Lição 8, O Início do Governo Humano, 2 parte


Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

O NOVO MUNDO (Gênesis 9) Nos primeiros versos, DEUS dá a Noé as mesmas ordens que deu a Adão. Crescer e multiplicar-se, seguindo a ordem natural. Encher a terra, dominá-la e realizar a obra idealizada pelo Criador. O Dilúvio foi um incidente triste na história da criação, mas de modo algum alterou o programa divino para a raça humana. Há umas tantas repetições de normas primitivas, como se tudo estivesse começando agora, e há outras inovações, que regeriam a conduta dos sobreviventes até o fim. Algumas delas foram o não comer sangue. Era o prenúncio da legislação mosaica em Levítico.

Um Culto Novo
O culto não é uma inovação atual, como não o foi anteriormente. É uma naturalidade do coração humano que reconhece a bondade do Criador e vota-lhe a sua admiração e reconhecimento. O sacrifício ou culto dos filhos de Adão, Sem e Caim, não foi qualquer imposição divina, mas uma natural resposta do coração humano. Assim, Noé, tão logo saiu da sua arca e recompôs a sua vida, virou-se para DEUS, que o tinha livrado da destruição, erigindo um altar, em que foram sacrificados os primeiros animais depois da catástrofe.
A distinção entre animais limpos e animais impuros é de novo reafirmada, e com isso fica evidente que há coisas puras e impuras, há distinções a fazer, para que a comunhão com DEUS seja aceitável e possível. Neste culto aparece uma admirável teantropia, que merece um bom sermão. Logo que Noé sacrificou os animais e os colocou no altar em forma de holocausto (o que sobe), o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: "Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem ...". DEUS "aspirou", como se fosse um ser humano, participando do gosto provocado pelos sentidos, gostou do cheiro da carne assada no fogo. Esta e muitas outras maneiras de DEUS se sentir unido com a Sua criação dão às narrativas bíblicas um sentido que ordinariamente não é percebido pelo leitor menos avisado. DEUS, o supremo, o infinito, o eterno, fez o homem à sua imagem e semelhança, e com ele se identifica, até nos prazeres normais, como seja, no comer e no beber.
Uma Promessa Nova
Assim que DEUS provou o bom cheiro do culto de Noé, logo prometeu que a terra não seria mais destruída pela água. Não obstante ser mau o coração do homem, o amor de DEUS supera em tudo esta maldade. Portanto, não haveria mais dilúvio. Esta promessa teria sido uma resposta ao pavor que acompanharia a raça dali por diante. Como poderia o homem trabalhar e progredir com a lembrança da terrível catástrofe? Estaria sempre monologando: "Valerá a pena construir, trabalhar? Daqui a pouco, uma catástrofe virá e tudo estará novamente perdido". DEUS sabia destes naturais temores, e veio logo ao encontro dele, prometendo que, enquanto houvesse dia e noite, outra coisa igual não ocorreria. O homem podia trabalhar descansado, que não iria mais morrer afogado pelo dilúvio.
Outra Aliança
Para firmeza do que DEUS havia afirmado, quanto à segurança da raça, foi feito um novo concerto de sobrevivência. Neste concerto são reafirmadas as anteriores obrigações do homem de:
(1) povoar a terra;
(2) dominar sobre toda a criação, infundindo pavor em todos os animais quanto ao homem;
(3) proibir o alimentar-se de sangue;
(4) usar a pena de talião para quem matasse o seu semelhante.
Com estas normas tão simples, estava elaborada a nova Constituição social e religiosa da nova raça. Para que estas normas não fossem esquecidas, DEUS usa outra teantropia: "Eu me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne." (Gn. 9:15). DEUS não se esquece, não pode esquecer-se de nada, porque Ele é todo lembrança continuada e eterna, tanto quanto é eterno. Mas o homem se esquece facilmente, e nesta conformidade DEUS se iguala a ele, e diz que, para não se esquecer, colocará o SEU ARCO nas nuvens, de modo que, quando o arco aparecesse, Ele se lembraria do concerto, e a chuva passaria. É um fato que todos observamos. Pode parecer que o Dilúvio vai voltar, mas no momento em que a luz do sol se decompuser através da chuva, esta passará. Não há perigo de morrermos afogados. O fim deste mundo está destinado de outra forma, que não será muito melhor, mas é de outra maneira, segundo Pedro (II Pedro 3:7). Este mundo se decomporá, como se decompõe o átomo, e desta fusão nascerá outro mundo, em que habitará a justiça para sempre. Será outra forma muito melhorada.
Não sabemos se convém entrarmos em outros detalhes a respeito da nova terminologia usada pelo Criador, mas convirá dizer que os termos da nova Aliança são muitos; mais antropomórficos do que os das outras, anteriores. A raça humana estava progredindo e continuaria a progredir; e este progresso requeria um intercâmbio mais íntimo entre a raça e DEUS, e quem sabe se por essa causa DEUS usa agora outro tipo de linguagem.
O DEUS da revelação não é um DEUS inacessível, extramundano, de modo a não ser percebido pelo homem. Nada disso. Essas muralhas, levantadas nas religiões, são o fruto da especulação humana. DEUS, sendo infinito, aquiesce em conviver com o finito; sendo espírito, aquiesce em conviver com o material. A convivência entre DEUS e suas criaturas é o que mais eleva a revelação. O que DEUS quer não é uma criação vivendo a sua vida à parte, com um DEUS inacessível, mas um DEUS que convive, que come e bebe, digamos, com a sua criatura, que toma parte no seu culto, finalmente, que quer ser uma parte de tudo que se desenvolve na terra. JESUS deu esta nota de maneira final, não apenas convivendo, comendo e dormindo, como os outros seres, mas fazendo questão de ser considerado como igual a seus irmãos. DEUS e homens existem para conviver, e não para o separatismo. As barreiras levantadas pelas religiões étnicas e mesmo cristãs, assim chamadas, é que têm arruinado esta doutrina. Voltemos a ela.
