrar a unidade do estudo teológico e secular, e a unidade do conhecimento interpretativo na multiplicidade de suas abordagens. Para que essa metodologia cumpra o fim pretendido, o currículo adotado não espera o encerramento de um bloco de assuntos para somente iniciar outro; ao contrário, integra-os na medida em que se faz necessário para a compreensão multifocal do tema tratado. Na prática, usa a linha traçada pela natureza própria do texto considerado. O que define o método empregado não é diretamente a técnica para dentro do texto, mas o texto sugerindo as principais vias interpretativas. C om isto prevalece a visão cosmogônica, centrada na direção que o texto concebe, sobre a visão microscópica centrada na técnica externa do intérprete. O texto conduz a técnica ou método a ser empregado, em vez de o intérprete conduzir o texto por meio de sua perícia. O uso deste método em sala de aula, para o primeiro ano do curso teológico propiciou novo dinamismo e interesse por parte dos estudantes. Ja que em sala de aula há mais versatilidade e muitas outras técnicas didáticas envolvidas no ensino-aprendizagem do que no “autonomismo” que adquire o aluno autodidata através de um livro texto, esperamos que esta obra, se não atingir 12 Introdução os modestos objetivos delineados, ao menos desperte no leitor o interesse e comprometimento pela interpretação séria das Escrituras. Este livro não pretende substituir qualquer outro manual de hermenêutica cristã, senão, remetê-los. Este manual foi elaborado a partir de um contexto específico em nosso seminário. Inicialmente definimos o termo teologia e seus principais conceitos e ramos. Esta forma heterodoxa de iniciar uma obra de hermenêutica prende-se às circunstâncias que geraram a obra — muitos alunos em nossas aulas não conheciam os fundamentos básicos da teologia, sua história, ênfase e divisões. Portanto, caso esta obra seja usada na preparação formal, sem que o contexto acadêmico exija a explicitação introdutória, é só remeter-se para o capítulo seguinte. O assunto de inspiração e revelação não se objetiva a discorrer sobre as teorias a respeito do tema, mas apenas recapitular aquilo que o aluno já conhece. Na hermenêutica material nossa intenção é propiciar ao estudante obras de referência acadêmica, dicionários, enciclopédias e obras de hermenêutica bíblica e filosófica. Consideramos um pouco extensas essas referências bibliográficas, mas em nossa experiência, constatamos que muitos alunos não realizam um sério trabalho exegético por não saber usar fontes apropriadas. O método mostrou-se útil em sala de aula. Ao tratarmos das escolas tendenciosas de interpretação, estamos cônscios de que deveríamos incluir outras correntes; porém, a análise apenas da alegórica e literal justifica-se pelo fato de serem as mais usadas em nossas comunidades. No capítulo de hermenêutica contextual procuramos fornecer ao estudante bases contextuais para uma interpretação séria da Bíblia, tratando dos princi­pais tipos de contextos e de suas regras principais. Os hebraísmos são tratados nesta obra por serem necessários ao conhecimento de todos aqueles que lidam com a exegese do texto bíblico. Na poética hebraica procuramos destacar os aspectos estruturais da poesia e as formas básicas de interpretação dos livros poéticos. Na sequência, ao tratar-se das figuras de linguagem, consideramos apenas as mais comuns. A guisa de epílogo, precisamos ressaltar que não tratamos sobre os aspectos teóricos da hermenêutica. A razão disto é que no currículo de nossa faculdade teológica temos a disciplina Hermenêutica Filosófica, onde consideramos os aspectos teóricos da hermenêutica. A transliteração dos termos hebraicos, sempre que possível, segue a do Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Os léxicos gregos usados foram o de Bauer e de Gingrich; a transliteração das palavras segue o da Gramática Coinê, de Francisco L. Schalkwijk, e a pronúncia é a erasmiana. Que o divino Espírito, em sua santa providência, dirija seu coração e mente no aprendizado da Palavra de Deus. Minha oração é que você seja ricamente abençoado através deste manual.

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Princípios básicos de Interpretação

Partindo do princípio da criação, desde o ministério de Moisés, o qual foi o primeiro grande autor dos livros que vieram a compor a Bíblia como hoje a conhecemos, entendemos que, Deus se deu a conhecer e, a Ele aprouve revelar-se aos homens de forma inteligível.

Em Sua sempiterna sabedoria com o mesmo Espírito com o qual soprou seu conhecimento aos homens por meio dos profetas, também deu ordens para que estas palavras viessem a se perpetuar na forma escrita. Quando o fiel leitor se dirige aos livros de Deus, se vê envolvido na nobre tarefa de interpretá-los para seu próprio crescimento, e, certamente, se a Deus aprouve o ato de se revelar, não foi ou é Sua intenção a de se ocultar por detrás de um conhecimento inalcançável ou elitizado como o queriam os gnósticos no passado e sacerdotes de variadas religiões atuais.

Em sua essência, o homem é um ser culturado, limitado ao tempo e espaço, e, consequentemente se inserido em uma história e pano de fundo que, de certa forma, o influencia continuamente.

Vemos, portanto que quando Deus se revelou aos homens, uniu em uma única dimensão o divino e o humano, o eterno e o passageiro, o inabalável e o destrutível. De Seu lado, os princípios de Deus são eternos, imutáveis e de aplicação plena em todas as eras, terras e culturas, porém, no ato da revelação, Ele utilizou homens inseridos em culturas específicas, e, O fez de forma a ser compreendido, pois do contrário seria um contrassenso ou no mínimo, um despropósito.

No decurso da Bíblia, veremos Deus tratando de situações específicas, com pessoas específicas, mas, refletindo claramente os traços de Seu caráter, propósitos, poder, enfim, características estas que lhe são inatas e imutáveis.

Como veremos, o protagonista de toda a Bíblia é o próprio Deus, sendo ela Sua autobiografia, e os homens Seus coadjuvantes deste grande teatro da vida real. A diferença, porém é que o próprio Deus se expôs ao juízo humano permitindo que este mesmo a escrevesse de forma que a tornasse inegável, pois sua participação foi ativa.  

Aos homens, pois, coube a tarefa de receber os ensinamentos divinos, aplicando-os às suas vidas e ajudando os seus semelhantes a fazerem o mesmo, sendo, com isso, o primeiro beneficiário desta atitude.

Cabe ressaltar que, sendo Deus o “Construtor legítimo da vida”, Ele, mais do que ninguém, sabe o que deve ser feito para o bom desempenho da Sua criação, e, nos fornece através da Bíblia o verdadeiro “Manual do Fabricante” no que diz respeito à “ser” gente como se deve ser na plenitude do Seu propósito inicial desde a formação da humanidade.

