Vídeo Lição 13, CPAD, O Poder de Deus na Missão da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique,...

Escrita Lição 13, CPAD, O Poder De DEUS Na Missão Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 13, CPAD, O Poder De DEUS Na Missão Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 


 https://youtu.be/zY1_5Tim940?si=mrkq0BH6vaJIrizW Vídeo

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2024/03/escrita-licao-13-cpad-o-poder-de-deus.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2024/03/slides-licao-13-cpad-o-poder-de-deus-na.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshows/slides-lio-13-cpad-o-poder-de-deus-na-misso-da-igrejapptx/266755288


ESBOÇO DA LIÇÃO

I – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS

1. Um ensino revelado nos escritos de Lucas 2. O enchimento do ESPÍRITO como experiência necessária

3. O enchimento do ESPÍRITO como uma experiência concreta

4. A doutrina pentecostal clássica

II – O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

1. Capacitando as testemunhas

2. Pessoas simples capacitadas pelo ESPÍRITO 3. Capacitando a igreja

III – O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1. O envio missionário

2. A estratégia missionária

 

 

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)

 

 

VERDADE PRÁTICA

O ESPÍRITO SANTO é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do ESPÍRITO, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 1.4 A necessidade da experiência pentecostal

Terça – At 5.32 A especificidade da experiência pentecostal

Quarta – At 2.17 O derramamento do ESPÍRITO 

Quinta – At 2.47 Uma igreja capacitada pelo ESPÍRITO

Sexta – At 13.1-3 O chamado missionário sob a direção do ESPÍRITO

Sábado – At 16.6-10 O ESPÍRITO SANTO na estratégia missionária

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 13.1-4

1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2 - E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 - Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 - E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

 

http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p

 

Hinos Sugeridos:  05, 553, 654 da Harpa Cristã

 

 

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 
Lição 11, Lucas-Atos, O Modelo Pentecostal para hoje
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão, Brasília, DF)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique
 
 
Lição 11, Lucas-Atos, O Modelo Pentecostal para hoje
 

TEXTO ÁUREO
“E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.”  (At 2.4)
 

VERDADE PRÁTICA
A atividade do ESPÍRITO SANTO e suas implicações na vida cristã são o padrão bíblico adotado pelo crente pentecostal.
 
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 3.16 O poder de CRISTO em batizar no ESPÍRITO SANTO e com fogo
Terça - Lc 3.21,22 O ESPÍRITO SANTO em forma de pomba e uma voz do céu identificam o Messias
Quarta - At 1.8 A virtude do ESPÍRITO capacita o crente para a obra de evangelização
Quinta - At 2.2,3 Sinais sobrenaturais marcaram o advento do ESPÍRITO SANTO
Sexta - At 2.4; 10.46; 19.6 O "falar em línguas" é a evidência física inicial do Batismo no ESPÍRITO SANTO
Sábado - At 2.17-20 O derramamento do ESPÍRITO SANTO permanecerá até o Dia do Senhor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 1.21,22; Atos 2.1-4
Lucas 1.21 - E o povo estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo. 22 - E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera alguma visão no templo. E falava por acenos e ficou mudo.
Atos 2.1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 2 - E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.
 


PALAVRA-CHAVE - ESPÍRITO
 
Resumo da Lição 11, Lucas-Atos, O Modelo Pentecostal para hoje
I – O EVANGELHO DE LUCAS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE CRISTO
1. O ESPÍRITO SANTO no Evangelho.
2. O ESPÍRITO SANTO e o batismo de CRISTO.
3. O ESPÍRITO SANTO e a tentação de CRISTO.
4. O ESPÍRITO SANTO e a missão de CRISTO.
II – ATOS DOS APÓSTOLOS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DA IGREJA
1. O ESPÍRITO SANTO em Atos.
2. A promessa cumprida no Pentecostes.
3. A expansão da Igreja Primitiva.
III – UM MODELO PENTECOSTAL PARA A IGREJA DE NOSSOS DIAS
1. O revestimento de poder do alto.
2. As línguas como evidência inicial.
3. A plenitude do ESPÍRITO SANTO.
 
 
O EVANGELHO DE LUCAS - BEP - CPAD
Autor: Lucas
Tema: JESUS, o Salvador Divino Humano
Data:     60-63 d.C.

 
Considerações Preliminares
O Evangelho segundo Lucas é o primeiro dos dois livros endereçados a um certo Teófilo (1.3; At 1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome em nenhum dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e as evidências internas indicam a autoria de Lucas nos dois casos.
Segundo parece, Lucas era um gentio convertido, sendo o único autor humano não-judeu de um livro da Bíblia. O ESPÍRITO SANTO o moveu a escrever a Teófilo (cujo nome significa “aquele que ama a DEUS”) a fim de suprir uma necessidade da igreja gentia, de um relato completo do começo do cristianismo. A obra tem duas partes: (1) o nascimento, vida e ministério, morte, ressurreição e ascensão de JESUS (Lucas), e (2) o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém e o desenvolvimento subsequente da igreja primitiva (Atos). Esses dois livros perfazem mais de uma quarta parte do NT.
Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era um “médico amado” (Cl 4.14) e um leal cooperador do apóstolo (2 Tm 4.11; Fm 24; cf. os trechos em Atos na primeira pessoa do plural; ver a introdução a Atos). Pelos escritos de Lucas, vemos que ele era um escritor culto e hábil, um historiador atento e teólogo inspirado. Segundo parece, quando Lucas escreveu o seu Evangelho, a igreja gentia não tinha nenhum desses livros completo ou bem conhecido, a respeito de JESUS. Primeiramente Mateus escreveu um Evangelho para os judeus, e Marcos escreveu um Evangelho conciso para a igreja em Roma. O mundo gentio de língua grega dispunha de relatos orais de JESUS, dados por testemunhas oculares, bem como breves tratados escritos, mas nenhum Evangelho completo com os fatos na devida ordem (ver 1.1-4). Daí, Lucas se propôs a investigar tudo cuidadosamente “desde o princípio” (1.3), e, provavelmente, fez pesquisas na Palestina enquanto Paulo esteve na prisão em Cesaréia (At 21.17; 23.23—26.32) e terminou o seu Evangelho perto do fim daquele período, ou pouco depois de chegar a Roma com Paulo (At 28.16).

Propósito
Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um registro completo e exato de “tudo que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia que foi recebido em cima” (At 1.1b,2a). Escrevendo sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, sua intenção foi transmitir a Teófilo e outros convertidos e interessados gentios, com certeza, a plena verdade sobre o que já tinham sido oralmente inteirados (1.3,4). Lucas no seu Evangelho deixa claro que ele escreveu para os gentios. Por exemplo, ele apresenta a genealogia humana de JESUS, recuando-a até Adão (3.23-38) e não até Abraão, conforme fez Mateus (cf. Mt 1.1-17). Em Lucas, JESUS é visto claramente como o Salvador Divino humano, que veio como a provisão divina da salvação para todos os descendentes de Adão.

Visão Panorâmica
O Evangelho segundo Lucas começa com as narrativas mais completas da infância de JESUS (1.5—2.40), bem como apresenta o único vislumbre, nos Evangelhos, da juventude de JESUS (Lc 2.41-52). Depois de descrever o ministério de João Batista e apresentar a genealogia de JESUS, Lucas divide o ministério de JESUS em três seções principais: (1) seu ministério na Galileia e arredores (Lc 4.14—9.50), (2) seu ministério durante a viagem final a Jerusalém (9.51—19.27); e (3) sua última semana em Jerusalém (19.28—24.43).
Embora os milagres ocupem lugar de destaque no registro de Lucas sobre o ministério de JESUS na Galileia, o enfoque principal deste Evangelho consiste nos ensinos e parábolas de JESUS durante seu extenso ministério a caminho de Jerusalém (9.51—19.27). Esta é a maior seção de assuntos exclusivos de Lucas, e inclui muitas histórias e parábolas prediletas. O versículo determinante (9.51) e o versículo chave (19.10) do Evangelho ocorrem no início e perto do fim dessa seção especial.

Características Especiais
São oito as características principais do Evangelho segundo Lucas. (1) Seu amplo alcance no registro dos eventos na vida de JESUS, desde a anunciação do seu nascimento até a sua ascensão. (2) A qualidade excepcional do seu estilo literário, empregando um vocabulário rico e escrito com um domínio excelente da língua grega. (3) O alcance universal do Evangelho — que JESUS veio para salvar a todos: judeus e gentios igualmente. (4) Ele salienta a solicitude de JESUS para com os necessitados, inclusive mulheres, crianças, os pobres e os socialmente marginalizados. (5) Sua ênfase na vida de oração de JESUS e nos seus ensinos a respeito da oração. (6) O notável título de JESUS neste Evangelho, a saber: “Filho do Homem”. (7) Seu enfoque sobre a alegria que caracteriza aqueles que aceitam a JESUS e a sua mensagem. (8) Sua ênfase na importância e proeminência do ESPÍRITO SANTO na vida de JESUS e do seu povo (e.g., Lc 1.15, 41, 67; 2.25-27; 4.1, 14, 18; 10.21; 12.12; 24.49).
 
 
PRINCIPAIS FATOS DO EVANGELHO DE LUCAS - BEP - CPAD
 
 
1.6 JUSTOS PERANTE DEUS. Ver 2.25.
1.15 VINHO... BEBIDA FORTE. A palavra grega usada para bebida forte é sikera. Seu significado exato não se conhece, mas sem dúvida corresponde à palavra shekar do AT. Pode referir-se ao suco doce ou xarope de palmeira, nas suas várias formas, muitas vezes fermentado. Alguns intérpretes traduzem shekar como bebida forte , em certas passagens do AT (cf. 1 Sm 1.15; Pv 20.1; 31.4,6; Is 28.7; 56.12; Mq 2.11). A Enciclopédia Judaica (XII, 533) de 1901 declara que desde cerca de 200 a.C. até 200 d.C., vinho (hb. yayin; gr. oinos) era distinguido da bebida forte (hb. shekar; gr. sikera), pelo fato de o vinho ser diluído em água, ao passo que a bebida forte não era diluída.
1.15 CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Note o resultado da vida e do ministério de João, na plenitude do ESPÍRITO SANTO. Mediante o ESPÍRITO SANTO, João: (1) pela pregação convence o povo dos seus pecados e o leva ao arrependimento e à conversão a DEUS (vv. 15-17; ver Jo 16.8); (2) prega no espírito e poder de Elias (v. 17; ver At 1.8); e (3) reconcilia as famílias, e conduz muitos a uma vida de retidão (v. 17).
1.17 ESPÍRITO E VIRTUDE DE ELIAS. João será semelhante em muitos aspectos ao destemido profeta Elias (ver Ml 4.5). Por ser cheio do ESPÍRITO SANTO (v. 15), será um pregador da retidão moral ( 3.7-14; Mt 3.1-10). Demonstrará o ministério do ESPÍRITO SANTO e pregará sobre o pecado, a justiça e o juízo (ver Jo 16.8). Converterá os rebeldes, à prudência dos justos (v.17; ver Mt 11.7). Não transigirá com a sua consciência, nem perverterá princípios bíblicos, para conseguir posição social ou proteção (3.19,20; Mt 14.1-11). Seu propósito será obedecer a DEUS e permanecer leal a toda a verdade. Em suma: João será um homem de DEUS .
1.17 DOS PAIS AOS FILHOS. Isto se refere a Ml 4.6, um texto expondo um dos maiores pecados do povo de DEUS no AT: os pais não amarem devidamente seus filhos e filhas, para lhes ensinar os caminhos e mandamentos de DEUS (ver Ml 4.6). Com a chegada de João e do evangelho de CRISTO, os corações dos pais se voltarão para os filhos para os amar. (1) Pelo exposto, fica claro que um dos alvos prioritários do evangelho é o recomeço de um correto relacionamento familiar entre pais e filhos, e filhos e pais. Mediante a pregação do arrependimento e o senhorio de CRISTO nas vidas, os pais, por sua retidão, dedicar-se-ão aos filhos. (2) Se a igreja dos nossos dias não for aquilo que DEUS quer que ela seja, uma das causas disso será o fato de mais uma vez os pais, nos seus corações, abandonarem os filhos, e deixarem de amá-los, e de estar com eles, e de ensinar-lhes a Palavra de DEUS e os padrões da sua retidão. O resultado voltará a ser o mesmo do AT: a rejeição dos caminhos de DEUS pelos filhos (Ml 4.6). (3) Os trechos bíblicos abaixo tratam de pais e filhos: (a) os pais ensinar aos filhos a fidelidade à vontade de DEUS (ver Êx 10.2; 13.8; Dt 4.9,10; 6.6-25; 11.18-21; Sl 78.5-8; Is 38.19; Jl 1.3; Ef 6.4; 1 Ts 2.11); (b) amor e disciplina (ver Sl 103.13; Pv 3.12; 13.24; 23.13,14; Ml 4.6; Lc 11.11-13; 2 Co 12.14; Ef 6.4; Cl 3.21; 1 Ts 2.11; 1 Tm 3.4,5,12; 5.8; Tt 2.4; Hb 12.7); e (c) oração dos pais pelos filhos (ver Gn 17.18; 2 Sm 12.16; 1 Cr 22.11,12; 29.19; Jó 1.5; (cf.Jo 17.1)
1.28 AGRACIADA. Maria foi agraciada mais do que todas as outras mulheres, porque lhe foi concedido ser a mãe de JESUS. Mas as Escrituras não ensinam em lugar algum que devemos dirigir-lhe orações, nem adorá-la, nem atribuir-lhe títulos especiais. Maria é digna do nosso respeito, mas somente o Filho é digno da nossa adoração. (1) Maria foi escolhida por DEUS porque ela achou graça diante dEle (cf. Gn 6.8). Sua vida santa e humilde agradou tanto a DEUS, que Ele a escolheu para tão sublime missão (2 Tm 2.21). (2) A bênção de Maria, por ter sido escolhida, trouxe-lhe grande alegria, mas também muita dor e sofrimento (ver 2.35), uma vez que seu Filho seria rejeitado e crucificado. Nesta vida, a chamada de DEUS sempre envolve bênção e sofrimento, alegria e tristeza, sucesso e desilusão.
1.35 O SANTO. Tanto Mateus como Lucas declaram de modo explícito e inconfundível que JESUS nasceu de uma virgem (v. 27; Mt 1.18,23). O ESPÍRITO SANTO viria sobre ela, e o Filho seria concebido mediante uma intervenção divina milagrosa. Por causa da sua concepção milagrosa, JESUS será o SANTO , ou seja: Ele não terá qualquer mácula do pecado.
1.38 SEGUNDO A TUA PALAVRA. Maria submeteu-se plenamente à vontade de DEUS e confiou na sua mensagem através do anjo. Aceitou alegremente a honra e ao mesmo tempo o opróbrio resultante de ser a mãe da divina criança. As jovens crentes devem seguir o exemplo de Maria quanto à castidade, ao amor a DEUS, à fidelidade à sua Palavra e à disposição de obedecer ao ESPÍRITO SANTO.
1.47 DEUS MEU SALVADOR. Nestas palavras de Maria, ela reconhece sua própria necessidade da salvação. Maria, como pecadora, necessitava de CRISTO como Salvador . A ideia de que Maria foi concebida imaculada e que viveu sem pecado não se acha em nenhuma parte das Escrituras (cf. Rm 3.9,23).
1.67 ZACARIAS CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Lucas registra que o ESPÍRITO SANTO encheu de poder muitas pessoas importantes, ligadas ao nascimento de CRISTO (vv. 15,35,41,67; 2.25). Depois da ascensão de CRISTO, o caminho ficou aberto para que todos os crentes sejam cheios do ESPÍRITO SANTO (At 1; 2).
1.75 SANTIDADE E JUSTIÇA. O sumo propósito da nossa redenção é sermos libertos do domínio de Satanás (At 26.18), a fim de servirmos a DEUS em santidade e justiça perante
Ele, todos os dias da nossa vida (cf. Ef 1.4). Todo filho de DEUS deve visar a ter uma vida de santidade e justiça em meio a um mundo mau. Essa vida santa é perante ele , i.e., na sua presença.
 
2.7 NUMA MANJEDOURA. CRISTO nasceu numa estrebaria, onde guardavam gado, situada talvez numa caverna. A manjedoura era uma espécie de gamela onde o gado se alimentava. O nascimento do Salvador, o maior evento de toda a História, ocorreu em circunstâncias as mais humildes. JESUS, sendo o Rei dos reis, não nasceu nesta vida como rei, nem viveu como um rei aqui na terra. Os filhos de DEUS são sacerdotes e reis, mas nesta vida devemos ser como Ele era humilde e simples.
2.11 O SALVADOR... CRISTO, O SENHOR. Na ocasião do seu nascimento, JESUS é chamado Salvador . (1) Como Salvador, veio nos libertar do pecado, do domínio de Satanás, do mundo ímpio, do medo, da morte e da condenação pelas nossas transgressões (ver Mt 1.21). (2) O Salvador também é CRISTO, o Senhor . Foi ungido como o Messias de DEUS, e o Senhor que reina sobre o seu povo (ver Mt 1.1, sobre o nome de CRISTO). Ninguém pode ter CRISTO como Salvador, enquanto o recusar como Senhor.
2.22 PARA O APRESENTAREM AO SENHOR. Assim como José e Maria apresentaram JESUS ao Senhor, também todos os pais devem consagrar seus filhos ao Senhor. Devem orar constantemente para que, desde o início até o fim da vida, eles andem na vontade do Senhor, servindo e glorificando a DEUS, com total devoção.
2.24 A OFERTA... UM PAR DE ROLAS. A oferta de um par de rolas indica que José e Maria eram pobres (Lv 12.8). Desde o início do seu ministério, CRISTO identificou-se com os necessitados (Lc 9.58; Mt 8.20; ver Ap 2.9).
2.25 JUSTO E TEMENTE A DEUS. O vocábulo grego aqui para justo é dikaios (no hb. yasher). A ideia original é reto . No AT, este termo não significa uma simples conformidade com regras e leis, mas que o homem vive em retidão diante de DEUS, tanto no coração como no viver. (1) A retidão que DEUS requeria no AT era a do coração, baseada na verdadeira fé, no amor e temor a DEUS (Dt. 4.10,29; Lc 5.29). A evidência dessa condição do coração nos pais de João Batista revela-se nas palavras vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor (ver Lc 1.6; Gn 7.1; 17.1; 1 Rs 9.4, onde o termo inclui a integridade de coração ). (2) Os justos do AT não eram perfeitos. Quando cometiam pecado, obtinham perdão, oferecendo a DEUS um sacrifício de animal, em atitude de sincero arrependimento e fé (Lv 4.27-35)
2.25 ESPERANDO A CONSOLAÇÃO. Numa época de condições espirituais deploráveis, o justo Simeão era dedicado a DEUS e cheio do ESPÍRITO SANTO, esperando com fé, paciência e grande anseio a vinda do Messias. Semelhantemente, nos últimos dias da presente era, quando muitos abandonam a fé apostólica do NT e a bendita esperança da vinda de CRISTO (Tt 2.13), sempre haverá os Simeões fiéis. Outras pessoas podem depositar suas esperanças nesta vida e neste mundo, mas os fiéis serão como o servo leal que se mantém em vigília durante a longa e escura noite, esperando a volta do seu Mestre (Mt 24.45-47). Nossa maior bênção será ver face a face o CRISTO do Senhor (v. 26; cf. Ap 22.4), estar pronto na sua vinda e habitar para sempre na sua presença (Ap 21,22).
2.36,37 ANA... SERVINDO A DEUS. Ana era uma profetisa que esperava devotadamente a vinda de CRISTO. Permaneceu viúva durante muitos anos, sem voltar a casar-se, dedicando-se ao Senhor em jejuns e orações, de noite e de dia (v. 37). A Bíblia ensina que o estado de solteiro pode ser uma bênção maior do que o estado marital. Paulo declara que os solteiros têm maior oportunidade para ocupar-se com as coisas do Senhor, para agradar-lhe e a Ele dedicar-se com toda devoção (ver 1 Co 7.32-35).
2.40 O MENINO CRESCIA. Como verdadeiro homem, JESUS experimentou o crescimento físico e mental. Crescia em sabedoria, conforme a graça de DEUS. Era perfeito quanto à natureza humana, prosseguindo para a maturidade, segundo a vontade de DEUS.
2.52 CRESCIA JESUS EM SABEDORIA. Entre Lc 2.52 -3.1, passaram-se cerca de 18 anos da vida de JESUS, sem haver menção deles. Como foi a sua vida durante esses anos? Mt 13.55 e Mc 6.3 nos deixam ver que JESUS cresceu em uma família numerosa, que seu pai era carpinteiro e que Ele aprendera aquele ofício. É provável que José tenha morrido antes de JESUS começar seu ministério público, e que JESUS tenha sustentado sua mãe e seus irmãos e irmãs mais novos. O ofício de carpinteiro incluía os consertos domésticos, a fabricação de móveis e a construção de implementos agrícolas, tais como arados e jugos. Durante todos esses anos, Ele crescia e se desenvolvia tanto física como espiritualmente, de conformidade com a vontade de DEUS, plenamente consciente de que DEUS era seu Pai (v. 49).
 
3.8 FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO. Ver Mt 3.8. O termo hebraico mais comum para arrependimento é metanoia, que tem sentido idêntico, porém, com maior realce. A mensagem do arrependimento dos pecados destina-se aos crentes (Ap 2.5-16; 3.3,19). Ela reluz fortemente no NT. (1) João Batista a pregava com ênfase (Mt 3.2-11; Mc 1.4; Lc 3.3-8; At 13.25; 19.4). (2) JESUS, a sua mensagem redentora inicial foi a do arrependimento dos pecados (Mt 4.17; Mc 1.15; cf. Lc 5.32; 13.3,5). (3) Os apóstolos de JESUS, bem como a igreja como um todo, pregavam o arrependimento (At. 2.38; 3.19; 17.30; Lc 24.47). O arrependimento deve acompanhar o crente em toda sua vida. O crente que contritamente se arrepende quando erra, quando falha, quando peca, é um crente vitorioso (cf. 2 Co 7.9,10; 2 Tm 2.25). (4) O real arrependimento é obra de DEUS no indivíduo (Rm 2.4; At 11.18; 1 Pe 3.9).
3.16 ESTE VOS BATIZARÁ COM O ESPÍRITO SANTO. O batismo com [ou em] o ESPÍRITO SANTO (cf. Mt 3.11), que CRISTO outorga aos seus seguidores, é o novo sinal de identificação do povo de DEUS. (1) Foi prometido em Jl 2.28 e reafirmado por CRISTO depois da sua ressurreição em 24.49; At 1.4-8. Essa predição teve seu cumprimento inicial no dia do Pentecoste (ver At 2.4). (2) O ministério de CRISTO, de batizar no ESPÍRITO SANTO, é um ministério contínuo durante toda a era atual. Assim, deixa claro o texto grego de Jo 1.33 ( o que batiza com o ESPÍRITO SANTO ); essa expressão emprega o particípio presente (ho baptizon), que significa aquele que continuará a batizar . Logo, as referências em LC e Jo não somente dizem respeito ao primeiro derramamento do ESPÍRITO SANTO no Pentecoste, mas também à missão principal e ao ministério de JESUS, como aquele que batiza no ESPÍRITO SANTO durante toda a era atual: porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe (At 2.39).
3.17 QUEIMARÁ A PALHA. Aqueles que abandonam o pecado e recebem CRISTO e a sua Palavra serão batizados no ESPÍRITO SANTO. Aqueles que se apegam aos seus pecados serão castigados com fogo que nunca se apaga (ver Mt 10.28).
3.22 O ESPÍRITO SANTO DESCEU. O ESPÍRITO SANTO, pelo qual JESUS fora concebido inicialmente (1.35), agora, unge-o pessoalmente e também o reveste de poder para exercer o seu ministério.
3.23 A GENEALOGIA DE JESUS. Ver Mt 1.1.

4.1 JESUS, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. O ESPÍRITO SANTO conferiu poder a JESUS e o guiou, ao enfrentar a tentação de Satanás (vv. 1,2). Para comentários sobre a importância do ESPÍRITO na vida de JESUS
4.2 TENTADO PELO DIABO. Um dos aspectos principais da tentação de JESUS girou em torno do tipo de Messias que Ele seria e como empregaria a sua unção da parte de DEUS. (1) JESUS foi tentado a utilizar sua unção e posição para servir a seus próprios interesses (vv. 3,4), obter glória e poder sobre as nações, ao invés de aceitar a cruz e o caminho do sofrimento (vv. 5-8), e ajustar-se à expectativa popular de um Messias sensacional (vv. 9-11). (2) Satanás ainda tenta os líderes cristãos a usarem sua unção, posição e capacidade em seu próprio benefício, para estabelecer sua própria glória e reino, e para agradar o povo mais do que a DEUS. Quem se entrega ao egoísmo, na realidade já se rendeu a Satanás.
4.2 NÃO COMEU COISA ALGUMA. Ver Mt 4.2 sobre o jejum.
4.4 NEM SÓ DE PÃO VIVERÁ. JESUS cita o AT (Dt 8.3), ao enfrentar a tentação de Satanás. (1) JESUS está dizendo que tudo o que é importante na vida depende de DEUS e da sua vontade (Jo 4.34). Esforçar-se por sucesso, felicidade ou coisas materiais, à parte do caminho e propósito de DEUS, levará à amarga desilusão e terminará em fracasso. (2) JESUS salienta essa verdade ao ensinar que devemos buscar em primeiro lugar o reino de DEUS (i.e., o governo, atividade e poder de DEUS em nossa vida); somente então é que outras coisas necessárias serão concedidas, de acordo com a sua vontade e propósito (ver Mt 5.6; 6.33).
4.5 OS REINOS DO MUNDO. JESUS rejeita a oferta que Satanás lhe fez, do domínio sobre todos os reinos do mundo. (1) O reino de JESUS, na presente era, não é um reino deste mundo (Jo 18.36,37). Ele recusa um reino para si através dos métodos mundanos de transigência, poder terreno, artifícios políticos, violência, domínio, popularidade, honra e glória humanas. (2) O reino de JESUS é um reino espiritual, no coração dos seus, os quais foram tirados do mundo. Como reino celestial: (a) é alcançado através do sofrimento, da abnegação, da humildade e da mansidão; (b) requer que dediquemos nosso corpo como sacrifício vivo e santo (Rm 12.1), em completa devoção e obediência a DEUS; (c) implica em lutar com armas espirituais contra o pecado, a tentação e Satanás (Ef 6.10-20); e (d) importa em resistirmos à conformação com este mundo (Rm 12.2)
4.9 LEVOU-O... A JERUSALÉM. Ver Mt 4.10 sobre Satanás.
4.10 PORQUE ESTÁ ESCRITO. Ver Mt 4.6.
4.18 O ESPÍRITO... SOBRE MIM.
4.18 ME UNGIU. Aqui, JESUS explica o propósito do seu ministério ungido pelo ESPÍRITO SANTO. (1) É para pregar o evangelho aos pobres, aos necessitados, aos aflitos, aos humildes, aos abatidos de espírito, aos quebrantados de coração e aos que temem a sua Palavra (cf. Is 61.1-3; 66.2). (2) É para curar os aflitos e oprimidos. Essa cura envolve a pessoa inteira, tanto física quanto espiritual. (3) É abrir os olhos espirituais dos que foram cegados pelo mundo e por Satanás, para agora verem a verdade das boas-novas de DEUS (cf. Jo 9.39). (4) É para proclamar o tempo da verdadeira liberdade e salvação do domínio de Satanás, do pecado, do medo e da culpa (cf. Jo 8.36; At 26.18). Todos os que são cheios do ESPÍRITO SANTO devem participar do ministério de JESUS, da maneira descrita acima. Para fazermos assim, precisamos estar profundamente conscientes da extrema necessidade e miséria da raça humana, resultante do pecado e do poder de Satanás uma condição de escravidão do mal, desolação, cegueira espiritual e males físicos.
4.33 ESPÍRITO... IMUNDO. Lucas registra que um dos primeiros atos de JESUS depois de anunciar que era o Messias, foi o conflito direto com as forças demoníacas. (1) O empenho principal de JESUS no seu ministério foi destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8). O reino de DEUS não pode estabelecer-se sem confronto com o reino de Satanás (ver Mt 12.28). (2) Um sinal inconfundível que o reino deixou de manifestar-se entre o povo de DEUS é a inexistência de confronto direto com o poder do mal, libertando os pecadores da escravidão do pecado e das forças demoníacas.
4.40 OS CURAVA. Ver Mt 4.23 ver CURA DIVINA.
 
5.10 SERÁS PESCADOR DE HOMENS. Ver Mt 4.19.
5.16 ELE RETIRAVA-SE PARA OS DESERTOS E ALI ORAVA. (1) Lucas ressalta mais do que os outros Evangelhos a prática da oração na vida e na obra de JESUS. Quando o ESPÍRITO SANTO desceu sobre JESUS no Jordão, Ele estava orando (Lc 3.21); em certas ocasiões, afastava-se das multidões para orar (Lc 5.16), e passou a noite em oração antes de escolher os doze apóstolos (Lc 6.12). Ficou orando em particular antes de fazer uma pergunta importante aos seus discípulos (Lc 9.18); por ocasião da sua transfiguração, Ele subiu ao monte a orar (Lc 9.28); sua transfiguração ocorreu estando Ele orando (v.29); e estava ele a orar antes de ensinar aos discípulos a chamada Oração do Senhor (11.1). No Getsêmani, Ele orava mais intensamente (Lc 22.44); na cruz, orou pelos outros (Lc 23.34); e suas últimas palavras antes de morrer foram uma oração (23.46). Está registrado que Ele também orou depois da sua ressurreição (Lc 24.30). (2) Ao observarmos a vida de JESUS nos outros Evangelhos, nota-se que Ele orou antes do convite, Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos (Mt 11.25-28); Ele orou junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42) e durante a instituição da Ceia do Senhor (Jo 17). Para mais detalhes da oração na vida de JESUS, ver Mt 14.23.
5.18 TRANSPORTARAM.. UM HOMEM ... PARALÍTICO. Os amigos do paralítico tinham uma grande fé em JESUS para realizar a cura, pois estavam resolutos a levá-lo a JESUS. Nós também devemos ter fé em CRISTO, ante as necessidades dos nossos conhecidos. Devemos também aproveitar todas as oportunidades para trazê-los a JESUS. O ESPÍRITO de DEUS proporcionará essas oportunidades, se realmente desejamos levar outras pessoas a CRISTO.
5.22 JESUS... CONHECENDO SEUS PENSAMENTOS. Todo crente deve saber que DEUS conhece, e sempre está avaliando todo nosso pensamento, desejo e imaginação (ver Mt 17.25; Jo 1.48; 2.25; 21.17; Sl 139; Hb 4.13).
5.24 O FILHO DO HOMEM. O Filho do Homem é a expressão predileta usada por JESUS ao referir-se a si mesmo. Dn 7.13 parece ser o antecedente no uso que JESUS fez da expressão. Daniel empregou o título, para descrever uma pessoa que viu numa visão; alguém como um filho de homem , vindo nas nuvens do céu, e que recebe um domínio eterno (ver Dn 7.13). Com este título, JESUS declara a verdade que Ele é o Messias prometido e enviado por DEUS. JESUS emprega o termo: (1) como substituto do termo eu (Mt 11.19); (2) quando faz declarações importantes (Mt 20.28; Mc 10.45); (3) quando prediz sua própria morte na cruz (Mt 17.22; Mc 8.31; Lc 9.44); (4) quando fala a respeito da sua ressurreição (Mt 17.9); (5) quando se refere à sua volta em glória à terra (Mt 24.27; Mc 13.26; 14.62); e (6) quando fala da sua atuação no juízo futuro (Mt 13.41).
5.30 COMEIS E BEBEIS COM... PECADORES. Ver Mt 9.11.
5.35 ENTÃO... JEJUARÃO. Ver Mt 9.15.
5.37 VINHO NOVO EM ODRES VELHOS. Ver Mt 9.17.
5.39 MELHOR É O VELHO. O versículo 39 é, provavelmente, um comentário irônico a respeito dos judeus, que rejeitavam o vinho novo do evangelho e afirmavam que o vinho velho ( o judaísmo do século I) era satisfatório. Aqui, CRISTO dá a entender que aqueles que estão acostumados a beber o vinho fermentado desenvolvem um forte desejo por ele, e não querem o vinho não fermentado. (1) ). Ele reconhece o efeito vicioso e de dependência das bebidas alcoólicas. Não é JESUS, mas aquele que bebe o vinho velho quem diz melhor é o velho . (1) Não podemos interpretar este versículo para fazê-lo dizer que o vinho velho (i.e., o judaísmo) é melhor do que o vinho novo (i.e., o evangelho de CRISTO), pois isso seria uma inversão do significado da parábola. O que JESUS declara aqui é que os fariseus e seus seguidores nem sequer reconhecem os méritos do novo; acham que o velho é bom. (2) Os fariseus não querem o vinho melhor. Recusam a revelação nova e natural da parte de DEUS e, contrariamente, procuram somente aquilo que os seres humanos alteraram (i.e., fermentaram). Mesmo assim, para aqueles que
aceitam a JESUS, o suco fresco e novo da uva (o evangelho) é preferível ao vinho velho, fermentado (a religião farisaica).
 
6.1 SÁBADO. Ver Mt 12.1, sobre o sábado.
6.2-10 JESUS E O SÁBADO. Embora os fariseus acusem JESUS de violar o sábado, Ele, na realidade, apenas não observou a interpretação exagerada que eles davam a respeito. JESUS declara que a observância do sábado não deveria transformar-se num ritual mantido à custa das necessidades essenciais do homem. CRISTO é Senhor do sábado (v. 5). No entanto, fica o conceito de que o trabalho diário deve ser interrompido, um dia na semana, para buscarmos a DEUS, reconhecendo que Ele é Senhor da totalidade da vida. Outrossim, as palavras e ações de JESUS, aqui (vv. 6-10), ensinam-nos que o dia do Senhor deve ser uma oportunidade de buscar e ajudar os necessitados, no âmbito espiritual e no físico.
6.12 PASSOU A NOITE EM ORAÇÃO. Constantemente, JESUS procurava estar a sós em oração com o Pai, principalmente nos momentos de grandes decisões (ver 5.16). (1) Uma noite inteira em fervente oração dará resultados surpreendentes (ver Tg 5.16). Depois de passar aquela noite em oração, JESUS escolheu os doze para serem seus apóstolos (vv. 13-16), curou muitos que estavam enfermos (vv. 17-19) e pregou seu sermão mais conhecido (vv. 20-49). Se JESUS, o perfeito Filho de DEUS, passou uma noite toda em oração ao Pai, para tomar uma importante decisão, quanto mais nós, com nossas fraquezas e nossos fracassos, precisamos orar muito e cultivar uma íntima comunhão com nosso Pai celestial. (2) Observemos que foi oração a DEUS ; -i. -e., a oração de JESUS tinha endereço certo. Muitas orações não são respondidas porque não têm o destino certo; estão com o endereço errado, ou não têm endereço nenhum.
6.17-49 O SERMÃO NUM LUGAR PLANO. Ver Mt 5-7 sobre o Sermão da Montanha.
6.20 BEM-AVENTURADOS. Ver Mt 5.3.
6.20 VÓS, OS POBRES.
6.21 VÓS, QUE... CHORAIS. Ver Mt 5.4.
6.22 QUANDO OS HOMENS VOS ABORRECEREM. Os discípulos de JESUS devem folgar e exultar (v. 23) quando, por causa da sua fidelidade a CRISTO e aos seus padrões divinos, são criticados e desprezados. A perseguição por causa da justiça comprova que esses discípulos estão em verdadeira comunhão com o Senhor, pois o próprio JESUS também era odiado e maltratado pelo mundo (Jo 15.18-21; ver Mt 5.10).
6.23 ASSIM FAZIAM OS SEUS PAIS. No AT, Israel muitas vezes rejeitou a mensagem dos profetas de DEUS (1 Rs 19.10; Mt 5.12; 23.31,37; At 7.51,52). (1) As igrejas dos nossos dias devem saber que DEUS lhes envia profetas (Ef 4.11; 1 Co 12.28) com o propósito de conclamar tanto os líderes, como o povo, a uma vida de retidão e de fidelidade à toda Escritura e à separação do mundo (ver Ap 2; 3). (2) As igrejas da atualidade podem agir como Israel no passado, rejeitando as palavras dos seus profetas e perder as bênçãos divinas e a salvação. Ou podem acatar a mensagem de DEUS, afastar-se do pecado, aprofundar sua lealdade a DEUS e continuar como povo de DEUS. As igrejas que rejeitarem os fiéis profetas de DEUS, que expõem a sua Palavra, acabarão sendo rejeitadas pelo próprio DEUS (Lc 13.34,35; Ap 2,3). (3) Satanás, propositalmente, enviará falsos profetas às igrejas (Mt 13.24-30, 36-43), os quais rejeitam a autoridade absoluta da Palavra de DEUS, alegam ter autoridade idêntica à Palavra de DEUS, que sua revelação é infalível e que seus ensinos estão isentos de julgamento das igrejas. Tais falsos profetas devem ser totalmente rejeitados.
6.24 AI DE VÓS, RICOS! JESUS está falando a respeito daqueles, cujos propósitos, felicidade, ou alvos, na vida consistem principalmente em coisas materiais ou na busca de grandes riquezas.
6.26 AI DE VÓS QUANDO TODOS OS HOMENS FALAREM BEM DE VÓS. Quando uma grande parte do mundo incrédulo fala bem do crente ou de um professo ministro de DEUS, isso pode indicar que ele não é um verdadeiro seguidor de CRISTO, pois os falsos profetas sempre gozam de popularidade junto àqueles que não são leais a CRISTO. O profeta ou ministro que serve a DEUS passará pelas mesmas coisas que CRISTO: sua vida e mensagem entrarão em conflito direto com os pecados dos ímpios e, então, será por eles rejeitado.
6.27 AMAI A VOSSOS INIMIGOS. Nos versículos 27-42, JESUS nos ensina como devemos conviver com outras pessoas. Como membros da nova aliança, temos a obrigação de cumprir as exigências que Ele expõe aqui. (1) Amar os nossos inimigos não significa um amor emotivo, i.e., de ter afeto por eles, mas, sim, uma genuína solicitude pelo seu bem e pela sua salvação eterna. Uma vez que sabemos da terrível ruína que aguarda os que são hostis a DEUS e ao seu povo, devemos orar por eles e procurar pagar-lhes o mal com o bem, levá-los a CRISTO e à fé do evangelho (ver Pv 20.22; 24.29; Mt 5.39-45; Rm 12.17; 1 Ts 5.15; 1 Pe 3.9). (2) Amar nossos inimigos não quer dizer ficarmos indiferentes enquanto os malfeitores continuam nas suas atividades iníquas. Quando necessário for, pela honra de DEUS, pelo bem ou segurança do próximo, ou proveito maior dos pecadores, deve-se tomar providências rigorosas para deter a iniquidade (ver Mc 11.15; Jo 2.13-17).
6.29 NEM A TÚNICA RECUSES. Ver Mt 5.39.
6.37 NÃO JULGUEIS. Ver Mt 7.1.
6.38 DAI. Em conformidade com o princípio do amor, devemos dar aos necessitados (ver 2 Co 8.2). O próprio DEUS medirá a generosidade do crente e o recompensará. A medida da bênção e da recompensa a recebermos será proporcional ao nosso interesse pelos outros e à ajuda que lhes damos (ver 2 Co 9.6).
6.45 SEU CORACÃO. Como centro do ser humano, o coração determina sua conduta e deve ser mudado ou convertido (ver Mt 7.20-23). Sem tal mudança interna, ninguém consegue fazer a vontade de DEUS (cf. Jr 24.7; 31.33; 32.39; Ez 36.23,27; Mt 7.16-20; 12.33-35; 15.18,19; 21.43; Lc 1.17; Rm 6.17).
6.46 NÃO FAZEIS O QUE EU DIGO. Ver Mt 7.21.
 
