Lição 7, A Responsabilidade é Individual
TEXTO ÁUREO
“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a
maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará
sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.” (Ez 18.20)
VERDADE PRÁTICA
Para além da responsabilidade individual, a Palavra de DEUS
se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está
determinado por um rígido destino.
Vídeo https://youtu.be/bZk7iUVWJuU
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2022/11/escrita-licao-7-responsabilidade-e.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2022/11/slides-licao-7-responsabilidade-e.html
https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-licao-7-a-responsabilidade-e-individual-4tr22-pr-henrique-ebd-na-tvpptx
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 24.16 Na lei de Moisés, cada um vive e morre
pelos seus próprios atos
Terça - Ec 12.14 Os seres humanos são responsáveis pelos
seus atos
Quarta - Jr 31.29 A parábola das uvas verdes e os dentes, um
ditado falso
Quinta - Ez 18.2,3 Os exilados da Babilônia deviam rejeitar
o uso dessa máxima
Sexta - At 17.30 DEUS oferece oportunidade de arrependimento
aos pecadores
Sábado - Jo 17.12 É possível o justo se desviar e perder a
salvação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
- Ezequiel 18.20-28
20 - A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a
maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará
sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. 21 - Mas, se o ímpio se
converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus
estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. 22 - De
todas as suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela
sua justiça que praticou, viverá. 23 - Desejaria eu, de qualquer maneira, a
morte do ímpio? Diz o Senhor JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus
caminhos e viva? 24 - Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a
iniquidade, e fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura
viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão
com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 25 - Dizeis,
porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é
o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? 26 - Desviando-se o
justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade
que cometeu, morrerá. 27 - Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que
cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
28 - Pois quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que
cometeu, certamente viverá, não morrerá.
Comentários BEP - CPAD
18.21-23 SE O ÍMPIO SE
CONVERTER. DEUS promete a salvação a todo e qualquer ímpio que abandone seus
pecados e venha para DEUS. Ninguém é obrigado a continuar nos pecados da sua
família (cf. vv. 18,19). DEUS quer salvar cada pecador. Ele jamais tem prazer
que o ímpio morra no pecado (cf. 1 Tm 2.4).
18.24 DESVIANDO-SE O JUSTO. O justo que confia em DEUS e
anda nos seus caminhos não deve pensar que está eternamente seguro, caso mais
tarde se desvie e se rebele contra DEUS. A condição de tal pessoa, ao morrer,
será como a daquele que sempre viveu no pecado. A Bíblia adverte aos crentes:
Se viverdes segundo a carne, morrereis (Rm 8.13; ver também Hb 2.3; 3.6; 2 Pe
2.20-22).
HINOS SUGERIDOS: 71, 422, 484 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE - Responsabilidade
Resumo
da Lição 7, A Responsabilidade é Individual
I - SOBRE A MÁXIMA USADA
EM ISRAEL
1. Uma máxima equivocada.
2.
Jeremias e Ezequiel trataram do assunto.
3.
O problema em nosso tempo.
II
- SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS
1. Há esperança para o
pecador (vv. 21,22,23).
2.
Refutando um pensamento fatalista (v.20).
3.
Duas situações (vv.2,22,24).
III
- SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL
1. Uma pergunta retórica
(v.25).
2.
Sobre a justiça.
3.
O arrependimento (vv. 27,28).
Comentários Extras
A APOSTASIA PESSOAL - BEP – CPAD
Hb 3.12 "Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e
infiel, para se apartar do DEUS vivo”.
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como
substantivo (At 21.21; 2Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi,
traduzido “apartar”). O termo grego é definido como decaída, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava
ligado.
Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com CRISTO, ou apartar-se
da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo assim, a apostasia
individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a
regeneração e a renovação pelo ESPÍRITO SANTO (cf. Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é
simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível.
A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre
si: (a) a apostasia teológica, i.e., a rejeição de todos os ensinos originais
de CRISTO e dos apóstolos ou dalguns deles (1Tm 4.1; 2Tm 4.3); e (b) a
apostasia moral, i.e., aquele que era crente deixa de permanecer em CRISTO e
volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 23;
8.6-13).
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto
nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com CRISTO, como para nos
motivar a perseverar na fé e na obediência. O propósito divino desses trechos
bíblicos de advertência não deve ser enfraquecido pela idéia que afirma: “as
advertências sobre a apostasia são reais, mas a sua possibilidade, não”. Antes,
devemos entender que essas advertências são como uma realidade possível durante
o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta, se quisermos alcançar a
salvação final. Alguns dos muitos trechos do NT que contêm advertências são: Mt
24.4,5,11-13; Jo 15.1-6; At 11.21-23; 14.21,22; 1Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1Tm
4.1,16; 6.10-12; 2Tm 4.2-5; Hb 2.1-3; 3.6-8,12-14; 6.4-6; Tg 5.19,20; 2Pe
1.8-11; 1Jo 2.23-25.
Exemplos da apostasia propriamente dita acham-se em Êx 32; 2Rs 17.7-23; Sl 106;
Is 1.2-4; Jr 9; At 1.25; Gl 5.4; 1Tm 1.18-20; 2Pe 2.1,15,20-22; Jd 4,11-13, a
apostasia, segundo a Bíblia, ocorrerá dentro da igreja professa nos últimos
dias desta era.
Os passos que levam à apostasia são:
O crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a
sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Palavra de
DEUS (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46).
Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que
as do reino celestial de DEUS, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de
DEUS através de CRISTO (4.16; 7.19,25; 11.6).
Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se
torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria
vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13). Já não ama a retidão
nem odeia a iniqüidade (ver 9).
Por causa da dureza do seu coração (3.8,13) e da sua
rejeição dos caminhos de DEUS (v. 10), não faz caso da repetida voz e
repreensão do ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
O ESPÍRITO SANTO se entristece (Ef 4.30; cf. Hb 3.7,8); seu
fogo se extingue (1Ts 5.19) e seu templo é profanado ( 1Co 3.16). Finalmente,
Ele afasta-se daquele que antes era crente (Jz 16.20; Sl 51.11; Rm 8.13; 1Co
3.16,17; Hb 3.14).
