12 junho 2014

Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião

Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
 
 
TEXTO ÁUREO
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).
 
 
VERDADE PRATICA
O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tt 1.5 - O estabelecimento dos Presbíteros
Terça - Tg 5.14 - Homens espirituais
Quarta - 1 Tm 4.14 - A ação do presbitério
Quinta - 1 Pe 5.1,2 - Presbíteros apascentadores
Sexta - 1 Pe 5-3 - Como exemplo do rebanho
Sábado - Tt 1.5,7 - Bispo - Outro nome para presbítero
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tito 1.5-7; 1 Pedro 5,1-4.
Tito 1.5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
1 Pedro 5.1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: 2 - apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3 - nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
 
INTERAÇÃO
A igreja local é o Corpo Invisível de CRISTO num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular; este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar o termo e a função do presbítero.
Valorizar o ministério do presbítero.
Apontar os deveres dos presbíteros.
 
PALAVRAS-CHAVE
Presbítero: Ancião. Pessoa madura na fé.
 
Resumo da Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função.
2. A liderança local.
3. As qualificações.
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo.
2. A atuação do presbitério.
3. A valorização do presbitério.
III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO
1. Apascentar a igreja.
2. Liderar a igreja local.
3. Ungir os enfermos.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) - O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskoíos) e de pastor (do gn poimêrí). Logo, a sua função é pastoral.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - Fundamentado na Palavra de DEUS desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - Apascentar a igreja de CRISTO, * liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero.
 
Meus comentários extras - Ev. Luiz Henrique
Casado só uma vez?
Creio que analisando os contextos comentados por Paulo sobre as viúvas, por exemplo, mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua esposa, o obreiro não poderia se casar de novo, pois não poderia ensinar sobre a fidelidade a DEUS. Não se admite que um homem totalmente entregue a DEUS, tendo a oportunidade de ser exclusivo de DEUS, novamente se case, querendo satisfazer a carne, pois já experimentou da satisfação total da presença de DEUS.
 
 
É bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões são elevados. Cada um faça as contas de quanto custará a ele, à sua família e à sociedade em que vive, só depois decida se entregar totalmente ao ministério.
 
Isto significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”, ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas nenhuma o substitui. Nada pode substituir a unção do ESPÍRITO SANTO, nada é mais importante ou melhor do que a presença de DEUS.
 
A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO. Os homens só confirmam o ministério que foi dado por DEUS. A escolha soberana é de DEUS.
 
Ninguém pode entrar para o ministério por obrigação. Deve ser por livre e espontânea vontade e desejo individual.
Não deve ser por causa financeira, ou de parentesco ou por outra causa que o force a ocupar esta posição. Alguns presbíteros só o são por pressão de seus pais que são pastores e desejam que seus filhos também o sejam. (São forçados a servirem sem desejarem, ou terem sido escolhidos por DEUS). 
Existem obreiros que chegaram ao presbitério porque exigiram seus cargos e existem outros que foram colocados contra suas vontades.
 
As vantagens financeiras têm sido o principal entrave de muitos ministérios. Muitos presbíteros "vendem o rebanho" na época de política em troca de vantagens financeiras ou favores políticos.
 
Somente homens cheios do ESPÍRITO SANTO servem para liderarem a obra de DEUS.
Uma das principais causas de estagnação do crescimento de igrejas é a falta de ânimo espiritual de seus líderes. Sem a alegria do ESPÍRITO SANTO não há crescimento qualitativo e nem quantitativo.
Vemos os líderes em Atos dos Apóstolos cheios do ESPÍRITO SANTO - Todos tinham dons espirituais que confirmavam seus ministérios e serviam como confirmação de autoridade divina para seus liderados.
 
Reuniões periódicas com a liderança é primordial na organização da igreja. Todos os líderes devem ter o direito de se expressarem a respeito do bom andamento da igreja. Decisões devem ser tomadas em conjunto. "Na multidão de conselhos se acha sabedoria".
 
Sobre unção com óleo:
Note que a oração da fé curará o doente e não o óleo. Note também que devido a muitas doenças serem causadas pelo pecado, na oração da fé os pecados eram perdoados para que houvessem curas (naturalmente haveria então arrependimento de pecados para que houvessem curas).

Sobre distinção entre duas classes de presbíteros nas Assembleias de Deus no Brasil:
Entendo que um dos motivos da evolução histórica desta distinção entre presbíteros e ministros (pastores e evangelistas) nas Assembleias de Deus no Brasil seja a questão financeira. Como os ministros (pastores e evangelistas) recebiam ajuda financeira por trabalhar em regime integral (ou parcial), se os presbíteros fossem “promovidos” ao status de ministros, isso incorreria em ter que remunerá-los também.
Outro motivo para a consolidação e perpetuação desta ideia equivocada de classe “superior” e “inferior” de presbíteros no contexto assembleiano, credito a inacessibilidade dos nossos pioneiros aos recursos bibliográficos, em especial, às obras nas línguas originais, léxicos, comentários e dicionários bíblicos, como as temos hoje abundantemente. Acrescente-se a isto toda oposição feita ao estudo teológico formal por longos anos.
Não encontramos no Novo Testamento, em hipótese alguma, os presbíteros ou bispos que exerciam o governo na igreja se colocando em posição de domínio ou superioridade “especial” sobre companheiros os crentes em geral. É neste sentido que Pedro escreve: "Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbíteros com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas, servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-4, ARC).
Percebam a humildade do apóstolo ao afirmar “sou também presbítero com eles”, em vez de “sobre eles”. Dessa forma, mesmo que o “anjos” nas cartas às igrejas da Ásia (Ap 2-3) sejam interpretado como um presbítero-líder, isso não o colocava em posição de domínio absoluto sobre os demais. As decisões na igreja do Novo Testamento sempre foram tomadas em conjunto (At 1.15-26; 6.1-6; 15.22-29). Em 1 Timóteo 3.1-7 temos a prescrição das qualidades que deveriam ser observadas nos candidatos ao bispado, presbitério ou pastorado, mas a forma como a escolha era feita não fica clara
no texto. Escrevendo a Tito, Paulo orienta o estabelecimento de presbíteros nas cidades.
Também não é exposto no texto como se dava o processo. Alguns entendem, fundamentados no contexto do Novo Testamento, que a igreja local participava ativamente do processo de eleição.
À medida que era aumentada a autoridade dos clérigos (especialmente dos bispos), diminuía a importância e participação dos leigos. Dessa maneira, a Igreja se tornava cada vez mais institucionalizada e menos dependente do poder e da orientação do Espírito. >>http://www.portalebd.org.br/files/2T2014_L11_altair.pdf<<

VOCABULÁRIO
Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar reciprocamente. Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo. Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
 
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58. p.41.
Ao longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.
No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo.
O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).
O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo.
Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de DEUS no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho - a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.
Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de DEUS é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho.- Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.
E importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no "Dicionário do Movimento Pentecostal" (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de DEUS da América é diametralmente oposto ao da brasileira.
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS - INTRODUÇÃO
A Igreja deixou de ser localizada apenas em Jerusalém, passando pela Judeia e Samaria, e começou a se deslocar para “os confins da terra” (At 1.8). As “igrejas de DEUS” sofriam a perseguição e se espalhavam por vários lugares (1 Ts 2.14). A conversão do fariseu Saulo, no caminho de Damasco, fez dele um dos maiores evangelistas de todos os tempos. Em suas viagens missionárias, muitas igrejas foram abertas, inclusive na Europa. Em consequência, as igrejas necessitavam de líderes, que orientassem os crentes acerca do evangelho, da organização, do desenvolvimento e da maneira de viver dos novos grupos de cristãos.
Os apóstolos, como verdadeiros evangelistas e missionários, não podiam ficar radicados num só lugar. Uns tinham que se dedicar “à oração e à palavra” (At 6.4). Outros precisavam sair evangelizando, mas o crescimento da obra exigia mais pessoas para ajudá-los. Assim, com o passar dos anos, foram surgindo crentes de mais idade, que demonstravam condição para cuidar dos mais novos convertidos. A boa semente do evangelho frutificava em vários lugares, e os líderes da Igreja tomaram providências para que, em cada cidade, fossem estabelecidos líderes locais para cuidarem do rebanho.
Barnabé e Saulo foram encarregados de levar socorro aos irmãos da Judeia, os quais o fizeram, entregando a ajuda “aos anciãos” (At 11.30). Havia uma grande fome naquela região e os líderes, com sabedoria, não mandaram a ajuda de qualquer forma. Enviaram aos líderes da comunidade cristã. Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé chegaram a Icônio, foram perseguidos e saíram para listra, Derbe, Antioquia, Pisídia e por muitas outras cidades. Eles fizeram excelente trabalho missionário, fundando muitas igrejas por onde passavam. E as multidões de crentes precisavam ser discipuladas.
Aquela altura da expansão da Igreja, não havia ainda um ministério organizado como conhecemos hoje, com pastores, evangelistas, mestres, presbíteros e diáconos, de forma bem definida e até impropriamente hierarquizada. Por isso, os discípulos mais antigos, e de mais idade, eram designados para cuidar de cada igreja. Eram os anciãos, que iam sendo escolhidos para serem superintendentes, supervisores, ou bispos. Exortando os irmãos de Éfeso, Paulo falou para os líderes daquela igreja: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28 — grifo nosso).
Em sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado por DEUS (1 Co 1.1; G1 1.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas viagens missionárias. E diz para seu discípulo: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5). De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião. Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de DEUS. Mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7).
Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. É atividade necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais. O presbítero é obreiro que colabora com o pastor da igreja, ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor JESUS CRISTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 129-130.
 
I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função.
A palavra presbítero, em sua origem significa “Forma comparativa” depresbys (gr.), que tem o significado de “mais velho, como substantivo, uma pessoa mais velha; especialmente um membro do Sinédrio israelita (também figurado, membro do conselho celestial) ou um “presbítero” cristão — ancião, mais velho, “um título de dignidade” “Anciãos de igrejas cristãs, presbíteros, encarregados da administração e governo das igrejas individuais”. Equivale a “episkopos, supervisor, bispo. Também didaskolos, professor; poimén, pastor”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 130-131.
 
PRESBITÉRIO, PRESBÍTERO
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4.14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham os seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um corpo de anciãos (At 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. At 15.4,6,23; 20.17,28). Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais igrejas.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1591.
 
