08 novembro 2022

Escrita Lição 7, CPAD, A Responsabilidade é Individual, 4Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 7, A Responsabilidade é Individual

 


 
TEXTO ÁUREO
“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.” (Ez 18.20)
 
VERDADE PRÁTICA
Para além da responsabilidade individual, a Palavra de DEUS se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido destino.

 
Vídeo https://youtu.be/bZk7iUVWJuU

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2022/11/escrita-licao-7-responsabilidade-e.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2022/11/slides-licao-7-responsabilidade-e.html  

https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-licao-7-a-responsabilidade-e-individual-4tr22-pr-henrique-ebd-na-tvpptx
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 24.16 Na lei de Moisés, cada um vive e morre pelos seus próprios atos
Terça - Ec 12.14 Os seres humanos são responsáveis pelos seus atos
Quarta - Jr 31.29 A parábola das uvas verdes e os dentes, um ditado falso
Quinta - Ez 18.2,3 Os exilados da Babilônia deviam rejeitar o uso dessa máxima
Sexta - At 17.30 DEUS oferece oportunidade de arrependimento aos pecadores
Sábado - Jo 17.12 É possível o justo se desviar e perder a salvação
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 18.20-28

20 - A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. 21 - Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 22 - De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá. 23 - Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? 24 - Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 25 - Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? 26 - Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá. 27 - Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. 28 - Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu,  certamente viverá, não morrerá.
 
Comentários BEP - CPAD
18.21-23 SE O ÍMPIO SE CONVERTER. DEUS promete a salvação a todo e qualquer ímpio que abandone seus pecados e venha para DEUS. Ninguém é obrigado a continuar nos pecados da sua família (cf. vv. 18,19). DEUS quer salvar cada pecador. Ele jamais tem prazer que o ímpio morra no pecado (cf. 1 Tm 2.4).
18.24 DESVIANDO-SE O JUSTO. O justo que confia em DEUS e anda nos seus caminhos não deve pensar que está eternamente seguro, caso mais tarde se desvie e se rebele contra DEUS. A condição de tal pessoa, ao morrer, será como a daquele que sempre viveu no pecado. A Bíblia adverte aos crentes: Se viverdes segundo a carne, morrereis (Rm 8.13; ver também Hb 2.3; 3.6; 2 Pe 2.20-22).


HINOS SUGERIDOS: 71, 422, 484 da Harpa Cristã

PALAVRA-CHAVE - Responsabilidade
 
 
Resumo da Lição 7, A Responsabilidade é Individual
I - SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL
1. Uma máxima equivocada.
2. Jeremias e Ezequiel trataram do assunto.
3. O problema em nosso tempo.
II - SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS
1. Há esperança para o pecador (vv. 21,22,23).
2. Refutando um pensamento fatalista (v.20).
3. Duas situações (vv.2,22,24).
III - SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL
1. Uma pergunta retórica (v.25).
2. Sobre a justiça.
3. O arrependimento (vv. 27,28).
 
 
Comentários Extras
 
A APOSTASIA PESSOAL - BEP – CPAD

Hb 3.12 "Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do DEUS vivo”.
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi, traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado.

Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com CRISTO, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo ESPÍRITO SANTO (cf. Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si: (a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais de CRISTO e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e (b) a apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em CRISTO e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 23; 8.6-13).
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com CRISTO, como para nos motivar a perseverar na fé e na obediência. O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela idéia que afirma: “as advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a salvação final. Alguns dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt 24.4,5,11-13; Jo 15.1-6; At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm 4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5; Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe 1.8-11; 1Jo 2.23-25.

Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx 32; 2Rs 17.7-23; Sl 106; Is 1.2-4; Jr 9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe 2.1,15,20-22; Jd 4,11-13, a apostasia, segundo a Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos dias desta era.

Os passos que levam à apostasia são:
O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de DEUS (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de DEUS através de CRISTO (4.16; 7.19,25; 11.6).
Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria
vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão nem odeia a iniqüidade (ver 9).
Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua rejeição dos caminhos de DEUS (v. 10), não faz caso da repetida voz e repreensão do ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8); seu fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado ( 1Co 3.16). Finalmente, Ele afasta-se daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co 3.16,17; Hb 3.14).
Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode, finalmente, chegar ao ponto em que não seja possível um recomeço. (a) Isto é, a pessoa que no passado teve uma experiência de salvação com CRISTO, mas que deliberada e continuamente endurece seu coração para não atender à voz do ESPÍRITO SANTO (3.7-19), continua a pecar intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar para DEUS, pode chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade de arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Há um limite para a paciência de DEUS (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2 Ts 2.9-11; Hb 10.26-29,31; 1 Jo 5.16).
Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir de antemão. Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia extrema está na admoestação do ESPÍRITO: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações ( 3.7,8,15; 4.7).
É próprio salientar que, embora a apostasia seja um perigo para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de DEUS (6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do ESPÍRITO SANTO (ver Mt 12.31 - Blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO - atribuir ao Diabo a obra realizada pelo ESPÍRITO SANTO).
Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de DEUS (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua indiferença para com as exigências de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO e para com as advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos: "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (ver 2 Co 13.5).
Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição espiritual e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para DEUS, tem nisso uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável. As Escrituras afirmam com clareza que DEUS não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9; cf. Is 1.18,19; 55.6,7) e declaram que DEUS receberá todos que já desfrutaram da graça salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co 5.1-5 com 2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o exemplo de Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22).
 
 
Lição 05: A Lei da Responsabilidade Pessoal, 1° Trimestre de 2022, EBD – Editora Betel Dominical
 
TEXTO ÁUREO
“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18.4
 
VERDADE APLICADA
DEUS deseja a salvação de todos, porém cada ser humano tem a responsabilidade de se arrepender para que seja salvo.
 
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar a responsabilidade pessoal de cada um.
Mostrar a possibilidade de ser diferente.
Ressaltar que DEUS quer que todos sejam salvos.
 
TEXTOS DE REFERÊNCIA - EZEQUIEL 18
Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez juízo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente viverá.
A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
 
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 2.16-17 A liberdade de escolha.
TERÇA / Sl 51.17 DEUS não rejeita um coração quebrantado.
QUARTA / Sl 119.105 A Palavra de DEUS é luz para o caminho.
QUINTA / Ec 7.29 DEUS fez ao homem reto.
SEXTA / Lc 14.26 A necessidade de uma reflexão inteligente.
SÁBADO / Jo 12.46-48 O julgamento divino e a pregação de JESUS.
 
HINOS SUGERIDOS 147, 169, 171
 
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que tenhamos consciência dos nossos deveres pessoais diante de DEUS.
 
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– A responsabilidade pessoal de cada um
2– A possibilidade de ser diferente
3– DEUS quer que todos sejam salvos
Conclusão
 
INTRODUÇÃO
A presente lição trata do desejo de DEUS em salvar a todos e seu chamado ao arrependimento, sem anular a responsabilidade individual e a certeza do juízo divino sobre os que não se arrependerem.
 
PONTO DE PARTIDA - DEUS quer que todos sejam salvos.
 
1- A RESPONSABILIDADE PESSOAL DE CADA UM
O capítulo 18 de Ezequiel trata de um tema que também está presente nos dias de hoje na mente de muitos: a questão da responsabilidade pelo estado de uma pessoa (seja, dentre outros, social, psicológico, financeiro, espiritual). Na presente lição, evidentemente, nos deteremos no aspecto espiritual, o qual resulta em atitudes para com o próximo [Ez 18.6-8]. Como está meu relacionamento com DEUS? Qual a minha responsabilidade no estado em que se encontra meu relacionamento com DEUS?
 
1.1. A tendência humana de transferir responsabilidade. Desde o primeiro casal, vemos a tendência humana de explicar suas atitudes com as atitudes do outro: “A mulher que tu me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” [Gn 3.12]. Esta foi a explicação de Adão para DEUS. Como se o homem não tivesse escolha ou como se fosse apenas vítima: a mulher foi dada por DEUS e o fruto foi dado pela mulher! Ao se dirigir à mulher, esta respondeu a DEUS que a serpente a enganou. Assim, tal tendência tem acompanhado a história da humanidade ao longo da sua existência. Que o estudo da presente lição contribua para que não nos esqueçamos que, se somos vítimas de algumas situações, somos “também agentes, portadores responsáveis da imagem de DEUS”, como descreveu Larry Crabb.
 
Subsídio do Professor: Bíblia King James – Gênesis 3.12: “Parece ter sido Adão quem inventou a conhecida evasiva: “Quem? Eu? Não! Foi Fulano, Beltrano ou Sicrano!”. Desde o Éden o homem tem grande dificuldade em aceitar sua culpa e, fugindo de si e das responsabilidades pessoais, procura amenizar sua consciência condenatória culpando outras pessoas e o mundo. Adão tenta se isentar da responsabilidade pessoal sobre a quebra da obediência devida a DEUS culpando Eva, a serpente e o próprio Senhor (…).”
 
1.2. A capacidade de escolher. Um dos aspectos da imagem de DEUS em nós é a nossa capacidade de escolher. Ao criar o primeiro casal, DEUS lhes concedeu a liberdade de escolha entre fazer o certo e o errado [Gn 2.16-17]. O ser humano possui a faculdade intelectual e volitiva, que lhe permite raciocinar, pensar, decidir. Evidentemente que o pecado também atingiu esta capacidade humana, porém a Bíblia revela que a pessoa não perdeu de todo essa faculdade [Dt 30.19-20; Js 24.15]. Notemos que as expressões usadas por JESUS: “Se alguém quer vir após mim” [Lc 9.23] e “Se alguém vier a mim” [Lc 14.26] – indicam a necessidade de uma reflexão inteligente.
 
Subsídio do Professor: Timothy Munyon: “A respeito da imagem moral de DEUS nos seres humanos, “DEUS fez ao homem reto” [Ec 7.29]. Até mesmo os pagãos, que não possuem conhecimento da lei escrita de DEUS, conservam uma lei moral escrita por Ele em seus corações [Rm 2.14-15]. Em outras palavras, somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo ou errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles. (…) Estes, mesmo possuindo tal liberdade, são incapazes de escolher a DEUS. DEUS, portanto, pela sua bondade, equipa as pessoas com uma medida de graça que as capacita e prepara a corresponder ao Evangelho [Jo 1.9; Tt 2.11].”
 
1.3. A culpa coletiva não exclui a individual. Tanto o profeta Jeremias como Ezequiel mencionam um provérbio que estava sendo bastante usado pelo povo de Israel [Jr 31.29; Ez 18.2], que atribuía aos antepassados a culpa pelos sofrimentos do presente. É certo que as gerações anteriores àquela dos profetas tinham cometido graves pecados (vide os relatos históricos dos tempos de Acaz, Manassés, Amom e tantos outros), contudo, tal fato não justificava a conduta dos contemporâneos de Jeremias e Ezequiel, pois também tinham a revelação divina e, consequentemente, não eram ignorantes quanto ao que DEUS requeria, ou seja, arrependimento do povo.
 