Monoteísmo e Politeísmo
O reconhecimento da união do homem com DEUS, coisa tão singularmente delineada através do V.T. e tão sublimemente exposta em o Novo, leva-nos a pedir uma palavra sobre o que se conhece como monoteísmo e politeísmo. O que nós mais sabemos é que a humanidade se acha afundada no politeísmo, seja ele de que natureza for, e que há muitos deuses ou divindades ou santos militando entre a criatura e o Criador. Não teria sido sempre assim. Não podia ter sido sempre assim. Os filósofos franceses e alemães creditaram ao povo semita a capacidade de se elevar do politeísmo ao monoteísmo, e com isso dar ao mundo uma nova interpretação do problema religioso. Estão errados todos eles. O povo semita, a quem atribuímos a capacidade de preservação da religião e sua interpretação, tanto por sua gênese como por eleição, não merece tanto. Os semitas sempre foram monoteístas, e monoteístas sempre foram os grandes e primitivos povos. O Dr. Langdon, notável orientalista, professor em Oxford, Inglaterra, não tem qualquer dúvida de que os primitivos caldeus eram monoteístas, e que o politeísmo se desenvolveu na medida em que os homens se afastavam de DEUS. Em sua notável descrição, diz:
"Receio que a minha opinião não consiga convencer que na religião sumeriana, como na semita, o monoteísmo precedeu o politeísmo. Tive o máximo cuidado em estabelecer provas aduzidas e razões fundamentais em favor de total conclusão, tão contrárias às conclusões aceitas e difundidas por todo mundo, levando sempre em conta os argumentos da parte contrária. Afirmo, com a mais profunda sinceridade, que a minha conclusão é o fruto de um estudo prolongado, e não uma hipótese temerária. Embora os árabes do sul e os acádios estejam muito à frente dos beduínos, na época das inscrições, a sua história e o seu temperamento semita levaram-nos a empregar nomes de animais, mesmo quando a sua cultura já estava grandemente desenvolvida, tendo em vista a influência recebida do totemismo primitivo. Não pretendo condenar o totemismo. As primitivas religiões Cananéia e hebraica já estavam bem longe da era do totemismo, se é que passaram por esse estágio evolutivo da raça... Todas as raças semitas parece terem começado pelo monoteísmo, a crença numa divindade única, a quem consideravam como o Criador." (Langdon, Semitie Mythology, introdução, pág. 18).
Sempre a palavra semita, para designar DEUS, era "EI", e significa o Poderoso, o DEUS Altíssimo, que Moisés depois transforma no El-Eli-on, o DEUS Altíssimo.
No primeiro verso de Gênesis ocorre a palavra Eloim no plural, cuja raiz é, sem dúvida, "EI". O singular de Eloim ocorre poucas vezes, mas isso devido ao fato de o uso pluralístico ter se tornado comum. Ocorre, sim, na poesia, a forma singular de Elah. Todos os mais antigos documentos caldeus apresentam El como o nome da divindade principal. Até nas inscrições muito posteriores, encontradas no seminário de Ras-Shanra, no norte da Palestina, não obstante o politeísmo dominante e confuso, se encontra o nome da principal divindade "EL". O mesmo Dr. Langdon evoca o testemunho de um sábio fenício, conhecido como o Sanchuniaton que viveu aí pelo ano 1000 a. C., e confessa que a principal divindade do panteão em Biblos era Elioum, também chamada Hipsistos ou Altíssimo. Certo que Elioun não é diferente de Eloim ou de El-Elion.
O Dr. Charles Marston invoca o nome do sábio Peter Le Page Renouf, tradutor do "Livro dos Mortos" do Egito, quando afirma que no período histórico primitivo, lá para os idos de 5000 a.C., o nome próprio da principal divindade era El, e que toda a teologia egípcia, mesmo no meio da sua quase infinita confusão politeísta, reconhece que só há um DEUS. Chamaria a atenção do leitor para o fato de Amenotepe IV, lknaton (Herege), no ano 1400 a. C. ter mudado ou reformado a religião egípcia para o monoteísmo, com o disco solar como símbolo ou emblema. Vindo para mais perto da nossa era, mencionaríamos o panteão grego, que, entre seus muitos deuses, continha um que era supremo sobre todos os demais - Zeus. Os romanos dedicaram o seu melhor culto a Júpiter, que é uma forma romana de Zeus. Nas ruínas de Baalbeque, na Síria, entre diversos templos, há um que é o supremo, o Templo de Júpiter. Isto nos leva a ver que, não obstante os milênios decorridos entre as primeiras civilizações caldaicas e as modernas grega e romana, a idéia não se perdeu. Os velhos chineses, tão distantes do mundo oriental médio, onde se desenrolou a sociedade primitiva, não fogem a esta conclusão. Dizem eles: "Zeus é o eterno, Zeus é a terra, Zeus é o céu, Zeus é o universo, Zeus é o que está além do universo". DEUS, diríamos, é tudo, como afirmam os hindus.
O autor está preparando uma obra sobre a Trindade nas religiões étnicas, onde mostra que, qualquer que seja o estado da religião, o centro dela é DEUS em três formas ou pessoas.
