22 outubro 2014

Lição 4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana, 2 parte

Lição 4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana, 2 parte
 
O Anticristo e seu falso profeta.
Tanto o Anticristo como o seu profeta aparecem aqui no capítulo 13, sob a figura de duas bestas. O Anticristo é a besta que sobe do mar em 13.1. O Falso Profeta é a besta que sobe da terra em 13.11. O Anticristo é assim chamado por duas razões. Ele se opõe a CRISTO no sentido de resistir e hostilizar. Mas também se chama assim porque procura imitar a CRISTO no seu papel de redentor.
Satanás estará na terra já durante a primeira metade da 70ª semana, mas não se revelará como o Anticristo até a metade da semana, quando cancelará sua aliança com Israel. As duas testemunhas profetizarão durante a primeira metade da semana, quando ele as perseguirá e as matará. É provável que nesse tempo a Besta coloque sua imagem no templo, já reconstruído em Jerusalém e exija adoração à sua pessoa.
A segunda besta ou o Falso Profeta procura imitar o ESPÍRITO SANTO, como veremos ao estudarmos sobre ela neste mesmo capítulo.
 
A besta que subiu do mar - o Anticristo (13.1-10).
Versículo 1. "uma besta". A palavra usada no original indica animal selvagem. Isso mostra o caráter bestial, animalesco, baixo e vil do Anticristo, quando ele se manifestar abertamente. "Dez chifres... e sobre os chifres, dez diademas", o que indica a sua procedência satânica, pois o dragão aparece em 12.3 com sete cabeças e dez chifres. Mas há uma diferença entre os dois. Os diademas do dragão estavam nas cabeças (12.3), e os da besta nos chifres (13.1). Deste modo, os diademas do dragão eram sete, é os da besta dez. O profeta Daniel viu esse animal sob outro ângulo, porém tinha também sete cabeças e dez chifres (Dn 7.23,24).
Versículo 2. Aqui temos o que podemos chamar um retrato da besta: Parecida com leopardo, com pés de urso e boca de leão. Isso nos leva ao capítulo 7 de Daniel. Ali o leopardo é a Grécia; o urso é a Pérsia e o leão é Babilônia. O leopardo fala de rapidez; o urso, de força e o leão, de soberba. Certamente isso também significa que o domínio da besta será caracterizado por princípios que predominaram em Babilônia, na Pérsia e na Grécia e também no Império Romano, porque os dez chifres, como veremos logo mais, figuram uma expressão última daquele império. "E deu-lhe o dragão o seu poder". Assim, temos no início do capítulo a revelação de uma trindade satânica operando nesse tempo: o Dragão, que procura imitar DEUS; a Besta, que imita o Senhor JESUS; e o Falso Profeta (a segunda besta), que imita o ESPÍRITO SANTO. Que dias tenebrosos serão esses!
Versículo 5. O domínio da Besta será de 3 anos e meio. "Quarenta e dois meses", diz o versículo. "Foi-lhe dada uma boca que..." A Besta terá inigualável habilidade de influenciar as massas à ação com seus discursos inflamados. Com os modernos meios de comunicação por satélites, alcançará o mundo todo com sua demagogia saturada de poder maligno.
Versículo 7. Os "santos" aqui são aqueles que crerão durante a Grande Tribulação: judeus e gentios. Eles morrerão como mártires. A superigreja mundial encabeçada pelo Falso Profeta matará nesse tempo muito dos santos. Apocalipse 17.6: "Então vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de JESUS..."
Versículo 8. "dó Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo". Significa que cada cordeiro que era imolado como sacrifício no Antigo Testamento, desde o primeiro que Abel imolou (Gn 4.4), era uma prefiguração do Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Portanto, CRISTO e sua obra redentora é o tema central das Escrituras. Em 1 Pedro 1.20 confirma isto: "conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vos".
2. A besta que subiu da terra - o Falso Profeta (13.11-18). Ele é chamado por esse nome em três lugares do Apocalipse: 16.13; 19.20; 20.10.
Versículo 11. "possuía dois chifres". O chifre é símbolo de poder em qualquer sentido. Podem indicar seu poder político e religioso, pois no versículo 12 está dito que ela exerce a autoridade da primeira besta e compele todos à adoração da primeira besta, "parecendo cordeiro, mas falava como dragão". A segunda besta é descrita como cordeiro, o que indica o seu caráter religioso, que é confirmado pelo seu título "falso profeta". Profeta de quê? Só pode ser uma falsa religião.
Versículos 12,13. A leitura desses versículos mostra que haverá muita religiosidade naqueles dias. O versículo 13 indica que será um período de muitos milagres. Porém em 2 Tessalonicenses 2.9, o ESPÍRITO SANTO, falando por meio de Paulo, diz: "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios da mentira". Portanto, serão como sempre, milagres falsos, como acontece hoje em dia no espiritismo. Quando, por meio do espiritismo, o demônio sai de uma pessoa, muitos outros ficam doentes. O que acontece lá não é cura nem libertação, é um acordo entre os demônios, mas sempre com prejuízo do ser humano escravizado.
É a operação do erro, para crerem na mentira, como está escrito em 2 Tessalonicenses 2.11.
O Falso Profeta será, pois, um superlíder religioso. Pelos versículos 12 e 15 vê-se que ele promoverá uma religião universal em torno da primeira besta. O movimento religioso do ecumenismo já bem configurado por toda parte, visando unir todas as igrejas, e aceitando pessoas de todas as procedências religiosas (bastando que "creiam" em DEUS) está aí. O palco já está armado; só faltam os atores para o drama...
Versículo 15. A imagem da Besta falará. Sim, falará como atualmente os demônios falam através dos médiuns espíritas.
Versículos 16-18. O nome e o número da Besta. Será fácil saber isto pelos que estiverem aqui quando a Besta surgir no cenário mundial. Para nós, os salvos, aguardamos o arrebatamento da Igreja, muito antes da manifestação desse Anticristo. "Número de homem" (v. 18). A Besta não será o Diabo, nem um homem ressuscitado, mas um homem personificando o Diabo. Três coisas são ditas dela, no versículo 17: sua marca, seu nome, e seu número.
O número "666" é número de homem ou humano (v. 18). O homem foi criado no sexto dia. Ao homem foi determinado que trabalhe seis dias na semana. O escravo hebreu servia por seis anos de cada vez. O homem cultivava a terra por seis anos de cada vez. Encontramos o número "666" no Antigo Testamento, mas sem qualquer relacionamento com o da Besta (1 Rs 10.14; 2 Cr 9.13). Muitos, através dos tempos, têm encontrado o número "666" nos nomes de muitas personagens da história, mas tudo não passa de especulação.
Conclusão sobre as duas bestas. Estes dois homens de que acabamos de tratar representam dois grandes movimentos mundiais nos últimos dias dos tempos dos gentios: uma confederação de nações para fins políticos, e uma confederação (também mundial) de igrejas para fins religiosos.
Observando com atenção a profecia, vemos que os tempos dos gentios começaram com a adoração compulsória de uma imagem idolátrica (Dn 3), e findarão, como acabamos de ver, com a adoração, também compulsória, de uma imagem, desta vez, da Besta, o último governante mundial dos tempos dos gentios.
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
A Segunda Besta que se Levanta da Terra (Ap 13.11,12)
"E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada."
A primeira besta levantou-se do mar (isto é, das nações do mundo). Agora, a segunda besta há de se levantar da terra. Está claro, pois, que não vem do céu, apesar de sua proclamação e da ostentação que faz de seus poderes sobrenaturais. E "uma outra" besta; ou seja: é do mesmo tipo que a primeira. Sua aparência de cordeiro contrasta com suas palavras, pois fala "como dragão".
Ela procura dar a impressão de ser um cordeiro - gentil e cuidadoso, cheio de amor. Mas tudo não passa de encenação. Ela é má. Suas palavras, embora convincentes, são enganosas. Faz parte do trio diabólico, que é uma imitação da trindade. A verdadeira Trindade é uma triunidade composta por três pessoas divinas num único Ser Eterno. Este trio, porém, é constituído de seres separados; formam uma unidade somente nos planos satânicos.
A segunda besta exercerá toda a autoridade e poder diante da primeira besta. Isto significa que o dragão, o próprio Satanás, é também a fonte de poder da segunda besta.
Com seu poder, ela ajudará a primeira besta. Forçará a terra e todos os seus habitantes a adorá-la, mostrando como aquela ferida mortal foi curada. Fica claro, pois, que não somente a sua cabeça, mas todo o seu corpo achava-se mortalmente ferido. Todavia, foi esta restaurada. (Ver comentário no versículo 3). Observamos que a preocupação da segunda besta será com a religião; ela é, portanto, identificada como o Falso Profeta (16.13; 19.20; 20.10).
Alguns creem que o Falso Profeta estará à frente da igreja apóstata durante a primeira parte da Grande Tribulação (os verdadeiros crentes já terão sido arrebatados para o encontro com Senhor JESUS nos ares). Assim, o Falso Profeta tornar-se-á o líder do sistema religioso mundial que o Anticristo estabelecerá na última parte da Grande Tribulação. Ao glorificar a besta e a sua falsa ressurreição, o Falso Profeta imita o ESPÍRITO SANTO, cuja missão é, entre outras coisas, glorificar o CRISTO ressuscitado.
 
Milagres Enganosos e Falsos (Ap 13.13-15)
"E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi- lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta."
A segunda besta, o falso profeta, opera muitos sinais e milagres ("sinais" no versículo 13 é a tradução da mesma palavra grega (semeia) usada no Evangelho de João para descrever os milagres de JESUS). Na presença dos povos, o falso profeta faz até com que fogo, aparentemente vindo do céu, caia na terra. Trata-se de uma imitação clara do milagre realizado por Elias ao desafiar os israelitas a decidirem entre o Senhor e Baal. Apesar dos sacerdotes de Baal não puderem realizar o prodígio (1 Rs 18.22-34), o Falso Profeta, através do poder de Satanás, o fará. Todos ficarão impressionados. Até mesmo nesta era tão científica, há pessoas ingênuas dispostas a seguir os falsos profetas; são enganadas pelos milagres que não têm por objetivo a glorificação de DEUS.
Os pretensos milagres do Falso Profeta têm por objetivo enganar a humanidade (1 Ts 2.9-12). Mas Israel é advertido em Deuteronômio 13.1-3 a precaver-se contra os profetas que, apesar dos sinais e milagres que operam, levam o povo a desviar-se do verdadeiro DEUS. Os tais devem ser considerados impostores.
Pois os verdadeiros profetas falam por DEUS, e encorajam o povo a servi-lo e a adorar a CRISTO.
Pode ser que o Falso Profeta tente criar uma igreja ecumênica, aglutinando todas as religiões numa só, fazendo com que todos adorem o Anticristo. Seus pretensos milagres serão uma imitação dos sinais e portentos bíblicos; constituir-se-ão numa tentativa de copiar o ministério do ESPÍRITO SANTO (ver comentário no versículo três).
Com os seus falsos sinais e milagres, a segunda besta confundirá os habitante da terra (isto é, os incrédulos que forem aqui deixados). Estes, afinal, já se encontram no caminho largo da destruição por rejeitarem o Cordeiro de DEUS. JESUS advertiu que falsos profetas e falsos cristos levantar-se-iam no final dos tempos (Mt 24.24). O Anticristo e o Falso Profeta representam o clímax de todos estes enganos. As pessoas, contudo, não conseguirão enxergar que os milagres do Falso Profeta são enganosos. Hão de aceitá-los como prova de que a besta é o CRISTO verdadeiro.
Na realidade, o Falso Profeta persuade a todos a dedicar uma estátua ao Anticristo - a besta que sobreviveu a ferida mortal. Tal estátua será como a idealizada por Nabucodonosor visando a adoração de si mesmo (Dn 3.1). A estátua, ao que parece, será colocada no templo a ser reconstruído em Jerusalém (Dn 9.26; Mt 24.15; 2 Ts 2.4). Consequentemente, ela tornar-se-á num ponto central de adoração à Besta.
Ao Falso Profeta é dado poder para comunicar vida à estátua da besta. O termo grego pneuma que pode ser usado como referência a qualquer tipo de espírito. Que tipo de trapaça, ou fraude, capacitou a besta a realizar tal portento, a Bíblia não revela. Talvez o Falso Profeta tenha ordenado ao espírito demoníaco que animasse a estátua. Ao fazê-lo, o Falso Profeta reivindica poder divino para si mesmo e à primeira besta - o Anticristo. Este é um dos seus maiores enganos. A Bíblia deixa claro que somente DEUS pode criar e dar a vida. O verbo hebraico bara, "criar", é sempre mostrado na Bíblia em estreito relacionamento com DEUS. De diversas formas a Bíblia proclama o Senhor DEUS tanto Criador como Redentor.
Através deste "espírito" a estátua da besta põe-se a falar, induzindo a humanidade a crer que o Anticristo seja realmente um ser divino. A estátua da besta, então, baixa um decreto, determinando que sejam mortos os que se recusarem a adorar o Anticristo. Isto reforçará a exigência do Falso Profeta quanto a uma religião única. Mas os que resistirem ao Anticristo e continuarem a adorar a JESUS, serão martirizados por sua fé (Ap 6.9; 14.12,13; 17.9- 17). Fica patente, pois, que o Anticristo não seguirá uma filosofia ateísta. Seu sistema será religioso. Ele usará a religião para exaltar-se a si mesmo como DEUS, como o fizeram os antigos reis da Assíria, Babilônia e Roma.
 