Se a apostasia continua sem refreio, o indivíduo pode, finalmente, chegar ao
ponto em que não seja possível um recomeço. (a) Isto é, a pessoa que no passado
teve uma experiência de salvação com CRISTO, mas que deliberada e continuamente
endurece seu coração para não atender à voz do ESPÍRITO SANTO (3.7-19),
continua a pecar intencionalmente (10.26) e se recusa a arrepender-se e voltar
para DEUS, pode chegar a um ponto sem retorno em que não há mais possibilidade
de arrependimento e de salvação (6.4-6; Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Há um
limite para a paciência de DEUS (ver 1 Sm 3.11-14; Mt 12.31,32; 2 Ts 2.9-11; Hb
10.26-29,31; 1 Jo 5.16).
Esse ponto de onde não há retorno, não se pode definir de
antemão. Logo, a única salvaguarda contra o perigo de apostasia extrema está na
admoestação do ESPÍRITO: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos
corações ( 3.7,8,15; 4.7).
É próprio salientar que, embora a apostasia seja um perigo
para todos os que vão se desviando da fé (2.1-3) e que se apartam de DEUS
(6.6), ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar contra a voz do
ESPÍRITO SANTO (ver Mt 12.31 - Blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO - atribuir ao
Diabo a obra realizada pelo ESPÍRITO SANTO).
Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de
DEUS (3.12), podem pensar que ainda são verdadeiros crentes, mas sua
indiferença para com as exigências de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO e para com as
advertências das Escrituras indicam o contrário. Uma vez que alguém pode
enganar-se a si mesmo, Paulo exorta todos aqueles que afirmam ser salvos:
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós
mesmos" (ver 2 Co 13.5).
Quem, sinceramente, preocupa-se com sua condição espiritual
e sente no seu coração o desejo de voltar-se arrependido para DEUS, tem nisso
uma clara evidência de que não cometeu a apostasia imperdoável. As Escrituras
afirmam com clareza que DEUS não quer que ninguém pereça (2 Pe 3.9; cf. Is
1.18,19; 55.6,7) e declaram que DEUS receberá todos que já desfrutaram da graça
salvadora, se arrependidos, voltarem a Ele (cf. Gl 5.4 com 4.19; 1 Co 5.1-5 com
2 Co 2.5-11; Lc 15.11-24; Rm 20-23; Tg 5.19,20; Ap 3.14-20; note o exemplo de
Pedro, Mt 16.16; 26.74,75; Jo 21.15-22).
Lição 05: A Lei da Responsabilidade
Pessoal, 1° Trimestre de 2022, EBD – Editora Betel Dominical
TEXTO ÁUREO
“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma
do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18.4
VERDADE APLICADA
DEUS deseja a salvação de todos, porém cada ser humano tem a
responsabilidade de se arrepender para que seja salvo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar a
responsabilidade pessoal de cada um.
Mostrar a
possibilidade de ser diferente.
Ressaltar que
DEUS quer que todos sejam salvos.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
- EZEQUIEL 18
Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho
fez juízo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por
isso, certamente viverá.
A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai,
nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a
impiedade do ímpio cairá sobre ele.
Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por
ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o
juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn
2.16-17 A liberdade de escolha.
TERÇA / Sl 51.17
DEUS não rejeita um coração quebrantado.
QUARTA / Sl
119.105 A Palavra de DEUS é luz para o caminho.
QUINTA / Ec 7.29
DEUS fez ao homem reto.
SEXTA / Lc 14.26
A necessidade de uma reflexão inteligente.
SÁBADO / Jo
12.46-48 O julgamento divino e a pregação de JESUS.
HINOS SUGERIDOS 147, 169, 171
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que tenhamos consciência dos nossos deveres pessoais diante de
DEUS.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– A responsabilidade pessoal de cada um
2– A possibilidade de
ser diferente
3– DEUS quer que
todos sejam salvos
Conclusão
INTRODUÇÃO
A presente lição trata do desejo de DEUS em salvar a todos e seu
chamado ao arrependimento, sem anular a responsabilidade individual e a certeza
do juízo divino sobre os que não se arrependerem.
PONTO DE PARTIDA - DEUS quer que todos sejam salvos.
1- A RESPONSABILIDADE PESSOAL DE CADA UM
O capítulo 18 de Ezequiel trata de um tema que também está presente nos dias de
hoje na mente de muitos: a questão da responsabilidade pelo estado de uma
pessoa (seja, dentre outros, social, psicológico, financeiro, espiritual). Na
presente lição, evidentemente, nos deteremos no aspecto espiritual, o qual
resulta em atitudes para com o próximo [Ez 18.6-8]. Como está meu
relacionamento com DEUS? Qual a minha responsabilidade no estado em que se
encontra meu relacionamento com DEUS?
1.1. A tendência humana de transferir responsabilidade. Desde o
primeiro casal, vemos a tendência humana de explicar suas atitudes com as
atitudes do outro: “A mulher que tu me deste por companheira, ela me deu da
árvore, e comi” [Gn 3.12]. Esta foi a explicação de Adão para DEUS. Como se o
homem não tivesse escolha ou como se fosse apenas vítima: a mulher foi dada por
DEUS e o fruto foi dado pela mulher! Ao se dirigir à mulher, esta respondeu a
DEUS que a serpente a enganou. Assim, tal tendência tem acompanhado a história
da humanidade ao longo da sua existência. Que o estudo da presente lição
contribua para que não nos esqueçamos que, se somos vítimas de algumas
situações, somos “também agentes, portadores responsáveis da imagem de DEUS”,
como descreveu Larry Crabb.
Subsídio do Professor: Bíblia King James – Gênesis 3.12: “Parece ter sido Adão quem inventou a conhecida
evasiva: “Quem? Eu? Não! Foi Fulano, Beltrano ou Sicrano!”. Desde o Éden o
homem tem grande dificuldade em aceitar sua culpa e, fugindo de si e das
responsabilidades pessoais, procura amenizar sua consciência condenatória
culpando outras pessoas e o mundo. Adão tenta se isentar da responsabilidade
pessoal sobre a quebra da obediência devida a DEUS culpando Eva, a serpente e o
próprio Senhor (…).”
1.2. A capacidade de escolher. Um dos aspectos da imagem de DEUS
em nós é a nossa capacidade de escolher. Ao criar o primeiro casal, DEUS lhes
concedeu a liberdade de escolha entre fazer o certo e o errado [Gn 2.16-17]. O
ser humano possui a faculdade intelectual e volitiva, que lhe permite
raciocinar, pensar, decidir. Evidentemente que o pecado também atingiu esta
capacidade humana, porém a Bíblia revela que a pessoa não perdeu de todo essa
faculdade [Dt 30.19-20; Js 24.15]. Notemos que as expressões usadas por JESUS:
“Se alguém quer vir após mim” [Lc 9.23] e “Se alguém vier a mim” [Lc 14.26] –
indicam a necessidade de uma reflexão inteligente.
Subsídio do Professor: Timothy Munyon: “A respeito da imagem moral
de DEUS nos seres humanos, “DEUS fez ao homem reto” [Ec 7.29]. Até mesmo os
pagãos, que não possuem conhecimento da lei escrita de DEUS, conservam uma lei
moral escrita por Ele em seus corações [Rm 2.14-15]. Em outras palavras,
somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo ou
errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles.
(…) Estes, mesmo possuindo tal liberdade, são incapazes de escolher a DEUS.
DEUS, portanto, pela sua bondade, equipa as pessoas com uma medida de graça que
as capacita e prepara a corresponder ao Evangelho [Jo 1.9; Tt 2.11].”
1.3. A culpa coletiva não exclui a individual. Tanto o profeta
Jeremias como Ezequiel mencionam um provérbio que estava sendo bastante usado pelo povo de Israel
[Jr 31.29; Ez 18.2], que atribuía aos antepassados a culpa pelos sofrimentos do
presente. É certo que as gerações anteriores àquela dos profetas tinham
cometido graves pecados (vide os relatos históricos dos tempos de Acaz,
Manassés, Amom e tantos outros), contudo, tal fato não justificava a conduta
dos contemporâneos de Jeremias e Ezequiel, pois também tinham a revelação
divina e, consequentemente, não eram ignorantes quanto ao que DEUS requeria, ou
seja, arrependimento do povo.
Subsídio do Professor: Professora Betty Bacon: “Os provérbios
errados, de antigamente e de hoje, são um alerta para nós. É muito fácil ter a
mente corrompida pelo que “todo mundo diz”. O cristão deve conversar sim, mas
cuidar do que falam e avaliar o que ouvem, especialmente antes de transmitir a
outros – Cl 4.6; 1Ts 5.21”. Por isso é importante passar as informações e
“provérbios” pelo crivo da Palavra de DEUS.
EU ENSINEI QUE:
Há uma tendência humana de transferir responsabilidade. Porém, um dos
aspectos da imagem de DEUS em nós é a nossa capacidade de escolher.
2- A POSSIBILIDADE DE SER DIFERENTE
O capítulo estudado na presente lição [Ez 18] trata de um assunto presente em muitos outros registros bíblicos. Ou
seja, um passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte
irá vivenciar a mesma realidade independente das escolhas e comportamentos [Ez
8.5-18].
2.1. Exemplo de quatro gerações de reis de Judá. Para exemplificar
o texto de Ezequiel 18.5-18, podemos citar a história bíblica de quatro reis de
Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias [2Cr 29-35]. Como foram diferentes as
posturas dos reis quanto ao relacionamento com DEUS, mesmo diante das
Escrituras, dos profetas e dos exemplos que tinham. O histórico familiar pode
influenciar, mas não determina. A pessoa, principalmente em nossa realidade de
abundância de proclamação da Palavra de DEUS, ao alcançar determinada idade, precisa exercitar sua
capacidade de discernimento quanto aos valores e crenças recebidos da família,
sempre à luz da Palavra [Sl 119.9, 105].
Subsídio do Professor: Daniel I. Block comentou sobre a geração
alvo das profecias de Ezequiel: “O tempo todo, eles reclamam o direito à
proteção divina, com base nas promessas imutáveis de DEUS. Entretanto, Ezequiel é intransigente em sua exposição da hipocrisia da
nação. As promessas da aliança não são garantias incondicionais de
favorecimento; a segurança e o bem-estar são contingentes em aceitar as
reivindicações exclusivas do Senhor à sua lealdade e obediência intransigente à
sua vontade. Uma vez que falharam nos dois departamentos, a geração presente
fica sob ameaça das maldições da aliança.”
2.2. O valor da conversão. A mensagem de Ezequiel deixa claro ao povo
que é possível ser diferente: “Mas, se o ímpio se converter… Mas,
convertendo-se o ímpio da sua impiedade…” [Ez 18.21, 27]. “Converter”, no
hebraico, é um termo usado para expressar, entre outros significados, mudança
de reações, atitudes e sentimentos. O povo de Israel no tempo de Ezequiel
certamente conhecia o exemplo do rei Manassés que, quando levado cativo, orou e
se humilhou diante do Senhor e alcançou misericórdia e restauração [2Cr
33.11-20]. DEUS não rejeita um coração humilde e arrependido [Sl 51.17].
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Moody: “Os conceitos da
solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram coisas antigas em
Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18 implica na operação da
sequência natural da causa e efeito no meio das circunstâncias da vida humana.
DEUS não considera um homem responsável pelas circunstâncias nas quais nasceu,
mas apenas pelo uso que fizer delas subsequentemente. Portanto, um homem é
livre para renunciar o seu passado, tanto para o bem como para o mal.”
2.3. A relevância da resposta humana para DEUS. A possibilidade de
ser diferente passa pela resposta de uma pessoa diante do anúncio da Palavra de
DEUS. O apóstolo Paulo enfatizou este assunto em Romanos 10.3, 18-21. O
apóstolo diz que os judeus rejeitaram a maneira de DEUS agir e foram rebeldes,
mesmo o Senhor enviando Seus mensageiros e estendendo as Suas mãos. Tal postura
do povo também era realidade no tempo de Ezequiel: “O caminho do Senhor não é
direito” [Ez 18.29], além de acharem que estavam sofrendo injustamente [Ez
18.2]. E nós, que resposta (reação) estamos tendo diante do agir e da Palavra
do Senhor?