No Seminário de Serabite, no Monte Sinai - onde, provavelmente, Moisés teria colaborado, durante o período que esteve em Midiã, no pastoreio do gado do seu sogro que, por sinal, era também sacerdote com o nome composto de El, Rouel, e que faria parte do professorado de Serabite - foram encontrados restos de um culto muito semelhante ao de Levítico, por onde se conclui que Moisés teria até incorporado ao sistema mosaico muitos dos princípios doutrinados nesse seminário. Ora, os habitantes do Sinai eram semitas, mesmo vivendo sob o protetorado do Egito, que usava as minas do Sinai para as suas construções faraônicas. Houve, pelo menos, regiões em que o politeísmo nunca existiu. Se traçássemos uma linha desde Ur dos caldeus, passando por Padã-Arã e depois descendo até o Egito, abrangeríamos todos os povos mais antigos. Pois estes eram monoteístas na maioria das épocas. O politeísmo é uma corrupção religiosa, tal como os muitos santos católicos são uma corrupção do cristianismo. O monoteísmo não é uma concepção semita, como pensam alguns críticos, é um fato de todos os povos antigos.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP
 
Gênesis - Comentário Adam Clarke
DEUS abençoa Noé e seus filhos, 1. Medo e pavor aos animais através do medo dos homens, 2. A primeira concessão de alimentação animal, liberação para comer carne 3. proibição de comer sangue, 4. separação entre animais puros e impuros, animais proibidos, 5. vida por vida, 6. DEUS estabelece uma aliança entre ele e Noé e toda criação, 8-11. Dado o arco no céu como sinal e promessa desta aliança, 12-17. Estão incluídos os três filhos de Noé e todas pessoas da Terra,
Notas sobre o capítulo 9
Versículo 1. DEUS abençoou Noé
O povoamento da terra continua sendo assunto de DEUS. É pelo seu poder e sabedoria que o ser humano é formado, e é por sua providência que o homem é apoiado e preservado.
Versículo 2. O medo dos homens,
Antes da queda, o homem dominava os animais inferiores por amor bondade, para então gentileza docilidade eram suas principais características. Após a queda, o medo e a ferocidade selvagem, prevaleceram entre quase todas as ordens da criação; a inimizade para com o homem parece prevalecer, e antes não tinha DEUS em sua misericórdia impressionado suas mentes com o medo terror do homem, de modo que alguns apresentaram vontade de permanecerem perto dos homens, em suas residências e outros fugiram da presença dos homens. Será que o cavalo sabe qual sua própria força? Freios, chicotes, aguilhões ooprime, ele não sabe que  com um golpe de sua pata poderia destruir o seu possuidor tirano? DEUS esconde essas coisas dos animais e impressiona sua mente com o medo de seu dono, para que seja alegre esubmisso. Ele é treinado para servir sem reclamar. Tigres, lobos, leões e hienas, são inimigos declarados do homem, alguns incapazes de serem domados ou domesticados, mas fogem, por causa do princípio deterror, portanto, esse medo é providencialmente seguro. Assim, por meio do medo o homem rege todos os animais da terra, todas as aves dos céus, e todos os peixes do mar. Como é sábio e gracioso esta ordem da providência Divina! E com que gratidão deve ser considerada por todos os seres humanos!
Versículo 3. Cada coisa deve mover-se de carne  
Noé teve a primeira para comer carne, e que tem sido continuado a todos os seus descendentes desde então. Não é provável que os vegetais tenham se tornado menos nutritivos do que eram antes. (Talvez o comer carne deveria trazer uma longevidade menor, pois a partir dai o homem passou a viver menos).
Versículo 4. Mas a carne com sua vida, que é o sangue
Apesar da permissão para se comer carne, o sangue foi solenemente proibido, porque era a vida do animal, e esta vida era para ser oferecida a DEUS como expiação pelo pecado. Por isso, o sangue foi sempre considerado sagrado, porque era o grande instrumento de expiação, e porque é através do sangue pelo qual entramos no SANTO dos Santos.
1. Antes do dilúvio a carne não era comida, porque o alimento animal não estava em uso.
2. Após o dilúvio foi proibido o alimentar-se de sangue e o derramar o sangue de alguém, sendo um dos sete preceitos de Noé, que seriai exigido na publicação da lei mosaica.
3. Na entrega da lei, e em várias vezes durante o ministério de Moisés, a proibição era mais solene, e com penas horríveis renovadas. Portanto, podemos ter certeza de que o sangue não era comido anteriormente à era cristã, nem mesmo pelos não judeus.
4. Que a proibição foi renovada sob a dispensação cristã, podemos ver em Atos 15:20,29; 21:25, onde até mesmo os gentios convertidos são cobrados para abster-se dele na autoridade, não só dos apóstolos, mas do ESPÍRITO SANTO, que lhes deu esta ordem, dando sentido especial sobre este ponto, ver Atos 15:28; não por medo de fazer tropeçar os judeus convertidos, o brilho de teólogos, mas porque era um dos pontos necessários , a partir da rígida obediência (βαπορ) que não poderia ser dispensada.
5. Esta ordem é ainda escrupulosamente obedecida pelos cristãos orientais, e por toda a Igreja grega, e por que razão ainda subsistem? Nenhum sangue foi comido sob a lei, porque ela apontou o sangue sendoderramado para purificação de pecado do mundo, e sob o Evangelho não deve ser comido, porque ele deve ser considerado como representando o sangue que foi derramado para a remissão dos nossos pecados por JESUS.
Os comedores de sangue em geral deveriam saber que o sangue proporciona doenças físicas e morais,  Veja Levítico 17:10.
