Slides Lição 4, CPAD, A Igreja e o Reino de DEUS, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

 





























Escrita Lição 4, A IGREJA E O REINO DE DEUS, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 4, A IGREJA E O REINO DE DEUS, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
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TEXTO ÁUREO
“[...] O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15)
  
VERDADE PRÁTICA
Pregar a mensagem do Reino de DEUS é uma importante missão da Igreja.
  
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Sl 47.7 A universalidade do Reino de DEUS 
Terça – Is 43.15 O Reino de DEUS é de natureza teocrática
Quarta – Rm 14.17 O Reino de DEUS como realidade presente
Quinta – 1 Co 6.9,10 O Reino de DEUS como realidade futura
Sexta – Ef 1.10 A Igreja como manifestação do Reino de DEUS
Sábado – At 19.8 A pregação do Reino como missão da Igreja
  
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Marcos 1.14-17
14 - E, depois que João foi entregue à prisão, veio JESUS para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de DEUS
15 - e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.
16 - E, andando junto ao mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
17 - E JESUS lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.
 
 
HINOS SUGERIDOS:  38, 410, 547 da Harpa Cristã
  
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
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O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE NÓS SALVOS, PELA PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO. PODEMOS FAZER OBRAS MAIORES DO QUE AS QUE JESUS FEZ. TODO O PODER NECESSÁRIO PARA COMBATERMOS E VENCERMOS OS PODERES DAS TREVAS ESTÁ DENTRO DE NÓS, PELO ESPÍRITO SANTO. JESUS CRISTO mora em nós através do ESPÍRITO SANTO.

³⁶ Respondeu JESUS: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.
³⁷ Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? JESUS respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. João 18:36,37
 
Comentários BEP – CPAD –
18.36 - MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO.
 
O que o reino de JESUS não é:
 
1- "não é deste mundo". João 18:36
Respondeu JESUS: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. João 18:36
 
2- O reino não é uma teocracia relígio-política.
Respondeu JESUS: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. João 18:36
 
3- O reino de DEUS não será imposto pela espada nem pela força. Oséias 1:7
Mas da casa de Judá me compadecerei, e os salvarei pelo Senhor seu DEUS, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros. Oséias 1:7
 
4- "O reino de DEUS não é comida nem bebida”
¹⁷ Porque o reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO. Romanos 14:17
 
5- “O reino de DEUS não vem com aparência exterior”. Lucas 17:20
²⁰ E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de DEUS, respondeu-lhes, e disse: O reino de DEUS não vem com aparência exterior. Lucas 17:20
 
 
No tocante à natureza verdadeira do reino ou governo de CRISTO e do seu propósito redentor atual, três considerações cabem aqui:
(1) O que o reino de JESUS não é. Ele "não é deste mundo". Sua origem não está no mundo, nem visa a dominar o sistema deste mundo. JESUS não veio estabelecer nenhuma teocracia político-religiosa, nem exercer o domínio do mundo. Ele declarou que se tivesse vindo para estabelecer um reino político na terra, seus servos pelejariam. Mas não se trata disso. Daí, seus seguidores não se servirem de meios terrenos para estabelecer seu reino. Não recorrem à guerra (cf. Mt 26.51,52), nem a revoltas, para promoverem os princípios de CRISTO na terra. Não se aliam a partidos políticos, grupos de pressão social, ou organizações seculares, para estabelecer o reino de DEUS. Eles recusam-se a fazer da cruz uma plataforma de poder para controlar a sociedade. Suas armas não são carnais (2 Co 10.4 ). O reino de DEUS não será imposto pela espada nem pela força. Seus seguidores estarão armados somente com armas espirituais (Ef 6.10-18). Isso não significa, porém, que os discípulos de JESUS são indiferentes aos postulados divinos por um governo pautado na justiça e paz e que penalize os malfeitores. Os cristãos devem levar uma "palavra profética" ao Estado, no tocante às suas responsabilidades morais diante de DEUS.
 
(2) O que o reino de JESUS é.
O reino de CRISTO é o seu senhorio nas vidas e nos corações de todos aqueles que ouvem a verdade e lhe obedecem (v. 37). "O reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO" (Rm 14.17). Ele enfrenta as forças espirituais de Satanás com armas espirituais (ver Mt 12.28; Lc 11.20; At 26.18; Ef 6.12). O papel da igreja é o de um servo de JESUS CRISTO, não o de um governante do mundo atual. A força da igreja não procede do mundo, mas da cruz; seu sofrimento e rejeição pelo mundo é a sua glória (2 Co 3.7-18). Somente quando a igreja renuncia ao poder do mundo, recebe o poder de DEUS. A igreja enfrenta hoje a mesma escolha: só quando ela perde sua própria vida neste mundo, ela achar-se-á em DEUS.
 
Mt 12.28: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS.”
O reino de DEUS é poderoso e vencedor sobre o poder das Trevas e Satanás e seus demônios.
 
(3) O que o reino de JESUS será.
a) Milênio – Reino literal de JESUS CRISTO na Terra por mil anos.
b) Eternidade – Na Nova Jerusalém, na Nova Terra e Novos Céus.
 
No futuro, o reino e o governo de CRISTO serão o novo céu e a nova terra. Isto ocorrerá depois da sua vinda a este mundo para julgar as nações, para aniquilar o Anticristo, governar a terra por mil anos e a seguir confinar Satanás no seu destino final, no lago de fogo (Ap 19.11-20.15)
 
 
18.37 DAR TESTEMUNHO DA VERDADE.
Uma parte essencial da missão terrena de JESUS foi dar testemunho da verdade e fazer o povo conhecê-la, i.e., dar seu testemunho encarnado do Pai e da verdade revelada do seu evangelho, segundo as Escrituras. É de estranhar que alguns pastores, hoje, transigem com a verdade e a sã doutrina, confundem o sentido claro das Escrituras e promovem união sacrificando a fé bíblica. Tais pastores erram por tolerar a falsa doutrina e por não fazerem distinção entre o bem e o mal, a verdade e o erro. Em nome do amor e do liberalismo, rejeitam esse propósito da vinda de CRISTO ao mundo. É justamente a verdade que as igrejas nunca devem sacrificar (cf. 17.8,17; 2 Ts 2.10).
 
 
O REINO DE DEUS
Mt 12.28: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é
conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS.”
 
A NATUREZA DO REINO.
A condição necessária e fundamental para se entrar no reino de DEUS é: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
 
O reino de DEUS (ou dos céus), no presente, significa DEUS intervindo e predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo. Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é DEUS revelando-se com poder na execução de todas as suas obras.
O reino é antes de tudo uma demonstração do poder divino em ação. DEUS inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do seu povo e no meio deste (Jo 14.23; 20.22). Ele entra no mundo com poder (Is 64.1; Mc 9.1; 1Co 4.20). Não se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O reino não é uma teocracia relígio-política; ele não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36). DEUS não pretende atualmente redimir e reformar o mundo através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta (26.52; ver Jo 18.36). O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de DEUS e do seu povo (Jo 15.19; Rm 12.1,2; Tg 4.4; 1Jo 2.15-17; 4.4). O governo de DEUS mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no fim desta era (Ap 19.11-21).
Quando DEUS se manifesta com poder sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica totalmente alarmado (12.28,29; Mc 1.23,24), e todos encaram a decisão de submeter-se ou não ao governo de DEUS (3.1,2; 4.17; Mc 1.14,15). A condição necessária e fundamental para se entrar no reino de DEUS é: “Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
O fato de DEUS irromper no mundo com poder, abrange: (a) seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás (12.28; Jo 18.36); a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás (Jo 12.31; 16.11) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1.34,39; 3.14,15; At 26.18) e do pecado (Rm 6); (b) poder para operar milagres e curar os enfermos (4.23;_ 9.35; At 4.30; 8.7); (c) a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo (11.5; Jo 16.8-11; At 4.33); (d) a salvação e a santificação daqueles que se arrependem e crêem no evangelho (ver Jo 3.3; 17.17; At 2.38-40; 2Co 18); e (e) o batismo no ESPÍRITO SANTO, com poder, para testemunhar de CRISTO (ver At 1.8; 2.4).
Uma evidência máxima de que a pessoa está vivendo o reino de DEUS é viver uma vida de “justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO” (Rm 14.17).
O reino de DEUS tem um aspecto tanto presente como futuro. É uma realidade presente no mundo hoje (Mc 1.15; Lc 18.16,17; Cl 1.13; Hb 12.28), mas o governo e o poder de DEUS não predominam plenamente em todos e em tudo. A obra e a influência de Satanás e dos homens maus continuarão até o fim desta era (1Tm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 19.19 — 20.10). A manifestação futura da glória de DEUS e do seu poder e reino ocorrerá quando JESUS voltar para julgar o mundo (24.30; Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). O estabelecimento total do reino virá, quando CRISTO finalmente triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o reino a DEUS Pai (1Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8; ver também Mc 1.15, a respeito das várias manifestações do reino na história da redenção).
 
O PAPEL DO CRENTE NO REINO.
 
O NT contém abundante ensino sobre a missão do crente no reino de DEUS, na sua presente manifestação.
É responsabilidade do crente buscar incessantemente o reino de DEUS, em todas as suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de DEUS, tanto na sua vida como no meio da sua comunidade cristã (ver 5.10; 6.33).
Em 11.12, JESUS revela novos fatos sobre a natureza dos membros do reino. Ali Ele disse que somente quem se esforça apodera-se do reino de DEUS. Os tais, movidos por DEUS, resolvem romper com as práticas pecaminosas e imorais do mundo e seguem a CRISTO, a sua Palavra e seus justos caminhos. Não importando o preço a pagar, esses, resolutamente, buscam o reino com todo o seu poder. Noutras palavras, pertencer ao reino de DEUS e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço sincero e constante — um combate de fé, aliado a uma forte vontade de resistir a Satanás, ao pecado e à sociedade perversa em que vivemos.
Não conhecerão o reino de DEUS aqueles que raramente oram, que transigem com o mundo, que negligenciam a Palavra e que têm pouca fome espiritual. É para crentes como José (Gn 39.9), Natã (2Sm 12.7), Elias (1Rs 18.21), Daniel e seus três amigos (Dn 1.8; 3.16-18), Mardoqueu (Et 3.4,5), Pedro e João (At 4.19,20), Estêvão (At 6.8; 7.51) e Paulo (Fp 3.13,14); inclusive mulheres como Débora (Jz 4.9), Rute (Rt 1.16-18), Ester (Et 4.16), Maria (Lc 1.26-35), Ana (Lc 2.36-38) e Lídia (At 16.14,15,40).
 
 
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Lição 1, O Sermão Do Monte, O Caráter Do Reino De DEUS
 
Lições Bíblicas - 2º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
https://youtu.be/rKBuhEL-0GE
Tema: OS VALORES DO REINO DE DEUS: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de CRISTO
Comentário: Pr. Osiel Gomes (Pr. Pres. Assembleia de DEUS São Luis, MA)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique
 
 
Lição 1, O Sermão Do Monte, O Caráter Do Reino De DEUS
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/03/escrita-licao-1-o-sermao-do-monte-o.html
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/03/slides-licao-1-o-sermao-do-monte-o.html
Vídeo desta Lição - https://youtu.be/rKBuhEL-0GE
 
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.”  (Mt 5.11)
 
 
VERDADE PRÁTICA
O Sermão do Monte revela a ética do Reino de DEUS que forma o caráter do cristão. Para quem deseja ser chamado discípulo de JESUS, não há alternativa senão praticá-lo.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 7.28; Lc 6.17 Um sermão para quem segue JESUS com sinceridade
Terça - 2 Co 5.17 Um sermão para quem nasceu de novo
Quarta - Ap 1.3; 14.13; 22.17 Um sermão que nos permite desfrutar da felicidade divina
Quinta - Mt 5.3; 12.28; Mt 7.21,22 Aspectos presentes e futuros do Reino de DEUS
Sexta - Mt 3.8-10 É preciso viver as beatitudes espirituais na vida cristã
Sábado - Gl 2.20; Fp 3.7,8; Rm 12.2 É preciso renunciar o "eu carnal" e acolher o "eu espiritual"
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.1-12
1 - JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; 2 - e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: 3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus; 4 - bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 5 - bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 - bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 - bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 - bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a DEUS; 9 - bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de DEUS; 10- bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; 11 - bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. 12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
 
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
5.1 O SERMÃO DO MONTE. Nos capítulos 5-7, temos o que é comumente chamado de o Sermão do Monte. Contém a revelação dos princípios divinos da justiça, segundo os quais todos os cristãos devem viver pela fé no Filho de DEUS (Gl 2.20), e mediante o poder do ESPÍRITO que neles habita (cf. Rm 8.2-14; Gl 5.16-25). Todos nós, que pertencemos ao reino de DEUS, devemos ter uma intensa fome e sede da justiça de que trata este sermão de CRISTO (ver 5.6).
5.3 BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO. A palavra bem-aventurados refere-se ao estado abençoado daqueles que, por seu relacionamento com CRISTO e a sua Palavra, receberam de DEUS o amor, o cuidado, a salvação e sua presença diária (ver Mt 14.19; Lc 24.50). Há certas condições necessárias para recebermos as bênçãos do reino de DEUS. Para recebê-las, devemos viver segundo os padrões revelados por DEUS nas Escrituras, e nunca pelos do mundo. A primeira destas condições é ser pobre de espírito, o que significa reconhecermos que não temos qualquer auto-suficiência espiritual; que dependemos da vida do ESPÍRITO; do poder e graça divinos para podermos herdar o reino de DEUS.
5.4 OS QUE CHORAM. Aqui, chorar é contristar-se profundamente por causa das nossas próprias fraquezas quando nos medimos com o padrão divino de justiça (v. 6; 6.33). É também sentirmos pesar por aquilo que entristece a DEUS. É ter nossos sentimentos em sintonia com os sentimentos de DEUS. É sentir aflição em nosso espírito por causa do pecado, da imoralidade e da crueldade prevalecentes no mundo (ver Lc 19.41; At 20.19; 2 Pe 2.8).
5.5 OS MANSOS. Os mansos são os humildes e submissos diante de DEUS. Acham nEle o seu refúgio e lhe consagram todo o seu ser. Preocupam-se mais com a obra de DEUS e o povo de DEUS do que com aquilo que lhes possa acontecer pessoalmente (cf. Sl 37.11). Os mansos, e não os violentos, herdarão por fim a terra.
5.6 FOME E SEDE DE JUSTIÇA. Este é um dos versículos mais importantes do Sermão do Monte. (1) A condição fundamental para uma vida santa em todos os aspectos é ter fome e sede de justiça (cf. 6.33). Tal fome é vista em Moisés (Êx 33.13, 18), em Davi (Sl 42.1,2; 63.1,2) e no apóstolo Paulo (Fp 3.8-10). O estado espiritual do cristão durante toda sua vida dependerá da sua fome e sede da presença de DEUS (Dt 4.29), da Palavra de DEUS (Sl 119), da comunhão com CRISTO (Fp 3.8-10), da justiça (5.6) e da volta do Senhor (2 Tm 4.8). (2) A fome que o cristão tem das coisas de DEUS pode ser destruída pelas preocupações deste mundo, pelo engano das riquezas (13.22), pela ambição pelas coisas materiais (Mc 4.19), pelos prazeres do mundo (Lc 8.14) e por deixar de permanecer em CRISTO (ver Jo 15.4). Quando a fome de DEUS cessa no crente, este morre espiritualmente (ver Rm 5.21). É então indispensável que sejamos sensíveis ao ESPÍRITO SANTO ao convencer-nos do pecado (ver Jo 16.8-13; Rm 8.5-16). Aqueles que sinceramente têm fome e sede de justiça serão fartos.
5.7 OS MISERICORDIOSOS. Os misericordiosos estão cheios de compaixão e dó para com os que sofrem por causa do pecado ou de aflições. Os misericordiosos desejam minorar os sofrimentos, conduzindo os sofredores à graça de DEUS por meio de JESUS CRISTO (cf. 18.33-35; Lc 10.30-37; Hb 2.17). Sendo misericordiosos para com os outros, eles alcançarão misericórdia .
5.8 OS LIMPOS DE CORAÇÃO. Os limpos de coração são os que foram libertos do poder do pecado mediante a graça de DEUS, e que agora se esforçam sem dolo para agradar e glorificar a DEUS e serem parecidos com Ele. (1) Procuram ter a mesma atitude interior que DEUS tem amor à justiça e ódio ao mal (ver Hb 1.9). Seu coração (que inclui a mente, a vontade e as emoções) está em harmonia com o coração de DEUS (1 Sm 13.14; Mt 22.37; 1 Tm 1.5). (2) Somente os limpos de coração verão a DEUS. Ver a DEUS significa ser seu filho e habitar na sua presença, tanto agora como no seu reino futuro (Êx 33.11; Ap 21.7; 22.4)
5.9 OS PACIFICADORES. Os pacificadores são aqueles que se reconciliaram com DEUS. Têm paz com Ele mediante a cruz (Rm 5.1; Ef 2.14-16). E agora se esforçam, mediante seu testemunho e sua vida, para levarem outras pessoas, inclusive seus inimigos, à paz com DEUS.
5.10 PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA. Todos que procuram viver de acordo com a Palavra de DEUS, por amor à justiça sofrerão perseguição. (1) Aqueles que conservam os padrões divinos da verdade, da justiça e da pureza e que, ao mesmo tempo, se recusam a transigir com a presente sociedade pecaminosa e com o modo de vida dos crentes mornos (Ap 2; 3.1-4,14-22) sofrerão impopularidade, rejeição e críticas. O mundo lhes moverá perseguição e oposição (10.22; 24.9; Jo 15.19) e, às vezes, da parte de membros da igreja professa (At 20.28-31; 2 Co 11.3-15; 2 Tm 1.15; 3.8-14; 4.16). Ao experimentar tal sofrimento, o cristão deve regozijar-se (5.12), porque DEUS outorga a maior bênção àqueles que sofrem mais por amor a ELE (2 Co 1.5; 2 Tm 2.12; 1 Pe 1.7; 4.13). (2) O cristão deve precaver-se da tentação de transigir quanto à vontade de DEUS, a fim de evitar a vergonha, a ridicularização, o constrangimento, ou algum prejuízo (10.33; Mc 8.38; Lc 9.26; 2 Tm 2.12). Os princípios do reino de DEUS nunca mudam: Todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições (2 Tm 3.12). A promessa aos que enfrentam e suportam perseguições por causa da justiça é que dos tais é o reino dos céus.
HINOS SUGERIDOS: 126, 131, 232 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE - Beatitude
SUBSTANTIVO
filosofia - estado permanente de perfeita satisfação e plenitude somente alcançado pelo sábio [A felicidade beatífica foi buscada e refletida por uma longa tradição filosófica que remonta a Aristóteles (384-322 a.C.), e que terminou por condicionar o significado religioso da palavra.]
teologia - religião - felicidade profunda de quem desfruta a presença de DEUS, e que só poderá ser atingida em sua plenitude na vida eterna.
religião - gozo de alma daqueles que se entregam ao êxtase místico; serenidade trazida à alma pela contemplação.
 
BEM-AVENTURADO - (Strong Português)
 μακαριος makarios - forma prolongada do poético makar - 1) bem-aventurado, feliz
 
 
MONTE - Uma elevação sem nome, ao que parece próxima a Cafarnaum - Até então, tinha sido apenas uma das muitas colinas que se inclinam-se suavemente a partir da costa norte do Mar da Galileia. O que tinha sido simplesmente uma montanha entre muitas outras montanhas agora tornou-se a montanha , santificado e separado pela presença do Senhor. Por muitos séculos, o local tradicional tem sido chamado o Monte das Bem-Aventuranças.
 
 
Resumo da Lição 1, O Sermão Do Monte, O Caráter Do Reino De DEUS
I – A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE
1. Por que Sermão do Monte?
2. A estrutura do Sermão do Monte.
3. A quem se destina o Sermão do Monte?
II – AS BEM-AVENTURANÇAS E O CARÁTER DOS FILHOS DE DEUS
1. O que são as bem-aventuranças?
2. O Reino de DEUS e seu caráter.
3. Os súditos do Reino de DEUS.
III – SOMOS BEM-AVENTURADOS
1. A beatitude na vida dos salvos.
2. A prova de que o cristão é bem-aventurado.
 
  
Mateus, capítulos 5, 6 e 7 fazem parte do sermão do Monte.
O Sermão é para todos (Tanto para os discípulos, quanto para o multidão, quanto para nós hoje)
Sempre JESUS colocava os discípulos perto dele para conter a multidão que queria tocar nele e ser curada.
Até para orar JESUS chamava seus discípulos para estarem perto dele e conterem as multidões, para isso subia a um monte.
E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a DEUS. Lucas 6:12
E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. Mateus 14:23
Lc 6:19 E toda a multidão procurava tocar-lhe; porque saía dele virtude, e curava a todos.
Jo 5:13 E o que fora curado não sabia quem era; porque JESUS se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão
 
Já teve noite que eu não aguentava mais levantar o braço, depois de mais de 200 pessoas serem curadas, pois eu oro por cada um individualmente. Imagina o esforço de JESUS que orava por milhares!
Multidões o seguiam, onde quer que fosse. Tinha que se retirar para algum local onde pudesse descansar um pouco e orar.
JESUS vendo a multidão... Bem simples no cap.5.
Mateus 5.1 E JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
Será que os comentaristas que disseram que o sermão era só para os discípulos pensaram que JESUS viu as multidões a quantos quilômetros dele?
JESUS mostrou como deve ser o membro do reino de DEUS. Seus discípulos não eram ainda.
Pedro ainda iria cortar a orelha de Malco. João ainda iria querer que descesse fogo do céu e consumisse quem não os recebera, Judas ainda o trairia, Tomé não creria que havia ressuscitado etc.
Os discípulos só se tornaram membros do reino de DEUS após receberem o ESPÍRITO SANTO. Após JESUS morrer e ressuscitar.
Sabendo que seus discípulos e nem o povo ainda conseguiriam (e cá para nós, nem hoje conseguimos), JESUS proferiu seu sermão para todos ali presentes, tanto discípulos como seguidores.
Dizer como deve ser o membro do reino de DEUS não quer dizer que o membro do reino será assim, quer dizer que tentará ser assim.
Alguém aqui consegue ser como está mostrado por JESUS no Sermão do Monte? Eu não Consigo. Estou tentando a 32 anos .
COM CERTEZA O SERMÃO DO MONTE É PARA OS DISCÍPULOS E PARA A MULTIDÃO E AGORA PARA NÓS TODOS OUVIRMOS E COLOCARMOS EM PRÁTICA.
 