Este manual, sendo Palavra de Deus, tem relevância eterna falando para todas as eras e em todas as culturas, mas, como o caminho para isto foram as palavras humanas, esta se encontra condicionada a particularidades históricas de sua revelação como: linguagem, época, eventos, tradições e, em alguns casos a história oral que precedeu a escrita. (Por Júlio C Brasileiro)

 

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LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS  - 4º Trimestre de 2018

Título: O vento sopra onde quer — O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja. - Comentarista: Alexandre Coelho

Lição 2: Como os Pentecostais interpretam a Bíblia

Data: 14 de Outubro de 2018

 

EXEGESE X EISEGESE

 1. Etimologia de “exegese”. O vocábulo “exegese” significa “exposição, explicação”. O sentido de exegese é extrair, conduzir para fora como um comentário crítico que analisa o texto no contexto original e o seu significado na atualidade (Ne 8.8); não é simplesmente uma exposição textual. Os princípios da exegese são conhecidos como hermenêutica, a ciência da interpretação. A interpretação correta, por conseguinte, vem de dentro da Bíblia.

 

2. A falsificação chamada eisegese. A interpretação peculiar e tendenciosa de um texto bíblico vem de fora para dentro. As seitas são especialistas nisso. A eisegese, portanto, é o inverso da exegese. A preposição grega eis, “para dentro”, indica movimento de “fora para dentro”. Trata-se de uma maneira de contrabandear para o texto das Escrituras Sagradas as crenças e práticas particulares do intérprete. A serpente, no Éden, argumentou com Eva algo que Deus não havia falado (Gn 2.16,17; 3.1). Satanás citou fora do contexto o salmo 91.11 (Mt 4.5,6). Isso é o que se denomina de eisegese. Da mesma forma, são os artifícios atuais dos triunfalistas.

 

O ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS

 1. Interesse pela ignorância. A Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia aos leigos no Concílio de Toulouse, França, em 1222. Isso facilitou ao clero romano a manipulação do rebanho durante séculos. Hoje, essa história parece repetir-se, pois há campanha sistemática de alguns desses triunfalistas contra o estudo da Palavra de Deus, pois querem ensinar algo que não está de acordo com a Bíblia. A vontade de Deus, com relação à Bíblia, é que seus filhos leiam, meditem e examinem as Escrituras Sagradas (Js 1.8; Sl 1.2; At 17.11).

 

2. O cuidado com o formalismo. Nossos pioneiros jamais manifestaram ojeriza pelo estudo da Palavra de Deus. Pelo contrário: eram os maiores incentivadores do conhecimento bíblico. Eles criaram as nossas conhecidas escolas bíblicas de obreiros para oferecer, a todos os interessados, o conhecimento das Escrituras Sagradas (2Tm 2.15). No entanto, preocupavam-se eles com o formalismo e a ordenação de ministros pelos simples fato de estes possuírem um diploma de teologia, pois o ministério quem dá é Deus (Ef 4.11).

 

3. O poder da Palavra de Deus. Muitos estão nesses movimentos com o propósito de servir a Deus. É verdade que se converteram a Cristo mediante o trabalho dos triunfalistas; isso ninguém pode negar. A Palavra é a semente (Mt 13.19), e a mão enferma ou infeccionada que a semeia não compromete a germinação nem o seu nascimento. Mas a verdade é que muitos lá estão por haverem recebido a promessa de ficar ricos e de ter seus problemas resolvidos, e não como resultado do novo nascimento em Cristo Jesus. Quem segue um evangelho errado pode também terminar num céu errado.

 

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 Hermenêutica Bíblica.

“O que é hermenêutica bíblica?”

É uma disciplina da Teologia que nos permite conhecer as regras para interpretar e aplicar as Escrituras corretamente. A hermenêutica tem como objetivo estabelecer regras gerais de interpretação, a fim de que tenhamos uma interpretação correta do texto bíblico. Diga que nós pentecostais também fazemos uso dessa ciência. Não interpretamos e aplicamos os textos bíblicos baseados apenas em emocionalismo e experiências pessoais como alguns fazem questão de afirmar alguns. O Movimento Pentecostal preza pela interpretação e aplicação correta dos textos bíblicos.

 Existem vários métodos de interpretação das Sagradas Escrituras, porém não podemos nos esquecer de que precisamos compreender o texto sagrado corretamente e praticá-lo (Tg 1.22). Muitos veem o livro de Atos, e algumas partes da Bíblia, apenas como uma narrativa histórica com acontecimentos que fizeram parte somente de uma época da história da Igreja, como por exemplo, o batismo com o Espírito Santo. A falta de conhecimento leva as pessoas a rejeitarem e a falarem mal daquilo que não conhecem com profundidade. Que a aula de hoje venha contribuir para que seus alunos tenham uma visão correta a respeito do livro de Atos e da forma como o interpretamos. Pois, o Espírito Santo não é um mito, uma força, um vento. Ele é a Terceira Pessoa da Trindade que foi enviado a este mundo com uma missão específica: convencer o homem do pecado, da justiça, do juízo e edificar os crentes e a Igreja do Senhor mediante a concessão de dons espirituais.

 Um dos maiores desafios dos grupos cristãos evangélicos tem sido a leitura da Bíblia e a sua correta interpretação. A forma como vão expor seus ensinos e principalmente aplicá-los, depende da maneira como leem e interpretam as Sagradas Escrituras. Por isso, há regras que norteiam a interpretação da Bíblia, dirigindo o leitor não apenas ao perfeito entendimento do texto bíblico, mas acima de tudo, motivando-o à aplicação correta. Se lermos o texto sagrado e o interpretamos de maneira imprópria, a aplicação também será imprópria. E de que forma os pentecostais leem a Palavra de Deus? Sua interpretação acerca dos textos de Atos, sobre a vinda do Espírito Santo e o falar em línguas, é correta? Será que os dons espirituais seriam para os nossos dias? As respostas a essas perguntas passam pelo processo de leitura e interpretação corretas da Palavra de Deus.

 

I. POR QUE LER E INTERPRETAR A BÍBLIA CORRETAMENTE

 1. Ler corretamente para entender corretamente. Um dos segredos para uma vida cristã sadia é o correto entendimento do texto sagrado. Se pensarmos que a Bíblia foi produzida em um contexto diferente do nosso, devemos então acatar princípios que nos ajudem a entendê-la. Para isso, a Teologia elaborou um método que direciona de forma acertada como um cristão deve ler a Bíblia. E por qual motivo isso foi feito? Para que todo cristão, em sua leitura, leve em conta os princípios que lhe permitirão aplicar a leitura bíblica às suas vidas. O desafio de ser um praticante da Palavra de Deus passa, portanto, pela interpretação correta. Não temos dúvida de que certos textos têm uma aplicabilidade imediata, pois não necessita de muitas explicações para a sua compreensão, já que a mensagem traz elementos que são conhecidos de praticamente todas as pessoas, como por exemplo, os Dez Mandamentos: “Não adulterarás”; “Não furtarás”; “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.14-16). Outros textos, como o que se refere a Melquisedeque em comparação ao Senhor Jesus, “rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida” (Hb 72.3), precisam de uma explicação, pois corremos o risco de entendermos que Melquisedeque surgiu do nada, que não teve pai ou mãe. Na verdade, a genealogia de Melquisedeque não é apresentada no texto sagrado, mas ele, como qualquer ser humano, tinha pai e mãe.

