Escrita Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança, 1Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV


Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão, Brasília, DF)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique

  


 
 

Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança
 
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” (Ap 1.3)
 
 
VERDADE PRÁTICA
As profecias são mensagens que expressam a soberana vontade do Senhor. Elas servem para alertar o povo de DEUS, produzindo esperança e confiança nas promessas divinas.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 1.1 DEUS falou muitas vezes e de várias maneiras por meio dos profetas
Terça - Jr 50.19,20 DEUS prometeu a restauração do remanescente da nação eleita
Quarta - Am 9.14 DEUS confirma a promessa de restaurar o seu povo
Quinta - Mq 4.10 O Senhor confirma a restauração de Judá do cativeiro babilônico
Sexta - Zc 3.8 O profeta anuncia a vinda do Messias, como o renovo do Senhor
Sábado - Ap 21.2-4 O pecado será banido para sempre e os eleitos herdarão a Nova Jerusalém
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jeremias 1.4-10; Joel 1.1-3; Apocalipse 1.1-3
Jeremias 1.4 - Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 5 - Antes que te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. 6 - Então disse eu: Ah, Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança. 7 - Mas o Senhor me disse: Não diz: Eu sou uma criança; porque, onde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. 8 - Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. 9 - E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca; 10 - Olha, ponho-te neste dia sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares, e para derribares, e para destruíres, e para arruinares; e para edificares e para plantares.
Joel 1.1 - Palavra do SENHOR que foi dirigida a Joel, filho de Petuel. 2 - Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai, todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais? 3 - Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra geração.
Apocalipse 1.1 - Revelação de JESUS CRISTO, a qual DEUS lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu, servo, 2 - O qual testificou da palavra de DEUS, e do testemunho de JESUS CRISTO, e de tudo o que tem visto.3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
 
JEREMIAS - BEP - CPAD.
1.5 ANTES QUE EU TE FORMASSE... TE SANTIFIQUEI. Antes de Jeremias nascer, DEUS já havia determinado que ele seria profeta. Assim como DEUS tinha um plano para a vida de Jeremias, Ele também tem um para cada pessoa. Seu alvo é que o crente viva segundo a sua vontade e deixe que Ele cumpra seu plano em sua vida. Assim como no caso de Jeremias, viver segundo o plano de DEUS pode significar sofrimento; porém DEUS sempre opera visando o melhor para nós (ver Rm 8.28).
1.8 NÃO TEMAS. Jeremias, ao iniciar seu ministério profético, era jovem. Ele hesitou e temeu ante a extraordinária missão de falar a Palavra do Senhor aos anciãos de Jerusalém (v. 7). DEUS o assistiu com a promessa de que estaria com ele e lhe daria poder para cumprir sua chamada. Não importa qual a tarefa que você esteja executando para DEUS, Ele sempre promete sua presença e ajuda constante, se você permanecer firme, com sua fé posta nEle.
1.9 AS MINHAS PALAVRAS NA TUA BOCA. DEUS garante a Jeremias que sua mensagem profética seria inspirada por Ele; as palavras do profeta seriam as palavras de DEUS (cf. Rm 10.8). Convicto disso, Jeremias nunca usou de subterfúgio com a Palavra de DEUS, nem a modificou (ver 37.16,17).
1.10 PARA ARRANCARES, E PARA DERRIBARES. A mensagem de Jeremias continha partes ligadas a juízo e também de restauração, no entanto, por causa do período da história de Israel em que Jeremias profetizou, sua mensagem enfocava, em primeiro plano, o castigo e a condenação. A nação desviada, de Israel, tinha de ser derribada antes de DEUS plantá-la e edificá-la de novo.
 
 
APOCALIPSE - BEP - CPAD.
1.1 REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO. Este livro é uma revelação da parte de JESUS CRISTO e a respeito dEle. O livro é extremamente importante porque: (1) revela a avaliação que CRISTO faz da igreja, 60 ou 65 anos depois da sua ressurreição e ascensão ao céu; e (2) desvenda eventos futuros no tocante à tribulação, ao triunfo de DEUS sobre o mal, à volta de CRISTO para reinar sobre a terra e às bem-aventuranças do reino eterno de DEUS.
1.3 BEM-AVENTURADO AQUELE QUE LÊ. Esta é a primeira das sete "bem-aventuranças" ou bênçãos que se acham no Apocalipse, e que são concedidas àqueles que lêem, ouvem e obedecem às coisas nele escritas. As outras seis bênçãos acham-se em Ap 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14 (cf. Lc 11.28). O fato de ser ordenado aos crentes guardar os mandamentos do livro de Apocalipse indica tratar-se de um livro prático, de instruções morais, e não simplesmente profecias do futuro. Isso quer dizer que devemos ler este livro, não somente para compreender o plano futuro de DEUS para o mundo e seu povo, mas também para aprender e aplicar os seus grandes princípios espirituais. Acima de tudo, tal leitura deve nos levar cada vez mais perto de JESUS CRISTO, com fé, esperança e amor.
 
PALAVRA-CHAVE - Esperança
 
 
Resumo da Lição 10, As Profecias Despertam E Trazem Esperança
I – OS PROFETAS MAIORES
1. Os profetas e a profecia.
2. Os profetas Isaías e Jeremias.
3. Os profetas Ezequiel e Daniel.
II – OS PROFETAS MENORES
1. Os profetas do Reino do Norte.
2. Os profetas Pré-exílio.
3. Os profetas Pós-exílio.
4. Os demais profetas.
III – O LIVRO DO APOCALIPSE
1. Autoria, propósito e destinatários.
2. Uma mensagem de esperança.
 
 


 
 
O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO - BEP - CPAD. (com acréscimos do Pr. Henrique)
Is 6.8,9 “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim . Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.”
O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS.
(1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.
Adão era Profeta - Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:24 (Adão não sabia o que era pai e nem mãe, portanto estava profetizando).
Enoque era Profeta - E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; Judas 1:14
Noé foi Profeta Gênesis - E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. Gênesis 9:25
Abraão era Profeta - Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, porque profeta é, e rogará por ti, para que vivas; porém se não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu. Gênesis 20:7
Jacó era Profeta - Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; Gênesis 49:1
Arão era Profeta pelo SENHOR, mas do seu irmão Moisés - Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta. Êxodo 7:1
Moisés era Profeta - O Senhor teu DEUS te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; Deuteronômio 18:15
Miriã era Profeta - Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. Êxodo 15:20
Débora era Profeta - E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Juízes 4:4
Muitos foram os profetas, tendo escrito ou não algo que está na Bíblia.
Isaías, no AT e João, no NT são os destaques deste ministério Bíblico.
 
Encontramos 42 homens e mulheres identificados no Velho Testamento como sendo “profetas de DEUS”, também chamados de “videntes” (1 Samuel 9:9).
Destes, dezesseis escreveram profecias em livros que levaram o seu nome e foram incluídos no cânone inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, compreendendo quatro grupos:
Os originários do reino do norte(Israel): Joel, Jonas, Oseias, Amós.
Os originários do reino do sul(Judá): Isaías, Jeremias, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque e Sofonias.
Os profetas do cativeiro: Ezequiel e Daniel
Os profetas da restauração: Ageu, Zacarias e Malaquias
 
 
Veja Tabela de profetas do AT - osprofvt (bible-facts.info)
 
 

Ano AC

Nome

Referência

3382/3017

Enoque

Gênesis 5:21-24; Judas 1: 14.

2948/1998

Noé

Gênesis 9: 25-27.

1996/1821

Abraão

Gênesis 20:7

1836/1689

Jacó

Gênesis 49: 1

1571/1451

Moisés

Deuteronômio 18: 18.

1582/1452

Miriã

Êxodo 15:20.

1285.

Débora

Juízes 4:4.

1245.

Profeta enviado a Israel

Juízes 6:8.

1127.

Profeta enviado a Eli

1 Samuel 2:27.

1136/1056

Samuel

1 Samuel 3:20.

1085/1015

Davi

Salmos 16:8-11. Atos 2:25-31

1080/1010

Gade

1 Samuel 22:5; 1Crônicas 29:29.

1070/1005

Natã

2 Samuel 7:2; 12:1; 1Reis 1:10.

1060/985

Zadoque

2 Samuel 15:27.

1050/975

Jedútum

2 Crônicas 35:15.

1020/955

Aías

1 Reis 11:29; 12:15; 2 Crônicas 9:29.

1015/950

Semaías

1 Reis 12: 22; 2 Crôn. 11:2; 2 Crôn.12:7.

1013/975

Ido

2 Crônicas 9:29 2 Crônicas 12:15.

1013/975

Profeta de Judá

1 Reis 13:1.

978/918

Azarias, filho de Odede

2 Crônicas 15:1-7 .

1005/930

Hanâni

2 Crônicas 16:7-10 .

972/895

Jeú, filho de Hanâni.

1 Reis 16:1-7, 2 Crônicas 19:2, 20:34 .

950/885

Micaías filho de Inlá

1 Reis 22:8-2

949/896

Elias

1 Reis 17:1.

920/830

Joel

Joel 1:1; Atos 2: 16.

915/839

Eliseu

1 Reis 19:16.

848/775

Jonas

2 Reis 14:25; Jonas 1:1; Mateus 12:39-41;16:4; Lucas 11:29-3

780/680

Isaías

2 Reis 19,20. 2 Crôn. 26:22;32:20-32; Isaías.1:1.

790/690

Oseias

Oseias 1:1.

800/720

Amós

Amós 1:1; 7:14,15.

775/705

Odede

2 Crônicas 28:9.

775/705

Miqueias

Miqueias 1:1.

660/600

Sofonias

Sofonias 1:1.

655/585

Hulda

2 Reis 22:14

620/540

Obadias

Obadias 1:1

700/630

Naum

Naum 1:1

645/580

Habacuque

Habacuque 1: 1.

659/569

Jeremias

2 Crônicas 36:12,21. Jeremias 1:1,2.

629/559

Ezequiel

Ezequiel 1:3.

605/530

Daniel

Daniel 12:11. Mateus 24:15.

580/510

Ageu

Esdras 5:1; Esdras 6:14. Ageu 1:1.

560/490

Zacarias

Filho de Ido. Esdras 5:1;
Zacarias 1:1

456/386

Malaquias

Malaquias 1:1.

 
 
PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO de DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez, e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características:
Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS.
Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas dores. Ele almejava para Israel o melhor da parte de DEUS (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humanos, e nos falsos deuses (Jr_ 8.9,10; Os 10.13,14; Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com DEUS, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.
O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am
8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de DEUS, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9).
O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a DEUS. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de DEUS e a sua justiça, manifestadas no povo de DEUS.
O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr
22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61­62; 65.17-66.24; Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
Finalmente, o profeta era, geralmente, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am
13; Jn 3- 4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
O PROFETA E O SACERDOTE. Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais: (1) A natureza de DEUS. (a) Declaravam ser DEUS o Criador e Soberano onipotente do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizavam que DEUS é santo reto e justo, e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo DEUS santo, em sua natureza, requer que seu povo seja consagrado e santo ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o DEUS que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo
com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como parte de um compromisso de relacionamento mútuo. (2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de DEUS diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica à de João Batista e de CRISTO: “arrependei-vos, senão igualmente perecereis”. Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os
12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27). (3) Predição e esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a DEUS e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que DEUS cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente fiel. No fim, viria o Messias, e através dEle, DEUS haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de DEUS a um povo obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o futuro.
OS FALSOS PROFETAS. Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um espírito mentiroso achava-se na boca deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do DEUS verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11);
se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que eram a voz primacial de DEUS no que dizia respeito a Israel. No NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja.
Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1Co 14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do NT.
 