Subsídio do Professor: Professora Betty Bacon: “Os provérbios errados, de antigamente e de hoje, são um alerta para nós. É muito fácil ter a mente corrompida pelo que “todo mundo diz”. O cristão deve conversar sim, mas cuidar do que falam e avaliar o que ouvem, especialmente antes de transmitir a outros – Cl 4.6; 1Ts 5.21”. Por isso é importante passar as informações e “provérbios” pelo crivo da Palavra de DEUS.
 
EU ENSINEI QUE:
Há uma tendência humana de transferir responsabilidade. Porém, um dos aspectos da imagem de DEUS em nós é a nossa capacidade de escolher.
 
2- A POSSIBILIDADE DE SER DIFERENTE
O capítulo estudado na presente lição [Ez 18] trata de um assunto presente em muitos outros registros bíblicos. Ou seja, um passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade independente das escolhas e comportamentos [Ez 8.5-18].
 
2.1. Exemplo de quatro gerações de reis de Judá. Para exemplificar o texto de Ezequiel 18.5-18, podemos citar a história bíblica de quatro reis de Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias [2Cr 29-35]. Como foram diferentes as posturas dos reis quanto ao relacionamento com DEUS, mesmo diante das Escrituras, dos profetas e dos exemplos que tinham. O histórico familiar pode influenciar, mas não determina. A pessoa, principalmente em nossa realidade de abundância de proclamação da Palavra de DEUS, ao alcançar determinada idade, precisa exercitar sua capacidade de discernimento quanto aos valores e crenças recebidos da família, sempre à luz da Palavra [Sl 119.9, 105].
 
Subsídio do Professor: Daniel I. Block comentou sobre a geração alvo das profecias de Ezequiel: “O tempo todo, eles reclamam o direito à proteção divina, com base nas promessas imutáveis de DEUS. Entretanto, Ezequiel é intransigente em sua exposição da hipocrisia da nação. As promessas da aliança não são garantias incondicionais de favorecimento; a segurança e o bem-estar são contingentes em aceitar as reivindicações exclusivas do Senhor à sua lealdade e obediência intransigente à sua vontade. Uma vez que falharam nos dois departamentos, a geração presente fica sob ameaça das maldições da aliança.”
 
2.2. O valor da conversão. A mensagem de Ezequiel deixa claro ao povo que é possível ser diferente: “Mas, se o ímpio se converter… Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade…” [Ez 18.21, 27]. “Converter”, no hebraico, é um termo usado para expressar, entre outros significados, mudança de reações, atitudes e sentimentos. O povo de Israel no tempo de Ezequiel certamente conhecia o exemplo do rei Manassés que, quando levado cativo, orou e se humilhou diante do Senhor e alcançou misericórdia e restauração [2Cr 33.11-20]. DEUS não rejeita um coração humilde e arrependido [Sl 51.17].
 
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody: “Os conceitos da solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram coisas antigas em Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18 implica na operação da sequência natural da causa e efeito no meio das circunstâncias da vida humana. DEUS não considera um homem responsável pelas circunstâncias nas quais nasceu, mas apenas pelo uso que fizer delas subsequentemente. Portanto, um homem é livre para renunciar o seu passado, tanto para o bem como para o mal.”
 
2.3. A relevância da resposta humana para DEUS. A possibilidade de ser diferente passa pela resposta de uma pessoa diante do anúncio da Palavra de DEUS. O apóstolo Paulo enfatizou este assunto em Romanos 10.3, 18-21. O apóstolo diz que os judeus rejeitaram a maneira de DEUS agir e foram rebeldes, mesmo o Senhor enviando Seus mensageiros e estendendo as Suas mãos. Tal postura do povo também era realidade no tempo de Ezequiel: “O caminho do Senhor não é direito” [Ez 18.29], além de acharem que estavam sofrendo injustamente [Ez 18.2]. E nós, que resposta (reação) estamos tendo diante do agir e da Palavra do Senhor?
 
Subsídio do Professor: Pr. Marcos Sant´Anna: “Não é de qualquer maneira ou baseados tão somente no nosso conhecimento e criatividade que nossas atitudes ou respostas para DEUS serão aceitas por Ele. Vide o exemplo de Caim, considerado o primeiro ato de adoração registrado na história humana, pois, antes de Abel, foi ele que teve a iniciativa de apresentar uma oferta ao Senhor. Contudo, DEUS não atentou para ele e para a sua oferta [Gn 4.3-5]. A reação de Caim demonstrou desinteresse em conhecer os motivos de DEUS para não o aceitar, mesmo depois de o Senhor ter falado com ele [Gn 4.5-7].”
 
EU ENSINEI QUE:
O passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade.
 
3- DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS
O Senhor DEUS não deseja que o homem mau morra, mas que se arrependa e viva [Ez 18.23, 32]. Desde a queda no Éden o Criador tem revelado seu interesse em restaurar a humanidade, anunciando a vinda da semente da mulher, providenciando vestes adequadas para o primeiro casal, preservando Noé e sua família, chamando Abraão e revelando Seu plano para abençoar todas as famílias da terra [Gl 3.8, 14].
 
 
3.1. O desejo de DEUS em salvar não anula o juízo. O Senhor DEUS, além de chamar o povo à conversão, também anunciou que, se continuassem com as transgressões e iniquidades, estariam sendo julgados pelo que estavam fazendo [Ez 18.30]. A mensagem do julgamento divino também fazia parte da pregação de JESUS [Jo 12.46-48]. Como comentou F. F. Bruce: “A palavra de julgamento no último dia, portanto, não é diferente da palavra de vida já anunciada. A mensagem que proclama vida para o crente é a mesma que proclama condenação para o desobediente”.
 
Subsídio do Professor: De acordo com John B. Taylor: “A lei da responsabilidade individual que Ezequiel está expondo é supremamente justa, porque cada homem tem sua própria escolha pessoal e a oportunidade para viver. DEUS julgará cada um segundo os seus caminhos [Ez 18.30]. É a combinação deste fato com o conhecimento de que DEUS não tem prazer na morte de ninguém [Ez 18.32] que leva Ezequiel a apelar ao povo, em nome de DEUS, no sentido de se arrepender e de se voltar a Ele. Como um povo, talvez sejam rebeldes e idólatras, mas como indivíduos, pode-se apelar a eles e, através do seu arrependimento, podem ser salvos.”
 
3.2. Cada um é responsável por seus atos diante de DEUS. É importante trazer sempre à mente a verdade bíblica da futura prestação de contas diante de DEUS. A graça de DEUS não nos libera para sermos descuidados quanto ao nosso viver neste mundo. Todos vamos comparecer, porém a prestação de contas será individual [Rm 14.10, 12]. Tal certeza deve despertar em cada discípulo de CRISTO um autoexame, sempre à luz da Palavra de DEUS e ação do ESPÍRITO [1Co 11.28; 2Co 13.5]. Sabendo que, enquanto neste mundo, não alcançaremos um autojulgamento completo [1Co 4.4-5; 2Co 5.10].
 
Subsídio do Professor: Leon Morris comentou sobre 1Coríntios 4.4-5: “Paulo está dizendo que não tem ciência de nenhum ponto importante em que tenha falhado em sua ação como despenseiro. Mas não descansa a sua confiança nisso. Não é isso que lhe dá absolvição. (…) Surge disso tudo uma exortação a não julgar prematuramente. (…) O juízo do Senhor será perfeito, pois Ele porá a descoberto as coisas ocultas das trevas. (…) É somente o juízo do Senhor que pode levar em conta os atos e motivos secretos [Rm 2.16].”
 
3.3. Palavra de DEUS como referência segura. Notemos que a Palavra do Senhor inicia desconstruindo um provérbio muito usado pelo povo de Israel [Ez 18.2-3], depois revela como o povo estava equivocado em alguns de seus próprios pensamentos [Ez 18.19, 25, 29]. Nossa segurança está na Palavra de DEUS e não em “achismos” humanos ou naquilo que a maioria diz. A queda do primeiro casal iniciou quando Eva cedeu à sugestão maligna de que a Palavra de DEUS estava sujeita ao nosso julgamento [Gn 3.1-5], comentou Derek Kidner.
 
Subsídio do Professor: Antônio Neves de Mesquita: “Acostumados a ouvir que a nação estava sob a garantia e guarda divinas, o israelita achava que esta doutrina não era correta, afirmando: O caminho do Senhor não é direito [Ez 18.25]. Noutra linguagem, os pais deveriam pagar pelos filhos, e não os filhos pelos pais, como lhes parecia [v.2]. O que havia nesta conexão é que os caminhos dos homens eram tortuosos, enquanto os de DEUS era retos, mas a interpretação era falseada.”
 
EU ENSINEI QUE:
DEUS quer que todos sejam salvos. No entanto, o desejo de DEUS em salvar não anula o juízo. Por isso, cada um é responsável por seus atos diante de DEUS.
 
CONCLUSÃO
É preciso que perseveremos nos caminhos do Senhor e nos submetamos ao que DEUS revelou nas Escrituras e anunciemos a todos para que aproveitem as oportunidades que Ele, em Sua graça, tem proporcionado ao ser humano.
 
