26 novembro 2014

Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim 2 parte

Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim 2 parte
 
II - O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
1. A visão da ponta pequena.
“e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (8.8). O cenário muda completamente com a morte de Alexandre, o Grande. Seus quatro principais generais de guerra surgem como “quatro pontas notáveis no lugar da “ponta (chifre) notável”. Esses quatro chifres menores, porém, notáveis, representam os quatro generais que assumiram o Império Grego depois da morte de Alexandre, o Grande. Os quatro chifres que surgem em lugar do chifre notável são representados pelas quatro cabeças do leopardo de Daniel 7.6. Como já tratamos no capítulo 7 da identificação dessas quatro divisões do Império Grego, apenas as citamos pelos generais Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu, aproximadamente no ano 301 a. C.
Surge mais uma ponta pequena no cenário profético — “E de uma delas saiu uma ponta (chifre) mui pequena, a qual cresceu...” (8.9). Não devemos confundir esse “chifre pequeno” com o chifre pequeno de Daniel 7.8, 20,21, 24,26. Note que “o chifre pequeno” da Daniel 7.8 surgiu entre os 10 chifres do “animal terrível e espantoso” que se refere ao Império Romano. Porém, na visão de Daniel no capítulo 8, “o chifre pequeno” surge de um dos quatro chifres do bode, e diz respeito a um líder cruel da família de Seleuco, da Síria. Esse personagem é identificado, histórica e profeticamente, como Antíoco Epifânio.
Na visão, Daniel o vê surgir como “uma ponta mui pequena”. Porém, esta “ponta pequena” cresceu muito, especialmente direcionada para a “terra formosa”que se tratava de Israel. Antíoco Epifânio, da família dos selêucidas ficou conhecido como Antíoco IV e tornou-se um opressor terrível contra Israel. Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia, cuja capital era Antioquia.
Outrossim, esse “chifre pequeno” de Dn 8.9 não pode ser confundido, também, com a “ponta pequena” de Dn 8.5 que refere- se a Alexandre, o Grande. Já dissemos que “a ponta pequena” do animal terrível e espantoso de Dn 7.8 não é a mesma do capítulo 8.5,9. Porém, no texto de Dn 8.9 essa “ponta pequena” de Dn 8.9, refere-se a esse personagem identificado como Antíoco Epifânio, (175 a 167 a. C.). Ele causou tantos males e destruições na “terra formosa”(Dn 8.9) que pode ser um tipo do futuro Anticristo, ou a Besta de Ap 13.2. Ele quis exterminar com o povo judeu e sua religião, chegando ao ponto de proibir o culto dos judeus a Jeová.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 121-123.
 
Dn 8.9: “E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa”.
“... uma delas saiu uma ponta mui pequena”. O pequeno chifre que saiu de uma das pontas, de Seleuco, representa, em seu primeiro estágio, Antíoco Epifânio, monarca selêucida, do ramo sírio do Império Grego, o qual fez um esforço extremo para extinguir a religião judaica. Antíoco Epifânio, sem dúvida alguma, foi o princípio de formação do cumprimento desta grande profecia. Em seu cumprimento final, a personagem em foco é o Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ap 13.1) - Antíoco Epifânio era apenas uma figura desse vindouro anticristo..
“A qual cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa”. A “terra formosa” de que fala o texto, é Israel (Jr 3.19). Antíoco Epifânio, durante o seu governo, cresceu muito para o “sul e para o oriente”, ou seja, para o Egito e a Mesopotâmia, respectivamente. Porém, depois virou-se para a “terra formosa”, ou seja, para a Palestina, especialmente Israel. No capítulo 11.16 deste livro, essa terra é chamada de “terra gloriosa”. Isso sem dúvida alguma, como já ficou demonstrado, refere-se à terra de Israel pela sua fertilidade e excelência. Ela, de fato, é “uma terra que mana leite e mel, e é a glória de todas as terras” (Ez 20.6). Evidentemente, é por isso que ela é chamada de “terra desejada” pelos profetas do Senhor (Zc 7.14). O Anticristo também, durante os dias sombrios da Grande Tribulação, armará suas tendas (fortalezas de guerra) na terra gloriosa (Dn cap. 11.45). Mas ali, no vale do Armagedom, ele encontrará a sua derrota: CRISTO o vencerá!
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 154-155.
 
Dn 8.9 — A ponta mui pequena aqui não é a mesma que a pequena ponta do capítulo sete. A anterior é oriunda da quarta besta, Roma, enquanto que esta vem da Grécia. A pequena ponta aqui se refere a Antíoco Epifânio, o oitavo rei da dinastia síria, que reinou de 175 a 164 a. C. Portanto, essa profecia é, na verdade, para 175 a. C., quando Antíoco se toma rei, e não para 301 a. C., quando o império de Alexandre se divide. Para o meio-dia. Antíoco invadiu o Egito. A expressão para o oriente significa para Parthia, e a expressão a terra Formosa significa a Palestina.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1287.
 
2. A ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
Os versículos 10 e 11 falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o povo de DEUS, profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o “sacrifício contínuo” que Israel praticava ao Senhor. Ele teve a audácia de profanar o santuário sacrificando um porco sobre o mesmo, animal imundo, para a liturgia judaica, além de assassinar mais de cem mil pessoas de Israel. Nos desígnios divinos, Israel estava esquecido por DEUS, mas tudo isto fazia parte dos juízos contra as prevaricações de Israel. A seu tempo, DEUS restauraria essa situação. Cada situação obedecia a um tempo predeterminado, quando Israel experimentaria, não só o juízo divino mas também a sua misericórdia, conforme declara a sua palavra que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos”(Lm 3.22).
“e ouvi um santo que falava” (8.13). E interessante que Daniel notou que dois seres angelicais teceram um diálogo entre si. No Antigo Testamento, a atividade dos anjos de DEUS era mais forte para comunicar a mensagem de DEUS aos seus servos. Alguns comentadores, entendem que poderia ser, um deles, o anjo Gabriel, o mesmo que apareceu a Daniel junto ao rio Ulai (Dn 8.16). O outro anjo que conversava não é identificado por um nome, mas, do ponto de vista da angelologia, é perfeitamente aceitável. No diálogo entre os dois seres angelicais, um deles pergunta: “Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora”? Esse sacrilégio contra o Templo de Israel se cumpriu através desse profano Antíoco Epifânio. Sem dúvida, seu personagem profético lembra a blasfêmia do pequeno chifre de Daniel 7.8,24,25; 9.27; 11.36-45 e 12.11. Todas essas referências proféticas indicam o que vai acontecer no futuro, no período da Grande Tribulação, provocada pelo Anticristo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123.
 
Dn 8.10 “... estrelas. Em Apocalipse 12.4, a expressão “estrelas do céu” se refere aos anjos decaídos; porém esta palavra não tem sentido uniforme nas Escrituras: é maleável. Em alguma parte ou lugar, refere-se aos exércitos celestes, isto é, ao mundo estelar (Gn 1.16); pode ser aplicado aos anjos bons e maus, dependendo do contexto (Jó 38.7 e Ap 12.4). Os anjos (pastores) das sete igrejas da Ásia Menor, eram chamados de “estrelas” (Ap 1.20). No presente texto, a palavra em foco, é usada para descrever os chefes supremos de Israel. (Ver Gn 37.9). O simbolismo se refere aos santos também em algum sentido (Jr 33.22). O que foi feito por Antíoco Epifânio em suas atrocidades contra os santos, durante o seu reinado de trevas, que, de um certo modo, “pisou” o povo de DEUS, isso mesmo e mais ainda será feito pelo Anticristo durante o tempo da angústia. Antíoco “pisou” o povo de DEUS, por “2.390 tardes e manhãs” (Sete anos e meio, aproximadamente). O Anticristo “pisará” também, por esse espaço de tempo, os convertidos durante a Grande Tribulação.
Dn 8.11 “... se engrandeceu até o príncipe do exército”. Observe bem a expressão do texto em foco: “se engrandeceu”. Em seu orgulho e propósito último, ele se aventura a desafiar o “príncipe”, tanto das estrelas como dos monarcas, e seu criador é DEUS. Este desafio tomou forma de um ataque sacrílego ao templo, tal como o que já uma vez havia tido lugar com Belsazar (Ver cap. 5). Isso significa que ele desafiou o próprio DEUS. O Anticristo fará também isso; ele abrirá a sua boca contra DEUS, e blasfemará dos “poderes do mundo superior”, ridicularizando a própria existência de DEUS (Ap 13.6). O primeiro personagem (Antíoco) visto neste versículo, é a figura do segundo (o Anticristo).
"... por ele foi tirado o contínuo sacrifício”. Pensamos que nenhuma interpretação única pode esgotar o sentido destes sinais do tempo que Daniel emprega, visto que as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe. É possível tomá-las tanto, literal como figurada e simbolicamente. As profecias podem ter suas apresentações em seus estágios históricos e em suas consolidações proféticas. A profanação do santuário por Antíoco Epifânio, a destruição da cidade de Jerusalém por Tito, e muitos outros acontecimentos que tiveram lugar na vida de Israel e na igreja, podem ser precursores e símbolos dos acontecimentos que terão lugar durante o reinado do Anticristo. (Ver Ec 3.15). “Nos dias de Antíoco, ele fez um decreto em que todo o povo havia de se conformar com a idolatria da Grécia. Um grego iníquo foi enviado a sustentar esse decreto. Todos os ‘"sacrifícios’ cessaram, e o ritualismo judaico dado por DEUS terminou, O templo foi contaminado com carne de porco e dedicado ao deus Júpiter Olímpios”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.155-156.
 