 
RESUMO DOS LIVROS PROFÉTICOS - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
ISAÍAS LIVRO DE
Na Bíblia Hebraica, Isaías é o primeiro dos Profetas Maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze).
Contexto Histórico
O livro de Isaías está centralizado em um dos períodos mais turbulentos e trágicos da história judaica. Nos dias de Isaías, o reino de Judá esteve sob o governo de cinco reis, dos quais alguns eram bons e outros maus - Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés. Era uma nação pecadora. Embora fosse o povo de DEUS, eles eram apóstatas e sem dúvida mereciam ser castigados. Durante o período da vida de Isaías, em um momento ou outro, vários inimigos poderosos estiveram inclinados à destruição de Judá: O Reino do Norte de Israel, governado por Peca; a Síria, cujo rei era Rezim; e a Assíria, sob reis guerreiros como Tiglate-Pileser III, Sargão II e Senaqueribe. Além disso, outros vizinhos, como os filisteus, os moabitas e os edomitas, de vez em quando atacavam o pequeno reino. O Egito era apenas uma “cana quebrada” sobre a qual tentavam apoiar-se em busca de ajuda contra o invasor assírio. Foi predito que a Babilônia, com quem Ezequias fez uma aliança, tomar-se-ia o futuro destruidor. Por meio de revelação, Isaías previu dois libertadores por vir: Ciro, como um libertador distante; e o Messias, como um libertador mais distante ainda. O profeta observou que tudo e todos seriam instrumentos de DEUS tanto para o castigo quanto para a redenção de seu povo escolhido.
Autoria e Data
O livro em si fornece poucas informações sobre a atividade literária de Isaías. De acordo com 8.1 e 30.8, ele fez anotações em uma tábua ou quadro de escrever, mas também recebeu ordens para escrever uma certa profecia em um livro ou rolo (30.81. A exortação divina para buscar e ler o livro do Senhor (34.16) sugere que toda a profecia a respeito de Edom foi registrada para que no dia de seu cumprimento, o leitor pudesse verificar cada detalhe com as Escrituras. O nome de Isaías está especificamente ligado aos caps. 1, 2 e 13. Este profeta é conhecido por ter sido um historiador da corte durante os reinados dos reis Uzias e Ezequias (2 Cr 26.22; 32.32). E provável, portanto, que Isaías tenha original mente escrito o texto de 2 Reis 18.13-20.19, que é, em essência, um paralelo a Isaías 36-39.
Entretanto, teorias críticas da composição dessa profecia são abundantes hoje, e negam que Isaías de Jerusalém tenha escrito 66 capítulos sozinho. Sob a influência do deísmo, no final do século XVIII, J. C. Doederlein publicou em 1789 um argumento sistemático de que os caps. 40-66 foram compostos no século VI a.C. Desde então, tem sido comum os críticos falarem de um “segundo Isaías” que supostamente escreveu no período imediatamente anterior ao final do cativeiro babilônico (550—S39 a.C.). H, F. W. Geseníus apoiou esta opinião em 1819, mas Ernst Rosenmuller atribuiu várias passagens dos caps. 1-39 (como os caps. 13 e 14) ao último escritor desconhecido. Em 1892, Bernhard Duhm foi além propondo um “terceiro Isaías” que teria escrito os caps. 56-66 em Jerusalém na época de Esdras. Em 1928, C. C. Torrey, em seu livro The Second Jsaiah, defendeu um único escritor para os caps. 34- 66 (exceto para os caps. 36-39). Estes teriam sido compostos por um escritor que viveu na Palestina perto do final do século V. Alguns estudiosos recentes, como W. H. Broivnlee, defenderam que todos os 66 capítulos vêm de um círculo de discípulos que em seguida, ou mais tarde, estudaram Isaías e suas profecias orais. Estes escritos teriam sido coletados e arranjados por um membro habilidoso dessa escola de Isaías, que talvez tenha vivido no século III.
Várias evidências podem ser apresentadas em refutação dessas opiniões críticas, defendendo a unidade do livro e sua autoria pelo Isaías histórico.
1. A tradição judaica. Os profetas menores fazem alusão a expressões de Isaías (cf, Na 1.15 com Is 52.7; Sf 2.15 com Is 47.8,10). Em aprox. 180 a.C., no livro apócrifo Eclesiástico, o filho de Siraque fala de Isaías como alguém que “confortou aqueles que choraram em Sião” (48.22-25), uma clara alusão ao assunto de Isaías 40-66 e a 40.1 em particular. Esta é a primeira ocorrência de uma tradição relacionada à autoria de Isaías. Nenhuma palavra é dita a respeito de qualquer profeta menor do exílio ou da época de Esdras que acrescente algo aos escritos de Isaías. Nenhuma das muitas cópias do manuscrito de Isaías encontradas nas cavernas de Qumrã e transcritas antes e durante a época de CRISTO dão qualquer indício de autoria dupla ou múltipla. Nem Josefo. A Septuaginta (LXX) tem um único título para o livro inteiro, E a tradição rabínica permaneceu uniforme no período da crítica racional moderna, afirmando que Isaías escreveu todos os 66 capítulos.
2. O testemunho do NT. CRISTO referiu-se ao profeta Isaías como um indivíduo distinto (Mt 15.7-9). Os escritores do NT claramente consideravam o autor de todas as seções principais da profecia como único e o mesmo (veja Mt 3.3; 8.17; 12.17-21; 13.14,15; Mc 1.2; Lc 3.4; 4.17; Act 8.28-32; 28.25-27; Rm 9.27-29; 10.16,20,21). “A citação mais conclusiva do NT são João 12.3; 8.41. O versículo 38 cita Isaías 53.1; o versículo 40 cita Isaías 6.9,10. Então, o apóstolo inspirado comenta no versículo 41: “Isaías disse isso quando viu sua glória e falou dele”. Obviamente o mesmo Isaías que viu a glória de CRISTO na visão do Templo de Isaías 6 foi aquele que também fez a declaração que está registrada em Isaías 53.1: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?" Se não fosse o mesmo autor que compôs tanto o capítulo 6 como o capítulo 53 (e os defensores da teoria Deutero-Isaías afirmam fortemente que não é), então o próprio apóstolo inspirado teria se enganado: “Portanto, segue-se que os defensores da teoria de dois Isaías devem, por implicação, reconhecer a existência de erros no NT” (Archer, SOTI, p. 336). É inconcebível que a identidade de um profeta tão grande como o autor de Isaías 40--66 tivesse sido totalmente esquecida tanto pela nação judaica como pela Igreja Cristã, por homens piedosos e tementes a DEUS que creram, ensinaram, copiaram e lembraram os profetas bem como a lei de geração em geração. Era essencial entre os antigos hebreus saber o nome do profeta para que seu escrito fosse aceito e registrado na casa de Israel (cf. Ez 13.9).
3. O contexto palestino. Os críticos racionalistas afirmaram que os caps. 40-66 foram escritos na Babilônia, que é uma região plana. Mas as duas partes do livro de Isaías falam de rochedos, montanhas, ribeiros de vales, e rebanhos de Judá. Se a segunda parte tivesse sido escrita na Babilônia, teriam sido incluídas alusões à paisagem daquele campo. A coloração local em ambas as partes é judaica, mostrando que todo o livro foi escrito em Judá, dessa forma apontando para a autoria única de Isaías.
4.O contexto histórico e o religioso. O fato de a Babilônia ser mencionada em ambas as partes do livro não toma necessário uma data posterior à época de Isaías para esses capítulos. As advertências de Babilônia já eram relevantes em sua própria época (veja o cap. 39). Os eventos profetizados ou descritos em 21.9; 43.14; 46.1,2 e, em parte, em 47.1-6 foram cumpridos na história mais particularmente pela destruição da Babilônia por Senaqueribe em 689 a.C., e mais tarde pela captura da cidade por Ciro em 539 a.C. Além disso, as formas de idolatria condenadas em Isaías 57.5-9; 59.3-15; 65.3-5; 66.17 foram praticadas pelos judeus em Judá durante o reinado de Manassés (2 Rs 21.1-16), mas não pelos exilados judeus na Babilônia nem pelos judeus que retomaram no período pós-exílico. Além disso, é mais provável que a totalidade ideal da restauração de Israel retratada nos caps. 40-58 tenha sido escrita por alguém que estivesse contemplando o retomo dos exilados de longe, do que por algum contemporâneo que estivesse observando os resultados aparentemente escassos conforme registrado por Esdras, Neemias e Ageu.
5. Idioma e estilo. 'Todos os 66 capítulos são escritos em um hebraico perfeitamente puro, sem aramaísmos e termos babilônicos que caracterizam os livros pós-exílios conhecidos. Da mesma forma, as semelhanças de estilo entre os caps. 1-39 e 40-66 são surpreendentes. Por exemplo, o título de DEUS, “o SANTO de Israel”, usado em muitas versões apenas 31 vezes em todo o AT, é encontrado 25 vezes em Isaías; ele ocorre 12 vezes nos caps. 1-39, e 13 vezes nos caps. 40-66.
Uma outra característica marcante do estilo de Isaías é seu uso frequente do chamado “tempo perfeito profético” do verbo; isto é, ele frequentemente fala de eventos futuros próximos ou já ocorridos (por exemplo, 5.13; 8.23; 9.1-7; 10.28-31); de Ciro como já tendo iniciado sua carreira de conquistas (41.25; 45.13); ou da morte do Servo do Senhor como uma oferta pelo pecado (53.1-12). O profeta pôde falar desse modo porque viu esses eventos futuros como já realizados no propósito de DEUS.
Esse modo vivido de falar, que Isaías compartilha com outros profetas, é especialmente significativo em seu caso por causa de sua postura quanto à questão da unidade do livro. Muitos estudiosos afirmam hoje que os caps. 40-66 não podem ser as palavras de Isaías, mas devem ser de um autor desconhecido que viveu no final do cativeiro babilônico (Deutero-Isaías) ou até mesmo depois deste período.
Muitos que aceitam a opinião acima falham por não perceber que esse argumento prova muitas coisas. Se o texto em 41.2-4 deve conter as palavras de um contemporâneo de Ciro, então o cap. 53 deve conter as palavras de uma testemunha da crucificação. Isto é naturalmente impossível. Consequentemente, aqueles que negam que Isaías poderia ter pronunciado as profecias a respeito de Ciro devem defender que o mesmo argumento não se aplica ao cap. 53, ou devem negar que Isaías 53 seja uma profecia messiânica, apesar do claro testemunho do NT ao cumprir- se na morte do Senhor JESUS (Mc 15.28; Lc 22.37; At 8.35; 1 Pe 2.22).
Por trás desse argumento contra a unidade de Isaías, está naturalmente a doutrina moderna a respeito da profecia, segundo a qual o profeta era um homem de seu próprio tempo que falou somente ao povo de seu próprio tempo, e não às gerações futuras. Esta é uma meia verdade muito perigosa. Os profetas testemunharam muito seriamente aos homens de sua própria época. Mas eles também falaram sobre coisas futuras, sobre “aquele dia”, “o dia do Senhor”. Sem usar muitas palavras, essa definição modernista da profecia minimiza ou elimina dela o elemento profético. Contudo, de acordo com os claros ensinos das Escrituras, o cumprimento das profecias representa a evidência mais clara de que a palavra do profeta é uma mensagem de DEUS; e nenhuma passagem declara esta verdade de uma forma mais clara do que os escritos do próprio Isaías.
A negação da predição através da profecia rompe a ligação entre o “e acontecerá” do AT e o “para que se cumprisse” do NT (cf. Jo 12.38-41). Os anti-sobrenaturalistas negam essa ligação. Mas aqueles que crêem na Bíblia, durante todos os séculos têm visto nas profecias a evidência clara e conclusiva de que DEUS falou, Assim, eles regozijaram-se na unidade de todo o livro, e reconheceram Isaías como o “evangelista” do AT, que apontava adiante para um Messias sofredor que tomaria sobre si o pecado de toda a humanidade.
Para se prevenir contra a reivindicação de que Ciro é representado como alguém de quem o profeta é contemporâneo, deve ser notado que enquanto o profeta geralmente faz alusão a Ciro como alguém presente, ou prestes a aparecer, ele introduz o nome de Ciro no clímax de um notável poema (44.24- 28). As palavras “Eu sou o Senhor” são seguidas pelos termos “que/quem...”, que são arranjados em três grupos, cada grupo mais longo do que aquele que o precedeu. O primeiro grupo trata do passado (v.246); o segundo trata do presente (vv. 25,26a); e o terceiro trata do futuro (vv. 266-28). A estrutura do poema é climática e indica que as palavras “quem diz de Ciro: É meu pastor etc.” referem-se a um futuro tão remoto que a clareza da predição deve ser considerada muito admirável. Ciro ainda não é uma figura conhecida, pois o profeta não declara sua nacionalidade em nenhuma passagem.
Esboço do Conteúdo
I. Introdução, Caps. 1-6
n. O Livro do Emanuel, Caps. 7-12
III. Oráculos a respeito das Nações, Caps. 13-23
IV. O Pequeno Apocalipse, Caps. 24-27
V. O Livro dos Ais, Caps. 28-35
VI. O Livro de Ezequias, Caps. 36-39
VII. O Livro da Consolação, Caps. 40-66
A. Libertação do pecado e do cativeiro, Caps. 40-48
B. O Libertador - o Servo do Senhor, Caps. 49-57
C. O povo libertado e sua futura glória, Caps. 58-66
Análise do Livro
Os capítulos 1-6 são introdutórios. Na “grande acusação” (cap. 1), o povo de DEUS é acusado de formalismo e hipocrisia, de cobiça e crueldade, de total desconsideração à sua relação de aliança com o Senhor seu DEUS. Eles merecem o destino de Sodoma. Mas aqui, como em toda parte no livro de Isaías, há uma maravilhosa mistura de exortação e conforto com denúncia e condenação: “Sião será remida com juízo, e os que voltam para ela, com justiça” (1.27). A gloriosa promessa de paz universal (2.2-5) e de Renovo (4.2-6) aparece em meio a terríveis ameaças. A parábola da vinha (5.1-7) é seguida por seis “ais”, terminando com a ameaça da espada, o castigo pela mão de exércitos invasores (cf. 1.20). O cap. 6 contém o chamado do profeta, uma visão da santidade de DEUS, que faz do título “o SANTO de Israel” o favorito de Isaías para o DEUS a quem ele serve. Não está claro se sua ocorrência em 1.4; 5.19,24 justifica a inferência de que, na sequência cronológica, a chamada de Isaías pertence a uma época anterior ao cap. 1.
Os capítulos 7-12, frequentemente chamados de “livro do Emanuel", referem-se à primeira grande crise, a guerra siro-efraimita, que por causa da incredulidade de Acaz provocou a primeira invasão assíria. As referências desdenhosas a Rezim e Peca poderiam (excetuando-se 2 Crônicas 28.6} nos levar a minimizar a grandiosidade dessa ameaça, que é responsável pelo pedido de ajuda de Acaz à Assíria. As maravilhosas profecias do Emanuel (7.14; 8.8,10; 9.6ss.; 11.1-6) terminam com a bênção aos gentios (11.10) e com uma canção de louvor ao DEUS de Israel (cap. 12): “Porque grande é o SANTO de Israel no meio de ti” (v.6).
Os caps. 13—23 contêm “fardos” (profecias pesadas e dolorosas) contra as nações que ameaçam a própria existência de Israel. Babilônia (e Assíria), Filístia, Moabe, Damasco, Etiópia e Egito, Edom, Arábia, Jerusalém (cujo pecado faz dela seu pior inimigo) e Tiro. Aqui, como em outra parte, a compaixão e a esperança perfuram as nuvens tempestuosas da ira (14.1-3,24-27,32; 17.7ss.; 18.7 etc.). Especialmente admirável é 19.23-25, onde Isaías usa sua figura favorita da *estrada” para descrever a relação segura e amigável com os antigos inimigos. Q Egito é chamado de “meu povo” (19.25; cf. Êx 5.1); a Assíria, de “obra de minhas mãos” (cf. 45.11); Israel, de “minha herança” (Zc 2.12) - uma profecia maravilhosa que desenvolve Isaías 2.2-5.
O cap, 24 é uma visão do juízo do mundo, um apocalipse, que termina em bênção; o Senhor reinará no monte Sião. O cap. 25, um hino de louvor, é seguido por uma canção que assim como a do cap. 12 será cantada pelo Israel redimido. O cap. 27 termina com uma promessa de livramento.
Os caps, 28-31 contêm outros juízos sobre as nações; aparentemente a Assíria, a Babilônia e o Egito. O “ai” sobre Samaria (cap. 28), provavelmente proferido antes de Sargão atacá-la, é seguido pela promessa da *pedra já provada, pedra preciosa de esquina” que o Senhor assentará em Sião (28.16). No cap. 29, o “ai” sobre Ariel (a lareira de DEUS, onde o fogo do altar arde perpetuamente e, portanto, um nome figurativo de Jerusalém) termina da mesma forma com uma promessa (vv. 22-24). A seguir vêm as advertências contra as alianças com o Egito (caps. 30-31). Contudo, essa advertência também é combinada com uma promessa de bênção (30.18-33), e é seguida no eap.32 pela promessa de um rei (o Messias) que “reinará em justiça”; e “o efeito da justiça será paz”. O cap. 33 é dirigido contra a Assíria, o “despojador que não foi despojado”. Contudo, Jerusalém será uma “habitação quieta, tenda que não será derribada” (33.20). O terrível *ai” sobre Edom (cap. 34) é seguido de um quadro glorioso de bênção futura (cap 35).
Os caps. 36-37 falam da invasão de Senaqueribe, uma das histórias mais emocionantes da Bíblia Sagrada. O touro enfurecido que blasfemou contra o SANTO de Israel será expulso com um anzol em seu nariz para morrer em sua própria terra pelas mãos de seus próprios filhos. A doença de Ezequias e a embaixada de Merodaque-Baladã (caps. 38-39) aparentemente dizem respeito a uma data anterior à dos caps. 35-37. Estes relatos são colocados depois dos outros; porém, esta ordem tem a finalidade de que a profecia ameaçadora de 39.6ss. pudesse ser imediatamente seguida pela grande mensagem de consolação para as gerações futuras; um livramento que Ezequias só poderia procurar em sua própria época.
O livro da consolação (caps. 4CM56) pode adequadamente ser chamado de um sermão profético, tendo o nome de Isaías (“salvação do Senhor'’) como seu tema. Ele tem sua contrapartida nas palavras de João Batista e de JESUS: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2; Mc 1.15). O horror do pecado humano e as maravilhas da graça divina são os seus temas recorrentes e alternados. Ele está aparentemente dividido em três partes pelas palavras de advertência de 48.22; 57.21, e termina com as terríveis palavras de 66.24 (cf. Mc 9.48). Os principais temas nesses capítulos são:
1. A transcendência do Senhor. Ele fez “todas as coisas” (44.24; cf. 45.12), “todas as nações são como nada perante ele” (40.17). “A quem... me comparareis?” (46.5) é seu desafio aos homens mortais. Ele criará novos céus e nova terra (65.17; 66.22; cf. 55.9).
2. A loucura do pecado da idolatria, o homem adorando a obra de suas próprias mãos (44.9־ 20; 46.1,2,6-8).
3. O DEUS de Israel, o único que pode predizer os acontecimentos :futuros e fazê-los acontecer (41.22-25; 42.9; 43.9-12; 44.7; 45.21; 46.10; 48.3-5).
4. Ciro - uma figura proeminente. DEUS o levantou “do Oriente” (41.2-5); ele vem em justiça (45.13); vem como uma ave de rapina de uma terra longínqua (46.11); ele humilhará a Babilônia (43.14; 48.14); fará com que Jerusalém seja construída e o Templo restaurado (44.28; 45.1-7).
5. Uma figura ainda mais proeminente é o Servo do Senhor. Ele é chamado de Israel (49.3); Jacó (48.20), Jacó-Israel (41.8ss.; 44.1,21; 45.4). Ele é descrito como “surdo e cego” (42.18ss.), pecador e necessitando de redenção (43.25; 44.22), como tendo uma missão para Israel e para os gentios (42.149.1-6 ;7־), como alguém em quem o Senhor será glorificado (49.3), como alguém que sofreu, embora fosse inocente (50.59־), como alguém que sofreu vicariamente pelos outros (52.13—53.12). A referência não pode ser a mesma em todas estas passagens. Onde a pecaminosidade é atribuída ao servo, este deve ser o Israel pecador; onde o sofrimento não merecido é descrito e é mencionada uma missão para Israel e para os gentios, o remanescente piedoso que o Senhor irá usar para trazer a bênção para Israel e as nações pode estar sendo em parte referido. No cap. 53, o Servo só pode ser o Messias, que em 61.1-3 fala de sua missão com palavras que JESUS tomou para si mesmo na sinagoga em Nazaré (Lc 4.17-21). Veja Servo do Senhor.
6. O alcance dessa salvação prometida, que abrange o mundo todo, é especialmente enfatizado nos capítulos finais. A expressão “vós todos” de 55.1 tem seu eco na expressão “todo aquele que" de João 3.16; e as promessas de 56.7 e 66.1ss. têm seus cumprimentos em João 4.24. O. T. A.
 
