Escrita Lição 2, CG, Moisés, um Líder Fiel à sua Casa, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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משה Mosheh
Moisés = “tirado”
1) o profeta e legislador, líder do êxodo
Porque
“Mar Vermelho”?
Possivelmente,
o mar vermelho recebe esse nome devido a uma espécie de alga avermelhada (Trichodesmium erythraeum)
que estão presentes no mar. Alguns ainda acreditam que o nome foi atribuído
pelas montanhas de cor rubra ricas em ferro que surge em alguns trechos
(Península do Sinai).
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Comentários BEP - CPAD
Êxodo 2.2 - a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele
era formoso, escondeu-o três meses.
O filho referido aqui é Moisés (v. 10; 6.20). Seu nascimento, seu
escape da morte e os anos da sua juventude foram dirigidos por Deus, para que
ele pudesse livrar Israel da escravidão. Todos os crentes precisam saber que
Deus também opera nas suas vidas, usando meios apropriados para cumprir a sua
vontade (ver Mt 2.13; Rm 8.28).
Êxodo 2.6 - E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino
chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
MENINOS DOS HEBREUS.
Gn 14.13 ABRÃO, O HEBREU. O termo hebreu pode inicialmente ter
sido aplicado a qualquer povo que vivia peregrinando de um lugar para outro,
vivendo em terras diferentes, como nômades. Posteriormente, veio a referir-se
especificamente a Abraão e aos seus descendentes (Êx 3.18; 5.3).
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A LEI DO PROCESSO: MOISÉS E O TESTE DO TEMPO - (Êx 2.1—4.31)
BILBIA DA LIDERANÇA CRISTÃ 2 EDIÇÃO - John C. Maxwell
Como Deus preparou Moisés para ser o homem que tiraria os hebreus
da escravidão egípcia? Deus não o preparou no espaço de um dia, mas ao longo do
tempo; não através de um acontecimento, mas com um processo. Obviamente, outras
pessoas antes de Moisés esperaram durante anos para que Deus cumprisse o seu
processo de desenvolvimento de liderança:
• Noé - esperou 120 anos antes que o dilúvio predito chegasse.
• Abraão - esperou 25 anos pelo filho prometido.
• Isaque esperou 20 anos por Esaú e Jacó.
• José - esperou 13 anos na prisão por um crime não-cometido.
• Jó - esperou talvez a vida toda, 60-70 anos, pela justiça de
Deus.
Deus prepara líderes num pote de barro, não num forno micro-ondas.
Mais importante do que a esperada meta é o trabalho que Deus realiza em nós
enquanto esperamos. A espera nos aprofunda e amadurece, nivela a nossa
perspectiva e amplia o nosso entendimento. Testes de tempo determinam se
podemos suportar períodos de preparação aparentemente infrutíferos e indica se
podemos reconhecer e aproveitar as oportunidades que se apresentarão em nosso
caminho.
QUANDO DEUS ESCOLHE UM LÍDER - (Êx 2.11—4.20)
Moisés fornece um maravilhoso estudo de caso de como Deus chama um
líder dentre uma multidão para realizar uma tarefa.
1.Deus dá ao líder um investimento emocional no trabalho.
Moisés alimentava a ideia de libertar os hebreus da
escravidão mesmo antes de Deus chamá-lo para a tarefa.
2. Deus afirma o líder através de outros.
Quando Moisés contou a Jetro a respeito do encontro que teve com
Deus na sarça ardente, seu sogro o afirmou.
3. Deus dá mentores ao líder.
Moisés pediu e recebeu ajuda de Jetro, Arão e outros.
4. Deus constrói sobre os pontos fortes, as experiências e o
histórico do líder.
Deus usou tudo que se encontrava no histórico de Moisés para
ajudá-lo a cumprir a sua vocação: a educação refinada que recebera no Egito;
seu conhecimento de Faraó; sua compreensão do Egito; e o tempo que passou no
deserto.
5. Deus, muitas vezes, purifica o caráter do líder no anonimato.
Moisés recebeu "educação teológica" de sua mãe e durante
40 anos no deserto.
6. Deus instila no líder o valor do trabalho duro.
Moisés pode não ter trabalhado muito no palácio do Egito, mas
aprendeu o valor do trabalho no deserto!
7. Deus ampara o líder com uma visão poderosa.
Moisés captou a visão da Terra Prometida muito antes do que os
escravos hebreus.
8. Deus traz outros na companhia do líder para compensar as
fraquezas dele.
Moisés contou com a ajuda de Arão como seu porta-voz, de Josué
como general e de Hur como apoiador de batalhas.
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O Nascimento de Moisés - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo)
AT e NT
Êxodo 2. 1-4
Moisés era um levita, tanto por parte de pai como de mãe.
Jacó deixou Levi sob marcas de desgraça (Gn 49.5). No entanto, logo depois,
Moisés aparece como um descendente dele, para que pudesse tipificar a Cristo,
que veio em semelhança de carne de pecado e se fez maldição por nós. Esta tribo
começou a se distinguir das demais pelo nascimento de Moisés, como depois se
tornou notável em muitos outros casos. Observe, a respeito deste recém-nascido:
I
Como ele foi escondido. Parece ter sido exatamente na época
de seu nascimento que a lei cruel foi feita para o assassinato de todos os
meninos dos hebreus. E muitos, sem dúvida, pereceram pela execução dela. Os
pais de Moisés tiveram Miriã e Arão, ambos mais velhos que ele, nascidos antes
deste decreto ser emitido, e os tinham criado sem este perigo. Mas aqueles que
começam a sua jornada no mundo em paz não sabem que dificuldades poderão
enfrentar. Provavelmente a mãe de Moisés estivesse extremamente ansiosa pela
expectativa de seu nascimento, agora que este decreto estava em vigor, e
estivesse pronta para dizer: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não
geraram, Lucas 23.29. Melhor assim do que gerar filhos para o matador, Oséias
9.13. No entanto, esta criança prova a glória da casa de seu pai. Dessa
maneira, Deus mostra que é capaz de transformar aquilo que mais tememos em
nossa maior alegria. Observe a beleza da providência: exatamente na época em
que a crueldade do Faraó se levantou na sua máxima intensidade, o libertador
nasceu, embora só tenha se manifestado muitos anos mais tarde. Note que quando
os homens estão planejando a ruína da igreja, Deus está preparando a sua
salvação. Moisés, que depois disso tiraria Israel desta casa de servidão,
estava correndo o risco de ser sacrificado pela fúria do opressor. Ao dispor a
situação desta forma, o Senhor Deus estaria trazendo um grande incentivo a
Moisés: quando este fosse, mais tarde, informado da maneira como foi guardado
pelo Deus bondoso, ele poderia estar mais animado com um zelo santo pela
libertação de seus irmãos das mãos de homens tão sanguinários.