O entendimento correto de um texto passa pela sua leitura correta. Tais princípios não têm por objetivo cercear a leitura da Palavra de Deus, e sim fazer com que essa leitura se enquadre dentro do objetivo que o escritor tinha quando foi inspirado a materializar a revelação de Deus de forma escrita.

 

2. Ler corretamente para ensinar e aplicar. Um dos propósitos da leitura correta das Escrituras é o ensino correto dela. Se uma leitura e interpretação do texto sacro forem dirigidas por premissas equivocadas, tais premissas acarretarão um ensino equivocado da Palavra de Deus. Por sua vez, um ensino equivocado traz práticas equivocadas e danosas para a Igreja de Cristo. Não é à toa que, ao longo do texto sagrado, Deus se encarrega de usar seus servos para que exortem o seu povo a que pratiquem obras corretas e vivam uma existência que, efetivamente, agrada a Deus. Cremos que quando Deus inspirou os escritores a redigirem o texto sagrado, Ele o fez para que a sua vontade fosse praticada (2Tm 3.16,17).

 

3. O respeito para com o texto sagrado. Deus, ao inspirar seus servos a que escrevessem sua Palavra, o fez em um contexto diferente do nosso. A Bíblia não foi escrita em nenhuma versão em português do século XXI, no Brasil. Foi escrita em pelo menos três línguas diferentes: o hebraico, o grego e algumas porções em aramaico. Homens em posições sociais diferentes, lugares diferentes e em tempos diferentes compuseram o texto que temos hoje em mãos, e para que haja uma correta interpretação desses textos é preciso que respeitemos essas observações. O cristão cuidadoso vai ler o texto sagrado estudando o contexto em que a Escritura foi produzida.

  

II. COMO O PENTECOSTAL LÊ A BÍBLIA

 1. Privilegiando o texto primeiramente na sua literalidade. Crentes pentecostais valorizam a literalidade do texto. Se Jesus disse que em seu nome expulsaríamos demônios, pentecostais não discutem se é possível ou não a libertação de pessoas possessas por espíritos imundos em nossos dias. Simplesmente oram e, crendo nas palavras de Jesus, expulsam demônios. Se Jesus disse que em seu nome seus discípulos falariam em novas línguas, pentecostais entendem que tal evento seria cumprido por Deus (Mc 16.14-20).

É evidente que pentecostais não atribuem literalidade a um texto que não deve ser entendido literalmente. Há textos cujo sentido é figurado, como no caso em que Jesus disse que Ele era a porta, o caminho, o pão do céu. Entendemos que o Senhor se valeu de elementos conhecidos do seu tempo para comunicar verdades por meio de comparações, e que esses elementos não são sempre literais.

O que não se pode é acreditar que. no processo de interpretação da Bíblia, podemos mudar as regras conforme a nossa conveniência.

 

2. Respeitando o contexto histórico e os gêneros literários. A Palavra de Deus teve sua escrita encerrada há pouco menos de dois mil anos. Portanto, há um hiato de tempo entre nós e os acontecimentos descritos na Bíblia que deve ser observado na leitura e interpretação do texto, pois não se pode esquecer que o tempo, os costumes, a forma como viviam os homens e mulheres daquela época eram diferentes dos nossos. Na Bíblia há textos históricos que registram acontecimentos dentro e fora de Israel, para que fossem conhecidos pelas gerações seguintes (Dt 6.20,21). Há, na Bíblia, poesia descrita com sensibilidade por pessoas que registraram suas emoções com alegria, tristeza, desapontamento e contentamento, mas também confiança em Deus (Sl 42.10,11). Há textos proféticos nos quais Deus usa seus servos para declarar o que ocorrerá no futuro e advertir seu próprio povo a que viva uma vida justa o honre ao Senhor com uma adoração genuína e respeite seus irmãos (Mq 6.8). A Bíblia traz cartas dos apóstolos a pessoas e a igrejas, tendo em vista que os leitores, que agora professavam uma nova fé, precisavam ser instruídos sobre como poderiam viver neste mundo. Esses detalhes precisam ser respeitados no momento da leitura da Bíblia, ou faremos interpretações equivocadas da revelação divina.

 

3. Entendendo que a Bíblia é a Palavra de Deus. Crentes pentecostais consideram a Bíblia como a Palavra de Deus. Isso implica reconhecer igualmente que a chamada revelação escriturística se completou com o encerramento do Cânon, e que qualquer outra revelação trazida por meio intelectual ou por dons espirituais precisa se curvar à revelação inspirada por Deus em sua Palavra. Cremos que Deus, para a edificação da Igreja, concede dons espirituais que podem trazer, eventualmente, novas diretrizes a grupos ou pessoas, mas nenhuma revelação trazida em nossos dias, seja por profecia, seja pela palavra do conhecimento, pode ser entendida como sendo da parte de Deus se estiver contrária ao que o Senhor já declarou em sua Palavra.

   

III. O LIVRO DE ATOS — DESCRITIVO OU PRESCRITIVO

 1. A ação do Espírito Santo na Igreja. O livro de Atos recebe esse nome por ser o registro dos feitos dos apóstolos após a ascensão de Jesus, mas acima de tudo, é o registro dos atos do Espírito Santo na Igreja e por meio dela. Lucas não apenas se preocupa em registrar o crescimento da Igreja, mas também a forma com que Deus agia para que a mensagem do Evangelho transformasse pessoas e fizesse crescera Igreja (At 2.47b).

 2. A interpretação de Pedro. Por ocasião da descida do Espírito Santo no cenáculo, com o sinal de falar outras línguas que transmitiam as grandezas de Deus, o apóstolo Pedro não hesitou em atribuir o fato à profecia de Joel, de que o Espírito de Deus seria derramado em toda a carne. É curioso o fato de que haja crentes em nossos dias que não veem problema na forma como Pedro aplicou a passagem de Joel ao que havia acontecido no Dia de Pentecostes, mas rejeitam que esse derramamento do Espírito de Deus é para os nossos dias. Se examinarmos bem as Escrituras, veremos que tanto Jesus quanto os discípulos conheciam a Palavra e a interpretavam de forma correta.

 3. Atos é descritivo ou prescritivo? Essa é uma questão que precisa ser entendida, a fim de que olhemos o livro de Atos como mais do que um livro de história. Quando dizemos que o livro de Atos é meramente uma descrição do que se passou nos primeiros 35 anos da Igreja, queremos dizer que a sua narrativa serve somente de registro histórico, e que não tem a intenção de indicar que os eventos iniciados pelo Espírito Santo devem se repetir em nossos dias. De acordo com essa possibilidade de interpretação, as línguas, as curas, as operações de milagres, revelações e outras ocorrências não deveriam ser correntes na Igreja de nossos dias, pois o livro de Atos tem caráter meramente descritivo. Mas se o livro de Atos tiver o caráter descritivo e prescritivo, então podemos crer que as experiências relatadas por Lucas podem se repetir em nossos dias e o Espírito de Deus é o responsável por milagres, curas e manifestação dos dons operados tanto na Igreja quanto no ministério pessoal.

