10 dezembro 2014

Lição 11 - O Homem Vestido de Linho 2 parte

Lição 11 - O Homem Vestido de Linho 2 parte
 
II - A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (10.4,5)
1. Um “homem vestido de linho”.
O tempo da resposta à oração de Daniel
“e no dia vinte e quatro do primeiro mês” (10.4). Esse era o mês de Nisan (março-abril) e Daniel cita esse dia para declarar que era o final das três semanas que ele esteve confinado em oração e jejum. Essa data envolvia os dias da celebração da Páscoa em Israel, que era o dia em que DEUS havia tirado Israel da escravidão egípcia. Neste contexto de oração e jejum, Daniel se lembra da sua vida de juventude a setenta anos atrás quando, em Jerusalém, podia celebrar com alegria a Páscoa e, naquele momento que estava vivendo, estava fora da sua terra. Isso tudo o levou a um profundo sentimento de recordações e de oração pela restauração do seu povo.
O local da revelação divina a Daniel
“eu estava à borda do grande rio Hidéquel” (10.4). Na verdade, o rio Hidekel é o mesmo rio Tigre. É um rio que nasce nas montanhas da Armênia e atravessa a planície da Mesopotâmia, por mais de 1.800 kilometros e, depois se junta ao rio Eufrates desaguando no Golfo Pérsico. O rio Tigre (ou Hidekel), pela sua importância geográfica foi o local onde, literalmente, DEUS deu a grande visão dos capítulos 10,11 e 12 a Daniel. E interessante notar que Daniel não fora arrebatado em espírito para ver a grande visão, mas ele estava, literalmente naquele local “à borda do rio” acompanhado de alguns homens. Estes homens não viram a visão, apenas ficaram assustados com o ambiente e fugiram porque notaram que estava acontecendo algo extraordinário (10.7). A Daniel foi dada a visão e a mais ninguém. O texto do versículo 5 confirma,dizendo: “E levantei os meus olhos, e olhei...”
A aparição do homem vestido de linho “e eis um homem vestido de linho” (10.5). DEUS sempre utilizou figuras de linguagem que pudessem aclarar suas revelações. O “homem vestido de linho” que lhe aparecera era literal, ainda que de forma magnífica e angelical. Segundo alguns estudiosos, esse “homem” pode ser uma aparição teofânica do próprio CRISTO, cuja descrição pode ser comparada a visão que João, o apóstolo, teve na Ilha de Patmos (Ap 1.13-16). Ora, uma teofania significa DEUS manifestando-se, tomando formas distintas para falar com o homem. Na Bíblia, temos teofanias (manifestações de DEUS) e temos angelofanias (manifestações angelicais). Geralmente, essas manifestações são com formas humanas. No caso da experiência de Daniel, poderia ser um anjo ou o próprio DEUS. Alguns exegetas não veem o “homem vestido de linho” como uma teofania, mas insistem em que o personagem é o de um ser angelical. Porém, o contexto bíblico fortalece a ideia de que seja, de fato, o próprio DEUS manifestando-se de modo pessoal e visível como “um homem” a Daniel.
O que é uma teofania?
A palavra teofania deriva de duas outras palavras na língua grega: teos efanis que significam respectivamente “DEUS” e “aparecer” ou (manifestar). Entende-se, portanto, teofania como “uma forma visível da divindade”. Crê-se que a aparição daquele ser angelical como “um homem vestido de linho” era uma teofania. O texto fortalece a ideia de que era JESUS, a segunda Pessoa da Trindade, pelas características esplendorosas do personagem.
As características do homem vestido de linho.
(10.5,6) A visão estrondosa e magnífica que Daniel teve do homem vestido de linho desafia os estudiosos da Bíblia em definir essa aparição. A pergunta que todos fazem é: Quem era aquele homem? Seria Gabriel, o embaixador de DEUS em outras vezes para com Daniel? Seria um anjo com poderes especiais para cumprir um desígnio de DEUS? Seria Miguel, o chefe das milícias de DEUS que defende os interesses de DEUS para com Israel? Seria esse “homem vestido de linho” o CRISTO pré-encarnado, numa teofania especial? Percebe-se que essa aparição trazia um homem com vestes de linho, com os ombros cingidos de ouro, com um corpo semelhante a berilo, que tinha uma cor do tipo água marinha, ou verde-mar, o rosto como relâmpago e olhos como tochas de fogo, braços e pés como bronze polido e sua voz era como o barulho de uma multidão (Dn 10.5,6). Portanto, essas características o faziam um ser diferente e singular que o identificavam com outras teofanias que aparecem na Bíblia. Entretanto, a visão de João, o apóstolo, na Ilha de Patmos se ajusta perfeitamente com as características desse “homem” que apareceu a Daniel. Não devemos forçar uma interpretação, mas o contexto contribui para que creiamos que esse “homem” especial não podia ser outro senão JESUS CRISTO, a segunda Pessoa da Trindade. Ele estava vestido de “linho”(v. 5), um tecido utilizado especialmente na roupagem dos sacerdotes segundo a liturgia hebraica e significa santidade, pureza e justiça. Em Apocalipse 1.13, o Senhor JESUS aparece em visão a João, na Ilha de Patmos, vestido de glória e majestade, e diz que: “um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de um roupa comprida”.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 141-143.
 
Dn 10.4 “... rio Hidequel. O rio que traz este nome é o mesmo que o “Idiklart” em assírio, e, grego, “Tigre”. Era um dos rios que assinalavam a localização do jardim do Éden (Gn 4.2,14). Nasce nas montanhas da Armênia e corre na direção sueste, atravessando 1.834 quilômetros, via Diabehr, através da planície da Mesopotâmia, até reunir-se ao rio Eufrates, a 64 quilômetros ao norte do Golfo Pérsico, onde finalmente deságua. É um rio bastante largo e que serpenteia em muitos meandros através da Babilônia, e é alimentado por tributários que descem das colinas persas. Quando as neves se derretem, o rio enche em março-maio e outubro-novembro. Nínive, Galá e Assur, ambas mencionadas em Gêneses capítulo 10, fixaram-se em suas margens. Daniel confessa que, em sua grande visão futurística, se encontrava ali, na borda desse rio.
Dn 10.5 "... um homem vestido de linho”. O que Daniel diz neste versículo e naqueles que seguem é dito também por João a respeito de CRISTO, em Ap 1.13 e ss. Ali JESUS é visto “vestido até os pés de um vestido comprido”. Era uma vestimenta talar, usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de suas funções. E isso realmente, a dupla função do Filho de DEUS, atualmente (2 Tm 4.8 e Hb 3.1). “O cinto de ouro cingido à altura do peito era também usado pelos sacerdotes quando ministravam no santuário; e estava à altura do peito e não nos rins, para ajustar as vestes, de modo a facilitar os movimentos; é símbolo de dignidade e majestade, coisas que são inerentes ao Filho de DEUS, tanto no passado como no presente. Na Dispensação da Graça, CRISTO é o nosso sumo sacerdote perfeito para sempre” (Hb 7.28). Porém alguns teólogos acham que aqui, em Daniel, refere-se a um anjo e não a CRISTO porque esse personagem não pôde vencer o “príncipe do reino da Pérsia” sem o auxílio do arcanjo Miguel (v. 13). Seja como for, um elevado poder, uma autoridade celestial, está em foco!
Dn 10.6: O presente versículo reúne vários elementos descritos em Ap 1.14 a 16, aplicados à pessoa de CRISTO. Em Ap 4.3 há uma visão similar, mas é evidente que, ali, é a pessoa do Pai que está em foco. Ele está “assentado”, porquanto assumiu a posição de autoridade, como um Rei, o qual se “assenta em um trono”, enquanto que seus ministros estão “à sua mão direita e à sua esquerda”. O profeta Ezequiel, outro profeta do cativeiro babilônico, viu a aparência de DEUS (Ez 1.26-28) junto ao rio Quebar, quando se encontrava em estado de êxtase. Outras passagens das Escrituras falam em profundidade sobre a “forma de DEUS”. Na presente passagem, porém, deve ser um ser celestial que está em foco, como uma figura expressiva daquele que havia de vir ao mundo. (Comp. Ez cap. 9).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 187-188.
 
Recebe especial visitação do céu (Dn 10.4-12)
Calvino, Osvaldo Litz e Ronald Wallace entendem que a descrição é mesmo de um anjo, sobretudo, porque no versículo 13 há resistência em relação a esse anjo, e ele precisa de reforço espiritual. As descrições do anjo são magníficas e muito parecidas com a aparição gloriosa de JESUS a João, na ilha de Patmos: sua vestimenta (v. 5); seu corpo (v. 6); seu rosto (v. 6); seus olhos (v. 6); seus braços (v. 6); seus pés (v. 6) e sua voz (v. 6).
Daniel, diante do esplendor do anjo, reage de três formas diferentes (v. 7-12). Em primeiro lugar, ele tem claro discernimento (v. 7). Apenas Daniel conseguiu discernir a voz do anjo. Os outros ouviram, temeram e fugiram, mas apenas Daniel compreendeu. Foi assim também com Saulo de Tarso no caminho de Damasco (At 9.7; 22.9). Apenas aqueles que vivem na intimidade de DEUS discernem a voz de DEUS. Houve uma irresistível percepção do céu na terra. Ao fugirem os demais, Daniel ficou sozinho perante o anjo do Senhor.
Em segundo lugar, ele passou por profundo quebrantamento (v. 8). Quando Daniel ficou sozinho diante do ser celestial, seu corpo enfraqueceu. Daniel cai prostrado diante do fulgor do anjo. Diante da manifestação da glória de DEUS os homens se prostram e se humilham. A glória de DEUS é demais para o frágil ser humano suportar.
Em terceiro lugar, Daniel experimentou gloriosa consolação (v. 12). O Daniel que está prostrado ouve, agora, palavras doces e encorajadoras. Ouve que é amado no céu (v. 11). Toma conhecimento que suas orações foram ouvidas (v. 12). Ouve que o que é ligado na terra é ligado no céu. Ouve que DEUS aciona Seus anjos para atender Seus filhos quando esses se Poe de joelhos em oração (v. 12b). Por isso, Daniel não deve ter medo (v. 12).
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 129-130.
 
Uma descrição da gloriosa pessoa que Daniel viu na sua visão e que, como em geral acreditam, não podia ser outra a não ser o próprio CRISTO, o Verbo eterno. Daniel estava ao lado do rio Hidéquel (v. 4), provavelmente caminhando por ali, não por diversão, mas por devoção e contemplação, como Isaque caminhou pelos campos a fim de meditar. E, como era uma pessoa distinta, os servos que o atendiam mantinham certa distância. Nesse lugar ele olhou para cima e viu um homem, CRISTO JESUS. Entende-se que era Ele, pois tinha a mesma aparência Daquele que apareceu ao apóstolo João na ilha de Patmos (Ap 1.13-15). As suas vestes eram sacerdotais, pois sendo o Sumo Sacerdote da nossa profissão de fé, Ele estava vestido de linho, e como o próprio sumo sacerdote se vestia no dia da expiação, os seus lombos estavam cobertos (na visão de João, o peito estava coberto) com um cinto do mais fino ouro, igual ao de Ufaz. Pois tudo o que se relaciona a CRISTO deve ser o melhor que existir. O cinto ao redor dos lombos significa a prontidão e a diligência dele em relação ao seu trabalho, na qualidade de servo de DEUS Pai, na obra da nossa redenção. A sua aparência era amável e o seu corpo como o berilo, uma pedra preciosa que tem a cor do céu. O seu semblante era terrível, suficiente para inspirar terror nos espectadores, pois o seu rosto tinha a aparência de um relâmpago. O brilho dos seus olhos trazia a sensação de beleza e ameaça. Eram brilhantes e luminosos como tochas de fogo. Os seus braços e pés brilhavam como o bronze polido (v. 6). A sua voz era alta, forte, e muito penetrante, como a voz de uma multidão.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 890-891.
 
2. “Eis que uma mão me tocou”.
“me tocou os lábios” (10.16). Daniel tinha caído por terra por não ter tido condições físicas e emocionais de suportar toda aquela revelação. Ficou sem fala, mas ao ser tocado nos lábios, abriu a boca e começou a falar, à semelhança do que aconteceu com o profeta Isaías (Is 6.7). Quando somos tocados pelo Senhor, a sua santidade produz em nós um sentimento de indignidade e impureza perante os seus olhos. Ao ser tocado nos lábios, Daniel, antes emudecido diante da visão, começou a falar.
"Como pois pode o servo deste meu Senhor falar com aquele meu Senhor”? (10.17). Dois personagens se destacam nesta experiência, o anjo que falava com ele e o Ser superior a quem Ele entendeu que não tinha condições de estar de pé diante dEle. Quem era aquele “Senhor”? O contexto da escritura indica Alguém que era mais que um ser angelical. Não poderia ser o Senhor JESUS CRISTO? Não podemos especular sobre isso, mas não há dificuldade alguma para entender a possibilidade de ser o Senhor JESUS, pré-encarnado, numa aparição especial. Na transfiguração de JESUS diante de seus três discípulos, Moisés e Elias viram a glória de DEUS na pessoa de JESUS CRISTO, seu Filho amado (Êx 33.19; Lc 9.28-31).
(10.18,19) Daniel foi confortado pelo anjo. Daniel descobriu que os opositores da obra em Jerusalém, não eram apenas os samaritanos e palestinos que se opunham contra tudo, mas tinha por trás de toda essa oposição, a ação de demônios. Mas Daniel é confortado pelo anjo quando lhe diz que “era muito amado” por DEUS.
(10.20) O anjo revela a Daniel que “o príncipe da Grécia” na figura de um dos espíritos satânicos também se levantaria para se opor ao povo de DEUS num tempo bem próximo daquele que ele, Daniel, estava vivendo. A revelação foi feita ainda dentro do período do Império Medo-persa, mas logo passaria, e outro império haveria de surgir, suplantando o medo-persa, que era o Império Grego. Aquele anjo embaixador de DEUS anunciou a Daniel que ele enfrentaria as milícias espirituais com o apoio de Miguel, o príncipe de DEUS a favor de Israel.
A grande lição que aprendemos com este capítulo é que no mundo temos uma guerra espiritual sobre as nossas cabeças.Trata- se de uma guerra invisível, mas temos a promessa da vitória porque DEUS cumpre a sua Palavra.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 147-148.
 
ANJO (hebraico maUak e grego aggelos, "agente," "mensageiro").
Natureza e Hierarquia dos Anjos
Os anjos são uma ordem sobrenatural de seres celestiais criados separadamente por DEUS antes da criação do mundo (cf. Jó 38.6,7) e chamados de espíritos (Hb 1.4,14). Embora sem organismo corpóreo, foi-lhes permitido aparecer frequentemente na forma de homem (Gn 19.1,5,15; At 1.11). As Escrituras os descrevem como seres pessoais, mais elevados que a raça humana (SI 8.4,5) e não meras personificações. Eles não são seres humanos glorificados (1 Co 6.3; Hb 1.14). Possuem mais do que conhecimento humano, mas ainda assim não são oniscientes (2 Sm 14.20; 19.27; Mt 24.36; 1 Pe 1.12). São mais fortes que os homens, mas não são onipotentes (SI 103.20; 2 Pe 2.11; 2 Ts 1.7). Também não são onipresentes (Dn 10.12-14). Às vezes são capacitados para realizar milagres (Gn 19.10-11). O NT revela que existem grandes multidões de anjos no céu (Mt 26.53; Hb 12.22; Ap 5.11). Os anjos têm, individualmente, diferentes capacitações e hierarquias (veja Querubim; Serafim), e são altamente organizados (Rm 8.38; Ef 1.21; 3.10; Cl 1.16). Dois dos anjos mais importantes são Gabriel (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26) e Miguel, o arcanjo (Dn 10.13,21; 12.1; Judas 9; Ap 12.7). Satanás era um dos querubins e era chamado "querubim ungido para proteger" (Ez 28.14). Portanto, ele era um dos mais elevados bem como um dos mais dotados dentre as hostes celestiais (Ez 28.13-15) até que caiu.
O Ministério dos Anjos
O trabalho dos anjos é variado. Seu principal papel no NT é o de mensageiros ou porta-vozes divinos. Um anjo falou com Zacarias (Lc 1.11-20), com Maria (Lc 1.26-38), com José (Mt 1.20-24; 2.13,19), com os pastores de ovelhas (Lc 2.9-15), com Cornélio (At 10.3,6,22), com Paulo (At 27.23), e com João no Apocalipse. Anjos proclamam juízos divinos por todo o Apocalipse. Os santos anjos permanecem na presença de DEUS e o adoram (Mt 18.10; Hb 1.6; Ap 5.11,12). Eles ministram aos santos (Hb 1.14) dando assistência, proteção e livramento (Gn 19.11; SI 91.11; Dn 3.28; 6.22; At 5.19); guiam-nos (At 8.26; 12.7-10); às vezes, trazem encorajamento (Dn 9.21; At 27.23,24); interpretam a vontade de DEUS (Dn 7.16; 10.5,11; Zc 1.9ss) e a executam com relação tanto aos indivíduos quanto às nações (Gn 19.12-16; 2 Sm 24.16). Nesta qualidade os anjos de DEUS são frequentemente chamados de "anjos da guarda," e alguns crêem que cada um deles é designado para assistir a um crente e representá-lo no céu (At 12.15; SI 34.7; Mt 18.10).
Os seis homens de Ezequiel 9.1-7 eram aparentemente executores divinos. Anjos levaram o mendigo Lázaro para o seio de Abraão (Lc 16.22). Eles são instrumentos de DEUS para punir seus inimigos (2 Rs 19.35; At 12.23) e punir até mesmo o seu próprio povo (2 Sm 24.16). Um de seus grandes privilégios é mostrar as características do céu aos remidos (Ap 21.9-22.6), por cuja conversão eles se regozijaram (Lc 15.10). Os anjos tiveram uma grande participação na vida de CRISTO, aparecendo tanto antes quanto após o seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.30; 2.9,13), para fortalecê-lo após a sua tentação (Mt 4.11) e no jardim do Getsêmani (Lc 22.43). Um anjo rolou a pedra em sua ressurreição (Mt 28.2-7), e dois apareceram e confirmaram seu retorno em sua ascensão (At 1.11). O Senhor JESUS poderia ter solicitado a seu Pai 12 legiões de anjos para livrá-lo de seus inimigos (Mt 26.52).
Anjos Caídos
Os anjos malignos, dos quais Satanás é o príncipe (Jo 12.31; 14.30; Ef 2.2; cf. 6.12), se opõem aos bons (Dn 10.13), perturbam o bem-estar do homem às vezes adquirindo o controle que DEUS tem sobre as forças da natureza (Jó 1.12-19) e as doenças (Jó 2.4-7; cf. Lc 13.16; At 10.38). Eles tentam o homem para pecar (Gn 3.1-7; Mt 4.3; Jo 13.27; 1 Pe 5.8) e espalham falsas doutrinas (1 Rs 22.21-23; 2 Co 11.13,14; 2 Ts 2.2; 1 Tm 4.1). No entanto, sua liberdade para tentar e testar o homem está sujeita à vontade permissiva de DEUS (Jó 1.12; 2.6).
Embora eles ainda tenham a sua habitação no céu e, às vezes, tenham acesso ao próprio trono de DEUS (Jó 1.6), serão lançados à terra por Miguel e seus anjos antes da Grande Tribulação (Ap 12.7-9), e finalmente serão lançados no lago de fogo e enxofre "preparado para o diabo e seus anjos" (Mt 25.41). Os anjos, como seres criados separadamente, não se casam nem se dão em casamento (Mt 22.30; Lc 20.36). Em contraste, os homens são todos participantes da raça humana e descenderam do primeiro casal, Adão e Eva. DEUS, portanto, não pode lidar com os anjos através de um representante e, sendo assim, os anjos caídos não podem ser remidos por um comandante federal como o homem (por exemplo, "em Adão" e "em CRISTO", Rm 5.12ss.; 1 Co 15.22). Com que base DEUS, então, separou os santos anjos (Mt 25.31; Mc 8.38) daqueles que pecaram (2 Pe 2.4; cf. Judas 6)? Com base em sua obediência, amor e lealdade a Ele. Aqueles que seguiram a Lúcifer em sua rebelião contra DEUS (Is 14.12-17; Ez 28.12-19) desse modo pecaram e caíram. Alguns destes foram colocados em cadeias eternas (Judas 6), mas os outros ainda estão livres e ativos e são chamados de demônios. Aqueles anjos que continuaram firmes em amor, lealdade e obediência a DEUS foram confirmados em um caráter de justiça. Assim, os anjos podiam pecar ou permanecer puros até serem totalmente testados e confirmados em justiça. Uma vez que DEUS é imutável, nós aprendemos disto que Adão e Eva da mesma forma poderiam ter amado a DEUS, permanecido leais a Ele, e lhe obedecido e sido confirmados em justiça; ou se rebelado e pecado, como fizeram, e se perderem. A grande diferença entre os anjos caídos e o homem é que, enquanto o homem pode ser salvo através de um representante substituto, ou seja, CRISTO, tomando-o como Salvador e vindo sob seu comando total, os anjos caídos não podem. CRISTO teria que morrer uma vez para que cada anjo perdido e separado fosse salvo.
ANJO DO SENHOR. Discute-se se o anjo do Senhor (Gn 16.7-14; 22.11,14,15; Êx. 3.2; Jz 2.1,4; 5.23; 6.11-24; 13.3) ou anjo de DEUS (Gn 21.17-19; 31.11-13) é um dos anjos ou a aparição do próprio DEUS. O fato de que o anjo fala, não meramente em nome de DEUS, mas como DEUS, na primeira pessoa do singular, não deixa dúvida de que o anjo do Senhor é uma teofania - uma automanifestação de DEUS (Gn 17.7ss.; 22.llss.; 31.13). O anjo identifica-se com DEUS e reivindica exercer as prerrogativas de DEUS. Às vezes ele é distinguido de DEUS (2 Sm 24.16; Zc 1.12s.). Contudo, quando distinguido, a identidade como Divindade permanece (cf. Zc 3.Is.; 12.8). Portanto, qualquer distinção entre o anjo e o Senhor é apenas uma distinção entre o Senhor invisível e o Senhor manifestado. Uma vez que o anjo do Senhor para de aparecer depois da encarnação de CRISTO, é frequentemente inferido que o anjo é, no AT, uma aparição pré-encarnada da Segunda Pessoa da Trindade.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 138-139.
 
ANJOS.
Distribuição das tarefas. Em geral, o trabalho dos anjos é executar a vontade universal de DEUS no céu e na terra. Eles louvam, reverenciam e obedecem a DEUS. Promovem a bondade divina e são mediadores do amor e do beneplácito de DEUS para com o homem. Quanto à relação deles com os homens, o livro de Hebreus declara sucintamente: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14). O serviço dos anjos apresenta-se numa ampla distribuição de tarefas, observando-se as seguintes categorias.
A- Anunciar e preanunciar. Os anjos anunciaram com antecedência os nascimentos de alguns servos de DEUS especiais. Um anjo preanunciou a Abraão e Sara a concepção e o nascimento do filho deles, Isaque (Gn 18.9ss.). Semelhantemente, um anjo predisse o nascimento de Sansão aos seus pais, Manoá e sua esposa (Jz 13.2-24). Gabriel anunciou o nascimento de João Batista ao seu pai Zacarias, antes que a esposa deste, Isabel, ficasse grávida; anunciou também o nascimento de JESUS a Maria, antes que ela engravidasse (Lc 1.13,30). Na noite do nascimento de JESUS, o momento glorioso foi anunciado por um anjo aos pastores, imediatamente unindo-se a ele um coro de anjos que louvaram a DEUS e abençoaram os homens (Lc 2.8-15).
Os anjos não somente anunciam eventos de bênção, mas, em certas ocasiões, predisseram aos justos perigos iminentes ou desastres ameaçadores. Abraão e Ló foram avisados por anjos sobre a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.16—19.29). José foi alertado por um anjo: “Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Mt 2.13). Gabriel revelou acontecimentos futuros envolvendo o juízo de DEUS ao profeta Daniel: “Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim” (Dn 8.19). De forma similar, um anjo revelou a João, na ilha de Patmos, num caleidoscópio de visões, algumas cenas escatológicas incluindo a Ressurreição, o Juízo Final e a Nova Jerusalém (Ap 1—22).
B- Guiar e instruir. Desde o dia em que Abraão saiu de sua casa em Ur dos Caldeus até que Josué estabeleceu as tribos de Israel em Canaã, há uma clara implicação de que o povo escolhido era divinamente liderado. Sempre e em todos os estágios da peregrinação nômade dos patriarcas, a descida para o Egito e a jornada pelo deserto até a Terra Prometida, parecia sempre haver um anjo por perto, visível, ou invisível. Repetidamente Abraão conversou com anjos; quando ele enviou seu servo Eliezer à Mesopotâmia para procurar uma esposa para Isaque, assegurou-lhe: “O Senhor, DEUS do céu, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal, e que me falou, e jurou, dizendo: A tua descendência darei esta terra, ele enviará o seu anjo, que te há de preceder, e tomarás de lá esposa para meu filho” (Gn 24.7,40). Tempos depois, quando Jacó estava, ele próprio, numa missão similar, teve um sonho maravilhoso de anjos subindo e descendo por uma escada que ia da terra até o céu; o Senhor lhe apareceu e lhe assegurou: “Eis que eu estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei, até cumprir eu aquilo que te hei referido” (Gn 28.12-15). Quando Moisés liderou os israelitas para fora do Egito, “o Anjo de DEUS, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles” (Ex 14.19). Subsequentemente, Moisés confortou os israelitas com a promessa divina: “Eis que eu envio um Anjo adiante de ti, para que te guarde pelo caminho e te leve ao lugar que tenho preparado” (Ex 23.20). Ele reforçou esta promessa lembrando que o Senhor “enviou o Anjo e nos tirou do Egito” (Nm 20.16). Direção e instrução eram funções análogas, muitas vezes combinadas na mesma missão angelical. A instrução mais abrangente no AT foi a lei recebida por Moisés de um anjo no Monte Sinai. Quando estava sendo julgado diante do Sinédrio, Estevão mencionou, em seu resumo da história de Israel, “o anjo que falou com [Moisés] no Monte Sinai”, a seguir, responsabilizou os líderes dizendo: “Vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes” (At 7.38,53). Paulo afirmou que a lei foi “promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador” (G1 3.19). Eliú visualizou “uma teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos” (Sl 91.11). O anjo que falou com Daniel disse que fora o anjo guardião de Dario. Afirmou também que Miguel era o anjo guardião de Daniel, provavelmente no sentido mais amplo de guardião dos judeus, e que ele e Miguel tinham lutado contra o príncipe (anjo) da Pérsia e que, mais tarde, o príncipe da Grécia viria (Dn 10.13—11.1). Obviamente, então, nações e cidades, bem como indivíduos, têm anjos da guarda. Poderíamos incluir também igrejas, como vemos nos sete anjos das sete igrejas da Ásia Menor (Ap 2—3).
C- Na guarda do povo de DEUS, às vezes, os anjos se engajavam em ações militantes contra seus inimigos. “O destruidor”, o anjo da morte, destruiu os primogênitos egípcios para forçar a libertação dos israelitas da escravidão (Êx 12.23,29). Quando o exército de Senaqueribe ameaçou destruir Jerusalém, nos dias do rei Ezequias e do profeta Isaías, “naquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil” (2Rs 19.35). O comentário mais esclarecedor e confortador sobre a guarda dos anjos foi feito pelo próprio JESUS, por ocasião de sua prisão no Jardim do Getsêmani. Pedro acabara de tentar defender o mestre, desembainhando sua espada com uma certa eficácia, quando JESUS o desarmou e pronunciou palavras impressionantes de confiança: “Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” (Mt 26.53).
D- Ministrar os necessitados. Todo serviço angélico prestado ao homem é ministrado para suas necessidades, de alguma forma. Os anjos são mediadores do amor e da boa vontade de DEUS para com o homem, e sua missão é sempre benevolente, seja imediatamente ou em seu objetivo final. Como já vimos, anjos ministraram a Abraão, Isaque e Jacó em tempos de necessidade premente. O serviço angélico não se restringia aos homens de honra e de posição, mas estendeu-se em gentil compaixão ao prestar a ajuda necessária a uma jovem escrava, Hagar e seu pequeno filho, Ismael, quando ambos estavam com a vida ameaçada pela sede e pela fome no deserto (Gn 21.17ss.). Quando os israelitas sofriam no Egito, sob a severa opressão do chicote dos feitores e pareciam sem esperança na escravidão, o anjo do Senhor apareceu a Moisés e disse: “Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores.
Conheço-lhe o sofrimento; por isso, desci a fim de livrá-lo” (Êx 3.7ss.). Quando Elias, sentindo exaustão, medo e solidão, pegou no sono sob um zimbro no deserto, um ser celeste ministrou suas necessidades. Um anjo o acordou e lhe serviu um bolo quente e uma vasilha de água, proporcionando-lhe as forças para a longa jornada que tinha pela frente (l Rs 19.5-7). Depois que JESUS passou quarenta dias no deserto, ameaçado por animais selvagens, enfraquecido pelo jejum e tentado pelo diabo, “os anjos o serviam” (Mc 1.13). Na sua agonia, solidão e tristeza no Getsêmani, “então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava” (Lc 22.43). Depois que JESUS foi colocado no túmulo (após a crucificação), “um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou- se sobre ela” (Mt 28.2). Pedro foi libertado das correntes e da prisão por um anjo, da mesma maneira que, pouco antes, “de noite, um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, conduzindo- os para fora, lhes disse: Ide e, apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta Vida” (At 5.19; 12.6-11).
E- Assistir no julgamento. Finalmente, anjos auxiliam no julgamento de DEUS. Há um número suficiente de exemplos, registrados para mostrar que isso está continuamente ocorrendo na história humana. Alguns notáveis exemplos já foram mencionados. Outro exemplo impressionante deste ponto é a morte de Herodes Agripa: “No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a DEUS; e, comido de vermes, expirou” (At 12.23). Alguns exemplos do papel dos anjos nos julgamentos divinos são mostrados nas visões de João em Patmos. Um anjo com grande autoridade e magnífico esplendor proclamou a queda de Roma, enquanto que um anjo poderoso lançou uma enorme pedra no mar, simbolizando o mesmo evento (Ap 18.1,21). No final da guerra na qual CRISTO e seus exércitos celestes derrotaram a besta e suas hostes, um anjo ficou em pé no sol e invocou aves de rapina para comerem os cadáveres dos inimigos de DEUS, que foram destruídos no conflito (Ap 19.17s.). Outro anjo amarrou Satanás e o atirou no abismo (20.1-3). JESUS disse a Natanael que, aquilo que Jacó viu numa visão, ele veria na realidade no seu ministério: “Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de DEUS subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1.51). Posteriormente, JESUS declarou à sua audiência: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9.26). Ele disse também: “Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de DEUS; mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de DEUS” (12.8,9). Além disso, JESUS disse que os anjos o assistiriam em sua Segunda Vinda: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória” e julgará todas as nações (Mt 25.31). Quando ele vier, “ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (24.31; cp. Mc 13.27). Sem dúvida a função principal dos anjos, na era vindoura, será louvar a DEUS continuamente (Ap 19.1-3; Lc 2.13).
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 310-314.
 
3. “O príncipe do reino da Pérsia”.
“o príncipe do reino da Pérsia” e “o príncipe do reino da Grécia”.
(10.13,20). Subtende-se que Satanás designou dois dos seus anjos para influenciarem os reis da Pérsia e da Grécia e colocá-los contra o povo de DEUS, Israel. No contexto do conflito no céu do capítulo 10, essas figuras procuraram impedir e resistir ao anjo Gabriel, mensageiro de DEUS que tinha a resposta à oração de Daniel. DEUS enviou o arcanjo Miguel, defensor dos interesses divinos para com Israel, a fim de possibilitar o cumprimento da missão do anjo Gabriel. Satanás tem sua própria organização angelical e esse texto indica que ele estabelece categorias de comandos. No caso do texto de Dn 10.13,20, Satanás incumbe anjos perversos com poder delegado para agir contra as nações do mundo. São espíritos que assumem territórios, e alguns teólogos, interpretam esta ação demoníaca como ação de “espíritos territoriais”, que exploram culturas e crendices para aprisionar mentes e corações contra a possibilidade de conhecerem o DEUS Verdadeiro. Segundo Paulo, esses espíritos atuam nas regiões celestiais para resistirem e criarem obstáculos à obra de DEUS e à realização da sua vontade.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 145.
 
O Príncipe da Paz e os príncipes terrenos (10.2—11.1). Mais uma palavra confortadora vem da experiência de Daniel. O Senhor que cuida, presta atenção às nossas orações. Três semanas Daniel esteve orando em santo desespero. Porventura DEUS o tinha ouvido? O Ser resplandecente fala: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia [...] são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras (12).
Enquanto João viu o Filho do Homem no meio do castiçal, no âmbito da Igreja, Daniel viu o “homem vestido de linho” no meio de uma batalha com governos terrenos. O mesmo CRISTO eterno, que veio para ser revelado à Igreja e por meio dela, também tem se preocupado com o curso da história humana.
Não sabemos exatamente o que significavam as três semanas de luta com o príncipe do reino da Pérsia (13) e qual foi a possível conseqüência dessa luta. Deve ter sido difícil e intensa para que Miguel viesse ajudá-lo. A maioria dos intérpretes entende que príncipe (sar) usado nesse texto refere-se a seres sobrenaturais que tinham uma influência importante sobre as nações. Visto que o príncipe dos persas bem como o príncipe da Grécia (20) estavam em conflito com o Ser glorioso e seu ajudante, Miguel, parece evidente que pelo menos alguns desses não são anjos.
Uma das responsabilidades especiais do arcanjo Miguel é o bem-estar do povo de Israel. Chamado em 10.13 como um dos primeiros príncipes, ele é conhecido em 10.21 como Miguel, vosso príncipe. Judas 9 nos relata que foi “o arcanjo Miguel” que “contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés”. Novamente João nos conta que Miguel e suas hostes celestiais batalharão contra o dragão e o expulsarão das regiões celestiais (Ap 12.7-9). Esse príncipe, um dos príncipes mais elevados do céu, sujeito ao Redentor de Israel, tem um importante papel sobre o destino de Israel. Daniel o viu nessa ocasião como “alguém que parecia um homem mortal” (16, Moffatt).
Além de o Anjo de Javé revelar uma batalha que trava pela vontade e as decisões de Ciro e antever um conflito com o príncipe da Grécia (20), Ele revela que no primeiro ano de Dario, rei dos medos, Ele levantou-se para animar e fortalecer Daniel (11.1). Dessa forma, o Príncipe da Paz luta com os príncipes da terra para alcançar seus propósitos.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 540.
 
Dn 10.13 — O príncipe do reino da Pérsia não pode ser um governante humano, pois o conflito a que esse versículo faz menção é espiritual. A alusão a Miguel garante isso. Logo, o príncipe deve ser entendido como uma figura satânica que supervisionaria os negócios da Pérsia, inspirando as suas estruturas religiosa, social e política para o mal. Paulo refere-se a principados, poderes, príncipes das trevas deste século, bem como a hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.12). O homem (anjo) aqui diz que foi retido por vinte e um dias, o mesmo tempo que Daniel levou em oração e jejum (v. 2,3). O ímpio príncipe da Pérsia buscou deter o homem (anjo) para que Daniel não pudesse ouvir mais das revelações de DEUS (v. 12,14).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1290.
 
III - DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (10.10-12)
1. Daniel é confortado por um anjo (10.10-12).
A visão provocou um efeito extraordinário em Daniel. Ele não teve forças físicas para se manter em pé e caiu adormecido pela glória do “homem vestido de linho”. A mesma experiência que João teve na Ilha de Patmos com a visão do CRISTO glorificado (Ap 1.17,18) foi experimentada por Daniel junto ao rio Hidekel, ou seja, o rio Tigre. Daniel reergueu-se de seu desmaio e foi confortado por um anjo da parte de DEUS depois da grande peleja que houve no céu entre os comandados de Satanás e os anjos de DEUS, naqueles 21 dias de oração do grande servo de DEUS. O anjo falou-lhe que era muito amado (10.12) por DEUS.
Serviços prestados pelos anjos
Existem opiniões de que o ser espiritual do versículo 5 é o mesmo que fala com Daniel nos versículos 10-12. Outros entendem que são dois seres angelicais. O primeiro ser angelical do v. 5 é uma teofania, ou seja, uma aparição especial de DEUS a Daniel. O segundo ser angelical dos w. 10-12 é visto como um anjo com poderes delegados por DEUS para consolar o coração de Daniel e lhe revelar acerca do conflito angelical nos céus por causa da oração de Daniel.
 
Dn 10.10: “E eis que uma mão me tocou, e fez que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos”.
Daniel, o profeta da corte babilônica, teve a mesma experiência que João, o apóstolo do amor, teria muitos anos depois, na “ilha de Patmos”, quando teve uma visão do CRISTO glorificado (Ap 1.17). Há diversos exemplos nas Escrituras, como já focalizamos, de homens que ficaram sem forças ao lhe aparecerem anjos, porém, este caso é muito evidente. Daniel tinha aplicado o seu coração a entender, conforme está explícito no versículo 12 do presente capítulo, um problema concernente ao seu povo. (Confronte o versículo 1 com o versículo 14). Ficou sem forças, não só porque teve aquela grande visão, mas sobretudo, por causa do aparecimento da grandeza do panorama celestial, dos grandes acontecimentos do porvir. Eles tinham relações marcantes com a nação judaica, e Daniel era um dos integrantes dela.
Dn 10.11: “Eme disse: Daniel, homem mui desejado, está a tento às palavras que te vou dizer, e levanta-te sobre os teus pés; porque eis que te sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, eu estava tremendo”.
“Homem mui desejado”. Alguns teólogos acham que o personagem desta visão não é CRISTO, baseados no versículo 13 do capítulo em foco. Mas, para nós (nosso ponto de vista), é que de fato a pessoa de CRISTO é quem está em foco aqui. “A vestimenta de linho fino, a veste celeste, os lombos cingidos de ouro puro, o seu corpo luzente como berilo, o rosto como um relâmpago, os olhos como tochas de fogo, os braços e os pés luzentes e como se fossem de bronze polido, e a voz como a voz de muitas águas, são características inerentes ao Filho de DEUS”. (Comparar Ap caps. 1 e 10). Diante de tal majestade, Daniel se sente aterrado, mas logo a seguir, entende o sentido daquela presença augusta. O seu fim não era para matar, e, sim, para dar entendimento. Aquela voz animou o profeta e pediu que estivesse atento ao que ia ouvir, pois, não devia haver temor, em virtude de ele (Daniel) ser um “homem mui amado” na corte celestial.
Dn 10.12: “Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu DEUS, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras”.
“Não temas”. O presente versículo tem seu fundo literário em várias conexões das Escrituras Sagradas, mas seu paralelo profético está em Ap 1.17, onde o Senhor JESUS consola a João com palavras similares, dizendo: “Não temas”. O texto de Apocalipse nos mostra João caindo aos pés do Filho de DEUS, como Paulo no caminho de Damasco (At 9.4), porém as vozes ouvidas nos dois episódios são completamente diferentes: a primeira diz “Por que me persegues?”, a segunda diz “Não temas”. Essas palavras, observa o doutor Norman, podem ser comparadas a Is 44.2; Dn 10.12 (o texto em foco); Mt 14.2; 27.7; Lc 1.13, 30). Essa ordem é dada a fim de consolar (Mt 14.27; Jo 6.20; At 27.24); a expressão ocorre na Bíblia cerca de 365 vezes (uma para cada dia). Essas palavras dirigidas a Daniel e semelhantemente a outros personagens da Bíblia, servem para nossa consolação em tempo e crise. Para nós, o Senhor tem a mesma mensagem de esperança e firmeza: “Tende bom ânimo! Sou Eu. Não temais”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 190-191.
 
Dn 10.10 Eis que certa mão me tocou. De sua posição prostrada, Daniel caiu de joelhos, sobre as duas mãos. O toque do anjo efetuou essa mudança de posição, e assim o profeta agora estava no chão, tremendo. Sua consciência foi recobrada, pelo que ele pôde conversar com o anjo. Ele foi restaurado e encorajado pelo toque do anjo, para cumprir sua missão de profeta, que agora chegava ao fim. Agora ele estava apenas meio de pé, mas outro toque terminaria o trabalho. No vs. 11 vemos Daniel de pé, ainda trêmulo, mas já recuperado.
Dn 10.11 Daniel, homem muito amado. Daniel é novamente chamado de muito amado por Yahweh, um homem que tinha recebido favor especial de DEUS e um bom destino. Cf. Dan. 9.23. Agora nós o vemos de pé. Cf. II Esd. 2.1; Enoque 14.25 e Eze. 2.1. Daniel, embora idoso, foi novamente enviado com uma mensagem. Ainda lhe restava receber o toque final para completar sua missão.
A palavra encorajadora fez Daniel levantar-se e pôr-se de pé. Ele não estava sozinho em seu empreendimento.
Dn 10.12 Então me disse: Não temas, Daniel. A oração e a determinação do homem bom tinham garantido, desde o começo, que ele seria divinamente ajudado naquilo que deveria fazer, pelo que alcançaria sucesso retumbante. Cf. Luc. 1.11 ss., onde encontramos algo similar envolvendo o ministério angelical. “Enquanto nossa paixão dominante não for conhecer a DEUS e à Sua verdade, não poderemos saber muito sobre Ele. Que propósito maior poderia existir para um homem aprender sobre DEUS? Firmamos nossa mente para conseguir, mas poucos firmam sua mente para compreender. Mas se alguém faz disso o seu alvo, poderá confiar na promessa de JESUS: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mat. 7.7)" (Gerald Kennedy, in loc.). Se assim são as coisas, não temos por que temer, pois se podemos conhecer o futuro então conhecemos Aquele nas mãos de quem repousa nosso futuro. Poderá haver empecilhos (conforme mostra o vs. 13), mas a vitória final está assegurada, porque um homem bom não está sozinho naquilo que procura fazer. Cf. este versículo com Dan. 9.23, onde encontramos algo similar.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3419.
 
2. O conflito entre o Arcanjo Miguel e o príncipe do reino da Pérsia (10.13).
“Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias” (10.13). Esses dois príncipes não os reis da Pérsia e da Grécia, mas são figuras metafóricas de dois seres angelicais demoníacos designados pelo Diabo para atuarem sobre os reinos da Pérsia e da Grécia. O anjo Gabriel declarou que a resistência de Satanás viria também da parte do “príncipe da Grécia” na sua volta à presença de DEUS. Esses dois príncipes terrenos representavam neste conflito dois espíritos da parte do Diabo que atuavam sobre aquelas nações. São espíritos territoriais. Alguns dos nossos teólogos rejeitam a expressão “espíritos territoriais”, mas não podem negar a existência de demônios designados pelo Diabo para interferirem e regerem sobre aquelas nações. E interessante notar que “o homem vestido de linho” que falava com Daniel declarou que Miguel, o anjo de DEUS, era o “príncipe” de Israel, para defender e proteger os interesses de DEUS na vida desse povo (Dn 12.1). O anjo Gabriel que trouxe a resposta de DEUS, disse a Daniel que havia sido retido no céu por 21 dias com a resposta de DEUS às suas petições. Esses dois príncipes das milícias satânicas:“o príncipe do reino da Pérsia”(v. 13) e o “príncipe da Grécia” (v. 20) que tentaram impedir que Gabriel trouxesse a resposta eram, na verdade, figuras desses príncipes satânicos que operam pelo poder do Diabo, de forma organizada, sobre as nações do mundo. Sem dúvida, Satanás tem sua hierarquia e dispõe de autoridades no mundo inteiro. Assim como DEUS delegou ao Arcanjo Miguel para ser o “guardião de Israel” (Dn 10.13), o diabo estabelece os seus guardiões nas nações. São os opositores de DEUS. Se o Príncipe da Pérsia representa um príncipe satânico com a finalidade de criar obstáculos ao projeto divino para que não alcance o seu objetivo, também, da parte de DEUS, o Príncipe de Israel é o Arcanjo Miguel, e foi ele que veio em ajuda do anjo Gabriel para abrir espaço nos céus com a resposta divina para Daniel. Alguns teólogos rejeitam a ideia de que esses príncipes, da Pérsia e da Grécia, sejam anjos caídos. Defendem a ideia de que eram apenas reis desses impérios terrenos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 145-146.
 
Há muitos atos e práticas humanas por trás dos quais estão enganosamente os agentes de Satanás, como é o caso das falsas religiões. Por exemplo, em 1 Coríntios 10.19,20, a Bíblia nos mostra que a adoração a ídolos tem como causa motivante os demônios. Significa que por trás dos ídolos estão invisivelmente os demônios.
Pelo fato de os anjos maus serem invisíveis, aqui no mundo geralmente percebemos apenas os efeitos das suas ações, e não a causa, que são eles mesmos. Assim sendo, não adianta combatermos os efeitos surgidos e sim a causa, e somente teremos vitória nisso, na força do Senhor. Diz Efésios 6.12: "Porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes". "Carne e sangue" é uma outra forma de dizer homens visíveis.
"Miguel, um dos primeiros príncipes" (v.13). "primeiros" é literalmente "principais". Isto mostra que os anjos dividem-se me categorias, "príncipe", no hebraico "sor", corresponde a chefe; aquele que domina. O arcanjo Miguel é anjo guardião de Israel (10.21; 12.1).
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
O DEUS do céu é, e sempre será, o protetor do seu povo. E, sob as ordens dele, os anjos do céu são os patronos e protetores desse povo. [1] Aqui temos o anjo Gabriel ocupado a serviço da igreja, fazendo a sua parte na defesa dos vinte e um dias contra o príncipe da Pérsia, e permanecendo naquela corte como cônsul ou embaixador a fim de cuidar dos negócios dos judeus, prestando-lhes os seus serviços (v. 13). E, embora os reis da Pérsia lhes tivessem feito muito mal (mediante a permissão de DEUS), é provável que maiores maldades tivessem sido praticadas contra eles, e teriam ficado bastante arrumados (como exemplo desta verdade, temos a conspiração de Hamã) se DEUS não tivesse evitado essas ocorrências nefastas através do ministério dos anjos. Gabriel decidiu, ao ser despachado na missão a favor de Daniel, que iria retornar para lutar contra o príncipe da Pérsia, que iria continuar a se opor a ele, e que, no final, iria humilhar e derrotar aquela orgulhosa monarquia (v. 20), embora soubesse que outra monarquia igualmente perniciosa, a da Grécia, surgiria mais tarde. [2] Aqui está Miguel, o nosso príncipe, o grande encarregado de proteger Israel, e o patrono dessa causa justa, que está repleta de injustiças por parte dos inimigos de DEUS e do seu povo. Miguel é um dos principais príncipes de DEUS (v. 13). Alguns entendem que ele é um anjo criado, porém um arcanjo de ordem mais elevada (1 Ts 4.16; Jd 9). Outros crêem que o arcanjo Miguel seja o próprio Senhor JESUS CRISTO, o Anjo da Aliança, e o Senhor dos anjos, Aquele que Daniel viu na visão (v. 5). Ele “veio para ajudar-me” (v. 13) “e ninguém há que se esforce comigo contra aqueles” (v. 21). Mas CRISTO é o Príncipe da igreja, não os anjos (Hb 2.5). Ele preside os assuntos da igreja, e com eficiência provê aquilo que é o melhor para ela. O Senhor é quem capacita os anjos, fazendo com que sejam úteis aos herdeiros da salvação. E, se Ele não estivesse ao lado da igreja, a situação dela seria terrível. A igreja pode dizer como Davi: “O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam” (SI 118.7). “O Senhor está com aqueles que sustêm a minha alma” (SI 54.4).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 894.
 
3. A hostilidade espiritual contra o povo de DEUS.
DEUS tem uma aliança com Israel e a cumprirá, porque Ele é imutável e cumpre suas promessas. Quanto à igreja de CRISTO, os mesmos espíritos do mal operam e hostilizam a igreja e aos crentes em particular. Há resistência espiritual às nossas orações. Quando oramos entramos em batalha contra as potestades do mal (Ef 6.12). Israel tem o seu ajudador especial da parte de DEUS. A igreja, também, é guardada pelos anjos dos ataques satânicos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 146-147.
 
Embora o anjo devesse retornar em breve para continuar sua luta contra o anjo-guardião-líder da Pérsia, primeiramente ele transmitiria a mensagem a Daniel. Aquela era uma espécie de missão lateral. O anjo estava muito ocupado e tinha muitas coisas das quais cuidar. No meio (ou depois) do conflito contra o anjo da Pérsia, o anjo-guardião-líder da Grécia haveria de aparecer para perturbá-lo. Somente Miguel seria seu aliado naquelas lutas celestiais (conforme o vs. 21 passa a dizer). Alguns estudiosos pensam que o anjo da Grécia, neste caso, é Alexandre, o Grande, mas é melhor supormos que o anjo guardião da Grécia seria a força e a inspiração de Alexandre, e isso explicaria como esse conquistador conseguiu fazer o que fez, incluindo a derrubada do império persa. Alexandre e seus sucessores também teriam muito para perturbar a Israel, nação à qual Gabriel e Miguel defenderiam.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3420.
 
Dn 10.20 “E, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia”. Havia entre os antigos povos a opinião de que cada nação tinha o seu anjo guardião. Muitos intérpretes, ajuntam, como figura disso, além de outros textos, Ap 16.5, onde João faz referência ao “anjo das águas”. Para outros comentadores, o “anjo das águas” não deve ser entendido em sentido literal, mas simbolicamente. E verdade que as águas que existem na face e no interior da terra, são calculadas em “sessenta e cinco quintilhões de pés cúbicos”; assim, segundo eles, DEUS designou um anjo para guardar essa parte da natureza. (Ver Jo 5.4; At 27.23, 24; Ap 10.2, 5). Desse modo, tomando Daniel 10.20, com sentido literal e Ap 16.5 e 17.15, com sentido figurado, podemos deduzir que o anjo das águas e o anjo das nações referem-se a um “anjo-capitão”, que seria responsável pela segurança das nações, tendo também a incumbência de executar juízos sobre eles (Ver Êx 14.19; 20.23; Dn 10.13, 20 e 21).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 195.
 
Ef 6.12 Os cristãos têm que lutar contra o mal - esta expressão descreve um combate corpo a corpo. Mas nós não estamos em uma campanha militar terrena - nossa batalha não é contra carne e sangue. Ao contrário, nós lutamos contra os demônios sobre os quais Satanás tem controle. Os demônios trabalham para que as pessoas pequem. Eles não foram criados por Satanás, pois DEUS é o Criador de tudo. Ao contrário, os demônios são anjos caídos que se juntaram a Satanás em sua rebelião e, dessa forma, se tornaram maus e pervertidos. A descrição revela as características desses inimigos, bem como a sua esfera de atuação. “Principados” e “potestades” sáo poderes cósmicos ou demônios, mencionados em 1.21. Esses seres espirituais têm poder limitado. Eles são invisíveis para nós e operam no mundo invisível (nos lugares celestiais). “Potestades” refere-se àqueles poderes espirituais que aspiram conquistar o mundo. Elas são a maldade (das trevas) e atualmente governam este mundo. “As hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” é uma expressão que se refere às moradas dos demônios, planetas, e estrelas, a partir dos quais eles controlam a vida das pessoas. Paulo utilizou os nomes de grupos das forças do mal não tanto para definir classes ou diferenciar poderes demoníacos, mas para mostrar a completa extensão do armamento de Satanás. Aqui está um exército de forças espirituais agrupadas contra nós, exigindo que usemos a armadura completa de DEUS. Esses são seres reais e poderosos, não meras fantasias. Os crentes não devem subestimá-los. Os efésios haviam praticado magia e feitiçaria (At 19.19) e estavam bem a par do poder das trevas. Enfrentamos um poderoso exército cujo objetivo é derrotar a igreja de CRISTO. Quando cremos em CRISTO, os seres satânicos tornam-se nossos inimigos e usam todos os truques para nos afastar dele e nos levar de volta ao pecado. Embora nós, os crentes, tenhamos certeza da vitória, devemos nos engajar na luta até que CRISTO retorne, porque Satanás luta constantemente contra todos que estão ao lado de DEUS.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 353.
 
1. O perigo e a necessidade que temos de revestir-nos de toda armadura, considerando os tipos de inimigos com os quais precisamos lidar - o Diabo e todos os poderes das trevas: “...porque não temos que lutar contra carne e sangue” (v. 12). O combate para o qual precisamos estar preparados não é contra inimigos humanos comuns, não contra homens constituídos de carne e sangue, nem contra nossa própria natureza corrompida, mas contra os diversos graus de demônios, que têm um controle que exercitam neste mundo. (1) Lidamos com um inimigo sutil, um inimigo que usa manhas e estratagemas, como lemos no versículo 11. Ele tem mil maneiras de iludir almas inconstantes; por isso é chamado de serpente, em virtude de sua sutileza, a velha serpente, experimentada na arte de tentar. (2) Ele é um inimigo poderoso: principados, potestades e príncipes. Eles são numerosos e poderosos; eles governam as nações pagãs que ainda estão nas trevas. As partes sombrias do mundo são o alicerce do império de Satanás. Eles estão usurpando e destituindo príncipes sobre todos os homens que ainda estão em um estado de pecado e ignorância. Satanás é um reino de trevas, enquanto CRISTO é um reino de luz. (3) Eles são inimigos espirituais: “...hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”, ou espíritos maus, como alguns traduzem. O Diabo é um espírito, um espírito mau; o perigo é maior porque nossos inimigos são invisíveis e nos atacam antes de nos darmos conta deles. Os demônios são espíritos maus, e eles especialmente aborrecem e provocam os santos à perversidade, ao orgulho, à inveja, à malícia etc. Esses inimigos ficam nos lugares celestiais, de acordo com o texto original (ou “regiões celestes”, versão RA); nesse caso, o céu significa toda a expansão, ou além da nossa atmosfera, o lugar entre a terra e as estrelas, de onde os demônios nos assaltam. Ou, o significado pode ser: “Lutamos por lugares celestiais ou coisas celestiais”; essa é a forma de alguns antigos interpretarem esse texto. Nossos inimigos se esforçam para impedir nossa subida ao céu, para privar-nos de bênçãos celestiais e para obstruir nossa comunhão com o céu. Eles nos atacam nas coisas que pertencem à nossa alma e se esforçam para desfigurar a imagem celestial em nosso coração; e, portanto, precisamos estar vigilantes contra eles. Necessitamos de fé em nossa batalha cristã, porque temos inimigos espirituais que precisamos combater, bem como fé em nosso trabalho cristão, porque precisamos buscar força espiritual. O nosso perigo é grande.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 604-605.
 
O inimigo contra quem lutamos nessa batalha (6.11-13)
O apóstolo Paulo descreve nosso arqui-inimigo de forma clara:
Revesti-vos de toda a armadura de DEUS, para que possais permanecer firmes contra as ciladas do Diabo; pois não é contra pessoas de carne e sangue que temos de lutar, mas sim contra principados e poderios, contra os príncipes deste mundo de trevas, contra os exércitos espirituais da maldade nas regiões celestiais. Por isso, tomai toda a armadura de DEUS, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes (6.11-13).
Não podemos lutar contra quem não conhecemos. Quais são as características desse inimigo? Efésios 6.11,12 diz que o diabo, mesmo não sendo onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de DEUS.
Chamamos a atenção para algumas verdades: 1) o reino das trevas possui uma organização. O diabo não é tão tolo a ponto de não ser organizado. É o que podemos chamar de “a ordem da desordem”; 2) existe uma estratificação de poder no reino das trevas. Paulo fala de principados, poderios, príncipes deste mundo de trevas e exércitos espirituais do mal. Existe uma cadeia de comando. Existem cabeças e subalternos. Líderes e liderados. Quem manda e quem obedece; 3) o reino das trevas articula-se contra a igreja. O diabo e seus demônios rodeiam a terra e passeiam por ela. Eles investigam nossa vida, buscando uma oportunidade para nos atacar. Esse inimigo não dorme, não tira férias nem descansa. Esse inimigo tem um variado arsenal. Ele usa “ciladas” imetodeiá). Para cada pessoa, ele usa uma estratégia diferente. Ele ousa mudar os métodos.
Destacamos, agora, algumas características desse terrível inimigo:
Em primeiro lugar, é um inimigo invisível (6.11,12). O diabo e seus agentes são seres reais, porém invisíveis. Esse inimigo espreita-nos 24 horas por dia. Ele é como um leão que ruge ao nosso derredor. Ele escuta cada palavra que você fala, vê cada atitude que você toma e acompanha cada ato que você pratica escondido. Ele é um inimigo espiritual. Você não pode guerrear contra ele com armas carnais. Ele não pode ser destruído com bombas atômicas. Ele age de forma inesperada.
Em segundo lugar, é um inimigo maligno (6.11,12). A Bíblia o chama de diabo, Satanás, assassino, ladrão, mentiroso, destruidor, tentador, maligno, serpente, dragão, Abadom e Apoliom. Seu intento é roubar, matar e destruir. Ele sabe que já está sentenciado à perdição eterna e quer levar consigo homens e mulheres.
Em terceiro lugar, é um inimigo astuto (6.11). Ele usa ciladas, armadilhas e ardis. Ele age dissimuladamente como uma serpente. Ele disfarça-se. Ele transfigura-se em anjo de luz. Seus minitros parecem ser ministros de justiça. Ele usa voz mansa. Ele usa muitas máscaras. Ele tenta enganar as pessoas levando-as a duvidar da Palavra de DEUS, exaltando o homem ao apogeu da glória. Ele também age assustadoramente como um leão. Ele ruge para assustar.
Paulo fala que precisamos tomar toda a armadura de DEUS para poder resistir no dia mau (6.13). O “dia mau” é o dia de duras provas, os momentos mais críticos da vida, quando o diabo e seus subordinados sinistros nos assaltam com grande veemência. O “dia mau” refere-se àqueles dias críticos de tentação ou de constante assalto satânico que todos os filhos de DEUS conhecem. Nesses dias, somos subitamente assaltados, sem nenhum aviso, nenhum sinal de tempestade, nenhuma queda do barômetro.
O diabo e seus asseclas ameaçam e intimidam as pessoas com o propósito de destruí-las. Eles atacam com fúria no dia mau. Eles também agem com diversidade de métodos. Eles estudam cada pessoa para saber o lado certo para atacá-la. Sansão, Davi, Pedro foram derrubados porque o diabo variou seus métodos.
Entre as histórias do livro Mil e uma noites encontramos a de Simbad nos mares da índia. Enorme rocha magnética destacava-se no meio das águas tranquilas com aspecto inocente, sem oferecer perigo. Mas, quando o navio de Simbad se aproximou dela, a poderosa força magnética de que estava impregnada a rocha arrancou todos os pregos e cavilhas que mantinham unida a estrutura do barco. Desfeito em pedaços, o navio condenou à morte os que nele viajavam. As forças do mal continuam em ação. Precisamos estar atentos para identificá-las; do contrário sofreremos sérios danos.321 William Hendriksen, escrevendo sobre essas ciladas do diabo, afirma:
Alguns destes manhosos ardis e malignos estratagemas são: confundir a mentira com a verdade de forma a parecer plausíveis (Gn 3.4,5,22); citar (melhor, citar erroneamente) as Escrituras (Mt 4.6); disfarçar-se em anjo de luz (2Co 11.4) e induzir seus “ministros” a fazerem o mesmo, “aparentando ser apóstolos de CRISTO (2Co 11.13); arremedar a DEUS (2Ts 2.1-4,9); reforçar a crença humana de que ele não existe (At 20.22); entrar em lugar onde não se esperava que entrasse (Mt 24.15; 2Ts 2.4); e, acima de tudo, prometer ao homem que por meio das más ações pode-se chegar a obter o bem (Lc 4.6,7).
Em quarto lugar, é um inimigo persistente (6.13b). “E, havendo tudo feito, permanecer firmes”. O diabo e suas hostes não ensarilham suas armas. Ao ser derrotados, eles voltam com novas estratégias. Foi assim com JESUS no deserto, onde foi tentado (Lc 4.13). Elias fugiu depois de uma grande vitória. Sansão foi subjugado pelos filisteus depois de vencê-los. Davi venceu exércitos, mas caiu na teia da luxúria. Pedro caiu na armadilha da autoconfiança.
Em quinto lugar, é um inimigo numeroso (6.12). Paulo fala de principados, poderios, príncipes deste mundo de trevas e exércitos espirituais do mal. O diabo e seus anjos estão tentando, roubando e matando pessoas em todo o mundo. Eles são numerosos. Não podemos vencer esses terríveis exércitos do mal sozinhos nem com nossas próprias armas.
Em sexto lugar, é um inimigo oportunista (6.11,14). Mesmo depois que o vencemos, precisamos continuar firmes (6.11,14), porque ele sempre procura um novo jeito de atacar. Quando o crente deixa de usar toda a armadura de DEUS, ele encontra uma brecha, entra e faz um estrago (4.26,27). Não podemos ter vitória nessa guerra se não usarmos todas as peças da armadura. Não podemos permitir que o inimigo nos encontre indefesos. O diabo e suas hostes buscam uma estratégia para nos atacar de súbito, sem nenhum aviso, sem nenhum sinal de tempestade.
Alistamos a seguir algumas dessas interferências do diabo na vida do povo de DEUS: 1) ele furta a Palavra do coração (Lc 8.12); 2) ele semeia o joio no meio do trigo (Mt 13.24-30); 3) ele opõe-se ao pregador (Zc 3.1-5); 4) ele intercepta a resposta às orações dos santos (Dn 10); 5) ele oprime pessoas com enfermidades (Lc 13.10-17); 6) ele resiste à obra missionária (l Ts 2.8); 7) ele atormenta as pessoas em cujo coração não há espaço para o perdão (Mt 18.23-35); 8) ele usa a arma da dissimulação (2Co 11.14,15); 9) ele usa a arma da intimidação (I Pe 5.8); 10) ele age na disseminação de falsos ensinos (l Tm 4.1); e 11) ele ataca a mente dos homens (2Co 4.4)..
LOPES, Hernandes Dias. EFÉSIOS Igreja, a noiva gloriosa de CRISTO. Editora Hagnos. pag. 179-183.
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 11 - O Homem Vestido de Linho
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E____________________ os meus olhos, e olhei, e vi um ____________________vestido de linho, e os seus lombos, cingidos com ____________________ fino de Ufaz" (Dn 10.5).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
DEUS ____________________ o ____________________, para que o seu povo não fique ____________________ e confuso.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Em que tempo Daniel se situava, agora, no capítulo 10?
(   )  Ao estudarmos o capítulo dez, precisamos compreender que já se haviam passado uns quatro anos desde que Gabriel apareceu a Daniel com uma mensagem da parte de DEUS.
(   )  Era o terceiro ano do reinado de Ciro da Pérsia, e Daniel era um homem com mais de 90 anos de idade.
(   )  Era o quarto ano do reinado de Ciro da Pérsia, e Daniel era um homem com mais de 90 anos de idade.
(   )  Mesmo nessa idade, não desistiu de orar e jejuar em favor do seu povo.
(   )  O capítulo dez trata da última visão do profeta a respeito dos acontecimentos dos últimos dias.
 
I. UMA VISÃO CELESTIAL (10.1-3)
4- O que temos no capítulo 10 de Daniel sobre a palavra revelada a ele?
(   )  O capítulo dez tem início com a visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos dos últimos dias.
(   )  O capítulo dez tem início com a visão que Daniel teve a respeito dos acontecimentos daqueles dias e só no capítulo 12 é que conhece mais do futuro.
(   )  Neste capítulo, temos apenas o início da visão e da revelação de Daniel.
(   )  DEUS é Senhor e tem o conhecimento total e completo do futuro. Sua revelação é infalível e não deixa nenhuma dúvida.
 
5- Por que podemos afirmar que Daniel era um homem de jejum e oração?
(   )  Lendo os primeiros versículos do capítulo dez, podemos ver que Daniel estava mais uma vez se dedicando à oração e ao jejum.
(   )  Mesmo estando exilado e tendo que servir a reis pagãos, Daniel não se descuidou de sua vida de jejum e oração.
(   )  Ele era um homem que tinha um espírito excelente, por isso DEUS lhe revelou seus desígnios.
(   )  Daniel era um homem determinado e consciente da situação do seu povo.
(   )  Talvez, por isso, tivesse por três semanas consecutivas (21 dias), orado, jejuado e não se ungido com unguento.
(   )  Talvez, por isso, tivesse por seis semanas consecutivas (40 dias), orado, jejuado e não se ungido com unguento.
(   )  A perseverança de Daniel em oração fez com que os céus se abrissem.
(   )  Temos um DEUS que ouve e responde as nossas orações.
(   )  Daniel não desistiu de clamar e pedir pelo retorno do seu povo.
(   )  Ele sabia o quanto DEUS é Poderoso e que no tempo certo Ele agiria em favor dos israelitas.
(   )  O tempo de DEUS não está preso às circunstâncias históricas.
(   )  No tempo devido, seus desígnios são concretizados.
(   )  Daniel, havia entendido que o plano de DEUS para o seu povo não havia findado.
 
6- Qual o motivo da tristeza de Daniel?
(   )  "Estive triste por três semanas completas".
(   )  "Estive triste por seis semanas completas".
(   )  Não sabemos o motivo real que trouxe tamanha tristeza e dor ao coração de Daniel.
(   )  Todavia, sabemos que ele não se deixou abater por sua melancolia.
(   )  Daniel continuou a orar e jejuar, buscando o socorro divino.
(   )  As adversidades e tristezas desta vida não podem nos impedir de orar e prosseguir em nossa caminhada.
(   )  Talvez um dos motivos da tristeza de Daniel seja o fato de que no terceiro ano de Ciro o trabalho da reconstrução do Templo havia sido interrompido.
 
II. A VISÃO DO HOMEM VESTIDO DE LINHO (10.4,5)
7- Quem era o "homem vestido de linho", visto por Daniel?
(   )  A visão de Daniel é muito parecida com a que João teve na ilha de Patmos e com a do profeta Ezequiel.
(   )  Acredita-se que, assim como João e Ezequiel, o profeta Daniel tenha visto o Senhor JESUS CRISTO.
(   )  Tanto João como Daniel tiveram a mesma reação diante de tal visão: glorificaram a DEUS.
(   )  Tanto João como Daniel tiveram a mesma reação diante de tal visão: desfaleceram.
(   )  Eles não encontraram forças para ficar de pé.
(   )  Homem algum pode resistir diante da glória do Senhor.
(   )  A visão do Filho do Homem fez com que as forças físicas de Daniel se esgotassem, todavia, o Senhor enviou um anjo para tocar o seu profeta.
 
8- O que são os anjos, eles são reais?
(   )  Daniel é tocado pelo anjo de DEUS e ouve palavras de consolo. "Eis que uma mão me tocou".
(   )  Os anjos são seres celestiais reais, e sempre podemos vê-los.
(   )  Os anjos são seres celestiais reais, porém nem sempre podemos vê-los.
(   )  A Palavra de DEUS declara que eles são "espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação".
(   )  Alguns anjos se rebelaram contra DEUS, cometendo um grave pecado. Estes foram expulsos do céu.
(   )  O número de anjos é imenso, porém, no livro do profeta Daniel encontramos a referência a dois anjos em especial: Gabriel, que ajudou a Daniel a compreender as revelações divinas e Miguel, o arcanjo, protetor de Israel.
(   )  No Antigo Testamento, uma das atribuições dos anjos era guardar o povo de DEUS.
(   )  Na Bíblia os anjos também foram utilizados como agentes na execução do julgamento divino.
 
9- "O príncipe do reino da Pérsia". Quem era este príncipe?
(   )  A maioria dos teólogos acredita que este príncipe seja um anjo satânico.
(   )  A maioria dos teólogos acredita que este príncipe seja um homem de grande poder.
(   )  Estes seres malignos obedecem ao comando de seu chefe, o Diabo.
(   )  Neste capítulo, eles aparecem em oposição ao povo de DEUS.
(   )  Precisamos de discernimento em relação aos anjos, pois a Palavra de DEUS afirma que o próprio Satanás pode disfarçar-se em anjo de luz.
 
III. DANIEL É CONFORTADO POR UM ANJO (10.10-12)
10- Como Daniel é confortado por um anjo (10.10-12)?
(   )  Diante da visão o profeta perdeu as suas forças.
(   )  O Senhor envia um homem santo para tocar Daniel e restaurar as suas forças físicas.
(   )  O Senhor envia um anjo para tocar Daniel e restaurar as suas forças físicas.
(   )  A mão do anjo tocou o profeta e o ergueu.
(   )  Observe que Daniel, "o homem mui desejado," ficou como morto e depois de joelhos diante do Senhor.
(   )  No grande dia, como ficarão aqueles que rejeitam e desprezam o Filho de DEUS?
 
11- Como foi o conflito entre o Arcanjo Miguel e o príncipe do reino da Pérsia (10.13)?
(   )  No capítulo dez do livro de Daniel, dois príncipes das milícias satânicas são identificados: "o príncipe do reino da Pérsia" e o "príncipe da Grécia".
(   )  No capítulo dez do livro de Daniel, três príncipes das milícias satânicas são identificados: "o príncipe do reino da Pérsia", "príncipe da Grécia" e "o príncipe de Roma".
(   )  Estes príncipes não eram homens comuns, mas anjos satânicos.
(   )  Estes anjos caídos só foram derrotados depois que DEUS enviou Miguel, o príncipe de Israel.
(   )  O anjo que falava com o profeta explicou que o príncipe da Pérsia estava impedindo que a mensagem de DEUS fosse entregue.
(   )  O propósito de Satanás era impedir que Daniel recebesse a revelação do Senhor.
 
12- Como é a hostilidade espiritual contra o povo de DEUS?
(   )  O Inimigo tenta de todas as formas destruir Israel, todavia o Senhor tem uma aliança eterna com o seu povo.
(   )  Satanás não pode impedir a bênção de DEUS para Israel.
(   )  O Inimigo também tenta de todas as formas destruir a Igreja de CRISTO.
(   )  Ele se opõe a Igreja assim como o rei da Pérsia se opôs a Daniel e ao anjo do Senhor.
(   )  Há resistência espiritual às nossas orações e a nós.
(   )  Quando oramos entramos em batalha contra as potestades do mal.
(   )  Israel tem o seu ajudador, o anjo Gabriel.
(   )  Israel tem o seu ajudador, o arcanjo Miguel.
(   )  A Igreja é guardada pelo próprio Senhor JESUS CRISTO, aquele que venceu as forças do Inimigo ao morrer e ressuscitar ao terceiro dia.
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
Duas vezes o ____________________ de DEUS ____________________ em Daniel para que ele pudesse recobrar as suas forças ____________________. O ____________________ de DEUS nos anima e nos ____________________ para que possamos, como Daniel, servir ao Senhor com temor e amor.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva
 

Vídeos da Lição 11 - O Homem Vestido de Linho, 5 partes, 4Tr14, Ev Henrique, EBD N...

04 dezembro 2014

Lição 10 - As Setenta Semanas, 1parte

Lição 10 - As Setenta Semanas
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO 
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos" (Dn 9.24).
 
 
VERDADE PRÁTICA 
DEUS revela os seus mistérios a quem reconhece a sua soberania e submete-se a sua vontade em amor e contrição.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 21.18-22 O ensino de JESUS sobre a fé
Terça - Pv 15.29; Sl 141.2 DEUS está pronto a ouvir
Quarta - Pv 11.2; 29.23 Humildade e sabedoria
Quinta - Dt 9.18-29 Uma vida de oração
Sexta - Mt 13.1-23 DEUS revelou os mistérios do Reino
Sábado - Dn 9.1-10 Daniel, um homem de oração
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 9.20-27
20 Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu DEUS, pelo monte santo do meu DEUS, 21 estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. 22 E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido. 23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão. 24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. 27 E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
 
INTERAÇÃO 
Prezado professor, na lição de hoje estudaremos as setenta semanas do livro de Daniel. Este é um assunto que deve ser estudado com muita dedicação. Depois de estudar com zelo as profecias do profeta Jeremias, Daniel compreendeu o futuro do seu povo. A profecia de Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da restauração de Israel por ordem do rei Artaxerxes (Ne 2.1-8). Porém, a profecia ainda não se cumpriu na íntegra, pois a septuagésima semana de Daniel foi interrompida pelo Todo-Poderoso. A Igreja de CRISTO, nesse período, num corpo espiritual e com CRISTO, já arrebatada, verá o cumprimento total desta profecia da septuagésima semana, mas não estará mais aqui num corpo humano, terrestre e carnal, estaremos no Tribunal de CRISTO nesta época.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer que Daniel compreendeu o futuro de Israel após estudar as profecias de Jeremias.
Compreender as setenta semanas profetizadas no livro de Daniel.
Saber os propósitos da septuagésima semana.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
Para introduzir o segundo tópico da lição desta semana reproduza o esquema abaixo conforme as suas possibilidades. Com o auxílio do esquema, explique que a profecia de Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da restauração de Israel por ordem de Artaxerxes (Ne 2.1-8), em 444 a. C. Em seguida, diga aos alunos que essa profecia não foi cumprida cabalmente, pois a septuagésima semana de Daniel foi interrompida por DEUS. Então deu-se o advento da Igreja. Afirme que a Igreja deve primeiramente ser arrebatada, para em seguida, a profecia sobre a septuagésima semana cumprir-se literal e plenamente.
 
 
Resumo da Lição 10 - As Setenta Semanas
I. DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO (Dn 9.3-19)
1. O tempo da profecia de Jeremias (vv. 1,2).
2. A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20).
3. Daniel reconheceu a justiça de DEUS (vv.7,16).
II. DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO (Dn 9.24-27)
1. As setenta semanas (v.24).
2. Os três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26).
3. O intervalo que precede a septuagésima semana (v.27).
III. OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27)
1. Revelar o "homem do pecado" (2 Ts 2.3).
2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21).
3. Revelar a vitória gloriosa do Messias.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) As guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais que carregamos em nosso interior.
SINOPSE DO TÓPICO (2) Na Bíblia, o número setenta ganhou sentido profético, pois a partir desta visão profética DEUS revelou o futuro do seu povo a Daniel.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Os propósitos da septuagésima semana são revelar ao povo de DEUS o "homem do pecado", "a Grande Tribulação" e o tempo da vitória gloriosa do Messias.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON (Ed.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009.
 
Revista Ensinador Cristão nº 60. Editora CPAD. pag. 41.
AS SETENTA SEMANAS
O capítulo nove de Daniel é um dos mais controvertidos e especulados da Bíblia. Quantas datas foram marcadas para a vinda de JESUS a partir desse capítulo? Quantas pessoas pensaram que o Anticristo foi o Hitler? Ou o Papa? Tudo a partir da leitura desse capítulo.
O que se tem no capítulo nove é a terceira visão dos mistérios proféticos a respeito do tempo do fim onde de forma direta e através do anjo Gabriel o profeta Daniel recebeu de DEUS tais informações. Duas divisões naturais aparecem neste capítulo: a oração de Daniel (vv.3-19) e a resposta divina transmitida pelo anjo Gabriel (vv.20-27).
A respeito da oração de Daniel é importante que o professor considere algumas questões importantes:
1. A oração de Daniel foi motivada por uma reflexão acerca das profecias de Jeremias. O povo judeu passaria setenta anos cativo e desolado (v.2);
2. Enquanto empenhava-se por entender a mensagem do profeta Jeremias, Daniel humilhou-se na presença de DEUS e jejuou (v.3);
3. Daniel suplica ao Senhor confessando o pecado do povo e colocando-se, juntamente com o povo cativo, responsável por aquele pecado (vv.4-14);
4. Suplicou também pela misericórdia divina lembrando esta mesma misericórdia quando o Senhor livrou o Seu povo do Egito e, igualmente, usou de justiça para castigar o pecado de Jerusalém (vv.15,16).
5. Por fim, Daniel pede a DEUS para libertar a cidade santa, Jerusalém, e a nação cujo DEUS é o Senhor (vv.17-19);
6. O anjo Gabriel responde a Daniel após o processo de busca por resposta divina. É interessante destacar que é a primeira vez que um anjo aparece se locomovendo no Antigo Testamento. Antes, outros anjos apenas apareciam.
O capítulo pelo qual estamos estudando revela a disposição e a motivação de Daniel em buscar os desígnios de DEUS. Embora não seja, neste espaço, a nossa intenção criar uma espécie de receita de bolo para buscarmos a DEUS, pois entendemos que as experiências espirituais são de caráter subjetivo, cada pessoa tem a sua experiência com o Pai, mas é impossível não observarmos algumas características que chama-nos atenção na atitude de Daniel: a sua sede de conhecer a vontade de DEUS, a humildade; a sinceridade; a disposição em orar e jejuar. Que a atitude de Daniel estimule-nos a buscarmos a vontade de DEUS para a nossa vida!
Revista Ensinador Cristão nº 60. Editora CPAD. pag. 41.
 
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS LIVROS E AUTORES
INTRODUÇÃO
O capítulo 9 é, indiscutivelmente, a profecia mais importante do livro de Daniel. Neste capítulo a profecia ganha um sentido histórico especial e ao mesmo tempo escatológico, tanto em relação a Israel, quanto em relação ao mundo. Diferentemente dos capítulos anteriores, esta revelação não se preocupa com os poderes mundiais, mas trata de uma revelação especial sobre o futuro de Israel que afeta, indiscutivelmente, todo o mundo. Nos capítulos anteriores, tais como os capítulos 2,4, 7 e 8, se percebe que DEUS utilizou figuras diferentes do mundo mineral (metais), bem como, figuras do mundo animal para ilustrar os acontecimentos futuros do mundo. Na realidade, DEUS usa elementos neutros como os metais (ouro, prata, cobre, ferro e barro), e elementos do mundo animal, para tratar de aspectos políticos, morais e espirituais. Todos esses capítulos tem uma relação especial com Israel que é o alvo da profecia. No capítulo 9, DEUS revela a Daniel fatos futuros do povo de Israel utilizando número de semanas, dias e anos. Esses números ganham uma linguagem especial na sua interpretação em relação ao povo de Israel. Daniel, ao rever o livro do profeta Jeremias descobriu uma profecia literal que estava chegando ao seu cumprimento. O período de 70 anos predito para um tempo de escravidão e exílio do povo judeu em terras estrangeiras estava chegando ao fim. Porém, DEUS toma esta circunstância histórica para revelar outra verdade futura acerca do seu povo. Seria outro período de 70 semanas de anos totalizando 490 anos literais, sob o qual Israel experimentaria a força da soberania de DEUS sobre Israel que afetaria o mundo inteiro. Depois da visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8, quando Daniel visualiza espiritualmente o futuro com “um rei feroz de semblante” que prefigura numa perspectiva escatológica o futuro Anticristo, ou seja, “o homem do pecado”, Daniel enfraqueceu física e emocionalmente e lhe restou, tão somente, orar e buscar o socorro de DEUS.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 127-128.
 
As setenta semanas de anos (cap. 9)
As duas principais profecias do livro de Daniel são as do capítulo 2 e do capítulo 9. A do capítulo 2, como já vimos, revela o futuro do mundo gentílico, terminando pelo reino dos dez dedos dos pés da grande estátua, quando a pedra (que representa CRISTO na sua vinda para julgar) bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. Três vezes está dito isto (2.34,40,44). Portanto, as nações ímpias não findarão pacificamente, mas de modo violento e catastrófico, como veremos à vinda de JESUS, com poder e grande glória. Vemos ainda que o reino final será o do Céu (2.44).
A segunda profecia mais importante do livro de Daniel é esta do capítulo 9, revelando o futuro da nação israelita, incluindo também o período da Igreja, se bem que parentético, como veremos durante o estudo. Podemos dizer que esta profecia é o futuro de Israel no plano de DEUS.
Se não entendermos bem a profecia das Setenta Semanas, tampouco entenderemos o Sermão Profético de Mateus 24, e nem o livro de Apocalipse, uma vez que ela abrange esses dois. Quase todo o livro de Apocalipse (caps. 6 a 22) é apenas uma aplicação da profecia preditiva das Setenta Semanas de Daniel. Noutras palavras: DEUS deu a Daniel um quadro geral dos eventos futuros relacionados com Israel; e a João, no Apocalipse, deu os detalhes desses eventos.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
Temos, nesse capítulo:
I. A oração de Daniel pedindo a reintegração dos judeus que estavam no cativeiro, e na qual ele confessa o pecado, reconhece a presença da justiça de DEUS nas calamidades, e implora as promessas divinas de misericórdia que o Senhor ainda havia reservado para eles (w. 1-19).
II. A resposta recebida em seguida à sua oração e que foi transmitida por um anjo. Nesta,
1. Ele recebe garantias sobre a imediata libertação dos judeus do seu cativeiro (w. 20-23).
2. Ele é informado a respeito da redenção do mundo por JESUS CRISTO (que o próprio Daniel estava tipificando), de como seria a natureza dessa redenção, e quando ela seria realizada (w. 24-27). E essa é a profecia mais clara e luminosa em todo o Antigo Testamento a respeito do Messias.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 879.
 
I - DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO (Dn 9.3 19)
1.O tempo da profecia de Jeremias (vv. 1,2).
Daniel examina o tempo da profecia de Jeremias (9.1-4)
“No ano primeiro de Dario,filho de Assuero, da nação dos medos” (9.1). Em 539 a. C., Daniel já tinha mais de 80 anos de idade. Era um ancião respeitado por mais de 60 anos em reinos anteriores, mas ainda exercia atividades políticas sob o domínio de Dario. Dario era filho de Assuero, rei conhecido pelo nome que não pode ser confundido com o rei Assuero da história de Ester (Et 1.1).
(9.2) Daniel entende que o número de anos da profecia de Jeremias havia chegado. Ele disse: “entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias”. Consultando a profecia, Daniel descobre o que DEUS disse ao profeta Jeremias: “quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei da Babilônia”(]v 25.11,12). Uma vez que a punição já havia acontecido contra a Babilônia, Daniel entendeu que o momento de cessarem as assolações de Jerusalém havia chegado. Ele descobre que a profecia que o tempo dos 70 anos de cativeiro estava chegando ao fim, “Setenta anos” era o tempo da indignação divina contra Jerusalém e as cidades de Judá conforme falou Zacarias 1.12, que disse: “Então o anjo do Senhor respondeu e disse: O Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” Outra profecia está descrita em 2 Cr 36.21 que diz: “para que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram”. No texto de Daniel 9.2, o servo de DEUS orou com todas as suas forças pedindo a DEUS que cumprisse a promessa da sua graça sobre Israel, restaurando o seu reino e a sua cidade.
Daniel ora objetivamente a DEUS: “e eu dirigi o meu rosto ao Senhor” (9.3). Daniel demonstrou que a oração precisa ter ousadia e temor de DEUS no coração. Ele dirigiu seu rosto ao Senhor, isto é, ele não usou de subterfúgios para falar com DEUS, mas expôs sua face para se apresentar ao Senhor. A oração foi o meio providencial para que se cumprisse o que já estava determinado por DEUS (Is 42.24,25; 43.14,15; 48.9-11;Jr 49.17-20; 50.4,5,20).
Daniel orou e intercedeu pelo seu povo. “E orei ao Senhor, meu DEUS, e confessei... ” (9.4-6). Daniel teve a humildade de confessar o pecado do seu povo incluindo ele mesmo. Ele não viu apenas a culpa da sua gente, mas a sua também. Ele usa a expressão: “pecamos cometemos iniquidade” (9.5). A despeito de ser homem íntegro, não foi presunçoso diante da justiça de DEUS. mas colocou-se debaixo da mesma culpa pedindo perdão a DEUS. Daniel teve uma atitude de intercessão que dominou seu coração diante de DEUS. Essa atitude em favor do seu povo foi demonstrada com total humildade. Ele estava convencido da soberania de DEUS e seu poder para manifestar o seu perdão, mas acima de tudo, para cumprir a sua palavra. Daniel sabia que não podia adiantar nem atrasar o cumprimento dos desígnios divinos para com Israel. Ele preferia colocar-se diante de DEUS como alguém que sabia da incapacidade do seu povo para entender que a disciplina do Senhor estava se cumprindo, mas que havia algo futuro que ainda se cumpriria na história de Israel. Daniel depois de haver expressado seu reconhecimento da grandeza de DEUS, se volta para si mesmo e para seu povo, se identificando com os pecados de Israel (Dn 9.5,6).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 128-129.
 
Dn 9.1 O assunto principal deste capítulo que, em suma, encerra uma série de 27 versículos, é a oração do profeta Daniel, para que DEUS desse início ao regresso de seu povo. (Ver Salmo 126). Podemos dividir o presente capítulo da seguinte maneira: 1) A introdução (versículos 1 e 3). 2) A oração propriamente dita (versículos 4 a 19). 3) A resposta da oração: DEUS enviando o anjo Gabriel (versículos 20 a 27). Então o capítulo é dividido em duas partes: 1) A introdução (versículos 20 a 23). 2) A resposta propriamente dita (versículos 24 a 27). Agora a consolidação: A grande profecia das “setenta semanas”. Os versículos 1 e 2 do presente capítulo, apontam no tempo esta oração: foi no primeiro ano do governo de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos. Alguns comentadores aceitam que o Assuero do texto é Xerxes, e o nome “Assuero” pode ser um “título real aquemênida”.
Dn 9.2 “Era de setenta anos”. Daniel primeiro examina com cuidado as predições do profeta Jeremias sobre os “setenta anos de cativeiro” (Jr 25.11, 12). Setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21). DEUS ordenou a Israel, no deserto, que trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete. (Ver Ex 20.9, 10; Lv 25.1-7). A guarda do sábado à risca foi observada por Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque apanhou lenha no sábado. (Ver Nm 15.32-36). A segunda ordem de DEUS para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na terra prometida. (Ver Lv 25.2-4). Isto significa que todo o “tempo pertence a DEUS”. Durante esse ano (de repouso), a terra não era lavrada, o fruto era livre, e a confiança do povo em DEUS era provada. Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para dar instrução religiosa ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido por 70 vezes. Por isso, foram dados ao povo 70 anos de cativeiro. DEUS, apenas, como sempre, só exigiu o dízimo dos 490 anos. (Ver 2 Cr 36.21). Daniel sabia que DEUS é o “Justo Juiz” e só cobraria o “dízimo” dos anos, e pôs-se a orar confiantemente por um repatriamento. (Comp. SI 126).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 165-166.
 
O estudo desta profecia torna-se mais edificante e empolgante quando consideramos que estamos vivendo agora no “tempo do fim”, de que falou o profeta Daniel em 8.17,19; 10.14; 12.4.
1. O cenário histórico da profecia (9.1,2). "No primeiro ano de Dario" (v. 1). Isso teve então lugar após 5.31. Estava chegando o final dos setenta anos de cativeiro do povo judeu. "Eu, Daniel, entendi pelos livros" (v. 2). Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele estudava, e entre esses estavam os da Bíblia de então. Ele menciona aqui, no versículo 2, as profecias de Jeremias. Hoje podemos ter mais conhecimentos ainda, porque dispomos de livros das Escrituras como o de Apocalipse, que ele não tinha. A profecia de Jeremias, em apreço, diz: "Toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia..." (Jr 25.11,12). Esse rei de que fala a profecia já fora castigado. Daniel considerava então que já estava no tempo para terminarem as "assolações de Jerusalém", a qual continuava destruída.
2. A oração de Daniel (9.3-19). Daniel era homem de oração e jejum. Certamente temos aí uma das razões por que sempre permaneceu firme na fé, vivendo e trabalhando nas "alturas" palacianas. Davi deu o mesmo testemunho no Salmo 18.33. "E me firmou nas minhas alturas". DEUS pode guardar o crente nas altas posições, sejam quais forem que venha a ocupar. Muitos crentes, ao subirem nesse sentido, infelizmente começam a "descer" espiritualmente. O caminho certo nesses casos é o da oração e da Palavra, como fez Daniel.
Uma coisa tocante nesta oração de Daniel (vv. 3-19) é o fato de ele confessar os pecados da sua nação como se fossem os seus, identificando-se, assim, com o seu povo. "Temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos" (v. 5). Ele sabia conjugar os verbos bíblicos na primeira pessoa...
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
A Ocasião da Oração de Daniel (9.1-3)
Uma mudança no governo trouxe à mente de Daniel a convicção aguda de que alguma mudança providencial de grandes proporções estava para acontecer com o remanescente do seu povo no exílio. O reino dos caldeus tinha chegado ao fim com a queda da Babilônia (5.30-31). O governo dos persas e seus aliados medos o tinha destituído. Se Dario, que foi constituído rei sobre o reino dos caldeus (1), era, na verdade, o parente idoso do persa Ciro, a situação política continuava instável. O equilíbrio do poder estava passando da Média para a Pérsia. Ciro, dentro de dois anos, assumiria a liderança civil e militar.
Mas Daniel estava acima do cenário secular. Ele entendeu pelos livros [...] que falou o Senhor (2). Daniel estava ciente de quão minuciosamente exato havia sido o cumprimento das advertências que DEUS tinha dado ao seu povo. Ele tinha passado pelos dias angustiantes de calamidade descritos detalhadamente em Levítico 26.14-35. O castigo imposto por causa da negligência dos anos sabáticos estava ficando claro. A promessa de DEUS de misericórdia e restauração baseadas na aliança que Ele havia feito com os pais (Lv 26.40-45), com a condição indispensável de arrependimento, continuava valendo. DEUS estava aguardando a reação do povo. Então Daniel lembrou da referência profética alarmante de Jeremias em relação a uma série de ciclos sabáticos que culminava naqueles dias: “Porque assim diz o Senhor: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar” (Jr 29.10; cf. 29.11-13; 2 Cr 36.12). Ele sabia que o tempo estava próximo e sabia exatamente o que deveria fazer. Na profecia de Jeremias, Daniel descobriu o plano de DEUS para a época em que vivia.
A seriedade da luta na oração de Daniel pode ser percebida na seguinte frase: E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza (3).
Aqui estava um homem empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Calvino observa que “quando DEUS promete algo singular e valioso, devemos estar alertas e sentir essa expectativa como um estímulo aguçado”. Calvino então ressalta que o uso do pano de saco, da cinza e do jejum por Daniel, foi usado, não como obras meritórias para alcançar o favor de DEUS, mas como auxílio para aumentar o ardor na oração. “Assim, observamos que Daniel fez o uso correto do jejum, não desejando agradar a DEUS por meio dessa disciplina, mas em conferir-lhe mais seriedade em suas orações”.
Em Daniel 9.1-3, encontramos os “Fatores da Oração Eficaz”: 1) Um coração aberto para “a palavra do Senhor” (2a, NVI). 2) Uma convicção esmagadora de que o tempo de DEUS é agora (2b). 3) A observância das disciplinas da oração insistente (3).
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 532-533.
 
2. A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20).
A preparação para a oração (Dn 9.3)
Daniel, em sua preparação para a oração, nos ensina quatro coisas importantes: em primeiro lugar, uma busca intensa. Ele voltou o rosto para o Senhor. Isso demonstra a intensidade de sua oração. Ele tinha vida de oração metódica e regular, mas agora esse homem se concentra em oração.
Em segundo lugar, um clamor fervoroso. Daniel ora e suplica. O decreto de Dario o leva a ser mais enfático em sua oração e clamor.
Em terceiro lugar, uma urgência inadiável. Daniel ora e jejua. Quem jejua tem pressa. Quem jejua não pode protelar. Daniel tem urgência em seu clamor. Ele não vê em seu povo o quebrantamento necessário. Ele sabe que a profecia passa pelo arrependimento do povo. Por isso, ora com tanta urgência.
Em quarto lugar, um quebrantamento profundo. Ele se humilha. Veste-se com pano de saco e cinza. Ele era um homem do palácio, mas despoja-se de sua posição.
Os atributos da oração (Dn 9.4-19)
A oração feita por Daniel contém os pontos mais importantes de uma oração. Ele começa adorando a DEUS (Dn 9.4). Daniel se aproxima de DEUS com santa reverência. Daniel tinha intimidade com DEUS, mas reconhecia a majestade e a grandeza de DEUS diante de quem os serafins cobrem o rosto. Confiança filial não é inconsistente com profunda reverência. Daniel adora a DEUS por causa de sua fidelidade ao pacto. Ele pode confiar em DEUS por saber que DEUS é fiel a Sua Palavra. Daniel adora a DEUS também por causa de Sua misericórdia e prontidão em perdoar (Dn 9.4,9).
Daniel, depois de adorar a DEUS, é tomado por profunda contrição, faz confissão de seus pecados e dos pecados do povo (Dn 9.5-15). Quais foram as características da sua confissão? Em primeiro lugar, Daniel fez uma confissão coletiva (v. 7,8). Daniel compreendeu que ele, os líderes de seu povo e o povo pecaram contra DEUS. Aqui não há justificativa nem transferência de culpa. Todos pecaram. Todos são culpados: os líderes e o povo. DEUS falou, e eles não ouviram. DEUS ordenou, e eles não obedeceram. DEUS fez grandes maravilhas, e eles não agradeceram.
Em segundo lugar, Daniel faz uma confissão específica (v.5,6). Ele não faz confissões genéricas: Daniel usa vários termos para expressar o pecado do povo: pecado, iniquidade, procedimento perverso, rebeldia, desvio dos mandamentos e juízos (v. 5), desobediência (v. 10), transgressão da lei (v. 11) e procedimento perverso (v. 15).
Em terceiro lugar, Daniel faz uma confissão sincera (v. 7,14). Daniel está corado de vergonha. Ele sabe que os males que vieram sobre o povo foram provocados pela desobediência e rebeldia do povo. O pecado traz opróbrio, vergonha, dor, humilhação e derrota. Daniel reconhece que as aflições do povo são por causa de seu pecado, e, por isso, DEUS é justo em castigar seu povo (v. 11). Daniel entende que o mal veio sobre o povo por causa de seu pecado (v. 11-13). DEUS já havia alertado o povo sobre esse perigo, Mas a despeito da maldição vir, do mal chegar, o povo ainda não havia se quebrantado.
O povo não tinha atendido nem mesmo à voz do chicote de DEUS.
Em último lugar, Daniel, em sua confissão, reconhece a ingratidão do povo (v. 15). DEUS tirara Israel do Egito com mão forte e poderosa. Realizara tantos milagres e providências em sua vida e o engrandecera aos olhos das nações. Mas Israel, em vez de agradar a DEUS, rebelou-se contra Ele. Depois de confessar seus pecados e os pecados do povo, Daniel faz súplicas a DEUS (Dn 9.16-19). Seus pedidos são específicos (v. 16-18): Daniel pediu por Jerusalém e pelo monte santo (v. 16). Pediu pelo templo assolado (v. 17) e pela cidade que é chamada pelo nome de DEUS (v. 18). Seus pedidos são urgentes (v. 19). Daniel tem pressa.
Ele não pode esperar. Ele pede a DEUS urgência na resposta.
Seus pedidos são importunos (v. 15-19). No versículo 15 ele diz: “Já fizeste grandes coisas por este povo, não o farás de novo? Não peço algo novo, mas o que já fizeste no passado”. No versículo 16 Daniel diz: “É a tua cidade. É o teu monte santo. Não deverias, portanto, fazer algo por eles? É o teu povo que está sendo desprezado”.
Ficará DEUS impassível? No versículo 17 Daniel diz: “O teu santuário é o único lugar que escolheste para tua habitação. Deixarias tu este lugar desolado para sempre?”.
No versículo 18 Daniel diz: “É a cidade chamada pelo teu nome”. O apelo de Daniel não é para que DEUS simplesmente liberte Seu povo, mas que o faça por amor de Seu nome. E a glória do nome de DEUS que está em jogo. Não é simplesmente por causa do povo, ele não o merece. É por causa do nome de DEUS! A desolação refletirá no caráter de DEUS. As pessoas poderão questionar Seu poder e Sua bondade. Se DEUS não agir, Seu nome será blasfemado. No versículo 19 a oração alcança seu ápice: “O Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó DEUS meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.
Quando foi a última vez que você orou assim? Esse é o tipo de oração que DEUS ouve. Precisamos conhecer as promessas de DEUS e orar por elas dessa forma. Quando um remanescente ora dessa forma a história é mudada.
Seus pedidos são cheios de clemência (v. 19). Daniel não pede justiça, mas misericórdia. Ele pede perdão. Ele não pede por amor ao povo, mas por amor a DEUS. Seus pedidos são fundamentados na misericórdia (v.18). A oração verdadeira é sempre marcada por profunda humildade. Nossas orações devem ser fundamentadas não na justiça humana, mas na misericórdia divina. Não nos méritos do homem, mas no nome de JESUS.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 112-115.
 
Dn 9.3 Daniel, como já ficou demonstrado, sabia que DEUS só exigia o que é seu e, numa confiança inaudita na grande misericórdia dele, e numa inteireza de fé, pediu a DEUS que virasse o cativeiro do seu povo "... como as correntes do sul”. (Ver SI 126.4). O ardente desejo deste servo fiel era ver seu povo perdoado, e a cidade de Jerusalém, mormente o templo do Senhor, reedificados. Ele permaneceu em oração “velando nela com ação de graças”. (Ver Cl 4.2). Às três horas da tarde (a hora do sacrifício da tarde), Daniel permaneceu em oração, exemplificando o centurião Cornélio (At 10.30). Então chegou Gabriel, um embaixador da corte celestial. A oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No seu aposento de janelas abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado orando três vezes por dia. (Ver 6.10). Há uma promessa para aqueles que, em tempo de angústia, buscam a DEUS virados para o santo templo. (Ver 1 Rs 46-49). Davi orava a DEUS três vezes no dia e, por essa razão, era bem sucedido (SI 55.15). - Quantas vezes o leitor ora por dia? Dn 9.4 "... e confessei, e disse”. O texto em foco mostra Daniel assumindo a posição de sacerdote (ainda que não o fosse) e fazendo confissão. A confissão é a expressão pública da fé. Enquanto o testemunho se dirige aos homens, a confissão dirige-se a DEUS, num movimento espontâneo de gratidão e louvor. No Novo Testamento, a “confissão” possui três significados especiais: 1) Louvar ou celebrar. 2) Proclamar o Senhor e sua libertação. 3) Reconhecer as próprias culpas. Nessa parte da Bíblia, a palavra traduzida por “confessar” significa, inicialmente, “entrar em conciliação, concordar sobre uma base comum”. Daniel, o grande servo de DEUS, não se sentia culpado, mas, mesmo assim, não se dava por justificado. (Ver Rm 8.33). Ainda no N. T., a confissão acompanha o ministério do Senhor JESUS CRISTO (Lc 5.8; 19.8), e está em parábolas por Ele proferidas. (Veja Lucas 15). Acompanha também o ministério apostólico. (Ver Jo 20.23; At 19.18). Faz também parte das recomendações apostólicas (1 Jo 1.9; Tg 5.16).
Dn 9.5 “Pecamos, e cometemos iniquidade”. Daniel demonstra sua grande humildade diante de DEUS, em confessar o pecado de seu povo, mas se coloca também numa posição de culpa, como se fosse um pecador: Ele se apresenta como se fosse um anátema diante da situação. Paulo desejou também ser até separado de CRISTO por amor a Israel. (Ver 1 Rm 9.3). Moisés desejava ser riscado do livro da vida se porventura DEUS não perdoasse o seu povo (Ex 32.33). Daniel, como já ficou explícito em outras notas expositivas, sabia que, segundo as Escrituras, o pecado “cortava” quaisquer laços de comunhão entre o homem e DEUS, como declara o profeta Isaías (Is 59.2). Em relação a JESUS, Ele disse aos judeus de seus dias: “Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). JESUS retrata a vida humana ideal, de comunhão com DEUS, em todo o Novo Testamento. O pecado é a falta dessa comunhão. JESUS também localiza a fonte do pecado no íntimo dos homens. O pensamento de JESUS, em cada elemento de seus ensinos, aprofunda muito o senso de culpa. Daniel, sendo possuidor do mesmo ESPÍRITO de DEUS, aprofunda-se também nele o senso da culpa do seu povo e pede a DEUS remissão.
Dn 9.6 "... não demos ouvidos aos teus servos, os profetas”. A presente passagem nos lembra as recomendações do Senhor JESUS em seus ensinamentos doutrinários, tanto nos Evangelhos como no Apocalipse. Esta recomendação para “ouvir” a Palavra de DEUS, da parte de CRISTO, é feita em solene aviso, nos evangelhos. (Ver Mt 13.9,43; Mc 4.23). No texto de Ap 3.6, a recomendação é feita a “todas as igrejas”, e se repete nos caps. 2 e 3 por sete vezes. Os ouvidos de um homem são sua sensibilidade espiritual, e o seu “ouvir” e o uso de meios espirituais que produzem mudanças em seu íntimo, conforme se vê exigido nas advertências e promessas anteriores. Daniel nos informa que o castigo caído sobre a nação israelita era resultado do “não ouvir” a Palavra de DEUS enviada pelos profetas do Senhor. Um dos mais solenes estudos da Bíblia inteira é aquele concernente ao “ouvido que ouve”.
Dn 9.8 “Porque pecamos contra ti. O velho profeta em sua oração intercessora continua pedindo a DEUS a expurgação do pecado, tanto praticado no presente como no passado. Daniel conhecia muito bem os males que o grande tirano (o pecado), tinha causado ao seu povo. Há o pecado congênito, herdado de Adão. Há ainda o pecado praticado; este é transgressão (Ver 1 Jo 1.9). O primeiro vem no singular, o segundo no plural. Quanto à prática do pecado, há duas espécies de pecado: a primeira por comissão. (Ver Tg 1.15). A segunda por omissão. (Ver Tg 4.17). Há pessoas que se exercitam conscientemente na prática do pecado, e, por conseguinte, são os obreiros da iniquidade (SI 14.4). Ainda no que diz respeito aos aspectos maus do pecado, podemos analisar a posição do crente em relação ao pecado. 1) Somos salvos do pecado, mas não de sua presença que tão de “perto nos rodeia” (Hb 12.1). 2) Na mudança e transladação dos santos, que se chama “a redenção do corpo”, seremos para sempre salvos da presença do pecado. (Ver Rm 8.23; 1 Co 15.52, 53).
Dn 9.9 “...a misericórdia e o perdão”. Essa é uma das mais conhecidas palavras da Bíblia. Isto é, a palavra “perdão”. Toda uma série de expressões, no Antigo e no Novo Testamento designam o ato de perdão e permitem definir sua natureza. A expressão mais correta é “remir”, “abandonar” (uma transgressão), em comparação com a remissão de uma dívida (SI 32.1; Mt 9.2; Lc 7.48). Há as expressões “não imputar” (Nm 12.11; SI 32.2; Rm 4.8), “cobrir”, como algo que mais não se quer ver. (Ver SI 85.3; Rm 4.7). Paulo diz que o perdão humano está baseado no perdão divino: “antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS vos perdoou em CRISTO” (Ef 4.32). Em Mt 26.28, essa palavra é também traduzida por “remissão”; ela significa “mandar embora”. No Novo Testamento há diversos pontos notáveis. Um deles é que o pecador perdoado deve também perdoar aos outros. Isso é manifestado em Lc 6.37, na oração do Pai Nosso, e noutras passagens paralelas. No texto em foco, porém, Daniel pede a DEUS, um perdão de cunho nacional, isto é, um perdão extensivo à nação como um todo.
Dn 9.10 "... não obedecemos à voz do Senhor". São muitas as passagens correlatas da Bíblia, quanto ao assunto da desobediência. 1) Por um lado, esta revolta dos homens não desconcerta a DEUS: os desobedientes não escapam do seu controle. DEUS leva a sério a desobediência deles: DEUS não os abandona a si mesmos: Ele endurece o homem desobediente (Êx 7.3; Jo 12.40). Ele o entrega ao pecado (Rm 1.24). Porém, muito mais: DEUS usa a desobediência do homem, a qual, em lugar de contrariar a salvação divina, colabora com ela tornando-a “gratuita”. 2) Por outro lado, DEUS prepara o caminho para a vida de uma humanidade nova, obediente. Ele escolheu Abraão, elegeu Israel, deu sua lei, e, assim, a “queda” se torna em “elevação” (Comp. Rm cap. 11).
Dn 9.11 “Por isso a maldição”. A maldição é uma palavra pela qual DEUS faz cair a desgraça e a morte sobre o homem ou sobre as coisas, por causa do pecado. A serpente foi alvo de maldição (Gn 3.14), e até o solo (Gn 3.17 e 5.29), e também Caim, o fratricida (Gn 4.11): todos esses são malditos. Na boca de um homem a maldição atrai o julgamento de DEUS para o inimigo (Nm 22.6; 23.8; 2 Rs 2.24; Lm 3.65). A cidade de Jericó foi também alvo de maldição por parte de Josué (Js 6.26), caindo muito depois sobre Hiel, o betelita, e fazendo morrer seus dois filhos (1 Rs 16.34). Há também aquela dirigida contra o próprio DEUS. (Ver Lv 24.11,15; Jó 2.9). Ela é o pecado por excelência e conduz à morte: aquele que maldiz a DEUS se exclui da aliança e da vida. O mesmo acontece com aquele que maldiz seus pais, pois é por intermédio deles que DEUS lhe deu a vida (Êx 21.17; Pv 20.20; 30.11), ou com aquele que maldiz o rei, representante terrestre do rei divino. Morrerá sem misericórdia (1 Rs 21.13, etc...). No texto em foco, Daniel nos diz que a maldição veio a seu povo por causa da desobediência contra DEUS. O homem, por esta razão, foi privado da bênção.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 166-171.
 
Oração de Confissão de Daniel (9.4-14)
Quando Daniel se engajou nesse ministério da intercessão ele fez o que cada verdadeiro intercessor deveria fazer. Ele identificou-se com aqueles por quem estava intercedendo. Os pecados do seu povo eram os seus pecados. A aflição deles era a sua aflição. O castigo deles era o seu castigo, plenamente merecido. Ele não se colocou acima do seu povo, julgando-o de uma posição exaltada. E verdade que Daniel pessoalmente não era um rebelde idólatra contra DEUS. Mas ele escolheu descer ao vale da humilhação onde estava seu povo errante e tomou a culpa e vergonha deles sobre si. Isso ilustra de forma vívida o estado do nosso Senhor ao levar sobre si os pecados de um mundo perdido! Quão claramente isso sugere a todos que entram na comunhão do seu sofrimento que devemos de uma maneira real identificar-nos com o pecador que apresentamos diante do trono da graça!
Ao aproximar-se de DEUS, Daniel teve uma clara visão da natureza do caráter de DEUS, cuja face buscava. DEUS era pessoal e acessível, porque Daniel se dirigiu a Ele como meu DEUS (4). Ele também era soberano e santo, DEUS grande e tremendo. DEUS era fiel, que guarda o concerto e a misericórdia para com os que o amam.
A confissão de Daniel era mais do que generalizações e chavões. Ele foi específico ao abrir os horrores do pecado do seu povo. Existe um significado profundo nos quatro termos hebraicos que Daniel usa para descrever o mal de Israel. Pecamos (5; chata) significa dar um passo em falso ou afastar-se do que é justo. Cometemos iniquidade (’awah) se aprofunda nos motivos; iniquidade implica em ser perverso. Procedemos impiamente (rasha’) significa proceder mal em rebelião contra DEUS. Fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos, serve para reforçar esse terceiro termo. Confusão do rosto (7 e 8) significa vergonha ou ignomínia.
O pecado de Israel era muito mais sério do que algum tipo de erro superficial. Era uma maldade profundamente enraizada que controlava as ações de maneira perversa. Essa maldade tinha fechado os ouvidos e cegado os olhos e endurecido os corações do rei e do povo de tal forma que os esforços de DEUS para influenciá-los por meio dos seus servos, os profetas, foram em vão. DEUS é justo e santo. Os homens são maus e corruptos. DEUS é misericordioso e gracioso. O povo é rebelde e teimoso. Os julgamentos de DEUS são justos. A adversidade de Israel é merecida; ela é simplesmente o cumprimento exato do juramento que está escrito na Lei de Moisés, servo de DEUS (11). A maldade do homem serve para ressaltar a justiça de DEUS.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 533-534.
 
3. Daniel reconheceu a justiça de DEUS (vv.7,16).
“A ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7). Esta é uma declaração teológica que dá sustentação à nossa fé. Em relação aos homens, toda
justiça é relativa, porque nossas justiças são como trapos de imundícia. Porém, em relação à natureza divina, a justiça de DEUS faz parte da sua essência, isto é, a justiça “é a maneira ou modo pela qual sua essência é expressa para com o mundo”. A santidade é sua essência, por isso, a justiça é a retidão da natureza divina que o revela como um DEUS justo. DEUS sendo DEUS, ele é o que ele é, e não precisa ser nem se esforçar. Quando Daniel confessa e declara que a “justiça pertence a DEUS”está, de fato, proclamando a perfeição dessas qualidades morais como intrínsecas a DEUS. No caso da oração de confissão de Daniel sobre o seu povo, mesmo que não pudesse entender totalmente a manifestação da justiça de DEUS contra sua gente permitindo sua humilhação e extradição, Daniel sabia que a justiça de DEUS é perfeita. Ele mesmo diz: “A ti, Senhor, pertence a justiça” (9.7).
“mas a nós, a confusão de rosto” (9.7). Ora, o que isto quer significar? “Confusão de rosto” significa “corar de vergonha”, ficar com a cara vermelha de vergonha. Por quê? Por causa dos pecados enumerados por Daniel e que estavam na sua memória, tanto para as tribos do norte como as tribos do sul. Todo o Israel, por causa dos seus pecados foi deportado para fora de sua terra. Porque “a confusão de rosto”? Na oração, Daniel é específico e diz: “Porque pecados contra Ti” (9.8). O pecado de Israel em toda a sua dimensão de prevaricação, desobediência, impiedade, e toda sorte de pecados que afastou Israel dos mandamentos divinos, provocou a manifestação da justiça de DEUS.
“A solução para o pecado”. “Ao Senhor, nosso DEUS, pertence a misericórdia e o perdão”(9.9,10). Esta declaração enfática do profeta revela que a justiça de DEUS manifesta-se em ações de misericórdia e perdão. Jeremias contribui com este conceito, quando diz: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim”(Lm 3.22). Subtende-se por estes versículos que Israel não tinha nada que pudesse evitar a punição divina, senão a misericórdia e o perdão, que são manifestações do caráter de DEUS. Não há nada que justifique Israel dos seus pecados e Daniel sabia disso. Então, apelou ao caráter de DEUS para perdoar e restaurar o seu povo.
(9.11-14) “Daniel reconhece a soberania de DEUS sobre todas as coisas. No versículo 7, Daniel vê a DEUS como DEUS justo em sua natureza divina, e no versículo 9, ele o vê como alguém que sabe perdoar e usar de misericórdia. Nos versículos 10-14, Daniel mostra os pecados do seu povo e declara que a maldição por isso, trouxe o exílio, a opressão, a perda de sua terra, a exploração estrangeira e, permitindo tudo isso, DEUS estava ensinando Israel a manter a sua fidelidade para com Ele.
(9.15-19) Daniel intercede pelo seu povo e relembra a libertação milagrosa do Egito (v. 15).No versículo 16, ele ora e intercede pela sua cidade de Jerusalém que ficou sob o domínio dos inimigos estrangeiros. No versículo 17, Daniel ora pela restauração do Templo de Jerusalém, que foi destruído por Nabucodonosor no ano 586 a. C. Esses versículos revelam a oração de Daniel que se apresenta diante de DEUS sem apelar para própria justiça, mas amparado nas “muitas misericórdias” de DEUS. No versículo 19, Daniel pede a DEUS “que não tarde em responder” a sua oração. Esse pedido é típico do homem em relação a DEUS. Sempre temos pressa em nossa angústia e desejamos respostas imediatas. Mas DEUS não tarda nem se atrasa em suas respostas. Ele é DEUS Soberano e absoluto sobre todas as coisas.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 129-131.
 
Dn 9.7 "... prevaricaram contra ti’. Numerosas são as palavras com a significação de pecado, na Bíblia. Se bem que o Antigo Testamento as empregue facilmente umas pelas outras. (Ver Dt 19.15: a iniquidade, a falta, o pecado.) E interessante retomar aos seus significados primários, que nos revelam a essência bíblica de pecado. Os sábios traduziram a palavra “hamartia” por pecado, no idioma português, que toma o sentido: 1) Tortuosidade (sentido próprio). 2) Errar o alvo (sentido religioso). Na Bíblia são numerosos os “pecadores”, cujas ações são definidas como desvio. Outra palavra corrente para o pecado vem de uma raiz que significa algo que é “torto” ou “curvo”. No sentido nacional, é a do presente texto: a nação inteira é tomada como um todo, na prática do pecado, como por exemplo: “Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto...” (Js 7.11). Mas havia também a prática, mesmo em Israel, no sentido individual, como por exemplo: “sacerdote... príncipe... congregação... qualquer outra pessoa...” (Ver Lv capítulo 4). Daniel, em sua oração a DEUS, inclui a nação como um todo.
Dn 9.16 O presente versículo mostra como Daniel se sentia humilhado, aos olhos de todas as nações, porque o cativeiro de Judá e a não existência do santuário de Jerusalém eram interpretados pelas nações como significando que o DEUS de Judá ou Israel não tinha poder, que tudo era uma ilusão. Assim sendo, o fato de o nome de DEUS ter sido desonrado pelas medidas disciplinares que o povo o forçou a tomar, exige, do apelo vindicado por Daniel, que DEUS tome uma providência urgente a favor do seu povo. O templo do Senhor e a cidade de Jerusalém, tudo estando em grandes ruínas, era considerado por todo o judeu como “um opróbrio”. (Ver Ne 1). Daniel estava consciente de tudo isso e pediu a DEUS que, através da sua justiça e retidão, tirasse de seus servos esse opróbrio. Quando o povo de DEUS em qualquer tempo ou lugar fracassa, os inimigos zombam! Pois o pecado é o “opróbrio” das nações, e, se uma “nação santa” como é chamada a Igreja na simbologia profética, pecar, traz sobre si esse “opróbrio” sombrio da zombaria. (Comp. 2 Sm 12.14 e ss.).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 168-169; 173-174.
Temos, nesse capítulo: I. A oração de Daniel pedindo a reintegração dos judeus que estavam no cativeiro, e na qual ele confessa o pecado, reconhece a presença da justiça de DEUS nas calamidades, e implora as promessas divinas de misericórdia que o Senhor ainda havia reservado para eles (w. 1-19). II. A resposta recebida em seguida à sua oração e que foi transmitida por um anjo. Nesta, 1. Ele recebe garantias sobre a imediata libertação dos judeus do seu cativeiro (w. 20-23). 2. Ele é informado a respeito da redenção do mundo por JESUS CRISTO (que o próprio Daniel estava tipificando), de como seria a natureza dessa redenção, e quando ela seria realizada (w. 24-27). E essa é a profecia mais clara e luminosa em todo o Antigo Testamento a respeito do Messias.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 879.