Escrita Lição 1, Betel, Mensagens proféticas - DEUS continua falando
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- Quem eram os profetas?
1-1- Diversidade e unidade dos profetas
1-2-Características
dos profetas
1-3- Os falsos profetas
2- Sucessores dos profetas do Antigo Testamento
2-1- Através de
quem DEUS continuou a se revelar?
2-2- JESUS, o ápice da proclamação profética
2-3- Os profetas de ontem ainda falam hoje
3- A mensagem profética
3-1- Os
profetas e as Escrituras
3-2- Muito além das previsões
3-3- Ecos dos profetas para os dias de hoje
TEXTO ÁUREO
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO."
2Pedro 1.21
VERDADE APLICADA
A mensagem dos profetas do Antigo Testamento serve como
despertamento para o cristão dos dias atuais.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar quem eram os profetas.
Mostrar os sucessores dos profetas.
Destacar a relevância da profecia para os dias de hoje.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – 2 Pedro 1.16, 19-21
16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor
JESUS CRISTO, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos
a sua majestade.
19. E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis
em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia
esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações,
20. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é
de particular interpretação;
21. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS PARA A LIÇÃO
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição
7, O Ministério de Profeta
Revista Lições Bíblicas Adultos, CPAD,
2° Trimestre 2021
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos Homens com Poder
Extraordinário
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva -
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TEXTO ÁUREO
“E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro,
doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas” (1 Co 12.28).
VERDADE PRÁTICA
O ministério de profeta é
fundamental para a Igreja de CRISTO nos dias atuais.
LEITURA DIÁRIA
Segunda- At 3.22Jesus O
profeta prometido
Terça - At 11.2 7
Profetas na igreja primitiva
Quarta - Lc 11.49
Profetas enviados por DEUS
Quinta - 1 Co 14.3 O
ministério do profeta (errada a referência - esta é em relação ao dom de
profecia, não ao profeta, ministério de CRISTO (Ef.411).
Sexta - 1 Ts 5.20 Não
despreze as profecias (errada a referência - esta é em relação ao dom de
profecia, não ao profeta, ministério de CRISTO (Ef.411).
Sábado - Ap 3.22 O
ESPÍRITO fala às igrejas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
- 1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.
1 Coríntios 12.27 - Ora, vós sois o
corpo de CRISTO e seus membros em particular. 28 - E a uns pôs DEUS na igreja,
primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores,
depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de
línguas. 29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos
doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4.11 - E ele mesmo deu uns
para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros
para pastores e doutores, 12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a
obra g do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, 13 - até que todos
cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito,
à medida da estatura completa de CRISTO.
Resumo da Lição 7 -
O ministério de Profeta
I- O PROFETA DO ANTIGO
TESTAMENTO
1. Conceito.
2. O ofício.
3. O profetismo.
II- O PROFETA EM O NOVO
TESTAMENTO
1. A importância do termo
“profeta” em o Novo Testamento.
2. O ofício do profeta
neotestamentário.
3. O objetivo do dom
ministerial de profeta.
III – DISCERNINDO O
VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x
arrogância.
2. Pelos frutos os
conhecereis.
3. Ainda sobre o falso
profeta.
Comentários de 2014 e
2021
Nesta lição vamos estudar
sobre o segundo Dom Ministerial de CRISTO - Pessoa dada a Igreja por JESUS -
Dom ministerial de Profeta (Efésios 4.11).
São Vários os profetas
mencionados como Profetas da Igreja como veremos no desenrolar da Lição.
O dom ministerial de
Profeta é atual e atuante na Igreja de hoje. Mesmo que algumas denominações
teimem em não o reconhecer eclesiasticamente, o profeta está na igreja e deve
ser reconhecido para que o corpo de CRISTO cresça em graça, em conhecimento e
poder.
Importância do ministério
de Profeta
Quem recebe um profeta na
qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na
qualidade de justo, receberá galardão de justo. Mateus 10:41
Se fôssemos seguir à
risca a Bíblia, os ministérios de Apóstolo e Profeta seriam os maiores
ministérios da Igreja atual.
o qual, noutros séculos,
não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo
ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas, Efésios 3:5 - Apóstolos e
Profetas da Igreja - Novo testamento.
edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal
pedra da esquina; Efésios 2:20 - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo
testamento.
O maior erro ao falarmos
sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tanto no AT
como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza
- quem tem dom de profecia). Profeta é ministério. Ter dom de profecia não faz
de alguém um profeta, ministério.
A mensagem dada por um
profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de
Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra
de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também
foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e
Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para
edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da
pessoa. Não prevê nada.
Devido a imaturidade e a
ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos
"profetas" que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que
DEUS não falou e nem mandou. Falta discernimento sobrenatural do ESPÍRITO SANTO
e conhecimento dos Dons do ESPÍRITO SANTO na prática.
Qual ensino ou pregação
Ágabo fez? Elias e Eliseu pregavam ou ensinavam alguma coisa? Não. Profeta não
é mestre para ficar ensinando e nem é evangelista para ficar pregando. Ele tem
uma mensagem futurística ou de revelação do pecado e o juízo sobre este pecado.
Mensagem simples e direta que não está escrita na bíblia. É conversa de DEUS
direta para uma pessoa, ou grupo de pessoas ou para a igreja ou para um país,
etc...Dom Ministerial de CRISTO - Pessoa dada a Igreja por JESUS - Dom
ministerial de Profeta (Efésios 4.11). São Vários os profetas mencionados como
Profetas da Igreja. Atos 11:27 Agabo - Atos 15:32-34 - Judas e Silas - Atos
21:10-11 Agabo -1 Coríntios 12:28 profetas - Tito 1.12 - profeta - Efésios 3:5
- Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo testamento. "edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a principal pedra
da esquina; Efésios 2:20" - Apóstolos e Profetas da Igreja - Novo
testamento.
Profeta não fala o que
está escrito na Bíblia.
Ele recebe uma mensagem sobrenatural, instantânea, para falar a alguém, ou
a um grupo de pessoas, ou à igreja, ou a nação.
Parece estar havendo muita confusão sobre este dom por ser raro esse ministério
entre os crentes assembleianos.
Hc 2:2 Então, o SENHOR me
respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que
a possa ler o que correndo passa.
Só a partir do profeta proclamar o que Deus lhe revelava é que se tornava
bíblia.
O profeta não tirava da Bíblia o que ia falar.
Quem lê na Bíblia alguma coisa não é profeta e nem está profetizando.
A mensagem dada ao profeta é sobrenatural e espontânea. Ele não sabe o que vai
falar até o momento que lhe é dado o que falar.
Profetas que profetizaram
nascimento, vida e morte de JESUS aqui na Terra duraram até João. Hoje temos
vários profetas na Igreja (Ef 4.11 - Exemplo clássico - Profeta Ágabo)
profeta, por nome
Ágabo - Atos 21:10-11. - Judas e Silas, que também eram profetas - Atos
15:32-34
"E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas". 1 Coríntios 12:28.
"Um deles, seu
próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins,
ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os
severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a
saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora
criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Atos 13:1
João Batista, o último
profeta? Existiam profetas na época do início da igreja? Existem profetas hoje?
João Batista foi o último
profeta do Antigo Testamento - profetas do AT profetizaram sobre primeira vinda
de JESUS e quase nada sobre depois disso, com raríssimas exceções. Alguns muito
usados em milagres, alguns sem milagres, mas com grandes profecias messiânicas,
alguns sem milagres e sem profecias messiânicas, mas com mensagens de juízo. Os
verdadeiros eram temidos e pouco desejados em meio à sociedade em geral,
principalmente entre os ricos e políticos. Eram pessoas de grande fé e
santidade. Suas vidas eram inteiramente comprometidas com DEUS e sua palavra
inspirada. A bíblia nos diz que nossa fé deve estar em conformidade com os
ensinos dos apóstolos e dos profetas.
No Novo Testamento, como
ocorre com os apóstolos, temos o ministério de Profeta. Efésios 2.20; 4.11 fala
sobre isso e em muitas outras partes do NT, como por exemplo: Atos 11:27 -
profetas; Atos 15:32 - Judas e Silas; Atos 21:10 - Ágabo; 1 Co 12.28, 29; Tito
1.12 - profeta que revela pecado; Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
O ministério profeta
deveria ser reconhecido na Igreja, mas com o passar do tempo, e devido à
multiplicação do pecado, principalmente por parte da liderança da igreja, esse
ministério teve a mesma sorte daquele que havia no AT, passaram a ser pessoas
"non gratas" nas igrejas. Revelar pecado e juízo sobre esse pecado é
uma das maiores tarefas de um legítimo profeta de DEUS, por isso sua pouca
popularidade na igreja atual.
O que o profeta falaria
hoje na igreja? O profeta revelaria o pecado oculto da maioria dos crentes de
hoje. O profeta é excluído de nossos púlpitos devido ao temor dos líderes de
que seus pecados sejam revelados e eles sejam desmascarados ante suas inocentes
ovelhas que são tosquiadas a cada dia para enriquecimento dessas lideranças
materialistas.
O pecado tem que ser
combatido a qualquer custo e a mensagem do profeta deve ser ouvida na igreja
para que o temor se apodere dos crentes e eles se arrependam de seus pecados e
sejam sarados.
Lembremo-nos de que todos
aqueles que escreveram nossos livros que estão contidos na bíblia e falam sobre
alguma coisa no futuro, principalmente a escatologia, todos eles formam
profetas de DEUS. Não existiria o livro de Apocalipse se não existisse profeta
no Novo Testamento. Os ministérios podem ser mudados ao longo do tempo. Por
exemplo, João que começou como apóstolo, terminou como profeta, escrevendo
Apocalipse. Paulo que começou como Apóstolo, passou pelo ministério de profeta,
evangelista, pastor e mestre.
O ministério é dado por
CRISTO de acordo com a necessidade do momento. Paulo preso pode e é usado por
JESUS como um legítimo profeta de DEUS, combatendo o pecado nas igrejas e
falando sobre coisas futuras.
Todo profeta tem como
confirmação de se ministério os dons do ESPÍRITO SANTO presentes em seu
ministério.
Dom de Profecia X
Ministério Profeta
Dom de Profecia é para
edificação, exortação e consolação, não prediz nada, pode
vir de 3 fontes, DEUS, homem e o Diabo; deve ser julgada.
Profeta é ministério
Profeta é usado em dons
de revelação - fala a respeito do futuro (Palavra de Sabedoria - dentro da
Onisciência de DEUS - DEUS sabe o futuro); também revela coisas ocultas tanto
no passado quanto no presente (Dom da Palavra da ciência ou Conhecimento -
dentro da Onipresença de DEUS - DEUS está presente em toda parte). profeta é
usado em dons de poder (ressuscitar mortos - Fé; Curar doentes e enfermos -
Dons de Curar; Modificação na natureza - milagres) - Alguns profetas escrevem a
respeito de coisas futuras, como Apocalipse, por exemplo - são revelações das
coisas futuras dadas ao profeta. Quem tem ministério de profeta não quer dizer
que um dia não possa ter outros ministérios, pis Pedro e Paulo foram, além de
apóstolos, profetas também..
Observação sobre sustento
do profeta:
O Didaquê, obra da igreja
primitiva que pode ser dada como de produção ao redor do ano 90 de nossa era
(parece anteceder, inclusive, ao evangelho de João), e que é considerado como
um manual de doutrina da igreja primitiva, diz o seguinte, sobre o trabalho de
mestres itinerantes na vida das comunidades cristãs da época: “Todo apóstolo
(profeta e pregador também) que venha a vós seja recebido como o Senhor, porém
não permanecerá mais que um dia, e se houver necessidade, ainda o outro dia;
mas se permanecer três dias, é um falso profeta. E tendo saído o apóstolo nada
tomará para si, a não ser pão, até o próximo alojamento. Mas se pede dinheiro é
um falso profeta” (11.4-7). Não estou declarando o Didaquê como inspirado, como
os escritos do Novo Testamento, mas reconhecendo-o como documento histórico e
como manual de doutrina da Igreja. A conexão que ele faz entre apóstolo,
profeta e pregador itinerante é interessante, bem como o método para descobrir
se é falso o apóstolo ou profeta ou pregador itinerante: se busca levar
vantagem no exercício de sua função. Por que existem altos cachês? Porque
existem pastores que pagam. São falsos pastores pagando falsos profetas? Será
que esses falsos profetas só profetizam coisas boas para esses pastores para
receberem seus altos cachês?
<http://www.ensinameaviver.com.br/admin/pdf/O_PROFETISMO_EM_ISRAEL_-_Isaltino_Gomes_Coelho_Filho.pdf
>
A importância do
ministério do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um
deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande
fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Veja a importância de um
profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe
revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse
ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa,
mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco
antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem,
através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia
que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da
cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de
Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos
escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e
que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto
os do NT. Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe
tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor
DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os
profetas". Amós 3:7
Atos 15:32-34
"Depois Judas e
Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas
palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz
para os apóstolos; Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
Judas e Silas eram
respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas
abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos
apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos
irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de
verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os
apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos
ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter
conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos,
disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem
de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
Veja aqui, mais uma vez,
a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já
sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer
integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos
a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua
vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de
entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu
segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas". 1 Coríntios 12:28.
Isto é Bíblia, é Palavra
de DEUS, deve ser praticado na Igreja.
Veja a importância do
ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para
a edificação e progresso da igreja.
Tito 1.12 - profeta que
revela pecado
"Um deles, seu
próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins,
ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os
severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
Veja aqui Paulo dando
testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses.
Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS
enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas
e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó
céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa
quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga
aos perseguidores dos profetas de DEUS. Quase não se vê um profeta na igreja de
hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para transmitirem as mensagens
diretas de DEUS a seu povo, em nossos púlpitos. São considerados como escória.
São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os
recompensará.
Como identificar se a
mensagem é vinda de um ministério Profeta ou de alguém usado em dom de
profecia?
Quando se fala a respeito
de coisas futuras ou coisas passadas ou ocultas quando se revela pecados
ocultos e notícia de juízo é Ministério de profeta. O profeta revela às vezes
um problema ou uma doença, ou um juízo e já traz a solução com um milagre, uma transformação.
A profecia não traz o
milagre junto. A profecia é mais um aconselhamento, para edificação, consolação
e exortação. Não tem elemento preditivo e nem palavra de juízo contra o pecado.
A profecia é para indicar a presença de DEUS na vida do crente ou descrente. É
em sua maioria, uma resposta de DEUS a uma oração do crente.
Não confunda profecia com
Profeta, por favor. profecias devem ser julgadas. Profeta - homem de DEUS que
traz uma mensagem de DEUS, revelando pecados ou coisas ocultas e futurísticas.
Na hora que o profeta fala já se sabe se é de DEUS ou não. Se a mensagem for a
respeito do futuro só se saberá se é de DEUS se acontecer o cumprimento. Não se
pode julgar o que ainda não aconteceu.
Porque existe uma
rejeição intensa para com o profeta ministerial nos dias de hoje?
Não só hoje, mas o
profeta sempre foi temido, excluído, colocado à margem dos poderosos. O profeta
tem a revelação do pecado, principalmente o pecado da liderança. profeta revela
roubo de dinheiro na secretaria, desvio de dinheiro das obras sociais e de
missões, revela superfaturamentos nas notas fiscais, revela adultérios, revela
homossexualidade, lesbianismo, prostituição etc. Imagine quem quer um profeta
em sua igreja!!! O rei da igreja, ou o ditador da igreja morre de medo de um
profeta e não dá oportunidade para ele pregar de jeito nenhum.
Revista Ensinador Cristão
CPAD, n° 58, p.39
O ministério de profeta
ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares.
Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas
perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as
experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo
Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos.
Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia
(At 11.27-30; 21.10-12).
Outros exemplos são
profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo
datado do segundo século: "Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos".
Apesar de se chamar "A instrução dos Doze", o documento não foi
escrito pelos doze apóstolos de CRISTO, mas formulado pelas lideranças da
igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da
vida cristã. No capítulo 11, sobre "A Vida em Comunidade", os
versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta
conforme registrado em Efésios 4.11.
À semelhança do Antigo
Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da
Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho
contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava
corrompido e longe dos desígnios de DEUS. Foi assim no Antigo Testamento; assim
ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história
eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade? (com algumas
alterações do Pr. Henrique).
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
O maior erro ao falarmos sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tanto no AT como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza - quem tem dom de profecia).
Profeta é ministério.
Ter dom de profecia não
faz de alguém um profeta, ministério.
A mensagem dada por um
profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de
Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra
de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também
foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e
Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para
edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da
pessoa. Resposta a uma oração. Não prevê nada.
Devido a imaturidade e a
ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos "profetas"
que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que DEUS não falou e nem
mandou. Falta discernimento e conhecimento dos Dons do ESPÍRITO SANTO.
Neste capítulo,
discorremos sobre o dom ministerial de profeta, na igreja cristã. É um assunto
que envolve dificuldades de interpretação, tendo em vista alguns aspectos que
parecem não estar bem claros, no texto neotestamentário. Quando se estuda a
missão dos profetas, no Antigo Testamento, normalmente, não há grandes
questionamentos. Mas, no âmbito do Novo Testamento, persistem algumas
indagações. Há dúvidas acerca da correlação entre o dom de “profeta” e o dom
espiritual de “profecia”. O profeta, na igreja atual é um dom ou é um ofício? E
um cargo ministerial, como alguém utiliza, acima dos demais? Já existem igrejas
em que seu titular já foi pastor, bispo, apóstolo e, atualmente, é chamado de
“o profeta”!
A Igreja Primitiva é o
modelo ideal a ser seguido pelas igrejas cristãs ao longo da História. Mesmo
considerando algumas especificidades ministeriais, face ao contexto histórico e
cultural de sua época, o que foi ensinado por JESUS e por seus apóstolos, ao
longo do desenvolvimento das igrejas locais, tem valor essencial para quaisquer
igrejas, em todos os tempos e lugares, no mundo em que vivemos. Desse modo,
constatamos que tanto o dom de profecia como o ofício ou o dom ministerial de
profeta eram naturalmente reconhecidos pelos cristãos primitivos.
Em momentos cruciais,
quando as adversidades ameaçavam a comunidade cristã, homens de DEUS eram
levantados para transmitir a mensagem de orientação, necessária para sua
estabilidade. Os profetas do Novo Testamento não eram pessoas procuradas por
irmãos ou grupos de irmãos, com a finalidade de buscarem orientações pessoais.
Eles eram usados, em momentos especiais, quando havia uma necessidade de uma
palavra especial da parte de DEUS. E o faziam de modo espontâneo, sem qualquer
ideia de premeditação ou direcionamento da parte do profeta, como ocorre,
infelizmente, em alguns lugares, nos dias presentes. Também não tinham o ofício
de profeta, idêntico ao dos profetas do Antigo Testamento.
O profeta do Antigo
Testamento era um homem que, além de transmitir a mensagem de DEUS, tinha
outras atribuições de ordem nacional. Na unção dos reis, eram os profetas que
tinham a incumbência de derramar o azeite santo da unção sobre a cabeça dos
governantes (1 Sm 16.1; 1 Rs 19.16).
No Novo Testamento, o
profeta tem função essencialmente voltada para o âmbito da igreja local. Mas,
de modo geral, o profeta da igreja cristã atende à necessidade de edificação,
exortação e consolação dos crentes (1 Co 14.3). Uma pessoa pode ter o dom
espiritual de profecia sem ter o dom ministerial de profeta. Não se
pode dizer que a igreja do século XXI não precisa mais de profetas.
Considerando que, antes da Vinda de JESUS, está prevista terrível manifestação
da apostasia (2 Ts 2.3), é indispensável que a igreja local tenha a presença da
manifestação do ESPÍRITO SANTO, tanto através do dom de profecia, como a
palavra dos profetas de DEUS.
O profeta de hoje não tem
a missão de ungir reis ou profetas em seu lugar, mas tem a grave
responsabilidade de transmitir a mensagem de DEUS, nos momentos necessários, no
tempo certo, para pessoas ou para a comunidade cristã. Essas mensagens são de
grande valia, para denunciar as ameaças ou existência de pecados que
comprometem a integridade espiritual do Corpo de CRISTO.
Quem tem um dom de DEUS
deve ter consciência de que é apenas um servo e não um senhor dos outros.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 82-83. (com algumas alterações do Pr.
Henrique).
JESUS FALOU SOBRE A
PERSEGUIÇÃO AOS APÓSTOLOS E PROFETAS - Lc 11:49 Por isso diz também a sabedoria
de Deus: Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão
outros;
AS POSIÇÕES PRIMORDIAIS DA IGREJA SÃO APÓSTOLOS, PROFETAS E MESTRES. 1Co 12:28
E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas,
em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas.
BATISMO NO ESPÍRITO SANTO É PARA TODOS, DONS DO ESPÍRITO SANTO SÃO PARA POUCOS
E MINISTÉRIOS SÃO PARA POUQUÍSSIMOS. 1Co 12:29 Porventura são todos apóstolos?
São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
A IGREJA É EDIFICADA SOBRE O FUNDAMENTO DOS APÓSTOLOS E PROFETAS - JESUS CRISTO
- Ef 2:20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que
Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
REVELAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS FORAM DADAS AOS APÓSTOLOS E PROFETAS - Ef 3:5 O qual
noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido
revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas;
APÓSTOLOS E PROFETAS SÃO MINISTÉRIOS DE CRISTO - Ef 4:11 E ele mesmo deu uns
para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros
para pastores e doutores,
AS PALAVRAS DITAS PELOS APÓSTOLOS E PROFETAS DEVEM SER GUARDADAS - 2Pe 3:2 Para
que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos
profetas, e do mandamento do SENHOR e Salvador, mediante os vossos apóstolos.
APÓSTOLOS E PROFETAS TÊM UMA CAUSA EM COMUM - Ap 18:20 Alegra-te sobre
ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já Deus julgou a vossa
causa quanto a ela.
I- O PROFETA DO ANTIGO
TESTAMENTO
1. Conceito.
2. O ofício.
3. O profetismo.
I- O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito.
No Antigo Testamento, o
ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando DEUS levantava um profeta,
conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos
estranhos. Este poderia receber consultas para falar com DEUS e dar a resposta
de DEUS.
Esta palavra é derivada
do termo grego prophetes, “aquele que fala sobre aquilo que está porvir [ou
adiante]”, um proclamador ou intérprete da revelação divina (Arndt, p. 730).
Ela geralmente refere-se àquele que age como porta-voz. Às vezes, também é
sinônimo de “vidente” ou “pessoa inspirada”, e traz a conotação de um
prenunciador ou revelador de eventos futuros. O uso prático determina o sentido
em que a palavra deve ser entendida.
PRESTE ATENÇÃO A ISTO -
“profeta é aquele que fala sobre aquilo que está no porvir [ou adiante, ou no
futuro]” - O DOM QUE MAIS AGE NO PROFETA É O DOM DE PALAVRA DE SABEDORIA, OU
SEJA, REVELAÇÃO DO FUTURO.
No Novo Testamento temos
exemplo bem prático no profeta Ágabo.
Terminologia.
No AT hebraico são
encontradas diversas palavras cujo significado preciso deve ser determinado
mais pelo uso do que pela etimologia. Entre elas, aquela que ocorre mais frequentemente
é Nabi‘. Várias tentativas foram feitas pelos estudiosos para descobrir o
significado etimológico dessa palavra (cf. My Servants the Prophets, pp.
56-57), porém os resultados não foram satisfatórios. Entretanto, sua utilização
comum mostra a força que possui. Dessa forma, em Deuteronômio 18.18, DEUS
afirma que o profeta (nabi") declarará tudo que Ele lhe ordenar.
Novamente, em Êxodo 7.1, essa palavra tem o mesmo significado. Outras passagens
são Êxodo 4.15,16; Jeremias 1.17a; 15.19 etc. Em todas elas, e na verdade através
de todo o AT, a palavra Nabi’ aparece como aquele que declara uma mensagem em
nome de um superior.
A religião divinamente revelada do AT é considerada como sendo de natureza
bastante prática. Em muitas culturas pagãs, por outro lado, o que é proeminente
é a maneira pela qual o vidente recebeu a mensagem. Parece que não é a
proclamação propriamente dita, mas o obscuro cenário de mistério que recebe a
maior ênfase. Nesse ponto, o AT mostra um contraste muito grande com o mundo
pagão. Não há dúvida de que a mensagem profética não é de origem humana, mas
divina (2 Pe 1.20,21), e por essa razão o profeta do AT era diferente do
adivinhador pagão ou vaticinador da Antiguidade. Enquanto o adivinhador poderia
ter recebido sua “mensagem” ou presságios através de métodos de invenção
humana, as palavras do profeta originam-se de audições, sonhos e visões
enviadas por DEUS. Miquéias afirmava que estava cheio de poder - do ESPÍRITO do
Senhor - para tornar conhecidos à nação de Israel os pecados que haviam
praticado (Mq 3.8).
Duas outras palavras, ro’eh e hozeh, ambas particípios, dizem respeito àquele
que vê, e são praticamente usadas como sinônimos. Em ambas, a força recai sobre
o método de receber a revelação, isto é, de ver. Ro’ek e hozeh eram homens que
recebiam a mensagem que DEUS lhes havia enviado. É difícil dizer se essa visão
acontecia através dos olhos físicos, ou de uma visão, ou se a palavra poderia
estar referindo-se a uma visão metafórica como um discernimento sobrenatural. É
possível que o vidente fosse simplesmente um homem que com seu “olho
interior" enxergava a verdade que DEUS lhe enviava. Ao mesmo tempo, está
claro a partir de uma comparação entre as principais passagens nas quais essa
palavra ocorre (por exemplo, 1 Sm 9.9; Is 30.9,10) que ro’eh e hozeh eram
porta-vozes de DEUS. Sua função era a mesma do nabi’. Resumindo, podemos dizer
que o profeta do AT, por qualquer nome que porventura lhe fosse designado, era
aquele em cuja boca DEUS havia colocado suas Palavras, e que transmitia essas
preciosas Palavras ao povo. Também DEUS fala diretamente com o profeta algumas
vezes. (Então, falou DEUS a Noé, dizendo: Gênesis 8:15; Então, caiu Abrão sobre
o seu rosto, e falou DEUS com ele, dizendo: Gênesis 17:3; Falou mais DEUS a
Moisés e disse: Eu sou o Senhor. Êxodo 6:2).
Adão foi o primeiro
profeta
Abraão era profeta - Por
que podemos dizer que Abraão era profeta?
Porque DEUS disse.
Agora devolva a mulher ao marido dela. Ele é profeta, e orará em seu favor,
para que você não morra. Mas se não a devolver, esteja certo de que você e
todos os seus morrerão". Gênesis 20:7
O profeta e Moisés.
Para um melhor
entendimento da origem divina da instituição profética, a passagem chave está
em Deuteronômio 18.9-22. Em contrapartida à contínua atividade dos adivinhadores
e vaticinadores cananeus, DEUS prometeu enviar a Israel seus profetas.
Portanto, Israel não seria compelida a lançar mão de meios humanos para obter
informações sobre a vida e a morte. Antes, a nação deveria dar ouvidos aos
profetas que iriam declarar as verdadeiras Palavras de DEUS. Dessa forma, assim
como Moisés, ele seria um mediador entre DEUS e a nação. Da mesma forma como o
sacerdote representava o povo perante DEUS, também o profeta representava DEUS
perante o povo. Entretanto, nenhum dos profetas foi uma cópia exata de Moisés.
Somente com a vinda de CRISTO eles realmente conheceram aquele grande Profeta
que fora verdadeiramente representado por Moisés, aquele que conhecia a DEUS
Pai face a face (Dt 34.10; cf. Nm 12.8).
DEUS falava com Moisés. Ele falava claramente, frente a frente, e não através
de frases enigmáticas ou obscuras. Por outro lado, *DEUS também falava aos
outros profetas por meio de sonhos e visões, e as Escrituras sugerem que Ele
também pode ter falado através de enigmas (Nm 12.1-6).
Portanto, os profetas eram homens a quem DEUS criou para declarar a sua vontade
à nação. Eles estavam de acordo com a época à qual pertenciam, e indicavam a
vinda daquele que iria personificar, no sentido mais pleno e mais completo, os
ideais da instituição profética (JESUS). Por isso os profetas do AT duraram até
João Batista. Daí para frente os profetas da Igreja seriam iniciados em seu
ministério, agora para JESUS falar através deles à Igreja, principalmente.
Escolas de profetas.
Durante o período de
Samuel foram feitas referências a grupos de profetas. Sabemos pouco sobre esses
grupos, embora eles tenham sido objeto de muita especulação. Entretanto, parece
que ajudaram Samuel a ministrar às necessidades espirituais da nação.
A obra da teocracia revelou-se demasiadamente grande para Moisés, e por esta
razão foram escolhidos 70 anciãos para ajudá-lo nessa árdua tarefa. No período
de Samuel, essa obra revelou-se novamente muito grande para um único indivíduo.
Esse período foi particularmente crucial, pois a época dos juizes estava terminando
e a monarquia estava apenas começando. Havia a necessidade da presença do
ESPÍRITO, não apenas em Samuel, mas também naqueles de menor estatura.
Não sabemos praticamente nada sobre a organização desses grupos. Eles foram
descritos como um “grupo” ou “rancho” (hebet); eles dedicavam-se a profetizar e
a louvar a DEUS ao som de músicas (1 Sm 10.5,10). E provável que o grupo tenha
sido organizado por Samuel, porém as Escrituras não afirmam esse fato
explicitamente.
Depois da divisão da monarquia, aparece novamente um corpo de profetas, dessa
vez chamado de “filhos dos profetas” (q.v.). Eles eram encontrados somente no
Reino do Norte, em conexão com o ministério de Elias e Eliseu. Nessa época,
além de ter sido dividida, a nação enfrentava um perigo adicional pela
influência do culto ao deus Baal dos fenícios. Dessa forma, os profetas
colocaram-se em uma associação mais íntima com Elias e Eliseu do que no caso do
grupo de profetas em relação a Samuel. Por essa razão, eles foram chamados de
“filhos”, isto é, filhos espirituais de mestres proféticos. Eles podem ter se
casado (cf. 2 Rs 4.1) e tido um lugar comum para morar (cf. 2 Rs 6.1,2). E Amós
era filho de um profeta (Am 7.14). DEUS continuou comunicando aos seus profetas
o que pretendia fazer e eles transmitiam ao povo. "Certamente o Senhor
DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os
profetas". Amós 3:7
O profeta e a teocracia.
O sacerdote era o representante
formal e oficial da religião, enquanto podemos entender que o profeta havia
sido chamado para um tipo mais espiritual de religião. A ênfase ao sacerdote e
ao profeta não era necessariamente antagônica. Do ponto de vista
bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia. De
acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis.
Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o
profeta estava sempre presente para oferecer a sua ajuda (por exemplo, 2 Sm 12;
Is 7.3ss.; Is 37.5-7; 21.35). Era seu dever mostrar o curso de ação que DEUS
desejava que a nação adotasse, portanto, os profetas não eram simples figuras
políticas, mas pronunciavam-se sobre questões políticas porque elas poderiam
influir no futuro curso da teocracia.
Profeta Natã e Davi - Por
que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos?
A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a
ele mataste com a espada dos filhos de Amom.
Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me
desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.
Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e
tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual
se deitará com tuas mulheres perante este sol.
Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel
e perante o sol. 2 Samuel 12:9-12
Todo profeta está sujeito
a errar e falar o que DEUS não mandou falar, principalmente por dedução ou por
crer que poderá falar o que DEUS quer falar. O Profeta Natã falhou ao não
consultar a DEUS e querer agradar ao rei Davi -
Sucedeu, pois, que,
morando Davi já em sua casa, disse Davi ao profeta Natã: Eis que moro em casa
de cedros, mas a arca do concerto do Senhor está debaixo de cortinas. Então,
Natã disse a Davi: Tudo quanto tens no teu coração faze, porque DEUS é contigo.
Mas sucedeu, na mesma noite, que a palavra do Senhor veio a Natã, dizendo: Vai
e dize a Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu me não edificarás uma casa
para morar, 1 Crônicas 17:1-4
Pedro errou ao querer ter
pena de JESUS, não sabendo o plano de salvação na morte de cruz de JESUS, acabou
sendo usado por Satanás. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de
mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que
são de DEUS, mas só as que são dos homens. Mateus 16:23
Profetas falsos e verdadeiros.
Era de se esperar que a
verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns
homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome
de Iavé. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente
profetizou a respeito do exílio (Jr 28).
Para distinguir o verdadeiro profeta do falso, que declarava falar em nome de
DEUS, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu
não-cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam
eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do
cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos
que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 9.3-7).
Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7),
mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o
dinheiro e os ganhos que poderiam auferir (por exemplo, Is 28,7; Mq 3.5-11).
O profeta e o Messias.
O movimento profético
como um todo deve ser entendido como uma preparação para a vinda do Messias. Se
o pecado de Adão e Eva não tivesse acontecido, não haveria necessidade de um
Messias ou dos profetas. De acordo com os profetas, o Messias era aquele que iria
realizar um papel triplo. Ele seria sacerdote, profeta, e rei. Existem certos
elementos essenciais no quadro messiânico que são apresentados pelos profetas.
1. A vinda do Messias é sobrenatural. O Messias não é apenas uma figura humana
cujo aparecimento na cena da história foi acidental. Ele é, verdadeiramente,
uma figura humana, porém sua vinda é a chegada do próprio DEUS (por exemplo,
“Emanuel", Is 7.14; Mq5.2; Zc 6.12).
2. O próprio Messias é uma pessoa divina. Passagens como Isaías 9.6,7 mostram
que Ele é realmente DEUS.
3. A vinda do Messias é escatológica. Ela prenuncia o fim dos tempos (Ml 3.14;
Ag 2.6-9).
4. O Messias é um Rei que irá governar em perfeita virtude e justiça (Jr 23.5;
Is 11.1-5; Zc 6.13).
5. O Messias é um profeta que declara a Palavra de DEUS com claridade e
plenitude até então incomparáveis (Dt 18.9-22).
6. A obra messiânica é sotérica (Is 53.5,6,10- 12; Zc 12.10; 13.1). A essência
da tarefa do Messias é salvar seu povo dos pecados que praticaram. O Messias é
o Salvador.
Se alguém comparar o conteúdo desse quadro do Messias com o da consciência
messiânica de nosso Senhor, ficará admirado pela impressionante semelhança. Os
elementos aqui mencionados são essenciais à figura completa do Messias contida
no AT. Se eliminarmos qualquer um deles, o quadro será prejudicado.
Desnecessário dizer que nem todos esses elementos podem ser encontrados em cada
uma das profecias messiânicas; antes, em uma determinada profecia alguns deles
podem ter recebido maior ênfase do que outros. Por exemplo, em Isaías 53 o
elemento sotérico é o mais importante, enquanto o elemento real está mais ou
menos obscuro. Somente quando se analisa o aspecto geral do quadro apresentado
no AT é que poderemos ver esses seis elementos como as seis partes necessárias
e essenciais à construção aa plenitude do quadro messiânico.
De acordo com a natureza do caso, deve ficar bem claro que o AT não apresenta
esses elementos seguindo uma ordem sistemática. Ao contrário, na revelação
relativa ao Messias existe uma notável progressão de desdobramentos, Embora a
própria palavra “Messias” apareça de forma pouco constante, o quadro da
salvação conquistada pelo Senhor através de um agente humano aparece frequentemente.
E a profecia onde ocorre algum dos elementos essenciais mencionados acima, é
evidentemente e genuinamente messiânica.
A primeira profecia messiânica foi pronunciada pelo próprio DEUS e
dirigida à serpente. Ela falava sobre a Semente da mulher que iria ferir a
cabeça da serpente (Gn 3.15). DEUS menciona nesse verso um ser humano
descendente de Eva que desferiria um golpe mortal contra a serpente.
Assim como esse golpe representa o clímax da inimizade entre a mulher e a
serpente, uma inimizade que também se estende às suas respectivas sementes
trará um golpe que derrotará o inimigo da humanidade e libertará o homem de seu
poder. Nesse ponto, o elemento sotérico é repercutido com mais clareza. O
segundo Adão viria para restaurar os filhos de Adão.
À medida que o tempo passava.
DEUS revelava aos seus
servos e profetas mais e mais informações a respeito do Messias. No âmago da
revelação, sempre residia a maravilhosa obra da salvação que o Messias iria
realizar. O ápice da profecia messiânica foi alcançado em Isaías 53, que ensina
claramente que a morte substitutiva do Messias iria trazer a salvação à
humanidade. Na qualidade de “O Servo do Senhor”, o Messias consumou sua
maravilhosa obra.
Avaliação. A fim de
avaliar adequadamente o movimento profético do AT, existem três considerações
fundamentais que devem ser levadas em conta.
A convicção psicológica, por parte dos profetas, de que DEUS havia falado
com eles. Ao proclamar suas mensagens, os profetas estavam convencidos de que
Iavé, o DEUS de Israel, que acreditavam ser o DEUS do céu e da terra, havia
falado com eles. Eles não apresentavam a mensagem em seu nome, ou em nome de um
corpo de profetas, mas no nome do Senhor. Além disso, estavam convencidos de
que as próprias palavras que declaravam haviam sido proferidas por DEUS ou eram
originárias dele. Está claro que não se consideravam como homens que inventavam
ou ampliavam uma mensagem que DEUS lhes havia dado, mas como mensageiros das
palavras do próprio DEUS.
B. A continuidade do movimente profético.
Durante um período de mais de 1.000 anos o ministério da Profeta manteve-se
praticamente contínuo em Israel. Embora vivendo com uma diferença de centenas
de anos, os profetas sempre afirmavam que DEUS havia falado com eles.
Todos reconheciam o mesmo DEUS, Iavé, e acreditavam que Ele havia sido o autor
das mensagens que eles, por sua vez, transmitiam. Esse é um fenômeno sem
paralelos na história mundial.
C. O conteúdo das mensagens proféticas. Embora se encontrassem bastante
dispersos na história de Israel, os profetas não transmitiam mensagens
heterogêneas, desencontradas ou conflitantes. Unir seus ministérios na
proclamação da futura vinda do Messias era um propósito teológico destes servos
de DEUS. Esses profetas eram homens do povo escolhidos por DEUS, falavam sobre
uma futura redenção. Embora muitas vezes suas mensagens estivessem relacionadas
a assuntos locais, no âmago de seu ministério estava presente uma mensagem que
apontava para o futuro. Também tinham mensagens de juízo tanto diretamente para
reis e líderes judaicos, como para sacerdotes, como para o povo em geral e a
nação. Portanto, em um sentido bastante real, os profetas realmente transmitiam
palavras que expressavam eventos ainda por vir ou revelações de situações
passadas ou atuais. Eles falavam sobre Aquele que viria para salvar seu povo
dos pecados.
Se dependessem de seu próprio conhecimento, os profetas não poderiam ter
previsto o futuro e nem descoberto coisas ocultas; mas DEUS lhes revelou seus
propósitos, e assim eles falavam muitas vezes da futura salvação, também de
curas, milagres, entre outras coisas (Isaías 53.4, 5; 1Pe 1.10-12).
O profeta é um dom que DEUS nos concede, não com a finalidade de prevermos o
futuro, mas de nos manter em CRISTO (Ap 19.10). Acima de tudo, as mensagens de
Profetas nos fixam os olhos sobre Aquele que assumiu as funções salvadoras de
sacerdote, profeta, e rei -JESUS CRISTO.
Os profetas na Igreja. Os profetas continuaram a desempenhar um papel
importante na Igreja do NT. Paulo escreve que a Igreja, a casa de DEUS, foi
edificada “sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20), e que
o mistério da igual posição dos gentios no Corpo de CRISTO foi “revelado pelo
ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5). Havia homens
conhecidos como “profetas” especialmente escolhidos para o constante e regular
ministério de profeta (Ef 4.11). Depois dos próprios apóstolos, eles eram os
ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja primitiva (1 Co 12.28).
Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do livro de Atos. Seu
ministério era geralmente o de prever (prenunciar). Observe como Ágabo, em duas
ocasiões diferentes, previu acontecimentos futuros para que os cristãos se
preparassem para uma emergência que se aproximava (At 11.27-30; 21.10-14). Eles
forneciam direção espiritual à Igreja de Antioquia porque, evidentemente,
através de um deles o ESPÍRITO SANTO dava ordens relativas ao futuro trabalho
evangelístico de Barnabé e Saulo (At 13.1-4).
Em uma reunião da Igreja, um profeta poderia receber uma revelação que seria
compartilhada com os crentes reunidos (1 Co 14.30). Tudo era movido e dirigido
pelo ESPÍRITO SANTO que falava em nome de JESUS, através do profeta.
Dicionário Bíblico
Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD. (com algumas
alterações do Pr. Henrique).
Palavra de DEUS
(14.36-38).
Não parece que os
profetas do NT estivessem longe ou mesmo separados das fontes doutrinárias dos
apóstolos, que tratavam da recém-manifestada verdade doutrinária da Igreja.
2. O ofício.
A. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS
O Antigo Testamento foi
marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando JESUS se despedia dos
seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de
Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas
faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica.
1) Profetas no
Pentateuco. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença
de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7);
quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o
povo do Egito, DEUS lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1).
Em Números, DEUS diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Com
Moisés e anciãos falou face a face (Face a face o Senhor falou conosco, no
monte, do meio do fogo Deuteronômio 5:4). Em Deuteronômio, vemos DEUS ensinando
ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5).
Aqueles homens não tinham um ministério profético. Foram usados por DEUS em
mensagens ou missões de caráter profético.
2) Profetas em diversos
livros do Antigo Testamento. Nos livros históricos, o papel dos profetas foi
muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos
juízes e o primeiro dos profetas de um ministério mais claro na Bíblia,
inclusive com uma escola de profetas. Samuel era realmente dedicado à missão de
falar ao povo mensagens da parte de DEUS de modo marcante e consequente (1 Sm
8.10-17); ele também era chamado de vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi
usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm
10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã que
levava a Davi as mensagens de DEUS, bem como sua repreensão quando este pecava,
ele falou a Davi sobre a construção do templo pelo mesmo Salomão que havia de
ungir como rei. Foi o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel
(1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de
Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi
usado por DEUS (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando DEUS quer, usa a quem Ele quer.
Dentre os profetas de 1
Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua
mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e
Aserá, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta
Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e
maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs
19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o profeta messiânico devido à grande parte de
suas profecias se referirem ao Messias, no futuro. Naquele tempo, a profetiza
Hulda foi usada por DEUS para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs
22.14-20).
Esdras, líder da
reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi
ajudado por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias,
levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas
conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém
(Ne 6.4).
No Novo Testamento também
profetas foram iminentes ministros de CRISTO (E 4.11; At 11.27-30, 13.1; 15.32;
Tt 1.12).
Assim como no Antigo
Testamento os profetas eram porta vozes de DEUS para revelações e para
predições, assim também no Novo Testamento existem Profetas, homens escolhidos
por JESUS que nos trazem Mensagens diretamente de DEUS, revelações
sobrenaturais e espontâneas de DEUS tanto quanto ao passado, quando do presente
e do futuro.
O profeta revela pecados
ocultos para que haja santidade na Igreja (Tt 1.12). O profeta revela o futuro
para que haja fé e esperança (Apocalipse).
B. OS PROFETAS MAIORES
Integram uma lista de 5 livros, de Isaías a Daniel. São chamados de “maiores” não por importância pessoal dos profetas, mas pelo volume ou tamanho de seus livros bem como a abrangência das profecias. Aqueles mensageiros de DEUS foram usados para transmitir mensagens do Senhor ao povo de Israel, no seu tempo, e foram usados de maneira profética para vaticinar acontecimentos futuros, escatológicos.
C. OS PROFETAS MENORES
São 12 livros, de Oseias a Malaquias. De igual modo, seus autores são chamados de “menores”, não por serem inferiores aos outros, mas pelo menor volume de seus livros e menor extensão de suas profecias. Temos profetas do Novo Testamento, como Pedro, Paulo, João, Judas. Fazem parte da história da Igreja, estão seus escritos proféticos incluídos no cânon bíblico (Paulo 14 livros contendo muitas profecias futurísticas e revelações). Os profetas do Antigo Testamento tinham um ministério voltado para toda a nação, mas também traziam mensagens diretas a pessoas e sacerdotes e reis..
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 84-85. (Com algumas alterações do Pr.
Henrique)
O LUGAR DOS PROFETAS NA
HISTÓRIA DE HEBREUS.
(1) Os profetas do AT
eram homens de DEUS que, espiritualmente estavam acima dos demais por manterem obediência
e íntima comunhão com DEUS. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta
um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis,
conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de
Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar os sofrimentos, perseguição e a
estatura político-social-religiosa dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência
na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência
sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia
hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). Moisés, autor dos
cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). A categoria
dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva
profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores
desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos
específicos (Isaías até Malaquias). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo,
foram escritos por profetas.
PALAVRAS HEBRAICAS
APLICADAS AOS PROFETAS.
(1) Ro’eh. Este
substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade
especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título
sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via
conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta
recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a
transmitir suas realidades ao povo.
(2) Nabi’. (a) Esta é a
principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é
sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado
do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de
DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o
nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO
de DEUS.
A palavra grega
prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa
“aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao
povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle.
(b) No AT, O profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21
.), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS
sobre si (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag
1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e
interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.
Falavam principalmente sobre o futuro.
PROFETAS - HOMENS DO
ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era
simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez
37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT
possuía estas três características:
(1) Conhecimentos
divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às
pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais
conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto.
A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de
DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência.
O Senhor usava os
profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da
história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito
do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos mundiais que
ainda estão por ocorrer.
(2) Poderes divinamente
outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que
recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder
divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra
forma, se fecharia à dimensão divina.
(3) Estilo de vida
característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades
corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam
intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo
povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades
visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em
favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade
divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da
história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em
conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os
sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a
decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a
situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS resumia-se em cerimônias e
liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era
enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava
fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam
constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava,
importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e
insistia em aplicar à vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um
ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana.
Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um
viver realmente santo.
STAMPIS. Donald C.
(Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de
Janeiro: CPAD. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
OITO CARACTERÍSTICAS DO
PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o
profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha
estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am
3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e
não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar
próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que
Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer
outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas
reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS,
como também sentia o Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de DEUS,
o profeta amava profundamente o povo. .
(4) O profeta buscava o
sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele.
(5) O profeta tinha
profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7;
Am 8.4-7; Mq 3.8). .
(6) O profeta desafiava
constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando
desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara
na Lei. .
(7) O profeta tinha uma
visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr
11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e
renovação (e.g., 61–62; 65.17–66.24; Jr 33; Ez 37). .
(8) Finalmente, o profeta
era, geralmente, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am
7.10-13; Jn 3–4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz,
prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr
15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo,
o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois,
como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
A MENSAGEM DOS PROFETAS
DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas
enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de DEUS.
(2) O pecado e o arrependimento. .(3) Predição e esperança messiânica. .
STAMPIS. Donald C.
(Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 1995. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
3. O profetismo.
ASPECTOS GERAIS
O profetismo em Israel
foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar, chegando a formar
escola de profetismo, culminando na vasta literatura profética que hoje faz
parte da Bíblia.
a- Etimologia
A palavra portuguesa
Profeta geralmente é entendida como a pessoa que sabe prever o futuro. Esta,
porém, não é a única compreensão etimológica da palavra, na sua origem. A sua
raiz se encontra no grego profh,thj que pode ser traduzida por: Aquele que fala
diante. Não é o preditor, mas o que fala pelo outro, alguém que fala diante dos
outros, que comunica revelação divina.
Traduz o Hebraico abn
nabi, cuja raiz acádica tem o sentido de: chamar, falar em voz alta, orador,
anunciador. A mesma raiz, em árabe tem o sentido de delirar, borbulhar, caráter
frenético de expressão. A partir destas idéias, Albright define o profeta como
um chamado por DEUS para falar por ele.
b- A Profecia no Antigo
Oriente
Era comum, no Antigo
Oriente, a existência de homens que exercem a magia e a adivinhação (Nm 22,5s;
Dt 2,2; 4,3-4). São pessoas consultadas pelas autoridades antes de grandes
empreendimentos. Geralmente diante de guerras, os profetas devem dizer com
proceder.
c- A Profecia em Israel
Em Israel, inicialmente,
os profetas têm papel semelhante aos do Antigo Oriente (1Rs 22,1-29). Nos
tempos dos juízes surgem os filhos dos profetas (1Sm 10,5ss), cuja função é
semelhante à dos profetas do Antigo Oriente (1Sm 19,20-24). Estes se parecem
como grupos de dança e canto no culto. Ainda recebem títulos como: vidente (1Sm
9,9), visionário (Am 7,12), homem de DEUS (1Sm 9,7)[6].
Em Israel se formou uma
tradição profética devido aos discípulos dos profetas (2Rs 2; Nm 11,17). Assim,
o que inicialmente era apenas um movimento espontâneo, tornou-se uma
experiência que foi marcante na história de Israel.
O surgimento dos profetas
está relacionado com a instituição da monarquia e do sacerdócio. O profeta
forma, ao lado do rei e do sacerdote, um dos três eixos da sociedade (1Rs 1).
Eles dão orientações aos reis (Natan, Elias, Eliseu etc.). Porém, a profecia
não é uma instituição como a realeza e o sacerdócio (Dt 18,14-19). O profeta
sempre será o portador de um Dom de DEUS. É neste sentido que o profetismo, em
Israel, adquire um sentido diferente do mesmo fenômeno em outros povos., ainda
que em Israel também havia profetas de outras divindades, de outros países,
estes se restringiam à magia, adivinhação e oráculos. Não é este o caso dos
legítimos profetas de Israel. “O conteúdo ético e religioso da profecia
israelita não tem paralelo no mundo antigo”.
Ao que parece, na origem
do profetismo de Israel, havia líderes profetas que acolhiam discípulos. Estes
alunos eram chamados de Filhos de Profetas, ou seja, eram discípulos de um profeta
e se identificavam com sua causa. Samuel é um líder profeta (1Sm 3,1ss). Ele
tem papel nas escolhas dos reis, na unção dos mesmos e até na sua deposição
(1Sam 7 –15). Além desta função política, Samuel tem também funções de um
operador de milagres. Ele é vidente (1Sm 9,9-11.18-19). Ele encontra animais
perdidos. “Samuel é mais diretamente o antepassado do profetismo sucessivo do
que o são os Filhos de Profetas”. Elias é um continuador do professorado de
Samuel e depois dele, seu sucessor, Elizeu, deu sequência a esse ministério.
<http://www.estef.edu.br/pessoais/arquivos/ESTEF_PESSOAL_12_08_2005_21_34_48_ProfSab.htm>
d- Características Do
Movimento Profético
O Profetismo no Antigo
Israel: Forma extática.
Nabi – aquele que foi
chamado. Também conhecido como Rozeh o vidente.
Possuía vida nômade. As
Escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel. Is
8:16;30:8; Jr 36.
Profetas profissionais do
culto: Fundiram o Nabi com o rozeh.
Pregavam a Benção e a
Salvação.
Seu tema principal é
"a eleição do povo conduz os indivíduos a DEUS, ainda que pela
punição".
Outro tema importante é a
exaltação de Israel: "Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será
salvo. Jr 14:13".
Profetas da Corte: Falam
o que o rei quer ouvir I Reis 22:8-18; I Sm 10:1, 24; 16:12-13.
Conselheiros do rei 1Sm
22:5; 2Sm 24:11-19; 1Rs 11:29-31.
Quando a política se
desviou dos planos de DEUS, a profecia mudou seu discurso e passou a criticar o
rei. Inimigos, I Rs 21:20; 18:17.
Perseguidos I Rs 18:13;
19:10; Jr 18:18; 26:11.
Divisão: Profetas reais,
ou da corte e profetas por vocação e chamado, independentes. Jr 28:1-17.
14:13-16; 23:9-40; 28:9; Ez 33:30-33; Jr 17:15; 12:1.
Profetas individuais ou
anônimos - Amós, Oséias, Isaias, Miquéias, Sofonias, Jeremias e Ezequiel.
Vocacionados e não profissionais.
Vêm o homem numa condição
de abandono de DEUS, recusando entregar-se a Ele, revoltado.
Esperam a punição. (O dia
do Senhor)
Apontam a possibilidade
de perdão e de uma nova salvação. "Ruína ou salvação".
O Tema é a conversão.
A salvação, para esses
profetas trata-se de uma transformação radical, interior e exterior.
Profetismo Escatológico:
Reinterpretam os profetas individuais.
Inicia-se com o Isaias,
seguido de Daniel, Joel, e a apocalíptica judaica.
Estágios Proféticos: DEUS
se apossa interiormente da pessoa.
O ESPÍRITO ou a palavra
de DEUS vem sobre o profeta. Is 6:8 audição.
O profeta não perde a
consciência. O Profeta procede à interpretação e explanação de acordo com a fé
em que vive. Acréscimo de imagens, ilustrações poética, que marcam o estilo do
profeta.
Abraão, Moisés,
Débora, Aarão, todos foram chamados de profetas. Gn 20:7; Ex 7:1; Dt 34:10; Jz
4:4.
Jeremias e Isaias não são
chamados de profetas.
Amós rejeita ser chamado
de profeta Am 7:14.
Em Ageu e Zacarias, após
o exílio, vemos que o ofício profético foi reconhecido socialmente Ag1:1,
Zc1:1, e já passaram a ser chamados como "Antigos Profetas" Zc 1:4.
Como o povo via os
profetas? Como doidos, ou tolos 2Rs 9:11; Os 9:7. Será que alguém queria ser
profeta? E hoje, as pessoas anseiam por ser profetas?
Os profetas foram pessoas
que se levantaram em momentos de crise social. Surgem em grupos I Sm 19:20; I
Rs 2:3,
Chamam-se filhos de
profetas I Rs 20:35,
Líderes que presidiam
suas reuniões I Sm 19:20;
Viviam em comunidades 2
Rs 4:38-41;
Alguns eram casados 2 Rs
4:1;
Sustento por esmolas e
doações 2 Rs 4:8,42;
Vestimentas, mantos de
pele e cinturão de couro 2 Rs 1:8; Zc 13:4; sinais e cicatrizes na testa I Rs
20:41;
Cantavam, soltavam gritos
e lamentações I Sm 10:6-9; Mq 1:8; chegavam até a cair por terra, prostrados ou
desmaiados I Sm 19:24; Dn 8:18,27. Entravam em transe I Sm 19:24.
<http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo>
II- O PROFETA EM O NOVO
TESTAMENTO
1. A importância do termo
“profeta” em o Novo Testamento.
2. O ofício do profeta
neotestamentário.
3. O objetivo do dom
ministerial de profeta.
II- O PROFETA EM O NOVO
TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento.
Em o Novo Testamento, se
destaca um livro inteiramente profético — O Apocalipse. Nenhum personagem
neotestamentário, além de João, o Evangelista, escreveu outro livro totalmente
profético, com esse caráter. Mas, ao longo dos livros do Novo Testamento
encontramos referências a profetas, que tiveram papel relevante. Vamos refletir
um pouco sobre eles.
Temos várias citações
proféticas em outros livros e principalmente nos evangelhos. Pedro, Paulo e
Judas escreveram sobre o futuro escatológico
UM DOM MINISTERIAL
Em sua carta aos
coríntios, o apóstolo Paulo fala da importância do corpo de CRISTO, enfatizando
que os crentes são “seus membros em particular” (1 Co 12.27). E o faz, depois
de demonstrar a necessidade da unidade do corpo de CRISTO, fazendo uma analogia
com o corpo humano, mostrando que nenhum membro do corpo pode dispensar a
função do outro. “Mas, agora, DEUS colocou os membros no corpo, cada um deles
como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois,
há muitos membros, mas um corpo” (1 Co 12.18-20). Daí, porque nenhum dom
ministerial é maior que o outro. A ordem dos dons, no texto, é questão de
prioridade.
Com essa visão, da
unidade do corpo de CRISTO, que é a Igreja, o apóstolo apresenta uma lista de
dupla referência. Primeiro, fala de homens a quem Ele põe na igreja, ao que
tudo indica, numa ordem de prioridade. São “homens-dons”, por assim dizer.
Nessa lista, os “profetas” aparecem em segundo lugar. Sem dúvida, não é por
acaso, mas segundo o entendimento do ESPÍRITO SANTO. Os profetas eram os homens
usados por DEUS para transmitir mensagens divinas para a comunidade dos que
eram ganhos para CRISTO. Os doutores eram os que cuidavam do ensino ou do
discipulado, estudando, interpretando e ensinando os fundamentos da fé cristã
com profundidade. Eram mensagens sobrenaturais.
Na segunda parte do
texto, vemos Paulo apresentar uma lista de ministérios, indispensáveis à
unidade, a edificação, ao fortalecimento e à própria administração da igreja
local: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas” (1 Co 12.28 b), e faz indagações que enfatizam o valor do uso dos
dons de modo integrado e não fragmentado (1 Co 12.29-31). Se um dom fosse maior
que o outro, não promoveria a unidade indispensável do corpo de CRISTO.
Escrevendo aos efésios,
Paulo é mais didático ou explícito, em relação aos dons ministeriais. “E ele
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de CRISTO, até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO ” (Ef 4.11-13 — grifos
nossos). Observe que, à semelhança do texto de 1 Coríntios 12.28, os profetas
vêm em segundo lugar.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais e Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 86-87. (com algumas alterações do Pr.
Henrique).
No Novo Testamento, a
palavra comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove
vezes, que exemplificamos com Mat. 1:22; 2:5,16; Mar. 8:28; Luc. 1:70,76; 7:16;
Joio 1:21,23; 3:18,21; Rom. 1:2; 11:3; I Cor. 12:28,29; 14:29,32,37; Efé. 2:20;
Tia. 5:10; I Ped. 1:10; 11 Ped. 2:16; 3:2; Apo. 10:7; 11:10. O substantivo
prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mat.
13:14; Rom. 12:6; I Cor. 12:10; 13:2,8; 14:6,22; I Tes. 5:20; I Tim. 1:18;
4:14; 11 Ped. 1:20,21; Apo. 1:3; 11:6; 19:10; 22:7.10,18,19. Essas palavras
derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., e phemi; «falar.., ou seja,
«alguém que fala por outrem.., e, por extensão, «intérprete.., especialmente da
vontade de DEUS. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo
português «profeta... Os profetas eram tidos como representantes de DEUS. Eles
serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do
conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em
alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por
sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como
Escrituras Sagradas.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5.
Editora Hagnos. pag. 424. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
Estes versículos expõem
quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e profetas são as pedras da
fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é proclamar
a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos
apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Certos estudiosos
veem uma contradição no pensamento de Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1
Coríntios 3.11. Lá, CRISTO é o fundamento. O problema se resolve quando nos
damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos diferentes. Na passagem
coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de outros como construtores.
Na relação aqui está claro que CRISTO é o fundamento sobre o qual eles
constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na construção. Nesta
relação, CRISTO é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de menor
significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e outros
ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de DEUS.
Nos versículos 4 a 22,
temos o assunto: “A Igreja, a Morada de DEUS”. A unidade da Igreja Invisível é
o tema de fundo. 1) A fundação da Igreja, 20; 2) A construção da Igreja:
inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de projeto simétrico — bem ajustado; cresce
até à conclusão — cresce para templo santo no Senhor, 21; 3) “Em CRISTO”, a
Igreja é a morada de DEUS no ESPÍRITO, 22 (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário
Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144. (com algumas alterações
do Pr. Henrique).
2. O ofício do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um
deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande
fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Atos 11:28
"E, levantando-se um
deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande
fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César". Atos
11:28.
Veja a importância de um
profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe
revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse
ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa,
mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco
antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem,
através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia
que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da
cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de
Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos
escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e
que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto
os do NT . Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe
tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor
DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os
profetas". Amós 3:7
Atos 15:32 - Judas e
Silas;
Depois Judas e Silas, que
também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os
apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali.
Atos 15:32-34
"Depois Judas e
Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas
palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz
para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
Judas e Silas eram
respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas
abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos
apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos
irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de
verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os
apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
Atos 21:10 - profeta
Ágabo novamente;
E, demorando-nos ali por
muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo;
E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés
e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém
o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios.
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos
ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter
conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos,
disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem
de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
Veja aqui, mais uma vez,
a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já
sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer
integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos
a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua
vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de
entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo
evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter
revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
1 Co 12.28, 29;
E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas.
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades
de línguas". 1 Coríntios 12:28.
Veja a importância do
ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para
a edificação e progresso da igreja.
Tito 1.12 - profeta que
revela pecado;
"Um deles, seu
próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres
preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente,
para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
Veja aqui Paulo dando
testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses.
Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS
enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas
e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó
céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa
quanto a ela.
Apocalipse 18:20
Alegra-te sobre ela, ó
céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa
quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga
aos perseguidores dos profetas de DEUS, sejam eles falsos crentes ou
descrentes. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não
têm oportunidade para pregar em nossos púlpitos. São considerados como escória.
São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os
recompensará.
3. O objetivo do dom
ministerial de profeta.
O DOM DE PROFETA NÃO É PARA TODOS
Examinando o contexto do
capítulo 12 de 1 Coríntios, podemos verificar e concluir que os dons
ministeriais não são para todos os crentes, na igreja local. Diz o texto: “E a
uns pôs DEUS na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas,
em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas” (1 Co 12.18). Note-se que o texto diz que “a
uns pôs DEUS na igreja”. Isso mostra que DEUS não pôs todos, mas “uns”.
Na lista de Paulo aos
efésios, vemos escrito: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de CRISTO” (Ef 4.11,12). Quando o escritor diz “uns” e
“outros” fica bem claro que tais dons não estão à disposição de todos os
crentes. Diz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Como dom de ministério, a
profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como
ministros profetas’ (grifo nosso).
1) O aperfeiçoamento dos
santos. A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1
Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino
de DEUS, “para a obra do ministério”.
Há o que chamamos
ministério ordenado, regular, integrado pelos auxiliares dos ministérios, são
eles: presbíteros, diáconos ou cooperadores, ordenados, consagrados ou
separados para atender às necessidades da comunidade cristã. E há diversos, que
não são realizados pelos ministros ou obreiros. Na música, no louvor, no
ensino, nos serviços gerais, na segurança, na operação de equipamentos e
outros, que, quando executados por pessoas que são chamadas por DEUS, e assumem
tais atividades, conscientes de que estão prestando um serviço à igreja.
Observação minha - Ev.
Henrique - São verdadeiras bênçãos para a igreja todos os
cooperadores. Nenhum desses exerce, no entanto, um ministério dado por
CRISTO à igreja (Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres), mas
todos cooperam para o engrandecimento do reino de DEUS.
2) Para a “obra do
ministério”. O ministério tem como obra principal ganhar almas para CRISTO e
coordenar o trabalho da igreja na terra, cuidando para que nenhuma alma se
perca, mas que todos cheguem ao pleno conhecimento de CRISTO e por fim sejam
salvos e alcancem um lugar ao lado de CRISTO na Glória eterna.
3) A edificação do Corpo de
CRISTO. Os dons ministeriais também atendem à necessidade da “edificação do
Corpo de CRISTO”, que é a Igreja (invisível), que se torna visível, no conjunto
de salvos, na igreja local. Os crentes salvos são considerados “edifício de
DEUS” (1 Co 3.9). A metáfora é bem adequada. Os salvos são considerados “pedras
vivas”, na construção desse edifício espiritual. Diz o apóstolo Pedro: “vós
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo,
para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a DEUS, por JESUS CRISTO”
(1 Pe 2.5). Nessa edificação, o papel dos que têm o dom ministerial de profeta
é de grande valia. Elinaldo Renovato. Dons espirituais e Ministeriais Servindo
a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 87-88.
PROFETAS. Os profetas
eram homens que falavam sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO, e cuja
motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob
o novo concerto, foram levantados pelo ESPÍRITO SANTO e revestidos pelo seu
poder para trazerem uma mensagem da parte de DEUS ao seu povo (At 2.17; 4.8;
21.4).
(1) O ministério
profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos
profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do ESPÍRITO, para
encorajar o povo de DEUS a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga
aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o ESPÍRITO lhes
revelava CRISTO e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23;
13.1,2).
(2) A função do profeta
na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do ESPÍRITO
SANTO, a Palavra de DEUS, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar,
exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).
(b) Devia exercer o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf.
1Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta
do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir
do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de
DEUS (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar
ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
(3) O caráter, a solicitude
espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da
igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante
do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9);
(c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl
1.9; 2Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de DEUS para validar
sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11); (e) interesse pelo
sucesso espiritual do reino de DEUS e identificação com os sentimentos de DEUS
(cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
(4) A mensagem do profeta
atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da
igreja, doutros profetas e da Palavra de DEUS. A congregação tem o dever de
discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de DEUS (1Co
14.29-33; 1Jo 4.1).
(5) Os profetas continuam
sendo imprescindíveis ao propósito de DEUS para a igreja. A igreja que rejeitar
os profetas de DEUS caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo
e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc
11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de
repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11),
então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do ESPÍRITO. A
política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do ESPÍRITO (2Tm
3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus
dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de DEUS, será impulsionada à
renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do
ESPÍRITO serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia
de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD,
1995. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
Profecia
A
profecia é uma manifestação do ESPÍRITO de DEUS e não da mente do homem, e é
concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7.
Embora
o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano,
pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa
exercitá-la: “Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos
aprenderem e serem consolados”, 1 Co 14.31.
Ainda
que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a
pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento
sobrenatural, não devendo, portanto, ser confundido com a simples habilidade de
pregar o Evangelho.
Dada a importância desse
dom em face dos demais dons espirituais, e dentro do contexto da doutrina
pentecostal, necessário se faz uma análise cuidadosa, no sentido de
conceituá-lo no seio da Igreja hoje.
O apóstolo
Paulo adverte os crentes a procurar “com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1); isto por razões que ele mesmo
enumera:
a.
Porque “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e
consolação... O que profetiza edifica a igreja”, 1 Co 14.3,4.
“Edificação”, “exortação” e “consolação” são os três elementos básicos da
profecia, são a razão de ser e de existir desse dom. É evidente que isto
contraria a crença tão popular entre nós, de que o principal elemento da
profecia é o preditivo (predição do futuro). Certamente, que tanto o Antigo
quanto o Novo Testamento contêm numerosas profecias preditivas, muitas
das quais já se cumpriram, e outras estão se cumprindo, e outras ainda se hão
de cumprir, No entanto, no conteúdo geral das Escrituras, o elemento preditivo
da profecia é relativamente o menor.
b.
Porque ‘‘se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é
convencido, de todos é julgado. Os segredos do seu coração ficarão manifestos,
e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a DEUS, publicando que DEUS
está verdadeiramente entre vós”, l Co 14.24,25.
Há
algo mais que precisamos ter em mente quanto ao dom de profecia e o seu uso na
Igreja hodiemamente:
a) O
dom de profecia nunca deve exercer propósitos diretivos ou de governo sobre a
Igreja. No Antigo Testamento, Israel era governado por reis e o culto era
dirigido pelos sacerdotes, mas nunca por alguém que se tivesse distinguido por
um ministério cem por cento profético. Os profetas eram apenas colaboradores na
condução do povo. O mesmo aconteceu com a Igreja do Novo Testamento: o seu
governo sempre esteve sob a responsabilidade dos presbíteros ou bispos, ou
pastores, mas nunca sob a responsabilidade de profetas.
Escreveu
o missionário Eurico Bergstén, que “quando alguém, por meio de profecia,
penetra na direção da igreja, mostra que é dominado por influências estranhas.
Abre-se, então, uma porta para a perturbação... Quando alguém se faz ‘oráculo
de profeta’, para responder a perguntas e orientar os crentes, está usando
indevidamente o dom de profecia... O dom de profecia não atinge, nesta
dispensação, a faixa de consulta, pois tem uma outra finalidade: a edificação
da Igreja”.
b) Devido a
possíveis abusos quanto ao uso do dom da profecia, este dom está sujeito a
análise e a consequente julgamento. Recomenda o apóstolo Paulo: “...falem dois
ou três profetas, e os outros julguem”, 1 Co 14.29.
Paulo
arremata suas advertências quanto ao dom de profecia, dizendo: “Se alguém cuida
ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são
mandamentos do Senhor”, 1 Co 14.37.
O dom de profecia
não deve ser desprezado (1 Tm 4.14), mas despertado (2 Tm 2.16), a fim de que a
Igreja seja enriquecida: 1 Co 1.57.
Raimundo F. de Oliveira. A
Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD. (com algumas alterações do Pr.
Henrique).
O apóstolo então nos relata quais foram os dons de CRISTO na sua ascensão: “E ele mesmo deu uns para apóstolos...” (v. 11). Na verdade, Ele enviou alguns desses antes da sua ascensão (Mt 10.1-5), mas um foi acrescentado depois (At 1.26). E todos eles foram mais solenemente empossados e publicamente confirmados, em seu ofício, pelo seu derramar visível do ESPÍRITO SANTO de uma forma extraordinária. Observe: O grande dom que CRISTO deu à igreja na sua ascensão foi o ministério da paz e da reconciliação. O dom do ministério é o fruto da ascensão de CRISTO. E ministros têm seus vários dons, que são todos dados pelo Senhor JESUS. Os ministros que CRISTO deu à sua igreja eram de dois tipos - os extraordinários, investidos de um ofício superior na igreja: tais eram apóstolos, profetas e evangelistas. Os apóstolos eram os dirigentes. CRISTO os investiu com dons extraordinários, poder para operar milagres e uma infalibilidade para anunciar sua verdade. Tendo eles sido testemunhas dos seus milagres e doutrina, Ele os enviou a espalhar o evangelho e a implantar e governar igrejas. Os profetas expunham os escritos do Antigo Testamento e prediziam as coisas do futuro. Os evangelistas eram pessoas ordenadas (2 Tm 1.6) que os apóstolos levavam como companheiros de viagem (Gl 2.1), e os enviavam para estabelecer igrejas que eles, os apóstolos, tinham implantado (At 19.22). Os evangelistas não estavam presos a nenhum lugar específico; por isso, deveriam continuar o seu trabalho até que fossem chamados de volta (2 Tm 4.9). Também existem os ministros ordinários, empregados em uma esfera mais restrita tais como pastores e mestres. Alguns entendem que esses dois nomes significam um ofício só, envolvendo as tarefas de governar e ensinar. Outros entendem que eles representam dois ofícios distintos, ambos regulares e de uso permanente na igreja. Os pastores são colocados como dirigentes principais de igrejas particulares, com o intento de guiar, instruir e alimentar os membros de acordo com as instruções de CRISTO. Eles são frequentemente chamados de bispos e anciãos. Os mestres eram aqueles que também pregavam o evangelho e instruíam o povo por meio da exortação. Vemos aqui que é prerrogativa de CRISTO designar oficiais e ofícios em sua igreja.
A igreja é rica pelo fato
de ter tido uma diversidade tão grande de oficiais e continuar tendo uma
diversidade tão grande de dons! Como CRISTO é amável com sua igreja! Quão
grande é o seu cuidado por ela e pela sua edificação! Quando Ele subiu, enviou
o dom do ESPÍRITO SANTO; e os dons do ESPÍRITO SANTO são vários: alguns
receberam mais, outros, menos; mas todos os dons são para o bem do corpo, o que
nos leva ao terceiro argumento:
3. A grande finalidade e
desígnio de CRISTO em relação aos dons. Os dons de CRISTO eram para o bem da
sua igreja e para promover seu Reino e interesse entre os homens. Tudo isso
tinha um fim comum e era um bom motivo para que todos os cristãos quisessem
viver em amor fraternal e não invejar os dons dos outros. Todos os dons são
para “...o aperfeiçoamento dos santos” (v. 12); isto é (de acordo com o
original), conduzir a um estado espiritual ordenado aqueles que tinham sido
desordenados e separados pelo pecado, e então fortalecer,
confirmar e promovê-los
nisso, para que cada um, em seu devido lugar e função, possa contribuir para o
bem do todo. “...para a obra do ministério” (ou para a obra da dispensação),
isto é, para que pudessem repartir as doutrinas do evangelho e cumprir as
diversas partes da sua função ministerial, “...para edificação do corpo de
CRISTO”, isto é, a edificação da sua igreja, que é o corpo místico de CRISTO,
pelo aumento da graça deles e um acréscimo de novos membros. Todos são
designados para preparar-nos para o céu: “...até que todos cheguemos...” (v.
13). Os dons e ministérios (alguns deles) que foram mencionados devem continuar
na igreja até que os santos sejam aperfeiçoados, o que não acontecerá “...até
que todos cheguemos à unidade da fé (até que todos os verdadeiros crentes se
unam, por meio da mesma preciosa fé) e ao conhecimento do Filho de DEUS”, o que
não quer dizer um conhecimento meramente especulativo, ou o reconhecimento de
CRISTO como o Filho de DEUS e o grande Mediador, mas como deveria ser
observado, com apropriação e afeto, com a devida honra, confiança e obediência;
“...a varão perfeito”, para o crescimento completo dos dons e graças, livre das
fragilidades imaturas às quais estamos sujeitos no presente mundo; “...à medida
da estatura completa de CRISTO”, tornando-nos cristãos maduros em todas as
graças providas pela plenitude de CRISTO. Ou, de acordo com a medida dessa
estatura que é completar a plenitude de CRISTO e seu corpo místico. Nunca
chegaremos a ser o varão perfeito, até que cheguemos ao mundo perfeito. Há uma
plenitude em CRISTO, e uma plenitude a ser obtida dele; uma certa estatura
dessa plenitude e uma medida dessa estatura são determinadas no conselho de
DEUS para cada crente, e nunca chegaremos a essa medida até chegarmos ao céu.
Os filhos de DEUS, enquanto estiverem neste mundo, estão crescendo. O Dr.
Ligthfoot entende que o apóstolo está falando aqui dos judeus e gentios ligados
na unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS, constituindo, dessa forma,
um homem perfeito, e a medida da estatura completa de CRISTO. O apóstolo também
mostra, nos versículos seguintes, qual era o desígnio de DEUS em suas
instituições sagradas e quais efeitos deveriam ter sobre nós. (1) “...para que
não sejamos mais meninos...” (v. 14); isto é, para que não mais sejamos meninos
em conhecimento, fracos na fé e inconstantes em nossos julgamentos, facilmente
cedendo a cada tentação, prontamente concordando com o capricho de cada um.
Crianças podem ser facilmente iludidas. Devemos cuidar para não sermos
inconstantes (ou “agitados de um lado para outro”, versão RA), como navios sem
lastro, levados, como nuvens no céu, em relação a doutrinas que não têm verdade
nem solidez em si, mas que, mesmo assim se espalham por todo lado, e são,
portanto, comparados ao vento, “...pelo engano dos homens”: essa é uma metáfora
tirada de jogadores trapaceiros e traz a ideia da sutileza enganosa dos
sedutores; “...que, com astúcia”, pelo que dispõem sua habilidade em encontrar
maneiras de seduzir; pois segue-se: enganam fraudulosamente, como em uma
emboscada, para iludir os fracos e afastá-los da verdade. Observe: Somente
homens muito perversos e impiedosos buscam seduzir e enganar os outros por meio
de doutrinas falsas e erros. O apóstolo os descreve aqui como homens perversos,
que usam manhas e astúcia diabólica para alcançar seus objetivos. O melhor
método que podemos usar para nos proteger e nos fortalecer contra essas pessoas
é estudar os oráculos sagrados e orar pela iluminação e graça do ESPÍRITO de
CRISTO, para que possamos conhecer a verdade em JESUS, e ser firmados nela. (2)
Para que sigamos “...a verdade em caridade” (v. 15), ou falemos a verdade em
amor, ou sejamos sinceros em amor com os nossos irmãos em CRISTO. Enquanto nos
devotamos à doutrina de CRISTO, que é a verdade, devemos viver em amor uns com
os outros. O amor é uma coisa excelente, mas devemos ser cuidadosos para
preservar a verdade junto com ele. A verdade é uma coisa excelente; no entanto,
é necessário que a falemos com espírito de amor e não em contenda. Esses dois
aspectos devem andar juntos: verdade e paz. (3) Para crescermos “...em tudo naquele
que é a cabeça, CRISTO”. Crescer em tudo em CRISTO quer dizer estar mais
arraigado nele. Em todas as coisas - no conhecimento, no amor, na fé e em todos
os aspectos do novo homem. Devemos crescer rumo à maturidade, que é o oposto de
continuar sendo meninos. Aqueles que crescem em CRISTO são cristãos saudáveis.
Quanto mais crescermos no conhecimento de CRISTO, na fé nele, no amor a Ele e
na dependência dele, tanto mais prosperaremos em graça. Ele é a cabeça, e nós
devemos crescer de tal forma que estejamos em condições de honrar essa cabeça.
O crescimento cristão
sempre será para a glória de CRISTO. (4) Devemos auxiliar uns aos outros, como
membros do mesmo corpo (v. 16). Aqui o apóstolo faz uma comparação entre o
corpo natural e o corpo místico de CRISTO, esse corpo do qual CRISTO é a
cabeça. Paulo observa que do mesmo modo que há comunhão e comunicação mútua dos
membros do corpo entre si, para o seu crescimento e melhoramento, assim deve
haver amor e unidade mútua, junto com o fruto apropriado, entre os cristãos,
para que ocorra o melhoramento e crescimento espiritual na graça, “...do qual,
diz ele (isto é, de CRISTO, seu cabeça, que transmite influência e alimento
para cada membro específico), todo o corpo, bem ajustado e ligado (estando
unidos firme e ordenadamente, cada um em seu devido lugar), pelo auxílio de
todas as juntas (pelo auxílio que cada uma das partes, assim unidas, dá ao
todo, ou pelo ESPÍRITO, fé, amor, sacramentos etc., que, semelhantemente às
veias e artérias no corpo, servem para unir os cristãos a CRISTO, seu cabeça, e
uns aos outros como membros desse corpo), segundo a justa operação de cada
parte (isto é, dizem alguns, de acordo com o poder que o ESPÍRITO SANTO exerce
para tornar os meios designados por DEUS eficazes para esse grande fim, em
relação à medida que CRISTO julga ser suficiente e apropriada para cada membro,
de acordo com seu respectivo lugar e ministério no corpo; ou, como outros
pensam, segundo o poder de CRISTO, que, como cabeça, influencia e aviva cada
membro; ou, de acordo com o trabalho eficaz de cada membro em comunicar aos
outros o que recebeu; assim o alimento é levado a todos na devida proporção e
segundo o estado e exigência de cada parte) faz o aumento do corpo”, em
conformidade com a necessidade do corpo. Observe: Cada cristão recebe seus dons
e graças de CRISTO para o benefício de todo o corpo.
“...para sua edificação
em amor”. Podemos entender isso de duas maneiras: uma maneira é que todos os
membros da igreja podem alcançar uma medida de amor maior para com CRISTO e uns
para com os outros; a outra maneira é que eles são movidos a agir na forma
mencionada do amor a CRISTO e uns aos outros. Observe: O amor mútuo entre os
cristãos é um grande aliado do crescimento espiritual; ao passo que “...um
reino dividido contra si mesmo não pode subsistir” (veja Mc 3.24).
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora
CPAD. pag. 592-593. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
A Classificação dos Dons
Ministeriais (4.11)
Tudo indica que Paulo, quando
escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos ministérios relacionados em
1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma lista mais longa de dons
espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está interessado em
apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja. CRISTO
deu à igreja os apóstolos: os ministros supremos, os doze que haviam visto
o Senhor ressurreto e recebido suas tarefas diretamente dele. Os profetas têm
posição proximal à dos apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério
inspirado. Foulkes afirma que a função primária dos profetas era similar à dos
profetas do Antigo Testamento: “anunciar” a palavra de DEUS. Porém,
ocasionalmente prediziam acontecimentos futuros, como em Atos 11.28 e
21.9,ll.30 Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar em
lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como
se faz hoje.
Certos intérpretes
sugerem que as primeiras três categorias se aplicam à igreja universal, ao
passo que as outras duas se ajustam especificamente à igreja local. Pastores
são pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada
aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar
o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais. Doutores pode ser uma outra
função do pastor. Bruce afirma que estes dois termos “denotam a mesma e uma
única classe de homens”.31 Contudo, pode ser que os doutores representem uma
classe de responsabilidade um tanto quanto menor que os pastores, mas que,
mesmo assim, detêm lugar especial na igreja. Os cinco ministérios são
concedidos pelo ESPÍRITO e dados por CRISTO à sua igreja.
O Propósito dos Dons
(4.12-16)
Falando principalmente da
vida interior da comunidade cristã, Paulo descreve o propósito para o qual
CRISTO deu à igreja estes ministérios. Pelo menos quatro dimensões do propósito
divino são distinguíveis.
a) Estes ministérios são
dados para edificar ou construir o corpo de CRISTO (12). As três frases neste
versículo, cada uma separada por uma vírgula (RC), dão a impressão de que o
apóstolo expressa um propósito triplo. No idioma original, a ênfase está na
última frase: “Ele fez isso para preparar o povo de DEUS para o serviço
cristão, a fim de construir o corpo de CRISTO” (NTLH). O objetivo destes servos
especiais é ocasionar um aperfeiçoamento (katartismos, lit., “adaptação” ou
“equipamento”) para a obra do ministério (diakonias). A expectativa é que
haverá um trabalho ativo e frutífero para o Senhor, com o resultado de que a
igreja será edificada. À medida que as almas são ganhas, a vida da comunidade
se aprofunda e se fortalece pelo serviço unificador da igreja.
b) Estes dons
ministeriais são dados para promover maturidade. O versículo 13 rememora o
anterior e oferece explicação adicional da “edificação” da igreja. Uma vez
mais, Paulo usa três frases, cada uma iniciada com a preposição grega eis: 1) à
unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da estatura completa de CRISTO.
Estas não são ideias paralelas. A primeira fala do meio da maturidade, a
segunda fala da realidade da maturidade e a terceira fala da medida da
maturidade. Uma tradução melhor do versículo seria esta: “Assim, todos
finalmente atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em nosso conhecimento
do Filho de DEUS, e chegaremos à maturidade, medida por nada menos que a
estatura completa de CRISTO” (NEB).
A unidade da fé e do
conhecimento do Filho de DEUS constitui o meio do amadurecimento (cf. RA). A
unidade é um dom do ESPÍRITO (cf. 3), mas requer-se fé e conhecimento para
recebê-la. Neste texto, a fé é a resposta que damos ao Filho de DEUS e a nossa
confiança nele — DEUS manifestado na carne que morreu no Calvário em nosso
benefício. Aqui, conhecimento (epignosis) é semelhante à fé no ponto em que
significa “compreensão, familiaridade, discernimento”. Não devemos equipará-lo
a conhecimento intelectual, mas a relações pessoais. A unidade se origina dessa
intimidade com o Filho proporcionada pela graça. Paulo não está falando da experiência
inicial com CRISTO. O apóstolo se preocupa com o crescimento e aumento em
entendimento e compreensão dos propósitos e vontade de DEUS conforme estão
revelados em associação com CRISTO. Os membros da igreja podem e devem ter tal
crescimento em maior medida enquanto o servem.
A varão perfeito
refere-se ao nível de maturidade coletiva e individual na igreja, no qual o
poder de DEUS se manifesta inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será
atingido em seu significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de
CRISTO na perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
A medida da estatura
completa de CRISTO é o padrão de medida que determina a maturidade cristã.
Hodge escreve: “A igreja se torna adulta, homem perfeito, quando alcança a
perfeição de CRISTO”. A chave para interpretar o versículo é a expressão
estatura completa de CRISTO. Qual é esta estatura? Salmond diz que é “a soma
das qualidades que fazem o que ele é”. Quando a igreja está à altura da
maturidade plena do seu Senhor, ela é perfeita. E à medida que cresce em
direção a essa maturidade, ela fica mais próxima de sua meta em CRISTO.
Precisamos também destacar que não há crescimento na igreja separadamente de
nosso crescimento individual como crente. É cada um de nós individualmente que
tem de se dirigir com empenho à estatura completa de CRISTO.
c) Estes ministérios são
dados para garantir a estabilidade na igreja diante de doutrinas divergentes e
do engano de homens (14). Esta é consequência natural da maturidade, como Paulo
indica por sua frase introdutória: Para que não sejamos mais meninos. Uma das
evidências claras de imaturidade é a incapacidade de resistir, de forma
inteligente e espiritual, as declarações das falsas doutrinas. As palavras de
Paulo são pitorescas. O termo inconstantes só ocorre aqui no Novo Testamento e
é derivado de kludon (“vagalhão” ou “onda”). Por conseguinte, o verbo significa
literalmente “ser lançado pelas ondas”. Cristãos imaturos são como barcos
açoitados pela tempestade. Levados em roda vem da palavra grega periphero, que
tem a ideia de oscilar violentamente. Boas traduções dos dois termos são:
“levados de um lado para outro pelas ondas” e “jogados para cá e para lá por
toda nova rajada de ensino” (cf. BJ, NVI). Atarefa dos ministros é pôr mão forte
no leme da igreja, mantê-la firme e fornecer o lastro doutrinário mediante um
ministério fiel de pregação e ensino.
Aqueles que introduzem
falsos ensinos, nos quais os crentes instáveis caem vítimas, enganam a si
mesmos e enganam fraudulosamente os outros. Esta fase é mais bem traduzida por
“fazem uso de todo tipo de dispositivo inconstante para induzir ao erro”
(Weymouth). Eles usam de engano (lit., “jogo de dados”). Metaforicamente, veio
a significar “artimanha” (BJ, RA). Moule declara corretamente o aviso de Paulo:
“Há pessoas próximas de vós que não só vos desviam, mas o fazem de propósito,
pondo armadilhas premeditadas e organizando métodos bem-elaborados, com o
objetivo de afastá-los de CRISTO a quem eles não amam”. A única proteção
adequada contra a sutileza da heresia é uma fé crescente e um conhecimento
progressivo da verdade. Os ministros têm de proporcionar a oportunidade de tal
maturação para assim garantir a estabilidade na igreja.
d) Estes ministérios são
dados para possibilitar o crescimento em CRISTO. Seguindo a verdade (15) é
derivado do verbo grego aletheuo, geralmente traduzido por “falar a verdade”
(cf. CH, NTLH). Mas há mais no pensamento de Paulo do que proferir sons
articulados. Ele pensa em termos de viver e agir. Dale comenta: “A verdade tem
de ser a vida de todos os cristãos. A revelação de DEUS em CRISTO tem de
influenciar e inspirar todas as atividades dos cristãos. A verdade tinha de se
encarnar nos efésios, tinha de se corporificar neles. [...] Não era apenas para
falar, mas para vivenciá-la”.38 E esta vida era para ser vivida em caridade
(“em amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, CH, NVI, RA), quer dizer, com os motivos e
inclinações que o amor evoca. As pessoas confessam e vivem asperamente certa
porção de verdade, mas a comunidade cristã sempre tem de se expressar em amor.
O resultado será o movimento progressivo em direção à perfeição de CRISTO, a
cabeça da igreja. Repare que esta ideia é essencialmente idêntica ao pensamento
do versículo 13. Além disso, esta ação positiva é a melhor defesa contra os
efeitos do erro descritos no versículo 14.
No versículo 16, o
apóstolo retorna à analogia do corpo e se serve disso para enfatizar a unidade
que CRISTO, a cabeça, traz para a igreja. Ele visualiza a estrutura maravilhosa
e intricada do corpo humano com suas partes unidas de modo bem ajustado e
ligado (“bem unido e consolidado”, NEB).39 Na analogia, juntas referem-se aos
ligamentos pelos quais as partes do corpo se unem. Quando o corpo está
funcionando segundo ajusta operação de cada parte, quer dizer, quando cada
parte é ativada de acordo com o seu propósito, a harmonia prevalece e o
crescimento é certo. CRISTO é, obviamente, o centro e a origem de toda a vida
espiritual. Ele dá “coesão e poder vital para o crescimento”.40 Este
crescimento resulta na edificação ou “construção” (BAB) da igreja em amor (cf.
1.4; 3.17; 4.2; 5.2). A estrutura tem a ver principalmente com o
desenvolvimento espiritual interno, mas quando a igreja é interiormente forte
ela aumenta numericamente.
Em suma, Paulo vê a unidade
da igreja em termos orgânicos e não organizacionais. A verdadeira unidade é
interior e resultado de um organismo saudável. O ESPÍRITO cria essa unidade;
não é obra de homens, por mais inteligentes ou apessoados que sejam. Quando
esta unidade prevalece, compartilhada por cada membro e motivada pela
fidelidade de ministros talentosos, a igreja cresce em simetria e beleza, para
espanto do mundo não crente.
Nos versículos 4 a 16, o
pensamento da medida da estatura completa de CRISTO sugere o tema “O Alvo Último
do Cristão”. 1) O meio para esse fim. Ensinar e pregar a Palavra de DEUS,
11,12; 2) O compêndio do ideal, 4-7,15. A fé incorporada e o corpo incorporado,
16; 3) A proximidade da meta num caráter estável, 14. CRISTO no trono do
coração. A igreja unida (G. B. Williamson).
Willard H. Taylor. Comentário
Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 160-163. (com algumas alterações
do Pr. Henrique).
III – DISCERNINDO O
VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância.
2. Pelos frutos os conhecereis.
3. Ainda sobre o falso
profeta.
III – DISCERNINDO O
VERDADEIRO PROFETA DO FALSO
O Profeta, quase sempre, é perseguido pelos crentes, principalmente a liderança da Igreja, que não quer ver as coisas ocultas serem reveladas. Vários profetas morreram pelas mãos de seus próprios irmãos, seu povo.
CARACTERÍSTICAS DO
VERDADEIRO PROFETA
DEUS vale-se de homens ou
mulheres, para usá-los em mensagens proféticas. No Antigo ou em o Novo
Testamento, através de profetas ministros a mensagem de DEUS é transmitida para
sua igreja, com fins proveitosos.
1) Ele só diz o que ouve
da parte de DEUS. O verdadeiro profeta fala a verdade de DEUS, na mensagem que
transmite. O profeta verdadeiro não transmite mensagem de sua mente, para
agradar ou desagradar, propositadamente. Ele fala a Palavra de DEUS “com
verdade”.
O profeta Ágabo previu
seca para todo o mundo e previu que Paulo ia ser amarrado, preso e entregue aos
gentios. As mensagens desse profeta foram verdadeiras e se cumpriram
cabalmente. (Atos 11.27; 21.10).
2) Há evidências da
confirmação de DEUS. O verdadeiro profeta é confirmado por DEUS. Sua mensagem é
autenticada pelo ESPÍRITO SANTO, e merece credibilidade.
E, levantando-se um
deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande
fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Atos 11:28
E, levantando-se um
deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande
fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
Atos 11:28
E aconteceu que, três
dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus, e, juntos eles, lhes
disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os
ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém, entregue nas mãos
dos romanos; Atos 28:17.
3) Tem revelação e
discernimento de DEUS.
E isto fez ela por muitos
dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito:
Em nome de JESUS CRISTO, te mando que saias dela. E na mesma hora
saiu. Atos 16:18.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário.
Editora CPAD. pag. 89-90. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
1. Simplicidade x arrogância.
O maior erro ao falarmos sobre Profeta é a confusão que se faz entre Profeta - Ministério (tamo no AT como no NT) com Dom de Profecia (geralmente é chamado de profeta quem profetiza - quem tem dom de profecia).
Profeta é ministério.
Ter dom de profecia não
faz de alguém um profeta, ministério.
A mensagem dada por um
profeta tem a ver com a revelação do futuro (dom de revelação - Palavra de
Sabedoria) ou revelação do passado ou do presente (dom de revelação - Palavra
de conhecimento ou da ciência).
Muitos profetas também
foram e são usados em Dom da fé (ressuscitar mortos), Curas (dons de curar) e
Milagres ou Maravilhas.
Dom de profecia é para
edificação, exortação e consolação. Confirma o que já está no coração da
pessoa. Não prevê nada.
Devido a imaturidade e a
ignorância de nossos líderes quanto aos dons, a maioria dos
"profetas" que vemos hoje são enganadores e inventam mensagens que
DEUS não falou e nem mandou. Falta discernimento e conhecimento dos Dons do
ESPÍRITO SANTO.
O Profeta não precisa
gritar, fazer teatro para trazer uma mensagem de DEUS para alguém, ou para um
grupo de pessoas, ou mesmo para um país.
O Profeta tem autoridade
de DEUS para falar em seu Nome. Não teme represálias. Não teme autoridades
humanas. Não depende financeiramente de falsos crentes.
O Profeta tem vida
honesta e irrepreensível, vive em jejum e oração e estudo da Palavra de DEUS.
A mensagem verdadeira do
Profeta de DEUS não tem a ver com edificação, exortação e consolação como no
Dom de Profecia, mas, muitas vezes, é uma mensagem condenando o pecado e
mostrando o juízo sobre este. Não espere de um profeta uma festa ou um show,
mas, em suas ministrações, muito choro, arrependimento e clamor.
Eu repreendo e castigo a
todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. Apocalipse 3:19
2. Pelos frutos os
conhecereis.
CARACTERÍSTICA DO FALSO PROFETA
1) Ele não tem mensagem de DEUS.
No Antigo Testamento, o
falso profeta era aquele que entregava mensagem do seu coração, para agradar a
alguém, ou para fazer oposição. (2 Cr 18.4,5; 27-34); no segundo caso, há o
exemplo da falsa profetisa Noadias e outros profetas, que foram subornados para
atemorizar Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.13,14).
2) Ele desvia o povo dos
caminhos do Senhor.
O falso profeta
desenvolve capacidade carnal ou diabólica para enganar os servos de DEUS. (Dt
13.1-5).
3) O falso profeta é
soberbo.
Sua palavra, “em nome do
Senhor”, não se cumpre. (Dt 18.21, 22). A experiência mostra, ao longo do
tempo, quantos profetas e profetisas orgulhosos se levantam, no meio da igreja local.
(1 Ts 5.13; Hb 13.17).
4) Os falsos profetas são
como “lobos devoradores.
JESUS CRISTO, no Sermão
do Monte, fez um alerta de grande significado para sua Igreja. Ele advertiu
seus seguidores contra os falsos profetas. “Acautelai- vos, porém, dos falsos
profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos
devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e
toda árvore má produz frutos maus” (Ver Mt 7.15-19).
5) Os falsos profetas
vivem na iniquidade.
Em seu Sermão, JESUS
disse que “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).
Por isso, JESUS disse:
“Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu
nome?” (Mt 7.22). E alegarão que expulsaram demônios e fizeram “muitas
maravilhas”. Mas ouvirão de JESUS: “E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).
Claro fica que os falsos
profetas não são crentes e nem o foram algum dia, pois, para JESUS nunca os ter
conhecido é porque nunca se converteram. Isso indica que alguém que aceitou a
JESUS como Salvador e Senhor, se batizou nas águas, foi batizado com o ESPÍRITO
SANTO, recebeu dom do ESPÍRITO SANTO, nunca poderia ser tal pessoa que JESUS
nunca conheceu.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais e Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário.
Editora CPAD. pag. 91-92. (com algumas alterações do Pr. Henrique).
Acautelai-vos, porém, dos
falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são
lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas
dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons
frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus
frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto
corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele Dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não
expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então,
lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade. Mateus 7:15-23
Lembre-se de que JESUS jamais
falaria para um crente que o aceitou como Salvador e Senhor, que foi batizado
nas águas, que foi batizado no ESPÍRITO SANTO e recebeu um dom do ESPÍRITO
SANTO, que o não conheceu. Isso só pode ser aplicado a um descrente, a um
ímpio, a alguém do espiritismo por exemplo.
JESUS ENSINA SOBRE OS
FRUTOS NA VIDA DAS PESSOAS
Mt 7.15 O Antigo
Testamento menciona frequentemente os falsos profetas (veja 2 Rs 3.13; Is
44.25; Jr 23.16; Ez 13.2,3; Mq 3.5; Zc 13.2). Os falsos profetas afirmavam
receber mensagens de DEUS, mas só profetizavam o que o rei e as pessoas queriam
ouvir. Os falsos mestres também são tão comuns atualmente, quanto o foram
naquela época. JESUS disse que devemos ter cuidado com aqueles cujas palavras
podem parecer religiosas, mas que estão motivados pelo dinheiro, pela fama ou
pelo poder. São aqueles que profetizam só coisas boas. Nunca revelam os pecados
e o juízo de DEUS sobre esses pecados.
Mt 7.20 Mencionando 7.16,
isto é, o método para discernir os falsos profetas, JESUS explicou que a
maneira de identificar uma árvore ou uma pessoa é o tipo de fruto que ela
produz. Os bons mestres exibem consistentemente um bom comportamento e um
elevado caráter moral quando procuram praticar as verdades das Escrituras. São
ganhadores de almas. oram e JESUS Salva, Cura, Batiza no ESPÍRITO SANTO,
Liberta.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 53-54. (com algumas alterações.
Pr. Henrique).
3. Ainda sobre o falso
profeta.
O CASTIGO DOS FALSOS PROFETAS
Era assim, no Antigo
Testamento: “E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou
rebeldia contra o Senhor, vosso DEUS, que vos tirou da terra do Egito e vos
resgatou da casa da servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o
Senhor, vosso DEUS, para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti (Dt
13.5)”. A responsabilidade e o prestígio de um profeta, no Antigo Testamento,
eram muito grandes. O povo o respeitava como sendo um verdadeiro arauto, que
falava em nome de DEUS. Sua palavra profética era considerada Palavra de DEUS.
No Novo Testamento, não é diferente. Daí, porque o castigo era severo contra os
falsos profetas.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais e Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 92-93. (com algumas alterações. Pr. Henrique)
OS FALSOS PROFETAS - como
saber?. Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo:
quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um
espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o
profeta era considerado falso quando:
(1) se desviasse as
pessoas do DEUS verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5);
(2) se praticasse
adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt
18.10,11);
(3) se suas profecias
contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5);
(4) se não denunciasse os
pecados do povo (Jr 23.9-18); ou
(5) se predissesse coisas
específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22).
No NT, o profeta é um dos
cinco dons ministeriais da igreja.
(Bíblia de Estudos Pentecostal - CPAD - CD) (com algumas alterações. Pr.
Henrique)
Profetas falsos são usados por
demônios
E disse ele: Eu sairei e serei
um espírito da mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o
induzirás e ainda prevalecerás; sai e faze assim. 1 Reis 22:22
Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito da mentira na boca de todos estes
teus profetas, e o Senhor falou mal contra ti. 1 Reis 22:23
Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao ESPÍRITO SANTO e retivesses parte do preço da herdade? Atos 5:3
E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se,
disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque
não compreendes as coisas que são de DEUS, mas só as que são dos homens. Mateus
16:22,23
Julgamento de Profeta e suas
mensagens.
Quando profeta ou sonhador de
sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal
sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses,
que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras daquele profeta ou
sonhador de sonhos, porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se
amais o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda a vossa alma.
Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos
guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis. E
aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o
Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da
servidão, para vos apartar do caminho que vos ordenou o Senhor, vosso Deus,
para andardes nele; assim, tirarás o mal do meio de ti. Quando te incitar teu
irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu amor,
ou teu amigo, que te é como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos e sirvamos
a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais, dentre os deuses dos
povos que estão em redor de vós, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da
terra até à outra extremidade, não consentirás com ele, nem o ouvirás; nem o
teu olho o poupará, nem terás piedade dele, nem o esconderás, mas certamente o
matarás; a tua mão será a primeira contra ele, para o matar; e depois a mão de
todo o povo. E com pedras o apedrejarás, até que morra, pois te procurou
apartar do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da
servidão. Para que todo o Israel o ouça e o tema, e não se torne a fazer
segundo esta coisa má no meio de ti. Deuteronômio 13:1-11
E será que qualquer que não
ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.
O PROFETA É JULGADO PELO CUMPRIMENTO OU NÃO DO QUE FALOU EM NOME DO SENHOR.
COMO O PROFETA FALA MUITA COISA QUE VAI ACONTECER NO FUTURO, SE NÃO SE CUMPRIR
É PORQUE NÃO FOI DEUS QUEM FALOU. Porém o profeta que presumir soberbamente de
falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenho mandado falar, ou o que
falar em nome de outros deuses, o tal profeta morrerá. E se disseres no teu
coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal
profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder
assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal
profeta; não tenhas temor dele. Deuteronômio 18:19-22 O profeta que profetizar
paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido
como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou. Jeremias 28:9 JEREMIAS FALOU
ISSO SOBRE O FALSO PROFETA E VEJA O QUE ACONTECEU. Pelo que assim diz o Senhor:
Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque
falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo
ano, no sétimo mês. Jeremias 28:16,17 PROFETA É HOMEM COMO NÓS, PORÉM, QUANDO É
HOMEM DE DEUS, SUA PALAVRA VALE MAIS DO QUE OURO. SE CUMPRE MESMO - Elias era
homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e,
por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. Tiago 5:17
CONCLUSÃO
DEUS QUER USAR PROFETAS NA
IGREJA - Seja um voluntário para que JESUS CRISTO o use assim. O pecado deve
ser combatido e para isso deve ser revelado. Tenha coragem. Tenha ânimo. Se
esforce. Seja instrumento de DEUS, Canal de DEUS em sua obra de salvação.
comentários extras do Pr. Henrique.
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 7 ACIMA - 2014/2015
INTERAÇÃO
O ministério de profeta é
um dom ministerial de CRISTO a igreja atual. O profeta é chamado para falar
segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo
Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a
mensagem divina.
Em o Novo Testamento os
profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram
as colunas da Igreja.
DEUS ainda usa profetas
para falarem à Igreja. São ministros de CRISTO.
OBJETIVOS
Descrever a função do profeta
no Antigo Testamento.
Compreender o ofício do profeta em o
Novo Testamento.
Discernir o verdadeiro do
falso profeta
PALAVRA-CHAVE
Profeta: Porta-voz
oficial da divindade.
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Os profetas do Antigo
Testamento falavam em nome de DEUS, em primeiro lugar para a nação de Israel,
em segundo, para povos estranhos.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Os profetas em o Novo
Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Uma das formas de reconhecer o
falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico
“Os verdadeiros Profetas e os
Falsos Profetas (7.15-23)- O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a
verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista
comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu
interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que
a Impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em
Mateus 12.33,35 JESUS une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo
poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o ESPÍRITO
SANTO. [...] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a
negação protognóstica da carne de JESUS CRISTO (1 Jo 4.1-3) ou com o espírito
de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o
antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt
7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de
vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French
L. (Eds,) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.
1. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.61-62).
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 10,
As Profecias Despertam E Trazem Esperança
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível
Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão,
Brasília, DF)
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique
Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança
Vídeo - https://youtu.be/n5NBnx3-BqQ
Ajuda - https://www.youtube.com/watch?v=XHPfUQl3SXE
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/05/escrita-licao-7-o-ministerio-de-profeta.html
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” (Ap 1.3)
VERDADE PRÁTICA
As profecias são mensagens que expressam a soberana vontade do Senhor. Elas servem para alertar o povo de DEUS, produzindo esperança e confiança nas promessas divinas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 1.1 DEUS falou muitas vezes e de várias maneiras por meio dos profetas
Terça - Jr 50.19,20 DEUS prometeu a restauração do remanescente da nação eleita
Quarta - Am 9.14 DEUS confirma a promessa de restaurar o seu povo
Quinta - Mq 4.10 O Senhor confirma a restauração de Judá do cativeiro babilônico
Sexta - Zc 3.8 O profeta anuncia a vinda do Messias, como o renovo do Senhor
Sábado - Ap 21.2-4 O pecado será banido para sempre e os eleitos herdarão a Nova Jerusalém
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jeremias 1.4-10; Joel 1.1-3; Apocalipse 1.1-3
Jeremias 1.4 - Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 5 - Antes que te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. 6 - Então disse eu: Ah, Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança. 7 - Mas o Senhor me disse: Não diz: Eu sou uma criança; porque, onde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. 8 - Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. 9 - E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; 10 - Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e para edificares e para plantares.
Joel 1.1 - Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel. 2 - Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais? 3 - Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração.
Apocalipse 1.1 - Revelação de JESUS CRISTO, a qual DEUS lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu, servo, 2 - O qual testificou da palavra de DEUS, e do testemunho de JESUS CRISTO, e de tudo o que tem visto.3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
JEREMIAS - BEP - CPAD.
1.5 ANTES QUE EU TE FORMASSE... TE SANTIFIQUEI. Antes de Jeremias nascer, DEUS já havia determinado que ele seria profeta. Assim como DEUS tinha um plano para a vida de Jeremias, Ele também tem um para cada pessoa. Seu alvo é que o crente viva segundo a sua vontade e deixe que Ele cumpra seu plano em sua vida. Assim como no caso de Jeremias, viver segundo o plano de DEUS pode significar sofrimento; porém DEUS sempre opera visando o melhor para nós (ver Rm 8.28).
1.8 NÃO TEMAS. Jeremias, ao iniciar seu ministério profético, era jovem. Ele hesitou e temeu ante a extraordinária missão de falar a Palavra do Senhor aos anciãos de Jerusalém (v. 7). DEUS o assistiu com a promessa de que estaria com ele e lhe daria poder para cumprir sua chamada. Não importa qual a tarefa que você esteja executando para DEUS, Ele sempre promete sua presença e ajuda constante, se você permanecer firme, com sua fé posta nEle.
1.9 AS MINHAS PALAVRAS NA TUA BOCA. DEUS garante a Jeremias que sua mensagem profética seria inspirada por Ele; as palavras do profeta seriam as palavras de DEUS (cf. Rm 10.8). Convicto disso, Jeremias nunca usou de subterfúgio com a Palavra de DEUS, nem a modificou (ver 37.16,17).
1.10 PARA ARRANCARES, E PARA DERRIBARES. A mensagem de Jeremias continha partes ligadas a juízo e também de restauração, no entanto, por causa do período da história de Israel em que Jeremias profetizou, sua mensagem enfocava, em primeiro plano, o castigo e a condenação. A nação desviada, de Israel, tinha de ser derribada antes de DEUS plantá-la e edificá-la de novo.
APOCALIPSE - BEP - CPAD.
1.1 REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO. Este livro é uma revelação da parte de JESUS CRISTO e a respeito dEle. O livro é extremamente importante porque: (1) revela a avaliação que CRISTO faz da igreja, 60 ou 65 anos depois da sua ressurreição e ascensão ao céu; e (2) desvenda eventos futuros no tocante à tribulação, ao triunfo de DEUS sobre o mal, à volta de CRISTO para reinar sobre a terra e às bem-aventuranças do reino eterno de DEUS.
1.3 BEM-AVENTURADO AQUELE QUE LÊ. Esta é a primeira das sete "bem-aventuranças" ou bênçãos que se acham no Apocalipse, e que são concedidas àqueles que lêem, ouvem e obedecem às coisas nele escritas. As outras seis bênçãos acham-se em Ap 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14 (cf. Lc 11.28). O fato de ser ordenado aos crentes guardar os mandamentos do livro de Apocalipse indica tratar-se de um livro prático, de instruções morais, e não simplesmente profecias do futuro. Isso quer dizer que devemos ler este livro, não somente para compreender o plano futuro de DEUS para o mundo e seu povo, mas também para aprender e aplicar os seus grandes princípios espirituais. Acima de tudo, tal leitura deve nos levar cada vez mais perto de JESUS CRISTO, com fé, esperança e amor.
PALAVRA-CHAVE - Esperança
Resumo da Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança
I – OS PROFETAS MAIORES
1. Os profetas e a profecia.
2. Os profetas Isaías e Jeremias.
3. Os profetas Ezequiel e Daniel.
II – OS PROFETAS MENORES
1. Os profetas do Reino do Norte.
2. Os profetas Pré-exílio.
3. Os profetas Pós-exílio.
4. Os demais profetas.
III – O LIVRO DO APOCALIPSE
1. Autoria, propósito e destinatários.
2. Uma mensagem de esperança.
O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO - BEP - CPAD. (com acréscimos do Pr. Henrique)
Is 6.8,9 “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim . Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.”
O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS.
(1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.
Adão era Profeta - Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:24 (Adão não sabia o que era pai e nem mãe, portanto estava profetizando).
Enoque era Profeta - E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Judas 1:14
Noé foi Profeta Gênesis - E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. Gênesis 9:25
Abraão era Profeta - Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, porque profeta é, e rogará por ti, para que vivas; porém se não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu. Gênesis 20:7
Jacó era Profeta - Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; Gênesis 49:1
Arão era Profeta pelo SENHOR, mas do seu irmão Moisés - Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta. Êxodo 7:1
Moisés era Profeta - O Senhor teu DEUS te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; Deuteronômio 18:15
Miriã era Profeta - Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. Êxodo 15:20
Débora era Profeta - E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Juízes 4:4
Muitos foram os profetas, tendo escrito ou não algo que está na Bíblia.
Isaías, no AT e João, no NT são os destaques deste ministério Bíblico.
Encontramos 42 homens e mulheres identificados no Velho Testamento como sendo “profetas de DEUS”, também chamados de “videntes” (1 Samuel 9:9).
Destes, dezesseis escreveram profecias em livros que levaram o seu nome e foram incluídos no cânone inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, compreendendo quatro grupos:
Os originários do reino do norte(Israel): Joel, Jonas, Oseias, Amós.
Os originários do reino do sul(Judá): Isaías, Jeremias, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque e Sofonias.
Os profetas do cativeiro: Ezequiel e Daniel
Os profetas da restauração: Ageu, Zacarias e Malaquias
Veja Tabela de profetas do AT - osprofvt (bible-facts.info)
Ano AC |
Nome |
Referência |
3382/3017 |
Enoque |
Gênesis 5:21-24; Judas 1: 14. |
2948/1998 |
Noé |
Gênesis 9: 25-27. |
1996/1821 |
Abraão |
Gênesis 20:7 |
1836/1689 |
Jacó |
Gênesis 49: 1 |
1571/1451 |
Moisés |
Deuteronômio 18: 18. |
1582/1452 |
Miriã |
Êxodo 15:20. |
1285. |
Débora |
Juízes 4:4. |
1245. |
Profeta enviado a Israel |
Juízes 6:8. |
1127. |
Profeta enviado a Eli |
1 Samuel 2:27. |
1136/1056 |
Samuel |
1 Samuel 3:20. |
1085/1015 |
Davi |
Salmos 16:8-11. Atos 2:25-31 |
1080/1010 |
Gade |
1 Samuel 22:5; 1Crônicas 29:29. |
1070/1005 |
Natã |
2 Samuel 7:2; 12:1; 1Reis 1:10. |
1060/985 |
Zadoque |
2 Samuel 15:27. |
1050/975 |
Jedútum |
2 Crônicas 35:15. |
1020/955 |
Aías |
1 Reis 11:29; 12:15; 2 Crônicas 9:29. |
1015/950 |
Semaías |
1 Reis 12: 22; 2 Crôn. 11:2; 2 Crôn.12:7. |
1013/975 |
Ido |
2 Crônicas 9:29 2 Crônicas 12:15. |
1013/975 |
Profeta de Judá |
1 Reis 13:1. |
978/918 |
Azarias, filho de Odede |
2 Crônicas 15:1-7 . |
1005/930 |
Hanâni |
2 Crônicas 16:7-10 . |
972/895 |
Jeú, filho de Hanâni. |
1 Reis 16:1-7, 2 Crônicas 19:2, 20:34 . |
950/885 |
Micaías filho de Inlá |
1 Reis 22:8-2 |
949/896 |
Elias |
1 Reis 17:1. |
920/830 |
Joel |
Joel 1:1; Atos 2: 16. |
915/839 |
Eliseu |
1 Reis 19:16. |
848/775 |
Jonas |
2 Reis 14:25; Jonas 1:1; Mateus 12:39-41;16:4; Lucas 11:29-3 |
780/680 |
Isaías |
2 Reis 19,20. 2 Crôn. 26:22;32:20-32; Isaías.1:1. |
790/690 |
Oseias |
Oseias 1:1. |
800/720 |
Amós |
Amós 1:1; 7:14,15. |
775/705 |
Odede |
2 Crônicas 28:9. |
775/705 |
Miqueias |
Miqueias 1:1. |
660/600 |
Sofonias |
Sofonias 1:1. |
655/585 |
Hulda |
2 Reis 22:14 |
620/540 |
Obadias |
Obadias 1:1 |
700/630 |
Naum |
Naum 1:1 |
645/580 |
Habacuque |
Habacuque 1: 1. |
659/569 |
Jeremias |
2 Crônicas 36:12,21. Jeremias 1:1,2. |
629/559 |
Ezequiel |
Ezequiel 1:3. |
605/530 |
Daniel |
Daniel 12:11. Mateus 24:15. |
580/510 |
Ageu |
Esdras 5:1; Esdras 6:14. Ageu 1:1. |
560/490 |
Zacarias |
Filho de Ido. Esdras 5:1; |
456/386 |
Malaquias |
Malaquias 1:1. |
PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade
especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título
sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via
conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o
profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava
a transmitir suas realidades ao povo.
Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316
vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja
clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras
abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius,
Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi era o porta-voz que emitia palavras sob o
poder impulsionador do ESPÍRITO de DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se
deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de
outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados
naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também
era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21), “servo de DEUS” (cf. Is
20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si (cf. Is 61.1-3),
“atalaia” (Ez, e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam
sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura —
sob a perspectiva divina.
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo
ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o
profeta do AT possuía estas três características:
Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS
no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial
de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a DEUS e ao seu
concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a
vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O
Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser
desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias
específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre
os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres
à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a
vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um
mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as
atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS.
Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas
pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas
atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram
sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da
vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava
confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a
perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em
simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia,
melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS.
Experimentava as mesmas reações de DEUS.
Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia
o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo
sofria, o profeta sentia profundas dores. Ele almejava para Israel o melhor da
parte de DEUS (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente
advertências, como também palavras de esperança e consolo.
O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade
a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder
humanos, e nos falsos deuses (Jr_ 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas
continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o
seu concerto estabelecido com DEUS, para que viesse a receber as bênçãos da
redenção.
O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13,
19; 25.3-7; Am
8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o
povo considerava leve desvio da Lei de DEUS, o profeta interpretava, às vezes,
como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência,
fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1).
Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do
ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9).
O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo,
procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS
revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da
transigência com o mal e requeria fidelidade integral a DEUS. Aceitava nada
menos que a plenitude do reino de DEUS e a sua justiça, manifestadas no povo de
DEUS.
O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g.,
63.1-6; Jr
22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e
renovação (e.g., 6162; 65.17-66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram
grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
Finalmente, o profeta era, geralmente, um homem solitário e triste (Jr
14.17,18; 20.14-18; Am
13; Jn 3- 4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade
e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15;
20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o
profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como
ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas,
constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse
cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e
deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes
muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS
resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar
formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta,
por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões
morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres
litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia
justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de DEUS. O
profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da
consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre
despertar o povo a um viver realmente santo.
A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais: (1) A natureza de DEUS.
(a) Declaravam ser DEUS o Criador e Soberano onipotente do universo (e.g.,
40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus
supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6).
(b) Enfatizavam que DEUS é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado,
iniquidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele
é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo DEUS santo, em sua natureza,
requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is
29.22-24; Jr 2.3). Como o DEUS que faz concerto, que entrou num relacionamento
exclusivo
com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um
compromisso de relacionamento mútuo. (2) O pecado e o arrependimento. Os
profetas do AT compartilhavam da tristeza de DEUS diante da contínua
desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o
concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A
mensagem dos profetas era idêntica à de João Batista e de CRISTO:
“arrependei-vos, senão igualmente perecereis”. Prediziam juízos catastróficos,
tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os
12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15;
32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27). (3) Predição e esperança messiânica. (a)
Embora o povo tenha sido globalmente infiel a DEUS e aos seus votos, segundo o
concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança.
Sabiam que DEUS cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão
através de um remanescente fiel. No fim, viria o Messias, e através dEle, DEUS
haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se
entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles
tinham de falar a palavra de DEUS a um povo obstinado, que, inexoravelmente
rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do
antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma
voltada para o futuro.
OS FALSOS PROFETAS.
Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos
falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito
mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era
considerado falso (1) se desviasse as pessoas do DEUS verdadeiro para alguma
forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia,
feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11);
se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não
denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas
específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo
concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT,
que eram a voz primacial de DEUS no que dizia respeito a Israel. No NT, o
profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja.
Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1Co
14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério
nos tempos do NT.
RESUMO DOS LIVROS
PROFÉTICOS - Dicionário Bíblico Wycliffe
ISAÍAS LIVRO DE
Na Bíblia Hebraica, Isaías é o primeiro dos Profetas Maiores (Isaías, Jeremias,
Ezequiel, os Doze).
Contexto Histórico
O livro de Isaías está centralizado em um dos períodos mais turbulentos e
trágicos da história judaica. Nos dias de Isaías, o reino de Judá esteve sob o
governo de cinco reis, dos quais alguns eram bons e outros maus - Uzias,
Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés. Era uma nação pecadora. Embora fosse o povo
de DEUS, eles eram apóstatas e sem dúvida mereciam ser castigados. Durante o
período da vida de Isaías, em um momento ou outro, vários inimigos poderosos
estiveram inclinados à destruição de Judá: O Reino do Norte de Israel,
governado por Peca; a Síria, cujo rei era Rezim; e a Assíria, sob reis guerreiros
como Tiglate-Pileser III, Sargão II e Senaqueribe. Além disso, outros vizinhos,
como os filisteus, os moabitas e os edomitas, de vez em quando atacavam o
pequeno reino. O Egito era apenas uma “cana quebrada” sobre a qual tentavam
apoiar-se em busca de ajuda contra o invasor assírio. Foi predito que a
Babilônia, com quem Ezequias fez uma aliança, tomar-se-ia o futuro destruidor.
Por meio de revelação, Isaías previu dois libertadores por vir: Ciro, como um
libertador distante; e o Messias, como um libertador mais distante ainda. O
profeta observou que tudo e todos seriam instrumentos de DEUS tanto para o
castigo quanto para a redenção de seu povo escolhido.
Autoria e Data
O livro em si fornece poucas informações sobre a atividade literária de Isaías.
De acordo com 8.1 e 30.8, ele fez anotações em uma tábua ou quadro de escrever,
mas também recebeu ordens para escrever uma certa profecia em um livro ou rolo
(30.81. A exortação divina para buscar e ler o livro do Senhor (34.16) sugere
que toda a profecia a respeito de Edom foi registrada para que no dia de seu
cumprimento, o leitor pudesse verificar cada detalhe com as Escrituras. O nome
de Isaías está especificamente ligado aos caps. 1, 2 e 13. Este profeta é
conhecido por ter sido um historiador da corte durante os reinados dos reis
Uzias e Ezequias (2 Cr 26.22; 32.32). E provável, portanto, que Isaías tenha
original mente escrito o texto de 2 Reis 18.13-20.19, que é, em essência, um
paralelo a Isaías 36-39.
Entretanto, teorias críticas da composição dessa profecia são abundantes hoje,
e negam que Isaías de Jerusalém tenha escrito 66 capítulos sozinho. Sob a
influência do deísmo, no final do século XVIII, J. C. Doederlein publicou em
1789 um argumento sistemático de que os caps. 40-66 foram compostos no século VI
a.C. Desde então, tem sido comum os críticos falarem de um “segundo Isaías” que
supostamente escreveu no período imediatamente anterior ao final do cativeiro
babilônico (550—S39 a.C.). H, F. W. Geseníus apoiou esta opinião em 1819, mas
Ernst Rosenmuller atribuiu várias passagens dos caps. 1-39 (como os caps. 13 e
14) ao último escritor desconhecido. Em 1892, Bernhard Duhm foi além propondo
um “terceiro Isaías” que teria escrito os caps. 56-66 em Jerusalém na época de
Esdras. Em 1928, C. C. Torrey, em seu livro The Second Jsaiah, defendeu um
único escritor para os caps. 34- 66 (exceto para os caps. 36-39). Estes teriam
sido compostos por um escritor que viveu na Palestina perto do final do século
V. Alguns estudiosos recentes, como W. H. Broivnlee, defenderam que todos os 66
capítulos vêm de um círculo de discípulos que em seguida, ou mais tarde,
estudaram Isaías e suas profecias orais. Estes escritos teriam sido coletados e
arranjados por um membro habilidoso dessa escola de Isaías, que talvez tenha
vivido no século III.
Várias evidências podem ser apresentadas em refutação dessas opiniões críticas,
defendendo a unidade do livro e sua autoria pelo Isaías histórico.
1. A tradição judaica. Os profetas menores fazem alusão a expressões de Isaías
(cf, Na 1.15 com Is 52.7; Sf 2.15 com Is 47.8,10). Em aprox. 180 a.C., no livro
apócrifo Eclesiástico, o filho de Siraque fala de Isaías como alguém que
“confortou aqueles que choraram em Sião” (48.22-25), uma clara alusão ao
assunto de Isaías 40-66 e a 40.1 em particular. Esta é a primeira ocorrência de
uma tradição relacionada à autoria de Isaías. Nenhuma palavra é dita a respeito
de qualquer profeta menor do exílio ou da época de Esdras que acrescente algo
aos escritos de Isaías. Nenhuma das muitas cópias do manuscrito de Isaías
encontradas nas cavernas de Qumrã e transcritas antes e durante a época de
CRISTO dão qualquer indício de autoria dupla ou múltipla. Nem Josefo. A
Septuaginta (LXX) tem um único título para o livro inteiro, E a tradição
rabínica permaneceu uniforme no período da crítica racional moderna, afirmando
que Isaías escreveu todos os 66 capítulos.
2. O testemunho do NT. CRISTO referiu-se ao profeta Isaías como um indivíduo
distinto (Mt 15.7-9). Os escritores do NT claramente consideravam o autor de
todas as seções principais da profecia como único e o mesmo (veja Mt 3.3; 8.17;
12.17-21; 13.14,15; Mc 1.2; Lc 3.4; 4.17; Act 8.28-32; 28.25-27; Rm 9.27-29;
10.16,20,21). “A citação mais conclusiva do NT são João 12.3; 8.41. O versículo
38 cita Isaías 53.1; o versículo 40 cita Isaías 6.9,10. Então, o apóstolo
inspirado comenta no versículo 41: “Isaías disse isso quando viu sua glória e
falou dele”. Obviamente o mesmo Isaías que viu a glória de CRISTO na visão do
Templo de Isaías 6 foi aquele que também fez a declaração que está registrada
em Isaías 53.1: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o
braço do Senhor?" Se não fosse o mesmo autor que compôs tanto o capítulo 6
como o capítulo 53 (e os defensores da teoria Deutero-Isaías afirmam fortemente
que não é), então o próprio apóstolo inspirado teria se enganado: “Portanto,
segue-se que os defensores da teoria de dois Isaías devem, por implicação,
reconhecer a existência de erros no NT” (Archer, SOTI, p. 336). É
inconcebível que a identidade de um profeta tão grande como o autor de Isaías
40--66 tivesse sido totalmente esquecida tanto pela nação judaica como pela
Igreja Cristã, por homens piedosos e tementes a DEUS que creram, ensinaram,
copiaram e lembraram os profetas bem como a lei de geração em geração. Era
essencial entre os antigos hebreus saber o nome do profeta para que seu escrito
fosse aceito e registrado na casa de Israel (cf. Ez 13.9).
3. O contexto palestino. Os críticos racionalistas afirmaram que os caps. 40-66
foram escritos na Babilônia, que é uma região plana. Mas as duas partes do
livro de Isaías falam de rochedos, montanhas, ribeiros de vales, e rebanhos de
Judá. Se a segunda parte tivesse sido escrita na Babilônia, teriam sido
incluídas alusões à paisagem daquele campo. A coloração local em ambas as
partes é judaica, mostrando que todo o livro foi escrito em Judá, dessa forma
apontando para a autoria única de Isaías.
4.O contexto histórico e o religioso. O fato de a Babilônia ser mencionada em
ambas as partes do livro não toma necessário uma data posterior à época de
Isaías para esses capítulos. As advertências de Babilônia já eram relevantes em
sua própria época (veja o cap. 39). Os eventos profetizados ou descritos em
21.9; 43.14; 46.1,2 e, em parte, em 47.1-6 foram cumpridos na história mais
particularmente pela destruição da Babilônia por Senaqueribe em 689 a.C., e
mais tarde pela captura da cidade por Ciro em 539 a.C. Além disso, as formas de
idolatria condenadas em Isaías 57.5-9; 59.3-15; 65.3-5; 66.17 foram praticadas
pelos judeus em Judá durante o reinado de Manassés (2 Rs 21.1-16), mas não
pelos exilados judeus na Babilônia nem pelos judeus que retomaram no período
pós-exílico. Além disso, é mais provável que a totalidade ideal da restauração
de Israel retratada nos caps. 40-58 tenha sido escrita por alguém que estivesse
contemplando o retomo dos exilados de longe, do que por algum contemporâneo que
estivesse observando os resultados aparentemente escassos conforme registrado
por Esdras, Neemias e Ageu.
5. Idioma e estilo. 'Todos os 66 capítulos são escritos em um hebraico
perfeitamente puro, sem aramaísmos e termos babilônicos que caracterizam os
livros pós-exílios conhecidos. Da mesma forma, as semelhanças de estilo
entre os caps. 1-39 e 40-66 são surpreendentes. Por exemplo, o título de DEUS,
“o SANTO de Israel”, usado em muitas versões apenas 31 vezes em todo o AT, é
encontrado 25 vezes em Isaías; ele ocorre 12 vezes nos caps. 1-39, e 13 vezes
nos caps. 40-66.
Uma outra característica marcante do estilo de Isaías é seu uso
frequente do chamado “tempo perfeito profético” do verbo; isto é, ele
frequentemente fala de eventos futuros próximos ou já ocorridos (por
exemplo, 5.13; 8.23; 9.1-7; 10.28-31); de Ciro como já tendo iniciado sua
carreira de conquistas (41.25; 45.13); ou da morte do Servo do Senhor como uma
oferta pelo pecado (53.1-12). O profeta pôde falar desse modo porque viu esses
eventos futuros como já realizados no propósito de DEUS.
Esse modo vivido de falar, que Isaías compartilha com outros profetas, é
especialmente significativo em seu caso por causa de sua postura quanto à
questão da unidade do livro. Muitos estudiosos afirmam hoje que os caps. 40-66
não podem ser as palavras de Isaías, mas devem ser de um autor desconhecido que
viveu no final do cativeiro babilônico (Deutero-Isaías) ou até mesmo depois
deste período.
Muitos que aceitam a opinião acima falham por não perceber que esse argumento
prova muitas coisas. Se o texto em 41.2-4 deve conter as palavras de um
contemporâneo de Ciro, então o cap. 53 deve conter as palavras de uma
testemunha da crucificação. Isto é naturalmente impossível. Consequentemente,
aqueles que negam que Isaías poderia ter pronunciado as profecias a respeito de
Ciro devem defender que o mesmo argumento não se aplica ao cap. 53, ou devem
negar que Isaías 53 seja uma profecia messiânica, apesar do claro testemunho do
NT ao cumprir- se na morte do Senhor JESUS (Mc 15.28; Lc 22.37; At 8.35; 1 Pe
2.22).
Por trás desse argumento contra a unidade de Isaías, está naturalmente a
doutrina moderna a respeito da profecia, segundo a qual o profeta era um homem
de seu próprio tempo que falou somente ao povo de seu próprio tempo, e não às
gerações futuras. Esta é uma meia verdade muito perigosa. Os profetas
testemunharam muito seriamente aos homens de sua própria época. Mas eles também
falaram sobre coisas futuras, sobre “aquele dia”, “o dia do Senhor”. Sem usar
muitas palavras, essa definição modernista da profecia minimiza ou elimina dela
o elemento profético. Contudo, de acordo com os claros ensinos das Escrituras,
o cumprimento das profecias representa a evidência mais clara de que a palavra
do profeta é uma mensagem de DEUS; e nenhuma passagem declara esta verdade de
uma forma mais clara do que os escritos do próprio Isaías.
A negação da predição através da profecia rompe a ligação entre o “e
acontecerá” do AT e o “para que se cumprisse” do NT (cf. Jo 12.38-41). Os
anti-sobrenaturalistas negam essa ligação. Mas aqueles que crêem na Bíblia,
durante todos os séculos têm visto nas profecias a evidência clara e conclusiva
de que DEUS falou, Assim, eles regozijaram-se na unidade de todo o livro, e
reconheceram Isaías como o “evangelista” do AT, que apontava adiante para um
Messias sofredor que tomaria sobre si o pecado de toda a humanidade.
Para se prevenir contra a reivindicação de que Ciro é representado como alguém
de quem o profeta é contemporâneo, deve ser notado que enquanto o profeta
geralmente faz alusão a Ciro como alguém presente, ou prestes a aparecer, ele
introduz o nome de Ciro no clímax de um notável poema (44.24- 28). As palavras
“Eu sou o Senhor” são seguidas pelos termos “que/quem...”, que são arranjados
em três grupos, cada grupo mais longo do que aquele que o precedeu. O primeiro
grupo trata do passado (v.246); o segundo trata do presente (vv. 25,26a); e o
terceiro trata do futuro (vv. 266-28). A estrutura do poema é climática e
indica que as palavras “quem diz de Ciro: É meu pastor etc.” referem-se a um
futuro tão remoto que a clareza da predição deve ser considerada muito
admirável. Ciro ainda não é uma figura conhecida, pois o profeta não declara
sua nacionalidade em nenhuma passagem.
Esboço do Conteúdo
I. Introdução, Caps. 1-6
n. O Livro do Emanuel, Caps. 7-12
III. Oráculos a respeito das Nações, Caps. 13-23
IV. O Pequeno Apocalipse, Caps. 24-27
V. O Livro dos Ais, Caps. 28-35
VI. O Livro de Ezequias, Caps. 36-39
VII. O Livro da Consolação, Caps. 40-66
A. Libertação do pecado e do cativeiro, Caps. 40-48
B. O Libertador - o Servo do Senhor, Caps. 49-57
C. O povo libertado e sua futura glória, Caps. 58-66
Análise do Livro
Os capítulos 1-6 são introdutórios. Na “grande acusação” (cap. 1), o povo de
DEUS é acusado de formalismo e hipocrisia, de cobiça e crueldade, de total
desconsideração à sua relação de aliança com o Senhor seu DEUS. Eles merecem o
destino de Sodoma. Mas aqui, como em toda parte no livro de Isaías, há uma
maravilhosa mistura de exortação e conforto com denúncia e condenação: “Sião
será remida com juízo, e os que voltam para ela, com justiça” (1.27). A
gloriosa promessa de paz universal (2.2-5) e de Renovo (4.2-6) aparece em meio
a terríveis ameaças. A parábola da vinha (5.1-7) é seguida por seis “ais”,
terminando com a ameaça da espada, o castigo pela mão de exércitos invasores
(cf. 1.20). O cap. 6 contém o chamado do profeta, uma visão da santidade de
DEUS, que faz do título “o SANTO de Israel” o favorito de Isaías para o DEUS a
quem ele serve. Não está claro se sua ocorrência em 1.4; 5.19,24 justifica a
inferência de que, na sequência cronológica, a chamada de Isaías pertence
a uma época anterior ao cap. 1.
Os capítulos 7-12, frequentemente chamados de “livro do Emanuel",
referem-se à primeira grande crise, a guerra siro-efraimita, que por causa da
incredulidade de Acaz provocou a primeira invasão assíria. As referências desdenhosas
a Rezim e Peca poderiam (excetuando-se 2 Crônicas 28.6} nos levar a minimizar a
grandiosidade dessa ameaça, que é responsável pelo pedido de ajuda de Acaz à
Assíria. As maravilhosas profecias do Emanuel (7.14; 8.8,10; 9.6ss.; 11.1-6)
terminam com a bênção aos gentios (11.10) e com uma canção de louvor ao DEUS de
Israel (cap. 12): “Porque grande é o SANTO de Israel no meio de ti” (v.6).
Os caps. 13—23 contêm “fardos” (profecias pesadas e dolorosas) contra as nações
que ameaçam a própria existência de Israel. Babilônia (e Assíria), Filístia,
Moabe, Damasco, Etiópia e Egito, Edom, Arábia, Jerusalém (cujo pecado faz dela
seu pior inimigo) e Tiro. Aqui, como em outra parte, a compaixão e a esperança
perfuram as nuvens tempestuosas da ira (14.1-3,24-27,32; 17.7ss.; 18.7 etc.).
Especialmente admirável é 19.23-25, onde Isaías usa sua figura favorita da
*estrada” para descrever a relação segura e amigável com os antigos inimigos. Q
Egito é chamado de “meu povo” (19.25; cf. Êx 5.1); a Assíria, de “obra de minhas
mãos” (cf. 45.11); Israel, de “minha herança” (Zc 2.12) - uma profecia
maravilhosa que desenvolve Isaías 2.2-5.
O cap, 24 é uma visão do juízo do mundo, um apocalipse, que termina em bênção;
o Senhor reinará no monte Sião. O cap. 25, um hino de louvor, é seguido por uma
canção que assim como a do cap. 12 será cantada pelo Israel redimido. O cap. 27
termina com uma promessa de livramento.
Os caps, 28-31 contêm outros juízos sobre as nações; aparentemente a Assíria, a
Babilônia e o Egito. O “ai” sobre Samaria (cap. 28), provavelmente proferido
antes de Sargão atacá-la, é seguido pela promessa da *pedra já provada, pedra
preciosa de esquina” que o Senhor assentará em Sião (28.16). No cap. 29, o “ai”
sobre Ariel (a lareira de DEUS, onde o fogo do altar arde perpetuamente e,
portanto, um nome figurativo de Jerusalém) termina da mesma forma com uma
promessa (vv. 22-24). A seguir vêm as advertências contra as alianças com o
Egito (caps. 30-31). Contudo, essa advertência também é combinada com uma
promessa de bênção (30.18-33), e é seguida no eap.32 pela promessa de um rei (o
Messias) que “reinará em justiça”; e “o efeito da justiça será paz”. O cap. 33
é dirigido contra a Assíria, o “despojador que não foi despojado”. Contudo,
Jerusalém será uma “habitação quieta, tenda que não será derribada” (33.20). O
terrível *ai” sobre Edom (cap. 34) é seguido de um quadro glorioso de bênção
futura (cap 35).
Os caps. 36-37 falam da invasão de Senaqueribe, uma das histórias mais
emocionantes da Bíblia Sagrada. O touro enfurecido que blasfemou contra o SANTO
de Israel será expulso com um anzol em seu nariz para morrer em sua própria
terra pelas mãos de seus próprios filhos. A doença de Ezequias e a embaixada de
Merodaque-Baladã (caps. 38-39) aparentemente dizem respeito a uma data anterior
à dos caps. 35-37. Estes relatos são colocados depois dos outros; porém, esta
ordem tem a finalidade de que a profecia ameaçadora de 39.6ss. pudesse ser
imediatamente seguida pela grande mensagem de consolação para as gerações
futuras; um livramento que Ezequias só poderia procurar em sua própria época.
O livro da consolação (caps. 4CM56) pode adequadamente ser chamado de um sermão
profético, tendo o nome de Isaías (“salvação do Senhor'’) como seu tema. Ele
tem sua contrapartida nas palavras de João Batista e de JESUS: “Arrependei-vos,
porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2; Mc 1.15). O horror do pecado humano
e as maravilhas da graça divina são os seus temas recorrentes e alternados. Ele
está aparentemente dividido em três partes pelas palavras de advertência de
48.22; 57.21, e termina com as terríveis palavras de 66.24 (cf. Mc 9.48). Os
principais temas nesses capítulos são:
1. A transcendência do Senhor. Ele fez “todas as coisas” (44.24; cf. 45.12),
“todas as nações são como nada perante ele” (40.17). “A quem... me
comparareis?” (46.5) é seu desafio aos homens mortais. Ele criará novos céus e
nova terra (65.17; 66.22; cf. 55.9).
2. A loucura do pecado da idolatria, o homem adorando a obra de suas próprias
mãos (44.9־ 20; 46.1,2,6-8).
3. O DEUS de Israel, o único que pode predizer os acontecimentos :futuros e
fazê-los acontecer (41.22-25; 42.9; 43.9-12; 44.7; 45.21; 46.10; 48.3-5).
4. Ciro - uma figura proeminente. DEUS o levantou “do Oriente” (41.2-5); ele
vem em justiça (45.13); vem como uma ave de rapina de uma terra longínqua
(46.11); ele humilhará a Babilônia (43.14; 48.14); fará com que Jerusalém seja
construída e o Templo restaurado (44.28; 45.1-7).
5. Uma figura ainda mais proeminente é o Servo do Senhor. Ele é chamado de
Israel (49.3); Jacó (48.20), Jacó-Israel (41.8ss.; 44.1,21; 45.4). Ele é
descrito como “surdo e cego” (42.18ss.), pecador e necessitando de redenção
(43.25; 44.22), como tendo uma missão para Israel e para os gentios
(42.149.1-6 ;7־), como alguém em quem
o Senhor será glorificado (49.3), como alguém que sofreu, embora fosse inocente
(50.59־), como alguém que sofreu vicariamente
pelos outros (52.13—53.12). A referência não pode ser a mesma em todas estas
passagens. Onde a pecaminosidade é atribuída ao servo, este deve ser o Israel
pecador; onde o sofrimento não merecido é descrito e é mencionada uma missão
para Israel e para os gentios, o remanescente piedoso que o Senhor irá usar
para trazer a bênção para Israel e as nações pode estar sendo em parte
referido. No cap. 53, o Servo só pode ser o Messias, que em 61.1-3 fala de sua
missão com palavras que JESUS tomou para si mesmo na sinagoga em Nazaré (Lc
4.17-21). Veja Servo do Senhor.
6. O alcance dessa salvação prometida, que abrange o mundo todo, é
especialmente enfatizado nos capítulos finais. A expressão “vós todos” de 55.1
tem seu eco na expressão “todo aquele que" de João 3.16; e as promessas de
56.7 e 66.1ss. têm seus cumprimentos em João 4.24. O. T. A.
JEREMIAS LIVRO DE
O livro de Jeremias começa com a chamada do profeta (cap. 1) e se encerra com a
queda de Jerusalém (cap. 52). Ele compreende o período histórico entre 626 e
581 a.C.
O Enigma Cronológico
O livro de Jeremias é formado por discursos proféticos, materiais biográficos,
e narrativas históricas que não são colocados em uma
sequência estritamente cronológica. Ilustrações vividas são os caps. 21 e
24, que datam do período do reinado do rei Zedequias (597-586 a.C.), mas o
capítulo 25 data da época do reinado de Jeoaquim (608-597 a.C.). Os caps. 27 e
28 são da época do remado de Zedequias, enquanto os caps. 35 e 36 pertencem à
época do reinado de Jeoaquim. E assim, todos os esboços de Jeremias são, de
alguma forma, arbitrários.
Como Jeremias tinha um secretário fiel, Baruque, seria normal que se esperasse
uma ordem mais precisa. Qual é o motivo da falta de uma ordem cronológica? Uma
explicação plausível é que o material do livro de Jeremias circulou
originalmente na forma de rolos separados, cada um ilustrando um de seus
ensinos (cf. F. M Wood, Ftre in My Bonés, pp. 9-11). Mais tarde, estes rolos
organizados por tópicos foram comprimidos e estão contidos no atual livro de
Jeremias. Entre os vários rolos, várias narrativas têm sido misturadas com a
bibliografia de Jeremias. Sete rolos principais podem ser identificados;
1. As primeiras profecias de Jeremias, caps. 1-6
2. A falsa e a verdadeira sabedoria, caps. 8.4-10.25
3. Mensagens de desencorajamento, caps. 11-20
4. Condenações contra os reis e os profetas, caps. 22-29
5. O livro da esperança, caps. 30-33
6. Seção histórica, o cerco de Jerusalém e a fuga para o Egito, caps. 37-44
7. Oráculos contra as nações estrangeiras, caps. 46-51
O famoso sermão do Templo (7.1-8.3) foi inserido em meio ao 1° e ao 2° rolo; e
entre o 3° e o 4° rolo há uma narrativa (cap. 21) contendo o conselho de
Jeremias durante o cerco da capital. Três narrativas (caps. 34-36) relativas à
recepção da Palavra do Senhor por parte de Israel fornecem a ligação para os
rolos 5 e 6. O conselho de Jeremias para o desencorajado Baruque (cap. 45) une
a seção histórica às profecias estrangeiras. Os oráculos dos poderes
estrangeiros aparecem nos caps. 46- 51 (cf. livros de Isaías e Ezequiel para
seções semelhantes), e são seguidos por um apêndice histórico (cap. 52),
possivelmente extraído de 2 Reis 25. Como Jeremias passou a sua vida advertindo
a cidade de Jerusalém, este é um clímax adequado para o romântico ministério do
profeta de Anatote. Portanto, esta é uma explicação para a ausência de uma
ordem cronológica (veja C. F. Francisco, Síudies in Jeremiah, p. 13).
A Composição
O ponto inicial da escrita do livro de Jeremias é narrado novamente em 36.1-8.
A data do ponto central do rolo era 605 a.C. Jeremias estava sob a interdição
do Templo quando proferiu o “sermão do Templo* em 609/8 a.C. No quarto ano do reinado
de Jeoaquim (605 a.C.), a Palavra do Senhor veio a Jeremias e ele ditou a
mensagem a Baruque, que a registrou em um rolo de um livro. Então Baruque o
levou para a área do Templo, e leu o sermão durante várias das festas anuais. O
rei ouviu falar da mensagem e pediu o rolo. Depois de ouvir as palavras de
advertência, ele o cortou em tiras com um canivete (36.9-
26). Baruque reportou o fato a Jeremias. Mais tarde, o Senhor ordenou a
Jeremias que ditasse um outro rolo e acrescentasse muitas outras palavras a
este (Jr 36.27-32). Este segando rolo, aparentemente a primeira edição da
profecia existente, provavelmente continha o âmago dos caps. 1-25, isto é, as
profecias de Jeremias que se deram durante o período profético de 626-605 a.C.
As confissões de Jeremias estão intercaladas nesta seção (Jr 1.4 ss.; 4.10,19;
6.11; 11.18; 12.6; 15.10-16; 17.14-18; 18.23; 20.7-18) e expõem a alma do
profeta. O mundo bíblico tem uma dívida para com o fiel amanuense de Jeremias,
Baruque, por ter registrado estas sombras passageiras de uma grande alma. Mais
tarde, o seu fiel escriba, que acompanhou Jeremias passo a passo ao longo de
sua peregrinação profética, acrescentou as biografias de Jeremias (25.45) e
também a vida do profeta que despontou durante a crise judaica, de 604 a 581
a.C.
Também pode ter sido Baruque quem registrou os caps. 46-51 à medida que
Jeremias os ditava. Talvez estes oráculos às nações estrangeiras tenham
circulado entre os povos vizinhos, além de terem sido lidos pelos judeus. Esta
seção pode ter sido escrita durante o cerco de Jerusalém (588-586 a.C.). Estas
profecias estrangeiras consistem em oráculos contra o Egito (cap. 46), a
Filístia (cap. 47), Moabe (cap. 48), Amom (49.1-6), Edom (49.7-22), Síria
(49.23-27), Arábia (49.28-33), Elão (49.34-39), e Babilônia (cap. 50-51).
E possível que Jeremias e seu escriba Baruque tenham feito uma revisão do livro
mais de uma vez, de modo que este tenha passado por sucessivas edições. Esta
conclusão depende, em parte, das evidências da Septuaginta (LXX).
O Relacionamento com o Texto da Septuaginta
Uma comparação dos manuscritos gregos e hebraicos revela algumas dificuldades
textuais. A LXX (traduzida entre 250 e 100 a.C.) difere consideravelmente do
Texto Heb. Massorético (TM). Faltam-lhe 2.700 palavras quando comparada ao TM,
isto é, aproximadamente 120 versículos, o equivalente a quatro ou cinco
capítulos de tamanho médio; o texto grego tem aprox. 100 palavras que não são
encontradas no TM. Onde ocorrem passagens paralelas, o significado pode ser
frequentemente entendido de uma forma diferente.
Várias explicações têm sido oferecidas para resolver estas diferenças: a LXX
não é uma tradução literal do texto hebraico e, além disso, os manuscritos eram
frequentemente ilegíveis. Muitos erros eram cometidos de forma inconsciente
pelos copistas. Sem dúvida, algumas destas mudanças eram intencionais (veja G.
A. Smith, Jeremiah, pp. 11-14). Estas apologias levam em conta diferentes
leituras, mas nenhuma das duas discrepâncias mais evidentes entre a LXX e o TM:
a ausência, no grego, de passagens que aparecem no TM, e o rearranjo dos
oráculos que foram dirigidos às nações estrangeiras. Na LXX, os caps. 46-51
estão entre os versículos 13 e 15 do cap. 25. O verso 14 está ausente na versão
grega. Evidentemente, os tradutores do grego estavam usando um texto hebraico
que era diferente do TM atual.
G. L Archer sugere que a LXX representa uma edição anterior, compilada durante
a vida do próprio profeta e circulada primeiro no Egito. Então, após a morte de
Jeremias, Baruque teria preparado uma coleção mais completa dos sermões de seu
mestre, que teria chegado às mãos dos judeus que retomavam do exílio na
Babilônia - o Texto Massorético (SOTI, pp. 349ss,). Outros acreditam que havia
duas compilações que continuaram até aproximadamente 200 a.C., ambas vindo de
uma única fonte. Desde a descoberta dos rolos de Qumran, os textos
questionáveis podem ser estudados à luz da LXX, do Texto Massorético, e dos
rolos de Qumran.
A Análise Literária
Desde 1901, o livro de Jeremias se tornou uma base interessante para a análise
literária dos estudiosos. Naquele ano, B. Duhm designou ao próprio Jeremias
apenas 60 poemas curtos. Ele argumenta que as palavras originais de Jeremias
eram todas escritas na forma poética de Qinah (3.2 ritmo) em aproximadamente
280 versos. A biografia de Baruque também conta com aproximadamente 200 versos.
Em termos aproximados, portanto, Duhm atribuiu algo em torno de dois terços do
livro a editores posteriores e suplementadores (veja A. S. Peake, The New
Century Bible, I, 48-57). Estudiosos menos radicais atribuem quase todos os
capítulos a Jeremias e seu escriba Baruque. Felizmente, os estudiosos não
destroem a mensagem. Para uma pesquisa mais completa sobre as várias posições
críticas, veja R. K. Harrison, Introductiún to the Old Testament, pp. 809-817.
Ele conclui que o processo de transmissão dos lábios do profeta à forma
presente do livro era consideravelmente menos complexo do que a maioria dos
escritores liberais assumiu, e que foi concluída em 520 a.C.
O Testemunho das Escrituras
A versão grega do Antigo Testamento atribui o livro de Lamentações a Jeremias.
Mas os poemas em si não reivindicam a autoria de jeremias. Ele é citado em 2
Crônicas 36.21- 23 e Esdras 1.1,2. Siraque 49.6,7 reflete passagens tanto de
Jeremias como de Lamentações. Daniel (9.2) refere-se ao “que falou o Senhor ao
profeta Jeremias” (Jr 25.12), e 2 Mac 2.1-8 contém ecos do livro de Jeremias
(cf. a relação de Jeremias 33.15 com Is 4.2; 11.1; 53.2; Zc 3.8; 6.12).
Os escritores do Novo Testamento mostram que o livro de Jeremias era muito
apreciado e respeitado, sendo também considerado canônico, além de
frequentemente citado e referido (cf. a nova aliança em Jr 31.31ss. com Hb
8.8-13; 10.15-17; Jr 31.15 com Mt 2.17ss.; Jr 23.5 com Lc 1.32ss.; Jr 11.20 e Jr
17.10 com Ap 2.23; Jr 51.7-9 com Ap 14.8; 17.2-4; 18.3-5; Jr 10.7 com Ap 15.4;
Jr 51.6,9,45 com Ap 18.4; Jr 51.63ss. com Ap 18.21ss; Jr 25.10 com Ap
18.22ss.; Jr 9.23ss. com 1 Co 1.31; Jr 7.11 com Mt 21.13; Jr 22.5 com Mt
23.38).
Os Ensinos
A natureza e o caráter de DEUS. O Senhor DEUS é único, íntegro e justo, puro e
santo, misericordioso e cheio de graça, paciente. Porém, pune aqueles que fazem
o mal e pecam.
A mensagem de advertência para Israel.
1. Israel possui um relacionamento especial com o Senhor (Jr 2.2,3; 7.23;
11.2-5; 13.11). Oséias e Jeremias usaram metáforas sobre o casamento e a
relação filial para refletirem este relacionamento (Os 2.2; Jr 31.9).
2. Israel foi inflei e era culpada de apostasia (Jr 2.5-8,13,28; 3.1;
5.11,23,24; 6.7; 7.30).
3. A nação de Israel era autocomplacente e confiava cegamente nas formalidades
religiosas exteriores (Jr 6.20; 7.4,9,11; 8.8,12; 16.10-12).
4. A ameaça do julgamento de Israel devido aos seus pecados (Jr 4.3,4; 6.8;
7.16-20; 14.11,15.1-9).
A mensagem de esperança. A restauração futura era certa. A nação política de
Judá poderia perecer, mas o povo escolhido de DEUS sobreviveria. Os propósitos
eternos de DEUS seriam realizados (cf. o livro da esperança, caps. 30-33). Os
elementos da glória futura são:
1. A preservação de um remanescente (Jr 4.27; 5.10,18; 29.11; 30.11; 46.28).
2. O retorno do exílio (3.11,21,22; 16.14,15; 25.11-14; 30.7-11; 31.23).
3. A nova Jerusalém (33.16, deve ser associado à expressão: “O Senhor E Nossa
Justiça”),
4. O governante ideal (23.4-6; 30.9,21).
5. A nova e duradoura aliança (31.31-34; 32.40; 33.8).
6. A espiritualidade da religião (24.7), de modo que os exilados na Babilônia
(ou em qualquer outro lugar), separados da adoração no Templo, possam buscar
diretamente ao Senhor em oração (29.4-14).
7. A responsabilidade individual como o fundamento do caráter moral e da vida
espiritual (31.29,30).
8. A salvação das nações (3.17; 4.2; 16.19; 33.9). A nação visível poderá cair,
mas o verdadeiro Israel continuará a viver. Na profecia da nova aliança da
graça e do perdão dos pecados (31.31ss,), o livro de Jeremias é igual à maioria
das seções evangélicas de Isaías e de outros profetas do Antigo Testamento.
D.W.D.
LAMENTAÇÕES LIVRO DE
O livro consiste em cinco poemas separados, similares em estilo, todos tratando
da desolação de Jerusalém e dos sofrimentos dos judeus, causados pela tomada da
cidade por Nabucodonosor em 586 a.C. Cada um dos poemas consiste em 22 estrofes
ou versos, o número de letras do alfabeto hebraico. Os primeiros quatro
capítulos estão organizados em ordem alfabética (acróstico). No cap. 3, que
possui 22 estrofes de três versos cada (66 versos ao todo), cada verso na
estrofe começa com a mesma letra do alfabeto hebraico. A métrica peculiar à
elegia hebraica caracteriza o livro - linha longa, um movimento vagaroso e
solene.
Os poemas são anônimos. A tradição que os atribui a Jeremias pode ser
identificada na LXX, onde a autoria de Jeremias é diretamente afirmada, porém a
data da tradução é de aprox. 400 anos depois do profeta. É possível que os
tradutores tivessem alguma autoridade documental ou uma tradição confiável para
afixar o nome de Jeremias. Muitos estudiosos modernos rejeitam sua autoria com
base em diferenças de estilo com relação ao livro de Jeremias. O autor, porém,
parece ter sido uma testemunha ocular dos horrores da época da queda de
Jerusalém. Imagens similares, e as mesmas causas para a destruição, podem ser
encontradas em Jeremias e Lamentações, de forma que muitos comentadores ainda
são a favor da autoria do profeta Jeremias.
O lamento não é simplesmente por Jerusalém estar destruída e o povo devastado.
É que a catástrofe é um ato de DEUS, executando um castigo merecido. Aqueles
que deveriam ter sido líderes responsáveis não agiram corretamente, e o
povo, voluntariamente, os seguiu. DEUS está castigando Israel por seu pecado.
Mas a adversidade não é apenas punitiva, é também corretiva. O amor e o
propósito da aliança de DEUS jamais falharam e jamais falharão. R.S.
EZEQUIEL LIVRO DE
Esta grande obra profética tem o nome do profeta e registra as suas mensagens e
visões divinamente inspiradas. É o 12* livro (de 24) da Bíblia hebraica, e o
26* livro do Antigo Testamento tanto em inglês quanto em português.
Autoria e Data
Até a década de 1920, nenhum estudioso desafiou seriamente a autenticidade e a
unidade do livro de Ezequiel. J. Skinner escreveu em 1898 (HDB, 1,817a): “Nem a
unidade nem a autenticidade de Ezequiel foi questionada por mais do que um
número extremamente reduzido de estudiosos. Ele não só traz a marca de uma
única mente em sua fraseologia, nas suas imagens e no seu modo de pensar, mas
também está organizado segundo um plano tão claro e tão abrangente que a
evidência do desenho literário na composição torna-se completamente
irresistível”. Apesar disso, os críticos falam de diversos problemas para
acreditar que o livro seja o relato autêntico do ministério de Ezequiel e que
ele tenha escrito todas as profecias incluídas no livro. Em primeiro lugar,
Gustave Hõlscher, em 1924, afirmou que todos os profetas do período
pré-exílico de Israel e de Judá proclamavam somente a ruína e os
julgamentos contra as suas respectivas nações, de modo que qualquer passagem
que prometesse uma restauração e uma época dourada deve necessariamente ter
sido acrescentada durante o período persa. Hõlscher apoiou sua crítica com uma
análise literária, baseada principalmente em um contraste entre as seções de
poesia e de prosa, e atribuiu a Ezequiel somente 170 versículos, do total de
1273. Mas diversos escritores, tanto antigos quanto modernos, escreveram belas
poesias e também prosas. Além disso, praticamente todos os profetas do Antigo
Testamento que advertiam contra a punição divina iminente também predisseram a
derradeira concessão da graça divina sobre o remanescente redimido de Israel.
Em segundo lugar, Robert H. Pfeiffer, de acordo com V. Herntrích, insistiu que
Ezequiel deve na verdade ter vivido em Jerusalém quando pronunciou as mensagens
proféticas dos capítulos 4-24 (Introduction to the OT, Harper, 1948, pp.
535-543). Seu chamado para falar a uma casa rebelde (Ez 2) e para ser um
atalaia (Ez 3), o conduziram de volta a Judá para falar pessoalmente aos judeus
que foram deixados em Jerusalém. Ele representou as profecias para benefício
deles; e isto não teria sido possível se o profeta estivesse na Babilônia (por
exemplo, 12.1-12). Ezequiel também descreveu condições e acontecimentos de sua
terra natal, como a súbita morte de Pelatias (11.13) e a consulta de
Nabucodonosor aos terafins na encruzilhada, quando o exército da Babilônia se
aproximasse de Jerusalém (21.18-23). Muitos estudiosos modernos adotaram a
visão defendida por Pfeiffer, porque parece cientificamente impossível que um
homem na Babilônia seja capaz de ministrar eficazmente a um povo a centenas de
quilômetros de distância, separados por um deserto. Mas estes não levam em
consideração a realidade do transporte visionário ou espiritual (8.111.24 ;3־) e da revelação direta de DEUS sobre os
acontecimentos imediatos em Jerusalém (por exemplo, 24.1,2). Além disso, as
palavras de Ezequiel eram relevantes em Tel-Abibe, pois para DEUS os dez mil ou
mais judeus cativos na Babilônia (2 Rs 24.14) eram seu povo da aliança, tanto
quanto aqueles que ainda estavam em Judá. Eles eram únicos, necessitando
igualmente da purificação dos corações e da instrução sobre o motivo da
destruição da sua cidade sagrada. Adicionalmente, como o texto em Jeremias 29
indica, existia uma comunicação contínua entre a Palestina e a Mesopotâmia por
meio de viagens; como consequência, as palavras e os atos de Ezequiel
poderiam ser relatados à comunidade de Jerusalém.
Existem porções inconscientemente designadas de evidências que falam de uma
localização na Babilônia, nos capítulos 1-24, tais como o mapa de uma cidade
desenhado em uma tábua de argila ou tijolo (4,1-4) - um mapa desse tipo foi
encontrado nas ruínas de Nipur - e a escavação através de um muro (12.1-7),
possivelmente um muro de barro ou uma casa feita com tijolos crús, comum na
Babilônia, mas não o típico muro de pedra da região montanhosa de Judá. As
muitas palavras, expressões e imagens da babilônia também sugerem que Ezequiel
tenha falado e escrito em um ambiente tipicamente babilônico (R. Tournay, “A
propos des babylonismes d’Ezeckiel”, RB, LXVIII [1961), 388-393). E, como
ressalta Carl G. Howie, os judeus deveriam ter ficado muito relutantes em
admitir que um profeta genuíno estivesse falando fora da sua terra, a menos que
existisse uma evidência irresistível para essa conclusão (IDB, II, 206a; cf.
Harry M. Orlinsky, “Where Did Ezekiel Receive the Call to Prophesy?”, BASOR
#122 [1951], 34- 36). Portanto, a interpretação de C, C. Torrey, de que o livro
é pseudoepígrafo, escrito na Palestina em aprox, 230 a.C., um relato puramente
fictício de acontecimentos do reinado de Manassés (Pseudo-Ezekiei and the
Original Prophecv. 1930), pode ser descartada.
Em terceiro lugar, alguns estudiosos argumentaram que a presença de palavras em
aramaico no livro devem provar que ele foi escrito no período pós-exílio. Mas o
aramaico havia se tornado a língua franca do império assírio desde a segunda
metade do século VIII, e a influência aramaica em Ezequiel não é nada além do
que seria esperado de alguém que estivesse escrevendo na Mesopotâmia no século
VI a.C.
Outros rejeitaram os capítulos 38—39e/úu 40- 48 como se não pertencessem a
Ezequiel, por causa de sua natureza apocalíptica, pois alguns supõem que este
tipo de literatura não teria se originado antes do período helenista. Estes
atribuem os escritos de Daniel à época do período macabeus. Novamente, podemos
ver uma tendência anti-sobrenatural em ação, recusando-se a admitir os
argumentos a favor da data tradicional do século VI a.C. para essas profecias.
A falta de importância relativa da Pérsia em Ezequiel 27.10 e 38.5 e sua
completa ausência nos capítulos 1—24 sugerem fortemente que a época de sua
escrita tenha sido anterior à ascensão de Ciro em aprox. 550 a.C. Os portões do
futuro templo milenar (cf. 40.6-16), com três câmaras de cada lado, são
representados pelo padrão dos portões salomônicos escavados em Megido, Gezer e
Hazor, cujo esquema foi posterior- mente descontinuado; isto sugere que esta
arquitetura só tenha tido algum significado para alguém que tivesse visto o
templo de Salomão antes da sua destruição, em 586 a.C.
Tema e Propósito
O tema de Ezequiel é a glória e a transcendência do Senhor. Os judeus no exílio
deveriam perceber que seu DEUS não tinha sido derrotado pelos poderes pagãos,
mas tinha o pleno direito de julgar seu povo; o Senhor não estava limitado a
agir apenas dentro dos limites da Palestina, mas estava presente com eles na
distante Babilônia.
A visão do trono do Senhor sobre rodas (Ez 1) revela a capacidade do poder
governante de DEUS para ir rapidamente a qualquer lugar da terra ou sobre a
terra - sua onipresença. Ele está entronizado sobre toda a criação - a
inanimada (representada pelo vento, pela nuvem e pelo fogo, 1.4} e a animada
(representada pelos quatro querubins; cf. Ezequiel 1.5-11 com 10.8; 1 Rs
6.23-28) - simbolizando sua onipotência. O Senhor não é apenas um soberano nos
assuntos relacionados à sua nação escolhida, Israel, mas também nos assuntos
relacionados às sete nações pagãs vizinhas que estão exultando sobre sua queda
(Ez 25-32). Ele as destruirá pelo orgulho e pela aversão que demonstraram
contra o povo de Israel (a Babilônia não está incluída, talvez porque essa
nação seja o instrumento da justiça de DEUS, cf. 29.17-20), mas purificará e
corrigirá Israel, e a restaurará como um ato da sua graça que a levará ao
arrependimento (36.16-32). O propósito de DEUS é que Israel e as nações saibam
que Ele é “o Senhor” - uma frase que aparece aproximadamente 30 vezes entre
Ezequiel 6.7 e 39.28.
A nota triunfante da profecia de Ezequiel é anunciada nas últimas palavras do
livro: “O Senhor Está Ali”. Este será o nome - o próprio caráter - da nova e
restaurada Jerusalém do futuro reino milenar na terra. Em um templo
literalmente reconstruído, a adoração semelhante à de Salomão será conduzida
por meio de sacrifícios de sangue que terão uma importância sacramental, mas
não propiciatória (Gleason Archer, SOTI, pp. 362ss.). Esta será uma organização
provisória, dirigida às formas de adoração puramente espirituais, eternas, sem
um templo e prometida em Apocalipse 21.9-22.5.
Ezequiel foi o primeiro profeta a ressaltar a verdade da responsabilidade
individual (18.1-32; 33.1-20). Embora cada indivíduo possa ser um membro da
comunidade da aliança, não existe uma propriedade que seja herdada por meio de
justiça própria. Reciprocamente, cada indivíduo pode escapar do julgamento de
seus pais, afastando-se dos seus pecados e observando as leis de DEUS.
Estilo e Influência Literária
Ezequiel usa mais simbolismos e alegorias do que qualquer outro profeta do
Antigo Testamento. Suas figuras de linguagem não são dependentes de fontes
pagãs, mas têm seu fundamento no santuário de Israel, e nos conceitos dos seus
predecessores, uma vez que ele foi educado sob a instrução dos levitas. Apesar
disso, ele é insuperável pela vivacidade de suas descrições poéticas.
Certamente, ele foi um verdadeiro místico, com uma imaginação artística que o
ESPÍRITO de DEUS pôde empregar para representar, em termos humanos, realidades
do mundo espiritual invisível (por exemplo, o rei de Tiro evidentemente
motivado por Satanás, Ezequiel 28.11-19). Ninguém é tão sensível à atividade
sobrenatural do ESPÍRITO, e consequentemente nós nos voltamos a Ezequiel
para obter grande parte da doutrina do ESPÍRITO SANTO expressa no Antigo
Testamento.
Ezequiel moldou um tipo de profecia conhecida como apocalíptica. Ela é
caracterizada pela frequência das visões e pela ênfase no futuro ou em um
período escatológico, com as suas tremendas movimentações catastróficas e com
as intervenções diretas dos céus. João dependeu de Ezequiel em muitas das
figuras e em muitos dos conceitos expressos no Apocalipse (cf. Ap 1.15; 4.3,6
com Ezequiel 1.22- 28: Gogue e Magogue em Apocalipse 20.8 com Ezequiel 38-39; a
cuidadosa medição e descrição da cidade etc., em Apocalipse 11.1;
21.10-27 com Ezequiel 40-48; o rio da vida em Apocalipse 22.1,2 com Ezequiel
47.1-12). A importância do bom pastor (Jo 10.1-30) é dependente de Ezequiel 34,
como também do Salmo 23. O Senhor JESUS parece ter mostrado a Ezequiel e também
a Daniel 7.13,14 o título que Ele mais frequentemente usava para si mesmo,
isto é, o Filho do Homem. (Para uma completa discussão dessa expressão veja a
obra de Andrew W. Blackwood, Jr., The Other Son of Man. Ezekiel / JESUS, Baker,
1966, pp. 11-25).
Conteúdo
O livro divide-se facilmente em duas partes principais, separadas por uma
coletânea de oráculos estrangeiros. A divisão está baseada nas notícias do
cerco e da queda de Jerusalém (24.1,2; 33.21). Os capítulos 1-24 contêm
denúncias das maldades durante o reinado de Zedequias, o último rei de Judá, ao
passo que os capítulos 33-48 são ocupados por promessas voltadas ao futuro
remanescente de Israel.
Também é possível dividir o livro em quatro partes:
I. A missão que DEUS deu a Ezequiel, capítulos 1-3.
II. As profecias sobre os pecados de Judá (datadas de 592-588 a.C., antes da
queda de Jerusalém), capítulos 4-24.
III. As profecias sobre a punição das nações vizinhas (datadas de 587-585 a.C.;
29.17-21 datadas de 571 a.C.), capítulos 25-32.
A. Contra Amom, Moabe, Edom, e Filístia, 25.1-17
B. Contra Tiro e Sidom, 26.1-28.26
C. Contra o Egito, 29.1-32.32
IV. As profecias e as visões da nação de Israel restaurada na sua terra
(datadas de 585-573 a.C., depois da queda de Jerusalém), capítulos 33-48
A. Estágios da restauração e da renovação espiritual da terra e do povo,
33.1-39.29
B. Visões do futuro templo e da adoração na terra gloriosa, 40.1-48.35 - J. R.
DANIEL LIVRO DE
Características Gerais
O livro de Daniel ocupa um lugar único no AT, Ele introduz predições
maravilhosas sobre a vinda do Messias e do Reino de DEUS. Na Bíblia Sagrada
(tanto em português quanto em inglês), ele se encontra entre os maiores
profetas depois de Ezequiel; na Bíblia hebraica, ele se encontra entre os
Escritos, a terceira divisão do cânon judeu. Na Bíblia hebraica, as passagens
em hebraico de Daniel l.l-2.4a e 8.1-12.13 revelam o significativo papel de
Israel nos desenvolvimentos internacionais; a passagem em aramaico de Daniel
2.46 — 7.28 indica a ordem de sucessão, o caráter e o destino das nações pagãs.
Esboço
I. A história de Daniel, capítulos 1-6
A. A juventude e a educação de Daniel, capítulo 1
B. A imagem do sonho de Nabucodonosor, capítulo 2
C. Fidelidade dos companheiros de Daniel, capítulo 3
D. A árvore do sonho de Nabucodonosor, capítulo 4
E. A festa de Belsazar, capítulo 5
F. Daniel na cova dos leões, capítulo 6
II. Visões de Daniel, capítulos 7—12
A. A Visão dos quatro animais, capítulo 7
B. Visão do carneiro e do bode, capítulo
8
C. A oração de Daniel; visão das 70 se manas, capítulo 9
D. A última visão de Daniel, capítulos 10-12
1.O anjo aparece para encorajar Daniel e predizer o futuro, capítulo 10
2. Pérsia e Grécia; lutas entre os ptolemaicos e os selêucidas; opressão
sofrida sob Antíoco Epifânio, capítulo 11
3. A Era Messiânica e sua consumação, capítulo 12
Data e Autoria
Desde a antiguidade a tradição judaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu
esse livro durante o exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande
Sinagoga terem escrito o livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias,
de acordo com o Talmude, significa apenas que eles o copiaram. O livro pretende
Te velar uma história séria e afirma que Daniel pronunciou as profecias ali
contidas. JESUS referiu-se à “abominação da desolação, de que falou o profeta
Daniel* em Mateus 24.15.
Até o momento, a opinião tradicional tem sido seriamente questionada. Porfírio,
um filósofo platônico do século III depois de CRISTO, afirma que o livro foi
escrito no século II a.C. Muitos estudiosos modernos consideram que um escriba
piedoso usou a figura de Daniel (o uso de pseudônimos era um costume antigo),
para estimular lealdade a DEUS e manter o entusiasmo pela causa nacional
durante a revolta dos macabeus de 167-164 contra o governante selêucida Antíoco
Epifânio. Segundo essa opinião, o livro de Daniel consiste em histórias
espúrias sobre Daniel na corte Babilônica durante o período do Exílio e as
visões atribuídas a ele, que atravessam a história de Israel desde esse período
até o período do próprio escritor, estão concentradas nos anos da perseguição,
e sua consumação no reino de DEUS.
Apesar dessa prevalecente opinião crítica contra conferir ao livro a data do
século VI, uma gradual inclinação tem sido registrada em direção a uma data
anterior. A descoberta do nome de Belsazar (q.v.) nas tábuas de argila da
Babilônia, e a provável identificação feita por Whitcomb em relação a Dario, o
medo (q.v.) com sendo Gnbaru (em grego, Gobryas), foram muito longe para
reivindicar a precisão histérica desse livro para o século VI Supostos
problemas linguísticos e exegéticos têm sido mais que adequadamente respondidos
por estudiosos conservadores (SOTI, pp. 368ss.). Fragmentos de Qumran do livro
de Daniel (150 a.C.) também estão exercendo forte pressão para localizar a data
de sua autoria dentro de uma opinião conservadora.
Interpretações
Podemos observar três principais interpretações competindo entre si.
1. A primeira opinião diz que o livro foi escrito para encorajar os judeus a
conspirar contra as perseguições de Antíoco Epifânio, Ela trata da história
anterior a 164 a.C. O quarto reinado que aparece nos capítulos 2 e 7 é
principalmente grego, com principal referência a Antíoco como “o pequeno
chifre” de 7.8 que é um paralelo a 8.9.O ungido que foi morto (9.26)
provavelmente se refere ao assassinato do sumo sacerdote Onias III, em aprox.
170 a.C. (2 Macabeus 4.33-38). Aquele que causa desolação em 9.27 é Antíoco, e
a abominação desoladora refere-se à sua profanação do altar em Jerusalém em 167
a.C., na metade da septuagésima semana de Daniel (capítulo 9). Os sacrifícios
haviam cessado, mas foram reinstituídos em 164 a.C., no final da septuagésima
semana. A promessa do capítulo 12 é que DEUS irá vindicar os fiéis e
ressuscitar os mártires dentre os mortos para gozar as bênçãos de um reino
eterno.
2. A segunda interpretação entende que a morte de CRISTO aconteceu no meio da
septuagésima semana, em um momento em que os sacrifícios judeus haviam cessado
e prevalecia um pacto com a maioria. Consequentemente, depois da morte do
Messias, o desolador aparece sobre o templo que, tendo agora se convertido em
uma abominação, é destruído. O quarto reino dos capítulos 2 e 7 é Roma; os dez
chifres são os dez primeiros imperadores romanos; o “pequeno chifre” é Tito
Vespasiano que destruiu Jerusalém no ano 70 d.C. A ênfase dessa
interpretação está no Messias que, ao ser morto, trouxe a eterna justiça e fez
a reconciliação devido à iniquidade do povo.
3. A terceira interpretação diz que a septuagésima semana de Daniel ainda
pertence ao futuro. A atual era da igreja estava escondida dos profetas do AT,
mas pode ser considerada como um “parêntesis”. A profecia de que “será tirado o
Messias” ou “será morto o Ungido” (9.26) olha para a morte de CRISTO como o
final da sexagésima nona semana. Israel receberá o perdão por não ter
reconhecido o seu Messias quando “terminarem os tempos dos gentios”, e o Filho
do Homem aparecerá uma segunda vez. A segunda metade da septuagésima semana é
idêntica à Grande Tribulação de Mateus 24.15-28. O quarto reino de Daniel 2 e 7
é Roma. O “pequeno chifre" é o Anticristo, o grande líder do renascido
Império Romano que irá aparecer ao final da era, no meio da septuagésima
semana. Ao final da septuagésima semana começará o reino do milênio.
Veja Nabucodonosor. - C. J. H.
OSÉIAS LIVRO DE
O primeiro dos Profetas Menores no cânon inglês e o décimo segundo no cânon hebraico.
Embora ele venha da segunda metade do século VIII a.C., e Obadias, Joel, Jonas
e Amós provavelmente pertençam ao século IX e ao início do século VIII a.C.,
Oséias parece ter sido colocado primeiro por ser o mais longo dos Profetas
Menores.
O livro leva o nome de seu autor, e é a única fonte de informação sobre a vida
e o ministério de Oséias, Porém, mais é conhecido da vida do lar de Oséias do
que de qualquer outro profeta, uma vez que este foi a base de sua mensagem ao
povo de DEUS (veja Oséias). Sua profecia é o único escrito sobrevivente do
profeta do norte para o seu próprio povo, embora Amós, um profeta do sul, que
ministrou ao Reino do Norte, também tenha um livro no cânon sagrado. Snaith
pensa que o cap. 7 de Oséias mostra que o profeta era um padeiro. As várias
referências a assuntos agrícolas podem sugerir que Oséias tivesse alguma
conexão com tais atividades.
Temas Mais Importantes
O livro de Oséias, naturalmente, se divide em duas partes: a vida doméstica do
profeta (1.1-3.5) e os discursos do profeta (4.1-14.9). Nos discursos
proféticos há três temas dominantes: o pecado da nação (4.1-8.14;
11.12-13.16); a certeza do juízo divino para este pecado (9.1- 10.15;
11.12-13.16); e a concessão final da misericórdia e do amor de DEUS sobre um
povo arrependido (11.1-11; 14,1-9).
Teorias de Interpretação
Os primeiros três capítulos de Oséias têm constituído um problema
interpretativo tanto para estudiosos judeus como para cristãos. Parece que DEUS
ordenou a Oséias que se casasse com Gomer, a meretriz. Uma ordem para fazer
algo tão moralmente iníquo parece contestar a justiça e a santidade de DEUS.
Consequentemente, estas várias interpretações surgiram a respeito dos caps.
1-3.
1. Intérpretes judeus durante os tempos medievais (Maimonides, Aben Ezra, Kiinchi)
defendiam que nenhum casamento assim teria realmente acontecido. O caso como um
todo foi objeto de um sonho ou visão profética. Foi semelhante à visita de
Ezequiel a Jerusalém (Ez 8-11).
2. Outros têm defendido que o casamento de Oséias foi uma alegoria profética.
Porém, seria errado pensar ser possível deduzir qual foi a situação real a
partir de tal alegoria. Contra esta opinião repousa o fato de que nenhum
significado alegórico claro pode ser encontrado para o nome de Gomer.
3. Lutero e Osiander sugeriram que embora Gomer e seus filhos sejam chamados de
adúlteros, isto foi feito com propósitos parabólicos, e não foi na verdade o
caso.
4. Gomer já era uma meretriz na época em que DEUS ordenou que Oséias se casasse
com ela. Cada passo no relacionamento foi tomado não pelo impulso do profeta,
mas pela ordem de DEUS. Isto é, o casamento do profeta, o nascimento de seus
filhos, a dilaceração de sua casa, e a restauração de Gomer, aconteceram
deliberadamente como um meio pelo qual DEUS pôde falar com Israel (por exemplo,
Hubard, With Bands ofLove, p. 54).
5. Tomás de Aquino e Sebastian Schmidt procuraram contornar o problema supondo
que Gomer fosse uma concubina ao invés de uma esposa. É difícil ver como isto
evita qualquer uma das dificuldades.
6. E muito provável que a interpretação correta tenha sido a sugerida por
Gebhard. Ele defendeu que Oséias casou-se com Gomer antes de sua prostituição.
Foi somente após o casamento e o nascimento de Jezreel que Gomer tomou-se
infiel. Na época de seu casamento com Oséias ela tinha em si um espírito de
prostituição (cf. Os 4.12; 5.4), mas que ainda não havia se manifestado. Esta
interpretação tem as vantagens de preservar o caráter histórico do relato e a
santidade de DEUS. Veja também Oséias.
Mensagem
Quaisquer que possam ser as dificuldades para se determinar a interpretação
correta, a mensagem básica do profeta é clara. Israel é a esposa de Jeová
(2.19,20; cf. 2.2), Ela entrou neste relacionamento santo por intermédio
de uma aliança (6.7; 8.1). No entanto, como Gomer, a nação é culpada de
infidelidade espiritual, tendo sido corrompida pela adoração a Baal (2.8,13,17;
4.13; 11.2). Mais fundamental que a idolatria é a falta de conhecimento pessoal
do povo a respeito de seu DEUS (4.1,6; 5.4; 6.6; 13.4). Eles rejeitaram o
contato próximo e caloroso com o coração amoroso do Senhor (4.6). Eles, por sua
vez, devem se esforçar para conhecer ao Senhor Jeová (6.1-3). Coordenada com a
sua infidelidade e rejeição do amor de DEUS está a ausência da lealdade e
devoção à aliança (hesed) por parte deles (4.2; 6.4,6); um reavivamento de sua
observância é essencial (10.12; 12.6). Embora Israel tenha caído neste nível
desprezível, o Senhor ainda o ama com uma fervorosa compaixão (11.8,9; 14.4),
Se Israel tão somente se arrepender (10.12; 12.6; 14.1), o Senhor terá
misericórdia e o restaurará. Enquanto Amós se enfurece contra o Reino do Norte,
Oséias o defende. Em Amós está retratada a justiça inigualável de DEUS,
enquanto em Oséias está demonstrado o amor (hesed) infalível de DEUS. Assim
como Lucas escreve a respeito do filho pródigo, Oséias fala da esposa pródiga.
Estilo e Texto
O estilo incomum do escritor deste livro propõe alguns problemas difíceis para
o exegeta. Ele usa uma grande variedade de figuras de linguagem ao mostrar
pensamentos paralelos no padrão da poesia hebraica. O escritor funde-se com a
mensagem que entrega, a ponto de frequentemente parecer estar defendendo a
capacidade do próprio DEUS. Este vigor pessoal é responsável por muitas das
transições abruptas e torna vão encaminhar partes do Livro para interpolações
posteriores. Uma outra dificuldade é que o texto hebraico de Oséias é
provavelmente mais alterado do que qualquer outro livro do AT. A LXX pode ser
usada em várias passagens para restaurar o texto. Ocasional mente, ele pode ter
preservado leituras superiores bem como frases adicionais.
Esboço
Título, 1.1
I. Introdução: A Mensagem Gerai por Ilustração, 1.2-3.5
A. O primeiro casamento de Oséias com a meretriz Gomer, 1.2-2.23
1. Os filhos nascem e recebem nomes que simbolizam a rejeição de Israel, 1.2-9
2. Mensagem de conforto para Oséias a respeito de Israel, 1.10-2.1
3. Mensagem de castigo para Israel, 2.2-13
4. Mensagem de restauração para Israel, 2.14-23
B. Novo casamento de Oséias com Gomer, 3.1-5
1. A recompra e a purificação de sua mulher adúltera, 3.1-3 2. O significado
simbólico: por meio do cativeiro Israel estará preparado para a restauração nos
dias finais, 3.4,5
II. O Tratado; A Mensagem em Detalhes por meio da Profecia, 4,1-14.8
A. O litígio de DEUS; O pecado de Israel é intolerável, 4.1-6.3
1. A acusação: falta e rejeição do conhecimento prático de DEUS, fidelidade e
lealdade de aliança, 4.1-5.7
2. A sentença, 5.8-14
3. A profecia de restauração, 5.15-6.3
B. O julgamento de DEUS: Israel está prestes a ser castigado, 6.4-10.15
1. O caráter de seus pecados exige punição, 6,4-8.14
2. Descrição de sua punição, 9.1-10.15
3. Apelo parentético por arrependimento, 10.12
C. O amor de DEUS: Israel deve ser restaurado, 11,1-14.8
1. O fervoroso amor de DEUS por Efraim e a futura restauração, 11.1-11
2. Contudo, a pecadora Efraim deve primeiro ser punida, 11.12-13.16
3. Vitória final do amor de DEUS,14.1-8
Conclusão, 14.9
P. D. F.
JOEL LIVRO DE (BEP- CPAD)
Autor: Joel
Tema: O Grande e Terrível Dia do Senhor
Data: 835-830 a.C. (?)
Considerações Preliminares
Joel, cujo nome significa “O Senhor é DEUS”, identifica-se como “filho de
Petuel” (1.1). Suas numerosas referências a Sião e ao ministério do templo
indicam que ele era profeta em Judá e Jerusalém, e sua familiaridade com os
sacerdotes sugere ter sido ele um profeta “sacerdotal” (cf. Jr 28.1.5) que
proclamou a verdadeira palavra do Senhor.
Levando-se em conta que Joel não menciona nenhum rei, ou evento histórico, não
se pode determinar o período de seu ministério. Acredita-se que tenha sido
exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e reedificado o templo
(c. de 510 - 400 a.C.). Nesta época, não havia rei em Judá, e os líderes
espirituais de maior destaque eram os sacerdotes. Acredita-se ainda que a mensagem
de Joel haja sido entregue durante os primeiros dias do jovem rei Joás (835—830
a.C.), que subiu ao trono de Judá com a idade de sete anos (2 Rs 11.21), e
permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante toda a sua
menoridade. Tal situação explicaria o destaque dos sacerdotes neste livro
profético, e a ausência de qualquer referência à realeza. O tema de Joel e seu
estilo literário identificam-se mais com os profetas do século VIII a.C. —
Amós, Miquéias e Isaías, do que com os profetas pós-exílicos — Ageu, Zacarias e
Malaquias. Estes e outros fatos favorecem o contexto do século IX a.C. para o
livro de Joel. A ocasião imediata para o livro foi uma invasão de gafanhotos e
uma seca severa que, combinadas, devastaram o Reino de Judá. A voracidade com
que uma praga de gafanhotos desnuda todo o verde, em muitos quilômetros
quadrados, acha-se mais que patente naquela parte do mundo, tanto nos tempos de
Joel quanto hoje.
Propósito
Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da
iminência de uma invasão militar estrangeira. Seu propósito era tríplice:(1)
juntar o povo diante do Senhor numa grande assembleia solene (1.14;
2.15,16); (2) exortar o povo a arrepender-se e a voltar-se humildemente ao
Senhor DEUS com jejuns, choro, pesar e clamor por sua misericórdia (2.12-17); e
(3) registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero
arrependimento (2.18—3.21).
Visão Panorâmica
O conteúdo do livro divide-se em três seções. (1) A primeira seção (1.2-20)
descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos,
que arrancou as folhagens das vinhas, árvores e campos (1.7,10), reduzindo o
povo a indescritível penúria. Em meio à calamidade, o profeta conclama os
líderes espirituais de Judá a guiar a nação ao arrependimento (1.13,14). (2) A
segunda seção (2.1-17) registra a iminência de um juízo divino ainda maior,
proveniente do Norte (1.1-11), na forma de (a) outra praga de gafanhotos
descrita metaforicamente como um exército de destruidores, ou (b) uma invasão
militar literal. De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em Sião (2.1,15),
conclamando grande assembleia solene para que os sacerdotes e todo o povo
busquem sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, jejuns,
clamores e genuíno quebrantamento, diante do Senhor (2.12, 17). (3) A seção
final (2.18—3.21) começa declarando a misericórdia de DEUS em face do
arrependimento sincero do povo (os verbos hebraicos de 2.18,19a indicam ação
completada, e devem ser traduzidos no tempo passado). O humilde arrependimento
de Judá e a grande misericórdia de DEUS dão ocasião às profecias de Joel a
respeito do futuro, abrangendo a restauração (21.19b-27), o derramamento do
ESPÍRITO SANTO sobre toda a humanidade (2.28-31) e o juízo e a salvação no final
dos tempos (3.1-21).
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Joel. (1) É uma das obras
literárias mais esmeradas do AT. (2) Contém a profecia mais profunda no AT a
respeito do derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre toda a humanidade. (3)
Registra numerosas calamidades nacionais — pragas de gafanhotos, seca, fome,
incêndios arrasadores, invasões militares, desastres nos céus — como juízos
divinos em decorrência da desintegração espiritual e moral do povo de DEUS. (4)
Enfatiza que DEUS, às vezes, opera sobrenaturalmente na história através de
calamidades naturais e conflitos militares a fim de levar a efeito o
arrependimento, o avivamento e a redenção da humanidade. (5) Oferece o exemplo
de um pregador que, em virtude de sua estreita comunhão com DEUS e estatura
espiritual, conclama o povo de DEUS a arrepender-se de modo decisivo, em âmbito
nacional, numa hora crítica de sua história, e consegue resultados positivos.
O Livro de Joel ante o NT
Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do NT. (1) A
profecia a respeito da descida do ESPÍRITO SANTO (2.28-32) é citada
especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21),
depois de o ESPÍRITO SANTO ter sido enviado do céu sobre os 120 membros
fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas,
da profecia e do louvor a DEUS (At 2.4,6-8,11,17,18). (2) Além disso, o convite
de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se
invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel
(2.32a; 3.14; ver At 2.2, 37-41). Paulo também cita o mesmo versículo (ver Rm
10.13). (3) Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreriam no
final dos tempos (2.30,31), não somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20),
mas também referidos por JESUS (e.g., Mt 24.29) e por João em Patmos (Ap
6.12-14). (4) Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino
das nações, no vale de Josafá (3.2, 12-14), é desenvolvida ainda mais no último
livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 20.7-9).
Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no
NT. Os dons do ESPÍRITO que começaram a fluir através do povo de DEUS, no
Pentecoste, ainda se acham à disposição dos crentes (cf. 1 Co 12.1—14.40). Além
disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do ESPÍRITO SANTO
(i.e., a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias, 2.23-27) e os
versículos que se seguem (i.e., os sinais que se darão nos céus no final dos
tempos, 2.30-32) indicam que a profecia sobre o derramamento do ESPÍRITO SANTO
(2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um
derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.
AMÓS LIVRO DE
Um profeta do século VIII, Amós (do hebraico ‘amos, “carregador de fardos”) foi
incomparável no seu ousado ministério ao reino de Israel, principalmente por
ser nativo de Judá, Ele não teve o seu treinamento nas escolas religiosas ou
associações proféticas do seu tempo. Ao contrário, ele negava qualquer conexão
prévia com a comunidade religiosa formal (Am 7.14,15). Ele se colocava no meio
do mundo em que vivia como um pastor (1.1) e um cultivador de sicômoros (7.14)
. A sua familiaridade com a vida rural se encontra refletida na sua escolha de
palavras: leão, urso e cobra (5.19); gafanhotos e erva (7.1); e cesto de frutos
de verão (8.1). Ele vivia no deserto ou na terra de pastoreio próxima a Tecoa
(cf. 2 Cr 11.6; Jr 6.1), uma aldeia situada a cerca de 16 quilômetros ao sul de
Jerusalém e a 20 a oeste do Mar Morto. Três afirmações em Amós 1.1 indicam a
época em que ele viveu: (1) Uzias era o rei de Judá; (2) Jeroboão era o rei de
Israel; (3) dois anos antes do terremoto. Estudos críticos parecem colocar a
convergência desses três fatos ao redor do ano 760 a.C.
Amós foi um profeta, um porta-voz de DEUS, mas não por sua escolha (cf. Paulo,
Jeremias e Isaías); foi por meio de uma ordem de DEUS (7.15). A sua compreensão
do cenário espiritual do seu tempo levou muita gente a classificá-lo como o
início de uma nova ordem de profetas. Seu ministério o conduziu a Betel, o
centro da apostasia religiosa do reino do norte (1 Rs 12.26-33). Os últimos
dias antes da queda de Israel foram caracterizados por grande prosperidade
material. Ainda desfrutando da luxúria da vitória militar durante o reinado de
Jeroboão II, Israel permitiu que uma segurança temporária substituísse a sua
confiança no DEUS vivo.
A denúncia de Israel por Amós (Am 2.6-16) pode servir para delinear um estudo
da condição social, moral e religiosa do povo. Socialmente, duas classes
distintas tinham se desenvolvido: a pobre e a rica. Os ricos estavam procurando
ficar mais ricos de qualquer maneira (2.6,7). O descontrole moral era
desenfreado. A embriaguez e a permissividade sexual estavam em um nível
abominável (2.7,8). A perversão religiosa era absurda. Para a maior parte da
população, a idolatria era considerada algo normal (2.8), Os fiéis eram
ridicularizados, punidos e objeto de zombaria (2.12). O nível ao qual o povo
tinha caído é caracterizado por sua aparente indiferença à sua posição como uma
nação libertada e cuidada (2.9-11). O arrependimento e a obediência eram
imperativos, o único escape do julgamento iminente.
Amós, ou o compilador (cf. sobrescritos e porções em terceira pessoa na
narrativa) organizou esse material em três divisões principais, Provavelmente o
livro contenha somente uma parte das palavras ditas por Amós em Betel. Se o
livro tivesse outro editor diferente de Amós, possivelmente este também seria
de Judá e um companheiro do profeta no seu caminho para o norte, pois a
natureza do texto evidencia um registro precoce das mensagens do profeta.
Os capítulos 1 e 2 são vistos como uma divisão, incluindo um prefácio (1.1,2)
no qual é anunciado o tema de Amós de que a ira do Senhor é iminente, e irá dar
lugar a uma série de julgamentos de Israel e dos seus vizinhos. Uma segunda
divisão está contida nos capítulos 3-6. Estes, por sua vez, estão subdivididos,
e cada parte começa pelas palavras “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). A
divisão final, capítulos 7-9, contém uma série de cinco visões (7.1- 3; 7.4-6;
7.7-9; 8.1-14; 9.1-10) interrompidas por um relato histórico de sua visita a
Betel (7.10-17). Talvez naquela ocasião ele tenha proclamado as mensagens de
aviso dos capítulos 1-6. A sua pregação parece ter sido inspirada pelas
palavras que acompanhavam a quarta visão, encontradas em 7.4-6 (cf. 2.6,7). Um
epílogo (9.11-15) predizendo a restauração do reino de Davi conclui a obra.
Os versículos chave do livro podem ser 3.2 - que diz que o julgamento é
determinado de acordo com os privilégios, para que o povo escolhido para a
aliança com DEUS, acima dos outros, não escape - e 4.12, uma convocação para a
renovação da aliança.
O livro pode ser resumido da seguinte maneira:
I. Julgamentos contra as nações do Oriente Próximo, capítulos 1 e 2
1. Profecias contra vizinhos ímpios, 1.3— 2.3
2. Ira sobre as duas nações da Aliança, 2.4-16
II. Proclamações contra Israel, capítulos 3-6
1. O fato da culpa de Israel, 3.1-15
2. A depravação de Israel, 4.1-13
3. A punição próxima para o pecado de Israel, 5.1-17
4. O cativeiro do qual não poderiam escapar, 5.18-27
5. O perigo da complacência, 6.1-14
III. Cinco visões a respeito de Israel, 7.1-9.10
1. Gafanhotos devoradores, 7.1-3
2. Fogo consumidor, 7.4-6
3. Prumo: oposição ao sacerdote de Betel, 7.7-17
4. Cesto de frutos de verão, 8.1-14
5. Julgamento do Senhor no altar apóstata de Betel, 9.1-10
IV. A promessa da restauração, 9.11-15 Os temas teológicos de Amós podem ser
resumidos brevemente como o caráter santo do DEUS soberano, a exigência por
parte de DEUS de justiça social, a moral e a infidelidade religiosa do povo da
Aliança apresentadas em grande desacordo com a lei de Moisés, a realidade do
julgamento, a salvação por meio do arrependimento, e a derradeira restauração e
cumprimento dos propósitos de DEUS. R. O. C.
OBADIAS LIVRO DE
Na disposição atual da Bíblia Hebraica este livro é listado como o quarto dos
Profetas Menores, A LXX o coloca em quinto lugar.
Autor - Veja Obadias, o 12º homem listado em Obadias.
Tema - O tema distinto deste livro é a reprovação que o profeta faz em relação
aos edomitas, por seu orgulho ao se regozijarem pelas desgraças que aconteceram
a Jerusalém.
Esboço
Sendo o mais curto dos livros do AT, ele possui apenas um capítulo dividido em
21 versículos.
I. Queda de Edom de sua Posição de Fortaleza, vv. 1-9
II. Orgulho, a Causa da Condenação de Edom, vv. 10-14
III. O Juízo de DEUS sobre Edom, vv. 15,16
IV. Superioridade Final de Israel, vv. 17-21
Data
Nenhuma data específica é expressa para se definir com precisão a atividade de
Obadias. Ela parece estar definitivamente ligada a uma época em que uma
terrível desgraça aconteceu na cidade de Jerusalém, e os edomitas alegremente
se orgulharam do fato de que eles, por causa de sua localização geográfica,
estavam imunes a esta tragédia. A questão crucial é a data da calamidade de
Jerusalém descrita nos vv, 11-14.
As invasões significativas às quais Jerusalém foi submetida durante os vários
períodos do AT foram; (1) Por Sisaque durante o reinado de Roboão (1 Rs
14.25,26); (2) Pelos filisteus e arábios enquanto Jeorão era rei (2 Cr
21.16,17; 2 Rs 8.20); (3) Pelo rei Joás de Israel enquanto Amazias governava em
Jerusalém (2 Rs 14.13,14); (4) Pelos edomitas que atacaram Judá durante o
reinado de Acaz (2 Cr 28.17); (5) Por Nabucodonosor, que não só invadiu Judá,
mas reduziu Jerusalém com seu Templo a ruínas durante os anos 605-586 a.C. (2
Rs 24.1ss.).
O conteúdo de Obadias, de acordo com o consenso geral de estudiosos da
atualidade, parece refletir mais particularmente as condições durante o reinado
de Jeorão, em aprox. 848-841 a.C., ou a época da destruição literal de
Jerusalém em 586 a.C. O ponto mais crucial são as interpretações dos versículos
11-14. Eles refletem uma completa devastação e destruição final de Jerusalém?
Ou se referem a uma invasão, saque e pilhagem que não resultaram em sua
destruição nem em um exílio que pôs fim ao reino de Judá? Esta invasão de que
os edomitas participaram parece ser mais bem datada no reino de Jeorão. Esta
opinião tem sido defendida por Delitzsch, Kleinert, Orelli, Kirkpatrick e
Archer (cf. bibliografia).
A relação literária entre Obadias 1-9 e Jeremias 49.7-22 também merece uma
séria consideração. Embora eles possam ter usado uma fonte comum, parece
bastante provável que Jeremias, em sua extensa passagem, reflita o conhecimento
de Obadias. Isto favoreceria uma data anterior para o livro de Obadias.
Também foi sugerido que Joel, em seu livro, reflete o conhecimento de Obadias
nas seguintes referências: Joel 3.19, cf.
Obadias 10; Joel 3.3, cf. Obadias 11; Joel 1.15; 2,1; 3.4,7,14, cf. Obadias 15;
Joel 3.8, cf. Obadias 18. Esta possibilidade da mesma forma apontaria um
período anterior para Obadias. S. J. S.
JONAS LIVRO DE
Colocado em quinto lugar entre os escritos dos doze Profetas Menores, o livro
de Jonas é, talvez, o mais conhecido de todos. Ele é, ao mesmo tempo, o mais
apreciado e também o mais controvertido.
História
O principal problema da crítica desse livro é a sua historicidade. De forma
quase unânime ele é proclamado pelos conservadores e negado pelos liberais, e é
da solução desse problema que depende a maioria dos outros problemas desse
livro. O fato é que o estilo e a linguagem usados fornecem todas as provas de
uma narrativa histórica e tanto os judeus (cf. Tobias 14.4ss.; Jos Ant.
ix.10.1) como os cristãos compreenderam esse sentido recentemente. A
identificação de Jonas com o profeta histórico (2 Rs 14.25; veja Jonas) serve
como outra indicação, assim como o testemunho de JESUS CRISTO (Mt 12.38-41;
16.4; Lc 11.29-32). A história dos três dias e três noites de Jonas no ventre
do grande peixe, e o arrependimento de Nínive, eram fatos aceitos não só por
JESUS, que a eles referiu-se, mas também pelos escribas e fariseus com quem Ele
o mencionou como sendo um sinal.
A alegação de que JESUS estava sendo complacente com a ignorância histórica de
sua audiência não é muito convincente, pois isso resultaria no argumento
cíclico que diria que JESUS não poderia estar certificando sua historicidade se
este não tivesse sido um fato histórico. Além disso, deve-se ignorar o fato de
que um “sinal” de ficção provavelmente nunca seria oferecido por JESUS como
resposta suficiente aos escribas e fariseus que exigiam dele esse sinal.
Entretanto, essa historicidade foi contestada pelos liberais, que se basearam
nos elementos miraculosos, nas declarações sobre Nínive, na linguagem, na
forma, e no aspecto político.
Embora esse livro tenha sido rejeitado como mitológico, simbólico ou fictício,
seu caráter alegórico e parabólico tem sido sugerido muitas vezes pelos não
historicistas. De acordo com a interpretação alegórica, toda característica tem
um elemento correspondente na experiência de Israel. Jonas representa a nação,
sua fuga representa a negação de sua missão junto aos povos, o navio no mar é o
navio da intriga diplomática no mar do mundo, os marinheiros são os gentios, a
tempestade é a transferência do poder da Assíria para a Babilônia, o peixe é o
exílio e o vômito de seu corpo é o seu retomo. Muitos liberais acreditam que
uma interpretação alegórica “depende demasiadamente das fantasias da imaginação
do intérprete”, e por esta razão têm afirmado que se trata de uma simples
parábola, com uma analogia mais geral, do que um paralelismo preciso.
Autoria
Aqueles que reconhecem a historicidade desse livro geralmente aceitam que Jonas
foi o autor de sua própria história. Embora todo o livro, exceto o salmo
(2.2-9) tenha sido escrito na terceira pessoa, isso pode apenas significar que,
caso o próprio Jonas não seja o autor, uma outra pessoa (até mesmo um
amanuense) o encomendou, porém os fatos realmente vieram de Jonas. Também é
possível que este fosse um artifício literário usado por Jonas, característico
da narrativa histórica (Moisés sempre usava a terceira pessoa quanto fazia
referências a si mesmo em Êxodo e Deuteronômio). O salmo pode ter sido uma
unidade literária do poeta, no qual a primeira pessoa foi conservada por causa
de sua especial natureza pessoal. Entretanto, muitos liberais acreditam que o
salmo tenha vindo de uma pena completamente diferente da do autor anônimo. O
suposto autor sugerido é um escritor do século IV a.C. que teria simplesmente
usado uma figura histórica anterior como um pretexto sobre o qual poderia
apoiar a sua imaginação.
Data
Parece que a aceitação da historicidade de Jonas exige que se date os eventos
do livro durante o reinado de Jeroboão II (782-753 a.C.). É provável que esse
livro tenha sido escrito antes de 745 a.C., quando os assírios, sob
Tiglate-Pileser III, recuperaram o domínio sobre o Oriente Próximo. R Dick
Wilson, G. L. Archer (SOTI, pp. 300ss.) e outros mostraram que certas palavras
pouco comuns e prováveis aramaísmos não provam uma data posterior ao
exílio. Entretanto, os não historicistas entendem que a maior parte dos
escritos seja do final do século IV a.C., e que o salmo tenha sido acrescentado
no século II a.C. Aqueles que negam a historicidade desta obra nunca atribuem o
livro a uma data anterior ao exílio, enquanto aqueles que a aceitam não
encontram razões para colocá-lo como uma obra posterior.
Estrutura e Estilo
Ao contrário dos demais Profetas Menores, esse livro apresenta uma narrativa
inteiramente histórica, e não uma coletânea de oráculos proféticos. Na verdade,
a única afirmação profética no livro é: “Ainda quarenta dias, e Nínive será
subvertida” (3.45). Somente o fato de Jonas ser reconhecido como um verdadeiro
profeta pode explicar sua inclusão no canônico Livro dos Doze, Sua narrativa é
vivida, mas não complicada, e a ação se desenrola sem descrições
desnecessárias. A estrutura é extremamente simples, com quatro capítulos onde
cada um contém uma unidade distinta de pensamento. A única complicação dessa
estrutura de quatro capítulos é o fato de que a passagem em 1.17 do texto
inglês corresponde a 2.1 do texto hebraico.
Ocasião e Propósito
Durante o período do renascimento nacional, Israel precisava saber qual seria a
atitude de DEUS em relação aos outros. Embora a evangelização estrangeira não
fosse a principal missão de Israel como povo escolhido (Veja Freeman, An
Introductian to the Old Testament Propkets, p. 163), eles precisavam aprender
que o Senhor ainda amava as outras nações, e desejava trazer a elas a salvação
através (ou, pelo menos, por cansa) do seu povo escolhido. Obviamente, esse
livro estava dirigido ao Reino do Norte de Israel e, nesse sentido, assume o
seu lugar junto com Oséias e Amós.
Esboço
I. A Recusa a Obedecer a Ordem de DEUS, ou a Luta contra a Vontade de DEUS,
1.1-16 A. Fuga por mar, 1.1-6
Quando o Senhor lhe ordenou que pregasse contra a iníqua Nínive, Jonas tomou um
navio para Társis a fim de fugir da presença de DEUS, e depois teve que
enfrentar sua ameaça contra todos aqueles que estavam a bordo.
B. Lançado ao mar, 1.7-16
Reconhecendo a divina vingança por causa da fuga de Jonas, os marinheiros
procuraram escapar da tempestade e, em seguida, lançaram Jonas ao mar.
II. Submetendo-se à Vontade de DEUS, 1.17-2.10
A. Arrependimento, 1.17—2.1 Quando Jonas foi engolido por um peixe divinamente
preparado, ele orou a DEUS.
B. Oração, 2.2-9
“Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno
gritei, e tu ouviste a minha voz... eu te oferecerei sacrifício com a voz do
agradecimento”.
C. Libertação, 2:10
O Senhor fez com que o peixe vomitasse Jonas.
III. Fazendo a Vontade de DEUS, 3.1-10
A. Uma profecia eficaz, 3.1-5 Obedecendo à segunda ordem de DEUS para ir a
Nínive, Jonas profetizou sua destruição e as pessoas creram em DEUS.
B. Um arrependimento eficaz, 3.6-10
O rei se arrependeu e decretou: “Todo homem deve se arrepender”; assim DEUS não
enviou o castigo que planejara.
IV. O Egoísmo em Relação às Bênçãos de DEUS, ou Entendendo a Vontade de DEUS,
4.1-11
A. Objeção de Jonas à compaixão de DEUS, 4.1-5
Irado, Jonas orou: “Sabia que és DEUS piedoso”; mas DEUS o censurou e ele
aguardou do lado de fora da cidade,
B. A ilustração de DEUS sobre a necessidade de compaixão, 4.6-11
O Senhor preparou uma planta para dar sombra a Jonas, e depois a destruiu. Em
seguida, o Senhor, em outras palavras, fez a seguinte pergunta a Jonas: Como
você pode ter compaixão de uma árvore e negar a minha piedade ao povo de
Nínive?”
A Questão do Milagre
O milagre tem sido considerado muitas vezes como o maior problema. Os
estudiosos teologicamente conservadores têm cometido o erro muito
frequente de estarem demasiadamente preocupados em provar, através de
paralelos históricos, que o peixe engoliu Jonas. Embora a sobrevivência a tal
experiência esteja bem documentada em relação ao peixe, ela é desnecessária,
pois 1.17 deixa claro que o Senhor preparou “um grande peixe”.
Também existem milagres no arrependimento de Nínive e na planta. Todos eles
estão envolvidos em um complexo de milagres. A confiabilidade de qualquer
milagre depende da habilidade de DEUS de realizá-lo, e não do homem ao
explicá-lo. Jonas profetizou próximo à época de Eliseu e Elias no Reino do
Norte, cujos contatos com a Fenícia (1 Rs 17.9-24) e a Síria (2 Rs 5) eram, da
mesma forma, acompanhados por milagres.
A Questão do Salmo
O salmo (2.2-9) projeta-se no decorrer da prosa do livro e apresenta não só um
problema literário como também um problema lógico. Embora muitos comentaristas
tenham citado uma variedade de salmos individuais que poderiam ter sido
citados, suas palavras não se coadunam suficientemente bem para levar à
conclusão de que fossem citações específicas. Muitos salmos, provavelmente,
estavam na mente de Jonas e podiam ser livremente enunciados a fim de se
ajustar àquela situação particular, e de maneira a expressar apropriadamente as
suas emoções. Novamente, os não historicistas atribuem essa porção a um autor
do segundo século a.C., que teria vindo até mais tarde que o anônimo autor da
narrativa.
Mesmo quando entendido como uma composição de Jonas, e formando uma unidade com
o restante do livro, O problema continua existindo. Será que Jonas estava
agradecendo a DEUS por tê-lo livrado do mar através de um peixe? Será que
um homem poderia orar de maneira tão eloquente no meio de uma experiência
tão traumática? Talvez Jonas orasse do peixe, agradecendo a DEUS por tê-lo
salvado do mar e, com base nessa salvação inicial, ele estivesse contemplando a
sua conclusão. Além disso, o salmo encontrado no texto pode representar, em
geral, os seus pensamentos naquele momento, e teve o seu estilo poeticamente
aperfeiçoado mais tarde depois de alguma reflexão.
As Questões de Nínive
Se esta história tiver sido a criação de um escritor do quarto século, ele foi
tolamente descuidado ao elaborar as suas referências a Nínive, porque deixou
que muitos pontos ficassem expostos e sujeitos a críticas. Alguns alegam que a
cidade nunca teve um “rei” (3.6); que Nínive nunca foi tão grande para que uma
pessoa levasse três dias para atravessá-la a pé (3.3); e Jonas nunca poderia
ter falado sua própria língua ao pregar, porque não seria razoável que uma
cidade se arrependesse tão facilmente, e porque não existe nenhum registro
secular desse fato. Além disso, o tamanho da cidade é mencionado no tempo
passado (3.3).
O termo “rei de Nínive” (3.6) é uma metonímia com um adequado precedente no AT;
por exemplo, havia reis em cidades como Samaria (2 Rs 21.1), Damasco (2 Cr
24.23), Salem (Gn 14.18) e Sião (Jr 8.19). Além disso, como Nínive ainda não
era a capital da Assíria, o autor pode ter usado a palavra melek (“rei”) como
uma transliteração da palavra acádia, malku, que significa “governador”.
O tamanho da cidade poderia se referir ao seu perímetro, assim como ao seu
diâmetro; a área metropolitana da cidade poderia incluir as cidades vizinhas
imediatamente próximas (por exemplo, Calá, Reobote-Ir e Resém de Gênesis
lO.llss.), ou a “viagem” poderia ter sido uma caminhada quando pregou sua
mensagem nos domínios da cidade. O aramaico já estava se tornando uma língua
comercial bastante difundida (cf. 2 Rs 18.26), o que Jonas provavelmente já
sabia e da qual já teria suficiente conhecimento para transmitir sua mensagem a
Nínive. A questão deveria estar centralizada naquilo que DEUS podia fazer, ao
invés daquilo que o profeta não podia fazer.
As severas pragas de 765 e 759, e o eclipse total de 763 a.C., poderiam ter
sido usados por DEUS para alertar o povo sobre as necessidades que tinham; e
quando combinados com o trabalho do ESPÍRITO de DEUS, através de seu profeta,
certamente haveria razão suficiente para o grande arrependimento que foi
registrado. O fato desse arrependimento nacional não ter sido encontrado nos
anais sírios existentes é um argumento a favor do silêncio. Muitos outros
eventos e povos conhecidos através da Bíblia têm sido confirmados apenas
recentemente através das modernas descobertas arqueológicas. Não é de admirar
que esse arrependimento obviamente não tenha durado e isso fornece uma razão a
mais para os assírios não o terem mencionado em seus registros oficiais. O modo
passado do verbo relativo às necessidades de Nínive significa apenas que os
eventos que ali tiveram lugar estavam no passado quando o registro foi escrito.
Importância
Poucos livros do AT têm uma aplicação tão óbvia na igreja contemporânea. Eles
podem ser usados para ajudar os cristãos a superar a barreira de sua estranheza
quanto à missão evangelística, à medida que são informados e assegurados do
amor de DEUS pelo mundo e do seu desejo de usar os salvos para alcançar todos
os que se encontram perdidos. Mas o livro de Jonas não ensina a simples
disposição de ir a um país estrangeiro como missionário em busca da recompensa
pela obediência. Na verdade, essa é uma das deficiências que o livro procura
corrigir. Não basta obedecer a uma ordem; devemos sentir simpatia por ela. A
evangelização é uma obra que é realizada em benefício dos perdidos, e não do
evangelista. Devemos obedecer a DEUS - mas pelas verdadeiras razões. A
finalidade das missões é o reconhecimento da vontade de DEUS - e também
obediência e aceitação. W. A. A.
MIQUÉIAS LIVRO DE
O nome Miquéias, que significa “Quem é como Jeová", era muito comum entre
os hebreus. Ele foi um profeta, autor do livro que leva o seu nome (Mq 1.1; Jr
26.18). Viveu em Moresete-Gate (Mq 1.1,14), uma cidade em Judá, perto da cidade
de Gate dos filisteus e que, possivelmente, esteve alguma vez sob o
governo de Gate. Essa cidade estava 30 ou 40 quilômetros a sudeste de
Jerusalém. Eusébio e Jerônimo citam a tradição que colocou esse local não muito
longe do leste de Eleuterópolis, que tem sido identificada com Beit Jibrin,
situada em um vale que leva da planície costeira ao interior da Judéia, perto
de Jerusalém. Dessa forma, o profeta viveu onde era capaz de observai׳ a longa estrada por onde, durante séculos, haviam passado os
exércitos invasores, assim como os pioneiros e as caravanas comerciais.
Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Ele pregou durante os reinados de Jotão
(aprox. 742-735 a.C.), Acaz (aprox. 735-715 a.C.) e Ezequias (aprox. 715-687
a.C.), reis de Judá. e serviu tanto ao reino do norte como ao do sul, e
dirigiu-se a Samaria e a Jerusalém. Tem havido discussões a respeito do título
do livro (1.1), mas seu conteúdo confirma tanto a data atribuída ao profeta
como os objetos de seu ministério, as capitais de Israel e de Judá. Enquanto
Isaías ministrava em Jerusalém, supõe-se que Miquéias profetizava entre as
classes humildes da nação. Mas ele poderia facilmente ter profetizado também na
capital, pois denunciou os líderes do reino e, em grande parte, fez de
Jerusalém o centro de suas mensagens.
Faltam evidências para consubstanciar a opinião de que Miquéias era um homem do
campo, simplesmente porque residia em uma cidade do interior da Judéia. Ele
menciona lugares do interior (1.10-15), mas também lugares em outras partes de
ambos os reinos (2.12; 4.8; 5.2; 7.14), Seu estilo não mostra que era uma
pessoa rústica. Suas rápidas transições de um tema para outro mostram apenas
que tinha um espírito jovial e que possuía uma certa coragem ao falar. As
tradições a respeito de sua origem, morte e local de sepultamento são obtidas,
em parte, da confusão feita com Micaías, filho de In lá, contemporâneo de
Acabe, rei de Israel (1 Rs 22.8). Tem sido conjeturado, a partir de 2.2, que
Miquéias era um fazendeiro e que aquela propriedade que foi tomada com violência
pode ter sido sua. Mas Miquéias era capaz de falar diretamente e demonstrar uma
forte indignação. Era um escritor de grande habilidade e sublimes declarações
(6.1-8), assim como Isaías. Não se pode duvidar que Miquéias, assim como
Isaías, exerceram grande influência sobre o rei Ezequias em sua reforma da vida
espiritual do reino (veja Jr 26.18).
Miquéias era um homem capaz de ter grande simpatia pelos oprimidos e
sensibilidade pelos sofrimentos de seus conterrâneos, e enfrentava a oposição
com evidente coragem. Sua linguagem mostra que deve ter sido um homem de grande
força emocional e elevados ideais de moralidade. C. L. F.
Miquéias é o sexto livro dos profetas menores. O estilo de sua profecia é
simples e vigoroso. O profeta gostava de perguntas e empregava a metáfora, o
jogo de palavras e a ironia. Miquéias deixou apenas um resumo de suas
pregações, mas o que registrou mostra que era um digno contemporâneo de Isaías
através da precisa denúncia dos pecados da nação e de seus líderes, e pelo
brilhante fervor de suas profecias messiânicas. Ao ministrar no século VIII
a.C., ele observou que o poder ameaçador sobre Judá era a Assíria, o império
que havia destruído o reino do norte de Israel (5.5ss.). Ele testemunhou a
queda de Samaria em 722a. C.
A profecia de Miquéias apresenta inúmeras semelhanças com o livro de Isaías. A
semelhança mais notável é a passagem em Miquéias 4.1ss., onde ele repete quase
palavra por palavra o que se encontra em Isaías 2,2ss. As explicações têm
variado entre atribuir a profecia a Isaías, a Miquéias ou a um profeta mais
antigo, mas nenhum argumento tem sido suficiente para satisfazer a maioria dos
intérpretes.
Alguns estudiosos atribuíram certas partes do livro a outros escritores além de
Miquéias. Esses argumentos são puramente subjetivos e têm sido habilmente
respondidos pelos defensores da opinião tradicional, isto é, de que todo o
livro foi escrito por um único autor, Miquéias, o morastita.
Esboço
I. Primeiro Oráculo, Capítulos 1-2
A. Denúncia, 1.2-16
B. Ameaça, 2.1-11
C. Promessa, 2.1213־
II. Segundo Oráculo, Capítulos 3-5
A. Denúncia, 3.1-11
B. Ameaça, 3.12
C. Promessa, 4.1-5.15
III. Terceiro Oráculo, Capítulos 6-7
A. Denúncia, 6.1-5
B. Ameaça, 6.6-7.6
C. Promessa, 7.7-20
Conteúdo
Quase todos os intérpretes dividem o livro em três seções indicadas pelas
palavras da introdução “Ouvi todos”. A primeira profecia cobre os capítulos 1 e
2, e seu tema é o julgamento de Samaria e Jerusalém, as capitais dos dois
reinos. Esse julgamento está se aproximando, por causa dos pecados da nação (1.2-
5), e surpreenderá Samaria por seus hábitos idólatras í 1.6,7). Mas Judá será
devastada e seu povo será exilado pelas mesmas ofensas (1.8-16), sendo que o
castigo será desenhado com a figura de um exército destruído. A destruição e o
cativeiro estavam aguardando os líderes que haviam oprimido o povo com um
tratamento injusto e iníquo (2.1-5) e com falsos profetas igualmente culpados
por suas previsões que tranquilizavam o povo e o convencia a dormir em sua
complacência moral (2.6-11). Em seguida, ele inclui a promessa de uma bênção
final ao remanescente de Israel que irá retornar (2.12,13).
A segunda profecia amplia os pecados dos príncipes, dos falsos profetas, dos
juizes injustos e dos sacerdotes iníquos. Novamente, os líderes políticos e
religiosos da nação são censurados pelo completo desprezo ao que é justo e pela
sua preocupação com o ganho pessoal (3.1-11). Consequentemente, o Senhor
entregará Sião aos seus inimigos (3.12). Tão potente era esse último discurso,
que foi lembrado um século mais tarde (Jr 26.18). A última parte da segunda
profecia (capítulos 4-5) revela que o reino de DEUS se estabelecerá com poder,
paz e abundância (4.1-8). Nesse ínterim, somente a tristeza e o cativeiro
aguardam a nação por causa de seu inveterado hábito de pecar (4.9,10), mas seu
castigo será seguido pelo juízo de DEUS sobre seus inimigos (4.11-13). Existe
um clímax no anúncio do nascimento, em Belém, do Messias que libertará Sião do
domínio dos assírios e pastoreará o seu rebanho (5.1-6). O remanescente não
será apenas preservado dos ataques hostis, mas do temor das nações inimigas
(5.7-9). O Messias estabelecerá um reino de paz (5.10-15).
A terceira profecia apresenta o caminho para a redenção oferecida por DEUS sob
a figura de uma controvérsia legal entre o Senhor e o seu povo. As questões
apresentadas no início estão entre as mais impressionantes de toda literatura
profética. O argumento está baseado nos muitos sinais de bênçãos de DEUS sobre
Israel e de sua ingratidão mostrada através de seus prevalecentes pecados
(6.1-5). São estabelecidas as exigências básicas para essas bênçãos (6.6-8) e,
em seguida, Miquéias mostra que eles não estão cumprindo sequer o mínimo
necessário (6.9-7.6). O profeta conclui com a previsão de futuras bênçãos
por causa da fidelidade de DEUS à sua aliança com Abraão (7.7-20). Per fim, a
nação, em sua convicção do pecado, se voltará ao Senhor com arrependimento e
confissão. Ao confiar no Senhor, Israel experimentará várias bênçãos que
serão por Ele concedidas: a compaixão, o restabelecimento de Sião com a
dominação de todos os inimigos, e a renovação de seus atos sobrenaturais em
benefício do seu povo. O livro termina com um louvor pela maravilhosa graça de
DEUS (7.18-20). C. L. F.
NAUM LIVRO DE
Lugar no Cânon
Naum é o sétimo na ordem dos Profetas Menores, na segunda divisão do cânon
hebraico. A Septuaginta (LXX) coloca Naum imediatamente depois de Jonas, pois
ambos censuraram Nínive, capital da Assíria.
Autoria
O autor Naum veio de Elcos, uma cidade desconhecida identificada várias vezes
como Elquesí, da Galiléia, ou como Cafarnaum (literalmente, “vila de Naum”), ou
ainda como Elcesei de Judá.
A autoria de seu livro não foi questionada até o século XIX, quando uma data
pós-exílica foi designada pelos críticos, levando em conta as seguintes bases
desprovidas de fundamento. Que a presença de um poema acróstico (1.2-10)
indicava uma autoria posterior (Pfeiffer); que essa é uma liturgia profética
constituída por quatro poemas litúrgicos (Haupt); que o livro tem um motivo
religioso revestido de forma histórica (Mowinckel), onde ambos celebram a queda
de Nínive. A única maneira pela qual um poema acróstico poderia ser elaborado é
emendando grosseiramente o texto. O texto destrói as teorias litúrgicas e de
abordagem religiosa porque sua mensagem olha para o futuro e não para a
ultrapassada derrota de Nínive.
Data
A partir de 3.8ss., a profecia pode ser datada com muita precisão na segunda
metade do século VII a.C. Naum refere-se à destruição de Tebas (No-Amon), no
Alto Egito, pelo rei da Assíria em 663 a.C. E como a queda de Nínive foi
prevista para acontecer no futuro, a data de Naum se encontra entre 663 e 612
a.C., data da derrota da capital assíria determinada pela crônica babilônica.
Título e Tema
“O castigo de DEUS sobre a Nação (Nínive) pelos pecados de orgulho, opressão,
adultérios e feitiçaria״.
O tema está bem explícito em 1.2, que mostra que o Senhor se vinga de seus
adversários, Naum estava tão preocupado com a justiça e o poder de DEUS na
história quanto Amós e Isaías. O grande poder militar de sua época logo seria
destruído sem possibilidade de recuperação.
Esboço e Comentários
I. O Caráter e a Majestade do Senhor em Relação ao Seu Juízo, Cap. 1
II. O Cerco e a Queda de Nínive, Cap. 2.
II. Razões para a Queda de Nínive, Cap. 3.
A profecia começa com um tema (em hebraico massa', 1.1) que é um oráculo
ameaçador sobre o justo e zeloso DEUS que se vingará de Nínive pela sua
opressiva crueldade contra seu povo.
O capítulo 2 retrata com nitidez o cerco e a derrota de Nínive por homens
vestidos de vermelho que em suas bigas iriam atacar as portas da cidade. Eles
seriam ajudados por chuvas torrenciais que levariam embora parte da cidade,
como indica a notável previsão em 2.6, Portanto, os medos e os babilônios
capturaram uma cidade parcialmente inundada.
O capítulo 3 revela que Nínive havia sido derrotada por causa de sua crueldade,
prostituição, impenitência e feitiçaria. Assim como Nô-Amom (Tebas) foi
derrotada, isso também aconteceria com a capital assíria, e nem suas
fortificações, nem seus oficiais e nobres poderiam ser considerados para sua
libertação. D. S.
HABACUQUE LIVRO DE
A singularidade desse livro pode ser reconhecida por cansa de duas
características diferentes. Em primeiro lugar, Habacuque registra seu diálogo
com DEUS, no qual levanta problemas teológicos e ouve as respostas. Além disso,
o capítulo 3 tem a forma de um salmo com termos musicais anotados no primeiro e
no último versículo.
A mensagem de Habacuque pode ser resumida da seguinte forma:
I. Por que DEUS Tolera a Violência? (1.1-4)
II. Os Caldeus Irão Trazer o Castigo a Judá (1.5-11)
III. Por que os Gentios Deveriam Ser Usados para Castigar o Povo de DEUS?
(1.12-2.1)
IV. O Justo Confia na Justiça de DEUS (2.2-20)
V. Oração de confiança e louvor (3.1-19) Por meio da oração, Habacuque (q.v.)
faz um apelo a DEUS a respeito da violência, injustiça, destruição e
indiferença aos ensinos da lei que prevaleciam em Judá. Ele não podia entender
porque um DEUS justo poderia tolerar isso. Quando DEUS respondeu, indicando que
os invasores caldeus iriam trazer castigo aos culpados cidadãos de Judá,
Habacuque ficou ainda mais preocupado. Será que os caldeus, cujo poder estava
em seu deus, teriam permissão de castigar os judeus que, na verdade, eram menos
pecadores que esses invasores pagãos? Na resposta, Habacuque é convidado a
registrar que no final os pecadores iriam cair, mas que os justos
viveriam pela sua fé e fidelidade. O justo não deveria tirar conclusões
baseadas em uma limitada perspectiva temporal, mas deveria esperar e contemplar
o resultado final. Os iníquos que o rodeavam - agressores, malfeitores,
assassinos, trapaceiros e idólatras (2.6-19) - no final iriam perecer, enquanto
os justos iriam viver, pois o Senhor está em seu santo Templo. Portanto, toda a
terra deve ficar em silêncio perante Ele (2.20).
Na oração em que faz um apelo a DEUS para que em sua ira lembre-se da
misericórdia, o profeta expressa seu louvor e ações de graças a DEUS. Ele está
determinado a continuar dessa maneira, mesmo que tudo que é temporal venha a se
extinguir.
Um midrash, ou comentário sobre o livro de Habacuque, foi encontrado entre os
Rolos do mar Morto na Caverna 1 de Fumar. Aparentemente, foi escrito por um
sectário judeu da Palestina que interpretou os dois primeiros capítulos à luz
da história da seita de Qumrã. Ele não oferece muitos esclarecimentos quanto ao
significado da profecia.
A teoria atual adotada por muitos estudiosos do AT diz que o capítulo 3 não
fazia parte do livro original. Mas o fato de o comentário de Qumrã não incluir
esse capítulo não é suficiente para provar essa teoria. Como o capítulo 3 tem a
forma de um salmo, ele não serve para esse uso, como aconteceu com os dois
primeiros capítulos do midrash. Existe a probabilidade deste comentário nunca
ter sido concluído. A LXX tem os três capítulos e não existem provas para negar
que o profeta tenha composto um salmo em louvor e ação de graças, os escritos
dos profetas tinham, frequentemente, uma intensa forma poética. S. J. S.
SOFONIAS, LIVRO DE
O nono livro dentre os Profetas Menores. O autor foi o filho de Cusi e
descendente de Ezequias (Sf 1.1), provavelmente o rei de Judá. Sendo um membro
da linhagem real, ele podia repreender os pecados dos príncipes com uma força
surpreendente (1.8).Existe a verificação da data em 1.1 por uma menção de
Nínive (2.13), que não foi destruída até 612 a.C., e pela falta de referências
diretas aos babilónios. Veja Sofonias 3.
Autenticidade
A autenticidade de algumas partes do livro foi questionada pela crítica
superativa, mas a veracidade da profecia foi defendida. O livro retrata a
sociedade infestada pelas diferenças sociais, pela luxúria complacente, e pela
decadência religiosa como consequência do longo reinado idólatra de Manassés.
Conteúdo
Após o anúncio da proximidade da vinda do dia do Senhor, com a extinção da
idolatria (1.2-6), o profeta declara o julgamento dos líderes de Judá (1.7-13),
e um tempo de aflição e angústia a todos. A visitação pode ser evitada se o
povo voltar-se ao Senhor (2.13); a Filístia sentirá o impacto e a violência
deste golpe (2.4-7); este tocará Moabe e Amom (2.8-11) e chegará ao norte, à
Assíria, com a destruição resultante de Nínive, sua capital
(2.12-14).Novamente, o profeta repreende os pecados de Jerusalém e os seus
líderes (3.1-8), anunciando a ira que alcançará os ímpios, mas a imunidade
àqueles justos que restarem (3.913). A profecia termina com a promessa dos
últimos dias, quando Israel será restaurada à sua própria terra, e gozará as
bênçãos de DEUS (3.14-20).
Tema
O tema central da profecia é o dia do Senhor. A frase aparece mais
frequentemente neste livro do que em qualquer outro no AT. Os seus ensinos
sobre o dia do Senhor são explícitos: (1) será um dia de indignação e terror
(1.15); (2) ele será iminente (1.14); (3) será uma visitação sobre o pecado
(1.8,17); (4) ele tocará toda a criação (1.2,3); e (5) poupará o remanescente
de Israel e aqueles que estiverem entre as nações (2.3; 3.9-13). As mensagens
de Sofonias possuem um alcance abrangente e universal. O livro possui pontos de
contato com as mensagens dos antigos profetas. Embora 3.14-20 descreva as
bênçãos do reino messiânico, o próprio Rei Messiânico não é mencionado na
profecia.
Esboço.
Prefácio, 1.1II. Pronunciamento do Julgamento Universal, 1.2-3.8A. Julgamento
de toda a terra, 1.2,3B. Julgamento de Judá, .4-2.31. A causa - idolatria e
apostasia,1..4-7 ^2. A extensão - inclui todos os ímpios de Jerusalém, 1.8-133.
A natureza — o grande dia do Senhor, 1.4-184.0 caminho do escape - buscar ao
Senhor, 2.1-3C. Julgamento sobre as nações gentílicas, 2.4-151. Filístia (a
oeste), 2.4-72. Moabe e Amom (a leste), 2.8-113. Egito (governado pela dinastia
da Etiópia, ao sul), 2.124. Assíria (ao norte), 2.13-15D. Reafirmação do
Julgamento de Jerusalém, 3.1-7E. O apelo final de DEUS, 3.8III. Promessa do
gozo Milenial, 3,9-20A. A futura conversão dos gentios, 3.9,10B. A futura
conversão de Israel, 3.11-13C. O hino de Sofonias a respeito da Salvação que o
Senhor dará a Israel,3.14-20 C. L. F.
AGEU LIVRO DE
Com muito entusiasmo, os exilados que retornaram depois do decreto de Ciro, no
ano 538 a.C., começaram a reconstruir o Templo (536 a.C.). Veja Ageu; Zacarias.
A oposição feita pelos samaritanos foi muito eficiente, a ponto de interromper
os esforços de construção do Templo durante os reinados de Ciro e Cambises, até
o segundo ano de Dario, em 520 a.C. (Ed 4.4,5,20). Durante o período de
Cambises, persas saqueadores, em seu caminho para o Egito (aprox. 525 a.C.),
podem ter destruído a Palestina a ponto de não haver mais qualquer esperança de
reconstrução do Templo. Esse livro do AT é bastante incomum porque praticamente
permaneceu sem contestação por parte dos críticos. Não existem provas para a
hipótese de que o presente livro seja um fragmento de escritos mais extensos do
profeta, ou de uma compilação de seus oráculos e relatos descritivos. Oesterly
e Robinson, sem reconhecer a prática usual dos profetas escritores, chegaram a
conjeturar que, por causa do uso da terceira pessoa em relação ao profeta, essa
coletânea tenha sido preparada pelas mãos de um contemporâneo de Ageu, que
anotou os pontos mais salientes de seus sermões.
O livro de Ageu pode simplesmente representar os esboços de suas mensagens,
escritas sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO. O Senhor havia falado através dele
para estimular o povo em direção a um bem-sucedido esforço para reconstruir o
Templo (Ag 1.12- 15; Ed 5.1,2; 6.13-15).
Durante esse período, suas condições estão vividamente refletidas em sua
abordagem junto ao povo. Embora estivessem profundamente envolvidos em projetos
particulares para a construção de suas casas, Ageu lhes recordou que o Senhor
dos Exércitos controlava as bênçãos materiais que lhes faltavam através da seca
e das malsucedidas colheitas (1.2-11). Assegurando aos construtores que
DEUS, por meio do Seu ESPÍRITO, estava trabalhando junto com eles a fim de que
a glória desse Templo fosse maior do que a glória do Templo de Salomão (2.7-9),
Ageu encorajou tanto os líderes quanto os leigos, Para DEUS e para Ageu havia
apenas um único Templo, não três ou quatro (de Salomão, de Zorobabel, de
Herodes, ou o milenial); portanto, essa profecia não seria necessariamente
cumprida antes do ano 70 d.C.
Foram prometidas melhores colheitas (2.15- 19). Zorobabel, como representante
do trono de Davi, foi designado como um anel de selar (2.23), ou selo, que
garantia ao povo de DEUS o cumprimento da aliança que o Senhor havia
estabelecido com Davi (2 Sm 7.12-16), e fornecia as bases para a esperança de
que DEUS, que faz tremer os céus e a terra, iria destruir a força das nações
pagãs. Portanto, a obra de DEUS, através da sua nação escolhida, seria
finalmente estabelecida (2.20-23).
As mensagens de Ageu podem ser resumidas da seguinte maneira:
I Ageu promove o envolvimento, 1.1-1.5.
II. O potencial de uma glória maior no povo Templo, 2.1-9.
III A garantia de bênçãos materiais, 2.10-19.
IV. A promessa de DEUS, 2.20-23.
S. J. S.
ZACARIAS, LIVRO DE
O livro de Zacarias é o décimo primeiro dos assim chamados Profetas Menores, ou
“Os Doze” como eram chamados pelos judeus. Estilo e Valor Pelo fato de o
profeta (veja Zacarias 1) ter usado a forma apocalíptica para transmitira
verdade profética, seu livro foi chamado de Apocalipse do AT. Suas revelações
são sucintas e concisas, por isso ele foi chamado de sintetizador dos
profetas. Seu estilo varia do profético direto direcionado a apresentações de
visões, a registros de atos simbólicos. Muitos, em tempos modernos e antigos,
já reclamaram da obscuridade do livro. Os comentaristas judeus, especialmente,
expressaram sua inabilidade de se aprofundar nas visões e profecias do livro.
A perspectiva e estrutura da profecia são definitivamente messiânicas; portanto
não deveria ser surpresa que uma abordagem descrente à mensagem trouxesse
poucos resultados. No entanto, mesmo que um livro seja de difícil exposição,
sua importância não é reduzida. Lutero referiu-se a este livro como Der Ausbund
der Propketen, a extensão dos profetas. Sua contribuição à profecia messiânica
está fora de proporção para seu tamanho. Somente Isaías possui um retrato
completo da pessoa e obra do Messias. Zacarias tratando da primeira quanto da
segunda vinda do Redentor de Israel: A vinda do Messias de forma humilde; seu
ministério de pastor para seu povo; a rejeição deste para com Ele; a ferida
permitida pelo Pai contra Aquele que lhe é semelhante, com a consequente
dispersão das ovelhas; seu retorno em glória à arrependida nação de Israel; seu
estabelecimento da paz entre as nações, e a inauguração de seu abençoado
governo milenar sobrea terra. Outros temas escatológicos também recebem
atenção.
Autoria e Data
As questões críticas a respeito do livro só perdem em importância para os
seguintes tópicos: as questões relacionadas com a autoria Mosaica do
Pentateuco; a única ou múltipla autoria de Isaías; e a datação mais recente atribuída
ao livro de Daniel, Em resumo, os capítulos 1-8 foram atribuídos a Zacarias,
enquanto os capítulos 9-14 podem ser tanto anteriores ao exílio quanto posteriores
a Zacarias. A posição crítica é baseada em diversos argumentos. O mais
importante deles lida com questões de estilo e referências históricas. Como já
foi demonstrado por diversas vezes, o estilo de um escritor está diretamente relacionado
ao sujeito ou tema sob tratamento. Não se pode provar que Zacarias tenha usado
uma linguagem inapropriada, ou que o tenha feito visando manter a verdade. Ao
tratar das questões essenciais, ou das referências históricas, o ânimo crítico
contra o sobrenatural nas profecias é imediatamente discernível. Só vale
argumentar contra o fato da referência à Grécia em 9.13 impossibilitar que o
capítulo tenha sido escrito antes de Alexandre o Grande, se a profecia for
descartada como uma possibilidade em um registro reconhecidamente sobrenatural.
Outros argumentaram acidentalmente a favor de uma data anterior ao exílio, com
base em Zacarias 9,13 e 10.7, onde é feita menção de Efraim e Judá. As duas
partes da profecia possuem semelhanças de pensamento e estilo, indicando sua
unidade. A profecia é, sem dúvida, do período pós-exílico, e foi transmitida
por Zacarias. Conteúdo
Zacarias é reconhecido como o profeta do conforto, esperança e glória. A
introdução à profecia (1.1-6) abre uma percepção ética da necessidade de
arrependimento e completa conversão ao Senhor. Então se segue uma série de
oito visões noturnas, todas concedidas ao profeta em uma noite. O propósito das
visões era confortar e encorajar os exilados que haviam retornado de sua
tarefa de reconstruir o templo, e estabelecer sua esperança na ampla
expectativa do AT que está no Messias e em seu futuro reino sobre a terra. A
primeira visão noturna enfatiza a preocupação do Senhor para com seu povo
aflito que havia tão recentemente retornado a sua pátria. Eles não podiam ser
perturbados sobrea disparidade entre as suas condições perturbadas e as
condições das nações que estavam à sua volta (1.7-12), pois o Senhor tinha
bons propósitos à espera deles (1.13-17),e ira reservada aos seus inimigos. A
segunda visão noturna revela que toda força estrangeira que oprimiu Israel
sofrerá, por sua vez, a visitação do Senhor (1,18-21).A terceira visão noturna
dá continuidade ao tema da bênção, ao mostrar como a cidade de Jerusalém será
ampliada por causa da multiplicação dos homens e dos animais em seu meio. A
presença do Senhor, vivendo entre eles, garantirá para eles segurança e glória
no dia em que as promessas forem cumpridas (2.1-13). No entanto, antes destas
bênçãos prometidas se cumprirem, era necessário que a questão do pecado de
Israel fosse radicalmente tratada, A purificação do sumo sacerdote na quarta
visão é o símbolo da purificação danação e de sua reintegração à sua posição
sacerdotal entre as nações (3.1-10). Tudo isto é uma figura da purificação
trazida pelo Messias para a sua terra e povo. A quinta visão tinha o objetivo
de encorajar Zorobabel em seu trabalho de construção do templo, ao revelar-lhe
os recursos infinitos que há no ESPÍRITO de DEUS, e o poder do Senhor que
estava disponível para a realização da obra (4.1-14).Novamente, o pecado é uma
realidade a ser tratada, então a sexta e a sétima visão mostram como o Senhor
extirpará rapidamente o pecado e o pecador à terra prometida (5.1-11).A
versão final retorna de forma geral à primeira, mostrando uma finalização do
trabalho prometido, ou seja, os inimigos de Israel sendo subjugados (6.1-8). A
série é concluída por uma coroação simbólica de Josué, o sumo sacerdote,
prenunciando o ministério real e sacerdotal de Messias no futuro reino da
justiça (6.9-15).Nos capítulos 7 e 8 o profeta responde questões a respeito do
jejum, apontando a falta de profundidade destas observâncias, os pecados de
seus ancestrais que trouxeram o julgamento de DEUS sobre eles, a forma de
bênçãos que lhes serão concedidas no presente, e o tempo em que DEUS
transformará todo o jejum em festividades. Nenhuma porção profética na Bíblia
Sagrada resume tão bem a revelação escatológica quanto os seis últimos
capítulos desta profecia. Tendo como cenário as conquistas de Alexandre no
século IV a.C. (9.1-8), Zacarias prevê a vinda do rei da paz de Israel(9.9,10)
e seus benefícios que Ele trará ao seu povo (9.11-17).
A passagem em Zacarias 10 ocupa-se com a delineação das diversas bênçãos do
Messias sobre Israel. O capítulo 11 é um dos mais sombrios no livro. Ele
descreve, antes de tudo, uma completa devastação da terra íw,1-3) que ocorreu
na guerra judaica-Romana de 67-70 d.C. Depois, a causa da visitação é revelada
como devida à sua rejeição do Bom Pastor (w. 4-14); devido a esta maldade, em
um dia futuro lhes será enviado um pastor tolo que os oprimirá (w. 15-17).O
último capítulo nos leva à entrada do reino. Zacarias demonstra claramente a
confederação do mundo contra Jerusalém, e que será completamente derrotada
pelo Senhor (12.19). Neste tempo, DEUS lida com a questão da rejeição de
Israel para com seu Messias (12.1014). O Dia da Expiação de Israel requer sua
conversão nacional. O povo é purificado de seus pecados (13,1-6), e o método é
enfatizado novamente, ou seja, a morte do Messias (13.7-9). Finalmente, em
golpes dramáticos e audaciosos, o profeta revela o retorno do Messias ao Monte
das Oliveiras, seu povo sitiado, a completa devastação das forças inimigas e a
purificação da terra para que ela esteja de acordo com a santidade infinita de
DEUS (14,121). O livro começa com uma chamada ao arrependimento e à
santidade, e termina com a realização desta santidade no povo de DEUS,
habitando no reino de justiça do Messias.
Esboço.
Introdução:
I. Exortação ao Arrependimento, 1.6
II. As Oito Visões Noturnas do Profeta,1.7-6.8
A. O Anjo do Senhor entre as murtas (o verdadeiro Israel), 1.7-17
B. Os quatro chifres (poderes) e os quatro ferreiros, 1.18-21
C. O agrimensor (promessa da futura prosperidade de Jerusalém), 2.1-13
D. Josué, o sumo sacerdote, e o Anjo do Senhor, 3.1-10
E. O Castiçal (Israel) e os dois ramos de oliveira (os dois ungidos, Josué e
Zorobabel), 4.1-14
F. O rolo voante (a praga de DEUS sobre aqueles que quebrarem as duas partes do
Decálogo na terra), 5.1-4
G. A mulher no meio do efa (a maldade religiosa dos judeus), 5.5-11
H. Os quatro cavalos coloridos e as carruagens (símbolos da ira de DEUS que
prossegue para destruir as nações gentílicas), 6.1-8
III. A Coroação Simbólica, 6.9-15IV. A Responsabilidade de Betei a Respeito do
Jejum, 7.1-8.23.
A. Suas questões; Deveriam eles continuar o jejum nacional no quinto mês? 7.1-3
B. A resposta; DEUS já expressou através dos antigos profetas sua opinião sobre
a mera forma de adoração, 7.4-1
C. Uma promessa de restauração: DEUS salvará seu povo e habitará com eles,8.1-8
D. Uma reafirmação dos propósitos de DEUS de reconstruir sua casa, 8,9-17
E. A promessa de que seus jejuns tornar-se-ão festas, 8,18-23V. A Previsão
Relativa ao Futuro Poder de Israel e ao Futuro Poderio Mundial,9.1-14.21A. O
fardo relacionado aos Gentios, 9.111.171. O julgamento nas terras da Síria,
Fenícia e Filístia por Alexandre o Grande, 9.1-82. Aquele que, de longe, será o
maior de todos os reis de Israel, que trará paz às nações depois de vencer os
inimigos de seu povo, 9.9-173. A obra de DEUS de livrar Israel de seus próprios
líderes, e das nações, quando o Messias retornar, 10,1-124. Parênteses: A
rejeição do Bom Pastor preparado por DEUS, e o governo do iníquo, 11.1-17
F. O peso a respeito de Israel, 12.114.211.
O final dos conflitos de Israel e sua libertação física e espiritual, 12.1-142.
A futura purificação de Israel dos pecados e dos profetas idólatras,13.1-63. O
pastor de Israel ferido, e seu remanescente refinado, 13.7-94. O grande clímax
do dia do Senhor: A vinda do Senhor para livrar Israel e estabelecer seu reino
milenial na terra, 14.1-21.C. L. F.
MALAQUIAS LIVRO DE
Este é o último dos profetas hebreus, assim como o último livro do AT em
português. A profecia representa um chamado de Israel ao arrependimento e à
obediência, com um rigoroso aviso de julgamento para os desobedientes e rebeldes.
O livro coloca uma ênfase considerável no “dia do Senhor” (3.2,17; 4,1,3,5)
fechando o período do AT com uma promessa final do advento do Messias.
Autor
O nome Malaquias não aparece em outras passagens nas Escrituras levando,
portanto, os estudiosos críticos a pensar que o termo mal’aki, que em heb,
significa “meu anjo” ou “meu mensageiro’', é um apelativo e não um nome próprio
(cf. 3.1), e assim o livro seria uma profecia anônima, Esta teoria, assim como
a conjetura do Targum de que Malaquias é um pseudônimo para Esdras, é
enfraquecido pelo fato de que isto constituiria uma exceção única na
literatura profética, uma vez que todos os livros proféticos levam o nome do
autor como um sinal de autenticação de seu conteúdo. Sem dúvida Malaquias é uma
contração de malakiyah, “mensageiro de Yahweh”, assim como o nome Abi
representa uma forma contraída de Abias. O estilo de Malaquias é direto e
conciso. Uma característica marcante é seu frequente uso da questão
retórica e das respostas (por exemplo, 1.6,7; 3.7,8). A unidade do livro nunca
foi seriamente questionada, embora alguns críticos sem qualquer justificativa
imaginaram a ocorrência de pequenas adições editoriais (viz., 2.7,11,12;
4.4-6).
Data
Com base em evidências internas, o livro é claramente pós-exílico. Os judeus
estavam sob o governo Persa (1.8); o Templo havia sido reconstruído e a
adoração levítica retomada (1.6ss.; 2.1ss.; 3.1,8,10); e as ofensas morais e
religiosas que eram condenadas, assim como as reformas solicitadas, retratavam
o período de Esdras-Neemias. Uma data entre a vinda de Esdras (457 a.C.) e a
segunda visita de Neemias (432 a.C.) é a mais provável.
Esboço
I. O Amor de DEUS por Israel, 1.1-5
II. A Denúncia dos Sacerdotes, 1.6-2.9
III. A Denúncia de Divórcios e Casamentos Impróprios, 2.10-16
IV. A Vinda do Juízo de DEUS, 2.17-3.18
V. O Dia do Senhor, 4.1-6
Conteúdo
Três capítulos na Bíblia hebraica são divididos em quatro na Septuaginta (LXX)
e na Vulgata, e o mesmo ocorre em português. O livro reflete uma triste cena da
decadência espiritual que estava tomando lugar. Ele começa com a declaração do
amor de DEUS por Israel, demonstrado em sua opção de eleger Jacó, e não Esaú
(1.1-5). No entanto, Israel foi desleal em sua resposta, à medida que os
sacerdotes primeiro ofenderam ao Senhor, poluindo o seu altar através da oferta
de sacrifícios indignos (1.6-2.4). Além disto, eles levaram o povo a se
desviar, dando instruções equivocadas sobre a lei, e pervertendo a justiça
(2.5-9). Os homens eram culpados de profanar o pacto mosaico ao se divorciarem
de suas esposas e se casarem com mulheres pagãs e idólatras (2.10-16).
O capítulo 3 (que realmente começa com as acusações e questões de 2.17)
apresenta DEUS como alguém que virá julgar. O povo foi complacente em seus
pecados, que incluíam o ceticismo e as murmurações, como também a negligência a
dizimar e a ofertar. O Senhor enviará o seu mensageiro para preparar o seu
caminho diante dele, após o qual Ele virá inesperadamente ao seu Templo.
Ele punirá os ímpios, e executará um rápido julgamento dos transgressores, e só
poupará aqueles cujos nomes estiverem escritos no “memorial”; assim o Senhor
purificará a sua terra. O profeta conclui com uma admoestação final ao
arrependimento e à obediência à lei antes da vinda do grande e terrível dia do
Senhor, no qual os ímpios serão consumidos como restolho, mas os justos
receberão o livramento (cap. 4). H. E. Fr.
APOCALIPSE - LIVRO EXCLUSIVAMENTE PROFETICO DO NOVO TESTAMENTO - BEP -
CPAD
Autor: João
Tema: A Consumação do Conflito dos Séculos
Data: Cerca de 90-96 d.C.
Considerações Preliminares
O Apocalipse é o último livro do NT e singular entre os demais. Ele é, ao mesmo
tempo, uma revelação do futuro (Ap 1.1,19), uma profecia (Ap 1.3;
22.7,10,18,19) e um conjunto de sete cartas (1.4,11; 2.1—3.22). (“Apocalipse”
deriva da palavra grega apokalupsis, traduzida por “revelação” em 1.1). O livro
é uma revelação divina quanto à natureza do seu conteúdo, uma profecia quanto à
sua mensagem e uma epístola quanto aos seus destinatários. Cinco fatos
importantes no tocante ao contexto deste livro são revelados no capítulo 1. (1)
É a “revelação de JESUS CRISTO” (1.1). (2) Essa revelação foi comunicada ao
autor, de modo sobrenatural, por CRISTO glorificado, por anjos e visões que ele
teve (1.1,10-18). (3) A comunicação foi concedida ao servo de DEUS, João
(1.1,4,9; cf. 22.8). (4) João teve as visões e recebeu a mensagem apocalíptica
quando exilado na ilha de Patmos (80 quilômetros a sudoeste de Éfeso), por
causa da Palavra de DEUS e do testemunho do próprio
João (1.9). (5) Os destinatários iniciais foram sete igrejas da província da
Ásia (1.4,11).
As evidências históricas e internas do livro indicam o apóstolo João como o seu
autor. Irineu verifica que Policarpo (Irineu conheceu a Policarpo, e este
conheceu o apóstolo João) referiu-se a João, escrevendo o Apocalipse perto do
fim do reinado de Domiciano, imperador romano (81-96 d.C.).O livro retrata as
circunstâncias históricas do reinado de Domiciano, o qual exigiu que todos os
seus súditos lhe chamassem de “Senhor e DEUS”. Sem dúvida, o decreto do
imperador originou um confronto entre os que se dispunham a adorá-lo e os
crentes fiéis que confessavam que somente JESUS era “Senhor e DEUS”. Destarte,
o livro foi escrito num período em que os crentes enfrentavam intensa
perseguição por causa de seu testemunho. A tribulação aparece através do
contexto do livro de Apocalipse (Ap 1.19; 2.10,13; 7.14-17; 11.7; 12.11,17;
17.6; 18.24; 19.2; 20.4).
Propósito
O propósito deste livro é tríplice. (1) As cartas às sete igrejas de Apocalipse
revelam que ocorriam graves desvios do padrão bíblico da verdade e retidão
segundo o NT em muitas igrejas da Ásia. João escreve, da parte de CRISTO, para
repreender a transigência e pecado dessas igrejas, e chamá-las ao
arrependimento e ao seu primeiro amor. (2) Tendo em vista a perseguição
resultante do endeusamento do imperador, o livro de Apocalipse foi enviado às
igrejas para fortalecer-lhes a fé, firmeza e fidelidade a JESUS CRISTO, e
encorajar os membros a serem vencedores e permanecerem fiéis até à morte. (3)
Finalmente, foi escrito para dar aos crentes de todas as eras a perspectiva
divina do férreo conflito entre eles e as forças conjuntas de Satanás, nesta
revelação do desfecho da história. O Apocalipse revela principalmente os
eventos dos últimos sete anos antes da segunda vinda de CRISTO, quando, então,
DEUS intervirá neste mundo e vindicará seus santos, derramando sua ira sobre o
reino de Satanás. A isto seguir-se-á a segunda vinda de CRISTO.
Visão Panorâmica
A mensagem profética deste livro flui através de figuras e simbolismos
dramáticos, retratando a consumação de toda a mensagem bíblica da redenção. Coloca
em destaque o papel de CRISTO como o Cordeiro digno, que foi morto (cap. 5) e
virá com ira para julgar o mundo e expurgá-lo da iniquidade (6–19).
As outras figuras simbólicas salientes deste livro são: o dragão (Satanás), a
besta que sai do mar (o Anticristo), a besta que sai da terra (o Falso Profeta)
e a Grande Babilônia (o centro do engano e poderio satânicos).Depois do prólogo
(1.1-8), há três seções principais no livro. Na primeira seção (1.9—3.22), João
tem uma grandiosa visão de CRISTO glorificado, no meio de castiçais (igrejas),
o qual comissiona João a escrever às sete igrejas da Ásia Menor (1.11,19). Cada
carta (2.1—3.22) contém uma descrição simbólica do Senhor exaltado, visto na
visão inicial, uma descrição do estado da igreja, elogio ou repreensão, ou
ambos, advertência a cinco igrejas, exortação para ouvir e arrepender-se e uma
promessa a todos os vencedores. A ênfase no número sete nessa seção indica que
as cartas representam uma mensagem plena e coletiva do Senhor glorificado, à
igreja em qualquer lugar e em todos os tempos.
A segunda seção principal do livro (4.1—11.19) contém visões de coisas do céu e
da terra, concernentes ao Cordeiro e ao seu papel no desfecho da história.
Começa com uma visão da majestosa corte celestial, onde DEUS está sentado,
entronizado em santidade e na luz inacessível (cap. 4). O capítulo 5 focaliza
um rolo selado, sobre a consumação escatológica, à destra de DEUS, e a seguir,
na do Cordeiro, sendo que somente este é digno de romper os selos e revelar-lhe
o conteúdo. A abertura dos seis primeiros selos (cap. 6) dá continuação à visão
iniciada nos capítulos 4–5, só que agora o cenário se transfere para a terra.
Os cinco primeiros selos revelam os juízos divinos dos últimos dias, conducente
ao desfecho do fim. O sexto selo anuncia a ira vindoura de DEUS. O primeiro
evento parentético do livro ocorre no capítulo 7, e trata dos 144.000 selados
no limiar da grande tribulação (7.1-8) e da recompensa dos santos no céu,
depois desta (7.9-17). Os capítulos 8–9 descrevem a abertura do sétimo selo,
revelando outra série de julgamentos, i.e., as sete trombetas. O segundo evento
parentético ocorre entre a sexta e a última trombetas. Esse evento inclui o
próprio João, um livro pequeno (10.1-11) e duas poderosas testemunhas proféticas,
na grande cidade (11.1-14). Finalmente, a sétima trombeta (11.15-19) propicia
uma visão antecipada da consumação (v. 15) e, como prelúdio, às cenas finais do
mistério de DEUS, agora a revelar-se (12–22).A terceira seção principal
(12.1—22.5) apresenta um quadro detalhado do grande conflito dos tempos do fim,
entre DEUS e Satanás. Os capítulos 12 e 13 revelam que os santos na terra
enfrentarão uma conspiração terrível da tríade do mal, a saber: (1) o dragão
(cap. 12), (2) a besta que sai do mar (13.1-10) e (3) a besta que sai da terra
(13.11-18). Os capítulos 14 e 15 são visões para reafirmar aos santos a
tribulação, a certeza de que a justiça prevalecerá, pois DEUS está prestes a
derramar a sua ira final sobre o povo do Anticristo. A revelação detalhada da
ira de DEUS é vista na série dos sete juízos das salvas ou taças (cap. 16), no
julgamento da grande prostituta (cap. 17) e na queda da Grande Babilônia (cap.
18). À essa altura, grande regozijo irrompe no céu, ao ser anunciada a ceia das
bodas do Cordeiro e sua noiva (19.1-10).
Contudo, o final ainda está para acontecer. João vê o céu aberto e CRISTO
saindo, montado num cavalo branco, como Rei dos reis e Senhor dos senhores,
para derrotar a besta e seus aliados (19.11-21). A derrota final de Satanás é
precedida da sua prisão por mil anos (20.1-6). Durante esse período, CRISTO
reina com os seus santos (20.4). A seguir, Satanás é solto por um breve período
(20.7-9) e, logo após, lançado no “lago de fogo” por toda a eternidade (20.10).
A profecia apocalíptica termina com a cena do julgamento do grande trono branco
(20.11-15), a justa condenação dos ímpios (20.14-15; 21.8) e os novos céus e
nova terra como a destinação dos santos (21.1—22.5). O livro termina com
advertências para que o homem atenda à sua mensagem e obtenha a vida eterna
(22.6,7,10-17).
Características Especiais
Oito características principais acham-se no Apocalipse. (1) Ele é o único livro
do NT de profecia apocalíptica. (2) Como livro apocalíptico, sua mensagem é
expressa através de símbolos de realidades, a respeito de tempos e eventos
futuros; ao mesmo tempo, essa mensagem encerra certo enigma ou mistério. (3) Há
números com abundância no Apocalipse, inclusive 2, 3, 3 1/2, 4, 5, 6, 7, 10,
12, 24, 42, 144, 666, 1000, 1260, 7000, 12.000, 144.000, 100.000.000 e
200.000.000. O livro destaca em especial o número sete, que ocorre 54 vezes,
simbolizando plenitude total ou plena realização. (4) As visões se destacam no
livro, e o cenário frequentemente muda da terra para o céu e daí para
a terra. (5) Os anjos estão nitidamente associados às visões, decretos e ordens
celestiais. (6) É um livro que revela ser demoníaca a atitude de qualquer
governante terreno reivindicar divindade para si, e JESUS CRISTO como o Senhor
exaltado e o Soberano dos reis da terra (1.5; 19.16). (7) O livro reflete o
conteúdo das profecias do AT, sem citá-las formalmente.
Interpretação
Apocalipse é o livro de interpretação mais difícil do NT. Os leitores originais
provavelmente entenderam a sua mensagem sem muita dificuldade, porém, nos
séculos subsequentes surgiram quatro escolas principais de
interpretação deste livro. (1) A escola de interpretação preterista considera
que o livro e as suas profecias cumpriram-se no contexto histórico original do
império romano, a não ser os capítulos 19–22, que aguardam cumprimento. (2) A
interpretação historicista entende que o Apocalipse é uma previsão profética do
quadro total da história da igreja, partindo de João até o fim da presente era.
(3) A interpretação idealista considera o simbolismo do livro como a expressão
de certos princípios espirituais, sem limitação de tempo, concernente ao bem e
ao mal, através da história, sem prender-se a eventos históricos. (4) A
interpretação futurista considera os capítulos 4–22 como profecias de eventos
da história, que ocorrerão somente no fim desta era.
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 10 - CPAD
SINÓPSE I - Os profetas maiores tiveram uma atuação proeminente tanto no reino
de Judá como na Babilônia.
SINÓPSE II - Os doze profetas menores foram usados por DEUS antes e depois do
exílio do povo escolhido.
SINÓPSE III - O livro do Apocalipse, escrito às sete Igrejas da Ásia Menor,
traz uma mensagem de esperança e fortalecimento da fé.
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“[O ofício do profeta]
Ao abordarmos o ofício do profeta, encontraremos uma relação estreita entre
palavra e visão. É indivisível a função de ser vidente e portador da palavra. O
profeta sempre será visionário, já que, no desempenho do seu trabalho, fará com
que os receptores de sua mensagem alcancem uma compreensão divina do presente
e, também, fará com que se perceba o futuro sem as incertezas que ocasionam o
devir daqueles que, ignorando a profecia, vivem alheios aos desígnios de DEUS
e, portanto, se convertem em títeres das circunstâncias temporais ou, o que
poderia ser pior, acabam sendo vítimas da manipulação dos multiformes oráculos
dos falsos profetas ou iluminados de plantão.
Para uma maior compreensão da relação entre profeta e vidente, farei referência
a três termos hebraicos que se referem, de forma especial, ao profeta do Antigo
Testamento. Ainda que, com mais empenho, eu me refira ao que talvez seja o
vocábulo mais importante: nabbi. Esse termo comumente se traduz “profeta” mais
de 300 vezes nas Escrituras hebraicas. A ideia básica do significado de nabbi
é: “alguém que fala em lugar de DEUS”; o nabbi foi necessariamente estabelecido
para transmitir a mensagem de DEUS.
[...] Quero fazer referência a outros dois termos para profeta, traduzidos como
“vidente”. Um é ro’eh, e o outro é hozeh. Ambos são usados muito menos que o
termo principal nabbi. A palavra hebraica Ro’eh aparece em 12 ocasiões. Hozeh é
utilizada 18 vezes; a raiz de ambas destaca o sentido de “ver”. Portanto, a
ideia fundamental que quero destacar consiste na capacidade que se outorga ao
profeta de poder visualizar a vontade de DEUS. Isso pressupõe um enfoque
revelacional na capacidade de o profeta escutar a voz de DEUS. Por conseguinte,
o oposto a essa capacidade de ver é a cegueira própria de quem, tendo olhos,
não vê, já que se trata do âmbito do oculto aos sentidos humanos e é necessário
que DEUS tire o véu do mundo espiritual e se dê a conhecer” (ESCOBAR, Juan
Carlos. Profetas e Visionários. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, pp.23,27).
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
[Uma visão geral do Apocalipse]
“Os cristãos da Igreja Primitiva, como os primeiros a receber o Apocalipse,
devem ter ficado maravilhados com as suas profecias. Embora tantos séculos já
tenham se passado, o livro continua a merecer atenção e estudo, pois bênçãos
são prometidas a todos os que guardam a sua mensagem. Suas profecias
centralizam-se em JESUS e nos últimos tempos, revelando o clímax e o triunfo
final do plano divino [...].
A razão e a autoridade com que o apóstolo escreve vêm da tremenda visão de
JESUS como ‘um semelhante ao Filho do Homem’ (Ap 1.13), identificando-o com o
mesmo personagem visto por Daniel (Dn 7.13,14), a quem foi dado ‘o domínio e a
glória, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem’. Esta
é uma identificação que o próprio JESUS fez de si mesmo durante seu ministério
terreno (Mt 26.64). Além de utilizar o linguajar de Daniel, a descrição de
JESUS feita por João usa também uma linguagem extraída de Ezequiel. Este tipo
de descrição do Antigo Testamento, aliás, é aplicada somente a DEUS Pai.
Através dela, os leitores de João são lembrados de que JESUS é a revelação do
Pai (Jo 14.9-11). A ordem vem de igual modo diretamente de JESUS, que determina
a João que escreva às sete igrejas (Ap 2 e 3)” (HORTON, Stanley M. Apocalipse:
As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001,
pp.9-10).
Hinos Sugeridos: 28, 84, 259 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a profecia bíblica, no Antigo e no Novo Testamentos. Os
profetas foram pessoas escolhidas por DEUS para anunciar a sua revelação. A
mensagem profética tinha o propósito de gerar despertamento, arrependimento
e/ou fortalecimento da fé e da esperança. Dada sua importância, estudaremos a
ação ministerial dos profetas maiores e menores, que se dirigiram aos hebreus e
a outras nações. Também veremos o conteúdo de Apocalipse, visto que se trata de
uma mensagem profética direcionada a Igreja de CRISTO.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Destacar a atuação ministerial de Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel; II) Conhecer o período e a região geográfica de atuação dos
Profetas Menores; III) Entender o propósito e a mensagem do livro de
Apocalispe.
B) Motivação: As profecias bíblicas é uma demonstração da Graça de DEUS que se
manifesta e se revela ao seu povo no tempo e na História.
C) Sugestão de Método: A fim de introduzir o segundo tópico, escreva os nomes
dos doze profetas menores em tiras de papéis e distribua-os entre os alunos da
sua turma. Peça que cada um fale o que sabe ou lembra sobre o profeta
selecionado.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Explique aos seus alunos que a profecia bíblica é uma mensagem de
despertamento e/ou esperança. Ressalte que os livros proféticos têm um forte
apelo à prática da justiça e da misericórdia.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88,
p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará
suporte na preparação de sua aula: 1) O auxílio "O ofício do
profeta", localizado ao final do primeiro tópico, reflete sobre o
significado dos termos em hebraico que são utilizados para compor o conceito de
profeta no Antigo Testamento; 2) O auxílio "Uma visão geral do
Apocalipse", localizado ao final do terceiro tópico, traz uma introdução
ao último livro da Bíblia. Lê-lo reverentemente gera oportunidade de desfrutar
das mais ricas bênçãos espirituais.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significa a palavra “Profeta”? Significa proclamador e intérprete da
revelação divina.
2. Em que local Ezequiel e Daniel profetizaram? Ezequiel e Daniel profetizaram
na Babilônia.
3. Cite os quatro profetas pré-exílio de Judá. Joel, Miqueias, Habacuque e
Sofonias.
4. Para onde o profeta Jonas foi enviado a pregar? Jonas foi enviado para
pregar em Nínive.
5. Segundo a lição, o que o livro de Apocalipse nos ensina? O livro nos ensina
a viver com DEUS no presente, a fim de participar da eternidade com Ele.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Referências
Bibliográficas
BERGSTÉN,
Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
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de estudo - Aplicação Pessoal.
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2006.
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de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e
Corrigida.
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de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com
referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida-
EUA: CPAD, 1999.
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ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
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Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
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Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
VÍDEOS
da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
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1: Mateus a Atos. 4. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
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James, por Hendrickson
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BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Pequena Enciclopédia
Bíblica - Orlando Boyer - CPAD
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Existência e a pessoa do ESPÍRITO SANTO. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
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Nos domínios do ESPÍRITO. 4ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
STAMPS, Donald
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Uwe Holmer. Comentário
Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
VÍDEOS da EBD na TV, DE
LIÇÃO INCLUSIVE
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Escrita Lição 1, Betel, Mensagens proféticas - DEUS continua
falando
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- Quem eram os profetas?
1-1- Diversidade e unidade dos profetas
1-2-Características
dos profetas
1-3- Os falsos profetas
2- Sucessores dos profetas do Antigo Testamento
2-1- Através de
quem DEUS continuou a se revelar?
2-2- JESUS, o ápice da proclamação profética
2-3- Os profetas de ontem ainda falam hoje
3- A mensagem profética
3-1- Os
profetas e as Escrituras
3-2- Muito além das previsões
3-3- Ecos dos profetas para os dias de hoje
TEXTO ÁUREO
"Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO."
2Pedro 1.21
VERDADE APLICADA
A mensagem dos profetas do Antigo Testamento serve como
despertamento para o cristão dos dias atuais.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar quem eram os profetas.
Mostrar os sucessores dos profetas.
Destacar a relevância da profecia para os dias de hoje.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – 2 Pedro 1.16, 19-21
16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor
JESUS CRISTO, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos
a sua majestade.
19. E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis
em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia
esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações,
20. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é
de particular interpretação;
21. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPÍRITO SANTO.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Dt 18.15-22 A promessa de um grande profeta.
TERÇA 2Sm 7.1-7 O ministério do profeta Natã.
QUARTA 2Rs 2.1-8 O ministério do profeta Elias.
QUINTA 2Rs 4.6-17 O ministério do profeta Eliseu.
SEXTA Jr 23.9-40 Palavra contra os falsos profetas.
SÁBADO Mq 3.5-7 Ameaças
contra os falsos profetas.
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que DEUS
levante pessoas com coragem para anunciar Sua Palavra.
INTRODUÇÃO
Neste
trimestre, estudaremos os Profetas do Antigo Testamento, em particular os
Profetas Menores. Veremos que eles foram instrumentos de DEUS para anunciar Sua
mensagem ao Seu povo.
1- Quem eram os profetas?
Um profeta era
alguém escolhido por DEUS para proclamar sua mensagem, apesar de suas
limitações e sua humanidade.
Mesmo com os
avanços tecnológicos e a evolução que experimentamos no presente século, os
dilemas em relação à espiritualidade genuína, à ética, à justiça social e às
mazelas do ser humano enfrentados pelos profetas encontram-se presentes
atualmente, apesar de todo progresso que a humanidade alcançou.
1-1- Diversidade e unidade dos profetas
Os profetas
cumpriram sua missão de maneira bem diferente uns dos outros. O profeta Elias,
por exemplo, achava que não existia outra pessoa que estivesse buscando a DEUS,
pois sentiu-se muito isolado no cumprimento da missão [1 Rs 19.10,14]. Os
profetas tinham formas bem peculiares para o exercício de seus ministérios; a
música, às vezes, era usada para ajudar no trabalho profético [ISm 10.5-6; 2Rs
3.15]. Outras vezes, sonhos e visões eram o fundamento para a profecia, no
entanto, o profeta Jeremias alerta para o fato de que um sonho ou visão não era
garantia que, de fato, a mensagem era da parte de DEUS [Jr 23.28-32].
1-2-Características dos profetas
a) homem de DEUS
- essas palavras realçam a diferença de caráter e modo de vida entre o profeta
e as demais pessoas. Foi assim que a mulher sunamita se referiu ao profeta
Eliseu: “Eis que tenho observado que este que passa sempre por nós é um santo
homem de DEUS” [2Rs 4.9];
b) uma chamada
específica - a chamada para a missão do profeta vinha de DEUS. O profeta
comunicava a mensagem de DEUS aos homens, sendo ele o homem que, antes de tudo,
se apresentou a DEUS primeiro [1Rs 17.1; 18.15];
c) perfeita
consciência da história - o profeta interpretava os acontecimentos históricos.
Os profetas criam que DEUS é o DEUS da história e nada foge ao Seu controle nos
acontecimentos do dia a dia. E, por isso, Sua Palavra é de absoluta confiança;
d) preocupação
ética e social - as injustiças e violências cometidas contra o povo sempre eram
denunciadas pelos profetas. Havia uma preocupação com o bem-estar social: por
exemplo, Moisés [Dt 24.19-22; Lv 19.9-18] e Amós [Am 2.6-8; 5.11].
1-3- Os falsos profetas
A profecia
verdadeira se distinguia de outras práticas abomináveis aos olhos de DEUS como
adivinhação, feitiçaria etc. [Dt 18.10- 12], Também nem todos que usavam ou
afirmavam falar em nome de DEUS eram reconhecidos no Antigo Testamento como
verdadeiros profetas. Algumas vezes, profecias eram ditas em total desacordo
com a Palavra de DEUS ou a Sua vontade [Jr 23.9-40; Mq 2.6- 11]. Quando um
profeta “falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder
assim, esta é palavra que o Senhor não falou” [Dt 18.22], Jeremias enfatizou a
mesma verdade: “O profeta que profetizar paz, quando se cumprir a palavra desse
profeta, será conhecido como aquele a quem o Senhor, na verdade, enviou.” [Jr
28.9].
2- Sucessores dos profetas do Antigo Testamento
No Novo
Testamento, a revelação de DEUS quanto ao plano da salvação foi totalmente
escrita e registrada de maneira final, completa e infalível pelos apóstolos.
Dessa forma, concluiu-se a revelação dada aos profetas no Antigo Testamento.
2-1- Através de quem DEUS continuou a se revelar?
DEUS continuou
a se revelar aos homens, através dos doze apóstolos e do apóstolo Paulo, apesar
dos profetas das igrejas locais,
como os que havia em Jerusalém, Antioquia e Corinto [At 11.27; 13.1; 1Co
14.29]. Diferente do que acontecia no Antigo Testamento, profetizar na Igreja
Primitiva era um dom que os cristãos podiam exercer nos cultos, desde que
houvesse ordem, segundo os ensinamentos do apóstolo Paulo [1Co 12.10; 14.29-
32], Também tais profecias estavam debaixo da autoridade apostólica [1Co 14.37]
e tinham que ser julgadas pelos demais [1Co 14.29]. Os profetas cristãos das
igrejas locais não deixaram nada escrito, ao contrário dos apóstolos que foram
inspirados para escrever o Novo Testamento [1Ts 2.13; 2Pe 3.16], e suas
palavras deviam ser recebidas sem questionamentos ou dúvidas, assim como
acontecia com os profetas do Antigo Testamento [Gl 1.8-9; 1Co 14.37].
2-2- JESUS, o ápice da proclamação profética
Os profetas no
Antigo Testamento anunciaram a Palavra de DEUS, apontando para JESUS [Hb 1.1-
2], No Novo Testamento, JESUS CRISTO é apresentado como aquele que realiza o
ápice da proclamação profética. Em alguns textos neotestamentários, JESUS foi
identificado como profeta [Mt 16.14; 21.46; Lc 7.16; 13.34; 24.19; Jo 6.14;
7.40; 9.17].
2-3- Os profetas de ontem ainda falam hoje
Em todas as
épocas sempre houve uma grande necessidade de uma mensagem profética que
denuncie a corrupção, as injustiças sociais, o abuso de autoridade, o
afrouxamento dos padrões de moralidade e a frieza espiritual do povo de DEUS.
Esse era o conteúdo das mensagens dos profetas de DEUS. Vivemos dias com essa
mesma urgência e necessidade. De fato, os profetas de ontem ainda falam hoje.
3- A mensagem profética
A grande
preocupação do profeta era transmitir fielmente a Palavra que tinha recebido do
Senhor e que “permanece para sempre” [Is 40.8]. Os profetas falavam por meio de
advertências e encorajamentos concernentes ao presente e ao futuro.
3-1- Os
profetas e as Escrituras
Os profetas
foram os principais instrumentos usados por DEUS para as revelações divinas à
forma escrita, tendo produzido um dos mais notáveis documentos espirituais do
mundo: o Antigo Testamento. Moisés, o primeiro dos grandes profetas, produziu o
Pentateuco e muitos dos salmos de Davi têm natureza profética. Já no Novo
Testamento, o livro de Apocalipse é quase todo composto de profecias. O
apóstolo João fez muitas declarações proféticas na Bíblia, assim também como
Pedro e Paulo, entre outros escritores apostólicos.
3-2- Muito além das previsões
Os profetas, em todos os tempos, ensinam ao povo de DEUS como ter um
relacionamento genuíno com nosso Criador e nossa responsabilidade para com Ele. A clara compreensão da profecia leva o
homem ao conhecimento de DEUS e ao entendimento de Sua intenção de se
relacionar com a humanidade. Algumas vezes, aconselhamento ou confronto com
reis e/ou liderança do povo também faziam parte da missão dos profetas. Eram
eles que, em muitos momentos, desempenhavam um papel ativo como um estadista
nos assuntos nacionais do seu povo. Vemos exemplos disso no ministério de Natã
[2Sm 7.1-7; 12.1-15]; de Isaías [2Rs 19.1-7, 20-37; 20.4-11]; e de Eliseu [2Rs
5.11-14].
3-3- Ecos dos profetas para os dias de hoje
Os profetas
falaram sobre a hipocrisia nos cultos, a violência, a exploração dos mais
fracos, a corrupção de juizes, a decadência moral, o desamparo dos socialmente
desassistidos, o pecado no meio do povo e entre sua liderança em todas as
áreas, enfim todas as mazelas que destroem a família e a sociedade como um todo
em nosso mundo pós-moderno.
CONCLUSÃO
DEUS escolheu
homens comuns do povo, para propagar Sua mensagem, capacitando-os com poder e
autoridade perante Seu povo. Ainda hoje, DEUS continua a chamar e capacitar
pessoas que estejam comprometidos com a expansão do Seu Reino entre os homens.