Escrita Lição 8, CPAD, Uma Igreja Que Enfrenta Os Seus Problemas, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
1. Conflito de natureza cultural.
2. Conflito de natureza social.
3. Qual é a prioridade?
II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS
1. O ministério da oração e da Palavra.
2. Não há conflito entre tarefas.
3. A Diaconia.
III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
1. Privilegiando o caráter.
2. Exercitando os dons.
TEXTO ÁUREO
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio.”
(At 6.3)
VERDADE PRÁTICA
Uma igreja cheia da sabedoria do ESPÍRITO
age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 6.1,2 Identificando a natureza dos conflitos
Terça - 1 Co 6.5
Resolvendo
conflitos na esfera da igreja
Quarta - Mt 5.9 Pacificando todos os tipos de conflitos
Quinta - 2 Tm 2.24 Gentileza, paciência e habilidades para evitar os
conflitos
Sexta - Gl 5.13
Servindo
uns aos outros para prevenir os conflitos
Sábado - Pv 13.10 O valor de sábios conselhos na resolução de conflitos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 6.1-7
1- Ora, naqueles dias, crescendo o número
dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as
suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
2- E os doze, convocando a multidão dos
discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e
sirvamos às mesas.
3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós,
sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos
quais constituamos sobre este importante negócio.
4- Mas nós perseveraremos na oração e no
ministério da palavra.
5- E este parecer contentou a toda a
multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe,
e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6- e os apresentaram ante os apóstolos, e
estes, orando, lhes impuseram as mãos.
7- E crescia a palavra de DEUS, e em
Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos
sacerdotes obedecia à fé.
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Hinos Sugeridos: 46, 304, 372 da
Harpa Cristã
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – REVISTAS ANTIGAS
E LIVROS
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REVISTA ANTIGA
Lição 12- O
Diaconato - LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e
adultos - Tema: Dons Espirituais e
Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário - Comentário:
Pr. Elinaldo Renovato de Lima
“Porque os que
servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança
na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).
Embora o
diaconato seja um ministério específico, a diaconia é uma missão de todo o
crente.
1 Timóteo
3.8-13.
8 - Da mesma
sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho,
não cobiçosos de torpe ganância, 9 - guardando o mistério da fé em uma pura
consciência. 10 - E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se
forem irrepreensíveis. 11 - Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, não
maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo. 12 - Os diáconos sejam maridos de uma
mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. 13 - Porque os que
servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança
na fé que há em CRISTO JESUS.
Diácono: Aquele
que serve por amor.
Resumo
da Lição 12- O Diaconato
I - A DIACONIA
DE JESUS CRISTO
1. Significado
do termo.
2. Serviço de
escravo.
3. O discípulo
é um serviçal.
II - A
INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito
da função.
2. Origem do
diaconato.
3. A escolha
dos diáconos.
III - O PERFIL
E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1.
Qualificações do diácono.
Caráter moral,
espiritual e familiar.
2. A função dos
diáconos em Atos 6.
3. A função dos
diáconos hoje.
Meus
comentários - Pr. Henrique
Diaconisa é uma
mulher que limpa os banheiros, lava o chão, lava roupa e cozinha para a igreja
ou recebe em casa um visitante, ou também, que visita as pessoas, ora pelas
pessoas, ajuda os pobres e necessitados. Pode ser tanto a mulher do diácono,
como do pastor, como qualquer outra que ajuda na obra de DEUS. Não tem título e
nem cargo eclesiástico, mas disposição para servir - este é o significado de
diaconia. Lavar os pés aos santos quer dizer isso. Se JESUS quisesse mulheres
no ministério eclesiástico colocaria sua mãe como a primeira.
Tem muitas igrejas com dificuldades agora porque não analisaram corretamente a
palavra de DEUS antes - Elas agora querem ser pastoras-presidente de campo e
estão com toda razão, pois foi-lhes dado um ministério pelos homens.
A hierarquia
gera a ideia de submissão. Esta "obediência" a que o amado se refere
é fruto da burocratização. A Bíblia diz que devemos obedecer aos líderes -
Hb.13:17. Não existe questão "hierárquica". Devemos obedecer, isto
sim, aos que lideram, seja a igreja local, sejam os departamentos da igreja
local. Devemos honrar os ministros - 1 Tm.5:17-19. A igreja não é uma
organização militar onde haja "patentes" e, na igreja, a liderança
deve ser exercida como serviço, não como demonstração de superioridade ou de
domínio - Mc.10:42-45; I Pe.5:1-3. Sobretudo, devemos obedecer ao Senhor JESUS,
que é a cabeça da Igreja e, deste modo, não podemos ser meio de escândalo -
Mt.18:6,7; Rm.14 - ou de divisão - Jd.19, mas jamais nos fazermos servos dos
homens por causa apenas de títulos. Mais importa obedecer a DEUS e aos homens -
At.5:29. Em vez de o diácono obedecer ao presbítero, este ao pastor etc.
devemos entender que o pastor deve servir ao presbítero, este, ao diácono e
este ao membro. A obediência deve existir dentro do sentido do serviço, não do
domínio ou do poder.
(>>http://www.portalebd.org.br/principal/sala-dos-professores/view-postlist/forum-126-2o-trim-2014-licao-12-o-diaconato/topic-398-hierarquia-x-submissao.html>>)
Revista
Ensinador Cristão CPAD, n°58, p.42.
Por que existe
o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da igreja
local? Estas perguntas podem e devem ser trabalhadas em sala de aula. Muitos
alunos não têm a convivência da realidade e dos meandros da organização
eclesiástica de suas igrejas locais. Por isso esta é uma excelente oportunidade
para abordar um assunto que faz parte da vida cristã de todo membro em uma
comunidade local.
Para responder
as perguntas elaboradas acima, deve-se partir do sexto capítulo do livro dos
Atos dos Apóstolos, pois ali, pela primeira vez, foi constituído um ministério
específico de caráter social para resolver uma variante problemática de aspecto
étnico: entre as viúvas de fala hebraica e as de fala grega. Tal problema
poderia atravancar o avanço da igreja local que estava em Jerusalém. Os
apóstolos sentiram-se cobrados em solucionar um problema não muito fácil,
entretanto, os ministérios da Palavra e da Oração não poderiam ficar em segundo
plano. Mas igualmente, a sobrevivência humana.
Orientados pelo
ESPÍRITO SANTO, e também dotados por um profundo bom senso, juntamente com a
igreja, os apóstolos não hesitaram em tomar a decisão de permitir aos novos
crentes separarem sete homens judeus de fala grega 13 Estêvão, Filipe, Prócoro,
Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau - para resolverem uma questão de caráter
social e urgente. Assim, a igreja de Jerusalém voltou a normalidade da sua
atividade coadunando a prática proclamatória do Evangelho com o serviço de
interferir socialmente na vida dos crentes, e não-crentes também, para suprir a
necessidade de quem precisava de ajuda. Por isso, o caráter do ministério
diaconal é profunda e biblicamente enraizado numa intensa preocupação social. O
diácono de Atos não foi chamado para fazer trabalhos meramente litúrgicos,
(como colher dízimos e ofertas e servir a Santa Ceia), mas principalmente o de
cuidar dos mais necessitados, visitar as viúvas e os enfermos, amparando quem
realmente precisa de cuidados na comunidade cristã local.
Por
conseguinte, o serviço de diácono não é simplesmente uma função eclesiástica,
mas um estilo de vida ensinado e promovido por JESUS de Nazaré. Quando um
crente olha para o verdadeiro diácono ele deve sentir-se impulsionado para
viver um estilo de vida diaconal, como o de CRISTO em seu ministério terreno.
Pois o diaconato é um estilo de vida centralizado em JESUS de Nazaré, jamais em
si mesmo.
COMENTÁRIO -
INTRODUÇÃO
O crescimento
vertiginoso trouxe diversos problemas. Entre os conversos, havia pessoas de
outros lugares, além de judeus. Quando a comunidade cristã cresceu grandemente
surgiram diversos problemas, inclusive de ordem social (cf. At 6.1-7). Os
líderes da Igreja resolveram reunir a assembleia e buscar a solução para o
atendimento social aos irmãos carentes. A tarefa era um grande desafio. Ou eles
cuidavam da oração e do estudo da palavra de DEUS, ou cuidavam da parte social.
Por decisão
sábia e unânime dos irmãos de fala grega, escolheram sete homens, com
qualidades exemplares, para cuidarem daquele “importante negócio”, que era dar
assistência aos novos convertidos nas suas necessidades básicas. Muitos que
aceitavam a CRISTO ficavam em situação difícil, rejeitados por suas famílias,
expulsos de casa e desprezados da sociedade. Assim, ante uma crise de caráter
humano, os apóstolos tiveram que tomar medidas que serviram de base para a
criação do cargo ou da função de diácono que faz parte, até hoje, do ministério
ordenado, nas igrejas cristãs.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 139-140.
Aquilino de
Pedro afirmou que o diaconato é o ministério por excelência; o serviço é a sua
razão primacial. Se nos voltarmos aos atos dos apóstolos, constataremos que não
exagera o ilustrado teólogo. A diaconia outra coisa não é senão um serviço
incondicional e amoroso a DEUS e à sua Igreja. O diácono que não vive para
servir a igreja de DEUS, não serve para viver como ministro de CRISTO. A
essência do diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço também é o amoroso
fundamento. Sem serviço também a diaconia é impossível. Nesse sentido, quão
excelso e perfeito diácono foi o Senhor JESUS!
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
I - A DIACONIA
DE JESUS CRISTO
1. Significado
do termo.
A palavra
diaconia é originaria do vocábulo grego diákonos e significa, etimologicamente,
ajudante, servidor. Em seu Dicionário do Novo Testamento Grego,
oferece-nos W.C. Taylor a seguinte definição de diácono: garçom, servo e
administrador. Na Grécia clássica, diácono era o encarregado de levar as
iguarias à mesa, e manter sempre satisfeitos os convivas. Na septuaginta, eram
os servos chamados de diáconos, porém não desfrutavam da dignidade de que
usufruíram seus homônimos do NT, nem eram incumbidos de exercer a tarefa básica
destes: socorrer os pobres e necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos
olhos judaicos, era esse um cargo nada honroso. A palavra diácono aparece cerca
de trinta vezes no NT. É uma sublime função que passou a existir na
Igreja Primitiva a partir de Atos, capítulo seis.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
Eles devem ser
como o próprio Mestre; e é muito apropriado que eles o fossem, pois, enquanto
estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi quando estava no mundo. Porque
para ambos o estado atual é um estado de humilhação; a coroa e a glória estavam
reservadas para ambos no estado futuro. Eles precisavam considerar que “o Filho
do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em
resgate de muitos” (v. 28). O nosso Senhor JESUS aqui se coloca diante dos seus
discípulos como um padrão de duas qualidades anteriormente recomendadas: a
humildade e a utilidade.
[1] Nunca houve
um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de CRISTO, que não
veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de DEUS entrou no
mundo - o Embaixador de DEUS para os filhos dos homens alguém poderia pensar
que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que
estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não
agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de
Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si
a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez
parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas”
(Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a
pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo.
JESUS, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles
tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em aflição.
Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para atender aos
seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à ordem do seu
senhor, e se esforçou muito para servi-los.
O Senhor JESUS
serviu continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o
descanso para cumprir essa tarefa.
[2] Nunca houve
um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte de CRISTO, que “deu
a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas
morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou
no mundo com o propósito de dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em
sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos
um resgate para a sua própria honra, e talvez um sacrifício para a sua própria
diversão.
CRISTO não age
assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é
pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida
como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que JESUS CRISTO
sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos
da justiça divina por causa do pecado. CRISTO, entregando a sua vida, fez a
expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma
“maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At
20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi
suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos,
então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para
que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente,
pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando
forem reunidos, embora parecessem então um pequeno rebanho.
Então esse é um
bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa
bandeira, e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para
pensarmos em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO ao morrer por
nós, não hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16).
Os ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer
pelo bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17).
Quanto mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da
humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora
CPAD. pag. 261-262.
Mt 20.26-28 Em
uma frase, JESUS ensinou a essência da verdadeira grandeza: Todo aquele que
quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal. A grandeza é
determinada pelo serviço. O verdadeiro líder coloca as suas necessidades em
último lugar, como JESUS exemplificou na sua vida e na sua morte. Ser um
“servo” não significa ocupar uma posição servil, mas sim ter uma atitude na
vida que atende livremente às necessidades dos outros sem esperar nem exigir
nada em troca. Os líderes que são servos apreciam o valor dos outros e percebem
que não são superiores a ninguém; eles também entendem que o seu trabalho não é
superior a nenhum outro trabalho.
A missão de
JESUS era servir aos outros e dar a sua vida por eles. Um verdadeiro líder tem
o coração de um servo. Os discípulos devem estar dispostos a servir porque o
seu Mestre deu o exemplo. JESUS explicou que Ele não veio para ser servido, mas
para servir a outros. A missão de JESUS era servir — em última análise, dando a
sua vida para salvar a humanidade pecadora. A sua vida não foi “tomada”, Ele a
“deu”, oferecendo-a como sacrifício pelos pecados do povo. Um resgate era o
preço pago para libertar um escravo da escravidão. JESUS pagou um resgate por
nós, e o preço exigido foi a sua vida. JESUS tomou o nosso lugar, Ele morreu a
morte que nós mereceríamos.
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 124.
Mt 20.28 Nesse
ponto, JESUS apresenta-se — o Filho do homem — como o supremo exemplo de
serviço para os outros. O versículo é claramente importante para nossa
compreensão da percepção de JESUS de sua morte.
Três questões
relacionadas pedem discussão.
1.
Autenticidade. É bastante comum no Novo Testamento, nas palavras atribuídas a
JESUS e a outras existentes em outros trechos começarem com a necessidade dos
discípulos matarem o “eu” e terminarem com a morte vicária única de JESUS como
um exemplo ético — ou, de forma inversa, começarem com a morte única de JESUS e
tê-la aplicada como um exemplo para os discípulos (Jo 12.23-25; Fp 2.5-11; I Pe
2.18-25). Não há motivos substanciais para negar a autenticidade desse dito.
2. Sentido. Ele
não veio para ser servido, como um rei que depende de incontáveis cortesãos e
criados, mas para servir os outros. Stonehouse observa com acerto que esse
versículo presume que o Filho do homem tem todo direito de esperar ser servido,
mas, em vez disso, ele serve. Está implícita a autoconsciência de que o Filho
do homem possuía origem celestial, possuía autoridade divina. A demonstração da
glória divina brilha com mais esplendor quando é separada por causa da morte
vergonhosa de um homem redentor. Esse é exatamente o cerne da revelação de si
mesmo de JESUS e do evangelho primitivo (ICo 1.23: “Pregamos a CRISTO [Messias]
crucificado”).
O Filho do
homem veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”.
Resgate tem
o sentido de “libertação”; e o verbo cognato, de “libertar”, sem referência ao
“preço pago” (veja esp. Hill, Greek Words [Palavras gregas], p. 58-80). Isso
denota substituição, equivalência, troca (cf. esp. M. J. Harris, DNTT,
3:1179s.). “A vida de JESUS entregue em morte vicária realiza a libertação de
vidas confiscadas. Ele agiu em favor de muitos ao tomar o lugar deles”
(ibid.,p. 1180).
O termo
“muitos” enfatiza os incomensuráveis efeitos da morte solitária de JESUS: um
morre, muitos encontram sua vida “resgatada, curada, restaurada, perdoada”, uma
grande multidão que nenhum homem pode contar (cf. J. Jeremias, “Das Lõsegeld
für Viele” [“O resgate de muitos”] , Judaica 3 [1948], p. 263). Isso
sugere que a morte vicária de JESUS é o pagamento pelo povo escatológico de
DEUS e que resulta nesse povo. Isso se ajusta bem ao “muitos” de Isaías
52.13—53.12.
3. Dependência
de Isaías 53. A palavra hebraica ’ãsãm inclui a noção de substituição ou, pelo
menos, de um equivalente. A implicação da evidência cumulativa é que JESUS se
refere explicitamente a si mesmo como o Servo sofredor de Isaías e interpretava
sua própria morte sob essa luz — interpretação em que Mateus seguiu seu Senhor
(Mt 3.17; 12.15-21).
D. A. CARSON. O
Comentário De Mateus. Editora Shedd Publicações. pag. 504-506.
2. Serviço de
escravo.
Diaconia
significa “ministério, serviço”. JESUS CRISTO foi exemplo para a Igreja em
todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa confissão”
(Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi Pastor (Jo
10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade,
dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos
homens, JESUS despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo 17.14). Paulo
diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de “escravo”.
JESUS, “... sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo- se semelhante
aos homens-, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8 — grifo nosso). A expressão
“tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma condição humilde e
desprezível”.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 140.
JESUS, o
Diácono dos diáconos
Foi o Senhor um
diácono em tudo perfeito. Na declaração que faz Ele em Marcos 10.45,
encontramos a variante da palavra diakonia duas vezes: “O Filho do Homem também
não veio para ser servido [diakonêthênai], mas para servir [diakonêsai] e dar a
sua vida em resgate de muitos”. Ele era Senhor, e servia a todos. Era Rei
prometido, mas se dizia servo dos servos de DEUS. Deveria estar à mesa, mas
ei-lo a lavar os pés dos discípulos.
Embora o
apocalipse mostre-o na plenitude de sua glória, vemo-lo em Isaias, como o servo
sofredor. A fim de assumir a sua diaconia, despojou-se de suas prerrogativas,
assumiu a nossa forma e pôs-se a servir indistintamente a todos.
Este é o nosso
Senhor; Diácono dos diáconos!
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
A AUTO
HUMILHAÇÃO DE JESUS (13.4-20)
2: E, acabada a
ceia (o texto grego diz “durante a ceia”), e então continua com a primeira
oração no versículo 4: levantou-se da ceia. Ao fazê-lo, o Senhor tirou as
vestes (4, cf. 10.17; Fp 2.5-8); i.e., a túnica externa. Então, tomando uma
toalha, cingiu-se, o que “marca a ação de um escravo”. Assim preparado, Ele pôs
água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a
toalha com que estava cingido (5). Evidentemente havia ocorrido alguma “busca
de posição” entre os doze (Lc 22.24). JESUS era o único naquela sala que
poderia executar até mesmo o simbolismo da purificação — pois só Ele estava
limpo no sentido teológico e moral da palavra (cf. 17.19; Hb 13.12).
Quando JESUS
foi lavar os pés de Pedro, este lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
(6) A resposta de JESUS, não o sabes tu, agora, não só afirmava a ignorância de
Pedro em relação às coisas espirituais (e.g., a vinda do ESPÍRITO), como também
incluía uma promessa: tu o saberás depois (7). O que eu faço era a humilhação
do Senhor, simbolizada no ato de levar-lhes os pés; na verdade, porém, Ele
estava proporcionando toda a obra redentora de DEUS para o homem. Hoskyns
comenta que a reação de Pedro não é um contraste entre o orgulho de Pedro e a
humildade de JESUS, mas, antes, “entre o conhecimento de JESUS, o qual é a base
da ação, e a ignorância de Pedro, que ainda não percebe que a humilhação do
Messias é a causa efetiva da salvação cristã” (cf. 2.22; 7.39; 12.16; 14.25-26;
15.26; 16.13; 20.9).9 Mas o entendimento do futuro estava longe demais para
Pedro. Ele só via a incongruência imediata da situação — JESUS lavando os seus
pés. Impulsivamente, ele declarou: “Nunca em nenhum momento lavarás os meus pés
— para sempre” (tradução literal). Pedro esperava colocar um ponto final em
tudo aquilo. Mas JESUS conhecia o caminho para o coração de Pedro — a ameaça de
ser excluído da presença de JESUS, a quem Pedro amava. Se eu te não lavar, não
tens parte comigo (8; cf. Hb 12.14). “Não há lugar na sociedade dos cristãos
para aqueles que não forem purificados pelo próprio Senhor JESUS”. Se a
comunhão só poderia ser adquirida pela purificação (cf. 1 Jo 1.7), então Pedro
queria tudo o que pudesse ter — pés, mãos e cabeça (9).
Não parece
haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse
instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo
exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o
maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço
amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de
DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes
é makarioi (Mt 5.3-12).
Embora seja
verdade que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do
que aquele que o enviou (16), JESUS assegura aos seus discípulos o
relacionamento com Ele e com o Pai. Pois se alguém receber o que eu enviar, me
recebe a mim, e quem me recebe a mim recebe aquele que me enviou (20).
Joseph H.
Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 116-118.
JESUS era o
exemplo de servo, e Ele mostrou a sua atitude de servo aos seus discípulos.
Lavar os pés era um ato comum nos tempos bíblicos. A maioria das pessoas
viajava a pé (calçando sandálias) pelas estradas empoeiradas da Judéia. Quando
entravam em casa, era costume lavar os pés. Não se oferecer para lavar os pés
de um convidado era considerado uma falta de hospitalidade (veja Lucas 7.44).
Lavar os pés dos convidados era o trabalho de um dos servos mais simples da
casa, e deveria ser realizado quando os convidados chegassem (1 Samuel 25.41).
Esta era uma tarefa subserviente. O incomum sobre este ato era que JESUS, o
Mestre e Instrutor, estava fazendo isto para os seus discípulos, como o escravo
mais inferior faria.
Jo 13.12-16 O
ato de JESUS de lavar os pés dos discípulos demonstrava amor em ação. JESUS
ensinou a estes, que logo seriam líderes, que quando eles trabalhassem para
divulgar o Evangelho, deveriam antes de tudo ser servos daqueles a quem
ensinassem. Os discípulos devem ter se lembrado desta lição todas as vezes que
enfrentaram problemas, lutas, e alegrias junto aos primeiros crentes.
Quantas vezes
eles devem ter se lembrado de que foram chamados para servir. E que diferença
isto fez! Imagine como teria sido difícil o crescimento (até mesmo a
existência) da igreja primitiva, se estes discípulos tivessem continuado a
competir por lugares de grandeza e importância! Felizmente para nós, eles
mantiveram a lição de JESUS em seus corações.
Jo 13.17 Somos
abençoados (felizes, alegres, realizados), não por causa do que sabemos, mas
por causa do que fazemos com aquilo que sabemos. A graça de DEUS a nós encontra
a sua perfeição no serviço que nós, como vasos de sua graça, prestamos aos
outros. Encontraremos a nossa maior bênção ao obedecermos a CRISTO, servindo
aos outros.
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 565-566.
Sem dúvida, os
discípulos ficariam felizes em lavar os pés dele; eles não podiam conceber a
ideia de lavar os pés uns dos outros, visto que essa era uma tarefa normalmente
reservada para os servos mais inferiores. Pares não lavavam os pés uns dos
outros, exceto muito raramente e como sinal de grande amor. Alguns judeus
insistiam que não se devia exigir de escravos judeus que lavassem os pés de
outros; esse trabalho devia ser reservado para escravos gentios, ou para
mulheres, crianças e discípulos (Mekhilta 1 sobre Êx 21.2).
Aqui, JESUS
inverte as funções normais. Seu ato de humildade é tão desnecessário quanto
atordoante e é, ao mesmo tempo, uma demonstração de amor (v. 1), um símbolo de
purificação salvadora (w. 6-9), e um modelo de conduta cristã (w. 12-17).
JESUS tirou sua
capa e colocou uma toalha em volta da cintura - adotando, assim, as vestes de
um criado doméstico, vestes que eram desprezadas tanto em círculos judaicos
quanto gentios (SB 2. 557; Suetônio, Calígula, 26). Assim, ele começou a lavar
os pés de seus discípulos, demonstrando, dessa forma, sua declaração: “eu estou
entre vocês como quem serve” (Lc 22.27; cf. Mc 10.45 par.). Aquele que “embora
sendo DEUS [...] esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo” (Fp 2.6,7). De
fato, ele “foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.8). O inigualável
auto esvaziamento do Filho eterno, da Palavra eterna, alcança seu ápice na
cruz. Isso não significa que a Palavra mude da forma de DEUS para a forma de um
servo; significa, ao contrário, que ele de tal forma veste nossa carne e vai de
olhos bem abertos para a cruz que sua divindade é revelada em nossa carne,
supremamente, no momento da maior fraqueza, do maior serviço (cf.1.14).
O reverenciado
e exaltado Messias assume a função do servo desprezado para o bem de outros.
Isto, junto com a noção de purificação, explica por que o episódio do lava-pés
pode apontar tão efetivamente para a cruz. Mas o serviço prestado a outros não
pode se restringir a esse ato único. Se o evento do lava-pés e da cruz são
propiciados pelo incrível amor de JESUS (v. 1), a comunidade dos purificados
que ele está criando deve ser caracterizada pelo mesmo amor (w. 34,35) e,
portanto, pela mesma abnegação no esforço de servir a outros. E isto significa
que o ato do lava-pés é quase obrigado a ter um significado exemplar, assim
como a morte de CRISTO, embora única, tem o sentido de exemplo (e.g. Mc
10.35-45; Jo 12.24-26; IPe 2).
JESUS já havia
condenado aqueles que ouvem suas palavras mas deixam de guardá-las (12.47,48; c
f 8.31). Agora, ele enfatiza a verdade novamente, conforme uma ênfase repetida
nos evangelhos (e.g. Mt 7.21-27; Mc 3-35; Lc 6.47,48) e em outras passagens
{e.g. Hb 12.14; Tg 1.22-25).
D. A. CARSON. O
Comentário De João. Editora Shedd Publicações. pag. 462-469.
3. O discípulo
é um serviçal.
Mc 10.35-42. A
repreensão que Ele fez a dois de seus discípulos, pelo ambicioso pedido que lhe
fizeram. Essa história é muito semelhante à que lemos em Mateus 20.20. Mas ali
está escrito que a mãe deles fez o pedido, aqui eles mesmos o fazem. Ela os
apresentou e fez o pedido, e então eles a apoiaram, e concordaram com o pedido.
Observe:
1. Assim como,
por um lado, existem alguns que não usam os grandes incentivos que JESUS nos
deu em oração, por outro lado, também existem alguns que abusam deles. Ele
tinha dito: “Pedi, e dar-se-vos-á”. E pedir as grandes coisas que Ele prometeu
significa uma fé elogiável, mas era uma presunção condenável a desses
discípulos, de fazer uma exigência tão ilimitada ao seu Mestre: “Queremos que
nos faças o que pedirmos”.
Seria melhor
que o deixássemos fazer por nós o que Ele julgar adequado, pois Ele “é poderoso
para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos”
(Ef 3.20).
2. Nós devemos
tomar muito cuidado com a maneira como fazemos promessas genéricas. JESUS não
se comprometeu a fazer o que eles pedissem, mas quis saber deles o que
desejavam: “Que quereis que vos faça?” Ele os deixaria prosseguir com o seu
pedido, para que pudessem se envergonhar de tê-lo feito.
3. Muitos foram
levados a uma armadilha por falsas noções acerca do Reino de DEUS, como se ele
fosse deste mundo, e como os reinos das potestades deste mundo.
Tiago e João
chegam à seguinte conclusão: se JESUS ressuscitar, Ele deverá ser um rei, e se
Ele for um rei, os seus apóstolos deverão ser nobres, e um deles, de bom grado,
será o Primus par regni - O primeiro dos nobres do reino, e outro estará ao seu
lado, como José, na corte de Faraó, ou Daniel, na de Dario.
4. A honra
deste mundo é uma coisa cintilante, com a qual os olhos dos próprios discípulos
de CRISTO ficaram, muitas vezes, fascinados. Mas ser bons deveria ser a nossa
preocupação, mais do que parecer grandiosos, ou ter alguma proeminência.
5. A nossa
fraqueza e falta de perspectiva aparecem tanto nas nossas orações quanto em
qualquer outra coisa.
Não podemos dar
ordens com as nossas palavras quando falamos com DEUS, tanto a respeito dele
quanto a nosso respeito. E loucura fazer exigências a DEUS, mas nos submetermos
a Ele é uma atitude sábia.
6. É a vontade
de CRISTO que nós nos preparemos para os sofrimentos, e deixemos que Ele cuide
de nos recompensar por eles. Ele não precisa ser lembrado, como precisou
Assuero, dos serviços do seu povo, nem consegue esquecer a obra da sua fé e de
seu trabalho de caridade.
A nossa
preocupação deve ser a de termos sabedoria e graça para sabermos como sofrer
com Ele, e então confiarmos que Ele possibilitará a melhor maneira de reinarmos
com Ele. O Senhor também definirá quando, e onde, e quais serão os graus da
nossa glória.
A repreensão de
JESUS aos demais discípulos, pelo desconforto deles com o pedido de Tiago e
João. Eles começaram a ficar muito descontentes, a indignarem-se contra Tiago e
João (v. 41). Eles ficaram irritados com os dois por pedirem preferência, não
porque isto não fosse conveniente aos discípulos de CRISTO, mas porque cada um
deles esperava tê-la. Assim eles descobriram a sua própria ambição, através do
seu desagrado pela ambição de Tiago e João; e JESUS aproveitou essa ocasião
para adverti-los quanto a isso, e a todos os seus sucessores, no ministério do
Evangelho (w. 42-44). Ele os chamou a si de uma maneira familiar, para dar-lhes
o exemplo de condescendência, mesmo quando estava reprovando a sua ambição, e
para ensiná-los a nunca manter os seus discípulos à distância. Ele lhes mostra:
1. Que o mundo
geralmente abusa ou usa mal o domínio (v. 42): Que eles pareciam dominar os
gentios, que têm o nome e o direito de governar; eles exercem soberania sobre
outros, e este é o objetivo do seu estudo, não tanto para protegê-los e cuidar
do seu bem-estar quanto para exercer autoridade sobre eles. Eles serão
obedecidos, desejando ser arbitrários e ter a sua vontade realizada em todos os
aspectos. Sic volo, sic jubeo, stat pro ratione voluntas - Assim eu desejo,
assim eu ordeno; o meu prazer é a minha lei. A sua preocupação é o que os seus
súditos farão para sustentar a sua própria pompa e grandeza, não o que eles
farão pelos súditos.
2. Que,
portanto, isso não deve ser aceito na igreja: “Entre vós não será assim”;
aqueles que estiverem aos seus cuidados deverão ser como ovelhas sob os
cuidados do pastor, que deve guiá-las e alimentá-las, e deve ser um serviçal
para elas, não como cavalos sob o comando do cocheiro, que os faz trabalhar e
os espanca, e obtém os seus pagamentos com eles. Aquele que pretende ser grande
e poderoso, ao invés de se lançar a uma dignidade e a uma dominação secular,
deverá ser “servo de todos”.
Ele será
humilde e desprezível aos olhos de todos os que são sábios e bons: “o que a si
mesmo se exaltar será humilhado”. Ou, em outras palavras, aquele que desejar
ser verdadeiramente grande e importante, deverá se entregar integralmente a
fazer o bem a todos, deverá se curvar aos serviços mais humildes, e trabalhar
nos serviços mais duros. Não somente serão mais honrados no futuro, como também
são mais honrados agora, aqueles que são mais úteis. Para convencê-los disso,
JESUS apresenta o seu próprio exemplo diante deles (v. 45). “O Filho do Homem
se submete primeiro às maiores dificuldades e aos maiores perigos, e depois
entra na sua glória, e vocês podem esperar conseguir algo tão elevado de outra
maneira, ou tendo mais facilidade ou honra do que Ele?”. (1) Ele assume “a
forma de servo”. Ele “não veio para ser servido”, e atendido, “mas para
servir”, e conceder a sua graça. (2) Ele se apresenta de modo obediente à
morte, e ao seu domínio, pois Ele dá “a sua vida em resgate de muitos”. Pois
Ele morreu para o benefício de todas as pessoas que o aceitarem como Senhor e
Salvador; e será que nós não deveremos nos esforçar para viver de um modo que
beneficie os salvos?
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 463-464.
JESUS estava
pensando no que iria enfrentar em Jerusalém, e na morte que Ele sabia que lhe
aguardava ali. Os discípulos, como a maioria dos judeus daquela época, tinham
uma ideia errada do Reino do Messias, da maneira que este foi predito pelos
profetas do Antigo Testamento. Eles pensavam que JESUS iria estabelecer um
reino terreno que libertaria Israel da opressão de Roma.
Tiago e João
não entenderam que o Reino de JESUS não é deste mundo; ele não está
centralizado em palácios e tronos, mas no coração e na vida de seus seguidores.
Nenhum dos discípulos entendeu esta verdade antes da ressurreição de JESUS.
Mc 10.38 JESUS
respondeu a Tiago e João que ao fazer tal pedido egocêntrico, eles não sabiam o
que estavam pedindo. Pedir posições da mais elevada honra significava também
pedir um profundo sofrimento, porque eles não poderiam ter um sem o outro.
Portanto, o Senhor perguntou primeiro se eles poderiam beber o cálice amargo de
tristeza que Ele iria beber. O “cálice” ao qual JESUS se referiu era o cálice
de sofrimento que Ele teria que beber a fim de trazer a salvação aos pecadores.
Então JESUS perguntou se eles eram capazes de ser batizados com o batismo de
sofrimento que Ele enfrentaria. A referência a “batismo” é uma metáfora do
Antigo Testamento em que uma pessoa é esmagada pelo sofrimento.
O “cálice” e o
“batismo” se referem àquilo que JESUS iria enfrentar na cruz. Nas duas
perguntas, JESUS estava perguntando a Tiago e a João se eles estavam prontos
para sofrer por amor ao Reino.
Mc 10.39,40
Tiago e João responderam confiantemente à pergunta de JESUS. A resposta deles
pode não ter revelado bravata ou orgulho; ela mostrou a disposição que eles
tinham para seguir JESUS, qualquer que fosse o custo desta decisão. Eles
disseram que estavam dispostos a enfrentar qualquer tribulação por amor a
CRISTO. JESUS respondeu que eles certamente seriam chamados a beber do cálice
de JESUS, e seriam batizados com o seu batismo de sofrimento: Tiago morreu como
um mártir (Atos 12.2); João viveu muitos anos passando por perseguições, antes
de ser forçado a viver os últimos anos de sua vida no exílio, na ilha de Patmos
(Apocalipse 1.9).
Observação
minha - Pr. Luiz Henrique - JESUS sabia que dois homens estariam a seu lado em
breve, mas na cruz e isso estava reservado ao PAI queme seriam eles. JESUS não
desejava que fosse algum de seus discípulos.
Comentário do
Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 259- 261.
Ambição de
Tiago e João (10.35-45)
Enquanto Ele
estava pensando em uma cruz, eles estavam pensando em coroas. O fardo do Senhor
se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com o egoísmo que
demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber. A motivação dele
era servir; a deles era a própria satisfação pessoal.
Sabeis que os
que julgam ser príncipes das gentes (literalmente, “aqueles que parecem
governar”) delas se assenhoreiam (42). Os discípulos sentiram o aguilhão dessas
palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos governadores das
províncias. Mas entre vós não será assim (43). O grande entre os seguidores de
JESUS será aquele que quiser ser um serviçal (ministro) e servo (escravo) de
todos (44).
Mas por que
teria que ser assim? “Porque o próprio Filho do Homem não tinha vindo para ser
servido, mas para servir” (45, Goodspeed). Nisto, CRISTO nos deixou o exemplo
que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).
Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 288-289.
II - A
INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito
da função.
DIÁCONO
Sua forma
verbal (diakonein) significa "servir", particularmente "servir
às mesas" (cf. Arndt, p. 183). Tem a conotação de um serviço muito
pessoal, intimamente relacionado com servir por amor. Para os gregos, o serviço
era raramente dignificado; o desenvolvimento próprio deveria ser a meta de uma
pessoa ao invés da humilhação própria. Enquanto a LXX não usa a palavra
diakonein ("servir"), o judaísmo conserva uma visão diferente sobre o
serviço. Isso está exemplificado no segundo mandamento: "Amarás o teu próximo
como a ti mesmo" (Lv 19.18; cf. Mc 12.31). Foi isso que o nosso Senhor
ensinou quando lavou os pés de seus discípulos, acrescentando: "Porque eu
vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo
13.15). O uso generalizado da palavra "diácono" no NT foi
classificado por H. W. Beyer ("Diakoneo, etc", TDNT, II. 81-93) e
foram sugeridas as seguintes formas adaptadas: (1) "o servente em uma
refeição" (Jo 2.5,9); (2) "o servo de um mestre" (Mt 22.13; Jo
12.26); (3) "o servo de um poder espiritual", bom (Cl 1.23; 2 Co 3.6;
Rm 15.8) ou mau (2 Co 11.14ss; Gl 2.17); (4) "o servo de DEUS" (2 Co
6.3ss.) ou de CRISTO (2 Co 11.23) como no caso de Paulo, ou como foi aplicado a
seus companheiros de trabalho (1 Ts 3.1-3; 1 Timóteo 4.6; Cl 1.7; 4.7); (5)
"os [gentios como] servos de DEUS" (Rm 13.1-4); (6) "um servo da
igreja" (Cl 1.24,25; 1 Co 3.5). Nos escritos gregos esse nome está
relacionado muito de perto com o sentido do verbo. Ele descreve um atendente à
mesa, um servo, um mensageiro, um garçom e ainda era usado com referência a
ocupações específicas, como padeiro ou cozinheiro. O termo aparece poucas vezes
na LXX e sempre comum sentido secular. Ele descreve os servos do rei em Ester
1.10; 2.2; 6.3,5. Em Provérbios 10.4 (na LXX) o tolo deve ser "servo"
do sábio. Josefo, o historiador da nação judaica, caracterizou Eliseu como
"discípulo e servo" de Elias".
DIÁCONO
diakonos (em
português, “diácono”), denota primariamente "criado", quer aquele que
faz trabalhos servis, ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem
referência particular ao seu caráter.
A palavra está
provavelmente relacionada com o verbo diõkõ. “apressar-se após, perseguir"
(talvez dito originalmente acerca de um corredor). "Ocorre no Novo
Testamento em alusão aos criados domésticos (Jo 2.5.9); ao governante civil (Rm
13.4); a CRISTO (Rm 15.8; Gl 2.17); aos seguidores de JESUS em sua relação com
o Senhor (Jo 12.26: Ef 6.21; Cl 1.7; 4.7); aos seguidores de JESUS em relação
uns com os outros (Mt 20.26: 23.11: Mc 9.35; 10.43); aos servos de CRISTO no
trabalho de orar e ensinar (1 Co 3.5: 2 Co 3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25:
1 Ts 3.2; I Tm 4.6); àqueles que servem nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de
uma mulher só aqui no Novo Testamento]; Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos
apóstolos, servos de Satanás (2 Co 11.15).
O termo
diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a referência é aos anjos (Mt
22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens, o termo doulos é usado**
(extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine. p. 91).
O termo
diakonos deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo doidos,
"servo, escravo”: o lernio diakonos encara o servo em relação ao seu
trabalho: o termo doidos o vê em relação ao seu mestre.
Veja. por
exemplo. Mt 22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt
22.3.4.6.8.10) são os douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt 22.13)
são os diakonoi.
Nota: Quanto
aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa deveres
públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes, “servo
doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu superior"
(designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa galera de
guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.
Os denominados
“sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome, embora o tipo
de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele consignado para
tal.
W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE
Jr. Dicionário VINE. Editora CPAD. pag.
563.
2. Origem do
diaconato.
O ministério ou
serviço dos diáconos, no Novo Testamento, surgiu a partir de uma bênção, de um
problema e de uma murmuração. A bênção foi o crescimento extraordinário dos que
criam em JESUS e o aceitavam como Salvador, deixando o judaísmo e outras religiões
e tornavam-se cristãos. O problema foi causado pela situação social de muitos
que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas dos gregos ou gentios, que
aceitavam o evangelho. A murmuração foi a reclamação desses, que se julgavam
discriminados pelos líderes da Igreja, em relação ao atendimento de suas
necessidades básicas. Diz o texto:
“Ora, naqueles
dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra
os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E
os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós
deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre
vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos
quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na
oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão,
e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro,
e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os
apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E
crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6.1-7 — grifo
nosso).
Mas os líderes
da Igreja foram sábios. Não procuraram resolver tamanha questão sozinhos.
Reuniram a multidão, em assembleia, a Eclésia, e eles elegeram sete homens com
qualidades exemplares sobre aquele “importante negócio”, para que os líderes
pudessem perseverar “na oração e no ministério da palavra”. Na maioria das
igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram instituídos, que
foi cuidar da assistência social dos carentes. Mas sua escolha é de grande
valor para o funcionamento ministerial das igrejas cristãs.
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 141.
A instituição
do diaconato
O diácono é o
único ministério cristão a originar-se de um fato social; surgiu de uma
premente necessidade da Igreja Primitiva: o socorro às viúvas helenistas.
Atenhamo-nos no que diz o texto que escreveu Lucas (At 6.1-7). Do texto
sagrado, apontemos alguma das razões que levaram os apóstolos a instituírem o
diaconato:
a) O
crescimento da Igreja
Do Pentecostes
à instituição do diaconato, a Igreja Primitiva cresceu de três mil convertidos,
a cinco mil; a partir daí, o rebanho do Senhor não mais parou de multiplicar-se
(At 2.41; 4.4). De forma que, em atos capítulo seis, o número de discípulos já havia
superado a capacidade estrutural da Igreja (At 6.1). Crescendo o número de
fiéis, cresceram também os problemas. Tivesse a Igreja se limitado aos cento e
vinte, certamente nenhuma dificuldade teriam os primitivos cristãos. Não
haveriam de precisar de diáconos, presbíteros ou pastores. Acontece que as
grandes igrejas enfrentam grandes desafios, e demandam, por conseguinte,
grandes soluções. Com a chegada das ovelhas, vai o aprisco deixando sua rotina,
vai o pastoreio desdobrando-se em cuidados e desvelos pelas almas, e o Reino de
DEUS vai alargando suas fronteiras e descortinando os mais promissores
horizontes.
b) O
descontentamento social
Relata-nos
Lucas que “houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as
viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. Tal
contingência não podia esperar; exigia imediata solução. Caso não houvesse uma
alternativa urgente e satisfatória, a situação deteriorar-se-ia, agravando a
injustiça social, e aprofundando a fissura entre os dois principais segmentos
culturais da igreja em Jerusalém: os hebreus (crentes judeus) e os helenistas
(crentes gregos).
A situação que
se desdenhava deixou os apóstolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles
que a injustiça e a desigualdade social eram intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt
15.7,11).
c) O
comprometimento do ministério apostólico
Continuassem os
apóstolos a suprir as necessidades dos órfãos e das viúvas, haveriam de
comprometer de forma irremediável as principais funções de seu ministério (At
6.2-4). Por isso deliberaram: “Não é razoável que nós deixemos a palavra de
DEUS e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de
boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais encarreguemos
deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (At
6.2-4). Como seria maravilhoso se os pastores seguissem o exemplo dos
apóstolos! Infelizmente, não são poucos os que se acham de tal forma empenhados
com os negócios materiais do rebanho, que já não têm tempo de orar, nem mais
ligam importância à exposição da Palavra. Transformaram-se em meros executivos.
Vivem mais preocupados com os rendimentos financeiros do redil do que com o
bem-estar das ovelhas. Será que ainda não perceberam ter sido o diaconato
instituído justamente para que os pastores nos entregassem amorosamente à
oração e à proclamação dos conselhos de DEUS? Queira o Senhor que, no término
de nosso ministério, possamos dizer como o apostolo Paulo: “Porque jamais
deixei de vos anunciar todo o desígnio de DEUS” (At 20.27).
d) A
organização ministerial da Igreja
Até a
instituição dos diáconos, a Igreja conhecia apenas o ministerial apostólico.
Eram os apóstolos responsáveis inclusive pelo socorro cotidiano. E isto, como
vimos, por pouco não compromete o desempenho do principal magistério da Igreja.
Com a instituição dos diáconos, porém, formou-se a base do ministério
eclesiástico. Levemos em conta também os anciãos; estavam eles sempre prontos a
secundar os apóstolos. Mais tarde, o termo ancião (ou presbítero) passaria a
ser sinônimo de pastor e bispo.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
1. Nosso
coração se sente bem ao descobrir que cresceu o número dos discípulos (v. 1), à
proporção inversa que, sem dúvida, irritou o coração dos sacerdotes e saduceus
(cap. 4.1; 5.17) pelo mesmo motivo. A oposição que a pregação do evangelho
enfrentou, em vez de deter seu progresso, contribuiu para o seu sucesso.
2. Causa-nos
desalento descobrir que o crescimento do número dos discípulos (v. 1) dá
oportunidade para discórdias. Até agora, todos eles eram unânimes em uma mesma
opinião. Esta. observação frequente significava uma honra para eles. Mas agora
que cresciam em número, começaram a murmurar, semelhantemente ao que ocorreu no
velho mundo. Quando os homens começaram a multiplicar-se, eles se corromperam
(Gn 6.1,12).
Houve uma
murmuração, não uma desavença aberta, mas um ressentimento secreto. (1) Os
queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra os hebreus (v. 1). Os gregos
eram os judeus que se espalharam pela Grécia e outras regiões, falavam
comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na versão grega, não no
original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém para a festa quando
aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja. Estes murmuraram contra
os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o original hebraico do Antigo
Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses grupos se tornaram cristãos,
mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé não teve sucesso, como deveria,
em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns dos outros antes da conversão.
Eles retiveram um pouco do fermento velho e não entenderam ou não se lembraram
de que em CRISTO JESUS não há nem grego nem judeu (Cl 3.9). Portanto, não há
distinção entre hebreus e helenistas, mas todos são igualmente acolhidos em
CRISTO, e deveriam ser, por causa dele, queridos uns dos outros.
(2) A
murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as viúvas
hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste mundo
sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as grandes
coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição, obviamente, com a
mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram respeitar os hebreus
mais que os gregos.
Contudo, houve
queixa deles, que diziam estarem as viúvas gregas sendo desprezadas. Embora
elas fossem aptas a receber esse tipo de assistência social, os apóstolos não
lhes deram o suficiente, ou não contemplaram todas, ou não deram exatamente a
mesma soma oferecida às viúvas hebreias. [1] Talvez esta murmuração (v. 1)
fosse infundada e injusta, sem motivo algum. Mas aqueles que, por qualquer
razão, se encontram em situação desfavorável (como estavam os judeus gregos em
comparação com os que eram hebreus de hebreus), são susceptíveis a, por ciúme,
acharem que estão sendo desprezados quando na verdade não estão. É erro comum
de pessoas pobres que, em vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e
reclamem. Tendem a pensar que recebem pouco, ou que os outros ganham mais que
elas. Há inveja e cobiça, raízes de amargura que se encontram tanto entre os
pobres quanto entre os ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e
às quais devem se adaptar. [2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para
a murmuração. Em primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres
no grupo dos gregos tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem
desprezadas (v. 1). Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de
acordo com uma regra antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser
sustentada pelos filhos do seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as
viúvas, ao meu ver, são citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos
desses que estavam nos registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas que
tinham sido fartamente sustentadas pelas atividades dos seus maridos enquanto
estavam vivos, mas que caíram em grandes dificuldades financeiras quando
faleceram. Os que administram a justiça pública devem de uma maneira particular
proteger as viúvas de injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que administram
os fundos da caridade pública devem de uma maneira particular sustentar as
viúvas no que for necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas viúvas e os
outros pobres recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um cálculo prévio,
sabiam que não podiam acumular sua porção para o futuro. Então os
administradores dos fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a dia o pão
necessário. Eles dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo visto, as viúvas
gregas foram, comparativamente, desprezadas.
Talvez os que
distribuíam o dinheiro consideraram que os hebreus ricos contribuíam mais para
o fundo do que os gregos ricos, que não tinham propriedades para vender, como
os hebreus. Por conseguinte, os gregos pobres deveriam ter menos direito ao
fundo. Embora houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento
cruel e injusto. Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre
haverá algo impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos,
algumas reclamações.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 59-60.
A palavra grega
para ministério é traduzida como “socorro” em 11.29. Esta é, evidentemente, a ideia
aqui. Com os fundos que os cristãos tornavam disponíveis (cf. 2.44- 45;
4.32-37), os pobres e os necessitados eram cuidados no cotidiano com uma doação
de alimentos. Knowling faz esta sugestão significativa: “É bem possível que as
viúvas helénicas tivessem sido ajudadas anteriormente com o tesouro do Templo,
e que essa ajuda tenha cessado, visto que elas se uniram à comunidade cristã”.
Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 247-248.
Os grupos de
língua grega passavam por dificuldades nos encontros cristãos, nos quais se
falava – inclusive por parte dos apóstolos – o aramaico. Deve ter surgido
rapidamente uma tendência para realizar reuniões próprias no idioma familiar
grego. Por outro lado, a beneficência da igreja, que de acordo com At 4.35 não
podia mais ser um empreendimento meramente pessoal em vista do crescente número
de cristãos, mas acontecia pela mediação dos apóstolos, não alcançou de maneira
plena esses grupos “helenistas”. As viúvas “estavam sendo esquecidas na
distribuição diária”. Mais uma vez notamos como toda a narrativa de Lucas é
sucinta. “E se distribuía a cada um segundo a necessidade da pessoa” (At 4.35).
Assim ele escrevera, sintetizando brevemente o essencial. Para ele deve ter
sido evidente que entre os “necessitados” estavam em primeiro lugar as
“viúvas”. De 1Tm 5.3-16 depreendemos que a previdência para as viúvas continuou
sendo uma área central do serviço da igreja. Na Antiguidade simplesmente não
havia uma possibilidade de ganho próprio para mulheres. Se uma viúva não tinha
filhos que providenciassem seu sustento, ela se encontrava em grande aflição.
Nessa situação, porém, estavam sobretudo as viúvas dos “helenistas”. Depois de
velhos, casais haviam se mudado do exterior para a Terra Santa, sobretudo para
Jerusalém. Estando morto o marido, e vivendo os filhos numa terra longínqua, o
que seria da esposa agora? Começou o serviço beneficente da igreja,
inicialmente da judaica, e agora também da cristã. Consequentemente, as
diferenças linguísticas e a grande extensão da igreja transformaram-se em
empecilhos. Naquele tempo as viúvas viviam uma vida sossegada e recatada.
Provavelmente os apóstolos conheciam melhor as viúvas do grupo aramaico e
viam-nas com mais frequência. As viúvas helenistas eram “esquecidas”. Tampouco
Lucas relatou que essa “distribuição para cada um de acordo com sua
necessidade” já levara a uma forma de ajuda regular. Uma atividade dessas se
consolida inesperadamente numa instituição. Ao que parece, portanto,
desenvolveu-se a prática de alimentar regularmente os necessitados, de realizar
refeições diárias para as quais as viúvas helenistas não eram convidadas.
Porém, a circunstância de que determinadas pessoas não apenas se viam excluídas
de uma doação livre e eventual, mas de uma assistência regular, que parecia
conceder também a elas um “direito” a determinados benefícios, gera especial
tristeza e amargura. Todos sabemos com que rapidez nos sentimos magoados, com
que facilidade suspeitamos de “intenções” por trás de esquecimentos que na
realidade se explicam por razões bem inofensivas. Rapidamente generalizamos
casos isolados, e o egoísmo coletivo acaba exacerbando tudo. “Houve murmuração
dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo
esquecidas na distribuição diária.”
Werner de Boor.
Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.
3. A escolha
dos diáconos.
O diaconato não
é um ministério como em Efésios 11.4 (podemos colocá-los como auxiliares do
ministério congregacional)
Ministério é um
trabalho, ou função eclesiástica, exercida por aqueles que são biblicamente
chamados e escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
A instituição
do diaconato não foi inspirada pelo ESPÍRITO SANTO, pois foi uma decisão tomada
pelos apóstolos para resolverem uma questão estrutural da igreja, quem os
escolheu foi o povo de fala grega e confirmada depois pelos apóstolos.
Observação
minha - Pr. Luiz Henrique
A real dimensão
do diaconato
O pastor é
sobre os diáconos da igreja. Que ele reconheça sempre a verdadeira dimensão de
seu cargo e a exata razão de sua chamada. Cabe aqui lembrar o que disse Otis
Bardwell, experimentadíssimo diácono: “O diácono não foi chamado para receber
honrarias, mas para servir a DEUS e à Igreja”.
O diaconato
como um importante negócio
Na versão
Revista e Corrigida de Almeida, lemos: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós,
sete varões (...) aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At
6.3). A versão atualizada, porém, buscando maior aproximação com o grego, usa a
seguinte expressão: “aos quais encarreguemos deste serviço”. É o diaconato,
afinal, um serviço ou um importante negócio? Ambas as coisas, pois estão
certas ambas as versões. A palavra grega chréia tanto pode ser traduzida como
serviço quanto como negócio. Ela pode ser compreendida, ainda, como “um serviço
para suprir auxílio em caso de necessidade”. Portanto, nenhum erro cometeu os
revisores dessas versões. Servir a Igreja, a Noiva do Cordeiro, é de fato um
importante negócio! Pense nisso, diácono, e conscientize-se de sua
responsabilidade.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
Até aqui, os
apóstolos dirigiam a atividade assistencial. As pessoas lhes faziam pedidos e
apelavam em casos de rixas e injustiças.
1. Como o
método foi proposto pelos apóstolos: Eles convocaram a multidão dos discípulos
(v. 2), os diligentes das congregações de cristãos de Jerusalém, os homens em
posição de liderança. Os doze sozinhos não determinariam nada sem eles, pois há
vitória na multidão dos conselheiros (Pv 24.6). Em assuntos dessa natureza, os
discípulos, que eram mais entendidos nos negócios desta vida, dariam melhor
conselho do que os apóstolos. (1) Os apóstolos ressaltaram veementemente: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v. 2). Seu
dever era pregar a palavra de DEUS. Eles não tiveram a oportunidade de estudar
para ser pregador como acontece conosco (eles recebiam a palavra no momento em
que a proferiam e estudavam o Antigo Testamento, Mt 10.19). Acharam que era
muita atividade para uma pessoa só empregar todas as suas reflexões, cuidados e
tempo, embora um desses homens valesse mais que dez de nós. Se fossem servir às
mesas, deveriam, em certa medida, deixar a palavra de DEUS e a oração. Não
haveria como atender a obra da pregação com o zelo e atenção
devidas. Além disso havia as chicotadas recebidas nas costas.
Enquanto o número dos discípulos era pequeno, os apóstolos conseguiam
administrar sem fazer interrupções importantes em sua atividade principal. Mas
agora que o número dos discípulos estava aumentando, não mais seria possível
proceder dessa forma. Não é razoável, ouk areston estin não é conveniente, ou
não é recomendável (v. 2).Veja que a oração, o estudo da bíblia e a pregação do
evangelho é a melhor obra, a mais apropriada e necessária com a qual o ministro
pode se envolver e com a qual deve se ocupar inteiramente (1 Tm 4.15). Para
realizá-la, ele não deve se embaraçar com negócio desta vida (2 Tm 2.4), e nem
mesmo com a obra de fora da Casa de DEUS (Ne 11.16).
(2) Os
apóstolos pediram aos irmãos que fossem escolhidos sete varões (v. 3), bem
qualificados para o objetivo em vista, cujo negócio seria servir às mesas,
diakonein trapezais - ser diáconos às mesas (v. 2). O negócio tinha de ser bem
cuidado, mais bem administrado do que fora até o momento pelos apóstolos. Logo,
pessoas apropriadas eram inseridas ocasionalmente no ministério da palavra e da
oração, mas não tão dedicadas a essas funções como eram os apóstolos. Elas
deviam cuidar das provisões da igreja, ou seja, inspecionar, pagar e manter as
contas. Tinham de comprar o que fosse necessário para a festa ágape (Jo 13.29)
e atender tudo que fosse necessário in ordine ad spiritualia - para os
exercícios espirituais, a fim de que tudo fosse feito com decência e ordem, e
ninguém fosse negligenciado. [1] Os candidatos tinham de ser devidamente
qualificados. Os irmãos da congregação de fala grega deviam escolher, e os
apóstolos, ordenar. Mas os irmãos da congregação não tinham autoridade para
escolher, nem os apóstolos para ordenar homens totalmente impróprios para o
ofício. Eles deveriam ter qualificações: Escolhei [...] sete varões (v. 3),
tantos quantos julgarem que bastariam por ora; mas depois o número poderia ser
maior caso houvesse necessidade. Estes deviam ser, em primeiro lugar, homens de
boa reputação (v. 3), livres de escândalo, considerados pelos vizinhos como
homens íntegros e fiéis, de bom testemunho, em quem se pode confiar, sem a
marca de vícios e maus hábitos, mas, ao contrário, reputados por tudo que seja
virtuoso e louvável, martyroumenoics - homens que produzam bons testemunhos em
seu convívio social. Veja que os que são postos em qualquer ofício na igreja
devem ser homens de boa reputação, irrepreensíveis. E não só isso, mas de
caráter admirável, requisito indispensável ao ofício e sua execução. Em segundo
lugar, eles deviam ser homens cheios do ESPÍRITO SANTO (v. 3), cheios dos dons
e da graça do ESPÍRITO SANTO, que são necessários para a administração correta
deste cargo. Tinham de ser honestos, hábeis e ousados: Homens capazes, tementes
a DEUS, homens de verdade, que aborreçam a avareza (Ex 18.21). Deveriam estar
cheios do ESPÍRITO SANTO. Em terceiro lugar, eles deviam ser homens cheios
[...] de sabedoria (v. 3). Não bastava que fiassem homens honestos e bons,
deviam também ser homens discretos e de bom siso, que não pudessem ser
enganados e que organizassem as tarefas com disciplina. Deviam ser homens
cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, quer dizer, do ESPÍRITO SANTO como
ESPÍRITO de sabedoria.
Os que recebem
a incumbência de tratar não só do dinheiro público como de distribuir meios de
sobrevivência aos pobres devem ser cheios [...] de sabedoria para que o
distribuam não só com fidelidade, mas com comedimento. [2] Os candidatos tinham
de ser nomeados pelos irmãos da congregação:
Escolhei, pois,
irmãos, dentre vós, sete varões (v. 3). Considerai entre vós quem são os mais
adequados para tal função e em quem podeis confiar de modo mais satisfatório”.
Presumia-se que os irmãos de fala grega da congregação soubessem melhor que os
apóstolos, ou pelo menos fossem mais aptos para se informar do caráter desses
homens. Por conseguinte, cabia-lhes o privilégio da escolha.
[3] Os
apóstolos ordenariam os escolhidos ao serviço e lhes dariam o cargo para que
soubessem o que fazer e tivessem consciência de fazê-lo. Os apóstolos lhes
dariam autoridade para que as pessoas interessadas soubessem a quem fazer
solicitações e se submeter em assuntos dessa natureza: Homens aos quais
constituamos sobre este importante negócio (v. 3) para assumir essa
responsabilidade e cuidar para que não haja desperdício ou falta.
(3) Os
apóstolos se entregaram inteiramente à obra como ministros, agindo com a maior
cautela possível para desobrigar-se convenientemente desse ofício laborioso:
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra (v. 4). Veja aqui:
[1] Quais são os dois grandes meios de graça do evangelho: a palavra e a oração
(v. 4). Por meio deles, a comunhão entre DEUS e o seu povo é mantida e
preservada. Pela palavra, DEUS fala com o povo e, pela oração, o povo fala com
DEUS. Essas práticas têm uma ligação mútua entre si. [2] Qual é o grande
negócio dos ministros do evangelho: dedicar-se continuamente à oração e ao
ministério da palavra (v. 4). Eles devem ser a boca de DEUS para o povo no
ministério da palavra, e a boca do povo para DEUS na oração. Não devemos só
ministrar a palavra, temos também de orar por eles para que essa ministração
seja eficaz. A graça de DEUS pode fazer tudo sem a nossa oração, mas a nossa
oração não pode fazer nada sem a graça de DEUS. Os apóstolos foram capacitados
com dons extraordinários do ESPÍRITO SANTO, línguas e milagres. Contudo, as
práticas às quais eles se dedicavam continuamente era pregar e orar, para, por
meio delas, edificar a igreja.
2. Como esta
proposta foi aceita e posta em execução pelos discípulos. Os apóstolos não
impuseram a proposta por poder absoluto, embora tivessem o direito de exigir o
que se deveria fazer (Fm 8). Mas propuseram como algo altamente conveniente, e
este parecer contentou a toda, a multidão (v. 5) dos discípulos (v. 2). A
multidão [...] dos discípulos se agradou em saber que eles se dedicariam à
palavra e à oração. Eles não contestaram a proposta, nem adiaram sua
implementação.
(1) A multidão
[...] dos discípulos elegeu as pessoas (v. 5). Não é provável que todos
tivessem escolhido os mesmos homens. Todo o mundo tinha o amigo de quem pensava
bem. Mas a maioria dos votos caiu nas pessoas aqui nomeadas, tendo o
consentimento tanto dos candidatos quanto dos eleitores.
Esse método
deve ser reputado à providência de DEUS, que tem o coração e a boca de todos os
homens em seu poder. Há uma lista dos indivíduos escolhidos. É mais provável
que estes homens se encontrassem entre os que se converteram desde o
derramamento do ESPÍRITO até a presente hora. O enchimento do ESPÍRITO era um
dos requisitos para todos aqueles que fossem escolhidos para este serviço.
Reflitamos acerca destes sete varões. [1] Dentre estes sete varões estava pelo
menos um que vendeu suas propriedades e depositou o dinheiro no fundo
assistencial (aos pés dos apóstolos). Portanto, estes varões eram os mais
aptos para receber a incumbência da distribuição daquilo alguns deles mesmos
doaram. [2] Estes sete varões eram todos do grupo dos gregos ou judeus
helenistas, porque todos têm nomes gregos. Esta medida seria provável para
silenciar a murmuração dos gregos (a qual ocasionou essa decisão) e para
garantir que os estrangeiros não fossem negligenciados visto que a
responsabilidade foi colocada em estrangeiros. Foram escolhidos Estevão,
Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau.
Nicolau (v. 5)
era prosélito de Antioquia. Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO. Ele
tinha muita fé na doutrina de CRISTO. “Cheio de fidelidade, cheio de coragem”
(conforme traduzem alguns), porque estava cheio [...1 do ESPÍRITO SANTO, dos
seus dons e graças. Ele era homem extraordinário e de destaque em tudo o que
era bom. Seu nome significa “coroa”. Filipe é o segundo nomeado, porque ele,
tendo servido bem como diácono, adquiriu para si boa posição (1 Tm 3.13), e
depois foi ordenado ao ofício de evangelista. Ele era companheiro e cooperador
dos apóstolos (cap. 21.8; compare com Ef 4.11). É óbvio que a pregação e o
batismo, serviços que ele desempenhava (lemos no capítulo 8.12), não eram
funções de diácono, mas de evangelista. Foi promovido a evangelista, pois fazia
a obra de um evangelista, principalmente em Samaria, onde o povo se convertia
vendo e ouvindo os sinais que Filipe fazia. O último nomeado é Nicolau. Dos
outros pouco se sabe. (2) Os apóstolos designaram estes sete varões para o
trabalho de servir às mesas por ora (v. 6). A multidão [...] dos discípulos os
apresentou aos apóstolos (v. 6), que aprovaram os candidatos e os ordenaram.
[1] Os apóstolos oraram (v. 6) com os sete varões e por eles, para que DEUS
lhes desse cada vez mais do ESPÍRITO SANTO e sabedoria e para que os
qualificasse para o serviço ao qual foram chamados. Oraram ainda a fim de que
DEUS fizesse deles uma bênção para a igreja e, particularmente, para os pobres
do rebanho. Todos que são envolvidos no serviço da igreja devem ser entregues à
direção da graça divina por suas orações. [2] Os apóstolos impuseram as mãos (v.
6) sobre os sete varões, quer dizer, eles os abençoaram em nome do Senhor (SI
129.8), pois a imposição de mãos era usada para esse fim. Assim Jacó [...]
abençoou cada um dos filhos de José (Hb 11.21), e, sem contradição alguma, o
menor é abençoado pelo maior (Hb 7.7). Dessa maneira, eles estavam autorizando
os sete varões a exercerem seu ofício e colocando sobre os membros da
congregação a obrigação de observarem os diáconos nesse particular.
O avanço da
igreja depois disto.
Quando as
coisas foram postas em ordem na igreja (queixas atendidas e inquietações
acalmadas), a igreja se firmou (v. 7).
1.A palavra de
DEUS [...] crescia, (v. 7). Agora que os apóstolos resolveram manter-se mais do
que nunca restritos à oração e à pregação, o evangelho espalhou-se mais e
devido à demonstração de mais poder. Os ministros que se desembaraçam de
empregos seculares e se dedicam completa e vigorosamente à obra, contribuem
muito para o sucesso do evangelho.
2. Os cristãos
cresceram a cântaros: Em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos (v. 7). Quando JESUS estava na terra, o seu ministério teve pouco
sucesso em Jerusalém. Agora essa cidade proporciona a maioria dos convertidos.
DEUS tem seus remanescentes até nos piores lugares.
3. Grande parte
dos sacerdotes obedecia, à fé (v. 7). A palavra e a graça de DEUS são
grandemente glorificadas, quando as pessoas menos prováveis são influenciadas
pelo evangelho, como ocorre aqui com os sacerdotes, que ou se opuseram ou pelo
menos se uniram com os que se opunham à mensagem evangelística. Os sacerdotes
estavam propensos a serem conduzidos pelo evangelho de CRISTO. Pelo visto, eles
vieram em massa. Muitos deles concordaram em unir-se e entregar, de uma só vez,
seus nomes a JESUS CRISTO para continuarem tendo o crédito uns dos outros e
para fortalecerem as mãos uns dos outros: uma grande multidão de sacerdotes
foi, pela graça de DEUS, ajudada a vencer seus preconceitos e a obedecer à fé,
assim é descrita conversão dos sacerdotes. (1) Os sacerdotes adotaram a
doutrina do evangelho. Seus entendimentos foram levados cativos ao poder da
verdade de CRISTO, e todo pensamento contestador e oponente foi conduzido à
obediência de CRISTO (2 Co 10.4,5).
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 60-63.
“Servir” é o
verbo diakoneo. O substantivo cognato diakonia é traduzido como “ministério” no
versículo 1. Como “diácono” vem de diakonos, os homens aqui escolhidos são
frequentemente mencionados como “os sete diáconos”, mas esta designação não
lhes é dada no texto. Provavelmente, não havia um cargo técnico como o dos
diáconos neste estágio primitivo da igreja.
“Servir às
mesas” normalmente é interpretado como servir comida. Mas a palavra trapeza era
usada para as mesas dos cambistas (e.g., Mt 21.12). Em Atenas, hoje, pode-se
ver uma Trapeza em cada banco. Também trapezeites (somente em Mt 25.27)
significa “banqueiro”, ou “cambista”. Lumby comenta aqui: “Servir às mesas
significa dirigir a mesa ou o balcão onde o dinheiro era distribuído”. E
possível que a frase fosse interpretada com o sentido mais amplo de administrar
os assuntos financeiros da igreja, da qual uma parte importante era a provisão
de comida para os necessitados. Não é provável que os doze apóstolos realmente
servissem às mesas de comida, embora tivessem servido pão e peixes, com as
próprias mãos, aos cinco mil e aos quatro mil. De qualquer forma, o verbo forte
traduzido como deixemos (ou “abandonemos”) implica que todo o tempo dos doze
estava sendo tomado por estes cuidados com as necessidades temporais dos
irmãos”. Quando ministros ordenados passam a maior parte do tempo cuidando dos
assuntos materiais da igreja, a vida espiritual do povo fica prejudicada.
As
qualificações destes homens deviam ser três: 1. Boa reputação; 2. Cheios do
ESPÍRITO SANTO; 3. Cheios... de sabedoria — “sabedoria prática” ou tato. Essas
ainda são as três qualificações principais para os trabalhadores cristãos.
Aqui temos
alguma ajuda sobre “como solucionar problemas”: 1. Reconhecer o problema
(1-2a); 2. Recusar-se a subordinar o que é essencial (26); 3. Remover as causas
de reclamações (3-6); 4. Colher os resultados de uma solução sensata (7).
O resultado
desta manobra tática que libertou os apóstolos para um ministério espiritual de
tempo integral tinha três partes: 1. A palavra de DEUS crescia em poder e em
publicidade; 2. Multiplicava-se muito o número dos discípulos em Jerusalém,
devido tanto às necessidades materiais quanto às espirituais da congregação que
estava sendo cuidada adequadamente; 3. O crescimento de grande parte dos
sacerdotes que obedecia à fé — Josefo diz que havia vinte mil sacerdotes nessa
época. Por que a menção especial à conversão de grande número de sacerdotes?
Lumby sugere: “Para estes homens, o sacrifício seria maior do que para os
israelitas comuns, pois eles sentiam o peso completo do ódio contra os
cristãos, e perdiam o seu status e apoio, assim como os seus amigos”.
Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 248-250.
Nas comunidades
judaicas a diretoria local geralmente era formada por sete homens, os quais
eram chamados “os sete da cidade”. Por isso os apóstolos podem ter pensado
involuntariamente nesse número. Seja como for, esses homens depois são
denominados “os Sete” (At 21.8).
Lucas não está
descrevendo como um cargo “inferior”, o da “diaconia”, é criado ao lado do
cargo mais alto de “apóstolo”. Não contribui para o “surgimento da constituição
eclesiástica”. Pelo contrário, está mostrando como uma igreja viva sabe tomar
providências práticas quando aparecem dificuldades e carências, vendo também em
atividades dessa natureza repercussões do ESPÍRITO de DEUS que nela habita.
At 6.4 “Quanto
a nós, porém, perseveraremos na oração e no ministério da palavra.”
Observação
minha - Pr. Luiz Henrique - O dinheiro e alimentos não eram mais importantes do
que a oração e a palavra para os apóstolos. Será que é assim em nossos dias?
Deveríamos
ouvir de forma nova o que os apóstolos expressam com tanta clareza e
determinação. Em primeiro lugar citam a necessidade da oração! Será que a
flagrante impotência de nossa igreja não tem como raiz o fato de que nossos
ministros não conseguem mais “perseverar na oração” por causa de tantas
sobrecargas? Mais uma vez admiramos a força de formulação do ESPÍRITO SANTO
quando Pedro acrescenta à oração o “serviço da palavra”. O “serviço da palavra”
simplesmente não deixa sobrar tempo e força para outro ministério. Será que
isso realmente seria diferente nos dias de hoje?
No caso desses
homens ocorre algo semelhante como no caso dos apóstolos. Na sequência
ouviremos mais somente sobre Estêvão e Filipe; os demais não são mais citados
em Atos dos Apóstolos. Assim também ouvimos mais acerca de Pedro e João do que
dos outros apóstolos.
Observação
minha - Pr. Luiz Henrique - Já imaginou sobre o que seria a igreja se entre
cada grupo de doze ou de sete surgissem dois como Pedro e João ou como Estêvão
e Filipe?
Desde o AT a
imposição das mãos era uma transferência real de plenos poderes e força para o
ministério (Nm 27.18-23; Dt 34.9), o que é enfatizado seriamente pela imagem
negativa oposta, de transmissão real da culpa pela imposição das mãos (Êx
29.15; Lv 16.21; Nm 8.12).
Werner de Boor.
Comentário Esperança Atos. Editora Evangélica Esperança.
A imposição das
mãos na Igreja significa confirmar autoridade e poder a outrem para uma tarefa
espiritual, segundo autorização de JESUS CRISTO.
A imposição das
mãos na Igreja também significa separar alguém para receber uma bênção especial
por parte de DEUS.
III - O PERFIL
E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1.
Qualificações do diácono.
Os diáconos
tiveram papel muito honroso nos primórdios da Igreja. Os bispos e os diáconos
eram líderes da igreja. Paulo usou o termo diáconos como favorito para si e
para seus cooperadores, muitas vezes significando servos ou servas que lhe
prestavam algum tipo de serviço (cf. Rm 16.1). As qualidades são exigidas em
Atos 6.1-7. Paulo indica outros importantes requisitos para o diaconato. Após
enumerar as qualificações para bispo ou presbítero, Paulo aproveita o ensino
para discorrer sobre as qualificações dos diáconos ou ministros que serviam nas
igrejas. E o faz de modo imediato, sem lacuna ou pausa em sua ministração,
dizendo que os diáconos, “da mesma sorte” que os bispos ou presbíteros,
deveriam ter as seguintes qualificações (1 Tm 3.8-10, 11-13):
1) “Sejam
honestos”. Isso significa que devem ser “honrados, dignos, corretos, íntegros”.
Corresponde à “boa reputação”, indispensável ao indicado para diácono, quando
houve sua instituição (At 6.3); nas igrejas, hoje, os diáconos recolhem dízimos
e ofertas; alguns são tesoureiros, em congregações ou igrejas. Se forem
desonestos, podem cair no laço do Diabo de roubarem até os dízimos, como já
aconteceu em várias ocasiões. Para sua maldição (Zc 5.3,4).
2) “Não de
língua dobre”. Isto é, que não sejam homens de duas palavras, ou de “duas
caras”; que diz uma coisa sobre um assunto, e diz outra coisa sobre o mesmo
problema. JESUS disse: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o
que passa disso é de procedência maligna (Mt 5.37). Um animal que tem língua
dobre (dupla) é a serpente.
3) “Não dados a
muito vinho”. No tempo de Paulo, a exemplo do que ocorria no tempo de JESUS, o
vinho era uma bebida familiar. Havia o vinho fermentado e o não fermentado, o
suco da uva (gr. guenematos tês ampèlou), que JESUS tomou na instituição da
Ceia. Não fica bem para o diácono (ministro, servo), ser habituado a tomar
vinho ou qualquer bebida alcoólica.
4) “Não
cobiçosos de torpe ganância”. Um diácono não deve ser ganancioso, ou seja,
cobiçoso, ávido por dinheiro, ou qualquer outro tipo de vantagem ou lucro
pessoal, na obra do Senhor, ou em sua vida pessoal. Muitos têm afundado
moralmente, por causa da desonestidade, que resulta da ganância por riquezas
materiais (1 Tm 6.10).
5) “Guardando o
mistério da fé em uma pura consciência”. Esse “mistério” é a revelação de DEUS,
através de CRISTO (cf. Rm 16.25). E “a sabedoria de DEUS oculta em mistério”,
“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e
não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam.
“Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de DEUS” (1 Co 2.9,10). O diácono deve ter
consciência de que não é um serviçal qualquer, mas um “servo de DEUS” a serviço
da sua Igreja.
6) “Que sejam
primeiro provados”. Só deve ser indicado para ser diácono pessoa que seja
avaliada pelo ministério, ou pela liderança. “Depois sirvam, se forem
irrepreensíveis”. Tal recomendação demonstra a responsabilidade de quem indica
um crente para o diaconato. Ele não vai fazer um trabalho qualquer, mas um
“importante negócio” (At 6.3). Deve ser “irrepreensível” (íntegro, fiel).
7) “Maridos de
uma mulher”. Os diáconos devem ser homens fiéis às suas esposas. Não significa
que está inapto para o ministério ou diaconia, se foi vítima de uma
infidelidade conjugal. Se for o causador da infidelidade fica desqualificado
para o diaconato. O radicalismo não constrói bom entendimento das Escrituras.
Um diácono não pode ser bígamo ou infiel.
Observação
minha - Pr. Luiz Henrique - Melhor seria que só se casasse uma vez, mesmo que
ficasse viúvo, também o divórcio era impensável.
8) Que
‘‘governem bem seus filhos e suas próprias casas”. A exemplo dos bispos ou
presbíteros, os diáconos também devem ser bons donos de casa, bons esposos e
bons pais; que saibam cuidar de seus filhos, para poderem cuidar das atividades
que lhes forem confiadas na casa de DEUS.
Após enumerar
essas qualificações para o diaconato, Paulo conclui, dizendo que os que as
possuírem alcançam uma avaliação positiva para servirem na igreja: “Porque os
que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita
confiança na fé que há em CRISTO JESUS” (1 Tm 3.13).
Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 142-144.
Tenho um amigo,
cuja vocação é ser diácono. Neste ministério, não lhe foi difícil alcançar a
excelência. Pois sempre reconheceu, com profunda humildade, ter sido ungido
para servir à mesa de CRISTO, à mesa da Igreja e a mesa de seu pastor. Para
esse meu amigo, é a diaconia uma raríssima oportunidade de agradar ao Senhor
JESUS.
Com que
solicitude, serve ele a Igreja de CRISTO! Sabe lidar com as crianças. É
tolerante com os jovens. Trata os idosos com paciência. Socorre os
necessitados. Evangeliza. E está sempre à disposição dos que se afadigam na
Palavra. Tão especial é esse meu amigo que o ministério achou por bem, certa
vez, homenageá-lo. Mas como premiar alguém que tão eficazmente vinha
desempenhando o diaconato? Que ao presbitério seja promovido! E, assim, foi. De
um dia para o outro, perdemos um excelente diácono, e não ganhamos um
presbítero. Tempos depois, lá estava o meu amigo importunando o pastor a fim de
voltar às lides diaconais. E a sua importância era tão oportuna, que não havia
como desconsiderá-la. A fim de remediar a situação, houveram por bem
“removê-lo” à função para qual fora vocacionado.
I. AS
QUALIFICAÇÕES DO DIÁCONO
As
qualificações diaconais são os requisitos imprescindíveis que tornam o obreiro
cristão apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e de serviço
aos santos. Tais qualificações acham-se compreendidas em Atos 6.3 e na primeira
Epístola de Paulo a Timóteo 3.8-13. Em ambas as passagens, há um elenco de
virtudes e requisitos, que só encontraremos em homens de valor. Por que tais
qualificações fazem-se tão necessárias?
A resposta é óbvia.
Diferentemente do escravo do AT, de quem era requerida apenas uma cega
subserviência, o diácono do NT viria a ocupar um lugar de honrado destaque na
Igreja de CRISTO. Não seria ele um servo comum; erguer-se-ia como ministro. Eis
a seguir os requisitos exigidos:
1. De boa
reputação
Afirmou
Publílio Siro que a reputação é um segundo patrimônio. Se o admirável poeta
latino estivesse a reviver os passos iniciais da Igreja de CRISTO, certamente
haveria se içar a reputação à mais alta das grandezas sociais. Pois a primeira
virtude que os cristãos primitivos reclamaram dos postulantes ao diaconato foi
justamente a boa reputação: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de
boa reputação...” (At 6.3).
a) O que é a
reputação
Originaria do
vocábulo latino reputatione, a palavra reputação significa fama, celebridade e
renome. O erudito evangélico Samuel Vila realça quão significativo é este
termo: “Reputação é uma das vozes mais sábias que tem a nossa língua. É a nossa
fama ou crédito pessoal; é algo que se submete ao julgamento público todos os
dias. Reputar, pois, é julgar repetidamente a uma pessoa ante o fórum da moral
pública”.
De conformidade
com o étimo da palavra, os sete primeiros diáconos já vinham sendo observados e
rigorosamente julgados tanto pelo colégio apostólico quanto pela igreja. E,
nesse julgamento, foram todos eles aprovados com o máximo louvor. Por
conseguinte, antes de separarmos um obreiro ao diaconato, exijamos tenha ele
uma boa reputação. Se não for bem-conceituado diante da igreja e do ministério,
que não seja aceito. E que sua reputação seja também comprovada pela família e
pela sociedade.
O diácono
haverá de ser um esposo exemplar, um pai responsável e prestimoso, um cidadão
honesto e cumpridor de seus deveres. Se a sua reputação não transcender a tais
limites, reprovemo-lo. Doutra forma, trará somente aborrecimentos à igreja, e
transtornos à obra de DEUS.
b) O
significado grego da palavra reputação
No original,
temos o vocábulo marturouménous que significa não somente reputação como também
testemunho. Devem os diáconos portanto, desfrutar de um inconfundível atestado
público. Que todos lhe comprovem a idoneidade do caráter e a fé sábia e
experimentada nas boas obras. Você tem zelado por sua reputação? Como obreiros
de CRISTO, somos submetidos a julgamentos diários. Somos julgados em casa, na
sociedade e na igreja. Até mesmo em nosso íntimo, somos nós julgados. É com
base em tais julgamentos que seremos chamados a ocupar as maiores
responsabilidades no Reino de DEUS. Você tem um nome a zelar; cuide de sua
reputação.
2. Cheios do
ESPÍRITO SANTO
O ser cheio do
ESPÍRITO SANTO é o mesmo que ser batizado? Mais do que isso - os discípulos só
eram considerados cheios do ESPÍRITO SANTO somente depois de haverem passado
pela experiência pentecostal (At 2.4; 10.47; 19.6). Sobre a controvérsia,
pronuncia-se o Dr. George E. Ladd: “Quando o ESPÍRITO SANTO foi dado aos
homens, os discípulos foram batizados e ao mesmo tempo cheios do ESPÍRITO
SANTO”. Stanley M. Horton também é bastante taxativo; não admite réplicas:
“Todos os 120 presentes foram cheios, todos falaram em novas línguas, e o som
das línguas foi publicamente notório” (Grifos nossos).
“E não vos
embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO”. Como
harmonizar essa recomendação de Paulo com a reivindicação feita aos sete
diáconos? Em primeiro lugar, há que se entender que, em todos os episódios de
Atos dos Apóstolos, onde se menciona o “encher do ESPÍRITO SANTO”, temos um ato
soberano e instantâneo de DEUS. É algo que se dá de fora para dentro, de cima
para baixo.
Temos, aqui,
pois, a efusão ou derramamento do ESPÍRITO SANTO. Ao passo que, em Efésios,
deparamo-nos não com um ato, mas com um processo de enchimento que se dá de
dentro para fora. E este processo, ao contrário daquele, depende da vontade do
crente. Se este não seguir a recomendação bíblica, e desprezar o exercício da
piedade, não poderá conservar o enchimento do ESPÍRITO SANTO.
Vejamos como,
no original, o verbo grego é usado em Efésios 5.18: allá plerousthe em
pneúmati. “Mais enchei-vos do ESPÍRITO SANTO”. O verbo plerousthe acha-se no
presente do imperativo passivo da segunda pessoa do plural. Neste caso, o tempo
presente exige uma ação habitual continuada. É como se o apóstolo Paulo
estivesse recomendando aos irmãos de Éfeso: “Deveis, constante e
permanentemente, permitir que o ESPÍRITO SANTO domine vossas vidas”. Deve o
diácono, por conseguinte, não apenas ser batizado no ESPÍRITO SANTO como também
manter a plenitude do ESPÍRITO através do cultivo da piedade e do fruto do ESPÍRITO
SANTO. É uma ordem a ser cumprida hoje e por todo o crente, seja este obreiro
ou não.
Conclui-se,
pois, que os diáconos têm de ser não somente batizados no ESPÍRITO SANTO como
se manter na plenitude do ESPÍRITO.
É por isso que
separamos para o ministério somente os que, além de sua comprovada conversão,
já receberam o batismo com o ESPÍRITO, e na plenitude do ESPÍRITO SANTO,
perseveram. Por ser um ministério que se põe na linha de frente, exige de quem
o exerce um poder sobrenatural. Já pensou se Estevão ou Felipe não desfrutassem
de semelhante virtude? Como se haveria naqueles dias tão difíceis?
3. Cheio de
sabedoria
Alguém já
disse, mui apropriadamente, que este é o século do conhecimento, mas não da
sabedoria. Embora tenhamos avançado tanto, em todas as áreas da tecnologia,
espiritualmente pouco, ou quase nada logramos. Se para obter conhecimento,
bastam os estudos e a pesquisa, o mesmo não acontece com a sabedoria. Para se a
conquistar, demanda-se o exercício contínuo e pessoal da piedade; o temor do
Senhor é o seu princípio (Pv 1.7).
De acordo com a
ótica Bíblica, a sabedoria é a forma como vivemos, agimos e reagimos às
circunstâncias; é o reflexo da natureza divina em nossa existência. Traduz-se a
sabedoria num viver irrepreensível e santo. Esse era o tipo de sabedoria que os
apóstolos esperavam encontrar nos diáconos. Não buscavam necessariamente homens
ilustrados e cultos. Mesmo porque, como diria Chaucer, nem sempre são os mais
eruditos igualmente os mais sábios. Os diáconos, porém, não deveriam eles de
ser plenos. A expressão grega não deixa dúvidas: pléreis sphías. Cheios de
sabedoria! É o que se impunha a cada um dos diáconos.
a) O que é
sabedoria
Afirma Souter
que a sabedoria é “o variado conhecimento de coisas humanas e divinas adquirido
pela agudez e experiência, e resumida em máximas e provérbios; perícia na
direção de afazeres; prudência nas relações com homens incrédulos; discrição e
aptidão em ensinar a verdade; o conhecimento e a prática dos requisitos de uma
vida reta e piedosa; conhecimento do plano divino. Por conseguinte, a sabedoria
que as Sagradas Escrituras estão a exigir dos diáconos não é a cultura livresca
e acadêmica. É a experiência que nos advém de uma vida de intima comunhão com o
Senhor.
b) Como
adquirir semelhante sabedoria
A verdadeira
sabedoria é adquirida através da:
- Leitura
diária da Bíblia Sagrada: quanto não temos de aprender dos profetas e
apóstolos! Foram estes sábios divinamente inspirados a espargir luz onde só
havia trevas. E todas as vezes que, com eles nos privamos, tornamo-nos mais
sábios.
- Orando e
chorando: faz bem o diácono que se dedica diariamente a oração. É um exercício
que requer perseverança e Constância. Quanto mais buscar a DEUS, mais municiado
sentir-se-á. E, com o passar dos tempos, haverá você de constatar que o seu
ministério será de tal forma honrado, que, naturalmente (ou
sobrenaturalmente?), estará a realizar outras tarefas ao seu Senhor? Haja vista
o que aconteceu a Estevão e a Felipe.
- Cultivando o
temor do Senhor: a Bíblia é muito clara: o princípio da sabedoria é o temor a
DEUS (Pv 1.7). Esse temor, que pode ser interpretado como a mais profunda e
singular reverência ao Todo-Poderoso, força-nos a cultivar uma vida de intensa
piedade. A partir daí, tudo faremos para jamais desagradar ao Único e Verdadeiro
DEUS (Ap 14.7).
4. Sejam
honestos
Pelas
expressões que usa, tinha ele os diáconos em elevada consideração. Destes,
exige o apóstolo promovidas qualificações: “Da mesma sorte os diáconos” (1 Tm
3.8). No original, tal expressão é mui significativa: Diakónous hosaútos. Devem
os diáconos, portanto, ser tão qualificados quanto os bispos.
a) O que é
honestidade
Probidade,
decência, decoro. É a qualidade de quem é íntegro e digno. A palavra grega para
honestidade é semnótes: seriedade, honradez, respeito.
b) A razão da
honestidade
Em virtude de
suas obrigações administrativas, o diácono tem de se mostrar incorruptível. É
ele quem estará a lidar com os tesouros dos santos. Em muitas igrejas, além de
recolher os dízimos e ofertas, estará também administrando os recursos captados
aos homens, mulheres, jovens e crianças que vêm ao santuário adorar ao Criador
com as suas fazendas e haveres. Caso não seja honesto, agirá o diácono como
Judas: lançara mão de quanto se deposita na bolsa do CRISTO (Jo 12.6).
A honestidade
também é sinônima de seriedade. Como estará o diácono a tratar como povo, é
imperativo inspire ele respeito. Como seria lamentável se as senhoras o
evitasse por causa de sua postura lasciva! Na casa de DEUS, tem o diácono um
elevado papel a representar. Honestidade é um de nossos maiores legados.
5. Não de
língua dobre
Por força das
reivindicações diaconais, terão os candidatos ao cargo uma só palavra. O seu
dizer será: sim, sim, e não, não. O que disto passar virá certamente do
maligno. No original, a Expressão língua dobre é mui significativa. Dialógous
significa língua-dupla. O que detém semelhante deformidade moral dá a um mesmo
fato as mais variadas versões. O bom diácono é discreto; sabe guardar segredo.
Possui ele o suficiente despacho para resolver as mais embaraçosas situações
sem comprometer o caráter de seus conservos. Ele tem uma só palavra; não se
preocupa em ser politicamente correto conquanto seja justo, fiel e leal.
6. Não dados a
muito vinho
“Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são
lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12). Entre a
licitude e a conveniência, optemos por esta; aquela acarreta-nos, não raro,
dificuldades e amargores.
Como diria
Salomão, o vinho é escarnecedor (Pv 20.1). Escarnece o vinho de tudo; jamais se
farta de escarnecer. Conscientizemo-nos de que o Senhor JESUS nos chamou para
sermos uma sociedade de temperança.
Tanto a
sociedade grega quanto a hebreia encaravam com naturalidade o vinho; tinham-nos
como benção dos céus. Até que, em Efésios, recomenda o apóstolo: “E não vos
embriagues com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18).
A ideia, no
original, retrata alguém com a mente voltada para o vinho; não pode livrar-se
dessa obsessão. Como pode ser um ministro se não ministra o próprio ser?
Willbur B. Wallis é categórico: “O testemunho da Bíblia é consistentemente
contra o uso da bebida forte. A aplicação prática do princípio na sociedade
moderna é de total abstinência”. Se não beberem, estarão livres de cometer
aqueles pequenos desatinos e lapsos que tanto mancham o homem de DEUS.
Sejamos mais
explícitos: que jamais se deem ao vinho; o exercício de seu ofício exige em
tudo sobriedade. Estejam sempre atentos às reivindicações de seu ministério;
não se deixem levar pela alegria fútil e irresponsável das bebidas fortes.
7. Não
cobiçosos de torpe ganância
Como esquecer a
Balaão? Este profeta bem que poderia haver entrado para a história sagrada com
as honras do misterioso Melquisedeque, ou com as deferências do avisado e sábio
Jetro. Ambos, estrangeiros e gentios como ele. Desventuradamente, Balaão deixou-se
induzir pelo prêmio da corrupção. Corrupto e corruptor, viveu para corromper,
e, corrompido, pereceu ele. Balaão era um típico cobiçoso de torpe ganância.
Vendeu-se para amaldiçoar e fazer tropeçar a Israel (Nm 22.1-7).
Até onde conduz
a torpe ganância! O que começou em ambição, termina em heresias; em gravíssimos
pecados, acaba-se.
No grego: mé
aischokerdeis. A expressão pode ser entendida também como: não amante do lucro,
não mercenário. Por que não podem os diáconos ser gananciosos? Em primeiro
lugar, exige-se tenha o homem de DEUS uma postura íntegra e santa. Ele tem de
ser, no mínimo, incorruptível. Pois estará a lidar com os bens econômicos e
financeiros da Igreja. Se incorrupto e reto, jamais cairá em torpes ganâncias.
Saberá como
encaminhar devidamente as ofertas e os dízimos dos fiéis. Que o diácono
administre correta, sabia e piedosamente os próprios bens. Se for avaro, não
haverá de permitir sejam os recursos dos santos empregados em favor dos
necessitados. Quererá tudo para si. Não fazia assim Iscariotes? Tecnicamente,
foi Judas o primeiro diácono. E que péssimo diácono foi ele! Amou tanto o
dinheiro, que pelo dinheiro foi arruinado. A única coisa que logrou com tudo o
que roubara foi a própria sepultura (At 1.18.19).
8. Guardando o
ministério da fé em uma pura consciência
Além das
qualidades morais e sociais, exige-se seja o diácono são na fé. Que esteja de
conformidade com as Sagradas Escrituras, e as tenha como única regra de fé e
prática. Que sustente a sã doutrina, e não evidencie quaisquer desvios no que
tange à ortodoxia. Estejamos atentos a recomendação de Paulo: “Guardando o
ministério da fé em uma pura consciência” (1 Tm 3.9).
Requer-se,
pois, do diácono obediência ativa e reverente. Doutra forma, cairá na tentação
do diabo; e não demora muito, eis mais um heresiarca egresso das fileiras
diaconais. Somente uma consciência purificada pelo sangue de JESUS pode debelar
a virulência da heresia. Por conseguinte, é inadmissível um diácono que, embora
social e moralmente correto, ostente aleijões doutrinais. Tem de ser ele um
expoente incorruptível da Palavra de DEUS. Haja vista Estevão. Diante do
sinédrio, expôs este com tanta mestria a história da salvação, que deixou a
todos assombrados (At 7).
Seu discurso é
o pronunciamento de uma autoridade incontestável das Sagradas Escrituras. E
Filipe? Não se revelaria ele um abalizado evangelista? O plano da salvação que
expôs ao eunuco de Candace foi tão eficaz, que levou o etíope a converte-se
radicalmente ao Senhor JESUS (At 8.26-40).
Conselhos
piedosamente observados:
a) Leitura
diária da Bíblia
Deve o diácono
ser um assíduo leitor das Escrituras Sagradas. Quanto mais estudar a Bíblia,
mais livre estará de cair em heresias e enganos. A recomendação de Paulo é mui
taxativa: “Persiste em ler” (1 Tm 4.13).
b) Estudo
sistemático da Bíblia
Além do estudo
diário e devocional das Sagradas Escrituras, deve o diácono também estudar
sistematicamente a Palavra de DEUS. Faria bem o diácono se cursar um seminário
que zele pela ortodoxia.
9. Os diáconos
sejam maridos de uma mulher
A vida conjugal
do diácono tem de ser um exemplo. Atenhamo-nos à recomendação do apóstolo:
“sejam maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). O seu comportamento em relação às
mulheres deve evidenciar um homem comprovadamente de DEUS. Com as jovens, seja
um irmão mais velho; respeitador e cortês. Com as mais idosas, um filho querido
e solícito. Com as crianças, um pai cuidadoso e atento. Se não se contiver
diante do sexo oposto, seja vetada sua indicação ao diaconato. O diácono tem de
ser fiel à esposa. E que jamais se dê aos namoricos e flertes!
10. Governem
bem seus filhos
A advertência
de Paulo não admite evasivas: “e governem bem seus filhos” (1 Tm 3.12).
Busquemos a expressão no grego: téknõn kalõs proistámenoi. O verbo proístemi,
aqui na primeira pessoa do indicativo singular, é riquíssimo em acepções.
Etimologicamente, significa: tomo posição em frente, assumo a direção, a
liderança e o governo. Significa também: sou cuidadoso, sou atencioso, e
aplico-me aos meus deveres. Da expressão paulina, somos instados a concluir: o
pai cristão não é um mero educador; é antes de tudo o administrador de seus
filhos. Nessa condição, tudo fará a fim de que estes sejam bem-sucedidos tanto
diante de DEUS quanto diante dos homens.
Se há um
obreiro que necessita trazer os filhos sob disciplina, é o diácono. Pela
natureza mesma de seu cargo, seus filhos têm de ser um consumado exemplo de
vida cristã. Isto não significa, porém, que estes devam abdicar da infância e
das coisas próprias de sua idade. Doutra forma, haveriam eles de nascer já
adultos. Haja vista o que Paulo confessa aos coríntios. Quando menino, falava
como menino e, como menino, agia. Mas chegando à maturidade, já se comportava
como adulto e, como adulto, já discorria (1 Co 13.11).
Se por um lado,
não podemos violentar a pueril natureza de nossos filhos; por outro, não
devemos deixá-los entregues à própria vontade. Em seus provérbios, exorta-nos
Salomão a educar a criança no caminho em que deve andar porque, mesmo grande,
jamais apartar-se-á dele (Pv 22.6). Faça culto doméstico todos os dias. Ore com
os seus filhos; leia a Bíblia com eles. Ouça-os em seus dilemas. Admoeste-os na
Palavra. Leve-os à Escola Bíblica Dominical. Procure saber quem são os seus
amigos e colegas. Interrogue-os acerca de seus lazeres.
Na casa de
DEUS, que eles se portem com decência e profundo temor. Crianças, adolescentes
ou jovens, podem os nossos filhos ter uma postura reconhecidamente cristã, e
nem por isso deixarão de ser eles mesmos. Que exemplo maravilhoso viu Paulo na
casa de Filipe! Em sua viagem a Jerusalém, visitou Paulo esse antigo diácono, e
ficou impressionado pela maneira como agora evangelista dirigia o lar. Tinha
este quatro filhas virgens, e todas elas profetizavam (At 21.9). Se
conseguirmos ordenar assim o nosso lar, que maravilha não haverá de ser!
11. Governem
bem suas próprias casas
Governar a casa
não é somente trazer os filhos sob disciplina nem manter perfeita sintonia com
a esposa. É gerir os negócios do lar de tal forma que este venha a funcionar
produtiva e eficazmente. Aliás, a palavra economia tem uma etimologia bastante
interessante. Ela é formada por dois vocábulos gregos: oikos, casa, e nomos,
lei.
Se fosse
necessário, daríamos a esta palavra a seguinte definição: Conjunto das leis que
regulam o funcionamento de uma casa, com o objetivo de suprir-lhe todas as
necessidades, e equilibrar suas receitas e despesas. Talvez tivesse Paulo este
vocábulo em mente ao recomendar: “que governe (...) bem a sua casa” (1 Tm
3.12).
Em grego:
proistámenoi kai ton idíon oikon. Governar a casa implica em contemplar-lhe e
suprir-lhes todas as carências e demandas; saldar-lhe os compromissos; fazer
com que as rendas da família sejam bem empregadas. Governar bem a casa implica
em equilibrar-lhe as receitas e as despesas. Afinal, terá o diácono de, em
algumas igrejas, administrar os bens materiais destas. Se não tem ele o governo
de sua casa, como haverá de agir a casa de DEUS? Se não sabe lidar com o
próprio dinheiro, como lidará com o dinheiro dos santos? Que esta pergunta seja
respondida com sinceridade por todos os diáconos.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
A função mais
antiga dos diáconos era cuidar da distribuição dos fundos de caridade da
igreja. Como ressalta B. S. Easton: “Ainda que o substantivo grego
transliterado por ‘diácono’ signifique ‘servo’ ou ‘assistente’, qualquer
tradução é enganosa, porque os diáconos não eram assistentes dos
administradores, mas despenseiros das obras de caridade da igreja; eles
‘serviam’ os pobres e os doentes”. O termo “diácono” que vigora na igreja de
hoje perdeu grande parte de sua denotação original. Em certas igrejas, o
diaconato é a ordem inicial do ministério ordenado, levando normalmente ao
sacerdócio ou presbitério, ao passo que em outras, trata-se de um cargo ocupado
por crentes leigos. Mas na igreja do século I, os diáconos mantinham lugar de
dignidade e influência comparável à dos bispos, e vemos que as qualificações
que Paulo detalha para este ofício não são menos exigentes.
I Tm 3. 8-10.
Lemos aqui acerca do caráter dos diáconos: esses eram os responsáveis pelos
interesses temporais da igreja, isto é, a manutenção dos ministros e a provisão
pelos pobres. Eles serviam às mesas, enquanto os ministros ou bispos se
dedicavam somente ao ministério da palavra e da oração (At 6.2,4).
A integridade e
a retidão em um ofício inferior são o caminho para se alcançar uma posição mais
elevada na igreja: Os diáconos adquirirão para si uma boa posição. 6. Isso
também resultará em grande ousadia na fé, enquanto a falta de integridade e
retidão tornará uma pessoa tímida e pronta a tremer diante da própria sombra.
Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo está confiado
como o filho do leão (Pv 28.1).
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 692.
2. A função dos
diáconos em Atos 6.
Se antes os
seus deveres circunscreviam-se à congregação, suas obrigações, agora, vão mais
além. Manter-se-á ele atento, desde já às necessidades de seu pastor, às
exigências do ministério e aos reclamos do credo e dos estatutos de sua igreja
e denominação.
A- RESPONSABILIDADES
DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO SEU PASTOR
É o diácono o
auxiliar mais direto de que dispõe o pastor. Ou pelo menos deveria sê-lo. Na
Igreja Primitiva, foram os diáconos constituídos justamente para que os
apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu ministério: a oração e a
palavra. Disso ciente, estará o diácono sempre vigilante quanto aos reclamos de
seu pastor. Jamais permitirá venha este a negligenciar o espiritual a fim de
envolver-se com o material. Pois quem deve lidar com o material é o diácono;
pelo espiritual consumir-se-á o pastor. Como seria lamentável se viesse o
pastor a deixar de lado o sermão de domingo por causa da bancada do templo que
não foi alinhada, ou porque os elementos de Santa Ceia não foram ainda
preparados! Que os diáconos se encarreguem dessas providências. E, que no
momento da adoração, esteja o santuário devidamente arrumado. Infelizmente,
estão os diáconos tão absolvidos em pregar, acham-se tão entretidos em disputar
os primeiros lugares, que acabam por se esquecer de seu pastor. Não estou
insinuando deva o diácono privar-se do púlpito. Se houver oportunidade,
aproveite-a. Eu também fui diácono, e jamais deixei de ocupar a sagrada
tribuna. Pregava e ministrava estudos bíblicos. Escola Bíblica Dominical.
Todavia, não me lembro de haver descurado uma vez sequer de minhas
responsabilidades. Felipe e Estevão eram doutores a serviço dos santos. Diácono
seja cuidadoso com o seu pastor. Propicie-lhe as necessárias condições a fim de
que possa ele dedicar-se às lides: orar pelo rebanho e alimentar os santos com
a Palavra de DEUS. Por que abandoná-lo às preocupações materiais do redil? Você
foi separado para auxiliá-lo a conduzir o rebanho de DEUS através dos campos
sempre verdejantes. Pode haver trabalho mais glorioso?
B-
RESPONSABILIDADE DO DIÁCONO EM RELAÇÃO AO MINISTÉRIO
Você já
pertence ao ministério eclesiástico. Esteja, pois, em perfeita sintonia com os
integrantes deste. Veja-os como companheiros de luta. Jamais intente uma
carreira solo. Os obreiros de DEUS somos vistos sempre em equipe. São os
setenta que saem de dois em dois; os doze que se afainam e repousam ao lado do
Senhor; os cento e vinte que, em perseverante oração, aguardam, no cenáculo, o Pentecostes.
E o que dizer de Paulo?
Embora o maior
missionário, jamais deixou de ter os seus assistentes. Lendo-lhe as cartas,
deparamo-nos de contínuo com os integrantes de sua operosa equipe. Os que se
isolam, diz Salomão, estão a rebuscar os próprios interesses. Participe das
reuniões de ministério. Inteire-se dos assuntos tratados. Com humildade e
sempre reconhecendo o seu lugar, opine, sugira, ofereça subsídios. Seja amigo
de todos; de cada um em particular, um cooperador sempre querido. Não se
ausente. Cultive aquele companheirismo tão próprio dos cristãos primitivos.
Esteja atento às orientações de seu pastor. Agindo assim, você se surpreenderá
com êxitos de seu ministério. Isolado, ninguém poderá crescer; em equipe, todo
avanço é possível.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
DIACONOS
ORIGINAIS
Alguns têm
suposto que tal número foi regulado pela circunstância de que a cidade de
Jerusalém, naquela época, estava dividida em sete distritos. Porém, acerca
disso não há qualquer evidência comprobatória.
Talvez esse
número tenha sido escolhido por ser considerado um número sagrado segundo o
pensamento dos hebreus.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora
Hagnos. pag.135.
3. A
função dos diáconos hoje.
A ÉTICA
DIACONAL
Olinto era um
velho diácono de minha primeira igreja. Homem alto, forte, barrigudo. De minha
quase segunda infância, cuidava eu tratar-se de um gigante. O velho Olinto não
falava; trovejava.
Sua voz parecia
percorrer não somente o templo, como os campos todos de São Bernardo, aquela
outrora pacata e graciosa cidade paulista. Não preciso dizer que os meus amigos
e eu não gostávamos dele. Pois estava constantemente a surpreender-nos em peralvilhes.
Ele chegava ao absurdo de não permitir que ficássemos correndo pelo templo, nem
que fossemos à rua . Onde já viu tal coisa? Quantos ralhos não levei do velho
Olinto! E a carranca daquele italiano? E o seu sotaque carregado? Aquelas
palavras que não entendíamos.
Aquelas frases
– meio toscanas, meio portuguesas – soavam como se fossem broncas, ecoavam
corretivas e disciplinadoras. Francamente, as crianças não gostávamos do velho
Olinto. Mas ali, na lateral esquerda daquele templo querido e sempre benfazejo,
onde presenciei, ainda em minha peraltice, tantas manifestações da glória de
DEUS, achava-se um diácono ético e santo. Um homem que gozava da inteira
confiança de seu pastor. Um dia o Senhor JESUS achou por bem recolher o velho
Olinto. Ele foi-se embora! Mas a sua imagem, guardo-a no coração. Hoje, fosse
escrever-lhe o epitáfio, escolheria esta inscrição: “Aqui jaz um diácono que
soube ser ético”. O velho Olinto sabia que, além das qualificações que a
Palavra de DEUS demanda de cada candidato ao diaconato, todos precisam observar
um código de ética. Sem ética, nenhum ministério cristão é possível.
I. O QUE É A
ÉTICA DIACONAL
Antes de
entrarmos a ver o que é a ética diaconal, é necessário que busquemos uma
definição de ética.
1. O que é
ética
Numa primeira
instancia, podemos dizer que a ética é o: “Estudo sistemático dos deveres e
obrigações do indivíduo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o
que é certo e o que é errado. Ela tem como fonte a consciência, o direito
natural, a tradição e as legislações escritas; mas, acima de tudo, o que DEUS
estabeleceu em Sua Palavra – a Ética das éticas. A essência da ética acha-se
registrada nos Dez Mandamentos – a única legislação capaz de substituir a todas
as legislações humanas”. Dicionário Teológico, Edições CPAD.
2. O que é a
ética diaconal
Ética diaconal,
por conseguinte, é a norma de conduta que o diácono deve observar no desempenho
de seu ministério. Através desse código de procedimento, terá ele condições de
discernir entre o que é certo e o que é errado. Para que jamais venha a ferir as
normas de conduta de seu ministério, é imprescindível tenha ele sempre consigo
as fontes da ética diaconal.
II. FONTES DA
ÉTICA DIACONAL
Do que já vimos
até ao presente instante, não nos é difícil inferir quais as fontes da ética
diaconal. São estas a Bíblia, os regulamentos da igreja local e a consciência
do próprio diácono.
1. A Bíblia
Os evangélicos
temos a Bíblia como a infalível e inspirada Palavra de DEUS. É a nossa
inapelável regra de norma e conduta. Quaisquer estatutos ou regulamento
eclesiásticos têm de emanar da Bíblia, e não pode, sob hipótese alguma,
contrariar a esta.
O diácono,
portanto, orientar-se-á espiritual e eticamente através da Bíblia. Quanto ao
seu cargo específico, terá em conta as seguintes passagens: Atos 6.1-6; 1
Timóteo 3.8-13. Leia sempre esses textos; tenha-os em mente; inscreva-os na
tábua do seu coração. Agindo assim, jamais tropeçará.
2. Regulamento
da igreja local
Além das
Sagradas Escrituras, estará o diácono atento aos regulamentos, estatutos e
convenções da igreja local. É claro que, conforme já dissemos, têm de estar
estes em perfeita consonância com a Palavra de DEUS. Esteja atento, pois, às
particulares culturais e estatutárias de sua igreja. Aja de conformidade com
estas; não as despreze nem as fira. Se não contrariam a Palavra de DEUS, por
que não as observar? Lembre-se: é melhor obedecer do que sacrificar. Tenha a
necessária sabedoria para não ferir as convenções locais. Quem no-lo recomenda
é a lei do amor.
3. A
consciência do próprio diácono
É a consciência
aquela voz secreta que temos na alma que, de conformidade com os nossos atos,
aprova-nos ou reprova-nos.
O apóstolo
Paulo dá como válido o testemunho da consciência: “Pois não são justos diante
de DEUS os que só ouvem a lei; mas serão justificados os que praticam a lei
(porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da
lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmo são lei, pois mostram a obra da
lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os
seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os)” (Rm 2.13-15). Por
conseguinte, mantenha sempre a consciência em absoluta consonância com a
Palavra De DEUS. Não a deixe cauterizar-se. Permita que o ESPÍRITO SANTO a
domine por completo. E, todas as vezes que, quer em sua vida particular, quer
no exercício do ministério, sentir que ela o acusa, dobre os joelhos, e ore
como o rei Davi: “Sonda-me, ó DEUS, e conhece o meu coração; prova-me, e
conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me
pelo caminho eterno” (Sl 139.23,24). O Senhor, então, mostrar-lhe-á como agir e
corrigir-se se for necessário. Lembre-se: a sua consciência, posto que
necessária, não é autoridade última de sua vida. Ela somente será válida se
estiver em conformidade com os reclamos e demandas da Palavra de DEUS.
III. SÍNTESE DA
CONDUTA ÉTICA DO DIÁCONO
Por conduta
ética do diácono, entendemos o seu irrepreensível proceder de conformidade com
a Palavra de DEUS, conforme os regulamentos, estatutos e visão cultural da
igreja em que ele estiver lotado, e segundo o testemunho de sua consciência
que, em hipótese alguma, pode contrariar as Sagradas Escrituras. Em linhas
gerais, estes são os procedimentos éticos que deve o diácono observar no
exercício de seu ministério.
1. Quanto ao
seu ofício
Conscientize-se
de que foi separado para servir a mesa de CRISTO, a mesa da igreja de CRISTO e
a mesa do anjo da igreja de CRISTO. Portanto, exerça o seu ministério de acordo
com a ordenança que lhe confiou o Senhor JESUS. O seu principal mister é servir
e não pregar. Ainda que você pregue melhor que seu pastor, não se prevaleça
disso. Dê-lhe todo o suporte a fim de que ele se dedique à oração e a exposição
da Palavra.
Caso tenha você
outra chamada específica, não se exaspere; no devido tempo ela acontecerá. Até
lá, cumpra rigorosamente o seu diaconato. Se houver oportunidade para pregar,
pregue. Mas não se esqueça, por enquanto, sua obrigação é servir à mesa. Não se
ausente para pregar; esteja presente para servir.
2. Quanto à sua
lealdade
Lembre-se: é
você, como diácono, o melhor amigo de seu pastor. Portanto, não se junte aos
revoltosos nem faça oposição ao anjo da igreja. Antes, ore por ele, sirva-o
amorosa e sacrificialmente.
Se o seu pastor
se equivocar em alguma coisa, converse com ele, mostrando-lhe, humildemente,
porque acha você estar ele errado. Não se esqueça de que ele pode estar certo.
Por isso, saiba como falar-lhe. E que ninguém mais saiba do teor dessa
conversa.
3. Quanto às
críticas
Não critique o
seu pastor nem os membros de seu ministério. Quando alguém o fizer,
desestimule-o. Mostre aos críticos acérrimos e pertinazes que, ao invés das
críticas, ocupem-se em orar pelo anjo da igreja e pela expansão do Reino de
DEUS.
4. Quanto à
ministração particular da Ceia
Se designado a
levar a Ceia para alguém do sexo feminino, no domicílio deste, faça-se
acompanhar de sua esposa ou de outra pessoa. Jamais entre na casa de um membro
da igreja a menos que lá esteja o pai de família. Seja prudente e vigilante.
Fuja sempre da aparência do mal. Não brinque com o pecado.
5. Quanto ao
dinheiro
O ideal é que
todos os dízimos e ofertas sejam entregues na casa do tesouro. Se alguém quiser
entregar-lhe o dízimo, ou a oferta, peça-lhe gentilmente que o faça na
tesouraria da igreja. Se for imprescindível que receba a oferta e o dízimo,
leve-os imediatamente a igreja. Não os esqueça consigo nem os tome emprestados.
O dinheiro não é seu; pertence a JESUS.
6. Quanto à
discrição
A discrição é
uma das qualidades essenciais para o exercício do diaconato. É a qualidade de
quem é prudente, sensato e que sabe guardar segredo. O homem discreto é alguém
em quem se pode confiar. No exercício do diaconato, você certamente presenciará
muitos casos graves e comprometedores. Se você não for prudente, poderá
arruinar preciosas vidas e reputações que vêm sendo construídas há décadas.
Portanto, saiba controlar a própria língua.
Em casos
graves, procure diretamente o seu pastor. Não vá sair por aí segredando, pois o
segredo quando compartilhado com pessoas erradas deixa de ser segredo para
tornar-se notícia. Leia o Livro de Provérbios diariamente, e certifique-se de
quão valiosa é a discrição.
7. Quanto às
arbitrariedades
Exerça o seu
ministério no poder do ESPÍRITO SANTO. Deixe de lado as ameaças e
arbitrariedades. Você não precisa lembrar a ninguém de que é diácono, mas todos
precisam saber que você é, de fato, um homem de DEUS.
8. Quanto à
pontualidade
Chegue no
horário do culto; não se apresse a sair. O seu pastor está sempre a precisar de
sua ajuda.
9. Quanto
à obediência
Não discuta as
ordens do seu pastor. Se não estiver de acordo com elas, indague sobre as
razões destas. Se não puder cumpri-las, justifique-se. Mas não saia resmungando
nem murmurando.
Lembre-se: é
melhor obedecer do que sacrificar.
10. Quanto ao
amor
Se você exercer
o seu ministério com amor, estará cumprindo a Lei, os Profetas e todo o Novo
Testamento. E será, em todas as coisas, bíblica e eticamente correto. Portanto,
não se esqueça da Palavra de DEUS. Tem-na bem junto de si!
Conclusão
Você deve
exercer um diaconato irrepreensível. Aja, portanto, de acordo com a Palavra de
DEUS. Observe as normas de sua igreja, e jamais desdenhe da visão cultural
desta. Prime pela ética. Não deixe que nada venha a macular o seu ministério.
Não basta ser eficiente; é necessário que ajamos de conformidade com a Palavra
de DEUS.
Valdemir P.
Moreira. Manual do Diácono.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
LIÇÃO 7 -
ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO
Lições Bíblicas
do 1º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos
ATOS DOS
APÓSTOLOS - Até aos confins da terra
Comentários da
revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade
Consultor
Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
RESUMO
INTRODUÇÃO
O diaconato foi
instituído a partir de uma contingência.
Tudo aconteceu
quando os crentes de expressão grega, inconformados por estarem suas viúvas
sendo preteridas na distribuição diária, puseram-se a murmurar contra os
hebreus.
I. AS DORES DO
CRESCIMENTO
1. A urgência
da assistência social.
2. A murmuração
dos gregos.
II- A
INSTITUIÇÃO DO DIACONATO
1. A
participação da Igreja nas decisões.
2. O ministério
diaconal.
III-
ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO
1. O
"importante negócio".
2. Servindo à
Igreja de CRISTO.
CONCLUSÃO
Ministros de
CRISTO, temos duas prioridades: a oração e a proclamação da Palavra de DEUS. Todavia,
que jamais venhamos a descurar das obras de misericórdia.
Definição do
Dicionário Michaelis Escolar, versão 3.0, Editora Melhoramentos, 2008.
Assistência
(lat assistentia) sf 1- Ato de assistir. 2- Ajuda, amparo, auxílio. 3-
Assiduidade em acompanhar alguém, cuidando dele.
Social
(lat sociale) adj m+f 1- Que diz respeito a uma sociedade. 2- Sociável. 3-
Conveniente à sociedade ou próprio dela. 4- Relativo à vida do homem em
sociedade.
5- Sociol
Relativo ou pertencente às manifestações provenientes das relações entre os
seres humanos.
"E
repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha" (At 4.35).
Embora a oração
e a proclamação da Palavra de DEUS sejam as prioridades máximas do ministério
cristão, não podemos esquecer-nos das obras de misericórdia.
Atos 6.1-7
1- Ora,
naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos
gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério,
cotidiano. 2- E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de DEUS e sirvamos às mesas. 3- Escolhei,
pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO
SANTO e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. 4-
Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. 5- E este parecer
contentou a toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do
ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pãrmenas e Nicolau,
prosélito de Antioquia; 6- e os apresentaram ante os apóstolos, e estes,
orando, lhes impuseram as mãos. 7- E crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém
se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes
obedecia à fé.
6.3 CHEIOS DO
ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos estipularam que os sete varões
deviam apresentar evidências de terem continuado fielmente sob a influência do
ESPÍRITO SANTO. Segundo parece, os apóstolos supunham que nem todos os crentes
continuavam na plenitude do ESPÍRITO. Noutras palavras, aqueles que deixam de
andar fielmente segundo o ESPÍRITO (Gl 5.16-25) cessarão de ser cheios do
ESPÍRITO. Quanto à diferença entre conservar a plenitude e ser cheio do
ESPÍRITO SANTO, notemos o seguinte:
(1) Os crentes
que conservam a plenitude do ESPÍRITO SANTO são caracterizados pela sua
constância nessa condição (cf. 6.5; 11.24), que os capacita a falar com
inspiração profética ou a ministrar no poder do ESPÍRITO SANTO segundo o seu
querer.
(2) A expressão
cheios do ESPÍRITO SANTO é usada:
(a) para
indicar o recebimento do batismo no ESPÍRITO SANTO (1.5; 2.4; 9.17; 11.16);
(b) para
indicar que um crente ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu poder para
falar sob o impulso direto do ESPÍRITO SANTO (4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79);
(c) para
indicar um ministério profético geral sob a inspiração ou a unção do ESPÍRITO
SANTO, sem especificar a duração desse ministério (4.31-33; 13.52; Lc 1.15).
(3) Depois do
recebimento inicial do batismo no ESPÍRITO, os que andam fielmente no ESPÍRITO,
mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14), podem ser descritos
como: cheios do ESPÍRITO SANTO , i.e., mantendo a plenitude permanente do
ESPÍRITO SANTO (e.g., os sete varões, especialmente Estevão, vv. 3,5; 7.55; ou
Barnabé, 11.24). Além disso, aqueles que continuam na plenitude do ESPÍRITO
podem receber um novo enchimento do ESPÍRITO, visando a um propósito ou tarefa
específica, especialmente uma capacitação divina para falar segundo o impulso
do ESPÍRITO SANTO.
6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no ESPÍRITO SANTO, em si, não basta
para uma liderança cristã eficaz. Os líderes cristãos devem dedicar-se
constantemente à oração e à pregação da Palavra. O verbo traduzido perseverar
(gr. proskartereo) denota uma fidelidade inabalável e sincera e a dedicação de
muito tempo a um certo empreendimento. Por isso, os apóstolos tinham a
convicção de que a oração e o ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos
dirigentes cristãos. Note as freqüentes referências à oração em Atos (ver
1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6; 9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23;
16.25; 22.17; 28.8).
6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição de mãos era usada de cinco
maneiras:
(1) em relação
a milagres de curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5);
(2) ao abençoar
outras pessoas (Mt 19.13,15);
(3) em relação
ao batismo no ESPÍRITO SANTO (8.17,19; 19.6);
(4) na comissão
para uma obra específica (6.6; 13.3); e
(5) na
concessão de dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14).
Como um dos
meios através dos quais DEUS transmite dons e bênçãos às pessoas, a imposição
de mãos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb 6.2). Não
pode ser dissociada da oração (v. 6), pois a oração indica que os dons da
graça, a cura ou o batismo no ESPÍRITO SANTO procede de DEUS e não do ser
humano. A separação destes sete homens importava, principalmente, duas coisas:
(1) Era um
testemunho público da igreja de que esses homens tinham antecedentes de
perseverança na piedade e na obediência à direção do ESPÍRITO SANTO (cf. 1 Tm
3.1-10).
(2) Era um ato
de separar aqueles homens à obra de DEUS e um testemunho da sua disposição em
aceitar a responsabilidade da chamada divina.
6.8 ESTEVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O ESPÍRITO SANTO deu a Estêvão poder para
realizar prodígios e grandes sinais entre o povo (v. 8) e lhe deu grande
sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes não podiam
contestar os seus argumentos (v. 10; cf. Êx 4.15; Lc 21.15).
Outro diácono que se destacou como grande evangelista foi Filipe.
"Diácono"
é uma palavra grega que significava originalmente "aquele que serve à
mesa". Com o tempo ganhou novos
significados e, assim, além dessa função original os diáconos também são
assistentes de autoridade religiosa, ministros, servidores ou prestadores de
certos serviços à comunidade dos fiéis (igreja). Todavia, em Atos vemos que Estêvão
(6:8 e 6:10) e Filipe (8:5-13 e 8:26-40) também pregavam como os Apóstolos (e
Filipe até batizava).
As qualidades
exigidas para ser diácono estão relacionadas na 1ª Epistola a Timóteo 3:8-13.
PALAVRA-CHAVE -
Assistência Social - Serviço que promove a mudança social buscando a resolução
de problemas nas relações humanas, bem como a promoção do bem-estar das
pessoas.
REFLEXÃO - "É
particularmente admirável ver a maneira como a congregação cumpria com sua
responsabilidade." Lawrence O. Richard
REFLEXÃO - Infelizmente,
a questão social continua a ser descurada por muitos ministros do Evangelho.
Acham eles que a desigualdade social é um problema que cabe apenas ao governo
resolver. Claudionor de Andrade.
RESUMO RÁPIDO (Pr.
Henrique):
Existe,
inegavelmente, hoje, um grande problema na igreja em relação à assistência
social e isso se deve principalmente pela falta de obediência e prática da
Palavra de DEUS. Foram escolhidos pela própria igreja, na época dos apóstolos, sete
homens, com pelo menos três condições básicas para a tarefa de distribuir
alimentos e ajuda aos necessitados: deveriam os candidatos serem medidos por
seu grau de comunhão com o ESPÍRITO SANTO (Cheios do Mesmo); por seu grau de conhecimento
da Bíblia (cheios de sabedoria) e por seu grau de testemunho cristão (boa
reputação).
O que vemos
hoje são pessoas com muita necessidade financeira e sem nenhum dos requisitos
exigidos pela Palavra de DEUS sobre "esse tão importante negócio", em
nossas igrejas. Daí o resultado não ser satisfatório ao esperado.
Muitas vezes
encontramos entre as doações roupas rasgadas ou em péssimas condições para
serem usadas pelos necessitados. Encontramos alimentos com problemas de
validade e muitos sem qualquer condição de serem aproveitados.
Algumas vezes
encontramos irmãos que não doam por saberem que as pessoas que foram designadas
para cuidarem desse departamento estão desviando essas ajudas para si próprias
ou para parentes que muitas vezes nem têm tanta precisão como outros na
comunidade.
O ideal seria
ajudarmos primeiro os domésticos da fé, ou seja, os de nossa congregação,
depois os de outras congregações, depois os de outras denominações e depois os
que ainda não são evangélicos, mas que todos na comunidade fossem beneficiados,
inclusive os que não são da igreja, e caso ainda sobre, devemos doar aos
necessitados de outros bairros, de outras cidades e até mesmo de outros países.
Isso agrada a DEUS e faz prosperar os que assim procedem para que possam
abundar mais e mais nesse "tão importante negócio".
O ideal é que
tenhamos asilos, creches, hospitais, colégios, centros de recuperação para
drogados e viciados, casa para idosos, casa de abrigo para órfãos e sem-teto.
Temos certeza de
que em cada guarda-roupa de crente existe pelo menos um par de roupa para ser
doado; em cada despensa um sabonete, um creme dental, um pacote de biscoito, um
quilo de arroz, um quilo de feijão etc.
Experimente ser
cristão praticante, vale a pena!!!!!!!!!!
Sem fé é
impossível agradar a DEUS, as obras não salvam, mas a fé é cheia de boas obras
na vida do verdadeiramente salvo, pois de nada vale a fé sem obras.
O ser humano é
corpo, alma e espírito - as três áreas precisam ser cuidadas com amor pelos
seguidores Daquele que mais amou, aponto de nos dar sua própria vida - JESUS
CRISTO.
O
diaconato na Igreja cheia do ESPÍRITO (Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer)
Depois da
prisão e da libertação dos apóstolos, narradas no capítulo cinco, as
autoridades prestaram muito pouca atenção à Igreja durante alguns anos, talvez
porque os membros do Sinédrio se preocupavam mais com a tirania de Pilatos que
lançou mão do imposto do Templo para construir um aqueduto para a cidade de
Jerusalém, colocou imagens do imperador na cidade e de muitas outras maneiras
incitou as autoridades judaicas. Durante esse tempo os apóstolos continuavam a
pregar, e a Igreja continuava a crescer.
SETE HOMENS
ESCOLHIDOS PARA SERVIREM ÀS MESAS, 6.1-7
O povo de DEUS
tem o costume de recorrer a este capítulo para provar, cada um, a sua doutrina
quanto a organização da igreja. Mas nesse capítulo se encontra muito mais. É a
vontade de DEUS que a Igreja cresça. É. também a vontade divina que os crentes
fiquem cheios do ESPÍRITO SANTO. Na igreja que cresce, aparecerão perturbações,
até CRISTO vir. Mas o que resulta dessas dificuldades, que surgem, uma após
outra, dependem de os membros terem, ou deixarem de ter, não somente o mesmo
espírito, mas o mesmo ESPÍRITO da Igreja Primitiva.
Ora naqueles
dias... houve uma murmuração (v. 1): Até este ponto, na história da Igreja
Primitiva, havia somente unidade entre seus membros - "perseveraram
unanimemente em oração" (cap. 1.14); "perseverando unânimes todos os
dias" (cap. 2.46); "era um o coração e a alma da multidão dos que
criam" (cap. 4.32); etc. Mas, mesmo na Igreja Primitiva surgiam
dissensões. Na Igreja Apostólica, com o ambiente descrito no capítulo cinco,
apareceu descontentamento entre seus membros, quase até o ponto de a Igreja
dividir-se. Não é, portanto, motivo de entristecer-nos demais quando surgirem
contendas entre nós. Mas não podemos evitar de sentir grande vergonha, quando a
igreja não endireita as condições que resultem em contendas entre seus membros.
Que a
murmuração é grave pecado, vê-se em 1 Co 10.10. Mas quantos membros da igreja
murmuram sem sentir qualquer remorso? E quantas igrejas não crescem porque não
querem seguir o exemplo da Igreja Primitiva em corrigir esse defeito?
Os defeitos da
igreja purificada e salva são como as nódoas, quase invisíveis, em roupa suja,
mas muito salientes depois da roupa lavada e limpa.
Crescendo o
número dos Discípulos (v.l): Chamavam-se os crentes "discípulos",
isto é, "os que aprendem" de CRISTO.
A Igreja
Cristã, na sua infância em Jerusalém, foi como a Igreja judaica na sua infância
no Egito: "quanto mais a afligiam, tanto mais se multiplicava e tanto mais
crescia", Êx 1.12.
Houve uma
grande murmuração dos gregos contra os hebreus (v.l): "Gregos", isto
é, judeus, ou prosélitos, da dispersão que voltaram a Palestina e continuavam a
falar a língua grega e a observar muitos dos costumes dos gregos. Não falavam,
talvez, a língua aramaica da Palestina. "Hebreus", quer dizer, os
judeus da Palestina que guardavam zelosamente os costumes antigos dos judeus e
falavam aramaico, apesar de saber, também, falar grego.
Quando as
famílias de Abraão e de Ló aumentaram, houve contenda entre os pastores. E
quando aumentou o número dos discípulos em Jerusalém, houve murmuração dos
gregos contra os hebreus; houve uma murmuração, não uma divisão aberta mas um
ressentimento no coração. Contudo, em cristo JESUS "não há judeu nem
grego" (GI 3.28); não pode haver distinção entre gregos e hebreus, mas
todos são igualmente aceitos por CRISTO e, por amor dEle, queridos uns dos
outros.
Porque as suas
viúvas (v. 1): Observe-se como a Igreja Primitiva, em cuidar dos pobres, deu
ênfase às viúvas. (Compare Is 1.17; Lc 18.3; 1 Tm 5.3-16).
Porque as suas
viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano (v. 1): Note-se como a primeira
contenda na Igreja de CRISTO foi sobre dinheiro. Não é vergonha nossa que
deixamos Satanás usar as pequenas coisas deste mundo para nos desviar de buscar
as grandes coisas do outro mundo?
É muito
provável que os gregos foram movidos de inveja e que não havia razão, nem
fundamento certo, da sua queixa; justamente como acontece repetidamente nas
queixas entre os crentes hoje. Contudo, convém que a Igreja atual siga o
exemplo da Igreja Primitiva para findar logo com todas as murmurações entre os
seus membros.
Os doze,
convocando a multidão dos discípulos... (v.2): Os apóstolos, em vez de assumir
a atitude de ditadores, ordenando e reprovando os hebreus, reuniram os membros
da igreja para resolver o problema sob a direção do ESPÍRITO SANTO.
Não é razoável
que nós deixemos a Palavra de DEUS e sirvamos às mesas (v.2): Não porque os
doze apóstolos eram de uma ordem elevadíssima e seria vergonhoso trabalhar com
as mãos. Compare o Filho de DEUS cumprindo fielmente Sua profissão de
carpinteiro (na desprezada Nazaré, Mt 13.55) e o célebre apóstolo Paulo
trabalhando no seu ofício de fabricante de tendas para sustentar-se a si mesmo
e os outros com ele, Atos 18.3; 20.34. Mas não foi bom que os apóstolos
abandonassem a parte espiritual da obra para cuidar da parte material. Aqueles
que são chamados para o ministério da Palavra devem esforçar-se nessa obra e
deixar os outros membros cuidar dos outros deveres da igreja.
Escolhei pois,
irmãos, dentre vós, sete varões... (v.3): Foi a igreja reunida que escolheu
estes homens e não os apóstolos. Vê-se nisto que o governo da Igreja de CRISTO,
desde o início, é democrático; não é um despotismo clerical, mas uma república
cristã. É evidente, também, que não prepararam, com antecedência, grande número
de ofícios e regulamentos. Mas deixavam o ESPÍRITO SANTO dirigir e tratar de
cada problema que surgisse.
É imperativo
que as igrejas escolham pastores e presbíteros com as qualidades designadas
pela Palavra de DEUS. É igualmente indispensável que os que são escolhidos para
"servir às mesas", isto é, cuidar dos necessitados e outros negócios
materiais das igrejas, tenham todas as qualificações indicadas por DEUS.
Notem-se as seguintes:
1) Dentre vós
(v.3): Uma pessoa que não é crente não
pode servir.
2) De boa
reputação (v.3): De bom testemunho.
3) Cheios do
ESPÍRITO SANTO (v.3): Não homens
cheios do espírito de orgulho, mas do ESPÍRITO SANTO que é santo. O senhor não
deseja que a igreja alivie os sofrimentos dos pobres entre Seu povo como se faz
em dar comida a um cão e lugar para ele dormir. É essencial cumprir esse dever
com a ternura e compaixão do ESPÍRITO SANTO para que esses necessitados recebam
bênçãos, tanto para a alma como para o corpo. Não é a vontade de DEUS que os
pobres, no Seu rebanho, sejam tratados como mendigos.
4) Cheios... de
sabedoria (v.3): Não repletos da sabedoria deste
mundo, mas da sabedoria que é "cheia de misericórdia e de bons
frutos", Tiago 3.17. (Lede Tiago 3.13-17). Também significa conhecedores
da Palavra de DEUS.
Mas nós
perseveraremos na oração e no ministério da palavra (v.4): O verdadeiro
crescimento da igreja é por meio da divulgação da Palavra de DEUS. O nosso
alvo, portanto, deve ser o de levar todos os membros a ficarem cheios da
Palavra até transbordarem.
A proclamação
do Evangelho é um ministério duplo; do quarto de oração e do púlpito. Dos dois
menciona-se a oração em primeiro lugar, indicando que é ainda mais importante
do que a pregação. Os que proclamam a Mensagem devem agir por boca de DEUS ao
povo, no ministério da Palavra, e por boca do povo a DEUS, no ministério da
intercessão.
E elegeram
Estêvão... e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timom, e Pármenas, e
Nicolau...(v.S): Destes sete homens escolhidos, menciona-se dois depois,
Estêvão e Filipe.
Todos os sete
nomes são gregos, indicando a largueza de espírito e o amor fraterno que
dominavam os membros da Igreja, cheios do ESPÍRITO SANTO, levando a igreja a
escolher todos os sete homens dentro do grupo que fazia a queixa.
Estes sete
homens não foram escolhidos porque eram eruditos, nem por causa de ocuparem
altos lugares sociais entre o povo, mas porque eram cheios do ESPÍRITO SANTO. A
Palavra de DEUS sempre aumenta em poder e fruto por intermédio do ministério de
tais homens, porque não é pregada no espírito de dúvida e timidez mas no poder
do ESPÍRITO SANTO.
Observe-se,
também, como toda a comunidade anuiu. Sem dúvida, cada membro tinha sua
preferência. Mas quando estes sete homens foram eleitos por voto popular, toda
a multidão aceitou a todos os sete, sem mais questão.
.Nicolau,
prosélito... (v.S): Isto é, Nicolau era um gentio convertido à religião dos
judeus.
E crescia a
palavra de DEUS (v.7): Os ministros da Palavra que desejam ver a Palavra
crescer, devem, como os apóstolos, se esforçar para não se embaraçar com os
negócios desta vida. (Compare 2 Tm 2.4).
A palavra de
DEUS... se multiplicava (v.7): A Palavra de DEUS multiplica-se no sentido de a
semente semeada nascer e produzir trinta, sessenta ou cem por um.
E grande parte
dos sacerdotes obedecia à fé (v. 7): Sob a direção do ESPÍRITO SANTO, a Igreja
Primitiva alcançou glorioso sucesso - até o ponto de grande número dos
sacerdotes, os dirigentes da oposição, obedecerem à fé.
SEIS PRECIOSAS
LIÇÕES SOBRE A MURMURAÇÃO NA IGREJA PRIMITIVA
1) É muito
fácil surgirem mal-entendidos entre os mais amorosos e fiéis servos de CRISTO.
2) As
dissensões desaparecem imediata e completamente quando os dirigentes da igreja
estão cheios do ESPÍRITO SANTO.
3) O glorioso
exemplo do grupo censurado, apesar de ser maioria, escolher os sete homens
dentro da minoria que se queixava.
4) A maneira de
os apóstolos recusarem exercer "domínio sobre a herança de DEUS",
levando a igreja a escolher sete dos seus próprios membros para dirigirem os
negócios terrestres da comunidade.
5) A falta de
formalidade da parte dos apóstolos em preparar regulamentos para o governo da
igreja, encarando cada emergência conforme as condições da ocasião.
6) Apesar de os
sete homens escolhidos não levarem o título de "diáconos" nas escrituras,
os comentadores concordam em assim considerá-los. O grande êxito do plano
assegurou a sua permanência e uma lista das qualificações do diácono, em uma
das epístolas, segue logo após a lista das de um bispo, 1 Tm 3.8-13.
REVISTA CPAD -
3º TRIMESTRE DE 1996
1. Informe aos
alunos que os apóstolos, sozinhos, não podiam ministrar a Palavra de DEUS ao
povo e, ao mesmo tempo, cuidar da assistência social. Por isso, solicitaram à
igreja que escolhesse sete homens cheios do ESPÍRITO SANTO, a fim de que
pudessem ser consagrados ao diaconato, ou seja, servir às mesas.
2. Diga-lhes
que os sete escolhidos desenvolveram um excelente trabalho filantrópico, em
prol das viúvas carentes e dos órfãos necessitados. Porém, dois deles, Estêvão
e Filipe, destacaram-se como excelentes evangelistas, como prova de que também
DEUS os chamou para a sublime obra de evangelização.
3.
Esclareça-lhes que o trabalho dos diáconos é de suma importância na atualidade.
Por isso, precisam ser respeitados e ajudados, a fim de que desenvolvam bem
este ministério cristão. S6 assim conseguirão manter a ordem no culto e servir
no que for necessário, para o engrandecimento da obra de DEUS.
INTRODUÇÃO
Assim como DEUS
instituiu os levitas, para as atividades sagradas no culto, auxiliando os
sacerdotes, da mesma forma a Igreja crescente precisava dos que pudessem ajudar
os apóstolos.
I. DOIS GRUPOS
DE JUDEUS
1. Origem dos
dois grupos. Desde o cativeiro babilônico (605
a.C.), quando Nabucodonosor levou cativa a primeira leva de judeus para a
Caldéia, muitos deles nunca mais retomaram à sua terra, exceto um pequeno grupo
com Zorobabel, para a reconstrução do Templo, e depois outras levas com Esdras
e Neemias (Ed 2.1; 7.1-7; Ne 2.9). A maior parte continuou pelas nações. onde
eles já estavam.
2. Quem eram os
gregos e hebreus? (v. 1). Eram dois grupos de judeus
que se converteram e estavam no ,seio da Igreja. A palavra helenistikoi é uma
referência aos judeus de fala grega, ou da diáspora. Muitos preferem chamá-los
de "judeus gregos", diferentes dos hebraioi, "judeus palestinenses"
ou "aramaicos" .
3. Tensão
cultural (v. 1 ). Havia uma antiga rivalidade entre
esses grupos. Os judeus aramaicos olhavam com suspeita os seus compatriotas,
helenistas, por terem habitado fora de Éretz Israel, "Terra de
Israel". Agora, pertenciam a uma nova comunidade, onde JESUS havia abolido
a parede da separação (Ef 2.14-17). Mas ainda havia certa' tensão cultural
entre eles. O termo helenistikoi aparece apenas três vezes em Atos: 9.29;
11.l9,20, além da passagem em foco. Até então o Evangelho ainda não havia sido
pregado aos gentios (At 11.17,18).
4. Discriminação
e preconceito. "Porque as suas viúvas eram
desprezadas no ministério cotidiano" (v.1). A discriminação e o
preconceito não devem ter lugar no meio dos discípulos de JESUS. Esta praga
precisa ser eliminada do nosso meio, pois isso entristece o ESPÍRITO SANTO e
torna-se uma barreira que impede o Senhor de operar. Isso divide o povo de DEUS
e o Diabo se aproveita da ocasião. para suscitar discórdias entre os que
professam a fé em CRISTO.
II. A OBRA DOS
DOZE E A DOS SETE
1. Começo da
estrutura hierárquica. O texto não
diz explicitamente que esses sete foram escolhidos para o diaconato, mas, como
o substantivo grego diakonia. "serviço, ministério", e o verbo
diakonein, "servir", são o tema do texto, desde o terceiro século
d.C. todos os expositores admitem que eles exerceram o cargo que o apóstolo
Paulo mais tarde chama de diácono.
Com o passar do
tempo a Igreja foi se estruturando hierarquicamente, de modo que a comunidade
cristã em Filipos, ainda nos dias do apóstolo Paulo, já apresentava
"bispos e diáconos" (Fp 1.1). O apóstolo dos gentios, no entanto,
estabelece regras para a consagração destes obreiros (1 Tm3.1-l4). Um estudo
sobre este assunto mostra que isso depende muito da época e lugar. Não era uma
estrutura inflexível e dogmática.
2. Convocando
uma Assembleia Geral Extraordinária (v. 2). É a primeira vez que os termos "os doze", para
designar os apóstolos, e "discípulos", os seguidores de CRISTO,
aparecem no livro de Atos.
A convocação da
multidão pelos apóstolos revela que há decisões na Igreja que precisam ser
tomadas em assembleias, juntamente com os crentes. Foi uma reunião democrática,
mas na direção do ESPÍRITO SANTO, diferente da democracia política. Era uma
questão interna, um problema entre irmãos, mas muito sério. Os líderes seguiram
o modelo determinado por JESUS, convocando os cristãos (Mt 18-15-17).
III. FUNÇÃO DOS
DIÁCONOS
Segundo a
Bíblia de Estudo Pentecostal, o apóstolo Paulo apresenta 10 qualificações para
o diaconato e 16 para o presbiterato (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). A função dos
diáconos não ficou muito clara nas epístolas paulinas. O texto de Atos 6.1-6
mostra qual o dever dos sete escolhidos: "servir às mesas" (v.2).
1. O sentido de
servir. O verbo grego para servir é
diakonein, de onde vem o termo diácono, que significa servo ou mensageiro. A
função diz respeito não somente ao alimento posto para as viúvas, mas também à
administração financeira em geral. O próprio JESUS aplicou esse termo a si
mesmo (Mt 20.28; Mc 10.45; Lc 22.27). É, pois, uma função importante.
Geralmente, os pastores começam ministerialmente como diáconos. Por isso,
acumulam também este cargo, pois a sua chamada é a de servir ao povo de DEUS.
JESUS é o nosso maior exemplo.
2. Atividade
diaconal. A diakonia, "ministério"
ou "serviço", palavra usada tanto no versículo 1. "ministério
cotidiano", como no 4, "ministério da palavra", mostra que os
dois serviços têm o mesmo valor. Ambos são compromissos cristãos para servir a
DEUS e ao seu povo. A diferença residia na vocação dos doze. Há os que têm
chamada para ministrar a Palavra (v. 4). É comum ouvir em nosso meio falar de
"ministério" como sinônimo de pastor ou evangelista. Seria bom
acrescentar sempre o termo "pastoral", pois a atividade dos diáconos
não deixa de ser um ministério.
3. Alimento ou
dinheiro? "Mesas" significa servir
refeição e também a distribuição de fundos aos necessitados. A "boa
reputação" refere-se ás qualificações exigidas pelos apóstolos, para o
exercício desse trabalho. Parece que a tarefa dos sete era a última, mas não é
uma interpretação unânime dos expositores da Bíblia.
4. A função do
diácono, hoje. O Diabo estava armando outra
estratégia: desviar os apóstolos das obrigações a que eram vocacionados. Pela
expressão "mas nós perseveraremos na oração e no ministério da
palavra" (v. 4) mostra que a função dos diáconos se assemelha à dos levitas
no Antigo Testamento, ou seja, auxiliar todas as atividades ligadas ao culto
(Nm 3.6-10). Se os apóstolos deviam se dedicar à oração e ao ministério de
palavra, obviamente, os sete estavam sendo separados para os trabalhos
auxiliares e não meramente as funções filantrópicas, de caráter social.
Por isso, a
atividade dos diáconos é justamente a de auxiliar nos cultos e nas demais
atividades da Igreja. Manter a ordem, recepcionar os visitantes, recolher as
contribuições, servir a Ceia do Senhor e cuidar do ambiente, para o bem-estar
do povo de DEUS.
IV. A ESCOLHA
DOS SETE
1. A igreja
escolhe seus diáconos (v 3). O termo
"escolhei" mostra que os sete foram eleitos pela igreja. Os apóstolos
apresentaram as qualificações para o exercício dessa importante tarefa:
"varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria"
(v. 3). Depois, Paulo apresentou uma lista de requisitos necessários para o
exercício desse ministério.
"Boa
reputação", pois teriam de trabalhar na distribuição de dinheiro.
Portanto, era necessário que tivessem conduta comprovada pelos irmãos.
"Cheios do
ESPÍRITO SANTO e de sabedoria", porque o trabalho era também espiritual.
Só o batismo no ESPÍRITO SANTO não basta. É necessário vivermos na plenitude do
ESPÍRITO.
Esses
requisitos são necessários até hoje na Igreja de CRISTO, para que o diácono
tenha condições de cumprir o seu ministério. Não se trata de meras exigências;
mas de preparo para tão importante tarefa.
2. Os sete
nomes (v. 5). O parecer dos apóstolos deixou toda
a igreja satisfeita. Todos viam nessa sábia atitude a solução dos problemas.
Não houve imposição, mas sugestão. Quando a obra é dirigida pelo ESPÍRITO
SANTO, geralmente, o parecer da liderança é acatado, como se fosse uma
determinação divina, e deixa a Igreja regozijante. Isso prova que DEUS estava
nesse negócio.
A igreja elegeu
os que preencheram os requisitos apresentados pelos doze. São eles:
"Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e
Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia" (v. 5). Os
sete tinham nomes gregos. Será que eram todos helenistikoi? Se assim for, isso
mostrava que o direito dessas viúvas estava assegurado, além de revelar a
idoneidade deles nessa administração. que agora se tomava transparente.
3. O destino
dos sete. Pouco se sabe do destino de cada um
deles. Pelo discurso de Estêvão, registrado em Atos 7, podemos afirmar que ele
era de considerável estatura espiritual, pois logo revelou seus talentos.
Portanto, o diácono pode ser um grande pregador (I Tm 3.13). Nada mais sabemos
sobre os demais, exceto Filipe, que pregou em Samaria e para o eunuco da rainha
Candace, da Etiópia (At 8) e, depois de muitos anos, aparece como evangelista,
residindo em Cesaréia Marítima (At 21.8). A tradição diz que Nicolau, prosélito
de Antioquia, se desviou e tornou-se o líder do grupo herético dos
Nicolaitas", mencionado em Apocalipse 2.6,]5.
4. Imposição de
mãos (v. 6). Os sete, escolhidos pela igreja,
foram levados à presença dos apóstolos para a imposição de mãos e, dessa forma,
receberem a oração.
A imposição de
mãos é o rito que representa a consagração para um determinado ofício e
significa a transferência de bênçãos e dons.
CONCLUSÃO
A lição mostra
que os apóstolos sabiam delegar as tarefas. Infelizmente, na atualidade, há os
que controlam tudo, pois não deixam que outros façam algo, para ajudá-los. Por
causa disso, a obra de DEUS sofre. Certos líderes ficam sobrecarregados, com
atividades que poderiam ser encargo dos diáconos, e não têm tempo para a oração
e meditação na Palavra de DEUS. À noite, no culto, não possuem mensagem, pois
não têm alimento para o povo e nem entendem a necessidade das ovelhas. Quando
se segue o padrão dos 'apóstolos, o crescimento é de grandes proporções (v. 7).
ENSINAMENTOS
PRÁTICOS
1. O homem, por
mais condições que possua, não é capaz de "exercer, a contento, diversas
funções. Por isso, DEUS permitiu que fossem escolhidos sete discípulos, os
quais serviriam às meses, enquanto os apóstolos se dedicariam ao estudo e a
meditação das Escrituras, a fim de que ministrassem bem o ensino bíblico.
2. Entendamos
que os diáconos exercem um cargo importantíssimo na igreja. Por isso,
precisamos honrá-los, a fim de que, com alegria, concretizem a função que lhes
foi confiada pelo ESPÍRITO SANTO, em benefício do reino de DEUS. Só assim
veremos a decência e ordem em evidência nos nossos cultos.
3. O cargo de
diácono só deve ser ocupado por pessoas idôneas. Por isso, a escolha precisa
ser precedida de jejum e oração, para que não sejam admitidos neófitos, que só
trarão prejuízo à obra de DEUS. Esta função é local; ou seja, se alguém não a
exerce dignamente, pode ser destituído pelo pastor da igreja. "
Observações
Como se coloca
a questão da ação social hoje? De múltiplas maneiras. Não há uma só forma de
atuar. Do ponto de vista da relação com a missão da igreja, há diferentes
aspectos em jogo. Fazer para dentro ou para fora (priorizando os membros de
igreja ou qualquer pessoa que precise)? Com quem fazer (referência eclesial ou
como “fermento na massa”, sozinhos ou em redes e parcerias)? Com que objetivo
ou horizonte de mudança (imediato, de médio e longo prazo, local, regional,
nacional, assistencial, transformador)?
Do ponto de
vista das modalidades de atuação, há também diferentes possibilidades:
1. Desenvolvimento
de uma consciência e crítica profética diante da situação social, aprendendo a
compreender os fenômenos sociais para além de impressões, prejulgamentos,
preconceitos, ou de leituras puramente espirituais ou religiosas dos mesmos;
2. Realização da filantropia, nos casos em que é preciso atender às
necessidades emergenciais ou àqueles setores mais pobres entre os pobres, mais
discriminados socialmente, ou incapacitados para o trabalho ou para cuidarem de
si mesmos, que precisam de constante apoio e provisão;
3. Atuação profissional, pondo a serviço dos setores excluídos da
sociedade o saber e a experiência que existem no meio evangélico e que muitas
vezes só são exercidos em proveito próprio (melhorar de vida, ganhar mais
dinheiro, consumir mais);
4. Envolvimento em ações coletivas, participando de iniciativas de
auto-organização da comunidade, da vizinhança, de uma categoria social, de um
grupo de pessoas que se sentem discriminadas ou excluídas de alguma maneira;
tomando a iniciativa e oferecendo recursos humanos e institucionais da igreja
para a organização ou mobilização desses grupos; dando apoio público a
movimentos desse tipo, quando solicitada ou quando sentir-se solidária com as
demandas ou questões defendidas;
5. Atuação política, em nível suprapartidário, ou, em se tratando de
indivíduos, pequenos grupos ou movimentos de cristãos, partidariamente, no
apoio a projetos que visem a transformar a sociedade no sentido da liberdade,
da igualdade e da solidariedade;
6. Desenvolvendo uma espiritualidade do serviço e da libertação, que
integre na experiência de fé dos membros das igrejas, inclusive daqueles que
não atuam diretamente na ação social, a compreensão de DEUS que nos ensina a
falar, orar, agir com vistas à transformação de toda a humanidade e das pessoas
como seres integrais(corpo e espírito), bem como de toda a criação, obra das
mãos de DEUS.
A prática
social da Igreja pode ser um testemunho da sua missão integral. Há muitos e não
pequenos desafios a enfrentar. E como em muitas outras situações na história da
igreja, não é possível esperar pela maioria para tomar a iniciativa. O
importante é tentar sensibilizá-la para ser fiel ao chamado integral de DEUS à
sua igreja. Se é onde isso não acontecer, sejamos movidos por nossa convicção
de estar sendo fiéis a DEUS e, mesmo compreendendo em amor as resistências, não
cedamos, não nos dobremos a elas. O conservadorismo de maioria, ao longo da
história, nem sempre foi testemunha de fidelidade, equilíbrio e compromisso com
a paz e a justiça. Houve e há horas em que temos que nos erguer e assumir a
responsabilidade, diante de DEUS e dos outros ao nosso redor, de ser agentes de
mudança na produção de sinais do Reino de DEUS.
Atos
- Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica
Atos 34-35. A
promessa feita no Antigo Testamento ao povo de DEUS, no sentido de que não
haveria pobre entre eles (Dt 15 :4) foi cumprida na igreja pela generosidade
dos membros mais prósperos. Aqueles que tinham propriedades ou casas as
vendiam, e traziam os valores correspondentes aos apóstolos, que então os
distribuíam aos necessitados.41 A referência aos pés dos apóstolos (4:37; 5:2)
sugere algum tipo de transferência jurídica expressa em linguagem formal; é
desnecessário acompanhar a sugestão de Stahlin (p. 79) de que os apóstolos se
sentavam em cadeiras altas, os protótipos dos tronos eclesiásticos posteriores.
Agora, incidentalmente, percebemos por que a pregação dos apóstolos se
mencionou em v. 33. Tinham, também, o fardo adicional de administrar os fundos
coletivos da igreja; e, embora esta tarefa talvez não fosse pesada logo de início,
dentro em breve foram necessários planos novos (6:1-6).
36. O exemplo
da generosidade de Barnabé é destacado para menção especial, possivelmente por
ser de vulto excepcional, e certamente porque Barnabé aparecerá mais tarde na
história como líder cristão que era conspícuo pela sua pura bondade (11 :24).
Seu nome, se supõe, refletia o seu caráter. Não fica clara a conexão entre
"Barnabé" e "filho de exortação", e há várias explicações
do nome.42 Um "Filho de encorajamento" era uma pessoa que encorajava
os outros, e Barnabé certamente fazia assim (9:27; 11 :23; 15:37). Era levita
de nascimento, membro da tribo judaica da qual se tirava alguns dos
funcionários menos importantes do templo (Lc 10:32; Jo 1 :19), mas a sua fama
decerto migrara para Chipre, onde havia uma população judaica de certo vulto
(cf. 11 :19; 13:4-5).
37. A lei
antiga que proibia aos levitas a propriedade de terras (Nm 18:20; Dt 109)
parece ter caído em desuso (Jr 32:7 e segs.). Não fica claro se o campo que
pertencia a Barnabé ficava em Chipre ou na Palestina; presume-se que era neste
último lugar, pois v. 35 indica apenas que Barnabé nascera em Chipre.
Atos 44; 45. Um
aspecto distintivo foi o modo de os crentes viverem juntos, na prática de algum
tipo de comunhão de bens. O significado disto fica mais claro no v. 45, onde se
esclarece que as pessoas vendiam suas propriedades para aplicar o preço na
assistência dos necessitados. A primeira impressão que obtemos, portanto, é
aquela de uma sociedade cujos membros viviam juntos e tinham tudo em comum (4
:33). Não seria surpreendente, sendo que sabemos que pelo menos um outro grupo
contemporâneo judaico, a seita de Cunrã, adotou este modo de vida; Filo e
Josefo, nas suas descrições dos essênios (com os quais usualmente se
identificam os cunranitas), dizem a mesma coisa. É bem provável que, no
primeiro impacto do entusiasmo religioso, a igreja primitiva tenha vivido desta
maneira; os ditos de JESUS acerca da abnegação podem ter sugerido este modo de
vida. Depara-se, porém, na narrativa em 4:32-5:11, que vender os bens pessoais
era assunto voluntário, e a atenção especial dada a Barnabé por ter vendido um
campo talvez sugira que houvesse algo de incomum no seu ato. Não devemos,
portanto, tirar a conclusão de que tomar-se cristão necessariamente acarretasse
uma vida numa comunidade cristã" estreitamente fechada em si. O que
realmente aconteceu foi, talvez, que cada pessoa deixava seus bens à disposição
dos outros quando surgia a necessidade. Evitamos o emprego do termo
"comunismo" na descrição da praxe, visto que o comunismo moderno é
uma descrição de um sistema político e econômico de um caráter tão diferente
que é anacronístico e enganoso empregar-se o termo no presente contexto?