Subsídio do Professor: Pr. Marcos Sant´Anna: “Não é de qualquer
maneira ou baseados tão somente no nosso conhecimento e criatividade que nossas
atitudes ou respostas para DEUS serão aceitas por Ele. Vide o exemplo de Caim,
considerado o primeiro ato de adoração registrado na história humana, pois,
antes de Abel, foi ele que teve a iniciativa de apresentar uma oferta ao
Senhor. Contudo, DEUS não atentou para ele e para a sua oferta [Gn 4.3-5]. A
reação de Caim demonstrou desinteresse em conhecer os motivos de DEUS para não
o aceitar, mesmo depois de o Senhor ter falado com ele [Gn 4.5-7].”
EU ENSINEI QUE:
O passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que,
automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade.
3- DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS
O Senhor DEUS não deseja que o homem mau morra, mas que se arrependa e
viva [Ez 18.23, 32]. Desde a queda no Éden o Criador tem revelado seu interesse
em restaurar a humanidade, anunciando a vinda da semente da mulher,
providenciando vestes adequadas para o primeiro casal, preservando Noé e sua
família, chamando Abraão e revelando Seu plano para abençoar todas as famílias
da terra [Gl 3.8, 14].
3.1. O desejo de DEUS em salvar não anula o juízo. O Senhor DEUS,
além de chamar o povo à conversão, também anunciou que, se continuassem com as
transgressões e iniquidades, estariam sendo julgados pelo que estavam fazendo
[Ez 18.30]. A mensagem do julgamento divino também fazia parte da pregação de
JESUS [Jo 12.46-48]. Como comentou F. F. Bruce: “A palavra de julgamento no
último dia, portanto, não é diferente da palavra de vida já anunciada. A mensagem
que proclama vida para o crente é a mesma que proclama condenação para o
desobediente”.
Subsídio do Professor: De acordo com John B. Taylor: “A lei da
responsabilidade individual que Ezequiel está expondo é supremamente justa,
porque cada homem tem sua própria escolha pessoal e a oportunidade para viver.
DEUS julgará cada um segundo os seus caminhos [Ez 18.30]. É a combinação deste
fato com o conhecimento de que DEUS não tem prazer na morte de ninguém [Ez
18.32] que leva Ezequiel a apelar ao povo, em nome de DEUS, no sentido de se
arrepender e de se voltar a Ele. Como um povo, talvez sejam rebeldes e
idólatras, mas como indivíduos, pode-se apelar a eles e, através do seu
arrependimento, podem ser salvos.”
3.2. Cada um é responsável por seus atos diante de DEUS. É
importante trazer sempre à mente a verdade bíblica da futura prestação de
contas diante de DEUS. A graça de DEUS não nos libera para sermos descuidados
quanto ao nosso viver neste mundo. Todos vamos comparecer, porém a prestação de
contas será individual [Rm 14.10, 12]. Tal certeza deve despertar em cada
discípulo de CRISTO um autoexame, sempre à luz da Palavra de DEUS e ação do
ESPÍRITO [1Co 11.28; 2Co 13.5]. Sabendo que, enquanto neste mundo, não
alcançaremos um autojulgamento completo [1Co 4.4-5; 2Co 5.10].
Subsídio do Professor: Leon Morris comentou sobre 1Coríntios
4.4-5: “Paulo está dizendo que não tem ciência de nenhum ponto importante em
que tenha falhado em sua ação como despenseiro. Mas não descansa a sua
confiança nisso. Não é isso que lhe dá absolvição. (…) Surge disso tudo uma
exortação a não julgar prematuramente. (…) O juízo do Senhor será perfeito,
pois Ele porá a descoberto as coisas ocultas das trevas. (…) É somente o juízo
do Senhor que pode levar em conta os atos e motivos secretos [Rm 2.16].”
3.3. Palavra de DEUS como referência segura. Notemos que a Palavra
do Senhor inicia desconstruindo um provérbio muito usado pelo povo de Israel
[Ez 18.2-3], depois revela como o povo estava equivocado em alguns de seus
próprios pensamentos [Ez 18.19, 25, 29]. Nossa segurança está na Palavra de
DEUS e não em “achismos” humanos ou naquilo que a maioria diz. A queda do
primeiro casal iniciou quando Eva cedeu à sugestão maligna de que a Palavra de
DEUS estava sujeita ao nosso julgamento [Gn 3.1-5], comentou Derek Kidner.
Subsídio do Professor: Antônio Neves de Mesquita: “Acostumados a
ouvir que a nação estava sob a garantia e guarda divinas, o israelita achava
que esta doutrina não era correta, afirmando: O caminho do Senhor não é direito
[Ez 18.25]. Noutra linguagem, os pais deveriam pagar pelos filhos, e não os
filhos pelos pais, como lhes parecia [v.2]. O que havia nesta conexão é que os
caminhos dos homens eram tortuosos, enquanto os de DEUS era retos, mas a
interpretação era falseada.”
EU ENSINEI QUE:
DEUS quer que todos sejam salvos. No entanto, o desejo de DEUS em
salvar não anula o juízo. Por isso, cada um é responsável por seus atos diante
de DEUS.
CONCLUSÃO
É preciso que perseveremos nos caminhos do Senhor e nos submetamos ao
que DEUS revelou nas Escrituras e anunciemos a todos para que aproveitem as
oportunidades que Ele, em Sua graça, tem proporcionado ao ser humano.
O problema de um passado pecaminoso ( 18:
22-32 )
22 todas as suas transgressões que cometeu
não haverá lembrança contra ele:. pela sua justiça que ele fez, ele
viverá 23 Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz o
Senhor DEUS; e não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e
viva? 24 Mas, quando o justo se desviar da sua justiça, e
cometendo iniquidade, e fizer de acordo com todas as abominações que faz o
ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se
fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que
pecou, neles morrerá.