A Marca da Besta (13.16-18)
"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis."
O Falso Profeta não fará exceções em sua exigência para que todos os habitantes da terra recebam a marca do Anticristo (isto é, da primeira besta). O texto diz claramente que todos serão marcados - "pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos".
A marca da besta é o substitutivo de Satanás para a marca com a qual o 144.000 serão selados (Ap 7.3), e que servirá para identificar os que pertencem a DEUS. A marca da besta identificará os seus seguidores, os que se acham sob o controle de Satanás.
A palavra "marca" (grego charagma) era usada para designar o selo, que poderia ser gravado, colado ou impresso. Era destinado a marcar cavalos, autenticar documentos e cunhar moedas. (2) Não há, contudo, evidência de que algum tipo de selo haja sido usado, nos dias de João, para marcar seres humanos. (3) Nenhuma marca era impressa naqueles que juravam lealdade aos imperadores de Roma. Isto evidencia estar completamente equivocada a perspectiva preterista usada para interpretar o Apocalipse. A natureza da marca da besta, ou o método pela qual é aplicada, não é descrita, exceto a indicação do seu número. Fica claro que, desde o momento em que a for aplicada, tornar-se-á permanente. Os que a aceitam, farão como testemunho de sua rejeição a CRISTO. A pressão econômica os ajudará a decidir-se por receber a marca.
Entende-se pelo texto que a marca da besta controlará a economia de todo o mundo, pois ninguém poderá comprar ou vencer sem esta identificação. Nada disto aconteceu durante as perseguições romanas, ou nos períodos mais negros da história da Igreja.
O domínio sobre a economia mundial será usado como incentivo aos reticentes para que aceitem a marca da besta. Desde que a marca é identificada com o nome da primeira Besta, ela tem a ver com a sua natureza e caráter. A marca simboliza ainda plena submissão ao Anticristo e ao Falso Profeta. Lendo o versículo 15, tem-se a impressão de que os que se recusam a recebê-la serão identificados, descobertos e martirizados.
O versículo 18 oferece uma pequena lista para se entender o sentido da marca e do nome, ou caráter, da besta. O número 666, no entanto, tem-se tornado mui controvertido, e vem promovendo mais especulações que qualquer outra coisa da Bíblia.
Antes da invenção dos números arábicos (0,1,2,3...), os judeus e gregos tinham de escrever os números por extensos. Com o passar do tempo, começaram a substituir as letras do alfabeto pelo nome dos números. Assim, as primeiras dez letras eram usadas para os números de 1 até 10. A letra seguinte designava o 20, a outra 30, e daí por diante.
Vem se constituindo num passatempo popular adicionar letras aos mais diversos nomes para se obter a identidade da besta. Alguns concluem que o Anticristo haja sido Nero César, pois tal nome em caracteres hebraicos soma 666. Contudo, o Apocalipse está no grego, e fala do Alfa e do Omega, letras do alfabeto grego; e não "Alefe" e "Tau", letras do alfabeto hebraico. Assim, há somente especulação ao atribuir-se o número 666 a Nero.
Através da história, vem-se tentando identificar o Anticristo nos ditadores e tiranos. Quando me encontrava em Israel em 1962, um judeu convertido disse-me para prestar atenção no nome de Richard Nixon, pois vertido em hebraico soma exatamente 666. Mais tarde, um irmão da Itália contou-me que a inscrição dedicada ao papa, e que pode ser vista no interior da basílica de São Pedro, em Roma, em algarismos latinos, também soma 666. E digno de nota que alguns escribas antigos substituíssem deliberadamente o número 666, por 616, para que se encaixasse com o nome de Calígula. A Igreja Primitiva, unanimemente, rejeitou o artifício.
O Apocalipse, contudo, nada fala sobre a soma de números do nome da besta. A única chave é esta: "é o número de um homem". Expositores da Bíblia interpretam o seis para simbolizar a raça humana. O três para designar a Trindade. As tripla repetição - 666 - pode simplesmente significar que o Anticristo é um homem que crê ser um deus, membro de uma trindade composta pelo Anticristo, Falso Profeta e Satanás (2 Ts 2.4; Ap 13.8)
HORTON. Stanley. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem acontecer. Editora CPAD.
 
3. Coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3.12).
Três acusações graves contra os judeus (3.12).
A primeira acusação: “não fizeram caso de Ti”(v. 12). Esta expressão é o mesmo que dizer: eles não te respeitaram como rei. Os seus acusadores passaram a ideia de que os jovens, quando não se ajoelharam nem adoraram a estátua do rei, voluntária e maliciosamente, decidiram desafiar publicamente a autoridade do rei.
A segunda acusação: “a teus deuses não servem” (v. 12). Estavam afirmando ao rei que os jovens hebreus não prestavam culto aos deuses da Babilônia, uma vez que havia um politeísmo babilônico exacerbado com muitos deuses e deusas. Os jovens hebreus mantiveram a fé recebida de seus pais em Jerusalém. Eles não serviriam a outros deuses, senão a Jeová, o DEUS de Israel.
A terceira acusação: “não servem, nem a estátua de ouro que levantaste, adoram” (v. 12). Os caldeus entendiam que a atitude dos jovens hebreus era de total rebelião e contra as demais religiões representadas pelas nações exiladas na Babilônia.
A lição que aprendemos com esses jovens hebreus é que eles conheciam a DEUS e sabiam que Ele tinha poder para interferir naquela situação e livrá-los da morte.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 59.
 
O presente versículo mostra os acusadores em plena atividade, prestando um serviço à pessoa de Satanás, o acusador de nossos irmãos, "... o qual diante de nosso DEUS os acusava de dia e de noite” (Ap 12.10). Eles bem sabiam das circunstâncias em que estes judeus haviam sido designados para os cargos, e estavam ressentidos pelo fato de ter o rei promovido estrangeiros para estarem acima deles. Agora, porém, segundo eles, estava ali a oportunidade de obter o favor do rei, revelando-lhes a traição daqueles jovens inocentes. Eles esqueceram que DEUS “se curva para ver o que está nos céus e na terra. Que do pó [do próprio cativeiro] levanta o pequeno, e do monturo ergue o necessitado, para o fazer assentar com os príncipes...” (SI 113.6-8). Sadraque, Mesaque e Abdenego, foram promovidos ali, exclusivamente pela misericórdia de DEUS (Dn 2.49).
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD. pag. 60.
 
O coração dos três judeus (vv. 8-12).
No entanto, naquela imensa multidão, três homens permaneceram em pé, mesmo quando todo o resto prostrou-se com o rosto em terra. Sua fé estava no verdadeiro DEUS vivo e na Palavra que ele havia dado a seu povo. Conhecendo a história do povo judeu, tinham certeza de que o Senhor estava no controle e de que não havia nada a temer.
O profeta Isaías havia escrito: "Mas agora, assim diz o S en h o r , que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti" (is 43:1, 2). Ter fé significa obedecer a DEUS apesar dos sentimentos dentro de nós, das circunstâncias a nosso redor ou das conseqüências diante de nós.
E difícil reconstruir os detalhes dos acontecimentos, mas tudo indica que o rei Nabucodonosor e seus conselheiros ("caldeus") não estavam juntos enquanto assistiam à cerimônia e o rei não havia exigido que se juntassem ao povo em sua adoração. E possível que tivessem declarado sua lealdade em particular por considerarem um insulto juntar-se "à ralé". Uma vez que os três homens hebreus tinham cargos nas províncias (Dn 2:49), deviam estar presentes, mas não sabemos exatamente onde.3 Ao que parece, Nabucodonosor não tinha como observá-los, mas os caldeus podiam ver o que eles faziam e, sem dúvida, esses homens perversos vigiavam e esperavam uma oportunidade de acusar os três estrangeiros que haviam sido promovidos a líderes dos babilônios.
Não sabemos se esse grupo de conselheiros era o mesmo que havia sido envergonhado quando Daniel interpretou o sonho do rei, mas se esse é o caso, esqueceram-se rapidamente de que os "estrangeiros" haviam salvo a vida deles.
A verdadeira fé não teme as ameaças, não se impressiona com as multidões nem se abala com cerimônias supersticiosas. A verdadeira fé obedece ao Senhor e confia que ele cuidará das conseqüências. Esses três homens judeus conheciam a lei de DEUS:
"Não terás outros deuses diante de mim [...]. Não as adorarás, nem lhes darás culto" (Êx 20:3, 5). Uma vez que o Senhor falou sobre um assunto, isso está resolvido e não há espaço para discussão nem necessidade de transigência. Prostrar-se diante de uma imagem, ainda que uma só vez, quaisquer que fossem as desculpas que pudessem dar, teria acabado com seu testemunho e rompido sua comunhão com DEUS. O tempo do verbo grego, em Mateus 4:9, indica que Satanás pediu a JESUS que o adorasse apenas uma vez, e o Salvador se recusou. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não se prostrariam diante da imagem de ouro nenhuma vez, pois isso os levaria a servir os falsos deuses de Nabucodonosor para o resto da vida.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pag. 323-324.
 
 
III – A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12).
A punição foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha ardente, mas os servos do DEUS Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que DEUS poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos sem trair a sua fé.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 60.
 
Dn 3.8 Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus. O rei se fizera entender claramente. Ninguém poderia dizer-se ignorante da lei. Alguns oficiais provinciais observaram que havia três jovens judeus que não cumpriam seus “deveres religiosos”. Esses jovens estavam cometendo um claro ato de traição. Não temos aqui menção ao grupo de judeus no cativeiro, mas somente aos três jovens companheiros de Daniel, o que indica claramente que as massas dos judeus estavam obedecendo ao edito real. O três tinham sido colocados em posição de autoridade (ver Dan. 2.49 e 3.12, o que os tornara conspícuos.
E acusaram os judeus. Diz a Revised Standard Version: “acusaram maliciosamente”.
Isso é justificado pelas palavras literais: “e comeram seus pedaços”. Esta é uma expressão idiomática no aramaico, que comumente significava “acusar” , o que demonstra uma atitude virulenta. O aramaico também usava a expressão “comeram a carne deles” (Quran, 49.12). Cf. as palavras akalo karsi, das cartas de Tel-el-Amarna (e ver Sal. 27.2). Pode ter havido inveja política na questão, em que um partido tentava derrubar outro. A única coisa pior do que a perseguição política é a perseguição religiosa.
Dn 3.9 Disseram ao rei Nabucodonosor. Aqueles pequenos oficiais locais, em sua tremenda inveja, certificaram-se de que o rei ouvisse sobre a clara infração que tinham descoberto. Dessa maneira, demonstraram quão competentes e patriotas eram revelando a questão assim que puderam. Demonstraram respeito pelo rei, desejando que ele “vivesse para sempre”, e não dando valor algum à vida dos três “criminosos”, “Um prefácio de lisonja foi seguido de perto pela crueldade. Assim também, em Atos 24.2,3, onde Tértulo, ao acusar Paulo diante de Félix, começou lisonjeando o governador romano” (Fausset, in Ioc.). O restante dos judeus acompanhava o movimento de apostasia; Daniel era importante e favorecido demais para alguém tentar atingi-lo. Assim sendo, a ira recaiu sobre os três amigos de Daniel, que são mencionados por nome no vs. 12.
Dn 3.10 Tu, ó rei, baixaste um decreto, Aqueles réprobos lembraram a Nabucodonosor que fora ele próprio quem decretara, de modo “justo e sábio”, que, ao começarem a tocar os instrumentos musicais (já listados por duas vezes nos vss. 5 e 7), todos deveriam prostrar-se e adorar a imagem feita pelo monarca. Os instrumentos tinham sido tocados, O decreto entrara em efeito. Mas certos jovens preferiram desobedecer ao decreto real. Este versículo é uma repetição virtual do vs. 5, onde são oferecidas notas expositivas.
Dn 3.11 Qualquer que não se prostrasse e não adorasse. Este versículo repete essencialmente o vs. 6 — o resultado para quem não obedecesse ao decreto, ou seja, a fornalha ardente. Ver notas alí. Aqueles homens ímpios e desvairados agora “exigiam” que a execução ocorresse. Provavelmente eles seriam galardoados de alguma maneira, ainda que somente com a satisfação de ver a queda dolorosa de inimigos políticos que, além do mais, eram estrangeiros desprezados.
Dn 3.12 Há uns homens judeus. Os réprobos não demoraram a identificar os “traidores”: eram aqueles três estrangeiros, os desprezíveis cativos judeus, a saber, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, homens desobedientes e ímpios que ousavam desafiar o rei e o seu decreto, dignos da punição ameaçadora. Quanto aos nomes desses três homens, seus nomes hebraicos originais e seus novos nomes babilônicos, ver Dan. 1.6,7. O texto não menciona a razão pela qual Daniel (que também, sem dúvida, desobedecera ao decreto real) não estava entre os acusados.
Por isso floresceram várias conjecturas: 1. Daniel era alto demais para ser tocado; 2. ele estaria viajando; 3. ele teria seu próprio julgamento severo (capítulo 6), pelo que pôde ter-se mostrado culpado no caso, mas fora deixado em paz propositadamente.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3384-3385.
 
As pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles, de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece a DEUS. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa “comer a carne de alguém”.
As pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes (v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso, apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca contendas, brigas, mortes e desastres. As pessoas fiéis, entretanto, entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a DEUS é mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam que agradar a DEUS é mais importante que preservar a própria vida. A principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade inegociável.
Três jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado. Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não constava do vocabulário deles.
A fidelidade incondicional não é uma barganha com DEUS. Muitas vezes, nossa fidelidade a DEUS nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a fidelidade a DEUS.
Ceder à pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha. Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento. São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. E a fornalha de ser desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a DEUS são chamados de retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via de regra, está.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 53-54.
 
E estranho ver que Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego estavam presentes nessa reunião, sabendo, provavelmente, qual era o intento dessa convocação. Podemos supor que Daniel estivesse ausente porque os seus negócios o requisitavam, ou porque ele tivesse a dispensa do rei para se retirar, a menos que suponhamos que ele estivesse tão elevado no favor do rei que ninguém ousasse se queixar dele pela sua desobediência. Mas por que os seus companheiros não se afastaram do caminho? Certamente porque queriam obedecer ao rei até onde fosse possível, e estariam prontos a dar um testemunho público contra essa idolatria grosseira. Eles não acharam suficiente não se prostrarem diante da imagem, mas, estando no evento, se viram obrigados a ficar de pé diante dela, embora fosse a estátua que o rei, seu senhor, havia levantado, e uma estátua de ouro para aqueles que a adorassem. Então: IA denúncia é trazida ao rei por alguns caldeus, contra esses três homens que não obedeceram ao decreto real (v. 8). Talvez esses caldeus que os acusaram fossem alguns daqueles magos ou astrólogos que foram particularmente chamados de caldeus (cap. 2.2,4). Eles eram aqueles que guardavam rancor contra os companheiros de Daniel por causa dele, devido ao fato de ele tê-los ofuscado junto com esses companheiros. Os amigos de Daniel, por suas orações, tinham obtido a misericórdia que salvou a vida desses caldeus. Mas estes retribuíram o bem com o mal. Eram adversários daqueles que demonstraram amor. Isto também aconteceu com Jeremias, que intercedeu diante de DEUS por aqueles que mais tarde cavaram uma cova para a sua vida (Jr 18.20). Não devemos estranhar o fato de nos depararmos com homens ingratos. Ou talvez esses fossem os caldeus que esperavam pelos cargos aos quais esses homens foram promovidos, e invejavam o favorecimento deles. E quem pode suportar a inveja? Eles apelaram ao próprio rei a respeito do decreto. Apresentaram-se com o devido respeito à sua majestade, fazendo a saudação habitual: “O rei, vive eternamente!” (como se não visassem nada além da honra do rei, e quisessem servir aos seus interesses, quando, na verdade, estavam colocando sobre o rei aquilo que ameaçava a ruína dele e do seu reino). Então pedem licença: 1. Para lembrá-lo da lei que ele havia feito recentemente, pela qual toda sorte de pessoa, sem exceção de nação ou língua, deveria se prostrar e adorar a imagem de ouro. Eles também o lembraram da penalidade que pela lei deveria ser infligida aos que se recusassem: deveriam ser lançados no meio do forno de fogo ardente (w. 10,11). Não pode ser negado que essa era a lei. Ela deveria ser considerada, quer fosse uma lei justa ou não. 2. Para informá-lo de que esses três homens, Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego, não haviam obedecido ao seu decreto (v. 12). E provável que Nabucodonosor não tivesse qualquer propósito específico de apanhá-los em uma armadilha ao fazer a lei, porque então ele mesmo estaria de olho neles, e não teria precisado dessa informação. Mas os seus inimigos, que buscavam uma oportunidade contra eles, aproveitaram isso, e se apressaram a acusá-los. Para agravar a situação, e incitar mais o rei contra os servos de DEUS: (1) Eles o lembram da dignidade com que os criminosos tinham sido favorecidos. Embora fossem judeus, estrangeiros, cativos, homens de uma nação e religião desprezíveis, o rei os havia constituído sobre os negócios da província de Babilônia. Era, portanto, uma ingratidão e uma insolência intolerável desobedecerem à ordem do rei, depois de terem recebido tantos favores daquele monarca. E, além disso, a elevada posição em que estavam tornava a recusa deles ainda mais escandalosa. Isto seria um mau exemplo, e teria uma má influência sobre os outros. Portanto, era necessário que essa atitude fosse punida com muito rigor. Desse modo, os príncipes que são suficientemente incitados contra pessoas inocentes geralmente têm muitos ao redor deles que farão tudo o que puderem para agravar a situação. (2) Eles sugerem que isso foi feito maliciosamente, obstinadamente, e em desprezo ao monarca e à sua autoridade: “Eles não fizeram caso de ti. A teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que levantaste, adoraram.”
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 839-840.
 
2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18).
“agora, se estais prontos” (3.15). Eles estavam prontos, não para obedecer a imposição do rei quanto à sua fé. Eles estavam prontos, sim, para manter a sua fé no DEUS que podia mudar toda aquela situação. Aqueles jovens entendiam que fidelidade é algo inegociável. A fidelidade desses jovens era mais que uma qualidade de caráter, era uma confiança inabalável em DEUS que haveria de intervir naquela situação. A resposta resultava do conhecimento prévio que tinham do mandamento divino: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu DEUS, sou DEUS zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20.3-5). DEUS busca homens e mulheres que tenham a fibra de manter a fidelidade a Ele mesmo quando ameaçados.
“Não necessitamos de te responder sobre este negócio” (3.16). A confiança em DEUS e a certeza de que DEUS faria alguma coisa lhes deu a convicção de que valia a pena enfrentar a fornalha pelo nome de Jeová.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 60-61.
 
Dn 3.16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei. O rei não precisou mandar tocar de novo a música, nem os três cativos vacilaram , debateram e ficaram jogando na tentativa de escapar do inevitável, por meio de argumentos espertos. O caso era fácil: eles precisavam ser fiéis a Yahweh e entregaram sua vida nas mãos Dele, incondicionalmente. Assim , os três judeus responderam que não tinham necessidade de defender-se. A defesa deles era Yahweh, ou então não tinham defesa algum a. Se ser alguém leal a Yahweh era um crime, então eles eram os piores criminosos, pois a lealdade deles era grande e sem hesitações.
“A hesitação ou a parlamentação com o pecado é fatal. Uma decisão sem hesitação é a única vereda segura quando a vereda do dever é clara (ver Mat. 10.19,28)” (Fausset, in Ioc.). “Há certa demonstração de orgulho aqui, como no caso da resposta de Daniel ao rei, em Dan. 5.17. Era um orgulho derivado da consciência de que, na qualidade de servos de DEUS, eles eram superiores a qualquer potentado, e, assim, não precisavam de sua clemência ou de seus dons" (Arthur Jeffery, in Ioc.).
Dn 3.17 Se o nosso DEUS, a quem servimos, quer livrar-nos... Elohim, o Poder (relativo a Elah, a palavra caldaica que aparece neste versículo), era capaz. Eles estavam dispostos a submeter o Senhor a teste. Esperavam livramento — ser tirados da fornalha, e não postos dentro dela. Esse seria um livramento da mão perversa do rei idólatra. A tarefa era impossível para a instrumentalidade humana.
Nesse caso, somente o Ser divino poderia fazê-lo. Ocasionalmente, todos os homens enfrentam situações em que “somente DEUS é capaz” e então são obrigados a entregar a vida nas mãos Dele.
Oh, Senhor, concede-nos tal graça!
Ao serem submetidos a teste, eles também estavam submetendo Yahweh a teste.
Dn 3.18 Se não, fica sabendo, ó rei. Se eles seriam livrados ou não, não fazia nenhuma diferença. Eles sabiam que a idolatria estava errada, mesmo quando se tratasse da idolatria do governo, a lei da terra, mas eles não se envolveriam nisso, sem importar o que essa atitude lhes custaria. O tema principal da história, pois, emerge: O martírio é preferível à apostasia, uma lição que poucos judeus, na época do ataque babilônico e do cativeiro, tinham aprendido. Judá estava perdida em sua idolatria-adultério-apostasia. Este livro praticamente não usa o nome divino Yahweh, o qual, para os judeus piedosos, tinha-se tornado santo demais para que fosse proferido. Portanto, o nome DEUS é usado aqui, e aquele título especial é evitado.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3385.
 