 CONCLUSÃO

 Ler e interpretar corretamente a Palavra de Deus é um requisito necessário para que todo cristão cresça na vida espiritual e pessoal. Pentecostais leem as Sagradas Escrituras com zelo e esclarecimento, de maneira que busquem sempre a interpretação correta do texto sagrado. Esse cuidado se dá pela certeza de que a correta interpretação do texto gerará a correta aplicação, e esta redundará na vivência debaixo da vontade e da bênção de Deus.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016.

 

HORA DA REVISÃO

1. Segundo a lição, qual o segredo para uma vida cristã sadia?

Um dos segredos para uma vida cristã sadia é o correto entendimento do texto sagrado.

2. O que é necessário para um entendimento correto de um texto?

É necessário ler o texto corretamente.

3. Cite um dos propósitos da leitura correta das Escrituras.

Ensinar e aplicar corretamente o texto sagrado.

4. Quais são as línguas originais da Bíblia?

Hebraico e grego.

5. Como o crente pentecostal lê a Bíblia?

Privilegiando o texto primeiramente na sua literalidade; respeitando o contexto histórico e os gêneros literários e entendendo que a Bíblia é a Palavra de Deus.

 

SUBSÍDIO

“Nós, pentecostais, nunca vimos o abismo que separa o nosso mundo do mundo do texto em sentido geral. Combinar nossos horizontes com o do texto ocorre naturalmente, sem muita reflexão, em grande parte porque o nosso mundo e o do texto são bastante semelhantes. Tendo em vista que os teólogos e acadêmicos ocidentais dos últimos dois séculos empregaram grandes esforços para saber como interpretar os textos bíblicos que falam da atividade milagrosa de Deus, os pentecostais não foram afligidos com esse tipo de mal-estar. Enquanto Rudolph Bultmann desenvolveu sua demitologização ao Novo Testamento, os pentecostais silenciosamente oravam pelos enfermos e expulsavam demônios. Enquanto os teólogos evangélicos, seguindo os passos de B. B. Warfield, procuravam explicar por que devemos aceitar a realidade dos milagres registrados no Novo Testamento, mas, ao mesmo tempo, não esperar que ocorram hoje, os pentecostais estavam testemunhando que Jesus operava ‘prodígios e sinais’ contemporâneos quando estabeleceu a igreja.

Não, a hermenêutica da maioria dos crentes pentecostais não é exclusivamente complexa. Não está cheia de questões sobre a confiabilidade histórica ou repleta de cosmovisões ultrapassadas. Não é excessiva mente reflexiva sobre os sistemas teológicos, a distância cultural ou as estratégias literárias” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, pp.21,22).

 

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FAZ PARTE DE UMA BOA HERMENÊUTICA OS SEGUINTES ESTUDOS:

 

1 - HERMENÊUTICA – GENERALIDADES

A palavra “Hermenêutica” vem do termo grego “hermeneúo” que significa “interpretar”. A Hermenêutica é a disciplina que ensina as regras para interpretar um livro, um texto, e, nesse caso especial, o texto bíblico. Em uma outra definição, J. Severino Croatto diz que “ Hermenêutica é a ciência da compreensão do sentido que o homem traz para sua vida prática interpretando a mesma através da palavra, de um texto ou de outras práticas... Toda ação humana se converte em sinal que precisa ser decodificado; com maior razão se é o próprio Deus quem confere um sentido aos acontecimentos.” Para Paul Ricoeur “ A hermenêutica é a teoria das operações de compreensão em sua relação com a interpretação dos textos.” A Hermenêutica abarca, de forma especial, as regras de interpretação que procedem do estudo das características da linguagem humana em geral e de toda a classe de escritos humanos, tanto profanos quanto sagrados. Toda linguagem humana tem seu próprio gênio e idiossincrasias que não conseguem ser definidos em uma tradução literal para outra língua. São modismos, provérbios, idiotismos, peculiaridades gramaticais, referências a costumes locais, os quais poderiam causar problemas de interpretação para aqueles que procuram entender o significado original que o autor quis comunicar, lendo agora em outro idioma. O problema aumenta com relação aos textos bíblicos, visto que o tempo que nos separa dos escritos originais é grande e só há algumas décadas é que os judeus recuperaram seu idioma a nível nacional com a instalação do novo Estado de Israel. Assim, por muitos séculos o hebraico foi uma língua morta, embora preservada nos círculos rabínicos graças ao desenvolvimento do texto massorético. Isto torna as ferramentas da hermenêutica ainda mais importantes e necessárias. Ainda sobre essa vertente, Paul Ricoeur identificou três necessidades do estudo hermenêutico, salientando assim a sua importância:

· A palavra que em princípio foi “pregada”, “falada” e, desde então, enquadrada em formas conceptuais, se transformou, por sua vez, em letra, texto, o que limita-se agora ao processo de canonização. Os cristãos possuem então não um testamento, mas dois testamentos para interpretar. O desafio agora é o do retorno à “palavra” que está antes do texto.

· Existe uma distância cultural (já abordada acima) entre a época das escrituras e a nossa época. Uma das funções da hermenêutica consiste em vencer essa distância cultural para permitir a manifestação na cultura presente daquilo que foi dito em outra cultura e que não é mais do nosso tempo

· Depois da influência do Racionalismo e do movimento de crítica bíblica o que ficou do texto bíblico foi um sentido de profano ou de um texto qualquer. Entretanto, para o cristão a Bíblia tem um valor particular e o desafio do pós-modernismo é o de compreender e aplicar aquilo que se constitui em “proclamação” a partir de um texto que teve suas passagens dissecadas através do método crítico. Acrescente-se a isto o fato de que os dias hodiernos apresentam como característica a proliferação de “teologias” de pouca profundidade, nas quais o texto bíblico deixa de ser o ponto de partida e se torna um mero instrumento de confirmação de idéias preestabelecidas, gerando uma distorção da mensagem do texto pelo desprezo ao contexto. As partes básicas da Hermenêutica (No cap. IV, estudaremos mais detidamente cada uma destas partes) são:

· Noemática (do grego noema, “ pensamento”, “sentido”) – constitui-se no estudo dos diversos significados com que o pensamento bíblico é expresso;

· Heurística (do grego heurisko, “achar”, “encontrar”) – é a parte que estuda as ferramentas que serão utilizadas para o encontro dos diversos significados da escritura;

· Proforística (do latim profero, “tirar”, “apresentar”) – é o modo de expor os significados contidos na Bíblia. Filosoficamente, a Hermenêutica se desenvolveu a partir de três momentos: A compreensão (subtilitas intelligendi), a interpretação (subtilitas explicandi) e a aplicação (subtilitas applicandi). A expressão “subtilitas” denota que se trata muito mais de um saber fazer (know how) que de um método propriamente, o que demandaria não apenas um conhecimento teórico, mas também uma habilidade especial. Embora estes três conceitos tenham surgido e se desenvolvido progressivamente, hoje são vistos como complementares, estando claro que os dois primeiros são interativos e interdependentes. De acordo com Gadamer: “A interpretação não é um ato complementar e posterior à compreensão, mas compreender é sempre interpretar e, consequentemente, a interpretação é a forma explícita da compreensão”. Embora distinta destes dois elementos, a aplicação é vista hoje como tão imprescindível à Hermenêutica quanto a interpretação e a compreensão. Isto adquire significado ainda maior quando se refere ao estudo das Escrituras onde, muito mais do que um documento a ser dissecado, encontramos uma mensagem a ser transmitida. É importante também que se faça a distinção entre Hermenêutica e Exegese:

Enquanto a primeira é uma ciência que, conforme já foi visto, inclui todo o processo que vai da leitura à aplicação, a exegese consiste na utilização prática de ferramentas da Hermenêutica para o resgate do mundo original do texto. Segundo Croatto, “

...a exegese ...procura identificar o sentido do texto, perquirindo o que há ‘por trás’ ( autor, tradições, figuras literárias anteriores ), enquanto que a hermenêutica soma a compreensão do sentido que está ‘adiante’ do texto”.5 A partir de então, deve-se examinar a história da interpretação bíblica a partir dos primórdios do rabinismo. Para tanto, deve-se levar em consideração raízes históricas fundamentais encontradas em Platão e em Heráclito. O primeiro, cerca de 428 AC, em Atenas, partiu do conceito de “Mundo das Idéias”, a partir do qual elaborou o conceito de símbolo e mito. Verdades espirituais eram representadas por alegorias, figuras muito utilizadas também no texto sagrado. Heráclito de Éfeso, entre 540 e 480 AC, estabeleceu o conceito de “huponóia” (sentido mais profundo), cujo objetivo inicial era abordar as obras de Homero, fugindo das implicações óbvias de se interpretar literalmente o que ele escreveu acerca dos deuses gregos (A Odisséia; Ilíada). Observa-se então que a preocupação hermenêutica é antiga. Veremos então como essas raízes históricas encontram eco nos caminhos percorridos pelas hermenêuticas judaica e cristã.

 

1.1. SOBRE A LINGUAGEM DA BÍBLIA

 Segundo o testemunho da própria Escritura Sagrada, ela foi divinamente inspirada, "útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente habilitado para toda boa obra". Em uma palavra, a Escritura tem por objetivo fazer o homem "sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tim. 3:15, 16). Por isso esperamos, e esperamos com razão, que a Bíblia fale com simplicidade e clareza. Efetivamente, lendo, por exemplo, o Novo Testamento, encontramos a cada passo em suas páginas os grandes princípios e deveres cristãos expressos em linguagem simples e clara, evidente e palpável. Em cada página ressalta a espiritualidade e santidade de Deus, ao mesmo tempo que a espiritualidade e o fervor demandam sua adoração. Em todas as partes nos é pintada a queda e corrupção do homem e a consequente necessidade de arrependimento e conversão. Em todas as partes é proclamada a remissão do pecado em nome de Cristo e a salvação por seus méritos a vida eterna pela fé em Jesus, e, ao mesmo tempo, a morte eterna pela falta de fé no Salvador. A cada passo aparecem os deveres cristãos em todas as circunstâncias da vida e as promessas de ajuda do Espírito de Deus no combate contra a corrupção e o pecado. Estas verdades brilham como a luz do dia, de sorte que nem o leitor mais superficial e indiferente deixará de vê-las. Porém, que sucede? O mesmo que em outros livros. No mais simples livro de escola primária, que se ocupa tão-somente de coisas terrenas, encontram-se, por exemplo

palavras e passagens que o homem não compreende sem estudos. Seria, pois, estranho encontrar palavras e passagens de difícil compreensão nas Escrituras Sagradas, que em linguagem humana tratam de coisas divinas, espirituais e eternas? Se numa província da Espanha se usam figuras ou modos de expressar-se que em outra não se compreendem sem interpretação, seria estranho encontrar tais figuras e expressões nas Escrituras, que foram escritas em países distantes e todos diferentes ao nosso? Se todo o escrito antigo oferece pontos obscuros, acaso seria estranho que os tivesse um livro inspirado por Deus a seus servos em diferentes épocas, faz já centenas e milhares de anos? Nada mais natural que contenham as Escrituras pontos obscuros, palavras e passagens que requerem estudo e cuidadosa interpretação. Recordemos aqui que unicamente em tais casos de dificuldade, e não quanto ao simples e claro, precisamos dos conselhos da hermenêutica para que resulte frutífero nosso estudo e correta nossa interpretação. Pois bem; suponhamos que nos vem um documento, testamento ou legado que nos interessa vivamente e que representa uma grande fortuna, porém em cujos detalhes ocorrem algumas palavras e expressões de difícil compreensão. Como e de que maneira faríamos para conseguir o verdadeiro significado de tal documento? Seguramente pediríamos, em primeiro lugar, explicação a seu autor, se isso fosse possível. Porém se prometesse esclarecer-nos contanto que trabalhássemos, esquadrinhando nós mesmos, o mais natural e acertado seria, sem dúvida, ler e reler o documento, tomando suas palavras e frases no sentido usual e comum. Quanto às palavras obscuras buscaríamos, naturalmente, seu significado e aclaração, em primeiro lugar, pelas palavras próximas ou contíguas às obscuras, isto é, pelo conjunto da frase em que ocorrem. Porém, se ainda ficássemos sem luz, procuraríamos a clareza pelo contexto, quer dizer, pelas frases anteriores e seguintes ao ponto obscuro, ou seja pelo fio ou tecido imediato a narração em que se encontra, Se não bastasse o contexto, consultaríamos todo o parágrafo ou passagem, fixando-nos no objetivo, intento ou fim a que se dirige a passagem. E se ainda não obtivéssemos a clareza desejada, buscaríamos luz em outras partes do documento, para ver se haveria parágrafos ou frases semelhantes, porém mais explícitas, que se ocupassem do mesmo assunto que a expressão obscura que nos causa perplexidade. Em resumo, e de qualquer forma, procederíamos de maneira que o próprio documento fosse seu intérprete, já que, levando-o a este ou àquele advogado, contrariaríamos a vontade do generoso autor e, afinal, correríamos o risco de interessada e pouco escrupulosa interpretação.

Tratando-se da interpretação da Sagrada Escritura, do duplo Testamento de Nosso Senhor, o procedimento indicado, além de ser o mais natural e simples, é o mais acertado o seguro, como a seguir veremos.