ANCIÃO NO NT (literalmente pessoa mais velha ou homem mais velho; algumas vezes transliterado como presbítero). Este termo designava três grupos diferentes no NT: (a) indivíduos mais velhos; (b) líderes político-religiosos do Judaísmo e (c) os primeiros líderes da igreja apostólica.
1. Formação: AT, Judaísmo Rabínico e a comunidade de Qumrã. De acordo com a terminologia do AT, o ancião era um termo vagamente definido, designando os líderes religiosos e políticos, especialmente de Israel. As referências bíblicas mostram que outras nações, como Egito e Moabe, possuíram tais líderes (cp. Gn 50.7; Nm 22.7). Embora vários termos hebraicos foram usados para descrever estes líderes, três termos aparecem com mais frequência que outros: Geralmente significando uma pessoa mais velha (cp. Gn 43.7; Êx 3.16,18; 12.21; 17.5,6); significando idade avançada ou uma idade mais velha, do verbo que significa ser muito antigo (cp. l Rs 14.4);  chefe ou governador,  (cp. Jz 5.15; 6.6-16). Em Isaías 3.2,3 são mencionadas pelo menos onze diferentes posições de liderança pelo profeta; ancião é uma delas. Particularmente importante é a ideia dos “setenta anciãos” no AT (cp. Êx 24.1; Nm 11.16).
No primeiro século d.C., o ofício de ancião era uma posição regular na sinagoga judaica. No tratado do Sinédrio sobre a Mishná, as obrigações deste ofício são claramente destacadas. O conselho de anciãos era responsável pelo governo da comunidade judaica. Em Jerusalém, o Sinédrio, que era um conselho composto de setenta e um anciãos, agia como a corte suprema para todo o Judaísmo. (Cp. Berakhoth4:7;Nedrarim 5:5; Me- ghillah 3:1; Edhuyoth 5:6; Ta’anith 3:8; Middoth 2:2; Ed 10.8; Lc 6.22; Jo 9.22; 12.42).
As descobertas de Qumrã têm revelado uma comunidade pactuai, na qual o ofício de ancião também funcionava quase do mesmo modo que no Judaísmo, e há um consenso geral de que a comunidade de Qumrã realmente tinha conexões significantes com o Cristianismo primitivo. Isto não sugere que a Igreja Primitiva adotou sua estrutura eclesiástica da comunidade de Qumrã. O Manual de Disciplina (1 QS VI) fala dos anciãos (mebaqqer) como os que estavam em segundo lugar em autoridade, vindo logo após os sacerdotes.
 
2. O significado e a importância para a Igreja do NT.
Os termos associados com esta posição aparecem mais de setenta vezes no NT: (a) quase metade das citações referem-se ao ofício no Judaísmo (cp. Mt 15.2; 26.47; Mc 8.31; 14.43; At 4.5; 25.15; note: o termo não é usado nenhuma vez no evangelho de João, exceto na variante textual em 8.9, e isto é particularmente significante à luz do tom negativo do quarto evangelho para com o Judaísmo em geral); (b) cinco referências são designações comparativas de idade (cp. Lc 15.25; At 2.17 [RSV “homens mais velhos”]; Rm 9.12; l Tm 5.2 [RSV “mulheres mais velhas”]; Hb 11.2 [RSV “homens de idade”]; (c) as referências restantes são em relação ao ofício na Igreja Primitiva.
Na história apostólica de Lucas, o ofício aparece, sem explicações de sua origem, pela primeira vez em Atos 11.30. A referência aqui é aos presbíteros na Igreja da Judéia, para quem uma coleta foi tirada na Igreja de Antioquia. Nos é dito mais tarde que Paulo “designou” (do verbo grego que significa “escolher ou eleger por meio de mãos levantadas ou indicação”) presbíteros em cada Igreja (At 14.23). A exata natureza desta ordenação apostólica ou nomeação não é descrita exceto para sugerir que orações e jejuns faziam parte do ritual. Nós podemos supor que esta aparição inexplicável, em contraste com a escolha dos sete em Atos 6, implica numa transição natural, da estrutura da Sinagoga Judaica para a organização da Igreja Primitiva (cp. At 2.46).
A questão sobre a qual a Igreja tem se dividido através dos anos é acerca do relacionamento do ofício de presbítero em relação ao ministério total da Igreja. Primeiro, deveria ser observado que em muitas passagens eclesiológicas importantes o ofício de presbítero não é especificamente mencionado. Os ofícios de diácono, bispo ou pastor assim como ancião são notavelmente omitidos (I Co 12.4-11, e vv. 28-30).  Segundo, as epístolas pastorais referem-se somente a dois ofícios: pastores ou presbíteros e diáconos. Em 1 Timóteo 3.1-13,0 texto usa episkopos e diakonos\ enquanto que Tito 1.5-9 parece usar os termos episkopos e presbuteros quase que de modo permutável: “te deixei em Creta, para que... em cada cidade, constituísses presbíteros... porque é indispensável que o bispo (episkopos) . “., Na carta à igreja em Filipos, a saudação menciona somente “bispos” (episkopos) e “diáconos” (diakonos), e deve ser observado que ambos termos são plurais.
Duas questões são levantadas pela evidência do NT. Primeira, qual é a importância da pluralidade de anciãos na igreja do NT? Segundo, qual é o relacionamento de bispo ou pastor com o ofício de presbítero?
Em relação à primeira questão, deve ser observado que duas possíveis explicações estão disponíveis. Por um lado, a estrutura existente da sinagoga, com sua pluralidade de anciãos é comparada à organização da Igreja do NT. Deve ser destacado aqui que, mesmo na sinagoga havia, um “cabeça”. A pluralidade neste caso não proibiria a liderança predominante de um presbítero, talvez referido como “presbítero que preside” (l Tm 5.17). Há, na história posterior da igreja, um desenvolvimento que pode ser seguido desde uma pluralidade de presbíteros a um bispo presidente até uma estrutura episcopal hierárquica. A natureza das assembleias cristãs primitivas do NT, que geralmente cultuava em lares dos membros, pode também ajudar a explicar a pluralidade de presbíteros. Em outras palavras, em uma dada comunidade poderia haver um número de presbíteros responsável pelo cuidado de uma congregação particular, que se reunia em seu lar ou no lar de algum outro cristão na congregação. Exemplos claros disto são encontrados no próprio NT (cp. At 16.11ss.;Rm 16.3-5).
Em relação à última questão, já se tem observado que na época em que as epístolas pastorais foram escritas os termos “bispo” e “presbítero” foram usados de modo permutável (cp. l Tm 3; Tt 1). Mas mesmo mais cedo no ministério de Paulo (cp. At 20.17-38), quando ele se encontrou com os presbíteros da igreja de Éfeso, ele parece referir-se aos três termos ao mesmo tempo — presbítero, bispo ou supervisor e pastor. A ideia de presbíteros servindo como pastores do rebanho e supervisionando a administração da Igreja ajudou a distinguir o título do ofício de suas funções práticas. Em outras palavras, o termo presbítero, originalmente, designava aqueles que eram, tanto natural quanto espiritualmente, mais velhos ou mais maduros. Observe que Paulo faz menção específica ao fato de que ninguém deveria ser admitido ao ofício de presbítero ou bispo sendo um “recém convertido” ou noviço (cp. l Tm 3.6). Os outros termos — pastor e bispo ou supervisor — referem-se às funções deste ofício na Igreja. Um presbítero é, portanto, um homem mais velho, um homem membro da Igreja espiritualmente mais maduro, que é responsável pela administração da congregação. Neste último caso, é instrutivo que Pedro refere-se a si mesmo como um presbítero; “Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou presbítero com eles” (I Pe 5.1). Nos últimos escritos pós-apostólicos da Igreja, há uma evidência clara de que o ministério de pastor ou bispo e presbítero eram o mesmo (cp. Didaquê 10.6).
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 297-299.
 