Eles respondem algo com que todos concordam, que eles ainda permanecem firmes em sua decisão de não adorarem a estátua de ouro (w. 16-18). Temos aqui um exemplo de firmeza e magnanimidade que são raramente encontrados. Chamamos esses servos de DEUS de “os três jovens”, mas deveríamos chamá-los de “os três campeões”, “as três preciosidades do reino de DEUS entre os homens”. Eles não explodiram em qualquer violência ou paixão imoderada contra aqueles que adoravam a imagem de ouro, não os insultaram ou os afrontaram. Nem se lançaram precipitadamente a um tribunal, ou saíram do seu caminho para ir ao martírio da corte. Mas, quando foram devidamente chamados à prova de fogo, se comportaram corajosamente, com uma conduta e coragem que convinha aos sofredores de uma causa tão nobre. O rei não foi tão ousado e mal ao fazer esse ídolo, mas eles foram corajosamente bons quando testemunharam contra ele. Eles mantiveram a sua calma de uma forma admirável e exemplai; não chamaram o rei de tirano ou de idólatra (a causa de DEUS não precisa da ira do homem), mas, com uma calma e tranquilidade de espírito exemplar, eles deram sua resposta, pela qual resolveram aceitar as conseqüências. Observe:
1. O desprezo bondoso e generoso deles em relação à morte, e a nobre indiferença com a qual olham para o dilema que lhes é apresentado: “O Nabucodonosor, não necessitamos de te responder sobre este negócio”. Eles não lhe negam com mau humor uma resposta, nem permanecem mudos. Mas lhe dizem que não estão preocupados com isso. Não há necessidade de uma resposta (assim se lê). Eles decidem não obedecer, e o rei está decidido que eles morrerão se não obedecerem. A questão, portanto, está decidida, e por que isso deveria ser discutido? Mas é melhor ler: “Não queremos dar uma resposta para ti, nem temos de procurar uma, mas viemos preparados”.
(1) Eles não precisavam de tempo para deliberar a respeito desse negócio. Pois não tiveram a mínima hesitação se iriam obedecer ou não. Era uma questão de vida ou morte, e alguns diriam que eles poderiam ter pensado melhor antes de decidir. A vida é desejável, e a morte é terrível. Mas quando o pecado e a obrigação que estavam envolvidos no caso foram imediatamente determinados pela letra do segundo mandamento, e nenhum espaço foi deixado para se questionar o que era certo, então a vida e a morte que estavam envolvidos no caso não deveriam ser consideradas. Note que aqueles que querem evitar o pecado não devem negociar com a tentação. Quando aquilo a que somos atraídos ou aquilo que nos aterroriza é manifestadamente mal, o impulso deve ser rejeitado com indignação e repulsa, sem que haja qualquer hesitação. Não queira discutir o assunto, mas diga então, como CRISTO nos ensinou: “Para trás de mim, Satanás”.
(2) Eles não precisavam de tempo para planejar como responderiam. Enquanto fossem defensores de DEUS, chamados para testemunhar a favor de sua causa, eles não tinham dúvidas de que lhes seria dado na mesma hora o que deveriam falar (Mt 10.19). Eles não estavam planejando uma resposta evasiva, quando uma resposta direta estava sendo esperada deles. Não, nem iriam rogar ao rei que não insistisse nisso. Não há nada na resposta deles que pareça alguma saudação. Eles não começaram como os seus acusadores: “O rei, vive eternamente!” Também não fizeram nenhuma insinuação ardilosa, a captandam benevolentiam - para deixá-lo de bom humor, mas disseram tudo de forma clara e direta: “O Nabucodonosor, não precisamos te responder sobre este negócio”. Observe que aqueles que fazem da sua obrigação a sua preocupação principal, não precisam se preocupar com as várias situações que possam vir a enfrentar.
2. A forte confiança deles em DEUS e a sua dependência dele (v. 17). Foi isso que os capacitou a olhar para a morte com tanto desprezo, a morte em seu esplendor, a morte em todos os seus terrores. Eles confiavam no DEUS vivo, e por esta fé escolheram antes sofrer do que pecar. Por essa razão não temeram a ira do rei, mas resistiram, porque, pela fé, tinham o seu olhar fixo Naquele que é invisível (Hb 11.25,27): “Se for assim, se formos trazidos a essa dificuldade, se formos lançados na fornalha de fogo ardente a menos que sirvamos aos teus deuses, saiba, então:” (1) “Que embora não adoremos os teus deuses, não somos ateus. Há um DEUS que podemos chamar de nosso, a quem nós fielmente estamos ligados.” (2) “Que servimos a esse DEUS precioso. Temos nos dedicado à sua honra. Estamos empenhados em sua obra, e dependemos dele para nos proteger, suprir as nossas necessidades, e nos recompensar”. (3) “Que temos plena certeza de que este DEUS é capaz de nos livrar da fornalha de fogo ardente. Quer Ele nos livre ou não, temos certeza de que Ele pode impedir que sejamos lançados na fornalha, ou de nos resgatar dela.” Note que os servos fiéis de DEUS confiarão que o Senhor é capaz de sustentá-los nos seus serviços, controlando e dominando todos os poderes que são armados contra eles. ‘Senhor, se quiseres, tu podes’. (4) “Que temos motivos para esperar que Ele nos livre”, em parte porque, em um vasto comparecimento de idólatras como esse, seria muito oportuno, para a honra do seu nome grandioso, livrá-los, e em parte porque Nabucodonosor o havia desafiado a fazer isto - Quem é o DEUS que irá vos livrar? DEUS às vezes se manifesta de forma extraordinária para calar as blasfêmias do inimigo, como também para responder as orações do seu povo (SI 74.18-22; Dt 32.27). “Mas, se Ele não nos livrar da fornalha ardente, Ele nos livrará da tua mão”. Nabucodonosor pode apenas atormentar e matar o corpo. E, depois disso, não há mais nada que ele possa fazer. Então eles são afastados do seu alcance, e livrados da sua mão. Observe que os bons pensamentos a respeito de DEUS, e uma plena certeza de que Ele está conosco enquanto estivermos com Ele, nos ajudará muito a passarmos pelos sofrimentos. E, se Ele for por nós, não precisaremos temer o que os homens possam nos fazer, mesmo que tentem fazer o pior. DEUS nos livrará da morte ou na morte.
3. A firme decisão deles de permanecerem fiéis aos seus princípios, quaisquer que possam ser as conseqüências (v. 18): “Mas se não for assim, mesmo que DEUS ache por bem não nos livrar da fornalha ardente (o que sabemos que Ele pode fazer), se Ele permitir que caiamos na tua mão, saiba ó rei, que não serviremos estes deuses, embora eles sejam os teus deuses, nem adoraremos esta imagem de ouro, embora tu mesmo a tenhas levantado”. Eles não estão envergonhados nem com medo de reconhecer a sua religião, e dizem ao rei, face a face, que não têm medo dele, e que não lhe prestarão obediência. Se eles tivessem consultado a carne e o sangue, muito poderia ter sido dito para trazê-los a uma concordância, especialmente diante da impossibilidade de evitar a morte, uma morte tão sofrida. (1) Não foi exigido que eles renunciassem ao seu próprio DEUS, ou que abandonassem a sua adoração. Não, nem que por uma confissão ou declaração verbal reconhecessem essa imagem de ouro como sendo um deus, mas apenas se prostrassem diante dela, o que eles poderiam fazer com uma reserva secreta em seus corações pelo DEUS de Israel, detestando essa idolatria interiormente, assim como Naamã se inclinou na casa de Rimom. (2) Eles não iriam cair no caminho da idolatria. Era exigido deles apenas um simples gesto, que seria feito em um minuto, e o perigo teria acabado, e poderiam depois disso declarar a sua tristeza por isso.
(3) O rei que ordenou isso tinha um poder absoluto. Eles estavam sujeitos a ele, não só como súditos, mas como cativos. E, se eles fizessem isso, seria puramente por coerção e coação, o que serviria para desculpá-los. (4) Ele havia sido o benfeitor deles, os havia educado e favorecido, e em gratidão a ele, eles deveriam ir até onde pudessem, embora isso fosse exigir demais de sua consciência. (5) Eles estavam agora sendo forçados a entrar em um país estranho, e para aqueles que eram assim forçados a sair, foi dito, na verdade: “Vai, serve a outros deuses” (1 Sm 26.19). Foi considerado como certo que, na disposição deles, eles serviriam a outros deuses, e isto se tornou uma parte do juízo (Dt 4.28). Eles poderiam ser desculpados se tivessem seguido a corrente que era muito forte. (6) Os seus reis, os seus príncipes, os seus pais, e os seus sacerdotes também, levantaram ídolos até mesmo no Templo de DEUS, e os adoraram ali, e não só se incli naram diante deles, mas levantaram altares, queimaram incenso, e ofereceram sacrifícios a esses ídolos, sim, até mesmo os seus próprios filhos. Não adoraram todas as dez tribos, por muitas gerações, deuses de ouro em Dã e Betei? Serão eles mais exigentes do que os seus pais? Communis errorfacitjus - O que todos fazem deve estar certo. (7) Se eles concordassem salvariam as suas vidas e manteriam os seus cargos, e assim estariam em condições de prestar um grande serviço aos seus irmãos na Babilônia, e por muito tempo. Porque eles eram jovens, e estavam prosperando. Mas há o suficiente naquela única palavra de DEUS com a qual se deve responder e calar estes e muitos outros argumentos carnais: Não te inclinarás diante de nenhuma imagem, nem a adorarás. Eles sabem que devem obedecer a DEUS antes de ao homem. Eles devem, antes, sofrer do que pecar, e não devem fazer o mal para que o bem possa vir. Portanto, nenhuma dessas coisas os toca. Eles estão decididos, antes, a morrer em sua integridade do que a viver em sua iniquidade. Enquanto os seus irmãos, que ainda permaneciam em sua própria terra, estavam adorando imagens espontaneamente, eles na Babilônia não seriam levados a isso pela força, mas, curiosamente, se mostravam mais zelosos contra a idolatria estando em um país idólatra. E verdadeiramente, considerando todas as coisas, guardá-los dessa obediência pecaminosa era um milagre tão grande no reino da graça quanto guardá-los da fornalha ardente era um milagre no reino da natureza. Esses eram aqueles que anteriormente decidiram não se contaminar com a porção do manjar do rei, e, naquele momento, eles decidiram tão corajosamente não se contaminar com os seus deuses. Observe que, uma firme renúncia, uma forte devoção a DEUS e ao dever, em ocasiões menores, nos qualificará e nos preparará para fazer o mesmo em ocasiões maiores. E nisto devemos ser resolutos em nunca, sob nenhum pretexto, adorarmos imagens, ou fazermos “uma aliança” com aqueles que o fazem.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 840-842.
 
“Não necessitamos de te responder sobre este negócio”. O presente versículo mostra os três jovens hebreus diante do poderoso monarca; eles, tecnicamente, são culpados diante daquela corte, e nada há que os três possam dizer em sua defesa. Eles responderam ao rei dizendo: “Não necessitamos de te responder”. Há uma interpretação feita com base no original aramaico, que diz: “Nós não te responderemos! DEUS te responderá! Ele pode, tanto nos livrar como nos entregar nas tuas mãos, depende dele”. O verdadeiro cristão não faz sua defesa prévia, mas deixa tudo por conta do Senhor que disse: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor”. E evidente, portanto, que DEUS recompensará, tanto o ofendido como o ofensor: o primeiro com sua bênção; o segundo com seu castigo.
"... o nosso DEUS, a quem nós servimos...” O presente texto, declara claramente a posição dos três jovens hebreus, quanto à ordem do rei. Eles apelam tanto para “providência” como para “o poder de DEUS”. Seja como for, DEUS livra como quer! Se DEUS usasse a providência no presente caso, os moços não teriam ido para dentro do forno de fogo ardente, porém, é evidente que o monarca não teria reconhecido a soberania do Criador. (Ver v 29). Assim, DEUS permitiu que seus servos fossem parar ali; não os livrou do forno, mas os livrou no forno. DEUS permitiu que José, mesmo inocente, fosse parar na prisão, vítima de uma calúnia da mulher de Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gn cap. 40), mas dali DEUS o exaltou, fazendo-o assentar-se no trono, ao lado de Faraó. DEUS é sempre o mesmo, tanto no passado como no presente. Ele não muda. O apóstolo Paulo entendeu isso, quando disse: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
"... não serviremos a teus deuses...” Os jovens judeus, como já ficou demonstrado em outro capítulo deste livro, mesmo numa terra de cativeiro, permaneceram fiéis à lei do seu DEUS, que dizia: “Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.3). E perfeitamente compreensível que DEUS, disposto a ser o único DEUS suficiente e o recurso sobrenatural do seu povo proíba um apelo a quaisquer outros poderes sobrenaturais. Por isso, entendemos que o espiritismo é proibido a quem crê num DEUS vivo. No conceito divino, é impossível a criatura humana fazer uma representação superior à sua própria idéia, e por isso é-lhe impossível apresentar dignidade à divindade, pois DEUS há de ser infinitamente superior ao nosso mais sublime pensamento. Nabucodonosor não compreendia esse princípio emanado do supremo DEUS, mas aqueles hebreus sim, o conheciam muito bem.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora CPAD.
 
3. Reação à intimidade (Dn 3.16-18).
“Eis que o nosso DEUS, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de DEUS naquela situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o DEUS que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de que valia a pena permanecerem fiéis a DEUS. Então, sem temor e com grande fé responderam ao Rei: “Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Esta resposta dos jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do caminho da provação, mas DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças satânicas de que não as tememos.
“E, se não” (3.18). Duas palavras pequenas foram capazes de mostrar a todo o Império da Babilônia que aqueles jovens tinham um DEUS diferente que lhes dava a certeza de que ninguém pode confrontar Jeová. Eles sabiam que nada os demoveria de sua fé e eles não a negariam, mesmo que fossem queimados vivos naquela fornalha. Na vida cristã, estas duas palavrinhas “se não” estão fazendo na confissão de fé de tantos crentes. Satanás, nosso arqui-inimigo, quer que nos rendamos às ameaças e armadilhas preparadas para sufocar a nossa fé (1 Pe 5.8).
“não serviremos a teus deuses” (3.18). Os três jovens foram ousados. Não transigiram, nem cederam às ameaças. Eles não trocaram o seu DEUS pelos deuses de Nabucodonosor. A ira do rei manifestou-se com exagero ao ordenar que se aquecesse muito mais a fornalha. Eles não foram livrados da fornalha porque DEUS os esperava dentro daquela fornalha ardente. A fornalha tem o poder da intimidação, que pode nos levar à desistência de nossos valores espirituais. A verdade é que nem sempre podemos evitar a fornalha das angústias, das decepções pessoais, das enfermidades físicas. Aqueles jovens hebreus não se deixaram intimidar, mas foram ousados em não transigir, nem ceder às ameaças.
Eles enfrentaram a fornalha ardente sem temor (3.19-22)
Os judeus foram lançados na fornalha. Diz o texto que tudo que dizia respeito a eles em termos materiais, suas roupas e chapéus foram atados juntamente com eles e lançados na fornalha ardente. Os homens que os lançaram caíram mortos pela chama do fogo e todos inimigos do lado de fora imaginavam que os judeus seriam reduzidos a cinza dentro da fornalha.
“O aspecto do quarto homem é semelhante ao filho dos deuses" (3.23-25). Foram lançados três judeus, mas um quarto homem os esperava dentro da fornalha. O poder do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha os tornou incólumes e nenhum fio de cabelo se queimou. Esse quarto homem não era outro senão o próprio DEUS entre eles que os tornou aptos a superarem a força do fogo destruidor. E uma perfeita identificação com a Pessoa de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS. Não era um anjo enviado de DEUS. Ele era, teofanicamente, o próprio DEUS. É interessante que Ele não apagou o fogo, nem tirou os três hebreus da fornalha. Ele os capacitou a estarem e passarem pelo meio do fogo sem serem destruídos. Tudo isso porque aqueles hebreus confiaram na providência divina que tem o poder de intervir, a tempo e fora de tempo, para nos livrar da destruição. As vezes, a vontade permissiva de DEUS nos ensina que DEUS pode permitir que soframos tribulações, angústias e dissabores como o fogo da fornalha, mas Ele nos livra no tempo próprio. Sua presença imanente é capaz de impedir que as chamas das tribulações nos destruam.
O poder providencial de DEUS os tornou incólumes no meio da fornalha (3.26-28). O impacto ante à visão que o rei teve ao olhar para dentro da fornalha deixou o rei perplexo e todos os que estavam com ele. Os jovens hebreus estavam vivos e tranquilos andando no meio da fornalha. DEUS honrou aqueles judeus. O rei e seus príncipes tiveram que reconhecer o poder do DEUS de Israel. A providência divina não só os protegeu da força do fogo, mas os manteve vivos para testemunharem da grandeza desse DEUS. O rei reconhecia que o DEUS dos judeus era poderoso, mas não o aceitava como seu DEUS. Para o rei, era mais um entre outros deuses, mas na mente e no coração dos jovens hebreus, Ele era o Único DEUS sobre todos os demais. O apóstolo Paulo nos dá uma lição preciosa de fé e disposição para servir a DEUS, quando diz: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Uma doxologia do rei ao DEUS de Israel (3.29,30). Ainda que Nabucodonosor não tenha desistido dos seus deuses, reconheceu a religião judaica em seu império, especialmente, para os exilados judeus. Ele fez um decreto reconhecendo a grandeza do DEUS dos judeus e admitiu que nenhum outro deus poderia fazer o que Ele fez ao livrar os judeus dentro da fornalha ardente.
Restaurados e promovidos dentro do império (3.30). Os três jovens foram restaurados às suas posições palacianas e investidos de autoridade da parte do rei. Segundo o Comentário de Charles Pfeiffer, da Editora Batista Regular: “A vitória da fé tinha cinco objetivos: (1) Foram soltos de suas amarras (v. 25); (2) Foram protegidos do mal (v. 27); (3) Foram confortados na provação (vv. 24,25,28); (4) Seu DEUS foi glorificado (v. 29); (5) Como servos de DEUS foram recompensados (v. 30).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 61-63.
 