 

1.2. A REGRA FUNDAMENTAL DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Pelo dito anteriormente, foi-nos possível ver como é apropriado e mais conveniente, que em qualquer documento de importância em que se encontrem pontos obscuros se procure que ele seja seu próprio intérprete. Quanto à Bíblia, o procedimento sugerido não só é conveniente e muito factível, mas absolutamente necessário e indispensável. O quanto sabemos, o primeiro intérprete da Palavra de Deus foi o diabo, dando à palavra divina um sentido que ela não tinha, falseando astutamente a verdade. Mais tarde, o mesmo inimigo, falseia o sentido da Palavra escrita, truncando-a, isto é, citando a parte que lhe convinha e omitindo a outra. Os imitadores, conscientes e inconscientes, têm perpetuado este procedimento enganando à humanidade com falsas interpretações das Escrituras. Vítimas, pois, de tais enganos e de tão estupendos erros, que têm resultado em hecatombes e cataclismos, devemos já conhecer o suficiente dessa interpretação particular. E a ninguém deve parecer estranho que insistamos em que a primeira e fundamental regra da correta interpretação bíblica deve ser a já indicada, a saber: A Escritura explicada pela Escritura, ou seja: a Bíblia, sua própria intérprete. Ignorando ou violando este princípio simples e racional, temos encontrado, como dissemos, aparente apoio nas Escrituras a muitos e funestos erros. Fixando-se em palavras e versículos arrancados de seu conjunto e não permitindo à Escritura explicar-se a si mesma, encontraram os judeus aparente apoio nela para rejeitar a Cristo. Procedendo do mesmo modo, encontram os papistas aparente apoio na Bíblia para o erro do papado e das matanças com ele relacionadas, para não falar da Santa Inquisição e outros erros do mesmo estilo. Atuando assim, acham aparente apoio os espíritas para sua errônea encarnação; os comunistas, para sua repartição dos bens; os incrédulos zombadores, para as contradições; os russelitas para seus erros blasfemos. e, finalmente, os Wilson e Roosevelt, ara seu militarismo. Se tivessem a sensatez de permitir h Bíblia que se explicasse a si mesma, evitariam erros funestos. Graças ao abuso apontado ouvimos dizer que com a Bíblia se prova o que se quer. A má vontade, a incredulidade, a preguiça em seu estudo; o apego a idéias falsas e mundanas, e a ignorância de toda regra de interpretação, provará o que se queira com a Bíblia; porém jamais provará a Bíblia o que os homens tão mal dispostos querem.

Tampouco provará nenhum douto de verdade, nem crentes humildes, qualquer coisa com a Escritura. Ao contrário, porque o discípulo humilde e douto na Palavra sabe que "a lei do Senhor é perfeita" e que não há erro na Palavra, mas no homem, ele sabe que não se tira e se põe, ou se acrescenta e se suprime impunemente à Palavra, segundo o estilo satânico, porquanto Deus, mediante seu servo, fez constar: "Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida." Não, certamente a revelação divina, qual Lei perfeita, "é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra"; tal revelação, dissemos, não se presta impunemente a tal abuso. Em vista de tais afirmativas e destas e outras restrições, é evidente que carece absolutamente de sanção divina a interpretação particular do papismo que concede autoridade superior à Palavra mesma, à interpretação dos "pais" da Igreja docente ou da infalibilidade papal, como carece também de dita sanção a ideia da interpretação individual do protestantismo. "Nenhuma profecia da Escritura provam de particular elucidação", disse Pedro; e Jesus nos exorta a examinar as Escrituras para achar a verdade, e não a interpretar as Escrituras para estabelecer a verdade a nosso arbítrio. Nada de estranho tem, pois, que nos eminentes escritores da antiguidade encontremos afirmações como estas: As Escrituras são seu melhor intérprete. Compreenderás a Palavra de Deus melhor que de outro modo, comparando uma parte com outra, comparando o espiritual com o espiritual (1 Cor. 2:13). O que equivale a usar a Escritura de tal modo que venha a ser ela seu próprio intérprete. Se por uma parte, arrancando versículos de seu conjunto e citando frases soltas em apoio de idéias preconcebidas, é possível construir doutrinas chamadas bíblicas, que não são ensinos das Escrituras, mas antes "doutrinas de demônios"; por outra parte, explicando a Escritura pela Escritura, usando a Bíblia como intérprete de si mesma, não só se adquire o verdadeiro sentido das palavras e textos determinados, mas também a certeza de todas as doutrinas cristãs, quanto à fé e à moral. Tenha-se sempre presente que não se pode considerar de todo bíblica uma doutrina antes de resumir e encerrar tudo quanto a Escritura diz da mesma. Um dever tampouco é de todo bíblico se não abarca e resume todos os ensinos, prescrições e reservas que contam a Palavra de Deus em relação ao mesmo. Aqui cabe bem a lei: "Não se pronuncia sentença antes de haver ouvido as partes." Porém cometem o delito de falhar antes de haver examinado as partes todos aqueles que estabelecem doutrinas sobre palavras ou versículos extraídos do conjunto, sem permitir à Escritura explicar-se a si mesma. Igual falta cometem os que do mesmo modo procedem e falam de contradições e ensinos imorais. Por conseguinte, é de suma necessidade observar a referida regra das regras, a saber: A Bíblia é seu próprio intérprete, se não quisermos incorrer em erros e atrair sobre nós a maldição que a própria Escritura pronuncia contra os falsificadores da Palavra. Dissemos "regra das regras", porque desta, que é fundamental, se desprendem outras várias que, como veremos, dela nascem naturalmente.

 

2 - HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

2.1. HERMENÊUTICA ENTRE OS JUDEUS

2.2. HERMENÊUTICA CRISTÃ

2.3. PERÍODO PATRÍSTICO

2.4. OS PAIS LATINOS

2.5. PERÍODO MEDIEVAL

2.6. PERÍODO RENASCENTISTA

2.7. PERÍODO MODERNO

2.8. A HERMENÊUTICA PÓS-MODERNA

3 - PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

3.1. PRINCÍPIO DA CRENÇA NA AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

3.2. PRINCÍPIO DO SENTIDO USUAL E ORDINÁRIO DAS PALAVRAS

3.3. PRINCÍPIO DA ANÁLISE À LUZ DO CONTEXTO

3.4. PRINCÍPIO DO DESÍGNIO

3.5. PRINCÍPIO DAS PASSAGENS PARALELAS

3.6. PRINCÍPIO DA ANÁLISE EXPERIENCIAL À LUZ DAS ESCRITURAS

4 - FIGURAS DE RETÓRICA

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

4.1. METÁFORA

4.2. SINÉDOQUE

4.3. METONÍMIA

4.4. PROSOPOPÉIA

4.5. IRONIA

4.6. HIPÉRBOLE

4.7. ALEGORIA

4.8. FÁBULA

4.9. ENIGMA

4.10. TIPO

4.11. SÍMBOLO

4.12. PARÁBOLA

4.13. SÍMILE

4.14. INTERROGAÇÃO

4.15. APÓSTROFE

4.16. ANTÍTESE

4.17. CLÍMAX OU GRADAÇÃO

4.18. PROVÉRBIO

4.19. ADVERTÊNCIAS

4.20. ACRÓSTICO

4.21. PARADOXO

5 - HEBRAÍSMOS

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

6 - PARTES BÁSICAS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

6.1. NOEMÁTICA

6.2. HEURÍSTICA

6.3. PROFORÍSTICA

7 - DESAFIOS DA HERMENÊUTICA PARA OS NOSSOS DIAS

Veja mais em https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/hermeneutica.pdf

 

 

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Lição na íntegra – Revista 3º Trimestre de 2023

 Lição 3, Central Gospel, Hermenêutica Bíblica, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

  TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Atos 8.26-35

26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27 - E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos Etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28 - regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29 - E disse o ESPÍRITO a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse: Entendes tu o que lês?

