30 julho 2015

Lição 5- Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério 2 parte

Lição 5- Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério  2 parte
ESBOÇO DO CAPÍTULO 4 - William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento). 
Tema: O Apóstolo Paulo, Escrevendo a Timóteo, Ministra Diretrizes para a Administração da Igreja.
Diretrizes com Respeito à Apostasia
4 .1-5 A. Descrição dessa apostasia é prova de sua sinistra natureza.
4.6-16 B. Como Timóteo deve lidar com ela:
1. Nutrindo-se com as palavras de fé e preparando-se para a vida de piedade;
2. Rejeitando os mitos profanos e de velhas caducas;
3. Prosseguindo resolutamente na exortação e no ensino positivos, baseados na Palavra.
1 Timóteo 4.1 Mas o ESPÍRITO diz expressamente que nos últimos tempos alguns se apartarão da fé por dar ouvidos a espíritos sedutores e a doutrinas de demônios, 2 [incorporados] em [as] declarações hipócritas dos que falam mentiras, cuja própria consciência é cauterizada, 3 proibindo [as pessoas] de se casarem, e [impondo-lhes] a abstenção de alimentos que DEUS criou, a fim de que os que creem e reconhecem a verdade participem deles com ações de graças. 4 Pois tudo o que DEUS criou é bom, e nada deve ser descartado, se for recebido com ações de graças; 5 porque é consagrado pela palavra de DEUS e pela oração.
Ainda que a igreja seja tão gloriosa, refletindo a glória de seu precioso Senhor e Salvador (1 Tm 3.15, 16), a apostasia está sempre a mão, porque nem todos os que pertencem exteriormente à igreja lhe pertencem interiormente. O presente capítulo trata dessa apostasia.
1. Mas o ESPÍRITO diz expressamente que nos últimos tempos alguns se apartarão da fé.
“O ESPÍRITO diz”, ou seja, “está agora dizendo”. A quem estava o ESPÍRITO falando? Atos 20.29, 30 me leva a pensar que o apóstolo quer dizer “a mim mesmo” (talvez também a outros). O ESPÍRITO, pois, está dizendo que “nos últimos tempos” - eras desta nova dispensação, eras definidamente assinaladas na presciência de DEUS - alguns se apartarão ou apostatarão da fé (sentido objetivo), o corpo de verdade redentora, a religião cristã. O ESPÍRITO estava dizendo isso expressamente (“em termos claros”). Não havia dúvidas nem imprecisão a respeito. Doze anos antes, falando aos presbíteros das igrejas da mesma região em que Timóteo estava agora trabalhando, Paulo lhes havia dito: “Eu sei que depois de minha partida lobos vorazes entrarão no meio de vocês, não poupando o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens falando coisas que não são corretas, com o fim de arrastar os discípulos após eles.” Uns poucos anos depois deste discurso registrado em Atos 20, ao escrever aos Colossenses de sua primeira prisão romana, o apóstolo os advertira contra a aceitação do erro de que a fé em CRISTO e sua obra expiatória tinha de ser suplementada por crenças ascéticas e praticas correspondentes (Cl 2). E agora, ao escrever a Timóteo da Macedônia, o ESPÍRITO SANTO o informa claramente que o erro, já presente em sua forma incipiente, crescera e se expandira na forma indicada no versículo 3. Os homens se apartarão da fé dando ouvidos a espíritos sedutores e a doutrinas de demônios. Como o contexto o indica (e ver também 1 Jo 4.6, onde “o espírito de sedução” e contrastado com “o espírito da verdade”), esses espíritos não são homens, mas demônios. Como planetas errantes entre as constelações, esses espíritos vagueiam; Além do mais, eles fazem os homens também errantes. Seduzem, desencaminham. Quando alguém lhes dá ouvidos, está dando ouvidos a doutrinas de demônios (cf. 2Co 4.4; Ap 13.11, 14).
2. Tais doutrinas são [incorporadas] em [as] declarações hipócritas (literalmente, com hipocrisia) de quem fala mentiras. Assim como Satanás fez uso de uma serpente para enganar Eva, e isso por meio de uma declaração hipócrita (Gn 3.1-5: estava escondendo seu verdadeiro objetivo; porque enquanto pretendia elevar Eva a um nível superior de glória, para que pudesse ser “como DEUS”, seu verdadeiro propósito era destronar DEUS e tomar ele mesmo o trono para si), assim esses espíritos sedutores ou demônios fazem uso de homens que falam mentiras, e que falam piedosa e fluentemente com o fim de esconder sua própria arrogância ou imoralidade. Tais hipócritas são julgados como tendo a consciência cauterizada (literalmente, “que estão cauterizados no tocante a sua própria consciência”). Ao argumentar constantemente com a consciência, ao rejeitar suas advertências, e ao abafar o som de sua campainha, por fim desligou ao ponto em que a consciência já não o molesta mais. Por ter entristecido o ESPÍRITO SANTO, foi levado a resistir-lhe; e, resistindo-lhe, o apagou. Então, mediante sua própria rebelião e obstinação, a consciência se tornara cauterizada (e isso será permanentemente). Cria calosidade. Um bom exemplo é Balaão (Nm 22.12, 19, 21, 22, 32; 25.1-3; 2Pe 2.15; Ap 2.14).
3. Seu ensino é, ou será tão nocivo como seu caráter: proibindo [as pessoas] de se casarem, e [impondo-lhes] a abstenção de alimentos. Princípios produzem frutos. Os falsos mestres aqui mencionados, provavelmente aceitam como um de seus pontos de partida a tese: Tudo o que é físico ou sensual contamina. Não é difícil ver a forma em que este princípio fez com que, ao longo do tempo, os seguidores do erro desaprovassem o matrimônio. Também os alimentos seriam condenados, embora, naturalmente, não de forma absoluta. O jejum seria enaltecido. Um cumprimento prematuro da profecia entrou em cena no século 2°. Não é difícil entender como os escrúpulos ritualísticos judaicos, já em evidência nas adjacências de Colossos e outros lugares (ver Cl 2 e cf. Rm 14), fizeram aliança com a filosofia dualista pagã. Tinham em comum o ascetismo, a renúncia às comodidades da vida com vistas a atingir a felicidade e a perfeição. A seita sincrética do século 2° (ver pp. 30-31), na qual a profecia se cumpriu em parte, era o gnosticismo, o qual elevava a gnosis, ou seja, o conhecimento, a uma posição de proeminência acima da pistis, ou seja, a fé. Segundo esse mesmo sistema, o bom DEUS - o DEUS da nova dispensação - não poderia ter criado o mundo, porque o mundo é material, e a matéria é a sede do mal. Foi o Jeová do Antigo Testamento, o Demiurgo, quem criou o mundo, o corpo humano, a matéria. Esses são nossos inimigos. Devem ser derrotados. Dai, todos os gnósticos favoreciam “o abuso da carne”. Mas tal abuso da carne pode ser expresso em dois imperativos diametralmente opostos: a. “afaste-se dela”;
b. “vença-a entregando-se a ela”. A primeira era defendida pelos gnósticos ascetas, entres os quais Marcião, Saturnino e Taciano (ver Tertuliano, Against Marcion, I. xxix; Irineu, Against Heresies, I. xxviii); a segunda forma era a dos gnósticos antinomianos ou licenciosos, tais como os nicolaitas. Aqui em 1 Timóteo 4, o apóstolo Paulo prediz e ao mesmo tempo adverte contra a heresia dos primeiros. O apóstolo João (Jo 3.4-10; Ap 2.15, 20, 24), o apóstolo Pedro (2Pe 2.12-19) e Judas (vv. 4, 8, 11 e 19) combatem a segunda. Contudo as duas nunca estão muito longe uma da outra. Paulo de fato combate as duas variedades, porque temos não só essas declarações aqui em 1 Timóteo 4, mas também a de 2 Timóteo 3.1-9. (Para a aplicação corintiana da tese básica do gnosticismo, ver CNT sobre João, Vol. I.) Mas esse é apenas um cumprimento. Outros se seguem; pois ainda que em suas formas antigas o gnosticismo já se foi, seu espírito tem estado em evidência repetidas vezes através dos séculos. Também em nossos dias, sempre que o Antigo Testamento não é encarado com seriedade, sempre que a razão humana é exaltada acima da fé cristã, sempre que se rejeite a tese: “O pecado é real e é, em sua essência, rebelião contra DEUS”, ou sempre que se proclame a capacidade do homem de salvar-se a si mesmo (que é a negação de CRISTO como o único e perfeito Salvador), o espectro do gnosticismo se faz sentir novamente. O gnosticismo despreza as ordenanças de DEUS, por exemplo, a do matrimônio (Gn 2.24) e a ordenança concernente aos alimentos (Gn 1.29, 30; e especialmente Gn 9.3). Esses seguidores do erro, cujo surgimento Paulo em certa medida anuncia, mas ainda mais prediz, ordena aos homens que se abstenham dos alimentos que DEUS criou para que, os que creem e reconhecem a verdade, possam participar deles com ações de graças (literalmente, que DEUS criou para participar deles com ações de graças pelos que creem e reconhecem a verdade). Estas palavras se referem aos alimentos, não ao matrimônio. Naturalmente, por implicação elas se aplicam a ambos; diretamente, porém, só aos alimentos. O apóstolo tem expressado seu ponto de vista favorável ao matrimônio e a família em passagens tais como 1 Timóteo 2.15; 3.2, 4, 12. Com respeito aos alimentos, pois, note que DEUS - o único DEUS verdadeiro, que é o mesmo em ambas as dispensações - os criou. Dai não poderem ser nocivos nem contaminantes. E os criou com um propósito definido, a saber: “para a participação com ações de graças” (ICo 10.31), de modo que o círculo se complete, e o que veio de DEUS possa, em forma de gratidão, ser-lhe devolvido. Mas o homem natural não pode derramar seu coração em gratidão a DEUS. Dai Paulo acrescentar: “os que creem e reconhecem a verdade.” A deleitosa aceitação da verdade conduz, não ao ascetismo, mas a participação com ações de graças. Este pensamento recebe uma ênfase maior quando Paulo prossegue:
4. Pois tudo o que DEUS criou é excelente, e nada deve ser descartado, caso seja recebido com ações de graças. Esta oração confirma a passagem precedente. Os alimentos que foram criados para o consumo com ações de graças são excelentes. Aliás, toda criatura de DEUS é excelente: “E viu DEUS tudo quanto havia feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Nada é para ser desprezado, como se fosse mau ou como se fosse a sede do mal. Ultimamente a ciência está começando a descobrir que o que se considerava sem valor para o homem pode provar ser a fonte de grande benção; aliás, pode vir a ser a solução do problema alimentar de futuras gerações; pense, por exemplo, em “alimento vegetal do oceano”. Toda criatura de DEUS é excelente: (a) Pela própria razão de DEUS a ter criado e (b) Porque ele também a consagrou. (evidente que DEUS criou coisas para servirem de alimento e criou coisas que não servem para alimento- Observação Ev. Henrique). Dai, Paulo continua:
5. Porque é consagrado pela palavra de DEUS e pela oração. Por intermédio da benção divina, e por intermédio de nossa oração confiante, tem sido consagrado (cf. 2Tm 2.21), ou seja, separado para uso santo, transportado para a esfera espiritual. Para o cristão, comer e beber não são atividades seculares (ICo 10.31). Quando, antes de participar do alimento, ele pronuncia sua petição e ação de graças, DEUS ao mesmo tempo pronuncia sua palavra de benção (cf. Dt 8.3). Ele se lembra do pacto da graça (Sl 11.5). (Não esquecendo do extremo perigoso de que, se eu orei antes, então posso comer de tudo, inclusive veneno - Observação do Ev. Henrique)
 
6 Submetendo essas questões aos irmãos, você será um excelente ministro de CRISTO JESUS, nutrido com as palavras da fé e da doutrina excelente que você vem seguindo. 7 Rejeite, porém, os mitos profanos e de velhas senhoras. Exercite-se para o viver piedoso. 8 Porque, embora o exercício físico seja de algum beneficio, esse viver piedoso é de todas as formas benéfico, visto que tem a promessa da vida, tanto a presente quanto a futura. 9 Confiável é essa afirmação e digna de plena aceitação. 10 Porque para esse fim é que labutamos e nos esforçamos, visto que temos posto nossa esperança no DEUS vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem. 11 Ordene essas coisas e ensine [-as]. 12 Que ninguém despreze sua juventude, porém tome-se o modelo dos crentes na linguagem, na conduta, no amor, na fé, na pureza. 13 Até eu chegar, aplique-se a leitura [publica da Escritura], a exortação e ao ensino. 14 Não negligencie o dom que está em você, que lhe foi concedido por meio de declaração profética com a imposição das mãos do presbitério. 15 Que essas coisas sejam sua preocupação constante. 16 Atente bem para sua própria vida e para o ensino, persevere neles, pois fazendo assim você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.
 