O equilíbrio e a calma dos três servos do DEUS Altíssimo estavam em claro contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada à sua serenidade. Os três responderam ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder (“defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste (16-18).
A verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às conseqüências. Ela está fundada na imutável fidelidade de DEUS. E a fé é decisiva no que tange à questão da fidelidade no crente. Poderia ter parecido algo de menor valor racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não deviam uma certa consideração ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus joelhos, mas ficar em pé em seus corações? Uma pequena concessão à limitada compreensão das coisas divinas por parte do rei seria uma questão insignificante.
Mas não! A reputação do caráter do DEUS vivo e verdadeiro dependia desse momento. Multidões de pagãos de muitos países estavam observando. Quer DEUS os libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser fiéis em honrar o seu nome.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 510.
 
A firmeza (v. 13-18)
E importante entender que não fomos chamados para sermos advogados de DEUS, mas Suas testemunhas (v.16-18). Os três jovens não entraram numa discussão infrutífera. Eles não tentaram defender DEUS. Eles apenas testemunharam dEle, mostrando que estavam prontos a morrer, mas não a ser infiéis a DEUS. Nabucodonosor tenta intimidá-los, dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão (v. 15). Mas eles não tentam defender a reputação de DEUS, procuram apenas obedecê-Lo (v. 16,17).
É importante entender, também, que nossa fé não pode ser arrogante (v. 17,18). Os três jovens dizem que DEUS pode livrar, mas não dizem que DEUS o fará. Eles não são donos da agenda de DEUS. Eles não decretam nada para DEUS. Eles não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”; “O rei está amarrado”.
Eles não determinam o que DEUS deve fazer. Nem sempre é da vontade de DEUS livrar Seus filhos dos padecimentos e da morte. O patriarca Jó, no auge da sua dor gritou: “Ainda que DEUS me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13:15 ARA). Tiago, Paulo, John Huss, William Tyndale foram mortos, não poupados. Às vezes, DEUS livra Seus filhos da morte; outras vezes, da morte. Não importa, pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
Devemos ser fiéis a DEUS, não apenas pelo que DEUS faz, mas por quem DEUS é (v. 17,18). Aqueles jovens não serviam a DEUS por causa dos benefícios recebidos. A religião deles não era um negócio, uma barganha com DEUS. Eles serviam a DEUS por causa do caráter de DEUS.
Eles tinham uma fé teocêntrica, não antropocêntrica.
Hoje as pessoas buscam a DEUS, não por causa de DEUS, mas por causa das dádivas de DEUS. Querem bênçãos, não DEUS.
Devemos fazer o que é certo e deixar as conseqüências nas mãos de DEUS (v. 17,18). Nossa função é sermos fiéis, não administrar resultados. Olyott, corretamente, diz que é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto Juiz em paz que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-Lo em terror.17 Precisamos continuar crendo em DEUS apesar das circunstâncias. Viver não é preciso, andar com DEUS sim. A morte por causa de CRISTO não é uma tragédia, mas uma promoção. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados. Ainda hoje, muitos cristãos preferem a morte nas prisões à liberdade no pecado. Prova disso é que mais da metade de todos os mártires da história viveram no século 20.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 54-56.
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
Eis que o nosso _________________, a quem nós __________________, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua _________________, ó rei" (Dn 3.17).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Se formos ________________, a ________________ divina jamais ________________.
 
I. A TENTATIVA DE SE INSTITUIR UMA RELIGIÃO MUNDIAL
3- Embriagado pelo poder e pelo fulgor de sua própria glória, o rei caldeu chegou ao ápice da presunção, não se contentando em ser apenas "a cabeça de ouro" da grande estátua do seu "primeiro" sonho (Dn 2.36-45). O que fez ele?
(    ) Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua de ouro, prata, cobre e ferro.
(    ) Nabucodonosor perdeu o bom senso e construiu uma enorme estátua de ouro maciço.
(    ) Também ordenou que os representantes das nações, súditos seus, se ajoelhassem e adorassem a estátua que o representava.
(    ) A grande estátua de Nabucodonosor remete-nos a uma outra estátua que será erguida pelo último império mundial gentílico, profetizado como o reino do Anticristo que aparecerá no "tempo do fim".
 
4- Quais as diferenças entre a estátua do capítulo dois e a do capítulo três de Daniel?
(    ) A estátua do capítulo dois era literal, construída por ordem do rei caldeu.
(    ) A estátua do capítulo dois era simbólica e apareceu no sonho de Nabucodonosor.
(    ) A estátua do capítulo três era literal, construída por ordem do rei caldeu.
(    ) A estátua erigida tinha a forma de um obelisco que revelava, segundo se supõe, a intenção vaidosa de Nabucodonosor em autodeificar-se.
 
5- Quais os objetivos de Nabucodonosor para a  inauguração da estátua de ouro?
(    ) Com o coração engrandecido, Nabucodonosor desejou ser adorado como deus.
(    ) Nabucodonosor desejava uma religião totalitária em que as pessoas obedecem pela lealdade.
(    ) Não lhe bastou a revelação de que o único DEUS verdadeiro triunfaria na história.
(    ) Ele preferiu exaltar a si mesmo e aos seus deuses.
(    ) O objetivo era escravizar todos os seus súditos e obrigá-los a servirem as divindades caldeias.
(    ) Ele queria uma religião totalitária em que as pessoas obedecem não pela lealdade, mas pela força bruta.
 
II. O DESAFIO À IDOLATRIA
6- Quais eram as motivações principais para Nabucodonosor construir a grande estátua (v. 1)?
(    ) Uma das motivações era exibir-se perante os povos do mundo representados naquele evento.
(    ) As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes: Aproximadamente 27 metros de altura por 6 de largura.
(    ) As dimensões e a magnitude da estátua eram impressionantes: Aproximadamente 37 metros de altura por 7 de largura.
(    ) A soberba, arrogância e insolência do rei não tinham limites.
(    ) A Bíblia diz que "a soberba precede a ruína".
(    ) A segunda motivação de Nabucodonosor era o anelo de ser adorado como divindade pelos seus súditos.
(    ) Por isso, ele deu ordens para que todos os oficiais do reino se reunissem a fim de adorarem a sua estátua.
 
7- Como a intenção do rei indica o espírito do Anticristo que virá?
(    ) A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo, que levantará a imagem da Besta para ser adorada no tempo do fim.
(    ) A intenção de Nabucodonosor prenunciava o espírito do Anticristo, que se assentará no templo para ser adorado no tempo do fim.
(    ) A intenção do rei era impor a religião diabólica de sua imagem para dominar o mundo, não só nos campos material e político, mas também no espiritual.
 
8- Como aqueles três jovens demonstraram sua coragem para não fazer concessões à idolatria (Dn 3.12)?
(    ) Os três jovens hebreus fizeram um acordo com o rei para não morrerem queimados na fornalha.
(    ) Os três jovens hebreus estavam naquele local por força da ordem do rei.
(    ) Todos os grandes nomes do país, os chefes de governos, os sátrapas, os governadores das províncias, os sábios, os sacerdotes dos vários cultos pagãos, todos estavam lá.
(    ) A ordem era que quando a música fosse tocada todos deveriam ajoelhar-se e adorar a estátua do rei.
(    ) Quem não obedecesse seria lançado na fornalha de fogo ardente.
(    ) Como sabemos, os três jovens hebreus preferiram morrer queimados a negar sua fé.
 
III. A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
9- Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12). Qual foi a reação do rei e deles?
(    ) Os jovens hebreus foram interrogados e juraram  fidelidade ao rei de Babilônia.
(    ) O rei, quando informado da desobediência dos judeus, ficou enfurecido e mandou que eles fossem trazidos à sua presença.
(    ) Os jovens hebreus foram interrogados, mas mantiveram sua fidelidade ao DEUS de Israel.
(    ) Eles não se intimidaram diante das ameaças, porque sabiam que DEUS poderia intervir naquela situação.
 
10- Qual foi a resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18) ante a ameaça do rei de lança-los no fogo?
(    ) Aqueles jovens sabiam que a fidelidade a DEUS é algo inegociável.
(    ) A lealdade desses jovens era mais que uma qualidade de caráter.
(    ) Era uma confiança inabalável em DEUS.
(    ) A resposta resultava também do conhecimento que tinham do primeiro mandamento do Decálogo (Êx 20.3-5).
(    ) A resposta resultava também do conhecimento que tinham do segundo mandamento do Decálogo (Êx 6.3-5).
(    ) DEUS busca homens e mulheres que lhe sejam fiéis mesmo quando ameaçados.
(    ) Por isso, mesmo inquiridos pelo rei caldeu, Hananias, Misael e Azarias não se intimidaram e mantiveram sua posição (Dn 3.16-18).
 
11- Ao perguntar-lhes: "Quem é o DEUS que vos poderá livrar das minhas mãos? " (Dn 3.15), Nabucodonosor afrontou os jovens em sua fé. Qual a reação daqueles três jovens à intimidação de Nabucodonosor (Dn 3.16-18)? Complete:
Eles não tiveram dúvida de que valia a pena permanecer ________________ ao Todo--Poderoso. Então, sem temor e com grande fé, responderam ao rei: "Eis que o nosso DEUS, a quem nós ________________, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus ________________ nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste" (Dn 3.17,18). Os três jovens não cederam às ameaças e não ficaram ___________________ da fornalha, pois DEUS já os esperava ali. A companhia do ________________ homem visto pelo rei dentro da fornalha foi suficiente para que eles saíssem ilesos e sem um único fio de cabelo queimado. Esta resposta dos jovens hebreus ________________ a posição de muitos crentes de hoje. Quão facilmente cedemos e até negamos a fé, fugindo do caminho da ________________. Todavia, DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de responder às ameaças sem ________________.
 
CONCLUSÃO
12- Complete:
A grande lição que aprendemos com esses três jovens é que "eles ________________ suas vidas a DEUS e não se preocuparam com as ________________ da fornalha". Mesmo que DEUS não os impedissem de morrer queimado eles não negariam a ________________! Que tenhamos essa mesma fé para enfrentar as ________________ da vida.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva

16 outubro 2014

Lição 3, O DEUS Que Intervém Na História, 1 parte

Lição 3, O DEUS Que Intervém Na História, 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
O livro do profeta Daniel, através do sonho do rei Nabucodonosor, resume os grandes impérios do mundo: Babilônia, Média/Pérsia, Grécia e Roma. O capítulo dois se divide em Introdução, Três episódios e Conclusão.
 
 
TEXTO ÁUREO
"Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes" (Dn 2.20,21).
 