31 - E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.

32 - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua boca.

33 - Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento; e quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra.

34 - E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo ou de algum outro?

35 - Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a JESUS.

 

 

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:

- entender o significado e a função da hermenêutica bíblica;

- perceber que a interpretação correta da Bíblia depende das ferramentas hermenêuticas;

- dominar os princípios e as regras da hermenêutica.

  

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Prezado professor, segundo estudiosos, o termo “hermenêutica” surgiu de Hermes, entidade da mitologia grega, o mensageiro dos deuses olímpicos, que, acreditava-se, tinha a função de interpretar os deuses e os homens. Foi somente com o Código Napoleônico, surgido após a revolução francesa, que a hermenêutica se tornou realmente uma ciência e um meio legítimo de fundamentar o trabalho de sistematização da interpretação. O ESPÍRITO SANTO é o divino intérprete das Escrituras; no entanto, há o lado humano na busca do entendimento correto dos textos sagrados. Exceto pela operação do divino Consolador, a compreensão segura dos textos bíblicos não acontece por milagre, nem cai de paraquedas na cabeça das pessoas. Como disciplina, a hermenêutica exige um processo trabalhoso e complexo de interpretação, para que se traga à tona a clareza original da mensagem bíblica. Excelente aula!

  

TEXTO ÁUREO

Antes, santificai a CRISTO, como Senhor, em vosso

coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós. 1 Pedro 3.15

 

 SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira – 2 Timóteo 3.16,17 A Escritura como um todo é inspirada por DEUS

3ª feira – 2 Pedro 1.20, 21 Nenhuma profecia é de particular interpretação

4ª feira – Atos 1.16 A infalibilidade das Escrituras

5ª feira – 1 Pedro 1.11 Investigando atentamente a ocasião

6ª feira – 1 Pedro 3.15 Como santificar a CRISTO como Senhor

Sábado – Atos 8.34,35 O anúncio de CRISTO

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A ABRANGÊNCIA DA HERMENÊUTICA

1.1. A relação entre hermenêutica e exegese bíblicas

1.2. O campo de atuação da hermenêutica bíblica

1.3. A necessidade da hermenêutica bíblica

1.4. O que a Bíblia não faz por si mesma

2. DEFINIÇÃO E FOCO

2.1. Leitores-intérpretes

3. A REVELAÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

3.1. A inspiração das Escrituras

3.2. A atualidade das Escrituras

3.3. A compreensão das Escrituras

3.4. O auxílio eficaz

4. REGRAS E PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA

4.1. A Bíblia interpreta a própria Bíblia

4.2. Não se deve interpretar o texto a partir de

passagens isoladas

4.3. É preciso determinar o estilo do texto

4.4. O texto deve ser analisado de maneira imparcial

4.5. Apenas um sentido deve ser procurado no texto

  

Palavra introdutória

A palavra hermenêutica é oriunda do idioma grego e tem íntima relação com a ciência, a arte e a técnica de interpretar textos. No estudo das Escrituras, é ela quem define os princípios ou métodos para interpretação do significado dado por um autor específico em sua mensagem. A hermenêutica bíblica fornece ao leitor as informações necessárias para a compreensão das Escrituras. Isso inclui situações históricas, geográficas ou culturais específicas, que não se apresentam de forma explícita no texto, mas estão ali de forma implícita. Desse modo, pela pesquisa e pelo estudo, podem ser encontradas.

  

1. A ABRANGÊNCIA DA HERMENÊUTICA

A Bíblia é a Palavra de DEUS para a humanidade em

qualquer momento da história; no entanto, ela foi, em primeiro lugar, a Palavra de DEUS para os seus destinatários originais. A hermenêutica tem como objetivo principal, ajudar na elucidação tanto do que o texto significava à época em que foi escrito, como o que ele pode significar hoje.

 1.1. A relação entre hermenêutica e exegese bíblicas

No estudo da Bíblia, hermenêutica e exegese são conceitos que caminham juntos. Enquanto a exegese dedica-se ao estudo gramatical (ao sentido) das palavras nas línguas originais, a hermenêutica ocupa-se da interpretação dessas palavras (do significado do texto bíblico) para os dias atuais.

 1.2. O campo de atuação da hermenêutica bíblica

Em termos gerais, a hermenêutica trabalha com a contextualização, isto é, com a comunicação do texto bíblico e sua aplicação às realidades da vida atual. Este fato é muito importante porque preserva a Bíblia de tornar-se antiquada e irrelevante e permite que ela continue sendo, infinitamente, o livro de todas as épocas e de todos os povos.

 1.3. A necessidade da hermenêutica bíblica

Apesar de inspirada por DEUS, a Bíblia foi escrita em linguagem humana, dentro dos limites impostos por culturas igualmente temporais. Pela própria natureza da linguagem, as verdades absolutas das Escrituras correm no mesmo leito das linguagens e culturas — humanas — dos antigos hebreus e gregos. Assim,

é absolutamente necessário o conhecimento de tais culturas — em seus usos, costumes e leis —, para que se chegue a uma adequada interpretação dos textos bíblicos.

 1.4. O que a Bíblia não faz por si mesma

A Bíblia não ultrapassa — sozinha — barreiras culturais para comunicar seu significado. Ela necessita do princípio hermenêutico de interpretação — e da ação de pessoas — para fazer com que sua mensagem singre as águas do Cronos e alcance o ser humano em seu espaço-tempo cultural, indistintamente. As verdades do evangelho são simples, mas a tarefa de desvendar o significado original de textos específicos é uma ocupação humana revestida de complexidade e exige trabalho árduo.

  

2. DEFINIÇÃO E FOCO

É necessário focalizar a mensagem de um texto bíblico, à luz da situação histórica na qual foi gerada, para sua perfeita compreensão.

 2.1. Leitores-intérpretes

Ao aproximar-se da Escritura, o leitor deve lembrar-se da máxima de Martinho Lutero, quando afirmou que todo leitor da Bíblia é, também, o seu intérprete. Assim, como um repórter moderno, algumas perguntas — dentre outras — precisam ser feitas (e respondidas):

- Quem escreveu o texto — nome, família, nacionalidade, ocupação, condição social)?

- Era um erudito ou uma pessoa do povo?

- A quem, inicialmente, a mensagem foi endereçada? -  - Em que tempo histórico foi escrito — datas?

- A partir de qual localidade foi escrito — espaço geográfico?

- Em que contexto histórico, social, econômico, religioso foi escrito?

-Com que objetivo foi escrito — finalidade?

- Qual é a mensagem central do livro ou do texto?

- O que o autor queria dizer originalmente — significado?

- Qual é o gênero do livro em estudo — narrativa histórica, leis, poesia, parábolas?

- O sentido do texto é figurado ou literal?