1. Seus pais observaram que ele era uma criança formosa, tendo uma
beleza superior à beleza comum. Ele era mui formoso para Deus, Atos 7.20. Eles
julgavam que Moisés tinha um brilho no semblante que era algo mais que humano.
Era uma amostra do brilho que o seu rosto teria mais tarde, Ex 34.29. Observe
que Deus às vezes concede demonstrações prévias dos seus dons, e se manifesta
cedo na vida daqueles para quem e por quem Ele planeja fazer grandes coisas.
Assim o Senhor colocou uma força prévia em Sansão (Jz 13.24,25), uma prontidão
prévia em Samuel (1 Sm 2.18), operou uma libertação prévia para Davi (1 Sm
17.37), e começou a trabalhar cedo na vida de Timóteo, 1 Timóteo 3.15. 2.
Portanto, eles eram os mais solícitos para a sua preservação, porque
consideravam isto como uma indicação de algum propósito bondoso de Deus em
relação a ele, e um feliz prognóstico de algo grande. Observe que uma fé viva e
ativa pode obter os seus estímulos a partir da menor sugestão do favor divino.
Uma pista misericordiosa da Providência encorajará aqueles cujos espíritos
fazem uma busca diligente. Durante três meses eles o esconderam em algum cômodo
privado de sua própria casa, embora provavelmente sob o risco de suas próprias
vidas, se o menino fosse descoberto. Nisto Moisés tipificava Cristo, que, em
sua infância, foi forçado a fugir para se esconder, também no Egito (Mt 2.13),
e foi extraordinariamente preservado, enquanto muitos inocentes foram mortos.
Foi dito (Hb 11.23) que os pais de Moisés o esconderam pela fé. Alguns acham
que eles tiveram uma revelação especial de que o libertador deveria vir de seus
lombos. Porém, eles tinham a promessa geral da preservação de Israel, pela qual
tinham fé, e nesta fé esconderam o seu filho, não tendo medo da penalidade que
acompanhava o decreto do rei. Observe que a fé na promessa de Deus está tão
longe de ser suplantada, que ela, antes, estimula e promove o uso de meios
legítimos para a obtenção da misericórdia. O dever é nosso, porém os resultados
são de Deus. Além disso, a fé em Deus nos colocará acima do temor das
armadilhas dos homens.
II
Como ele foi exposto. No final de três meses, provavelmente
quando os investigadores chegaram às redondezas procurando crianças escondidas,
como os pais já não podiam escondê-lo por mais tempo (a fé deles talvez
começasse agora a esmorecer), colocaram-no em uma arca de juncos à borda do rio
(v. 3) e posicionaram sua irmã a certa distância para observar o que
aconteceria com ele, e em mãos de quem cairia, v. 4. Deus colocou esta atitude
em seus corações para cumprir os Seus próprios propósitos, para que Moisés
pudesse por meio disto ser levado para as mãos da filha do Faraó, e que esta
libertação do perigo iminente servisse como uma figura da libertação da igreja
de Deus, que agora está assim exposta. Observe que:
1. Deus tem um cuidado especial pelos dispersos de Israel (Sl
147.2). Eles são os seus desterrados, Isaías 16.4. Moisés parecia bastante
abandonado pelos seus amigos, e nem mesmo a sua própria mãe ousou reconhecê-lo.
Mas agora o Senhor o tomou e o protegeu, Salmos 27.10.
2. Em tempos de extrema dificuldade é bom depositarmos toda a
nossa confiança na providência de Deus. Desse modo, se tivessem exposto o seu
filho, enquanto poderiam tê-lo preservado, teriam tentado a Providência. Mas,
quando não puderam, confiaram na Providência. “Quem não arrisca, não pode
ganhar”. “Se eu perecer, pereço”.
O Livramento de Moisés - Êxodo 2. 5-10
Aqui temos:
I
Moisés salvo da morte.
Venha ver o lugar onde o grande homem jazia quando era pequeno.
Ele jazia em um cesto de junco à margem do rio. Se ele tivesse permanecido ali,
em pouco tempo teria morrido de fome, se não tivesse sido, antes disso,
submerso pela água ou devorado por um crocodilo. Se ele tivesse caído nas mãos
de qualquer outra pessoa que não fossem as de quem ele caiu, não fariam, ou não
ousariam fazer outra coisa a não ser lançá-lo diretamente para dentro do rio.
Mas a Providência trouxe para ali não menos que a filha do Faraó, exatamente
para aquela junção, dirigindo-a até o lugar onde estava este menino abandonado,
levando-a a se compadecer dele em seu coração, o que ela ousa fazer quando
ninguém mais ousaria. Jamais uma criança chorou em um momento tão oportuno como
este: O menino chorava. Este choro, aliado à formosura do menino, despertou a
compaixão da princesa, vv. 5,6. Observe:
1. Certamente têm o coração endurecido, aqueles que não sentem uma
terna compaixão por uma criança desamparada. De que forma bela e comovente o
Senhor Deus representa a sua compaixão pelos israelitas em geral, a despeito do
estado deplorável em que se encontram! Ezequiel 16.5,6.
2. É muito louvável que as pessoas que possuem qualidades
reconheçam as aflições dos desafortunados, e sejam prestativas e caridosas para
com eles.
3. O cuidado que o Deus bondoso teve para conosco em nossa
infância deveria ser frequentemente mencionado por nós, para o seu louvor.
Embora não estivéssemos assim expostos (e isto pela misericórdia de Deus),
muitos foram os perigos pelos quais estivemos cercados na nossa infância, dos
quais o Senhor nos livrou, Salmos 22.9,10.
4. Deus frequentemente levanta amigos para o seu povo, mesmo entre
os seus inimigos. O Faraó cruelmente busca a destruição de Israel, mas a sua
própria filha caridosamente se compadece de um menino hebreu, e não apenas
isso, mas, sem ter esta intenção, preserva o libertador de Israel. Ó Senhor,
quão maravilhosos são os teus conselhos!
II
Moisés é deixado com uma boa ama, nada menos que a sua
própria e querida mãe, vv. 7-9. A filha de Faraó acha conveniente que ele tenha
uma ama hebreia (considerando que este seria um gesto de compaixão, que a
criança fosse amamentada por uma mulher de seu próprio povo), e a irmã de
Moisés, com habilidade e bom trato, apresenta a mãe para a função de ama, para
grande benefício do menino. Porque não há ninguém melhor do que a própria mãe
para cuidar de seu filho. E aquelas que recebem bênçãos tanto para os seios
como para o ventre não serão justas se não as dedicarem às crianças por amor às
quais recebem estas bênçãos. Tudo isto também foi uma satisfação indescritível
para a mãe, que recebeu o seu filho como se tivesse ressuscitado da morte. E
agora ela poderia desfrutá-lo sem medo. Podemos supor que a alegria desta mãe
diante desta feliz reviravolta dos acontecimentos tenha sido suficiente para
revelar que ela era a mãe verdadeira (se houvesse qualquer suspeita disso) até
mesmo para um olhar menos discernidor do que o de Salomão, 1 Reis 3.27.
III
Moisés é honrado como filho da filha de Faraó (v. 10).
Parece que os seus pais não tinham em vista apenas a necessidade, ao cuidarem
dele para a filha do Faraó, mas estavam muito felizes pela honra feita, desse
modo, ao seu filho. Porque os sorrisos do mundo são tentações mais fortes do
que as suas caras fechadas, e mais difíceis de resistir. A tradição dos judeus
diz que a filha de Faraó não tinha filhos, e que era a filha única de seu pai,
de forma que quando ele foi adotado como seu filho, passou a ter direito à
coroa. Embora seja certo que ele estivesse destinado a desfrutar tudo o que a
corte tivesse de melhor no momento devido, neste ínterim Moisés teve a vantagem
de receber a melhor educação e o melhor desenvolvimento que a corte poderia
oferecer. Este preparo, aliado a uma grande capacidade pessoal, fez com que
Moisés se tornasse mestre em todo o conhecimento legítimo dos egípcios, Atos
7.22. Observe:
1. A Providência às vezes se alegra ao levantar os pobres do pó
para colocá-los entre os príncipes, Salmos 113.7,8. Muitos que, por seu
nascimento, parecem marcados para a obscuridade e a pobreza, através de eventos
surpreendentes da Providência são trazidos para se sentarem na extremidade
superior do mundo. Assim os homens passam a saber que o Céu governa todas as
coisas.
2. O precioso Deus sempre conhece a maneira mais adequada para
qualificar e preparar com antecedência aqueles que Ele nomeia para lhe prestar
grandes serviços. Moisés, sendo educado em uma corte, é o homem mais adequado
para ser um príncipe e rei em Jesurum. Tendo recebido a sua educação em uma
corte instruída (pois assim era a corte egípcia naquela época), Moisés era o
homem mais capacitado para ser um historiador. E pelo fato de ter sido educado
na corte egípcia, Moisés é o homem mais adequado para ser empregado, em nome de
Deus, como um embaixador para esta corte.
IV
Moisés recebe o seu nome. Os judeus nos contam que seu pai,
em sua circuncisão, o chamou de Joaquim, mas a filha do Faraó o chamou de
Moisés, que significa “Tirado das Águas”. Este é o significado do seu nome no
idioma egípcio. O fato de o legislador judeu ser chamado por um nome egípcio é
um feliz presságio para o mundo gentílico, e dá esperança daquele dia em que
será dito: Bendito seja o Egito, meu povo, Isaías 19.25. E a sua educação na
corte foi um cumprimento parcial desta promessa, como um adiantamento, Isaías
49.23: E os reis serão os teus aios, e as suas princesas, as tuas amas.
Moisés Mata um Egípcio.
Moisés Repreende um Hebreu Contencioso - Êxodo 2. 11-15
Moisés agora tinha passado os primeiros quarenta anos de sua
vida na corte do Faraó, preparando-se para a sua função. E agora era a hora
dele entrar em ação, e:
I
Ele corajosamente reconhece e assume a causa do povo de
Deus: Moisés, já adulto, saiu a seus irmãos e atentou nas suas cargas, v. 11. A
melhor exposição destas palavras veio de uma pena inspirada, Hebreus 11.24-26,
onde somos informados de que através disto, ele expressou:
1. O seu santo desprezo pelas honras e prazeres da corte egípcia;
Moisés se recusava a ser chamado filho da filha de Faraó, porque ele saiu. A
tentação era na verdade muito forte. Ele teve uma boa oportunidade (como
dizemos) de fazer a sua fortuna, de ter sido útil também a Israel, através de
sua influência na corte. Ele era devedor – tanto por gratidão como pela questão
da sucessão – à filha de Faraó. No entanto, pela fé ele obteve uma vitória
gloriosa sobre a sua tentação. Ele considerava uma honra e vantagem muito maior
ser filho de Abraão, do que ser filho da filha de Faraó.
2. Sua terna preocupação por seus pobres irmãos em servidão, com
quem (embora pudesse facilmente ter evitado) ele escolheu sofrer a aflição. Ele
olhou para as suas cargas não só como alguém que tinha compaixão deles, mas que
estava decidido a se arriscar com eles. E, se fosse necessário, arriscar-se por
eles.
II
Ele dá uma amostra das grandes coisas que, mais tarde,
deveria fazer por Deus e pelo seu Israel. Dois exemplos foram relatados
particularmente por Estevão (At 7.23ss.) com o propósito de mostrar como
hebreus haviam sempre resistido ao Espírito Santo (v. 51), e até mesmo ao
próprio Moisés, quando ele apareceu pela primeira vez como seu libertador,
fechando os seus olhos intencionalmente contra este alvorecer do seu
engrandecimento. Moisés encontrava-se, sem dúvida alguma, sob uma direção e um
impulso divinos naquilo que fazia, naquilo que ele foi de um modo
extraordinário chamado por Deus para fazer. Agora observe:
1. Moisés foi, depois disso, usado para lançar as pragas contra os
egípcios pelos maus tratos que haviam infligido sobre o povo de Deus. E, como
uma amostra disso, ele matou o egípcio que estava espancando o hebreu (vv.