 
JEREMIAS LIVRO DE
O livro de Jeremias começa com a chamada do profeta (cap. 1) e se encerra com a queda de Jerusalém (cap. 52). Ele compreende o período histórico entre 626 e 581 a.C.
O Enigma Cronológico
O livro de Jeremias é formado por discursos proféticos, materiais biográficos, e narrativas históricas que não são colocados em uma sequência estritamente cronológica. Ilustrações vividas são os caps. 21 e 24, que datam do período do reinado do rei Zedequias (597-586 a.C.), mas o capítulo 25 data da época do reinado de Jeoaquim (608-597 a.C.). Os caps. 27 e 28 são da época do remado de Zedequias, enquanto os caps. 35 e 36 pertencem à época do reinado de Jeoaquim. E assim, todos os esboços de Jeremias são, de alguma forma, arbitrários.
Como Jeremias tinha um secretário fiel, Baruque, seria normal que se esperasse uma ordem mais precisa. Qual é o motivo da falta de uma ordem cronológica? Uma explicação plausível é que o material do livro de Jeremias circulou originalmente na forma de rolos separados, cada um ilustrando um de seus ensinos (cf. F. M Wood, Ftre in My Bonés, pp. 9-11). Mais tarde, estes rolos organizados por tópicos foram comprimidos e estão contidos no atual livro de Jeremias. Entre os vários rolos, várias narrativas têm sido misturadas com a bibliografia de Jeremias. Sete rolos principais podem ser identificados;
1. As primeiras profecias de Jeremias, caps. 1-6
2. A falsa e a verdadeira sabedoria, caps. 8.4-10.25
3. Mensagens de desencorajamento, caps. 11-20
4. Condenações contra os reis e os profetas, caps. 22-29
5. O livro da esperança, caps. 30-33
6. Seção histórica, o cerco de Jerusalém e a fuga para o Egito, caps. 37-44
7. Oráculos contra as nações estrangeiras, caps. 46-51
O famoso sermão do Templo (7.1-8.3) foi inserido em meio ao 1° e ao 2° rolo; e entre o 3° e o 4° rolo há uma narrativa (cap. 21) contendo o conselho de Jeremias durante o cerco da capital. Três narrativas (caps. 34-36) relativas à recepção da Palavra do Senhor por parte de Israel fornecem a ligação para os rolos 5 e 6. O conselho de Jeremias para o desencorajado Baruque (cap. 45) une a seção histórica às profecias estrangeiras. Os oráculos dos poderes estrangeiros aparecem nos caps. 46- 51 (cf. livros de Isaías e Ezequiel para seções semelhantes), e são seguidos por um apêndice histórico (cap. 52), possivelmente extraído de 2 Reis 25. Como Jeremias passou a sua vida advertindo a cidade de Jerusalém, este é um clímax adequado para o romântico ministério do profeta de Anatote. Portanto, esta é uma explicação para a ausência de uma ordem cronológica (veja C. F. Francisco, Síudies in Jeremiah, p. 13).
A Composição
O ponto inicial da escrita do livro de Jeremias é narrado novamente em 36.1-8. A data do ponto central do rolo era 605 a.C. Jeremias estava sob a interdição do Templo quando proferiu o “sermão do Templo* em 609/8 a.C. No quarto ano do reinado de Jeoaquim (605 a.C.), a Palavra do Senhor veio a Jeremias e ele ditou a mensagem a Baruque, que a registrou em um rolo de um livro. Então Baruque o levou para a área do Templo, e leu o sermão durante várias das festas anuais. O rei ouviu falar da mensagem e pediu o rolo. Depois de ouvir as palavras de advertência, ele o cortou em tiras com um canivete (36.9-
26). Baruque reportou o fato a Jeremias. Mais tarde, o Senhor ordenou a Jeremias que ditasse um outro rolo e acrescentasse muitas outras palavras a este (Jr 36.27-32). Este segando rolo, aparentemente a primeira edição da profecia existente, provavelmente continha o âmago dos caps. 1-25, isto é, as profecias de Jeremias que se deram durante o período profético de 626-605 a.C.
As confissões de Jeremias estão intercaladas nesta seção (Jr 1.4 ss.; 4.10,19; 6.11; 11.18; 12.6; 15.10-16; 17.14-18; 18.23; 20.7-18) e expõem a alma do profeta. O mundo bíblico tem uma dívida para com o fiel amanuense de Jeremias, Baruque, por ter registrado estas sombras passageiras de uma grande alma. Mais tarde, o seu fiel escriba, que acompanhou Jeremias passo a passo ao longo de sua peregrinação profética, acrescentou as biografias de Jeremias (25.45) e também a vida do profeta que despontou durante a crise judaica, de 604 a 581 a.C.
Também pode ter sido Baruque quem registrou os caps. 46-51 à medida que Jeremias os ditava. Talvez estes oráculos às nações estrangeiras tenham circulado entre os povos vizinhos, além de terem sido lidos pelos judeus. Esta seção pode ter sido escrita durante o cerco de Jerusalém (588-586 a.C.). Estas profecias estrangeiras consistem em oráculos contra o Egito (cap. 46), a Filístia (cap. 47), Moabe (cap. 48), Amom (49.1-6), Edom (49.7-22), Síria (49.23-27), Arábia (49.28-33), Elão (49.34-39), e Babilônia (cap. 50-51).
E possível que Jeremias e seu escriba Baruque tenham feito uma revisão do livro mais de uma vez, de modo que este tenha passado por sucessivas edições. Esta conclusão depende, em parte, das evidências da Septuaginta (LXX).
O Relacionamento com o Texto da Septuaginta
Uma comparação dos manuscritos gregos e hebraicos revela algumas dificuldades textuais. A LXX (traduzida entre 250 e 100 a.C.) difere consideravelmente do Texto Heb. Massorético (TM). Faltam-lhe 2.700 palavras quando comparada ao TM, isto é, aproximadamente 120 versículos, o equivalente a quatro ou cinco capítulos de tamanho médio; o texto grego tem aprox. 100 palavras que não são encontradas no TM. Onde ocorrem passagens paralelas, o significado pode ser frequentemente entendido de uma forma diferente.
Várias explicações têm sido oferecidas para resolver estas diferenças: a LXX não é uma tradução literal do texto hebraico e, além disso, os manuscritos eram frequentemente ilegíveis. Muitos erros eram cometidos de forma inconsciente pelos copistas. Sem dúvida, algumas destas mudanças eram intencionais (veja G. A. Smith, Jeremiah, pp. 11-14). Estas apologias levam em conta diferentes leituras, mas nenhuma das duas discrepâncias mais evidentes entre a LXX e o TM: a ausência, no grego, de passagens que aparecem no TM, e o rearranjo dos oráculos que foram dirigidos às nações estrangeiras. Na LXX, os caps. 46-51 estão entre os versículos 13 e 15 do cap. 25. O verso 14 está ausente na versão grega. Evidentemente, os tradutores do grego estavam usando um texto hebraico que era diferente do TM atual.
G. L Archer sugere que a LXX representa uma edição anterior, compilada durante a vida do próprio profeta e circulada primeiro no Egito. Então, após a morte de Jeremias, Baruque teria preparado uma coleção mais completa dos sermões de seu mestre, que teria chegado às mãos dos judeus que retomavam do exílio na Babilônia - o Texto Massorético (SOTI, pp. 349ss,). Outros acreditam que havia duas compilações que continuaram até aproximadamente 200 a.C., ambas vindo de uma única fonte. Desde a descoberta dos rolos de Qumran, os textos questionáveis podem ser estudados à luz da LXX, do Texto Massorético, e dos rolos de Qumran.
A Análise Literária
Desde 1901, o livro de Jeremias se tornou uma base interessante para a análise literária dos estudiosos. Naquele ano, B. Duhm designou ao próprio Jeremias apenas 60 poemas curtos. Ele argumenta que as palavras originais de Jeremias eram todas escritas na forma poética de Qinah (3.2 ritmo) em aproximadamente 280 versos. A biografia de Baruque também conta com aproximadamente 200 versos. Em termos aproximados, portanto, Duhm atribuiu algo em torno de dois terços do livro a editores posteriores e suplementadores (veja A. S. Peake, The New Century Bible, I, 48-57). Estudiosos menos radicais atribuem quase todos os capítulos a Jeremias e seu escriba Baruque. Felizmente, os estudiosos não destroem a mensagem. Para uma pesquisa mais completa sobre as várias posições críticas, veja R. K. Harrison, Introductiún to the Old Testament, pp. 809-817. Ele conclui que o processo de transmissão dos lábios do profeta à forma presente do livro era consideravelmente menos complexo do que a maioria dos escritores liberais assumiu, e que foi concluída em 520 a.C.
O Testemunho das Escrituras
A versão grega do Antigo Testamento atribui o livro de Lamentações a Jeremias. Mas os poemas em si não reivindicam a autoria de jeremias. Ele é citado em 2 Crônicas 36.21- 23 e Esdras 1.1,2. Siraque 49.6,7 reflete passagens tanto de Jeremias como de Lamentações. Daniel (9.2) refere-se ao “que falou o Senhor ao profeta Jeremias” (Jr 25.12), e 2 Mac 2.1-8 contém ecos do livro de Jeremias (cf. a relação de Jeremias 33.15 com Is 4.2; 11.1; 53.2; Zc 3.8; 6.12).
Os escritores do Novo Testamento mostram que o livro de Jeremias era muito apreciado e respeitado, sendo também considerado canônico, além de frequentemente citado e referido (cf. a nova aliança em Jr 31.31ss. com Hb 8.8-13; 10.15-17; Jr 31.15 com Mt 2.17ss.; Jr 23.5 com Lc 1.32ss.; Jr 11.20 e Jr 17.10 com Ap 2.23; Jr 51.7-9 com Ap 14.8; 17.2-4; 18.3-5; Jr 10.7 com Ap 15.4; Jr 51.6,9,45 com Ap 18.4; Jr 51.63ss. com Ap 18.21ss; Jr 25.10 com Ap 18.22ss.; Jr 9.23ss. com 1 Co 1.31; Jr 7.11 com Mt 21.13; Jr 22.5 com Mt 23.38).
Os Ensinos
A natureza e o caráter de DEUS. O Senhor DEUS é único, íntegro e justo, puro e santo, misericordioso e cheio de graça, paciente. Porém, pune aqueles que fazem o mal e pecam.
A mensagem de advertência para Israel.
1. Israel possui um relacionamento especial com o Senhor (Jr 2.2,3; 7.23; 11.2-5; 13.11). Oséias e Jeremias usaram metáforas sobre o casamento e a relação filial para refletirem este relacionamento (Os 2.2; Jr 31.9).
2. Israel foi inflei e era culpada de apostasia (Jr 2.5-8,13,28; 3.1; 5.11,23,24; 6.7; 7.30).
3. A nação de Israel era autocomplacente e confiava cegamente nas formalidades religiosas exteriores (Jr 6.20; 7.4,9,11; 8.8,12; 16.10-12).
4. A ameaça do julgamento de Israel devido aos seus pecados (Jr 4.3,4; 6.8; 7.16-20; 14.11,15.1-9).
A mensagem de esperança. A restauração futura era certa. A nação política de Judá poderia perecer, mas o povo escolhido de DEUS sobreviveria. Os propósitos eternos de DEUS seriam realizados (cf. o livro da esperança, caps. 30-33). Os elementos da glória futura são:
1. A preservação de um remanescente (Jr 4.27; 5.10,18; 29.11; 30.11; 46.28).
2. O retorno do exílio (3.11,21,22; 16.14,15; 25.11-14; 30.7-11; 31.23).
3. A nova Jerusalém (33.16, deve ser associado à expressão: “O Senhor E Nossa Justiça”),
4. O governante ideal (23.4-6; 30.9,21).
5. A nova e duradoura aliança (31.31-34; 32.40; 33.8).
6. A espiritualidade da religião (24.7), de modo que os exilados na Babilônia (ou em qualquer outro lugar), separados da adoração no Templo, possam buscar diretamente ao Senhor em oração (29.4-14).
7. A responsabilidade individual como o fundamento do caráter moral e da vida espiritual (31.29,30).
8. A salvação das nações (3.17; 4.2; 16.19; 33.9). A nação visível poderá cair, mas o verdadeiro Israel continuará a viver. Na profecia da nova aliança da graça e do perdão dos pecados (31.31ss,), o livro de Jeremias é igual à maioria das seções evangélicas de Isaías e de outros profetas do Antigo Testamento. D.W.D.
 
 
LAMENTAÇÕES LIVRO DE
O livro consiste em cinco poemas separados, similares em estilo, todos tratando da desolação de Jerusalém e dos sofrimentos dos judeus, causados pela tomada da cidade por Nabucodonosor em 586 a.C. Cada um dos poemas consiste em 22 estrofes ou versos, o número de letras do alfabeto hebraico. Os primeiros quatro capítulos estão organizados em ordem alfabética (acróstico). No cap. 3, que possui 22 estrofes de três versos cada (66 versos ao todo), cada verso na estrofe começa com a mesma letra do alfabeto hebraico. A métrica peculiar à elegia hebraica caracteriza o livro - linha longa, um movimento vagaroso e solene.
Os poemas são anônimos. A tradição que os atribui a Jeremias pode ser identificada na LXX, onde a autoria de Jeremias é diretamente afirmada, porém a data da tradução é de aprox. 400 anos depois do profeta. É possível que os tradutores tivessem alguma autoridade documental ou uma tradição confiável para afixar o nome de Jeremias. Muitos estudiosos modernos rejeitam sua autoria com base em diferenças de estilo com relação ao livro de Jeremias. O autor, porém, parece ter sido uma testemunha ocular dos horrores da época da queda de Jerusalém. Imagens similares, e as mesmas causas para a destruição, podem ser encontradas em Jeremias e Lamentações, de forma que muitos comentadores ainda são a favor da autoria do profeta Jeremias.
O lamento não é simplesmente por Jerusalém estar destruída e o povo devastado. É que a catástrofe é um ato de DEUS, executando um castigo merecido. Aqueles que deveriam ter sido líderes responsáveis não agiram corretamente, e o povo, voluntariamente, os seguiu. DEUS está castigando Israel por seu pecado. Mas a adversidade não é apenas punitiva, é também corretiva. O amor e o propósito da aliança de DEUS jamais falharam e jamais falharão. R.S.
 
 
EZEQUIEL LIVRO DE
Esta grande obra profética tem o nome do profeta e registra as suas mensagens e visões divinamente inspiradas. É o 12* livro (de 24) da Bíblia hebraica, e o 26* livro do Antigo Testamento tanto em inglês quanto em português.
Autoria e Data
Até a década de 1920, nenhum estudioso desafiou seriamente a autenticidade e a unidade do livro de Ezequiel. J. Skinner escreveu em 1898 (HDB, 1,817a): “Nem a unidade nem a autenticidade de Ezequiel foi questionada por mais do que um número extremamente reduzido de estudiosos. Ele não só traz a marca de uma única mente em sua fraseologia, nas suas imagens e no seu modo de pensar, mas também está organizado segundo um plano tão claro e tão abrangente que a evidência do desenho literário na composição torna-se completamente irresistível”. Apesar disso, os críticos falam de diversos problemas para acreditar que o livro seja o relato autêntico do ministério de Ezequiel e que ele tenha escrito todas as profecias incluídas no livro. Em primeiro lugar, Gustave Hõlscher, em 1924, afirmou que todos os profetas do período pré-exílico de Israel e de Judá proclamavam somente a ruína e os julgamentos contra as suas respectivas nações, de modo que qualquer passagem que prometesse uma restauração e uma época dourada deve necessariamente ter sido acrescentada durante o período persa. Hõlscher apoiou sua crítica com uma análise literária, baseada principalmente em um contraste entre as seções de poesia e de prosa, e atribuiu a Ezequiel somente 170 versículos, do total de 1273. Mas diversos escritores, tanto antigos quanto modernos, escreveram belas poesias e também prosas. Além disso, praticamente todos os profetas do Antigo Testamento que advertiam contra a punição divina iminente também predisseram a derradeira concessão da graça divina sobre o remanescente redimido de Israel.
Em segundo lugar, Robert H. Pfeiffer, de acordo com V. Herntrích, insistiu que Ezequiel deve na verdade ter vivido em Jerusalém quando pronunciou as mensagens proféticas dos capítulos 4-24 (Introduction to the OT, Harper, 1948, pp. 535-543). Seu chamado para falar a uma casa rebelde (Ez 2) e para ser um atalaia (Ez 3), o conduziram de volta a Judá para falar pessoalmente aos judeus que foram deixados em Jerusalém. Ele representou as profecias para benefício deles; e isto não teria sido possível se o profeta estivesse na Babilônia (por exemplo, 12.1-12). Ezequiel também descreveu condições e acontecimentos de sua terra natal, como a súbita morte de Pelatias (11.13) e a consulta de Nabucodonosor aos terafins na encruzilhada, quando o exército da Babilônia se aproximasse de Jerusalém (21.18-23). Muitos estudiosos modernos adotaram a visão defendida por Pfeiffer, porque parece cientificamente impossível que um homem na Babilônia seja capaz de ministrar eficazmente a um povo a centenas de quilômetros de distância, separados por um deserto. Mas estes não levam em consideração a realidade do transporte visionário ou espiritual (8.111.24 ;3־) e da revelação direta de DEUS sobre os acontecimentos imediatos em Jerusalém (por exemplo, 24.1,2). Além disso, as palavras de Ezequiel eram relevantes em Tel-Abibe, pois para DEUS os dez mil ou mais judeus cativos na Babilônia (2 Rs 24.14) eram seu povo da aliança, tanto quanto aqueles que ainda estavam em Judá. Eles eram únicos, necessitando igualmente da purificação dos corações e da instrução sobre o motivo da destruição da sua cidade sagrada. Adicionalmente, como o texto em Jeremias 29 indica, existia uma comunicação contínua entre a Palestina e a Mesopotâmia por meio de viagens; como consequência, as palavras e os atos de Ezequiel poderiam ser relatados à comunidade de Jerusalém.
Existem porções inconscientemente designadas de evidências que falam de uma localização na Babilônia, nos capítulos 1-24, tais como o mapa de uma cidade desenhado em uma tábua de argila ou tijolo (4,1-4) - um mapa desse tipo foi encontrado nas ruínas de Nipur - e a escavação através de um muro (12.1-7), possivelmente um muro de barro ou uma casa feita com tijolos crús, comum na Babilônia, mas não o típico muro de pedra da região montanhosa de Judá. As muitas palavras, expressões e imagens da babilônia também sugerem que Ezequiel tenha falado e escrito em um ambiente tipicamente babilônico (R. Tournay, “A propos des babylonismes d’Ezeckiel”, RB, LXVIII [1961), 388-393). E, como ressalta Carl G. Howie, os judeus deveriam ter ficado muito relutantes em admitir que um profeta genuíno estivesse falando fora da sua terra, a menos que existisse uma evidência irresistível para essa conclusão (IDB, II, 206a; cf. Harry M. Orlinsky, “Where Did Ezekiel Receive the Call to Prophesy?”, BASOR #122 [1951], 34- 36). Portanto, a interpretação de C, C. Torrey, de que o livro é pseudoepígrafo, escrito na Palestina em aprox, 230 a.C., um relato puramente fictício de acontecimentos do reinado de Manassés (Pseudo-Ezekiei and the Original Prophecv. 1930), pode ser descartada.
Em terceiro lugar, alguns estudiosos argumentaram que a presença de palavras em aramaico no livro devem provar que ele foi escrito no período pós-exílio. Mas o aramaico havia se tornado a língua franca do império assírio desde a segunda metade do século VIII, e a influência aramaica em Ezequiel não é nada além do que seria esperado de alguém que estivesse escrevendo na Mesopotâmia no século VI a.C.
Outros rejeitaram os capítulos 38—39e/úu 40- 48 como se não pertencessem a Ezequiel, por causa de sua natureza apocalíptica, pois alguns supõem que este tipo de literatura não teria se originado antes do período helenista. Estes atribuem os escritos de Daniel à época do período macabeus. Novamente, podemos ver uma tendência anti-sobrenatural em ação, recusando-se a admitir os argumentos a favor da data tradicional do século VI a.C. para essas profecias. A falta de importância relativa da Pérsia em Ezequiel 27.10 e 38.5 e sua completa ausência nos capítulos 1—24 sugerem fortemente que a época de sua escrita tenha sido anterior à ascensão de Ciro em aprox. 550 a.C. Os portões do futuro templo milenar (cf. 40.6-16), com três câmaras de cada lado, são representados pelo padrão dos portões salomônicos escavados em Megido, Gezer e Hazor, cujo esquema foi posterior- mente descontinuado; isto sugere que esta arquitetura só tenha tido algum significado para alguém que tivesse visto o templo de Salomão antes da sua destruição, em 586 a.C.
Tema e Propósito
O tema de Ezequiel é a glória e a transcendência do Senhor. Os judeus no exílio deveriam perceber que seu DEUS não tinha sido derrotado pelos poderes pagãos, mas tinha o pleno direito de julgar seu povo; o Senhor não estava limitado a agir apenas dentro dos limites da Palestina, mas estava presente com eles na distante Babilônia.
A visão do trono do Senhor sobre rodas (Ez 1) revela a capacidade do poder governante de DEUS para ir rapidamente a qualquer lugar da terra ou sobre a terra - sua onipresença. Ele está entronizado sobre toda a criação - a inanimada (representada pelo vento, pela nuvem e pelo fogo, 1.4} e a animada (representada pelos quatro querubins; cf. Ezequiel 1.5-11 com 10.8; 1 Rs 6.23-28) - simbolizando sua onipotência. O Senhor não é apenas um soberano nos assuntos relacionados à sua nação escolhida, Israel, mas também nos assuntos relacionados às sete nações pagãs vizinhas que estão exultando sobre sua queda (Ez 25-32). Ele as destruirá pelo orgulho e pela aversão que demonstraram contra o povo de Israel (a Babilônia não está incluída, talvez porque essa nação seja o instrumento da justiça de DEUS, cf. 29.17-20), mas purificará e corrigirá Israel, e a restaurará como um ato da sua graça que a levará ao arrependimento (36.16-32). O propósito de DEUS é que Israel e as nações saibam que Ele é “o Senhor” - uma frase que aparece aproximadamente 30 vezes entre Ezequiel 6.7 e 39.28.
A nota triunfante da profecia de Ezequiel é anunciada nas últimas palavras do livro: “O Senhor Está Ali”. Este será o nome - o próprio caráter - da nova e restaurada Jerusalém do futuro reino milenar na terra. Em um templo literalmente reconstruído, a adoração semelhante à de Salomão será conduzida por meio de sacrifícios de sangue que terão uma importância sacramental, mas não propiciatória (Gleason Archer, SOTI, pp. 362ss.). Esta será uma organização provisória, dirigida às formas de adoração puramente espirituais, eternas, sem um templo e prometida em Apocalipse 21.9-22.5.
Ezequiel foi o primeiro profeta a ressaltar a verdade da responsabilidade individual (18.1-32; 33.1-20). Embora cada indivíduo possa ser um membro da comunidade da aliança, não existe uma propriedade que seja herdada por meio de justiça própria. Reciprocamente, cada indivíduo pode escapar do julgamento de seus pais, afastando-se dos seus pecados e observando as leis de DEUS.
Estilo e Influência Literária
Ezequiel usa mais simbolismos e alegorias do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento. Suas figuras de linguagem não são dependentes de fontes pagãs, mas têm seu fundamento no santuário de Israel, e nos conceitos dos seus predecessores, uma vez que ele foi educado sob a instrução dos levitas. Apesar disso, ele é insuperável pela vivacidade de suas descrições poéticas. Certamente, ele foi um verdadeiro místico, com uma imaginação artística que o ESPÍRITO de DEUS pôde empregar para representar, em termos humanos, realidades do mundo espiritual invisível (por exemplo, o rei de Tiro evidentemente motivado por Satanás, Ezequiel 28.11-19). Ninguém é tão sensível à atividade sobrenatural do ESPÍRITO, e consequentemente nós nos voltamos a Ezequiel para obter grande parte da doutrina do ESPÍRITO SANTO expressa no Antigo Testamento.
Ezequiel moldou um tipo de profecia conhecida como apocalíptica. Ela é caracterizada pela frequência das visões e pela ênfase no futuro ou em um período escatológico, com as suas tremendas movimentações catastróficas e com as intervenções diretas dos céus. João dependeu de Ezequiel em muitas das figuras e em muitos dos conceitos expressos no Apocalipse (cf. Ap 1.15; 4.3,6 com Ezequiel 1.22- 28: Gogue e Magogue em Apocalipse 20.8 com Ezequiel 38-39; a cuidadosa medição e descrição da cidade etc., em Apocalipse 11.1;
21.10-27 com Ezequiel 40-48; o rio da vida em Apocalipse 22.1,2 com Ezequiel 47.1-12). A importância do bom pastor (Jo 10.1-30) é dependente de Ezequiel 34, como também do Salmo 23. O Senhor JESUS parece ter mostrado a Ezequiel e também a Daniel 7.13,14 o título que Ele mais frequentemente usava para si mesmo, isto é, o Filho do Homem. (Para uma completa discussão dessa expressão veja a obra de Andrew W. Blackwood, Jr., The Other Son of Man. Ezekiel / JESUS, Baker, 1966, pp. 11-25).
Conteúdo
O livro divide-se facilmente em duas partes principais, separadas por uma coletânea de oráculos estrangeiros. A divisão está baseada nas notícias do cerco e da queda de Jerusalém (24.1,2; 33.21). Os capítulos 1-24 contêm denúncias das maldades durante o reinado de Zedequias, o último rei de Judá, ao passo que os capítulos 33-48 são ocupados por promessas voltadas ao futuro remanescente de Israel.
Também é possível dividir o livro em quatro partes:
I. A missão que DEUS deu a Ezequiel, capítulos 1-3.
II. As profecias sobre os pecados de Judá (datadas de 592-588 a.C., antes da queda de Jerusalém), capítulos 4-24.
III. As profecias sobre a punição das nações vizinhas (datadas de 587-585 a.C.; 29.17-21 datadas de 571 a.C.), capítulos 25-32.
A. Contra Amom, Moabe, Edom, e Filístia, 25.1-17
B. Contra Tiro e Sidom, 26.1-28.26
C. Contra o Egito, 29.1-32.32
IV. As profecias e as visões da nação de Israel restaurada na sua terra (datadas de 585-573 a.C., depois da queda de Jerusalém), capítulos 33-48
A. Estágios da restauração e da renovação espiritual da terra e do povo, 33.1-39.29
B. Visões do futuro templo e da adoração na terra gloriosa, 40.1-48.35 - J. R.
 
