Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2013 - CPAD -
Para jovens e adultos
Tema: Sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa
- A atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Comentário: Pr. José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE
TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Veja
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao8-fcs21-2tr13-educacaocrista-responsabilidade.htm
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-fcs21-2tr13-anecessidadedocultodomestico.htm
TEXTO ÁUREO
"O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois
dele"
(Pv 20.7).
VERDADE PRÁTICA
A melhor forma de se educar um filho é através do exemplo, pois as palavras
passam, mas o exemplo permanece.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 22.29
O futuro de um homem diligente
Terça - Pv 29.15
Estabelecendo limites
Quarta - Pv 7.6,7
O mau exemplo da displicência
Quinta - Pv 22.22,23
Sabedoria para agir com equidade
Sexta - Pv 23.6-8
Sabedoria para lidar com o invejoso
Sábado - Pv 24.11,12
Agindo misericordiosa e sabiamente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
Provérbios 4.1-9
1 Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.
2 Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. 3 Porque eu era filho de
meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. 4 E ele ensinava-me e
dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e
vive. 5 Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te
apartes das palavras da minha boca. 6 Não desampares a sabedoria, e ela te
guardará; ama-a, e ela te conservará. 7 A sabedoria é a coisa principal;
adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.
8 Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará. 9 Dará à tua
cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.
4.1-4 OUVI, FILHOS, A CORREÇÃO DO PAI.
Salomão tinha aprendido de seu pai sobre os caminhos de DEUS, e agora
instrui quanto a isso os seus próprios filhos. DEUS quer que os ensinos
sobre a verdadeira piedade e o conhecimento dos seus caminhos sejam
ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar (Dt
6.7).
4.5 ADQUIRE A SABEDORIA, ADQUIRE A
INTELIGÊNCIA. A sabedoria de DEUS é essencial para uma vida cristã
proeminente segundo a vontade de DEUS (vv. 20-22; 3.21,22). Devemos,
portanto, buscá-la acima de todas as coisas. Não é fácil, porém, alcançar
semelhante sabedoria, pois é dada àqueles que esforçadamente pagam o seu
preço. Essa sabedoria nos chega por dois caminhos.
(1) O ensino. Mediante o ensino bíblico,
a pessoa experimentará uma transformação espiritual que importará em
apartar-se do mal e voltar-se para o conhecimento de DEUS. A comunhão
pessoal com DEUS é o primeiro passo para se obter a verdadeira sabedoria. O
crente deve temer ao Senhor e odiar o mal (8.13; 9.10).
(2) Dedicação. A sabedoria é concedida à
pessoa que percebe o seu valor e que por isso a busca com diligência (8.17).
O sábio aprende através do ensino (9.9) e da disciplina da parte de DEUS
(3.11); ele acata os mandamentos de DEUS (10.8), ouve o SANTO conselho dos
pais e de outras pessoas (v. 1; 13.10) e considera a sabedoria de DEUS mais
valiosa do que a prata, o ouro, ou jóias preciosas (3.14,15; 23.23).
JESUS CRISTO é a suprema manifestação da
sabedoria de DEUS (1 Co 1.30; Cl 2.2,3). Logo, essa exortação do AT equivale
a um chamamento para a pessoa dedicar sua vida a JESUS CRISTO. Devemos
abandonar o pecado e, renunciando ao nosso eu, voltar-nos para Ele, largando
tudo o que for necessário a fim de segui-lo como seus discípulos (Mt
13.44-46; Lc 14.33).
EDUCAÇÃO - 1
A palavra grega paideia, "treinamento
infantil", "instrução", "alimentação", é usada três vezes no NT. Ela abrange
todo o cultivo da mente e da moral de uma criança, e o emprego de ordens e
admoestações, censura e castigo, com a finalidade de atingir este objetivo (Ef
6.4). Quando aplicada a adultos, ela fala daquilo que desenvolve a alma,
corrigindo erros e controlando paixões através da "instrução" na justiça (2 Tm
3.16). Quando aplicada a crianças, tem o sentido de treinamento infantil ou
"castigo" (Hb 12.5,7,11; cf. Pv 3.11,12; 15.5).
EDUCAÇÃO - 2
Educação na Mesopotâmica
A educação Mesopotâmia envolvia o árduo processo da aprendizagem da escrita
cuneiforme. Os estudantes geralmente pertenciam a classes privilegiadas da
sociedade. Em raras ocasiões as garotas recebiam educação conforme evidência de
algumas poucas escribas do sexo feminino. As primeiras escolas estavam
provavelmente associadas a templos, mas a famosa escola em Mari localizava-se no
palácio. Aqui foram encontradas fileiras de bancos junto com uma coleção de
materiais de escrever. Esta escola era chamada de e-dubba, "a casa das tábuas".
O ummia, "diretor", tinha sob si assistentes especializados, tais como dubshar
nishid, "o escriba dos cálculos", o dubshar kengira, "o escriba do Sumério" etc.
A maior parte da supervisão geral ficava por conta de um estudante mais velho, o
sheshgal, "irmão mais velho". Os alunos aprendiam vários símbolos cuneiformes
copiando tábuas preparadas pelo professor, escrevendo com um buril em uma tábua
de argila úmida. Depois, eles copiavam partes de textos literários e estudavam
matemática e a divisão da terra. Depois do segundo milênio a.C, quando o sumério
não era mais uma língua utilizada, os escribas tinham que memorizar listas
bilíngües de palavras sumárias e de seu equivalente em acádio. Os alunos
acordavam cedo, com medo de se atrasarem, e levavam consigo dois rolos de pão
para o almoço. A disciplina era rígida. Um rapaz em um teste lembra-se como
recebeu sete sovas de sete diferentes membros da equipe por escrever mal, por
falar sem permissão etc. As punições mais severas incluíam ficar preso por dois
meses.
Educação Egípcia
A educação egípcia preparava uma classe de escribas que eram servidores civis.
Alunos de origem humilde podiam ter sucesso em posições eminentes, em virtude de
sua educação. Além disso, os professores sempre lembravam os seus alunos de que
uma posição como esta significava uma vida livre de impostos, de pobreza e de
trabalho físico. As escolas localizavam-se em templos nos
arredores, tal como Ramesseum. Eles eram supervisionados por altos oficiais dos
departamentos para os quais os alunos estavam sendo treinados. A criança ia para
a escola dos quatro ou cinco até os dezesseis anos de idade. Ela aprendia a
copiar com precisão os hieróglifos pictográficos. Seus primeiros esforços eram
feitos em lascas de pedra calcária pautada ou em fragmentos de cerâmica.
Só mais tarde é que ela aprenderia a escrever nos papiros, e primeiramente em
palimpsestos, isto é, papiros que já haviam sido usados e apagados. Era
necessário aprender um vocabulário específico relativo à sua futura profissão,
incluindo, por exemplo, noventa e seis nomes de cidades egípcias, e quarenta e
oito tipos de assados diferentes. Se planejasse trabalhar com o exército, ele
tinha que
aprender a geografia da Palestina, a organização de uma campanha militar, e a
distribuição de provisões. No período do Novo Reino, o escriba também tinha que
aprender nomes semíticos, cretenses, e outros nomes estrangeiros. As aulas
tinham a duração da metade de um dia. Quando o meio dia era anunciado, as
crianças saíam da escola "gritando de alegria". O almoço consistia em três rolos
de pão
e uma jarra de cerveja. A palavra egípcia para educação era sb3jt e se origina
da raiz sb3, "castigar", "punir". O lema do professor era: "O ouvido do jovem
está em suas costas, ele só ouve o homem que bate nele". Um estudante recorda
como foi preso no templo da escola por três meses. Apesar das recompensas da
carreira de escriba, havia delinqüentes. Um professor lamentou por um ex-aluno:
"Eu soube que você quer escrever, e dar prazer a si próprio...você senta-se em
casa e as moças o rodeiam... uma guirlanda de flores está pendurada em seu
pescoço, e um tambor em sua barriga".
Educação Judaica
A educação judaica era primeiramente religiosa e, até a época do Novo
Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre as
tradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7).
Era essencial que a criança aprendesse a ler as Escrituras. Felizmente, o
alfabeto hebraico com suas vinte e duas letras era muito mais fácil do que as
centenas de caracteres cuneiformes e hieroglíficos dos vizinhos de Israel. Em
Isaías 28.10, "mandamento e mais mandamento" é literalmente "s após s, e q após
q", uma referência ao ensino do alfabeto.
Em Isaías 10.19, lemos: "E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco,
que um menino as poderá contar". O homem jovem de Juízes 8.14 "escreveu" os
nomes dos anciãos da cidade.
O ensino formal longe de casa não foi atestado até a era intertestamentária. Ben
Sirach (aprox. 180 a.C.) fala de uma "casa de aprendizagem" (gr. oikos paideias,
em heb. bethmidrash). Sob Jason (175-171 a.C), o sumo sacerdote helenizante, um
ginásio foi estabelecido em Jerusalém (1 Mac 1.14; 2 Mac 4.9; Josefo, Ant.
xii.5.1). No helenismo, o ginásio era a principal instituição educacional.
Simon ben Shetah (aprox. 75 a.C.) decretou uma lei que estabelecia que as
crianças deveriam ir à escola. O desenvolvimento decisivo, entretanto, veio com
a ordem de Josué ben Gamala, sumo sacerdote em 63-65 a.C, de que cada cidade
deveria ter uma escola para crianças a partir de seis anos de idade.
De acordo com a declaração de Judah ben Tema (século II a.C) em Pirke Aboth
5.21, o programa de estudos a ser desempenhado era: (a) as Escrituras - aos
cinco anos; (b) o Mishnah - tradições orais - aos dez anos; (c) a chegada da
idade - aos treze anos; e (d) o Talmude - comentários sobre o Mishnah -aos
quinze anos. Esperava-se que os rapazesse casassem aos dezoito anos.
As meninas recebiam educação em casa, e freqüentemente eram feitos casamentos
arranjados quando tinham doze ou treze anos. Elas iam à sinagoga, e algumas
conheciambem as Escrituras (cf. alusões do Antigo Testamento no "Magnificat" de
Maria, Lc 1.46-55).
A maioria dos pais não podia permitir que seus filhos tivessem mais do que o
ensino primário. Alguns rabinos desprezavam aqueles que haviam estudado somente
as Escrituras, tendo-os como ignorantes, 'am-ha'arets, "pessoas da terra" (cf.
Jo 7.15; At 4.13). Aqueles que estudavam para se tornarem rabinos continuavam
sua educação na academia de Jerusalém, e eram ordenados com aproximadamente
vinte e dois anos de idade. As classes do primário reuniam-se nas
sinagogas,tendo o hazzan, ou responsável pelos rolos, como professor. O
professor tinha que ser um homem casado; nenhuma mulher tinha permissão para
ensinar (cf. 1 Tm 2.12). As crianças de várias idades sentavam-se no chão diante
do professor. A criança aprenderia a ler as Escrituras em voz alta,
começando por Levítico. Em continuação, a criança prosseguia no conhecimento da
maior parte das Escrituras, embora alguns livros do AT, como, por exemplo,
Cantares de Salomão, não eram ensinados aos alunos imaturos.
A ênfase era colocada na memorização, e o método era a repetição. Dizia-se que
um professor do Mishnah chegava a repetir uma lição 400 vezes! Os açoites eram
usados nos casos de alunos recalcitrantes. O Mishnah não considerava o professor
culpado se o aluno morresse em conseqüência de tais repreensões. A palavra heb.
para educação, musar, origina-se da raiz ysr, "castigar, disciplinar". O ensino
dos meninos começava ao amanhecer e freqüentemente continuava até o pôr-do-sol.
Algumas pessoas têm questionado se eles tinham horário de almoço! O período de
aulas era reduzido para quatro horas durante os meses quentes de julho e agosto.
No dia que antecedia o sábado havia apenas meio período de aulas, e as aulas
eram suspensas por ocasião das festividades religiosas. A academia de Jerusalém
para futuros rabino será famosa por ter professores como Hilel e Samai (século I
a.C). Aqui Paulo estudou aos pés do ilustre neto de Hilel, Gamaliel (At 22.3).
Gamaliel era um dos poucos rabinos que permitia que os alunos aprendessem o
grego. Os rabinos, como regra geral, não recebiam qualquer pagamento por
ensinarem, mas se sustentavam trabalhando como moleiros, sapateiros, alfaiates,
oleiros etc. (cf. At 18.3). De fato, cada pai tinha o dever de ensinar um ofício
a seu filho.
Educação Grega
A educação grega ou paideia (no Novo Testamento a palavra tem um sentido de
"correção" em passagens como Hebreus 12.5, 7,8,11) era primeiramente
aristocrática ou atlética. Depois de aprox. 450 a.C, os sofistas que ensinavam
retórica recebendo um pagamento por isto, revolucionaram a educação. No século
IV a.C, as grandes escolas filosóficas de Platão e Aristóteles estavam
estabelecidas em dois ginásios nos subúrbios de Atenas; a academia e o liceu. No
período Helenístico, o estabelecimento de ginásios em cada cidade fundada pelos
gregosno Oriente Próximo serviu como o principal
meio de preservação da tradição helenística, e de assimilação do helenismo pelas
sociedades que não eram helenistas. A educação espartana era um fenômeno por si.
Diferente da situação em outras cidades, a educação em Esparta era paga pelo
Estado.
As garotas recebiam treinamento atlético para se tornarem mães robustas. Com
sete anos de idade, os garotos eram separados de seus lares para viverem em
barracas, estando sujeitos a uma severa disciplina para que se tornassem
soldados fortes e obedientes. Os espartanos aprendiam apenas os rudimentos da
leitura e da escrita, e eram considerados incultos pelos atenienses.
Em Atenas, as garotas aprendiam as artes domésticas em casa. Os garotos iam à
escola com sete anos. A verdade evidente era que os meninos ricos chegavam à
escola mais cedo e saíam mais tarde do que as crianças pobres. A maioria das
famílias tinha paidagogos, geralmente um escravo mais velho, que carregava o
equipamento dos meninos, acompanhava-os até a escola, e auxiliava nos deveres de
casa. Ele era uma combinação de "enfermeiro, lacaio, acompanhante e tutor" (cf.
1 Co 4.15; Gl 3.24,25).
A educação grega enfatizava a gymnasia (1 Tm 4.8) para o corpo e a "música" - um
termo que incluía a literatura - para a alma. A instrução padrão era conduzida
em palaistras (palestras) particulares, ou "arenas de luta" sob a orientação de
um paidotribes, literalmente, "fricção de meninos", devido à prática de esfregar
o corpo com óleo e pó antes dos exercícios. A corrida e o arremesso de dardos
eram praticados nos ginásios públicos. Estes ginásios também continham salões
onde os professores, como, por exemplo, Sócrates, ministravam as suas aulas.
Todos os rapazes tinham que aprender a cantar e a tocar lira. Eles aprendiam a
stoichea, isto é, o ABC ou os rudimentos do ensino fundamental (cf. Hb 5.12).
Seu texto principal era Homero, seguido pelos dramaturgos e poetas líricos.
Os alunos iam à escola ao nascer do dia acompanhados por seus pedagogos, que
carregavam a lamparina nas manhãs escuras de inverno. As escolas tinham de
sessenta a cento e vinte alunos. Estes se sentavam em bancos com suas tábuas de
escrever de cera em seus joelhos. O professor sentava-se em uma cadeira em uma
plataforma. Os pedagogos, geralmente, também se sentavam na sala de aula. Pelas
ilustrações em cerâmica podemos ver que as crianças levavamseus animais de
estimação como gatos, cães e até leopardos!
Da Mímica de Herondas (século III a.C) podemos constatar o que acontecia com os
garotos preguiçosos ou faltantes. Uma mãe reclama que seu filho deveria brincar
ao invés de ir à escola. Ele não é capaz de escrever a partir de um ditado, e só
consegue ler com hesitação. Quando o criticam, corre para sua avó. Ela, por
conseguinte, faz com que o professor açoite seu filho até que sua pele fique tão
mosqueada quanto a de uma cobra d'água.
Quando o garoto chega aos dezoito anos e se torna maior de idade, fica livre dos
cuidados restritivos de seu pedagogo. No período dos dezoito aos vinte, os
jovens de Atenas, chamados ephebes, eram submetidos a um curso de treinamento
militar e atlético compulsório. Na época helenística, os que se formavam nos
treinos adultos, passavam a fazer parte da alta classe de cidadãos helenísticos.
Na época dos romanos, a instituição de efebos em Atenas formava a base da
universidade.
Educação Romana
Mesmo antes que a Grécia se tornasse uma província romana em 146 a.C, sua
influência cultural era sentida em Roma. A história registra que Cato, o ancião
(234-149 a.C), que se opunha ao aprendizado do grego, aprendeu o grego no final
de sua vida. Os romanos imitaram os gregos no uso de pedagogos para seus filhos,
freqüentemente empregando escravos gregos. O grande
Cícero (106-43 a.C.) era bem versado tanto em grego como em latim, tendo sido
educado em Rodes (assim como César e António) e em Atenas. Quintiliano (40-118
d.C), a grande autoridade da Educação Romana, dizia que as crianças romanas
deveriam aprender o grego antes do Latim. O satirista Marcial (40-104 d.C.) e
seu colega Juvenal reclamaram que as mulheres passaram a fazer até
mesmo amor em grego! A visão pragmática romana introduziu algumas diferenças
notáveis. Matemática, Geometria e música eram ensinadas somente à medida que
tivessem aplicações práticas.