6. Submetendo essas coisas aos irmãos, você será um excelente ministro de CRISTO JESUS. O dever de Timóteo é advertir os irmãos do perigo por vir. Ele deve realçar qual será o produto de determinados erros que em sua forma inicial ainda agora estavam se manifestando, mas que, quanto a seu desenvolvimento, ainda pertenciam ao futuro. Ele deve deixar bem evidente para os líderes e para o povo de Éfeso e suas adjacências o que o ESPÍRITO revelara claramente quanto a natureza da falsidade que se aproximava e quanto a forma de combatê-la. Dai, a expressão “essas questões” se refere às coisas mencionadas nos versículos 1 a 5. Timóteo deve submeter essas coisas aos irmãos, ou seja, deve colocar um sólido fundamento sob seus pés (e em Rm 16.5). O apóstolo escreve que essas coisas devem ser submetidas a “os irmãos” (cf. 5.1; 6.2; 2Tm 4.21). Paulo gosta de usar esse termo (ver ( \N.T. sobre I Ts 1.4). Embora ele não receie asseverar sua autoridade como apóstolo de JESUS CRISTO, não obstante ele põe a ênfase sobre o amor. Os crentes na comunidade de Éfeso são irmãos, membros da família espiritual de Paulo (e de DEUS!). Paulo os ama. DEUS os ama. Ora, submetendo estas coisas aos irmãos, Timóteo provará ser “um excelente ministro de CRISTO JESUS”. O original usa para “ministro” o termo “diakonos”, do qual derivamos a palavra “diácono”. Em 1 Timóteo 3.8, 12, seu significado é “diácono”. Em 1 Timóteo 1.12, porém, a palavra estreitamente correlata, “diakonia”, não significa diaconato, mas ministro, e é provável que o verbo correlato, sempre que é usado no Novo Testamento (ver sobre 1 Tm 3.13), não significa “a função de diácono”, mas a de “ministro”, ou “suprir ministrando”. “Um ministro excelente” é alguém que, com amorável devoção à sua tarefa, ao seu povo e, acima de tudo, ao seu DEUS, adverte contra a apostasia da verdade, e mostra como se deve tratar o erro. Tal homem realmente representa (e pertence a) CRISTO JESUS. “Cumprindo seu dever, você, Timóteo”, diz Paulo, se adequara a este padrão, sendo nutrido nas palavras da fé e da doutrina excelente que vem seguindo. “As palavras” são as que incorporam “a fé” e “o ensino excelente” da igreja, à verdadeira doutrina cristã. O apóstolo poderia estar pensando em certos sumários de doutrina que (talvez na forma de “confissões confiáveis” correntes e outras formulações fixas de verdades) poderiam ser considerados boa nutrição espiritual. Timóteo tinha e ainda continuava seguindo essa doutrina ou ensino excelente. Se ele quiser continuar sendo um ministro qualificado de JESUS CRISTO, então deve ser constantemente nutrido por (ou “em”) esse tipo de alimento. Um ministro que negligencia o estudo de sua Bíblia, e a doutrina baseada nela, atrofia seus poderes pelo desuso.
7a. Timóteo deve nutrir-se. Naturalmente que deve usar os alimentos apropriados. Não deve alimentar-se de refugos. E assim Paulo prossegue: Rejeite, porém, os mitos profanos e de velhas senhoras. Note que o apóstolo definitivamente continua dizendo a Timóteo o que ele deve fazer para ser um ministro excelente. As expressões: “nutrido nas palavras da fé”, “mitos profanos e de velhas senhoras”, “exercite-se para o viver piedoso” se enfeitem. Praticar um e descartar o outro é, indubitavelmente, contraditório. Dai, a tradução “porém” , no inicio do versículo 7, se ajusta excelentemente. Os mitos profanos e de velhas senhoras que o apóstolo ordena a Timóteo descartar são os “mitos e genealogias infindáveis” mencionados em 1 Timóteo 1.4. Em contraste com a heresia contra a qual Paulo adverte a Timóteo na seção que acabamos de discutir (1 Tm 4.1-5), heresia essa que tinha ampla referência, ainda que não exclusivamente, ao futuro, essas fúteis anedotas judaicas por meio das quais os mestres do erro tentavam embelezar a lei, faziam parte do presente. Timóteo deve recusar-se a deixar-se aborrecer por elas (cf. 2Tm 2.23). Ele deve “ficar isento”. Esses mitos eram profanos, próprios para serem pisoteados sob a planta dos pés (ver sobre 1 Tm 1.9). Não passam de sandice, e pertencem a categoria de superstições disparatadas que velhas senhoras costumam esforçar-se por imprimir em seus vizinhos ou em seus netos.
7b, 8. Dando seguimento ao seu conselho com respeito ao progresso espiritual de Timóteo e os meios que ele deve usar para tal fim, Paulo diz: Exercite-se para o viver piedoso. Porque, ainda que o exercício físico seja de algum benefício, esse viver piedoso é de todas as formas benéfico.
A figura que serve de lastro a passagem é, naturalmente, a do ginásio grego (ou sua imitação popular), que compreendia pistas de corrida, de luta, etc. Era um lugar onde os jovens se despiam com o fim de promover a graça e o vigor do corpo por meio de treinamento físico. (Timóteo deveria instruir os jovens da igreja em Éfeso nesse sentido de considerarem o exercício espiritual superior ao físico - Ev. Henrique).Mas, em conformidade com o contexto precedente, que o recomenda a nutrir-se com as palavras da fé e a rejeitar os mitos profanos para poder ser (e prosseguir sendo) “um excelente ministro de CRISTO JESUS”, ele recebe ordem de exercitar-se com vistas a piedade ou ao viver santo. O exercício para o qual ele é exortado a praticar é de caráter espiritual. Por conseguinte, o que Paulo tinha em mente teria incluído uma ou mais das seguintes comparações: (a) Justamente como um jovem treina num ginásio o máximo que pode, assim você também, pela graça e poder de DEUS, não deve poupar esforços para alcançar o alvo. (b) Justamente como um jovem se desvencilha de todo e qualquer obstáculo ou peso para exercitar-se mais livremente, assim também você deve desvencilhar-se de tudo quanto prejudique seu progresso espiritual. (c) Justamente como um jovem tem seus olhos postos num alvo - talvez o de exibir habilidade superior no arremesso do disco, ou o de vencer a luta ou a pugna no boxe no ginásio, o de ser o primeiro a alcançar o poste que assinalava o lugar da vitória na pista de corrida, ou, pelo menos, o de melhor no físico -, assim você deve apontar constantemente para seu objetivo espiritual, a saber, o da plena dedicação pessoal a DEUS em CRISTO. Não surpreende de forma alguma que o apóstolo, com a figura do ginásio ou seus substitutos menos pretensiosos em seus pensamentos, agora estabeleça uma comparação entre o valor do exercício físico (literalmente, “ginástica corporal”) e o exercício para a vida piedosa. Ele afirma que o primeiro é de algum proveito. E útil para algo. Não obstante, o segundo é em todos os sentidos benéfico. E útil para todas as coisas. Ele está dizendo duas coisas: a. que a benção que procede do exercício físico, por maior que seja, é definitivamente inferior a recompensa que a vida piedosa promete. O primeiro, no melhor dos casos, promove a saúde, o vigor, a beleza física. (Estas coisas são passageiras - Ev. Henrique). O segundo, porém, promove a vida eterna; b. que a esfera em que o exercício físico é de proveito é muito mais restrita do que aquela em que a vida eterna concede sua recompensa. O primeiro tem que ver com o aqui e agora. O segundo, com o aqui e agora, mas também atinge o Além. Por certo que isto é o que ele tem em mente, como o demonstra claramente o que se segue ao versículo 8 depois das palavras “o viver piedoso e em todos os sentidos benéfico”, a saber: visto que tem a promessa da vida, tanto para o presente quanto para o futuro. A essência e o conteúdo da promessa é vida, comunhão com DEUS em CRISTO, o amor de DEUS derramado no coração, a paz que excede a todo o entendimento (ver também CNT sobre João, Vol., I). A devoção plena, a piedade ou o viver santo, fruto inerente da graça de DEUS, resultam na crescente posse ou desfruto dessa recompensa, em conformidade com o ensino das Escrituras em sua totalidade (Dt 4.29; 28.1- 3,9, 10; ISm 15.22; Sl 1.1-3; 24.3-6; 103.17, 18; Jo 1.6,7; 2.24, 25; Ap 2.10, 17; 3.5, 12, 21). DEUS prometeu isso, e ele sempre cumpre sua promessa. E essa vida que DEUS concede e que ultrapassa a todas as demais bênçãos em valor e tanto para o presente quanto para o futuro, para a presente era e para a vindoura. Ela jamais poderá cessar.
9. Em contraste com o valor amplamente proclamado do exercício físico, a igreja confessava sua fé no valor infinitamente superior do exercício espiritual. Daí que, em referência a importante declaração que acabamos de estudar - “ainda que o exercício físico seja de algum beneficio, o viver piedoso é, em todos os aspectos, mais benéfico, já que ele tem a promessa de vida tanto para o presente quanto para o futuro” - os crentes viveram constantemente afirmando: Confiável é essa afirmação e digna de plena aceitação (ver sobre 1 Tm 1.15, onde ocorre exatamente a mesma fórmula).
10. Do que Paulo e bem assim Timóteo estão deveras profundamente convencidos, acerca da confiabilidade da declaração concernente ao dom da vida, agora e no porvir, a ser desfrutado por todos os que vivem uma vida piedosa, deduz-se do que o apóstolo agora declara:
Pois para esse fim labutamos e nos esforçamos, visto que temos posto nossa esperança no DEUS vivo. É verdade que estamos profundamente convencidos da verdade expressa na confissão fiel, porque doutro modo nós, os missionários (eu, Paulo, e você, Timóteo), não estaríamos labutando nem nos esforçando tanto. Esta parece ser a conexão entre os versículos 7.b, 8 e 9, de um lado, e o 10, do outro. O fim ou propósito para o qual Paulo e Timóteo estão labutando e se esforçando é, indubitavelmente, este: para que os homens do mundo inteiro, quer judeus, quer gentios, ouçam o bendito evangelho de salvação e, melhor ainda, para que o recebam e adquiram a vida eterna. É essa vida, ou seja, a salvação, o que DEUS prometeu (v. 8). Esses missionários labutam ou trabalham. Esforçam-se ao máximo no labor de levar o evangelho, aplica-lo a situações concretas, advertindo, admoestando, ajudando e dando alento em meio a grandes dificuldades. Paulo usa a palavra labor ou trabalho em referência ao trabalho manual (ICo 4.12; Ef4.28; 2Tm 2.6; cf. o substantivo em ITs 1.3; 2.9; 2Ts 3.8) e também em conexão com a obra religiosa (Rm 16.12, duas vezes; ICo 5.10; Gl 4.11; Fp 2.16; ITs 5.12; 1 Tm 5.17; e nesta passagem). Esforçam-se, ou seja, na arena espiritual eles lutam contra as forcas das trevas, para arrancar os homens das trevas e leva-los para a luz. Sofrem agonias. Cf. 1 Timóteo 6.12; 2 Timóteo 4.7; em seguida, Colossenses 1.29; 4.12. Ver CNT sobre 1 Tessalonicenses 2.2. Alegremente levam a bom termo essa difícil tarefa, visto terem depositado sua esperança não nos ídolos, que não podem fazer nem cumprir promessa alguma, uma vez que estão mortos, mas no DEUS vivo (ver CNT sobre ITs 1.9, 10), que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem.
DEUS é o Salvador de todos os homens, mas de alguns homens, ou seja, dos crentes, ele é o Salvador num sentido mais profundo e glorioso que dos demais. Isso evidentemente implica que, quando ele é chamado o Salvador de todos os homens, isso não pode significar que a todos ele comunica a vida eterna como faz com os crentes. O termo Salvador, pois, deve ter um significado que nós, hoje, de um modo geral imediatamente lhe atribuímos. E essa é exatamente a causa de nossa dificuldade. É preciso estudar este termo à luz não só do Novo Testamento, mas também do Antigo Testamento e da Arqueologia.
Ora, na versão LXX do Antigo Testamento a palavra Soter que é usada aqui em 1 Timóteo 4.10, e que geralmente é traduzida Salvador, às vezes é empregada num sentido bem inferior ao que geralmente lhe atribuímos. Assim, por exemplo, o juiz Otniel é chamado Soter ou “salvador” ou “libertador” porque salvou os filhos de Israel das mãos de Cusa Risataim, rei da Mesopotâmia (Jz 3.9). Ver também 2 Reis 13.5: “O Senhor deu um salvador [libertador] a Israel, de modo que os filhos de Israel saíram de sob o poder dos sírios e habitaram, de novo, em seus lares, como dantes”. Em certo sentido, todos os juízes de Israel foram “salvadores” (libertadores), justamente como lemos em Neemias 9.27: “Pelo que os entregaste nas mãos de seus opressores, que os angustiaram; mas no tempo de sua angústia, clamando eles a ti, dos teus tú os ouviste; e, segundo tua grande misericórdia, lhes deste libertadores que os salvaram [ou seja, os libertaram] das mãos dos que os oprimiam”. Cf. também o uso um pouco semelhante da palavra em Obadias 21: “Salvadores [libertadores] hão de subir ao monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do Senhor”. Não causa estranheza que especialmente Jeová seja chamado Salvador, porque foi ele quem repetidas vezes salvou seu povo (Dt 32.15; Sl 25.5). Ele “fez grandes coisas no Egito ... coisas formidáveis sobre o Mar Vermelho”, sendo, consequentemente, o “DEUS de sua salvação” (Sl ] 06.21). Havendo libertado Israel da opressão de Faraó, ele veio a ser o Salvador daquela multidão inteira que saiu do Egito. Todavia, “DEUS não se agradou da maioria deles” (ICo 10.5). Em certo sentido, pois, ele foi o Salvador ou o Soter de todos, mas especialmente dos que creram. Destes, é tao-somente destes, ele “se agradou”. Todos saíram do Egito; nem todos entraram em “Canaã”. Especialmente em certas passagens de muita beleza de Isaias e que se imprime um conteúdo rico e espiritual a palavra Soter: Jeová é o Salvador de Israel, e isto não só porque ele liberta seu povo da opressão, mas também porque coletivamente ele os ama. Todavia, mesmo nessas passagens exaltadas, o significado que hoje geralmente daríamos a palavra não havia sido alcançado. As passagens não podem ser interpretadas no sentido em que atribuímos vida eterna a todos os indivíduos do grupo. Note Isaias 63.8-10: “Porque ele dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou seu Salvador. Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo de sua presença os salvou; por seu amor e por sua compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes e contristaram seu ESPÍRITO SANTO, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.” Cf. Isaias 43.3, 11; 45.15, 21; 49.26; 60.16. Cf. Jeremias 14.8; Oséias 13.4. (Na última referência, note especialmente o contexto: “Além de mim não há salvador” precedido por “Jeová teu DEUS desde a terra do Egito”, e seguido de “Eu te conheci no deserto”.) Segundo o Antigo Testamento, pois, DEUS é Soter (salvador) não só dos que entram em seu reino eterno, mas, em certo sentido, também de outros; aliás, de todos aqueles a quem ele liberta de catástrofes temporais. Além disso, o Antigo Testamento ensina em outra parte aquele tipo de providência que DEUS estende a todos os homens, num sentido até mesmo as plantas e aos animais: Salmos 36.6; 104.27, 28; 145.9, 16, 17; Jonas 4.10, 11. Ele provê suas criaturas com alimento, as mantém vivas, está profundamente interessado nelas, amiúde as livra de doenças, calamidades, dor, fome, guerra, pobreza e perigo em qualquer forma. Ele é, por conseguinte, seu Soter (Preservador, Libertador e, nesse sentido, Salvador).
No Novo Testamento, este ensino é contínuo, como era de se esperar.
Em seu amor, bondade e misericórdia, o Pai celestial “faz seu sol nascer sobre o mau e o bom, e envia chuva sobre o justo e o injusto”... “é bom para com os ingratos e maus” (Mt 5.45; Lc 6.35). A perversidade dos homens maus consiste em parte no fato de que eles não dão graças a DEUS por sua bondade (Rm 1.21). É ele quem “dá a todos vida e fôlego e todas as coisas” (At 17.25). É ele “em quem vivemos e nos movemos e temos nosso ser” (At 17.28). Ele preserva, livra e, nesse sentido, salvação é essa atividade “salvifica” de modo algum se limita aos eleitos! Na viagem perigosa (a Roma), DEUS “salvou” não só a Paulo, mas a todos os que estavam com ele (At 27.22, 31, 44). Não houve perda de vida. Além do mais, DEUS também faz com que seu evangelho da salvação seja solicitamente proclamado a todos os homens, ou seja, aos homens de cada raça e nação. Verdadeiramente, a bondade de DEUS se estende a todos. Não há sequer um que de uma maneira ou outra não esteja ao alcance de sua benevolência, e ainda o círculo daqueles que ouvem a proclamação da mensagem de salvação é mais amplo que o círculo dos que a aceitam com verdadeira fé. Isso é realmente tudo o de que se necessita na classificação de nossa presente passagem, 1 Timóteo 4.10. Então, o que o apóstolo ensina equivale a isto: “Nós temos nossa fé posta no DEUS vivo, e nessa esperança não somos desapontados, pois ele não é apenas um DEUS bondoso, dai o Soter (Preservador, Libertador) de todos os homens, derramando bênçãos sobre eles, mas ele é, num sentido muito especial, o Soter (Salvador) dos que pela fé abraçam a ele e a sua promessa, pois a esses ele comunica salvação, vida eterna em toda sua plenitude (como em 1 Tm 1.15). É esse DEUS vivo que em JESUS CRISTO é o Salvador! No grego clássico e koinê, o termo Soter era usado como uma designação de vários deuses (Zeus, Apolo, Hermes, Asclepio), imperadores romanos e oficiais de alta estirpe, conquanto fossem vistos como libertadores dos homens desta ou daquela calamidade, suprindo esta ou aquela necessidade física ou outorgando saúde geral ou “bem-estar”. Segundo Paulo, porém, por trás de todo livramento real está DEUS, o DEUS vivo. O mais glorioso “bem-estar” de todos (para a alma, porém no fim também para o corpo), e eterno, ele promete e proporciona a todo aquele que crê. Para eles, e tão-somente para eles, DEUS é o Soter no sentido em que o termo é também usado em 1 Timóteo 1.1; 2.3; Tito 1.3; 2.10; 3.4. Ele os resgata do maior dos males, e a eles outorga o maior dos bens. É nesse sentido pleno e evangélico que a palavra se aplica a DEUS também em Judas 25 (e, segundo alguns, também em Lc 1.47). Embora como um título para DEUS, Paulo não tenha usado a palavra até escrever as Pastorais, a ideia de que DEUS é Soter está verdadeiramente presente em seus primeiros escritos, como já se demonstrou (ver sobre 1 Tm 1.1). É provável que quanto mais próximo esteve Paulo do contato com o mundo romano e com o epíteto Soter aplicado a deuses e líderes, mais ele passou (ele e também os demais crentes) a usar o mesmo termo Soter como designação para o DEUS vivo e verdadeiro, baseando o conteúdo dessa convicção não em algo que o mundo que os rodeava lhes oferecia, mas na revelação especial dada no Antigo Testamento e no ensino do Senhor.
11. Ordene e ensine essas coisas. Timóteo recebe a ordem para que ordene (ou: continue ordenando) e ensine (ou: continue ensinando; ambos os verbos estão no imperativo presente) essas coisas. Ele deve ordenar coisas tais como: “rejeitar mitos profanos e de velhas senhoras”, “Exercite-se [e a outros] para o viver piedoso” (v. 7). Ordens tais como essas se aplicam não só a Timóteo pessoalmente, mas a todos os presbíteros, sim, e ainda a todos os cristãos. É provável que a expressão “essas coisas”, em conexão com “ordene”, se refira também a mandamentos implícitos, tais como: “Nunca rejeite o que DEUS destinou ao uso, mas participe dele com ações de graças” (vv. 3, 4); “Nutra-se [e a outros] das palavras da fé e da sã doutrina” (v. 6); “Confie no DEUS vivo e em sua promessa a todos os que vivem vida piedosa e o aceitam com fé genuína” (vv. 8, 9). Timóteo deve ensinar coisas como: “A apostasia está chegando na forma de ascetismo” (vv. 1-3); “esse erro é um insulto a DEUS e a sua obra de criação” (vv. 4, 5); “um ministro excelente é aquele que se alimenta da sã doutrina que ele transmite a outros” (v. 6); “O beneficio que advém da vida piedosa transcende aquele que resulta do treinamento físico” (vv. 8-10).
12. Que ninguém despreze sua juventude. É possível presumir que cerca do ano 51, quando Timóteo juntou-se a Paulo, durante sua segunda viagem missionária, havia atingido a idade de 22-27 anos.
É pouco provável que o apóstolo tivesse permitido que um homem de menos idade ainda se juntasse a ele para uma tarefa tão difícil. Além do mais, sabemos que Timóteo deve ter atingido um grau de maturidade já durante a primeira viagem missionária de Paulo, porque foi então que ele “confessou sua fé”. Se esse cálculo é correto, agora Timóteo tem, cerca do ano 63, entre 34 e 39 anos. Segundo Irineu, a primeira etapa da vida abarca trinta anos e se estende até os quarenta (Against Heresies, Il.xxii). Portanto, Timóteo ainda era “um jovem”. Além disso, ele deve ter sido considerado muito jovem para o posição que ocupava: representante apostólico e, como tal, líder sobre todos os presbíteros nas igrejas de Éfeso e seus arredores. Esses presbíteros (como o próprio nome indica), no Israel antigo, na sinagoga dos tempos posteriores e também na igreja primitiva - que em muitos aspectos era cópia da sinagoga - eram geralmente idosos ou, pelo menos, de idade madura. E aqui está Timóteo, um homem muito mais jovem e, além do mais, pessoa naturalmente reservada e tímida, exercendo autoridade sobre quem era mais idoso talvez dez ou até mesmo quarenta anos! Dai o mandamento: “Que ninguém despreze sua juventude”. O idioma grego diz: “Que ninguém pense pouco de você”. Timóteo não deve permitir que alguém o menospreze por causa de sua juventude. Deve fazer com que o respeitem em consideração a seu ofício. Mas deve conseguir isso não “se fazendo grande” ou se vangloriando de suas credenciais, mas conduzindo-se como um homem de sábio conselho e consagrado, e de sabedoria prática. O respeito pelo homem equivale a respeito por seu ofício. Dai, Paulo continua: Mas torne-se modelo dos crentes na linguagem, na conduta, no amor, na fé, na pureza. De um modo totalmente natural e orgânico, ele deve conquistar o respeito de todos os crentes. Note que Paulo de fato não diz que Timóteo deve tornar-se um modelo para que os crentes o sigam (ver CNT sobre ITs 1.7; 2Ts 3.9), senão que cada vez mais, de uma forma crescente, deveria ser o modelo do que os crentes são, e isso em cinco aspectos:
a. na linguagem, ou seja, na conversação pessoal (quanto a pregação, ver o versículo seguinte).
b. na conduta, ou seja, nos costumes, hábitos, modo de tratar as pessoas, etc.
c. no amor, ou seja, no profundo apego pessoal a seus irmãos e uma genuína preocupação por seu próximo (inclusive seus inimigos), buscando sempre a promoção do bem-estar de todos.
d. na fé, ou seja, no exercício desse dom de DEUS, que e a raiz da qual brota o amor (note bem: aqui provavelmente o amor indique a relação horizontal; a fé, a relação vertical).
e. na pureza (ver também 1 Tm 5.2), ou seja, na completa conformidade, de pensamento e ato, com a lei moral de DEUS.
13. Reafirmando as diretrizes do versículo 11, Paulo prossegue: Até minha chegada, aplique-se à leitura [bíblica da Escritura], à exortação e ao ensino.
“Até minha chegada” é a tradução correta, e se harmoniza com 3.14 (“esperando ir ter com você em breve”). A ideia é esta: “Se, e quando eu regressar, lhe darei novas instruções”. Talvez Paulo tivesse em mente alguma outra missão na qual Timóteo pudesse então ser enviado. Durante a ausência do apóstolo, pois, seu representante recebe instruções acerca de seu dever com respeito ao culto público em todo o distrito. Ele deve providenciar para que em todas as igrejas de Éfeso e arredores três elementos recebessem devida proeminência, a saber: a. a leitura pública, da Escritura, (justamente como na sinagoga, Lc 4.16; At 13.15; 2Co 3.14; agora, porém, não só a leitura da lei e dos profetas, mas adicionando porções do Novo Testamento em desenvolvimento, Cl 4.16; ITs 5.27; Ap 1.3).
b. a exortação. Isso inclui advertência (por exemplo, contra erro em doutrina e moral), conselho e encorajamento.
c. o ensino. O que alguém crê faz certa diferença. A atitude do coração não é tudo. Há certos fatos com respeito a doutrina e a moral que devem ser ensinados, e os quais alguém deve aceitar e abraçar de modo que a vida do mesmo se fundamente neles. Ver, por exemplo, João 3.16 e todo o ensino da presente epístola. Este não é um sumário completo das coisas essenciais que compreendem o culto público. A oração, por exemplo, não é mencionada. Mas não carece que seja mencionada, porque Paulo a discutiu detalhadamente no capítulo 2. Isto é tão claro: se não há leitura feita no púlpito, exortação e ensino, o titulo culto divino é uma denominação imprópria. Na igreja primitiva, quando bem poucos indivíduos possuíam exemplares próprios da Santa Escritura, e todos os materiais deviam ser copiados à mão, é possível imaginar-se a importância que tinha a leitura pública das Escrituras. Mesmo hoje, porém, a seleção criteriosa, a leitura clara e a interpretação de uma porção adequada da Santa Escritura é “a parte mais importante do culto publico”. E ainda hoje, se o coral toma todo o tempo e deixa pouco tempo para a exortação e o ensino, algo fica desencaixado. Timóteo, pois, deve continuar dedicando atenção a esses importantes assuntos. Porventura não há aqui outra indicação que seja de tanto valor para hoje quanto para os tempos de Paulo e Timóteo, a saber: que o ministro deva esforçar-se por alcançar equilíbrio adequado entre a leitura da Palavra, a exortação e o ensino? Alguns jamais exortam. Outros nunca ensinam. E a leitura das Escrituras as vezes ée considerada apenas como um prefácio necessário ao que o próprio pregador tem a dizer.
14. Timóteo fora dotado especialmente para sua tarefa. Dai Paulo prosseguir: Não negligencie o dom que há em você.
Timóteo precisa empregar com a máxima vantagem o dom do discernimento entre o verdadeiro e o falso e, consequentemente, de ser apto para exortar, ensinar e guiar. Precisa fazer uso dele quando administra a Palavra e precisa também exercê-lo quando diz a outros como devem pregar. Não deve jamais descuidar-se dele ou negligencia-lo. Ele e um carisma precioso, ou seja, um dom especial da graça de DEUS que lhe fora outorgado pelo ESPÍRITO SANTO. Por isso Paulo prossegue: o qual lhe foi concedido por meio de declarações proféticas das mãos do presbitério. Com toda probabilidade, isto se refere ao que ocorreu em Listra na segunda viagem missionária de Paulo. Foi então que Timóteo, pela operação do ESPÍRITO SANTO, foi dotado amplamente com esse dom. Por meio (oia) de declarações proféticas de circunstantes inspirados ele fora advertido sobre isso e o caráter de sua tarefa. Além do mais, tudo isso estava em associação com (ou acompanhado por: [ieta) a imposição das mãos do presbitério (usado noutros lugares para indicar o Sinédrio, Lc 22.66; At 22.5, porém aqui para o conselho de presbíteros ou, nesse sentido, o consistório da igreja). As próprias mãos de Paulo haviam repousado sobre ele (2Tm 1.6). Esta imposição de mãos simboliza a transferência de um dom do Doador para o recipiente. No presente caso, significa que o ato gracioso do ESPÍRITO SANTO por meio do qual ele confere seu favor especial a Timóteo, capacitando-o para levar a bom termo os deveres de seu importante ofício com representante apostólico (cf. também At 6.6; 8.17; 13.3, 4).
15. Que essas coisas lhe sejam uma preocupação constante. Em contraste com “não se descuide”, Paulo escreve: “Que essas coisas lhe sejam uma preocupação constante” (cf. vv. 14, 15). Pela expressão “essas coisas” ele está pensando em todo o conteúdo do capítulo 4 (que a apostasia está a caminho, e contra ela Timóteo precisa advertir a outros; que mesmo agora há quem pretenda substituir o verdadeiro evangelho pelos mitos profanos; que Timóteo precisa nutrir-se das palavras da fé e que precisa preparar-se para a vida piedosa; que precisa conduzir- se de tal modo que ninguém menospreze sua juventude; etc.). Que nessas coisas seja [absorvido], “Seja nelas”, diz o apóstolo, como se quisesse dizer: “Põe nelas todo seu coração, toda sua alma; envolva-se completamente nelas.” O resultado contemplado será para seu progresso seja evidente a todos. Aceitamos como correta e natural a interpretação usual dessas palavras, isto e, que se Timóteo se devotar completamente a sua tarefa, como indicado, todos (especialmente aqueles que pertencem a igreja, mas em alguma extensão até mesmo os de fora que entrarem em contato próximo com os crentes) irão notar seu progresso espiritual e profissional, para a gloria de DEUS. Cf. Fp 1.12, 25. As ultimas palavras do capítulo são:
16. Atente para si mesmo e para o ensino, persevere neles. O viver santo e o ensino integro devem ir juntos, caso Timóteo (ou, nesse sentido, qualquer representante apostólico, ministro ou presbítero, etc.) queira ser uma benção. Dai Paulo admoestar Timóteo a continuar atentando (implícito sua mente) para si mesmo, ou seja, para seus deveres, seus dons, seu privilégio de atingir as profundezas da promessa de DEUS; particularmente, também para a doutrina (a sua e a dos outros no distrito de Éfeso). Ele precisa permanecer ou perseverar nessas coisas, ou seja, na vida santa e na vigilância em referência ao ensino. A promessa é: “porque, fazendo isso você salvará. tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem.” Por certo que uma pessoa é salva pela graça, mediante a fé; não por meio das obras (Tt 3.3; cf. Ef 2.6-8); todavia, uma vez que o viver santo e a sã doutrina são o fruto da fé, Paulo está apto a dizer que “ao agir assim” Timóteo salvará a si e aos ouvintes. E ao longo da vereda de um viver santo e da diligência no ensino e na vigilância sobre a vida e o ensino de outros que se obtém a salvação (tanto presente quanto futura; ver 1 Tm 1.15). Além do mais, DEUS promete uma recompensa especial para seus ministros fiéis, sim, para todas as suas testemunhas fieis (Dn 12.3; Mt 13.43; Tg 5.20); e ameaça com castigos severos os infiéis (Ez 33.7, 8).
 