 
DANIEL LIVRO DE
Características Gerais
O livro de Daniel ocupa um lugar único no AT, Ele introduz predições maravilhosas sobre a vinda do Messias e do Reino de DEUS. Na Bíblia Sagrada (tanto em português quanto em inglês), ele se encontra entre os maiores profetas depois de Ezequiel; na Bíblia hebraica, ele se encontra entre os Escritos, a terceira divisão do cânon judeu. Na Bíblia hebraica, as passagens em hebraico de Daniel l.l-2.4a e 8.1-12.13 revelam o significativo papel de Israel nos desenvolvimentos internacionais; a passagem em aramaico de Daniel 2.46 — 7.28 indica a ordem de sucessão, o caráter e o destino das nações pagãs.
Esboço
I. A história de Daniel, capítulos 1-6
A. A juventude e a educação de Daniel, capítulo 1
B. A imagem do sonho de Nabucodonosor, capítulo 2
C. Fidelidade dos companheiros de Daniel, capítulo 3
D. A árvore do sonho de Nabucodonosor, capítulo 4
E. A festa de Belsazar, capítulo 5
F. Daniel na cova dos leões, capítulo 6
II. Visões de Daniel, capítulos 7—12
A. A Visão dos quatro animais, capítulo 7
B. Visão do carneiro e do bode, capítulo
8
C. A oração de Daniel; visão das 70 se manas, capítulo 9
D. A última visão de Daniel, capítulos 10-12
1.O anjo aparece para encorajar Daniel e predizer o futuro, capítulo 10
2. Pérsia e Grécia; lutas entre os ptolemaicos e os selêucidas; opressão sofrida sob Antíoco Epifânio, capítulo 11
3. A Era Messiânica e sua consumação, capítulo 12
Data e Autoria
Desde a antiguidade a tradição judaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu esse livro durante o exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande Sinagoga terem escrito o livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias, de acordo com o Talmude, significa apenas que eles o copiaram. O livro pretende Te velar uma história séria e afirma que Daniel pronunciou as profecias ali contidas. JESUS referiu-se à “abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel* em Mateus 24.15.
Até o momento, a opinião tradicional tem sido seriamente questionada. Porfírio, um filósofo platônico do século III depois de CRISTO, afirma que o livro foi escrito no século II a.C. Muitos estudiosos modernos consideram que um escriba piedoso usou a figura de Daniel (o uso de pseudônimos era um costume antigo), para estimular lealdade a DEUS e manter o entusiasmo pela causa nacional durante a revolta dos macabeus de 167-164 contra o governante selêucida Antíoco Epifânio. Segundo essa opinião, o livro de Daniel consiste em histórias espúrias sobre Daniel na corte Babilônica durante o período do Exílio e as visões atribuídas a ele, que atravessam a história de Israel desde esse período até o período do próprio escritor, estão concentradas nos anos da perseguição, e sua consumação no reino de DEUS.
Apesar dessa prevalecente opinião crítica contra conferir ao livro a data do século VI, uma gradual inclinação tem sido registrada em direção a uma data anterior. A descoberta do nome de Belsazar (q.v.) nas tábuas de argila da Babilônia, e a provável identificação feita por Whitcomb em relação a Dario, o medo (q.v.) com sendo Gnbaru (em grego, Gobryas), foram muito longe para reivindicar a precisão histérica desse livro para o século VI Supostos problemas linguísticos e exegéticos têm sido mais que adequadamente respondidos por estudiosos conservadores (SOTI, pp. 368ss.). Fragmentos de Qumran do livro de Daniel (150 a.C.) também estão exercendo forte pressão para localizar a data de sua autoria dentro de uma opinião conservadora.
Interpretações
Podemos observar três principais interpretações competindo entre si.
1. A primeira opinião diz que o livro foi escrito para encorajar os judeus a conspirar contra as perseguições de Antíoco Epifânio, Ela trata da história anterior a 164 a.C. O quarto reinado que aparece nos capítulos 2 e 7 é principalmente grego, com principal referência a Antíoco como “o pequeno chifre” de 7.8 que é um paralelo a 8.9.O ungido que foi morto (9.26) provavelmente se refere ao assassinato do sumo sacerdote Onias III, em aprox. 170 a.C. (2 Macabeus 4.33-38). Aquele que causa desolação em 9.27 é Antíoco, e a abominação desoladora refere-se à sua profanação do altar em Jerusalém em 167 a.C., na metade da septuagésima semana de Daniel (capítulo 9). Os sacrifícios haviam cessado, mas foram reinstituídos em 164 a.C., no final da septuagésima semana. A promessa do capítulo 12 é que DEUS irá vindicar os fiéis e ressuscitar os mártires dentre os mortos para gozar as bênçãos de um reino eterno.
2. A segunda interpretação entende que a morte de CRISTO aconteceu no meio da septuagésima semana, em um momento em que os sacrifícios judeus haviam cessado e prevalecia um pacto com a maioria. Consequentemente, depois da morte do Messias, o desolador aparece sobre o templo que, tendo agora se convertido em uma abominação, é destruído. O quarto reino dos capítulos 2 e 7 é Roma; os dez chifres são os dez primeiros imperadores romanos; o “pequeno chifre” é Tito Vespasiano que destruiu Jerusalém no ano 70 d.C. A ênfase dessa interpretação está no Messias que, ao ser morto, trouxe a eterna justiça e fez a reconciliação devido à iniquidade do povo.
3. A terceira interpretação diz que a septuagésima semana de Daniel ainda pertence ao futuro. A atual era da igreja estava escondida dos profetas do AT, mas pode ser considerada como um “parêntesis”. A profecia de que “será tirado o Messias” ou “será morto o Ungido” (9.26) olha para a morte de CRISTO como o final da sexagésima nona semana. Israel receberá o perdão por não ter reconhecido o seu Messias quando “terminarem os tempos dos gentios”, e o Filho do Homem aparecerá uma segunda vez. A segunda metade da septuagésima semana é idêntica à Grande Tribulação de Mateus 24.15-28. O quarto reino de Daniel 2 e 7 é Roma. O “pequeno chifre" é o Anticristo, o grande líder do renascido Império Romano que irá aparecer ao final da era, no meio da septuagésima semana. Ao final da septuagésima semana começará o reino do milênio.
Veja Nabucodonosor. - C. J. H.
 
 
OSÉIAS LIVRO DE
O primeiro dos Profetas Menores no cânon inglês e o décimo segundo no cânon hebraico. Embora ele venha da segunda metade do século VIII a.C., e Obadias, Joel, Jonas e Amós provavelmente pertençam ao século IX e ao início do século VIII a.C., Oséias parece ter sido colocado primeiro por ser o mais longo dos Profetas Menores.
O livro leva o nome de seu autor, e é a única fonte de informação sobre a vida e o ministério de Oséias, Porém, mais é conhecido da vida do lar de Oséias do que de qualquer outro profeta, uma vez que este foi a base de sua mensagem ao povo de DEUS (veja Oséias). Sua profecia é o único escrito sobrevivente do profeta do norte para o seu próprio povo, embora Amós, um profeta do sul, que ministrou ao Reino do Norte, também tenha um livro no cânon sagrado. Snaith pensa que o cap. 7 de Oséias mostra que o profeta era um padeiro. As várias referências a assuntos agrícolas podem sugerir que Oséias tivesse alguma conexão com tais atividades.
Temas Mais Importantes
O livro de Oséias, naturalmente, se divide em duas partes: a vida doméstica do profeta (1.1-3.5) e os discursos do profeta (4.1-14.9). Nos discursos proféticos há três temas dominantes: o pecado da nação (4.1-8.14; 11.12-13.16); a certeza do juízo divino para este pecado (9.1- 10.15; 11.12-13.16); e a concessão final da misericórdia e do amor de DEUS sobre um povo arrependido (11.1-11; 14,1-9).
Teorias de Interpretação
Os primeiros três capítulos de Oséias têm constituído um problema interpretativo tanto para estudiosos judeus como para cristãos. Parece que DEUS ordenou a Oséias que se casasse com Gomer, a meretriz. Uma ordem para fazer algo tão moralmente iníquo parece contestar a justiça e a santidade de DEUS.
Consequentemente, estas várias interpretações surgiram a respeito dos caps. 1-3.
1. Intérpretes judeus durante os tempos medievais (Maimonides, Aben Ezra, Kiinchi) defendiam que nenhum casamento assim teria realmente acontecido. O caso como um todo foi objeto de um sonho ou visão profética. Foi semelhante à visita de Ezequiel a Jerusalém (Ez 8-11).
2. Outros têm defendido que o casamento de Oséias foi uma alegoria profética. Porém, seria errado pensar ser possível deduzir qual foi a situação real a partir de tal alegoria. Contra esta opinião repousa o fato de que nenhum significado alegórico claro pode ser encontrado para o nome de Gomer.
3. Lutero e Osiander sugeriram que embora Gomer e seus filhos sejam chamados de adúlteros, isto foi feito com propósitos parabólicos, e não foi na verdade o caso.
4. Gomer já era uma meretriz na época em que DEUS ordenou que Oséias se casasse com ela. Cada passo no relacionamento foi tomado não pelo impulso do profeta, mas pela ordem de DEUS. Isto é, o casamento do profeta, o nascimento de seus filhos, a dilaceração de sua casa, e a restauração de Gomer, aconteceram deliberadamente como um meio pelo qual DEUS pôde falar com Israel (por exemplo, Hubard, With Bands ofLove, p. 54).
5. Tomás de Aquino e Sebastian Schmidt procuraram contornar o problema supondo que Gomer fosse uma concubina ao invés de uma esposa. É difícil ver como isto evita qualquer uma das dificuldades.
6. E muito provável que a interpretação correta tenha sido a sugerida por Gebhard. Ele defendeu que Oséias casou-se com Gomer antes de sua prostituição. Foi somente após o casamento e o nascimento de Jezreel que Gomer tomou-se infiel. Na época de seu casamento com Oséias ela tinha em si um espírito de prostituição (cf. Os 4.12; 5.4), mas que ainda não havia se manifestado. Esta interpretação tem as vantagens de preservar o caráter histórico do relato e a santidade de DEUS. Veja também Oséias.
Mensagem
Quaisquer que possam ser as dificuldades para se determinar a interpretação correta, a mensagem básica do profeta é clara. Israel é a esposa de Jeová (2.19,20; cf. 2.2), Ela entrou neste relacionamento santo por intermédio de uma aliança (6.7; 8.1). No entanto, como Gomer, a nação é culpada de infidelidade espiritual, tendo sido corrompida pela adoração a Baal (2.8,13,17; 4.13; 11.2). Mais fundamental que a idolatria é a falta de conhecimento pessoal do povo a respeito de seu DEUS (4.1,6; 5.4; 6.6; 13.4). Eles rejeitaram o contato próximo e caloroso com o coração amoroso do Senhor (4.6). Eles, por sua vez, devem se esforçar para conhecer ao Senhor Jeová (6.1-3). Coordenada com a sua infidelidade e rejeição do amor de DEUS está a ausência da lealdade e devoção à aliança (hesed) por parte deles (4.2; 6.4,6); um reavivamento de sua observância é essencial (10.12; 12.6). Embora Israel tenha caído neste nível desprezível, o Senhor ainda o ama com uma fervorosa compaixão (11.8,9; 14.4), Se Israel tão somente se arrepender (10.12; 12.6; 14.1), o Senhor terá misericórdia e o restaurará. Enquanto Amós se enfurece contra o Reino do Norte, Oséias o defende. Em Amós está retratada a justiça inigualável de DEUS, enquanto em Oséias está demonstrado o amor (hesed) infalível de DEUS. Assim como Lucas escreve a respeito do filho pródigo, Oséias fala da esposa pródiga.
Estilo e Texto
O estilo incomum do escritor deste livro propõe alguns problemas difíceis para o exegeta. Ele usa uma grande variedade de figuras de linguagem ao mostrar pensamentos paralelos no padrão da poesia hebraica. O escritor funde-se com a mensagem que entrega, a ponto de frequentemente parecer estar defendendo a capacidade do próprio DEUS. Este vigor pessoal é responsável por muitas das transições abruptas e torna vão encaminhar partes do Livro para interpolações posteriores. Uma outra dificuldade é que o texto hebraico de Oséias é provavelmente mais alterado do que qualquer outro livro do AT. A LXX pode ser usada em várias passagens para restaurar o texto. Ocasional mente, ele pode ter preservado leituras superiores bem como frases adicionais.
Esboço
Título, 1.1
I. Introdução: A Mensagem Gerai por Ilustração, 1.2-3.5
A. O primeiro casamento de Oséias com a meretriz Gomer, 1.2-2.23
1. Os filhos nascem e recebem nomes que simbolizam a rejeição de Israel, 1.2-9
2. Mensagem de conforto para Oséias a respeito de Israel, 1.10-2.1
3. Mensagem de castigo para Israel, 2.2-13
4. Mensagem de restauração para Israel, 2.14-23
B. Novo casamento de Oséias com Gomer, 3.1-5
1. A recompra e a purificação de sua mulher adúltera, 3.1-3 2. O significado simbólico: por meio do cativeiro Israel estará preparado para a restauração nos dias finais, 3.4,5
II. O Tratado; A Mensagem em Detalhes por meio da Profecia, 4,1-14.8
A. O litígio de DEUS; O pecado de Israel é intolerável, 4.1-6.3
1. A acusação: falta e rejeição do conhecimento prático de DEUS, fidelidade e lealdade de aliança, 4.1-5.7
2. A sentença, 5.8-14
3. A profecia de restauração, 5.15-6.3
B. O julgamento de DEUS: Israel está prestes a ser castigado, 6.4-10.15
1. O caráter de seus pecados exige punição, 6,4-8.14
2. Descrição de sua punição, 9.1-10.15
3. Apelo parentético por arrependimento, 10.12
C. O amor de DEUS: Israel deve ser restaurado, 11,1-14.8
1. O fervoroso amor de DEUS por Efraim e a futura restauração, 11.1-11
2. Contudo, a pecadora Efraim deve primeiro ser punida, 11.12-13.16
3. Vitória final do amor de DEUS,14.1-8
Conclusão, 14.9
P. D. F.
 
 
JOEL LIVRO DE (BEP- CPAD)
Autor: Joel
Tema: O Grande e Terrível Dia do Senhor
Data: 835-830 a.C. (?)
Considerações Preliminares
Joel, cujo nome significa “O Senhor é DEUS”, identifica-se como “filho de Petuel” (1.1). Suas numerosas referências a Sião e ao ministério do templo indicam que ele era profeta em Judá e Jerusalém, e sua familiaridade com os sacerdotes sugere ter sido ele um profeta “sacerdotal” (cf. Jr 28.1.5) que proclamou a verdadeira palavra do Senhor.
Levando-se em conta que Joel não menciona nenhum rei, ou evento histórico, não se pode determinar o período de seu ministério. Acredita-se que tenha sido exercido depois de os exilados terem voltado a Jerusalém e reedificado o templo (c. de 510 - 400 a.C.). Nesta época, não havia rei em Judá, e os líderes espirituais de maior destaque eram os sacerdotes. Acredita-se ainda que a mensagem de Joel haja sido entregue durante os primeiros dias do jovem rei Joás (835—830 a.C.), que subiu ao trono de Judá com a idade de sete anos (2 Rs 11.21), e permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a ausência de qualquer referência à realeza. O tema de Joel e seu estilo literário identificam-se mais com os profetas do século VIII a.C. — Amós, Miquéias e Isaías, do que com os profetas pós-exílicos — Ageu, Zacarias e Malaquias. Estes e outros fatos favorecem o contexto do século IX a.C. para o livro de Joel. A ocasião imediata para o livro foi uma invasão de gafanhotos e uma seca severa que, combinadas, devastaram o Reino de Judá. A voracidade com que uma praga de gafanhotos desnuda todo o verde, em muitos quilômetros quadrados, acha-se mais que patente naquela parte do mundo, tanto nos tempos de Joel quanto hoje.
Propósito
Joel falou e escreveu em virtude de duas recentes calamidades naturais, e da iminência de uma invasão militar estrangeira. Seu propósito era tríplice:(1) juntar o povo diante do Senhor numa grande assembleia solene (1.14; 2.15,16); (2) exortar o povo a arrepender-se e a voltar-se humildemente ao Senhor DEUS com jejuns, choro, pesar e clamor por sua misericórdia (2.12-17); e (3) registrar a palavra profética ao seu povo por ocasião de seu sincero arrependimento (2.18—3.21).
Visão Panorâmica
O conteúdo do livro divide-se em três seções. (1) A primeira seção (1.2-20) descreve a devastação de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos, que arrancou as folhagens das vinhas, árvores e campos (1.7,10), reduzindo o povo a indescritível penúria. Em meio à calamidade, o profeta conclama os líderes espirituais de Judá a guiar a nação ao arrependimento (1.13,14). (2) A segunda seção (2.1-17) registra a iminência de um juízo divino ainda maior, proveniente do Norte (1.1-11), na forma de (a) outra praga de gafanhotos descrita metaforicamente como um exército de destruidores, ou (b) uma invasão militar literal. De novo, o profeta soa a trombeta espiritual em Sião (2.1,15), conclamando grande assembleia solene para que os sacerdotes e todo o povo busquem sinceramente a misericórdia divina, com arrependimento, jejuns, clamores e genuíno quebrantamento, diante do Senhor (2.12, 17). (3) A seção final (2.18—3.21) começa declarando a misericórdia de DEUS em face do arrependimento sincero do povo (os verbos hebraicos de 2.18,19a indicam ação completada, e devem ser traduzidos no tempo passado). O humilde arrependimento de Judá e a grande misericórdia de DEUS dão ocasião às profecias de Joel a respeito do futuro, abrangendo a restauração (21.19b-27), o derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre toda a humanidade (2.28-31) e o juízo e a salvação no final dos tempos (3.1-21).
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Joel. (1) É uma das obras literárias mais esmeradas do AT. (2) Contém a profecia mais profunda no AT a respeito do derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre toda a humanidade. (3) Registra numerosas calamidades nacionais — pragas de gafanhotos, seca, fome, incêndios arrasadores, invasões militares, desastres nos céus — como juízos divinos em decorrência da desintegração espiritual e moral do povo de DEUS. (4) Enfatiza que DEUS, às vezes, opera sobrenaturalmente na história através de calamidades naturais e conflitos militares a fim de levar a efeito o arrependimento, o avivamento e a redenção da humanidade. (5) Oferece o exemplo de um pregador que, em virtude de sua estreita comunhão com DEUS e estatura espiritual, conclama o povo de DEUS a arrepender-se de modo decisivo, em âmbito nacional, numa hora crítica de sua história, e consegue resultados positivos.
O Livro de Joel ante o NT
Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do NT. (1) A profecia a respeito da descida do ESPÍRITO SANTO (2.28-32) é citada especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de o ESPÍRITO SANTO ter sido enviado do céu sobre os 120 membros fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas, da profecia e do louvor a DEUS (At 2.4,6-8,11,17,18). (2) Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel (2.32a; 3.14; ver At 2.2, 37-41). Paulo também cita o mesmo versículo (ver Rm 10.13). (3) Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreriam no final dos tempos (2.30,31), não somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20), mas também referidos por JESUS (e.g., Mt 24.29) e por João em Patmos (Ap 6.12-14). (4) Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá (3.2, 12-14), é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21; 20.7-9).
Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no NT. Os dons do ESPÍRITO que começaram a fluir através do povo de DEUS, no Pentecoste, ainda se acham à disposição dos crentes (cf. 1 Co 12.1—14.40). Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do ESPÍRITO SANTO (i.e., a analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias, 2.23-27) e os versículos que se seguem (i.e., os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, 2.30-32) indicam que a profecia sobre o derramamento do ESPÍRITO SANTO (2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.
 