11,12). Provavelmente fosse um dos maiorais egípcios, a quem ele encontrou
maltratando seu escravo hebreu. Alguns pensam que o escravo fosse um parente de
Moisés, um homem da mesma tribo. Foi com uma autorização especial do céu (que
não faz um precedente em casos comuns) que Moisés matou o egípcio, e salvou o
seu irmão oprimido. A tradição judaica diz que ele não matou o egípcio com
qualquer arma, mas – como Pedro matou Ananias e Safira – com a palavra de sua
boca. O fato de ele ter escondido o egípcio na areia significava que no futuro
Faraó e todos os seus egípcios deveriam, sob o controle da vara de Moisés, ser
sepultados na areia do Mar Vermelho. O fato de ter tido o cuidado de executar
esta justiça de forma privada, quando nenhum homem viu, eram uma prudência e
uma cautela necessárias, e esta situação foi apenas um ensaio. E talvez a sua
fé ainda fosse fraca, e tenha tido alguma hesitação em seu ato. Aqueles que
chegam a ser homens de grande fé começam com uma pequena fé, e a princípio
falam tremendo.
2. Moisés, depois disso deveria ser usado para governar Israel, e,
como uma amostra disso, podemos vê-lo aqui tentando acabar com uma controvérsia
entre dois hebreus. Todavia ele é forçado (como mais tarde, por quarenta anos)
a tolerar a conduta deles. Observe aqui:
(1) A infeliz discussão que Moisés observou entre dois hebreus, v.
13. O motivo não foi revelado. Mas, a despeito do que tenha sido, certamente
era muito inoportuno que os hebreus brigassem uns com os outros quando todos
eles eram oprimidos e governados com rigor pelos egípcios. Como se não fossem
espancados o suficiente pelos egípcios, eles deveriam bater uns nos outros?
Note: [1] Nem mesmo os sofrimentos compartilhados são capazes de unir o povo
que se diz pertencente a Deus, na medida em que se poderia esperar. [2] Quando
Deus levanta instrumentos de salvação para a igreja, eles acharão o suficiente
para fazer, não só com os egípcios opressores, para detê-los, mas com os
israelitas contenciosos, para reconciliá-los.
(2) A maneira que Moisés encontrou para lidar com eles. Ele indicou
aquele que causou a divisão, aquele que estava errado, e brandamente argumentou
com ele: Por que feres o teu próximo? O egípcio injurioso foi morto, mas o
hebreu injurioso foi apenas repreendido, porque o que o primeiro fez foi com
uma maldade arraigada, enquanto o que o segundo fez, podemos supor, foi apenas
o resultado de uma provocação repentina. O Deus sábio faz, e, conforme o seu
exemplo, todos os governantes sábios fazem, uma diferença entre um transgressor
e outro, de acordo com as várias qualidades da mesma transgressão. Moisés
tentou fazer com que eles se tornassem amigos, o que era uma boa ação. Assim,
encontramos a Cristo frequentemente reprovando as disputas de seus discípulos
(Lc 9.46ss.; 22.24ss.), porque ele era um profeta como Moisés, um profeta
curador, um pacificador, que visitava seus irmãos com o propósito de eliminar
toda a inimizade. A censura que Moisés apresentou nesta ocasião ainda pode ser
útil: Por que feres o teu próximo? Observe que ferir nossos companheiros é algo
muito ruim, especialmente entre Hebreus, ferindo com a língua ou com as mãos,
seja em forma de perseguição, luta ou contenda. Considere a pessoa a quem
feres. É teu companheiro, da mesma origem, teu irmão em Cristo, é teu conservo,
que sofre contigo. Considere a causa, Por que feres? Talvez seja uma atitude
absolutamente sem causa, ou totalmente desprovida de uma causa justa, ou ainda
por algo que nem mesmo seja digno de ser mencionado.
(3) O fracasso de sua tentativa (v. 14): Quem te tem posto a ti
por maioral e juiz sobre nós? Aquele que agiu errado discutiu desse modo com
Moisés. Parece que a parte ofendida era bastante inclinada à paz, mas o ofensor
se mostrou melindroso. Observe que é sinal de culpa ser impaciente diante de
uma repreensão. E é frequentemente mais fácil persuadir o ofendido a tomar
sobre si a injustiça do que fazer com que o ofensor admita ter agido errado.
Veja 1 Coríntios 6.7,8. Foi uma censura muito sábia e moderada a que Moisés fez
a este hebreu briguento, mas o homem contencioso não conseguiu suportá-la, e
recalcitrou contra os aguilhões (At 9.5), rebatendo a pergunta do seu
reprovador com outra pergunta. [1] Ele desafia a autoridade de Moisés: Quem te
tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Um homem não precisa de grande
autoridade para fazer uma censura amistosa, sendo este um ato de bondade. No
entanto, este homem a interpretou como um ato de domínio, e classifica o seu
reprovador como imperioso e pretensioso. Desse modo, quando as pessoas não
gostam de uma boa palavra, ou de uma admoestação oportuna, eles chamam a isto
de pregação, como se um homem não pudesse falar nenhuma palavra da parte de
Deus e contra o pecado, sem estar sendo pretensioso e arrogante. No entanto,
Moisés era na verdade príncipe e juiz, e sabia disto, e pensou que o hebreu
teria entendido isso, e fez uma intervenção na discussão. Mas eles permaneceram
em seu próprio juízo, e o repeliram, Atos 7.25,27. [2] Ele o repreende pelo que
havia feito ao matar o egípcio: Pensas matar-me? Veja que construções vis a
maldade coloca sobre as melhores palavras e ações. Moisés, por reprová-lo é
imediatamente acusado de tencionar matá-lo. Um atentado contra o seu pecado foi
interpretado como um atentado contra a sua vida. E o fato de Moisés ter matado
o egípcio foi suficiente para justificar a suspeita. Como se Moisés não fizesse
diferença entre um egípcio e um hebreu. Se Moisés, para fazer justiça a um
hebreu injustiçado, arriscou a própria vida matando um egípcio, o homem
contencioso deveria, portanto, ter se sujeitado a Moisés, não só como um amigo
dos hebreus, mas como um amigo que tinha mais do que poder e zelo comuns. Mas o
homem lança isto diante de Moisés como um crime que foi corajosamente
praticado, quando, na realidade, era uma amostra da libertação prometida. Se os
hebreus tivessem entendido a sua atitude, e se unido a Moisés como seu líder e
comandante, é provável que eles tivessem sido libertos naquela ocasião. Mas,
desprezando o seu libertador, a sua libertação foi de forma justa adiada, e a
sua servidão prolongada por quarenta anos. Da mesma forma, mais tarde, o seu
desprezo por Canaã os manteve fora dela por mais quarenta anos. Eu quis, mas
vós não quisestes. Observe que os homens não sabem o que fazem, nem que
inimigos eles são de seus próprios interesses, quando resistem e desprezam
reprovações e reprovadores fiéis. Quando os hebreus discutiram com Moisés, Deus
o enviou a Midiã, e eles ficaram sem ouvir falar dele por quarenta anos. Assim,
as coisas que pertenciam à paz deles ficaram ocultas de seus olhos, porque não
conheceram o dia da sua visitação. Quanto a Moisés, podemos considerar que isto
foi um grande desalento e desânimo para ele. Ele agora estava escolhendo sofrer
a aflição com o povo de Deus, e abraçando o opróbrio de Cristo. E agora, em sua
primeira saída, enfrentar esta aflição e reprovação por parte deles foi uma
provação muito dolorosa de sua decisão. Ele poderia ter dito: “Se este for o
espírito dos hebreus, eu irei para a corte novamente, e serei o filho da filha
de Faraó”. Observe que, em primeiro lugar, devemos ter cuidado para não nos
opormos aos caminhos de Deus e ao seu povo por causa das loucuras e
aborrecimentos de algumas pessoas em particular, que professam a religião. Em
segundo lugar, não é nenhuma novidade para os melhores amigos da igreja enfrentar
grande oposição e desestímulo em sua cura, tentativas de salvação, até mesmo
dos filhos de sua própria mãe. O próprio Cristo foi desprezado pelos
edificadores, e ainda é rejeitado por aqueles que Ele salvaria com muita
alegria.
(4) A fuga de Moisés para Midiã, em consequência disso. A afronta
feita a Moisés estava comprovadamente longe de ser algum gesto de bondade a
ele. Isto o fez entender que a morte do egípcio fora descoberta, e assim ele
teve tempo para fugir. Caso contrário, a ira do Faraó poderia tê-lo
surpreendido e o matado. Observe que Deus pode controlar até mesmo o
antagonismo de línguas, de forma a, de um modo ou de outro, trazer o bem ao seu
povo em meio às situações mais adversas. A informação foi dada a Faraó
(possivelmente foi levada pelo próprio hebreu a quem Moisés repreendeu) de que
ele havia matado o egípcio. As ordens para a prisão de Moisés são logo
decretadas, o que o obrigou a se mudar em benefício de sua própria segurança,
fugindo para a terra de Midiã, v. 15. [1] Moisés fez isto querendo preservar a
sua própria vida. Se esta sua saída do Egito for a que o escritor aos Hebreus
se refere como tendo sido feita pela fé (Hb 11.27), isto nos ensina que em
qualquer momento que estejamos em dificuldade e perigo por termos feito a nossa
obrigação, a graça da fé será de bom uso a nós ao usarmos métodos adequados
para a nossa própria preservação. Embora ali tenha sido dito que ele não temeu
a ira do rei, aqui é dito que ele temeu, v. 14. Isto significa que ele não
temeu com um temor de desconfiança e espanto, o qual enfraquece e traz
tormentos, mas com um temor ligado à diligência, que o impulsionou a tomar este
caminho que a Providência lhe abriu para a sua própria preservação. [2] Deus
ordenou isto por motivos sábios e santos. As coisas ainda não estavam maduras
para a libertação de Israel. A medida da iniquidade do Egito ainda não estava
cheia. Os hebreus não estavam suficientemente humilhados, nem estavam
aumentados em um número suficiente pretendido por Deus; Moisés ainda deveria
ser preparado para este serviço, e por esta razão é instruído a se retirar
naquele momento, até que o tempo de beneficiar Israel, sim, o tempo
estabelecido, chegasse. Deus dirigiu Moisés até Midiã porque os midianitas eram
da semente de Abraão, e mantinham a adoração ao Deus verdadeiro entre si, de
forma que ele teria uma estada não só segura, mas confortável entre eles. E
através desta terra ele mais tarde conduziria Israel, a nação perante a qual
(para que ele pudesse fazer o melhor) ele agora tinha a oportunidade de se
fazer conhecido. Ali ele chegou, e assentou-se junto a um poço, cansado e
pensativo, confuso, e esperando para ver em que caminho a Providência o
guiaria. Esta foi uma grande mudança para Moisés, visto que há apenas poucos
dias estava tranquilo na corte do Faraó. Assim Deus testou a sua fé, e foi
achada digna de louvor e honra.
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O AGENTE DE LIBERTAÇÃO (2: 1-4: 31) - Comentário Bíblico Wesleyana
1. O nascimento de Moisés ( 2: 1-10 )
1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma filha
de Levi. 2 A mulher concebeu
e deu à luz um filho; e quando ela viu que ele era uma criança formoso,
escondeu-o três meses. 3 E quando ela já não podia escondê-lo,
tomou para ele uma arca de juncos, e rebocam de lodo e com frequência; e
ela colocou a criança no seu interior, e colocou-o nas bandeiras na beira do rio. 4 E sua irmã postou
de longe, para saber o que seria feito com ele. 5 E a filha de
Faraó desceu para banhar-se no rio; e as suas donzelas passeavam à beira
do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada
buscá-la. 6 E ela abriu-a e viu a criança, e eis que o menino
chorava. E ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus. 7 Então disse sua
irmã à filha de Faraó: Irei e chamar-te uma enfermeira das hebréias, que ela
pode amamentar o menino para ti? 8 E a filha de Faraó
disse-lhe: Vai. E a moça foi e chamou a mãe da criança. 9 E
a filha de Faraó lhe disse: Leva este menino, e cria-me, e eu te darei o teu
salário. E a mulher tomou o menino, e criou-lo. 10 E o menino
crescia, e ela o trouxe à filha de Faraó, e ele tornou-se seu filho. E
chamou o seu nome a Moisés, e disse: Porque o tirei da água.