 
O REINO DE DEUS ESTÁ EM NÓS NA TERRA, ASSIM COMO ESTAVA EM JESUS NA ÉPOCA QUE POR AQUI ESTAVA COMO HOMEM.
O reino de DEUS não é comida e nem bebida, não é aparente.
MUITA GENTE TEM IMPEDIDO PESSOAS DE ENTRAREM NO REINO DE DEUS POR CAUSA DE COMIDA OU DE ROUPA.
O reino de DEUS tem um rei - JESUS.
Porque o reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO. Romanos 14:17
E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de DEUS, respondeu-lhes, e disse: O reino de DEUS não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de DEUS está entre vós. Lucas 17:20,21 (está entre vós ou está em JESUS).
 
 
LIÇÃO 1 - O Sermão do Monte: O Caráter do Reino de DEUS (Subsídios Ensinador Cristão - CPAD)
Nos dias atuais, as sociedades vivem uma degradação de valores morais. Há os que dizem que as questões morais são de ordem religiosa e de caráter individual. Portanto, opiniões a respeito devem ser guardadas de maneira privada. Outros divorciam a moral da ética, objetivando uma perspectiva mais moderna a respeito do tema. Na Ética Moderna, muitos consideram determinados valores como questões religiosas. Por isso, há distorções graves no convívio social. Nesse ambiente social conturbado, estudaremos o Sermão do Monte. Perceberemos que os valores do Reino de DEUS estão patentes nele e, por isso, é relevante para a Igreja de CRISTO nos dias atuais.
A visão cristã de mundo
Há seguimentos diversos na sociedade que apresentam diferentes visões de mundo. Os cristãos, estamos diante dessa diversidade de visões. Por isso se torna imperativo ter a consciência clara do que somos, a quem pertencemos e o que rege a nossa vida. Nesse sentido, o Sermão do Monte apresenta uma ética, valores caros aos seguidores de JESUS no mundo. Ele refina o nosso modo de lidar com o próximo, com as grandes questões de nosso tempo, tanto da pessoa humana como outros aspectos da Criação.
O Sermão do Monte, bem como toda a Bíblia, é a fonte do nosso modo de olhar e viver a vida. Por isso, nesta primeira aula estudaremos a estrutura do Sermão do Monte e sua parte introdutória – As Bem-Aventuranças.
O que é felicidade?
A felicidade apresentada no Sermão é muito diferente da dos dias atuais; bem como da época em que o Evangelho de Mateus foi escrito. As oito beatitudes que mostram a verdadeira felicidade são virtudes rejeitadas por um público materialista, cuja felicidade se resume nos prazeres ou no uso da força. A singeleza do Sermão do Monte nos lembra de que, no Reino de DEUS, quem chora é feliz, quem deseja a retidão é feliz, o manso é feliz, o pacífico é feliz. O que é a felicidade para nós hoje?
Uma aplicação
É muito importante que você faça uma reflexão com a classe, levando-a a ter consciência do tipo de valores cultivados no dia a dia. Esses valores que configuram a nossa visão de mundo estão em coerência com os valores ensinados do Sermão do Monte? Comportamo-nos segundo a justiça, a mansidão e a humildade ensinadas pelo nosso Senhor? Essa primeira lição é uma excelente oportunidade para mapear nossas verdadeiras motivações.
 
 
ESTUDO Diversos Com Adaptações, Modificações e Alterações do Pr. Henrique
 
 
Sobre o Sermão do Monte – Parte I - John Wesley (Com adaptações, modificações e alterações do Pr. Henrique)
“JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos: E ele abriu sua boca, e falou com eles dizendo': "Abençoados sejam os pobres de espírito: para eles será o reino dos céus. Abençoados são aqueles que choram: porque eles serão consolados". (Mateus 5:1-4)
1. Nosso Senhor tinha 'percorrido quase toda a Galileia', (Mateus 4:23), começando no tempo 'em que João havia sido lançado na prisão' (Mateus 4:12), não apenas 'ensinando em suas sinagogas, e pregando o Evangelho do reino', mas igualmente, 'curando toda forma de enfermidade, e todas os tipos de doenças entre o povo'. Foi como consequência natural disto, que 'o seguiu uma grande multidão: da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e da região além do Jordão' (Mateus 4:25). 'E vendo a multidão', que nenhuma sinagoga poderia conter, mesmo que houvesse alguma à mão, 'ele foi para as montanhas', onde havia um lugar para todos que vieram até ele, de todos os cantos. 'E, quando ele se assentou', como era costume dos judeus, 'seus discípulos vieram até ele. E ele abriu sua boca', (uma expressão denotando o começo de um discurso solene), 'e ensinou a eles, dizendo:' --
2. Vamos observar, quem é este que está aqui falando, e poderemos dar atenção ao que ouvimos: Trata-se do Senhor dos céus e terra; o Criador de tudo; que,. como tal, tem o direito de dispor de todas suas criaturas; o Senhor, nosso Governador, cujo reino é para sempre, e reina sobre tudo; o grande Legislador; quem pode bem impingir todas as suas leis, sendo 'capaz de salvar e de destruir', sim, punir com a 'destruição eterna, de sua presença e da glória de seu poder'. Trata-se da Sabedoria eterna do Pai, que sabe para o que fomos feitos, e entende nossa mais íntima estrutura: que conhece como nos posicionamos com relação a DEUS; ao outro; a todas as criaturas que DEUS tem feito, e, consequentemente, como adaptar cada lei que ele prescreve, para todas as circunstâncias nas quais ele tem nos colocado.
Trata-se daquele, que 'ama cada homem; cuja misericórdia é sobre todas as suas obras'; o DEUS do amor, que tendo esvaziado a si mesmo de sua glória eterna, veio de seu Pai declarar sua vontade para com todos os filhos dos homens, e, então, retornou ao Pai; aquele que é enviado de DEUS 'para abrir os olhos do cego, e dar luz àqueles que estão na escuridão'. É o grande Profeta do Senhor, concernente a quem DEUS declarou solenemente muitos anos atrás: 'E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele'. (Deut. 18:19), ou como o Apóstolo expressa: 'Toda a alma que não ouvir este Profeta, deverá ser destruído de entre as pessoas'. (Atos 3:23).
3. E o que Ele está ensinando? O Filho de DEUS, que veio dos céus, está aqui mostrando-nos o caminho para o céu; para o lugar que Ele tem preparado para nós; a glória que Ele tem, mesmo antes do mundo. Ele nos está ensinando o verdadeiro caminho para a vida eterna; o caminho real que nos conduz ao reino; e o único caminho verdadeiro, -- já que não existe outro além; todos os demais conduzem à destruição. Do caráter do Orador, nós estamos bem seguros de que ele tem declarado a perfeita e completa vontade de DEUS. Ele não tem afirmado coisa alguma mais – nada mais do que ele recebeu do Pai; nem muito menos, -- Ele não tem evitado declarar toda a deliberação de DEUS; muito menos, ele tem afirmado alguma coisa errada; alguma coisa contrária à vontade daquele que o enviou. Todas as suas palavras são verdadeiras e corretas, concernentes a todas as coisas, e deverão permanecer para sempre e sempre.
Nós podemos facilmente notar, que, em explicar e confirmar esses dizeres fiéis e verdadeiros, ele toma cuidado para refutar não apenas os erros dos Escribas e Fariseus, que, então, faziam comentários falsos, por meio dos quais os professores judeus daqueles tempos tinham pervertido a Palavra de DEUS, mas todos os erros práticos, os quais eram inconsistentes com a salvação, que poderiam se levantar na Igreja Cristã; todos os comentários, por meio dos quais os Professores Cristãos (assim chamados) de alguma época ou nação poderiam perverter a Palavra de DEUS, e ensinar às almas descuidadas a buscar a morte no erro de suas vidas.
4. E daí, nós somos naturalmente conduzidos a observar, quem eram aqueles que Ele está ensinando. Não apenas aos Apóstolos; se assim fosse, ele não precisaria ter ido até as montanhas. Uma sala na casa de Mateus, ou algum de seus discípulos poderia conter todos os Doze. Nem, de forma alguma, parece que os discípulos que vieram até ele eram apenas os Doze. Sem colocar qualquer ênfase sobre a expressão, pode ser entendido que se trata de todos os que desejaram aprender dele Mas, para colocar isto fora de toda questão, e tornar inegavelmente claro que, onde é dito, 'Ele abriu sua boca e ensinou a eles', a palavra eles inclui toda aquela multidão que seguiu com JESUS até a montanha, nós precisamos observar os versos conclusivos do Capítulo sétimo: 'E aconteceu que, concluindo JESUS este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas'. (Mateus 7:28-29).
E não apenas para aquela multidão que estava com Ele no monte, aos quais JESUS agora ensinava o caminho da salvação; mas a todos os filhos dos homens; toda a raça da humanidade; os filhos que já nasceram; e todas as gerações que estavam por vir; mesmo para o fim do mundo, e aos que nunca ouviram palavras como esta na vida.
5. E isto todos os homens concordam, com respeito a algumas partes do discurso resultante. Nenhum homem, por exemplo, nega que o que ele disse de pobreza de espírito refere-se a toda a humanidade.
Todo o sermão é tanto para as multidões, quanto para os discípulos e para nós hoje.
6. Aqui o Senhor entregou para toda a humanidade a escritura contendo a vontade perfeita de DEUS para nós. Irá aparecer, mais além, que todas as partes desse discurso devem ser aplicadas a todos os homens em geral, e não parte deles; vendo que eles estão todos conectados; todos unidos como as pedras em uma colunata; as quais você não pode tirar uma fora, sem destruir toda a estrutura.
7. 'Ele fala como nenhum homem falou antes'. Nem como os homens santos do passado; embora eles também falassem, 'como que movidos, pelo ESPÍRITO SANTO'. Nem como Pedro, ou Tiago, ou João, ou Paulo: eles eram realmente sábios arquitetos em suas igrejas; mas, ainda assim, nos patamares da sabedoria divina, o servo não é maior do que seu Senhor. Não; nem mesmo como ele próprio, em algum outro tempo, ou em alguma outra ocasião. Não parece que fosse sempre seu objetivo, em algum outro momento ou lugar, estabelecer, de uma só vez, todo o plano de sua religião; nos dar um panorama completo do Cristianismo; para descrever amplamente a natureza daquela santidade, sem o que nenhum homem poderá ver o Senhor. Ele tem realmente descrito, em milhares de ocasiões diferentes, as ramificações particulares disto; mas nunca antes, além daqui, ele forneceu, deliberadamente, uma visão geral do todo. Mais ainda, nós não temos coisa alguma como esta, em toda a Bíblia; a menos que alguém exclua aquele pequeno esboço de santidade entregue por DEUS, naquelas Dez Palavras, ou Mandamentos de Moisés, no monte Sinai. Mas, mesmo aqui, quão larga diferença existe entre um e outro! 'Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. (2Cor 3:10). Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por JESUS CRISTO. João 1:17
8. Acima de tudo, com que amor surpreendente, o Filho de DEUS revela aqui a vontade de seu Pai para o homem! Ele não nos traz novamente 'para o monte que queima com fogo, nem para a negridão, e escuridão e tempestade'. Ele não fala como quando ele 'trovejou dos céus'; quando o Altíssimo 'despejou seus trovões, granizos e carvões de fogo'. Ele agora se dirige a nós com sua voz ainda pequena, -- 'Abençoados', ou felizes, são os pobres em espírito'. Felizes são os que choram; os mansos; aqueles que têm fome de retidão; os misericordiosos; os puros de coração: Felizes em seus resultados; no caminho; felizes nessa vida; e na vida eterna! Como se ele tivesse dito: 'Quem é ele que, entregando-se à luxúria para viver, com prazer, verá bons dias? Observem: eu mostro a vocês aquilo que suas almas almejam! Vejam o caminho que vocês buscaram, tanto tempo, em vão; o caminho do deleite; o caminho da calma; da paz jubilosa; do paraíso abaixo e do paraíso acima!',
9. Ao mesmo tempo, com que autoridade ele ensina! Bem poderiam eles dizer: "Não como os escribas'. Observem a maneira, o servo de DEUS; não como Abraão, seu amigo; não como Moisés, não como algum dos Profetas; nem como quaisquer dos filhos dos homens. É alguma coisa mais do que humana; mais do que pode concordar algum ser criado. Ele fala, como um Criador, afinal! Um DEUS; um DEUS visível! Sim; o Uno; o Onisciente; Jeová; o Onipotente; o Supremo; o DEUS que está sobre todos, abençoado para sempre!
10. Esse discurso divino, entregue, no método mais excelente, com todas as partes subsequentes, ilustrando aquelas que precedem, é, comumente, e não impropriamente, dividido em três ramificações principais: A Primeira, contida no quinto, -- A segunda, no sexto, -- e a Terceira, no sétimo capítulo, do evangelho de Mateus.
I – Na Primeira, a soma de toda a religião verdadeira é colocada, em oito pormenores, que são explicados e guardados contra as interpretações falsas do homem, nas partes seguintes do quinto capítulo.
II – Na Segunda, estão as regras para aquele propósito correto, que nós deveremos preservar, em todas as nossas ações exteriores; não misturadas com desejos mundanos, ou cuidados ansiosos, até mesmo, para com as necessidades da vida.
III – Na Terceira, estão as precauções contra as principais obstruções da religião, estritas com uma aplicação do todo.
I - Na Primeira, a soma de toda a religião verdadeira é colocada (Com adaptações, modificações e alterações do Pr. Henrique)
1. Nosso Senhor, Primeiro, estabelece a soma de toda religião verdadeira em oito pormenores, que ele explica e guarda contra as interpretações falsas dos homens, para o final do quinto capítulo.
Alguns têm suposto que ele designou, nesses, apontar os diversos estágios do curso cristão; os passos que um cristão toma sucessivamente em sua jornada para a terra prometida; -- outros, que todas as particularidades aqui colocadas pertencem, todo o tempo, a todos os cristãos. E por que nós não podemos aceitar tanto uma, quanto a outra? Que inconsistência existe entre elas? Sem dúvida, é verdade que, tanto a pobreza de espírito, quanto todos os outros temperamentos que estão aqui mencionados, são encontrados, em um grau maior ou menor, o tempo todo, e em todo cristão real. E é igualmente verdade que o Cristianismo verdadeiro sempre começa na pobreza de espírito, e segue na ordem aqui colocada, até que o 'homem de DEUS seja feito perfeito'. Nós começamos com o menor desses dons de DEUS; ainda que não para desistir disso, quando somos por DEUS, para irmos para mais alto: Mas o que já temos alcançado, seguramos firmes, 'enquanto prosseguimos, para o que ainda está mais à frente, para as mais altas bênçãos de DEUS em JESUS CRISTO.
2. O fundamento de tudo é a pobreza de espírito: Aqui, por conseguinte, nosso Senhor começa: 'Abençoados', diz ele,' são os pobres de espírito; porque deles é o reino dos céus'.
Não se pode supor, que nosso Senhor olhou aqueles que estavam ao redor dele, e, observando que os ricos não estavam lá, mas os pobres do mundo, ele aproveitou a oportunidade de fazer uma transição das coisas temporais para as espirituais. 'Abençoados', diz ele, (ou felizes, -- então, a palavra poderia exprimir ambos os significados, neste verso e nos versos seguintes) 'são os pobres de espírito'. Ele não diz, eles que são pobres, como circunstâncias exteriores, -- não sendo impossível, que alguns desses possam estar tão longe da felicidade quanto um monarca em cima de seu trono; mas, por 'pobre em espírito', -- eles que, quaisquer que sejam as circunstâncias exteriores, têm aquela disposição do coração que é o primeiro passo para a felicidade real e substancial, tanto neste mundo, quanto naquele que está para vir.
3. Alguns têm julgado que, pobres em espírito, são aqueles que amam a pobreza; aqueles que estão livres da cobiça; do amor do dinheiro; que temem, preferivelmente, a desejarem, as riquezas. Talvez, eles tenham sido induzidos a assim julgarem, através de um completo confinamento de seus pensamentos ao sentido exato do termo; ou por considerarem aquela observação convincente de Paulo de que 'o amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal'. E, daí, muitos têm se privado totalmente, não apenas das riquezas, mas de todos os bens materiais. Daí, também, os votos de pobreza voluntária que parece ter-se erguido na Igreja Papista; supondo-se que, tão eminente degrau dessa fundamental graça deva ser um passo largo em direção ao 'reino dos céus'.
Mas esses não parecem ter observado, Primeiro, que a expressão de Paulo deve ser entendida com alguma restrição; do contrário, não é verdadeira; já que o amor ao dinheiro não é a raiz, ou a única raiz, de todo o mal. Existem milhares de outras raízes do mal no mundo, como as tristes experiências diárias mostram. Seu significado pode apenas ser que ele é a raiz de muitos males; talvez, mais do que algum vício sozinho. – Em Segundo lugar, que esse sentido da expressão 'pobre de espírito', de modo algum se adequará ao presente objetivo de Nosso Senhor, que é estabelecer o alicerce geral, sobre o qual toda a estrutura do Cristianismo pode ser construída; um objetivo que poderia ser, de maneira alguma, respondido precavendo-se de um único vício em particular: assim sendo, mesmo que esse fosse suposto ser uma parte do seu significado, não poderia possivelmente ser o todo. – Em Terceiro Lugar, não se poderia supor que esta seja uma parte do seu significado - a menos que nós o responsabilizemos com tautologia [vício de linguagem que consiste na repetição de idéias] declarada: Vendo que, se a pobreza de espírito fosse apenas liberdade da cobiça; do amor do dinheiro; ou do desejo dos ricos, iria coincidir com o que Ele menciona, logo depois; seria apenas uma ramificação da pureza de coração.
4. Quem, então, são os 'pobres de espírito?'. Sem dúvida, os humildes; eles que conhecem a si mesmos; que estão convencidos do pecado; aqueles a quem DEUS tem dado aquele primeiro arrependimento, que é anterior à fé em CRISTO. Os que sentem necessidade de maior aproximação com DEUS. Sentem maior necessidade de conhecimento de DEUS.
Algum desses já não pode dizer, 'Eu sou rico, e próspero nos bens materiais, e não preciso de nada'; agora que ele sabe que é 'vil, e pobre, e miserável, e cego, e nú'. Ele está convencido que é, de fato, pobre espiritualmente; tendo nenhum bem espiritual habitando nele. 'Em mim', ele diz, 'não habita coisa boa', mas o que quer que seja pecaminoso e abominável. Ele tem um profundo sendo da repugnante podridão [o Sr. Wesley usa a expressão lepra - que é hoje um termo preconceituoso] do pecado, que foi trazido com ele desde o útero; que se espalhou por toda a sua alma, e corrompeu totalmente todo o poder e faculdade nela.
Ele vê, mais e mais, os temperamentos maus que brotam da raiz da pecaminosidade; do orgulho e arrogância do espírito; da inclinação constante de pensar em si mesmo, mais do que deveria pensar; da vaidade; da sede de estima e honra que vem dos homens; do ódio ou inveja; do ciúme e vingança; da ira; malícia; ou amargura; da animosidade nata, contra DEUS e homem, que aparece de dez mil formas; do amor do mundo; da vontade própria; dos desejos tolos e danosos, que penetram no mais íntimo de sua alma. Ele está consciente do quão profundamente ele tem ofendido, através de sua língua; se não, por palavras profanas, insolentes, inverídicas, ou indelicadas; ainda assim, através de discursos que não são 'bons para o uso da edificação', não 'apropriados para ministrarem graça aos que ouvem', o que, consequentemente, era, na consideração de DEUS, corrupto e aflitivo ao seu ESPÍRITO SANTO. Suas obras diabólicas estão agora igualmente à sua vista: se ele diz delas, elas são mais do que ele é capaz de expressar. Melhor pensar no número dos pingos da chuva, das areia do mar, ou dos dias da eternidade.
Sua culpa está agora, diante de sua face: Ele conhece a punição que ele tem merecido; ela seja, apenas, um relato de sua mente carnal; a inteira e universal corrupção de sua natureza; quanto mais, um relato de todos os desejos e pensamentos pecaminosos; de todas as palavras e ações pecadoras! Ele não pode duvidar, por um momento, que o menor desses merece a condenação ao inferno --, 'o remorso que não morre; e o fogo que nunca é extinto'. Acima de tudo, a culpa de 'de não crer no nome do único Filho criado de DEUS', cai pesada sobre ele. Como, diz ele, eu poderei escapar; aquele que 'negligenciou tão grande salvação?'. 'Ele que não crê já está condenado', e 'a ira de DEUS habita nele'.
6. Mas o que poderá ser dado em troca da sua alma, que foi confiscada para a justa vingança de DEUS? 'Com o que ele deverá se apresentar diante do Senhor?'. Como ele deverá pagar o que deve? Tivesse ele, desse momento em diante, cumprido a obediência mais perfeita a todos os mandamentos de DEUS, isto não faria qualquer reparo a um simples pecado; a cada ato de desobediência do passado; vendo que ele deve a DEUS todos os serviços que ele é capaz de executar, desse momento, até a eternidade: Pudesse ele pagar isto, não faria, de qualquer maneira, emendas ao que ele deve ter feito anteriormente. Ele se vê, por conseguinte, totalmente desamparado com respeito à expiação de seus pecados passados; inteiramente incapaz de fazer qualquer reparo a DEUS; a pagar qualquer resgate por sua própria alma.
Mas, se DEUS pode perdoá-lo de tudo o que se passou, apenas nesta única condição - a de que ele não peque mais; que para o tempo que está por vir, ele obedeça inteiramente e constantemente a todos os seus mandamentos; ele bem sabe que isto não seria de proveito algum, uma vez que esta é uma condição que ele nunca cumpriria. Ele sabe e sente que ele não é capaz de obedecer, até mesmo, os mandamentos exteriores de DEUS; já que esses não podem ser obedecidos, enquanto seu coração permanece, na pecaminosidade e corrupção natural; porquanto uma árvore má não pode produzir bons frutos. Ele não pode limpar um coração pecador: Para o homem, isto é impossível: De maneira que ele está inteiramente perdido; até mesmo, em como começar a caminhar, nos caminhos dos mandamentos de DEUS. Ele não sabe como dar um passo adiante neste caminho. Cercado pelo pecado, e tristeza, e medo, e não encontrando caminho para escapar, ele só pode clamar: 'Senhor, salve, ou perecerei!'.
7. Pobreza de espírito, então, como ela implica no primeiro passo que nós tomamos na corrida que se apresenta diante de nós, ela significa a justa sensação de nossos pecados interiores e exteriores, e de nossa culpa e impotência. Isto, alguns têm disformemente intitulado de 'a virtude da humildade'; assim, nos ensinando que estarmos orgulhos do saber faz com que mereçamos a condenação! Mas a expressão de nosso Senhor é completamente de outro tipo; transmitindo nenhuma ideia ao ouvinte, a não ser aquela da mera necessidade, da nudez do pecado, da culpa e miséria, impotentes.
8. O grande Apóstolo, onde ele se esforça para trazer os pecadores para DEUS, fala de uma maneira exatamente respondível a isto. 'Porque do céu, a ira de DEUS', diz ele 'é revelada sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detém a verdade em injustiça' (Rom. 1:18 em diante); a responsabilidade que ele fixa imediatamente sobre o mundo pagão, e, por meio disto, prova que eles estão debaixo da ira de DEUS. Ele depois mostra que os judeus eram nada melhores do que eles, e estavam, por conseguinte, debaixo da mesma condenação; e tudo isto, não com o objetivo de que eles alcançassem a 'virtude nora da humildade', mas 'que toda boca fosse fechada, e todo o mundo se tornasse culpado diante de DEUS'.
Ele prossegue, para mostrar que eles eram impotentes, tanto quanto culpados; o que é o sentido claro de todas aquelas expressões: 'Portanto, pelas obras da lei, não haverá carne justificada': -- 'Mas, agora, a retidão de DEUS, que é pela fé em JESUS CRISTO, sem a lei, é manifesta': -- 'Nós concluímos que um homem é justificado, através da fé, sem as obras da lei': -- Expressões todas se inclinando, ao mesmo ponto; até mesmo a 'ocultar o orgulho do homem'; para humilhá-lo ao pó, sem ensiná-lo a refletir sobre sua humildade, como uma virtude; para inspirá-lo com aquela convicção completa e penetrante de sua extrema pecaminosidade, culpa e impotência. Que lança o pecador, despojado de tudo, perdido e arruinado, em seu forte Ajudador, JESUS CRISTO, o Justo.
9. Nós não podemos deixar de observar aqui, que o Cristianismo começa, justamente onde a moralidade pagã termina; pobreza de espírito; convicção do pecado; a renúncia de nós mesmos; o não ter a nossa própria retidão (o mesmo primeiro ponto na religião de JESUS CRISTO); deixando todas as religiões pagãs para trás. Isto sempre foi ocultado dos homens sábios desse mundo; de tal maneira, que todo o idioma romano, até mesmo com todos os melhoramentos da era Agostiniana, não dispõe, tanto assim, de um nome para a humildade; (a palavra de onde nós emprestamos disso, como é bem conhecido, tendo em Latim um significado completamente diferente); não, nem uma foi encontrada em todo o rico idioma do Grego, até que ela foi criada pelo grande Apóstolo.
10. Ó, que nós possamos sentir o que elas não foram capazes de expressar! Pecador, acorda! Saibas, por ti mesmo! Saibas e sintas, que tu fostes 'formado na maldade', e que, 'no pecado tua mãe te concebeu'. E que tu mesmo tens empilhado pecado sobre pecado; mesmo depois de discernires o bem do mal! Mergulha nas poderosas mãos de DEUS, como culpado da morte eterna; e lança fora; renuncia; abomina, toda imaginação de sempre seres capaz de ajudar a ti mesmo! Seja toda a tua esperança seres lavado no sangue Dele, e renovado pelo seu poderoso ESPÍRITO, já que Ele mesmo 'suportou todos os nossos pecados, em seu próprio corpo, no madeiro!' Assim sendo, que tu sejas testemunha de que 'Felizes são os pobres de espírito; porque deles é o reino dos céus'.
11. Isto é aquele reino dos céus, ou de DEUS, que está dentro de nós; mesmo 'retidão (justiça), e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO'. E qual é a 'retidão', se não, a vida de DEUS na alma; a mente que estava em JESUS CRISTO; a imagem de DEUS, estampada no coração, agora renovada depois da semelhança Dele que o criou? O que significa, a não ser o amor de DEUS, porque ele primeiro nos amou, e o amor de toda a humanidade, por causa Dele? Justiça é sobrenatural, DEUS nos declarou justos por causa do sacrifício de JESUS por nós.
E qual é esta 'paz'; a paz de DEUS, a não ser aquela serenidade calma da alma que docemente repousa no sangue de JESUS, que não deixa dúvida de nossa aceitação nele; que exclui todo o medo, a não ser o medo de amor filial de ofender nosso Pai que está nos céus? Paz é sobrenatural, DEUS mesmo nos reconciliou consigo pelo sangue de JESUS.
Este reino interior implica também 'na alegria no ESPÍRITO SANTO'; que sela em nossos corações 'a redenção que está em JESUS', a retidão de CRISTO, imputada sobre nós 'para a remissão dos pecados que se passaram'; que nos dá agora 'a garantia de nossa herança', a coroa que o Senhor, o Juiz justo, irá dar naquele dia. E isto pode bem ser denominado 'o reino dos céus', vendo que ele é o paraíso já aberto em sua alma; o primeiro brotar daqueles rios de prazer que fluem da mão direita de DEUS eternamente. Alegria é sobrenatural, nos é confirmado que estamos salvos todos os dias pelo ESPÍRITO SANTO que em nós mora.
12. 'Deles é o reino dos céus'. Quem quer que tu sejas, a quem DEUS tem determinado ser 'pobre em espírito', sentindo-te perdido, tu tens direito a isto, através da graciosa promessa Dele que não pode mentir. E a tua aquisição, através do sangue do Cordeiro, está bem perto: Tu estás à porta do paraíso! Um outro passo, e estás, no reino da retidão, paz e alegria! Tu és todo pecado? 'Observa o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo!' -- todo impuro? Veja teu 'advogado com o Pai - JESUS CRISTO o Justo!' – Tu és incapaz de expiar, pelo menor de teus pecados? 'Ele é o sacrifício expiatório para' todos os teus 'pecados'. Agora, creia no Senhor JESUS CRISTO, e todos os teus pecados serão apagados! – Tu és totalmente impuro, na alma e no corpo? Aqui está a 'fonte de água para lavar todo o pecado e imundície!'. 'Levanta-te e lava teus pecados!'. Não cambaleia mais, na promessa do descrente! Dá glória a DEUS! Atreve-te a crer!
O pobre de espírito está sempre desejando mais de DEUS e está sempre recebendo esse mais, todos os dias.
13. Então, tu aprendeste, dele, a ser 'humilde de coração'. E esta é a humildade cristã verdadeira e genuína que flui da sensação de amor de DEUS, reconciliado para nós, em JESUS CRISTO. Pobreza de espírito, nesse significado da palavra, começa quando a sensação da culpa e da ira de DEUS termina; e é uma sensação ininterrupta de nossa dependência total nele; para todo pensamento, palavra ou obra; de nossa inaptidão absoluta para todo o bem; a não ser que ele 'nos irrigue, todo momento'; e tenhamos aversão ao elogio dos homens, sabendo que todo louvor é devido a DEUS apenas. Com isto, junta-se a vergonha amorosa, a humilhação terna, diante de DEUS; mesmo para os pecados que nós sabemos ele já perdoou de nós, e para o pecado que ainda permanece, em nossos corações; embora saibamos que ele não é imputado para nossa condenação.
Não obstante, a convicção que sentimos do pecado inato, é mais e mais profunda, dia após dia. Quanto mais crescemos na graça, mais vemos a maldade desesperada de nosso coração. Quanto mais avançamos no conhecimento e amor de DEUS, através de nosso Senhor JESUS CRISTO, (mesmo parecendo àqueles que não conhecem o poder de DEUS para a salvação, um grande mistério), mais discernimos de nossa alienação de DEUS; da inimizade que está em nossa mente carnal; e da necessidade de nossa existência, inteiramente renovada, na retidão e santidade verdadeira.
II -
1. É verdade, que aquele que agora começa a conhecer o reino dos céus interior dificilmente tem qualquer concepção disto. 'Em sua prosperidade ele diz, eu nunca sairei do lugar; tu Senhor construíste minha colina tão forte!'. O pecado está tão inteiramente esmagado, debaixo de seus pés, que ele mal pode acreditar que ele permanece nele. Mesmo a tentação é silenciosa, e não fala novamente: Ela não pode se aproximar, mas permanece à distância. Ele é nascido nas alturas, nas carruagens de alegria e amor: Ele se eleva 'como nas asas de uma águia'. Mas nosso Senhor bem sabe que esse estado triunfante não continua frequentemente. Ele, por conseguinte, daqui a pouco, acrescenta: 'Abençoados sejam todos os que choram; porque serão confortados'.
2. Nem podemos imaginar que essa promessa pertence àqueles que murmuram, apenas por causa de motivos mundanos; aqueles que estão tristes e angustiados, meramente por causa de problemas ou desapontamentos materiais --, tais como a perda da reputação, amigos, ou diminuição de suas fortunas. Quão pouco direito a ela têm aqueles que estão se afligindo, por causa do medo de algum mal temporal; ou que se consomem com cuidados ansiosos, ou aquele desejo de coisas mundanas que 'torna o coração doente'. Não vamos pensar que esses 'devam receber alguma coisa do Senhor'. JESUS não está em todos os pensamentos deles. Por conseguinte, é que eles assim 'caminham, em uma tristeza vã, e se inquietando também em vão'. 'E para que vocês tenham o meu auxílio', diz o Senhor, 'vocês devem se prostrar na tristeza'.
3. Os murmuradores, de quem nosso Senhor fala aqui, são aqueles que murmuram por um motivo totalmente diferente: Aqueles que murmuram, em busca de DEUS; em busca Dele, em quem eles 'se regozijaram, com alegria inexprimível', quando Ele deu a eles 'a oportunidade de provar o bem', o perdão, 'a palavra e poderes do mundo que há de vir'. Mas Ele agora 'oculta a sua face, e eles estão aflitos': Eles não podem ver a Ele, através das nuvens escuras. Mas eles veem a tentação e pecado, que eles credulamente supuseram nunca mais retornarem; erguerem-se novamente; seguindo em busca deles, com toda a velocidade, e segurando-os por todos os lados. Não é de se estranhar que suas almas estejam agora perturbadas; e a preocupação e aflição tomaram posse deles. Nem o grande inimigo deles fracassa em tirar proveito da ocasião, para perguntar:
"Onde está teu DEUS agora? Onde está a bem-aventurança, da qual falaste, agora? O começo do reino dos céus? Sim, foi mesmo DEUS quem disse que 'teus pecados foram perdoados de ti?'. Certamente, DEUS não deve ter dito isso! Tudo não passou de apenas um sonho; uma mera ilusão; uma criação de tua própria imaginação. Se teus pecados foram perdoados, por que tu ainda estás assim? Pode um pecador que fora perdoado ser, dessa maneira, pecaminoso? – E, se, então, ao em vez de clamarem imediatamente a DEUS, eles argumentarem com ele que é mais sábio, eles estarão angustiados de fato; com uma tristeza no coração; com uma angústia que não podem ser expressas. Não; mesmo quando DEUS brilha novamente sobre a alma, e tira toda a dúvida de sua misericórdia passada; ainda assim, ele que é fraco na fé pode ser tentado e afligido, por causa do que virá; especialmente, quando o pecado interior revive, e leva tormento até ele, de maneira que ele pode cair".
4. Certo, é que essa 'aflição', para o presente, 'não é jubilosa, mas dolorosa; não obstante, depois disto, ela produza o fruto da paz, junto a eles que foram exercitados nela'. Abençoado, portanto, são aqueles que assim murmuram, se eles permanecem no descanso do Senhor', e não sofrem para buscarem os consoladores miseráveis do mundo; se eles resolutamente rejeitam todos os confortos do pecado, da leviandade, e vaidade; todas as diversões e deleites inúteis do mundo; todos os prazeres que 'perecem ao uso', e que apenas tendem ao entorpecimento e estupidez da alma, para que ela não esteja consciente de si mesma, nem de DEUS. Abençoados são aqueles que 'continuam ininterruptamente no conhecimento do Senhor', e firmemente recusam todo outro conforto. Eles serão confortados, pelas consolações de seu ESPÍRITO; através da manifestação renovadora do seu amor; por meio de tal testemunho da aceitação deles no Amado, para não mais ser arrancado deles. Esta 'segurança total da fé' absorve toda a dúvida, e todo o tormento do medo; DEUS dá a eles agora a esperança certa de uma essência duradoura, e 'consolação forte, por meio da graça'. Sem questionar se será possível a alguns desses 'caírem; os que foram, uma vez, iluminados pelo ESPÍRITO SANTO, e feitos seus parceiros', é suficiente para eles perguntarem, através do poder agora sobre eles, 'quem poderá separá-los do amor de CRISTO' – Eu estou persuadido de que, nem a morte, nem a vida, nem as coisas presentes, nem as que virão, nem a altura, nem a profundidade, serão capazes de nos separar daquele amor de DEUS que está em JESUS CRISTO, nosso Senhor'. (Romanos 8:35-39)
5. Todo esse processo, ambos de murmurar pela ausência de DEUS, e de recuperar a alegria de seu semblante, parece fora do que nosso Senhor falou aos seus Apóstolos, na noite anterior a sua paixão: 'Vocês indagam daquilo que eu disse: um pouco mais, e vocês não me verão: Em novamente, um pouco mais, e vocês irão me ver? Na verdade, na verdade, eu lhes digo que vocês chorarão e lamentarão'; ou seja, quando vocês não me virem; 'mas o mundo irá se regozijar'; deverá triunfar sobre vocês, já que a esperança de vocês chegou agora ao fim. 'E vocês deverão ficar tristes', por causa da dúvida, do medo, das tentações, do desejo veemente; 'mas a tristeza de vocês irá se transformar em alegria', por causa do retorno Dele, a quem a alma de vocês amou. 'Uma mulher, quando ela está para dar a luz, tem tristeza, porque é chegada a sua hora. Mas, tão logo lhe é entregue o filho, ela não mais se lembra da angústia, porque um homem nasceu no mundo. E vocês agora têm tristeza'; vocês murmuram e não podem ser confortados; 'mas eu irei vê-los novamente; e seus corações se regozijarão', com calma e alegria interior, 'e essa alegria, nenhum homem tirará de vocês'. (João 16:19-22).
6. Mas, embora essa murmuração esteja no fim, perdida na alegria santa, por causa do retorno do Confortador; ainda assim, existe um outro - e que choro abençoado é este que habita nos filhos de DEUS: Eles ainda murmuram, pelos pecados e misérias da humanidade: Eles 'lamentam com aqueles que lamentam'. Eles choram por aqueles que não choram por si mesmos; pelos pecadores, que estão contra suas próprias almas. Eles murmuram, por causa da fraqueza e deslealdade daqueles que estão, em alguma medida, salvos de seus pecados. 'Quem é fraco, e eles não são fracos? Quem está ofendido, e eles não se ofenderam?. Eles estão aflitos por causa da desonra continuamente feita à Majestade dos céus e terra. Todo o tempo, eles tem uma terrível sensação disto, o que traz uma seriedade profunda em seus corações; a seriedade que não está pouco ampliada, desde que os olhos de seu entendimento foram abertos, por continuamente verem o vasto oceano da eternidade, sem o fundo ou a orla, que já tragou milhares e milhares de homens, e está abrindo espaço para devorar os que ainda restam. Eles veem aqui a casa do DEUS eterno nos céus; lá, inferno e destruição, sem uma cobertura; e, por isto, sentem a importância de cada momento, que apenas surge, e se vai para sempre!
7. Mas toda essa sabedoria de DEUS é tolice para o mundo. Todo esse assunto de choro e pobreza de espírito é estupidez e idiotice para eles. Mais ainda; está tudo bem, se eles tiverem um julgamento favorável sobre isto; se eles não o elegem como uma mera lástima e melancolia; insanidade e distração manifesta. E não é de se admirar, afinal, que esse julgamento possa se passar por aqueles que não conhecem a DEUS. Supondo-se que duas pessoas fossem caminhar juntas; uma de repente pare, e com os mais fortes sinais de medo e espanto, exclame: 'Sobre que precipício nós estamos! Veja, você, nós estamos a ponto de sermos feitos em pedaços! Mais um passo, e caímos no imenso abismo! Pare! Eu não seguirei em frente, por todo o mundo!'. – quando o outro, que parece, pelo menos a si mesmo, perspicaz, olha em frente e não vê coisa alguma disso; o que ele pensar poderá com respeito a seu companheiro, a não ser que ele está fora de si; que sua cabeça está confusa; que muita religião (se ele não for culpado de 'muito aprendizado) tem certamente o enlouquecido!
8. Mas não permitam que os filhos de DEUS, 'os murmuradores em Sião', sejam afligidos por essas coisas. Vocês, cujos olhos estão iluminados, não se preocupem, por causa daqueles que ainda seguem na escuridão. Vocês que não seguem em uma sombra vã: DEUS e eternidade são coisas reais. Céu e inferno estão na mesma realidade, aberta diante de vocês; e vocês estão na extremidade do grande abismo. Ele já levou para suas profundezas, mais do que as palavras podem expressar, nações e famílias, e povos, e línguas, e ainda se abre para devorar - quer eles vejam isto ou não - os levianos e miseráveis filhos dos homens. Ó gritem alto! Não poupem esforços! Ergam suas vozes, até Ele que compreende o tempo e a eternidade; ambos para vocês mesmos e seus irmãos, para que vocês possam ser considerados merecedores de escapar da destruição que virá como um furacão. Para que vocês possam ser trazidos a salvo, através de todas as ondas e tempestades, para o céu, onde vocês deverão estar! Lamentem, por si mesmos, até que Ele seque fora as lágrimas de seus olhos. E, mesmo então, lamentem as misérias que virão sobre a terra, até que o Senhor de todos, possa por um fim na miséria e pecado; possa enxugar as lágrimas de todas as faces, e 'o conhecimento do Senhor cubra a terra, como as águas cobrem o mar'.
 
