Lição 3, Central Gospel, Cristo, Nosso Salvador Perfeito
Para
me ajudar – PIX 33195781620 – CPF - Luiz Henrique de Almeida Silva
Vídeo https://youtu.be/hUbZtgNUS1c
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/03/escrita-licao-13-cg-chamado.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/03/slides-licao-13-central-gospel-um.html
SUBSÍDIOS
COMENTÁRIOS
BEP – CPAD
12.1 A
CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA. Esta corrida é o teste da fé neste mundo, que
dura a vida inteira (Hb
10.23,38; 12.25; 13.13).
(1) A corrida deve ser efetuada com "paciente" (gr. hupomone), ou
seja, com perseverança e constância (cf. 10.36; Fp
3.12-14). O caminho da vitória é o mesmo que o dos santos do capítulo 11 -
esforçando-se para chegar até ao fim (cf. Hb
6.11,12; 12.1-4; Lc
21.19; 1
Co 9.24,25; Fp
3.11-14; Ap
3.21). (2) Na corrida, devemos deixar de lado os pecados que nos atrapalham
ou que nos fazem ficar para trás (v. 1) e fixarmos os olhos, nossas vidas e
nossos corações em Jesus e no exemplo que Ele nos legou na terra, de obediência
perseverante (vv. 1-4). (3) Na corrida, devemos estar conscientes de que o
maior perigo que nos confronta é a tentação de ceder ao pecado (vv. 1,4), de
voltar àquela pátria de onde -haviam saído" (11.15; Tg
1.12), e de nos tornar, de novo, cidadãos do mundo (11.13; Tg
4.4; 1
Jo 2.15; ver Hb
11.10).
12.2 OLHANDO
PARA JESUS. Na nossa corrida da fé, olhamos para Jesus como: (1) nosso exemplo
de confiança em Deus (Hb
2.13), de dedicação à vontade de Deus (Mc
14.36; 10.7-10),
de oração (5.7; Mc
1.35; Jo
17), de vencer as tentações e os sofrimentos (Hb
2.10; 4.15),
de perseverança na lealdade ao Pai (vv. 2,3) e de terminar a obra para a qual
Deus nos chamou (v. 2; cf. Lc
15.6,24,32; Jo
15.11); e (2) nossa fonte de energia, amor, graça, misericórdia e auxílio (Hb
4.16; 7.25; 10.22; Ap
3.21).
12.5 A CORREÇÃO
DO SENHOR. Vejamos vários fatos a respeito da disciplina que Deus aplica aos
crentes, e as dificuldades e aflições que Ele permite que soframos. (1) São um
sinal de que somos filhos de Deus (vv. 7,8). (2) São uma garantia do amor e
cuidado de Deus por nós (v. 6). (3) A disciplina do Senhor tem dois propósitos:
(a) que não sejamos, por fim, condenados com o mundo (1
Co 11.31,32),
e (b) que compartilhemos da santidade de Deus e continuemos a viver uma vida
santificada, sem a qual nunca veremos o Senhor (vv. 10,11,14). (4) Há dois
possíveis resultados da disciplina do Senhor. (a) Podemos suportar as
adversidades, às quais Deus nos leva, submeter-nos à sua vontade e continuarmos
fiéis a Ele (vv. 5,6). Fazendo assim, continuaremos a viver como filhos
espirituais de Deus (vv. 7-9), a compartilhar da sua santidade (v. 10); e
produziremos então o fruto da justiça (v. 11). (b) Podemos desprezar a
disciplina de nosso Pai (v. 5), rebelar-nos contra Ele por causa do sofrimento
e da adversidade, e daí cairmos em apostasia (Hb 3.12-14; 12.25).
(5) Andando na vontade de Deus, podemos sofrer adversidades: (a) como resultado
da nossa guerra espiritual contra Satanás (Ef
6.11-18); (b) como teste para fortalecer a nossa fé (1
Pe 1.6,7)
e as nossas obras (Mt 7.24-47; 1
Co 3.13-15); ou (c) como parte da nossa preparação para consolarmos o
próximo (2
Co 1.3-5) e para manifestar a vida de Cristo (2
Co 4.8-10,12,16).
(6) Em todos os tipos de adversidades, devemos buscar a Deus, examinar a nossa
vida (2
Cr 26.5; Sl
3.4; 9.12; 34.17)
e abandonar tudo quanto é contrário a sua santidade (vv. 10,14; Sl
66.18; 60.1-12).
12.14 SEGUI...
A SANTIFICAÇÃO
Ser santo é
estar separado do pecado e consagrado a Deus. É ficar perto de Deus, ser
semelhante a Ele, e, de todo o coração, buscar sua presença, sua justiça e a
sua comunhão. Acima de todas as coisas, a santidade é a prioridade de Deus para
os seus seguidores (Ef
4.21-24). (1) A santidade foi o propósito de Deus para seu povo quando Ele planejou
sua salvação em Cristo (Ef
1.4). (2) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele
veio a esta terra (Mt
1.21; 1
Co 1.2,30).
(3) A santidade foi o propósito de Cristo para seu povo quando Ele se entregou
por eles na cruz (Ef
5.25-27). (4) A santidade é o propósito de Deus, ao fazer de nós novas
criaturas e nos conceder o Espírito Santo (Rm
8.2-15; Gl
5.16-25, Ef
2.10). (5) Sem santidade, ninguém poderá ser útil a Deus (2
Tm 2.20,21).
(6) Sem santidade, ninguém terá intimidade nem comunhão com Deus (Sl
15.1,2).
(7) Sem santidade, ninguém verá o Senhor (v. 14; Mt
5.8)
12.15 RAIZ DE
AMARGURA. "Raiz de amargura" refere-se a um espírito e atitude
caracterizados por animosidade e ressentimento intensos. Aqui, talvez se refira
a ressentimento do crente contra a disciplina de Deus, ao invés de submissão
humilde à sua vontade para nossa vida. A amargura pode ter como objeto pessoas
da igreja. Isso prejudica a pessoa que está assim amargurada, i.e., deixando-a
sem condições de entrar na presença de Deus em oração. A amargura entre um
grupo de crentes pode alastrar-se e corromper a muitos, destruindo a
"santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (v. 14).
12.18-25 O
MONTE PALPÁVEL. As circunstâncias aterradoras da outorga da lei (cf. Êx
19.10-25; Dt
4.11,12; 5.22-26)
e os aspectos do evangelho são aqui contrastados entre si. Quem, hoje, abandona
o evangelho sofre piores consequências e perdas do que aqueles que rejeitavam a
lei.
12.26-29
MOVEU... A TERRA. Deus um dia destruirá a presente ordem mundial e abalará o
universo material, desfazendo-o (ver Ag 2.6 - 3.21). A presente configuração do
mundo não é eterna; será destruída por fogo e substituída por um novo céu e uma
nova terra (Ap
20.11; 21.1;
cf. 2
Pe 3.10-13). A única coisa que sobreviverá na sua forma presente será o
reino de Deus e aqueles que a ele pertencem (v. 28).
13.1 A CARIDADE
FRATERNAL. Na igreja do NT, os crentes consideravam uns aos outros como irmãos
e irmãs em Cristo e assim se tratavam (cf. 1
Ts 4.9,10; 1
Pe 1.22; 2 Pe
1.7). A fraternidade cristã provém do nosso mútuo relacionamento com o Pai
e com o Filho (1.2). À medida que participamos da graça de Cristo, somos todos
feitos juntamente com Ele, filhos e filhas e co-herdeiros das bênçãos do Pai
(1.2; Jo
1.12,13; Rm
8.14-17; Ef
1.5-7). Por causa dessa fraternidade, somos ensinados pelo Pai a nos amar
uns aos outros (1
Ts 4.9; 1
Jo 4.11; ver Jo
13.34,35).
13.4 VENERADO
SEJA... O MATRIMÔNIO. Deus tem elevados padrões para seu povo, quanto ao
casamento e à sexualidade. Para um tratamento desse importante assunto.
PADRÕES DE
MORALIDADE SEXUAL
Hb
13.4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula;
porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os
julgará”.
O crente, antes
de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2Co
11.2; Tt
2.5; 1Pe
3.2).
A palavra
“puro” (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O
termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos
incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da
pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer
atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de Deus. Isso abrange
o controle do corpo “em santificação e honra” (1Ts
4.4) e não em “concupiscência” (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto
para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a
moral sexual, vejamos o seguinte:
A intimidade
sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e
abençoada por Deus (ver Gn
2.24; Ct
2.7; 4.12). Mediante o casamento, marido e mulher tornam-se uma só carne,
segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais,
decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele
honrados.
O adultério, a
fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são
pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor (Êx
20.14) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente
condenados nas Escrituras (ver Pv
5.3) e colocam o culpado fora do reino de Deus (Rm
1.24-32; 1Co
6.9,10; Gl
5.19-21).
A imoralidade e
a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer
prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em
nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros,
tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual
completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da
pureza. Deus proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de
qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv
18.6-30; 20.11, 17, 19-21;
ver 18.6).
O crente deve
ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do
casamento. Justificar intimidade pré-marital em nome de Cristo, simplesmente
com base num “compromisso” real ou imaginário, é transigir abertamente com os
padrões santos de Deus. É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste
modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve
limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do
Espírito, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que
representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e
impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para
recebermos a bênção do domínio próprio: “temperança” (Gl
5.22-24).
Termos bíblicos
descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal. (a) Fornicação
(gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou
extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é
claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv
18.6-30; 20.11,12, 17, 19-21; 1Co
6.18; 1Ts
4.3). (b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais,
principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa
(ver 1Tm
2.9). Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou
ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta
antibíblica (Gl
5.19; Ef
4.19; 1Pe
2.2,18).
(c) Enganar, i.e., aproveitar-se de uma pessoa, ou explorá-la (gr. pleonekteo,
e.g., 1Ts
4.6), significa privá-la da pureza moral que Deus pretendeu para essa
pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa
estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos,
significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1Ts
4.6; Ef
4.19). (d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumia) é um desejo carnal
imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef
4.22; 1Pe
4.3; 2Pe
2.18; ver Mt
5.28).
13.5 SEM
AVAREZA. Note que a admoestação para se ficar livre do amor ao dinheiro,
segue-se à exortação contra a imoralidade (v. 4). A avareza e a imoralidade têm
estreita conexão entre si no NT (1
Co 5.11; 6.9,10; Ef
5.3; Cl
3.5). Com grande frequência o amor à abundância e ao luxo, bem como a busca
constante de riqueza, fazem da pessoa presa fácil dos pecados sexuais
(ver 1
Tm 6.6-10).
13.6 O SENHOR É
O MEU AJUDADOR. Não importa quão limitadas sejam nossas possessões terrenas,
nem quão difíceis sejam as nossas circunstâncias, nunca devemos temer que Deus
nos deixará ou nos abandonará (cf. Js
1.5). As Escrituras declaram que o Pai celestial tem cuidado de nós. Por
isso, podemos dizer juntamente com o escritor de Hebreus, que brada com o
salmista: "O Senhor é o meu ajudador e não temerei". Essa afirmação
pode ser feita com confiança em tempos de necessidade, de aflição, de provações
ou de adversidade (ver Mt
6.30,33).
13.8 JESUS
CRISTO É O MESMO. A verdade de que Jesus Cristo nunca muda é qual âncora segura
para nossa fé. Significa que os crentes dos nossos dias não devem se dar por
satisfeitos, antes de experimentarem a mesma salvação, comunhão com Deus,
batismo no Espírito Santo e o poder que os crentes do NT experimentavam no
servir a Deus, mediante Cristo JESUS.
13.12
SANTIFICAR O POVO. Jesus sofreu na cruz fora da porta da cidade de Jerusalém
para que sejamos santificados, i.e., separados da antiga vida pecaminosa e
dedicados a servir a DEUS.
13.13 SAIAMOS.
Ser seguidor de Cristo envolve sair "fora do arraial". Para esses
cristãos judaicos, o "arraial" representava o judaísmo. Para nós,
representa o mundo com todos os seus prazeres pecaminosos, valores iníquos e
alvos temporais. Devemos levar o vitupério de Cristo a fim de segui-lo, ter o
seu mesmo sentimento, ser seu amigo, identificar-nos com Ele e anunciar ao
mundo nossa dedicação aos seus padrões e propósitos. Ao sairmos fora da porta,
percebemos que somos estrangeiros e exilados na terra (v.14; 11.13). Todavia,
não estamos sem cidade, porque buscamos uma cidade futura, que tem fundamentos,
"da qual o artífice e construtor é Deus?? (Hb
11.10,14,16; 13.14).
13.17 OBEDECEI
A VOSSOS PASTORES. A obediência e a fidelidade aos líderes cristãos, aos
pastores e mestres, deve basear-se numa superior lealdade a Deus. A lealdade do
crente, em escala descendente, é a seguinte: (1) primeiramente, lealdade a Deus
num relacionamento pessoal (ver Mt
22.37), inclusive fidelidade aos princípios da sua; (2) segundo, lealdade à
igreja visível, à medida que ela permanecer fiel a Deus e a sua Palavra escrita
(Jo
15.12; Gl
6.10); e (3) terceiro, lealdade aos dirigentes da igreja, enquanto
permanecerem fiéis e leais a Deus, à sua Palavra e ao seu propósito para a
igreja
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 09,
HEBREUS 12 – Olhando para o Autor e Consumador da nossa Fé - 2° Trimestre de
2022 - EBD – PECC
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Em Hebreus 12
há 29 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Hebreus
12.1 17 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e feitura
complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Este capítulo
começa com a expressão: “Portanto nós também …”. Isso liga o capítulo 12 ao
versículo 40 do capítulo 11, no qual o autor afirma que “Eles sem nós, não são
aperfeiçoados”. Devemos enfatizar essa ligação e definir os termos usados neste
capítulo: “nuvem de testemunhas”, “embaraço”, “santificação”, “primogenitura”,
“Monte Sião”, “cidade do Deus vivo”, “Jerusalém celestial”, etc. Fica evidente
a comparação entre os crentes do capítulo anterior e a igreja atual.
OBJETIVOS
Ressaltar perseverança
o valor da
Direcionar o nosso olhar para a pessoa de Cristo.
Valorizar a disciplina cristã.
PARA COMEÇAR A
AULA
Faça uma breve
reflexão com os alunos, que servirá como um “que bargello’: introduzindo a
seguinte pergunta: “O que você considera embaraço na vida espiritual?”.
Deixe-os à vontade para opinar e depois faça as suas próprias considerações. Em
seguida, ore pelos alunos e peça que um deles ore por você. Como o autor de
Hebreus, estimule-os a perseverar, com disciplina, olhando sempre para Jesus e
não para os problemas.
LEITURA
ADICIONAL
Um contraste a
compreender (12.18-24)
O autor contrasta, aqui, o monte Sinai com o monte Sião, a lei com a graça, a
Antiga Aliança com a Nova Aliança. Duas verdades são aqui destacadas. Em
primeiro lugar, devemos olhar para cima e contemplar a Jerusalém celestial
(12.18-24). Embora o nome do monte não seja aqui mencionado, sabemos que se
trata do Sinai. Voltemos, portanto, nossos olhos para o monte Sinai (12.18-21).
Esse relato pode ser visto em Êxodo (19.9-25; 20.18-21), e Deuteronômio
(4.10-24; 5.22-27). A descrição do Sinai flamejante enfatiza seu aspecto
físico: o fogo, as trevas, a tempestade, o clangor da trombeta. Para Turnbull,
o que mais impressiona nessa cena aterradora do Sinai fumegando é a absoluta
majestade de Deus e a absoluta inacessibilidade de Deus.
Ele se encontra
no cume do monte, no meio do fogo, da fumaça, da forte escuridão e do ruído
aterrador, enquanto o povo, abalado pelo terro1; nem sequer ousava tocar o pé
do monte sob pena de morte. De que maneira mais dramática podia Deus ter
indicado a sua inacessibilidade ao povo? Debaixo do Velho Concerto, diz o
autor, a presença de Deus está cercada das mais tremendas ameaças, de modo que
ninguém ousaria aproximar-se. Nas palavras de Henrichsen, “a lei do Sinai
produziu um relacionamento de medo’ Duas coisas são destacadas nessa cena
terrificante do Sinai: a voz divina era esmagadora, e a presença de Deus era
inacessível. No Sinai, Deus falava com voz audível, inteligível, e o povo
apavorado implorava que ele passasse a falar somente através de um mediador.
Até mesmo
Moisés teve medo e tremeu. Até mesmo se um animal se aproximasse, seria morto!
Agora, em contraste, voltamos nossos olhos para o monte Sião (12.22-24).
Enquanto o Velho Concerto impedia que o homem chegasse à presença de Deus, o
Novo Concerto nos leva para dentro do próprio céu, à presença dos anjos e dos
mortos bem aventurados, à presença de Deus e do seu Filho, cujo sangue
possibilitou a nossa entrada (Ap 7.15-17; 21.24). Debaixo do velho concerto,
temos o terror, o juízo, a completa separação da presença de Deus; debaixo do
novo concerto, porém, temos a suprema manifestação da graça divina e a vida na
imediata presença de Deus. Portanto, convinha lhes romper com tudo quanto os
prendia no judaísmo e aceitar o cristianismo de modo pleno e final. É assim que
o autor argumenta com seus leitores.
Livro: Hebreus,
A Superioridade de Cristo (Hernandes Dias Lopes. São Paulo, Hagnos, 2018, pgs.
173,174).
TEXTO ÁUREO
Olhar
Firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria
que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus. Hb 12.2
LEITURA BÍBLICA
PARA ESTUDO
Hebreus 12.1-17
VERDADE PRÁTICA
Fixando os
olhos em Jesus e desviando-os das circunstâncias, de nós mesmos e das outras
pessoas, alcançaremos a vitória.
INTRODUÇÃO
I- A ATITUDE DO CRISTÃO Hb 12.14
1– Deixar o embaraço e pecado Hb 12.1a
2– Correr com perseverança Hb 12.1b
3– Olhar para Jesus Hb 12.2
II- A DISCIPLINA CRISTÃ Hb 12.5-13
1- Prevista na Escritura Hb 12.5
2– Prova que somos amados Hb 12.6
3– Visa um nobre propósito Hb 12.10
III- A DECISÃO DO CRISTÃO Hb 12.14-29
1– Ser santo e evitar a amargura Hb 12.14
2– Valorizar as coisas espirituais Hb 12.16
3– Não Rejeitar a oferta de Deus Hb 12.25
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL
DIÁRIO
Segunda –
Hebreus 12;1
Terça – Hebreus 12.2
Quarta – Hebreus 12.3
Quinta – Hebreus 12.6
Sexta – Hebreus 12.14
Sábado – Hebreus 12.23
Hinos da Harpa
– 20 – 400
INTRODUÇÃO
Chegamos ao
penúltimo capítulo de Hebreus. A forma como ele começa (“portanto”) deixa claro
que a “grande nuvem de testemunhas” são os exemplos de fé do capítulo anterior:
Eles servem como inspiração, mas há coisas melhores ou superiores pela frente
(11.40).
I- A ATITUDE DO
CRISTÃO (Hb 12.1-4)
Se todos os
heróis do capítulo anterior já chegaram, nós também chegaremos. Mas são
necessárias algumas atitudes.
1- Deixar o
embaraço e pecado (Hb 12.1a) “Portanto, também nós, visto que temos a
rodearnos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do
pecado que tenazmente nos assedia.”
De modo sábio,
o escritor sagrado mostra a diferença entre o Velho e o Novo Pacto. Os heróis
do passado agora são colocados como espectadores, ao passo que os cristãos
estão na arena. O autor tem em mente uma corrida. A figura usada pelo escritor
é tirada da rigorosa e conhecida vida dos atletas gregos. Nada que acrescenta
peso pode ser mantido. O atleta precisa se desfazer de tudo, exceto o mínimo
essencial. Nesse aspecto, há a necessidade de abrir mão dos embaraços e
estorvos. Nenhum corredor pode conviver com pesos supérfluos, pois isso vai
atrapalhar sua desenvoltura.
O que atrapalha
precisa ser deixado de lado. Espiritualmente, tanto o embaraço como o pecado
nos faz correr mais lentamente, portanto fora com eles. Fica claro que o maior
e principal empecilho que o autor tem em mente é o pecado que nos assedia
(espreita como um caçador). Esse sim é carga mais pesada. Mas a expressão
“embaraço” também não deve ser desprezada Diferente do pecado, o embaraço pode
não ser algo necessariamente ruim em si, mas que vai dificultar nossa
desenvoltura e agilidade na corrida. Há amizades, lugares e hábitos que são
embaraços.
2- Correr com
perseverança (Hb 12.1b) “Corramos, com perseverança, a carreira que nos
está proposta.”
Seguindo a
metáfora escolhida, o escritor sagrado vai nos lembrar do valor da
perseverança. Nenhuma pessoa que conheça minimamente um pouco sobre jogos
olímpicos discorda do alto valor da perseverança. O lançar fora dos fardos
desnecessários (sejam pecados ou embaraços) agora provam seu valor. Nenhum
atleta ganha nada sem decisão, renúncias e perseverança. O mesmo ocorre na vida
cristã. A persistência precisa ser mantida do começo ao fim da
corrida, sem tréguas, nem distrações.
O autor, usando
a primeira pessoa do plural, coloca se no mesmo nível dos leitores. Também faz
parte da maratona. Essa mesma palavra foi usada em 10.36 para dizer que sem
perseverança ninguém alcançará a promessa. Perseverança é “aguentar sob
pressão”: “continuar quando as coisas estão difíceis”. A palavra usada traz a
ideia de “agonia”. Os Leitores originais estavam passando por provações e,
embora nenhum ainda fora chamado para morrer por Cristo, eles estavam sendo
tentados a desistir. O escritor exorta-os: “aguentem firmes, não desistam”.
“Por que vocês desistiriam se outros não desistiram mesmo tendo que morrer?”
(12.4).
3- Olhar para
Jesus (Hb 12.2) “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus
, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.”
Como argumento
central, o autor diz que devemos olhar para Jesus. A imagem pretendida é linda
demais! O escritor parece colocar Jesus na linha de chegada como que dizendo:
“olhem para mim”; “não olhem para as circunstância difíceis, olhem para mim”;
“a provação está grande, mas olhem para mim”. As testemunhas anteriores não
podem nos ver, mas Cristo não somente nos vê, como também encoraja. O objetivo
final de todos os crentes é Jesus. Ele já competiu em sua carreira e venceu.
Diante da dor do sofrimento e de uma morte vergonhosa, considerando a alegria
que viria, Ele suportou a cruz e agora está entronizado à destra do trono de
Deus. A exaltação de Cristo é novamente lembrada pelo escritor para mostrar o
tamanho da vitória dele. Jesus é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Autor
e Consumador da nossa fé. O mesmo conselho vale para nós hoje. Olhemos para
Jesus.