25 Todavia, vós dizeis: O caminho do Senhor
não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho? não
são os vossos caminhos tortuosos? 26 Quando o justo se desviar
da sua justiça, e comete iniquidade, e é aí que morre; na sua iniquidade,
que cometeu morrerá. 27 Mais uma vez, quando o ímpio se desviar
da sua impiedade que cometeu, e faz o que é lícito e correto, ele salvará sua
alma em vida. 28 pois que reconsidera, e se desvia de todas as
suas transgressões que cometeu, certamente viverá, não
morrerá. 29 Contudo, diz a casa de Israel: O caminho do Senhor
não é justo. Ó casa de Israel, não são os meus caminhos são
iguais? não são os vossos caminhos tortuosos? 30 Portanto,
eu vos julgarei, ó casa de Israel, cada um conforme os seus caminhos, diz o
Senhor DEUS. Convertei-vos, e convertei-vos de todas as vossas
transgressões; iniquidade não vos servirá de tropeço. 31 Lançai
de vós todas as vossas transgressões com que vos traspassaram; e torná-lo
um novo coração e um novo espírito:? por que haveis de morrer, ó casa de
Israel 32 Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o
Senhor DEUS; Portanto, convertei-vos e viver.
Esta seção resolve um problema novo: pode uma pessoa
estar livre da influência de um passado pecaminoso? ou uma pessoa pode
reverter para uma vida de pecado, depois de viver em retidão? A resposta a
ambas as perguntas é um incondicional "sim". Portanto, a oportunidade
de arrependimento sempre existe (vv. 29-32 ). Três ideias-chave
se destacam.
Em primeiro lugar, o profeta ensina
a possibilidade de
arrependimento (vv. 21-23 , 27-28 ). Se o ímpio
se converta ... certamente viverá. arrependimento envolve passando
de todos os seus pecados, o aspecto negativo, e mantendo todos
os meus estatutos, o aspecto positivo. Quando o homem se arrepende,
DEUS dá a vida, a vida eterna, pois DEUS não tem prazer na morte do
ímpio. DEUS, fonte de vida, é glorificado não na morte, mas na vida.
Os versículos 27-28 repetir a possibilidade
de arrependimento, enfatizando as novas atitudes e ações que acompanham esta
mudança de mentalidade em relação a DEUS e eu.
Em segundo lugar, o profeta ensina a possibilidade de
retrocesso a partir de um estado de justiça
(vv. 24-26 ). Mas, quando o justo se desviar da sua justiça ...
porventura viverá? A questão se aplica a ambos os de Tel-Abibe e
Jerusalém, para eles eram uma casa rebelde. A resposta de DEUS foi
"não". Não só ele não vive, mas nenhuma das suas obras de
justiça que ele fez será lembrado.
Este último ponto, provavelmente, levantou a objeção
do povo: O caminho do Senhor não é justo [justo]. Na verdade
eles estavam dizendo: "Como pode DEUS, que é misericordioso e não deseja a
morte do ímpio contra o justo que peca? Sua misericórdia pode mudar?
"Mas a Ezequiel DEUS não é apenas misericordioso, mas apenas. As
pessoas são injustas em pedir a DEUS de justiça tolerar o pecado. Este Ele
não pode fazer, então , quando o justo se desviar da sua justiça, e comete
iniquidade, e é aí que morre; na sua iniqüidade, que cometeu morrerá. Não
há segurança para uma vida vivida em pecado, nem para uma pessoa que morre
vivendo em pecado.Os dois usos da palavra "morrer" no
versículo 26 sugerem primeiro a física e, em seguida, a morte
espiritual.
Finalmente, o profeta, por seu chamado ao arrependimento, ensina
o liberdade de escolha (vv. 29-32 ). A liberdade
humana está fundamentada na igualdade e justiça de DEUS: não são os meus
caminhos são iguais? não são os vossos caminhos tortuosos? Porque DEUS
é justo, Ele julga os homens de acordo com os princípios da justiça
divina: Portanto, eu vos julgarei, ó casa de Israel, cada um segundo os
seus caminhos [atos]. No Novo Testamento, este é o critério de
julgamento divino ( Rm 2:. 6-16 ).
Mas junto com a previsão de julgamento, DEUS oferece misericórdia: Convertei-vos,
e convertei-vos de todas as vossas transgressões; iniquidade não vos
servirá de tropeço. O hebraico shuv (retorno) é o equivalente do
grego metanoein (arrepender-se, mudar de idéia). O
arrependimento leva à conversão , Lançai de vós todas as vossas
transgressões, e regeneração , e
torná-lo um novo coração e um novo espírito. Ezequiel proclama a salvação
como a forma do novo coração e da vida nova ( 11:19 ; 36: 24-
32 ; . Jeremias 31: 31-34 ).
O versículo 31 , por que haveis de
morrer? desafios, tanto o pecador e o apóstata. É uma questão de
chamar para uma decisão por DEUS. Rebeliões do homem, suas dúvidas, suas
perguntas, seus problemas estão todos irrelevante ao lado deste desafio moral e
espiritual pungente. A questão é existencial; ela exige a nossa
resposta. O Senhor DEUS aguarda a sua decisão; Ele convida
você a transformar-vos e viver.
Comentário - NVI (FFBruce) - a) Um provérbio enganoso
(18.1-4). v. 2.