 
Sobre o Sermão do Monte – Parte II - John Wesley
Na Segunda, estão as regras para aquele propósito correto (Com adaptações, modificações e alterações do Pr. Henrique)
'Bem-aventurados são os mansos: porque eles herdarão a terra. Abençoados serão eles que têm forme e sede de justiça: porque eles serão fartos. Bem-aventurados os que misericordiosos: porque eles obterão misericórdia'. (Mateus 5:5-7)
I.
1. Quando 'o inverno passa', quando 'o tempo de cantar se foi, e a voz da tartaruga marinha é ouvida da terra'; quando Ele que conforto os murmuradores retornar, 'para que possa habitar com eles para sempre'; quando, à luz de sua presença, as nuvens se dispersarem; a nuvens escuras da dúvida e incerteza; as tempestades de medo desaparecerem; as ondas de tristeza diminuírem, e seus espíritos se regozijarem novamente no DEUS, seu Salvador; então, esta palavra estará eminentemente cumprida; então, aqueles que ele tem confortado poderão dar testemunho de que 'Bem-aventurado', ou feliz, 'são os mansos, porque eles herdarão a terra'.
2. Mas quem são 'os mansos?'. Não aqueles que se angustiam por nada, porque nada sabem; aqueles que não estão transtornados, por causa das maldades que ocorrem, já que não discernem o mal do bem. Não aqueles que estão abrigados dos golpes da vida, por causa da insensibilidade estúpida; que têm, por natureza ou arte, a virtude de não se deixarem abalar, e não se ressentem de coisa alguma, porque nada sentem. Filósofos brutos estão totalmente despreocupados sobre esse assunto. Apatia está tão longe da mansidão, quanto da benevolência. De modo que alguém não conceberia facilmente, como alguns cristãos das épocas mais inocentes; especialmente, alguns dos Patriarcas da Igreja, puderam confundir-se com estes, e equivocar-se com um dos mais sórdidos erros do Paganismo, como uma ramificação do Cristianismo verdadeiro.
3. Nem a mansidão cristã implica em se ser, sem zelo, para com as coisas de DEUS, mais do que praticar ignorância ou insensibilidade. Não; ela se mantém distinta de todo extremo, se, por excesso ou falta. Ela não destrói, mas equilibra as afeições, as quais o DEUS da natureza nunca designou que pudessem ser extirpadas pela graça, mas apenas traz e mantém debaixo de devidas regras. Ela equilibra a mente. Ela retém uma escala nivelada, com respeito à ira, tristeza, e medo; preservando o significado, em cada circunstância da vida, e não declinando, nem para a direita, nem para a esquerda.
4. Mansidão, portanto, parece propriamente relatar-se a nós mesmos. Mas pode se referir tanto a DEUS quanto ao nosso próximo. Quando esta oportuna compostura da mente faz referência a DEUS, ela é usualmente denominada resignação; uma aquiescência calma a qualquer que seja sua vontade, concernente a nós, mesmo que ela não possa ser agradável à natureza; dizendo continuamente: 'É o Senhor; e que ele faça o que lhe pareça bom'. Quando nós a consideramos mais estritamente com respeito a nós mesmos, nós a intitulamos de paciência ou contentamento. Quando é manifesta em direção a outros homens, então, é brandura para com o bom, e gentileza para com o mau.
5. Aqueles que são verdadeiramente mansos, podem claramente discernir o que é mal; e podem também suportá-lo. Eles são sensíveis a todas as coisas desse tipo, mas, ainda assim, a mansidão segura as rédeas. Eles são excessivamente 'zelosos, para com o Senhor das multidões'; mas o zelo deles é sempre dirigido pelo conhecimento, e equilíbrio, em cada pensamento, e palavra, e obra, para com o amor do homem, assim como, para com o amor de DEUS. Eles não desejam extinguir alguma das paixões que DEUS tem implantado em sua natureza, com objetivos sábios; mas têm o domínio delas: Eles a mantêm em sujeição, e as empregam apenas na subserviência àquelas finalidades. E. assim, mesmo as paixões mais dissonantes e mais desagradáveis são aplicadas para os mais nobres propósitos; até mesmo ódio, ira, medo, quando comprometidos contra o pecado, e regulados pela fé e amor, são os caminhos e baluartes para a alma, de maneira que o perverso não pode aproximar-se para causar dano.
6. É evidente, que esse temperamento divino não apenas habita, mas cresce em nós, dia a dia. As oportunidades de exercitá-lo, e, por meio disto, melhorá-lo, nunca faltará, enquanto permanecermos sobre a terra. 'Nós necessitamos da paciência, para que, depois que tivermos feito' e suportado 'a vontade de DEUS, possamos receber a promessa'. Nós necessitamos de resignação, para que possamos, em todas as circunstâncias dizer: 'Não como eu quero, mas como Tu queres'. E precisamos 'ser gentis para com todos os homens'; mas, especialmente, em direção ao mal e ingrato: do contrário, seremos dominados pelo mal, em vez de pagarmos o mal com o bem.
7. Nem a mansidão se restringe apenas à ação exterior, como os Escribas e Fariseus ensinaram no passado, e os Professores miseráveis, não foram ensinados por DEUS, não irão falhar de fazer isto, em todas as épocas. Nosso Senhor guarda contra isto, e mostra a extensão verdadeira dela, nas seguintes palavras, em Mateus 5:21-22: 'Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu em juízo. Eu, porém, vos digo que, qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo, e, qualquer que chamar a seu irmão de raça [mentecapto] será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno'.
8. Nosso Senhor aqui classifica, como assassínio, mesmo aquela raiva que tem nenhum outro pai que o coração; que não se mostra, através da indelicadeza exterior; não; não mais, do que uma palavra impetuosa.
'Quem quer que tenha raiva de seu irmão', de algum homem vivente, vendo que todos somos irmãos; quem quer que sinta alguma indelicadeza, em seu coração; algum temperamento contrário ao amor; quem quer que esteja raivoso, sem uma causa, sem uma causa suficiente, ou mais além do que aquela causa requeira, 'correrá o risco de julgamento', de, naquele momento, ser réu para o juízo justo de DEUS.
Mas quem não se inclinaria a preferir ler aquelas cópias que omitem a palavra que significa 'sem uma causa'?. Ela não é inteiramente supérflua? Já que, se a raiva para com as pessoas é um temperamento contrário ao amor, como pode existir uma causa, uma causa suficiente para ela, -- alguma que irá justificá-la, aos olhos de DEUS?
Esta causa seria a raiva ao pecado. Neste sentido, nós podemos estar raivosos, e ainda assim, não estaremos pecando. Neste sentido, o próprio nosso Senhor uma vez, registrou ter estado raivoso: 'Ele olhou a todos, em sua volta, com raiva, afligido por causa da dureza de seus corações'. Ele estava angustiado, diante dos pecados, e com raiva, por causa dele. E isto é, sem dúvida, correto diante de DEUS.
9. 'E qualquer que diga para seu irmão, raca'; -- quem quer que dê motivo para a raiva, como proferir alguma palavra desdenhosa. Alguns comentaristas observam que raca é uma palavra Siríaca [da língua Aramaica] que significa propriamente: inútil, vão, tolo; de maneira que ela é uma expressão inofensiva que pode ser usada em direção a alguém, com quem estamos insatisfeitos. Mas, ainda assim, quem quer que a use, como nosso Senhor nos assegurou, 'será réu do Concílio'; antes, deverá ser réu nisto: Deverá estar sujeito a uma sentença mais severa do Juiz de toda a terra. O que vale é a intenção do coração, o ódio.
'Mas quem quer que diga, Tu, tolo'; -- quem quer que dê lugar ao diabo, como irromper injurioso, em uma linguagem intencionalmente vergonhosa e insultante, 'será réu no fogo do inferno'; será, naquele momento, capaz da mais alta condenação. Deverá ser observado que nosso Senhor descreve todos esses, como réus, para a punição capital. A primeira, por estrangulamento, usualmente infligida àqueles que foram condenados em uma das cortes inferiores; a segunda, por apedrejamento, que era frequentemente infligida àqueles que foram condenados pelo grande Concílio em Jerusalém; a terceira, condenação ao fogo, infligida apenas aos mais altos ofensores, no 'vale dos filhos de Hinom'; do qual aquela palavra é evidentemente tomada, e que nós traduzimos como 'inferno'.
10. E, considerando que os homens naturalmente imaginem que DEUS irá desculpar suas deficiências em alguns deveres, pela precisão deles em outros; nosso Senhor a seguir cuida de arrancar aquele pensamento vão da imaginação comum. Ele mostra que é impossível a algum pecador comutar com DEUS; que Ele não aceitará algum dever por outro; nem tomará parte da obediência, como obediência total. Ele nos adverte que realizar nosso dever para com DEUS não irá nos desculpar de nossa obrigação para com nosso próximo; aquelas obras de misericórdia, como elas são chamadas, estarão, tão longe, de nos recomendar a DEUS, como se estivéssemos em falta com o amor; muito ao contrário, que essa falta de amor fará com que todas essas obras sejam uma abominação para nosso Senhor.
'Por conseguinte, se tu trouxeres tua oferta ao altar, e lá, te lembrares de que teu irmão está contra ti', -- por causa de teu comportamento indelicado, em direção a ele, ou por tê-lo chamado de 'raca', ou 'tu, idiota; não pense que tua oferta irá reparar teu ódio, ou que ela irá encontrar alguma aceitação com DEUS, por quanto tempo tua consciência esteja suja com a culpa do pecado do qual tu não te arrependeste. 'Deixa lá tua oferta, diante do altar, e vá, no teu caminho; primeiro, reconciliar–te com teu irmão', (a fim de que tudo que é imposto a ti, seja reconciliado), e, então, vem e oferece a tua oferta'. (Mateus 5:23-24).
11. E que não haja demora, no que tão proximamente concerne a tua alma. 'Entra em acordo com teu adversário rapidamente'; -- agora; imediatamente; 'enquanto tu estás indo a ele'; se for possível, antes dele vir até ti; para que o adversário, a qualquer tempo, não te entregue ao juiz'; a fim de que ele não apele a DEUS; o Juiz de todos; e o Juiz entregue a ti ao oficial'; para Satanás, o executor da ira de DEUS; e 'tu sejas lançado na prisão'; no inferno, para que sejas reservado para o julgamento do grande dia: 'Verdadeiramente, digo a ti, tu não deverás, de modo algum, tornar-te conhecido, por isto, até que tu tenhas pago, até a última moeda'. Mas isto é impossível de tu fazeres sempre; vendo que tu não tens coisa alguma a pagar. Portanto, se tu já estás na prisão, a fumaça de teu tormento deverá 'elevar-se para sempre e sempre'.
12. Nesse meio tempo, 'os mansos deverão herdar a terra'. Tal é a insensata sabedoria mundana! O sábio do mundo os tem advertido, diversas vezes, -- que, se eles não se ressentirem de tal tratamento; se eles não se submeterem a serem assim maltratados, não haverá vida para eles sobre a terra; que eles nunca serão capazes de procurar as necessidades comuns da vida, nem se alegrarem por coisa alguma. Terra tem dois tempos - Terra presente (o judeu visa o milênio) e Céu, na Nova Terra e Novo Céu (o crente espera o arrebatamento para morar na Nova Jerusalém eternamente).
E o mais verdadeiro, -- supondo-se que não houvesse DEUS no mundo; ou supondo-se que ele não se preocupasse com os filhos dos homens: a não ser, 'quando DEUS surge ao julgamento, para auxiliar a todos os mansos sobre a terra', o quanto Ele não iria rir de toda essa sabedoria pagã, que ridiculariza e se transforma na ferocidade do homem em seu louvor!'. Ele toma um cuidado peculiar para provê-los com todas as coisas necessárias para a vida e religiosidade; Ele assegura a eles a provisão que tem feito, a despeito da força, fraude, ou malícia dos homens; e o que Ele assegura, Ele dá a eles abundantemente para desfrutar. É agradável a eles, seja pouco ou muito. Já que eles se conformaram a esperar com paciência; de maneira que eles verdadeiramente se conformaram com o que quer que DEUS possa dar a eles. Eles estão sempre contentes; sempre satisfeitos, com o que quer que tenham: e isto agrada a eles, porque agrada a DEUS: assim sendo, enquanto seus corações; seus desejos; a alegria deles está nos céus, deles se pode verdadeiramente dizer: 'herdarão a terra'.
13. Mas, parece haver ainda um significado, mais além, nessas palavras; a de que eles terão uma parte mais eminente na 'nova terra, onde habitará a retidão'; naquela herança, cuja descrição geral (e as particularidades, nós iremos saber, daqui em diante), através do que João nos deu no Capítulo Vigésimo de Apocalipse -
 