 
O problema de um passado pecaminoso ( 18: 22-32 )
22  todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele:. pela sua justiça que ele fez, ele viverá 23  Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; e não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? 24  Mas, quando o justo se desviar da sua justiça, e cometendo iniquidade, e fizer de acordo com todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, ​​neles morrerá.
25  Todavia, vós dizeis: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho? não são os vossos caminhos tortuosos? 26  Quando o justo se desviar da sua justiça, e comete iniquidade, e é aí que morre; na sua iniquidade, que cometeu morrerá. 27  Mais uma vez, quando o ímpio se desviar da sua impiedade que cometeu, e faz o que é lícito e correto, ele salvará sua alma em vida. 28  pois que reconsidera, e se desvia de todas as suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não morrerá. 29  Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor não é justo. Ó casa de Israel, não são os meus caminhos são iguais? não são os vossos caminhos tortuosos? 30  Portanto, eu vos julgarei, ó casa de Israel, cada um conforme os seus caminhos, diz o Senhor DEUS. Convertei-vos, e convertei-vos de todas as vossas transgressões; iniquidade não vos servirá de tropeço. 31  Lançai de vós todas as vossas transgressões com que vos traspassaram; e torná-lo um novo coração e um novo espírito:? por que haveis de morrer, ó casa de Israel 32  Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor DEUS; Portanto, convertei-vos e viver.
Esta seção resolve um problema novo: pode uma pessoa estar livre da influência de um passado pecaminoso? ou uma pessoa pode reverter para uma vida de pecado, depois de viver em retidão? A resposta a ambas as perguntas é um incondicional "sim". Portanto, a oportunidade de arrependimento sempre existe (vv. 29-32 ). Três ideias-chave se destacam.
Em primeiro lugar, o profeta ensina a possibilidade de arrependimento (vv. 21-23 , 27-28 ). Se o ímpio se converta ... certamente viverá. arrependimento envolve passando de todos os seus pecados, o aspecto negativo, e mantendo todos os meus estatutos, o aspecto positivo. Quando o homem se arrepende, DEUS dá a vida, a vida eterna, pois DEUS não tem prazer na morte do ímpio. DEUS, fonte de vida, é glorificado não na morte, mas na vida.
Os versículos 27-28 repetir a possibilidade de arrependimento, enfatizando as novas atitudes e ações que acompanham esta mudança de mentalidade em relação a DEUS e eu.
Em segundo lugar, o profeta ensina a possibilidade de retrocesso a partir de um estado de justiça (vv. 24-26 ). Mas, quando o justo se desviar da sua justiça ... porventura viverá? A questão se aplica a ambos os de Tel-Abibe e Jerusalém, para eles eram uma casa rebelde. A resposta de DEUS foi "não". Não só ele não vive, mas nenhuma das suas obras de justiça que ele fez será lembrado.
Este último ponto, provavelmente, levantou a objeção do povo: O caminho do Senhor não é justo [justo]. Na verdade eles estavam dizendo: "Como pode DEUS, que é misericordioso e não deseja a morte do ímpio contra o justo que peca? Sua misericórdia pode mudar? "Mas a Ezequiel DEUS não é apenas misericordioso, mas apenas. As pessoas são injustas em pedir a DEUS de justiça tolerar o pecado. Este Ele não pode fazer, então , quando o justo se desviar da sua justiça, e comete iniquidade, e é aí que morre; na sua iniqüidade, que cometeu morrerá. Não há segurança para uma vida vivida em pecado, nem para uma pessoa que morre vivendo em pecado.Os dois usos da palavra "morrer" no versículo 26 sugerem primeiro a física e, em seguida, a morte espiritual.
Finalmente, o profeta, por seu chamado ao arrependimento, ensina o liberdade de escolha (vv. 29-32 ). A liberdade humana está fundamentada na igualdade e justiça de DEUS: não são os meus caminhos são iguais? não são os vossos caminhos tortuosos? Porque DEUS é justo, Ele julga os homens de acordo com os princípios da justiça divina: Portanto, eu vos julgarei, ó casa de Israel, cada um segundo os seus caminhos [atos]. No Novo Testamento, este é o critério de julgamento divino ( Rm 2:. 6-16 ).
Mas junto com a previsão de julgamento, DEUS oferece misericórdia: Convertei-vos, e convertei-vos de todas as vossas transgressões; iniquidade não vos servirá de tropeço. O hebraico shuv (retorno) é o equivalente do grego metanoein (arrepender-se, mudar de idéia). O arrependimento leva à conversão , Lançai de vós todas as vossas
transgressões, e regeneração , e torná-lo um novo coração e um novo espírito. Ezequiel proclama a salvação como a forma do novo coração e da vida nova ( 11:19 ; 36: 24- 32 ; . Jeremias 31: 31-34 ).
O versículo 31 , por que haveis de morrer? desafios, tanto o pecador e o apóstata. É uma questão de chamar para uma decisão por DEUS. Rebeliões do homem, suas dúvidas, suas perguntas, seus problemas estão todos irrelevante ao lado deste desafio moral e espiritual pungente. A questão é existencial; ela exige a nossa resposta. O Senhor DEUS aguarda a sua decisão; Ele convida você a transformar-vos e viver.
 
 
Comentário - NVI (FFBruce) - a) Um provérbio enganoso (18.1-4). v. 2. 
‘Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam’-, i.e., os filhos estão pagando pelas ações dos seus pais. O provérbio é citado também em Jr 31.29,30 e refutado de forma semelhante: “cada um morrerá por causa do seu próprio pecado. Os dentes de todo aquele que comer uvas verdes se embotarão”. v. 4. Pois todos me pertencem (“Eis que todas as almas são minhas”, ARA): cada pessoa individualmente (heb. nephesh) é uma criação única de Deus; a pessoa que pecar (e não os seus descendentes) é que morrerá (ou sofrerá) pelo seu pecado.
b)    Mudança moral de geração a geração (18.5-20). v. 5. Suponhamos que haja um..:. essa é a introdução comum a uma lei criada por caso de precedência na legislação israelita (cf. Êx 21.7,20,26,33; 22.1 etc.). Os detalhes de conduta nos v. 6-9 que tornam um homem justo são especialmente evidenciados no Código de Santidade (Lv 17—26), embora sejam encontrados em outras partes da Lei também, v. 6. come nos santuários que há nos montes-, provavelmente uma referência às refeições sagradas nos altares idólatras (cf. 6.2ss; 20.28,29), proibidas por dedução em Dt 12.2-28. Josias havia abolido a adoração nos altares dos lugares altos (2Rs 23.8ss), mas as suas reformas tiveram vida curta, olha (“levantando os olhos”, ARA): cf. SL 121.1, provavelmente deveria ser traduzido por “Deveria eu levantar os meus olhos para os montes?” — e a resposta subentendida é: “Não”. nem se deita com uma mulher..:, cf. Lv 18.19;
20.18. v. 7. devolve o que tomou como garantia-. cf. Êx 22.26,27; Dt 24.10-13. v. 8. não empresta visando lucro-, cf. Êx 22.25; Lv 25.36;
Dt 23.19; SL 15.5. v. 9. ele viverá: cf. Lv 18.5: “o homem que os praticar viverá por eles”.
v. 10. Suponhamos que ele tenha um filho violento...', a justiça do pai não pode ser creditada a um filho ímpio. São os que fazem as obras de Abraão que são os verdadeiros filhos de Abraão (Jo 8.39). v. 12. comete práticas detestáveis', i.e., idolatria, v. 13. com certeza será morto-, eco de uma fórmula jurídica (cf. Ex 19.12 etc.), ele será responsável por sua própria morte-, cf. Lv 20.1 lss, Ele (e ninguém mais) será responsável por sua morte, o castigo do seu próprio mau comportamento.
v. 14. Mas suponhamos que esse filho tenha ele mesmo um filho...', a maldade do pai não pode ser debitada ao filho justo. v. 20. Aquele que pecar é que morrerá', repetição do v. 4. Cada geração é responsável por Sl mesma com relação à recompensa ou ao castigo por comportamento justo ou ímpio. O filho não levará a culpa do pai...-, isso já foi estabelecido como princípio jurídico em Dt 24.16 e exemplificado historicamente em 2Rs 14.6; aqui é afirmado como um princípio da forma em que Deus age com os homens.
c)    Mudança moral durante a vida de uma pessoa (18.21-24). Um homem ímpio que se arrepende e corrige a sua vida será perdoado (v. 21,22); cf. o relato do cronista acerca do rei Manasses (2Cr 33.12,13). Ao contrário disso, um homem antes justo que se volta para a iniqüidade e idolatria vai sofrer a retribuição condizente (v. 24); cf. o relato de Joás, rei de Judá (2Cr 24.17ss). Mas nesse parágrafo o destaque principal é dado ao desejo profundo que Deus tem de perdoar. Todos os grandes profetas expressam isso de uma forma ou de outra: Teria eu algum prazer na morte do ímpio? (v. 23; cf. v. 32).
d)    A vindicação divina (18.25-29). v. 25. ‘O caminho do Senhor não éjusto’-, porque, como eles pensavam, Deus fazia os filhos sofrerem pelos pecados dos pais. Mas ele responde ao repetir o conteúdo dos v. 21-24, em ordem inversa, para destacar que os seus caminhos são de fato justos, porque ele ressalta a responsabilidade pessoal; a injustiça que houver está no caminho deles, e não no de Deus.
e) O chamado ao arrependimento (18.30-32). v. 30. para que o pecado não cause a queda de voces', lit. “e vocês não terão mais a pedra de tropeço da iniqüidade” (cf. 7.19; 14.3,4,7). Os problemas pelos quais estavam passando os faziam queixar-se de que Deus era injusto. “Arrependam-se”, Deus diz, “e ponham-me à prova; livrem-se dessa atitude rebelde e busquem um coração novo e um espírito novo” (v. 31). Cf. 11.19,20; 36.26,27, em que esse é o presente de Deus para um povo arrependido. v. 32. Pois não me agrada a morte de ninguém'. cf. v. 23. E porque Deus tem prazer na misericórdia que o seu apelo é tão urgente e intenso: Por que deveriam morrer? (v. 31). Arrependam-se e vivam (cf. 33.11).
 
 
SUBSÍDIOS DA Lição 7, A Responsabilidade é Individual - CPAD
 
 
SINÓPSE I - A máxima popular “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” remetia à ideia de que os filhos pagariam os pecados dos pais.
SINÓPSE II - O ensino no livro de Ezequiel revela que a salvação está disponível a todos.
SINÓPSE III - A acusação dos exilados em Babilônia contra Javé, seu DEUS, de injustiça, se reverte contra eles mesmos.

Auxílio Teológico TOP2
Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)
“Aqui Ezequiel se torna um teólogo. Ele é geralmente um pastor, preocupado com o cuidado e a cura das almas; ou ele é um profeta, que declara conselhos de DEUS com franqueza e determinação. Mas aqui se trata de doutrina. [...] O que Ezequiel diz é que, mesmo que os filhos possam sofrer por causa dos pecados dos seus pais em uma ordem natural de causa e efeito, DEUS não vai castigar um filho pelos pecados do pai e também não considerará justo o filho injusto porque seu pai foi justo. Duas vezes no capítulo Ezequiel diz: a alma que pecar, essa morrerá (4,20)” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 456).

AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
Os Justos podem Cair da graça (Ez 18.21-32)
“Ezequiel explica que se o ímpio se converter de todos os seus pecados [...] certamente viverá (21). DEUS tem prazer em dar-lhe vida (23). Por outro lado, o profeta pergunta: desviando-se o justo da sua justiça [...] porventura viverá? (24). A resposta é: “Não”. De todas as suas justiças [...] não se fará memória (‘Nenhum de seus atos justos será lembrado’, NVI) [...] e no seu pecado com que pecou, neles morrerá (24). O profeta explica mais adiante: Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá (26). Essa pessoa realmente foi justa e realmente caiu da graça. Se ela não voltar para DEUS, mas morrer em seu estado caído, sofrerá a ira santa de DEUS.
A ideia, aceita amplamente no Protestantismo, de que se alguém tornar-se um cristão não pode cair da graça e perder-se vai contra o ensino desse texto. Isso foi ensinado por João Calvino (1509-1564), pelos calvinistas nos tempos de Jacó Armínio, e continua sendo ensinado por muitos teólogos calvinistas, que, mesmo assim, aceitam o arminianismo em outros pontos importantes – e.g. que qualquer pessoa pode ser salva. É difícil entender como alguém pode conciliar a teologia de ‘uma vez na graça, sempre na graça’ com o claro ensino bíblico dessa passagem” (Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 456,57).
 
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A salvação é individual. Você já deve ter ouvido essa expressão. É muito comum em nossas igrejas. O que está por trás dessa expressão é a perspectiva da responsabilidade individual diante de DEUS. A Palavra de DEUS mostra exatamente essa perspectiva. O pecado é um ato individual e não há nada que o justifique diante de DEUS. A única saída para o ser humano pecador é arrepender-se de seus pecados e crê no Evangelho.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: Explicar a máxima usada em Israel; II) Expor a respeito da abrangência da salvação; III) Pontuar a reação de Israel.
B) Motivação: Vivemos um tempo em que as responsabilidades individuais são solapadas pelas realidades contextuais. Há quem defenda que o criminoso não pague pelos seus crimes por causa de sua "circunstância econômica". A Palavra de DEUS mostra que ricos e pobres, homens e mulheres, enfim, o ser humano de modo geral precisa se arrepender dos seus próprios pecados (Lm 3.39; At 3.19).
C) Sugestão de Método: Até que aqui vimos três leis do ensino: a lei do professor, a lei do aluno e a lei da comunicação. Agora veremos a quarta lei: a lei da lição. Essa lei pode ser resumida pela seguinte sentença: "a verdade a ser ensinada deve ser aprendida através de uma verdade já conhecida". Só se apresenta um novo conceito depois que o conceito ensinado esteja bem estabelecido. A partir dessa compreensão, você deve levar em conta: 1) Certifique-se de que o aluno compreende o assunto A antes de apresentar o assunto B (por exemplo, só ensine a respeito da salvação depois que os alunos aprenderem a respeito da gravidade do pecado); 2) Trace objetivos progressivos de ensino que consta na lição.
 
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Traga exemplos que mostrem o quanto o ser humano é responsável pelas suas atitudes. A história de confissão do pecado do rei Davi traz um bom exemplo para o fechamento desta lição.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)" traz uma explicação teológica a respeito da relação do pecado dos pais com a vida dos filhos; 2) O texto "Os Justos podem Cair da graça (Ez 18.21-32)" traz uma excelente abordagem a respeito da possibilidade da queda do justo.

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significava a máxima “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”?
Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.
2. Como se chama o movimento que hoje segue esse pensamento das uvas verdes e dentes embotados?
Esse movimento é conhecido como “Batalha Espiritual” que inclui a doutrina da maldição hereditária.
3. Por que DEUS proibiu o uso desse ditado popular em Israel?
DEUS proíbe o uso desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de Babilônia.
4. Qual a conclusão depois de Ezequiel explicar a verdade e apresentar os fatos?
Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
5. Qual a tendência das pessoas hoje ao explicar suas aflições?
É tendência dessas pessoas culparem a DEUS pelas suas mazelas.


LEITURAS PARA APROFUNDAR
Arminianismo Puroe Simples
Esta obra é a respeito do Arminianismo, que se harmoniza perfeitamente com as Escrituras, e de forma simples, bíblica e histórica.
As Obras de Armínio
Livre Arbítrio x Predestinação, Graça Irresistível x Vontade Permissiva... Grande aprofundamento para todos os que se interessam pela teologia.

 

 

Lição 7, A Responsabilidade é Individual (Revista CPAD)

 

TEXTO ÁUREO

“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.” (Ez 18.20)

 

VERDADE PRÁTICA

Para além da responsabilidade individual, a Palavra de DEUS se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido destino.

 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 18.20-28

20 - A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. 21 - Mas, se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 22 - De todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá. 23 - Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? 24 - Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 25 - Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? 26 - Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá. 27 - Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. 28 - Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que cometeu,  certamente viverá, não morrerá.



INTRODUÇÃO
O ponto de partida desta lição é uma máxima muito usada em Jerusalém e, também, entre os exilados de Babilônia que diziam: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” (Jr 31.29; Ez 18.2). Com base nesse ditado, eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.


I - SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL

1. Uma máxima equivocada.

O ditado popular “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” se baseava numa interpretação equivocada sobre o terceiro mandamento do Decálogo (Êx 20.5; Dt 5.9). A maldição não é hereditária, ela só permanece quando os filhos continuam nos pecados dos pais; veja a expressão “daqueles que me aborrecem”. É um princípio divino estabelecido desde a lei de Moisés (Dt 24.16). Isso é lembrado na história de Israel (2 Rs 14.5,6).

 


2. Jeremias e Ezequiel trataram do assunto.

A palavra profética em Jeremias é escatológica. A seção de Jeremias 30–33 é o Livro da Consolação, que não foi editado separadamente como Lamentações, essa parte da profecia anuncia a restauração de Israel e de Judá e contempla o futuro glorioso da nação unificada. Esse oráculo está nesse contexto, como nos revela também a profecia no livro de Jeremias (Jr 31.29,30). É nesse contexto escatológico que nunca mais será pronunciado em Israel tal provérbio popular. Mas a proibição anunciada por Ezequiel é imediata (Ez 18.2,3).

 


3. O problema em nosso tempo.

A doutrina das “uvas verdes e dentes embotados” que predominou o imaginário popular de Israel (Jr 31.29; Ez 18.2) veio a ser parte do cardápio doutrinário de um movimento infiltrado em algumas igrejas conhecido como “Batalha Espiritual”. Essa parte do ensino é a conhecida extravagante doutrina da maldição hereditária. Quando alguém se converte a CRISTO, deixa de aborrecer a DEUS, logo, essa passagem do terceiro mandamento do Decálogo não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois eles se tornam em uma nova criatura, pois “as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Devemos orar e agir para que esses ensinos equivocados não prosperem em nossas igrejas (Jd v.3).

 


II - SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS

1. Há esperança para o pecador (vv. 21,22,23).

Essa ideia está muito clara no capítulo inteiro, que, para não deixar dúvidas, Ezequiel afirma de maneira direta (vv.4,20), reiterando diversas vezes com exemplos claros e ilustrações. A vontade de DEUS é a salvação de todos os seres humanos para que ninguém se perca, e nisso o profeta antecipa o pensamento do Novo Testamento (Jo 5.40; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9).

 


2. Refutando um pensamento fatalista (v.20).

Tanto os exilados na Babilônia como os que estavam em Judá e em Jerusalém acreditavam ou se justificavam numa ideia falsa de que estavam pagando pelos pecados dos pais, mesmo depois da destruição de Jerusalém (Lm 5.7). DEUS proíbe o uso desse ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de Babilônia. Ele torna claro o pensamento bíblico da responsabilidade individual de maneira textual e direta (v.20). A palavra “alma”, nesse contexto, significa a própria pessoa.

 


3. Duas situações (vv.2,22,24).

O profeta explica, com clareza, os oráculos divinos sobre a relação de DEUS com os seres humanos. Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de maldade, iniquidade e se volta para DEUS, tal pessoa é perdoada, e se “fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá” (vv.21,22). Mas, se pelo contrário, o justo se desviar de sua justiça e cometer injustiça e iniquidade “conforme todas as abominações que faz o ímpio [...] De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (v.24). É possível, sim, o salvo perder a salvação temporariamente (Lc 15.32) ou definitivamente (2 Pe 2.20-22).

 


III - SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL

1. Uma pergunta retórica (v.25).

Na verdade, são duas perguntas: “Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?”. A pergunta retórica não espera resposta, trata-se de uma afirmação em forma de pergunta. É o que Javé afirma nessa passagem. Esses recursos estilísticos são frequentes nas Escrituras, veja esses exemplos: “Não é Arão, o levita, teu irmão?” (Êx 4.14); “Não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras e nem o poder de DEUS?” (Mc 12.24; cf. Ez 8.6; Jo 4.35; 6.70; 1 Co 10.16). Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de maldade, iniquidade e se volta para DEUS, tal pessoa é perdoada, e se ‘fizer juízo e justiça, certamente viverá’ [...].”

 


2. Sobre a justiça.

Ezequiel deixa claro mais que o sol do meio-dia que a lei da responsabilidade individual é justa e está de acordo com os atributos divinos. Esse atributo é manifesto no castigo do pecador e na premiação do justo: “o qual recompensará cada um segundo as suas obras” (Rm 2.6). Esse atributo se harmoniza com a santidade de DEUS. A Bíblia declara, com todas as letras, que somente DEUS é justo, considerando justiça como atributo, no sentido absoluto de perfeição: “DEUS é um juiz justo” (Sl 7.11).

 


3. O arrependimento (vv. 27,28).

DEUS é justo e misericordioso. A retribuição ao pecador contumaz vem depois de muitos anos de apelo ao arrependimento sem resposta do povo. A resposta dada aos críticos deixa claro também que, mesmo o ímpio na sua impiedade, deixando o pecado e voltando a praticar a justiça, tem o perdão. Todos precisam de arrependimento e buscar o perdão de DEUS e não acusar o próprio DEUS (Is 55.6,7; At 3.19). Essa história se repete em nossos dias, porque é tendência dessas pessoas culparem a DEUS pelas suas mazelas. Devemos levar a Palavra de DEUS a essas pessoas, pois nenhuma felicidade pode ser plena sem JESUS.

 


CONCLUSÃO
Depois de refutar o imaginário popular de que DEUS estivesse sendo injusto pelo castigo do povo, o profeta chama os seus leitores para uma reflexão. Esse discurso soteriológico é muito importante e continua atual na vida da igreja e na pregação cristã. É nossa responsabilidade levar essa mensagem aos perdidos da terra.

 


04 novembro 2022

Escrita Lição 6, CPAD, A Justiça de DEUS, 4Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

 Lição 6, A Justiça de DEUS



TEXTO ÁUREO
“Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.” (Sl 18.26)
 
VERDADE PRÁTICA
Os agentes do juízo divino revelam que a responsabilidade humana é pessoal.
 

Lição 6, CPAD, A Justiça de DEUS, 4Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

https://youtu.be/XkH1qRC9ZSQ

https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-licao6-a-justica-de-deus-pr-henrique-ebd-na-tvpptx


LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 18.26 O Justo Juiz de toda a Terra sabe separar o justo do injusto
Terça - 2 Rs 17.25 Animais selvagens são agentes de DEUS para o juízo divino
Quarta - Jr 24.10 Espada, fome e peste são agentes da ira divina
Quinta - Jr 29.18 A trilogia da morte, espada, fome e peste, envolve destruição e diáspora
Sexta - Dn 12.1 O juízo divino sobre Jerusalém é o prenúncio da Grande Tribulação
Sábado - Lc 21.21-24 O derramamento da ira de DEUS nunca acontece sem aviso prévio
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 14.12-21
1
2 - Veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 13 - Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; 14 - ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ. 15 - Se eu fizer passar pela terra nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16 - ainda que esses três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada. 17 - Ou, se eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e animais; 18 - ainda que aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas livrariam, mas eles só ficariam livres. 19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça. 21 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e animais?
 
PALAVRA-CHAVE - Justiça
 
Resumo da Lição 6, A Justiça de DEUS
I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO
1. O discurso profético.
2. A primeira parte do oráculo (v.13).
3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).
II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE
1. Exemplos de intercessão pelo pecador.
2. Um castigo inevitável.
3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.
III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ
1. Por que o povo rejeitou os profetas?
2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).
3. O profeta Daniel.
 
 
COMENTÁRIOS EXTRAS
 
BEP - CPAD
14.3 ÍDOLOS NO SEU CORAÇÃO. Os anciãos de Israel (v. 1) eram culpados de idolatria no coração, i.e., não eram leais a DEUS e à sua Palavra. Desprezaram a vontade divina, e queriam viver de maneira ímpia. Como DEUS não respondesse suas orações, ficaram sem direção alguma. Semelhantemente, aqueles que hoje buscam orientação de DEUS, não a terão, se seus corações estiverem cheios de impiedade e demais coisas pecaminosas do mundo.
14.9,10 O PROFETA... DESTRUÍ-LO-EI. DEUS destruiria qualquer profeta que tolerasse, apoiasse, ou incentivasse a idolatria dos israelitas. Semelhantemente, os pastores que toleram membros da igreja, em pecado, e não os disciplinam serão considerados tão culpados como esses membros hipócritas.
14.14 NOÉ, DANIEL E JÓ. O julgamento que estava para vir sobre Jerusalém era tão certo que até mesmo estes três homens de DEUS, conhecidos pela sua retidão (Gn 6.9; Jó 1.1,8; 2.3; Dn 6.4,5,22), não poderiam livrar ninguém mediante as suas orações intercessórias.
14.16 NEM A FILHOS NEM A FILHAS LIVRARIAM. A condição moral de Judá tornou-se tão pecaminosa, que nem as justas orações de Noé, Daniel e Jó seriam suficientes para salvar seus próprios filhos. O crente deve tomar muito cuidado quanto ao ambiente social e educacional de seus filhos. O ambiente pode tornar-se tão ímpio que nem nossa vida santa, nem nossas ferventes orações conseguirão levar esses filhos a aceitar CRISTO como seu Senhor e Salvador
 
 
A mensagem de julgamento e Grace ( 14: 12-23 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
12  E a palavra do Senhor veio a mim, dizendo: 13  Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim por cometer uma transgressão, e eu estendo a minha mão contra ela, e quebrar o sustento do pão, e enviarei fome sobre -lo, e cortar dela homens e animais; 14  ainda que esses três homens, Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, eles devem entregar, mas as suas próprias almas pela sua justiça, diz o Senhor DEUS. 15  Se eu fizer feras para passar pela terra, e eles devastar-lo, e ela fique desolada, de modo que ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16  ainda que esses três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles devem entregar nem filhos nem filhas; eles só devem ser entregues, mas a terra seria assolada. 17  Ou, se eu trouxer a espada sobre aquela terra, e disser: Espada, passa pela terra; para que eu cortar dela homens e animais; 18  ainda que esses três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles não livrariam nem filhos nem filhas, mas eles só devem ser entregues a si mesmos. 19  Ou, se eu enviar a peste sobre aquela terra, e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para exterminar dela homens e animais; 20  ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles devem entregar nem filho nem filha; eles somente livrariam as suas próprias almas pela sua justiça.
21  Pois assim diz o Senhor DEUS: Quanto mais quando eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, a fome, as bestas-feras e a peste, para cortar dela homens e animais 22  Mas, se ainda , se ainda restarem nela alguns sobreviventes que devem ser realizados fora, assim filhos e filhas; eis que eles virão para vós, e vereis o seu caminho e os seus feitos; e sereis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém, e de tudo o que eu trouxe sobre ela. 23  E sereis consolados, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis que eu não fiz sem razão tudo o que eu tenha feito, diz o Senhor DEUS.
Outra mensagem pessoal aos cativos de Tel-Abibe segue o julgamento sobre a idolatria. A configuração cresce fora das perguntas dos cativos por que motivo DEUS não poupará Jerusalém como Ele se ofereceu para fazer com Sodoma e Gomorra nos dias de Abraão ( Gn. 18: 23f ). Ezequiel enuncia o princípio da responsabilidade pessoal. A justiça do justo não pode salvar o ímpio.
A breve mensagem é composta de duas considerações: a regra de julgamento (vv. 12-21 ), e o remanescente da graça (vv. 22-23 ).
A regra de julgamento, com seus quatro ilustrações é expressa hipoteticamente: quando uma terra pecar ... e eu estendo a minha mão ... e enviar fome ... ainda que esses três homens estivessem no meio dela ... ... eles devem entregar, mas suas próprias almas. Esta ilustração é empregada de quatro vezes, cada vez que sugere uma nova forma de julgamento pela fome, feras, uma espada e peste. O princípio espiritual é que a presença de um homem justo há segurança para os ímpios, que vai sofrer por seus próprios pecados.
Noé, Daniel e Jó eram homens anotado para grande justiça nos tempos do Antigo Testamento. Noé salvou sua família ( : Gen. 6 8F. ;) Daniel salvou seus amigos ( Dan. 1: 6-20 ); Jó salvou seus inimigos ( Jó 42: 7-10 ). Se alguém fosse capaz de salvar Jerusalém, que teria sido uma dessas grandes santos. Mas a mensagem de julgamento inevitável foi corrigido. Mesmo que eles estavam presentes nesta cidade mal, que só seria capaz de salvar-se.
Os críticos argumentam que a diferença de nomes entre esta Dan'el e Daniel, o profeta ( Dan. 1: 2 ), significa que Ezequiel está se referindo ao grande herói de Canaã mencionado nos tablets Ras Shamra. Embora isso seja possível, o peso da evidência nesta passagem favorece a Daniel bíblico. Ezequiel foi em Babylon, um contemporâneo do conselheiro corte de Nabucodonosor ( Dan. 2 ). Ele refere-se tanto a justiça de Daniel e de sua sabedoria (cf. 28: 3 ; Dan. 1: 8 ; 05:11 ). Seria improvável para Ezequiel, um sacerdote, para mencionar um herói Cananéia que não era monoteísta, quando a chave pensei aqui é justiça. Nota 28: 3 , onde a sabedoria de Daniel é a ideia principal.
O versículo 21 aplica-se a suposição de Jerusalém. Se a terra não poderia ser salvo de um julgamento, quanto mais quando DEUS envia todos os quatro tipos de julgamento sobre Jerusalém. Certamente, não há esperança para esta cidade mal.
Mas, em contraste com a certeza de um julgamento, Ezequiel lembra-nos da misericórdia da graça de DEUS: No entanto, eis que, se ainda restarem nela um remanescente. Somente a graça pode poupar onde a justiça e a honra procura vingança. "Onde abundou o pecado, a graça abundou mais excessivamente" ( Rom. 5:20 ). Fora da cidade condenada virão alguns que sereis consolados. Estas foram palavras de graça para os cativos perplexos de Tel-Abibe. O testemunho da resquício que pudesse assegurar os atuais cativos que os caminhos de DEUS estava certo e justo (v. 22 ). Não mais que eles levantam a questão: "Por que DEUS não poupou a nossa cidade?" Eles sabem que eu não fiz sem razão tudo o que eu tenha feito, diz o Senhor DEUS.
Esta breve palavra do profeta estabelece dois pensamentos que passam por toda a Escritura. O julgamento de DEUS cai inevitavelmente sobre o pecado; o homem não pode rejeitar a DEUS e vencer. No entanto, a graça de DEUS está presente no meio de julgamento; há sempre um raio de esperança para a alma que se arrepende.
 
 
A Destruição do Povo é Determinada. - A Variedade dos Juízos Divinos. - Um Remanescente é Preservado - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Ezequiel 14. 12-23 - O objetivo destes versos é mostrar:
I
Que os pecados nacionais trazem juízos nacionais. Quando a virtude é destruída, em pouco tempo as demais coisas também são destruídas (v. 13): Quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, quando a perversidade e a iniquidade se tornarem epidêmicas, quando os pecadores forem muito numerosos e os seus pecados odiosos, quando graves impiedades e imoralidades prevalecerem, “então, estenderei a mão contra ela”, para puni-la. O poder divino será exercido abertamente e vigorosamente. Os juízos se estenderão a todos os cantos da terra, a todos os interesses da nação. Pecados graves trazem pragas graves.
II
Que DEUS tem uma variedade de amargos juízos com os quais pune as nações pecadoras, e Ele os tem todos a Seu comando e os inflige quando deseja. Na verdade, Ele permitiu que Davi escolhesse com qual juízo desejava ser punido pelo seu pecado de numerar o povo. Pois qualquer deles serviria ao Seu objetivo, que era diminuir o número de que Davi tanto se orgulhava. Mas Davi, na verdade, devolveu a escolha a DEUS; “Caiamos nas mãos do Senhor. Que Ele escolha a vara que nos atingirá”. Mas DEUS usa uma variedade de juízos para que fique evidente que Ele tem um domínio universal, e em todos os nossos interesses podemos ver a nossa dependência dele. Quatro juízos amargos são aqui especificados: 1. A fome, v. 13. A negação e a retenção das misericórdias comuns é por si só, um juízo suficiente, nada mais é necessário para tornar um povo infeliz. DEUS não precisa trazer a vara de opressão, basta tirar o sustento do pão e a obra logo é cumprida. Ele extirpa homens e animais eliminando as provisões que a natureza cria para ambos, nos produtos anuais da terra. DEUS tira o sustento do pão quando, ainda que tenhamos pão, não somos alimentados e fortalecidos por ele. Ageu 1.6, Comeis mas não vos fartais. 2. Animais nocivos, repugnantes, venenosos ou famintos. DEUS pode fazê-los passar pela terra (v. 15), fazer com que se multipliquem por todas as suas partes, e prová-la, não somente através do gado domesticado, atacando seus rebanhos, mas do seu povo, devorando homens, mulheres e crianças, de modo que ninguém possa passar por ela, por causa das feras. Ninguém ousará passar, nem mesmo pelas estradas, temendo ser despedaçado pelos leões, ou outros animais predatórios, como os filhos de Betel o foram, por dois ursos. Observe que quando os homens se rebelam contra a sua aliança com DEUS, e se rebelam contra Ele, é justo diante de DEUS que as criaturas inferiores se levantem contra os homens, Levítico 26.22. 3. A guerra. DEUS frequentemente castiga as nações trazendo sobre elas uma espada, a espada de um inimigo estrangeiro, e a esta espada Ele dá Sua comissão e ordens sobre a execução que ela fará (v. 17): Ele diz: Espada, passa pela terra. Já é ruim o suficiente se a espada somente entrar nas fronteiras de uma terra, mas muito pior quando ela passa pelas entranhas de uma terra. Com a espada DEUS arranca de uma terra homens e animais, cavalaria e infantaria. A execução que a espada realiza, é DEUS que a realiza por intermédio dela. Pois é a Sua espada que age como Ele lhe ordena. 4. A peste (v. 19), alguma doença terrível, que algumas vezes despovoou cidades. Por ela, DEUS derrama o Seu furor com sangue (isto é, com morte). A peste mata tão eficazmente como se o sangue fosse derramado pela espada, pois está envenenada pela doença, e de doença a chamamos. Veja como é infeliz o caso da humanidade que está assim exposta a mortes de variadas formas. Veja como é perigoso o caso dos pecadores contra os quais DEUS tem tantas maneiras de lutar, de modo que, ainda que escapem a um juízo, DEUS tem outro à sua espera.
III
Que, quando o povo que professa servir a DEUS se revolta contra Ele, e se rebela contra Ele, pode, com razão, esperar que uma combinação de juízos caia sobre todos eles. DEUS tem várias maneiras de lutar contra uma nação pecadora. Mas se Jerusalém, a cidade santa, se tornar uma prostituta, DEUS enviará sobre ela todos os Seus “quatro maus juízos” (v. 21). Pois quanto mais próxima uma pessoa está de DEUS em nome e profissão, mais severamente Ele lidará com ela, se ela envergonhar aquele digno nome pelo qual é chamada, e for falsa com aquilo que professa. Eles serão castigados sete vezes mais.
IV
Que pode haver, e normalmente há, alguns poucos homens de bem, mesmo naqueles lugares que pelo pecado, estão prontos para a destruição. Não é uma suposição estranha que mesmo em uma terra que transgrediu terrivelmente, possa haver três homens como Noé, Daniel e Jó. Daniel estava vivo nesta época, e mal tinha chegado ao auge da sua eminência, mas já era famoso (pelo menos, esta palavra de DEUS a respeito dele, sem dúvida, o tornaria famoso). No entanto, ele foi levado em cativeiro, com os primeiros, Daniel 1.6. Algumas das melhores pessoas em Jerusalém poderiam, talvez, pensar que, se Daniel (de cuja fama na corte do rei da Babilônia eles tinham ouvido falar) tivesse permanecido em Jerusalém, ela teria sido poupada por causa dele, como aconteceu com os magos na Babilônia. Não, diz DEUS, embora vocês o tenham tido, a ele, que foi tão eminentemente bom em maus tempos e lugares como Noé no velho mundo, e Jó, na terra de Uz, ainda assim a suspensão desta punição não será obtida. Nos lugares mais corruptos e nas épocas mais degeneradas, existe um resto que DEUS reserva para Si mesmo, e que ainda conservará a sua integridade, e continuará justo pela honra de libertar a terra, como está escrito que são os inocentes, Jó 22.30.
V
Que DEUS frequentemente poupa lugares muito ímpios por causa de algumas poucas pessoas piedosas que ali estão. Isto é indicado aqui como a expectativa dos amigos de Jerusalém no dia da sua aflição: Certamente DEUS irá interromper a Sua controvérsia conosco. Pois não há alguns, entre nós, que esvaziam a medida da culpa nacional com as suas orações, da mesma maneira como outros a enchem com seus pecados? E, em lugar de destruir os justos com os ímpios, DEUS preservará os ímpios com os justos. Se Sodoma poderia ter sido poupada por causa de dez homens de bem, certamente Jerusalém também pode.
VI
Que homens que forem como Noé, Daniel e Jó, prevalecerão, se alguém puder prevalecer, para desviar a ira de DEUS de um povo pecador. Noé era um homem reto e manteve a sua integridade quando toda a carne tinha corrompido o seu caminho. E por causa dele, a sua família, ainda que um deles fosse ímpio (Cam), foi salva na arca. Jó foi um grande exemplo de piedade, e poderoso na oração por seus filhos e por seus amigos. E DEUS virou o seu cativeiro quando ele orou. Estes eram exemplos muito antigos, mais importantes que Moisés, o grande intercessor. E DEUS os menciona para indicar que Ele tinha alguns favoritos muito peculiares, muito tempo antes que a nação judaica fosse formada ou fundada, e os teria quando ela fosse destruída. E por esta razão, aparentemente, estes nomes são usados, e não os de Moisés, Arão ou Samuel. No entanto, para que ninguém pensasse que DEUS era parcial na Sua consideração pelos dias antigos, aqui está um exemplo moderno, um exemplo vivo, colocado entre aqueles dois que eram as glórias da antiguidade (e que agora é um cativo, “Daniel”), para nos ensinar a não diminuir os homens de bem dos nossos dias enaltecendo demais os antigos. Que os filhos do cativeiro saibam que Daniel, seu semelhante, e companheiro em tribulações, sendo um homem de grande humildade, piedade e zelo por DEUS, cuidadoso e constante em oração, tinha um acesso ao céu como tinham Noé ou Jó. Por que DEUS não poderia levantar homens grandiosos e bons como fez anteriormente, e fazer a mesma coisa por eles?
VII
Que quando o pecado de um povo atingisse o seu auge, e a sua destruição fosse promulgada, a piedade e as orações dos melhores homens não prevaleceriam para dar um fim à controvérsia. Isto é declarado aqui, repetidas vezes, pois, ainda que esses três homens estivessem no meio de Jerusalém, “nem filho nem filha eles livrariam”. Os pequeninos não seriam livrados por causa deles, tanto quanto os pequenos de Israel não foram livrados pela oração de Moisés, Números 14.31. Não. A terra seria desolada, e DEUS não ouviria as orações por ela, ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante dele, Jeremias 15.1. Observe que quando se abusa da paciência, ela se converte em ira inexorável. E parece que DEUS seria mais inexorável no caso de Israel do que em qualquer outro (v. 6), porque, além da paciência divina, eles tinham desfrutado de mais privilégios do que qualquer outro povo, e isto agravava o seu pecado.
VIII
Que, embora homens piedosos e que oravam não prevalecessem para libertar a outros, eles libertariam suas próprias almas, pela sua justiça, de modo que, embora pudessem sofrer a calamidade comum, para eles a propriedade desta calamidade seria alterada. Ela não seria, para eles, o que era para os ímpios. Ela seria fraca e não lhes faria mal. Ela seria santificada, e lhes faria bem. Algumas vezes, as almas dos fiéis (as suas vidas) são admiravelmente libertadas, e lhes são dadas como despojo. Pelo menos as suas almas (os seus interesses espirituais) são protegidas. Se seus corpos não forem libertados, pelo menos as suas almas serão. As riquezas realmente não servem para nada no dia da ira, mas a justiça liberta da morte, de uma morte tão grande, de tantas mortes como as que são ameaçadas aqui. O fato de que, se conservarmos a nossa integridade em tempos de apostasia comum estaremos escondidos no dia da ira do Senhor, deve nos encorajar a conservá-la.
IX
Que, ainda que DEUS inflija as maiores desolações com seus juízos, Ele reserva alguns para serem monumentos da Sua misericórdia, vv. 22,23. Na própria Jerusalém, embora marcada para a destruição total, haverá um resto que não será extirpado por nenhum destes maus juízos anteriormente mencionados, mas será levado em cativeiro – tanto os filhos como as filhas, que serão a semente de uma nova geração. Os jovens, que não tinham chegado a tal obstinação no pecado como seus pais (que foram extirpados por serem incuráveis), serão levados para fora das ruínas de Jerusalém, pelo inimigo vitorioso, e “virão a vós”, que estais em cativeiro. Eles se tornarão grandes necessitados. E tendo em vista que muitos de seus amigos tinham ido para lá antes deles, eles virão ainda mais dispostos à Babilônia, e aqueles estarão prontos para recebê-los. “Vereis o seu caminho e os seus feitos”. Vocês ouvirão quando eles fizerem uma confissão livre e sincera dos pecados de que tinham sido culpados, e uma humilde profissão de arrependimento por eles, com promessas de reforma. E verão exemplos da sua reforma, verão o bem que a sua aflição lhes fez, e com que prudência e paciência se comportam nesta aflição. O fato de escaparem, por pouco, produzirá um efeito positivo sobre eles. Isto mudará o seu temperamento e o seu modo de vida, e os tornará novos homens. Isto resultará: 1. Na satisfação de seus irmãos: “Sereis consolados, quando virdes o seu caminho”. Observe quão consoladora é a visão de um povo que, estando sob a vara, se arrepende e se humilha, justificando a DEUS e aceitando a punição pela sua iniquidade. Quando sofremos (e sofremos!) pelas aflições de outros, é um grande consolo para nós, em nossa angústia, vê-los tirando proveito das suas aflições e fazendo bom uso delas. Quando os cativos disseram aos seus amigos quão maus tinham sido, e quão justo DEUS foi ao trazer estes juízos sobre eles, isto os deixou muito tranquilo, e ajudou a reconciliá-los com as calamidades de Jerusalém. Também aceitaram a justiça de DEUS ao punir o Seu próprio povo desta maneira, e a bondade de DEUS, que agora mostrava ter tido as melhores intenções em tudo. E assim, “ficareis consolados do mal que eu trouxe sobre Jerusalém”. Em outras palavras, quando compreenderem melhor, não terão preocupações tão terríveis como têm tido. Observe que se obtivermos o bem pelas nossas aflições, temos uma dívida com nossos irmãos, pois o fato de saberem disto os consolará. 2. Isto resultará na honra de DEUS: “Sabereis que não fiz sem razão tudo quanto tenho feito”. Sabereis que não foi sem uma justa provocação e nem sem um gracioso desígnio, que fiz tudo quanto tenho feito nela. Observe que quando as aflições tiverem concluído o seu trabalho, e tiverem cumprido aquilo para o que foram enviadas, então ficarão evidentes a sabedoria e a bondade de DEUS ao enviá-las, e DEUS não será somente justificado, mas glorificado nelas.
 
 
A condição deplorável de Jerusalém é irremediável (14.12-23) - Comentário - NVI (F F Bruce)
Que a presença de homens justos em uma comunidade, especialmente se forem grandes intercessores, pode protegê-la contra o desastre é um tema recorrente no ATOS: o exemplo clássico é a garantia divina dada a Abraão com relação a Sodoma (Gn 18.23-32). Mas a condição de Jerusalém agora é tão desesperadora que o homem mais justo que já tivesse vivido não poderia salvá-la da fome, dos animais selvagens, da espada e da peste. O mesmo tema é formulado em Jr 15.1-4, em que Moisés e Samuel (intercessores realmente grandes) têm o papel que Noé, Daniel e Jó têm no texto estudado aqui.
v. 13. para cortar o seu sustento: cf. 4.16; 5.16. v. 14. Noé, Daniel eJó: três homens que se sobressaíram por sua justiça; acerca de Noé, cf. Gn 6.9; 7.1 (contudo as únicas pessoas resgatadas em virtude da justiça dele foram pessoas da sua própria família), e acerca de Jó, cf. Jó 1.1,8 (e 42.8,10, em que ele ora com eficácia por seus três amigos). Daniel (heb. daríeí, NEB: “Danei”) é soletrado de forma diferente do herói do livro de Daniel, contemporâneo de Ezequiel, e possivelmente deve ser identificado com uma personagem comparável em antiguidade com Noé e Jó — o Danei que é celebrado na literatura ugarítica do século XIV a.C. como um governante justo e sábio, que julgou a causa da viúva e do órfão (cf. 28.3). (Pode ser coincidência que um “Danei” seja mencionado em Jubileus
4.20 como o tio e sogro de Enoque.) Se essa identificação puder ser sustentada, então todos os três homem justos desse texto eram não-israelitas (ao contrário dos israelitas Moisés e Samuel em Jr 15.1), mas, se eles vivessem em Jerusalém, a sua justiça serviria apenas para salvar a sua própria vida — nem mesmo (em contraste com a narrativa do Dilúvio) a vida das suas famílias. Isso pode ser uma antecipação do individualismo ético destacado em 18.1ss; 33.10-16.
v. 21. os meus quatro terríveis juízos: resumindo as ameaças em maiores detalhes dos v. 12-20. Três das quatro — a espada, a fome [...] e a peste — já foram mencionadas nos oráculos de 5.12 e 6.12, e a outra — animais selvagens — no de 5.17. v. 22. haverá alguns sobreviventes: cf. 12.16. Aqui a sobrevivência de algumas pessoas do cerco e saque de Jerusalém não é tanto um ato de misericórdia para os próprios sobreviventes quanto uma fonte de consolo para os exilados: quando eles virem os sobreviventes e ouvirem de suas experiências angustiantes, ficarão felizes por terem sido levados para o exílio já antes e vão entender que DEUS teve um propósito nisso tudo.
 
O JULGAMENTO DO CRENTE
2Co 5.10 “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.”
A Bíblia ensina que os crentes terão, um dia, de prestar contas “ante o tribunal de CRISTO”, de todos os seus atos praticados por meio do corpo, sejam bons ou maus. No tocante a esse julgamento do crente, segue-se o estudo de alguns de seus pontos.
Todos os crentes serão julgados; não haverá exceção (Rm 14.10,12; 1Co 3.12-15; 2Co 5.10; ver Ec 12.14).
Esse julgamento ocorrerá quando CRISTO vier buscar a sua igreja (ver Jo 14.3; cf. 1Ts).
4.14-17).
O juiz desse julgamento é CRISTO (Jo 5.22, cf. “todo o juízo”; 2Tm 4.8, cf. “Juiz”).
A Bíblia fala do julgamento do crente como algo sério e solene, mormente porque inclui para este a possibilidade de dano ou perda (1Co 3.15; cf. 2 Jo 8); de ficar envergonhado diante dEle “na sua vinda” (1Jo 2.28), e de queimar-se o trabalho de toda sua vida 1Co 3.13-15). Esse julgamento, não é para sua salvação, ou condenação. É um julgamento de obras.
Tudo será conhecido. A palavra “comparecer” (gr. phaneroo, 5.10) significa “tornar conhecido aberta ou publicamente”. DEUS examinará e revelará abertamente, na sua exata realidade, (a) nossos atos secretos (Mc 4.22; Rm 2.16), (b) nosso caráter (Rm 2.5-11), (c) nossas palavras (Mt 12.36,37), (d) nossas boas obras (Ef 6.8), (e) nossas atitudes (Mt 5.22), (f) nossos motivos (1Co 4.5), (g) nossa falta de amor (Cl 3.23—4.1) e (h) nosso trabalho e ministério (1Co 3.13).
Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a DEUS (Mt 25.21-23; 1Co 4.2-5) e das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu (Lc 12.48; Jo 5.24; Rm 8.1).
As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levadas em conta quanto à sua recompensa: “Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer” (Cl 3.25; cf. Ec 12.14; 1Co 3.15; 2Co 5.10). As boas ações e o amor do crente são lembrados por DEUS e por Ele recompensados (Hb 6.10): “cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer” (Ef 6.8).
Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários, como obtenção ou a perda de alegria (1Jo 2.28), aprovação divina (Mt 25.21), tarefas e autoridade (Mt 25.14-30), posição (Mt 5.19; 19.30), recompensa (1Co 3.12-14; Fp 3.14; 2Tm 4.8) e honra (Rm 2.10; cf. 1Pe 1.7).
A perspectiva de um iminente julgamento do crente deve aperfeiçoar neste o temor do Senhor (5.11; Fp 2.12; 1Pe 1.17), e levá-lo a ser sóbrio, a vigiar e a orar (1Pe 4.5, 7), a viver em santa conduta e piedade (2Pe 3.11) e a demonstrar misericórdia e bondade a todos (Mt 5.7; cf. 2Tm 1.16-18).
 
SINÓPSE I - DEUS não executa o seu juízo sem uma justa causa nem mesmo sem um prévio aviso.
SINÓPSE II - Na Bíblia, encontramos exemplos de orações intercessórias de justos que DEUS não atende: os de Moisés e Samuel; os de Noé, Daniel e Jó.
SINÓPSE III - Segundo a mensagem de Ezequiel, DEUS não é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1 - A Lição Transmitida por Ezequiel

Ao longo de seu ministério, [...] Ezequiel explicou aos israelitas o significado da presença de DEUS com eles. Quando o povo de DEUS é fiel e anda humildemente diante dEle, a presença do Senhor é uma fonte de bênção, paz e prosperidade. No entanto, quando o povo de DEUS é desleal, rebelde e adúltero, a presença de DEUS é algo terrível porque significa julgamento e correção. Porém, por DEUS ser misericordioso e compassivo, sua presença também significa perdão, salvação, restauração e esperança . Leia mais em Panorama da Bíblia, CPAD, p.118.
Ezequiel refuta o imaginário popular de que DEUS é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.”
 
Auxílio Teológico TOP2 - Responsabilidade HUMANA
“Embora estivesse ansioso para aceitar as mensagens dos falsos profetas, o povo de Judá considerava a presença de alguns homens tementes a DEUS na nação uma apólice de seguro contra desastres. Em tempos de adversidade, sempre podiam pedir conselhos aos profetas de DEUS. Devemos lembrar que a relação que o nosso pastor, nossa família e amigos têm com DEUS não nos protegerá das consequências de nossos pecados. Cada pessoa é responsável por sua relação pessoal com DEUS. Sua fé é pessoal e real ou você se apoia naquilo que outros fazem?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1046).
Auxílio Teológico TOP3 - O justo juízo de DEUS
“Noé, Daniel e Jó foram grandes homens na história de Israel, renomados por seu relacionamento com DEUS e por sua sabedoria (ver Gn 6.8,9; Dn 2.47,48; Jó 1.1). Daniel foi levado cativo durante a primeira invasão da Babilônia contra Judá em 605 a.C.; oito anos antes, Ezequiel havia sido exilado. Na época em que Ezequiel pregou essa mensagem, Daniel ocupava uma elevada posição no governo da Babilônia. Mas mesmo estes grandes homens de DEUS não poderiam ter salvado o povo de Judá, porque DEUS já havia julgado a nação devido à impiedade geral” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1047).
HINOS SUGERIDOS: 389, 450, 522 da Harpa Cristã
 
PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO
A presente lição está fundamentada em três grandes tópicos. O primeiro identifica o juízo divino exposto pelo profeta. O segundo mostra um tipo de petição que DEUS não atende. E, finalmente, o terceiro diz respeito a impossibilidade de uma possível intercessão de homens justos, como Noé, Daniel e Jó, para livrar o povo do juízo divino. À luz desses tópicos, a presente lição desenvolve o tema da retribuição divina ao pecado.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Identificar o juízo divino; II) Mostrar a petição que DEUS não atende; III) Refletir a respeito da intercessão de Noé, Daniel e Jó.
B) Motivação: A justiça divina traz justa retribuição ao pecado. Não podemos perder o foco do perigo do pecado. DEUS é o justo Juiz. A natureza de sua justiça se revela no atributo de sua santidade. O pecado nos distancia da santidade divina.
C) Sugestão de Método: Trabalharemos agora com a terceira lei do ensino: a lei da comunicação. Essa lei pode ser descrita assim: "a linguagem comunicada no ensino deve ser comum ao professor e ao aluno". Tão importante como preparar a aula é cuidar do tipo de comunicação em classe. Essa comunicação deve levar em conta que todos devem aprender a Bíblia. Por isso, 1) Tenha cuidado em traduzir devidamente os termos bíblicos, pois o que para você parece simples, para o aluno pode ser complexo; 2) Tenha sempre uma versão moderna da Bíblia para simplificar o entendimento de uma passagem complexa, nem todos conseguem compreender uma versão tradicional como a ARC (nesse sentido, a versão NAA pode auxiliar nesse objetivo); 3) Convide os alunos a comentarem um trecho bíblico, ou parte da lição, com as suas próprias palavras.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Advirta a classe que, diante de DEUS, temos responsabilidade com os próprios atos. O justo Juiz nos pedirá conta deles.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Responsabilidade Humana" traz um aprofundamento a respeito da responsabilidade dos próprios atos; 2) O texto "O Justo Juízo de DEUS" faz uma distinção entre o juízo de DEUS a justiça dos homens.

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que ficamos sabendo à luz das Escrituras sobre a ira de DEUS? À luz das Escrituras ficamos sabendo que a ira de DEUS nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio aviso (Am 3.7).
2. Quais os agentes do juízo divino? A seca, a espada, a peste, a fome, animais ferozes.
3. Quais os dois baluartes de Israel que tiveram as suas orações intercessórias pelo povo atendidas? Moisés e Samuel, dois baluartes de Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e rebeliões (Êx 32.11, 14; Nm 14.19, 20; 1 Sm 7.5, 6, 9; 12.19-25; Sl 99.6-8).
4. Por que a maioria não acreditava no juízo divino anunciado por Ezequiel? Se apenas 10 justos, na época de Abraão, em relação a Sodoma (onde Ló morava), são suficientes para DEUS poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém com um número maior de justos? (Gn 18.33). Essa era uma das razões pelas quais a maioria não acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas.
5. Quais os patriarcas citados na profecia como exemplos de justos que não teriam suas petições atendidas em favor do povo, mas apenas pela própria justiça deles? Eles são Noé, Daniel e Jó (Ez 14.14, 20).

VOCABULÁRIO - Abjurar: Renegar a crença (convicção, princípio moral etc.) em que antes acreditava.

 

 

Lição 6, A Justiça de DEUS – CPAD - Revista

 

 

TEXTO ÁUREO

“Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.” (Sl 18.26)

  

VERDADE PRÁTICA

Os agentes do juízo divino revelam que a responsabilidade humana é pessoal.

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 14.12-21


1
2 - Veio ainda a mim a palavra do SENHOR, dizendo: 13 - Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, gravemente se rebelando, então, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e arrancarei dela homens e animais; 14 - ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor JEOVÁ. 15 - Se eu fizer passar pela terra nocivas alimárias, e elas a assolarem, que fique assolada, e ninguém possa passar por ela por causa das feras; 16 - ainda que esses três homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem a filhos nem a filhas livrariam; só eles ficariam livres, e a terra seria assolada. 17 - Ou, se eu trouxer a espada sobre a tal terra, e disser: Espada, passa pela terra: e eu arrancar dela homens e animais; 18 - ainda que aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filhos nem filhas livrariam, mas eles só ficariam livres. 19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça. 21 - Porque assim diz o Senhor JEOVÁ: Quanto mais, se eu enviar os meus quatro maus juízos, a espada, e a fome, e as nocivas alimárias, e a peste, contra Jerusalém para arrancar dela homens e animais?

 

RESUMO GERAL

I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO

1. O discurso profético.

2. A primeira parte do oráculo (v.13).

3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).

II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE

1. Exemplos de intercessão pelo pecador.

2. Um castigo inevitável.

3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.

III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ

1. Por que o povo rejeitou os profetas?

2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).

3. O profeta Daniel.

   

INTRODUÇÃO
É importante compreender a estrutura do discurso de Ezequiel 14.12-21. Estaria o profeta partindo do genérico para o específico? Ou seja, de uma terra qualquer para depois se dirigir à casa de Israel? É o que parece. A primeira parte dessa palavra profética é genérica e a segunda é específica, dirigida a Jerusalém. A presente lição tem por objetivo mostrar e explicar a retribuição divina ao pecado de uma nação.

 

I – SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DO JUÍZO DIVINO

Uma leitura atenta dos profetas do Antigo Testamento nos ajuda a compreender as ações de DEUS concernentes à retribuição ao pecado.


1. O discurso profético.

À luz das Escrituras, ficamos sabendo que a ira de DEUS nunca acontece sem uma justa causa e nem mesmo sem um prévio aviso (Am 3.7). O DEUS Javé de Israel procede dessa maneira para oferecer oportunidade de arrependimento (Jr 3.14; 38.17,18; Am 5.1-4,14,15). O perdão divino vem com o arrependimento como aconteceu com a cidade de Nínive (Jn 3.10). Mas o tempo dessa oportunidade já havia expirado para Jerusalém. A vontade de Javé é abençoar o seu povo e restaurar sua herança, mas como ajudar quem não se ajuda? Por isso o castigo é inevitável, trata-se de uma questão de justiça e santidade.


2. A primeira parte do oráculo (v.13).

A expressão, “[. . .] quando uma terra pecar contra mim”, pode se aplicar a qualquer povo e em qualquer lugar e época. Existem inúmeras formas de DEUS castigar um desobediente contumaz, que se recusa ouvir sua Palavra. Ele torna “instável o sustento do pão” (v.13; 4.16; 5.16). Como isso é feito? A palavra profética esclarece com a carestia, fome e extermínio de seus moradores e até dos animais (Mt 24.7; Ap 6.8). Trata-se de uma grande crise econômica nacional, que chamamos de recessão financeira.


3. Descrição dos agentes do juízo divino (vv.17,21).

É Javé quem manda as chuvas e fertiliza a terra e os campos (Jr 5.24; 14.22; Dt 32.2; Am 4.7,8). Ao invés de agradecer a DEUS, eles agradeciam as abençoadas colheitas a Baal (Os 2.8). A seca era um sinal visível do castigo divino (Jr 12.4; Dt 28.23). A espada, linguagem figurada para designar a guerra, também resulta em fome e peste (Ez 6.3,12; 7.15). A fome é uma referência à escassez de alimento provocada pela destruição da produção agropecuária; a peste é resultado da epidemia causada pelas mortes nos campos de batalha. Mas, no versículo 21, o profeta acrescenta a figura dos animais ferozes. No versículo 21, o oráculo inclui Jerusalém como destinatária da profecia, de modo que podemos afirmar que essa palavra profética é para qualquer nação e época.


II - SOBRE A PETIÇÃO QUE DEUS NÃO ATENDE

Nós encontramos em Jeremias e Ezequiel duas situações hipotéticas de orações intercessórias de justos que DEUS não atende. O exemplo de Moisés e Samuel; o de Noé, Daniel e Jó.


1. Exemplos de intercessão pelo pecador.

DEUS aceitou poupar as cidades de Sodoma e Gomorra atendendo a oração intercessória de Abraão, isso se houvesse pelo menos 10 justos em Sodoma (Gn 18.32). Moisés e Samuel, dois baluartes de Israel, foram atendidos nas petições em favor do povo nos casos de pecados e rebeliões (Êx 32.11,14; Nm 14.19,20; 1 Sm 7.5,6,9; 12.19-25; Sl 99.6-8). DEUS perdoou o povo reiteradas vezes. Israel se rebelou contra DEUS, ainda no Sinai, com o culto do bezerro de ouro. Mas DEUS perdoou-os e renovou o concerto com os israelitas (Êx 34.10). Inspirados nessas experiências dos homens de DEUS que oramos, uns pelos outros (Ef 6.18,19; Tg 5.16), e intercedemos pelos pecadores, para que eles se arrependam e venham a CRISTO.


2. Um castigo inevitável.

As reiteradas rebeliões dos filhos de Israel ao longo de sua história, desde a peregrinação no deserto, levaram a nação a uma apostasia generalizada. Chegou-se a um ponto em que não havia mais retorno (2 Cr 36.15, 16). As Escrituras mostram que há situações em que DEUS se recusa a perdoar a nação e até pessoas, como aconteceu com Saul (1 Sm 16.1). O profeta Jeremias intercedeu pelo povo (Jr 14.21), mas DEUS endureceu sua resposta ao profeta, afirmando que nem mesmo Moisés e Samuel seriam atendidos se orassem em favor de Judá (Jr 15.1).


3. Quando DEUS não atende a oração intercessória de um justo.

A Bíblia ensina que a “oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16), mas quando o pecado ultrapassa todos os limites, DEUS não atende tais orações intercessórias. O “pecado para morte”, na linguagem do apóstolo João (1 Jo 5.16), é a apostasia total tanto individual quanto coletiva que se aparta da fé e abjura o seu DEUS (Hb 10.28,29). Isso é diferente do pecador que se arrepende. A apostasia é negar a fé que antes defendia, isso acontecia reiteradas vezes em Israel, mas no período final do reino de Judá, não havia mais remédio senão o juízo divino sobre a cidade de Jerusalém.


III – SOBRE A INTERCESSÃO DE NOÉ, DANIEL E JÓ

Estava chegando o tempo em que nem com a intercessão de Moisés e Samuel o povo seria poupado. Ezequiel refuta o imaginário popular de que DEUS é obrigado a tolerar o pecado do povo por causa dos justos da cidade.


1. Por que o povo rejeitou os profetas?

A geração dos profetas Jeremias e Ezequiel conhecia o relato da destruição de Sodoma e Gomorra. Se apenas 10 justos são suficientes para DEUS poupar a cidade, por que destruiria Jerusalém com um número maior de justos? (Gn 18.32). Essa era uma das razões pelas quais a maioria não acreditava no juízo divino anunciado pelos profetas. Esse argumento pode explicar por que Ezequiel afirma que “ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma” (vv.14,20). Esse oráculo está entre os mais severos, veja que todas as vezes que os três justos são mencionados, vêm acompanhados da chancela de autoridade espiritual “diz o Senhor Jeová” (v.14) ou, “vivo eu, diz o Senhor Jeová” (vv. 16,18,20).

 

2. “Noé, Daniel e Jó” (vv.14,20).

Por que Daniel? Há quem se surpreenda em ver o nome de um jovem entre dois grandes e antigos patriarcas. Mas, a pergunta deveria ser invertida, pois Daniel era judeu, mas Noé e Jó não eram israelitas e viveram muito tempo antes da formação do povo de Israel. Porém, eram exemplos de justos, reconhecidos de todo o povo, pois adoraram e serviram o mesmo DEUS Javé de Israel, Criador dos céus e da terra (Gn 6.7,8; Hb 11.7; Jó 1.8; Tg 5.11). Mas, somente a justiça de CRISTO é extensiva a todos os pecadores que creem (Rm 3.22; 5.17-19).


3. O profeta Daniel.

Nos últimos tempos, têm surgido questionamentos sobre a identidade do Daniel apresentado nesse trio de justos. São dois os argumentos para explicar não ser o profeta Daniel da Bíblia. Primeiro, a grafia do nome, que Ezequiel emprega Dan’l, não é como Dan‘yel usada no livro de Daniel; e, segundo, o fato de ser muito jovem para ser contado entre dois patriarcas antigos. Mas muitos expositores do Antigo Testamento consideram tais argumentos insuficientes, pois não se deve dar importância demais à ortografia, pois soletrações variantes nunca foram novidades na antiguidade bíblica. Além disso, Daniel era contemporâneo de Ezequiel na Babilônia, e era ministro na corte de Nabucodonosor (Dn 2.48,49). A reputação de Daniel pela sua fé e sabedoria se espalhou rapidamente entre os exilados de Babilônia (Ez 28.3).


CONCLUSÃO
Concluímos a nossa lição conscientes de que o enfoque da justiça de DEUS nesse discurso de Ezequiel diz respeito à retribuição divina ao pecado. É importante ter em mente esse conceito para não se confundir com a justiça da teologia paulina, que justifica o pecador que crê em JESUS.