‘Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se
embotam’-, i.e., os filhos estão pagando pelas ações dos seus pais. O provérbio
é citado também em Jr 31.29,30 e refutado de forma semelhante: “cada
um morrerá por causa do seu próprio pecado. Os dentes de todo aquele
que comer uvas verdes se embotarão”. v. 4. Pois todos me pertencem (“Eis
que todas as almas são minhas”, ARA): cada pessoa individualmente (heb.
nephesh) é uma criação única de Deus; a pessoa que pecar (e não os
seus descendentes) é que morrerá (ou sofrerá) pelo seu pecado.
b) Mudança moral de geração a
geração (18.5-20). v. 5. Suponhamos que haja um..:. essa é a
introdução comum a uma lei criada por caso de precedência na legislação
israelita (cf. Êx 21.7,20,26,33; 22.1 etc.). Os detalhes de conduta nos v. 6-9
que tornam um homem justo são especialmente evidenciados no Código de
Santidade (Lv 17—26), embora sejam encontrados em outras partes da
Lei também, v. 6. come nos santuários que há nos montes-, provavelmente
uma referência às refeições sagradas nos altares idólatras (cf. 6.2ss;
20.28,29), proibidas por dedução em Dt 12.2-28. Josias havia abolido a
adoração nos altares dos lugares altos (2Rs 23.8ss), mas as suas reformas
tiveram vida curta, olha (“levantando os olhos”, ARA): cf. SL
121.1, provavelmente deveria ser traduzido por “Deveria eu levantar os
meus olhos para os montes?” — e a resposta subentendida é: “Não”. nem se
deita com uma mulher..:, cf. Lv 18.19;
20.18. v. 7. devolve o que tomou como garantia-. cf. Êx
22.26,27; Dt 24.10-13. v. 8. não empresta visando lucro-, cf. Êx 22.25; Lv 25.36;
Dt 23.19; SL 15.5. v. 9. ele viverá: cf. Lv 18.5: “o homem
que os praticar viverá por eles”.
v. 10. Suponhamos que ele tenha um filho violento...', a
justiça do pai não pode ser creditada a um filho ímpio. São os que fazem
as obras de Abraão que são os verdadeiros filhos de Abraão (Jo 8.39). v.
12. comete práticas detestáveis', i.e., idolatria, v. 13. com certeza será
morto-, eco de uma fórmula jurídica (cf. Ex 19.12 etc.), ele será
responsável por sua própria morte-, cf. Lv 20.1 lss, Ele (e ninguém mais)
será responsável por sua morte, o castigo do seu próprio mau comportamento.
v. 14. Mas suponhamos que esse filho tenha ele mesmo um
filho...', a maldade do pai não pode ser debitada ao filho justo. v. 20.
Aquele que pecar é que morrerá', repetição do v. 4. Cada geração é
responsável por Sl mesma com relação à recompensa ou ao castigo por
comportamento justo ou ímpio. O filho não levará a culpa do pai...-, isso
já foi estabelecido como princípio jurídico em Dt 24.16 e exemplificado
historicamente em 2Rs 14.6; aqui é afirmado como um princípio da forma em
que Deus age com os homens.
c) Mudança moral durante a vida de
uma pessoa (18.21-24). Um homem ímpio que se arrepende e corrige a
sua vida será perdoado (v. 21,22); cf. o relato do cronista acerca
do rei Manasses (2Cr 33.12,13). Ao contrário disso, um homem antes justo
que se volta para a iniqüidade e idolatria vai sofrer a
retribuição condizente (v. 24); cf. o relato de Joás, rei de Judá
(2Cr 24.17ss). Mas nesse parágrafo o destaque principal é dado ao desejo
profundo que Deus tem de perdoar. Todos os grandes profetas expressam
isso de uma forma ou de outra: Teria eu algum prazer na morte do
ímpio? (v. 23; cf. v. 32).
d) A vindicação divina (18.25-29). v.
25. ‘O caminho do Senhor não éjusto’-, porque, como eles pensavam,
Deus fazia os filhos sofrerem pelos pecados dos pais. Mas ele responde ao
repetir o conteúdo dos v. 21-24, em ordem inversa, para destacar que os
seus caminhos são de fato justos, porque ele ressalta a responsabilidade
pessoal; a injustiça que houver está no caminho deles, e não no de
Deus.
e) O chamado ao arrependimento (18.30-32). v. 30. para
que o pecado não cause a queda de voces', lit. “e vocês não terão mais a
pedra de tropeço da iniqüidade” (cf. 7.19; 14.3,4,7). Os problemas pelos
quais estavam passando os faziam queixar-se de que Deus era injusto.
“Arrependam-se”, Deus diz, “e ponham-me à prova; livrem-se dessa atitude
rebelde e busquem um coração novo e um espírito novo” (v. 31). Cf.
11.19,20; 36.26,27, em que esse é o presente de Deus para um povo
arrependido. v. 32. Pois não me agrada a morte de ninguém'. cf. v. 23. E porque
Deus tem prazer na misericórdia que o seu apelo é tão urgente
e intenso: Por que deveriam morrer? (v. 31). Arrependam-se e vivam (cf.
33.11).
SUBSÍDIOS DA Lição 7, A Responsabilidade é
Individual - CPAD
SINÓPSE I - A máxima popular
“Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” remetia à
ideia de que os filhos pagariam os pecados dos pais.
SINÓPSE II - O ensino no livro de Ezequiel revela que a
salvação está disponível a todos.
SINÓPSE III - A acusação dos exilados em Babilônia contra
Javé, seu DEUS, de injustiça, se reverte contra eles mesmos.
Auxílio Teológico TOP2
Responsabilidade Individual
(Ez 18.1-20)
“Aqui Ezequiel se torna um
teólogo. Ele é geralmente um pastor, preocupado com o cuidado e a cura das
almas; ou ele é um profeta, que declara conselhos de DEUS com franqueza e
determinação. Mas aqui se trata de doutrina. [...] O que Ezequiel diz é que,
mesmo que os filhos possam sofrer por causa dos pecados dos seus pais em uma
ordem natural de causa e efeito, DEUS não vai castigar um filho pelos pecados
do pai e também não considerará justo o filho injusto porque seu pai foi justo.
Duas vezes no capítulo Ezequiel diz: a alma que pecar, essa morrerá (4,20)”
(Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p. 456).
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
Os Justos podem Cair da graça
(Ez 18.21-32)
“Ezequiel explica que se o
ímpio se converter de todos os seus pecados [...] certamente viverá (21). DEUS
tem prazer em dar-lhe vida (23). Por outro lado, o profeta pergunta:
desviando-se o justo da sua justiça [...] porventura viverá? (24). A resposta
é: “Não”. De todas as suas justiças [...] não se fará memória (‘Nenhum de seus
atos justos será lembrado’, NVI) [...] e no seu pecado com que pecou, neles
morrerá (24). O profeta explica mais adiante: Desviando-se o justo da sua
justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu,
morrerá (26). Essa pessoa realmente foi justa e realmente caiu da graça. Se ela
não voltar para DEUS, mas morrer em seu estado caído, sofrerá a ira santa de
DEUS.