A visão judaica da terra herdada:
'E vi descer dos céus um anjo que tinha a chave do abismo, -- e ele prendeu o dragão, a velha serpente, -- e os encerrou por mil anos. – E eu vi as almas deles, que foram decapitados, para o testemunho de JESUS, e por causa da palavra de DEUS; e daqueles que não adoraram a Besta; nem sua imagem; nem receberam sua marca em suas testas, ou em suas mãos; e eles viveram e reinaram com CRISTO mim anos. Mas o restante dos mortos não tornou à vida, até que os mil anos tivessem terminado. Esta é a primeira ressurreição. Abençoado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes, a segunda morte não tem poder; eles serão os sacerdotes de DEUS e de CRISTO, e reinarão com ele mil anos'.(Apocalipse 20:1-6).
 
A visão cristã da terra herdada:
Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de DEUS; e os que morreram em CRISTO ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4:15-18
 
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Apocalipse 21:1
II
1. Nosso Senhor tem, até aqui, estado mais imediatamente ocupado, em remover os obstáculos da religião verdadeira. Tal como o orgulho, que é o primeiro e grande impedimento a toda religião, que é tirado fora, através da pobreza de espírito; tal como a leviandade e negligência, que impede alguma religião de criar raiz na alma, até que eles sejam removidos, através do murmurar santo; tal como a ira, impaciência, descontentamento, que são curados pela mansidão cristã. E, quando, alguma vez, esses empecilhos forem removidos, essas doenças pecaminosas da alma, que, continuamente, erguiam desejos falsos nela, e a preenchiam com apetites doentios, o apetite do espírito nascido dos céus retorna; ele que tem sede e fome de retidão: Assim sendo, 'bem-aventurados sejam aqueles que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados'.
2. Retidão, como foi observado antes, é a imagem de DEUS; a mente que estava em JESUS CRISTO. Ela é todo temperamento santo e divino em um; brotando do amor de DEUS, e terminando nele, como nosso Pai e Redentor, e o amor de todos os homens por sua causa.
3. 'Abençoados são os que têm fome e sede' disto: com o objetivo de entender completamente o que significa essa expressão, devemos observar:
1º. Que fome e sede são os mais fortes desejos de nossos apetites corpóreos. De igual maneira, é a sede na alma; essa sede, em busca da imagem de DEUS, que é o mais forte de todos os apetites espirituais, quando uma vez despertado no coração: Sim. Ela engloba tudo o mais, naquele único desejo, -- sermos renovados na imagem Dele que nos criou.
2º. Que, do momento em que começamos a sentir fome e sede, esses apetites não cessam, mas são, mais e mais, ardentes e importunos, até que possamos comer e beber, ou morrer. E, mesmo assim, do momento em que começamos a sentir fome e sede, em busca de toda a mente que estava em CRISTO, esses apetites espirituais não cessam, mas clamam em busca de seu alimento, com mais e mais importunidade; nem eles podem possivelmente cessar, antes que estejam satisfeitos, enquanto existir alguma vida espiritual restando.
3º. Que fome e sede só se satisfazem com carne e bebida. Se você der àquele que tem fome, o mundo todo; toda a elegância do vestuário; toda a pompa; todos os tesouros sobre a terra; sim, milhares de ouro e prata; se você pagar a ele com mais honra; -- ele se importará com nada disto. Todas essas coisas não terão, então, consideração com ele. Ele ainda dirá: 'Estas não são as coisas que desejo; dê-me o que comer, ou perecerei'. O mesmo acontece com cada alma que verdadeiramente tem fome e sede de justiça Ela não encontrará conforto, em coisa alguma, a não ser isto: Ela não estará satisfeita com coisa alguma. O que quer que lhe seja oferecido além, é pouco considerado: sejam riquezas, honra, prazer, ela ainda dirá: Não é isto que quero! Dá-me a salvação em JESUS CRISTO. Dá-me o ESPÍRITO SANTO. Dá-me o amor do PAI. Dá-me o fruto do ESPÍRITO, Dá-me os dons do ESPÍRITO SANTO. Dá-me a morada eterna com DEUS.
4. E é impossível satisfazer tal alma; uma alma que está sedenta de DEUS; do DEUS vivo; com o que o mundo relaciona religião; com o que eles consideram felicidade. A religião do mundo implica em três coisas:
Não causar dano; abster-se do pecado exterior; pelo menos, de tais como escândalo, roubo, furto, praguejamento comum, bebedeira:
Fazer o bem; aliviar o pobre; ser caridoso – como isto é chamado:
Usar os meios da graça; pelo menos, indo à igreja, e comparecendo à Ceia do Senhor.
Aqueles, nos quais estas três marcas são encontradas, são denominados, através do entendimento do mundo, homens religiosos. Mas isto tudo irá satisfazer aquele que tem sede de DEUS? Não! Isto tudo não significa alimento para sua alma. Ele necessita de uma religião de um tipo mais nobre; uma religião mais elevada e mais profunda do que esta. Ele não mais se alimenta dessa coisa formal, pobre e superficial, do que ele poderia 'preencher seu estômago com o vento leste'. A verdade é que ele está cuidadoso, em abster-se da mesma aparência do mal; ele está zeloso das boas obras; ele atende a todas as ordenanças de DEUS: Mas tudo isto não é o que ele almeja. Esta é apenas o exterior daquela religião, da qual ele tem fome. O conhecimento de DEUS, em JESUS CRISTO; 'a vida que está oculta com CRISTO em DEUS'; o estar 'uno com o Senhor, em um só ESPÍRITO'; o ter 'camaradagem com o Pai e o Filho'; o 'caminhar, na luz, como DEUS está na luz'; o estar 'purificado, assim como Ele é puro'; -- esta é a religião, a retidão, dos quais ele tem sede; e ele não poderá descansar, até que ele possa assim descansar em DEUS. O cristianismo é uma amizade íntima com JESUS.
"Tu procuras a paz neste mundo, Em prazeres que passam em vão, Mas, na última hora da vida, Eles não mais te satisfarão,
Meu amigo, hoje tu tens a escolha, Vida ou morte, qual vais aceitar? Amanhã pode ser muito tarde, Hoje CRISTO te quer libertar"
5. 'Bem-aventurados são eles que' assim 'têm sede de justiça; porque serão saciados'. Eles serão preenchidos com as coisas que eles almejam; mesmo com retidão e santidade verdadeira. DEUS irá satisfazê-los com as bênçãos de sua excelência, com a felicidade de sua escolha. Ele os alimentará com o pão dos céus. Com o maná de seu amor. Ele dará a eles de beber do seu prazer, de um rio em que eles nunca mais terão sede, a não ser, mais e mais da água da vida. E essa sede permanecerá para sempre. Só será saciada na eternidade.
6. Quem quer que tu sejas; a quem DEUS tem dado 'a fome e sede de retidão', clame a ele, para que nunca mais tu percas este dom inestimável; -- para que este apetite divino nunca possa cessar de ti. Mesmo que muitos te repreendam, e ofereçam a ti reter tua paz, não te preocupes com eles; sim; clama ainda mais: 'JESUS, Mestre, tenha misericórdia de mim. Que eu não possa viver; a não ser, sendo santo, como tu és santo!'. Não mais, 'gasta teu dinheiro, com aquilo que não é pão; teu trabalho, com o que não te satisfaz'. Tu esperas encontrar a felicidade na terra; -- encontrá-la, nas coisas do mundo? Ó, pisa em todos os teus prazeres, a despeito de tuas honras, considerando-nos esterco e refugo; -- todas as coisas que estão debaixo do sol; -- 'pela excelência do conhecimento de JESUS CRISTO', para a completa renovação de tua alma, na imagem de DEUS, de onde ela foi originalmente criada. Cuida de não extinguir essa fome e sede abençoada, por causa daquilo que o mundo chama de religião; a religião da forma, do espetáculo exterior, que deixa o coração ainda mais mundano e sensual do que nunca. Que ninguém possa satisfazer a ti, a não ser o poder da santidade; a não ser uma religião, que é espírito e vida; tu vivendo em DEUS, e DEUS em ti; -- o ser um habitante da eternidade; o entrar, através do sangue derramado, 'tirando o véu', e sentando-te 'em lugares celestiais com JESUS CRISTO'.
III
1. E, quanto mais eles são preenchidos com o amor de DEUS, mais ternamente eles irão se preocupar com aqueles que ainda estão sem DEUS no mundo; ainda mortos, em transgressões e pecados. Nem deve interessá-los que os outros percam sua recompensa. 'Bem-aventurados os misericordiosos; porque eles obterão misericórdia'.
A palavra usada por nosso Senhor implica mais imediatamente no compassivo; no bondoso de coração; naqueles que, muito longe de desprezar, sinceramente se afligem por aqueles que não estão famintos de DEUS.
Esta eminente parte do amor fraternal está aqui, através de uma figura comum, colocada para o todo; de modo que 'os misericordiosos, em seu sentido completo do termo, são aqueles que 'amam seus próximos como a si mesmos'.
2. Por causa da vasta importância desse amor, -- sem o que, 'embora falemos com a língua de homens e anjos; embora tenhamos o dom da profecia, e entendamos todos os mistérios, e todo o conhecimento; embora tenhamos toda a fé, capaz de remover montanhas; mesmo que demos todos os nossos bens para alimentar o pobre; e nossos corpos sejam queimados, de nada aproveitaria em nós', -- a sabedoria que DEUS tem nos dado, através de Paulo; um completo e particular relato dela; no que nós devemos mais claramente discernir quem são os misericordiosos, que deverão obter misericórdia.
3. 'Caridade', ou amor (como seria de se esperar, tivesse sido ela reproduzida, em seu sentido completo, já que se trata de uma palavra muito mais clara e menos ambígua); o amor ao nosso próximo, como CRISTO nos tem amado, 'nos suportado'; é paciente, para com todos os homens. Ele suporta toda a fraqueza, ignorância, erros, enfermidades; toda a obstinação e insignificância da fé dos filhos de DEUS; toda a malícia e maldade dos filhos do mundo. E sofre tudo isto, não apenas por um tempo, por um breve período, mas até o fim; ainda alimentando nosso inimigo, quando ele tem fome; se ele tem sede; ainda, dando-lhe água; assim, continuamente, 'empilhando carvões no fogo'; despejando amor, 'sobre sua cabeça'. Sigamos o amor, pois ele não falha.
4. E, em cada passo, em direção a esse objetivo desejável; o 'domínio do mal pelo bem'; o amor é 'crhsteuetai' (uma palavra difícil de ser traduzida). Ele é leve, moderado benigno. Ele se coloca muito distante da melancolia; de toda aspereza e acidez do espírito; e inspira imediatamente o sofredor, com a delicadeza mais amável, e a mais fervorosa e terna afeição.
5. Consequentemente, 'o amor não sente inveja': É impossível que ele possa sentir; ele é diretamente oposto àquele temperamento pernicioso. Aquele que tem essa afeição terna por todos, que sinceramente deseja todas as bênçãos temporais e espirituais; todas as coisas boas deste mundo, e do mundo que há de vir, a todas as almas que DEUS fez, não pode se afligir que Ele conceda algum bom dom a algum filho do homem. Se ele próprio recebeu o mesmo, ele não se aflige, mas regozija-se, que outro compartilhe do benefício comum. Se ele não recebeu, ele dá graças a DEUS que seu irmão, pelo menos, o tenha; e nisto, ele está mais feliz do que estaria se fosse consigo. E quanto maior é seu amor, mais ele se regozija pelas bênçãos a toda a humanidade; e mais ele remove todo tipo e grau de inveja, em direção a qualquer criatura.
6. 'O amor não trata com leviandade'; o que coincide com as palavras seguintes; mas, preferivelmente, (como a palavra propriamente significa), não é imprudente ou precipitado no julgamento; ele não irá precipitadamente condenar quem quer que seja. Ele não dará uma sentença severa, devido a visão superficial ou apressada das coisas: Ele primeiro pesa todas as evidências; particularmente aquelas que são trazidas em favor do acusado. Aquele que verdadeiramente ama seu próximo não é como a generalidade dos homens, que, mesmo nos casos de natureza mais precisa, 'vê pouco, presume muito, e precipita-se na conclusão'. Não: Ele procede com prudência e circunspeção; dando atenção a cada passo; concordando de boa-vontade com aquela regra dos antigos pagãos, (Ó, aonde os modernos cristãos irão se mostrar!) 'Eu estou tão longe de acreditar superficialmente, no que um homem diz contra outro, que não facilmente eu irei acreditar no que um homem diz contra si mesmo. Eu sempre permitirei a ele uma segunda opinião, e muitas vezes, mudar de ideia também'.
7. Segue-se que 'o amor não se envaidece'. Ele não se inclina ou faz com que algum homem 'pense mais altamente sobre si mesmo, do que deveria pensar', mas, antes, pondera com juízo: Sim. Ele reduz a alma ao pó. Ele destrói todos os altos conceitos; orgulho engendrado; e faz com que nos regozijemos de sermos nada; sermos poucos e vis; os mais desprezíveis dos homens; os servos de todos. Aqueles que estão 'cordialmente afeiçoados ao outro com amor fraternal', não pode, a não ser 'pela honra, preferir ao outro'. Aqueles que têm o mesmo amor estão em harmonia, e fazem, na humildade da mente, 'com que cada um estime ao outro, mais do que a si mesmos'.
8. 'Ele não se porta com indecência': Ele não é rude, ou de boa-vontade ofensivo a algum outro. Ele 'retribui a todos o que é justo; respeito a quem respeita; honra a quem honra'; cortesia, civilidade, humanidade a todo o mundo; em seus diversos níveis, 'reverenciando a todos os homens'. Um escritor recente define como boas maneiras; mais ainda, o mais alto nível dela, como cortesia, 'um desejo contínuo de agradar, aparecendo em todo o comportamento'. Mas se for assim, não existe alguém tão educado como um cristão, um amante de toda a humanidade; já que ele não pode deixar de almejar 'agradar a todos os homens, pelo bem de sua edificação': E esse desejo não pode ser oculto; ele necessariamente aparece, em todo o seu intercurso com outros homens. Já que seu 'amor não é hipócrita': Ele surge, em todas as suas ações e conversas; sim, e o constrange, embora sem fraude, 'a se tornar todas as coisas a todos os homens, se através de algum desses meios, ele pode salvar alguns'.
9. E, em se tornando todas as coisas a todos os homens, 'o amor não busca seus próprios interesses'. Em empenhar-se a agradar a todos os homens, o amante da humanidade não tem olho para suas vantagens temporais. Ele não almeja ao homem prata, ouro ou vestuário: Ele não deseja coisa alguma, a não ser a salvação de suas almas: Sim, em um sentido, pode-se dizer que ele não busca sua vantagem espiritual, mais do que a temporal; enquanto ele se dedica a salvar suas almas da morte, ele, como se diz, se esquece de si mesmo. Ele não pensa em si mesmo, por quanto tempo aquele zelo pela glória de DEUS o consome. Mais ainda; algumas vezes, devido ao seu muito amor, ele pode quase parecer desistir de si mesmo, da sua alma e do seu corpo; enquanto ele clama como Moisés, em (Êxodo 32:31-32): 'Ora, este povo pecou pecado grande, fazendo para si deuses de ouro; agora, pois, perdoa o pecado deles; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito'. Ou, como Paulo, em (Romanos 9:3) 'Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de CRISTO, por amor de meus irmãos, que são meus parentes, segundo a carne'.
10. Não é de se admirar que tal 'amor não se irrita' ou paroxunetai: Que se observe que a palavra, facilmente inserida de modo singular na tradução, não está no original: As palavras de Paulo são perfeitas. 'O amor não se irrita': Ele não se ofende à descortesia, em direção a quem quer que seja. De fato, oportunidades para isto irão frequentemente ocorrer; provocações exteriores de vários tipos; mas o amor não se rende à provocação; ele triunfa sobre tudo. Em todas as tentativas, ele olha para JESUS, e é mais que vencedor em seu amor.
Não é improvável que nossos tradutores inseriram aquela palavra, como se ela fosse, para desculpar o Apóstolo; que, como eles supuseram, poderia, do contrário, pareceria estar em falta com o mesmo amor que ele tão belamente descreve. Eles parecem ter suposto isto da frase em Atos dos Apóstolos; que está igualmente muito inadequadamente traduzida. Quando Paulo e Barnabé discordaram, com respeito a João, a tradução seguiu-se dessa forma: 'E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de DEUS, e passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas' (Atos 15:39).
Isto naturalmente induz o leitor a supor que eles estavam igualmente mordazes nisto; que Paulo, que está indubitavelmente certo, com respeito ao ponto em questão, (sendo completamente impróprio levar João com eles novamente, quem tinha desertado deles anteriormente), estava tão alterado quanto Barnabé, que deu tal prova de sua ira, que deixou a obra, pela qual ele tinha sido separado pelo ESPÍRITO SANTO. Mas o original não importa tal coisa; nem afirma que Paulo estava alterado afinal. Ele simplesmente diz, 'E houve uma veemência', um paroxismo de raiva; em consequência do que Barnabé deixou Paulo, pegou a João e seguiu seu caminho. Paulo, então, 'escolhe a Silas, e parte, sendo recomendado pelos irmãos para a graça de DEUS'; (o que não é dito com respeito a Barnabé); 'e segue através da Síria e Cilícia', como ele tinha proposto, 'confirmando as igrejas' . (Atos 15:39-41).
Mas, retornando....
11. O amor impede milhares de provocações que, do contrário, se ergueriam, porque ele não 'suspeita mal'. Realmente, o homem misericordioso não pode evitar saber muitas coisas que são ruins; ele não pode deixar de vê-las, por si mesmo, e ouvir delas, ele mesmo. Já que o amor não tira fora seus olhos, é impossível a ele não ver que tais coisas são feitas; nem tira fora seu entendimento, não mais do que seus sentidos, de maneira que ele não pode deixar de saber que elas são más. Por exemplo: quando ele vê um homem golpear seu próximo, ou o ouve blasfemar contra DEUS, ele não pode questionar a coisa feita, ou as palavras faladas, ou duvidar de que sejam pecaminosas. A palavra 'suspeitar' não se refere ao nosso ver e ouvir, ou aos primeiros e involuntários atos de nosso entendimento; mas à nossa disposição em pensar o que não precisamos; nossa dedução do mal, onde ele não aparece; ao nosso raciocínio concernente às coisas que não vemos; nossa suposição ao que nós não vemos, nem ouvimos. Isto é o que o amor verdadeiro absolutamente destrói. Ele rasga em pedaços; completamente, toda a ideia do desconhecido. Ele atira fora toda desconfiança; toda a maldade presumível; toda prontidão a acreditar no mal. Ele é franco, aberto, sem malícia; e, como ele não pode ocasionar, então, ele nem teme o mal.
12. 'Ele não folga com a iniquidade'; tão comum quanto isto seja, mesmo entre aqueles que testemunham o nome de CRISTO, e que têm escrúpulos, em não se regozijarem sobre seus inimigos, quando eles caem seja na desgraça, no erro, ou no pecado. De fato, quão dificilmente podem evitar isto, os que estão tão zelosamente atados a alguma parte! Quão difícil é para eles não se agradarem com qualquer falta que eles descobrem, naqueles da parte oposta, -- com alguma mancha real ou suposta, tanto em seus princípios, quanto em sua prática! Que defensor fervoroso de alguma causa é mais perspicaz do que esses? Sim; quem está tão sereno, para ser completamente livre? Quem não se regozija, quando seu adversário dá um passo em falso, o que ele pensa irá trazer vantagem a sua própria causa? Apenas o homem que verdadeiramente ama. Apenas ele chora, tanto sobre o pecado, quanto sobre a tolice de seu inimigo; não tendo prazer em ouvir, ou em repetir isto, mas, preferivelmente, deseja que ele possa ser esquecido para sempre.
13. Mas ele 'se regozija na verdade', onde quer que ela se encontre; na 'verdade que busca a santidade', que produz seus frutos próprios, santidade de coração e santidade de conversa. Ele se regozija se certificar que mesmos esses que se opõem a ele, se com respeito às opiniões, ou alguns pontos da prática, são, não obstante, amantes de DEUS, e em outros aspectos, irrepreensíveis. Ele fica feliz em ouvir falar bem deles, e fala tudo o que ele pode consistentemente com a verdade e a justiça. Realmente, o bem, em geral, é sua glória e alegria, em qualquer parte, espalhado, através da raça humana. Como um cidadão do mundo, ele clama por uma porção na felicidade de todos os habitantes dele. Porque ele é um homem, ele não está despreocupado com o bem-estar de qualquer homem; mas se alegra com o que quer que traga glória a DEUS, e promove a paz e boa-vontade entre os homens.
14. Este 'amor encobre todas as coisas': (assim, sem dúvida, 'suporta todas as coisas'): Porque um homem misericordioso não se regozija na iniquidade; nem de boa vontade faz menção disto. O que quer de mal que ele veja, ouça, ou saiba, ele, porém, se cala. Tanto quanto ele pode, sem tornar-se 'parceiro no pecado de outrem'. Onde quer, ou com quem quer que ele esteja, se ele vê alguma coisa que ele não aprova, isto não sai de sua boca; exceto para a pessoa a quem diz respeito, se, por acaso, ele pode ganhar um irmão. Ele está, muito longe, de fazer, das faltas ou falhas de outros, o assunto de sua conversa, já que do ausente ele nunca fala, afinal; a não ser, se ele puder falar bem. O fofoqueiro, o caluniador, o murmurador, o maledicente, é para ele como um assassino. Assim como ele cortaria a garganta de seu próximo, ele mataria sua reputação. Assim como ele pensaria em se divertir, ateando fogo na casa de seu próximo, ele 'distribuiria flechas a sua volta; tição e morte', dizendo, 'eu não estou praticando esporte?'.
Ele faz apenas uma exceção; algumas vezes, ele está convencido de que é para a glória de DEUS, ou (o que vem a ser o mesmo) o bem de seu próximo, que um mal não deva ser encoberto. Nesse caso, para o benefício do inocente, ele é constrangido a declarar o culpado. Mas, mesmo aqui:
1º. Ele não falará, afinal, até que o amor; o amor superior, o obrigue;
2º. Ele não fará isto, de uma visão geral confusa em fazer o bem, ou promover a glória de DEUS, mas de um sinal claro de alguma finalidade pessoal; algum bem determinado que ele persiga;
3º. Ainda assim, ele não pode falar, a menos que ele esteja completamente convencido de que esse mesmo meio é necessário para aquela finalidade; que a finalidade não pode ser respondida; pelo menos, não tão efetivamente, através de algum outro caminho;
4º. Ele, então, o faz, com a mais extrema tristeza e relutância; usando isto como um último e pior remédio; um remédio extremo, em um caso extremo; uma espécie de veneno, que nunca deverá ser usado, a não ser para expelir o veneno;
5º. Consequentemente, ele usa isto tão frugalmente quanto possível. E o faz com temor e tremor, a fim de que não transgrida a lei do amor, por falar demais; mais do que ele poderia ter feito, não falando, afinal.
15. O amor 'acredita em todas as coisas'. Ele está sempre disposto a pensar o melhor; a colocar a mais favorável construção sobre tudo. Ele está sempre pronto a acreditar, no que quer que possa tender ao proveito do caráter de alguém. Ele é facilmente convencido da inocência (o que ele sinceramente deseja), ou integridade de qualquer homem; ou, pelo menos, da sinceridade de seu arrependimento; se ele, uma vez, errou no seu caminho. Ele fica feliz em desculpar o que quer que seja inoportuno; a condenar o ofensor, tão pouco quanto possível; e a dar toda permissão para a fraqueza humana, que possa ser feita, sem trair a verdade de DEUS.
16. E quando ele não puder acreditar mais, então, o amor 'terá esperança, em todas as coisas'. Algum mal está relacionado a algum homem? O amor espera que a relação não seja verdadeira; que a coisa relacionada nunca tenha sido feita. É certo que ela foi? – 'Mas, talvez, não tenha sido feita, em tais circunstâncias, como está relatada; de maneira que, aceitando o fato, existe uma oportunidade de esperar que ela não seja tão ruim quanto está reproduzida'. A ação foi inegavelmente pecaminosa? O amor espera que a intenção não tenha sido tanto. Está claro que o objetivo foi pecaminoso também? – 'Ainda assim, ele não deveria brotar de um temperamento firme do coração, mas de um ímpeto de paixão, ou de alguma tentação veemente, que precipita o homem fora da compreensão de si mesmo'. E, mesmo quando não houver dúvida de que todas as ações, objetivos, e temperamentos são igualmente maus; ainda assim, o amor espera que DEUS estenda seu braço, e leve a si mesmo à vitória; e haverá 'alegria nos céus, por conta', deste 'único pecador que se arrepende, do que por causa de noventa e nove pessoas que não precisam de arrependimento'.
17. Por fim: Ele 'suporta todas as coisas'. Isto completa o caráter daquele que é verdadeiramente misericordioso. Ele não suporta apenas algumas; não muitas coisas apenas; nem a maioria; mas, absolutamente todas as coisas. O que quer que a injustiça, malícia, crueldade dos homens podem infligir, ele será capaz de suportar. Ele não considera coisa alguma intolerável; ele nunca diz de alguma coisa, 'Isto não pode ser suportado'. Não; ele não apenas faz, mas suporta todas as coisas, através de CRISTO, que o fortalece. E tudo o que ele suporta não destrói seu amor; não o enfraquece, por fim. É evidência contra tudo. É a chama que queima, mesmo no meio do grande abismo. 'Muitas águas não podem extinguir' o seu 'amor; nem pode a inundação sucumbi-lo'. Ele triunfa sobre tudo. Ele 'nunca falha', tanto no tempo, quanto na eternidade.
Assim deverá 'o misericordioso obter misericórdia'; não apenas, pela bênção de DEUS sobre todos os seus caminhos; por retribuir agora o amor que eles suportaram, por seus irmãos, milhares de vezes, em seus próprios peitos; mas, igualmente, pelo 'peso excessivo e eterno da glória', no 'reino preparado para eles, desde o começo do mundo'.
 