Daniel fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10). Alguns imperadores romanos identificaram-se com o anticristo escatológico, tais como Nero e Domiciano, por exigirem adoração de seus súditos. Hitler foi identificado com ele por sua feroz perseguição aos judeus. Outros governadores antigos e contemporâneos por perseguirem os cristãos como nos regimes totalitários e comunistas. Mas ninguém se assemelhou tanto ao anticristo escatológico como Antíoco Epifânio. Esse rei selêucida foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.24). Porque os fiéis judeus não se prostravam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele. Calcula-se que cem mil judeus foram mortos por ele. O anticristo escatológico também será implacável em sua perseguição aos cristãos (Ap 13.15).
Daniel fala acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23-25). Ele será um usurpador. Como o anticristo quererá usurpar o lugar de CRISTO, Antíoco também foi um usurpador. No seu tempo, a Palestina pertencia ao Egito dos ptolomeus. Mas ele, astuciosamente, aproveitou-se da divergência entre os judeus que estavam divididos em dois partidos, e levou-os a se aliarem a ele, rompendo com o Egito (Dn 8.23-25). Quando os judeus se aliaram a ele, logo os explorou e os perseguiu cruelmente até a morte.
O anticristo imporá uma única religião em seu reino e perseguirá e matará os que não se conformarem a ele (Ap 13.12,15). Antíoco fez isso em seu reino. A posse do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da lei de DEUS eram punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fiéis a DEUS. Ele se levantará em tempo de grande apostasia. Como a apostasia do período do fim abrirá a porta para o anticristo (2Ts 2.3,4), também muitos judeus haviam se afastado da lei de DEUS e adotado costumes dos gentios (Dn 8.12,23). DEUS castigou Israel por causa de seus pecados. Quando no fim dos tempos a humanidade estiver suficientemente corrompida, ela estará pronta para receber o anticristo.
Antíoco fez cessar os sacrifícios na Casa de DEUS e profanou o templo. Em 169 a. C., ele saqueou o templo e proibiu os sacrifícios (Ap 13.5). Por ordem de Antíoco, o templo foi profanado da maneira mais vil, indecente e imoral. O santuário de Jerusalém foi chamado de TEMPLO DE JÚPITER OLÍMPICO. Ele profanou o templo ainda quando colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou matar sobre o altar um porco e borrifar o sangue e o excremento pelo santuário, obrigando os judeus a comerem a carne do porco, dentro do templo, sob ameaça de morte. Mandou ainda edificar altares e templos dedicados aos ídolos, sacrificando em seus altares porcos e reses imundas. O livro de Macabeus descreve a soberba e a perversidade de Antíoco na profanação do templo de Jerusalém:
E entrou cheio de soberba no santuário, e tomou o altar de ouro, e o candeeiro dos lumes, e todos os seus vasos, e a mesa da propiciação, e as bacias, e os copos, e os grais de ouro, e o véu, e as coroas, e o ornamento de ouro, que estava n a fachada do templo: e quebrou tudo [...] E fez grande matança de homens, e falou com grande soberba.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 106-107.
 
3. A purificação do santuário (Dn 8.14).
O tempo de sofrimento de Israel — “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (8.14). O tempo de sofrimento de Israel é revelado a Daniel com linguagem especial ao estabelecer um tempo de “2.300 tardes e manhãs “ que, literalmente, referem-se às atrocidades de Antíoco Epifânio num período de 171 a 165 a. C. No versículo 14 o Senhor revela que, depois daquele período de sofrimento, Ele haveria de purificar o santuário. Essa promessa implica na limpeza da profanação imposta por esse líder cruel contra a Casa de DEUS. Os judeus até hoje fazem a celebração da purificação, ou seja, a Festa de Hannakah, que lembra a festa da purificação.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123-124.
 
8.14: "... duas mil e trezentas tardes e manhãs”. O presente versículo tem seu paralelo no versículo 26 do mesmo capítulo. Ali o anjo Gabriel esclarece a Daniel que aquela “visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira”. Podemos salientar que o primeiro período, ou seja, a participação das “duas mil e trezentas tardes e manhãs” dentro da profecia, descreve o período das atrocidades de Antíoco Epifânio, o monarca selêucida. Em sua aplicação profético-escatológica, elas serão desenvolvidas durante o período sombrio da Grande Tribulação. Sobre as “duas mil e trezentas tardes e manhãs” existe uma infinidade de opiniões, mas podemos entender o sentido correto dentro daquilo que se pode depreender dos próprios.contextos bíblicos: 2.300 tardes e manhãs não significam apenas 1.150 dias, mas, literalmente, dois mil e trezentos dias completos. A expressão “tardes e manhãs” quer dizer dias completos e não apenas metade de um dia (Gn 1.5 e ss.). Como já ficou bem claro acima, as 2.300 tardes e manhãs cobrem os dias em que o monarca Seleuco Antíoco Epifânio implantou suas abominações na cidade santa e no templo. (Em seu primeiro estágio, isso teve início em 171 a 165 a. C.). Isso porém, não foi o seu cumprimento em sentido pleno; sua consolidação só terá lugar no final da Grande Tribulação, quando o Senhor JESUS vier à terra como o Libertador esperado. (Ver caps. 8.14 e 9.24; Rm 11.26). Então o “santuário será purificado”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 157-158.
 
A resposta dada a essa pergunta (v. 14). CRISTO instrui os santos anjos, pois eles são nossos conservos. Mas aqui a resposta é dada a Daniel, pois em consideração a ele fora feita a pergunta: Ele me disse. DEUS às vezes concede notáveis favores a todo o seu povo, em resposta às indagações e pedidos de alguns de seus servos. Então: [1] CRISTO lhe assegura que a tribulação terminará. Ela continuará por 2.300 dias e não mais, tantas tardes e manhãs (assim está escrito), tantos nychthemerai, tantos dias naturais calculados, como no início do Gênesis, pelas tardes e manhãs, pois era a perda dos sacrifícios da tarde e da manhã que eles mais lamentavam, e consideravam que o tempo passava muito lentamente enquanto estavam despojados deles. Alguns consideram a manhã e a tarde, nesse número, valendo por dois. E assim 2.300 tardes e manhãs totalizariam apenas 1.150 dias. E por cerca de tantos dias o sacrifício contínuo permaneceu interrompido. Este número se aproxima do cálculo (cap. 7.25) de um tempo, tempos e metade de um tempo. Mas é menos forçado compreendê-los como tantos dias naturais. 2.300 dias perfazem seis anos, três meses e cerca de dezoito dias. E foi exatamente esse tempo que eles calcularam desde a apostasia do povo, proporcionada por Menelau, o sumo sacerdote, no 142" ano do reinado dos selêucidas, no sexto mês daquele ano, e o 6° dia do mês (assim Josefo o data), até a purificação do santuário e o restabelecimento da religião no meio dele, o que ocorreu no 148° ano, no 9° mês, no 25° dia do mês (1 Mac. 4.52). DEUS conta o tempo das aflições do seu povo, pois Ele compartilha esse sofrimento. Observe uma evidência deste fato em Apocalipse 2.10: “Tereis uma tribulação de dez dias”. [2] O precioso Senhor lhe assegura que eles terão dias melhores, posteriormente: “Então, o santuário será purificado”. Note que a purificação do santuário é um sinal favorável definitivo para qualquer povo. Quando começarem a ser corrigidos, logo serão libertados. Embora o DEUS justo possa, para a punição do seu povo, tolerar que o seu santuário seja profanado por algum tempo, mesmo assim o DEUS zeloso, para a sua própria glória, garantirá a sua purificação no devido tempo. CRISTO morreu para purificar a sua igreja, e Ele a purificará sem qualquer pressa, para oferecê-la, a si mesmo, como uma igreja irrepreensível.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 887.
 
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco Epifânio.
Antíoco é o protótipo do Anticristo
A expressão “tempo do fim” se refere a uma época escatológica, isto é, aponta para um tempo futuro. Do mesmo modo como a profecia dizia respeito aos impérios medo-persa e o grego que já passaram (8.20-23), também, esta mensagem tem uma dupla referência profética. Se Antíoco Epifânio, demonstrou características de crueldade e destruição contra Israel, no futuro, surgirá outro governante mundial, que promoverá grandes males ao povo de Israel e ao mundo, até que JESUS CRISTO, em sua vinda pessoal, desça para desfazer o poder desse personagem, o Anticristo.
A visão dada a Daniel concentrou-se essencialmente no personagem de Antíoco Epifânio, porque na mente de DEUS, a visão apontava, também, para outro personagem que haveria de  surgir no futuro com as mesmas características de Antíoco Epifânio, e seria chamado “homem do pecado”, “Anticristo”, “a Besta” (2 Ts 2.9; Ap 13.2,3). Esse personagem escatológico aparecerá tão somente no período da Grande Tribulação quando a Igreja não mais estará na terra, porque, antes que o Anticristo apareça, a igreja de CRISTO será arrebatada (1 Co 15.51,52).
“E eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias” (8.27). Quando Daniel teve essa visão já tinha quase 90 anos de idade. Naturalmente, sua estrutura física e emocional estava enfraquecida. A magnitude da visão foi tal que Daniel não teve mais forças para suportar tudo aquilo que DEUS estava lhe mostrando. Naturalmente, toda aquela visão requereu dele, um estado de êxtase espiritual que, quando voltou ao normal, não tinha forças para ficar em pé. O mesmo aconteceu com João, na Ilha de Patmos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124-125.
 