Síntese do Capitulo 4:
Ainda que CRISTO sempre seja tão exaltado (veja final do capítulo 3), e a igreja seja sempre muitíssimo gloriosa, a apostasia se encontra sempre bem próxima. Os instigadores da apostasia são os espíritos sedutores que invadem o coração dos enganadores. Esses enganadores proibirão ao povo que se case, ordenarão que se abstenha de certos alimentos, como se a salvação pudesse ser obtida por meio de certas práticas como essas, práticas que, além do mais, levam CRISTO ao demérito como o único e suficiente Salvador. Quanto aos alimentos em questão, são eles excelentes porque DEUS os criou e porque, em resposta a nossas orações, ele os consagra. Timóteo, ao combater tais erros que proliferavam vicosamente, e os quais iriam desenvolver-se até ficarem cada vez piores, precisa ficar forte. Por isso ele deve usar armas positivas. Não deve concentrar sua atenção e energia nos mitos. Antes, deve nutrir-se das palavras de fé e continuar resoluto na leitura pública das Escrituras, na exortação e no ensino. Sim, que Timóteo se exercite para a vida piedosa. Uma vida positiva e um ensino positivo são os melhores meios para o autodesenvolvimento espiritual e também as melhores armas contra o erro. Quanto a esse exercício para a vida piedosa, ele confere uma benção muito maior do que o exercício físico pode conferir. Traz vida eterna, que eé uma benção para o presente e para o futuro. Se Paulo e seus colaboradores não estivessem plenamente convencidos disso, não teriam trabalhado tão arduamente. Puseram, porém, sua completa confiança em DEUS, que não os defraudara, porque ele é o DEUS de amor. Ele preserva não só o homem e o animal, mas especialmente seu povo. Que Timóteo, pois, atente fielmente para seus deveres ministeriais. Que ele se conduza de tal forma que ninguém o olhe com menosprezo, pensando: “Ele é ainda muito jovem.” Usando plenamente o dom que recebeu quando foi ordenado, e estando absorvido por coisas tais como a leitura publica das Escrituras, a exortação e o ensino, ele salvará a si próprio e aos que o ouvem. Note especialmente as palavras: “Embora o exercício físico seja de algum proveito, a vida piedosa é em todos os aspectos benéfica.” Os gregos rendiam culto a beleza e a cultura física. Muito antes dos dias de Paulo, eles já haviam estabelecido os jogos olímpicos, istmicos e piticos. Nos dias de Paulo celebravam-se competições desse caráter em muitas províncias romanas. Ora, nessa comparação entre o valor do exercício corporal e o valor do exercício que visa a piedade não se deve descuidar de um ponto importante. O exercício físico, especialmente com vistas a participação de competições públicas, estava intimamente conectado a religião pagã. De fato, na mente popular, as duas coisas eram inseparáveis. Os jogos olímpicos eram celebrados em honra de Zeus; os istmicos, em honra de Poseidon; e os piticos, em honra de Apolo. As competições atléticas romanas eram precedidas de procissões nas quais estátuas dos deuses eram levadas em belas carruagens. Suas mais importantes competições eram celebradas em honra de deuses tais como Júpiter, Apolo, Diana e outros. E ainda em conexão com a execução de criminosos no anfiteatro, punham-se em cena contos com referência as divindades pagãs e eram apresentadas de maneira vívida na forma em que se executava a sentença. Sobre este tema, ver Everyday Life in Ancient Times, publicado por National Geographic Magazine, pp. 209, 227; Além do mais, Erich Sauer, In the Arena o f Faith, Grand Rapids, 1955, pp. 30-68. Em vista de tudo isto, surpreende o fato de Paulo dizer: “O exercício físico é de algum proveito”? Certamente ele beneficia o corpo. Antes que pudesse contribuir mesmo que fosse em um pequeno ponto para o bem-estar da alma, era preciso colocá-lo num contexto completamente diferente.
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) 
 
