Lição 4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana, 2 parte
O
Anticristo e seu falso profeta.
Tanto o
Anticristo como o seu profeta aparecem aqui no capítulo 13, sob a figura de
duas bestas. O Anticristo é a besta que sobe do mar em 13.1. O Falso Profeta
é a besta que sobe da terra em 13.11. O Anticristo é assim chamado por duas
razões. Ele se opõe a CRISTO no sentido de resistir e hostilizar. Mas também
se chama assim porque procura imitar a CRISTO no seu papel de redentor.
Satanás
estará na terra já durante a primeira metade da 70ª semana, mas não se
revelará como o Anticristo até a metade da semana, quando cancelará sua
aliança com Israel. As duas testemunhas profetizarão durante a primeira
metade da semana, quando ele as perseguirá e as matará. É provável que nesse
tempo a Besta coloque sua imagem no templo, já reconstruído em Jerusalém e
exija adoração à sua pessoa.
A segunda
besta ou o Falso Profeta procura imitar o ESPÍRITO SANTO, como veremos ao
estudarmos sobre ela neste mesmo capítulo.
A besta
que subiu do mar - o Anticristo (13.1-10).
Versículo
1. "uma besta". A palavra usada no original indica animal selvagem. Isso
mostra o caráter bestial, animalesco, baixo e vil do Anticristo, quando ele
se manifestar abertamente. "Dez chifres... e sobre os chifres, dez
diademas", o que indica a sua procedência satânica, pois o dragão aparece em
12.3 com sete cabeças e dez chifres. Mas há uma diferença entre os dois. Os
diademas do dragão estavam nas cabeças (12.3), e os da besta nos chifres
(13.1). Deste modo, os diademas do dragão eram sete, é os da besta dez. O
profeta Daniel viu esse animal sob outro ângulo, porém tinha também sete
cabeças e dez chifres (Dn 7.23,24).
Versículo
2. Aqui temos o que podemos chamar um retrato da besta: Parecida com
leopardo, com pés de urso e boca de leão. Isso nos leva ao capítulo 7 de
Daniel. Ali o leopardo é a Grécia; o urso é a Pérsia e o leão é Babilônia. O
leopardo fala de rapidez; o urso, de força e o leão, de soberba. Certamente
isso também significa que o domínio da besta será caracterizado por
princípios que predominaram em Babilônia, na Pérsia e na Grécia e também no
Império Romano, porque os dez chifres, como veremos logo mais, figuram uma
expressão última daquele império. "E deu-lhe o dragão o seu poder". Assim,
temos no início do capítulo a revelação de uma trindade satânica operando
nesse tempo: o Dragão, que procura imitar DEUS; a Besta, que imita o Senhor
JESUS; e o Falso Profeta (a segunda besta), que imita o ESPÍRITO SANTO. Que
dias tenebrosos serão esses!
Versículo
5. O domínio da Besta será de 3 anos e meio. "Quarenta e dois meses", diz o
versículo. "Foi-lhe dada uma boca que..." A Besta terá inigualável
habilidade de influenciar as massas à ação com seus discursos inflamados.
Com os modernos meios de comunicação por satélites, alcançará o mundo todo
com sua demagogia saturada de poder maligno.
Versículo
7. Os "santos" aqui são aqueles que crerão durante a Grande Tribulação:
judeus e gentios. Eles morrerão como mártires. A superigreja mundial
encabeçada pelo Falso Profeta matará nesse tempo muito dos santos.
Apocalipse 17.6: "Então vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com
o sangue das testemunhas de JESUS..."
Versículo
8. "dó Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo". Significa que
cada cordeiro que era imolado como sacrifício no Antigo Testamento, desde o
primeiro que Abel imolou (Gn 4.4), era uma prefiguração do Cordeiro de DEUS
que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Portanto, CRISTO e sua obra redentora
é o tema central das Escrituras. Em 1 Pedro 1.20 confirma isto: "conhecido,
com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos,
por amor de vos".
2. A
besta que subiu da terra - o Falso Profeta (13.11-18). Ele é chamado por
esse nome em três lugares do Apocalipse: 16.13; 19.20; 20.10.
Versículo
11. "possuía dois chifres". O chifre é símbolo de poder em qualquer sentido.
Podem indicar seu poder político e religioso, pois no versículo 12 está dito
que ela exerce a autoridade da primeira besta e compele todos à adoração da
primeira besta, "parecendo cordeiro, mas falava como dragão". A segunda
besta é descrita como cordeiro, o que indica o seu caráter religioso, que é
confirmado pelo seu título "falso profeta". Profeta de quê? Só pode ser uma
falsa religião.
Versículos 12,13. A leitura desses versículos mostra que haverá muita
religiosidade naqueles dias. O versículo 13 indica que será um período de
muitos milagres. Porém em 2 Tessalonicenses 2.9, o ESPÍRITO SANTO, falando
por meio de Paulo, diz: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia
de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios da mentira". Portanto,
serão como sempre, milagres falsos, como acontece hoje em dia no
espiritismo. Quando, por meio do espiritismo, o demônio sai de uma pessoa,
muitos outros ficam doentes. O que acontece lá não é cura nem libertação, é
um acordo entre os demônios, mas sempre com prejuízo do ser humano
escravizado.
É a
operação do erro, para crerem na mentira, como está escrito em 2
Tessalonicenses 2.11.
O Falso
Profeta será, pois, um superlíder religioso. Pelos versículos 12 e 15 vê-se
que ele promoverá uma religião universal em torno da primeira besta. O
movimento religioso do ecumenismo já bem configurado por toda parte, visando
unir todas as igrejas, e aceitando pessoas de todas as procedências
religiosas (bastando que "creiam" em DEUS) está aí. O palco já está armado;
só faltam os atores para o drama...
Versículo
15. A imagem da Besta falará. Sim, falará como atualmente os demônios falam
através dos médiuns espíritas.
Versículos 16-18. O nome e o número da Besta. Será fácil saber isto pelos
que estiverem aqui quando a Besta surgir no cenário mundial. Para nós, os
salvos, aguardamos o arrebatamento da Igreja, muito antes da manifestação
desse Anticristo. "Número de homem" (v. 18). A Besta não será o Diabo, nem
um homem ressuscitado, mas um homem personificando o Diabo. Três coisas são
ditas dela, no versículo 17: sua marca, seu nome, e seu número.
O número
"666" é número de homem ou humano (v. 18). O homem foi criado no sexto dia.
Ao homem foi determinado que trabalhe seis dias na semana. O escravo hebreu
servia por seis anos de cada vez. O homem cultivava a terra por seis anos de
cada vez. Encontramos o número "666" no Antigo Testamento, mas sem qualquer
relacionamento com o da Besta (1 Rs 10.14; 2 Cr 9.13). Muitos, através dos
tempos, têm encontrado o número "666" nos nomes de muitas personagens da
história, mas tudo não passa de especulação.
Conclusão
sobre as duas bestas. Estes dois homens de que acabamos de tratar
representam dois grandes movimentos mundiais nos últimos dias dos tempos dos
gentios: uma confederação de nações para fins políticos, e uma confederação
(também mundial) de igrejas para fins religiosos.
Observando com atenção a profecia, vemos que os tempos dos gentios começaram
com a adoração compulsória de uma imagem idolátrica (Dn 3), e findarão, como
acabamos de ver, com a adoração, também compulsória, de uma imagem, desta
vez, da Besta, o último governante mundial dos tempos dos gentios.
Antônio Gilberto. DANIEL &
APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias.
Editora CPAD.
A Segunda
Besta que se Levanta da Terra (Ap 13.11,12)
"E vi
subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um
cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na
sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira
besta, cuja chaga mortal fora curada."
A
primeira besta levantou-se do mar (isto é, das nações do mundo). Agora, a
segunda besta há de se levantar da terra. Está claro, pois, que não vem do
céu, apesar de sua proclamação e da ostentação que faz de seus poderes
sobrenaturais. E "uma outra" besta; ou seja: é do mesmo tipo que a primeira.
Sua aparência de cordeiro contrasta com suas palavras, pois fala "como
dragão".
Ela
procura dar a impressão de ser um cordeiro - gentil e cuidadoso, cheio de
amor. Mas tudo não passa de encenação. Ela é má. Suas palavras, embora
convincentes, são enganosas. Faz parte do trio diabólico, que é uma imitação
da trindade. A verdadeira Trindade é uma triunidade composta por três
pessoas divinas num único Ser Eterno. Este trio, porém, é constituído de
seres separados; formam uma unidade somente nos planos satânicos.
A segunda
besta exercerá toda a autoridade e poder diante da primeira besta. Isto
significa que o dragão, o próprio Satanás, é também a fonte de poder da
segunda besta.
Com seu
poder, ela ajudará a primeira besta. Forçará a terra e todos os seus
habitantes a adorá-la, mostrando como aquela ferida mortal foi curada. Fica
claro, pois, que não somente a sua cabeça, mas todo o seu corpo achava-se
mortalmente ferido. Todavia, foi esta restaurada. (Ver comentário no
versículo 3). Observamos que a preocupação da segunda besta será com a
religião; ela é, portanto, identificada como o Falso Profeta (16.13; 19.20;
20.10).
Alguns
creem que o Falso Profeta estará à frente da igreja apóstata durante a
primeira parte da Grande Tribulação (os verdadeiros crentes já terão sido
arrebatados para o encontro com Senhor JESUS nos ares). Assim, o Falso
Profeta tornar-se-á o líder do sistema religioso mundial que o Anticristo
estabelecerá na última parte da Grande Tribulação. Ao glorificar a besta e a
sua falsa ressurreição, o Falso Profeta imita o ESPÍRITO SANTO, cuja missão
é, entre outras coisas, glorificar o CRISTO ressuscitado.
Milagres
Enganosos e Falsos (Ap 13.13-15)
"E faz
grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista
dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi
permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra
que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E
foi- lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a
imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não
adorassem a imagem da besta."
A segunda
besta, o falso profeta, opera muitos sinais e milagres ("sinais" no
versículo 13 é a tradução da mesma palavra grega (semeia) usada no Evangelho
de João para descrever os milagres de JESUS). Na presença dos povos, o falso
profeta faz até com que fogo, aparentemente vindo do céu, caia na terra.
Trata-se de uma imitação clara do milagre realizado por Elias ao desafiar os
israelitas a decidirem entre o Senhor e Baal. Apesar dos sacerdotes de Baal
não puderem realizar o prodígio (1 Rs 18.22-34), o Falso Profeta, através do
poder de Satanás, o fará. Todos ficarão impressionados. Até mesmo nesta era
tão científica, há pessoas ingênuas dispostas a seguir os falsos profetas;
são enganadas pelos milagres que não têm por objetivo a glorificação de
DEUS.
Os
pretensos milagres do Falso Profeta têm por objetivo enganar a humanidade (1
Ts 2.9-12). Mas Israel é advertido em Deuteronômio 13.1-3 a precaver-se
contra os profetas que, apesar dos sinais e milagres que operam, levam o
povo a desviar-se do verdadeiro DEUS. Os tais devem ser considerados
impostores.
Pois os
verdadeiros profetas falam por DEUS, e encorajam o povo a servi-lo e a
adorar a CRISTO.
Pode ser
que o Falso Profeta tente criar uma igreja ecumênica, aglutinando todas as
religiões numa só, fazendo com que todos adorem o Anticristo. Seus pretensos
milagres serão uma imitação dos sinais e portentos bíblicos;
constituir-se-ão numa tentativa de copiar o ministério do ESPÍRITO SANTO
(ver comentário no versículo três).
Com os
seus falsos sinais e milagres, a segunda besta confundirá os habitante da
terra (isto é, os incrédulos que forem aqui deixados). Estes, afinal, já se
encontram no caminho largo da destruição por rejeitarem o Cordeiro de DEUS.
JESUS advertiu que falsos profetas e falsos cristos levantar-se-iam no final
dos tempos (Mt 24.24). O Anticristo e o Falso Profeta representam o clímax
de todos estes enganos. As pessoas, contudo, não conseguirão enxergar que os
milagres do Falso Profeta são enganosos. Hão de aceitá-los como prova de que
a besta é o CRISTO verdadeiro.
Na
realidade, o Falso Profeta persuade a todos a dedicar uma estátua ao
Anticristo - a besta que sobreviveu a ferida mortal. Tal estátua será como a
idealizada por Nabucodonosor visando a adoração de si mesmo (Dn 3.1). A
estátua, ao que parece, será colocada no templo a ser reconstruído em
Jerusalém (Dn 9.26; Mt 24.15; 2 Ts 2.4). Consequentemente, ela tornar-se-á
num ponto central de adoração à Besta.
Ao Falso
Profeta é dado poder para comunicar vida à estátua da besta. O termo grego
pneuma que pode ser usado como referência a qualquer tipo de espírito. Que
tipo de trapaça, ou fraude, capacitou a besta a realizar tal portento, a
Bíblia não revela. Talvez o Falso Profeta tenha ordenado ao espírito
demoníaco que animasse a estátua. Ao fazê-lo, o Falso Profeta reivindica
poder divino para si mesmo e à primeira besta - o Anticristo. Este é um dos
seus maiores enganos. A Bíblia deixa claro que somente DEUS pode criar e dar
a vida. O verbo hebraico bara, "criar", é sempre mostrado na Bíblia em
estreito relacionamento com DEUS. De diversas formas a Bíblia proclama o
Senhor DEUS tanto Criador como Redentor.
