11 agosto 2025

Escrita Lição 8, CPAD, Uma Igreja Que Enfrenta Os Seus Problemas, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 8, CPAD, Uma Igreja Que Enfrenta Os Seus Problemas, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 99991520454 (tel) Luiz Henrique de Almeida Silva

 


ESBOÇO DA LIÇÃO

I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS

1. Conflito de natureza cultural.

2. Conflito de natureza social.

3. Qual é a prioridade?

II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS

1. O ministério da oração e da Palavra.

2. Não há conflito entre tarefas.

3. A Diaconia.

III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS   

1. Privilegiando o caráter.

2. Exercitando os dons.

 

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.”  (At 6.3)

 

VERDADE PRÁTICA

Uma igreja cheia da sabedoria do ESPÍRITO age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 6.1,2 Identificando a natureza dos conflitos

Terça - 1 Co 6.5 Resolvendo conflitos na esfera da igreja

Quarta - Mt 5.9 Pacificando todos os tipos de conflitos 

Quinta - 2 Tm 2.24 Gentileza, paciência e habilidades para evitar os conflitos

Sexta - Gl 5.13 Servindo uns aos outros para prevenir os conflitos

Sábado - Pv 13.10 O valor de sábios conselhos na resolução de conflitos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 6.1-7

1- Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.

2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas.

3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.

4- Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.

5- E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;

6- e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.

7- E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

 

http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p

Hinos Sugeridos: 46, 304, 372 da Harpa Cristã

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – REVISTAS ANTIGAS E LIVROS

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REVISTA ANTIGA

Lição 12- O Diaconato - LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos - Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
 

“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).

  

Embora o diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o crente.

 

1 Timóteo 3.8-13.

8 - Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, 9 - guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. 11 - Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12 - Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. 13 - Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS.

 

Diácono: Aquele que serve por amor.

 

Resumo da Lição 12- O Diaconato

I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO

1. Significado do termo.

2. Serviço de escravo.

3. O discípulo é um serviçal.

II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

1. O conceito da função.

2. Origem do diaconato.

3. A escolha dos diáconos.

III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO

1. Qualificações do diácono.

Caráter moral, espiritual e familiar.

2. A função dos diáconos em Atos 6.

3. A função dos diáconos hoje.

 

Meus comentários - Pr. Henrique

Diaconisa é uma mulher que limpa os banheiros, lava o chão, lava roupa e cozinha para a igreja ou recebe em casa um visitante, ou também, que visita as pessoas, ora pelas pessoas, ajuda os pobres e necessitados. Pode ser tanto a mulher do diácono, como do pastor, como qualquer outra que ajuda na obra de DEUS. Não tem título e nem cargo eclesiástico, mas disposição para servir - este é o significado de diaconia. Lavar os pés aos santos quer dizer isso. Se JESUS quisesse mulheres no ministério eclesiástico colocaria sua mãe como a primeira.

Tem muitas igrejas com dificuldades agora porque não analisaram corretamente a palavra de DEUS antes - Elas agora querem ser pastoras-presidente de campo e estão com toda razão, pois foi-lhes dado um ministério pelos homens.

 

A hierarquia gera a ideia de submissão. Esta "obediência" a que o amado se refere é fruto da burocratização. A Bíblia diz que devemos obedecer aos líderes - Hb.13:17. Não existe questão "hierárquica". Devemos obedecer, isto sim, aos que lideram, seja a igreja local, sejam os departamentos da igreja local. Devemos honrar os ministros - 1 Tm.5:17-19. A igreja não é uma organização militar onde haja "patentes" e, na igreja, a liderança deve ser exercida como serviço, não como demonstração de superioridade ou de domínio - Mc.10:42-45; I Pe.5:1-3. Sobretudo, devemos obedecer ao Senhor JESUS, que é a cabeça da Igreja e, deste modo, não podemos ser meio de escândalo - Mt.18:6,7; Rm.14 - ou de divisão - Jd.19, mas jamais nos fazermos servos dos homens por causa apenas de títulos. Mais importa obedecer a DEUS e aos homens - At.5:29. Em vez de o diácono obedecer ao presbítero, este ao pastor etc. devemos entender que o pastor deve servir ao presbítero, este, ao diácono e este ao membro. A obediência deve existir dentro do sentido do serviço, não do domínio ou do poder. (>>http://www.portalebd.org.br/principal/sala-dos-professores/view-postlist/forum-126-2o-trim-2014-licao-12-o-diaconato/topic-398-hierarquia-x-submissao.html>>)

 

Revista Ensinador Cristão CPAD, n°58, p.42.

Por que existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da igreja local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Muitos alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da organização eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma excelente oportunidade para abordar um assunto que faz parte da vida cristã de todo membro em uma comunidade local.

Para responder as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto capítulo do livro dos Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi constituído um ministério específico de caráter social para resolver uma variante problemática de aspecto étnico: entre as viúvas de fala hebraica e as de fala grega. Tal problema poderia atravancar o avanço da igreja local que estava em Jerusalém. Os apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um problema não muito fácil, entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração não poderiam ficar em segundo plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.

Orientados pelo ESPÍRITO SANTO, e também dotados por um profundo bom senso, juntamente com a igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de permitir aos novos crentes separarem sete homens judeus de fala grega 13 Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau - para resolverem uma questão de caráter social e urgente. Assim, a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua atividade coadunando a prática proclamatória do Evangelho com o serviço de interferir socialmente na vida dos crentes, e não-crentes também, para suprir a necessidade de quem precisava de ajuda. Por isso, o caráter do ministério diaconal é profunda e biblicamente enraizado numa intensa preocupação social. O diácono de Atos não foi chamado para fazer trabalhos meramente litúrgicos, (como colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente o de cuidar dos mais necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem realmente precisa de cuidados na comunidade cristã local.

Por conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função eclesiástica, mas um estilo de vida ensinado e promovido por JESUS de Nazaré. Quando um crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se impulsionado para viver um estilo de vida diaconal, como o de CRISTO em seu ministério terreno. Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em JESUS de Nazaré, jamais em si mesmo.

 

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO

O crescimento vertiginoso trouxe diversos problemas. Entre os conversos, havia pessoas de outros lugares, além de judeus. Quando a comunidade cristã cresceu grandemente surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social (cf. At 6.1-7). Os líderes da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar a solução para o atendimento social aos irmãos carentes. A tarefa era um grande desafio. Ou eles cuidavam da oração e do estudo da palavra de DEUS, ou cuidavam da parte social.

Por decisão sábia e unânime dos irmãos de fala grega, escolheram sete homens, com qualidades exemplares, para cuidarem daquele “importante negócio”, que era dar assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas. Muitos que aceitavam a CRISTO ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias, expulsos de casa e desprezados da sociedade. Assim, ante uma crise de caráter humano, os apóstolos tiveram que tomar medidas que serviram de base para a criação do cargo ou da função de diácono que faz parte, até hoje, do ministério ordenado, nas igrejas cristãs.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140.

 

Aquilino de Pedro afirmou que o diaconato é o ministério por excelência; o serviço é a sua razão primacial. Se nos voltarmos aos atos dos apóstolos, constataremos que não exagera o ilustrado teólogo. A diaconia outra coisa não é senão um serviço incondicional e amoroso a DEUS e à sua Igreja. O diácono que não vive para servir a igreja de DEUS, não serve para viver como ministro de CRISTO. A essência do diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço também é o amoroso fundamento. Sem serviço também a diaconia é impossível. Nesse sentido, quão excelso e perfeito diácono foi o Senhor JESUS!

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

I - A DIACONIA DE JESUS CRISTO

1. Significado do termo.

A palavra diaconia é originaria do vocábulo grego diákonos e significa, etimologicamente, ajudante, servidor.  Em seu Dicionário do Novo Testamento Grego, oferece-nos W.C. Taylor a seguinte definição de diácono: garçom, servo e administrador. Na Grécia clássica, diácono era o encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre satisfeitos os convivas. Na septuaginta, eram os servos chamados de diáconos, porém não desfrutavam da dignidade de que usufruíram seus homônimos do NT, nem eram incumbidos de exercer a tarefa básica destes: socorrer os pobres e necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos olhos judaicos, era esse um cargo nada honroso. A palavra diácono aparece cerca de trinta vezes no NT.  É uma sublime função que passou a existir na Igreja Primitiva a partir de Atos, capítulo seis.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito apropriado que eles o fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi quando estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um estado de humilhação; a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado futuro. Eles precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O nosso Senhor JESUS aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de duas qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade.

[1] Nunca houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de CRISTO, que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de DEUS entrou no mundo - o Embaixador de DEUS para os filhos dos homens alguém poderia pensar que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas” (Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo. JESUS, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em aflição. Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para atender aos seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à ordem do seu senhor, e se esforçou muito para servi-los.

O Senhor JESUS serviu continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o descanso para cumprir essa tarefa.

[2] Nunca houve um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte de CRISTO, que “deu a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria honra, e talvez um sacrifício para a sua própria diversão.

CRISTO não age assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que JESUS CRISTO sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos da justiça divina por causa do pecado. CRISTO, entregando a sua vida, fez a expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma “maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At 20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos, então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente, pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando forem reunidos, embora parecessem então um pequeno rebanho.

Então esse é um bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira, e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO ao morrer por nós, não hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 261-262.

 

Mt 20.26-28 Em uma frase, JESUS ensinou a essência da verdadeira grandeza: Todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal. A grandeza é determinada pelo serviço. O verdadeiro líder coloca as suas necessidades em último lugar, como JESUS exemplificou na sua vida e na sua morte. Ser um “servo” não significa ocupar uma posição servil, mas sim ter uma atitude na vida que atende livremente às necessidades dos outros sem esperar nem exigir nada em troca. Os líderes que são servos apreciam o valor dos outros e percebem que não são superiores a ninguém; eles também entendem que o seu trabalho não é superior a nenhum outro trabalho.

A missão de JESUS era servir aos outros e dar a sua vida por eles. Um verdadeiro líder tem o coração de um servo. Os discípulos devem estar dispostos a servir porque o seu Mestre deu o exemplo. JESUS explicou que Ele não veio para ser servido, mas para servir a outros. A missão de JESUS era servir — em última análise, dando a sua vida para salvar a humanidade pecadora. A sua vida não foi “tomada”, Ele a “deu”, oferecendo-a como sacrifício pelos pecados do povo. Um resgate era o preço pago para libertar um escravo da escravidão. JESUS pagou um resgate por nós, e o preço exigido foi a sua vida. JESUS tomou o nosso lugar, Ele morreu a morte que nós mereceríamos.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 124.

 

Mt 20.28 Nesse ponto, JESUS apresenta-se — o Filho do homem — como o supremo exemplo de serviço para os outros. O versículo é claramente importante para nossa compreensão da percepção de JESUS de sua morte.

Três questões relacionadas pedem discussão.

1. Autenticidade. É bastante comum no Novo Testamento, nas palavras atribuídas a JESUS e a outras existentes em outros trechos começarem com a necessidade dos discípulos matarem o “eu” e terminarem com a morte vicária única de JESUS como um exemplo ético — ou, de forma inversa, começarem com a morte única de JESUS e tê-la aplicada como um exemplo para os discípulos (Jo 12.23-25; Fp 2.5-11; I Pe 2.18-25). Não há motivos substanciais para negar a autenticidade desse dito.

2. Sentido. Ele não veio para ser servido, como um rei que depende de incontáveis cortesãos e criados, mas para servir os outros. Stonehouse observa com acerto que esse versículo presume que o Filho do homem tem todo direito de esperar ser servido, mas, em vez disso, ele serve. Está implícita a autoconsciência de que o Filho do homem possuía origem celestial, possuía autoridade divina. A demonstração da glória divina brilha com mais esplendor quando é separada por causa da morte vergonhosa de um homem redentor. Esse é exatamente o cerne da revelação de si mesmo de JESUS e do evangelho primitivo (ICo 1.23: “Pregamos a CRISTO [Messias] crucificado”).

O Filho do homem veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”.

Resgate tem o sentido de “libertação”; e o verbo cognato, de “libertar”, sem referência ao “preço pago” (veja esp. Hill, Greek Words [Palavras gregas], p. 58-80). Isso denota substituição, equivalência, troca (cf. esp. M. J. Harris, DNTT, 3:1179s.). “A vida de JESUS entregue em morte vicária realiza a libertação de vidas confiscadas. Ele agiu em favor de muitos ao tomar o lugar deles” (ibid.,p. 1180).

O termo “muitos” enfatiza os incomensuráveis efeitos da morte solitária de JESUS: um morre, muitos encontram sua vida “resgatada, curada, restaurada, perdoada”, uma grande multidão que nenhum homem pode contar (cf. J. Jeremias, “Das Lõsegeld für Viele” [“O resgate de muitos”] , Judaica 3 [1948], p. 263).  Isso sugere que a morte vicária de JESUS é o pagamento pelo povo escatológico de DEUS e que resulta nesse povo. Isso se ajusta bem ao “muitos” de Isaías 52.13—53.12.

3. Dependência de Isaías 53. A palavra hebraica ’ãsãm inclui a noção de substituição ou, pelo menos, de um equivalente. A implicação da evidência cumulativa é que JESUS se refere explicitamente a si mesmo como o Servo sofredor de Isaías e interpretava sua própria morte sob essa luz — interpretação em que Mateus seguiu seu Senhor (Mt 3.17; 12.15-21).

D. A. CARSON. O Comentário De Mateus. Editora Shedd Publicações. pag. 504-506.

 

2. Serviço de escravo.

Diaconia significa “ministério, serviço”. JESUS CRISTO foi exemplo para a Igreja em todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa confissão” (Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi Pastor (Jo 10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, JESUS despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de “escravo”. JESUS, “... sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo- se semelhante aos homens-, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8 — grifo nosso). A expressão “tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma condição humilde e desprezível”.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 140.

 

JESUS, o Diácono dos diáconos

Foi o Senhor um diácono em tudo perfeito. Na declaração que faz Ele em Marcos 10.45, encontramos a variante da palavra diakonia duas vezes: “O Filho do Homem também não veio para ser servido [diakonêthênai], mas para servir [diakonêsai] e dar a sua vida em resgate de muitos”. Ele era Senhor, e servia a todos. Era Rei prometido, mas se dizia servo dos servos de DEUS. Deveria estar à mesa, mas ei-lo a lavar os pés dos discípulos.

Embora o apocalipse mostre-o na plenitude de sua glória, vemo-lo em Isaias, como o servo sofredor. A fim de assumir a sua diaconia, despojou-se de suas prerrogativas, assumiu a nossa forma e pôs-se a servir indistintamente a todos.

Este é o nosso Senhor; Diácono dos diáconos!

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

A AUTO HUMILHAÇÃO DE JESUS (13.4-20)

2: E, acabada a ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com a primeira oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor tirou as vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então, tomando uma toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim preparado, Ele pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que estava cingido (5). Evidentemente havia ocorrido alguma “busca de posição” entre os doze (Lc 22.24). JESUS era o único naquela sala que poderia executar até mesmo o simbolismo da purificação — pois só Ele estava limpo no sentido teológico e moral da palavra (cf. 17.19; Hb 13.12).

Quando JESUS foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? (6) A resposta de JESUS, não o sabes tu, agora, não só afirmava a ignorância de Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a vinda do ESPÍRITO), como também incluía uma promessa: tu o saberás depois (7). O que eu faço era a humilhação do Senhor, simbolizada no ato de levar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele estava proporcionando toda a obra redentora de DEUS para o homem. Hoskyns comenta que a reação de Pedro não é um contraste entre o orgulho de Pedro e a humildade de JESUS, mas, antes, “entre o conhecimento de JESUS, o qual é a base da ação, e a ignorância de Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do Messias é a causa efetiva da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26; 15.26; 16.13; 20.9).9 Mas o entendimento do futuro estava longe demais para Pedro. Ele só via a incongruência imediata da situação — JESUS lavando os seus pés. Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés — para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em tudo aquilo. Mas JESUS conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça de ser excluído da presença de JESUS, a quem Pedro amava. Se eu te não lavar, não tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade dos cristãos para aqueles que não forem purificados pelo próprio Senhor JESUS”. Se a comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo 1.7), então Pedro queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9).

Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é makarioi (Mt 5.3-12).

Embora seja verdade que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou (16), JESUS assegura aos seus discípulos o relacionamento com Ele e com o Pai. Pois se alguém receber o que eu enviar, me recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me enviou (20).

Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 116-118.

 

JESUS era o exemplo de servo, e Ele mostrou a sua atitude de servo aos seus discípulos. Lavar os pés era um ato comum nos tempos bíblicos. A maioria das pessoas viajava a pé (calçando sandálias) pelas estradas empoeiradas da Judéia. Quando entravam em casa, era costume lavar os pés. Não se oferecer para lavar os pés de um convidado era considerado uma falta de hospitalidade (veja Lucas 7.44). Lavar os pés dos convidados era o trabalho de um dos servos mais simples da casa, e deveria ser realizado quando os convidados chegassem (1 Samuel 25.41). Esta era uma tarefa subserviente. O incomum sobre este ato era que JESUS, o Mestre e Instrutor, estava fazendo isto para os seus discípulos, como o escravo mais inferior faria.

Jo 13.12-16 O ato de JESUS de lavar os pés dos discípulos demonstrava amor em ação. JESUS ensinou a estes, que logo seriam líderes, que quando eles trabalhassem para divulgar o Evangelho, deveriam antes de tudo ser servos daqueles a quem ensinassem. Os discípulos devem ter se lembrado desta lição todas as vezes que enfrentaram problemas, lutas, e alegrias junto aos primeiros crentes.

Quantas vezes eles devem ter se lembrado de que foram chamados para servir. E que diferença isto fez! Imagine como teria sido difícil o crescimento (até mesmo a existência) da igreja primitiva, se estes discípulos tivessem continuado a competir por lugares de grandeza e importância! Felizmente para nós, eles mantiveram a lição de JESUS em seus corações.

Jo 13.17 Somos abençoados (felizes, alegres, realizados), não por causa do que sabemos, mas por causa do que fazemos com aquilo que sabemos. A graça de DEUS a nós encontra a sua perfeição no serviço que nós, como vasos de sua graça, prestamos aos outros. Encontraremos a nossa maior bênção ao obedecermos a CRISTO, servindo aos outros.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 565-566.

 

Sem dúvida, os discípulos ficariam felizes em lavar os pés dele; eles não podiam conceber a ideia de lavar os pés uns dos outros, visto que essa era uma tarefa normalmente reservada para os servos mais inferiores. Pares não lavavam os pés uns dos outros, exceto muito raramente e como sinal de grande amor. Alguns judeus insistiam que não se devia exigir de escravos judeus que lavassem os pés de outros; esse trabalho devia ser reservado para escravos gentios, ou para mulheres, crianças e discípulos (Mekhilta 1 sobre Êx 21.2).

Aqui, JESUS inverte as funções normais. Seu ato de humildade é tão desnecessário quanto atordoante e é, ao mesmo tempo, uma demonstração de amor (v. 1), um símbolo de purificação salvadora (w. 6-9), e um modelo de conduta cristã (w. 12-17).

JESUS tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura - adotando, assim, as vestes de um criado doméstico, vestes que eram desprezadas tanto em círculos judaicos quanto gentios (SB 2. 557; Suetônio, Calígula, 26). Assim, ele começou a lavar os pés de seus discípulos, demonstrando, dessa forma, sua declaração: “eu estou entre vocês como quem serve” (Lc 22.27; cf. Mc 10.45 par.). Aquele que “embora sendo DEUS [...] esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo” (Fp 2.6,7). De fato, ele “foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.8). O inigualável auto esvaziamento do Filho eterno, da Palavra eterna, alcança seu ápice na cruz. Isso não significa que a Palavra mude da forma de DEUS para a forma de um servo; significa, ao contrário, que ele de tal forma veste nossa carne e vai de olhos bem abertos para a cruz que sua divindade é revelada em nossa carne, supremamente, no momento da maior fraqueza, do maior serviço (cf.1.14).

 

O reverenciado e exaltado Messias assume a função do servo desprezado para o bem de outros. Isto, junto com a noção de purificação, explica por que o episódio do lava-pés pode apontar tão efetivamente para a cruz. Mas o serviço prestado a outros não pode se restringir a esse ato único. Se o evento do lava-pés e da cruz são propiciados pelo incrível amor de JESUS (v. 1), a comunidade dos purificados que ele está criando deve ser caracterizada pelo mesmo amor (w. 34,35) e, portanto, pela mesma abnegação no esforço de servir a outros. E isto significa que o ato do lava-pés é quase obrigado a ter um significado exemplar, assim como a morte de CRISTO, embora única, tem o sentido de exemplo (e.g. Mc 10.35-45; Jo 12.24-26; IPe 2).

JESUS já havia condenado aqueles que ouvem suas palavras mas deixam de guardá-las (12.47,48; c f 8.31). Agora, ele enfatiza a verdade novamente, conforme uma ênfase repetida nos evangelhos (e.g. Mt 7.21-27; Mc 3-35; Lc 6.47,48) e em outras passagens {e.g. Hb 12.14; Tg 1.22-25).

D. A. CARSON. O Comentário De João. Editora Shedd Publicações. pag. 462-469.

 

3. O discípulo é um serviçal.

Mc 10.35-42. A repreensão que Ele fez a dois de seus discípulos, pelo ambicioso pedido que lhe fizeram. Essa história é muito semelhante à que lemos em Mateus 20.20. Mas ali está escrito que a mãe deles fez o pedido, aqui eles mesmos o fazem. Ela os apresentou e fez o pedido, e então eles a apoiaram, e concordaram com o pedido.

Observe:

1. Assim como, por um lado, existem alguns que não usam os grandes incentivos que JESUS nos deu em oração, por outro lado, também existem alguns que abusam deles. Ele tinha dito: “Pedi, e dar-se-vos-á”. E pedir as grandes coisas que Ele prometeu significa uma fé elogiável, mas era uma presunção condenável a desses discípulos, de fazer uma exigência tão ilimitada ao seu Mestre: “Queremos que nos faças o que pedirmos”.

Seria melhor que o deixássemos fazer por nós o que Ele julgar adequado, pois Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” (Ef 3.20).

2. Nós devemos tomar muito cuidado com a maneira como fazemos promessas genéricas. JESUS não se comprometeu a fazer o que eles pedissem, mas quis saber deles o que desejavam: “Que quereis que vos faça?” Ele os deixaria prosseguir com o seu pedido, para que pudessem se envergonhar de tê-lo feito.

3. Muitos foram levados a uma armadilha por falsas noções acerca do Reino de DEUS, como se ele fosse deste mundo, e como os reinos das potestades deste mundo.

Tiago e João chegam à seguinte conclusão: se JESUS ressuscitar, Ele deverá ser um rei, e se Ele for um rei, os seus apóstolos deverão ser nobres, e um deles, de bom grado, será o Primus par regni - O primeiro dos nobres do reino, e outro estará ao seu lado, como José, na corte de Faraó, ou Daniel, na de Dario.

4. A honra deste mundo é uma coisa cintilante, com a qual os olhos dos próprios discípulos de CRISTO ficaram, muitas vezes, fascinados. Mas ser bons deveria ser a nossa preocupação, mais do que parecer grandiosos, ou ter alguma proeminência.

5. A nossa fraqueza e falta de perspectiva aparecem tanto nas nossas orações quanto em qualquer outra coisa.

Não podemos dar ordens com as nossas palavras quando falamos com DEUS, tanto a respeito dele quanto a nosso respeito. E loucura fazer exigências a DEUS, mas nos submetermos a Ele é uma atitude sábia.

6. É a vontade de CRISTO que nós nos preparemos para os sofrimentos, e deixemos que Ele cuide de nos recompensar por eles. Ele não precisa ser lembrado, como precisou Assuero, dos serviços do seu povo, nem consegue esquecer a obra da sua fé e de seu trabalho de caridade.

A nossa preocupação deve ser a de termos sabedoria e graça para sabermos como sofrer com Ele, e então confiarmos que Ele possibilitará a melhor maneira de reinarmos com Ele. O Senhor também definirá quando, e onde, e quais serão os graus da nossa glória.

A repreensão de JESUS aos demais discípulos, pelo desconforto deles com o pedido de Tiago e João. Eles começaram a ficar muito descontentes, a indignarem-se contra Tiago e João (v. 41). Eles ficaram irritados com os dois por pedirem preferência, não porque isto não fosse conveniente aos discípulos de CRISTO, mas porque cada um deles esperava tê-la. Assim eles descobriram a sua própria ambição, através do seu desagrado pela ambição de Tiago e João; e JESUS aproveitou essa ocasião para adverti-los quanto a isso, e a todos os seus sucessores, no ministério do Evangelho (w. 42-44). Ele os chamou a si de uma maneira familiar, para dar-lhes o exemplo de condescendência, mesmo quando estava reprovando a sua ambição, e para ensiná-los a nunca manter os seus discípulos à distância. Ele lhes mostra:

1. Que o mundo geralmente abusa ou usa mal o domínio (v. 42): Que eles pareciam dominar os gentios, que têm o nome e o direito de governar; eles exercem soberania sobre outros, e este é o objetivo do seu estudo, não tanto para protegê-los e cuidar do seu bem-estar quanto para exercer autoridade sobre eles. Eles serão obedecidos, desejando ser arbitrários e ter a sua vontade realizada em todos os aspectos. Sic volo, sic jubeo, stat pro ratione voluntas - Assim eu desejo, assim eu ordeno; o meu prazer é a minha lei. A sua preocupação é o que os seus súditos farão para sustentar a sua própria pompa e grandeza, não o que eles farão pelos súditos.

2. Que, portanto, isso não deve ser aceito na igreja: “Entre vós não será assim”; aqueles que estiverem aos seus cuidados deverão ser como ovelhas sob os cuidados do pastor, que deve guiá-las e alimentá-las, e deve ser um serviçal para elas, não como cavalos sob o comando do cocheiro, que os faz trabalhar e os espanca, e obtém os seus pagamentos com eles. Aquele que pretende ser grande e poderoso, ao invés de se lançar a uma dignidade e a uma dominação secular, deverá ser “servo de todos”.

Ele será humilde e desprezível aos olhos de todos os que são sábios e bons: “o que a si mesmo se exaltar será humilhado”. Ou, em outras palavras, aquele que desejar ser verdadeiramente grande e importante, deverá se entregar integralmente a fazer o bem a todos, deverá se curvar aos serviços mais humildes, e trabalhar nos serviços mais duros. Não somente serão mais honrados no futuro, como também são mais honrados agora, aqueles que são mais úteis. Para convencê-los disso, JESUS apresenta o seu próprio exemplo diante deles (v. 45). “O Filho do Homem se submete primeiro às maiores dificuldades e aos maiores perigos, e depois entra na sua glória, e vocês podem esperar conseguir algo tão elevado de outra maneira, ou tendo mais facilidade ou honra do que Ele?”. (1) Ele assume “a forma de servo”. Ele “não veio para ser servido”, e atendido, “mas para servir”, e conceder a sua graça. (2) Ele se apresenta de modo obediente à morte, e ao seu domínio, pois Ele dá “a sua vida em resgate de muitos”. Pois Ele morreu para o benefício de todas as pessoas que o aceitarem como Senhor e Salvador; e será que nós não deveremos nos esforçar para viver de um modo que beneficie os salvos?

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 463-464.

 

JESUS estava pensando no que iria enfrentar em Jerusalém, e na morte que Ele sabia que lhe aguardava ali. Os discípulos, como a maioria dos judeus daquela época, tinham uma ideia errada do Reino do Messias, da maneira que este foi predito pelos profetas do Antigo Testamento. Eles pensavam que JESUS iria estabelecer um reino terreno que libertaria Israel da opressão de Roma.

Tiago e João não entenderam que o Reino de JESUS não é deste mundo; ele não está centralizado em palácios e tronos, mas no coração e na vida de seus seguidores. Nenhum dos discípulos entendeu esta verdade antes da ressurreição de JESUS.

Mc 10.38 JESUS respondeu a Tiago e João que ao fazer tal pedido egocêntrico, eles não sabiam o que estavam pedindo. Pedir posições da mais elevada honra significava também pedir um profundo sofrimento, porque eles não poderiam ter um sem o outro. Portanto, o Senhor perguntou primeiro se eles poderiam beber o cálice amargo de tristeza que Ele iria beber. O “cálice” ao qual JESUS se referiu era o cálice de sofrimento que Ele teria que beber a fim de trazer a salvação aos pecadores. Então JESUS perguntou se eles eram capazes de ser batizados com o batismo de sofrimento que Ele enfrentaria. A referência a “batismo” é uma metáfora do Antigo Testamento em que uma pessoa é esmagada pelo sofrimento.

O “cálice” e o “batismo” se referem àquilo que JESUS iria enfrentar na cruz. Nas duas perguntas, JESUS estava perguntando a Tiago e a João se eles estavam prontos para sofrer por amor ao Reino.

Mc 10.39,40 Tiago e João responderam confiantemente à pergunta de JESUS. A resposta deles pode não ter revelado bravata ou orgulho; ela mostrou a disposição que eles tinham para seguir JESUS, qualquer que fosse o custo desta decisão. Eles disseram que estavam dispostos a enfrentar qualquer tribulação por amor a CRISTO. JESUS respondeu que eles certamente seriam chamados a beber do cálice de JESUS, e seriam batizados com o seu batismo de sofrimento: Tiago morreu como um mártir (Atos 12.2); João viveu muitos anos passando por perseguições, antes de ser forçado a viver os últimos anos de sua vida no exílio, na ilha de Patmos (Apocalipse 1.9).

 

Observação minha - Pr. Luiz Henrique - JESUS sabia que dois homens estariam a seu lado em breve, mas na cruz e isso estava reservado ao PAI queme seriam eles. JESUS não desejava que fosse algum de seus discípulos.

 

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 259- 261.

Ambição de Tiago e João (10.35-45)

 

Enquanto Ele estava pensando em uma cruz, eles estavam pensando em coroas. O fardo do Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com o egoísmo que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber. A motivação dele era servir; a deles era a própria satisfação pessoal.

Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes (literalmente, “aqueles que parecem governar”) delas se assenhoreiam (42). Os discípulos sentiram o aguilhão dessas palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos governadores das províncias. Mas entre vós não será assim (43). O grande entre os seguidores de JESUS será aquele que quiser ser um serviçal (ministro) e servo (escravo) de todos (44).

Mas por que teria que ser assim? “Porque o próprio Filho do Homem não tinha vindo para ser servido, mas para servir” (45, Goodspeed). Nisto, CRISTO nos deixou o exemplo que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).

Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 288-289.

 

II - A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

1. O conceito da função.

DIÁCONO

Sua forma verbal (diakonein) significa "servir", particularmente "servir às mesas" (cf. Arndt, p. 183). Tem a conotação de um serviço muito pessoal, intimamente relacionado com servir por amor. Para os gregos, o serviço era raramente dignificado; o desenvolvimento próprio deveria ser a meta de uma pessoa ao invés da humilhação própria. Enquanto a LXX não usa a palavra diakonein ("servir"), o judaísmo conserva uma visão diferente sobre o serviço. Isso está exemplificado no segundo mandamento: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19.18; cf. Mc 12.31). Foi isso que o nosso Senhor ensinou quando lavou os pés de seus discípulos, acrescentando: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). O uso generalizado da palavra "diácono" no NT foi classificado por H. W. Beyer ("Diakoneo, etc", TDNT, II. 81-93) e foram sugeridas as seguintes formas adaptadas: (1) "o servente em uma refeição" (Jo 2.5,9); (2) "o servo de um mestre" (Mt 22.13; Jo 12.26); (3) "o servo de um poder espiritual", bom (Cl 1.23; 2 Co 3.6; Rm 15.8) ou mau (2 Co 11.14ss; Gl 2.17); (4) "o servo de DEUS" (2 Co 6.3ss.) ou de CRISTO (2 Co 11.23) como no caso de Paulo, ou como foi aplicado a seus companheiros de trabalho (1 Ts 3.1-3; 1 Timóteo 4.6; Cl 1.7; 4.7); (5) "os [gentios como] servos de DEUS" (Rm 13.1-4); (6) "um servo da igreja" (Cl 1.24,25; 1 Co 3.5). Nos escritos gregos esse nome está relacionado muito de perto com o sentido do verbo. Ele descreve um atendente à mesa, um servo, um mensageiro, um garçom e ainda era usado com referência a ocupações específicas, como padeiro ou cozinheiro. O termo aparece poucas vezes na LXX e sempre comum sentido secular. Ele descreve os servos do rei em Ester 1.10; 2.2; 6.3,5. Em Provérbios 10.4 (na LXX) o tolo deve ser "servo" do sábio. Josefo, o historiador da nação judaica, caracterizou Eliseu como "discípulo e servo" de Elias".

 

DIÁCONO

diakonos (em português, “diácono”), denota primariamente "criado", quer aquele que faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem referência particular ao seu caráter.

A palavra está provavelmente relacionada com o verbo diõkõ. “apressar-se após, perseguir" (talvez dito originalmente acerca de um corredor). "Ocorre no Novo Testamento em alusão aos criados domésticos (Jo 2.5.9); ao governante civil (Rm 13.4); a CRISTO (Rm 15.8; Gl 2.17); aos seguidores de JESUS em sua relação com o Senhor (Jo 12.26: Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); aos seguidores de JESUS em relação uns com os outros (Mt 20.26: 23.11: Mc 9.35; 10.43); aos servos de CRISTO no trabalho de orar e ensinar (1 Co 3.5: 2 Co 3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25: 1 Ts 3.2; I Tm 4.6); àqueles que servem nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só aqui no Novo Testamento]; Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos apóstolos, servos de Satanás (2 Co 11.15).

O termo diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a referência é aos anjos (Mt 22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens, o termo doulos é usado** (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine. p. 91).

O termo diakonos deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo doidos, "servo, escravo”: o lernio diakonos encara o servo em relação ao seu trabalho: o termo doidos o vê em relação ao seu mestre.

Veja. por exemplo. Mt 22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt 22.3.4.6.8.10) são os douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt 22.13) são os diakonoi.

Nota: Quanto aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa deveres públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes, “servo doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu superior" (designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa galera de guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.

Os denominados “sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome, embora o tipo de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele consignado para tal.

W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário VINE. Editora CPAD. pag. 563.

 

2. Origem do diaconato.

O ministério ou serviço dos diáconos, no Novo Testamento, surgiu a partir de uma bênção, de um problema e de uma murmuração. A bênção foi o crescimento extraordinário dos que criam em JESUS e o aceitavam como Salvador, deixando o judaísmo e outras religiões e tornavam-se cristãos. O problema foi causado pela situação social de muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas dos gregos ou gentios, que aceitavam o evangelho. A murmuração foi a reclamação desses, que se julgavam discriminados pelos líderes da Igreja, em relação ao atendimento de suas necessidades básicas. Diz o texto:

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7 — grifo nosso).

Mas os líderes da Igreja foram sábios. Não procuraram resolver tamanha questão sozinhos. Reuniram a multidão, em assembleia, a Eclésia, e eles elegeram sete homens com qualidades exemplares sobre aquele “importante negócio”, para que os líderes pudessem perseverar “na oração e no ministério da palavra”. Na maioria das igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram instituídos, que foi cuidar da assistência social dos carentes. Mas sua escolha é de grande valor para o funcionamento ministerial das igrejas cristãs.

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 141.

 

A instituição do diaconato

O diácono é o único ministério cristão a originar-se de um fato social; surgiu de uma premente necessidade da Igreja Primitiva: o socorro às viúvas helenistas. Atenhamo-nos no que diz o texto que escreveu Lucas (At 6.1-7). Do texto sagrado, apontemos alguma das razões que levaram os apóstolos a instituírem o diaconato:

a) O crescimento da Igreja

Do Pentecostes à instituição do diaconato, a Igreja Primitiva cresceu de três mil convertidos, a cinco mil; a partir daí, o rebanho do Senhor não mais parou de multiplicar-se (At 2.41; 4.4). De forma que, em atos capítulo seis, o número de discípulos já havia superado a capacidade estrutural da Igreja (At 6.1). Crescendo o número de fiéis, cresceram também os problemas. Tivesse a Igreja se limitado aos cento e vinte, certamente nenhuma dificuldade teriam os primitivos cristãos. Não haveriam de precisar de diáconos, presbíteros ou pastores. Acontece que as grandes igrejas enfrentam grandes desafios, e demandam, por conseguinte, grandes soluções. Com a chegada das ovelhas, vai o aprisco deixando sua rotina, vai o pastoreio desdobrando-se em cuidados e desvelos pelas almas, e o Reino de DEUS vai alargando suas fronteiras e descortinando os mais promissores horizontes.

b) O descontentamento social     

Relata-nos Lucas que “houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Tal contingência não podia esperar; exigia imediata solução. Caso não houvesse uma alternativa urgente e satisfatória, a situação deteriorar-se-ia, agravando a injustiça social, e aprofundando a fissura entre os dois principais segmentos culturais da igreja em Jerusalém: os hebreus (crentes judeus) e os helenistas (crentes gregos).

A situação que se desdenhava deixou os apóstolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade social eram intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt 15.7,11).

c) O comprometimento do ministério apostólico      

Continuassem os apóstolos a suprir as necessidades dos órfãos e das viúvas, haveriam de comprometer de forma irremediável as principais funções de seu ministério (At 6.2-4). Por isso deliberaram: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At 6.2-4). Como seria maravilhoso se os pastores seguissem o exemplo dos apóstolos! Infelizmente, não são poucos os que se acham de tal forma empenhados com os negócios materiais do rebanho, que já não têm tempo de orar, nem mais ligam importância à exposição da Palavra. Transformaram-se em meros executivos. Vivem mais preocupados com os rendimentos financeiros do redil do que com o bem-estar das ovelhas. Será que ainda não perceberam ter sido o diaconato instituído justamente para que os pastores nos entregassem amorosamente à oração e à proclamação dos conselhos de DEUS? Queira o Senhor que, no término de nosso ministério, possamos dizer como o apostolo Paulo: “Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de DEUS” (At 20.27).

d) A organização ministerial da Igreja

Até a instituição dos diáconos, a Igreja conhecia apenas o ministerial apostólico. Eram os apóstolos responsáveis inclusive pelo socorro cotidiano. E isto, como vimos, por pouco não compromete o desempenho do principal magistério da Igreja. Com a instituição dos diáconos, porém, formou-se a base do ministério eclesiástico. Levemos em conta também os anciãos; estavam eles sempre prontos a secundar os apóstolos. Mais tarde, o termo ancião (ou presbítero) passaria a ser sinônimo de pastor e bispo.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

1. Nosso coração se sente bem ao descobrir que cresceu o número dos discípulos (v. 1), à proporção inversa que, sem dúvida, irritou o coração dos sacerdotes e saduceus (cap. 4.1; 5.17) pelo mesmo motivo. A oposição que a pregação do evangelho enfrentou, em vez de deter seu progresso, contribuiu para o seu sucesso.

2. Causa-nos desalento descobrir que o crescimento do número dos discípulos (v. 1) dá oportunidade para discórdias. Até agora, todos eles eram unânimes em uma mesma opinião. Esta. observação frequente significava uma honra para eles. Mas agora que cresciam em número, começaram a murmurar, semelhantemente ao que ocorreu no velho mundo. Quando os homens começaram a multiplicar-se, eles se corromperam (Gn 6.1,12).

Houve uma murmuração, não uma desavença aberta, mas um ressentimento secreto. (1) Os queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra os hebreus (v. 1). Os gregos eram os judeus que se espalharam pela Grécia e outras regiões, falavam comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na versão grega, não no original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém para a festa quando aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja. Estes murmuraram contra os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o original hebraico do Antigo Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses grupos se tornaram cristãos, mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé não teve sucesso, como deveria, em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns dos outros antes da conversão. Eles retiveram um pouco do fermento velho e não entenderam ou não se lembraram de que em CRISTO JESUS não há nem grego nem judeu (Cl 3.9). Portanto, não há distinção entre hebreus e helenistas, mas todos são igualmente acolhidos em CRISTO, e deveriam ser, por causa dele, queridos uns dos outros.

(2) A murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as viúvas hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste mundo sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as grandes coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição, obviamente, com a mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram respeitar os hebreus mais que os gregos.