Ele viu uma pequena ponta, que se tornou um notável perseguidor da igreja e do povo de DEUS. E esse era o item principal que se pretendia que lhe fosse mostrado, nessa visão, assim como posteriormente (cap. 11.30ss). Todos concordam que essa ponta era Antíoco Epifânio (assim ele chamava-se a si mesmo) - o ilustre, mas outros o chamavam de Antíoco Epifânio - Antíoco, o furioso. Ele é chamado aqui (como anteriormente, cap. 7.8), de a pequena ponta, pois era, em sua origem, insignificante. Havia outros entre ele e o reino, e era de temperamento subserviente e humilde. Não havia nele as qualidades de um príncipe, e fora, por algum tempo, um refém e prisioneiro em Roma, de onde fugiu, e, embora fosse o irmão mais novo, e seu irmão mais velho estivesse vivo, conquistou o reino. Ele cresceu extraordinariamente em direção ao sul, pois se apoderou do Egito, e também para o leste, pois invadiu a Pérsia e a Armênia. Mas os males que causou ao povo judeu são especialmente mencionados. Eles não são expressamente citados, ou as profecias não forneceram esses detalhes. Mas ele é descrito aqui de tal forma que seria fácil para aqueles que entendiam a linguagem das Escrituras saber a quem se referiam. E os judeus, tendo informações a esse respeito de antemão, poderiam ter percebido e se preparado, bem como aos seus filhos, com antecedência, para esses tempos de sofrimento.
Antíoco Epifânio
(1) Ele se indispôs contra a terra formosa, a terra de Israel, assim chamada porque era a glória de todas as terras, pela fertilidade e todas as delícias da vida humana, e especialmente pelos sinais da presença de DEUS nela, e por ser abençoada com revelações e instituições divinas. Era o Monte Sião que era formoso de sítio, a alegria de toda a terra (SI 48.2). O deleite daquela terra era que nela deveria nascer o Messias, que seria tanto a consolação como a glória de seu povo, Israel. Note que temos motivos para considerar como um local aprazível é aquele que é um local sagrado, no qual DEUS habita, e onde podemos ter a oportunidade de manter uma comunhão com Ele. Com toda a certeza podemos dizer: E bom estarmos aqui. (2) Ele lutou contra as hostes do céu. Isto se refere ao povo de DEUS, a igreja, que é o reino do céu, os militantes da igreja aqui na terra. Os santos, sendo nascidos do alto, e cidadãos do céu, e realizando a vontade de DEUS, através de sua graça, de certa maneira, como fazem os anjos do céu, podem muito bem ser chamados de uma hoste celestial. Outra possível interpretação é que os sacerdotes e levitas, que eram usados no serviço do Tabernáculo, e ali lutavam um bom combate, eram esse exército do céu. Contra esses, Antíoco se indispôs. Ele se engrandeceu enormemente contra o exército do céu, em oposição e desafio a ele.
(3) Ele lançou por terra uma parte do exército (ou seja, das estrelas, pois elas são chamadas de hostes do céu), e a pisou. Alguns daqueles que eram mais eminentes tanto na igreja como no governo, que eram luzes importantes e resplandecentes em sua geração, ele os obrigou a se submeterem às suas idolatrias ou os matou. Ele os pegou em suas mãos e depois os oprimiu e os sobrepujou. Como o bom ancião Eleazar e os sete irmãos, a quem matou com cruéis torturas, por terem se recusado a comer carne de porco (2 Mac. 6.7). Ele se gloriou de que, neste fato, insultou o próprio Céu e exaltou o seu trono acima das estrelas de DEUS (Is 14.13).
(4) Ele se engrandeceu até à posição de príncipe do exército. Ele atacou o sumo sacerdote, Onias, a quem despojou de sua dignidade, ou mais precisamente, o próprio DEUS, que era o Rei de Israel desde os tempos antigos, que reina para sempre como rei de Sião, que comanda o seu próprio exército, que luta suas batalhas. Contra Ele Antíoco tentou se engrandecer. Este homem ímpio agiu como o faraó, quando disse: Quem é o Senhor? Note que aqueles que perseguem o povo de DEUS perseguem ao próprio DEUS.
(5) Ele retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da manhã e da tarde, oferta que DEUS deu ordens aos seus servos para oferecer todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou todos os outros sacrifícios, mas apenas o sacrifício diário é mencionado, pois esta era a maior de todas as perdas. Pois eles davam prioridade a esse em relação aos sacrifícios que eram apenas eventuais, e era através desse que mantinham sua constante comunhão com DEUS. O povo de DEUS considera os seus sacrifícios diários, os seus exercícios matutinos e vespertinos de devoção, os mais indispensáveis de sua profissão diária de fé, e os mais prazerosos de seus consolos diários. E por nada no mudo desistiriam deles.
(6) Ele lançou por terra o lugar do seu santuário. Ele não queimou nem demoliu o templo, mas o lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o Templo de Júpiter Olímpio, e colocou nele a sua imagem. Lançou, também, a verdade por terra, pisoteou o livro da lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o queimou, e fez o que podia para destruí-lo por completo, para que fosse perdido e esquecido para sempre. Esses eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se exercitou nesse tipo de atitude. E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo agindo dessa forma. Ele foi muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o seu ponto de vista, e chegou próximo de eliminar a religião santa que a mão direita de DEUS plantara. Mas para que nem ele e nem qualquer outro se exaltasse, como se tivesse sido um oponente à altura do próprio DEUS, e um adversário difícil para Ele, o assunto é aqui explicado e colocado sob a luz da verdade. [1] Ele não poderia ter feito aquilo, se DEUS não tivesse permitido que o fizesse. Antíoco não teria tido poder contra Israel, a menos que lhe fosse dado, de cima. DEUS colocou esse poder em suas mãos, e o dispôs contra o sacrifício contínuo. A providência de DEUS colocou em sua mão a espada com a qual se tornou capaz de sobrepujar todos aqueles que se pusessem em seu caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a mão de DEUS em todos os empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja contra ela. Eles são apenas varas nas mãos de DEUS. [2] DEUS não o teria permitido, se o seu povo não o tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da transgressão, da transgressão de Israel, para castigar o povo por isso, que Antíoco é usado para causar-lhe toda essa tribulação. Observe que quando a terra formosa e todas as suas coisas agradáveis são devastadas, deve ser reconhecido que o pecado é a causa motivadora de toda a desolação. “Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o Senhor, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A grande transgressão dos judeus após o cativeiro (quando foram curados da idolatria) foi o desrespeito e a profanação das coisas sagradas, menosprezando o serviço a DEUS, trazendo os animais feridos e aleijados para o sacrifício, como se a mesa do Senhor fosse algo desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss. Também lemos que os sacerdotes eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta razão, o DEUS justo enviou Antíoco para tirar o sacrifício diário e lançar por terra o lugar do seu santuário. Note que é justo que DEUS prive dos privilégios de sua casa aqueles que os menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que não desejam desfrutar os benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem perdido a liberdade de praticá-los.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874-876.
 
Antíoco I e Antíoco II não molestaram os judeus nem se meteram na Palestina, mas Antíoco III era megalomaníaco e ambicioso. Invadiu a Palestina, e os judeus, que já estavam desavindos com os Ptolomeus, receberam-no como libertador, mal sabendo o que estava atrás de tudo. Para apaziguar os Ptolomeus deu a sua filha Cleópatra em casamento a Antíoco Epifânio, prometendo-lhe como dote a Palestina, Celsíria e a Fenícia, mas nada disso cumpriu. Durante o seu domínio na Palestina cometeu toda sorte de desatinos, inclusive a de entrar violentamente no templo e oferecer uma porca no altar dos sacrifícios, com o que cessaram os sacrifícios do templo, por ter sido profanado. Como nos informam os versos 9 e 10, era uma pequena ponta que cresceu até atingir os exércitos dos céus, os palestinos, ofendendo até o Príncipe do exército (DEUS), dele tirando o sacrifício costumeiro por causa das transgressões (v. 12). O templo ficou fechado por duas mil e trezentas tardes e manhãs, de 171-165 a. C., nos dias de Antíoco III, o Grande, e o seu sucessor Antíoco IV, o Epifânio (ver Mat. 24:15).
Foram tais as atrocidades dos Antíocos, que os judeus se revoltaram, e uma família, a dos asmonianos, se refugiou nas montanhas e desafiou o poder dos selêucidas. Dessa família nasceu o movimento apelidado de "Macabeu", em que a família asmoniana enfrentou o poder dos Antíocos ou dos Selêucidas, desde 167 até 163, quando conseguiram fazer proclamar a independência da Palestina sob um governo nacional. A dinastia de Davi foi assim restaurada, mas por pouco tempo, também porque as intrigas e invejas entre os próprios judeus fizeram com que os romanos, a este tempo já com seus exércitos nos arredores da Palestina, interviessem para apaziguar a contenda, mas com a mão de gato, para pouco depois anexarem a Palestina aos seus muitos domínios. O tempo do fim (ou último tempo da ira, v. 19) não se refere ao fim de tudo, mas ao fim das assolações dos Antíocos.
Assim, num breve bosquejo, procuramos dar a interpretação dos versos 9-14, que incluem um longo período histórico, talvez o mais triste da história triste dos judeus. (História mais completa se encontra no capitulo 11.)
O próprio Daniel ficou tonto com a visão que não podia compreender, mas o atormentava. Foi então que se apresentou diante dele um como homem, e ouviu uma voz de homem de entre as margens do rio Ulai, o qual chegou junto dele para lhe interpretar o mistério, mas Daniel ficou mesmo sem entender o sentido de toda aquela visão. Porém uma coisa ele entendeu. No determinado tempo do fim das calamidades dos Antíocos, no tempo de Antíoco Epifânio, o feroz de cara e mestre em intrigas e mentiras (vv. 23-25), cessariam as misérias previstas nesta visão.
Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
 
"De um dos chifres saiu um chifre pequeno" (8.9). Trata-se do rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no Antigo Testamento, o qual procedeu da Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. O termo "selêucida" deriva do general Seleuco Nicátor, ao qual, na partilha do império de Alexandre, coube a Síria, a Ásia Menor e Babilônia, tendo por capital Antioquia. Seleuco foi o fundador da dinastia dos reis gregos da Síria, chamados selêucidas.
Antíoco Epifânio, o "chifre pequeno" de Daniel 8.9 é conhecido como o "Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição que infligiu ao povo judeu no século II a. C., durante o chamado Período Interbíblico. (Assim se chama o período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos.) Antíoco reinou de 175 a 167 a. C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a DEUS. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar os judeus a renunciarem à sua fé em DEUS. Isto deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas mais heroicas da história de Israel. Epifânio quer dizer o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam "Epifânio", que quer dizer louco.
Antíoco prefigurava o futuro Anticristo, pois no versículo 19 está escrito: "Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim".
O futuro Anticristo deverá, pois, surgir de uma das antigas quatro divisões do ex-império grego; certamente da divisão a que pertencia a Síria. Sendo Antíoco, tipo e sombra do Anticristo, procederá por certo do mesmo lugar. Talvez seja por isso que, ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele (isto é, a Besta) é primeiramente mencionado como "semelhante a leopardo" (Ap 13.2). Ora, o leopardo é o animal que simboliza a Grécia (7.6).
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).
A visão do anjo Gabriel (Dn 8.15-18)
“E havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entende-la” (8.15). Essa atitude de Daniel nos estimula a estudar a profecia com cuidado e desvelo. Buscar entender uma escritura bíblica requer de quem a deseja, dedicação e respeito ao que o texto quer dizer. Não dá direito de interpretação aleatória, ou seja, interpretação especulativa.
“se me apresentou diante uma como semelhança de homem” (8.15). O contexto bíblico não deixa dúvidas de que se tratava de um ser angelical que tomou a forma de um homem para falar com Daniel. Os anjos são seres espirituais sem forma qualquer. Por isso, eles podem tomar a forma que for necessária para comunicar a Palavra de DEUS. Subtende-se, mais uma vez, que podia tratar-se do anjo Gabriel que se manifesta numa forma humana, a de um homem. Ele se comunica com Daniel e o trata por “filho do homem”. Não devemos confundir essa aparência angelical com uma teofania (manifestação da divindade em forma humana). Neste caso em especial se trata apenas de um ser angelical com forma de homem, para poder comunicar racionalmente com Daniel. O anjo Gabriel comunicou de forma objetiva ao explicar toda a visão que Daniel tivera, distinguindo aspectos históricos e aspectos escatológicos. Ele anuncia a Daniel que a visão se cumpriria no “tempo do fim” (8.19).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124.
 