 2 Pedro 2.1-9. - (BEP - CPAD)
1E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.2E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;3e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.4Porque, se DEUS não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo;5e não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;6e condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente;7e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis8(porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre as suas obras injustas).9Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem castigados.
2.1 ENTRE VÓS HAVERÁ TAMBÉM FALSOS MESTRES O ESPÍRITO SANTO adverte repetidas vezes nas Escrituras que surgirão muitos falsos mestres dentro das igrejas. As advertências a respeito de mestres e líderes introduzindo heresias no meio do povo de DEUS foram feitas antes por JESUS (ver Mt 24.11 nota; 24.24,25), e o ESPÍRITO SANTO continuou advertindo através de Paulo (ver 2 Ts 2.7; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-5), de Pedro (vv. 1-22), de João (1 Jo 2.18; 4.1; 2 Jo 7,11), de Judas (Jd 3,4,12,18) e das cartas de CRISTO às sete igrejas (ver Ap 2.2,6)
2.1 NEGARÃO O SENHOR QUE OS RESGATOU. De conformidade com Pedro, os falsos mestres dentro da igreja que estavam "negando (gr. arneomai = repudiar ou renunciar) o Senhor que os resgatou" tinham abandonado o caminho certo e se desviado (v. 15), tornando-se "fontes sem água" (v. 17). Antes, eles tinham se livrado da maldade do mundo, mediante JESUS CRISTO, mas agora voltaram a emaranhar-se no pecado (v. 20).
2.2 SERÁ BLASFEMADO O CAMINHO DA VERDADE. Muitos crentes professos seguirão esses falsos pregadores, com suas "dissoluções" (i.e., imoralidades sexuais). Por causa da vida pecaminosa desses líderes e seus seguidores, DEUS e seu evangelho serão infamados (ver 2 Tm 4.3,4).
2.3 POR AVAREZA... PALAVRAS FINGIDAS. Os falsos mestres comercializarão o evangelho, sendo peritos na avareza e em conseguir dinheiro dos crentes, a fim de promover ainda mais seus ministérios e seus modos luxuosos de vida. (1) Os crentes devem estar a par de que um dos métodos principais dos falsos ministros é usar "palavras fingidas", ou seja, contar histórias impressionantes, mas inverídicas, ou publicar estatísticas exageradas a fim de motivar o povo de DEUS a contribuir com dinheiro. Glorificam a si mesmos e promovem seu próprio ministério com esses relatos inventados (cf. 2 Co 2.17). Deste modo, o crente sincero, mas desinformado,
torna-se um objeto de exploração. (2) Pelo fato de esses obreiros profanarem a verdade de DEUS e fraudarem o seu povo com sua cobiça e engano estão destinados à perdição e à destruição.
2.4 ANJOS... HAVENDO-OS LANÇADO NO INFERNO. Provavelmente, trata-se dos anjos que se rebelaram juntamente com Satanás, contra DEUS (Ez 28.15), e tornaram-se os espíritos maus referidos no NT. As Escrituras não explicam por que uns espíritos malignos estão em cadeias, enquanto outros estão livres para agir com Satanás na terra (cf. Jd 6)
2.8 AFLIGIA... A SUA ALMA JUSTA. Uma característica principal do homem de DEUS é que ele ama a justiça e detesta a iniqüidade (ver Hb 1.9). Sua alma se angústia e se aflige (vv. 7,8) pelo pecado, imoralidade e impiedade reinantes no mundo (ver Ez 9.4; Jo 2.13-17; At 17.16).
2.9 LIVRAR... OS PIEDOSOS. O modo de Ló reagir ante a iniqüidade e imoralidade ao seu redor (v. 8) tornou-se uma prova que determinou, tanto o seu próprio livramento, quanto seu destino na eternidade. (1) DEUS livrou Ló porque este rejeitava o mal e sentia repugnância na sua alma, diante "da vida dissoluta dos homens abomináveis" (v. 7). (2) Quando CRISTO voltar para levar seu povo (ver Jo 14.3) e manifestar a sua ira sobre os ímpios (3.10-12), Ele levará para si mesmo a sua igreja visível que, por causa da sua fé nEle e do seu amor por Ele, é, aqui, como Ló, afligida pela conduta carnal, pela vida imoral e pelos demais pecados clamorosos da sociedade ao seu redor. (3) DEUS sabe como libertar seus servos fiéis do meio ambiente imoral e corrupto, em cada geração (cf. Mt 6.13; 2 Tm 4.18; Ap 3.10)
 
