14 novembro 2025

Slides Lição 8, CPAD, Emoções e sentimentos — A batalha do equilíbrio interior, 4Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

 

























Escrita Lição 8, CPAD, Emoções e sentimentos — A batalha do equilíbrio interior, 4Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 8, CPAD, Emoções e sentimentos — A batalha do equilíbrio interior, 4Tr25,  Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS - 4º Trimestre de 2025
Título: ESPÍRITO, Alma e Corpo — A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de CRISTO - Comentarista: Silas Queiroz
 
ESBOÇO DA LIÇÃO
I. O HOMEM, UM SER AFETIVO
1. Propósitos do estudo       
2. Afetividade: emoções e sentimentos    
3. Principais afetos   
4. Inveja, ira e ódio     
II. EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA E CONTROLE
1. Reação e decisão     
2. Emoção e pecado    
3. O aspecto positivo das emoções     
II. SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS
1. A falsa autonomia humana    
2. Obediência, humildade e oração     

 

TEXTO ÁUREO

 “E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO JESUS.” (Fp 4.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 Acima de todo e qualquer método humano, devemos confiar em DEUS, único que pode nos dar a verdadeira paz e guardar nossos sentimentos.

 

LEITURA DIÁRIA

 Segunda — Lc 10.17-21 JESUS se alegrou no ESPÍRITO

 Terça — Gn 4.21 A música é uma das formas de expressão emocional

 Quarta — Nm 12.3; 16.15 Moisés, embora muito manso, teve momentos de ira

 Quinta — Nm 20.10-12 O descontrole de Moisés lhe trouxe grande prejuízo

 Sexta — 2Sm 13.1,2,14,15 O coração humano é sujeito às paixões perversas

 Sábado — Fp 2.1,2 O ESPÍRITO comunica sentimentos comuns

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 4.4-7; Mateus 9.36; João 11.35,36.

 Filipenses 4

4 — Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.

5 — Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.

6 — Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS, pela oração e súplicas, com ação de graças.

7 — E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO JESUS.

 Mateus 9

36 — E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor.

 João 11

35 — JESUS chorou.

36 — Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.

 

HINOS SUGERIDOS - 175, 182 e 299 da Harpa Cristã.

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – LIVROS, REVISTAS E GOOGLE

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Digo, porém: Andai em ESPÍRITO, e não cumprireis a concupiscência da carne.

Gálatas 5:16

Vivam pelo ESPÍRITO, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. A palavra traduzida por “vivam”,10 significa andar, comportar-se, conduzir a vida. O tempo verbal (presente) indica uma ação habitual, no sentido geral de “conduta de uma pessoa, ou seja, da realização de sua vida, é um termo que quase só Paulo e João utilizam”. Paulo aclara suas exortações com um conceito familiar às comunidades e que contém uma indicação de como pode ser praticado tal serviço de amor e liberdade: viver pelo ESPÍRITO. A palavra ESPÍRITO representa com o verbo viver o que caracteriza esta conduta. ESPÍRITO é o que possibilita ao homem tal comportamento ou sua causa. Assim, a expressão representa o fundamento e modo do comportamento.

Viver pelo ESPÍRITO é ser guiado no ESPÍRITO ou deixar-se guiar pelo ESPÍRITO. Quando Paulo exorta os gálatas a utilizarem para o amor, não quer dizer outra coisa, senão que eles deviam vivem a vida diária atendendo e escutando a voz do ESPÍRITO que os quer guiar. Precisamente este proceder tem a consequência e a promessa de que, se assim fizerem, não irão satisfazer as obras da carne.

De modo nenhum satisfarão os desejos da carne. A palavra epithumia, traduzida aqui por desejos é a concupiscência, o anelo de algo, o desejo por algo, a intenção etc. A palavra carne a determina como uma concupiscência egoísta. Certamente que a maioria das vezes epithumia é usada no sentido pejorativo, especialmente tratando-se dos desejos relacionados à carne. A Epístola aos Gálatas - Germano Soares (CPAD).

 

I. O HOMEM, UM SER AFETIVO

O homem é um ser afetivo - Por meio de um processo social de aprendizagem e influências culturais, os homens são ensinados a ser fortes e racionais, o que pode criar barreiras para expressar sentimentos, mas não elimina a sua capacidade inerente de ser afetivo. 

·        Influência cultural: A sociedade frequentemente impõe a ideia de que homens devem ser fortes e não demonstrar vulnerabilidade, o que inibe a manifestação de sentimentos, como medo e tristeza.

·        Barreiras para a expressão emocional: Esses estereótipos podem levar à repressão de sentimentos, dificultando o desenvolvimento de relações saudáveis e a comunicação de necessidades, medos e frustrações.

·        Formas alternativas de expressar afeto: Homens podem expressar afeto por meio de ações, já que tendem a regular emoções através de atitudes e não apenas de palavras.

 

1. Propósitos do estudo   

Os transtornos depressivos e de ansiedade estão entre os problemas de saúde mental que mais crescem no Brasil atualmente. O país já é líder mundial em casos de ansiedade e um dos primeiros em depressão, com dados recentes indicando um crescimento alarmante. 

Principais dados e tendências:

·        Liderança Mundial em Ansiedade: O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de transtornos de ansiedade, afetando aproximadamente 9,3% da população, o que equivale a cerca de 18,6 milhões de brasileiros.

·        Alta Prevalência de Depressão: O país também é um dos mais afetados pela depressão, sendo o quinto com maior prevalência global, com cerca de 12 milhões de pessoas sofrendo com a doença.

·        Aumento Pós-Pandemia: Houve um crescimento significativo nos casos de ansiedade e depressão durante e após a pandemia de COVID-19. Globalmente, a prevalência aumentou em 25%, e no Brasil, esse aumento foi perceptível, com o tema se tornando o principal problema de saúde do país na percepção popular.

·        Impacto no Trabalho: Os afastamentos do trabalho devido à ansiedade e depressão triplicaram em 10 anos no Brasil, totalizando mais de 307 mil casos em 2024, segundo o Ministério da Previdência.

·        Crescimento Contínuo: Dados de atendimentos ambulatoriais do SUS entre janeiro e outubro de 2024 mostram um aumento de 14,3% nos atendimentos relacionados à ansiedade em comparação com todo o ano de 2023, evidenciando que a tendência de crescimento se mantém. 

Diversos fatores contribuem para essa realidade, incluindo desigualdade social, violência urbana, pressão no ambiente de trabalho e falta de acesso a serviços de saúde mental adequados. 

 

2. Afetividade: emoções e sentimentos    

A afetividade engloba o humoremoções e sentimentos, mas se distingue deles. Emoções são respostas intensas, de curta duração e com reações fisiológicas, como o choro ou a taquicardia. Sentimentos são avaliações subjetivas e mais duradouras, que surgem a partir da interpretação das emoções, como o amor ou a felicidade. A afetividade é a capacidade geral de expressar esses estados internos e está ligada à formação humana. 

Emoções

·        Definição: Respostas súbitas e momentâneas a um estímulo.

·        Características: De curta duração e intensidade; vêm acompanhadas de reações físicas (ex: coração acelerado, aperto no peito).

·        Exemplo: O susto de um barulho alto que causa um sobressalto. 

Sentimentos

·        Definição: Processos mentais de avaliação e reflexão sobre as emoções.

·        Características: Mais duradouros e subjetivos, ou seja, são vivenciados internamente e podem ser nomeados.

·        Exemplo: A sensação de felicidade que surge ao interpretar a emoção de euforia. 

Afetividade

·        Definição: Termo abrangente para o conjunto de experiências afetivas (humor, emoções e sentimentos).

·        Características: É a capacidade de expressar esses estados, tanto fisicamente (mímica facial, tom de voz) quanto verbalmente. A afetividade é fundamental para a formação humana, influenciando o comportamento, o aprendizado e as relações sociais. 

 

 

3. Principais afetos   

Os principais afetos incluem emoções básicas como alegria, tristeza, raiva, medo, nojo e surpresa, além de afetos positivos (gratidão, amor) e negativos (inveja, ansiedade). Em psicologia, os afetos são a experiência subjacente de sentimentos, emoções e humores, que podem ser classificados em categorias como amplo, restrito, lábil ou inexpressivo. 

Afetos básicos

·        Alegría: Sensação de felicidade e contentamento.

·        Tristeza: Sentimento de infelicidade e desalento.

·        Raiva: Reação a algo que é percebido como injusto ou irritante.

·        Medo: Sensação de perigo ou ameaça.

·        Nojo: Reação de aversão a algo desagradável.

·        Surpresa: Reação inesperada a um evento. 

Outros tipos de afetos

·        Amplo: A pessoa sente e expressa uma gama variada de emoções de forma flexível.

·        Positivo: Sentimentos desejáveis, como alegria, gratidão e amor.

·        Negativo: Sentimentos indesejáveis, como medo, raiva e ansiedade.

·        Lábile: Mudanças emocionais rápidas e abruptas.

·        Restrito: Expressão emocional limitada.

·        Inexpressivo: Incapacidade de expressar emoções.

·        Ambivalente: Sentimentos conflitantes ou contraditórios.

·        Rígido: Expressão emocional com pouca variação. 

 

4. Inveja, ira e ódio     

Inveja, ira e ódio são emoções negativas que se manifestam de formas diferentes: a inveja é um sentimento de tristeza e frustração pelo que o outro tem, enquanto a ira é uma fúria e um desejo de vingança quando se sente injustiçado, e o ódio é uma aversão profunda e completa por alguém ou algo. 

Inveja

·        Definição: Um sentimento de dor psicológica causado pela comparação com o outro, associado ao desejo de possuir o que o outro tem ou de que o outro perca algo.

·        Características: É a tristeza pela felicidade alheia e se origina da frustração e da percepção de que se é inferior ou limitado em relação ao outro.

·        Exemplo: Sentir-se mal por uma conquista de um amigo porque você também queria ter alcançado o mesmo sucesso. 

Ira

·        Definição: Uma emoção intensa de hostilidade, aborrecimento ou fúria, que surge de uma sensação de injustiça ou de ter sido prejudicado.

·        Características: Pode levar ao desejo de vingança ou de prejudicar o outro. A ira pode ser destrutiva e pode se manifestar como um sentimento incontrolável.

·        Exemplo: Reagir com raiva e palavras duras a uma crítica ou uma ação que você considera injusta. 

Ódio

·        Definição: Um sentimento profundo de aversão, repulsa ou ódio por alguém ou alguma coisa, sem nenhum outro tom.

·        Características: É uma emoção mais intensa e completa que o desprezo e está associada a uma forte hostilidade. O ódio pode levar a um desejo de prejudicar ou destruir o alvo do ódio.

·        Exemplo: Desejar que uma pessoa que você odeia perca tudo o que tem, sem sentir empatia por ela.

 

II. EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA E CONTROLE

As emoções são experiências complexas que envolvem aspectos subjetivos, fisiológicos e comportamentais. A experiência emocional é o conhecimento direto desses fatos e sentimentos, enquanto o controle emocional não é a supressão, mas sim a capacidade de compreender e gerenciar essas experiências para agir de forma mais consciente e equilibrada. Para gerenciar emoções, é fundamental a autoconsciência, a capacidade de respirar para se acalmar, a responsabilidade emocional para aceitar os sentimentos sem negá-los e a reflexão sobre os gatilhos e as histórias que nossas emoções contam. 

Experiência emocional

·        Definição: É uma experiência subjetiva e complexa que envolve a percepção de um estado psicológico.

·        Componentes: Inclui uma experiência subjetiva (o sentimento), uma resposta fisiológica (reações no corpo) e uma resposta comportamental (a ação que tomamos).

·        Origem: As emoções se originam no cérebro e são processadas de forma rápida e integrada, gerando respostas automáticas a estímulos. 

Controle emocional

·        O que é: A capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções para agir de forma mais calculada e razoável, sem ser dominado por impulsos. Não significa não ter emoções, mas sim lidar com elas de maneira eficaz.

·        Por que é importante:

o   Melhora a saúde mental e o bem-estar.

o   Permite tomar decisões mais conscientes e calmas.

o   Melhora os relacionamentos interpessoais, pois permite uma comunicação mais clara e assertiva, além de maior empatia.

o   Reduz o estresse e a ansiedade.

·        Como praticar:

o   Acalme-se: Respire profundamente para diminuir a intensidade da emoção antes de tomar decisões.

o   Assuma a responsabilidade: Não lute contra os sentimentos, mas assuma o que está sentindo e busque soluções.

o   Reflita: Pergunte a si mesmo por que está se sentindo de determinada maneira e quais pensamentos ou gatilhos estão envolvidos.

o   Reframe pensamentos: Desafie pensamentos negativos ou distorcidos e substitua-os por outros mais realistas e positivos.

o   Fale consigo mesmo: Use o diálogo interno em segunda pessoa para se dirigir como se fosse um amigo.

o   Considere o tempo: Pense em como a situação será daqui a um dia, semana ou mês para ter uma perspectiva diferente. 

 

1. Reação e decisão

Reação é uma resposta automática e rápida a um estímulo simples, enquanto decisão é um processo de escolha mais complexo e reflexivo entre múltiplas opções. A reação muitas vezes é instintiva e imediata, baseada em poucos dados, enquanto a decisão envolve análise de riscos, benefícios e consequências, utilizando mais informações e cognição. 

Reação

·        Definição: Uma atitude ou resposta a um evento que requer pouca ou nenhuma análise.

·        Características:

o   Rápida e automática.

o   Frequentemente instintiva ou emocional.

o   Baseada em poucas informações ou no que é mais atraente no momento.

·        Exemplo: Desviar-se rapidamente de um objeto que cai, ou um atleta correr ao ouvir o tiro de partida. 

Decisão

·        Definição: O processo de escolher entre duas ou mais alternativas para resolver um problema ou alcançar um objetivo.

·        Características:

o   Processo cognitivo que envolve percepção, avaliação e ação.

o   Pode ser influenciada por lógica, emoções e vieses cognitivos.

o   Envolve um período de reflexão para considerar prós e contras.

·        Exemplo: Escolher qual faculdade seguir, ou qual estratégia adotar em uma negociação após analisar as variáveis envolvidas. 

Relação entre reação e decisão

·        A decisão pode ser informada por uma reação, mas uma boa decisão requer mais do que uma reação simples.

·        É importante diferenciar a reação instintiva, que pode ser impulsiva, da decisão intuitiva, que é baseada em experiência e conhecimento prévio.

·        Em situações de grande estresse, a capacidade de controlar a impulsividade e fazer uma decisão pensada, em vez de uma simples reação, é fundamental. 

 

2. Emoção e pecado 

Emoção e pecado estão interligados, pois as emoções em si não são o pecado, mas sim o ato de agir sobre elas de forma prejudicial e destrutiva, como raiva que leva ao ódio ou descontrole. A Bíblia ensina que as emoções são parte da natureza humana criada por DEUS, mas também aponta que o pecado afetou a capacidade de gerenciar essas emoções, que podem se tornar confiáveis apenas quando guiadas pela sabedoria e pela verdade, em vez de serem seguidas cegamente. 

Emoção não é pecado, mas a forma de agir sobre ela pode ser 

·        Sentimentos vs. Ações: Sentir-se com raiva, tristeza ou medo não é pecado. No entanto, agir sobre esses sentimentos de maneira que resulte em ódio, vingança ou outros atos destrutivos pode ser considerado pecado.

·        Controle e sabedoria: A sabedoria espiritual envolve aprender a gerenciar e governar as emoções, em vez de ser dominado por elas. É um sinal de maturidade emocional submeter os sentimentos à palavra de DEUS e à verdade, e não seguir o coração cegamente, como sugere Jeremias 17:9.

·        Exemplos bíblicos: A Bíblia mostra personagens como o Rei Davi, que expressava sua dor em salmos, ou JESUS, que chorou a morte de Lázaro, demonstrando que as emoções são humanas, mas que a forma como são vividas é importante. 

A influência do pecado nas emoções

·        Natureza afetada: O pecado original afetou a mente e o coração humanos, influenciando as emoções e as escolhas. Por isso, as emoções por si só não são confiáveis.

·        Antagonismo: Existe um conflito constante entre os desejos do corpo e o espírito, o que nos impede de fazer tudo o que queremos.

·        Desafios: É um desafio viver uma vida piedosa quando os sentimentos de raiva, inveja ou impaciência surgem, mas a vitória é possível através da graça e do autocontrole, orientados pela fé. 

Como lidar com as emoções à luz da fé

·        Perdão e amor: Em vez de ceder à raiva, é preciso buscar o perdão e o amor, como ensinado em Colossenses 3:13.

·        Submissão à fé: É necessário buscar orientação espiritual e emocional nas Escrituras para desenvolver o domínio próprio e superar ansiedade, estresse e tristeza.

·        Verdade e oração: A Bíblia sugere apresentar os pedidos a DEUS através da oração, e não se preocupar com nada, para que a paz de DEUS guarde o coração e a mente. 

  

3. O aspecto positivo das emoções 

O aspecto positivo das emoções é que elas trazem benefícios para a saúde mental e física, como melhoria do sistema imunológico, redução de riscos de doenças e fortalecimento dos relacionamentos. Emoções positivas também aumentam a criatividade, a produtividade e a motivação, impulsionando o desenvolvimento pessoal e profissional e ajudando a lidar com desafios de forma mais flexível. 

Benefícios para a saúde

·        Melhoria do sistema imunológico: Emoções positivas podem fortalecer as defesas do corpo.

·        Redução de riscos de doenças: Podem diminuir o risco de doenças cardíacas, depressão e ansiedade.

·        Aumento da longevidade: Indivíduos com emoções positivas tendem a ter uma vida mais longa. 

Benefícios cognitivos e emocionais

·        Aumento da criatividade e produtividade: Sentimentos positivos estimulam a capacidade de pensar e criar soluções novas.

·        Melhora na atenção e memória: Ajudam a aumentar o foco e a capacidade de reter informações.

·        Maior resiliência: Fortalecem a capacidade de lidar com situações adversas e de se recuperar de obstáculos. 

Benefícios sociais e profissionais

·        Fortalecimento de relacionamentos: Emoções positivas contribuem para interações sociais mais saudáveis e fortes.

·        Melhor desempenho profissional: Pessoas que sentem mais emoções positivas tendem a ter um melhor desempenho no trabalho.

·        Motivação e proatividade: Emoções como a alegria e a esperança inspiram e motivam a pessoa a agir e ousar mais. 

 

II. SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS

DEUS valoriza os sentimentos dos seres humanos, como compaixão, alegria e tristeza, e se importa com eles. A Bíblia sugere que, embora os sentimentos possam ser distorcidos pelo pecado, a paz de DEUS pode guardá-los. A forma de lidar com os sentimentos guardados é entregá-los a Ele, buscando sabedoria e orientação para que as emoções não governem a vida, mas sim a vontade divina. 

A importância dos sentimentos e a ação de DEUS

·        DEUS se importa: A Bíblia mostra que DEUS não é indiferente às nossas emoções; Ele expressou sentimentos como tristeza e compaixão, e orientou as pessoas com gentileza.

·        Validação: JESUS confortou os que choravam e compartilhou as alegrias dos outros, validando a expressão emocional.

·        A fé: A fé em DEUS nos dá forças para enfrentar as adversidades e ajuda a cultivar a paz e a esperança.

·        Oração: A oração é um meio de entregar a dor e o ressentimento a DEUS, buscando o Seu consolo e alívio para a sobrecarga emocional. 

Como guardar os sentimentos

·        Vigiar o coração: "Guarda o teu coração" (Provérbios 4:23) significa cuidar do interior, para que os sentimentos sejam guiados por DEUS, não pelo pecado.

·        Não deixar os sentimentos governarem: Embora seja saudável sentir, é preciso não deixar que as emoções imediatas guiem as decisões, permitindo que o poder de governar a vida esteja nas mãos de DEUS.

·        Buscar a paz: A paz de DEUS é descrita como o meio sobrenatural de guardar nossos corações e sentimentos.

·        Princípios sobre sentimentos: É preciso guiar a vida por princípios (a Palavra de DEUS) em vez de apenas pelos sentimentos momentâneos.

·        Entrega e confiança: Entregar os sentimentos a DEUS, confiar na Sua sabedoria e reconhecer que Ele sabe o que é melhor para nós, é fundamental.

 

1. A falsa autonomia humana    

A "falsa autonomia humana" é um conceito que descreve a ilusão de liberdade e independência em situações onde, na realidade, as escolhas e ações individuais são fortemente limitadas ou manipuladas por estruturas externas, como sistemas econômicos, tecnológicos ou relações de poder. 

Em vez de ser genuinamente autodeterminada (onde a pessoa age por suas próprias leis e vontade, como definido em filosofia e psicologia), essa "autonomia" é superficial. 

Contextos Comuns da "Falsa Autonomia"

·        Relações de Trabalho e a Uberização: Este é um dos exemplos mais proeminentes. Empregados de plataformas digitais (como motoristas de aplicativos e entregadores) são frequentemente descritos como "empreendedores" ou "parceiros", o que lhes daria autonomia para definir seus horários. No entanto, eles enfrentam longas jornadas, rendimentos insuficientes e a ausência de direitos trabalhistas (como férias e 13º salário). O controle, neste caso, é exercido por algoritmos, que ditam a lógica do trabalho contínuo, transformando a suposta liberdade em precarização e exploração algorítmica.

·        Ambiente Corporativo: Em algumas empresas, a "autonomia" é usada como um discurso para transferir responsabilidades e riscos para o funcionário, sem oferecer o suporte, as condições reais ou a segurança necessárias. A liberdade sem apoio pode se tornar abandono, gerando pressão e sentimento de fracasso quando o trabalhador não atinge expectativas irreais.

·        Tecnologia e Consumo: No ambiente digital, a autonomia decisional dos usuários pode ser ameaçada por "padrões obscuros" (dark patterns) e filtros de conteúdo personalizados (como a "bolha de filtro" ou filter bubble), que direcionam escolhas de consumo e opiniões, limitando o acesso a informações diversas e a uma tomada de decisão verdadeiramente livre. 

Consequência

A falsa autonomia cria uma ilusão de controle, mascarando a subordinação e a falta de garantias, o que pode levar ao adoecimento emocional e psicológico do indivíduo, além de impactar negativamente a dignidade humana e a justiça social. O debate sobre a falsa autonomia destaca a importância de criar condições reais para que a liberdade e a autodeterminação possam, de fato, existir. 

 

A ideia da "falsa autonomia humana sem DEUS" é um conceito teológico e filosófico que argumenta que a tentativa humana de ser completamente autônoma, ou seja, de governar a si mesma e encontrar sentido na vida independentemente de uma realidade divina, é, em última análise, ilusória ou insuficiente. 

Principais Perspectivas sobre a "Falsa Autonomia"

·        Busca por Sentido e Propósito: De uma perspectiva teológica, a vida sem DEUS carece de um significado fundamental, valor ou propósito último. A autonomia humana, nesse contexto, seria "falsa" porque, embora o ser humano tenha a capacidade de fazer escolhas (livre arbítrio), a ausência de um Criador ou de um plano divino torna essas escolhas e a própria existência, em um nível mais profundo, "absurdas" ou sem um referencial transcendente.

·        Dependência Fundamental: A autonomia é vista como falsa porque os seres humanos são vistos como fundamentalmente dependentes de DEUS para sua existência, segurança e orientação moral. A "autonomia legítima das coisas temporais" (como defendido em algumas visões teológicas) só é verdadeira quando reconhece essa dependência e vê a razão humana como uma participação na razão divina, e não como algo totalmente independente ou oposto a ela.

·        Vazio Existencial e Insegurança: A tentativa de viver "sem DEUS" pode levar a um sentimento de vazio, insegurança e fragilidade existencial. A autonomia, nesse caso, não traria a verdadeira liberdade e felicidade prometidas, mas sim uma condição de orfandade espiritual.

·        Moralidade e Ética: Argumenta-se que, sem um fundamento em proposições religiosas ou na lei divina, a moralidade e a ética podem perder sua base objetiva. A autonomia humana na definição de valores morais pode ser vista como insuficiente para estabelecer um sistema de valores universal e inquestionável. 

Em resumo, a noção de "falsa autonomia humana sem DEUS" sustenta que, embora os indivíduos possam buscar a independência, a verdadeira realização, sentido e segurança dependem, em última instância, de um relacionamento ou reconhecimento de uma realidade divina superior.

 

2. Obediência, humildade e oração     

Uma oração que combina obediência e humildade busca pedir a DEUS que retire o orgulho e a soberba, concedendo um coração manso e submisso à Sua vontade. Exemplos incluem orações que reconhecem as falhas e pedem força para obedecer aos mandamentos divinos, como a encontrada em Salmos 119:56-65 NTLH. 

Exemplo de advertências antes de orar:

Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Mateus 11:29

Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra. João 16:24

E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. João 16:23

Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:2,3

 

Outras formas de expressar obediência e humildade

·        Reconhecimento e pedido: 

Agradecer a DEUS por Sua bondade e reconhecer as próprias falhas e pecados, pedindo perdão e ajuda para mudar as atitudes. 

·        Salmos e versículos bíblicos: 

Meditar em passagens bíblicas como o Salmo 131, que fala sobre a humildade e a confiança em DEUS, ou o Salmo 119, que afirma que o dever do cristão é obedecer aos mandamentos de DEUS, como encontrado em Salmos 119:56-65 NTLH. 

·        Oração de submissão: 

Buscar uma oração que se submete a DEUS, reconhecendo Sua autoridade e renunciando ao controle sobre a própria vida.

 

TIPOS DE ORAÇÃO:

 

1-    ARREPENDIMENTO: 

(Confissão, Contrição) 2 Cr 6:27; 1 Jo 1:9; At 11:18; Jó 42:6; Ez 18:32; Mt 4:17; Lc 13:3,15:7

2-    AGRADECIMENTO: 

(Ação De Graças) Cl 3:15, 4:2; 1 Tm 2:1,2, 4:3,4; Ef 5:20; Fp 4:6; 2 Ts 1:3; Ap 7:12

3-    LOUVOR: 

(Pelo Que DEUS Fez, Faz E Fará) Sl 100:4; Sl 150:2,6; Sl 67:3; Hb 13:15; At 2:47; Ap 5:12, 19:5

4-    ADORAÇÃO: 

(Pelo Que DEUS É ) Sl 29:2; Ap 7:11,12; Jo 4:24; Sl 89:9; Sl 93 Todo

5-    PETIÇÃO: 

(Pedido Por Si Mesmo, COM SÚPLICA) Tg 4:3; 1 Tm 2:1; Lc 11:9; Jo 15:7; Fp 4:6 Vontade DEUS 1 Jo 5:14

6-    ENTREGA: 

(Lançamento, Transferência De Problemas) Lc 23:46; At 4:34; 1 Pe 5:7

7-    CONSAGRAÇÃO: 

(A Vontade De DEUS É Perfeita) Lc 22:42; At 4:29; 13:2

8-    INTERCESSÃO: 

(Orando Pelos Outros, Colocando-Se No Lugar De Outrem, Indo A DEUS A Favor De E Resistindo A Satanás Que Está Contra). É Um Encontro Com DEUS E Um Confronto Com Satanás.

A intercessão é tão importante que DEUS quando vai fazer algo que influencie o quotidiano humano, ELE primeiro fala aos seus servos na terra para que estes intercedam para que aconteça, caso seja bom, ou intercedam para que não aconteça, caso seja mau. (2 Rs 24.2; Jr 25.4; Jn ) Amós 3.7 = Certamente o Senhor JEOVÁ não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.
Exemplo: Quando DEUS quis destruir Sodoma e Gomorra primeiro falou com Abraão (Gn 18.17), quando DEUS quis destruir o povo hebreu, primeiro falou com Moisés (Ex 32.9,10), Quando quis enviar libertação do cativeiro primeiro falou com Daniel (Dn 9.2), quando quis castigar o povo de Israel primeiro falou com seus profetas (Jr 7.25; 11.7; Jr 25.4; 26.5; 29.19; 35.15; 44.4). Quando quis mandar o salvador, primeiro falou com os profetas (Dt 18.15; At 28.25; Hb 1.1). 

Note que ao pensar em destruir Sodoma e Gomorra, DEUS não se lembrou de Ló e sua família, mas de Abraão, porque Abraão era um Intercessor (Gn 19.29). 

Quando nosso filho, ou filha, ou mãe, ou pai, ou marido, ou esposa, ou parente, ou amigo, ou conhecido, ou desconhecido, qualquer pessoa estiver em perigo, DEUS recorrerá a nós para orarmos intercedendo, isso se nós estivermos ali na brecha (Ez 22.30), para interceder, ou seja estivermos prontos para orar costumeiramente todos os dias em favor daqueles que precisam de nossas orações.

VEJA Lc 13.1-9 = É por isso que às vezes cai um avião, ou outra catástrofe acontece e escapa uma pessoa só, ela tinha um intercessor orando por ela e os outro não.

 

Ez 22.30 E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.

Is 53:12; Jo 17:9; Rm 8:34; Hb 7:25; 1 Tm 2:1; 1 Sm 19:4, 25:24; Fm 10; Jó 9:32-35; Is 62:6, 59:16; Ez 22:30,31: Se Não Tiver Intercessor A Igreja Fecha

Exemplo De Abrahão: Gn 18:17, 19:29 – DE MOISÉS: Gn 32:10-14; 32:32, 33:18

 

HORÁRIO NOSSO de falar com DEUS E HORÁRIO DE DEUS falar conosco.

Podemos falar com DEUS a qualquer momento, porém DEUS tem seu horário para falar conosco – 4 vigília – entre 3 e 6 da manhã.

1-   18:00 às 21:00h

2-   21:00 às 24:00h

3-   00:00 às 03:00h

4-   03:00 às 06:00h

 

 Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos egípcios; embaraçou-lhes as rodas dos carros, e fê-los andar dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de diante de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios. Êxodo 14.24-25

“DEUS está no meio dela, não será abalada; DEUS a ajudará ao romper da manhã”.

Salmos 46:5

Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó SENHOR; pela manhã, me apresentarei a ti, e vigiarei. Salmos 5:3

Ó DEUS, tu és o meu DEUS; de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água

Salmos 63:1

Eu, porém, SENHOR, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.

Salmos 88:13

Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se JESUS para eles, andando por cima do mar. Mateus 14.25

E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a DEUS. Lucas 6:12

O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Hebreus 5:7

E Abraão levantou-se aquela mesma manhã de madrugada e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do SENHOR. Gênesis 19.27

E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um altar ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel; Êxodo 24.4

Então, ele lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantou-se Moisés pela manhã de madrugada e subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e tomou as duas tábuas de pedra na sua mão. Êxodo 34.4

Levantou-se, pois, Josué de madrugada, e partiram de Sitim, e vieram até ao Jordão, ele e todos os filhos de Israel, e pousaram ali antes que passassem.

Josué 3:1

No sétimo dia levantaram-se bem de madrugada, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam-na sete vezes. Josué 6:15

E assim sucedeu; porque, ao outro dia, se levantou de madrugada, e apertou o velo, e do orvalho do velo espremeu uma taça cheia de água. Juízes 6:38

Então, o rei Ezequias se levantou de madrugada, e ajuntou os maiorais da cidade, e subiu à Casa do SENHOR. 2 Crônicas 29:20

Jó 8.5 Mas, se tu de madrugada buscares a DEUS e ao Todo-poderoso pedires misericórdia, 6 se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti e restaurará a morada da tua justiça.

Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.

Provérbios 8:17

Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. Mateus 20:1

 

INIMIGOS DA ORAÇÃO

7 PRINCIPAIS

1- SATANÁS – Inimigo, adversário de tudo o que é bom.

2- MUNDO – Concupiscências – Desejos pecaminosos – prisão tecnológica.

3- OCUPAÇÕES – muita coisa para fazer e muitas até para DEUS, mas não temos tempo para o DEUS dessas obras.

4- NÓS MESMOS – Preguiça, Desânimo, incredulidade, Valorização da Oração.

5- TEMPO – Temos tempo para tudo, menos para DEUS.

6- ESPAÇO – Achamos lugar para colocar toda nossa mobília, mas não achamos espaço para orar em nossa casa.

7- PECADOS NÃO RESOLVIDOS E INIMIZADES. Falta de perdão. Acreditar no perdão de DEUS.

8- CANSAÇO – Dorme pouco, se alimenta mal, não faz nenhum exercício físico.

9- PRESSA – Não ter prazer na presença de DEUS.

10- INCREDULIDADE – Não acredita que DEUS ouve.

 

IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO – FAZER FUMAÇA

Altar de Incenso – Sacerdote colocava fogo para fazer fumaça e todo o tabernáculo ficar sem visão. Incensário levado para o santo dos santos para fazer mais fumaça e uma nuvem de fumaça encobrir o altar, a tampa do propiciatório. Não ver DEUS, mas ser visto por DEUS.

Incenso – orações dos santos.

Quanto mais fumaça menos visão de Satanás para as pessoas pelas quais estamos orando.

Vamos fazer fumaça para encobrir a nós mesmos e a nossos parentes, amigos, inimigos, países etc. Todos os que orarmos por eles.

 

Principal e mais perfeita oração – Em Línguas

AT - 11 Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo. 12 Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. 13 Assim, pois, a palavra do SENHOR lhes será mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali; para que vão, e caiam para trás, e se quebrantem e se enlacem, e sejam presos. Isaías 28-11-13

Confere com

MNT - Pois está escrito na Lei: “Por meio de homens de outras línguas, e por intermédio de lábios de estrangeiros, falarei a este povo, todavia, mesmo assim, eles não me ouvirão”, diz o Senhor. 1 Coríntios 14:21

 

O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo 1 Coríntios 14:4ª

Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem 1 Coríntios 14:14a

com toda a oração e súplica orando em todo tempo no ESPÍRITO e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos Efésios 6.18

Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé,

orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20

 

orando no ESPÍRITO SANTO significa – orando em línguas.

 

 

 

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(BEP – CPAD) Filipenses 4.4 REGOZIJAI-VOS... NO SENHOR. O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor, sua presença e promessas (ver 1.4).

4.5 PERTO ESTÁ O SENHOR. Devemos crer que o Senhor poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva do NT é de que a volta de JESUS é iminente (ver Lc 12.35-40); logo, devemos estar prontos, trabalhando e vigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).

4.6 NÃO ESTEJAIS INQUIETOS POR COISA ALGUMA. O melhor remédio para a preocupação é a oração, e isto pelas seguintes razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do Senhor, ao lançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) A paz de DEUS vem guardar nossos corações e mentes, como resultado da nossa comunhão com CRISTO JESUS (vv. 6,7; Is 26.3; Cl 3.15). (3) DEUS nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que façamos (v. 13; 3.20; Ef 3.16). (4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16). (5) Temos certeza de que todas as coisas que DEUS permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11; Rm 8.28).

4.7 A PAZ DE DEUS GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES. Quando invocamos a DEUS, com um coração posto em CRISTO e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de DEUS transborda em nossa alma aflita. (1) Essa paz consiste em uma tranquilidade interior, que o ESPÍRITO SANTO nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firme convicção de que JESUS está perto, e que o amor de DEUS estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm 8.28,32; cf. Is 26.3). (2) Quando colocamos diante de DEUS, em oração, as nossas inquietações, essa paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em CRISTO (v. 6; Is 26.3,4,12; 37.1-7; Rm 8.35-39; 1 Pe 5.7). (3) Se o medo e a ansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças nos trarão a paz de DEUS que guarda os nossos corações. Voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor (v. 4)

 

A PAZ DE DEUS (BEP – CPAD)

Jr 29.7Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar; e orai por ela ao SENHOR, porque, na sua paz, vós tereis paz.”

DEFINIÇÃO DE PAZ. A palavra hebraica para “paz” é shalom. Denota muito mais do que a ausência de guerra e conflito. O significado básico de shalom é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.

(1)            Pode referir-se à tranquilidade nos relacionamentos internacionais, tal como a paz entre as nações em guerra (e.g., 1Sm 7.14; 1Rs 4.24; 1Cr 19.19).

(2)            Pode referir-se, também, a uma sensação de tranquilidade dentro de uma nação durante tempos de prosperidade e sem guerra civil (2Sm 3.21-23; 1Cr 22.9; Sl 122.6,7).

(3)            Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos relacionamentos humanos, tanto dentro do lar (Pv 17.1; 1Co 7.15) quanto fora (Rm 12.18; Hb 12.14; 1Pe 3.11).

(4)            Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar, livre de ansiedade e em paz com a própria alma (Sl 4.8; 119.165; cf. Jó 3.26) e com DEUS (Nm 6.26; Rm 5.1).

(5)            Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1—2, ela descreve o mundo originalmente criado, que existia em perfeita harmonia e integridade. Quando DEUS criou os céus e a terra, criou um mundo em paz. O bem-estar total da criação reflete-se na breve declaração: “E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).

A INTERRUPÇÃO DA PAZ. Quando Adão e Eva deram atenção à voz da serpente, e comeram da árvore proibida (Gn 3.1-7), sua desobediência introduziu o pecado e se interrompeu a harmonia original do universo.

(1)            Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez, culpa e vergonha diante de DEUS (Gn 3.8), e uma perda da paz interior.

(2)            O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu relacionamento harmonioso com DEUS. Antes de comerem daquele fruto, tinham íntima comunhão com DEUS (cf. 3.8), mas depois esconderam-se “da presença do SENHOR DEUS, entre as árvores do jardim” (Gn 3.8). Ao invés de sentirem anelo pela conversa com DEUS, agora tiveram medo da sua voz (Gn 3.10).

(3)            Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão e Eva como marido e mulher. Quando DEUS começou a falar-lhes a respeito do pecado que haviam cometido, Adão lançou a culpa em Eva (Gn 3.12), e DEUS declarou que a rivalidade entre o homem e a mulher continuariam (Gn 3.16). Assim começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações humanas, desde as discussões e a violência no lar (cf. 1Sm 1.1-8; Pv 15.18; 17.1), até os conflitos e guerras internacionais.

(4)            Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a raça humana e a natureza.

Antes de Adão pecar, trabalhava alegremente no jardim do Éden (Gn 2.15), e andava livremente entre os animais, dando nome a cada um (Gn 2.19,20). Parte da maldição divina após a queda envolvia a inimizade entre a serpente e Adão e Eva (Gn 3.15), bem como uma nova realidade: o trabalho produziria suor e labuta (Gn 3.17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o meio-ambiente, agora luta e conflito de modo que “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (ver Rm 8.22).

A RESTAURAÇÃO DA PAZ. Embora o resultado da queda fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, DEUS planejou a restauração do shalom; logo, a história da reconquista da paz é a história da redenção em CRISTO.

(1)            Tendo em vista que Satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas das promessas do AT a respeito da vinda do Messias eram promessas da vitória e paz vindouras. Davi profetizou que o Filho de DEUS governaria as nações (Sl 2.8,9; cf. Ap 2.26,27; 19.15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is 9.6,7). Ezequiel predisse que o novo concerto que DEUS se propôs estabelecer através do Messias seria um concerto de paz (Ez 34.25; 37.26). E Miquéias, ao profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: “E este será a nossa paz” (Mq 5.5).

(2)            Por ocasião do nascimento de JESUS, os anjos proclamaram que a paz de DEUS acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O próprio JESUS veio para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer a paz (Ef 2.12-17). JESUS deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de ir à cruz (Jo 14.27; 16.33). Mediante a sua morte e ressurreição, JESUS desarmou os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1.20; 2.14,15; cf. Is 53.4,5). Por isso, quando se crê em JESUS CRISTO, se é justificado mediante a fé e se tem paz com DEUS (Rm 5.1). A mensagem que os cristãos proclamam são as boas-novas da paz (At 10.36; cf. Is 52.7).

(3)            Apenas saber que CRISTO veio como o Príncipe da Paz não garante que a paz se tornará automaticamente parte da vida; para experimentar a paz há que se estar unido com CRISTO numa fé ativa. O primeiro passo é crer no Senhor JESUS CRISTO. Quando assim faz, a pessoa é justificada pela fé (Rm 3.21-28; 4.1-13; Gl 2.16) e assim tem paz com DEUS (Rm 5.1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de viver-se em paz (Lv 26.3,6). Os profetas do AT declaram frequentemente que não há paz para os ímpios (Is 57.21; 59.8; Jr 6.14; 8.11; Ez 13.10, 16). A fim de que os crentes conheçam sua paz perpétua, DEUS lhes tem dado o ESPÍRITO SANTO, que começa a operar em nós um aspecto do fruto, que é a paz (Gl 5.22; cf. Rm 14.17; Ef 4.3). Com a ajuda do ESPÍRITO, deve-se orar pedindo a paz (Sl 122.6,7; Jr 29.7; ver Fp 4.7), deixar que a paz governe o coração (Cl 3.15), buscar a paz e segui-la (Sl 34.14; Jr 29.7; 2Tm 2.22; 1Pe 3.11), e esforçar-se por viver em paz com o próximo (Rm 12.18; 2Co 13.11; 1Ts 5.13; Hb 12.14).

 

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Várias Exortações

Filipenses 4:1-9

O apóstolo inicia o capítulo com exortações sobre alguns deveres cristãos.