As respostas a essas perguntas levarão o leitor à compreensão do fundo histórico-cultural do texto, o que facilitará, em muito, o seu entendimento, transposição, e aplicação da mensagem para os dias atuais.

 SUBSÍDIO 2.1

De modo geral, a hermenêutica é entendida como a arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. A regra básica da hermenêutica é quem está falando; para quem está falando; para que tempo está falando; e em que sentido está falando.

  

3. A REVELAÇÃO DE DEUS NA HISTÓRIA

Os manuais de Teologia Sistemática afirmam que a

Bíblia é a revelação de DEUS à humanidade. Ela fala do amor do Senhor pelo ser humano em estado de Queda (Jo 3.16; 1 Jo 4.9,10). Em face da limitação humana, a tarefa principal da hermenêutica é interpretar, da forma mais fidedigna possível, esta revelação.

 3.1. A inspiração das Escrituras

A Bíblia é a Palavra de DEUS revelada à humanidade por Ele mesmo. Essa revelação deu-se pelo ato da inspiração. O Altíssimo inspirou homens de contextos de vida muito distintos, em épocas diferentes — abrangendo um período de, aproximadamente, 1.600 anos —, para revelar Sua mensagem aos seres feitos à Sua imagem e semelhança. Os textos produzidos por esses escritores humanos — inspirados por DEUS — expressam de forma fidedigna Sua plena vontade às gentes, independentemente de onde vivem, como

vivem e em que época vivem. Essa é a premissa básica da hermenêutica bíblica (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.21).

 3.2. A atualidade das Escrituras

A Escritura é composta por dois Testamentos: o Antigo e o Novo. O primeiro foi escrito em hebraico; o segundo, no grego popular — koiné — falado à época. Seus textos mais antigos foram redigidos há cerca de

quatro mil anos; no entanto, o valor da Palavra de DEUS está em seu poder de comunicar-se com o ser humano de qualquer cultura, povo ou época.

 SUBSÍDIO 3.2

Apesar de ser uma literatura antiga, não há livro mais atual do que a Bíblia. O célebre pregador norte-americano, Billy Graham, afirmou: “Ela é mais atual do que o jornal que sairá amanhã”.

 3.3. A compreensão das Escrituras

As Escrituras Sagradas — mesmo compondo um livro que pode ser entendido tanto por iletrados, como por pessoas cultas — são compostas por textos de difícil compreensão. Isso é um fato. Nos escritos de Paulo, por exemplo, Pedro reconheceu haver partes de difícil entendimento (2 Pe 3.16). Se um contemporâneo de Paulo não pôde apreender tudo o que o apóstolo escreveu, não causa estranheza o fato de termos

dificuldades para assimilar determinados assuntos, mesmo tendo sempre — e necessariamente — o auxílio de várias fontes de consulta e, sobretudo, a ajuda do ESPÍRITO SANTO.

 3.4. O auxílio eficaz

Em face das dificuldades naturais de compreensão, será preciso lançar mão de ferramentas específicas para uma adequada compreensão do texto bíblico.

A oração, o estudo contínuo e persistente, o contexto e a consulta a bons comentários bíblicos serão de grande ajuda. De igual modo, a hermenêutica e a exegese têm colaboração fundamental no processo de compreender-se aquilo que permanece, em certo sentido, encoberto. A hermenêutica permite-nos sair do nível mais superficial do entendimento para cavar mais fundo o terreno do real sentido do texto bíblico, e, assim, encontrar os mais profundos e verdadeiros tesouros da verdade divina.

 

4. REGRAS E PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA

Como Palavra de DEUS, a Bíblia fala a todas as gerações, cada uma com suas características. A relação entre o significado da mensagem bíblica para os seus primeiros destinatários e para a geração presente resume a tarefa da hermenêutica em três níveis:

- exegético — no sentido geral, o que esta passagem realmente significa?

- devocional — o que este texto realmente significa para mim?

- homilético — como compartilhar com outras pessoas o que esta mensagem significou e significa para mim?

Não basta recriar o significado original pretendido de determinada passagem. Será necessário também elucidar sua significação para os dias atuais. A conexão indispensável entre significado e significação traduz a razão de ser do trabalho hermenêutico. A mensagem das Escrituras Sagradas só terá real valor, se puder ser aplicada, em seu sentido prático, às necessidades e aspirações do ser humano que vive na presente época. O ESPÍRITO SANTO é o divino intérprete das Escrituras. É preciso estar de coração aberto à Sua iluminação e revelação. No entanto, sem extremismos, é necessário estar munido dos princípios e regras para interpretar o texto bíblico e, assim, sanar dúvidas e evitar erros. Nos tópicos subsequentes, constam alguns princípios de hermenêutica bíblica.

4.1. A Bíblia interpreta a própria Bíblia

A Bíblia deve ser interpretada à luz do seu próprio

contexto. Este princípio é chamado de regra áurea da interpretação bíblica. Assim, uma passagem das Escrituras é analisada a partir do conjunto de passagens que a ela estão inseparavelmente ligadas.

 4.2. Não se deve interpretar o texto a partir de

passagens isoladas

O uso de passagens isoladas para compreensão do texto levará a erros de interpretação, falseamento da verdade e desvios doutrinários.

 4.3. É preciso determinar o estilo do texto

Embora seja muito importante considerar, em primeiro lugar, o sentido literal do texto, há um número abundante de figuras de linguagem e simbolismos nas Escrituras. O próprio Senhor JESUS utilizou-se amplamente desses recursos em Seus ensinos: Se o teu olho te escandalizar, lança-o fora (Mc 9.47). Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos (Mt 10.16).

 4.4. O texto deve ser analisado de maneira imparcial

Em outras palavras, significa dizer que é preciso analisar o texto sem subjetivismos ou crenças pré-concebidas. O trabalho de interpretação deve ser feito de coração aberto e disposto a encontrar a verdade. Devem-se evitar as amarras denominacionais, o misticismo e as visões fantasiosas e carentes de solidez.

 4.5. Apenas um sentido deve ser procurado no texto

As passagens bíblicas têm um único sentido; e este deve ser o alvo a ser encontrado. O trabalho de interpretação pode ser simplificado quando o estudante da Bíblia tem acesso a um número maior de versões bíblicas. Uma simples consulta a versões diferentes de uma mesma passagem pode levar à solução de grandes dificuldades.

 

 CONCLUSÃO

Martinho Lutero foi um monge agostiniano, Considerado o profeta e personagem principal da Reforma Protestante. Ele declarou que toda pessoa justificada em CRISTO é também um intérprete das Escrituras. Esta afirmação constitui-se não apenas em uma devolução das Escrituras à igreja e a seus Membros, mas, também, traz sobre os ombros de cada pessoa nascida de novo o compromisso pela busca do real e verdadeiro sentido da mensagem bíblica.

 

 

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. A hermenêutica tem relação com quais áreas do saber?

R.: A palavra hermenêutica é oriunda do idioma grego e tem íntima relação com a ciência, a arte e a técnica de interpretar textos.

 

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