A APOSTASIA PESSOALHb 3.12 “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do DEUS vivo”.
A apostasia (gr. apostásis) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado; afastamento, abandono premeditado consciente da fé cristã.

(1) Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com CRISTO, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo ESPÍRITO SANTO (cf. Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:
(a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais de CRISTO e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e
(b) a apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em CRISTO e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).

(2) A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com CRISTO, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência. O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela idéia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final. Alguns dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt 24.4,5,11-13; Jo 15.1-6; At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5; Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe 1.8-11; 1Jo 2.23-25.

(3) Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx 32; 2Rs 17.7-23; Sl 106; Is 1.2-4; Jr 2.1-9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe 2.1,15,20-22; Jd 4,11-13; a apostasia, segundo a Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos dias desta era:
Ocorrerá a “apostasia” (gr. apostasia), que literalmente significa “desvio’’, “afastamento’’, “abandono’’ (2.3). Nos últimos dias, um grande número de pessoas da igreja apartar-se-á da verdade bíblica.
(a) Tanto o apóstolo Paulo quanto CRISTO revelam um quadro difícil da condição de grande parte da igreja — moral, espiritual e doutrinariamente — à medida que a era presente chega ao seu fim (cf. Mt 24.5, 10-13, 24; 1Tm 4.1; 2Tm 4.3,4). Paulo, principalmente, ressalta que nos últimos dias elementos ímpios ingressarão nas igrejas em geral.
(b) Essa “apostasia” dentro da igreja terá duas dimensões.
(i) A apostasia teológica, que é o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de CRISTO e dos apóstolos, ou a rejeição deles (1Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos dirigentes apresentarão uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências de CRISTO quanto ao arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a DEUS e seus padrões (2Pe 2.1-3,12-19). Os falsos evangelhos, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozarão de popularidade.
(ii) A apostasia moral, que é o abandono da comunhão salvífica com CRISTO e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas poderão até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de DEUS (Is 29.13; Mt 23.25-28).
Muitas igrejas permitirão quase tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (ver 1Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por CRISTO (Fp 1.29), de renunciar todo pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino de DEUS e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.1-5; 4.3).
(c) Tanto a história da igreja, como a apostasia predita para os últimos dias, advertem a todo crente a não pressupor que o progresso do reino de DEUS é infalível na sua continuidade, no decurso de todas as épocas e até o fim. Em determinado momento da história da igreja, a rebelião contra DEUS e sua Palavra assumirá proporções espantosas. No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade (1Ts 5.2-9).
(d) O triunfo final do reino de DEUS e sua justiça no mundo, portanto, depende não do aumento gradual da igreja professa, mas da intervenção final de DEUS, quando Ele se manifestará ao mundo com justo juízo (Ap 19—22; ver 2Ts 2.7,8; 1Tm 4.1; 2Pe 3.10-13; Jd).

(4) Os passos que levam à apostasia são:(a) O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
(b) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (4.16; 7.19,25; 11.6).
(c) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão nem odeia a iniquidade (ver 1.9).
(d) Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS (v. 10), não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
(e) O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8); seu fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado (1Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co 3.16,17; Hb 3.14).

(5) Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode, finalmente, chegar ao ponto em que não seja possível um recomeço.
(a) Isto é, a pessoa que no passado teve uma experiência de salvação com CRISTO, mas que deliberada e continuamente endurece seu coração para não atender à voz do ESPÍRITO SANTO (3.7-19), continua a pecar intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar para DEUS, pode chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade de arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Há um limite para a paciência de DEUS (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2 Ts 2.9-11; Hb 10.26-29,31; 1 Jo 5.16).
(b) Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir de antemão. Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia extrema está na admoestação do ESPÍRITO: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações ( 3.7,8,15; 4.7).

(6) É próprio salientar que, embora a apostasia seja um perigo para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de DEUS (6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do ESPÍRITO SANTO (ver Mt 12.31, pecado contra o ESPÍRITO SANTO).

(7) Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de DEUS (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua indiferença para com as exigências de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO e para com as advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos: "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (ver 2 Co 13.5).

(8) Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição espiritual e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para DEUS, tem nisso uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável. As Escrituras afirmam com clareza que DEUS não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9; cf. Is 1.18,19; 55.6,7) e declaram que DEUS receberá todos que já desfrutaram da graça salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co 5.1-5 com 2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 11.20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o exemplo de Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22).
 
Questionário da Lição 5 - Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Complete os espaços vazios e marque com"V" as respostas Verdadeiras e com"F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Mas o ____________________________ expressamente diz que, nos _______________________ tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a ______________________ enganadores e a doutrinas de ______________________." (1 Tm 4.1)

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A ______________________ e a _______________________ a DEUS são _________________________ marcantes dos tempos do fim.
 
I - A APOSTASIA DOS HOMENS
3- Como combater a apostasia?
(    ) Paulo ensinou a Timóteo, para que ele conversasse com os falsos mestres da igreja em Éfeso e fizesse um acordo com eles sobre seus ensinos.
(    ) A igreja em Éfeso estava sob o ataque dos falsos mestres.
(    ) Paulo não se omitiu nem se intimidou diante deles, mas com coragem e ousadia combateu os ensinos heréticos que estes disseminavam.
(    ) Ele tomou todas as providências necessárias para coibir a ação maligna.
(    ) Paulo foi incisivo ao advertir Timóteo, para que ele doutrinasse a igreja em Éfeso a fim de que os irmãos não viessem apostatar da fé cristã.
 
4- O que significa apostasia?
(    ) Significa "abandono premeditado e consciente da fé cristã".
(    ) Significa "mudança da fé idólatra para a evangélica".
(    ) Sabemos que no Antigo Testamento foram muitas as apostasias cometidas pelos israelitas.
(    ) Para DEUS a apostasia é vista como um "adultério espiritual".

5- O que é Doutrina de demônios? Dê exemplo:
(    ) Os vários mestres erram sempre e continuam sendo uma ameaça para a Igreja de CRISTO.
(    ) Os falsos mestres eram e continuam sendo uma ameaça para a Igreja de CRISTO.
(    ) Há uma igreja, na América Central, cujo líder e fundador dizia ser JESUS CRISTO.
(    ) Esse "falso CRISTO" faleceu há pouco tempo.
(    ) Na igreja por ele fundada, um dos símbolos mais importantes é o número 666, a quem atribuem perfeição e santidade, quando a Palavra de DEUS diz que tal número é símbolo que identifica "a besta" ou o Anticristo.
(    ) Isso é exemplo de "doutrina de demônio".
(    ) O líder precisa estar atento e alertar suas ovelhas quanto a estas doutrinas.

6- Como agem os espíritos enganadores?
(    ) Os falsos mestres eram mentirosos e faziam de tudo para que os crentes da Igreja em Éfeso seguissem "espíritos enganadores".
(    ) Sabemos que Satanás é enganador.
(    ) Satanás procura, de todas as formas, iludir os crentes a fim de que estes abandonem a fé verdadeira.
(    ) Atualmente, temos visto a atuação de muitos espíritos enganadores.
(    ) A internet tem contribuído para disseminar muitas heresias e enganar muitos que são fiéis ao Senhor.
(    ) Uma das doutrinas malignas que se tornou comum, nos tempos atuais é a desvalorização do casamento homossexual (homem e homem ou mulher e mulher), enquanto o casamento entre heterossexuais vem sendo incentivado pelos meios de comunicação.
(    ) Uma das doutrinas malignas que se tornou comum, nos tempos atuais é a desvalorização do casamento heterossexual (homem e mulher), enquanto o casamento entre homossexuais vem sendo incentivado pelos meios de comunicação.
 
II - A FIDELIDADE DOS MINISTROS
7- Quem é bom ministro?
(    ) Timóteo deveria dar instruções ao rebanho do Senhor, agindo como um "bom ministro de CRISTO".
(    ) Segundo o Comentário Bíblico Beacon, "a palavra grega traduzida por ministro (diakonos) é a mesma palavra traduzida por 'diáconos' em 3.8".
(    ) Segundo o Comentário Bíblico Beacon, "a palavra grega traduzida por ministro (diakonos) é o contrário da palavra traduzida por 'diáconos' em 3.8", significa algo muito superior.
(    ) O bom ministro é aquele que serve a Igreja, exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas. Pois todo o crente precisa estar firmado na fé e na doutrina cristã.
(    ) O bom ministro zela pela vida espiritual do rebanho do Senhor.
(    ) O pastor precisa ser um estudioso da Bíblia a fim de "conhecer a sabedoria e a instrução" para entender as palavras da prudência.
(    ) O estudo das Escrituras conduz o pastor e as ovelhas à sabedoria, em todos os aspectos da vida.
 
8- "Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade" (v. 7). Como rejeitar as fábulas profanas?
(    ) As "fábulas profanas e de velhas", segundo o Comentário Bíblico Beacon, seriam os ensinos antigos, baseados no pentateuco, a respeito de determinados assuntos.
(    ) As "fábulas profanas e de velhas", segundo o Comentário Bíblico Beacon, seriam as superstições ou mitos e lendas a respeito de determinados assuntos.
(    ) Paulo ensina a Timóteo que tais crendices são profanas e não edificam a Igreja.
(    ) Quando os crentes não são orientados a lerem a Bíblia, nem tampouco a estudarem, quase sempre se portam como meninos espirituais.
(    ) Daí porque há tanto emocionalismo e modismos nos cultos.
(    ) Tais pessoas, por não conhecerem a Palavra e não estarem firmados nela, acabam sendo levadas por todo vento de doutrinas e engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
 
9- Qual a relação entre o exercício físico e a piedade?
(    ) Paulo estava desaprovando a ideia do bem-estar físico.
(    ) Paulo não estava desaprovando a ideia do bem-estar físico.
(    ) O que ele queria dizer, para uma comunidade que valorizava excessivamente os exercícios físicos e o corpo, é que tais práticas, ainda que saudáveis, só serviam para esta vida.
(    ) Enquanto que "a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir".
(    ) Sabemos que o nosso corpo é templo do ESPÍRITO SANTO, por isso, precisa ser bem cuidado.
 