Contudo, houve queixa deles, que diziam estarem as viúvas gregas sendo desprezadas. Embora elas fossem aptas a receber esse tipo de assistência social, os apóstolos não lhes deram o suficiente, ou não contemplaram todas, ou não deram exatamente a mesma soma oferecida às viúvas hebreias. [1] Talvez esta murmuração (v. 1) fosse infundada e injusta, sem motivo algum. Mas aqueles que, por qualquer razão, se encontram em situação desfavorável (como estavam os judeus gregos em comparação com os que eram hebreus de hebreus), são susceptíveis a, por ciúme, acharem que estão sendo desprezados quando na verdade não estão. É erro comum de pessoas pobres que, em vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e reclamem. Tendem a pensar que recebem pouco, ou que os outros ganham mais que elas. Há inveja e cobiça, raízes de amargura que se encontram tanto entre os pobres quanto entre os ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e às quais devem se adaptar. [2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para a murmuração. Em primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres no grupo dos gregos tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem desprezadas (v. 1). Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de acordo com uma regra antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser sustentada pelos filhos do seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as viúvas, ao meu ver, são citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos desses que estavam nos registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas que tinham sido fartamente sustentadas pelas atividades dos seus maridos enquanto estavam vivos, mas que caíram em grandes dificuldades financeiras quando faleceram. Os que administram a justiça pública devem de uma maneira particular proteger as viúvas de injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que administram os fundos da caridade pública devem de uma maneira particular sustentar as viúvas no que for necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas viúvas e os outros pobres recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um cálculo prévio, sabiam que não podiam acumular sua porção para o futuro. Então os administradores dos fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a dia o pão necessário. Eles dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo visto, as viúvas gregas foram, comparativamente, desprezadas.

Talvez os que distribuíam o dinheiro consideraram que os hebreus ricos contribuíam mais para o fundo do que os gregos ricos, que não tinham propriedades para vender, como os hebreus. Por conseguinte, os gregos pobres deveriam ter menos direito ao fundo. Embora houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento cruel e injusto. Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre haverá algo impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos, algumas reclamações.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 59-60.

 

A palavra grega para ministério é traduzida como “socorro” em 11.29. Esta é, evidentemente, a ideia aqui. Com os fundos que os cristãos tornavam disponíveis (cf. 2.44- 45; 4.32-37), os pobres e os necessitados eram cuidados no cotidiano com uma doação de alimentos. Knowling faz esta sugestão significativa: “É bem possível que as viúvas helénicas tivessem sido ajudadas anteriormente com o tesouro do Templo, e que essa ajuda tenha cessado, visto que elas se uniram à comunidade cristã”.

Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 247-248.

 

Os grupos de língua grega passavam por dificuldades nos encontros cristãos, nos quais se falava – inclusive por parte dos apóstolos – o aramaico. Deve ter surgido rapidamente uma tendência para realizar reuniões próprias no idioma familiar grego. Por outro lado, a beneficência da igreja, que de acordo com At 4.35 não podia mais ser um empreendimento meramente pessoal em vista do crescente número de cristãos, mas acontecia pela mediação dos apóstolos, não alcançou de maneira plena esses grupos “helenistas”. As viúvas “estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Mais uma vez notamos como toda a narrativa de Lucas é sucinta. “E se distribuía a cada um segundo a necessidade da pessoa” (At 4.35). Assim ele escrevera, sintetizando brevemente o essencial. Para ele deve ter sido evidente que entre os “necessitados” estavam em primeiro lugar as “viúvas”. De 1Tm 5.3-16 depreendemos que a previdência para as viúvas continuou sendo uma área central do serviço da igreja. Na Antiguidade simplesmente não havia uma possibilidade de ganho próprio para mulheres. Se uma viúva não tinha filhos que providenciassem seu sustento, ela se encontrava em grande aflição. Nessa situação, porém, estavam sobretudo as viúvas dos “helenistas”. Depois de velhos, casais haviam se mudado do exterior para a Terra Santa, sobretudo para Jerusalém. Estando morto o marido, e vivendo os filhos numa terra longínqua, o que seria da esposa agora? Começou o serviço beneficente da igreja, inicialmente da judaica, e agora também da cristã. Consequentemente, as diferenças linguísticas e a grande extensão da igreja transformaram-se em empecilhos. Naquele tempo as viúvas viviam uma vida sossegada e recatada. Provavelmente os apóstolos conheciam melhor as viúvas do grupo aramaico e viam-nas com mais frequência. As viúvas helenistas eram “esquecidas”. Tampouco Lucas relatou que essa “distribuição para cada um de acordo com sua necessidade” já levara a uma forma de ajuda regular. Uma atividade dessas se consolida inesperadamente numa instituição. Ao que parece, portanto, desenvolveu-se a prática de alimentar regularmente os necessitados, de realizar refeições diárias para as quais as viúvas helenistas não eram convidadas. Porém, a circunstância de que determinadas pessoas não apenas se viam excluídas de uma doação livre e eventual, mas de uma assistência regular, que parecia conceder também a elas um “direito” a determinados benefícios, gera especial tristeza e amargura. Todos sabemos com que rapidez nos sentimos magoados, com que facilidade suspeitamos de “intenções” por trás de esquecimentos que na realidade se explicam por razões bem inofensivas. Rapidamente generalizamos casos isolados, e o egoísmo coletivo acaba exacerbando tudo. “Houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária.”

Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.

 

3. A escolha dos diáconos.

O diaconato não é um ministério como em Efésios 11.4 (podemos colocá-los como auxiliares do ministério congregacional)

Ministério é um trabalho, ou função eclesiástica, exercida por aqueles que são biblicamente chamados e escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.

A instituição do diaconato não foi inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, pois foi uma decisão tomada pelos apóstolos para resolverem uma questão estrutural da igreja, quem os escolheu foi o povo de fala grega e confirmada depois pelos apóstolos.

Observação minha - Pr. Luiz Henrique

 

A real dimensão do diaconato

O pastor é sobre os diáconos da igreja. Que ele reconheça sempre a verdadeira dimensão de seu cargo e a exata razão de sua chamada. Cabe aqui lembrar o que disse Otis Bardwell, experimentadíssimo diácono: “O diácono não foi chamado para receber honrarias, mas para servir a DEUS e à Igreja”.

O diaconato como um importante negócio

Na versão Revista e Corrigida de Almeida, lemos: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões (...) aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). A versão atualizada, porém, buscando maior aproximação com o grego, usa a seguinte expressão: “aos quais encarreguemos deste serviço”. É o diaconato, afinal, um serviço ou um importante negócio?  Ambas as coisas, pois estão certas ambas as versões. A palavra grega chréia tanto pode ser traduzida como serviço quanto como negócio. Ela pode ser compreendida, ainda, como “um serviço para suprir auxílio em caso de necessidade”. Portanto, nenhum erro cometeu os revisores dessas versões. Servir a Igreja, a Noiva do Cordeiro, é de fato um importante negócio! Pense nisso, diácono, e conscientize-se de sua responsabilidade.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

Até aqui, os apóstolos dirigiam a atividade assistencial. As pessoas lhes faziam pedidos e apelavam em casos de rixas e injustiças.

1. Como o método foi proposto pelos apóstolos: Eles convocaram a multidão dos discípulos (v. 2), os diligentes das congregações de cristãos de Jerusalém, os homens em posição de liderança. Os doze sozinhos não determinariam nada sem eles, pois há vitória na multidão dos conselheiros (Pv 24.6). Em assuntos dessa natureza, os discípulos, que eram mais entendidos nos negócios desta vida, dariam melhor conselho do que os apóstolos. (1) Os apóstolos ressaltaram veementemente: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v. 2). Seu dever era pregar a palavra de DEUS. Eles não tiveram a oportunidade de estudar para ser pregador como acontece conosco (eles recebiam a palavra no momento em que a proferiam e estudavam o Antigo Testamento, Mt 10.19). Acharam que era muita atividade para uma pessoa só empregar todas as suas reflexões, cuidados e tempo, embora um desses homens valesse mais que dez de nós. Se fossem servir às mesas, deveriam, em certa medida, deixar a palavra de DEUS e a oração. Não haveria como atender a obra da pregação com o zelo e atenção devidas.   Além disso havia as chicotadas recebidas nas costas. Enquanto o número dos discípulos era pequeno, os apóstolos conseguiam administrar sem fazer interrupções importantes em sua atividade principal. Mas agora que o número dos discípulos estava aumentando, não mais seria possível proceder dessa forma. Não é razoável, ouk areston estin não é conveniente, ou não é recomendável (v. 2).Veja que a oração, o estudo da bíblia e a pregação do evangelho é a melhor obra, a mais apropriada e necessária com a qual o ministro pode se envolver e com a qual deve se ocupar inteiramente (1 Tm 4.15). Para realizá-la, ele não deve se embaraçar com negócio desta vida (2 Tm 2.4), e nem mesmo com a obra de fora da Casa de DEUS (Ne 11.16).

(2) Os apóstolos pediram aos irmãos que fossem escolhidos sete varões (v. 3), bem qualificados para o objetivo em vista, cujo negócio seria servir às mesas, diakonein trapezais - ser diáconos às mesas (v. 2). O negócio tinha de ser bem cuidado, mais bem administrado do que fora até o momento pelos apóstolos. Logo, pessoas apropriadas eram inseridas ocasionalmente no ministério da palavra e da oração, mas não tão dedicadas a essas funções como eram os apóstolos. Elas deviam cuidar das provisões da igreja, ou seja, inspecionar, pagar e manter as contas. Tinham de comprar o que fosse necessário para a festa ágape (Jo 13.29) e atender tudo que fosse necessário in ordine ad spiritualia - para os exercícios espirituais, a fim de que tudo fosse feito com decência e ordem, e ninguém fosse negligenciado. [1] Os candidatos tinham de ser devidamente qualificados. Os irmãos da congregação de fala grega deviam escolher, e os apóstolos, ordenar. Mas os irmãos da congregação não tinham autoridade para escolher, nem os apóstolos para ordenar homens totalmente impróprios para o ofício. Eles deveriam ter qualificações: Escolhei [...] sete varões (v. 3), tantos quantos julgarem que bastariam por ora; mas depois o número poderia ser maior caso houvesse necessidade. Estes deviam ser, em primeiro lugar, homens de boa reputação (v. 3), livres de escândalo, considerados pelos vizinhos como homens íntegros e fiéis, de bom testemunho, em quem se pode confiar, sem a marca de vícios e maus hábitos, mas, ao contrário, reputados por tudo que seja virtuoso e louvável, martyroumenoics - homens que produzam bons testemunhos em seu convívio social. Veja que os que são postos em qualquer ofício na igreja devem ser homens de boa reputação, irrepreensíveis. E não só isso, mas de caráter admirável, requisito indispensável ao ofício e sua execução. Em segundo lugar, eles deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO (v. 3), cheios dos dons e da graça do ESPÍRITO SANTO, que são necessários para a administração correta deste cargo. Tinham de ser honestos, hábeis e ousados: Homens capazes, tementes a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza (Ex 18.21). Deveriam estar cheios do ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, eles deviam ser homens cheios [...] de sabedoria (v. 3). Não bastava que fiassem homens honestos e bons, deviam também ser homens discretos e de bom siso, que não pudessem ser enganados e que organizassem as tarefas com disciplina. Deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, quer dizer, do ESPÍRITO SANTO como ESPÍRITO de sabedoria.

Os que recebem a incumbência de tratar não só do dinheiro público como de distribuir meios de sobrevivência aos pobres devem ser cheios [...] de sabedoria para que o distribuam não só com fidelidade, mas com comedimento. [2] Os candidatos tinham de ser nomeados pelos irmãos da congregação:

Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões (v. 3). Considerai entre vós quem são os mais adequados para tal função e em quem podeis confiar de modo mais satisfatório”. Presumia-se que os irmãos de fala grega da congregação soubessem melhor que os apóstolos, ou pelo menos fossem mais aptos para se informar do caráter desses homens. Por conseguinte, cabia-lhes o privilégio da escolha.

[3] Os apóstolos ordenariam os escolhidos ao serviço e lhes dariam o cargo para que soubessem o que fazer e tivessem consciência de fazê-lo. Os apóstolos lhes dariam autoridade para que as pessoas interessadas soubessem a quem fazer solicitações e se submeter em assuntos dessa natureza: Homens aos quais constituamos sobre este importante negócio (v. 3) para assumir essa responsabilidade e cuidar para que não haja desperdício ou falta.

(3) Os apóstolos se entregaram inteiramente à obra como ministros, agindo com a maior cautela possível para desobrigar-se convenientemente desse ofício laborioso: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (v. 4). Veja aqui: [1] Quais são os dois grandes meios de graça do evangelho: a palavra e a oração (v. 4). Por meio deles, a comunhão entre DEUS e o seu povo é mantida e preservada. Pela palavra, DEUS fala com o povo e, pela oração, o povo fala com DEUS. Essas práticas têm uma ligação mútua entre si. [2] Qual é o grande negócio dos ministros do evangelho: dedicar-se continuamente à oração e ao ministério da palavra (v. 4). Eles devem ser a boca de DEUS para o povo no ministério da palavra, e a boca do povo para DEUS na oração. Não devemos só ministrar a palavra, temos também de orar por eles para que essa ministração seja eficaz. A graça de DEUS pode fazer tudo sem a nossa oração, mas a nossa oração não pode fazer nada sem a graça de DEUS. Os apóstolos foram capacitados com dons extraordinários do ESPÍRITO SANTO, línguas e milagres. Contudo, as práticas às quais eles se dedicavam continuamente era pregar e orar, para, por meio delas, edificar a igreja.

2. Como esta proposta foi aceita e posta em execução pelos discípulos. Os apóstolos não impuseram a proposta por poder absoluto, embora tivessem o direito de exigir o que se deveria fazer (Fm 8). Mas propuseram como algo altamente conveniente, e este parecer contentou a toda, a multidão (v. 5) dos discípulos (v. 2). A multidão [...] dos discípulos se agradou em saber que eles se dedicariam à palavra e à oração. Eles não contestaram a proposta, nem adiaram sua implementação.

(1) A multidão [...] dos discípulos elegeu as pessoas (v. 5). Não é provável que todos tivessem escolhido os mesmos homens. Todo o mundo tinha o amigo de quem pensava bem. Mas a maioria dos votos caiu nas pessoas aqui nomeadas, tendo o consentimento tanto dos candidatos quanto dos eleitores.

Esse método deve ser reputado à providência de DEUS, que tem o coração e a boca de todos os homens em seu poder. Há uma lista dos indivíduos escolhidos. É mais provável que estes homens se encontrassem entre os que se converteram desde o derramamento do ESPÍRITO até a presente hora. O enchimento do ESPÍRITO era um dos requisitos para todos aqueles que fossem escolhidos para este serviço. Reflitamos acerca destes sete varões. [1] Dentre estes sete varões estava pelo menos um que vendeu suas propriedades e depositou o dinheiro no fundo assistencial (aos pés dos apóstolos). Portanto, estes varões eram os mais aptos para receber a incumbência da distribuição daquilo alguns deles mesmos doaram. [2] Estes sete varões eram todos do grupo dos gregos ou judeus helenistas, porque todos têm nomes gregos. Esta medida seria provável para silenciar a murmuração dos gregos (a qual ocasionou essa decisão) e para garantir que os estrangeiros não fossem negligenciados visto que a responsabilidade foi colocada em estrangeiros. Foram escolhidos Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau.

Nicolau (v. 5) era prosélito de Antioquia. Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO. Ele tinha muita fé na doutrina de CRISTO. “Cheio de fidelidade, cheio de coragem” (conforme traduzem alguns), porque estava cheio [...1 do ESPÍRITO SANTO, dos seus dons e graças. Ele era homem extraordinário e de destaque em tudo o que era bom. Seu nome significa “coroa”. Filipe é o segundo nomeado, porque ele, tendo servido bem como diácono, adquiriu para si boa posição (1 Tm 3.13), e depois foi ordenado ao ofício de evangelista. Ele era companheiro e cooperador dos apóstolos (cap. 21.8; compare com Ef 4.11). É óbvio que a pregação e o batismo, serviços que ele desempenhava (lemos no capítulo 8.12), não eram funções de diácono, mas de evangelista. Foi promovido a evangelista, pois fazia a obra de um evangelista, principalmente em Samaria, onde o povo se convertia vendo e ouvindo os sinais que Filipe fazia. O último nomeado é Nicolau. Dos outros pouco se sabe. (2) Os apóstolos designaram estes sete varões para o trabalho de servir às mesas por ora (v. 6). A multidão [...] dos discípulos os apresentou aos apóstolos (v. 6), que aprovaram os candidatos e os ordenaram. [1] Os apóstolos oraram (v. 6) com os sete varões e por eles, para que DEUS lhes desse cada vez mais do ESPÍRITO SANTO e sabedoria e para que os qualificasse para o serviço ao qual foram chamados. Oraram ainda a fim de que DEUS fizesse deles uma bênção para a igreja e, particularmente, para os pobres do rebanho. Todos que são envolvidos no serviço da igreja devem ser entregues à direção da graça divina por suas orações. [2] Os apóstolos impuseram as mãos (v. 6) sobre os sete varões, quer dizer, eles os abençoaram em nome do Senhor (SI 129.8), pois a imposição de mãos era usada para esse fim. Assim Jacó [...] abençoou cada um dos filhos de José (Hb 11.21), e, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior (Hb 7.7). Dessa maneira, eles estavam autorizando os sete varões a exercerem seu ofício e colocando sobre os membros da congregação a obrigação de observarem os diáconos nesse particular.

O avanço da igreja depois disto.

Quando as coisas foram postas em ordem na igreja (queixas atendidas e inquietações acalmadas), a igreja se firmou (v. 7).

1.A palavra de DEUS [...] crescia, (v. 7). Agora que os apóstolos resolveram manter-se mais do que nunca restritos à oração e à pregação, o evangelho espalhou-se mais e devido à demonstração de mais poder. Os ministros que se desembaraçam de empregos seculares e se dedicam completa e vigorosamente à obra, contribuem muito para o sucesso do evangelho.

2. Os cristãos cresceram a cântaros: Em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos (v. 7). Quando JESUS estava na terra, o seu ministério teve pouco sucesso em Jerusalém. Agora essa cidade proporciona a maioria dos convertidos. DEUS tem seus remanescentes até nos piores lugares.

3. Grande parte dos sacerdotes obedecia, à fé (v. 7). A palavra e a graça de DEUS são grandemente glorificadas, quando as pessoas menos prováveis são influenciadas pelo evangelho, como ocorre aqui com os sacerdotes, que ou se opuseram ou pelo menos se uniram com os que se opunham à mensagem evangelística. Os sacerdotes estavam propensos a serem conduzidos pelo evangelho de CRISTO. Pelo visto, eles vieram em massa. Muitos deles concordaram em unir-se e entregar, de uma só vez, seus nomes a JESUS CRISTO para continuarem tendo o crédito uns dos outros e para fortalecerem as mãos uns dos outros: uma grande multidão de sacerdotes foi, pela graça de DEUS, ajudada a vencer seus preconceitos e a obedecer à fé, assim é descrita conversão dos sacerdotes. (1) Os sacerdotes adotaram a doutrina do evangelho. Seus entendimentos foram levados cativos ao poder da verdade de CRISTO, e todo pensamento contestador e oponente foi conduzido à obediência de CRISTO (2 Co 10.4,5).

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 60-63.

 

“Servir” é o verbo diakoneo. O substantivo cognato diakonia é traduzido como “ministério” no versículo 1. Como “diácono” vem de diakonos, os homens aqui escolhidos são frequentemente mencionados como “os sete diáconos”, mas esta designação não lhes é dada no texto. Provavelmente, não havia um cargo técnico como o dos diáconos neste estágio primitivo da igreja.

“Servir às mesas” normalmente é interpretado como servir comida. Mas a palavra trapeza era usada para as mesas dos cambistas (e.g., Mt 21.12). Em Atenas, hoje, pode-se ver uma Trapeza em cada banco. Também trapezeites (somente em Mt 25.27) significa “banqueiro”, ou “cambista”. Lumby comenta aqui: “Servir às mesas significa dirigir a mesa ou o balcão onde o dinheiro era distribuído”. E possível que a frase fosse interpretada com o sentido mais amplo de administrar os assuntos financeiros da igreja, da qual uma parte importante era a provisão de comida para os necessitados. Não é provável que os doze apóstolos realmente servissem às mesas de comida, embora tivessem servido pão e peixes, com as próprias mãos, aos cinco mil e aos quatro mil. De qualquer forma, o verbo forte traduzido como deixemos (ou “abandonemos”) implica que todo o tempo dos doze estava sendo tomado por estes cuidados com as necessidades temporais dos irmãos”. Quando ministros ordenados passam a maior parte do tempo cuidando dos assuntos materiais da igreja, a vida espiritual do povo fica prejudicada.

As qualificações destes homens deviam ser três: 1. Boa reputação; 2. Cheios do ESPÍRITO SANTO; 3. Cheios... de sabedoria — “sabedoria prática” ou tato. Essas ainda são as três qualificações principais para os trabalhadores cristãos.

Aqui temos alguma ajuda sobre “como solucionar problemas”: 1. Reconhecer o problema (1-2a); 2. Recusar-se a subordinar o que é essencial (26); 3. Remover as causas de reclamações (3-6); 4. Colher os resultados de uma solução sensata (7).

O resultado desta manobra tática que libertou os apóstolos para um ministério espiritual de tempo integral tinha três partes: 1. A palavra de DEUS crescia em poder e em publicidade; 2. Multiplicava-se muito o número dos discípulos em Jerusalém, devido tanto às necessidades materiais quanto às espirituais da congregação que estava sendo cuidada adequadamente; 3. O crescimento de grande parte dos sacerdotes que obedecia à fé — Josefo diz que havia vinte mil sacerdotes nessa época. Por que a menção especial à conversão de grande número de sacerdotes? Lumby sugere: “Para estes homens, o sacrifício seria maior do que para os israelitas comuns, pois eles sentiam o peso completo do ódio contra os cristãos, e perdiam o seu status e apoio, assim como os seus amigos”.

Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 248-250.

 

Nas comunidades judaicas a diretoria local geralmente era formada por sete homens, os quais eram chamados “os sete da cidade”. Por isso os apóstolos podem ter pensado involuntariamente nesse número. Seja como for, esses homens depois são denominados “os Sete” (At 21.8).

Lucas não está descrevendo como um cargo “inferior”, o da “diaconia”, é criado ao lado do cargo mais alto de “apóstolo”. Não contribui para o “surgimento da constituição eclesiástica”. Pelo contrário, está mostrando como uma igreja viva sabe tomar providências práticas quando aparecem dificuldades e carências, vendo também em atividades dessa natureza repercussões do ESPÍRITO de DEUS que nela habita.

 

At 6.4 “Quanto a nós, porém, perseveraremos na oração e no ministério da palavra.”

 

Observação minha - Pr. Luiz Henrique - O dinheiro e alimentos não eram mais importantes do que a oração e a palavra para os apóstolos. Será que é assim em nossos dias?

 

Deveríamos ouvir de forma nova o que os apóstolos expressam com tanta clareza e determinação. Em primeiro lugar citam a necessidade da oração! Será que a flagrante impotência de nossa igreja não tem como raiz o fato de que nossos ministros não conseguem mais “perseverar na oração” por causa de tantas sobrecargas? Mais uma vez admiramos a força de formulação do ESPÍRITO SANTO quando Pedro acrescenta à oração o “serviço da palavra”. O “serviço da palavra” simplesmente não deixa sobrar tempo e força para outro ministério. Será que isso realmente seria diferente nos dias de hoje?

No caso desses homens ocorre algo semelhante como no caso dos apóstolos. Na sequência ouviremos mais somente sobre Estêvão e Filipe; os demais não são mais citados em Atos dos Apóstolos. Assim também ouvimos mais acerca de Pedro e João do que dos outros apóstolos.

 

Observação minha - Pr. Luiz Henrique - Já imaginou sobre o que seria a igreja se entre cada grupo de doze ou de sete surgissem dois como Pedro e João ou como Estêvão e Filipe?

 

Desde o AT a imposição das mãos era uma transferência real de plenos poderes e força para o ministério (Nm 27.18-23; Dt 34.9), o que é enfatizado seriamente pela imagem negativa oposta, de transmissão real da culpa pela imposição das mãos (Êx 29.15; Lv 16.21; Nm 8.12).

Werner de Boor. Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.

 

A imposição das mãos na Igreja significa confirmar autoridade e poder a outrem para uma tarefa espiritual, segundo autorização de JESUS CRISTO.

A imposição das mãos na Igreja também significa separar alguém para receber uma bênção especial por parte de DEUS.

 

III - O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO

1. Qualificações do diácono.

Os diáconos tiveram papel muito honroso nos primórdios da Igreja. Os bispos e os diáconos eram líderes da igreja. Paulo usou o termo diáconos como favorito para si e para seus cooperadores, muitas vezes significando servos ou servas que lhe prestavam algum tipo de serviço (cf. Rm 16.1). As qualidades são exigidas em Atos 6.1-7. Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato. Após enumerar as qualificações para bispo ou presbítero, Paulo aproveita o ensino para discorrer sobre as qualificações dos diáconos ou ministros que serviam nas igrejas. E o faz de modo imediato, sem lacuna ou pausa em sua ministração, dizendo que os diáconos, “da mesma sorte” que os bispos ou presbíteros, deveriam ter as seguintes qualificações (1 Tm 3.8-10, 11-13):

1) “Sejam honestos”. Isso significa que devem ser “honrados, dignos, corretos, íntegros”. Corresponde à “boa reputação”, indispensável ao indicado para diácono, quando houve sua instituição (At 6.3); nas igrejas, hoje, os diáconos recolhem dízimos e ofertas; alguns são tesoureiros, em congregações ou igrejas. Se forem desonestos, podem cair no laço do Diabo de roubarem até os dízimos, como já aconteceu em várias ocasiões. Para sua maldição (Zc 5.3,4).

2) “Não de língua dobre”. Isto é, que não sejam homens de duas palavras, ou de “duas caras”; que diz uma coisa sobre um assunto, e diz outra coisa sobre o mesmo problema. JESUS disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Um animal que tem língua dobre (dupla) é a serpente.

3) “Não dados a muito vinho”. No tempo de Paulo, a exemplo do que ocorria no tempo de JESUS, o vinho era uma bebida familiar. Havia o vinho fermentado e o não fermentado, o suco da uva (gr. guenematos tês ampèlou), que JESUS tomou na instituição da Ceia. Não fica bem para o diácono (ministro, servo), ser habituado a tomar vinho ou qualquer bebida alcoólica.

4) “Não cobiçosos de torpe ganância”. Um diácono não deve ser ganancioso, ou seja, cobiçoso, ávido por dinheiro, ou qualquer outro tipo de vantagem ou lucro pessoal, na obra do Senhor, ou em sua vida pessoal. Muitos têm afundado moralmente, por causa da desonestidade, que resulta da ganância por riquezas materiais (1 Tm 6.10).

5) “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Esse “mistério” é a revelação de DEUS, através de CRISTO (cf. Rm 16.25). E “a sabedoria de DEUS oculta em mistério”, “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. “Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS” (1 Co 2.9,10). O diácono deve ter consciência de que não é um serviçal qualquer, mas um “servo de DEUS” a serviço da sua Igreja.

6) “Que sejam primeiro provados”. Só deve ser indicado para ser diácono pessoa que seja avaliada pelo ministério, ou pela liderança. “Depois sirvam, se forem irrepreensíveis”. Tal recomendação demonstra a responsabilidade de quem indica um crente para o diaconato. Ele não vai fazer um trabalho qualquer, mas um “importante negócio” (At 6.3). Deve ser “irrepreensível” (íntegro, fiel).

7) “Maridos de uma mulher”. Os diáconos devem ser homens fiéis às suas esposas. Não significa que está inapto para o ministério ou diaconia, se foi vítima de uma infidelidade conjugal. Se for o causador da infidelidade fica desqualificado para o diaconato. O radicalismo não constrói bom entendimento das Escrituras. Um diácono não pode ser bígamo ou infiel.

 

Observação minha - Pr. Luiz Henrique - Melhor seria que só se casasse uma vez, mesmo que ficasse viúvo, também o divórcio era impensável.

 

8) Que ‘‘governem bem seus filhos e suas próprias casas”. A exemplo dos bispos ou presbíteros, os diáconos também devem ser bons donos de casa, bons esposos e bons pais; que saibam cuidar de seus filhos, para poderem cuidar das atividades que lhes forem confiadas na casa de DEUS.

Após enumerar essas qualificações para o diaconato, Paulo conclui, dizendo que os que as possuírem alcançam uma avaliação positiva para servirem na igreja: “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).

Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 142-144.
 

Tenho um amigo, cuja vocação é ser diácono. Neste ministério, não lhe foi difícil alcançar a excelência. Pois sempre reconheceu, com profunda humildade, ter sido ungido para servir à mesa de CRISTO, à mesa da Igreja e a mesa de seu pastor. Para esse meu amigo, é a diaconia uma raríssima oportunidade de agradar ao Senhor JESUS.

Com que solicitude, serve ele a Igreja de CRISTO! Sabe lidar com as crianças. É tolerante com os jovens. Trata os idosos com paciência. Socorre os necessitados. Evangeliza. E está sempre à disposição dos que se afadigam na Palavra. Tão especial é esse meu amigo que o ministério achou por bem, certa vez, homenageá-lo. Mas como premiar alguém que tão eficazmente vinha desempenhando o diaconato? Que ao presbitério seja promovido! E, assim, foi. De um dia para o outro, perdemos um excelente diácono, e não ganhamos um presbítero. Tempos depois, lá estava o meu amigo importunando o pastor a fim de voltar às lides diaconais. E a sua importância era tão oportuna, que não havia como desconsiderá-la. A fim de remediar a situação, houveram por bem “removê-lo” à função para qual fora vocacionado.

I. AS QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO

As qualificações diaconais são os requisitos imprescindíveis que tornam o obreiro cristão apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e de serviço aos santos. Tais qualificações acham-se compreendidas em Atos 6.3 e na primeira Epístola de Paulo a Timóteo 3.8-13. Em ambas as passagens, há um elenco de virtudes e requisitos, que só encontraremos em homens de valor. Por que tais qualificações fazem-se tão necessárias?

A resposta é óbvia. Diferentemente do escravo do AT, de quem era requerida apenas uma cega subserviência, o diácono do NT viria a ocupar um lugar de honrado destaque na Igreja de CRISTO. Não seria ele um servo comum; erguer-se-ia como ministro. Eis a seguir os requisitos exigidos:

1. De boa reputação

Afirmou Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o admirável poeta latino estivesse a reviver os passos iniciais da Igreja de CRISTO, certamente haveria se içar a reputação à mais alta das grandezas sociais. Pois a primeira virtude que os cristãos primitivos reclamaram dos postulantes ao diaconato foi justamente a boa reputação: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação...” (At 6.3).

a) O que é a reputação

Originaria do vocábulo latino reputatione, a palavra reputação significa fama, celebridade e renome. O erudito evangélico Samuel Vila realça quão significativo é este termo: “Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a nossa língua. É a nossa fama ou crédito pessoal; é algo que se submete ao julgamento público todos os dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a uma pessoa ante o fórum da moral pública”.

De conformidade com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já vinham sendo observados e rigorosamente julgados tanto pelo colégio apostólico quanto pela igreja. E, nesse julgamento, foram todos eles aprovados com o máximo louvor. Por conseguinte, antes de separarmos um obreiro ao diaconato, exijamos tenha ele uma boa reputação. Se não for bem-conceituado diante da igreja e do ministério, que não seja aceito. E que sua reputação seja também comprovada pela família e pela sociedade.

O diácono haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e prestimoso, um cidadão honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua reputação não transcender a tais limites, reprovemo-lo. Doutra forma, trará somente aborrecimentos à igreja, e transtornos à obra de DEUS.

b) O significado grego da palavra reputação

No original, temos o vocábulo marturouménous que significa não somente reputação como também testemunho. Devem os diáconos portanto, desfrutar de um inconfundível atestado público. Que todos lhe comprovem a idoneidade do caráter e a fé sábia e experimentada nas boas obras. Você tem zelado por sua reputação? Como obreiros de CRISTO, somos submetidos a julgamentos diários. Somos julgados em casa, na sociedade e na igreja. Até mesmo em nosso íntimo, somos nós julgados. É com base em tais julgamentos que seremos chamados a ocupar as maiores responsabilidades no Reino de DEUS. Você tem um nome a zelar; cuide de sua reputação.

2. Cheios do ESPÍRITO SANTO

O ser cheio do ESPÍRITO SANTO é o mesmo que ser batizado? Mais do que isso - os discípulos só eram considerados cheios do ESPÍRITO SANTO somente depois de haverem passado pela experiência pentecostal (At 2.4; 10.47; 19.6). Sobre a controvérsia, pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o ESPÍRITO SANTO foi dado aos homens, os discípulos foram batizados e ao mesmo tempo cheios do ESPÍRITO SANTO”. Stanley M. Horton também é bastante taxativo; não admite réplicas: “Todos os 120 presentes foram cheios, todos falaram em novas línguas, e o som das línguas foi publicamente notório” (Grifos nossos).

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO”. Como harmonizar essa recomendação de Paulo com a reivindicação feita aos sete diáconos? Em primeiro lugar, há que se entender que, em todos os episódios de Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “encher do ESPÍRITO SANTO”, temos um ato soberano e instantâneo de DEUS. É algo que se dá de fora para dentro, de cima para baixo.

Temos, aqui, pois, a efusão ou derramamento do ESPÍRITO SANTO. Ao passo que, em Efésios, deparamo-nos não com um ato, mas com um processo de enchimento que se dá de dentro para fora. E este processo, ao contrário daquele, depende da vontade do crente. Se este não seguir a recomendação bíblica, e desprezar o exercício da piedade, não poderá conservar o enchimento do ESPÍRITO SANTO.

Vejamos como, no original, o verbo grego é usado em Efésios 5.18: allá plerousthe em pneúmati. “Mais enchei-vos do ESPÍRITO SANTO”. O verbo plerousthe acha-se no presente do imperativo passivo da segunda pessoa do plural. Neste caso, o tempo presente exige uma ação habitual continuada. É como se o apóstolo Paulo estivesse recomendando aos irmãos de Éfeso: “Deveis, constante e permanentemente, permitir que o ESPÍRITO SANTO domine vossas vidas”. Deve o diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no ESPÍRITO SANTO como também manter a plenitude do ESPÍRITO através do cultivo da piedade e do fruto do ESPÍRITO SANTO. É uma ordem a ser cumprida hoje e por todo o crente, seja este obreiro ou não.

Conclui-se, pois, que os diáconos têm de ser não somente batizados no ESPÍRITO SANTO como se manter na plenitude do ESPÍRITO.

É por isso que separamos para o ministério somente os que, além de sua comprovada conversão, já receberam o batismo com o ESPÍRITO, e na plenitude do ESPÍRITO SANTO, perseveram. Por ser um ministério que se põe na linha de frente, exige de quem o exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão ou Felipe não desfrutassem de semelhante virtude? Como se haveria naqueles dias tão difíceis?

3. Cheio de sabedoria

Alguém já disse, mui apropriadamente, que este é o século do conhecimento, mas não da sabedoria. Embora tenhamos avançado tanto, em todas as áreas da tecnologia, espiritualmente pouco, ou quase nada logramos. Se para obter conhecimento, bastam os estudos e a pesquisa, o mesmo não acontece com a sabedoria. Para se a conquistar, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da piedade; o temor do Senhor é o seu princípio (Pv 1.7).

De acordo com a ótica Bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos, agimos e reagimos às circunstâncias; é o reflexo da natureza divina em nossa existência. Traduz-se a sabedoria num viver irrepreensível e santo. Esse era o tipo de sabedoria que os apóstolos esperavam encontrar nos diáconos. Não buscavam necessariamente homens ilustrados e cultos. Mesmo porque, como diria Chaucer, nem sempre são os mais eruditos igualmente os mais sábios. Os diáconos, porém, não deveriam eles de ser plenos. A expressão grega não deixa dúvidas: pléreis sphías. Cheios de sabedoria! É o que se impunha a cada um dos diáconos.

a) O que é sabedoria

Afirma Souter que a sabedoria é “o variado conhecimento de coisas humanas e divinas adquirido pela agudez e experiência, e resumida em máximas e provérbios; perícia na direção de afazeres; prudência nas relações com homens incrédulos; discrição e aptidão em ensinar a verdade; o conhecimento e a prática dos requisitos de uma vida reta e piedosa; conhecimento do plano divino. Por conseguinte, a sabedoria que as Sagradas Escrituras estão a exigir dos diáconos não é a cultura livresca e acadêmica. É a experiência que nos advém de uma vida de intima comunhão com o Senhor.

b) Como adquirir semelhante sabedoria

A verdadeira sabedoria é adquirida através da:

- Leitura diária da Bíblia Sagrada: quanto não temos de aprender dos profetas e apóstolos! Foram estes sábios divinamente inspirados a espargir luz onde só havia trevas. E todas as vezes que, com eles nos privamos, tornamo-nos mais sábios.

- Orando e chorando: faz bem o diácono que se dedica diariamente a oração. É um exercício que requer perseverança e Constância. Quanto mais buscar a DEUS, mais municiado sentir-se-á. E, com o passar dos tempos, haverá você de constatar que o seu ministério será de tal forma honrado, que, naturalmente (ou sobrenaturalmente?), estará a realizar outras tarefas ao seu Senhor? Haja vista o que aconteceu a Estevão e a Felipe.

- Cultivando o temor do Senhor: a Bíblia é muito clara: o princípio da sabedoria é o temor a DEUS (Pv 1.7). Esse temor, que pode ser interpretado como a mais profunda e singular reverência ao Todo-Poderoso, força-nos a cultivar uma vida de intensa piedade. A partir daí, tudo faremos para jamais desagradar ao Único e Verdadeiro DEUS (Ap 14.7).

4. Sejam honestos

Pelas expressões que usa, tinha ele os diáconos em elevada consideração. Destes, exige o apóstolo promovidas qualificações: “Da mesma sorte os diáconos” (1 Tm 3.8). No original, tal expressão é mui significativa: Diakónous hosaútos. Devem os diáconos, portanto, ser tão qualificados quanto os bispos.

a) O que é honestidade

Probidade, decência, decoro. É a qualidade de quem é íntegro e digno. A palavra grega para honestidade é semnótes: seriedade, honradez, respeito.

b) A razão da honestidade

Em virtude de suas obrigações administrativas, o diácono tem de se mostrar incorruptível. É ele quem estará a lidar com os tesouros dos santos. Em muitas igrejas, além de recolher os dízimos e ofertas, estará também administrando os recursos captados aos homens, mulheres, jovens e crianças que vêm ao santuário adorar ao Criador com as suas fazendas e haveres. Caso não seja honesto, agirá o diácono como Judas: lançara mão de quanto se deposita na bolsa do CRISTO (Jo 12.6).

A honestidade também é sinônima de seriedade. Como estará o diácono a tratar como povo, é imperativo inspire ele respeito. Como seria lamentável se as senhoras o evitasse por causa de sua postura lasciva! Na casa de DEUS, tem o diácono um elevado papel a representar. Honestidade é um de nossos maiores legados.

5. Não de língua dobre

Por força das reivindicações diaconais, terão os candidatos ao cargo uma só palavra. O seu dizer será: sim, sim, e não, não. O que disto passar virá certamente do maligno. No original, a Expressão língua dobre é mui significativa. Dialógous significa língua-dupla. O que detém semelhante deformidade moral dá a um mesmo fato as mais variadas versões. O bom diácono é discreto; sabe guardar segredo. Possui ele o suficiente despacho para resolver as mais embaraçosas situações sem comprometer o caráter de seus conservos. Ele tem uma só palavra; não se preocupa em ser politicamente correto conquanto seja justo, fiel e leal.

6. Não dados a muito vinho

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12). Entre a licitude e a conveniência, optemos por esta; aquela acarreta-nos, não raro, dificuldades e amargores.

Como diria Salomão, o vinho é escarnecedor (Pv 20.1). Escarnece o vinho de tudo; jamais se farta de escarnecer. Conscientizemo-nos de que o Senhor JESUS nos chamou para sermos uma sociedade de temperança.

Tanto a sociedade grega quanto a hebreia encaravam com naturalidade o vinho; tinham-nos como benção dos céus. Até que, em Efésios, recomenda o apóstolo: “E não vos embriagues com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18).

A ideia, no original, retrata alguém com a mente voltada para o vinho; não pode livrar-se dessa obsessão. Como pode ser um ministro se não ministra o próprio ser? Willbur B. Wallis é categórico: “O testemunho da Bíblia é consistentemente contra o uso da bebida forte. A aplicação prática do princípio na sociedade moderna é de total abstinência”. Se não beberem, estarão livres de cometer aqueles pequenos desatinos e lapsos que tanto mancham o homem de DEUS.

Sejamos mais explícitos: que jamais se deem ao vinho; o exercício de seu ofício exige em tudo sobriedade. Estejam sempre atentos às reivindicações de seu ministério; não se deixem levar pela alegria fútil e irresponsável das bebidas fortes.

7. Não cobiçosos de torpe ganância

Como esquecer a Balaão? Este profeta bem que poderia haver entrado para a história sagrada com as honras do misterioso Melquisedeque, ou com as deferências do avisado e sábio Jetro. Ambos, estrangeiros e gentios como ele. Desventuradamente, Balaão deixou-se induzir pelo prêmio da corrupção. Corrupto e corruptor, viveu para corromper, e, corrompido, pereceu ele. Balaão era um típico cobiçoso de torpe ganância. Vendeu-se para amaldiçoar e fazer tropeçar a Israel (Nm 22.1-7).

Até onde conduz a torpe ganância! O que começou em ambição, termina em heresias; em gravíssimos pecados, acaba-se.

No grego: mé aischokerdeis. A expressão pode ser entendida também como: não amante do lucro, não mercenário. Por que não podem os diáconos ser gananciosos? Em primeiro lugar, exige-se tenha o homem de DEUS uma postura íntegra e santa. Ele tem de ser, no mínimo, incorruptível. Pois estará a lidar com os bens econômicos e financeiros da Igreja. Se incorrupto e reto, jamais cairá em torpes ganâncias.

Saberá como encaminhar devidamente as ofertas e os dízimos dos fiéis. Que o diácono administre correta, sabia e piedosamente os próprios bens. Se for avaro, não haverá de permitir sejam os recursos dos santos empregados em favor dos necessitados. Quererá tudo para si. Não fazia assim Iscariotes? Tecnicamente, foi Judas o primeiro diácono. E que péssimo diácono foi ele! Amou tanto o dinheiro, que pelo dinheiro foi arruinado. A única coisa que logrou com tudo o que roubara foi a própria sepultura (At 1.18.19).

8. Guardando o ministério da fé em uma pura consciência

Além das qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na fé. Que esteja de conformidade com as Sagradas Escrituras, e as tenha como única regra de fé e prática. Que sustente a sã doutrina, e não evidencie quaisquer desvios no que tange à ortodoxia. Estejamos atentos a recomendação de Paulo: “Guardando o ministério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.9).

Requer-se, pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma, cairá na tentação do diabo; e não demora muito, eis mais um heresiarca egresso das fileiras diaconais. Somente uma consciência purificada pelo sangue de JESUS pode debelar a virulência da heresia. Por conseguinte, é inadmissível um diácono que, embora social e moralmente correto, ostente aleijões doutrinais. Tem de ser ele um expoente incorruptível da Palavra de DEUS. Haja vista Estevão. Diante do sinédrio, expôs este com tanta mestria a história da salvação, que deixou a todos assombrados (At 7).

Seu discurso é o pronunciamento de uma autoridade incontestável das Sagradas Escrituras. E Filipe? Não se revelaria ele um abalizado evangelista? O plano da salvação que expôs ao eunuco de Candace foi tão eficaz, que levou o etíope a converte-se radicalmente ao Senhor JESUS (At 8.26-40).

Conselhos piedosamente observados:

a) Leitura diária da Bíblia

Deve o diácono ser um assíduo leitor das Escrituras Sagradas. Quanto mais estudar a Bíblia, mais livre estará de cair em heresias e enganos. A recomendação de Paulo é mui taxativa: “Persiste em ler” (1 Tm 4.13).

b) Estudo sistemático da Bíblia

Além do estudo diário e devocional das Sagradas Escrituras, deve o diácono também estudar sistematicamente a Palavra de DEUS. Faria bem o diácono se cursar um seminário que zele pela ortodoxia.

9. Os diáconos sejam maridos de uma mulher    

A vida conjugal do diácono tem de ser um exemplo. Atenhamo-nos à recomendação do apóstolo: “sejam maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). O seu comportamento em relação às mulheres deve evidenciar um homem comprovadamente de DEUS. Com as jovens, seja um irmão mais velho; respeitador e cortês. Com as mais idosas, um filho querido e solícito. Com as crianças, um pai cuidadoso e atento. Se não se contiver diante do sexo oposto, seja vetada sua indicação ao diaconato. O diácono tem de ser fiel à esposa. E que jamais se dê aos namoricos e flertes!

10. Governem bem seus filhos

A advertência de Paulo não admite evasivas: “e governem bem seus filhos” (1 Tm 3.12). Busquemos a expressão no grego: téknõn kalõs proistámenoi. O verbo proístemi, aqui na primeira pessoa do indicativo singular, é riquíssimo em acepções. Etimologicamente, significa: tomo posição em frente, assumo a direção, a liderança e o governo. Significa também: sou cuidadoso, sou atencioso, e aplico-me aos meus deveres. Da expressão paulina, somos instados a concluir: o pai cristão não é um mero educador; é antes de tudo o administrador de seus filhos. Nessa condição, tudo fará a fim de que estes sejam bem-sucedidos tanto diante de DEUS quanto diante dos homens.

Se há um obreiro que necessita trazer os filhos sob disciplina, é o diácono. Pela natureza mesma de seu cargo, seus filhos têm de ser um consumado exemplo de vida cristã. Isto não significa, porém, que estes devam abdicar da infância e das coisas próprias de sua idade. Doutra forma, haveriam eles de nascer já adultos. Haja vista o que Paulo confessa aos coríntios. Quando menino, falava como menino e, como menino, agia. Mas chegando à maturidade, já se comportava como adulto e, como adulto, já discorria (1 Co 13.11).

Se por um lado, não podemos violentar a pueril natureza de nossos filhos; por outro, não devemos deixá-los entregues à própria vontade. Em seus provérbios, exorta-nos Salomão a educar a criança no caminho em que deve andar porque, mesmo grande, jamais apartar-se-á dele (Pv 22.6). Faça culto doméstico todos os dias. Ore com os seus filhos; leia a Bíblia com eles. Ouça-os em seus dilemas. Admoeste-os na Palavra. Leve-os à Escola Bíblica Dominical. Procure saber quem são os seus amigos e colegas. Interrogue-os acerca de seus lazeres.

Na casa de DEUS, que eles se portem com decência e profundo temor. Crianças, adolescentes ou jovens, podem os nossos filhos ter uma postura reconhecidamente cristã, e nem por isso deixarão de ser eles mesmos. Que exemplo maravilhoso viu Paulo na casa de Filipe! Em sua viagem a Jerusalém, visitou Paulo esse antigo diácono, e ficou impressionado pela maneira como agora evangelista dirigia o lar. Tinha este quatro filhas virgens, e todas elas profetizavam (At 21.9). Se conseguirmos ordenar assim o nosso lar, que maravilha não haverá de ser!

11. Governem bem suas próprias casas

Governar a casa não é somente trazer os filhos sob disciplina nem manter perfeita sintonia com a esposa. É gerir os negócios do lar de tal forma que este venha a funcionar produtiva e eficazmente. Aliás, a palavra economia tem uma etimologia bastante interessante. Ela é formada por dois vocábulos gregos: oikos, casa, e nomos, lei.

Se fosse necessário, daríamos a esta palavra a seguinte definição: Conjunto das leis que regulam o funcionamento de uma casa, com o objetivo de suprir-lhe todas as necessidades, e equilibrar suas receitas e despesas. Talvez tivesse Paulo este vocábulo em mente ao recomendar: “que governe (...) bem a sua casa” (1 Tm 3.12).

Em grego: proistámenoi kai ton idíon oikon. Governar a casa implica em contemplar-lhe e suprir-lhes todas as carências e demandas; saldar-lhe os compromissos; fazer com que as rendas da família sejam bem empregadas. Governar bem a casa implica em equilibrar-lhe as receitas e as despesas. Afinal, terá o diácono de, em algumas igrejas, administrar os bens materiais destas. Se não tem ele o governo de sua casa, como haverá de agir a casa de DEUS? Se não sabe lidar com o próprio dinheiro, como lidará com o dinheiro dos santos? Que esta pergunta seja respondida com sinceridade por todos os diáconos.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

A função mais antiga dos diáconos era cuidar da distribuição dos fundos de caridade da igreja. Como ressalta B. S. Easton: “Ainda que o substantivo grego transliterado por ‘diácono’ signifique ‘servo’ ou ‘assistente’, qualquer tradução é enganosa, porque os diáconos não eram assistentes dos administradores, mas despenseiros das obras de caridade da igreja; eles ‘serviam’ os pobres e os doentes”. O termo “diácono” que vigora na igreja de hoje perdeu grande parte de sua denotação original. Em certas igrejas, o diaconato é a ordem inicial do ministério ordenado, levando normalmente ao sacerdócio ou presbitério, ao passo que em outras, trata-se de um cargo ocupado por crentes leigos. Mas na igreja do século I, os diáconos mantinham lugar de dignidade e influência comparável à dos bispos, e vemos que as qualificações que Paulo detalha para este ofício não são menos exigentes.

 

I Tm 3. 8-10. Lemos aqui acerca do caráter dos diáconos: esses eram os responsáveis pelos interesses temporais da igreja, isto é, a manutenção dos ministros e a provisão pelos pobres. Eles serviam às mesas, enquanto os ministros ou bispos se dedicavam somente ao ministério da palavra e da oração (At 6.2,4).

A integridade e a retidão em um ofício inferior são o caminho para se alcançar uma posição mais elevada na igreja: Os diáconos adquirirão para si uma boa posição. 6. Isso também resultará em grande ousadia na fé, enquanto a falta de integridade e retidão tornará uma pessoa tímida e pronta a tremer diante da própria sombra. Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo está confiado como o filho do leão (Pv 28.1).

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 692.

 

2. A função dos diáconos em Atos 6.

Se antes os seus deveres circunscreviam-se à congregação, suas obrigações, agora, vão mais além. Manter-se-á ele atento, desde já às necessidades de seu pastor, às exigências do ministério e aos reclamos do credo e dos estatutos de sua igreja e denominação.

A- RESPONSABILIDADES DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO SEU PASTOR

É o diácono o auxiliar mais direto de que dispõe o pastor. Ou pelo menos deveria sê-lo. Na Igreja Primitiva, foram os diáconos constituídos justamente para que os apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu ministério: a oração e a palavra. Disso ciente, estará o diácono sempre vigilante quanto aos reclamos de seu pastor. Jamais permitirá venha este a negligenciar o espiritual a fim de envolver-se com o material. Pois quem deve lidar com o material é o diácono; pelo espiritual consumir-se-á o pastor. Como seria lamentável se viesse o pastor a deixar de lado o sermão de domingo por causa da bancada do templo que não foi alinhada, ou porque os elementos de Santa Ceia não foram ainda preparados! Que os diáconos se encarreguem dessas providências. E, que no momento da adoração, esteja o santuário devidamente arrumado. Infelizmente, estão os diáconos tão absolvidos em pregar, acham-se tão entretidos em disputar os primeiros lugares, que acabam por se esquecer de seu pastor. Não estou insinuando deva o diácono privar-se do púlpito. Se houver oportunidade, aproveite-a. Eu também fui diácono, e jamais deixei de ocupar a sagrada tribuna. Pregava e ministrava estudos bíblicos. Escola Bíblica Dominical. Todavia, não me lembro de haver descurado uma vez sequer de minhas responsabilidades. Felipe e Estevão eram doutores a serviço dos santos. Diácono seja cuidadoso com o seu pastor. Propicie-lhe as necessárias condições a fim de que possa ele dedicar-se às lides: orar pelo rebanho e alimentar os santos com a Palavra de DEUS. Por que abandoná-lo às preocupações materiais do redil? Você foi separado para auxiliá-lo a conduzir o rebanho de DEUS através dos campos sempre verdejantes. Pode haver trabalho mais glorioso?

B- RESPONSABILIDADE DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO MINISTÉRIO

Você já pertence ao ministério eclesiástico. Esteja, pois, em perfeita sintonia com os integrantes deste. Veja-os como companheiros de luta. Jamais intente uma carreira solo. Os obreiros de DEUS somos vistos sempre em equipe. São os setenta que saem de dois em dois; os doze que se afainam e repousam ao lado do Senhor; os cento e vinte que, em perseverante oração, aguardam, no cenáculo, o Pentecostes. E o que dizer de Paulo?

Embora o maior missionário, jamais deixou de ter os seus assistentes. Lendo-lhe as cartas, deparamo-nos de contínuo com os integrantes de sua operosa equipe. Os que se isolam, diz Salomão, estão a rebuscar os próprios interesses. Participe das reuniões de ministério. Inteire-se dos assuntos tratados. Com humildade e sempre reconhecendo o seu lugar, opine, sugira, ofereça subsídios. Seja amigo de todos; de cada um em particular, um cooperador sempre querido. Não se ausente. Cultive aquele companheirismo tão próprio dos cristãos primitivos. Esteja atento às orientações de seu pastor. Agindo assim, você se surpreenderá com êxitos de seu ministério. Isolado, ninguém poderá crescer; em equipe, todo avanço é possível.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono.

 

DIACONOS ORIGINAIS

Alguns têm suposto que tal número foi regulado pela circunstância de que a cidade de Jerusalém, naquela época, estava dividida em sete distritos. Porém, acerca disso não há qualquer evidência comprobatória.

Talvez esse número tenha sido escolhido por ser considerado um número sagrado segundo o pensamento dos hebreus.

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.135.

 

3. A função dos diáconos hoje.

A ÉTICA DIACONAL

Olinto era um velho diácono de minha primeira igreja. Homem alto, forte, barrigudo. De minha quase segunda infância, cuidava eu tratar-se de um gigante. O velho Olinto não falava; trovejava.

Sua voz parecia percorrer não somente o templo, como os campos todos de São Bernardo, aquela outrora pacata e graciosa cidade paulista. Não preciso dizer que os meus amigos e eu não gostávamos dele. Pois estava constantemente a surpreender-nos em peralvilhes. Ele chegava ao absurdo de não permitir que ficássemos correndo pelo templo, nem que fossemos à rua . Onde já viu tal coisa? Quantos ralhos não levei do velho Olinto! E a carranca daquele italiano? E o seu sotaque carregado? Aquelas palavras que não entendíamos.

Aquelas frases – meio toscanas, meio portuguesas – soavam como se fossem broncas, ecoavam corretivas e disciplinadoras. Francamente, as crianças não gostávamos do velho Olinto. Mas ali, na lateral esquerda daquele templo querido e sempre benfazejo, onde presenciei, ainda em minha peraltice, tantas manifestações da glória de DEUS, achava-se um diácono ético e santo. Um homem que gozava da inteira confiança de seu pastor. Um dia o Senhor JESUS achou por bem recolher o velho Olinto. Ele foi-se embora! Mas a sua imagem, guardo-a no coração. Hoje, fosse escrever-lhe o epitáfio, escolheria esta inscrição: “Aqui jaz um diácono que soube ser ético”. O velho Olinto sabia que, além das qualificações que a Palavra de DEUS demanda de cada candidato ao diaconato, todos precisam observar um código de ética. Sem ética, nenhum ministério cristão é possível.

I. O QUE É A ÉTICA DIACONAL

Antes de entrarmos a ver o que é a ética diaconal, é necessário que busquemos uma definição de ética.

1. O que é ética

Numa primeira instancia, podemos dizer que a ética é o: “Estudo sistemático dos deveres e obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que DEUS estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas. A essência da ética acha-se registrada nos Dez Mandamentos – a única legislação capaz de substituir a todas as legislações humanas”. Dicionário Teológico, Edições CPAD.

2. O que é a ética diaconal

Ética diaconal, por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve observar no desempenho de seu ministério. Através desse código de procedimento, terá ele condições de discernir entre o que é certo e o que é errado. Para que jamais venha a ferir as normas de conduta de seu ministério, é imprescindível tenha ele sempre consigo as fontes da ética diaconal.

II. FONTES DA ÉTICA DIACONAL

Do que já vimos até ao presente instante, não nos é difícil inferir quais as fontes da ética diaconal. São estas a Bíblia, os regulamentos da igreja local e a consciência do próprio diácono.

1. A Bíblia

Os evangélicos temos a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de DEUS. É a nossa inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou regulamento eclesiásticos têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese alguma, contrariar a esta.

O diácono, portanto, orientar-se-á espiritual e eticamente através da Bíblia. Quanto ao seu cargo específico, terá em conta as seguintes passagens: Atos 6.1-6; 1 Timóteo 3.8-13. Leia sempre esses textos; tenha-os em mente; inscreva-os na tábua do seu coração. Agindo assim, jamais tropeçará.

2. Regulamento da igreja local

Além das Sagradas Escrituras, estará o diácono atento aos regulamentos, estatutos e convenções da igreja local. É claro que, conforme já dissemos, têm de estar estes em perfeita consonância com a Palavra de DEUS. Esteja atento, pois, às particulares culturais e estatutárias de sua igreja. Aja de conformidade com estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a Palavra de DEUS, por que não as observar? Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar. Tenha a necessária sabedoria para não ferir as convenções locais. Quem no-lo recomenda é a lei do amor.

3. A consciência do próprio diácono

É a consciência aquela voz secreta que temos na alma que, de conformidade com os nossos atos, aprova-nos ou reprova-nos.

O apóstolo Paulo dá como válido o testemunho da consciência: “Pois não são justos diante de DEUS os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei (porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmo são lei, pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os)” (Rm 2.13-15). Por conseguinte, mantenha sempre a consciência em absoluta consonância com a Palavra De DEUS. Não a deixe cauterizar-se. Permita que o ESPÍRITO SANTO a domine por completo. E, todas as vezes que, quer em sua vida particular, quer no exercício do ministério, sentir que ela o acusa, dobre os joelhos, e ore como o rei Davi: “Sonda-me, ó DEUS, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.23,24). O Senhor, então, mostrar-lhe-á como agir e corrigir-se se for necessário. Lembre-se: a sua consciência, posto que necessária, não é autoridade última de sua vida. Ela somente será válida se estiver em conformidade com os reclamos e demandas da Palavra de DEUS.

III. SÍNTESE DA CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO

Por conduta ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de conformidade com a Palavra de DEUS, conforme os regulamentos, estatutos e visão cultural da igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho de sua consciência que, em hipótese alguma, pode contrariar as Sagradas Escrituras. Em linhas gerais, estes são os procedimentos éticos que deve o diácono observar no exercício de seu ministério.

1. Quanto ao seu ofício

Conscientize-se de que foi separado para servir a mesa de CRISTO, a mesa da igreja de CRISTO e a mesa do anjo da igreja de CRISTO. Portanto, exerça o seu ministério de acordo com a ordenança que lhe confiou o Senhor JESUS. O seu principal mister é servir e não pregar. Ainda que você pregue melhor que seu pastor, não se prevaleça disso. Dê-lhe todo o suporte a fim de que ele se dedique à oração e a exposição da Palavra.

Caso tenha você outra chamada específica, não se exaspere; no devido tempo ela acontecerá. Até lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver oportunidade para pregar, pregue. Mas não se esqueça, por enquanto, sua obrigação é servir à mesa. Não se ausente para pregar; esteja presente para servir.

2. Quanto à sua lealdade

Lembre-se: é você, como diácono, o melhor amigo de seu pastor. Portanto, não se junte aos revoltosos nem faça oposição ao anjo da igreja. Antes, ore por ele, sirva-o amorosa e sacrificialmente.

Se o seu pastor se equivocar em alguma coisa, converse com ele, mostrando-lhe, humildemente, porque acha você estar ele errado. Não se esqueça de que ele pode estar certo. Por isso, saiba como falar-lhe. E que ninguém mais saiba do teor dessa conversa.

3. Quanto às críticas

Não critique o seu pastor nem os membros de seu ministério. Quando alguém o fizer, desestimule-o. Mostre aos críticos acérrimos e pertinazes que, ao invés das críticas, ocupem-se em orar pelo anjo da igreja e pela expansão do Reino de DEUS.

4. Quanto à ministração particular da Ceia

Se designado a levar a Ceia para alguém do sexo feminino, no domicílio deste, faça-se acompanhar de sua esposa ou de outra pessoa. Jamais entre na casa de um membro da igreja a menos que lá esteja o pai de família. Seja prudente e vigilante. Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o pecado.

5. Quanto ao dinheiro

O ideal é que todos os dízimos e ofertas sejam entregues na casa do tesouro. Se alguém quiser entregar-lhe o dízimo, ou a oferta, peça-lhe gentilmente que o faça na tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a oferta e o dízimo, leve-os imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo nem os tome emprestados. O dinheiro não é seu; pertence a JESUS.

6. Quanto à discrição

A discrição é uma das qualidades essenciais para o exercício do diaconato. É a qualidade de quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem discreto é alguém em quem se pode confiar. No exercício do diaconato, você certamente presenciará muitos casos graves e comprometedores. Se você não for prudente, poderá arruinar preciosas vidas e reputações que vêm sendo construídas há décadas. Portanto, saiba controlar a própria língua.

Em casos graves, procure diretamente o seu pastor. Não vá sair por aí segredando, pois o segredo quando compartilhado com pessoas erradas deixa de ser segredo para tornar-se notícia. Leia o Livro de Provérbios diariamente, e certifique-se de quão valiosa é a discrição.

7. Quanto às arbitrariedades

Exerça o seu ministério no poder do ESPÍRITO SANTO. Deixe de lado as ameaças e arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém de que é diácono, mas todos precisam saber que você é, de fato, um homem de DEUS.

8. Quanto à pontualidade

Chegue no horário do culto; não se apresse a sair. O seu pastor está sempre a precisar de sua ajuda.

 9. Quanto à obediência

Não discuta as ordens do seu pastor. Se não estiver de acordo com elas, indague sobre as razões destas. Se não puder cumpri-las, justifique-se. Mas não saia resmungando nem murmurando.

Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar.  

10. Quanto ao amor

Se você exercer o seu ministério com amor, estará cumprindo a Lei, os Profetas e todo o Novo Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente correto. Portanto, não se esqueça da Palavra de DEUS. Tem-na bem junto de si!

Conclusão

Você deve exercer um diaconato irrepreensível. Aja, portanto, de acordo com a Palavra de DEUS. Observe as normas de sua igreja, e jamais desdenhe da visão cultural desta. Prime pela ética. Não deixe que nada venha a macular o seu ministério. Não basta ser eficiente; é necessário que ajamos de conformidade com a Palavra de DEUS.

Valdemir P. Moreira. Manual do Diácono. 

 

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LIÇÃO 7 - ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO

Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos

ATOS DOS APÓSTOLOS - Até aos confins da terra

Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD:  Pr. Antonio Gilberto

 

RESUMO

INTRODUÇÃO

O diaconato foi instituído a partir de uma contingência.

Tudo aconteceu quando os crentes de expressão grega, inconformados por estarem suas viúvas sendo preteridas na distribuição diária, puseram-se a murmurar contra os hebreus.

I. AS DORES DO CRESCIMENTO

1. A urgência da assistência social.

2. A murmuração dos gregos.

II- A INSTITUIÇÃO DO DIACONATO

1. A participação da Igreja nas decisões.

2. O ministério diaconal.

III- ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO

1. O "importante negócio".

2. Servindo à Igreja de CRISTO.

CONCLUSÃO

Ministros de CRISTO, temos duas prioridades: a oração e a proclamação da Palavra de DEUS. Todavia, que jamais venhamos a descurar das obras de misericórdia.

 

 

Definição do Dicionário Michaelis Escolar, versão 3.0, Editora Melhoramentos, 2008.

Assistência
(lat assistentia) sf 1- Ato de assistir. 2- Ajuda, amparo, auxílio. 3- Assiduidade em acompanhar alguém, cuidando dele.

Social
(lat sociale) adj m+f 1- Que diz respeito a uma sociedade. 2- Sociável. 3- Conveniente à sociedade ou próprio dela. 4- Relativo à vida do homem em sociedade.

5- Sociol Relativo ou pertencente às manifestações provenientes das relações entre os seres humanos.

 

"E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha" (At 4.35).

  

Embora a oração e a proclamação da Palavra de DEUS sejam as prioridades máximas do ministério cristão, não podemos esquecer-nos das obras de misericórdia.

 

Atos 6.1-7

1- Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério, cotidiano. 2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. 3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4- Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5- E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pãrmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6- e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7- E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

 

6.3 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos estipularam que os sete varões deviam apresentar evidências de terem continuado fielmente sob a influência do ESPÍRITO SANTO. Segundo parece, os apóstolos supunham que nem todos os crentes continuavam na plenitude do ESPÍRITO. Noutras palavras, aqueles que deixam de andar fielmente segundo o ESPÍRITO (Gl 5.16-25) cessarão de ser cheios do ESPÍRITO. Quanto à diferença entre conservar a plenitude e ser cheio do ESPÍRITO SANTO, notemos o seguinte:

(1) Os crentes que conservam a plenitude do ESPÍRITO SANTO são caracterizados pela sua constância nessa condição (cf. 6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspiração profética ou a ministrar no poder do ESPÍRITO SANTO segundo o seu querer.

(2) A expressão cheios do ESPÍRITO SANTO é usada:

(a) para indicar o recebimento do batismo no ESPÍRITO SANTO (1.5; 2.4; 9.17; 11.16);

(b) para indicar que um crente ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu poder para falar sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO (4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79);

(c) para indicar um ministério profético geral sob a inspiração ou a unção do ESPÍRITO SANTO, sem especificar a duração desse ministério (4.31-33; 13.52; Lc 1.15).

(3) Depois do recebimento inicial do batismo no ESPÍRITO, os que andam fielmente no ESPÍRITO, mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14), podem ser descritos como: cheios do ESPÍRITO SANTO , i.e., mantendo a plenitude permanente do ESPÍRITO SANTO (e.g., os sete varões, especialmente Estevão, vv. 3,5; 7.55; ou Barnabé, 11.24). Além disso, aqueles que continuam na plenitude do ESPÍRITO podem receber um novo enchimento do ESPÍRITO, visando a um propósito ou tarefa específica, especialmente uma capacitação divina para falar segundo o impulso do ESPÍRITO SANTO.


6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no ESPÍRITO SANTO, em si, não basta para uma liderança cristã eficaz. Os líderes cristãos devem dedicar-se constantemente à oração e à pregação da Palavra. O verbo traduzido perseverar (gr. proskartereo) denota uma fidelidade inabalável e sincera e a dedicação de muito tempo a um certo empreendimento. Por isso, os apóstolos tinham a convicção de que a oração e o ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos dirigentes cristãos. Note as freqüentes referências à oração em Atos (ver 1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23; 16.25; 22.17; 28.8).


6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição de mãos era usada de cinco maneiras:

(1) em relação a milagres de curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5);

(2) ao abençoar outras pessoas (Mt 19.13,15);

(3) em relação ao batismo no ESPÍRITO SANTO (8.17,19; 19.6);

(4) na comissão para uma obra específica (6.6; 13.3); e

(5) na concessão de dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14).

Como um dos meios através dos quais DEUS transmite dons e bênçãos às pessoas, a imposição de mãos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb 6.2). Não pode ser dissociada da oração (v. 6), pois a oração indica que os dons da graça, a cura ou o batismo no ESPÍRITO SANTO procede de DEUS e não do ser humano. A separação destes sete homens importava, principalmente, duas coisas:

(1) Era um testemunho público da igreja de que esses homens tinham antecedentes de perseverança na piedade e na obediência à direção do ESPÍRITO SANTO (cf. 1 Tm 3.1-10).

(2) Era um ato de separar aqueles homens à obra de DEUS e um testemunho da sua disposição em aceitar a responsabilidade da chamada divina.


6.8 ESTEVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O ESPÍRITO SANTO deu a Estêvão poder para realizar prodígios e grandes sinais entre o povo (v. 8) e lhe deu grande sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes não podiam contestar os seus argumentos (v. 10; cf. Êx 4.15; Lc 21.15).
Outro diácono que se destacou como grande evangelista foi Filipe.

 

"Diácono" é uma palavra grega que significava originalmente "aquele que serve à mesa". Com o tempo ganhou novos significados e, assim, além dessa função original os diáconos também são assistentes de autoridade religiosa, ministros, servidores ou prestadores de certos serviços à comunidade dos fiéis (igreja). Todavia, em Atos vemos que Estêvão (6:8 e 6:10) e Filipe (8:5-13 e 8:26-40) também pregavam como os Apóstolos (e Filipe até batizava).

As qualidades exigidas para ser diácono estão relacionadas na 1ª Epistola a Timóteo 3:8-13.

 

PALAVRA-CHAVE - Assistência Social - Serviço que promove a mudança social buscando a resolução de problemas nas relações humanas, bem como a promoção do bem-estar das pessoas.

REFLEXÃO - "É particularmente admirável ver a maneira como a congregação cumpria com sua responsabilidade." Lawrence O. Richard

REFLEXÃO - Infelizmente, a questão social continua a ser descurada por muitos ministros do Evangelho. Acham eles que a desigualdade social é um problema que cabe apenas ao governo resolver. Claudionor de Andrade.

 

RESUMO RÁPIDO (Pr. Henrique):

Existe, inegavelmente, hoje, um grande problema na igreja em relação à assistência social e isso se deve principalmente pela falta de obediência e prática da Palavra de DEUS. Foram escolhidos pela própria igreja, na época dos apóstolos, sete homens, com pelo menos três condições básicas para a tarefa de distribuir alimentos e ajuda aos necessitados: deveriam os candidatos serem medidos por seu grau de comunhão com o ESPÍRITO SANTO (Cheios do Mesmo); por seu grau de conhecimento da Bíblia (cheios de sabedoria) e por seu grau de testemunho cristão (boa reputação).

O que vemos hoje são pessoas com muita necessidade financeira e sem nenhum dos requisitos exigidos pela Palavra de DEUS sobre "esse tão importante negócio", em nossas igrejas. Daí o resultado não ser satisfatório ao esperado.

Muitas vezes encontramos entre as doações roupas rasgadas ou em péssimas condições para serem usadas pelos necessitados. Encontramos alimentos com problemas de validade e muitos sem qualquer condição de serem aproveitados.

Algumas vezes encontramos irmãos que não doam por saberem que as pessoas que foram designadas para cuidarem desse departamento estão desviando essas ajudas para si próprias ou para parentes que muitas vezes nem têm tanta precisão como outros na comunidade.

O ideal seria ajudarmos primeiro os domésticos da fé, ou seja, os de nossa congregação, depois os de outras congregações, depois os de outras denominações e depois os que ainda não são evangélicos, mas que todos na comunidade fossem beneficiados, inclusive os que não são da igreja, e caso ainda sobre, devemos doar aos necessitados de outros bairros, de outras cidades e até mesmo de outros países. Isso agrada a DEUS e faz prosperar os que assim procedem para que possam abundar mais e mais nesse "tão importante negócio".

O ideal é que tenhamos asilos, creches, hospitais, colégios, centros de recuperação para drogados e viciados, casa para idosos, casa de abrigo para órfãos e sem-teto.

Temos certeza de que em cada guarda-roupa de crente existe pelo menos um par de roupa para ser doado; em cada despensa um sabonete, um creme dental, um pacote de biscoito, um quilo de arroz, um quilo de feijão etc.

Experimente ser cristão praticante, vale a pena!!!!!!!!!!

Sem fé é impossível agradar a DEUS, as obras não salvam, mas a fé é cheia de boas obras na vida do verdadeiramente salvo, pois de nada vale a fé sem obras.

O ser humano é corpo, alma e espírito - as três áreas precisam ser cuidadas com amor pelos seguidores Daquele que mais amou, aponto de nos dar sua própria vida - JESUS CRISTO.

 

O diaconato na Igreja cheia do ESPÍRITO  (Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer)

Depois da prisão e da libertação dos apóstolos, narradas no capítulo cinco, as autoridades prestaram muito pouca atenção à Igreja durante alguns anos, talvez porque os membros do Sinédrio se preocupavam mais com a tirania de Pilatos que lançou mão do imposto do Templo para construir um aqueduto para a cidade de Jerusalém, colocou imagens do imperador na cidade e de muitas outras maneiras incitou as autoridades judaicas. Durante esse tempo os apóstolos continuavam a pregar, e a Igreja continuava a crescer.

 

SETE HOMENS ESCOLHIDOS PARA SERVIREM ÀS MESAS, 6.1-7

O povo de DEUS tem o costume de recorrer a este capítulo para provar, cada um, a sua doutrina quanto a organização da igreja. Mas nesse capítulo se encontra muito mais. É a vontade de DEUS que a Igreja cresça. É. também a vontade divina que os crentes fiquem cheios do ESPÍRITO SANTO. Na igreja que cresce, aparecerão perturbações, até CRISTO vir. Mas o que resulta dessas dificuldades, que surgem, uma após outra, dependem de os membros terem, ou deixarem de ter, não somente o mesmo espírito, mas o mesmo ESPÍRITO da Igreja Primitiva.

 

Ora naqueles dias... houve uma murmuração (v. 1): Até este ponto, na história da Igreja Primitiva, havia somente unidade entre seus membros - "perseveraram unanimemente em oração" (cap. 1.14); "perseverando unânimes todos os dias" (cap. 2.46); "era um o coração e a alma da multidão dos que criam" (cap. 4.32); etc. Mas, mesmo na Igreja Primitiva surgiam dissensões. Na Igreja Apostólica, com o ambiente descrito no capítulo cinco, apareceu descontentamento entre seus membros, quase até o ponto de a Igreja dividir-se. Não é, portanto, motivo de entristecer-nos demais quando surgirem contendas entre nós. Mas não podemos evitar de sentir grande vergonha, quando a igreja não endireita as condições que resultem em contendas entre seus membros.

Que a murmuração é grave pecado, vê-se em 1 Co 10.10. Mas quantos membros da igreja murmuram sem sentir qualquer remorso? E quantas igrejas não crescem porque não querem seguir o exemplo da Igreja Primitiva em corrigir esse defeito?

Os defeitos da igreja purificada e salva são como as nódoas, quase invisíveis, em roupa suja, mas muito salientes depois da roupa lavada e limpa.

Crescendo o número dos Discípulos (v.l): Chamavam-se os crentes "discípulos", isto é, "os que aprendem" de CRISTO.

A Igreja Cristã, na sua infância em Jerusalém, foi como a Igreja judaica na sua infância no Egito: "quanto mais a afligiam, tanto mais se multiplicava e tanto mais crescia", Êx 1.12.

Houve uma grande murmuração dos gregos contra os hebreus (v.l): "Gregos", isto é, judeus, ou prosélitos, da dispersão que voltaram a Palestina e continuavam a falar a língua grega e a observar muitos dos costumes dos gregos. Não falavam, talvez, a língua aramaica da Palestina. "Hebreus", quer dizer, os judeus da Palestina que guardavam zelosamente os costumes antigos dos judeus e falavam aramaico, apesar de saber, também, falar grego.

Quando as famílias de Abraão e de Ló aumentaram, houve contenda entre os pastores. E quando aumentou o número dos discípulos em Jerusalém, houve murmuração dos gregos contra os hebreus; houve uma murmuração, não uma divisão aberta mas um ressentimento no coração. Contudo, em cristo JESUS "não há judeu nem grego" (GI 3.28); não pode haver distinção entre gregos e hebreus, mas todos são igualmente aceitos por CRISTO e, por amor dEle, queridos uns dos outros.

Porque as suas viúvas (v. 1): Observe-se como a Igreja Primitiva, em cuidar dos pobres, deu ênfase às viúvas. (Compare Is 1.17; Lc 18.3; 1 Tm 5.3-16).

Porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano (v. 1): Note-se como a primeira contenda na Igreja de CRISTO foi sobre dinheiro. Não é vergonha nossa que deixamos Satanás usar as pequenas coisas deste mundo para nos desviar de buscar as grandes coisas do outro mundo?

É muito provável que os gregos foram movidos de inveja e que não havia razão, nem fundamento certo, da sua queixa; justamente como acontece repetidamente nas queixas entre os crentes hoje. Contudo, convém que a Igreja atual siga o exemplo da Igreja Primitiva para findar logo com todas as murmurações entre os seus membros.

Os doze, convocando a multidão dos discípulos... (v.2): Os apóstolos, em vez de assumir a atitude de ditadores, ordenando e reprovando os hebreus, reuniram os membros da igreja para resolver o problema sob a direção do ESPÍRITO SANTO.

Não é razoável que nós deixemos a Palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v.2): Não porque os doze apóstolos eram de uma ordem elevadíssima e seria vergonhoso trabalhar com as mãos. Compare o Filho de DEUS cumprindo fielmente Sua profissão de carpinteiro (na desprezada Nazaré, Mt 13.55) e o célebre apóstolo Paulo trabalhando no seu ofício de fabricante de tendas para sustentar-se a si mesmo e os outros com ele, Atos 18.3; 20.34. Mas não foi bom que os apóstolos abandonassem a parte espiritual da obra para cuidar da parte material. Aqueles que são chamados para o ministério da Palavra devem esforçar-se nessa obra e deixar os outros membros cuidar dos outros deveres da igreja.

Escolhei pois, irmãos, dentre vós, sete varões... (v.3): Foi a igreja reunida que escolheu estes homens e não os apóstolos. Vê-se nisto que o governo da Igreja de CRISTO, desde o início, é democrático; não é um despotismo clerical, mas uma república cristã. É evidente, também, que não prepararam, com antecedência, grande número de ofícios e regulamentos. Mas deixavam o ESPÍRITO SANTO dirigir e tratar de cada problema que surgisse.

É imperativo que as igrejas escolham pastores e presbíteros com as qualidades designadas pela Palavra de DEUS. É igualmente indispensável que os que são escolhidos para "servir às mesas", isto é, cuidar dos necessitados e outros negócios materiais das igrejas, tenham todas as qualificações indicadas por DEUS. Notem-se as seguintes:

1) Dentre vós (v.3): Uma pessoa que não é crente não pode servir.

2) De boa reputação (v.3): De bom testemunho.

3) Cheios do ESPÍRITO SANTO (v.3): Não homens cheios do espírito de orgulho, mas do ESPÍRITO SANTO que é santo. O senhor não deseja que a igreja alivie os sofrimentos dos pobres entre Seu povo como se faz em dar comida a um cão e lugar para ele dormir. É essencial cumprir esse dever com a ternura e compaixão do ESPÍRITO SANTO para que esses necessitados recebam bênçãos, tanto para a alma como para o corpo. Não é a vontade de DEUS que os pobres, no Seu rebanho, sejam tratados como mendigos.

4) Cheios... de sabedoria (v.3): Não repletos da sabedoria deste mundo, mas da sabedoria que é "cheia de misericórdia e de bons frutos", Tiago 3.17. (Lede Tiago 3.13-17). Também significa conhecedores da Palavra de DEUS.

Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (v.4): O verdadeiro crescimento da igreja é por meio da divulgação da Palavra de DEUS. O nosso alvo, portanto, deve ser o de levar todos os membros a ficarem cheios da Palavra até transbordarem.

A proclamação do Evangelho é um ministério duplo; do quarto de oração e do púlpito. Dos dois menciona-se a oração em primeiro lugar, indicando que é ainda mais importante do que a pregação. Os que proclamam a Mensagem devem agir por boca de DEUS ao povo, no ministério da Palavra, e por boca do povo a DEUS, no ministério da intercessão.

E elegeram Estêvão... e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timom, e Pármenas, e Nicolau...(v.S): Destes sete homens escolhidos, menciona-se dois depois, Estêvão e Filipe.

Todos os sete nomes são gregos, indicando a largueza de espírito e o amor fraterno que dominavam os membros da Igreja, cheios do ESPÍRITO SANTO, levando a igreja a escolher todos os sete homens dentro do grupo que fazia a queixa.

Estes sete homens não foram escolhidos porque eram eruditos, nem por causa de ocuparem altos lugares sociais entre o povo, mas porque eram cheios do ESPÍRITO SANTO. A Palavra de DEUS sempre aumenta em poder e fruto por intermédio do ministério de tais homens, porque não é pregada no espírito de dúvida e timidez mas no poder do ESPÍRITO SANTO.

Observe-se, também, como toda a comunidade anuiu. Sem dúvida, cada membro tinha sua preferência. Mas quando estes sete homens foram eleitos por voto popular, toda a multidão aceitou a todos os sete, sem mais questão.

.Nicolau, prosélito... (v.S): Isto é, Nicolau era um gentio convertido à religião dos judeus.

E crescia a palavra de DEUS (v.7): Os ministros da Palavra que desejam ver a Palavra crescer, devem, como os apóstolos, se esforçar para não se embaraçar com os negócios desta vida. (Compare 2 Tm 2.4).

A palavra de DEUS... se multiplicava (v.7): A Palavra de DEUS multiplica-se no sentido de a semente semeada nascer e produzir trinta, sessenta ou cem por um.

E grande parte dos sacerdotes obedecia à fé (v. 7): Sob a direção do ESPÍRITO SANTO, a Igreja Primitiva alcançou glorioso sucesso - até o ponto de grande número dos sacerdotes, os dirigentes da oposição, obedecerem à fé.

 

SEIS PRECIOSAS LIÇÕES SOBRE A MURMURAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA

1) É muito fácil surgirem mal-entendidos entre os mais amorosos e fiéis servos de CRISTO.

2) As dissensões desaparecem imediata e completamente quando os dirigentes da igreja estão cheios do ESPÍRITO SANTO.

3) O glorioso exemplo do grupo censurado, apesar de ser maioria, escolher os sete homens dentro da minoria que se queixava.

4) A maneira de os apóstolos recusarem exercer "domínio sobre a herança de DEUS", levando a igreja a escolher sete dos seus próprios membros para dirigirem os negócios terrestres da comunidade.

5) A falta de formalidade da parte dos apóstolos em preparar regulamentos para o governo da igreja, encarando cada emergência conforme as condições da ocasião.

6) Apesar de os sete homens escolhidos não levarem o título de "diáconos" nas escrituras, os comentadores concordam em assim considerá-los. O grande êxito do plano assegurou a sua permanência e uma lista das qualificações do diácono, em uma das epístolas, segue logo após a lista das de um bispo, 1 Tm 3.8-13.

 

REVISTA CPAD - 3º TRIMESTRE DE 1996

 

1. Informe aos alunos que os apóstolos, sozinhos, não podiam ministrar a Palavra de DEUS ao povo e, ao mesmo tempo, cuidar da assistência social. Por isso, solicitaram à igreja que escolhesse sete homens cheios do ESPÍRITO SANTO, a fim de que pudessem ser consagrados ao diaconato, ou seja, servir às mesas.

2. Diga-lhes que os sete escolhidos desenvolveram um excelente trabalho filantrópico, em prol das viúvas carentes e dos órfãos necessitados. Porém, dois deles, Estêvão e Filipe, destacaram-se como excelentes evangelistas, como prova de que também DEUS os chamou para a sublime obra de evangelização.

3. Esclareça-lhes que o trabalho dos diáconos é de suma importância na atualidade. Por isso, precisam ser respeitados e ajudados, a fim de que desenvolvam bem este ministério cristão. S6 assim conseguirão manter a ordem no culto e servir no que for necessário, para o engrandecimento da obra de DEUS.

 

INTRODUÇÃO

Assim como DEUS instituiu os levitas, para as atividades sagradas no culto, auxiliando os sacerdotes, da mesma forma a Igreja crescente precisava dos que pudessem ajudar os apóstolos.

I. DOIS GRUPOS DE JUDEUS

1. Origem dos dois grupos. Desde o cativeiro babilônico (605 a.C.), quando Nabucodonosor levou cativa a primeira leva de judeus para a Caldéia, muitos deles nunca mais retomaram à sua terra, exceto um pequeno grupo com Zorobabel, para a reconstrução do Templo, e depois outras levas com Esdras e Neemias (Ed 2.1; 7.1-7; Ne 2.9). A maior parte continuou pelas nações. onde eles já estavam.

2. Quem eram os gregos e hebreus? (v. 1). Eram dois grupos de judeus que se converteram e estavam no ,seio da Igreja. A palavra helenistikoi é uma referência aos judeus de fala grega, ou da diáspora. Muitos preferem chamá-los de "judeus gregos", diferentes dos hebraioi, "judeus palestinenses" ou "aramaicos" .

3. Tensão cultural (v. 1 ). Havia uma antiga rivalidade entre esses grupos. Os judeus aramaicos olhavam com suspeita os seus compatriotas, helenistas, por terem habitado fora de Éretz Israel, "Terra de Israel". Agora, pertenciam a uma nova comunidade, onde JESUS havia abolido a parede da separação (Ef 2.14-17). Mas ainda havia certa' tensão cultural entre eles. O termo helenistikoi aparece apenas três vezes em Atos: 9.29; 11.l9,20, além da passagem em foco. Até então o Evangelho ainda não havia sido pregado aos gentios (At 11.17,18).

4. Discriminação e preconceito. "Porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano" (v.1). A discriminação e o preconceito não devem ter lugar no meio dos discípulos de JESUS. Esta praga precisa ser eliminada do nosso meio, pois isso entristece o ESPÍRITO SANTO e torna-se uma barreira que impede o Senhor de operar. Isso divide o povo de DEUS e o Diabo se aproveita da ocasião. para suscitar discórdias entre os que professam a fé em CRISTO.

 

II. A OBRA DOS DOZE E A DOS SETE

1. Começo da estrutura hierárquica. O texto não diz explicitamente que esses sete foram escolhidos para o diaconato, mas, como o substantivo grego diakonia. "serviço, ministério", e o verbo diakonein, "servir", são o tema do texto, desde o terceiro século d.C. todos os expositores admitem que eles exerceram o cargo que o apóstolo Paulo mais tarde chama de diácono.

Com o passar do tempo a Igreja foi se estruturando hierarquicamente, de modo que a comunidade cristã em Filipos, ainda nos dias do apóstolo Paulo, já apresentava "bispos e diáconos" (Fp 1.1). O apóstolo dos gentios, no entanto, estabelece regras para a consagração destes obreiros (1 Tm3.1-l4). Um estudo sobre este assunto mostra que isso depende muito da época e lugar. Não era uma estrutura inflexível e dogmática.

2. Convocando uma Assembleia Geral Extraordinária (v. 2). É a primeira vez que os termos "os doze", para designar os apóstolos, e "discípulos", os seguidores de CRISTO, aparecem no livro de Atos.

A convocação da multidão pelos apóstolos revela que há decisões na Igreja que precisam ser tomadas em assembleias, juntamente com os crentes. Foi uma reunião democrática, mas na direção do ESPÍRITO SANTO, diferente da democracia política. Era uma questão interna, um problema entre irmãos, mas muito sério. Os líderes seguiram o modelo determinado por JESUS, convocando os cristãos (Mt 18-15-17).

 

III. FUNÇÃO DOS DIÁCONOS

Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, o apóstolo Paulo apresenta 10 qualificações para o diaconato e 16 para o presbiterato (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). A função dos diáconos não ficou muito clara nas epístolas paulinas. O texto de Atos 6.1-6 mostra qual o dever dos sete escolhidos: "servir às mesas" (v.2).

1. O sentido de servir. O verbo grego para servir é diakonein, de onde vem o termo diácono, que significa servo ou mensageiro. A função diz respeito não somente ao alimento posto para as viúvas, mas também à administração financeira em geral. O próprio JESUS aplicou esse termo a si mesmo (Mt 20.28; Mc 10.45; Lc 22.27). É, pois, uma função importante. Geralmente, os pastores começam ministerialmente como diáconos. Por isso, acumulam também este cargo, pois a sua chamada é a de servir ao povo de DEUS. JESUS é o nosso maior exemplo.

2. Atividade diaconal. A diakonia, "ministério" ou "serviço", palavra usada tanto no versículo 1. "ministério cotidiano", como no 4, "ministério da palavra", mostra que os dois serviços têm o mesmo valor. Ambos são compromissos cristãos para servir a DEUS e ao seu povo. A diferença residia na vocação dos doze. Há os que têm chamada para ministrar a Palavra (v. 4). É comum ouvir em nosso meio falar de "ministério" como sinônimo de pastor ou evangelista. Seria bom acrescentar sempre o termo "pastoral", pois a atividade dos diáconos não deixa de ser um ministério.

3. Alimento ou dinheiro? "Mesas" significa servir refeição e também a distribuição de fundos aos necessitados. A "boa reputação" refere-se ás qualificações exigidas pelos apóstolos, para o exercício desse trabalho. Parece que a tarefa dos sete era a última, mas não é uma interpretação unânime dos expositores da Bíblia.

4. A função do diácono, hoje. O Diabo estava armando outra estratégia: desviar os apóstolos das obrigações a que eram vocacionados. Pela expressão "mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (v. 4) mostra que a função dos diáconos se assemelha à dos levitas no Antigo Testamento, ou seja, auxiliar todas as atividades ligadas ao culto (Nm 3.6-10). Se os apóstolos deviam se dedicar à oração e ao ministério de palavra, obviamente, os sete estavam sendo separados para os trabalhos auxiliares e não meramente as funções filantrópicas, de caráter social.

Por isso, a atividade dos diáconos é justamente a de auxiliar nos cultos e nas demais atividades da Igreja. Manter a ordem, recepcionar os visitantes, recolher as contribuições, servir a Ceia do Senhor e cuidar do ambiente, para o bem-estar do povo de DEUS.

 

IV. A ESCOLHA DOS SETE

1. A igreja escolhe seus diáconos (v 3). O termo "escolhei" mostra que os sete foram eleitos pela igreja. Os apóstolos apresentaram as qualificações para o exercício dessa importante tarefa: "varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria" (v. 3). Depois, Paulo apresentou uma lista de requisitos necessários para o exercício desse ministério.

"Boa reputação", pois teriam de trabalhar na distribuição de dinheiro. Portanto, era necessário que tivessem conduta comprovada pelos irmãos.

"Cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria", porque o trabalho era também espiritual. Só o batismo no ESPÍRITO SANTO não basta. É necessário vivermos na plenitude do ESPÍRITO.

Esses requisitos são necessários até hoje na Igreja de CRISTO, para que o diácono tenha condições de cumprir o seu ministério. Não se trata de meras exigências; mas de preparo para tão importante tarefa.

2. Os sete nomes (v. 5). O parecer dos apóstolos deixou toda a igreja satisfeita. Todos viam nessa sábia atitude a solução dos problemas. Não houve imposição, mas sugestão. Quando a obra é dirigida pelo ESPÍRITO SANTO, geralmente, o parecer da liderança é acatado, como se fosse uma determinação divina, e deixa a Igreja regozijante. Isso prova que DEUS estava nesse negócio.

A igreja elegeu os que preencheram os requisitos apresentados pelos doze. São eles: "Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia" (v. 5). Os sete tinham nomes gregos. Será que eram todos helenistikoi? Se assim for, isso mostrava que o direito dessas viúvas estava assegurado, além de revelar a idoneidade deles nessa administração. que agora se tomava transparente.

3. O destino dos sete. Pouco se sabe do destino de cada um deles. Pelo discurso de Estêvão, registrado em Atos 7, podemos afirmar que ele era de considerável estatura espiritual, pois logo revelou seus talentos. Portanto, o diácono pode ser um grande pregador (I Tm 3.13). Nada mais sabemos sobre os demais, exceto Filipe, que pregou em Samaria e para o eunuco da rainha Candace, da Etiópia (At 8) e, depois de muitos anos, aparece como evangelista, residindo em Cesaréia Marítima (At 21.8). A tradição diz que Nicolau, prosélito de Antioquia, se desviou e tornou-se o líder do grupo herético dos Nicolaitas", mencionado em Apocalipse 2.6,]5.

4. Imposição de mãos (v. 6). Os sete, escolhidos pela igreja, foram levados à presença dos apóstolos para a imposição de mãos e, dessa forma, receberem a oração.

A imposição de mãos é o rito que representa a consagração para um determinado ofício e significa a transferência de bênçãos e dons.

 

CONCLUSÃO

A lição mostra que os apóstolos sabiam delegar as tarefas. Infelizmente, na atualidade, há os que controlam tudo, pois não deixam que outros façam algo, para ajudá-los. Por causa disso, a obra de DEUS sofre. Certos líderes ficam sobrecarregados, com atividades que poderiam ser encargo dos diáconos, e não têm tempo para a oração e meditação na Palavra de DEUS. À noite, no culto, não possuem mensagem, pois não têm alimento para o povo e nem entendem a necessidade das ovelhas. Quando se segue o padrão dos 'apóstolos, o crescimento é de grandes proporções (v. 7).

 

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. O homem, por mais condições que possua, não é capaz de "exercer, a contento, diversas funções. Por isso, DEUS permitiu que fossem escolhidos sete discípulos, os quais serviriam às meses, enquanto os apóstolos se dedicariam ao estudo e a meditação das Escrituras, a fim de que ministrassem bem o ensino bíblico.

2. Entendamos que os diáconos exercem um cargo importantíssimo na igreja. Por isso, precisamos honrá-los, a fim de que, com alegria, concretizem a função que lhes foi confiada pelo ESPÍRITO SANTO, em benefício do reino de DEUS. Só assim veremos a decência e ordem em evidência nos nossos cultos.

3. O cargo de diácono só deve ser ocupado por pessoas idôneas. Por isso, a escolha precisa ser precedida de jejum e oração, para que não sejam admitidos neófitos, que só trarão prejuízo à obra de DEUS. Esta função é local; ou seja, se alguém não a exerce dignamente, pode ser destituído pelo pastor da igreja. "

 

Observações

Como se coloca a questão da ação social hoje? De múltiplas maneiras. Não há uma só forma de atuar. Do ponto de vista da relação com a missão da igreja, há diferentes aspectos em jogo. Fazer para dentro ou para fora (priorizando os membros de igreja ou qualquer pessoa que precise)? Com quem fazer (referência eclesial ou como “fermento na massa”, sozinhos ou em redes e parcerias)? Com que objetivo ou horizonte de mudança (imediato, de médio e longo prazo, local, regional, nacional, assistencial, transformador)?

 

Do ponto de vista das modalidades de atuação, há também diferentes possibilidades:

1. Desenvolvimento de uma consciência e crítica profética diante da situação social, aprendendo a compreender os fenômenos sociais para além de impressões, prejulgamentos, preconceitos, ou de leituras puramente espirituais ou religiosas dos mesmos;


2. Realização da filantropia, nos casos em que é preciso atender às necessidades emergenciais ou àqueles setores mais pobres entre os pobres, mais discriminados socialmente, ou incapacitados para o trabalho ou para cuidarem de si mesmos, que precisam de constante apoio e provisão;


3. Atuação profissional, pondo a serviço dos setores excluídos da sociedade o saber e a experiência que existem no meio evangélico e que muitas vezes só são exercidos em proveito próprio (melhorar de vida, ganhar mais dinheiro, consumir mais);


4. Envolvimento em ações coletivas, participando de iniciativas de auto-organização da comunidade, da vizinhança, de uma categoria social, de um grupo de pessoas que se sentem discriminadas ou excluídas de alguma maneira; tomando a iniciativa e oferecendo recursos humanos e institucionais da igreja para a organização ou mobilização desses grupos; dando apoio público a movimentos desse tipo, quando solicitada ou quando sentir-se solidária com as demandas ou questões defendidas;


5. Atuação política, em nível suprapartidário, ou, em se tratando de indivíduos, pequenos grupos ou movimentos de cristãos, partidariamente, no apoio a projetos que visem a transformar a sociedade no sentido da liberdade, da igualdade e da solidariedade;


6. Desenvolvendo uma espiritualidade do serviço e da libertação, que integre na experiência de fé dos membros das igrejas, inclusive daqueles que não atuam diretamente na ação social, a compreensão de DEUS que nos ensina a falar, orar, agir com vistas à transformação de toda a humanidade e das pessoas como seres integrais(corpo e espírito), bem como de toda a criação, obra das mãos de DEUS.

 

A prática social da Igreja pode ser um testemunho da sua missão integral. Há muitos e não pequenos desafios a enfrentar. E como em muitas outras situações na história da igreja, não é possível esperar pela maioria para tomar a iniciativa. O importante é tentar sensibilizá-la para ser fiel ao chamado integral de DEUS à sua igreja. Se é onde isso não acontecer, sejamos movidos por nossa convicção de estar sendo fiéis a DEUS e, mesmo compreendendo em amor as resistências, não cedamos, não nos dobremos a elas. O conservadorismo de maioria, ao longo da história, nem sempre foi testemunha de fidelidade, equilíbrio e compromisso com a paz e a justiça. Houve e há horas em que temos que nos erguer e assumir a responsabilidade, diante de DEUS e dos outros ao nosso redor, de ser agentes de mudança na produção de sinais do Reino de DEUS.

 

Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica

Atos 34-35. A promessa feita no Antigo Testamento ao povo de DEUS, no sentido de que não haveria pobre entre eles (Dt 15 :4) foi cumprida na igreja pela generosidade dos membros mais prósperos. Aqueles que tinham propriedades ou casas as vendiam, e traziam os valores correspondentes aos apóstolos, que então os distribuíam aos necessitados.41 A referência aos pés dos apóstolos (4:37; 5:2) sugere algum tipo de transferência jurídica expressa em linguagem formal; é desnecessário acompanhar a sugestão de Stahlin (p. 79) de que os apóstolos se sentavam em cadeiras altas, os protótipos dos tronos eclesiásticos posteriores. Agora, incidentalmente, percebemos por que a pregação dos apóstolos se mencionou em v. 33. Tinham, também, o fardo adicional de administrar os fundos coletivos da igreja; e, embora esta tarefa talvez não fosse pesada logo de início, dentro em breve foram necessários planos novos (6:1-6).

36. O exemplo da generosidade de Barnabé é destacado para menção especial, possivelmente por ser de vulto excepcional, e certamente porque Barnabé aparecerá mais tarde na história como líder cristão que era conspícuo pela sua pura bondade (11 :24). Seu nome, se supõe, refletia o seu caráter. Não fica clara a conexão entre "Barnabé" e "filho de exortação", e há várias explicações do nome.42 Um "Filho de encorajamento" era uma pessoa que encorajava os outros, e Barnabé certamente fazia assim (9:27; 11 :23; 15:37). Era levita de nascimento, membro da tribo judaica da qual se tirava alguns dos funcionários menos importantes do templo (Lc 10:32; Jo 1 :19), mas a sua fama decerto migrara para Chipre, onde havia uma população judaica de certo vulto (cf. 11 :19; 13:4-5).

37. A lei antiga que proibia aos levitas a propriedade de terras (Nm 18:20; Dt 109) parece ter caído em desuso (Jr 32:7 e segs.). Não fica claro se o campo que pertencia a Barnabé ficava em Chipre ou na Palestina; presume-se que era neste último lugar, pois v. 35 indica apenas que Barnabé nascera em Chipre.

 

Atos 44; 45. Um aspecto distintivo foi o modo de os crentes viverem juntos, na prática de algum tipo de comunhão de bens. O significado disto fica mais claro no v. 45, onde se esclarece que as pessoas vendiam suas propriedades para aplicar o preço na assistência dos necessitados. A primeira impressão que obtemos, portanto, é aquela de uma sociedade cujos membros viviam juntos e tinham tudo em comum (4 :33). Não seria surpreendente, sendo que sabemos que pelo menos um outro grupo contemporâneo judaico, a seita de Cunrã, adotou este modo de vida; Filo e Josefo, nas suas descrições dos essênios (com os quais usualmente se identificam os cunranitas), dizem a mesma coisa. É bem provável que, no primeiro impacto do entusiasmo religioso, a igreja primitiva tenha vivido desta maneira; os ditos de JESUS acerca da abnegação podem ter sugerido este modo de vida. Depara-se, porém, na narrativa em 4:32-5:11, que vender os bens pessoais era assunto voluntário, e a atenção especial dada a Barnabé por ter vendido um campo talvez sugira que houvesse algo de incomum no seu ato. Não devemos, portanto, tirar a conclusão de que tomar-se cristão necessariamente acarretasse uma vida numa comunidade cristã" estreitamente fechada em si. O que realmente aconteceu foi, talvez, que cada pessoa deixava seus bens à disposição dos outros quando surgia a necessidade. Evitamos o emprego do termo "comunismo" na descrição da praxe, visto que o comunismo moderno é uma descrição de um sistema político e econômico de um caráter tão diferente que é anacronístico e enganoso empregar-se o termo no presente contexto?

 

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico - "A Comunhão Quebrada

Os crentes se dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a unidade eclesiástica em sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã consiste em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, 'crentes de fala grega') e os judeus hebreus (hebreaioi, "crentes de fala aramaica'). Os judeus gregos de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega. [n.] Os cristãos de fala aramaica são mais fortes nas tradições religiosas palestinas e mostram mais restrição em atitude para com a lei judaica e o templo. Sendo mais agressivos na abordagem, os judeus 'helenísticos provocavam raiva. Em pelo menos uma ocasião a pregação agressiva de um crente de fala grega na sinagoga helenista em Jerusalém termina em apedrejamento. Os judeus helenistas apresentavam o evangelho com tal zelo que eventualmente os oponentes os compelem a fugir de Jerusalém para salvar a própria vida (At 8.1-3)" (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.657).

 

Dê uma passadinha pelo departamento de assistência social de sua congregação (se é que tem) e faça uma pesquisa de como estão de suprimentos: remédios, agasalhos, material escolar, alimentos, etc...

Com quanto e com o que você contribuiu neste ano para a assistência social de sua congregação?

A obra de DEUS é feita com ações e não apenas com palavras, chegou a hora de praticar a Palavra e não ser apenas ouvinte.

Muitos vizinhos nossos podem estar desempregados, doentes ou vivendo miseravelmente. Ajude, mostre JESUS a eles.

Como estão vivendo nossos irmãos? Quantos são os excluídos de nosso bairro. Podemos ter uma congregação cheia de novos ouvintes no próximo Domingo, se pudermos praticar o evangelho em nosso próprio quintal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico (Lição 8 - 2007)

"Ação Social: Compromisso de uma igreja

Porque falar em ação social da igreja quando estamos discursando sobre a Igreja Viva? Porque cremos ser esta, sem dúvida, uma das manifestações mais convincentes de que a vida de DEUS está no meio de seu povo.

Avivamento e ação social: equilíbrio. O avivamento espiritual, que é tanto a causa como o produto de uma Igreja Viva, precisa abranger a igreja como um todo, se não queremos um organismo aleijado ou disforme. Não se pode falar de um avivamento que priorize apenas um aspecto da totalidade do ser humano como, por exemplo, o destino de sua alma, em detrimento de seu bem-estar físico e social.

Não nos interessa uma comunidade apenas voltada para o futuro, em prejuízo do hoje, pois isso implica em negligenciar as necessidades imediatas e urgentes do ser humano. O homem vive na dimensão do aqui e agora. Tem fome, frio, doença, sofre injustiças; enfim, tem mil motivos para não ser feliz. Nossa missão, pois, é socorrer o homem no seu todo, para que não somente usufrua paz de espírito, mas também conserve no corpo e na mente motivos de alegria e esperança. O projeto de JESUS é para o homem todo e para todos os homens. Fugir dessa verdade é desobediência e rebelião contra aquEle que nos comissionou.

Um verdadeiro avivamento trará de volta ao crente brasileiro o amor pelos quase 50 milhões de irmãos pátrios que vivem na pobreza absoluta. O estilo de vida de uma igreja avivada não se presta a esquisitices humanas, mas à formação de personalidades de acordo com o caráter de CRISTO, que não negligenciam o amor ao próximo." (ClDACO, J. Armando. Um grito pela vida da igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.87-8.)

 

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico - "O Descontentamento Social

Afirma o eminente teólogo da Universidade de Salamanca Lorenzo Turrado: 'A queixa dos helenistas, a julgar pela iniciativa tomada pelos apóstolos, parece que tinha sério fundamento'. A situação que se desenhava deixou os apóstolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade sociais eram intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt 15.7,11). Não foi por causa da opressão que o Senhor desterrara a Israel? A palavra de Ezequiel não tolera dúvidas: 'O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando e fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente ao estrangeiro' (Ez 22.29).

Infelizmente, a questão social continua a ser descurada por muitos ministros do Evangelho. Acham eles que a desigualdade social é um problema que cabe apenas ao governo resolver. Mas a Bíblia não ensina assim. Embora a Igreja de CRISTO seja um organismo espiritual e desfrute da cidadania celeste, ela é vista como uma comunidade administradora de uma justiça que tem de exceder a do mundo (Mt 5.20). O comentário é de Broadman: 'Os cristãos têm infligido quase tantas feridas à comunhão quanto os perseguidores externos, abrigando em si preconceitos raciais, religiosos e de classe. Esse preconceito leva à discriminação, e a discriminação destrói a unidade dos crentes. Estas distinções não deviam ter entrado na Igreja, naquela época, e não devem entrar hoje'" (ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.17, 18).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO III - Subsídio Histórico - As implicações de Atos 6

"Paternalismo. Talvez a primeira lição que deva ser aprendida é a de que a liderança espiritual da igreja precisa evitar o paternalismo. A maneira de se desenvolver uma igreja amadurecida não é impor soluções 'de cima para baixo', mas envolver a congregação na solução do problema, e confiar aos membros um papel significativo na tomada de decisões.

Confiança. Teria sido tão fácil tornar-se defensivo e argumentar em quem se deveria ou não colocar a culpa. Em lugar disso, a congregação concentrou-se no problema e os cristãos de fala aramaica demonstraram confiança em seus irmãos, ao fazer os cristãos de fala grega responsáveis pela distribuição a todos.

Prioridades. Os líderes espirituais da igreja precisam concentrar sua atenção 'na oração e no ministério da palavra' (6.4). Mas as preocupações materiais dos crentes também precisam de atenção. E aqueles que lidam com as 'coisas práticas' precisam ser pessoas 'cheias de fé e do ESPÍRITO SANTO'.

Flexibilidade. Precisamos estar prontos para reagir às necessidades. Frequentemente, nossas igrejas estão encerradas em antigos programas ou antigos cargos. Em lugar de procurar com criatividade satisfazer as necessidades à medida que elas surgem, nós lutamos para manter o mecanismo da igreja. Este incidente na vida da Igreja Primitiva nos lembra de que as pessoas são mais importantes do que as constituições de nossa igreja, e que a inovação não é uma palavra feia" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.263-64).

 

INTERAÇÃO

O contexto da comunidade cristã em Jerusalém, descrito em Atos 6, é de pobreza e necessidades sociais. O resultado do Pentecostes fez com que a igreja de Jerusalém triplicasse em quantidade, mas em contrapartida, crescia na mesma proporção o número de necessitados. Como consequência do crescimento, surgiram carências oriundas de um contexto social de extrema pobreza e miséria. A Igreja Primitiva passara a ser grande, mas seus líderes não podiam fechar os olhos para os pobres e necessitados.

Uma igreja que cresce numericamente pode ver seu rebanho adoecer a uma velocidade desproporcional por pura falta de cuidado com as pessoas. A Igreja de CRISTO precisa crescer integralmente e priorizar pessoas!

 

 

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LIÇÃO 8, NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA

 

Escrita Lição 8, CPAD, Uma Igreja Que Enfrenta Os Seus Problemas, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 99991520454 (tel) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS

1. Conflito de natureza cultural.

2. Conflito de natureza social.

3. Qual é a prioridade?

II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS

1. O ministério da oração e da Palavra.

2. Não há conflito entre tarefas.

3. A Diaconia.

III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS   

1. Privilegiando o caráter.

2. Exercitando os dons.

 

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.”  (At 6.3)

 

VERDADE PRÁTICA

Uma igreja cheia da sabedoria do ESPÍRITO age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 6.1,2 Identificando a natureza dos conflitos

Terça - 1 Co 6.5 Resolvendo conflitos na esfera da igreja

Quarta - Mt 5.9 Pacificando todos os tipos de conflitos 

Quinta - 2 Tm 2.24 Gentileza, paciência e habilidades para evitar os conflitos

Sexta - Gl 5.13 Servindo uns aos outros para prevenir os conflitos

Sábado - Pv 13.10 O valor de sábios conselhos na resolução de conflitos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 6.1-7

1- Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. 3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4- Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5- E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6- e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7- E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

 

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PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Nesta lição, aprenderemos como a igreja primitiva enfrentou e solucionou conflitos internos, destacando a importância da diaconia no serviço cristão. O crescimento da igreja trouxe desafios sociais e culturais, mas os apóstolos, guiados pelo ESPÍRITO SANTO, instituíram

diáconos para auxiliar no cuidado dos necessitados sem comprometer a pregação da Palavra e a prática da oração no ministério. Veremos que a igreja deve equilibrar sua missão espiritual e social, reconhecendo que ambos os aspectos são essenciais. Que possamos refletir sobre a importância do serviço cristão e como podemos aplicá-lo em nossa igreja local.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Analisar as naturezas cultural e social dos conflitos enfrentados pela igreja primitiva e sua relevância para a igreja atual; II) Explicar a importância da organização e da distribuição de funções dentro da igreja para equilibrar as responsabilidades espirituais e sociais; III) Aplicar os princípios bíblicos de caráter, sabedoria e serviço na vida cristã e na atuação ministerial.

B) Motivação: A igreja não está isenta de desafios, mas a forma como lida com eles revela seu compromisso com a vontade de DEUS. Assim como a igreja primitiva enfrentou conflitos culturais e sociais, também enfrentamos desafios que exigem sabedoria e serviço. A solução encontrada pelos apóstolos demonstra que o equilíbrio entre oração, ensino e assistência social é essencial. Devemos refletir: como temos contribuído para a unidade e o crescimento da igreja?

C) Sugestão de Método: Para iniciar a lição de forma envolvente, você pode utilizar o método da problematização. Pode começar perguntando à classe: "Quais tipos de conflitos podem surgir dentro da igreja?" e anotar as respostas no quadro. Em seguida, deve incentivar a classe a refletir sobre como esses conflitos podem afetar a comunhão e o crescimento espiritual. Após essa introdução, pode relacionar a discussão ao texto bíblico de Atos 6.1-7, mostrando como a igreja primitiva enfrentou desafios semelhantes. Essa abordagem desperta o interesse dos alunos e os prepara para compreender a importância da diaconia e da sabedoria na resolução de problemas na igreja.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Assim como a igreja primitiva enfrentou desafios com sabedoria e serviço, devemos agir com amor e compromisso, promovendo a unidade e cuidando uns dos outros para a glória de DEUS.

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 102, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Equilíbrio Ministerial", localizado depois do segundo tópico, aprofunda o assunto a respeito do equilíbrio que devemos ter nos ministérios de caráter espiritual e social; 2) No final do terceiro tópico, o texto "Requisitos dos Escolhidos" analisa o processo de escolha dos diáconos, extraindo lições para o nosso tempo.

 

PALAVRA-CHAVE - Diaconia

 

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO

Nesta lição, exploraremos a diaconia bíblica, um ministério essencial de serviço na igreja, que nos ensina sobre o serviço ao próximo. A Bíblia nos mostra que a Igreja, mesmo em seus primórdios, enfrentava desafios, mas a busca por soluções em DEUS era fundamental. A criação do ministério dos diáconos não foi para estabelecer uma hierarquia, mas para organizar o serviço social na Igreja, mostrando que todos os líderes são chamados a servir. O que realmente importa no Reino de DEUS é a disposição em servir, independentemente do cargo ou tarefa, pois o serviço é a essência do trabalho na igreja.

 

I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS

1. Conflito de natureza cultural.

Lucas cita um conflito entre os “gregos” e “hebreus” (At 6.1a). A referência neste texto aos “gregos” está relacionada aos judeus helenistas, isto é, que haviam emigrado para outros países e que, por conta disso, falavam somente a língua grega. Por outro lado, o termo “hebreus” era uma referência aos judeus de Jerusalém que se comunicavam principalmente em hebraico (aramaico). Havia, portanto, uma barreira de natureza cultural por conta da língua. Essa barreira cultural trouxe um conflito de relacionamento entre os crentes da primeira igreja. Isso fez com que os apóstolos, logo após tomarem conhecimento do problema, buscassem uma solução. Eles não podiam deixar a igreja de Jerusalém se desintegrar por conta de barreira de natureza cultural. A unidade da igreja não pode ser ameaçada por conflito de qualquer natureza.

 

2. Conflito de natureza social.

Lucas explica que em razão daquela diferença cultural, “as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (At 6.1b). Aqui fica evidente a natureza social do problema – as viúvas de fala grega estavam sendo negligenciadas na distribuição diária. O conflito se instalou e precisava de solução. Fica em evidência que a igreja não é só um organismo, ela também é uma organização. Ela tem sua esfera espiritual, mas também social. Era, portanto, essa parte social que estava em desequilíbrio e precisava de cuidados.

 

3. Qual é a prioridade?

É muito comum a ideia de que o cristão deve cuidar apenas da esfera espiritual e negligenciar a social. Cria-se dessa forma um entendimento nada bíblico de que a primeira deve ser privilegiada e a segunda, negligenciada. Assim, por exemplo, um evento musical recebe grande atenção porquanto mexe com as emoções, enquanto um trabalho social numa igreja local carente conta com poucas adesões. Negligenciar os mais necessitados é um dos pecados denunciados tanto no Antigo Testamento (Is 58.6) quanto no Novo Testamento (Mt 25.35-38). Não podemos ignorar a situação social dos menos favorecidos e pensar que, dessa forma, estamos adorando a DEUS em espírito e em verdade.

 

SINÓPSE I - A igreja primitiva enfrentou desafios internos que exigiram sabedoria para manter a unidade.

 

II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS

1. O ministério da oração e da Palavra.

Diante do conflito, os apóstolos perceberam que a parte da comunidade que estava sendo negligenciada precisava de cuidados. Contudo, eles também perceberam que não poderiam resolver um problema criando outro. Cuidar dos mais necessitados era uma missão urgente da igreja, mas os ministérios da oração e pregação da Palavra de DEUS também o eram (At 6.4). Tanto a parte social como a devocional e evangelística fazem parte de uma única missão da Igreja. Poderíamos dizer que são os dois lados de uma mesma moeda. Cuidar dos necessitados é importante, igualmente importante é a oração e a evangelização.

 

"Tudo faz parte de uma única missão da Igreja. Assim, se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela falha em sua missão.”

 

2. Não há conflito entre tarefas.

Não podemos ler Atos 6 como se o ministério da oração e da pregação estivessem em oposição com o ministério de serviço social. Não há essa contradição, onde um é considerado mais espiritual e o outro menos.  Tudo faz parte de uma única missão da Igreja. Assim, se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela falha em sua missão. Da mesma forma, se a igreja se torna apenas um centro social, negligenciando a oração e a pregação, ela perde a sua essência, deixa de ser Igreja de CRISTO e, por isso, também falha em sua missão.

 

3. A Diaconia.

O parecer dos apóstolos foi que eles constituíssem pessoas habilitadas sobre o que eles denominaram de “este importante negócio” (At 6.3). É, portanto, uma referência ao “serviço” ou “diaconia”, identificado no versículo 3 como “servir” as mesas (At 6.3). A palavra “diaconia” tem a ver mais com a função do que com a forma. Assim, em Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do que o cargo ou ofício ocupado por eles. O contexto favorece esse entendimento. Contudo, essa narrativa bíblica fundamenta a instituição do diaconato cristão. Outrossim, devemos enfatizar aqui que a diaconia era vista pelos apóstolos como um “importante” negócio, ou seja, algo necessário à igreja. Esse entendimento apostólico contradiz o que muitos pensam atualmente a respeito do serviço da diaconia. Infelizmente, há os que enxergam um diácono como um obreiro de classe inferior. Mas no contexto bíblico, a diaconia é um serviço especial onde somente pessoas especiais, isto é, com as qualificações bíblicas exigidas, podem trabalhar.  

 

SINÓPSE II - Os apóstolos instituíram diáconos para equilibrar o ministério da pregação da Palavra, da oração e do serviço social.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ - EQUILÍBRIO MINISTERIAL

“À medida que a Igreja Primitiva crescia, suas necessidades aumentavam. Uma delas era organizar a distribuição de alimentos para os pobres. Os apóstolos precisavam concentrar-se na pregação; então escolheram diáconos para administrar o programa alimentar. Cada cristão tinha uma função vital a desempenhar na igreja (ver 1 Co 12). Se você já ocupa uma posição de liderança e está sobrecarregado por suas responsabilidades, determine quais são as habilidades que lhe foram dadas por DEUS e reveja suas prioridades; então procure outras pessoas para ajudá-lo. Se você não faz parte da liderança, saiba que tem dons que podem ser usados por DEUS em várias áreas do ministério da igreja. Coloque estes dons a serviço do Mestre” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1488).

 

III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS   

1. Privilegiando o caráter.

Nas exigências das qualificações exigidas para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”. A palavra “boa reputação” traduz o termo grego martyreo, que significa “testemunha” ou “mártir”, quer dizer uma pessoa autêntica, honesta, correta e que não negocia valores para exercer a função da diaconia. As vezes pensamos que essas exigências eram apenas para os dias bíblicos, o que evidentemente é um equívoco. Se para aqueles que se dedicariam apenas em “servir as mesas”, isto é, os diáconos, era exigido “boa reputação”, então o que dizer dos pastores que cuidam de todo o rebanho?

 

2. Exercitando os dons.

Essas pessoas, encarregadas da diaconia da igreja, além da exigência de boa reputação, deviam ser cheias do “ESPÍRITO SANTO e de sabedoria” (At 6.3). Defender a boa ortodoxia, isto é, a doutrina correta, era importante, mas incompleto. Era necessário que essas pessoas também fossem cheias do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria. É possível uma pessoa ser ortodoxa, eticamente irrepreensível, contudo, não ser quebrantada e nem possuir fervor espiritual. Da mesma forma, é possível uma pessoa exercitar os dons espirituais, contudo, não ter sabedoria nenhuma. Uma coisa não pode funcionar sem a outra. O ideal de DEUS é que o cristão viva corretamente exercitando os dons espirituais com a sabedoria no exercício da diaconia.

 

SINÓPSE III - A escolha dos diáconos seguiu critérios espirituais, destacando caráter, fé, compromisso cristão e fervor espiritual.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ - REQUISITOS DOS ESCOLHIDOS

“Essa tarefa administrativa não foi tratada de modo inconsequente. Observe os requisitos dos homens que cuidariam da distribuição dos alimentos: deveriam ter boa reputação e ser cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria. As pessoas que têm grandes responsabilidades e que trabalham próximas a outras devem ter estas qualidades. Devemos procurar homens e mulheres espiritualmente sábios e maduros para liderar nossas igrejas.

As prioridades dos apóstolos eram corretas. O ministério da Palavra nunca deveria ser negligenciado por causa dos fardos administrativos. Os pastores não devem tentar desempenhar todas as tarefas da igreja, e ninguém deve esperar que o façam. Ao contrário, o trabalho da igreja deve ser dividido entre os membros” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1488).

 

 

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição a importância do serviço cristão. A igreja “espiritual” é também social. Devemos nos dedicar tanto ao ministério da oração e pregação como também à assistência ao mais necessitados. A igreja que cuida da alma também deve cuidar do corpo. DEUS não é glorificado na desgraça de ninguém. Se há um necessitado em nosso meio, e há, devemos considerar os princípios bíblicos ensinados nessa passagem das Escrituras para alcançá-lo. Assim, a igreja cresce como Igreja de DEUS e o Senhor é glorificado.

 

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Quais são as referências de “gregos” e “hebreus”?

“Gregos” refere-se aos judeus helenistas, que falavam grego e tinham influência da cultura grega, enquanto “hebreus” eram judeus de fala aramaica, ligados à tradição judaica de Jerusalém.

2. Quais são as duas naturezas do conflito entre os judeus gregos e hebreus?

O conflito era de natureza cultural, devido às diferenças de idioma e costumes, e de natureza social, pois as viúvas dos helenistas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de mantimentos.

3. Há contradição entre as esferas espiritual e social?

Não há essa contradição, onde um é mais espiritual e o outro menos.  Tudo faz parte de uma única missão da Igreja.

4. Com o que a palavra “diaconia” tem a ver?

A palavra “diaconia” tem a ver mais com a função do que com a forma. Assim, em Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do que o cargo ou ofício ocupado por eles.

5. O que recebeu ênfase pelas exigências e qualificações exigidas para o diaconato?

Nas exigências das qualificações exigidas para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase. Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”.