Escrita Lição 4, Betel, O Verdadeiro Discípulo é submisso a sua Liderança, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique
de Almeida Silva
4° Trimestre de 2023, BETEL ADULTOS,
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo
o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da
fraternidade
Escrita
http://ebdnatv.blogspot.com/2023/10/escrita-licao-4-o-verdadeiro-discipulo.html
Slides http://ebdnatv.blogspot.com/2023/10/slides-licao-4-betel-o-verdadeiro.html
TEXTO ÁUREO
“Amado, não sigas o
mal, mas o bem. Quem faz bem é de DEUS; mas quem faz mal não tem visto a DEUS.”
3 João 11
VERDADE APLICADA
O autêntico
exercício do ministério cristão ocorre quando há plena consciência de que deve
ser cumprido para a glória de JESUS e nunca dos homens.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Alertar sobre erros de um mau discipulador.
Ressaltar que a Igreja é de DEUS.
Ensinar que um discipulador é um servo.
TEXTOS DE REFERÈNCIA - João 13.3-8
3- JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas,
e que havia saído de DEUS e ia para DEUS,
4- Levantou-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5- Depois deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugar-lhos.
6- Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os
pés a mim?
7- Respondeu JESUS, e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu agora, mas tu o
saberás depois.
8- Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS: Se eu te não
lavar, não tens parte comigo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Mt 23.11 O maior deve ser o servo.
TERÇA – 1 CO 11.16 A Igreja não aceita discipulador polémico.
QUARTA – Fp 2.5 Ser como JESUS.
QUINTA – CI 3.23 Trabalhem como para o Senhor,
SEXTA – 1 Tm 3.5 Ter cuidado com a Igreja de DEUS.
SÁBADO – Hb 13.17 O discipulador deve zelar pelas almas
HINOS SUGERIDOS: 224, 225, 235
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o discipulador não seja tentado a usar
o ministério para glória pessoal.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ERROS DE UM DISCIPULADOR
1.1. A soberba
1.2. Abuso de poder
1.3. Desequilíbrio emocional.
2- A IGREJA TEM DONO
2.1. O Pai
2.2. O Filho
2.3. O ESPÍRITO SANTO
3- O DISCÍPULO
SERVE PROPÓSITOS
3.1. Estruturar e fortalecer o Corpo
3.2. Fazer a Igreja avançar
3.3. Acolher o povo e demais líderes
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
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BÍBLIA DA LIDERANÇA CRSTÃ –
John C. Maxwell
OS SEGUIDORES DE DEUS DEVEM SER LÍDERES DE OUTRAS PESSOAS E DEVEM VIVER
EM UM NÍVEL MAIS ELEVADO (Mt 5.1-48)
Entre a semeadura da liderança, plantada no primeiro estágio, e o
seu fruto, que vem com a maturidade, cada líder passa por duas fases
principais: o chamamento e a preparação.
Durante a temporada da preparação, todos os líderes são testados a
viver em um nível superior ao das demais pessoas. Ninguém evidenciou isso
melhor do que JESUS.
JESUS chamou seu povo a viver em um nível superior ao do resto do
mundo. Seu chamado traz consigo muitos outros testes ao longo da jornada, pois
as tentações sempre seguem o chamado, no intuito de preparar líderes para os
papéis que devem desempenhar.
Durante os estágios intermediários, líderes que estão começando a
aparecer vão experimentar e descobrir suas forças e suas fraquezas. Para
alcançarem seu potencial, contudo, os líderes devem passar por muitas
tentações. Pergunte a si mesmo: Será que estou à altura daqueles que vivem em
um nível superior ao mundo?
O DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA PRINCIPIA COM O AJUSTAMENTO DA
ATITUDE (Mt 5.1—7.29)
A mensagem mais famosa de JESUS, o Sermão do Monte, tinha em vista
o coração de seus ouvintes. Ele focou seus discípulos como sua plateia (Mt 5.1
-2) e passou a lhes pregar aquilo que hoje conhecemos como "as
bem-aventuranças". Ele pediu aos seus discípulos que fossem diferentes,
para olharem o mundo na perspectiva de DEUS, para falarem ao povo de uma forma
sobrenatural.
JESUS demonstrou que o desenvolvimento da liderança inicia quando
se consegue modelar o modo de ver de seus ouvintes. JESUS propôs desafios à
perspectiva humana natural ao apontar novas possibilidades, tais como:
• pobreza espiritual e sucesso;
• tristeza e lamento;
• mansidão e gentileza;
• sofrimento e fome;
• misericórdia e compaixão;
• pureza e integridade;
• pacificação e vingança;
• perseguição e adversidade.
VERIFICAÇÃO DO MOTIVO: LÍDERES DEVEM FAZER A COISA CERTA PELO
MOTIVO CERTO (Mt 6.1-34)
Líderes podem, facilmente, ser criticados por fazerem coisas em
função de sua imagem; afinal, há tantas pessoas olhando.
JESUS tem nos alertado acerca da hipocrisia e da fachada. Ele
imaginou este texto para qualquer um, mas ele tem aplicações cruciais para os
líderes. Nosso Senhor falou sobre fazer coisas que fazemos para sermos vistos
antes diante dos homens do que de DEUS (Mt 6.1).JESUS pretende construir
convicções fortes em seus seguidores. Ele quer que as pessoas sejam pessoas que
agradem a DEUS (ITs 4.1) e não a homens (Cl 3.22). Nesse texto de Mateus 6, JESUS
pretende dar-nos suporte para:
• fazermos o bem (v. I);
• ajudarmos por caridade (vs. 2-4);
• oração (vs. 5-15);
• jejum (vs. 16-18);
• prioridades e valores (vs. 19-24);
• trabalho e preocupações (vs. 25-34).
A PRIMEIRA TAREFA DE UM LÍDER É
DEFINIR
QUAIS SÃO SEUS VALORES ESSENCIAIS (Mt
6.1—7.27)
No primeiro sermão lembrado neste
Evangelho, Mateus joga as luzes sobre a principal ênfase de JESUS: os valores. JESUS
sabia que sua primeira tarefa seria providenciar um conjunto de valores
essenciais para seus homens. Veja a lista de valores essenciais apontados por JESUS:
1. Faça as coisas certas pelos
motivos certos (Mt 6.1-8; 16-18);
2. Ore de acordo com os compromissos
de DEUS e não com os seus (Mt 6.9-13);
3. Os relacionamentos vão erguê-lo
ou quebrá-lo (Mt 6.14-15);
4. Priorize as coisas eternas e não
as temporais (Mt 6.19-24);
5. Não gaste esforço com coisas
materiais (Mt 6.25-31,34);
6. Procure em primeiro lugar o reino
de DEUS (Mt 6.32-33);
7. Julgue-se primeiro a si mesmo e,
só depois, aos outros (Mt 7.1-6);
8. Se você necessita de algo, peça;
se você tem algo, dê (Mt 7.7-12);
9. Esteja certo de suas convicções;
não tema os vales de morte (Mt 7.13-20);
10. A obediência a DEUS é a única
garantia na vida (Mt 7.21-27).
Se você não se convenceu de que JESUS
apresenta uma lista de valores essenciais, verifique em Mt 7.12, onde ele
resume a lei em um único preceito.
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‘Conhecendo a
Igreja’
Texto
Bíblico:
‘Assim que já não
sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de
DEUS’ – (Efésios 2.19)
INTRODUÇÃO
Agora, você
faz parte da Igreja, pois não apenas recebeu a salvação oferecida por CRISTO,
mas também foi incluído em sua família. A palavra ‘Igreja’, nesta lição, não
está restrita à uma denominação, nem ao local onde você frequenta os cultos.
Depois do plano idealizado por DEUS, para salvar os homens, a igreja é a
proposta mais inteligente da divindade. Aqueles que seriam salvos, formariam um
corpo, porta-voz da salvação para outras pessoas. A igreja é um organismo que
tem a própria vida em CRISTO, o qual estabeleceu a missão dela e como
cumpri-la.
Quem faz parte da
igreja, dá continuidade ao trabalho de CRISTO na terra. A verdadeira vida que
está em você chegará aos outros. Isto é ser uma bênção para o mundo. Ninguém
recebeu a salvação simplesmente para ser salvo, mas, sim, integrar-se à igreja.
Por isso, é preciso que você compreenda bem o que ela significa, conheça quais são
os seus objetivos e as suas ordenanças.
I. O QUE É A
IGREJA?
A palavra ‘igreja’
quer dizer ‘uma reunião de pessoas chamadas para fora’, ou seja, um grupo de
pessoas que saíram de dentro do mundo (espiritual) para seguirem a CRISTO. Os
que formam a igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, irmãos, cristãos,
santos, eleitos e os do caminho.
Todos os crentes
espalhados pelo mundo formam a igreja. Ela não está restrita a uma área
geográfica e nem a um único povo da terra. É o seu lado invisível e universal.
Embora a palavra
‘igreja’ seja empregada, em primeiro lugar, para descrever a totalidade de
crentes que vivem em todo o mundo, você pode usá-la também para se referir aos
cristãos de um determinado lugar, isto é, a ‘igreja local’.
I. Símbolos da
Igreja. O primeiro símbolo é o corpo. JESUS não está mais presente entre os
homens, de forma física, mas em cada pessoa que o recebe, em qualquer parte do
mundo, Ele introduz a sua vida, para formar um corpo. Por Ter a vida em CRISTO,
a igreja não é um simples ajuntamento de pessoas, uma associação ou clube. É um
organismo, algo que tem existência tal como o corpo humano que é composto de
muitos membros e órgãos que funcionam em prol de uma vida comum. Da mesma forma
que o ser humano é um, mas tem milhões de células vivas, assim também é a
igreja. Um só corpo, mas constituído por milhões de pessoas nascidas de novo,
por meio do evangelho de JESUS.
Possui também uma
cabeça, o próprio CRISTO. Ele é o chefe, o guia, o Principal e o Príncipe da
igreja.
Outro símbolo é o
templo. Embora DEUS habite em toda a parte, Ele se localiza em determinado
lugar, para ser encontrado, adorado e louvado. Cada crente é um templo de DEUS.
Leia 1 Coríntios 3.16,17.
Por causa da união
e comunhão que os crentes têm com CRISTO, a igreja é simbolizada na Bíblia pela
figura de uma noiva. Em 2 Coríntios 11.2, Paulo afirma que preparara os crentes
de Corinto para os ‘apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a CRISTO’.
Em Efésios 5.25, o apostolo declara que CRISTO amou a igreja, e a si mesmo se
entregou por ela. A noiva e o noivo viverão juntos para sempre. Leia Apocalipse
22.17.