III - A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
10- "Manda estas coisas e ensina-as" (v.11). Qual o ensino prescritivo dado por Paulo?
(    ) Era uma determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse na ministração da doutrina à igreja em Éfeso, visto que as heresias estavam se espalhando com certa facilidade.
(    ) Era uma determinação de Paulo a Timóteo, para que ele não fraquejasse no ensino da verdadeira doutrina à igreja em Éfeso, visto que os ensinos estavam se espalhando com muita facilidade.
(    ) A exortação de Paulo é de grande valor para os dias atuais, em que, em muitas igrejas, há um desprezo pela Palavra de DEUS.
 
11- Como Timóteo deveria ser como exemplo dos fiéis?
(    ) Timóteo era um jovem pastor, com cerca de 20 a 30 anos, e fora enviado para doutrinar uma igreja, onde já havia anciãos ou presbíteros, com mais idade.
(    ) Timóteo era um jovem pastor, com cerca de 30 a 35 anos, e fora enviado para doutrinar uma igreja, onde já havia anciãos ou presbíteros, com mais idade.
(    ) Por isso, Paulo o exorta a ser um exemplo em tudo.
(    ) O pastor, não importa a idade que tenha, precisa ter consciência de que será sempre um exemplo para o seu rebanho, por isso, precisa ter cuidado com seu modo de falar, agir e até de se vestir.
 
12- Qual o cuidado que o ministro deve ter com o aprendizado?
(    ) "Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá" (v. 13).
(    ) Um ministro do evangelho , com experiência ministerial, não precisa estar constantemente estudando e aprendendo para que possa exortar e ensinar a Igreja, já sabe o suficiente para isto.
(    ) Um ministro do evangelho precisa estar constantemente estudando e aprendendo para que possa exortar, ensinar a Igreja.
(    ) Infelizmente, há pastores que nunca leram a Bíblia toda.
(    ) Além da Bíblia é preciso ler outros livros que vão edificar o pastor e contribuir para a edificação da Igreja.
(    ) É importante também ressaltar que neste versículo o vocábulo "ensinar" tem o sentido de instruir doutrinariamente na verdade.
(    ) Todavia, para "ensinar", o líder precisa gostar de aprender.
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
Temos que ter cuidado, pois atualmente muitos estão _________________________ da fé e se deixando levar por doutrinas de homens e de _________________________. Para combater os falsos ensinos, o pastor deve conhecer a Palavra de DEUS e ensiná-la ao _______________________. O pastor e seus auxiliares precisam conhecer as ________________________ bíblicas a fim de que possam ensinar a sã doutrina.
Que o Senhor guarde os ministros e as igrejas dos ataques do maligno, da __
______________________ nesses últimos tempos que antecedem a _____________________ de JESUS.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.

William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento)

23 julho 2015

Figuras Ilustrativas da Lição 4- Pastores e Diáconos


































Lição 4 - Pastores e Diáconos 1 parte

Lição 4 - Pastores e Diáconos 1 parte
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário_
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Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dem-2tr14-o-ministerio-de-pastor.htm e http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dem-2tr14-o-diaconato.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar." (1 Tm 3.2)
 
 
VERDADE PRÁTICAOs pastores e os diáconos são líderes, escolhidos por DEUS, através do ministério, para cuidarem do serviço cristão na igreja local.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Fp 1.1 - Saudação a todos os servos de JESUS CRISTO
Terça - Mt 20.28 - JESUS veio não para ser servido, mas para servir
Quarta - Mt 27.55,56 - Mulheres que serviam a JESUS com dedicação
Quinta - Jo 12.26 - DEUS honra a quem serve a JESUS com sinceridade
Sexta - 1 Tm 2.10 - Mulheres que servem a DEUS com boas obras
Sábado - At 20.28 - Constituídos para apascentar o rebanho de DEUS
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 3.1-4,8-13
1- Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 2- Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3- não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; 4- que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia 8- Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9- guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10- E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11- Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12- Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. 13- Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS.
 
OBJETIVO GERAL
Promover a conscientização de que o pastorado e a diaconia são ministérios dados por DEUS.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Tratar a respeito do episcopado.
Apresentar as qualificações e atribuições de um líder.
Refletir a respeito do diaconato.
Conscientizar-se de que o serviço é a razão de ser do ministério.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORNa lição de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diáconos. A palavra grega usada para bispo no capítulo três de 1 Timóteo é episkopos. Esta mesma palavra é utilizada como sinônimo de presbítero e ancião. Paulo mostra que aqueles que desejam o episcopado, excelente obra desejam. Porém, logo a seguir ele apresenta as qualificações morais e espirituais que este ministério exige. Paulo relaciona quinze qualificações que podem ser vistas dos versículos 2 a 7 do capítulo três. Estas qualificações não são obtidas nos seminários ou nos bancos das universidades, mas são resultados de um caráter transformado e regenerado pelo Senhor JESUS. O líder é alguém que influência as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. É necessário que ele tenha uma vida ilibada e esteja disposto a servir, pois ser líder é acima de tudo ser servo.
 
PONTO CENTRAL
DEUS vocaciona e separa homens para o diaconato e para o ministério pastoral.
 
Resumo da Lição 4 - Pastores e Diáconos
I - QUEM DESEJA O EPISCOPADO
1. "Excelente obra deseja".
2. A chamada.
3. O preparo.
II - QUALIFICAÇÕES E ATRIBUIÇÕES DOS PASTORES E DIÁCONOS (3.1-13)
1. Atribuições dos pastores (vv. 1-7).
2. Qualificações espirituais e ministeriais.
3. Qualificações familiares.
4. Qualificações morais.
III - O DIACONATO (8-13)
1. Os diáconos.
2. Chamado para servir.
3. Qualificações.
IV - SERVIÇO - RAZÃO DE SER DO MINISTÉRIO
1. O exemplo do Mestre.
2. O exemplo de Paulo.
3. O exemplo de Timóteo.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Almejar o episcopado é aspirar uma obra excelente.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A Palavra de DEUS mostra as qualificações que os que almejam o diaconato e o pastorado precisam ter.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Cabe ao diácono servir a Igreja do Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - A razão de ser do ministério pastoral e do diaconato é o serviço a DEUS.
O ministério pastoral vem de DEUS. É Ele que escolhe. Muitos são escolhidos e separados apenas pelos homens, mas não por DEUS.
 
CONHEÇA MAIS - O diácono
"Sua forma verbal (diakonein) significa 'servir', particularmente 'servir às mesas'. Tem a conotação de um serviço muito pessoal, intimamente ligado ao servir por amor. Para os gregos, o serviço era raramente dignificado; o desenvolvimento próprio deveria ser a meta de uma pessoa ao invés de humilhação. O judaísmo conserva uma visão diferente sobre o serviço. Isso está exemplificado no segundo mandamento. Foi isso que o nosso Senhor ensinou quando lavou os pés dos seus discípulos" (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 552).
O pastor deve amar sua esposa "como CRISTO amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela"
 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO"Quinze qualificações (3.2-7). Os versículos relacionam 15 qualidades a serem consideradas quando da seleção de bispos. Observe que entre as qualificações, não aparece a capacitação em seminário ou a posse de algum dom espiritual em particular. Observe o breve esboço do caráter do bispo (3.2-7).
Irrepreensível: inteiramente fiel à sua esposa;
Esposo de uma só mulher; inteiramente fiel à sua mulher;
Temperante: sóbrio, solícito e modesto;
Domínio próprio: discipulado, moderado;
Respeitável: modesto, honrado, bem-comportado;
Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;
Apto para ensinar; capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;
Não dado à embriaguez; não dado ao vinho;
Não violento; não dado à hostilidade, ao antagonismo;
Gentil: bondoso, razoável, de boa família;
Não contencioso: não combativo, inimigo de contendas;
Não avarento: preocupado com as pessoas, não com as finanças;
Bom governante de sua família: administra a vida familiar;
Não seja um recém-convertido: maduro e humilde;
Reputação imaculada: admitido pelos de fora"
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 835).
 
Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de servir a DEUS e aos irmãos. .
 
PARA REFLETIRA respeito das Cartas Pastorais:
Paulo inicia o capítulo três falando a respeito de que assunto?
Ele fala a respeito da função do pastor.
Qual a função primordial do pastor?
Cuidar das ovelhas do Senhor.
Quem separa e escolhe o homem para o ministério pastoral?
DEUS.
Quais as principais qualificações morais de um pastor?
Ele deve ser: honesto, sincero, verdadeiro, etc.
Qual o significado da palavra "diácono"?
Significa "aquele que serve".
 
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Disciplinas para o Homem Cristão, O Pastor e seu Ministério e Manual do Diácono.
 
 
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Ev. LUIZ HENRIQUE
 
ORIENTAÇÕES PARA MINISTROS. 3:1-4; 3.8-13
Paulo passa de modo natural do culto público para as qualidades a serem procuradas naqueles que detêm cargos na igreja. Embora estes sejam freqüentemente mencionados no N.T., em nenhum lugar recebem um tratamento tão detalhado quanto nas Pastorais. Nesta seção os oficiais do sexo masculino são chamados bispos (“superintendentes”) (Gr. episkopoi) e diáconos (Gr. diakonoi), exatamente como em Fp 1:1. Mais tarde (5:17-18; também Tt 1:5) “presbíteros” (Gr. presbuteroi) são mencionados também, e o relacionamento entre os bispos e presbíteros é um problema de vulto: ver 5:17. Embora a designação técnica falte ali, estes ministros quase certamente devem ser identificados com os “líderes” (Gr. próistamenoi; o mesmo verbo é empregado nos w. 4-5 abaixo) aos quais Paulo se refere em Rm 12:8 e 1 Ts 5:12, e os “pastores” aos quais menciona em Ef 4:11, bem como os “socorros” e “governos” em 1 Co 12:28. Tem havido muita discussão acerca de como estes funcionários emergiram na igreja primitiva. Na etapa mais antiga, apóstolos, profetas, mestres, e operadores de milagres, todos inspirados pelo ESPÍRITO, desfrutavam de grande prestígio nas congregações paulinas, e o próprio Apóstolo reconhece (1 Co 12:28) que DEUS lhes atribuíra sua precedência especial. Nada indica, no entanto, que estes exercessem supervisão pastoral e administrativa, e é duvidoso se seus dons pneumáticos especiais os tivessem equipado para tais funções. Olhando de todos os pontos de vista, parece provável que, lado a lado com eles, embora não tivessem o mesmo impacto popular, sempre existiram oficiais de um tipo mais prático, encarregados com o que se pode descrever de modo geral como sendo a responsabilidade pastoral. De início, devem ter sido voluntários, como os membros da casa de Estéfanas (1 Co 16:15), mas no decurso do tempo devem ter paulatinamente adquirido o reconhecimento oficial; Que tal era realmente a situação é a implicação clara das passagens citadas supra, que também parecem indicar que Paulo estava cada vez mais preocupado em cuidar no devido respeito que devia ser prestado aos ministros, e do reconhecimento destes como detentores de dons espirituais. Será argumentado que eram normalmente selecionados, como seria natural, da mesa dos presbíteros que tinha a superintendência dos negócios de cada comunidade.
1. Paulo abre sua discussão ao citar um refrão que, segundo se supõe, esperava-se que Timóteo reconhecesse: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. Visto que “superintendência” (Gr. episkopè - episcopado) não se refere necessariamente a um cargo eclesiástico, mas, sim, pode conotar qualquer tipo de administração, este pode possivelmente ser um provérbio corrente que recomenda a ambição por cargos em geral. Se for assim, talvez reflita a relutância cada vez maior entre pessoas responsáveis nos séculos I e II em aceitarem deveres cívicos. Uma referência eclesiástica, no entanto, parece preferível no cômputo geral, e se isto for correto, a máxima sugere uma situação em que esforços deliberados estavam sendo feitos para aumentar a estima prestada a bispos, e assim encorajar bons candidatos a se oferecerem para o cargo. É interessante notar que o Didaquê, que muito bem pode ter sido escrito poucos anos mais tarde, insiste (15:1-2) exatamente no mesmo espírito na desejabilidade de escolher “bispos e diáconos que são dignos do Senhor. pois eles também realizam entre vós o ministério de profetas e mestres.” Com qualquer das interpretações, o objetivo de Paulo em citar o refrão é (a) vindicar a importância do ministério prático, e (b) reforçar sua exortação no sentido de os oficiais da igreja possuírem as mais altas qualidades. Conforme o texto, Paulo coloca como prefácio à sua máxima as palavras: Fiel é a palavra. Esta é a fórmula familiar das Pastorais (ver sobre 1:15), e levanta dois problemas, (a) Os exegetas têm perguntado, nos tempos antigos bem como nos modernos, se não se refere de volta a 2:15. Embora usualmente anteceda sua citação, a fórmula ocasionalmente (4:9; Tt 3:8) a segue, e é concebível que Paulo a tenha encaixado aqui para completar, por assim dizer, o ensino que acabara de dar acerca da salvação das mulheres. Do outro lado, nem 2:15 nem qualquer dos versículos imediatamente anteriores impressiona o leitor como sendo uma máxima que talvez estivesse corrente na igreja apostólica, ao passo que 3:1b tem todo o estilo e som de um ditado popular, (b) Ao invés de Fiel (Gr. pistos) algumas autoridades leem anthrõpinos (lit. “humano”). Vários críticos argumentam que pistos é o texto mais fácil e mais óbvio, e, portanto, o rejeitam, preferindo anthrõpinos, que traduzem como “popular.” A evidência para esta palavra nos MSS, no entanto, é muito fraca, e pode ser explicada como sendo uma nota marginal de desprezo, feita por algum escriba que, não captando a ideia de Paulo, considerava que o ditado não tinha peso espiritual e, portanto, era por demais “humano.”
2. Tendo ressaltado que o cargo vale a pena, Paulo logicamente pode insistir que: É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, etc. A tradução tradicional de bispo para o Gr. episkopos deve ser rejeitada como enganadora. O episcopado posterior, baseado no conceito de um só bispo presidindo em cada área e tendo completa autoridade sobre ela em todos os departamentos, desenvolveu-se dos “superintendentes” do século I, mas há diferenças tão importantes entre os dois cargos que parece desejável empregar termos distintos para eles. No N.T. fora das Pastorais, episkopos é achado somente em Fp 1:1; At. 20:28; e 1 Pe 2:25 (com referência a nosso Senhor). No mundo contemporâneo grego, o termo era empregado para denotar uma grande variedade de funções, e.g., inspetores, administradores cívicos e religiosos, oficiais financeiros. Antigamente, muitas pessoas pensavam que a igreja apostólica devia ter tomado o título emprestado deste último uso, visto que o episkopos cristão tinha as finanças da congregação (assistência aos pobres, etc.) sob seus cuidados. Do outro lado, se pudermos confiar nas Pastorais, e se tivermos razão em identificar os “líderes” e “pastores” das demais Paulinas como sendo episkopoi, fica claro que suas responsabilidade abrangiam um campo muito mais largo do que o financeiro somente. Estavam encarregados, por exemplo, das relações externas da igreja, e como representantes dela, hospedavam cristãos visitantes.
Na própria congregação exerciam um ministério magisterial e pastoral, e tinham autoridade para disciplinar membros. De modo geral, presidiam o lar. É, portanto, interessante que acham seu paralelo mais próximo no “superintendente” (em Hebraico mebaqqer) da comunidade de Cunrã. Segundo o Manual da Disciplina (esp. 6:10ss. e 19ss.) e o Documento de Damasco (esp. 13:7-16; 14:8-12), estes tinham o dever de ordenar, examinar, instruir, receber esmolas ou acusações, tratar com os pecados do povo, e pastoreá-lo de modo geral. Parece, portanto, mais provável que o termo, bem como o sistema administrativo que representava, tenha entrado na igreja a partir do judaísmo heterodoxo. A despeito do seu uso no singular tanto aqui quanto em Tt 1:7, é extremamente provável que “o superintendente” deve ser entendido genericamente, e que uma pluralidade de tais oficiais é pressuposta. Esta ideia é apoiada não somente pelos paralelos em Fp 1:1 e At 20:28, como também pela posição intercambiável, ou pelo menos parcialmente coincidente, dos superintendentes com os presbíteros (cf. 5:17; Tt 1:5-7). De qualquer maneira, não há sugestão do episcopado “monárquico” posterior nestas cartas. O singular pode ter sido sugerido pelo singular alguém no v. 1 supra. Quanto à predileção de Paulo pelo singular genérico, cf. sua discussão das viúvas em 5:4-10, onde fala de “a viúva,” etc., a despeito de ter o plural em 5:3. A lista de qualidades que se segue às vezes tem surpreendido os leitores pela sua generalidade; até mesmo tem sido dito, de modo algo injusto, que não contém nada de especificamente cristão, e muito menos adaptado a um ministro cristão. Dois comentários podem ser feitos. Primeiramente, paradigmas análogos de virtudes e vícios, preparados para vocações diferentes (e.g., governantes, generais, médicos) eram populares no mundo contemporâneo helenístico e judaico-helenístico, e estes, também, eram colocados em termos surpreendentemente gerais. A influência de tais paradigmas pode ser discernida noutros lugares do N.T., inclusive nas cartas de Paulo (e.g. 3:18 - 4:1; Ef 5:22 — 6:9). O, fato de que está modelando seu conselho sobre eles, aqui, e noutros lugares nas Pastorais, explica suficientemente seu estilo aparentemente chão e sem colorido. Mas, em segundo lugar, este aspecto tem sido grandemente exagerado. Cada uma das qualidades exigidas era apropriada num superintendente, e algumas delas tinham relevância direta às suas funções. Se o leitor moderno às vezes é tentado a pensar que Paulo colocou suas exigências em nível surpreendentemente baixo, deve lembrar-se que os padrões de conduta não eram altos na Ásia Menor no século I, que as pessoas para as quais as cartas foram escritas tinham saído recentemente de um ambiente pagão e provavelmente ainda tinham estreitos contatos com ele, e que o Apóstolo era um realista. O catálogo começa com um requisito que a tudo abrange; o superintendente deve ser irrepreensível. Ou seja: não deve apresentar nenhum defeito óbvio de caráter ou de conduta, na sua vida passada ou presente, que os maliciosos, seja dentro, seja fora da igreja, possam explorar para desacreditá-lo. Em especial, sua vida sexual deve ser exemplar, e os mais altos padrões devem ser esperados dele: deve ser casado uma só vez. O novo casamento, seja depois do divórcio no caso de um pagão convertido, ou depois do falecimento da sua primeira esposa, é censurado como sendo impróprio num ministro de CRISTO. É igualmente proibido aos diáconos (3:12) e aos presbíteros (Tt 1:6), e conta como uma desqualificação nas aspirantes à ordem das viúvas (5:9). Este é o significado claro de esposo de uma só mulher. Alternativas propostas como interpretações são (a) que as palavras são dirigidas contra manter concubinas ou contra a poligamia, i.é, ter mais de uma só esposa de uma vez - sugestões estas que são extremamente improváveis, visto que nenhuma destas práticas pode ter sido uma opção real para qualquer cristão comum, é muito menos para um ministro; (b) que meramente estipulam que o superintendente seja um homem casado — isto está em harmonia com o alto valor que a carta atribui ao casamento (4:3), mas é muito improvável em si mesmo, e de qualquer maneira torna sem sentido a palavra uma só enfática em Grego; (c) que o objeto é meramente preceituar a fidelidade dentro do casamento, tratando-se de “não cobiçar outras mulheres senão sua esposa” — mas isto é extrair do Grego mais do que o texto pode suportar. Quanto a esta questão, bem como em tantos outros assuntos, a atitude da antiguidade era marcantemente diferente daquilo que prevalece na maioria dos círculos hoje, e há evidências abundantes, tanto da literatura quanto das inscrições funerárias, pagãs e judaicas, que permanecer solteiro depois da morte da cônjuge ou do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se de novo era considerado um sinal de autoindulgência. Paulo certamente compartilhava deste ponto de vista, e embora permitisse a uma viúva que se casasse de novo, estimava-a mais bem-aventurada se se abstivesse de um segundo casamento (1 Co 7:40). De modo geral, embora se opusesse ao ultra-ascetismo que desconsiderava o casamento e que aplaudia façanhas de abnegação (cf. e.g., sua crítica das “uniões espirituais” em 1 Co 7:36-38), tinha grande respeito pela abstinência sexual completa, considerando-a um dom de DEUS, e também sustentava que o controle-próprio periódico dentro do casamento era de valor espiritual (1 Co 7:1-7). No contexto de tais pressuposições era natural esperar que os ministros da igreja fossem exemplos a outras pessoas e que se satisfizessem com um único casamento. Nos primeiros séculos cristãos, devemos notar, o segundo casamento não era totalmente proibido, mas era considerado com nítida desaprovação. O superintendente deveria, além disto, ser temperante, palavra esta (Gr. néphatíos; no N.T. somente aqui e em 3:11; Tt 2:2) que originalmente denota a abstinência do álcool, mas que aqui, visto que a bebedice é expressamente estigmatizada no versículo seguinte, provavelmente tem o significado mais amplo e metafórico. Este sentido está em harmonia com o uso de Paulo do verbo relacionado néphõ em 1 Ts 5:6 e 8;cf. 1 Pe4:7. Os dois adjetivos seguintes, sóbrio (Gr. sõphrón; talvez tenha a mesma nuança que o subs. correlato em 2:9) e modesto, ressaltam traços essenciais no caráter e no comportamento do superintendente respectivamente, ao passo que o terceiro, hospitaleiro, sublinha que na sua capacidade oficial, tem o dever de manter sua casa franqueada tanto para os delegados que viajavam de igreja em igreja quanto para os membros comuns da congregação que estavam necessitados. Cf. as instruções de Paulo aos seus correspondentes (Rm 12:13): “compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade.” Este serviço mútuo, ao mesmo tempo caridoso e diplomático, desempenhava um papel importante na vida diária da igreja primitiva, conforme fica abundantemente atestado (5:10; Hb 13:2 1 Pe 4:9; 3 Jo 5ss.; 1 Gem. 1:2; Hermes, Mand. 8:10), e cabia primariamente ao superintendente (Tt 1:8). Outro aspecto importante nas funções de um superintendente é indicado no pedido de que seja apto para ensinar. Os superintendentes provavelmente devam ser identificados com aquele grupo dentro do corpo dos presbíteros “que se afadigam na palavra e no ensino” (5:17). Estes deveres estão mais plenamente especificados em Tt 1:9, sendo que consistem em: (a) lealdade à tradição apostólica, (b) disposição para instruir nela a congregação, e (cj vigilância em confundir os que a pervertem).
3. O superintendente deve, além disto, estar vigilante contra ser dado ao vinho. Este epíteto (Gr. paroinos: somente aqui e em Tt 1:7 no N.T.) é enfático; o que é condenado não é beber vinho, mas, sim, a bebedice. A mesma advertência é dirigida aos diáconos em 3:8, e aos presbíteros- superintendentes em Tt 1:7. As pessoas de hoje às vezes ficam surpreendidas que Paulo tivesse achado necessário fazer esta regra, mas o perigo deve ter sido real na sociedade desinibida no meio do qual as congregações de Éfeso e de Creta eram colocadas. Lembramos que em Corinto alguns cristãos tinham o hábito de ficar bêbados na Ceia do Senhor (1 Co 11:21). Em semelhante atmosfera, tão distante da respeitabilidade burguesa de boa parte do cristianismo moderno, era especialmente desejável para os clérigos manter-se afastados da intemperança e das suas consequências impróprias. Algumas destas talvez sejam sugeridas em não violento. Literalmente traduzido, o Grego significa “não alguém que dá murros,” e a referência pode dizer respeito à brutalidade freqüentemente resultante da embriaguez. Mais provavelmente, no entanto, Paulo está fazendo alusão aos duros tratamentos que o superintendente impaciente pode ser tentado a administrar a membros irresponsáveis ou recalcitrantes do seu rebanho. Três séculos mais tarde, as Constituições Apostólicas (VIII.xlw.27) acharam necessário depor bispos ou outros clérigos culpados de tal conduta. A partir destas proibições o Apóstolo passa para outras qualidades que, a despeito de uma forma superficialmente negativa, realmente são positivas no seu conteúdo. Por cordato (Gr. epieikès) significa a graciosa condescendência ou longanimidade com a qual o pastor cristão deve tratar dos membros sob seus cuidados, por mais exasperadores que ocasionalmente possam ser. Cf. Tt 3:2: o subs. correlato epieikeia é usado em 2 Co 10:2 acerca do próprio JESUS, o modelo de semelhante paciência compreensiva. Longe de exibir o espírito de contendas, deve, conforme é subentendido, irradiar um espírito de paz e de mútua caridade na congregação. Finalmente, deve ser “livre do apego ao dinheiro” (não avarento) (Gr. aphilarguros: somente aqui em Hb 13:5 no N.T.). Esta exigência, que também é feita do presbítero-superintendente em Tt 1:7, tem não somente uma aplicação geral, sendo que a preocupação indevida pelo dinheiro é imprópria para um cristão, mas além disto contém uma alusão à função do episkopos como guardião da bolsa da comunidade e como responsável pela assistência aos pobres, administrada em seu nome.
4. Um teste adicional, e crucial, é acrescentado: o superintendente deve ser um homem que governe bem a sua casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito. É tomado por certo que normalmente será um homem casado, e como tal deve vigiar para que a vida do seu lar seja ideal. A ideia é ecoada na liturgia de ordenação no Livro Comum de Orações (anglicano), onde se pergunta aos candidatos para o ministério: “Sereis diligentes para formular e formar a vós mesmos, e às vossas famílias, de acordo com a doutrina de CRISTO, e fazer de vós mesmos e delas, até ao máximo das vossas possibilidades, exemplos e padrões sadios para o rebanho de CRISTO?” Alguns têm entendido as últimas três palavras do versículo como aplicando-se aos filhos (cf. Moffatt: . conserve seus filhos submissos e perfeitamente respeitosos”), mas o substantivo respeito, ou “dignidade” (Gr. semnotès) parece mais apropriado à atitude do pai. A lição é que deve manter disciplina rigorosa, mas sem lutas nem apelos à violência.
 