 
VERDADE PRÁTICA
DEUS intervém na história, pois sua é a terra e os que nela habitam.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 1.8; Gn 39.7-9 A vida de Daniel lembra a de José
Terça  - Jó 4.12-14; Dn 10.7-9 A sabedoria de Daniel lembra a de Jó
Quarta - At 1.7; 1 Ts 5.1 Os tempos e as estações pertencem a DEUS
Quinta - Gl 4.4 A plenitude dos tempos
Sexta - 1 Ts 5.20 Não desprezeis as profecias
Sábado - Nm 12.6 DEUS fala de muitas maneiras
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 2.12-23
12 Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13 E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos. 14 Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia. 15 Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel. 16 E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação. 17 Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18 para que pedissem misericórdia ao DEUS dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19 Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o DEUS do céu. 20 Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; 21 ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos entendidos. 22 Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.  23 Ó DEUS de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
 
INTERAÇÃO
Prezado professor, estudaremos na lição de hoje o segundo capítulo do livro de Daniel. Este capítulo revela o sonho de Nabucodonosor e o seu desafio aos sábios do seu palácio. Tudo indica que o rei já sabia das habilidades dos seus magos, por isso, os desafia a contarem o sonho e sua interpretação. O que o rei desejava era  humanamente impossível. Por isso, Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um DEUS que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor, revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o rei dos Reis venha e estabeleça o seu reino eterno.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o sonho perturbador de Nabucodonosor.
Analisar a atitude sábia de Daniel perante o rei.
Compreender a interpretação do sonho de Nabucodonosor.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar aos alunos o sonho de Nabucodonosor e a sua interpretação. Explane que a estátua do sonho refere-se a quatro reinos mundiais que viriam: o Império Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano. A "pedra" representava o reino eterno de CRISTO. JESUS é a Rocha Eterna que desfará o império do Anticristo.
 
 
 
Resumo Da Lição 3, O DEUS Que Intervém Na História
I. O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
1. O tempo do sonho (v.1).
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
1.  A cautela de Daniel (vv.16-18).
2. DEUS  ainda revela mistérios (vv.19 -27). 
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29).
III. DANIEL CONTA O SONHO  E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta descrição do sonho (vv. 31-35). 
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (2.34-45).
a) "A cabeça de ouro" (vv.32,36-38).
b) "O peito e os braços de prata" (vv.32,39).
c) "Ventre e os quadris" (vv.32,39).
d) "Pernas de ferro" (v.33,40-43).
3. "A pedra cortada, sem ajuda de mãos" (2.45).
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) O rei desafiou a habilidade de seus sábios, não revelando o conteúdo do seu sonho. Os sábios tentaram, mas não conseguiram revelar o sonho do monarca e seu significado
SINOPSE DO TÓPICO (2) Daniel foi sábio e humilde ao pedir a ajuda do Todo-Poderoso, pois somente Ele tem poder para revelar o futuro
SINOPSE DO TÓPICO (3) Com a ajuda do Altíssimo, Daniel pôde revelar o sonho ao rei e a sua interpretação.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
 
Revista Ensinador. Editora CPAD. pag. 37.
Introdução (v.1)
O primeiro versículo introduz o sonho de Nabucodonosor como ocorrência do segundo ano de reinado. Os estudiosos do Antigo Testamento concordam que neste tempo o profeta Daniel era bem jovem e há três anos ele fora deportado para a Babilônia.
Primeiro Episódio (vv.2-13)
O primeiro relato do sonho imperial revela Nabucodonosor chamando os Magos, os Astrólogos, os Encantadores, e os Caldeus, isto é, todos os sábios e os feiticeiros do império para interpretarem o sonho. Os intérpretes pediram ao rei que lhes contasse o sonho para em seguida o decifrarem. Nabucodonosor recusou afirmando: "se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo". O rei não se contentava somente com a interpretação, pois os adivinhadores teriam também de prenunciar o sonho.
Segundo Episódio (vv.14.24)
O capitão da guarda do rei, Arioque, saiu para matar os sábios. Quando Daniel prudentemente o interrogou sobre a ordem imperial. Recebendo a explicação de Arioque o profeta solicitou uma audiência ao rei e pediu um tempo para contar o sonho e dar a interpretação. Daniel procurou os seus amigos para buscarem a DEUS. O Senhor os respondeu!
Terceiro e Ultimo Episódio (vv.25-45)
Levado por Arioque ao rei Nabucodonosor, Daniel lhe contou o sonho e o interpretou. Chocado, o rei da Babilônia prostrou-se aos pés de Daniel e reconheceu a sabedoria que lhe fora dada pelo DEUS de Israel.
Conclusão (vv.46-49)
A conclusão do capítulo dois é surpreendente. Nabucodonosor promoveu Daniel ao mais alto cargo imperial e a pedido do profeta elevou os seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego às altas posições.
O segundo capítulo revela-nos que o Reino de DEUS não se confunde com o reino dos homens. Segundo o conselho da sua soberania, o Eterno intervém na história humana. Ele trabalha a fim de que todos os moradores da Terra reconheçam a sua majestade e, em CRISTO, resistamos as injustiças do governo humano.
Revista Ensinador. Editora CPAD. pag. 37.
 
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - O exercício da função de Daniel no reino babilônico foi inaugurado com uma revelação bombástica dada a ele para revelar um sonho de Nabucodonosor a respeito dos futuros reinos da Terra. Daniel acabara de ser apresentado ao rei e já disse a que veio. DEUS colocou Daniel como o maior de todos os servos do rei para cuidar de seu povo.
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES DE LIVROS
INTRODUÇÃO
O capítulo dois do livro de Daniel se constitui da revelação do plano divino para com o povo judeu e os povos gentios, para os quais DEUS revela a sua soberania sobre os governos mundiais e o estabelecimento do reino messiânico. DEUS intervém na história para fazer valer seus desígnios na vida da humanidade. Neste capítulo, a Babilônia aparece como dona do mundo e Nabucodonosor é o grande rei. Aproximadamente em 604 a.C., num período em que a Babilônia atingiu o seu apogeu, quando, de repente, a tranquilidade de Nabucodonosor foi ameaçada por um sonho perturbador que o deixou sem dormir. Por providência divina, o rei esqueceu o sonho para que os desígnios divinos fossem revelados ao profeta visionário Daniel. Na primeira parte do capítulo 2 temos a intervenção divina para salvar Daniel e seus amigos. A ordem do texto ajudará a entender como DEUS trabalha nas circunstâncias adversas.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37.
 
O livro de Daniel compõe-se essencialmente de seis histórias e quatro visões. As histórias ocupam os capítulos 1-6, e as visões os capítulos 7-12. Agora movemo-nos para a segunda história: O sonho de Nabucodonosor. Este longo capítulo, como é natural, divide-se em duas grandes partes: vss. 1-13, prólogo; e vss. 14-45, Daniel como intérprete de sonhos. Esta história ensina a debilidade da sabedoria humana, em comparação com a sabedoria conferida por DEUS” [Oxford Annotated Bible, na Introdução ao capítulo). A história é um paralelo da experiência de José, em Gên. 41. Os temas principais são: Toda a sabedoria humana é destituída de valor quando confrontada com a sabedoria conferida por DEUS; uma filosofia da história; as eras deste mundo são guiadas pelo decreto divino; DEUS humilha os orgulhosos e eventualmente faz com que eles O reconheçam. Ver como o teísmo domina o relato. O Criador continua presente em toda a Sua criação — intervindo, recompensando e punindo. 
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3376.
 
Esse capítulo é histórico, mas é a história de uma profecia, por meio de um sonho e sua interpretação. O sonho de Faraó e a interpretação de José diziam respeito somente aos anos de fartura e de fome e o interesse do Israel de DEUS neles. Mas o sonho de Nabucodonosor aqui, e a interpretação de Daniel deste sonho, parecem muito mais elevados, para as quatro monarquias, e os interesses de Israel nelas, e o reino do Messias, que deveria ser estabelecido no mundo sobre as suas ruínas. Nesse capítulo temos:
I. A grande perplexidade em que ficou Nabucodonosor por um sonho que havia esquecido, e a sua ordem aos magos para lhe dizer do que se tratava. Algo que eles não podiam fazer (w. 1-11).
II. Ordens dadas para a destruição de todos os sábios da Babilônia, e de Daniel entre os demais, com os seus companheiros (w. 12-15).
III. A revelação do segredo a ele, em resposta à oração, e a ação de graças que ele ofereceu a DEUS por isso (w. 16-23).
IV. A sua aceitação por parte do rei, e a revelação que ele lhe fez tanto do seu sonho como de sua interpretação (w. 24-45).
V. A grande honra que Nabucodonosor pôs sobre Daniel, como recompensa por esse serviço, e a honra dos seus companheiros, com ele (w. 46-49).
Roy E.Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
 
I – O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
1. Tempo do sonho(v.1).
“E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor” (2.1). Daniel volta aos primeiros anos de sua vida no Palácio da Babilônia entre os anos 603 e 602 a.C., e relata a experiência que teve com Nabucodonosor quando o mesmo teve um sonho. O texto apresenta um aparente conflito de datas quando fala do “segundo ano do reinado de Nabucodonosor”, porque no primeiro capítulo nos deparamos com os três anos de treinamento de Daniel e seus companheiros. Segundo os historiadores, tanto os judeus quanto os babilônios contavam as frações de um ano como um ano inteiro, por isso, a vigência do terceiro ano, obedecia a cronologia do calendário da Babilônia. Os estudiosos procuram aclarar essa cronologia em que explicam o seguinte: No ano 605 a 604 a.C., Nabucodonosor torna-se rei. Era seu primeiro ano de reinado, quando Daniel e seus companheiros tiveram o seu primeiro treinamento palaciano. Em 604-603 a.C., no segundo ano de Nabucodonosor, foi quando o mesmo teve o sonho e ficou perturbado pela lembrança e os detalhes do mesmo. Já era o terceiro ano de treinamento de Daniel e seus companheiros, quando deveriam se apresentar diante do rei.
“Nabucodonosor teve sonhos” (2.1). Entre os muitos modos de DEUS falar e revelar a sua vontade aos homens estão os sonhos. É uma via especial pela qual DEUS revela sua vontade. Segundo o Dicionário Aurélio, “sonho pode ser “sequência de fenômenos psíquicos com imagens, atos, figuras e ideias que, involuntariamente ocorrem durante sono de uma pessoa”. Pode ser a sequência de pensamentos, de ideias vagas, mais ou menos agradáveis, mais ou menos incoerentes, às quais o espírito se entrega em estado de vigília. Naturalmente, temos que entender que nem todo sonho é alguma revelação. Sabe-se, também, que os sonhos podem advir de imagens que o subconsciente absorve durante o dia e que se manifestam durante o sono. As vezes, incompreensíveis e fantasiosos e, outras vezes, com sequência de imagens que se formam na mente e expressam a preocupação que está na mente da pessoa. No campo espiritual, DEUS se utiliza desses recursos da natureza humana para falar aos seus servos. Não existe uma regra que favoreça a ideia de que DEUS tenha que falar por meios de sonhos e visões. E apenas um modo pelo qual DEUS se revela, tanto a crentes como a não crentes. Nabucodonosor era um rei pagão que servia a outros deuses, mas o DEUS de Daniel usou uma via indireta de revelar a esse rei o seu próprio futuro e o das nações do mundo.
“e o seu espírito se perturbou, e passou-lhe o sono” (2.1). Não foi a primeira vez que DEUS falou a pessoas que não lhe serviam nem o reconheciam como DEUS. Nos tempos de Faraó do Egito, quando a família de Israel ainda se formava, para ser o grande povo, posteriormente, Jeová deu sonhos a Faraó. José, como escravo no Egito, é vendido por seus irmãos, foi o homem que DEUS escolheu para aparecer diante de Faraó e revelar-lhe os detalhes do seu sonho (Gn 41). O sonho de Faraó tinha a ver com o seu próprio reino no Egito. Porém, a Nabucodonosor, rei da Babilônia, DEUS revelou em sonho a política mundial a partir do seu próprio império. Naturalmente, o seu sonho era fruto de sua preocupação com o futuro do seu império. Ele se perturbou em espírito porque precisava entender do que se tratava aquele sonho. DEUS intervém de modo espetacular para honrar os seus servos que viviam naquele palácio e Daniel foi lembrado como alguém que sabia interpretar sonhos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 37-39.
 
A perplexidade em que se encontrava Nabucodonosor por motivo de um sonho que havia tido, mas que havia esquecido (v. 1): Ele teve uns sonhos, isto é, um sonho que consistia de diversas partes distintas, ou que encheu o seu pensamento como se tivessem sido muitos sonhos. Salomão fala de uma multidão de sonhos, estranhamente incoerentes, nos quais há diversas vaidades (Ec 5.7). Esse sonho de Nabucodonosor não tinha nada de mais em si além do que poderia ser comparado com muitos sonhos comuns, nos quais são freqüentemente representadas aos homens coisas tão estanhas quanto as que são mencionadas aqui. Mas houve algo na impressão que causou nele, que trouxe consigo uma incontestável evidência da sua origem divina e do seu significado profético. Observe que os maiores homens não estão isentos, mas estão ainda mais expostos aos cuidados e aflições da mente que perturbam o seu descanso à noite, enquanto o sono do homem trabalhador é doce e profundo, e o sono do homem sóbrio e moderado é livre dos sonhos confusos. A abundância dos ricos não deixará que eles durmam por causa da preocupação, e os excessos dos glutões e bêbados não deixarão que eles durmam tranquilos por causa dos sonhos. Mas o que foi registrado aqui não foi fruto de causas naturais. Nabucodonosor era um perturbador do Israel de DEUS. Mas DEUS aqui o perturbou, sim, porque aquele que criou a alma pode fazer a sua espada se aproximar dela. Ele tinha os seus guardas ao seu redor, mas eles não podiam impedir a perturbação do seu espírito. Não conhecemos a inquietude de muitos que vivem em grande pompa e prazeres deste mundo. Olhamos para dentro das suas casas, e somos tentados a invejá-los. Mas, se pudéssemos olhar para dentro dos seus corações, sentiríamos pena deles. Todos os tesouros e todos os prazeres dos filhos dos homens que estavam sob o domínio desse poderoso monarca, não podiam lhe conseguir um pequeno repouso quando o seu sono fugia devido às perturbações da sua mente. Mas DEUS dá aos seus amados o sono, sim, àqueles que consideram o Senhor como o seu descanso.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 828.
 
Nabucodonozor teve um sonho que lhe tirou o sono. Seu sonho perturbou seu espírito (v.l). A palavra “perturbou” significa golpear. O rei foi golpeado e encheu-se de ansiedade, insegurança e medo.
Seu sonho revelou a fragilidade dos poderosos. Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do reino de Nabucodonosor. Ele tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser questionadas. Mas, agora o rei foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu controle, algo invisível e além deste mundo. Ficou inseguro, inquieto e perturbado.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 41-42.
 
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2).
“o rei mandou chamar” (2.2). O rei desafiou a habilidade desse grupo de sábios, magos, adivinhos e encantadores dentro do palácio para que revelassem o seu sonho e dessem a interpretação. Nabucodonosor ficou agitado pelo sonho, mas o esqueceu. Entretanto, o rei sabia que o sonho era importante e que trazia uma simbologia relacionada com o seu reino e o seu futuro. Naqueles tempos os reis tinham a pretensão de serem privilegiados com sonhos divinamente inspirados (1 Rs 3.5-14; Gn 20.3). Porém, quando não podiam interpretá-los, convocava os sacerdotes caldeus que serviam na corte para que adivinhassem e interpretassem os sonhos (1.4).
"magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus” (2.2). O Império Babilônico tinha uma mescla de culturas e religiões. Essa casta de “magos, astrólogos, encantadores e caldeus (sábios)” serviam no palácio para prescreverem, adivinharem, promoverem encantamentos e os caldeus eram próprios da Babilônia. Os magos possuíam conhecimentos nas ciências ocultas; os astrólogos procuravam ler os corpos celestes para predizerem eventos futuros; os encantadores realizavam exorcismos e invocavam os espíritos malignos e dos mortos; os caldeus pertenciam a uma casta de sacerdotes dentro do Palácio que lidavam com mistérios e códigos próprios para adivinharem e interpretarem sonhos. Neste contexto, Daniel e seus companheiros ainda não faziam parte oficialmente dos que se apresentavam diante do Rei, porque estavam no período do treinamento imposto pelo Rei. Porém, a ira de Nabucodonosor se acendeu de tal modo que não escaparia ninguém que estivesse dentro do palácio sem sofrer a pena do rei.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 39-40.
 
Dn 2.2. Os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus.
Feiticeiros. No hebraico, mekashshepîm. Possivelmente de uma raiz semita significando "cortar"; daí, picar os elementos para poções mágicas e fórmulas. Consequentemente o grego pharmakoi, isto é, farmacêutico. Mestres modernos preferem uma ideia complementar de "recitadores de ditos mágicos, feiticeiros". A mesma raiz aparece no acadiano em relação a feiticeiros e feiticeiras. A prática da feitiçaria é proibida pelo VT (Êx. 22:18, na Bíblia Hebraica, v. 17, feitiçaria, no feminino; Dt. 18:10; Is. 47:9).
Caldeus. Não usado no amplo sentido etnológico de 1:4, mas no estreito sentido profissional, indicando a classe sacerdotal da religião babilônica. Embora seja usado neste sentido apenas em Daniel, dentro dos livros bíblicos, era comumente usado assim pelos escritores clássicos, dos quais o mais antigo é Heródoto (Histories 1, 181, c. 440 A.C.; veja Driver, op. cit., págs. 12-16 e Young, op. cit., págs. 271-273). A maioria das autoridades concorda que os quatro termos não foram usados indicativamente mas antes distributivamente para incluir todas as categorias de conselheiros reais.
Roy E.Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
 
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13).
“E os caldeus disseram ao rei em aramaico” (2.4). É interessante destacar que o aramaico era a língua dos caldeus que se originou na Mesopotâmia e se estendeu até o Ocidente. Como o aramaico era a língua oficial do império, Daniel, conhecedor da língua, não só falava o aramaico, mas a partir de Daniel 2.4 até ao final do capítulo 7 do seu livro, Daniel escreveu somente em aramaico, que era a língua popular imposta pela Babilônia. Posteriormente, o povo judeu adotou o aramaico como língua do dia a dia judaico até a chegada do domínio grego. A língua grega foi adotada pelo povo judeu, mesmo que não tivessem abandonado o hebraico tradicional do povo judeu.
A dificuldade dos caldeus e seus magos para trazerem à tona o sonho do rei (2.4).
Nabucodonosor suspeita que os seus magos e encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de engano com vãs palavras e os ameaça com pena de morte (2.13). Essa casta de sábios, magos e encantadores era mantida pelo palácio para prestarem serviços especiais ao Rei. Porém, diante do desafio, eles foram incapazes e inoperantes para revelarem o sonho do rei. Por isso, o rei deu o decreto segundo o qual deviam ser mortos todos os sábios do palácio, uma vez que não podiam resolver o problema do rei.
O conflitivo diálogo do Rei com os sábios e magos do palácio (2.5-9).
Nenhum homem das castas sacerdotais e dos sábios conseguiu descobrir o sonho do rei. A tensão palaciana provocou a ira do rei que esperava daqueles homens respostas que eles não podiam dar. Nenhum deles pode trazer à lembrança o sonho do rei. O rei ameaçou com a pena de morte para aqueles sábios e magos que viviam à custa do palácio e não podiam resolver o problema do rei. Estava entre os sábios do palácio, Daniel e seus companheiros que acabaram por correr o risco de morte com os outros sábios do palácio.
O desespero dos caldeus e sábios do palácio (2.10,11). Os caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: “Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei” (2.10). No versículo 11 está escrito assim: “Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei”. Ora, esses sábios e magos do palácio não só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho, mas admitiam que, apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam que havia algo mais poderoso que eles. Referiam-se a “deuses cuja morada não é com a carne” (v. 11). Todos os demais sábios do palácio eram politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do Rei, disse-lhe: “Há um DEUS no céu, o qual revela os mistérios” (2.28).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 40-41.
 
Dn 2.6 Mas se me declarardes o sonho e a sua interpretação...
Qualquer indivíduo, dentre os magos, ou a coletividade deles, se fosse capaz de dizer qual fora o sonho esquecido do rei, e então o interpretasse corretamente, obteria riquezas e honras e seria elevado a um alto ofício no reino. E o rei disse: “Portanto, agora façam isso!”. Talvez o rei tenha raciocinado que, se um vidente não pudesse lembrar o passado, então também não poderia predizer o futuro.
Dn 2.7,8 Responderam segunda vez, e disseram. Os magos insistiram em ouvir primeiramente o sonho, mas este desaparecera da memória do rei. Para preservar os sonhos, uma pessoa geralmente tem de anotá-los por escrito imediatamente. Se não fizer isso, na maior parte dos casos, os sonhos são esquecidos. Eles se encontram nos arquivos do cérebro, mas não podem ser lembrados conscientemente. O rei acusou os “magos” de tentarem “ganhar tempo”, pois falavam e não agiam (vs. 8). O rei mencionou novamente despedaçá-los e destruir suas casas (vs. 5), caso eles não conseguissem fazer o que era requisitado. E por causa dessa tremenda ameaça eles tentavam ganhar tempo, esperando que algo acontecesse, sem que tivessem de revelar sua total ignorância. Se eles continuassem tentando ganhar tempo, o rei poderia esquecer a questão ou então relembrar o sonho.
Dn 2.9 Isto é: Se não me fazeis saber o sonho... Aqueles psíquicos profissionais ocupavam sua posição de confiança com o conselheiros do rei, por serem capazes de realizar o seu serviço. Se os magos não dessem resposta ao rei, não passariam de mentirosos comuns. Eles tinham acordado em enganar ao monarca. Continuavam a contar mentiras, esperando alguma mudança da parte do rei, conforme é sugerido no vs. 8.
Dn 2.10,11 Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige. Os psíquicos profissionais da Babilônia apelaram então para a história. Não havia nenhum caso registrado de homem, rei ou não, que tivesse feito tal exigência a um psíquico, para receber com sucesso a resposta que buscava. Nabucodonosor exigia o tipo de coisa que somente um deus seria capaz de realizar (vs. 11). Aqueles homens confessaram as limitações de sua profissão, limitações que desaparecem quando o ESPÍRITO de DEUS está envolvido.
Daniel mostrou estar à altura da tarefa. A sabedoria humana, pois, aparece nesse caso com o débil, e esse é um dos grandes temas do capítulo. “Os deuses não vivem no meio do povo" (afirmaram eles), pelo que não podiam ser invocados para ajudar, Mas Yahweh, o DEUS de Daniel, estava sempre presente, e daria poder a Seu servo para fazer o que somente o poder divino era capaz de realizar. O judaísmo é glorificado às expensas do paganismo, e esse é, igualmente, um tem a do livro de Daniel. Aqueles magos tinham deuses deístas, os quais nunca intervém na histeria humana, mas estão em algum outro lugar, ocupados em seus próprios negócios.
Dn 2.12,13 Então o rei muito se irou e enfureceu. Nabucodonosor perdeu a paciência e ordenou um decreto terrível: toda a classe dos psíquicos profissionais (magos de vários tipos) seria executada. Entre eles estavam Daniel e seus amigos. Torna-se óbvio, através do vs. 13, que Daniel, em sua educação geral, fora treinado para ser um dos sábios (o grupo combinado dos mágicos, astrólogos e feiticeiros, vs. 2). Os judeus naturalmente estabeleciam uma distinção: Daniel era inspirado por Yahweh, e os demais eram dotados apenas de sabedoria humana, inspirados quem sabe por qual tipo de poderes estranhos.
“ ... a coletividade inteira de sábios, que, de acordo com Dan. 1.20, incluía Daniel e seus amigos. A expressão “sábios” ocorre onze vezes no livro como nome geral para os sábios da corte, e duas vezes (2.27 e 5.15) com o nome para uma classe como: astrólogos, mágicos, encantadores. No Oriente Próximo, esses adivinhos, feiticeiros sacerdotais etc. formavam uma espécie de classe. O rei estava decidido a livrar-se daquele corpo inteiro de sábios. Decreto: A mesma palavra era usada para indicar uma sentença judicial (vs. 9)”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3378-3379.
 
As Exigências Impossíveis do Déspota (Dn 2.4-13)
Os representantes sacerdotais, os caldeus (4), tornaram-se os porta-vozes para o restante do grupo e pediram uma descrição mais exata do problema. Eles pediram detalhes específicos do sonho antes de aventurar uma interpretação. Esse pedido irritou o rei. Ele os acusou de falar até que se mude o tempo (9), i.e., simplesmente protelando para conseguir mais tempo. Se a habilidade sobrenatural deles era genuína, eles deveriam garantir sua interpretação ao contar-lhe o sonho. Isso, obviamente, tirou a máscara da sua hipocrisia, porque não tinham meios de contar-lhe o sonho.
Visto que o rei tinha tornado isso uma questão de vida ou morte para todos os sábios, eles começaram desesperadamente a procurar uma forma de sobrevivência. Quando descobriram que nem mesmo o rei poderia ajudá-los porque havia esquecido seu sonho, eles perceberam como a sua situação era desesperadora. Postos contra a parede, eles foram impelidos à verdade. Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne (11).
Keil1 insiste em que o rei, na verdade, não tinha esquecido o sonho, mas estava determinado a testar a veracidade das habilidades desses denominados sábios. Se eles pudessem relatar os detalhes do seu sonho, ele estaria certo de que a interpretação deles teria validade. Mas se eles não tinham a habilidade nem mesmo de descrever o sonho, a professa habilidade sobrenatural deles era uma farsa e o castigo horrendo com que o rei os havia ameaçado seria o seu justo destino. Quer o sonho tenha sido esquecido, quer não, a situação dos sábios havia se tornado desesperadora.
O castigo decretado por Nabucodonosor era bastante comum entre os babilônios (veja 3.29). O despedaçamento de cativos de guerra havia sido praticado até pelos hebreus (1 Sm 15.33) como uma manifestação de julgamento extremo. Nabucodonosor acrescentou a esse horror o confisco de propriedade e a profanação das casas das vítimas, tornando-as um monturo (5), i.e., depósitos de lixo públicos.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 506.
 
A impotência dos sábios (v.10,11)
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente (v. 11).
Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do DEUS pessoal, presente entre Seu povo (Is 57.15).
A prepotência dos poderosos (v.5,8,12,13)
Nabucodonosor revela sua prepotência até mesmo na hora da perturbação de espírito. Ele demonstrou isso de três maneiras. Primeiro, exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (v. 5,10,11). Há coisas que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da Babilônia tinham limitações.
Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (v. 6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o mundo aos seus pés. Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (v. 5,8,9,12,13). O rei não respeitou a limitação dos sábios. Acusou-os de esperteza (v. 8), conspiração (v. 9) e determinou o extermínio sumário deles (v. 12). Reinhold Niebuhr diz que esse sentimento de insegurança, bem como esse complexo de ansiedade, é a causa da tirania política moderna. Quanto mais alto um homem sobe, mais medo ele tem de perder o poder, mais inseguro se torna. Isso prova que o poder, a riqueza e a fama não dão segurança ao homem nem satisfazem sua alma.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 42-43.
 
II – ATITUDE SÁBIA DE DANIEL
1. A cautela de Daniel (vv. 16-18).
A atitude de Daniel que adiou a sentença de morte dos sábios da Babilônia Daniel “falou avisada e prudentemente com Arioque, o capitão da guarda do rei” (2.14). Quando o chefe da Guarda do rei recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a Daniel e seus companheiros, Deu entrou em ação interferindo naquele episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque e pedir-lhe tempo para a execução ordenada pelo rei. Arioque deu a entender que não poderia adiar o mandado do rei (2.15). Daniel pediu que Arioque pedisse ao rei para ser ouvido e foi-lhe concedida a audiência com o Rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque DEUS amenizou seu coração para que a soberana vontade de DEUS prevalecesse naquele situação. Foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do Rei e ele, com respeito ao Rei e com palavras prudentes se identificou e pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
Daniel pede tempo ao Rei para trazer a revelação (2.16). Daniel foi ousado com a iniciativa de entrar na presença do rei e pedir-lhe tempo a fim de poder trazer-lhe a revelação do sonho. Sua ousadia não era essencialmente dele, porque Daniel tinha algo muito mais forte que era a sua fé no seu DEUS, o DEUS de Israel. Daniel conhecia o seu DEUS e havia entendido que nada há que não possa ser revelado por Ele. Daniel convidou seus amigos para orarem ao Senhor com eficiência, até porque suas vidas estavam sob a mesma pena emitida pelo rei contra todos os sábios do palácio. Ele não agiu isoladamente, mas procurou seus amigos Ananias, Misael e Azarias para orarem a DEUS e obterem a resposta divina. Ele sabia que o mistério do sonho do rei só poderia ser revelado através da oração. Ele sabia que a oração é o canal mais eficaz de obter respostas de DEUS às nossas necessidades (2.17,18). Os sonhos são um dos modos de DEUS falar com o homem e revelar sua vontade.
A revelação dos mistérios de DEUS pela oração (2.18,19)
“Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (2.19). No versículo 18 está escrito que “Daniel foi para a sua casa” que era o lugar da sua intimidade com DEUS, onde ninguém mais o perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus, bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com DEUS lhe propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em visão de noite. Uma prova indiscutível de que DEUS se utiliza desses meios para revelar a sua glória aos seus servos.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 41-43.
 
Dn 2.16 Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo. Daniel aproximou-se ousadamente do rei, sem dúvida com a mediação de Arioque (ver o vs. 24), solicitando uma entrevista pessoal. Dessa forma, Daniel deixaria a questão descansar, satisfazendo a demanda do rei por informações. Daniel dependia do auxílio da fonte divina, Yahweh. Ele não tinha tal confiança em si mesmo. “A providência sem dúvida influenciou sua mente. A Daniel seria concedido algum favor especial” (Fausset, in loc.). A hora era de ousadia, e não de humildade, pelo que o profeta agiu com grande decisão. A humildade seria apropriada para uma ocasião menos dramática.
Dn 2.17 Então Daniel foi para casa. O Apoio da Oração. Tanto a experiência quanto a experimentação (incluindo a de variedade científica) mostram que a oração é m ais poderosa quando feita em grupo. Energias espirituais geradas por pessoas unidas em um propósito não podem ser geradas por indivíduos comuns. Dessa forma, Daniel buscou apoio na oração. Ele apelou para seus três amigos. Quatro amigos tinham uma só mente, e esperavam grandes coisas da parte de Yahweh.
Dn 2.18 Para que pedissem misericórdia ao DEUS do céu. ‘Naquele tempo de testes, Daniel manteve a calma. Ele voltou para casa, procurou seus três amigos, e, juntos, eles oraram pedindo misericórdia da parte do DEUS do céu.
No contexto do livro de Daniel, aponta para Yahweh com o o DEUS Altíssimo, em contraste com os deuses babilônicos ausentes (ver o vs. 11). Os babilônios tinham uma espécie de deísmo idólatra, pois a força criativa era vista com o inativa entre os homens, porquanto abandonara sua criação às leis naturais. Em contraste com isso, a fé dos hebreus era teísta. O teísmo ensina que o poder criativo continua no universo, intervindo, recompensando e punindo, de acordo com as demandas da lei moral. “O DEUS do céu é o equivalente judaico do nome cananeu Ba’al samem.
Esse era o título que os persas usavam para referir-se ao DEUS dos judeus. Parece que caiu de uso em tempos posteriores, por assemelhar-se muito ao termo  grego Zeus Ouranioá' (Arthur Jeffery, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3379.
 
DEUS Concede a Daniel a Interpretação (2.14-23)
Embora Daniel e seus companheiros tivessem escapado da convocação do rei, não escaparam da inclusão no decreto de matar os sábios (14). Eles também estavam entre aqueles que seriam executados. Quando Daniel ficou sabendo da natureza do decreto e do motivo da sua severidade, imediatamente se dirigiu ao rei. O fato de ter esse tipo de acesso testemunha a alta posição que havia herdado nos exames ocorridos tão recentemente (1.19-20). Na presença de Nabucodonosor, Daniel corajosamente prometeu que daria a interpretação (16), se lhe desse tempo. O rei, antes tão furioso com as manipulações desesperadas dos sábios, estava evidentemente impressionado com a sinceridade, firmeza e confiança de Daniel.
A própria ação de Daniel foi coerente com o homem de DEUS que era. Ele chamou seus três companheiros para juntos com ele passar um tempo em oração intercessora fervorosa. A resposta a essa oração não demorou a chegar. Quando Daniel recebeu o sonho em uma visão noturna, ele irrompeu em um hino de louvor exultante a DEUS.
Roy E.Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 507.
 
A intervenção de Daniel (v. 14-18)
Daniel toma três atitudes importantes na solução daquele intrincado problema. Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (v.16). Daniel tem iniciativa e ousadia. Ele não foge, não se esconde, nem tenta enrolar o rei. Ele reconhece sua limitação, mas demonstra confiança na intervenção divina.
Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (v. 17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de DEUS ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor DEUS Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto agrada a DEUS, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na hora da crise.
Em terceiro lugar, Daniel vai a DEUS e pede misericórdia (v. 18). Ele ora ao DEUS do céu. O nosso DEUS está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o DEUS criador dos astros. Ele revela sua fé no DEUS vivo. Daniel chega a DEUS pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 43-44.
 
2. DEUS ainda revela mistérios (vv. 19-27).
Daniel oferece a DEUS sua ação de Graças pela revelação (2.20-23)
Daniel exalta a DEUS reconhecendo que Ele tem todo o poder e sabedoria acima do poder de Nabucodonosor e de todos os sábios e poderosos do mundo. Só Ele poderia revelar, por sua onisciência, as coisas obscuras ao homem comum. A resposta veio a Daniel em sonho pelo qual ele bendisse ao Senhor (w. 19,20). Como Criador do universo, a terra estava sob o seu controle e providência, porque só Ele tem o poder de mudar o tempo e as estações do ano (v. 21;At 1.7).
Daniel teve a revelação e imediatamente foi procurar o homem responsável por cumprir a ordem do rei. Contou-lhe o que DEUS lhe revelara e pediu que o mais depressa possível o introduzisse à presença do rei para contar-lhe a revelação do sonho real. A semelhança do que DEUS revelou a José no Egito (Gn 41), Daniel foi agraciado por DEUS pela revelação .
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 43.
 
Dn 2.19 Então foi revelado o mistério a Daniel. O mistério do sonho do rei foi resolvido por meio de um a visão noturna. Talvez esse termo fosse distinguido dos sonhos com o algo superior, conforme se vê em Joel 2.28. Mas parece que no livro de Daniel o sonho espiritual é considerado de mesmo nível que as visões. É verdade que na experiência humana algum as vezes precisam os de uma orientação especial que vem por meio da inspiração mística. A Daniel foi conferida essa bênção, em sua hora de necessidade. Oh, Senhor, concedemos tal graça! O próprio Daniel algum as vezes mostrou-se incapaz de obter orientação por sua sabedoria, a qual era muito superior à nossa. Assim sendo, é óbvio que, algumas vezes, precisam os de orientação especial por meio de eventos extraordinários. Cf. este versículo com Gên. 46.2 e Jó 33.14,15. Daniel e seus amigos oraram durante a noite, e eis que no meio da noite a resposta chegou. Algumas vezes precisamos de respostas rápidas!
Daniel estava abordando um mistério, mas, através da oração, até mistérios podem ser revelados pela sabedoria de DEUS (vs. 30)”.
Dn 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de DEUS. A grande vitória alcançada foi a inspiração para o significativo hino de agradecimento e louvor ao Poder que prestara grande favor aos jovens judeus. Os que conhecem a literatura poética, conforme ela existia na antiga nação de Israel, dizem-nos que o poema a seguir consiste em quatro estrofes de três e quatro linhas, sendo corretamente classificado como um hino. Trata-se de um tem a que louvava a sabedoria e o poder de DEUS. Cf. I Cor. 1.24. DEUS intervém na história humana, e nós agradecemos e O louvamos por isso. Encontramos sentimentos similares em Sal. 41.13; Jó 12.12,12; Nee. 9.5 e Est. 1.13.
O segredo foi revelado facilmente, pois DEUS sabe de tudo. A visão noturna deu a Daniel toda a informação de que ele precisava, e eram informações salvadoras. A fonte dessas informações foi o DEUS do céu. Ver as notas expositivas sobre o vs. 18 quanto a esse título. A oração dos quatro amigos mostrou ser realmente poderosa.
Dn 2.27 Respondeu Daniel na presença do rei, e disse. Daniel não piscou quando seu olhar encontrou o olhar do rei. Ele sabia que tinha consigo a resposta divina. Ele concordou com os psíquicos profissionais: somente um deus poderia resolver aquele caso (vs. 11). Mas como Daniel tinha consigo o seu DEUS, tudo estava bem. A casta inteira dos magos foi mencionada por suas partes constitutivas: sábios, encantadores, magos, astrólogos, adivinhos, tal como se vê no vs. 2. Eles estavam certos quanto a um detalhe. Eles não podiam, nem individual nem coletivamente, solucionar o problema do rei. Porém, um único indivíduo, com a ajuda divina, poderia resolver o problema do rei. E Daniel era esse homem. O profeta, pois, estava mostrando a debilidade da sabedoria divina, que não é inspirada pela Fonte divina de toda a sabedoria; e é possível ser essa a mensagem principal que a história tenciona ensinar. Pode ficar subentendido que os sábios da Babilônia não conseguiriam solucionar o problema, mesmo que se consorciassem com os deuses (falsas divindades). Há coisas que só podem ser resolvidas pelo DEUS do céu (vs. 28). Poderes preditivos são atribuídos somente a DEUS. Cf. Gên. 20.3; 41.16,25,28; Núm. 22.35. Estudos demonstram que o poder de prever o futuro é uma habilidade natural da psique humana, e certamente existem profetas não bíblicos na antiguidade e na modernidade, Mas isso era ignorado pelos hebreus. Esse fato, porém, não enfraquece o argumento de Daniel (vs. 28).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3379-3380.