7.9 TANTA FÉ. Ver Mt 8.10.
7.13 ÍNTIMA COMPAIXÃO POR ELA. A compaixão que JESUS sentiu por essa viúva revela o seu amor e cuidado especiais pelas viúvas e qualquer outra pessoa que fica sozinha no mundo. O marido desta viúva morrera primeiro e, agora, o seu filho único (v. 12). Que situação! No tocante a essa compaixão de DEUS, as Escrituras ensinam o seguinte: (1) DEUS é pai dos órfãos e defensor das viúvas (Sl 68.5). Estão sob seu cuidado e proteção especiais (Êx 22.22,23; Dt 10.18; Sl 146.9; Pv 15.25). (2) Mediante o dízimo e a abundância do seu povo, DEUS supre as necessidades deles (Dt 14.28,29; 24.19-21; 26.12,13). (3) Ele abençoa aqueles que os ajudam e os honram (Is 1.17,19; Jr 7.6,7; 22.3,4). (4) Ele está contra aqueles que tiram proveito deles ou os lesam ( Êx 22.22,24; Dt 24.17; 27.19; Jó 24.3; Sl 94.6,16; Zc 7.10). (5) São beneficiados pelo terno amor e compaixão de DEUS (vv. 11-17; Mc 12.42,43; Mt 18.2-8; 21.2-4). (6) A igreja primitiva fez do cuidado deles uma prioridade (At 6.1-6). (7) Tiago declara que um dos aspectos da verdadeira fé em CRISTO é cuidar dos órfãos e das viúvas nas suas aflições (Tg 1.27; cf 1 Tm 5.3-8).
7.24 UMA CANA ABALADA. Ver Mt 11.7.
7.28 JOÃO BATISTA. Ver Mt 11.11.
7.33 VINHO.
7.34 COMILÃO... BEBEDOR DE VINHO. Vinho (gr. oinos) referia-se, no NT, a todos os tipos de vinho, tanto o não fermentado, como o fermentado. (1)). A declaração de JESUS indica que Ele bebia algum tipo de vinho, ao passo que João não bebia nenhum (v. 33). Não se pode, porém, determinar por meio deste texto que tipo de vinho Ele bebia, uma vez que a acusação dos fariseus a respeito do caráter de JESUS é totalmente falsa. Acusam JESUS de ser um comilão e beberrão, ou de beber com os pecadores, mas eram mentiras difamatórias e costumeiras, com o propósito de destruir a sua influência como mestre da justiça (ver Mt 12.24; Jo 7.20; 8.48). O próprio JESUS disse que quem come e bebe com os ébrios é um mau servo (Mt 24.48,49). Logo, não se pode provar, de modo nenhum, à base deste texto, que JESUS bebia vinho embriagante (para um exame do tipo de vinho que JESUS empregava; cf. Pv 23.31)
7.38 CHORANDO. Pelo seu amor e devoção por JESUS, esta mulher rega seus pés com lágrimas. O choro pode ser uma expressão de tristeza e pesar, ou de amor retributivo para com CRISTO. (1) Chorando em oração com fé, o crente exprime diante de DEUS aquilo que está no seu coração. As lágrimas são também valiosas como oferenda e serviço a Ele (vv. 37-50; At 20.19,31; 2 Co 2.4; Sl 126.5,6; Jr 9.1; 14.17; 31.15,16; ver Ne 8.9). O crente que, com fé e oração, chora diante de DEUS, por contrição, arrependimento ou pela salvação dos pecadores torna-se participante dos sofrimentos de CRISTO (2 Co 1.5; Fp 3.10; 1 Pe 4.13). (2) O próprio CRISTO chorou enquanto orava, e foi ouvido (Hb 5.7); Paulo por sua vez serviu ao Senhor com muitas lágrimas (At 20.19; 2 Co 2.4). Também, hoje, os que choram em CRISTO são chamados bem-aventurados (6.21). DEUS, no futuro reino de CRISTO, enxugará toda lágrima do seu povo (Ap 7.17; 21.4; quanto à oração com lágrimas, ler 2 Rs 20.5; Sl 39.12; Sl 56.8).
7.47 MUITO AMOU. O verdadeiro amor e a sincera devoção a CRISTO, da nossa parte, devem proceder da plena conscientização da gravidade dos pecados cometidos no passado, do amor dEle por nós, manifesto na sua morte na cruz, e da convicção pessoal de que Ele cuida daqueles a quem perdoou. A fé sem estes princípios não perdurará.
 
8.3 O SERVIAM COM SUAS FAZENDAS. Essas mulheres, que tinham recebido cura e atendimento especial da parte de JESUS, honravam-no, contribuindo fielmente para o seu sustento e dos seus discípulos. O serviço e a devoção delas continuam sendo um exemplo para toda mulher que nEle crê. As palavras de JESUS em Mt 25.34-40 aplicam-se a nós na proporção em que lhe servimos.
8.4 PARÁBOLAS. Ver Mt 13.3.
8.5 UM SEMEADOR SAIU A SEMEAR. Ver Mc 4.3.
8.12 TIRA-LHES... A PALAVRA. Ver Mc 4.15..
8.13 CRÊEM POR ALGUM TEMPO E SE DESVIAM. Na interpretação da parábola do semeador, por CRISTO, Ele mostra com clareza que alguém pode crer e iniciar uma sincera vida de fé, mas desviar-se depois, por não resistir à tentação. Por outro lado, há os que, ouvindo a Palavra, a conservam num coração honesto e bom e dão fruto com perseverança (v. 15). JESUS ensina que é essencial que aqueles que recebem a Palavra a conservem ou guardem (Lc 11.28; Jo 8.51; 1 Co 15.1,2; Cl 1.21-23; 1 Tm 4.1,16; 2 Tm 3.13-15; 1 Jo 2.24,25; ver Jo 15.6).
8.14 SUFOCADOS COM OS CUIDADOS, E RIQUEZAS. Nós, que temos crido em JESUS, devemos sempre estar alerta para não deixar que as responsabilidades, abundância ou prazeres deste mundo venham a ocupar nossos pensamentos e alvos, a ponto de destruírem totalmente a nossa vida espiritual. Espinhos e ervas daninhas desse tipo, podem lenta, mas, inevitavelmente, sufocar a Palavra existente em nossa vida. Perguntemos a nós mesmos: O que está acontecendo na minha vida? Estou sendo cada vez mais aprisionado pelas coisas temporais? Ou a Palavra de DEUS e as coisas celestiais estão se tornando cada vez mais importantes na minha vida no decorrer do tempo?
8.18 LHE SERÁ DADO. Ver Mt 25.29.
8.21 MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS. Somente são membros da família de DEUS os que ouvem e obedecem a Palavra de DEUS. Na família espiritual de DEUS não pode haver ninguém tendo fé sem obediência.
8.27-33 UM HOMEM... POSSESSO DE DEMÔNIOS. A possessão demoníaca (a habitação de demônios numa pessoa) é um dos meios usados por Satanás e o seu reino, na sua luta contra o reino de DEUS.
8.44 TOCOU NA ORLA DA SUA VESTE. Ver Mc 5.28.
8.50 NÃO TEMAS: CRÊ SOMENTE. Ver Mc 5.36.
 
9.1 VIRTUDE E PODER SOBRE TODOS OS DEMÔNIOS. Ver Mt 10.1.
9.2 PREGAR O REINO... CURAR OS ENFERMOS. (1) Esta foi a primeira ocasião em que JESUS enviou os doze discípulos para representá-lo por palavras e atos. A instrução dada os doze, conforme o trecho paralelo em Mateus, foi ir às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.6). Depois da sua ressurreição, no entanto, JESUS ampliou o alcance, para abranger todas as nações, numa comissão que deve continuar até à consumação dos séculos ; até o fim do mundo (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20). (2) Os escritores dos Evangelhos deixam claro que a ordem de JESUS para pregar o reino de DEUS, raras vezes, foi dada à parte da ordem para curar os enfermos e expulsar demônios (Mt 9.35-38; 10.7,8; Mc 3.14,15; 6.7-13; 16.15,17; Lc 9.2,6; 10.1,9: cf. 4.17-19). É a vontade de DEUS que a pregação do evangelho, hoje, seja acompanhada pela mesma demonstração do ESPÍRITO e de poder (Mt 10.1; Mc 16.15-18; At 1.8; Rm 15.18,19; 1 Co 2.4,5; 4.20) a fim de enfrentar o desafio de Satanás nestes últimos dias (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-5). (3) As igrejas de hoje não devem se comparar umas com as outras, mas com esta mensagem e padrão do NT. Estamos vendo e experimentando o reino de DEUS da mesma maneira que os cristãos primitivos
9.12-17 ALIMENTADOS OS CINCO MIL. Ver Mt 14.19.
9.23 TOME CADA DIA SUA CRUZ. Aceitar JESUS como Senhor e Salvador requer não somente crer na veracidade do evangelho, mas também assumir o compromisso de segui-lo com abnegação (ver Mc 8.34). Cada dia, é preciso considerar a resolução de negar-se a si mesmo, ou viver para seus próprios desejos egoístas. Essa escolha determinará nosso destino eterno.
9.24 QUALQUER QUE... PERDER A SUA VIDA. Quem quiser viver aqui para o seu próprio prazer e felicidade, em vez de viver para fazer a vontade de DEUS e segundo os seus princípios, acabará no engano e perdição. A verdadeira vida e felicidade consiste no abandono dos nossos próprios caminhos e viver em comunhão com JESUS, conforme os ensinos da sua Palavra.
9.26 QUALQUER QUE DE MIM... SE ENVERGONHAR. É sentir vergonha ou constrangimento diante do mundo, ao identificar-se com os caminhos, valores, e alvos que JESUS ensinou. É ter vergonha da sua Palavra, vergonha de afirmar sua inspiração divina e plenária, vergonha de viver à altura dela e de defendê-la. A tais pessoas CRISTO rejeitará e condenará (Mt 10.33; Rm 1.16; 2 Tm 1.8,12,16; Ap 3.14-16; Mc 8.34).
9.27 VEJAM O REINO DE DEUS Ver Mt 16.28
9.29 TRANSFIGUROU-SE. Na sua transfiguração, JESUS foi transformado na presença de três discípulos, que viram a sua glória celestial, conforme Ele realmente era: DEUS em corpo humano. A experiência da transfiguração foi: (1) um alento para JESUS ante a sua iminente morte de cruz (cf. Mt 16.21); (2) um comunicado aos discípulos de que JESUS teria de sofrer na cruz (v.31); e (3) uma confirmação, por DEUS, que JESUS era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana (v.35).
9.41 GERAÇÃO INCRÉDULA. Ver Mt 17.17.
9.55 REPREENDEU-OS. O crente precisa ter cuidado para que sua fidelidade a CRISTO e o seu fervor por Ele não abriguem um espírito de vingança ou violência contra os descrentes que vivem nas trevas do pecado.
 
10.1 MANDOU-OS... DE DOIS EM DOIS. Este princípio de enviar obreiros de dois em dois é altamente importante na obra do Senhor. Para cada obreiro, isso significa fé e sabedoria reduplicadas, além da estimulante coragem de um companheiro. Outros trechos que tratam do princípio de dois a dois são: Mt 18.16; Mc 6.7; 14.13; Lc 7.19; Jo 1.35-41; 8.17; At 9.38; 10.7; 15.36-40; 19.22; 2 Co 13.1; 1 Tm 5.19; Hb 10.28; Ec 4.9-12.
10.2 GRANDE É, EM VERDADE, A SEARA. Ver Mt 9.37.
10.3 CORDEIROS AO MEIO DE LOBOS. Os crentes que observam fielmente a vontade de DEUS enfrentarão muitos perigos. Serão como cordeiros indefesos em meio de lobos. Daí, todo crente deve buscar a DEUS, invocando a sua presença, proteção e provisão.
10.9 CURAI OS ENFERMOS... É CHEGADO A VÓS O REINO DE DEUS . JESUS volta a enfatizar que o reino de DEUS está vinculado à cura dos enfermos. Ver mais sobre o assunto em Lc 9.2
10.19 SERPENTES E ESCORPIÕES. São termos indicativos das mais perigosas forças espirituais do mal. O crente tem domínio sobre os espíritos malignos, pois CRISTO nos deu seu poder e autoridade sobre Satanás.
10.20 NÃO VOS ALEGREIS. CRISTO adverte os discípulos para não fazerem do poder sobre os demônios, ou do sucesso no ministério, uma fonte fundamental da sua alegria. Devem alegrar-se, sim, por estarem redimidos do pecado e destinados ao céu (ver Mt 7.22,23).
10.21 SÁBIOS E... CRIANCINHAS. JESUS se alegra porque seu Pai celestial proveu a compreensão das verdades espirituais, não aos intelectualmente sábios aos seus próprios olhos, mas aos que aceitam com humildade infantil a verdade revelada na sua Palavra. Aqueles que se julgam suficientemente sábios para questionar os ensinamentos das Escrituras, baseados no seu próprio conhecimento superior , o qual usam como fundamento para aceitar ou rejeitar a Palavra de DEUS, estão excluídos da comunhão e do conhecimento do Filho (v.22)
10.27 AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS... E AO TEU PRÓXIMO. Ver Mt 22.37-39.
10.30 A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO. A parábola do Bom Samaritano destaca a verdade de que compaixão e cuidado são coisas intrínsecas à fé salvadora e à obediência a CRISTO. Amar a DEUS deve ser também amar ao próximo. (1) A vida e a graça que CRISTO transmite aos que o aceitam produzem amor, misericórdia e compaixão pelos necessitados e aflitos. Esse amor é um dom da graça de DEUS através de CRISTO. O crente tem a responsabilidade de viver à altura do amor do ESPÍRITO SANTO tendo, dentro dele, um coração não endurecido. (2) Quem afirma ser cristão, mas tem o coração insensível diante do sofrimento e da necessidade dos outros, demonstra cabalmente que não tem em si a vida eterna (vv. 25-28; 31-37; cf. Mt 25.41-46; 1 Jo 3.16-20).
10.42 UMA SÓ É NECESSÁRIA. Embora o serviço ativo e prático do crente para DEUS seja primordial e bom, nossa tarefa primeira e mais importante é o amor e a devoção que se expressam na adoração e oração tranquilas, em comunhão com o Senhor (ver Mt 26.13). Estamos tão ocupados na obra do Senhor, na frequência aos cultos da igreja, na execução das boas obras, que nos esquecemos da comunhão espiritual com nosso Salvador?
11.2-4 A ORAÇÃO DO SENHOR. Ver Mt 6.9-15, sobre a Oração do Senhor.
11.3 O NOSSO PÃO COTIDIANO. O crente deve aprender a orar por seu sustento (cf. Mt 6.11), tendo por base quatro princípios bíblicos. Sua petição deve ser: (1) de conformidade com a vontade de DEUS e para sua glória (Mt 6.10,33; 1 Co 10,31; 1 Jo 5.14,15); (2) de modo que, por ela, DEUS demonstre seu amor paternal ao crente (Mt 6.9, 25-34); (3) para suprir suas necessidades básicas e dar-lhe condições de praticar os deveres cristãos (2 Co 9.8; 1 Tm 6.8; Hb 13.5); e (4) para pedir coisas para si somente depois de dar fielmente a DEUS e ao próximo (2 Co 9.6; ver 2 Co 8.2).
11.9 PEDI... BUSCAI... BATEI. Ver Mt 7.7.
11.11 LHE DARÁ... UMA SERPENTE. Ver Mt 7.11.
11.13 DARÁ... O ESPÍRITO SANTO ÀQUELES QUE LHO PEDIREM. Este versículo, provavelmente, não se refere ao ESPÍRITO SANTO ser concedido ao crente a partir do novo nascimento (Jo 3.3), uma vez que a partir da conversão todos os crentes passam a ter permanente em si a presença do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.9,10; 1 Co 6.19,20). Aqui, provavelmente, trata-se de quem já é salvo, e, neste caso, dar o ESPÍRITO SANTO refere-se à plenitude do ESPÍRITO SANTO, que CRISTO prometeu aos que já são filhos do Pai celestial.
11.20 OS DEMÔNIOS... O REINO DE DEUS. O trecho de 11.20-26 revela três coisas: (1) O sucesso do reino de DEUS na terra está em proporção direta à destruição do poder de Satanás e à libertação do homem perdido da escravidão do pecado e do demonismo (v. 20); (2) Satanás lutará contra o estabelecimento do reino de CRISTO na terra (vv. 24-26; Mt 13.18-30; Ap 12.12); e (3) JESUS demonstra o seu poder e autoridade divinos sobre Satanás, ao derrotá-lo, desarmá-lo e despojá-lo de seu poder (vv. 20-22; Cl 2.15).
11.23 QUEM NÃO É COMIGO É CONTRA MIM. JESUS declara que é impossível permanecer neutro no conflito espiritual entre o seu reino e o poder do mal. (1) Aquele que não se une a CRISTO na oposição a Satanás e à iniquidade deste mundo, posiciona-se, na realidade, contra JESUS CRISTO. Cada um, ou está lutando por CRISTO e pela justiça, ou por Satanás e pela impiedade. (2) As palavras de JESUS condenam qualquer intento de posição neutra ante a iniquidade, bem como obediência parcial.
11.26 SETE ESPÍRITOS PIORES... E... HABITAM ALI. O assunto aqui fica claro, ante o trecho paralelo de Mt 12.43-45, que fala da casa desocupada. (1) A passagem ressalta o fato de que na sua conversão (Jo 3.3) o crente deve, não somente ser liberto do pecado, mas também, a partir daí, dedicar-se totalmente a CRISTO, à oração, à retidão, à Palavra e ao recebimento da plenitude do ESPÍRITO SANTO. (2) Satanás não deixa de atacar o crente após a sua conversão. Seu poder é uma ameaça contínua e incessante (Lc 22.31; ver Mt 6.13). A nossa proteção contra o pecado e Satanás vem pela nossa plena consagração a CRISTO e o emprego de todos os meios de graça que nos são disponíveis através de CRISTO (ver Ef 6.11). (3) O crente que foi liberto de poderes demoníacos, porém não renuncia totalmente ao pecado, não dá liberdade em sua vida ao ESPÍRITO de DEUS e está dando lugar ao retorno de espíritos maus piores do que os anteriores.
11.34 A CANDEIA DO CORPO É O OLHO. O olho é o meio de que o corpo dispõe para receber luz. Se o olho for saudável, seu dono pode plenamente receber luz e empregá-la. Se o olho for anormal e doentio, a escuridão vai prevalecer, e seu portador não pode caminhar, nem trabalhar porque não enxerga. (1) Igualmente quando a visão espiritual de alguém, i.e., quando suas atitudes, seus motivos e desejos se inclinam para DEUS, então a luz da Palavra divina penetra em seu espírito produzindo bênçãos, fruto e salvação (Gl 5.22,23). Por outro lado, se os desejos dessa pessoa não se coadunam com as coisas de DEUS, a revelação e a verdade divinas não surtirão efeito. (2) Cada crente deve examinar sua vida, conservando plenamente sadia a sua visão espiritual, para que o evangelho possa santificá-lo e renovar sua vida interior. Acolhemos o ensino da Escritura, ouvido, ou lido, com amor sempre crescente a DEUS, a CRISTO e à própria Palavra? ou apesar de todas as mensagens do evangelho e ensinos bíblicos recebidos, a alma está inerte, dominada pelo pecado? Se está ocorrendo este último caso, a visão espiritual desse crente está arruinada e seu corpo cheio de trevas. Nesse caso, deve haver confissão de pecados, arrependimento e separação de tudo o que leva às trevas.
11.42 AI DE VÓS. Ver Mt 23.13, sobre a condenação dos pecados dos fariseus, por CRISTO.
 
12.1 HIPOCRISIA. JESUS condena a hipocrisia dos fariseus e adverte seus discípulos a se precaverem contra esse pecado na sua própria vida e ministério. (1) Hipocrisia é a pessoa fingir ser aquilo que não é, por exemplo, fingir em público ser crente piedoso e fiel, enquanto, na realidade, acalenta pecados ocultos de imoralidade, cobiça, concupiscência e outros mais. O hipócrita é um enganador, em se tratando da retidão prática. (2) Uma vez que a hipocrisia envolve viver a mentira, isso faz do hipócrita um cooperador e aliado de Satanás, o pai da mentira (Jo 8.44). (3) JESUS adverte seus discípulos de que toda a hipocrisia e pecado oculto serão descobertos; se não for nesta vida, certamente o será no dia do juízo (ver Rm 2.16; 1 Co 3.13; 4.5; Ap 20.12). Aquilo que é feito secretamente, será revelado abertamente em alguma ocasião (vv. 2,3). (4) A hipocrisia é um sinal de que a pessoa não teme a DEUS (v. 5), nem possui o ESPÍRITO SANTO com sua graça regeneradora (ver Rm 8.5-14; 1 Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5). Quem permanecer nessa condição, não poderá escapar da condenação do inferno (Mt 23.33)
12.5 A ESSE TEMEI. Os discípulos de JESUS devem ter reverente temor da majestade e santidade de DEUS e da sua ira contra o pecado (cf. Is 6.1-5).
12.8 ME CONFESSAR DIANTE DOS HOMENS. Ver Mt 10.32.
12.9 QUEM ME NEGAR. Negar a CRISTO é: (1) deixar de reconhecer diante dos ímpios que somos seus seguidores; e (2) recusar-se a dar testemunho do evangelho e dos princípios da justiça de CRISTO ante uma sociedade carente de valores cristãos.
12.10 BLASFEMAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO. Ver Mt 12.31.
12.15 ACAUTELAI-VOS... DA AVAREZA. Fazer dos ganhos ou das riquezas da terra o propósito da nossa vida é um erro fatal que leva à perdição eterna (vv. 20,21). (1) A palavra grega traduzida avareza (pleonexia), literalmente significa a sede de possuir mais. (2) A avareza nada tem com o provimento das nossas próprias necessidades e as da nossa família (cf. Pv 6.6). Enquanto trabalhamos para suprir as nossas necessidades, devemos ser ricos para com DEUS e buscar em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça (v. 31; cf. Mt 6.33). (3) Cada crente deve atentar para esta advertência de JESUS e examinar se há egoísmo e avareza em seu próprio coração.
12.22 NÃO ESTEJAIS APREENSIVOS PELA VOSSA VIDA. Ver Mt 6.25.
12.24 QUANTO MAIS VALEIS. Ver Mt 6.25,30.
12.31 BUSCAI... O REINO DE DEUS . Ver Mt 6.33.
12.33 VENDEI O QUE TENDES. Ver Mt 19.21; 1 Co 16.2; 2 Co 8.1-5, para o significado do que JESUS diz aqui.
12.34 VOSSO TESOURO... VOSSO CORAÇÃO. O coração, (i.e., sentimentos, pensamentos, desejos, valores, vontade e decisões) da pessoa é atraído pelas coisas que ela considera mais importantes. (1) Quem tem como seu tesouro as coisas terrestres, terá seu coração escravizado por tais coisas. (2) Se o reino de DEUS, as coisas celestiais, a sua Palavra, a sua presença, a sua santidade e nosso relacionamento com Ele são o nosso tesouro, nosso coração será atraído às coisas do seu reino e nossa vida estará voltada para o céu e para a volta de nosso Senhor (vv. 35-40)
12.35-40 LOMBOS CINGIDOS E LÂMPADAS ACESAS. No tocante à vinda do Senhor para buscar os seus, a igreja do NT apenas sabia que ela estava perto, podendo ocorrer a qualquer momento (ver Mc 13.35). Todos os crentes eram exortados a estarem espiritualmente preparados em todo tempo, aguardando a volta do Senhor. (1) O crente deve estar tão dedicado a CRISTO como seu maior tesouro (v. 34), que sua esperança e anseio devem ser a volta de JESUS (vv. 35-37). (2) o crente deve estar em tudo preparado, na expectativa do momento desconhecido da vinda de CRISTO (vv. 38-40); (3) A vinda de CRISTO é iminente, i.e., Ele pode vir a qualquer momento (v. 38). O crente deve estar esperando e aguardando a pessoa de CRISTO, e não um conjunto de eventos que pode começar a qualquer momento (ver 1 Co 15.51; Mt 24.42,44; Jo 14.3)
12.36 ESPERAM O SEU SENHOR. Ver Mt 25.1,4.
12.38 BEM-AVENTURADOS SÃO OS TAIS SERVOS. Uma bênção especial da presença e dos cuidados de CRISTO está reservada àqueles que, com total prontidão e fidelidade, esperam (v.36) e vigiam (v. 37)pela volta do seu Senhor, durante o tempo entre a sua ascensão e a sua segunda vinda.
12.40 À HORA QUE NÃO IMAGINAIS. Os servos de DEUS devem sempre estar espiritualmente preparados e vivendo em obediência (v.35), porque o Senhor virá num momento inesperado. Outros trechos ressaltando a mesma verdade: Mt 24.36, 42-44; Lc 21.34; 1 Ts 5.2-4.
12.42-48 O SERVO FIEL E O INFIEL. JESUS revela aqui que há duas maneiras de viver de todo crente em relação à sua ausência e promessa da sua volta. (1) Estar ele sempre vigilante e, espiritualmente, pronto para a volta do Senhor a qualquer momento, para receber a bênção do seu Mestre (ver v. 35; Mc 13.35; Jo 14.3). (2) Viver descuidado, julgando que o Senhor adiará a sua vinda; deixar de resistir ao pecado e afastar-se do caminho da fidelidade. Deste modo, ele será alvo da condenação e da ira do Senhor e herdará eterna vergonha e ruína na sua vinda (vv. 45, 46; cf. Mt 24.44; Jo 5.24; 15.6).
12.45 O MEU SENHOR TARDA EM VIR. Negar que CRISTO pode voltar a qualquer momento para julgar o discípulo infiel e negligente torna sem efeito a exortação de CRISTO para que perseveremos ante a sua vinda inesperada (vv. 35,37,38,40). É exatamente o fato de não haver oportunidade para arrependimento e conversão, na vinda repentina de CRISTO, que a torna uma fatalidade para os crentes apóstatas. A vinda de CRISTO é como a morte é definitiva. Ela pode ocorrer a qualquer momento (ver Mt 24.42,44; Mc 13.35; 2 Ts 2.11).
12.48 COM POUCOS AÇOITES SERÁ CASTIGADO. Assim como haverá diferentes graus de glória no novo céu e na nova terra (1 Co 15.41,42), também haverá diferentes graus de sofrimento no inferno. Aqueles que estão eternamente perdidos sofrerão diferentes graus de castigo, conforme os privilégios e responsabilidades que aqui tiveram (cf. Mt 23.14; Hb 10.29).
12.51 VIM TRAZER... DISSENSÃO. Ver Mt 10.34.
 
13.6-9 FIGUEIRA... MANDARÁS CORTAR. A parábola da figueira refere-se primeiramente a Israel (cf. 3.9; Os 9.10; Jl 1.7). Sua verdade, no entanto, aplica-se a todas as pessoas que professam crer em JESUS, mas não abandonam o pecado. Embora DEUS dê a todos ampla oportunidade de se arrependerem, Ele não tolerará para sempre o pecado. O tempo virá quando a graça e a misericórdia de DEUS serão removidas e os impenitentes castigados sem misericórdia (cf. Lc 20.16; 21.20-24).
13.11 UM ESPÍRITO DE ENFERMIDADE. JESUS mostra, aqui, que certas enfermidades são efeito direto da ação ou opressão de demônios. O sofrimento desta mulher aleijada procedia de um espírito , i.e., um emissário de Satanás (vv.11,16; cf. Mt 9.32,33; 12.22; Mc 5.1-5; 9.17,18; At 10.38).
13.16 SOLTAR DA PRISÃO. Um pecado terrível aos olhos de CRISTO é o crente deixar de ouvir o clamor da humanidade sofredora (vv. 11-14). JESUS ensina, aqui, que o gênero humano está aprisionado pelo pecado, pela enfermidade e pela morte, vivendo em aflição e grande necessidade (vv. 11,16; Mt 4.23; At 26.18). Hoje, é grande o perigo de nos tornarmos insensíveis ante a miséria e o sofrimento do mundo, por causa dos divertimentos proporcionados pelos meios de comunicação, que cada vez mais primam em apresentar a imoralidade e a violência como formas de prazer. O verdadeiro discípulo será como seu Mestre. Estará atento às aflições do próximo e ouvirá os gemidos da criação (10.33-37; Rm 8.22)
13.19 AO GRÃO DE MOSTARDA. A parábola do grão de mostarda e a do fermento, que se lhe segue, completam-se entre si. Falam do crescimento do mal dentro do atual reino visível de DEUS. A parábola do grão de mostarda fala do pequeno começo desse reino e seu desenvolvimento subsequente no decurso do tempo. Ele começou apenas com JESUS e um grupo de discípulos dedicados (ver Jo 20.22; At 2.4). No entanto, a manifestação atual e visível do reino crescerá até tornar-se grande, organizado e poderoso. Ele aceitará, nos seus ramos , (i.e., na sua comunhão) as aves do céu, i.e., elementos malignos que removem as sementes da verdade. Ver Mt 13.4,19, onde as aves figuram os agentes do mal. Ver também Ap 18.2, onde a grande Babilônia (representando a igreja apóstata) torna-se morada de demônios e esconderijo de toda ave imunda e aborrecível (ver o comentário de Ap 2,3, a descrição de CRISTO sobre a decadência espiritual infiltrando-se na maioria das sete igrejas; Ap 18.4, sobre a igreja falsa).
13.21 FERMENTO. O fermento é, normalmente, considerado, nas Escrituras, tipo da presença do mal ou da impureza. Ele fermenta, desintegra ou corrompe (ver Êx 12.19; 13.6-8; Lv 2.11; 6.17; Dt 16.3,4; Am 4.4,5; Êx 13.17). No NT, o fermento é empregado para representar o falso ensino e as doutrinas malignas dos fariseus, dos saduceus (Mt 16.6,12), e dos herodianos (Mc 8.15). Em 1 Co 5.6-8, o fermento representa a maldade e malícia , em contraste com a sinceridade e verdade (cf. Gl 5.9). Por isso, muitos entendem que esta parábola se refere a doutrinas falsas e malignas e à injustiça, que se alojam no atual reino visível de DEUS. (1) Esse fermento do mal espalhar-se-á em todos os setores da obra de DEUS. Ele acha-se: (a) no modernismo, no liberalismo religioso e na Teologia da Libertação, que exaltam o raciocínio humano acima da autoridade das Escrituras (cf. Mt 22.23,29); (b) no mundanismo e práticas imorais permitidos por certas igrejas e seus líderes (cf. Ap 2,3); (c) na busca da fama ou do poder dentro da igreja, por homens que se preocupam mais com suas próprias ambições do que com a glória de DEUS (cf. Mt 23); (d) nas falsas doutrinas (cf. Gl 1.9); (e) nos falsos mestres (cf. Mt 24.11,24); e (f) nos cristãos professos, que nunca nasceram de novo (cf. Mt 23; Jd 12-19). Perto do fim da presente era, esses males se infiltrarão na obra de DEUS, através das denominações, das igrejas locais, dos
institutos bíblicos, das faculdades de teologia, dos seminários, e dos ministérios todos liberais, até o ponto de o evangelho apostólico do NT e a vida santificada serem coisas raras de se ver (ver 18.8; Gl 1.9; 1 Tm 4.1; Ap 2 e 3). (2) Todo cristão deve tomar cuidado para que o fermento do mal não afete sua vida. O segredo da vitória contra isso consiste em sempre olhar para JESUS com fé (Hb 12.2,15; Tt 2.13); em desprezar as coisas do mundo (1 Jo 2.15-17; Tg 1.27); em permanecer na Palavra de DEUS (Jo 15.7; Tg 1.21); aguardar a volta de CRISTO (12.35-40); em constantemente ouvir e obedecer a voz do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.12-14; Gl 5.16-18); em estar disposto a sofrer com CRISTO (Rm 8.17); e por CRISTO (Fp 1.29); em lutar contra todas as formas do mal (1 Co 10.6; 1 Ts 5.15; 1 Pe 3.11); em defender o evangelho (Fp 1.17); e em revestir-se de toda a armadura de DEUS (Ef 6.11-18)
13.24 A PORTA ESTREITA. Ver Mt 7.14.
13.30 DERRADEIROS SERÃO OS PRIMEIROS. Ver Mt 19.30.
13.34 JERUSALÉM... QUE MATA OS PROFETAS. A tristeza e as lágrimas (cf. 19.41) de nosso Senhor, por causa da rebeldia de Jerusalém, evidenciam a livre vontade do homem em resistir à graça e à vontade de DEUS (Lc 19.41; At 7.51; Rm 1.18-32; 2.5)
 
14.11 SE EXALTAR SERÁ HUMILHADO. O Salvador adverte que aqueles que se exaltam nesta vida, serão humilhados no futuro reino dos céus. O que importa aqui é nossa posição de honra diante de DEUS. Essa honra não pode ser obtida por presunção; ela tem origem somente na humildade e na condição de servo (vv. 12-14) e pela busca da honra que vem só de DEUS (Jo 5.44).
14.15-24 A PARÁBOLA DA GRANDE CEIA. Embora esta parábola originalmente se aplique a Israel e à sua rejeição ao evangelho, também se aplica, hoje, às igrejas e a cada crente professo. (1) O assunto desta parábola é o dia da ressurreição em sua glória celestial futura (vv. 14,15; cf. Lc 22.18), i.e., a volta de CRISTO para levar os seus para o reino celestial. (2) Aqueles que, inicialmente, aceitaram o convite, mas não compareceram, representam os que aceitaram (ou aparentemente aceitaram) o convite de JESUS à salvação, mas seu amor a CRISTO e ao seu reino celestial esfriou (vv. 17-20). (3) Tais pessoas deixaram de ter como objetivo as coisas celestiais (vv. 18-20). Rejeitaram a admoestação bíblica de buscarem as coisas que são de cima, e não as que são da terra, enquanto esperam o aparecimento de CRISTO (Cl 3.1-4). Sua esperança e sua vida se centralizam nas coisas deste mundo, e já não desejam uma [pátria] melhor, isto é, a celestial (Hb 11.16). (4) O versículo 22 indica que também haverá aqueles, cujo coração está ligado com CRISTO no céu, e não nas vantagens desta vida. Oram juntamente com o ESPÍRITO e a noiva: Ora, vem, Senhor JESUS (Ap 22.20).
14.26 ABORRECER A SEU PAI. A palavra aborrecer , neste versículo, significa amar menos (cf. Lc 14.26 com Mt 10.37; Gn 29.31; Ml 1.3). O que JESUS requer aqui é que nossa lealdade e amor a Ele sejam superiores a todos os demais vínculos em nossa vida, inclusive os da nossa própria família.
14.27 LEVAR A SUA CRUZ. Ver 9.23; Mc 8.34.
14.28-33 O PREÇO DO DISCIPULADO. JESUS ensina que aquele que deseja segui-lo e ser seu discípulo deve resolver primeiro se está disposto a pagar o preço disso. O preço do discipulado verdadeiro é abrir mão de todos os relacionamentos e posses, i.e., tudo quanto temos: bens materiais, família, nossa própria vida, com suas ambições, planos e interesses (v. 33). Isto não significa que devemos abandonar tudo quanto temos, mas que tudo quanto temos deve ser colocado a serviço de CRISTO e sob sua direção (ver Lc 13.24; Mt 7.14; cf. Jo 16.33; 2 Tm 3.12).
 
15.4 APÓS A PERDIDA. O versículo chave de Lucas afirma que o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (19.10). As três parábolas de Lc 15: A Ovelha Perdida, A Dracma Perdida e O Filho Pródigo revelam que DEUS é aquele que, no seu amor, busca a pessoa perdida para salvá-la. Nelas aprendemos que: (1) é da máxima importância para o coração de DEUS a nossa busca dos perdidos (vv. 4,8,20,24); (2) tanto DEUS quanto o céu se regozijam, mesmo quando um só pecador se arrepende (vv. 7,10); e (3) nenhum labor ou sofrimento nosso é demasiado grande na busca dos perdidos para levá-los a CRISTO (vv. 4,8).
15.7 ALEGRIA NO CÉU. DEUS e os anjos, no céu, têm tamanho amor e compaixão daqueles que estão no pecado e na morte espiritual, que quando um só pecador se arrepende alegram-se manifestamente. Sobre o amor de DEUS pelos pecadores, ver Is 62.5; Jr 32.41; Ez 18.23,32; Os 11.8; Jo 3.16; Rm 5.6-11; 2 Pe 3.9.
15.8 BUSCA COM DILIGÊNCIA ATÉ A ACHAR. O crente deve orar para que o ESPÍRITO SANTO encha seu coração de desejo intenso de levar os pecadores à salvação.
15.13 PARTIU PARA UMA TERRA LONGÍNQUA. Nesta parábola, o Senhor ensina que uma vida de pecado e de egoísmo, no seu sentido cabal, é a separação do amor, comunhão e autoridade de DEUS. O pecador ou desviado é como o filho mais jovem da parábola, que, em busca dos prazeres do pecado, desperdiça os dotes físicos, intelectuais e espirituais que DEUS lhe deu. O resultado é desilusão e tristeza, e, às vezes, condições pessoais degradantes, e, sempre, a falta da vida verdadeira e real, que somente se encontra no relacionamento correto com DEUS.
15.17 E CAINDO EM SI. Antes de um perdido vir a DEUS, ele precisa reconhecer seu verdadeiro estado de escravidão do pecado e de separação de DEUS (vv. 14-17). Precisa voltar humildemente ao Pai, confessar seus pecados e estar disposto a fazer tudo quanto o Pai quiser (vv. 17-19). É o ESPÍRITO SANTO quem convence o perdido pecador da sua situação pecaminosa.
15.20 QUANDO AINDA ESTAVA LONGE. Pai e mãe crentes devem saber que DEUS ama o filho pródigo deles e anseia pela sua salvação ainda mais do que eles. Ore e confie em DEUS, para que Ele busque esse filho pródigo até que o mesmo volte ao Pai celestial.
15.20 VIU-O SEU PAI, E SE MOVEU DE ÍNTIMA COMPAIXÃO. A descrição que JESUS faz da reação favorável do pai, diante da volta do filho, ensina várias verdades importantes:
(1) DEUS tem compaixão dos perdidos por causa da triste condição deles.
(2) O amor de DEUS por eles é tão grande que nunca cessa de sentir pesar por eles e esperar a sua volta.
(3) Quando o pecador, de coração, volta para DEUS, Ele sempre está plenamente disposto a acolhê-lo com perdão, amor, compaixão, graça e os plenos direitos de um filho (cf. Jo 1.12). Os benefícios da morte de CRISTO, a influência do ESPÍRITO SANTO e a graça de DEUS estão à disposição daqueles que buscam a DEUS. (4) A alegria de DEUS pela volta dos pecadores é incomensurável (vv. 6,7,10,22-24).
15.24 MEU FILHO ESTAVA MORTO... PERDIDO. Perdido é empregado no sentido de estar perdido em relação a DEUS, como ovelha desgarrada (1 Pe 2.25; cf. Is 53.6). A vida afastada da comunhão com DEUS é morte espiritual (Ef 2.1; 1 Jo 3.14). Voltar-se para DEUS é alcançar vida verdadeira (Jo 11.26).
15.28 ELE SE INDIGNOU. O filho mais velho representa aqueles que têm sua religião e que, exteriormente, guardam os mandamentos de DEUS, porém interiormente estão longe dEle e dos seus propósitos para o seu reino (vv. 28-30).
 
16.8 LOUVOU... O INJUSTO MORDOMO. CRISTO usa esta ilustração para ensinar que os incrédulos têm muito interesse nas coisas materiais, para promover seus próprios interesses e bem-estar. Por outro lado, os crentes frequentemente não têm suficiente mentalidade celestial para usar seus bens terrenos para promover seus interesses espirituais e celestiais.
16.9 AS RIQUEZAS DA INJUSTIÇA. A injustiça, a cobiça e o poder estão comumente envolvidos na acumulação e emprego das riquezas deste mundo. Devemos empregar nossos bens e dinheiro de modo a promover os interesses de DEUS e a salvação do próximo.
16.11 SE... NÃO FOSTES FIÉIS. Quem não é digno de confiança na aquisição e emprego de bens terrestres, tampouco o será com as coisas espirituais. Por isso, os crentes e, especialmente, os líderes da igreja, devem estar libertos do amor ao dinheiro (1 Tm 3.1-3).
16.13 NÃO PODEIS SERVIR A DEUS E A MAMOM. As riquezas do mundo tornam muito difícil a pessoa ter DEUS como centro da sua vida.
16.14 FARISEUS... AVARENTOS. Os fariseus consideravam as riquezas uma bênção divina, derivada da sua observância fiel da lei. Zombavam de JESUS (v. 14), que era pobre, porque consideravam que sua pobreza era um sinal de que DEUS não o honrava.
16.18 QUALQUER QUE DEIXA SUA MULHER E CASA COM OUTRA ADULTERA. JESUS declara, em 16.18, que quem se divorcia (ou abandona) seu cônjuge por motivos não bíblicos (ver Mt 19.9), e depois se casa com outrem, adultera . Adulterar , em grego, aqui, é um verbo no presente do indicativo ativo, denotando ação contínua. Isto é, enquanto o cônjuge inocente e abandonado ou divorciado busca ou deseja a reconciliação, o outro culpado de infidelidade estabelece um relacionamento conjugal adúltero com outra pessoa. Visto que, neste caso, DEUS não considera nulo o casamento anterior, um novo casamento do cônjuge culpado passa a ser adultério. (1) A principal questão moral neste caso é se o novo casamento do cônjuge culpado significa abandono das suas obrigações maritais e responsabilidades paternais (ou maternais) do primeiro casamento, ainda possíveis de serem cumpridas. Se houver desejo de reconciliação por parte do ex-cônjuge inocente, o caso acima não deixa dúvida. O cônjuge culpado está em adultério se casar novamente (cf. Mc 10.11,12). (2) Quando o cônjuge infiel abandona o outro e não pode mais retornar, porque o outro cônjuge não o aceita mais, ou porque o próprio cônjuge infiel já
casou de novo de modo adúltero, como JESUS descreveu, é possível tal pessoa regularizar este novo casamento (i. e, deixar de ser adúltero diante de DEUS), mediante seu arrependimento sincero e bíblico diante dEle, e a resolução de manter o novo casamento dentro dos princípios divinos.
16.19-31 O RICO E LÁZARO. O rico levou uma vida egocêntrica. Escolheu mal e sofreu eternamente (vv. 22,23). Lázaro viveu a totalidade da sua vida na pobreza, mas seu coração era reto para com DEUS. Seu nome significa DEUS é meu socorro , e ele nunca abdicou da sua fé em DEUS. Morreu e foi imediatamente levado ao Paraíso, para estar com Abraão (v. 22; Lc 23.43; At 7.59; 2 Co 5.8; Fp 1.23). Os destinos desses dois homens foram irreversíveis a partir da sua morte (vv. 24-26).
 
17.2 AO PESCOÇO UMA PEDRA DE MOINHO. Fazer alguém pecar por causa do nosso exemplo, atitude ou negligência trará castigo tão severo que seria preferível morrer a cometer tal pecado (ver Mt 18).
17.3,4 SE ELE SE ARREPENDER, PERDOA-LHE. No tocante à declaração de JESUS a respeito do perdão ao próximo, observemos o que se segue: (1) JESUS deseja que o crente queira sempre perdoar e ajudar os que o ofendem, em vez de abrigar um espírito de vingança e ódio. (2) O perdão e a reconciliação não podem ocorrer verdadeiramente, até que o transgressor reconheça sua ação errada e se arrependa sinceramente. Além disso, JESUS não se referia ao mesmo delito repetido constantemente. (3) O ofendido deve estar disposto a continuar perdoando, se o culpado se arrepender sinceramente (v. 4). Quanto a perdoar sete vezes no dia , JESUS não está justificando a prática do pecado habitual. Nem está Ele dizendo que o crente deve permitir que alguém o maltrate ou abuse dele indefinidamente. Seu ensino é que devemos estar sempre dispostos a ajudar e perdoar o ofensor.
17.6 FÉ. Ver Mt 17.20; 21.21; Mc 11.24.
17.16 DANDO-LHE GRAÇAS. Nós, que recebemos de DEUS o amor, a graça, a salvação e todas as suas bênçãos espirituais, não devemos esquecer-nos de render-lhe graças. O que Ele tem feito por nós deve nos motivar a nos aproximarmos dEle com um coração agradecido. Nós o amamos porque ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19).
17.21 O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE VÓS. JESUS ensina que a natureza atual do reino de DEUS é espiritual, e não material, nem política. O Reino de DEUS não vem com aparência exterior (v. 20), i.e., não vem como poder político terrestre. Pelo contrário, está dentro dos corações dos crentes, no meio deles, e consiste em justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO (Rm 14.17). Ele se manifesta, ao vencermos, pelo poder do ESPÍRITO SANTO, o poder do pecado, da enfermidade e de Satanás, e não pela conquista de reis e nações. Quando JESUS vier novamente a este mundo, o reino será visto com todo o seu poder e glória (v.24; cf. Mt 24.30), quando ele triunfar sobre reis e nações (Ap 11.15-18; 19.11-21)
17.26 NOS DIAS DE NOÉ. Ver Mt 24.37.
17.31 NAQUELE DIA. Ver Mc 13.14, sobre a abominação que causa desolação.
17.32 LEMBRAI-VOS DA MULHER DE LÓ. O erro trágico da esposa de Ló foi pôr seu coração numa sociedade terrestre, e não num povo celestial (cf. Hb 11.10). Olhou para trás, porque seu coração continuava em Sodoma (Gn 19.17-26). Cada crente deve perguntar: meu coração está mais ligado às coisas terrenas do que a JESUS e à esperança da sua volta?
17.37 O CORPO... AS ÁGUIAS. Este versículo fala da certeza do juízo dos que estão espiritualmente mortos (cf. Mt 24.28; Ap 19.17,18). Tão certo como os abutres vão aonde está a carniça, assim também virá o juízo sobre os ímpios na segunda vinda de CRISTO.
 
18.1 O DEVER DE ORAR SEMPRE. O empenho constante de JESUS era levar seus seguidores a reconhecerem a necessidade de estarem continuamente em oração, para cumprirem a vontade de DEUS na suas vidas. Desta parábola da viúva que perseverava em oração, aprendemos que: (1) Os crentes devem perseverar em oração em todo tempo, até a volta de JESUS (vv. 7,8; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18; 1 Ts 5.17). (2) Nesta vida, temos um adversário (v. 3), que é Satanás (1 Pe 5.8). A oração pode nos proteger do Maligno (Mt 6.13). (3) Através da oração, os filhos de DEUS devem clamar-lhe contra o pecado e por justiça (v. 7). (4) A oração perseverante é considerada como fé (v. 8). (5) Nos últimos dias antes da volta de CRISTO haverá um aumento de oposição diabólica às orações dos fiéis (1 Tm 4.1). Por causa de Satanás e dos prazeres do mundo, muitos deixarão de ter uma vida de perseverante oração (Lc 8.14; Mt 13.22; Mc 4.19)
18.7 ESCOLHIDOS... CLAMAM... DE DIA E DE NOITE. Os verdadeiros escolhidos de DEUS (i.e., os que perseveram na fé e na santidade) nunca cessarão de clamar a DEUS pela volta de CRISTO à terra, a fim de destruir o poder de Satanás e o presente sistema iníquo deste mundo. Perseverarão na oração, para DEUS depressa fazer justiça (vv. 3,8) e para CRISTO reinar em justiça, sabendo que a sua segunda vinda é a única esperança veraz para este mundo (cf. Jo 14.2; 1 Ts 5.2,3; 2 Ts 2.8; Ap 19.11-21).
18.8 LHES FARÁ JUSTIÇA. Quando JESUS voltar para aqueles que a Ele clamam dia e noite (v. 7), Ele porá fim às suas aflições, seu sofrimento e perseguição da parte de um mundo hostil e maligno e os levará para estar com Ele (Jo 14.2,3). Na sua vinda, os fiéis serão arrebatados... nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.17). Então, DEUS julgará os ímpios na sua justiça (1 Ts 5.2,3,9).
18.8 ACHARÁ FÉ NA TERRA? Esta pergunta de JESUS, provavelmente, indica que à medida que se aproxima a volta de CRISTO, o mal se tornará cada vez pior, de modo que muitos da igreja se apartarão da fé em CRISTO (Mt 24.11-13,24; 1 Tm 4.1). À medida que o fim se aproxima, a preocupação de todo crente deve ser: estou perseverando na fé, firme na oração, buscando a DEUS para que prevaleça a justiça e sua santa causa triunfe em tudo, para sempre? Ou estou tão preocupado com as coisas desta vida, que não anseio pela volta de CRISTO e seu reino eterno? (Ap 19; 20; 21; 22)
18.9-14 O FARISEU E O PUBLICANO. (1) O fariseu era justo aos seus próprios olhos. A pessoa que pensa ser justa por causa dos seus próprios esforços não tem consciência da sua própria natureza pecaminosa, da sua indignidade e da sua permanente necessidade da ajuda, misericórdia e graça de DEUS. Por causa dos seus destacados atos de compaixão e da sua bondade exterior, tal pessoa acha que não precisa da graça de DEUS. (2) O publicano, por outro lado, estava profundamente consciente do seu pecado e culpa e, verdadeiramente arrependido, voltou-se do pecado para DEUS, suplicando perdão e misericórdia. Tipifica o verdadeiro filho de DEUS.
18.22 VENDE TUDO QUANTO TENS. Ver Mt 19.21.
18.25 UM RICO NO REINO DE DEUS. Os discípulos ficaram atônitos diante da declaração de CRISTO a respeito dos ricos (vv. 24-26).
18.30 RECEBER MUITO MAIS. Ver Mc 10.30.
 
19.1-10 A CONVERSÃO DE ZAQUEU. Esta história revela que JESUS ainda continuava a buscar e salvar os perdidos (v.10), bem poucos dias antes da sua crucificação; foi este o propósito da sua vinda (cf. 15.3-7; Ez 34.16). Zaqueu, um publicano, ou cobrador de impostos, ganhava muito bem a vida, cobrando do povo mais do que devia. Por este motivo, o povo desprezava os publicanos. A solicitude de JESUS por Zaqueu nos impele a levar o evangelho aos repelidos pela sociedade, pois todos os seres humanos estão perdidos e necessitam de CRISTO.
19.8 DOU AOS POBRES. A confissão genuína do pecado e a verdadeira fé salvífica em CRISTO resultarão na transformação da conduta externa da pessoa. Ninguém pode chegar a conhecer a CRISTO, aceitar a sua salvação e, ao mesmo tempo, continuar no pecado, ser desonesto e duro de coração para com o próximo.
19.13 NEGOCIAI ATÉ QUE EU VENHA. A parábola das minas [moedas de ouro] mostra que cada crente redimido tem a responsabilidade de empregar fielmente aquilo que de DEUS recebeu. Cada crente recebe de DEUS oportunidades, tempo e meios de viver para CRISTO, através de atos de bondade, nas orações, nas ofertas e de muitas outras maneiras.
19.17 FOSTE FIEL. Quem foi fiel no seu serviço para o Senhor e compartilhou do seu trabalho aqui na terra receberá uma rica recompensa no reino futuro. Receberá tarefas ainda maiores no novo céu e na nova terra (Ap 21.1). Os que foram menos fiéis receberão uma posição e responsabilidade menores.
19.26 ATÉ O QUE TEM LHE SERÁ TIRADO. Ver Mt 25.29.
19.28 A ENTRADA TRIUNFAL. Ao entrar em Jerusalém montado num jumento, JESUS testifica publicamente que é o predito Rei e Messias de Israel. (1) Essa entrada em Jerusalém foi predita pelo profeta Zacarias (Zc 9.9). (2) A entrada humilde de JESUS é uma ação simbólica destinada a demonstrar que o seu reino não é deste mundo e que Ele não veio para governar o mundo pela força ou violência. Sua recusa em agir como um campeão militar comprova que seu reino é espiritual.
19.41 VENDO A CIDADE, CHOROU. JESUS, sabendo que os judeus e seus líderes aguardavam um Messias político e que por fim o rejeitariam como o Messias prometido por DEUS, chora por eles, que em breve sofreriam um terrível juízo. A palavra chorou (gr. eklausen), aqui, significa mais do que derramar lágrimas. É lamentação, pranto, soluço e clamor de uma alma em agonia. JESUS, em sua deidade, não somente revela aqui seu sentimento, como também o coração partido do próprio DEUS, por causa da condição do homem perdido e da sua recusa em arrepender-se e aceitar a salvação (ver Mc 11.9).
19.43 TEUS INIMIGOS TE CERCARÃO. A predição de JESUS cumpriu-se quarenta anos mais tarde (70 d.C.), quando Jerusalém foi destruída pelo exército romano e centenas de milhares de judeus foram mortos.
19.45 EXPULSAR TODOS OS QUE... VENDIAM. A purificação do templo foi o primeiro grande ato público do ministério de JESUS (Jo 2.13-22) e também o último (cf. Mt 21.12-17; Mc 11.15-17). Com grande indignação, Ele expulsou da casa de DEUS os ímpios, os avarentos e os que invalidavam o verdadeiro propósito espiritual dela. A dupla purificação do templo, efetuada por JESUS durante seu ministério de três anos, indica quão importante são suas lições espirituais, que se seguem: (1) O maior cuidado de JESUS é com a santificação e com a devoção sincera dentro da sua igreja (cf. Jo 17.17,19). Ele morreu para santificá-la, purificando-a, para ser santa e irrepreensível (Ef 5.25-27). (2) A adoração na igreja deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.24). A igreja deve ser um lugar de oração e de comunhão com DEUS (cf. Mt 21.13). (3) CRISTO condenará todos aqueles que usam a igreja, o evangelho, ou seu reino, visando a ganhos ou glórias pessoais, ou autopromoção. (4) Nosso amor sincero a DEUS e ao seu propósito redentor resultará num zelo consumidor pela justiça da sua casa e do seu reino (Jo 2.17). Isto quer dizer que ser semelhante a CRISTO inclui a intolerância com a iniquidade dentro da igreja (cf. Ap 2,3). (5) É
essencial que todo autêntico ministro cristão proteste contra aqueles que profanam e degradam o reino de DEUS (cf. Rm 14.17; 1 Co 6.9-11; Gl 1.6-10; Ap 2,3). (6) Se não deixarmos CRISTO entrar em nossas congregações para expurgar o engano, a imoralidade, a secularização e a profanação, (veja Ap 2,3) mais tarde, na sua segunda vinda, Ele executará juízo divino, purificando suas igrejas de modo definitivo (ver Ml 3.2).
19.46 CASA DE ORAÇÃO. Ver Mc 11.17.
 
20.2 COM QUE AUTORIDADE? Os líderes religiosos questionavam a autoridade de JESUS para purificar o templo ou ensinar o povo (Lc 19.45-48). Ficaram ofendidos e irados porque JESUS condenou as práticas iníquas dentro da casa de DEUS, enquanto eles mesmos toleravam essas práticas e participavam delas. Esse modo de agir demonstra quão indignos eram de ser ministros e líderes espirituais. JESUS, como verdadeiro líder espiritual, empregou sua autoridade em prol da verdade e da justiça, embora isso lhe custasse a vida.
20. 9-16 A PARÁBOLA DOS LAVRADORES MAUS. Ver Mt 21.33.
20.16 DARÁ A OUTROS A VINHA. Ver Mt 21.43, sobre o reino de DEUS tirado de Israel.
20.18 A PEDRA. Aqueles que não aceitam a JESUS serão esmagados, e aqueles que caírem sob seu juízo serão aniquilados (ver Is 8.14 e Lc 2.34, onde CRISTO é apresentado como pedra de tropeço e rocha de escândalo; também Dn 2.34,35,44,45, onde o Messias é a rocha que esmaga os reinos do mundo na sua vinda).
20.25 DAI POIS A CÉSAR. O crente, em circunstâncias normais, deve pagar impostos e submeter-se à autoridade governamental (ver Rm 13.1-7), sabendo que sua lealdade suprema pertence a DEUS. Devemos obedecer ao governo secular, a não ser quando este entra em conflito com a lei de DEUS; nunca devemos desobedecer ao mandamento de JESUS, de dar a César o que é de César.
20.36 IGUAIS AOS ANJOS. Sobre a vida do crente no futuro, JESUS revela que ela começa com a ressurreição dentre os mortos; e que ela inclui um corpo glorificado que nunca morrerá, porém não inclui relacionamentos terrenos como o casamento. Isto não quer dizer que os crentes não conhecerão uns aos outros. JESUS, depois da sua ressurreição, foi reconhecido por seus discípulos (Lc 24.31-39; Mt 28.9).
20.44 DAVI LHE CHAMA SENHOR. Os judeus imaginavam que o Messias seria um descendente de Davi e, portanto, somente um mero governante humano. JESUS demonstra que a declaração de Davi em Sl 110.1, onde chama seu filho Senhor , indica que o Messias é mais que um rei humano; Ele é, também, o divino Filho de DEUS (ver Sl 110.1,7).
20.46 GUARDAI-VOS DOS ESCRIBAS. Ver Mt 23.13.
 
21.1-4 A OFERTA DA VIÚVA. Temos aqui uma lição de JESUS a respeito de como DEUS vê nossas contribuições e donativos. (1) A oferta que damos a DEUS é avaliada, não segundo o montante da contribuição, mas pela quantidade de sacrifício nela envolvido. Os ricos, às vezes, contribuem do que lhes sobra não lhes custa nenhum sacrifício. A oferta da viúva custou-lhe tudo. Ela deu tudo o que podia. (2) Este princípio pode ser aplicado a todo o nosso serviço prestado a JESUS. Ele julga o trabalho que lhe prestamos, não pelo seu volume, influência ou sucesso, mas pelo volume de sincera dedicação, sacrifício, fé e amor nele envolvido (ver Lc 22.24-30; Mt 20.26).
21.6 NÃO DEIXARÁ PEDRA SOBRE PEDRA. O cumprimento desta predição da destruição do templo ocorreu em 70 d.C., quando o general romano Tito, com seu exército, destruiu Jerusalém e incendiou o templo depois de um cerco de 134 dias. O templo foi destruído como um juízo contra Israel, por ter rejeitado o Filho de DEUS e a sua redenção.
21.7-19 QUANDO SERÃO POIS, ESTAS COISAS? A resposta de JESUS à pergunta dos discípulos vincula tão estreitamente a destruição de Jerusalém com a sua volta à terra depois da tribulação, que é difícil distinguir entre as palavras que se referem exclusivamente a Jerusalém, e as que se referem à sua segunda vinda. JESUS, provavelmente, quis dizer que a destruição de Jerusalém tipificaria sua vinda para julgar o mundo.
21.8 VEDE QUE NÃO VOS ENGANEM. Ver Mt 24.5.
21.9 GUERRAS E SEDIÇÕES. Ver Mt 24.4.
21.16 SEREIS ENTREGUES... E MATARÃO ALGUNS DE VÓS. Os escritores antigos declaram que todos os apóstolos (menos João) morreram como mártires, sob seus perseguidores. Muitos crentes foram torturados e mortos nos primeiros tempos do cristianismo (ver Mt 24.9).
21.18 NÃO PERECERÁ UM ÚNICO CABELO. Esta promessa garante ao crente a preservação espiritual, e não a física (cf. a morte referida no v.16). Se os crentes permanecerem fiéis, nada lhes poderá acontecer fora da vontade de DEUS (cf. Rm 8.28); nada poderá separá-los do seu amor (Rm 8.35-39).
21.19 NA VOSSA PACIÊNCIA. Devemos engajar-nos na mais intensa e fervente devoção a CRISTO através dos meios da graça, ou seja: a oração, o testemunho, o estudo da Palavra, a adoração, a comunhão cristã e a luta diária contra o pecado (ver Jo 15.6). Perseverando na verdadeira fé, o crente alcança a vida eterna e triunfa em todas as circunstâncias.
21.20 JERUSALÉM CERCADA DE EXÉRCITOS. Mais uma vez JESUS alude aos acontecimentos do ano 70 d.C. Foi o cumprimento da profecia de CRISTO de que a justiça e ira divinas hão de vir sobre esta geração , por terem rejeitado o Messias e por não quererem abandonar seus pecados (cf. Mt 23.36; Lc 23.27-30). CRISTO adverte seus discípulos para que deixem a cidade, tão logo vejam o exército invasor (v.21).
21.24 OS TEMPOS DOS GENTIOS. Os tempos dos gentios é o período em que Israel estará sob o controle ou domínio de povos não judeus. O período começou quando uma parte de Israel foi levada em cativeiro para Babilônia em 586 a.C. (2 Cr 36.1-21; Dn 1.1,2). Terminará, provavelmente, quando CRISTO começar seu governo terreno sobre todas as nações (Lc 1.32,33; Ap 20.4; Jr 23.5,6; Zc 6.13; 9.10; Rm 11.25,26).
21.25 SINAIS NO SOL... LUA... ESTRELAS. Sinais cósmicos precederão a vinda de JESUS, e o mundo padecerá uma aflição sem igual, por causa da grande tribulação (ver Mt 24.29). O impenitente passará por grande terror e desespero
21.27 VIR O FILHO DO HOMEM. Filho do Homem é a expressão que JESUS usava frequentemente para referir-se a si mesmo (ver Mt 24.30, sobre a vinda de CRISTO depois da tribulação).
21.31 QUANDO VIRDES ACONTECER ESSAS COISAS. Pode-se perceber a proximidade da vinda gloriosa de CRISTO para estabelecer o seu reino, pela observação dos sinais preditos (ver Mt 24.33). Por outro lado, a volta de CRISTO para buscar os crentes fiéis das suas igrejas num tempo desconhecido e inesperado i.e., o arrebatamento de todos os salvos (cf. Jo 14.1-4; 1 Ts 4.13-18) é a que provavelmente é vista nos versículos 34-36 (ver Mt 24.44).
21.31 O REINO DE DEUS ESTÁ PERTO. Ver Mt 24.33.
21.32 ESTA GERAÇÃO. Ver Mt 24.34.
21.34 VENHA... DE IMPROVISO AQUELE DIA. JESUS termina sua mensagem profética, admoestando seus seguidores para não se deixarem dominar pelos prazeres e cuidados deste mundo, pois, do contrário, estarão despreparados para a sua vinda. (1) Suas palavras são dirigidas a todo o povo de DEUS, em todos os tempos, e não apenas aos que viverem nos dias finais da tribulação. O requisito da fidelidade espiritual é vital, levando em conta o ensino de JESUS, afirmando que Ele voltará para buscar os crentes fiéis num momento inesperado. Como não se pode determinar o momento da sua vinda para buscar a igreja, os crentes devem sempre estar prontos (ver Mt 24.40,42; Jo 14.3). (2) CRISTO, ao arrebatar os salvos (1 Ts 4.16,17), livra-os da ira vindoura (1 Ts 1.10), a fim de que possam evitar todas essas coisas que hão de acontecer aqui na terra (vv. 35,36; cf. vv. 25,26; ver Ap 3.10).
21.36 EVITAR TODAS ESSAS COISAS. Os seguidores de CRISTO devem guardar-se do pecado e orar para que seu amor a CRISTO não arrefeça, e assim recebam graça e força para perseverar na fé e na retidão em JESUS CRISTO. Somente assim, perseverando, poderão evitar todas as coisas terríveis que sobrevirão a este mundo nos últimos dias (ver 1 Ts 1.10; Ap 3.10). Muitos creem que, para os fiéis que perseveram em oração, o meio de evitar todos esses males é o arrebatamento da igreja (ver Jo 14.3)
22.1 PÁSCOA. Ver Mt 26.2.
22.3 ENTROU, PORÉM, SATANÁS EM JUDAS. A história trágica de Judas, que antes desfrutara de comunhão íntima com JESUS (Sl 41.9; cf. Jo 13.18), porém depois o abandonou e o traiu (ver Jo 6.64), serve de advertência para todos quantos seguem a CRISTO. Nesta vida, sempre há a possibilidade de o crente esfriar no seu amor a CRISTO, de deixar Satanás, pouco a pouco, fazê-lo tolerar o pecado e o mundo em sua vida e, finalmente, trair o Senhor e a sua causa.
22.18 DIGO QUE JÁ NÃO BEBEREI DO FRUTO DA VIDE. Ver 1 Co 11.24,25.
22.18 O FRUTO DA VIDE. O que JESUS e os discípulos beberam na ceia da Páscoa é chamado o cálice ou o cálice de bênção (v. 17; Mt 26.27; Mc 14.23; 1 Co 10.16; 11.25) e o fruto da vide (v. 18; Mt 26.29; Mc 14.25). As evidências bíblicas apoiam a posição de que o suco de uva não estava fermentado na Ceia do Senhor.
22.20 MEU SANGUE, QUE É DERRAMADO POR VÓS. Ver Mt 26.28.
22.20 O NOVO TESTAMENTO NO MEU SANGUE. Com as palavras: o Novo Testamento no meu sangue , JESUS anuncia o novo concerto ou testamento, firmado mediante a sua morte sacrificial (cf. Mt 26.28; 1 Co 11.25; ver Jr 31.31). A nova aliança tornou-se eficaz somente pela morte de CRISTO (Hb 9.15-18). Os discípulos ingressaram na nova aliança quando foram regenerados pelo ESPÍRITO SANTO, que passou a neles habitar na tarde do dia da ressurreição de JESUS. Depois, foram batizados com o ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (ver At 2.4)
22.24-30 A VERDADEIRA GRANDEZA. A verdadeira grandeza do ser humano é uma questão do nosso ser interior e do coração. É vista na pessoa que expressa sua fé e seu amor a CRISTO, em sincera humildade, no desejo de servir tanto a DEUS, quanto aos homens, e na disposição de ser considerado o menos importante no reino de DEUS (Fp 2.3). (1) A verdadeira grandeza não está na posição, no cargo, na liderança, no poder, na influência, nos diplomas de nível superior, na fama, na capacidade, nas grandes realizações, nem no sucesso. O que importa não é tanto o que fazemos para DEUS, mas o que somos em espírito interiormente diante de DEUS (vv. 25-27; Mt 18.3,4; 20.25-28). (2) A verdadeira grandeza requer que sejamos grandes no que é justo. Temos que procurar ser grandes na fé, no caráter santo, na sabedoria, no autodomínio, na paciência, no amor (Gl 5.22,23). Trata-se de termos a grandeza de CRISTO, que amou a justiça e aborreceu a iniquidade (Hb 1.9). (3) A verdadeira grandeza é questão de sincero amor, lealdade e dedicação a DEUS, e aí o que importa é sermos consagrados e fiéis onde DEUS quis colocar-nos. Por isso, aos olhos de DEUS, os maiores no seu reino são aqueles que lhe consagram e à sua Palavra, seu total amor, lealdade e dedicação (21.3; Rm 12.1,2). (4) Nossa consagração a DEUS melhora os frutos do nosso labor na sua obra, mas somente na área em que DEUS nos
colocou e de conformidade com dons que Ele nos deu (1 Co 12; Rm 12.3-8).
22.27 AQUELE QUE SERVE. No tocante àqueles que são escolhidos para dirigir a igreja (1 Tm 3.1-7), CRISTO diz que devem dirigi-la como servos, ajudando as pessoas sob sua orientação a cumprirem a vontade de DEUS para suas vidas. Nunca devem abusar da sua posição, nem traí-la por motivo de fama, poder, riquezas ou privilégios especiais.
22.28 TENDES PERMANECIDO COMIGO. JESUS manifesta diante dos seus discípulos a sua gratidão pela fidelidade deles durante a sua vida, nas circunstâncias difíceis em que foi vivida. Nosso maior cuidado deve ser também o de permanecer leais a Ele, num mundo hostil para com a sua causa e seus padrões de justiça.
22.29 EU VOS DESTINO O REINO. JESUS oferece um reino aos seus seguidores fiéis. Esse reino futuro é estabelecido por Ele mesmo (v. 30). Os discípulos não devem esperar glória terrena e poder neste mundo durante a presente época.
22.31,32 SATANÁS... VOS CIRANDAR COMO TRIGO. A declaração de JESUS a respeito de Pedro revela duas verdades importantes. (1) DEUS permite que Satanás nos tente somente dentro de certos limites (ver Jó 1.10,12). O diabo não tem liberdade de fazer o que quer com o povo de DEUS. (2) JESUS ora para que os seus não fracassem na fé. Como nosso intercessor celestial, Ele ora por todos aqueles que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles (Hb 7.25). DEUS é fiel para, em todas as nossas tentações, prover um modo de escape delas (1 Co 10.13). Mesmo assim, o cumprimento das orações de JESUS é condicional. Se alguém recusa a graça de DEUS, a intercessão de CRISTO não tem efeito nessa pessoa (ver Lc 19.41).
22.36 ESPADA... COMPRE-A. As palavras de JESUS para seus discípulos comprarem espada podem ter sido ironia. Considere-se que, até então, Ele os incentivara a viver a vida da cruz, ao invés de adotarem métodos do mundo. A seguir, JESUS passa a declarar (v. 37) seu propósito em seguir o caminho da cruz, segundo a vontade de DEUS. O versículo 38 deixa claro que os discípulos não compreenderam o que JESUS queria dizer.
22.42 ESTE CÁLICE. Ver Mt 26.39.
22.44 SUOR TORNOU-SE EM... SANGUE. Quanto aos eventos dos sofrimentos de CRISTO para a nossa redenção, ver Mt 26.37 ss.
22.54 PRENDENDO-O, O LEVARAM. Para a ordem dos eventos da prisão de CRISTO à sua crucificação, ver Mt 26.57.
22.62 PEDRO... CHOROU AMARGAMENTE. Foi por fraqueza, e não por iniquidade, que Pedro negou o Senhor, pois nunca cessara de amar seu Mestre e de crer nEle. Pedro estava espiritualmente fraco e incapaz de resistir uma grande tentação, porque ele, assim como os demais discípulos, ainda não tinham recebido o ESPÍRITO SANTO com sua graça regeneradora no sentido pleno do Novo Concerto. Foi somente no dia da ressurreição que receberam a presença do ESPÍRITO SANTO para habitar neles (ver Mc 14.50)
22.63 ZOMBAVAM DELE. Ver Mt 26.67.
 
23.1 PILATOS. Pilatos era o governador romano presente em Jerusalém na época da Páscoa. JESUS foi levado a ele porque, de conformidade com a lei romana, os judeus não tinham autoridade para decretar pena de morte. Pilatos tornou-se o símbolo dos que tomam decisões religiosas à base da conveniência política, e não à base da verdade e justiça. Todo crente deve tomar cuidado para não transigir com a Palavra de DEUS. Ele deve tomar posição por aquilo que é justo, e não por coisas que servirão apenas a suas ambições egoístas.
23.3 TU ÉS O REI DOS JUDEUS? Ver Mt 27.2..
23.8-11 JESUS PERANTE O REI HERODES. Este é o mesmo Herodes que mandou decapitar João Batista. Devido à tão grande dureza do coração de Herodes, JESUS se recusa a dirigir-lhe uma única palavra. Irado, Herodes, juntamente com seus soldados, zomba da reivindicação de JESUS, afirmando ser o rei dos judeus.
23.11 ESCARNECENDO DELE... UMA ROUPA RESPLANDECENTE. Ver Mt 27.28,29.
23.14 NENHUMA CULPA... ACHO NESTE HOMEM. JESUS foi acusado de traição contra Roma. Pilatos, falando com JESUS, chega à conclusão de que Ele é inocente de qualquer rebelião contra o governo romano. JESUS declara a Pilatos que seu reino não é um reino político deste mundo, mas um reino espiritual (ver Jo 18.36).
23.22 CASTIGA-LO-EI. Ver Mt 27.26.
23.25 ENTREGOU JESUS À VONTADE DELES. É por conveniência política que Pilatos entrega JESUS às autoridades judaicas (ver v. 1).
23.31 MADEIRO VERDE... SECO. Se JESUS, inocente, sofre semelhante condenação, qual não será a da tão culposa Jerusalém?
23.33 LUGAR CHAMADO A CAVEIRA. JESUS foi crucificado num local fora da cidade (cf. Hb 13.12). Porque o local era chamado A CAVEIRA é assunto discutido até hoje. O termo grego para caveira corresponde ao latim Calvário, como está na versão bíblica em latim.
23.33 O CRUCIFICARAM. A crucificação e a morte de JESUS são a essência e o fundamento do plano divino da redenção (1 Co 1.23,24). JESUS, que nunca pecou, morreu em lugar da humanidade pecadora. Mediante sua crucificação, foi paga a penalidade dos nossos pecados, e a obra de Satanás foi desfeita (cf. Rm 3.25). Agora, todos podem voltar-se para DEUS, com arrependimento e fé em CRISTO, e receber o perdão, a salvação do pecado e a vida eterna.
23.34 PERDOA-LHES, PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM. Provavelmente, esta declaração de CRISTO é a primeira das suas sete últimas palavras na cruz. As sete palavras ou frases foram pronunciadas na seguinte ordem: (1) Entre 9:00 horas e o meio-dia: (a) A palavra do perdão: Pai, perdoa-lhes (v. 34). (b) A palavra da salvação: hoje estarás comigo no Paraíso (v. 43). (c) A palavra do amor: Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí tua mãe (Jo 19.26,27). (2) As três horas de trevas: do meio-dia às 15:00 horas, nenhuma palavra registrada. (3) Cerca das 15:00 horas: (a) A palavra do sofrimento espiritual: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste? (Mc 15.34). (b) A palavra do sofrimento físico: Tenho sede (Jo 19.28). (c) A palavra do triunfo: Está consumado (Jo 19.30). (d) A palavra da entrega: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (v. 46).
23.35 E O POVO ESTAVA OLHANDO. Uma das provas mais seguras da depravação do coração humano é o homem sentir prazer na violência, sangue derramado e morte. (1) Era o que acontecia nas arenas romanas e gregas, onde os espectadores sentiam prazer em ver os homens lutarem e morrerem. Foi isso que também aconteceu com os espectadores que passavam e olhavam vendo CRISTO morrer de maneira horrível (vv. 35-37). O mesmo aconteceu nas perseguições aos fiéis. (2) Vemos esse fato repetido em nossa sociedade moderna, onde milhões de adultos e crianças comprazem-se e divertem-se no vídeo, no cinema, nas revistas e noutros meios de entretenimento, olhando a morte, a violência, o sangue e o sofrimento humano, quando os homens matam uns aos outros (ver Rm 1.32). (3) JESUS morreu para mudar essa situação, trazendo o amor e a solicitude. Ele quer que vejamos com compaixão os terríveis efeitos provocados pelo pecado e que ouçamos os gemidos da humanidade sofredora (ver 13.16). (4) Pesa sobre os pais a responsabilidade e o dever de se protegerem e às suas famílias das investidas e influências desses meios maléficos de passatempo no lar e fora dele, que leva o ser humano à insensibilidade ante a dor e a tragédia humanas (ver Mt 18.6).
23.35 ZOMBAVAM DELE. Ver Mt 27.39.
23.43 PARAÍSO. O termo Paraíso é usado para designar o céu ou a presença de DEUS. Que céu e Paraíso são palavras referentes ao mesmo lugar, ver 2 Co 12.2,4. As palavras de JESUS, aqui, mostram com clareza que imediatamente após a morte, os salvos passam a estar com JESUS no céu.
23.45 O VÉU DO TEMPLO. Ver Mt 27.51.
23.46 PAI, NAS TUAS MÃOS. JESUS entregou voluntariamente a sua vida à morte. Noutras palavras: a morte não tinha poder de tirar a sua vida. Naquele momento, Ele voltou em espírito para seu Pai no céu.
23.46 ENTREGO O MEU ESPÍRITO. Ver Mt 27.50.
 
24.6 RESSUSCITOU. A ressurreição de CRISTO JESUS (ver Mt 28.6) é confirmada pelos seguintes fatos: (1) O túmulo vazio. Se os inimigos de JESUS tivessem furtado o seu corpo, eles o teriam mostrado, para confirmar que Ele não ressuscitara. Se os discípulos tivessem furtado o seu corpo, nunca teriam sacrificado suas vidas e posses em prol daquilo que saberiam ser mentira e engano. O túmulo vazio revela que JESUS realmente ressuscitou e que Ele é verdadeiramente o Filho de DEUS. (2) A existência, o poder, a alegria e a devoção da igreja primitiva. Se JESUS não tivesse ressuscitado e aparecido aos seus, estes nunca teriam passado do desânimo para alegria, coragem e esperança indizíveis (vv. 52,53). (3) A composição do Novo Testamento. O Novo Testamento foi escrito por homens que deram a sua vida em prol da verdade e da justiça ensinadas por JESUS. Nunca teriam se dado ao trabalho de escrever a respeito do Messias e dos seus ensinos, se a sua carreira tivesse terminado em morte e desilusão (ver 1 Co 15.12-19). (4) O batismo no ESPÍRITO SANTO e suas inerentes manifestações na igreja. O derramamento do ESPÍRITO SANTO, no dia de Pentecoste, como realidade prática, comprova que JESUS ressuscitara e fora exaltado à destra de DEUS (cf. At 1.3-5; 2.33). Se CRISTO não tivesse ressuscitado, não teria havido nenhum batismo experimental no ESPÍRITO SANTO (cf. Jo 16.7). (5) Os milhões de pessoas que, no decurso desses últimos 2.000 anos, experimentaram nos seus próprios corações e vidas a presença de JESUS e o testemunho do ESPÍRITO SANTO.
24.15 JESUS SE APROXIMOU. Para as aparições de CRISTO após sua ressurreição, ver Mt 28.9.
24.19 JESUS... UM PROFETA. Para os escritores dos Evangelhos, JESUS era o profeta enviado por DEUS (cf. Dt 18.15,16,19; Mc 6.4; At 3.22; ver Lc 6.23).
24.27 EXPLICAVA-LHES... AS ESCRITURAS. O Messias e a sua obra redentora, através do sofrimento, são o tema central no AT. CRISTO pode ter citado trechos tais como Gn 3.15; 22.18; 49.10; Nm 24.17; Sl 22.1,18; 110.1; Is 25.8; 52.14; 53; Jr 23.5; Dn 2.24,35,44; Mq 5.2; Zc 3.8; 9.9; 13.7; Ml 3.1.
24.39 UM ESPÍRITO NÃO TEM CARNE. A declaração de CRISTO: um espírito não tem carne nem ossos não significa que o espírito não tem forma nem corpo, mas apenas que seu corpo não é material como o do homem. JESUS tem um corpo glorificado, espiritual (Fp 3.20,21), e de igual modo os santos no céu (1 Co 15.40,44).
24.46 A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO. Ver Mt 28.6.
24.47 SE PREGASSE. Para comentários sobre a Grande Comissão, ver Mt 28.19.
24.47 ARREPENDIMENTO E A REMISSÃO DE PECADOS. Os discípulos somente deviam pregar o perdão dos pecados juntamente com o arrependimento do pecador. O pregador que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou uma formal aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do pecador de obedecer a CRISTO e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho. O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento fundamental e imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2, sobre o arrependimento).
24.47 EM TODAS AS NACÕES. O próprio CRISTO institui a obra missionária cristã como uma tarefa santa e obrigatória da igreja. Missões é um tema prioritário, tanto no Antigo como no Novo Testamento (Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; Sl 72.8-11; Is 2.3, 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8; 28.28; Ef 2.14-18).
24.49 A PROMESSA DE MEU PAI. A promessa de meu Pai refere-se ao derramamento do ESPÍRITO SANTO (ver At 1.4; 2.4). Vemos esta promessa no AT, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39. Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (ver At 1.14). O crente atual que busca o batismo no ESPÍRITO SANTO deve fazer a mesma coisa
24.50 OS ABENÇOOU. (1) A palavra bênção (gr. eulogia) encerra o significado de: (a) uma dádiva divina que faz prosperar o trabalho do crente (Dt 28.12); (b) a presença divina conosco (Gn 26.3); (c) a dotação de força, poder e ajuda divina (Ef 3.16; Cl 1.11); e (d) DEUS operando em nós e através de nós para realizar o bem (Fp 2.13). (2) No AT, o termo bênção ocorre mais de 400 vezes. A primeira coisa que DEUS fez, no tocante ao homem, foi abençoá-lo (Gn 1.28). DEUS também sustenta a sua obra, abençoando-a (Ez 34.26). A vida e a história do povo de DEUS podem estar sob a bênção ou a maldição (Dt 11.26ss.). (3) No NT, a obra total de CRISTO pode ser resumida na expressão: DEUS o enviou para abençoar (At 3.26). Vemos sua bênção outorgada às crianças (Mc 10.13-16) e aos seus seguidores quando Ele partia da terra (vv. 50,51). A bênção divina era uma realidade bem presente no ministério dos apóstolos (Rm 15.29). (4) A bênção de DEUS é condicional, dependendo do seu povo, o qual opta pela bênção, ao obedecer a DEUS, ou pela maldição, ao desobedecer (Dt 30.15-18; Jr 17.5,7). (5) Como recebemos a bênção do Senhor? (a) olhando sempre para JESUS e buscando sua bênção sobre nosso ministério, trabalho, vida e família (Hb 12.2); (b) por meio da fé, do amor e da obediência diante dEle (cf. Mt 5.3-11; 24.45,46; Ap 1.3; 16.15; 22.7); e (c) por sua graça, removendo da nossa vida tudo quanto possa impedir a bênção divina (Hb 12.1; Ef 4.22; Rm 13.12). (6) A bênção de DEUS pode não estar relacionada a lucros materiais pessoais e à ausência do sofrimento na vida do crente (ver Hb 11.37-39; Ap 2.8-10). Jacó enriqueceu materialmente, porém, usando de astúcia e trapaça (Gn 30.31-43).
 
 
ATOS - BEP - CPAD
 
Autor: Lucas
Tema: A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Poder do ESPÍRITO SANTO
Data: Cerca de 63 d.C.

 
Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O ESPÍRITO SANTO inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de JESUS, e (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do ESPÍRITO SANTO na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no ESPÍRITO SANTO como a provisão de DEUS para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de JESUS. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no ESPÍRITO SANTO ser acompanhado de enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão permanente de DEUS para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que JESUS continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de JESUS aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no ESPÍRITO SANTO (1.4,5). O versículo chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: JESUS promete aos discípulos que receberão poder quando o ESPÍRITO SANTO vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por DEUS para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o
centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de DEUS foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de DEUS e do Senhor JESUS (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O ESPÍRITO SANTO. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o batismo no ESPÍRITO SANTO e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a DEUS (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do ESPÍRITO SANTO. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do ESPÍRITO SANTO.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do NT (exceto a redação de novos livros para o NT). Esses fatos são evidentes quando a igreja vive na plenitude do poder do ESPÍRITO SANTO. Nada, em Atos e no restante do NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão apostólico para a vida e o ministério da igreja cessariam, repentina ou de uma vez, no fim da era apostólica.

 
Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O ESPÍRITO SANTO inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de JESUS, e (2) o segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja. Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32 países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”, empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16), aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.

Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1) Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a missão do ESPÍRITO SANTO na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no ESPÍRITO SANTO como a provisão de DEUS para capacitar a igreja a proclamar o evangelho e a dar continuidade ao ministério de JESUS. Lucas registra três vezes, expressamente, o fato de o batismo no ESPÍRITO SANTO ser acompanhado de enunciação em outras línguas (At 2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão permanente de DEUS para ela.

Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que JESUS continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO, operando em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9-11), a última ordem de JESUS aos discípulos foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no ESPÍRITO SANTO (1.4,5). O versículo chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: JESUS promete aos discípulos que receberão poder quando o ESPÍRITO SANTO vier sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui, Pedro é o mais destacado instrumento usado por DEUS para pregar o evangelho. Nos caps. 13—28, o centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de DEUS foi Paulo para levar o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de DEUS e do Senhor JESUS (28.31).

Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O ESPÍRITO SANTO. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o batismo no ESPÍRITO SANTO e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia (4.31), santo temor a DEUS (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros, apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do ESPÍRITO SANTO. (6) Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.

Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. At 2.17). O livro de Atos não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do ESPÍRITO SANTO.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual, todos os fatos vistos no ministério e na experiência da PRIMEIRA IGREJA.
 
 
PRINCIPAIS FATOS DE ATOS - BEP - CPAD
 
1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o relato de tudo que JESUS começou a fazer e a ensinar no poder do ESPÍRITO SANTO (Lc 4.1,18). No livro de Atos temos a continuação do relato de como seus seguidores, no mesmo poder do ESPÍRITO SANTO, proclamaram o mesmo evangelho, operaram o mesmo tipo de milagre e viveram o mesmo tipo de vida cristã. O ESPÍRITO SANTO reproduzindo a vida e o ministério de JESUS através da igreja é a principal ênfase teológica do livro de Atos. Este livro poderia muito bem ser chamado Os Atos do ESPÍRITO SANTO . Observe os itens abaixo sobre o registro inspirado do ESPÍRITO SANTO no livro de Atos. (1) Todo o texto bíblico de Atos, inclusive o das narrativas históricas, tem relevância didática (i.e., ensino) e teológica. Dois fatos confirmam esta verdade. (a) A declaração bíblica de que Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3.16). (b) A declaração paulina de que as narrativas do AT têm um propósito didático e instrutivo (1 Co 10.11). Ele afirma que essas narrativas são exemplos de relevância prática e teológica para o crente (Rm 15.4). O que é válido às narrativas históricas do AT também o é a Atos. (2) Os propósitos primários que Lucas tinha em mente ao escrever o livro de Atos eram, portanto, os seguintes: (a) apresentar um padrão definitivo da atividade do ESPÍRITO SANTO, a
ser seguido durante toda a era da igreja; (b) fornecer dados para a formulação de uma doutrina do ESPÍRITO SANTO; e (c) mostrar como essa doutrina deve relacionar-se com a vida dos crentes em CRISTO. Note especificamente dois elementos neste livro que são normativos na teologia e na prática: (i) o registro repetido e harmônico de Lucas das muitas ocasiões em que ocorreu o batismo no ESPÍRITO SANTO, ou quando os crentes foram cheios do ESPÍRITO SANTO (ver At 2.39; cf. At 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 13.9,52; 15.8; 19.1-6); (ii) as muitas atividades do ESPÍRITO SANTO no livro de Atos, que forneceram à igreja os padrões de justiça, de testemunho e do poder que DEUS deseja para seu povo
nos últimos dias (i.e., na era da igreja).
1.3 SE APRESENTOU VIVO. Ver Mt. 28.9, sobre as aparições de CRISTO após ressuscitar.
1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) é o batismo no ESPÍRITO SANTO (ver v. 5). O cumprimento desta promessa, no entanto, é descrito como ser cheios do ESPÍRITO SANTO (2.4). Assim, batizado no ESPÍRITO e cheio do ESPÍRITO , às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras. A partícula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no ESPÍRITO SANTO, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no ESPÍRITO SANTO, não deve ser identificado com o recebimento do ESPÍRITO SANTO na ocasião da regeneração. São duas obras distintas do ESPÍRITO, muitas vezes separadas por um período de tempo.
1.5 BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO. A preposição com é a partícula grega en, que pode ser traduzida como em ou com . Por isso, muitos preferem a tradução sereis batizados no ESPÍRITO SANTO . Da mesma forma, batizados com água pode ser traduzido batizados em água . O próprio JESUS é aquele que batiza no ESPÍRITO SANTO os que nEle creem.
1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude é dunamis, que significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo chave do livro de Atos. O propósito principal do batismo no ESPÍRITO SANTO é o recebimento de poder divino para testemunhar de CRISTO, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto CRISTO ordenou. Sua finalidade é que CRISTO seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de DEUS (cf. Mt 28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). (1) Poder (gr. dunamis) significa mais do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em operação, em ação. O batismo no ESPÍRITO SANTO trará o poder pessoal do ESPÍRITO SANTO à vida do crente. (2) Note que neste versículo Lucas não relaciona o batismo no ESPÍRITO SANTO com a salvação e regeneração da pessoa, mas com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande eficácia. (3) A obra principal do ESPÍRITO SANTO no testemunho e na proclamação do evangelho diz respeito à obra salvífica de CRISTO, à sua ressurreição e à promessa do batismo no ESPÍRITO (cf. 2.14-42). Ver a seguir, que trata do ESPÍRITO dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal
1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no ESPÍRITO SANTO não somente outorga poder para pregar JESUS como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO por termos sido cheios do ESPÍRITO (cf. Jo 14.26; 15.26,27). (1) O ESPÍRITO SANTO revela e torna mais real para nós a presença pessoal de JESUS (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio JESUS CRISTO resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar nosso Salvador. (2) O ESPÍRITO SANTO dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a CRISTO (Jo 16.14), não somente com palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do ESPÍRITO SANTO a respeito da obra redentora de JESUS CRISTO, manifestará com certeza, à semelhança de CRISTO, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf. 1 Co 13). (3) O batismo no ESPÍRITO SANTO outorga poder para o crente testemunhar de CRISTO e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e do juízo (ver Jo 16.8). Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a recebem (2.39,40). (4) O batismo no ESPÍRITO SANTO destina-se àqueles cujos corações pertencem a DEUS por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26), e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a CRISTO (ver 5.32). (5) O batismo no ESPÍRITO SANTO é um batismo no ESPÍRITO que é santo (cf. ESPÍRITO de santificação , Rm 1.4). Assim, se o ESPÍRITO SANTO realmente estiver operando em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de CRISTO. À luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no ESPÍRITO SANTO, terá um desejo intenso de agradar a CRISTO em tudo o que puder. Noutras palavras: a plenitude do ESPÍRITO complementa (i.e., completa) a obra salvífica e santificadora do ESPÍRITO SANTO em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a plenitude do ESPÍRITO, mas vivem uma vida contrária ao ESPÍRITO de santidade, estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres, sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o ESPÍRITO SANTO, mas segundo um espírito impuro que não é de DEUS (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co 11.13-15). Mais exposição sobre testemunhar de CRISTO, em 13.31.
1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAÇÃO E SÚPLICAS. A experiência do Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o derramamento do ESPÍRITO em sua vida, para terem poder para realizar a obra de DEUS, devem colocar-se à disposição do ESPÍRITO SANTO mediante sua submissão à vontade de DEUS e à oração (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is 40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do ESPÍRITO sobre JESUS e os discípulos. (1) O ESPÍRITO desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At 1.14; 2.2-4). (2) Houve manifestações visíveis do ESPÍRITO (Lc 3.22; At 2.2-4). (3) Os ministérios, tanto de JESUS como dos discípulos, começaram depois do ESPÍRITO SANTO vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At 2.14-47).
 
2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinquenta dias após esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (= quinquagésimo). Era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de grãos eram oferecidas a DEUS (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para DEUS neste mundo.
2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de fogo (vv. 2,3) demonstram que DEUS estava ali presente e ativo, de modo poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e a separação dos crentes para DEUS, visando a obra de glorificar a CRISTO (Jo 16.13,14) e de testemunhar dEle (At 1.8). Estas duas manifestações antecederam o batismo no ESPÍRITO SANTO, e não foram repetidas noutros relatos similares do livro de Atos.
2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do ESPÍRITO SANTO recebida no dia de Pentecoste? (1) Significou o início do cumprimento da promessa de DEUS em Jl 2.28,29, de derramar seu ESPÍRITO sobre todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29). (2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se veem ante a decisão de se arrependerem e de crerem em CRISTO (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17). (3) Os discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a testemunhar de CRISTO, a produzir nos perdidos grande convicção no tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para a salvação em CRISTO (cf. At 1.8; At 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8). (4) O ESPÍRITO SANTO já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana (vv. 38-40; At 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8; 2.6-11,39). (5) Os discípulos se tornaram ministros do ESPÍRITO. Não somente pregavam JESUS crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao arrependimento e à fé em CRISTO, como também influenciavam essas pessoas a receber o dom do ESPÍRITO SANTO (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no ESPÍRITO SANTO é a chave da obra apostólica no NT (ver At 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este batismo no ESPÍRITO, os seguidores de CRISTO tornaram-se continuadores do seu ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do ESPÍRITO SANTO, as mesmas coisas que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar (At 1.1; Jo 14.12)
 
 
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS.
O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS - Marcos 16
Quem crer fala, quem não crer não fala.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Marcos 16:17
 
Quem ora em línguas ora bem.
 "Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem.." (1 Co 14.14a). Isso resultará em fortalecimento espiritual ao crente para ficar dirigido e orientado pelo ESPÍRITO SANTO quanto à evangelização.
 
Orar em línguas. Ensino claro de Paulo e de Judas.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... 1 Coríntios 14:4a
orando em todo tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos, Efésios 6:18
  
O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS NA VIDA PESSOAL
 Línguas para falar com DEUS (1 Co 14.2).
Aqui não é dom do ESPÍRITO SANTO. É a língua do batismo.
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a DEUS; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 1 Coríntios 14:2
 
 Edificação pessoal.
Aqui não é dom do ESPÍRITO SANTO. É a língua do batismo.
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... 1 Coríntios 14:4a
orando em todo tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos Efésios 6:18
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20
É impressionante que em algumas igrejas se referem ao falar em línguas como se fosse algo pecaminoso. Como? Se falar em línguas com interpretação traz edificação da igreja? Por que então Paulo diz que não se deve proibir falar em línguas? Por que então ensina Paulo que um deve falar e outro interpretar? Nos parece que estas igrejas deveriam buscar a presença de DEUS e o poder de DEUS em seu meio e fazer cultos como ensina a Bíblia.
Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 1 Coríntios 14:26.
Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. 1 Coríntios 14:39
 
Paulo falava muito em línguas e ainda diz falar mais do que todos os outros.
Dou graças ao meu DEUS, porque falo mais línguas do que vós todos. 1 Coríntios 14:18
 
Todos devem e podem falar em línguas, mas nem todos recebem o dom de variedade de línguas.
Língua do batismo é para todos, porém o dom de falar em várias línguas diferentes, nem todos recebem.
Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos? 1 Coríntios 12:30
Existem manifestações de línguas espirituais ou estranhas no Antigo Testamento?
Alguns eruditos judeus dizem ser possível que sim em Números 11:26 e em Daniel 5:1-31
Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre eles o ESPÍRITO (porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não tenham saído à tenda), e profetizavam no arraial. Números 11:26
Agora mesmo foram introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem este escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras. Daniel 5:15
Esta é a interpretação daquilo: Mene : Contou DEUS o teu reino e o acabou. Tequel: Pesado foste na balança e foste achado em falta. Peres : Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas. Daniel 5:26-28
Nós falamos em língua dos anjos?
Não. Paulo está dizendo uma hipérbole. Ainda que eu falasse... Paulo está se referindo às línguas como importantes, mas não o mais importante. Está fazendo uma comparação. A conclusão é de que o amor é mais importante que tudo na vida do crente. Então use o dom de línguas para edificar as pessoas por amor a elas. Afinal, se amamos alguém queremos que DEUS fale com ela.
As línguas cessarão quando vier o que é perfeito (1 Coríntios 13). Após o arrebatamento não serão mais necessárias as línguas e nem os dons. Seremos então perfeitos.
 O perfeito será quando atingirmos a maturidade perfeita. Quando formos arrebatados e nosso corpo for transformado em corpo espiritual, celeste e eterno. Ai, não mais será necessário falar em línguas e nem será mais necessário exercer os dons do ESPÍRITO SANTO, pois no céu, na Nova Jerusalém, tudo será perfeito e DEUS falará pessoalmente conosco, não por meio de pessoas, mas ELE mesmo falará conosco pessoalmente, não haverá mais doentes e nem quem esteja sofrendo.
 
CONCLUSÃO
Todos os crentes devem e podem ser batizados no ESPÍRITO SANTO e quando isso ocorrer falarão em língua espiritual ou estranha.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Marcos 16:17
E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. Atos 2:4
Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a DEUS. Atos 10:46
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas, e profetizavam. Atos 19:6
E eu quero que todos vós faleis em línguas, ...1 Coríntios 14:5
Nem todos os crente recebem dom de variedade de línguas, mas todos devem e podem buscar esse dom maravilhoso para edificar a Igreja.
Ore em línguas o máximo que puder para ser edificado, fortalecido e guiado pelo ESPÍRITO SANTO.
 
Estudo elaborado pelo Pr. Luiz Henrique - EBD NA TV - 99-99152-0454
 
BATISMO COM E NO ESPÍRITO SANTO É PARA TODOS OS SALVOS
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de JESUS CRISTO, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos DEUS nosso Senhor chamar. Atos 2:38,39
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13

2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco de uva não fermentado. Aqueles que zombavam dos discípulos talvez haja empregado este termo, ao invés da palavra mais comum no NT para vinho (oinos), porque sabiam que os discípulos de JESUS usavam somente este tipo de vinho doce, não fermentado. Neste caso, sua zombaria teria sido sarcástica.
2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso de Pedro no dia de Pentecoste, juntamente com sua mensagem em At 3.12-26, contém um padrão para a proclamação do evangelho. (1) JESUS é o Senhor e CRISTO crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-36; At 3.13-15). (2) Estando agora à destra do Pai, JESUS CRISTO recebeu autoridade para derramar o ESPÍRITO SANTO sobre todos os crentes (vv. 16-18,32,33; 3.19). (3) Todos devem colocar sua fé em JESUS como Senhor, arrepender-se dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos pecados (vv. 36-38; 3.19). (4) Os crentes devem esperar o prometido dom do ESPÍRITO SANTO, ou o batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv. 38,39). (5) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo e salvar-se dessa geração perversa (v. 40; 3.26). (6) JESUS CRISTO voltará para restaurar completamente o reino de DEUS (3.20,21).
2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no ESPÍRITO SANTO e as manifestações espirituais acompanhantes são cumprimentos de Jl 2.28,29. Joel, no século VIII a.C., profetizou um grande derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre todo o povo de DEUS (ver Jl 2.28,29).
2.17 NOS ÚLTIMOS DIAS.(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que o Senhor agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvação ao seu povo (cf. Is 2.2-21; 3.18 -46; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12). (2) O NT revela que os últimos dias começaram com a primeira vinda de CRISTO e o derramamento inicial do ESPÍRITO sobre o povo de DEUS, e que terminarão com a segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2). Este período específico é caracterizado como a era do juízo contra o mal, da autoridade sobre os demônios, da salvação da raça humana e da presença aqui do reino de DEUS. (a) Estes últimos dias serão assinalados pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Mt 12.28). (b) Os últimos dias abrangem a investida do poder de DEUS, através de CRISTO, contra o domínio de Satanás e do pecado. Mesmo assim, a guerra apenas começou; não chegou ao fim, pois o mal e a atividade satânica ainda estão fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda vinda de JESUS aniquilará a atividade do poder maligno e encerrará os últimos dias (cf. 1 Pe 1.3-5; Ap 19). (c) Os últimos dias serão um período de testemunho profético, conclamando todos a se arrependerem, crerem em CRISTO e experimentarem o derramamento do ESPÍRITO SANTO (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32). Devemos proclamar a obra salvífica de CRISTO, no poder do ESPÍRITO, mesmo enquanto antevemos o dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o grande e glorioso Dia do Senhor (2.20b). Devemos viver todos os dias em vigilância, esperando o dia da redenção e a volta de CRISTO para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17). (d) Os últimos dias introduzem o reino de DEUS com sua demonstração de pleno poder (ver Lc 11.20). Devemos ter a plenitude desse poder no conflito contra as forças espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)
2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Aqui o falar noutras línguas (vv. 4,11) está relacionado à profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar em línguas é uma forma de profetizar. O significado básico aqui, de profecia, é o uso da nossa voz para o serviço e a glória de DEUS sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO. No livro de Atos: (1) os 120 todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem (2.4); (2) o ESPÍRITO SANTO desceu sobre Cornélio e sua casa. Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS (At 10.44-47); e (3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam línguas e profetizavam (At 19.6).
2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel, citada por Pedro, o batismo no ESPÍRITO SANTO é para aqueles que já pertencem ao reino de DEUS, i.e., servos de DEUS, ou crentes; tanto homens como mulheres salvos, regenerados, pertencentes a DEUS.
2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que DEUS derramará seu ESPÍRITO naqueles dias . O derramamento do ESPÍRITO SANTO e os sinais sobrenaturais que o acompanham, não podem ser limitados unicamente ao dia de Pentecoste. O poder e a bênção do ESPÍRITO SANTO são para todo cristão receber e experimentar, no decurso de toda a era da igreja, que é a totalidade do período de tempo entre a primeira e segunda vinda de CRISTO (Ap 19.20; ver At 2.39).
2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O derramamento do ESPÍRITO SANTO por JESUS comprova que Ele é de fato o Messias exaltado e que agora está à destra de DEUS, intercedendo pelos seus representantes na terra (Hb 7.25). (1) Desde o batismo de JESUS até o dia de Pentecoste, o ESPÍRITO estava sobre o CRISTO (i.e., o Ungido de DEUS; cf. Lc 3.21,22; 4.1,14,18,19). Estando JESUS agora à direita de DEUS, vive para derramar o mesmo ESPÍRITO sobre aqueles que nEle creem. (2) Ao derramar o ESPÍRITO, a intenção de JESUS é que o Consolador transmita sua presença aos crentes e lhes conceda poder para continuarem a fazer tudo aquilo que Ele mesmo fazia enquanto estava na terra
2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VÓS SEJA BATIZADO. O arrependimento, o perdão dos pecados e o batismo são condições prévias para o recebimento do dom do ESPÍRITO SANTO. Mesmo assim, o batismo em água antes do recebimento da promessa do Pai (cf. At 1.4,8) não deve ser tido como condição prévia absoluta para a plenitude do ESPÍRITO SANTO; assim como o batismo no ESPÍRITO não é uma consequência automática do batismo em água. (1) Na situação em apreço, Pedro exigiu o batismo em água antes do recebimento da promessa, porque na mente dos seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como parte de qualquer decisão de conversão. O batismo em água, contudo, não precedeu o batismo no ESPÍRITO nas ocasiões registradas em At 9.17,18 (o apóstolo Paulo) e 10.44-48 (os da casa de Cornélio). (2) Cada crente, depois de se arrepender dos seus pecados e de aceitar JESUS CRISTO pela fé, deve receber (At 2.38; cf. Gl 3.14) o batismo pessoal no ESPÍRITO. Vemos no livro de Atos o dom do ESPÍRITO SANTO sendo conscientemente desejado, buscado e recebido (At 1.4,14; 4.31; 8.14-17; 19.2-6); a única exceção possível à regra, no NT, foi o caso de Cornélio (At 10.44-48). Daí, o batismo no ESPÍRITO não deve ser considerado um dom automaticamente concedido ao crente em CRISTO.
2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no ESPÍRITO SANTO não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que cressem em CRISTO durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos filhos à geração seguinte; a todos os que estão longe à terceira geração e às subsequentes. (1) O batismo no ESPÍRITO SANTO com o poder que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era apostólica. (2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no ESPÍRITO que foi prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).
2.40 DESTA GERAÇÃO PERVERSA. Ninguém, pode ser salvo, se não abandonar a perversidade e a corrupção da sociedade contemporânea (cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15).
Todos os novos crentes devem ser ensinados a romper com todas as más companhias, renunciar o mundo ímpio, unir-se com CRISTO e seu povo e dedicar-se à obra de DEUS (2 Co 6.14,17).
2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES. Ver 12.5, sobre as 16 características de uma igreja neotestamentária.
 
3.6 EM NOME DE JESUS...ANDA. A cura do mendigo coxo foi realizada pelo poder de CRISTO operando através dos apóstolos. JESUS disse aos seus seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: Em meu nome...imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão (Mc 16.17,18). A igreja continuou o ministério de cura que JESUS exercera, em obediência à sua vontade. O milagre aqui foi realizado mediante a fé em nome de JESUS CRISTO (v. 6) e o dom de curar, operando através de Pedro (ver 1 Co 12.1,9). Pedro declarou que não tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. As igrejas que desfrutam de prosperidade material devem meditar nestas palavras de Pedro. Muitas igrejas dos nossos dias já não podem dizer: Não tenho prata nem ouro, mas também não tem condição de dizer: Em nome de JESUS CRISTO, o Nazareno , levanta-te e anda .
3.19 ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS. DEUS determinou que abençoará o seu povo com o derramamento do ESPÍRITO SANTO sob as condições prévias de arrependimento, i.e., de se desviarem do pecado e da geração perversa ao seu redor, e se converterem: voltar-se para DEUS, ouvir tudo quanto CRISTO, o Profeta, lhes diz (vv. 22,23), e sempre progredir na obediência sincera a CRISTO (cf. At 2.38-41; 5.29-32).
3.19 TEMPOS DO REFRIGÉRIO. No decurso de toda a presente era, e até à volta de CRISTO, DEUS enviará tempos do refrigério (i.e., o derramamento do ESPÍRITO SANTO) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Embora tempos perigosos venham perto do fim desta era, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm 3.1; 2 Ts 2.3), DEUS ainda promete enviar reavivamento e tempos de refrigério aos fiéis. A presença de CRISTO, a bênção espiritual, milagres e derramamento do ESPÍRITO SANTO virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (cf. At 26.18).
3.21 TEMPOS DA RESTAURAÇÃO. Os tempos da restauração de tudo é uma referência ao tempo da volta de CRISTO para debelar a iniquidade e estabelecer o reino de DEUS na terra, livre de todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja restauração foi prometida no AT serão restauradas (cf. Zc 12; 13; 14; Lc 1.32,33). CRISTO redimirá ou renovará, a totalidade da Natureza (Rm 8.18-23) e reinará pessoalmente na terra (ver Ap 20; 21). Note que não serão os seres humanos da terra, mas CRISTO, com os seus exércitos celestiais, que realizará o triunfo de DEUS e do seu reino (Ap 19.11 21).
3.22 UM PROFETA. A predição de Moisés em Dt 18.17,18: Então o SENHOR me disse: Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu... , foi uma profecia a respeito de JESUS CRISTO. De que maneira foi JESUS semelhante a Moisés? (1) Moisés foi ungido pelo ESPÍRITO (Nm 11.17); o ESPÍRITO do Senhor estava sobre JESUS na pregação do evangelho (Lc 4.18,19). (2) DEUS usou Moisés para introduzir a antiga aliança; JESUS introduziu a nova aliança. (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com DEUS; CRISTO redimiu seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo pacto com DEUS, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria presença. (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros para prover em figura a redenção; o próprio CRISTO tornou-se o Cordeiro de DEUS para prover salvação a todos quantos o aceitarem. (5) Moisés conduziu o povo à lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção divina; CRISTO chamava o povo a si mesmo e ao ESPÍRITO SANTO, como a maneira de DEUS cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida eterna.
3.26 DESVIASSE, A CADA UM, DAS VOSSAS MALDADES. Pedro volta a enfatizar que crer em CRISTO e receber o ESPÍRITO SANTO depende de renunciarmos ao pecado e separar-nos da iniquidade (ver At 2.38,40; At 3.19; At 8.21). Na mensagem apostólica original, toda bênção prometida requeria santidade.
 
4.8 PEDRO, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Pedro recebe novo enchimento do ESPÍRITO SANTO que lhe traz repentina inspiração, sabedoria e ousadia para que proclamasse a verdade de DEUS. É teologicamente relevante que a plenitude do ESPÍRITO não foi uma experiência ocorrida uma única vez, mas, sim, repetitiva. Este fato é um cumprimento da promessa de JESUS em Lc 12.11,12; outras ocorrências de novo enchimento do ESPÍRITO acham-se em At 7.55 e At 13.9.
4.12 EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO. Os discípulos tinham convicção de que a maior necessidade de cada indivíduo era a salvação do pecado e da ira de DEUS, e pregavam que esta necessidade não poderia ser satisfeita por nenhum outro, senão JESUS CRISTO. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca sobre a igreja a pesada responsabilidade de pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse outros meios de salvação, a igreja poderia ficar despreocupada. Mas, segundo o próprio CRISTO (Jo 14.6), não há esperança para ninguém, fora da salvação em CRISTO (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este é o fundamento do imperativo missionário.
4.20 NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR. O ESPÍRITO SANTO criou nos apóstolos um desejo irreprimível de proclamar o evangelho. Por todo o livro de Atos, o ESPÍRITO impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros (At 1.8; 2.14-41; 3.12-26; 8.25,35; 9.15; 10.44-48; 13.1-4).
4.29 CONCEDE AOS TEUS SERVOS ... OUSADIA. Os discípulos precisavam de renovação em sua coragem para testemunhar e falar de CRISTO. Durante a vida cristã, nós também precisamos nos aproximar de DEUS em oração a fim de vencer o medo de passar vergonha, rejeição, críticas, ou perseguição. A graça de DEUS, através da renovação do ESPÍRITO SANTO, ajudar-nos-á a falar com ousadia a respeito de JESUS (cf. Mt 10.32).
4.30 CURAR... SINAIS E PRODÍGIOS. Pregação e milagres devem andar juntos (At 3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8; 8.6ss.; At 15.12; 20.7ss). Milagres são sinais acompanhantes mediante os quais CRISTO confirma a palavra de suas testemunhas (At 14.3; cf. Mc 16.20 ). (1) Sinais geralmente se refere a atos miraculosos realizados para demonstrar a existência do poder divino de advertir ou encorajar a fé. (2) Prodígios se refere a eventos extraordinários que causam pasmo ao espectador. Note neste versículo a igreja orando pela realização de curas, sinais e maravilhas. A igreja dos nossos dias precisa interceder ferventemente em oração para DEUS confirmar o evangelho com grande poder, milagres e graça abundante (v. 33). Somente quando o evangelho é proclamado com poder, como declara o NT, é que o mundo perdido pode ser ganho para CRISTO.
4.31 TODOS FORAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Várias verdades importantes destacam-se aqui. (1) A expressão batizados com ESPÍRITO SANTO (ver At 1.5) descreve a obra de consagração do ESPÍRITO SANTO capacitando inicialmente o crente com poder divino para testemunhar. Os termos cheios , revestido e com autoridade descrevem essa sua capacitação para trabalhar (At 2.4; 4.8,31; 9.17; 13.9,52). Conforme a necessidade, o enchimento do ESPÍRITO pode ser renovado. (2) As expressões do meu ESPÍRITO derramarei (At 2.17,18; 10.45), veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO (At 19.6), retratam de modo diferente a ocasião em que os crentes são cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4; 4.31; 9.17). (3) Todos os crentes, inclusive os apóstolos anteriormente cheios (At 2.4), foram novamente cheios a fim de enfrentarem a oposição contínua dos judeus (v. 29). Novos enchimentos com o ESPÍRITO SANTO fazem parte da vontade e provisão de DEUS para todos os que receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO (cf. At 4.8; At 13.52). Devemos esperá-los e buscá-los. (4) Aqui, o ESPÍRITO visita uma congregação inteira. Logo, para que seja cumprida a vontade de DEUS quanto a igreja, não somente indivíduos devem ser cheios do ESPÍRITO (4.8; 9.17; 13.9), mas também congregações inteiras (At 2.4; 4.31) devem experimentar visitações repetidas do ESPÍRITO SANTO face às necessidades e desafios especiais. (5) A atuação de DEUS sobre toda a congregação, com um novo enchimento do ESPÍRITO SANTO, resulta em ousadia e poder no testemunho dos crentes, em amor uns pelos outros e no recebimento de graça abundante sobre todos (vv. 31-33).
4.31 ANUNCIAVAM COM OUSADIA A PALAVRA DE DEUS O poder interior do ESPÍRITO e a realidade da presença de DEUS que vêm da plenitude do ESPÍRITO libertam o crente do medo doutras pessoas e aumenta grandemente a sua coragem e motivação para falar de DEUS
4.33 COM GRANDE PODER. Era poder divino manifesto no mais alto grau que operava nos apóstolos. O grego diz aqui mega dunamis. Grande poder é a característica distintiva da pregação e do testemunho apostólicos (cf. At 1.8), por três razões: (1) O testemunho apostólico baseava-se na Palavra de DEUS (v. 29) e na convicção de que ela fora dada pela inspiração do ESPÍRITO SANTO. (2) Os discípulos tinham certeza de terem sido enviados e comissionados pelo próprio JESUS CRISTO, o Senhor ressurreto (v. 33). (3) O grande poder do ESPÍRITO SANTO operando nos discípulos (v. 31), efetuava grande convicção nos ouvintes do evangelho quanto ao pecado de cada um, a justiça de CRISTO e o juízo divino (ver Jo 16.8). Hoje, o mesmo acontecerá em nossas igrejas se o ESPÍRITO operar poderosamente.
 
5.3 MENTISSES AO ESPÍRITO SANTO. A fim de obterem prestígio e reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas contribuições. DEUS considerou um delito grave essas mentiras contra o ESPÍRITO SANTO. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de DEUS para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos. Note, também, que mentir ao ESPÍRITO SANTO é a mesma coisa que mentir a DEUS, logo, o ESPÍRITO SANTO também é DEUS (vv. 3,4; ver Ap 22.15)
5.4 POR QUE FORMASTE ESTE DESÍGNIO...? A raiz do pecado de Ananias e de Safira era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os fez tentar o ESPÍRITO SANTO (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos de males satânicos (1 Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar e servir a DEUS (Mt 6.24; Jo 5.41-44).
5.5 ANANIAS... CAIU E EXPIROU. DEUS feriu com severidade a Ananias e Safira (vv. 5,10), para que se manifestasse sua aversão a todo engano, mentira e desonestidade no reino de DEUS. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é enganar o povo de DEUS no tocante ao nosso relacionamento com CRISTO, trabalho para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse tipo de hipocrisia significa usar o sangue derramado de CRISTO para exaltar e glorificar o próprio eu diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito dos sofrimentos e da morte de CRISTO (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de temor do Senhor (vv. 5,11) e de respeito e honra ao ESPÍRITO SANTO (v. 3), e merece o justo juízo de DEUS.
5.11 HOUVE UM GRANDE TEMOR EM TODA A IGREJA O julgamento divino contra o pecado de Ananias e Safira levou a um aumento de humildade, reverência e temor do povo para com um DEUS santo. Sem o devido temor do DEUS santo e da sua ira contra o pecado, o povo de DEUS voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo, cessará de experimentar o derramamento do ESPÍRITO e a presença milagrosa de DEUS e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este é um elemento essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico hoje em dia.
5.16 TODOS ERAM CURADOS. Os apóstolos fizeram aquilo que seu Senhor fazia: libertavam os atormentados de espíritos imundos (ver Mc 1.34). Tratava-se de um sinal supremo de que o reino de DEUS viera sobre o povo com grande poder. Não é errado orar para que, mediante o ESPÍRITO SANTO, possamos praticar o bem e curar os oprimidos pela enfermidade e por Satanás (4.30)
5.29 MAIS IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS. A grande pergunta que paira ante todo cristão não é: É conveniente, seguro, agradável popular entre os homens? , mas: O que está certo diante de DEUS? (cf. Gl 1.10).
5.32 O ESPÍRITO SANTO... ÀQUELES QUE LHE OBEDECEM. Se não houver verdadeira obediência a CRISTO (v. 32), nem busca sincera da justiça do seu reino (Mt 6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do ESPÍRITO SANTO. O Pentecoste sem o senhorio de CRISTO é impossível (cf. 2.38-42), porque o ESPÍRITO SANTO é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5).
 
6.3 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos estipularam que os sete varões deviam apresentar evidências de terem continuado fielmente sob a influência do ESPÍRITO SANTO. Segundo parece, os apóstolos supunham que nem todos os crentes continuavam na plenitude do ESPÍRITO. Noutras palavras, aqueles que deixam de andar fielmente segundo o ESPÍRITO (Gl 5.16-25) cessarão de ser cheios do ESPÍRITO. Quanto à diferença entre conservar a plenitude e ser cheio do ESPÍRITO SANTO, notemos o seguinte: (1) Os crentes que conservam a plenitude do ESPÍRITO SANTO são caracterizados pela sua constância nessa condição (cf. At 6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspiração profética ou a ministrar no poder do ESPÍRITO SANTO segundo o seu querer. (2) A expressão cheios do ESPÍRITO SANTO é usada: (a) para indicar o recebimento do batismo no ESPÍRITO SANTO (At 1.5; 2.4; 9.17; 11.16); (b) para indicar que um crente ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu poder para falar sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO (At 4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79); (c) para indicar um ministério profético geral sob a inspiração ou a unção do ESPÍRITO SANTO, sem especificar a duração desse ministério (At 4.31-33; 13.52; Lc 1.15). (3) Depois do recebimento inicial do batismo no ESPÍRITO, os que andam fielmente no ESPÍRITO, mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14), podem ser descritos como: cheios do ESPÍRITO SANTO , i.e., mantendo a plenitude permanente do ESPÍRITO SANTO (e.g., os sete varões, especialmente Estêvão, vv. 3,5; At 7.55; ou Barnabé, At 11.24). Além disso, aqueles que continuam na plenitude do ESPÍRITO podem receber um novo enchimento do ESPÍRITO, visando a um propósito ou tarefa específica, especialmente uma capacitação divina para falar segundo o impulso do ESPÍRITO SANTO.
6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no ESPÍRITO SANTO, em si, não basta para uma liderança cristã eficaz. Os líderes cristãos devem dedicar-se constantemente à oração e à pregação da Palavra. O verbo traduzido perseverar (gr. proskartereo) denota uma fidelidade inabalável e sincera e a dedicação de muito tempo a um certo
empreendimento. Por isso, os apóstolos tinham a convicção de que a oração e o ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos dirigentes cristãos. Note as freqüentes referências à oração em Atos (ver At 1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23; 16.25; 22.17; 28.8).
6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição de mãos era usada de cinco maneiras: (1) em relação a milagres de curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5); (2) ao abençoar outras pessoas (Mt 19.13,15); (3) em relação ao batismo no ESPÍRITO SANTO (8.17,19; 19.6); (4) na comissão para uma obra específica (At 6.6; 13.3); e (5) na concessão de dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14). Como um dos meios através dos quais DEUS transmite dons e bênçãos às pessoas, a imposição de mãos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb 6.2). Não pode ser dissociada da oração (v. 6), pois a oração indica que os dons da graça, a cura ou o batismo no ESPÍRITO SANTO procede de DEUS e não do ser humano. A separação destes sete homens importava, principalmente, duas coisas. (1) Era um testemunho público da igreja de que esses homens tinham antecedentes de perseverança na piedade e na obediência à direção do ESPÍRITO SANTO (cf. 1 Tm 3.1-10). (2) Era um ato de separar aqueles homens à obra de DEUS e um testemunho da sua disposição em aceitar a responsabilidade da chamada divina.
6.8 ESTÊVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O ESPÍRITO SANTO deu a Estêvão poder para realizar prodígios e grandes sinais entre o povo (v. 8) e lhe deu grande sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes não podiam contestar os seus argumentos (v. 10; cf. Êx 4.15; Lc 21.15).
 
7.2 IRMÃOS E PAIS, OUVI. O discurso de Estêvão diante do sinédrio é uma defesa da fé propagada por CRISTO e pelos apóstolos. Ele é o precursor de todos quantos defendem a fé bíblica contra os que se opõem ao seu ensino ou o distorcem, e é o primeiro que morreu por essa causa. JESUS vindica a ação de Estêvão, ficando em pé para honrá-lo diante de seu Pai, no céu (v. 56). O amor de Estêvão à verdade e sua disposição em dar a vida para salvaguardá-la, contrastam-se nitidamente com aqueles que pouco se interessam por batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3) e que, em nome do amor, da paz e da tolerância, não veem qualquer necessidade de oposição aos falsos mestres, nem àqueles que distorcem o evangelho puro, em favor do qual CRISTO morreu (ver Gl 1.9).
7.38 A CONGREGAÇÃO NO DESERTO. A congregação no deserto refere-se a Israel como o povo de DEUS. Em hebraico a palavra traduzida por congregação é qahal e na Septuaginta (a tradução grega do AT) o termo é ekklesia (i.e., assembleia ou igreja). (1) Assim como Moisés conduziu a igreja do AT, CRISTO conduz a igreja do NT. A igreja do NT designada descendência de Abraão (Gl 3.29; cf. Rm 4.11-18) e o Israel de DEUS (Gl 6.16) dá continuidade à igreja do AT. (2) Assim como a igreja do AT, a igreja do NT está no deserto , i.e., é uma igreja peregrina, longe da Terra Prometida (Hb 11.6-16). Por isso nunca devemos sentir-nos plenamente à vontade quanto ao viver aqui nesta terra.
7.42 DEUS... OS ABANDONOU. As palavras de Estêvão refletem um princípio bem estabelecido nas Escrituras e na história da redenção. Aqueles que persistem em repudiar a DEUS, não somente são abandonados por Ele, como também são entregues à influência do mal, de Satanás e da imoralidade (cf. Rm 1.24,28). Ao contrário da crença popular, DEUS não continuará demonstrando amor e perdão, caso não haja resposta da nossa parte. Ele perdoa e comunica o seu amor somente àqueles que se voltam para Ele com arrependimento sincero e com verdadeira obediência. Para aqueles que endurecem o coração; que sempre resistem ao ESPÍRITO SANTO e que se recusam a aceitar a salvação divina, permanece somente a ira justa de DEUS (Rm 2.4-6,8).
7.44 SEGUNDO O MODELO. DEUS sempre teve um padrão divino para ser seguido por seu povo. (1) DEUS tinha um padrão para Moisés, que servia de norma segundo o antigo concerto. (a) Em Êx 12, DEUS deu a Moisés instruções específicas para a primeira Páscoa no Egito, que se tornou padrão para todas as gerações subsequentes dos israelitas. (b) Em Êx 20, DEUS deu a Moisés os Dez Mandamentos como padrão e norma moral para todas as gerações subsequentes. (c) Em Êx 25, DEUS mandou Moisés levantar um tabernáculo no meio do arraial de Israel como cópia e sombra das coisas celestiais e da redenção que DEUS planejara levar a efeito através do Senhor JESUS CRISTO na terra. Moisés fez cuidadosamente o tabernáculo e todos os seus pertences conforme... modelo que DEUS estabelecera na sua sabedoria (Êx 25.9,40; cf. Hb 8.1-5). (2) Tão certamente como DEUS tinha um padrão para o tabernáculo segundo o antigo concerto, Ele tem um padrão para sua igreja segundo o novo concerto. Os apóstolos do NT não resolveram de modo arbitrário e aleatório como a igreja seria constituída, porque o Pai e o Filho, mediante o que o ESPÍRITO SANTO registrou nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos, nas Epístolas e nas cartas às sete igrejas (Ap 2.3), estabeleceu o padrão apostólico para a igreja. (3) Infelizmente, depois da era apostólica, a igreja começou a apartar-se da revelação divina e a modificar o padrão celestial de DEUS ao acomodar-se às culturas e à organização, conforme as idéias humanas e terrenas. O resultado tem sido a proliferação de padrões humanos impostos à igreja. (4) Para a igreja de JESUS CRISTO experimentar novamente a totalidade do plano, poder, favor e presença de DEUS, deve deixar de seguir seus próprios caminhos e voltar a adotar o padrão apostólico do NT como a norma perpétua de DEUS para ela.
7.51 SEMPRE RESISTIS AO ESPÍRITO SANTO. A história de Israel retrata um povo que repetidamente rebelou-se contra DEUS e a sua Palavra revelada. Ao invés de se
submeterem às normas da sua lei, os israelitas se voltaram para os caminhos e modo de vida das nações ímpias ao seu redor. Mataram os profetas que os chamavam ao
arrependimento e que profetizavam a respeito da vinda de CRISTO (vv. 52,53). É isto o que significa resistis ao ESPÍRITO SANTO . Da mesma forma o Israel de CRISTO, sob o novo concerto, deve estar consciente da sua tendência de proceder como o Israel de DEUS do antigo concerto. As igrejas de CRISTO podem desviar-se dEle e da sua Palavra e recusar-se a dar ouvido à voz do ESPÍRITO SANTO. Acontecendo isto, elas incorrerão no juízo divino: o reino lhes será tirado (ver Rm 11.20-22; Ap 2,3).
7.56 O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ EM PÉ. A Bíblia normalmente fala de JESUS assentado à direita de DEUS (2.34; Mc 14.62; Lc 22.69; Cl 3.1). Mas aqui, conforme a tradução
literal do grego, JESUS colocou-se de pé para dar as boas-vindas ao seu primeiro mártir que morria por amor a Ele. Estêvão confessara a CRISTO diante dos homens e defendera a fé.
Agora CRISTO, honrando o seu servo, confessa-o diante do seu Pai celeste. O Salvador está em pé pronto para acolher, como intercessor e advogado, o crente fiel que enfrenta a
morte por Ele (cf. Marcos 8.38; Lc 12.8; Rm 8.34; 1 Jo 2.1).
8.1 UMA GRANDE PERSEGUIÇÃO. Parece que Saulo foi o líder da primeira perseguição em grande escala contra a igreja (vv. 1-3; 9.1), perseguição essa intensa e severa. Homens e mulheres eram encerrados na prisão (v. 3) e açoitados (At 22.19), e muitos foram mortos (At 22.20; 26.10,11). DEUS, porém, transformou essa perseguição em início da grande obra missionária da igreja (v. 4).
8.5-24 DESCENDO FILIPE À ... SAMARIA. Note a sequência de eventos nesse registro do derramamento do ESPÍRITO SANTO nos crentes samaritanos. (1) Filipe pregou o evangelho do reino, e DEUS confirmou a Palavra com sinais e prodígios (vv. 5-7). (2) Muitos samaritanos receberam a Palavra de DEUS (v. 14), creram em JESUS (v. 12), foram curados e libertos de espíritos imundos (v. 7), e batizados nas águas (vv. 12,13). Assim, experimentaram a salvação, a obra regeneradora do ESPÍRITO SANTO e o poder do reino de DEUS (ver v. 12). (3) O ESPÍRITO SANTO, porém, não tinha descido sobre nenhum deles depois da sua conversão a CRISTO e batismo em água (v. 16). (4) Alguns dias depois da conversão dos samaritanos, Pedro e João chegaram a Samaria e oraram para os novos crentes receberem o ESPÍRITO SANTO (vv. 14,15). Houve um definido intervalo entre a conversão deles e o recebimento do batismo no ESPÍRITO SANTO (vv. 16,17; cf. At 2.4). Este caso dos samaritanos segue o padrão da experiência idêntica dos discípulos no dia de Pentecoste. (5) Sem dúvida houve manifestação externa neste caso de recebimento do ESPÍRITO SANTO, a saber: línguas e profecia (ver v. 18)
8.6 OS SINAIS QUE ELE FAZIA. A promessa de CRISTO no sentido de operar sinais e milagres para confirmar a pregação da Palavra não se limitava aos apóstolos (Mc 16.15-18). Ele prometeu que os convertidos por seus discípulos ( os que crerem na palavra deles) operarão milagres em nome de JESUS, tais como expulsar demônios (Mc 16.17) e curar os enfermos (Mc 16.18). Foi exatamente o que Filipe fez (vv. 6,7)
8.12 CRESSEM... DO NOME DE JESUS CRISTO. Os samaritanos já eram convertidos e salvos antes do ESPÍRITO vir sobre eles (ver o v. 17). (1) Creram e foram batizados. Dois fatos tornam claro que a fé dos samaritanos era fé genuína salvífica. (a) Tanto Filipe (v. 12) quanto os apóstolos (v. 14) consideravam válida a fé que eles tinham. (b) Os samaritanos assumiram um compromisso público com CRISTO mediante o batismo em água (v. 12). As Escrituras afirmam que Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Sendo assim, eram regenerados e o ESPÍRITO SANTO habitava neles (Rm 8.9). (2) O recebimento do ESPÍRITO SANTO por eles, vários dias mais tarde (v. 17), não era para salvação. Era o recebimento do ESPÍRITO SANTO como os discípulos o receberam no dia de Pentecoste, i.e., para dotá-los de poder para o serviço e o testemunho para DEUS (1.8). Lucas emprega aqui a expressão recebereis a virtude do ESPÍRITO , primeiramente no sentido de revestir de poder divino (At 1.8; 2.38; 8.17; 10.47; 19.2), e não no sentido do novo nascimento ou da regeneração. (3) Alguns têm ensinado que a fé dos samaritanos não era uma fé salvífica e regeneradora. É uma incoerência crer que Filipe, um homem cheio de fé, de sabedoria e do ESPÍRITO SANTO (6.3-5), batizasse, curasse e expulsasse demônios de pessoas, cuja fé não considerasse genuína
8.16 SOBRE NENHUM DELES TINHA AINDA DESCIDO. O ESPÍRITO ainda não tinha descido sobre nenhum deles, da mesma maneira que descera sobre os crentes no dia de Pentecoste (2.4). Ainda não descera sobre eles de conformidade com a promessa do Pai (1.4) e conforme CRISTO predissera: vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO (1.5; ver vv. 5-24 v. 18).
8.17 RECEBERAM O ESPÍRITO SANTO. Mediante a imposição das mãos dos apóstolos, os samaritanos recebem o ESPÍRITO SANTO de modo idêntico ao batismo do dia de
Pentecoste (At 1.8; 2.4). A experiência dos samaritanos em duas etapas, ou seja: primeiramente crer e depois ser cheio do ESPÍRITO, demonstra que a experiência em duas etapas dos crentes, do dia de Pentecoste não foi anômala. As experiências tanto de Paulo em At 9.5-17, como a dos discípulos efésios em At 19.1-6, foram iguais à dos samaritanos. Aceitaram CRISTO como Senhor e depois foram cheios do ESPÍRITO. Não tem que haver um longo tempo de espera entre a salvação e o batismo no ESPÍRITO, conforme demonstra o caso dos gentios em Cesaréia (At 10).
8.18 SIMÃO, VENDO. A descida do ESPÍRITO sobre os samaritanos foi acompanhada de manifestações externas visíveis notadas até por Simão, o mágico. É razoável concluir que as manifestações visíveis eram semelhantes às dos primeiros discípulos no dia de Pentecoste, i.e., falar noutras línguas (ver 2.4; 10.45,46; 19.6). Assim, tanto os samaritanos como os apóstolos tiveram um sinal confirmador da descida do ESPÍRITO SANTO sobre aqueles novos crentes
8.21 O TEU CORAÇÃO NÃO É RETO. O batismo no ESPÍRITO SANTO através do livro de Atos ocorre somente entre os salvos por JESUS CRISTO. (1) Simão, que queria o poder e o dom do ESPÍRITO SANTO, bem como autoridade para transmitir o dom (v. 19), foi rejeitado por DEUS por ser ímpio, em laço de iniquidade (vv. 22,23), não tendo um coração reto diante de DEUS (v. 21). O dom genuíno do ESPÍRITO SANTO será derramado somente sobre quem o teme e faz o que é justo (At 10.35, cf. 44-48; ver também At 5.32). (2) Antes e depois do dia do Pentecoste os discípulos de CRISTO viviam para o Senhor ressurreto (At 1.2-14; 2.32) e oravam continuamente (At 1.14; 6.4). Suas vidas eram separadas do pecado e do mundo (At 2.38-40) e observavam o ensino dos apóstolos (At 2.42; 6.4). Novos derramamentos do ESPÍRITO eram concedidos a crentes que tinham largado seus pecados e seus maus caminhos, para viverem para JESUS CRISTO (cf. At 2.42; 3.1,19,22-26; 4.8,19-35; 5.29-32; 6.4; 8.14-21; 9.1-19; 10.34-47; 19.1-6; 24.16). Andar no ESPÍRITO e ser guiado por Ele são sempre condições para alguém ser cheio do ESPÍRITO (ver Gl 5.16-25; cf. Ef 5.18). (3) Qualquer experiência sobrenatural, tida como o batismo no ESPÍRITO SANTO, ocorrida em quem continua nos caminhos pecaminosos da carne, não é de CRISTO (cf. 1 Jo 4.1-6). Pelo contrário, é um falso batismo no ESPÍRITO, e que pode ser acompanhado de poderes demoníacos (Mt 7.21-23; 2 Ts 2.7-10).
 
9.3-19 A CONVERSÃO DE PAULO. Os versículos 3-9 registram a conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. At 22.3-16; 26.9-18). Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa de Judas (v. 11), fica claro à luz do seguinte: (1) Ele obedece às ordens de CRISTO (v. 6; At 22.10; 26.15-19), compromete-se a ser um ministro e testemunha do evangelho (26.16) e um missionário aos gentios (At 26.17-19) e entrega-se à oração (v. 11). (2) Paulo é chamado Irmão Saulo por Ananias (v. 17). Ananias percebe que Paulo é um crente que experimentou o novo nascimento (ver Jo 3.3-6), que se dedicou a CRISTO, para fazer a sua vontade e que apenas necessita ser batizado, receber a restauração da sua vista e ser cheio do ESPÍRITO SANTO (vv. 17,18; ver At 9.17).
9.11 POIS EIS QUE ELE ESTÁ ORANDO. Após conhecer JESUS e aceitá-lo como Senhor e Messias, Paulo ora e jejua, pedindo orientação, em atitude de profunda dedicação a DEUS. A fé salvadora e o novo nascimento à que ela conduz, sempre levarão o crente a buscar comunhão com seu Senhor e Salvador, que ele acaba de aceitar.
9.13 TEUS SANTOS. Os crentes do NT são chamados santos (cf. 26.10; Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ap 13.7; 19.8). (1) A ideia básica do termo santo (gr. hagios) é separação do pecado, e, para DEUS. Os santos, noutras palavras, são os separados para DEUS ou os santificados em DEUS . Isto significa ser guiado e santificado pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 8.14; 1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), largar o mundo a fim de seguir a JESUS (Jo 17.15-17). Mesmo assim, o termo santo não significa que o crente seja perfeito ou incapaz de pecar (cf. 1 Jo 2.1). (2) O NT em nenhum lugar chama o crente de pecador salvo , portanto este costume não é bíblico. O termo bíblico comum para todos os crentes é santo , o qual enfatiza: (a) a pressuposição bíblica que todos os crentes vivam conforme os ensinos divinos da justiça (Ef 5.3), e (b) a necessidade da santidade ser uma realidade interna em todos que pertencem a CRISTO (1 Co 1.30)
9.16 PADECER PELO MEU NOME. A conversão de Paulo incluiu não somente uma ordem para pregar o evangelho, mas também uma chamada para sofrer por amor a CRISTO. Paulo foi informado desde o início que ele sofreria muito pela causa de CRISTO. No reino de CRISTO, sofrer por amor a Ele é um sinal do mais alto favor de DEUS (At 14.22; Mt 5.11,12; Rm 8.17; 2 Tm 2.3) e o meio de ter um ministério frutífero (Jo 12.24; 2 Co 1.3-6); resulta em recompensas abundantes no céu (Mt 5.12; 2 Tm 2.12). A morte precisa atuar no crente para que a vida de DEUS flua dele para os outros (Rm 8.17,18,36,37; 2 Co 4.10-12). Para outros textos sobre os sofrimentos de Paulo, ver 20.23; 2 Co 4.8-18; 6.3-10; 11.23-27; Gl 6.17; 2 Tm 1.11,12; ver também 2 Co 1.4; At 11.23.
9.17 IRMÃO SAULO. Ver sobre vv. 3-19.
9.17 CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Três dias depois da sua conversão, Paulo recebeu a plenitude do ESPÍRITO SANTO. A experiência de Paulo forma um paralelo com a dos discípulos no dia de Pentecoste. Primeiro, a sua experiência do novo nascimento; a salvação (ver vv. 3-19; depois, ser cheio do ESPÍRITO SANTO (v. 17). Embora Lucas não diga especificamente que Paulo falou em línguas quando recebeu o dom do ESPÍRITO SANTO, é justo admitir que ele o fez. (1) O padrão do NT mostra que a pessoa que recebe a plenitude do ESPÍRITO SANTO começa a falar noutras línguas (At 2.4; 10.45,46; 19.6; ver At 11.15). (2) O próprio Paulo testifica que frequentemente falava em línguas: Dou graças ao meu DEUS, porque falo mais línguas do que vós todos (1 Co 14.18)
9.18 FOI BATIZADO. O interesse primacial de Lucas aqui é o próprio batismo no ESPÍRITO SANTO e não primeiramente o fato de ele falar em línguas no batismo. Quem busca a plenitude do ESPÍRITO deve concentrar-se no próprio ESPÍRITO SANTO e não numa manifestação externa. Por outro lado, todos os crentes que desejam a plenitude do ESPÍRITO SANTO devem aguardar as manifestações espirituais desta bênção (At 2.4,17).
9.31 NO TEMOR DO SENHOR. Lucas enfatiza a fórmula temer a DEUS tanto no seu Evangelho (ver Lc 1.50, 18.2; 23.40) como em Atos. São os tementes a DEUS (os gentios que abraçaram a fé judaica) que formam a base inicial da obra missionária aos gentios em At 10 (At 10.2,22,35; 13.16,26). O temor do Senhor produz confiança e obediência, bem como o afastar-se do mal (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 1.7); isso, por sua vez, resulta na consolação do ESPÍRITO SANTO (v. 31)
9.36 DORCAS... CHEIA DE BOAS OBRAS. Assim como DEUS operava através de Pedro para curar (vv. 33-35) e para ressuscitar os mortos (v. 40), Ele também operava através de Dorcas, para praticar atos de bondade e de amor. Os atos de amor para ajudar os necessitados são tanto uma manifestação do ESPÍRITO SANTO, quanto o são os milagres, os sinais e os prodígios. Paulo enfatizou essa verdade em 1 Co 13 (cf. 1 Pe 4.10,11).
 
10.4 ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA DIANTE DE DEUS. DEUS considera nossas orações um sacrifício que sobe até Ele, lembrando-lhe da nossa perseverança, ao invocá-lo com fé e devoção (ver Sl 141.2; Hb 13.15,16).
10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAÇO PARA ORAR. O ESPÍRITO SANTO, o autor das Escrituras, revela através delas que os cristãos do NT eram dedicados a muita oração. Estavam convictos de que o reino de DEUS não poderia manifestar-se em todo o seu poder mediante uns poucos minutos de oração por dia (At 1.14; 2.42; 3.1; 6.4; Ef 6.18; Cl 4.2). (1) O judeu piedoso orava duas ou três vezes por dia (cf. Sl 55.17; Dn 6.10). Era prática dos seguidores de CRISTO, especialmente dos apóstolos (At 6.4), orar com a mesma devoção. Pedro e João subiram ao templo para a hora da oração (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (At 16.16). Pedro orava regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9); DEUS recompensou Cornélio pela sua fidelidade na observância das suas horas de oração (10.30ss.). (2) As Escrituras exortam os crentes a continuarem perseverantes na oração (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a orarem sem cessar (1 Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o tempo com toda a oração (Ef 6.18), a perseverarem na oração (Cl 4.2), e a orarem com eficácia (Tg 5.16). Estas exortações indicam que não poderá haver nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem muita oração diariamente. (3) Não seria do agrado de DEUS, tendo em vista a exortação do Senhor, que seus discípulos vigiem e orem pelo menos uma hora (Mt 26.38-41); e à luz da urgência dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente dedicasse pelo menos uma hora por dia à oração e ao estudo da Palavra de DEUS, visando ao crescimento do seu reino na terra e tudo quanto isso significa para nós (Mt 6.10,33)? (4) Uma hora de oração pode incluir o seguinte: (a) louvor, (b) cantar ao Senhor, (c) ações de graças, (d) esperar em DEUS, (e) ler a Palavra, (f) ficar atento ao ESPÍRITO SANTO, (g) orar com as próprias palavras das Escrituras, (h) confissão das faltas, (i) intercessão pelos outros, (j) petição pelas nossas próprias necessidades, e (l) oração em línguas
10.19 DISSE-LHE O ESPÍRITO. O ESPÍRITO SANTO deseja a salvação de todas as pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato de os apóstolos terem recebido o ESPÍRITO, eles, também, desejavam a salvação de todas as pessoas. Intelectualmente, no entanto, não compreendiam que a salvação já não se restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as nações (vv. 34,35). Foi o ESPÍRITO SANTO que alargou a visão da igreja. Em Atos, Ele é a força da obra missionária e o que dirige a igreja para novas áreas de testemunho (At 8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O derramamento do ESPÍRITO e a compulsão à missão sempre andam de mãos dadas (cf. At 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvação do seu povo, sem, porém, compreenderem plenamente o propósito do ESPÍRITO SANTO para as missões mundiais (ver Mt 28.19; Lc 24.47).
10.34 DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. DEUS não tem nenhuma nação ou raça predileta, nem favorece qualquer indivíduo por causa da sua nacionalidade, linhagem ou posição na vida (cf. Tg 2.1). DEUS favorece e aceita aqueles, dentre todas as nações, que abandonam o pecado, creem em CRISTO, temem a DEUS e vivem retamente (v. 35; cf. Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseveram neste modo de vida, permanecerão no amor e no favor de DEUS (Jo 15.10).
10.38 CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO.
10.44 CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS. A família gentia de Cornélio ouve e recebe a Palavra com fé salvadora (vv. 34-48; 11.14). (1) DEUS imediatamente derrama sobre ela o ESPÍRITO SANTO (v. 44) como seu testemunho de que creram e receberam a vida regeneradora de CRISTO (cf. 11.17; 15.8,9). (2) A vinda do ESPÍRITO SANTO sobre a família de Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do ESPÍRITO SANTO para os discípulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse derramamento do ESPÍRITO não é a obra de DEUS na regeneração do pecador, mas sua vinda sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa experiência e a do dia de Pentecoste (At 11.15,17). (3) Evidentemente, é possível uma pessoa ser batizada no ESPÍRITO imediatamente depois de receber a salvação (ver v. 46; cf. At 11.17).
10.45 O DOM DO ESPÍRITO SANTO.
10.46 OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consideravam o falar em línguas, mediante o ESPÍRITO, como o sinal convincente do batismo no ESPÍRITO SANTO. Isto é, assim como DEUS confirmou o acontecimento do dia de Pentecoste com o sinal das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornélio falarem em línguas como sinal convincente para Pedro e os demais crentes judeus.
 
11.15 CAIU SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS AO PRINCÍPIO. O derramamento do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (At 2.4) foi um padrão para o recebimento do ESPÍRITO, a partir de então. O batismo no ESPÍRITO seria determinado pela transformação visível ocorrida no indivíduo pela infusão da alegria por expressões vocais sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no testemunho (At 2.4; 4.31; 8.15-19; 10.45-47; 19.6). Por isso, quando Pedro salientou diante dos apóstolos e irmãos em Jerusalém que os familiares de Cornélio tinham falado em línguas, ao ser derramado sobre eles o ESPÍRITO SANTO (cf. At 10.45-46), ficaram convictos de que DEUS estava concedendo aos gentios a salvação em CRISTO (v. 18). Não se pode hoje dizer que alguém recebeu o batismo no ESPÍRITO se as manifestações físicas, tais como o falar em línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte de Atos, o batismo no ESPÍRITO SANTO aparece como uma experiência percebida somente pela fé (ver At 8.12,16; 19.6)
11.17 A NÓS, QUANDO CREMOS. Esta expressão é, no grego, um particípio aoristo, que normalmente descreve uma ação que ocorre antes daquela do verbo principal. Por isso, uma tradução mais exata seria: DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós também, depois que cremos . Esta interpretação concorda com os fatos históricos, i.e., que os discípulos tinham crido em JESUS e tinham sido regenerados pelo ESPÍRITO, antes do dia de Pentecoste.
11.18 OUVINDO ESTAS COISAS. O discurso de Pedro silenciou todas as objeções (vv. 4-18). DEUS tinha batizado os gentios no ESPÍRITO SANTO (At 10.45), e este ato foi acompanhado da evidência convincente do falar noutras línguas pelo ESPÍRITO (At 10.46). Era esse o único sinal necessário a ser aceito sem mais dúvidas.
11.23 QUE... PERMANECESSEM NO SENHOR. Os discípulos do NT não aceitavam o ensino que aquele que recebesse a graça de DEUS permaneceria automaticamente leal ao Senhor, visto que o pecado, o mundo e as tentações de Satanás podiam levar um novo crente a desviar-se do caminho da salvação em CRISTO. Barnabé nos oferece um exemplo de como os novos convertidos devem ser tratados: que nosso interesse principal seja ajudá-los e animá-los a permanecerem na fé, no amor e na comunhão com CRISTO e com sua At igreja (cf. 13.43; 14.22).
11.26 OS DISCÍPULOS... CHAMADOS CRISTÃOS. A palavra cristão (gr. christianos) ocorre somente três vezes no NT (At 11.26; 26.28; 1 Pe 4.16). Originalmente, era um termo que denotava um servo e seguidor de CRISTO. Hoje tornou-se termo geral, destituído do significado original que tinha no NT. A nós, este termo deve sugerir o nome do nosso Redentor (Rm 3.24), a ideia do profundo relacionamento do crente com CRISTO (Rm 8.38,39), o pensamento de que o recebemos como nosso Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9). Reivindicar o nome de cristão significa que CRISTO e a sua palavra revelada nas Escrituras são a autoridade suprema e a única fonte da esperança futura (Cl 1.5,27).
11.27 PROFETAS. A posição dos profetas na igreja é reconhecida nas epístolas paulinas.
 
12.2 E MATOU À ESPADA TIAGO. DEUS permitiu que Tiago, irmão de João (cf. Mt 4.21) morresse, mas enviou um anjo para livrar a Pedro (vv. 3-17). São os caminhos misteriosos de DEUS para com o seu povo que levaram Tiago a morrer, enquanto Pedro escapou para continuar seu ministério. Tiago teve a honra de ser o primeiro dos apóstolos que morreu como mártir. Morreu da mesma maneira que seu Senhor: pela causa de DEUS (cf. Mc 10.36-39).
12.5 A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja neotestamentária. (1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas em congregações locais e unidas pelo ESPÍRITO SANTO, que diligentemente buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com DEUS e com JESUS CRISTO (At 13.2; 16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). (2) Mediante o poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e esperam a volta de CRISTO (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). (3) O batismo no ESPÍRITO SANTO será pregado e concedido aos novos crentes (ver At 2.39), e sua presença e poder se manifestarão. (4) Os dons do ESPÍRITO SANTO estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios, sinais e curas (At 2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18). (5) Para dirigir a igreja, DEUS lhe provê um ministério quíntuplo, o qual adestra os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12) (6) Os crentes expulsarão demônios (At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17). (7) Haverá lealdade absoluta ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de CRISTO e dos apóstolos (2.42; ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de DEUS e à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15). (8) No primeiro dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a adoração e a mútua edificação através da Palavra de DEUS escrita e das manifestações do ESPÍRITO (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17). (9) A igreja manterá a humildade,
reverência e santo temor diante da presença de um DEUS santo (5.11). Os membros terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que caírem no pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica (20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15). (10) Aqueles que perseverarem no caráter piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida espiritual (Mt 18.15; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). (11) Semelhantemente, a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8). (12) Haverá amor e comunhão no ESPÍRITO evidente entre os membros (At 2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da congregação local como também entre ela e outras congregações que creem na Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8). (13) A igreja será uma igreja de oração e jejum (At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18). (14) Os crentes se separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16). (15) Haverá sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40; 9.16; 14.22). (16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a outros países (At 2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando para manter estas 16 características práticas entre seus membros.
12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago fora morto. Herodes mantinha Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT frequentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (At 1.4; 2.42; 4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de DEUS é que seu povo se reúna para a oração definida e perseverante; note as palavras de JESUS: A minha casa será chamada casa de oração (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT, devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração e não apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e presença de DEUS e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum volume de pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo manifestará o poder e presença genuínos no ESPÍRITO SANTO, sem a oração neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em oração e súplicas (1.14).
12.7 O ANJO. Os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14; ver At 1.13)
 
13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristão cheio do ESPÍRITO é muito sensível ao que o ESPÍRITO SANTO comunica durante a oração e o jejum (ver Mt 6.16). Aqui, a comunicação da parte do ESPÍRITO SANTO provavelmente foi uma palavra profética (cf. v. 1).
13.2 PARA A OBRA A QUE OS TENHO CHAMADO. Paulo e Barnabé foram chamados à obra missionária e enviados pela igreja de Antioquia. As características dessa obra estão descritas em At 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e At 26.16-18. (1) Paulo e Barnabé foram chamados para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres à salvação em CRISTO. As Escrituras não indicam em lugar nenhum que os missionários do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais ou políticos, i.e., propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício de todos os tipos de atividades sociais ou políticas para o bem da população do Império Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a CRISTO (At 16.31; 20.21), livrá-las do poder de Satanás (At 26.18), levá-las a receber o ESPÍRITO SANTO (At 19.6) e organizá-las em igrejas. Nesses novos cristãos, o ESPÍRITO SANTO veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele deu dons espirituais (1 Co 12.1-14.40) e transformou esses fiéis de tal maneira que suas vidas glorificavam ao seu Salvador. (2) Os missionários do evangelho de hoje devem ter a mesma atividade prioritária: ser ministros e testemunhas do evangelho, que levem outros a CRISTO, livrando-os do domínio de Satanás (At 26.18), fazendo-os discípulos, motivando-os a receber o ESPÍRITO SANTO e os seus dons (At 2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto CRISTO ordenou (Mt 28.19,20). Isto deve ser acompanhado de sinais e prodígios, cura de enfermos e libertação de oprimidos pelos demônios (At 2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc 16.17,18). Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve também incluir atos pessoais de amor, de misericórdia e de bondade para com os necessitados (cf. Gl 2.10). Deste modo, todos que são chamados a dar testemunho do evangelho servirão na causa divina segundo o modelo de JESUS (ver Lc 9.2).
13.3 OS DESPEDIRAM. Com estas palavras começa o grande movimento missionário da igreja até aos confins da terra (1.8). Os princípios missionários vistos no capítulo 13 são um modelo para todas as igrejas que enviam missionários. (1) A atividade missionária é originada pelo ESPÍRITO SANTO, através de líderes espirituais que estão profundamente dedicados ao Senhor e ao seu reino, buscando-o com oração e jejum (v. 2). (2) A igreja deve estar atenta ao ministério e atividade proféticos do ESPÍRITO SANTO e sua orientação (v. 2). (3) Os missionários que são enviados, devem fazê-lo segundo a chamada e a vontade específicas do ESPÍRITO SANTO (v. 2b). (4) Mediante a oração e o jejum, a igreja buscando constantemente estar em harmonia com a vontade do ESPÍRITO SANTO (vv. 3,4), confirma a chamada divina de determinadas pessoas à obra missionária. O propósito é que a igreja envie somente aqueles que forem da vontade do ESPÍRITO SANTO. (5) Pela imposição de mãos e o envio de missionários, a igreja indica que se compromete a sustentar e assistir os que saem à obra. A responsabilidade da igreja que envia missionários inclui demonstrar amor e cuidado para com eles de um modo digno de DEUS (3 Jo 6), orar por eles (v. 3; Ef 6.18,19) e sustentá-los financeiramente (Lc 10.7; 3 Jo 6-8). Isso inclui ofertas especiais de amor para necessidades específicas deles (Fp 4.10, 14-18). O missionário é uma projeção do propósito, interesse e missão da igreja que os envia. Essa igreja fica sendo, portanto, uma cooperadora da verdade (Fp 1.5; 3 Jo 8). (6) Aqueles que saem como missionários devem estar dispostos a expor a vida pelo nome de nosso Senhor JESUS CRISTO (At 15.26).
13.8 ELIMAS, O ENCANTADOR. Este judeu encantador (feiticeiro) era provavelmente um astrólogo. Os astrólogos ensinavam que o destino de cada pessoa é determinado pela posição dos astros em relação ao nascimento dessa pessoa. Toda feitiçaria e astrologia são formas de espiritismo, o qual se opõe ao evangelho de CRISTO, porque são coisas de Satanás e seus demônios. Ver as frases resistia-lhes Elimas e inimigo de toda a justiça (vv. 8,10; ver Dt 18.9-11).
13.9 SAULO... CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Mesmo quem foi batizado no ESPÍRITO, como Paulo o foi (9.17), pode, em ocasiões de necessidade específica, receber novos enchimentos do ESPÍRITO. Semelhantes enchimentos repetidos são necessários: (1) no enfrentamento da oposição ao evangelho (At 4.8); (2) no avanço do evangelho (4.8-12,31) e (3) ao enfrentar diretamente a atividade satânica (At 13.9). Enchimentos repetidos do ESPÍRITO SANTO devem ser normais a todos os crentes batizados no ESPÍRITO SANTO.
13.11 FICARÁS CEGO. Os milagres do NT iam além de curas. Alguns, como nos casos da ira de DEUS contra Elimas (vv. 8-11) e Herodes (At 12.20-23), envolveram juízo contra os ímpios. O caso de Ananias e Safira (At 5.1-11) é um exemplo de julgamento sob a forma de milagre, revelando a ira divina contra o pecado dentro da igreja.
13.31 SUAS TESTEMUNHAS PARA COM O POVO. Testemunha (gr. martus) é alguém que testifica, por atos ou palavras, da verdade . Testemunhas cristãs são as que confirmam e atestam a obra salvífica de JESUS CRISTO através das suas palavras, ações e vida e, se necessário, através da sua própria morte. Ser testemunha envolve sete princípios: (1) Dar testemunho de CRISTO é a obrigação de todos os crentes (At 1.8; Mt 4.19; 28.19,20). (2) A testemunha cristã deve ter uma mentalidade missionária, visando alcançar todas as nações, e levar a salvação divina até aos confins da terra (At 11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc 24.47). (3) A testemunha cristã fala principalmente a respeito da vida de CRISTO, da sua morte, ressurreição, poder salvífico e da promessa do ESPÍRITO SANTO (Atos 2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8). (4) A testemunha cristã precisa produzir convicção quanto ao pecado, a justiça e ao juízo (At 2.37-40; 7.51-54; 24.24,25; ver Jo 16.8). Mediante tal testemunho, as pessoas são levadas à fé salvífica (At 2.41; 4.33; 6.7; 11.21). (5) A testemunha cristã sofrerá às vezes (At 7.57-60; 22.20; 2 Co 11.23-29). A palavra mártir deriva da palavra grega que significa testemunha . Ser discípulo do Senhor subentende compromisso, custe ele o que custar ao discípulo. (6) O testemunho cristão deve ser paralelo a uma separação do mundo (2.40), a uma vida de justiça (Rm 14.17) e a uma confiança total no ESPÍRITO SANTO (At 4.29-33) que resulta na sua manifestação com poder (1 Co 2.4). (7) O testemunho cristão deve ser profético (At 2.17), revestido de poder (1.8) e inspirado pelo ESPÍRITO (At 2.4; 4.8).
13.48 ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA. Alguns entendem que este versículo ensina a predestinação arbitrária. Entretanto, nem o contexto nem a palavra traduzida ordenados (gr. tetagmenoi, do verbo tasso, justifica essa interpretação). (1) O versículo 46 enfatiza explicitamente a responsabilidade humana na aceitação ou rejeitação da vida eterna. A melhor interpretação de tetagmenoi, portanto, é estavam dispostos : e creram todos quantos estavam dispostos para a vida eterna . Esta interpretação concorda totalmente com as afirmações de 1 Tm 2.4; Tt 2.11; 2 Pe 3.9). (2) Além disso, segundo Rm 11.20-22, ninguém é incondicionalmente destinado à vida eterna
13.52 ESTAVAM CHEIOS ... DO ESPÍRITO SANTO. O verbo grego traduzido cheios está no pretérito imperfeito, indicando ação contínua num tempo passado. Os discípulos recebiam continuamente, dia após dia, a plenitude e o revestimento de poder do ESPÍRITO SANTO. A plenitude do ESPÍRITO não é meramente uma experiência inicial que ocorre uma só vez, mas, sim, uma vida de repetidos enchimentos para as necessidades e tarefas da parte de DEUS (cf. Ef 5.18).
 
14.3 SINAIS E PRODÍGIOS. Foi da vontade de DEUS que a pregação do evangelho fosse acompanhada por sinais miraculosos para confirmar a veracidade do evangelho (cf. Mc 16.20. Dessa maneira, o Senhor cooperava com o seu povo e dava testemunho da veracidade da mensagem do evangelho. Semelhante confirmação da graça de DEUS, com sinais e prodígios, não é menos necessária hoje, à medida que enfrentamos os tempos difíceis dos últimos dias (ver 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-13)
14.4 APÓSTOLOS. Tanto Paulo como Barnabé são chamados apóstolos. Como termo mais genérico, apóstolo era aplicado aos primeiros missionários cristãos enviados pela igreja para pregar a mensagem do NT (At 14.4,14). Apóstolo num sentido especial é aplicado somente àqueles que tinham recebido uma comissão direta de CRISTO para implantar sua mensagem e revelação originais (ver Ef 2.20). Paulo era um apóstolo nesse sentido especial (ver 1 Co 9.1; 15.7).
14.9 VENDO QUE TINHA FÉ. O discernimento da fé do coxo, por Paulo, veio certamente através do ESPÍRITO SANTO. Paulo passou, então, a encorajar a fé desse homem, ordenando que ele ficasse em pé. Os crentes devem orar, pedindo discernimento espiritual para reconhecer a fé das pessoas que precisam da graça e da cura divinas.
14.19 APEDREJARAM A PAULO. Nos tempos do NT, DEUS nem sempre protegia seus servos dos sofrimentos. Essa verdade é imanente no evangelho, e é válida hoje também: o reino de DEUS avança a um alto preço da parte dos servos do Senhor. Quando Paulo descreveu posteriormente os sofrimentos que suportara por amor a CRISTO, referiu-se a essa ocasião dizendo: uma vez fui apedrejado (2 Co 11.25; Gl 6.17; ver At 9.16). Ao escrever às igrejas da Galácia, declarou: trago no meu corpo as marcas do Senhor JESUS (Gl 6.17), referindo-se provavelmente e este incidente (ver 2 Co 11.23, sobre os sofrimentos de Paulo).
14.22 POR MUITAS TRIBULAÇÕES. Aqueles que se dedicam a CRISTO como Senhor, e que um dia entrarão no reino do céu, hão de sofrer muitas tribulações ao longo do seu caminho. Por viverem em meio a um mundo hostil, têm que se engajar na guerra espiritual contra o pecado e o poder de Satanás (Ef 6.12; cf. Rm 8.17; 2 Ts 1.4-7; 2 Tm 2.12). Por outro lado, a vida verdadeiramente cristã é uma contínua batalha contra os poderes do mal. (1) Os que são fiéis a CRISTO, à sua Palavra e aos caminhos de justiça, terão problemas e aflições neste mundo (Jo 16.33). Somente o crente morno ou de meio termo viverá em paz com este mundo (cf. Ap 3.14-17). (2) O presente mundo ímpio, bem como os falsos crentes, continuarão como adversários do evangelho de CRISTO até quando o Senhor derrubar o sistema maligno deste mundo, na sua vinda (Ap 19.20). Entrementes, a esperança do crente está reservada nos céus (Cl 1.5) e está já prestes para se revelar no último tempo (1 Pe 1.5). Sua esperança não consiste nesta vida, nem neste mundo, mas no aparecimento do seu Salvador para levá-lo para si (Jo 14.1-3; 1 Jo 3.2,3)
14.23 HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIÃOS. A consagração de anciãos ou presbíteros (aqui, ministros ou pastores), foi feita não somente pela busca da vontade do ESPÍRITO, mediante a oração e jejum, como também através de um exame do caráter, dos dons espirituais, da reputação e da vida irrepreensível dos candidatos ao dito cargo (1 Tm 3.1-10). Se fossem achados irrepreensíveis, seriam consagrados.
 
15.8 DEUS, QUE CONHECE OS CORAÇÕES. O conhecimento que DEUS tinha dos corações dos gentios (i.e., de Cornélio e dos seus familiares) diz respeito à fé salvífica que Ele viu neles. DEUS deu testemunho da autenticidade da fé que tinham: (a) ao purificar seus corações mediante a obra interior da regeneração pelo ESPÍRITO SANTO (v. 9), e (b) ao batizá-los no ESPÍRITO SANTO imediatamente, com o sinal acompanhante de falar em línguas (At 10.44-46; 11.15-18).
15.11 PELA GRAÇA DO SENHOR JESUS CRISTO. A questão essencial da conferência de Jerusalém era se a circuncisão e a obediência à lei de Moisés eram necessárias à
salvação em CRISTO. Os representantes que se reuniram ali, chegaram à conclusão de que os gentios eram salvos pela graça do Senhor JESUS, que lhes perdoara os pecados e deles fizera novas criaturas. A graça é concedida à pessoa que se arrepende do pecado e crê em CRISTO como Senhor e Salvador (At 2.38,39). Essa receptividade à graça de DEUS capacita a pessoa a receber o poder de tornar-se filho de DEUS (Jo 1.12)
15.14 PARA TOMAR DELES UM POVO. O plano de DEUS para a presente era é tirar dentre todas as nações um povo para si, para o seu nome. Esse corpo de CRISTO, constituído daqueles que largaram o presente sistema mundano, ora prepara-se na qualidade de noiva de CRISTO (Ap 19.7,8).
15.16 O TABERNÁCULO DE DAVI. Tiago indica que a missão redentora de CRISTO abrange tanto os judeus quanto os gentios. A tenda de Davi, que caiu (ver Am 9.11-15), refere-se a um remanescente de Israel que sobrevive ao juízo divino. (1) A profecia de Amós declara o seguinte: (a) DEUS julgará com destruição a nação pecaminosa de Israel, porém não totalmente. (b) Ele destruirá todos os pecadores da casa de Jacó (Am 9.8-10). (c) Depois da destruição dos judeus ímpios, DEUS a edificará como nos dias da antiguidade (cf. Am 9.11). (2) A salvação desse remanescente purificado dentre os judeus, levará as nações a buscarem o Senhor (v. 17). Noutros textos, Paulo diz a mesma coisa, referindo-se à bênção dos gentios como resultado do remanescente judaico de reconciliar-se com DEUS (ver Rm 11.11-15, 25,26).
15.28 PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO. A conferência de Jerusalém foi dirigida pelo ESPÍRITO SANTO. JESUS prometera que o ESPÍRITO SANTO guiaria os fiéis em toda a verdade (Jo 16.13). As decisões da igreja não devem ser tomadas pelo homem apenas; este deve buscar a direção do ESPÍRITO, mediante oração e jejum e a fidelidade à Palavra de DEUS até que a vontade divina seja claramente discernida (cf. At 13.2-4). A igreja, para ser realmente a igreja de CRISTO, deve ouvir o que o ESPÍRITO diz às igrejas locais (cf. Ap 2.7).
15.29 QUE VOS ABSTENHAIS. O ESPÍRITO SANTO (v. 28) estabeleceu certos limites que possibilitam a convivência harmoniosa entre os cristãos judaicos e seus irmãos gentios. Os gentios deviam se abster de certas práticas consideradas ofensivas aos judeus (v. 29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristão é ver a sua disposição de refrear-se das práticas que certos cristãos consideram certas e outros consideram erradas (ver o ensino bíblico por Paulo, em 1 Co 8.1-11).
15.39 CONTENDA. Às vezes, surgem divergências entre crentes que amam ao Senhor e que também amam uns aos outros. Quando elas não podem ser solucionadas, é melhor desistirem de convencer um ao outro e deixar que DEUS opere a sua vontade na vida de todos os envolvidos. Diferenças de opiniões que levam à separação, como no caso de Paulo e Barnabé, nunca devem ser acompanhadas de amarguras e hostilidades. Tanto Paulo quanto Barnabé continuaram seus trabalhos na causa de DEUS, com sua bênção e graça.
 
16.5 AS IGREJAS ERAM CONFIRMADAS. Ver At 12.5 sobre a forma de estabelecimento de igrejas no NT.
16.6 IMPEDIDOS PELO ESPÍRITO SANTO. Toda a iniciativa no evangelismo e na atividade missionária, especialmente no caso das viagens missionárias registradas em Atos, deve ser orientada pelo ESPÍRITO SANTO, como vemos em At 1.8; 2.14-41; 4.8-12,31; 8.26-29,39,40; 10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A orientação aqui, pode ter ocorrido em forma de uma revelação profética, de um impulso interior, de circunstâncias externas, ou visões (vv. 6-9). Pelo impulso do ESPÍRITO, avançavam para levar o evangelho aos não salvos. Quando o ESPÍRITO os impedia de ir numa direção, iam noutra, confiando nEle para aprovar ou desaprovar seus planos de viagem.
16.16 ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO. As expressões vocais demoníacas da jovem escrava eram consideradas a voz de um deus; por isso, os serviços dela como adivinha eram muito procurados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo, CRISTO demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal.
16.23 HAVENDO-LHES DADO MUITOS AÇOITES. A lei judaica sobre castigo por açoites prescrevia até quarenta açoites para o culpado, dependendo do juiz (Dt 25.2,3). O costume judaico era usar o chicote com três a cinco tiras de couro presas a um cabo curto. Aqui trata-se do costume romano (v.21) que usava a vara. Os açoites eram aplicados ao corpo desnudo do preso (vv. 22,23). Dependendo do juiz romano, este castigo podia ser terrivelmente cruel, por não estar fixado em lei o número de açoites por castigo. Muitas vezes o preso morria em consequência dos açoites. Os açoites de Paulo em 2 Co 11.24,25 abrangem tanto o açoitamento judaico (v. 24 recebi dos judeus ), como o romano (v. 25 fui açoitado com varas ). Em 2 Co 11.24 vemos a crueldade dos judeus contra Paulo neste tipo de castigo. Davam-lhe 39 açoites para que pudessem depois aplicar-lhe idêntico castigo, uma vez que a lei mosaica limitava a 40 o total de açoites (Dt 25.3). Certamente foi nas sinagogas que Paulo mais sofreu o açoitamento dos judeus, pois ele costumava frequentá-las para pregar a CRISTO. Os judeus não tinham autoridade para decretar pena de morte por estarem sob domínio romano, mas podiam castigar.
16.25 ORAVAM E CANTAVAM HINOS. Paulo e Silas estavam sofrendo a humilhação do encarceramento, tendo seus pés presos ao tronco e as costas laceradas por açoites. No meio desse sofrimento, no entanto, oravam e cantavam hinos de louvor a DEUS (cf. Mt 5.10-12). Aprendemos da experiência missionária deles: (1) que a alegria do crente vem do interior e independe das circunstâncias externas; a perseguição não pode destruir nossa paz e nossa alegria (Tg 1.2-4); (2) que os inimigos de CRISTO não poderão destruir a fé em DEUS e o amor por Ele que o crente tem (Rm 8.35-39); (3) que mesmo no meio das piores circunstâncias, DEUS dá graça suficiente àqueles que estão na sua vontade e que sofrem por amor ao seu nome (Mt 5.10-12; 2 Co 12.9,10); (4) que sobre aqueles que sofrem por amor ao nome de CRISTO, repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS (1 Pe 4.14).
16.26 FORAM SOLTAS AS PRISÕES DE TODOS. Por todo o livro de Atos, Lucas enfatiza que nada pode impedir o avanço do evangelho de CRISTO quando propagado por crentes fiéis. Em Filipos, DEUS interveio, e Paulo e Silas foram libertos por um terremoto enviado por Ele. O resultado foi um maior progresso do evangelho, destacando-se a salvação do carcereiro e de todos os seus familiares (vv. 31-33).
16.30 QUE É NECESSÁRIO QUE EU FAÇA PARA ME SALVAR? Esta é a pergunta mais importante que alguém se pode fazer. A resposta dos apóstolos é: Crê no Senhor JESUS CRISTO (v. 31). (1) Crer no Senhor JESUS é achegarmo-nos a Ele como o nosso vivo e divino Redentor, nosso Salvador da condenação eterna e o Senhor da nossa vida. É crer que Ele é o Filho de DEUS enviado pelo Pai e que tudo quanto Ele é verdadeiro e final para a nossa vida. É crer que Ele perdoa os nossos pecados, torna-nos seus filhos, dá-nos o ESPÍRITO SANTO e está sempre presente conosco para nos ajudar, guiar, consolar e nos levar até ao céu. (2) A fé salvífica é muito mais do que crer em verdades a respeito de CRISTO. Ela nos aproxima dEle, faz-nos permanecer nEle e entregar-lhe nossa vida conturbada, na confiança de que Ele, sua Palavra e o ESPÍRITO SANTO nos conduzirão através desta vida à gloriosa presença do Pai.
 
17.11 EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS. O exemplo dos crentes bereanos serve de modelo para todos quantos ouvem os pregadores e ensinadores expondo as Escrituras. Nenhuma interpretação ou doutrina deve ser aceita sem exame. Pelo contrário, tudo deve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo pessoal das Escrituras. A palavra traduzida examinar (gr. anakrino) significa peneirar para cima e para baixo; fazer um exame cuidadoso e exato . A pregação bíblica deve levar os ouvintes a se tornarem estudantes da Bíblia. A veracidade de toda doutrina deve ser averiguada de conformidade com a Palavra de DEUS (ver Ef 2.20).
17.16 O SEU ESPÍRITO SE COMOVIA. Vendo a idolatria e a corrupção moral, Paulo ficou indignado e contristado (ver Hb 1.9); seu espírito se comovia, vendo o povo perdido e carente de salvação. Paulo revelou a mesma atitude de JESUS ante o pecado e sua obra destrutiva (ver Jo 11.33). Uma atitude de ira santa contra o pecado e a imoralidade deve ser comum a todos os que têm o espírito de CRISTO. Pela causa de CRISTO e da salvação dos perdidos, nosso espírito deve insurgir-se contra o pecado exposto nas Escrituras, pois ofensivo a DEUS e destrói a raça humana (cf. 1 Co 6.17).
17.30 ANUNCIA AGORA A TODOS...QUE SE ARREPENDAM. No passado, antes do pleno conhecimento de DEUS manifesto à raça humana através de JESUS CRISTO, DEUS deixou impune a ignorância humana quanto à sua Pessoa, bem como boa parte do pecado humano (cf. Rm 3.25). Agora, com a plena e perfeita revelação de DEUS através da vinda de CRISTO, a Palavra de DEUS ordena a todos que se arrependam e creiam em JESUS como seu Senhor e Salvador. Não haverá exceção, pois DEUS não tolerará os pecados de quem quer que seja. Todos devem abandonar seus pecados, ou serão condenados. O arrependimento, está bem claro, é essencial à salvação (ver Mt 3.2).
17.31 COM JUSTIÇA HÁ DE JULGAR O MUNDO. Para outras referências dos escritos de Paulo sobre dia destinado por DEUS para o julgamento do mundo, ver Rm 2.5,16; 1 Co 1.8; Fp 1.6,10; 1 Ts 5.2,4; 2 Ts 1.7-10; 2.2.
 
18.3 DO MESMO OFÍCIO. Paulo exercia uma profissão além de pregar o evangelho. Ele fabricava tendas e ganhava a vida assim, enquanto viajava ou ficava hospedado com alguém (At 20.34; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8). Fica claro, pelo exemplo de Paulo, que os pastores que precisam trabalhar para ajudar no sustento de si mesmo e de sua família não têm o seu ministério inferior ao dos outros. A vocação ministerial que incluir uma outra secular (uma profissão) tem precedente bíblico e até mesmo apostólico.
18.9 NÃO TEMAS. Este trecho revela os sentimentos internos e humanos do apóstolo. A oposição e o ódio a Paulo e ao evangelho estavam aumentando, e ele começava a recear e hesitar quanto à sua permanência em Corinto (cf. 1 Co 2.3). Esses mesmos sentimentos ocorrem às vezes no coração de todos os fiéis de DEUS, até mesmo em homens como Elias (1 Rs 19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo isso, DEUS socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações. A promessa da sua presença (v. 10) é suficiente para livrá-los do medo e dar-lhes a certeza e a paz necessárias para cumprirem a vontade de DEUS para suas vidas (vv. 10,11).
18.10 PORQUE EU SOU CONTIGO. Estas palavras de CRISTO, dirigidas a Paulo, não se referem à sua presença geral em todos os lugares, i.e., sua onipresença (cf. Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrário, referem-se à sua presença específica entre os seus servos. Tal presença de CRISTO significa que Ele pessoalmente está ali para nos comunicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para abençoar, ajudar, proteger e guiar. (1) Podemos aprender mais desta verdade de CRISTO conosco , examinando os trechos do AT em que DEUS declarou que estava pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, DEUS lhe disse: Eu serei contigo (Êx 3.12). Quando Josué assumiu a liderança de Israel, depois da morte de Moisés, DEUS prometeu: serei contigo; não te deixarei nem te desampararei (Js 1.5). E DEUS encorajou Israel com estas palavras: Quando passares pelas águas, estarei contigo... Não temas, pois, porque estou contigo (Is 43.2,5). (2) No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de JESUS ao mundo foi tornar em realidade concreta a presença de DEUS entre seu povo. Seu nome é Emanuel , que significa DEUS conosco (Mt 1.23). De novo, no fim do seu Evangelho, Mateus registra a promessa que JESUS legou aos seus discípulos: eis que eu estou convosco todos os dias (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho com as palavras: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor (Mc 16.20).
18.23 CONFIRMANDO A TODOS OS DISCÍPULOS. Assim começa a terceira viagem missionária de Paulo (At 18.23; 21.15). Ele parte para visitar as igrejas fundadas na sua primeira viagem (At 13 ;14), e na segunda (At 15.36; 18.22). Paulo jamais ganhou convertidos para depois esquecê-los; empenhava-se de igual modo no discipulado desses novos crentes, fortalecendo-os no caminho de CRISTO. Todos os novos crentes devem ser, sem demora, procurados por cristãos firmes na fé, que orarão com eles, lhes ensinarão como viver a vida cristã e os motivarão a reunir-se com outros crentes para adoração, oração, ministração da Palavra e as manifestações do ESPÍRITO SANTO para o bem de todos (At 2.42; Mt 28.19,20; 1Co 12.7-11; 14.1ss.).
18.25 CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO. Nessa ocasião, era limitada a compreensão que Apolo tinha do evangelho. Aceitara o batismo de João e crera em JESUS como o Messias crucificado e ressurreto. O que ele ainda não sabia era que o próprio JESUS agora batizava todos os crentes com o ESPÍRITO SANTO. Os crentes de Éfeso estavam em situação bem semelhante (At 19.2,6).
 
 
19.1 ÉFESO... ALGUNS DISCÍPULOS. Estes discípulos de Éfeso eram cristãos, ou discípulos de João Batista? Ambas as hipóteses são possíveis. (1) Alguns acham que eram cristãos. (a) Lucas os chama discípulos (v. 1), palavra esta que ele comumente aplica aos cristãos. Se Lucas quisesse indicar que eram apenas discípulos de João Batista, e não de CRISTO, teria dito isto mais claramente. (b) Paulo se dirige a eles como a crentes (v. 2). O verbo crer é empregado cerca de vinte vezes em Atos sem nenhum objeto direto. Em todos os demais casos, o contexto indica que o sentido é crer em CRISTO de modo salvífico. (2) Outros argumentam que os discípulos de Éfeso eram discípulos de João Batista que ainda esperavam a chegada do Messias. Depois de terem ouvido a respeito de JESUS da parte de Paulo, creram nEle como o CRISTO predito nas Escrituras, e nasceram de novo pelo ESPÍRITO (vv. 4,5). (3) Em qualquer das hipóteses, fica claro que foi somente depois de crerem, de serem batizados e receberem a imposição das mãos, é que foram cheios do ESPÍRITO SANTO (vv. 5,6).
19.2 RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...? Observe os fatos abaixo, no tocante aos discípulos de Éfeso. (1) A pergunta de Paulo sugere enfaticamente que ele os tinha como cristãos verdadeiramente convertidos, mas que ainda não tinham recebido a plenitude do ESPÍRITO SANTO. (2) A pergunta de Paulo, nesse contexto, refere-se ao batismo do ESPÍRITO SANTO como revestimento de poder e capacitação para o serviço, da mesma forma que ocorreu aos apóstolos no Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Ela não pode referir-se à presença do ESPÍRITO habitando no crente, porque Paulo sabia claramente que todos os crentes têm o ESPÍRITO habitando neles desde o primeiro momento da conversão e da regeneração (Rm 8.9). (3) A tradução literal da pergunta de Paulo é: Tendo crido, recebestes o ESPÍRITO SANTO? Tendo crido (gr. pisteusantes, de pisteuo) é um particípio aoristo que normalmente indica ação anterior à ação do verbo principal (neste caso, receber ). Por isso, é possível traduzir assim: Recebestes já o ESPÍRITO SANTO depois que crestes? Isto concorda plenamente com o contexto do trecho, pois foi exatamente isto que aconteceu aos crentes de Éfeso. (a) Já tinham crido em CRISTO antes de Paulo conhecê-los (vv. 1,2). (b) Passaram, então, a ouvir a Paulo e crer em todas as suas demais mensagens que ele lhes deu a respeito de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO (v. 4). (c) A seguir, Paulo aceitou a fé em CRISTO desses efésios como genuína e adequada, pois os batizou em nome do Senhor JESUS (v. 5). (d) Foi somente, então, depois de crerem e serem batizados em água, que Paulo lhes impôs as mãos e veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO (v. 6). Houve, portanto, um intervalo de tempo entre o ato de crerem em CRISTO e a vinda do ESPÍRITO, enchendo-os do seu poder. A pergunta de Paulo, nesse contexto, indica que ele achava plenamente possível crer em CRISTO sem experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO. Esse trecho é fundamental por demonstrar que uma pessoa pode ser crente sem ter a plenitude do ESPÍRITO SANTO.
19.2 NEM AINDA OUVIMOS. A resposta dos crentes efésios à pergunta de Paulo, não significa que nunca tinham ouvido falar do ESPÍRITO SANTO. Certamente conheciam os ensinos do AT a respeito do ESPÍRITO, e com certeza tinham ouvido a mensagem de João Batista a respeito do batismo no ESPÍRITO SANTO que CRISTO traria (Lc 3.16). O que ainda não tinham ouvido era que o ESPÍRITO já estava sendo derramado sobre os crentes (At 1.5,8).
19.5 FORAM BATIZADOS. O batismo em água, em nome do Senhor JESUS , desses doze crentes de Éfeso (v. 7), testifica que tinham fé salvífica e que eram nascidos de novo pelo ESPÍRITO. Neste caso, o batismo em água precedeu o recebimento da plenitude do ESPÍRITO SANTO (v. 6).
19.6 VEIO SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO. Esse evento ocorre cerca de 25 anos depois do primeiro Pentecoste (2.4); mesmo assim, o padrão do recebimento por esses doze homens da plenitude do ESPÍRITO SANTO está conforme o modelo normal já apresentado por Lucas (ver At 8.5-24). (1) Tinham crido em JESUS e tinham nascido de novo pelo ESPÍRITO. (2) Depois de terem sido batizados em água (v. 5), Paulo impôs sobre eles as mãos, e foram batizados no ESPÍRITO SANTO. (3) Quando o ESPÍRITO SANTO veio sobre eles, começaram a falar noutras línguas e a profetizar. Lucas nunca apresenta o derramamento do ESPÍRITO SANTO como algo que se possa perceber somente pela fé. Pelo contrário, mostra que é uma experiência identificável e que pode ser comprovada objetivamente; falar em línguas era a comprovação externa e visível que o ESPÍRITO SANTO viera sobre esses seguidores de JESUS.
19.12 LENÇOS E AVENTAIS. O ministério de Paulo em Éfeso foi marcado por milagres extraordinários de curas e de expulsão de demônios, levados a efeito de modo direto, ou através de lenços e aventais que ele carregava (i.e., lenços para enxugar suor e aventais usados por ele no trabalho com tecido e couro, na confecção de tendas) (At 18.3). As doenças desapareciam e os maus espíritos saíam, quando os sofredores tocavam nesses panos (cf. At 5.15; Mc 5.27). Os evangelistas atuais que procuram obter dinheiro vendendo lenços, azeite, água etc., ungidos , com a mesma finalidade, não estão agindo segundo os motivos e o caráter de Paulo, pois ele não usava essas coisas em troca de dinheiro. Ele apenas multiplicou o poder que nele havia, através desses meios tangíveis, e assim curou e libertou mais pessoas do que impondo as mãos pessoalmente. Não se trata aqui de ensino doutrinário como um princípio permanente, mas do registro de um caso no ministério de Paulo, dirigido por DEUS.
19.19 ARTES MÁGICAS. Esta expressão refere-se à prática da feitiçaria. A queima pública dos livros de magia demonstra que aqueles novos crentes em CRISTO eram
imediatamente ensinados a largarem as práticas do ocultismo. A bruxaria, a magia negra, a feitiçaria, o espiritismo e outras práticas de ocultismo são atividades satânicas totalmente incompatíveis com o evangelho de CRISTO. Ninguém pode ser crente genuíno em CRISTO e, ao mesmo tempo, manter comunicação com maus espíritos, ou procurar manter contato com os mortos. DEUS proíbe e condena todas essas práticas, por serem abominações (Dt 18.9-13). Mexer com ocultismo e espiritismo é expor-se à poderosa influência satânica e à possessão demoníaca.
 
 
20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões, menciona que servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante dos anciãos de Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à admoestação que, com lágrimas, lhes dirigiu durante três anos (v. 31). As lágrimas não resultaram de fraqueza; pelo contrário, Paulo via a condição perdida da raça humana, a maldade do pecado, a distorção do evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor, como coisas tão graves, que sua pregação era frequentemente acompanhada de lágrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41).
20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era útil ou necessário à salvação de seus ouvintes. O ministro do evangelho deve ser fiel ao anunciar toda a verdade de DEUS à sua congregação. Não deve procurar agradar aos desejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto deles, nem promover sua própria popularidade. Mesmo se tiver que falar palavras de repreensão e de reprovação, ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padrões bíblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel entregará a verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm 4.1-5).
20.22 LIGADO EU PELO ESPÍRITO. O espírito de Paulo, sob o controle do ESPÍRITO SANTO, sentia-se compelido a ir até Jerusalém. Sabia que aflições e sofrimentos o aguardavam (v. 23), mas confiou em DEUS, não sabendo se isso redundaria em vida ou em morte para ele (ver At 21.4).
20.23 O ESPÍRITO SANTO... ME REVELA. A revelação do ESPÍRITO SANTO a Paulo de que prisões e tribulações o esperavam provavelmente veio-lhe através dos profetas, nas igrejas por onde ele ia passando (cf. 1 Co 12.10).
20.24 EM NADA TENHO A MINHA VIDA POR PRECIOSA. A preocupação principal de Paulo não era preservar a sua própria vida. O mais importante para ele era cumprir o ministério para o qual DEUS o chamara. Seja qual fosse o fim em vista, mesmo em se tratando do sacrifício da sua vida, ele, com alegria, iria até o fim da sua carreira com esta confiança: CRISTO será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte (Fp 1.20). Engrandecermos a CRISTO estando vivos é fácil entender; mas engrandecê-lo por nossa morte é difícil para todos entender e aceitar. Para Paulo, a vida e o serviço para CRISTO são representados como uma carreira ou corrida que se deve correr com absoluta fidelidade ao seu Senhor (cf. At 13.25; 1 Co 9.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1).
20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue é empregada normalmente no sentido de derramamento de sangue, ou seja: o crime de provocar a morte dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35; 27.25). (1) Aqui significa que se alguém ali morresse espiritualmente e se perdesse para sempre, Paulo estaria isento de culpa. (2) Se os pastores não quiserem ser considerados culpados pela perdição de pessoas que eles pastoreiam, deverão declarar-lhes toda a vontade de DEUS (v. 27).
20.28 OLHAI... POR TODO O REBANHO.
20.29 ENTRARÃO... LOBOS CRUÉIS. Movidos pela ambição de edificar seus próprios impérios, ou por amor ao dinheiro, ao poder, ou à popularidade (e.g., 1 Tm 1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9), impostores na igreja, perverterão o evangelho original segundo o NT: (1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verdades fundamentais; (2) acrescentando-lhe idéias humanistas, filosofias, sabedoria ou psicologia; (3) misturando suas doutrinas e práticas com coisas como os ensinos malignos da Nova Era ou do ocultismo e espiritismo; (4) e tolerando modos de vida imorais, contrários aos retos padrões de DEUS (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3). Que tais lobos realmente entraram no meio do rebanho e perverteram a doutrina e prática apostólicas em Éfeso, fica evidente em 1 Tm 1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm 1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epístolas pastorais revelam uma rejeição geral dos ensinos bíblicos apostólicos, que naquele tempo começou a ganhar ímpeto em toda a província da Ásia
20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do povo de DEUS sempre devem ter sensibilidade para discernir os membros das suas congregações, que não são sinceramente leais, e dedicados a viver conforme a mensagem original de CRISTO e dos apóstolos. Devem estar em tão íntima comunhão com o ESPÍRITO SANTO que, com cuidados e lágrimas, se preocupem com seus membros, sem nunca cessar, noite e dia, de admoestar o rebanho, a respeito do perigo que o ameaça, sempre dirigindo os fiéis para o único alicerce seguro CRISTO e a sua Palavra.
20.33 DE NINGUÉM COBICEI A PRATA. Paulo dá um exemplo a todos os ministros de DEUS. Ele nunca visou a riqueza, nem buscou enriquecer através do seu trabalho no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo teve muitas oportunidades de acumular riquezas. Como apóstolo, tinha influência sobre os crentes, e realizava milagres de curas; além disso, os cristãos primitivos estavam dispostos a doar dinheiro e propriedades aos líderes eclesiásticos de destaque, para serem distribuídos aos necessitados (ver At 4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado vantagem dos seus dons e da sua posição, e da generosidade dos crentes, poderia ter tido uma vida abastada. Não fez assim porque o ESPÍRITO SANTO dentro dele o orientava, e porque amava o evangelho que pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2 Co 11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6).
20.37 UM GRANDE PRANTO ENTRE TODOS. Esta partida de Paulo dentre os obreiros de Éfeso é um exemplo notável da comunhão e amor que deve haver entre os cristãos. Paulo lhes serviu com desvelo e solicitude altruístas, compartilhou das suas alegrias e tristezas e lhes ministrou em meio a lágrimas e provações (vv. 19,31). Com o coração partido, prantearam ao pensar que não veriam mais o rosto do apóstolo (v. 38). O mútuo amor profundo entre Paulo e os anciãos de Éfeso deve caracterizar todos os obreiros cristãos entre si.
 
21.4 PELO ESPÍRITO... QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM. Pelo ESPÍRITO , aqui, significa por causa do que o ESPÍRITO dissera . O ESPÍRITO SANTO não estava proibindo Paulo de ir a Jerusalém, pois era da vontade de DEUS que ele fosse (ver v. 14; 23.11). DEUS, porém, estava dando a Paulo um aviso: que muito sofrimento o aguardava na sua ida para lá. Provavelmente o ESPÍRITO disse aqui, em Tiro, o mesmo que dissera em Cesaréia (vv. 8-14). Paulo, porém, estava decidido e disposto até mesmo a morrer por amor do evangelho (vv. 10-14).
21.9 FILHAS...QUE PROFETIZAVAM. A igreja pode receber o dom espiritual de profetizar (i.e., um dos dons de manifestação do ESPÍRITO) cf. 1 Co 11.5; 12.10,11. Entretanto, nos escritos do NT não consta que uma mulher exercesse o ministério de profeta. O versículo em apreço diz que as quatro filhas de Filipe profetizavam (gr. propheteusai), mas não são chamadas profetizas. Por outro lado, somente homens, como é o caso de Ágabo, em At 21.10, são chamados profetas; isto quanto ao dom ministerial de profecia (ver Ef 4.11; 1 Co 12.4; 1 Co 12.1).
21.10 UM PROFETA, POR NOME ÁGABO. Ágabo, um dos profetas que predisseram a fome de 46 d.C. (At 11.27,28), agora prediz que Paulo será preso e encarcerado. Quanto mais perto de Jerusalém Paulo se aproximava, tanto mais claras e específicas ficaram as revelações sobre a sua ida (v. 11). A profecia de Ágabo não dizia que Paulo não fosse a Jerusalém, mas somente o que lhe aguardava se fosse. Note que, em nenhum incidente registrado no NT, o dom de profecia foi usado para dirigir pessoas em casos que pudessem ser resolvidos pelos princípios bíblicos. As decisões no tocante à moralidade, compra e venda, ao casamento, ao lar e à família devem ser tomadas mediante a aplicação e obediência aos princípios da Palavra de DEUS e não meramente à base de uma profecia . No NT, expressões vocais proféticas visavam, em primeiro lugar, à edificação, exortação e consolação da igreja (1 Co 14.3), e frequentemente à orientação no cumprimento de missão (ver 16.16).
21.13 MAS PAULO RESPONDEU. Este trecho demonstra que a vontade da maioria, ou até mesmo o desejo unânime de crentes genuínos e sinceros, nem sempre significa a vontade de DEUS. Paulo não estava indiferente à imploração e às lágrimas dos seus amigos; mesmo assim, não podia alterar seu propósito resoluto em sofrer encarceramento e até mesmo morrer por amor ao nome do Senhor JESUS.
21.14 FAÇA-SE A VONTADE DO SENHOR. Muitos discípulos (v. 4), bem como o profeta Ágabo (v. 11), profetizaram dos sofrimentos que Paulo passaria se fosse a Jerusalém. Estes cristãos interpretaram a palavra profética como uma orientação pessoal a Paulo para que ele não fosse a Jerusalém (vv. 4,12). Paulo, embora reconhecesse a veracidade da revelação (v. 11), não aceitou a sincera interpretação que os discípulos deram à profecia (v. 13). Confiava na orientação pessoal do ESPÍRITO SANTO e na Palavra de DEUS aplicada pessoalmente a si para tomar uma decisão tão importante (At 23.11; ver At 21.4). No tocante ao nosso ministério futuro, devemos esperar numa palavra pessoal de DEUS, e não meramente depender da palavra dos outros.
21.20 CRÊEM... ZELOSOS DA LEI. Tiago e Paulo sabiam que as cerimônias judaicas não salvavam ninguém (cf. At 15.13-21; Gl 2.15-21). Reconheciam, porém, que parte da lei e dos costumes judaicos podiam ser observados como uma expressão da fé em CRISTO por parte do crente e do seu amor por Ele. Os crentes judaicos tinham, com toda a sinceridade, aceitado a CRISTO, sido regenerados pelo ESPÍRITO e cheios dEle. Seu zelo pela lei e pelos costumes não vinha de uma atitude legalista, mas de corações dedicados a CRISTO e da lealdade aos caminhos de DEUS (ver Mt 7.6).
22.16 BATIZA-TE. O batismo em água acompanhava a proclamação do evangelho desde o início da missão da igreja. Era um rito de iniciação cristã usado no NT para indicar que a pessoa se dedicava plenamente a JESUS CRISTO (At 2.38,41). Ao entrarem na água batismal, em nome da Trindade (Mt 28.19), os crentes demonstravam publicamente a sua fé diante da comunidade cristã. (1) O batismo nas águas (At 2.38; cf. Mt 28.19) significa que a pessoa passou a pertencer a CRISTO, e compartilha da sua vida, do seu ESPÍRITO e da sua filiação com DEUS (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7). (2) O batismo em água é a resposta positiva do crente ao que CRISTO fez por ele. Para ser válido, deve ser precedido de arrependimento (At 2.38) e de fé pessoal em CRISTO (Cl 2.12). (3) O batismo em água, quando praticado com um coração sincero, com fé e dedicação a CRISTO como Senhor e Salvador, é um meio de receber graça da parte de CRISTO (cf. 1 Pe 3.21). (4) O batismo em água é um sinal e testemunho exterior do recebimento de CRISTO como Senhor e Salvador, e da remoção total dos pecados pela lavagem espiritual (cf. At 2.38; Tt 3.5; 1 Pe 3.21). (5) O batismo em água representa a união entre o crente e CRISTO na sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.1-11; Cl 2.11,12). Significa o fim (i.e., a morte ) de uma vida de pecado (Rm 6.3,4,7,10,12; Cl 3.3-14), e o início de uma nova vida em CRISTO (Rm 6.4,5,11; Cl 2.12,13). Por isso, o batismo em água inclui o compromisso vitalício de se virar as costas ao mundo e a tudo quanto é mau (Rm 6.6,11-13), e comprometer-se a viver uma nova vida no ESPÍRITO, que demonstre os padrões divinos da justiça (Cl 2.1-17)
22.16 LAVA OS TEUS PECADOS. Paulo foi convertido e salvo na estrada de Damasco (ver At 9.5a). Seu batismo foi seu testemunho público do perdão recebido, do seu compromisso em abandonar todo o pecado e identificar-se com a causa de CRISTO.
22.17 FUI ARREBATADO. O termo arrebatamento ou êxtase refere-se aqui a um estado mental em que a atenção da pessoa fica plenamente consciente na esfera do ESPÍRITO, em vez da natural. Em tais ocasiões a pessoa fica especialmente receptiva à revelação da parte de DEUS, e movida pelo ESPÍRITO a uma comunhão mais profunda e intensa com DEUS (ver o arrebatamento de Pedro em At 10.10; 11.5; cf. 2 Co 12.3,4).
23.1 COM TODA A BOA CONSCIÊNCIA. A consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de DEUS dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A declaração de Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: segundo a justiça que há na lei, irrepreensível . Antes da sua conversão, ele chegou a crer que praticava a vontade de DEUS ao perseguir os crentes (At 26.9). A dedicação de Paulo a DEUS, sua total resolução em agradá-lo e sua vida irrepreensível até mesmo antes da sua conversão a CRISTO, deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua infidelidade a CRISTO, alegando que todos pecam e que é impossível viver diante de DEUS com uma boa consciência.
23.11 APRESENTANDO-SE-LHE O SENHOR. Paulo está ansioso e apreensivo quanto às coisas que lhe acontecerão. Poderá ser morto em Jerusalém e, assim, seus planos de levar o evangelho até Roma, e daí para o Ocidente, talvez nunca se realizem. DEUS lhe aparece nesse momento crítico, encoraja o seu coração e assegura que ele dará testemunho da sua causa em Roma. As Escrituras registram que DEUS apareceu a Paulo três vezes para reafirmar-lhe isso (At 18.9,10; 22.17,18; 23.11; cf. 27.23-24; ver At 18.10).
24.14 AQUELE CAMINHO. A salvação consumada por CRISTO é chamada o Caminho (cf. At 16.17; 19.9,23; 24.14,22). A palavra grega empregada aqui (hodos), denota caminho ou estrada. O crente do NT via a salvação em CRISTO não somente como uma experiência a ser recebida, mas também como um caminho a ser trilhado com fé em JESUS e comunhão com Ele. Precisamos caminhar por aquela estrada até o fim para desfrutarmos a salvação final na era do porvir.
24.14 CRENDO TUDO QUANTO ESTÁ ESCRITO. A fé que Paulo tinha nas Sagradas Escrituras como sendo inerrantes, infalíveis e fidedignas em todas as coisas, contrasta fortemente com muitos ensinadores religiosos destes últimos dias, que dizem crer em apenas algumas coisas escritas na Lei e nos Profetas. Aqueles que têm o espírito e a mente de CRISTO (Mt 5.18) e dos apóstolos (v. 14; 2 Tm 3.16), crerão em tudo quanto está escrito na Palavra de DEUS. Aqueles que não têm as condições acima, não concordarão com essas palavras do grande apóstolo.
24.15 RESSURREIÇÃO... TANTO DOS JUSTOS COMO DOS INJUSTOS. A Bíblia ensina uma ressurreição dos mortos justos e também uma dos injustos. Os justos
ressuscitarão para viverem para sempre com o Senhor nos seus corpos redimidos (1 Ts 4.13-18), ao passo que os injustos ressuscitarão para serem julgados por DEUS (quanto às duas ressurreições, ver Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.6-14). O fato de as duas ressurreições serem mencionadas no mesmo versículo não significa que elas ocorrem simultaneamente (ver Jo 5.29).
24.16 UMA CONSCIÊNCIA SEM OFENSA. Uma consciência inculpável é citada nas Escrituras como uma das nossas armas mais essenciais para uma vida e ministério espirituais bem-sucedidos (2 Co 1.12; 1 Tm 1.19). (1) Uma boa consciência inclui a liberdade interna de espírito que se manifesta quando sabemos que DEUS não está ofendido por nossos pensamentos e ações (ver At 23.1; Sl 32.1; 1 Tm 1.5; 1 Pe 3.16; 1 Jo 3.21,22). (2) Quando uma boa consciência se corrompe, fé, vida de oração, comunhão com DEUS e vida de boas obras são gravemente prejudicadas (Tt 1.15,16); quem rejeita a boa consciência terminará em naufrágio na fé (1 Tm 1.19).
24.25 JUSTIÇA, E DA TEMPERANÇA, E DO JUÍZO VINDOURO. Quando Paulo fala diante de Félix a respeito da fé em JESUS CRISTO, e prega a respeito da justiça, e da temperança e do Juízo vindouro , Félix fica apavorado. Essa reação concorda com as palavras de JESUS de que quando vier o ESPÍRITO SANTO, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16.8). A salvação de todas as pessoas depende da proclamação fiel das verdades solenes da Palavra, mediante as quais o ESPÍRITO SANTO produz convicção no pecador (ver Jo 16.8).
25.8 NÃO PEQUEI... CONTRA A LEI. Paulo não tem conhecimento de nenhum delito que tivesse cometido contra os judeus ou contra a Lei. Paulo realmente guardava a lei moral do AT (cf. At 21.24). Sabia que os padrões da lei são imutáveis, assim como o próprio DEUS é imutável. Para ele a Lei é santa, boa e espiritual (Rm 7.12,14), e expressa o caráter de DEUS e suas exigências para uma vida justa (cf. Mt 5.18,19). Mesmo assim, Paulo não guardava a Lei como um conjunto de códigos ou padrões mediante o qual se tornaria justo.
Uma vida justa requer a obra do ESPÍRITO SANTO no coração e na alma da pessoa. Somente depois de regenerados mediante a graça de CRISTO é que podemos obedecer devidamente à lei de DEUS, como expressão do nosso desejo em agradar-lhe. Nunca estamos sem lei perante DEUS, quando vivemos segundo à lei de CRISTO (1 Co 9.21; ver Mt 5.17; Rm 3.21; 8.4).
26.18 A COMISSÃO DIVINA DE PAULO. Este versículo é uma declaração típica feita pelo Senhor JESUS daquilo que Ele quer realizar através da pregação do evangelho aos perdidos. (1) Lhes abrires os olhos . Satanás cegou a mente dos perdidos para não verem a realidade da sua condição de perdidos que perecem, nem a verdade do evangelho (2 Co 4.4). Somente pregando a CRISTO JESUS, no poder do ESPÍRITO SANTO, seu entendimento será aberto (cf. 2 Co 4.5; Ef 1.18). (2) Os converteres.... do poder de Satanás a DEUS . Satanás é o governante deste mundo, e todos que não têm CRISTO estão sujeitos ao controle de Satanás e escravizados pelo seu poder. O espírito de Satanás age em todos os pecadores, ou seja: nos filhos da desobediência (Ef 2.2). A proclamação do evangelho, no poder do ESPÍRITO, libertará homens e mulheres do poder de Satanás e os colocará no reino de CRISTO (ver Cl 1.13; 1 Pe 2.9). (3) A fim de que recebam a remissão dos pecados . O perdão de DEUS vem mediante a fé em CRISTO, firmada nos méritos da sua morte sacrificial na cruz. (4) Santificados pela fé em mim . Aquele que é perdoado, liberto do domínio do pecado e de Satanás, e batizado no ESPÍRITO SANTO, está separado do mundo e agora vive para DEUS, na comunhão com todos os demais salvos pela fé em CRISTO.
26.19 NÃO FUI DESOBEDIENTE. Paulo se converteu a CRISTO na sua viagem a Damasco. A partir daquele momento, passou a ter JESUS como seu Senhor e Salvador, e dedicou a sua vida a obedecer-lhe (cf. Rm 1.5).
26.20 FAZENDO OBRAS DIGNAS DE ARREPENDIMENTO. Paulo não pregava conforme fazem alguns, afirmando que a salvação consiste em apenas confiar em CRISTO e na sua morte expiatória . Os apóstolos declaram que ninguém será salvo em CRISTO, a não ser que se arrependessem e se convertessem a DEUS, fazendo obras dignas de arrependimento.
 
27.24 PAULO, NÃO TEMAS. Enquanto DEUS tiver um lugar e um propósito na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO (cf. At 23.11; 24.16), o Senhor o protegerá da morte. Todos os fiéis de DEUS têm o direito de orar: Ó Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu meu protetor (cf. Sl 16.1,2).
27.25 TENDE BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem deixar de ser um homem livre em CRISTO e viver na presença de DEUS, liberto do medo; ao passo que os demais que estão com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror por causa dos perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel, que experimenta a presença de DEUS, pode enfrentar os perigos da vida com coragem e certeza em CRISTO.
27.31 SE ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta declaração de Paulo parece colidir com os vv. 22,24. Se DEUS prometera a Paulo que pouparia as vidas de todos aqueles que navegavam com o apóstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional dizendo: não se perderá a vida de nenhum de vós (v. 22), como a deserção dos marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz na verdade bíblica de que as promessas de DEUS ao seu povo são normalmente sujeitas à condição da obediência à sua vontade (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm 14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13; 12.16).
28.5 NÃO PADECEU NENHUM MAL. A experiência de Paulo aqui ilustra maravilhosamente a promessa de JESUS em Mc 16.18.
28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm 15.22-29), e era da vontade de DEUS que ele assim o fizesse (At 23.11). Quando, porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos reveses, tempestades, naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, DEUS não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na vontade de DEUS, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No meio de tudo isso, sabemos, porém, que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS (Rm 8.28).
28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja primitiva, escrita por Lucas, termina aqui. Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois anos. Tinha licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que aconteceu a Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período, escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timóteo foi escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano Nero.
28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de modo repentino, sem nenhuma conclusão formal quanto ao que DEUS realizou através do ESPÍRITO SANTO e dos apóstolos no NT. A intenção de DEUS é que os atos do ESPÍRITO SANTO e a pregação do evangelho continuem na vida do povo de CRISTO até o fim dos tempos (At 2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas, sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, revelou o padrão daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e do poder do ESPÍRITO SANTO operante na igreja e entre os homens. Esse é o padrão de DEUS para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guardá-lo, proclamá-lo e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o que o ESPÍRITO disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a DEUS, mais uma vez, uma renovação da nossa fé no CRISTO ressurreto, e um novo derramamento do seu ESPÍRITO SANTO
 
 
 
O EVANGELHO DE LUCAS - Dicionário Bíblico Wycliffe
Esboço
I. Prefácio, 1.1-4.
II. Narrativas de Nascimentos, 1.5-2.52
III. Missão de João Batista, 3.1-20
IV. Ministério de JESUS na Galileia, 3.21- 9.50
V. Narrativa de Viagem, 9.51-19.44
VI. Ministério em Jerusalém, 19.45-21,38
VII. Experiências da Paixão, 22.1-24.53
Introdução
As evidências do século II para o reconhecimento de Lucas como um dos quatro evangelhos podem ser encontradas no Cânon Muratório, na obra Diatessaron, e nas obras de Irineu e Tertuliano. Uma forma mutilada dele foi usada por Márcion (os textos são coletados na obra de D. Theron, The Evidence of Tradition). Os manuscritos mais antigos de Lucas que se conhece são os papiros Bodmer (P ,5) e Chester Beatty (P te) do século III.
A tradição unânime da igreja primitiva é que tanto o terceiro evangelho como Atos foram escritos por Lucas, o médico, que foi o companheiro de Paulo. Veja Lucas. O propósito de Atos era ser uma parte de uma obra maior (At 1.1). Ambos os livros são endereçados a Teófilo, e o vocabulário e o estilo mostram semelhanças. Esses dois livros juntos formam um grande bloco de material, maior do que a obra de qualquer outro escritor do NT. Discussões sobre a data do livro levantam um problema complicado envolvendo a suposição de datas previamente atribuídas a Marcos e Atos, e a questão se as afirmações em Lucas 19.43ss, e 21,20-24 refletem um conhecimento da queda de Jerusalém em 70 d.C. O prólogo sugere que algum tempo havia se passado durante o qual outros relatos haviam sido escritos. Consequentemente, o livro foi provavelmente escrito em algum momento na segunda metade do século I.
O escritor não foi uma testemunha ocular dos acontecimentos que narra (Lc 1.1,2). Nada claro é conhecido sobre Teófilo, a quem o livro é endereçado, exceto o título, o que sugere que ele seria um oficial de alta patente (er. At 23,26), Lucas provavelmente escreveu para leitores gentios, uma vez que seu Livro é comparativamente livre de citações do AT.
A afirmação do Prólogo Anti-Marcionita de que o evangelho foi escrito na Acaia, não pode ser nem substanciado nem negado. Alguns têm entendido que o interesse do escritor pelo movimento do evangelho em direção a Roma, faz desta cidade o local mais provável da redação. Na falta de informações, não se pode ter certeza quanto a essas questões.
Lucas escreveu um relato ordenado de acontecimentos para confirmar os pensamentos daqueles que já haviam crido na verdade que lhes fora ensinada. Alguns têm pensado que o propósito secundário de Lucas era demonstrar que o cristianismo não era politicamente perigoso. Esses propósitos são revelados quando o escritor traça paralelos entre os eventos do evangelho e a história contemporânea (1.5; 2,1,2; 3.1,2) e, quando, repetidamente, deixa claro que os apóstolos, embora acusados pela multidão, foram inocentados pelas autoridades.
Tem sido observado que Lucas enfatiza os privilégios dos pobres. Ele está preocupado com os excluídos da sociedade: a mulher pecadora, o publicano, o filho pródigo, o samaritano, Ele tenta demonstrar que a vida, morte e ensino do Senhor JESUS formam uma mensagem de salvação dirigida a todos os homens: a revelação é dada aos gentios (2.32); os convidados das estradas e das sebes são forçados a entrar (14.23); a pregação deve ser dirigida a todas as nações (24.47). Um considerável interesse é demonstrado pelo papel que as mulheres desempenharam na vida do Salvador. Lucas também está interessado no papel que a oração ocupava nas práticas devocionais do Senhor JESUS. Nos evangelhos Sinóticos JESUS ora 15 vezes, das quais 11 são narradas em Lucas. O terceiro evangelho dá uma grande ênfase ao ESPÍRITO SANTO, uma característica semelhante ao livro de Atos.
O escritor do terceiro evangelho iniciou seu livro com um prólogo clássico, Ele era habilidoso em grego e possuía um vocabulário versátil. Ele usou em seu livro 312 palavras únicas no NT. Embora tenha usado frases gregas ao invés de frases hebraicas e aramaicas encontradas em Marcos, e embora a expressão “na verdade” seja preferível a “amém”, os hebraísmos são freqüentes: “E aconteceu que”; “E eis”. Estas expressões são especialmente freqüentes nas seções de nascimento e infância como se o escritor conscientemente imitasse o estilo semita da Septuaginta (LXX), Paul Winter procurou demonstrar em vários artigos que Lucas usou uma fonte de origem palestina judaica escrita em hebraico para os caps. 1-2, mostrando, nesta seção, o caráter judaico de várias expressões (por exemplo.
“On the Margin of Luke I, II”, Studia Theologica, XII [1958], 103-107.
Lucas é caracterizado pelas longas narrativas do nascimento de João e do Senhor JESUS (1.5-2.52) e pela longa narrativa de viagem (9.51-19.44), que não são encontradas nos outros evangelhos. Diversas parábolas e milagres significativos são incluídos na seção final. Dezoito das parábolas de JESUS são peculiares a Lucas. O Sermão na Planície (6.20-
49) é muito mais breve do que o Sermão do Monte em Mateus, mas outras palavras de JESUS que fazem um paralelo com o Sermão do Monte estão espalhadas por todo o livro de Lucas. Somente Lucas conta que CRISTO comeu ao aparecer aos dez apóstolos (24.36-43). Só ele registra o aparecimento do Senhor aos discípulos de Emaús (24.1331־).
Veja o tópico Lucas em Evangelhos, Os Quatro. J. P. L.
 
 
Atos dos Apóstolos - Dicionário Bíblico Wycliffe
Atos dos Apóstolos, o quinto livro do NT, corresponde ao segundo volume da história primitiva dos cristãos, do qual, de acordo com Lucas, o primeiro volume corresponde aos Evangelhos. A unidade essencial desses dois volumes é evidenciada pelo fato de ambos terem sido endereçados a Teófilo (Lc 1.1-4; At 1.1); pela alusão a Atos como um tratado anterior relativo a tudo que JESUS começou a fazer e a ensinar, e que está de acordo com o conteúdo dos Evangelhos; pela ênfase comum feita à pessoa e à obra do ESPÍRITO SANTO; pela semelhança da linguagem entre os dois documentos e pela afirmação da tradição que atribui uniformemente a autoria a Lucas, amigo e companheiro de Paulo. É provável que o título Evangelhos tenha sido escolhido quando Mateus, Marcos e João combinaram que a obra teria a forma de grupos distintos de narrativas da vida de JESUS, deixando que Atos se tornasse uma crônica de um período posterior. A divisão foi feita em uma data anterior, pois a lista ainda existente dos livros canônicos trata esse livro como uma obra em separado.
Conteúdo
Embora com o nome de Atos dos Apóstolos, ou apenas Atos em alguns manuscritos, esse livro não descreve os feitos de todos os primeiros seguidores de JESUS. Seu registro é seletivo e, aparentemente, foi motivado pelo desejo de relatar o crescimento da Igreja dos gentios desde o dia do Pentecostes até a expansão para Antioquia e, em seguida, através da missão paulina, até Roma. Sua organização é principal mente biográfica enfocando personagens tais como Pedro, Estêvão, Felipe, Barnabé e Paulo.
O livro de Atos está organizado em três partes, baseadas nas palavras de JESUS que estão citadas em Atos 1.8. “Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. O primeiro estágio registra os fundamentos judeus, começando por Jerusalém; o segundo estágio de transição inclui o desenvolvimento de novas idéias e movimentos na direção do mundo dos gentios, e o terceiro estágio cobre a missão gentílica de Paulo que o levou desde Antioquia até a Asia Menor e Roma.
Esboço
O Início da Igreja Cristã
I. Período Inicial: Jerusalém, 1.1-8.3
A. A Incumbência de CRISTO, 1.1-8
B. A Preparação para o Pentecostes, I. 9-26
C. A Fundação da Igreja em Jerusalém, 2.1- 6.7
D. O Ministério de Estêvão, 6.8-8.3
II. O Período de Transição: Antioquia, 8.4-11.18
A. O Ministério de Felipe (Samaria), 8.4-40
B. A Conversão de Paulo, 9.1-31
C. O Ministério de Pedro (Cesaréia), 10.1- 11.18
III. O Período de Expansão: Roma, 11.19-28.31
A. A Transferência para Antioquia,
II. 19-12.25
B. Primeira Viagem Missionária, 13.1- 14.28
C. O Concílio de Jerusalém, 15.1-35
D. Segunda Viagem Missionária, 15.36-18.22
E. Terceira Viagem Missionária. 18.23- 21.14
F. Prisão e Defesa de Paulo, 21.15- 28.31
A primeira seção do livro de Atos introduz o tema através de uma referência às últimas palavras de JESUS antes de sua ascensão, nas quais Ele ordena aos discípulos que permaneçam em Jerusalém aguardando o derramamento do ESPÍRITO SANTO. Através de sua descida, no dia de Pentecostes, os discípulos receberam o poder de pregar que JESUS havia ressuscitado e que Ele era o verdadeiro Messias. O sermão de Pedro exortava ao arrependimento e ao batismo por parte dos crentes. Três mil convertidos foram acrescentados ao grupo dos discípulos. Por meio de uma série de perseguições, a igreja cresceu até chegar a, pelo menos, 5.000 pessoas, incluindo convertidos oriundos do sacerdócio judeu.
O ministério de Estêvão levou a igreja para dentro de sinagogas de língua estrangeira. Sua prisão e julgamento perante o Sinédrio representaram um marco decisivo na vida da igreja. Sua afirmação de que “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens” (At 7.48) implicava um aspecto mais abrangente do que o do judaísmo, A perseguição que acompanhou sua morte obrigou os cristãos a se espalharem por outras áreas.
O período de transição foi marcado por uma expansão para outros territórios e o início de um ministério entre outros povos. A pregação de Felipe aos samaritanos e ao eunuco etíope (8.5-40), a entrada de Pedro no lar do centurião romano Cornélio (10.1-11.18) e a surpreendente conversão do chefe dos perseguidores, Saulo de Tarso (9.1-30) romperam as barreiras do preconceito e do medo. Alguns dos refugiados iniciaram um trabalho entre os gentios de Antioquia, que se tornou a base para um movimento missionário em todo o império.
A campanha missionária compreendia três viagens missionárias: A primeira, realizada por Paulo e Barnabé, cobriu Chipre e a região sul da província da Galácia (At 13.1- 14.28). Na segunda viagem, feita por Paulo, Silas, Timóteo e Lucas, as igrejas ao sul da Galácia foram novamente visitadas, e a Palavra de DEUS penetrou nas províncias da Macedônia e Acaia (15.36-18.22). A terceira incluiu um ministério de três anos na província da Asia tendo como centro a região de Éfeso, seguida por uma minuciosa inspeção das igrejas da Macedônia e Acaia (18.23- 21.14). O Concílio de Jerusalém resolveu uma importante questão sobre os gentios: se precisavam obedecer à lei de Moisés a fim de se tornarem cristãos (15.1-35).
A captura de Paulo em Jerusalém, sua prisão e julgamento perante autoridades judaicas e romanas, e sua viagem a Roma, concluem o relato de sua pregação na cidade imperial (21.15-28.31). A história termina abruptamente, talvez porque o autor tivesse concluído a história como a conhecia e nada mais tivesse a dizer. Entretanto, ele havia alcançado seu objetivo de traçar o progresso da mensagem do Evangelho desde Jerusalém, o centro do judaísmo, até Roma, a metrópole do mundo gentílico.
Autoria
O livro de Atos tem sido tradicionalmente atribuído a Lucas, um médico grego que acompanhou Paulo em sua segunda e terceira viagens. Sua presença é indicada pelo uso do pronome “nós”, pronome que aparece primeiramente em Atos 16.10-17, reaparece em 20.5-21.17 e novamente em 27.1-28.16. O autor se juntou a Paulo em Troas, foi com ele para Filipos, onde aparentemente permaneceu até que Paulo retomasse para a terceira viagem, e depois o acompanhou durante todo o caminho até Roma. Ele não compartilhou da prisão de Paulo em Jerusalém e Roma, mas permaneceu próximo ao apóstolo. Paulo faz alusão a Lucas como o “médico amado״ em sua correspondência da prisão (Cl 4.14; Fm 24) e em uma data posterior, fala dele novamente (2 Tm 4.11).
Irineu, um dos primeiros patriarcas da Igreja (cerca de 180 d.C.) cita o livro de Atos como sendo produto de Lucas “o discípulo e seguidor dos apóstolos” (Against Heresies I. xxiii.l). É possível que Lucas tivesse sido irmão de Tito, um outro companheiro de Paulo que nunca foi mencionado em Atos e aparece caracterizado pelo apóstolo em 2 Coríntios como o “irmão cujo louvor no evangelho está espalhado em todas as igrejas” (2 Co 8.18). A carta foi escrita, presumivelmente, quando Paulo ainda estava em Filipos, e Tito na Macedônia.
Provas mais detalhadas mostram que o autor era um grego extremamente culto que havia viajado frequentemente e era um excelente observador. Hobart (na obra The Medical Language of St. Luke ) afirma que a linguagem de Lucas prova que ele era médico, por causa dos termos médicos que utiliza. Pode ser que Hobart esteja exagerando no significado técnico do vocabulário de Lucas, mas parece que ele estava mais interessado nas enfermidades e na sua cura do que qualquer outro escritor cristão. Todas as indicações que podem ser inferidas do livro de Atos dão suporte a essa tradicional autoria.
Data
A expressão terminus a quo do livro de Atos encerra a primeira prisão de Paulo, em cerca de 61/62 d.C., pois o livro não poderia ter sido escrito antes dos eventos que descreve. A Tübingen School do século XIX atribui esse livro à metade do segundo século acreditando ser um trabalho apologético escrito para esconder as diferenças que ocorreram na igreja na era precedente. Outros datam a obra do final do primeiro século entendendo que Lucas usou como fonte de informações os trabalhos de Josefo, que somente foram escritos depois do ano 90 d.C. Entretanto, Lucas pode ter tido um acesso independente às mesmas informações de Josefo. A precisão geral de suas alusões a lugares, pessoas e eventos, na medida em que possam ser corroboradas pela arqueologia e pela história, indicam que Lucas foi um contemporâneo daquilo que descreve. Apesar de seu profundo interesse por Paulo, a ausência de qualquer referência feita às suas epistolas não poderia ser explicada se o livro de Atos tivesse sido escrito depois de elas terem sido coletadas e publicadas. Por essas razões, uma data anterior ao ano 65 d.C. parece ser mais aceitável.
O Valor do Livro de Atos
O livro de Atos é um documento de fundamental importância histórica tanto para a história da igreja como para o mundo antigo. Se não fosse pelo livro de Atos, a lacuna entre os Evangelhos e as epístolas seria quase impossível de ser preenchida pois nenhuma explicação estaria disponível para a transição entre o ministério do Senhor JESUS e a doutrina e evangelização da igreja. Quase todo conhecimento autêntico que sobreviveu, relacionado com os líderes apostólicos e a extensão geográfica de sua missão, se originou desse livro. Ele não provê um relato completo, mas fornece princípios gerais e fatos condutores que ajudam sua interpretação histórica.
As alusões a ocorrências contemporâneas permitem aos estudiosos relacionar o cristianismo com o mundo daquela época. A morte de Herodes Agripa I (At 12.21-23), o cargo de procônsul de Gálio (18.12-17), a administração de Félix (23.24) e Festo (24.27), os procuradores da Judéia, os nomes técnicos dos oficiais nos distritos do Império Romano, tais como pretores e quadrilheiros (ou oficiais de justiça) em Filipos (16.35), os “magistrados da cidade” em Tessalônica (em grego, politarchs, 17,6) e Asiáticos (principais da Ásia, ou asiarcas) em Éfeso (19.31), as diferenças linguísticas obtidas de diferentes seções do Império (14.11; 21.36,40) e os acurados detalhes geográficos da última viagem a Roma (At 27-28) fornecem informações confiáveis aos modernos historiadores e mostram que o autor tinha informações precisas. A importância doutrinária e espiritual do livro de Atos é muito grande. Os primeiros ensinamentos da igreja estão descritos nos discursos preservados pelo livro de Atos, e a ênfase na obra do ESPÍRITO SANTO e na base do empreendimento missionário constituem um padrão para a experiência e a prática das gerações que se sucedem. M. C. T.
 
 

A Mensagem de Atos - John R. W. Scott
Introdução
1. Introdução a Lucas (Lucas 1:1-4)
Antes de ler qualquer livro, é bom saber a intenção do autor ao escrevê-lo. Os livros da Bíblia não fogem a essa regra. Por que, então, Lucas escreveu?
Na verdade, ele escreveu dois livros. O primeiro foi o seu Evangelho, cuja autoria lhe foi atribuída por tradições antigas e reconhecidas e que, quase com absoluta certeza, é o "primeiro livro" mencionado no início de Atos. Assim, Atos foi o seu segundo livro. Os dois formam um par óbvio, ambos são dedicados a Teófilo e escritos no mesmo estilo literário grego. Além disso, como ressaltou Henry J. Cadbury há sessenta anos, Lucas considerava que Atos "não era apenas um apêndice nem um posfácio", mas que formava, j unta mente com seu evangelho, "uma obra única e contínua". Cadbury prossegue sugerindo que, "a fim de enfatizar a unidade histórica dos dois volumes ... a expressão Lucas-Atos talvez seja justificável."1
Voltando à questão do motivo pelo qual Lucas escreveu sua obra em dois volumes sobre a origem do cristianismo, podemos dar pelo menos três respostas. Ele escreveu como um historiador cristão, como um diplomata e como um teólogo-evangelista.
a. Lucas, o historiador
É verdade que os críticos mais destrutivos do passado tinham pouca ou nenhuma confiança na fidedignidade histórica de Lucas. F. C. Baur, por exemplo, líder da Escola de Tübingen em meados do último século, escreveu que certas afirmações em Atos "só podem ser vistas como desvios intencionais da verdade histórica em função da tendência especial que possuem".2 E o muito pouco ortodoxo Adolf Hamack (1851-1930), que podia descrever Atos como "essa grande obra histórica",3 também escreveu no mesmo livro, que Lucas "oferece exemplos gritantes de descuido e, muitas vezes, de completa confusão em sua narrativa".4
Existem, porém, numerosas razões para sermos céticos em relação a esse ceticismo. Em primeiro lugar, Lucas alega, no prefácio de seu Evangelho, estar relatando a histórica verídica e, geralmente, concorda-se que ele se referia aos seus dois livros. Pois "na antiguidade era costume", sempre que uma obra era dividida em mais de um volume, "afixar ao primeiro, um prefácio para o todo". Assim, Lucas 1:1-4 "é o verdadeiro prefácio de Atos, bem como do Evangelho".5
Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, 2conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, 3igualmente a mim me pareceu hem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, 4para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído.
Nessa importante declaração, Lucas esboça cinco estágios sucessivos:
Primeiro vêm os eventos históricos. Lucas os chama de certos "fatos que entre nós se cumpriram" (v. 1, ERC). E se a tradução for correta, isso parece indicar que esses eventos não ocorreram por acaso nem de forma inesperada, mas se realizaram para cumprir a profecia do Antigo Testamento.
Depois, Lucas menciona as testemunhas oculares contemporâneas, pois os fatos "que entre nós se realizaram" foram transmitidos pelos "que desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra" (v. 2). Aqui, Lucas exclui a sua própria pessoa, pois, apesar de ter sido uma testemunha ocular de grande parte daquilo que relatará na segunda parte de Atos, ele não pertencia ao grupo de pessoas que eram testemunhas oculares "desde o princípio". Eles eram os apóstolos, testemunhas oculares do JESUS histórico que transmitiram (o significado de "tradição") aos outros o que tinham visto e ouvido.
O terceiro estágio é a investigação pessoal de Lucas. Apesar de pertencer à segunda geração, que recebeu a "tradição" sobre JESUS das testemunhas oculares, os apóstolos, ele não a aceitou sem questioná-la. Pelo contrário, fez uma "acurada investigação de tudo desde sua origem" (v. 3).
Em quarto lugar, depois dos acontecimentos, da tradição das testemunhas oculares e da investigação, vem a escrita. "Muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos" (v.l), diz ele, e agora "igualmente a mim me pareceu bem ... escrever uma exposição em ordem" (v. 3). Entre os "muitos" autores, sem dúvida alguma, incluía-se Marcos.
E em quinto lugar, o escrito destinava-se a leitores, entre eles Teófilo, a quem Lucas se dirige: "para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído" (v. 4). Assim, os acontecimentos que haviam se cumprido, tinham sido testemunhados, transmitidos, investigados e escritos, deveriam ser (e ainda são) a base da fé e da certeza cristã.
E mais, Lucas, a pessoa que afirma estar registrando a história, era um homem qualificado para tal tarefa, pois era um médico culto,6 companheiro de viagem de Paulo, e tinha morado na Palestina durante, pelo menos, dois anos.
Mesmo naqueles dias remotos, os médicos submetiam-se a um treinamento rigoroso, e o grego refinado de Lucas é próprio de uma pessoa culta. Há também, em Lucas-Atos, algumas evidências do vocabulário e do poder de observação que se podem esperar de um membro da classe médica. Em 1882, o erudito irlandês W. K. Hobart escreveu o livro The Medicai Language of St. Luke , cujo propósito era mostrar que Lucas era "hábil no manuseio da linguagem das escolas gregas de medicina"7 e que "a predominância do estilo médico" revela um autor médico em todo o Evangelho e em Atos.8 Adolf Harnack endossa essa teoria.9 Críticos mais recentes, porém, a rejeitam. Em diversos estudos, H. J. Cadbury, após vasculhar a lista de supostas palavras médicas usadas por Lucas, feita por Hobart, destacou que elas não pertenciam a um vocabulário médico técnico, mas, sim, ao repertório de todo grego culto. A verdade provavelmente se encontra entre esses dois extremos. Apesar da formação médica de Lucas não poder ser comprovada através de seu vocabulário, mesmo assim parece que alguns resíduos de interesse e terminologia médicos podem ser encontrados em seus escritos. "Instintivamente, Lucas emprega palavras médicas", escreveu William Barclay,10 citando exemplos tirados do Evangelho11 e de Atos.12
Outra razão para confiarmos em Lucas, quando ele afirma estar relatando a história, é que ele foi companheiro de viagem de Paulo. É fato conhecido que, algumas vezes, na narração de Atos, Lucas muda da terceira pessoa do plural ("eles") para a primeira pessoa do plural ("nós"), e que nesses trechos na primeira pessoa, ele inevitavelmente chama a atenção para a sua pessoa. A primeira dessas ocorrências os levou de Trôade a Filipos, onde o evangelho foi plantado em terra europeia (At 16:10-17); a segunda, de Filipos a Jerusalém, após a última viagem missionária (At 20:5-15 e At 21:1-18); e a terceira, de Jerusalém a Roma, por mar (At 27:1-28:16). Nesses períodos, Lucas deve ter tido oportunidade suficiente para ouvir e absorver os ensinamentos de Paulo, e escreveu um diário de suas viagens e experiências, do qual tiraria proveito mais tarde.
Além de ser médico e amigo de Paulo, Lucas possuía uma terceira qualificação para escrever história: o fato de ter morado na Palestina. Isso aconteceu da seguinte maneira. Lucas chegou a Jerusalém com Paulo (At 27:17) e o acompanhou em sua viagem a Roma (At 27:1). Entre essas duas ocasiões, houve um período de mais de dois anos, durante os quais Paulo foi mantido prisioneiro em Cesaréia (At 24:27), enquanto Lucas estava livre. Como ele teria usado esse tempo? É razoável imaginar que Lucas aproveitou para viajar por toda Palestina, juntando material para o seu Evangelho e para os primeiros capítulos de Atos, que se passaram em Jerusalém. Sendo gentio, ele deve ter se familiarizado com a história, os costumes e as festas judaicas, e deve ter visitado os locais tornados sagrados pelo ministério de JESUS e o nascimento da comunidade cristã. Hamack ficou impressionado com o seu conhecimento de Nazaré (sua formação montanhosa e sinagoga), Cafarnaum (e o centurião que construiu a sinagoga local), Jerusalém (o Monte das Oliveiras, as aldeias vizinhas e a "Sinagoga dos Libertos"), o templo (seus pátios, portões e pórticos), Emaús a sessenta estádios, Lida, Jope, Cesaréia e outras cidades.13
Já que, segundo o que Lucas entendia por história antiga, as pessoas eram mais importantes do que os locais, ele certamente deve ter interrogado muitas testemunhas oculares. Algumas devem ter conhecido JESUS, incluindo, talvez, a virgem Maria, então já idosa; pois o seu relato do nascimento e da infância de JESUS, inclusive os pormenores da Anunciação, é narrado do ponto de vista de Maria e, em última análise, deve ser atribuído a ela. Outras, deviam estar associadas ao começo da igreja de Jerusalém, como João Marcos e sua mãe, Filipe, os apóstolos Pedro e João, e Tiago, o irmão do Senhor; que podiam ter dado a Lucas informações de primeira mão sobre a Ascensão, o Dia de Pentecoste, as primeiras pregações do evangelho, a oposição do Sinédrio, o martírio de Estêvão, a conversão de Cornélio, a execução do apóstolo Tiago e a prisão e libertação de Pedro. Assim, não nos surpreende o fato de a primeira metade de Atos ter um "cunho semítico muito evidente".14
Temos, portanto, bons motivos para dar crédito à afirmação de Lucas, quando ele diz estar relatando a história. Historiadores profissionais e arqueólogos se encontram entre os maiores defensores de sua fidedignidade. Sir William Ramsay, por exemplo, que, antes, fora um estudante admirador da crítica radical de F. C. Baur, foi forçado, pelas suas próprias pesquisas, a mudar de opinião. Em seu livro St. Paul the Traveller and the Roman Citizen (1985), ele relata que deu início às suas investigações "sem nenhum preconceito que pudesse vir a favorecer a conclusão" a que chegou mais tarde, mas "pelo contrário... com uma mente desfavorável".15 Apesar disso, ele foi capaz de apresentar razões "para colocar o autor de Atos entre os historiadores de primeira linha".16
Setenta anos depois, A. N. Sherwin-White, professor de história antiga da universidade de Oxford, denominado "historiador greco-romano profissional"17, defendeu com vigor a acuidade do conhecimento contextuai de Lucas. Sobre Atos, ele escreveu:
O contexto histórico é exato. Em termos de tempo e espaço, os detalhes são precisos e corretos. Pode-se percorrer as ruas e os mercados, os teatros e as assembleias de Éfeso, Tessalônica, Corinto ou Filipos do primeiro século com o autor de Atos. Os grandes homens das cidades, os magistrados, a revolta e o seu líder estão todos ali... O mesmo acontece com a narrativa das experiências judiciais de Paulo perante os tribunais de Gaio, Félix e Festo. Como documentos, essas narrativas pertencem à mesma série histórica dos relatos de julgamentos regionais e imperiais em fontes epigráficas e literárias do primeiro e do início do século segundo d.C.18
E aqui está sua conclusão: "No caso de Atos, a confirmação de sua veracidade histórica é esmagadora ... Qualquer tentativa de rejeitar sua veracidade histórica básica, mesmo em relação a detalhes, deve, agora, parecer absurda. Historiadores romanos, há muito, a aceitaram como autêntica."19
b. Lucas, o diplomata
Relatar a história não pode ter sido o único propósito de Lucas, pois a história que ele apresenta é seletiva e incompleta. Ele nos fala de Pedro, João, Tiago, irmão de JESUS, e Paulo, mas nada relata sobre os outros apóstolos, exceto que Tiago, filho de Zebedeu, foi decapitado. Ele descreve como o evangelho se espalhou ao Norte e Oeste de Jerusalém, mas nada escreve sobre o seu progresso no Sul e no Leste, a não ser a conversão do etíope. Ele retrata e igreja da Palestina no seu período imediato ao Pentecoste, mas depois segue a expansão da missão aos gentios, liderada por Paulo. Assim, Lucas é mais que um historiador. Ele é, na verdade, um "diplomata" cristão, sensível em relação à igreja e ao Estado.
Em primeiro lugar, Lucas desenvolve uma apologética política, pois ele se preocupa profundamente com a atitude das autoridades romanas para com o cristianismo. Portanto, sai de seu caminho para defender o cristianismo das críticas. As autoridades, argumenta, nada têm a temer dos cristãos, pois eles não são rebeldes nem subversivos, mas, pelo contrário, legalmente inocentes e moralmente inofensivos. Sendo mais positivo ainda: os cristãos exercem uma influência saudável sobre a sociedade.
Talvez seja esse o motivo de ambos os livros de Lucas serem dirigidos a Teófilo. Apesar de o adjetivo theophiles ("amado por DEUS" ou "o que ama DEUS", cf. BAGD) poder simbolizar qualquer leitor cristão, é mais provável que seja o nome de uma pessoa específica. E apesar de o adjetivo kratistos ("excelentíssimo", Lc 1:3) poder ser apenas "uma forma de tratamento educada, sem nenhuma conotação oficial" ou a "forma de tratamento honrosa usada para pessoas que ocupavam uma posição oficial ou social mais elevada que a do orador" (BAGD), o último uso parece ser o mais provável, pois ocorre mais tarde em referência aos procuradores, Félix (At 23:26; 24:3) e Festo (26:25). Um equivalente moderno seria "Vossa Excelência". Alguns eruditos chegam a sugerir que Teófilo era um oficial romano específico que tinha ouvido certas calúnias anticristãs, enquanto B. H. Streeter entende que a palavra seria um "pseudônimo prudente", na verdade (ele supõe) "o nome secreto pelo qual Flávio Clemente era conhecido na igreja romana".20
De qualquer forma, Lucas repetidamente enfatiza três pontos de apologética política. Primeiro, os oficiais romanos eram invariavelmente favoráveis ao cristianismo, e alguns até se tornaram cristãos, como o centurião ao pé da cruz, o centurião Cornélio e Sérgio Paulo, procônsul de Chipre. Segundo, as autoridades romanas não conseguiram encontrar nenhuma acusação contra JESUS e seus apóstolos. JESUS fora acusado de sedição, mas nem Herodes nem Pilatos conseguiram estabelecer alguma base para essa acusação. Quanto a Paulo, em Filipos, os magistrados lhe pediram perdão; em Corinto, o procônsul Gálio se recusou a acusá-lo e, em Éfeso, o escrivão da cidade declarou que Paulo e seus amigos eram inocentes. Félix, Festo e Agripa, todos eles, fracassaram ao tentar culpá-lo de qualquer ofensa — três ocorrências que correspondem às três vezes em que Lucas relata que Pilatos declarou a inocência de JESUS.21
Em terceiro lugar, as autoridades romanas reconheceram que o cristianismo era uma religio licita (uma religião legal ou permitida), porque não era uma nova religião (que precisava ser aprovada pelo Estado), mas, sim, a forma mais pura do judaísmo (que gozava de liberdade religiosa concedida pelos romanos desde o segundo século a.C). A vinda de CRISTO era o cumprimento das profecias do Antigo Testamento e a comunidade cristã desfrutava uma continuidade direta com o povo de DEUS do Antigo Testamento.
Essa era a apologética política de Lucas. Ele reuniu provas para mostrar que o cristianismo era inofensivo (porque alguns oficiais romanos chegaram a adotá-lo pessoalmente), inocente (porque os juízes romanos não conseguiram encontrar nenhuma base para condená-lo) e legal (pois ele era o cumprimento verdadeiro do judaísmo). Semelhantemente, baseados nisso, todos os cristãos deveriam, sempre, poder reivindicar a proteção do Estado. Lembro-me de uma declaração feita em 1972 pelos batistas de Piryatin a N. V. Podgorny, diretor de um presídio da União Soviética, e a L. I. Brejnev, secretário-geral do Partido Comunista. Citando artigos da constituição soviética e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, juntamente com leis específicas e interpretações jurídicas, os batistas evangélicos de Piryatin reivindicaram o direito à liberdade de consciência e fé, e declararam que não haviam violado a lei: "pois não há nada de ofensivo, nada que se oponha ao governo, nada de fanático em nossa atividade; mas apenas o que é espiritualmente saudável, justo, honesto, pacífico, de acordo com os ensinamentos de JESUS
CRISTO".22
O segundo exemplo da "diplomacia" de Lucas é o fato de ele ter sido um pacificador da igreja. Através de sua narração, ele demonstra que a igreja primitiva era uma igreja unida, que o perigo de divisão entre os cristãos judeus e samaritanos, e entre os cristãos judeus e gentios, fora providencialmente evitado e que os apóstolos Pedro, Tiago e Paulo estavam fundamentalmente de acordo em relação ao evangelho.
Foi Matthias Schneckenburger que, em Über den Zweck der Apostelgeschichte (1841), fez "a primeira investigação elaborada sobre o propósito de Atos".23 Ele acreditava que Lucas estava defendendo Paulo contra a crítica judaico-cristã à sua missão entre os gentios, enfatizando suas práticas judaicas e suas boas relações com a igreja de Jerusalém. Ele também teria se esforçado para demonstrar "milagres, visões, sofrimentos e pregações paralelas",24 a fim de "igualar Paulo e Pedro".25
F. C. Baur foi muito mais longe. Ele viu em Atos um propósito preciso e "tendencioso". Usando como base bastante frágil as facções coríntias ("Eu sigo Paulo ... Eu sigo Pedro , 1 Co 1:12), construiu uma teoria elaborada, dizendo que a igreja primitiva estava dividida pelo conflito entre o cristianismo judaico original, representado por Pedro, e o cristianismo gentio posterior, representado por Paulo. Atos seria uma tentativa feita por um "paulinista" (um seguidor de Paulo) do segundo século para minimizar, e até mesmo negar, a suposta hostilidade entre os dois líderes apostólicos e reconciliar, assim, os cristãos judeus e gentios. Ele retrata Paulo como um judeu fiel, que guardava a lei e cria nos profetas; e Pedro como evangelista através do qual o primeiro gentio se converteu. Os dois apóstolos são, assim, vistos em harmonia, não em contraposição. De fato, Lucas tentou reconciliar "os dois partidos, fazendo Paulo parecer o mais petrino possível, e, c^írrespondentemente, Pedro, o mais paulino possível".26
Em geral, concorda-se que F. C. Baur e seus sucessores da Escola de Tübingen levaram essa teoria muito longe. Realmente não havia nenhuma evidência de que houvesse dois cristianismos (judaico e gentílico) na igreja primitiva, liderados por dois apóstolos (Pedro e Paulo), em irreconciliável oposição, um com o outro. Baur provavelmente foi influenciado pelo entendimento dialético de Hegel, que via a história em termos de um conflito recorrente entre tese e antítese. Certamente existe uma tensão entre os cristãos judeus e gentios e, devido à atividade dos judaizantes, um rompimento sério parecia possível até que esse assunto foi resolvido pelo Concílio de Jerusalém. Lucas não omite esse fato. Certamente, também, em Antioquia, Paulo se opôs publicamente a Pedro, face a face,27 por ter se retirado da comunhão com cristãos gentios. Mas esse confronto foi excepcional e temporário; Paulo escreveu sobre isso aos Gaiatas usando os verbos no tempo passado. Pedro se recuperou de seu lapso momentâneo. A reconciliação entre os dois líderes apostólicos foi real, não fictícia, e a ênfase de Atos, Gálatas 1 e 2, e 1 Coríntios 15:11, está na concordância dos apóstolos em relação ao evangelho.
Lucas não inventou essa harmonia apostólica, como Baur argumentou; ele observou um fato e o relatou. É evidente, em sua história, que ele dá proeminência a Pedro (capítulos 1-12) e a Paulo (capítulos 13-28). Parece muito provável que ele os apresente deliberadamente exercendo ministérios paralelos, e não divergentes. As semelhanças são notáveis. Assim, tanto Pedro como Paulo eram cheios do ESPÍRITO SANTO (4:8 e 9:17; 13:9), ambos pregaram a Palavra de DEUS com clareza (At 4:13, 31 e At 9:27, 29), e testemunharam diante do público judeu acerca da crucificação, ressurreição e exaltação de JESUS em cumprimento das Escrituras, como o caminho da salvação (e.g., At 2:22ss. e At 13:16ss.); ambos pregaram tanto aos gentios como aos judeus (10:34ss. e 13:46ss.); ambos receberam visões que deram a direção vital para a missão que a igreja estava desenvolvendo (10:9ss.; 16:9); ambos foram presos devido ao seu testemunho de JESUS e, depois, milagrosamente libertos (12:7ss. e 16:25ss.); ambos curaram um paralítico de nascença, Pedro em Jerusalém e Paulo em Listra (3:2ss. e 14:8ss.); ambos curaram outras pessoas doentes (9:41 e 28:8); ambos expulsaram espíritos malignos (5:16 e 16:18); ambos possuíam poderes tão excepcionais que pessoas foram curadas pela sombra de Pedro e pelos lenços e mantos de Paulo (At 5:15 e At 19:12); ambos ressuscitaram mortos: Tabita, em Jope, por Pedro, e Êutico, em Trôade, por Paulo (9:36ss. e 20:7ss.); ambos invocaram o julgamento de DEUS sobre um feiticeiro/falso mestre: Pedro sobre Simão o Mago, em Samaria, e Paulo sobre Elimas, em Pafos (8:20ss. e 13:6ss.); e ambos recusaram serem adorados por homens: Pedro recusou o culto de Cornélio e Paulo o dos moradores de Listra At (10:25-26 e At 14:llss.).
É verdade que esses exemplos estão espalhados por Atos, não sendo colocados em justaposição direta. Mas estão ali. Dificilmente podem ser acidentais. Lucas certamente os inclui em sua narrativa para mostrar que Pedro e Paulo eram ambos apóstolos de CRISTO, com a mesma comissão, o mesmo evangelho e a mesma autenticidade. E nesse sentido que ele pode ser chamado "pacificador", uma pessoa que demonstrou a unidade da igreja apostólica.
c. Lucas, o teólogo-evangelista
O valor da "crítica da redação" é que ela retrata os autores dos evangelhos e de Atos, não como editores sem imaginação, mas como teólogos com idéias próprias, que conscientemente selecionaram, arranjaram e apresentaram seu material a fim de servir ao seu propósito pastoral específico. Foi na década de 50 que a crítica da redação começou a ser aplicada ao livro de Atos, primeiramente por Martin Dibelius (1951), depois por Hans Conzelmann (1954)28 e a seguir por Emst Haenchen (1956) em seu comentário. Infelizmente esses eruditos alemães acreditavam que Lucas se envolveu com suas preocupações teológicas às custas de sua fidedignidade histórica. O professor Howard Marshall, porém, que se baseou nas obras desses estudiosos (submetendo-as ao mesmo tempo a uma crítica rigorosa), especialmente em seu estudo: Luke: Historian anã Theologian (1970) afirma veementemente que não precisamos colocar Lucas, o historiador, em oposição a Lucas, o teólogo, pois ele era ambos, e na verdade cada uma dessas ênfases exige a outra.
Lucas é historiador e teólogo, e ... o melhor termo para descrevê-lo é "evangelista". Um termo que, cremos, inclui os dois outros ... Como teólogo, Lucas estava preocupado em buscar sua mensagem sobre JESUS e sobre a igreja primitiva em história fidedigna... EE colocou sua história a serviço de sua teologia.
Novamente, Lucas era "um historiador confiável e um bom teólogo... Cremos que a validade de sua teologia se mantém ou cai de acordo com a fidedignidade da história em que ela se baseia ... Lucas está preocupado com o significado salvífico da história, e não na história em si como meros fatos".
Particularmente, então, Lucas foi um teólogo da salvação. A salvação, escreveu Howard Marshall, "é o tema central da teologia de Lucas", no Evangelho (onde a vemos cumprida) e em Atos (onde a vemos proclamada). Michael Green chama a atenção para esse fato em The Meaning of Salvation: "É difícil superestimar a importância da salvação nos escritos de Lucas... É surpreendente ... que, em vista da frequência com que Lucas usa a terminologia da salvação, não se tenha prestado mais atenção a isso."
A teologia da salvação de Lucas já está explícita no "Cântico de Simeão" ou Nunc Dimittis, registrado em seu Evangelho. Três verdades fundamentais se destacam.
Em primeiro lugar, a salvação vem sendo preparada por DEUS. Ao falar com DEUS, Simeão disse: "a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos" (Lc 2:30-31). Longe de ser um pensamento posterior, ela fora planejada e prometida havia séculos. Essa mesma ênfase se repete em todo o livro de Atos. Nos sermões de Pedro e Paulo (sem mencionar a defesa de Estêvão), a morte, ressurreição e exaltação de JESUS e a dádiva do ESPÍRITO são, todas, vistas como a culminação de séculos de promessas proféticas.
Em segundo lugar, a salvação é dada por CRISTO. Quando Simeão falou a DEUS sobre "tua salvação", que ele vira com seus próprios olhos, estava se referindo ao menino JESUS que ele estava segurando em seus braços e que nascera para ser "o Salvador" (Lc 2:11). O próprio JESUS, mais tarde, afirmou inequivocamente que tinha vindo para "buscar e salvar o perdido" (Lc 19:10), ilustrando isso com as três famosas parábolas sobre a perdição humana (Lc 15:1-32). Depois de sua morte e ressurreição, seus apóstolos declararam que o perdão dos pecados estava ao alcance de todos os que se arrependessem e cressem em JESUS (At 2:38-39; 13:38-39). De fato, a salvação não poderia ser encontrada em nenhuma outra pessoa (At 4:12). Pois DEUS tinha exaltado JESUS, à sua direita, como "Príncipe e Salvador, a fim de conceder... o arrependimento e a remissão dos pecados ..." (At 5:31).
Em terceiro lugar, a salvação é oferecida a todos os povos. Como Simeão o coloca, ela vem sendo preparada "na presença de todos os povos", para ser uma luz para todas as nações e, também, a glória de Israel (Lc 2:31-32). Sem dúvida é nessa verdade que Lucas imprime maior ênfase. Em Lucas 3:6, referindo-se a João Batista, ele prolonga a sua citação de Isaías 40, indo além do ponto em que Mateus e Marcos param, a fim de incluir a afirmação "toda a carne verá a salvação de DEUS". Em Atos 2:17 ele relata a promessa de DEUS, dada através de Joel, citada por Pedro: "Derramarei meu ESPÍRITO sobre toda a carne". Essas duas palavras pasa sarx ("toda carne" ou "toda humanidade") são colocadas como sinaleiros no início de cada um dos volumes de Lucas, em ambos embutidas em uma profecia do Antigo Testamento, para indicar a mensagem principal de Lucas. JESUS é o Salvador do mundo; ninguém se encontra fora do alcance do seu amor. Em seu Evangelho, Lucas mostra a compaixão de JESUS pelas camadas sociais desprezadas pelos outros, isto é: as mulheres e as crianças, os pobres, os doentes, os pecadores e os desabrigados, os samaritanos e os gentios; enquanto que, em Atos, ele explica como Paulo se voltou para os gentios, e descreve o progresso triunfal do evangelho, partindo de Jerusalém, a capital dos judeus, até chegar a Roma, a capital do mundo.
É particularmente adequado que a proeminência dada à oferta universal do evangelho brote da pena de Lucas, pois ele é o único contribuinte gentio na formação do Novo Testamento.34 Culto e viajado, ele é o único dos escritores dos evangelhos que chama o Mar da Galileia de "lago", porque é capaz de compará-lo ao Grande Mar, o Mediterrâneo. Ele possui o amplo horizonte do mundo greco-romano, sua história, bem como sua geografia. Dessa forma ele situa as suas narrativas acerca de JESUS e da igreja primitiva dentro do contexto dos acontecimentos seculares contemporâneos. E emprega a palavra oikoumene ("a terra habitada") mais vezes (oito) do que todos ou outros autores do Novo Testamento juntos.
Mas Lucas, o teólogo da salvação, é, em sua essência, um evangelista. Pois ele proclama o evangelho da salvação de DEUS em CRISTO para todos os povos. Daí, a inclusão de tantos sermões e declarações, especialmente de Pedro e Paulo, em Atos. Ele não somente os mostra pregando aos seus ouvintes originais, mas também os capacita a pregar para nós que, séculos mais tarde, ouvimos seus sermões. Pois, conforme disse Pedro no Dia de Pentecoste, a promessa da salvação vale também para nós, e para todas as gerações, "isto é, para quantos o "Senhor nosso DEUS chamar" (At 2:39).
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 11 - 1TR22 - CPAD
 
Hinos Sugeridos: 5, 85, 290 da Harpa Cristã

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos como propósito destacar que a ação do ESPÍRITO SANTO na vida de JESUS em Lucas e da igreja em Atos com a finalidade de capacitá-la para a proclamação do Evangelho em continuidade ao ministério de JESUS. Veremos que esse modo de viver serve de modelo para a igreja dos dias atuais. Assim como no início da igreja, os crentes atuais precisam buscar o Batismo no ESPÍRITO SANTO como revestimento de poder do Alto para realizar a obra de DEUS e alcançar uma vida cristã vitoriosa.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Enfatizar a ação do ESPÍRITO SANTO na vida e ministério de JESUS em Lucas; II) Ressaltar que a manifestação do ESPÍRITO SANTO no ministério da igreja em Atos é cumprimento da promessa de DEUS revelada por intermédio do profeta Joel; III) Apontar que o Batismo no ESPÍRITO SANTO é uma promessa atual e deve ser buscado por todos os crentes como capacitação para o serviço cristão.
B) Motivação: O ESPÍRITO SANTO é a fonte inspiradora e capacitadora da igreja. Os crentes são intrinsecamente dependentes do ESPÍRITO SANTO tanto no que diz respeito ao serviço prestado na obra de DEUS quanto a uma vida íntegra e testemunhante das verdades bíblicas. É preciso buscar continuamente o revestimento do ESPÍRITO.
C) Sugestão de Método: Com a ajuda de seus alunos, realize um mapa conceitual. Anote no centro do quadro a palavra "ESPÍRITO SANTO", e com a ajuda dos alunos, relacione em torno desta palavra quais as manifestações do ESPÍRITO SANTO encontradas no livro de Atos dos Apóstolos que confirmam o cumprimento da promessa de DEUS anunciada pelo profeta Joel (cf. Jl 2.28-31).
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Converse com seus alunos sobre a experiência do Batismo no ESPÍRITO SANTO. Reforce que o ESPÍRITO SANTO habita o crente quando este aceita JESUS como Salvador. No entanto, o crente deve buscar o revestimento de poder para realizar a obra de DEUS com afinco. Aproveite para ouvir as experiências daqueles que foram batizados no ESPÍRITO SANTO.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p. 41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O Propósito do Batismo no ESPÍRITO SANTO", ao final do primeiro tópico, ressalta que o Batismo no ESPÍRITO SANTO é a porta de entrada para vários dons do ESPÍRITO; 2) O texto "Línguas como evidência do Batismo no ESPÍRITO SANTO", localizado no final do terceiro tópico, aprofunda a questão das línguas como evidência física e inicial do Batismo no ESPÍRITO SANTO.
 
 
 
SINÓPSE I - A unção do ESPÍRITO SANTO esteve presente na vida e ministério do Senhor JESUS, capacitando-o a cumprir a missão para a qual DEUS Pai o havia enviado.
SINÓPSE II - A manifestação do ESPÍRITO SANTO em Atos dos Apóstolos revela a inauguração da história da Igreja como agência de CRISTO.
SINÓPSE III - O A experiência pentecostal permanece atual na igreja, mostrando-se evidente na manifestação dos dons espirituais.
 

AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“O Propósito do Batismo no ESPÍRITO SANTO
Em adição ao poder para servir, através do qual o indivíduo se torna canal de testemunho para o mundo, o batismo no ESPÍRITO transforma-se na entrada para um tipo de adoração que abençoa os santos reunidos de DEUS. O batismo é a porta de entrada dos vários ministérios espirituais, chamados dons do ESPÍRITO. Visto que tais dons visam a edificação da igreja local [...]. Os que se converteram foram batizados em águas e no ESPÍRITO SANTO, no dia de Pentecostes. Mostraram novas evidências da obra do ESPÍRITO em suas vidas, conforme Atos 2.42, 46, 47: ‘E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e nas orações. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a DEUS e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor aqueles que se haviam de salvar’. Temos aqui a descrição de uma obra contínua do ESPÍRITO, que aprofundou a experiência dos crentes e seu amor a DEUS e à sua Palavra, uns pelos outros e pelos perdidos. [...] Assim também o batismo no ESPÍRITO SANTO é apenas uma porta para uma relação crescente entre Ele mesmo e os crentes. Essa relação leva a uma vida de serviço, onde os dons do ESPÍRITO proveem poder e sabedoria para divulgação do evangelho e o crescimento da Igreja, como evidenciado pela sua rápida propagação em muitas áreas do mundo atual” (HORTON, Stanley M; MENZIES, Willian W. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.105,106).
 

AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
[Línguas como evidência do Batismo no ESPÍRITO SANTO]
“Dos quatro casos no livro de Atos em que Lucas descreve a vinda inicial do ESPÍRITO, três citam explicitamente a glossolalia como resultado imediato (At 2.4; 10.46; 19.6) e outro (8.14-19) a deixa implícita. [...] Lucas considerava as línguas como sinal do recebimento do dom pentecostal. Lucas apresenta as línguas como evidência da vinda do ESPÍRITO. No dia de Pentecostes, Pedro declara que as línguas dos discípulos serviram de sinal. As línguas estabeleceram o fato de que eles, os discípulos de JESUS, eram profetas do fim dos tempos, sobre os quais Joel profetizou. As línguas também marcaram a chegada dos últimos dias (At 2.17-21) e serviram para estabelecer o fato de que JESUS ressuscitara e é o Senhor (At 2.33-36). Em Atos 10.44-48, ‘falar em línguas’ é mais uma vez ‘retratado como evidência positiva e suficiente para convencer os companheiros de Pedro’ de que o ESPÍRITO fora derramado sobre os gentios. Em Atos 19.6, línguas e profecia são citadas como resultados imediatos da vinda do ESPÍRITO, a evidência incontestável da resposta afirmativa à pergunta de Paulo feita no início da narrativa: ‘Recebestes vós já o ESPÍRITO SANTO quando crestes?’
É interessante observar que Lucas não toma parte na angústia de muitos cristãos hoje em dia sobre a possibilidade de falsas línguas. Lucas não oferece orientações para discernir se as línguas são verdadeiras ou falsas, de DEUS ou de outra fonte. Pelo contrário, Lucas presume que a comunidade cristã conhecerá e experimentará o que for necessário e bom” (MENZIES, Robert P. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.74-75).
 

VOCABULÁRIO
Advento: aparecimento, chegada. Aquilo que começa ou se institui.
Intrepidez: qualidade de intrépido; arrojo, bravura, coragem, intrepidez. Que ou aquele que não receia o perigo, que não tem medo; arrojado, corajoso.
Hodierna: que existe ou ocorre atualmente; atual, moderno, dos dias de hoje.
Efusão: manifestação expansiva de sentimentos amistosos, de afeto, de alegria (sentido figurado).

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que Lucas enfatiza em seu Evangelho a respeito do ESPÍRITO SANTO? Lucas registra os fatos acerca da vida e obra de CRISTO (Lc 1.1-3). O evangelista enfatiza o papel do ESPÍRITO no advento do Messias.
2. O que a vitória do Senhor sobre a tentação demonstra? A vitória do Senhor sobre a tentação demonstra que Ele estava capacitado para cumprir o seu ministério.
3. O que o livro de Atos dos Apóstolos registra? Atos registra a ação do ESPÍRITO na inauguração histórica da igreja como agência de CRISTO.
4. O que Pedro ensina a respeito do revestimento do alto? Pedro ensina que essa promessa está em vigor para todos os salvos em todas as épocas (At 2.38, 39).
5. O que aponta a expressão “do meu ESPÍRITO derramarei” (At 2.17)? A expressão “do meu ESPÍRITO derramarei” (At 2.17) aponta para o início da dispensação do ESPÍRITO, e mostra que a efusão será contínua até “o grande e glorioso dia do Senhor” (At 2.20).

LEITURAS PARA APROFUNDAR
Comentário Bíblico - Atos
A Teologia Carismática de Lucas
 

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

 

LIÇÃO 13, CPAD, 1Tr24 NA ÍNTEGRA

 

Escrita Lição 13, CPAD, O Poder De DEUS Na Missão Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS

1. Um ensino revelado nos escritos de Lucas 2. O enchimento do ESPÍRITO como experiência necessária

3. O enchimento do ESPÍRITO como uma experiência concreta

4. A doutrina pentecostal clássica

II – O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

1. Capacitando as testemunhas

2. Pessoas simples capacitadas pelo ESPÍRITO 3. Capacitando a igreja

III – O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1. O envio missionário

2. A estratégia missionária

 

 

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)

 

 

VERDADE PRÁTICA

O ESPÍRITO SANTO é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do ESPÍRITO, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 1.4 A necessidade da experiência pentecostal

Terça – At 5.32 A especificidade da experiência pentecostal

Quarta – At 2.17 O derramamento do ESPÍRITO 

Quinta – At 2.47 Uma igreja capacitada pelo ESPÍRITO

Sexta – At 13.1-3 O chamado missionário sob a direção do ESPÍRITO

Sábado – At 16.6-10 O ESPÍRITO SANTO na estratégia missionária

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 13.1-4

1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2 - E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 - Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 - E assim estes, enviados pelo ESPÍRITO SANTO, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

 

http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p

 

Hinos Sugeridos:  05, 553, 654 da Harpa Cristã

 

 

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Por meio desta lição, refletiremos nas palavras de JESUS CRISTO aos discípulos, de que receberiam a virtude do ESPÍRITO SANTO como um pré-requisito para serem suas testemunhas até os confins da terra. A doutrina bíblica do ESPÍRITO SANTO nos mostra que o revestimento do poder do Alto é imprescindível à missão da Igreja, tanto no passado quanto no presente. 

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Refletir acerca da doutrina bíblica do ESPÍRITO SANTO; II) Analisar as diferentes perspectivas da capacitação do ESPÍRITO SANTO a sua Igreja; III) Pensar no ESPÍRITO SANTO como o principal impulsionador da obra missionária.

B) Motivação: Compreendemos que o ESPÍRITO de CRISTO está presente e atuante em sua Igreja hoje, assim como em todo crente genuíno (Rm 8.9). Contudo, dada a urgência, magnitude da missão, brevidade do tempo e caos no mundo, necessitamos de mais, necessitamos ser cheios do ESPÍRITO SANTO.

C) Sugestão de Método: Propomos que, ao longo da lição, você enfatize a obra regeneradora e capacitadora do ESPÍRITO SANTO na vida do crente e da Igreja. Explique que cada crente precisa passar pela experiência salvífica. Além disso, há outra experiência indispensável ao crente que deseja levar outras pessoas a CRISTO: o Batismo no ESPÍRITO SANTO. Essas duas experiências serão atestadas em nossa sociedade, família, comunidade na qual a Igreja e cada um de nós está inserido. Ora, tal como os discípulos, precisamos ser cheios do ESPÍRITO para cumprir a Grande Comissão, transbordando da sua graça e salvação.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Como pentecostais, nossa doutrina bíblica é evidenciada em nossas vidas e igrejas ao longo dos séculos, provando a contemporaneidade dos dons espirituais e a forma como o seu revestimento resulta em salvação e avivamento espiritual. 

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O que a expressão ‘Ser Cheio do ESPÍRITO Significa?”, localizado depois do segundo tópico, expõe por meio da teologia pentecostal, o aprofundamento do significado do Batismo no ESPÍRITO SANTO; 2) O texto “ESPÍRITO SANTO: impulso e força missional da Igreja”, ao final do terceiro tópico, aprofunda o ensino acerca da obra regeneradora e capacitadora do ESPÍRITO SANTO para a vida e missão da Igreja no mundo.

 

 

PALAVRA-CHAVE - Revestimento

 

 

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO

Nesta lição focaremos nossa atenção no poder do ESPÍRITO SANTO na missão da Igreja de CRISTO. Aqui, mostraremos que o povo de DEUS não pode prescindir do revestimento do poder pentecostal para obter êxito na sua missão na Terra. Assim, demonstraremos que a ação do ESPÍRITO SANTO, e a contemporaneidade de seus dons na Igreja, não se trata de uma mera opção, mas de algo imprescindível, a sua maior necessidade. Sem o ESPÍRITO SANTO, a igreja local não anda nem cumpre sua vocação. 

 

 

I – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS

1. Um ensino revelado nos escritos de Lucas Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos escritos pelo evangelista Lucas, revelam o ministério do ESPÍRITO SANTO na vida de JESUS e da primeira igreja como uma necessidade imperiosa. Nesse sentido, o evangelista mostra que sem a ação do ESPÍRITO no ministério de JESUS e na vida da igreja, os cristãos não estariam qualificados para ser testemunhas do Senhor. Essa promessa estava associada ao revestimento do poder do ESPÍRITO, conforme descrito nas palavras de JESUS como o “poder do alto” (Lc 24.49).

 

 

2. O enchimento do ESPÍRITO como experiência necessária

O Senhor JESUS só começou o seu ministério depois de ser cheio do ESPÍRITO SANTO (Lc 3.21,22). Nosso Senhor fez a obra de DEUS e a fez no poder do ESPÍRITO SANTO. Ele foi capacitado pelo ESPÍRITO SANTO (Lc 4.18,19) e dependeu dEle para exercer o ministério (Lc  5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a igreja só deveria iniciar o trabalho missionário quando fosse revestida desse mesmo poder. Por isso, podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos Atos dos Apóstolos, o ESPÍRITO SANTO aparece como uma necessidade, não como opção.

 

 

3. O enchimento do ESPÍRITO como uma experiência concreta

Se por um lado Lucas apresenta o ESPÍRITO SANTO como uma necessidade na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o enchimento do ESPÍRITO ocorre como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse sentido, o Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo, não subjetivo. Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32). Havia manifestações físicas que se tornavam reais para quem as tinha e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras, quem recebeu sabia que havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se sobressaía sobre os demais – o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).

 

 

4. A doutrina pentecostal clássica

Desde seus primórdios, a doutrina pentecostal clássica afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO. Em três ocasiões no Livro de Atos, a manifestação das línguas está presente e, em todas elas, chama a atenção o fato de “todos” terem experimentado o fenômeno de falar em outras línguas (At 2.4; 10.44-46; 19.6). Até mesmo a narrativa de Atos 8.14-25, onde não há menção de ocorrência de línguas, o evangelista parece deixar subtendido que as línguas estiveram presentes ali (At 8.18; cf. At 9.17). Assim, estudiosos dos livros de Lucas reconhecem que o uso que o evangelista faz das expressões “Batismo no ESPÍRITO SANTO” ou “ser cheio do ESPÍRITO SANTO” em Atos dos Apóstolos tem a ver com a experiência do derramamento do SANTO ESPÍRITO acompanhada de línguas desconhecidas como evidência inicial. 

 

 

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

O Propósito do Pentecostes

“Lucas argumenta que DEUS derramou o ESPÍRITO para empoderar seu povo para evangelizar transculturalmente; mas qual foi o resultado esperado desse evangelismo transcultural? DEUS pretendia criar uma nova comunidade na qual os crentes amariam uns aos outros e demonstrariam para esse tempo a própria imagem da vida de seu Reino. Podemos ver esse propósito de evangelização na estrutura do parágrafo de fechamento dessa seção introdutória de Atos[...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Entre a História e o ESPÍRITO, editada pela CPAD, p.252.

                           

 

SINÓPSE I

A Doutrina bíblica do ESPÍRITO SANTO assegura que o seu poder é imprescindível ao cristão e à Igreja.

 

 

II – O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

1. Capacitando as testemunhas

No Livro de Atos, é possível perceber o ensino da capacitação do ESPÍRITO SANTO sob diferentes perspectivas. Primeiramente, o ESPÍRITO capacitando líderes para o desempenho da obra de DEUS (At 4.33). Nesse sentido, vemos o apóstolo Pedro sendo “cheio do ESPÍRITO SANTO” quando foi confrontado pelos sacerdotes (At 4.8); o apóstolo Paulo quando é cheio do ESPÍRITO SANTO para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9). Depois, vemos também que não eram só os que faziam parte do colégio apostólico que eram cheios do ESPÍRITO. Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se observa em Lucas é que o revestimento do ESPÍRITO veio sobre “toda carne” (At 2.17).

 

 

2. Pessoas simples capacitadas pelo ESPÍRITO Vemos isso claramente quando Ananias, até então, um ilustre desconhecido, é convocado por DEUS para impor as mãos naquele que seria o maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11). Assim também Estevão e Filipe, que haviam sido escolhidos para “servirem as mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica patente que DEUS não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas capacitadas pelo ESPÍRITO SANTO.  

 

 

3. Capacitando a igreja

No contexto literário e doutrinário de Lucas, a igreja do Novo Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético de todos os crentes (At 2.17). Nesse sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é apenas individual, como mostrado nesta lição, mas também de toda a igreja descrita em Atos. Assim, essa comunidade de crentes, capacitada pelo ESPÍRITO SANTO, ganhava a confiança e a admiração das pessoas ao seu redor (At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos estava associado ao testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo ESPÍRITO SANTO (At 9.31).

 

 

SINÓPSE II

A capacitação do ESPÍRITO SANTO é evidenciada na vida de suas testemunhas, repercutindo ao seu redor.

 

 

III – O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1. O envio missionário

O capítulo 13 do livro de Atos dos apóstolos narra o envio dos primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do ESPÍRITO SANTO no envio missionário. Nesse texto, Lucas menciona que havia alguns profetas na igreja que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa observação do autor sagrado fosse para explicar como se deu a participação do ESPÍRITO SANTO no comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária. Lucas mostra que, por intermédio dos dons do ESPÍRITO, os dois obreiros foram separados para uma grande obra de maneira clara e audível. O foco do evangelista é que o ESPÍRITO SANTO é a fonte geradora de missões, pois Ele é quem vocaciona e envia (At 13.2).  

 

 

2. A estratégia missionária

Em um mundo multicultural, a questão da estratégia missionária deve ser levada em conta. Não somente enviar, mas quem enviar, quando enviar e como enviar. Por exemplo, Paulo e Barnabé poderiam ter adotado a estratégia errada na obra missionária quando intentaram pregar na Ásia e Bitínia, mas foram impedidos pelo ESPÍRITO SANTO (At 16.6,7). Foi o ESPÍRITO SANTO que decidiu quem deveria ouvir o Evangelho naquela circunstância (At 16.9). Ponderamos aqui que, muitas vezes, é possível que agências missionárias e igrejas adotem uma estratégia errada no envio de missionários. Não basta só o desejo de fazer missões, mas é preciso buscar a orientação do ESPÍRITO SANTO a respeito de como isso deve ser feito.

 

 

Auxílio Teológico

O QUE A EXPRESSÃO “SER CHEIO DO ESPÍRITO” SIGNIFICA?

“A terminologia ‘cheio do ESPÍRITO SANTO’ tem o mesmo significado nos escritos de Lucas e de Paulo? Os teólogos pentecostais respondem que não, pois ser ‘cheio do ESPÍRITO SANTO’ em Lucas está relacionado ao serviço e à mordomia cristã, enquanto que ser ‘cheio do ESPÍRITO SANTO’ em Paulo está implicitamente ligado a questões de caráter e santidade. Longe de ser uma contradição, há um verdadeiro complemento, pois como servir sem o caráter cristão? Como manifestar os traços de CRISTO e ainda permanecer inerte diante do serviço para o Reino de DEUS?” (SIQUEIRA, Gutierres Fernandes. Revestidos de Poder: Uma Introdução à Teologia Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.83).

 

 

CONCLUSÃO

Encerramos esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz toda a diferença no cumprimento da vocação missionária da Igreja. Sem a ação do ESPÍRITO SANTO, a igreja local está desabilitada para cumprir sua missão. O ESPÍRITO SANTO é a força-motriz do Corpo de CRISTO em sua dimensão local. Sem o ESPÍRITO SANTO, a igreja não vai a lugar algum.

 

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos revelam?

Revelam o ministério do ESPÍRITO SANTO na vida de JESUS e da primeira igreja como uma necessidade imperiosa.

2. O que podemos afirmar de acordo com o contexto literário de Lucas?

Podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos Atos dos Apóstolos, o ESPÍRITO SANTO aparece como uma necessidade, não como opção.

3. De acordo com a lição, o que a doutrina pentecostal clássica afirma em relação às línguas?

Afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO.

4. De acordo com a lição, por que não havia separação entre líderes e membros na questão da capacitação do ESPÍRITO SANTO?

Porque pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se observa em Lucas é que o revestimento do ESPÍRITO veio sobre “toda carne” (At 2.17). Fica patente que DEUS não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas capacitadas pelo ESPÍRITO SANTO.  

5. O que chama atenção na narrativa de Atos 13?

O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do ESPÍRITO SANTO no envio missionário.