Versículo 5. Certamente seu sangue vai ser exigido, na mão de cada animal
Isto é muito obscuro, mas se tomado literalmente parece ser um aviso terrível contra a crueldade da criação, e com isso podemos concluir que cada caçador, animal feroz, e galo de combate será obrigado a prestar contas a DEUS por cada criatura que eles têm brutalmente destruído. Em vez de chaiyah, "besta", as leituras Samaritano {Sam. Yod Kaph chai ", vivendo", qualquer "criatura viva ou pessoa;" isto faz um sentido muito bom, e também proíbe a crueldade seja para homens ou feras.
Versículo 6. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado
Daí parece que quem mata um homem, a menos que involuntariamente , como a Escritura expressa, deve perder a sua própria vida.
Um homem é acusado do crime de homicídio; deste crime que ele é culpado ou não é: se ele é culpado de assassinato, ele deve morrer, se não, que ele seja punido de acordo com o demérito de seu crime. Tirar a vida de outro é a maior ofensa que se pode cometer contra o indivíduo e contra a sociedade, e o maior castigo que um homem pode sofrer por tal crime é a perda de sua própria vida. Como punição deve ser sempre proporcional aos crimes, então a mais alta punição devido ao maior crime não deve ser aplicada por um delito menor.
O versículo 13. Eu coloquei o meu arco nas nuvens
Sobre a origem e natureza do arco de DEUS (arco-íris) pode ser suficiente dizer que o arco de DEUS (arco-íris) é um mero efeito natural de um causa natural:
1. Ele nunca é visto, a não ser em tempo chuvoso.
2. Nem é visto a menos que o sol brilhe.
3. Ela nunca aparece em qualquer parte do céu, mas somente de frente para o sol.
4. Ele nunca aparece maior que um semicírculo, mas muitas vezes muito menos.
5. É sempre duplo, não sendo o que é chamado de superiores inferiores, ou primário secundário do arco de DEUS (arco-íris).
6. Estas curvas apresentam as sete cores prismáticas, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil violeta.
7. A totalidade deste fenômeno depende dos raios do sol que cai em gotas esféricas de água, e sendo na sua passagem através delas, refratada refletida.
A formação de arco de DEUS (arco-íris) primário e secundário depende das duas seguintes proposições:
1. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo, os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, após uma reflexão e duas refrações, produzem o principal arco de DEUS (arco-íris).
2. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo, os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, depois de dois reflexões e duas refrações, produzir o secundário arco de DEUS (arco-íris).
A ilustração dessas proposições deve ser procurada em tratados sobre Ótica, assistido por placas. A partir da causa bem conhecida deste fenômeno, não pode ser racionalmente supor que não havia arco de DEUS (arco-íris) no céu antes da hora mencionada no texto, para que o arco de DEUS (arco-íris) é o efeito natural de os raios de sol que caem em gotas de água, e de seu ser refratada e refletida por eles, deve ter aparecido em diferentes momentos da criação do sol e da atmosfera. Nem o texto íntimo que o arco foi agora criado para um sinal para Noé e sua posteridade, mas que o que foi anteriormente criado, ou melhor, o que era o efeito necessário, em certos casos, da criação do sol e da atmosfera, deve agora ser considerado por eles como um sinal infalível de sua preservação contínua das águas de um dilúvio, por isso o texto fala do que já havia sido feito, e não do que foi agora feito, kashti nathatti, "Meu arco eu tenho dado, ou colocado na nuvem, "como se ele dissesse: Tão certo como o arco de DEUS (arco-íris) é um efeito necessário de sol na chuva, e deve continuar enquantohouver sol e a atmosfera, tão certamente esta terra seja preservada da destruição pela água; e sua preservação deve ser um efeito tão necessário de minha promessa como o arco de DEUS (arco-íris) é o brilho do sol durante uma chuva.
Gênesis - Comentário Adam Clarke
 
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
LIÇÃO 6 - 8 DE FEVEREIRO
O PACTO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE - Gen. 9:1-8; 18
E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem. Mas vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela. E falou DEUS a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:
18. E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.
 
RESUMO DA LIÇÃO
I — A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.
II — O sinal do concerto — 9:12-13.
III —- A memória do Senhor — 9:14-16.
IV — Os descendentes de Noé — 9:18.
 
I - A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.
DEUS é coerente nas suas ações; às vezes nos escapa um pequeno detalhe na revelação escrita, mas os detalhes existem e são seguros. DEUS abençoa sempre ao fazer um pacto. A bênção, na sua acepção real, comunica algum benefício àquele que a recebe e, pois isso, só o maior pode abençoar o menor. (Hebr. 7). A primeira coisa que está no coração de DEUS para dar ao homem é a sua bênção. Adão foi abençoado
no dia em que fora criado (Gên. 5:2). Abraão quando partiu, por ordem de DEUS (Gên. 12:4), já levava a Sua bênção (Gen 12:2-3). DEUS, porem, espera dos seus servos fiéis, não só que sejam abençoados mas que eles por sua vez sejam também uma bênção para o mundo. Assim disse Ele a Abraão: Sê tu uma bênção (12:2).
De posse da bênção, o homem tem de se esforçar por cumprir o concerto de DEUS. A' primeira vista parece que o concerto de que trata esta lição foi unilateral, quer dizer, que só DEUS assumiu responsabilidade (de não mais destruir a terra pela água) mas, na verdade, a obrigação do homem era séria: cuidar a terra. DEUS não revogou o mandamento dado a Adão, no sentido de sujeitar a terra, e isso nós vemos logo em Gen. 12:1. Noé não esperou que o Senhor planta-se, mas ele mesmo tomou essa iniciativa, pois compreendia o seu dever neste sentido.