Dn 8.16: “... gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão”. A poderosa “voz” que “gritou” é a “voz” de DEUS Pai, pois dada a posição elevada do “Anjo Gabriel”, um anjo comum não se poderia dirigir a um tão elevado poder da forma que se dirigiu:
“Gabriel. O anjo Gabriel aparece 4 vezes nas Escrituras: 1) Em Dn 8.16 (o texto em foco), ele explica a Daniel a visão do carneiro e do bode peludo. 2) Em Dn 9.21, ele esclarece a Daniel o segredo das “setenta semanas” escatológicas. 3) Em Lc 1.11, ele é enviado a anunciar o nascimento de João Batista; do versículo 26 em diante, ele é novamente apresentado como tendo sido comissionado por DEUS à virgem Maria, para predizer o nascimento de JESUS CRISTO. Em Lc 1.19, ele se identifica, dizendo: “Eu sou Gabriel”. Essa palavra significa “homem de DEUS”, ou embaixador de DEUS”. Somente dois anjos recebem nome nas Escrituras, a saber, Gabriel e Miguel. (Ver Dn 8.16; 9.21; 12.1; Lc 1.19, 26; Jd v.9; Ap 12.7). Segundo a tradição judaica, Gabriel era o guardião do tesouro sagrado. Miguel era o destruidor do mal, o agente de DEUS contra o mal. Esse nobre mensageiro assiste diante de DEUS”. (Ver 1.19). E, portanto, um embaixador da corte celestial.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 158-159.
 
Gabriel, o mensageiro de DEUS (8.15-19). Daniel ficou profundamente assombrado com a visão que teve, mas ele rapidamente encontrou uma resposta quando se apresentou diante dele um ser na semelhança de homem (15) — um mensageiro especial enviado por DEUS. Era Gabriel (16) que apareceu, anunciado pela voz de homem. Acerca de margens do Ulai, cf. comentários do versículo 2.
Gabriel (hb., “DEUS mostrou-se poderoso”) é bastante conhecido nas Escrituras. Ele era o mensageiro de DEUS para Daniel (8.16; 9.21) e o mensageiro da anunciação do nascimento de João Batista, bem como do nascimento de JESUS (Lc 1.9, 26). Ao idoso Zacarias, Gabriel explica sua posição: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de DEUS, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas” (Lc 1.19). Em seu terror diante da presença do anjo, Daniel escreve: “caí prostrado [...] Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os sentidos. Então ele tocou em mim e [...] disse: ‘Vou contar-lhe o que acontecerá depois [...] pois a visão se refere ao tempo do fim’” (17-19, NVI).
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530-531.
 
Daniel pergunta o significado da visão (vv. 5-19). No início do livro, Daniel foi capaz de interpretar e de explicar os sonhos e visões de outros, mas aqui teve de perguntar ao anjo qual era o significado do bode derrotando o carneiro e do pequeno chifre tornando-se um reino poderoso. A voz que deu a ordem a Gabriel pode muito bem ter sido a voz do Senhor. Gabriel significa "homem de DEUS" e foi ele quem explicou a Daniel a visão dada no capítulo 8, bem como a visão das setenta semanas (Dn 9:21, 22).
Séculos depois, Gabriel seria enviado a Zacarias, para anunciar o nascimento de João Batista (Lc 1:11-20), e a Maria, a fim de contar-lhe que ela daria à luz o Messias (vv. 26-38). O único outro anjo cujo nome é citado nas Escrituras é Miguel ("quem é como DEUS?"), que tem a incumbência especial de cuidar do povo de Israel (Dn 10:1 3, 21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7).
Quando Gabriel aproximou-se de Daniel, o profeta encheu-se de temor, desmaiou e caiu em sono profundo. (Ver Dn 10:9, 15, 17 e Ap 1:17.) Gabriel chamou-o de "filho do homem", um título messiânico (Dn 7:13); mas aqui foi empregado para enfatizar a fraqueza e humanidade do profeta.
O toque de Gabriel despertou o profeta (Dn 10:10, 11, 16, 18) e o anjo explicou-lhe que a visão dizia respeito aos últimos dias da história dos judeus. "O último tempo da ira" (v. 19) refere-se ao desprazer de DEUS com seu povo e aos tempos de sofrimento intenso pelos quais Israel passará antes de vir o fim e de ser estabelecido o reino prometido.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A. T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 355.
 
3. O tempo do fim (Dn 8.17).
Dn 8.17 “... caí sobre o meu rosto”. Esta expressão é também repetida no versículo seguinte. A aproximação de Gabriel fez Daniel “tombar” no chão com extremo assombro, como acontecera com Ezequiel, o profeta do cativeiro, em suas grandes visões (Ez 1.28; 3.23; 44.4). Gabriel diz a Daniel que esta visão se cumprirá somente no “tempo do fim”. Este “tempo do fim”, no livro de Daniel, refere-se a septuagésima semana profética, descrita em Dn 9.2-27, com especial referência à metade dela, na parte final, que, no Apocalipse, é chamada “A Grande Tribulação”. No Novo Testamento, a expressão “os últimos dias”, em At 2.17; 2 Tm 3.1; Hb 1.1, é equivalente, no grego, ao “tempo do fim”, e, o sentido geral, é mais amplo que em Daniel, pois é aplicado à época do Evangelho de CRISTO, à época do ESPÍRITO SANTO em sua plenitude. E também para os “últimos dias maus”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 159.
 
Dn 8.17 O “fim do tempo", neste caso, é uma alusão a todo o período compreendido entre o final do exílio e a segunda vinda de CRISTO. Muitos acontecimentos ocorridos sob o governo de Antioco Epifânio se repetirão em uma escala mais ampla antes da segunda vinda de CRISTO. Durante esse tempo DEUS lida com Israel de maneira radicalmente diferente, com a divina disciplina chegando por meio das nações gentílicas. Este período é muitas vezes mencionado como “os tempos dos gentios" (Lc 21.24).
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1106.
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último ___________________________ da ira; porque ela se ____________________________ no determinado ___________________________ do fim" (Dn 8.19).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:               
O ____________________________ do fim não é o fim do ____________________________, mas o ___________________________ de tratamento de Deus com o povo de Israel, prenunciando a vinda de Cristo.
 
I. - A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
3- Como foi a visão de Daniel do carneiro (Dn 8.3,4,20)?
(    ) Esse carneiro simbolizava o império grego.
(    ) Esse carneiro simbolizava o império medo-persa.
(    ) Segundo os historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos.
(    ) De acordo com a história, os medos haviam prevalecido na guerra com a Babilônia.
(    ) Dario foi o primeiro governante da união entre a Média e a Pérsia.
(    ) Logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império.
(    ) O carneiro identificado como o império medo-persa venceu e derrotou o império babilônico quando Belsazar estava no poder.
(    ) No mesmo dia em que Belsazar zombou de Deus ao utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém, ele caiu nas mãos dos medo-persas.
(    ) Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo sete sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, Deus de maneira especial mostrou a Daniel o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel.
 
4- Como eram os chifres do carneiro, o que representavam?
(    ) Os dois chifres do carneiro não eram iguais, pois um dos chifres era maior que o outro.
(    ) O maior representava Alexandre, o grande, o menor representava Antioco Epifâneo.
(    ) O maior representava Ciro, o persa e o menor representava Dario, da Média.
(    ) Na cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario.
(    ) Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro foi vencido, surgindo na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence.
 
5- Como foi a visão do bode (Dn 8.5-8) e o que representam os quatro chifres que surgiram?
(    ) A figura do bode, na mitologia do mundo de então, simbolizava o poder e a força.
(    ) A figura do bode, na mitologia do mundo de então, simbolizava o conhecimento e a sabedoria.
(    ) Na visão de Daniel, o bode arremeteu contra o carneiro com muita força, ferindo-o e quebrando os seus dois chifres.
(    ) Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, "o bode representava a Grécia, e seu grande chifre refere-se a Alexandre, o Grande".
(    ) O carneiro foi totalmente dominado e humilhado.
(    ) Seus dois chifres foram quebrados e, após isso, ainda foi pisoteado sem compaixão pelo bode.
(    ) Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do império medo-persa pelos gregos.
(    ) Nos versículos oito e nove, a "ponta notável" se quebra e surge em seu lugar quatro outras pontas (ou chifres).
(    ) Esses quatro chifres menores representam os quatro generais que assumiram o império grego depois da morte de Alexandre, o Grande.
 
II. O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9)
6- Como foi a visão da ponta pequena e a quem se refere?  
(    ) Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, "uma ponta mui grande".
(    ) Na visão do profeta Daniel, surge de uma das quatro pontas notáveis, "uma ponta mui pequena".
(    ) Daniel percebeu que esta "ponta pequena" cresceu muito, especialmente direcionada para a " terra formosa", Israel.
(    ) Essa "ponta pequena" refere-se a Antíoco Epifânio que tornou-se um opressor terrível contra os judeus.
(    ) Ele surgiu da partilha do império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia.
 
7- Como foi a ultrajante atividade do rei Antíoco Epifânio contra Israel (Dn 8.10,11)?
(    ) Os versículos dez e onze falam das ações ultrajantes do "pequeno chifre" contra o povo de Deus.
(    ) Os versículos dez e onze falam das ações ultrajantes do "grande chifre" contra o povo de Deus.
(    ) Profanou o santuário de Israel e tentou acabar com o "sacrifício contínuo" que Israel fazia ao Senhor.
 
8- Quando se deu a purificação do santuário (Dn 8.14)?
(    ) Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu dois anos e três meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco Epifânio.
(    ) Segundo a história, a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco Epifânio.
(    ) Deus é bom e misericordioso. Mesmo seu povo sendo infiel, Ele iria purificá-los e restaurá-los.
 
III. ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO.
9- Quem foi Antíoco Epifânio?
(    ) Por ora basta dizer que este foi um rei da dinastia Ptolomêutica (Babilônia e Síria) que perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia.
(    ) Por ora basta dizer que este foi um rei da dinastia Selêucida (Babilônia e Síria) que perseguiu os judeus de Jerusalém e da Judeia.
(    ) Trata-se do rei de cara feroz descrito no versículo vinte e três.
(    ) Este monarca cometeu tantas atrocidades contra o povo de Deus, que muitos o veem como um tipo do Anticristo.
 
10- Como foi a visão de Daniel do anjo Gabriel (Dn 8.16)?
(    ) O "Gabriel" mencionado no versículo dezesseis é um anjo que o Senhor enviou com o propósito de explicar a Daniel a visão.
(    ) Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Josué, a Zacarias e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus.
(    ) Esse mesmo Gabriel também foi enviado a Zacarias e, igualmente, a Maria, para anunciar o nascimento de Jesus.
(    ) Como veremos, no capítulo nove ele aparece novamente a Daniel.
 
11- O que é o tempo do fim (Dn 8.17)?
(    ) Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, "o fim do tempo", neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo".
(    ) Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, "o fim do tempo", neste caso é uma alusão a todo o período entre o final do reinado de Alexandre e a segunda vinda de Cristo".
(    ) Os governantes e impérios vistos por Daniel no capítulo oito já não existem mais.
(    ) Homens como Alexandre e Epifânio morreram e seus impérios chegaram ao fim, pois os reinos deste mundo são efêmeros.
(    ) Somente um reino nunca terá fim: o reino do Messias: "O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
 
CONCLUSÃO
12- Complete:
Deus é _____________________________ e a história do mundo faz parte dos seus desígnios. Ele conhece toda a ____________________________, começo e fim. O _____________________________ do homem e do mundo está sob o olhar do Altíssimo
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva
 
 

20 novembro 2014

Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias 1 parte

Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
veja
LIÇÃO 12, ZACARIAS, O REINADO MESSIÂNICO - 4º Trimestre de 2012          
http://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1_ZiGvlR4p5ETqRtT6ABKj2
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv-2trim2012.htm (Arrebatamento, Governo do Anticristo, Milênio, Formosa Jerusalém, Juízo Final) 
 
 
TEXTO ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
 
 
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de DEUS se expande através de JESUS CRISTO.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 1.3 JESUS é rei eternamente
Terça - Dn 2.44 O reino do Messias será único e eterno
Quarta - Dn 7.14 O reino do Messias é invencível
Quinta - Ap 19.15 JESUS, o Rei dos reis
Sexta - Ap 20.4 O reino milenial de CRISTO
Sábado - Mt 6.33; Mc 4.11; Mt 12.28 A realidade do Reino de DEUS
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 7.3-8,13,14
Daniel 7.3 E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. 4 O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. 5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. 6 Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. 7 Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas. 8 Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.
Daniel 7.13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
14 E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.
 
INTERAÇÃO
O texto bíblico que vamos estudar é todo o capítulo sete de Daniel.
 
OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever e explicar a visão dos quatro animais.
Identificar o clímax da visão do profeta.
Compreender a volta de JESUS à luz do capitulo sete de Daniel.
 
Resumo da Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias
I. A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão.
2. A interpretação.
II. O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14).
2. O "Filho do Homem" (vv.13,14).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25).
III. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1. A visão (vv.13,14).
2. "Os santos do Altíssimo" (v.18).
3. A destruição do Anticristo (vv.26,27).
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões sobre os quatro animais que simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo
SINOPSE DO TÓPICO (2) - O clímax da visão profética de Daniel marca o advento da grande tribulação, do filho do homem e do juízo divino.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - O profeta Daniel viu o dia em que virá o Messias e Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
 
Revista Ensinador Cristão CPAD nº 60. p.39.
Prezado professor, a partir deste capítulo, o sete, iniciaremos outro gênero de narrações sobre o profeta Daniel e os seus amigos. Até o capítulo seis o gênero predominante no livro é classificado como história. Mas a partir do capítulo sete, o gênero que passa a dominar a obra é o das visões de Daniel. Uma série de visões dadas por DEUS ao profeta é revelada a respeito do futuro do mundo e do Reino de DEUS.
 
Orientações
Professor, para explicar didaticamente o primeiro tópico da lição recomendamos que ministrasse a aula de acordo com a descrição do tópico I: a descrição da visão e, posteriormente, a interpretação da visão. Descreva o primeiro animal, o segundo, o terceiro e o quarto. Então, em seguida, trabalhe a questão da interpretação destes animais. Leve em conta que a interpretação evangélica conservadora tende a compreender estes quatro animais como sendo os quatro impérios do mundo: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Estes impérios representam o período de tempo desde Daniel até a segunda vinda de CRISTO.
Considere também que os muitos interpretes de Daniel tendem a colocar a profecia do capítulo 7 e 8 como uma continuação do capítulo 2. Lá os impérios são representados por uma grande estátua com cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e quadris de bronze; pés de ferro e de barro. Entretanto, a estátua é derrubada por uma pedra. Esta pedra é o Reino de DEUS destruindo toda a concepção humana de imperialismo.
Na visão de Daniel, agora no capítulo 7, além do primeiro, do segundo e do terceiro, o quarto animal traz algo bastante específico: "dez chifres" e um "chifre pequeno". Quando o professor explicar estes elementos considere que ao longo dos anos muitas especulações foram feitas a respeito dessas duas figuras. Não vá além do que menciona o texto bíblico.
No passado, muitos crentes sinceros consideraram Hitler o pequeno chifre, isto é, o Anticristo. Outros consideraram Stalin o líder mundial. Alguns disseram que o Comunismo iria gerar o Anticristo. Outros ainda compreenderam que o papa João Paulo II era o Anticristo. A história provou que todas estas especulações não se sustentaram. Não sabemos a respeito do Anticristo porque simplesmente a sua identidade não foi ainda declarada. Ao que parece, nem saberemos. Não seremos arrebatados antes? Boa aula!
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40.
 
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES
INTRODUÇÃO
Os estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas partes, histórica e profética. Os capítulos 1 a 6 o identificam como históricos, mesmo contendo uma parte profética no capítulo 2. Os capítulos 7 a 12 são tratados como sendo proféticos. É interessante notar que os acontecimentos dos capítulos 7 e 8 antecedem os descritos nos capítulos 5 e 6. Se no capítulo 6, Daniel já passava dos 80 anos de idade, no capítulo 7, ele tinha aproximadamente uns 70 anos. Quando Daniel organizou o seu livro tratando das interpretações dos sonhos nos capítulos 2 e 6 e as visões que ele recebeu de DEUS as separou da parte histórica.
No capítulo 7 inicia-se, essencialmente, a parte profética do livro de Daniel, o verdadeiro Apocalipse do Antigo Testamento. A visão do capítulo 2 foi dada a um rei pagão, o rei Nabucodonosor e a visão do capítulo 7 foi dada a um servo de DEUS, o príncipe Daniel. A Nabucodonosor a visão revela o lado político e material dos impérios, representados na figura da grande Estátua. A Daniel DEUS revelou o lado moral e espiritual desses impérios representados pelas figuras dos quatro animais. Os fatos são os mesmos, mas o objetivo das duas visões difere nas finalidades. DEUS mostra a decadência desses impérios e o surgimento do reino eterno do Messias.
Igualmente, os acontecimentos preditos e proféticos nos capítulos 7 a 12 se darão em sequência cronológica. As duas primeiras visões dos capítulos 7 e 8 se deram antes da festa de Belsazar, descrita no capítulo 5. Porém, a visão do capítulo 9 precedeu à experiência de Daniel na cova dos leões no capítulo 6. Já, a quarta visão de Daniel (cap.10 a 12) se deu no “ano terceiro de Ciro,rei da Pérsia”(Dn 10.1).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 97-98.
 
Nesse capítulo, temos: I. A visão de Daniel dos quatro animais (1-8). II. Sua visão do trono de domínio e juízo de DEUS (9-14). III. A explicação dessas visões, que lhe foram dadas por um anjo que estava presente (15-28). E difícil dizer se essas visões procuram antecipar o fim dos tempos, ou se elas deveriam ter um rápido cumprimento. Nem mesmo os intérpretes mais criteriosos estão completamente de acordo neste ponto.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 868.
 
O livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Ele trata da saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do Reino de CRISTO. É um livro escatológico e apocalíptico.
O capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos 1 a 14 retratam o sonho de Daniel; os versículos 15 a 28, a interpretação do sonho. Daniel 7 trata do desenrolar da história humana até o fim do mundo. Se olharmos apenas para os reinos deste mundo somos o povo menos favorecido da terra, mas se olharmos para o trono de DEUS somos o povo mais feliz da terra. Os impérios do mundo surgem, prosperam e desaparecem, mas o Reino de CRISTO permanece para sempre.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 89-90.
 
 
I – A VISÃO DOS QUATROS ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A visão.
Daniel, em sua visão, viu “os quatro ventos do céu que agitavam o Mar Grande” (7.2) e que simbolizam os poderes celestiais movimentando o mundo nos quatro pontos cardeais. São ventos que representam as grandes comoções políticas, os conflitos bélicos e sociais nas nações do mundo.
“mar grande”(v. 2) e “subiam do mar”(v. 3). O “Mar Grande” tem sido interpretado de dois modos: Alguns estudiosos veem o “mar grande” como sendo a humanidade. o “mar”, nas profecias escatológicas da Bíblia é interpretado, também, como sendo “as nações gentílicas” (Is 17.12,13). Também “o Mar Grande” pode se referir ao Mar Mediterrâneo. O versículo 3 diz que “subiam do mar” e isto indica que se trata das nações adjacentes ao Mediterrâneo. Uma das razões é que, o último império do capítulo 2 e 7, é o Império Romano, cujas dimensões alcançavam as nações gentílicas adjacentes a Roma.
Esses animais são diferentes uns dos outros e possuem características que revelam a brutalidade daqueles dias de forma irracional porque as ações desses animais ultrapassarão o nível da racionalidade. Era o retrato que DEUS dava desses impérios nas figuras animalescas do texto para revelar o surgimento deles ao longo da vida de Israel e do mundo, bem como, destacar o último grande império mundial sob a égide de Satanás, representado pelo Anticristo.
“o primeiro era como leão e tinha asas de águia” (7.4.). O leão, do mundo animal, o rei dos animais, simboliza a Babilônia, profetizado, também, pelo Profeta Jeremias (Jr 4.6,7). Comparando as visões do capítulo 2, a “cabeça de ouro”(Dn 2.32,37,38) é a “Babilônia” representada no capítulo 7 pelo “leão com asas de águia” (Dn 7.4), percebemos o paralelo entre os dois capítulos. DEUS se utiliza de figuras do conhecimento cultural do homem para revelar verdades morais e espirituais, por isso, na visão de Daniel DEUS usou figuras do mundo animal. No reino animal, o leão é o predador maior, portanto o rei. Aqui no capítulo 7 o leão representa o Império Babilônico e as “asas de águia” fala da conquista em extensão desse império que foi o maior do mundo naquela época. Na natureza, na fauna animal, o leão e a águia são os animais nobres. O leão é símbolo do rei dos animais terrestres e a águia é identifica como a rainha das aves do céu. Os dois, o leão e a águia representam a Babilônia pela ostentação de domínio e riqueza que tinha em relação ao mundo de então. O leão lembra a bravura, a violência e a força bruta sobre suas presas. Foi o que Nabucodonosor fez com as nações que subjugou sob seu domínio. A águia lembra a rapidez e a voracidade. Portanto, o domínio da Babilônia aconteceu entre os anos 605-539 a. C. Na visão, Daniel viu que o fim chegou para a Babilônia quando lhe “foram arrancadas as asas” (7.4) e isto lembra o fato quando Nabucodonosor que ficou demente, agindo como animal do campo, porque não soube reconhecer a soberania divina. Ora, uma águia sem asas significa um poder desfeito, sem capacidade de voar. Depois de “arrancadas as asas”, diz o texto que o mesmo “foi posto em dois pés como homem”, e na sua recuperação voltou à racionalidade e passou a agir como homem normal. Com esta experiência, Nabucodonosor teve que reconhecer a soberania divina e lhe dar a glória que só pertence a DEUS (Dn 4.24,25,32,33,36,37).
O segundo grande animal da visão é UM URSO (7.5). O urso, pela sua força e voracidade é quase tão formidável quanto o leão. E um animal pesado que tem um apetite voraz, carnívoro e que estraçalha suas presas sem dificuldade. E um animal que age com ataques súbitos e inesperados. Na interpretação de Daniel, esse “urso” representa o segundo império que sucedeu ao babilônico que foi o “império medo-persa” (Dn 2.39). Um detalhe interessante é que o texto diz: “o qual se levantou de um lado” (v. 5). Em outras versões, a compreensão se amplia com a forma como está escrito, quando diz: “com uma das patas levantada, pronto para atacar”, conforme está na Bíblia Viva. Subentende-se que o urso não está dormindo, mas está pronto para atacar e foi o que fez, unindo a Média e a Pérsia, num ataque violento contra os exércitos de Nabonido. Na visão, o urso tinha “três costelas entre os dentes” que podem representar o domínio sobre três pequenas nações conquistadas por Ciro e por Dario. O Império Medo-persa foi formado com a união das duas nações: a Média e a Pérsia. No capítulo 2, o peito e os braços da colossal estátua simbolizavam o império que sucedeu ao Babilônico, que é o medo-persa. Os dois braços simbolizavam a Média e a Pérsia que se aliaram para atacar a Babilônia e formar um governo só. Em relação a visão de Daniel, “o grande urso” se levantou de um lado, ou seja, se levantou para atacar com voracidade e foi o que fez.
Diz mais o texto que o tinha “três costelas entre os dentes” (v. 5). Os estudiosos escatológicos discutem sobre “as três costelas” entre os dentes do grande urso, que podiam representar três outras nações que foram conquistadas por esse império. A maioria desses estudiosos entende que se tratava da Babilônia, da Lídia, na Ásia Menor e do Egito. Essas nações fizeram uma coligação para suplantar as ameaças de dois reis, Dario e Ciro. Essas três nações (Babilônia, Lídia e Egito) não conseguiram reagir porque “o urso” atacou com força voraz e muita violência e os desfez. As “costelas entre os dentes” era o resultado de outra ordem divina para o ataque do Urso, quando diz: ”Levanta-te, devora muita carne”. Segundo a história e as profecias bíblicas, especialmente, de Isaías, Ciro da Pérsia foi usado por DEUS e é chamado o seu “ungido” para desfazer a força da Babilônia (Is 44.28; 45.5). DEUS usou um rei pagão para fazer o que ele estabeleceu em sua soberana vontade para punir aquelas nações e para restaurar o seu povo em Jerusalém. Porém, na presciência divina, haveria um tempo para os sucessos do Império Medo-persa e esse tempo chegaria com o surgimento de outro animal: um leopardo.
O terceiro grande animal da visão é um LEOPARDO COM QUATRO ASAS (7.6). A primeira frase que aparece na sequência da visão depois do segundo animal, o urso, foi a seguinte: “Depois disso, eu continuei olhando”. Essa frase dá a entender que os animais apareceram na visão em sequência. Não apareceram todos ao mesmo tempo, mas um depois do outro, porque DEUS queria facilitar a compreensão do seu servo Daniel em todos os detalhes da visão. O terceiro animal, portanto, era um leopardo, ou semelhante a um leopardo. A característica principal desse animal era a sua agilidade, a sua rapidez. Acima de tudo, esse leopardo não era semelhante aos leopardos comuns porque ele tinha “quatro asas nas costas” e tinha, também, “quatro cabeças”. DEUS toma a figura desse animal extraordinário, porque não havia no mundo animal nenhum semelhante. Esse leopardo era uma representação da Grécia, que, com estupenda velocidade e crueldade conquistou o mundo de então que estava sob o domínio medo-persa. O leopardo comum, além de ser carnívoro, é capaz de ataques súbitos e inesperados. Esse ágil e forte leopardo representa, sem dúvida, ao reino grego sob a força militar de Alexandre em 331 a. C. Como figura mítica, esse leopardo tinha quatro asas de ave e quatro cabeças. As asas indicam o império depois da morte de Alexandre (323 a. C.). O Império Grego, no capítulo 2 é representado no sonho da Estátua de Nabucodonosor representado pelo “ventre e as coxas de cobre” (Dn 2.32). No capítulo 7, Daniel vê o leopardo alado e com quatro cabeças como o Império Grego que veio com Alexandre, o Grande, da Macedônia. Em dez anos, Alexandre com enorme rapidez dominou o Império Medo-persa em 334 a. C., e expandiu o seu domínio na Europa e na índia. Ele tinha uma obsessão em conquistar outros territórios, e o fez com quatro principais generais de guerra.
O texto diz que “foi-lhe dado o domínio” (v. 6) e, de fato, rapidamente Alexandre conquistou as nações ao redor e a influência do seu domínio, especialmente, na cultura, foi capaz de tornar-se referencial cultural para o mundo inteiro até os tempos modernos. Porém, em 323 a. C., Alexandre teve uma morte súbita e o seu reino foi dividido por seus quatro generais.
1- A Cassandro, foi-lhe dado a Macedônia e a Grécia; 2- A Ptolomeu I, a Palestina e o Egito; 3- A Selêuco I, foi-lhe dado a Síria; 4- A Lisímaco, foi-lhe dado a Ásia Menor e Trácia.
Na linguagem bíblica, a figura da “cabeça” simboliza governo (Is 7.8,9; Ap 13.3,12) e “as quatro cabeças” do leopardo representam os quatro generais que repartiram entre si o império depois da morte de Alexandre, o Grande. O leopardo, como um todo, diz o texto no versículo 6 que “foi lhe dado o domínio”. Naturalmente, entende-se, antes de tudo, que DEUS tem o cetro de governo do universo e deu ao rei grego o poder de dominar por um pequeno período de tempo. No projeto divino prevalece a sua soberania que domina sobre as nações do mundo. Esses quatro generais se tornaram reis nas regiões designadas e se destacaram pela mesma ambição de glória e de poder como seu líder e desenvolveram conflitos entre si e lutaram entre si. Segundo outra visão que Daniel teve acerca desse mesmo império no capítulo 11.4: “o seu reino será quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua posteridade”. Mais uma vez, ninguém rouba o cetro de governo de DEUS. O Império Grego também passou e foi superado por outro mais forte e violento, o Império Romano. O leopardo audaz foi abatido pelo “animal terrível e espantoso” (Dn7.7).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 99-103.
 
I - As circunstâncias dessa visão. Daniel havia interpretado o sonho de Nabucodonosor, e agora ele mesmo é honrado com revelações divinas semelhantes (v. 1): Ele teve visões da sua cabeça em sua cama, quando estava dormindo. Assim DEUS às vezes revelava aos filhos dos homens tanto a si mesmo como também os seus pensamentos. Sim, quando caía um sono profundo sobre eles (Jó 33.15). Pois quando estamos mais isolados do mundo, e afastados das coisas dos sentidos, estamos mais aptos para a comunhão com DEUS. Mas quando estava acordado, ele escreveu o sonho para seu próprio proveito, para que não o esquecesse como um sonho que se desvanece. E ele contou o resumo dos assuntos para os seus irmãos judeus, para o proveito deles, e lhes entregou por escrito, para que pudesse ser comunicado àqueles que estavam longe, e fosse preservado para seus filhos que viriam depois, que veriam essas coisas se cumprirem. Os judeus, interpretando mal algumas das profecias de Jeremias e Ezequiel, se animaram com esperanças de que, depois de seu retorno para a sua própria terra, desfrutariam uma tranquilidade total e ininterrupta. Mas, para que não se iludissem dessa forma, e suas desventuras se tornassem duplamente dolorosas pelo desapontamento, DEUS faz com que saibam através desse profeta que terão tribulações: as promessas de sua prosperidade deveriam ser cumpridas nas bênçãos espirituais do reino da graça. CRISTO diz aos seus discípulos que eles devem esperar perseguições, e as promessas nas quais confiam serão cumpridas nas bênçãos eternas do reino da glória.
II - A própria visão, que prediz as evoluções dos governos naquelas nações, sob cuja influência estaria a congregação dos judeus nas eras seguintes mencionou os quatro ventos combatendo no mar grande (v. 2). Este é o ponto importante devido ao qual os reis das nações estão lutando em suas guerras, que são tão turbulentas e violentas quanto a batalha dos ventos. Mas como é o mar sacudido, e agitado, quão terríveis são as suas concussões, e quão violentas são as suas convulsões, enquanto os ventos estão em luta para decidir qual deles terá o poder exclusivo de atormentá-lo! Note que este mundo é como um mar violento e tempestuoso, graças aos ventos orgulhosos e ambiciosos que o atormentam. Ele viu quatro grandes animais surgirem do mar, das águas agitadas, nas quais as mentes ambiciosas adoram pescai’. Os monarcas e as monarquias são representados por animais, porque muito frequentemente é pelo furor selvagem e pela tirania que são engrandecidos e mantidos. Esses animais eram diferentes uns dos outros (v. 3), de tamanhos diferentes, para denotar as diferentes índoles e o aspecto geral das nações em cujas mãos eles estavam alojados. (1) O primeiro animal era como um leão (v. 4). Esse representava a monarquia caldeia que era forte e feroz, e tornava os reis absolutos. Algumas vezes a coragem de uma nação estranhamente se deteriora, e ela se torna covarde e fraca, de maneira que aquela que era a cabeça das nações em uma ou duas gerações se torna a cauda delas. (2) O segundo animal era semelhante a um urso (v. 5). Este simbolizava a monarquia persa, menos poderosa e generosa do que a anterior, mas não menos voraz. Esse urso se levantou de um lado contra o leão, e logo o dominou. Ele levantou um império. Assim alguns o interpretam. A Pérsia e a Média, que na estátua de Nabucodonosor eram os dois braços ligados a um peito, agora estabeleceram um governo conjunto. Esse urso tinha em sua boca três costelas entre os dentes, os restos das nações que ele havia devorado, que eram o símbolo de sua voracidade, e ainda um indício de que embora ele tivesse devorado muito, não poderia devorar tudo. Algumas costelas, que não pôde conquistar, ficaram grudadas em seus dentes. Como conseqüência disso, foi-lhe dito: “Levanta-te, devora muita carne”. Deixa em paz os ossos, as costelas, pois estes não podem ser subjugados. (3) O terceiro animal era semelhante a um leopardo (v. 6). Este representava a monarquia grega fundada por Alexandre, o Grande, que era ágil, astucioso, e cruel como um leopardo. Ele tinha quatro asas como as de uma ave. O leão parece ter tido apenas duas asas. Mas o leopardo tinha quatro, pois embora Nabucodonosor fosse rápido em suas conquistas, Alexandre foi muito mais. Em um período de seis anos ele conquistou todo o império da Pérsia, uma grande parte fora da Ásia, tornou-se senhor da Síria, Egito, índia, e outras nações. Esse animal tinha quatro cabeças. Na morte de Alexandre suas conquistas foram divididas entre seus quatro chefes militares. O domínio foi dado a esse animal. Foi dado por DEUS, o Único de quem vem a promoção.
(4) O quarto animal era mais feroz, terrível e nocivo do que qualquer um deles, diferente de todos os outros. Não há nenhuma entre as feras com a qual ele possa ser comparado (v. 7). Os eruditos não estão de acordo a respeito desse animal desconhecido. Alguns entendem que seja o império romano, que, quando se encontrava em sua glória, abrangia dez reinos: Itália, França, Espanha, Alemanha, Britânia, Sarmatia, Pannonia, Ásia, Grécia e Egito. E então a pequena ponta que ascendeu através da queda de três das outras pontas (v. 8) entendem ser o império turco, que ascendeu no lugar da Ásia, Grécia e Egito. Outros entendem ser este quarto animal o reino da Síria, a família dos selêucidas, que era muito cruel e opressora para com a nação dos judeus, como encontramos em Josefo e na história dos macabeus. E nisso esse império era diferente daqueles que vieram antes, pois nenhum dos poderes precedentes forçou os judeus a renunciarem à sua religião, mas os reis da Síria o fizeram, e aproveitaram-se deles barbaramente. Seus exércitos e comandantes eram os grandes dentes de ferro com os quais devoraram e fizeram em pedaços o povo de DEUS, e eles pisotearam seus restos. Supõe-se, então, que as dez pontas sejam os dez reis que reinaram sucessivamente na Síria. Portanto, a ponta pequena é Antíoco Epifânio, o último dos dez, que de uma forma ou de outra debilitou gradativamente três dos reis, e conquistou o governo. Ele era um homem de grande engenhosidade, e então foi dito que tinha olhos iguais aos de um homem. Ele era muito destemido e ousado, e tinha uma boca que falava grandiosamente. Nós o encontraremos novamente nessas profecias.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 868-869.
 
Dn 7.7: "... eis aqui o quarto animal. O presente versículo coloca em cena o quarto Império Mundial. E o Império Romano. Esse poderoso Império, desde sua fundação, tem como capital a cidade de Roma. E cidade das mais antigas da península itálica, está edificada sobre “sete colinas” que João, o apóstolo do amor, chama de “sete montes” (Ap 17.9). Nos dias do Império, essas sete colinas eram chamadas: Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quirinal e o Capitólio. A cidade ficava à margem esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da desembocadura desse rio no mar Tirreno, na costa ocidental da península itálica. O seu fundador foi um habitante do Lácio (donde vem a palavra latino), chamado Rômulo, que, junto com seu irmão Rêmulo, foi amamentado pela loba do Capitólio. (Lenda). No capítulo 2.33, deste livro, esse Império é representado pelas “pernas de ferro” do majestoso colosso visto pelo monarca Nabucodonosor, em seu sonho escatológico. Não é contemplado com os dois Impérios (Medo-persa e o Greco- macedônio) anteriores, que eram unificados pelo “peito e ventre” da imagem; mas segue um paralelismo até sua consumação. Na simbologia profética, esse paralelismo é representado pelas pernas da estátua. (2.33). No campo simbólico, esse Império pode ter também sua representação nos “frutos” da árvore do sonho do rei Nabucodonosor (Dn 4.14). A maneira como os romanos conquistaram o Império Greco-macedônio todos conhecem. Os romanos conquistaram o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se da Grécia, Síria, Palestina e outros países. Tornaram-se senhores do mundo. Quando Matatias começou a lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos; agora, porém, eram os dominadores do mundo. O anjo deixou bem claro para Daniel quem seria o quarto animal, quando disse: “O quarto animal será o quarto reino na terra” (v. 23). Todos os estudiosos das profecias de Daniel sabem a quem esta passagem se refere. E ao Império Romano, o quarto reino mundial. Esta fera terrível não há nada a que ela se compare. A descrição salienta apenas o caráter destruidor da fera, como segue:
“Terrível...” O Império Romano foi, de fato, “terrível” em todos os seus aspectos; JESUS CRISTO, o nosso Senhor, foi morto sob a força brutal deste terrível poder. Os próprios judeus sofreram muito sob esse sistema de governo desumano. O Velho Testamento deixa a Palestina como uma satrapia persa. Abrimos o Novo Testamento e ali encontramos a dominação romana no apogeu da sua força.
"... espantoso”. O texto em foco, se consolida em uma profecia de alcance muito vasto. A própria história secular diz que este Império deixou atrás de si um rastro de sangue. Ele era espantoso até mesmo para seus próprios governantes; ali havia muita traição e maldade. Só em falar na palavra “romano” todo o mundo tremia. (Ver Jo19.12, 13; At 16.37-39).
"... muito forte”. Essa expressão e outras correlatas se coadunam muito bem com a natureza desse império, que é o ferro visto nas pernas do majestoso colosso do sonho do rei, conforme Dn 2. Esse Império desenvolveu os três emblemas consolidados nas composições anteriores: O domínio do leão, a força do urso e a rapidez do leopardo; por essa razão, tornou-se “terrível, e espantoso, e muito forte”.
"... tinha dentes grandes de ferro”. O animal tinha a mesma natureza das pernas e pés da estátua descrita em Daniel 2.33, 41. Isto é, composto de ferro e barro. O Império Romano tinha o mais poderoso arsenal militar em sua época. Seus dentes (exércitos) pontiagudos, eram adversários velozes como cavaleiros, fortes como leões, venenosos como serpentes, e lançavam elementos que cegavam e queimavam com poder mortal. É descrito, portanto, que eles eram forças mortais poderosas, maliciosas, e incansáveis. Eram, em suma, como diz a profecia divina: verdadeiros dentes grandes de ferro.
 
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Pode ser que "dentes de ferro" signifiquem as espadas romanas - Gládios - com as quais Roma atacava e vencia seus adversários (O gládio era a espada utilizada pelas legiões romanas).
 
“Ele devorava...” O presente texto, fala do que fez de fato o Império Romano. Ele conquistou, em pouco tempo, o mundo civilizado; subjugou todos os reinos, dominou todos os povos, tornando-se, assim, o senhor do mundo. Ele fez mesmo, como diz o texto em foco: devorou toda a terra. Essa foi a interpretação dada pelo próprio ser angelical, no versículo 23, do presente capítulo: “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra...”
"... fazia em pedaços”. A primeira coisa que fazia o Império Romano após conquistar uma nação, era dividir suas terras em regiões, tetrarquias, províncias e distritos. Roma, depois de conquistar o mundo, dividiu-o em regiões chamadas “províncias”. A divisão dos romanos era semelhante às satrapias dos persas. A Judéia foi anexada à Síria, e ambas, com outros pequenos países, constituíram uma província romana. Nos dias de JESUS como pessoa humana, encontramos o território da Palestina dividido em 4 ou 5 regiões, como por exemplo: Galiléia, Samaria, Judéia, Peréia e Decápolis. Os próprios judeus foram despedaçados por esses dentes (exércitos) de ferro, e, ainda hoje encontram-se judeus em todas as partes do mundo. (Ver Mt 21.44).
“E pisava aos pés o que sobejava”. O texto em foco salienta o que já ficou demonstrado no capítulo 2.33 da estátua terrível que tinha os seus pés de ferro. O Império Romano só tinha dois objetivos consigo em suas grandes conquistas: matar e reduzir à escravidão. As Sagradas Escrituras falam com intensidade sobre esses “pés” em várias partes (Ver Dn 2.33, 34, 41,42; 7.7,19, 23; 8.10,13). Outras expressões com o mesmo sentido são vistas no Novo Testamento (Lc 21.24, “pisada”, “pisarão”; Ap 11.2 “pisarão”; Ap 13.2, observe a expressão “seus pés”). As Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! Até o “mapa geográfico” do país sede deste Império é a “figura de um pé” (mapa da península Itálica)!
“Era diferente de todos os animais”. Na interpretação feita pelo anjo a Daniel, ele lembra isso ao profeta do Senhor, dizendo: “o quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos. Realmente é o que diz a profecia de Daniel; o Império Romano, durante sua existência, de 754 a. C. a 455 d. C. (1209 anos), foi diferente de todos os reinos que já existiram no mundo. Ele era, no campo profético, o emblema expressivo do reinado cruel do Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ver Ap 13.1 e ss.).
“E tinha dez pontas”. O animal espantoso do texto em foco tinha dez pontas como tinham dez dedos os pés da estátua do capítulo 2. As dez pontas vistas em alinhamento na cabeça da fera simbolizam dez reis que “se levantarão” no tempo do fim. Eles não existiram nos dias do Império. Observe bem a frase: “se levantarão”. João, o vidente de Patmos, descreve a mesma coisa em Ap 13.1. O fato de estarem em alinhamento como em alinhamento estavam os dez dedos da estátua do cap. 2, quer dizer que esses reis escatológicos governarão ao mesmo tempo (Ap 17.12). Alguns deles (três) receberão poder apenas por “uma hora” mas depois cairão (Ap 17.12).
Dn 7.8: “Estando eu considerando...” A presente passagem nos dá a entender que existia um espaço de tempo para que essas pontas se mobilizassem. Os intérpretes históricos procuram encaixar essas profecias dentro da história secular. Segundo eles, nesta identificação ocorre um fato a comprovar sua exatidão perfeita, quando diz: “... diante da qual [do pequeno chifre] três das pontas primeiras foram arrancadas”. Com efeito, em prol da ascensão do “papado” foram extirpadas três nações representadas pelas dez pontas. Essas três nações, alojadas por sinal na península Itálica, são os povos Hérulos, Ostrogodos e Lombardos. Para nós, essa maneira de interpretar o texto é muito lógica, mas não se coaduna com a tese principal. Os intérpretes contemporâneos são de opinião que o Mercado Comum Europeu é o princípio de formação desta grande profecia. Para os intérpretes futuristas (o que nós aceitamos), a ponta pequena que subiu por último, é o Anticristo que, após estar tudo pronto aparecerá no cenário mundial. Ele fará uma aliança com dez monarcas escatológicos, porém com sua ascensão, três destes reis serão afastados, e apenas sete lhe apoiarão. (Ver Dn 7.8, 20, 24; Ap 17.12, 16 e ss.).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 127-138.
 
2. O leão (7.4). Corresponde à cabeça de ouro da estátua do capítulo 2, isto é, Babilônia (2.32,37,38).
3. O urso (7.5) corresponde ao peito de prata do capítulo 2, isto é, à Medo-Pérsia (2.32,39).
4. O leopardo (7.6) corresponde ao ventre de bronze do capítulo 2, isto é, à Grécia (2.32,39).
5. O quarto animal (7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas e pés da estátua do capítulo 2, ou seja, ao Império Romano, e ainda à sua última forma de expressão, por ocasião da vinda de JESUS.
A visão do quarto animal com seus detalhes foi tão impressionante, que Daniel concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber a que se referia (vv. 19,20).
6. O chifre pequeno (7.8) representa o futuro Anticristo. Ele, ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis. Essa expressão do Império Romano em dez reinos ainda não ocorreu, pois quando esse império deixou de existir tinha apenas duas formas, correspondentes às duas pernas da estátua do capítulo 2, isto é, o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. O primeiro caiu em 476 d. C. O segundo, em 1453. A divisão do império em dois deu-se em 395 d. C. Portanto, os fatos proféticos do versículo 8 são ainda futuros, como bem mostra o livro de Apocalipse. O versículo 8 em apreço revela também que o Anticristo será muito inteligente {"olhos" - vv. 8,20), e também um orador inflamado e magnetizador de massas ("boca que falava com insolência" - vv. 8,20). Com isso concorda Apocalipse 13.5,6.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
2. A interpretação.
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de ferro e os pés, em parte de ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto animal não se parece com qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada comparável do mundo animal. O profeta percebe que era um animal, um monstro mítico o qual define como um animal “terrível e espantoso”. A característica que se destacava nesse animal era a sua força e poder de destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que triturava tudo o que estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade no trato com coisas vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela força militar que se tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o império sequente que veio depois do medo-persa.
“terrível e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus rastros de morte e destruição por onde passava. O Império Romano é caracterizado pela dureza do ferro que é um símbolo do poder militar. Pelo poder militar, o Império Romano impôs sua força brutal, com violência e dureza, inclusive nos tempos da vida terrestre de JESUS CRISTO. Os sofrimentos impingidos na prisão, martírio e crucificação de JESUS revelam a força bruta das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao quarto animal, Daniel o vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as proezas romanas, mas a violência como cultura e entretenimento, quando levavam seus prisioneiros às arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros e famintos, enquanto a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At 19.12-18;At 16.36-39). Nos tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares de cristãos foram martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma. O império se impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de ferro” que a tudo destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos dentes “fazia em pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a figura desse quarto animal representando um reino em que a crueldade seria a marca do império desde 241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo, especialmente, as nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a liderança do Anticristo.
“Estando eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra ponta pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo designado por DEUS identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá, literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando contra o Altíssimo até que venha o juízo de DEUS sobre ele. Os dez chifres do quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão, Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar insolências significa falar com desrespeito às instituições e pessoas. Significa ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno” fazia e fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os outros chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no último tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24 e 25, quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Esse chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará contra DEUS, até que lhe venha o juízo divino.
“o chifre pequeno” (7.8). Tanto em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as profecias apontam para um personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das profecias dadas a Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo Testamento, nos mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por esse “chifre pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca que fala grandiosamente”. Falar coisas grandes sugere que este Líder fará promessas políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e todo o mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim como os discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos com decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os governos de todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes blasfêmias contra DEUS e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra DEUS e contra o povo de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz: “Abriu a boca contra DEUS, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece estar sob a síndrome desse líder futuro que mostra os seus primeiros sinais e se não mostrou a sua cara ainda é porque a Igreja de CRISTO está na terra. Mas não há dúvida, o espírito do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo e preparando o cenário mundial para o seu advento. Os líderes atuais do planeta, para governar as nações, usam recursos do materialismo, da idolatria, mas terão uma retórica vazia com discursos inflamados para acusar as nações que ainda possuem um pouco de temor a DEUS. Esse líder será, sem dúvida, um líder político, mas irá explorar a religiosidade dos seres humanos e mostrará, entre outras simulações, alguém que terá aparência religiosa para enganar os povos religiosos do mundo, explorando o fanatismo religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito para si. Vivemos tempos de rebelião e oposição contra DEUS quando o Diabo prepara o mundo para a plataforma do Anticristo.
O juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre pequeno” está declarado assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de DEUS, sentado em seu Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado para por fim a soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará como os demais. A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como Nabucodonosor, Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma liderança de destruição e morte, desafiando a DEUS e não reconhecendo a sua Soberania, foram destruídos porque só DEUS é DEUS Todo-Poderoso e tem o cetro de autoridade e governo do mundo.
O apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles dias, à semelhança da visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse 19.11,17-19: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande DEUS, para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”. Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não são os mesmos do capítulo 6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o Anticristo e no capítulo 19, o personagem é o próprio CRISTO, descendo do céu para destruir o Anticristo e seus comparsas no período da Grande Tribulação. Assim como o personagem do “chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o futuro Anticristo será destruído pelo poder da vinda de CRISTO. O tempo de domínio do personagem do “chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz que “foi lhe dada prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os santos e os vencia” (7.21). Este chifre pequeno é a encarnação do Anticristo, forte e robusto, que fará guerra contra Israel e produzirá grande sofrimento e perda em Israel naqueles dias. Será um líder com grande domínio de massas e politicamente atrativo e atrairá apoio das nações contra Israel. Mas seu poder será desarraigado por um poder maior, o poder do “Filho do Homem”, JESUS CRISTO que o destruirá e tomará posse de um reino prometido, poderoso e consolidador.A Bíblia declara que o Anticristo será, de fato, o último líder mundial antes de CRISTO, o Messias desejado e sonhado por Israel.
“o tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino” (7.22). Esse tempo será cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja, especialmente depois do segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn 9.27). O “ancião de dias”, subjetivamente é DEUS Pai quem declara que o tempo da possessão do reino havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o “chifre pequeno” será quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A destruição desse rei blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se terá cumprido o período de três anos e meio, ou seja, o período que compreende ao “tempo, tempos e metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da Grande Tribulação. Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no qual as nações gentílicas dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos gentios terminará com o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos sete anos da Grande Tribulação.
(7.23,24) Nestes dois versículos Daniel dá a interpretação da identidade e das ações do quarto animal que é o Império Romano. Descreve a sua força, domínio e glória, bem como, o juízo que virá sobre esse império e a sua destruição pelo poder da vinda de CRISTO, a sua parousia com poder e glória (2Ts 2.8 e Ap 19.20).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 104-106;108-109;111.
 
Dn 7.17 “São quatro reis”. A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a interpretação verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos quanto ao seu verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses grandes animais são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O leão (tipificando o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em foco, determina essa interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca caldeu é ali representado. Tem também respaldo bíblico em outras partes das Escrituras Sagradas (Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso simbolizava o Império Medo-persa. Esta fera se “levantou de um lado”. As três costelas na sua boca representam as três primeiras potências conquistadas por Ciro (Babilônia, Lídia, na Asia Menor, e Egito). 3) O leopardo representa o Império Greco-Macedônio. As 4 asas, significam seus 4 generais; as 4 cabeças, as quatro realezas fundadas por estes generais depois da morte de Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império Romano.
7.19: “Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que sobrava”.
“Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal’. O grande interesse de Daniel, na presente visão, não se prendia tanto ao futuro dos santos, pois esse ele sabia que estava controlado e já estabelecido pelo próprio DEUS, mas está concentrado no “terrível” animal, cujo governo deveria perdurar por um pouco, mas precederia aquele que, apesar de ser tão glorioso, ainda se encontrava distante (comp. Mc 1.15). “Além da explicação dada pelo anjo a Daniel, os dentes dessa fera, cujo simbolismo se encontra já comentado no versículo 7 deste capítulo, correspondem a um dos elementos da estátua”.
“... as suas unhas de metal. Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio, quando descreve o caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas” do animal espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser celestial. Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só usava seus “dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após conquistar todo o mundo civilizado, se servia das pequenas “unhas” (pequenas tribos), nas fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa contra possíveis tribos invasoras.
Dn 7.20: "... tinha olhos”. Isso também nos é dito na descrição do animal do versículo 8 deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá, no campo cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um elemento altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida, um filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4), tudo isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem de Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito, em Ap 13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”. Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são verdadeiros “olhos da inteligência”.
“... uma boca que falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo em Ap 13.5, onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito porque, conforme já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande inteligência e autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases humanas. Por isso seis vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe foi dado” (Ap 13.2, 5, 14, 15).
Dn 7.23: “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços”.
“O quarto animal será o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com muita precisão, o que fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu todos os povos à escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram primeiro o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se primeiro da Grécia, Síria, Palestina, incluindo a “terra formosa” (a terra de Israel) e outras nações circunvizinhas. Tornaram-se senhores do mundo, isso já estava predito: "... o quarto reino... devorará toda a terra”. Quando Matatias começou a lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos em poderio político; agora, porém, eram os dominadores do mundo. Este Império fez, de fato, tudo quanto estava predito a seu respeito. Semelhantemente, num futuro próximo, o Anticristo, fará tudo, e mais ainda, do que ele (o Império Romano) realizou durante sua existência.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 142-146.
 
A Interpretação do Anjo (7.15-28)
O quarto animal (7.19-26).
Esse quarto animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços (23).
Roma identificada. Young, apoiando a posição de que esse quarto animal representava o Império Romano, diz: “É provavelmente correto concordar com a visão tradicional de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na época de Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo, Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que concordam com essa posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos posteriores, estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick, Cari Paul Caspari, Karl Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa teoria]”.
Young apresenta duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo Testamento e ter sido aceita pelos intérpretes desde então.
a) “Nosso Senhor identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de Daniel 7, e conectou a ‘abominação da desolação’ com a futura destruição do Templo (Mt 24)”.
b) “Paulo usou a linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de Apocalipse empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que existiam naquela época e aos poderes futuros.
“A razão de a teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primitiva é porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam que tinham achado uma saída simples para a dificuldade”.
O que significa a “ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)? Intérpretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo insistia nesta teoria, contrariando Porfírio. Poucos que aceitam a inspiração sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto, inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve ser identificado com o pequeno chifre (ponta pequena) do capítulo 8. Quanto ao pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da iniquidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligência, sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada. A expressão boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloquência, persuasão, um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra DEUS e o homem.
Esse é o “homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama DEUS ou se adora; de sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da injustiça” (2 Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso seja identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas Paulo colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre DEUS e o Anti-DEUS.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524.