 
AMÓS LIVRO DE
Um profeta do século VIII, Amós (do hebraico ‘amos, “carregador de fardos”) foi incomparável no seu ousado ministério ao reino de Israel, principalmente por ser nativo de Judá, Ele não teve o seu treinamento nas escolas religiosas ou associações proféticas do seu tempo. Ao contrário, ele negava qualquer conexão prévia com a comunidade religiosa formal (Am 7.14,15). Ele se colocava no meio do mundo em que vivia como um pastor (1.1) e um cultivador de sicômoros (7.14) . A sua familiaridade com a vida rural se encontra refletida na sua escolha de palavras: leão, urso e cobra (5.19); gafanhotos e erva (7.1); e cesto de frutos de verão (8.1). Ele vivia no deserto ou na terra de pastoreio próxima a Tecoa (cf. 2 Cr 11.6; Jr 6.1), uma aldeia situada a cerca de 16 quilômetros ao sul de Jerusalém e a 20 a oeste do Mar Morto. Três afirmações em Amós 1.1 indicam a época em que ele viveu: (1) Uzias era o rei de Judá; (2) Jeroboão era o rei de Israel; (3) dois anos antes do terremoto. Estudos críticos parecem colocar a convergência desses três fatos ao redor do ano 760 a.C.
Amós foi um profeta, um porta-voz de DEUS, mas não por sua escolha (cf. Paulo, Jeremias e Isaías); foi por meio de uma ordem de DEUS (7.15). A sua compreensão do cenário espiritual do seu tempo levou muita gente a classificá-lo como o início de uma nova ordem de profetas. Seu ministério o conduziu a Betel, o centro da apostasia religiosa do reino do norte (1 Rs 12.26-33). Os últimos dias antes da queda de Israel foram caracterizados por grande prosperidade material. Ainda desfrutando da luxúria da vitória militar durante o reinado de Jeroboão II, Israel permitiu que uma segurança temporária substituísse a sua confiança no DEUS vivo.
A denúncia de Israel por Amós (Am 2.6-16) pode servir para delinear um estudo da condição social, moral e religiosa do povo. Socialmente, duas classes distintas tinham se desenvolvido: a pobre e a rica. Os ricos estavam procurando ficar mais ricos de qualquer maneira (2.6,7). O descontrole moral era desenfreado. A embriaguez e a permissividade sexual estavam em um nível abominável (2.7,8). A perversão religiosa era absurda. Para a maior parte da população, a idolatria era considerada algo normal (2.8), Os fiéis eram ridicularizados, punidos e objeto de zombaria (2.12). O nível ao qual o povo tinha caído é caracterizado por sua aparente indiferença à sua posição como uma nação libertada e cuidada (2.9-11). O arrependimento e a obediência eram imperativos, o único escape do julgamento iminente.
Amós, ou o compilador (cf. sobrescritos e porções em terceira pessoa na narrativa) organizou esse material em três divisões principais, Provavelmente o livro contenha somente uma parte das palavras ditas por Amós em Betel. Se o livro tivesse outro editor diferente de Amós, possivelmente este também seria de Judá e um companheiro do profeta no seu caminho para o norte, pois a natureza do texto evidencia um registro precoce das mensagens do profeta.
Os capítulos 1 e 2 são vistos como uma divisão, incluindo um prefácio (1.1,2) no qual é anunciado o tema de Amós de que a ira do Senhor é iminente, e irá dar lugar a uma série de julgamentos de Israel e dos seus vizinhos. Uma segunda divisão está contida nos capítulos 3-6. Estes, por sua vez, estão subdivididos, e cada parte começa pelas palavras “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). A divisão final, capítulos 7-9, contém uma série de cinco visões (7.1- 3; 7.4-6; 7.7-9; 8.1-14; 9.1-10) interrompidas por um relato histórico de sua visita a Betel (7.10-17). Talvez naquela ocasião ele tenha proclamado as mensagens de aviso dos capítulos 1-6. A sua pregação parece ter sido inspirada pelas palavras que acompanhavam a quarta visão, encontradas em 7.4-6 (cf. 2.6,7). Um epílogo (9.11-15) predizendo a restauração do reino de Davi conclui a obra.
Os versículos chave do livro podem ser 3.2 - que diz que o julgamento é determinado de acordo com os privilégios, para que o povo escolhido para a aliança com DEUS, acima dos outros, não escape - e 4.12, uma convocação para a renovação da aliança.
O livro pode ser resumido da seguinte maneira:
I. Julgamentos contra as nações do Oriente Próximo, capítulos 1 e 2
1. Profecias contra vizinhos ímpios, 1.3— 2.3
2. Ira sobre as duas nações da Aliança, 2.4-16
II. Proclamações contra Israel, capítulos 3-6
1. O fato da culpa de Israel, 3.1-15
2. A depravação de Israel, 4.1-13
3. A punição próxima para o pecado de Israel, 5.1-17
4. O cativeiro do qual não poderiam escapar, 5.18-27
5. O perigo da complacência, 6.1-14
III. Cinco visões a respeito de Israel, 7.1-9.10
1. Gafanhotos devoradores, 7.1-3
2. Fogo consumidor, 7.4-6
3. Prumo: oposição ao sacerdote de Betel, 7.7-17
4. Cesto de frutos de verão, 8.1-14
5. Julgamento do Senhor no altar apóstata de Betel, 9.1-10
IV. A promessa da restauração, 9.11-15 Os temas teológicos de Amós podem ser resumidos brevemente como o caráter santo do DEUS soberano, a exigência por parte de DEUS de justiça social, a moral e a infidelidade religiosa do povo da Aliança apresentadas em grande desacordo com a lei de Moisés, a realidade do julgamento, a salvação por meio do arrependimento, e a derradeira restauração e cumprimento dos propósitos de DEUS. R. O. C.
 
 
OBADIAS LIVRO DE
Na disposição atual da Bíblia Hebraica este livro é listado como o quarto dos Profetas Menores, A LXX o coloca em quinto lugar.
Autor - Veja Obadias, o 12º homem listado em Obadias.
Tema - O tema distinto deste livro é a reprovação que o profeta faz em relação aos edomitas, por seu orgulho ao se regozijarem pelas desgraças que aconteceram a Jerusalém.
Esboço
Sendo o mais curto dos livros do AT, ele possui apenas um capítulo dividido em 21 versículos.
I. Queda de Edom de sua Posição de Fortaleza, vv. 1-9
II. Orgulho, a Causa da Condenação de Edom, vv. 10-14
III. O Juízo de DEUS sobre Edom, vv. 15,16
IV. Superioridade Final de Israel, vv. 17-21
Data
Nenhuma data específica é expressa para se definir com precisão a atividade de Obadias. Ela parece estar definitivamente ligada a uma época em que uma terrível desgraça aconteceu na cidade de Jerusalém, e os edomitas alegremente se orgulharam do fato de que eles, por causa de sua localização geográfica, estavam imunes a esta tragédia. A questão crucial é a data da calamidade de Jerusalém descrita nos vv, 11-14.
As invasões significativas às quais Jerusalém foi submetida durante os vários períodos do AT foram; (1) Por Sisaque durante o reinado de Roboão (1 Rs 14.25,26); (2) Pelos filisteus e arábios enquanto Jeorão era rei (2 Cr 21.16,17; 2 Rs 8.20); (3) Pelo rei Joás de Israel enquanto Amazias governava em Jerusalém (2 Rs 14.13,14); (4) Pelos edomitas que atacaram Judá durante o reinado de Acaz (2 Cr 28.17); (5) Por Nabucodonosor, que não só invadiu Judá, mas reduziu Jerusalém com seu Templo a ruínas durante os anos 605-586 a.C. (2 Rs 24.1ss.).
O conteúdo de Obadias, de acordo com o consenso geral de estudiosos da atualidade, parece refletir mais particularmente as condições durante o reinado de Jeorão, em aprox. 848-841 a.C., ou a época da destruição literal de Jerusalém em 586 a.C. O ponto mais crucial são as interpretações dos versículos 11-14. Eles refletem uma completa devastação e destruição final de Jerusalém? Ou se referem a uma invasão, saque e pilhagem que não resultaram em sua destruição nem em um exílio que pôs fim ao reino de Judá? Esta invasão de que os edomitas participaram parece ser mais bem datada no reino de Jeorão. Esta opinião tem sido defendida por Delitzsch, Kleinert, Orelli, Kirkpatrick e Archer (cf. bibliografia).
A relação literária entre Obadias 1-9 e Jeremias 49.7-22 também merece uma séria consideração. Embora eles possam ter usado uma fonte comum, parece bastante provável que Jeremias, em sua extensa passagem, reflita o conhecimento de Obadias. Isto favoreceria uma data anterior para o livro de Obadias. Também foi sugerido que Joel, em seu livro, reflete o conhecimento de Obadias nas seguintes referências: Joel 3.19, cf.
Obadias 10; Joel 3.3, cf. Obadias 11; Joel 1.15; 2,1; 3.4,7,14, cf. Obadias 15; Joel 3.8, cf. Obadias 18. Esta possibilidade da mesma forma apontaria um período anterior para Obadias. S. J. S.
 
 
JONAS LIVRO DE
Colocado em quinto lugar entre os escritos dos doze Profetas Menores, o livro de Jonas é, talvez, o mais conhecido de todos. Ele é, ao mesmo tempo, o mais apreciado e também o mais controvertido.
História
O principal problema da crítica desse livro é a sua historicidade. De forma quase unânime ele é proclamado pelos conservadores e negado pelos liberais, e é da solução desse problema que depende a maioria dos outros problemas desse livro. O fato é que o estilo e a linguagem usados fornecem todas as provas de uma narrativa histórica e tanto os judeus (cf. Tobias 14.4ss.; Jos Ant. ix.10.1) como os cristãos compreenderam esse sentido recentemente. A identificação de Jonas com o profeta histórico (2 Rs 14.25; veja Jonas) serve como outra indicação, assim como o testemunho de JESUS CRISTO (Mt 12.38-41; 16.4; Lc 11.29-32). A história dos três dias e três noites de Jonas no ventre do grande peixe, e o arrependimento de Nínive, eram fatos aceitos não só por JESUS, que a eles referiu-se, mas também pelos escribas e fariseus com quem Ele o mencionou como sendo um sinal.
A alegação de que JESUS estava sendo complacente com a ignorância histórica de sua audiência não é muito convincente, pois isso resultaria no argumento cíclico que diria que JESUS não poderia estar certificando sua historicidade se este não tivesse sido um fato histórico. Além disso, deve-se ignorar o fato de que um “sinal” de ficção provavelmente nunca seria oferecido por JESUS como resposta suficiente aos escribas e fariseus que exigiam dele esse sinal. Entretanto, essa historicidade foi contestada pelos liberais, que se basearam nos elementos miraculosos, nas declarações sobre Nínive, na linguagem, na forma, e no aspecto político.
Embora esse livro tenha sido rejeitado como mitológico, simbólico ou fictício, seu caráter alegórico e parabólico tem sido sugerido muitas vezes pelos não historicistas. De acordo com a interpretação alegórica, toda característica tem um elemento correspondente na experiência de Israel. Jonas representa a nação, sua fuga representa a negação de sua missão junto aos povos, o navio no mar é o navio da intriga diplomática no mar do mundo, os marinheiros são os gentios, a tempestade é a transferência do poder da Assíria para a Babilônia, o peixe é o exílio e o vômito de seu corpo é o seu retomo. Muitos liberais acreditam que uma interpretação alegórica “depende demasiadamente das fantasias da imaginação do intérprete”, e por esta razão têm afirmado que se trata de uma simples parábola, com uma analogia mais geral, do que um paralelismo preciso.
Autoria
Aqueles que reconhecem a historicidade desse livro geralmente aceitam que Jonas foi o autor de sua própria história. Embora todo o livro, exceto o salmo (2.2-9) tenha sido escrito na terceira pessoa, isso pode apenas significar que, caso o próprio Jonas não seja o autor, uma outra pessoa (até mesmo um amanuense) o encomendou, porém os fatos realmente vieram de Jonas. Também é possível que este fosse um artifício literário usado por Jonas, característico da narrativa histórica (Moisés sempre usava a terceira pessoa quanto fazia referências a si mesmo em Êxodo e Deuteronômio). O salmo pode ter sido uma unidade literária do poeta, no qual a primeira pessoa foi conservada por causa de sua especial natureza pessoal. Entretanto, muitos liberais acreditam que o salmo tenha vindo de uma pena completamente diferente da do autor anônimo. O suposto autor sugerido é um escritor do século IV a.C. que teria simplesmente usado uma figura histórica anterior como um pretexto sobre o qual poderia apoiar a sua imaginação.
Data
Parece que a aceitação da historicidade de Jonas exige que se date os eventos do livro durante o reinado de Jeroboão II (782-753 a.C.). É provável que esse livro tenha sido escrito antes de 745 a.C., quando os assírios, sob Tiglate-Pileser III, recuperaram o domínio sobre o Oriente Próximo. R Dick Wilson, G. L. Archer (SOTI, pp. 300ss.) e outros mostraram que certas palavras pouco comuns e prováveis aramaísmos não provam uma data posterior ao exílio. Entretanto, os não historicistas entendem que a maior parte dos escritos seja do final do século IV a.C., e que o salmo tenha sido acrescentado no século II a.C. Aqueles que negam a historicidade desta obra nunca atribuem o livro a uma data anterior ao exílio, enquanto aqueles que a aceitam não encontram razões para colocá-lo como uma obra posterior.
Estrutura e Estilo
Ao contrário dos demais Profetas Menores, esse livro apresenta uma narrativa inteiramente histórica, e não uma coletânea de oráculos proféticos. Na verdade, a única afirmação profética no livro é: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (3.45). Somente o fato de Jonas ser reconhecido como um verdadeiro profeta pode explicar sua inclusão no canônico Livro dos Doze, Sua narrativa é vivida, mas não complicada, e a ação se desenrola sem descrições desnecessárias. A estrutura é extremamente simples, com quatro capítulos onde cada um contém uma unidade distinta de pensamento. A única complicação dessa estrutura de quatro capítulos é o fato de que a passagem em 1.17 do texto inglês corresponde a 2.1 do texto hebraico.
Ocasião e Propósito
Durante o período do renascimento nacional, Israel precisava saber qual seria a atitude de DEUS em relação aos outros. Embora a evangelização estrangeira não fosse a principal missão de Israel como povo escolhido (Veja Freeman, An Introductian to the Old Testament Propkets, p. 163), eles precisavam aprender que o Senhor ainda amava as outras nações, e desejava trazer a elas a salvação através (ou, pelo menos, por cansa) do seu povo escolhido. Obviamente, esse livro estava dirigido ao Reino do Norte de Israel e, nesse sentido, assume o seu lugar junto com Oséias e Amós.
Esboço
I. A Recusa a Obedecer a Ordem de DEUS, ou a Luta contra a Vontade de DEUS, 1.1-16 A. Fuga por mar, 1.1-6
Quando o Senhor lhe ordenou que pregasse contra a iníqua Nínive, Jonas tomou um navio para Társis a fim de fugir da presença de DEUS, e depois teve que enfrentar sua ameaça contra todos aqueles que estavam a bordo.
B. Lançado ao mar, 1.7-16
Reconhecendo a divina vingança por causa da fuga de Jonas, os marinheiros procuraram escapar da tempestade e, em seguida, lançaram Jonas ao mar.
II. Submetendo-se à Vontade de DEUS, 1.17-2.10
A. Arrependimento, 1.17—2.1 Quando Jonas foi engolido por um peixe divinamente preparado, ele orou a DEUS.
B. Oração, 2.2-9
“Na minha angústia, clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz... eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento”.
C. Libertação, 2:10
O Senhor fez com que o peixe vomitasse Jonas.
III. Fazendo a Vontade de DEUS, 3.1-10
A. Uma profecia eficaz, 3.1-5 Obedecendo à segunda ordem de DEUS para ir a Nínive, Jonas profetizou sua destruição e as pessoas creram em DEUS.
B. Um arrependimento eficaz, 3.6-10
O rei se arrependeu e decretou: “Todo homem deve se arrepender”; assim DEUS não enviou o castigo que planejara.
IV. O Egoísmo em Relação às Bênçãos de DEUS, ou Entendendo a Vontade de DEUS, 4.1-11
A. Objeção de Jonas à compaixão de DEUS, 4.1-5
Irado, Jonas orou: “Sabia que és DEUS piedoso”; mas DEUS o censurou e ele aguardou do lado de fora da cidade,
B. A ilustração de DEUS sobre a necessidade de compaixão, 4.6-11
O Senhor preparou uma planta para dar sombra a Jonas, e depois a destruiu. Em seguida, o Senhor, em outras palavras, fez a seguinte pergunta a Jonas: Como você pode ter compaixão de uma árvore e negar a minha piedade ao povo de Nínive?”
A Questão do Milagre
O milagre tem sido considerado muitas vezes como o maior problema. Os estudiosos teologicamente conservadores têm cometido o erro muito frequente de estarem demasiadamente preocupados em provar, através de paralelos históricos, que o peixe engoliu Jonas. Embora a sobrevivência a tal experiência esteja bem documentada em relação ao peixe, ela é desnecessária, pois 1.17 deixa claro que o Senhor preparou “um grande peixe”.
Também existem milagres no arrependimento de Nínive e na planta. Todos eles estão envolvidos em um complexo de milagres. A confiabilidade de qualquer milagre depende da habilidade de DEUS de realizá-lo, e não do homem ao explicá-lo. Jonas profetizou próximo à época de Eliseu e Elias no Reino do Norte, cujos contatos com a Fenícia (1 Rs 17.9-24) e a Síria (2 Rs 5) eram, da mesma forma, acompanhados por milagres.
A Questão do Salmo
O salmo (2.2-9) projeta-se no decorrer da prosa do livro e apresenta não só um problema literário como também um problema lógico. Embora muitos comentaristas tenham citado uma variedade de salmos individuais que poderiam ter sido citados, suas palavras não se coadunam suficientemente bem para levar à conclusão de que fossem citações específicas. Muitos salmos, provavelmente, estavam na mente de Jonas e podiam ser livremente enunciados a fim de se ajustar àquela situação particular, e de maneira a expressar apropriadamente as suas emoções. Novamente, os não historicistas atribuem essa porção a um autor do segundo século a.C., que teria vindo até mais tarde que o anônimo autor da narrativa.
Mesmo quando entendido como uma composição de Jonas, e formando uma unidade com o restante do livro, O problema continua existindo. Será que Jonas estava agradecendo a DEUS por tê-lo livrado do mar através de um peixe? Será que um homem poderia orar de maneira tão eloquente no meio de uma experiência tão traumática? Talvez Jonas orasse do peixe, agradecendo a DEUS por tê-lo salvado do mar e, com base nessa salvação inicial, ele estivesse contemplando a sua conclusão. Além disso, o salmo encontrado no texto pode representar, em geral, os seus pensamentos naquele momento, e teve o seu estilo poeticamente aperfeiçoado mais tarde depois de alguma reflexão.
As Questões de Nínive
Se esta história tiver sido a criação de um escritor do quarto século, ele foi tolamente descuidado ao elaborar as suas referências a Nínive, porque deixou que muitos pontos ficassem expostos e sujeitos a críticas. Alguns alegam que a cidade nunca teve um “rei” (3.6); que Nínive nunca foi tão grande para que uma pessoa levasse três dias para atravessá-la a pé (3.3); e Jonas nunca poderia ter falado sua própria língua ao pregar, porque não seria razoável que uma cidade se arrependesse tão facilmente, e porque não existe nenhum registro secular desse fato. Além disso, o tamanho da cidade é mencionado no tempo passado (3.3).
O termo “rei de Nínive” (3.6) é uma metonímia com um adequado precedente no AT; por exemplo, havia reis em cidades como Samaria (2 Rs 21.1), Damasco (2 Cr 24.23), Salem (Gn 14.18) e Sião (Jr 8.19). Além disso, como Nínive ainda não era a capital da Assíria, o autor pode ter usado a palavra melek (“rei”) como uma transliteração da palavra acádia, malku, que significa “governador”.
O tamanho da cidade poderia se referir ao seu perímetro, assim como ao seu diâmetro; a área metropolitana da cidade poderia incluir as cidades vizinhas imediatamente próximas (por exemplo, Calá, Reobote-Ir e Resém de Gênesis lO.llss.), ou a “viagem” poderia ter sido uma caminhada quando pregou sua mensagem nos domínios da cidade. O aramaico já estava se tornando uma língua comercial bastante difundida (cf. 2 Rs 18.26), o que Jonas provavelmente já sabia e da qual já teria suficiente conhecimento para transmitir sua mensagem a Nínive. A questão deveria estar centralizada naquilo que DEUS podia fazer, ao invés daquilo que o profeta não podia fazer.
As severas pragas de 765 e 759, e o eclipse total de 763 a.C., poderiam ter sido usados por DEUS para alertar o povo sobre as necessidades que tinham; e quando combinados com o trabalho do ESPÍRITO de DEUS, através de seu profeta, certamente haveria razão suficiente para o grande arrependimento que foi registrado. O fato desse arrependimento nacional não ter sido encontrado nos anais sírios existentes é um argumento a favor do silêncio. Muitos outros eventos e povos conhecidos através da Bíblia têm sido confirmados apenas recentemente através das modernas descobertas arqueológicas. Não é de admirar que esse arrependimento obviamente não tenha durado e isso fornece uma razão a mais para os assírios não o terem mencionado em seus registros oficiais. O modo passado do verbo relativo às necessidades de Nínive significa apenas que os eventos que ali tiveram lugar estavam no passado quando o registro foi escrito.
Importância
Poucos livros do AT têm uma aplicação tão óbvia na igreja contemporânea. Eles podem ser usados para ajudar os cristãos a superar a barreira de sua estranheza quanto à missão evangelística, à medida que são informados e assegurados do amor de DEUS pelo mundo e do seu desejo de usar os salvos para alcançar todos os que se encontram perdidos. Mas o livro de Jonas não ensina a simples disposição de ir a um país estrangeiro como missionário em busca da recompensa pela obediência. Na verdade, essa é uma das deficiências que o livro procura corrigir. Não basta obedecer a uma ordem; devemos sentir simpatia por ela. A evangelização é uma obra que é realizada em benefício dos perdidos, e não do evangelista. Devemos obedecer a DEUS - mas pelas verdadeiras razões. A finalidade das missões é o reconhecimento da vontade de DEUS - e também obediência e aceitação. W. A. A.
 
 
MIQUÉIAS LIVRO DE
O nome Miquéias, que significa “Quem é como Jeová", era muito comum entre os hebreus. Ele foi um profeta, autor do livro que leva o seu nome (Mq 1.1; Jr 26.18). Viveu em Moresete-Gate (Mq 1.1,14), uma cidade em Judá, perto da cidade de Gate dos filisteus e que, possivelmente, esteve alguma vez sob o governo de Gate. Essa cidade estava 30 ou 40 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Eusébio e Jerônimo citam a tradição que colocou esse local não muito longe do leste de Eleuterópolis, que tem sido identificada com Beit Jibrin, situada em um vale que leva da planície costeira ao interior da Judéia, perto de Jerusalém. Dessa forma, o profeta viveu onde era capaz de observai׳ a longa estrada por onde, durante séculos, haviam passado os exércitos invasores, assim como os pioneiros e as caravanas comerciais.
Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Ele pregou durante os reinados de Jotão (aprox. 742-735 a.C.), Acaz (aprox. 735-715 a.C.) e Ezequias (aprox. 715-687 a.C.), reis de Judá. e serviu tanto ao reino do norte como ao do sul, e dirigiu-se a Samaria e a Jerusalém. Tem havido discussões a respeito do título do livro (1.1), mas seu conteúdo confirma tanto a data atribuída ao profeta como os objetos de seu ministério, as capitais de Israel e de Judá. Enquanto Isaías ministrava em Jerusalém, supõe-se que Miquéias profetizava entre as classes humildes da nação. Mas ele poderia facilmente ter profetizado também na capital, pois denunciou os líderes do reino e, em grande parte, fez de Jerusalém o centro de suas mensagens.
Faltam evidências para consubstanciar a opinião de que Miquéias era um homem do campo, simplesmente porque residia em uma cidade do interior da Judéia. Ele menciona lugares do interior (1.10-15), mas também lugares em outras partes de ambos os reinos (2.12; 4.8; 5.2; 7.14), Seu estilo não mostra que era uma pessoa rústica. Suas rápidas transições de um tema para outro mostram apenas que tinha um espírito jovial e que possuía uma certa coragem ao falar. As tradições a respeito de sua origem, morte e local de sepultamento são obtidas, em parte, da confusão feita com Micaías, filho de In lá, contemporâneo de Acabe, rei de Israel (1 Rs 22.8). Tem sido conjeturado, a partir de 2.2, que Miquéias era um fazendeiro e que aquela propriedade que foi tomada com violência pode ter sido sua. Mas Miquéias era capaz de falar diretamente e demonstrar uma forte indignação. Era um escritor de grande habilidade e sublimes declarações (6.1-8), assim como Isaías. Não se pode duvidar que Miquéias, assim como Isaías, exerceram grande influência sobre o rei Ezequias em sua reforma da vida espiritual do reino (veja Jr 26.18).
Miquéias era um homem capaz de ter grande simpatia pelos oprimidos e sensibilidade pelos sofrimentos de seus conterrâneos, e enfrentava a oposição com evidente coragem. Sua linguagem mostra que deve ter sido um homem de grande força emocional e elevados ideais de moralidade. C. L. F.
Miquéias é o sexto livro dos profetas menores. O estilo de sua profecia é simples e vigoroso. O profeta gostava de perguntas e empregava a metáfora, o jogo de palavras e a ironia. Miquéias deixou apenas um resumo de suas pregações, mas o que registrou mostra que era um digno contemporâneo de Isaías através da precisa denúncia dos pecados da nação e de seus líderes, e pelo brilhante fervor de suas profecias messiânicas. Ao ministrar no século VIII a.C., ele observou que o poder ameaçador sobre Judá era a Assíria, o império que havia destruído o reino do norte de Israel (5.5ss.). Ele testemunhou a queda de Samaria em 722a. C.
A profecia de Miquéias apresenta inúmeras semelhanças com o livro de Isaías. A semelhança mais notável é a passagem em Miquéias 4.1ss., onde ele repete quase palavra por palavra o que se encontra em Isaías 2,2ss. As explicações têm variado entre atribuir a profecia a Isaías, a Miquéias ou a um profeta mais antigo, mas nenhum argumento tem sido suficiente para satisfazer a maioria dos intérpretes.
Alguns estudiosos atribuíram certas partes do livro a outros escritores além de Miquéias. Esses argumentos são puramente subjetivos e têm sido habilmente respondidos pelos defensores da opinião tradicional, isto é, de que todo o livro foi escrito por um único autor, Miquéias, o morastita.
Esboço
I. Primeiro Oráculo, Capítulos 1-2
A. Denúncia, 1.2-16
B. Ameaça, 2.1-11
C. Promessa, 2.1213־
II. Segundo Oráculo, Capítulos 3-5
A. Denúncia, 3.1-11
B. Ameaça, 3.12
C. Promessa, 4.1-5.15
III. Terceiro Oráculo, Capítulos 6-7
A. Denúncia, 6.1-5
B. Ameaça, 6.6-7.6
C. Promessa, 7.7-20
Conteúdo
Quase todos os intérpretes dividem o livro em três seções indicadas pelas palavras da introdução “Ouvi todos”. A primeira profecia cobre os capítulos 1 e 2, e seu tema é o julgamento de Samaria e Jerusalém, as capitais dos dois reinos. Esse julgamento está se aproximando, por causa dos pecados da nação (1.2- 5), e surpreenderá Samaria por seus hábitos idólatras í 1.6,7). Mas Judá será devastada e seu povo será exilado pelas mesmas ofensas (1.8-16), sendo que o castigo será desenhado com a figura de um exército destruído. A destruição e o cativeiro estavam aguardando os líderes que haviam oprimido o povo com um tratamento injusto e iníquo (2.1-5) e com falsos profetas igualmente culpados por suas previsões que tranquilizavam o povo e o convencia a dormir em sua complacência moral (2.6-11). Em seguida, ele inclui a promessa de uma bênção final ao remanescente de Israel que irá retornar (2.12,13).
A segunda profecia amplia os pecados dos príncipes, dos falsos profetas, dos juizes injustos e dos sacerdotes iníquos. Novamente, os líderes políticos e religiosos da nação são censurados pelo completo desprezo ao que é justo e pela sua preocupação com o ganho pessoal (3.1-11). Consequentemente, o Senhor entregará Sião aos seus inimigos (3.12). Tão potente era esse último discurso, que foi lembrado um século mais tarde (Jr 26.18). A última parte da segunda profecia (capítulos 4-5) revela que o reino de DEUS se estabelecerá com poder, paz e abundância (4.1-8). Nesse ínterim, somente a tristeza e o cativeiro aguardam a nação por causa de seu inveterado hábito de pecar (4.9,10), mas seu castigo será seguido pelo juízo de DEUS sobre seus inimigos (4.11-13). Existe um clímax no anúncio do nascimento, em Belém, do Messias que libertará Sião do domínio dos assírios e pastoreará o seu rebanho (5.1-6). O remanescente não será apenas preservado dos ataques hostis, mas do temor das nações inimigas (5.7-9). O Messias estabelecerá um reino de paz (5.10-15).
A terceira profecia apresenta o caminho para a redenção oferecida por DEUS sob a figura de uma controvérsia legal entre o Senhor e o seu povo. As questões apresentadas no início estão entre as mais impressionantes de toda literatura profética. O argumento está baseado nos muitos sinais de bênçãos de DEUS sobre Israel e de sua ingratidão mostrada através de seus prevalecentes pecados (6.1-5). São estabelecidas as exigências básicas para essas bênçãos (6.6-8) e, em seguida, Miquéias mostra que eles não estão cumprindo sequer o mínimo necessário (6.9-7.6). O profeta conclui com a previsão de futuras bênçãos por causa da fidelidade de DEUS à sua aliança com Abraão (7.7-20). Per fim, a nação, em sua convicção do pecado, se voltará ao Senhor com arrependimento e confissão. Ao confiar no Senhor, Israel experimentará várias bênçãos que serão por Ele concedidas: a compaixão, o restabelecimento de Sião com a dominação de todos os inimigos, e a renovação de seus atos sobrenaturais em benefício do seu povo. O livro termina com um louvor pela maravilhosa graça de DEUS (7.18-20). C. L. F.
 
 
NAUM LIVRO DE
Lugar no Cânon
Naum é o sétimo na ordem dos Profetas Menores, na segunda divisão do cânon hebraico. A Septuaginta (LXX) coloca Naum imediatamente depois de Jonas, pois ambos censuraram Nínive, capital da Assíria.
Autoria
O autor Naum veio de Elcos, uma cidade desconhecida identificada várias vezes como Elquesí, da Galiléia, ou como Cafarnaum (literalmente, “vila de Naum”), ou ainda como Elcesei de Judá.
A autoria de seu livro não foi questionada até o século XIX, quando uma data pós-exílica foi designada pelos críticos, levando em conta as seguintes bases desprovidas de fundamento. Que a presença de um poema acróstico (1.2-10) indicava uma autoria posterior (Pfeiffer); que essa é uma liturgia profética constituída por quatro poemas litúrgicos (Haupt); que o livro tem um motivo religioso revestido de forma histórica (Mowinckel), onde ambos celebram a queda de Nínive. A única maneira pela qual um poema acróstico poderia ser elaborado é emendando grosseiramente o texto. O texto destrói as teorias litúrgicas e de abordagem religiosa porque sua mensagem olha para o futuro e não para a ultrapassada derrota de Nínive.
Data
A partir de 3.8ss., a profecia pode ser datada com muita precisão na segunda metade do século VII a.C. Naum refere-se à destruição de Tebas (No-Amon), no Alto Egito, pelo rei da Assíria em 663 a.C. E como a queda de Nínive foi prevista para acontecer no futuro, a data de Naum se encontra entre 663 e 612 a.C., data da derrota da capital assíria determinada pela crônica babilônica.
Título e Tema
“O castigo de DEUS sobre a Nação (Nínive) pelos pecados de orgulho, opressão, adultérios e feitiçaria״. O tema está bem explícito em 1.2, que mostra que o Senhor se vinga de seus adversários, Naum estava tão preocupado com a justiça e o poder de DEUS na história quanto Amós e Isaías. O grande poder militar de sua época logo seria destruído sem possibilidade de recuperação.
Esboço e Comentários
I. O Caráter e a Majestade do Senhor em Relação ao Seu Juízo, Cap. 1
II. O Cerco e a Queda de Nínive, Cap. 2.
II. Razões para a Queda de Nínive, Cap. 3.
A profecia começa com um tema (em hebraico massa', 1.1) que é um oráculo ameaçador sobre o justo e zeloso DEUS que se vingará de Nínive pela sua opressiva crueldade contra seu povo.
O capítulo 2 retrata com nitidez o cerco e a derrota de Nínive por homens vestidos de vermelho que em suas bigas iriam atacar as portas da cidade. Eles seriam ajudados por chuvas torrenciais que levariam embora parte da cidade, como indica a notável previsão em 2.6, Portanto, os medos e os babilônios capturaram uma cidade parcialmente inundada.
O capítulo 3 revela que Nínive havia sido derrotada por causa de sua crueldade, prostituição, impenitência e feitiçaria. Assim como Nô-Amom (Tebas) foi derrotada, isso também aconteceria com a capital assíria, e nem suas fortificações, nem seus oficiais e nobres poderiam ser considerados para sua libertação. D. S.
 
 
HABACUQUE LIVRO DE
A singularidade desse livro pode ser reconhecida por cansa de duas características diferentes. Em primeiro lugar, Habacuque registra seu diálogo com DEUS, no qual levanta problemas teológicos e ouve as respostas. Além disso, o capítulo 3 tem a forma de um salmo com termos musicais anotados no primeiro e no último versículo.
A mensagem de Habacuque pode ser resumida da seguinte forma:
I. Por que DEUS Tolera a Violência? (1.1-4)
II. Os Caldeus Irão Trazer o Castigo a Judá (1.5-11)
III. Por que os Gentios Deveriam Ser Usados para Castigar o Povo de DEUS? (1.12-2.1)
IV. O Justo Confia na Justiça de DEUS (2.2-20)
V. Oração de confiança e louvor (3.1-19) Por meio da oração, Habacuque (q.v.) faz um apelo a DEUS a respeito da violência, injustiça, destruição e indiferença aos ensinos da lei que prevaleciam em Judá. Ele não podia entender porque um DEUS justo poderia tolerar isso. Quando DEUS respondeu, indicando que os invasores caldeus iriam trazer castigo aos culpados cidadãos de Judá, Habacuque ficou ainda mais preocupado. Será que os caldeus, cujo poder estava em seu deus, teriam permissão de castigar os judeus que, na verdade, eram menos pecadores que esses invasores pagãos? Na resposta, Habacuque é convidado a registrar que no final os pecadores iriam cair, mas que os justos viveriam pela sua fé e fidelidade. O justo não deveria tirar conclusões baseadas em uma limitada perspectiva temporal, mas deveria esperar e contemplar o resultado final. Os iníquos que o rodeavam - agressores, malfeitores, assassinos, trapaceiros e idólatras (2.6-19) - no final iriam perecer, enquanto os justos iriam viver, pois o Senhor está em seu santo Templo. Portanto, toda a terra deve ficar em silêncio perante Ele (2.20).
Na oração em que faz um apelo a DEUS para que em sua ira lembre-se da misericórdia, o profeta expressa seu louvor e ações de graças a DEUS. Ele está determinado a continuar dessa maneira, mesmo que tudo que é temporal venha a se extinguir.
Um midrash, ou comentário sobre o livro de Habacuque, foi encontrado entre os Rolos do mar Morto na Caverna 1 de Fumar. Aparentemente, foi escrito por um sectário judeu da Palestina que interpretou os dois primeiros capítulos à luz da história da seita de Qumrã. Ele não oferece muitos esclarecimentos quanto ao significado da profecia.
A teoria atual adotada por muitos estudiosos do AT diz que o capítulo 3 não fazia parte do livro original. Mas o fato de o comentário de Qumrã não incluir esse capítulo não é suficiente para provar essa teoria. Como o capítulo 3 tem a forma de um salmo, ele não serve para esse uso, como aconteceu com os dois primeiros capítulos do midrash. Existe a probabilidade deste comentário nunca ter sido concluído. A LXX tem os três capítulos e não existem provas para negar que o profeta tenha composto um salmo em louvor e ação de graças, os escritos dos profetas tinham, frequentemente, uma intensa forma poética. S. J. S.
 
 
SOFONIAS, LIVRO DE
O nono livro dentre os Profetas Menores. O autor foi o filho de Cusi e descendente de Ezequias (Sf 1.1), provavelmente o rei de Judá. Sendo um membro da linhagem real, ele podia repre­ender os pecados dos príncipes com uma for­ça surpreendente (1.8).Existe a verificação da data em 1.1 por uma menção de Nínive (2.13), que não foi destruída até 612 a.C., e pela falta de referências diretas aos babilónios. Veja Sofonias 3.
Autenticidade
A autenticidade de algumas partes do livro foi questionada pela crítica superativa, mas a veracidade da profecia foi defendida. O li­vro retrata a sociedade infestada pelas dife­renças sociais, pela luxúria complacente, e pela decadência religiosa como consequên­cia do longo reinado idólatra de Manassés.
Conteúdo
Após o anúncio da proximidade da vinda do dia do Senhor, com a extinção da idolatria (1.2-6), o profeta declara o julgamento dos líderes de Judá (1.7-13), e um tempo de afli­ção e angústia a todos. A visitação pode ser evitada se o povo voltar-se ao Senhor (2.1­3); a Filístia sentirá o impacto e a violência deste golpe (2.4-7); este tocará Moabe e Amom (2.8-11) e chegará ao norte, à Assíria, com a destruição resultante de Nínive, sua capital (2.12-14).Novamente, o profeta repreende os pecados de Jerusalém e os seus líderes (3.1-8), anun­ciando a ira que alcançará os ímpios, mas a imunidade àqueles justos que restarem (3.9­13). A profecia termina com a promessa dos últimos dias, quando Israel será restaurada à sua própria terra, e gozará as bênçãos de DEUS (3.14-20).
Tema
O tema central da profecia é o dia do Senhor. A frase aparece mais frequentemente neste livro do que em qualquer outro no AT. Os seus ensinos sobre o dia do Senhor são explícitos: (1) será um dia de indignação e terror (1.15); (2) ele será iminente (1.14); (3) será uma visitação sobre o pecado (1.8,17); (4) ele tocará toda a criação (1.2,3); e (5) pou­pará o remanescente de Israel e aqueles que estiverem entre as nações (2.3; 3.9-13). As mensagens de Sofonias possuem um alcance abrangente e universal. O livro possui pontos de contato com as mensagens dos antigos profetas. Embora 3.14-20 descreva as bênçãos do reino messiânico, o próprio Rei Messiânico não é mencionado na profecia.
Esboço.  
Prefácio, 1.1II. Pronunciamento do Julgamento Universal, 1.2-3.8A. Julgamento de toda a terra, 1.2,3B. Julgamento de Judá, .4-2.31. A causa - idolatria e apostasia,1..4-7 ^2. A extensão - inclui todos os ímpios de Jerusalém, 1.8-133. A natureza — o grande dia do Senhor, 1.4-184.0 caminho do escape - buscar ao Senhor, 2.1-3C. Julgamento sobre as nações gentíli­cas, 2.4-151. Filístia (a oeste), 2.4-72. Moabe e Amom (a leste), 2.8-113. Egito (governado pela dinastia da Etiópia, ao sul), 2.124. Assíria (ao norte), 2.13-15D. Reafirmação do Julgamento de Je­rusalém, 3.1-7E. O apelo final de DEUS, 3.8III. Promessa do gozo Milenial, 3,9-20A. A futura conversão dos gentios, 3.9,10B. A futura conversão de Israel, 3.11-13C. O hino de Sofonias a respeito da Sal­vação que o Senhor dará a Israel,3.14-20 C. L. F.
 
 
AGEU LIVRO DE
Com muito entusiasmo, os exilados que retornaram depois do decreto de Ciro, no ano 538 a.C., começaram a reconstruir o Templo (536 a.C.). Veja Ageu; Zacarias. A oposição feita pelos samaritanos foi muito eficiente, a ponto de interromper os esforços de construção do Templo durante os reinados de Ciro e Cambises, até o segundo ano de Dario, em 520 a.C. (Ed 4.4,5,20). Durante o período de Cambises, persas saqueadores, em seu caminho para o Egito (aprox. 525 a.C.), podem ter destruído a Palestina a ponto de não haver mais qualquer esperança de reconstrução do Templo. Esse livro do AT é bastante incomum porque praticamente permaneceu sem contestação por parte dos críticos. Não existem provas para a hipótese de que o presente livro seja um fragmento de escritos mais extensos do profeta, ou de uma compilação de seus oráculos e relatos descritivos. Oesterly e Robinson, sem reconhecer a prática usual dos profetas escritores, chegaram a conjeturar que, por causa do uso da terceira pessoa em relação ao profeta, essa coletânea tenha sido preparada pelas mãos de um contemporâneo de Ageu, que anotou os pontos mais salientes de seus sermões.
O livro de Ageu pode simplesmente representar os esboços de suas mensagens, escritas sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO. O Senhor havia falado através dele para estimular o povo em direção a um bem-sucedido esforço para reconstruir o Templo (Ag 1.12- 15; Ed 5.1,2; 6.13-15).
Durante esse período, suas condições estão vividamente refletidas em sua abordagem junto ao povo. Embora estivessem profundamente envolvidos em projetos particulares para a construção de suas casas, Ageu lhes recordou que o Senhor dos Exércitos controlava as bênçãos materiais que lhes faltavam através da seca e das malsucedidas colheitas (1.2-11). Assegurando aos construtores que DEUS, por meio do Seu ESPÍRITO, estava trabalhando junto com eles a fim de que a glória desse Templo fosse maior do que a glória do Templo de Salomão (2.7-9), Ageu encorajou tanto os líderes quanto os leigos, Para DEUS e para Ageu havia apenas um único Templo, não três ou quatro (de Salomão, de Zorobabel, de Herodes, ou o milenial); portanto, essa profecia não seria necessariamente cumprida antes do ano 70 d.C.
Foram prometidas melhores colheitas (2.15- 19). Zorobabel, como representante do trono de Davi, foi designado como um anel de selar (2.23), ou selo, que garantia ao povo de DEUS o cumprimento da aliança que o Senhor havia estabelecido com Davi (2 Sm 7.12-16), e fornecia as bases para a esperança de que DEUS, que faz tremer os céus e a terra, iria destruir a força das nações pagãs. Portanto, a obra de DEUS, através da sua nação escolhida, seria finalmente estabelecida (2.20-23).
As mensagens de Ageu podem ser resumidas da seguinte maneira:
I Ageu promove o envolvimento, 1.1-1.5.
II. O potencial de uma glória maior no povo Templo, 2.1-9.
III A garantia de bênçãos materiais, 2.10-19.
IV. A promessa de DEUS, 2.20-23.
S. J. S.
 
 
ZACARIAS, LIVRO DE
O livro de Zacarias é o décimo primeiro dos assim chamados Profetas Menores, ou “Os Doze” como eram chamados pelos judeus. Estilo e Valor Pelo fato de o profeta (veja Zacarias 1) ter usado a forma apocalíptica para transmitira verdade profética, seu livro foi chamado de Apocalipse do AT. Suas revelações são su­cintas e concisas, por isso ele foi chamado de sintetizador dos profetas. Seu estilo varia do profético direto direcionado a apresentações de visões, a registros de atos simbólicos. Muitos, em tempos modernos e antigos, já reclamaram da obscuridade do livro. Os comentaristas judeus, especialmente, expres­saram sua inabilidade de se aprofundar nas visões e profecias do livro. A perspectiva e estrutura da profecia são definitivamente messiânicas; portanto não deveria ser sur­presa que uma abordagem descrente à mensagem trouxesse poucos resultados. No entanto, mesmo que um livro seja de difícil exposição, sua importância não é reduzida. Lutero referiu-se a este livro como Der Ausbund der Propketen, a extensão dos profetas. Sua contribuição à profecia messiâni­ca está fora de proporção para seu tamanho. Somente Isaías possui um retrato completo da pessoa e obra do Messias. Zacarias tratando da primeira quanto da segunda vinda do Redentor de Israel: A vinda do Messias de forma humilde; seu ministério de pastor para seu povo; a rejeição deste para com Ele; a ferida permitida pelo Pai contra Aquele que lhe é semelhante, com a consequente dispersão das ovelhas; seu retorno em glória à arrependida nação de Israel; seu estabeleci­mento da paz entre as nações, e a inaugura­ção de seu abençoado governo milenar sobrea terra. Outros temas escatológicos também recebem atenção.
Autoria e Data
As questões críticas a respeito do livro só perdem em importância para os seguintes tópicos: as questões relacionadas com a au­toria Mosaica do Pentateuco; a única ou múltipla autoria de Isaías; e a datação mais recente atribuída ao livro de Daniel, Em resumo, os capítulos 1-8 foram atribuídos a Zacarias, enquanto os capítulos 9-14 podem ser tanto anteriores ao exílio quanto poste­riores a Zacarias. A posição crítica é baseada em diversos argumentos. O mais importante deles lida com questões de estilo e referências históricas. Como já foi demonstrado por diversas vezes, o estilo de um escritor está diretamente re­lacionado ao sujeito ou tema sob tratamento. Não se pode provar que Zacarias tenha usado uma linguagem inapropriada, ou que o tenha feito visando manter a verdade. Ao tratar das questões essenciais, ou das referências históricas, o ânimo crítico contra o sobrenatural nas profecias é imediatamente discernível. Só vale argumentar contra o fato da referência à Grécia em 9.13 impossi­bilitar que o capítulo tenha sido escrito an­tes de Alexandre o Grande, se a profecia for descartada como uma possibilidade em um registro reconhecidamente sobrenatural. Ou­tros argumentaram acidentalmente a favor de uma data anterior ao exílio, com base em Zacarias 9,13 e 10.7, onde é feita menção de Efraim e Judá. As duas partes da profecia possuem semelhanças de pensamento e es­tilo, indicando sua unidade. A profecia é, sem dúvida, do período pós-exílico, e foi transmi­tida por Zacarias. Conteúdo
Zacarias é reconhecido como o profeta do conforto, esperança e glória. A introdução à profecia (1.1-6) abre uma percepção ética da necessidade de arrependimento e completa con­versão ao Senhor. Então se segue uma série de oito visões noturnas, todas concedidas ao profeta em uma noite. O propósito das visões era confortar e encorajar os exilados que ha­viam retornado de sua tarefa de reconstruir o templo, e estabelecer sua esperança na ampla expectativa do AT que está no Messi­as e em seu futuro reino sobre a terra. A primeira visão noturna enfatiza a preocu­pação do Senhor para com seu povo aflito que havia tão recentemente retornado a sua pá­tria. Eles não podiam ser perturbados sobrea disparidade entre as suas condições per­turbadas e as condições das nações que estavam à sua volta (1.7-12), pois o Senhor ti­nha bons propósitos à espera deles (1.13-17),e ira reservada aos seus inimigos. A segunda visão noturna revela que toda força estrangeira que oprimiu Israel sofrerá, por sua vez, a visitação do Senhor (1,18-21).A terceira visão noturna dá continuidade ao tema da bênção, ao mostrar como a cidade de Jerusalém será ampliada por causa da multiplicação dos homens e dos animais em seu meio. A presença do Senhor, vivendo entre eles, garantirá para eles segurança e glória no dia em que as promessas forem cumpridas (2.1-13). No entanto, antes destas bênçãos prometidas se cumprirem, era necessário que a ques­tão do pecado de Israel fosse radicalmente tratada, A purificação do sumo sacerdote na quarta visão é o símbolo da purificação danação e de sua reintegração à sua posição sacerdotal entre as nações (3.1-10). Tudo isto é uma figura da purificação trazida pelo Messias para a sua terra e povo. A quinta visão tinha o objetivo de encorajar Zorobabel em seu trabalho de construção do templo, ao revelar-lhe os recursos infinitos que há no ESPÍRITO de DEUS, e o poder do Se­nhor que estava disponível para a realiza­ção da obra (4.1-14).Novamente, o pecado é uma realidade a ser tratada, então a sexta e a sétima visão mostram como o Senhor extirpará rapida­mente o pecado e o pecador à terra pro­metida (5.1-11).A versão final retorna de forma geral à primeira, mostrando uma finalização do trabalho prometido, ou seja, os inimigos de Israel sendo subjugados (6.1-8). A série é concluída por uma coroação simbólica de Josué, o sumo sacerdote, prenunci­ando o ministério real e sacerdotal de Mes­sias no futuro reino da justiça (6.9-15).Nos capítulos 7 e 8 o profeta responde ques­tões a respeito do jejum, apontando a falta de profundidade destas observâncias, os pecados de seus ancestrais que trouxeram o julgamento de DEUS sobre eles, a forma de bênçãos que lhes serão concedidas no presente, e o tempo em que DEUS transformará todo o jejum em festividades. Nenhuma porção profética na Bíblia Sagra­da resume tão bem a revelação escatológica quanto os seis últimos capítulos desta profecia. Tendo como cenário as conquistas de Alexandre no século IV a.C. (9.1-8), Zacari­as prevê a vinda do rei da paz de Israel(9.9,10) e seus benefícios que Ele trará ao seu povo (9.11-17).
A passagem em Zacarias 10 ocupa-se com a delineação das diversas bênçãos do Messias sobre Israel. O capítulo 11 é um dos mais sombrios no livro. Ele descreve, antes de tudo, uma completa devastação da terra íw,1-3) que ocorreu na guerra judaica-Romana de 67-70 d.C. Depois, a causa da visitação é revelada como devida à sua rejeição do Bom Pastor (w. 4-14); devido a esta maldade, em um dia futuro lhes será enviado um pastor tolo que os oprimirá (w. 15-17).O último capítulo nos leva à entrada do reino. Zacarias demonstra claramente a confedera­ção do mundo contra Jerusalém, e que será completamente derrotada pelo Senhor (12.1­9). Neste tempo, DEUS lida com a questão da rejeição de Israel para com seu Messias (12.10­14). O Dia da Expiação de Israel requer sua conversão nacional. O povo é purificado de seus pecados (13,1-6), e o método é enfatizado novamente, ou seja, a morte do Messias (13.7-9). Finalmente, em golpes dramáticos e audaciosos, o profeta revela o retorno do Messias ao Monte das Oliveiras, seu povo sitiado, a com­pleta devastação das forças inimigas e a pu­rificação da terra para que ela esteja de acordo com a santidade infinita de DEUS (14,1­21). O livro começa com uma chamada ao ar­rependimento e à santidade, e termina com a realização desta santidade no povo de DEUS, habitando no reino de justiça do Messias.
Esboço.  
Introdução:
I. Exortação ao Arrependimento, 1.6
II. As Oito Visões Noturnas do Profeta,1.7-6.8
A. O Anjo do Senhor entre as murtas (o verdadeiro Israel), 1.7-17
B. Os quatro chifres (poderes) e os qua­tro ferreiros, 1.18-21
C. O agrimensor (promessa da futura prosperidade de Jerusalém), 2.1-13
D. Josué, o sumo sacerdote, e o Anjo do Senhor, 3.1-10
E. O Castiçal (Israel) e os dois ramos de oliveira (os dois ungidos, Josué e Zorobabel), 4.1-14
F. O rolo voante (a praga de DEUS sobre aqueles que quebrarem as duas partes do Decálogo na terra), 5.1-4
G. A mulher no meio do efa (a maldade religiosa dos judeus), 5.5-11
H. Os quatro cavalos coloridos e as car­ruagens (símbolos da ira de DEUS que prossegue para destruir as nações gentílicas), 6.1-8
III. A Coroação Simbólica, 6.9-15IV. A Responsabilidade de Betei a Respei­to do Jejum, 7.1-8.23.
A. Suas questões; Deveriam eles continuar o jejum nacional no quinto mês? 7.1-3
B. A resposta; DEUS já expressou através dos antigos profetas sua opinião sobre a mera forma de adoração, 7.4-1
C. Uma promessa de restauração: DEUS salvará seu povo e habitará com eles,8.1-8
D. Uma reafirmação dos propósitos de DEUS de reconstruir sua casa, 8,9-17
E. A promessa de que seus jejuns tornar-se-ão festas, 8,18-23V. A Previsão Relativa ao Futuro Poder de Israel e ao Futuro Poderio Mundial,9.1-14.21A. O fardo relacionado aos Gentios, 9.1­11.171. O julgamento nas terras da Síria, Fenícia e Filístia por Alexandre o Grande, 9.1-82. Aquele que, de longe, será o maior de todos os reis de Israel, que trará paz às nações depois de vencer os inimigos de seu povo, 9.9-173. A obra de DEUS de livrar Israel de seus próprios líderes, e das nações, quando o Messias retornar, 10,1-124. Parênteses: A rejeição do Bom Pastor preparado por DEUS, e o governo do iníquo, 11.1-17
F. O peso a respeito de Israel, 12.1­14.211.
O final dos conflitos de Israel e sua libertação física e espiritual, 12.1-142. A futura purificação de Israel dos pecados e dos profetas idólatras,13.1-63. O pastor de Israel ferido, e seu re­manescente refinado, 13.7-94. O grande clímax do dia do Senhor: A vinda do Senhor para livrar Israel e estabelecer seu reino milenial na terra, 14.1-21.C. L. F.
 
MALAQUIAS LIVRO DE
Este é o último dos profetas hebreus, assim como o último livro do AT em português. A profecia representa um chamado de Israel ao arrependimento e à obediência, com um rigoroso aviso de julgamento para os desobedientes e rebeldes. O livro coloca uma ênfase considerável no “dia do Senhor” (3.2,17; 4,1,3,5) fechando o período do AT com uma promessa final do advento do Messias.
Autor
O nome Malaquias não aparece em outras passagens nas Escrituras levando, portanto, os estudiosos críticos a pensar que o termo mal’aki, que em heb, significa “meu anjo” ou “meu mensageiro’', é um apelativo e não um nome próprio (cf. 3.1), e assim o livro seria uma profecia anônima, Esta teoria, assim como a conjetura do Targum de que Malaquias é um pseudônimo para Esdras, é enfraquecido pelo fato de que isto constituiria uma exceção única na literatura profética, uma vez que todos os livros proféticos levam o nome do autor como um sinal de autenticação de seu conteúdo. Sem dúvida Malaquias é uma contração de malakiyah, “mensageiro de Yahweh”, assim como o nome Abi representa uma forma contraída de Abias. O estilo de Malaquias é direto e conciso. Uma característica marcante é seu frequente uso da questão retórica e das respostas (por exemplo, 1.6,7; 3.7,8). A unidade do livro nunca foi seriamente questionada, embora alguns críticos sem qualquer justificativa imaginaram a ocorrência de pequenas adições editoriais (viz., 2.7,11,12; 4.4-6).
Data
Com base em evidências internas, o livro é claramente pós-exílico. Os judeus estavam sob o governo Persa (1.8); o Templo havia sido reconstruído e a adoração levítica retomada (1.6ss.; 2.1ss.; 3.1,8,10); e as ofensas morais e religiosas que eram condenadas, assim como as reformas solicitadas, retratavam o período de Esdras-Neemias. Uma data entre a vinda de Esdras (457 a.C.) e a segunda visita de Neemias (432 a.C.) é a mais provável.
Esboço
I. O Amor de DEUS por Israel, 1.1-5
II. A Denúncia dos Sacerdotes, 1.6-2.9
III. A Denúncia de Divórcios e Casamentos Impróprios, 2.10-16
IV. A Vinda do Juízo de DEUS, 2.17-3.18
V. O Dia do Senhor, 4.1-6
Conteúdo
Três capítulos na Bíblia hebraica são divididos em quatro na Septuaginta (LXX) e na Vulgata, e o mesmo ocorre em português. O livro reflete uma triste cena da decadência espiritual que estava tomando lugar. Ele começa com a declaração do amor de DEUS por Israel, demonstrado em sua opção de eleger Jacó, e não Esaú (1.1-5). No entanto, Israel foi desleal em sua resposta, à medida que os sacerdotes primeiro ofenderam ao Senhor, poluindo o seu altar através da oferta de sacrifícios indignos (1.6-2.4). Além disto, eles levaram o povo a se desviar, dando instruções equivocadas sobre a lei, e pervertendo a justiça (2.5-9). Os homens eram culpados de profanar o pacto mosaico ao se divorciarem de suas esposas e se casarem com mulheres pagãs e idólatras (2.10-16).
O capítulo 3 (que realmente começa com as acusações e questões de 2.17) apresenta DEUS como alguém que virá julgar. O povo foi complacente em seus pecados, que incluíam o ceticismo e as murmurações, como também a negligência a dizimar e a ofertar. O Senhor enviará o seu mensageiro para preparar o seu caminho diante dele, após o qual Ele virá inesperadamente ao seu Templo. Ele punirá os ímpios, e executará um rápido julgamento dos transgressores, e só poupará aqueles cujos nomes estiverem escritos no “memorial”; assim o Senhor purificará a sua terra. O profeta conclui com uma admoestação final ao arrependimento e à obediência à lei antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor, no qual os ímpios serão consumidos como restolho, mas os justos receberão o livramento (cap. 4).  H. E. Fr.




 
APOCALIPSE - LIVRO EXCLUSIVAMENTE PROFETICO DO NOVO TESTAMENTO - BEP - CPAD
Autor: João
Tema: A Consumação do Conflito dos Séculos
Data: Cerca de 90-96 d.C.
Considerações Preliminares
O Apocalipse é o último livro do NT e singular entre os demais. Ele é, ao mesmo tempo, uma revelação do futuro (Ap 1.1,19), uma profecia (Ap 1.3; 22.7,10,18,19) e um conjunto de sete cartas (1.4,11; 2.1—3.22). (“Apocalipse” deriva da palavra grega apokalupsis, traduzida por “revelação” em 1.1). O livro é uma revelação divina quanto à natureza do seu conteúdo, uma profecia quanto à sua mensagem e uma epístola quanto aos seus destinatários. Cinco fatos importantes no tocante ao contexto deste livro são revelados no capítulo 1. (1) É a “revelação de JESUS CRISTO” (1.1). (2) Essa revelação foi comunicada ao autor, de modo sobrenatural, por CRISTO glorificado, por anjos e visões que ele teve (1.1,10-18). (3) A comunicação foi concedida ao servo de DEUS, João (1.1,4,9; cf. 22.8). (4) João teve as visões e recebeu a mensagem apocalíptica quando exilado na ilha de Patmos (80 quilômetros a sudoeste de Éfeso), por causa da Palavra de DEUS e do testemunho do próprio
João (1.9). (5) Os destinatários iniciais foram sete igrejas da província da Ásia (1.4,11).
As evidências históricas e internas do livro indicam o apóstolo João como o seu autor. Irineu verifica que Policarpo (Irineu conheceu a Policarpo, e este conheceu o apóstolo João) referiu-se a João, escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado de Domiciano, imperador romano (81-96 d.C.).O livro retrata as circunstâncias históricas do reinado de Domiciano, o qual exigiu que todos os seus súditos lhe chamassem de “Senhor e DEUS”. Sem dúvida, o decreto do imperador originou um confronto entre os que se dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que confessavam que somente JESUS era “Senhor e DEUS”. Destarte, o livro foi escrito num período em que os crentes enfrentavam intensa perseguição por causa de seu testemunho. A tribulação aparece através do contexto do livro de Apocalipse (Ap 1.19; 2.10,13; 7.14-17; 11.7; 12.11,17; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4).
Propósito
O propósito deste livro é tríplice. (1) As cartas às sete igrejas de Apocalipse revelam que ocorriam graves desvios do padrão bíblico da verdade e retidão segundo o NT em muitas igrejas da Ásia. João escreve, da parte de CRISTO, para repreender a transigência e pecado dessas igrejas, e chamá-las ao arrependimento e ao seu primeiro amor. (2) Tendo em vista a perseguição resultante do endeusamento do imperador, o livro de Apocalipse foi enviado às igrejas para fortalecer-lhes a fé, firmeza e fidelidade a JESUS CRISTO, e encorajar os membros a serem vencedores e permanecerem fiéis até à morte. (3) Finalmente, foi escrito para dar aos crentes de todas as eras a perspectiva divina do férreo conflito entre eles e as forças conjuntas de Satanás, nesta revelação do desfecho da história. O Apocalipse revela principalmente os eventos dos últimos sete anos antes da segunda vinda de CRISTO, quando, então, DEUS intervirá neste mundo e vindicará seus santos, derramando sua ira sobre o reino de Satanás. A isto seguir-se-á a segunda vinda de CRISTO.
Visão Panorâmica
A mensagem profética deste livro flui através de figuras e simbolismos dramáticos, retratando a consumação de toda a mensagem bíblica da redenção. Coloca em destaque o papel de CRISTO como o Cordeiro digno, que foi morto (cap. 5) e virá com ira para julgar o mundo e expurgá-lo da iniquidade (6–19). As outras figuras simbólicas salientes deste livro são: o dragão (Satanás), a besta que sai do mar (o Anticristo), a besta que sai da terra (o Falso Profeta) e a Grande Babilônia (o centro do engano e poderio satânicos).Depois do prólogo (1.1-8), há três seções principais no livro. Na primeira seção (1.9—3.22), João tem uma grandiosa visão de CRISTO glorificado, no meio de castiçais (igrejas), o qual comissiona João a escrever às sete igrejas da Ásia Menor (1.11,19). Cada carta (2.1—3.22) contém uma descrição simbólica do Senhor exaltado, visto na visão inicial, uma descrição do estado da igreja, elogio ou repreensão, ou ambos, advertência a cinco igrejas, exortação para ouvir e arrepender-se e uma promessa a todos os vencedores. A ênfase no número sete nessa seção indica que as cartas representam uma mensagem plena e coletiva do Senhor glorificado, à igreja em qualquer lugar e em todos os tempos.
A segunda seção principal do livro (4.1—11.19) contém visões de coisas do céu e da terra, concernentes ao Cordeiro e ao seu papel no desfecho da história. Começa com uma visão da majestosa corte celestial, onde DEUS está sentado, entronizado em santidade e na luz inacessível (cap. 4). O capítulo 5 focaliza um rolo selado, sobre a consumação escatológica, à destra de DEUS, e a seguir, na do Cordeiro, sendo que somente este é digno de romper os selos e revelar-lhe o conteúdo. A abertura dos seis primeiros selos (cap. 6) dá continuação à visão iniciada nos capítulos 4–5, só que agora o cenário se transfere para a terra. Os cinco primeiros selos revelam os juízos divinos dos últimos dias, conducente ao desfecho do fim. O sexto selo anuncia a ira vindoura de DEUS. O primeiro evento parentético do livro ocorre no capítulo 7, e trata dos 144.000 selados no limiar da grande tribulação (7.1-8) e da recompensa dos santos no céu, depois desta (7.9-17). Os capítulos 8–9 descrevem a abertura do sétimo selo, revelando outra série de julgamentos, i.e., as sete trombetas. O segundo evento parentético ocorre entre a sexta e a última trombetas. Esse evento inclui o próprio João, um livro pequeno (10.1-11) e duas poderosas testemunhas proféticas, na grande cidade (11.1-14). Finalmente, a sétima trombeta (11.15-19) propicia uma visão antecipada da consumação (v. 15) e, como prelúdio, às cenas finais do mistério de DEUS, agora a revelar-se (12–22).A terceira seção principal (12.1—22.5) apresenta um quadro detalhado do grande conflito dos tempos do fim, entre DEUS e Satanás. Os capítulos 12 e 13 revelam que os santos na terra enfrentarão uma conspiração terrível da tríade do mal, a saber: (1) o dragão (cap. 12), (2) a besta que sai do mar (13.1-10) e (3) a besta que sai da terra (13.11-18). Os capítulos 14 e 15 são visões para reafirmar aos santos a tribulação, a certeza de que a justiça prevalecerá, pois DEUS está prestes a derramar a sua ira final sobre o povo do Anticristo. A revelação detalhada da ira de DEUS é vista na série dos sete juízos das salvas ou taças (cap. 16), no julgamento da grande prostituta (cap. 17) e na queda da Grande Babilônia (cap. 18). À essa altura, grande regozijo irrompe no céu, ao ser anunciada a ceia das bodas do Cordeiro e sua noiva (19.1-10).
Contudo, o final ainda está para acontecer. João vê o céu aberto e CRISTO saindo, montado num cavalo branco, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, para derrotar a besta e seus aliados (19.11-21). A derrota final de Satanás é precedida da sua prisão por mil anos (20.1-6). Durante esse período, CRISTO reina com os seus santos (20.4). A seguir, Satanás é solto por um breve período (20.7-9) e, logo após, lançado no “lago de fogo” por toda a eternidade (20.10). A profecia apocalíptica termina com a cena do julgamento do grande trono branco (20.11-15), a justa condenação dos ímpios (20.14-15; 21.8) e os novos céus e nova terra como a destinação dos santos (21.1—22.5). O livro termina com advertências para que o homem atenda à sua mensagem e obtenha a vida eterna (22.6,7,10-17).
Características Especiais
Oito características principais acham-se no Apocalipse. (1) Ele é o único livro do NT de profecia apocalíptica. (2) Como livro apocalíptico, sua mensagem é expressa através de símbolos de realidades, a respeito de tempos e eventos futuros; ao mesmo tempo, essa mensagem encerra certo enigma ou mistério. (3) Há números com abundância no Apocalipse, inclusive 2, 3, 3 1/2, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 24, 42, 144, 666, 1000, 1260, 7000, 12.000, 144.000, 100.000.000 e 200.000.000. O livro destaca em especial o número sete, que ocorre 54 vezes, simbolizando plenitude total ou plena realização. (4) As visões se destacam no livro, e o cenário frequentemente muda da terra para o céu e daí para a terra. (5) Os anjos estão nitidamente associados às visões, decretos e ordens celestiais. (6) É um livro que revela ser demoníaca a atitude de qualquer governante terreno reivindicar divindade para si, e JESUS CRISTO como o Senhor exaltado e o Soberano dos reis da terra (1.5; 19.16). (7) O livro reflete o conteúdo das profecias do AT, sem citá-las formalmente.
Interpretação
Apocalipse é o livro de interpretação mais difícil do NT. Os leitores originais provavelmente entenderam a sua mensagem sem muita dificuldade, porém, nos séculos subsequentes surgiram quatro escolas principais de interpretação deste livro. (1) A escola de interpretação preterista considera que o livro e as suas profecias cumpriram-se no contexto histórico original do império romano, a não ser os capítulos 19–22, que aguardam cumprimento. (2) A interpretação historicista entende que o Apocalipse é uma previsão profética do quadro total da história da igreja, partindo de João até o fim da presente era. (3) A interpretação idealista considera o simbolismo do livro como a expressão de certos princípios espirituais, sem limitação de tempo, concernente ao bem e ao mal, através da história, sem prender-se a eventos históricos. (4) A interpretação futurista considera os capítulos 4–22 como profecias de eventos da história, que ocorrerão somente no fim desta era.
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 10 - CPAD
 
 
SINÓPSE I - Os profetas maiores tiveram uma atuação proeminente tanto no reino de Judá como na Babilônia.
SINÓPSE II - Os doze profetas menores foram usados por DEUS antes e depois do exílio do povo escolhido.
SINÓPSE III - O livro do Apocalipse, escrito às sete Igrejas da Ásia Menor, traz uma mensagem de esperança e fortalecimento da fé.
 
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“[O ofício do profeta]
Ao abordarmos o ofício do profeta, encontraremos uma relação estreita entre palavra e visão. É indivisível a função de ser vidente e portador da palavra. O profeta sempre será visionário, já que, no desempenho do seu trabalho, fará com que os receptores de sua mensagem alcancem uma compreensão divina do presente e, também, fará com que se perceba o futuro sem as incertezas que ocasionam o devir daqueles que, ignorando a profecia, vivem alheios aos desígnios de DEUS e, portanto, se convertem em títeres das circunstâncias temporais ou, o que poderia ser pior, acabam sendo vítimas da manipulação dos multiformes oráculos dos falsos profetas ou iluminados de plantão.
Para uma maior compreensão da relação entre profeta e vidente, farei referência a três termos hebraicos que se referem, de forma especial, ao profeta do Antigo Testamento. Ainda que, com mais empenho, eu me refira ao que talvez seja o vocábulo mais importante: nabbi. Esse termo comumente se traduz “profeta” mais de 300 vezes nas Escrituras hebraicas. A ideia básica do significado de nabbi é: “alguém que fala em lugar de DEUS”; o nabbi foi necessariamente estabelecido para transmitir a mensagem de DEUS.
[...] Quero fazer referência a outros dois termos para profeta, traduzidos como “vidente”. Um é ro’eh, e o outro é hozeh. Ambos são usados muito menos que o termo principal nabbi. A palavra hebraica Ro’eh aparece em 12 ocasiões. Hozeh é utilizada 18 vezes; a raiz de ambas destaca o sentido de “ver”. Portanto, a ideia fundamental que quero destacar consiste na capacidade que se outorga ao profeta de poder visualizar a vontade de DEUS. Isso pressupõe um enfoque revelacional na capacidade de o profeta escutar a voz de DEUS. Por conseguinte, o oposto a essa capacidade de ver é a cegueira própria de quem, tendo olhos, não vê, já que se trata do âmbito do oculto aos sentidos humanos e é necessário que DEUS tire o véu do mundo espiritual e se dê a conhecer” (ESCOBAR, Juan Carlos. Profetas e Visionários. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, pp.23,27).
 
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
[Uma visão geral do Apocalipse]
“Os cristãos da Igreja Primitiva, como os primeiros a receber o Apocalipse, devem ter ficado maravilhados com as suas profecias. Embora tantos séculos já tenham se passado, o livro continua a merecer atenção e estudo, pois bênçãos são prometidas a todos os que guardam a sua mensagem. Suas profecias centralizam-se em JESUS e nos últimos tempos, revelando o clímax e o triunfo final do plano divino [...].
A razão e a autoridade com que o apóstolo escreve vêm da tremenda visão de JESUS como ‘um semelhante ao Filho do Homem’ (Ap 1.13), identificando-o com o mesmo personagem visto por Daniel (Dn 7.13,14), a quem foi dado ‘o domínio e a glória, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem’. Esta é uma identificação que o próprio JESUS fez de si mesmo durante seu ministério terreno (Mt 26.64). Além de utilizar o linguajar de Daniel, a descrição de JESUS feita por João usa também uma linguagem extraída de Ezequiel. Este tipo de descrição do Antigo Testamento, aliás, é aplicada somente a DEUS Pai. Através dela, os leitores de João são lembrados de que JESUS é a revelação do Pai (Jo 14.9-11). A ordem vem de igual modo diretamente de JESUS, que determina a João que escreva às sete igrejas (Ap 2 e 3)” (HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.9-10).
 
 
Hinos Sugeridos: 28, 84, 259 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a profecia bíblica, no Antigo e no Novo Testamentos. Os profetas foram pessoas escolhidas por DEUS para anunciar a sua revelação. A mensagem profética tinha o propósito de gerar despertamento, arrependimento e/ou fortalecimento da fé e da esperança. Dada sua importância, estudaremos a ação ministerial dos profetas maiores e menores, que se dirigiram aos hebreus e a outras nações. Também veremos o conteúdo de Apocalipse, visto que se trata de uma mensagem profética direcionada a Igreja de CRISTO.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Destacar a atuação ministerial de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel; II) Conhecer o período e a região geográfica de atuação dos Profetas Menores; III) Entender o propósito e a mensagem do livro de Apocalispe.
B) Motivação: As profecias bíblicas é uma demonstração da Graça de DEUS que se manifesta e se revela ao seu povo no tempo e na História.
C) Sugestão de Método: A fim de introduzir o segundo tópico, escreva os nomes dos doze profetas menores em tiras de papéis e distribua-os entre os alunos da sua turma. Peça que cada um fale o que sabe ou lembra sobre o profeta selecionado.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Explique aos seus alunos que a profecia bíblica é uma mensagem de despertamento e/ou esperança. Ressalte que os livros proféticos têm um forte apelo à prática da justiça e da misericórdia.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula: 1) O auxílio "O ofício do profeta", localizado ao final do primeiro tópico, reflete sobre o significado dos termos em hebraico que são utilizados para compor o conceito de profeta no Antigo Testamento; 2) O auxílio "Uma visão geral do Apocalipse", localizado ao final do terceiro tópico, traz uma introdução ao último livro da Bíblia. Lê-lo reverentemente gera oportunidade de desfrutar das mais ricas bênçãos espirituais.
 
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significa a palavra “Profeta”? Significa proclamador e intérprete da revelação divina.
2. Em que local Ezequiel e Daniel profetizaram? Ezequiel e Daniel profetizaram na Babilônia.
3. Cite os quatro profetas pré-exílio de Judá. Joel, Miqueias, Habacuque e Sofonias.
4. Para onde o profeta Jonas foi enviado a pregar? Jonas foi enviado para pregar em Nínive.
5. Segundo a lição, o que o livro de Apocalipse nos ensina? O livro nos ensina a viver com DEUS no presente, a fim de participar da eternidade com Ele.