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico - "A Comunhão Quebrada
Os crentes se
dedicam a formar uma comunidade de comunhão (At 2.42), que acha expressão em
compartilhar as possessões com os necessitados. Como exemplo positivo de
comunhão, Lucas chamou atenção a Barnabé (At 4.36,37); em contraste, Ananias e
sua esposa são exemplos negativos (At 5.1-11). No capítulo 6, Lucas informa um
desarranjo na comunhão causado pela negligência da comunidade para com suas
viúvas gregas. No meio de tremendo progresso da Igreja, este problema coloca a
unidade eclesiástica em sério perigo. Nesta época, a comunidade cristã consiste
em dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, 'crentes de fala grega') e os
judeus hebreus (hebreaioi, "crentes de fala aramaica'). Os judeus gregos
de Atos 6 são crentes que foram fortemente influenciados pela cultura grega.
[n.] Os cristãos de fala aramaica são mais fortes nas tradições religiosas
palestinas e mostram mais restrição em atitude para com a lei judaica e o
templo. Sendo mais agressivos na abordagem, os judeus 'helenísticos provocavam
raiva. Em pelo menos uma ocasião a pregação agressiva de um crente de fala
grega na sinagoga helenista em Jerusalém termina em apedrejamento. Os judeus
helenistas apresentavam o evangelho com tal zelo que eventualmente os oponentes
os compelem a fugir de Jerusalém para salvar a própria vida (At 8.1-3)"
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2004, p.657).
Dê uma
passadinha pelo departamento de assistência social de sua congregação (se é que
tem) e faça uma pesquisa de como estão de suprimentos: remédios, agasalhos,
material escolar, alimentos, etc...
Com quanto e
com o que você contribuiu neste ano para a assistência social de sua
congregação?
A obra de DEUS
é feita com ações e não apenas com palavras, chegou a hora de praticar a
Palavra e não ser apenas ouvinte.
Muitos vizinhos
nossos podem estar desempregados, doentes ou vivendo miseravelmente. Ajude,
mostre JESUS a eles.
Como estão
vivendo nossos irmãos? Quantos são os excluídos de nosso bairro. Podemos ter
uma congregação cheia de novos ouvintes no próximo Domingo, se pudermos
praticar o evangelho em nosso próprio quintal.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico (Lição 8 - 2007)
"Ação
Social: Compromisso de uma igreja
Porque falar em
ação social da igreja quando estamos discursando sobre a Igreja Viva? Porque
cremos ser esta, sem dúvida, uma das manifestações mais convincentes de que a
vida de DEUS está no meio de seu povo.
Avivamento e
ação social: equilíbrio. O avivamento espiritual, que é tanto a causa como o
produto de uma Igreja Viva, precisa abranger a igreja como um todo, se não
queremos um organismo aleijado ou disforme. Não se pode falar de um avivamento
que priorize apenas um aspecto da totalidade do ser humano como, por exemplo, o
destino de sua alma, em detrimento de seu bem-estar físico e social.
Não nos
interessa uma comunidade apenas voltada para o futuro, em prejuízo do hoje,
pois isso implica em negligenciar as necessidades imediatas e urgentes do ser
humano. O homem vive na dimensão do aqui e agora. Tem fome, frio, doença, sofre
injustiças; enfim, tem mil motivos para não ser feliz. Nossa missão, pois, é
socorrer o homem no seu todo, para que não somente usufrua paz de espírito, mas
também conserve no corpo e na mente motivos de alegria e esperança. O projeto
de JESUS é para o homem todo e para todos os homens. Fugir dessa verdade é
desobediência e rebelião contra aquEle que nos comissionou.
Um verdadeiro
avivamento trará de volta ao crente brasileiro o amor pelos quase 50 milhões de
irmãos pátrios que vivem na pobreza absoluta. O estilo de vida de uma igreja
avivada não se presta a esquisitices humanas, mas à formação de personalidades
de acordo com o caráter de CRISTO, que não negligenciam o amor ao
próximo." (ClDACO, J. Armando. Um grito pela vida da igreja. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996, p.87-8.)
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico - "O Descontentamento Social
Afirma o
eminente teólogo da Universidade de Salamanca Lorenzo Turrado: 'A queixa dos
helenistas, a julgar pela iniciativa tomada pelos apóstolos, parece que tinha
sério fundamento'. A situação que se desenhava deixou os apóstolos mui
preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e a desigualdade
sociais eram intoleráveis aos olhos de DEUS (Dt 15.7,11). Não foi por causa da
opressão que o Senhor desterrara a Israel? A palavra de Ezequiel não tolera
dúvidas: 'O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando e fazendo
violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente ao
estrangeiro' (Ez 22.29).
Infelizmente, a
questão social continua a ser descurada por muitos ministros do Evangelho.
Acham eles que a desigualdade social é um problema que cabe apenas ao governo
resolver. Mas a Bíblia não ensina assim. Embora a Igreja de CRISTO seja um
organismo espiritual e desfrute da cidadania celeste, ela é vista como uma
comunidade administradora de uma justiça que tem de exceder a do mundo (Mt
5.20). O comentário é de Broadman: 'Os cristãos têm infligido quase tantas
feridas à comunhão quanto os perseguidores externos, abrigando em si
preconceitos raciais, religiosos e de classe. Esse preconceito leva à
discriminação, e a discriminação destrói a unidade dos crentes. Estas
distinções não deviam ter entrado na Igreja, naquela época, e não devem entrar
hoje'" (ANDRADE, Claudionor de. Manual do Diácono. l. ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1999, pp.17, 18).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO III - Subsídio Histórico - As implicações de Atos 6
"Paternalismo.
Talvez a primeira lição que deva ser aprendida é a de que a liderança
espiritual da igreja precisa evitar o paternalismo. A maneira de se desenvolver
uma igreja amadurecida não é impor soluções 'de cima para baixo', mas envolver
a congregação na solução do problema, e confiar aos membros um papel
significativo na tomada de decisões.
Confiança.
Teria sido tão fácil tornar-se defensivo e argumentar em quem se deveria ou não
colocar a culpa. Em lugar disso, a congregação concentrou-se no problema e os
cristãos de fala aramaica demonstraram confiança em seus irmãos, ao fazer os
cristãos de fala grega responsáveis pela distribuição a todos.
Prioridades. Os
líderes espirituais da igreja precisam concentrar sua atenção 'na oração e no
ministério da palavra' (6.4). Mas as preocupações materiais dos crentes também
precisam de atenção. E aqueles que lidam com as 'coisas práticas' precisam ser
pessoas 'cheias de fé e do ESPÍRITO SANTO'.
Flexibilidade.
Precisamos estar prontos para reagir às necessidades. Frequentemente, nossas
igrejas estão encerradas em antigos programas ou antigos cargos. Em lugar de
procurar com criatividade satisfazer as necessidades à medida que elas surgem,
nós lutamos para manter o mecanismo da igreja. Este incidente na vida da Igreja
Primitiva nos lembra de que as pessoas são mais importantes do que as
constituições de nossa igreja, e que a inovação não é uma palavra feia"
(RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento. 1. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.263-64).
INTERAÇÃO
O contexto da
comunidade cristã em Jerusalém, descrito em Atos 6, é de pobreza e necessidades
sociais. O resultado do Pentecostes fez com que a igreja de Jerusalém
triplicasse em quantidade, mas em contrapartida, crescia na mesma proporção o
número de necessitados. Como consequência do crescimento, surgiram carências
oriundas de um contexto social de extrema pobreza e miséria. A Igreja Primitiva
passara a ser grande, mas seus líderes não podiam fechar os olhos para os
pobres e necessitados.
Uma igreja que
cresce numericamente pode ver seu rebanho adoecer a uma velocidade
desproporcional por pura falta de cuidado com as pessoas. A Igreja de CRISTO
precisa crescer integralmente e priorizar pessoas!
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
LIÇÃO 8, NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA
Escrita Lição 8, CPAD, Uma Igreja Que
Enfrenta Os Seus Problemas, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 99991520454 (tel) Luiz
Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
1. Conflito de natureza cultural.
2. Conflito de natureza social.
3. Qual é a prioridade?
II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS
1. O ministério da oração e da Palavra.
2. Não há conflito entre tarefas.
3. A Diaconia.
III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
1. Privilegiando o caráter.
2. Exercitando os dons.
TEXTO ÁUREO
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete
varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio.”
(At 6.3)
VERDADE PRÁTICA
Uma igreja cheia da sabedoria do ESPÍRITO
age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 6.1,2 Identificando a natureza dos conflitos
Terça - 1 Co 6.5
Resolvendo
conflitos na esfera da igreja
Quarta - Mt 5.9 Pacificando todos os tipos de conflitos
Quinta - 2 Tm 2.24 Gentileza, paciência e habilidades para evitar os
conflitos
Sexta - Gl 5.13
Servindo
uns aos outros para prevenir os conflitos
Sábado - Pv 13.10 O valor de sábios conselhos na resolução de conflitos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 6.1-7
1- Ora, naqueles dias, crescendo o número
dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as
suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. 2- E os doze, convocando
a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra
de DEUS e sirvamos às mesas. 3- Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões
de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria, aos quais
constituamos sobre este importante negócio. 4- Mas nós perseveraremos na oração
e no ministério da palavra. 5- E este parecer contentou a toda a multidão, e
elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO, e Filipe, e Prócoro, e
Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; 6- e os
apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. 7- E
crescia a palavra de DEUS, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos
discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
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Hinos Sugeridos: 46, 304, 372 da
Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição, aprenderemos como a igreja
primitiva enfrentou e solucionou conflitos internos, destacando a importância
da diaconia no serviço cristão. O crescimento da igreja trouxe desafios sociais
e culturais, mas os apóstolos, guiados pelo ESPÍRITO SANTO, instituíram
diáconos para auxiliar no cuidado dos
necessitados sem comprometer a pregação da Palavra e a prática da oração no
ministério. Veremos que a igreja deve equilibrar sua missão espiritual e
social, reconhecendo que ambos os aspectos são essenciais. Que possamos
refletir sobre a importância do serviço cristão e como podemos aplicá-lo em
nossa igreja local.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Analisar as
naturezas cultural e social dos conflitos enfrentados pela igreja primitiva e
sua relevância para a igreja atual; II) Explicar a importância da organização e
da distribuição de funções dentro da igreja para equilibrar as
responsabilidades espirituais e sociais; III) Aplicar os princípios bíblicos de
caráter, sabedoria e serviço na vida cristã e na atuação ministerial.
B) Motivação: A igreja não está isenta de
desafios, mas a forma como lida com eles revela seu compromisso com a vontade
de DEUS. Assim como a igreja primitiva enfrentou conflitos culturais e sociais,
também enfrentamos desafios que exigem sabedoria e serviço. A solução
encontrada pelos apóstolos demonstra que o equilíbrio entre oração, ensino e
assistência social é essencial. Devemos refletir: como temos contribuído para a
unidade e o crescimento da igreja?
C) Sugestão de Método: Para iniciar a
lição de forma envolvente, você pode utilizar o método da problematização. Pode
começar perguntando à classe: "Quais tipos de conflitos podem surgir
dentro da igreja?" e anotar as respostas no quadro. Em seguida, deve
incentivar a classe a refletir sobre como esses conflitos podem afetar a
comunhão e o crescimento espiritual. Após essa introdução, pode relacionar a
discussão ao texto bíblico de Atos 6.1-7, mostrando como a igreja primitiva
enfrentou desafios semelhantes. Essa abordagem desperta o interesse dos alunos
e os prepara para compreender a importância da diaconia e da sabedoria na
resolução de problemas na igreja.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Assim como a igreja
primitiva enfrentou desafios com sabedoria e serviço, devemos agir com amor e
compromisso, promovendo a unidade e cuidando uns dos outros para a glória de DEUS.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que
traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 102, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico,
você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O
texto "Equilíbrio Ministerial", localizado depois do segundo tópico,
aprofunda o assunto a respeito do equilíbrio que devemos ter nos ministérios de
caráter espiritual e social; 2) No final do terceiro tópico, o texto
"Requisitos dos Escolhidos" analisa o processo de escolha dos
diáconos, extraindo lições para o nosso tempo.
PALAVRA-CHAVE - Diaconia
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Nesta lição, exploraremos a diaconia
bíblica, um ministério essencial de serviço na igreja, que nos ensina sobre o
serviço ao próximo. A Bíblia nos mostra que a Igreja, mesmo em seus primórdios,
enfrentava desafios, mas a busca por soluções em DEUS era fundamental. A
criação do ministério dos diáconos não foi para estabelecer uma hierarquia, mas
para organizar o serviço social na Igreja, mostrando que todos os líderes são
chamados a servir. O que realmente importa no Reino de DEUS é a disposição em
servir, independentemente do cargo ou tarefa, pois o serviço é a essência do
trabalho na igreja.
I – A IDENTIFICAÇÃO DOS CONFLITOS
1. Conflito de natureza cultural.
Lucas cita um conflito entre os “gregos” e
“hebreus” (At 6.1a). A referência neste texto aos “gregos” está relacionada aos
judeus helenistas, isto é, que haviam emigrado para outros países e que, por
conta disso, falavam somente a língua grega. Por outro lado, o termo “hebreus”
era uma referência aos judeus de Jerusalém que se comunicavam principalmente em
hebraico (aramaico). Havia, portanto, uma barreira de natureza cultural por
conta da língua. Essa barreira cultural trouxe um conflito de relacionamento
entre os crentes da primeira igreja. Isso fez com que os apóstolos, logo após
tomarem conhecimento do problema, buscassem uma solução. Eles não podiam deixar
a igreja de Jerusalém se desintegrar por conta de barreira de natureza
cultural. A unidade da igreja não pode ser ameaçada por conflito de qualquer
natureza.
2. Conflito de natureza social.
Lucas explica que em razão daquela
diferença cultural, “as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (At
6.1b). Aqui fica evidente a natureza social do problema – as viúvas de fala
grega estavam sendo negligenciadas na distribuição diária. O conflito se
instalou e precisava de solução. Fica em evidência que a igreja não é só um
organismo, ela também é uma organização. Ela tem sua esfera espiritual, mas
também social. Era, portanto, essa parte social que estava em desequilíbrio e
precisava de cuidados.
3. Qual é a prioridade?
É muito comum a ideia de que o cristão
deve cuidar apenas da esfera espiritual e negligenciar a social. Cria-se dessa
forma um entendimento nada bíblico de que a primeira deve ser privilegiada e a
segunda, negligenciada. Assim, por exemplo, um evento musical recebe grande
atenção porquanto mexe com as emoções, enquanto um trabalho social numa igreja
local carente conta com poucas adesões. Negligenciar os mais necessitados é um
dos pecados denunciados tanto no Antigo Testamento (Is 58.6) quanto no Novo
Testamento (Mt 25.35-38). Não podemos ignorar a situação social dos menos
favorecidos e pensar que, dessa forma, estamos adorando a DEUS em espírito e em
verdade.
SINÓPSE I - A igreja primitiva enfrentou
desafios internos que exigiram sabedoria para manter a unidade.
II – A DELEGAÇÃO DE TAREFAS
1. O ministério da oração e da Palavra.
Diante do conflito, os apóstolos
perceberam que a parte da comunidade que estava sendo negligenciada precisava
de cuidados. Contudo, eles também perceberam que não poderiam resolver um
problema criando outro. Cuidar dos mais necessitados era uma missão urgente da
igreja, mas os ministérios da oração e pregação da Palavra de DEUS também o
eram (At 6.4). Tanto a parte social como a devocional e evangelística fazem
parte de uma única missão da Igreja. Poderíamos dizer que são os dois lados de
uma mesma moeda. Cuidar dos necessitados é importante, igualmente importante é
a oração e a evangelização.
"Tudo faz parte de uma única missão
da Igreja. Assim, se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela
falha em sua missão.”
2. Não há conflito entre tarefas.
Não podemos ler Atos 6 como se o
ministério da oração e da pregação estivessem em oposição com o ministério de
serviço social. Não há essa contradição, onde um é considerado mais espiritual
e o outro menos. Tudo faz parte de uma
única missão da Igreja. Assim, se a igreja ora e prega, mas não cuida dos
necessitados, ela falha em sua missão. Da mesma forma, se a igreja se torna
apenas um centro social, negligenciando a oração e a pregação, ela perde a sua
essência, deixa de ser Igreja de CRISTO e, por isso, também falha em sua
missão.
3. A Diaconia.
O parecer dos apóstolos foi que eles
constituíssem pessoas habilitadas sobre o que eles denominaram de “este
importante negócio” (At 6.3). É, portanto, uma referência ao “serviço” ou
“diaconia”, identificado no versículo 3 como “servir” as mesas (At 6.3). A
palavra “diaconia” tem a ver mais com a função do que com a forma. Assim, em
Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do
que o cargo ou ofício ocupado por eles. O contexto favorece esse entendimento.
Contudo, essa narrativa bíblica fundamenta a instituição do diaconato cristão.
Outrossim, devemos enfatizar aqui que a diaconia era vista pelos apóstolos como
um “importante” negócio, ou seja, algo necessário à igreja. Esse entendimento
apostólico contradiz o que muitos pensam atualmente a respeito do serviço da
diaconia. Infelizmente, há os que enxergam um diácono como um obreiro de classe
inferior. Mas no contexto bíblico, a diaconia é um serviço especial onde
somente pessoas especiais, isto é, com as qualificações bíblicas exigidas,
podem trabalhar.
SINÓPSE II - Os apóstolos instituíram
diáconos para equilibrar o ministério da pregação da Palavra, da oração e do
serviço social.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ - EQUILÍBRIO
MINISTERIAL
“À medida que a Igreja Primitiva crescia,
suas necessidades aumentavam. Uma delas era organizar a distribuição de
alimentos para os pobres. Os apóstolos precisavam concentrar-se na pregação;
então escolheram diáconos para administrar o programa alimentar. Cada cristão
tinha uma função vital a desempenhar na igreja (ver 1 Co 12). Se você já ocupa
uma posição de liderança e está sobrecarregado por suas responsabilidades,
determine quais são as habilidades que lhe foram dadas por DEUS e reveja suas
prioridades; então procure outras pessoas para ajudá-lo. Se você não faz parte
da liderança, saiba que tem dons que podem ser usados por DEUS em várias áreas
do ministério da igreja. Coloque estes dons a serviço do Mestre” (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1488).
III – SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
1. Privilegiando o caráter.
Nas exigências das qualificações exigidas
para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase: “Escolhei, pois, irmãos,
dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do ESPÍRITO SANTO e de
sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3).
Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”. A
palavra “boa reputação” traduz o termo grego martyreo, que significa
“testemunha” ou “mártir”, quer dizer uma pessoa autêntica, honesta, correta e
que não negocia valores para exercer a função da diaconia. As vezes pensamos
que essas exigências eram apenas para os dias bíblicos, o que evidentemente é
um equívoco. Se para aqueles que se dedicariam apenas em “servir as mesas”,
isto é, os diáconos, era exigido “boa reputação”, então o que dizer dos
pastores que cuidam de todo o rebanho?
2. Exercitando os dons.
Essas pessoas, encarregadas da diaconia da
igreja, além da exigência de boa reputação, deviam ser cheias do “ESPÍRITO SANTO
e de sabedoria” (At 6.3). Defender a boa ortodoxia, isto é, a doutrina correta,
era importante, mas incompleto. Era necessário que essas pessoas também fossem
cheias do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria. É possível uma pessoa ser ortodoxa,
eticamente irrepreensível, contudo, não ser quebrantada e nem possuir fervor
espiritual. Da mesma forma, é possível uma pessoa exercitar os dons
espirituais, contudo, não ter sabedoria nenhuma. Uma coisa não pode funcionar
sem a outra. O ideal de DEUS é que o cristão viva corretamente exercitando os
dons espirituais com a sabedoria no exercício da diaconia.
SINÓPSE III - A escolha dos diáconos
seguiu critérios espirituais, destacando caráter, fé, compromisso cristão e
fervor espiritual.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ - REQUISITOS DOS
ESCOLHIDOS
“Essa tarefa administrativa não foi
tratada de modo inconsequente. Observe os requisitos dos homens que cuidariam
da distribuição dos alimentos: deveriam ter boa reputação e ser cheios do ESPÍRITO
SANTO e de sabedoria. As pessoas que têm grandes responsabilidades e que
trabalham próximas a outras devem ter estas qualidades. Devemos procurar homens
e mulheres espiritualmente sábios e maduros para liderar nossas igrejas.
As prioridades dos apóstolos eram
corretas. O ministério da Palavra nunca deveria ser negligenciado por causa dos
fardos administrativos. Os pastores não devem tentar desempenhar todas as
tarefas da igreja, e ninguém deve esperar que o façam. Ao contrário, o trabalho
da igreja deve ser dividido entre os membros” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.1488).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição a importância do
serviço cristão. A igreja “espiritual” é também social. Devemos nos dedicar
tanto ao ministério da oração e pregação como também à assistência ao mais
necessitados. A igreja que cuida da alma também deve cuidar do corpo. DEUS não
é glorificado na desgraça de ninguém. Se há um necessitado em nosso meio, e há,
devemos considerar os princípios bíblicos ensinados nessa passagem das
Escrituras para alcançá-lo. Assim, a igreja cresce como Igreja de DEUS e o
Senhor é glorificado.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quais são as referências de “gregos” e
“hebreus”?
“Gregos” refere-se aos judeus helenistas,
que falavam grego e tinham influência da cultura grega, enquanto “hebreus” eram
judeus de fala aramaica, ligados à tradição judaica de Jerusalém.
2. Quais são as duas naturezas do conflito
entre os judeus gregos e hebreus?
O conflito era de natureza cultural,
devido às diferenças de idioma e costumes, e de natureza social, pois as viúvas
dos helenistas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de
mantimentos.
3. Há contradição entre as esferas
espiritual e social?
Não há essa contradição, onde um é mais
espiritual e o outro menos. Tudo faz
parte de uma única missão da Igreja.
4. Com o que a palavra “diaconia” tem a
ver?
A palavra “diaconia” tem a ver mais com a
função do que com a forma. Assim, em Atos 6 o que está mais em destaque é a função
exercida pelos sete diáconos do que o cargo ou ofício ocupado por eles.
5. O que recebeu ênfase pelas exigências e
qualificações exigidas para o diaconato?
Nas exigências das qualificações exigidas
para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase. Aqueles que iriam
“cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”.