II- A
DISCIPLINA CRISTÃ (Hb 12.5-13)
Visando seu
propósito de incutir ânimo aos leitores, o escritor agora se volta para outro
argumento:” Vocês se esqueceram do que a Palavra fala sobre os filhos? Não
seria toda essa provação uma tratativa especial de Deus para aperfeiçoar
vocês?”. Há três argumentos para eles aceitarem a correção divina.
1- Prevista na
Escritura (Hb 12.5) “E estais esquecidos da exortação que, como aos
filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do
Senhor; nem desmaies quando por ele és reprovado.”
Sendo as
pressões culturais, perseguições e provações uma forte razão de alguns
considerarem o abandono da fé cristã, o autor de Hebreus recorre à memória dos
seus leitores mostrando que tudo isto estava previsto nas escrituras.
Sabiamente cita Provérbios 3.11 e 12 para provar que a disciplina não significa
falta de amor. O ensino é que, sendo filhos, eles não deveriam tratar de modo
leviano (“não menosprezes”) a disciplina de Deus. Ela é necessária e tem um
propósito.
De fato, o
sofrimento deles, em vez de ser uma prova do abandono de Deus, era uma prova de
que Deus os considerava como filhos e os estava tratando como tais: “Mas, se
estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois
bastardos e não filhos” (12.8). Devemos ver as dificuldades e provações que
passamos hoje da mesma forma. Deus está nos disciplinando porque essa é a
missão de todo o Pai. A Disciplina tem o sinônimo de filiação. Punir é trabalho
do juiz, a disciplina é tarefa do Pai.
2- Prova que
somos amados (Hb 12.6) “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo
filho a quem recebe.”
Espiritualmente
os leitores eram infantis (Hb 5.12) e, assim como nós, tinham dificuldade de
entender a ligação entre a disciplina e o amor, mas isso seria básico se
compreendêssemos melhor o caráter do nosso Pai que é Deus. Se até o Filho por
excelência, sem pecado, suportou o sofrimento (Hb 12.2), eles também deveriam
suportar e não desfalecer. Muitos pregadores prestam um desserviço ao reino de
Deus quando suas pregações são sempre de conquistas e vitórias vistas a partir
de uma ótica secular e mundana. Nesse sentido o amor sempre é entendido por dar
coisas. A disciplina, no entanto, é um privilégio que Deus também estende
àqueles a quem ama. Ela não é estendida por Deus aos que não pertencem a Ele.
Nenhum Pai disciplina o filho do vizinho mesmo contrariado com seu
comportamento (Hb 12.7).
3- Visa um
nobre propósito (Hb 12.10) “Pois eles nos corrigiam por pouco tempo,
segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a
fim de sermos participantes da sua santidade.”
A disciplina
não é o derramar da ira de Deus. Ela já foi derramada sobre seu Filho na cruz.
Cristo já pagou nossa culpa. A disciplina tem um caráter diferente, a saber:
amadurecer e aperfeiçoar. Para além das lutas e provas devemos perceber que
Deus está, invisivelmente, trabalhando em nosso favor com o melhor dos
propósitos. Um pregador certa vez disse que “adversidades muitas vezes são
bênçãos disfarçadas”. O salmista concordaria com isso, pois certa vez disse:
“Foi Me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos
(SL 119.71). Quantos de nós somos gratos aos nossos pais pelas correções e
disciplinas que nos tornaram um ser humano melhor?
O autor de
Hebreus diz, em relação a Deus, a mesma coisa, só que o propósito é mais
elevado ainda, é “para sermos participantes da sua santidade”. Os pais humanos
podem falhar mas isso nunca ocorre com Deus. Ele trabalha no nosso caráter e
quer nos ver santificados. Muitas pregações parecem colocar Deus como se fosse
um “Papai Noel” cuja única finalidade é distribuir presentes e nos fazer
sorrir. Quando a disciplina é aplicada ela não nos faz sorrir naquele momento,
mas seu fruto virá (Hb 12.11). Por isso seus leitores deveriam “levantar as
mãos cansadas e os joelhos vacilantes” (Hb 12.12). O Pai dos espíritos sabe o
que está fazendo.
III- A DECISÃO
DO CRISTÃO (Hb 12-14-29)
A parte final
do capítulo é também a parte principal. Aqui temos uma exortação à
santificação, a evitarmos a amargura e a valorizar nos privilégios espirituais.
É preciso decidir.
1- Ser santo e
evitar a amargura (Hb 12.14) “Segui a paz com todos e a santificação, sem
a qual ninguém verá o Senhor.”
Há dois
ingredientes aqui: a correta relação com Deus e com os homens. O autor mistura
a paz nos relacionamentos com a santificação. Se permitirmos a amargura encher
nosso coração seremos derrotados e contaminaremos os outros à nossa volta
(12.15). Amargurados nunca têm paz. A paz precisa ser buscada e às vezes requer
esforço, mas ela não pode acontecer a qualquer preço. Ela precisa ocorrer dentro
dos limites do que é certo, pois sem a santificação ninguém terminará a
carreira. A advertência é muito grave: santidade é uma necessidade absoluta.
Sem ela ninguém verá o Senhor.
2- Valorizar as
coisas espirituais (Hb 12.16) “Nem haja algum impuro ou profano, como foi
Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura.”
O autor
apresenta Esaú como exemplo de alguém que não soube valorizar as coisas
espirituais, antes desprezadas. Os destinatários da carta não devem agir assim.
Todos os exemplos que o autor usa, ele o faz dentro do contexto das escrituras
judaicas, pois seus leitores a conhecem muito bem Por isso usa a expressão:
“pois sabeis’ Esaú foi profano (mundano, comum), e trocou um privilégio
imensurável por um prato de comida. Valorizou mais o estômago e os apetites do
que as coisas de Deus.
3- Não rejeitar
a oferta de Deus (Hb 12.25) “Tende cuidado, não recuseis ao que fala.
Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os
advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos
céus nos adverte.”
O clímax do
capítulo é encontrado do verso 18 ao 24. O escritor de Hebreus mostra, outra
vez, que o cristianismo é superior ao judaísmo. Há uma retomada ao tema
principal de toda a epístola. Desta vez o autor contrapõe o monte Sinai com o
monte Sião, a lei com a graça e o antigo pacto com o novo pacto. O contraste é
gigantesco. Ao trazer à memória a outorga da lei (Êx 19), ele lembra que nem os
animais podiam tocar no monte sagrado. Tudo na entrega da lei foi apavorante: o
fogo, o tremor do monte, os relâmpagos, o clangor da trombeta. O povo e até
Moisés ficaram atemorizados, pois não suportavam a intensidade da revelação. A
santidade de Deus abalou tudo e todos.
O Sinai
produzia pavor e medo. Agora tudo é diferente. Deus se fez gente e chegou até
nós “do nosso tamanho’: O tão esperado mediador chegou. Enquanto no Velho
Concerto o homem não podia chegar à presença de Deus, Cristo por seu sangue nos
leva “ao monte Sião e à cidade do Deus Vivo, à Jerusalém celestial, e a
incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e igreja dos primogênitos
arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos
aperfeiçoados, (Hb 12:22,23). Glória a Deus!
O sangue de
Cristo cuidou de tudo. 1ão eficaz é sua obra que podemos até mesmo nos
aproximar com ousadia (Hb 10.1 9), algo completamente diferente do Velho
Concerto onde o povo pediu até para Deus parar de falar, pois não suportavam.
Mas, o autor finaliza: “Quanto maior a revelação, maior é a responsabilidade. A
advertência aos seus pusilânimes leitores é dramática: ‘Tende cuidado, não
recuseis ao que fala”.
APLICAÇÃO
PESSOAL
A superioridade
da Nova Aliança em Cristo é clara. Portanto, sirvamos a Deus com temor e
prestemos atenção à sua Palavra. Cristo é o único caminho.
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parceiro desta obra. “(Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida,
transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também. Lc 6:38)”
RESPONDA
1) Quem são os
integrantes da nuvem de testemunhas em Hebreus 12.1? R. Os Heróis da Fé
2) E a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às
mudanças transformando experiências negativas em aprendizados? R.
Resiliência
3) Quem é chamado de fornicador e profano porque vendeu a primogenitura? R.
Esaú
Lição 10:
HEBREUS 13 – Deveres Sociais e Espirituais da Igreja | 2° Trimestre de 2022 |
EBD – PECC
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Em Hebreus 13
há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Hebreus
13 .1 25 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura
complementar; mas não substitui a leitura da Bíblia.
Chegamos ao fim
do estudo de Hebreus. Ao longo da carta, o autor demonstrou a superioridade de
Cristo; explanou a importância do Seu sacrifício para nos aproximar da presença
de Deus mediante a fé. No capítulo final, o autor fala sobre o aspecto prático
desta fé e como ela deve influenciar o nosso comportamento, principalmente
quanto ao nosso relacionamento com o próximo e o quanto nossas atitudes mostram
que realmente nos importamos com ele. Por fim, o autor destaca a importância de
seguir o exemplo daqueles que guardaram a fé antes de nós, ao mesmo tempo em
que honramos e respeitamos os nossos líderes no presente, sem jamais tirar os
olhos do nosso Grande Pastor, Jesus Cristo, autor e consumador da nossa fé.
OBJETIVOS
Destacar as
virtudes da Igreja.
Relembrar acerca dos deveres da Igreja.
Exaltar o Senhor da Igreja.
PARA COMEÇAR A
AULA
Nesta última
aula sobre a carta aos Hebreus, faça algumas perguntas importantes aos alunos
para ver o quanto foi fixado no conteúdo ministrado. Pergunte a Lhes, por
exemplo, o que acharam da carta aos Hebreus; qual o capítulo que mais chamou a
atenção; qual o personagem dentre os heróis da fé com o qual mais se
identificam. Ao final da aula, peça a alguns dos alunos que resumam a carta aos
Hebreus em poucas palavras.
LEITURA
ADICIONAL
O AUTOR ESTÁ
CONCLUINDO sua epístola e, nessa parte final, mostra como o verdadeiro
cristianismo pode ser conhecido de forma prática. A sã doutrina sempre
desemboca em vida transformada. A teologia é mãe da ética. O que cremos
determina o que fazemos. Warren Wiersbe diz, acertadamente, que na Bíblia não
há divisão entre doutrina e dever, entre revelação e responsabilidade. Elas
caminham sempre juntas. Quais são as características de uma vida transformada?
Uma vida transformada é conhecida por sua conduta exemplar (13.16).
O autor destaca
três áreas em que devemos demonstrar nosso testemunho como cristãos: no trato
com o nosso próximo, no relacionamento conjugal e na maneira como lidamos com o
dinheiro. Um cristão é alguém que cuida do próximo, respeita o cônjuge e se
contenta com o que tem. Examinemos essas três áreas. Em primeiro lugar, em
relação ao próximo (13.13). Nosso amor a Deus deve ser provado por nosso amor
ao próximo. O apóstolo João afirma: Aquele que não ama seu irmão, a quem vê,
não pode amar a Deus, a quem não vê (1 Jo 4.20). Aquilo em que cremos precisa
influenciar aquilo que praticamos.
O autor destaca
três áreas da nossa atitude exemplar em relação ao próximo: Primeiro, amor
fraternal (13.1). Seja constante o amor fraternal. A palavra amor usada aqui
não é ágape, mas philadelphia, “amor de irmão de sangue”. Eles já tinham
mostrado esse amor no passado, servindo aos santos e tendo compaixão pelos
irmãos afligidos (6.10; 10.33,34). (…) Isso porque a igreja não é uma
organização nem um clube, mas uma fraternidade. Calvino chega a dizer: “Não
podemos ser cristãos sem que sejamos irmãos”. De que forma se manifesta o amor
philadelphia? Amamos nossos irmãos de sangue como amamos a nós mesmos. Nosso
amor por eles não é apenas por causa de seus méritos, mas apesar de seus deméritos;
não apenas por causa de suas virtudes, mas a despeito de suas fraquezas.
O amor
Philadelphia precisa ser constante, e não apenas em algumas ocasiões ou
circunstâncias especiais. É oportuna a recomendação de Raymond Brown: “O amor
cristão não deve se degenerar em mera emoção piedosa, mas deve ser expresso em
contínuo cuidado prático”. Por isso, Calvino alerta: “Nada evapora mais
facilmente do que o amor, quando cada um pensa de si mesmo mais do que convém e
quando pensa menos nos outros do que deveria”.
TEXTO ÁUREO
“Lembrai Vos
dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando
atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram.” Hb 13.7
LEITURA BÍBLICA
PARA ESTUDO
VERDADE PRÁTICA
Somos chamados
para servir a Jesus e ao próximo com amor e alegria.
INTRODUÇÃO
I- DEVERES SOCIAIS DA IGREJA Hb 13.1-6
1– Amor fraternal Hb 13.1
2– Hospitalidade e encarcerados Hb 13.2-3
3– A honra ao matrimônio Hb 13.4
II- DEVERES ESPIRITUAIS DA IGREJA Hb 13.7-18
1– Lembrar dos pastores Hb 13.7,17
2– Obedecer aos pastores Hb 13.17
3– Orar pelos pastores Hb 13.18
III- JESUS CRISTO É O MESMO Hb 13.19-25
1- Jesus é o mesmo Hb 13.8
2– O Grande Pastor das ovelhas Hb 13.20
3– A Ele seja a glória sempre Hb 13.21
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL
DIÁRIO
Segunda –
Hebreus 13.1
Terça – Hebreus 13.2
Quarta – Hebreus 13.3
Quinta – Hebreus 13.4
Sexta – Hebreus 13.8
Sábado – Hebreus 13.17
Hinos da Harpa
– 93 – 89
INTRODUÇÃO
Na conclusão
desta carta, o escritor traz muitos conselhos, votos e saudações finais. Ele
fala de amor fraternal, de hospitalidade, de matrimônio, de obediência.
I- DEVERES
SOCIAIS DA IGREJA (Hb 13.1-6)
1- O Amor fraternal
(Hb 13.1) “Seja constante o amor fraternal.”
Neste momento
em que o autor está concluindo sua epístola, onde fará diversas recomendações à
igreja, o mesmo começa com o alerta: Permaneça o amor fraternal. Ou seja,
continuem na amizade fraterna, seja constante entre vós o amor fraternal,
continuem a amar uns aos outros como irmãos. Mesmo diante das perseguições
imperiais e das lutas, com amor fraternal, eles venceriam juntos . Vale lembrar
que o Senhor Jesus, após três anos andando e ensinando seus discípulos, na
última reunião ministerial diz: “já não vos chamo servos, porque o servo não
sabe o que faz o seu senhor; mas tenho vos chamado amigos.” (Jo 15.15). Onde há
amor fraternal, amizade, haverá lealdade, fidelidade e prosperidade ministerial
e espiritual. Portanto, se perdermos outras coisas, permaneça o amor fraternal.
2-
Hospitalidade e encarcerados (Hb 13.2,3) “Não negligencieis a
hospitalidade, pois alguns, praticando a, sem o saber acolheram anjos.
Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus
tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fossem os maltratados.”
O escritor
Hebreus aconselha os seus leitores a entenderem o amor para todos os homens. Ao
estranho, ao viajante, ao prisioneiro e ao sofredor. Na verdade, são exortações
para se cumprir o mandamento ”Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Os
viajantes dependiam de moradores dos locais por onde passavam para
fornecer-lhes abrigo e hospitalidade. O escritor os exorta a se importarem
com seus semelhantes que necessitavam temporariamente de um teto. Ele menciona
o caso de Abraão, Ló, Gideão e os pais de Sansão, que acolheram anjos (Gn
18.1-15; 19.1-22; Jz 6.11-23; 13.3-21). “Lembrai-vos dos encarcerados, como se
fossem presos com eles.” Jesus refere se a isso em seu discurso sobre as
ovelhas e os bodes: “Eu estava preso e me visitastes” (Mt 25.39,4 3).
Os
prisioneiros, então, tinham de ser lembrados, caso contrário passariam fome,
sede, frio e solidão. Mostrar a eles o amor de Cristo, ministrando às
necessidades deles. A última exortação é para lembrar das pessoas que são
maltratadas. Maus tratos se referem ao sofrimento físico: “como se, com efeito,
vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados”.
3- A honra ao
matrimônio (Hb 13.4) “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem
como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.”
Por último, num
mundo saturado com sexo, o cristão parece estar vivendo fora da realidade. Mas
não é verdade. Quando Deus criou o homem e a mulher, ele colocou as regras das
relações conjugais. E essas regras não foram invalidadas. Deus quer que Seu
povo torne Seu mandamento conhecido na sociedade na qual Ele os colocou. Os
apóstolos enfrentaram um mundo sexualmente pervertido quando eles começaram a
pregar o Evangelho da salvação. Eles fielmente pregaram e ensinaram as regras
para uma vida integral. Esta é uma das razões pelas quais nós lemos tanto sobre
casamento no Novo Testamento, pois a Palavra de Deus transformou a sociedade no
século primeiro.
Ela o fará de
novo em nossa era. O amor pelo próximo flui mais eficazmente do lar no qual o
marido e a esposa se amam e se respeitam reciprocamente. Quando um casamento é
honrado no lar, o amor emana para a sociedade. Guarde o ensino bíblico e viva
uma vida pura e completa, rejeitando a ideologia de gênero e mantendo a
ideologia de Gênesis.
III- DEVERES
ESPIRITUAIS DA IGREJA (Hb 13.7-18)
1- Lembrar dos
pastores (Hb 13.7,17) “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram
a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé
que tiveram…. Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois
velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com
alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”
O autor destaca
alguns cuidados especiais que a igreja deve ter com relação à sua liderança. O
primeiro desses cuidados é lembrar se dos seus guias, ou pastores, ou
condutores. Lembrar é honrar, lembrar é respeitar, lembrar é reverenciar,
lembrar também é imitar. Enquanto alguns pensam: “o pastor não se lembra de
mim”, a bíblia está recomendando a lembrar dos vossos pastores. Enquanto outros
pensam: “o pastor não aceita minhas ideias”, a bíblia está recomendando a
imitar os vossos pastores.
2- Obedecer aos
pastores (Hb 13.17) “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com
eles; pois veIam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam
isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”
Aqueles que
conhecem a Palavra, aqueles que são leais, que são verdadeiros discípulos e
imitadores dos seus pastores, terão a bênção de Deus e serão bem sucedidos. Os
crentes hebreus são exortados à obediência, e também são exortados a entender
que os líderes da igreja não são chefes, mas homens ou mulheres escolhidos pelo
Senhor, com zelo pelas ovelhas. A desobediência traz dores e gemidos. Certa
igreja trouxe tantos problemas para Paulo que o fez escrever: “Meus filhinhos,
por quem sinto de novo, dores de parto” (GI 4.19, NTLH). Sejamos obedientes e
submissos para que nossos pastores exerçam o ministério com alegria. A
desobediência é uma das características da corrupção extrema dos últimos tempos
(2Tm 3.2).
3- Orar pelos
pastores (Hb 13.18) “Orai por nós, pois estamos persuadidos de termos boa
consciência, desejando em todas as coisas viver condignamente.”
O inimigo das
nossas almas conhece todas as estratégias de guerra. Ele sabe que se ferir o
pastor, as ovelhas serão dispersas. Os líderes eclesiásticos sofrem ataques
constantes, são vítimas de calúnias, desprezo, difamação, etc. às vezes
precisam de um amigo para desabafar. Pastores precisam de intercessores fiéis
para ajuda-los na difícil tarefa de cuidar da noiva do cordeiro. O apóstolo
Paulo tinha um amigo por nome Onesíforo que o visitava na cadeia e muitas vezes
o recreou. (2 Tm 1.16). Ele não se envergonhou da prisão de Paulo. No auge do
ministério surgem muitos amigos, mas na hora da angústia somente os verdadeiros
amigos ficarão. Foi inserido em nossa cultura eclesiástica que os pastores
devem orar por todos. Mas a bíblia nos ensina a orar uns pelos outros e o
escritor de Hebreus exorta a orarmos pelos nossos pastores. A igreja será o
espelho do seu líder. Se o pastor estiver bem, a igreja estará bem. Orai pelos
vossos pastores.
III- JESUS
CRISTO É O MESMO (Hb 13.19-25)
1- Jesus é o
mesmo (Hb 13.8) “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para
sempre.”
A carta aos
Hebreus começa exaltando o Filho e termina exaltando o Filho. Após afirmar que
Ele é superior aos anjos, Ele é superior a Moisés, Ele é superior a Arão, Ele é
o Sumo Sacerdote perfeito, Ele é o autor e consumador da fé, agora o autor está
concluindo ressaltando sua divindade e sua Eternidade. Neste mundo de mudanças
tão rápidas, nada parece confiável e permanente. Os líderes vêm e vão. Um
Líder, no entanto, é imutável: Jesus Cristo. O autor diz: “Jesus Cristo, ontem
e hoje, é o mesmo e o será para sempre”. Tem se pregado mais sermões sobre esse
texto do que sobre qualquer outro de Hebreus.
Observe também
a sequência do tempo: passado, presente e futuro. O termo ontem se relaciona à
obra mediadora de Jesus na terra, proclamada e confirmada aos líderes por
aqueles que o ouviram (2.3). A expressão hoje se refere à obra intercessória
que Jesus realiza no céu, onde ele representa o crente na presença de Deus (Rm
8.34; Hb 7.25; 9.24). E as palavras para sempre pertencem ao sacerdócio de
Cristo. Ele é sacerdote para sempre.
2- O Grande
Pastor das ovelhas (Hb 13.20) “Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer
dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo
sangue da eterna aliança.”
Numa ocasião em
que a igreja estava passando por uma terrível perseguição, num momento em que o
escritor já recomendou resistir até o sangue, se for preciso, na época das
perseguições imperiais, o escritor ressalta que Jesus, mesmo sendo o Filho de
Deus, mesmo governando sobre os céus e a terra, mesmo tendo as chaves da morte
e do inferno, haver recebido todo poder nos céus e na terra, Ele tem tempo para
nos apascentar, Ele cuida de nós, Ele promete estar conosco todos os dias até a
consumação dos séculos.
Neste tempo de
supervalorização dos títulos eclesiásticos, onde muitos se acham donos da
Igreja, é bom lembrar que o grande é Jesus. O maior é Jesus. A igreja é de
Jesus. Os demais pastores cooperam com Ele, mas Ele é a Cabeça do corpo da
Igreja. É Ele quem manda, quem comanda. Ele é o Grande Pastor das ovelhas que
recompensará os que trabalharam com Ele cuidando das ovelhas (1 Pe 5.4).
3- A Ele seja a
glória sempre (Hb 13.21) “Vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a
sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a
quem seja a glória para todo o sempre. Amém!”
Aperfeiçoar
aqui, quer dizer completar integralmente, tornar completamente pronto, ajuste
completo. Por isso, em Hebreus 12.2 fomos orientados a olhar para Jesus que é o
Autor e Consumador da nossa fé. Quando olhamos para o homem, nós falhamos, mas
quando olhamos para Ele, so m.os aperfeiçoados. Quando Deus disse a Abraão:
“Ainda em minha presença e sê perfeito”, estava dizendo, se você andar ao meu
lado, olhar sempre para mim, me imitar e me obedecer, será parecido comigo,
será perfeito. Aquele que começou a boa obra em nós a aperfeiçoará até o dia
final, e a forma que Deus torna o Seu povo perfeito é operando nele sempre a
Sua boa, agradável e perfeita vontade por Cristo Jesus, a quem seja a glória
para todo sempre.
Observe: não há
obra boa operada em nós a não ser que seja obra de Deus. Ele age em nós antes
de sermos capazes para qualquer boa obra. Nenhuma coisa boa é operada em nós
por Deus, a não ser por meio de Jesus Cristo. Ele nos mostra Sua vontade e nos
capacita para realizá-la; jamais nos atribui uma tarefa sem nos dar o poder de
realizá-la. Com a visão, envia também o poder. Quando nos manda, Ele o faz
armando-nos e equipando-nos com todo o necessário. Exatamente por isso, essa
sublime doxologia, adoração, glorificação e eterna glória lhe é devida Ele é o
autor da eterna aliança, a causa de todo o bem operado em nós e todas as boas
obras feitas por nós. O próprio Deus opera em nós e nos equipa para fazer a Sua
vontade por meio de Jesus Cristo. A Ele seja a glória para todo sempre. E todos
dizemos: amém!
APLICAÇÃO PESSOAL
Nossa fé não
pode se resumir à teoria. Manifeste a cada oportunidade a sua fé através da
prática do amor cristão.
RESPONDA
1) Qual a
palavra grega para amor fraternal? R. Filadélfia
2) Qual a instituição que deve ser venerado entre todos? R.O matrimônio
3) Quem é o grande Pastor das ovelhas? R. Nosso Senhor Jesus Cristo
TIAGO
Lição 11: TIAGO
1 e 2 – Provações, Prática da Palavra, Fé e Obras | 2° Trimestre de 2022 | EBD
– PECC
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Em Tiago 1 e 2
há 27 e 26 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos
os presentes, Tiago 1.1-22 (5 a 7 min.). A Revista funciona como guia de estudo
e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Olá,
professor(a)! Aqui estudaremos um conjunto de verdades práticas para a fé
cristã Aprendemos que diante de situações difíceis temos a oportunidade de
perseverar, de prosseguir para Cristo em meio aos que o rejeitam. Ouvir e
refletir sabiamente, sem ímpeto de polemizar ou entrar em contendas, nas redes sociais,
por exemplo, é a maneira que temos de nos fortalecer no conhecimento da Palavra
de Deus para que, diariamente, saibamos reagir com mansidão. Você já parou para
pensar que suportando as adversidades, aprendemos a conhecer as necessidades
dos nossos irmãos e a cuidar deles? A fé verdadeira se mostra quando não
ignoramos o sofrimento, principalmente o dos mais pobres e desprezados.
OBJETIVOS
Orientar acerca
das provas e tentações.
Exortar acerca da prática da Palavra.
Definir a fé acompanhada das obras.
PARA COMEÇAR A
AULA
Comece sua aula
comentando o quanto Cristo foi paciente e perseverante. Jesus suportou as
acusações constantes feitas pelos fariseus e a ingratidão dos irmãos que se
beneficiavam do pão e do peixe, mas em seus corações recusavam a mensagem.
Mesmo as cidades impenitentes receberam a atenção do Senhor. Assim, com
mansidão e perseverança, devemos imitar o Mestre e suportar com paciência “a
debilidade dos fracos e não nos agradar a nós mesmos” (Rm 15.1).
LEITURA
ADICIONAL
Tiago escreve
sua epístola para os cristãos judeus que foram expulsos de suas casas e
perderam suas posses. Ele se dirige a pessoas que sofrem porque são exploradas
pelos ricos, arrastadas para os tribunais e difamadas por acreditarem no bom
nome de Jesus Cristo (2.6,7). A essas pessoas, Tiago dirige uma carta pastoral
na qual sua primeira admoestação é para que se alegrem. “Considerem uma alegria
absoluta”. Que maneira estranha de dirigir se aos destinatários desta carta!
Tiago vive seguro e com tranquilidade em Jerusalém e se dirige aos cristãos
judeus que perderam sua casa e seu lar por causa das dificuldades e
perseguições. Tiago parece estar fora da realidade.
Parece ignorar
as provações diárias enfrentadas pelo povo. Alguns podem dizer que ele é o
pastor típico que sabe fazer sermões, mas não está ciente do sofrimento que o
povo passa no cotidiano . Tiago, porém, não está alheio às provações de seu
povo. Ele próprio havia testemunhado a morte de Estêvão, a perseguição que se
seguiu e a dispersão da igreja de Jerusalém por toda a Judéia e Samaria (At
8.1). Ele conhece sua tarefa pastoral. Ele profere palavras de encorajamento.
Exorta o povo a alegrar-se.
Quanto a isso,
encontramos apoio nas admoestações apostólicas de Paulo e Pedro: E não somente
isto, mas também nos gloriemos nas próprias tribulações, sabendo que a
tribulação produz perseverança. [Rm 5.3] Nisso exultais, embora, no presente,
por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações. [Pe
1.6] Tiago repete o pensamento que Jesus expressa na última bem-aventurança:
“Bem Aventurados Sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Regozijai vos e exultais, porque é
grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.11,12; e Lc 6.22,23).
Livro: Comentário
do Novo Testamento: Tiago e epístolas de João (Simon J. Kistemaker. São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2006, p. 44-45).
TEXTO ÁUREO
Bem-aventurado
o homem que suporta, com perseverança, a provação ; porque, depois de ter sido
aprovado , receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.
Tiago 1.12
LEITURA BÍBLICA
PARA ESTUDO
VERDADE PRÁTICA
Antes da
aprovação vem a provação.
INTRODUÇÃO
I- VENCENDO AS PROVAÇÕES Tg 1.1-8
1– Vencendo com alegria Tg 1.2
2– Vencendo com perseverança Tg 1.3
3– Vencendo com sabedoria Tg 1.5
II- PRATICANDO A PALAVRA Tg 1.19-27
1- Ouvir mais e falar menos Tg 1.19
2– Acolher a Palavra Tg 1.21
3– Praticante da Palavra Tg 1.22
III- A FÉ ACOMPANHADA DAS OBRAS Tg 2.1-26
1– Não fazer acepção de pessoas Tg 2.1
2– A misericórdia triunfa Tg 2.13
3– A fé sem obras é morta Tg 2.17
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL
DIÁRIO
Segunda –
Tiago 1.2
Terça – Tiago 1.4
Quarta – Tiago 1.14
Quinta – Tiago 1.19
Sexta – Tiago 2.1
Sábado – Tiago 2.17
Hinos da Harpa
459 – 259
INTRODUÇÃO
Esta epístola
foi escrita por Tiago mencionado com o irmão do Senhor Jesus em Mateus 13.55.
Ele foi testemunha da ressurreição (1Co 15.7), estava entre os irmãos que
oravam esperando o recebimento do Espírito Santo (At 1.14). Líder da igreja em
Jerusalém (At 12.17; Gl 1.18,19). Podemos ver que ele liderou o primeiro
concílio da igreja, a assembleia em Jerusalém, enviando o resultado da assembleia
aos gentios através de Paulo, Barnabé, Judas, chamado Barsabás e Silas (At
15.13-19). A carta foi escrita por volta do ano 46 d.C. ou em 62 d.C. próximo
ao seu martírio. Os destinatários são os judeus dispersos por toda terra. O
tema geral é a ética cristã. Apesar de ser irmão de Jesus, Tiago se apresenta
como “Servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo” (Tg 1.1). O autor não reivindica
nenhum tratamento especial. Ele é um servo.
I- VENCENDO AS
PROVAÇÕES (Tg 1.1-8)
Tiago é uma
carta muito prática. Ela lida com questões comuns à vida do cristão. A provação
é uma delas. Esse livro já foi chamado de o livro de Provérbios do Novo
Testamento.
1- Vencendo com
alegria (Tg 1.2) “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o
passardes por várias provações.”
Por mais que
pareça contraditório, o apóstolo Tiago está ensinando que devemos nos sentir
alegres em meio às provações, o termo usado aqui para alegria é o mesmo que
deleite, satisfação, contentamento, prazer, gozo e contentamento de coração. A
Bíblia diz que o coração alegre aformoseia o rosto. (Pv 15.13). O apóstolo
Paulo também disse que sentia alegria nas perseguições e nas angústias por amor
de Cristo (2Co 12.10). Tiago está nos ensinando que a prova vem para nos
aperfeiçoar, para nos completar, para tratar o nosso caráter e nos amoldar ao
caráter de Cristo.
2- Vencendo com
perseverança (Tg 1.3) “Sabendo que a provação da vossa fé, é uma vez
confirmada, produz perseverança.”
A prova ou
teste é o que produz a perseverança. Ninguém alcançará a
perseverança sem antes passar pela tribulação. Paulo confirma que é a tribulação
que produz a perseverança (Rm 5.3). Perseverança é sinônimo de constância, por
isso os inconstantes desistem facilmente e perdem a bênção, pois são
inconstantes em todos os seus caminhos, (Tg 1.8), mas os firmes e constantes
vão até o fim, como Daniel, e recebem a vitória. Perseverança é sinônimo de
paciência, de tolerância e de resistência. Daí a necessidade do cristão
evidenciar o fruto do Espírito, pois, através do domínio próprio conseguiremos
resistir com perseverança, perseverando até alcançarmos a vitória final.
3- Vencendo com
sabedoria (Tg 1.5) “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a
a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes improvisa; e ser-lhe-á
concedida.”
Muitos não
entendem o objetivo das provações e deixam de alcançar as promessas por falta
de sabedoria. O rei Salomão com sua sabedoria reinou durante quarenta anos e
foi muito próspero, por outro lado, seu filho Roboão, desprovido da mesma
sabedoria, perdeu dez tribos. Jó discorre acerca da ciência terrena que permite
ao homem extrair da terra ouro, prata, jóias de ouro fino, pérolas e todas as
coisas preciosas da terra (Jó 28), mas a sabedoria vem do alto (Tg 1.17), por
isso Tiago ensina que devemos pedir sabedoria a Deus. Salomão exalta a
excelência da sabedoria. Ela é melhor que rubis; os reis precisam dela; os
príncipes e os juízes dependem dela para julgar e para governar (Pv 8). A
sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, moderada, tratável, misericordiosa,
frutífera, imparcial e verdadeira (Tg 3.17). É o que veremos ao estudar o
capítulo três na próxima lição.
II- PRATICANDO
A PALAVRA (Tg 1.19-27)
1- Ouvir mais e
falar menos (Tg 1.19) “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo
homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”.
Ser tardio para
falar e tardio para se irar demonstra maturidade cristã, demonstra sabedoria e
demonstra a presença do fruto do Espírito, domínio próprio. A Bíblia nos ensina
que até o tolo pode passar por sábio se ficar calado (Pv 17.28). Convém
ressaltar que a expressão todo homem usada no texto está se referindo à pessoa
humana, homens e mulheres. Tiago alerta que devemos estar prontos para ouvir.
Parece que muitas pessoas estão armadas com palavras em sua defesa ou em defesa
de suas ideias, ou seja, estão prontas para falar, mas a Palavra de Deus ensina
que o coração do justo medita o que há de responder (Pv 15.28).
Se estivermos
prontos para ouvir, evitaremos muitas confusões, por isso Deus nos deu DUAS
orelhas e UMA boca. Aprofundaremos o estudo sobre o poder da língua e o dever
de controlá-la, quando estudarmos o capítulo três, na próxima lição. O poeta e
cantor José Carlos, nos anos 80, cantava assim:”. Ajoelhado para alcançar o
céu, calado para ouvir Jesus falar, humilde para exaltado ser, sincero em cada
gesto em cada olhar. É assim o crente que é fiel, ajoelhado, calado, humilde,
sincero. “É assim, assim pra chegar no céu, sempre lutando, sofrendo, orando e
crendo.”
2- Acolher a
Palavra (Tg 1.21) “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de
maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa
para salvar a vossa alma.”
a) Esvaziando-se
do mal. Antes de receber a Palavra de Cristo nossos corações são como uma casa
abandonada, sem reformas e sem limpeza. Mas a Palavra entra lavando,
restaurando e trazendo vida. Antes de nos enchermos da Palavra de Deus
precisamos nos esvaziar da impureza e da maldade que acumulamos ao longo da
nossa vida de pecados.
b) Acolhendo a Palavra. A exortação apostólica é receber a Palavra com
mansidão, com humildade, aceitando a correção, entendendo que a Palavra de Deus
nos confronta, porém, nos cura e nos prepara para a entrada no céu.
c) A Palavra de Deus é poderosa. O apóstolo Tiago diz que a Palavra que
foi implantada, ou enxertada em nós é poderosa. Foi através da Palavra que
todas as coisas foram criadas (Hb 11.3). Essa Palavra deve estar em nós, na
nossa boca e em nosso coração (Rm 10.8). A nossa vitória final será pelo sangue
do Cordeiro e pela Palavra (Ap 12.11).
3- Praticante
da Palavra (Tg 1.22) “Tornai -vos, pois, praticantes da palavra e não
somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”
O próprio Jesus
Cristo nos deu o maior exemplo acerca dos ouvintes e praticantes da Palavra de
Deus. O ouvinte edificou sua casa sobre a areia e quando vieram as chuvas, os
rios e os ventos, ela caiu. O praticante da Palavra edificou sua casa sobre a
Rocha, e vieram as chuvas (ataques de cima), os rios (ataques de baixo) e os
ventos (ataques laterais), mas a casa não caiu porque estava edificada sobre a
rocha. (Mt 7.24-27).
É com muita
tristeza que percebemos nesses últimos dias da igreja na terra, certa
insensibilidade e até desprezo à Palavra de Deus. A exposição das Escrituras
confrontando e chamando o homem ao arrependimento tem sido substituída gradativamente
por mensagens triunfalistas que massageiam o ego e enfermam a alma. A cura está
em voltarmos à prática da Palavra. Não sejamos apenas ouvintes, mas praticantes
da Palavra e resistiremos às intempéries espirituais que estão por vir. E
| Lição
11: TIAGO 1 e 2 – Provações, Pratica da Palavra, Fé e Obras
III- A FÉ
ACOMPANHADA DAS OBRAS (Tg 2.1-26)
1- Não fazer
acepção de pessoas (Tg 2.1) “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor
Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.”
É muito comum
no meio secular as pessoas com anéis e vestimentas luxuosas serem destacadas e
bem tratadas e as pessoas pobres e com vestes simples serem desprezadas. Tiago
entende que tratar bem o rico e tratar mal o pobre nos torna “juízes tomados de
perversos pensamentos”. A ética cristã contraria os princípios deste mundo,
devemos tratar a todos igualmente. A história eclesiástica nos informa que os
romanos tinham dificuldades em aceitar o cristianismo, pois, um escravo poderia
chegar a ser bispo. O versículo 6 diz: “Vós desonrastes os pobres·: A igreja
que desonra e menospreza os pobres está fora dos propósitos de Deus. Agir
diferente do mundo mostrará que somos a igreja de Cristo.
2- A
misericórdia triunfa (Tg 2.13) “Ora, Porque o juízo é sem misericórdia
para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o
juízo.”
No sermão da
Montanha o Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles
alcançarão misericórdia” (Mt 5.7), ou seja, aquele que praticar a misericórdia
será muito feliz por causa de suas ações. É nesse contexto que Tiago afirma que
a misericórdia triunfa sobre o juízo. No dia do Juízo final haverá misericórdia
para os que praticaram a misericórdia. Por outro lado, os que não exerceram
misericórdia serão julgados com a dureza da lei. Um exemplo bíblico é a
parábola do credor incompassivo onde um homem teve uma dívida de dez mil
talentos perdoada e ao sair da presença do rei, foi cobrar uma dívida de apenas
cem denários e encerrou na prisão o devedor. Ao saber disso, o rei o prendeu e
o tratou sem misericórdia (Mt 18.23-35).
3- A fé sem
obras é morta (Tg 2.17) ”Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só
está morta.”
Tiago afirma
que se o homem “disser que tem fé” e não confirmar essa fé com suas obras, de
nada adiantará. Daí a declaração do versículo 17. Existe uma aparente
contradição entre os textos de Paulo em Romanos 3.20 afirmando que “nenhuma
carne será justificada pelas obras”, e o texto de Tiago 2.14 que diz: “se
alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé
salvá-lo?”. Se lermos o texto de Roma- nos com atenção, perceberemos que o
apóstolo Paulo afirma que Abraão foi justificado pela fé, mas a trajetória do
Pai da fé foi marcada por atitudes que confirmaram sua fé. Tiago 2.18 dá um
verdadeiro xeque mate no assunto, “mostra-me essa tua fé sem a obras, e eu, com
a obra, te mostrarei a minha fé.” O capítulo 2 encerra afirmando que a fé sem
obra é como um corpo sem espírito. Longe de substituir a fé, a obra na verdade
a confirma. Paulo e Tiago não estão em contradição, como alguns supõem. Os dois
falam do mesmo assunto sob diferentes óticas. Paulo fala do meio, enquanto o
Tiago vê o resultado. Através das obras a fé é manifesta, pois sem obras não há
fé para ser mostrada.
RESPONDA
1) Apesar de
ser irmão do Senhor Jesus, como Tiago se apresenta? R. Servo de Deus e do Senhor
Jesus Cristo
2) Tiago ensina que a prova vem para nós… R. Aperfeiçoar
3) Cite a referência desse texto: “ mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu,
com as obras, e te mostrarei a minha fé” . R. Tiago 2.18b
Lição 12: TIAGO
3 e 4 – Como Controlar a Língua e Resistir ao Diabo | 3° Trimestre de 2022 |
EBD – PECC
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Em Tiago 3 e 4
há 18 e 17 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos
os presentes, Tiago 3.1-18 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo
e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Professor(a).
esta lição nos ensina a dupla ação das palavras, seja para a edificação da fé,
seja para a condenação dos irmãos. Sejamos prudentes no uso das palavras a boca
do cristão não deve amaldiçoar nem destruir os que caminham na fé; antes
devemos aconselhar, ensinar e abençoar. Mostre aos irmãos que nossos
comportamentos devem ser coerentes com o que ensinamos, pois os que não dão
exemplo cultivam uma sabedoria terrena de onde nascem as disputas e discórdias
motivadas por vaidade e inveja. O crente deve submeter-se a Deus, não desejar
os aplausos humanos; ser servo paciente dos irmãos como Jesus ensinou, e não
ceder às propostas fáceis do diabo que nos tornam arrogantes e prepotentes.
OBJETIVOS
Alertar acerca
dos cuidados com a língua.
Destacar a sabedoria que vem do alto.
Exortar quanto à fragilidade dos projetos humanos.
PARA COMEÇAR A
AULA
Comece
provocando uma reflexão sobre a pessoa de Cristo. Nosso Senhor nunca quis para
si as glórias humanas. Ele não cedeu às tentações do diabo nem quis se tornar
um líder político ou religioso. Ao invés disso, humilhou -se até a morte. Tudo
Ele obedeceu segundo a vontade do Pai e dando exemplo de tudo o que a lei e os
profetas haviam anunciado a seu respeito. Nenhum comportamento de Jesus foi
diferente do que Ele ensinou. Temos cultivado a mesma sabedoria, humildade e
submissão a Deus?
LEITURA
ADICIONAL
Sabedoria, a
falsa e a verdadeira (3.13-18)
Tiago volta ao tema da sabedoria que ele já mencionou em 1.5. Ele começa ao
destacar que a verdadeira sabedoria não é somente intelectual; ela é
demonstrada por um bom procedimento (“mediante condigno proceder” ARA) e é
marcada por mansidão (Mt 5.5; 11.28), e não por orgulho. Nisso, Tiago está em
harmonia com o saudável ensino bíblico (Jó 28.28; SI 25.9), mas ele está em
rota de colisão com muita sabedoria mundana Sabedoria e entendimento (v.13)
estão ligados aqui, como com frequência nas Escrituras. “A segunda palavra
expressa conhecimento pessoal e, portanto, experiência”.
O contrário da
mansidão da sabedoria é inveja amarga e ambição egoísta (v. 14). Cf. Gl 5.19-
23. Se essas coisas nos caracterizam, mesmo que nos van- gloriemos da nossa
sabedoria, toda a nossa vida é uma negação da verdade revelada em Jesus (Ef
4.21).A falsa sabedoria é terrena; não é espiritual, mas demoníaca (v. 15). Em
vez de “não é espiritual’: a RV traz “sensual”; a ARC traz “animal”; e, em vez
de “demoníaca”, a ARC traz “diabólica”. Em outras palavras, pertence à terra, e
não ao céu (1Co 15.48); à natureza, e não ao Espírito (1 Co 2.1 4; 15.44-46; Jd
19); e aos demônios, e não a Deus (l Tm 4.1). O v. 16 dá provas da afirmação
anterior (1 Co 1 4.33). Mas a verdadeira sabedoria é divina em sua origem, e
ela é antes de tudo pura; depois, pacífica (v. 17).
E pura na sua
essência e, por consequência, na sua expressão é pacífica (Pv 3.17), amável,
“paciente·: compreensiva (“tratável’: ARA), cheia de misericórdia e de bons
frutos (contraste com 3.8), Tiago 4.5 imparcial e sincera. Se tomarmos
“misericórdia” e “bons frutos” juntos, temos “Os Sete Pilares da Sabedoria” (Pv
9.1). v. 18. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores’. O
“fruto da justiça”, às vezes, é interpretado como sendo o “produto da justiça’
(Is 32.17; Rm 6.20-22), mas parece harmonizar melhor com o contexto se
interpretarmos a expressão aqui como “o fruto que é justiça•: e assim o
versículo é o complemento de 1.20. As palavras são na ampliação de “pacífico” e
“bons frutos” nov.17. Alguns comentaristas associam “justiça” a “paz” (cf. SI
85.1 0), e alguns trazem “pelos” em vez de “para os” (v. nota textuais da NVI).
Pv 11.30; Am 6.12; Mt 5.9; Fp 1.11; Hb 12.11. Moffatt traz “Os pacificadores
que semeiam em paz colhem justiça”.
Livro:
Comentário bíblico NVI Antigo e Novo Testamentos (Editor geral F. F. BRUCE)
TEXTO ÁUREO
“Ora, a língua
é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso
corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da
existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno.” Tg 3.6
LEITURA BÍBLICA
PARA ESTUDO
Tiago 3.1-18
VERDADE PRÁTICA
Quem ouve
conselhos se torna sábio
INTRODUÇÃO
I- OS CUIDADOS COM A LÍNGUA Tg 3.1-12
1– O duro juízo para os mestres Tg 3.1
2– A língua é como um fogo Tg 3.6
3– A dupla função da língua Tg 3.10
II- A SABEDORIA DO ALTO Tg 3.13-18
1– A verdadeira sabedoria Tg 3.13
2– A sabedoria terrena Tg 3.15
3– A sabedoria que vem do alto Tg 3.17
III- RESISTINDO AO DIABO Tg 4.1-17
1– A origem das disputas Tg 4.1
2– Colocando o diabo para correr Tg 4.7
3– Se Deus quiser Tg 4.13
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL
DIÁRIO
Segunda –
Tiago 3.1
Terça – Tiago 3.2
Quarta – Tiago 3.5
Quinta – Tiago 4.6
Sexta – Tiago 4.7
Sábado – Tiago 4.15
Hinos da Harpa
77 – 88
INTRODUÇÃO
Seguindo os
ensinamentos desse manual da fé, crescemos na graça e no conhecimento do Senhor
Jesus Cristo. Nesta lição estudaremos temas de grande relevância para a igreja:
o tropeço na palavra, o poder da língua, a sabedoria que vem de Deus, como
devemos resistir às paixões e desejos que causam intrigas, como resistir ao
diabo, como tratar os irmãos, a fragilidade dos projetos humanos, etc.
I- OS CUIDADOS
COM A LÍNGUA (Tg 3.1-12)
1- O duro juízo
para os mestres (Tg 3.1) “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós,
mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo.”
Tiago está
seguindo a mesma linha de pensamento dos capítulos anteriores onde ele orientou
a ouvir mais e falar menos. Aqui o apóstolo faz um alerta que serve tanto para
aqueles que são mestres como para aqueles que se dizem mestres, sem terem
recebido de Deus tal dom. Certo pensador disse: “Seja senhor do seu silêncio
para não ser escravo de suas palavras”. A quem muito é dado muito é cobrado. Por
isso, o juízo é maior sobre aquele que ensina. Devemos medir as palavras para
que elas não se voltem contra nós. Daí a conclusão de que ”a palavra convence,
mas o exemplo arrasta”. Aquele que ensina e faz-se exemplo daquilo que ensina
não tropeça nas suas palavras e, para o apóstolo Tiago, é um varão perfeito.
2- A língua
é como um fogo (Tg 3.6) “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade;
a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo
inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como
também é posta ela mesma em chamas pelo inferno.”
Uma música
popular dizia que “palavras são navalhas”. De fato, as palavras podem trazer
vida e podem matar. Elas não são apenas navalhas, podem ser flechas, pedras,
espadas, setas, dardos inflamados que ferem e podem matar. Elias, um profeta
cheio de autoridade, enfrenta 850 profetas de Baal e Aserá, mas uma palavra de
Jezabel quase mata o homem de Deus. Ele dispensou o seu moço, fugiu para o
deserto, se prostrou e pediu a morte (1 Rs 19.2-4). Uma calúnia destrói
casamentos, destrói amizades, destrói ministérios. A difamação pode levar
pessoas à depressão e até ao suicídio. Em Provérbios 26.20 está
escrito: “Sem lenha, o fogo se apagará; e, não havendo maldizente, cessará a
contenda.” Que Deus nos livre dos caluniadores, dos difamadores, dos
maldizentes, pois a língua possui veneno mortal.
3- A dupla
função da língua (Tg 3.10) “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus
irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim.”
Manoel Neres de
Alencar (in memoriam), porteiro da Assembleia de Deus em Salvador na Bahia, um
homem honrado, pai de 9 filhos, sen1 muita instrução, com apenas o segundo ano
primário, leu a Bíblia toda 3 vezes e ensinava para os seus filhos, o
seguinte: A BOCA QUE MALDIZ, POR QUE NÃO BENDIZ? Quando lemos as
lindas histórias da Bíblia Sagrada, percebemos o quanto era importante a
ministração da bênção e o quanto é perigosa uma palavra de maldição. Faraó era
um homem ímpio, mas a Bíblia diz que quando Jacó chegou no Egito, ele abençoou
Faraó duas vezes. Na chegada e na saída (Gn 47.7, 10). Deus não permitiu que
Balaão amaldiçoasse o povo de Israel, mas transformou a maldição em bênção. (Ne
13.2) Vale lembrar que a promessa de Deus para Abraão foi: “Abençoarei os que
te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn 12.3). Aqueles que
usam a língua para amaldiçoar atraem maldições para si, porém, os que usam a
língua para abençoar, atraem bênçãos. Portanto, usemos nossa língua para
abençoar nossa nação, nossos líderes, nossa família, etc.
II- A SABEDORIA
QUE VEM DO ALTO (Tg 3.13-18)
1- A verdadeira
sabedoria (Tg 3.13) “Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em
mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras.”
A verdadeira
sabedoria vem lá do alto e é evidenciada através do testemunho chamado aqui de
“condigno proceder”, ou seja, de acordo com o mérito, proporcional ao serviço
cristão realizado, vivendo honradamente com humildade. Aquele que tem a
sabedoria do alto prova isso através das boas ações praticadas. Tiago alerta
que alguns se acham sábios, porém têm os corações cheios de inveja, cheios de
amargura e sentimento faccioso. A inveja mata, a amargura oprime e faz adoecer
a alma, o sentimento faccioso divide amigos, família e ministérios, mas quem
tem a sabedoria que vem lá do alto transmite vida, trás libertação aos
oprimidos e é pacificador.
2- A sabedoria
terrena (Tg 3.15) “Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é
terrena, animal e demoníaca.”
Tiago destaca
três características acerca da sabedoria que não vem do alto:
a) Terrena. Não vem de cima, não vem do alto, não vem do céu, não vem de
Deus, não vem da Bíblia, vem exclusivamente da carne e dos sentimentos humanos.
b) Animal. Não é espiritual, não é guiada pelo Espírito Santo, pode até
alegrar a alma, mas não alegra nem edifica o espírito, o homem interior.
c) Demoníaca. O apóstolo Paulo alertou que nos últimos dias, muitos dariam
ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1 Tm 4.1).
O apóstolo
Pedro orienta os pastores a servirem à igreja como exemplo ao rebanho e não
como “dominadores” ou “pequenos deuses” (1 Pe 5.3). Onde há inveja e sentimento
faccioso, tem confusão e toda espécie de coisas ruins (v-16). Deus não opera em
lugares nem em corações dominados por esses sentimentos ruins. Onde o Espírito
de Deus está há liberdade. (2 Co 3.17)
3- A sabedoria
que vem do alto (Tg 3.17) ”A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente,
pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons
frutos, imparcial, sem fingimento.”
Devemos buscar
a sabedoria que vem lá do alto, ela é:
a) Pura. A palavra em grego é “hagnos”, semelhante a “hágios”, que
significa santo, limpo, perfeito, inocente.
b) Pacífica. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados
filhos de Deus. (Mt 5.9). Promova paz e não guerra!
c) Indulgente. Manso, brando, gentil, complacente, compreensivo,
tolerante.
d) Tratável. Acessível, comunicativo. Igreja é lugar de comunhão e de
comunicação. Comunique-se, se conecte (Rm 12.13)
e) Plena de misericórdia. Cheia de compaixão.
f) Plena de bons frutos. Os dons podem demonstrar carisma, mas o fruto
revela o caráter. g) Imparcial. Sem fazer acepção de pessoas.
h) Sem fingimentos. Ou seja, sem hipocrisia. Sem disfarces, sem máscaras.
“O amor seja não fingido” (Rm 12.9 ARC). Quem possui a sabedoria lá do alto
produz frutos de justiça, semeia e exercita a paz. Peça a Deus esta sabedoria
que vem lá do alto.
III- RESISTINDO
AO DIABO (Tg 4.1-17)
1- A origem das
disputas (Tg 4.1) “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós?
De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?”
Quais são os
prazeres que militam ou guerreiam em nós causando contendas, guerras e pelejas?
a) Cobiça e inveja. A Bíblia recomenda não ambicionar coisas altas, mas
acomodar-se com as humildes (Rm 12.16).
b) Maus desejos. Não pensam no bem do Reino de Deus, mas em seus próprios
deleites.
c) Amizade com o mundo. Deus é Santo e não admite misturas. A luz não tem
comunhão com as trevas. O apóstolo Tiago dá a receita para nos livrarmos desses
prazeres da carne: Lembrar que o Espírito Santo tem ciúmes de nós, humilhar-se,
sujeitar-se a Deus, resistir ao diabo, chegar-se a Deus, limpar as mãos,
purificar os corações, sentir as misérias, lamentar, chorar, não falar mal do
irmão.
2- Como colocar
o diabo para correr (Tg 4.7) “Sujeitai Vos, portanto, a Deus; mas resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós”.
Tiago nos
orienta acerca de duas atitudes que farão o diabo “bater em retirada”:
a) SUJEITAR-SE A DEUS. Esse termo indica submissão total a Deus, estar sob
obediência, estar totalmente rendido ao Senhor sob o controle de Cristo. O
conselho de Tiago está em perfeita harmonia com o escritor de Hebreus que
disse: ”.Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos
corrigiam, e os respeitamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao
Pai espiritual e, então, viveremos?” (Hb 12:9).
b) RESISTIR AO DIABO. Resistir é lutar contra, resistir é opor-se ao
diabo, resistir é não ceder, não aceitar suas sugestões. O rei Davi venceu
muitas batalhas no lugar forte, no deserto, mas no palácio não resistiu e caiu.
Adão estava no Éden, não resistiu e caiu, Jesus estava no deserto, resistiu e
venceu. A Bíblia diz que após a resistência de Jesus usando a Palavra, o diabo
se ausentou dele e vieram os anjos e o serviram (Mt 4.11). Resista com a
Palavra, resista confrontando suas propostas, ainda que essas propostas sejam
supostamente bíblicas, pois o diabo disse: está escrito, mas Jesus disse:
Também está escrito. Quem conhece a Palavra não se deixa levar pela conversa do
diabo, mas com a autoridade da Palavra e do nome de Jesus, coloca o mesmo pra
correr. Resista com oração e jejum.
3- Se Deus
quiser (Tg 4.13) ”Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos
para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros”.
Tiago ensina
que não sabemos o que sucederá amanhã, por isso não podemos ser presunçosos, arrogantes
ou pretenciosos. Somos comparados a uma neblina que aparece e é dissipada
rapidamente. Os nossos projetos devem ser entregues ao Senhor para que Ele nos
conduza em segurança. O ensinamento de Tiago foi tão forte que até hoje, quando
somos indagados sobre a ida a algum lugar ou execução de alguma tarefa,
geralmente dizemos: “Se Deus quiser “. As pretensões arrogantes são
consideradas pelo apóstolo Tiago como jactância maligna. Por isso ele conclui
esse assunto dizendo que “aquele que sabe fazer o bem e não faz, com pecado”
(v. 17). Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seu plano serão bem-sucedidos.
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transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também. Lucas 6:38 )”
RESPONDA
1) Complete: A
palavra convence, mas o exemplo … R. Arrasta
2) Quais as características da sabedoria que NÃO É do alto? R. Terrena,
animal e demoníaca
3) Os que usam a língua para abençoar atraem: R. Bençãos
Lição 13: TIAGO
5 – Injustiça Social, Paciência e Oração do Justo | 3° Trimestre de 2022 | EBD
– PECC
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Em Tiago 5 há
20 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Tiago 5.1-20
(5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar,
mas não substitui a leitura da Bíblia.
Olá,
professor(a)! A carta de Tiago tem nos ensinado a paciência com a fraqueza dos
irmãos e nossa responsabilidade de ensinar sem julgar e condená-los. Nesta
Lição, aprenderemos que nossa fé prática não pode admitir injustiças sociais
nem corrupção. Como profetas do presente, devemos viver pacientemente as
provações amparando-nos uns aos outros com justiça, humildade e sabedoria.
Precisamos evitar a pregação triunfalista de hoje, que ensina o crente a vencer
neste mundo, pois a vitória que queremos é espiritual. Por isso, nosso grande
poder sobre as barreiras espirituais e sobre os sofrimentos físicos vem da
oração. Orar e pôr em prática a fé que confessa nos, por ela podemos mover a
favor de Deus.
OBJETIVOS
Orientar acerca
das injustiças sociais.
Elencar os exemplos de paciência.
Exortar a igreja às práticas piedosas.
PARA COMEÇAR A
AULA
Uma boa estratégia
é iniciar a aula falando do quanto a oração é uma operação prática que permite
ao crente dirigir-se a Deus pela mediação de Jesus Cristo. Precisamos entender
que orar não é ato mecânico feito apenas para cumprir liturgia, mas uma
comunicação efetiva com Jesus. Pela oração somos dotados da paciência para
aguardar a volta de Cristo em meio às provações. Oração e fé prática geram uma
vida sem desonestidade e injustiças, vida de serviço e cuidado dedicados aos
irmãos.
LEITURA
ADICIONAL
Qual é o destino
final da riqueza? (Tg 5.1-4)
Tiago viu não apenas o presente julgamento (as riquezas sendo devoradas e o
caráter sendo destruído), mas também ele falou do julgamento futuro diante de
Deus (5.1,9). Jesus é o reto juiz e ele julgará retamente. Todos vão comparecer
diante do tribunal de Cristo para dar conta de suas vidas. Veja as testemunhas
que Deus vai chamar nesse julgamento: Primeiro, as suas próprias riquezas
enferrujadas e suas roupas comidas de traça vão testemunhar contra eles no
juízo (5.3), revelando a avareza de seus corações. Há uma ironia aqui: os ricos
armazenam suas riquezas para protegê-los e elas serão contra eles para
condená-los. Segundo, o salário retido com fraude dos ceifeiros vai testemunhar
contra eles (5.4).
O dinheiro tem
voz. Ele fala e sua voz chega ao céu, aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deus
ouviu o sangue de Abel e ouve o dinheiro roubado dos trabalhadores. Terceiro,
os trabalhadores irão também testificar contra eles (5.4b). Não haverá chance
dos ricos subornarem as testemunhas e o juiz. Deus ouve o clamor do Seu povo
oprimido e o julga com justiça. Em quarto lugar, as riquezas mal usadas revelam
a perda de uma preciosa oportunidade (5.3). Pense no bem que poderia ter sido
feito com essa riqueza acumulada de forma avarenta. Pobres poderiam ter sido
assistidos, o reino de Deus expandido, o salário dos ceifeiros pago. O que
esses ricos guardaram, perderam anos depois quando Roma começou a perseguir os
judeus (64 d.C e 70 d.C.).
O dinheiro não
deve ser uma arma para controlar e dominar os outros, mas um instrumento para
ajudar os necessitados. O que guardamos, perdemos. O que damos, retemos. Uma
pessoa pode ser rica neste mundo e pobre no mundo por vir. Pode ser pobre aqui
e rica no mundo vindouro (2Co 6.10). O dinheiro fala: o que ele irá testemunhar
sobre você no dia do juízo? Como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono
ou seu servo? Seu coração confia na provisão ou no provedor? Você é honesto no
trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que não lhe pertence?
Os bens que você tem, foram adquiridos honestamente? Você tem usado seus bens
para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado apenas para o seu deleite e
conforto?
Texto Áureo
“Sede, pois,
irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com
paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas
chuvas.” Tiago 5.7
Leitura Bíblica
Para Estudo
Tiago 5.1-20
Verdade Prática
A paciência
evidencia o fruto do Espírito na vida do crente.
INTRODUÇÃO
I- AS INJUSTIÇAS SOCIAIS Tg 5.1-6
1– Riquezas oriundas da corrupção Tg 5.2
2– Tesouros injustos Tg 5.3
3– O clamor dos trabalhadores Tg 5.4
II- OS EXEMPLOS DE PACIÊNCIA Tg 5.7-11
1- O exemplo do lavrador Tg 5.7
2– O exemplo dos profetas Tg 5.10
3– O exemplo de Jó Tg 5.11
III- LOUVOR E ORAÇÃO DO JUSTO Tg 5.12-20
1– Sobre o juramento Tg 5.12
2– Exortação acerca da oração Tg 5.13
3– Elias, um exemplo de oração Tg 5.17,18
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL
DIÁRIO
Segunda –
Tiago 5.1
Terça – Tiago 5.3
Quarta – Tiago 5.7
Quinta – Tiago 5.12
Sexta – Tiago 5.16
Sábado – Tiago 5.17
Hinos da Harpa:
74 – 296
INTRODUÇÃO
Na conclusão da
epístola de Tiago encontramos uma palavra dura contra os ricos opressores que
acumulavam riquezas injustas numa época de grande carência de assistência
social. Exortações e instruções acerca da paciência, do juramento, da oração e
unção com óleo, ressaltando os exemplos dos profetas (com destaque para Elias)
e de Jó.
I- AS
INJUSTIÇAS SOCIAIS (Tg 5.1-6)
1- Riquezas
oriundas da corrupção (T9 5.2). “As vossas riquezas estão corruptas, e as
vossas roupagens, comidas de traça.”
Os ricos aqui
são repreendidos e condenados a chorar e prantear pelas misérias que virão. O
motivo é que essas riquezas foram adquiridas com a prática de corrupção. Na
versão NVT diz: “Sua riqueza apodreceu”. Muitos hoje ocupam cargos de honra,
mas suas vestes estão comidas de traça. São tantas as formas de corrupção:
lavagem de dinheiro, compra de sentenças, concessão de pedágios, votações
subornadas nos diversos níveis do poder legislativo, desvios de fundos de
aposentadorias, sonegação de impostos, uso indevido da máquina pública para
enriquecimento ilícito, etc Podem estar vestidos com ternos de linho fino, mas
Deus os vê vestidos em trapos de imundícia, espiritualmente estão jogados às
traças. Em Lucas 16.19 Jesus conta a história de um homem rico que se vestia de
púrpura e linho finíssimo, mas morreu e foi para o hades, enquanto Lázaro que
mendigava à sua mesa morreu e foi levado ao seio de Abraão. A Bíblia cita o
nome do mendigo, mas não cita o nome do rico, tal é a importância das riquezas
terrenas, em especial aquelas mal adquiridas.
2- Tesouros
injustos (Tg 5.3) “O vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens,
e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar,
como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias.”
Jesus já havia
ensinado a não acumular tesouros na terra. “Não acumulei para vós outros
tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões
escavam e roubam” (Mt 6.19). A palavra grega para últimos dias é “eschatos” que
dá origem à palavra escatologia. Na tradução hebraica o texto está assim:
“Estamos nos últimos dias e vocês continuam acumulando bens!’: Na época do
Plano Collor, algumas igrejas estavam com seus recursos aplicados no
“Overnight”, plano de investimento de curtíssimo prazo. Tesouro acumulado que
enferrujou porque não foi investido em missões. O apóstolo Paulo ensinou aos
coríntios que o tempo se abrevia para a vinda do Senhor, por isso não é sábio
nem sensato priorizar o acúmulo de riquezas. “Os que compram sejam como se nada
possuíssem” (1Co 7.30).
3- O clamor dos
trabalhadores (Tg 5.4) “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram
os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os
clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.”
Não é por acaso
a nota de repúdio de Tiago contra os ricos opressores, pois haviam retido com
fraude o salário dos trabalhadores e isso foi denunciado através da oração ao
Senhor dos Exércitos. Deus ouviu e entrou na briga a favor dos trabalhadores
oprimidos. Deus é Pai de órfãos e Juiz de viúvas (SI 68.5). Enquanto as
riquezas estão acumuladas nos palácios, sob o domínio de uma minoria, uma
multidão de trabalhadores clama para receber o que é seu por direito. O governo
federal, estadual ou municipal, a empresa ou instituição que age dessa forma
atrai juízo para si. “E, assim, fizeram que o clamor do pobre subisse até Deus,
e este ou- viu o lamento dos aflitos”. (Jó 34.28).
II- OS EXEMPLOS
DE PACIÊNCIA (Tg 5.7-11)
1- O exemplo do
lavrador (Tg 5.7) “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor.
Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber
as primeiras e as últimas chuvas”.
As primeiras e
as últimas chuvas são também chamadas de chuvas temporãs e chuvas serôdias ou
chuvas do outono e chuvas da primavera. Durante as primeiras chuvas, no outono,
a semente é germinada. Durante as últimas chuvas, na primavera os frutos são
amadurecidos. O lavrador conhece a ciência dos tempos e por isso não desperdiça
a semente em outras estações. As promessas de Deus se cumprem no tempo certo e
os que sabem aguardar com paciência colhem frutos preciosos. Sara foi estéril
até os noventa anos, mas Deus prometeu que ela teria um filho. Era a primavera
na vida de Sara. “Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera
voltarei a você, e Sara terá um filho”. (Gn 18.14) NVl. Os que semeiam no
outono, receberão o seu Isaque na primavera, receberão o seu fruto precioso.
“Os que semeiam em lágrimas, segarão com alegria”.
2- O exemplo
dos profetas (Tg 5.10) “Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na
paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor.”
A palavra
sofrimento aqui significa aflição, perseguição, pressão, dificuldade, angústia,
problema, etc. Paciência é calma, é tolerância, é gentileza, está relacionada
ao fruto do Espírito conhecido como “domínio próprio”.
Alguns profetas que são destaque como modelos de sofrimento e paciência:
a) Isaías. Andou três anos nu e descalço como sinal sobre o Egito e
Etiópia (Is 20.3) Segundo a tradição foi serrado ao meio durante o reinado de
Manassés.
b) Ezequiel. Deus ordenou que o profeta se deitasse sobre o seu lado
esquerdo durante 390 dias representando a iniquidade de Israel, após isso,
deitar-se 40 dias representando as iniquidades de Judá e durante esse período
ele deveria cozinhar sobre esterco com a comida e água racionada, simplesmente
para alertar como o povo sofre ria no cativeiro. (Ez 4.4-17). Quando sua esposa
morreu, Deus não permitiu que ele chorasse, (Ez 24.16-18).
c) Oséias. Casou com uma prostituta para representar a infidelidade do
povo de Israel.(Os 1.2)
d) Elias. Foi sustentado por corvos e depois por uma viúva durante a seca
que ele mesmo profetizara. Por causa dessa paciência, esses homens foram
recompensados: Isaías foi profeta messiânico. Agostinho chamou o seu livro de
quinto evangelho. Ezequiel foi arrebatado entre a terra e o céu e viu coisas
extraordinárias, Oseias é usado pra exortar o povo ao arrependimento, Elias
derrota os profetas de Baal e Aserá e ordena que chova segundo a sua palavra.
Desejamos a mesma autoridade dos profetas? Será que também estaríamos dispostos
a sofrer como eles?
3- O exemplo de
Jó (Tg 5.11) “Eis que temos felizes os que perseveraram firmes. Tendes
ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor Lhe Deu; porque o Senhor é
cheio de terna misericórdia e compassivo“.
A trajetória
desse grande homem nos fascina. A Bíblia o apresenta como homem reto, sincero,
temente a Deus e que se desviava do mal. Apesar de sua vida piedosa
intercedendo pelos filhos, Deus permitiu que ele perdesse tudo. A paciência de
Jó diante das perdas é algo impressionante.
a) Perdeu a fazenda e os filhos e disse: “Deus deu, Deus tirou, bendito seja o
nome do Senhor” (Jo 1.21);
b) Perdeu a saúde e disse: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos
também o mal? (Jó 2.10);
c) No auge do sofrimento Jó disse: “Ainda que Ele me mate, nEle esperarei” (Jó
13.15 ARC);
d) Diante das acusações dos seus amigos Jó disse: “Eu sei que o meu redentor vive
e por fim se levantará sobre a terra (Jó 19.25);
e) Deus mudou o cativeiro de Jó quando ele intercedia pelos amigos (Jó 42.10).
Deus não tem prazer no sofrimento dos seus filhos, todavia Ele pode permitir
sofrimentos e aflições para nos aperfeiçoar. ”Assim, abençoou o Senhor o último
estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas,
seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. Também teve outros sete
filhos e três filhas” *(Jó 42.12,13).
III- LOUVOR E
ORAÇÃO DO JUSTO (Tg 5.12-20 )
1- Sobre o
juramento (Tg 5.12) “Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem
pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim,
sim, e o vosso não, não, para não cairdes em juízo.”
O que Tiago
está ensinando acerca do juramento não proíbe o cristão de fazer juramentos
perante magistrados ou em cerimônias militares e outras ocasiões solenes. O
apóstolo está orientando a não banalizar as coisas sagradas através de
promessas, mas que a palavra do cristão seja sim, sim e não, não, como Jesus
ensinou. O pacto realizado entre Deus e Abraão em Gênesis 15 era feito através
de um juramento. O escritor de Hebreus declara que, não havendo ninguém maior
por quem jurar, Deus jurou por si mesmo (Hb 6.13). O Evangelho é desmoralizado
quando cristãos fazem determinadas declarações e não cumprem.
2- Exortação
acerca da oração (Tg 5.13)“Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está
alguém alegre? Cante louvores.”
Neste bloco
final da carta geral de Tiago, (Tg 5.13-1 8) encontramos sete vezes menção à
oração:
a) Oração pelos que sofrem. Existem corações aflitos, sofrendo por causa de
desemprego, problemas familiares, luto, etc. precisando de uma oração de
conforto.
b) Oração pelos enfermos. Orar ungindo com óleo, num ato de fé, pedindo a cura.
c) A oração da fé. A unção é simbólica, mas é a oração da fé que salva do
doente.
d) Orando uns pelos outros. Tiago está ensinando que na nova aliança somos
sacerdotes e podemos orar uns pelos outros.
e) A eficácia da oração. A súplica do justo é poderosa.
f) Oração para fechar os céus. Gostamos de orar para Deus abrir portas, mas às
vezes Ele precisa fechar por uma causa mais nobre.
g) Oração pra abrir os céus. Elias é um tipo da Igreja. A chave para abrir e
fechar os céus está nas mãos da Igreja. “Que os céus fechados se abram!”.
3- Elias, um
exemplo de oração (Tg 5.17, 18) “Elias era homem semelhante a nós, sujeito
aos mesmos sentimentos, e orou com instância, para que não chovesse sobre a
terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu
chuva, e a terra fez germinar seus frutos.”
Durante o duelo
no monte Carmelo contra os profetas de Baal e Aserá, uma oração curta de Elias
foi mais eficiente que os muitos rituais dos que foram envergonhados e mortos.
A barreira espiritual caiu por terra, Elias orou, o céu se abriu e a chuva veio
sobre a terra. Se barreiras espirituais impedem as bênçãos de Deus sobre a
nossa família, sobre o nosso ministério ou sobre a nossa nação, somente a
oração precedida de restauração do altar pode mudar o quadro. Apesar de Elias
ser um homem semelhante a nós, tomou atitudes que tornaram suas orações
poderosas.
a) Não se curvou a Jezabel nem comeu da sua mesa como os profetas pagãos,
b) foi sustentado por corvos e por uma viúva pra não depender de um sistema
corrupto,
c) Restaurou o velho altar de Jeová que estava quebrado,
d) derramou como oferta a água que estava em escassez sobre o altar restaurado.
O resultado foi fogo consumindo o altar e a manifestação poderosa da glória de
Deus seguida de chuvas de outono e de primavera Se a igreja se posicionar como
Elias nestes dias difíceis, abençoará a nossa nação.
APLICAÇÃO
PESSOAL
É tempo de
restaurar o altar do Senhor, tempo de oração e de unção. Ponha em prática o que
aprendeu e demonstre, através da sua vida, a diferença entre o justo e o ímpio,
entre o que serve a Deus e o que não serve.
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parceiro desta obra. “(Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida,
transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também. Lucas 6:38)”
RESPONDA
1) Quem recebe
o salário dos Trabalhadores? R. Os ricos opressores
2) Qual foi o profeta que andou três anos nu e descalço? R. Profeta Isaías
3) Nomes dados às primeiras e últimas chuvas? R. Chuva temporã e serôdia
ou chuvas do Outono e Chuvas da primavera
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Com. Bíblico -
Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Hebreus 12
Nesse capítulo,
o apóstolo aplica o que ele reuniu no capítulo anterior, e faz uso disso como
um grande motivo para paciência e perseverança na fé e na prática cristãs,
fundamentando o argumento: I. Com base num exemplo maior do que os mencionados
até então, o do próprio Cristo (vv. 1-3). II. Com base na natureza moderada e
generosa das aflições que eles sofreram em sua jornada cristã (vv. 4-17). III.
Com base na comunhão e na conformidade entre o estado da igreja cristã na terra
e a igreja triunfante no céu (vv. 18-29).
Cristo, o
Grande Exemplo
Hebreus 12:1-3
Observe aqui
qual é o grande dever que o apóstolo impõe aos hebreus, e ao qual ele tanto
gostaria que eles obedecessem: “...deixemos todo embaraço e o pecado que tão de
perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta”.
O dever consiste em duas partes, uma preparatória, a outra aperfeiçoadora.
I
Parte
preparatória: “...deixemos todo embaraço e o pecado...”. 1. Todo embaraço, isto
é, todo sentimento e preocupação excessivos pelo corpo e pela presente vida no
mundo. A preocupação excessiva por esta vida, ou a predileção por ela, é um
peso morto sobre a alma, que a puxa para baixo quando esta deveria subir, e a puxa
para trás quando deveria incentivá-la a ir adiante; torna os deveres e
dificuldades mais pesados do que seriam por si só. 2. E o pecado que tão de
perto nos rodeia; é o pecado que tem a maior vantagem sobre nós, pelas
circunstâncias em que estamos, nossa constituição, nossa companhia. Isso pode
significar ou o pecado condenatório da incredulidade ou, antes, o pecado
predileto dos judeus, a afeição exagerada pela sua própria dispensação.
Deixemos de lado todos os empecilhos exteriores e interiores.
II
Parte
aperfeiçoadora: “...corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta.
O apóstolo fala no estilo dos esportes, extraído dos jogos Olímpicos e de
outros exercícios.
1. Os cristãos
têm uma corrida para correr, uma corrida de serviço e uma corrida de
sofrimentos, um curso de obediência ativa e passiva.
2. Essa corrida
está proposta para eles; está marcada para eles, tanto pela palavra de Deus
quanto pelos exemplos dos servos fiéis de Deus, aquela nuvem de testemunhas que
está em volta deles. Ela está marcada por limites e direções apropriadas; o
alvo para o qual correm e o prêmio pelo qual correm estão colocados diante
deles.
3. Essa corrida
precisa ser corrida com paciência e perseverança. Haverá necessidade de
paciência para enfrentar as dificuldades que estão no nosso caminho, de
perseverança para resistir a todas as tentações que querem nos fazer desistir
ou nos desviar. A fé e a paciência são as virtudes que levam à vitória, e por
isso precisam ser sempre cultivadas e mantidas em constante atividade.
4. Os cristãos
têm um exemplo maior para incentivá-los e encorajá-los no seu percurso cristão
do que quaisquer, ou todos, dos que foram mencionados anteriormente, e esse é o
Senhor Jesus Cristo: “...olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (v. 2).
Observe aqui:
(1) O que o
Senhor Jesus é para o seu povo: Ele é o autor e consumador da fé – o iniciador,
aperfeiçoador e galardoador dela. [1] Ele é o autor da nossa fé; não somente o
seu objeto, mas o seu autor. Ele é o grande líder e precedente da nossa fé, ele
confiou em Deus; Ele é o que obteve por seu sangue o Espírito de fé, o que
proclamou a regra de fé, a causa eficiente da graça da fé, e em todos os
aspectos é o autor da nossa fé. [2] Ele é o consumador da nossa fé; Ele é
aquele que cumpre e é o cumprimento de todas as promessas e profecias das
Escrituras; Ele é o aperfeiçoador do Cânon das Escrituras; Ele é o
aperfeiçoador da graça, e da obra da fé com poder na alma das pessoas; e Ele é
o juiz e galardoador da nossa fé; Ele determina quem são os que alcançam o
alvo, e dele, e nele, eles têm o prêmio.
(2) Quais
provações Cristo enfrentou na sua corrida e na sua jornada. [1] Ele
“...suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo” (v. 3). Ele
suportou a oposição que lhe fizeram, tanto em suas palavras quanto em seu
comportamento. Eles estavam contradizendo-o o tempo todo, e se opondo aos seus
grandes planos; e embora Ele os pudesse ter facilmente refutado e confundido –
e às vezes lhes deu uma amostra do seu poder –, contudo, suportou suas más
maneiras com grande paciência. As contradições deles foram dirigidas ao próprio
Cristo, contra a sua pessoa como Deus-homem, contra a sua autoridade, contra a
sua pregação, e mesmo assim Ele suportou tudo isso. [2] Ele “...suportou a
cruz” – todos os sofrimentos que enfrentou no mundo; porque Ele assumiu a sua
cruz já cedo, e foi no final pregado nela, e suportou uma morte dolorosa,
infame e maldita, na qual foi contado entre os transgressores, os mais vis
malfeitores; porém, tudo isso sofreu com paciência e determinação invencíveis.
[3] Ele desprezou “...a afronta”. Todas as afrontas que foram lançadas contra
Ele, tanto na sua vida quanto na sua morte, Ele desprezou; Ele estava
infinitamente acima delas; Ele conhecia a sua própria inocência e excelência, e
desprezou a ignorância e maldade dos que o desprezaram.
(3) O que
sustentou a alma humana de Cristo quando estava nesses sofrimentos
incomparáveis: “...o gozo que lhe estava proposto”. Ele tinha algo em vista em
todos os seus sofrimentos, algo que lhe era agradável. Ele se alegrou em ver
que por meio de seus sofrimentos poderia fazer reparação à justiça de Deus que
fora ofendida e dar segurança à sua honra e ao seu governo; que poderia
estabelecer a paz entre Deus e o homem; que poderia selar o concerto da graça e
ser o Mediador dela; que poderia abrir um caminho para a salvação para o maior
dos pecadores e que poderia efetivamente salvar todos aqueles que o Pai lhe
dera, e ser Ele mesmo o primogênito entre muitos irmãos. Essa era a alegria que
lhe foi proposta.
(4) A
recompensa pelo seu sofrimento: “...assentou-se à destra do trono de Deus”.
Cristo, como Mediador, foi exaltado ao estágio da mais elevada honra, do mais
elevado poder e influência. Ele está à destra do Pai. Nada acontece no céu e na
terra sem passar por Ele. Ele faz tudo que é feito. Ele vive “...sempre para
interceder por eles” (Hb 7.25).
(5) Qual é o
nosso dever com relação a esse Jesus. Precisamos: [1] Olhar para Ele; isto é,
precisamos colocá-lo continuamente como nosso exemplo e como nosso grande
encorajamento; precisamos olhar para Ele para buscar direção, ajuda e
aceitação, em todos os nossos sofrimentos. [2] Precisamos considerá-lo, pensar
muito nele, e argumentar conosco mesmos com base no caso dele a fim de
aplicá-lo a nós. Precisamos fazer a analogia, como sugere a palavra: comparar
os sofrimentos de Cristo aos nossos; e vamos descobrir que os seus sofrimentos
excedem em muito os nossos, em natureza e medida, assim a sua paciência excede
em muito a nossa, e é um padrão perfeito para que o imitemos.
(6) A vantagem
que teremos ao fazer isso: será um meio de impedir a nossa fadiga e
desfalecimento (v. 3): “...para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos
ânimos”. Observe: [1] Até nos melhores há uma propensão à fadiga e ao desfalecimento
em suas provações e aflições, especialmente quando são pesadas e de longa
duração. Isso procede das imperfeições humanas e dos resíduos da corrupção. [2]
A melhor forma de impedir isso é olhar para Jesus, e considerá-lo. A fé e a
meditação trazem novas reservas de força, conforto e coragem; pois Ele lhes
garantiu que, se perseverarem no sofrimento com Ele, também com Ele reinarão (2
Tm 2.12). E essa esperança será o capacete da salvação deles.
O Benefício das
Aflições. A Utilidade das Aflições. Advertências contra a Apostasia
Hebreus 12:4-17
Aqui o apóstolo
reforça sua exortação à paciência e perseverança por meio de um argumento
tomado da medida moderada e da natureza generosa dos sofrimentos que os hebreus
cristãos estavam suportando na sua corrida cristã.
I
Com base
na intensidade e medida moderadas dos seus sofrimentos: “Ainda não resististes
até ao sangue, combatendo contra o pecado” (v. 4). Observe:
1. Ele
reconhece que eles sofreram muito, tinham lutado com agonia contra o pecado. Aqui:
(1) A causa do conflito era o pecado, e estar engajado na luta contra o pecado
é estar lutando numa boa causa, pois o pecado é o pior inimigo tanto de Deus
quanto do homem. Nossa luta espiritual é tanto honrosa quanto necessária; pois
estamos nos defendendo a nós mesmos contra aquilo que quer nos destruir, se
obtiver a vitória sobre nós; estamos lutando por nós mesmos, pela nossa vida, e
por isso devemos ser pacientes e resolutos. (2) Cada cristão está alistado sob
a bandeira de Cristo, para lutar contra o pecado, contra doutrinas pecaminosas,
práticas pecaminosas e hábitos e costumes pecaminosos, tanto em si mesmo quanto
nos outros.
2. Ele os faz
pensar que eles poderiam ter sofrido mais, que não sofreram tanto quanto os
outros; pois ainda não tinham resistido até ao sangue, não haviam sido
desafiados ainda ao martírio, embora não soubessem quão cedo isso poderia
acontecer. Aprenda aqui: (1) O nosso Senhor Jesus, “...o Príncipe da nossa
salvação” (Hb 2.10), não chama o seu povo para as sua provações mais duras no
início, mas sabiamente o treina por meio de sofrimentos menos pesados para que
esteja preparado para os maiores. Ele não vai colocar vinho novo em odres
fracos. Ele é o bom pastor, Ele não vai sobrecarregar os seus filhos mais
novos. (2) É adequado que os cristãos observem a moderação com que Cristo
adapta suas provações às forças deles. Eles não devem aumentar suas aflições,
mas devem observar a misericórdia que está combinada com elas, e devem ter
piedade daqueles que são chamados às provações mais cruéis para resistirem até
o sangue; não para derramar o sangue dos seus inimigos, mas para selar o seu
testemunho com o seu próprio sangue. (3) Os cristãos devem se envergonhar de
desfalecer sob provações moderadas, quando vêem que outros estão suportando
provações mais pesadas, e não sabem quão cedo eles mesmos terão de enfrentar as
piores provações. Se corremos com os soldados de infantaria e nos cansamos,
como vamos competir com os cavalos? Se estamos cansados numa terra de paz, o
que faremos na enchente do Jordão? (Jr 12.5).
II
Ele
argumenta com base na natureza peculiar e generosa daqueles sofrimentos que
sobrevêm ao povo de Deus. Embora os inimigos e perseguidores sejam os agentes
que infligem tais sofrimentos ao povo cristão, contudo eles são castigos
divinos. O Pai celestial tem a sua mão em tudo isso, e o seu sábio propósito em
tudo. Ele lhes deu informações adequadas sobre isso, e eles não devem esquecer
(v. 5). Observe:
1. Aquelas
aflições que talvez sejam verdadeiras perseguições no que tange ao envolvimento
dos homens são também repreensões e castigos divinos no que concerne a Deus. A
perseguição por causa da fé é, às vezes, uma correção e repreensão pelos
pecados dos que professam a religião. Os homens os perseguem porque são
crentes; Deus os castiga porque não são mais devotos. Os homens os perseguem
porque não abrem mão da sua profissão de fé; Deus os castiga porque não vivem
de acordo com a sua profissão de fé.
2. Deus
orientou o seu povo acerca de como devia se comportar em todas as aflições;
seus servos precisam evitar os extremos em que muitos incorrem. (1) Não devem
desprezar o castigo do Senhor; não devem considerar insignificantes as
aflições, e ser estúpidos e insensíveis quando estiverem nelas, pois são a mão
e a vara de Deus, e a sua censura pelo pecado. Os que não levam a sério as
aflições, não levam Deus a sério e não levam o pecado a sério. (2) Eles não
podem desfalecer quando forem repreendidos; não podem se desesperar e afundar
quando estiverem na aflição, nem se lamentar e se queixar, mas suportá-la com
fé e paciência. (3) Se incorrerem em algum desses extremos, é sinal de que
esqueceram o conselho e a exortação do seu Pai celestial, que Ele lhes deu com
verdadeiro e terno amor.
3. As aflições,
corretamente suportadas, embora possam ser o resultado do desagrado de Deus,
são mesmo assim provas do seu amor paternal pelo seu povo e do seu cuidado por
ele (vv. 6,7). “...porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que
recebe por filho”. Observe: (1) Os melhores dos filhos de Deus precisam de
correção. Eles têm suas falhas e sua insensatez, que precisam ser corrigidas.
(2) Embora Deus possa deixar outros sozinhos em seus pecados, Ele corrige os
pecados nos seus próprios filhos; eles são da sua família, e não escaparão da sua
correção quando precisarem dela. (3) Dessa forma, Ele age como é apropriado a
um pai, e os trata como filhos; nenhum pai vai pestanejar diante das falhas de
seus próprio filhos como ele hesita diante das falhas de outros; sua relação e
seu amor o obrigam a observar melhor as falhas dos seus próprios filhos do que
as dos outros. (4) Ser tolerado na continuação do pecado sem repreensão é um
triste sinal de alienação de Deus; tais são bastardos, não filhos. Eles podem
até chamá-lo Pai, porque nasceram no seio da comunidade de crentes; mas são
filhos de outro pai, não filhos legítimos de Deus (vv. 7,8).
4. Aqueles que
são impacientes sob a disciplina do seu Pai celestial se comportam de forma
pior para com Ele do que o fariam em relação aos seus pais terrenos (vv. 9,10).
Aqui: (1) O apóstolo elogia um comportamento responsável e obediente deles como
filhos para com os seus pais terrenos. Eles os reverenciavam mesmo quando os
corrigiam. É dever dos filhos reverenciar com obediência as justas ordens dos
seus pais, e reverenciar com submissão a correção deles quando forem
desobedientes. Os pais não somente têm autoridade, mas a ordem de Deus, de
corrigir os seus filhos quando for necessário, e Ele ordenou que os filhos
aceitassem bem essa correção. Ser teimoso e descontente quando corrigido é uma
falta dupla; pois a correção pressupõe que houve falta já cometida contra o
poder ordenador do pai, e acrescenta, além disso, mais uma falta contra o seu
poder de correção. Daí: (2) Ele recomenda o comportamento humilde e submisso
para com o nosso Pai celestial, quando debaixo da sua correção; e isso ele faz
com base num argumento do menor para o maior. [1] Os nossos pais terrenos são
apenas “...nossos pais segundo a carne”, mas Deus é o nosso “...Pai dos
espíritos”. Nossos pais terrenos foram agentes na geração do nosso corpo, que é
apenas carne, uma coisa insignificante, mortal e vã, formada do pó da terra,
como o é o corpo dos animais. E mesmo assim, sendo curiosamente formado, e
feito parte da nossa pessoa, um tabernáculo apropriado para que nele habite a
alma, e como um órgão pelo qual podemos agir, devemos reverência e amor àqueles
que foram agentes na sua procriação. No entanto, devemos muito mais àquele que
é o Pai do nosso espírito. Nossa alma não é constituída de substância material,
nem do tipo mais refinado; não é extraída por transmissão de um para outro;
afirmar isso não é boa filosofia, e a pior teologia; ela veio direto de Deus,
que, depois de ter formado o corpo do homem da terra, soprou nele um espírito
de vida, e assim ele se tornou alma vivente. [2] Os nossos pais terrenos
“...nos corrigiam como bem lhes parecia”. Às vezes o faziam para satisfazer sua
raiva e não para corrigir nossas maneiras. Essa é uma fraqueza a que estão
expostos os nossos pais segundo a carne, e eles devem ser cuidadosos e
vigilantes em relação a isso. Pois, por meio disso, eles desonram a autoridade
paterna que Deus colocou sobre eles e prejudicam grandemente a eficácia dos
seus castigos. Mas o Pai do nosso espírito nunca aflige de boa vontade, nem
assim castiga os filhos dos homens, muito menos seus próprios filhos. É sempre
para nosso proveito; e a vantagem que Ele tem em mente para nós é nada menos do
que sermos participantes da sua santidade; é corrigir e curar aquelas desordens
pecaminosas que nos tornam dessemelhantes de Deus, e para melhorar e aumentar
aquelas virtudes que são a imagem de Deus em nós, para que sejamos e ajamos
mais de acordo com o nosso Pai celestial. Deus ama tanto os seus filhos que
gostaria que eles fossem semelhantes a si mesmo o máximo possível, e para esse
propósito Ele os corrige sempre que é necessário. [3] Os pais segundo a nossa
carne nos corrigiram “...por um pouco de tempo”, no estado da infância, quando
menores; e embora estivéssemos naquele estado irritadiço, nós lhes devíamos
respeito, e quando chegamos à maturidade os amamos e honramos muito mais por
isso. Toda a nossa vida aqui é um estado de infância, menoridade e imperfeição,
e por isso precisamos nos submeter à disciplina de tal estado; quando chegarmos
ao estado de perfeição, estaremos completamente reconciliados com todas as
medidas da disciplina de Deus sobre nós. [4] A correção de Deus não é nenhuma
condenação. Seus filhos podem temer no começo para que não venha a aflição
sobre aquela terrível incumbência e nós clamemos: “Não me condenes, mas faze-me
saber por que contendes comigo” (Jó 10.2). Mas isso está tão distante de ser o
plano de Deus para o seu próprio povo que Ele por isso os castiga agora
“...para não serem condenados com o mundo” (1 Co 10.32). Ele faz isso para
impedir a morte e a destruição da sua alma, para que vivam para Deus e sejam
semelhantes a Deus, e estejam para sempre com Ele.
5. Os filhos de
Deus, em suas aflições, não devem julgar a forma como Ele trata com eles por
meio dos sentidos no presente, mas pela razão, fé e experiência: “E, na
verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza,
mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (v.
11). Observe aqui:
(1) O discernimento
dos sentidos nesse caso – as aflições não são agradáveis aos sentidos, mas
dolorosas; a carne vai senti-las, e será oprimida por elas, e vai gemer nelas.
(2) O
discernimento da fé, que corrige o dos sentidos e declara que a aflição
santificadora produz os frutos da justiça; esses frutos são pacíficos, e tendem
ao sossego e ao conforto da alma. A aflição produz a paz, ao produzir mais
justiça; pois o fruto da justiça é paz. E se a dor do corpo contribui dessa
forma para a paz da mente, e breves aflições presentes produzem frutos de longa
duração, os hebreus não tinham razão alguma para se lamentar ou desfalecer
nelas. Mas a sua grande preocupação é que a disciplina sob a qual estavam seja
suportada por eles com paciência, e os conduza a um nível mais elevado de
santidade. [1] Que a aflição deles seja suportada com paciência, que é a linha
principal do discurso do apóstolo acerca desse tópico; e ele novamente volta a
exortá-los que pela razão mencionada anteriormente eles devem “...levantar as
mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (v. 12). Um fardo de aflições é
capaz de fazer com que as mãos do cristão fiquem caídas pelo cansaço, e os seus
joelhos fiquem fracos, e assim o desanimem e o desencorajem; mas ele precisa
lutar contra isso, e por duas razões: em primeiro lugar, para que ele possa
correr melhor a sua corrida espiritual. A fé, e a paciência, e a santa coragem
e determinação vão fazê-lo caminhar mais seguramente, ajudá-lo a manter um
caminho mais reto, impedir o vacilo e o devaneio. Em segundo lugar, para que
ele possa encorajar e não desanimar outros que estão no mesmo caminho com ele.
Há muitos que estão no caminho para o céu que ainda andam de forma manca e
trôpega nele. Esses são capazes de desencorajar os outros, e atrapalhar os
outros; mas é obrigação do cristão ter coragem e agir por fé, e assim ajudar
outros no caminho para o céu. [2] Que na aflição que passam sejam promovidos a
um degrau mais elevado de santidade. Visto que esse é o plano de Deus, deve ser
o plano e interesse dos seus filhos, que com a força e a paciência renovadas
eles sigam “...a paz com todos e a santificação” (v. 14). Se os filhos de Deus
se tornam impacientes nas aflições, então não andam de forma tão calma e
pacífica em relação aos homens, nem de forma tão piedosa para com Deus, quanto
deveriam. No entanto, a fé e a paciência vão capacitá-los a seguir a paz e a
santificação também, assim como um homem segue o seu chamado, com constância,
diligência e com prazer. Observe que, em primeiro lugar, é dever dos cristãos, mesmo
quando num estado de sofrimento, seguir a paz com todos, aliás, até mesmo com
aqueles que talvez sejam os agentes do seu sofrimento. Esta é uma lição
difícil, e uma grande realização, mas é o que Cristo chamou o povo a fazer. Os
sofrimentos têm o potencial de azedar o espírito e intensificar a raiva; mas os
filhos de Deus precisam seguir a paz com todos. Em segundo lugar, paz e a
santidade estão associadas; não pode haver verdadeira paz sem santidade. Pode
haver prudência e consideração discreta, e uma demonstração de amizade e de boa
vontade para com todos; mas essa verdadeira índole pacífica cristã nunca está
separada da santidade. Não devemos, sob o pretexto de viver pacificamente com
todos os homens, deixar os caminhos da santidade, mas cultivar a paz de forma
santa. Em terceiro lugar, sem a santificação “...ninguém verá o Senhor”. A
visão de Deus nosso Salvador no céu está reservada como recompensa à santidade,
e a ênfase da nossa salvação é colocada na nossa santidade, embora uma
disposição pacífica serena contribua muito para o nosso encontro no céu.
6. Nas
situações em que as aflições e os sofrimentos pela causa de Cristo não são
considerados pelos homens como correção do Pai celestial, e eles não melhoram
em função disso, tais ocorrências serão uma perigosa armadilha e tentação à
apostasia, contra as quais todo cristão deve estar especialmente vigilante (vv.
15,16): “...tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus”.
(1) Aqui o
apóstolo começa uma séria advertência contra a apostasia, e a fundamenta num
exemplo terrível:
[1] Ele começa
uma séria advertência contra a apostasia (v. 15). Aqui você pode observar, em
primeiro lugar, a natureza da apostasia: é privar-se da graça de Deus; é se
tornar falido espiritualmente, por falta de um bom fundamento, e cuidado e
diligência apropriados; é privar-se da graça de Deus, ficando aquém do
princípio da verdadeira graça na alma, não obstante os meios da graça e a
profissão de fé na religião, e assim ficando aquém do amor e do favor de Deus
aqui e no porvir. Em segundo lugar, as consequências da apostasia: sempre que
pessoas se privam da graça de Deus, nasce uma raiz de amargura, a depravação
prevalece e irrompe. Uma “...raiz de amargura”, uma raiz amarga, produzindo
frutos amargos para si mesmos e para os outros. Produz para si mesmos
princípios corrompidos, que conduzem à apostasia e são grandemente fortalecidos
e enraizados na apostasia – erros condenáveis (para a depravação da doutrina e
da adoração da igreja cristã) e práticas corrompidas. Apóstatas em geral se
tornam cada vez piores e caem nas perversidades mais grosseiras, que em geral
terminam em ateísmo total ou em desespero. Também produz frutos amargos para os
outros, para as igrejas a que esses homens pertenceram; por seus princípios e
práticas corrompidos muitos são atribulados, a paz da igreja é violada, a paz
da mente dos homens é perturbada, e muitos se contaminam, manchados por aqueles
maus princípios, e atraídos para práticas imundas. Dessa forma, as igrejas
sofrem tanto na sua pureza quanto na sua paz. Mas os próprios apóstatas serão
os que mais sofrerão no final.
[2] O apóstolo
fundamenta a admoestação com um exemplo terrível, e esse é o de Esaú, que
embora nascido em uma família piedosa, e tendo o direito de primogenitura como
o filho mais velho, e assim intitulado a ser profeta, sacerdote e rei, na sua
família, foi tão profano que desprezou esses privilégios sagrados e vendeu o
seu direito de primogenitura por um bocado de carne. Observe aqui, em primeiro
lugar, o pecado de Esaú. Ele profanamente desprezou e vendeu o seu direito de
primogenitura, e todas as vantagens associadas a ele. Assim os apóstatas, para
evitar a perseguição e desfrutar das facilidades e prazeres sensuais, não
obstante tenham o caráter de filhos de Deus, e o direito à bênção e herança,
abrem mão de todas as pretensões a isso. Em segundo lugar, o castigo de Esaú,
que foi apropriado ao seu pecado. A sua consciência foi convencida do pecado e
da sua insensatez, mas era tarde demais: “...querendo ele ainda depois herdar a
bênção”. O seu castigo foi duplo: 1. Ele foi condenado pela sua própria consciência;
ele então viu que a bênção que tinha desconsiderado era digna de ser possuída,
digna de ser buscada, embora com muito cuidado e lágrimas. 2. Ele foi rejeitado
por Deus: “...porque não achou lugar de arrependimento” em Deus ou em seu pai;
a bênção foi dada a outro, àquele a quem ele a tinha vendido por um cozido.
Esaú, na sua grande maldade, tinha feito a barganha, e Deus, em seu justo
julgamento, ratificou-a e confirmou-a, e não permitiu que Isaque a revertesse.
(2) Disso tudo
podemos aprender: [1] Que a apostasia da fé em Cristo é fruto da preferência
pela gratificação da carne em detrimento da bênção de Deus e da sua herança
celestial. [2] Que os pecadores nem sempre nutrem esses maus pensamentos sobre
a bênção e a herança divinas como o fazem ao apostatar. Virá o tempo em que vão
pensar que nenhum esforço é grande demais, nenhuma lágrima e cuidado são demais
para obter a bênção perdida. [3] Quando o dia da graça tiver passado (como às
vezes pode acontecer nesta vida), eles não encontrarão lugar para
arrependimento. Eles já não poderão se arrepender corretamente do seu pecado; e
Deus não vai se arrepender da sentença que pronunciou sobre eles pelo pecado
que cometeram. E por isso, como é o desígnio de todos, os cristãos não devem
abrir mão do seu título, e da esperança da bênção e da herança dos seus pais, e
se expor a essa ira e maldição irrevogáveis, ao desertarem da sua santa fé
cristã, para evitar o sofrimento, que, embora possa ser perseguição no que
tange a homens ímpios, é somente uma vara de correção e castigo nas mãos do Pai
celestial, para levá-los para perto dele em conformidade e comunhão. Este é o
sentido da argumentação do apóstolo com base na natureza dos sofrimentos do
povo de Deus mesmo quando sofrem por causa da justiça; e a argumentação é muito
forte.
A Natureza da
Economia Cristã
Hebreus
12:18-29
Aqui o apóstolo
continua a encorajar os hebreus cristãos a perseveram na sua corrida e luta
cristãs, e a não recaírem no judaísmo. Ele faz esse apelo ao lhes mostrar o
quanto a dispensação do evangelho difere do concerto antigo dos judeus, e
quanto ela se assemelha à igreja triunfante no céu, e em ambos os relatos exige
e merece a nossa diligência, paciência e perseverança na fé cristã.
I
Ele
mostra o quanto a igreja cristã difere da religião judaica, e quanto a
sobrepuja. E aqui temos uma descrição muito particular da experiência dos
judeus na dispensação mosaica (vv. 18-21). 1. Era uma experiência totalmente
suscetível aos sentidos. O monte Sinai, sobre o qual aquele concerto dos judeus
foi constituído, era um “...monte palpável” (v. 18), um lugar totalmente
palpável; assim foi a dispensação deles. Era em grande parte exterior e
terrena, e assim mais assustadora. A experiência da igreja cristã no monte Sião
é mais espiritual, racional e agradável. 2. Foi uma experiência tenebrosa.
Sobre aquele monte houve escuridão e trevas, e aquele concerto estava coberto
de sombras e tipos; a dispensação do evangelho é muito mais clara e luminosa.
3. Foi uma dispensação amedrontadora e terrível; os judeus não puderam suportar
o terror dela. O trovão e o relâmpago, a trombeta tocando, a voz do próprio
Deus falando a eles, tudo os chocou com tal pavor que “...os que a ouviram
pediram que se lhes não falasse mais” (v. 19). Aliás, o próprio Moisés disse: “Estou
todo assombrado e tremendo”. Os melhores entre os homens da terra não são
capazes de falar com Deus e seus santos anjos sem intermediário. Por outro
lado, o evangelho é suave, bondoso e condescendente, adequado à nossa fraca
estrutura humana. 4. Foi uma dispensação limitada; ninguém podia se aproximar
daquele monte, a não ser Moisés e Arão. Sob o evangelho, todos temos acesso com
ousadia a Deus. 5. Foi uma dispensação muito perigosa. O monte ardia com fogo,
e qualquer homem ou animal que o tocasse seria apedrejado (v. 20). Sempre será
perigoso para pecadores presunçosos e brutais se aproximarem de Deus; mas não
haverá morte certa e imediata, como ocorria naqueles dias. Essa era a situação
dos judeus, adequada para atemorizar um povo de coração duro, para estabelecer
a estrita e tremenda justiça de Deus, para desacostumar o povo dessa
dispensação e induzi-los a abraçar mais prontamente a agradável e suave
administração do Evangelho, sendo leais a ele.
II
Ele
mostra o quanto a igreja de Cristo na terra representa a igreja triunfante no
céu, a comunicação que há entre uma e outra. A igreja de Cristo é chamada de o
“...monte Sião, a Jerusalém celestial”, que é livre, em oposição ao monte
Sinai, que tende à servidão (Gl 4.24). Esse foi o monte em que Deus colocou o
seu rei, o Messias. Agora, ao virem ao monte Sião, os cristãos vêm aos lugares
celestiais, e a uma sociedade celestial.
1. A lugares
celestiais: (1) “...à cidade do Deus vivo”. Deus fixou a sua agradável
residência na igreja de Cristo, que nesse sentido é um emblema do céu. Ali o
seu povo pode encontrá-lo governando, conduzindo, santificando e confortando.
Nessa igreja, Deus fala com eles por meio do ministério do evangelho; eles
falam com Ele pela oração, e Ele os ouve; Ele os treina para o céu e lhes dá a
garantia da sua herança. (2) “...à Jerusalém celestial” como nascidos e gerados
nela, como naturalizados e livres nela. Na igreja de Cristo os crentes têm uma
visão mais clara do céu, evidências mais diretas do céu e uma maior e melhor
disposição celestial da alma.
2. A uma
sociedade celestial. (1) “...aos muitos milhares de anjos”, que são da mesma
família dos santos, sob a mesma cabeça, e em grande medida utilizados na mesma
obra, ministrando aos crentes para o bem destes, guardando-os em todos os seus
caminhos, e armando as suas tendas em volta deles. O número desses anjos é
incontável, e eles são uma companhia na ordem e na união, e que companhia
gloriosa. E aqueles que pela fé são acrescentados à igreja de Cristo são
acrescentados aos cuidados dos anjos, e no final serão como eles, semelhantes a
eles. (2) “...à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão
inscritos nos céus”, isto é, a Igreja universal, por mais dispersa que esteja.
Pela fé chegamos a eles, temos comunhão com eles pela mesma cabeça, pelo mesmo
Espírito, e na mesma abençoada esperança, e andamos no mesmo caminho de
santidade, lutando com os mesmos inimigos espirituais, e avançando rapidamente
para o mesmo descanso, a mesma vitória e os mesmos gloriosos triunfos. Eis a assembleia
geral dos primogênitos, os santos de épocas anteriores, que viram as promessas
do evangelho, mas não as receberam, como também aqueles que foram os primeiros
a recebê-las sob o evangelho, e foram regenerados por elas, e assim foram os
primogênitos, e os primeiros frutos do Evangelho. E, por meio disso, como
primogênitos, avançaram para honras e privilégios maiores do que o restante do
mundo. De fato, todos os filhos de Deus são herdeiros, e cada um tem os
privilégios de primogênito. Os nomes deles estão inscritos no céu, nos
registros da igreja celestial. Eles têm um nome na casa de Deus, como inscritos
entre os vivos de Jerusalém; eles têm uma boa reputação por sua fé e
fidelidade, e estão arrolados no livro da vida do Cordeiro, assim como os cidadãos
estão arrolados nos livros de registro das cidades. (3) “...a Deus, o Juiz de
todos”, aquele grande Deus que vai julgar tanto judeus quanto gentios de acordo
com a lei sob a qual estão. Os crentes vêm a Ele agora pela fé, fazem súplica
ao Juiz e recebem a sentença de absolvição no evangelho, e na corte de sua
consciência, e por meio disso eles sabem que serão justificados no porvir. (4)
“...aos espíritos dos justos aperfeiçoados”; ao melhor tipo de homens, os
justos, que são mais excelentes que os seus vizinhos; à melhor parte dos homens
justos, seus espíritos, e a estes no seu melhor estado, aperfeiçoados. Os
crentes têm união com os santos que partiram e uma e a mesma cabeça e Espírito,
e um pouco da mesma herança, da qual os que estão na terra são herdeiros, e os
que estão no céu, possuidores. (5) “...e a Jesus, o Mediador de uma nova
aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel”. Este não é
somente um pequeno encorajamento para se perseverar no evangelho, visto ser um
estado de comunhão com Cristo, o Mediador do novo concerto, e na transmissão do
seu sangue, que fala coisas melhores do que o sangue de Abel. [1] O concerto do
evangelho é o novo concerto, distinto do concerto das obras; e está agora sob
uma nova dispensação, distinta daquela do Antigo Testamento. [2] Cristo é o
Mediador desse novo concerto. Ele é o intermediário que se põe entre as duas
partes, Deus e o homem, para reuni-los nesse concerto, para mantê-los unidos
não obstante os pecados do povo e o desagrado de Deus contra eles em virtude
dos pecados cometidos, para oferecer nossas orações a Deus e para trazer os
favores de Deus a nós, para pleitear com Deus a nosso favor e para pleitear
conosco a favor de Deus, e no final para reunir Deus e o seu povo no céu, e ser
o Mediador para o gozo entre eles para sempre, eles contemplando e desfrutando
Deus em Cristo e Deus contemplando e abençoando-os em Cristo. [3] Esse concerto
é ratificado pelo sangue de Cristo aspergido sobre nossa consciência, assim
como o sangue do sacrifício era aspergido sobre o altar e o sacrifício. Esse
sangue de Cristo apazigua a ira de Deus e purifica a consciência dos homens.
[4] Esse é o sangue que fala, e diz coisas melhores do que o de Abel. Em
primeiro lugar, ele fala a Deus a favor dos pecadores; pleiteia não por
vingança, como fez o sangue de Abel contra aquele que o derramou, mas por
misericórdia. Em segundo lugar, aos pecadores, em nome de Deus. Declara o
perdão dos seus pecados, e traz paz à alma deles; e recomenda a mais estrita
obediência deles e o seu mais profundo amor e gratidão.
III
Tendo
ampliado assim o argumento a favor da perseverança extraído da natureza
celestial do evangelho, o apóstolo conclui o capítulo ao aprimorar o argumento
de uma maneira adequada à sua importância (v. 25ss.): “Vede que não rejeiteis
ao que fala” – que fala pelo seu sangue; e não somente fala de outra maneira do
que o sangue de Abel falou da terra, mas do que Deus falou pelos anjos, e por
Moisés no monte Sinai; primeiro falou na terra, agora Ele fala do céu. Observe
aqui:
1. Quando Deus
fala aos homens na forma mais excelente, Ele com razão espera deles a mais
cuidadosa atenção e consideração. Então é no evangelho que Deus fala aos homens
da maneira mais excelente. Pois: (1) Ele agora fala de um trono mais elevado e
glorioso, não do monte Sinai, que estava nesta terra, mas do céu. (2) Ele agora
fala mais imediatamente pela sua palavra inspirada e pelo seu Espírito, que são
suas testemunhas. Ele agora não fala nenhuma coisa nova aos homens, mas pelo
seu Espírito fala a mesma palavra ao fundo da consciência. (3) Ele agora fala
de forma mais eficaz e poderosa. Antes, de fato a sua voz abalou a terra, mas
agora, ao introduzir o Evangelho, Ele não abalou somente a terra, mas os céus –
não somente abalou os montes e montanhas, ou os espíritos dos homens, ou o
estado civil da terra de Canaã, para estabelecer um lugar para o seu povo – não
somente abalou o mundo, com fez então, mas Ele abalou a nação judaica, e os
abalou naquilo que no Antigo Testamento era um céu na terra; esse estado
espiritual deles Ele então abalou. Foi pelo evangelho celestial que Deus abalou
e despedaçou o estado civil e eclesiástico da nação judaica, e introduziu um
novo concerto na igreja, que não pode ser removido, nunca será substituído por qualquer
outro na terra, mas permanecerá até que seja aperfeiçoado no céu.
2. Quando Deus
fala aos homens na maneira mais excelente, a culpa daqueles que o rejeitam é
maior, e o seu castigo será mais inevitável e intolerável; não há escape, nem
forma de suportá-lo (v. 25). As diferentes maneiras de Deus tratar com os
homens na terra sob o Evangelho, em forma de graça, nos asseguram que Ele vai
tratar com os que desprezam o evangelho de maneira diferente do que trata com
outros homens, em forma de julgamento. A glória do em evangelho, que deveria
recomendá-lo fortemente à nossa consideração, aparece nestas três coisas: (1)
Foi pelo som da trombeta do evangelho que a dispensação e o estado anteriores
do povo de Deus foram estremecidos e removidos; e desprezaremos aquela voz de
Deus que derrubou um estado de tanta duração e edificado pelo próprio Deus? (2)
Foi pelo som da trombeta do evangelho que um novo reino foi levantado por Deus
no mundo, que nunca poderá ser tão abalado a ponto de ser removido. Essa foi uma
mudança feita de uma vez para sempre; nenhuma outra mudança haverá até não
existir mais o tempo. Recebemos agora um reino que não pode ser removido, e
nunca pode dar lugar a uma nova dispensação. O Cânon das Escrituras foi agora
aperfeiçoado, cessou o espírito de profecia, o mistério de Deus foi concluído,
e Ele colocou a sua última mão nela. A igreja de Cristo pode até ser aumentada,
tornada mais próspera e pode ser mais purificada de contaminações adquiridas,
mas nunca será substituída por outra dispensação. Os que perecem sob o
evangelho perecem sem remédio. E daí o apóstolo conclui com razão: [1] O quanto
é necessário para nós obtermos de Deus a graça, “...pela qual sirvamos a Deus
agradavelmente...”; se não formos aceitos por Deus nesta dispensação, nunca
mais seremos aceitos; e perderemos todo o nosso esforço espiritual se não
formos aceitos por Deus. [2] Não podemos adorar a Deus de forma aceitável, a
não ser que o adoremos “...com reverência e piedade”. Além da fé, é necessário
o santo temor para a adoração aceitável. [3] Somente a graça de Deus nos
capacita a adorar a Deus da maneira correta. A natureza não consegue chegar a
esse ponto. Ela não consegue produzir essa fé preciosa nem o santo temor que
são necessários para a adoração aceitável. [4] Deus é o mesmo Deus justo e reto
sob o Evangelho que pareceu ser sob a Lei. Embora seja o nosso Deus em Cristo,
e agora trate conosco de maneira mais bondosa e graciosa, mesmo assim Ele é em
si mesmo um “...fogo consumidor”; isto é, um Deus de justiça severa, que se
vinga de todos os que desprezam a sua graça, e de todos os apóstatas. Sob o
Evangelho, a justiça de Deus é revelada de uma maneira mais terrível, embora
não de maneira tão palpável quanto sob a Lei. Sob o Evangelho vemos a justiça
divina movendo o Senhor Jesus Cristo, e fazendo dele um sacrifício
propiciatório, fazendo de seu corpo e alma um sacrifício pelo pecado, o que é
uma demonstração de justiça muito além do que foi visto e ouvido no monte Sinai
quando a Lei foi dada.
Hebreus 13
Tendo tratado
de Cristo em grande parte da epístola, e da fé, e da graça, e dos privilégios
do evangelho, e tendo advertido os hebreus acerca da apostasia, o apóstolo
agora, na conclusão de tudo, recomenda diversos e excelentes deveres a eles,
como os frutos apropriados da fé (vv. 1-17). Então encomenda-lhes orações por
ele, e oferece suas orações a Deus por eles, dá-lhes alguma esperança de que
irão vê-lo, como também a Timóteo, e termina com saudações e uma bênção geral
(vv. 18-25).
Vários Deveres
Hebreus 13:1-17
O plano de
Cristo ao se oferecer por nós é que Ele pudesse comprar “...para si um povo seu
especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). Agora o apóstolo chama os crentes
hebreus à realização de muitos deveres excelentes, nos quais é apropriado que
os cristãos se sobressaiam.
I
Estímulo
ao amor fraternal (v. 1): “Permaneça a caridade fraternal”. Com isso ele não
quer dizer uma afeição geral por todos os homens, como os nossos irmãos por
natureza, todos feitos do mesmo sangue, nem aquela afeição mais limitada que
devemos àqueles que são filhos dos mesmos pais imediatos, mas aquela afeição
especial e espiritual que deve existir entre os filhos de Deus. 1. Supõe-se
aqui que os hebreus tinham esse amor uns pelos outros. Embora naquela época
essa nação estivesse miseravelmente dividida e confusa em si mesma, tanto
acerca de questões de religião quanto de questões do estado civil, mesmo assim
ainda havia amor fraternal entre aqueles que entre eles criam em Cristo; e isso
apareceu de uma forma bem evidente naquele momento após o Espírito Santo ter
sido derramado, quando tinham todas as coisas em comum, e venderam as suas
posses para fazer um fundo comum para a subsistência dos seus irmãos. O
espírito do cristianismo é um espírito de amor. A fé opera por meio do amor. A
verdadeira religião é o vínculo mais forte de amizade; se não for assim, em vão
levam o seu nome. 2. Esse amor fraternal estava em perigo de se perder, e isso
numa época de perseguição, quando seria mais necessário; estava em perigo de se
perder em virtude daquelas disputas que havia entre eles com relação ao
respeito que ainda deviam ter pelas cerimônias da lei mosaica. Disputas acerca
da religião muitas vezes produzem o declínio da afeição cristã; mas precisamos
ser vigilantes acerca disso, e todos os meios precisam ser empregados para a
preservação do amor fraternal. Os cristãos devem sempre amar e viver como
irmãos, e quanto mais crescerem em devoção e afeição por Deus, seu Pai
celestial, tanto mais vão crescer em amor uns pelos outros por causa dele.
II
À
hospitalidade: “Não vos esqueçais da hospitalidade” (v. 2). Precisamos
acrescentar ao amor fraternal a hospitalidade. Observe aqui: 1. O dever exigido
– hospitalidade, tanto para com aquelas pessoas que são estranhas à comunidade
de Israel quanto para com aquelas que são estranhas à nossa pessoa,
especialmente os que sabem que são estrangeiros aqui e estão buscando uma nova
pátria, que é o caso do povo de Deus, e era assim nessa época: os judeus que
criam estavam numa condição desesperadora e angustiante. Mas ele parece
referir-se à hospitalidade em relação a estranhos como tais; embora não
saibamos quem são, nem de onde vêm, mesmo assim, vendo que estão sem um lugar
definido de hospedagem, devemos lhes dar lugar no nosso coração e na nossa casa,
à medida que tivermos oportunidade e condições. 2. O motivo: “...porque, por
ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”; foi assim no caso de Abraão (Gn
18), e de Ló (Gn 19), e um dos que Abraão recebeu era o Filho de Deus; e,
embora não possamos supor que isso sempre seja o nosso caso, mas o que fizermos
aos estranhos, em obediência a Ele, Ele vai considerar e recompensar como tendo
sido feito a Ele mesmo (Mt 25.35): “Era estrangeiro, e hospedastes-me”. Deus
com frequência concedeu honras e favores aos seus servos hospitaleiros, além de
toda a imaginação e de forma inesperada.
III
À
compaixão cristã: “Lembrai-vos dos presos” (v. 3). Observe aqui:
1. O dever –
lembrar dos presos, e dos maltratados. (1) Deus com frequência ordena as coisas
de tal forma que enquanto alguns cristãos e igrejas estão em meio a
adversidades, outros desfrutam de paz e liberdade. Nem todos são chamados ao
mesmo tempo a resistirem até o sangue. (2) Aqueles que estão em liberdade
precisam ter compaixão daqueles que estão presos e em meio a adversidades, como
se estivessem presos com eles nas mesmas correntes; eles precisam sentir os
sofrimentos dos seus irmãos.
2. A razão
desse dever: “...como se estivésseis presos com eles [...] como sendo-o vós
mesmos também no corpo”; não somente no corpo natural, e assim propensos a
sofrimentos semelhantes, e vocês devem se compadecer deles agora para que
outros se compadeçam de vocês quando chegar o seu tempo de provações. Mas
também no mesmo corpo místico, debaixo da mesma cabeça: “De maneira que, se um
membro padece, todos os membros padecem com ele”. Não seria natural nos
cristãos se não carregassem os fardos uns dos outros.
IV
À pureza
e castidade (v. 4). Aqui temos: 1. Uma recomendação da ordenança divina para o
matrimônio, que ele “venerado seja entre todos...”, e deve ser estimado assim
por todos, e não deve ser negado àqueles a quem Deus não o negou. Ele é digno
de honra, porque Deus o instituiu para o homem no paraíso, sabendo que não era
bom que ele estivesse sozinho. Ele casou e abençoou o primeiro casal, os
primeiros pais da humanidade, para dirigir a todos que olhassem para Deus com
relação a essa importante questão, e a que se casassem no Senhor. Cristo honrou
o casamento com a sua presença e o seu primeiro milagre. É digno de honra como
meio para impedir a impureza e a cama maculada. É algo venerado e
bem-aventurado, quando pessoas se unem puras e castas, e preservam o matrimônio
sem mácula, não somente de afeições ilegais, mas também de afeições imoderadas.
2. Uma terrível, mas justa censura contra a impureza e a lascívia: “...aos que
se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”. (1) Deus sabe quem é
culpado de tais pecados, nenhuma escuridão consegue escondê-lo da sua presença.
(2) Ele vai chamar tais pecados pelo seu nome, e não pelos nomes do amor e do
galanteio, mas de prostituição e adultério, prostituição no estado solteiro, e
adultério no estado casado. (3) Ele vai levá-los a julgamento, vai julgá-los,
ou pela sua própria consciência aqui, e colocar os seus pecados diante deles
para a sua profunda humilhação (e a consciência, quando despertada, é muito
severa sobre esses pecadores), ou Ele vai colocá-los no seu tribunal na morte,
e no último dia. Ele vai convencê-los, condená-los e lançá-los fora para
sempre, se eles morrerem com a culpa desse pecado.
V
Ao
contentamento cristão (vv. 5,6). Observe aqui: 1. O pecado que é contrário a
essa graça e dever – a avareza, um desejo exagerado pelas riquezas deste mundo,
invejando aqueles que têm mais do que nós. É o pecado ao qual não podemos dar
lugar nas nossas conversas; pois, embora seja um desejo espreitando no nosso
coração, se não for subjugado vai entrar nas nossas conversas e se revelar na
nossa maneira de falar e agir. Devemos tomar cuidado não somente para dominar
esse pecado, mas para desarraigá-lo da nossa alma. 2. O dever e a graça que são
contrários à avareza – estar satisfeito e contente “...com o que tendes”; com
as coisas presentes, pois as coisas passadas não podem ser chamadas de volta, e
as coisas futuras estão somente nas mãos de Deus. O que Deus nos dá para cada
dia, com isso precisamos estar contentes, mesmo que fique aquém do que temos
desfrutado até então, e que não seja o que esperamos para o futuro. Precisamos
estar contentes com o que temos no momento. Precisamos trazer as nossas
expectativas à nossa condição presente, e esse é o caminho mais seguro para o
contentamento; e aqueles que não conseguem fazer isso não estariam contentes
mesmo que Deus elevasse a condição deles às suas expectativas, pois as
expectativas cresceriam com a condição. Hamã era o grande favorito da corte, e
mesmo assim estava insatisfeito; Acabe estava no trono, e mesmo assim estava
insatisfeito; Adão estava no paraíso, e mesmo assim estava insatisfeito; sim,
até os anjos estavam no céu, e ainda assim estavam insatisfeitos; mas Paulo,
embora desprezado e destituído, tinha aprendido a estar contente em toda e
qualquer situação. 3. Que razões os cristãos têm para estar contentes com a sua
situação. (1) “...porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (vv.
5,6). Isso foi dito a Josué (Hb 1.5), mas pertence a todos os servos fiéis de
Deus. As promessas do Antigo Testamento podem ser aplicadas aos santos do Novo
Testamento. Essa promessa contém o resumo e a essência de todas as promessas:
Nunca te deixarei nem te desampararei. Veja as negativas que estão reunidas
aqui, para confirmar a promessa; o verdadeiro crente terá a presença graciosa
de Deus consigo na sua vida, na sua morte e para sempre. (2) Com base nessa
promessa tão abrangente eles podem estar certos da ajuda de Deus: “E, assim,
com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me
possa fazer o homem” (v. 6). Os homens não podem fazer nada contra Deus, e Deus
pode fazer com que tudo que as pessoas fazem contra o seu povo se torne em bem
para eles.
VI
À
obrigação que os cristãos devem aos seus ministros, tanto para com os que estão
mortos, quanto para com os que ainda estão vivos.
1. Aos que
estão mortos: “Lembrai-vos dos vossos pastores” (v. 7). Observe aqui:
(1) A descrição
dada acerca deles. Eram tais que tinham o governo sobre eles, e tinham falado a
palavra de Deus a eles; tinham sido seus guias e líderes, que lhes haviam
ensinado a palavra de Deus. Aqui está a dignidade à qual eles foram promovidos
– ser guias e líderes do povo, não de acordo com a sua própria vontade, mas de
acordo com a vontade e a palavra de Deus; e esse caráter eles preencheram com
os deveres apropriados. Eles não governaram à distância, e não governaram por
meio de outros, mas governaram pela presença e instrução pessoais, de acordo
com a palavra de Deus.
(2) As
obrigações que eram lhes devidas, mesmo estando eles mortos.
[1]
“Lembrai-vos deles – de sua pregação, suas orações, seu conselho pessoal, seu
exemplo”.
[2] “A fé dos
quais imitai; sede inabaláveis na profissão da fé que eles vos pregaram, e
trabalhai segundo a graça da fé pela qual eles viveram e morreram tão bem.
Considerai atentamente o fim da vida deles, quão prontamente, quão alegremente
eles terminaram a sua carreira!” Então o apóstolo amplia essa obrigação de
seguir a mesma fé verdadeira na qual eles haviam sido instruídos, e os exorta
seriamente a isso, não somente com base na lembrança dos seus guias que haviam
partido, mas com base em diversos outros motivos.
Em primeiro
lugar, com base na imutabilidade e eternidade do Senhor Jesus Cristo. Embora
alguns dos seus ministros estejam mortos, e outros morrendo, contudo o grande
cabeça e sumo sacerdote da igreja, o “...Bispo da vossa alma” (1 Pe 2.25), vive
para sempre, e sempre é o mesmo; e eles devem ser inabaláveis e imutáveis, na
imitação de Cristo, e devem lembrar que Cristo vive sempre para observar e
recompensar a fiel lealdade deles às suas verdades, e para observar e castigar
seus desvios pecaminosos dele. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e
eternamente”, o mesmo nos dias do Antigo Testamento, nos dias do Evangelho e
será sempre assim para o seu povo.
Em segundo
lugar, com base na natureza e tendência daquelas doutrinas falsas nas quais
eles estavam em perigo de cair.
a. Eram
“...várias e estranhas” (v. 9), diferentes das que eles tinham recebido dos
seus antigos e fiéis mestres, e incoerentes em si mesmas.
b. Eram
doutrinas estranhas, com as quais a igreja cristã não estava familiarizada, e estranhas
ao evangelho.
c. Eram de
natureza perturbadora e confusa, como o vento pelo qual um navio é golpeado, e
em perigo de ser arrancado da sua âncora, levado adiante para se chocar contra
as rochas. Elas eram totalmente contrárias àquela graça de Deus que firma e
estabelece o coração, o que é uma coisa excelente. Essas doutrinas estranhas
mantêm o coração sempre vacilante e inquieto.
d. Eram
maldosas e vis em relação ao seu tópico. Elas se ocupavam com coisas
exteriores, pequenas, perecíveis, como carnes e bebidas etc.
e. Elas eram
inúteis. Aqueles que estavam mais entusiasmados com elas, e ocupados com elas,
não obtiveram nenhum bem real por meio delas para a sua alma. Elas não os
tornaram mais santos, nem mais humildes, nem mais gratos, nem mais celestiais.
f. Elas
excluíam aqueles que as abraçavam dos privilégios do altar cristão (v. 10):
“Temos um altar...”. Esse é um argumento de grande importância, e por isso o
apóstolo insiste ainda mais nele. Observe:
(a) A igreja
cristã tem um altar. Fazia-se objeção contra a igreja cristã primitiva de que
suas assembléias eram destituídas de um altar; mas isso não era verdade. Temos
um altar, não um altar material, mas um altar pessoal, e esse é Cristo; Ele é
tanto o nosso altar quanto o nosso sacrifício; Ele santifica a oferta. Os
altares sob a lei eram tipos de Cristo; o altar de bronze, do seu sacrifício; o
altar de ouro, da sua intercessão.
(b) Esse altar
fornece um banquete para o verdadeiro crente, um banquete relacionado ao
sacrifício, um banquete de coisas gordurosas, de força e crescimento
espirituais, e de prazer e gozo santos. A mesa do Senhor não é nosso altar, mas
é servida com provisões do altar. “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado
por nós” (1 Co 7.5), e o texto segue: “Pelo que façamos festa”. A Ceia do
Senhor é a festa da Páscoa do evangelho.
(c) Aqueles que
se dedicam ao tabernáculo, ou à dispensação levítica, ou voltam a ele
novamente, se excluem dos privilégios desse altar, dos benefícios obtidos por
Cristo. Se eles servem ao tabernáculo, estão determinados a se sujeitar aos
ritos e cerimônias antiquados, a renunciar ao seu direito do altar cristão. E
essa parte do argumento ele prova primeiro e depois amplia.
[a] Ele prova
que essa lealdade servil ao estado judaico é uma barreira aos privilégios do
altar do evangelho; e ele argumenta assim: Sob a lei judaica, nenhuma parte da
oferta pelo pecado podia ser comida, mas tudo devia ser queimado fora do
acampamento enquanto habitavam em tabernáculos, e fora dos portões quando
moravam em cidades; então, se eles se submeterem novamente àquela lei, não
poderão comer do altar do evangelho; pois o que é comido ali é provido por
Cristo, que é a grande oferta pelo pecado. O banquete do evangelho é o fruto e
a obtenção do sacrifício, ao qual não têm direito os que não reconhecem o
próprio sacrifício. E para que pudesse parecer que Cristo era realmente o
antítipo da oferta pelo pecado, e, como tal, pudesse santificar e purificar o
seu povo com o seu próprio sangue, Ele se conformou com o tipo, ao sofrer fora
dos portões. Essa foi uma notável amostra da sua humilhação, como se Ele não
tivesse sido apropriado para a sociedade sagrada nem para a civil! E isso
mostra como o pecado, que era a causa que tornou necessários os sofrimentos de
Cristo, é uma abdicação de todos os direitos sagrados e civis, e o pecador, uma
praga comum e um incômodo para toda a sociedade, se Deus fosse severo em marcar
a iniquidade. Tendo, assim, demonstrado que a lealdade à lei levítica iria
barrar, até mesmo de acordo com suas próprias regras, os homens ao altar
cristão, ele continua:
[b] Para
aperfeiçoar o seu argumento (vv. 13-15) com conselhos apropriados. Em primeiro
lugar: “Saiamos, pois, a ele fora do arraial”; saiamos da lei cerimonial, do
pecado, do mundo, de nós mesmos, do nosso próprio corpo, quando Ele nos chama.
Em segundo lugar: Estejamos dispostos a levar “...o seu vitupério”, dispostos a
ser considerados o refugo de todas as coisas, indignos de viver, indignos de
morrer uma morte comum. Essa foi a sua vergonha, e precisamos nos submeter a
ela; e temos razão muito maior porque, se avançarmos ou não deste mundo para
Cristo, necessariamente precisamos avançar em pouco tempo pela morte: “Porque
não temos aqui cidade permanente”. O pecado, os pecadores, a morte, não vão
permitir que permaneçamos aqui por muito tempo; e por isso devemos avançar
agora por fé, e buscar em Cristo o descanso e a segurança que este mundo não
pode nos oferecer (v. 14). Em terceiro lugar: Façamos uso correto desse altar;
que não somente participemos dos seus privilégios, mas cumpramos as obrigações
do altar, como aqueles a quem Cristo fez sacerdotes para servir no seu altar.
Levemos os nossos sacrifícios a esse altar, e a esse nosso sumo sacerdote, e os
ofereçamos por meio dele (vv. 15,16). Agora, quais são os sacrifícios que
devemos levar e oferecer nesse altar, que é Cristo? Nenhum sacrifício
expiatório; não há necessidade deles, Cristo já ofereceu o grande sacrifício
expiatório; nossos são apenas os sacrifícios de reconhecimento; e eles são: 1.
O sacrifício de louvor a Deus, que devemos oferecer a Deus continuamente. Nisso
estão incluídas todas as orações e a adoração, como também as ações de graça;
esse é “...o fruto dos lábios que confessam o seu nome”; temos de anunciar os
louvores a Deus de lábios sinceros; e isso precisa ser oferecido somente a
Deus, não a anjos, nem a santos, nem a qualquer criatura, mas somente ao nome
de Deus; e precisa ser oferecido por meio de Cristo, em dependência dos seus
méritos e suficiência de sua intercessão. 2. O sacrifício de doações e boas
obras, e da caridade cristã: “E não vos esqueçais da beneficência e
comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada” (v. 16). Precisamos,
de acordo com nossas possibilidades, comunicar às necessidades da alma e do
corpo dos homens; não nos contentando em oferecer o sacrifício dos nossos
lábios, de meras palavras, mas o sacrifício das boas obras; e essas precisamos
depositar no seu altar, não dependendo do mérito das nossas boas obras, mas do
nosso grande sumo sacerdote. E com sacrifícios como esses, a adoração e as boas
obras assim oferecidas, Deus se agrada. Ele vai aceitar as ofertas com prazer,
e vai aceitar e abençoar as ofertas por meio de Cristo.
2. Tendo nos
ensinado, assim, as obrigações que os cristãos têm com os seus ministros que já
partiram, que consistem principalmente em seguir a sua fé e não se afastar
dela, o apóstolo nos revela agora qual é a obrigação que as pessoas têm para
com os seus ministros ainda vivos (v. 17) e as razões dessa obrigação. (1) A
obrigação – de lhes obedecer e de se submeterem a eles. Aqui não são requeridas
uma obediência irrestrita ou uma submissão absoluta, mas só na medida em que
são apropriadas à mente e à vontade de Deus reveladas na sua Palavra; e, mesmo
assim, é verdadeira obediência e submissão, e isso não somente a Deus, mas à
autoridade do ofício ministerial, que procede de Deus tão certamente, em todas
as coisas pertencendo a esse ofício, como também a autoridade dos pais e dos
magistrados civis nas coisas de sua esfera. Os cristãos precisam se submeter a
serem instruídos por seus ministros, e não se acharem sábios demais, bons
demais, ou grandes demais, para aprender deles. E, quando acharem que as
instruções ministeriais são concordantes com a palavra escrita, devem obedecer-lhes.
(2) Os motivos para essa obrigação. [1] Eles têm o governo sobre o povo; o seu
ofício, embora não magistral, mesmo assim é de verdadeira autoridade. Eles não
têm autoridade alguma para oprimir o povo, mas para conduzi-los nos caminhos de
Deus, ao informá-los e instruí-los, explicando-lhes a palavra de Deus, e ao
aplicá-la aos diversos casos. Eles não devem fazer leis por si mesmos, mas
devem interpretar as leis de Deus; nem deve ser a sua interpretação recebida
imediatamente sem análise, mas as pessoas devem examinar as Escrituras, e, na
medida em que as instruções do seu ministro estiverem de acordo com essa regra,
devem recebê-las, “...não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade)
como palavra de Deus, a qual também opera nos que creram”. [2] Eles velam pela
alma das pessoas, não para pegá-la em armadilha, mas para salvá-la; para
ganhá-la, não para si mesmos, mas para Cristo; para edificá-la em conhecimento,
fé e santidade. Eles devem vigiar acerca de tudo que pode ser prejudicial à
alma dos homens, e lhes dar advertência de erros perigosos, das artimanhas de
Satanás, de juízos que se aproximam; eles devem vigiar por todas as
oportunidades para ajudar a alma dos homens a progredir no caminho para o céu.
[3] Eles precisam prestar contas de como cumpriram a sua obrigação, e o que
aconteceu com as almas que lhes foram confiadas, se alguma se perdeu devido à
sua negligência, e se algumas foram trazidas e edificadas sob o seu ministério.
[4] Eles terão alegria em dar um bom relatório de si mesmos e dos seus
ouvintes. Se então puderem dar um relatório da sua própria fidelidade e
sucesso, será um dia feliz para eles; aquelas almas que se converteram e foram
confirmadas sob o seu ministério serão a sua alegria e sua glória no dia do
Senhor Jesus. [5] Se eles derem o seu relatório com tristeza, será para
prejuízo do povo e deles. É do interesse dos ouvintes que o relatório dos seus
ministros acerca deles seja dado com alegria, e não com tristeza. Se ministros
fiéis não forem bem-sucedidos, a tristeza será deles, mas o prejuízo será das
pessoas. Os ministros fiéis empenharam sua própria alma, mas o sangue e a ruína
de um povo infrutífero e infiel estarão sobre a própria cabeça do povo.
Conclusão
Hebreus
13:18-25
Aqui:
I
O
apóstolo se recomenda, e os seus companheiros de sofrimento, às orações dos
crentes hebreus (v. 18): “Orai por nós, por mim e por Timóteo” (mencionado no
v. 23), “e por todos entre nós que se esforçam no ministério do evangelho”.
1. Essa é uma
parte da obrigação que as pessoas têm para com os seus ministros. Os ministros
precisam das orações das pessoas; e quanto mais sinceramente as pessoas orarem
por seus ministros, tanto maiores benefícios podem esperar colher do seu
ministério. Eles devem orar para que Deus ensine aqueles que devem ensiná-los
depois, para que Ele os torne vigilantes, e sábios, e zelosos, e bem-sucedidos
– que Ele os ajude em todos os seus esforços, os apóie em todos os seus fardos
e os fortaleça em todas as suas tentações.