Outro símbolo da
Igreja, o qual se pode destacar na Bíblia é a família. Você, agora, é membro da
família da DEUS.
II. OS
OBJETIVOS DA IGREJA
Através da Bíblia,
você descobre que a igreja foi fundada por CRISTO, para cumprir as seguintes
finalidades:
a. evangelizar o
mundo. A principal atividade dos crentes é levar a salvação para os
não-crentes. CRISTO, depois de completar a sua missão na terra, declarou: ‘é-me
dado todo o poder no céu e na terra’. E, em seguida, estabeleceu uma missão aos
seus seguidores. Leia Mateus 28.19 e 20.
b. lugar para o
crente cultuar a DEUS. Os crentes se reúnem para cultuar a DEUS. O culto é o
momento de oração, louvor, adoração, estudo da Bíblia e edificação dos crentes.
No culto, todos os crentes podem se unir em oração, seja em petição, ação de
graças e intercessão. Esta também é uma maneira de você louvar a DEUS.
c. lugar para o
crente praticar a mordomia cristã. Tudo o que você possui, não lhe pertence
(leia Salmo 24.1). Por isso, não tem mais o direito de fazer o que quer. DEUS
agora está em primeiro lugar em sua existência. Isso inclui sua vida, seu
tempo, seus talentos e suas finanças. Você deve aplicar, na igreja a sua
vida, com o melhor de seus esforços e dedicação.
d. lugar para o
ensino da disciplina e norma de conduta cristã. Ao fazer parte de uma igreja
local, o novo crente disciplina-se e aprende a norma bíblica de conduta. Existe
um padrão de vida exposto na Bíblia e todos os crentes devem se esforçar para
vivê-lo.
Significa
afastar-se da ignorância, preservar-se da corrupção e Ter todas as esferas da
sua vida e atividades regulamentadas, dirigidas por DEUS. Leia Mateus 5.13, e
18.15-17.
III. AS DUAS ORDENANÇAS
DA IGREJA
Há duas cerimônias
ordenadas por CRISTO, para que os crentes a pratiquem: o batismo em água,
cerimônia de ingresso do novo crente na igreja e simboliza o início de sua vida
espiritual; e a Ceia do Senhor significa a continuação desta vida espiritual.
Por isso, o crente deve participar dela, para manter sempre a comunhão com o
Senhor JESUS.
a. O batismo.
Através do batismo em água você dá um testemunho público de sua identificação
com CRISTO, a nova vida iniciada a partir da conversão. É o sinal exterior, o
qual mostra que você morreu para o mundo e nasceu para DEUS. Cada um de nós
repete, de modo espiritual, o que aconteceu com CRISTO. Ele morreu e
ressuscitou. Assim, pelo batismo, você prova que é vitorioso.(Os evangélicos
não batizam crianças porque elas não têm do que se arrepender e não podem
exercer a fé).
b. A Ceia do
Senhor. Na igreja em que você frequenta, todo mês há o culto de Ceia. Não
foi ideia de um homem, mas foi instituída por JESUS, na véspera de sua
crucificação, para os crentes relembrarem, a sua morte, através do pão e do
vinho. O primeiro simboliza o seu corpo e o segundo, o seu sangue. Não somente
para relembrar a sua morte vitoriosa, mas os crentes tomam a Ceia para anunciar
a CRISTO, até que Ele volte.
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‘O Discípulo e a Obediência’
Texto Bíblico:
‘Porém Samuel disse: Tem
porventura o Senhor, tanto prazer em sacrifícios, como em que se obedeça à
Palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender
melhor é do que a gordura dos carneiros ’ – (1 Samuel 15.22)
INTRODUÇÃO
A obediência, segundo
definem os dicionaristas, é o ato de submeter-se à vontade de alguém. Nesta
lição, porém, você vai aprender que, em se tratando do crente, a obediência não
é tão restrita, como querem os filólogos. Ela está profundamente ligada a fé,
através da qual somos introduzidos à presença do DEUS invisível, a quem
voluntária e conscientemente nos submetemos. Por crermos na sua soberania sobre
todas as coisas, nos dispomos a viver em obediência à sua Palavra, à Igreja e
àqueles que Ele estabeleceu para ministrar sobre o seu povo.
I. EXEMPLOS DE
OBEDIÊNCIA
A obediência é uma virtude
exemplificada em todos os livros da Bíblia. Nela, você também encontra
registros sobre a desobediência e suas funestas consequências. Cabe-nos olhar
para estes exemplos e tirarmos lições que nos ajudem a pôr em prática a
obediência e a não repetir os erros dos que não souberam honrar a confiança de DEUS.
a. A obediência de Abraão: - DEUS
fez uma determinação ao patriarca, baseada em algumas condições: quais foram?
Leia Gênesis 12.1.
Você descobriu que Abraão
devia deixar a sua terra, a sua parentela, a casa de seus pais e seguir para
uma terra distante, a qual não conhecia. Estas condições implicavam basicamente
numa coisa: obediência. Fica claro, no texto, que ele dependeria exclusivamente
da direção de DEUS.
Você descobriu, ainda, que a
obediência não impõe só condições, mas traz também privilégios.
Abraão seria pai de uma grande
nação, abençoado, engrandecido e uma bênção para todas as famílias da
terra. E mais: aqueles que o abençoassem seriam abençoados; os que o
amaldiçoassem, seriam amaldiçoados.
Vale lembrar, por conseguinte,
que todas as vezes que DEUS determinou alguma coisa a alguém, o intuito não era
o obedecer por obedecer, ou simplesmente para fazer valer a sua soberania.
Havia um propósito pré-estabelecido. Neste caso, o propósito maior era formar
uma nação pela qual o redentor, JESUS CRISTO, viesse ao mundo. Se Abraão não
obedecesse, ficaria privado de ter o privilégio de constar em sua biografia o
registro de progenitor da raça judaica que trouxe o salvador da humanidade.
Outro fato a destacar é que a
obediência do Patriarca não foi um ato robótico, como se não tivesse
personalidade. Ele o fez por saber a quem estava obedecendo e movido pela fé.
Por isso, seu nome consta da galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11.
Não obstante Abraão ser um
exemplo de obediência, houve um momento em sua vida cuja precipitação trouxe
consequências drásticas que repercutem até os dias de hoje. Foi quando DEUS
prometeu um filho em sua velhice. Leia Gênesis 15.1-16, 16.1-16.
Induzido por Sara, sua mulher,
que já não acreditava mais em sua capacidade de gerar, nem mesmo por
intervenção divina, Abraão acabou tendo um filho com sua escrava Agar, fora do
plano de DEUS. O resultado é que logo surgiram os conflitos, principalmente
depois que nasceu Isaque, o filho da promessa. Para resumir, ainda hoje as
consequências aí estão, com as hostilidades entre árabes, descendentes de
Ismael, e israelenses, de Isaque.
b. A obediência de Paulo: - O
apóstolo certa vez declarou: 'não fui desobediente à visão celestial' (Atos
26.19). A frase, isolada, pode parecer simplista. Mas olhando-a sob a
perspectiva da vida do apóstolo, desde a sua conversão, verifica-se que ela
reflete a realidade. Leia Atos 9.15.
Quando DEUS ordenou a Ananias
que visitasse o apóstolo, após o encontro deste com CRISTO, na estrada de
Damasco, ficou claro, desde o início, o seu propósito para com o até então
perseguidor do evangelho. Ele era um vaso escolhido para proclamar a salvação
aos gentios. O mundo todo foi beneficiado pela obediência de Paulo, que, ao fim
da vida, pôde dizer: 'Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé'
(2 Timóteo 4.7).
II. A QUEM DEVEMOS
OBEDECER?
a partir dos exemplos acima,
surge então a pergunta: a quem devemos obedecer? Nossa obediência é devida a DEUS,
em primeiro lugar. Mas como obedecer-lhe, sendo Ele DEUS invisível e
transcendente?
a. Devemos obedecer a DEUS
através de sua Palavra: - Não obstante a sua transcendência, ou seja, a sua
elevada posição como Criador de todas as coisas, que habita num alto e sublime
trono, DEUS se revelou a nós através de sua Palavra e de JESUS CRISTO, seu
Filho. Portanto, ao estudarmos a Bíblia, descobrimos os princípios que Ele
estabeleceu para reger a nossa vida, como cristãos, nesse mundo. A Palavra de DEUS
é a nossa regra áurea de fé, o padrão de obediência para com DEUS. O ESPÍRITO SANTO,
por sua vez, ilumina a nossa mente e nos ajuda a descobrir como pôr em prática
em nosso cotidiano os mandamentos bíblicos. Ele é o melhor interprete das
Escrituras.
b. Devemos obedecer à Igreja:
- A Igreja é a fiel depositária do plano de salvação, na pessoa de JESUS CRISTO.
A ela estamos ligados mediante o novo nascimento. Assim sendo, devemos
obediência à Igreja. No primeiro concílio da Igreja, em Jerusalém, para
discutir a questão do legalismo, relatado em Atos 15, está claro que ela teve
participação nas decisões sobre o que os gentios deviam ou não acatar.
É sempre bom lembra que esta
obediência é à luz da Palavra, e não ao contrário. Não é a Igreja que
estabelece o que a Bíblia ensina, mas a Bíblia que estabelece o que a Igreja
deve fazer. Tudo quanto ela faz ou ensina não pode basear-se em textos
isolados, mas nos princípios gerais da Bíblia. Um princípio só pode ser assim
considerado se tiver apoio em toda a Palavra de DEUS. Se não, pode ser uma boa
opinião, mas não um princípio bíblico. O grande erro da Igreja Romana, entre
outros ao longo da História, foi que, para justificar suas heresias, inverteu o
papel: ela passou a ser mais importante do que a Bíblia e a arbitrar o que ela
ensina. Devemos, portanto, ter em mente: a Palavra de DEUS é sempre a base de
nossa obediência.
c. Devemos obedecer aos nossos
pastores: - Se a Bíblia é o nosso arbítrio, ela determina que devemos também
obedecer aos nossos pastores. Leia o que está escrito em Hebreus 13.17.
Não obstante ser a salvação
individual, você descobriu que a responsabilidade de ministrar às nossas vidas
é do pastor, de quem DEUS vai cobrar a prestação de contas um dia. Cabe-lhe,
portanto, expor a Palavra para o nosso ensino e crescimento espiritual.
De nossa parte, como determina
a Bíblia, cabe-nos atentar para os seus conselhos, ouvir-lhes as recomendações
e obedecer-lhe, sempre compulsando a Bíblia, pois este é um direito de todos os
crentes: ter acesso direto à Bíblia Sagrada para comparar o ensino que está
recebendo com a Palavra de DEUS.
III. EFEITOS DA
OBEDIÊNCIA
Para finalizar, veja, na
Bíblia, os efeitos da obediência na vida dos que a praticam:
a. Os que obedecem à DEUS têm
o ESPÍRITO SANTO: - 'E nós somos testemunhas acerca destas palavras. Nós e
também o ESPÍRITO SANTO, que DEUS deu àqueles que lhe obedecem' (Atos 5.32).
b. Os que obedecem à DEUS são
inabaláveis: - 'Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as
prática, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a
rocha' (Mateus 7.24).
c. Os que obedecem à DEUS são
conhecidos: - 'Quanto à vossa obediência é ela conhecida de todos. Comprazo-me
pois em vós, e quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal' (Romanos
16.19).
d. Os que obedecem à DEUS
glorificam: - 'Visto como, na prova desta administração, glorificam a DEUS pela
submissão que confessais quanto ao evangelho de CRISTO, e pela liberalidade de
vossos dons para com eles, e para com todos' (2 Coríntios 9.13).
e. Quem obedece à DEUS é
irrepreensível: - ''De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes,
não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também
operai a vossa salvação com temor e tremor... para que sejais irrepreensíveis e
sinceros, filhos de DEUS inculpáveis no meio duma geração corrompida e
perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo' (Filipenses
2.12-15).
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10 Erros Graves Que Um Discipulador Não Pode Cometer
O exemplo tem que vir do discipulador. A Bíblia diz que a nossa
vida é uma carta que as pessoas todos os dias vão ler (II Coríntios 2.3). Dessa
forma, os discípulos observam a vida do discipulador e, cedo ou mais tarde,
esses discípulos vão copiar o comportamento dele.
Existem 10 atitudes erradas de um discipulador que podem
comprometer a formação do caráter de seus discípulos.
1. O erro de não ser um bom discípulo. Antes de ser um bom
discipulador é necessário aprender a ser um ótimo discípulo. Um discípulo que
tem admiração pelo discipulador, que é humilde e obediente, será um grande
discípulo. Você é um exemplo disso?
2. O erro de gerar uma dependência mórbida. O discípulo pode ter
dificuldades na área relacional e colocar sua dependência no homem. Há casos em
que o discípulo cogita sair da igreja, pois não quer mudar de discipulador.
Pode acontecer também do mentor ser uma pessoa manipuladora e controladora da
vida do discípulo.
3. O erro de ter discípulos prediletos. Nesse quesito, o
discipulador corre o risco de “estragar” os seus discípulos. O amor, o carinho
e a proteção devem ser iguais.
4. O erro de não saber lidar com pecados, erros e fraquezas do
discípulo (Gálatas 6.1). Cuidado com o que você fala na hora da correção. Se
você não tem fé de que o discípulo será curado, repasse o mesmo a outro
discipulador. Alguém que tenha fé e esteja disposto a orar com sinceridade pela
vida do irmão.
5. O erro de ter muitos discípulos. Nesse ponto há três tipos de
discipulador: o discipulador bombeiro, que só serve para apagar o fogo causado
pelo discípulo; o discipulador manutenção, que sempre permanece com o
discípulo, pois ele sempre vive querendo sair da igreja; e o discipulador faz
de conta, ou seja, faz finge que discipula. Se você deseja que isso não
aconteça, diminua o número de discípulos. O importante é ter poucos, mas todos
bem acompanhados.
6. O erro de não ser confidente (Provérbios 11.13; 17.9). Revelar
assuntos confidenciais do discípulo é um erro muito grave, e destrói a
autoridade do discipulador.
7. O erro de não ser transparente com o discípulo. No receio de
machucar ou magoar nossos discípulos, erramos ao não os confrontar diante de
uma má atitude. A repreensão deve ser feita com respeito e mansidão.
8. O erro de não orar pelos discípulos. Não adianta só falar, é
preciso orar para reverter determinadas situações na vida do discípulo, seja
qual área for.
9. O erro do discipulador ser ultrassensível. Por exemplo, o
discipulador ficar chateado quando o discípulo passar por ele e não o
cumprimentar. Ou ficar magoado quando um discípulo não agradecer pelo
investimento e as orações.
10. O erro do discipulador ser dominador e controlador. É o ESPÍRITO
SANTO que convence e determina mudanças na vida do discípulo. O papel do
discipulador é facilitar e mostrar ferramentas que o ajudem nessa mudança (I
Pedro 5. 1-4).
Natasha Carvalho – com ideias do pastor Jango Guimarães
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O Sermão da Montanha (Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e
NT)
Mateus 5. 1,2
Aqui temos uma apresentação geral do sermão.
I
O pregador foi nosso Senhor JESUS,
o Príncipe dos pregadores, o grande Profeta da sua igreja, que veio a este
mundo para ser a Luz do mundo. Os profetas e João tinham trabalhado
vigorosamente na pregação, mas CRISTO os superou a todos. Ele é a Sabedoria eterna,
que esteve no seio do Pai antes de todos os séculos, e que conhecia
perfeitamente a sua vontade (Jo 1.18); e Ele é a Palavra eterna, que nestes
últimos dias falou a nós. As várias curas milagrosas realizadas por CRISTO na Galileia,
que lemos no capítulo anterior, tiveram a intenção de abrir caminho para este
sermão, e deixar as pessoas predispostas a receber instruções de alguém em quem
se manifestavam tanto poder divino e tanta bondade, e, provavelmente, este
sermão foi o resumo, ou a repetição, do que Ele tinha pregado nas sinagogas da Galileia.
As suas palavras eram: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”.
Este é um sermão sobre a primeira parte deste texto, mostrando do que devemos
nos arrepender; ele deve modificar tanto o julgamento quanto o procedimento, e
aqui o Senhor nos diz de que maneira isto deve ocorrer, em resposta à pergunta
(Ml 3.7) “Em que havemos de tornar?”. Posteriormente, JESUS pregou sobre a
segunda parte do texto, quando, em diversas parábolas, Ele mostrou como era o
Reino dos céus (Mt 13).
II
O lugar foi uma montanha na Galileia.
Como em outros aspectos, também neste, o nosso Senhor JESUS estava mal
acomodado; Ele não tinha um lugar conveniente onde pregar, como não tinha um
lugar onde repousar a cabeça. Enquanto os escribas e os fariseus tinham a
cadeira de Moisés onde se sentar, com toda a comodidade, honra e cerimônia, e
ali deturpavam a lei, o nosso Senhor JESUS, o grande Mestre da verdade, é
levado ao deserto, e não encontra um púlpito melhor do que aquele fornecido por
uma montanha; e não era nenhuma das montanhas sagradas, nem uma das montanhas
de Sião, mas uma montanha comum, razão pela qual CRISTO dá a entender que não
existe distinção de lugares sagrados agora, sob o Evangelho, como havia sob a
lei, mas que é a vontade de DEUS que os homens orem e preguem em todas as
partes, em qualquer lugar, desde que tudo transcorra de forma decente e
conveniente. CRISTO pregou este sermão, que foi uma explicação da lei, sobre
uma montanha, porque sobre uma montanha a lei foi dada; e este sermão também
foi uma solene promulgação da lei cristã. Mas observe a diferença: quando a lei
foi dada, o Senhor desceu sobre a montanha; agora o Senhor subiu. Naquela
ocasião, Ele falou em trovões e relâmpagos; agora, em voz suave; naquela
ocasião, recomendou-se às pessoas que mantivessem distância; agora, elas são
convidadas a se aproximar. Uma mudança abençoada! Se a graça e a bondade de DEUS
são (como certamente são) a sua glória, então a glória do Evangelho é a glória
maior, pois a graça e a verdade vêm por JESUS CRISTO (2 Co 3.7; Hb 12.18
etc.). Falou-se de Zebulom e Issacar, duas das tribos da Galileia (Dt 33.19),
que elas “chamarão os povos ao monte”; a este monte somos chamados, para
aprender a oferecer sacrifícios de justiça. Agora este era o monte, do Senhor,
onde Ele nos ensinou os seus caminhos (Is 2.2,3; Mq 4.1,2).
III
Os ouvintes eram os seus
discípulos, que vieram até Ele; atenderam ao seu chamado, o que se entende
comparando
Marcos 3.13 e Lucas
6.13. A eles, Ele dirigiu suas palavras, porque eles o seguiram por
amor e para o aprendizado, ao passo que os outros o procuravam somente para as
curas. Ele os ensinou porque eles queriam ser ensinados (“aos mansos ensinará o
seu caminho”); porque eles compreenderiam o que Ele ensinava, algo que para
outros poderia parecer não ter sentido. E porque eles deveriam ensinar aos
outros, e, portanto, era necessário que eles tivessem um conhecimento claro e
distinto destas coisas. Os deveres prescritos neste sermão devem ser
conscientemente cumpridos por todos aqueles que desejam entrar neste reino dos
céus. Eles devem trabalhar pelo seu estabelecimento, com a esperança de se
beneficiarem dele. Mas embora este sermão se destinasse aos discípulos, ele foi
ouvido pela multidão; pois foi dito (Mt 7.28)
que “a multidão se admirou”. Não houve limites ao redor desta montanha, para
manter afastadas as pessoas, como houve no monte Sinai (Êx 19.12);
pois, por intermédio de CRISTO, nós temos acesso a DEUS, não somente para falar
com Ele, mas para ouvir as suas palavras. Ele também se dirigiu à multidão
quando pregou este sermão. Quando a fama dos seus milagres tinha reunido uma
grande multidão, Ele aproveitou a oportunidade de uma confluência tão grande de
pessoas para instruí-las. Observe é um incentivo para um ministro fiel lançar a
rede do Evangelho onde há muitos peixes, com a esperança de que alguns sejam
alcançados. A visão de uma multidão dá vida a um pregador, mas ela precisa
nascer de um desejo pelo bem da multidão, e não do seu próprio louvor.
IV
A solenidade do seu sermão é
dada a entender pelas palavras “assentando-se”. CRISTO pregou muitas vezes
ocasionalmente, e por meio de conversas, mas este era um sermão definido,
kathisantos autou, em que Ele tinha se colocado de maneira a ser bem ouvido.
Ele se sentou como um Juiz, ou um Legislador. Isto sugere a tranquilidade e a
serenidade de espírito com que as coisas de DEUS devem ser ditas e ouvidas. Ele
se sentou, para que as Escrituras fossem cumpridas (Ml 3.3):
“E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e purificará os filhos de
Levi e os afinará como ouro e como prata”. Ele se assentou “no tribunal,
julgando justamente” (Sl
9.4); pois as palavras que Ele disse irão nos julgar. As palavras
“abrindo a boca” são uma perífrase em hebraico, como Jó 3.1.
Mas alguns pensam que estas palavras sugerem a solenidade deste sermão; uma vez
que a congregação era grande, Ele ergueu a sua voz e falou mais alto do que
normalmente. Ele tinha falado muitas vezes por meio dos seus servos, os
profetas, e abriu as suas bocas (Ez 3.27; 24.27; 33.22),
mas agora Ele abria a sua própria boca, e falava com liberdade, como alguém que
tinha autoridade. Um dos antigos observa o seguinte: “CRISTO ensinava mesmo sem
abrir a sua boca, isto é, por meio da sua vida santa e exemplar”. De fato, Ele
os ensinou quando, sendo levado como um cordeiro à morte, não abriu a sua boca.
Mas agora Ele a abriu, e ensinou que as Escrituras deveriam se cumprir (Pv 8.1,2,6).
“Não clama, porventura, a Sabedoria?... No cume das alturas... os meus lábios
se abrirão para a equidade”. Ele os ensinou, de acordo com a promessa (Is 54.13):
“Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor”; devido a este objetivo, Ele
capacitou a língua dos eruditos (Is 50.4),
concedendo-lhes o seu precioso ESPÍRITO (Is 61.1).
Ele os ensinou qual era o mal que eles deveriam detestar e em qual bem eles
deveriam perseverar, pois o cristianismo não é uma questão de especulação, mas
se destina a regular a disposição das nossas mentes e a tendência das nossas
conversas; a era do Evangelho é uma era de correção (Hb 9.10); e
pelo Evangelho nós devemos ser corrigidos, devemos melhorar a cada dia,
tornando-nos bons. A verdade ensinada pelo Senhor JESUS é a verdade que “é
segundo a piedade” (Tt
1.1).
O Sermão da Montanha
CRISTO inicia o seu sermão com bênçãos, pois Ele veio ao mundo para
nos abençoar (At
3.26), como o Sumo Sacerdote da nossa profissão; como o bendito
Melquisedeque; como aquele em quem serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.3).
Ele veio não apenas para nos trazer bênçãos, mas para derramar e declarar
bênçãos sobre nós. E aqui Ele o fez como alguém que tem autoridade, como alguém
que pode conceder bênçãos, e até mesmo a vida, para sempre. Aqui a bênção é
repetidamente prometida aos bons; o fato de que Ele os chame de
bem-aventurados, faz com que eles o sejam; pois aqueles abençoados por Ele, são
verdadeiramente abençoados. O Antigo Testamento termina com uma maldição (Ml 4.6);
porém o Evangelho se inicia com uma bênção, pois aqui fomos chamados para
herdar a bênção. Cada uma das bênçãos que CRISTO profere aqui tem uma dupla
intenção: 1. Mostrar quem são aqueles que devem ser considerados
verdadeiramente bem-aventurados, e qual é o seu caráter. 2. Em que consiste a
verdadeira bem-aventurança, as promessas feitas a pessoas de determinadas
características, cujo desempenho as tornará bem-aventuradas. Agora:
1. Isto tem o objetivo de corrigir os enganos devastadores de um
mundo carnal e cego. A bem-aventurança é aquilo que os homens fingem procurar
obter. “Quem nos mostrará o bem?” (Sl 4.6).
Mas muitos confundem o seu objetivo e formam uma noção equivocada de
felicidade, e então não é de admirar que errem o caminho; eles escolhem as suas
próprias ilusões e cortejam uma sombra. A opinião geral é: ‘Bem-aventurados os
que são ricos, e grandiosos, e honoráveis no mundo; eles passam seus dias no
riso e seus anos no prazer; eles comem o que engorda e bebem o que é doce, e
têm a mão erguida a todos os que estão à sua frente, e todos os rostos se
curvam diante dos seus rostos; felizes as pessoas que estão nesta situação; e
os seus desígnios, objetivos e propósitos, consequentemente; eles bendizem ao
avarento (Sl
10.3); eles serão ricos. Agora o nosso Senhor JESUS vem corrigir este
erro fundamental, trazer uma nova hipótese, e nos dar uma noção diferente de
bem-aventurança e de pessoas bem-aventuradas, que, por mais paradoxal que possa
parecer aos preconceituosos, ainda é, em si mesma, e parece ser a todos os que
são esclarecidos em termos de salvação, uma regra e uma doutrina de verdade e
certeza eternas, segundo as quais em breve seremos julgados. Se este é,
portanto, o início da doutrina de CRISTO, o início de um procedimento cristão
deve consistir em levar ao máximo estas medidas de felicidade, direcionando, de
acordo com elas, aquilo que buscamos.
2. Isto tem o objetivo de eliminar o desânimo dos fracos e dos
pobres que recebem o Evangelho, assegurando-lhes que o seu Evangelho não tornou
bem-aventurados somente aqueles que são eminentes por terem dons, graças,
conforto e utilidade; mas que até mesmo o menor no reino dos céus, cujo coração
seja justo diante de DEUS, é bem-aventurado nas honras e nos privilégios
daquele reino.
3. Tem o objetivo de convidar as almas a CRISTO, e de abrir
caminho, nos seus corações, para a sua lei. O fato de CRISTO proferir estas
bênçãos, não no final do seu sermão, despedindo-se das pessoas, mas no início,
preparando-as para o que Ele ainda tem a dizer a elas, pode nos recordar o
monte Gerizim e o monte Ebal, onde foram lidas as bênçãos e as maldições da lei
(Dt
27.12 etc.). Ali, as maldições eram expressas, e as bênçãos, somente
sugeridas; aqui, as bênçãos são expressas, e as maldições, sugeridas: nos dois
casos, a vida e a morte estão apresentadas diante de nós; mas a lei parecia
mais um ministério da morte, para nos dissuadir do pecado; o Evangelho parece
uma revelação da vida, para nos atrair a CRISTO, pois somente nele está todo o
bem. E aqueles que viam as curas graciosas realizadas pela sua mão (Mt 4.23,24), e
agora ouviam as palavras graciosas que procediam dos seus lábios, diriam que
Ele era feito de amor e doçura.
4. Este sermão tem o objetivo de estabelecer e resumir os artigos
do acordo entre DEUS e o homem. O objetivo da revelação divina é nos deixar
saber o que DEUS espera de nós, e o que podemos esperar dele; e em nenhum lugar
ele está mais completamente definido em poucas palavras do que aqui, nem com
uma referência mais exata a cada um; e este é o Evangelho em que nós devemos
crer, pois o que é a fé, a não ser estar de acordo com estas características e
confiar nestas promessas? O caminho para a felicidade está aberto aqui, e já se
tornou uma estrada (Is
35.8, versão NTLH); e o fato disto vir dos lábios de JESUS CRISTO dá a
entender que dele, e por Ele, nós iremos receber tanto a semente como o fruto,
tanto a graça necessária como a glória prometida. Nada acontece entre DEUS e o
homem caído, a não ser por intermédio da mão de JESUS CRISTO. Alguns dos pagãos
mais sábios tiveram noções de bem-aventuranças diferentes do resto da
humanidade, e ansiavam por estas, do nosso Salvador. Sêneca, incumbido de
descrever um homem bem-aventurado, escreveu que somente um homem honesto e bom
pode ser assim chamado: De Vita Beata, Mt 4.
Cui nullum bonum malumque sit, nisi bonus malusque animus. Quem nec extollant
fortuita, nec frangant. Cui vera voluptas erit voluptatum comtemplio. Cui unum
bonum honestas, unum malum turpitudo – Em sua avaliação, nada é bom ou mau,
exceto um coração bom ou mau, aquele que nada exalta ou desanima, cujo
verdadeiro prazer consiste no desprezo ao prazer. Alguém a quem o único bem é a
virtude, e o único mal, a depravação.
O nosso Salvador nos dá aqui oito características de pessoas
bem-aventuradas, que representam, para nós, as principais graças de um cristão.
Em cada uma delas, uma bênção é proferida: “Bem-aventurados os...”, e para cada
uma, uma bênção futura é prometida, que é expressa de maneiras variadas, como
para adequar-se à natureza da graça ou da obrigação recomendada.
Nós perguntamos: Quem é bem-aventurado? A resposta é:
I
Os pobres de espírito são
bem-aventurados (v. 3). Existe uma pobreza de espírito que está muito longe de
tornar os homens bem-aventurados; ela é um pecado e uma covardia enganosa, um
medo vil, e uma sujeição voluntária aos desejos humanos. Mas a pobreza de
espírito a que JESUS se refere é uma disposição graciosa da alma, pela qual nós
nos esvaziamos de nós mesmos para termos o nosso ser preenchido com JESUS CRISTO.
Ser pobre de espírito é: 1. Sermos pobres com satisfação, estando dispostos a
nos esvaziar das riquezas do mundo, se DEUS ordenar que isto aconteça conosco;
trazer a nossa mente à nossa condição, quando esta for humilde. Muitos no mundo
são pobres, mas de espírito elevado; pobres e orgulhosos, murmurando e
reclamando, culpando o seu destino. Mas nós devemos nos conformar com a nossa
pobreza, devemos saber estar abatidos e até necessitados (Fp 4.12).
Reconhecendo a sabedoria de DEUS ao nos indicar a pobreza, devemos estar à
vontade nela, suportar pacientemente as suas inconveniências, ser gratos pelo
que temos, e aproveitar tudo ao máximo. Isto significa abandonar toda a riqueza
do mundo e não dirigir os nossos corações a ela, mas alegremente suportar
perdas e desapontamentos que possam nos atingir no estado mais próspero. Isto
não significa – com orgulho ou com desculpas – nos fazermos pobres, despojando-nos
do que DEUS nos deu, especialmente como aqueles da igreja de Roma, que fazem
voto de pobreza e, ainda assim, atraem as riquezas das nações; mas se nós
formos ricos no mundo, devemos ser pobres em espírito, isto é, devemos ser
condescendentes com os pobres e solidários para com eles, como tocados pelo
sentimento das suas fraquezas. Devemos esperar a pobreza e estar preparados
para ela; não devemos temê-la nem a evitar desordenadamente, mas devemos
recebê-la bem, especialmente quando ela nos sobrevier por mantermos uma boa
consciência (Hb
10.34). Jó foi pobre de espírito quando bendisse a DEUS tanto por dar
como por tirar. 2. É sermos humildes aos nossos próprios olhos. Ser pobre de
espírito é pensar com modéstia a respeito de nós mesmos, do que somos, do que
temos e fazemos; os pobres frequentemente são compreendidos, no Antigo
Testamento, como humildes e aqueles que se sacrificam, em oposição àqueles que
estão confortáveis e os orgulhosos. É sermos como crianças, na opinião que
temos a nosso respeito, considerando-nos, às vezes, como frágeis, e até
insignificantes (Mt
18.4; 19.14). A
igreja de Laodiceia era espiritualmente pobre, podendo ser considerada até
mesmo em desgraça. Financeiramente, havia abundância, a ponto de ela não ter
falta de nada (Ap
3.17). Por outro lado, Paulo era rico espiritualmente, abundante em
dons e graças, e ainda assim pobre de espírito, menor que o menor dos santos, e
não tinha nada que viesse de sua própria iniciativa. Ser pobre de espírito é
olhar com santo desprezo para nós mesmos, valorizar os outros e nos
desvalorizar, em comparação com eles. Ser pobre de espírito é estar disposto a
se tornar inferior, pobre e pequeno para fazer o bem; é adequar todas as coisas
a todos os homens. É reconhecer que DEUS é grande, e que nós somos pequenos;
que Ele é santo e nós somos pecadores; que Ele é tudo e nós não somos nada,
menos do que nada, piores do que nada, e é nos humilharmos diante dele, e sob a
sua mão poderosa. 3. Este sentimento não deve nascer de uma grande confiança na
nossa própria justiça e força, para que possamos contar somente com os méritos
de CRISTO para a nossa justificação, e o ESPÍRITO e a graça de CRISTO para a
nossa santificação. Aquele espírito quebrantado e contrito, com o qual o
publicano pediu misericórdia para um pobre pecador, é esta pobreza de espírito.
Nós devemos nos chamar de pobres, porque sempre precisamos da graça de DEUS,
sempre imploramos à porta de DEUS, sempre estamos em sua casa.
Agora: (1) Esta pobreza de espírito é colocada em primeiro lugar,
entre as graças cristãs. Os filósofos não reconhecem a humildade entre as suas
virtudes morais, mas CRISTO a coloca em primeiro lugar. A autonegação é a
primeira lição a ser aprendida na sua escola, e a pobreza de espírito é
considerada a primeira bem-aventurança. A base para todas as outras graças
estão na humildade. Aqueles que querem edificar algo elevado, devem começar por
baixo, e isto é uma excelente preparação para a entrada do Evangelho da graça
na alma; é conveniente que o solo receba a semente. Aqueles que estão cansados
e sobrecarregados são os pobres de espírito, e eles encontrarão descanso em CRISTO.
(2) Eles são bem-aventurados. São bem-aventurados neste mundo. DEUS
olha graciosamente por eles. Eles são os seus pequeninos. A eles, DEUS dá mais
graça; eles vivem a vida de modo mais confortável e se sentem bem com a sua
vida. Nada lhes acontece de maneira aleatória; ao passo que os de espírito
elevado se sentem sempre ansiosos e espiritualmente desconfortáveis.
(3) Deles é o Reino dos céus. Assim se compõe o reino da graça;
somente eles estão qualificados para ser membros da igreja de CRISTO, que é
chamada de congregação dos aflitos (ou dos pobres, Sl 74.19); o
reino da glória está preparado para eles. Aqueles que se humilham desta
maneira, e que estão de acordo com DEUS quando Ele permite que sejam
humilhados, serão exaltados. Os de espírito elevado se vão com as glórias dos
reinos da terra; mas as almas humildes, mansas e frutíferas obtêm a glória do
reino dos céus. Nós estamos prontos para pensar, a respeito dos que são ricos e
fazem o bem com as suas riquezas, que, sem dúvida, deles é o reino dos céus;
pois eles podem acumular uma boa segurança para o futuro. Mas o que farão os
pobres, que não têm os recursos para fazer o bem? Ora, a mesma felicidade é
prometida àqueles que são pobres e se satisfazem com isto, e àqueles que são
ricos e que fazem um uso proveitoso de sua abundância. Se eu não for capaz de
gastar os meus recursos com alegria para Ele, mas só for capaz de passar
necessidades com alegria por Ele, ainda assim serei recompensado. E nós não
servimos a um Senhor bom?
II
Os que choram são
bem-aventurados (v. 4); “Bem-aventurados os que choram”. Esta é outra bênção
aparentemente estranha, e adequadamente segue a anterior. Os pobres estão
acostumados a chorar, os pobres graciosos choram graciosamente. Nós podemos
pensar que aqueles que são felizes são bem-aventurados, mas CRISTO, que chorou
muito, Ele mesmo diz: “Bem-aventurados os que choram”. Existe um pesar
pecaminoso na tristeza do mundo, que é um inimigo à bem-aventurança; a
melancolia desesperada, em um registro espiritual, e um pesar desconsolado, em
um registro temporal. Existe um pesar natural, que pode provar ser um amigo da
bem-aventurança, pela graça de DEUS que opera nele, e que santifica as aflições
pelas quais choramos. Mas existe um pesar gracioso, que se qualifica como uma
bem-aventurança, uma seriedade habitual em que o pensamento está mortificado
para as alegrias passageiras deste mundo, e se volta a um verdadeiro estado de
contrição. (1) Um pesar penitente pelos nossos pecados; este é um pesar devoto,
um pesar de acordo com DEUS; um pesar pelo pecado, olhando para CRISTO (Zc 12.10).
Estes são os que choram por DEUS, que vivem uma vida de arrependimento, que
lamentam a corrupção na sua natureza, e as suas muitas transgressões, e o que
deixaram de receber de DEUS por não estarem em sua presença; aqueles que, em
consideração à honra de DEUS, choram pelos pecados dos outros, e também choram
e suspiram pelas suas abominações (Ez 9.4).
(2) Um pesar solidário pelos sofrimentos dos outros; o pesar daqueles que
choram com aqueles que choram, que se entristeceram por causa da reunião
solene, pela desolação de Sião (Sf 3.18; Sl 137.1),
especialmente os que olham com compaixão para as almas que perecem, e choram
por elas, como CRISTO chorou por Jerusalém.
Estas pessoas que se lamentam graciosamente: (1) São
bem-aventuradas. Assim como o coração se entristece com a alegria vã e
pecaminosa, no pesar gracioso o coração sente uma alegria verdadeira, uma
satisfação secreta, em que um estranho não interfere. Elas são bem-aventuradas,
pois são como o Senhor JESUS, que foi um homem sofrido, e sobre quem jamais
lemos que riu, mas que frequentemente chorou. Elas estão armadas contra as
muitas tentações que assolam a alegria vã, e estão preparadas para o consolo de
um perdão assinado e de uma paz acordada. (2) Elas serão consoladas. Embora,
talvez, não sejam imediatamente consoladas, ainda assim uma provisão abundante
está feita para o seu consolo; a luz se espalha para elas, e, no céu,
certamente serão consoladas, como Lázaro (Lc 16.25).
Observe que a alegria do céu consiste em ser perfeita e eternamente consolado,
e no enxugar de todas as lágrimas. É a alegria do nosso Senhor, uma plenitude
de alegria e de satisfação eterna; o que será duplamente doce para aqueles que
foram preparados para isto por este pesar devoto. O céu será realmente um
paraíso para aqueles que forem para lá chorando; será uma colheita de alegria,
a retribuição por um período em que as lágrimas foram semeadas (Sl 126.5,6);
uma montanha de alegria, em direção à qual o nosso caminho passa por um vale de
lágrimas. Veja Isaías
66.10.
III
Os mansos são
bem-aventurados (v. 5); “Bem-aventurados os mansos”. Os mansos são aqueles que
tranquilamente se submetem a DEUS, à sua palavra e à sua vara, que seguem as
suas orientações e que estão de acordo com os seus desígnios, e que são mansos
com todos os homens (Tt
3.2); que podem suportar provocações sem se irritar, sem se deixar
levar a qualquer indecência; que conseguem ficar tranquilos quando os outros estão
acalorados; e, na sua paciência, mantêm o controle de suas próprias almas,
quando mal podem ter controle sobre qualquer outra coisa. Estes são os mansos,
que rara e dificilmente são provocados, mas são rápida e facilmente
tranquilizados; e que preferem perdoar vinte ofensas a vingar uma, seguindo a
regra dos seus próprios espíritos.
Estes mansos são aqui descritos como bem-aventurados, até mesmo
neste mundo. 1. Eles são bem-aventurados, pois são como o bendito JESUS, e
aprenderão dele (Mt
11.29). Eles são como o próprio DEUS bendito, que é Senhor da sua ira, e
em quem não existe fúria. Eles são bem-aventurados, pois têm o mais confortável
e despreocupado contentamento consigo mesmos, com seus amigos, com o seu DEUS;
eles estão qualificados para qualquer relacionamento, e condição, qualquer
companhia, qualificados para viver e qualificados para morrer. 2. Eles herdarão
a terra; esta é uma citação de Salmos 37.11, e
é praticamente a única promessa temporal expressa em todo o Novo Testamento.
Não que eles sempre obterão grandes coisas da terra, muito menos que eles devam
esperar somente isto, mas esta linha de religiosidade tem, de uma maneira
especial, a promessa da vida que existe agora. A mansidão, por mais
ridicularizada e subestimada que seja, tem uma tendência real de melhorar a
nossa saúde, riqueza, o nosso conforto e a nossa segurança, até mesmo neste
mundo. Observa-se que os mansos e tranquilos têm uma vida mais fácil, em
comparação com os rebeldes e turbulentos. A expressão “herdarão a terra” pode
se referir à terra de Canaã, um tipo de céu. De modo que toda a bem-aventurança
do céu, e todas as bênçãos da terra abaixo dele, são a porção dos mansos.
IV
Os que têm fome e sede de
justiça são bem-aventurados (v. 6). Alguns interpretam isto como um novo
incentivo à nossa pobreza exterior, e a uma condição humilde neste mundo, que
não somente expõe os homens às ofensas e ao mal, mas torna inútil a sua busca
pela justiça; eles sentem fome e sede de justiça, mas o poder por parte dos
seus opressores é tal, que eles não a obterão; eles só desejam aquilo que é
justo e igual, mas isto lhes é negado por aqueles que não temem a DEUS, nem têm
consideração pelos homens. É uma situação deprimente! Mas, ainda assim, eles
são bem-aventurados se sofrem estas dificuldades com uma boa consciência; que
eles tenham esperança em DEUS, que cuidará para que a justiça seja feita, e que
fará “justiça a todos os oprimidos” (Sl 103.6).
Aqueles que se contentam em suportar a opressão, e tranquilamente se dirigem a DEUS
para interceder por si mesmos, serão, no devido tempo, satisfeitos,
abundantemente satisfeitos, pela sabedoria e pela bondade que se manifestarão
nas aparições de DEUS a eles. Mas certamente isto deve ser compreendido
espiritualmente, como um desejo tal que, sendo destinado a um objetivo como
este, é gracioso, e é obra da graça de DEUS na alma, qualificando os cristãos
para os dons da graça divina. 1. A justiça é mencionada aqui representando
todas as bênçãos espirituais. Veja Salmos 24.5; Mt 6.33.
Elas nos são compradas pela justiça de CRISTO; transmitidas e asseguradas pela
imputação daquela justiça a nós; e confirmadas pela fidelidade de DEUS. Vários
fatos definem o que é a justiça. O fato de CRISTO ter sido feito a justiça de DEUS
por nós. O fato da justiça de DEUS ter sido feita nele. O fato de todo homem
ter sido renovado na justiça, tornando-se um novo homem, trazendo em si mesmo a
imagem de DEUS, passando a ter um interesse em CRISTO e nas suas promessas. 2.
Destas coisas, devemos ter fome e sede. Nós verdadeiramente devemos desejá-las,
como alguém que tem sede e fome deseja beber e comer, e não consegue ficar
satisfeito com nenhuma coisa, a não ser alimento e bebida, e será satisfeito
com estas coisas, embora sinta necessidade de outras. Os nossos desejos de
bênçãos espirituais devem ser fervorosos e importunos; em outras palavras:
“Dê-me isto, caso contrário morrerei; todo o resto é lixo e não tem valor, não
satisfaz; dê-me isto, e eu terei o suficiente, mesmo que não tenha nada mais”.
A fome e a sede são desejos que retornam frequentemente, e requerem satisfação
renovada; assim também estes desejos santos não se baseiam em nada conseguido,
mas se realizam através de perdões renovados e suprimentos novos e diários de
graça. A alma avivada exige refeições constantes de justiça, de graça para
realizar o trabalho de cada dia, tão pontualmente quanto o corpo vivo exige
alimento. Aqueles que têm fome e sede irão trabalhar pelos suprimentos, de modo
que devemos não apenas desejar as bênçãos espirituais, mas nos esforçarmos para
obtê-las com o uso dos meios indicados. O Dr. Hammond, no seu catecismo
prático, distingue entre fome e sede. A fome é o desejo de alimento para o
sustento, assim como a justiça santificadora. A sede é o desejo de uma bebida
para revigorar, assim como a justiça santificadora e o sentimento do nosso
perdão.
Os que sentem fome e sede de bênçãos espirituais são
bem-aventurados nestes desejos, e serão fartos destas bênçãos. (1) Eles são
bem-aventurados nestes desejos. Embora nem todos os desejos de graça sejam
graça (os desejos dissimulados e débeis não o são), ainda assim um desejo como
este o é; é uma evidência de alguma coisa boa, e um desejo por alguma coisa
melhor. É um desejo da própria criação de DEUS, e Ele não irá abandonar o
trabalho das suas próprias mãos. A alma terá fome ou sede de uma coisa ou de
outra; portanto, bem-aventurados aqueles que se apegam à coisa certa, que é
satisfatória, e não enganadora, e não suspiram pelo pó da terra (Am 2.6; Is 55.2).
(2) Eles serão fartos destas bênçãos. DEUS lhes dará o que eles desejam para
completar a sua satisfação. Só DEUS pode fartar uma alma, pois somente a sua
graça e o seu favor são adequados aos justos desejos da alma. E Ele fartará
estas pessoas com graça, pela graça que, em um sentido da sua própria condição
de vazios, recorre a esta plenitude. Ele enche de bens os famintos (Lc 1.53), e
os sacia (Jr
31.25). A felicidade do céu certamente fartará a alma. A sua justiça
será completa, trazendo a graça de DEUS e a sua imagem; ambas em sua plena
perfeição.
V
Os misericordiosos são
bem-aventurados (v. 7). Isto, como o restante, é um paradoxo, pois os
misericordiosos não são interpretados como sendo os mais sábios, nem
provavelmente serão os mais ricos; ainda assim, CRISTO diz que são
bem-aventurados. Os misericordiosos são piedosa e bondosamente inclinados à
piedade, ajudam e auxiliam as pessoas que estão na miséria. Um homem que não
tenha recursos para ser generoso ou abundante pode ser verdadeiramente
misericordioso, e assim DEUS aceita a mente disposta. Nós devemos não somente
suportar pacientemente os nossos próprios sofrimentos, como também devemos,
pela solidariedade cristã, compartilhar os sofrimentos dos nossos irmãos; o
amigo deve mostrar compaixão (Jó 6.14), e
revestir-se de entranhas de misericórdia (Cl 3.12).
E, revestidos, eles devem se apresentar para ajudar em tudo o que puderem
àqueles que estão passando por algum tipo de necessidade. Nós devemos ter
compaixão das almas dos outros, e ajudá-los; ter compaixão dos ignorantes, e
instruí-los; ter pena dos descuidados, e adverti-los; ter compaixão dos que
estão em condição de pecado e recolhê-los, como galhos sendo retirados das
chamas. Nós devemos ter compaixão daqueles que estão melancólicos e em
tristeza, e consolá-los (Jó 16.5);
daqueles em relação aos quais temos alguma vantagem, não sendo rigorosos e
severos com eles; daqueles que estão passando por necessidades, ajudando-os. Se
nos recusarmos a fazer isto, qualquer que seja a nossa desculpa, nós fechamos
as entranhas da nossa compaixão (Tg 2.15,16; 1 Jo 3.17).
Abra a sua alma, repartindo o seu pão com os famintos (Is 58.7,10).
Um bom homem é misericordioso até mesmo com os seus animais.
Quanto aos misericordiosos: 1. Eles são bem-aventurados; isto foi
dito no Antigo Testamento: “Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre” (Sl 41.1).
Neste ponto, eles se assemelham a DEUS, cuja bondade é a sua glória; ao sermos
misericordiosos como Ele é, seremos, segundo a nossa medida, perfeitos, assim
como Ele é perfeito. É uma evidência do amor a DEUS; será uma satisfação a nós
mesmos, poder ser útil de alguma maneira para o benefício de outros. Uma das
alegrias mais limpas e purificadas deste mundo é a de fazer o bem. Nestas
palavras: “Bem-aventurados os misericordiosos”, estão incluídas aquelas
palavras de CRISTO, que não se encontram nos Evangelhos: “Mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber” (At 20.35).
2. Eles alcançarão misericórdia; misericórdia dos homens, quando precisarem
dela; aquele que dá água, também receberá água (nós não sabemos quando
poderemos precisar de bondade dos outros, e, portanto, devemos ser bondosos);
mas especialmente misericórdia de DEUS, pois com o benigno Ele se mostrará
benigno (Sl 18.25). A
pessoa mais misericordiosa e generosa não pode ter pretensões de méritos, mas
deve correr para a misericórdia. O misericordioso irá encontrar, com DEUS,
misericórdia que perdoa (Mt 6.14),
misericórdia fornecida (Pv 19.17),
misericórdia que conserva (Sl 41.2),
misericórdia naquele Dia (2 Tm 1.18);
eles herdarão o reino que lhes está preparado (Mt 25.34,35);
ao passo que aqueles que não demonstram ter misericórdia terão um julgamento
sem misericórdia (o que não deve ser muito diferente do fogo do inferno).
VI
Os limpos de coração são
bem-aventurados (v. 8). “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão a DEUS”. Esta é a mais abrangente de todas as bem-aventuranças; aqui, a
santidade e a felicidade são completamente descritas e reunidas.
1. Esta é a característica mais abrangente dos bem-aventurados:
eles são limpos de coração. Observe que a verdadeira religião consiste na
pureza de coração. Aqueles que são puros interiormente mostram que estão sob o
poder da religião pura e imaculada. O verdadeiro cristianismo está no coração,
na pureza do coração; no lavar o coração da malícia (Jr 4.14).
Nós precisamos erguer para DEUS não apenas mãos limpas, mas um coração puro (Sl 24.4,5; 1 Tm 1.5). O
coração deve ser puro, em oposição à contaminação de um coração honesto que tem
boas intenções; e puro, em oposição à contaminação e à corrupção, como o vinho
que não é adulterado, como a água sem sujeira. O coração deve ser mantido puro
quanto às cobiças carnais, quanto a todos os pensamentos e desejos impuros; e
quanto às cobiças do mundo. A cobiça é chamada de torpe ganância; ela abrange
todas as impurezas da carne e do espírito, tudo aquilo que vem do coração e
contamina o homem. O coração deve ser purificado pela fé, e precisa estar
completamente voltado a DEUS; ele deve ser apresentado e preservado para CRISTO,
como uma virgem. “Cria em mim, ó DEUS, um coração puro!”
2. Aqui está o consolo mais abrangente dos bem-aventurados; “eles
verão a DEUS”. Observe que: (1) Ver a DEUS é a perfeição da felicidade da nossa
alma; vê-lo, como podemos fazer, pela fé, na nossa condição atual, é ter um céu
sobre a terra; e vê-lo como faremos na nossa situação futura, no paraíso do
céu. Vê-lo, como Ele é, face a face, e não mais por meio de um espelho,
obscuramente; vê-lo como nosso, vê-lo e desfrutar esta visão; vê-lo e ser como
Ele é, e satisfazermo-nos desta semelhança (Sl 17.15); e
vê-lo para sempre, e jamais deixar de vê-lo; esta é a felicidade do céu. (2) A
felicidade de ver a DEUS é prometida àqueles que são limpos de coração, e
somente àqueles. Ninguém – exceto os puros – é capaz de ver a DEUS; e isto não
seria uma fonte de alegria para os impuros. Que prazer teria uma alma não
santificada com a visão de um DEUS santo? Da mesma maneira como ela não
consegue suportar olhar para o seu próprio pecado, também não suportará olhar
para a pureza de DEUS; nem poderá entrar nada impuro na nova Jerusalém; mas
todos aqueles que são limpos de coração, todos aqueles que são verdadeiramente
santificados, têm desejos fundidos em si mesmos, que nada, exceto a visão de DEUS,
irá santificar; e a divina graça não deixará tais desejos insatisfeitos.
VII
Os pacificadores são bem-aventurados
(v. 9). A sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura, e em seguida,
pacificadora; os bem-aventurados são puros com relação a DEUS, e pacificadores
com relação aos homens. Pois, com referência a ambos, a consciência precisa ser
mantida limpa de pecados. Os pacificadores são aqueles que têm: 1. Uma
disposição pacificadora: assim como, para criar uma mentira, é necessário ter a
inclinação à mentira, e ser viciado nela, também para fazer a paz, é necessário
ter uma afeição forte e sincera pela paz. “Pacífico sou” (Sl 120.7).
Significa amar, desejar, e deleitar-se com a paz; incorporá-la à essência do
nosso ser, e estudar maneiras para estar em paz. 2. Uma conversa pacífica.
Habilmente, até onde for possível, preservar a paz que não deve ser rompida, e
recuperá-la, caso seja rompida; ouvir às propostas de paz conosco, e estar
preparados para fazê-las aos outros; onde houver distância entre irmãos e
vizinhos, fazer tudo o que for possível para diminuí-la, e ser o reparador das
trincas. Fazer a paz, às vezes, é um serviço ingrato, e o que cabe àquele que
tenta reconciliar dois lados é sofrer golpes de ambos; ainda assim, é um bom
trabalho, e devemos nos apresentar para realizá-lo. Alguns julgam que esta é
uma lição especialmente dirigida aos ministros, que devem fazer tudo o que
puderem para reconciliar os que estão em divergência, e para promover o amor
cristão entre aqueles que estão sob os seus cuidados.
Agora: (1) Estas pessoas são bem-aventuradas; pois elas têm a
satisfação de se divertirem mantendo a paz, e de serem verdadeiramente úteis
aos outros, provendo-lhes a paz. Eles estão trabalhando juntamente com CRISTO,
que veio ao mundo para destruir todas as inimizades, e para proclamar a paz na
terra. (2) Eles “serão chamados filhos de DEUS”; isto será uma evidência, para
eles mesmos, de que o são; DEUS os considerará como tais, e, consequentemente,
eles se parecerão com Ele. Ele é o DEUS da paz; o Filho de DEUS é o Príncipe da
Paz; o ESPÍRITO de adoção é o ESPÍRITO de paz. Como DEUS se declarou
reconciliável com todos nós, Ele não considerará os seus filhos como aqueles
que são implacáveis com as suas inimizades, uns contra os outros; pois se os
pacificadores são bem-aventurados, ai dos que rompem a paz! Por consequência,
parece que CRISTO nunca teve a intenção de ter a sua religião propagada por
fogo e espada, ou por leis penais, ou por reconhecer a inveja ou fanatismo
extremo como a marca de seus discípulos. Os filhos deste mundo adoram pescar em
águas turbulentas, mas os filhos de DEUS são pacificadores, os pacíficos da
terra.
VIII
Os que sofrem perseguições
por causa da justiça são bem-aventurados. Este é o maior paradoxo de todos, e é
peculiar ao cristianismo. Consequentemente, é deixado para o final, e é mais
reforçado do que qualquer um dos outros (vv. 10-12). Esta bem-aventurança, como
o sonho de Faraó, é dupla, porque é dificilmente reconhecida, e ainda assim,
ela é garantida; e na última parte, há a mudança do sujeito: “Bem-aventurados
sois vós”, meus discípulos e seguidores. Em outras palavras: “É com isto que
vocês, que têm virtudes abundantes, devem estar mais imediatamente preocupados;
pois vocês devem contar com as dificuldades e os problemas, mais do que outros
homens”. Observe aqui:
1. A descrição do caso dos santos sofredores; este é um caso
difícil, que desperta a compaixão.
(1) Eles são perseguidos, caçados, e capturados, como os animais
nocivos, que são procurados para serem destruídos; como se um cristão tivesse
uma cabeça de lobo, como um malfeitor – qualquer pessoa que o encontre pode
matá-lo. Eles são abandonados como os dejetos de todas as coisas; multados,
aprisionados, expulsos, privados de suas propriedades, excluídos de todos os
lugares de confiança e que podem trazer lucro, espancados, atormentados,
torturados, sempre entregues à morte e considerados como ovelhas para o
matadouro. Este tem sido o efeito da inimizade da semente da serpente contra a
semente sagrada, desde os tempos do justo Abel. Era assim na época do Antigo
Testamento, como vemos em Hebreus 11.35ss.
CRISTO nos disse que seria assim também com a igreja cristã, e não devemos
pensar que isto é estranho (1 Jo 3.13).
Ele nos deixou um exemplo.
(2) Eles são injuriados, e têm todos os tipos de maldades
falsamente ditas contra si. Apelidos e palavras de acusação se ligam a eles,
sobre pessoas, em particular, e sobre a geração dos justos, de maneira geral,
para fazê-los odiados; algumas vezes, para fazê-los formidáveis, para que
possam ser atacados poderosamente; diz-se contra eles coisas que não sabiam (Sl 35.11; Jr 20.18; At 17.6,7).
Aqueles que não tinham poder em suas mãos para causar algum outro prejuízo,
ainda podiam fazer isto. E aqueles que tinham poder para persegui-los, também
achavam necessário fazê-lo para se justificarem da forma bárbara como os
tratavam. Eles não podiam tê-los importunado, se não os tivessem vestido em
peles de lobos; nem teriam lhes dado o pior dos tratamentos, se não os tivessem
representado, primeiramente, como os piores dentre os homens. Eles serão
injuriados e perseguidos. Observe que injuriar os santos é persegui-los, e isto
será descoberto em breve, quando as palavras duras forem computadas (Jd 15),
como também os cruéis escárnios (Hb 11.36).
Eles dirão todo tipo de maldade contra vocês, com falsidade; algumas vezes,
diante do trono do julgamento, como testemunhas; algumas vezes, no assento do
escarnecedor, com zombarias hipócritas nas festas; eles são a canção dos
bêbados. Algumas vezes diretos, como Simei amaldiçoou Davi; algumas vezes,
pelas costas, como fizeram os inimigos de Jeremias. Observe que não há maldade
tão negra e horrível que, em uma ocasião ou em outra, não tenha sido dita, em
falsidade, sobre os discípulos e seguidores de CRISTO.
(3) “Por causa da justiça” (v. 10); “por minha causa” (v. 11). Por
causa da justiça, portanto por causa de CRISTO, pois Ele está muito interessado
na obra da justiça. Os inimigos da justiça são inimigos de CRISTO. Isto exclui
da bem-aventurança aqueles que sofrem justamente, e têm maldades ditas com
verdade pelos seus crimes reais; que eles se envergonhem e se confundam, isto é
parte da sua punição. Não é o sofrimento que faz o mártir, mas a causa. Os
mártires são aqueles que sofrem por causa da justiça, que sofrem por não pecar
contra suas próprias consciências, e que sofrem por fazer o que é bom. Qualquer
que seja a desculpa que os perseguidores tenham, é no poder da santidade que
eles têm um inimigo; é realmente CRISTO e a sua justiça que são difamados,
odiados e perseguidos. “As afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim” (Sl 69.9; Rm 8.36).
2. O consolo dos santos sofredores é apresentado.
(1) Eles são “bem-aventurados”; pois agora, na sua vida, recebem
males (Lc
16.25), e os recebem em grande medida. Eles são bem-aventurados, pois é
uma honra para eles (At
5.41); é uma oportunidade de glorificar a CRISTO, de fazer o bem e de
sentir consolo especial e visitas de graça e sinais da presença do Senhor (2 Co 1.5; Dn 3.25; Rm 8.29).
(2) Eles serão recompensados; “deles é o reino dos céus”. Na
atualidade, eles têm direito a ele, e têm doces antecipações dele; e em breve
tomarão posse dele. Embora não haja nada nestes sofrimentos que possa, a rigor,
ser digno de DEUS (pois os pecados do melhor merecem o pior), ainda assim o
reino dos céus é aqui prometido como recompensa (v. 12). “Grande é o vosso
galardão nos céus”. Tão grande, a ponto de transcender o serviço. Está no céu,
no futuro e fora do alcance da vista; mas está bem guardado, fora do alcance do
acaso, da fraude, e da violência. Observe DEUS irá cuidar daqueles que perdem
por Ele, ainda que seja a própria vida, para que não o percam no final. O céu,
no final, será uma recompensa abundante por todas as dificuldades que
enfrentamos no nosso caminho. Isto é o que tem sustentado os santos sofredores
de todas as épocas, esta alegria que está diante deles.
(3) “Assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (v. 12).
Eles foram antes de vocês, em excelência, acima do ponto aonde vocês chegaram,
estiveram diante de vocês no tempo, para que pudessem ser exemplos de aflição e
paciência (Tg
5.10). Da mesma maneira, eles foram perseguidos e combatidos; e você
espera ir ao céu de alguma maneira, por sua própria conta? Isaías não foi
ridicularizado pelas linhas que escreveu? Eliseu, pela sua cabeça calva? Os
profetas não foram todos maltratados desta maneira? Portanto, não se maravilhe
como se fosse uma coisa estranha, não murmure como se fosse uma coisa difícil;
é um consolo ver o caminho de dificuldade, e uma honra seguir líderes como
estes. Esta graça que foi suficiente para eles, para conduzi-los em meio às
suas dificuldades, não faltará para você. Aqueles que são os seus inimigos são
a semente e os sucessores daqueles que antigamente zombaram dos mensageiros do
Senhor (2 Cr
36.16; Mt
23.31; At
7.52).
(4) Portanto, “exultai e alegrai-vos” (v. 12). Não é suficiente ser
paciente e contentar-se sob estes sofrimentos, assim como sob as aflições
comuns, e não retribuir injúria por injúria; mas devemos nos regozijar porque a
honra e a dignidade, o prazer e a vantagem, do sofrimento por CRISTO são muito
mais consideráveis do que a dor e o opróbrio dele. Não que nós devemos nos
orgulhar em nossos sofrimentos (que arruínam tudo), mas devemos nos aprazer
neles, como Paulo (2
Co. 12.10); como sabendo que CRISTO está neste lugar, de antemão, conosco, e
que Ele não será tardio para conosco (1 Pe 4.12,13). Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
NA ÍNTEGRA - Lição 4, O
Verdadeiro Discípulo é submisso a sua Liderança
Escrita Lição 4, O Verdadeiro Discípulo é
submisso a sua Liderança, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique
de Almeida Silva
4° Trimestre de 2023, BETEL ADULTOS,
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo
o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da
fraternidade
TEXTO ÁUREO
“Amado, não sigas o
mal, mas o bem. Quem faz bem é de DEUS; mas quem faz mal não tem visto a DEUS.”
3 João 11
VERDADE APLICADA
O autêntico
exercício do ministério cristão ocorre quando há plena consciência de que deve
ser cumprido para a glória de JESUS e nunca dos homens.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Alertar sobre erros de um mau discipulador.
Ressaltar que a Igreja é de DEUS.
Ensinar que um discipulador é um servo.
TEXTOS DE REFERÈNCIA - João 13.3-8
3- JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas,
e que havia saído de DEUS e ia para DEUS,
4- Levantou-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5- Depois deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugar-lhos.
6- Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os
pés a mim?
7- Respondeu JESUS, e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu agora, mas tu o
saberás depois.
8- Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS: Se eu te não
lavar, não tens parte comigo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Mt 23.11 O maior deve ser o servo.
TERÇA – 1 CO 11.16 A Igreja não aceita discipulador polémico.
QUARTA – Fp 2.5 Ser como JESUS.
QUINTA – CI 3.23 Trabalhem como para o Senhor,
SEXTA – 1 Tm 3.5 Ter cuidado com a Igreja de DEUS.
SÁBADO – Hb 13.17 O discipulador deve zelar pelas almas
HINOS SUGERIDOS: 224, 225, 235
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o discipulador não seja tentado a usar
o ministério para glória pessoal.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ERROS DE UM DISCIPULADOR
1.1. A soberba
1.2. Abuso de poder
1.3. Desequilíbrio emocional.
2- A IGREJA TEM DONO
2.1. O Pai
2.2. O Filho
2.3. O ESPÍRITO SANTO
3- O DISCÍPULO
SERVE PROPÓSITOS
3.1. Estruturar e fortalecer o Corpo
3.2. Fazer a Igreja avançar
3.3. Acolher o povo e demais líderes
INTRODUÇÃO
O critério de DEUS
para que alguém se torne um discipulador é o contrário daquilo que muitos
pensam: “O maior seja como o menor; e quem governa como quem serve” [Lc 22.26].
Melhor do que status social ou eclesiástico, é ser fiel.
1- ERROS DE UM DISCIPULADOR
Ser discipulador na
igreja é diferente de ser gestor em outra instituição. DEUS não promove pessoas
porque são mais habilidosas que outras, mas para que possam cumprir propósitos
e servir melhor [Mt 20.26-27]. O discipulador que deseja ser
reconhecido por homens não conhece Aquele para quem trabalha [1Pe 5.2- 3]. JESUS
foi o mais simples e humilde, mesmo diante de sua grandeza, esvaziou-se a si
mesmo; este é o maior exemplo de servo humilde [Fp 2.7]. Diótrefes errou ao não
considerar o legítimo e único Senhor da Igreja e agir conforme seu
entendimento, equivocado e humano.
1.1. A soberba
A soberba é uma
grande armadilha, na 16.18; Ez 28.2, 17; Ob 3]. Não são poucos os exemplos e
alertas na Bíblia quanto ao perigo de uma pessoa ser dominada pela soberba. No
ministério, não há do que se orgulhar, porque se há dom ou talento, eles provêm
de DEUS [Ef 4.8; Tg 1.17]. O discipulador orgulhoso é “amante de si mesmo” [2Tm
3.2] e acredita que suas ações, palavras, ensinamentos e outras “qualidades”
são melhores do que as das outras pessoas, O poder sem a submissão a DEUS, é
perigoso: atrai os piores e corrompe os melhores. O poder sem amor leva à
soberba. Ensoberbecer é satanizar-se!
1.2. Abuso de poder
Só um mau
discípulo, orgulhoso e prepotente acredita que pode se apoderar da Igreja de CRISTO.
Diótrefes tinha essa ilusão. a Bíblia diz que “toda autoridade provém de DEUS”
[Rm 13.1]. Paulo usou o verbo exousia no grego, que é “autoridade“, no sentido
de “ter licença ou permissão” (de DEUS) ou “ser dotado de habilidade ou força”
(por DEUS). Esse “poder” ou “autoridade” não é autônomo, ou seja, não existe de
forma independente. Por ser dado por DEUS, pertence a Ele [Sl 62.11]. Abusar do
poder dado por DEUS é uma usurpação, DEUS não divide a glória dEle com ninguém
[Is 14.14]. Esse poder é uma capacitação para exercer o ministério confiado a
seus discípulos [Jo 15.5] e não para dominar. Antes de a igreja ser instituída,
JESUS disse aos discípulos que eles receberiam poder para serem testemunhas:
“Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até
os confins da terra.” [At 1.8].
1.3. Desequilíbrio emocional.
Pressões cotidianas
decorrentes da vida não podem minar as nossas emoções. Pessoas adoecidas vão
gerar pessoas doentes. Um discipulador saudável preserva suas emoções [3Jo 2].
Ele pode trilhar esse caminho tendo e demonstrando confiança em DEUS [Jr 17.7],
guiando seu ministério pela fé [Hb 10.38] e desenvolvendo o Fruto do ESPÍRITO SANTO
[Gl 5.22-23]. O descontrole emocional leva a decisões erradas [Jo 18.10].
EU ENSINEI QUE:
O discípulo deve
ter em mente que existem situações e comportamentos, como orgulho,
autoritarismo e descontrole emocional, que prejudicam seu ministério,
tornando-o ineficiente e fazendo-o errar em seu chamado.
2- A IGREJA TEM DONO
Diótrefes errou ao
agir como se fosse o dono da Igreja, quando, na verdade, ele deveria ser um
despenseiro fiel [1Co 4.2] a DEUS e ao seu líder João, com o propósito de
cuidar e edificar a Igreja de CRISTO [Mt 16.18]. A atitude autoritária,
desequilibrada e os abusos cometidos por Diótrefes mostravam sua fraqueza e não
alguma virtude. Apesar de se achar o “dono da igreja”, ele era fraco e não
conhecia o verdadeiro Dono.
2.1. O Pai
A “Igreja de DEUS”
é um termo usado pelo apóstolo Paulo para se referir à ekklesia (grego), que
significa “reunião de cidadãos chamados para algum lugar público, assembleia,
ajuntamento de pessoas (salvas)”. Esse termo aparece como exortação ao cuidado
e temor, deixando claro que não se trata de qualquer igreja, mas da “Igreja de DEUS”
[1Co 11.16]. A Igreja é de DEUS, mas formada e liderada por homens chamados
para cuidar dela [Ef 4.11].
2.2. O Filho
Quando JESUS lavou
os pés dos discípulos, parecia que Ele era um Mestre fraco, submisso e
serviçal. Parece que essa foi a leitura que Pedro teve, ao rejeitar ter seus
pés lavados [Jo 13.8] por Aquele que ele já tinha confessado ser “o CRISTO” [Mt
16.16). JESUS queria apontar o caminho de um discípulo verdadeiro segundo o
reino de DEUS. O Filho veio ensinar que os homens deveriam viver na perspectiva
do reino dos céus [Mt 6.10], que funciona diferente do sistema da Terra [Rm
14.17]. Foi ao mesmo Pedro, que em várias ocasiões demonstrou diferentes
atitudes em relação a CRISTO, que JESUS disse que edificaria “a Sua Igreja” [Mt
16.18], revelando que a Igreja pertence a Ele!
2.3. O ESPÍRITO SANTO
A Igreja tem o seu
marco de inauguração a partir da “descida” do ESPÍRITO SANTO, no “Dia de
Pentecostes” [At 2] sobre os quase cento e vinte discípulos de JESUS que
seguiram Suas orientações, após Sua última aparição ressurreto [At 1.8]. O ESPÍRITO
SANTO é o Dono da Igreja, o Auxiliador, o Edificador dela na Terra [Jo
14.16-17], o responsável exclusivo por seu crescimento e avanço, através da
pregação de crentes “cheios do ESPÍRITO” [At 4.8-31]. JESUS andou com os
discípulos por um tempo (3 anos e meio), mas continua, por meio do (Seu) ESPÍRITO
SANTO, a estar com Sua Igreja até a consumação dos séculos [Mt 28.20].
EU ENSINEI QUE:
Devemos cuidar da
Igreja com toda deferência e temor, sabendo que ela tem um Dono e que um dia
Ele virá buscá-la.
3- O DISCÍPULO
SERVE PROPÓSITOS
JESUS é um exemplo
perfeito de um Servo fiel. Ao lavar os pés dos discípulos, ensina-os a agir
segundo o padrão do Reino dos Céus. Assim, por meio desta atitude, JESUS
capacita aqueles homens para realizar os propósitos de DEUS na Terra [Mt
28.19-20].
3.1. Estruturar e fortalecer o Corpo
Desde o Antigo
Testamento vemos o Senhor DEUS revelando, agindo e estabelecendo liderança,
ordem, variedade de funções enquanto conduzia o povo de Israel pelo deserto,
preparando-o para habitar na Terra Prometida e instruindo acerca da vida
religiosa. Importante notar que estes princípios também estão presentes na
edificação da Igreja [At 6.1-7; 8.14; 14.23; 20.28; Ef 4.12; Tt 1.5]. CRISTO é
“a cabeça do corpo, da igreja” [CI 1.18] e, portanto, deve ser obedecido.
Um discipulador que
age de forma autônoma está fora do propósito de DEUS, tornando-se usurpador de
um chamado e dissociado de sua verdadeira missão. Assim, demonstram desconhecer
as Escrituras Sagradas aqueles que se levantam contra a organização estrutural
de uma igreja local. Sérgio da Costa (Revista Betel Dominical – 2 Trimestre de
2019, p. 56): “Assim, é possível afirmar que a organização e a ação do ESPÍRITO
SANTO não são excludentes. Como atestado, também, na formação de Israel como
povo de DEUS”.
3.2. Fazer a Igreja
avançar
JESUS continua
sendo a referência do Líder a ser imitado e essa é a razão que justifica
algumas de suas atitudes, ainda que não precisasse. JESUS foi batizado em águas
[Mt 3.13], mesmo não tendo pecados [1Pe 2.22]. Ele lavou os pés de seus
subordinados, mesmo sendo DEUS [Jo 1.1]. JESUS ensina que veio servir e não ser
servido [Mc 10.45]. Isso e muito mais, Ele fez para que a Igreja avançasse e
outros discípulos fossem formados [Mc 16.15]. Nenhum discipulador pode agir
fora desses padrões, como fez Diótrefes.
3.3. Acolher o povo
e demais líderes
Diótrefes estava
sendo reprovado por João por conta do seu autoritarismo [3Jo 9]. Sua má conduta
como mau discipulador foi comparada ao bom exemplo de Gaio, que acolhia até
aqueles que lhe eram estranhos [3Jo 5]. JESUS acolheu Seus discípulos ao lhes
lavar os pés. A hospitalidade é uma das marcas do cristianismo [Hb 13.2].
EU ENSINEI QUE:
Para cumprir os
propósitos de DEUS, precisamos seguir o modelo de liderança exercido e ensinado
por JESUS.
CONCLUSÃO
Não há como ser um
discipulador da “Igreja de DEUS” sem ter a disposição de seguir a liderança
exercida por JESUS. Isso porque o poder de um discipulador jamais será baseado
em critérios humanos, como acontece com outras instituições, mas
fundamentalmente segundo o Reino dos Céus.