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Lição 5, Como Ler as Escrituras
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão, Brasília, DF)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique
 
 


 
 
Lição 5, Como Ler as Escrituras
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/01/escrita-licao-5-como-ler-as.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/01/slides-licao-5-como-ler-as-escrituras.html
 
 
TEXTO ÁUREO
“E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?” (At 8.30)
 

VERDADE PRÁTICA
As técnicas de interpretação auxiliam na compreensão da Bíblia, mas não são infalíveis; por isso, não podem ser colocadas acima da autoridade da Palavra de DEUS.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dn 9.2 Todos os leitores da Bíblia também a interpretam
Terça - Rm 15.4 Tudo o que está escrito é verdadeiro e serve para o nosso ensino
Quarta - At 2.39 As Escrituras ensinam a atualidade do Batismo no ESPÍRITO SANTO e dos Dons Espirituais
Quinta - 1 Jo 5.20 Necessitamos do ESPÍRITO SANTO para discernir as verdades bíblicas
Sexta - Mc 16.20 As verdades bíblicas são confirmadas quando experimentadas pela Igreja
Sábado - At 17.11 As experiências devem ser submetidas ao crivo das Escrituras Sagradas
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 8.26-30
26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. 27 - E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração, 28 - Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 - E disse o ESPÍRITO a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?
 

Filipe e o Etíope- Atos 8:26-40 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (com algumas modificações do Pr Henrique - cuidado para não absorver do jeito que está no livro, por isso faço modificações)

Esta é a história da conversão de um eunuco etíope à fé cristã. Temos razão para pensar que ele levou ao seu país o conhecimento de JESUS CRISTO, cumprindo-se as Escrituras: A Etiópia (uma das primeiras das nações) cedo estenderá para DEUS as suas mãos (Sl 68.31). 

O anjo do Senhor (v. 26) ordenou que o evangelista Filipe se dirigisse a certa estrada onde encontraria um homem etíope. Quando a igreja em Samaria estava plantada e os crentes tinham recebido o batismo com o ESPÍRITO SANTO, os apóstolos voltaram para Jerusalém. Mas Filipe permaneceu esperando ser usado em novos desbravamentos. E aqui temos:
 
1. Um anjo orientou Filipe sobre que rota tomar: Levanta-te e vai para a banda do Sul (v. 26). Os anjos não eram empregados para pregar o evangelho, mas para levar mensagens de aconselhamento e ânimo aos ministros, como verificamos no capítulo 5.19 (Mas, de noite, um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora) e em Hebreus 1:14 (Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?). Sempre há indubitavelmente providências especiais de DEUS relacionadas a mudanças e posses de ministros. DEUS, de um modo ou de outro, orienta os que sinceramente desejam segui-lo no caminho por onde Ele os conduz: Guiar-te-ei com os meus olhos (Sl 32.8). Filipe tem de ir para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, pelo deserto da Judéia. Ele nunca teria pensado em ir para o deserto por uma estrada comum que o corta. A probabilidade de encontrar trabalho ali era muito baixa. Mesmo assim, ele é enviado para lá, de acordo com a parábola de nosso Salvador, pressagiando o chamado dos gentios: Ide, pois, às saídas dos caminhos (Mt 22.9). Às vezes, DEUS abre uma porta de oportunidade em lugares de muito pouca probabilidade para os seus ministros.
 
2. A obediência de Filipe em seguir estas orientações: Ele levantou-se e foi (v. 27), sem contestar, ou nem mesmo perguntar: “Mas o que é que eu vou fazer lá?”, ou: “Qual é a chance de eu me dar bem lá?” Ele saiu, sem saber para onde ia (Hb 11.8) ou quem iria encontrar. 

II
A história do eunuco (v. 27), quem ele era, o que fazia, a quem foi dado este favor distintivo.
 
1. Ele era estrangeiro, um homem etíope (v. 27). Havia duas Etiópias, uma na Arábia, que se situava a leste de Canaã, e outra na África, que ficava ao sul do Egito. Ao que parece, a menção é a esta última, mesmo que ficasse muito longe de Jerusalém, pois em CRISTO JESUS, vós, que antes estáveis longe, [...] chegastes perto (Ef 2.13), de acordo com a promessa, para que todos os confins da terra vejam a salvação do nosso DEUS (Is 52.10). Os etíopes eram reputados as pessoas mais pobres e desprezíveis entre as nações, negros africanos, como se a natureza os tivesse estigmatizado. Mesmo assim, o evangelho foi-lhes enviado, e a graça divina os olhou com respeito, embora fossem negros e o sol os estimasse.
 
2. Ele era uma pessoa excelente, homem de destaque em seu país, eunuco, não no corpo, mas no cargo de tesoureiro ou mordomo da casa. Ele era, quer pela dignidade do cargo ou pelo seu caráter pessoal, o mordomo-mor e alto oficial de Candace, rainha dos etíopes (um ministro das finanças). Esta rainha era provavelmente sucessora da rainha de Sabá, que é chamada a Rainha do Sul (Mt 12.42). Esse país era governado por rainhas, e Candace era título comum das rainhas, como Faraó era para os reis do Egito. Dogde na Espanha. Czar na Rússia. Ele era superintendente de todos os [...] tesouros da rainha, fato que demonstra a grande confiança que ela depositava nele. Não são muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados (1 Co 1.26), mas alguns são.
 
3. Ele era prosélito da religião judaica, porque tinha ido a Jerusalém para adoração (v. 27). Alguns estudiosos defendem que ele era prosélito de justiça, circuncidado e que guardava as festas. Outros entendem que era apenas prosélito de portão, um gentio, mas que renunciara à idolatria e cultuava o DEUS de Israel ocasionalmente no Pátio dos Gentios. Alguns afirmam que havia reminiscências do conhecimento do verdadeiro DEUS nesse país desde a época da rainha de Sabá. E o antepassado deste eunuco era um dos servos dela que transmitiu à posteridade o que ele aprendera em Jerusalém. Creio que no dia do derramamento do ESPÍRITOSANTO, no pentecostes havia prosélitos de todas as nações, e uma delas era a Etiópia.

III
Filipe e o eunuco são reunidos em uma conversa reservada.
Agora Filipe saberá por que ele foi enviado a um deserto. Ele encontra um carro que servirá de sinagoga e um homem, cuja conversão, ao que se saiba, desencadeará a conversão de uma nação inteira.

1. Filipe é ordenado pelo ESPÍRITO SANTO a fazer companhia a este viajante que está indo para casa, regressando de Jerusalém via Gaza. O eunuco pensa que fez tudo que tinha de fazer em sua viagem, mas o assunto mais importante que a grandiosa providência de DEUS designara para a viagem ainda não fora tratado. Ele estivera em Jerusalém, onde os apóstolos anunciavam a fé cristã e as multidões a confessavam. Mas ele não tinha tomado conhecimento disso e nem fizera investigações a respeito. Pelo visto, ele não dera importância a isso e lhe voltara as costas. Contudo, a graça de DEUS o buscou, o alcançou no deserto e lá o conquistou. Assim DEUS é achado por aqueles que não o buscavam (Is 65.1). Filipe recebeu esta ordem não por um anjo, como antes, mas pelo ESPÍRITO que lhe disse isto em seu interior: “Chega-te e ajunta-te a esse carro (v. 29). Vai tão perto que o cavalheiro perceba tua presença”. Devemos procurar fazer o bem àqueles que casualmente nos fazem companhia ao longo da estrada, assim os lábios do justo apascentam muitos (Pv 10.21). Não devemos ser tão tímidos de todos os estranhos como alguns aparentam ser. Sobre aqueles de quem nada sabemos, sabemos pelo menos isto: eles têm alma.

2. Filipe encontra o eunuco lendo a Bíblia, assentado no seu carro (v. 28). Correndo Filipe, ouviu que [o eunuco] lia (v. 30). Ele lia em voz alta para que os que estavam com ele se beneficiassem com a leitura (v. 30). Desta forma, ele aliviava o tédio da viagem e remia o tempo lendo. Lia não filosofia, história, política, muito menos um romance ou uma peça teatral, mas as Escrituras Sagradas. Tratava-se do Livro de Isaías, o livro que JESUS leu (Lc 4.17) e que o eunuco lia, fatos que nos servem de indicação para nossa própria leitura particular. Talvez o eunuco estivesse relendo as porções das Escrituras que ele ouvira ser lidas e expostas em Jerusalém, para que não se esquecesse do que tinha ouvido. Note que:
(1) É o dever de cada um de nós dialogar bastante com as Santas Escrituras.
(2) As pessoas que ocupam posição de destaque devem abundar mais que os outros nos exercícios devocionais, porque o seu exemplo influenciará muitas pessoas e eles têm mais tempo à disposição.
(3) É sábio que homens de negócio redimam o tempo para se dedicarem a deveres santos. O tempo é precioso, e a melhor economia no mundo é organizar os fragmentos de tempo, para que nada se perca, e preencher cada minuto com algo que tenha boa importância.
(4) Quando estivermos voltando do culto público, devemos usar meios em particular para manter os bons sentimentos estimulados e conservar as boas impressões feitas (1 Cr 29.18).
(5) Os que são diligentes em pesquisar as Escrituras estão no caminho certo para melhorar em conhecimento, porque àquele que tem se dará (Mt 13.12).
 
 3. Filipe faz uma pergunta justa: Entendes tu o que lês? (v. 30). Não para repreender, mas com a intenção de lhe servir. Note que o que lemos e ouvimos da palavra de DEUS é para que entendamos, sobretudo o que lemos e ouvimos em relação a JESUS. Devemos nos perguntar se entendemos ou não o que lemos: Entendestes todas estas coisas? (Mt 13.51). Entendestes todas estas coisas corretamente? Não podemos nos beneficiar com as Escrituras a menos que as entendamos em certa medida (1 Co 14.16,17). E, abençoadas por DEUS, o que é necessário para a salvação é ouvir a Palavra de DEUS e crer (Ef 1.13).

4. O eunuco, sentindo necessidade de ajuda, deseja a companhia de Filipe: “Como poderei entender, diz ele, se alguém me não ensinar? (v. 31). Sobe e senta-te comigo”.
 
(1) O eunuco fala como alguém que tivesse opinião desfavorável sobre si mesmo e duvidasse da própria capacidade e conhecimento. Ele estava muito longe de considerar afronta alguém lhe perguntar se ele entendia o que lia, embora Filipe fosse um estranho, estivesse a pé e, provavelmente, parecesse pobre e humilde (por muito menos outra pessoa teria dito que ele era impertinente, que cuidasse da própria vida e que ele não era ninguém para dizer isso). Ele trata a pergunta com amabilidade e dá uma resposta bastante humilde: Como poderei...? Temos motivo para pensar que ele era inteligente e bastante familiarizado com o significado das Escrituras, como a maioria, mas, mesmo assim, confessa humildemente sua deficiência. Note que para aprender tem de haver alguém que queira aprender e alguém que queira ensinar. O profeta tem de, primeiramente, reconhecer que não sabe o que é isto para que, então, o anjo lhe diga (Zc 4.13).
 
(2) O eunuco fala como alguém que possui muito desejo de aprender, de ter alguém que o oriente. Note que ele lia as Escrituras, embora houvesse muitas coisas nelas que ele não entendesse. Mesmo que haja na Bíblia muitos pontos difíceis de entender (2 Pe 3.16) e muitos outros sejam interpretados erroneamente, não devemos desistir. Temos de estudar os pontos difíceis por causa dos pontos fáceis, pois este é o modo mais provável de, pouco a pouco, virmos a entender os pontos difíceis: o conhecimento e a graça aumentam gradualmente.
 
(3) O eunuco convidou Filipe para que subisse e com ele se assentasse (v. 31). Não como Jeú, que convidou Jonadabe para acompanhá-lo no carro e ver o zelo que ele tinha para com o Senhor (2 Rs 10.16), mas: “Vem ver minha ignorância, e instrui-me”. Ele alegremente honrará Filipe, levando-o no carro, se Filipe lhe fizer o favor de lhe expor um trecho das Escrituras. Note que para entendermos corretamente as Escrituras precisamos de orientação: alguns livros bons e alguns homens bons, mas, acima de tudo, o ESPÍRITO SANTO, para nos guiar a toda a verdade. 

IV
O trecho das Escrituras que o eunuco recitou e algumas indicações do discurso de Filipe a esse respeito. 
Os pregadores do evangelho tinham um pretexto muito bom para prender os que estavam familiarizados com as Escrituras do Antigo Testamento e as recebiam, sobretudo, quando se achavam empenhados em estudá-las, como este eunuco.

1. O capítulo que o eunuco estava lendo era Isaías 53.
 Aqui são citados dois versículos: parte dos versículos 7 e 8. Eles (vv. 32,33) estão registrados de acordo com a versão da Septuaginta, a qual em certos pontos difere do original hebraico. Grotius opina que o eunuco leu o texto em hebraico, mas Lucas segue a tradução da Septuaginta, por estar mais fluente à língua na qual ele escrevia. Ele supõe que o eunuco aprendera a religião e língua hebraica dos muitos judeus que moravam na Etiópia. Mas, considerando que a versão da Septuaginta foi elaborada no Egito, país adjacente à Etiópia e que se situava entre este e Jerusalém, prefiro pensar que a tradução lhe era muito conhecida. O texto de Isaías 20.4 dá a entender que as relações entre essas duas nações – Egito e Etiópia – eram bastante extensas. A maior variação do hebraico é a que está no original: “Ele foi tirado da prisão e do julgamento” ([Is 53.8, LXX] quer dizer, ele foi levado com extrema violência e precipitação de um tribunal a outro; ou: Da opressão e do juízo foi tirado [Is 53.8, versão RC], quer dizer, ele foi tirado da fúria do povo e seus clamores ininterruptos, e do julgamento de Pilatos logo após), aqui está escrito: Na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento (v. 33). Ele parecia tão vil e desprezível aos olhos das pessoas que elas lhe negaram a justiça comum. Indo contra todas as regras da imparcialidade, cujo benefício todo indivíduo tem direito, mesmo tendo-o declarado inocente, os homens o condenaram à morte. Nada de criminoso pôde ser comprovado contra ele, mas ele foi humilhado e sentenciado à morte. Assim, na sua humilhação, foi tirado o seu julgamento. Vemos, então, que o sentido é muito semelhante ao do hebraico. Portanto, estes versículos são predições relativas ao Messias.
 
(1) O Messias morreria, seria levado [...] para o matadouro (v. 32), como as ovelhas eram oferecidas em sacrifício – que sua vida seria tirada dentre os homens, tirada da terra. Com que pequena razão foi a morte de CRISTO uma pedra de tropeço para os judeus incrédulos, visto que foi predita de forma tão clara pelos seus próprios profetas e era tão necessária para a realização do seu empreendimento! Logo, o escândalo da cruz está aniquilado (Gl 5.11).
(2) O Messias morreria injustamente, morreria por violência, seria arrancado da sua vida, pois o seu julgamento seria tirado (v. 33). Não lhe seria feito justiça, porque Ele deveria ser tirado e não seria mais (Dn 9.26).
(3) O Messias morreria pacientemente. Como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia (v. 32), não somente diante do tosquiador, mas diante do açougueiro também, assim não abriu a sua boca. Nunca haverá tal exemplo de paciência como o nosso Senhor JESUS teve em seus sofrimentos. Quando Ele foi acusado, quando foi maltratado, ficou calado, quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava (1 Pe 2.23).
(4) O Messias, apesar disso, viveria para sempre, por séculos que não poderiam ser numerados. É como entendo essas palavras: Quem contará a sua geração? (v. 33). A palavra hebraica significa, corretamente, “a duração de uma vida” (Ec 1.4). Não obstante, quem pode conceber ou expressar quanto tempo Ele permanecerá? Porque a sua vida é tirada somente da terra. No céu, Ele viverá pelos séculos infinitos e inumeráveis, como consta em Isaías 53.10: Ele prolongará os seus dias.

2. A pergunta do eunuco sobre estas Escrituras é: De quem diz isto o profeta? (v. 34). Ele não deseja que Filipe lhe faça alguns comentários criteriosos sobre as palavras, frases e expressões idiomáticas da língua, mas que o inteire da extensão e desígnio geral da profecia, que lhe dê uma chave, no uso da qual ele possa, comparando uma coisa com a outra, ser conduzido ao significado da passagem em particular. No geral, as profecias tinham em si algo de ambigüidade, até serem explicadas pelo seu cumprimento, como ocorre com esta. Tratava-se de uma pergunta importante e muito sensata: “O profeta [...] diz [...] de si mesmo ou de algum outro, na perspectiva de ser usado, de ser maltratado, como foram os outros profetas? Ou ele fala de algum outro de sua própria época, ou de alguma época vindoura?” Embora os judeus modernos não admitam que isto se refira ao Messias, os seus antigos doutores assim o interpretavam. Talvez o eunuco soubesse disso e em parte entendesse o texto assim, servindo-se desta pergunta apenas para ocasionar a conversa com Filipe, pois o modo de melhorar o aprendizado é consultar os instruídos. Como eles têm de buscar a lei da boca do sacerdote (Ml 2.7), assim eles têm de investigar o evangelho da boca dos ministros de JESUS (Filipe, abrindo a boca, v. 35), sobretudo aquela parte do tesouro que está escondido no campo do Antigo Testamento. O modo de receber boas instruções é fazer boas perguntas.

3. Filipe aproveita esta excelente oportunidade para abrir ao eunuco o grande mistério do evangelho relativo a JESUS CRISTO e este crucificado (1 Co 2.2). Ele começou nesta Escritura (v. 35), tomando-a por seu texto (como fez JESUS em outra passagem da mesma profecia, Lc 4.21), e lhe anunciou a JESUS. Esta é a narrativa total que temos do sermão de Filipe, porque na verdade era igual aos sermões de Pedro que já temos. O trabalho dos ministros do evangelho é anunciar a JESUS, e esta é a pregação mais provável de ser bem-sucedida. Aqui temos um exemplo de falar das coisas de DEUS, falando delas utilmente, não apenas quando nos assentamos em casa, mas também quando andamos pelo caminho, de acordo com a regra deuteronômica (Dt 6.7). 

V
Filipe batiza o eunuco em nome de CRISTO (vv. 36-38). 
É provável que o eunuco tivesse ouvido em Jerusalém sobre a doutrina de CRISTO, de forma que esta não lhe era completamente estranha. Dessa maneira, no que esse fato contribuiu para facilitar a conquista do coração do etíope para CRISTO? Foi a operação poderosa do ESPÍRITO SANTO com e pela pregação de Filipe que obteve tal desígnio. Agora temos aqui:

1. A proposta humilde que o eunuco fez para ser batizado: Indo eles caminhando (v. 36), conversando sobre JESUS, o eunuco fazendo mais perguntas e Filipe respondendo-as satisfatoriamente, chegaram ao pé de alguma água, uma fonte, rio ou lagoa, cuja visão fez o eunuco pensar em ser batizado. DEUS, por dicas providenciais que soam casuais, às vezes, faz seus filhos lembrarem seus deveres, sem as quais talvez nunca se lembrariam. O eunuco não sabia que logo Filipe não estaria com ele, que nem teria ideia de onde poderia encontrá-lo. Ele não pôde esperar viajar com ele em sua próxima etapa da viagem. Portanto, se Filipe achasse adequado, ele se servirá da conveniência que se oferece para ser batizado: “Eis aqui água (v. 36), pois talvez não encontremos outro volume como este por um bom tempo. O que impede que eu seja batizado? Há algum motivo que tu conheças que me impeça de ser aceito como discípulo e seguidor de CRISTO através do batismo?” Observe:
(1) O eunuco não exige ser batizado. Ele não diz: “Eis aqui água e quero ser batizado”. Se Filipe tem algo a oferecer em desacordo ao pedido, ele está disposto a renunciá-lo por ora. Se ele acha que o eunuco não está pronto para ser batizado, ou se há algum quesito na instituição da ordenação que não admite tal administração imediata do batismo, ele não se deterá nesse ponto. O zelo mais fervoroso tem de se submeter à ordem e norma.
Mas: (2) O eunuco deseja ser batizado. A menos que Filipe explique por que não, ele deseja ser batizado agora. Ele não está disposto a adiar isto. Note que ao nos dedicarmos e consagrarmos solenemente a DEUS é bom nos apressarmos e não nos determos, pois o melhor tempo é agora (Sl 119.60). Os que receberam a coisa significada pelo batismo não devem postergar o recebimento do sinal. O eunuco temia que os bons sentimentos que agora operavam nele esfriassem e enfraquecessem. Ele estava inclinado a ligar imediatamente sua alma ao Senhor pelos laços batismais, dando um ótimo desfecho ao assunto.
Obs. Pr. Henrique: Perdemos mais almas do que ganhamos e este pode ser o motivo - queremos inventar regras para batizar os novos convertidos (curso é para quem já se batizou e não para se batizar). A exigência é uma só, como diz Filipe nesta passagem - E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. Atos 8:36-38 .ESTA É A ÚNICA REGRA PARA SE BATIZAR UM NOVO CONVERTIDO.
De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. Atos 2:41

2. A declaração justa que Filipe fez ao eunuco acerca das condições nas quais ele teria o privilégio de ser batizado: “É lícito, se crês de todo o coração (v. 37), quer dizer, se tu crês nesta doutrina que te anunciei acerca de JESUS, se tu recebeste o registro que DEUS deu relativo a Ele e decidiste definitivamente que é verdade”. Ele tem de crer de todo o coração, pois o homem crê com o coração, não somente com a cabeça, consentindo em seu entendimento com as verdades do evangelho; mas com o coração, consentindo em sua determinação com as condições do evangelho. “Se tu realmente crês de todo o coração, por meio disso tu és unido a CRISTO. Por meio do batismo tu podes ser unido à igreja.” NÃO INVENTE REGRAS PARA BATIZAR UM NOVO CONVERTIDO.

3. A confissão de fé que o eunuco fez para ser batizado. É muito curta, mas inclusiva e bem a propósito, enfim, suficiente: Eu creio que JESUS CRISTO é o Filho de DEUS (v. 37). Ele ACABARA DE OUVIR O EVANGELHO verdadeiro sobre DEUS e sua salvação, de forma que tudo que ele tinha de fazer era receber CRISTO JESUS, o Senhor.
(1) O eunuco crê que JESUS é o CRISTO, o verdadeiro Messias prometido, o Ungido.
(2) O eunuco crê que CRISTO é JESUS – o Salvador, o único Salvador do seu povo dos pecados deles (Mt 1.21).
(3) O eunuco crê que este JESUS CRISTO é o Filho de DEUS, que Ele tem natureza divina, como o Filho é da mesma natureza com o Pai, que, sendo o Filho de DEUS, Ele é o Herdeiro de todas as coisas. Esta é a principal doutrina peculiar do cristianismo, e todo aquele que crê nisso de todo o coração e o confessa..
4. O ato batismal imediatamente em seguida a isto. O eunuco ordenou que o cocheiro parasse: Mandou parar o carro (v. 38). Era o melhor lugar de parada já encontrado em suas viagens. Eles desceram ambos à água. Não que eles tivessem de tirar a roupa e entrar nus na água, mas, descalços, segundo o costume, eles entraram e Filipe o mergulhou na água.
Flipe não hesitou em batizar o eunuco imediatamente após este ter feito sua confissão de fé, sem pô-lo em observação mais longa que o habitual. Se alguns hipócritas enxameiam a igreja, os quais mais tarde nos causam pesar e nos são motivo de escândalo, não devemos estreitar a porta que conduz à salvação mais do que JESUS CRISTO fez. Eles prestarão conta pela apostasia, não nós!  Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (com algumas modificações do Pr Henrique - cuidado para não absorver do jeito que está no livro, por isso faço modificações).


PALAVRA-CHAVE - Leitura Bíblica
 

Resumo da Lição 5, Como Ler as Escrituras
I – A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA
1. A importância da exegese.
2. As limitações dos leitores.
3. A natureza das Escrituras.
II – PRESSUPOSTOS PENTECOSTAIS PARA LER A BÍBLIA
1. Autoridade da Bíblia.
2. A iluminação do ESPÍRITO SANTO.
3. O valor da experiência.
III – REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO
1. A Escritura é sua própria intérprete.
2. Princípios de interpretação bíblica.
3. Os perigos da hermenêutica pós-moderna.
 
 
E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta Lei num livro, até de todo as acabar, deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor , dizendo: Tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor , vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti. Deuteronômio 31:24-26
Também escreveu ali em pedras uma cópia da lei de Moisés, que já tinha escrito diante dos filhos de Israel. Josué 8:32
Então, o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá. Habacuque 2:2-4.
E leram o livro, na Lei de Deus, e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse. Neemias 8:8
E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Lucas 24:27
 
 
EXEGESE
Dez passos didáticos para fazer a exegese de um texto para o sermão - Dez passos didáticos para fazer a exegese de um texto para o sermão – Exposição Bíblica (exposicaobiblica.com.br) Por Hans Ulrich Reifler
O árduo trabalho de preparação da mensagem bíblica começa com a transparência do texto escolhido. O processo que gera essa transparência chama-se exegese.
Exegese é um termo técnico teológico empregado para definir o trabalho de exposição de um texto bíblico. A palavra exegese deriva do substantivo grego exegesis, que significa declaração, narrativa, exposição, explicação, interpretação. Para os gregos, os exegetai eram os intérpretes e expositores oficiais da lei sagrada. Platão, Leis, 759 c, e, 755 a. O termo exegese firmou-se mundialmente a partir do século XIX, indicando a atividade teológica de expor um texto da Bíblia.
O texto bíblico apresenta-se numa língua estrangeira (hebraico, aramaico ou grego) e inserido numa cultura, história e contexto social totalmente diferentes da realidade brasileira.
A fim de expormos com objetividade, temos de interpretar o texto no horizonte de seu autor, com seu contexto e sua cultura, para depois aplicá-lo ao horizonte do ouvinte do século XX. Todos os textos bíblicos têm suas características específicas, dadas por Deus. É evidente que as expressões paulinas predominantes não são as mesmas usadas por Pedro, João ou Tiago, que a literatura poética é diferente da profética e que o texto de Gênesis difere daquele de Samuel, embora ambos os livros façam parte dos registros históricos. Devemos reconhecer e descobrir as características específicas de qualquer texto bíblico, vencer a estranheza (barreira cultural) e descobrir o cerne do texto, superando nossos preconceitos e suposições individuais a fim de expô-lo de maneira fiel e objetiva, conforme as necessidades de nossas igrejas.
A mensagem bíblica encontra-se no texto bíblico em si, não em nós. Somos apenas portadores da mensagem divina presente na Bíblia. Por isso, temos de bombardear o texto bíblico com perguntas, analisá-lo, expô-lo e interpretá-lo, se quisermos comunicá-lo.
Tomemos como exemplo a Parábola do Semeador, em Mateus 13. Por que o semeador semeia à beira do caminho e em solo rochoso? Será que o semeador é negligente ou mal treinado nas técnicas agrícolas? Quanto à Parábola das Dez Virgens, em Mateus 25, podemos perguntar: quais são as tarefas das virgens? Por que algumas têm óleo e outras não? Atos 8 relata a história do encontro de Filipe com o eunuco. Onde fica a Etiópia? Quem é o eunuco? Por que ele era eunuco? Por que viajou para Jerusalém? Qual a distância entre a Etiópia e Jerusalém?(4 mil Km)  Lemos em Lucas 2 que os pais de Jesus puseram-no numa manjedoura. O que é uma manjedoura? Por que os pais não usaram uma rede ou uma esteira?
Assim, a nossa pregação torna-se bíblica quando nos submetemos à autoridade do texto, ouvimos e obedecemos a seus princípios e ordens, analisamos criteriosamente suas palavras, seus costumes e seus personagens, interrogamos seu contexto histórico, cultural e bíblico, esclarecemos as dúvidas que surgem na primeira leitura e apropriamo-nos de seu conteúdo pela fé.
O ponto de partida da exegese é o texto. Seu alvo é uma exposição bíblica compreensível para os ouvintes. A finalidade da exegese é dispor os elementos a serem expostos de maneira clara, lógica, sequencial, progressiva e estética, de sorte a formar um conjunto convincente. PMS, p. 41. O alvo da exegese é duplo: compreensão por parte do pregador e compreensão por parte do ouvinte.
BÍBLIA ——————» PREGADOR ——————–» OUVINTES
Na pregação do evangelho, expomos a ideia principal, o cerne de um texto bíblico. É praticamente impossível apresentar cientificamente todos os pormenores e detalhes de um texto bíblico. Não podemos sobrecarregar nossos ouvintes nem fazer da mensagem bíblica um discurso puramente acadêmico. O importante é limitar-se ao significativo e essencial num texto bíblico. A exegese científica é um trabalho indicado para os comentários, para os cursos de mestrado e para os professores de seminários evangélicos.
A exegese do pregador é uma tarefa limitada ao essencial do texto, à compreensão popular da igreja e objetiva uma mensagem de aproximadamente 30 minutos. Nessa exegese limitada, é legítimo pesquisar os termos principais com mais atenção, deixando de lado expressões secundárias.
Contudo, uma simples exposição mecânica ou técnica do texto bíblico não produz automaticamente os resultados desejados pela congregação. É preciso fazer a exegese sob a orientação divina, num espírito de submissão, obediência e oração. A exegese bíblica é uma atividade espiritual que exercemos na presença de nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, como fazer a exegese de um texto bíblico? Os dez passos didáticos expostos a seguir o ajudarão a exercer e desenvolver a arte da exegese bíblica:
Leia o texto em voz alta e em espírito de oração várias vezes (o grande pregador Dr. Campbell Morgan costumava ler pelo menos 50 vezes a passagem que ia expor), comparando-o com versões bíblicas diferentes para obter uma maior compreensão de seu conteúdo.
Reproduza o texto com suas próprias palavras, sem olhar na Bíblia, para verificar se realmente entendeu o conteúdo (Bezzel memorizava todos os textos sobre os quais pregava).
Observe o contexto imediato e o remoto (veja pp. 38ss.).
Verifique a forma literária do texto (história, milagre, parábola, ensino, advertência, promessa, profecia, testemunho, oração, introdução etc.) e tente estruturá-lo (e. g., Ef 1.1-2; 15-23; Lc 4.38-39).
Determine o significado exato de cada palavra básica, com sua origem e seu uso pelo autor e no restante do testemunho bíblico (e. g., Rm 3.21-31; 5.1).
Anote peculiaridades do texto (palavras que se repetem, contrastes, sequências, conclusões, perguntas, teses) e faça uma comparação sinótica, caso o texto pertença aos evangelhos (veja pp. 35-36).
Pesquise as circunstâncias históricas e culturais (época, país, povo, costumes, tradição; e. g., Ap 19.15).
Elabore as mensagens de cada versículo ou termo principal por meio de versículos paralelos (em palavras e assuntos), de seu núcleo, de sua relação com a história da salvação, de perguntas didáticas (quem, o que, por que,  etc.) e de comentários bíblicos, léxicos, dicionários e manuais bíblicos (e. g., Mt 12.38-42).
Estruture o texto conforme seu conteúdo principal e organizador e suas seções secundárias (e. g., Lc 19.1-10).
Resuma o trabalho exegético feito até este ponto com a frase: O assunto mais importante deste texto é…
Você deve memorizar estes dez passos didáticos e aplicá-los na preparação de qualquer estudo bíblico ou mensagem da Palavra de Deus. Você não pode dispensar-se dessas etapas. Sua negligência seria como a de um mecânico ignorante que conserta um carro sem usar suas ferramentas!
BIBLIOGRAFIA
REIFLER, Han Ulrick. Pregação ao alcance de todos. São Paulo: Editora Vida Nova, 2008, p. 30-38
 

Hermenêutica -  Que que significa hermenêutica? 
De origem grega, a Hermenêutica (hermeneuein) é tida como filosofia da interpretação. É uma ferramenta da exegese.


ESTUDO BEP - CPAD - NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS.
 
A Bíblia descreve em linguagem clara e inconfundível como devemos proceder quanto a palavra de DEUS em suas diferentes expressões. Devemos ansiar por ouvi-la (1.10; Jr 7.1.2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar ao Senhor, segundo a palavra de DEUS (Sl 56.4.10), amá-la (Sl 119.47.113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16.47). Devemos aceitar o que a palavra de DEUS diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13). ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74.81.114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17.67; Tg 1.22-24) e viver de acordo com seus ditames (Sl). DEUS conclama os que ministram a palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15 e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de DEUS por onde quer que forem (At 8.4).
 
 
INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA - Dicionário Bíblico Wycliffe (com algumas alterações do Pr. Henrique)
Toda comunicação deve ser corretamente interpretada pelo leitor, ou por aquele que estiver expondo a Palavra de DEUS. A pergunta de Filipe ao tesoureiro etíope, “Entendes tu o que lês?” (At 8.30), é uma prova da necessidade de interpretação.
A palavra básica hermenêutica (Gr. hermeeneia, verbo hermeneuo) significa “interpretar”, “expor”, “explicar”, e além disso inclui traduzir de uma língua estrangeira para uma língua familiar (Jo 1.38,42; 9.7), No AT o termo inglês ocorre, por exemplo, em Provérbios 1.6 e está relacionado à interpretação de um provérbio.
José foi capacitado sobrenaturalmente a interpretar (Heb. pai nr) sonhos no Egito (Gn 40.12; 41.8-15), e Daniel recebeu a interpretação sobrenatural (Aram. peshar) de vários sonhos (Dn 2; 4; 7.16) e da misteriosa escrita à mão (Dn 5). O termo pesher era usado pela comunidade de Qumram para suas interpretações das passagens proféticas do AT (veja Rolos do Mar Morto).
No NT a palavra composta grega diermeneuo é usada quando JESUS expõe as profecias do AT que dizem respeito ao seu sofrimento e glória (Lc 24.27) e em relação à interpretação de uma mensagem em uma língua desconhecida (1 Co 12.30; 14.5,13,27).
Uma distinção deve ser mantida entre inspiração (q.v.) e interpretação. A inspiração está relacionada à natureza da Bíblia e à sua fidedignidade, porque é a Palavra de DEUS escrita (2 Tm 3.16); a interpretação está relacionada ao significado da Bíblia. É bem possível, portanto, que as pessoas concordem com a inspiração, embora tenham uma grande diferença de opinião em relação à interpretação. Por exemplo, duas pessoas podem concordar que Gênesis 1 é um registro digno de confiança, porém discordem sobre o significado da palavra “dia” nesta passagem. Durante os primeiros séculos da história da igreja, surgiram duas escolas básicas de interpretação. Uma em Alexandria, no Egito. Outra, em Antioquia, na Síria. Apenas um resumo de seus princípios pode ser incluído aqui, descrito por meio de contraste.
Primeiro, a escola alexandrina enfatizava a abordagem alegórica (uma coisa pode representar ou ensinar uma outra coisa), enquanto os antioquianos insistiam em um significado mais literal, ou no sentido original de qualquer passagem.
Em segundo lugar, os antioquianos colocavam mais ênfase em um estudo de qualquer passagem dentro de seu contexto imediato e mais amplo, uma prática nem sempre seguida pelos alexandrinos.
Terceiro, a igreja de Alexandria gozava de maior credibilidade em relação às tradições da interpretação das Escrituras do que a igreja de Antioquia. Para os antioquianos, as Escrituras eram o seu próprio intérprete. 
Quarto, com relação à inspiração da Bíblia, a escola Alexandrina enfatizava o estado anormal ou arrebatado do escritor, enquanto que a Antioquiana enfatizava a sua consciência e um aumento de sua percepção pela obra do ESPÍRITO SANTO. Assim, a Antioquiana sustentava a preservação de um maior grau de individualidade quanto à redação das Escrituras.
O intérprete da Bíblia é semelhante a um operário que tem diante de si uma tarefa. Ele é um ser inteligente e enxerga o que precisa ser feito. 
O que mais é necessário? Duas coisas: discernimento espiritual e boas ferramentas. 
A primeira, é infundida na vida do crente pela ministração do ESPÍRITO SANTO (Jo 14,26; 1 Co 2.10-13; 1 Jo 2.27; cf. Ef 1.17). 
A segunda, discutiremos agora. Reconhecidamente, algumas dessas ferramentas, ou princípios, serão mais acessíveis a uns que outros:
1. Estabelecer o significado de qualquer passagem, na língua original, para os leitores originais. Logicamente, isto requer um conhecimento de hebraico, aramaico e grego. Na prática, significa que o intérprete precisa usar as melhores traduções da Bíblia que lhe estiverem disponíveis. A este respeito, ele deve aprender algo do propósito para o qual o autor escreveu, e as circunstâncias históricas nas quais a escrita surgiu. As Escrituras fazem parte de um grande contexto histórico e cultural. No AT, Israel estava relacionado, de uma forma ou de outra, com os egípcios, assírios, babilônios, persas (para mencionar apenas alguns povos); no NT, a igreja emergiu de uma base judaica e se levantou no mundo greco-romano. A linguagem da Bíblia reflete estas várias culturas; assim, o intérprete dever ser conhecedor e sensível ao uso das palavras em suas várias colocações.
Por exemplo, a palavra “salvar” (Gr. sozo) era um termo comum do mundo do primeiro século. O uso secular incluía salvar da morte, resgatar de um perigo físico, salvar de uma doença ou possessão demoníaca, e preservar o bem-estar de alguém (por exemplo, Mt 8.25; 14.30; Mc 3.4; 15.30,31; Tg 5.15). Além desses significados, no NT a palavra é usada para salvar da morte espiritual ou eterna (por exemplo, Lc 9.24; 19.10; Jo 3.17; 5.34; 10.9; Rm 5.9,10).
2. Interpretar as palavras de qualquer versículo ou parágrafo dentro de seu contexto imediato. O contexto ó o determinante decisivo do significado das palavras. Enquanto o dicionário fornecerá várias possibilidades, o contexto ajudará a estreitar a escolha. Por exemplo, por que traduzir a palavra grega parakletos como “Consolador” em João 14.16, e como “advogado” em 1 João 2.1? Ou qual é a diferença entre a palavra “lei” em Romanos 7.9 e em Romanos 8.2? Além disso, o contexto da Bíblia como um todo deve ser incluído. O princípio da “analogia das Escrituras” é um corretivo para interpretações isoladas, e um guarda contra o perigo de “teorias favoritas” (ou extrabíblicas) baseadas em dados limitados.
3. Descobrir a natureza literária da passagem que está sob estudo. Deve-se tomar o sentido natural e normal da língua ou ele é figurativo? É uma narrativa de eventos ou é um material de discurso ou didático, que tem a intenção de ensinar uma ideia específica? Isto requer algum conhecimento dos costumes dentro da cultura envolvida, e das expressões pelas quais as idéias tornam-se claras.
Frequentemente, não há nenhum problema em decidir assuntos deste tipo. Por exemplo, as parábolas de JESUS são consideradas como ilustrações de idéias, em linguagem figurativa, para esclarecer conceitos. Consideremos que a ideia seja falar sobre o reino dos céus. A ilustração será um homem que plantou a boa semente em seu campo (Mt 13.24-30), Porém o significado das palavras “foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo” (Ap 8.8) não é tão simples. Esta é uma descrição de um objeto parecido com um meteoro caindo na água ou está retratando a queda de algum grande governante, rejeitado por DEUS e atirado entre os homens? É possível que mais difícil ainda seja a interpretação da frase “mil anos” (Ap 20.2- 7). Isto significa, literalmente, mil anos? Ou um número arredondado de anos? Ou um longo período de tempo (independentemente de sua extensão específica)? Ou um símbolo de término? A história da interpretação bíblica mostra que a escolha da resposta para uma pergunta como esta nem sempre é fácil.
4. Interpretar a Bíblia em termos do princípio da revelação progressiva. Colocado de forma simples, isto significa que DEUS revelou as coisas gradualmente, e não tudo de uma vez. Isto ocorreu, em parte, por causa das etapas em que o programa divino estava sendo cumprido (cf. Hb 1.1,2); e em parte por causa do estado de despreparo do homem para receber e entender a mensagem de DEUS (cf. Jo 16.12).
Ocasionalmente, este princípio consistia em acrescentar algo aquilo que havia sido dado anteriormente. JESUS disse aos seus discípulos, “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora” (Jo 16.12); o ESPÍRITO SANTO os ensinaria quando viesse. Em outros casos, houve uma completa interpretação de ensinos anteriores como, por exemplo: “Ouvistes o que foi dito... Eu, porém, vos digo” (Mt 5.21,22). Aqui o Senhor explicou o caráter essencial dos mandamentos.
5. Interpretar a linguagem da Bíblia considerando o mundo natural como de aparência e popular, ao invés de técnico e científico. Contudo, ao mesmo tempo, a terminologia popular não é sinônimo de algo fora do padrão e inválido. A Bíblia não teoriza sobre a natureza; ela simplesmente declara os fatos de uma maneira não técnica.
Ilustrações desta forma de linguagem são encontradas em expressões que descrevem o nascer do sol (Ec 1.5; Mt 5.45), ou a terra tendo quatro cantos (Is 11.12), uma forma de falar que foi até hoje preservada em nosso discurso. Note, também, a maneira pela qual vários elementos da criação são descritos: um “firmamento [ou expansão]” (Gn 1.6-8); “relva”, “ervas”, “árvores frutíferas" (Gn 1.11); “seres viventes” e “aves” (Gn 1.20). Nenhum destes são nomes técnicos. Todos eles são termos comuns e populares, inteligíveis ao leitor comum. Colocadas em termos simples, também, estão as observações do ciclo das águas da natureza: os rios fluem de suas fontes para o mar; então por evaporação e condensação as águas retornam novamente para as suas fontes (Ec 1.7).
Uma outra ilustração deste mesmo princípio é encontrada no livro de Eclesiastes como um todo. O escritor faz observações sobre várias experiências humanas e condições naturais, e então tira algumas conclusões a partir delas. O livro é essencialmente um comentário sobre a vida através da natureza, um ciclo contínuo de atividades, insatisfatório para aquele que está envolvido. Uma solução final para o dilema humano ocorre no final do livro (12.13,14).
Para retornar à questão da identificação e interpretação dos vários tipos literários, um conhecimento destes é indispensável para o intérprete. Uma discussão concisa foi escrita por J. StafFord Wright da qual o texto a seguir foi adaptado, com algumas ilustrações adicionais. Fato literal. Uma declaração de acontecimentos quando estes ocorrem, para ser interpretada em seu sentido simples (por exemplo, Jo 1.35-42).
Fato substancial ou comprimido. Uma declaração comprimindo detalhes irrelevantes para que se possa destacar uma impressão principal (cf. Lucas 24.44-53 com Atos 1.1־ 11, este último indicando que houve 40 dias entre a ressurreição e a ascensão, um fato que não foi expresso na primeira passagem). Metáfora. Uma palavra ou grupo de palavras indicando uma semelhança entre duas coisas geralmente diferentes (por exemplo, Gênesis 2.7 que descreve a atividade criativa de DEUS sob a figura de um oleiro; cf. Romanos 9.20,21).
Parábola. Uma história baseada em uma situação comum da vida, usada para transmitir o significado de uma ideia ou conceito, Comumente usada no ensino de JESUS, esta ferramenta literária poderia esclarecer um ponto de forma eficaz. Veja os exemplos em Lucas 10.30-35 (onde um ponto é básico, respondendo à pergunta, “Quem é o meu próximo?”! e Mateus 13.24-30,36-43 (onde JESUS explica tanto o ponto quanto os muitos detalhes).
Alguns estudiosos tendem a ser mais conservadores em sua atitude em relação à Bíblia, enquanto que outros trazem muitas abordagens novas quanto à questão da interpretação das parábolas. Veja isto nas Parábolas de JESUS.
Símbolo. Um objeto ou pessoa que não tem nenhuma importância em si mesmo, mas sim no que representa. Muitos deles são encontrados nos escritos apocalípticos visionários (por exemplo, Dn 7.2,3,17; Ap 1.12,16.20), bem como nas técnicas de ensino dos profetas (por exemplo, Ez 37.15-28). Veja sobre Simbolismo.
Tipo. Um objeto ou pessoa que tem importância em si mesmo, contudo é usado para representar alguma outra coisa ou outra pessoa. Embora em nossa opinião o tipo seja frequentemente abusado pelos intérpretes, ele retém uma grande posição nas Escrituras. O plano original do Tabernáculo (At 7.44; Hb 8.5), o primeiro Adão (Rm 5.14) e as experiências dos israelitas no deserto (1 Co 10.6,11) são todos chamados tipos (Gr. typos) de algo maior. Provavelmente o uso de certas figuras do AT no NT seja o próprio ponto de partida para a interpretação de outros. Veja Tipologia bíblica.
Alegoria. O uso de uma história, que pode ser real ou não, para retratar uma certa verdade. A história de Jotão (às vezes chamada de “fábula”) em Juízes 9.7-15 é um exemplo claro; a história em Cantares de Salomão pode ser uma outra; enquanto que o uso de Agar e Sara por Paulo (Gl 4.21-31) parece ser uma terceira.
Mito. Embora o uso desta palavra seja sempre em um sentido desfavorável no NT (1 Tm 1.4; 4.7; 2 Tm 4.4; Tt 1.14; 2 Pe 1.16), provavelmente resultando da resposta dos apóstolos aos excessos gnósticos, o termo basicamente significa uma narrativa, seja verídica ou não, e costumava ensinar uma verdade sobre a experiência humana.
Tem sido comprovado através de investigações arqueológicas que o AT, que foi considerado anteriormente pelas críticas liberais como mitológico (por exemplo, as narrativas patriarcais em Gênesis), é participante da antiga cultura semita (as tábuas Nuzu e os documentos Mari são evidências importantes aqui). 
Lucas escreveu sobre a natureza real e verídica dos acontecimentos da vida de CRISTO, inclusive sua ascensão aos céus (At 1.1- 11).
Saga. Uma reação psicológica e interpretativa de alguma pessoa envolvida em um evento importante. Exemplos desta figura seriam a canção de Débora (Jz 5) ou a canção de Moisés e dos israelitas após atravessarem o Mar Vermelho (Ex 15). A saga preenche um papel relativamente menor na literatura bíblica. Nas teorias críticas modernas é frequentemente sugerida como a fonte de vários outros tipos de literatura do AT e do NT, lançando assim dúvida sobre sua autenticidade. O intérprete da Bíblia, portanto, precisa de uma inspiração espiritual genuína naquilo que lê, e um cuidado honesto em sua busca de compreensão. E o que ele compreende deve ser direcionado a dar glória a DEUS, e ao enriquecimento de sua vida em CRISTO. Um resumo final da abordagem do estudo é o seguinte: 
(1) Leia o texto em espírito de oração, pedindo sabedoria a DEUS; 
(2) estude os contextos imediatos e adjacentes; 
(3) dê atenção a outras passagens bíblicas maiores e correlatas; 
(4) investigue as evidências teológicas, históricas, arqueológicas e psicológicas/sociológicas disponíveis que tratam do problema envolvido; 
(5) escolha a interpretação resultante que pareça estar em maior harmonia com as claras evidências (incluindo a totalidade das Escrituras); 
(6) esteja disposto a esperar por uma luz adicional ao invés de fazer uma má escolha, devido à pressa ou mesmo à precipitação. W. M. D. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
 
 
ALGUMAS OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS NO MANUSEIO E ESTUDO DA BÍBLIA

1. Apontamentos individuais
Habitue-se a tomar notas de suas meditações na Pala­vra de DEUS. A memória falha com o tempo. Distribua seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e des­tacados uns dos outros. Use, para isso, um livro de folhas soltas (livro de argola) com projeções e índice. Se não hou­ver organização nos apontamentos, eles pouco servirão.

2. Aprenda a ler e escrever referências bíblicas
O sistema mais simples e rápido para escrever referên­cias bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras sem ponto abreviativo para cada livro da Bíblia. Entre capítulo e versículo põe-se apenas um ponto. No índice das Bíblias editadas pela SBB pode-se ver a lista dos livros assim abreviados.
Exemplos de referências por esse sistema:
1 Jo 2.4 (1 João capítulo 2, versículo 4) Jó 2.4 (Jó capítulo 2, versículo 4)
1 Pe 5.5 (1 Pedro capítulo 5, versículo 5) Fp 1.29 (Filipenses capítulo 1, versículo 29) Fm v. 14 (Filemom, versículo 14)
3. Diferença entre texto, contexto, referência, inferência
a. Texto são as palavras contidas numa passagem.
b. Contexto é a parte que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto pode ser imediato ou remo­to.
c. Referência é a conexão direta sobre determinado as­sunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a refe­rência pode levar outras indicações como:
- "a", indicando a parte inicial do versículo: (Rm 11.17a).
- "b", indicando a parte final do versículo: (Rm 11.17b).
- "ss", indicando os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo: (Rm 11.17ss).
- "qv", significando que veja. Recomendação para não deixar de ler o texto indicado. Vem da expressão latina quod vide = que veja.
- "cf", significando compare, confirme, confronte. Vem do latim confere.
- "i.e.", significando isto é. Vem do latim id est. As re­ferências também podem ser verbais e reais. As primeiras são um paralelismo de palavras; as segundas, de assuntos ou idéias.
d. Inferência é uma conexão indireta entre assuntos. É uma ilação ou dedução.

4. Siglas das diferentes versões em vernáculo
O uso dessas siglas poupa tempo e trabalho.
- ARC = Almeida Revisada e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga, impressa pela Imprensa Bíblica Brasilei­ra.
- ARA = Almeida Revisada e Atualizada. É a Bíblia de Almeida revisada e publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958.
- FIG as Antônio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, Londres.
- SOARES = Matos Soares. Versão popular dos católi­cos brasileiros.
- RHODEN as Huberto Rhoden. Versão particular des­se ex-padre brasileiro.
- CBSP = Centro Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia, São Paulo.
- TRAD. BRÁS. Tradução Brasileira, 1917

5. O tempo antes e depois de CRISTO
É indicado pelas letras:
- a.C. = antes de CRISTO, isto é, antes do nascimento de CRISTO.
- d.C. = depois de CRISTO, isto é, o tempo depois do nas­cimento de CRISTO. Também aparece em algumas obras, "AD", que vem da expressão latina: "Anno Domini", ou seja, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de CRISTO.
6. Manuseio do volume sagrado
Obtenha completo domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer referência bíblica, JESUS fazia assim. Em Lucas 4.17 diz que Ele "achou o lu­gar onde estava escrito". Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil do que hoje com o progresso da indústria gráfica. 7. Abreviaturas bíblicas.
As abreviaturas dos livros consistem de duas letras sem ponto abreviativo. Procure memorizá-las de vez.
 

ANTIGO TESTAMENTO  
LIVRO ABREV LIVRO ABREV
Gênesis Gn Eclesiastes Ec
Êxodo Êx Cantares Ct
Levítico Lv Isaias Is
Números Nm Jeremias Jr
Deuteronômio Dt Lamentações de Jeremias Lm
Josué Js Ezequial Ez
Juizes Jz Daniel Dn
Rute Rt Oséias Os
1 Samuel 1 Sm Joel Jl
2 Samuel 2 Sm Amós Am
1 Reis 1 Rs Obadias Ob
2 Reis 2 Rs Jonas Jn
1 Crônicas 1 Cr Miquéis Mq
2 Crônicas 2 Cr Naum Na
Esdras Ed Habacuque Hc
Neemias Ne Sofonias Sf
Ester Et Ageu Ag
Zacarias Zc
Salmos Sl Malaquias Ml
Provérbios Pv    

NOVO TESTAMENTO
LIVRO ABREV LIVRO ABREV
Mateus Mt Atos At
Marcos Mc Romanos Rm
Lucas Lc 1 Coríntios 1 Co
João Jo 2 Coríntios 2 Co
Gálatas Gl Hebreus Hb
Efésios Ef Tiago Tg
Filipenses Fp 1 Pedro 1 Pe
Colossenses Cl 2 Pedro 2 Pe
1 Tessalonicenses 1 Ts 1 João 1 Jo
2 Tessalonicenses 2 Ts 2 João 2 Jo
1 Timóteo 1 Tm 3 João 3 Jo
2 Timóteo 2 Tm Judas Jd
Tito Tt Apocalipse Ap
Filemom Fm    



A NECESSIDADE DO ESTUDO DAS ESCRITURAS - Bíblia Através dos Séculos - Pr. Antônio Gilberto - CPAD
Isto está implícito em Salmo 119.130; Isaías 34.16; 2 Ti­móteo 2.15; 1 Pedro 3.15, e nos conduz a dois pontos de suma importância: a) porque devemos estudar a Bíblia, e b) como devemos estudar a Bíblia.
Estudar é mais que ler; é aplicar a mente a um assunto, de modo sistemático e constante.

1. Porque devemos estudar a Bíblia
a. Ela é o único manual do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor. O crente foi salvo para servir ao Se­nhor (Ef 2.10; 1 Pe 2.9). Sendo a Bíblia o livro texto do cristão, é importante que ele a maneje bem, para o fiel de­sempenho de sua missão (2 Tm 2.15). Um bom profissional sabe empregar com eficiência as ferramentas de seu ofício. Essa eficiência não é automática: vem pelo estudo e práti­ca. Assim deve ser o crente com relação ao seu manual - a Bíblia. Entre as promessas de DEUS nesse sentido, temos uma muito maravilhosa em Isaías 55.11. DEUS declara aí que sua Palavra não voltará vazia. Portanto, quando al­guém toma tempo para estudar com propósito a Palavra de DEUS, o efeito será glorioso quanto à edificação espiri­tual e ao engrandecimento do reino de DEUS.
b. Ela alimenta nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4; 1 Pe 2.2). Não há dúvida de que o estudo da Palavra de DEUS traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispen­sável à alma, como o pão ao corpo. Nas passagens acima, ela é comparada ao alimento, porém, este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. O texto de 1 Pedro 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assim deve ser o nosso desejo pela Palavra. Bom apetite pela Bíblia é si­nal de saúde espiritual.
Como está o seu apetite pela Bíblia, leitor?
c. Ela é o instrumento que o ESPÍRITO SANTO usa (Ef 6.17). Se em nós houver abundância da Palavra de DEUS. o ESPÍRITO SANTO terá o instrumento com que operar. É preci­so, pois, meditar nela (Js 1.8; SI 1.2). Ê preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensa­mentos, nosso coração e, assim, molde todo o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de DEUS.
Um requisito primordial para DEUS responder às nossas orações é estarmos saturados da sua Palavra (Jo 15.7). Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não serem respondidas: desinteresse pela Palavra de DEUS. (Leia o texto outra vez.) Pelo menos três fatos estão implícitos aqui: a) Na oração precisamos apoiar nossa fé nas promes­sas de DEUS, e essas promessas estão na Bíblia, b) Por sua vez, a Palavra de DEUS produz fé em nós (Rm 10.17). c) De­vemos fazer nossas petições segundo a vontade de DEUS (1 Jo 5.14), e um dos meios de saber-se a vontade de DEUS é através da sua Palavra.
Na vida cristã, e no trabalho do Senhor em geral, o ESPÍRITO SANTO só nos lembrará o texto bíblico preciso, se de antemão o conhecermos (Jo 14.26). - É possível o leitor ser lembrado de algo que não sabe? Pense se é possível! Portanto, o ESPÍRITO SANTO quer não somente encher o crente, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de DEUS.
Ter o ESPÍRITO e não conhecer a Palavra, conduz ao fa­natismo. Pessoas assim querem usar o ESPÍRITO em vez de Ele usá-las. Conhecer a Palavra e não ter o ESPÍRITO conduz ao formalismo. Estes dois extremos são igualmente perigo­sos.
d. Ela enriquece espiritualmente a vida do cristão (SI 119.72). Essas riquezas vêm pela revelação do ESPÍRITO, primeiramente (Ef 1.17). O leitor que procurar entender a Bíblia somente através do intelecto, muito cedo desistirá do seu intento. Só o ESPÍRITO de DEUS conhece as coisas de DEUS (1 Co 2.10). Um renomado expositor cristão afirma que há 32.000 promessas na Bíblia toda! Pensai que fonte de riqueza há ali! Entre as riquezas derivadas da Bíblia es­tá a formação do caráter ideal, bem como a moldagem da vida cristã como um todo. É a Bíblia a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora do caráter. Os princípios que modelam nossa vida devem proceder dela.
A falta de uma correta e pronta orientação espiritual dentro da Palavra de DEUS, especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inúmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da existência. Essas, só um milagre de DEUS pode reajustá-las. Pessoas assim, ferem-se a si mesmas e aos que as rodeiam.
A Bíblia é a revelação de DEUS à humanidade. Tudo que DEUS tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de DEUS quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. DEUS não tem outra revela­ção escrita além da Bíblia. Tudo o que o homem tem a fa­zer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é DEUS, seu real intérprete é o ESPÍRITO SANTO, e seu tema central é o Senhor JESUS CRISTO. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo, e prati­car a Bíblia para ser santo.

2. Como devemos estudar a Bíblia
a. Leia a Bíblia conhecendo seu autor. Isto é de supre­ma importância, é a melhor maneira de estudar a Bíblia. Ela é o único livro cujo autor está sempre presente quando é lida. O autor de um livro é a pessoa que melhor pode ex­plicá-lo. A Bíblia é um livro fácil e ao mesmo tempo difícil; simples e ao mesmo tempo complexo. Não basta apenas ler suas palavras e analisar suas declarações. Tudo isso é indispensável, mas não basta. É preciso conhecer e amar o Autor do Livro. Conhecendo o Autor, a compreensão será mais fácil.
Façamos como Maria, que aprendia aos pés do Mestre (Lc 10.39). Esse é ainda o melhor lugar para o aluno!
b. Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19). Esta regra é excelente. Presume-se que 90% dos crentes não leem a Bíblia diariamente: não é de admirar haver tantos crentes frios nas igrejas. Não somente frios mas anãos, raquíticos, mundanos, carnais, indiferentes. Sem crescimento espiri­tual, DEUS não nos pode revelar suas verdades profundas (Mc 4.33; Jo 16.12; Hb 5.12). É de admirar haver pessoas na igreja que acham tempo para ler, ouvir e ver tudo, me­nos a Palavra de DEUS. Motivo: Comem tanto outras coisas que perdem o apetite pelas coisas de DEUS! É justo ler boas coisas, mas, é imprescindível tomar mais tempo com as Escrituras. É também de estarrecer o fato de que muitos líderes de igrejas não levam seus liderados a lerem a Bíblia. Não basta assistir aos cultos, ouvir sermões e teste­munhos, assistir a estudos bíblicos, ler boas obras de lite­ratura cristã: é preciso a leitura bíblica individual, pes­soal. Há crentes que só comem espiritualmente quando lhes dão comida na boca: é a colher do pastor, do professor da Escola Dominical, etc. Se ninguém lhes der comida eles morrerão de inanição.
c. Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é de capital importância para o êxito no estudo bíblico. A atitude correta é a seguinte: a) Estudar a Bíblia como a Palavra de DEUS, e não como uma obra literária qualquer, b) Estudar a Bíblia com o coração, em atitude devocional, e não apenas com o intelecto. As riquezas da Bíblia são para os humildes que temem ao Senhor (Tg 1.21). Quanto maior for a nossa comunhão com DEUS, mais humildes seremos. Os galhos mais carregados de frutos são os que mais abaixam! É preciso ler a Bíblia crendo, sem duvidar, em tudo que ela ensina, inclusive no campo sobrenatural. A dúvida ou descrença, cega o leitor (Lc 24.25).
d. Leia a Bíblia com oração, devagar, meditando. As­sim fizeram os servos de DEUS no passado: Davi (SI 119.12,18); Daniel (Dn 9.21-23). O caminho ainda é o mes­mo. Na presença do Senhor em oração, as coisas incom­preensíveis são esclarecidas (SI 73.16,17). A meditação na Palavra aprofunda a sua compreensão. Muitos leem a Bíblia somente para estabelecerem recordes de leitura. Ao ler a Bíblia, aplique-a primeiro a si próprio, irmão, senão não haverá virtude nenhuma.
e. Leia a Bíblia toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única maneira de conhecermos a verdade completa dos assuntos nela contidos, visto que a revelação de DEUS que nela temos é progressiva. - Como o leitor pensa compreen­der um livro que ainda não leu do princípio ao fim? Mesmo lendo a Bíblia toda, não a entendemos completamente. Ela, sendo a Palavra de DEUS, é infinita. Nem mesmo a mente de um gênio poderia interpretá-la sem erros. Não há no mundo ninguém que esgote a Bíblia. Todos somos sem­pre alunos (Dt 29.29; Rm 11.33,34; 1 Co 13.12). Portanto, na Bíblia há dificuldades, mas o problema é do lado huma­no. O ESPÍRITO SANTO, que conhece as profundezas de DEUS, pode ir revelando o conhecimento da verdade, à medida que buscamos a face de DEUS e andamos mais perto dele. Amém.
 
 
LIÇÃO 13 - O VALOR DO ESTUDO DA BÍBLIA
Lições Bíblicas Aluno - Jovens e Adultos - 4º TRIMESTRE DE 2008
O DEUS DO LIVRO E O LIVRO DE DEUS
Comentários do Pr. Elinaldo Renovato de Lima
 
 
ESTUDO DA BÍBLIA
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Sl 119.11-20
11 - Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. 12 - Bendito és tu, ó Senhor! Ensina-me os teus estatutos. 13 - Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca. 14 - Folgo mais com o cami­nho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. 15 - Em teus preceitos medi­tarei e olharei para os teus caminhos. 16 - Alegrar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. 17 - Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. 18 - Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. 19 - Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. 20 - A minha alma está que­brantada de desejar os teus juízos em todo o tempo.

 
 Palavra Chave - Estudo: Investigação, ou pesquisa de algum assunto.

INTRODUÇÃO
Nesta lição, iremos enfatizar a importância do estudo dedicado das Escrituras. Estudar a Bíblia é muito mais do que apenas lê-la. Na simples leitura encontramos alguns benefícios para a mente e para a alma. Mas, no estudo, há maior aproveitamento do conteúdo e da mensagem exarados neste Santo Livro.
 
I. O QUE É LER A BÍBLIA
1. Leitura comum. Em Atos, lemos o relato do encontro de Felipe com o mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes. A Bíblia conta-nos que aquele ilustre homem, vindo de Jerusalém, assentado em seu carro, “lia o profeta Isaías” (At 8.27,28), mas não entendia quase nada. Há, em toda parte, nas igrejas, pessoas que, a despeito de afirmarem com orgulho, “Já li a Bíblia toda tantas vezes”, não conseguem apreender nada ou quase nada dela. Ler não é a mesma coisa que estudar.
2. Leitura persistente. 
A Palavra de Deus nos adverte: “Persiste em ler, exortar e ensinar” (1Tm 4.13). Há muitos crentes que começam a leitura da Bíblia em Janeiro, com o firme propósito de lê-la diariamente até o final do ano. Mas, infelizmente, poucos são os que conseguem alcançar esse objetivo. Falta-lhes disciplina e persistência.
 
SINOPSE DO TÓPICO (I)
De acordo com At 8.27-31 é possível ler as Escrituras e não compreendê-la adequadamente. Portanto, ler não é a mesma coisa que estudar.
 
II. O ESTUDO SIGNIFICATIVO DA BÍBLIA
1. O que é estudar. 
Estudar consiste no processo de concentrar toda a atenção em um fato, assunto, ou objeto com o fim de aprender-lhe a essência, funcionalidade, utilização, relações de causa e consequências. Estudar exige do estudante certas aptidões intelectuais tais como: aprender a ver, ouvir, redigir, ler, memorizar e raciocinar.
Todo cristão, especialmente os alunos da Escola Dominical, precisa estudar com afinco as Sagradas Escrituras, tendo em vista a necessidade de apreender sua mensagem, essência e significado.
2. O estudo aplicado da Bíblia. 
O estudioso da Bíblia deve procurar “conhecer a sabedoria e a instrução” para entender as palavras da prudência (Pv 1.2). O estudo das Escrituras conduz o crente à sabedoria, em todos os aspectos da vida. Entretanto, devemos ter cuidado para que o aprendizado não seja meramente teórico ou mnemônico. O estudo bíblico deve ter como principal objetivo a prática dos princípios divinos na vida cristã diária.
 
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Estudar consiste no processo de concentrar toda atenção em um fato, assunto, ou objeto com o fim de apreender-lhe a essência, funcionalidade, utilização, relações de causa e consequências.
 
III. BENEFÍCIOS NO ESTUDO DA BÍBLIA
1. Crescer em conhecimento. 
Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2Pe 3.18). Infelizmente, há em muitas igrejas, crentes fracos, franzinos, raquíticos espiritualmente, por falta de alimento, que é o conhecimento da Palavra de Deus.
2. Evitar as “meninices”. 
Quando os crentes não leem a Bíblia, nem tampouco a estudam, quase sempre, portam-se como meninos espirituais. Daí, porque há tanto emocionalismo nos cultos em muitas igrejas. Conforme afirma as Escrituras, tais pessoas, por não estarem fundamentadas na Palavra, são levadas “em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente” (Ef 4.14; Os 4.6; 6.3; Pv 4.7).
3. Meditação. 
“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!” (Sl 119.97). Como vemos, o salmista tinha prazer em ler e meditar na Palavra de Deus. Meditar é ter uma atitude interior de reflexão, ponderação, e exame daquilo que estamos pensando. Hoje, com a agitação da vida moderna, é muito difícil refletirmos habitualmente.
4. Prevenção. 
Precisamos ter a Palavra de Deus escondida em nosso coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11). Um dos fatores que mais contribuem para a queda do crente é a falta de prevenção. Orar (Mt 26.41), ler e estudar a Bíblia, de maneira que o coração e a mente fiquem saturados da Palavra de Deus, são atitudes preventivas imprescindíveis para vencermos todas as sutis tentações do Maligno.
 
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os principais benefícios do estudo da Bíblia são: crescer em conhecimento, evitar as meninices, meditação e prevenção.
 
IV. COMO ESTUDAR A BÍBLIA
1. Com atitude espiritual.
a) Humildade. O estudioso da Bíblia deve curvar-se com humildade diante de Deus. Paulo disse: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!” (Rm 11.33; Mt 11.25).
b) Fé e oração. O estudioso da Bíblia só poderá extrair dela lições aplicáveis à sua vida se tiver fé. A oração e a fé são as chaves que abrem as portas da percepção das verdades emanadas da Palavra de Deus.
c) Santidade. A Bíblia determina que devemos ser santos em toda a maneira de viver (1Pe 1.15). A leitura e o estudo da Bíblia devem levar o estudioso a não pecar contra Deus (Sl 119.11). “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
2. Com atitude intelectual.
a) Método. Um método simples, porém eficaz de leitura bíblica, é seguir uma tabela de leitura, que se encontra em muitas Bíblias. Outro método, também simples, é ler três capítulos por dia, de segunda a sexta-feira, e cinco capítulos aos domingos e feriados.
b) Anotações. Ao ler um texto bíblico, o estudante, ou o estudioso, deve ter o hábito de destacar certos aspectos relevantes, que observa. Poderá sublinhar o que lhe chama a atenção; e poderá anotar à margem, termos ou frases, que são significativas, no estudo, ou ter uma caderneta de anotações.
c) Observar regras de interpretação bíblica. O estudioso da Bíblia pode conhecer as regras de interpretação, adquirindo um bom livro de Hermenêutica.
 
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Duas atitudes são necessárias ao estudo da Bíblia: espiritual e intelectual.
 
CONCLUSÃO
 A Bíblia não é apenas um livro; nem mais um livro entre tantos outros. Ela é a Palavra de Deus. O crente deve valorizar não somente a leitura, mas, principalmente, o estudo sistemático, diário e persistente do Sagrado Livro. É de grande proveito para a formação do caráter cristão, individual, familiar, e de toda a igreja local. O estudo bíblico contribui decisivamente para o crescimento na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.
 
VOCABULÁRIO
Impropério: Palavra repreensível, ofensiva, vergonhosa.
Lenitivo: Em sentido figurado: alívio, conforto, consolação.
Mnemônico: Relativo à memória; memorização.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA- BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 7.ed., RJ: CPAD, 2007.
 
EXERCÍCIOS
1. De acordo com At 8.27-31, qual a relação entre leitura e compreensão?
R. É possível ler as Escrituras e não compreendê-la adequadamente.
2. O que é estudar?
R. É concentrar toda atenção em um assunto, com o fim de apreender-lhe a essência.
3. Cite três benefícios no estudo da Bíblia.
R. Crescer em conhecimento, evitar as meninices, meditação e prevenção.
4. Qual desses benefícios você costuma desfrutar?
R. Resposta pessoal.
5. Descreva duas atitudes necessárias ao estudo da Bíblia.
R. Espiritual e intelectual.

 
ESTUDO
Dn 9.1-3,21-27
Dn 9.1 - No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, 2 - No ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.3 - E eu dirigi o meu rosto ao Senhor DEUS, para o buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza. 21 - Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me a hora do sacrifício da tarde.22 - E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora sai para fazer-te entender o sentido.23 - No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra, e entende a visão.24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.25 - Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.26 - E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.27 - E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até á consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
 
Não nos é possível descobrir com exatidão que método o profeta Daniel utilizou no estudo das Escrituras Sagradas de então. Sabemos, sim, que ele estudou e não o fez desordenadamente, mas metodicamente. Pelo estudo dos livros, diz Daniel, "entendi...". Entendeu o quê? Entendeu o tempo de duração do cativeiro dos filhos de Israel na Babilônia. Decorrente dessa busca ordenada de conhecimento, foi que DEUS lhe revelou de maneira singular, fatos por vir.
 
A) A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO POR MÉTODO 
Pode o ESPÍRITO SANTO usar os elementos constitutivos do estudo metódico da Escritura? Certamente que pode e o faz. Dentre tantas vantagens do estudo metódico das Escrituras, poderíamos destacar os seguintes:
1. Uniformiza os elementos da Escritura. 
Ao iniciar o estudo bíblico por métodos, você irá aprendei termos e idéias que lhe parecerão novos; irá aprender passos a serem seguidos no estudo da Bíblia. À medida em que seguir esses passos, você notará como o ESPÍRITO SANTO ilumina a verdade, numa ação comparada à ação do sol e da chuva gerando fartura para o agricultor, a partir da semente viva. E assim como o trabalho metódico do agricultor (plantio, cultivo e colheita, ajuda a ação do sol e da chuva a produzir abundantes colheitas, assim também o estudo metódico da Escritura nos ajudará a receber a revelação da verdade através do ESPÍRITO SANTO, de maneira progressiva e organizada. Mais do que isto: o estudo bíblico seguido de método tem a vantagem de uniformizar numa inquestionável ordem de valores todos os elementos da Escritura.
 
2. Evita o mau uso das Escrituras. 
Existe grande perigo de mau uso da Bíblia quando se despreza o seu estudo sistemático e metódico. Por exemplo:
a. A Escritura pode ser mal aplicada quando você ignora o que ela diz sobre determinado assunto.
b. A Escritura pode ser mal aplicada quando você toma um versículo fora do contexto.
c. A Escritura pode ser mal aplicada quando você lê uma passagem e a obriga a dizer o que ela não diz.
d. A Escritura pode ser mal aplicada quando você dá ênfase indevida a coisas menos importantes.
e. A Escritura pode ser mal aplicada sempre que você a usa para tentar levar DEUS a fazer o que você quer, em vez daquilo que Ele quer que seja feito.
 
3. Oferece opções no estudo das Escrituras. 
 O sistema tradicional de leitura da Bíblia tende a fazê-lo algo moroso e monótono. Já o estudo bíblico dirigido ou por método, pelo seu sistema de diversificação, pode se transformar num novo desafio a cada oportunidade que nos propomos a estudar as Escrituras.
 
B) ESTUDO PELO MÉTODO ANALÍTICO 
O estudo bíblico pelo método analítico se compõe dos seguintes elementos:
1. Observação. 
Escolhido o texto bíblico para estudo, l Pedro 2, por exemplo, proceda da seguinte maneira: leia a passagem cuidadosamente; tome um caderno de anotações e escreva na cabeça duma página a palavra OBSERVAÇÃO, e em seguida: 
a) anote toda e qualquer minúcia do texto; anote substantivos, verbos e outras palavras-chaves. Aqui entra a importância das perguntas: QUEM? QUÊ? QUANDO? POR QUÊ? e COMO? 
b) escreva o que lhe parecer obscuro, especificamente o que você não entende da passagem, o versículo 5, por exemplo; 
c) anote referências bíblicas doutros textos (elas poderão lançar luz sobre o texto que está sendo estudado); e 
d) anote as possíveis aplicações encontradas ao longo do estudo do texto em uso.
 
2. Interpretação. 
Tome o seu caderno de anotações e anote noutra folha um resumo dos pensamentos chave que lhe acorram à mente enquanto você estuda a passagem bíblica. Escreva um pensamento chave, uma espécie de interpretação sua, para cada versículo do capítulo. Depois resuma num só pensamento os pensamentos chave de todos os versículos do capítulo estudado. Este pensamento deverá conter a essência da interpretação do texto estudado.
 
3. Correlação. 
Numa outra folha do seu caderno de anotações, escreva a palavra CORRELAÇÃO, anotando em seguida os versículos do mesmo capítulo que se correlacionam, isto é, que se combinam entre si.
 
4. Aplicação. 
Das aplicações possíveis, escolha aquela que você sente, definidamente, que DEUS quer que você ponha em prática, e as coisas específicas que DEUS quer que você faça para aplicar à sua vida. A Bíblia e os seus preceitos não nos foram dados para serem apenas teorizados, mas para serem vividos e fazerem parte inseparável da nossa vida.
 
C) ESTUDO PELO MÉTODO SINTÉTICO 
1. Passos a seguir. 
Os passos a serem seguidos no estudo bíblico pelo método sintético, constituem uma repetição do padrão: ler, observar, tomar notas; ler, observar, tomar notas. Isto continua até que você tenha encontrado todas as informações que deseja descobrir, independentemente de quantas leituras tenha de fazer.
 
2. Recomendações importantes. 
Para seu maior proveito no estudo bíblico pelo método sintético, siga a seguinte orientação:
a. Descubra o tema principal do livro. Em atitude de oração leia todo o livro que você escolheu para estudo, a fim de encontrar o tema principal. O tema pode ser encontrado como se fosse um fio que corre por todos os capítulos. Se necessário, leia-o mais de uma vez. Assim o tema começará a surgir na sua mente.
b. Desenvolva o tema principal do livro. Os anúncios referentes ao conteúdo do livro ajudam a encontrar o tema principal. Tais anúncios são afirmações que o autor faz, antecipadamente, dizendo o que vem a seguir. Por exemplo, o Evangelho de Mateus começa com o seguinte anúncio: "Livro da genealogia de JESUS Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mt 1.1). Este é o anúncio referente ao conteúdo e logo a seguir vem a genealogia de JESUS.
 
D) OUTROS MÉTODOS DE ESTUDO
1. Estudo pelo método temático. 
Este método lida com um assunto específico. Por exemplo: o tema principal da Bíblia é a redenção através do sangue de Cristo.
 
2. Estudo pelo método biográfico. 
Hebreus 11 traz um resumo da vida de muitos dos fiéis que viveram e morreram na fé. De fato, a Bíblia afirma que "todos estes morreram na fé" (Hb 11.13), o que indica que essas pessoas continuam vivas no céu. Então, por que não estudar as suas vidas hoje, uma vez que conservaram até o fim uma confiança plena nas promessas de DEUS? 
A experiência tem mostrado que não basta ler a Bíblia. Maior proveito auferirá aquele que a estuda metódica e ordenadamente.
 
E) INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Pela sua singularidade, a Bíblia não pode e nem deve ser interpreta- da ao bel-prazer do leitor. Tenha ele a cultura que tiver, para captar a mente de DEUS e o que o ESPÍRITO SANTO ensina na Bíblia, necessita estudá-la seguindo alguns princípios. Dentre esses princípios destacam-se os estudados nesta lição.
 
E.1) PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
1. Princípio um. Estude a Bíblia partindo do pressuposto de que ela é a autoridade suprema em questão de religião, fé e doutrina. Em assunto de religião, fé e doutrina, consciente ou inconscientemente, o crente se submete à tradição, à razão, ou às Escrituras. A autoridade a que ele se submeter, há de determinar o tipo de crença que possa esposar. Independentemente do testemunho da tradição e da razão, o crente verdadeiro tem na Bíblia o seu guia e juiz infalível. Para ele as declarações da Bíblia são finais. Ele crê que a Bíblia registra as intenções e a vontade de DEUS, por isto pode crer nela. Ele aceita o testemunho da tradição e da razão, mas enquanto estas não entram em conflito com a Escritura. Para ele o que importa é: "O que diz a Escritura sobre isto?"
2. Princípio dois. Não se esqueça de que a Bíblia é o melhor intérprete de si mesma; isto é: a Bíblia interpreta a Bíblia. O manifesto desprezo a esta regra de interpretação da Escritura por parte de alguns cristãos ajuda- nos a entender que os maiores inimigos da Bíblia não são os seus opositores, que em épocas de cruentas perseguições rasgaram e queimaram-na, mas grande número dos seus expositores sempre prontos a achar na Bíblia apoio para as suas idéias absurdas. Quem não conhece pelo menos um bom irmão de Bíblia sempre aberta, procurando achar o sexo dos anjos, revelar quantos anjos cabem numa cabeça de alfinete, e tantas coisas outras? 
3. Princípio três. Interprete a experiência pessoal à luz da Escritura e não a Escritura á luz da experiência pessoal. A experiência pessoal se constitui na evidência daquilo que DEUS faz em nós, por isso não pode e nem deve ser desprezada; porém, no momento de determinar o que é mais importante, se a experiência pessoal ou a Escritura, para efeito de interpretação bem-sucedida da Bíblia, a Escritura é superior. Por isso ela não está sujeita a julgamento por parte da experiência pessoal, antes, a experiência pessoal é que deve se submeter ao juízo da Escritura.
4. Princípio quatro. Os exemplos bíblicos só têm autoridade prática quando amparados por uma ordem que os faça mandamento universal. Ao ler a Bíblia, fica evidente que você não está obrigado a seguir o exemplo de cada pessoa que protagoniza os acontecimentos nela encontrados. Por exemplo: o fato de Noé haver plantado uma vinha e ter se embriagado com o vinho do seu fruto, não indica que você deva fazer o mesmo. O fato de JESUS ter mandado dizer a Herodes: "Ide dizer a essa raposa que hoje e amanhã expulso demônios e curo enfermos, e no terceiro dia terminarei", não nos autoriza a mandar portadores com recados de afronta às autoridades.
 
E.2) PRINCÍPIOS GRAMATICAIS DE INTERPRETAÇÃO
1. Princípio um. A Escritura tem somente um sentido, e deve ser tomada literalmente. Por mais que repudiemos os casuísmos na interpretação da Escritura, a realidade nos obriga a ver que grande parte da igreja ecumênica faz precisamente isto. Chamam- lhe emprego de "palavras- conotativas", uma forma de "contextualizar" as Escrituras à realidade moderna. Exemplo: já não empregam a palavra "reconciliação" no sentido bíblico do homem reconciliar-se com DEUS. "Redenção" já não é empregada no sentido bíblico do homem ser salvo do pecado e do castigo. Em vez disto, dão-lhe diferente "conotação", e opinam que ela tem a ver com a melhoria social e cultural da sociedade. "Missão" foi substituída por "diálogo"; enquanto que "conversão" é um conceito inaceitável.
2. Princípio dois. As palavras do texto bíblico devem ser interpretadas no sentido que tinham no tempo do autor. Definir o correto sentido das palavras da Bíblia não chega a ser tão difícil quanto possa parecer a princípio. No entanto, se algum esforço deve ser feito neste sentido, vale a pena pagar o preço. Assim agindo, evitaremos nos envolver com aqueles casos curiosos e jocosos como o do pregador que afirmou com segurança que JESUS era músico. Indagado sobre que tipo de instrumento JESUS tocava, disse ele: "esquife", e citou a ressurreição do filho da viúva de Naim, particularmente Lucas 7.14: "E, chegando-se, Tocou o esquife, e disse: Mancebo, a ti te digo: Levanta-te".
3. Princípio três. As palavras do texto bíblico devem ser interpretadas em relação à sua sentença e no seu contexto. O contexto é formado de todos os elementos de informação que circundam o texto. Citemos um exemplo apenas. Imaginemos que você esteja lendo João 3.16, e queira compreender melhor "Porque DEUS amou o mundo de tal maneira..." O que fazer? Parta do texto escolhido (Jo 3.16), e estude-o à luz do seu contexto, no caso todo o capítulo 3 do Evangelho de João. 
4. Principio quatro. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição pode ser considerada figurada. As grandes passagens "Eu sou", no Evangelho de João, ilustram a regra onde objetos inanimados são usados para descrever um ser vivo. Ali encontramos JESUS dizendo: "Eu sou o pão da vida" (Jo 6.35); "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12); "Eu sou a porta" (Jo 10.9); "Eu sou o caminho" (Jo 14.6); "Eu sou a videira..." (Jo 15.1). É evidente que nenhum cristão e cuidadoso estudante da Bíblia chegaria às raias do absurdo, a ponto de acreditar que os substantivos "pão", "luz", "porta", "caminho" e "videira" tenham relação literal e não figurada com a pessoa de JESUS Cristo.
 
E.3) PRINCÍPIOS HISTÓRICOS DE INTERPRETAÇÃO
l. Princípio um. Uma palavra nunca é compreendida completamente até que se possa entendê-la como palavra viva, isto é, originada na alma do autor. A melhor maneira de se conhecer uma pessoa é associando-se com ela. Assim também, a melhor maneira de conhecer o autor dum livro é estudando diligentemente os seus escritos, prestando especial atenção aos mínimos detalhes da sua vida. Por exemplo: quem quiser conhecer a pessoa de Moisés, deve estudar o Pentateuco, especialmente passagens como Êx 2.4; 16.15-19; 33.11;34.5-7; Nm 12.7,8; Dt 34.7-11. Quem quiser conhecer o apóstolo Paulo deverá dar especial atenção a passagens como At 7.58; 8.1-4;9.1,2,22,26; 26.9; 13.46-48; Rm 9.1- 3; l Co 15.9; 2 Co 11; 12.1-11; G1 1.13-15; 2.11-16; Fp 1.7,8,12-18; 3.5- 14; l Tm 1.13-16.
2. Princípio dois. É impossível entender um autor e interpretar corretamente suas palavras sem que ele seja visto à luz de suas circunstâncias históricas. Por circunstâncias, entende-se tudo aquilo que não faz parte da vida normal duma pessoa, mas que esta é levada a participar com o povo da sua época. Particularmente, quanto aos escritores da Bíblia, eles estiveram sujeitos a circunstâncias geográficas, políticas e religiosas; fatos que influíram sensivelmente nos seus escritos. Por exemplo: a menos que compreendamos as circunstâncias políticas sob as quais se achava o apóstolo Paulo, jamais poderemos compreender passagens como a de l Coríntios 12.3.
3. Princípio três. Uma vez que as Escrituras se originaram de modo histórico, elas devem ser interpretadas à luz da história. A compreensão desta regra não indica que tudo quanto a Bíblia contém só deva ser explicado historicamente. Como revelação sobre- natural de DEUS, é concebível que a Bíblia contenha elementos que transcendem os limites do histórico. A compreensão desta regra de interpretação determina, sim, que o conteúdo da Bíblia seja, em grande parte, determinado historicamente, sendo, portanto, na história que se encontra a sua explicação.
 
E.4). PRINCÍPIOS TEOLÓGICOS DE INTERPRETAÇÃO
1. Princípio um. Você precisa compreender gramaticalmente a Bíblia, antes de compreendê-la teologicamente. Melhor explicando esta regra de interpretação teológica do texto das Escrituras, queremos dizer que você precisa entender o que diz a passagem linguisticamente, antes de poder esperar entender o que ela quer dizer teologicamente, isto é, o seu sentido, sua mensagem.
2. Principio dois. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a menos que resuma e inclua tudo o que a Escritura diz sobre ela. O propósito básico desta regra de interpretação é determinar a verdade doutrinária do texto bíblico. É evidente que a Bíblia inteira é a Palavra de DEUS; toda ela é a verdade, e tudo nela é útil para a nossa vida. Mas é igualmente importante lembrar que nem tudo na Bíblia tem o mesmo valor, nem é útil da mesma maneira. Evidentemente a determinação da legitimidade da doutrina não implica que algumas partes da Bíblia não sejam verdadeiras e que outras o sejam. Entretanto, a .verdadeira doutrina (as passagens que declaram a vontade de DEUS para o homem agora), é útil a nós de uma maneira mais particular pelo fato de exigir alguma coisa de nós de forma particular. Assim como Filipe foi usado como instrumento do ESPÍRITO SANTO para interpretar o texto de Isaías 53 ao alto oficial de Candace, resultando daí a sua conversão a Cristo, de igual modo, DEUS espera que sejamos fiéis intérpretes da Sua Palavra no mundo hoje. Não impeça- mos, pois que os homens sejam abençoados por intermédio da fiel interpretação das Sagradas Escrituras.
 
 
 
 
O VALOR DO ESTUDO DA BÍBLIA
Estudar a Bíblia é muito mais do que apenas lê-Ia.
I - O QUE É LER A BÍBLIA
1. Leitura comum.
2. Leitura persistente.
II- O ESTUDO SIGNIFICATIVO DA BÍBLIA
1. O que é estudar.
2. O estudo aplicado da Bíblia.
III- BENEFÍCIOS NO ESTUDO DA BÍBLIA
1. Crescer em conhecimento.

2. Evitar as "meninices".
3. Meditação.
4. Prevenção.
IV- COMO ESTUDAR A BÍBLIA
1. Com atitude espiritual.
a) Humildade.
b) Fé e oração.
c) Santidade.
2. Com atitude intelectual.
a) Método.

b) Anotações.
c) Observar regras de interpretação bíblica.
CONCLUSÃO
A Bíblia não é apenas um livro; nem mais um livro entre
tantos outros. Ela é a Palavra de DEUS.
 
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) A existência de Deus não pode ser explicada somente pela lógica humana, pois a sabedoria do homem é limitada e falível.
SINOPSE DO TÓPICO (2) A humanidade, em razão do pecado, não tem como compreender e aceitar que existe um único Deus, por isso, O Eterno em sua bondade, revelou-se ao homem através de Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Através das Escrituras Sagradas podemos conhecer a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses.
SINOPSE DO TÓPICO (4) O Maligno usa seus ardis através do Teísmo Aberto e da Nova Era para que o homem não reconheça que o Deus da Bíblia é o Verdadeiro.
 

Subsídio Teológico
"A Existência de Deus
Embora a Bíblia não apresente argumentos em favor da existência de Deus, (...) argumentos clássicos vem sendo apresentados desde a Era Medieval. Apesar de limitados em si mesmos, provêm eles, em seu conjunto, o apoio intelectual suficiente para corroborar a verdade da Bíblia. O primeiro desses argumentos é o ontológico. Defende este que um Ser Perfeito implica numa existência real. Por conseguinte, para se conceber um Ser Perfeito, é necessário se acreditar que este Ser Perfeito realmente exista. O segundo argumento clássico é o cosmológico. Segue-se de maneira coerente ao ontológico. O universo, como todos o admitimos, não existe por si mesmo. Todos os eventos que presenciamos dependem de alguma causa além deles mesmos. O terceiro argumento clássico em prol da existência de Deus é o teleológico, ou argumento do desígnio. O mundo maravilhoso descoberto pela inquirição científica desvenda uma notável e espantosa ordem em toda a natureza. As improbabilidades matemáticas de todas estas maravilhas terem ocorrido por mero acaso, leva-nos a enaltecer aquEle que é o autor de tudo quanto vemos e admiramos. O quarto argumento clássico é o moral. Ele apresenta-se como o senso inato do que é certo e do que é errado. Que ser humano não o possui? Similar ao anterior é o quinto argumento. Acha-se ele alicerçado sobre a estética ou beleza."
 
 

 
SUBSÍDIOS DA CPAD - LIÇÃO 5
 
HINOS SUGERIDOS: 129, 368, 559 da Harpa Cristã
 

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Se é importante conhecer a estrutura da Bíblia para bem manejá-la, mais importante ainda é lê-la adequadamente. Não são poucos os erros e os enganos por causa da má interpretação das Escrituras Sagradas. Por isso temos de dar a devida importância ao assunto que impacta diretamente a qualidade da fé do leitor da Bíblia. Que tenhamos sabedoria do alto para ler a Bíblia e compreendê-la adequadamente.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Expor que a Bíblia precisa ser interpretada; II) Pontuar os pressupostos pentecostais para a leitura da Bíblia; III) Apresentar os princípios básicos de interpretação bíblica.
B) Motivação: Ler e interpretar a Bíblia de maneira adequada deve ser o objetivo de todo aluno da Escola Dominical. Como compreender os ensinos de JESUS nos Evangelhos? Como aplicar hoje a mensagem do apóstolo Paulo em suas epístolas? Sem dúvida essas questões nos motivam para a presente lição.
C) Sugestão de Método: Sugerimos que você pergunte aos alunos como eles leem a Bíblia. Permita que eles exponham as próprias experiências. Aproveite as respostas da classe para desenvolver o primeiro tópico (I - A Bíblia Precisa Ser Interpretada), principalmente o subponto que diz respeito às limitações dos leitores.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Desafie os alunos a lerem a Bíblia de maneira metódica e sistemática, de acordo com os pontos apresentados na lição. Se for o caso, proponha a classe um plano de leitura anual e estabeleça metas para cumpri-lo durante o ano.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a apena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O Autor como fator determinante do significado" aprofunda o tema da interpretação, no primeiro tópico, focando na importância da intenção do autor sagrado ao escrever um livro da Bíblia; 2) O texto "Tipos de Autoridade Religiosa" aprofunda a importância da autoridade canônica e o valor da experiência espiritual como uns dos pressupostos pentecostais para a leitura da Bíblia.
 
 
SINÓPSE I - As Escrituras Sagradas precisam ser interpretadas para que todos conheçam o verdadeiro significado da mensagem
SINÓPSE II - A Bíblia é a autoridade final, o ESPÍRITO SANTO nos auxilia na sua compreensão e a experiência confirma as verdades bíblicas.
SINÓPSE III - A Escritura é a sua principal intérprete. Assim sendo, o uso da hermenêutica e a iluminação do ESPÍRITO auxiliam na correta interpretação.
 
 
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“O Autor como fator determinante do significado
O método mais tradicional para o estudo da Bíblia, no entanto, tem sido o de analisar o significado como algo controlado pelo autor. De acordo com esse ponto de vista, o significado é aquele que o escritor, conscientemente, quis dizer ao produzir o texto. Dessa maneira, a epístola aos romanos deve ser interpretada à luz do que Paulo quis passar aos seus leitores quando escreveu – se estivesse vivo, bastaria que nos dissesse o que desejava transmitir. O significado, portanto, é exatamente o que o apóstolo considerava como tal. [...] Negar que o autor determina o significado do texto também levanta uma questão ética – a de se estar roubando a criação de alguém. Analisar um texto à parte da intenção de quem o escreveu é como roubar uma patente de um inventor ou uma criança recém-nascida de sua mãe. Ao registrar-se um trabalho sob o nome de seu autor se está admitindo, pelo menos tacitamente, que essa obra a ele ‘pertence’. O uso do nosso significado para substituir o pretendido pelo autor é uma espécie de plágio. Um escrito assemelha-se ao testamento” (STEIN, Robert H. Guia Básico para a Interpretação da Bíblia: Interpretando conforme as regras. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.23,25).
 
 
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP2
“Tipos de Autoridade Religiosa
Autoridade canônica. A autoridade canônica sustenta que as matérias bíblicas, contidas no cânon das Escrituras, são a revelação autorizada de DEUS. A Bíblia tem uma mensagem clara e definitiva para as nossas crenças e para o nosso modo de vida. Os proponentes desta opinião afirmam que: (1) a Bíblia é autoridade em virtude de sua autoria divina; e (2) a Bíblia fala com clareza a respeito das verdades básicas que apresenta. Todas as questões de fé e conduta estão sujeitas à autoridade da Bíblia de modo que os itens da crença teológica devem, ou ter apoio bíblico (explícito ou implícito, ou ser repudiados.
A experiência como autoridade. A primeira fonte interna da autoridade é a experiência. O indivíduo relaciona-se com DEUS no âmbito da mente, da vontade e das emoções. Considerando a pessoa como unidade, os efeitos experimentados, nos demais, quer subsequente quer simultaneamente. De fato, a revelação de DEUS tem o seu efeito na totalidade da pessoa humana. [...] [Porém,] não é fidedigna a experiência isolada e que se arvora como fonte de autoridade para mediar a revelação de DEUS” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.46,48).
 
 
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é o significado do termo “Exegese”?
O termo “exegese” vem do grego ex, traduzido como “fora”, e agein com o sentido de “guiar”. Literalmente significa “guiar para fora”, isto é, extrair a intenção das palavras de um texto.
2. Por que precisamos usar métodos sadios como auxílio na interpretação das Escrituras?
Em virtude de nossa inclinação pecaminosa que nos induz ao erro (Rm 8.7), precisamos usar métodos sadios que nos auxiliem na interpretação das Escrituras (Rm 12.2).
3. Segundo a lição, como podemos acatar a autoridade da Bíblia?
Acatamos suas doutrinas, reconhecemos a realidade do sobrenatural, a literalidade dos milagres e a atualidade do Batismo no ESPÍRITO SANTO e os Dons Espirituais (At 2.39).
4. Acerca do valor da experiência, como vemos o livro de Atos?
Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o livro de Atos não apenas descreve a experiência pentecostal da Igreja primitiva, como também a torna válida para os nossos dias (At 2.1-4, 38, 39).
5. O que é enfatizado na interpretação bíblica dentre os princípios gramaticais, históricos e literários?
Dentre os princípios gramaticais, históricos e literários, enfatizamos que o texto bíblico tem sentido único e sempre que possível deve ser interpretado literalmente.

LEITURAS PARA APROFUNDAR
Guia Básico para Interpretação Da Bíblia, O ESPÍRITO e a Palavra