2. Há boas
razões por que as pessoas devem orar por seus ministros e ele menciona duas:
(1)
“...confiamos que temos boa consciência” (v. 18). Muitos dos judeus tinham uma
opinião negativa de Paulo, porque ele, sendo hebreu de hebreus, tinha
abandonado a lei levítica e louvado a Cristo. Mas o autor declara aqui
humildemente a sua integridade: “...confiamos que temos boa consciência, como
aqueles que em tudo querem portar-se honestamente”. Confiamos! Ele poderia ter
dito: Nós sabemos, mas ele escolheu falar em um estilo humilde, para nos
ensinar a não sermos confiantes demais acerca de nós mesmos, mas mantermos um
zelo divino sobre o nosso coração. “Confiamos que temos uma boa consciência,
uma consciência iluminada e bem-informada, uma consciência pura e limpa, uma
consciência sensível e fiel, uma consciência que testifica a favor de nós, não
contra nós. Uma boa consciência em tudo, nos deveres tanto da primeira tábua
quanto da segunda, para com Deus e para com os homens, e especialmente em todas
as coisas pertinentes ao nosso ministério; agimos honesta e sinceramente em
todas as coisas”. Observe: [1] Uma boa consciência tem o respeito por todas as
ordens de Deus e todos os nossos deveres. [2] Os que têm essa boa consciência,
mesmo assim ainda precisam das orações dos outros. [3] Ministros conscienciosos
são uma bênção pública, e merecem a oração do povo.
(2) Outra razão
por que ele deseja suas orações é que espera por meio disso lhes ser restituído
mais depressa (v. 19), sugerindo que anteriormente havia estado entre eles – e
que agora que estava distante deles, tinha o grande desejo e a real intenção de
ir a eles novamente – e que a melhor forma de facilitar esse retorno, e de
tornar isso uma misericórdia para ele e para eles, era fazer disso um motivo
das suas orações. Quando ministros vão a um povo como resposta de suas orações,
vão com maior satisfação para si mesmos e maior sucesso para o povo. Devemos
buscar todas as misericórdias pela oração.
II
Ele
oferece suas orações por eles a Deus, estando disposto a fazer por eles o que
esperava que eles fizessem por ele: “Ora, o Deus de paz...” (v. 20). Nessa
excelente oração, observe: 1. O título dado a Deus – o Deus de paz, que
descobriu um caminho de paz e reconciliação entre Ele mesmo e os pecadores, e
que ama a paz na terra e especialmente nas suas igrejas. 2. A grande obra
atribuída a Ele: Ele “...tornou a trazer dos mortos o nosso Senhor Jesus
Cristo”. Jesus ressuscitou pelo seu próprio poder; e, contudo, o Pai estava
interessado nisso, atestando com isso que a justiça foi satisfeita, e a lei,
cumprida. Ele ressuscitou para nossa justificação; e esse poder divino pelo
qual Ele foi ressuscitado é capaz de fazer tudo de que temos necessidade. 3. Os
títulos dados a Cristo – nosso Senhor Jesus, nosso Soberano, nosso Salvador, e
o grande pastor das ovelhas, prometido em Isaías 40.11, declarado por Ele mesmo
que o era (Jo 10.14,15). Os ministros são co-pastores, Cristo é o grande
pastor. Isso denota o seu grande interesse pelo seu povo. Eles são o rebanho do
seu pastoreio, e o seu cuidado e preocupação são por eles. 4. A forma e o
método em que Deus se reconcilia, e Cristo ressuscita dos mortos: “...pelo
sangue do concerto eterno”. O sangue de Cristo satisfez a justiça divina, e
assim gerou a libertação de Cristo da prisão da morte, como tendo pago a nossa
dívida, de acordo com um concerto ou acordo eterno entre o Pai e o Filho; e
esse sangue é a sanção ou o selo de um concerto eterno entre Deus e o seu povo.
5. A misericórdia pela qual se ora: “...vos aperfeiçoe em toda a boa obra...” (v.
21). Observe: (1) O aperfeiçoamento dos santos em toda a boa obra é aquela
grande obra desejada por eles e para eles, para que tenham aqui a perfeição da
integridade, uma mente limpa, um coração limpo, afeições vívidas, desejos
regulares e resolvidos, e força apropriada para toda a boa obra à qual são
chamados agora, e no final a perfeição dos passos para prepará-los para o
serviço e a felicidade do céu. (2) A forma em que Deus torna o seu povo
perfeito; é ao operar neles sempre o que é agradável à vista dele, e isso
“...por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre”. Observe: [1] Não
há obra boa operada em nós a não ser que seja obra de Deus. Ele age em nós,
antes de sermos capazes para qualquer boa obra. [2] Nenhuma coisa boa é operada
em nós por Deus, a não ser por meio de Jesus Cristo, por sua causa e pelo seu
Espírito. E por isso: [3] A eterna glória é devida a Ele, que é a causa de
todos os bons princípios operados em nós e todas as boas obras feitas por nós.
A isso todos deveriam dizer: Amém!
III
Ele dá
aos cristãos hebreus um relato da libertação de Timóteo e de sua esperança de
ir com ele vê-los em pouco tempo (v. 23). Parece que Timóteo havia estado
preso, sem dúvida pelo evangelho, mas agora tinha sido libertado. O
aprisionamento de ministros fiéis é uma honra para eles, e a libertação deles é
motivo de alegria para o povo. Ele estava alegre com a esperança não só de ver
Timóteo, mas de, na companhia dele, ir ver os cristãos hebreus. Oportunidades
de escrever às igrejas de Cristo são desejadas pelos ministros fiéis de Cristo,
e agradáveis para eles.
IV
Tendo
pedido a atenção deles e para que suportassem “...a palavra desta exortação”
(v. 22), ele conclui com saudações e uma bênção solene, mesmo que breve.
1. A saudação:
(1) Dele mesmo para eles, dirigida a todos os seus líderes que tinham governo
sobre eles, e a todos os santos; a eles todos, ministros e o povo. (2) Dos
cristãos na Itália para eles. É muito bom ter a lei do amor e da bondade de
Deus escrita no coração dos cristãos e distribuída uns para os outros. A fé
cristã ensina os homens a mais verdadeira civilidade e as reais boas maneiras.
Não é uma coisa desagradável nem melancólica.
2. A saudação
solene, mesmo que breve (v. 25): “A graça seja com todos vós. Amém!” Que o
favor de Deus esteja com vocês, e sua graça opere continuamente em vocês,
produzindo os frutos da santidade, como os primeiros frutos da glória. Depois
de o povo de Deus desfrutar a comunhão pela palavra pregada ou escrita, bom
seria se despedirem em oração, desejando uns aos outros a continuação da
graciosa presença de Deus, para que possam se encontrar novamente no mundo do
louvor.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 13, CG,
Chamado à Perseverança e à Santidade, 1Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
RESUMO GERAL DA
LIÇÃO
1- EXORTAÇÃO À
PERSEVERANÇA EM MEIO ÀS TRIBULAÇÕES
1-1- Uma nuvem
de testemunhas
1-2- Deixando o
pecado e o embaraço
1-3- Correndo
com paciência
2- EXORTAÇÃO À
PAZ E À PUREZA
2-1- Levantando
as mãos cansadas.
2-2- Seguindo a
paz e a santificação
2-2-1- A paz
2-2-2- A
santificação
3-
RECOMENDAÇÕES FINAIS
3-1- Virtudes
relevantes na vida cristã
3-1-1- O amor
fraternal
3-1-2- A
hospitalidade
3-1-3-
Observância da beneficência
3-1-4-
Valorização do matrimônio
3-1-5-
Obediência à liderança
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO Hebreus 12.1,2,5,6,12-14; 13.1-3.
1 Portanto, nós
também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com
paciência, a carreira que nos está proposta,
2 olhando para
Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de
Deus.
5 E já vos
esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos:
6 Filho meu,
não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores
repreendido;
12 porque o
Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
13 Portanto,
tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas
direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie
inteiramente; antes, seja sarado.
14 Segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.
Hebreus 13.1-3
1 - Permaneça o
amor fraternal.
2- Não vos
esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram
anjos,
3- Lembrai-vos
dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como
sendo-o vós mesmos também no corpo,
TEXTO ÁUREO
E, assim, com
confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me
possa fazer o homem. Hebreus 13.6
SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira
Hebreus 12.1-33 Cristo, exemplo de perseverança
3ª feira -
Hebreus 12.7-13 O imperativo da santificação
4ª feira -
Hebreus 12.14-17 O esforço para viver em paz
5ª feira - 1
Samuel 15.17-23 O valor da obediência
6ª feira - 2
Pedro 1.5-7 Fraternidade, uma virtude necessária
Sábado - 2
Timóteo 4.7,8 Resultado da corrida perseverante de fé
OBJETIVOS
Ao término do
estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- Identificar o
pecado e o embaraço como elementos que podem atrapalhar a vida cristã;
- Reconhecer
que a vida cristã é parecida com uma maratona;
- Entender que
a santificação é a vontade de Deus para as nossas vidas.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Prezado
professor, para perseverar na fé, são necessárias paciência, disciplina e
santificação. Nesta última lição, exponha para os alunos que a vida cristã é
uma corrida que dura a vida inteira. Para tanto, faz-se necessário muita
resistência e paciência durante o percurso. Reforce que tanto os antigos
cristãos como nós somos aperfeiçoados em Cristo. Aqueles alcançaram esta
posição por sua fé, apesar de sofrerem tantas provações. Nós, de igual modo,
devemos ter uma fé ativa, despojando-nos de todo o embaraço e do pecado, que
nos assedia, para corrermos com perseverança a carreira que nos está proposta.
Reforce também
que são necessárias algumas virtudes, consideradas essenciais à vida cristã,
como amor fraternal, hospitalidade, pureza, compaixão, submissão e obediência,
as quais devem ser buscadas, se pretendemos, genuinamente, servir a Deus nessa
jornada até o céu. Excelente Aula!
COMENTÁRIO -
Palavra introdutória
Há uma carreira
proposta para o povo de Deus. Há um caminho a ser percorrido. Há um alvo a ser
alcançado. Diante dos exemplos de fé apresentados em Hebreus 11, o escritor
sagrado encoraja seus leitores a olharem para Jesus, que suportou a cruz e
desprezou a vergonha, vindo a sentar-se à destra do trono de Deus (Hb 12.1-3).
O escritor
dessa epístola orienta seus destinatários a fixarem seus olhos em Cristo com a
mesma intensidade com que um atleta fixa sua atenção em seu alvo. Além disso,
ele os anima a perseverarem e a livrarem-se de qualquer pecado que possa
fazê-los tropeçar.
1- EXORTAÇÃO À
PERSEVERANÇA EM MEIO ÀS TRIBULAÇÕES
Cristo deu-nos
o exemplo de perseverança, suportando a cruz e a ignomínia (Hb 12.2a), além da
oposição dos pecadores (Hb 12.3a), para que não enfraquecêssemos ou
desfalecêssemos em nossos ânimos. Os destinatários dessa epístola são exortados
a pesar cuidadosamente a perseverança de Cristo ao contemplarem suas próprias
adversidades.
1-1- Uma nuvem
de testemunhas
(...) Estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas (Hb 12.1a).
Os heróis do
passado são considerados espectadores dos cristãos que, hoje, estão na arena. O
enfoque do texto muda para o presente, mas o valor dos exemplos do passado é
incorporado ao quadro total. Nota-se que o escritor se identifica com aqueles
que estão no campo de batalha, o que claramente demonstra que ele está
descrevendo a posição dos cristãos de maneira geral. Quando diz: estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas (Hb 12.1), ele toma por certo
que os cristãos têm consciência da presença desses espectadores.
A palavra
testemunha (gr. μαρτυς martus), utilizada em Hebreus 12.1, usualmente não
denota espectador, mas, nesse texto, o escritor fez uso de uma linguagem
figurada, evocando tal sentido. Esse termo revela-nos, sobretudo, algo acerca
do caráter desses espectadores: eles observam das arquibancadas; são bem
qualificados para inspirar; dão testemunho da fidelidade de Deus e estão nesse
lugar para encorajar os competidores atuais.
1-2- Deixando o
pecado e o embaraço
(...) Deixemos
todo embaraço e o pecado (αμαρτια hamartia) que tão de perto nos rodeia (Hb
12.1b). Os destinatários da carta aos Hebreus eram cristãos verdadeiros (Hb
3.1); contudo, eles estavam sendo seduzidos por mestres de falsas doutrinas (Hb
13.9) e corriam o risco de esquecer a verdadeira Palavra que seus primeiros
líderes lhes haviam ensinado (Hb 13.7), vindo a retroceder (Hb 5.12).
Alguns cristãos
deixaram de frequentar os cultos (Hb 10.25) e não faziam qualquer progresso
espiritual (Hb 6.1), O escritor deixa claro que é imperativo desfazer-se do
pecado que tão de perto nos rodeia (Hb 12,1b).
SUBSÍDIO1
Deixar todo
embaraço e o pecado (Hb12,1) pressupõe um despojamento definitivo porque nao há
linha de chegada deste lado da vida, para quem se predispõe a percorrer a
carreira cristã.
1-3- Correndo
com paciência
Corramos, com
paciência (υπομονη hupomone), a carreira que nos está proposta (Hb 12,1c -
προκειμαι prokeimai). Nesta porção da Escritura, o escritor sagrado dá-nos
ciência de que os competidores não podem escolher sua própria corrida, porque a
carreira foi proposta pelo próprio Deus (1 Co 9.24-27).
A palavra
paciência (perseverança ARA), também utilizada em Hebreus 10.36, passa a ideia
de persistência, de corrida firme até o fim, a despeito das dificuldades.
Na medida em
que o escritor de Hebreus desdobra as verdades relatadas nas lições anteriores,
torna-se claro que não estamos sós em nossos sofrimentos, mas rodeados de uma
multidão de testemunhas fiéis. Por isso, nós também devemos perseverar na fé,
olhando para Jesus, o nosso grande sumo sacerdote, autor e consumador da nossa
fé (Hb 12.2a), enquanto corremos a carreira rumo ao reino eterno de Deus.
2- EXORTAÇÃO À
PAZ E À PUREZA
O escritor
desta epístola faz uma só declaração específica acerca do seu propósito:
Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação (...) (Hb
13.22). Neste verso, o termo grego
παρακλησις
paraklesis, traduzido por exortação, indica encorajamento, ânimo. A intenção do
escritor, inspirado pelo Espírito Santo, é encorajar os cristãos a confiarem em
Deus e a obedecerem à Sua Palavra.
SUBSÍDIO2
Variações do
termo grego (παρακλησις paraklesis) aparecem relacionadas à divina
consolação em
Romanos 15.4 (παρακλησις paraklesis): em 2
Coríntios 1.5-7
(3 vezes a palavra παρακλησις paraklesis), em 2
Coríntios 7.7
(παρακλησις paraklesis); e em João
14.16
(παρακλητος parakletos), aqui indicando o ESPÍRITO SANTO como substituto de
JESUS CRISTO em nosso auxílio – um outro consolador.
2-1- Levantando
as mãos cansadas.
Portanto,
tornai a levantar as mãos cansadas (παριημι pariemi) e os joelhos
desconjuntados (Hb 12.12 - παραλυω paraluo). O escritor explicou que a correção
é motivo de exultação, não de tristeza (Hb 12.11). Agora (Hb 12.12), ele exorta
os cristãos a agirem adequadamente: faz-se necessário abandonar a postura
(tanto literal quanto figuradamente) de desânimo, levantar as mãos em louvor,
estendê-las aos necessitados, colocando-as debaixo dos fardos da vida.
Os
destinatários da epístola não deviam — e os leitores de hoje também não devem —
permitir que seus joelhos tremessem de medo; antes, eles deviam levantar-se
como cristãos preparados para a batalha (Ef 6.10-13).
2-2- Seguindo a
paz e a santificação
Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
2-2-1- A paz
O modo
imperativo do verbo — segui (διωκω dioko) — é enfático, ecoando o Salmo 34.14:
Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a. A paz com todos os
homens é possível dentro dos limites daquilo que é certo; mas, nesse verso, a
mensagem central é a de que todos os esforços devem ser empreendidos no sentido
de estabelecê-la e mantê-la.
2-2-2- A
santificação
A santificação,
da mesma forma, deve ser perseguida, pois, sem ela, ninguém verá o Senhor. Os
leitores originais desta epístola conheciam o ritual judaico de purificação que
os preparava para a adoração; eles sabiam que deveriam ser santos ou puros para
entrar no templo. O termo grego empregado neste verso, assim como seu
significado em português, deixa claro que a cláusula "sem a qual"
está associada à santidade, não à paz. Esta busca essencialmente espiritual é
indispensável.
Deve-se
compreender o termo santificação (gr. αγιασμος hagiasmos) conforme aqui é
empregado: no seu sentido fundamental, como separação de algo ou pessoa do uso
comum; um substantivo de ação, significando o estado resultante de uma ação, um
ser feito santo ou um tornar-se santo, para consagrá-lo ao Santo, tal como convém
à natureza de Deus e do Seu serviço.
O objetivo
primordial da epístola aos Hebreus é levar os homens à presença de Deus; no
entanto, para permanecerem em Sua presença, os homens têm de ser santos.
SUBSÍDIO3
No capítulo 10
de Hebreus, a santidade é apresentada em relação à obra sumo sacerdotal de
Cristo e em relação ao novo concerto; no capítulo 12, ela é apresentada ao lado
da responsabilidade humana quanto à sua obtenção.
3-
RECOMENDAÇÕES FINAIS
O último
capítulo de Hebreus não contém novas advertências, mas reúne diversos elementos
de admoestação final, tanto práticos quanto doutrinários. Há, também, conselhos
morais, que abrangem a vida social, particular e religiosa. A
exortação final
visa a que os leitores façam um rompimento nítido com o judaísmo, que é
mencionado sob o termo arraial (Hb 13.13).
3-1- Virtudes
relevantes na vida cristã
3-1-1- O amor
fraternal
Permaneça o
amor fraternal (Hb 13.1). O amor fraternal (gr. φιλαδελφια philadelphia) é uma
expressão social do amor ágape, que revela a consideração mútua de uns pelos
outros, independentemente da etnia — uma característica peculiar dos cristãos.
Trata-se de uma combinação de duas ideias básicas: o exercício do amor e a
adoção de um novo relacionamento dentro da família da fé.
O fato de os
leitores serem conclamados à constância na fraternidade sugere que pode ter
havido uma tendência de eles terem negligenciado a mútua compreensão, o que não
é recomendado pelas Escrituras (Rm 12.10; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22; 2 Pe 1.7).
3-1-2- A
hospitalidade
Não vos
esqueçais da hospitalidade (...) (Hb 13.2a). Muitos cristãos haviam perdido
todos os seus bens, em consequência da perseguição que lhes impunha as
autoridades constituídas. Em função disso, outra questão prática de
considerável importância era a manutenção da hospitalidade (gr. φιλοξενια
philoxenia), uma marca não somente das pessoas cultas, mas também dos cristãos
que se reuniam nos lares de outras pessoas.
O escritor de
Hebreus alude a Abraão, conhecido por sua hospitalidade, com respeito a seu
encontro com três visitantes angelicais em sua tenda, em Manre, quando ele e a
esposa receberam a promessa do nascimento de seu filho, Isaque (Gn 18.1-21).
3-1-3-
Observância da beneficência
Devido à
perseguição daqueles tempos, muitos cristãos encontravam-se presos e
maltratados por causa de sua fé. Como os encarcerados estão fora da vista, são
facilmente esquecidos; por isso o escritor sagrado adverte: Lembrai-vos dos
presos (δεσμιος desmios), como se estivésseis presos com eles, e dos
maltratados (σωμα soma), como sendo-o vós mesmos também no corpo (Hb 13.3).
A expressão
"lembrai-vos" (μιμνησκω mimnesko), nesse verso, tem um sentido maior
do que o de trazer à memória: envolve a ideia de identificação com o
vilipendiado. Seria necessário, portanto, uma profunda abnegação de si para
unir-se ao que sofria aflições.
3-1-4-
Valorização do matrimônio
Venerado seja
entre todos o matrimônio (γαμος gamos) e o leito sem mácula - κοιτη koite (...)
(Hb 13.4).
Nos círculos
pagãos, a frouxidão moral e a imoralidade eram generalizadas. Era de suma
importância, portanto, que os ensinadores cristãos oferecessem orientações
específicas sobre este tema. O escritor desta epístola não hesita em ressaltar
que o casamento deve ser honrado.
Sem mácula –
κοιτη koite
Leito
matrimonial sem adultério, sem coabitação com alguém fora do casamento, sem
sexo ilícito, sem relação sexual imprópria (ex. sexo anal).
3-1-5-
Obediência à liderança
Lembrai-vos dos
vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus (Hb 13.7).
A epístola aos
Hebreus exorta seus leitores a manterem uma atitude de honra apropriada aos
líderes passados; além de claramente ordenar a obediência aos líderes
presentes, pois eles velam por nossas almas (Hb 13.17).
CONCLUSÃO
Desta lição,
podemos extrair três ensinos primordiais:
- Sem escutar a
Palavra de Deus, sem ouvi-la de fato, começamos a nos desviar dos caminhos
eternos;
- A negligência
sempre nos afasta do rumo correto, tanto no que se refere ao que é material e
físico quanto ao que é espiritual;
- O pecado e o
embaraço precisam ser abandonados a fim de que, livres de todo peso, possamos
avançar na direção que o Senhor nos apresenta.
Aceitemos,
pois, a disciplina de Deus e corramos com paciência a carreira que nos está
proposta, sabendo que o próprio Cristo se encontra no ponto final para
encorajar-nos. Diante da multidão de testemunhas, ponhamos de lado todos os
pecados de indiferença e de negligência espiritual, bem como a intenção de
apostatarmos de Cristo.
ATIVIDADE PARA
FIXAÇÃO
1. Para quem o
cristão deve olhar durante sua carreira? R.: Para Jesus
CENTRAL GOSPEL
– 2º Trimestre de 2023
Revista Nº 69
Lições Da Palavra De Deus Aluno: Fundamentos da Liderança Cristã - Modelo
Bíblico de Fé, Motivação e Empreendedorismo - Walter Brunelli
Pastor da
Assembleia de Deus
Bereana, com sede na Vila Mariana, São Paulo;
1. José, um
líder proativo;
2. Moisés, um
líder fiel à sua casa;
3. Bezalel, um
líder artístico;
4. Josué, um
líder para novas gerações;
5. Débora, uma líder
estrategista;
6. Gideão, um
líder com potencial escondido;
7. Davi, um
líder guerreiro;
8. Neemias, um
líder versátil;
9. Ester, uma
líder perspicaz;
10. Pedro, um
líder atípico;
11. Barnabé, um
líder desprendido e solidário;
12. Paulo, um
líder eficaz;
13. Jesus, o
líder dos líderes.