8. Paulo associa os diáconos muito estreitamente com o superintendente; encontramos precisamente a mesma justa posição em Fp 1:1, bem como em documentos do século II tais como as cartas de Inácio. A implicação deve ser que, embora fossem subordinados quanto à sua posição, as funções dos diáconos abrangiam quase o mesmo terreno que as dos episkopoi. O significado primário no N.T. de diakonein, palavra da qual se deriva “diácono”, é servir numa capacidade servil, tal como servir à mesa (e.g. Lc 17:8; 22:26- 7; Jo 12:2), e JESUS ensinava que o papel dos Seus discípulos, como o dEle mesmo, podia ser apropriadamente comparado com o daquele que serve às refeições. Era o termo “diácono,” ou servo, que Ele empregava para expressar Seu próprio ideal revolucionário de relacionamentos de mútuo serviço que envolve a abnegação completa (Mc 10:43-45; Mt 20:26-28). Por uma transição natural, portanto, todo tipo de serviço na propagação do evangelho é descrito no N.T. como sendo uma diakonia, ou ministério. O trabalho realizado por Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária é um desses tipos (At 12:25); em especial, a tarefa de coleta esmolas para a congregação de Jerusalém, à qual Paulo dava alta prioridade, contava aos seus olhos como outro, também (Rm 15:31; 2 Co 8:4; etc.). um apóstolo é um “ministro de CRISTO” (2 Co 11:23; cf. 4:1; Rm 11:13). Paulo se descreve como “ministro” da igreja (Cl 1:25), e nesta carta fala de Timóteo como sendo “ministro de JESUS CRISTO” (4:6; cf. 2 Tm 4:5). (“Ministro” aqui sempre traduz diakonos). A origem de uma ordem específica de diáconos na Igreja tem sido muito discutida, mas permanece envolta em obscuridade. A explicação tradicional, viz. que deva ser procurada na nomeação dos Sete (em nenhum lugar chegam realmente a ser chamados de “diáconos”) em At 6, é quase certamente errada. Estêvão e seus companheiros não eram, falando a rigor, ministros em qualquer sentido análogo aos diáconos da era apostólica posterior e pós-apostólica. Eram representantes ad hoc dos interesses dos helenistas diante dos Doze, e são retratados como evangelistas disputando, ensinando, e batizando lado a lado com eles. A ascensão dos diáconos como uma ordem regular de ministros deve ter tido estreita conexão com a dos episkopoi. Se os episkopoi eram os “administradores” (lit. “governos”) mencionados em 1 Co 12:28, os diáconos devem ter sido os “assistentes” (lit. “socorros”) aos quais se refere ao mesmo momento. O papel subordinado e auxiliar deles é ressaltado (a) pela ausência de qualquer sugestão de que eram responsáveis pelo ensino ou pela hospitalidade, e (b) pelos indícios que seu escrutínio era até mesmo mais rigoroso do que o dos superintendentes. Embora seja freqüentemente desconsiderada como sendo sem colorido e geral, a lista de qualidade exigidas dos diáconos realmente tem um estreito relacionamento com seus deveres. É apropriado, em primeiro lugar, que sejam respeitáveis (Gr. semnos), adjetivo este que abrange ao mesmo tempo o temperamento interior e a postura exterior. O substantivo cognato já foi usado para designar uma qualidade essencial em cristãos em geral (2:2) e superintendentes em particular (3:4). A expressão traduzida de uma só palavra (Gr. me dilogous) tem sido entendida no sentido de “não difamadores,” havendo referência às oportunidades para diz-que-diz malicioso que os diáconos tinham na sua obra pastoral de casa em casa. Uma tradução literal, no entanto, daria “não com conversa dupla”, e assim é provável que o sentido verdadeiro seja “não dizendo uma coisa enquanto estiver pensando outra” ou (mais provavelmente) “não dizendo uma coisa a um homem e outra coisa a outro.” A advertência contra serem inclinados a muito vinho ecoa em termos mais precisos o conselho da sobriedade dado em 3 ao superintendente. Assim, também, não cobiçosos de sórdida ganância é um paralelo de não avarento no mesmo v. 3, embora o adjetivo (Gr. aischrokerdés: somente aqui e em Tt 1:7 no N.T.) seja muito mais enfático. Pode levar consigo, conforme alguns têm pensado, uma alusão a ocupações dúbias que os diáconos devem evitar com cuidado, mas Paulo provavelmente esteja pensando mais nas tentações às quais podem ficar expostos em meio às suas responsabilidade no que diz respeito às esmolas, à assistência aos pobres, e às finanças da congregação em geral.
9. Mais importante de tudo, no entanto, os diáconos devem ser homens de convicção cristã, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Acentuam-se aqui as últimas palavras, e Paulo está insistindo no relacionamento íntimo entre a crença sadia e uma consciência livre de mácula e de opróbrio; sem a última parte, a primeira deve ser estéril. Como ocorre tão freqüentemente nas Pastorais, a fé representa a fé cristã considerada como um corpo objetivo de ensino: cf. 4:1, 6; 5:8; 6:10; 2 Tm 3:8. O significado básico de mistério, no judaísmo como no cristianismo da era apostólica, é um segredo divino que agora foi divulgado. Logo, quando Paulo o emprega em Cl 1:26-27 (e em Rm 16:25, se for autêntico este texto), o que tem em mente é o plano redentor de DEUS que tem sido conservado oculto desde o princípio, mas que finalmente foi manifesto, para aqueles que têm olhos para ver, na vinda de CRISTO. Visto que o próprio CRISTO é o enfoque do plano divino, o Apóstolo pode falar de modo sucinto do “mistério de CRISTO,” i.é, que consiste em CRISTO (Cl 4:3), e que se fosse plenamente exposto, consistiria dos artigos-chaves do querigma ou credo cristão. Logo, o mistério da fé é equivalente à totalidade das verdades ocultas, inacessíveis à razão e divulgadas somente pela revelação divina (cf. 3:16; Ef 3:4). Muitos estudiosos, .especialmente os que questionam a autenticidade das cartas, têm dúvida quanto a esta interpretação. Segundo eles, mistério nesta passagem perdeu todo o sentido caracteristicamente paulino (cf. 1 Co 2:7; 4:1 13:2; 14:2; 15:51), e ou denota o que transcende a compreensão comum, ou que se tomou um mero item de jargão teológico pesado. As referências dadas supra, no entanto, indicam que o abismo entre a exegese proposta e o uso normal de Paulo não é, de modo algum, tão largo quanto estes críticos sugerem. Pode ser questionado, também (a) se as Pastorais dão a entender em qualquer lugar que “os homens não podem entender o evangelho” (E. F. Scott), e (b) se, mesmo na era pós-apostólica, “mistério” era usado para conotar simplesmente verdades que ultrapassam o entendimento e que devem ser aceitas com fé cega. Até mesmo Inácio, por exemplo, quando fala de “três mistérios a serem clamados em voz alta” (Eph. xix. 1), dá à palavra um sentido rigorosamente em harmonia com o paulino.
10. Também estes, i.é, os diáconos não menos que os superintendentes, sejam primeiramente experimentados. Somente se, depois de uma triagem cuidadosa a respeito do seu caráter, da sua conduta passada, e da sua adequabilidade, se mostrarem irrepreensível, devem ter licença de exercer o diaconato. Alguns têm pensado que esteja em mais um período de provação ou um exame formal, e qualquer um é possível, bem como os dois juntos. De modo geral, no entanto, tendo em vista o paralelismo com 7, alguma consideração menos formal dos seus antecedentes parece subentendida; a exigência pelos Doze que os Sete sejam “homens de boa reputação” (At 6:3) fornece um paralelo. Mesmo assim, a linguagem de Paulo parece indicar que o escrutínio era mais severo para diáconos do que para superintendentes; e.g. o termo experimentar não é usado para a escolha destes últimos.
11. O versículo seguinte contém um enigma que provavelmente nunca será solucionado de modo satisfatório a todos. Da mesma sorte, quanto a mulheres. É concordado de todos os lados que Paulo não pode, numa passagem que se ocupa com grupos especiais, estar injetando uma referência às mulheres da congregação em geral. As palavras poderiam, no entanto, significar: “Que suas esposas (i.é, dos diáconos) da mesma sorte. . e muitos comentaristas preferem esta interpretação. Mas se for este o sentido, (a) deveríamos ter esperado o artigo definido antes de mulheres, ou pelo menos o pronome no genitivo depois da palavra, ou alguma outra fórmula que ressaltasse que eram “suas esposas;” (b) é muito estranho que somente as esposas dos diáconos sejam selecionadas para menção, visto que as esposas dos superintendentes ocupavam uma posição de ainda maior influência; (cj o advérbio “semelhantemente” (Da mesma sorte), repetido do v. 8, nos leva a esperar uma nova categoria de oficiais, assim como a lista de qualidades paralelas, embora não sejam idênticas, também nos leva a esperar. Por estas razões, é provável que a tradução “diaconisas” seja correta. A ausência do artigo, se influi, é um ponto ao seu favor. Mulheres está sendo usado quase adjetivamente — “diáconos que são mulheres,” “diáconos mulheres.” Já tem sido perguntado por que, se Paulo quis dizer diaconisas, não empregou um termo técnico separado, mas a resposta suficiente é que o N.T. não conhece algum. Febe, por exemplo, é simplesmente chamada “diácono (Gr. diakonos) da igreja em Cencréia” em Rm 16:1. A falta de um termo técnico para as diaconisas nas Pastorais é um indicador pequeno, porém relevante, à data primitiva destas. A emergência da ordem das diaconisas na igreja primitiva é muito obscura, assim como o relacionamento entre aquela e a ordem das viúvas (ver C. H. Turner, “Ministries of Women in the Primitive Church” em Catholic and Apostolic, ed, H. N. Bate, 1933). O cargo desenvolveu-se grandemente nos séculos III e IV, e é descrito em Didascalia (séc. III) e Constituições Apostólicas (segunda metade do séc. IV). Em 112, no entanto, Plínio, na sua bem-conhecida carta a Trajano (Ep. x.96) menciona algumas diaconisas, e usou o termo técnico ministrae, e há toda razão para supor que oficiantes femininas fossem necessárias para deveres em conexão com mulheres (e.g. trabalho pastoral com as doentes e as pobres, assistência no batismo, a transmissão de recados oficiais, etc.) desde o início. Os indícios contidos em Rm 16:1 e esta passagem são evidência de que o caso era assim, e a breve lista de qualidade exigidas oferece confirmação adicional. Como seus equivalentes masculinos, devem ser respeitáveis e temperantes no uso do álcool, e, além disto, devem resistir a tentação de serem maldizentes que suas funções pastorais colocaria no seu caminho.

A PRIMEIRA EPISTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.