Com a bênção de DEUS pode haver multiplicação, (v. 1) porém, sem ela, a figueira seca e cai. (Mar. 11:20-21). A palavra do Senhor foi firme: "Não haverá mais dilúvio para destruir a terra 1 E nunca mais houve até os nossos dias. A terra será destruída, sim, mas não mais desta fôrma.
II - O sinal do concerto — 9:12-13.
O homem na fé, na obediência e sinceridade, tem dentro de si forca capaz de mover o coração de DEUS em seu favor. Noé era, realmente um homem de fé. Logo após o dilúvio (8:20-21) ele levantou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor. DEUS se moveu e, como um pai que se alegra na boa obra dum filho, fez-lhe logo uma promessa. Ha uma ligação entre o altar de Noé e o arco do Senhor. O altar significa sacrifício e o arco o sinal da bênção. Na obra de CRISTO o altar (a cruz) fez descer a bênção (a ressurreição) e os sinais que seguem os crentes. (Mar. 16:9-20). Um versículo que merece referência e que está bem ligado ao nosso assunto e: 8:22, onde diz: Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno,, dia e noite. No verso anterior (21) parece que DEUS fez um pacto de nunca mais destruir a terra, mas, na realidade, se tratava da destruição 'da face" da terra como aconteceu no dilúvio. As palavras "enquanto durar a terra mostram que ela já tinha então desde aqueles dias a sentença de ser exterminada. (Comp. Isa. 54:9), mas não, será pela água. Até
lá, haverá sementeira, etc.
III - A memória do Senhor — 9:14-16.
O Senhor tem memória e não precisaria por si mesmo, de qualquer sinal para se fazer lembrar, como o homem que usa um lembrete qualquer. Não nos esqueçamos pois que há símbolos e segredos maravilhosos na Palavra do Senhor. DEUS, muitas vezes, olha para nós, vê a nossa imperfeição, porém, não nos destrói por se lembrar do seu Filho. A harmonia das cores do arco Iris e a sua plenitude de beleza são um tipo da graça perfeita de CRISTO na lembrança de DEUS, eternamente. Há ainda outra analogia entre o arco e CRISTO: e que ambos são luz. As sete cores do arco se resumem no branco e branco significa "presença de luz" ou melhor "luz não decomposta/'
Crentes, a nossa vitória está nisto: que DEUS vê CRISTO no altar, lembra-se dele e não nos destrói.
IV - Os descendentes de Noé — 9:18.
Na descendência de Noé já estava novamente a duplicidade do caminho dos homens. Entre os filhos de Noé estava Cam, que faltou com o devido respeito ao seu pai, o qual o amaldiçoou. Essa maldição o seguiu, pois os povos que dele saíram foram depressa arruinados. Grandes impérios como Assíria e Egito, e sobre este diz Ezequiel 29:15. "Mais baixo se fará do que os outros reinos. Porém, na descendência de Noé estava também um de cura linhagem seria o CRISTO: era Sem. Este filho recebeu toda a bênção de seu Pai (9:26-27), pois a ele seriam sujeitos seus dois irmãos. Mais tarde, Sem gerou Arfaxão de quem veio Abraão em cuja descendência seriam benditas todas as nações da terra. Quando um homem traz consigo a bênção de DEUS (como Noé), a sua própria bênção tem valor e se estende. É DEUS quem honra os seus servos. (João 12:26).
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
 
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
RECOMEÇO, CONFUSÃO E DISPERSÃO
TEXTO ÁUREO - "O Senhor fez notória a sua salvação; manifestou a sua justiça perante os olhos das nações" (Sl 98.2).
VERDADE PRÁTICA - Só a soberania divina é capaz de intervir na vida dos homens, neste mundo sob o domínio do Diabo.
ÉPOCA DO EVENTO: Desconhecida
LOCAL: Terra de Sinear.
I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ
II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO
III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
OBJETIVOS
Entender que se há fragilidade na aliança feita entre DEUS e o homem, é pela parte humana e não divina.
Compreender que todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. 
Concordar que se DEUS não tivesse intervido em Babel, seu plano de ocupação plena da Terra não teria se concretizado.
Empenhar-se, para que a vontade de DEUS seja sempre notória em suas vidas, a qualquer custo.
SUGESTÕES PRÁTICAS
1. Informe aos alunos que DEUS, em sua infinita misericórdia, realizou, imediatamente após a saída de Noé da Arca, urna aliança, através da qual jamais destruiria a Terra pelas águas de um dilúvio. A palavra divina permanece de pé, mas o ho­mem nada fez para merecê-la. Por isso, o Senhor já sentenciou um cas­tigo superior aquele.
2. Esclareça-lhes que as características de cada raça foram estabelecidas pela própria Natureza, mediante a vontade divina. Por isso, a cor escura dos camitas, nada tem a ver com a maldição de Noé sobre Cão, pois é uma consequência de um componente químico, chamado melanina, fornecido pelo Sol, naquele continente.
3. Diga-lhes que a destruição de Babel e a confusão das línguas foi um mal necessário, pois o desejo dos descendentes de Noé era o de construir urna torre, para que se estabelecesse como urna unidade universal e um ponto de referencia da idolatria. Por isso, DEUS, sabiamente, a desfez e os obrigou a se dispersarem pelos continentes.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos os assuntos principais de três capítulos de Genesis (9,10 e 11), os quais formam urna só história. No nono, ternos o recomeço da raça humana, através de Noé e sua descendência, firmado numa nova aliança depois do Dilú­vio. Ainda neste capítulo, constata­mos a fragilidade do pacto por parte do homem, com bênçãos e maldiçoes sobre os filhos de Noé. No décimo, as gerações de Sem, Cão e Jafé se multiplicam sobre a Terra, mas se degeneraram moral e espiritualmente. Por isso, os homens perderam o temor de DEUS e formaram urna unidade egoísta e humanista que desafiava o Criador. No décimo primeiro, intentaram construir urna torre, chamada Babel, mas o Senhor a rejeitou.