I

 Para que permaneçam firmes na profissão cristã (v. 1). Infere-se isso da conclusão do capítulo anterior: Portanto, estai firmes etc. Sabendo que a nossa cidade está nos céus e que esperamos que o Salvador venha de lá e nos busque, portanto, estejamos firmes. Observe: A esperança e perspectiva confiante da vida eterna deveriam motivar-nos a estar firmes, constantes e resolutos em nossa caminhada cristã. Observe aqui:

1. As saudações são muito afetuosas: “...meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa”; e novamente: “...amados”. Assim ele expressa a satisfação que sentia por eles e a bondade que tinha por eles, para transmitir suas exortações com tanto carinho. Ele os tinha como irmãos, embora fosse um grande apóstolo. Todos nós somos irmãos (veja Mt 23.8). Existe diferença entre dons, graças e realizações, no entanto, sendo renovados pelo mesmo ESPÍRITO, conforme a mesma imagem, somos irmãos; como filhos dos mesmos pais, embora diferentes em idade, estatura e aparência. Pelo fato de serem irmãos: (1) Ele os amava, e os amava muito: amados e mui queridos; e novamente: amados. A afeição cordial deve ser o sentimento entre ministros e cristãos. O amor fraternal sempre deve vir junto com o relacionamento fraternal. (2) Ele os amava e tinha saudades deles; ele ansiava vê-los, ouvir deles e desejava o bem-estar deles. “...DEUS me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de JESUS CRISTO” (Fp 1.8). (3) Ele os amava e se regozijava neles. Eles eram sua alegria; ele não tinha alegria maior do que ouvir acerca da saúde e prosperidade espiritual deles. “Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade” (2 Jo 4; 3 Jo 4). (4) Ele os amava e se gloriava neles. Eles eram sua coroa e sua alegria. Paulo estava muito orgulhoso e satisfeito com as evidências da sinceridade da fé e obediência deles. Tudo isso era para preparar o caminho para um respeito ainda maior.

2. A exortação em si: “...estai assim firmes no Senhor”. Por estarem em CRISTO, eles precisam estar firmes nele, ser constantes e resolutos na caminhada com Ele, e íntimos dele e firmes até o fim. Ou, estai firmes no Senhor significa estar firmes na sua força e dependentes da sua graça, não confiando em nós mesmos e dispostos a renunciar a qualquer suficiência da nossa parte. Devemos fortalecer-nos “...no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). “Portanto, estejam firmes, como têm feito até aqui; estejam firmes até o fim, porque vocês são meus amados e minha alegria e coroa. Estejam firmes, como aqueles em cujo bem-estar e perseverança estou tão intimamente interessado.”

II

 Ele os exorta à unanimidade e ajuda mútua (vv. 2,3): “Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor”. Isso é dirigido a algumas pessoas específicas. Às vezes, existe a necessidade de aplicar os preceitos gerais do evangelho a pessoas e casos particulares. Parece que Evódia e Síntique tinham uma divergência entre si ou com a igreja; é possível que isso tenha ocorrido em virtude de um motivo civil (pode ser que estivessem envolvidos em um processo judicial) ou por causa de um motivo religioso – é possível que tivessem opiniões ou sentimentos diferentes. “Rogo”, diz ele, “que tenham o mesmo sentimento no Senhor, para manter a paz e viver em amor, que tenham o mesmo sentimento uma com a outra, não contrariando e contestando, e que tenham o mesmo sentimento com o restante da igreja, não agindo de forma hostil com eles”. Então, ele exorta à ajuda mútua (v. 3), e essa exortação ele dirige a pessoas específicas: “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro”. Não se sabe quem é essa pessoa que ele chama de verdadeiro companheiro. Alguns pensam ser Epafrodito, que parece ter sido um dos pastores da igreja dos filipenses. Outros acreditam que era alguma senhora bondosa, talvez a esposa de Paulo, porque ele exorta seu verdadeiro companheiro a que “...ajudes essas mulheres que trabalharam comigo”. Quem quer que tenha sido o verdadeiro companheiro do apóstolo, essa pessoa também precisa ser um verdadeiro companheiro dos seus amigos. Parece que havia mulheres que trabalhavam com Paulo no evangelho; não no ministério público (porque o apóstolo proíbe expressamente isso: “Não permito, porém, que a mulher ensine”, 1 Tm 2.12), mas em acolher os ministros, visitar os doentes, instruir os não-instruídos e convencer os que estavam errados. Dessa forma, as mulheres podem ser úteis aos ministros na obra do evangelho. Agora, diz o apóstolo, ajuda essas mulheres. Aqueles que ajudam os outros devem ser ajudados quando necessário. “Ajudem-nas, isto é, unam-se a elas, fortaleçam suas mãos, animem-nas em suas dificuldades”. “...com Clemente, e com os outros cooperadores”. Paulo amava todos os seus cooperadores; e, como tinha experimentado o benefício da ajuda deles, deixa claro que eles também sentiriam o conforto de ter a ajuda de outros. Ele diz o seguinte a respeito dos seus cooperadores: “...cujos nomes estão no livro da vida”; ou, então, eles eram escolhidos de DEUS desde a eternidade, ou registrados e inscritos na corporação e sociedade a quem o privilégio da vida eterna pertence, aludindo aos costumes entre os judeus e gentios de registrar os habitantes ou os homens livres da cidade. Assim lemos que os nomes deles estão escritos nos céus (Lc 10.20), e que o Senhor não riscará os seus nomes do livro da vida (Ap 3.5), e que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 21.27). Observe: Existe, de fato, um livro da vida; há nomes nesse livro e não somente figuras e condições. Não podemos examinar aquele livro ou conhecer os nomes que estão escritos lá; mas podemos concluir que aqueles que trabalharam no evangelho, e são fiéis aos interesses de CRISTO e das almas, têm seus nomes escritos no livro da vida.

III

 Ele exorta à alegria e ao deleite santo em DEUS: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (v. 4). Toda nossa alegria deve culminar em DEUS; e nossos pensamentos de DEUS devem ser pensamentos agradáveis. “...multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados (pensamentos dolorosos e aflitivos), as tuas consolações reanimaram a minha alma” (Sl 94.19), e a “...minha meditação a seu respeito será suave” (Sl 104.34). Observe: É nosso dever e privilégio regozijar-nos em DEUS e regozijar-nos nele sempre; em todos os momentos e em todas as condições; mesmo quando sofremos por Ele ou somos afligidos por Ele. Não devemos pensar o pior dele por causa dos sofrimentos que passamos no seu serviço. Há bastante em DEUS para nos suprir de alegria nas piores circunstâncias na terra. Ele havia dito isso antes (Fp 3.1): “Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor”. Aqui ele repete o que havia dito anteriormente: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”. A alegria em DEUS é um dever de grande consequência na vida cristã; e os cristãos precisam ser relembrados disso. Se pessoas íntegras não vivem em constante festa, o problema é com elas.

IV

 Somos exortados a ser sinceros e bondosos e a ter equilíbrio espiritual em relação aos nossos irmãos: “Seja a vossa equidade notória a todos os homens” (v. 5). “Em situações neutras, não corram para os extremos; evitem a intolerância e a animosidade; sejam caridosos uns com os outros”. A palavra to epieikes significa uma boa disposição em relação a outros homens; e essa moderação é explicada (Rm 14). Alguns entendem tratar-se de suportar com paciência as aflições ou do desfrutar sóbrio de bens materiais; e assim há uma concordância com o versículo seguinte. A justificação é: “Perto está o Senhor”. A consideração da vinda próxima do nosso Mestre, e a nossa prestação de contas final, deveria guardar-nos de atacar nossos irmãos em CRISTO, animar-nos nos sofrimentos presentes e moderar nossa paixão em relação às coisas exteriores. “Ele tomará vingança contra seus inimigos e recompensará sua paciência”.

V

 Advertência contra preocupações desconcertantes e inquietadoras (v. 6): “Não estejais inquietos por coisa alguma” – meden merimnate. Este mesmo pensamento é encontrado em Mateus 6.25: “...não andeis cuidadosos quanto à vossa vida”; isto é, evitai a inquietação ansiosa e pensamentos perturbadores nas necessidades e dificuldades da vida. Observe: O dever e interesse dos cristãos é viver sem ansiedade e preocupação. Existe uma inquietação diligente que é nosso dever, e ela consiste em uma prevenção sábia e uma preocupação devida; mas existe uma inquietação desconfiada e receosa que se torna pecado e insensatez, e que somente desconcerta e distrai a mente. “Não estejais inquietos por coisa alguma, para que em vossa inquietude não desconfieis de DEUS e vos torneis desqualificados para o seu serviço”.

VI

 Como um antídoto soberano contra a inquietação desconcertante ele recomenda a oração constante: “...antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS, pela oração e súplicas, com ação de graças”. Observe: 1. Devemos não somente manter períodos de oração fixos, mas orar em cada situação crítica que aparece: “...em tudo... pela oração”. Quando alguma coisa oprime o nosso espírito, devemos aliviar ou tranquilizar a nossa mente pela oração; quando nossos afazeres estão confusos ou complicados, precisamos buscar direção e apoio. 2. Devemos acrescentar ações de graças às nossas orações e súplicas. Não devemos buscar apenas posses e bens, mas ter um suprimento de misericórdia em nossa vida. O reconhecimento agradecido daquilo que temos indica uma disposição mental correta e será decisivo para bênçãos posteriores. 3. Orar significa oferecer nossos desejos a DEUS e fazê-los conhecidos a Ele: “...as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS”. Não que seja necessário para DEUS que contemos as nossas necessidades ou desejos a Ele, porque Ele as conhece melhor do que nós: mas Ele deseja ouvi-los da nossa boca; dessa forma, mostramos nossa preocupação e interesse e expressamos nossa estima pela misericórdia dele e mostramos a nossa dependência dele. 4. O efeito disso será que a “...paz de DEUS... guardará os vossos corações” (v. 7). A paz de DEUS, isto é, a percepção confortável da nossa reconciliação com DEUS, o benefício do seu favor, o favor da bem-aventurança celestial e o desfrutar de DEUS na vida futura, “...que excede todo o entendimento”, é um bem maior que não pode ser suficientemente valorizado e devidamente expressado. “Não subiu ao coração do homem” (1 Co 2.9). Essa paz guardará os nossos corações e os nossos sentimentos em CRISTO JESUS; ela nos guardará de pecar nas dificuldades e de afundar diante delas. Essa paz nos manterá calmos e serenos, sem aflição e com uma satisfação interior. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti” (Is 26.3). Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT – CPAD

 

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JESUS Prega por todo o País

Mateus 9. 36

II

 Um prefácio ou introdução, para o relato no capítulo seguinte, do envio, por parte de JESUS, de seus apóstolos. Ele prestava atenção nas multidões (v. 36), não apenas nos grupos que o seguiam, mas no vasto número de pessoas com as quais (enquanto Ele passava) observava o país ser repovoado. Ele notou como as cidades e aldeias eram um formigueiro de almas, e como eram densamente povoadas. Ele observava a abundância de pessoas que havia em cada sinagoga, e que as redondezas dos portões eram locais de grandes ajuntamentos. Quão populosa era a nação agora desenvolvida; este era o efeito da bênção de DEUS a Abraão. Ao ver isso:

1. Ele teve compaixão deles, preocupou-se com eles (v. 36). Ele era movido pela compaixão por eles; não em uma versão transitória, como a compaixão pelos cegos, coxos e doentes, mas em uma versão espiritual. Ele se compadeceu por vê-los desgarrados e errantes, e a ponto de serem destruídos pela falta de visão. JESUS CRISTO é um amigo muito misericordioso para as almas preciosas. Aqui, as suas entranhas, de forma especial, se enterneceram. Foi a compaixão pelas almas que o trouxe do céu à terra, e daqui para a cruz. A aflição é o objeto da compaixão; e a aflição das almas pecaminosas e autodestrutivas é a maior de todas: CRISTO se compadece daqueles que tem menos compaixão de si mesmos. Nós também devemos proceder assim. A maior compaixão cristã é a compaixão pelas almas; esta é a característica que mais nos assemelha a CRISTO.

Veja o que movia essa compaixão. (1) Eles eram fracos; eles estavam desgarrados, desamparados e aflitos. Eles eram errantes, pelo menos alguns; desgarrados uns dos outros; os laços estavam rompidos (Zc 11.14). Eles queriam ajuda para as suas almas, e não tinham nada à mão que lhes pudesse servir. Os escribas e os fariseus os enchiam com noções inúteis, os sobrecarregavam com as tradições dos antigos, os iludiam para que cometessem muitos enganos, ao mesmo tempo em que não eram instruídos em seus deveres, nem familiarizados com a extensão e a natureza espiritual da lei divina. Por isso eles desmaiavam de fome. Pois, que saúde, vida espiritual e vigor podem haver nessas almas, que são alimentadas com cascas e cinzas, ao invés do pão da vida? Almas preciosas desmaiando de fome quando há trabalho por fazer, tentações a resistir, aflições a ser suportadas, não sendo alimentadas com a palavra da verdade. (2) Eles estavam amplamente dispersos, desgarrados, como ovelhas que não têm pastor. Essa expressão é emprestada de 1 Reis 22.17, e expõe a triste condição daqueles que são destituídos de um guia confiável para liderá-los nas coisas de DEUS. Nenhuma criatura é mais sujeita a se perder do que uma ovelha, e, quando está perdida, mais desesperançada, incapaz e exposta, ou mais inapta para encontrar o caminho de volta para casa. Almas pecadoras são como ovelhas perdidas; elas precisam dos cuidados de um pastor para trazê-las de volta. Os professores, os judeus, fingiam, então, ser pastores; porém CRISTO diz que eles não tinham pastores, pois tê-los era pior do que não ter nenhum; eram pastores preguiçosos que os dispersavam ao em vez de trazê-los de volta, e que tosquiavam o rebanho em vez de alimentá-lo – pastores semelhantes aos descritos em Jeremias 23.1 e Ezequiel 34.2. A situação dessas pessoas é muito lastimável, pois elas não têm sacerdotes, ou quando têm eles são tão ruins que é como se não tivessem nenhum; são obreiros que procuram os seus próprios interesses, e não os interesses de CRISTO e das almas.

2. Ele incitou os seus discípulos a orar por eles. A sua compaixão fez com que Ele criasse planos para o bem dessas pessoas. Parece (Lc 6.12,13) que nessa ocasião, antes de enviar seus apóstolos, Ele próprio passou muito tempo em oração. Nós devemos orar por aqueles por quem temos compaixão. Tendo orado a DEUS por eles, JESUS se volta para os seus discípulos e diz:

(1) Como estava a situação. “A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”. O povo desejava uma boa pregação, mas havia poucos pregadores bons. Havia muito trabalho a ser feito, e igualmente muito bem a ser feito, mas faltavam mãos para fazê-los. [1] Era um alento que a colheita fosse tão abundante. Não era de se estranhar que houvesse multidões que precisassem de instrução, mas o estranho era algo que não acontece com muita frequência: aqueles que dela necessitavam, a desejavam e estavam ávidos por recebê-la. Aqueles que eram ensinados de forma imprópria estavam desejosos por serem ensinados de uma maneira melhor. As expectativas das pessoas haviam subido, e havia uma agitação tal como se houvesse a promessa de que tudo ficaria bem. É uma bênção ver o povo apaixonado pela boa pregação. Os vales estão, dessa forma, cobertos com milho e há esperança de que Ele possa ser bem recolhido. Esta é uma gigantesca oportunidade que requer cuidado dobrado e diligência para que haja um aproveitamento eficaz. Um dia de colheita deveria ser um dia atarefado. [2] Era uma pena que nessa situação os trabalhadores fossem tão poucos; que o milho caísse, estragasse e apodrecesse sobre o solo por falta de ceifeiros; havia muitos ociosos, mas pouquíssimos trabalhadores. A igreja pode ser considerada enferma quando a boa obra não anda ou apenas progride lentamente por falta de bons obreiros; quando isso ocorre, os obreiros existentes são obrigados a permanecer ocupados demais. Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT – CPAD

 

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BEP – CPAD - João 11.35 JESUS CHOROU. Neste pequeno versículo da Bíblia, está revelado o profundo pesar de DEUS pelas tristezas do seu povo. O verbo "chorou" (gr. dakruo), indica que, a princípio, JESUS derramou lágrimas e a seguir pranteou em silêncio. Que esse fato seja um consolo para todos aqueles que sofrem. CRISTO sente por você o mesmo pesar que Ele sentiu pelos parentes de Lázaro. Ele ama você de igual modo. E note-se que este versículo faz parte do livro da Bíblia que mais ressalta a divindade de JESUS. Aqui vemos JESUS, o DEUS feito homem, i.e., o próprio DEUS, chorando. DEUS realmente tem amor profundo, emotivo e compassivo por você e pelos outros (Lc 19.41).

 

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João 11.35 JESUS CHOROU

I  A gentil compaixão de CRISTO pelos seus amigos aflitos, e a participação que Ele assumia nos seus sofrimentos, o que era evidenciado de três maneiras:

1. Pela perturbação e pelos gemidos internos do seu ESPÍRITO (v. 33): JESUS viu Maria chorando pela perda de um irmão amado, e também chorando os judeus que com ela vinham, pela perda de um bom vizinho e amigo. Quando Ele viu que este era um lugar de enlutados em lágrimas, um bochim, “moveu-se muito em espírito e perturbou-se”. Veja aqui:

(1) As tristezas dos filhos dos homens, representadas nas lágrimas de Maria e seus amigos. Que símbolo havia aqui deste mundo, este vale de lágrimas! A própria natureza nos ensina a chorar pelos nossos parentes e amigos queridos, quando são removidos pela morte. A Providência, conseqüentemente, convoca às lágrimas e ao pranto. É provável que as propriedades de Lázaro fossem transferidas para suas irmãs, e seriam, assim, um acréscimo considerável às suas fortunas. E em um caso como este, as pessoas dizem, atualmente, que, embora não possam desejar a morte de seus parentes (isto é, não dizem que desejam), ainda assim, se estiverem mortos, não desejam que vivam novamente. Mas estas irmãs, não importando o que recebessem com a morte do seu irmão, sinceramente desejavam vê-lo vivo novamente. O Evangelho nos ensina, da mesma maneira, a chorar com aqueles que choram, como estes judeus choravam com Maria, considerando que nós estamos no mesmo corpo. Aqueles que amam verdadeiramente seus amigos irão compartilhar com eles suas alegrias e tristezas, pois o que é a amizade, senão uma comunicação de afetos? Jó 16.5.

(2) A graça do Filho de DEUS e sua compaixão por aqueles que estão em sofrimento. “Em toda a angústia deles foi ele angustiado”, Isaías 63.9; Juízes 10.16. Quando CRISTO viu a todos eles em lágrimas:

[1] Ele “moveu-se muito em espírito”. Ele permitiu ser tentado (como nós somos, quando perturbados por alguma grande aflição), mas sem pecado. Isto foi uma expressão, ou, em primeiro lugar, do seu desprazer com a tristeza desenfreada das pessoas que estavam ao seu redor, como em Marcos 5.39: “‘Por que vos alvoroçais e chorais?’ Que confusão há por aqui! Será isto conveniente àqueles que crêem em DEUS, no céu e no outro mundo?” Ou, em segundo lugar, da sua percepção da condição calamitosa em que se encontram os seres humanos, e do poder da morte, ao qual o homem caído está sujeito. Tendo agora que fazer um vigoroso ataque à morte e à sepultura, Ele se agitou para o encontro, “tomou vestes de vingança por vestidura”, e seu furor o susteve. E para poder, mais resolutamente, empreender a tarefa de reparar nossos erros, e curar nossas tristezas, Ele ficou feliz por se sensibilizar diante da importância da obra, e sob seu peso Ele agora “moveu-se muito em espírito”. Ou, em terceiro lugar, foi uma expressão da sua bondosa compaixão pelos seus amigos que sofriam. Aqui havia o ressoar das entranhas e das misericórdias que a igreja aflita tão fervorosamente solicita, Isaías 63.15. CRISTO não somente parecia preocupado, mas “moveu-se em espírito”. Ele estava internamente e sinceramente afetado pelo caso. Os falsos amigos de Davi fingiram compaixão, para disfarçar sua inimizade (Sl 41.6), mas nós devemos aprender com CRISTO a ter amor e compaixão sem fingimentos. A comoção de CRISTO era profunda e sincera.

[2] Ele “perturbou-se”. Ele se perturbou. É isto que a expressão quer dizer, de maneira muito significativa. Ele tinha todas as paixões e afeições da natureza humana, pois “convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos”, mas Ele tinha um perfeito domínio sobre elas, de modo que elas nunca afloravam, exceto quando e como solicitadas. O Senhor nunca ficava nervoso ou perturbado, exceto quando Ele se perturbava, quando havia motivo para tal. Ele sempre se controlava em meio aos problemas, nunca se descompunha ou se descontrolava por eles. Ele era voluntário, tanto na sua paixão quanto na sua compaixão. Ele tinha poder para expressar sua tristeza, e poder para refreá-la.

2. A preocupação de JESUS por eles foi demonstrada pela sua gentil pergunta sobre os pobres restos do seu amigo falecido (v. 34): “Onde o pusestes?” Ele sabia onde o amigo estava, e ainda assim perguntou, porque: (1) Desta maneira, Ele se expressava como um homem, mesmo quando estava prestes a exercer seu poder, na qualidade de DEUS. Estando na forma de homem, Ele se acomodava aos costumes dos filhos dos homens: Non nescit, sed quasi nescit – Ele não é ignorante, mas age como os filhos dos homens, diz Austin aqui. (2) Ele perguntou onde estava a sepultura, pois, se tivesse ido até lá, com seu próprio conhecimento, os judeus descrentes teriam oportunidade para suspeitar de uma aliança entre Ele e Lázaro, e um truque na situação. Muitos intérpretes observam isto, com base em Crisóstomo. (3) Desta maneira, Ele desejava desviar a tristeza dos seus amigos entristecidos, despertando suas expectativas de algo grandioso, como se Ele tivesse dito: “Eu não vim para cá para trazer condolências, para mesclar algumas lágrimas insignificantes e infrutíferas com as suas. Não. Eu tenho outro trabalho para fazer. Vamos, vamos até a sepultura fazer o que tenho que fazer ali”. Observe que uma dedicação séria ao nosso trabalho é o melhor remédio contra a tristeza desenfreada. (4) Desta maneira, Ele nos evidencia o cuidado especial que tem com os corpos dos santos, enquanto estão nas sepulturas. Ele tem conhecimento de onde eles estão, e cuida deles. Não há somente um concerto com o pó, mas ele é guardado.

3. Isto ficou evidenciado pelas suas lágrimas. Aqueles que estavam junto dele não lhe disseram onde o corpo havia sido sepultado, mas desejaram que Ele viesse e visse, e o conduziram diretamente à sepultura, para que seus olhos pudessem afetar ainda mais seu coração com a calamidade.

(1) Enquanto ia para a sepultura, como se estivesse seguindo o cadáver até ali, “JESUS chorou”, v. 35. Um versículo muito curto, mas que contém muitas instruções úteis. [1] Que JESUS CRISTO era realmente e verdadeiramente homem, e compartilhava com os filhos, não somente a carne e o sangue, mas a alma humana, sendo suscetível às impressões de alegria, e tristeza, e outros sentimentos. CRISTO deu esta prova da sua humanidade, nos dois sentidos da palavra. Como homem, Ele podia chorar, e como um homem misericordioso, choraria, antes que desse esta prova da sua divindade. [2] Que Ele era um homem de dores, e familiarizado com as tristezas, como tinha sido predito, Isaías 53.3. Nunca lemos que Ele tivesse rido, porém mais de uma vez nós o vemos em lágrimas. Desta maneira, Ele mostra não somente que um estado desolado é coerente com o amor de DEUS, mas que aqueles que semeiam no ESPÍRITO devem semear em lágrimas. [3] Lágrimas de compaixão são bastante apropriadas aos cristãos, e os tornam mais parecidos com CRISTO. É um alívio para aqueles que estão sofrendo, ter a compaixão dos seus amigos, especialmente a de um amigo como seu Senhor JESUS.

(2) Diferentes interpretações são atribuídas às lagrimas de CRISTO. [1] Alguns interpretam de uma maneira gentil e justa, e muito natural, (v. 36): “Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava”. Eles parecem admirar-se que Ele tivesse uma afeição tão forte por alguém que não era seu parente, e com quem não tinha tido uma longa convivência, pois CRISTO passava a maior parte do tempo na Galiléia, muito distante de Betânia. É apropriado que nós, seguindo este exemplo de CRISTO, mostremos nosso amor pelos nossos amigos, tanto vivos quanto mortos. Nós devemos lamentar pelos nossos irmãos que dormem em JESUS como aqueles que estão cheios de amor, embora não estejamos sem esperança, como os varões piedosos que sepultaram Estêvão, Atos 8.2. Embora nossas lágrimas não tragam nenhum benefício para os mortos, elas conservam a lembrança deles. Estas lágrimas de JESUS eram sinais do seu amor particular por Lázaro, mas Ele deu provas de uma evidência nada menor do seu amor por todos os santos ao morrer por eles. Quando Ele derramou apenas algumas lágrimas por Lázaro, eles disseram: “Vede como o amava”. Muito mais razão temos nós para dizer isto daquele que deu sua vida por nós: Veja como Ele nos amou! Ninguém tem maior amor do que este. [2] Outros fazem uma reflexão irritante e injusta sobre isto, como se estas lágrimas evidenciassem sua incapacidade de ajudar seu amigo (v. 37): “Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?” Aqui há uma insinuação maliciosa, em primeiro lugar, de que uma vez que a morte de Lázaro era (como evidenciavam as lágrimas de JESUS) uma grande tristeza para Ele, se pudesse tê-la evitado, Ele o teria feito, e, portanto, como Ele não o fez, eles se inclinam a pensar que Ele não podia fazê-lo, da mesma maneira como, quando Ele estava morrendo, concluíram que Ele não podia se salvar, porque não o fez e não desceu da cruz. Eles não levaram em consideração que o poder divino é sempre orientado, nas suas operações, pela sabedoria divina, não meramente de acordo com sua vontade, mas de acordo com o conselho da sua vontade. A esta, convém nos sempre aquiescer. Se os amigos de CRISTO, a quem Ele ama, morrem, se sua igreja, a quem Ele ama, é perseguida e afligida, nós não devemos atribuir isto a nenhuma falha no seu poder ou amor, mas concluir que isto se deve ao fato de Ele considerar que é o melhor. Em segundo lugar, que, portanto, poderia ser questionado, com razão, se Ele realmente tinha aberto os olhos do cego, isto é, se isto não tinha sido uma simulação. Eles julgaram que o fato de que Ele não realizasse este milagre era suficiente para invalidar o anterior. Pelo menos, dava a entender que Ele tinha um poder limitado, e, portanto, não divino. Ressuscitando Lázaro, o que era o maior milagre, CRISTO logo convenceu estes murmuradores de que Ele poderia ter evitado sua morte, mas não o fez porque desejava ser ainda mais glorificado.

II

 A aproximação de CRISTO à sepultura, e a preparação que foi feita para a realização do milagre.

1. CRISTO repete seus gemidos ao aproximar-se da sepultura (v. 38): “JESUS, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, foi ao sepulcro”: Ele se moveu: (1) Em desagrado pela descrença daqueles que falavam duvidando do seu poder, e o culpavam por não ter impedido a morte de Lázaro. Ele estava entristecido pela dureza dos seus corações. Ele nunca gemeu tanto pelas suas próprias dores e seus próprios sofrimentos como pelos pecados e pelas loucuras dos homens, particularmente os de Jerusalém, Mateus 23.37. (2) Tocado pelos novos lamentos, que provavelmente as irmãs, em pranto, expressaram quando se aproximaram do sepulcro, mais apaixonadamente e de modo mais comovente do que antes, seu espírito gentil ficou sensivelmente comovido pelas suas lágrimas. (3) Alguns pensam que Ele se moveu em espírito porque, para satisfazer o desejo dos seus amigos, Ele devia trazer Lázaro outra vez, daquele descanso no qual ele tinha acabado de entrar, para este mundo problemático e pecador. Seria um ato de benignidade para Marta e Maria, mas para Ele seria como atirar a um mar tempestuoso alguém que tinha acabado de chegar a um porto seguro e tranquilo. Se Lázaro tivesse sido deixado em paz, morto, CRISTO rapidamente o teria encontrado no outro mundo. Mas ressuscitando-o, CRISTO rapidamente o deixou para trás neste mundo. (4) CRISTO se moveu em espírito como alguém que sentia a situação calamitosa da natureza humana, sujeita à morte, da qual Ele estava prestes a resgatar Lázaro. Desta maneira, Ele se apegou fortemente a DEUS, o Pai, na oração que iria fazer, oferecendo-a “com grande clamor e lágrimas”, Hebreus 5.7. Os ministros, quando são enviados a ressuscitar os mortos através da pregação do Evangelho, devem se sentir fortemente tocados pela condição deplorável daqueles a quem pregam e por quem oram, gemendo em espírito ao pensarem na situação destas pessoas.

2. O sepulcro onde estava Lázaro é aqui descrito: “era uma caverna e tinha uma pedra posta sobre ela”. Os sepulcros das pessoas comuns, provavelmente, eram escavados como são os nossos. Mas as pessoas de distinção eram, como acontece conosco, sepultadas em câmaras, como foi Lázaro, e assim era o sepulcro no qual CRISTO foi sepultado. Provavelmente, este costume era mantido entre os judeus, imitando o costume dos patriarcas, que sepultavam seus mortos na caverna de Macpela, Gênesis 23.19. Este cuidado com os corpos dos seus amigos evidencia a expectativa que tinham em relação à sua ressurreição. Eles consideravam que a solenidade do funeral terminava quando a pedra era rolada à sepultura, ou, como aqui, sobre ela, como aquela sobre a boca da cova onde Daniel foi lançado (Dn 6.17), para que o propósito não pudesse ser alterado. Isto indica que os mortos estão separados dos vivos, e tomaram o caminho do qual não retornarão. Esta pedra provavelmente era uma lápide, que tinha sobre si uma inscrição que os gregos chamavam de mnemeion – um lembrete, porque é, ao mesmo tempo, uma recordação do morto e uma lembrança para os vivos, fazendo com que se lembrem daquilo de que todos nós devemos nos lembrar. É chamada pelos latinos de Monumentum, et monendo, porque traz uma advertência.

3. São dadas ordens para a remoção da pedra (v. 39): “Tirai a pedra”. Ele queria a pedra removida para que todos os expectadores pudessem ver o corpo colocado morto no sepulcro, e para que o caminho para sua saída fosse aberto, e para que ele pudesse se mostrar como um corpo verdadeiro, e não como um fantasma ou espectro. Ele queria que alguns dos servos a removessem, para que pudessem ser testemunhas, pelo cheiro da putrefação do corpo, que, portanto, estava verdadeiramente morto. É um bom passo em direção à ressurreição de uma alma à vida espiritual quando a pedra é removida, quando os preconceitos são removidos e ultrapassados, e quando se abre caminho para que a palavra chegue ao coração, para que possa realizar suas obras ali, e dizer o que tem que ser dito.

4. Uma objeção é feita, por Marta, contra a abertura do sepulcro: “Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias”, tetartaios gar esti, quatriduanus est. Ele já está há quatro dias no outro mundo. É um cidadão e habitante do sepulcro há quatro dias. Provavelmente, Marta percebeu que o corpo cheirava mal quando estavam removendo a pedra, e por isto clamou desta maneira.

(1) É fácil observar aqui a natureza dos corpos humanos: quatro dias representam apenas um curto período de tempo, mas uma grande mudança ocorrerá no corpo do homem, se ele ficar sem se alimentar durante este período. Quanto mais se ficar tanto tempo sem vida! Os cadáveres (diz o Dr. Hammond), depois de estacionados os fluidos, o que se conclui em 72 horas, naturalmente tendem à putrefação. E os judeus dizem que no quarto dia depois da morte o corpo já está tão alterado, que não se pode ter a certeza de que seja esta ou aquela pessoa, segundo Maimonides, na obra de Lightfoot. CRISTO ressuscitou ao terceiro dia, porque não deveria ver a corrupção.

(2) Não é fácil deduzir qual era o objetivo de Marta ao dizer isto. [1] Alguns pensam que ela disse isto com carinho, e como ensina a decência para com o corpo. Agora que ele tinha começado a putrefazer-se, ela não desejava que fosse exibido publicamente. [2] Outros opinam que ela disse isto com uma preocupação por CRISTO, para que o cheiro do corpo não fosse ofensivo a Ele. Aquilo que é muito asqueroso ou nocivo é comparado a um sepulcro aberto, Salmos 5.9. Ela não desejaria que seu Mestre estivesse perto de alguma coisa asquerosa ou nociva. Mas Ele não era destas pessoas ternas e delicadas que não podem suportar o mau cheiro. Se fosse, não poderia ter visitado o mundo da humanidade, que o pecado tinha transformado em um lugar imundo, completamente asqueroso, Salmos 14.3. [3] Aparentemente, pela resposta de CRISTO, esta era a linguagem da sua descrença e falta de confiança: “Senhor, é tarde demais para tentar fazer qualquer ato de bondade a ele. Seu corpo já começou a apodrecer, e é impossível que esta carcaça podre viva”. Ela acha que o caso do seu irmão é tão sem esperança quanto inútil, pois não tinha havido nenhum exemplo, nem recentemente nem antigamente, de qualquer pessoa que fosse ressuscitada depois de ter começado a ver corrupção. Quando nossos ossos se secam, nós estamos prontos para dizer: Nossa esperança está perdida. Mas estas palavras de incredulidade de Marta serviram para tornar o milagre mais evidente e, ao mesmo tempo, mais ilustre. Com tais palavras, fica claro que ele estava verdadeiramente morto, e não em transe, pois, embora a postura do cadáver pudesse ser fingida, o cheiro não poderia. A sugestão de Marta, de que nada mais poderia ser feito, honra ainda mais o precioso Senhor que realizou o milagre.

5. A gentil censura que CRISTO fez a Marta, pela fraqueza da sua fé (v. 40): “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de DEUS?” Estas palavras que CRISTO menciona ter-lhe dito não tinham sido registradas antes. É provável que Ele tivesse dito estas palavras quando ela disse (v. 27): “Creio, Senhor”, e é suficiente que isto esteja registrado aqui, mostrando que o Senhor estava repetindo seu ensino a ela. Observe: (1) Nosso Senhor JESUS nos deu todas as garantias imagináveis de que uma fé sincera será, no final, coroada com uma visão abençoada: “Se você crer, verá as aparições gloriosas de DEUS a você neste mundo, e também no outro”. Se aceitarmos a palavra de CRISTO, e confiarmos no seu poder e na sua fidelidade, nós veremos a glória de DEUS, e seremos felizes com a visão. (2) Nós temos a necessidade de ser lembrados destas graças garantidas com que nosso Senhor JESUS nos encorajou. CRISTO não dá uma resposta direta ao que Marta tinha dito, nem faz qualquer promessa especial quanto ao que Ele iria fazer, mas ordena que ela conserve as garantias gerais que Ele já tinha dado: “Crê somente”. Nós somos capazes de esquecer o que CRISTO disse, e precisamos que Ele nos lembre pelo seu ESPÍRITO: “‘Não te hei dito’ isto e aquilo? E tu achas que Ele retirará o que disse?”

6. A abertura do sepulcro, em obediência às ordens de CRISTO, apesar da objeção de Marta (v. 41): “Tiraram, pois, a pedra”. Quando Marta ficou satisfeita, e tinha desistido da sua objeção, eles prosseguiram. Se desejamos ver a glória de DEUS, devemos permitir que CRISTO tome seu próprio caminho, e não prescrever a Ele, mas sujeitarmo-nos a Ele. Eles tiraram a pedra, e isto era tudo o que podiam fazer. Somente CRISTO podia dar a vida. O que o homem pode f azer é apenas preparar o caminho do Senhor, para encher os vales e abaixar os montes e outeiros, e, como aqui, remover a pedra.Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT – CPAD

 

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Lição 4, Resguardando-se de Sentimentos Ruins

Escrita

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Slides

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Vídeo desta Lição - https://youtu.be/L50Xp4Qu54U

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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.21-26
21 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. 22 - Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno. 23 - Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 - deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta. 25 - Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. 26 - Em verdade te digo que, de maneira nenhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil.

 

 RACA ρακα rhaka
de origem aramaica, cf 7386 ריק;
1) vazio, i.e., sem sentido, pessoa que tem cabeça vazia, cabeça oca - 2) termo de repreensão usado entre os judeus no tempo de CRISTO

 

 5.21 A fim de ir bem fundo em Sua mensagem, JESUS usou uma série de contrastes entre o aparente cumprimento da Lei e a motivação interior desejada por DEUS. Aqui encontramos a aplicação prática do verdadeiro caráter cristão na vida espiritual. O cristão pode viver acima das exigências da Lei e das tentações porque tem gravado no íntimo a natureza divina que habita dentro dele.
5.21 — Ouvistes que foi dito. Refere-se aos ensinamentos de vários rabinos, não aos de Moisés. JESUS estava questionando a interpretação dos mestres judeus, não o Antigo Testamento.
5.22-24 — Os escribas e fariseus diziam que, se uma pessoa se referisse a alguém como raca, que significa cabeça vazia, corria o risco de ser levado diante do Sinédrio por difamação. JESUS, por outro lado, afirmou que todo aquele que chamasse o outro de louco teria de prestar contas a DEUS. Isso não quer dizer que chamar alguém de louco condenará o cristão ao castigo eterno no inferno. Em vez disso, usando como ilustração a destruição do lixo no vale de Hinom, JESUS estava dizendo que dizer tais palavras levaria as pessoas a uma situação muito pior no dia do Juízo (1 Co 3.12-15).
5.25,26 — A melhor coisa é não ter inimigos. Temos de buscar sempre a paz, porque nossos inimigos podem causar-nos grandes danos.

Reconciliar antes de adorar (5.21-26)
A lei dizia: “Não matarás ”, mas JESUS disse: “Não se ire contra seu irmão” (v.21-22). A ira é o embrião do homicídio. Por esta razão os cristãos devem ser rápidos para ajustar as diferenças que surgem antes que se transformem em ira e processos judiciais. A adoração é aceitável somente quando somos reconciliados com nossos irmãos (v.23-26).


Resumo da Lição 4, Resguardando-se de Sentimentos Ruins
I – O EVANGELHO NÃO É ANTINOMISTA
1. O que é Antinomismo?

2. A Lei e o Evangelho.

3. Legalismo x Antinomismo.

II – A CÓLERA É O PRIMEIRO ATO PARA O HOMICÍDIO
1. JESUS e o sexto mandamento.

2. A cólera no contexto bíblico.

3. O valor da pessoa humana.

III – A “OFERTA DO ALTAR” E A DESAVENÇA
1. A oferta do altar.

2. Evitando a desavença.

 

 

COMENTÁRIO BÍBLICO -  William Barclay - Novo Testamento - Mateus 5:21-48 (Com algumas modificações do Pr. Henrique)

Esta porção dos ensinos de JESUS é uma das seções mais importantes de todo o Novo Testamento. Antes de nos ocuparmos do comentário detalhado de cada uma de suas partes, há alguns conceitos gerais sobre os quais devemos nos espraiar.

Aqui JESUS fala com uma autoridade que nenhum outro homem sonhou jamais reclamar ou ostentar. A autoridade que JESUS assumiu, sempre surpreendia a quem entrava em contato com Ele. No começo de seu ministério, depois que ensinou na sinagoga do Cafarnaum, diz-se dos que o ouviram: "E se admiravam por sua doutrina, porque lhes ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas" (Mar. 1:22). Mateus conclui sua apresentação do Sermão da Montanha com as palavras:

"Quando JESUS acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mateus 7:28-29).

Para nós é muito difícil nos darmos conta de quão chocante deve ter sido esta autoridade para os judeus que o escutaram. Para o judeu a Lei era absolutamente santa e divina; seria impossível exagerar o lugar que a Lei ocupava em sua reverência. "A Lei", disse Aristeas, "é santa e foi dada Por DEUS." "Somente os decretos do Moisés", disse Filão, "são eternos, imutáveis e inamovíveis, como se a própria natureza os tivesse selado com seu selo." Os rabinos diziam: "Os que negam que a Lei é do céu não têm parte no mundo vindouro." "Se alguém disser que a Lei é de DEUS, mas excetua este ou aquele versículo de seu texto, aduzindo que pertence a Moisés, e que não foi pronunciado pela boca de DEUS, sobre o tal cai o julgamento divino. Desprezou a palavra de seu Senhor e deste modo manifestou a irreverência que merece a destruição de sua alma." O primeiro ato do culto sabático de toda sinagoga era tirar os rolos da Lei da arca onde eram guardados e passeá-los pela congregação, para que esta pudesse demonstrar sua reverência para com eles.

Isto é o que os judeus pensavam sobre a Lei, e JESUS não menos de cinco vezes cita a Lei (Mateus 5:21, 27, 33, 38 e 43) para dizer sua real interpretação  imediatamente com seu ensino divino. Exerceu o direito de interpretar os escritos mais sagrados do mundo, e corrigir o entendimento dos maiores rabinos de todas a s épocas, partindo de sua pura e exclusiva sabedoria. Os gregos definiam a autoridade (exousia) como o poder para "pôr e tirar à vontade".

JESUS alegou possuir esta autoridade até com respeito àquilo que para os judeus era a imutável palavra de DEUS. E nem sequer discutiu sua autoridade com eles, nem procurou justificar-se pelo que fazia, nem acreditou necessário demonstrar seu direito a fazê-lo. Calmamente e sem discussão assumiu o direito que acreditava ser seu.

Nunca ninguém tinha ouvido nada semelhante. Os mestres do judaísmo sempre tinham usado frases características que determinavam o caráter de seus ensinos. Os profetas, por exemplo, diziam "Assim diz o Senhor." Não pretendiam possuir autoridade pessoal alguma, a única coisa que faziam era repetir o que tinham ouvido de DEUS. A frase característica dos rabinos e escribas era "Há um ensino que diz..." O escriba ou o rabino jamais se atrevia a expressar nem sequer uma opinião própria, a menos que pudesse sustentá-la com citações dos grandes mestres do passado. A última qualidade que teriam reclamado para si era a de uma doutrina independente. Mas para JESUS suas afirmações não necessitavam de outra autoridade fora do fato que era Ele quem as pronunciava. Ele era sua própria autoridade.

Paulo, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, disse: Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. Romanos 7:12

Evidentemente, a verdade era uma coisa ou outra - ou JESUS era um louco, ou era único em sua espécie. Ou era um megalomaníaco, ou era o Filho de DEUS. Nenhum homem comum se atreveu a mexer no que, até o momento de sua vinda, tinha sido considerado a eterna palavra de DEUS. O mais extraordinário com respeito à autoridade é que se demonstra a si mesma. Basta alguém se pôr a ensinar para que saibamos, imediatamente, se tem ou não direito a ensinar. A autoridade é como a atmosfera que o rodeia. Se a tiver não precisa reclamá-la; é algo que se possui ou não se possui. As orquestras que tocaram sob a direção do Toscanini, o grande músico, dizem que assim que subia ao pódio podia sentir-se quase fisicamente o fluxo da autoridade que emanava dele. Julian Duguid recorda como em certa oportunidade lhe tocou a sorte de fazer a travessia do Atlântico no mesmo navio que Sir Wilfrid Grenfell, e diz que quando Grenfell entrava em qualquer dos salões do navio, não precisava voltar-se para a porta a fim de saber que ele acabava de entrar, pois daquele homem emanava uma onda de poder e autoridade. No caso de JESUS, esta qualidade se dava em grau supremo.

JESUS tomou em suas mãos a sabedoria superior dos homens, corrigiu-a, reajustou-a, e pôde fazê-lo porque era quem era. Não precisava discutir suas idéias; era suficiente que as comunicasse. Ninguém pode confrontar honestamente a JESUS e escutar suas palavras sem sentir que está em presença da última palavra de DEUS, junto à qual todas as outras palavras são totalmente inadequadas, e qualquer outra sabedoria é antiquada.

A NOVA PAUTA MORAL - Mateus 5:21-48 (continuação)

Mas por desconcertante que fosse o acento de autoridade de JESUS, mais ainda o eram as pautas morais que propunha aos homens. JESUS disse que aos olhos de DEUS não somente era criminoso o homem que cometia um assassinato, mas também aquele que se irava com seu irmão. Disse que aos olhos de DEUS não somente era culpado o homem que cometia adultério, mas também aquele que alojava em seu coração pensamentos impuros. Aqui há algo totalmente novo, algo que mesmo agora os homens não chegaram a compreender totalmente. JESUS ensinou que não era suficiente não cometer assassinato, era necessário nem sequer ter desejado jamais a morte de nosso irmão. Ensinou que não era suficiente não cometer adultério; era necessário incluso não ter desejado adulterar.

É possível que jamais tenhamos batido em alguém; mas quem pode dizer que jamais desejou bater em alguém? É possível que jamais tenhamos cometido adultério; mas quem pode dizer que jamais experimentou o desejo da mulher de outro? O ensino de JESUS era que os pensamentos são tão importantes como os fatos, e que não era suficiente não cometer um pecado; a única coisa suficiente é não desejar jamais cometê-lo. O ensino de JESUS era que o ser humano não será julgado apenas por suas ações, mas sim, e ainda mais, por seus desejos, embora jamais tenham chegado a transformar-se em ação. Segundo as pautas morais do mundo uma pessoa é boa se não cometer ações proibidas; o mundo não tem interesse em julgar os pensamentos. Segundo a pauta moral que JESUS propõe, ninguém pode ser considerado bom a menos que jamais deseje fazer o proibido; JESUS Se interessa profundamente pelos pensamentos humanos. Disto surgem três coisas.

(1) JESUS tinha muita razão, porque sua atitude é a única que pode garantir a segurança e a felicidade.

Em certa medida todos os seres humanos são personalidades divididas. Há uma parte de nosso eu que se sente atraída pelo bem, e outra parte que se sente atraída pelo mal. Na medida em que realmente somos assim, no interior de cada um de nós se trava uma batalha entre o bem e o mal. Há uma voz que nos incita a tomar o fruto proibido, e outra que proíbe fazê-lo. Platão comparava a alma com um carro puxado por dois cavalos. Um dos cavalos, manso e dócil, obedecia às rédeas e às vozes do condutor. O outro, selvagem, não tinha sido domesticado, e todo o tempo procurava rebelar-se. O nome do primeiro cavalo era "razão", o nome do segundo era "paixão". A vida é sempre um conflito entre as exigências das paixões e o controle da razão.

A razão é a rédea que mantém sob controle as paixões. Mas uma rédea pode romper-se em qualquer momento. É possível que o domínio próprio baixe a guarda por um instante. O que ocorre então? Na medida em que exista essa tensão interior, esse conflito, a vida será permanentemente insegura. Em tais circunstâncias não pode haver segurança permanente. A única forma de obter a segurança é erradicar de maneira total de si mesmo o desejo do fruto proibido. Então, e somente então, poderemos estar seguros.

(2) Sendo isto assim, somente DEUS está em condições de julgar os homens.

Nós somente podemos ver as ações exteriores dos homens. DEUS é o único que pode ver o segredo do coração. E haverá muitos cujas ações exteriores possivelmente sejam um modelo de retidão mas cujos pensamentos mais íntimos estão sob o juízo de DEUS. Mais de uma pessoa poderá sair-se bem do julgamento dos homens, que necessariamente será um julgamento superficial, mas verá desmoronar-se sua bondade ante o olho de DEUS que tudo vê.

(3) E se isto é assim, significa que todos somos pecadores, porque não há ninguém que possa suportar o julgamento de DEUS.

Embora tenhamos vivido uma vida de perfeição moral no exterior, não existe quem pode afirmar que jamais experimentou o desejo do proibido. Porque a perfeição interior é a única coisa que torna possível que alguém possa afirmar "Eu morri, e CRISTO vive em mim". "Com CRISTO estou juntamente crucificado", disse São Paulo, "e vivo não mais eu, mas CRISTO vive em mim" (Gálatas 2:20).

Porém até mesmo Paulo diz não ter alcançado a perfeição: “Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por CRISTO JESUS”. Filipenses 3:12

A nova pauta moral elimina toda possibilidade de orgulho, e conduz a JESUS, o único que pode nos elevar até a altura da pauta que Ele mesmo nos propôs.

PROIBIÇÃO DA IRA - Mateus 5:21, 22

Aqui temos o primeiro exemplo da nova pauta moral que JESUS estabelece. A lei antiga dizia: "Não matarás" (Êxodo 20:13); mas JESUS estabelece que até a irritação contra o irmão está proibido. É de fazer notar que em algumas versões o homem que é condenado é o que se zanga "sem causa" ou "loucamente", mas estas palavras não se acham em nenhum dos grandes manuscritos. A proibição é absoluta. Não basta não bater no outro - é necessário incluso não desejar bater nele, nem sequer alojar sentimentos agressivos para com ele em nosso coração.

Nesta passagem JESUS raciocina de maneira muito similar à que teria feito um rabino. Demonstra que sabe utilizar os métodos de discussão que eram habituais em sua época. Nesta passagem há uma nítida gradação da ira, e a correspondente gradação crescente dos castigos.

(1) Primeiro está o homem que se zanga com seu irmão.

Em grego havia duas palavras para descrever a ira. Uma delas, zumós, significa literalmente o fogo que produz a palha seca. Trata-se da ira que se inflama repentinamente, mas que com a mesma prontidão se extingue. A outra palavra é orgué. Neste caso se trata da ira longamente cultivada, a de quem odeia e seguirá odiando, sem permitir jamais que sua ira diminua. Esta é palavra usada por JESUS.

Esta ira merece o julgamento dos tribunais. JESUS se refere ao tribunal que funcionava em qualquer população, das cidades até o menor vilarejo. Este tribunal estava composto pelos anciãos do lugar e o número de juízes variava segundo o tamanho da população: eram três nos pequenos povoados, com menos de cento e cinquenta habitantes, sete nas cidades de província e vinte e três nas grandes capitais.

De maneira que JESUS condena toda ira egoísta. A Bíblia diz bem claramente que a ira é um sentimento proibido. "A ira do homem", diz Tiago, "não produz a justiça de DEUS" (Tiago 1:20). Paulo ordena aos seus: "despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar..." (Colossenses 3:8).

Também os mais elevados pensadores do paganismo compreenderam a estupidez da ira. Cícero disse que quando se experimentava ira "nada podia fazer-se inteligentemente nem de maneira justa". Em uma frase tremendamente vívida, Sêneca descreveu a ira como "uma loucura passageira".

De maneira que JESUS proíbe categoricamente a ira rancorosa, a ira que jamais esquece, a ira que se nega a ser reconciliada e busca a vingança. Se desejamos obedecê-lo devemos eliminar de nossa vida toda forma de ira, irritação ou ódio apaixonado, particularmente aqueles que duram muito tempo sem aplacar-se. É muito importante recordar que ninguém que queira chamar-se cristão pode "perder os estribos" quando de algum modo foi ofendido pessoalmente.

(2) A seguir JESUS passa a descrever o caso em que a ira dá lugar às palavras insultantes.

Os mestres do judaísmo proibiam tal tipo de irritação e tais palavras. Falavam de "a opressão das palavras" e do "pecado do insulto". Um de seus ditos sustentava: "Há três classes de homens que vão à Geena e não retornam jamais - o adúltero, que faz envergonhar abertamente a seu próximo, e o que insulta a seu semelhante." E a ira que está proibida tanto no coração do homem como em sua boca.

AS PALAVRAS OFENSIVAS - Mateus 5:21, 22 (continuação)

Em primeiro lugar se condena ao homem que chama raca a seu irmão.

Raca é a palavra que em nossas Bíblias se traduz por "néscio". É uma palavra quase impossível de traduzir, porque a gradação de seu significado dependia do tom de voz que se usasse ao pronunciá-la. A ideia dominante deste insulto é a do desprezo. Chamar a alguém raca era lhe dizer estúpido, idiota sem miolos, imprestável e nulo. É a palavra que escutaremos na boca de quem despreza a outro com absoluta arrogância.

Entre os judeus há uma história de um certo rabino, Simão Ben Eleazar, que saía da casa de seu professor, sentindo-se exaltado pela consciência de sua própria sabedoria, erudição e bondade. Nesse momento cruzou por ele alguém muito pouco favorecido em seu aspecto, quem o saudou. Sem responder à saudação Ben Eleazar lhe gritou: "Raca! Quão feio você é! Todos os homens de sua cidade são tão feios como você?" O caminhante lhe respondeu: "Isso não sei. Vá e diga ao Criador que me fez uma criatura tão feia como sou." Este foi o modo como se castigou o pecado de desprezo.

O pecado de desprezo é merecedor de um castigo ainda mais sério.

Deverá ser julgado pelo Sinédrio, a corte suprema dos judeus. É óbvio que isto não deve ser tomado literalmente. É como se JESUS tivesse dito:

"O pecado da ira inveterada é mal, mas o do desprezo é pior." Não há pecado tão pouco cristão como o do desprezo. Há um desprezo que se baseia no orgulho da estirpe, e o esnobismo é realmente uma coisa feia. Há uma atitude de superioridade que obedece à posição e o dinheiro que se têm, e o orgulho pelas coisas materiais também é algo vil. Há um orgulho dos que desprezam os que sabem menos que eles, e de todos orgulhos este é o mais difícil de entender, porque nenhum homem verdadeiramente sábio jamais se sentiu impressionado por outra coisa senão por sua própria ignorância. Não podemos olhar depreciativamente a ninguém, porque CRISTO morreu por todos.

(3) A seguir JESUS se refere ao homem que chama morós a seu irmão. Morós também significa néscio ou tolo, mas o acento está posto na tolice moral.

É o homem que simula ser néscio. O salmista, por exemplo, fala do néscio que em seu coração diz que não há DEUS (Salmo 14:1). Trata-se, neste caso, de um retardado moral, do homem que vive de maneira imoral e portanto desejaria que não houvesse DEUS. Dizer a alguém morós não era criticar sua capacidade mental, mas pôr em tela de juízo seu caráter moral; equivalia a manchar seu bom nome e reputação, a qualificá-lo como uma pessoa de vida dissipada e imoral.

E JESUS diz que aquele que destrói o bom nome de seu irmão e sua reputação de pessoa honesta e reta deverá enfrentar o juízo mais terrível de todos, o do fogo do Geena. Geena é um termo com uma longa história. Às vezes é traduzido, como em nossa citação, diretamente por inferno. Os judeus usavam esta palavra muito frequentemente (veja-se Mateus 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33; Marcos 9:43, 45, 41. Lucas 12:5; Tiago 3:6). Em realidade, só se refere ao Vale de Hinom, que estava localizado para o sudoeste de Jerusalém. Era lembrado como o lugar onde Acaz tinha introduzido o culto a Moloque, um deus pagão. Este culto tinha como uma de suas características a imolação de crianças vivas no fogo do altar. "Também queimou incenso no vale do filho de Hinom e queimou a seus próprios filhos..." (2 Crônicas 28:3). Josias, o rei reformador, tinha eliminado totalmente esse culto, e ordenando que o lugar onde era celebrado fosse maldito para sempre. "Também profanou a Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém queimasse a seu filho ou a sua filha como sacrifício a Moloque." (2 Reis 23:10). Em consequência o vale do Hinom se converteu no depósito de lixo de Jerusalém. Era uma espécie de imenso incinerador público, no qual sempre havia algum fogo ardendo, e sobre ele se estendia uma nuvem de fumaça espessa. Nos desperdícios se criava um tipo especial de verme, que era muito difícil de matar (Marcos 9:44). De maneira que o Geena era o vale de Hinom, um lugar identificado na mente do povo judeu com tudo o que era sujo, maldito e corrompido, o lugar onde se destruíam mediante o fogo todas as coisas inúteis e insalubres. É por isso que se converteu em sinônimo do poder destruidor de DEUS, o inferno.

JESUS afirma, pois, que o mais grave é destruir a boa reputação do próximo e privá-lo de seu bom nome. Não há castigo muito severo para o fofoqueiro maligno, para as fofocas de intenção iníqua que podem chegar a assassinar o bom nome de qualquer pessoa. Tal conduta merece, no sentido mais literal possível, a condenação do inferno. Como já dissemos, esta gradação dos castigos não deve ser tomada literalmente. JESUS está dizendo o seguinte: "Na antiguidade se condenava o assassinato; e certamente o assassinato continua sendo mal. Mas eu lhes digo que não são apenas as ações exteriores do homem as que merecem ser julgadas; também seus pensamentos mais íntimos estão sob o olhar escrutinador e o julgamento de DEUS. A ira persistente é má; piores ainda são as palavras depreciativas, mas o pior de tudo é a malícia que destrói o bom nome do próximo."

O homem que é escravo de sua ira, que se dirige a outros com um tom depreciativo, o homem que destrói o bom nome de outros, pode não ter assassinado a ninguém, mas em seu coração é um assassino.

A BARREIRA INSUPERÁVEL - Mateus 5:23, 24

Quando JESUS disse estas palavras, não fez mais que recordar aos judeus um princípio que eles conheciam perfeitamente bem, e que jamais devem ter esquecido. A ideia do sacrifício era muito singela. Se alguém cometia uma má ação, de algum modo esta perturbava sua relação com DEUS, e o sacrifício tinha como intenção restabelecer a normalidade destas relações.

Mas é preciso lembrar duas coisas de suma importância.

Em primeiro lugar, nunca se sustentou que os sacrifícios pudessem expiar os pecados cometidos deliberadamente, aos que os judeus qualificavam de "pecados de mão elevada".

Se alguém cometia algum pecado sem dar-se conta, se era arrastado ao pecado em um momento de paixão, perdendo seu domínio próprio, o sacrifício podia lançar resultados positivos; mas se alguém tinha cometido um pecado de maneira deliberada, pela dureza de seu coração, perfeitamente consciente do que estava fazendo, o sacrifício não podia expiar sua falta.

Em segundo lugar, para que o sacrifício fosse eficaz, devia incluir a confissão do pecado e um verdadeiro arrependimento; e o verdadeiro arrependimento incluía, por sua vez, o propósito de retificar as consequências que o pecado produziu.

Todos os anos se celebrava o grande Dia da Expiação, no qual se ofereciam sacrifícios pelos pecados de todo o povo. Mas os judeus eram perfeitamente conscientes de que nem sequer os sacrifícios desse dia especial valiam de nada se antes cada indivíduo não se reconciliasse com o seu próximo. A divisão entre o homem e DEUS não podia ser restaurada enquanto não se restabelecesse a união entre o homem e o homem. Se alguém oferecia um sacrifício com a intenção de expiar um roubo, por exemplo, sabia-se perfeitamente que o sacrifício não tinha valor algum até que se devolvesse a coisa roubada; se fosse descoberto que a coisa roubada não tinha sido devolvida, o sacrifício devia destruir-se como objeto impuro e queimar-se fora do templo. Os judeus sabiam perfeitamente que a pessoa deve emendar sua vida antes de tentar reconstruir sua relação com DEUS. Em certo sentido o sacrifício era substitutivo. O símbolo disto era que no momento da imolação da vítima o ofertante colocava suas mãos sobre a cabeça do animal devotado, apertando-a fortemente como se quisesse transferir-lhe o seu pecado. E ao fazê-lo dizia: "Invoco-te, ó Senhor; pequei, fiz o que havias proibido, rebelei-me; cometi (e aqui dizia qual tinha sido seu pecado particular); mas volto para ti arrependido; permite que isto seja minha expiação."

Um sacrifício válido, implicava confissão e restituição.

A imagem que JESUS nos pinta é bem vívida. O ofertante, é obvio, não fazia seu próprio sacrifício. Levava-o a sacerdote, e este o oferecia em nome do pecador. Aqui, o ofertante entrou em templo, atravessou os pátios que rodeiam o lugar santo, o Pátio dos Gentios, o Pátio das Mulheres, o Pátio dos Homens. Mais à frente estava o Pátio dos Sacerdotes, no qual nenhum leigo podia entrar. De pé junto ao corrimão, espera que seja a sua vez de entregar sua oferta ao sacerdote; tem suas mãos sobre a cabeça da vítima, e está a ponto de confessar o pecado que cometeu; e então recorda que não emendou sua relação quebrada com o irmão a quem ofendeu. Se quiser que seu sacrifício sirva de algo, deve voltar a seu irmão, restabelecer a relação com ele, desfazer o mal que fez. De outro modo não acontecerá nada.

JESUS é bem explícito com respeito a este fato fundamental – não podemos estar em boa relação com DEUS a menos que mantenhamos boas relações com os homens. Não podemos esperar ser perdoados enquanto não tenhamos confessado nosso pecado, não somente a DEUS mas também a nossos irmãos, e tenhamos feito o melhor possível para eliminar as consequências negativas do mal que fizemos. Às vezes nos perguntamos por que há uma barreira entre nós e DEUS; ou por que nossas orações parecem inúteis. É bem possível que nós mesmos sejamos os que levantamos a barreira, ou porque estamos desgostados com nosso próximo, ou porque ofendemos a alguém e não temos feito nada por desculpar essa ofensa.

RECONCILIAR-SE A TEMPO - Mateus 5:25-26

Aqui JESUS nos oferece um conselho bem prático. Recomenda evitar problemas maiores, solucionando as diferenças que tenhamos com outros

quando ainda estamos a tempo de fazê-lo.

JESUS traça o quadro de dois adversários que se dirigem ao tribunal e fala que se acertem entre si antes de chegar diante do juiz, porque se não o fazem, e se a lei segue seu curso, será muito pior, o que, pelo menos um dos dois, deverá enfrentar no futuro. A imagem de dois adversários que se dirigem juntos ao tribunal poderá nos parecer muito estranho e até improvável, mas era algo que ocorria com relativa frequência na antiguidade.

Na lei grega havia um procedimento denominado prisão sumária(apagogi) no qual a parte ofendida podia proceder à prisão de quem o tinha ofendido. Agarrava-o pela gola de sua túnica, de tal maneira que se lutasse para escapulir-se podia chegar a estrangular-se. É obvio, as causas que justificavam este tipo de prisão eram muito poucas. O infrator devia ser descoberto in fraganti, "com as mãos na massa". Os crimes que autorizavam a este tipo de prisão eram o assalto, o roubo de roupa (os ladrões de roupa eram uma praga nos banheiros públicos da antiga a Grécia), o "carteirismo" e o sequestro (na antiga a Grécia era muito comum o sequestro de escravos especialmente capacitados e idôneos). Além disso podia prender-se sumariamente a alguém que procurasse exercer os direitos de cidadão quando estes lhe tinham sido tirados, ou ao que voltava à sua cidade ou estado depois de ter sido exilado deles. Em vista deste costume, não era pouco comum ver em qualquer cidade esta regra de dois litigantes dirigindo-se juntos para os tribunais.

Mas é evidente que o mais provável é que JESUS estivesse pensando em termos da prática no judaísmo. Este tipo de situação não era de modo algum impossível sob as disposições da lei judia. O litígio a que se faz referência nesta passagem é evidentemente um caso de dívidas impagáveis, quando, de não chegar a um acordo, "deverá pagar-se até o último centavo". Estes casos eram julgados sempre pelo conselho local de anciãos. Indicava-se uma hora em que os litigantes deviam comparecer juntos ante o tribunal, e em qualquer aldeia ou população pequena, não era difícil que se encontrassem no caminho. Quando se determinava a culpabilidade de um acusado, ele era entregue ao oficial cuja responsabilidade era assegurar o cumprimento da sentença. Em caso contrário, tinha autoridade para encarcerar o rebelde, até que este fizesse o que o tribunal lhe tinha obrigado fazer. Evidentemente esta era a situação que JESUS tinha em mente. Suas palavras podem significar duas coisas.

(1) Pode ser simplesmente uma recomendação de ordem prática.

Em repetidas oportunidades a experiência da vida nos ensina que se não solucionarmos uma diferença a tempo, se não encontrarmos a tempo a paz que acabe com uma disputa, a situação se fará cada vez mais complicada e difícil de resolver por bem. Muitas vezes as diferenças entre duas pessoas produziram diferenças entre suas famílias, que as gerações futuras herdaram, terminando por dividir uma igreja ou uma comunidade. Se no princípio um dos dois litigantes tivesse pedido desculpas, ou admitido sua falta, poderiam ter evitado muitas situações penosas. Se alguma vez nos encontrarmos em desacordo com outra pessoa, devemos procurar esclarecer as coisas o mais breve possível e restaurar a paz. Isto pode requerer de nossa parte a humildade necessária para reconhecer que agimos mal e pedir perdão; pode requerer que, embora nós tenhamos a razão, demos o primeiro passo reconciliatório.

Quando algo anda mal nas relações pessoais, nove entre cada dez casos a imediata ação reconciliatória conseguirá solucionar a diferença. Mas se não se toma esta decisão imediatamente as relações continuarão deteriorando-se, e o azedume se estenderá cada vez mais, como uma mancha de azeite.

(2) É possível que JESUS tivesse em mente algo muito mais decisivo que isto.

É possível que o significado de suas palavras fosse: "Acerte suas diferenças com seu irmão enquanto você vive, porque algum dia - não se sabe quando - sua vida acabará, e você terá que comparecer ante o tribunal de DEUS, o Juízo final de todos. "O dia mais importante do calendário judeu era o dia da Expiação.

Sustentava-se que os sacrifícios deste dia valiam para expiar os pecados conhecidos e os desconhecidos; mas até este dia tinha suas imitações. O Talmud diz claramente: "O Dia da Expiação não serve para expiar as ofensas que o homem tenha cometido contra DEUS. O Dia da Expiação não serve para expiar as ofensas que o homem tenha cometido contra seu próximo, a menos que o mal tenha sido reparado previamente."

Aqui nos encontramos novamente com o fato básico, fundamental - ninguém pode estar em boas relações com DEUS a menos que esteja em boas relações com seu semelhante. Deve viver a vida de tal maneira que ao chegarmos ao fim da vida estejamos em paz com todos os nossos semelhantes. É possível que não seja necessário escolher uma destas duas interpretações das palavras de JESUS. Possivelmente JESUS pensasse em ambas as coisas quando as pronunciou. Neste caso seu propósito teria sido nos ensinar o seguinte: "Se você quer ser feliz neste mundo e na eternidade, nunca cultive o rancor nem deixe sem curar a divisão entre você e seu irmão. Aja de maneira imediata para eliminar a barreira que a ira levantou entre vocês." .

 

 

 

COMENTÁRIO - Bíblico Wesleyana - Características do reino ( 5: 21-48 ) (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)
Nesta seção "JESUS leva seis exemplos concretos da antiga Lei, a fim de ilustrar a nova justiça". Esta justiça envolve todos os aspectos da vida diária.
A cada uma dessas seis discussões é introduzido  'Ouvistes que foi dito nos velhos tempos' (vv. 21 , 33 ), 'Ouvistes o que foi dito' (vv. 27 , 38 , 43 ), ou simplesmente 'Foi Dito' (v. 31 ). Com esta referência é feita a fórmula para algum mandamento da lei mosaica (ou, no caso de a última cláusula do v. 43 , na tradição dos anciãos).
Todos os seis vezes JESUS acrescenta: mas digo-vos (vv. 22 , 28 , 32 , 34 , 39 , 44 ). Isto é ainda mais forte no grego do que no inglês ego de lego hymin. O ego é expresso em grego apenas para grifo nosso, como o I está incluída no verbo lego , eu digo. Além disso, ele é colocado em primeiro lugar na cláusula, a posição mais enfática em uma frase grega. Ou JESUS era um egoísta flagrante, ou Ele era o que Ele afirmava ser - o Filho eterno de DEUS, que tinha o direito de falar com autoridade divina absoluta. A ênfase na autoridade real de CRISTO é a principal característica do Evangelho de Mateus.
1. Peaceableness ( 5: 21-26 )
21  Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e todo aquele que matar será réu de juízo: 22  mas eu digo-vos que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu do conselho; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno. 23  Se, pois, tu és oferecendo a tua oferta diante do altar e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24  deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai-te, primeiro se reconciliar com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta. 25  Concordo com o teu adversário rapidamente, enquanto estás com ele no caminho; que nunca se ache o adversário te entregue ao juiz, eo juiz te entregue ao oficial, e sejas lançado na prisão. 26  Em verdade eu te digo: Tu não significa sair dali, até que tu não pagares o último ceitil.
O sexto dos Dez Mandamentos é: Não matarás ( Ex 20:13. ; Dt. 5:17 ). JESUS não revogará essa comando. Ao contrário, Ele estendeu-a para cobrir a raiva, desprezo e ódio. Parece haver uma escala ascendente no versículo 22 : (1) raiva - "Sentimento de raiva sem palavras"; (2) Raca - "A raiva em si ventilada em palavras"; (3) Insensato - "raiva de insulto." A distinção precisa entre os termos raca e tolo não é conhecido. Pensa-se que o primeiro pode vir de uma raiz que significava "cuspir". Ambas as palavras expressam desprezo e condenação.
Mais clara é a escala ascendente de consequências. Acórdão provavelmente se refere ao tribunal local. Conselho é Sinédrio, o Grande Sinédrio em Jerusalém, a mais alta corte judaica da justiça. O inferno é Geena , o lugar de tormento final. Seja em perigo de um significado legal o termo "é susceptível de". Ou seja, o culpado dessas coisas está sujeito aos tribunais de justiça ou punição nomeados aqui. Este aviso é seguido por uma dupla advertência para fazer a reconciliação. Se alguém vem ao santuário e lembra que ele feriu seu irmão, de qualquer forma, ele deve primeiro ser conciliada antes de sua adoração será aceitável. Novamente, se um está sendo levado perante o juiz, ele deve resolver rapidamente fora do tribunal. Caso contrário, ele será lançado na prisão e manteve lá até que ele tenha pago o último centavo. Pena de prisão por dívida era uma prática comum até tempos relativamente recentes.
O ponto que JESUS estava fazendo é que todos devem se apressam a se reconciliarem com DEUS, a quem todos os homens têm ofendido. Assim, esta passagem tem um forte cunho evangelístico.

 

 

COMENTÁRIO Bíblico - Devocional (NT) (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás” (Mt 5.21-26). Este é o primeiro de seis exemplos que JESUS usou para explicar a justiça inigualável. Todos tinham ouvido a lei do Antigo Testamento que legislava contra o homicídio. O ato de matar era errado.
Mas JESUS prossegue, explicando que DEUS não está apenas preocupado com o homicídio. Ele observava a ira que se acendia e levava ao homicídio. A pessoa justa de fato não é aquela que simplesmente evita cometer assassinato. É aquela que não reage com ira aos outros.
Neste exemplo, e nos seguintes, JESUS enfatizou a preocupação de DEUS com o coração. Cumprir a lei sobre não matar não torna ninguém justo. O homem verdadeiramente justo é aquele que não se ira! Na verdade, esse tipo de justiça perfeito está além de todos nós. E por isso que devemos nos tornar cidadãos do Reino de JESUS. Somente a obra de CRISTO em nosso coração pode nos transformar nas pessoas que DEUS nos chama para ser.
“Deixa ali diante do altar a tua oferta” (Mt5-23,24). Adorar a DEUS é importante? Sim! Mas JESUS enfatizou a importância do coração puro, dizendo que, se nos lembrarmos de que alguém tem alguma coisa contra nós, devemos fazer as correções necessárias, ainda que isso signifique um adiamento da adoração.
Mas o que é mais importante é a frase “Se... teu irmão tem alguma coisa contra ti”. Não somente somos responsáveis pela nossa própria ira, mas pela de nosso irmão! Se tivermos feito alguma coisa que aborreceu alguma pessoa, devemos resolver essa questão imediatamente, para preservar nosso irmão de uma ira que é inapropriada no Reino de DEUS. Isso talvez pareça ser demais! Já parece difícil demais cuidar do nosso próprio relacionamento com DEUS. E a verdade é que é realmente difícil demais. Mas é o que o nosso Rei espera. Se obedecermos, Ele fará em nós e nos nossos relacionamentos o que jamais poderíamos fazer sozinhos.
Essa é a glória de viver no Reino de CRISTO. JESUS é o Senhor. E Ele pode fazer, em nós e nos outros, o que jamais poderíamos fazer sozinhos.

 

 

COMENTÁRIOS Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)
Continuação do Sermão da Montanha Mateus 5. 21-26
Tendo apresentado estes princípios, de que Moisés e os profetas ainda seriam os legisladores do povo, mas que os escribas e os fariseus já não mais seriam os seus governantes, JESUS passa a explicar a lei em alguns exemplos em particular, e a defendê-la das observações corruptas que aqueles intérpretes tinham colocado sobre ela. Ele não acrescenta nada novo, somente limita e restringe algumas permissões que tinham sido excessivas; e, quanto aos preceitos, mostra a amplitude, a severidade e a natureza espiritual deles, acrescentando estatutos explicativos para torná-los mais claros e tendendo mais ao aperfeiçoamento da nossa obediência a eles. Nestes versículos, Ele explica a lei do sexto mandamento, de acordo com a verdadeira intenção e a sua abrangência completa.
I
Aqui está apresentado o mandamento (v. 21). Nós o ouvimos, e o recordamos. Ele fala àqueles que conhecem a lei, que tiveram as palavras de Moisés lidas nas suas sinagogas todos os sábados: “Ouvistes o que foi dito aos antigos”, ou como está na observação à margem de algumas versões, “aos seus antepassados”, os judeus; “Não matarás”. Observe que as leis de DEUS não são leis novas e surgidas do nada, mas tinham sido entregues aos antigos; são leis antigas, mas de uma natureza que nunca fica antiquada nem obsoleta. A lei moral está de acordo com a lei da natureza, com as leis e razões eternas do bem e do mal, isto é, a retidão da Mente eterna, a Mente de DEUS. Matar aqui é proibido, matar a nós mesmos, matar a qualquer pessoa, direta ou indiretamente, ou de qualquer maneira ajudar a fazê-lo. A lei de DEUS, o DEUS da vida, é uma cerca de proteção ao redor da nossa vida. Este foi um dos preceitos de Noé (Gn 9.5,6). Aqui inclui - Suicídio, Eutanásia, Aborto, Assassinato.
II
A explicação deste mandamento sobre o qual os professores judeus discutiam. O seu comentário era: “Aquele que matar, correrá o risco do julgamento”. Isto era tudo o que eles tinham a dizer a este respeito, que os assassinos deliberados estariam sujeitos à espada da justiça, e os ocasionais estariam sujeitos ao julgamento de uma das cidades de refúgio. As cortes de julgamento ficavam nos portões das suas cidades principais. Os juízes, normalmente, eram vinte e três; eles julgavam, condenavam e executavam os assassinos; assim, qualquer pessoa que matasse estava sujeita ao seu julgamento. Mas este comentário sobre esse mandamento era falho, pois ele dava a entender que:

1. A lei do sexto mandamento era apenas externa, e não proibia nada além do ato de assassinato, e deveria restringir os desejos interiores, dos quais nascem as guerras e as pelejas. Este era realmente o proton pseudos – o erro fundamental dos professores judeus, dizer que a lei divina proibia somente o ato pecaminoso, e não o pensamento pecaminoso; eles estavam inclinados a haerere in corticeae – descansar na letra da lei, e nunca investigaram o seu significado espiritual. Paulo, embora sendo um fariseu, não o fez, até que, pela chave do décimo mandamento, a graça divina o levou ao conhecimento da natureza divina de todas as demais coisas (Rm 7.7,14).

2. Outro engano era o de que esta lei era meramente política e cívica, dada por causa deles, e com a intenção de ser uma orientação para os seus tribunais, e nada mais; como se somente eles fossem o povo de DEUS, e a sabedoria da lei devesse morrer com eles.
III
A explicação que CRISTO deu deste mandamento. Nós estamos certos de que, de acordo com a sua explicação, seremos julgados no futuro; portanto, devemos ser governados agora. O mandamento é extremamente amplo, e não deve ser limitado pela vontade da carne, ou pela vontade dos homens.
1. CRISTO lhes diz que a ira irrefletida é assassinato no coração (v. 22). “Qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão” estará infringindo o sexto mandamento. Aqui, por ”seu irmão” devemos entender qualquer pessoa, mesmo que se trate de alguém inferior a nós, como uma criança ou um servo, pois todos nós somos feitos de um único sangue. A ira é uma paixão natural; existem casos nos quais ela é lícita e salutar; mas é pecaminosa, quando nos iramos sem motivo. A palavra é eike, que significa sine causae, sine effectu, et sine modo – sem causa, sem nenhum bom efeito, e sem moderação. Como consequência, a ira é pecaminosa:

(1) Quando ocorre sem nenhuma provocação justa; seja por nenhuma causa, ou nenhuma boa causa, ou nenhuma causa justa e adequada; quando nos iramos com as crianças ou com os servos por aquilo que não pôde ser evitado, que foi somente uma questão de esquecimento ou de engano, de que nós mesmos poderíamos ser facilmente culpados, e pelo que não ficaríamos irados conosco; quando nos iramos devido a suspeitas infundadas ou por ofensas banais que nem merecem ser mencionadas.

(2) Quando a ira ocorre sem visar nenhuma boa finalidade, meramente para mostrar a nossa autoridade, para satisfazer uma paixão bruta, para fazer com que as pessoas conheçam os nossos ressentimentos e para nos motivar à vingança; nestes casos, a ira é vã, e só se destina a magoar. Se em alguma ocasião estivermos irados, isto deverá se destinar a despertar o ofensor ao arrependimento, e a evitar que ele repita outra vez o que fez; para nos purificar (2 Co 7.11) e para advertir aos outros.

(3) Quando ela ultrapassa os limites. Quando somos duros e teimosos na nossa ira, violentos e veementes, cruéis e perversos, e procuramos ferir aqueles que nos desagradaram. Isto representa uma infração ao sexto mandamento, pois aquele que se ira desta maneira chegaria a matar, se pudesse. Um homem deu o primeiro passo em direção a isto; quando Caim matou seu irmão, tudo começou com a ira; ele é um assassino aos olhos de DEUS, que conhece o seu coração; pois é do coração que procede o assassinato (Mt 15.19).
2. JESUS lhes diz que o uso de uma linguagem ultrajante com o nosso irmão é o assassinato pela língua (chamá-lo de raca, e chamá-lo de louco). Quando isto é feito com moderação e com uma boa finalidade, para convencer os outros da sua vaidade e das suas tolices, não é pecaminoso. Assim, Tiago diz: “Ó homem vão” (Tg 2.20), e Paulo diz: “Insensato” (1 Co 15.36), e o próprio CRISTO diz: “Ó néscios e tardos de coração” (Lc 24.25). Mas quando isto nasce da ira e da maldade interior, é a fumaça daquele fogo que arde no inferno, e se enquadra na mesma característica.

(1) Raca é uma palavra de desdém, que se origina no orgulho. “Zombador é o teu nome”, é como Salomão chama aqueles que tratam com indignação e soberba (Pv 21.24), que desdenham do irmão para equipará-lo aos cães que possuem. “Esta multidão, que não sabe a lei, é maldita” (Jo 7.49).

(2) “Louco” é uma palavra de rancor, que nasce do ódio; considerando a pessoa não somente comum e indigna de ser honrada, mas como uma pessoa odiosa e indigna de ser amada; “Tu, homem iníquo, réprobo”. A primeira palavra fala de um homem desprovido de razão; ela (em termos das Escrituras) fala de um homem sem graça; quanto mais a censura tocar a sua condição espiritual, pior será; a primeira é uma zombaria arrogante do nosso irmão; esta é uma censura maldosa e uma condenação a ele, como se estivesse abandonado por DEUS. Esta é uma infração do sexto mandamento; calúnias maldosas e críticas são veneno, sob a língua, que mata secreta e lentamente. As palavras amargas são como flechas que matam repentinamente (Sl 64.3), ou como uma espada nos ossos. O bom nome do nosso próximo, que é melhor do que a vida, é, desta forma, esfaqueado e assassinado; e esta é uma evidência de uma má intenção para com o nosso próximo, a ponto de atingirmos a sua vida, se pudéssemos fazê-lo.
3. JESUS lhes diz que não importa o uso que eles façam desses pecados, certamente eles lhes serão computados. Aquele que se encolerizar com seu irmão está correndo o risco do juízo e da ira de DEUS; aquele que o chama de raca estará nas mãos do conselho, passível de ser punido pelo Sinédrio por insultar um israelita; mas aquele que disser: “Louco, pessoa profana, filho do inferno”, estará em perigo do fogo do inferno, para o qual ele condena o seu irmão. Alguns pensam, em alusão às punições usadas nos diversos tribunais de julgamento entre os judeus, que CRISTO mostra que o pecado da ira irrefletida expõe os homens a punições mais graves ou menos graves, de acordo com os graus da sua origem. Os judeus tinham três penas capitais, uma pior que a outra: a decapitação, que era imposta pelo julgamento; o apedrejamento, pelo conselho ou pelo Sinédrio; e o fogo no vale de Hinom, que só era usado em casos extraordinários. Isto significa, portanto, que a ira irrefletida e a linguagem ofensiva são pecados condenáveis; mas alguns são mais pecaminosos que outros, e, de maneira correspondente, existe uma condenação mais severa, e uma punição mais amarga reservada a estes. Assim, ao mostrar a punição mais temível, CRISTO mostra que pecado é o mais grave.
IV
De tudo isto, pode-se deduzir que nós devemos cuidadosamente preservar o amor e a paz cristãos com nossos irmãos, e, se alguma vez estes forem rompidos, devemos lutar por uma reconciliação, confessando a nossa culpa, humilhando-nos perante o nosso irmão, implorando o seu perdão, e fazendo uma indenização ou oferecendo uma compensação pelo mal feito através de atos ou palavras, de acordo com a natureza da situação; e devemos fazê-lo rapidamente, por dois motivos:
1. Porque, até que isto seja feito, nós estaremos incapacitados para a comunhão com DEUS (vv. 23,24). O caso suposto é: se “teu irmão tem alguma coisa contra ti”, ou seja, se você o injuriou e ofendeu, seja isto real ou na percepção dele. Se você é a parte ofendida, não há necessidade desta demora; se você tem alguma coisa contra o seu irmão, resolva isto rapidamente. Nada mais precisa ser feito, a não ser perdoá-lo (Mc 11.25), e perdoar a ofensa. Mas se a disputa se iniciou no seu lado, e a culpa foi sua, no início ou ao final, de modo que “teu irmão tem alguma coisa contra ti, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão”, antes de vir fazer a oferta no altar, antes de se aproximar solenemente de DEUS, nos serviços de oração e louvor, ouvindo a Palavra ou adorando. Observe:

(1) Quando nos dirigimos a qualquer prática religiosa, é bom que aproveitemos a ocasião para uma séria reflexão e exame próprio. Há muitas coisas a serem lembradas quando levamos a nossa oferta ao altar, se o nosso irmão tiver alguma coisa contra nós; então, se este for o caso, precisaremos considerar a questão para que façamos um acerto de contas.

(2) As práticas religiosas não são aceitáveis perante DEUS, se forem realizadas quando sentimos ira. A inveja, a maldade e a falta de caridade são pecados tão desagradáveis a DEUS, que nada que venha de um coração onde estas coisas ainda predominem pode agradá-lo (1 Tm 2.8). As orações feitas com ira são escritas em amargura (Is 1.15; 58.4).

(3) O amor ou a caridade são tão melhores que todos os holocaustos e sacrifícios, que DEUS deseja que a reconciliação com um irmão ofendido ocorra antes que a oferta seja feita. Ele se satisfaz por esperar pela oferta, em lugar de tê-la quando somos culpados e estamos envolvidos em alguma disputa.

(4) Embora estejamos incapacitados para a comunhão com DEUS devido a uma disputa continuada com um irmão, ainda assim isto não pode ser uma desculpa para a omissão ou para a negligência em relação ao nosso dever: “Deixa ali diante do altar a tua oferta”, em outras palavras, “para que, de outra forma, quando tiver ido embora, você não se sinta tentado a não voltar”. Muitos expressam este pensamento como a razão pela qual não vêm à igreja ou participam da Santa Ceia, por estarem com algum problema com o próximo. E de quem é a culpa? Um pecado jamais irá justificar outro, mas irá dobrar a culpa. A falta de amor jamais poderá justificar a falta de piedade. O problema pode ser facilmente superado. Nós devemos perdoar àqueles que nos fizeram mal; e àqueles a quem nós fizemos mal, devemos compensar, ou pelo menos fazer uma proposta e desejar a restauração da amizade, para que se a reconciliação não acontecer, não seja por nossa culpa; e então vir e ser bem recebido, vir e oferecer a nossa oferta, e ela será aceita. Portanto, não devemos deixar que o sol se ponha sobre a nossa ira nenhum dia, porque devemos orar antes de dormir. Também não devemos deixar que o sol nasça sobre a nossa ira em um dia que consagramos ao Senhor, porque este é um dia de oração e adoração.
2. Porque, até que isto seja feito, estaremos expostos a muitos perigos (vv. 25,26). É arriscado não procurarmos um acordo, e rapidamente, sob dois aspectos:
(1) Um aspecto temporal. Se a ofensa que causamos ao nosso irmão, ao seu corpo, aos seus bens ou à sua reputação, for tal que exija alguma ação na qual ele possa recuperar danos consideráveis, é sábio de nossa parte, e é a nossa obrigação para com a nossa família, evitar isto por meio de uma submissão humilde e uma satisfação justa e pacífica, para que, de outra maneira, ele não recupere os danos pela lei e não nos coloque numa prisão. Em um caso como este, é melhor entrar em acordo, nas melhores condições que pudermos, do que suportarmos alguma punição; pois é inútil disputar com a lei, e existe o perigo de sermos esmagados por ela. Muitos arruínam as suas propriedades e os seus bens persistindo obstinadamente nas ofensas que fizeram, que poderiam ter sido resolvidas de modo pacífico, se cedessem em algo, rapidamente, no início do problema. O conselho de Salomão no caso de responsabilidade é: “Vai, humilha-te... e livra-te” (Pv 6.1-5). É bom chegar a um acordo, pois a pena da lei é cara. Embora devamos ser misericordiosos com aqueles sobre os quais estamos em vantagem, ainda assim devemos ser justos com aqueles que têm vantagens sobre nós, desde que sejamos capazes. “Concilia-te depressa com o teu adversário”, em outras palavras, para que ele não se exaspere com a sua teimosia, e não se sinta provocado a insistir com as máximas exigências, e não deixe de fazer o abatimento que a princípio teria feito. Uma prisão é um lugar incômodo para aqueles que são levados a ela pelo seu próprio orgulho e desperdício de oportunidade, pela sua própria teimosia e tolice.
(2) Um aspecto espiritual. “Vai reconciliar-te... com o teu irmão”, seja justo com ele, seja amistoso com ele, porque enquanto continuar a disputa, assim como você estará incapacitado para trazer a sua oferta ao altar, incapacitado para participar da mesa do Senhor, também estará incapacitado para morrer. Se você persistir neste pecado, existe o perigo de você ser repentinamente levado pela ira de DEUS, de cujo julgamento você não poderá escapar nem se isentar. E se você for o responsável por esta iniquidade, você estará perdido para sempre. O inferno é uma prisão para todos aqueles que vivem e morrem na maldade e na falta de amor, pois todos são contenciosos (Rm 2.8), e desta prisão não há resgate, não há redenção, não há fuga, por toda a eternidade.
Isto se aplica à grande questão da nossa reconciliação com DEUS, por meio de CRISTO: “Concilia-te depressa com [ele]... enquanto estás no caminho”. Observe que:

[1] O grande DEUS é um adversário para todos os pecadores, antidikos – um adversário legal; Ele tem uma controvérsia com eles, uma ação contra eles.

[2] É nosso interesse estar de acordo com Ele, nos familiarizar com Ele, para podermos estar em paz (Jó 22.21; 2 Co 5.20).

[3] É prudente fazermos isto rapidamente, enquanto estamos no caminho. Enquanto estamos vivos, estamos no caminho; depois da morte, será tarde demais para fazê-lo; portanto, não dê descanso aos seus olhos antes que isto seja feito.

[4] Aqueles que continuam em uma situação de inimizade com DEUS estão continuamente expostos à prisão da sua justiça, e aos exemplos mais temíveis da sua ira. CRISTO é o Juiz, a quem os pecadores impenitentes serão entregues. Pois todo o julgamento foi confiado ao Filho. Aqueles que o rejeitarem como Salvador jamais poderão escapar dele como Juiz (Ap 6.16,17). É atemorizante ser entregue, desta forma, ao Senhor JESUS, quando o Cordeiro se tornará o Leão. Os anjos são os encarregados a quem CRISTO os entregará (Mt 13.41,42); os demônios também são um tipo de encarregados, tendo o poder de serem os algozes da morte de todos os incrédulos (Hb 2.14). O inferno é a prisão em que serão lançados todos aqueles que continuarem em um estado de inimizade contra DEUS (2 Pe 2.4).

5] Os pecadores condenados continuarão ali por toda a eternidade; eles não poderão partir porque jamais poderão pagar a dívida por seus pecados. Mesmo passando a eternidade em tormentos, jamais conseguirão pagá-la totalmente. A justiça divina só pode ser satisfeita através do sacrifício feito pelo nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO.

 

 

COMENTÁRIOS - Comentário Bíblico Moody (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)

21-26. Primeira ilustração: homicídio. JESUS mostra como esse cumprimento da Lei é mais profundo que uma simples conformidade exterior. Quem matar destaca um desenvolvimento tradicional de Êx. 20:13, mas ainda trata do ato de homicídio.

O julgamento. O tribunal civil judeu, conforme baseado em Deut. 16:18 (veja também Josefo, Antig. iv. 8.14). Os melhores manuscritos omitem "sem motivo" ainda que Efésios 4:26 indique a possibilidade de se inferir corretamente alguma restrição.

Insulto. (Raca na ERC.) Provavelmente "cabeça vazia" (de uma palavra aramaica significando "vazio"). Tolo.
Considerando que esta série exige epítetos progressivamente mais graves, Raca pode ser um desacato à cabeça do homem, e tolo, ao seu caráter (Exp GT, I, 107).

Inferno de fogo. Literalmente uma referência ao vale de Hinon nos arredores de Jerusalém, onde o lixo, os restos e as carcaças de animais abatidos eram queimados e também uma metáfora pitoresca do lugar do tormento eterno. (A sua história horrível se encontra em Jr. 7:31, 32; II Cr. 28:3; 33:6; lI Reis 23:10). CRISTO localiza a raiz do homicídio no coração do homem irado, e promete que no Seu reino o julgamento imediato será feito antes que o homicídio seja cometido.

Ao altar. Indicação do disfarce judaico deste discurso. Teu irmão tem alguma coisa contra ti, isto é, se você cometeu uma injustiça contra o seu irmão. Vai primeiro reconciliar-te obriga o adorador que está a caminho, a prestar satisfações ao ofendido para que a sua oferta seja aceitável (confirma com Sl. 66:18).

Adversário. Um oponente da lei (confira com Lc. 12:58, 59). Considerando que o juízo está próximo, os ofensores deveriam se apressar em ajustar contas. Enquanto não pagares. Provavelmente uma situação literal no reino. Se, entretanto, a prisão é símbolo do inferno, a implícita possibilidade de pagamento e soltura aplica-se apenas à parábola, não a sua interpretação. A Escritura é clara ao declarar que aqueles que estão no inferno ficarão lá para sempre (Mt. 25:41, 46), porque a sua dívida não pode ser paga.

 

 

COMENTÁRIOS - NVI (F. F. Bruce) (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)

O ESPÍRITO dele habita em nós, temos sua interpretação escrita em nosso coração. Acerca do homicídio (5.21-26)
Cf. 12.57ss. O princípio de que a ira e zombaria aos olhos de DEUS são tão más quanto o homicídio ao qual podem facilmente conduzir era reconhecido pelos rabinos, mas JESUS forneceu uma nota adicional de seriedade. Suas palavras não são facilmente praticadas. A palavra julgamento deve ter o mesmo sentido nos v. 21,22; provavelmente se refira à corte judaica local de 23 membros. Depois, o tribunal (v. 22) deve ser o Sinédrio de 71 membros em Jerusalém, a corte suprema, v. 22. qualquer que disser a seu irmão: Racá: raca, uma palavra aramaica, significa “cabeça oca”, e é usada com frequência em escritos rabínicos como um termo comum de insulto; mõre (Louco!) não é um termo grego, e sim aramaico, e é equivalente a “sujeito ímpio”. JESUS quer dizer que a corte local deveria julgar a ira tanto quanto o homicídio, enquanto o fato de um homem negar o seu próprio respeito deveria ser uma causa para a corte suprema. Negar a posição moral de um homem diante de DEUS é algo tão sério que somente a corte celestial é competente para lidar com isso. E verdade, cortes humanas raramente tratam dessas questões, mas isso não vai impedir que a corte celestial realize a sua tarefa. Dar a outra pessoa um motivo justo para nos acusar é algo tão sério que resolver essa situação é mais importante do que a adoração e o culto (v. 23). Afirmar que os v. 25,26 são uma referência ao relacionamento da pessoa com DEUS é um exemplo de perversa ingenuidade alegórica.
v. 22. fogo do inferno (geennd): No AT, o lugar dos mortos, tanto bons quanto maus, é chamado Sheol, traduzido por hades no NT. Com o desenvolvimento da crença na ressurreição durante o período inter-testamental, encontramos no livro de Enoque (c. 150-100 a.C.) o conceito de “inferno” para os pecadores depois do juízo final. Isso em pouco tempo ficou universalmente conhecido como Ge-Hinnom, abreviação de Ge-ben-Hinnom, vale (do filho) de Hinnom — em grego ge(h)enna. Literalmente, esse era o vale ao sul de Jerusalém, em que haviam ocorrido sacrifícios de crianças durante o reinado de Acaz e Manassés, e que desde o tempo de Josias havia se tornado o lugar em que o lixo de Jerusalém era despejado e queimado. No final do século I d.C., um grupo de fariseus considerou que Geena tinha um papel purificador para pecadores menos sérios destinados para lá; no século II foi expandido para ter o significado também de um tipo de purgatório antes do juízo final (católicos romanos?). Estes últimos usos não são encontrados no NT.

 

 

COMENTÁRIO - da Bíblia Diário Vivir (ESP) (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE)

5.21, 22 Assassinar é um pecado terrível mas a cólera é um grande pecado também porque viola o mandato de DEUS de amar. A ira, neste caso, refere-se à amargura crescente contra alguém. É uma emoção perigosa que pode levar a perda de domínio próprio, e pode conduzir à violência, ao dano emocional, a uma tensão mental crescente e a outros resultados destrutivos. A cólera impede que desenvolvamos um espírito agradável para DEUS. Alguma vez se há sentido orgulhoso de não ter cometido o engano de dizer o que tinha na mente? O domínio próprio é bom mas CRISTO quer que dominemos também nossos pensamentos. JESUS disse que seremos julgados ainda por nossas atitudes.
5.23, 24 Qualquer ruptura de relações pode afetar nossa relação com DEUS. Se tivermos um problema com um amigo, devemos resolvê-lo o antes possível. Somos hipócritas se manifestamos ter boas relações com DEUS enquanto não as temos com outra pessoa. Nossas relações com outros refletem nossa relação com DEUS (1Jo 4:20).
5.25, 26 Nos dias do JESUS, se alguém não podia pagar suas dívidas, ia ao cárcere até que a dívida fora saldada. A menos que alguém pagasse a dívida, o prisioneiro morria preso. É um conselho sábio resolver nossas diferenças com nossos inimigos antes de que sua cólera cause mais problemas (Pro 25:8-10). Seus desacordos pudessem não levá-lo até o tribunal, mas até os conflitos pequenos se solucionam mais facilmente se tratarmos de arrumá-los imediatamente. Em um sentido amplo, estes versículos nos aconselham nos arrumar com nosso próximo antes de nos apresentar diante de DEUS.

 

 

COMENTÁRIO - CB TT W. W. Wiersbe - A JUSTIÇA EM AÇÃO NA VIDA DIÁRIA (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO PR. HENRIQUE) - (Mt 5:21-48)
JESUS selecionou seis leis importantes do Antigo Testamento e as interpretou para o povo à luz da vida nova que veio oferecer. Fez uma alteração fundamental sem, no entanto, mudar o padrão de DEUS: tratou das atitudes e intenções do coração, não  apenas das ações aparentes. Os fariseus diziam que a justiça consistia em realizar determinadas ações. JESUS diz que o cerne da  justiça são as atitudes do coração.
O mesmo se aplica ao pecado: os fariseus tinham uma lista de ações exteriores; consideradas pecado, mas JESUS explicou que o pecado provém das atitudes do coração. A ira sem motivo é homicídio no coração; a lascívia é adultério no coração. A pessoa que afirma "viver segundo o sermão do monte" talvez não perceba que é mais difícil seguir esses preceitos do que os Dez Mandamentos!
Homicídio (w. 21-26; Êx 20:13). Talvez uma em cada trinta e cinco mortes é por assassinato, a maior parte delas é "crimes passionais" causados pela ira descontrolada entre amigos e parentes. JESUS não diz que a ira conduz ao homicídio, mas sim que a ira é uma forma de homicídio.
Existe uma ira santa contra o pecado (Ef 4:26), mas JESUS refere-se aqui a uma ira pecaminosa contra as pessoas. A palavra que usa em Mateus 5:22 significa "ira cultivada, malignidade alimentada no ser interior". JESUS descreve uma experiência pecaminosa constituída de vários estágios. Primeiro, a manifestação de uma ira sem motivo. Depois, a explosão dessa ira em palavras, que põe mais lenha na fogueira e, por fim, leva à condenação: "Seu tolo, seu rebelde obstinado!"
A ira pecaminosa é insensata, pois nos faz destruir em vez de edificar. Tira nossa liberdade e nos faz prisioneiros. Odiar alguém é cometer homicídio no coração (1 Jo 3:15).
Isso não significa que devemos matar alguém de fato, uma vez que já o fizemos intimamente. Por certo, os sentimentos pecaminosos não servem de desculpa para ações pecaminosas. A ira pecaminosa rompe nossa comunhão com DEUS e com os irmãos, mas não faz com que sejamos presos como assassinos. No entanto, não foram poucos os que se tornaram homicidas por não conseguir controlar seu furor.
A ira deve ser encarada honestamente e confessada diante de DEUS como pecado. Devemos procurar a pessoa ofendida e colocar as coisas em ordem sem demora. Quanto mais esperarmos, pior se torna a escravidão! Quando recusamos a reconciliação, condenamo-nos a uma terrível prisão. (Para mais conselhos a esse respeito, ver Mt 18:15-20.) Alguém disse bem que a pessoa que se recusa a perdoar seu irmão está destruindo a mesma ponte sobre a qual precisa andar.

 

 

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 - CPAD

 

SINÓPSE I - O Evangelho não é antinomista, isto é, ele tem normas, regras e limites claros. O Evangelho também não é legalista, isto é, não está preso a observâncias rigorosas de datas, dietas e outras práticas religiosas, esperando algum favor divino.

SINÓPSE II - A cólera é o primeiro passo para a prática do homicídio.
SINÓPSE III - Antes de ofertar, o seguidor de CRISTO deve reparar qualquer tipo de desavença.



AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1
O que o Antinomismo alega?
“Alegam os antinomistas que, salvos pela fé em CRISTO JESUS, já estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. [...] Todo crente piedoso observa [as ordenanças morais da Lei]; pois CRISTO não veio revogá-las; veio cumpri-las e sublimá-las.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Dicionário Teológico, editado pela CPAD, p.51.


AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“A verdadeira batalha pela lei do Reino não está nas simples ações externas ou efetuação de movimentos, pouco importando quão detalhados sejam; antes, a batalha é ganha ou perdida no coração, onde reside a vontade. [...] A maioria dos pecados é premeditada; requerem-se ações anteriores e às vezes drásticas para evitar que a semente dê raiz e produza uma colheita amarga. Assim, os remédios de JESUS parecerão extremos, mas a malignidade tem de ser isolada e removida o quanto antes, para que haja a melhor chance de recuperação. A prevenção é suprema.
[...] A proibição no versículo 21 não é a matança em geral, mas assassinato, matança que é contrária à lei. JESUS intensifica a lei indo ao âmago da questão: a vontade humana. O assassinato começa com a raiva; a pessoa tem de lidar com a raiva a fim de evitar o assassinato” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.45).



AUXÍLIO VIDA CRISTÃ TOP3
“[Mateus] 5.23,24 - Relações rompidas podem dificultar o nosso relacionamento com DEUS. Se tivermos uma mágoa ou uma queixa contra um amigo, devemos solucionar o problema o mais breve possível.
[Mateus] 5.25,26 - Na época de JESUS, uma pessoa que não pudesse pagar sua dívida era lançada na prisão até que o pagamento fosse efetuado. A menos que alguém pagasse a dívida por ela, provavelmente morreria ali. É um conselho prático para solucionarmos as diferenças com os nossos inimigos, antes que a ira deles venha a causar-nos maiores dificuldades (Pv 25.8-10). Você pode não entrar em uma discordância que o leve aos tribunais, mas até os pequenos conflitos podem ser mais facilmente resolvidos se as pazes forem feitas logo. Em um sentido mais amplo, esses versículos nos aconselham a agir rapidamente, procurando ter a paz com os nossos semelhantes, antes que sejamos obrigados a apresentar-nos perante DEUS” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio Janeiro: CPAD, 2004, p.1225).

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Que ideia a palavra Antinomismo traz? A palavra traz a ideia de que os cristãos não precisam obedecer à lei moral do Antigo Testamento.
2. O que o Antinomismo rejeita? O antinomismo rejeita todo tipo de normas morais, deixando a pessoa livre para pecar.
3. O Senhor JESUS anulou o sexto mandamento? JESUS não anulou o sexto mandamento do Decálogo (Êx 20.13; Dt 5.17). Contudo, sua interpretação foi mais elevada e profunda, pois revelou que a ira ou cólera contra um irmão é um tipo de homicídio no coração.
4. Qual o imperativo bíblico para a ira? O imperativo bíblico é que a ira não pode nos dominar (Ef 4.26; Hb 12.15).

5. Qual o ensinamento de nosso Senhor quanto à desavença?
Nos versículos 25 e 26, nosso Senhor enfatiza que é preciso buscar uma solução para a desavença entre irmãos fora do tribunal. É preciso sanar as desavenças entre nós e, assim, preservarmos o bom testemunho.


HINOS SUGERIDOS: 35, 42, 46 da Harpa Cristã

 

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A presente lição mostrará que o Evangelho do Senhor JESUS tem uma dimensão moral muito bem delimitada. Nesse sentido, essa dimensão moral não abre margem para que sentimentos hostis ao Evangelho façam parte da vida interior do crente. Veremos que evitar a cólera é uma atitude sábia para evitar pecados trágicos como o do homicídio.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Expor que o Evangelho não é Antinomista; II) Pontuar que a cólera é o primeiro passo para o homicídio; III) Correlacionar o ato de ofertar com a desavença.
B) Motivação: Muitas pessoas praticam ações trágicas por causa dos atos precipitados e impensados. Se houvesse uma pausa, ou se desviasse o pensamento por alguns instantes, o mal não ocorreria. As consequências da cólera, da ira estão por todos os lados: trânsito, banco, filas de espera etc.
C) Sugestão de Método: Selecione cenas de agressividade no trânsito ou numa fila. Apresente essas cenas em classe e solicite os alunos que as analise. Pergunte-os se vale mesmo a pena desperdiçar energia com coisas que, geralmente, uma boa e educada conversa resolveria. Contraste sempre essas cenas com os valores opostos que a lição apresenta.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Ao final da aula, solicite aos alunos a realizarem uma autoanálise. Como tem sido o comportamento no trânsito? Quantas vezes no dia eles perceberam a presença do sentimento de ira ou da cólera? Eles têm consciência de que esses sentimentos fazem mal a saúde emocional? Por que no lugar dessas emoções ruins e pesadas, não cultivar sentimentos nobres da Palavra de DEUS?
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final da dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O auxílio localizado ao final do segundo tópico traz um aprofundamento da questão tratada no tópico a respeito do sentimento da raiva; 2) O texto que encontra-se ao final do terceiro tópico é uma proposta que pode auxiliar você na aplicação da lição, pois ele revela as dimensões práticas que o seguidor de JESUS deve observar na caminha cristã.

 

 

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NA ÍNTEGRA – COMO NA REVISTA - LIÇÃO 8, CPAD, EMOÇÕES E SENTIMENTOS — A BATALHA DO EQUILÍBRIO INTERIOR, 4TR25

 

Escrita Lição 8, CPAD, Emoções e sentimentos — A batalha do equilíbrio interior, 4Tr25,  Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS - 4º Trimestre de 2025

Título: ESPÍRITO, Alma e Corpo — A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de CRISTO

Comentarista: Silas Queiroz

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I. O HOMEM, UM SER AFETIVO

1. Propósitos do estudo       

2. Afetividade: emoções e sentimentos    

3. Principais afetos   

4. Inveja, ira e ódio     

II. EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA E CONTROLE

1. Reação e decisão     

2. Emoção e pecado    

3. O aspecto positivo das emoções     

II. SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS

1. A falsa autonomia humana    

2. Obediência, humildade e oração     

 

TEXTO ÁUREO

 “E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO JESUS.” (Fp 4.7).

 

VERDADE PRÁTICA

 Acima de todo e qualquer método humano, devemos confiar em DEUS, único que pode nos dar a verdadeira paz e guardar nossos sentimentos.

 

LEITURA DIÁRIA

 Segunda — Lc 10.17-21 JESUS se alegrou no ESPÍRITO

 Terça — Gn 4.21 A música é uma das formas de expressão emocional

 Quarta — Nm 12.3; 16.15 Moisés, embora muito manso, teve momentos de ira

 Quinta — Nm 20.10-12 O descontrole de Moisés lhe trouxe grande prejuízo

 Sexta — 2Sm 13.1,2,14,15 O coração humano é sujeito às paixões perversas

 Sábado — Fp 2.1,2 O ESPÍRITO comunica sentimentos comuns

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 4.4-7; Mateus 9.36; João 11.35,36.

 Filipenses 4

4 — Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.

5 — Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.

6 — Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS, pela oração e súplicas, com ação de graças.

7 — E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO JESUS.

 Mateus 9

36 — E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor.

 João 11

35 — JESUS chorou.

36 — Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.

 

HINOS SUGERIDOS - 175, 182 e 299 da Harpa Cristã.

 

PLANO DE AULA

 1. INTRODUÇÃO

 No assunto desta lição, trataremos das emoções e sentimentos à luz da Palavra de DEUS, compreendendo sua influência sobre nossas decisões e atitudes. Em um tempo marcado por crises emocionais, esta é uma oportunidade valiosa para ajudar seus alunos a reconhecerem a ação do ESPÍRITO SANTO como fonte de equilíbrio interior. Que o ensino desta aula fortaleça a fé, traga consolo e conduza todos a uma vida emocionalmente saudável e espiritualmente madura.

 2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

 A) Objetivos da Lição: I) Explicar ao aluno a natureza afetiva do ser humano, reconhecendo a diferença entre emoções e sentimentos e sua relação com o pensamento e a vontade; II) Ensinar que, embora muitas emoções sejam instintivas, é responsabilidade do cristão administrar suas reações com base na Palavra de DEUS; III) Demonstrar que o verdadeiro controle dos sentimentos não vem apenas de métodos humanos, mas da paz de DEUS, que guarda os corações dos que creem.

B) Motivação: Temos uma excelente oportunidade de levar os nossos alunos a compreenderem que emoções e sentimentos fazem parte da criação de DEUS e devem ser submetidos à direção do ESPÍRITO SANTO. Em um mundo emocionalmente instável, a Palavra de DEUS oferece equilíbrio, cura e paz interior.

C) Sugestão de Método: Para reforçar o ensino do segundo tópico, sugerimos que dê oportunidade aos alunos para compartilharem situações em que experimentaram emoções fortes (como ira ou medo) e como reagiram a elas. Utilize as passagens bíblicas de Efésios 4.26,27 e Colossenses 3.5-8 para fundamentar a reflexão, enfatizando que a emoção em si nem sempre é pecado, mas a forma como decidimos agir diante dela e se a cultivamos é que pode torná-la pecaminosa. Aborde o perigo de justificar descontrole emocional com a frase “Eu sou assim mesmo!” e a importância de permitir que a obra de CRISTO transforme o coração.

 3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

 A) Aplicação: A presente lição nos desafia a entregar as nossas emoções e sentimentos a DEUS, lembrando que a verdadeira paz que excede todo entendimento guardará nossos corações em CRISTO JESUS, permitindo que o ESPÍRITO SANTO os domine e guie em toda a vida cristã. Assim, a vontade de DEUS é que seus filhos tenham bem-estar na área emocional.

 4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

 A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 103, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Emoções e Sentimentos”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda o assunto “O Homem, um ser afetivo”; 2) O texto “Emoções e Sentimentos protegidos”, ao final do segundo tópico, aprofunda o assunto “Emoções: Experiência e Controle”.

 

Palavras-Chave: EMOÇÕES e SENTIMENTOS

 

COMENTÁRIO -  INTRODUÇÃO    

O homem é, essencialmente, um ser pensante, afetivo, volitivo (vontade) e livre: pensa, sente, deseja e age. Na lição anterior estudamos a respeito dos pensamentos. Vimos como eles podem influenciar os sentimentos e a vontade, e refletir em nossas decisões. Nesta lição abordaremos a parte afetiva do ser humano, buscando definir e diferenciar emoções e sentimentos e compreender sua importância na experiência humana e espiritual.

 

I. O HOMEM, UM SER AFETIVO

1. Propósitos do estudo       

Há um evidente e preocupante agravamento da crise de saúde mental em todo o mundo, inclusive no Brasil. Transtornos depressivos e de ansiedade são os que mais crescem. Como já ressaltado, uma compreensão correta do ser humano, à luz da Palavra de DEUS, é fundamental para uma vida integralmente equilibrada. Isso inclui entender (1) o que são emoções e sentimentos e como podem e devem ser geridos, (2) qual a conexão existente entre o que pensamos e o que sentimos e (3) qual a relação desses fenômenos com a vontade e as decisões humanas: Pensar, sentir, desejar e agir. Nada em nós deve estar fora do propósito de amar a DEUS, servi-lo e adorá-lo (Sl 103.1; Mc 12.30).

 

2. Afetividade: emoções e sentimentos    

De forma simples, a afetividade é a nossa capacidade de sentir e demonstrar emoções e sentimentos. Esses processos envolvem tanto o nosso corpo quanto a alma (Sl 31.9), e também o espírito (Jo 13.21; Lc 1.47). A Bíblia nos mostra que somos seres completos — corpo, alma e espírito — e que nossas emoções e sentimentos fazem parte da nossa natureza, criada por DEUS. Podemos entender melhor assim: a) Emoções: são reações rápidas e geralmente acontecem sem a gente pensar, como por exemplo, quando sentimos medo ou alegria de repente; b) Sentimentos: por outro lado, são mais duradouros, eles nascem das emoções, mas permanecem por mais tempo e são percebidos de forma mais consciente, como por exemplo, quando sentimos gratidão ou solidão.

A principal diferença é que a emoção passa rápido, tem pouca duração e é intensa; o sentimento é menos intenso, mas pode perdurar bastante tempo (Mt 26.38; Gn 47.9; Rm 9.2). Como servos de DEUS, precisamos aprender a lidar com nossas emoções e sentimentos, buscando equilíbrio através da Palavra de DEUS e da ação do ESPÍRITO SANTO em nossa vida.

 

3. Principais afetos   

Alegria, medo, raiva, surpresa, nojo e tristeza são as seis emoções básicas. Quando ocorrem, provocam alterações corporais, como coração acelerado, respiração ofegante, tensão muscular, secura na boca e náuseas. Adão expressou alegria ao acordar e contemplar Eva (Gn 2.23), emoção que se tornou um sentimento igualmente prazeroso durante a feliz convivência que tiveram, plena de cumplicidade (Gn 2.25). Depois do pecado, experimentaram vergonha e medo, duas emoções negativas ou desagradáveis. Dentre as reações externas imediatas ocorreram a percepção da nudez, cobrir o corpo e se esconder de DEUS (Gn 3.7-10). Tristeza e dor se tornaram sentimentos constantes na vida do primeiro casal (Gn 3.16-18). A tragédia da expulsão do Éden certamente lhes causou profunda frustração e angústia (Gn 3.23).

 

4. Inveja, ira e ódio     

Em Caim também se observa a presença de emoção e sentimento. Sua ira em relação a Abel ficou estampada em seu rosto, um claro exemplo de reação fisiológica (Gn 4.6). Mesmo advertido por DEUS, permitiu que a emoção se transformasse em um sentimento de ódio e matou o irmão (Gn 4.8). Outros sentimentos negativos, como culpa e medo, o acompanhariam por toda a vida (Gn 4.10-14).

 

SINOPSE I - A afetividade humana, que inclui emoções e sentimentos, é uma capacidade criada por DEUS, de sentir e demonstrar afetos.

 

AUXÍLIO DE VIDA CRISTÃ - “EMOÇÕES E SENTIMENTOS

Um dos grandes desafios dos tempos atuais é cultivar a harmonia e o equilíbrio das emoções e dos sentimentos, pois é na desarmonia delas que se encontra a origem da maioria das enfermidades emocionais. [...] Todo o aparelho social em que estamos inseridos em contato com nossas emoções, gera uma tensão. Nessa tensão, ocorre a anulação do pensamento, do processamento do intelecto, acabando por exacerbar as emoções; então, elas acabam assumindo o comando. Assim, um dos maiores desafios para nossas emoções e sentimentos tem a ver com cultivar sentimentos e virtudes que a Palavra de DEUS denomina como Fruto do ESPÍRITO. Não se trata de uma obra meramente humana, mas desenvolvida pelo ESPÍRITO SANTO de DEUS em nós (Gl 5.22).” (OLIVEIRA, Marcelo. Alcance um Futuro Feliz e Seguro. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.41).

 

II. EMOÇÕES: EXPERIÊNCIA E CONTROLE

1. Reação e decisão     

Como reações instintivas, muitas emoções estão fora do controle humano. Em casos assim, não constituem um pecado em si mesmas. Mas é responsabilidade nossa decidir como agir diante de uma reação emocional. A frase do apóstolo Paulo “Irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26) expõe essa verdade. Paulo aconselha os efésios controlarem a ira e não deixarem que os dominem, tornando-se um sentimento pecaminoso. Permanecer irado é dar lugar ao Diabo e abrir caminho para terríveis pecados (Ef 4.27). A ira, portanto, é uma experiência emocional que deve ser repelida e jamais cultivada. Em Efésios 4.31 Paulo diz que devemos nos livrar de toda amargura, ira e cólera. Assim, admite-se a ira como emoção, mas não como sentimento. O verdadeiro cristão não pode alimentar emoções ruins, como a ira (Cl 3.5-8). Dizer “Eu sou assim mesmo!” para justificar arroubos emocionais e permanecer neles é negar a eficácia da obra de CRISTO (Rm 8.13; 2Co 5.17).

 

2. Emoção e pecado    

O fato de uma emoção ser instintiva não retira, de forma absoluta, seu caráter pecaminoso. Raiva, inveja, tristeza e outras emoções reiteradas podem ser expressões de pecados enraizados no coração. Uma pessoa orgulhosa, por exemplo, é muito suscetível a reações emocionais negativas, como ira, rejeição e outros comportamentos hostis às pessoas com quem convive. Nabal era um personagem assim: soberbo, mal-humorado e ingrato (1Sm 25.10,11). Sua insensatez lhe custou a vida (1Sm 25.36-38). Um coração altivo é muito propenso a emoções negativas e sentimentos facciosos (Pv 13.10; 21.24). Como Davi, devemos rogar a DEUS que nos livre da soberba, para que ela não nos domine e leve a transgressões (Sl 19.13).

 

3. O aspecto positivo das emoções     

Mesmo desagradáveis, certas emoções nos trazem muitos benefícios. O medo é um exemplo. Quando sentimos esta emoção, o cérebro inicia um processo instantâneo de descarga de adrenalina, hormônio que põe o corpo em imediato movimento para luta ou fuga. Serve, portanto, como um ativador de nosso mecanismo de defesa. Sem essa emoção o corpo ficaria inerte, sem ação, totalmente vulnerável. Nossos afetos, portanto, podem ser direcionados para o bem ou para o mal. Foi tomado de uma justa indignação que JESUS expulsou os vendilhões do templo (Mt 21.12). Muitas outras emoções o Mestre expressou durante sua vida e ministério (Mt 9.36; Jo 11.35,36; Mc 3.5).

 

SINOPSE II - Embora as emoções não sejam pecaminosas em si, a decisão de como agir diante delas é nossa responsabilidade para não dar lugar ao pecado.

 

AUXÍLIO DE VIDA CRISTÃ - “EMOÇÕES E SENTIMENTOS PROTEGIDOS

 As emoções e os sentimentos cumprem um papel muito importante em nossa vida em sociedade. Quando se desequilibram, toda a nossa vida também se desequilibra. Quando isso acontece, o medo vira pânico; a tristeza vira depressão; a ira vira cólera — resumindo: o pecado jaz em nossa porta (Gn 4.6,7). Do ponto de vista bíblico, a melhor forma de equilibrar e proteger nossas emoções, bem como nossos sentimentos, é tendo as virtudes do ESPÍRITO cuja porta de entrada é o amor (1Co 13.13; Gl 5.22,23). Trata-se do sentimento mais virtuoso da Bíblia. O fruto do ESPÍRITO é o antídoto celestial para ordenar nossas emoções. Aqui, a respeito da questão de lidar com nossas emoções, o domínio próprio — ou temperança — é uma virtude especialíssima para nosso equilíbrio. [...] Por que a ênfase na temperança como uma virtude importante? Porque essa virtude ordena nossas emoções. Quando essa virtude está presente em nossa vida, cuidamos para não sermos escravizados por emoção ou paixão. [...] Assim, um coração temperado é um coração protegido.” (OLIVEIRA, Marcelo. Alcance um Futuro Feliz e Seguro. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.42).

 

III. SENTIMENTOS GUARDADOS POR DEUS

1. A falsa autonomia humana    

Como em tantas outras áreas da vida, no aspecto das emoções e dos sentimentos muitos têm preferido acreditar em sua própria capacidade. O mercado está cheio de conteúdos sobre inteligência emocional e gestão emocional. São diversas as técnicas com as quais se promete o reconhecimento, a compreensão e o controle não somente das próprias emoções, mas também das dos outros. Não podemos negar alguma eficácia de métodos coerentes de ajuda ao ser humano nesse tão complexo processo. Todavia, é enganoso e perigoso acreditar no fantástico controle que alguns “mestres” das emoções prometem. Não raro se surpreendem com seus próprios fracassos, na inglória empreitada de serem emocionalmente invencíveis (Jr 17.5,9).

 

2. Obediência, humildade e oração         

Em Filipenses 4.7 Paulo se refere ao processo sobrenatural de guarda de nossos corações e sentimentos, que ocorre através da paz de DEUS, que excede todo o entendimento. Mas isso somente acontece quando vivemos em abnegação, obediência e humildade, no modelo de CRISTO (Fp 2.3-8). O apóstolo exorta os crentes de Filipos a terem o mesmo amor, o mesmo ânimo e o mesmo sentimento, renunciando os interesses pessoais (2.2-4). Quando há esta disposição interior e uma permanente confiança no cuidado divino, demonstrada através de orações e súplicas e um coração agradecido, cumpre-se o que o apóstolo Paulo anuncia no versículo 7: a paz de DEUS guarda nossos corações e sentimentos em CRISTO JESUS (Fp 4.7).

 

SINOPSE III - A verdadeira guarda dos nossos corações e sentimentos vem da paz de DEUS, alcançada através da obediência, humildade e oração, em CRISTO JESUS.

 

CONCLUSÃO   

Não somos nós, com nossa própria capacidade, que dominaremos nossas emoções e sentimentos, mas sim o próprio DEUS, se vivermos em humildade e fé, sob o domínio do ESPÍRITO (Gl 5.22).

 

REVISANDO O CONTEÚDO

 1. O que é afetividade?

De forma simples, a afetividade é a nossa capacidade de sentir e demonstrar emoções e sentimentos.

 2. Qual a diferença básica entre emoção e sentimento?

a) Emoções: são reações rápidas e geralmente acontecem sem a gente pensar, como por exemplo, quando sentimos medo ou alegria de repente; b) Sentimentos: por outro lado, são mais duradouros, eles nascem das emoções, mas permanecem por mais tempo e são percebidos de forma mais consciente, como por exemplo, quando sentimos gratidão ou solidão.

 3. Quais são as seis emoções básicas?

Alegria, medo, raiva, surpresa, nojo e tristeza são as seis emoções básicas.

 4. Quais as reações fisiológicas mais comuns de uma emoção?

Coração acelerado, respiração ofegante, tensão muscular, secura na boca e náuseas.

 5. Como ter os sentimentos guardados por DEUS?

Em Filipenses 4.7 Paulo se refere ao processo sobrenatural de guarda de nossos corações e sentimentos, que ocorre através da paz de DEUS, que excede todo o entendimento. Mas isso somente acontece quando vivemos em abnegação, obediência e humildade, no modelo de CRISTO (Fp 2.3-8).

 

SUBSÍDIOS - ENSINADOR CRISTÃO - CPAD

EMOÇÕES E SENTIMENTOS — A BATALHA DO EQUILÍBRIO INTERIOR

Muitas decisões e reflexões são influenciadas por aquilo que pensamos e temos vontade (Pv 4.23). Mas há também um aspecto da constituição humana que influencia diretamente nossas decisões, bem como nosso comportamento. Estamos falando da emoção, a parte afetiva do ser humano, que é diretamente impactada em função da nossa experiência diária. Lidar com as emoções não é uma tarefa fácil. Em razão disso, é comum encontrar uma diversidade de conteúdos sobre este tema na internet. A busca demasiada por orientações sobre saúde emocional é reflexo de uma sociedade doente emocionalmente. É crescente o número de pessoas com depressão, transtornos de ansiedade e fobias, resultados do estilo de vida acelerado e consumista. Excesso de exposição a telas, uso excessivo de redes sociais e as exigências de uma sociedade onde as pessoas se sentem na obrigação de mostrar boa aparência ou sustentar uma imagem de perfeição têm levado muitos a sucumbir emocionalmente.

Diante desse cenário, a igreja precisa aprender a lidar com a saúde emocional. Como servos de DEUS, as Escrituras são nossa fonte de conhecimento e orientação para lidarmos com as escolhas da vida (Fp 4.7). Para compreender melhor esse tema, pastor Gil Dias aborda o papel da inteligência, faculdade dada por DEUS, que se direciona em diferentes áreas. Conforme explica em seu livro Um Alerta Contra a Ansiedade (CPAD), “o psicólogo e consultor corporativo Richard Griffiths define a inteligência espiritual como: ‘Uma dimensão mais complexa de inteligência que ativa as qualidades e capacidades do verdadeiro ‘self’, na forma de sabedoria, compaixão, integridade, alegria, amor, criatividade e paz. É um senso de significado e propósito, que pode ser combinado com o desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais’. A definição de Griffith parte da ideia de que existem três dimensões ou tipos de inteligência: 1. Inteligência racional: refere-se à capacidade de resolução de problemas e ao pensamento lógico. Representada pelo Quociente de Inteligência (QI); 2. Inteligência emocional: capacidade de reconhecer e lidar com as próprias emoções, além de responder adequadamente às emoções das outras pessoas. Representada pelo Quociente Emocional (QE); 3. Inteligência espiritual: capacidade de dar propósito às ações e dar significado à vida. Representada pelo Quociente Espiritual (QE). As dimensões não estão isoladas umas das outras no cérebro humano, mas estão interligadas entre si. Uma não existe sem a outra”. (2025, pp.42,43). O aprendizado contínuo dessas três inteligências é indispensável para lidarmos melhor com as emoções e encontrarmos o equilíbrio interior.