Foi com este pano de fundo da opressão e da tentativa de
aniquilação de meninos infantis que o personagem principal do Êxodo entrou em
cena. Um homem levita casou com uma mulher levita. Seus nomes são
revelados mais tarde a ser Amram e Joquebede ( 06:20 ). Três de
seus filhos são mencionados nas Escrituras, tanto Miriam e Arão são mais velhos
do que Moisés.
Quando o
terceiro filho nasceu, Joquebede viu que ele era um formosa (belo, bonito) criança . Para
a afeição natural ela teria sentido que a criança fora adicionado o fato
inegável de que ele estava bem formado, saudável, tendo uma grande promessa
para o futuro. Ele era uma criança por quem se poderia muito bem se dar ao
luxo de assumir um alto risco. O autor de Hebreus declara que a aparência
promissora da criança se tornou a base para a fé de seus pais em o preservar ( Heb. 11:23 ). Como
resultado, sua mãe o escondeu durante três meses . Mas, então, a
crescente vigor de seu choro se tornou cada vez mais alto e perigoso. Então
ela fez um pequeno cesto das plantas de papiro que cresceram em profusão ao
longo das margens do rio Nilo, revestidos com lodo (o betume ou
asfalto da região do Mar Morto) e colocou seu filho na mesma, e o enviou flutuando
entre os juncos ao longo da margem do rio. Miriam foi colocada por perto
para ver o que iria acontecer. Pouco tempo depois, a filha de Faraó desceu para
banhar-se no rio, e viu o pequeno cesto para o qual enviou uma de suas
servas para buscá-lo . Quando ela abriu o cesto, o bebê estava
chorando e seu coração foi tocado. Ela imediatamente o reconheceu como um
dos bebês hebreus. Miriam em seguida, correu para a frente e ofereceu-se
para encontrar uma ama hebreia para amamentar o bebê. A filha de Faraó
concordou, e Joquebede foi contratada para cuidar de seu próprio bebê. Após
a criança crescer, Joquebede levou-o a filha de Faraó, e ele aparentemente foi
formalmente adotado como seu filho. A filha de Faraó chamou Moisés,
dizendo: Porque o tirei da água (cf. Heb. 11: 24-26 ;
o nome de Moisés tem uma relação em som tanto para uma palavra egípcia, mesu ,
um substantivo que significa "criança" ou "filho" de um
verbo que significa "produzir" ou "para desenhar por
diante", e uma palavra hebraica, Mashah ,
que significa "tirar").
Se a data de início para o Êxodo é correto, como o presente
escritor afirma, Moisés nasceu no reinado de Tutmosis I (1525-1508 a.C). Este
faraó tinha uma filha excepcional, Hatshepsut, que mais tarde praticamente
governou o Egito como rainha-regente, nos primeiros anos de seu enteado e
filho-de-lei, Tutmés III. É bem possível que ela era a pessoa que adotou
Moisés. A lei egípcia impediu de tornar-se rainha de fato. Ela provavelmente
não estava em sintonia com a crueldade de seu pai. Mas, em qualquer caso,
as providências de Deus novamente anulava a própria ira do homem, usando a
opressão do Faraó para garantir a Moisés um lugar na própria corte real, onde
recebeu preparação inestimável para a sua missão mais tarde, a ser
"instruído em toda a ciência dos os egípcios "( Atos 7:22 ). Não haveria
em parte alguma melhor educação secular na idade de Moisés.
A naturalidade da definição de história de Moisés e as suas
consequências, a inclusão dele no registro divinamente inspirada, o selo de
aprovação colocado em cima dele inspirou escritores do Novo Testamento e todos
insistem que a história de Moisés é um fato, bem como uma fascinante história.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Esboço da Lição
1- MOISÉS, UM HEBREU NO EGITO
1-1- Salvo das águas
1-2- Instruído em toda sabedoria e ciência do Egito
2- MOISÉS, UM HEBREU PELOS HEBREUS
2-1- O grande líder não rejeita suas origens
2-2- O grande líder é forjado pelo Senhor
2-2-1- O chamado
2-2-2- O retorno
2-3- O grande líder é comparável ao Líder dos líderes, JESUS
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Êxodo 2.1-10
1 - E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de
Levi.
2 - a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era
formoso, escondeu-o três meses.
3 - Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos
e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à borda
do rio.
4 - E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe
havia de acontecer.
5 - E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas
donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e
enviou a sua criada, e a tomou.
6 - E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e
moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.
7 - Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma
ama das hebreias, que crie este menino para ti?
8 - E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a
mãe do menino.
9 - Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo;
eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o.
10 - E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a
qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho
tirado.
TEXTO ÁUREO
Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi
Moisés em toda a sua casa. Hebreus 3.2
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 2 Timóteo 2.13 A fidelidade é intrínseca à natureza de
Deus
3ª feira – Salmo 101.6 Deus procura os fiéis da terra
4ª feira – Gálatas 5.22 A fidelidade é fruto do Espírito
5ª feira – Hebreus 3.5,6 A fidelidade de Moisés se equipara à de
Cristo
6ª feira – Mateus 11.24 A fidelidade do crente requer dele
renúncia
Sábado – 1 Coríntios 4.2 A fidelidade é uma virtude obrigatória ao
líder cristão
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de entender
que:
- a fidelidade é uma virtude pessoal de quem preza por sua
identidade;
- a fidelidade moral é uma virtude de quem sabe enxergar a
diferença entre o certo e o errado;
- a fidelidade espiritual é uma virtude de quem ouve a voz de Deus
e lhe obedece.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, nossos estudos sobre modelos de liderança partem
da Escritura Sagrada, não de técnicas ou metodologias destinadas à preparação
de chefes, gestores ou comandantes em categorias específicas — como na política,
economia, educação etc. Cada personagem bíblico explorado nesta revista
apresenta um traço de liderança digno de observação. Teríamos muito o que falar
sobre as características da liderança de Moisés, mas nos deteremos a considerar
um relevante aspecto do seu caráter como líder: a fidelidade à sua casa. O
título desta lição decorre de uma declaração feita pelo escritor de Hebreus:
Meus irmãos na fé, vocês que também foram chamados por Deus, olhem para Jesus
(...) Pois ele foi fiel a Deus, que o escolheu para esse serviço, assim como
Moisés foi fiel no seu trabalho em toda a casa de Deus (Hb 3.1,2 NTLH). Nesta
lição, portanto, foque as características singulares da liderança de Moisés,
que podem ser aplicadas à vida de todos, indistintamente: o grande líder não
rejeita suas origens; é forjado pelo Senhor e é comparável ao Líder dos
líderes, Jesus. Boa aula!
COMENTÁRIO - Palavra introdutória
A fidelidade faz parte dos atributos comunicáveis de Deus: Seu
amor governa a Sua fidelidade (Lm 3.23);
na Sua fidelidade, o Altíssimo guarda o Seu concerto até mil
gerações (Dt 7.9), mantendo-se fiel, ainda que sejamos infiéis (2 Tm 2.13). Já,
a plena fidelidade humana é coisa rara (Pv 20.24); por isso o salmista afirmou
que o Senhor anda à procura dos fiéis da terra (Sl 101.6). Nos dias atuais,
sobretudo, percebe-se que a palavra empenhada já não tem tanto valor como em
tempos passados; por conseguinte, a fidelidade tem deixado de ser considerada
uma virtude essencial.
SUBSÍDIO 1
De acordo com o Dicionário de Teologia e Filosofia de Champlin,
“fidelidade é uma atitude e uma conduta justas, pela devoção de alguém a uma
pessoa ou a uma causa, pela incorruptibilidade, pela sinceridade, pela
confiabilidade, pelo cumprimento das
promessas e votos feitos e pela lealdade sincera”.
1- MOISÉS, UM HEBREU NO EGITO
A história de Moisés, um homem que viveu 120 anos,
é conhecida por cristãos e não cristãos em todo o mundo. Do
nascimento à morte, esta é, sem dúvida, uma das biografias mais amplas de toda
a Escritura. Quando se estuda sobre um personagem, cuja vida é apresentada com
riqueza de detalhes, é possível encadear os acontecimentos de modo cênico.
1-1- Salvo das águas
Faraó não queria que os hebreus se multiplicassem no
Egito, visto que eram muito numerosos; por isso, deu ordem às
parteiras que matassem todo nascituro do sexo masculino. O mesmo espírito atuou
sobre Herodes nos dias do nascimento de Jesus: informado pelos magos do Oriente
sobre o nascimento do novo rei de Israel, Herodes mandou matar todos os meninos
de até dois anos de idade (Mt 2.16). Diante de tamanha crueldade, as parteiras
preferiam mentir para o rei, dizendo que, quando chegavam, as mulheres
hebreias, muito mais espertas que as Egípcias, já haviam feito seus próprios
partos (Êx 1.15-17). Joquebede, mãe do recém-nascido Moisés, temendo ter o
filho tomado de seus braços, colocou-o em um cesto e depositou-o sobre as águas
do Nilo. Miriã, sua irmã, seguiu o trajeto das águas até assistir o Momento em
que a filha de Faraó, que se banhava no rio, viu o cesto, abriu-o e reconheceu
que o bebê tinha características hebreias (Êx 2.6b). A filha de Faraó decidiu
tomar o menino para si. Mirian, então, rapidamente prontificou-se a arranjar
uma ama para a criança. A princesa aceitou a oferta. Assim, sem que a filha de
Faraó soubesse, Miriã apresentou sua própria mãe para cuidar do menino até,
pelo menos, o fim do seu alactamento (aos quatro ou cinco anos de idade).
1-2- Instruído em toda sabedoria e ciência do Egito
De volta aos braços da mãe, o menino estava seguro — e
financeiramente garantido pela coroa real (eu te darei teu salário; Êx 2.9).
Com o dinheiro que Receberia, Joquebede e sua família teriam suas necessidades
materiais supridas. Moisés aprendera com sua mãe segredos que precisaria levar
para a vida: um deles era que ele pertencia ao povo hebreu. De acordo com o
historiador Flávio Josefo, Moisés teria sido levado à presença de Faraó aos
dois anos de idade; quando o rei o viu, ele teria colocado sua coroa sobre a
cabeça do menino. No palácio, Moisés comia a melhor comida, vestia as melhores
roupas e recebia a melhor educação. De acordo com Flávio Josefo, quando saía
pelas ruas, montado em uma carruagem puxada por belos cavalos, as pessoas o
aplaudiam. Quando atravessava o Nilo em uma chalupa — embarcação pequena com um
ou dois mastros —, ao som de música e danças, todos paravam para assistir.
Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios (At 7.22). Ressalte-se que
os egípcios detinham grande saber científico à época: faziam cirurgias no
estômago e no cérebro com muita eficiência; conheciam a arte da mumificação
(embalsamavam corpos de homens, aves e animais, encontrados intactos ainda
hoje) etc. Todos esses métodos causam espanto na comunidade científica ainda
hoje. Na engenharia, arquitetura e artes, eram imbatíveis. Aliás, como as
pirâmides foram construídas? Como transportavam imensos blocos de pedras por
longa distância, se não havia pedreiras a menos de 15 Km de distância delas?
Certamente, os filósofos e sacerdotes egípcios tentaram incutir na mente de
Moisés suas crenças religiosas, mas as instruções que recebera de sua mãe
ficaram impregnadas na sua alma.
2- MOISÉS, UM HEBREU PELOS HEBREUS
Ao presenciar a briga entre um egípcio e um escravo
hebreu, Moisés assumiu o lado do hebreu, ferindo o egípcio,
imaginando que ninguém tivesse testemunhado o ocorrido (Êx 2.11,12). No dia
seguinte, presenciou uma cena parecida e, ao tentar salvar o hebreu, ouviu o
egípcio falar: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas
matar-me, como mataste o egípcio (Êx 2.13,14a)? Diante de tal interpelação,
Moisés entendeu que fora visto e que não ficaria impune. Sua infidelidade ao
Egito custaria sua própria vida. Temendo por isso, o filho de Joquebede deixou
o Egito e fugiu para o deserto de Midiã (Êx 2.14b,15).
SUBSÍDIO 2
Moisés viveu aquilo que Jesus enuncia: o discipulado requer
renúncia até mesmo dos familiares mais próximos, como mulher, pai, mãe e irmãos
(Mt 19.29). A fidelidade de Moisés à sua casa (Hb 3.2 ARC), ou
à casa de Deus (Hb 3.2 NTLH), é demonstrada em seu apreço pelos
escravizados hebreus, em cuja defesa se colocou.
2-1- O grande líder não rejeita suas origens
Todo ato de fidelidade requer uma renúncia. Quando aceitamos a
Cristo como nosso Salvador, declaramos fidelidade a Ele, renunciando ao mundo e
ao pecado. Quando um homem jura fidelidade à sua esposa, ele está renunciando
ao amor de qualquer outra mulher, e vice-versa. A fidelidade impõe abdicação.
Certamente, não foi fácil para Moisés renunciar uma família, sobretudo uma mãe.
Embora ele soubesse que a filha do Faraó não era sua mãe biológica, é
impossível pensar que não havia afeto entre ambos; afinal, foram muitos anos
vividos dentro de um mesmo palácio. Pode-se afirmar, com certa propriedade,
que, se Moisés quisesse manter-se fiel à casa do Egito, em vez de ser fiel à
casa de Deus, ele seria o sucessor do trono de Faraó. No entanto, o texto
bíblico dá-nos ciência de que Moisés renunciou às benesses advindas
da condição de membro da família real. Diz o escritor de Hebreus que, pela fé,
Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó (Hb
11.24). Sim o grande líder prefere manter-se fiel à sua própria casa a rejeitar
suas origens.
2-2- O grande líder é forjado pelo Senhor
Moisés viveu duas experiências contrastantes: uma no
palácio, como príncipe; e outra no deserto, como beduíno,
pastoreando ovelhas, subindo montanhas e caminhando entre as pedras debaixo de
um sol causticante. No palácio, Moisés aspirava as fragrâncias dos mais caros perfumes;
no deserto, o mau cheiro das fezes de animais. No palácio, trajava vestes
reais; no deserto, roupas sujas de um nômade. Tais experiências, aparentemente
colidentes e imiscíveis, foram, na realidade, complementares: ambas serviram,
cada uma a seu tempo, para forjar o caráter do grande líder da nação hebraica.
O menino que fora salvo da morte pelas mãos de uma egípcia voltaria à terra do
Faraó para libertar o seu povo da escravidão.
2-2-1- O chamado
No deserto, Moisés encontrou-se com Deus. No solo pedregoso do
alto do monte Horebe, ele foi atraído pelo fogo que não destruía um pequeno
arbusto solitário (Êx 3.2). Ao aproximar-se daquela sarça ardente, de repente,
ele ouviu: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o
lugar em que tu estás é terra santa (Êx 3.5). Deus, então, incumbiu-o de voltar
para o Egito e liderar o Seu povo rumo a Canaã, terra que havia jurado dar ao
patriarca Abraão (Êx 3.6-10).
2-2-2- O retorno
Após muito relutar, Moisés partiu em missão para o Egito, em
obediência a Jeová (Êx 3.11—4.18). Muitos foram os embates com Faraó (Êx
5.1—12.30).
Cada vez que Moisés reunia-se com o rei do Egito, a situação
piorava para os hebreus, a ponto de eles pedirem a Moisés que não voltasse mais
ao palácio (Êx 5.6-21). Todavia, os planos eternos do Soberano de Israel viriam
a se cumprir — e se cumpriram — na vida do povo da aliança, conforme Ele mesmo
prometera (Êx 12.31).
2-3- O grande líder é comparável ao Líder dos líderes, JESUS
O escritor sagrado inicia o terceiro capítulo da epístola
aos Hebreus falando da fidelidade de Jesus; para ressaltar a
importância desse aspecto, ele destaca Moisés como exemplo maior de fidelidade
no antigo pacto: Meus irmãos na fé, vocês que também foram chamados por Deus,
olhem para JESUS (...) Pois ele foi fiel a Deus, que o escolheu para esse
serviço,
assim como Moisés foi fiel no seu trabalho em toda a casa de Deus
(Hb 3.1,2 NTLH). Quando presenciou o conflito entre um hebreu e um egípcio,
Moisés poderia apenas ter ignorado a situação, mesmo porque tais conflitos
deveriam ser recorrentes, mas o seu sangue clamava. O sangue fala alto. Moisés
desfrutava de todo o conforto que o palácio lhe conferia, mas, na hora de
posicionar-se, ele não tinha dúvida de que deveria ficar do lado dos escravos
hebreus.
A fidelidade tem um custo: assim como Jesus não hesitou em
entregar Sua vida para o resgate de muitos, Moisés decidiu pagar o preço para o
resgate dos seus irmãos. O filho de Joquebede não teve dúvidas quando precisou
escolher entre os hebreus e os egípcios; ele sabia bem quem era cada povo.
CONCLUSÃO
Moisés foi o maior líder do Antigo Testamento. Este homem foi
chamado por Deus e usado por Ele para libertar o Seu povo da escravidão
egípcia, que já se estendia por 400 anos.
Moisés passou por um longo processo de preparação. Os anos de
capacitação de Moisés — desde a casa de sua mãe, sua vida no palácio, sua
instrução em toda a sabedoria do Egito, o incidente que o forçou a fugir para
Midiã, os anos vividos no deserto até a incumbência de liderar um êxodo rumo à
terra de Canaã — forjaram um homem forte, capaz de renunciar às riquezas deste
mundo.
O filho de Joquebede conviveu com os extremos da sociedade humana:
sua vida orbitou entre a glória de um palácio real e as agruras de um deserto
cáustico. Ainda muito cedo, ele teve de escolher entre viver os prazeres e as
riquezas desta vida, ou padecer com a sua casa até que ela se tornasse uma
nação.
Moisés fez a melhor escolha.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Em que circunstância Moisés demonstrou maior fidelidade à sua
casa?
R.: Quando recusou ser chamado de “filho da filha de faraó”.