I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ
1- Aspectos gerais desta aliança. Nos primeiros onze versículos, do capítulo 9 de Genesis; podemos perceber a natureza da aliança que DEUS fez com Noé. Primeiro, o Senhor abençoaria sua descendência, porque Ele tinha um novo plano de vida para o recomeço da existência humana sobre a Terra. O Todo-poderoso sempre está conosco em nossos propósitos.
Tudo deveria ser renovado, visto que a geração que pereceu no Dilúvio havia.desviado.seu culto para os deuses mortos, rejeitando o Criador. Agora, o Senhor espera que Noé e seus filhos restituam o culto ao único DEUS verdadeiro. Por isso, fez urna outra aliança com o homem, para começar urna nova raça e história da humanidade.
2. O sinal divino da aliança feita com Noé (Gn 9.12-19). Que sinal é este que DEUS estabeleceu, para ser identificado pelo homem? O versículo 13 diz: "O meu arco tenho posto entre mim e vós". Seria urna forma especial de o Senhor lembrar ao homem o seu acordo. Por isso, teria de ser externo e visível a todos, para mostrar o penhor da palavra divina com o ser humano, de que jamais destruiria o mundo com água.
3. A fragilidade da aliança (Gn 9.20-29). A imperfeição não está na aliança, mas no homem que devia exercer a autoridade proveniente dela. Todos nós sabemos que um pacto é um compromisso baseado em certas condições, e sempre há um penhor relacionado com ele. O sinal da aliança com Noé foi o arco celeste, o qual deveria ser observado. Do mesmo modo, existem, na experiência cristã, sinais de compromissos assumidos, tais como o pão e o vinho, da Ceia do Senhor; o batismo por imersão e outros.
No caso da aliança de DEUS com Noé, foi este patriarca quem a fragilizou. Depois que saiu da Arca, ele plantou urna vinha, e deixou-se dominar por um momento de fraqueza, ao embebedar-se com o vinho que ele próprio produziu. Ao perder o próprio domínio, por causa do abuso do álcool, o justo e íntegro Noé perdeu o respeito de um dos filhos, o qual foi amaldiçoado, ao ver a nudez do pai alcoolizado.
4. O futuro das raças humanas depois da Aliança (Gn 9.25-27). Estes versículos apresentam profecias que indicam o futuro dos descendentes de Noé, seus filhos Sem, Cão e Jafé. De fato, são profecias que se cumprem com exatidão histórica, através da existência da humanidade. As ra9as humanas se espalharam pelo Planeta, através destas três ramificações. 11. A FORMA<;ÁO DAS
II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO
1. A formação das raças, sob quatro pontos de vista. Para facilitar urna compreensão mais ampla, sem maiores comentários, percebemos que o capítulo 10 apresenta para cada relação de nomes dos descendentes de Sem, Cão e Jafé, urna classificação sob quatro pontos de vista:
Etnológico - "segundo suas famílias"; Glotológico - "segundo suas línguas"; Geográfico '"segundo suas terras"; Político - "segundo suas nações ".
A grande preocupação do autor de Genesis, não foi a de entrar nas minúcias históricas das famílias, mas estabelecer e provar a unidade da raça humana, e dela destacar o povo eleito de Israel, descendente de Sem. Os arqueólogos tem identificado, pelo estudo dos nomes apresentados neste capítulo, as nações que se formaram e povoaram a Terra.
2. A ordem, segundo a descendência de Sem, Cão e Jafé. Pela ordem, cprno aparece na Bíblia, o texto de Genesis 10.2-5 começa com a descendência de Jafé: (1) Gômer e seus filhos, Asquenaz, Rifá e Togarrna 2) Magogue; (3) Madai; 40 Javã e seus filhos Elisá, Társis, Qµitim e Dodanirn; (5) . Tubal; (6) Meseque (7) Tiras. Em seguida, os descendentes de Cão (Gn 10.1-21): (1) Cusi e seus filhos Seba, Havilá e Sabtá, Raarná ( e seus filhos Sebá e Dedã), Sabtecá e Ninrode; (2) Mizrairn e seus filhos Ludirn, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim, Casluim e seus filhos (filisteus); Caftorim; (3) Pute; ( 4) Canaã e seus filhos Sidom, Hete, Jebuseus, Amorreus, Girgaseus, Heveus, Arqueus, Sineus, Arvadeus, Zemareus e Hamateus. Depois, os sucessores de Sem (Gn 10.21-31: (1) Elão; (2) Assur; (3) Arfaxade e seus filhos Salá, Eber, Pelegue (e seu filho Joctã, que teve 13 filhos), Reú, Serugue, Naor, Tera e seus filhos Abrão, Naor e Arã; (4) Lude; (5) Arã e seus filhos Uz, Hul, Geter e Más.
III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
1- Ameaça a unidade da raça humana (Gn 11.1,2). Noé e seus filhos, ao saírem da Arca, deixaram as montanhas do Ararate, na atual Armênia, e foram para as partes baixas e férteis que ficam entre o Tigre e Eufrates, a 320 km do mar, onde desembocam estes rios. Foi nesta terra que se iniciou urna nova civilização pós-diluviana. Possivelmente, neste lugar, os homens de então desenvolveram suas habilidades em artes e tecnologias próprias, capazes de planejarem a construção de cidades e um prédio de muitos andares, como Babel.