A ideia, aceita amplamente no
Protestantismo, de que se alguém tornar-se um cristão não pode cair da graça e
perder-se vai contra o ensino desse texto. Isso foi ensinado por João Calvino
(1509-1564), pelos calvinistas nos tempos de Jacó Armínio, e continua sendo
ensinado por muitos teólogos calvinistas, que, mesmo assim, aceitam o
arminianismo em outros pontos importantes – e.g. que qualquer pessoa pode ser
salva. É difícil entender como alguém pode conciliar a teologia de ‘uma vez na
graça, sempre na graça’ com o claro ensino bíblico dessa passagem” (Comentário
Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.
456,57).
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A salvação é individual. Você
já deve ter ouvido essa expressão. É muito comum em nossas igrejas. O que está
por trás dessa expressão é a perspectiva da responsabilidade individual diante
de DEUS. A Palavra de DEUS mostra exatamente essa perspectiva. O pecado é um
ato individual e não há nada que o justifique diante de DEUS. A única saída
para o ser humano pecador é arrepender-se de seus pecados e crê no Evangelho.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
Explicar a máxima usada em Israel; II) Expor a respeito da abrangência da
salvação; III) Pontuar a reação de Israel.
B) Motivação: Vivemos um
tempo em que as responsabilidades individuais são solapadas pelas realidades contextuais.
Há quem defenda que o criminoso não pague pelos seus crimes por causa de sua
"circunstância econômica". A Palavra de DEUS mostra que ricos e
pobres, homens e mulheres, enfim, o ser humano de modo geral precisa se
arrepender dos seus próprios pecados (Lm 3.39; At 3.19).
C) Sugestão de Método: Até que aqui vimos três leis do
ensino: a lei do professor, a lei do aluno e a lei da comunicação. Agora
veremos a quarta lei: a lei da lição. Essa lei pode ser resumida pela seguinte
sentença: "a verdade a ser ensinada deve ser aprendida através de uma
verdade já conhecida". Só se apresenta um novo conceito depois que o
conceito ensinado esteja bem estabelecido. A partir dessa compreensão, você
deve levar em conta: 1) Certifique-se de que o aluno compreende o assunto A
antes de apresentar o assunto B (por exemplo, só ensine a respeito da salvação
depois que os alunos aprenderem a respeito da gravidade do pecado); 2) Trace
objetivos progressivos de ensino que consta na lição.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Traga exemplos
que mostrem o quanto o ser humano é responsável pelas suas atitudes. A história
de confissão do pecado do rei Davi traz um bom exemplo para o fechamento desta
lição.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e
subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.39, você
encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)" traz
uma explicação teológica a respeito da relação do pecado dos pais com a vida
dos filhos; 2) O texto "Os Justos podem Cair da graça (Ez 18.21-32)"
traz uma excelente abordagem a respeito da possibilidade da queda do justo.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significava a máxima
“Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”?
Com base nesse ditado, eles
diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus antepassados.
2. Como se chama o movimento
que hoje segue esse pensamento das uvas verdes e dentes embotados?
Esse movimento é conhecido
como “Batalha Espiritual” que inclui a doutrina da maldição hereditária.
3. Por que DEUS proibiu o uso
desse ditado popular em Israel?
DEUS proíbe o uso desse
ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha
a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de
Babilônia.
4. Qual a conclusão depois de
Ezequiel explicar a verdade e apresentar os fatos?
Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a
conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
5. Qual a tendência das
pessoas hoje ao explicar suas aflições?
É tendência dessas pessoas
culparem a DEUS pelas suas mazelas.
LEITURAS PARA APROFUNDAR
Arminianismo Puroe Simples
Esta obra é a respeito do
Arminianismo, que se harmoniza perfeitamente com as Escrituras, e de forma
simples, bíblica e histórica.
As Obras de Armínio
Livre Arbítrio x
Predestinação, Graça Irresistível x Vontade Permissiva... Grande aprofundamento
para todos os que se interessam pela teologia.
Lição 7,
A Responsabilidade é Individual (Revista CPAD)
TEXTO
ÁUREO
“A alma
que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará
a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio
cairá sobre ele.” (Ez 18.20)
VERDADE
PRÁTICA
Para além
da responsabilidade individual, a Palavra de DEUS se posiciona contra o
fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido
destino.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ezequiel 18.20-28
20 - A
alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai
levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade
do ímpio cairá sobre ele. 21 - Mas, se o ímpio se converter de todos os seus
pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e
justiça, certamente viverá; não morrerá. 22 - De todas as suas transgressões
que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou,
viverá. 23 - Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? Diz o Senhor
JEOVÁ; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva? 24 - Mas,
desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, e fazendo
conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as
suas justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que
transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá. 25 - Dizeis, porém:
O caminho do Senhor não é direito. Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu
caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos? 26 - Desviando-se o justo
da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que
cometeu, morrerá. 27 - Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu
e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida. 28 - Pois
quem reconsidera e se converte de todas as suas transgressões que
cometeu, certamente viverá, não morrerá.
INTRODUÇÃO
O ponto de partida desta lição é uma máxima muito usada em Jerusalém e, também,
entre os exilados de Babilônia que diziam: “Os pais comeram uvas verdes, e os
dentes dos filhos se embotaram” (Jr 31.29; Ez 18.2). Com base nesse ditado,
eles diziam que estavam sendo punidos por causa dos pecados de seus
antepassados.
I - SOBRE A MÁXIMA USADA EM ISRAEL
1. Uma
máxima equivocada.
O ditado
popular “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram” se
baseava numa interpretação equivocada sobre o terceiro mandamento do Decálogo
(Êx 20.5; Dt 5.9). A maldição não é hereditária, ela só permanece quando os
filhos continuam nos pecados dos pais; veja a expressão “daqueles que me
aborrecem”. É um princípio divino estabelecido desde a lei de Moisés (Dt
24.16). Isso é lembrado na história de Israel (2 Rs 14.5,6).
2. Jeremias e Ezequiel trataram do assunto.
A palavra
profética em Jeremias é escatológica. A seção de Jeremias 30–33 é o Livro da
Consolação, que não foi editado separadamente como Lamentações, essa parte da
profecia anuncia a restauração de Israel e de Judá e contempla o futuro
glorioso da nação unificada. Esse oráculo está nesse contexto, como nos revela
também a profecia no livro de Jeremias (Jr 31.29,30). É nesse contexto
escatológico que nunca mais será pronunciado em Israel tal provérbio popular.
Mas a proibição anunciada por Ezequiel é imediata (Ez 18.2,3).
3. O problema em nosso tempo.
A
doutrina das “uvas verdes e dentes embotados” que predominou o imaginário
popular de Israel (Jr 31.29; Ez 18.2) veio a ser parte do cardápio doutrinário
de um movimento infiltrado em algumas igrejas conhecido como “Batalha
Espiritual”. Essa parte do ensino é a conhecida extravagante doutrina da
maldição hereditária. Quando alguém se converte a CRISTO, deixa de aborrecer a
DEUS, logo, essa passagem do terceiro mandamento do Decálogo não pode se
aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois eles se tornam em uma nova criatura, pois
“as coisas velhas já passaram, e eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Devemos
orar e agir para que esses ensinos equivocados não prosperem em nossas igrejas
(Jd v.3).
II - SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS
1. Há
esperança para o pecador (vv. 21,22,23).
Essa
ideia está muito clara no capítulo inteiro, que, para não deixar dúvidas,
Ezequiel afirma de maneira direta (vv.4,20), reiterando diversas vezes com
exemplos claros e ilustrações. A vontade de DEUS é a salvação de todos os seres
humanos para que ninguém se perca, e nisso o profeta antecipa o pensamento do
Novo Testamento (Jo 5.40; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9).
2. Refutando um pensamento fatalista (v.20).
Tanto os
exilados na Babilônia como os que estavam em Judá e em Jerusalém acreditavam ou
se justificavam numa ideia falsa de que estavam pagando pelos pecados dos pais,
mesmo depois da destruição de Jerusalém (Lm 5.7). DEUS proíbe o uso desse
ditado popular porque a responsabilidade é individual. O profeta Ezequiel fecha
a porta fatalista do imaginário popular do povo de Judá e dos exilados de
Babilônia. Ele torna claro o pensamento bíblico da responsabilidade individual
de maneira textual e direta (v.20). A palavra “alma”, nesse contexto, significa
a própria pessoa.
3. Duas situações (vv.2,22,24).
O profeta
explica, com clareza, os oráculos divinos sobre a relação de DEUS com os seres
humanos. Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de
maldade, iniquidade e se volta para DEUS, tal pessoa é perdoada, e se “fizer
juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá” (vv.21,22). Mas, se pelo
contrário, o justo se desviar de sua justiça e cometer injustiça e iniquidade
“conforme todas as abominações que faz o ímpio [...] De todas as suas justiças
que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e
no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (v.24). É possível, sim, o salvo
perder a salvação temporariamente (Lc 15.32) ou definitivamente (2 Pe 2.20-22).
III - SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL
1. Uma
pergunta retórica (v.25).
Na
verdade, são duas perguntas: “Não é o meu caminho direito? Não são os vossos
caminhos torcidos?”. A pergunta retórica não espera resposta, trata-se de uma
afirmação em forma de pergunta. É o que Javé afirma nessa passagem. Esses
recursos estilísticos são frequentes nas Escrituras, veja esses exemplos: “Não
é Arão, o levita, teu irmão?” (Êx 4.14); “Não errais vós em razão de não
saberdes as Escrituras e nem o poder de DEUS?” (Mc 12.24; cf. Ez 8.6; Jo 4.35;
6.70; 1 Co 10.16). Depois de explicar essa verdade e apresentar os fatos vem a
conclusão: os caminhos do Senhor são corretos e os do povo, torcidos.
Se o pecador abandona a sua vida cheia de pecados, todo tipo de maldade,
iniquidade e se volta para DEUS, tal pessoa é perdoada, e se ‘fizer juízo e
justiça, certamente viverá’ [...].”
2. Sobre a justiça.
Ezequiel
deixa claro mais que o sol do meio-dia que a lei da responsabilidade individual
é justa e está de acordo com os atributos divinos. Esse atributo é manifesto no
castigo do pecador e na premiação do justo: “o qual recompensará cada um
segundo as suas obras” (Rm 2.6). Esse atributo se harmoniza com a santidade de
DEUS. A Bíblia declara, com todas as letras, que somente DEUS é justo, considerando
justiça como atributo, no sentido absoluto de perfeição: “DEUS é um juiz justo”
(Sl 7.11).
3. O arrependimento (vv. 27,28).
DEUS é
justo e misericordioso. A retribuição ao pecador contumaz vem depois de muitos
anos de apelo ao arrependimento sem resposta do povo. A resposta dada aos
críticos deixa claro também que, mesmo o ímpio na sua impiedade, deixando o
pecado e voltando a praticar a justiça, tem o perdão. Todos precisam de
arrependimento e buscar o perdão de DEUS e não acusar o próprio DEUS (Is
55.6,7; At 3.19). Essa história se repete em nossos dias, porque é tendência
dessas pessoas culparem a DEUS pelas suas mazelas. Devemos levar a Palavra de
DEUS a essas pessoas, pois nenhuma felicidade pode ser plena sem JESUS.
CONCLUSÃO
Depois de refutar o imaginário popular de que DEUS estivesse sendo injusto pelo
castigo do povo, o profeta chama os seus leitores para uma reflexão. Esse
discurso soteriológico é muito importante e continua atual na vida da igreja e
na pregação cristã. É nossa responsabilidade levar essa mensagem aos perdidos
da terra.