Através
deste "espírito" a estátua da besta põe-se a falar, induzindo a humanidade a
crer que o Anticristo seja realmente um ser divino. A estátua da besta,
então, baixa um decreto, determinando que sejam mortos os que se recusarem a
adorar o Anticristo. Isto reforçará a exigência do Falso Profeta quanto a
uma religião única. Mas os que resistirem ao Anticristo e continuarem a
adorar a JESUS, serão martirizados por sua fé (Ap 6.9; 14.12,13; 17.9- 17).
Fica patente, pois, que o Anticristo não seguirá uma filosofia ateísta. Seu
sistema será religioso. Ele usará a religião para exaltar-se a si mesmo como
DEUS, como o fizeram os antigos reis da Assíria, Babilônia e Roma.
A Marca
da Besta (13.16-18)
"E faz
que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja
posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; para que ninguém
possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta,
ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento,
calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é
seiscentos e sessenta e seis."
O Falso
Profeta não fará exceções em sua exigência para que todos os habitantes da
terra recebam a marca do Anticristo (isto é, da primeira besta). O texto diz
claramente que todos serão marcados - "pequenos e grandes, ricos e pobres,
livres e servos".
A marca
da besta é o substitutivo de Satanás para a marca com a qual o 144.000 serão
selados (Ap 7.3), e que servirá para identificar os que pertencem a DEUS. A
marca da besta identificará os seus seguidores, os que se acham sob o
controle de Satanás.
A palavra
"marca" (grego charagma) era usada para designar o selo, que poderia ser
gravado, colado ou impresso. Era destinado a marcar cavalos, autenticar
documentos e cunhar moedas. (2) Não há, contudo, evidência de que algum tipo
de selo haja sido usado, nos dias de João, para marcar seres humanos. (3)
Nenhuma marca era impressa naqueles que juravam lealdade aos imperadores de
Roma. Isto evidencia estar completamente equivocada a perspectiva preterista
usada para interpretar o Apocalipse. A natureza da marca da besta, ou o
método pela qual é aplicada, não é descrita, exceto a indicação do seu
número. Fica claro que, desde o momento em que a for aplicada, tornar-se-á
permanente. Os que a aceitam, farão como testemunho de sua rejeição a
CRISTO. A pressão econômica os ajudará a decidir-se por receber a marca.
Entende-se pelo texto que a marca da besta controlará a economia de todo o
mundo, pois ninguém poderá comprar ou vencer sem esta identificação. Nada
disto aconteceu durante as perseguições romanas, ou nos períodos mais negros
da história da Igreja.
O domínio
sobre a economia mundial será usado como incentivo aos reticentes para que
aceitem a marca da besta. Desde que a marca é identificada com o nome da
primeira Besta, ela tem a ver com a sua natureza e caráter. A marca
simboliza ainda plena submissão ao Anticristo e ao Falso Profeta. Lendo o
versículo 15, tem-se a impressão de que os que se recusam a recebê-la serão
identificados, descobertos e martirizados.
O
versículo 18 oferece uma pequena lista para se entender o sentido da marca e
do nome, ou caráter, da besta. O número 666, no entanto, tem-se tornado mui
controvertido, e vem promovendo mais especulações que qualquer outra coisa
da Bíblia.
Antes da
invenção dos números arábicos (0,1,2,3...), os judeus e gregos tinham de
escrever os números por extensos. Com o passar do tempo, começaram a
substituir as letras do alfabeto pelo nome dos números. Assim, as primeiras
dez letras eram usadas para os números de 1 até 10. A letra seguinte
designava o 20, a outra 30, e daí por diante.
Vem se
constituindo num passatempo popular adicionar letras aos mais diversos nomes
para se obter a identidade da besta. Alguns concluem que o Anticristo haja
sido Nero César, pois tal nome em caracteres hebraicos soma 666. Contudo, o
Apocalipse está no grego, e fala do Alfa e do Omega, letras do alfabeto
grego; e não "Alefe" e "Tau", letras do alfabeto hebraico. Assim, há somente
especulação ao atribuir-se o número 666 a Nero.
Através
da história, vem-se tentando identificar o Anticristo nos ditadores e
tiranos. Quando me encontrava em Israel em 1962, um judeu convertido
disse-me para prestar atenção no nome de Richard Nixon, pois vertido em
hebraico soma exatamente 666. Mais tarde, um irmão da Itália contou-me que a
inscrição dedicada ao papa, e que pode ser vista no interior da basílica de
São Pedro, em Roma, em algarismos latinos, também soma 666. E digno de nota
que alguns escribas antigos substituíssem deliberadamente o número 666, por
616, para que se encaixasse com o nome de Calígula. A Igreja Primitiva,
unanimemente, rejeitou o artifício.
O
Apocalipse, contudo, nada fala sobre a soma de números do nome da besta. A
única chave é esta: "é o número de um homem". Expositores da Bíblia
interpretam o seis para simbolizar a raça humana. O três para designar a
Trindade. As tripla repetição - 666 - pode simplesmente significar que o
Anticristo é um homem que crê ser um deus, membro de uma trindade composta
pelo Anticristo, Falso Profeta e Satanás (2 Ts 2.4; Ap 13.8)
HORTON. Stanley. M. Serie
Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem acontecer.
Editora CPAD.
3. Coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3.12).
Três
acusações graves contra os judeus (3.12).
A
primeira acusação: “não fizeram caso de Ti”(v. 12). Esta expressão é o mesmo
que dizer: eles não te respeitaram como rei. Os seus acusadores passaram a
ideia de que os jovens, quando não se ajoelharam nem adoraram a estátua do
rei, voluntária e maliciosamente, decidiram desafiar publicamente a
autoridade do rei.
A segunda
acusação: “a teus deuses não servem” (v. 12). Estavam afirmando ao rei que
os jovens hebreus não prestavam culto aos deuses da Babilônia, uma vez que
havia um politeísmo babilônico exacerbado
com muitos deuses e deusas. Os jovens hebreus mantiveram a fé recebida de
seus pais em Jerusalém. Eles não serviriam a outros deuses, senão a Jeová, o
DEUS de Israel.
A
terceira acusação: “não servem, nem a estátua de ouro que levantaste,
adoram” (v. 12). Os caldeus entendiam que a atitude dos jovens hebreus era
de total rebelião e contra as demais religiões representadas pelas nações
exiladas na Babilônia.
A lição
que aprendemos com esses jovens hebreus é que eles conheciam a DEUS e sabiam
que Ele tinha poder para interferir naquela situação e livrá-los da morte.
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 59.
O
presente versículo mostra os acusadores em plena atividade, prestando um
serviço à pessoa de Satanás, o acusador de nossos irmãos, "... o qual diante
de nosso DEUS os acusava de dia e de noite” (Ap 12.10). Eles bem sabiam das
circunstâncias em que estes judeus haviam sido designados para os cargos, e
estavam ressentidos pelo fato de ter o rei promovido estrangeiros para
estarem acima deles. Agora, porém, segundo eles, estava ali a oportunidade
de obter o favor do rei, revelando-lhes a traição daqueles jovens inocentes.
Eles esqueceram que DEUS “se curva para ver o que está nos céus e na terra.
Que do pó [do próprio cativeiro] levanta o pequeno, e do monturo ergue o
necessitado, para o fazer assentar com os príncipes...” (SI 113.6-8).
Sadraque, Mesaque e Abdenego, foram promovidos ali, exclusivamente pela
misericórdia de DEUS (Dn 2.49).
Severino Pedro da Silva.
Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 60.
O coração
dos três judeus (vv. 8-12).
No
entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo
quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no
verdadeiro DEUS vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo
a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle
e de que não havia nada a temer.
O profeta
Isaías havia escrito: "Mas agora, assim diz o S en h o r , que te criou, ó
Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te
pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo;
quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo,
não te queimarás, nem a chama arderá em ti" (is 43:1, 2). Ter fé significa
obedecer a DEUS apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a
nosso redor ou das conseqüências diante de nós.
E difícil
reconstruir os detalhes dos acontecimentos, mas tudo indica que o rei
Nabucodonosor e seus conselheiros ("caldeus") não estavam juntos enquanto
assistiam à cerimônia e o rei não havia exigido que se juntassem ao povo em
sua adoração. E possível que tivessem declarado sua lealdade em particular
por considerarem um insulto juntar-se "à ralé". Uma vez que os três homens
hebreus tinham cargos nas províncias (Dn 2:49), deviam estar presentes, mas
não sabemos exatamente onde.3 Ao que parece, Nabucodonosor não tinha como
observá-los, mas os caldeus podiam ver o que eles faziam e, sem dúvida,
esses homens perversos vigiavam e esperavam uma oportunidade de acusar os
três estrangeiros que haviam sido promovidos a líderes dos babilônios.
Não
sabemos se esse grupo de conselheiros era o mesmo que havia sido
envergonhado quando Daniel interpretou o sonho do rei, mas se esse é o caso,
esqueceram-se rapidamente de que os "estrangeiros" haviam salvo a vida
deles.
A
verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem
se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e
confia que ele cuidará das conseqüências. Esses três homens judeus conheciam
a lei de DEUS:
"Não
terás outros deuses diante de mim [...]. Não as adorarás, nem lhes darás
culto" (Êx 20:3, 5). Uma vez que o Senhor falou sobre um assunto, isso está
resolvido e não há espaço para discussão nem necessidade de transigência.
Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem
as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido
sua comunhão com DEUS. O tempo do verbo grego, em Mateus 4:9, indica que
Satanás pediu a JESUS que o adorasse apenas uma vez, e o Salvador se
recusou. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se prostrariam diante da imagem
de ouro nenhuma vez, pois isso os levaria a servir os falsos deuses de
Nabucodonosor para o resto da vida.
WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag.
323-324.
III – A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12).
A punição
foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três
jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e
denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus
algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de
morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor
consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado
da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de
si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha
ardente, mas os servos do DEUS Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé
judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que DEUS
poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos
sem trair a sua fé.
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 60.
Dn 3.8
Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus. O rei se fizera
entender claramente. Ninguém poderia dizer-se ignorante da lei. Alguns
oficiais provinciais observaram que havia três jovens judeus que não
cumpriam seus “deveres religiosos”. Esses jovens estavam cometendo um claro
ato de traição. Não temos aqui menção ao grupo de judeus no cativeiro, mas
somente aos três jovens companheiros de Daniel, o que indica claramente que
as massas dos judeus estavam obedecendo ao edito real. O três tinham sido
colocados em posição de autoridade (ver Dan. 2.49 e 3.12, o que os tornara
conspícuos.
E
acusaram os judeus. Diz a Revised Standard Version: “acusaram
maliciosamente”.
Isso é
justificado pelas palavras literais: “e comeram seus pedaços”. Esta é uma
expressão idiomática no aramaico, que comumente significava “acusar” , o que
demonstra uma atitude virulenta. O aramaico também usava a expressão
“comeram a carne deles” (Quran, 49.12). Cf. as palavras akalo karsi, das
cartas de Tel-el-Amarna (e ver Sal. 27.2). Pode ter havido inveja política
na questão, em que um partido tentava derrubar outro. A única coisa pior do
que a perseguição política é a perseguição religiosa.
Dn 3.9
Disseram ao rei Nabucodonosor. Aqueles pequenos oficiais locais, em sua
tremenda inveja, certificaram-se de que o rei ouvisse sobre a clara infração
que tinham descoberto. Dessa maneira, demonstraram quão competentes e
patriotas eram revelando a questão assim que puderam. Demonstraram respeito
pelo rei, desejando que ele “vivesse para sempre”, e não dando valor algum à
vida dos três “criminosos”, “Um prefácio de lisonja foi seguido de perto
pela crueldade. Assim também, em Atos 24.2,3, onde Tértulo, ao acusar Paulo
diante de Félix, começou lisonjeando o governador romano” (Fausset, in Ioc.).
O restante dos judeus acompanhava o movimento de apostasia; Daniel era
importante e favorecido demais para alguém tentar atingi-lo. Assim sendo, a
ira recaiu sobre os três amigos de Daniel, que são mencionados por nome no
vs. 12.
Dn 3.10
Tu, ó rei, baixaste um decreto, Aqueles réprobos lembraram a Nabucodonosor
que fora ele próprio quem decretara, de modo “justo e sábio”, que, ao
começarem a tocar os instrumentos musicais (já listados por duas vezes nos
vss. 5 e 7), todos deveriam prostrar-se e adorar a imagem feita pelo
monarca. Os instrumentos tinham sido tocados, O decreto entrara em efeito.
Mas certos jovens preferiram desobedecer ao decreto real. Este versículo é
uma repetição virtual do vs. 5, onde são oferecidas notas expositivas.
Dn 3.11
Qualquer que não se prostrasse e não adorasse. Este versículo repete
essencialmente o vs. 6 — o resultado para quem não obedecesse ao decreto, ou
seja, a fornalha ardente. Ver notas alí. Aqueles homens ímpios e desvairados
agora “exigiam” que a execução ocorresse. Provavelmente eles seriam
galardoados de alguma maneira, ainda que somente com a satisfação de ver a
queda dolorosa de inimigos políticos que, além do mais, eram estrangeiros
desprezados.
Dn 3.12
Há uns homens judeus. Os réprobos não demoraram a identificar os
“traidores”: eram aqueles três estrangeiros, os desprezíveis cativos judeus,
a saber, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, homens desobedientes e ímpios que
ousavam desafiar o rei e o seu decreto, dignos da punição ameaçadora. Quanto
aos nomes desses três homens, seus nomes hebraicos originais e seus novos
nomes babilônicos, ver Dan. 1.6,7. O texto não menciona a razão pela qual
Daniel (que também, sem dúvida, desobedecera ao decreto real) não estava
entre os acusados.
Por isso
floresceram várias conjecturas: 1. Daniel era alto demais para ser tocado;
2. ele estaria viajando; 3. ele teria seu próprio julgamento severo
(capítulo 6), pelo que pôde ter-se mostrado culpado no caso, mas fora
deixado em paz propositadamente.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3384-3385.
As
pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados
da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles,
de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se
livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece
a DEUS. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa
“comer a carne de alguém”.
As
pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes
(v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os
judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles
não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso,
apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da
província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim
descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca
contendas, brigas, mortes e desastres. As pessoas fiéis, entretanto,
entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a DEUS é
mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam
que agradar a DEUS é mais importante que preservar a própria vida. A
principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade
inegociável.
Três
jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado.
Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não
constava do vocabulário deles.
A
fidelidade incondicional não é uma barganha com DEUS. Muitas vezes, nossa
fidelidade a DEUS nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a
sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos
rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a
fidelidade a DEUS.
Ceder à
pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha.
Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a
se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento.
São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas
maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera
daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. E a fornalha de ser
desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a DEUS são chamados de
retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via
de regra, está.
LOPES. Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 53-54.
E
estranho ver que Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego estavam presentes nessa
reunião, sabendo, provavelmente, qual era o intento dessa convocação.
Podemos supor que Daniel estivesse ausente porque os seus negócios o
requisitavam, ou porque ele tivesse a dispensa do rei para se retirar, a
menos que suponhamos que ele estivesse tão elevado no favor do rei que
ninguém ousasse se queixar dele pela sua desobediência. Mas por que os seus
companheiros não se afastaram do caminho? Certamente porque queriam obedecer
ao rei até onde fosse possível, e estariam prontos a dar um testemunho
público contra essa idolatria grosseira. Eles não acharam suficiente não se
prostrarem diante da imagem, mas, estando no evento, se viram obrigados a
ficar de pé diante dela, embora fosse a estátua que o rei, seu senhor, havia
levantado, e uma estátua de ouro para aqueles que a adorassem. Então: IA
denúncia é trazida ao rei por alguns caldeus, contra esses três homens que
não obedeceram ao decreto real (v. 8). Talvez esses caldeus que os acusaram
fossem alguns daqueles magos ou astrólogos que foram particularmente
chamados de caldeus (cap. 2.2,4). Eles eram aqueles que guardavam rancor
contra os companheiros de Daniel por causa dele, devido ao fato de ele
tê-los ofuscado junto com esses companheiros. Os amigos de Daniel, por suas
orações, tinham obtido a misericórdia que salvou a vida desses caldeus. Mas
estes retribuíram o bem com o mal. Eram adversários daqueles que
demonstraram amor. Isto também aconteceu com Jeremias, que intercedeu diante
de DEUS por aqueles que mais tarde cavaram uma cova para a sua vida (Jr
18.20). Não devemos estranhar o fato de nos depararmos com homens ingratos.
Ou talvez esses fossem os caldeus que esperavam pelos cargos aos quais esses
homens foram promovidos, e invejavam o favorecimento deles. E quem pode
suportar a inveja? Eles apelaram ao próprio rei a respeito do decreto.
Apresentaram-se com o devido respeito à sua majestade, fazendo a saudação
habitual: “O rei, vive eternamente!” (como se não visassem nada além da
honra do rei, e quisessem servir aos seus interesses, quando, na verdade,
estavam colocando sobre o rei aquilo que ameaçava a ruína dele e do seu
reino). Então pedem licença: 1. Para lembrá-lo da lei que ele havia feito
recentemente, pela qual toda sorte de pessoa, sem exceção de nação ou
língua, deveria se prostrar e adorar a imagem de ouro. Eles também o
lembraram da penalidade que pela lei deveria ser infligida aos que se
recusassem: deveriam ser lançados no meio do forno de fogo ardente (w.
10,11). Não pode ser negado que essa era a lei. Ela deveria ser considerada,
quer fosse uma lei justa ou não. 2. Para informá-lo de que esses três
homens, Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego, não haviam obedecido ao seu decreto
(v. 12). E provável que Nabucodonosor não tivesse qualquer propósito
específico de apanhá-los em uma armadilha ao fazer a lei, porque então ele
mesmo estaria de olho neles, e não teria precisado dessa informação. Mas os
seus inimigos, que buscavam uma oportunidade contra eles, aproveitaram isso,
e se apressaram a acusá-los. Para agravar a situação, e incitar mais o rei
contra os servos de DEUS: (1) Eles o lembram da dignidade com que os
criminosos tinham sido favorecidos. Embora fossem judeus, estrangeiros,
cativos, homens de uma nação e religião desprezíveis, o rei os havia
constituído sobre os negócios da província de Babilônia. Era, portanto, uma
ingratidão e uma insolência intolerável desobedecerem à ordem do rei, depois
de terem recebido tantos favores daquele monarca. E, além disso, a elevada
posição em que estavam tornava a recusa deles ainda mais escandalosa. Isto
seria um mau exemplo, e teria uma má influência sobre os outros. Portanto,
era necessário que essa atitude fosse punida com muito rigor. Desse modo, os
príncipes que são suficientemente incitados contra pessoas inocentes
geralmente têm muitos ao redor deles que farão tudo o que puderem para
agravar a situação. (2) Eles sugerem que isso foi feito maliciosamente,
obstinadamente, e em desprezo ao monarca e à sua autoridade: “Eles não
fizeram caso de ti. A teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que
levantaste, adoraram.”
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag.
839-840.
2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18).
“agora,
se estais prontos” (3.15). Eles estavam prontos, não para obedecer a
imposição do rei quanto à sua fé. Eles estavam prontos, sim, para manter a
sua fé no DEUS que podia mudar toda aquela situação. Aqueles jovens
entendiam que fidelidade é algo inegociável. A fidelidade desses jovens era
mais que uma qualidade de caráter, era uma confiança inabalável em DEUS que
haveria de intervir naquela situação. A resposta resultava do conhecimento
prévio que tinham do mandamento divino: “Não terás outros deuses diante de
mim. Não farás imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima
nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu DEUS, sou DEUS
zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20.3-5). DEUS busca homens e mulheres
que tenham a fibra de manter a fidelidade a Ele mesmo quando ameaçados.
“Não
necessitamos de te responder sobre este negócio” (3.16). A confiança em DEUS
e a certeza de que DEUS faria alguma coisa lhes deu a convicção de que valia
a pena enfrentar a fornalha pelo nome de Jeová.
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 60-61.
Dn 3.16
Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei. O rei não precisou mandar
tocar de novo a música, nem os três cativos vacilaram , debateram e ficaram
jogando na tentativa de escapar do inevitável, por meio de argumentos
espertos. O caso era fácil: eles precisavam ser fiéis a Yahweh e entregaram
sua vida nas mãos Dele, incondicionalmente. Assim , os três judeus
responderam que não tinham necessidade de defender-se. A defesa deles era
Yahweh, ou então não tinham defesa algum a. Se ser alguém leal a Yahweh era
um crime, então eles eram os piores criminosos, pois a lealdade deles era
grande e sem hesitações.
“A
hesitação ou a parlamentação com o pecado é fatal. Uma decisão sem hesitação
é a única vereda segura quando a vereda do dever é clara (ver Mat.
10.19,28)” (Fausset, in Ioc.). “Há certa demonstração de orgulho aqui, como
no caso da resposta de Daniel ao rei, em Dan. 5.17. Era um orgulho derivado
da consciência de que, na qualidade de servos de DEUS, eles eram superiores
a qualquer potentado, e, assim, não precisavam de sua clemência ou de seus
dons" (Arthur Jeffery, in Ioc.).
Dn 3.17
Se o nosso DEUS, a quem servimos, quer livrar-nos... Elohim, o Poder
(relativo a Elah, a palavra caldaica que aparece neste versículo), era
capaz. Eles estavam dispostos a submeter o Senhor a teste. Esperavam
livramento — ser tirados da fornalha, e não postos dentro dela. Esse seria
um livramento da mão perversa do rei idólatra. A tarefa era impossível para
a instrumentalidade humana.
Nesse
caso, somente o Ser divino poderia fazê-lo. Ocasionalmente, todos os homens
enfrentam situações em que “somente DEUS é capaz” e então são obrigados a
entregar a vida nas mãos Dele.
Oh,
Senhor, concede-nos tal graça!
Ao serem
submetidos a teste, eles também estavam submetendo Yahweh a teste.
Dn 3.18
Se não, fica sabendo, ó rei. Se eles seriam livrados ou não, não fazia
nenhuma diferença. Eles sabiam que a idolatria estava errada, mesmo quando
se tratasse da idolatria do governo, a lei da terra, mas eles não se
envolveriam nisso, sem importar o que essa atitude lhes custaria. O tema
principal da história, pois, emerge: O martírio é preferível à apostasia,
uma lição que poucos judeus, na época do ataque babilônico e
do cativeiro, tinham aprendido. Judá estava perdida em sua
idolatria-adultério-apostasia. Este livro praticamente não usa o nome divino
Yahweh, o qual, para os judeus piedosos, tinha-se tornado santo demais para
que fosse proferido. Portanto, o nome DEUS é usado aqui, e aquele título
especial é evitado.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3385.
Eles
respondem algo com que todos concordam, que eles ainda permanecem firmes em
sua decisão de não adorarem a estátua de ouro (w. 16-18). Temos aqui um
exemplo de firmeza e magnanimidade que são raramente encontrados. Chamamos
esses servos de DEUS de “os três jovens”, mas deveríamos chamá-los de “os
três campeões”, “as três preciosidades do reino de DEUS entre os homens”.
Eles não explodiram em qualquer violência ou paixão imoderada contra aqueles
que adoravam a imagem de ouro, não os insultaram ou os afrontaram. Nem se
lançaram precipitadamente a um tribunal, ou saíram do seu caminho para ir ao
martírio da corte. Mas, quando foram devidamente chamados à prova de fogo,
se comportaram corajosamente, com uma conduta e coragem que convinha aos
sofredores de uma causa tão nobre. O rei não foi tão ousado e mal ao fazer
esse ídolo, mas eles foram corajosamente bons quando testemunharam contra
ele. Eles mantiveram a sua calma de uma forma admirável e exemplai; não
chamaram o rei de tirano ou de idólatra (a causa de DEUS não precisa da ira
do homem), mas, com uma calma e tranquilidade de espírito exemplar, eles
deram sua resposta, pela qual resolveram aceitar as conseqüências. Observe:
1. O
desprezo bondoso e generoso deles em relação à morte, e a nobre indiferença
com a qual olham para o dilema que lhes é apresentado: “O Nabucodonosor, não
necessitamos de te responder sobre este negócio”. Eles não lhe negam com mau
humor uma resposta, nem permanecem mudos. Mas lhe dizem que não estão
preocupados com isso. Não há necessidade de uma resposta (assim se lê). Eles
decidem não obedecer, e o rei está decidido que eles morrerão se não
obedecerem. A questão, portanto, está decidida, e por que isso deveria ser
discutido? Mas
é melhor
ler: “Não queremos dar uma resposta para ti, nem temos de procurar uma, mas
viemos preparados”.
(1) Eles
não precisavam de tempo para deliberar a respeito desse negócio. Pois não
tiveram a mínima hesitação se iriam obedecer ou não. Era uma questão de vida
ou morte, e alguns diriam que eles poderiam ter pensado melhor antes de
decidir. A vida é desejável, e a morte é terrível. Mas quando o pecado e a
obrigação que estavam envolvidos no caso foram imediatamente determinados
pela letra do segundo mandamento, e nenhum espaço foi deixado para se
questionar o que era certo, então a vida e a morte que estavam envolvidos no
caso não deveriam ser consideradas. Note que aqueles que querem evitar o
pecado não devem negociar com a tentação. Quando aquilo a que somos atraídos
ou aquilo que nos aterroriza é manifestadamente mal, o impulso deve ser
rejeitado com indignação e repulsa, sem que haja qualquer hesitação. Não
queira discutir o assunto, mas diga então, como CRISTO nos ensinou: “Para
trás de mim, Satanás”.
(2) Eles
não precisavam de tempo para planejar como responderiam. Enquanto fossem
defensores de DEUS, chamados para testemunhar a favor de sua causa, eles não
tinham dúvidas de que lhes seria dado na mesma hora o que deveriam falar (Mt
10.19). Eles não estavam planejando uma resposta evasiva, quando uma
resposta direta estava sendo esperada deles. Não, nem iriam rogar ao rei que
não insistisse nisso. Não há nada na resposta deles que pareça alguma
saudação. Eles não começaram como os seus acusadores: “O rei, vive
eternamente!” Também não fizeram nenhuma insinuação ardilosa, a captandam
benevolentiam - para deixá-lo de bom humor, mas disseram tudo de forma clara
e direta: “O Nabucodonosor, não precisamos te responder sobre este negócio”.
Observe que aqueles que fazem da sua obrigação a sua preocupação principal,
não precisam se preocupar com as várias situações que possam vir a
enfrentar.
2. A
forte confiança deles em DEUS e a sua dependência dele (v. 17). Foi isso que
os capacitou a olhar para a morte com tanto desprezo, a morte em seu
esplendor, a morte em todos os seus terrores. Eles confiavam no DEUS vivo, e
por esta fé escolheram antes sofrer do que pecar. Por essa razão não temeram
a ira do rei, mas resistiram, porque, pela fé, tinham o seu olhar fixo
Naquele que é invisível (Hb 11.25,27): “Se for assim, se formos trazidos a
essa dificuldade, se formos lançados na fornalha de fogo ardente a menos que
sirvamos aos teus deuses, saiba, então:” (1) “Que embora não adoremos os
teus deuses, não somos ateus. Há um DEUS que podemos chamar de nosso, a quem
nós fielmente estamos ligados.” (2) “Que servimos a esse DEUS precioso.
Temos nos dedicado à sua honra. Estamos empenhados em sua obra, e dependemos
dele para nos proteger, suprir as nossas necessidades, e nos recompensar”.
(3) “Que temos plena certeza de que este DEUS é capaz de nos livrar da
fornalha de fogo ardente. Quer Ele nos livre ou não, temos certeza de que
Ele pode impedir que sejamos lançados na fornalha, ou de nos resgatar dela.”
Note que os servos fiéis de DEUS confiarão que o Senhor é capaz de
sustentá-los nos seus serviços, controlando e dominando todos os poderes que
são armados contra eles. ‘Senhor, se quiseres, tu podes’. (4) “Que temos
motivos para esperar que Ele nos livre”, em parte porque, em um vasto
comparecimento de idólatras como esse, seria muito oportuno, para a honra do
seu nome grandioso, livrá-los, e em parte porque Nabucodonosor o havia
desafiado a fazer isto - Quem é o DEUS que irá vos livrar? DEUS às vezes se
manifesta de forma extraordinária para calar as blasfêmias do inimigo, como
também para responder as orações do seu povo (SI 74.18-22; Dt 32.27). “Mas,
se Ele não nos livrar da fornalha ardente, Ele nos livrará da tua mão”.
Nabucodonosor pode apenas atormentar e matar o corpo. E, depois disso, não
há mais nada que ele possa fazer. Então eles são afastados do seu alcance, e
livrados da sua mão. Observe que os bons pensamentos a respeito de DEUS, e
uma plena certeza de que Ele está conosco enquanto estivermos com Ele, nos
ajudará muito a passarmos pelos sofrimentos. E, se Ele for por nós, não
precisaremos temer o que os homens possam nos fazer, mesmo que tentem fazer
o pior. DEUS nos livrará da morte ou na morte.
3. A
firme decisão deles de permanecerem fiéis aos seus princípios, quaisquer que
possam ser as conseqüências (v. 18): “Mas se não for assim, mesmo que DEUS
ache por bem não nos livrar da fornalha ardente (o que sabemos que Ele pode
fazer), se Ele permitir que caiamos na tua mão, saiba ó rei, que não
serviremos estes deuses, embora eles sejam os teus deuses, nem adoraremos
esta imagem de ouro, embora tu mesmo a tenhas levantado”. Eles não estão
envergonhados nem com medo de reconhecer a sua religião, e dizem ao rei,
face a face, que não têm medo dele, e que não lhe prestarão obediência. Se
eles tivessem consultado a carne e o sangue, muito poderia ter sido dito
para trazê-los a uma concordância, especialmente diante da impossibilidade
de evitar a morte, uma morte tão sofrida. (1) Não foi exigido que eles
renunciassem ao seu próprio DEUS, ou que abandonassem a sua adoração. Não,
nem que por uma confissão ou declaração verbal reconhecessem essa imagem de
ouro como sendo um deus, mas apenas se prostrassem diante dela, o que eles
poderiam fazer com uma reserva secreta em seus corações pelo DEUS de Israel,
detestando essa idolatria interiormente, assim como Naamã se inclinou na
casa de Rimom. (2) Eles não iriam cair no caminho da idolatria. Era exigido
deles apenas um simples gesto, que seria feito em um minuto, e o perigo
teria acabado, e poderiam depois disso declarar a sua tristeza por isso.
(3) O rei
que ordenou isso tinha um poder absoluto. Eles estavam sujeitos a ele, não
só como súditos, mas como cativos. E, se eles fizessem isso, seria puramente
por coerção e coação, o que serviria para desculpá-los. (4) Ele havia sido o
benfeitor deles, os havia educado e favorecido, e em gratidão a ele, eles
deveriam ir até onde pudessem, embora isso fosse exigir demais de sua
consciência. (5) Eles estavam agora sendo forçados a entrar em um país
estranho, e para aqueles que eram assim forçados a sair, foi dito, na
verdade: “Vai, serve a outros deuses” (1 Sm 26.19). Foi considerado como
certo que, na disposição deles, eles serviriam a outros deuses, e isto se
tornou uma parte do juízo (Dt 4.28). Eles poderiam ser desculpados se
tivessem seguido a corrente que era muito forte. (6) Os seus reis, os seus
príncipes, os seus pais, e os seus sacerdotes também, levantaram ídolos até
mesmo no Templo de DEUS, e os adoraram ali, e não só se incli
naram diante deles, mas levantaram altares, queimaram incenso, e ofereceram
sacrifícios a esses ídolos, sim, até mesmo os seus próprios filhos. Não
adoraram todas as dez tribos, por muitas gerações, deuses de ouro em Dã e
Betei? Serão eles mais exigentes do que os seus pais? Communis errorfacitjus
- O que todos fazem deve estar certo. (7) Se eles concordassem salvariam as
suas vidas e manteriam os seus cargos, e assim estariam em condições de
prestar um grande serviço aos seus irmãos na Babilônia, e por muito tempo.
Porque eles eram jovens, e estavam prosperando. Mas há o suficiente naquela
única palavra de DEUS com a qual se deve responder e calar estes e muitos
outros argumentos carnais: Não te inclinarás diante de nenhuma imagem, nem a
adorarás. Eles sabem que devem obedecer a DEUS antes de ao homem. Eles
devem, antes, sofrer do que pecar, e não devem fazer o mal para que o bem
possa vir. Portanto, nenhuma dessas coisas os toca. Eles estão decididos,
antes, a morrer em sua integridade do que a viver em sua iniquidade.
Enquanto os seus irmãos, que ainda permaneciam em sua própria terra, estavam
adorando imagens espontaneamente, eles na Babilônia não seriam levados a
isso pela força, mas, curiosamente, se mostravam mais zelosos contra a
idolatria estando em um país idólatra. E verdadeiramente, considerando todas
as coisas, guardá-los dessa obediência pecaminosa era um milagre tão grande
no reino da graça quanto guardá-los da fornalha ardente era um milagre no
reino da natureza. Esses eram aqueles que anteriormente decidiram não se
contaminar com a porção do manjar do rei, e, naquele momento, eles decidiram
tão corajosamente não se contaminar com os seus deuses. Observe que, uma
firme renúncia, uma forte devoção a DEUS e ao dever, em ocasiões menores,
nos qualificará e nos preparará para fazer o mesmo em ocasiões maiores. E
nisto devemos ser resolutos em nunca, sob nenhum pretexto, adorarmos
imagens, ou fazermos “uma aliança” com aqueles que o fazem.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag.
840-842.
“Não necessitamos de te
responder sobre este negócio”. O presente versículo mostra os três jovens
hebreus diante do poderoso monarca; eles, tecnicamente, são culpados diante
daquela corte, e nada há que os três possam dizer em sua defesa. Eles
responderam ao rei dizendo: “Não necessitamos de te responder”. Há uma
interpretação feita com base no original aramaico, que diz: “Nós não te
responderemos! DEUS te responderá! Ele pode, tanto nos livrar como nos
entregar nas tuas mãos, depende dele”. O verdadeiro cristão não faz sua
defesa prévia, mas deixa tudo por conta do Senhor que disse: “Não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito:
Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor”. E evidente, portanto,
que DEUS recompensará, tanto o ofendido como o ofensor: o primeiro com sua
bênção; o segundo com seu castigo.
"... o nosso DEUS, a quem
nós servimos...” O presente texto, declara claramente a posição dos três
jovens hebreus, quanto à ordem do rei. Eles apelam tanto para “providência”
como para “o poder de DEUS”. Seja como for, DEUS livra como quer! Se DEUS
usasse a providência no presente caso, os moços não teriam ido para dentro
do forno de fogo ardente, porém, é evidente que o monarca não teria
reconhecido a soberania do Criador. (Ver v 29). Assim, DEUS permitiu que
seus servos fossem parar ali; não os livrou do forno, mas os livrou no
forno. DEUS permitiu que José, mesmo inocente, fosse parar na prisão, vítima
de uma calúnia da mulher de Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gn cap.
40), mas dali DEUS o exaltou, fazendo-o assentar-se no trono, ao lado de
Faraó. DEUS é sempre o mesmo, tanto no passado como no presente. Ele não
muda. O apóstolo Paulo entendeu isso, quando disse: “E sabemos que todas as
coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles
que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
"... não serviremos a teus
deuses...” Os jovens judeus, como já ficou demonstrado em outro capítulo
deste livro, mesmo numa terra de cativeiro, permaneceram fiéis à lei do seu
DEUS, que dizia: “Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.3). E
perfeitamente compreensível que DEUS, disposto a ser o único DEUS suficiente
e o recurso sobrenatural do seu povo proíba um apelo a quaisquer outros
poderes sobrenaturais. Por isso, entendemos que o espiritismo é proibido a
quem crê num DEUS vivo. No conceito divino, é impossível a criatura humana
fazer uma representação superior à sua própria idéia, e por isso é-lhe
impossível apresentar dignidade à divindade, pois DEUS há de ser
infinitamente superior ao nosso mais sublime pensamento. Nabucodonosor não
compreendia esse princípio emanado do supremo DEUS, mas aqueles hebreus sim,
o conheciam muito bem.
Severino Pedro da Silva.
Daniel versículo por versículo.
Editora CPAD.
3. Reação à intimidade (Dn 3.16-18).
“Eis que
o nosso DEUS, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta
declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de DEUS naquela
situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido
desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o DEUS que
vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de
que valia a pena permanecerem fiéis a DEUS. Então, sem temor e com grande fé
responderam ao Rei: “Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos
pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem
adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Esta resposta dos
jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos
deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do
caminho da provação, mas DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de
responder às ameaças satânicas de que não as tememos.
“E, se
não” (3.18). Duas palavras pequenas foram capazes de mostrar a todo o
Império da Babilônia que aqueles jovens tinham um DEUS diferente que lhes
dava a certeza de que ninguém pode confrontar Jeová. Eles sabiam que nada os
demoveria de sua fé e eles não a negariam, mesmo que fossem queimados vivos
naquela fornalha. Na vida cristã, estas duas palavrinhas “se não” estão
fazendo na confissão de fé de tantos crentes. Satanás, nosso arqui-inimigo,
quer que nos rendamos às ameaças e armadilhas preparadas para sufocar a
nossa fé (1 Pe 5.8).
“não
serviremos a teus deuses” (3.18). Os três jovens foram ousados. Não
transigiram, nem cederam às ameaças. Eles não trocaram o seu DEUS pelos
deuses de Nabucodonosor. A ira do rei manifestou-se com exagero ao ordenar
que se aquecesse muito mais a fornalha. Eles não foram livrados da fornalha
porque DEUS os esperava dentro daquela fornalha ardente. A fornalha tem o
poder da intimidação, que pode nos levar à desistência de nossos valores
espirituais. A verdade é que nem sempre podemos evitar a fornalha das
angústias, das decepções pessoais, das enfermidades físicas. Aqueles jovens
hebreus não se deixaram intimidar, mas foram ousados em não transigir, nem
ceder às ameaças.
Eles
enfrentaram a fornalha ardente sem temor (3.19-22)
Os judeus
foram lançados na fornalha. Diz o texto que tudo que dizia respeito a eles
em termos materiais, suas roupas e chapéus foram atados juntamente com eles
e lançados na fornalha ardente. Os homens que os lançaram caíram mortos pela
chama do fogo e todos inimigos do lado de fora imaginavam que os judeus
seriam reduzidos a cinza dentro da fornalha.
“O
aspecto do quarto homem é semelhante ao filho dos deuses" (3.23-25). Foram
lançados três judeus, mas um quarto homem os esperava dentro da fornalha. O
poder do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha os tornou incólumes
e nenhum fio de cabelo se queimou. Esse quarto homem não era outro senão o
próprio DEUS entre eles que os tornou aptos a superarem a força do fogo
destruidor. E uma perfeita identificação com a Pessoa de JESUS CRISTO, o
Filho de DEUS. Não era um anjo enviado de DEUS. Ele era, teofanicamente, o
próprio DEUS. É interessante que Ele não apagou o fogo, nem tirou os três
hebreus da fornalha. Ele os capacitou a estarem e passarem pelo meio do fogo
sem serem destruídos. Tudo isso porque aqueles hebreus confiaram na
providência divina que tem o poder de intervir, a tempo e fora de tempo,
para nos livrar da destruição. As vezes, a vontade permissiva de DEUS nos
ensina que DEUS pode permitir que soframos tribulações, angústias e
dissabores como o fogo da fornalha, mas Ele nos livra no tempo próprio. Sua
presença imanente é capaz de impedir que as chamas das tribulações nos
destruam.
O poder
providencial de DEUS os tornou incólumes no meio da fornalha (3.26-28). O
impacto ante à visão que o rei teve ao olhar para dentro da fornalha deixou
o rei perplexo e todos os que estavam com ele. Os jovens hebreus estavam
vivos e tranquilos andando no meio da fornalha. DEUS honrou aqueles judeus.
O rei e seus príncipes tiveram que reconhecer o poder do DEUS de Israel. A
providência divina não só os protegeu da força do fogo, mas os manteve vivos
para testemunharem da grandeza desse DEUS. O rei reconhecia que o DEUS dos
judeus era poderoso, mas não o aceitava como seu DEUS. Para o rei, era mais
um entre outros deuses, mas na mente e no coração dos jovens hebreus, Ele
era o Único DEUS sobre todos os demais. O apóstolo Paulo nos dá uma lição
preciosa de fé e disposição para servir a DEUS, quando diz: “Porque, se
vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer,
pois, vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Uma
doxologia do rei ao DEUS de Israel (3.29,30). Ainda que Nabucodonosor não
tenha desistido dos seus deuses, reconheceu a religião judaica em seu
império, especialmente, para os exilados judeus. Ele fez um decreto
reconhecendo a grandeza do DEUS dos judeus e admitiu que nenhum outro deus
poderia fazer o que Ele fez ao livrar os judeus dentro da fornalha ardente.
Restaurados e promovidos dentro do império (3.30). Os três jovens foram
restaurados às suas posições palacianas e investidos de autoridade da parte
do rei. Segundo o Comentário de Charles Pfeiffer, da Editora Batista
Regular: “A vitória da fé tinha cinco objetivos: (1) Foram soltos de suas
amarras (v. 25); (2) Foram protegidos do mal (v. 27); (3) Foram confortados
na provação (vv. 24,25,28); (4) Seu DEUS foi glorificado (v. 29); (5) Como
servos de DEUS foram recompensados (v. 30).
Elienai Cabral. Integridade
Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 61-63.
O
equilíbrio e a calma dos três servos do DEUS Altíssimo estavam em claro
contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada
à sua serenidade. Os três responderam ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos
de te responder (“defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que o nosso
DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno
de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
E, se
não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a
estátua de ouro que levantaste (16-18).
A
verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às conseqüências. Ela
está fundada na imutável fidelidade de DEUS. E a fé é decisiva no que tange
à questão da fidelidade no crente. Poderia ter parecido algo de menor valor
racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não deviam uma certa consideração
ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus joelhos, mas ficar em pé
em seus corações? Uma pequena concessão à limitada compreensão das coisas
divinas por parte do rei seria uma questão insignificante.
Mas não!
A reputação do caráter do DEUS vivo e verdadeiro dependia desse momento.
Multidões de pagãos de muitos países estavam observando. Quer DEUS os
libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser fiéis em honrar o seu
nome.
Roy E. Swim. Comentário
Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 510.
A firmeza
(v. 13-18)
E
importante entender que não fomos chamados para sermos advogados de DEUS,
mas Suas testemunhas (v.16-18). Os três jovens não entraram numa discussão
infrutífera. Eles não tentaram defender DEUS. Eles apenas testemunharam
dEle, mostrando que estavam prontos a morrer, mas não a ser infiéis a DEUS. Nabucodonosor tenta intimidá-los,
dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão (v. 15). Mas eles não
tentam defender a reputação de DEUS, procuram apenas obedecê-Lo (v. 16,17).
É
importante entender, também, que nossa fé não pode ser arrogante (v. 17,18).
Os três jovens dizem que DEUS pode livrar, mas não dizem que DEUS o fará.
Eles não são donos da agenda de DEUS. Eles não decretam nada para DEUS. Eles
não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”;
“O rei está amarrado”.
Eles não
determinam o que DEUS deve fazer. Nem sempre é da vontade de DEUS livrar
Seus filhos dos padecimentos e da morte. O patriarca Jó, no auge da sua dor
gritou: “Ainda que DEUS me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13:15 ARA).
Tiago, Paulo, John Huss, William Tyndale foram mortos, não poupados. Às
vezes, DEUS livra Seus filhos da morte; outras vezes, da morte. Não importa,
pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos.
De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Devemos
ser fiéis a DEUS, não apenas pelo que DEUS faz, mas por quem DEUS é (v.
17,18). Aqueles jovens não serviam a DEUS por causa dos benefícios
recebidos. A religião deles não era um negócio, uma barganha com DEUS. Eles
serviam a DEUS por causa do caráter de DEUS.
Eles
tinham uma fé teocêntrica, não antropocêntrica.
Hoje as
pessoas buscam a DEUS, não por causa de DEUS, mas por causa das dádivas de
DEUS. Querem bênçãos, não DEUS.
Devemos
fazer o que é certo e deixar as conseqüências nas mãos de DEUS (v. 17,18).
Nossa função é sermos fiéis, não administrar resultados. Olyott,
corretamente, diz que é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto
Juiz em paz que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-Lo em
terror.17 Precisamos continuar crendo em DEUS apesar das circunstâncias.
Viver não é preciso, andar com DEUS sim. A morte por causa de CRISTO não é
uma tragédia, mas uma promoção. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados.
Ainda hoje, muitos cristãos preferem a morte nas prisões à liberdade no
pecado. Prova disso é que mais da metade de todos os mártires da história
viveram no século 20.
LOPES. Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 54-56.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da Lição
4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana
Responda conforme a
revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr.
Elienai Cabral
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
Eis que o nosso
_________________, a quem nós __________________, é que nos pode livrar;
ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua _________________, ó
rei" (Dn 3.17).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Se formos
________________, a ________________ divina jamais ________________.
I. A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL
3- Embriagado pelo poder e pelo fulgor de sua própria glória, o rei
caldeu chegou ao ápice da presunção, não se contentando em ser apenas "a
cabeça de ouro" da grande estátua do seu "primeiro" sonho (Dn 2.36-45).
O que fez ele?
( ) Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua
de ouro, prata, cobre e ferro.
( ) Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua
de ouro maciço.
( ) Também ordenou que os representantes das nações, súditos seus, se
ajoelhassem e adorassem a estátua que o representava.
( ) A grande estátua de Nabucodonosor remete-nos a uma outra estátua
que será erguida pelo último império mundial gentílico, profetizado como
o reino do Anticristo que aparecerá no "tempo do fim".
4- Quais as diferenças entre a estátua do capítulo dois e a do capítulo
três de Daniel?
( ) A estátua do capítulo dois era literal, construída por ordem do
rei caldeu.
( ) A estátua do capítulo dois era simbólica e apareceu no sonho de
Nabucodonosor.
( ) A estátua do capítulo três era literal, construída por ordem do
rei caldeu.
( ) A estátua erigida tinha a forma de um obelisco que revelava,
segundo se supõe, a intenção vaidosa de Nabucodonosor em
autodeificar-se.
5- Quais os objetivos de Nabucodonosor para a inauguração da estátua de
ouro?
( ) Com o coração engrandecido, Nabucodonosor desejou ser adorado
como deus.
( ) Nabucodonosor desejava uma religião totalitária em que as pessoas
obedecem pela lealdade.
( ) Não lhe bastou a revelação de que o único DEUS verdadeiro
triunfaria na história.
( ) Ele preferiu exaltar a si mesmo e aos seus deuses.
( ) O objetivo era escravizar todos os seus súditos e obrigá-los a
servirem as divindades caldeias.
( ) Ele queria uma religião totalitária em que as pessoas obedecem
não pela lealdade, mas pela força bruta.
II. O DESAFIO À IDOLATRIA
6- Quais eram as motivações principais para Nabucodonosor construir a
grande estátua (v. 1)?
( ) Uma das motivações era exibir-se perante os povos do mundo
representados naquele evento.
( ) As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes:
Aproximadamente 27 metros de altura por 6 de largura.
( ) As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes:
Aproximadamente 37 metros de altura por 7 de largura.
( ) A soberba, arrogância e insolência do rei não tinham limites.
( ) A Bíblia diz que "a soberba precede a ruína".
( ) A segunda motivação de Nabucodonosor era o anelo de ser adorado
como divindade pelos seus súditos.
( ) Por isso, ele deu ordens para que todos os oficiais do reino se
reunissem a fim de adorarem a sua estátua.
7- Como a intenção do rei indica o espírito do Anticristo que virá?
( ) A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo,
que levantará a imagem da Besta para ser adorada no tempo do fim.
( ) A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo,
que se assentará no templo para ser adorado no tempo do fim.
( ) A intenção do rei era impor a religião diabólica de sua imagem
para dominar o mundo, não só nos campos material e político, mas também
no espiritual.
8- Como aqueles três jovens demonstraram sua coragem para não fazer
concessões à idolatria (Dn 3.12)?
( ) Os três jovens hebreus fizeram um acordo com o rei para não
morrerem queimados na fornalha.
( ) Os três jovens hebreus estavam naquele local por força da ordem
do rei.
( ) Todos os grandes nomes do país, os chefes de governos, os
sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes dos
vários cultos pagãos, todos estavam lá.
( ) A ordem era que quando a música fosse tocada todos deveriam
ajoelhar-se e adorar a estátua do rei.
( ) Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente.
( ) Como sabemos, os três jovens hebreus preferiram morrer queimados
a negar sua fé.
III. A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
9- Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12). Qual foi a
reação do rei e deles?
( ) Os jovens hebreus foram interrogados e juraram fidelidade ao rei
de Babilônia.
( ) O rei, quando informado da desobediência dos judeus, ficou
enfurecido e mandou que eles fossem trazidos à sua presença.
( ) Os jovens hebreus foram interrogados, mas mantiveram sua
fidelidade ao DEUS de Israel.
( ) Eles não se intimidaram diante das ameaças, porque sabiam que
DEUS poderia intervir naquela situação.
10- Qual foi a resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18) ante a
ameaça do rei de lança-los no fogo?
( ) Aqueles jovens sabiam que a fidelidade a DEUS é algo inegociável.
( ) A lealdade desses jovens era mais que uma qualidade de caráter.
( ) Era uma confiança inabalável em DEUS.
( ) A resposta resultava também do conhecimento que tinham do
primeiro mandamento do Decálogo (Êx 20.3-5).
( ) A resposta resultava também do conhecimento que tinham do segundo
mandamento do Decálogo (Êx 6.3-5).
( ) DEUS busca homens e mulheres que lhe sejam fiéis mesmo quando
ameaçados.
( ) Por isso, mesmo inquiridos pelo rei caldeu, Hananias, Misael e
Azarias não se intimidaram e mantiveram sua posição (Dn 3.16-18).
11- Ao perguntar-lhes: "Quem é o DEUS que vos poderá livrar das minhas
mãos? " (Dn 3.15), Nabucodonosor afrontou os jovens em sua fé. Qual a
reação daqueles três jovens à intimidação de Nabucodonosor (Dn 3.16-18)?
Complete:
Eles não tiveram dúvida de que valia a pena permanecer
________________
ao Todo--Poderoso. Então, sem temor e com grande fé, responderam ao rei:
"Eis que o nosso DEUS, a quem nós
________________,
é
que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua
mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus
________________
nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste" (Dn 3.17,18). Os três
jovens não cederam às ameaças e não ficaram ___________________ da
fornalha, pois DEUS já os esperava ali. A companhia do
________________
homem visto pelo rei dentro da fornalha foi suficiente para que eles
saíssem ilesos e sem um único fio de cabelo queimado. Esta resposta dos
jovens hebreus
________________
a
posição de muitos crentes de hoje. Quão facilmente cedemos e até negamos
a fé, fugindo do caminho da
________________.
Todavia, DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às
ameaças sem
________________.
CONCLUSÃO
12- Complete:
A
grande lição que aprendemos com esses três jovens é que "eles
________________
suas vidas a DEUS e não se preocuparam com as
________________
da fornalha". Mesmo que DEUS não os impedissem de morrer queimado eles
não negariam a
________________!
Que tenhamos essa mesma fé para enfrentar as
________________
da vida.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
Lição
3, O DEUS Que Intervém Na História, 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O
Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
O livro do profeta Daniel, através do sonho do rei
Nabucodonosor, resume os grandes impérios do mundo: Babilônia,
Média/Pérsia, Grécia e Roma. O capítulo dois se divide em
Introdução, Três episódios e Conclusão.
TEXTO ÁUREO
"Falou Daniel e
disse: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e
estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos
inteligentes" (Dn 2.20,21).
VERDADE
PRÁTICA
DEUS intervém na
história, pois sua é a terra e os que nela habitam.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 1.8;
Gn 39.7-9 A vida de Daniel lembra a de José
Terça - Jó
4.12-14; Dn 10.7-9 A sabedoria de Daniel lembra a de Jó
Quarta - At 1.7;
1 Ts 5.1 Os tempos e as estações pertencem a DEUS
Quinta - Gl 4.4 A
plenitude dos tempos
Sexta - 1 Ts 5.20
Não desprezeis as profecias
Sábado - Nm 12.6
DEUS fala de muitas maneiras
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 2.12-23
12 Então, o rei
muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de
Babilônia. 13 E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os
sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem
mortos. 14 Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque,
capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de
Babilônia. 15 Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que
se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o
caso a Daniel. 16 E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo,
para que pudesse dar a interpretação. 17 Então, Daniel foi para a sua
casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
18 para que pedissem misericórdia ao DEUS dos céus sobre este segredo, a
fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos
sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o segredo a Daniel numa
visão de noite; e Daniel louvou o DEUS do céu. 20 Falou Daniel e disse:
Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a
sabedoria e a força; 21 ele muda os tempos e as horas; ele remove os
reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos
entendidos. 22 Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está
em trevas; e com ele mora a luz. 23 Ó DEUS de meus pais, eu te louvo e
celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o
que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, estudaremos na lição de hoje o segundo capítulo do livro de
Daniel. Este capítulo revela o sonho de Nabucodonosor e o seu desafio
aos sábios do seu palácio. Tudo indica que o rei já sabia das
habilidades dos seus magos, por isso, os desafia a contarem o sonho e
sua interpretação. O que o rei desejava era humanamente impossível.
Por
isso, Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um DEUS que revela os
seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor,
revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem
vista
por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o
rei
dos Reis venha e estabeleça o seu reino eterno.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o sonho
perturbador de Nabucodonosor.
Analisar a
atitude sábia de Daniel perante o rei.
Compreender a
interpretação do sonho de Nabucodonosor.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar aos alunos o sonho de
Nabucodonosor e a sua interpretação. Explane que a estátua do sonho
refere-se a quatro reinos mundiais que viriam: o Império Babilônico,
Medo-Persa, Grego e Romano. A "pedra" representava o reino eterno de
CRISTO. JESUS é a Rocha Eterna que desfará o império do Anticristo.
Resumo Da
Lição
3, O DEUS Que Intervém Na História
I.
O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
1. O tempo do
sonho (v.1).
2. A habilidade
dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
3. O fracasso da
sabedoria pagã (2.3-13).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
1. A cautela
de Daniel (vv.16-18).
2. DEUS
ainda revela mistérios (vv.19 -27).
3. O caráter
profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29).
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta
descrição do sonho (vv. 31-35).
2. A
interpretação dos elementos materiais da grande estátua (2.34-45).
a) "A cabeça de
ouro" (vv.32,36-38).
b) "O peito e os
braços de prata" (vv.32,39).
c) "Ventre e os
quadris" (vv.32,39).
d) "Pernas de
ferro" (v.33,40-43).
3. "A
pedra cortada, sem ajuda de mãos" (2.45).
SINOPSE DO TÓPICO
(1) O rei desafiou a habilidade de seus sábios, não revelando o conteúdo
do seu sonho. Os sábios tentaram, mas não conseguiram revelar o sonho do
monarca e seu significado
SINOPSE DO TÓPICO
(2) Daniel foi sábio e humilde ao pedir a ajuda do Todo-Poderoso, pois
somente Ele tem poder para revelar o futuro
SINOPSE DO TÓPICO
(3) Com a ajuda do Altíssimo, Daniel pôde revelar o sonho ao rei e a sua
interpretação.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed).
Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2013.
Revista Ensinador.
Editora CPAD. pag. 37.
Introdução (v.1)
O primeiro versículo introduz o sonho de
Nabucodonosor como ocorrência do segundo ano de reinado. Os
estudiosos do Antigo Testamento concordam que neste tempo o profeta
Daniel era bem jovem e há três anos ele fora deportado para a
Babilônia.
Primeiro Episódio (vv.2-13)
O primeiro relato do sonho imperial revela
Nabucodonosor chamando os Magos, os Astrólogos, os Encantadores, e
os Caldeus, isto é, todos os sábios e os feiticeiros do império para
interpretarem o sonho. Os intérpretes pediram ao rei que lhes
contasse o sonho para em seguida o decifrarem. Nabucodonosor recusou
afirmando: "se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação,
sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo". O
rei não se contentava somente com a interpretação, pois os
adivinhadores teriam também de prenunciar o sonho.
Segundo Episódio (vv.14.24)
O capitão da guarda do rei, Arioque, saiu para matar
os sábios. Quando Daniel prudentemente o interrogou sobre a ordem
imperial. Recebendo a explicação de Arioque o profeta solicitou uma
audiência ao rei e pediu um tempo para contar o sonho e dar a
interpretação. Daniel procurou os seus amigos para buscarem a DEUS.
O Senhor os respondeu!
Terceiro e Ultimo Episódio (vv.25-45)
Levado por Arioque ao rei Nabucodonosor, Daniel lhe
contou o sonho e o interpretou. Chocado, o rei da Babilônia
prostrou-se aos pés de Daniel e reconheceu a sabedoria que lhe fora
dada pelo DEUS de Israel.
A conclusão do capítulo dois é surpreendente.
Nabucodonosor promoveu Daniel ao mais alto cargo imperial e a pedido
do profeta elevou os seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego às
altas posições.
O segundo capítulo revela-nos que o Reino de DEUS não
se confunde com o reino dos homens. Segundo o conselho da sua
soberania, o Eterno intervém na história humana. Ele trabalha a fim
de que todos os moradores da Terra reconheçam a sua majestade e, em
CRISTO, resistamos as injustiças do governo humano.
Revista Ensinador.
Editora CPAD. pag. 37.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique
- O exercício da função de Daniel no reino babilônico foi inaugurado
com uma revelação bombástica dada a ele para revelar um sonho de
Nabucodonosor a respeito dos futuros reinos da Terra. Daniel acabara
de ser apresentado ao rei e já disse a que veio. DEUS colocou Daniel
como o maior de todos os servos do rei para cuidar de seu povo.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES DE LIVROS
INTRODUÇÃO
O capítulo dois do livro de Daniel se constitui da
revelação do plano divino para com o povo judeu e os povos gentios, para
os quais DEUS revela a sua soberania sobre os governos mundiais e o
estabelecimento do reino messiânico. DEUS intervém na história para
fazer valer seus desígnios na vida da humanidade. Neste capítulo, a
Babilônia aparece como dona do mundo e Nabucodonosor é o grande rei.
Aproximadamente em 604 a.C., num período em que a Babilônia atingiu o
seu apogeu, quando, de repente, a tranquilidade de Nabucodonosor foi
ameaçada por um sonho perturbador que o deixou sem dormir. Por
providência divina, o rei esqueceu o sonho para que os desígnios divinos
fossem revelados ao profeta visionário Daniel. Na primeira parte do
capítulo 2 temos a intervenção divina para salvar Daniel e seus amigos.
A ordem do texto ajudará a entender como DEUS trabalha nas
circunstâncias adversas.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37.
O livro de Daniel compõe-se essencialmente de seis
histórias e quatro visões. As histórias ocupam os capítulos 1-6, e as
visões os capítulos 7-12. Agora
movemo-nos para a segunda história: O sonho de Nabucodonosor. Este longo
capítulo, como é natural, divide-se em duas grandes partes: vss. 1-13,
prólogo; e vss. 14-45, Daniel como intérprete de sonhos. Esta história
ensina a debilidade da sabedoria humana, em comparação com a sabedoria
conferida por DEUS” [Oxford Annotated Bible, na Introdução ao
capítulo). A história é um paralelo da experiência de José, em Gên. 41.
Os temas principais são: Toda a sabedoria humana é destituída
de valor quando confrontada com a sabedoria conferida por DEUS; uma
filosofia da história; as eras deste mundo são guiadas pelo decreto
divino; DEUS humilha os orgulhosos e eventualmente faz com que eles O
reconheçam. Ver como o teísmo domina o relato. O Criador continua
presente em toda a Sua criação — intervindo, recompensando e punindo.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3376.
Esse capítulo é histórico, mas é a história de uma
profecia, por meio de um sonho e sua interpretação. O sonho de Faraó e a
interpretação de José diziam respeito somente aos anos de fartura e de
fome e o interesse do Israel de DEUS neles. Mas o sonho de Nabucodonosor
aqui, e a interpretação de Daniel deste sonho, parecem muito mais
elevados, para as quatro monarquias, e os interesses de Israel nelas, e
o reino do Messias, que deveria ser estabelecido no mundo sobre as suas
ruínas. Nesse capítulo temos:
I. A grande perplexidade em que ficou
Nabucodonosor por um sonho que havia esquecido, e a sua ordem aos magos
para lhe dizer do que se tratava. Algo que eles não podiam fazer (w.
1-11).
II. Ordens dadas para a destruição de todos os sábios da
Babilônia, e de Daniel entre os demais, com os seus companheiros (w.
12-15).
III. A revelação do segredo a ele, em resposta à oração, e a
ação de graças que ele ofereceu a DEUS por isso (w. 16-23).
IV. A sua
aceitação por parte do rei, e a revelação que ele lhe fez tanto do seu
sonho como de sua interpretação (w. 24-45).
V. A grande honra que
Nabucodonosor pôs sobre Daniel, como recompensa por esse serviço, e a
honra dos seus companheiros, com ele (w. 46-49).
Roy E.Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
I – O SONHO PERTURBADOR DE
NABUCODONOSOR
(Dn 2.1-15)
1. Tempo do sonho(v.1).
“E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor” (2.1).
Daniel volta aos primeiros anos de sua vida no Palácio da Babilônia
entre os anos 603 e 602 a.C., e relata a experiência que teve com
Nabucodonosor quando o mesmo teve um sonho. O texto apresenta um
aparente conflito de datas quando fala do “segundo ano do reinado de
Nabucodonosor”, porque no primeiro capítulo nos deparamos com os três
anos de treinamento de Daniel e seus companheiros. Segundo os
historiadores, tanto os judeus quanto os babilônios contavam as frações
de um ano como um ano inteiro, por isso, a vigência do terceiro ano,
obedecia a cronologia do calendário da Babilônia. Os estudiosos procuram
aclarar essa cronologia em que explicam o seguinte: No ano 605 a 604
a.C., Nabucodonosor torna-se rei. Era seu primeiro ano de reinado,
quando Daniel e seus companheiros tiveram o seu primeiro treinamento
palaciano. Em 604-603 a.C., no segundo ano de Nabucodonosor, foi quando
o mesmo teve o sonho e ficou perturbado pela lembrança e os detalhes do
mesmo. Já era o terceiro ano de treinamento de Daniel e seus
companheiros, quando deveriam se apresentar diante do rei.
“Nabucodonosor teve sonhos” (2.1). Entre os muitos modos
de DEUS falar e revelar a sua vontade aos homens estão os sonhos. É uma
via especial pela qual DEUS revela sua vontade. Segundo o Dicionário
Aurélio, “sonho pode ser “sequência de fenômenos psíquicos com imagens,
atos, figuras e ideias que, involuntariamente ocorrem durante sono de
uma pessoa”. Pode ser a sequência de pensamentos, de ideias vagas, mais
ou menos agradáveis, mais ou menos incoerentes, às quais o espírito se
entrega em estado de vigília. Naturalmente, temos que entender que nem
todo sonho é alguma revelação. Sabe-se, também, que os sonhos podem
advir de imagens que o subconsciente absorve durante o dia e que se
manifestam durante o sono. As vezes, incompreensíveis e fantasiosos e,
outras vezes, com sequência de imagens que se formam na mente e
expressam a preocupação que está na mente da pessoa. No campo
espiritual, DEUS se utiliza desses recursos da natureza humana para
falar aos seus servos. Não existe uma regra que favoreça a ideia de que
DEUS tenha que falar por meios de sonhos e visões. E apenas um modo pelo
qual DEUS se revela, tanto a crentes como a não crentes. Nabucodonosor
era um rei pagão que servia a outros deuses, mas o DEUS de Daniel usou
uma via indireta de revelar a esse rei o seu próprio futuro e o das
nações do mundo.
“e o seu espírito se perturbou, e passou-lhe o sono”
(2.1). Não foi a primeira vez que DEUS falou a pessoas que não lhe
serviam nem o reconheciam como DEUS. Nos tempos de Faraó do Egito,
quando a família de Israel ainda se formava, para ser o grande povo,
posteriormente, Jeová deu sonhos a Faraó. José, como escravo no Egito, é
vendido por seus irmãos, foi o homem que DEUS escolheu para aparecer
diante de Faraó e revelar-lhe os detalhes do seu sonho (Gn 41). O sonho
de Faraó tinha a ver com o seu próprio reino no Egito. Porém, a
Nabucodonosor, rei da Babilônia, DEUS revelou em sonho a política
mundial a partir do seu próprio império. Naturalmente, o seu sonho era
fruto de sua preocupação com o futuro do seu império. Ele se perturbou
em espírito porque precisava entender do que se tratava aquele sonho.
DEUS intervém de modo espetacular para honrar os seus servos que viviam
naquele palácio e Daniel foi lembrado como alguém que sabia interpretar
sonhos.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37-39.
A perplexidade em que se encontrava Nabucodonosor por
motivo de um sonho que havia tido, mas que havia esquecido (v. 1): Ele
teve uns sonhos, isto é, um sonho que consistia de diversas partes
distintas, ou que encheu o seu pensamento como se tivessem sido muitos
sonhos. Salomão fala de uma multidão de sonhos, estranhamente
incoerentes, nos quais há diversas vaidades (Ec 5.7). Esse sonho de
Nabucodonosor não tinha nada de mais em si além do que poderia ser
comparado com muitos sonhos comuns, nos quais são freqüentemente
representadas aos homens coisas tão estanhas quanto as que são
mencionadas aqui. Mas houve algo na impressão que causou nele, que
trouxe consigo uma incontestável evidência da sua origem divina e do seu
significado profético. Observe que os maiores homens não estão isentos,
mas estão ainda mais expostos aos cuidados e aflições da mente que
perturbam o seu descanso à noite, enquanto o sono do homem trabalhador é
doce e profundo, e o sono do homem sóbrio e moderado é livre dos sonhos
confusos. A abundância dos ricos não deixará que eles durmam por causa
da preocupação, e os excessos dos glutões e bêbados não deixarão que
eles durmam tranquilos por
causa dos sonhos. Mas o que foi registrado aqui não foi fruto de
causas naturais. Nabucodonosor era um perturbador do Israel de DEUS. Mas
DEUS aqui o perturbou, sim, porque aquele que criou a alma pode fazer a
sua espada se aproximar dela. Ele tinha os seus guardas ao seu redor,
mas eles não podiam impedir a perturbação do seu espírito. Não
conhecemos a inquietude de muitos que vivem em grande pompa e prazeres
deste mundo. Olhamos para dentro das suas casas, e somos tentados a
invejá-los. Mas, se pudéssemos olhar para dentro dos seus corações,
sentiríamos pena deles. Todos os tesouros e todos os prazeres dos filhos
dos homens que estavam sob o domínio desse poderoso monarca, não podiam
lhe conseguir um pequeno repouso quando o seu sono fugia devido às
perturbações da sua mente. Mas DEUS dá aos seus amados o sono, sim,
àqueles que consideram o Senhor como o seu descanso.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
Nabucodonozor teve um sonho que lhe tirou o sono. Seu
sonho perturbou
seu espírito (v.l). A palavra “perturbou” significa
golpear. O rei foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e
medo.
Seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos.
Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonosor.
Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não
podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém
maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por
algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Ficou
inseguro, inquieto e perturbado.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 41-42.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
“o rei mandou chamar” (2.2). O rei desafiou a habilidade
desse grupo de sábios, magos, adivinhos e encantadores dentro do palácio
para que revelassem o seu sonho e dessem a interpretação. Nabucodonosor
ficou agitado pelo sonho, mas o esqueceu. Entretanto, o rei sabia que o
sonho era importante e que trazia uma simbologia relacionada com o seu
reino e o seu futuro. Naqueles tempos os reis tinham a pretensão de
serem privilegiados com sonhos divinamente inspirados (1 Rs 3.5-14; Gn
20.3). Porém, quando não podiam interpretá-los, convocava os sacerdotes
caldeus que serviam na corte para que adivinhassem e interpretassem os
sonhos (1.4).
"magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus”
(2.2). O Império Babilônico tinha
uma mescla de culturas e religiões. Essa casta de “magos, astrólogos,
encantadores e caldeus (sábios)” serviam no palácio para prescreverem,
adivinharem, promoverem encantamentos e os caldeus eram próprios da
Babilônia. Os magos possuíam conhecimentos nas ciências ocultas; os
astrólogos procuravam ler os corpos celestes para predizerem eventos
futuros; os encantadores realizavam exorcismos e invocavam os espíritos
malignos e dos mortos; os caldeus pertenciam a uma casta de sacerdotes
dentro do Palácio que lidavam com mistérios e códigos próprios para
adivinharem e interpretarem sonhos. Neste contexto, Daniel e seus
companheiros ainda não faziam parte oficialmente dos que se apresentavam
diante do Rei, porque estavam no período do treinamento imposto pelo
Rei. Porém, a ira de Nabucodonosor se acendeu de tal modo que não
escaparia ninguém que estivesse dentro do palácio sem sofrer a pena do
rei.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 39-40.
Dn 2.2. Os magos, os encantadores, os feiticeiros e os
caldeus.
Feiticeiros. No hebraico, mekashshepîm. Possivelmente de uma raiz semita
significando "cortar"; daí, picar os elementos para poções mágicas e
fórmulas. Consequentemente o grego pharmakoi, isto é, farmacêutico.
Mestres modernos preferem uma ideia complementar
de "recitadores de ditos mágicos, feiticeiros". A mesma raiz aparece no
acadiano em relação a feiticeiros e feiticeiras. A prática da feitiçaria
é proibida pelo VT (Êx. 22:18, na Bíblia Hebraica, v. 17, feitiçaria,
no feminino; Dt. 18:10; Is. 47:9).
Caldeus. Não usado no amplo sentido
etnológico de 1:4, mas no estreito sentido profissional, indicando a
classe sacerdotal da religião babilônica. Embora seja usado neste
sentido apenas em Daniel, dentro dos livros bíblicos, era comumente
usado assim pelos escritores clássicos, dos quais o mais antigo é
Heródoto (Histories 1, 181, c. 440 A.C.; veja Driver, op. cit., págs.
12-16 e Young, op. cit., págs. 271-273). A maioria das autoridades
concorda que os quatro termos não foram usados indicativamente mas antes
distributivamente para incluir todas as categorias de conselheiros
reais.
Roy E.Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13).
“E os caldeus disseram ao rei em aramaico” (2.4). É
interessante destacar que o aramaico era a língua dos caldeus que se
originou na Mesopotâmia e se estendeu até o Ocidente. Como o aramaico
era a língua oficial do império, Daniel, conhecedor da língua, não só
falava o aramaico, mas a partir de Daniel 2.4 até ao final do capítulo 7
do seu livro, Daniel escreveu somente em aramaico, que era a língua
popular imposta pela Babilônia. Posteriormente, o povo judeu adotou o
aramaico como língua do dia a dia judaico até a chegada do domínio
grego. A língua grega foi adotada pelo povo judeu, mesmo que não
tivessem abandonado o hebraico tradicional do povo judeu.
A dificuldade dos caldeus e seus magos para trazerem à
tona o sonho do rei (2.4).
Nabucodonosor suspeita que os seus magos e
encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de engano
com vãs palavras e os ameaça com pena de morte (2.13). Essa casta de
sábios, magos e encantadores era mantida pelo palácio para prestarem
serviços especiais ao Rei. Porém, diante do desafio, eles foram
incapazes e inoperantes para revelarem o sonho do rei. Por isso, o rei
deu o decreto segundo o qual deviam ser mortos todos os sábios do
palácio, uma vez que não podiam resolver o problema do rei.
O conflitivo diálogo do Rei com os sábios e magos do
palácio (2.5-9).
Nenhum homem das castas sacerdotais e dos sábios
conseguiu descobrir o sonho do rei. A tensão palaciana provocou a ira do
rei que esperava daqueles homens respostas que eles não podiam dar.
Nenhum deles pode trazer à lembrança o sonho do rei. O rei ameaçou com a
pena de morte para aqueles sábios e magos que viviam à custa do palácio
e não podiam resolver o problema do rei. Estava entre os sábios do
palácio, Daniel e seus companheiros que acabaram por correr o risco de morte com os outros sábios
do palácio.
O desespero dos caldeus e sábios do palácio (2.10,11). Os
caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de
Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: “Não há ninguém sobre a terra que
possa declarar a palavra ao rei” (2.10). No versículo 11 está escrito
assim: “Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o
possa declarar diante do rei”. Ora, esses sábios e magos do palácio não
só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho, mas admitiam que,
apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam
que havia algo mais poderoso que eles. Referiam-se a “deuses cuja morada
não é com a carne” (v. 11). Todos os demais sábios do palácio eram
politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando
Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do Rei, disse-lhe:
“Há um DEUS no céu, o qual revela os mistérios” (2.28).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 40-41.
Dn 2.6 Mas se me declarardes o sonho e a sua
interpretação...
Qualquer indivíduo, dentre os magos, ou a coletividade
deles, se fosse capaz de dizer qual fora o sonho esquecido do rei, e
então o interpretasse corretamente, obteria riquezas e honras e seria
elevado a um alto ofício no reino. E o rei disse: “Portanto, agora façam
isso!”. Talvez o rei tenha raciocinado que, se um vidente não pudesse
lembrar o passado, então também não poderia predizer o futuro.
Dn 2.7,8 Responderam segunda vez, e disseram. Os magos
insistiram em ouvir primeiramente o sonho, mas este desaparecera da
memória do rei. Para preservar os sonhos, uma pessoa geralmente tem de
anotá-los por escrito imediatamente. Se não fizer isso, na maior parte
dos casos, os sonhos são esquecidos. Eles se encontram nos arquivos do
cérebro, mas não podem ser lembrados conscientemente. O rei acusou os “magos” de tentarem
“ganhar tempo”, pois falavam e não agiam (vs. 8). O rei mencionou
novamente despedaçá-los e destruir suas casas (vs. 5), caso eles não
conseguissem fazer o que era requisitado. E por causa dessa tremenda
ameaça eles tentavam ganhar tempo, esperando que algo acontecesse, sem
que tivessem de revelar sua total ignorância. Se eles continuassem
tentando ganhar tempo, o rei poderia esquecer a questão ou então
relembrar o sonho.
Dn 2.9 Isto é: Se não me fazeis saber o sonho... Aqueles
psíquicos profissionais ocupavam sua posição de confiança com o
conselheiros do rei, por serem capazes de realizar o seu serviço.
Se os magos não dessem resposta ao rei, não passariam de
mentirosos comuns. Eles tinham
acordado em enganar ao monarca. Continuavam a contar mentiras, esperando
alguma mudança da parte do rei, conforme é sugerido no vs. 8.
Dn 2.10,11 Não há mortal sobre a terra que possa revelar
o que o rei exige. Os psíquicos profissionais da Babilônia apelaram
então para a história. Não havia nenhum caso registrado de homem, rei ou
não, que tivesse feito tal exigência a um psíquico, para receber com
sucesso a resposta que buscava. Nabucodonosor exigia o tipo de coisa que
somente um deus seria capaz de realizar (vs. 11). Aqueles homens
confessaram as limitações de sua profissão, limitações que desaparecem
quando o ESPÍRITO de DEUS está envolvido.
Daniel mostrou estar à altura da tarefa. A sabedoria
humana, pois, aparece nesse caso com o débil, e esse é um dos grandes
temas do capítulo. “Os deuses não vivem no meio do povo" (afirmaram
eles), pelo que não podiam ser invocados para ajudar, Mas Yahweh, o DEUS
de Daniel, estava sempre presente, e daria poder a Seu servo para fazer
o que somente o poder divino era capaz de realizar. O judaísmo é
glorificado às expensas do paganismo, e esse é, igualmente, um tem a do
livro de Daniel. Aqueles magos tinham deuses deístas, os quais nunca
intervém na histeria humana, mas estão em algum outro lugar, ocupados em
seus próprios negócios.
Dn 2.12,13 Então o rei muito se irou e enfureceu.
Nabucodonosor perdeu a paciência e ordenou um decreto terrível: toda a
classe dos psíquicos profissionais (magos de vários tipos) seria
executada. Entre eles estavam Daniel e seus amigos. Torna-se óbvio,
através do vs. 13, que Daniel, em sua educação geral, fora treinado para
ser um dos sábios (o grupo combinado dos mágicos, astrólogos e
feiticeiros, vs. 2). Os judeus
naturalmente estabeleciam uma distinção: Daniel era inspirado por
Yahweh, e os demais eram dotados apenas de sabedoria humana, inspirados
quem sabe por qual tipo de poderes estranhos.
“ ... a coletividade inteira de sábios, que, de acordo
com Dan. 1.20, incluía Daniel e seus amigos. A expressão “sábios” ocorre
onze vezes no livro como nome geral para os sábios da corte, e duas
vezes (2.27 e 5.15) com o nome para uma classe como: astrólogos,
mágicos, encantadores. No Oriente Próximo, esses adivinhos, feiticeiros
sacerdotais etc. formavam uma espécie de classe. O rei estava decidido a
livrar-se daquele corpo inteiro de sábios. Decreto: A mesma palavra era
usada para indicar uma sentença judicial (vs. 9)”.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3378-3379.
As Exigências Impossíveis do Déspota (Dn 2.4-13)
Os representantes
sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os porta-vozes para o restante
do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema. Eles pediram
detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse
pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo
(9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo. Se a
habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua
interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara
da sua hipocrisia, porque não tinham meios de contar-lhe o sonho.
Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou
morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar
uma forma de sobrevivência. Quando descobriram que nem mesmo o rei
poderia ajudá-los porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como
a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram
impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e
ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja
morada não é com a carne (11).
Keil1 insiste em que o rei, na verdade, não tinha
esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das
habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os
detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles
teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de
descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma
farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu
justo destino. Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação
dos sábios havia se tornado desesperadora.
O castigo decretado por Nabucodonosor era bastante comum
entre os babilônios (veja 3.29). O despedaçamento de cativos de guerra
havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma
manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse
horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas,
tornando-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
A impotência dos sábios (v.10,11)
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente (v. 11).
Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas
não têm uma visão do DEUS pessoal, presente entre Seu povo (Is 57.15).
A prepotência dos poderosos (v.5,8,12,13)
Nabucodonosor revela
sua prepotência até mesmo na hora da perturbação de espírito. Ele
demonstrou isso de três maneiras. Primeiro, exigindo dos homens o que
eles não poderiam oferecer (v. 5,10,11). Há coisas que são impossíveis
aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da
Babilônia tinham limitações.
Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (v.
6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o
mundo aos seus pés. Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para
satisfazer um capricho pessoal (v. 5,8,9,12,13). O rei não respeitou a
limitação dos sábios. Acusou-os de esperteza (v. 8), conspiração (v. 9)
e determinou o extermínio sumário deles (v. 12). Reinhold Niebuhr diz
que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade,
é a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe,
mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova
que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem
satisfazem sua alma.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 42-43.
II – ATITUDE SÁBIA DE DANIEL
1. A cautela de Daniel (vv. 16-18).
A atitude de Daniel que adiou a sentença de morte dos
sábios da Babilônia Daniel “falou avisada e prudentemente com Arioque, o
capitão da guarda do rei” (2.14). Quando o chefe da Guarda do rei
recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a
Daniel e seus companheiros, Deu entrou em ação interferindo naquele
episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque e
pedir-lhe tempo para a execução ordenada pelo rei. Arioque deu a
entender que não poderia adiar o mandado do rei (2.15). Daniel pediu que
Arioque pedisse ao rei para ser ouvido e foi-lhe concedida a audiência
com o Rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque DEUS amenizou seu
coração para que a soberana vontade de DEUS prevalecesse naquele
situação. Foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do
Rei e ele, com respeito ao Rei e com palavras prudentes se identificou e
pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
Daniel pede tempo ao Rei para trazer a revelação (2.16).
Daniel foi ousado com a iniciativa de entrar na presença do rei e
pedir-lhe tempo a fim de poder trazer-lhe a revelação do sonho. Sua
ousadia não era essencialmente dele, porque Daniel tinha algo muito mais
forte que era a sua fé no seu DEUS, o DEUS de Israel. Daniel conhecia o
seu DEUS e havia entendido que nada há que não possa ser revelado por
Ele. Daniel convidou seus amigos para orarem ao Senhor com eficiência,
até porque suas vidas estavam sob a mesma pena emitida pelo rei contra
todos os sábios do palácio. Ele não agiu isoladamente, mas procurou seus
amigos Ananias, Misael e Azarias para orarem a DEUS e obterem a resposta
divina. Ele sabia que o mistério do sonho do rei só poderia ser revelado
através da oração. Ele sabia que a oração é o canal mais eficaz de obter
respostas de DEUS às nossas necessidades (2.17,18). Os sonhos são um dos
modos de DEUS falar com o homem e revelar sua vontade.
A revelação dos mistérios de DEUS pela oração (2.18,19)
“Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de
noite” (2.19). No versículo 18 está escrito que “Daniel foi para a sua
casa” que era o lugar da sua intimidade com DEUS, onde ninguém mais o
perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele
mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus,
bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com DEUS lhe
propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em
visão de noite. Uma prova indiscutível de que DEUS se utiliza desses
meios para revelar a sua glória aos seus servos.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 41-43.
Dn 2.16 Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o
tempo. Daniel aproximou-se ousadamente do rei, sem dúvida com a mediação
de Arioque (ver o vs. 24), solicitando uma entrevista pessoal. Dessa
forma, Daniel deixaria a questão descansar, satisfazendo a demanda do
rei por informações. Daniel dependia do auxílio da fonte divina, Yahweh.
Ele não tinha tal confiança em si mesmo. “A providência sem dúvida
influenciou sua mente. A Daniel seria concedido algum favor especial”
(Fausset, in loc.). A hora era de ousadia, e não de humildade, pelo que
o profeta agiu com grande decisão. A humildade seria apropriada para uma
ocasião menos dramática.
Dn 2.17 Então Daniel foi para casa. O Apoio da Oração.
Tanto a experiência quanto a experimentação (incluindo a de variedade
científica) mostram que a oração é m ais poderosa quando feita em grupo.
Energias espirituais geradas por pessoas unidas em um propósito não
podem ser geradas por indivíduos comuns. Dessa forma, Daniel buscou
apoio na oração. Ele apelou para seus três amigos. Quatro amigos tinham
uma só mente, e esperavam grandes coisas da parte de Yahweh.
Dn 2.18 Para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu.
‘Naquele tempo de testes, Daniel manteve a calma. Ele voltou para casa,
procurou seus três amigos, e, juntos, eles oraram pedindo misericórdia
da parte do DEUS do céu.
No contexto do livro de Daniel, aponta para Yahweh com o
o DEUS Altíssimo, em contraste com os deuses babilônicos ausentes (ver o
vs. 11). Os babilônios tinham uma espécie de deísmo idólatra, pois a
força criativa era vista com o inativa entre os homens, porquanto
abandonara sua criação às leis naturais. Em contraste com isso, a fé dos
hebreus era teísta. O teísmo ensina que o poder criativo continua no
universo, intervindo, recompensando e punindo, de acordo com as demandas
da lei moral. “O DEUS do céu é o equivalente judaico do nome cananeu
Ba’al samem.
Esse era o título que os persas usavam para referir-se ao
DEUS dos judeus. Parece que caiu de uso em tempos posteriores, por
assemelhar-se muito ao termo grego Zeus Ouranioá' (Arthur Jeffery, in
loc.).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3379.
DEUS Concede a Daniel a Interpretação (2.14-23)
Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da
convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os
sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados.
Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua
severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de
acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos
tão recentemente (1.19-20). Na presença de Nabucodonosor, Daniel
corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse
tempo. O rei, antes tão furioso com as manipulações desesperadas dos
sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceridade, firmeza e
confiança de Daniel.
A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de DEUS
que era. Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um
tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não
demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna,
ele irrompeu em um hino de louvor exultante a DEUS.
Roy E.Swim. Comentário Bíblico
Beacon.
Daniel.
Editora CPAD. Vol. 4. pag.
507.
A intervenção de Daniel (v. 14-18)
Daniel toma três atitudes importantes na solução daquele
intrincado problema. Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo
(v.16). Daniel tem iniciativa e ousadia. Ele não foge, não se esconde,
nem tenta enrolar o rei. Ele reconhece sua limitação, mas demonstra
confiança na intervenção divina.
Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (v.
17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de DEUS
ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia
que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos
reis, o Senhor DEUS Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de
termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em
oração, isto agrada a DEUS, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda
nas pessoas certas na hora da crise.
Em terceiro lugar, Daniel vai a DEUS e pede misericórdia
(v. 18). Ele ora ao DEUS do céu. O nosso DEUS está acima do céu, isto é,
acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto
os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o DEUS criador dos astros.
Ele revela sua fé no DEUS vivo. Daniel chega a DEUS pedindo
misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos.
pag. 43-44.
2. DEUS ainda revela mistérios (vv. 19-27).
Daniel oferece a DEUS sua ação de Graças pela revelação
(2.20-23)
Daniel exalta a DEUS reconhecendo que Ele tem todo o
poder e sabedoria acima do poder de Nabucodonosor e de todos os sábios e
poderosos do mundo. Só Ele poderia revelar, por sua onisciência, as
coisas obscuras ao homem comum. A resposta veio a Daniel em sonho pelo
qual ele bendisse ao Senhor (w. 19,20). Como Criador do universo, a
terra estava sob o seu controle e providência, porque só Ele tem o poder
de mudar o tempo e as estações do ano (v. 21;At 1.7).
Daniel teve a revelação e imediatamente foi procurar o
homem responsável por cumprir a ordem do rei. Contou-lhe o que DEUS lhe
revelara e pediu que o mais depressa possível o introduzisse à presença
do rei para contar-lhe a revelação do sonho real. A semelhança do que
DEUS revelou a José no Egito (Gn 41), Daniel foi agraciado por DEUS pela
revelação .
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 43.
Dn 2.19 Então foi revelado o mistério a Daniel. O
mistério do sonho do rei foi resolvido por meio de um a visão noturna.
Talvez esse termo fosse distinguido dos sonhos com o algo superior,
conforme se vê em Joel 2.28. Mas parece que no livro de Daniel o sonho
espiritual é considerado de mesmo nível que as visões. É verdade que na
experiência humana algum as vezes precisam os de uma orientação especial
que vem por meio da inspiração mística. A Daniel foi conferida essa
bênção, em sua hora de necessidade. Oh, Senhor, concedemos tal graça! O
próprio Daniel algum as vezes mostrou-se incapaz de obter orientação por
sua sabedoria, a qual era muito superior à nossa. Assim sendo, é óbvio
que, algumas vezes, precisam os de orientação especial por meio de
eventos extraordinários. Cf. este versículo com Gên. 46.2 e Jó 33.14,15.
Daniel e seus amigos oraram durante a noite, e eis que no meio da noite
a resposta chegou. Algumas vezes precisamos de respostas rápidas!
Daniel estava abordando um mistério, mas, através da
oração, até mistérios podem ser revelados pela sabedoria de DEUS (vs.
30)”.
Dn 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de DEUS. A
grande vitória alcançada foi a inspiração para o significativo hino de
agradecimento e louvor ao Poder que prestara grande favor aos jovens
judeus. Os que conhecem a literatura poética, conforme ela existia na
antiga nação de Israel, dizem-nos que o poema a seguir consiste em
quatro estrofes de três e quatro linhas, sendo corretamente classificado
como um hino. Trata-se de um tem a que louvava a sabedoria e o poder de
DEUS. Cf. I Cor. 1.24. DEUS intervém na história humana, e nós
agradecemos e O louvamos por isso. Encontramos sentimentos similares em
Sal. 41.13; Jó 12.12,12; Nee. 9.5 e Est. 1.13.
O segredo foi revelado facilmente, pois DEUS sabe de
tudo. A visão noturna deu a Daniel toda a informação de que ele
precisava, e eram informações salvadoras. A fonte dessas informações foi
o DEUS do céu. Ver as notas expositivas sobre o vs. 18 quanto a esse
título. A oração dos quatro amigos mostrou ser realmente poderosa.
Dn 2.27 Respondeu Daniel na presença do rei, e disse.
Daniel não piscou quando seu olhar encontrou o olhar do rei. Ele sabia
que tinha consigo a resposta divina. Ele concordou com os psíquicos
profissionais: somente um deus poderia resolver aquele caso (vs. 11).
Mas como Daniel tinha consigo o seu DEUS, tudo estava bem. A casta
inteira dos magos foi mencionada por suas partes constitutivas: sábios,
encantadores, magos, astrólogos, adivinhos, tal como se vê no vs. 2.
Eles estavam certos quanto a um detalhe. Eles não podiam, nem individual
nem coletivamente, solucionar o problema do rei. Porém, um único
indivíduo, com a ajuda divina, poderia resolver o problema do rei. E
Daniel era esse homem. O profeta, pois, estava mostrando a debilidade da
sabedoria divina, que não é inspirada pela Fonte divina de toda a
sabedoria; e é possível ser essa a mensagem principal que a história
tenciona ensinar. Pode ficar subentendido que os sábios da Babilônia não
conseguiriam solucionar o problema, mesmo que se consorciassem com os
deuses (falsas divindades). Há coisas que só podem ser resolvidas pelo
DEUS do céu (vs. 28). Poderes preditivos são atribuídos somente a DEUS.
Cf. Gên. 20.3; 41.16,25,28; Núm. 22.35. Estudos demonstram que o poder
de prever o futuro é uma habilidade natural da psique humana, e
certamente existem profetas não bíblicos na antiguidade e na
modernidade, Mas isso era ignorado pelos hebreus. Esse fato, porém, não
enfraquece o argumento de Daniel (vs. 28).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3379-3380.