O amor nos levará a buscar os dons do ESPÍRITO SANTO para ajudar as pessoas a serem edificadas, consoladas, exortadas, libertas e curadas.
Quando formos arrebatados não mais teremos necessidade dos dons. No céu não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor;
E DEUS limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. Apocalipse 21:4
 
18. Por enquanto, você pode dizer, 'Ai de mim, que 'estou constrangido' a habitar com Mesech, e ter minha morada entre as tendas de Kedar!'. Você pode verter sua alma, e lamentar a perda do amor verdadeiro e genuíno na terra: Perdido, realmente! Você bem pode dizer, (mas não, em um sentido remoto): 'Veja como esses cristãos amam uns aos outros!'. Esses reinos cristãos, que estão dilacerando suas entranhas mutuamente; devastando uns aos outros, com o fogo e a espada! Esses exércitos cristãos que estão sendo enviados, aos milhares, rapidamente para o inferno! Essas nações cristãs que estão sendo tomadas pelo fogo; pelas contendas; partido contra partido; facção contra facção!
Essas cidades cristãs, onde o dolo e a fraude; opressão e iniquidade; sim, roubo e assassinato, não saem de suas ruas! Essas famílias cristãs, feitas em pedaços, pela cobiça, ciúme, ira, disputa doméstica, inumerável, interminável! Sim. E o que é mais terrível; o mais lamentável de tudo, essas igrejas cristãs! – Igrejas ('não diga isto, em Gath' -- mas, meu DEUS, como nós poderemos ocultar isto dos judeus, turcos ou dos pagãos?); que testemunhamos o nome de CRISTO, o Príncipe da Paz, promovendo guerra contínua uns com os outros! Que os pecadores convertidos, os queimam vivos! Que estão 'embriagados pelo sangue dos santos!' – Nós temos que sermos legítimos cristãos no amor e não na guerra.
Que ira; que contenda; que malícia; que amargura está em todos os lugares, encontradas, em meio delas; mesmo quando elas concordam nos princípios básicos, e apenas diferem em opiniões, ou em pormenores da religião! Quem segue em busca apenas das 'coisas que trazem paz; e das coisas onde nós podemos edificar o outro?'. Ó DEUS! Por quanto tempo ainda? Será que tua promessa irá falhar?
Não a tema, pequeno rebanho! Contra a esperança, acredite na esperança! É o bom prazer de seu Pai ainda renovar a face da terra. Certamente, todas as coisas chegarão ao fim, e os habitantes da terra deverão aprender a retidão. 'Nações não erguerão espadas contra nação; nem elas conhecerão a guerra mais'. 'As montanhas da casa do Senhor serão edificadas, no topo das montanhas'; e 'todos os reinos da terra tornar-se-ão os reinos de nosso DEUS'. 'Eles', então, 'não causarão dano, ou destruição, em todas as suas santas montanhas'; mas chamarão os 'seus muros de salvação, e seus portões de louvor'. Eles todos serão, sem mácula ou mancha; amando uns aos outros, como CRISTO nos tem amado – Sê tu parte dos primeiros frutos, se o tempo da colheita ainda não chegou. Tu amas a teu próximo como a ti mesmo? O Senhor DEUS preencherá teu coração com tal amor por cada alma, que tu estarás pronto a entregar tua vida, pela causa dele! A tua alma pode continuamente ser dominada pelo amor, consumindo cada temperamento indelicado e impuro, até que Ele te chame para a região do amor, para que reines com ele para sempre e sempre!
 