PRESBÍTERO. No AT. Os “anciãos do povo” ou os “anciãos de Israel" são frequentemente associados a Moisés quando este lidava com o povo (Ex 3.16; 4.29; 17.5; 18.12; 19.17; 24.1, 11; Nm 11.16). Posteriormente, administram o governo local (Jz 8.14; Js 20.4; Rt 4.2) e participam dos negócios da nação (1 Sm 4.3) mesmo depois da instituição da monarquia (1 Sm 8.4; 30.26; 2 Sm 3.17; 5.3; 1 Rs 21.8). Galgam nova preeminência durante o exílio (Jr 29.1; Ez 7.1; 14.1; 20.1) e depois da volta do exílio, estão associados tanto ao governador nas suas funções (Ed 5.9ss.; 6.7) quanto à administração local (Ed 10.14). Em si mesmos, têm certas funções jurídicas (Dt 22.15; 25.7ss.) e associam-se aos juízes, que provavelmente são escolhidos dentre os “anciãos" (ou “presbíteros”), para administração e execução da justiça (Dt 16.18; 21.2ss.; Ed 7.25; 10.14). Além disso, estão associados a Moisés e Arão na transmissão da palavra de DEUS ao povo (Ex 3.14; 4.29; 19.7) e na representação do povo diante de DEUS nas ocasiões grandiosas (Ex 17.5; 24.1; Nm 11.16). Cuidam dos preparativos para a páscoa (Ex 12.21).
Outras nações tinham anciãos (cf. Gn 50.7; Nm 22.7), o direito ao título estava ligado à idade, o respeito de que o indivíduo gozava, ou ao cargo específico ocupado na comunidade (cf. o alderman saxônico, o senador romano, a gerousia grega). O ancião em Israel obtinha inicialmente, sem dúvida, sua autoridade e seu status, bem como seu nome, da sua idade e da sua experiência.
No período dos macabeus, o título “anciãos de Israel" é aplicado aos membros do Sinédrio judaico que, segundo se considerava, tinha sido estabelecido por Moisés quando nomeou os setenta anciãos em Nm 11.16ss. No nível local, uma comunidade de 120 (cf. At 1.15) ou mais, podia nomear sete anciãos (Mishna, Sanhedrin 1.6). Estes eram chamados os “sete de uma cidade”, e é possível que os sete que foram nomeados em Atos 6 fossem considerados anciãos desse tipo (cf. D. Daube, The NT and Rabbinic Judaism, 237). Nos evangelhos, os anciãos estão associados com os escribas e com os sacerdotes principais que fizeram padecer CRISTO (Mt 16.21; 27.1) e os apóstolos (At 6.12).
No NT. Os anciãos ou “presbíteros” (presbyteroi) aparecem já no início da vida da igreja, e assumem posição juntamente com os apóstolos, profetas e mestres. Em Jerusalém, estão associados a Tiago no governo da igreja local da maneira usada na sinagoga (At 11.30; 21.18), mas em associação aos apóstolos compartilham, também, do governo mais amplo, tipo Sinédrio, da igreja inteira (At 15.2,6,23; 16.4). Um apóstolo pode ser um presbítero (1 Pe 5.1).
Os presbíteros não aparecem em Antioquia durante a estada de Paulo (At 13.1), nem são mencionados nas primeiras epístolas dele. É possível que o governo eclesiástico fosse questão de importância secundária naquele período. Mesmo assim, Paulo e Barnabé, em sua primeira viagem missionária, promoveram a eleição de presbíteros em todas as igrejas que fundaram (At 14.23).
Os presbíteros aos quais Paulo dirigiu a palavra em Éfeso (At 20.17ss.) e aqueles aos quais 1 Pedro e Tito falam, têm um lugar decisivo na vida da igreja. Além da sua função de humilde supervisão pastoral, deles depende, em grande medida, a estabilidade e a pureza do rebanho quando as tentações e crises se aproximam. Ocupam uma posição de autoridade e de privilégio que pode ser abusada. São coparticipantes do ministério de CRISTO entre o rebanho (1 Pe 5.1-4; At 20.28; cf. Ef 4.11)·,
É asseverado frequentemente que nas igrejas gentias o nome episkopos é usado como substituto de presbyteros, com significado idêntico. Parece que as palavras são intercambiáveis em At 20.17, 18 e Tt 1.5-9. Mas, embora todos os episkopoi sejam indubitavelmente presbyteroi, não fica claro se o inverso sempre se aplica. A palavra presbyteros indica principalmente o status de “ancião”, ao passo que episkopos denota a função de pelo menos alguns dos anciãos. Mas é possível que tenha havido “presbíteros” que não eram episkopoi.
Em 1 Tm 5.17, o ensino é considerado uma função desejável do presbítero, e não somente a da supervisão. É provável que, quando os apóstolos, mestres e profetas, em suas viagens, já não podiam ministrar a toda a igreja, a função do ensino e da pregação recaísse sobre os presbíteros locais, e assim, desenvolver-se-ia o cargo de presbítero, e as qualificações dos presbíteros. Isso, por sua vez, pode ter levado a uma distinção dentro do presbiterado. A presidência do grupo local de presbíteros, tanto na disciplina da congregação, quanto na celebração da Ceia do Senhor, tenderia a ser um cargo permanente, exercido por um só homem.
O “presbítero” em 2 e 3 João refere-se meramente a alguém que gozava de alta estima dentro da igreja. Os vinte e quatro anciãos que com tanta freqüência aparecem nas visões do livro de Apocalipse são exemplos de como toda a autoridade deve adorar humildemente a DEUS e ao Cordeiro (Ap 4.10; 5.8-10; 19.4).
Na História da Igreja. Na época da Reforma, Calvino entendeu que o cargo de presbítero era uma das quatro “ordens ou cargos” que CRISTO instituíra para o governo normal da igreja, sendo que as outras eram: pastores, mestres e diáconos. Os presbíteros, como representantes do povo, eram responsáveis pela disciplina, lado a lado com os pastores ou bispos. Na Escócia, posteriormente, o presbítero recebia uma ordenação vitalícia, sem a imposição das mãos, e tinha o dever de examinar os candidatos à comunhão da igreja e de visitar os enfermos, sendo incentivado a ensinar. Surgiu a teoria, através de 1 Tm 5.17, de que os ministros e os demais presbíteros eram da mesma ordem, e que os ministros eram presbíteros quer ensinavam, e os demais, presbíteros que governavam. De modo global, no entanto, a Igreja Presbiteriana tem sustentado que há uma distinção entre a ordenação ao ministério e a ordenação ao presbiterado, sendo que o tipo de ordenação é determinado segundo a sua finalidade. O presbítero tem sido considerado representante do povo (sem, porém, ter sido nomeado pelo povo, e sem ser responsável diante deste) na organização dos assuntos da igreja, e tem cumprido muitas das funções que, no NT, são próprias do diaconato. O padrão da obra do presbítero dentro da igreja corresponde estreitamente àquele do “ancião do povo” no AT.
WALTER A. ELWELL. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTA. Editora Vida Nova.
 
2. A liderança local.
O crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige a delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do Senhor JESUS (Tt 1.5,7). Os pastores não podem abarcar tudo para si, sob pena de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja local requer. Como a referência a presbíteros, no NT, sempre é feita no plural “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos”, dá a entender que, em geral, o presbítero não agia isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da igreja local. “Sempre são citados no plural, isto é, não é mencionada uma só igreja onde houvesse apenas um presbítero (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4; 1 Pe 5.1).”
Certamente, pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial de pastor, havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de irmãos mais idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os presbíteros têm um ministério de grande importância, auxiliando os pastores, designados por DEUS para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob seus cuidados.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131.
 
Na época da carta de Paulo a Tito, o jovem é o representante do apóstolo em Creta onde era evidentemente pastor da igreja cristã.
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei (5). Os dizeres dão a entender que fazia pouco tempo que Paulo estivera em Creta acompanhado com Tito que lhe servia de assistente. O fato de Tito ter sido encarregado de ordenar presbíteros... de cidade em cidade mostra a extensão dessa atividade. O ministério de Paulo em Creta havia terminado recentemente; mas o apóstolo deixou ali Tito, seu assistente, para completar a tarefa de organizar as igrejas. A linguagem de Paulo dá a entender que nem tudo estava bem nas igrejas cretenses e que parte da tarefa de Tito era corrigir o que estava errado.
Tito foi instruído a designar e ordenar presbitérios (ou “pastores”, BV) para as igrejas. Esta prática estava de acordo com o costume do apóstolo. Já na primeira viagem missionária, Lucas nos informa que, “havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23). Há diferenças nas instruções de Paulo entre 1 Timóteo e Tito. Na primeira, já havia bispos no exercício do cargo, ao passo que na última, provavelmente por ser algo novo na igreja cretense, era a primeira ordenação de presbitérios.
 
O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade.
Como guardião dos fundos monetários da igreja esta poderia se tornar fonte de tentação para o bispo.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 543-546.
 
Tito também deixará a ilha. Por isso é necessário que as instruções sejam entregues por escrito às mãos dos irmãos colaboradores e co-dirigentes em Creta. Em 1Tm já se pressupõem formas e serviços eclesiais mais sólidos, em Creta parece existir um estágio anterior de constituição da igreja.
As coisas faltantes são aquilo que ainda falta para o desenvolvimento de uma igreja plenamente emancipada. O que Paulo deixou inconcluso é confiado a Tito para que este cuide da evolução posterior. O que DEUS começou ele pretende levar à maturidade. Aqui não se tem em vista apenas um aperfeiçoamento em termos de organização! Já em 1Ts 3.10 Paulo escreve que deseja dirimir as falhas que ainda estão ligadas à fé. As igrejas devem chegar à aprovação na fé.
Tito recebe particularmente a incumbência de instituir presbíteros em cada cidade. Aparentemente a fé em JESUS se expandiu primeiramente nas cidades, ou as igrejas cresceram mais rapidamente nelas, de modo que se tornasse necessária a instalação de presbíteros. As aldeias e localidades das redondezas eram evangelizadas a partir das cidades. Em todos os lugares a instalação de servos para a igreja aconteceu com a participação dos membros da igreja. At 14.23 informa que Paulo e Barnabé retornaram a três cidades em que se haviam formado igrejas durante a primeira migração evangelizadora. Somente agora, na segunda estadia, elegem presbíteros em cada igreja, recomendando-os em conjunto com a igreja ao Senhor, mediante oração e jejum. A evangelização em Creta pode ter ocorrido de forma similar. Primeiramente Paulo e Tito viajaram em conjunto pela ilha, anunciando o evangelho de JESUS. Em uma segunda visita, pouco tempo depois, Tito (ele permaneceu na ilha, enquanto Paulo seguiu viagem) deve confirmar, em e com as jovens igrejas, presbíteros que se evidenciaram como agraciados e aprovados por DEUS em vista de seu serviço aos fiéis.
Em todas as igrejas surgidas da atividade missionária de Paulo havia serviços eclesiais organizados desde o princípio, tão logo um grupo sólido de discípulos estivesse de fato formado. O NT não dá notícia de nenhuma igreja sem liderança. O estilo de liderança pode se configurar de formas muito distintas, porém nunca na forma de uma posição especial excludente ou de uma reivindicação legal consolidada.
Tt 1.7 O presidente deve ser irrepreensível como administrador de DEUS: O presidente é um dos presbíteros e vem das fileiras deles, por isso é repetida para ele a característica decisiva: que seja irrepreensível! O singular não exclui a possibilidade de que houvesse vários presidentes em uma cidade, especialmente quando se formavam várias igrejas caseiras na mesma localidade. Ao contrário de 1Tm, não se mencionam aqui diáconos. Não se trata de listar todos os serviços na igreja e muito menos de instituir um cargo de bispo monárquico, nem de providenciar o ordenamento jurídico de cargos.
A prestação de serviços na administração de DEUS acontece pela fé. Cada administrador presta contas do que faz e deixa de fazer.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos Tito. Editora Evangélica Esperança.
 
Os homens escolhidos deveriam liderar as igrejas, ensinando a sã doutrina, ajudando os crentes a amadurecer espiritualmente, e capacitando-os a viver para JESUS CRISTO, apesar da oposição.
Os líderes que Tito escolhesse deveriam servir por amor, e não por serem cobiçosos por dinheiro.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 552-554.
 