A retórica, e não a filosofia, era a matéria classificada como a mais importante
em estudos de nível superior. Os romanos não gostavam muito da nudez dos atletas
gregos, eles preferiam as corridas de cavalos no hipódromo e os jogos de
gladiadores no coliseu.
As meninas freqüentavam a escola primária com os meninos. Além disso, algumas
mulheres tinham conhecimento da literatura por si próprias, a ponto de Juvenal
reclamar: "Como eu as odeio. As mulheres, que sempre voltam às páginas da
Gramática de Palaemon, mantendo todas as regras e são pedantes o suficiente para
citar versos que nunca ouvi".
As aulas eram às vezes ministradas em uma pérgula, ou "abrigo", em frente a uma
casa separada do público por uma fina divisória. Os alunos sentavam-se em
bancos, enquanto o professor sentava-se em uma cadeira. Para escrever, eles
começavam com tábuas de cera; depois, usavam papiros ou mesmo pergaminhos de
manuscritos sem importância. Para aritmética, o aluno usava o ábaco com calculi,
e seixos. As crianças freqüentavam a escola primária,que era chamada de ludus ou
"jogo", dos sete aos dez ou onze anos de idade. O professor primário era
conhecido como ludi magister. Os pais exigiam muito dele, mas pagavam pouco e,
às vezes, somente por ordem dos tribunais. Era tarefa dele ensinar "os três R".
Para ensinar a ler, eles usavam textos das fábulas de Esopo, que eram muito
populares.
As aulas começavam cedo - cedo demais para Marcial, que reclamava que a
repreensão do professor o impedia de dormir. Apressado para a escola sem sequer
poder tomar o café da manhã, o jovem comprava um pequeno bolo quando passava por
uma padaria. Na chegada ele diria: "Bom dia para todos! Permitam-me tomar meu
lugar. Apertem um pouquinho". Depois de suas aulas matinais, ele ia para casa
almoçar pão branco, azeitonas, figos secos, e nozes. Então voltava para a
escola, onde o mestre, examinando suas cópias, dizia, "Você merece ser açoitado!
Tudo bem, desta vez eu deixarei passar..." Disciplina era sinónimo de educação.
A frase manum subducere ferulae, "abandonar a vara", significava deixar a
escola. Quintiliano protestou contra a prática universal de açoites. Ele pensava
que os elogios, o espírito de competição, e até mesmo os jogos, eram melhores do
que o medo. Os meninos tinham férias de Julho a Outubro, no verão, e extensos
feriados em Dezembro e Março. A cada oito dias também havia um dia de folga.
Isto não era suficiente para algumas crianças, que fingiam estar doentes,
esfregando os olhos com azeite de oliva ou usando cominho para se fingirem de
pálidos e poderem ausentar-se. Dos doze aos quinze ou dezesseis anos de idade,
quando o jovem romano atingia a maioridade, e vestia sua toga virilis branca,
ele passava a freqüentar a escola secundária (ou a escola de gramática). Esta
era chamada de ludus litterarius, e o professor era chamado de litteratus ou de
grammaticus. As matérias principais eram a gramática técnica e a literatura,
principalmente Homero e outros textos gregos. Somente depois do ano 25 a.C é que
os textos em latim, tais como Virgilio e Cícero, também foram introduzidos.
Além da escola de gramática até os dezoito ou vinte anos, os rapazes recebiam
treinamento em retórica. Quando Roma passou de república a império, com a
conseqüente restrição de liberdade política, o treinamento em retórica tornou-se
cada vez mais artificial. Era exigido que os alunos declamassem a obra suasória,
que propunha alguma ação, como por exemplo: "Deveria Agamenon sacrificar
sua filha?" ou a obra controvérsia, que lidava com alguns casos fictícios que
envolviam conflitos de leis. Várias formas de discurso e figuras de linguagem
eram ensinadas. Paulo usa cerca de trinta tipos diferentes de figuras retóricas
em seus escritos. F. W. Farrar sugere que ele pode ter recebido algum tipo de
treinamento rudimentar de retórica em Tarso. Por outro lado, a escassez de
alusões clássicas
(At 17.28; 1 Co 15.33; Tt 1.12) e a qualidade de seu grego mostram que o
apóstolo evitou os excessos para que sua mensagem fosse a mais direta e
inteligível para todos os tipos de leitores, não utilizando todo o seu
conhecimento clássico recebido na afamada instituição em que estudou. Ele foi
provavelmente enviado a Jerusalém antes de completar treze anos. Alguns
estudiosos têm discutido o fato da palavra anatethrammenos, "criado", em AtoS
22.3, significar que Paulo já vivia em Jerusalém até mesmo antes desta idade.
Embora tenha tido um grande treinamento, Paulo repudia (1 Co 2.1) o uso da
linguagem retórica elaborada e pomposa tão comumente usada pelos oradores de sua
época para ganhar o aplauso dos ouvintes (por exemplo, Tértulo, Atos 24.1-8).
Nem mesmo os escritores
romanos estavam satisfeitos. Petrônio, um contemporâneo de Paulo, escreveu:
"Ninguém se importaria com este artifício se apenas colocasse os nossos alunos
no caminho da verdadeira eloqüência... Ação ou linguagem são a mesma coisa:
grandes frases como bolas de mel, cada sentença parecendo ter caído e se
enrolado em sementes de papoula e gergelim". E. M. Y.
CORREÇÃO
Esta palavra é usada para regenerar,
emendar, restaurar, disciplinar. A correção é uma função e uma responsabilidade
do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb 12.9) e de DEUS
para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3.12; Hb 12.7,9). Tanto os termos em hebraico
como em grego sugerem um significado duplo: instruir, guiar, argumentar; e,
também, punir, castigar, reprovar. A correção é visível em todo o processo de
criação dos filhos, como sugere o termo grego mais comum paideuo, " educar um
filho", envolvendo tanto a orientação positiva, como a disciplina negativa, no
caso de má conduta. A expressão que mostra que a Palavra de DEUS é útil para a
correção (2 Tm 3.16), ressalta o seu valor na melhoria de vida e do caráter do
crente. O termo grego aqui significa "restauração a um estado de retidão"
LEITURA
BÍBLICA COMPLEMENTAR - Deuteronômio 6.1-9
1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos
e os juízos que mandou o SENHOR, vosso DEUS, para se vos ensinar, para que
os fizésseis na terra a que passais a possuir; 2 para que temas ao SENHOR,
teu DEUS, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno,
tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que
teus dias sejam prolongados. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os
guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o
SENHOR, DEUS de teus pais, na terra que mana leite e mel. 4 Ouve, Israel, o
SENHOR, nosso DEUS, é o único SENHOR. 5 Amarás, pois, o SENHOR, teu DEUS, de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. 6 E estas
palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; 7 e as intimarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te. 8 Também as atarás por sinal na tua mão, e te
serão por testeiras entre os teus olhos. 9 E as escreverás nos umbrais de
tua casa e nas tuas portas.
6.4-9 OUVE, Ó ISRAEL. Este trecho é comumente
chamado "o Shema" (do hb. shama?, "ouvir"). Os judeus dos tempos de JESUS
eram afeitos a esse trecho, por ser recitado diariamente pelos judeus
devotos, e também regularmente nos cultos da sinagoga. O "Shema" é a
declaração clássica do cunho monoteísta de DEUS. Ao "Shema" segue-se um
duplo preceito para Israel:
(1) amar a DEUS de todo o coração, alma e forças
(vv. 5,6); e
(2) ensinar diligentemente aos seus filhos sobre
a sua fé (vv. 7-9).
6.4 O SENHOR, NOSSO DEUS, É O ÚNICO SENHOR. Este versículo juntamente com os
versículos 5-9; 11.13-21; Nm 15.37-41 - ensina o monoteísmo. Esta doutrina
afirma que DEUS é o único DEUS verdadeiro, e não uma teogonia ou grupo de
diferentes deuses; que é onipotente entre todos os seres e espíritos do
mundo (Êx 15.11). Este DEUS deve ser o objeto exclusivo do amor e obediência
de Israel (vv. 4,5). Esse aspecto de "unicidade" é a base da proibição da
adoração a outros deuses (Êx 20.2). O ensino de 6.4 não contradiz a
revelação no NT, de DEUS como um ser trino, que sendo uno em essência, é
manifesto como Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO (ver Mt 3.17, e Mc 1.11).
6.5 AMARÁS... O SENHOR, TEU DEUS. DEUS anela comunhão com seu povo e lhe dá
esse único e indispensável mandamento, que vincula esse povo a Ele mesmo.
(1) Retribuindo o seu amor com amor, gratidão e
lealdade (4.37), os israelitas o conhecerão, e nEle se deleitarão pelas
provisões do concerto.
(2) Deste mandamento, "o primeiro e grande
mandamento", juntamente com o segundo mandamento: amar ao próximo (cf. Lv
19.18), depende toda a lei e os profetas (Mt 22.37-40).
(3) A verdadeira obediência a DEUS e aos seus
mandamentos somente é possível quando brota da fé em DEUS e do seu amor (cf.
7.9; 10.12; 11.1,13,22; 13.3; 19.9; 30.6,16,20; ver Mt 22.39; Jo 14.15;
21.16; 1Jo 4.19).
6.6 ESTAS PALAVRAS... ESTARÃO NO TEU CORAÇÃO. O firme propósito de DEUS é
que sua Palavra esteja no coração do seu povo (cf. Sl 119.11; Jr 31.33).
Paulo declara explicitamente: "A palavra de CRISTO habite em vós
abundantemente, em toda a sabedoria" (Cl 3.16; cf. 2 Tm 3.15-17). Esse
preceito somente pode ser cumprido se, diária e continuamente, examinarmos
as Escrituras (Sl 119.97-100; Jo 8.31,32). Uma maneira de fazer isso é ler o
NT todo duas vezes por ano, e o AT uma vez por ano (cf. Is 29.13; ver Tg
1.21).
6.7 E AS INTIMARÁS AOS TEUS FILHOS. Uma forma vital de expressar amor a DEUS
(v. 5) é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçar-nos para
levá-los a um real relacionamento com DEUS.
(1) O ensino da Palavra de DEUS aos filhos deve
ser uma tarefa altamente prioritária dos pais (cf. Sl 103.13; ver Lc 1.17; 2
Tm 3.3).
(2) O ensino das coisas de DEUS deve partir do
lar, e nisso, tanto o pai como a mãe deve participar. Cultuar a DEUS no lar
não é uma opção; pelo contrário, é um mandamento direto do Senhor (vv. 7-9;
Êx 20.12; Lv 20.9; Pv 1.8; 6.20; cf. 2 Tm 1.5).
(3) O propósito da instrução bíblica pelos pais
é ensinar os filhos a temer ao Senhor, a andar em todos os seus caminhos, a
amá-lo e ser-lhe grato e a servi-lo de todo o coração e alma (10.12; Ef
6.4).
(4) O crente deve proporcionar sabiamente aos
seus filhos uma educação teocêntrica, em que tudo se relacione com DEUS e às
suas coisas (cf. 4.9; 11.19; 32.46; Gn 18.19; Êx 10.2; 12.26,27; 13.14-16;
Is 38.19)
“A base da paternidade competente está em ser
capaz de colocar-se por trás dos olhos de seu filho, VENDO O QUE ELE VÊ E
SENTINDO O QUE ELE SENTE.
1- Quando ele se sente solitário, precisa de sua
companhia;
2- Quando é desafiador, precisa de sua ajuda
para controlar seus impulsos;
3- Quando tem medo, precisa da segurança do seu
abraço;
4- Quando tem curiosidade, precisa de sua
instrução paciente;
5- Quando está feliz, precisa partilhar seu
riso e alegria com os que ama.”
Quinze passos que os pais devem dar
para levar os filhos a uma vida devotada a Cristo:
(a) Dediquem seus filhos a Deus no começo da
vida deles (1Sm 1.28; Lc 2.22).
(b) Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a
justiça e a odiar a iniqüidade. Incutam neles a consciência da atitude de
Deus para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9 nota).
(c) Ensinem seus filhos a obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica
com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15, 17; Hb 12.7).
(d) Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo que Satanás
procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através
de companheiros imorais (Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
(e) Façam saber a seus filhos que Deus está sempre observando e avaliando
aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1-12).
(f) Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em Cristo, ao
arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
(g) Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de
Deus, se mantém os padrões de retidão e o Espírito Santo se manifesta.
Ensinem seus filhos a observar o princípio: “Companheiro sou de todos os que
te temem” (Sl 119.63; ver At 12.5).
(h) Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e
trabalhar para Deus (2Co 6.14—7.1; Tg 4.4). Ensinem-lhes que são forasteiros
e peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania
estão no céu com Cristo (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
(i) Instruam-nos sobre a importância do batismo no Espírito Santo (At 1.4,5,
8; 2.4, 39).
(j) Ensinem a seus filhos que Deus os ama e tem um propósito específico para
suas vidas (Lc 1.13-17; Rm 8.29,30; 1Pe 1.3-9).
(l) Instruam seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação
e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5, 7; 1Tm 4.6; 2Tm 3.15).
(m) Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de
oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef 6.18; Tg 5.16).
(n) Previnam seus filhos sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt
5.10-12). Eles devem saber que “todos os que piamente querem viver em Cristo
Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12).
(o) Levem seus filhos diante de Deus em intercessão constante e fervorosa
(Ef 6.18; Tg 5.16-18; ver Jo 17.1, nota sobre a oração de Jesus por seus
discípulos, como modelo da oração dos pais por seus filhos).
(p) Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a
consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé
e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17).
10 Razões Para o Culto Doméstico
(Autor: Pastor Napoleão Falcão)
1. Porque nos
dispõe para enfrentarmos as tarefas diárias com um coração mais alegre,
torna-nos mais fortes para o trabalho, mais dedicados ao nosso dever e
predispõe-nos a glorificar a Deus em tudo que fizermos. Ler Colossenses
3.17.
2. Porque nos dá força para enfrentarmos o desânimo, as decepções, as
adversidades inesperadas e as frustrações com que nos deparamos. Ler Hebreus
2.18.
3. Porque nos
torna mais cônscios, no decorrer do dia, da presença reconfortante do Deus
que nos ajuda a vencer pensamentos impuros e outros inimigos quaisquer, que
porventura vierem atacar-nos. Ler Filipenses 4.4-7.
4. Porque o culto doméstico suaviza as asperezas do relacionamento no lar e
enriquece grandemente o convívio em família. Ler Efésios 6.1-9.
5. Porque
esclarece os mal-entendidos e tende a aliviar as tensões que por vezes
invadem o ambiente sagrado do lar. Ler Romanos 12.9-11.
6. Porque o culto doméstico ajuda a manter na fé os filhos que saem de casa,
afastando-se da influência dos pais. Na maioria dos casos, é o culto
doméstico que mais tarde irá determinar a salvação de filhos de lares
crentes. Ler II Timóteo 3.15-17.
7. Porque ele poderá ter influência sadia e santa sobre as pessoas que
possam estar visitando a família. Ler Romanos 14.7-9.
8. Porque o culto doméstico reforça o trabalho pastoral e, além disso,
estimula em muito a participação na Igreja. Ler Romanos 15.6-7.
9. Porque o
culto doméstico faz de um lar exemplo e estímulo a outros lares, para que
tenham a mesma vida de devoção e adoração a Deus. Ler Atos 2.46,47.
10. Porque a palavra de Deus ensina que devemos fazer o culto doméstico. Ao
obedecermos a Deus, estamos dando honra àquele que é o doador de todo o bem
e fonte de toda a benção. Ler Romanos 12.1,2.
Fonte: www.centraldepregadores.com.br/napoleaofalcao/
EDUCAÇÃO
INSTRUÇÃO (Vine
's Expository Dictionary o f Biblical Words – Dicionário Vine - CPAD)
Substantivo.
Musar:
“instrução, castigo, advertência”.
Este substantivo aparece 50
vezes, principalmente em Provérbios. A primeira ocorrência está em Dt 11.2:
“E hoje sabereis que falo, não com vossos filhos, que o não sabem e não
viram a instrução do SENHOR, vosso DEUS, a sua grandeza, a sua mão
forte, e o seu braço estendido”.
Um dos principais propósitos
da literatura sapiencial era ensinar sabedoria e "musar" (Pv 1.2). O
termo "musar" significa disciplina, mas é mais que isso. Como
"disciplina", ele ensina como viver corretamente no temor do Senhor, de
forma que o sábio aprenda a lição antes da tentação e da prova: "O que tendo
eu visto, o considerei: e, vendo-o, recebi instrução" (Pv 24.32).
Esta “disciplina" é treinamento para a vida; por conseguinte, prestar
atenção à "musar" é importante. Muitos verbos confirmam a necessidade
de uma resposta correta: "Ouvir, obedecer, amar, receber, obter,
apoderar-se, guardar, manter".
Além disso, a rejeição é
confirmada por muitos verbos relacionados com "musar". “Rejeitar,
odiar, ignorar, não amar, menosprezar, abandonar”. Quando "musar" é
dado como “instrução", mas não é observado, o "musar" como “castigo”
ou “disciplina" pode ser o próximo passo: “A estultícia está ligada ao
coração do menino, mas a vara da correção a afugentará dele” (Pv 22.15).
Atenção cuidadosa à
‘instrução” traz honra (Pv 1.9), vida (Pv 4.13), e sabedoria (Pv 8.33), e,
acima de tudo, agrada a DEUS: “Porque o que me achar achará a vida e
alcançará favor do SENHOR” (Pv 8.35). A falta de observância da “instrução’
ocasiona seus próprios resultados: morte (Pv 5.23), pobreza e vergonha (Pv
13.18), e é, em última instância, sinal de que o indivíduo não tem
consideração pela própria vida (Pv 15.32).
A receptividade da
“instrução” dada pelos pais, professores, o sábio ou o rei é corolário
direto da subjugação do indivíduo à disciplina de DEUS. Os profetas acusaram
Israel por não receber a disciplina de DEUS: “Ah! SENHOR, atentam os teus
olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não
quiseram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma
rocha; não quiseram voltar” (Jr 5.3). Jeremias pediu aos judeus e aos
habitantes da Jerusalém sitiada que prestassem atenção ao que estava
acontecendo ao redor, para que eles ainda se sujeitassem à “instrução” (Jr
35.13). Isaías predisse que o castigo de DEUS que os homens mereciam foi
levado pelo Servo Sofredor, trazendo paz aos que crêem n´Ele: “Mas ele foi
ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos
sarados” (Is 53.5).
A Septuaginta tem a tradução
de Paidéia (“educação. treinamento, instrução"). A palavra grega é a
base para a palavra pedagogia, “treinamento de uma criança”.
RESUMO RÁPIDO - Meus comentários:
A educação do
Brasil é péssima e na igreja é vergonhosa.
Se no governo
brasileiro existe um déficit de escolas absurdo, o que dizer de nossa
denominação quanto ao número de escolas que possuímos?
Pelo menos em
cada grupo de 15.000 crentes, deveríamos possuir um colégio evangélico para
crianças, um para adolescentes e um para adultos.
A escola
dominical não tem tido a eficiência desejada por DEUS. Para comprovação
disso basta ver o número de filhos de crentes prisioneiros nas cadeias e
presídios de nosso país.
Não temos,
entre os lares de cristãos, nem 10% dos lares onde a Palavra de DEUS é
ensinada, onde se realiza pelo menos um culto doméstico.
Encontramos o
número de 90% de crentes que nem leram a bíblia toda pelo menos uma vez.
Esse é o
triste retrato da educação cristã no Brasil de hoje.
Não há ensino
na escola secular, não há ensino nos lares, não há eficiência no ensino de
Escolas Bíblicas Dominicais que mais gastam tempo ensinando às nossas
crianças a desenhar e a cantar do que ensinando a Palavra de DEUS a estas.
Os filhos são
presentes de DEUS e recompensa pelo nosso amor para com nosso cônjuge.
Salmos 127:3 Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o
seu galardão.
Temos a responsabilidade de criar e educar nossos filhos, preparando-os para
o futuro onde terão suas próprias famílias para cuidar e educar.
Provérbios 22:6 Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando
envelhecer não se desviará dele.
Primeiro a Palavra de DEUS deve estar no coração dos pais – depois devem ser
ensinadas a seus filhos – devem ser repetidas e ensinadas a eles todos os
dias de suas vidas em que estiverem em companhia de seus pais. A bíblia deve
ser carregada pelas mãos dos filhos de DEUS, deve ser a luz a iluminar o
caminho de cada cristão e deve ser o guia de regras de conduta e
relacionamento do crente com DEUS, com sua família, com a Igreja e com o
mundo a sua volta.
E estas
palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te
serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua
casa, e nas tuas portas. (Dt 6.6-9)
Os pais devem
ensinar a seus filhos a ouvirem e a obedecerem à Palavra de DEUS.
Ouvi, filhos,
a instrução do pai, e estai atentos para conhecerdes o entendimento. Pois eu
vos dou boa doutrina; não abandoneis o meu ensino. Quando eu era filho aos
pés de meu, pai, tenro e único em estima diante de minha mãe, ele me
ensinava, e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os
meus mandamentos, e vive. (Pv 4.1-4)
A prevenção é
o melhor remédio para se evitar futuros desastres de conduta.
Instrui o
menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará
dele. (Pv 22.6).
Timóteo foi
um dos maiores exemplos de eficiência do ensino nos lares. Filho de uma
judia que era crente, mas de pai grego; recebeu de sua avó e de sua mãe o
maior legado, a maior herança, o ensino da Palavra de DEUS. De um garoto
simples, criado em uma minúscula cidade chamada Listra, Timóteo se tornou um
gigante na fé e na direção de igrejas fundadas pelo apóstolo Paulo.
[...]
trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em
tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em
ti." (2 Tm 1.5)
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as
sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em CRISTO JESUS. (2 Tm 3.14-15)
E enviamos
Timóteo, nosso irmão, e ministro de DEUS, e nosso cooperador no evangelho de
CRISTO, para vos confortar e vos exortar acerca da vossa fé; (1Ts 3.2)
Trazendo à
memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó
Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti. (2 Tm
1.5).
A sociedade
corrompida e sucumbida por valores totalmente distanciados dos padrões
bíblicos é o produto da falta legítimo ensino cristão nos lares. É o
resultado da negligência dos pais na criação de seus filhos.
O estado
pouco pode fazer e não o faz. Também não é papel do estado imprimir nas
pessoas o ensino bíblico, mas é dever dos pais.
A falta do
princípio da autoridade, que deveria ter sido implantado nas crianças em
seus lares, traz o desrespeito das crianças pelos mais velhos e
conseqüentemente pelas autoridades, como o professor, o pastor, o policial,
os governantes, os patrões, os ensinadores em geral e até pelo professor de
EBD.
Vivemos em
pleno caos educacional.
A família
quer transferir sua responsabilidade para a Igreja e para o governo.
Acredito que
a solução deva ser a reestruturação da família, por isso a insistente
investida de Satanás em destruir as famílias, criando até uma pior situação
do que a vigente – a criação de crianças por parte de pessoas do mesmo sexo
que se casam com o apoio do estado e adquirem permissão para adotarem
crianças. Pior do que isto não acredito poder ficar.
A Igreja deve
trabalhar insistentemente na reestruturação dos lares cristãos e nos
princípios bíblicos que neles devem ser ensinados e imprimidos.
Algumas
medidas que creio serem importantes, e por que não dizer urgentes, são:
1- Pelo menos
um Domingo por mês deve ter um culto direcionado para o assunto família.
2- Todas a s
congregações devem criar um departamento de família.
3- Deve ser
implantado em todos os lares o Culto Doméstico com a ajuda de grupos
treinados para esse fim.
4- Deve ser
iniciado um programa de leitura bíblica em todos os lares e departamentos da
Igreja. Cada reunião, cada ensaio, cada culto deve ser prioritária a leitura
de um capítulo da bíblia.
5- Cada culto
de doutrina deve ter pelo menos quinze minutos dedicados ao ensino sobre
família.
6- Cada
templo sede deve criar um grupo especializado em ensino e pregação sobre o
tema “Família, projeto de DEUS”.
7- Deve ser
criada uma revista especial para ser usada pelos pais no ensino fundamental
das principais doutrinas bíblicas em seus lares, facilitando assim a
orientação dos pais para com seus filhos – principais e básicos ensinos para
os lares cristãos.
Sem consertar a base da sociedade (a família)
nunca conseguiremos arrumar o estrago já feito.
PAIS E FILHOS (BEP - CPAD)
Cl 3.21 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o
ânimo.”
É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a
disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de
vida e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que
com seu emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social (cf. Sl
127.3).
(1) Segundo a palavra de Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções
de DEUS em muitos trechos do AT (ver Gn 18.19; Dt 6.7; Sl 78.5; Pv 4.1-4;
6.20), é responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare
para uma vida do agrado do Senhor. É a família, e não a igreja ou a Escola
Dominical, que tem a principal responsabilidade do ensino bíblico e
espiritual dos filhos. A igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais
no ensino dos filhos.
(2) A essência da educação cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se
para o coração dos filhos, a fim de levar o coração dos filhos ao coração do
Salvador (ver Lc 1.17).
(3) Na criação dos filhos, os pais não devem ter favoritismo; devem ajudar,
como também corrigir e castigar somente faltas intencionais, e dedicar sua
vida aos filhos, com amor compassivo, bondade, humildade, mansidão e
paciência (3.12-14, 21).
(4) Seguem-se quinze passos que os pais devem dar para levar os filhos a uma
vida devotada a CRISTO:
(a) Dediquem seus filhos a DEUS no começo da vida deles (1Sm 1.28; Lc 2.22).
(b) Ensinem seus filhos a temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a
justiça e a odiar a iniqüidade. Incutam neles a consciência da atitude de
DEUS para com o pecado e do seu julgamento contra ele (ver Hb 1.9).
(c) Ensinem seus filhos a obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica
com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12; 13.24; 23.13,14; 29.15, 17; Hb 12.7).
(d) Protejam seus filhos da influência pecaminosa, sabendo que Satanás
procurará destruí-los espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através
de companheiros imorais (Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
(e) Façam saber a seus filhos que DEUS está sempre observando e avaliando
aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1-12).
(f) Levem seus filhos bem cedo na vida à fé pessoal em CRISTO, ao
arrependimento e ao batismo em água (Mt 19.14).
(g) Habituem seus filhos numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de
DEUS, se mantém os padrões de retidão e o ESPÍRITO SANTO se manifesta.
Ensinem seus filhos a observar o princípio: “Companheiro sou de todos os que
te temem” (Sl 119.63; ver At 12.5).
(h) Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e
trabalhar para DEUS (2Co 6.14—7.1; Tg 4.4). Ensinem-lhes que são forasteiros
e peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania
estão no céu com CRISTO (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
(i) Instruam-nos sobre a importância do batismo no ESPÍRITO SANTO (At 1.4,5,
8; 2.4, 39).
(j) Ensinem a seus filhos que DEUS os ama e tem um propósito específico para
suas vidas (Lc 1.13-17; Rm 8.29,30; 1Pe 1.3-9).
(l) Instruam seus filhos diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação
e no culto doméstico (Dt 4.9; 6.5, 7; 1Tm 4.6; 2Tm 3.15).
(m) Mediante o exemplo e conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de
oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef 6.18; Tg 5.16).
(n) Previnam seus filhos sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt
5.10-12). Eles devem saber que “todos os que piamente querem viver em CRISTO
JESUS padecerão perseguições” (2Tm 3.12).
(o) Levem seus filhos diante de DEUS em intercessão constante e fervorosa
(Ef 6.18; Tg 5.16-18; ver Jo 17.1, nota sobre a oração de JESUS por seus
discípulos, como modelo da oração dos pais por seus filhos).
(p) Tenham tanto amor e desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a
consumir suas vidas como sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé
e se cumpra nas suas vidas a vontade do Senhor (ver Fp 2.17).
Efésios 6
(Comentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren
W . Wiersbe)
Pais não
devem provocar os filhos. No tempo de Paulo, o pai exercia autoridade
suprema sobre a família. Quando uma criança nascia em uma família romana,
por exemplo, era tirada do quarto e colocada diante do pai. Se ele a pegasse
no colo, era sinal de que a aceitava no lar. Mas se não a pegasse, indicava
que não a aceitava, e a criança deveria ser vendida, dada ou abandonada para
morrer. Sem dúvida, o verdadeiro amor paterno não permitia tamanhas
atrocidades, mas tais praticas eram legais naquela época. Paulo diz aos
pais: "Não usem sua autoridade para abusar de seus filhos; pelo contrario:
incentivem e edifiquem a criança". Para os Colossenses, o apóstolo escreveu:
"Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados" (Cl
3:21). Assim, o oposto de "provocar" e "animar". Eu estava dando uma
palestra a um grupo de estudantes sobre a oração e dizendo que nosso Pai
celeste está sempre disponível quando o buscamos. Para ilustrar esse fato,
contei que a recepcionista do escritório de nossa igreja tem uma lista que
eu preparei com o nome de todas as pessoas que podem falar comigo a qualquer
momento, não importa o que eu esteja fazendo. Mesmo que esteja em uma
reunião do conselho ou no meio de uma sessão de aconselhamento, se alguma
dessas pessoas telefonar, a recepcionista deve me chamar imediatamente.
Minha família esta no topo da lista. Ainda que o assunto pareça ser de
importância secundária, quero que minha família saiba que estou disponível.
Depois dessa palestra, um dos rapazes me perguntou: - Você não quer me
adotar? Nunca consigo falar com meu pai... E preciso tanto do incentivo
dele! Os pais provocam e desanimam os filhos quando dizem uma coisa e fazem
outra, sempre criticando e nunca elogiando, sendo incoerentes e injustos na
disciplina, mostrando favoritismo dentro de casa, fazendo promessas e não
cumprindo, deixando de levar a serio problemas extremamente importantes para
os filhos. Os pais cristãos precisam da plenitude do ESPÍRITO para se
mostrarem sensíveis às necessidades e aos problemas dos filhos.
Não basta
cuidar dos filhos fisicamente providenciando alimento, abrigo e roupas.
Também deve lhes dar alimento emocional e espiritual. O desenvolvimento do
menino JESUS é um exemplo para nós: "E crescia JESUS em sabedoria, estatura
e graça, diante de DEUS e dos homens" (Lc 2:52). Vemos aqui um crescimento
equilibrado: intelectual, físico, espiritual e social. Em parte alguma da
Bíblia, a educação dos filhos é apresentada como responsabilidade de alguma
pessoa ou instituição fora do lar, por mais que tais elementos externos
colaborem no processo.
DEUS incumbiu
os pais de ensinar aos filhos os valores mais essenciais. Deve
discipliná-los. O termo "criar" da a idéia de aprendizado por meio da
disciplina. É traduzido por "corrigir" em Hebreus 12. Alguns psicólogos
modernos se opõem ao conceito "antiquado" de disciplina, e muitos educadores
seguem essa filosofia. Dizem que devemos deixar as crianças se expressarem e
que, se as disciplinarmos, iremos distorcer seu caráter. No entanto, a
disciplina é um princípio fundamental da vida e uma demonstração de amor.
"Porque o Senhor corrige a quem ama e acoita a todo filho a quem recebe" (Hb
12:6). "O que refém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o
disciplina" (Pv 13:24). E preciso, porem, certificar-se de estar
disciplinando os filhos da maneira correta. Em primeiro lugar, deve-se
discipliná-los em amor, não com raiva, a fim de não ferir o corpo nem a alma
da criança ou, possivelmente, os dois. Quem não é disciplinado,
evidentemente, não pode disciplinar a outros, e explosões de raiva nunca
trazem beneficio algum para os filhos nem para os pais. Além disso, a
disciplina deve ser justa e coerente. - Meu pai é capaz de usar um canhão
para matar um pernilongo! - disse-me um adolescente. - Posso cometer
homicídio e nada acontece ou posso ser considerado culpado de absolutamente
tudo! A disciplina coerente aplicada com amor dá segurança à criança. Ela
pode não concordar conosco, mas pelo menos sabe que nos importamos o
suficiente para criar alguns muros de proteção a seu redor até ela ser capaz
de tomar conta de si mesma. - Nunca soube quais eram os meus limites -
comentou uma moça rebelde -, pois meus pais nunca se importaram comigo o
suficiente para me disciplinar. Acabei concluindo que, se não era importante
para eles, então por que deveria ser importante para mim? Deve instruí-los e
incentivá-los. Esse é o significado do termo "admoestação". A fim de educar
o filho, o pai e a mãe não usam apenas ações, mas também palavras. No Livro
de Provérbios, por exemplo, temos um registro inspirado de um pai
compartilhando conselhos sábios com o filho. Os filhos nem sempre apreciam
nossos conselhos, mas isso não elimina nossa obrigação de instruí-los e de
incentivá-los. É evidente que nossa instrução deve sempre estar de acordo
com a Palavra de DEUS (ver 2 Tm 3:13-1 7). Quando a Suprema Corte deu seu
veredicto contrario a obrigatoriedade de orar nas escolas públicas, o famoso
cartunista Herblock publicou uma tira no jornal Washington Post mostrando um
pai irado sacudindo um jornal para a família e gritando: - Só faltava essa!
Agora querem que a gente ouça as crianças orando em casa?
A resposta é:
sim! O lar e o lugar onde as crianças devem aprender sobre o Senhor e a vida
cristã. É hora de os pais cristãos pararem de empurrar a responsabilidade
para os professores da escola dominical e das escolas cristãs e começarem a
educar seus filhos.
A EDUCAÇÃO NOS LARES É BEM PERCEBIDA NO NOVO
TESTAMENTO
MARIA PROVA TER UM ALTO CONHECIMENTO DA
PALAVRA DE DEUS QUANDO CRIANÇA - VEJA - Lc 1.46-55 -
Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se
alegra em DEUS meu Salvador;
Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as
gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o
Poderoso; E santo é seu nome. E a sua misericórdia é de geração em geração
Sobre os que o temem. Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os
soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, E
elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos.
Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia; Como falou a
nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre (Maria
provavelmente tinha por volta de 13 anos).
JESUS TAMBÉM PROVA UM ALTO CONHECIMENTO
DA PALAVRA DE DEUS QUANDO CRIANÇA - VEJA
- Lc 2.46-47 - E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo,
assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os
que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas (JESUS tinha 12 anos -
em tudo era semelhante aos homens, inclusive na educação no lar).
TIMÓTEO TAMBÉM PROVA UM ALTO
CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS QUANDO CRIANÇA - VEJA
- 2 Tm
3.14-15 - Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste
inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice
sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela
fé que há em CRISTO JESUS.
INTERAÇÃO
Caro professor, a família moderna vem sofrendo grandes transformações. Com a
cristã, não é diferente. Há trinta anos não falaríamos sobre casais de jovens e
adolescentes tornando-se pais no seio da Igreja. Mas esta é uma realidade em
muitos lares cristãos. E qual o problema? O problema está quando o casal de
jovens deveria estudar, entretanto, vê-se responsável por um filho - são
"crianças" gerando crianças. Inevitavelmente, esta educação é terceirizada para
os pais, ou seja, avós. Aqui, inicia todo o problema na educação dos filhos de
grande parte da sociedade moderna e, também, da família cristã. Os pais não
educam, os avós se responsabilizam, mas se veem liberais com as crianças. Pais e
avós não se entendem. O que se vê é uma criança crescendo desorientada, sem o
mínimo parâmetro de limites. Você acha que esse processo não afetará a igreja?
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer a importância de se colocar limites aos filhos.
Saber do valor do exemplo na educação dos filhos.
Promover a educação integral da criança.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir o tópico II da lição, sugerimos que você
reproduza o esquema abaixo seguinte de acordo com suas possibilidades. Neste
esquema, demarcamos três funções básicas e completamente opostas às
características negativas apontadas na lição: "pais ausentes" e "mãe
superprotetora". Os pais que levam a sério a educação dos seus filhos sabem que
o "amor", a "educação" e a "proteção" são funções inegociáveis para a difícil
missão de se criar filhos. Portanto, convide a classe a não recusar essa missão
dada por DEUS.
QUAL A FUNÇÃO DOS PAIS
AMAR. Todas as ações dos pais para com os filhos têm como base o amor. Mas amar
não significa abonar os atos errados dos filhos. O maior ato de amor dos pais para
com os filhos é corrigir quando eles estiverem errados; adverti-los quando forem
repreensíveis. Amar não significa fechar os olhos para o erro; mas com mansidão
corrigi-lo.
EDUCAR. Os pais não criam os filhos para si. Eles os educam para o mundo. É na
prática da vida que os filhos provarão se os pais foram ou não competentes na
sublime missão de educá-los.
PROTEGER. Além de amar e educar, os pais devem ser verdadeiros protetores dos
seus filhos. Por eles lutam, sacrificam-se e buscam o melhor para as suas vidas.
Mas proteger os filhos não significa fazer a vontade deles. Quando os pais são
honestos e sinceros com os filhos, eles os protegem para a vida.
Resumo da
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
I - A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES
1. Satisfazendo necessidades, não vontades.
2. Presença versus Agressão.
II - ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES)
1. Ética da personalidade.
2. Ética do caráter.
III - EDUCAÇÃO INTEGRAL
1. Desenvolvimento mental.
2. Desenvolvimento moral.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os pais devem satisfazer as necessidades dos seus filhos, não vontades; devem
educá-los, não agredi-los.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O caráter cristão é formado a partir de uma educação que toma por base os
valores ensinados na Bíblia.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A educação cristã do jovem crente deve ser pensada numa perspectiva integral.
Isto é, desenvolvendo a vida moral e espiritual.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I -
Subsídio Teológico
"A Disciplina dos Pais
Os pais, na educação de seus filhos, devem considerar: 1. O benefício da
correção apropriada. Não somente os pais devem dizer aos seus filhos o que é bom
e mau, como devem repreendê-los, e corrigi-los e puni-los também, se necessário
for, quando negligenciarem aquilo que é bom ou fizerem o que é mau. Se uma
repreensão servir, sem a vara, muito bem, mas a vara não deve ser usada nunca
sem uma repreensão racional e séria; e então, embora possa haver um desconforto
momentâneo para o pai e também para o filho, ainda assim dará ao filho
sabedoria. Vexatio dat intellectum - Os tormentos aguçam o intelecto. O filho
receberá a advertência, e desta maneira, obterá sabedoria. 2. O erro da
indulgência indevida: um filho que não é reprimido nem repreendido, mas é
deixado à própria sorte, como Adonias, para seguir as suas próprias inclinações,
pode fazer o que desejar, mas, se decidir enveredar por maus caminhos, ninguém o
impedirá; é praticamente garantido que seja uma desgraça para a sua família, e
traga a sua mãe, que o mimou e lhe permitiu a sua devassidão, à vergonha, à
pobreza, à reprovação, e talvez ele mesmo a maltrate e insulte" (HENRY, Matthew.
Comentário Bíblico Antigo Testamento - Jó a Cantares de Salomão. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, pp.874-75).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II -
Subsídio Vida Cristã
"Os Pais Relacionais
Pais relacionais cuidam o suficiente para disciplinar os filhos. Esses pais
entendem a verdade disciplinar vital de que as regras sem o relacionamento
produzem rebelião. O amor verbalmente expresso sem dar tempo leva à raiva.
Muitos filhos são rebeldes e raivosos porque são criados por pais que não são
relacionais.
Anteriormente, consideramos pais que são autocráticos. Os pais relacionais têm
autoridade sem ser autocráticos. Eles têm o equilíbrio de ser exigentes e
sensíveis. A pesquisadora da Universidade da Califórnia Diane Baumrind descobriu
que esses pais utilizam métodos disciplinares que em primeiro lugar dão apoio,
em vez de meramente punir. Os pais relacionais que têm autoridade exercem o
controle sobre seus filhos, mas pelo fato de os entenderem, eles crescem em
flexibilidade. Eles colocam limites, mas promovem a independência. Os limites
definem o 'campo de jogo', a 'arena de atividade', em vez de serem cercas que
aprisionam. Os pais relacionais fazem exigências aos filhos, mas explicam os
motivos por que as exigências estão sendo feitas. Esses pais levam em conta o
diálogo, para que o filho seja capaz de expressar a sua opinião.
A pessoa desenvolvida por pais assim sabe como fazer parte de um time. O filho
desenvolve a confiança em si mesmo e cresce em responsabilidade. Em vez de ser
agitado e de desenvolver quando adulto sempre uma busca por 'pastos
verdejantes', seja no casamento ou no trabalho, as pessoas criadas por pais
relacionais com autoridade tendem a ser pessoas satisfeitas.
Há uma grande quantidade de pesquisas e bibliotecas de livros do tipo 'como
dizer' sobre criar filhos. Mas se quisermos nos tornar pais que se relacionam
bem com os nossos filhos corretamente, exercer a autoridade, mas sem tirania, e
disciplinar de maneira eficiente, então precisaremos de sabedoria, inspiração e
amor sobrenaturais. O nosso relacionamento com DEUS determinará a qualidade do
nosso relacionamento com nossos filhos" (YOUNG, ED. Os 10 mandamentos da Criação
dos Filhos: O que Fazer e o que não Fazer para Criar Ótimos Filhos. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, pp.122-23).
VOCABULÁRIO
Elucidativo: Que elucida; explicativo.
Atroam: Ato ou efeito de atroar; barulham, estrondam.
Inocule: Introduza, insira ou entre.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento - Jó a Cantares de Salomão.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
WRIGHT, Dr. H. Norman. Tornando-se Grandes Pais: 12 Segredos para criar filhos
responsáveis. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
TAYLOR, Kenneth N. Estudos Devocionais para Crianças. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2008.
SAIBA MAIS -
Revista Ensinador Cristão -
CPAD, nº 56, p.39.
Questionário da
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2013 - Provérbios e
Eclesiastes
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"O ______________________________ anda na sua ___________________________________;
bem-aventurados serão os seus __________________________________ depois
dele"
(Pv 20.7).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A melhor forma de se ________________________________
um filho é através do _____________________________, pois as palavras
passam, mas o ______________________________ permanece.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
3- O que significa a expressão "ouve filho meu" que soa como um refrão
no livro de Provérbios?
( ) É o apelo de um pai
a um filho obediente e responsável.
( ) É o apelo de um pai amoroso, ensinando ao filho as
regras do bom viver.
( ) É a partir de um conjunto de valores, já padronizado, que o
pai assim o faz.
( ) A preocupação do pai não é despejar sobre o filho um
código de regras, mas ensinar valores que o prepararão para a vida.
( ) O pai utilizará o exemplo, mostrando que a atitude fala muitas vezes mais alto que
as palavras!
I - A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES
4- Qual o princípio utilizado no
treinamento de líderes, e que tem se mostrado bastante eficaz?
( ) É a máxima de que
"liderar é satisfazer necessidades, não vontades".
( ) É a máxima de que
"liderar é satisfazer vontades, não necessidades".
( ) No universo educacional, o
princípio torna-se ainda mais forte e verdadeiro.
( )
Todo pai deve saber que o filho, especialmente se ainda é criança, deseja que
suas vontades sejam imediatamente satisfeitas.
5- De que realmente a criança
necessita?
( ) Embora queira comer só doces, ela precisa de uma alimentação
balanceada para ter um crescimento saudável.
( ) É para isso que aponta a sabedoria
de Provérbios 27.15.
( ) É para isso que aponta a sabedoria
de Provérbios 29.15.
( ) Portanto, estabeleçamos limites às crianças, não apenas
quanto à alimentação, mas principalmente acerca dos valores morais e
espirituais.
6- Como está sendo e como deve ser a educação dos pais?
( ) O autor dos Provérbios, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que
deve andar, se preciso, aos gritos, e até mesmo utilizando-se de violência,
quando necessário.
( ) Os educadores descrevem como referências negativas,
na educação da criança, a figura do "pai ausente" e a da "mãe superprotetora".
( ) O
pai ausente é omisso na educação de seus filhos.
( ) Evitando o diálogo, vale-se de
métodos agressivos para impor-lhes a sua autoridade.
( ) Ele fala sempre aos gritos.
( ) O autor dos
Provérbios, porém, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que deve
andar, mas não aos gritos, nem utilizando-se de violência.
( )
A mãe superprotetora, por seu turno, temendo produzir algum trauma na formação
da criança, acaba por não corrigi-la.
( ) Não é isso o que as
Escrituras ensinam: o pai e mãe são os responsáveis pela disciplina dos
filhos, e não podem fugir a esse dever.
II. - ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES)
7- Como funciona a ética da personalidade?
( ) A
ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é realista, real, pura e
sensitiva.
( ) Hoje, mais do que nunca, necessitamos educar nossas
crianças, tomando por base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada.
( ) A
ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva.
( ) O que conta não é o ser e sim o ter.
( ) Nossos filhos ficam completamente
desprotegidos diante das armadilhas deste mundo, por não terem ainda a noção do
certo e do errado, conforme destaca Salomão em Provérbios 7.6,7.
( ) Nessa passagem de
Provérbios 7.6,7,
deparamo-nos com a triste figura do jovem simples e desprotegido diante da
sedução do mundo.
8- Como entender as questões do texto de
Provérbios 7.6,7 (Porque
da janela da minha casa, olhando eu por minhas frestas, Vi entre os simples,
descobri entre os moços, um moço falto de juízo)?
( ) A palavra "simples",
traduzida do hebraico plain, refere-se a uma pessoa pobre ou humilde.
( ) A palavra "simples",
traduzida do hebraico pethy, refere-se a uma pessoa tola e ingênua.
( ) O termo
hebraico leb traduzido por "coração", "ser interior" ou "juízo", é usado para
descrever o caráter moral do indivíduo.
( ) O que faltou ao jovem de Provérbios 7
foi exatamente a noção de valores morais bem demarcados.
( ) O resultado não poderia
ser outro: ele caiu nas garras do pecado.
( ) Não permitamos, pois, que o mesmo
ocorra com os nossos filhos.
( ) Vamos instruí-los enquanto é tempo.
9- Como funciona a ética do caráter?
( ) A ética coloca os valores no lugar onde eles devem estar.
( ) A
ideia, aqui, é educar a pessoa, tomando por base os valores ensinados na Bíblia.
( ) O mais importante são os sentimentos,
não importando o comportamento.
( ) O mais importante não são os sentimentos, mas o comportamento.
( ) Não é a
sensibilidade, mas o compromisso com a atitude correta a se tomar.
( ) É exatamente isso que
Salomão diz ter herdado do seu pai e o mesmo objetiva transmitir ao seu
"filho".
III - EDUCAÇÃO INTEGRAL
10- Como deve ser o desenvolvimento mental dos filhos?
( ) Provérbios mostra o quanto é importante os mais
jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida.
( ) Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina,
sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e
reflexão.
( )
Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de discussão e avaliação, visando
preparar o jovem à sociedade.
( )
Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando
preparar integralmente o jovem à vida.
( ) Por conseguinte, inclinemos o coração ao
entendimento.
( ) Atemos a benignidade ao pescoço, escrevemo-la na tábua do
coração (Pv 3.3) e guardemos a instrução no lugar mais íntimo do ser .
11- Como deve ser o desenvolvimento moral dos filhos? Complete:
A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e
espiritual do _______________________________ é claramente demonstrada em sua
________________________________ em educá-lo,
tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto, quando
Salomão destaca a ______________________________ da justiça (Pv 22.22,23),
os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a
____________________________ (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência
nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da _______________________________ (Pv 24.11,12).
CONCLUSÃO
12- Complete:
Num momento em que os modelos educacionais experimentam uma grave crise de
______________________________, é urgente estudarmos o livro de Provérbios, a
fim de extrairmos preciosas lições à educação dos nossos jovens,
adolescentes e crianças. Não podemos consentir que a
_____________________________ deste século ___________________________, em
nossos filhos, o ______________________________ de um ensino permissivo e contrário aos valores da Bíblia Sagrada.
Preservemos o que os nossos pais na fé construíram e, com muito sacrifício,
deixaram-nos como ___________________________ espiritual e moral.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE
LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD -
BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer
- CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação
Pessoal.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
GARNER, Paulo . Quem é quem na
Bíblia Sagrada. VIDA
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o
Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA
– Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F.
Vos, João Rea
- CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos
- CPAD.
25 Maneiras de Valorizar as Pessoas - Autores: João C. Maxwell & Les Parrott,
PH. D. - Editora: SEXTANTE
Estudo no Livro de Provérbios - Antônio
Neves de Mesquita
James, por Hendrickson Publishers - Edição
Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
http://www.gospelbook.net
www.ebdweb.com.br
http://www.escoladominical.net
http://www.portalebd.org.br/
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2013 - CPAD -
Para jovens e adultos
Tema: Sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa
- A atualidade de Provérbios e Eclesiastes.
Comentário: Pr. José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE
TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos"
(Pv 16.24).
VERDADE PRÁTICA
As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração
está cheio.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 15.23
Falando no tempo certo
Terça - Pv 15.2
A língua como adorno da sabedoria
Quarta - Pv 6.17
A língua que DEUS aborrece
Quinta - Pv 16.24
A língua como instrumento de cura
Sexta - Pv 16.21
O saber pela doçura no falar
Sábado - Tg 3.8
A difícil arte de domar a língua
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23;16.21,24
16 Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina: 17
olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente, 18 e
coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o
mal, 19 e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre
irmãos.
1 A resposta branda desvia o
furor, mas a palavra dura suscita a ira. 2 A língua dos sábios adorna a
sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
23 O homem se alegra na
resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
21 O sábio de coração será
chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.
24 Favo de mel são as palavras
suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.
As sete coisas que DEUS
aborrece são de Belial (6:16-19) -
Estudo no Livro de Provérbios - Antônio
Neves de Mesquita
Estas sete coisas naturalmente são do tal Belial; só uma pessoa igual a ele
pode usar olhos, línguas. mãos, coração e pés para o mal. Examinemos rapidamente
todos estes dons maléficos, sejam de um Belial ou de outro igual.
(1)Olhos altivos, arrogantes, como de quem domina o tempo e as estações, e não
quer dar contas a ninguém. Há gente assim: olha para nós como se fosse senhor de
tudo. Normalmente, tais pessoas são justamente as mais carecedoras de poder e de
caráter, pois não cabe arrogância em ninguém, pelo simples fato de todos sermos
pobres criaturas de DEUS, uns com mais e outros com menos capacidade, menos
dinheiro ou menos oportunidade. De modo geral a humildade é uma grande virtude
que os olhos arrogantes não possuem.
(2)Língua mentirosa (v. 17) (Leia Tiago 3:1-12). Nós, os que lidamos com o povo,
sabemos bem o que significa uma pessoa mentirosa, de canto em canto cochichando
nos ouvidos dos incautos e inoculando veneno contra alguém. Os mentirosos são
capazes de grandes invenções malignas, de apresentar o impossível e fazê-Io
passar por algo verdadeiro. As igrejas sofrem muito com tais pessoas,
maledicentes, boateiras. Tiago tem um capítulo clássico sobre a língua, que vale
a pena examinar. Meus Irmãos... se alguém não tropeça no falar, é perfeito
verão, capaz de refrear também todo o seu corpo (Tiago 3:1, 2). Para dar as
tintas completas, Tiago compara a língua ao queixo de um cavalo, ao qual se bota
freios para o conter. É um pequeno membro capaz de incendiar o inferno; mundo de
Iniqüidade, pão em chamas toda a carreira da existência humana (Tiago 3:6, 7).
Tiago tem o mais completo repertório de vocabulários ferinos a respeito da
língua, o membro de tão relevante utilidade, pois com ela louvamos a DEUS e com
ela amaldiçoamos o próximo. Que beleza ouvir um discurso, um bom sermão
proferido por lábios que movimentam uma língua admirável! Sem ela, o homem perde
o mais importante órgão do seu corpo. Ouçamos um declamador ou declamadora
enaltecendo as belezas do Criador ou da criação, e vejamos como somos elevados
aos píncaros da sublimidade, do louvor, do amor. Ouçamos o mentiroso, como
degrada e avilta uma pessoa, a rebaixa e até aniquila, sendo capaz de lhe roubar
a honra e a felicidade. Uma intriga que envolva a honra de uma donzela, de uma
senhora casada, a honestidade de um comerciante, seja lá o que for, e depois
verifique-se como tais pessoas rolam ladeira abaixo, até o abismo, onde se
perdem para sempre. Basta. Não há necessidade de prosseguir. A língua é o melhor
e o pior membro do corpo humano. Não é sem justo. motivo que se conta esta
fábula. Um potentado mandou o criado preparar o melhor prato que pudesse
inventar. Este então preparou uma língua. No dia seguinte, o potentado ordenou
que lhe trouxesse o pior prato que pudesse ser inventado. O criado de novo
preparou um prato com língua. O potentado então, admirado, perguntou por quê? A
resposta foi: A língua é a melhor coisa que há, e também a pior.
(3) Mãos que derramam sangue (v. 17). Que procissão enorme poderia fazer-se dos
que têm morrido às mãos de sangüinários! Os pistoleiros, que matam de emboscada,
como sói acontecer, especialmente no norte do Brasil, e também noutros lugares,
onde os inimigos políticos peitam um sanguinário para eliminar o adversário a
troco de meia dúzia de cruzeiros. Que se pode dizer de tais indivíduos? Que são
desalmados, diabólicos e merecem igual pena. Não há pena de morte no Brasil, e
dizem os penalistas que este remédio heróico não produz os resultados esperados,
tanto assim que os países onde há pena de morte, como a forca na Inglaterra, a
cadeira elétrica ou câmara de gás na América do Norte, estão abolindo a pena.
Sejam quais forem os resultados de tais processos de punição, parece certo que
quem mata devia morrer, e aos poucos, para poder avaliar o quanto vale uma vida.
Isto é maldade que DEUS aborrece, porque a vida foi dada por ele e ninguém tem o
direito de atentar contra ela, a não ser, como vimos, em caso de punição social.
Poderíamos encher páginas com esta forma de matar, invocando o preceito mosaico,
em todos os seus mais variados pormenores, a começar pelo verso 13 do capítulo
20 de Êxodo, de onde promana toda a legislação mosaica a respeito da vida. Mas
os leitores destas notas estão fartos de saber o que diz a Bíblia e de verem
como a sociedade hebraica estava doutrinada a respeito. Quando estendemos a mão
para dar uma esmola, que estamos fazendo? Procurando salvar uma vida. Quando
damos um remédio, que fazemos? Pretendemos ajudar uma pessoa a viver mais.
Quando se fala em orfanatos, creches, asilos, ambulatórios, hospitais e toda uma
gama de organizações sociais, que estamos lendo, ouvindo ou fazendo? Poupar
vidas! Apenas salvar vidas. Pois então o pistoleiro, o assassino, que por
qualquer coisa tira a vida do semelhante, é algo que já deixou os quadros
humanos, para se converter num.. . Que palavra serviria aqui?
(4) Coração que trama projetos Iníquos (v. 18). Vejamos outra vez Prov. 4:23. É
do coração que provém todo o mal. o assassino, que tira a vida de outrem,
concebeu antes o crime no coração. O que difama a mulher do próximo já
arquitetou a maldade no coração. Do coração é que provém todo o mal, na
linguagem de JESUS (Mat. 15:19). A Bíblia usa cerca de 79 vezes a palavra
coração, em referência aos deveres da vida. É talvez a palavra mais usada em
todos os sentidos, quer no bom, quer no mau. O coração que trama projetos
Iníquos é um coração que DEUS aborrece e abomina. Então, cuidado com os
sentimentos que se aninham em teu coração. Vigia esse órgão admirável, policia-o
e cuida a fim de ele não pulsar no planejamento do mal, contra DEUS e teu
próximo.
(5) Pés que se apressam a correr para o mal (v. 18). Quantas passadas se dão em
sentido negativo do bem-estar da vida! Quantas vezes uma perna quebrada, é ou
será uma bênção? Mesmo que nós, do grupo evangélico, não andemos à cata do mal,
nem por isso estamos livres de andar para fazer algo ruim. Multas vezes damos
passos para arruinar a nossa própria vida. Este autor ia certo dia fazer um
negócio que lhe parecia muito duvidoso quanto ao seu valor comercial. Poderia
resultar em perder o pouco que tinha. No caminho orou - "Senhor, se este negócio
não presta, que eu quebre as pernas antes de chegar ao local do mesmo." Poderá
parecer um pecado, mas foi cometido. Seria preferível ficar deitado num hospital
por uma quinzena ou mais. e não fazer um mau negócio, que o poderia arruinar por
anos. Mesmo aceitando que os pés dos crentes não correm para o mal, ainda assim
quantas passadas erradas se dá para o mal. Quando este autor era pastor de uma
igreja no norte, havia multa "trancinha", muito "diz-que-diz-que" na igreja. Ele
se via tonto. Recorreu a um diácono dos mais ativos, para que o ajudasse. Certa
noite, disse ao diácono: "Aquela encrenca entre fulana e beltrana está morta."
Ele respondeu: "É isso que o senhor crê, mas não é o que vai acontecer." Depois
soube que, tão depressa o pastor foi embora, ele, o diácono, foi à casa onde a
paz tinha sido selada e incendiou tudo outra vez. O pastor verificou que a vida
do diácono consistia em andar de casa em casa, levantando mexericos e intrigas.
Que fazer com
tal pessoa? O pastor chamou o diácono e o intimou a pedir carta para outra
igreja, senão seria eliminado. Pediu a carta e se foi, mas continuou a sua obra
diabólica na igreja. São pés que correm para o mal.
(6) Testemunha falsa que profere mentiras (v. 19). Mentir num tribunal, onde se
procura averiguar a verdade, é o procedimento mais abominável que uma criatura
pode praticar. Mas pratica-se.
Um professor de educandário batista foi demitido sem causa e sem motivo. Pura
política. O demitido reclamou multas vezes, mas sem resultado. Pediu a outros
batistas que o ajudassem, mas também sem resultado. Vendo-se injustiçado,
apresentou a sua reclamação a uma junta de Conciliação do Ministério do
Trabalho. Essa junta deu-lhe ganho de causa e mandou reintegrá-lo. Quando isso
aconteceu, a instituição, por sua diretoria, chamou-o e fizeram as pazes. Foi
recebido de novo na instituição. Aconteceu que o advogado da instituição,
zangado com o acordo, apelou da sentença contra a vontade da diretoria da
instituição e às escondidas prosseguiu com a causa. Um belo dia deu-se o
julgamento no Tribunal Regional do Trabalho. Como o dito professor estivesse
ausente, por ignorar o que se passava, o advogado, diácono de uma igreja
batista, disse tudo que bem entendeu; mentiu, destratou o pobre professor, e de
tal modo, que o Tribunal entendeu que o referido professor era mesmo um homem
perigoso e demitiu-o, mandando indenizá-lo de acordo com a lei. Agora
pergunta-se: Como é que um diácono batista pode proceder assim, mentindo num
tribunal profano? É o que a Bíblia condena, mentir, e especialmente num
tribunal. Ao referido diácono nada aconteceu e o seu pastor nada disse e nada
fez. O pastor desse diácodo era um dos diretores da instituição. Que dizer de
uma coisa destas? Ir a um tribunal mentir contra seu irmão de crença é uma
abominação. Essa testemunha é abominável a DEUS. Nunca aconteça que cheguemos a
tal condição. A mentira já é coisa do Diabo. Ninguém deve mentir, mas mentir num
tribunal, onde se procura apurar a verdade, deve ser a abominação das
abominações. Será uma pessoa que mente num tribunal uma pessoa crente? É difícil
afirmar, pois a mentira é do Diabo, que é mentiroso desde o princípio, pois foi
por uma mentira que a humanidade toda se arruinou e para sempre (Gên. 3:4).
Satanás garantiu que a mulher não morreria, quando DEUS havia dito que morreria
no dia em que comesse da árvore proibida. Morreu mesmo. De lá até agora e daqui
até o fim, o Diabo continuará a mentir e a ter os seus lacaios para o ajudarem
nessa obra satânica. Basta, basta. O arsenal de fatos delituosos causados pela
mentira é muito variado, e quase todos nós o conhecemos. Portanto, BASTA!
(7) E o que semeia contendas entro irmãos (v. 19). Seis coisas DEUS aborrece e a
sétima ele abomina. O que semeia contendas entre os irmãos aparece aqui como o
pior de todos. Não é. Apenas um clímax de Provérbios, em que a escala vai
aumentando. Todavia, o que semeia contendas entre irmãos, a que desune a família
hebraica ou cristã, deve ser mesmo um abominável, porque da intriga ou contenda
nasce tudo que há de pior. Começa por separar o que deveria estar unido e junto;
cria o mal-estar onde deveria haver amor; prepara para outros desenvolvimentos,
que podem levar muito longe, ao crime até, se DEUS não intervir. Quantas
contendas entre irmãos nas igrejas, por causa de um semeador de intrigas! Falem
os
pastores e líderes de igrejas. Eles sabem disso, porque já sofreram na carne os
efeitos de tal semeadura diabólica.
Este provérbio devia ser, em Israel, uma espécie de cartilha, um manual que todo
israelita saberia de cor, transpondo para o grupo dos provérbios, como o
encontramos aqui. Seria uma espécie de trocadilho, que se proferiria
ocasionalmente. Pensa-se, seria uma forma didática para uso nas escolas, onde o
mestre perguntaria ao aluno: Quais são os sete pecados mortais? O aluno
responderia na ponta da língua. Para nós são bastante claros, pois todos temos
ciência dos seus efeitos, de um modo ou de outro.
OS CAMINHOS DA VIDA E OS
SEGREDOS DE UM CORAÇÃO SINCERO (15:1-35)
O controle no falar e na conduta, de modo a manter uma atitude segura na vida,
são os pensamentos centrais deste capítulo. As atitudes intempestivas, seja no
falar, seja em qualquer outro campo de atividade humana, sempre produzem maus
resultados.
Os olhos do Senhor estão sobre
toda a terra e sobre todos os homens - (II Crôn. 16:9; Prov. 15:1-7)
Não há campo que escape a esta observação divina. Por isso, aconselha o sábio: A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira (v. 1). Em
nossos contatos individuais, se esta norma fosse seguida, teríamos evitado
muitos contratempos. A dureza de palavras nasce, muitas vezes, de uma disfunção
do fígado, mas também de mau costume ao tratar com os outros. A língua serena é
árvore da vida (v. 4). Outra vez vem a referência já estudada tantas vezes a
respeito da "árvore da vida", e aqui aparece ela como um resultado da língua
serena, tranqüila e sossegada. Talvez isso, em parte pelo menos, seja um
resultado da educação doméstica, porque o verso 5 fala do (filho) insensato, que
despreza a instrução do pai, talvez para seguir a instrução da rua. Os pais
modernos são vítimas das influências da rua, pois os seus filhos são
influenciados pela má conduta de tantos filhos desviados. Isso é ainda reforçado
pelo verso 7, que diz: A língua dos sábios derrama alimento, mas o coração do
insensato não procede assim. Isso tudo junto ao fato de que na casa do justo há
fartura, mas a renda dos perversos é perturbação (v. 6). Todos estes ensinos se
entrelaçam para destacar a verdade central da moderação da língua.
A RESPOSTA BRANDA. Quando estamos diante de alguém irado, uma resposta branda
facilitará a reconciliação e a paz (cf. 1 Sm 25.21-34), ao passo que palavras
duras despertam ainda mais a ira e a hostilidade (ver Cl 4.5,6).
Os conselheiros se alegrariam
em dar respostas adequadas, porque uma palavra dita a seu tempo é boa (v. 23).
Um bom conselho, quem o menospreza? Só o tolo o enfatuado. O soberbo e o
presunçoso também são visados nesta série de conselhos, como vemos no verso 24,
onde o entendido acha o seu caminho para cima, porque para baixo está o Sheol.
Olhe para cima e viva. Porque em cima está o Senhor.
Exortações para se adquirir
a sabedoria (vv. 16-21)
A sabedoria aqui preconizada é mais de natureza moral do que intelectual; é a
sabedoria para viver honestamente, pois esta é a verdadeira. Sabedoria que não
ajuda a viver não é sabedoria. Esta sabedoria é melhor do que o ouro, o mais
excelente que a prata (v. 16). Os dois metais mais valiosos na antigüidade não
se comparavam com o saber viver, por isso é que o caminho dos retos é desviar-se
do mal (v. 17). Esta é a sabedoria. Mas há gente tão soberba e cheia de si e da
sua justiça própria, que não entende que o que guarda o seu caminho preserva a
sua alma (v. 17). Alma aqui também tem o sentido de vida (nephesh). A morte
prematura de muitos resulta do pecado, do desvio do caminho. Os antigos viviam
muitos anos e até séculos. Por quê? Por motivos diversos, é certo, mas também
porque o pecado não havia ainda tomado conta de tudo como atualmente. Por isso o
que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor esse é feliz (v.
20). Não se vive debalde; cada um colhe o que semeia. Se alguém segue o Senhor,
esse será galardoado; o contrário também é verdade. Por isso é que o sábio de
coração é chamado prudente e a doçura no falar aumenta o saber (v. 211). Tudo
nessa seção se relaciona com o bom viver, que constitui sabedoria e a melhor
sabedoria da vida, ensino continuado na seção seguinte, versos 22-26. Se Salomão
foi autor destes provérbios, como se crê, então o elemento que predominava em
Israel era a alegria do saber viver. Depois, tudo mudou. Ele desprezou esta
sabedoria e caiu no pecado da idolatria, arruinando a sua vida e a da sua nação,
e até mesmo o reino do Messias, que entrou em colapso. Tudo quanto esse viver
aqui preconiza é desfavoravelmente apresentado no verso 21, em que o insensato,
o falho de saber viver, recebe isso como castigo. Nada justifica a insensatez de
certos homens e mulheres, que querem viver o seu estilo de vida como se não
houvesse DEUS. É por isso que certos escritores se aventuram na filosofia de que
-"DEUS está morto". O fato é que o coração do sábio é mestre da sua boca, não
fala inconveniências (v. 22). O verso-chave é o 25, que diz: Há caminhos que
parecem direitos ao homem, mas afinal são caminhos de morte. Isto vale por
afirmar ser o homem incapaz de saber conduzir-se na vida, para dela tirar o
melhor. Os caminhos do homem não são os caminhos de DEUS, e é por isso que o
mundo e a vida vão mal. A ignorância da Bíblia é que resulta na história triste
da vida humana, quando a verdade, e só a verdade, deveria ser o Vade-Mecum do
homem e da mulher, mas não é. Não precisamos dizer mais. Basta.
"O que guarda a sua boca e sua
língua, guarda das angústias a sua alma". (Pv 21:19).
Com razão disse Tiago: "Todos
tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse homem é
perfeito, e capaz de refrear todo o corpo". Quem nunca fez uma fofoca? Quem
nunca disse mal de alguém? Quem nunca praguejou, ainda que de forma
clássica? Quem nunca murmurou? Quem nunca proferiu uma mentira, ainda que
comercial ou emergencial? Quem nunca discutiu e na discussão feriu com
palavras? Quem nunca disse algo que não deveria ter dito? Estes são os
pecados sociais da língua.
Domar a língua é um processo
diário e que exige muito auto controle, disciplina e compromisso com a
prática dos princípios bíblicos que devem nortear nossa vida. Quando o
cristão mostra equilíbrio no falar, significa que o ESPÍRITO SANTO está
construindo nele o caráter de CRISTO. Pedro disse que JESUS nos deixou o
exemplo, para que seguíssemos as sua pegadas. Ter a mente de CRISTO (1 Co
2:16) também é falar como CRISTO falou e agir como Ele agiu. Nós falamos
aquilo que pensamos. "A boca fala do que está cheio o coração". (Mt 12.34).
Quem afirmou isto foi o Mestre por excelência, JESUS.
BOCA
Este órgão físico, que na
maioria das vezes expressa as intenções do coração, é utilizado de variados
modos. E o órgão utilizado para comer e beber (Jz 7.6; 1 Sm 14.26,27; Pv 19.24).
A terra e o Seol são ilustrados como tendo bocas (Gn 4.11; Is 5.14).
A palavra também se refere a uma abertura (Js 10.18,22,27).
No entanto, a boca é geralmente o órgão da fala (Gn 45.12; Is 9.17) e muitas
expressões idiomáticas a utilizam neste sentido. Ser de boca pesada significa de
fala lenta (Êx 4.10), e a expressão boca lisonjeira significa um discurso
adulador (Pv 26.28). Falar "boca a boca" significa falar pessoalmente (Nm 12.8).
"Com uma só boca" ou "a uma só voz" significa consenso (Js 9.2; 1 Rs 22.13).
Colocar palavras na boca de alguém é sugerir o que o outro deve dizer (Ex 4.15;
2 Sm 14.19). Tapar a boca com a mão significa ficar em silêncio (Jz 18.19; Jó
21.5). Pedir conselho à boca de DEUS é consultá-lo (Js 9.14). Erguer a boca
contra os céus significa falar arrogantemente e blasfemar contra DEUS (SI 73.9).
No caso de um ser ou coisa que sai da boca de outro, significa ser o ministro ou
servo deste (Ap 16.13,14; 9.18,19; 11.4,5; 12.15). O termo boca também é usado
no sentido de "porta-voz" (Êx 4.16; Jr 15.19).
Bibliografia Konrad Weiss, "Stoma", TDNT, VII, 692-701.
LÍNGUA
1. Órgão muscular alongado, móvel, situado na cavidade bucal que serve para a
degustação, para a deglutição e para a articulação dos sons da voz (Lm 4.4; Jó
29.10; Jó 20.12). "Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe
o cão, esse porás à parte" (Jz 7.5).
2. E também utilizada por sinédoque para pessoa como na frase "minha língua
exultou" (At 2.26; cf SI 52.2; Pv 26.28; Is 45.23; Tg 1.26). Às vezes, a
expressão "toda língua" significa "toda pessoa", independente do idioma que fale
(Is 45.23; Fp 2.11).
Ela é, também, objeto de discurso, tanto para o bem como para o mal. Amor e
bondade podem estar na língua, isto é, no discurso (1 Jo 3.18; Pv 31.26) tanto
quanto a insolência, a falsidade, e a calúnia (Js 10.21; SI 78.36; 15.3). Ela
pode ser lenta (Êx 4.10) ou tão rápida quanto a pena de um escritor habilidoso
(SI 45.1). Imperfeições morais são atribuídas a ela, como arrogância (SI 12.3),
engano (SI 52.4) e mentira (Pv 6.17). Ela também é um instrumento de louvor (SI
51.14;
126.2; Is 35.6).
É uma palavra usada também como sinônimo para idioma ou dialeto (Dt 28.49; At
1.19). Também é usada em referências a animais, incluindo o cão (Êx 11.7; SI
68.23), a víbora (Jó 20.16), e o crocodilo (Jó 41.1).
A palavra designa também o que, por seu formato, lembra uma língua. Assim, "uma
barra [língua] de ouro" (Js 7.21,24) e "a baía [língua] do mar" (Js 15.2,5;
18.19; cf. Is 11.15). Alguns usos metafóricos da palavra também são importantes:
A "insolência da língua", ou "a violência da língua", significa abuso verbal (Os
7.16), enquanto a "contenda das línguas" e o "açoite da língua" significam
amaldiçoar e irar-se (SI 31.20; Jó 5.21). "Curvar a língua" ou "estender a
língua" significa
proferir falsidades maliciosas (Jr 9.3) e, "aguçar a língua" denota uma fala
cortante (SI 140.3). "Usar a língua" significa lisonjear (Jr 23.31), e "ferir
com a língua" significa caluniar (Jr 18.18). "Esconder debaixo da língua"
significa esconder-se na maldade (Jó 20.12), e a palavra de DEUS na língua é um
sinal de inspiração (2 Sm 23.2). "Deitar para fora a língua" significa zombar
(Is 57.4) e, "dividir" a língua dos ímpios é levantar dissensão entre eles (SI
55.9). "Morder a língua" é um sinal de fúria, desespero e tormento (Ap 16.10).
A passagem bíblica mais importante com relação ao uso certo ou errado da boca e
da língua é Tiago 3.1-12. Tiago compara o poder ou a influência da língua com o
leme de um navio, com uma fagulha que coloca uma floresta em chamas e com uma
serpente indomável cheia de veneno mortífero.
Sabedoria para Usar a Língua
(Tiago 3:1-18) - James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea,
da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
À semelhança das igrejas de Paulo, a de Tiago era uma igreja do
ESPÍRITO.
Embora nela houvesse cargos formais, como o de presbítero (5:14), não havia
um processo de ordenação, nem escolaridade exigida para que o oficial
tivesse licença para ensinar e pregar. Por conseguinte, era relativamente
fácil que pessoas dotadas de alguma habilidade, mas de motivação mundana, se
oferecessem para servir como mestres. (Nossos processos modernos de
seminário mais ordenação fazem que a licença para ensinar e pregar exija
mais tempo, mas não impedem a motivação errada. Ao contrário, fazem que tal
pessoa se tome um elemento mais permanente no seio da igreja). Tais mestres
destituídos de vocação criticavam os demais e formavam “panelinhas” na
igreja; outros membros de igreja imitavam-nos, falando mal deles. A reação
de Tiago é convocar a igreja para que controle a língua, expondo as marcas
do ESPÍRITO de DEUS, e finalmente denunciando a motivação humana de muitos
crentes, na igreja.
3:1 / Meus irmãos indica o início de uma seção. Não sejais muitos de vós
mestres: os mestres eram importantes na igreja (Romanos 12:7; 1 Coríntios
12:28; Efésios 4:11-13), mas a igreja também estava sendo prejudicada por
falsos mestres (e.g., 1 Timóteo 1:7; Tito 1:11; 2 Pedro 2:1). Era fácil
falsificar o dom do ensino, bastando que o falsário fosse bastante
eloqüente. Mas era bem certo que,
quando uma pessoa se apresentava “voluntariamente” para ensinar, em vez de
ser impelida pelo ESPÍRITO, seus motivos mundanos com a toda a certeza se
manifestavam em ciúme, contenda ou heresia. Tiago valoriza o ministério, mas
percebe que sua atração e poder sociais tornam-no perigoso, e que a pessoa
deve ser relutante em investir nele a vida.
O perigo do ministério é, primeiramente, pessoal: receberemos um juízo mais
severo. Se cada palavra vã entrará em julgamento, quanto mais as palavras
dos que trabalham com palavras? (Mateus 12:36) Se os mestres judaicos
deverão ser julgados com severidade, quanto mais os mestres cristãos?
(Mateus 23:1-33; Marcos 12:40; Lucas 20:47) Um exame das condenações do
falso magistério tanto nos evangelhos como em 1 e 2 Pedro, e em Judas,
demonstram que, semelhantemente ao que diz respeito aos presbíteros (1
Timóteo 3; Tito 1), o modo de viver do mestre é mais importante do que suas
palavras. Os mestres eram primordialmente modelos e, em segundo plano,
instrutores intelectuais. Ao reivindicar a posição de mestres, colocavam sua
vida e suas palavras sob a égide de DEUS, que os responsabilizaria pelo
desvio do rebanho, quer mediante a palavra, quer mediante o exemplo.
3:2 / O perigo aumenta muito pelo fato de que todos tropeçamos em muitas
coisas. Tiago menciona um provérbio que significa que os cristãos não apenas
pecam com freqüência, mas também pecam de muitas maneiras diferentes. Esta
verdade é reconhecida por toda a Escritura: 2 Crônicas 6:36; Jó 4:17-19;
Salmos 19:3; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 8:46; 1 João 1:8.
Dizendo se
alguém não tropeça em palavra, Tiago focaliza um pecado especial que o
preocupa: a língua solta. A necessidade de controlar a língua era bem
conhecida no judaísmo e no cristianismo (Provérbios 10:19; 21:23;
Eclesiastes 5:1; Siraque 19:16; 20:1-7). Tiago salienta aqui, como o fez em
1:26, a importância de controlar a língua, pois afirma a respeito de quem
for capaz de domá-la: esse homem é
perfeito, e capaz de refrear todo o corpo. Isto significa que tal pessoa é
madura, tem caráter cristão completo (1:4) e, assim, capacitada a enfrentar
todas as provações e tentações, e a controlar todos os impulsos maus
(1:12-15). É como disse Ben Zoma: “Quem é poderoso? Aquele que subjuga suas
paixões”. Ou como perguntou Alexandre da Macedônia aos anciãos do sul: “Quem
é o herói? Responderam-lhe: Aquele que controla suas paixões más [yêser
hâ-râ]” (m. Aboth 4:1). Tiago caminha um passo à frente dos rabinos. O
controle dos maus impulsos é bom (e Paulo concorda com Tiago, 1 Coríntios
9:24-27), mas os impulsos mais difíceis de controlar são os da língua.
Mantenha pura a fala, e o resto será fácil; eis a marca do cristão maduro.
3:3-4 / Tiago ilustra sua tese, “controle sua língua e você será capaz de
controlar todo o seu ser”, mediante uma série de analogias.
Primeiro ele
pensa em cavalos, que são maiores e mais velozes do que os seres humanos. No
entanto, quando pomos freios na boca dos cavalos nós os controlamos: não só
a cabeça, mas o animal inteiro é forçado a ir para onde o cavaleiro desejar.
Uma segunda analogia é tirada dos navios. Os navios constituíam uma das
maiores estruturas que os primitivos cristãos conheceram. Se até um
barquinho de pesca impressionava, quanto mais um navio mercante
em pleno oceano? Mais impressionantes, todavia, eram as forças que o
compelem, os ventos capazes de vergar árvores e espalhar as nuvens.
Entretanto, a despeito de todo seu tamanho e peso, um leme pequenino, do
formato de uma língua (pequenino pelo menos quando comparado ao tamanho do
navio, ou ao poder do vento), movimentado pelo piloto, podia mudar a direção
do navio. São
dois exemplos impressionantes, ou analogias do adágio: “controle a língua e
você controlará tudo”.
De certo modo, Tiago mudou um pouco sua argumentação, enquanto elaborava
suas ilustrações. Ele havia começado dizendo: “Se você puder controlar a
língua, você será um gigante espiritual capaz de controlar o resto do
corpo”. As ilustrações de Tiago são agudas: “Se você controlar a língua,
você controla o resto do corpo”. Todavia, esta mudança permite a Tiago
mover-se no sentido de conscientizar-
se de que a língua com freqüência incita a pessoa a agir: primeiramente,
você expressa com palavras uma idéia proibida e, a seguir, você lhe dá
expressão física; primeiro, você se mete numa conversa lasciva ou numa
discussão acalorada e, a seguir, comete adultério ou assassinato. É para
esse poder da língua que Tiago se volta agora, mas ambas as idéias, a
dificuldade em controlarmos a fala e seu
fantástico poder, estão ativas em sua mente.
3:5 / Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes
coisas: na verdade a língua é pequenina, mas quanta reivindicação pode ela
fazer como responsável por grandes eventos para o mal, ou para o bem! Com
muita freqüência os resultados foram malignos, mas a língua gabou-se com o
máximo orgulho; o próprio emprego do verbo “gabar-se” leva à memória do
leitor as freqüentes condenações de Paulo a quaisquer vanglórias, e que só
deveríamos gloriar-nos em CRISTO (Romanos 1:30; 3:27; 11:18; 2 Coríntios
10:13-16; Efésios 2:9). A língua é como um pequeno fogo que pode incendiar
um grande bosque; pode tratar-se de um bosque palestino ressecado ao sol de
uma longa seca, ou de uma encosta montanhosa do sul do nosso país. Alguém
acende uma
fogueira, sem cuidados, ou atira um fósforo aceso; a ação é irreversível,
porque o fogo primeiro estala, depois ruge, e logo estará devorando
alqueires e mais alqueires de madeira, rápido como o vento.
3:6 / a língua também é fogo: É assim que Tiago começa a traçar quadros
quase psicodélicos do mal produzido pela língua. À semelhança do fogo, a
língua é destrutiva. Basta que nos lembremos da oratória de um Adolf Hitler
para que fique sublinhada esta verdade. A língua não é só destrutiva, ela é
um mundo de iniqüidade; ou, como afirma uma tradução alternativa, “um mundo
de injustiça”.
O mundo de injustiça está ocupando seu lugar entre os nossos membros. Ela
contamina todo o corpo. O mundo é algo que o cristão em geral considera “lá
fora”. Tiago aponta para sua própria boca e diz: “O mundo está aqui dentro”.
A língua descontrolada é a encarnação e a sede dos impulsos maus do corpo. A
língua não se limita em seus efeitos à sua própria área, visto que espalha a
iniqüidade,
ou contamina todo o corpo. A pessoa inteira é atingida pelo fragor de sua
língua. Entretanto, cada palavra vã será julgada (Mateus 12:36).
Além do mais, a língua inflama o curso da natureza, e é por sua vez
inflamada pelo inferno. O problema a respeito das palavras é que as
conseqüências não param por aí. Os efeitos são seriíssimos. “Paus e pedras
podem quebrar meus ossos, mas as palavras não me machucam” é um conceito sem
base bíblica. As chamas da língua incendeiam as paixões aumentam o furor,
inflamam a lascívia.
Logo, as palavras, quer sejam um diálogo íntimo, não ouvido aqui fora, pois
não houve fala, quer sejam pronunciadas, transformam-se em ação. As emoções,
o raciocínio, o corpo todo se envolve incontrolavelmente. E qual foi a
origem desse incêndio destruidor? O próprio inferno! É ali que está a prisão
de Satanás e seus demônios. Aquela discussão teria sido inspirada pelo
ESPÍRITO de DEUS? Não. Foi inspirada pelo diabo. As chamas do fogo, do
preconceito, do ciúme, da inveja e da calúnia projetam-se do lago de fogo.
3:7-8 / Tendo pronunciado uns conceitos pesados a respeito da língua, Tiago
se empenha agora em comprovar sua tese com minúcias. Seu principal quesito é
que a língua, isto é, a palavra humana, é desesperadamente perversa. Tiago
inicia com uma analogia da natureza: Toda espécie de feras, de aves, de
répteis e de animais do mar se doma, e tem sido domada pelo gênero humano. O
argumento de Tiago não é científico. Não lhe interessaria saber que ninguém
havia ainda conseguido domar o rinoceronte, e que em seus dias ainda não
haviam chegado notícias sobre tubarões assassinos; tampouco está Tiago
interessado em saber se determinado animal foi totalmente domesticado.
Basta-lhe saber que felinos e grandes macacos ficam sob total controle
humano. Isto é verdade, quer se trate do prisioneiro que domestica um
camundongo ou um rato, em sua cela, quer se trate do dono de um elefante que
transporta um príncipe indiano, ou o encantador de serpentes na praça, ou o
passarinheiro cujas aves lhe obedecem o comando. Tudo isto já era conhecido
no passado (tem
sido domada), mas não pertence a certa idade de ouro, meio esquecida —
trata-se de experiência do presente também (se doma). Além de tudo, o
conceito aplica-se às quatro principais categorias de vida animal: feras
(i.e., mamíferos), aves, de répteis (inclusive anfíbios) e animais do mar.
Entretanto, que contraste quando avaliamos a língua! a língua, nenhum homem
a pode domar. O problema de controlar a língua entrava numa espécie de
ditado popular das culturas hebraica e grega. Tiago não precisava provar a
verdade dessa máxima. Não tinham seus ouvintes dezenas e dezenas de coisas
que gostariam de “desdizer” ou muitas palavras que haviam pronunciado
erroneamente?
Não haviam aprendido dezenas de provérbios que talvez pudessem ajudá-los?
“Há alguns cujas palavras são como pontas de espadas, mas a língua dos
sábios é saúde” (Provérbios 12:18). “O que guarda a sua boca preserva a sua
alma, mas o que muito abre os seus lábios tem perturbação” (Provérbios
13:3). Certamente as palavras de Tiago não precisam ser comprovadas perante
pessoas honestas.
Em vez de deixar-se domesticar, a língua é mal incontido. E como Hermas
diria, mais tarde: “A difamação é um mal; é demônio que não sossega, nunca
tem paz, mas habita na dissensão” (Mandate 2.3). Em contraste, DEUS é
perfeitamente uniforme no pensamento, estável e tem paz, “pois DEUS não é
DEUS de confusão, senão de paz” (1 Coríntios 14:33). Entretanto, nossa fala
constantemente se caracteriza pela instabilidade; a pessoa crê que controla
sua língua, mas num certo momento de descuido, deixa escapar uma palavra
ferina ou difamatória.
Algumas características dos
demônios são a incapacidade de autocontrolar-se, a ausência de descanso, a
instabilidade — as mesmas da língua, como Tiago logo demonstrará (3:16).
Além de tudo, a língua está cheia de peçonha mortal. Com isso concorda o
salmista: “Aguçam a língua como a serpente; o veneno das víboras está
debaixo dos seus lábios” (Salmos 140:3). Essa comparação com as serpentes
era bastante difundida na literatura judaica, talvez porque a língua se
parece um pouco com uma serpente, talvez porque as víboras matem com a boca
e talvez porque, no
Éden, foi a serpente que enganou nossos primeiros pais com palavras
melífluas.
Não há evidência de que Tiago esteja na dependência de alguma passagem
bíblica particular; ele está apenas afirmando que as palavras jamais são
inofensivas; são perigosas e mortíferas como veneno, se não forem
controladas. Esta é a resposta de Tiago à tendência moderna de considerar as
palavras destituídas de importância e muito baratas.
3:9 / Tendo declarado a perversidade da língua e a dificuldade em
controlá-la, Tiago nos dá a seguir alguns exemplos concretos sobre sua
natureza incontrolável.
Em primeiro lugar, com ela bendizemos ao Senhor e Pai. Todos os leitores hão
de concordar com Tiago. Dar graças a DEUS, agradecer-lhe a bondade, fazia
parte do culto litúrgico de todo judeu e cristão: entoavam salmos (a que
chamavam salmos de louvor) como Salmos 31:21 ou 103:1, 2; (levantavam
orações matutinas e vespertinas em que davam graças a DEUS pela proteção
durante a noite e
pelas bênçãos do dia (as orações de Atos 2:42); e havia os devocionais antes
de cada refeição: “Bendito sejas tu, ó Senhor DEUS de nossos pais, que nos
dás do fruto da terra...”.
Infelizmente, a língua também é usada para amaldiçoar: com ela amaldiçoamos
os homens. Há abundantes passagens bíblicas com maldições, embora a Bíblia
imponha limites à maldição e não nos deixe tranqüilos no que lhe diz
respeito: Gênesis 9:25; 49:7; Juízes 9:20; Provérbios 11:26. As maldições
eram comuns porque, à semelhança das bênçãos, não só davam vazão às emoções
como
também influíam de verdade sobre as pessoas e as coisas a que se destinavam.
Embora Paulo proíba a maldição feita a esmo (Romanos 12:14), na prática o
apóstolo pronunciava palavras duras, à guisa de maldições (1 Coríntios 5:1;
16:22; Gálatas 1:8). A cana de Judas é, praticamente, uma longa maldição
contra os hereges. Entretanto, estas maldições de caráter mais formal sobre
pessoas que praticam certos tipos de mal dificilmente seriam maldições
oriundas do ódio, do ciúme, da rivalidade, jamais são usadas como arma a fim
de separar ou rejeitar grupos, dentro da igreja, quando há lutas
partidárias, e menos ainda constituem maldições irrefletidas de alguém que
se viu prejudicado pessoalmente.
Tiago aponta a incoerência da maldição a esmo, ao acrescentar feitos à
semelhança de DEUS. Embora um pronunciamento de JESUS que proíbe que se
amaldiçoe pudesse ter sido a base emocional mais profunda (e.g., Lucas
6:28), Tiago prefere utilizar este argumento teológico a fim de salientar a
incoerência da maldição.
O Antigo Testamento refere-se às pessoas humanas como feitas à semelhança de
DEUS (Gênesis 1:26), e utiliza esse fato para comprovar a seriedade do ato
de destruir essa semelhança (Gênesis 9:6). Até mesmo o mais depravado ser
humano retém a semelhança de DEUS, a qual se entendia, segundo o pensamento
bíblico, representava a pessoa toda. Bendizer a DEUS, ou a ele agradecer e,
a seguir,
voltar-lhe as costas e maldizer sua imagem e semelhança é o mesmo que
engrandecer um rei, em sua presença, e a seguir esmagar a cabeça de sua
estátua, à saída do palácio real. Na melhor das hipóteses, é uma incoerência
de comportamento; na raiz desse mal está o ódio veemente, incontrolável, sem
nenhum vestígio de arrependimento, dentro dessa pessoa, que não se atreve a
atirá-lo contra
DEUS, mas desabafa-o sobre as pessoas. Entretanto, Tiago reconhece, cheio de
simpatia, a natureza instável das pessoas e identifica-se com elas, ao usar
o verbo na primeira pessoa do plural (nós), não porque ele aceite essa
realidade como apropriada, mas porque procura conduzir as pessoas ao
arrependimento e mostrarlhe um caminho melhor (3:13-18).
3:10 / O problema óbvio aqui é a inconstância da palavra falada: Da mesma
boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja
assim. O problema não é tanto o de bênção, ou de maldição em si — a pessoa
poderia, por exemplo, amaldiçoar o pecado muito adequadamente: “Que todos os
pensamentos odiosos que querem invadir minha mente sejam enterrados nas
profundezas do inferno!”. O problema é que tanto a maldição quanto a bênção
dirigem-se ao mesmo objeto: DEUS, e a pessoa feita à imagem de DEUS.
Isso demonstra duplicidade de
pensamento e, portanto, pecado. É especificamente essa duplicidade de
linguagem (a pessoa “fala com língua bifurcada”, segundo o velho ditado),
que a tradição bíblica rejeita (e.g., Salmos 62:4). Esta rejeição foi
efetuada mais tarde, no judaísmo, (o livro apócrifo de Siraque 5:19 fala do
“pecador de língua dobre”) e no cristianismo (e.g., Didaquê 2:4, “Não tenhas
mente
dobre nem tenhas duplicidade de língua, visto que a língua dúplice é
armadilha mortífera”). Portanto, Tiago dá prosseguimento ao mesmo tema que
mencionara em 1:8 e 4:8 — duplicidade, inconstância e instabilidade são
sinais do impulso mau, e não devem ser tolerados. O cristão é chamado para
desarraigar todas essas tendências e chegar à singeleza e à sinceridade de
coração.
3:11-12 / Tiago conclui sua argumentação com mais algumas analogias da
natureza: Pode uma fonte de água salgada dar água doce? Aqui está uma
verdade infelizmente comum por todo o Mediterrâneo, quer no vale do Lico
(Apocalipse 3:15-16 refere-se ao suprimento de água da região), quer em
Mara, no Sinai (Êxodo 15:23-25), quer no vale do Jordão, onde a água cai em
cascatas do alto
das rochas, dando uma aparência de boas-vindas ao viajante, até que este
descubra tratar-se de águas amargas. Por que os seres humanos tentam fazer o
que a natureza não faz? A analogia entre o produto de uma fonte aquática e o
da boca humana é bem apropriada.
Em segundo lugar, meus irmãos, acaso pode uma figueira produzir azeitonas,
ou uma videira figos? Mais uma vez a analogia é bem apropriada. Nenhuma
árvore produz duas espécies de fruto. Cada árvore produz segundo sua
natureza. É contrário à natureza o ser humano tentar fazer o que a natureza
não faz. Entretanto, pode ser que Tiago esteja querendo dizer algo mais,
visto que JESUS utilizou ilustração semelhante (Mateus 7:16-20; Lucas
6:43-45; Mateus 12:33-35), mas esta analogia relaciona-se a frutos bons e
frutos maus, e ao julgamento de uma planta segundo o fruto que produz.
Estaria Tiago sugerindo que o fruto mau (a maldição) revela a natureza da
pessoa?
A terceira analogia confirma essa suspeita: Tampouco pode uma fonte de água
salgada dar água doce. Tiago mudou sua analogia. Agora, a fonte é
decididamente má, de água salgada, mas tenta produzir água doce. Isso é
impossível.
O mal dentro da pessoa produz uma “inspiração” freqüentemente bem escondida,
mas as “maldições” (crítica maldosa, calúnia, comentários negativos),
misturadas com palavras piedosas, demonstram a verdadeira fonte de
inspiração. O mestre ou os cristãos vindicam o ESPÍRITO de DEUS, ou a
sabedoria de DEUS; mas há verdade nisso? Não há verdade quando a linguagem
da pessoa revela que esta é uma fonte de água salgada que finge ser doce.
Havendo sustentado o perigo inerente à língua e a necessidade de pureza no
falar, Tiago move-se agora para a retaguarda das palavras, e vai tratar das
motivações por trás dessas palavras. Esta seção procura olhar para dois
lados. Em certo sentido, olha para trás, para os mestres de 3:1 e para os
problemas reais que sublinham a palavra impura, de modo geral. Noutro
sentido, trata-se de ponte entre a
discussão teórica de 3:1-13 e a denúncia dos problemas da comunidade, de
4:1-12. Assim como houve dois nascimentos, e duas inspirações em 1:12-18, há
duas “sabedorias” e dois Espíritos, aqui.
3:13 / Tiago já fez a apologia da fala singela, sincera; agora, faz um
apelo. Quem entre vós é sábio e entendido? Em certo nível, esta é uma
pergunta que simplesmente quer saber se alguém se enquadra na descrição, mas
num nível mais profundo lembramo-nos de que 1 Coríntios 1-3 descreve uma
igreja em que um ensino rival vindicava possuir sabedoria superior, e é
possível que isso também
estivesse acontecendo na comunidade de Tiago. Pelo menos Tiago sabia que os
mestres de 3:1 afirmavam ser compreensivos, pois de que outra maneira
poderiam ensinar? É a tais pessoas, e também às que aspiram compreensão, que
Tiago se dirige.
De que maneira podem tais pessoas “mostrar” sua sabedoria? Mostre... Seria
mediante a inteligente refutação daquele que discorda de sua posição? De
modo algum; em vez disso, que mostre pelo seu bom procedimento... JESUS
havia dito que distinguiríamos os verdadeiros mestres dos falsos pelo seu
modo de viver (Mateus 7:15-23). Tiago está aplicando o ensino de seu Mestre.
O procedimento
era absolutamente crucial para a igreja primitiva. Os presbíteros eram acima
de tudo exemplos (1 Pedro 5:3; 1 Timóteo 4:12; 2 Timóteo 3:10-11), e, num
segundo plano, mestres. Suas qualificações enfatizam suas vidas exemplares,
e, se há menção da habilidade para ensinar, esta é apenas uma dentre outras
muitas (1 Timóteo 3; Tito 1). O modo de viver constituía também um
testemunho importante (1 Pedro 2:12; 3:2, 16) visto que, se não houvesse
sucesso na evangelização de um incrédulo, pelo menos eliminava as desculpas
das bocas dos incrédulos no dia do julgamento final. Tiago declara que não é
a ortodoxia da pessoa (pregação correta), mas sua ortopraxia (vida correta)
que representa a marca da verdadeira sabedoria. O crente deve recusar o
mestre que não vive à semelhança de JESUS; você deve descartar a profissão
de fé que não conduz à santidade.
Tiago enfatiza duas marcas deste modo de viver. A primeira chama-se boas
obras. As obras — nosso procedimento — falam mais alto do que nossas
palavras (Mateus 5:16). As obras que determinada pessoa realiza demonstram
onde tal pessoa investiu verdadeiramente seu coração (e.g., Mateus 6:19-21,
24). Tiago elogia práticas tais como a caridade, o cuidado às viúvas, como
marcas de sabedoria.
A segunda marca relaciona-se ao desempenho dessas obras em mansidão de
sabedoria. De modo diferente dos hipócritas de Mateus 6:1-5, os
verdadeiramente sábios sabem como agir com mansidão (humildade): não estão
edificando suas próprias reputações. À semelhança de Moisés (Números 12:3) e
de JESUS (Mateus 11:29; 21:5; 2 Coríntios 10:1), não estão interessados em
defender-se. Evitam
conflitos, e de modo especial evitam fazer propaganda de si mesmos. A
humildade (ou mansidão) é a marca do verdadeiro sábio.
3:14 / Por outro lado, se o coração do crente é marcado, não pelo
comportamento santo, pela mansidão humilde e pelas boas obras, mas revela
amarga inveja e sentimento faccioso, o quadro é outro, bem diferente. Todas
estas palavras descrevem as condições de vosso coração e refletem o ponto de
vista de DEUS. A pessoa não deve permitir que essas características lhes
penetrem na consciência
de forma disfarçada. A inveja mencionada por Tiago é “um zelo severíssimo”,
ou “rivalidade”; o mesmo termo pode ter um significado positivo, o “zelo que
transparece noutras passagens escriturísticas (e.g., 1 Reis 19:10), e é
certo que a pessoa com essa característica persuadiu-se de que esse é seu
caso. Na verdade, trata-se de rigidez resultante de orgulho pessoal. Amarga
inveja é diferente do amor e do zelo firme de alguém que tem plenitude de
DEUS; “amargo” é um adjetivo que descreve bem a vítima da inveja: seria um
“zelo” tingido pela amargura. Não importa os motivos esplendorosos que podem
ser proclamados: a dureza áspera no tom do cinismo demonstrado contra os
adversários revela a horrorosa inveja.
Com tais vícios combina-se bem o espírito faccioso, que em NIV é “ambição
egoísta” (Gálatas 5:20; 2 Coríntios 12:20). No calor da rivalidade, o líder
acha que deve retirar-se, de algum modo, a fim de “testemunhar a verdade”
que o principal grupo de cristãos rejeitou. Esta é uma questão extremamente
sensível, visto que a história da igreja conhece grupos que foram expulsos
ou tiveram de retirarse
cheios de dor e tristeza, por serem testemunhas da verdade; houve épocas em
que isto foi necessário. Todavia, com muita freqüência o que começa como um
testemunho fica sutilmente maculado pela rivalidade, que induz à separação.
Se estes vícios caracterizam seu coração, não vos glorieis, nem mintais
contra a verdade. “Não mintais contra a verdade” é tradução literal do
grego, que NIV traduziu: “não negueis a verdade”. Algumas pessoas poderiam
estar reivindicando, em total oposição às evidências levantadas por Tiago,
estarem cheias do ESPÍRITO de DEUS. Tiago lhes roga que não agravem seu
problema ao continuar asseverando que é DEUS quem lhes motiva tão grande
rivalidade. Ao jactar-se de seu zelo, ou quando discutem sem parar a justiça
de sua causa, atiram a causa do reino de DEUS ao escândalo e acabam cegos
espiritualmente.
3:15 / A pessoa invejosa não é inspirada por DEUS: Essa não é a sabedoria
que vem do alto. Tiago cria que a sabedoria vem de DEUS (1:5), visto ser um
de seus maravilhosos dons (1:17). O ensino judaico também ligava a sabedoria
ao dom ou à presença do ESPÍRITO de DEUS (e.g., Gênesis 41:38-39; Êxodo
31:3-4; Provérbios 2:6; 8:22-31). Assim, poderíamos parafrasear Tiago
dizendo: “este
comportamento não é inspirado pelo ESPÍRITO de DEUS”. Qual é, então, a fonte
ou o caráter dessa “sabedoria” que inspira tal tipo depessoa? Primeiramente,
é terrena. Aparentemente, afirmar que algo pertence à terra não é mau, mas
torna-se mau se afirmarmos que veio de DEUS (1 Coríntios 15:40). Por isso,
Tiago nos antecipa que a inspiração dessas pessoas na melhor das hipóteses
provém delas mesmas, de seu ego natural. Em segundo lugar, é animal, i.e.,
não-espiritual, carnal. O termo é empregado noutras passagens do Novo
Testamento, com outras traduções, para caracterizar a pessoa que não tem o
ESPÍRITO de DEUS (Judas 19), ou que “não compreende as coisas do ESPÍRITO de
DEUS” (1 Coríntios 2:14). Esta “sabedoria”, então, não faz parte de sua
natureza redimida, mas caracteriza a pessoa para quem o verdadeiro caminho
do ESPÍRITO é estranho. Os caminhos do mundo — o poder, o comando (cf.
Marcos 10:45), a estratégia, as prerrogativas — são os que tais pessoas
entendem, não a mansidão humilde, o amor, a auto-entrega. Em terceiro lugar,
é diabólica. Há uma fonte de inspiração para essa “sabedoria”, mas não é
divina. As pessoas afirmam que aquele espírito de competição é inspirado. “É
inspirado, é mesmo”, redargúi Tiago, “é inspirado pelo próprio diabo!”.
Neste ponto, Tiago atingiu o xis da questão.
3:16 / Como que para arrematar sua argumentação. Tiago prossegue: Pois onde
há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Esta
acusação não decorre de mera argumentação baseada na “teoria do dominó”, mas
é a conseqüência lógica dos dois primeiros vícios. A rivalidade e o espírito
partidário destroem a coesão da comunidade cristã, que se edifica na unidade
e no amor. Destruída a “cola”, todo tipo de desordem e rebelião penetra a
comunidade. Mais do que isso, a auto-afirmação e a independência próprias da
inveja do “zelo” doentio, destroem a capacidade de a comunidade
disciplinar-se de acordo com a tradição apostólica (Mateus 18:15-20; Gálatas
5:25; 6:5). Destruídos os “freios” da reprovação mútua, e havendo
necessidade de “aceitar as coisas” por medo do criticismo que levaria outrem
a formar seu próprio partido (“panelinha”), fica fácil ver como toda obra má
vai infiltrando-se. Para Tiago, a solidariedade comunitária é
importantíssima como era para Paulo (2 Coríntios 12:20; Filipenses 2:4),
visto que, sem ela, ocorre a desintegração moral e comunitária.
3:17 / Contrastando de modo completo com a “sabedoria” demoníaca, temos
a sabedoria que vem do alto. Para salientá-la, Tiago relaciona um catálogo
de
virtudes que podem ser comparadas, tanto em forma quanto em conteúdo, com o
catálogo de Paulo quanto ao amor e ao ESPÍRITO (1 Coríntios 13; Gálatas 5:22ss).
Esta sabedoria é primeiramente pura, o que significa que a pessoa está
sincera e
totalmente comprometida de seguir com fidelidade as diretrizes morais de
DEUS; não existem motivos
pérfidos ou injustos por trás de sua santidade.
Dessa pureza se diz que conduz a outras virtudes: é pacífica (como em
Hebreus
12:11; Provérbios 3:17), que se refere não à paz íntima, porém à paz
comunitária;
moderada (Filipenses 4:5; 1 Timóteo 3:3; Tito 3:2), que denota um espírito
conciliador, inimigo de contendas; e tratável, que indica um espírito aberto
ao aprendizado, maleável, uma pessoa que com toda a alegria se submete à
correção
de um erro ou ao aprendizado de uma nova verdade.
A sabedoria é prática, porque se apresenta cheia de misericórdia (expressão
grega da qual se derivou a palavra esmola) e de bons frutos, que são os atos
de
caridade que Tiago já discutiu (1:26-27; 2:18-26). Portanto, a sabedoria não
é
primordialmente um conceito intelectual, mas uma habilidade prática para
discernir
a vontade de DEUS e agir em conformidade.
Finalmente, a sabedoria é sem parcialidade, e sem hipocrisia, i.e.,
imparcial
e sincera, livre de preconceitos. Não ficou bem claro se esta libertação de
preconceitos
refere-se à ausência do espírito de partidarismo (imparcialidade para
receber
outros irmãos na fé), ou se significa “ter uma visão singela”, “firmeza de
caráter”
(o oposto de 1:6-8). Talvez se refira a esta última opção, visto que vem
perto
de “sem hipocrisia” (que é tradução literal do termo grego; NIV preferiu
“sincera”).
Juntos, esses termos indicam pessoas cujos motivos interiores são sinceros,
sem hipocrisia, e cujos atos externos são coerentes. As pessoas jamais
precisarão
duvidar “de onde vieram”, porque tais pessoas não têm espírito partidário e
agem
da mesma forma sempre perante todas as pessoas.
3:18 / Tiago resume sua explanação com um provérbio: o fruto da justiça
semeia-se em paz para os que promovem a paz. A colheita da bondade ou da
justiça é bem conhecida na literatura bíblica (e.g., Isaías 32:16-18; Amós
6:12).
Em outras palavras, boas obras serão produzidas pelos atos dos
pacificadores.
Algumas pessoas tentam ser justas de maneira tal que produzem divisões na
comunidade.
Em vez disso, o provérbio assinala a bondade como o fruto natural da
vida de um pacificador, sendo esse o ponto crucial de Tiago: a pacificação,
e não
uma violenta “luta pela verdade”, é o que conduz à justiça. A expressão reiterada
“semeia-se em paz” apenas sublinha o fato de que a pacificação
é atividade que produz verdadeira paz externa. O próprio Tiago é retratado
como pacificador em Atos 15 e 21, mas seu ensinamento não deriva de uma
preferência
pessoal, mas de JESUS mesmo, que havia dito: “Bem-aventurados os
pacificadores”
(Mateus 5:9). Conflitos e desavenças não produzem justiça; o caminho
para a justiça chama-se paz. Na verdade, a verdadeira paz na comunidade é
resultado
da prática da justiça a todas as pessoas.
Notas Adicionais #3
3:2 / Tiago emprega uma palavra incomum para tropeça, que se encontra
apenas 4 vezes no Novo Testamento; veja também Tiago 2:10; Romanos 11:11; 2
Pedro 1:10. A palavra grega significa literalmente “tropeçar” ou “errar”,
mas,
quando empregada em sentido figurado, em questões morais, como aqui,
significa
“desviar-se” ou “pecar” e até mesmo “arruinar-se” ou “perder-se”.
A passagem toda está ligada por palavras destinadas a chamar a atenção.
tropeça
faz ligação do provérbio ao resto do versículo. refrear literalmente é “pôr
freios em”, ligando-se com “freios” do v. 3; em português, como no grego,
são
palavras de mesma raiz. Todo o corpo: o corpo era visto como a sede de todas as paixões, de todos os
maus impulsos.
3:3-4 / Visto que estas ilustrações não se encaixam com exatidão, acham
alguns
que têm algum sentido alegórico (B. Reicke, James (Tiago), p. 37, ou que
Tiago tomou de empréstimo de outra literatura (M. Dibelius, James (Tiago),
p.
185-90). É bem provável que Tiago esteja citando uns provérbios populares,
porque
com toda a certeza havia abundância de ditados sobre cavalos e navios em sua
época. Porém, inculcar um sentido alegórico um tanto forçado, ou uma fonte
literária,
sem que haja um paralelismo literário exato, é forçar demais a evidência.
Pode ser que a mente de Tiago apenas se projetou mais à frente, empregando
essas
ilustrações como uma ponte de ligação com novos pensamentos que logo
despontarão.
O fato é que as ilustrações sobre cavalos e navios eram comuníssimas
entre o povo, de modo que Tiago não precisaria tomá-las de empréstimo de
nenhuma
fonte escrita.
3:5 / A segunda metade deste versículo provavelmente é um provérbio usado
como transição para novo tópico que Tiago deseja desenvolver — a língua,
isto é,
o mal que ela pode conter.
3:6 / Assemelhar a língua ao fogo tem precedente no Antigo Testamento:
Salmos 10:7; 39:1-3; 83:14; 120:2-4; Provérbios 16:27; 26:21; Isaías 30:27.
Siraque,
comentando uma longa passagem a respeito da calúnia, diz o seguinte: “[A
língua] não governará os piedosos, e estes não serão queimados em suas
chamas”
(28:22; cf. Salmos de Salomão 12:2-3).
A estrutura deste versículo é difícil porque a gramática é obscura; contudo,
seu sentido geral é claro. O mundo é símbolo da cultura e das organizações
do
universo que se formam sem DEUS e, por isso, constituem a antítese do reino
de
DEUS; Tiago sempre usa “mundo” com este sentido (1:27; 2:5; 4:4), e a
expressão
“de iniqüidade” enfatiza esse sentido. Tiago fica bem perto de 1 João neste
pensamento,
conquanto os estilos sejam diferentes. Veja ainda J. Guhrt, “Earth” (Terra),
NIDNTT, vol. 1, p. 524-26; ou
H. Sasse, “Kosmos”, TDNT, vol. 3, p. 868-96.
O mundo ocupa seu lugar entre os nossos membros pode ser uma referência
aos impulsos maléficos (Hebraico, yêser hâ-râ), primeiramente citados em
Tiago
1:13, que os judeus diziam viver nos membros do ser humano. Nesse caso,
Tiago
estaria retratando “o mundo” vivendo na língua, embora dificilmente isto
fosse
uma assertiva da antropologia do autor. Sua linguagem em parte é metafórica,
significando em grande parte o mesmo que JESUS quis dizer ao afirmar que a
corrupção
não está do lado de fora, mas dentro da pessoa, pois o mal provém do coração
(Marcos 7:14-23). É dos fuxicos comunitários, do preconceito e da rejeição
do apelo a dar-se que Tiago está tratando. Ele retrata esses males como se
estivessem
residindo na língua, mas, à semelhança de JESUS, a corrupção interna destrói
não apenas a língua, mas todo o corpo. Encontramos em Judas 23 um quadro
semelhante (cf. Sabedoria 15:4).
A frase o curso da natureza [da pessoa] tem ocasionado muita discussão,
visto ser semelhante a expressões de Orfeu, e outros autores gregos,
significando
reencarnação. Entretanto, essa frase tornou-se tão disseminada na literatura
grega
posterior, com tanta variação de sentido, que podemos concluir que, na época
de
Tiago, ela já havia perdido suas conexões com os ensinamentos de Orfeu e
assumido,
na Palestina, o sentido que GNB lhe dá. NIV traz “o curso todo da vida [da
pessoa]”. Veja ainda J.B. Adamson, James (Tiago), p. 160-64.
É interessante a referência ao inferno. O inferno ou “geena”, aparentemente
estava na mente de Tiago e de outros como um lugar em que os demônios e
Satanás
já estavam aprisionados (em oposição ao aprisionamento futuro, mencionado
em Apocalipse 19-20). Este é, claramente, o sentido dessas palavras na obra
judaica
“Apocalipse de Abraão” 14:31. Entretanto, a imagem que lemos nesta passagem
não é apenas a de seres aprisionados, mas de seres capazes de inspirar
acontecimentos
agora mesmo, como os de Apocalipse 9:1-11; 20:7-8. Parece que a
prisão seria utilizada como imagem forte para determinar os seres que ali
vivem,
ou viverão, de modo especial tendo em vista da imagem de fogo que lhe está
associada.
Veja ainda J. Jeremias. “Geenna”, TDNT, vol. 1, p. 657-58.
3:7 / O outro lugar (e único) em que aparece a palavra doma, no Novo
Testamento,
é em Marcos 5:4, em que os demônios deixam o ser humano indomável.
As quatro categorias de animais são as quatro divisões comuns do mundo
animal, na literatura bíblica, classificação feita segundo a observação dos grupos, e não de acordo
com a taxonomia atual. Veja Gênesis 1:26; 9:2; Deuteronômio
4:17-18; Atos 10:12; 11:6.
3:8 / As Escrituras contêm grande abundância de ensino a respeito da língua
(e.g., Provérbios 10:20; 15:2, 4; 21:3; 31:26), havendo também muita
literatura
intertestamentária sobre o mesmo tópico (e.g., Siraque 14:1; 19:6; 25:8).
O termo incontido é o mesmo que aparece em 1:8 (“vacilante”), sendo
freqüente
no Novo Testamento na forma de substantivo, com o sentido de
“intranqüilidade”,
“instabilidade”, “tumulto”. Uma das características de DEUS é a paz,
que é o antônimo normal desse termo. DEUS não é instável (Lucas 21:9; 2
Coríntios
6:5; 12:20). Esse contraste aparecerá com toda a clareza nos versículos que
se
seguem, e em 3:13-18. Veja ainda H. Beck e C. Brown, “Peace” (Paz), NIDNTT,
vol. 2, p. 780.
Quanto à figura de linguagem da peçonha, na literatura judaica, veja Jó
5:15;
Salmos 58:4, 5; Siraque 28:17-23. Hermas (Similitude 9.26.7) diz o seguinte:
“Assim como as bestas feras destroem e matam o homem com sua peçonha, assim
as palavras de tais homens destroem e matam o ser humano”. Veja ainda O.
Michel,
“los”, TDNT, vol. 3, p. 334-35.
3:10 / A rejeição da duplicidade é um conceito importante para Tiago, como o
demonstra a nota sobre 1:8. É certo que Tiago leu Siraque 28:12: “Se você
soprar
uma faísca, ela vai brilhar mais; se você cuspir nela, vai apagar-se; uma e
outra
saíram de sua boca”. O conceito fica inserido num contexto mais amplo de
Siraque
27:30-28:26. Em 28:13 a pessoa de língua dobre (“o enganador”, RSV) é
amaldiçoado sem rodeios. O Testamento de Benjamin 6:5 diz o seguinte: “A
mente
boa não possui duas línguas, a da bênção e a da maldição... mas tem uma
disposição,
incorrupta e pura, com respeito a todos os seres humanos”. Em essência,
quer a pessoa examine as obras judaicas, quer examine as cristãs, do período
primitivo,
o mero aparecimento de uma atitude de duplicidade (que não é de modo
algum apenas a honesta confissão de que a pessoa “ainda não tomou uma
decisão”)
é indício de disposição pecaminosa.
J.B. Mayor, James (Tiago), p. 123, crê que a lógica desta passagem é que
ninguém deveria amaldiçoar outro ser humano. Isto é verdade, embora Tiago
com
toda a probabilidade não tiraria essa conclusão. Não é incomum que um ensino
do
Novo Testamento tenha implicações que ultrapassem a prática do Novo
Testamento,
como, por exemplo, o caso da escravidão. Em 2 Pedro 2:10-11 e em Judas
8-10 este princípio se estende ao ponto de rejeitar-se a idéia de amaldiçoar
os
poderes malignos, inclusive Satanás.
3:11-12 / Qualquer área geologicamente ativa possui fontes de água doce e
fontes de água amarga. No vale do Lico, Hierápolis tinha fontes termais de
água
mineral: Colossos tinha águas doces; Laodicéia tinha de adaptar-se à água
morna encanada de longa distância. No vale do Jordão o viajante
precisava distinguir de longe quais das várias Fontes eram doces, e depois
caminhava
muitos quilômetros na direção delas. Veja ainda E.F.F. Bishop, Apostles
of Palestine (Apóstolos da Palestina), p. 187; ou D. Y. Hadidian, “Palestine
Pictures
in the Epistle of James” (Quadros da Palestina na Epístola de Tiago), p.
228.
A versão do rei Tiago (KJV) diz: “De modo que nenhuma fonte pode produzir
água salgada e água doce”; esta redação segue um texto grego inferior que
harmonizava
3:12 com 3:11. NIV e ECA seguem um texto melhor e assim mostram
o pensamento mutante de Tiago, fazendo uma boa transição para a seção
seguinte.
INTERAÇÃO
Prezado professor, você deve conhecer as seguintes expressões: “Sou sincero!”;
“Só falo a verdade!”; “Não levo desaforo para casa!” Mas quem disse que ser
sincero, falar a verdade e não levar desaforo para casa significa estar sempre
com a razão? Na verdade, tal postura reflete uma má educação. Vivemos numa
sociedade onde se perdeu o respeito mútuo. É no trânsito, na fila do caixa do
mercado, na fila dos bancos, nos departamentos das igrejas; as pessoas parecem
não ter paciência para esperar, se acalmar. Não pensam duas vezes em usar uma
arma poderosa para ofender, maltratar e magoar: a língua. O Evangelho, por outro
lado, desaconselha-nos a agirmos de outra maneira: pagando o mal com o bem.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer as conseqüências das palavras
Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago.
Ter cuidado com o bom uso da língua
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para concluir a lição desta semana, leia com a classe Tiago 3.3-5. Em seguida,
destaque as expressões "freio nas bocas dos cavalos"; "a nau dominada por um
pequeno leme" e "a língua, um pequeno membro". Depois, explique-as afirmando que
elas representam um pequeno elemento que é poderoso para impedir ou permitir uma
tragédia inigualável. Conclua dizendo que nossa língua, um pequeno órgão, pode
edificar vidas mas, também, ofendê-las, magoá-las ou destruí-las. À luz dessas
metáforas, desafie os alunos a desenvolverem o autocontrole sobre o que dizem e,
Consequentemente, fazem.
Resumo da Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
I. O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam.
2. Palavras que vivificam.
II. - CUIDADOS COM A LÍNGUA
1. Evitando a tagarelice.
2. Evitando a maledicência.
III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo.
2. Nossa língua adorando a DEUS.
IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno.
2. Uma palavra aos mestres.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I -
Subsídio Vida Cristã
"DISCIPLINA DA LÍNGUA
Que poder tem a palavra escrita ou falada! Nações se ergueram, e nações caíram
pela língua. Vidas foram enaltecidas e rebaixadas pelo falar humano. A bondade
flui como um doce rio de nossas bocas, da mesma forma, o esgoto. A pequena
língua, sem dúvida, é uma força poderosa.
[...] Tiago, o irmão do Senhor, entendia isto tão bem, quanto qualquer homem na
história e, através do uso de analogias gráficas, ele nos deu a mais penetrante
exposição sobre a língua do que qualquer texto literário, seja secular ou
sagrado [...] (Tg 3.3-5).
[...] A principal preocupação de Tiago é com o poder destrutivo da língua, e
isto produz uma das mais provocantes declarações: 'Vede como uma fagulha põe em
brasa tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua
está situada entre os membros de nosso corpo e contamina o corpo inteiro e não
só contamina e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é
posta ela mesma em chamas pelo inferno (vv.5,6)" (HUGHES, R. Kent. Disciplinas
do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.126-27).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II -
Subsídio Teológico
"Abençoando o Malfeitor
Fazer o bem àqueles que nos fizeram mal envolve tanto palavras quanto atos,
tanto bênçãos quanto servir. John Stott afirma: 'Na nova comunidade de JESUS as
maldições devem ser substituídas por bênçãos; a malícia, por oração; e a
vingança, por serviço. De fato, a oração purga o coração da malícia; os lábios
que abençoam não podem, ao mesmo tempo, amaldiçoar; e a mão ocupada com serviços
fica impedida de se ocupar com vingança'.
No entanto, deixemos claro que na prática, conquistar o mal com o bem envolve
muitas vezes a obstinação e a dureza que vai contra nossas concepções
sentimentalizadas da bondade. A fim de verdadeiramente fazermos o bem para
alguém implicará dar o que mais precisa - não necessariamente o que ele quer.
Por exemplo, fazer o bem para um pai ameaçador e ditatorial que insiste em
controlar seu filho adulto pode significar resistir a ele e se recusar a ceder a
suas exigências. Por outro lado, no caso de uma mãe fraca e indecisa fazer o bem
significa se recusar a tomar qualquer atitude a fim de que ela seja forçada a
tomar suas decisões. Como Allender e Longman sugerem: 'Em muitos casos, um amor
[tão] corajoso muitas vezes enerva, fere, pertuba e compele a pessoa amada a
lidar com as enfermidades interiores que estão roubando a alegria dela e dos
outros'.
Esse tipo de amor vigoroso é exemplificado na última frase da passagem de
Provérbios citada por Paulo. A frase diz que ao dar comida e bebida a nossos
inimigos amontoa-se 'brasas de fogo sobre a [nossa] cabeça' (Rm 12.20). Embora
isso possa nos parecer um ato pouco amigável, nos tempos bíblicos, essa era uma
figura de linguagem para dizer que isso traz um profundo sentimento de vergonha
a seus inimigos, não a fim de ofendê-los ou humilhá-los, mas para levá-los ao
arrependimento e à reconciliação" (SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando
Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.166-67).
VOCABULÁRIO
Nau: Designação genérica que até o século XV se aplicava a navios de grande
porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira
em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar,
cuidar, empenhar-se.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
SEAMANDS, Stephen. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz.1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SAIBA MAIS -
Revista Ensinador Cristão -
CPAD, nº 56, p.38.
Questionário da
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE
LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD -
BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer
- CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação
Pessoal.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
GARNER, Paulo . Quem é quem na
Bíblia Sagrada. VIDA
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o
Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA
– Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F.
Vos, João Rea
- CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos
- CPAD.
25 Maneiras de Valorizar as Pessoas - Autores: João C. Maxwell & Les Parrott,
PH. D. - Editora: SEXTANTE
Estudo no Livro de Provérbios - Antônio
Neves de Mesquita
James, por Hendrickson Publishers - Edição
Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
http://www.gospelbook.net
www.ebdweb.com.br
http://www.escoladominical.net
http://www.portalebd.org.br/