Mas o destaque destes primeiros versículos, é que os descendentes de Noé se multiplicaram e todos falavam urna mesma língua. Havia urna certa unidade de pensamento e de entendimento, que se manifestava de modo natural, porque era um só povo. Mesmo havendo o reinício da humanidade, o estigma do pecado, herdado de Adão e Eva (Rm 5.12), estava em cada pessoa daquela geração pós-diluviana.
2. Orgulho e autossuficiência (Gn 11.3;4 ). Por estes mesmos pecados, Lúcifer foi expulso da presença de DEUS (Is 14.12-15). Ele não deixou por menos esta geração pós-diluviana, ao inspirar o sentimento de orgulho e autossuficiência. Dominados por este sentimento, e unidos pela comunicação, através de urna só língua, imaginaram fortalecer o poder humano, construindo urna cidade grande e urna torre que tocasse os céus. Esta intenção revelava, também; a insegurança deixada pelo Dilúvio. Facilmente, esqueceram da aliança que DEUS havia feito com Noé.
3. Confusão e dispersão (Gn 11.5-9). No versículo 5, DEUS resolveu "descer", quando os homens construíam a cidade e a torre. A expressão "então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre" é urna lin­guagem especial, para indicar o Todo-poderoso que se move, preo­cupa-se com suas criaturas e as obras que elas realizam.
No versículo 6, DEUS diz: "O povo é um e tem a mesma linguagem". Esta declara<;ao divina não significa que a unidade seja urna coisa má. Entretanto,. em relas;ao aquele povo, ela tinha um fim negativo, pois visava confrontar a autoridade divina e estabelecer a autossuficiência humana.
No versículo 7, o Senhor reforça o papel divino, com urna forma plural do pronome pessoal, quando diz: "Vinde, desramas e confun­damos sua linguagem". Podemos perceber que a Trindade "desceu'" para fazer aquele trabalho especial. Possivelmente, os anjos de DEUS fizeram parte da comitiva divina.
Na infinita sabedoria e presciência de DEUS, todo aquele episódio obedeceu a um plano especial e milagroso. Foi o resultado dá intervenção divina. que conduziu aquele povo a fazer o que mais temia, ou seja, "espalhar-se pela terra". Se a mesma língua era suficiente para mantê-los unidos, DEUS produziu na mente deles a confusão da linguagem que tinham e entendiam e os dispersou para todos os lados, e cada grupo, isoladamente, desenvolveu um idioma, pelo qual pudesse se entender e comunicar-se.
CONCLUSÃO
Esta lição nos ensina três preciosas lições: A primeira, no capítulo 9, vemos a possibilidade do recomeço. Depois que Noé e seus filhos, bem como os animais salvos do Dilúvio, saíram da Arca, puderam recomeçar a vida. DEUS concedeu urna nova autoridade ao homem, para governar a Terra no temor do Senhor. A segunda, no capítulo 10, com as genealogias dos filhos de Noé, o objetivo principal foi o de situar a raça semita ( os descendentes de Sem), da qual surgiu Israel. Através desta nação DEUS seria representado entre todos os povos, e dela nasceria Aquele que salvaria a humanidade da condenação eterna. A terceira, no capítulo 11, ternos a demonstração da soberania divina intervindo na vida humana, para salvá-la.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1- DEUS sempre desejou, após revelar algo ao homem, fazer um pacto, a fim de confirmar a sua palavra a respeito do que prometeu. por esta razão quando Noé saiu da arca e ofereceu ao Senhor um sacrifício em ação de graças pela vitória alcançada, Jeová falou-lhe e garantiu-lhe que jamais destruiria a humanidade, através de um dilúvio.
2- DEUS não destruiu a torre de Babel, por recear que o homem pudesse elevá-la até os céus pois isto era impossível. Esta atitude do Criador, entretanto, foi por causa da desobediência dos descendentes de Noé, pois o Senhor lhes falara que crescessem, multiplicassem e enchessem a Terra.
3- Todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. Após a destruição de Babel, os pós-diluvianos espalharam-se, imediatamente, por toda a parte. Daí, a origem das civilizações indígenas, as quais já se encontravam nas Américas, quando os europeus as descobriram.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
 
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
O Concerto de DEUS com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29, abençoou DEUS a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de povoar a terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da terra. Além de vegetais para co­mer, agora recebem a permissão de comer carne, com certa limitação. Eles não têm per­missão de participar de carne na qual fique sangue (4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não tinha de ser tratado de modo leviano. DEUS fez o homem conforme a sua imagem (6) e, por isso, tinha uma condição especial.
Tendo esclarecido o papel inigualável do homem sobre a terra, DEUS passa a dar mais destaque à sua relação especial com o homem estabelecendo um concerto (9) com Noé e seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na misericórdia e não na puni­ção — misericórdia estendida a todas as criaturas. O fato de um arco... na nuvem (13) ser o sinal peculiar deste concerto não significa que antes não houvessearco de DEUS (arco-íris). Sua estreita associação com a chuva parece ter sido seu valor primário como sinal do concerto de DEUS de que um dilúvio universal não aconteceria novamente. A questão é tão impor­tante que é reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17.
As nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão implíci­tas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do homem contra DEUS, sua imaginação e propensão ao mal. DEUS não tolera o pecado além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o homem, mas não sem dor para DEUS (6.6). DEUS deu o primeiro passo na preparação do julgamento provendo a subsis­tência dos que vivem obedientemente na sua presença. Os outros foram julgados porque excluíram DEUS de suas vidas. As experiências de Noé descrevem DEUS como Senhor completo de todas as forças naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou salvação. A preocupação de DEUS no meio do julgamento é salientada na declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos de DEUS. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente promessas de misericórdias futu­ras. A relação de DEUS com o homem não estava na natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas caracterizados por capricho e pirraça. Ele é o DEUS- Criador que exige retidão e pune a corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais.
2. Desintegração Espiritual (9.18—11.26)
A despeito das lições do dilúvio, os homens não foram totalmente verdadeiros a DEUS.
a) Leviandade na família de Noé (9.18-29). Noé era lavrador da terra, como Caim. Cuidar de plantas se tornou sua grande paixão e entre elas estava a videira. Esta é a primeira vez que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja ligada com uma situação de desgraça.
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causa no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano. Isto não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30).
Um dos filhos de Noé, Cam (22), entrou na tenda. Vendo o pai, ele não o ajudou, mas irreverentemente desdenhou a seus irmãos a condição de Noé. Os outros dois filhos imediatamente cobriram a nudez do seu pai (23), entrando na tenda discre­tamente, de costas.
Recuperando os sentidos, Noé ficou sabendo do que aconteceu e falou com seus fi­lhos. Ele deixou Cam sem bênção e concentrou sua reprimenda em Canaã, cujos descen­dentes historicamente se tornaram um povo marcado por moralidades sórdidas e princi­pal fonte de corrupção para os israelitas. A adoração Cananéia de Baal desceu às mais baixas profundezas da degradação moral. Embora os cananeus obtivessem certo poder, como os fenícios, pelo tráfico marítimo no Mediterrâneo, eles nunca conseguiram se tor­nar grande nação. Quase sempre foram dominados por outros povos.
A bênção colocada em Sem (26) tem forte tônica religiosa, e esta linhagem dos descendentes de Noé teve papel importante na transmissão da mensagem de redenção para o mundo. A mais proeminente destas nações foi Israel, a quem foi dada a revelação de DEUS preservada na Bíblia. Particularmente no tempo de Davi e Salomão, Israel regeu sobre os cananeus, usando-os na construção do primeiro templo em Jerusalém.
A benção dada a Jafé (27) envolvia um jogo de palavras, pois o nome significa “que aumenta”. A linhagem de Jafé se multiplicou e desempenhou um papel superior como portadores de poder político por meio dos persas, gregos e romanos. Evangelizado por Paulo e outros, de todos os povos este foi o mais receptivo ao cristianismo e, assim, veio a habitar nas tendas de Sem (27). Fatos poucos significativos ocorreram nos últimos dias de Noé. Como aqueles que o antecederam, ele morreu (29).
b) A Propagação dos descendentes de Noé (10.1-32). Temos aqui o mesmo procedimento em dar genealogias como no capítulo 5, onde os filhos de Caim são meramente alistados para que a atenção seja concentrada em Sete. As linhagens de Jafé e Cam são contadas brevemente e depois postas de lado. O versículo 5 afirma claramente que esta lista está baseada não só em divisões familiares, mas em distinções nacionalistas e linguísticas. Embora os nomes remontem a indivíduos, as genealogias se relacionam primariamente com as nações que descendem de Jafé. Eles ocupavam as regiões do norte, estendendo-se pela Turquia, as ilhas do mar Mediterrâneo e no sul da Europa. As línguas destes povos eram principalmente indo-européias.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
 
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
9:1-7. Os novos decretos.Embora haja aqui ecos do encargo dado a Adão (1,7), o pecado obscureceu o cenário. A imagem de DEUS permanece (6) e o homem continua sendo o vice-rei do céu, mas seu regime será em grande medida um
regime de medo (2), os outros seres, seus companheiros de criação, agora lhe servem de alimento (3), e a violência se propagará na terra (5,6).
3,4. A permissão para alimentar-se de carne pode ter sido uma inovação, ou não. Talvez antes fosse implícita (ver coment. de 1:29,30), passando a ser explícita somente agora, mas talvez seja mais natural inferir com RSV e AA que esta foi uma nova concessão ao homem. O que lei sobre o sangue, de longo alcance teológico. De imediato limitou os direitos do homem sobre as criaturas de DEUS, visto que sua vida (4) a Ele pertence. A lei mosaica reafirmou isto repetidamente (ex., Lv 3:17; Dt 12:15,16). Serviu também para capacitar os homens a valorizarem o uso de sangue no sacrifício. Pertencendo a DEUS, podia ser visto como Sua dádiva expiatória aos pecadores não como oferta destes a Ele (Lv 17:11).
5,6. Toma-se agora mais amplamente o tema da santidade do sangue, e se torna memorável graças à forma rítmica do v. 6, preservada em AV, RV: “ Whoso sheddeth man’s blood...” (AA: “Se alguém derramar o sangue do homem ...”). 
Algo mais do que retribuição se tem em mente aqui. A execução de um animal que mata homens não se deve explicar nesses termos, embora a de uma pessoa assassina o possa. A pista está no v. 6: o propósito é didático, como no caso do v. 4. Se toda vida pertence a DEUS, a vida humana pertence-lhe supremamente. Ambas estas lições mantêm sua força, embora (como argumentei noutra obra) 19 o meio de ensiná-las possa mudar. Não se pode transferir simplesmente o versículo para o código civil, a menos que se esteja preparado para incluir os versículos 4 e 5 nessa transferência. A pena capital tem de ser defendida sobre bases mais amplas.
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Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
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Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP