03 novembro 2014

Lição 6 - A Queda Do Império Babilônico 2 parte

  Lição 6 - 2 parte
 
II - O IRREVOGÁVEL JUÍZO DE DEUS
1. O dedo de DEUS escreve na parede (Dn 5.5).
A justiça de DEUS é perfeita e não há nada que possa revogar sua demonstração quando é ferida pela presunção e arrogância do homem. A misericórdia divina está aliada à justiça e se manifesta quando há possibilidade de arrependimento. No caso de Belsazar, no seu coração insensato e cruel não havia espaço para a prática da justiça nem para o arrependimento, o que o levou a sofrer a pena pelo seu pecado. A justiça de DEUS manifesta-se pela sua santidade que é a essência do próprio DEUS, por isso, não há nenhuma lei acima de DEUS, mas há uma lei em DEUS. A justiça é uma forma de sua santidade. Não há nada que possa alterar os padrões absolutos de DEUS, porque Ele é DEUS e sendo DEUS, Ele é o que é e, por sua natureza divina Ele faz o que sua natureza requer. Na história do reino da Babilônia e do seu rei Belsazar, o juízo divino revelado e demonstrado contra Belsazar era a manifestação automática e natural da reação divina aos pecados de profanação desse rei.
“Na mesma hora” ou “no mesmo instante” (5.5) da bebedeira e comilança, quando danças sensuais, lascívia e idolatria aconteciam, o juízo de DEUS quebrou a arrogância de Belsazar e dos seus grandes, com suas mulheres e concubinas. A festa de orgias e libertinagens que Belsazar promoveu com os objetos sagrados do Templo de Jerusalém, foi surpreendida pelo juízo de DEUS. O sábio Salomão escreveu em um dos seus provérbios: “O peso e a balança justa são do Senhor” (Pv 16.8). Não há concessões, nem peso a mais ou menos, na balança da justiça divina. Todos somos pesados pela mesma medida, porque DEUS é justo juiz e julga com equidade. O que é irrevogável é aquilo que não se pode anular, não se pode mudar. A resposta divina foi imediata dentro do palácio. De repente, no meio da festa de ostentação e profanação no palácio babilônico, DEUS interfere naquela história e manifesta seu poder de juízo escrevendo na parede do salão de festas, diante dos olhos de Belsazar.
O dedo de DEUS escreve na parede do salão de festas (5.5). Na linguagem antropomórfica da Bíblia, quando se atribui a DEUS mãos, pés, coração, olhos e outros órgãos físicos, próprios do ser humano, há uma demonstração autêntica da figura de “uns dedos da mão de homem” que aparecem escrevendo sobre uma parede caiada. Esta parede estava iluminada por um candeeiro e os dedos daquela misteriosa mão escrevem palavras de juízo contra Belsazar e o reino da Babilônia. A euforia da festa é silenciada e todos, assustados tentam ler a escritura enigmática que tinha um caráter misterioso e exigia que alguém a interpretasse.
A visão era nítida sobre a parede. Não só o rei via a mão se movimentando na parede, mas seus convidados também viam. O barulho das taças e dos vasos de vinho cessou e todos estavam pasmados e emudecidos. A alegria do rei e dos convidados também cessou. O fruto do desprezo ao DEUS do céu e o sacrilégio com as coisas sagradas do templo do Senhor em Jerusalém produziram um desespero sepulcral. Na parede se escrevia de modo esplendoroso e assustador a sentença contra aquele rei e contra o seu reino. O mistério da mão escrevendo na parede era confuso, porque DEUS confunde os sábios do mundo, porque eles não sabem discernir as coisas espirituais (1 Co 2.14-16). De repente, tudo terminou para aquele monarca estúpido e atrevido.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 80-82.
 
1. Apareceram os dedos de uma mão escrevendo sobre a superfície da parede, bem à frente do rei (v. 5): “O anjo Gabriel”, diz um rabino, “estava dirigindo esses dedos e escrevendo através deles”. “A mão divina” (diz o nosso próprio rabino, Dr. Lightfoot) “que havia escrito as duas tábuas da lei para o seu povo, agora está escrevendo a condenação de Babel e de Belsazar sobre a parede”. Nada havia sido enviado que pudesse assustá-los com seu barulho ou ameaçar a sua vida. Nenhum estrondo de trovão nem clarões de raios, nenhum anjo destruidor trazendo uma espada na mão, mas apenas um dedo escrevendo sobre a parede, e à frente do castiçal, para que todos pudessem ver à luz das suas velas. Note que quando lhe apraz fazer isso, a palavra escrita de DEUS é suficiente para levar o mais atrevido dos pecadores a se aterrorizar. O rei viu apenas uma parte da mão que estava escrevendo, mas não viu a pessoa a quem essa mão pertencia. E era isso que tornava a situação ainda mais assustadora. Observe que aquilo que vemos de DEUS, isto é, a parte da sua mão que escreve no livro das criaturas e no livro das Escrituras (que são partes dos seus caminhos, Jó 26.14), pode servir para nos encher de pensamentos terríveis a respeito daquilo que não somos capazes de ver no DEUS precioso. Se esse é o dedo de DEUS, por que o seu braço está estendido? E o que Ele é?
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 855
 
Dn 5.5:
"... o rei via a parte da mão...” A mão direita de DEUS Pai, está em foco na presente passagem. O rei não pôde ver a mão completa, mas apenas uma parte; certamente apenas os dedos que escreviam; os magos de Faraó, no Egito, não puderam ver a mão de DEUS, mas apenas o seu “dedo” (Êx 8.19). Existe um grande contraste entre “o justo e o ímpio; entre o que serve a DEUS e o que não o serve” (Ml 3.18); enquanto o rei via apenas “a parte da mão” misteriosa, os profetas do Senhor puderam contemplar com exatidão, não só os dedos de DEUS, mas de um modo particular: 1) suas mãos (1 Rs 22.19); 2) as palmas das mãos (Is 49.16); 3) a sombra da sua mão (Is 49.2). Aquela mão escrevia na “estucada parede”. Segundo a Arqueologia, escavações contemporâneas têm demonstrado que as paredes do palácio tinham uma fina camada de emboço pintado. Esse emboço era branco, pelo que qualquer objeto, movendo-se à sua superfície, tornava-se distintamente visível.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 92.
 
2. A rainha lembrou-se do profeta Daniel (Dn 5.6-12).
O estado de espírito de pavor total (5.6). O rei e seus convidados empalideceram e seus corações se encheram de terror e medo. Belsazar perdeu o domínio da situação naquele banquete, porque a mensagem sobre a parede era uma realidade.
A busca de respostas de Belsazar (5.7-9). Belsazar manda chamar com urgência os astrólogos, magos e sábios do reino. Pediu aos seus sábios que lessem a escritura sobre a parece e a interpretassem. Não estava entre eles o sábio Daniel. Mais uma vez aqueles homens falharam e não puderam ler nem interpretar aquela mensagem, porque lhes era misteriosa. Belsazar, no seu desespero, ofereceu honrarias especiais aos que conseguissem ler a mensagem, mas ninguém pôde fazer isso.
A rainha mãe se lembrou do profeta Daniel (5.10).
Quem era “A rainha”? Seu nome era Nitocris, filha de Nabucodonosor e mãe de Belsazar. Tudo indica que a rainha não estava presente naquela festa de seu filho Belsazar, mas estava no palácio. A rainha mãe, ao ouvir os gritos do filho, entendeu que havia um movimento diferente no palácio. Entrou no salão de festa onde estava o filho-rei para saber o que estava acontecendo. Ao ter conhecimento da misteriosa mão sobre a parede lembrou-se de que havia no Reino um homem (v. 11), chamado Daniel e que era de confiança, tanto de seu pai quanto de seu marido, mas tudo indica que Belsazar sabia muito pouco acerca de Daniel, porque ele não estava no palácio (Dn 5.13).
“Daniel, um espírito excelente” (5.12). No versículo 11, a rainha disse que era um homem “que tem o espírito dos deuses santos”. Era um modo pagão de identificar que havia em Daniel algo superior aos demais sábios. O fato de referir-se aos “deuses santos”  tinha a ver com a crença politeísta dos caldeus, mas que Daniel diferia em tudo. Ele não era o jovem do capítulo 2 interpretando o sonho do rei. Ele já era um velho, respeitado e se manteve ausente do palácio por mais de 20 anos, desde a morte de Nabucodonosor. O fato de Daniel “ter um espírito excelente” significava que ele demonstrava um comportamento equilibrado, firme, honesto e despido de egoísmo. O seu temor ao DEUS de seus pais, o DEUS de Israel, era percebido pela sua fidelidade aos seus princípios.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 82-83.
 
Dn 5.6 Então se mudou o semblante do rei. O rei ficou estupefato e aterrorizado com o que viu. Imediatamente passaram os efeitos do vinho embriagador. Nem mesmo em seus sonhos mais desvairados, ele jamais vira algo como aquele fenômeno. Diz aqui o hebraico, literalmente, “seu brilho foi mudado nele”, indicando total alteração no colorido e na expressão de seu rosto. O vinho tinha iluminado sua face, e até então ele estivera todo cheio de risos e gargalhadas. De súbito, porém, seu rosto foi coberto como que por uma máscara de terror. Seus pensamentos caíram na consternação e na perplexidade. Ele perdeu o controle muscular, e seus joelhos batiam um no outro. Uma reação neurológica comum de temor é o tremor das pernas, bem como a perda do controle muscular. Essa reação é espontânea e difícil de controlar. Ovídio fala de algo similar em sua obra Metamorfoses 11,180, genua intremuere timore. Ver também Homero, Odisséia, IV.703 e Híada XXI. 114. Algumas vezes, as juntas são chamadas de “nós”, conforme diz aqui o hebraico, literalmente. O temor desfez os nós do pobre homem e o deixou a tremer, uma descrição pitoresca, para dizermos a verdade,.
Os Psíquicos Profissionais e os Sábio São Chamados (5.7-9)
Dn 5.7 O rei ordenou em voz alta que se introduzissem os encantadores. Cada vez que um oficial babilônico caía em dificuldade, chamavam-se os caldeus (a casta dos sábios), alguns dos quais são enumerados neste versículo. Cf. Dan. 1.20; 2.2,4,27 e 4,7. Esses sábios eram sempre chamados, mas sempre falhavam. Então aparecia alguém para lembrar o rei a respeito de Daniel, o solucionador dos problemas que outras pessoas não podiam solucionar. Aqui, tal como em Dan. 2.6, o rei prometeu que o revelador do enigma seria enriquecido e glorificado. Foi prometida também a veste púrpura, aquela que denotava alguém como autoridade do governo digna de admiração e respeito, Cf. as vestes púrpura de Mordecai, em Est. 8.15. Entre os persas, essas vestes eram sinal da dignidade real (ver Est. 8.15; I Esd. 3.6; Xenofonte, Anabasis, I.5.8). A tintura utilizada era tirada de uma substância vermeiho-purpurina de certos moluscos (Plínio, Hist. N atural IX.60-62). A cadeia de ouro era outro sinal de dignidade principesca, conforme se vê em Gên. 41.42; Xenofonte (Anabasis, I.5.8); Heródoto (Hist. III.20). Tais correntes de ouro eram dadas pelos reis para honrar certos elementos selecionados por serviços prestados, e só podiam ser usadas como decoração, por altas autoridades. Será o terceiro no meu reino. Esta referência é obscura. Pode dizer respeito a alguma espécie de triunvirato no governo (ver I Esd. 3.9). Ou então está em foco um oficial babilônico, o salsu. O rei era o comandante-em-chefe do exército; o oficial à sua mão direita era o segundo no comando; e o oficial que ficava à sua esquerda era o terceiro. Mas alguns dizem que Nabonido era o verdadeiro rei; Belsazar era seu governante nomeado; e o terceiro seria alguém que atuaria como principal assistente de Belsazar. Sem importar o que essas palavras queiram dizer, uma altíssima posição no reino foi prometida ao homem que pudesse interpretar a escrita na caiadura da parede.
Dn 5.8 Então entraram todos os sábios do rei. Conforme era usual, nenhum membro da casta dos caldeus (os sábios, membros dos quais são especificados em Dan. 1.20; 2.2,4,27 e 4.7) foi capaz de ler e interpretar o escrito. Mas por que eles foram incapazes de ler uma inscrição que Daniel decifrou no primeiro olhar? Conjectura: a coisa toda era um enigma autêntico e só podia ser interpretada com ajuda divina, que não estava disponível para aqueles pagãos. Com isto se perturbou muito o rei. Belsazar ficou espantado e perplexo com a ocorrência. Aqueles em quem ele confiava serem capazes de aliviar seu espanto apenas lhe aumentaram a inquietação, pois deixaram um mistério profundo e potencialmente ameaçador. “Havia espaço para alarme, quando sábios profissionais foram incapazes de interpretar a misteriosa escrita na parede. Sem dúvida deve-se compreender que o fenômeno apontava para algo portentoso. A incerteza que havia na questão apenas aumentou a agitação do monarca. “Seu rosto empalideceu. Os convidados reais ficaram confusos” (NCV). Cf. o vs. 6. “O terror de Belsazar e de seus convidados foi causado pela impressão de que a incapacidade de os sábios lerem a inscrição era o portento de alguma terrível calamidade que estava prestes a atingir a todos” (Ellicott, in loc.).
A Rainha-mãe Faz uma Sugestão Crítica (5.10-17)
Dn 5.10 A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei. Está em pauta a mãe de Belsazar, esposa de Nabonido, que se apresentou como pessoa de autoridade superior às das muitas concubinas do rei. Daniel era conhecido pela corte inteira, incluindo a rainha-mãe, que foi o instrumento para solucionar o mistério.
Embora a mulher fosse mãe Belsazar, ela se prostrou diante do rei e proferiu as palavras apropriadas. Cf. Dan. 2.4; 3.9 e 6.6,21. Tendo cuidado das formalidades, ela apresentou sua útil sugestão, conforme o vs. 11 passa a relatar.
Dn 5.11 Há no teu reino um homem. Para ela Daniel era cheio do espírito dos deuses santos (cf. Dan. 4.8,9,18). Ele era conhecido como um psíquico extraordinário, o chefe dos sábios profissionais (a casta dos caldeus). Ver Dan. 2.48 e 4.9. Nabucodonosor tivera seus problemas solucionados por Daniel. Seja como for, Daniel era o homem de sabedoria e compreensão que nunca errara em suas interpretações. Ele tinha a sabedoria dada por DEUS, e nenhum membro da casta dos caldeus — encantadores, magos ou adivinhos — podia comparar-se a ele (Dan. 1.20; 2.2-4,27; 4.7). Uma vez mais, Daniel foi chamado de chefe dos “sábios”.
Dn 5.12 Porquanto espírito excelente. Continua aqui o louvor dado a Daniel, revelando sua extraordinária reputação. Ele era um especialista na interpretação de sonhos, capaz de resolver enigmas e problemas. Portanto, que se chamasse Daniel. Os enigmas (literalmente, “uma coisa fechada ou oculta") eram decifrados por ele. JESUS libertou uma mulher que havia dezoito anos tinha sido amarrada com um nó (ver Luc. 13.16).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3392-3393
 
Dn 5.6: “Então se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram: as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro”.
"... seus joelhos bateram um no outro”. O presente texto descreve a situação do monarca diante do supremo poder divino; o rei foi achado por seu pecado, num momento inesperado (Ver Nm 32.23). No dizer de Swete: “O que os pecadores mais temem não é a morte, e sim a presença revelada de DEUS” (Comp. com Ap 6.15 a 17).
Dn 5.7: “E ordenou o rei, com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores: e falou o rei, e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritora, e me declarar a sua interpretação, será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será no reino o terceiro dominador”.
O presente versículo tem muitas coisas importantes a serem analisadas, mas tomaremos como base a frase: “o terceiro dominador”, por ser ela imprescindível no versículo em foco. O profeta Daniel, em sua visão apocalíptica, observa que o poderoso Leão visto no capítulo 7, versículo 4: “Tinha asas de águia”. Na simbologia profética, isto pode significar o neto e o filho de Nabucodonosor, respectivamente, Belsazar e Nabonido (este o regente durante a doença do pai - Dn 4.25 - depois ocupou o trono por direito de sucessão). Nabonido não é nominalmente citado nas Escrituras, mas sim na História Universal; no entanto, ele pode ser uma das asas do Leão visto por Daniel em visão (Dn 7.4). Eis a razão por que o rei Belsazar só podia dar a Daniel o “terceiro lugar”, pois o segundo era dele próprio (Dn 5.7, 11, 29). É observado por Zenofonte que o povo da Babilônia se sentia seguro e zombava daqueles que sitiavam a cidade. Assim o rei foi levado a fazer essa promessa que nada valia, porque ele tinha de morrer dentro de pouco, e o reino passaria para os medos e os persas.
Dn 5.8: “Então entraram todos os sábios do rei, mas não puderam ler a escritura nem fazer saber ao rei a sua interpretação”.
O presente versículo, bem como outros correlatos neste livro de Daniel, nos faz lembrar dos magos de Faraó diante do supremo poder de DEUS, na terra do Egito. Houve uma hora em que eles tiveram de parar, em virtude de DEUS ter neutralizado todo o avanço das forças do mal (Êx 8.18). Os sábios podiam ter feito uma interpretação falsa sem que qualquer coisa os desacreditassem, mas não o fizeram. Até os mais infames propósitos não podem ir além daquilo que DEUS permite. O mal que permeia todo o Universo não pára de alastrar-se, mas sempre há um momento em que DEUS entra em ação conforme lhe apraz: “Operando eu, quem impedirá?” - é a sua grande declaração pela boca de Isaías. DEUS não deixou desviar-se o seu plano, mas o executou de uma maneira sublime.
Dn 5.9: “Então o rei Belsazar perturbou-se muito, e mudou-se nele o seu semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados”.
A Bíblia descreve que o “salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). E foi esta a “paga” que Belsazar, com “seus grandes”, escolheu: este “salário mortal”, e ainda podemos verificar que o lugar em que havia tanta alegria (da carne), transforma-se agora, numa verdadeira “perturbação”. “O caminho do homem ímpio é sempre trevas”, diz a palavra divina. A Bíblia diz literalmente, que o rei naquela noite ficou “perturbado”. Ele também literalmente, ouviu a voz de DEUS no recôndito da alma, que lhe dizia: “Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.20). O banquete de Herodes começou com muita alegria da carne, mas foi encerrado com tristeza da alma (Mt 14.9).
O Senhor JESUS sempre tinha em mãos uma “bacia e uma toalha” para seus discípulos (Jo 13.4, 5). Ao contrário, para seus inimigos, Ele chegou a usar um azorrague de cordéis” (Jo 2.15). No dia da vinda de JESUS para seus santos, Ele virá como a “estrela da manhã”, no dia da vingança, porém, como “o sol da justiça”. O monarca Belsazar estava bem instruído sobre o grande poder de DEUS e suas manifestações, mas escolheu o “caminho largo” e nele pereceu (Mt 7.13).
Dn 5.10: “A rainha, por causa das palavras do rei e dos seus grandes, entrou na casa do banquete: e falou a rainha, e disse: Ó rei, vive para sempre! não te turbem os teus pensamentos nem se mude o teu semblante”.
“A rainha”. O presente texto, fala de uma “senhora rainha” que subentendemos ser a mãe do rei Belsazar. Devido à sua intervenção, foi chamado Daniel. Ele rejeitou a recompensa real e, após pregar ao rei no tocante à sua perversidade, prosseguiu para a interpretação do estranho escrito. João Batista não teve acesso ao banquete de Herodes, mas apenas a sua cabeça! Mas certamente o tetrarca, olhando para aquele prato manchado de sangue, contemplou a cabeça cuja “boca” um dia repreendera a sua maldade!
Dn 5.11: “Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e, nos dias de teu pai, se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus, e dos adivinhadores”.
"... deuses santos’. A expressão no original é realmente “Elohim”, mas como a palavra “DEUS”, saiu dos lábios de uma mulher pagã ,os tradutores acharam por bem, traduzir por “deuses”. Mesmo assim, a expressão em si, faz uma revelação da Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO.
Dn 5.12: “Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência e entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, no qual o rei pós o nome de Beltessazar: chame-se pois agora Daniel e ele dará interpretação”.
O Leitor deve observar que, em diversas passagens do livro de Daniel, ocorre: “sonho” ou “visão da noite”. (Ver 1.17; 2.3,4,5,6,7,9,19,45; 7.1,7, etc.). Os antigos povos criam muito nos sonhos de caráter significativo, e freqüentemente era uma das maneiras pelas quais DEUS podia manifestar a sua vontade (Jó 33.14-16). O termo denota as idéias presentes ao espírito durante o sono. Os sonhos podem ser classificados da seguinte forma: 1) Sonhos vãos (Jó 20.8; SI 73.20; Is 29.8). 2) Sonhos que DEUS usa para fins especiais. Produzindo estes sonhos, DEUS age de conformidade com as leis do espírito, e talvez empregue causas secundárias. O doutor J. Davis define os sonhos especiais da seguinte maneira: 1) Os que tinham por fim impressionar a vida psíquica dos indivíduos. Assim se deu com os midianitas, cujo sonho abateu o ânimo das hostes inimigas e elevou o espírito de Gideão que, providencialmente, ouviu a sua narrativa (Jz 7.13). Da mesma sorte aconteceu dom o sonho da mulher de Pilatos. O que esta senhora (Claudia Procla, segundo a tradição) sofreu no sonho, foi, provavelmente, o horror de ver um homem inocente ser ferido até a morte, vítima do inflamado ódio do mundo. (Ver Mt 27.19). Muitos outros sonhos, porém, têm sido revelações nos tempos modernos. João Newton foi impressionado com a salvação da sua alma, quando teve um sonho que veio esclarecer-lhe o caminho a seguir. João Bunyan, quando se encontrava preso na cadeia de Bedford, em 1660, teve um sonho que imortalizou o seu nome. O resultado foi “O Peregrino”, hoje a mais famosa alegoria do mundo. 2) Sonhos proféticos instrutivos de que DEUS se servia (quando a revelação era ainda incompleta) e que tinham em si mesmos as credenciais divinas. Os exemplos são: 1) Abimeleque (Gn 20.3). 2) Jacó (Gn 28.12; 31.10). 3) Labão (Gn 31.29). 4) José (Gn 37.5, 9, 10, 20). 5) Com Faraó (Gn 41.7,15). 6) O padeiro e o copeiro mor de Faraó (Gn 40.5). 7) Salomão (1 Rs 3.5). 8) Nabucodonosor (duas vezes - Dn caps. 2,4). Os magos do Oriente (Mt cap. 2). 10) José, esposo de Maria (Mt 21.20 e ss.).
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 94-98.
 
Imediatamente o rei ordenou em voz alta que se introduzissem os magos e encantadores, feiticeiros e toda a família de adivinhos, prometendo que aquele que decifrasse a escrita seria o terceiro no reino. Aqui está uma outra prova da autenticidade de Daniel, pois o primeiro era Nabonido, o segundo Belsazar e o terceiro o que decifrasse o enigma. Além disso, receberia uma comenda, constante de uma cadeia de ouro pendurada ao pescoço, sinal de graduação no governo. Os sábios chamados ficaram também estupefatos, eles que nada conseguiram entender da escrita nem do seu significado, Nem com a promessa da recompensa pôde alguém atinar com o sentido da escritura. Aí a confusão teria tomado conta de todos e cada qual procuraria ou fugir daquela sala mal-assombrada ou esconder-se daquela mão misteriosa. Imaginemos a confusão, pois eram mil os comensais e mais os serventes, num todo de umas 1.500 pessoas, uns correndo de um lado para outro, outros falando e os magos mudos, olhando a parede e a escrita. O rei de semblante perturbado, ou mudado, e todos os grandes sobressaltados (V. 9).
Daniel Entra em Cena (5: 10-30)
A rainha-mãe, ouvindo ou sabendo da confusão (ela não estava no banquete), entrou na casa do banquete e disse ao rei: Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai... o rei Nabucodonosor...(v. 11 ). Esta declaração nos mostra que Daniel, depois da morte de Nabucodonosor, entrou em decênio, e só a rainha-mãe ainda conservava reminiscência das atividades dele. Todos os outros estavam esquecidos ou nunca teriam ouvido falar nele, ou não lhe davam o valor devido, talvez por sua idade avançada..
Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
 
3. Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13).
Daniel entra na presença de Belsazar (5.13). Belsazar não via Daniel como um servo do DEUS Altíssimo, mas como um sábio sem serviço no palácio. Mas sua mãe o conhecia e sabia que Daniel era um homem diferente e que o seu DEUS era Poderoso porque ela mesmo havia testemunhado as proezas desse DEUS em outras situações dentro daquele reino. O juízo divino contra Belsazar foi a oportunidade que DEUS usou para que seu servo Daniel voltasse a ser reconhecido em uma posição de eminência dentro do palácio. Na realidade, Daniel era um homem que fazia diferença. A rainha o identificou como um homem de “luz e entendimento” por causa da sua sabedoria e revelação de coisas sobrenaturais. Daniel era um homem que não fazia concessões em relação à sua fé em DEUS, por isso, depois de lhe ter sido oferecido presentes, Daniel rejeitou aos presentes do rei (Dn 5.17).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 83.
 
Dn 5.13 Então Daniel foi introduzido à presença do rei. A sugestão da rainha-mãe foi bem acolhida. O rei certificou-se de que o homem introduzido à sua presença era o judeu cativo que tanto subira no reino por causa de suas aptidões especiais. O texto exalta indiretamente os judeus e seu DEUS. Uma vez mais, Nabucodonosor é chamado de “pai de Belsazar”  significando que os avós eram chamados de pais.  Daniel é mencionado como se fosse desconhecido pelo rei Belsazar, o que sugere que o profeta, ocupado nos negócios do Estado, tinha escapado de ser observado até por alguns elevados oficiais do governo. Seja como for, é tolice buscar coerência em tais histórias. Daniel deveria ter, no mínimo, 83 anos de idade, e talvez até tivesse 90 anos, pelo que, como homem idoso, deixara de circular pelo palácio real.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3393.
 
DEUS confronta os pecadores por intermédio de servos fiéis (Dn 5.10-17). Daniel é um homem diferente. Ele tem luz, inteligência, sabedoria e espírito excelente. Belsazar não o quis ouvir durante os dias de sua vida, mas agora precisa ouvi-lo na hora de sua morte. Daniel é um homem insubornável. Ele não faz a obra de DEUS por dinheiro. Ele não vende seu ministério. Ele não busca favores dos poderosos deste mundo. Ele rejeita os presentes do rei. Daniel não procurava recompensa nem favores.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
 
A apresentação de Daniel ao rei, e o pedido para que ele lesse e explicasse as palavras escritas na parede. Daniel já havia sido levado à presença do rei anteriormente (v. 13). Porém, nessa ocasião, ele tinha quase noventa anos de idade, de modo que seus anos, e as suas honras e promoções anteriores o habilitavam a ter livre acesso à presença do rei. No entanto ele desejava ser conduzido pelo mestre de cerimônias como se fosse um estranho. Observe: 1. O rei perguntou, mostrando um ar de arrogância: “És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?” Como Daniel era judeu, e um cativo, o rei relutava, pois não queria ser obrigado a recebê-lo, e desejava que tudo isso pudesse ser evitado.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 857.
 
Dn 5.13: “Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?’
“És tu aquele Daniel?’ O presente versículo nos apresenta uma pergunta do rei, de singular estranheza: É estranho que o rei Belsazar e seus grandes não conhecessem a Daniel. Mas isso não é de espantar, pois o mundo também não conhece os verdadeiros filhos de DEUS. Naamã, o comandante sírio, não conhecia o profeta Eliseu, apesar de ter ele mais glória do que o rei (1 Rs 5.8). O rei Saul conhecia Davi muito bem, mas, após sua grande vitória “no vale do Carvalho”, o próprio monarca o desconheceu (1 Sm 17.55-58). Desde os dias da igreja primitiva, o seu alvo principal era tornar conhecida ao mundo a pessoa de DEUS. Paulo, em seu grande discurso no Areópago, tomou como tema principal a existência de DEUS. O grande sábio, em poucas palavras, declarou a sua grande missão, pois era fazer conhecido deles esse DEUS desconhecido. E argumentou, então, que DEUS não podia ser adorado segundo sistema idolátrico de Atenas e do mundo pagão em geral.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 98-99.
 
 
III - A SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA (5.22-28)
1. Os sábios não decifraram as palavras escritas na parede (5.15).
Belsazar fala a Daniel da sua angústia (5.15,16). Belsazar declara a Daniel que os sábios do palácio não puderam entender nem decifrar a escritura na parede. O rei, também, diz ter ouvido da sua mãe acerca de sua pessoa (v. 16) e da sua capacidade de revelar sonhos e enigmas e de dar a sua interpretação. Belsazar teve que reconhecer que Daniel fazia diferença dentro do palácio e que ninguém mais poderia ajudar-lhe com a interpretação daquela escritura na parede. Sabendo que os seus magos e astrólogos nada podiam fazer, reconheceu que Daniel era servo de um DEUS muito mais poderoso que todos os deuses da Babilônia. Sem dúvida alguma, a tragédia de Belsazar e da Babilônia foi a oportunidade que DEUS tinha para que seu servo Daniel fosse reconhecido e voltasse a ter a primazia dentro do palácio.
A atitude de Daniel na presença do Rei (5.17). Daniel se apresenta com autoridade e confiança, porque sabia que DEUS lhe daria a interpretação da escritura sobre a parede. Declara ao rei que o faria saber a interpretação, mas a mensagem era dura contra o rei e contra o seu império. A mensagem continha realidades que se confirmariam em breve e o rei precisaria estar pronto para recebê-las. O rei lhe quis dar dádivas, as quais foram rejeitadas por Daniel. Seu papel de profeta de DEUS não lhe dava direitos de negociação com a mensagem divina.
Daniel traz à tona a história da grandeza e tragédia de Nabucodonosor (5.19,20). Na realidade, Daniel apela aos sentimentos de Belsazar e descreve a história de seu avô Nabucodonosor para realçar o fato de que, a despeito dos sucessos de seu avô, exercendo domínio sobre as nações conquistadas, deixou-se dominar pela opulência e autoexaltação, sem reconhecer que o cetro de poder e domínio pertence ao DEUS Eterno sobre tudo e todos.
No versículo 19, Daniel fala da grandeza de seu avô Nabucodonosor, como grande guerreiro, que tinha mão de ferro contra os seus inimigos. Daniel destacou ainda que, “quando o seu coração se exaltou e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono, e passou dele a sua glória”(v. 20). Daniel queria que Belsazar entendesse que ninguém age desafiando o poder de DEUS. Ninguém tira, nem acrescenta a glória de DEUS. Quando extrapolamos os limites da racionalidade nos tornamos orgulhosos e presunçosos e, por isso, podemos ser punidos.
Daniel declara o pecado de Belsazar (5.22,23). O texto diz: “E tu, seu filho Belsazar, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso”. Belsazar tinha sido advertido de que não deveria abusar contra a soberania do Único DEUS, o DEUS de Israel, mas ele não acreditou nem aceitou a admoestação de DEUS. No versículo 23 está escrito que Belsazar se levantou contra o Senhor do céu ao profanar os vasos sagrados do Templo de Jerusalém, com mulheres e concubinas do palácio.
“Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu esta escritura” (5.24). Foi DEUS quem enviou a escritura na parede. Foi dEle a mão e os dedos que escreveram na parede do palácio. Quatro palavras apenas escritas na parede que confrontam todos os que estavam naquele banquete. A parede, de repente, parecia a lápide de um túmulo, que, de forma objetiva tem escrito quatro palavras assustadoras e enigmáticas.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 82-85.
 
DEUS confunde os sábios do mundo com Seus mistérios (Dn 5.7,8). O rei busca uma explicação para a misteriosa aparição nos sábios da Babilônia. Mas eles são impotentes. Eles não podem discernir as coisas espirituais. A sabedoria humana não pode ajudar um homem aflito, em rebelião contra DEUS.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
 
5.15: “Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem esta escritura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras”.
O presente versículo mostra a grande declaração do rei, quanto àqueles seus súditos. Ele declara a incapacidade deles diante daquele mistério. Pois aquilo que a mão misteriosa escrevera não se achava inserido em nenhum código deste mundo. Não é em vão que as Escrituras falam: “O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhes fará saber o seu concerto” (SI 25.14). Os magos de Faraó foram até onde puderam, mas depois não puderam mais prosseguir; o poderio humano vai até uma certa distância, mas depois, como sempre, estaciona; porém o poder e a sabedoria de DEUS triunfam em qualquer circunstância, tempo ou lugar. A Bíblia diz que “JESUS CRISTO é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”. Isso significa: Que Ele é o mesmo quanto ao tempo e a importância.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 99.
 
2. As quatro palavras “misteriosas” (Dn 5.25).
Uma mensagem em língua estranha
“Mene, Mene, Tequel e Parsím” (5.25). Quatro palavras apenas que continham uma mensagem direcionada ao rei e ao seu reino. Quatro palavras estranhas ao conhecimento de todos os que estavam presentes naquele salão de festas, inclusive para os sábios caldeus e astrólogos do palácio que não puderam ler nem entender aquela escritura. Era, de fato, uma escritura em “língua estranha”. A expressão “língua estranha” faz lembrar o Dia de Pentecostes, quando o ESPÍRITO SANTO veio sobre os discípulos e eles começaram a falar em “línguas estranhas” ( At 2.1-4). De certo modo, o que aconteceu dentro do palácio Babilônico foi a manifestação de uma língua desconhecida para os sábios do Palácio. Além de não poderem ler a escritura, nem entende-la, a escritura estava escrita na parede na forma de código. A mensagem na parede continha quatro palavras: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM (Dn 5.25)
A interpretação da escritura na parede
Alguns estudiosos e linguistas bíblicos afirmam que as palavras pareciam uma mistura de língua caldaica e língua do aramaico, mas não há como provar isso. Daniel, então, com autoridade de DEUS dá a interpretação sem medo e com segurança. O sentido das palavras da escritura (5.25-28). “Esta é pois a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM”. As duas primeiras palavras se repetiam: MENE, MENE e tinham o sentido de “contar ou contado”. A palavra TEQUEL significa “pesado”e a última palavra é PARSIM que significa “dividido” (Dn 5.25). Na interpretação da mensagem, Daniel usou no versículo 28 a palavra “PERES”, que é palavra correlata de “PARSIM” e tem o mesmo sentido. Nos versículos 26 ao 28, o profeta explica cada uma das palavras e diz sem medo a Belsazar o significado de cada uma delas.
MENE (v. 26): “Contou DEUS o teu reino e o acabou”.
TEQUEL (v. 27): “Pesado foste na balança e foste achado em falta”.
PERES ( ou parsim) (v. 28): Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas”.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 85-86.
 
MENE: Contou DEUS o teu reino. Este versículo aborda a questão da interpretação da palavra MENE. DEUS contou os dias (do reinado de Belsazar) e determinou que poucos tempo lhe restava. O fim daquele governo tinha chegado. “DEUS contou os dias e o teu reino terminará” (NCV). Aquele reino havia alcançado o número determinado de seus dias, mas obtemos aqui a ideia de cortar, o reino perdurou menos tempo do que poderia ter perdurado. O julgamento de DEUS decepou o reino da Babilônia. Fez toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação. (Atos 17.26)
Isso pode parecer determinismo absoluto, mas muitas são as Escrituras que nos mostram que acontecem aos homens e às nações muitas coisas segundo a Lei Moral da Colheita Segundo a Semeadura, que opera conforme os homens obedecem ou desobedecem às leis morais de DEUS. A presente história é, na realidade, uma ilustração precisa disso.
Dn 5.27 TEQUEL: Pesado foste na balança. Este versículo interpreta a palavra TEQUEL. DEUS pôs o rei na balança de Sua justiça e achou que ele era mais leve do que a poeira. Para ser aprovado, o homem teria de ser pesado o bastante para fazer o prato da balança baixar em seu favor — essa é a ideia da metáfora. Um homem tem de pesar mais do que seus pecados e fracassos, ou seja, mostrar que tem algum valor que pese mais do que suas maldades. “Foste pesado na balança e ficou demonstrado que não és bom o bastante” (NCV). Ou seja, Belsazar não era suficientemente bom para escapar do julgamento que sobreviria naquela mesma noite. Esse juízo veio porque as maldades do rei ultrapassavam suas bondades. “A noção da conduta humana ser pesada em uma balança é muito antiga e ilustra lindamente as cenas do Egito antigo, onde os mortos ficavam de pé defronte da balança, enquanto o registro era feito. Passagens bíblicas como Jó 6.2,3; 31.6 e Pro. 62.9 refletem essa ideia. Cf. também Sal. 5.6; Enoque 41.1; 61.8, bem como o Quran Sura 21.48” (Arthur Jeffery, in loc.).
“Você foi pesado na balança da justiça e da verdade, na santa e justa lei de DEUS, tal como o ouro, as joias e as pedras preciosas são pesados para se determinar o seu valor... e você foi encontrado em falta, como se fosse ouro adulterado, escória de prata, moedas falsas e pedras preciosas falsificadas, encontrado como inútil como homem, príncipe iníquo, a quem faltam as qualificações necessárias da sabedoria, da bondade, da misericórdia, da verdade e da justiça" (John Gill, in loc.). Essa citação nos faz sentir o que está envolvido nos julgamentos divinos, não somente no que diz respeito àquele pobre homem, mas no que se refere a nós, igualmente. Qual é o peso de nossa sabedoria, bondade, misericórdia, verdade e justiça?
Dn 5.28 PERES: Dividido foi o teu reino. Este versículo interpreta a palavra PERES. Estritamente falando, o reino não foi dividido; simplesmente foi conquistado pelos medos e persas. Mas talvez a ideia seja que essas duas potências dividiram entre si o império da Babilônia. De fato, a Média e a Pérsia eram potências distintas que se uniram mediante a conquista da segunda pela primeira. Portanto, a palavra PERES pode significar “quebrar”, e, como é lógico, a Babilônia foi quebrada em dois pela derrota que sofreu. Os medos aparecem em II Reis 17.6; Esd. 6.2 e nos livros proféticos. Os medos e os persas são mencionados juntos aqui, tanto quanto no capítulo 6 deste livro, porque os judeus, à semelhança dos gregos, consideravam aqueles dois povos iranianos intimamente associados. Nos escritos gregos, os termos ta Persika e ta Medika tornaram-se sinônimos virtuais, intercambiáveis.
Talvez haja um jogo de palavras intencional aqui, baseado em peres (quebrar) e Paras (Pérsia). Os persas foram os instrumentos da quebra do império babilônico.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3394,3397.
 
DEUS contou seu reino e deu cabo dele: MENE (Dn 5.24-26). No meio da orgia altiva e desregrada, movesse uma silhueta escura. São dedos que escrevem quatro palavras, palavras que confrontam todos os festeiros, que põem abaixo o rei e seu reino. A parede real parece a lápide de um túmulo, e todos viram o epitáfio sendo gravado nela: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM (v. 25). Osvaldo Litz diz que essas três palavras fundamentalmente significam número, peso, divisão. O Reino de Belsazar foi contado, pesado, dividido e dado aos medos e persas.
MENE, MENE trata de uma repetição de ênfase. Leupold observa, porém, que Mene significa tanto “contar” como fixar o limite de algo”. De modo que a repetição sugere que DEUS havia fixado o limite do reino de Belsazar. Evis Carballosa diz que essa expressão significa que DEUS havia contado o reino de Belsazar e lhe havia posto um fim. Os dias de Belsazar estavam contados. DEUS decidiu trazer o fim de seu reino. O período de seu governo havia terminado. Durante todos aqueles anos, DEUS lhe deu oportunidades, mas ele se recusou. Agora DEUS diz: “Basta! Acabou!” (v. 26). DEUS o pesou na balança e o achou em falta (Dn 5.27). TEQUEL: Carballosa diz que tekel procede do verbo “teqal”, que significa “pesar” e também “ser leve ou falto de peso”. DEUS pesou cada ato de sua vida. Ele tomou notas das oportunidades que Belsazar rejeitara desde sua juventude. Anotou todos os convites que ele desprezara. DEUS escreveu, portanto, na parede seu epitáfio. Seus pecados ocultos e conhecidos, suas desordens e bebedeiras, sua rejeição às coisas santas e resistência; às coisas espirituais foram todos pesados na balança de DEUS. O Senhor pesou seu orgulho e sua soberba. Tudo foi pesado na balança. DEUS ponderou sua vida do princípio ao fim e o achou em falta! Uma vez que DEUS não julga imediatamente, os ímpios concluem que não o fará de modo algum. Contudo, Ele pesa em sua balança toda zombaria e afronta. Nada é esquecido. Ele registra todos os convites para vir a CRISTO que foram rejeitados. Anota cada desprezo a Sua ordem de arrependimento. DEUS tem cada ação do homem gravada no céu. DEUS registra tudo.
DEUS dividiu seu reino e o destruiu (Dn 5.28-31).
UFARSIM - PERES: peres, derivado do verbo “peras” significa “romper”, “dividir”. O Reino de Belsazar foi dividido. Seu reino seria dividido e destruído. Isso aconteceu pelo poder dos medos e dos persas. O mesmo DEUS que dera o reino a Nabucodonozor (v. 18), agora o dará aos medos e aos persas (v. 28). E não foi somente aquele reino que Belsazar perdeu, ele perdeu também o Reino de DEUS. O rei atravessou a linha divisória da paciência de DEUS. Tudo que o espera agora é “uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários” (Hb 10.27). Naquela mesma noite, enquanto Belsazar e seus convidados promoviam o carnaval da morte, o rei Dario (Ciro?) desviou o curso do rio Eufrates, que corria pelo centro da cidade, e entrou, com suas tropas, a pé enxuto na cidade. Assim, invadiram a inexpugnável cidade, mataram o rei Belsazar e tomaram a Babilônia.
Xenofonte e Heródoto narram a queda da Babilônia assim: “Dario (Ciro?) desviou o Eufrates para o novo canal e, guiado por dois desertores, marchou pelo leito seco rumo à cidade, enquanto os babilônios farreavam numa festa a seus deuses”. Belsazar não aproveitou sua última oportunidade. No momento em que DEUS fez sua chamada final ele estava bêbado.
Ai dos que deixam passar as oportunidades. Naquela mesma noite, Belsazar morreu e chegou ao fim um reino que durante setenta anos havia dominado a maior parte do mundo conhecido.
Não sabemos quando DEUS dirá a alguém: “Mais um pecado, e será o último”. Contudo, a escrita na parede se aplicará a você. Certamente, você será chamado de louco, pois o arrependimento estará fora de seu alcance para sempre! A ordem de DEUS para você é: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso DEUS, porque é generoso em perdoar” (Is 55.6,7).
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 75-78.
 
Dn 5.25: “Esta pois é a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM”.
Alguém já disse com sabedoria que a balança de DEUS tem dois pratos, mas um só fiel. Ninguém se engane, DEUS pesa até as montanhas (Is 40.12), e não somente isso, mas pesa também: 1) O andar do homem (Is 26.7). 2) O espírito do homem (Pv 16.2). 3) A sinceridade do homem (Jó 31.6). Devemos observar que cada uma das palavras da misteriosa escritura contém um duplo sentido: MENE, enumerado; isto é, DEUS havia enumerado (mena) os dias da duração do reino. TEQUEL, um siclo, que indicava que Belsazar havia sido pesado (na balança divina) e encontrado deficiente. PERES, teu reino é dividido (peres) e dado aos medos e persas (paras). A palavra “paras” parece salientar que os persas seriam o poder dominante perante a Babilônia que sucumbiria naquela noite festiva. Seja como for, tudo se cumpriu do mesmo modo que fora lido por Daniel.
Dn 5.26: “Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou DEUS o teu reino e o acabou”.
A interpretação que segue é baseada, não neste substantivo mas nos verbos a ele associados. A habilidade dada por DEUS a Daniel consistiu em traçar a conexão entre o sinal dado e a condenação que ele sabia ser iminente. Mene é explicado como o particípio passado de um verbo, “menê” ou “menã”, “designado”, isto é, em outras palavras: “os dias de teu reino já foram contados”. O reino babilônico cresceu, mas amadureceu para a ceifa. A profecia divina dizia claramente: “teu reino foi acabado”! A mão que escreveu ali foi exatamente aquela que escrevera os “Dez Mandamentos” (a balança de DEUS) em tábuas de pedras; escrevera a sentença eterna de Belsazar. As palavras na parede significavam literalmente: Contado, pesado e dividido. DEUS anuncia, através daquela escritura, que faltava justiça para a Babilônia e, simultaneamente, é decretada a destruição do reino.
Dn 5.27: “TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta”.
“TEQUEL”. O texto em foco é a segunda palavra na interpretação. Tequel (heb. seqel) é tomada na sua forma verbal, significando “pesado” ou “avaliado”. A ideia está presente em 1 Samuel 2.3, "... porque o Senhor é o DEUS da sabedoria, e por ele são as obras pesadas na balança”. Tal como o salmista, tinha em mente os homens maus (SI 62.9). Belsazar não consegue dar equilíbrio à balança e revela a falta em si de verdadeiros valores, segundo a escala de DEUS. Jó, o patriarca de Ur, desejava ser pesado por “balanças fiéis” (Jó 31.6). Os dez mandamentos de DEUS e a “Graça e a Verdade”, que veio por JESUS CRISTO, são balanças divinas que regulam as nossas vidas. DEUS pesa os homens de acordo com esse padrão. Todos os homens querem pesar as suas vidas nas suas próprias balanças, mas somente a balança inevitável de DEUS é sempre fiel!
Dn 5.28: “PERES: Dividido foi o teu reino, e deu-se aos medos e aos persas”. “PERES”. Ao ler o escrito final (peres), Daniel leu “UFARSIM”. Observe-se o versículo 25 do cap. em foco; mas, ao dar a interpretação, empregou a forma “PERES”. O “U” é a conjunção aramaica “e”, que seria omitida ao ser dada a interpretação. “FARSIM” é a forma plural, enquanto que “PERES” é singular (2 Sm 6.8). “A antiga versão da Bíblia continha a palavra “UPHARSIM”, sendo o “U” na língua aramaica, equivalente à nossa conjunção “e”. A versão Revista e Atualizada da SBB traz esta, mas sem o “U” e com a conjunção “e”, seguida da palavra “Parsim”. Como já ficou demonstrado acima, “peres” é forma plural. Isso tomava o sentido de dividido, compartilhado; o reino de Belsazar está para ser dividido entre os medos e os persas.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag.104-106.
 
 
3. O fim repentino do império babilônico (vv.30,31).
O fim repentino do Império Babilônico (5.30,31). Belsazar não escapou do juízo de DEUS pela sua profanação. Enquanto ele fazia sua festa blasfema, os exércitos medos-persas cercaram a cidade da Babilônia. Havia um sentimento de segurança dos habitantes da cidade porque ela tinha fortificações que pareciam impenetráveis. Seus muros eram altos e largos e todos se sentiam seguros. Porém, a estupidez e displicência de Belsazar o fizeram descuidar-se da segurança da cidade, quando Ciro (Dario?), o persa, conduzia seus exércitos para cavarem canais aos lados do rio Eufrates afim de que as águas do rio fossem desviadas. As águas desviadas foram represadas e canalizadas deixando seco o leito do rio. Por esses canais, os exércitos medos-persas caminharam e tomaram de surpresa a cidade que não ofereceu qualquer resistência. Os exércitos invasores dos medos-persas, aliados, desarmaram os soldados da segurança da cidade naquela noite e não foi difícil tomar o reino. Dario, o medo, tomou o reino naquela noite fatídica para Belsazar e seus grandes.
Aquela noite foi uma demonstração de que DEUS, o Todo Poderoso, tem o cetro de governo do mundo em suas mãos e que nada escapa ao seu poder. Esse fato lembra e tipifica o final do poder gentílico por ocasião da segunda vinda de CRISTO. O colapso do império foi imediato. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o exército de Dario entrou na cidade e o exército de Nabonido e de seu filho Belsazar, bem como a guarda do palácio não puderam evitar a invasão dos exércitos dos medos e dos persas.
Olhando escatologicamente a queda da Babilônia a identificamos como uma figura da Babilônia religiosa do Apocalipse 17 e a figura da Babilônia comercial de Apocalipse 18. No texto de Ap 18.10 está escrito: “Ai, ai daquela grande cidade Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo”. Do mesmo modo como Ciro (Dario?), o persa, desviou as águas do rio Eufrates e o secou para invadir com seus exércitos a grande Babilônia, nos faz lembrar a profecia do secamento do rio Eufrates como juízo divino expresso na abertura do sexto selo. Esse juízo significa a preparação do caminho aos reis do Oriente para invadirem com seus exércitos para a grande Batalha do Armagedom (Ap 16.12).
Após Daniel ter interpretado a escrita na parede e ter deixado pasmos a todos, Belsazar ordenou que vestissem a Daniel com roupas de púrpura e lhe pusessem um colar de ouro ao pescoço o proclamando como o terceiro homem do reino, a autoridade mais importante do império depois do rei Nabonido e de Belsazar. Mas DEUS é reto em seus desígnios e permitiu que Belsazar fosse morto naquela mesma noite e, Dario entrou na Babilônia assumindo o seu trono (Dn 5.29-31).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 86-87.
 
Dn 5.30 Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. O golpe divino atingiu o rei de modo súbito e brutal. Belsazar não chegou a atravessar vivo aquela noite. O fraseado usado neste versículo indica um ataque noturno, declaração confirmada tanto por Heródoto quanto por Xenofonte. Este último mencionou especificamente que o ataque foi desfechado à noite, durante uma festa de vinho (Cyropaedia, I.7, sec. 7, sec. 23 e 23). “Ciro (Dario?) desviou as águas do rio Eufrates para um novo canal e, guiado por dois desertores, Gobiras e Gadatas, marchou pelo leito seco do rio e entrou na cidade... Quanto ao fato de que Belsazar foi morto, cf. Isa. 14.18-20; Jer. 50.29-35 e 51.57. A cidade foi cercada, e Ciro (Dario?) estava preparado para um longo cerco. A cidade tinha comida estocada para vinte anos! Belsazar não temia o exército persa, que era dirigido por Ugbaru. O truque das forças atacantes foi o desvio do rio, que levou o drama a um desfecho tão rápido e inesperado, cumprindo a temível profecia de Daniel. Ver também Isa. 47.1-5. A queda da cidade de Babilônia pode ser datada com precisão. Ocorreu a 16 de tisri (12 de outubro de 539 A. C.). Chegamos agora à segunda fase do governo dos gentios (ver Dan. 2.39), em consonância com o sonho da imagem de Nabucodonosor.
Dn 5.31 E Dario, o medo, ... se apoderou do reino. Os críticos encontram neste versículo um equívoco importante, cometido pelo autor sacro, assegurando-nos que nunca houve alguém como Dario, o medo. Eles supõem que esse seja um detalhe registrado por um escritor mal informado das circunstâncias que envolveram os medos e os persas. “Têm havido tentativas para identificá-lo com Ciaxares II, o tio de Ciro; com o próprio Ciro, com Gobrias, o general que realmente tomou a cidade de Babilônia e a governou por algum tempo; com Cambises, filho de Ciro; e com Astiages, o último rei dos medos. Todas essas identificações propostas naufragam sobre os fatos de que, neste livro, Dario foi um medo (Dan. 5.31); filho de Xerxes (10.1); antecessor imediato de Ciro (6.28 e 10.1). Portanto, ele é uma personagem de ficção e não uma figura histórica, e não há dificuldade alguma em ver como esses relatos sobre indivíduos fazem com que Ciro, que tomou a Babilônia em 538 A. C., veio a ser confundido com a personagem de Dario I, que a capturou em 520 A. C. A teoria dos quatro impérios exigia que o império medo existisse antes do império persa, e a profecia predissera a derrubada da Babilônia por parte dos medos (ver Isa. 13.17; 21.2; Jer. 51.11,28), pelo que temos a figura indistinta de Dario, o medo, como sucessor imediato de Belsazar, É perfeitamente possível que memórias reminiscentes tanto de Gobiras quanto de Cambises tenham contribuído para formar essa figura” (Arthur Jeffery, in toe).
Harmonia a Qualquer Preço. Se existem erros históricos nos livros da Bíblia, isso nada tem que ver com a teoria da inspiração, que não requer perfeição verbal e histórica. Devemos lembrar que é a teoria do ditado que faz tais exigências. Não há razão para duvidarmos de que algumas Escrituras foram produzidas através desse método, mas também não há razão para acreditarmos que as Escrituras, em sua inteireza, foram assim produzidas. Ver no Dicionário o artigo geral sobre Inspiração e Revelação, o qual entra nas questões relativas ao modus operanti da inspiração. Sabemos que quase todos os autores das Escrituras cometerem erros gramaticais e que existem, aqui e acolá, versículos confusos que permaneceram sem revisão. A perfeição verbal, na realidade, é um mito, e as pessoas que leem os originais sabem que essa perfeição é uma falsidade. Tais coisas, no entanto, nada têm que ver com as mensagens apresentadas, e não devem deixar um crente sem dormir à noite, com excessiva ansiedade. Algumas vezes a harmonia é defendida em detrimento da honestidade.
Com cerca de sessenta e dois anos. Talvez esteja em vista Gobrias, e a idade fosse dele. Alguns dizem que a idade de Daniel é que está em foco, mas na época ele tinha entre 80 e 90 anos de idade. A Septuaginta simplesmente deixa essas palavras fora do texto sagrado. Xenofonte (Cyropaedia, viii.5,19) atribui essa idade a Ciaxares II, tio de Ciro.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3397.
 
Colapso do Império (5.30-31)
Mal haviam acabado de colocar os adornos de honra em Daniel, quando os soldados de Gobrias e Ciro (Dario?) invadiram o palácio com gritos de guerra. A tradição diz que os engenheiros de Ciro (Dario?) desviaram o rio e entraram na cidade pelo canal seco. Mas evidências mais sólidas parecem indicar que insurretos de dentro da cidade abriram as portas e deixaram o exército persa entrar. A cidade caiu com pouco derramamento de sangue, além de Belsazar. Quando o exército do rei Nabonido foi completamente derrotado, Ciro (Dario?) deu a ele uma residência permanente em Carmânia, uma província não muito distante, onde viveu o restante dos seus dias.
Mas em relação a Belsazar, filho de Nabonido, quão pateticamente fútil foi a oração do pai registrada em um enorme rolo com caracteres cuneiformes encontrado no zigurate em Ur! Endereçado a Sin, o DEUS-Lua, lê-se o seguinte: “Quanto a mim, Nabonido, o rei da Babilônia, o venerador da sua grande divindade, que eu possa ser satisfeito com a plenitude da vida, e quanto a Belsazar, o primeiro filho dos meus lombos, alongue os seus dias; não permita que se volte para o pecado”.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 537.
 
Daniel se Manifesta Claramente a Belsazar ao Interpretar as Palavras Escritas na Parede
Dn 5.30,31 Aqui temos: 1. A morte do rei. Ele tinha razões suficientes para tremer, pois tinha acabado de cair nas mãos do rei dos terrores (v. 30). Naquela noite, enquanto o seu coração se alegrava com o vinho, os inimigos haviam invadido a cidade e se dirigido ao palácio onde encontraram o rei e o feriram de morte. Ele não conseguiu encontrar nenhum lugar que fosse tão secreto para se esconder, ou tão forte para protegê-lo. Escritores gentios escrevem que Ciro (Dario?) tomou a Babilônia de surpresa, ajudado por dois desertores que lhe mostraram a melhor maneira de entrar na cidade. Mas havia sido previsto que a corte iria ficar muito atemorizada (Jr 51.11,39). Observe que a morte chega como uma cilada àqueles cujo coração está sobrecarregado de intemperança e embriaguez. 2. A transferência do reino para outras mãos. Da cabeça de ouro descemos agora para o peito e os braços de prata. Dario, o medo, assumiu o reino em parceria, e com o consentimento de Ciro (Dario?), que o havia conquistado (v. 31). Eles haviam sido parceiros na guerra e na conquista, e assim permaneceram no domínio do reino (cap. 6.28). Observe que em razão da sua idade (pois agora tinha sessenta e dois anos), Ciro (Dario?), seu sobrinho, lhe dera a precedência. Alguns comentam que, como tinha essa idade no último ano do cativeiro, ele devia ter nascido no oitavo ano do cativeiro, e que esse era o ano em que o rei Joaquim havia sido levado cativo juntamente com todos os nobres (leia 2 Reis 24.13-15). Exatamente nessa época, quando o golpe mais fatal havia sido desferido, nasceu um príncipe que, no decorrer do tempo, iria realizar a vingança de Jerusalém contra a Babilônia e curar a ferida que lhe havia sido feita. Como são profundos os desígnios de DEUS a respeito do seu povo, e como são bondosos os seus planos para com este povo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 860.
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 6 - A Queda Do Império Babilônico
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E te _________________________ contra o Senhor do céu, [...], além disso, deste _________________________  aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a DEUS, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não _________________________ " (Dn 5.23).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Se nos __________________________ _ contra o __________________________  e SANTO DEUS, Ele nos _________________________ .
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Como se deu a sucessão de Nabucodonosor no trono do império babilônico?
(    ) Após a morte de Nabucodonosor, em 562 a.C., Nabonido, o seu genro, sucedeu-o ao trono babilônico.
(    ) Após a morte de Nabucodonosor, em 562 a.C., Evil-Merodaque, o seu filho, sucedeu-o ao trono babilônico.
(    ) Dois anos depois, Evil Merodaque foi assassinado pelo seu cunhado, Neriglissar.
(    ) Assumiu o trono Nabonido, o genro de Nabucodonosor. Nabonido era o pai de Belsazar.
(    ) Belsazar se tornou co-regente com o seu pai, três anos mais tarde.
(    ) Foi numa noite de festa, regada a muito vinho e prostituição, que o rei Belsazar viu o reino escapar da sua mão e teve sua morte decretada.
(    ) O reino babilônico daria lugar ao Medo-Persa, representado pelo peito e braços de prata da estátua sonhada por Nabucodonosor.
 
4- Quais as características de Belsazar?
(    ) Belsazar era da família real. destemido, inteligente e mestre na arte da guerra.
(    ) Belsazar não era da família real, mas herdou de seu sogro o trono. Era exemplo de coragem e fé.
(    ) Cruel, devasso e profanador do sagrado. Esses são adjetivos ainda leves, para qualificar a Belsazar.
 
I. O FESTIM PROFANO DE BELSAZAR
6- Como se deu a zombaria de Belsazar (Dn 5.1-4) com as coisas santas de DEUS?
(    ) Porque estava embriagado, o rei mandou vir os utensílios sagrados do Templo de Jerusalém, trazidos como espólio de guerra por seu avô, Nabucodonosor, para mostrar aos convidados sua preciosidade.
(    ) O rei Belsazar deu um grande banquete para os maiorais do seu reino.
(    ) A festa ocorreu no palácio babilônico, mas ele não demonstrou nenhum escrúpulo com a religião alheia, o Judaísmo.
(    ) Embriagado, o rei mandou vir os utensílios sagrados do Templo de Jerusalém, trazidos como espólio de guerra por seu avô, Nabucodonosor, para serem usados no banquete por ele oferecido.
(    ) Homens corruptos e prostitutas profanariam o sagrado.
(    ) Uma orgia com o que era santo! Belsazar foi longe demais, pois para satisfazer os seus instintos baixos, frívolos e profanos, escarneceu do DEUS de Israel e do seu povo.
 
7- Como era a insensatez e a crueldade do autocrata Belsazar?
(    ) Segundo os historiadores, enquanto o pai de Belsazar, Nabonido, estava no campo de batalha para defender os interesses do reino, ele, Belsazar, divertia-se com mulheres e amigos para satisfazer as suas paixões.
(    ) Segundo os historiadores, devido a morte de seu pai Nabonido na guerra, Belsazar reinava agora sobre o império babilônico.
(    ) O festim de Belsazar era incompatível com o período de enfraquecimento do império da Babilônia.
(    ) Habituado a ter tudo ao seu alcance, o rei não hesitava em fazer sua vontade prevalecer, tanto para matar os seus oponentes quanto para se cercar de pessoas de sua estirpe.
(    ) Belsazar era um homem cruel!
 
8- Por que a festa era profana?
(    ) A despeito da grandeza e da opulência imperial, a festa oferecida por Belsazar e dedicada aos maiorais do reino, era um festejo degenerado, pois ia desde as bebedeiras às orgias com homens e mulheres.
(    ) A festa era profana principalmente porque Daniel estava ali e não podia conviver com tudo aquilo.
(    ) Onde a luxúria, a riqueza e a ostentação predominam, há prazeres pervertidos e maldades.
(    ) Assim foi aquela festa dedicada aos deuses babilônicos!
(    ) Havia, a partir do palácio, uma forte influência dos demônios, o que confirma o que disse Paulo aos crentes coríntios.
 
II. O IRREVOGÁVEL JUÍZO DE DEUS
9- De que maneira DEUS responde às provocações de Belsazar (Dn 5.5)?
(    ) A resposta divina foi imediata: DEUS interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão em frente donde estava Daniel, a rainha e o rei.
(    ) A resposta divina foi imediata: DEUS interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão, diante dos olhos de Belsazar e de todos os seus convivas.
(    ) Ali, o barulho das taças e dos jarros de vinhos, bem como a "alegria" de outrora, cessaram.
(    ) De modo assombroso e assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e o seu reino.
(    ) Aquela visão demonstrava o fruto do desprezo do rei babilônico ao DEUS de Israel: o Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio sepulcral no recinto!
 
10- Quem se lembrou de Daniel e por que?
(    ) A mensagem na parede estava numa linguagem aramaica, misturada com hebraico.
(    ) A mensagem na parede estava numa linguagem ininteligível.
(    ) No primeiro momento, ninguém compreendia o que estava escrito.
(    ) Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o "enigma". Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo.
(    ) Quando ouviu as palavras do rei e percebendo um movimento diferente no palácio, a rainha, filha de Nabucodonosor, mãe  do  rei  Belsazar, entrou na presença do seu filho para saber o que acontecera.
(    ) Após inteirar-se do assunto, a rainha lembrou-se de Daniel, um homem de confiança tanto do seu pai quanto do seu marido.
(    ) Ele podia interpretar a mensagem que o rei vira. Mas Daniel não estava no palácio.
 
11- Por quem Daniel era conhecido e como  Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13)?
(    ) Belsazar não via a Daniel como servo do DEUS Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio.
(    ) A mãe de Belsazar (neta de Nabucodonosor), contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu DEUS, poderoso.
(    ) A mãe de Belsazar (filha de Nabucodonosor), contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu DEUS, poderoso.
(    ) Ela mesma havia testemunhado as proezas do DEUS de Israel em outras ocasiões da história daquele reino.
(    ) Daniel era um homem que não fazia concessões a sua fé.
(    ) Ele entrou na presença do rei e após lhe oferecerem presentes, o profeta rejeitou-os diante do imperador.
 
III. A SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA (5.22-28)
12- Os sábios não decifraram as palavras escritas na parede (5.15), quem as revelou e por quê?
(    ) Daniel é chamado pelo rei Belsazar, que o conhecia, para desvendar-lhe o mistério.
(    ) A mensagem era curta e objetiva, mas as palavras eram desconhecidas dos sábios do palácio e eles não puderam decifrá-la.
(    ) Daniel é chamado, não pelo rei Belsazar, mas por indicação de sua mãe, para desvendar-lhe o mistério.
(    ) O profeta Daniel tinha o ESPÍRITO SANTO em sua vida, por isso, DEUS revelou a ela o significado daquelas palavras.
 
13- O que significavam aquelas quatro palavras "misteriosas" (Dn 5.25)?
(    ) As palavras escritas na parede não foram interpretadas pelos sábios do império.
(    ) Estes não achavam o sentido delas.
(    ) Porém, sem medo e seguro, Daniel as interpretou.
(    ) As duas primeiras palavras estavam repetidas - MENE, MENE - e significavam "cortar ou cortado".
(    ) As duas primeiras palavras estavam repetidas - MENE, MENE - e significavam "contar ou contado".
(    ) A palavra TEQUEL tinha o sentido de "pesado".
(    ) A última palavra, PARSIM, significava "partido, ou quebrado".
(    ) A última palavra, PARSIM, significava "dividido".
(    ) Para interpretar a mensagem Daniel usou o termo " PERES", palavra correlata de PARSIM. O sentido daquela é o mesmo desta.
(    ) Então, dos versículos 26 ao 28, o profeta explicou cada uma das palavras: "Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou DEUS o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas".
 
14- Como se deu o fim repentino do império babilônico (vv.30,31)?
(    ) Três dias apenas depois dessa noite fatídica DEUS derramou sua ira sobre a babilônia.
(    ) Naquela noite fatídica DEUS demonstrou a sua soberania sobre os reis da Terra.
(    ) Ele é o Todo-Poderoso e tem o cetro do governo do mundo em suas mãos. Nada escapa aos seus olhos.
(    ) Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario entrou na cidade da Babilônia.
(    ) Os medos e os persas passariam a reinar no lugar do império da Babilônia.
 
15- Quais importantes lições depreendemos de Daniel 5?
(    ) No capítulo seis de Daniel, aprendemos a lição de que não podemos nos fechar em nós mesmos.
(    ) No capítulo cinco de Daniel, aprendemos a lição de que não podemos nos fechar em nós mesmos.
(    ) DEUS não suporta uma vida de egoísmo, soberba e perversidade.
(    ) Não podemos profanar aquilo que o nosso Pai consagrou como santo.
(    ) Não sejamos profanos. Santifiquemo-nos a DEUS com as nossas vidas.
 
CONCLUSÃO
16- Complete:
A __________________________ da Babilônia, a crueldade de Belsazar e as _________________________ _ do reino tipificam uma vida tremendamente fechada em si mesma. A intervenção de DEUS em meio aquela festa __________________________  demonstra que Ele não admite a soberba e o egoísmo. O Pai Celestial, em JESUS CRISTO, _________________________  a todos os que se mostram soberbos e arrogantes. A queda do império babilônico é uma lição para todos nós. Um dia, quando da _________________________  vinda gloriosa de JESUS, todos os povos serão julgados pelo nosso Senhor.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva
 

28 outubro 2014

Lição 5 - DEUS Abomina a Soberba 1 parte

Lição 5 - DEUS Abomina a Soberba
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
"Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37).
 
 
VERDADE PRÁTICA
A soberba é o pecado que mais afronta a soberania divina.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 8.13 DEUS aborrece a soberba
Terça- Pv 11.2 A soberba é afronta
Quarta - Mc 7.20-22 A soberba é o pecado do coração
Quinta- 1 Jo 2.16 A soberba da vida não é de DEUS
Sexta- Gn 17.1; Jó 11.7 Nenhuma soberba resiste a DEUS
Sábado - 2 Cr 26.3-21 O rei Uzias e a soberba
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 4.10-18
10 Eram assim as visões da minha cabeça, na minha cama: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande; 11 crescia essa árvore e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e foi vista até aos confins da terra. 12 A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela, os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda carne se mantinha dela. 13 Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu, 14 clamando fortemente e dizendo assim: Derribai a árvore, e cortai-lhe os ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves dos seus ramos. 15 Mas o tronco, com as suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na grama da terra. 16 Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e seja-lhe dado coração  de animal; e passem sobre ele sete tempos. 17 Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles. 18 Isso em sonho eu, rei Nabucodonosor, vi; tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
 
INTERAÇÃO
DEUS abomina a soberba. Este sentimento pernicioso é um prenúncio da queda (Pv 16.18). As conquistas de muitos impérios e o enriquecimento contribuíram para que Nabucodonosor se tornasse soberbo e altivo. Então DEUS decidiu lhe ensinar uma importante lição, assim como havia ensinado ao seu povo. O rei perdeu sua consciência e ficou durante um período de tempo se comportando como um animal. Depois deste período tão difícil, Nabucodonosor aprendeu que o Altíssimo está acima de todo reino e poder humano. O Senhor é soberano, Ele remove os reis e os estabelece.
Que a soberba não encontre guarida em nossos corações, nos fazendo agir como tolos. Que sejamos humildes, honrando a DEUS em toda a nossa maneira de viver.
 
OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a soberania divina na vida de Nabucodonosor.
Saber que DEUS falou com Nabucodonosor por intermédio dos sonhos.
Compreender a fidelidade da pregação de Daniel para o rei.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição reproduza o quadro abaixo para seus alunos. Utilizando o quadro, enfatize os pontos fortes de Nabucodonosor e as suas fraquezas. Explique que este rei foi chamado, segundo o profeta Jeremias, de "servo do Senhor" (Jr 25.9). DEUS usou Nabucodonosor para punir seu povo. O Senhor é soberano, Ele exalta e também abate. Porém, o coração do rei se tornou soberbo e ele então experimentou o juízo de DEUS. Leia Provérbios 16.18 e conclua enfatizando os perigos da soberba.
 
 
Resumo da Lição 5 - DEUS Abomina a Soberba
I. A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3)
1. Nabucodonosor, chamado por DEUS para um desígnio especial (Jr 25.9).
2. A soberba de Nabucodonosor.
3. Nabucodonosor proclama a soberania de DEUS (Dn 4.1-3).
II. DEUS FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS (Dn 4.4-9)
1. DEUS adverte Nabucodonosor através de um sonho.
2. Daniel é convocado (Dn 4.8).
3. Daniel ouve o sonho e dá a sua interpretação (Dn 4.19-26).
a) Uma árvore majestosa (vv.11,12).
b) Juízo e misericórdia são demonstrações da soberania divina.
c) O papel dos anjos nos desígnios divinos.
III. A PREGAÇÃO DE DANIEL
1. A pregação de Daniel.
2. O pecado de Nabucodonosor em relação aos pobres.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Nabucodonosor foi chamado por DEUS para uma missão especial, todavia ele deixou que a soberba dominasse seu coração.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - DEUS, por intermédio de um sonho, falou com Nabucodonosor e o advertiu de sua soberba.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - DEUS usa seu servo Daniel para revelar o sonho de Nabucodonosor e aconselhá-lo a respeito do seu pecado.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliográfico
"Cumprimento e Destronização (4.28-33)
A falha de Nabucodonosor em prestar atenção e voltar-se para DEUS por meio de um arrependimento genuíno é um reflexo ilustrativo da fraqueza e da perversidade humana. Doze meses se passaram e a visão apavorante desvaneceu-se. Talvez a visão não viesse a se tornar realidade. Certo dia, em um momento de glorificação própria, o rei começou a se exultar pelas suas grandes realizações. Enquanto caminhava pelo 'terraço do palácio real', debaixo dos seus pés estava o edifício mais esplêndido que a Babilônia já tinha visto, adornado em ouro com ladrilhos lustrosos de cores brilhantes. Próximo do palácio ficava a montanha artificial e os jardins suspensos construídos para a sua rainha das montanhas da Média. Esta era a grande Babilônia. De uma pequena cidade de um lado do rio Eufrates o rei havia dobrado sua área para os dois lados do rio. Ele havia enchido com novas construções e templos com uma arquitetura distinta. Ele a havia cercado com muros conhecidos pela altura e largura.
Com esse tipo de visão enchendo a mente, podemos imaginar a soberba do rei" (Comentário Bíblico Beacon. 1. ed. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.514).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico
"A loucura e a restauração (4.33-37)
Demente, o rei nivela-se a um animal, e passa a viver ao desabrigo, em uma área onde a temperatura variava de 50 graus positivos no verão, a abaixo de zero, no inverno. Recuperado, o rei finalmente responde adequadamente ao Senhor. Nabucodonosor, então: 1) glorifica a DEUS; 2) o honra como o Rei supremo do Universo; 3) expressa sua total dependência da vontade de DEUS e, 4) reconhece que tudo o que ele faz é correto 'e pode humilhar os que andam na soberba" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.516).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 60, p.38.
DEUS ABOMINA A SOBERBA
Imagine um rei que controla as vidas das pessoas e decide se elas vivem ou morrem, mas de repente, de uma hora para outra se tornar um louco, um lunático e um irracional? Este rei foi Nabucodonosor.
O capítulo 4 de Daniel traz a imagem de uma árvore florescente representando a figura de Nabucodonosor, o imperador da Babilônia. Num belo dia o rei olhou para todas as criações do seu império e, consigo mesmo, viveu a síndrome de Narciso: pensou que era o responsável por todas as realizações do império babilônico. Na imagem apresentada a Nabucodonosor um homem anuncia que a árvore seria cortada e ficariam apenas as raízes e o tronco. Esta árvore era o rei Nabucodonosor. Daniel foi corajoso em anunciar isso a ele!
O conceito de soberba
O relato do quarto capítulo de Daniel demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da soberba. A ideia de poder sobre os outros por si só é uma loucura. Segundo a psicóloga Rosemeire Zago, "a soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de grandeza" e completa: "a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio". Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo-se em si mesmo no mundo obscuro do orgulho.
Não percamos a lucidez
Quantas vezes sentimos a síndrome de narciso como a que se abateu sobre Nabucodonosor? Pretendemos usar o nosso raio de influência para fazer um pequeno império onde nós determinamos, impomos e mandamos sobre o "destino" das pessoas. Por isso que Tomás de Aquino atribuiu a soberba um pecado específico, embora, como bem retratou a psicóloga Rosemeire Zago, num artigo publicado no UOL, a soberba apareça em outros pecados. A soberba adoece a alma. Não fomos chamados para ser irracionais ou lunáticos no exercício das nossas funções humanas. Por isso, o verdadeiro antídoto contra as ambições das nossas almas é JESUS de Nazaré, o homem "manso e humilde de coração".
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 38.
 
 
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES
INTRODUÇÃO
Aproximadamente 25 anos depois da sua ascensão e volta ao trono da Babilônia, Nabucodonosor teve mais um sonho perturbador que requereu a presença dos sábios do Palácio para o interpretarem. Sete anos se passaram desde o estado de loucura do rei, quando DEUS o restaurou ao trono da Babilônia. Na sua volta ao Trono, ele dá um testemunho pessoal da experiência com o DEUS de Daniel e reconhece a soberania desse DEUS dos exilados e cativos de Judá. Ele reconhece que sua loucura era resultante de sua soberba, que o levou a viver como um animal do campo por sete anos, até que DEUS o tirou daquela condição. E a história que mostra o que acontece com os que se exaltam e se tornam soberbos ante a majestade do Todo-Poderoso DEUS de Israel. É uma história que revela a soberania de DEUS sobre toda a criação e que nenhuma criatura sua usurpa a glória que lhe pertence. Ao mesmo tempo, DEUS revela sua misericórdia e justiça capazes de salvar um homem arrependido. Nos desígnios divinos, Nabucodonosor preenchia o propósito de DEUS para o mundo de então. Não há nada que diga que esse rei tenha se convertido. Entretanto, seu testemunho pessoal acerca do DEUS de Israel, depois de toda a humilhação que passou, o levou a reconhecer e proclamar a todo o mundo que o senhorio dos reinos do mundo não era dele, mas pertencia ao DEUS Altíssimo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 65.
 
A Insanidade de Nabucodonosor (4.1-37)
Esta quarta história aparece sob a forma de uma epístola de Nabucodonosor a seus súditos. O material move-se do passado (seu sonho-visão interpretado por Daniel) para o presente (a profecia sobre a insanidade do rei). A lição moral e espiritual a ser comunicada é que até o maior dos poderes pagãos mostra-se impotente diante da história e das vicissitudes que estão sob o controle de Yahweh. Nabucodonosor foi reduzido ao estado dos animais, completamente humilhado pelo decreto divino que anulou tudo quanto ele era e podia fazer. No entanto, manifesta-se nessa história a misericórdia divina, pois o rei recebeu permissão de voltar e recuperar sua antiga glória. Os registros babilônicos nada dizem sobre isso, nem sobre um período de insanidade para o rei, nem sobre sua ausência do trono por algum tempo, por alguma razão. Há um relato sobre Nabonido, o último rei neobabilônico, que esteve afastado da capital por vários anos, tendo vivido no deserto; mas certamente Nabucodonosor não está em pauta nesse relato secular.
Por esse motivo, os críticos supõem que a história encontrada no livro de Daniel seja uma adaptação do incidente histórico de Nabonido, mas isso é apenas uma conjectura. Seja com o for, sem importar o que possam os pensar sobre a historicidade do evento, não devemos permitir que a falta de confirmação secular nos furte de lições espirituais e morais.
Eusébio (Preparações para o Evangelho, IX.41) relatou a curiosa história de como Nabucodonosor, em estado de êxtase, previu que a Mula Persa se apoderaria dele. A mula era ajudada por uma mulher midianita. A história é interessante, mas não sabemos se reflete algum incidente real na vida de Nabucodonosor.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
 
A graça de DEUS é soberana, Seu chamado é irresistível. Os propósitos de DEUS não podem ser frustrados. Ele leva a cabo tudo o que determina fazer. Agindo DEUS, ninguém o impedirá. O apóstolo Paulo declara: “Aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou” (Rm 8.30). Daniel, no capítulo 4, mostra a luta de DEUS na salvação de Nabucodonozor. DEUS move os céus e a terra para levar esse soberbo rei à conversão. O livro de Daniel mostra a soberania de DEUS na história e também na salvação de cada pessoa.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 59.
 
O autor deste capítulo é o próprio Nabucodonosor. A história concernente a ele, aqui registrada, chegou até nós através das suas próprias palavras, pois ele mesmo as escreveu e publicou. Mas Daniel, um profeta, por inspiração, insere- a em seu livro, e faz dela uma parte memorável do documento sagrado. Nabucodonosor foi o rival mais ousado da soberania do DEUS Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido. Mas aqui ele reconhece que foi justamente vencido e admite, talvez a contragosto, que o DEUS de Israel está acima dele. Temos então: I. O prefácio dessa narrativa, no qual o rei reconhece o domínio de DEUS sobre si (w. 1-3). II. A própria narrativa, onde relata: 1. O sonho que teve e que deixou os mágicos perplexos (w. 1-18). 2. A interpretação desse sonho, feita por Daniel, mostrando que representava um prognóstico da sua ruína, advertindo-o, portanto, que deveria se arrepender e se reformar (w. 19-27). 3. O cumprimento desse sonho, quando Nabucodonosor ficou completamente louco durante sete anos para depois recuperar novamente a razão (w. 28-36). 4. E a conclusão dessa narrativa com uma humilde aceitação e adoração a DEUS como Senhor de tudo e de todos (v. 37). Isso foi extraído dele através do poderoso domínio do DEUS que tem o coração dos homens em suas mãos, e se afirma como um registro da eterna comprovação da supremacia divina, um monumento à sua glória, um troféu à sua vitória e uma advertência para ninguém pensar que poderá prosperar se colocando acima de DEUS ou endurecendo o coração contra Ele.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 845-846.
 
I – A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3).
1. Nabucodonosor chamado por DEUS para um desígnio especial (Jr 25.9).
Nabucodonosor não foi obrigado a servir ao DEUS de Israel, mas não pode fugir a humilhação a que foi submetido por querer usurpar a glória que só pertence ao DEUS Altíssimo e a nenhum outro deus. Não há dúvida que ele foi submetido a um desígnio especial do DEUS do Céu, o DEUS de Daniel, Ananias, Misael e Azarias. Segundo a história, Nabucodonosor foi rei da Babilônia no período de 605 a 462 a.C. Mesmo sendo um rei pagão cumpria um desígnio especial de correção divina aos reis de Israel e de Judá, por terem se corrompido com o sistema mundano que havia entrado em Israel. Ora, DEUS tem o cetro do domínio de todos os reinos do mundo, e tinha poder para fazer com que aquele homem pagão, por um desígnio especial, se tornasse próspero em seu reino e crescesse em extensão, a ponto de se autodenominar “rei de reis”. O profeta Jeremias, contemporâneo do período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que DEUS chamou a Nabucodonosor de “meu servo” (Jr 25.9). Na verdade, Nabucodonosor foi a vara de DEUS de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e dos costumes pagãos. Aprendemos que DEUS, em sua soberania é Aquele “que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis” (Dn 2.21).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 66.
 
Este versículo afirma com clareza que Yahweh era a causa real dos acontecimentos. Nabucodonosor chega a ser chamado de servo de Yahweh, e ele saberia realizar bem a sua tarefa. Haveria total destruição de Judá e das nações circundantes. Essas nações tornar-se-iam uma piada internacional, lugares de desolação perpétua. Animais selvagens se mudariam para as desolações que antes tinham sido Jerusalém, a Dourada. Ver Jer. 9.11 e 10.22. Quanto a Nabucodonosor como servo de Yahweh, ver também Jer. 27.6 e 43.10.
“Jer. 40.2 mostra-nos que Nebuzaradã, capitão de Nabucodonosor, tinha alguma consciência da missão divina que o rei da Babilônia cumpria” (Fausset, in ioc.). Cf. Isaías a falar sobre Ciro como o pastor, o ungido de Yahweh (ver Isa. 44.28; 45.1). DEUS era a causa primária, mas também havia causas secundárias.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3066.
 
Nabucodonosor [...] meu servo. Essa expressão não significa que o monarca babilônio adorava o DEUS de Israel, mas apenas que era usado pelo Senhor para cumprir seus propósitos (como no caso de Ciro, que é chamado de ungido do Senhor, em Isaías 45.1).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1157.
 
Meu servo (9) não está nos LXX, porém seu significado evidentemente é "meu instrumento". O rei babilônio e seus aliados deixariam a terra se perder e levariam para o exílio quem quisessem. Gerações do norte (9). O Império Babilônico, tal como seu predecessor, o Assírio, fora feito de muitas raças, muitas "gerações".
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia.  pag. 55.
 
2. A soberba de Nabucodonosor.
Exemplos negativos de pessoas que se tornaram soberbas:
A Bíblia não conta apenas as vitórias e conquistas dos homens, mas revela suas fraquezas e derrotas para que se aprenda lições que envolvem nossas relações com DEUS e com as pessoas.
Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de DEUS. Por causa da sua arrogância contra o Cetro do DEUS Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz ( e tronco v. 18). A profecia cumpriu-se integralmente na vida de Nabucodonosor, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem”(v. 16) para “um coração de animal”. A punição levaria “sete tempos” (v. 16). Na linguagem bíblica, sete tempos equivalem a sete anos em que o monarca da Babilônia estaria agindo como um animal do campo em total demência racional. A estupidez da experiência amarga de Nabucodonosor foi demonstrada por uma licantropia (não cremos assim), ou seja, ele foi dominado por uma insanidade sem precedente. Passou a agir como um animal do campo, tendo o seu corpo molhado pelo orvalho do céu e com um comportamento irracional, comendo a erva do campo (Dn 4.25). Esse estado de decadência do rei foi resultado de sua soberba que o levou a perder o reino e o trono e a Babilônia esteve em decadência política.
O Rei Hewdes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba. Ele era neto de Herodes, o Grande, e seu nome era Agripa I que governou a Palestina nos anos 37-44 d.C., mas foi o imperador de Roma que lhe deu o título de rei sobre Israel. Ele não gozava de aprovação entre os judeus, porque era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado que ele mandou matar Tiago, irmão de João, um dos apóstolos de JESUS CRISTO para ganhar o coração de judeus inimigos dos cristãos naqueles primeiros dias da Igreja (At 12.1,2). Depois, percebendo que isto agradaria os judeus que não o recebiam bem, mandou prender outros cristãos e, principalmente Pedro, mandando-o para a prisão (At 12.3-11) quando foi libertado pelo anjo do Senhor de modo excepcional. Herodes não conseguiu matar Pedro. Mais tarde, a soberba de Herodes lhe rendeu desprezo do próprio povo (At 12.21,22). Para que todos entendessem que DEUS não aceita que se zombe da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que “feriu-o..., porque não deu glória a DEUS e, comido de bichos, expirou” (At 12.23). Ninguém usurpa a glória que só pertence a DEUS, a glória de sua soberania.
O Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Foi o primeiro rei de Israel. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de DEUS na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez DEUS rejeitá-lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15.23).
A soberba é como vírus contagiante
A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. A soberba é como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos homens ele precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (SI 101.5; 2 Cr 26.16). A soberba é contagiosa porque contamina todo o homem (Mc 7.21-23). A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos (Pv 21.4) e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4).
A soberba foi o pecado de Lúcifer
A história de Lúcifer infere-se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de DEUS. Ele é identificado na Bíblia como Diabo, Satanás (Is 14.13-16; Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de DEUS por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com DEUS.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 73-75.
 
Os monarcas mais potentes e absolutos são servos de DEUS. Nabucodonosor, que é um instrumento da sua ira, é tão verdadeiramente seu servo quanto Ciro, que é um instrumento da sua misericórdia. Com a terra de Judá prestes a ser desolada, aqui DEUS convoca o seu exército que deverá abatê-la. Ele o reúne, toma todas as famílias do norte, pois talvez haja ocasião para elas, e as lidera como seu comandante, trazendo-as contra essa terra, e dá-lhes sucesso, não somente contra Judá e Jerusalém, mas contra todas as nações em redor para que não confiem nelas como aliadas ou auxiliares contra essa força ameaçadora.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 473.
 
Dn 4.28 Todas estas cousas sobrevieram ao rei Nabucodonosor. Ao que tudo indica, Nabucodonosor não foi sábio o bastante para aproveitar seu período de graça e endireitar a sua vida e substituir seus pecados por atos de bondade. Ele perdeu a oportunidade, pelo que o decreto de julgamento teve de ser implementado.
Tudo quanto fora predito aconteceu, em seus mais minúsculos detalhes. “A interpretação de Daniel foi logo esquecida, e suas exortações foram ignoradas. Nabucodonosor continuou em seu orgulho pecaminoso. O rei não se arrependeu, conforme lhe ordenara o profeta. Continuou dominado pelo egoísmo” (J. Dwight Pentecost, In loc.).
Dn 4.29,30 Ao cabo de doze meses. Talvez esses doze meses (um ano) tenham sido mencionados por formarem o período de graça concedido ao rei para limpar sua vida, alterar suas atitudes e substituir a opressão por atos de bondade. Mas agora vemos Nabucodonosor a andar sobre o eirado plano do palácio real (literalmente, o palácio do reino), com o nariz empinado e o peito estufado, como se fosse um galo insensato. Ele caminhava solenemente e falava sobre quão grande era a Babilônia e como ele tinha construído seu magnífico palácio. A arqueologia encontrou inscrições de Nabucodonosor que são similares às jactâncias citadas neste versículo. Talvez o autor, ao escrever este versículo, estivesse imitando tal coisa. Expedições militares e matanças tinham feito a Babilônia ser o que ela era, e Nabucodonosor usara todo esse dinheiro para embelezar a cidade e o império. Tudo fora feito por seu “grandioso poder” (no hebraico, hisni) que pode ser traduzido “riqueza”).
A grande Babilônia. Até m esmo segundo os padrões modernos, a antiga cidade de Babilônia era uma cidade grandiosa. Era a Nova Iorque do antigo Oriente Próximo e Médio. Tinha uma área de 520 km² e era cercada por muralhas com 26 m de espessura e 102 m de altura. Nas entradas, portões de bronze conduziam a vários terraços que davam frente para o rio Eufrates. Dentro das muralhas havia cidades satélites menores, espacejadas por jardins e plantações que emprestavam beleza estética ao lugar. Havia nada menos que oito templos, e muitos edifícios públicos impressionantes.
O Rei é Humilhado (4.31-35)
Dn 4.31 Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu. O período da graça divina se havia esgotado, pelo que o julgamento adiado foi aplicado. O rei continuava todo estufado em seu orgulho; permanecia imerso em sua idolatria; ainda participava de seus atos opressivos. Sua vida era autocentralizada. Alguma coisa tinha de mostrar-lhe quem era o verdadeiro Rei. Portanto, a Voz veio do céu, a Bath Kol (Qol). Foi uma comunicação divina miraculosa, uma medida da intervenção de DEUS. O tempo do cumprimento da visão tinha chegado.
O reino sairia do domínio de Nabucodonosor. Em breve o rei teria de afastar-se de seu trono, e passaria a viver com as feras do campo. Cf. este versículo com Isa. 9.8; Testamento de Levi 18.6; II Baruque 13.1; Mat. 3.17. Quando o rei ainda proferia suas palavras profanas, uma Voz quebrou o silêncio e pronunciou a sua condenação. Cf. o vs. 14: o vigilante clamou em “voz alta". “Quão terrível foi a voz para um rei vitorioso e orgulhoso: ‘O teu reino foi-se de ti! Todos os teus bens e os teus deuses desapareceram em um único momento!’” (Adam Clarke, in loc.).
Dn 4.32 Serás expulso de entre os homens. Este versículo repete a essência dos vss. 14-16 e 25 (o sonho e sua interpretação), a respeito da insanidade temporária do rei e sua alienação do reino; quem decretou a sorte do rei, conforme o vs. 25 diz. Esse título aparece treze vezes no livro. O rei passou a viver nos campos, como se fosse um animal. Daniel, mais adiante, adicionou que ele passou a viver como um jumento montês (ver Dan. 5.21).
Dn 4.33 No mesmo instante se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor. Instantaneamente o que tinha sido predito aconteceu. O pobre rei foi expulso dentre os homens, passando a viver nos campos e a comer grama, sujeito às precipitações atmosféricas, esbofeteado pelos animais ferozes, tendo como companheiros de outras feras, em vez de outros seres humanos. Nabucodonosor era agora uma fera para todos os propósitos práticos, seus cabelos cresceram como os pelos de um gorila ou como as penas de uma águia, as unhas das mãos ficaram como garras de felinos ou como das aves de rapina. Em sua loucura, o rei perdeu toda a noção de higiene pessoal. Mas apenas ontem ele era um rei exaltado, caminhando ao redor e jactando-se de tudo quanto tinha feito, o mais esplendoroso dos homens.
É provável que seus súditos misericordiosos o tenham escondido em algum parque fechado. O povo não podia assistir a tal cena! Alguns intérpretes vêem aqui uma punição divina mediante a qual o rei passou por uma espécie de metamorfose física, mudando o seu aspecto para uma espécie de homem-lobo, ou licantropia. Isso é um exagero. Não, ele não foi transformado em fera.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3390.
 
A soberania de DEUS para salvar um homem
Vários pontos merecem destaque nesse trecho do livro de Daniel. Em primeiro lugar, vejamos a paciência generosa de DEUS (Dn 4.29). Ele não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao arrependimento. DEUS deu doze meses para Nabucodonosor se arrepender. Noé pregou durante 120 anos. Sodoma teve o testemunho de Ló. Jerusalém, antes de ser levada cativa, ouviu o brado dos profetas que a convocaram ao arrependimento. Hoje DEUS continua dando chance aos homens pecadores. Cada dia é um dia de graça. É mais uma chance que DEUS dá. Em segundo lugar, vejamos a dureza do homem que rejeita ouvir a voz de DEUS (Dn 4.4,29). Nabucodonosor estava feliz e calmo passeando no palácio a despeito do solene aviso de DEUS (Dn 4.29). Ah! Se se os homens pudessem perceber o perigo em que se encontra suas almas cairiam com o rosto em terra. Gritariam por socorro. O inferno está com a boca aberta para os devorar. Há um abismo debaixo de seus pés. Os demônios querem levá-los à perdição. O tempo é de emergência, não de folguedo.
Nabucodonosor exalta-se em vez de dar glória a DEUS (Dn 4.30). Ele diz: “Eu edifiquei”; “pela força do meu poder” “para a glória da minha majestade”. Ele era a causa, o meio e a finalidade de tudo que acontecia em seu reino. Tudo girava em torno da sua realeza imperial. A soberba precede a ruína. A auto-exaltação torna o homem cego, tolo e endurecido. A prosperidade não é garantia contra a adversidade. Babilônia era a cidade mais rica e poderosa do mundo. Ela tinha 96 km de muros, com 25 metros de largura, 25 portões de cobre, com uma imagem de Marduque no grande templo com 22.500 kg de ouro. Evis Carballosa diz que havia mais de cinquenta templos dentro da cidade, sendo o maior de todos, aquele dedicado a Marduque. Nabucodonosor era rei de reis, um grande conquistador e construtor. A cidade estava cheia de prédios, palácios e templos. Lá estavam os Jardins Suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo, construídos para sua esposa, uma princesa da Média, que sentia falta das montanhas de sua terra natal. Ele era um homem que tinha poder, riqueza e fama. Seu reino era glorioso e extenso. Mas as nações são para DEUS como um pingo, como um pó, como um vácuo, como nada. O rei cairia, Babilônia cairia. Só o Reino de DEUS é eterno. Em terceiro lugar, vejamos a humilhação do homem impenitente (Dn 4.31-33). Ela vem do céu (Dn 4.31).
Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve a trombeta do juízo. DEUS abriu para o rei a porta da esperança e do arrependimento, ele porém, não entrou. Então, DEUS o empurrou para o corredor do juízo. DEUS o humilhou. O poder e a prosperidade sem o temor de DEUS podem intoxicar a alma (Dt 18.11-18). O orgulho é algo abominável para DEUS, pois Ele resiste ao soberbo.
A humilhação do homem é repentina (Dn 4.31,33). A paciência de DEUS tem limite. O cálice da ira de DEUS se enche. Chega um ponto que DEUS diz: “Basta! Ainda estava a palavra na boca do rei...”. A humilhação é terrível (Dn 4.32,33). O rei ficou louco. DEUS o fez descer ao fundo do poço, tirou seu entendimento e deu-lhe um coração de animal. Seu cabelo cresceu como penas de águia, suas unhas cresceram como as das aves. Vivia como animal no campo, comendo capim, pastando no meio dos bois. Sua doença era chamada de insânia zoantrópica, licantropia ou boantropia, ou seja, considerar-se um animal, agir como um animal. (Não cremos assim em uma transformação, mas em uma adaptação). Stuart Olyott afirma que as pessoas que sofrem desta terrível enfermidade agem como o animal que imaginam ser e emitem os ruídos que o caracterizam. DEUS colocou o homem mais poderoso do mundo no meio dos bois. DEUS golpeou seu orgulho para levá-lo à conversão. Ele passou a comer capim, a rolar no chão com os cascos crescidos. O poderoso Nabucodonosor se tornou como bicho, foi pastar.
A humilhação é irremediável (Dn 4.32,33). Ninguém pôde ajudar Nabucodonozor, embora fosse o homem mais rico e mais poderoso da terra.
A humilhação finalmente é proposital (Dn 4.27). 1) E cheia de esperança (v. 26,32); 2) Visa o arrependimento (v. 27). DEUS o mandou comer capim para não o mandar para o inferno. Essa é a eleição da graça, que leva o homem ao fundo do poço e depois o tira de lá. DEUS não fez o mesmo com Belsazar que foi condenado inapelavelmente. Herodes, por não dar glória a DEUS, foi comido de vermes. O DEUS que fere é o DEUS que cura. O que humilha, também exalta. E melhor ficar louco e ser salvo que ser lançado eternamente no inferno.
Em quarto lugar, vejamos a conversão do homem quebrantado (Dn 4.34-37). Como DEUS operou a conversão de Nabucodonosor? Não foi exaltando-o, mas humilhando-o. E assim que DEUS converte as pessoas. Quem não se fizer como criança, não pode entrar no Reino de DEUS. Primeiro, o homem precisa ser confrontado com seu pecado e saber que está perdido. Depois, a lei o condena e o leva ao pó para reconhecer sua indignidade. No céu só entram pessoas quebrantadas. Nabucodonosor via a glória de sua cidade. Ele tocava trombeta para si mesmo. Gostava de viver sob as luzes da ribalta. Aplaudia sua própria glória. DEUS, portanto, o humilhou. Jogou-o no pó. Mandou-o para o pasto comer grama. Tirou suas roupas palacianas e molhou seu corpo com o orvalho do céu. Suas unhas esmaltadas viraram casco.
A conversão de Nabucodonosor pode ser vista por intermédio de quatro evidências: ele glorifica a DEUS (Dn 4.34). Agora, ele olha para o céu, para cima. Nossa vida sempre segue a direção de nosso olhar. Até agora ele só olhava para baixo, para a terra. Como aquele rico insensato que construiu só para esta vida, e DEUS o chamou de louco. Muitos levantam os olhos tarde demais, como o rico que desprezou Lázaro. Ele levantou seus olhos, mas já estava no inferno. Nabucodonosor confessou a soberania de DEUS (Dn 4.35). Testemunhou sua restauração (Dn 4.36) e adorou a DEUS (Dn 4.37). Stuart Olyott, afirma que da conversão de Nabucodonozor podemos aprender três lições práticas:
Em primeiro lugar, nunca devemos desistir da conversão de qualquer pessoa. Aquele que arruinou Jerusalém destruiu o templo, carregou os vasos sagrados, esmagou a cidade, levou cativo o povo, adorava deuses falsos e era cheio de orgulho converteu-se. Se aquele que manda matar seus próprios feiticeiros e também jogar na fornalha os filhos de DEUS; se aquele que exige adoração de seus súditos e força as pessoas a adorarem falsos deuses; se aquele que era o homem mais poderoso do mundo converteu-se, podemos crer que não há conversão impossível para DEUS.
Creia na conversão do ateu, do agnóstico, do cínico, do apático, do blasfemo, do feiticeiro, do idólatra, do viciado, da prostituta, do homossexual, do drogado, do assassino, do presidiário, do político, do universitário, do patrão, do cônjuge, do filho e dos pais. Creia! Evangelize! O DEUS que salva está no trono. Quando DEUS age, nem os loucos errarão o caminho.
Em segundo lugar, a razão pela qual você ainda não se converteu é porque ainda não está suficientemente quebrantado. É o publicano que bate no peito e chora pelos seus pecados que desce justificado. O grande perseguidor da igreja, Saulo de Tarso, só se converteu quando JESUS o joga no chão, e ele, cego, humildemente, volta-se para JESUS, quebrantado. JESUS não veio chamar justos, mas pecadores. Não veio curar os que se julgam sãos, mas os que reconhecem que são doentes e carentes.
Em terceiro lugar, quem reluta em se prostrar será quebrantado ou perecerá eternamente. DEUS poderia tornar qualquer pessoa louca. Quem sabe como DEUS reagirá a sua constante rejeição, a despeito das constantes advertências. DEUS pode quebrar você sem que haja cura (Pv 29.1). Se DEUS tornar você louco sem lhe restaurar, como você clamará por sua misericórdia? Se Ele chamar você agora, que desculpas você lhe daria? DEUS chamou de louco àquele que confia apenas no dinheiro e não se prepara para o dia de sua morte. Erga seus olhos ao céu enquanto é tempo. O homem rico o fez tarde demais e pereceu eternamente, nas chamas inextinguíveis do inferno. O tempo de DEUS é agora. É melhor ser quebrado por DEUS agora que perecer eternamente no inferno. Reconheça hoje também a soberania de DEUS e volte-se para o Senhor, pois Ele é rico em perdoar e tem prazer na misericórdia!
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 62-67.
 
3. Nabucodonosor proclama a sabedoria de DEUS (Dn 4.1-3).
Antes de contar o seu segundo sonho, Nabucodonosor em seu discurso fez uma proclamação na forma de um edito real que reconhecia os sinais e milagres que o DEUS Altíssimo havia realizado, especialmente, na vida do rei. Ele diz no versículo 2: “pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que DEUS, o Altíssimo, tem feito para comigo”. Nesta proclamação Nabucodonosor deseja fazer pública a experiência que teve com o DEUS dos judeus.
“Quão grandes são os seus sinais” (4.3). A ideia teológica de um “sinal ou sinais” pode significar um dos meios pelos quais DEUS comunica seu pensamento aos homens e indica a sua vontade. “Sinais” podem significar demonstrações espirituais que não podem ser produzidas pelo homem. Na língua hebraica “sinal” é môpheth no sentido de algo que dá notabilidade. Podia significar ou indicar “um milagre” que se distinga. Os sinais de DEUS são, acima de tudo, sobrenaturais, porque DEUS é o Criador e Senhor dos céus e da terra. O rei Nabucodonosor podia lembrar o livramento dos jovens hebreus na fornalha ardente sem se queimarem. Ele entendeu, também, que o DEUS dos judeus tinha um modo especial de revelar coisas futuras através de sonhos que os homens comuns não podem interpretá-los. Ele quis que fosse comunicado a todos os povos sob sua liderança que o DEUS dos judeus não se assemelhava a nenhum deus dos súditos do seu império. Ele era quem tinha o Domínio e o cetro de governo sobre toda a terra. Nabucodonosor, depois de ter experimentado a punição pela sua soberba e ter-se arrependido da mesma, foi restaurado de sua demência, sob a qual ficou longos sete anos num nível irracional como os animais do campo. Matthew Henry disse em seu comentário que “Nabucodonosor foi o rival mais ousado da soberania do DEUS Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido”. Porém, foi vencido por essa presunção e teve que reconhecer que o DEUS Altíssimo estava acima dele.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 66-67.
 
Dn 4.1 O rei Nabucodonosor a todos os povos. Esta carta foi enviada a todos os povos e terras sujeitados à Babilônia, bem como ao próprio povo babilônico, uma grande massa de gente de toda a terra". O rei lhes desejou a “paz”, uma introdução comum nas cartas do antigo Oriente Próximo e Médio. Esse era o homem que fizera guerra universal, mas agora descrevia seu avanço espiritual, por meio de experiências incomuns. Por assim dizer, essa carta foi uma epistola pastoral, na qual o rei figura como o pastor de seus súditos-ovelhas. Cf. a saudação de paz em Esd. 4.18 e 7.12. No Novo Testamento, a saudação tornou-se uma saudação espiritual.
Dn 4.2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas. Para o rei pagão, o DEUS Altíssimo comunicara importantes mensagens. Esse título aparece treze vezes no livro. É feito um contraste entre os “deuses” deste mundo, que não passam de ilusão (ver Dan. 2.11), razão pela qual freqüentemente desapontam os homens, e o DEUS dos israelitas. Em contraste, o DEUS dos judeus tinha exibido diante do rei grandes sinais e maravilhas, em visões que Daniel autenticara e interpretara. Quanto aos sinais e maravilhas,
Dn 4.3 Quão grandes são os seus sinais. Os sinais do DEUS Altíssimo são grandes, e suas maravilhas são poderosas, em contraste com os deuses-ídolos dos pagãos. O DEUS Altíssimo também tem um reino que é eterno e, finalmente, destruirá e substituirá todos os reinos da terra (Dan. 2.44,45). Seu domínio, em contraste com o dos reis da terra, continua interminavelmente, passando de uma geração a outra. A lição espiritual assim ensinada é que o DEUS dos judeus é incomparável. O paganismo e a idolatria são atacados. A lição moral é que devemos lealdade ao DEUS Altíssimo, ao mesmo tempo que podemos ignorar, com segurança, todas as imitações. O vs. 3 tem linhas métricas, e estas assumem a forma de um hino de louvor, Cf. Sal. 145.5,13. “Esses são excelentes sentimentos que mostram quão profundamente sua mente ficara impressionada com a majestade de DEUS” (Adam Clarke, in toe). CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3387-3388.
 
Um exemplo do modelo usado geralmente nos documentos, proclamações ou cartas circulares emitidos pelo rei no versículo 1. O estilo real usado por Nabucodonosor não apresenta nenhuma pompa ou extravagância, mas é simples, breve e sem afetação - diz apenas: Nabucodonosor, o rei. Embora em outras ocasiões ele tivesse feito uso de palavras grandiosas e cheias de vaidade para acompanhar o seu nome, agora elas foram deixadas de lado, pois estava velho e havia ultimamente se recuperado de uma perturbação mental que o havia humilhado e mortificado. Agora ele se encontrava numa verdadeira contemplação da grandeza e da soberania de DEUS. Essa declaração foi dirigida não só aos seus súditos, mas a todos aqueles que viessem a ler esses escritos, a todos os povos, nações e línguas que habitavam a terra. Ele pretende que eles sejam não só lidos, pois trazem em si um relato da sua própria infâmia (que talvez ninguém ousasse relatar se ele mesmo não a tivesse relatado. Portanto, Daniel publicou o documento original) como também recomenda e ordena estritamente a todos os tipos de pessoas que devem tomar conhecimento dele, pois a todos deveria não só interessar, como também lhes poderia ser útil. Ele saúda a quem está escrevendo de acordo com a fórmula habitual: “Paz vos seja multiplicada”. Observe que compete ao rei, através das suas ordens e comunicados, transmitir ao povo os melhores votos e. como responsável pela sua nação, abençoar os seus súditos. Essa é a maneira habitual, entre nós, de enviar saudações. Omnibus quibus hae praesentes literae pervenerint salatem - Saúde, a todos a quem a presente mensagem possa chegar. E às vezes Salutem sempitre- nam - Saúde e salvação eternas.
Algo sobre o assunto e conteúdo. Ele escreve isto:
1. Para informar aos outros quais providências DEUS tomou a seu respeito (v. 2): “Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que DEUS, o Altíssimo, (portanto, ele está reconhecendo o verdadeiro DEUS) tem feito para comigo”. Como se tratava de uma dívida que tinha para com DEUS e o mundo, agora que estava recuperado da sua perturbação mental, ele achava que tinha o dever (assim dizem suas palavras), e que a ele competia relatar aos lugares distantes, e registrar para as futuras gerações, como havia sido justamente humilhado por DEUS e como, de maneira tão bondosa, Ele o havia recuperado no final. Não há dúvida de que todas as nações tinham ouvido falar sobre aquilo que acontecera a Nabucodonosor e festejado. Mas ele achou que seria apropriado que recebessem um relato completo feito por ele mesmo a fim de ficarem sabendo que a mão de DEUS estivera presente nisso, que impressões a situação causou sobre o seu espírito, e depois discorrer sobre o assunto não como se fosse uma notícia nova, mas como uma questão de religião. Os acontecimentos relacionados com ele não foram apenas maravilhas a serem admiradas, mas também sinais a serem transmitidos ao mundo para mostrar que Jeová é maior que todos os outros deuses. Note que devemos mostrar aos outros o comportamento de DEUS para conosco, não só as censuras às quais fomos submetidos, como também os favores que recebemos. E embora esse relato possa trazer alguma vergonha para nós, como aconteceu com Nabucodonosor, não devemos omiti-lo desde que possa redundar em glória para DEUS. Muitos poderão se apressar em descrever o que Ele fez pela sua alma, embora isso possa revelar uma auto-exaltação, e não se importam de dizer o que DEUS fez contra eles (por merecimento). No entanto, devemos dar glória a DEUS não só com louvores pelas suas misericórdias, mas confessando os nossos pecados, aceitando o castigo pela nossa iniquidade e nos envergonhando, da mesma maneira que esse poderoso monarca aqui faz.
2. Para mostrar o quanto ele mesmo foi afetado por essas providências, e como elas o convenceram (v. 3). Devemos sempre falar a respeito da palavra e das obras de DEUS com interesse e seriedade, e mostrar como fomos afetados por aquelas grandes coisas divinas que gostaríamos que os outros conhecessem. (1) Ele está admirando as obras de DEUS. Ele fala sobre elas como alguém que estivesse assombrado, sobre como eram grandes os seus sinais e como eram poderosas as suas maravilhas! Então, Nabucodonosor estava velho, havia reinado durante muito tempo, havia visto muito do mundo e todas as suas revoluções, mais do que a maioria dos homens e como nunca, até então, havia sido afetado e conduzido a admirar os eventos como sinais de DEUS e das suas maravilhas. Agora ele podia dizer: “Quão grandes são os seus sinais e quão poderosas as suas maravilhas!” Note que quanto mais entendermos os acontecimentos como obras do Senhor, e virmos neles o produto do divino poder e as condutas da divina sabedoria, mais maravilhosos eles parecerão aos nossos olhos (SI 118.23; 66.2). (2) Assim ele percebe o domínio de DEUS. No final, a isso foi levado a concordar, isto é, que o reino de DEUS é um reino eterno, bem diferente do seu próprio reino, que ele tinha visto e previsto há muito tempo num sonho, e que se apressava a acontecer num certo período. Ele agora reconhece que existe um DEUS que governa o mundo e que tem um incontestável e completo domínio sobre todos os assuntos dos homens, que são seus filhos. A glória do reino de DEUS é eterna. Outros reinos estão confinados numa única geração, e outras dinastias em poucas gerações. Mas o domínio de DEUS passa de geração em geração. Parece que aqui Nabucodonosor está se referindo àquilo que Daniel havia previsto a respeito de um reino que o DEUS do céu implantaria e que nunca seria destruído (cap. 2.44) e que, mesmo significando o reino do Messias, ele estava entendendo como sendo um reino miraculoso. Dessa maneira, podemos fazer um uso prático da aplicação dessas escrituras proféticas cuja total compreensão ainda não alcançamos e cujo significado talvez não possamos alcançar.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 846-847.