 
Sobre o Sermão do Monte – Parte III - John Wesley
 Na Terceira, estão as precauções contra as principais obstruções da religião, estritas com uma aplicação do todo. (Com adaptações, modificações e alterações do Pr. Henrique)
'Bem-aventurados os puros de coração: Porque eles verão a DEUS. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados de filhos de DEUS. Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque deles é reino dos céus, Bem-aventurados sóis vós, quando vos injuriarem, e perseguirem; e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Regozijem-se e alegrai-vos, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Porque assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vós'. (Mateus 5:8-12)
I
1. Quão excelentes coisas são faladas do amor de nosso próximo! Ele é 'o cumprimento da lei', 'a finalidade do mandamento'. Sem isto, tudo o que temos; tudo que fazemos; tudo que sofremos, não tem valor algum aos olhos de DEUS. A não ser o amor ao nosso próximo, que brota do amor de DEUS: Do contrário, ele mesmo de nada vale. Cabe a nós, portanto, examinarmos bem sobre que alicerce nosso amor ao próximo se sustenta; se ele é realmente construído em cima do amor de DEUS; se nós 'o amamos, porque Ele primeiro nos amou'; se nós somos puros de coração: porque este é a fundação a qual nunca deverá ser movida. 'Abençoados, os puros de coração; porque eles verão a DEUS!'.
2. 'Os puros de coração' são aqueles cujos corações DEUS tem 'purificado, assim como Ele é puro'; que são purificados, através da fé, no sangue de JESUS, de toda afeição profana; que, sendo, 'limpos de toda imundícia da carne e espírito; santidade perfeita no temor' amoroso 'de DEUS'. Eles são, pelo poder de sua graça, purificados do orgulho, através da mais profunda pobreza de espírito. Da ira, e de toda paixão indelicada ou turbulenta, através da humildade e gentileza. De todo desejo, a não ser o de agradar e alegrar a DEUS, para conhecer e amá-lo, mais e mais, através daquela fome e sede de retidão, que agora ocupa toda a sua alma: De maneira que, agora, eles amam ao Senhor seu DEUS com todo seu coração, com toda sua alma, mente e forças.
3. Mas quão pouco, essa pureza de coração tem sido cuidada, pelos falsos professores de todas as épocas! Eles têm ensinado os homens a absterem-se, mal e mal, de tais impurezas exteriores que DEUS tem proibido, através da aparência; mas elas não tocam o coração; e, por não se guardarem contra, em feito, encorajaram as corrupções interiores.
Um exemplo notável disto, nosso Senhor nos tem dado, nas seguintes palavras, em (Mateus 5:27) 'Ouvistes o que foi dito aos antigos: não cometerás adultério', e, em explicar isto, aqueles líderes cegos apenas insistiram que os homens se abstivessem dos pecados exteriores. 'Eu porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiça, já em seu coração, cometeu adultério contra ela'. (Mateus 5:28); já que DEUS requer a verdade, daquilo que está, no interior do homem: Ele inspeciona o coração, e experimenta as afeições; e, se você está inclinado à iniquidade com seu coração, o Senhor não irá ouvi-lo.
4. E DEUS não admite desculpa, para reter qualquer coisa que dê oportunidade para a impureza. Por conseguinte, 'se teu olho direito te escandalizar, arranca-o fora, e atira-o, para longe de ti. Pois é de maior proveito que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no inferno'. (Mateus 5:29). Se pessoas queridas a ti, como teu olho direito, derem uma oportunidade de, assim, escandalizares a DEUS, como estimulando desejos impuros em tua alma, sem demora, com toda veemência, afasta-te delas. 'E, se tua mão direita te escandalizar, corta-a, fora, e a atira para longe de ti; porque te é melhor que um dos seus membros se perca, que todo o teu corpo seja lançado no inferno'. (Mateus 5:30): Se alguém, que pareça ser tão necessário a ti, quanto a tua mão, for motivo do pecado, do desejo impuro; mesmo que ele nunca vá mais além do que teu coração; nunca se manifeste por palavra ou ação; constranja a ti mesmo a um rompimento inteiro e decisivo: tire-o fora de tua vida, num só golpe: e o entregue aos cuidados de DEUS. Qualquer perda, se de prazer, ou substância, ou amigos, é preferível a perder a tua alma.
Dois passos apenas não serão impróprios tomar, antes de tal separação absoluta e decisiva:
1º. Experimente que o espírito impuro seja expulso, através de jejum e oração; cuidadosamente, abstendo-se de toda ação, palavra, olhar, que você possa se certificar dê oportunidade ao mal;
2º. Se, por esses meios, você não for liberto, então, peça conselho a Ele que conhece a sua alma; ou, pelo menos, a alguém que tenha experiência, nos caminhos de DEUS, no tocante ao tempo, e a maneira de proceder àquela separação; mas não outorgue à carne e ao sangue, a fim de que 'não venha a se entregar a uma forte ilusão, por acreditar numa mentira'.
5. Nem pode o próprio casamento, santo e honrado quanto ele seja, ser usado como pretexto, para dar livre vazão aos nossos desejos. De fato, 'tem sido dito que, qualquer que repudie a sua esposa, que ele dê a ela carta de divórcio: E, então, tudo estará bem; embora ele não alegue causa, a não ser que ele não a ama, ou ama mais a uma outra. 'No entanto, eu digo que, quem quer que repudie sua mulher, exceto em caso de fornicação', (ou seja, adultério; a palavra 'porneia' significando 'falta de castidade', em geral; tanto sendo casado, como sendo solteiro) 'dará oportunidade a que ela cometa adultério', se ela se casar novamente: 'E qualquer que se casar com ela, que foi repudiada, cometerá adultério, também', conforme (Mateus 5:31-32).
Toda poligamia é claramente proibida nessas palavras, nas quais nosso Senhor declara expressamente que, qualquer mulher que tenha um marido vivo, se, se casar novamente, cometerá adultério. Por analogia, é adultério para qualquer homem que se casar novamente, por quanto tempo ele tenha uma esposa viva; sim, mesmo que ele seja divorciado; a menos que aquele divórcio tenha sido por causa de adultério: apenas neste caso, não existe escrita que o proíba de se casar novamente.
6. Tal é a pureza de coração que DEUS requer e opera naqueles que acreditam no Filho de seu amor. E 'abençoados sejam' os que são assim 'puros no coração; porque eles verão a DEUS'. Ele 'manifestará a si mesmo, junto a eles', não apenas 'como ele faz, para com o mundo', mas como ele nem sempre faz aos seus próprios filhos. Ele os abençoará com as mais claras comunicações de seu ESPÍRITO; a mais íntima 'camaradagem com o Pai e com o Filho'. Ele fará com que sua presença esteja continuamente diante deles, e a luz de seu semblante brilhe sobre eles. Esta é a incessante oração de seus corações: 'Eu implore a ti que me mostre a tua glória'; e eles têm a petição que pediram dele. Eles agora vêm a Ele, através da fé, (o véu da carne estando agora transparente); mesmo nas suas obras menores, e em tudo que os circunda; em tudo que DEUS tem criado e feito. Eles veem DEUS, nas alturas, e nas profundezas abaixo; eles veem a Ele sendo tudo em tudo. Os puros de coração vêm todas as coisas completas de DEUS. Eles veem a Ele no firmamento dos céus; na lua; caminhando no esplendor; no sol, quando se regozija como um gigante que segue seu curso. Eles veem a Ele 'fazendo das nuvens suas carruagens, e caminhando nas asas do vento'. Eles veem a DEUS 'preparando a chuva para a terra, e abençoando o crescimento dela; fornecendo grama para o gado; e vegetais para o uso do homem'. Eles veem o Criador de tudo, sabiamente governando a todos, e 'mantendo todas as coisas, através da palavra de seu poder'.
'Ó, Senhor, nosso Governador, quão excelente é teu nome em todo o mundo'.
7. Em todas as suas providências relacionadas a si mesmos, às suas almas ou corpos, os puros de coração veem mais particularmente a DEUS. Eles veem Sua mão sobre eles, sempre para o bem; dando a eles todas as coisas, no peso e na medida, numerando os cabelos de suas cabeças, e fazendo uma cerca, em volta deles, e de tudo o que eles têm, e dispondo todas as circunstâncias de suas vidas, de acordo com a profundidade de sua sabedoria e misericórdia.
8. Mas de uma maneira mais especial, eles veem DEUS em suas ordenanças. Se eles aparecem em uma grande congregação, para 'retribuir a Ele uma honra devida a Seu nome, e adorá-lo na beleza da santidade'; ou 'entrar em seus aposentos', e lá, derramarem seus corações diante de seu 'Pai que está em secreto'; se eles buscam os oráculos de DEUS, e ouvem os embaixadores de CRISTO proclamando as boas novas da salvação; ou, comendo daquele pão, e bebendo daquele cálice, 'anunciando sua morte, até que ele venha', nas nuvens dos céus; -- em todos esses seus caminhos apontados, eles encontram tal aproximação que não pode ser expressa. Eles veem a Ele, como se fosse, face a face, e 'falam com ele, como um homem fala com seu amigo'; -- uma preparação adequada para aquelas mansões acima, onde eles poderão vê-lo como Ele é.
9. Mas quão longe de ver DEUS, estão aqueles que têm ouvido 'o que foi dito aos antigos: não perjurarás; mas cumprirás teu juramento ao Senhor'. (Mateus 5:33), e o interpretado assim: Não perjurarás, quando tu jurares, através do Senhor Jeová. Tu 'cumprirás, junto ao Senhor' esses teus 'juramentos'; mas, assim como para outros juramentos, Ele não tomará conhecimento deles.
Assim os Fariseus ensinaram. Eles não apenas permitiram toda as maneiras de juramento, em conversas comuns; mas consideraram mesmo como perjuro uma coisa pequena, de maneira que eles não tinham jurado, através do peculiar nome de DEUS.
Mas nosso Senhor aqui proíbe absolutamente todo juramento comum, tanto quanto todo juramento falso; e mostra a atrocidade de ambos, através da mesma consideração terrível de que toda criatura está em DEUS, e ele está presente em todo lugar, em tudo, e sobre tudo. 'Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de DEUS' (Mateus 5:34); e, por conseguinte, isto é o mesmo que jurar, através Dele que se senta no trono dos céus: 'Nem jurarás pela terra; porque é o escabelo de seus pés' (Mateus 5:35); e ele está tão intimamente presente na terra, quanto no céu: 'Nem por Jerusalém; porque é a cidade do grande Rei'; e DEUS é bem conhecido em seus palácios. 'Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto' (Mateus 5:36); porque mesmo isto, é evidente, não te pertence, mas a DEUS; o único que pode dispor de tudo que há nos céus e terra. 'Seja, porém, o vosso falar', (Mateus 5:37); sua conversa; seu discurso um com o outro 'ser: Sim, sim; Não, Não'; uma afirmação ou negação sim e séria; 'porque o que passar disso, será de procedência maligna'; procedera do diabo, e é a marca de seus filhos. O jurar a respeito do futuro sempre é falso no homem porque ele não pode prever o futuro. Não sabe se poderá cumprir o juramento. Só DEUS pode prever o futuro.
10. Que nosso Senhor não proíbe aqui o 'jurar em julgamento e verdade', quando nós somos requeridos a assim fazê-lo, através de um Magistrado, pode aparecer:
1º. Quando da ocasião dessa parte de seu discurso, -- o abuso que ele estava aqui reprovando, -- era o do falso juramento e do juramento comum; sendo o jurar diante de um Magistrado uma coisa totalmente fora de questão.
2º. Das mesmas palavras onde ele forma a conclusão geral: 'Que sua comunicação', ou discurso, 'seja: Sim, sim; Não, não'.
3º. Do seu próprio exemplo; já que ele mesmo respondeu sob juramento, quando requerido pelo Magistrado. Quando o Alto Sacerdote disse junto a ele: 'Pelo DEUS vivo, conjuro-te que nos digas, se tu és o CRISTO, o Filho de DEUS'; JESUS imediatamente respondeu na afirmativa: 'Tu o dissestes'; (ou seja, a verdade); 'não obstante', (ou, antes, além disso), 'digo-vos que, em breve, vereis o Filho do Homem assentado á direita do Todo-Poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu'. (Mateus 26:63-64)
4º. Do exemplo de DEUS, mesmo o Pai, que 'Querendo mais abundantemente mostrar aos seus herdeiros da promessa a imutabilidade de seu conselho, confirmou-a com juramento'. (Hebreus 6:17).
5º. Do exemplo de Paulo, que nós acreditamos, tinha o ESPÍRITO de DEUS, e bem entendia o pensamento de seu Mestre, 'DEUS é minha testemunha', diz ele, aos Romanos, 'que eu, sem cessar, fiz menção sempre de vocês em minhas orações': (Romanos 1:9). Aos Coríntios, 'Invoco, porém a DEUS, por testemunha sobre a minha alma, que, para vos poupar, não tenho até agora ido a Corinto': (2 Cor. 1:23). E as Filipenses, 'Porque DEUS me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição a JESUS CRISTO'. (Fil. 1:8). Disto, aparece, inegavelmente que, se o Apóstolo conhecia o significado das palavras do Senhor, ele não proibira jurar, em ocasiões importantes, mesmo um ao outro. Quanto menos, diante de um Magistrado!
E, por fim, da afirmação do grande Apóstolo, concernente ao juramento solene em geral: (o que é impossível que ele pudesse ter mencionado, sem algum toque de vergonha, se seu Senhor tivesse proibido totalmente isto): 'Porque os homens certamente juram, por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda'. (Hebreus 6:16).
11. Mas a grande lição que nosso abençoado Senhor repisa aqui, e que Ele ilustra, através desse exemplo, é que DEUS está em todas as coisas, e que nós podemos ver o Criador no espelho de cada criatura; que nós podemos usar e olhar sobre nada, como estando separada de DEUS; o que, de fato, seria uma espécie de ateísmo prático; mas, com a verdadeira magnificência do pensamento, inspecionar céus e terra, e tudo o que nela há, como contida em DEUS, na concha de sua mão; quem, pela sua profunda presença os possui na existência; quem penetra e impulsiona a forma criada, e é, em um sentido verdadeiro, a alma do universo.
II
1. Assim sendo, nosso Senhor tem estado mais diretamente ocupado em ensinar a religião do coração. Ele tem mostrado o que os cristãos devem ser. Ele prossegue mostrando o que eles devem fazer também, -- como a santidade interior deve se inserir em nossa conversa exterior. 'Bem-aventurados', diz ele, 'são os pacificadores; porque eles serão chamados de filhos de DEUS'.
2. 'Os pacificadores': A palavra, nos escritos sagrados, implica toda maneira do bem; toda benção que se relaciona tanto com a alma, quanto com o corpo; com o tempo ou a eternidade. Desse modo, quando Paulo, nos documentos de suas Epístolas, deseja graça e paz aos Romanos ou aos Coríntios, é como se ele dissesse: 'Que vocês possam desfrutar de todas as bênçãos, espiritual e temporal; todas as boas coisas que DEUS tem preparado para aqueles que o amam, como um fruto do voluntário e desmerecedor amor e favor de DEUS'.
3. Daqui, nós podemos facilmente aprender, em que sentido ampliado, o termo 'pacificadores' deve ser entendido. Em seu significado literal, ele implica aqueles amantes de DEUS e homem, que detestam e abominam extremamente toda contenda e debate; toda divergência e contenção; e, consequentemente, trabalham com todas as suas forças, tanto para impedir esse fogo do inferno de ser acesso, quanto, quando ele está acesso, de expandir-se, ou, quando expandido, de se espalhar para mais longe. Eles se esforçam para acalmar os espíritos tempestuosos dos homens; para aquietar suas paixões turbulentas; para suavizar as mentes das partes opostas; e, se possível, reconciliá-las. Eles usam de todas as artimanhas inocentes, e empregam todas as suas forças, todos os talentos que DEUS lhes tem dado, tanto para preservar a paz, onde ela se encontra, como para restaurá-la, onde ela não está. É a alegria de seus corações promoverem, confirmarem, aumentarem, a boa-vontade mútua entre os homens; mas, mais especialmente, entre os filhos de DEUS; não obstante, distinto, através das coisas de menor importância; que, como eles têm todos 'um só Senhor, uma só fé'; como eles estão todos 'atraídos na única esperança de seus chamados', de maneira que eles possam todos 'caminhar merecedores da vocação, por meio da qual, foram chamados; com toda a humildade e submissão; com longanimidade; pacientes uns com os outros em amor; esforçando-se para manterem a unidade do ESPÍRITO nos laços da paz'.
4. Mas, na extensão completa da palavra, um 'pacificador' é alguém que, quando ele tem a oportunidade, 'faz o bem a todos os homens'; alguém que, estando preenchido com o amor a DEUS e a toda humanidade, não pode confinar as manifestações desse amor, à sua própria família, ou amigos, ou conhecidos, ou partido, ou aqueles de suas próprias opiniões, -- não, nem àqueles que são parceiros de igual fé preciosa; mas ultrapassa todos esses limites estreitos, para que ele possa fazer o bem a todos os homens; para que ele possa, de um modo ou de outro, manifestar seu amor a seu próximo e estranhos; amigos e inimigos. Ele faz o bem a eles todos, como se tivesse oportunidade, ou seja, em todas as ocasiões possíveis; 'compensando o tempo', com o objetivo de, nisto, 'aproveitar toda a oportunidade; propiciando cada hora; não perdendo o momento em que ele possa ser proveitoso a outro'. Ele faz o bem; não de uma espécie particular, mas o bem em geral, de todas as formas possíveis; empregando nisto todo seu talento, de todos os tipos; todos os seus poderes e faculdades do corpo e alma; toda sua fortuna; seus interesses; sua reputação; desejando, apenas, que, quando seu Senhor vier, Ele possa dizer: 'Bravo! Meu bom e fiel servo!'.
5. Ele pratica o bem, até a última gota de seu poder; igualmente, aos corpos de todos os homens. Ele se regozija em 'repartir seu pão com o faminto', e 'em cobrir o nu com uma peça de roupa'. Existe algum estranho? Ele o faz entrar, e o alivia, de acordo com suas necessidades. Alguém está doente ou na prisão? Ele o visita, e administra tais socorros, de acordo com o que mais precisa. E tudo isto ele faz, não, junto a homem; mas lembrando-se Dele que disse: 'Porquanto, o que você fizer ao mais simples destes meus irmãos, será a mim que você estará fazendo'.
6. O quanto ele se regozija, se ele pode fazer algum bem à alma de algum homem! Esse poder, de fato, pertence a DEUS. É Ele apenas que muda o coração, sem o que, todas as outras mudanças seriam mais frívolas do que a vaidade. Não obstante, agrada a Ele, que opera tudo em todos, ajudar o homem; principalmente, através do homem; para tornarem conhecidos seu próprio poder, benção e amor, por meio deles. Portanto, embora seja certo que a ajuda que é feita na terra, seja o próprio DEUS quem a faz; ainda assim, nenhum homem precisa, por isso, permanecer inútil em seu vinhedo. O pacificador não pode: Ele está sempre se ocupando nele, e é como um instrumento, nas mãos de DEUS, preparando o solo para seu Mestre usar, ou semeando as sementes do reino, ou regando o que já está semeado.
De acordo com a medida da graça que recebe, ele usa de toda diligência; tanto para reprovar o pecador grosseiro; para reclamar daqueles que se precipitam, para o caminho mais largo da destruição; quanto para 'fornecer luz àqueles que se sentam na escuridão', e estão prontos a 'perecer, por falta de conhecimento'; ou para 'auxiliar o fraco; erguer as mãos que estão abaixadas, e os joelhos débeis; ou para trazer de volta e curar aquele que estava incapacitado, ou estava fora do caminho. Nem ele é menos zeloso, ao confirmar aqueles que já estão se esforçando para entrar, pelo portão estreito; ao fortalecer aqueles que permanecem, a fim de que possam 'correr, perseverantes, a corrida que se coloca diante deles'; ao edificar, na fé mais santa deles, aqueles que sabem em quem eles têm acreditado, exortando-os a estimular o dom de DEUS, que está neles, para que, crescendo na graça diariamente, 'uma permissão possa ser dada a eles, abundantemente, no reino eterno de nosso Senhor e Salvador, JESUS CRISTO'.
7. 'Bem-aventurados' são estes que estão assim continuamente empregados na obra da fé e trabalho do amor; 'porque eles serão chamados', ou seja, eles deverão ser (um Hebraísmo comum) 'os filhos de DEUS'. DEUS deve estender junto a eles o ESPÍRITO de adoção; sim, deverá derramá-lo mais abundantemente em seus corações. Ele deverá abençoá-los com todas as bênçãos de seus filhos. Ele deverá reconhecê-los, como filhos, diante de anjos e homens; 'e, uma vez filhos, seus herdeiros; herdeiros de DEUS, e co-herdeiros com CRISTO'.
III
1. Alguém poderia imaginar que tal pessoa, como a que tem sido acima descrita, tão cheia de humildade genuína; tão impassivelmente séria; tão equilibrada e gentil; tão livre de todo objetivo egoísta; tão devotado a DEUS, e tal amante ativo dos homens, seria o preferido da humanidade. Mas nosso Senhor está mais familiarizado com a natureza humana, em seu estado presente. Ele, por conseguinte, conclui o caráter desse homem de DEUS, mostrando a ele o tratamento que ele deve esperar do mundo: 'Bem-aventurados', diz ele, 'são os que são perseguidos por causa da justiça; porque deles é o reino dos céus'.
2. Com o objetivo de entender isto, totalmente, Primeiro, vamos inquirir, quem são eles que são os perseguidos? E isto pode ser facilmente aprendido de Paulo:
(Gal. 4:29) 'Mas, como, então, aquele que era gerado, segundo a carne, perseguia o que o era, segundo o ESPÍRITO; assim, é também agora'.
(2 Tim. 3:12) 'Sim', diz o Apóstolo, 'também, todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições'.
(I João 3:13-14) O mesmo nós aprendemos, através de João: 'Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos aborrece. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte'. Como se ele tivesse dito: os irmãos, os cristãos, não podem ser amados, a não ser por aqueles que passaram da morte para a vida. E, mais expressamente, através de nosso Senhor em:
(João 15:18-20) 'Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, ele odeia a mim. Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes, eu vos escolhi do mundo, por isso, é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também perseguirão a vós'.
Através de todas essas Escrituras, aparecem, manifestadamente, aqueles que são os perseguidos; ou seja, os justos: Aqueles 'que são nascidos do ESPÍRITO'; 'todos que viverão divinamente em JESUS CRISTO'; aqueles que 'passaram da morte para a vida'; os que 'não são do mundo'; todos esses que são mansos e humildes de coração; que murmuram por DEUS; que têm fome de sua semelhança; todos os que amam a DEUS e seu próximo; e, que, por conseguinte, quando têm oportunidade, praticam o bem a todos os homens.
3. Em Segundo Lugar, se for inquirido, por que eles são perseguidos; a resposta é igualmente clara e óbvia: É 'por causa da justiça'; porque eles são justos; porque eles são nascidos do ESPÍRITO; porque eles 'irão viver divinamente em CRISTO JESUS'; porque eles 'não são do mundo'. O que quer que possa ser pretendida, esta é a causa real: se não fosse por isto, eles iriam nascer do mundo, e o mundo iria amar o que lhe pertence.
E eles são perseguidos:
Porque eles são pobres em espírito; ou seja, diz o mundo, 'serem pobres em espírito, significa, que suas almas são fracas, covardes; boas para coisa alguma; nada adequadas a viverem nele': --
E, porque eles murmuram: 'Eles são tais criaturas estúpidas, grosseiras, indolentes, prontas para fundar o espírito de qualquer um que os procure! Eles são meras cabeças mortas. Eles matam a alegria inocente; e danificam as sociedades onde quer que eles cheguem'. –
Porque eles são humildes: 'Eles são subjugados, tolos passivos, adequados exatamente para serem maltratados': --
Porque eles têm fome e sede de justiça: 'são uma parcela dos entusiastas histéricos; abrindo a boca atrás do que eles não sabem o que; não satisfeitos com a religião racional, mas enlouquecidos em busca de êxtase e sentimentos interiores:' –
Porque eles são misericordiosos e amam a todos; amam o mau e o ingrato: 'Eles estão encorajando todas as formas de maldade; mais ainda, tentando as pessoas a causarem dano, através da impunidade: e são homens que, devem ser temidos; têm as suas próprias religiões, ainda para buscarem; muito vagos, em seus princípios':
Porque eles são puros de coração': 'São criaturas sem caridade; que amaldiçoam todo o mundo; a não ser aqueles que são da sua própria estirpe! Patifes blasfemadores, que pretendem fazer de DEUS um mentiroso, estando sem pecado!' –
Acima de tudo, porque são pacificadores; porque eles aproveitam todas as oportunidades para praticarem o bem a todos os homens. Esta é a grande razão, porque eles são perseguidos, em todas as épocas; e assim será, até a restituição de todas as coisas. 'Se eles pudessem manter a religião deles, para si mesmos, isto seria tolerável: Mas é isto que está espalhando seus erros; infectando tanto outros; o que não poderá ser mais suportado. Eles causam tanto dano no mundo, que eles não deverão mais ser tolerados. É verdade que esses homens fazem algumas coisas bem feitas; eles aliviam alguns pobres; mas também isto é feito, apenas para ganhar mais adeptos; e, assim, de fato, causarem mais prejuízo!'.
Desta maneira, os homens do mundo sinceramente pensam e falam. E quanto mais o reino de DEUS prevalece; mais os pacificadores são capacitados a propagar a mansidão, humildade, e todos os outros temperamentos divinos; mais dano é causado, por conta deles: Consequentemente, quanto mais eles ficam enraivecidos contra os autores disto, mais veementemente eles os perseguem.
4. Em Terceiro Lugar, vamos inquirir, quem são aqueles que os perseguem? Paulo responde: 'Aqueles que são nascidos, segundo a carne': Todos os que não são 'nascidos do ESPÍRITO', ou, pelo menos, não estão desejosos de assim o serem; todos os que não trabalham para 'viverem divinamente em JESUS CRISTO'; todos os que 'não passaram da morte para a vida', e, consequentemente, não podem 'amar o irmão'; 'o mundo', ou seja, de acordo com o relato de nosso Salvador, aqueles que 'não conhecem a Ele que me enviou; que não conhecem a DEUS; ou mesmo o amor e redenção de DEUS, através do ensinamento de seu próprio ESPÍRITO'.
A razão é simples: o espírito que está no mundo, está diretamente em oposição ao ESPÍRITO que está em DEUS. E ele precisa estar, por conseguinte, para que aqueles que são do mundo estejam em oposição àqueles que são de DEUS. Existe o mais extremo antagonismo entre eles; em todas as suas opiniões; seus desejos; objetivos; e temperamentos. E, até aqui, o leopardo e a criança não podem se deitar juntos em paz. O orgulhoso, porque ele é orgulhoso, não pode deixar de perseguir o humilde; o leviano e animado, aqueles que murmuram: E, assim, em todos os outros tipos; a dessemelhança de disposição (onde não existe outra) sendo um alicerce perpétuo da inimizade. Portanto, seja apenas por esse motivo, todos os servos do diabo irão perseguir os filhos de DEUS.
5. Em Quarto Lugar, se for inquirido, como eles irão persegui-los, poderá ser respondido, de uma maneira geral, exatamente naquela forma e medida que o sábio disponente vê que será melhor para sua glória, -- irá inclinar mais ao crescimento de Seus filhos na graça, e o alargamento de seu próprio reino. Não existe uma ramificação do governo de DEUS do mundo que seja mais admirável do que este. Seus ouvidos nunca estão cansados para as ameaças do perseguidor; ou o clamor dos perseguidos. Seus olhos estão sempre abertos, e sua mão, sempre estendida para dirigir cada uma das menores circunstâncias. Quando a tempestade deverá começar; quão alto ela deverá se erguer; que caminho ela apontar seu curso; quando e como ela deverá terminar, tudo é determinado, através de Sua sabedoria infalível. O descrente é apenas uma espada Dele; um instrumento que Ele usa a seu prazer, e que, ela mesma, quando o gracioso fim de sua providência é respondido, é lançada no fogo.
Em alguns momentos raros, como quando o Cristianismo foi primeiramente plantado, e enquanto ele foi criando raiz na terra; como também, quando a doutrina pura de CRISTO começou a ser plantada novamente em nossa nação; DEUS permitiu que a tempestade se erguesse alto, e seus filhos fossem chamados para resistir com sangue. Existiu uma razão peculiar, porque eles sofreram isto, com respeito aos Apóstolos: para que a sua evidência pudesse ser a mais inquestionável. Mas, dos anais da igreja, nós aprendemos uma outra; uma razão muito diferente, do porquê eles sofreram perseguições pesadas, que se ergueram, no segundo e terceiro séculos; ou seja, porque 'o mistério da iniquidade operou' tão fortemente; por causa das corrupções monstruosas que, então, reinaram na igreja. Esses, DEUS puniu, e ao mesmo tempo, esforçou-se para curar, através daquelas severas, mas necessárias visitações.
Talvez, a mesma observação possa ser feita, com respeito à grande perseguição em nossa própria terra. DEUS tem tratado muito graciosamente nossa nação. Ele tem derramado várias bênçãos sobre nós: Ele nos tem dado paz, em casa, e além de nossas fronteiras. E, acima de tudo, ele tem feito com que a luz pura de seu evangelho se erguesse e brilhasse em meio de nós. Mas que retorno Ele tem encontrado? 'Ele procurou por retidão; mas encontrou um clamor! – um clamor de opressão e engano; de ambição e injustiça; de malícia, e fraude, e cobiça. Sim, o clamor daqueles que, mesmo então, morreram nas chamas, que entraram nos ouvidos do Senhor. Foi, então, que DEUS ergueu-se para manter sua própria causa, contra aqueles que asseguraram a verdade na injustiça. Assim, ele os entregou nas mãos de seus perseguidores; através de um julgamento misturado com misericórdia; uma aflição para punir; e, ainda assim, um remédio para curar, as graves apostasias de seu povo.
6. Mas raramente DEUS consente que a tempestade se erga tão alta, como tortura, morte, cativeiros ou prisão. Considerando que seus filhos são frequentemente chamados para suportar essas espécies mais leves de perseguição; eles frequentemente sofrem a desavença da parentela, -- e a perda de amigos que eram como suas próprias almas. Eles se certificam da verdade das palavras de seu Senhor (no que concerne ao evento, embora não ao objetivo de sua vinda): (Lucas 12:51) 'Cuidei vós que vim trazer paz à terra? Eu vos digo, não; mas, antes, dissensão'. E, disso, segue-se naturalmente a perda de negócio ou empreendimento, e, consequentemente de bens materiais. Mas todas essas circunstâncias, igualmente, estão debaixo da sábia direção de DEUS, que distribui proporcionalmente a todos o que é mais expediente para ele.
7. Mas a perseguição que atende a todos os filhos de DEUS é aquela que nosso Senhor descreve nas seguintes palavras: 'Bem-aventurados sóis vós, quando vos injuriarem, e perseguirem; e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa'. Isso não pode falhar; este é o mesmo emblema de nosso discipulado; é um dos selos de nosso chamado; é a porção certa requerida sobre todos os filhos de DEUS: Se nós não tivermos isto, nós seremos bastardos e não filhos. Direto, através da boa ou má reputação, se estende o único caminho para o reino. O manso de coração, o sério, o humilde, os amantes zelosos de DEUS e homem são os que têm boa reputação, em meio aos seus irmãos; mas os de má reputação para com o mundo, que os julga e os ameaça 'são como a sujeita e refugo de todas as coisas'.
8. De fato, alguns têm suposto que, diante da abundância dos gentios que devem vir, o escândalo da cruz irá cessar; que DEUS fará com que os cristãos sejam estimados e amados, mesmo por aqueles que estão ainda em seus pecados. Sim; e é certo que, mesmo agora, Ele, algumas vezes, interrompe temporariamente a contenda, tanto quanto a ferocidade dos homens; 'ele faz com que os inimigos dos homens estejam em paz consigo, por algum tempo, e dá a eles favor com seus mais amargos perseguidores'. Porém, colocando de lado esse caso singular, o escândalo da cruz, ainda, não está terminado; embora um homem ainda possa dizer, 'Se eu agradar a homens, eu não sou servo de CRISTO. Que nenhum homem, portanto, leve em consideração aquela sugestão prazerosa (prazerosa, sem dúvida, para a carne e sangue), de que os homens maus apenas fingem odiar, e desprezar aqueles que são bons; em vez disto, os amam e estimam em seus corações'. Não é assim: Eles podem empregá-los, algumas vezes; mas é para o próprio proveito deles. Eles podem colocar confiança neles; já que eles sabem que seus métodos não são como de outros homens. Mas, ainda assim, eles não os amam; exceto, na medida em que o ESPÍRITO de DEUS possa lutar com eles. As palavras de nosso Senhor são expressas: 'Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que lhe pertence; mas, porque vocês não são do mundo, por conseguinte, o mundo odeia vocês'. Sim, (colocando de lado as exceções que possam ser feitas, através da graça preventiva ou providência peculiar de DEUS), ele odeia a eles tão cordialmente e sinceramente, como sempre o fizeram para com seu Mestre.
9. Resta apenas inquirir: Como os filhos de DEUS devem se comportar com respeito à perseguição: Primeiro, eles não devem intencionalmente ou propositadamente trazê-la sobre si mesmos. Isto é contrário, tanto ao exemplo, quanto ao conselho de Nosso Senhor e todos seus Apóstolos, que nos ensinaram - a não apenas não a buscarmos, mas a evitarmo-la, tanto quanto nos seja possível, sem afligirmos nossa consciência; sem desistirmos de alguma parte daquela retidão, que nós devemos preferir diante da própria vida. Assim sendo, nosso Senhor expressamente diz: 'Quando eles o perseguirem nesta cidade, fuja para outra'; o que de fato, quando pode ser feito, é a mais irrepreensível maneira de evitar a perseguição.
10. Ainda assim, não pense que você pode sempre evitá-la; tanto por esse meio, quanto por outros. Sempre que aquela imaginação desocupada roubar, dentro de seu coração, faça-a voar, através daquela precaução severa: 'Lembrem-se do que eu disse a vocês: o servo não é maior do que seu Senhor. Se eles perseguiram a mim, certamente, irão perseguir a vocês'. 'Sejam sábios como serpentes, e inofensivos como pombas'. Mas isto irá abrigá-los da perseguição? Não; a menos que vocês sejam mais sábios do que seu Mestre, ou mais inocentes do que o Cordeiro de DEUS.
Nem desejem evitá-la; escaparem dela totalmente; porque, se vocês o fizerem, vocês não serão dele. Se vocês escapam da perseguição, vocês escapam da benção; da benção daqueles que são perseguidos, por causa da retidão. Se vocês não forem perseguidos por causa da retidão, vocês não poderão entrar no reino dos céus. 'Se nós sofremos com ele, nós devemos também reinar com ele. Mas, se nós os negamos, ele irá negar a nós'.
11. Mais do que isso, antes, 'regozijem-se e estejam excessivamente satisfeitos', quando os homens os perseguem por causa Dele; quando eles os perseguem, insultando a vocês, e dizendo 'todo o mal contra vocês, falsamente', o que eles não irão falhar em misturar com todo tipo de perseguição: Eles precisam difamar vocês, para desculparem a si mesmos: 'Porque assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vocês!' – aqueles que eram mais eminentemente santos no coração e vida; sim, e todo o justo que alguma vez existiu, desde o começo do mundo. Regozijem-se, porque, por essa marca, vocês também serão conhecidos, junto àqueles a quem pertencem. E, 'porque grande é o seu galardão no céu', -- a recompensa adquirida, através do sangue da aliança, e concedida livremente, na proporção de seus sofrimentos, tanto quanto da santidade do coração e vida de vocês. Estejam excessivamente satisfeitos; sabendo que 'essas aflições leves, que são apenas por algum momento, operam para vocês um peso muito maior e eterno na glória'.
12. Nesse meio tempo, não permita que a perseguição faça com que você saia do seu caminho de humildade e mansidão; de amor e beneficência. 'Ouvistes o que foi dito: olho por olho, dente por dente'.(Mateus 5:38), e seus miseráveis professores têm, desde então, permitido vingarem-se; retornarem o mal com o mal: 'Mas eu digo a vós, que não resistais ao mal': -- Não dessa forma; não o retornando dessa maneira. 'Mas, preferivelmente a isto, quando baterem em teu rosto, oferece-lhe a outra também. E, se algum homem quiser pleitear contigo, e tirar a tua vestimenta, larga-lhe também a capa. E, qualquer que vos obrigar a caminhar com ele uma milha, caminha com ele, duas'.
Permita que tua mansidão seja assim invencível. E teu amor seja adequado a isto. Dá a ele o que pediu a ti; e dele que obteve emprestado de ti, não pede de volta'. Apenas não dá o que pertence a outro homem, e que não seja teu. Por conseguinte:
Cuida de não deveres coisa alguma a homem algum: porque o que tu deves não te pertence, mas a outro homem.
Supre aqueles de tua própria casa: Isto também DEUS tem requerido de ti; e o que é necessário para sustentá-los na vida e religiosidade também não te pertence.
Então, dá ou faze empréstimo de tudo que restar, do dia a dia; de ano a ano. Apenas, primeiro, vendo que tu não podes dar ou emprestar a todos, contempla o lar com a fé. Ajuda principalmente aos fiéis.
13. A mansidão e amor que vocês devem sentir; a delicadeza que vocês devem mostrar a eles que os perseguem, por causa da retidão; nosso Senhor descreve, mais além, nos seguintes versos, em (Mateus 5:43), 'Vocês têm ouvido o que lhes disseram: Amem ao seu próximo; e odeiem ao seu inimigo'. DEUS, de fato, havia dito apenas a primeira parte: 'Vocês devem amar ao seu próximo': mas, os filhos do diabo acrescentaram a segunda: 'e odeiem ao seu inimigo': 'Mas eu digo a vocês':
'Amem aos seus inimigos': Vejam que vocês testemunhem uma boa-vontade terna, para com aqueles que têm um espírito mais amargo contra vocês; aqueles que desejam a vocês toda a forma de mal.
'Abençoem aqueles que os praguejam'. Alguns dos amargos de espírito irrompem em palavras ásperas contra vocês? Eles estão continuamente praguejando e reprovando vocês, quando vocês estão presentes, e dizendo 'toda forma de maldade contra vocês', quando estão ausentes? Tanto mais, preferivelmente, vocês devem abençoá-los: nas conversas com eles, usem de todo equilíbrio e delicadeza de linguagem. Reprovem-nos, sendo bons exemplos, diante deles; mostrando a eles como eles deveriam ter falado. E, ao falarem deles, digam tudo de bom que vocês puderem, sem violarem as regras da verdade e justiça.
'Faça o bem aos que os odeiam'. Que suas ações mostrem que vocês são tão verdadeiros no amor, quanto eles no ódio. Paguem o mal com o bem. 'Não sejam dominados pelo mal, mas dominem o mal, com o bem'.
Se vocês não puderem fazer mais coisa alguma, pelo menos, 'orem por eles que, acintosamente, usam vocês e os perseguem'. Vocês nunca deverão ser incapazes de fazerem isto; nem toda a malícia e violência deles poderão impedir vocês. Derramem suas almas a DEUS; não apenas por aqueles que fizeram isto uma vez, mas agora se arrependeram: --
Está é uma pequena coisa: 'E, se pecar contra ti, sete vezes no dia, e, sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: arrependo-me, perdoa-lhe' (Lucas 17:4); ou seja, se, depois de tantos relapsos, ele der a ti motivo para acreditares que ele está realmente e totalmente mudado; então, tu deverás perdoá-lo; de maneira a confiares nele; a colocá-lo em teu seio, como se ele nunca tivesse pecado contra ti, afinal: --
Mas ora; luta com DEUS, por aqueles que não se arrependeram; que agora maliciosamente usam a ti e te perseguem. E os perdoa; 'não até sete vezes; mas setenta vezes sete' (Mateus 18:22). Quer tenham se arrependido ou não; sim, embora eles parecem muito e muito distante disto; ainda assim, mostra a eles este exemplo de bondade: 'Para que possas ser filhos'; para que possas aprovar a ti mesmo, como filhos legítimos, 'do Pai que está nos céus', aquele que mostra Sua bondade, através de tais bênçãos, de que eles são capazes, mesmo aos seus mais intratáveis inimigos; 'aquele que faz o sol brilhar sobre o mal e o bom; e envia a chuva sobre o justo e o injusto'. 'Pois, se amares os que vos amam, que galardão tereis? Os publicanos não fazem também o mesmo? (Mateus 5:46) – os que não fingem ter alguma religião; os que vocês mesmos reconhecem que estão sem DEUS no mundo. 'E, se vocês saudarem'; mostrarem delicadeza, na palavra ou ação, para com 'seus irmãos', seus amigos, ou parentela, 'apenas; o que farão de mais?' – àqueles que não têm religião, afinal? 'Os publicanos não fazem o mesmo?' (Mateus 5:47). Mais do que isto, sejam um modelo melhor do que eles. Na paciência, na longanimidade; na misericórdia, na beneficência de toda espécie, para com todos; mesmo aos seus mais intratáveis perseguidores; 'sejam' cristãos, 'perfeitos', na maneira, embora não na proporção, 'como seu Pai, que está nos céus, é perfeito'. (Mateus 5:48).
IV
Observem o Cristianismo em sua forma nativa, como entregue, através de seu grande Autor! Esta é a religião legítima de JESUS CRISTO! Tal ele apresente àqueles cujos olhos estão abertos. Veja a imagem de DEUS, tanto quanto ela pode ser imitável pelo homem! Uma imagem feita pelas próprias mãos de DEUS: 'Observem, vocês, blasfemadores, e se admirem, e pereçam!' Ou, antes, maravilhem-se e adorem! Preferivelmente, clamem: 'Esta é a religião de JESUS de Nazaré? A religião que eu persegui! Que nunca mais eu seja achado em luta contra DEUS. Senhor, o que queres que eu te faça?'. Que beleza aparece no todo! Que justa simetria! Que exata proporção em cada parte! Quão desejável é a felicidade aqui descrita! Quão venerável; quão amorosa é a santidade. Este é o espírito da religião; a quinta essência dela. Esses são, de fato, os fundamentos do Cristianismo.
Ó, que nós não sejamos apenas ouvintes dele! – 'como um homem, olhando seu próprio rosto no espelho; e que segue seu caminho, diretamente, esquecendo-se da espécie de homem que ele era'. Mais ainda; que nós, firmemente, 'busquemos, essa lei perfeita de liberdade, e continuemos nela'. Que não descansemos, até que toda sua linha seja transcrita em nossos corações. Que vigiemos, e oremos, e acreditemos, e amemos, e 'esforcemo-nos para a maestria', até que cada parte dela possa aparecer em nossa alma; gravada lá, pelos dedos de DEUS; até que sejamos 'santos, como Ele, que nos tem chamado, é santo; perfeitos, como nosso Pai, que está nos céus, é perfeito'.
 
 
 
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 2º Trimestre de 2001
Título: Sermão do Monte — A transparência da vida cristã
Comentarista: Geremias do Couto
Lição 1: As Bem-aventuranças do Reino
Data: 1 de abril de 2001
 
TEXTO ÁUREO
“Bendito o Reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mc 11.10).
 
VERDADE PRÁTICA
Sermos súditos do Reino de DEUS implica empenharmo-nos resolutamente para viver o padrão ético de DEUS para o seu povo
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.1-12.
¹ E JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
² E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
³ Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
⁴ Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
⁵ Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
⁶ Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
⁷ Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
⁸ Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a DEUS;
⁹ Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de DEUS;
¹⁰ Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
¹¹ Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
¹² Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
 
 
PONTO DE CONTATO
Em que consiste o reino de DEUS? Quais são as leis desse reino? Que tipo de pessoa pertence a esse reino? Que fazer para entrar nesse reino? Com o propósito de responder essas indagações e estabelecer o padrão de conduta dos cidadãos do Reino, JESUS proferiu um discurso-chave popularmente conhecido como “o Sermão do Monte”.
Este sermão indica que a vida com CRISTO requer a substituição do nosso padrão de justiça pelo padrão de justiça de DEUS. JESUS ensinou que a felicidade por Ele oferecida não deve depender do que temos ou fazemos, mas do que somos; e não pode ser importada, mas precisa nascer da alma, do interior.
Podemos concluir, através desse magistral sermão que, se quisermos alcançar a felicidade nesta vida e a eternidade, não nos resta outra alternativa, senão, atentarmos para todos os sublimes ensinamentos do majestoso Filho de DEUS.
 
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Entender a importância do Sermão do Monte no contexto do Reino de DEUS;
Reconhecer que o único meio para viver o elevado padrão ético desejado por DEUS para o seu povo é a graça;
Valorizar as bem-aventuranças como o resultado de aceitarmos a condição para a maior posse de nossa vida: a posse de DEUS.
 
SÍNTESE TEXTUAL
Em seu ministério terreno, o Mestre pronunciou diversas mensagens que foram registradas pelos escritores sagrados, como a oração sacerdotal, o Sermão do Monte, as parábolas e os ensinos específicos tirados do cotidiano das pessoas da época. Através dessas mensagens JESUS nos trouxe os requisitos da cidadania celeste. Neste trimestre, estudaremos preciosas lições proferidas pelo Senhor JESUS no famoso Sermão do Monte.
Ao contrário do que muitos pensam, seguir a JESUS e submeter-se ao seu Reino não significa anular nossa vida pessoal, mas descobrir uma nova dimensão de vida; mais profunda, dinâmica e feliz.
 
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Trace uma linha no quadro de giz dividindo o espaço em duas partes. Do lado esquerdo, escreva as características das pessoas bem-aventuradas aos olhos de DEUS. Do lado direito, escreva as recompensas que essas pessoas receberão. Depois peça a seus alunos que associem as características dos bem-aventurados às recompensas a eles dispensadas.
Outra atividade:
Liste no quadro as oito bem-aventuranças proferidas por JESUS. Depois, convide oito alunos para irem ao quadro. Cada aluno deverá escolher uma das oito bem-aventuranças e discorrer sobre ela por 1 minuto. Ao cabo das apresentações, faça um comentário conduzindo à conclusão.
 
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Entre os sermões proferidos por CRISTO aos discípulos, o Sermão do Monte, como ficou conhecido, traduz de forma marcante e reveladora a essência e a natureza de sua doutrina. Teremos, neste trimestre, não só a oportunidade ímpar de conhecer ou recordar as suas vigas mestras, mas, acima de tudo, de procurar fazer desse ensino singular o ideal de vida de todos quantos desejam sinceramente praticar o cristianismo bíblico.
 
I. O CONTEXTO DO SERMÃO DO MONTE
1. O contexto geográfico. A maior parte do ministério de JESUS se desenvolveu ao norte de Israel, nas redondezas do mar da Galileia, região em que realizou, também, grande parte de seus portentosos milagres (ver Mt 4.23,24). Naquelas imediações está o Monte das bem-aventuranças, onde pregou o mais conhecido sermão de todos os tempos, no qual balizou os princípios gerais do Reino de DEUS.
2. O propósito do sermão. O Sermão do Monte é a síntese do ensino de CRISTO para o seu povo. Antes de a Igreja consolidar-se como agente do Reino de DEUS na terra (cf. At 8.12; 19.8; 20.25; 28.31), o Senhor tomou a iniciativa de descortinar ao núcleo apostólico, através desta primeira grande explanação pedagógica, as vigas mestras que constituem o modelo de vida cristã trazido pelo Reino de DEUS, isto é, a sua ética.
 
II. AS DIMENSÕES DAS BEM-AVENTURANÇAS
1. A dimensão presente. Tanto as bem-aventuranças quanto os demais princípios bíblicos do Sermão do Monte podem ser vistos sob dois ângulos: a dimensão presente e a dimensão escatológica. Ambos se interpõem e se completam. Há os que vinculam estes princípios apenas à manifestação futura do Reino de DEUS, como se não pudessem ser experimentados aqui e agora. Eles o fazem porque interpretam a expressão “reino dos céus”, utilizada por Mateus, e que aparece no Sermão do Monte, como referente ao reino milenial, o que excluiria a validade desses princípios para a época presente.
Mas, na verdade, comparando-se os sinóticos, verifica-se que “reino dos céus”, em determinadas passagens, equivale em Mateus à expressão “Reino de DEUS”. Compare os seguintes textos: Mt 3.1,2 e Mc 1.14,15; Mt 13.1-23 e Mc 4.1-20; Mt 13.31-58 e Lc 13.18-21. Ora, JESUS deixou claro que a chegada do Reino de DEUS é um ato presente na história (ver Mt 4.17). Portanto, se esta manifestação presente é uma verdade escriturística, não há como excluir desta era e situar apenas no futuro os ensinos éticos e as bênçãos proclamados no Sermão do Monte, entre as quais as bem-aventuranças.
2. A dimensão escatológica. Todavia, sob o ângulo escatológico, haverá um tempo em que o Reino de DEUS manifestar-se-á de forma física, como retrata Apocalipse 11.15, quando então esses princípios e as bênçãos decorrentes serão experimentados de modo perfeito e absoluto. Hoje, conhecemos em parte (1Co 13.9,10) e nos submetemos voluntariamente ao senhorio do “reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13), mas, quando as etapas finais do plano de DEUS tiverem seu cumprimento, seremos então introduzidos a essa nova dimensão do Reino em que poderemos viver em toda a plenitude e justiça a imagem perfeita de CRISTO (ver 1Jo 3.2).
3. A dimensão do compromisso. Mas as bem-aventuranças e os demais princípios do Sermão do Monte apontam também para a dimensão do compromisso. Este padrão ético constituído por DEUS para o seu povo, com o qual cada crente precisa estar comprometido, é o referencial que norteia a vida cristã.
Não se trata de legislação para ser cumprida nos moldes da lei mosaica, porque esta, apesar de revelar a transgressão, não foi suficiente para resgatar o homem de seu estado pecaminoso (ver Gl 3.24,25). Por outro lado, nenhum esforço humano é capaz de cumprir, por si mesmo, este elevado padrão de santidade exigido por DEUS.
O único e legítimo recurso que torna o crente apto a estar em condições de expressar em sua relatividade humana esses requisitos, quando as circunstâncias o exigem, é viver permanentemente sob a graça de DEUS em CRISTO.
 
III. O CAMINHO PARA AS BEM-AVENTURANÇAS
1. A importância do espírito despojado. A primeira das bem-aventuranças requer o despojamento de espírito (v.3). No grego, a ideia implica desenvolver a capacidade de esvaziar-se de todos os sentimentos que predispõem o homem a viver de forma egoísta. É não julgar-se autossuficiente, mas estar disposto a abrir mão de si mesmo pela promessa da recompensa vindoura (ver 1Co 4.16-18). Os “pobres de espírito” não vivem ansiosos, nem autoconfiantes, mas dependem sempre do Senhor, pela fé, pela oração, firmados nas promessas divinas e na esperança do “reino dos céus” na sua plenitude.
2. A força do quebrantamento. A segunda bem-aventurança nos leva ao quebrantamento (v.4). Aqui a ideia não é a da autocomiseração em que o indivíduo se entrega a um estado de lamúria pela própria sorte. Não é o lamento natural por alguma perda, nem a tristeza egocêntrica e invejosa por não ter alcançado o que outros já têm. Mas é quebrantar-se com “tristeza segundo DEUS” (2Co 7.10), em razão de seus próprios pecados, bem como tomar para si o sofrimento pelos pecados, maldades e injustiças dos homens que não conhecem a DEUS.
3. A busca da mansidão. Esta bem-aventurança ressalta a força da mansidão (v.5). Ela se contrapõe ao ódio, à violência e ao estilo agressivo das conquistas humanas. Parece um paradoxo, mas quando os de espírito brando despontam, inibem atitudes que poderiam desaguar em conflitos e tragédias.
4. A relevância da justiça. A quarta bem-aventurança revela que a justiça deve ser um profundo anseio de todo crente (v.6). “Fome e sede” são termos que denotam extrema necessidade. Tal qual o organismo faminto e sedento, o cristão não desfrutará da verdadeira calma e paz de espírito enquanto não sentir-se saciado da presença de DEUS, o que implica viver não só em retidão espiritual, mas em não conformar-se com as injustiças e opressões que prevalecem no mundo.
5. A prática da misericórdia. Quem experimenta esta bem-aventurança (v.7) é porque está em harmonia com as demais. Misericórdia é o ato de ser compassivo com o próximo em seu estado de carência espiritual, moral e social. Ora, só chega a este passo quem é capaz de esvaziar-se, quebrantar-se, ter um espírito brando e amar a justiça. Apenas estes conseguem ser misericordiosos. Em suas vidas aplicar-se-á a lei da semeadura e da colheita: por terem exercido a misericórdia, serão também por ela alcançados (cf. Gl 6.7).
6. O lugar da pureza. Convém lembrar que pureza de coração não se trata de algo apenas externo e aparente, unicamente com o fim de ser apreciado pelos homens, a exemplo dos fariseus, pois o termo “coração”, na Bíblia, traduz a ideia de centro da personalidade. Portanto, esta pureza só é verdadeira quando se realiza a partir do âmago do indivíduo (cf. 1Ts 5.23).
7. O peso da pacificação. Aquele que tem o coração purificado de segundas intenções age sempre com espírito pacífico. É a sétima bem-aventurança (v.9). Paz é ausência de guerra, conflitos e toda sorte de conturbações. Na Bíblia o termo paz abrange também o sentido de harmonia. Ora, o pecado é a fonte de todas as mazelas e hostilidade entre os homens. Isto significa que o exercício da pacificação é uma qualidade de quem já removeu de seu coração, mediante o sangue de JESUS, a causa de seus males pessoais (ver Rm 5.1) e pode, por isso mesmo, contribuir para que outros a removam de suas vidas.
8. A graça de ser perseguido pela causa do Senhor. Por último, há também uma bem-aventurança para os que são perseguidos por serem fiéis ao Senhor (vv.9,10). O compromisso com o evangelho não admite outra opção (ver Mt 6.24). Não há como ser amigo do mundo e, ao mesmo tempo, agradar a DEUS. Portanto, a possibilidade de o crente ser hostilizado por causa de sua fé é algo perfeitamente previsível na economia divina.
 
CONCLUSÃO
Mas qual é a grande felicidade — a bem-aventurança — quanto a essas nossas condições referidas por CRISTO que nos opõem ao modo de pensar e de agir do mundo? Nas palavras do escritor francês François Mauriac (como citado por Philip Yancey, O JESUS que eu nunca conheci), ela é o resultado de aceitarmos “a condição para um amor mais elevado — para a posse acima de todas as outras posses: a de DEUS. Sim, isso é o que está em jogo, e nada menos”.
 
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Bibliológico
“É natural supor que, depois do Mestre passar algum tempo pregando a aproximação do reino dos céus, surgissem entre os israelitas muitas perguntas: Quais são as leis desse reino? Qual a sua relação com a lei de Moisés? Esse novo Mestre veio destruir a lei? Que é necessário fazer para entrar nesse reino? Para responder a tais perguntas, e para expor plena e claramente o padrão de conduta exigido dos súditos do novo reino espiritual, CRISTO pregou o Sermão do Monte.
Havia também outra razão para o discurso: o povo devia compreender bem que o reino que JESUS pregava não era o reino esperado pelos israelitas; não seria um reino de encantos humanos, de conquistas carnais, baseado sobre uma vida de justiça da parte de todos os seus súditos.
O Sermão do Monte tem dupla aplicação: (1) literalmente incorporar-se-ão todas as leis do célebre discurso, na constituição do reino dos céus, estabelecido na terra. O Sermão do Monte transfere a ofensa do próprio ato para o motivo do ato (Mt 5.21). Nisso se descobre a causa de os judeus rejeitarem o reino. Tinham reduzido ‘a justiça’ a um cerimonialismo e em vez de esperar um reino como os profetas anunciavam, aguardavam meramente um reino de esplendor exterior. Os judeus nunca foram reprovados por esperarem um reino visível e poderoso na terra. (2) Há uma aplicação prática e preciosa do Sermão do Monte para nós, na dispensação da Igreja. Alguns crentes, para evitarem a responsabilidade de observar os preceitos do Sermão do Monte, insistem em que foi dado somente aos judeus. Ao findar o Sermão, JESUS declarou explicitamente que é para todos os que ouvem (Mt 7.24)” (Espada Cortante, CPAD, pp.395-396).
 
GLOSSÁRIO
Autocomiseração: Capacidade de ter piedade, pena, ou compaixão de si mesmo.
Balizar: Demarcar, delimitar.
Conturbação: Perturbação de ânimo.
Implicar: Envolver, importar, demandar, requerer.
Nortear: Dirigir, orientar, guiar.
Paradoxo: Espécie de contradição, ao menos na aparência.
Pleno: Completo, cheio, inteiro.
Portentoso: Maravilhoso, prodigioso, assombroso.
 
QUESTIONÁRIO
1. Em que região JESUS proferiu o Sermão do Monte?
R. Galileia.
2. Segundo o comentário, quais são as três dimensões do Sermão do Monte?
R. Dimensão presente, dimensão escatológica e dimensão do compromisso.
3. Que outra expressão bíblica é sinônimo de Reino de DEUS?
R. Reino dos céus.
4. Que meio o crente dispõe para viver o padrão ético desejado por DEUS?
R. A Graça de DEUS em CRISTO.
5. Que tipo de perseguição resulta em galardão nos céus?
R. Perseguição por amor a CRISTO.


COMENTÁRIOS ESPADA CORTANTE 1 - ORLANDO BOYER - CPAD
 
 
SUBSÍDIOS LIÇÃO 1 - REVISTA CPAD - 2TR22
SINÓPSE I - O Sermão do Monte está estruturado em cinco grandes discursos proferidos por JESUS CRISTO e tem como público-alvo todo crente que nasceu de novo.
SINÓPSE II - Cada bem-aventurança é um traço do caráter de quem vive os valores do Reino de DEUS.
SINÓPSE III - O Sermão do Monte esclarece que as bem-aventuranças são a verdadeira felicidade para quem nasceu de novo.
 
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP2
O Segredo da Felicidade
“A expressão ‘bem-aventurado’ oferece a chave para a verdadeira felicidade oferecida pelo Mestre. A palavra, no original grego, significa a bênção divina em contraste com a felicidade humana. Esta bem-aventurança descreve o estado de vidas em retidão: aqueles humildes, mansos, misericordiosos, puros de coração e pacíficos. JESUS ensina não depender a felicidade por Ele oferecida do que temos ou fazemos, mas do que somos; e não pode ser importada, mas precisa nascer da alma.
O mundo tem o seu próprio conceito de bem-aventurança, onde feliz é o homem forte, rico, popular e satisfeito consigo mesmo. Quando JESUS anunciou seu segredo, aquelas palavras soaram de forma estranha a muitas pessoas, pois descreviam um modo de viver que lhes parecia impraticável” (PEARLMAN, Myer. Mateus: O Evangelho do Grande Rei. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.30).
 
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ TOP3
“DONO DA MANEIRA COMO PENSAMOS
Como cristãos, temos de entregar a mente de forma que JESUS se torne o dono do modo como pensamos. Mas entregar a mente não significa que paramos de pensar. Nada disso. Os cristãos podem e devem estar entre as pessoas mais lógicas, racionais e intelectualmente curiosas do mundo. Lembre de que DEUS criou a mente, e ele espera que a usemos no máximo das nossas habilidades!
[...] Entregar a mente para CRISTO significa escolher JESUS como mentor ou mestre. Significa confiar na sua sabedoria como guia para a vida. Significa confiar que o modo como Ele entende e torna entendível o mundo é verdade, preciso e suficiente. Se você escolhe crer no que JESUS crê, ordenar a vida de acordo com os princípios que Ele ensina e oferecer a vida a serviço dEle, você está entregando a mente a CRISTO” (TOLER, Stan. Repense a Vida: Uma Dieta Incomparável para Renovar a Mente. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.26).
VOCABULÁRIO
Intelectiva: relativo ao intelecto, à inteligência; intelectual, mental.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a introdução do capítulo 5 de Mateus anuncia? A introdução do capítulo 5 de Mateus (os dois primeiros versículos) anuncia o título do Sermão do Monte.
2. Como podemos considerar os ensinos do Sermão do Monte? Os ensinos do Sermão do Monte podem ser considerados princípios esboçados por CRISTO que revelam a verdadeira característica do seu reino messiânico.
3. Qual o significado da expressão “Bem-aventurados”? A expressão “bem-aventurados” é um adjetivo plural grego, makarioi, que significa “felizes”. Essa expressão trata das qualidades presentes na vida dos que dependem de DEUS, estão sob seu domínio e soberania e seguem a JESUS com sinceridade.
4. O que podemos identificar no Evangelho de Mateus? No Evangelho de Mateus identificamos a chegada do Reino de DEUS e a pregação de JESUS a respeito do Evangelho do Reino (3.2; 4.17,23).
5. Com o que o Reino de DEUS é comparado na Bíblia? Na Bíblia, o Reino de DEUS é comparado a uma semente, a qual se desenvolve ao longo do tempo (Mc 4.26-29), de modo que podemos falar a respeito de um Reino presente (Mt 5.3; 12.28; 19.14) e de um futuro (Mt 7.21,22; 25.34).
 
 
 
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REVISTA NA ÍNTEGRA 

Lição 4, A IGREJA E O REINO DE DEUS, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
 
 
TEXTO ÁUREO
“[...] O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15)
 
 
VERDADE PRÁTICA
Pregar a mensagem do Reino de DEUS é uma importante missão da Igreja.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Sl 47.7 A universalidade do Reino de DEUS 
Terça – Is 43.15 O Reino de DEUS é de natureza teocrática
Quarta – Rm 14.17 O Reino de DEUS como realidade presente
Quinta – 1 Co 6.9,10 O Reino de DEUS como realidade futura
Sexta – Ef 1.10 A Igreja como manifestação do Reino de DEUS
Sábado – At 19.8 A pregação do Reino como missão da Igreja
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Marcos 1.14-17
14 - E, depois que João foi entregue à prisão, veio JESUS para a Galileia, pregando o evangelho do Reino de DEUS
15 - e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.
16 - E, andando junto ao mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
17 - E JESUS lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.
 
 
HINOS SUGERIDOS:  38, 410, 547 da Harpa Cristã
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Professor(a), a lição desta semana tem como finalidade apresentar a natureza universal do Reino de DEUS e a Igreja como parte integrante e representativa desse Reino no mundo. Nesse sentido, a Igreja faz parte da realidade presente do Reino de DEUS e, por conseguinte, fará parte também da realidade vindoura. 
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Relacionar a natureza do Reino de DEUS com a nação de Israel, bem como o seu propósito com a existência da Igreja; II) Apontar as dimensões do Reino de DEUS nas realidades presente e futura; III) Destacar a Igreja como projeto de DEUS e expressão de seu Reino na plenitude dos tempos. 
B) Motivação: Nosso Senhor afirmou que o Reino de DEUS não tem aparência visível como se estivesse localizado em uma posição geográfica. Antes, o Reino de DEUS, disse JESUS, está entre vocês (Lc 17.20, 21). Isso significa que a natureza do Reino é espiritual. Ele se manifesta por meio da justiça, paz e alegria do ESPÍRITO. A maior vitória do Reino de DEUS é sobre o pecado, a morte e Satanás. 
C) Sugestão de Método: Nesta lição, a classe aprenderá que há uma distinção entre Igreja e Reino de DEUS. Ambos possuem características específicas que estão presentes nas Escrituras Sagradas. Para estimular a participação dos alunos, elabore na lousa duas colunas. Em cada uma delas, com a ajuda da classe, relacione as características específicas da Igreja e do Reino de DEUS respectivamente. Ao final, ressalte que, nesta lição, vamos estudar com maiores detalhes que o Reino de DEUS é mais abrangente. A Igreja, porém, está inserida no Reino de DEUS.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Igreja tem a responsabilidade de transmitir a mensagem do Reino de DEUS ao mundo. Essa missão só pode ser alcançada a partir do testemunho vivo dos crentes, que coadune os ensinamentos da Palavra de DEUS com um estilo de vida que expresse a prática de boas obras.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Reino e a Vinda do Filho do Homem”, localizado depois do primeiro tópico, destaca a qualidade invisível do Reino de DEUS, porém, presente no que JESUS dizia e fazia; 2) O texto “JESUS Voltará”, ao final do terceiro tópico, destaca a importância do serviço cristão em prol do Reino de DEUS enquanto nosso Senhor não retorna para buscar a sua Igreja.
  
PALAVRA-CHAVE - Reino
  
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta DEUS como um rei (Sl 47.6; 52.7) que exerce o seu governo e domina sobre tudo o que há (Sl 22.28). Sobre o seu reino, governa soberanamente. Nesta lição, apresentaremos uma compreensão do Reino de DEUS a partir de sua natureza e da sua relação com a Igreja. Nesse aspecto, mostraremos o reino divino na sua dimensão universal e soberana, bem como sua realidade presente e futura. A Igreja é vista como parte desse reino e, por isso, DEUS a estabeleceu para viver, pregar e manifestar a vida do reino divino.
  
I – A NATUREZA DO REINO DE DEUS
1. O Reino de DEUS é universal
O salmista diz que “DEUS é o Rei de toda a terra” (Sl 47.7) e, da mesma forma, Daniel afirma que DEUS domina sobre o reino dos homens (Dn 4.25). Assim, as Escrituras revelam um importante aspecto da natureza do Reino de DEUS: a sua universalidade. DEUS é o Rei universal e, como tal, tem domínio absoluto sobre sua criação, sobre reinos e governos humanos, bem como sobre todas as hostes angelicais (Dn 4.35). Isso significa que nada nem ninguém está fora do seu domínio (Dn 2.21).
  
2. A soberania divina e os acontecimentos
 do mundo
Observamos que, embora o mundo siga o seu curso, DEUS não perdeu nem deixou de exercer domínio sobre ele, tampouco sobre o universo criado. Um DEUS que não tivesse o controle de tudo não seria DEUS. Isso não significa dizer que Ele seja a causa de tudo o que acontece no mundo. Significa que, embora os homens e, até mesmo o Diabo e seus demônios, tenham liberdade e permissão para agirem neste mundo, contudo, essas ações não se sobrepõem à soberania de DEUS. Assim DEUS domina sobre todos (Sl 103.19).
  
3. O Reino de DEUS, a nação de Israel e a
 Igreja
O Antigo Testamento revela que DEUS escolheu um povo, Israel, para reinar sobre ele e através dele em um governo soberano e teocrático. Quando Israel estava organizado em um regime tribal, DEUS reinava sobre ele (Nm 23.21), de forma soberana, exercendo o seu governo teocrático sobre seu antigo povo (Is 43.15). Israel, por isso, era um reino sacerdotal (Êx 19.5,6). Dessa forma, quando escolheu Israel, DEUS tinha o propósito de abençoar essa nação e, por meio dela, todos os povos (Gn 12.1-3; Is 45.21,22). Esse propósito se concretizou na pessoa de JESUS CRISTO, o Filho de Davi, que por intermédio de sua morte e ressurreição estabeleceu a Igreja (Ef 2.14; Gl 3.14; 4.28; 1 Pe 2.9). 
  
SINÓPSE I - As Escrituras Sagradas revelam a universalidade do Reino de DEUS, bem como o seu propósito específico para com Israel e a Igreja.
  
Auxílio Teológico - “O REINO E A VINDA DO FILHO DO HOMEM (Lc 17.20-37).
JESUS explica que o Reino de DEUS é distinto dos reinos com os quais os fariseus estão familiarizados. Sua vinda não corresponderá com sinais visíveis para que ninguém possa predizer o tempo exato de sua chegada. As pessoas entendem mal o caráter do Reino de DEUS, quando dizem: ‘Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali!’ Tais predições são arrogantes e mostram-se falsas e decepcionantes as pessoas persuadidas por elas (cf. At 1.6, 7).
JESUS afirma que a fase inicial do Reino não vem desse jeito; de fato, já veio (Lc 17.21). JESUS usa a palavra entos para descrever sua presença — palavra que significa ‘dentro’ de vocês ou ‘entre, no meio de’ vocês. JESUS está falando a fariseus, que sem dúvida o rejeitaram. Ele não diria que o reinado de DEUS está dentro dos corações deles. Contudo, o Reino é um fato histórico. JESUS quer dizer que o Reino está ‘entre vós’ — presente no que Ele faz e diz —, ainda que os fariseus permaneçam cegos diante dessa realidade (cf. Lc 11.20). Eles esperam ver sinais da vinda do Reino algum dia futuro. Mas não há necessidade de procurar sinais futuros da vinda do governo de DEUS. Hoje pode-se entrar nele, embora sua consumação final venha depois” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Vol. 1 – Mateus-Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.432).
  
II – A IGREJA E AS DIMENSÕES DO REINO DE DEUS
1. O Reino de DEUS como realidade
 presente 
Nos Evangelhos, vemos JESUS chamando a atenção para a dimensão presente do Reino de DEUS. Por exemplo, Mateus registra JESUS libertando e curando um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22). Esse fato extraordinário provocou o ciúme e a ira dos fariseus que o acusaram de fazer isso pelo poder de Belzebu (Mt 12.24). A resposta de JESUS foi reveladora: “Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, é conseguintemente chegado a vós o Reino de DEUS” (Mt 12.28). Nessas palavras do Senhor, vemos um aspecto importantíssimo na compreensão da identidade do Reino de DEUS: a sua realidade presente. Em outras palavras, com advento de JESUS, o Reino de DEUS já estava presente entre os homens. Nosso Senhor disse que o Reino de DEUS havia chegado (Mt 3.2). Logo, esse reino não é algo subjetivo, mas concreto, real.
  
2. Onde está o Reino de DEUS?
O Reino de DEUS como realidade presente não está relacionado ao espaço geográfico, mas com a presença de JESUS, pois onde a presença dEle está, o Reino de DEUS se manifesta (Lc 17.20,21). Em outras palavras, toda vez que pessoas são salvas (At 8.12), curadas e libertadas do poder do Diabo (At 8.6,7), o Reino de DEUS está presente (Rm 14.17; 1 Co 4.20). Ora, o Reino de DEUS estava presente no ministério de JESUS, pois Ele mesmo era a manifestação do reino, estava presente no ministério apostólico na Igreja Primitiva e, finalmente, está presente por intermédio da Igreja de CRISTO da presente era. 
  
3. O Reino de DEUS como realidade futura 
Assim como o Reino de DEUS possui uma dimensão presente, ele também possui uma dimensão futura. Esse é o aspecto escatológico do Reino de DEUS. Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo destaca os tipos de pessoas que ficariam de fora desse reino vindouro (1 Co 6.9,10). Embora o Reino de DEUS seja uma realidade presente hoje e mesmo sendo possível já experimentá-la agora (Hb 6.5), contudo, ele se manifestará na sua plenitude na era vindoura (Mt 13.49). O Milênio, o reinado de mil anos sobre a Terra, faz parte dessa dimensão futura do Reino de DEUS (Ap 20.1-5).
  
SINÓPSE II - O Reino de DEUS possui uma dimensão presente, mas ele também possui uma dimensão futura, ou seja, escatológica.
  
III – A IGREJA NO CONTEXTO DO REINO
 DE DEUS
1. A distinção entre Igreja e Reino de DEUS
Deve ser destacado que a Igreja faz parte do Reino de DEUS. Contudo, ela não é o Reino de DEUS em toda a sua expressão. O Reino de DEUS é mais amplo e envolve todo o povo de DEUS na Antiga bem como na Nova Aliança. A Igreja, mesmo inserida no contexto do reino, não existia no Antigo Testamento, todavia, o Reino de DEUS já existia no Antigo Pacto. Assim como debaixo do Antigo Pacto, em que Israel era a comunidade do reino (Êx 19.5,6), a Igreja é a comunidade do reino no Novo Pacto (1 Pe 2.9).
  
2. A Igreja expressa o Reino de DEUS
A Igreja foi idealizada e projetada por DEUS para ser a expressão de seu reino na plenitude dos tempos (Gl 4.4 cf. Ef 1.10). Ela não é um improviso de DEUS nem um remendo que Ele fez na história da salvação. Ela foi projetada e planejada, é a eleita de DEUS (Ef 1.4-6; 1 Pe 1.2). Isso significa que debaixo do Novo Pacto, DEUS deu à Igreja a missão de fazer conhecido o seu plano e projeto de salvação para a humanidade. É por intermédio dela que as insondáveis riquezas de CRISTO se tornaram conhecidas dos principados e potestades (Ef 3.10). Por meio da Igreja que o Reino de DEUS será conhecido na Terra.
  
3. A Igreja e a mensagem do Reino de
 DEUS
Pregar o Reino de DEUS é a importante missão da Igreja (At 19.8). Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo recordou que pregou a eles o Reino de DEUS (At 20.25). Quando já prisioneiro em Roma, vemos Paulo “pregando o Reino de DEUS” (At 28.31). Os novos na fé eram conscientizados da realidade do Reino de DEUS (At 14.22). O Reino de DEUS é a mensagem de esperança feita àqueles que o amam (Tg 2.5). Portanto, pregar a mensagem do reino é a missão da Igreja. Essa missão só é executada quando a igreja local possui uma visão de reino. Isso significa que a igreja sabe o que o Reino de DEUS é e que importância ele tem. Quando esse entendimento não é claro, então, a igreja local acaba saindo da sua rota e envereda por outros caminhos que a distanciam da sua missão, que é pregar a mensagem do Reino de DEUS. A esse respeito, JESUS foi bem claro em dizer que o seu “Reino não é deste mundo” (Jo 18.36).
  
SINÓPSE III - O Reino de DEUS é mais amplo e envolve todo o povo de DEUS em todas as épocas. A Igreja, porém, está inserida no Reino de DEUS.
  
Auxílio Teológico - JESUS VOLTARÁ
“O ensino sobre a Segunda Vinda de CRISTO também estimula o serviço cristão. Os crentes que ardentemente aguardam a volta de CRISTO, reavaliam constantemente as prioridades que lhes governam a maneira de viver. Sempre colocam, em primeiro lugar, o Reino de DEUS e a sua justiça. Não querem ser surpreendidos tendo as mãos vazias. Eles sabem que, um dia, todos teremos de comparecer ante o Tribunal de CRISTO. Por isso alertam constantemente seus parentes, amigos, conhecidos e os demais pecadores, a que estejam preparados à vinda do Senhor (Mt 24.45,46; Lc 19.13 e 2 Co 5.10, 11).
Mas como JESUS voltará? Ele voltará pessoalmente (Jo 14.3; 21.20-23; At 1.11) e de forma inesperada (Mt 24.32-51; Mc 13.33-37). Ele voltará em glória (Mt 16.27; 19.28 e Lc 19.11-27) e de maneira visível como o anunciou o anjo à multidão no monte da Ascensão: ‘Esse JESUS, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir’ (At 1.11). O retorno real, visível e literal do Senhor JESUS CRISTO a esta terra, exclui qualquer interpretação espiritualizada, como se a sua vinda tivesse ocorrido quando da descida do ESPÍRITO no Pentecoste, ou quando da conversão de alguém, ou ainda por ocasião da morte do crente” (MENZIES, Willian W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 178).
  
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos um pouco mais sobre o Reino de DEUS. Como disse alguém, a Igreja não é idêntica ao Reino de DEUS, pois este é maior do que ela; todavia, a Igreja é o instrumento presente do reino e herdará o reino (2 Pe 1.11). Assim, o Reino de DEUS, em sua plenitude, ou na sua manifestação final, incluirá todos os crentes que professaram e professarão sua fé em CRISTO, o Filho de DEUS.
  
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é o importante aspecto da natureza do Reino de DEUS que as Escrituras revelam? A sua universalidade.
2. O que o Antigo Testamento revela quanto ao Reino de DEUS em relação a Israel?
O Antigo Testamento revela que DEUS escolheu um povo, Israel, para reinar sobre ele e através dele.
3. Qual é o aspecto importante destacado na lição, a respeito da identidade do Reino de DEUS? A sua realidade presente.
4. Além da dimensão presente do Reino de DEUS, qual é a outra dimensão abordada na lição? O Reino de DEUS também possui uma dimensão futura.
5. Explique a distinção entre a Igreja e o Reino de DEUS. A Igreja faz parte do Reino de DEUS. Contudo, ela não é o Reino de DEUS em toda a sua expressão. O Reino de DEUS é mais amplo e envolve todo o povo de DEUS na Antiga bem como na Nova Aliança.
  
VOCABULÁRIO
Advento: Aparecimento, chegada de alguém ou de algo.
Hostes: termo de origem latina que designa uma tropa ou um corpo de exército.