3. As qualificações.
A missão do presbítero é de tanta importância que o Novo Testamento dedica vários textos a respeito das qualificações que se devem exigir dos obreiros que são escolhidos para essa função ministerial. Não é um “dom de DEUS”, como já vimos no estudo sobre Efésios 4.11.
“O papel dos oficiais da igreja era variável e flexível na época do Novo Testamento. Até o período patriótico primitivo, tais funções ainda não tinham sido padronizadas e regulamentadas”. Tendo em vista a origem do presbítero, como acentuado em item anterior, sua importância é indiscutível. E suas qualificações são das mais relevantes. Em sua escolha, segundo a Palavra de DEUS, devem ser observadas algumas qualidades ou qualificações, com base no texto de Tito 1.6-9, que equipara o presbítero ao “bispo”'.
1) “Aquele que for irrepreensível”. O presbítero, ou bispo, deve ser uma pessoa de caráter cristão ilibado, íntegro, exemplar. Um “obreiro que não tem de que se envergonhar” (2 Tm 2.15).
2) “Marido de uma mulher Significa que o candidato ao presbitério ou ao episcopado deve ser um homem fiel à sua esposa. O renomado comentarista Matthew Henry, em seu Comentário Bíblico sobre o Novo Testamento, diz sobre ser “marido de uma mulher” o bispo não deve ser bígamo, tendo duas ou três mulheres, “de acordo com a prática pecaminosa comum daquela época, por uma imitação perversa dos patriarcas”.
(Observação minha, Ev. Henrique - casado só uma vez, mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua esposa - ).
3) Que tenha família ajustada. Paulo dá destaque especial à criação dos filhos do presbítero ou bispo (cf. 1 Tm 3.4,5).
4) “Não soberbo”. E sinônimo de “arrogante, orgulhoso, presunçoso”. Um presbítero não deve ser orgulhoso. Quando JESUS, Mestre dos mestres, e “Sumo Pastor”, lavou os pés dos discípulos, quis dar uma grande lição aos pastores, e aos presbíteros ou bispos. E bom lembrar que cargo ministerial não é sinônimo de grandeza espiritual (1 Pe 5.5).
5) “Nem iracundo”. Uma pessoa iracunda é raivosa, colérica, furiosa. Um presbítero deve ser pessoa que sabe refrear seus impulsos emocionais. A ira é a pior opção para ser cultivada. Um iracundo perde os melhores amigos e afasta a muitos de seu convívio. JESUS oferece um curso de mansidão (Mt 11.29). Há vaga para todos.
6) “Nem dado ao vinho”. Ou seja: não dado a fazer uso de bebida alcoólica (ver Ef 5.18). Não deve beber vinho embriagante, nem ser tentado ou atraído por ele, nem comer e beber com os ébrios (Mt 24.49). (1) A abstinência total de vinho fermentado era a regra para reis, príncipes e juízes, no Antigo Testamento (Pv 31.4-7)/’ Não há necessidade de o presbítero, bispo ou pastor tomar vinho. Um suco de uva puro tem as mesmas propriedades terapêuticas que o vinho, exceto o teor alcoólico.
7) “Nem espancador”. Ou não violento, agressivo. O obreiro precisa ter o fruto da temperança ou do domínio próprio, para não dar lugar a seu temperamento agressivo. O servo de DEUS não deve guiar-se por seu temperamento, mas pelo ESPÍRITO SANTO (G1 5.16). Alguém pode espancar outro com palavras, ou ferir com agressões verbais ou psicológica (cf. Jr 18.18). Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O presbítero ou bispo deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos.
8) “Nem cobiçoso de torpe ganância”. A ganância por bens materiais ou pelo poder tem sido a causa de muitos escândalos e descrédito contra o ministério pastoral. O apóstolo Pedro deu a mesma exortação aos presbíteros (1 Pe 5.2).
9) “Mas dado à hospitalidade”. O bispo deve ser hospitaleiro (Hb 13.2). Um presbítero, bispo ou pastor deve ser uma pessoa acolhedora; que sabe receber bem, com cortesia e amabilidade, qualquer pessoa, em sua casa, na igreja, ou em qualquer lugar. Não deve ser grosseiro nem fazer acepção de pessoas (At 10.34; Tg 2.1, 9).
10) “Amigo do bem”. O presbítero deve ter o fruto do ESPÍRITO da “benignidade”, que é a qualidade daquele que se dedica a fazer o bem (SI 37.27; G16.9, 10). Quem faz o bem colherá os frutos do que semeou.
11) “Moderado”. É sinônimo de “comedido, prudente, contido”. O presbítero ou o bispo deve ser uma pessoa assim, sem afetação, sem exibicionismo; ter uma vida sem exagero, seja na vida ministerial, seja na vida pessoal; sem ser radicalista ou liberalista, evitando os extremos. Não deve ser precipitado no falar, no agir, mas deve ter autocontrole em suas atitudes e ações. Deve ter o fruto do ESPÍRITO da temperança (G1 5.22).
12) “Justo”. É sinônimo de “imparcial, isento, neutro, justiceiro". Ê qualidade indispensável ao líder. O Sumo Pastor nos guia “pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23.3). O presbítero ou bispo, que apascenta as ovelhas do Senhor, deve ter o mesmo cuidado, de ser justo e não praticar qualquer ato de injustiça. Nunca usar os “dois pesos e duas medidas”.
13) “SANTO”. É qualidade e condição indispensável para que uma pessoa seja salva. Ser santo é ser separado ou consagrado para DEUS. Um líder tem o dever de zelar pela santidade. Para isso precisa estar sempre exercitando o processo da “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14; 1 Pe 1.15).
14) “Temperante”. E qualidade de quem tem “temperança”, ou domínio próprio, autocontrole. Que sabe dominar seus impulsos e paixões, seja na área dos relacionamentos, na área afetiva, sexual, ou nos apetites carnais. O intemperante em qualquer área acaba prejudicando a si ou aos outros. O bispo ou presbítero precisa ser um exemplo na temperança.
Após enumerar as quatorze qualificações para a escolha de um presbítero ou bispo, Paulo diz a condição para que ele possa exercer sua nobre missão, de cuidar, zelar e alimentar o rebanho:
1) “Retendo firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina (1.9a)”. Para que todas as qualificações do ministro tenham valor é necessário que ele seja “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12).
2) “Para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (1.9b). Guardando ou retendo a “Fiel Palavra” de DEUS, o líder tem autoridade para admoestar os que aceitam a “sã doutrina” e para “convencer os contradizentes”, ou opositores da liderança. Paulo sabia o que era esse tipo de gente (1 Tm 1.20; 2Tm 2.17; 4.14).
Para que as qualificações do presbítero ou bispo sejam completas, é interessante reunir as qualidades aqui estudadas com as da lista de Paulo a Timóteo, no capítulo 2.1-7. Uma complementa a outra.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131-135.
 
O ministro cristão deve ser pessoa que evita não só o mal, mas a própria aparência do mal. Sob todos os aspectos de conduta, ele tem de estar acima de repreensão. Suas relações matrimoniais não devem ter a mínima nódoa de escândalo. Muitos na igreja primitiva consideravam que marido de uma mulher era proibição de casar-se de novo por qualquer razão. O escândalo do divórcio tem envenenado tão completamente o fluxo da ordem social de nossos tempos, que devemos ser extremamente sensatos e cuidadosos nesta questão de segundo casamento, “para que o nosso ministério não caia em descrédito” (2 Co 6.3, NVI).
Que tenha filhos fiéis (6) é expressão que requer algumas considerações. Seu verdadeiro significado foi capturado pela tradução: “que tenha filhos crentes” (BAB, RA; cf. NVI).
Barrett observa que “a mudança do plural (presbíteros) para o singular (bispo) é mais bem explicado não pela suposição de que em cada cidade havia um grupo de presbíteros e só um bispo, mas pela interpretação [...] de que, enquanto que presbítero descreve o cargo, bispo descreve sua função: Os presbíteros que você designar devem ter certas qualificações, pois o homem que exerce a supervisão tem de ser não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.
A qualidade da irrepreensibilidade — “caráter inatacável” (6) — ocorre novamente, pois a responsabilidade do bispo é servir como despenseiro da casa de DEUS (7). O termo despenseiro quer dizer, literalmente, “o administrador de uma casa ou família” (Kelly). O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade.
O apóstolo alista cinco defeitos que devem estar visivelmente ausentes no bispo (7). São falhas de caráter que, caso sejam toleradas em um líder eclesiástico, lhe causarão ruína certa. O soberbo, o iracundo, nem dado ao vinho (“beberrão”, BJ), nem espancador (“violento”, BAB, BJ, CH, NTLH, NVI, RA), nem cobiçoso de torpe ganância (“nem ávido por lucro desonesto”, NVI, cf. BJ, CH).
Paulo faz uma lista de seis virtudes a serem cultivadas pelos líderes da igreja: Dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante (8).
O apóstolo introduz no versículo 9 uma exigência adicional: Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar (“exortar”, BAB, RA) com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Este é um tema que aparece em 1 Timóteo, embora não com todo este grau de ênfase. Em 1 Timóteo 5.17, Paulo destaca os presbíteros que “trabalham na palavra e na doutrina” como “dignos de duplicada honra”. Mas aqui, na Epístola a Tito, a competência nesta área é de todos os presbíteros. É a um ministério como este que DEUS chama os homens quando os convoca a ir e pregar. E responsabilidade do pregador “oferecer CRISTO aos homens”, como Carlos Wesley gostava de dizer. Neste verso, ele descreve liricamente esta tarefa central de pregar:
"Ofereço-lhe meu Salvador; Amigo de publicanos e Advogado: Seus méritos e morte, ele advoga por você;
E intercede com DEUS pelos pecadores na terra"
Mas pregar CRISTO e oferecê-lo às pessoas é conhecer seguramente a Palavra de DEUS relativa a CRISTO, mantê-la em consideração reverente e declarar sua verdade às pessoas. Nestas Epístolas Pastorais, Paulo está vitalmente interessado na sã doutrina. Por essa época, a mensagem da igreja tomara forma em credos e fórmulas batismais. Vemos fragmentos dessas declarações de credo afloradas nas cartas a Timóteo. Cada nova geração de líderes cristãos tem a necessidade de declarar novamente as doutrinas básicas da fé cristã e justificá-las na mente e consciência dos que as ouvem. Mas a sã doutrina também tem preceitos éticos, que mostram como todos os cristãos, homens e mulheres, moços e velhos, escravos e livres, devem viver em um mundo que rejeita CRISTO. Tudo isto faz parte da tarefa de admoestar e convencer os contradizentes — os que negam e contradizem a verdade.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 545-547.
 
Observe que a maioria das qualificações envolve caráter, e não conhecimento ou talento. O modo de vida de uma pessoa e os seus relacionamentos são uma janela para o seu caráter. Tenha em conta estas qualidades quando avaliar pessoas para posições de liderança em sua igreja. É importante ter líderes que possam efetivamente pregar a Palavra de DEUS, mas, ainda mais importante, eles devem viver de acordo com a Palavra de DEUS e ser exemplos para que os outros sigam.
Os pastores devem cumprir uma função positiva e outra negativa ao lidar com a verdade.
Eles devem incentivar, pregando, apoiando e reforçando as pessoas que seguem a verdade. Mas eles também devem confrontar e refutar as ideias falsas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 553-554.
 
LIDERES ORDENADOS E QUALIFICADOS (Tt 1:5-9)
Um dos motivos pelos quais Paulo deixou Tito na ilha de Creta foi para que organizasse as congregações locais, "[pondo] em ordem as coisas restantes". Essa expressão é um termo médico e se refere a endireitar um membro torto. Tito não era o ditador espiritual da ilha, mas sim o representante apostólico oficial de Paulo, com autoridade para realizar sua obra. Fazia parte da política de trabalho de Paulo ordenar presbíteros nas igrejas que começava (At 14:23), mas o apóstolo não havia ficado tempo suficiente em Creta para ordenar esses líderes.
 
É bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões são elevados.
 
Os novos crentes devem se tornar seguros e fortes na fé antes de assumirem posições de liderança na igreja. Frequentemente, quando está precisando desesperadamente de obreiros, a igreja coloca um neófito prematuramente em uma posição de liderança. Os novos crentes devem tomar parte no ministério de DEUS, mas não devem ser colocados em posições de liderança até que estejam firmemente enraizados na sua fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de DEUS. De outra maneira, o novo crente, ensoberbecendo-se, cairá na condenação do diabo. A referência ao diabo ensina que, da mesma maneira como Satanás caiu, por causa do seu orgulho, assim também o perigo do orgulho espreita os novos crentes a quem é dada alguma responsabilidade antes que estejam prontos para assumi-la. Os novos crentes que são promovidos muito rapidamente podem ser alvos fáceis para a poderosa tentação do diabo: o orgulho. O orgulho pode seduzir as emoções e ofuscar a nossa razão. Pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência de pessoas inescrupulosas.
I Tm 3.7 Exigir que os líderes tenham uma boa reputação com as pessoas de fora da igreja (isto é, os não-crentes da comunidade) dava à igreja em geral uma boa reputação na comunidade. Os líderes da igreja, sendo as pessoas mais visíveis da igreja no mundo secular, fariam bem em manter os mais altos padrões e a melhor reputação. Ver diversos líderes de igreja nas manchetes nos últimos anos devido à evasão de impostos, uso ilícito de fundos e escapadas sexuais certamente danifica a credibilidade da igreja. Os líderes de igreja que seguem os conselhos de Paulo evitam que a sua igreja enfrente ofensas desnecessárias. Do contrário, o resultado é ficar desmoralizado e cair em afronta e no laço do diabo, juntamente com os crentes e os não-crentes. Este laço pode ser o fracasso moral e o julgamento resultante em que um homem escolhido para ser líder irá cair, ou pode significar a armadilha da tentação que leva ao orgulho, conforme mencionado no versículo 6. Quando os líderes cristãos têm uma reputação ruim, isto impede que os incrédulos venham a CRISTO.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 494-496.
 
Irrepreensível não significa simplesmente gozar de boa fama, mas ter um testemunho justificadamente bom. A crítica e as acusações não devem encontrar pontos vulneráveis para seu ataque. Aparentemente a palavra designa o comportamento abrangente, fundamental para tudo o que segue. JESUS frisa a importância do bom testemunho, como também ocorre em geral no NT. Nessa questão é decisivo que o bom testemunho seja reconhecido e fornecido pelos que não fazem parte da igreja. “Vossa conduta seja decorosa aos olhos dos estranhos.” Essa exortação da carta mais antiga de Paulo coincide integralmente com a exigência de ser irrepreensível, o que não pode ser questionado nem mesmo por observadores críticos e hostis. Um modo de vida desses só é viável a partir do “mistério da fé, preservado em uma consciência pura”. Essa é a origem e a renovação de toda a autêntica irrepreensibilidade.
 
Marido de uma só mulher. O presidente deve ser exemplarmente casado. Não se espera o celibato dos servidores da igreja, mas que tenham plena capacidade matrimonial e sejam modelos no casamento. A melhor “escola matrimonial” acontece por “exemplos matrimoniais”.
Presidentes e diáconos devem ser casados uma única vez; isso aponta em 3 direções:
1) Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o marido morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”.
2) Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original, estabelecido por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios gentios chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade no matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se “apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de boas obras”.
3) A interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do correlato recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre judeus.
A expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que deve caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os limites do respeito.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO
1. Significado do termo.
I Tm 4.14. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério (14). Nesta passagem, o apóstolo reconhece que o poder, que chamaríamos preparação carismática para o ministério, é decididamente o mais importante. Ele firma que Timóteo recebeu este dom por profecia, observação repetitiva de Paulo (1.18). O chamado de DEUS para servir na obra do ministério é consideração anterior e principal. E o ESPÍRITO SANTO que tem de instigar a escolha do homem para esta vocação santa. E com o seu chamado temos razão para crer que haverá as qualificações acompanhantes da “graça, dons e utilidade”. Pode haver casos excepcionais em que uma ou outra destas qualidades não esteja em evidência, mas DEUS as vê em estado latente; contudo, a regra é conforme está declarada acima.
 
Isto significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”, ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas nenhuma o substitui.
 
Além disso, seria erro presumir que a ordenação da igreja fornece esta qualidade mística quando em falta. A significação da ordenação da igreja e sua relação com a ação anterior do ESPÍRITO estão claramente expostas em Atos 13.2,3. Falando da igreja em Antioquia na Síria, Lucas relata: “Disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. O mero “contato manual”, como disse alguém, a imposição das mãos do presbitério não tem significado sem essa obra antecedente do ESPÍRITO SANTO.
 
A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 484-485.
 
I Tm 4.14 Ninguém deveria desprezar Timóteo (4.12), nem ele deveria desprezar a si mesmo. Paulo lembrou Timóteo de que ele tinha os requisitos necessários para realizar aquela obra difícil em Éfeso. Entre eles, estava um dom espiritual de DEUS. Embora Paulo não defina especificamente este dom, ele estava preocupado com a possibilidade de Timóteo hesitar em usá-lo ou deixar de usá-lo. Quando virmos as capacitações de todos os tipos (espiritual, relacional, técnica) como dons de DEUS, será mais fácil vermos a sua mão operando por meio dos esforços humanos. Ele poderia realizar a tarefa porque DEUS o tinha chamado para realizá-la, o tinha capacitado para realizá-la, e estaria com ele durante a realização dela.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 502.
 
Para Paulo o carisma está no começo e no centro de todo serviço e de toda a vida da igreja. O carisma não é algo acrescentado ao ministério, nem mesmo algo que somente possui certa importância à margem da verdadeira ordem eclesiástica. Dons da graça foram dados a todos para todos, ainda que nem todos recebam os mesmos dons. Em 1Co 12-14 Paulo não fala contra os dons da graça, mas somente contra seu abuso. Timóteo não corre o risco dos carismáticos de Corinto. Pelo contrário, a ele o apóstolo precisa dizer: não negligencies o dom da graça em ti. O próprio DEUS o concedeu a você, não uma instância humana. Por isso utilize esse dom, exercite-se nele, use-o diligentemente!
Mediante profecia: por meio de uma palavra profética; profecias que apontam para Timóteo; falam de sua vocação. Desse chamado de DEUS lhe advém força para a luta. No começo do serviço não está o cargo, mas o carisma. No começo do carisma não está a ordenação, mas a vocação pelo próprio DEUS. Tanto o AT como o NT deixam inequivocamente claro que os servos estabelecidos para um serviço específico recebem a dádiva do ESPÍRITO antes de receber os dons do ESPÍRITO para o serviço.
Pela imposição de mãos: A imposição das mãos confirma o que aconteceu, a saber, a vocação prévia por DEUS, profeticamente divulgada. A prática da imposição das mãos situa-se no âmbito dos sinais visíveis que acompanham a fé.
Paulo lhe impôs as mãos em conjunto com os anciãos (QI 30). Assim como Tito deve instalar presbíteros de cidade em cidade, assim o próprio Paulo havia instalado Timóteo como presbítero. A instalação do presbítero não era uma ação arbitrária do apóstolo, mas ele reconhecera no ESPÍRITO que DEUS já havia posto sua mão sobre o jovem: o apóstolo então agiu de modo correspondente. Embora Timóteo fosse jovem na idade, DEUS o havia chamado como “ancião” e o manifestou mediante profecia. Concedeu-lhe o ESPÍRITO SANTO, incutiu-lhe o carisma para o serviço, confirmou sua vocação pela imposição de mãos por Paulo perante muitas testemunhas.
Que carisma específico Timóteo havia, pois, recebido? Será que era pastor, mestre ou evangelista? (“Faça a obra de um evangelista!” 2Tm 4.5). Seria igualmente difícil definir um dom espiritual específico para Paulo. O dom geral da “palavra”, i. é, a vocação para o “serviço à palavra”, podia abranger proclamação, exortação, ensino e evangelização, mas apresentava ênfases diferentes nos diversos servos. Dependendo também das circunstâncias com que se deparavam, um ou outro serviço podia passar mais para o primeiro plano. Essencial para todos os dons espirituais é que cada um carece de complementação. Por mais abrangentes que sejam, ocorrem de forma apenas limitada em cada pessoa, carecendo da permanente complementação por parte de outra.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
2. A atuação do presbitério.
At 16.4,5 Pelo menos um dos novos itens da agenda da sua viagem era explicar a decisão tomada em relação aos mandamentos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos no concílio de Jerusalém (At 15). As questões entre judeus e gentios que tinham sido solucionadas no concílio provavelmente surgiriam novamente nas áreas predominantemente gentílicas para onde Paulo estava viajando.
O crescimento rápido era importante nesta primeira etapa da divulgação do Evangelho em meio aos gentios. Os críticos do ministério de Paulo orientado aos gentios (especialmente a facção judaica) estariam esperando ansiosamente por uma oportunidade para calar Paulo, ou pelo menos para diminuir a sua influência. Mas aqui, na primeira penetração real do Evangelho no mundo gentílico, a igreja prosperava, da mesma maneira como havia ocorrido no início com a igreja que era composta, em sua maioria, por pessoas de origem judaica.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 697.
 
E, quando iam passando (tempo imperfeito) pelas cidades (Listra, Icônio, Pisídia, Antioquia) os irmãos lhes entregavam (4) — os gentios cristãos — os decretos — lit., “dogmas” usados para os decretos imperiais (17.7; Lc 2.1)127 — que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. A expressão Que haviam sido estabelecidos quer dizer literalmente “que foram julgados”. Esta é a única passagem no Novo Testamento onde o verbo comum krino foi traduzido como estabelecidos. A luz desse contexto (cap. 15), provavelmente a melhor tradução para a frase seria: “As decisões a que chegaram” (Phillips) ou “Os decretos que foram deliberados”.128
Aparentemente, a promulgação dos decretos do Concílio de Jerusalém mais ajudou do que prejudicou os trabalhos, pois lemos que: as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número (5) — lit., “estavam sendo fortalecidas” e “estavam aumentando” (verbos no tempo imperfeito). Este é o quarto relatório resumido sobre o progresso do trabalho missionário (cf. 6.7; 9.31; 12.24).
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 328-329.
 
«...decisões...», isto é, os decretos baixados quando do concilio que houve na cidade citada, eram entregues e explicados aos irmãos. Paulo sem dúvida ansiava por mostrar-se leal ao pacto firmado em Jerusalém.  Lembremo-nos, além disso, que Silas era um dos delegados originais enviados pelos irmãos de Jerusalém, o qual poderia acrescentar o seu próprio testemunho sobre a natureza das providências tomadas naquela cidade. «Os decretos e as determinações salutares devem ser diligentemente observados, pois, de outro modo, assemelhar-se-iam a um sino sem badalo». (Starke, in loc.).
«Esses decretos ainda eram claramente considerados, pelos convertidos vindos do paganismo, como a carta magna com base na qual poderiam tomar posição firme em qualquer disputa com os judaizantes, e, sem dúvida, esses decretos ajudaram a determinar muitos que ainda estavam hesitantes, a buscarem admissão na igreja cristã». (E.H. Plumptre, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 328.
 
3. A valorização do presbitério.
Recompensa Adequada pelo Serviço Fiel (5.17,18)
As palavras “anciãos” (1) e presbíteros (17; aqui quer dizer “pastores”, cf. BV) são tradução da mesma palavra grega; os significados, embora distintos, estão correlacionados. No versículo 1, significa os membros mais idosos da congregação; mas aqui diz respeito aos indivíduos separados para a obra do ministério: Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (17). Há comentaristas que entendem que este versículo antecipa a distinção entre “pastores” que governam e “pastores que ensinam”, que é a prática em certas igrejas reformadas. Mas isso é improvável, quando lembramos que Paulo já havia declarado especificamente que todo bispo (ou pastor) tem de ser “apto para ensinar” (3.2).
O apóstolo está estipulando a Timóteo que o pastor que combina igreja com o serviço fiel e talentoso como pregador e professor de honra. Junto do honorário deve ser incluída a honra. Ainda não havia chegado o dia em que os ministros da igreja seriam totalmente sustentados. O costume que então vigorava era que os líderes da igreja se sustentassem, da mesma maneira que o apóstolo o fazia. Na opinião de Paulo, o bom serviço merece reconhecimento e recompensa. Aquele cujo tempo era tomado quase todo pelo trabalho da igreja deveria receber maior compensação.
Paulo sustenta seu conselho com um argumento que lembra 1 Coríntios 9.9: Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário (18). A primeira destas passagens é um preceito do Antigo Testamento encontrado em Deuteronômio 15.4, e em sua situação original é uma ordenação humanitária. Mas em outro texto Paulo argumenta que tem um significado mais profundo: “Porventura, tem DEUS cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?” (1 Co 9.9,10). O apóstolo também cita outra passagem para a qual dá importância igual: Digno é o obreiro do seu salário. Esta é declaração de nosso Senhor registrada em Lucas 10.7. O fato surpreendente é que os estudiosos do Novo Testamento não conseguem achar evidências para provar que o Evangelho de Lucas tinha acesso geral quando estas palavras foram escritas. Provável é que o Evangelho de Lucas fosse conhecido por Paulo e também por Timóteo.
E. K. Simpson assume a posição, junto com B. B. Warfield, de que “temos aqui uma citação verbalmente exata do Evangelho de Lucas, tratada como porção integrante das Santas Escrituras”. Nesta passagem, o apóstolo deixa clara sua opinião de que o serviço fiel e eficaz merece reconhecimento e remuneração adequada. E óbvio que a igreja começava a mudar rumando para um ministério assalariado.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 490-491.
 
Dobrada honra: o termo honra retoma nitidamente o tema do v. 3, onde já se evidenciou que ele não podia se referir apenas ao sustento ou ao salário. Honrar uma pessoa significa reconhecê-la, atribuir-lhe o valor que lhe cabe. O próprio Timóteo não havia recebido a honra e o reconhecimento que merecia. Em vez de exigi-los para si, deve responder a essa deficiência com vida exemplar. Conceder “dobrada honra” pode significar ou honrar uma pessoa idosa por ser anciã e por trabalhar na igreja como anciã ou, além do sustento material recebido por todos os idosos carentes, manter (intelectualmente) honrados os idosos que presidem a igreja, por causa de seu ministério. A igreja deve ser generosa e pródiga no sustento de homens e mulheres idosos e de forma alguma ser reticente quando desempenham um bom ministério em prol da igreja.
Sobretudo os que trabalham na palavra e no ensino: que realizam algo, que se esforçam, termo frequente em Paulo.
Palavra: como em 1Tm 4.12; 1Co 1.5; de modo geral a proclamação da mensagem de CRISTO.
Ensino: instrução para viver a partir da fé. De acordo com 1Tm 3.2 e Tt 1.9, ensinar faz parte das atribuições do presidente. Consequentemente se fala aqui de vários presidentes em Éfeso, assim como acontecia na igreja em Filipos. Os dirigentes das famílias em cujos lares surgiram as primeiras igrejas caseiras também eram os presidentes naturais para as igrejas, caso fossem aprovados.
Contrariando a declaração, muitas vezes reiterada, de que as pastorais preferem títulos para cargos sem descrever a função deles, ao passo que o próprio Paulo raramente empregaria títulos para cargos, mas em troca assinala o conteúdo dos diversos serviços, aparece o presente versículo: “Sobretudo aqueles que trabalham na palavra e no ensino.” Nem aqui nem em 1Tm 3.1s se fala de uma ordem hierárquica dos ministérios. Por isso o jovem Timóteo pode ser convocado para ser “presbítero”, porque em última análise a chave não é a idade, nem o cargo em si, mas o serviço ao evangelho, o empenho e o labor dentro dele (1Tm 4.14).
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.
 
NORMAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PRÁTICA
1 Timóteo 5:17-22
Esta passagem consiste numa série de normas muito práticas para a vida e a administração da Igreja.
 (1) Deve-se honrar adequadamente os anciãos, e também pagar-lhes como corresponde. No Oriente quando se debulhava, as hastes de trigo se deixavam na era; logo se fazia com que várias juntas de bois caminhassem sobre eles; ou se atava os bois num poste no meio, como um eixo e eram partidos ao redor do grão; outras vezes se acoplava a eles um pau de debulhar, aquele que se fazia passar e repassar sobre o trigo; mas em todos os casos se deixava os bois sem focinheira; estavam livres para comer todo o grão que quisessem como prêmio pelo trabalho que estavam fazendo. A lei existente de que não se devia atar a boca aos bois encontra-se em Deuteronômio 25:4. A afirmação de que todo obreiro é digno de seu trabalho pertence a JESUS (Lucas 10:7). O mais provável é que Ele tenha citado um provérbio. Todo homem que trabalha merece seu sustento, e quanto mais trabalha, mais terá ganho e merecido. O cristianismo nunca teve nada que ver com a ética suave e sentimental que exige salários iguais para todos. O que recebe o homem deve ser sempre proporcional a seu trabalho. Mas devemos notar quais são os anciãos que devem ser especialmente honrados e retribuídos. Trata-se daqueles que trabalham na pregação e no ensino. Não se trata aqui do ancião que se limitava a dar conselhos e recomendações, cujo serviço consistia em palavras, discussões e argumentos e que considerava terminados seus deveres de ancião quando se sentou a uma mesa e falou. O homem que verdadeiramente honrava a Igreja era aquele que trabalhava para edificá-la com sua pregação da verdade às pessoas, e com sua tarefa de educar os mais jovens e os novos conversos no caminho cristão.
(2) A Lei judia estabelecia que não se podia condenar a ninguém com o testemunho de uma só pessoa: “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato” (Deuteronômio 19:15).
A Mishnah, a lei rabínica codificada, ao descrever o processo de um juízo diz: " A segunda testemunha era igualmente trazida e examinada.
Se fosse encontrado que o testemunho dos dois coincidia, o caso era aberto para a defesa." Quer dizer, se sustentava-se uma acusação com a evidência de uma só testemunha, considerava-se que não havia motivo para iniciar uma causa.
Em épocas posteriores as normas da Igreja estabeleceram que as duas testemunhas deviam ser cristãs, porque teria sido fácil para um pagão malicioso inventar uma falsa acusação contra um ancião cristão para desacreditá-lo, e através dele à Igreja. Nos primeiros dias da Igreja, as autoridades eclesiásticas não duvidavam em aplicar a disciplina, e Teodoro de Mopsueste, um dos pais primitivos, assinala quão necessária era esta norma, porque os anciãos estavam expostos sempre ao desagrado e especialmente a ataques maliciosos "como aquela desforra dos que tinham sido repreendidos por seus pecados". Uma pessoa a que se tinha chamado à ordem podia querer obter sua revanche acusando maliciosamente a um ancião de alguma irregularidade ou algum pecado. O certo é que este seria um mundo mais feliz, e a Igreja seria mais feliz, se a pessoa compreendesse que difundir ou repetir histórias a respeito das pessoas, que não são, nem podem ser seguras, é nada menos que um pecado. Os falatórios irresponsáveis, caluniosas e maliciosas fazem danos infinitos e causam muitas feridas, e DEUS não deixará de castigar.
(3) Aqueles que persistem no pecado devem ser repreendidos publicamente. Essa reprimenda pública tinha um duplo valor. Fazia com que o pecador considerasse seriamente sua forma de ser, e despertava o sentimento de vergonha; e fazia com que outros se cuidassem de não ver-se envoltos eles mesmos numa humilhação similar. A ameaça da publicidade não é má, se faz com que a pessoa se mantenha no caminho correto, ainda que seja por medo. Um dirigente sábio, saberá quando é o momento de calar as coisas, e quando deve fazer uma reprimenda pública. Mas seja o que for que aconteça, a Igreja não deve dar ao mundo nunca a impressão de que está tolerando o pecado.
(4) Timóteo vê-se urgido a administrar sua tarefa sem favoritismos nem preconceitos. D. S. Easton escreve. "O bem-estar de toda comunidade depende da disciplina imparcial." Nada faz mais mal que tratar a algumas pessoas como se não pudessem fazer o mal, ou a outros como se não pudessem fazer o bem. A justiça é uma virtude universal, e nela a Igreja nunca deve estar por baixo das normas de imparcialidade que até o mundo exige com razão.
(5) Previne a Timóteo que “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Isso pode significar uma de duas coisas.
(a) Pode ser que signifique que não deve ser muito ligeiro em impor as mãos a qualquer pessoa para ordená-la numa função da Igreja. Ninguém deveria começar no posto mais alto. A pessoa deve dar provas de que merece uma posição de responsabilidade e liderança. Isto é duplamente importante na Igreja; porque uma pessoa que é elevada a uma alta função e logo fracassa nela ou a desacredita, não só traz desonra sobre si mesmo, mas também sobre a Igreja. Num mundo crítico a Igreja não pode deixar de ser muito cuidadosa no que concerne à classe de pessoas que escolhe como dirigentes.
(b) Eusébio, o historiador da Igreja, relata-nos que era um costume antigo que os pecadores arrependidos fossem recebidos novamente com a imposição de mãos e com oração. Se esta passagem refere-se a isso, pode tratar-se de uma advertência a Timóteo que não seja muito ligeiro em receber novamente à pessoa que havia trazido desonra à Igreja; que esperasse até que tivesse demonstrado que seu arrependimento era genuíno e que estava verdadeiramente decidido a modificar sua vida para concordar com suas manifestações de arrependimento.
A comunidade da Igreja existe para ajudar a estas pessoas a redimir-se a si mesmos, mas o ser membros da Igreja é para aqueles que dedicaram suas vidas a CRISTO verdadeira e sinceramente.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 129-133.
 
I Ped 5.1 Aqui prossegue a linha de pensamento de 4.12-19. Como o julgamento de DEUS irá “começar pela casa de DEUS” (4.17), os presbíteros destas congregações tinham grande responsabilidade. Os presbíteros eram os líderes nomeados nas igrejas (veja At 14.23; 20.17; 1 Tm 5.17,19;Tt 1.5,6); eles deveriam conduzir as igrejas por meio do ensino das doutrinas sadias, ajudando os crentes a adquirirem maturidade espiritual e equipando os crentes para viverem para JESUS CRISTO, apesar das oposições. Os presbíteros tinham grande responsabilidade, e esperava-se que fossem bons exemplos. Pedro pediu como um presbítero também, identificando-se, desta forma, com os outros líderes da igreja, embora tivesse ainda mais autoridade por ser um dos apóstolos. Como testemunhas, eles também poderiam participar daqueles sofrimentos, “testemunhando-os” pessoalmente em sua própria vida.
Mas eles compartilham ainda mais, pois Pedro e os demais presbíteros, assim como todos os crentes, serão participantes da glória de CRISTO, que se há de revelar quando Ele retornar. Pedro e os crentes estavam participando da glória de CRISTO naquela época, e eles também participarão desta glória quando ela for revelada, no último dia (a Segunda Vinda).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732.
 

05 junho 2014

Vídeos da Lição 10 - O ministério de Mestre ou Doutor

Lição 10 - O Ministério de Mestre ou Doutor complemento e questionário

Lição 10 - O Ministério de Mestre ou Doutor - complemento e questionário

3. Requisitos necessários ao mestre.
Um bom ensinador, mestre ou doutor é pessoa que, usada por DEUS, na unção do ESPÍRITO SANTO, pode muito contribuir para a edificação espiritual e moral dos crentes. O Eclesiastes resume o valor dos que ensinam com a sabedoria de DEUS: “As palavras dos sábios são como aguilhões e como pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dadas pelo único Pastor” (Ec 12.11). Para ser um bom mestre, na igreja, são necessários alguns requisitos.
1) Apresentar-se a DEUS. “Procura apresentar-te a DEUS aprovado... que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15a). Um bom mestre deve ser um obreiro aprovado por DEUS, e não apenas nas faculdades de teologia ou seculares. O que ensina deve ser aprovado:
a) No testemunho pessoal (1 Tm 4.16; 2 Tm 4.5);
b) Na vida familiar (SI 128.1);
c) Na vida social (Mt 5.16);
d) Na igreja (Ec 5.1,2).
2) “Que não tem de que se envergonhar... ” (2 Tm 2.15b). Quem é mestre precisa ser exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12). Deve ter uma vida íntegra, para não ser alvo de acusações por parte dos que o ouvem ou dos de fora da igreja. Se um ensinador dá escândalo compromete seu nome, sua imagem e seus ensinos.
3) “Que maneja bem a palavra da verdade...” (2 Tm 2.15c). Esse requisito é muito importante, porque o mestre ou doutor é o homem que faz uso da Palavra de DEUS para ministrar o ensino à igreja. Seu manual de ensino é a Bíblia Sagrada. Ele deve conhecer bem a Palavra para poder preparar estudos, mensagens e reflexões a serem compartilhadas, verbalmente ou por escrito, para a edificação da igreja. Devem ser “aptos para ensinar” (1 Tm 3.2; 2 Tm 2.24). Para ter esse manejo, é preciso que o mestre ou doutor tenha certos cuidados:
a) Seja um leitor persistente e estudioso da Bíblia (1 Tm 4.13).
b) Seja dedicado ao ensino (Rm 12.7b). Essa dedicação exige esforço e disciplina para o desenvolvimento de um ministério frutífero;
c) Seja um leitor de bons livros de estudo bíblico (2 Tm 4.13). Os bons livros não substituem a Bíblia, mas, quando são escritos por homens de DEUS, são excelentes auxílios ao preparo de estudos e mensagens;
d) Procure conhecer versões variadas da Bíblia, principalmente as de estudo bíblico, examinando seus comentários, para evitar inserções heréticas, em suas notas;
e) Utilize dicionários, concordâncias e enciclopédias bíblicas.
f) Seja um leitor de revistas, jornais, e periódicos (evangélicos e seculares), que tenham subsídios para fortalecer o ensino.
g) Tenha preparo teológico. Um curso teológico de boa qualidade não faz um excelente mestre no ensino da Palavra de DEUS. Esse é feito por DEUS. Contudo, o curso dá uma visão ampla do estudo sistemático da Palavra de DEUS, a partir da Teologia Sistemática e suas divisões; da Hermenêutica, da Homilética, da História da Igreja, da Geografia Bíblica, Ética Pastoral, Didática, Psicologia, etc... A Bíblia diz: “Examinai tudo. Pretende o bem...” (1 Ts 5. 21). Um mestre deve ter conhecimentos acima da média de seus alunos.
Tiago adverte que muitos não queiram ser mestres (doutores ou professores), visto que “receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1). Diante disso, é importante que os mestres sejam pessoas cuidadosas no exercício de sua missão, pautando-se pelos princípios éticos e morais da Palavra de DEUS, para que possam contribuir para o crescimento espiritual dos crentes, nas igrejas, auxiliando os pastores ou líderes a melhor conduzirem o rebanho do Senhor JESUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 123-124.
 
II Tm 2.10 Por isso suporto tudo por causa dos eleitos, para também eles alcancem a salvação que (temos) no Messias JESUS (e que está ligada) com glória eterna. O amor suporta tudo. Paulo não está amargurado nem desesperado. Está sofrendo, porém seu sofrimento ocorre “em CRISTO”, acontece por causa do evangelho, por amor daqueles que DEUS escolheu, amou e santificou em CRISTO. Paulo sabe do sofrimento vicário em prol da igreja dos eleitos. Assim ele descarta qualquer ideia de mérito. Os eleitos não alcançam a salvação nele ou por causa dos sofrimentos dele, mas em JESUS e por meio da morte dele na cruz. Só JESUS traz a salvação aos pecadores e com ela a glória eterna, que forma um nítido contraste com os padecimentos temporais (v. 3-6). Sem dúvida existe para os eleitos o perigo de não permanecerem na graça, de, pelo contrário, vacilarem nas tribulações e caírem. Por meio de seu sofrimento, ou melhor, por meio de seu comportamento no sofrimento (ação de graças, paciência, testemunho ousado, amor ao inimigo, intercessão) Paulo visa contribuir para que alcancem a salvação, assim como ele mesmo tem a certeza de que terá participação na salvação.
II Tm 2.11 - Como na primeira carta (1Tm 3.16) – o apóstolo coroa suas exposições com um hino que está entrelaçado da forma mais estreita com tudo que veio antes e ao mesmo tempo introduz e fundamenta a segunda parte.
 
Perseverar firmes somente é possível em CRISTO. Quem buscar fundamento e força para perseverar em si mesmo cairá e negará Senhor, como aconteceu com Pedro. Perseverar é algo dirigido para o final, para a resistência até a morte, para o martírio. Governar com: os redimidos estão participando desde já do governo de seu Senhor exaltado sobre o mundo.
O olhar está voltado para o futuro, para a última provação, quando estiverem em jogo vida e morte por causa do testemunho de JESUS. Com sua perseverança pessoal no Senhor o apóstolo dirige o olhar de seu colaborador para o próprio Senhor. Quem nega a JESUS em juízo perante os seres humanos e se declara definitivamente separado dele também será negado por JESUS no juízo perante o Pai. Essa é uma palavra séria de exortação na luta em torno da verdade.
 
I Tm 4.13 « ...aplica-te...» No grego é «prosecho», que significa «dar atenção a», «seguir», «voltar a mente para». Isso se refere à diligência e à dedicação necessárias por parte de todo o mestre, sobretudo em suas funções públicas, que passam a ser enumeradas.
Embora o sentido primário dessas palavras indique a leitura pública das Escrituras, e como os ensinadores deveriam mostrar-se fiéis nessa função eclesiástica, espera-se, mui naturalmente, que todos os líderes cristãos sejam homens que dediquem muito tempo ao estudo e à leitura dos documentos sagrados.
«...à exortação...» No grego é «paraklesis», que significa «encorajamento», «exortação», «consolo». O ESPÍRITO SANTO é o «Consolador», o «Ajudador», o «divino paracleto», palavra teológica essa baseada no termo grego que ora comentamos.
Esse verbo significa «chamar para o lado de, com o intuito de ajudar», «convocar»; e isso tanto para exortar como para consolar. No presente versículo, porém, devemos entender «exortar», porquanto a palavra é usada em conexão com a ideia da leitura das Escrituras em público, indicando, portanto, o ensino que compunha parte do culto de adoração dos cristãos. Mas em particular, um «supervisor» também deveria agir como consolador; e também poderia ensinar mensagens consoladoras, a seu público. Mas parece que a ideia de exortação é que se destaca aqui, pelas razões dadas acima. Tais exortações podem estar baseadas ou não na leitura feita, pois normalmente eram feitas mediante «alguma espécie de explicação sobre o que era lido, ou, pelo menos, incluía algo dessa atividade.
«...no ensino...» No grego é «didaskalia», que significa «instrução», «ensino». Não é suficiente ler e exortar.  Exortação e ensino também são unidos em Rom. 12:7,8 e I Tim. 6:2.
A principal função do mestre, no tocante ao culto de adoração, é aqui salientada. O ensino não é bastante por si mesmo. Também deve haver o ensino, e as passagens de Rom. 12:7 e Tito 2:1-14 mostram-nos que o ensino deve incluir tanto a instrução doutrinária como a instrução moral.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 326.
 
I Tm 4.13.
Na leitura: trata-se da leitura em voz alta das Escrituras disponíveis perante a congregação reunida. Os textos de 2 Co 3.14; Lc 4.16; At 13.15 se referem à leitura do AT praticada na sinagoga, um direito de cada homem que soubesse ler. Conforme 1Tm 5.18 (citações do AT e do NT), 1Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3 a leitura pode ser tanto do AT como dos escritos do NT já existentes. Aqui a ênfase certamente incide sobre a leitura de escritos apostólicos, o que no entanto não exclui a conhecida prática de proclamar textos do AT. “Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos. E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses; e a dos de Laodicéia, lede-a igualmente perante vós.” As pastorais não permitem notar uma diferença em relação a essa leitura de suas missivas motivadas por autoridade apostólica (QI 21, 25e).
Na exortação: No culto da sinagoga a palavra livremente lida era interpretada. “Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga (judaica) mandaram dizer-lhes: Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a!” Após essa solicitação Paulo se levanta e evangeliza. Isso não é a mesma coisa que ensinar. Também em Rm 12.7s ele diferencia nitidamente entre exortar e ensinar como dois dons distintos da graça. O próprio DEUS é o DEUS de toda a consolação, CRISTO o Parákletos, que envia outro Parákletos, o ESPÍRITO SANTO. Deparamo-nos aqui com uma palavra-chave da revelação do NT que liga da maneira mais estreita possível as pastorais com todas as demais cartas de Paulo e com os escritos de João. O Messias é o consolo de Israel, que será revelado no fim dos tempos e pelo qual esperam os mansos da terra. Os ricos, que tentam usar sua riqueza para se tranquilizar em seu vazio humano, “já têm sua consolação”. Nesse contexto também deve ser entendida a “consolação das Escrituras”, porque elas apontam para o DEUS da esperança. Da Escritura e de sua leitura provêm o verdadeiro consolo e a verdadeira admoestação.
Exortar significa tratar, com base nas Escrituras, e com autoridade profética, por meio do ESPÍRITO SANTO, de cada indivíduo e de cada igreja em sua carência, aflição e perigo atuais, dirigindo-se de forma amável e séria à consciência e ao coração dos ouvintes. A “paráclese” sempre possui o duplo sentido de exortar e encorajar, de anunciar e desafiar, de consolar e fortalecer. Exortar visa a situação atual, motivo pelo qual é aplicação pessoal, ou, se quisermos, subjetiva, i. é, direcionada ao sujeito, da Escritura Sagrada.
Na doutrina: atividade de ensino, instrução, educação. Ensinar é algo diferente e é mais que retirar um versículo da Bíblia, relacionando com ele considerações edificantes. Estão em jogo a totalidade da fé cristã e a história da salvação: “a forma da doutrina”. Quem ensina, expõe os desígnios de DEUS e evidencia as dádivas e os deveres deles decorrentes; interpela o entendimento e convida para o cumprimento em obediência. Quem exorta, nutre e fortalece o coração dos ouvintes com a palavra de DEUS. Coloca-os junto com seu fracasso diante daquele que perdoa e restaura. Interpela sua consciência, para que acordem da indiferença.
Timóteo deve nutrir-se pessoalmente com a palavra da fé e seguir a doutrina, então terá condições de exortar e ensinar a igreja a partir da Escritura. A vivência na Escritura e a leitura a partir de seus textos constitui o fundamento para as duas atividades principais do servo da palavra: exortar e ensinar, dirigir-se ao indivíduo, falar-lhe a partir de DEUS e colocá-lo no contexto geral dos desígnios de DEUS com a igreja e o mundo, o subjetivo e o objetivo, as pequenas coisas do cotidiano e a grande dimensão universal e supramundana das idéias e intenções de DEUS. Ambas precisam ser mantidas em equilíbrio e tensão recíproca. Quando se enfatiza demais a doutrina e falta a exortação, surge um conhecimento cerebral, dissociado da vida e atividade cotidianas. Quando a exortação se torna preponderante, o ser humano se perde na subjetividade, na autocontemplação e em última análise na santificação própria, na mesquinhez, e a devoção adquire aparência mofada e estreita. Falta a relação com a magnitude e a totalidade dos desígnios de DEUS. Por essa razão ambas as coisas são necessárias, da maneira como o ESPÍRITO explicita para cada respectiva situação.
Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança.
 
II Tm 4.13. Ainda mais que a capa, Paulo queria seus livros e pergaminhos. A prisão de Paulo poderia ter ocorrido tão inesperadamente, que ele não pôde voltar para casa para apanhar seus pertences pessoais. Os livros incluiriam partes do Antigo Testamento. Os pergaminhos eram muito provavelmente pergaminhos ou papiros escritos à mão, frequentemente usados no século I para a tomada de notas (como em cadernos), confecção de memorandos, ou primeiros rascunhos de obras literárias. Talvez estes pergaminhos fossem rascunhos de algumas das epístolas de Paulo. Praticamente tudo o que era escrito também tinha um grande valor. Paulo era um estudioso e teria reunido, para o seu uso, uma biblioteca pequena, mas eficiente. Quando Paulo pediu os livros e os pergaminhos, ele estava pedindo sua biblioteca, alguns documentos mais apreciados.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 542-543.
 
«...especialmente os pergaminhos...» Eram livros ou documentos feitos de peles preparadas de bezerro, de antílope, de cabra ou de ovelha. O material mais caro era feito de bezerro ainda não-nascido, devido à sua fina textura. Eram caríssimos, e poucas pessoas possuíam livros feitos desse material. Eram reunidos, formando rolos, ou então eram deixados como páginas soltas. O termo pergamina (equivalente a «membrana»), e que se refere a esse material, se derivou do nome da cidade de Pérgamo, na Mísia, onde era manufaturado em grande quantidade, e de onde foi introduzido na Grécia. Posto que esse era o material mais valioso, e visto que Paulo parecia mais ansioso por receber esses documentos do que os «livros», alguns eruditos têm pensado que esses eram os livros que continham as Escrituras do A.T., pelo menos certas de suas porções, porquanto não havia como transportar o A.T. inteiro escrito sobre esse material, que ficaria por demais volumoso. Mas outros eruditos supõem, além disso, que havia ali cópias primitivas das declarações e da história da vida de JESUS, bem como algumas das cartas e escritos do próprio Paulo. A única coisa que parece certa é que eram documentos escritos, e não apenas material de escrita em branco.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 406.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 10 - O Ministério de Mestre ou Doutor
Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os espaços vazios e marque com "V "as respostas verdadeiras e com "F "as falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
“De modo que, tendo diferentes __________________________, segundo a __________________________ que nos é dada: [...] se é ensinar, haja ________________________ ao ensino" (Rm 12.6,7).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Os __________________________ por DEUS para o ministério do __________________________ são por Ele chamados para __________________________ a Igreja de CRISTO.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Por que o ministério do ensino da Palavra é primordial para a igreja?
(    ) É uma tarefa importante e indispensável que exige pouco de quem a desempenha.
(    ) É primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.).
(    ) Tão importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa.
(    ) É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.
 
I - JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
4- Como era o ensino do mestre da Galileia (JESUS)?
(    ) Os que ouviam JESUS só tinham duas opções: adorá-lo ou reverenciá-lo.
(    ) Doutor incomparável, “percorria JESUS toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]”.
(    ) No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às pessoas.
(    ) Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade.
(    ) A verdade emanava da pessoa de JESUS!
(    ) Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo.
(    ) Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente.
(    ) JESUS transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado.
 
5- JESUS era um mestre divino?
(    ) Esse mesmo saduceu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se DEUS não fosse com Ele.
(    ) Em visita a JESUS, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em JESUS um personagem incomum de seu tempo.
(    ) Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se DEUS não fosse com Ele.
(    ) JESUS é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.
 
6- O que fez JESUS para ensinar que ELE era o mestre da humildade? Complete:
A fim de ensinar os discípulos acerca da __________________________, JESUS “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu- -se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os __________________________ aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de _______________________ descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os __________________________ de pessoas leigas. JESUS era um __________________________ e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, “DEUS conosco”, __________________________-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de JESUS não era mero discurso, mas “__________________ e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais __________________________ e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos __________________________ os pés, vós deveis também lavar os __________________________ uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15).
 
II - O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO
7- Antes de ascender aos céus, de modo solene JESUS determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O que fizeram os discípulos a respeito da ordem de JESUS para ensinarem?
(    ) O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de JESUS.
(    ) Após a descida do ESPÍRITO SANTO, o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do ESPÍRITO SANTO.
(    ) Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor JESUS, através do ESPÍRITO SANTO, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor.
(    ) Esse dom é uma capacitação sobrenatural de JESUS.
(    ) Esse dom é uma capacitação sobrenatural do ESPÍRITO.
(    ) Isso não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar.
 
8- Como era a doutrina dos apóstolos?
(    ) O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”.
(    ) O texto de Atos 4.42 informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos profetas, e na comunhão, e no dia a dia de reuniões, e nas festas”.
(    ) Além disso, acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” .
(    ) A “doutrina dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de CRISTO ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.
 
9- Sobre o ensinamento persistente, quem foram os primeiros mestres das Escrituras?
(    ) DEUS havia preparado homens para pregar e levantado “pastores” na igreja em Antioquia.
(    ) Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico.
(    ) A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares.
(    ) Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava “publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a DEUS e a fé em nosso Senhor JESUS CRISTO”.
(    ) DEUS havia preparado homens para ensinar e levantado “doutores” na igreja em Antioquia.
(    ) O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.
 
Ill - A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE
10- O que é urgente e necessário para que o ministério de ensino seja eficaz na igreja?
(    ) DEUS concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que eles invistam em si mesmos também.
(    ) É preciso haver pessoas vocacionadas.
(    ) Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário.
(    ) DEUS concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também.
(    ) Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres.
(    ) Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos.
 
11- Como assumir, com responsabilidade, um discipulado contínuo?
(    ) O discipulado só termina quando o novo convertido é batizado. Não há equivoco nisso!
(    ) Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais equivocado!
(    ) O Senhor JESUS chamou-nos para ser os seus discípulos por toda a vida.
(    ) Quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé.
(    ) É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!
 
12- Cite pelo menos 4 requisitos necessários ao mestre:
(   )  Que seja salvo em CRISTO, que tenha o hábito de estudar, que tenha preparo espiritual e que tenha um coração missionário.
(   )  Que seja salvo em CRISTO, que tenha o hábito de ler, que tenha preparo intelectual e que tenha um coração em chamas.
(   )  Que seja liberto em CRISTO, que tenha o hábito de orar, que tenha preparo financeiro e que tenha um coração amoroso.
 
13- Dentro dos requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época, complete:
Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência __________________________ por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2 Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não __________________________ naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas. Em nosso país, a __________________________ é um problema cultural. Se as pessoas __________________________ pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não __________________________? O hábito da __________________________ era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13). A __________________________ é o instrumento de trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da __________________________ são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da __________________________ (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de DEUS. Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era __________________________ em fogo. É vontade de DEUS que o vocacionado ao ensino utilize os avanços das __________________________ bíblicas para pregar a Palavra de DEUS na força do ESPÍRITO SANTO. Precisamos alcançar as __________________________ e os corações dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma __________________________ bem preparada e conectada a um “coração em __________________________” e apaixonado por JESUS (At 3.12-26).
 
CONCLUSÃO
14- Complete:
É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo __________________________  do crente. Não é verdade que necessariamente ele __________________________  na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o mais __________________________  dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar preparo __________________________  e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam: homens __________________________  do ESPÍRITO, mas do mesmo modo, com a mente __________________________  para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1 Pe 3.15).
 
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas
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BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
CHOWN, Gordon. Os dons do ESPÍRITO SANTO. São Paulo: Vida, 2002.
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O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD
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SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos domínios do ESPÍRITO. 4ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Uwe Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva