Lição 9- Um lugar de adoração a Deus no deserto, 2 parte

 
3. A pia de bronze (Êx 30-17-21).
Mas, finalmente, havia ainda no Pátio do Tabernáculo a Pia de Bronze. Ela era utilizada para o sacrifício de purificação (Ex 30.17-21). Essa lavagem cerimonial era feita com água constantemente substituída, já que não havia sistema de torneiras ou bicas naquela época nem algo parecido com isso é mencionado no texto bíblico. Os sacerdotes deveriam se lavar sempre nele antes de ministrarem no interior do Tabernáculo ou no Altar dos Holocaustos.
Ora, a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de DEUS (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do ESPÍRITO SANTO (Tt 3.4-6; 1 Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1 Pe 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de JESUS (1 Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de CRISTO nos purifica de todo pecado e nos dá acesso à constante ação purificadora do ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS em nossas vidas.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96.
BACIA, BACIA DE BRONZE (provavelmente da raiz significando ser ou fazer redondo; também traduzido por “panela” (I Sm 2.14; Zc 14.21) e “tribuna”, ARA; “base”, ARC; “plataforma”, NVI, “estrado”, BJ (provavelmente por causa de seu formato redondo semelhante a uma bacia, 2Cr 6.13)
1. A bacia para o tabernáculo com sua base era feita de bronze (Ex 30.18, passim); continha água, de maneira que Aarão e seus filhos pudessem lavar as mãos e os pés quando adentrassem a Tenda da Congregação ou se acercassem do altar para ministrar (Êx 30.18,19); foi feita por Bezalel da tribo de Judá e Aoliabe da tribo de Dã (Êx 31.1-9) com outros homens do povo (Ex 35.10-16); e foi feita com os espelhos das mulheres que se reuniam (a palavra Hebraica sãbã sugere um grande grupo organizado) para ministrar à porta da Tenda da Congregação. Dessas mulheres Aben-ezra disse “é costume de todas as mulheres contemplar a face todas as manhãs no espelho, para que possam pentear e arrumar o cabelo, mas veja! estas eram mulheres de Israel que serviam ao Senhor, abandonaram seus deleites terrenos e abriram mão de seus espelhos como oferta voluntária, porque eles não tinham mais uso para elas; mas elas vinham todos os dias à porta da Tenda da Congregação para orar e ouvir as palavras dos Mandamentos “(Patrick Fairbaim, The Typology of Scripture, II [ 1900], p. 25 8). Após a unção com o óleo prescrito (Êx 30.22-29; Lv 8.11) e aceitação por Moisés (Êx 39.39) foi o último artigo colocado no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.7-17). A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte.
2. No Templo de Salomão, um grande “Mar de Fundição” tomou o lugar da bacia no Tabernáculo para as abluções dos sacerdotes (2Cr 4.6). Esse “mar” tinha cinco côvados de altura, dez côvados de diâmetro de uma borda a outra, e trinta côvados de circunferência (l Rs 7.23). Alguns consideram os dois últimos números uma impossibilidade matemática (e.g. Louis Casseis, “Understanding theBible”, PresbiterianLife, Dec.1. 1966, p.13). A circunferência, porém, podia não incluir a curvatura para fora do seu formato de lírio na borda (l Rs 7.26), enquanto o diâmetro pode se referir à borda em sua parte mais larga. Havia colocíntidas (cabacinhas) por baixo de sua aba, dez em cada côvado; arcundando a bacia em duas fileiras, fundidas com a própria bacia (l Rs 7.24). De acordo com KD, “a semelhança de bois” no TM (ARC, NVI, BJ) no relato sinóptico de 2 Crônicas 4.3 está corrompido. Ele estava apoiado sobre quatro grupos de três bois de bronze, cada grupo voltado para um dos quatro pontos cardeais (l Rs 7.25). Esse arranjo representava o serviço sacerdotal das doze tribos, do mesmo modo que os leões no trono de Salomão representava o serviço real. Uma bacia de basalto, posta sobre dois touros, do começo do primeiro milênio a.C. foi achada em Carquemis (NBD, p. 718, fig. 132). A espessura do bronze era da largura da mão e tinha a capacidade de dois mil batos (l Rs 7.26). De acordo com KD a leitura “três mil batos” (2Cr 4.5) está corrompida.
Além do grande mar de fundição localizado no sudeste do Templo de Hirão, de Tiro (lRs 7.13,14, 40-44), também fez dez pias de bronze, dispostas em linha entre os lados norte e sul do Templo (l Rs 7.39). Essas pias, com quatro côvados de diâmetro e contendo quarenta batos (l Rs 7.38), eram usadas para lavar os animais a serem oferecidos como oferta queimada (2Cr 4.6), e estavam assentadas sobre suportes móveis de bronze (l Rs 7.27-37). Uma estrutura similar de Chipre, c. 1150 a.C. esclarece o estudo esmerado desses suportes, encontrado em A Dictionary of the Bible editado por William Smith (cp. NBD, p. 1244 fig. 205).
Devido à apostasia, o rei Acaz cortou fora os painéis dos suportes, removeu deles a bacia, e a pôs sobre um pavimento de pedra (2Rs 16.17). Os caldeus quebraram o que remanesceu do mar e dos suportes e levaram o bronze para a Babilônia (2Rs 25.13). A Escritura não menciona bacia(s) no segundo Templo, nem Josefo em seu relato da restauração feita por Heródes. B. K. Waltke
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 668-669.
Êx 30. 17-21. “No templo de Salomão havia um grande tanque de forma circular, com cerca de 13,70 m de circunferência, conhecido como mar de fundição (I Reis 7.23-36). Era inteiramente feito de bronze e repousava sobre as figuras de doze bois. De acordo com II Crô. 4.6, o mar servia para as abluções dos sacerdotes” (J. Edgar Park, in Ioc.). Não há certeza sobre até que ponto a antiga bacia de bronze assemelhava-se à versão mandada fazer por Salomão, mas é bem provável que a bacia de bronze dos dias de Moisés fosse algo bem mais modesto. O texto presente, em contraste com o resto dos itens do tabernáculo, fomece-nos poucos detalhes e não dá as dimensões da bacia de bronze. O trecho de Êxo. 38.8 adianta que as mulheres providenciaram o material necessário para esse item, pois contribuíram com seus espelhos de bronze. Portanto, a bacia de bronze importou em um sacrifício para muitas pessoas.
As lavagens feitas na bacia de bronze, tal como se dava com todos os demais ritos efetuados no tabernáculo, deviam ser efetuadas de modo perpétuo, por todas as gerações. (Êxo. 29.42).
As abluções litúrgicas dos israelitas influenciaram de modo profundo tanto o cristianismo quanto o islamismo.
Água se fazia mister para as lavagens dos sacerdotes e de certas partes das vítimas sacrificadas (Êxo. 29.27; Lev. 1.8,13), como também para limpeza do próprio altar, para nada dizermos sobre o chão para onde escorria todo aquele sangue dos animais sacrificados.
Seu suporte de bronze. A bacia de bronze provavelmente tinha o formato de um grande vaso ou urna, e estava apoiada sobre um pedestal. Vasos dessa natureza têm sido achados, com relativa abundância, pelos arqueólogos.
A bacia de bronze é o último item do tabernáculo a ser descrito. Ficava entre o altar dos holocaustos e a entrada do Lugar santo, entrada essa tapada pelo segundo véu. Ver a ilustração sobre a planta do tabernáculo, nas notas sobre Êxo. 26.1. Naturalmente, tanto o altar dos holocaustos quanto a bacia de bronze ficavam no átrio. Era essencial que a bacia ficasse próxima do altar, a fim de que os sacerdotes pudessem lavar as mãos e os pés antes de entrarem no Lugar santo, depois de terem oferecido sacrifícios sobre o altar.
Êx 30.19 A lavagem de mãos e pés era necessária por razões físicas e espirituais. Era mister que entrassem fisicamente limpos no Lugar santo, ao passarem pela segunda cortina. Talvez acabassem de realizar um sacrifício sobre o altar de bronze. Então teriam andado pelo átrio, cujo chão era de terra. Não teriam de tomar um banho de corpo inteiro, mas apenas lavarem as mãos e os pés, que mais certamente se teriam sujado de sangue e de poeira. Ademais, não poderiam adentrar o Lugar santo sem uma lavagem ritual e simbólica das mãos e dos pés. Cf. isso com João 13.10, Os sacerdotes egípcios lavavam-se duas vezes durante o dia, pela manhã, e duas vezes à noite, de acordo com Heródoto (Euterpe sive. 1.2 c. 37). Santidade de conduta (pés) e santidade de ações (mãos) era algo simbolizado por essas lavagens rituais.
“O altar falava da salvação por meio da oferta pelo pecado; e a bacia de bronze falava da santificação, que é algo progressivo e contínuo” (John D. Hannah, in Ioc.).
Êx 30.20 Para que não morram. Essas palavras dão a entender que Yahweh haveria de julgá-los com a pena de morte, se deixassem de obedecer às Suas ordens quanto a esse particular. Estavam ocupados em um serviço santo, servindo a Yahweh e aproximando-se Dele. Não podiam estar sujos, nem física e nem espiritualmente. A morte também era ameaçada por motivo de outras infrações das regras atinentes ao serviço santo. Ver Êxo. 28.35,43. “Não é exatamente fácil perceber por que a pena de morte foi ameaçada contra a negligência acerca de certas observâncias cerimoniais, mas não acerca de outras. Entretanto, a ablução era algo tão fácil e, provavelmente, estabelecida como uma prática fazia tanto tempo, que omiti-la só poderia indicar um desrespeito intencional para com DEUS” (Ellicott, in Ioc.).
Quando se chegarem ao altar. Os sacerdotes deviam lavar-se antes de oferecerem algum sacrifício, e, sem dúvida, depois de terem-no oferecido, para então entrarem no Lugar santo.
“Isso dá-nos conta da necessidade de termos corações puros e mãos limpas, para que nos aproximemos do altar de DEUS, se quisermos participar da adoração pública, e, em particular, para orarmos com mãos limpas, erguidas para o alto (I Tim. 2.8; Sal. 26.6)' (John Gill, in Ioc.). Este texto deve ser comparado com Tito 3.5, que nos dá uma versão cristianizada dessa necessidade.
Êx 30.21 Este versículo repete a injunção sobre as lavagens, e, então, adiciona a ordem agora familiar que esse rito deveria prosseguir perpetuamente, por todas as gerações dos filhos de Israel. Outro tanto tem sido dito a respeito de vários aspectos do culto efetuado no tabernáculo. (Veja Êxo. 29.42) Vemos aqui a repetição da ameaça de morte, feita pela primeira vez, no versículo anterior. Ver Heb. 12.14 quanto a uma aplicação cristã.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 440-441.
30:17-21. O Tanque.
18. Também farás um tanque de bronze. Na SBB “bacia” . Para sermos coerentes, deveríamos traduzir “cobre” . Era provavelmente bronze (uma liga de cobre e estanho), mas o hebraico não dispunha de um termo especial para este material. A necessidade de lavagens rituais para os sacerdotes antes da consagração e de seu comparecimento perante DEUS já foi mencionada em 29:4. Aquela era apenas uma das muitas ocasiões aqui mencionadas (v. 20). O tanque (cujas dimensões não são oferecidas) era provavelmente bem pequeno: se considerarmos que apenas Arão e seus filhos o utilizavam, as dimensões de uma grande “bacia” seriam adequadas. Em contraste, Salomão tinha dez tanques de bronze no Templo, além do chamado “mar de bronze” , um recipiente de enormes proporções (ver 1 Rs 7). Esta é apenas uma das muitas áreas em que o projeto do Templo diferia da planta do Tabernáculo.
Em 38:8 há alguns detalhes intrigantes sobre a fonte de obtenção do metal para o tanque, que também sugerem um tamanho pequeno, além da fundição de um objeto sólido a partir do metal (sem qualquer estrutura de madeira).
Entre a tenda da congregação e o altar. O tanque deveria ficar, portanto, no grande átrio, para ser utilizado antes que os sacerdotes entrassem no Tabernáculo propriamente dito. Depois de se lavar e purificar, o sacerdote podia entrar e adorar mediante a oferenda do incenso.
Além disso, os sacerdotes certamente precisavam se lavar depois dos sacrifícios e dos rituais de sangue, de modo que o tanque também tinha valor prático. É um pouco estranho que o tanque não tenha sido mencionado juntamente com o altar de bronze e o átrio no capítulo 27. Talvez esta passagem tenha sido deslocada de uma posição anterior no livro.
O mesmo pode ser dito a respeito da descrição do altar de incenso, que não ocupa a posição mais lógica no texto atual do livro de Êxodo.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 200-201.
No átrio do tabernáculo, havia uma bacia entre o altar de bronze e a tenda, e os sacerdotes e levitas tinham de parar lá com freqüência para lavar as mãos e os pés. Se entrassem na tenda ou servissem no altar de bronze sem se lavar primeiro, corriam risco de vida.
O Senhor não especificou nem o tamanho e nem o formato da bacia, assim como suas instruções também não dizem como ela era carregada quando o povo se deslocava.
O tamanho e o formato da bacia não eram importantes; o que importava de fato era seu conteúdo. Dentro dela, havia água limpa, e a bacia era reabastecida ao longo do dia pelos levitas.
Nas Escrituras, a água de beber é uma imagem do ESPÍRITO de DEUS (Jo 7:37-39), enquanto a água para lavar é uma imagem da Palavra de DEUS (Sl 11 9:9; Jo 1 5:3; Ef 5:25-27). A bacia, portanto, tipificava a Palavra de DEUS que purifica a mente e o coração daqueles que a recebem e obedecem (Jo 17:17). O fato de a bacia ser feita dos espelhos de bronze das mulheres israelitas (Êx 38:8) é prova de que ela tipifica a Palavra, pois a Palavra de DEUS é comparada a um espelho (Tg 1:22-26; 2 Co 3:18).
De acordo com o sistema do Antigo Testamento, havia três formas de obter a purificação cerimonial: pela água, pelo fogo ou pelo sangue. Somos purificados da culpa do pecado pelo sangue que JESUS CRISTO derramou por nós na cruz, e quando confessamos nosso pecado, esse sangue nos purifica (1 Jo 1:5 - 2:2). No entanto, quando desobedecemos a DEUS, nosso coração e nossa mente tornam-se impuros por causa do pecado (ver Sl 51), e é a "lavagem de água pela palavra " (Ef 5:26) que nos restaura.
Contudo, os sacerdotes do Antigo Testamento tornavam-se impuros não ao pecar contra DEUS, mas ao servir a DEUS! Seus pés ficavam sujos quando andavam no átrio e no tabernáculo (não havia piso no tabernáculo), e suas mãos eram contaminadas ao manusear os sacrifícios e aspergir o sangue. Assim, suas mãos e pés precisavam ser lavados constantemente, e a bacia provia a água para essa purificação. Quando estava com seus discípulos no cenáculo, o Senhor lhes ensinou a mesma lição ao lavar os pés deles (Jo 13:1-1 5). Aquele que confia que CRISTO salva,"já se banhou " (v. 10; 1 Co 6:9-11) e não precisa de outro banho, mas ao caminhar pela vida, nossos pés se sujam e precisam ser lavados. Não podemos ter comunhão com o Senhor se não somos purificados (Jo 13:8), e se não temos comunhão com o Senhor, não podemos desfrutar seu amor e nem fazer sua vontade. Quando confessamos nossos pecados, ele nos purifica, e quando meditamos na Palavra, o ESPÍRITO nos renova e restaura.
Em duas ocasiões, Davi orou pedindo:"Lava-me " (Sl 51:2, 7), e DEUS respondeu a essa oração (2 Sm 12:13). Porém, Isaías disse aos pecadores de sua época:"Lavai-vos, purificai-vos " (Is 1:16), o que sugere que precisamos limpar nossa própria vida e jogar fora as coisas que nos tornam impuros. Era isso o que Paulo tinha em mente quando escreveu:"Purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de DEUS " (2 Co 7:1).
Para os sacerdotes, o lavar-se na bacia não era um luxo e sim uma necessidade.
Manter-se puros era uma questão de vida ou morte!
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 311-312.
 
 
III - O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS
 
 
1. O castiçal de ouro (Êx 25.31-40).
Dentro do chamado “Lugar da Habitação de DEUS”, que era a parte interior da tenda do Tabernáculo, havia dois ambientes: o primeiro é o Lugar santo, onde ficavam o castiçal de ouro, a mesa dos pães da proposição e o altar do incenso; e o segundo é o Santo dos Santos, onde estava a Arca da Aliança, única peça desse ambiente. Estima-se que o Lugar santo media 9 metros de extensão, e o Santo dos Santos, 4,5 metros.
O castiçal de ouro (Ex 25.31-40) era o que iluminava o interior da tenda, já que não havia janelas ali. Ele era feito com puro ouro batido e seu fogo, mantido aceso com azeite. Essa peça nos fala, prioritariamente, de CRISTO, que é a Luz do Mundo (Jo 8.12), e, por extensão, da Igreja, que também é simbolizada pelo castiçal de ouro (Ap 1.12,13,20). Aliás, o próprio JESUS, antes da visão de João no Apocalipse, já havia comparado a Igreja a uma lâmpada acesa e também a chamado de “luz do mundo” (Mt 5.14-16). O apóstolo Paulo reforça essa ideia em Filipenses 2.15.
O azeite, por sua vez, é símbolo do ESPÍRITO SANTO. Para que o castiçal permanecesse aceso, era preciso que seu azeite fosse renovado todos os dias. Da mesma maneira, só podemos projetar a luz de DEUS sobre o mundo se formos cheios do ESPÍRITO SANTO; e, por conseqüência, só podemos projetá-la continuamente se procurarmos estar sempre cheios do ESPÍRITO. Não à toa, o imperativo “enchei-vos do ESPÍRITO”, no original grego de Efésios 5.18, subtende a necessidade de estarmos continuamente cheios do ESPÍRITO SANTO, e não apenas de vez em quando.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-97.
 
orar sem cessar, orar em línguas e orar todo o tempo tem a ver com manter o fogo aceso sempre. (Obs.: Ev. Luiz Henrique)
 
O CANDELABRO
O castiçal de ouro puro vem a seguir, porque os sacerdotes de DEUS têm necessidade de Luz bem como de alimento: e têm tanto uma coisa como a outra em CRISTO. Neste castiçal não se faz menção de outra coisa que não seja ouro."Tudo será de uma só peça, obra batida de ouro puro " (versículo 36)."As sete lâmpadas", as quais se  "acenderão para alumiar defronte dele", exprimem a perfeição da luz e poder do ESPÍRITO, baseadas e ligadas com a eficácia perfeita da obra de CRISTO. A obra do ESPÍRITO SANTO nunca poderá ser separada da obra de CRISTO. Isto é indicado, de um modo duplo, nesta magnífica imagem do castiçal de ouro. As sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos a obra cumprida por CRISTO como a única base da manifestação do ESPÍRITO na Igreja. O ESPÍRITO SANTO não foi dado antes de JESUS ter sido glorificado (comparem-se João 7: 39 com Atos 19:2 a 6). Em Apocalipse, capítulo 3, CRISTO é apresentado à igreja de Sardes como Aquele que tem  "os sete espíritos". Quando o Senhor JESUS foi exaltado à destra de DEUS, então derramou o ESPÍRITO SANTO sobre a Sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e de culto.
Vemos, também, que uma das funções particulares de Arão consistia em acender e espevitar essas sete lâmpadas.  "E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do Testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas, perante o SENHOR, continuamente " (Lv 24:1-4). Desta maneira, podemos ver como a obra do ESPÍRITO SANTO na Igreja está ligada com a obra de CRISTO na terra e a Sua obra no céu.  "As sete lâmpadas " estavam no tabernáculo, evidentemente, mas a atividade e diligência do sacerdote eram necessárias para as manter acesas e espevitadas. O sacerdote necessitava continuamente dos  "espevitadores " e dos  "apagadores " para remover tudo que pudesse impedir o livre curso do  "azeite batido". Esses espevitadores e apagadores eram igualmente feitos de "ouro batido" porque todas essas coisas eram o resultado imediato da operação divina. Se a Igreja brilha, é unicamente pela energia do ESPÍRITO, e esta energia está fundada em CRISTO, que, em virtude do desígnio eterno de DEUS, veio a ser, em Seu sacrifício e sacerdócio, o manancial e poder de todas as coisas para a Sua Igreja. Tudo é de DEUS. Quer olhemos para dentro desse véu misterioso e contemplemos a arca com a sua coberta e as duas figuras significativas, ou admiremos o que está da parte de fora desse véu, a mesa pura e o castiçal puro, com os seus vasos e respectivos utensílios — tudo nos fala de DEUS, quer seja revelando-Se em ligação com o Filho ou o ESPÍRITO SANTO.
A chamada celestial coloca o leitor cristão no próprio centro de todas estas preciosas realidades. O seu lugar não está apenas no meio das "figuras das coisas que estão no céu", mas no meio das "próprias coisas celestiais". Tem "ousadia para entrar no santuário pelo sangue de JESUS". É sacerdote para DEUS. O pão da proposição lhe pertence. O seu lugar é à mesa pura, para comer o pão sacerdotal, na luz do ESPÍRITO SANTO. Nada o poderá privar desses privilégios divinos. São seus para sempre. Esteja em guarda contra tudo que possa privá-lo do gozo deles.
Guarde-se contra toda a irritabilidade, a cobiça, de todo o sentimento e imaginações. Domine a sua natureza, lance o mundo fora de seu coração, afugente Satanás. Que o ESPÍRITO SANTO encha inteiramente a sua alma de CRISTO. Então será praticamente santo e sempre ditoso. Dará fruto, e o Pai celestial será glorificado, e o seu gozo será completo.
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
CANDEEIRO DE OURO
No trecho de Êxodo 25: 31-39 encontramos as orientações recebidas pelos israelitas para a fabricação esse item da tenda da congregação. Uma base suportava uma haste. Três braços curvados para cima, partiam dessa haste central; esses braços terminavam em seis receptáculos, em cada um dos quais havia uma lamparina; somando-se à lampana no alto da haste central, havia um total de sete lamparinas. O ouro foi o material usado para a construção do candeeiro. A haste central e os braços eram decorados com desenhos em alto relevo de florescências de amendoeira. As espevitadeiras para as lamparinas também eram feitas de ouro. O trecho de Êxodo 37:17-24 adiciona uma segunda instrução concernente a essa questão, para garantir a perfeição da execução da obra. O candeeiro de ouro foi posto no Lugar santo do tabernáculo, do outro lado da mesa dos pães da proposição. Quando o templo de Jerusalém, construído por Salomão, ficou pronto, para o mesmo foram preparados dez candeeiros de ouro, de acordo com as maiores dimensões dessa estrutura permanente. Mas, no segundo templo de Jerusalém, por razões desconhecidas, havia apenas um candeeiro. Antíoco Epifânio removeu esse candeeiro de seu lugar. Quando Judas Macabeu restaurou a adoração no templo, um novo candeeiro foi provido para o mesmo. Aparentemente, o mesmo formato de candeeiro havia no templo construído por Herodes.
Simbolismo do Candeeiro de Ouro. O trecho de Apocalipse 1:12-20 exibe uma aplicação direta, ao chamar as sete igrejas de sete candeeiros. Naturalmente, em sentido primário, CRISTO é o candeeiro, pois ele é a luz do mundo. E o número sete indica a perfeição de seu oficio de iluminador. Em João 1:9. O material de que o candeeiro foi feito, o ouro, representa a preciosidade da estrutura da Igreja, bem como a divindade de CRISTO. O azeite, que queimava no candeeiro, representa o ESPÍRITO SANTO e seu ministério iluminador. E o ESPÍRITO SANTO que nos conduz a toda a verdade (João 16:13). (NTI Z)
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 623.
CANDELABRO. A tradução da ARA para o termo hebraico mi; com pouca variação, de candeeiro, velador pedestal, o aramaico de Daniel 5.5, é traduzido do grego para “candeeiro”; a ASV e RSV trazem castiçal em sua maioria, variando às vezes com lâmpada, candeeiro, velador. Os antigos usavam lâmpadas de metal ou barro, não velas.
CANDELABRO (DE OURO) Meio de fornecimento de luz para o Tabernáculo e para o Templo.
“Castiçal” é a melhor tradução, pois os hebreus não conheciam o uso das velas da maneira que o conhecemos. Os candelabros eram, na verdade, candeeiros ou lâmpadas.
O Livro de Êxodo dá instruções sobre como confeccionar o candelabro (Êx 25.31-39): uma haste central que subia da base; três braços, que se curvavam para cima, saindo de cada lado da haste, terminando no topo em uma seqüência de recipientes, nos quais eram colocadas as lâmpadas; o material, ouro; os braços e a haste grandemente ornados com desenhos de flores de amendoeiras. E quase impossível determinar a natureza precisa dos ornamentos floridos. As “espevitadeiras e bandejas”, necessárias ao candelabro, também eram de ouro. Um modelo foi mostrado a Moisés, na montanha.
A prestação de contas sobre as instruções dadas apareceu em Êxodo 37.17-24, mediante um segundo relato de como as prescrições foram seguidas ao pé da letra.
Quando o candelabro foi terminado, ele foi colocado no Santuário do Tabernáculo, no lado sul, defronte à mesa dos pães da proposição, que ficava no lado norte. O mesmo padrão parece ter sido observado no Templo de Herodes até Tito destruir a ele e à cidade (70 d.C.).
A simbologia do candelabro é de particular importância. A única pista segura, embora ocorra em uma passagem do NT, está em Apocalipse
1.12-20, que mostra: “os sete candeeiros são as sete igrejas”. Usar a mesma simbologia pode ter sido a intenção original do AT. O número sete apresenta ainda um problema, que pode ser resolvido se levarmos em conta que ele pode ser o número da aliança. A Igreja é composta pelo povo da aliança de DEUS. O ouro representa o quanto a Igreja é preciosa aos olhos do Senhor. O azeite, como é freqüente nos dois Testamentos, representaria o ESPÍRITO SANTO.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.  890-891.
 
 
2. Os pães da proposição e o altar do incenso (Êx 25.30).
O altar menor, como também era chamado, era a peça que ficava mais próxima da entrada do Santo dos Santos, separando-se da Arca da Aliança apenas pelo véu de entrada para esse último ambiente. O incenso deveria ser queimado diariamente (Ex 30.7). DEUS costumava se manifestar àqueles que lhe ofereciam incenso nesse altar de ouro, como aconteceu com Zacarias, pai de João Batista, que recebeu do anjo Gabriel, mensageiro de DEUS manifestado diante desse altar, o anúncio divino da concepção do seu filho João no ventre de Isabel, sua esposa, e da importantíssima missão que seu filho teria (Lc 1.8-17). O incenso simboliza a adoração, o louvor e a oração, como podemos ver claramente em Salmos 141.2 e Apocalipse 5.8 e 8.3,4.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 96-98.
A MESA DO PÃO DA PROPOSIÇÃO
Moisés recebe em seguida instruções quanto "à mesa dos pães da proposição", ou pães de apresentação. Sobre esta mesa estava disposto o alimento dos sacerdotes de DEUS. Durante sete dias os doze pães de "flor de farinha com incenso " estavam dispostos na presença do Senhor, depois do que, sendo substituídos por outros, eram o alimento dos sacerdotes, que comiam deles no lugar santo (veja-se Lv 24:5-9).
Escusado será dizer que esses doze pães simbolizam "o homem CRISTO JESUS". A "flor de farinha " da qual eram compostos, mostra a Sua perfeita humanidade, enquanto que "o incenso " indica a inteira consagração dessa humanidade a DEUS. Se DEUS tem os Seus sacerdotes ministrando no lugar santo, terá certamente uma mesa para eles, e uma mesa bem fornecida também. CRISTO é a mesa e o pão sobre ela. A mesa pura e os doze pães mostram CRISTO, presente incessantemente diante de DEUS em toda a excelência da Sua imaculada humanidade e como alimento para a família sacerdotal. Os "sete dias" mostram a perfeição do gozo divino em CRISTO; e os "doze pães" exprimem este gozo no homem e pelo homem. É possível que exista também a ideia de ligação de CRISTO com as doze tribos de Israel e os doze apóstolos do Cordeiro.
Êx 25.30 Os pães da proposição. Os pães da proposição eram doze, e não levavam fermento em sua fórmula (o que é confirmado por Josefo, em Antiq. 3.6.6). Os pães eram exibidos sobre a mesa existente no Lugar santo, um sobre outro, formando duas pilhas de seis pães em cada pilha. Esses pães simbolizavam as doze tribos de Israel (Lev. 24,8). Também representavam a unidade nacional (I Reis 18.31,32).
Em Israel, fazia-se uma oferenda a Yahweh, em reconhecimento que Dele procede toda provisão, pelo que essa oferenda falava de gratidão pelas provisões divinas.
Tipo; O Pão da Vida. CRISTO é Aquele que nutre a vida do crente como um crente-sacerdote (I Ped. 2.9; Apo. 1.5,6). O maná era símbolo do pão da vida (João 6.33-58). JESUS é a espiga de trigo (João 12.24), moído no moinho do sofrimento (João 12.27).
Ό ato de comer os pães, por parte dos sacerdotes (Lev. 24.9), demonstrava que a comunhão espiritual sustenta a vida espiritual (John D. Hannah, in Ioc).
O pão sagrado (I Sam. 21.4,6) era exposto diante de DEUS como uma oferenda sacrificial (Núm. 4.7; Lev. 24.5-9; I Cro. 9.32; Mat. 12.4)” (Oxford Annotated Bible, in Ioc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 419-420.
Êxo 25 30. Os pães da proposição. O uso característico da mesa era exibir o pão “colocado perante DEUS”, como esta frase poderia ser parafraseada.
Doze bolos achatados (como grandes bolachas), dispostos em duas fileiras (Lv 24:6), eram ali colocados, frescos, para serem comidos apenas pelos sacerdotes, em circunstâncias normais (1 Sm 21:6). O simbolismo não é explicado: talvez fosse um reconhecimento agradecido de que o pão cotidiano das doze tribos vinha de DEUS. Certamente parece haver alguma ligação com a origem da famosa frase na oração do Senhor (Lc 11:3).
Felizmente possuímos, no Arco de Tito, uma representação esculpida desta mesa (bem como do candelabro de ouro). O modelo da escultura é o existente no Templo de Herodes, mas, a julgar pela descrição feita em Êxodo, este devia seguir bem de perto o modelo original. Sobre a mesa ainda havia alguns dos cálices de ouro usados para o incenso ou para libações derramadas ao pé do altar (v. 29), ao passo que de encontro a ela estão encostadas algumas trombetas sacerdotais. Os termos técnicos usados em Êxodo para descrever a construção da mesa são relativamente incertos devido à sua raridade. A mesa parece ter possuído escoras para apoio e pés em forma de garra, como algumas mesas modernas, a julgar pelo Arco de Tito.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 186.
Sobre a mesa na presença de DEUS devia ficar continuamente o pão da proposição (30). Eram os “pães da Presença” (NVT). Não eram alimentos para DEUS, mas símbolos do pão espiritual pelo qual Israel seria alimentado. Por sua qualidade, os pães lembravam que os israelitas dependiam de DEUS para satisfação das necessidades cotidianas. Havia 12 pães, representando todas as tribos. Os pães tinham de ser substituídos todos os sábados (Lv 24.5,8). O pão da proposição também significava a comunhão ininterrupta do povo de DEUS com Ele. O pão indicava CRISTO, o Pão Vivo (Jo 6.35).
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 209.