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Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV
Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV
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Silva
Lição 3, Betel, A
Reforma Protestante, O Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, 1Tr25, Pr Henrique,
EBD NA TV
Vídeo https://youtu.be/aBPeW9jIX1Y?si=Si4JT8Yzm9Ks7uRx
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/escrita-licao-3-betel-reforma.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/slides-licao-3-betel-reforma.html
PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-3-betel-a-reforma-protestante-1tr25-pptx/274788402
ESBOÇO DA LIÇÃO 3, BETEL 1TR25
1- OS PRECURSORES
DA REFORMA
1.1. John Wycliffe
1.2. John Huss
1.3. Girolamo Savonarola
2- OS
REFORMADORES
2 .1. Martinho
Lutero
2.2. Ulrico
Zuinglio
2.3.
Pneumatologia
3- AS
IMPLICAÇÕES DA REFORMA
3.1. O ESPÍRITO
SANTO na vida de Lutero
3.2. A salvação
se fundamenta na fidelidade de DEUS
3.3. As 95
teses.
TEXTO ÁUREO
Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está
escrito: Mas o justo viverá da fé", Romanos 1.17
VERDADE PRÁTICA
Como discípulos de Cristo, devemos ansiar por receber mais do
Senhor e aprender mais das Escrituras.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 1.16-19
16. Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro
do judeu e também do grego.
17, Porque 11ele se descobre a justiça de DEUS de
fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18. Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre
toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles
se manifesta, porque Deus lho manifestou.
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 3, BETEL, 1TR25
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JESUS NO PLANO DE SALVAÇÃO DO HOMEM - QUAL ERA O PLANO DE DEUS?
1- Um homem na Terra que nunca pecou (Hb 4.15; 9.28) – Fora Ele
todos pecaram (Rm 3.23).
2- Um homem na Terra que nunca pecou, mas aceitasse levar sobre Ele
todos os pecados dos homens que viveram na Terra e ainda viveriam, inclusive
levar suas doenças, enfermidades, maldições e o juízo de DEUS sobre Ele. (2Co
5.14; 1Ts 5.10; Is 53.4-5, 8; Rm 5.18, Gl 3.13).
3- Um homem na Terra que nunca pecou, mas aceitasse morrer no lugar
de todos os seres humanos na cruz (2Co 5.14; 1Ts 5.10; Is 53.4-5, 8; Rm 5.18,
Gl 3.13, 1Jo 2.2).
4- Um homem na Terra que venceria o pecado, a morte e o inferno e
ressuscitasse após ser morto e sepultado (1Tm 3.16; Ap 1.18, 3.21).
DEUS ENCONTROU JESUS (o filho de DEUS que se fez homem
para nos salvar).
JESUS nasceu aqui na Terra como homem, viveu como homem, morreu
como homem e ressuscitou como homem.
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Geografia da
Reforma
Em uma época na qual a Igreja
Católica era quem detinha o domínio espiritual e o controle
político-administrativo das civilizações dos países da Europa, surgiram os
movimentos religiosos da Reforma Protestante.
A Reforma teve como principal
percussor Martinho Lutero, teólogo alemão, que insatisfeito com as práticas
adotadas pela Igreja e pela doutrina que ela exercia criou 95 teses. Entre
outras coisas, as teses abominavam principalmente os dogmas
eclesiásticos.
Para Lutero, uma das práticas mais
absurdas era a venda de indulgências, na qual o perdão era concedido mediante
uma oferta paga em dinheiro. Essas e outras práticas criaram um cenário ideal
para o teólogo expandir suas teses pelos países europeus.
No entanto, tal prática resultou na
perseguição de Lutero pela Inquisição (Tribunal do Santo Ofício).
Além disso, ele foi expulso da Igreja Romana e condenado como um fora-da-lei
pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/calvinismo
08-01-2025
As 95 Teses de Martinho Lutero
por
Martinho Lutero
Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela
de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as
quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela
fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde posteriormente veio
a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de partida para a
recuperação das sãs doutrinas.
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade
discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o
que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto
verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
1ª Tese |
Dizendo nosso Senhor e
Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos
seus crentes na terra seja contínuo arrependimento. |
2ª Tese |
E esta expressão não pode e
não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto
é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes. |
3ª Tese |
Todavia não quer que apenas
se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é
arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne. |
4ª Tese |
Assim sendo, o arrependimento
e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se
desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna. |
5ª Tese |
O papa não quer e não pode
dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os
cânones, que são estatutos papais. |
6ª Tese |
O papa não pode perdoar dívida
senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz
nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida
deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada. |
7ª Tese |
Deus a ninguém perdoa a
dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao
sacerdote, seu vigário. |
8ª Tese |
Canones poenitendiales, que
não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar,
apenas ai Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não
dizem respeito aos moribundos. |
9ª Tese |
Eis porque o Espírito Santo
nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou
direitos o artigo da morte e da necessidade suprema |
10ª Tese |
Procedem desajuizadamente e
mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias
canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas. |
11ª Tese |
Este joio, que é o de se
transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos,
em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam
dormindo. |
12ª Tese |
Outrora canonicae
poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram
impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a
sinceridade do arrependimento e do pesar. |
13ª Tese |
Os moribundos tudo
satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo,
portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição. |
14ª Tese |
Piedade ou amor Imperfeitos
da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em
grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor. |
15ª Tese |
Este temor e espanto em si
tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror
do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero. |
16ª Tese |
Inferno, purgatório e céu
parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo,
incompleto ou quase desespero e certeza. |
17ª Tese |
Parece que assim como no
purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve
crescer e aumentar o amor. |
18ª Tese |
Bem assim parece não ter
sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no
purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no
amor. |
19ª Tese |
Ainda parece não ter sido
provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não
receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto. |
20ª Tese |
Por isso o papa não quer
dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas”
que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas. |
21ª Tese |
Eis porque erram os
apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as
penas e salvo mediante a indulgência do papa. |
22ª Tese |
Pensa com efeito, o papa
nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da
Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida. |
23ª Tese |
Verdade é que se houver
qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos,
que são muito poucos. |
24ª Tese |
Assim sendo, a maioria do
povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão,
impressionando-se o homem singelo com as penas pagas. |
25ª Tese |
Exatamente o mesmo poder
geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem
no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os
seus em particular. |
26ª Tese |
O papa faz muito bem em não
conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não
possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão. |
27ª Tese |
Pregam futilidades humanas
quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se
vai do purgatório. |
28ª Tese |
Certo é que no momento em
que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a
ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao
agrado de Deus. |
29ª Tese |
E quem sabe, se todas as
almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu
com Santo Severino e Pascoal. |
30ª Tese |
Ninguém tem certeza da
suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza
pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados. |
31ª Tese |
Tão raro como existe alguém
que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que
verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram. |
32ª Tese |
Irão para o diabo juntamente
com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante
breves de indulgência. |
33ª Tese |
Há que acautelasse muito e
ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais
preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus. |
34ª Tese |
Tanto assim que a graça da
indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens. |
35ª Tese |
Ensinam de maneira ímpia
quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir
breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar. |
36ª Tese |
Todo e qualquer cristão que
se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado,
tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem
breve de indulgência. |
37ª Tese |
Todo e qualquer cristão verdadeiro,
vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva
de Deus, mesmo sem breve de indulgência. |
38ª Tese |
Entretanto se não deve
desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme
declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino. |
39ª Tese |
É extremamente difícil,
mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a
grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e
pesar. |
40ª Tese |
O verdadeiro arrependimento
e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das
penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para
isso. |
41ª Tese |
É necessário pregar
cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue
erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou
melhor do que elas. |
42ª Tese |
Deve-se ensinar aos
cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência
de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade. |
43ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que
compram indulgências. |
44ª Tese |
Ê que pela obra de caridade
cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências,
porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena. |
45ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta
dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a
ira de Deus. |
46ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de
maneira nenhuma o esbanjem com indulgências. |
47ª Tese |
Deve-se ensinar aos
cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada |
48ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma
oração fervorosa do que de dinheiro. |
49ª Tese |
Deve-se ensinar aos
cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não
confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde
o temor de Deus. |
50ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores
de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas
a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas. |
51ª Tese |
Deve-se ensinar aos cristãos
que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em
geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências,
vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro. |
52º Tese |
Comete-se injustiça contra a
Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à
indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor. |
53ª Tese |
São inimigos de Cristo e do
papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus
nas demais igrejas. |
54ª Tese |
Esperar ser salvo mediante
breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de
indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia. |
55ª Tese |
A intenção do papa não pode
ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino,
uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa
ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades. |
56ª Tese |
Os tesouros da Igreja, dos
quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e
nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo. |
57ª Tese |
Que não são bens temporais,
é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com
facilidade, antes os ajuntam. |
58ª Tese |
Tão pouco são os
merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e,
independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a
morte e o inferno para o homem exterior. |
59ª Tese |
São Lourenço aos pobres
chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua
época. |
60ª Tese |
Afirmamos com boa razão, sem
temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela
dado pelo merecimento de Cristo. |
61ª Tese |
Evidente é que para o perdão
de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só
basta. |
62ª Tese |
O verdadeiro tesouro da
Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. |
63ª Tese |
Este tesouro, porém, é muito
desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos. |
64ª Tese |
Enquanto isso o tesouro das indulgências
é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os
primeiros. |
65ª Tese |
Por essa razão os tesouros
evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados. |
66ª Tese |
Os tesouros das indulgências,
porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens. |
67ª Tese |
As indulgências apregoadas
pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são
consideradas porque lhes trazem grandes proventos. |
68ª Tese |
Nem por isso semelhante
indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus
e a piedade da cruz. |
69ª Tese |
Os bispos e os sacerdotes
são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda
a reverência- |
70ª Tese |
Entretanto têm muito maior
dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em
vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios
sonhos. |
71ª Tese |
Aquele, porém, que se
insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de
indulgências, seja abençoado. |
72ª Tese |
Quem levanta a sua voz
contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito. |
73ª Tese |
Da mesma maneira em que o
papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do
comércio de indulgências procedem astuciosamente. |
74ª Tese |
Muito mais deseja atingir
com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência,
prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir. |
75ª Tese |
Considerar as indulgências
do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo
que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser
demente. |
78 ª Tese |
Bem ao contrario, afirmamos
que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que
diz respeito à culpa que constitui. |
77ª Tese |
Dizer que mesmo São Pedro,
se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa
blasfemar S. Pedro e o papa. |
78ª Tese |
Em contrario dizemos que o
atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior
indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo
com o que diz 1Coríntios 12. |
79ª Tese |
Afirmar ter a cruz de
indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor
como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia. |
80ª Tese |
Os bispos, padres e teólogos
que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas
deste procedimento. |
81ª Tese |
Semelhante pregação, a
enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens
doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e
as fortes objeções dos leigos. |
82 ª Tese |
Eis um exemplo: Por que o
papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por
santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que
seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a
construção da catedral de S. Pedro, livra um sem-número de almas, logo por
motivo bastante Insignificante? |
83ª Tese |
Outrossim: Por que continuam
as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se
devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores
busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos,
visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados? |
84ª Tese |
Ainda: Que nova piedade de
Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma
piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma
alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga? |
85ª Tese |
Ainda: Por que os cânones de
penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam
a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se
continuassem bem vivos e em vigor? |
86ª Tese |
Ainda: Por que o papa, cuja
fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere
edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o
dinheiro de fiéis pobres? |
87ª Tese |
Ainda: Quê ou que parte
concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela
penitência completa assiste o direito à indulgência plenária? |
88ª Tese |
Afinal: Que maior bem
poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia,
concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a
título gratuito. |
89ª Tese |
Visto o papa visar mais a
salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência
outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes? |
90ª Tese |
Refutar estes argumentos
sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica,
significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos. |
91ª Tese |
Se a Indulgência fosse
apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam
facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido. |
92ª Tese |
Fora, pois, com todos estes
profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz. |
93ª Tese |
Abençoados sejam, porém,
todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz. |
94ª Tese |
Admoestem-se os cristãos a
que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e
inferno. |
95ª Tese |
E assim esperem mais entrar
no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de
consolações infundadas. |
https://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm
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O livro “Experiências Profundas – O
Legado de Grandes Heróis da Fé”
O Salvador espera e o mundo carece
"— Não devia eu ser, também, um vaso (apesar de ser barro)
para o uso do Mestre?"
Não devemos reler e meditar sobre a fiel vida de Savonarola, a
estupenda obra de Lutero, o zelo incansável de Wesley, o grande avivamento de
Edwards... enfim, sobre cada história?
O livro “Experiências Profundas – O Legado de Grandes Heróis da
Fé”, retrata a vida de Girolamo Savonarola, um frei dominicano do século XV,
cujo comprometimento com suas causas causaram mudanças que permanecem até os
dias de hoje.
Nascido em 21 de setembro de 1452, em Ferrara, Itália, Savonarola manifestou
desde jovem uma profunda inclinação para a vida religiosa, ingressando na Ordem
dos Dominicanos aos 23 anos. Sua educação foi marcada por uma devoção intensa e
estudo meticuloso das Escrituras, moldando os fundamentos de suas crenças que
mais tarde o levariam a sua corajosa denúncia das corrupções da Igreja Católica
Romana que preparou toda a Europa para a Reforma.
Ao mudar-se para Florença em 1482, Savonarola emergiu como um
pregador influente, destacando-se por sua eloquência e zelo religioso. No
entanto, foi nos anos 1490 que sua figura se tornou verdadeiramente
proeminente.
Ao enxergar a sociedade florentina imersa em pecados e decadência
moral, Savonarola acreditava que a cidade deveria buscar a purificação e
arrependimento. Seus sermões incisivos, condenando a luxúria, e a corrupção
despertaram a muitos, que decidiram mudar suas vidas e entenderam a verdade da
graça. As pessoas ficavam tão ansiosas por ouvi-lo pregar que acordavam no meio
da madrugada e esperavam por horas até que se abrissem as portas da catedral.
Em 1494, com a invasão de Charles VIII da França, depois do
falecimento do atual governante Lourenço de Médici, Savonarola achou necessário
aconselhar ao povo em seus sermões. Seguindo o conselho do pregador, adotaram
uma das formas mais esclarecidas de governo democrático ou republicano.
Passaram a praticar uma forma justa de taxação, aboliram a tortura, criaram
leis contrárias à usura e a jogos de azar, passaram a ter uma corte de
apelação, além de abundante provisão para os pobres. Essas foram algumas das
principais medidas colocadas em prática.
Seus métodos não agradavam a muitos, incluindo a Igreja. Em 1497,
foi excomungado pelo Papa Alexandre VI. O povo, outrora leal, voltou-se contra
ele. Em um desfecho trágico, Savonarola foi preso, julgado por heresia e
condenado à morte.
Em 23 de maio de 1498, na Praça da Signoria, Girolamo Savonarola
enfrentou seu destino. Foi enforcado, e seu corpo, junto com os de dois
seguidores, foi queimado.
A vida de Savonarola é um lembrete poderoso da importância de
permanecer fiel. Sua coragem em desafiar as estruturas estabelecidas em nome da
verdade é um exemplo atemporal de dedicação e integridade.
Que todos possam encontrar inspiração na história de Girolamo
Savonarola e encontrar em Cristo a força para fazer o que é correto,
independentemente das adversidades que possam enfrentar.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
MARTINHO LUTERO
O soluço de um
bilhão de almas - HERÓIS DA FÉ – Orlando S. Boyer
- Biografias cristãs
CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus
Rio de Janeiro, RJ - 15ª Edição – 1999
Diz-se que Martinho Lutero tinha um amigo íntimo, cujo nome era
Miconio. Ao ver Lutero sentado dias a fio trabalhando no serviço do Mestre,
Miconio ficou penalizado e disse-lhe: "Posso ajudar mais onde estou;
permanecerei aqui orando enquanto tu perseveras incansavelmente na luta."
Miconio orou dias seguidos por Martinho. Mas enquanto perseverava em oração,
começou a sentir o peso da própria culpa. Certa noite sonhou com o Salvador,
que lhe mostrou as mãos e os pés. Mostrou-lhe também a fonte na qual o
purificara de todo o pecado. "Segue-me!" disse-lhe o Senhor,
levando-o para um alto monte de onde apontou para o nascente. Miconio viu uma
planície que se estendia até o longínquo horizonte. Essa vasta planície estava
coberta de ovelhas, de muitos milhares de ovelhas brancas. Somente havia um
homem, Martinho Lutero, que se esforçava para apascentar a todas. Então o
Salvador disse a Miconio que olhasse para o poente; olhou e viu vastos campos
de trigo brancos para a ceifa. O único ceifador,que lidava para segá-los,
estava quase exausto, contudo persistia na sua tarefa. Nessa altura, Miconio
reconheceu o solitário ceifeiro, seu bom amigo, Martinho Lutero! Ao despertar
do sono, tomou esta resolução: "Não posso ficar aqui orando enquanto
Martinho se afadiga na obra do Senhor. As ovelhas devem ser pastoreadas; os
campos têm de ser ceifados. Eis-me aqui, Senhor; envia-me a mim!" Foi
assim que Miconio saiu para compartilhar do labor de seu fiel amigo.
Jesus nos chama para trabalhar e orar. É de joelhos que a Igreja de
Cristo avança. Foi Lionel Fletcher quem escreveu:
"Todos os grandes ganhadores de almas através dos séculos
foram homens e mulheres incansáveis na oração. Conheço como homens de oração
quase todos os pregadores de êxito da geração atual, tanto como os da geração
próxima passada, e sei que, igualmente, foram homens de intensa oração.
"Certo evangelista tocou-me profundamente a alma quando eu era
ainda jovem repórter dum diário. Esse evangelista estava hospedado em casa de
um pastor presbiteriano. Bati à porta e pedi para falar com o evangelista. O
pastor, com voz trêmula e com o rosto iluminado por estranha luz, respondeu:
"Nunca se hospedou um homem como ele em nossa casa. Não sei
quando ele dorme. Se entro no seu quarto durante a noite para saber se precisa
de alguma coisa, encontro-o orando. Vi-o entrar no templo cedo de manhã e não
voltou para as refeições.
"Fui à igreja... Entrei furtivamente para não perturbá-lo.
Achei-o sem paletó e sem colarinho. Estava caído de bruços diante do púlpito.
Ouvi a sua voz como que agonizante e comovente instando com Deus em favor
daquela cidade de garimpeiros, para que dirigisse almas ao Salvador. Tinha
orado toda a noite; tinha orado e jejuado o dia inteiro.
"Aproximei-me furtivamente do lugar onde ele orava prostrado,
ajoelhei-me e pus a mão sobre seu ombro. O suor caía-lhe pelo corpo. Ele nunca
me tinha visto, mas fitou-me por um momento e então rogou: 'Ore comigo, irmão!
Não posso viver se esta cidade não se chegar a Deus.' Pregara ali vinte dias
sem haver conversões. Ajoelhei-me ao seu lado e oramos juntos. Nunca ouvira
alguém insistir tanto como ele. Voltei de lá assombrado, humilhado e estremecendo.
"Aquela noite assisti ao culto no grande templo onde ele
pregou. Ninguém sabia que ele não comera durante o dia inteiro, que não dormira
durante a noite anterior. Mas, ao levantar-se para pregar, ouvi diversos
ouvintes dizerem: 'A luz do seu rosto não é da terra!' E não era mesmo. Ele era
conceituado instrutor bíblico, mas não tinha o dom de pregar. Porém, nessa
noite, enquanto pregava, o auditório inteiro foi tomado pelo poder de Deus. Foi
a primeira grande colheita de almas que presenciei."
Há muitas testemunhas oculares do fato de Deus continuar a
responder às orações como no tempo de Lutero, Edwards e Judson. Transcrevemos
aqui o seguinte comentário publicado em certo jornal:
"A irmã Dabney é uma crente humilde que se dedica a orar...
Seu marido, pastor de uma grande igreja, foi chamado para abrir a obra em um
subúrbio habitado por pobres. No primeiro culto não havia nenhum ouvinte: somente
ele e ela assistiram. Ficaram desenganados. Era um campo dificílimo: o povo não
era somente pobre, mas depravado também. A irmã Dabney viu que não havia esperança
a não ser clamar ao Senhor, e resolveu dedicar-se persistentemente à oração.
Fez um voto a Deus que, se Ele atraísse os pecadores aos cultos e os salvasse,
ela se entregaria à oração e jejuaria três dias e três noites, no templo,
todas as semanas, durante um período de três anos.
"Logo, que essa esposa de um pastor angustiado começou a
orar, sozinha, no salão de cultos, Deus começou a operar, enviando pecadores, a
ponto de o salão ficar superlotado de ouvintes. Seu marido pediu que orasse ao
Senhor e pedisse um salão maior. Deus moveu o coração de um comerciante para
desocupar o prédio fronteiro ao salão, cedendo-o para os cultos. Continuou a
orar e a jejuar três vezes por semana, e aconteceu que o salão maior também
não comportava os auditórios. Seu marido rogou-lhe novamente que orasse e
pedisse um edifício onde todos quantos desejassem assistir aos cultos pudessem
entrar. Ela orou e Deus lhes deu um grande templo situado na rua principal
desse subúrbio. No novo templo, também a assistência aumentou a ponto de
muitos dos ouvintes serem obrigados a assistir às pregações de pé, na rua.
Muitos foram libertos do pecado e batizados."
Quando os crentes sentem dores em oração, é que renascem almas.
"Aqueles que semeiam em lágrimas, com júbilo ceifarão."
"O soluço de um bilhão de almas na terra me soa aos ouvidos e
comove o coração; esforço-me, pelo auxílio de Deus, para avaliar, ao menos em
parte, as densas trevas, a extrema miséria e o indescritível desespero desses
mil milhões de almas sem Cristo. Medita, irmão, sobre o amor do Mestre, amor
profundo como o mar; contempla o horripilante espetáculo do desespero dos
povos perdidos, até não poderes censurar, até não poderes descansar, até não
poderes dormir."
Sentindo as necessidades dos homens que perecem sem Cristo, foi que
Carlos Inwood escreveu o que lemos acima, e é por essa razão que se abrasa a
alma dos heróis da igreja de Cristo através dos séculos.
Na campanha de Piemonte, Napoleão dirigiu-se aos seus soldados com
as seguintes palavras: "Ganhastes sangrentas batalhas, sem canhões,
atravessastes caudalosos rios sem pontes, marchastes incríveis distâncias
descalços, acampastes inúmeras vezes sem coisa alguma para comer, tudo graças à
vossa audaciosa perseverança! Mas, guerreiros, é como se não tivéssemos feito
coisa alguma, pois resta ainda muito para alcançarmos!"
Guerreiros da causa santa, nós podemos dizer o mesmo: é como se
não tivéssemos feito coisa alguma. A audaciosa perseverança é nos ainda
indispensável; há mais almas para salvar atualmente do que no tempo de Müller,
de Livingstone, de Paton, de Spurgeon e de Moody.
"Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!" (1 Coríntios
9.16).
Não podemos tapar os ouvidos espirituais para não ouvir o choro e
os suspiros de mais de um bilhão de almas na terra que não conhecem o caminho
para o lar celestial.
Jerônimo Savonarola -
Precursor da Grande Reforma - (1452-1498)
O povo de toda a Itália afluía, em número sempre crescente, a
Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador,
Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a iminência
do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção
desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações
torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos
das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram
procissões, coletando as máscaras carnavalescas, os livros obscenos e todos os
objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública
uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-lhe fogo. Enquanto o monte
ardia, o povo cantava hinos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.
Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na
Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonarola teria sido o instrumento
usado para iniciar a Grande Reforma, em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo,
Savonarola tornou-se um dos ousados e fiéis arautos para conduzir o povo à
fonte pura e às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras.
Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nasceu de pais
cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso
médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o
filho ocupasse o lugar do avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos
da filosofia de Platão e de Aristóteles, deixaram-lhe a alma sequiosa. Foram,
sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser
as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus.
Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar
e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja,
cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a ostentação dos ricos
em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava
muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contemplação perante
Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no
peito. Quando ainda jovem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a
sua grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas a fio,
ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.
Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça
florentina. Mas quando ela mostrou ser desprezo alguém da sua orgulhosa
família Strozzi, unir-se a alguém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou
para sempre a idéia de casar-se. Voltou a orar com crescente ardor. Enojado do
mundo, desapontado acerca dos seus próprios anelos, sem achar uma pessoa
compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injustiças
e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar
a vida monástica.
Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar
monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha,
da horta e do mosteiro.Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo
em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros
monges em humildade, sinceridade e obediência, sendo apontado para lecionar
filosofia, posição que ocupou até sair do convento.
Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongna, frei (irmão)
Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu
desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais
lugares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o
pecador.)
Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado
instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de
ter ao seu dispor uma excelente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e
mais da Bíblia como seu livro de instrução.
Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se
aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do
povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resolveu
dedicar-se inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não
podia escapar à chamada de Deus!
Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamente, em
visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que
sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe
anunciar estas coisas ao povo.
Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente a pregar
com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao
pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam
atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e
mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro.
O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé
crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez,
enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou
imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o
contemplavam.
Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus sermões contra o
pecado produziam profundo terror. Os homens mais cultos começaram então a
assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na
Duomo, famosa catedral, onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se
levantava à meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.
O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, experimentou todas
as formas: a bajulação, as peitas, as ameaças, e os rogos, para induzir
Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a
perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o
famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savonarola. Frei Mariano
pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e
ele não ousou mais pregar.
Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de
Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.
Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a
Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a
literatura torpe e mundana para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos
socorriam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a
grande fogueira, na "piazza" de Florença e queimou grande quantidade
de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande
Duomo, o seu imenso auditório.
Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi
ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi
queimado em praça pública. Com as palavras: "O Senhor sofreu tanto por
mim!", terminou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados
mártires de todos os tempos.
Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da
Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na
verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As
margens das páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas enquanto
meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia
abrir o livro instantaneamente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras
em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus
livros sobre "A Humildade", "A Oração", "O Amor",
etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo
desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus,
por seu intermédio, gravou no coração do povo.
O grande reformador
(1483-1546)
No cárcere, sentenciado pelo Papa a ser queimado vivo, João Huss
disse: "Podem matar o ganso (na sua língua, 'huss' é ganso), mas daqui a
cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar".
Enquanto caía a neve, e o vento frio uivava como fera em redor da
casa, nasceu esse "cisne", em Eisleben, Alemanha. No dia seguinte, o
recém-nascido era batizado na Igreja de São Pedro e São Paulo. Sendo o dia de
São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.
Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o
"cisne" afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e
cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma. João Huss
enganara-se em apenas dois anos, na sua predição.
Para dar o valor devido à obra de Martinho Lutero, é necessário
notar algo das trevas e confusão dos tempos em que nasceu.
Calcula-se que, pelo menos, um milhão de albigenses foram mortos na
França, a fim de cumprir a ordem do Papa, para que esses "hereges"
fossem cruelmente exterminados. Wyclif, "a Estrela da Alva da
Reforma", traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo
de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse
aos seus perseguidores. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também
erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último
suspiro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que
a salvação é pela graça; seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu
quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de
Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra,
foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da Igreja Romana.
Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero. Como muitos dos mais
célebres entre os homens, era de família pobre. Dizia ele: "Sou filho de
camponeses; meu pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". A
isso acrescentava: "Há tanta razão para vangloriarmo-nos de nossa
ascendência, quanto há para o Diabo se orgulhar da sua linhagem angélica".
Os pais de Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete
filhos, esforçavam-se incansavelmente. O pai trabalhava nas minas de cobre; a
mãe, além do serviço doméstico, trazia lenha às costas, da floresta.
Os pais, não somente se interessavam pelo desenvolvimento físico e
intelectual dos filhos, mas também do espiritual. O pai, quando Martinho
chegou à idade de compreender, ensinou-o a ajoelhar-se ao lado da sua cama, à
noite, e rogava a Deus que fizesse o menino lembrar-se do nome de seu Criador
(Eclesiastes 12.1)..
A sua mãe era sincera e devota; ensinou seus filhos a considerarem
todos os monges como homens santos, e a sentirem todas as transgressões dos
regulamentos da igreja como transgressões das leis de Deus. Martinho aprendeu
os Dez Mandamentos, o "Pai Nosso", a respeitar a Santa Sé na distante
e sagrada Roma, e a olhar, tremendo, para qualquer osso ou fragmento de roupa
que tivesse pertencido a algum santo. A base da sua religião formava-se mais em
que Deus é um juiz vingativo, do que um amigo de crianças (Mateus 19.13-15).
Quando já era adulto, Lutero escreveu: "Estremecia e tornava-me pálido ao
ouvir alguém mencionar o nome de Cristo, porque fui ensinado a considerá-lo
como um juiz encolerizado. Fomos ensinados que devíamos, nós mesmos, fazer
propiciação por nossos pecados; que não podemos fazer compensação suficiente
por nossa culpa, que é necessário recorrer aos santos nos céus, e clamar a
Maria para desviar de nós a ira de Cristo."
O pai de Martinho, satisfeitíssimo pelos trabalhos escolares do
filho, na vila onde morava, mandou-o, aos treze anos, para a escola franciscana
na cidade de Magdeburgo.
O moço apresentava-se frequentemente no confessionário, onde o
padre lhe impunha penitências e o obrigava a praticar boas obras, para obter a
absolvição. Esforçava-se incessantemente para adquirir o favor de Deus, pela
piedade, desejo esse que o levou mais tarde à vida de convento.
Para conseguir a sua subsistência em Magdeburgo, Martinho era
obrigado a esmolar pelas ruas, cantando canções de porta em porta. Seus pais,
achando que em Eisenach passaria melhor, mandaram-no para estudar nessa cidade,
onde moravam parentes de sua mãe. Porém esses parentes não o auxiliaram, e o
moço continuou a mendigar o pão.
Quando estava a ponto de abandonar os estudos, para trabalhar com
as mãos, certa senhora de recursos, D. Ursula Cota, atraída por suas orações na
igreja e comovida pela humilde maneira de receber quaisquer restos de comida,
na porta, acolheu-o entre a família. Pela primeira vez Lutero sentira fartura.
Mais tarde, ele referia-se à cidade de Eisenach como a "cidade bem-amada".
Quando Lutero se tornou famoso, um dos filhos da família Cota cursava em
Wittenberg, onde Lutero o recebeu na sua casa.
Domiciliado na casa da sua extremosa mãe adotiva, D. Ursula,
Martinho desenvolveu-se rapidamente, recebendo uma sólida educação. Seu mestre,
João Trebunius, era homem culto e de métodos esmerados. Não maltratava os
alunos como os demais mestres. Conta-se que, ao encontrar os moços da sua
escola, cumprimentava-os tirando o chapéu, porque "ninguém sabia quais
seriam dentre eles os doutores, regentes, chanceleres e reis..." O
ambiente da escola e no lar era-lhe favorável para produzir um caráter forte e
inquebrantável, tão necessário para enfrentar os mais temíveis inimigos de
Deus.
Martinho Lutero era mais sóbrio e devoto que os demais rapazes da
sua idade. Acerca deste fato, D. Ursula, na hora da morte, disse que Deus tinha
abençoado o seu lar grandemente desde o dia em que Lutero entrara em sua casa.
Logo depois, os pais de Martinho alcançaram certa abastança. O pai
alugou um forno para fundição de cobre e depois passou a possuir mais dois. Foi
eleito vereador na sua cidade e começou a fazer planos para educar seus filhos.
Mas Martinho nunca se envergonhou dos dias da sua provação e miséria; antes
reconhecia que fora a mão de Deus dirigindo-o e qualificando-o para a sua
grande obra.
- Como poderia alguém, depois de homem feito, encarar fiel e
destacadamente as vicissitudes da vida, se não aprendesse por experiência
enquanto era jovem?
Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu
pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt, o centro
intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com
tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em
filosofia. Com a idade de vinte e um anos, alcançou o segundo grau acadêmico e
o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades
prestaram-lhe significativa homenagem.
Havia dentro dos muros de Erfurt, cem prédios que pertenciam à
igreja, inclusive oito conventos. Havia, também uma importante biblioteca, que
pertencia à universidade, e aí Lutero passava todo o tempo de que podia dispor.
Sempre suplicava fervorosamente a Deus que o abençoasse nos estudos. Dizia
ele: "Orar bem é a melhor parte dos estudos." Acerca dele escreveu
certo colega: "Cada manhã ele precede seus estudos com uma visita à igreja
e uma prece a Deus". Seu pai, desejoso de que seu filho se formasse em
direito e se tornasse célebre, comprou-lhe a caríssima obra: "Corpus
Juris".
Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas.
Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo
que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de
universidade.
Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a
Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções
escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos, constituíssem o todo da
Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: "Oh! se a
Providência me desse um livro como este, só para mim!" Continuando a ler
as Escrituras, o seu coração começou a perceber a luz, e a sua alma a sentir
ainda mais sede de Deus.
A essa altura, quando se bacharelou, os estudos custaram-lhe uma
doença que o levou às portas da morte. Assim, a fome pela Palavra de Deus
ficou ainda mais enraizada no coração de Lutero. Algum tempo depois da sua
doença, em viagem para visitar a família, sofreu um golpe de espada, e duas
vezes quase morreu antes de um cirurgião conseguir pensar-lhe a ferida. Para
Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.
Certo dia, um de seus íntimos amigos na Universidade foi
assassinado. "Ah!" exclamou Lutero, horrorizado, "o que seria de
mim se eu tivesse sido chamado desta para a outra vida tão
inopinadamente!"
Mas, de todos esses acontecimentos, o que mais o abalou em
espírito, foi o que experimentou durante uma terrível tempestade, quando
voltava de visitar seus pais. Não havia abrigo próximo. Os céus estavam em
brasa, os raios rasgavam as nuvens a cada instante. De repente um raio caiu ao
seu lado. Lutero, tomado de grande susto, e sentindo-se perto do Inferno,
prostrou-se gritando: "Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!"
Lutero chamava a esse incidente "A minha estrada, caminho de
Damasco" e não tardou em cumprir a sua promessa feita a Sant'Ana.
Convidou então os seus colegas para cearem com ele. Depois da refeição,
enquanto eles se divertiam com palestras e música, repentinamente anunciou-lhes
que dali em diante poderiam considerá-lo como morto, pois ia entrar para o
convento. Debalde os seus companheiros procuraram dissuadi-lo do seu plano. Na
escuridão da mesma noite, o moço, antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se
ao convento dos agostinianos e bateu. A porta abriu-se e Lutero entrou. O
professor admirado e festejado, a glória da universidade, aquele que passara
os dias e as noites curvado sobre os livros, tornara-se irmão agostiniano!
O mosteiro dos agostinianos era o melhor dos claustros de Erfurt.
Seus monges eram os pregadores da cidade, estimados por suas obras entre os
pobres e oprimidos. Nunca houve um monge naquele convento mais submisso, mais
devoto, mais piedoso, do que Martinho Lutero. Submetia-se aos serviços mais
humildes, como o de porteiro, coveiro, varredor da igreja e das celas dos
monges. Não recusava mendigar o pão cotidiano para o convento, nas ruas de Erfurt.
Durante o ano de noviciado, antes de Lutero ser feito monge, os
seus amigos fizeram tudo para dissuadi-lo de confirmar esse passo. Os
companheiros, que convidara para cearem com ele, quando anunciou a sua intenção
de ser monge, ficaram no portão do convento dois dias, esperando que ele
voltasse. Seu pai, vendo que seus rogos eram inúteis e que todos os seus
anelantes planos acerca do filho iam fracassar, quase enlouqueceu.
Assim se justificou Lutero: "Fiz a promessa a Sant'Ana, para
salvar a minha alma. Entrei para o convento e aceitei esse estado espiritual
somente para servir a Deus e ser-lhe agradável durante a eternidade."
Quão grande, porém, era a sua ilusão. Depois de procurar
crucificar a carne pelos jejuns prolongados, pelas privações mais severas, e
com vigílias sem conta, achou que, embora encarcerado na sua cela, tinha ainda
de lutar contra os maus pensamentos. A sua alma clamava: "Dá-me santidade
ou morro por toda a eternidade; leva-me ao rio de água pura e não a estes
mananciais de águas poluídas; traze-me as águas da vida que saem do trono de
Deus!" Certo dia Lutero achou, na biblioteca do convento, uma velha Bíblia
latina, presa à mesa por uma cadeia. Achara, enfim, um tesouro infinitamente
maior que todos os tesouros literários do convento. Ficou tão embevecido que,
durante semanas inteiras, deixou de repetir as orações diurnas da ordem. Então,
despertado pelas vozes da sua consciência, arrependeu-se da sua negligência:
era tanto o remorso, que não podia dormir. Apressou-se a reparar o seu erro:
fê-lo com tanto anseio que não se lembrava de alimentar-se.
Então, enfraquecidíssimo por tantos jejuns e vigílias, sentiu-se
oprimido pelas apreensões até perder os sentidos e cair por terra. Aí os outros
monges o acharam, admirados novamente de sua excepcional piedade! Lutero
somente voltou a si depois de um grupo de coristas o haver rodeado, cantando. A
suave harmonia penetrou-lhe o coração e despertou o seu espírito. Porém ainda
assim lhe faltava a paz perpétua para a alma; ainda não havia ouvido cantar o
coro celestial: "Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra, boa
vontade para com os homens!"
Nessa altura, o vigário geral da ordem agostiniana, Staupitz,
visitou o convento. Era homem de grande discernimento, e devoção enraizada;
compreendeu logo o problema do jovem monge; ofereceu-lhe uma Bíblia na qual Lutero
leu que "o justo viverá da fé". Por quanto tempo tinha ele anelado:
"Oh! se Deus me desse um livro destes só para mim!" - e agora o
possuía!
Na leitura da Bíblia achou grande consolação, mas a obra não podia
completar-se em um dia. Ficou mais determinado do que nunca a alcançar paz
para a sua alma, na vida monástica, jejuando e passando noites a fio sem dormir.
Gravemente enfermo, exclamou: "Os meus pecados! Os meus pecados!"
Apesar da sua vida ter sido livre de manchas, como ele afirmava e outros
testificavam, sentia sua culpa perante Deus, até que um velho monge lhe lembrou
uma palavra do Credo: "Creio na remissão dos pecados". Viu então que
Deus não somente perdoara os pecados de Daniel e de Simão Pedro, mas também os
seus.
Pouco tempo depois destes acontecimentos, Lutero foi ordenado
padre. A primeira missa que celebrou foi um grande evento. O pai,
irreconciliável, desde o dia em que o filho abandonara os estudos de advocacia
até aquela ocasião, assistiu à primeira missa, vindo a cavalo de Mansfield,
com uma boa oferta para o convento, acompanhado por vinte e cinco amigos.
Depois de completar vinte e cinco anos de idade, Lutero foi nomeado
para a cadeira de filosofia em Wittenberg, para onde se mudou para viver no
convento da sua ordem. Porém a sua alma anelava pela Palavra de Deus, e pelo conhecimento
de Cristo. No meio das ocupações do professorado, dedicou-se ao estudo das
Escrituras e no primeiro ano conquistou o grau de baccalaureus ad bíblia. Sua
alma ardia com o fogo dos céus; de todas as partes acorriam multidões para
ouvir os seus discursos, os quais fluíam abundante e vivamente do seu coração,
sobre as maravilhosas verdades reveladas nas Escrituras. Um dos mais afamados
professores de Leipzig, conhecido como a "Luz do Mundo", disse:
"Este frade há de envergonhar todos os doutores; há de propalar uma
doutrina nova e reformar toda a igreja, porque ele se baseia na Palavra de
Cristo, Palavra à qual ninguém no mundo pode resistir, e que ninguém pode
refutar, mesmo atacando-a com todas as armas da filosofia.
Um dos pontos iluminantes da biografia de Lutero é a sua visita a
Roma. Surgiu uma disputa renhida entre sete conventos dos agostinianos e
decidiram deixar os pontos de dissidência para o Papa resolver. Lutero, sendo o
homem mais hábil, mais eloquente e altamente apreciado e respeitado por todos
que o conheciam, foi escolhido para representar o seu convento em Roma.
Fez a viagem a pé, acompanhado de outro monge. Nesse tempo Lutero
ainda continuava a dedicar-se fiel e inteiramente à Igreja Romana. Quando, por
fim, chegaram ao ponto da estrada onde se avistava a famosa cidade, Lutero caiu
em terra e exclamou: "Saúdo-te, santa cidade!"
Os dois monges passaram um mês em Roma, visitando os vários
santuários e os lugares de peregrinação. Lutero celebrou missa dez vezes.
Lastimou, ao mesmo tempo, que seus pais ainda não tivessem morrido a fim de
poder resgatá-los do Purgatório! Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos,
desejando a indulgência que o chefe da igreja prometia por esse ato, ressoaram
nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá
da fé". Lutero ergueu-se e saiu envergonhado.
Depois da corrupção generalizada que viu em Roma, a sua alma aderiu
à Bíblia mais que nunca. Ao chegar novamente ao seu convento, o vigário geral
insistiu em que desse os passos necessários para obter o título de doutor, com
o qual teria o direito de pregar. Lutero, porém, reconhecendo a grande
responsabilidade perante Deus e não querendo ceder, disse: "Não é de
pouca importância que o homem fale em lugar de Deus... Ah! Sr. Dr., fazendo
isto, me tirais a vida; não resistirei mais que três meses." O vigário
geral respondeu-lhe: "Seja assim, em nome de Deus, pois o Senhor Deus
também necessita nos céus de homens dedicados e hábeis".
O coração de Lutero, elevado à dignidade de doutor em teologia,
abrasava-se ainda mais do desejo de conhecer as Sagradas Escrituras e foi
nomeado pregador da cidade de Wittenberg. Os livros que estudou e as margens
cheias de anotações que escreveu em letras miúdas, servem aos eruditos atuais
como exemplo de como cuidadosa e minuciosamente estudava tudo em ordem.
Acerca da grande transformação da sua vida, nesse tempo, ele mesmo
escreve: "Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei
o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a
justiça de Deus se revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a
justiça de Deus, porque, conforme fui ensinado, eu a considerava como um
atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver
irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era
pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores...
Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre
para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois
de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça,
me mostrou a palavra: 'O justo viverá da fé.' Vi então que a justiça de Deus,
nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como
dádiva."
A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão; ele mesmo escreveu
assim: "Então me achei recém-nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras
tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam
sobre a 'justiça de Deus'. Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as
recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do
Paraíso."
Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões,
pregava até três vezes ao dia, conforme ele mesmo conta: "O que o pasto é
para o rebanho, a casa para o homem, o ninho para o passarinho, a penha para a
cabra rnontês, o arroio para o peixe, a Bíblia é para as almas fiéis. " A
luz do Evangelho, por fim, tomara o lugar das trevas e a alma de Lutero
abrasava por conduzir os seus ouvintes ao Cordeiro de Deus, que tira todo o
pecado.
Lutero levou o povo a considerar a verdadeira religião, não como
uma mera profissão, ou sistema de doutrinas, mas como vida em Deus. A oração
não era mais um exercício sem sentido, mas o contato do coração com Deus que
cuida de nós com um amor indizível. Nos seus sermões, Deus revelou o seu
próprio coração a milhares de ouvintes, por meio do coração de Lutero.
Convidado a pregar durante uma convenção dos agostinianos, não deu
uma mensagem doutrinária de sabedoria humana, como se esperava, mas fez um
discurso ardente contra a língua maldizente dos monges. Os agostinianos,
levados pela mensagem, elegeram-no diretor sobre onze conventos!
Lutero não somente pregava a virtude, mas praticava-a, amando
verdadeiramente o próximo. Nesse tempo, a peste vinda do Oriente, visitou
Wittenberg. Calcula-se que a quarta parte do povo da Europa, inclusive a metade
da população alemã, foi ceifada pela morte. Quando professores e estudantes
fugiram da cidade, instaram que Lutero fugisse também, porém ele respondeu: -
"Para onde hei de fugir? O meu lugar é aqui: o dever não me permite ausentar-me
do meu posto até que Aquele que me mandou para aqui me chame. Não que eu deixe
de temer a morte, mas espero que o Senhor me dê ânimo". Assim ele
ministrava à alma e ao corpo do próximo durante um tempo de aflição e de
angústia.
A fama do jovem monge espalhou-se até longe. Entretanto, sem o
reconhecer, enquanto trabalhava incansavelmente para a igreja, já havia
deixado o rumo liberal que ela seguia em doutrina e prática.
Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo em
Wittenberg, as suas 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o
arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência. Lutero afixou as
teses ou proposições para um debate público, na porta da igreja, como era
costume nesse tempo. Mas as teses, escritas em latim, foram logo traduzidas em
alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de
Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho
edifício de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de Wittenberg,
que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que
em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus. Contudo
Lutero não atacara a Igreja Romana, mas antes, pensou fazer a defesa do Papa
contra os vendedores de indulgências.
Em agosto de 1518, Lutero foi chamado a Roma para responder a uma denúncia
de heresia. Contudo, o eleitor Frederico não consentiu que fosse levado para
fora do país; assim Lutero foi intimado a apresentar-se em Augsburgo.
"Eles te queimarão vivo", insistiram seus amigos. Lutero, porém,
respondeu resolutamente: "Se Deus sustenta a causa, ela será
sustentada".
A ordem do núncio do Papa em Augsburgo foi: "Retrate-se ou
não voltará daqui". Contudo Lutero conseguiu fugir, passando por uma
pequena cancela no muro da cidade, na escuridão da noite. Ao chegar de novo em
Wittenberg, um ano depois de afixar as teses, era o homem mais popular em toda
a Alemanha. Não havia jornais nesse tempo, mas fluíam da pena de Lutero
respostas a todos os seus críticos para serem publicadas em folhetos. O que escreveu
dessa forma, hoje seriam cem volumes.
O célebre Erasmo, da Holanda, assim escreveu a Lutero: "Seus
livros estão despertando todo o país... Os mais eminentes da Inglaterra gostam
de seus escritos..."
Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em
Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X,
exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi
queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajuntamento do
povo. Assim escreveu Lutero ao vigário geral: "No momento de queimar a
bula, estava tremendo e orando, mas agora estou satisfeito de ter praticado
este ato enérgico". Lutero não esperou até que o Papa o excomungasse, mas
deu logo o pulo da Igreja Romana para a Igreja do Deus vivo.
Porém, o imperador Carlos V, que ia convocar sua primeira Dieta na
cidade de Worms, queria que Lutero comparecesse para responder, pessoalmente,
aos seus acusadores. Os amigos de Lutero insistiam em que recusasse ir. - Não
fora João Huss entregue a Roma para ser queimado, apesar da garantia de vida da
parte do imperador?! Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo
de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel à chamada de Deus,
respondeu: "Ainda que haja em Worms, tantos demônios quantas sejam as
telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei". Depois de dar
ordens acerca do trabalho, no caso de ele não voltar, partiu.
Na sua viagem para Worms, o povo afluía em massa para ver o grande
homem que teve coragem de desafiar a autoridade do Papa. Em Mora, pregou ao ar
livre, porque as igrejas não mais comportavam as multidões que queriam ouvir
seus sermões. Ao avistar as torres das igrejas de Worms, levantou-se na carroça
em que viajava e cantou o seu hino, o mais famoso da Reforma: "Ein Feste
Berg", isto é: ''Castelo forte é nosso Deus". Ao entrar, por fim, na
cidade, estava acompanhado de uma multidão de povo muito maior do que a que
fora ao encontro de Carlos V. No dia seguinte foi levado perante o imperador,
ao lado do qual se achavam o delegado do Papa, seis eleitores do império,
vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete
embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes
e barões.
É fácil imaginar que o reformador era um homem de grande coragem e
de físico forte para enfrentar tantas feras que ansiavam despedaçar-lhe o
corpo. A verdade é que passara uma grande parte da vida afastado dos homens e,
mais ainda, achava-se fraco da viagem, na qual foi necessário que um médico o
atendesse. Entretanto mostrou-se corajoso, não na sua própria força, mas no
poder de Deus.
Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembleias
de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite
anterior de vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutou com Deus, chorando e
suplicando. Um dos seus amigos ouviu-o orar assim: "Oh! Deus
todo-poderoso! a carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto
de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o
podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes
da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus
fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como
um cordeiro, a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência,
ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a
minha alma te pertence, e estará contigo eternamente..."
Conta-se que, no dia seguinte, na ocasião de Lutero transpor a
porta para comparecer perante a Dieta, o veterano general Freudsburgo, colocou
a mão no ombro do Reformador e disse-lhe: "Pequeno monge, vais a um
encontro diferente, que eu ou qualquer outro capitão jamais experimentamos,
mesmo nas nossas conquistas mais ensanguentadas. Contudo, se a causa é justa, e
sabes que o é, avança no nome de Deus, e não temas nada! Deus não te abandonará"
- O grande general não sabia que Martinho Lutero vencera a batalha em oração e
que entrava somente para declarar-lhes que a havia vencido de maiores inimigos.
Quando o núncio do papa exigiu de Lutero, perante a augusta assembleia,
que se retratasse, ele respondeu: "Se não me refutardes pelo testemunho
das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos
concílios, por ser evidente que já muitas vezes se enganaram e se
contradisseram uns aos outros - a minha consciência tem de ficar submissa à
Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa,
pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude!
Amém."
De volta ao seu aposento, Lutero levantou as mãos ao Céu e exclamou
com o rosto todo iluminado: "Está cumprido! Está cumprido! Se eu tivesse
mil cabeças, preferiria que todas fossem decepadas antes de me retratar".
A cidade de Worms, ao receber as notícias da ousada resposta de
Lutero ao núncio do papa, alvoroçou-se. As palavras do reformador foram
publicadas e espalhadas entre o povo que afluiu para honrá-lo.
Apesar de os papistas não conseguirem influenciar o imperador a
violar o salvo-conduto, para que pudessem queimar numa fogueira o assim chamado
herege, Lutero teve de enfrentar outro grave problema. O edito de excomunhão
entraria imediatamente em vigor; Lutero por causa da excomunhão, era criminoso
e, ao findar o prazo do seu salvo-conduto, devia ser entregue ao imperador;
todos os seus livros deviam ser apreendidos e queimados; o ato de ajudá-lo em
qualquer maneira era crime capital.
Mas para Deus é fácil cuidar dos seus filhos. Lutero, regressando
a Wittenberg, foi repentinamente rodeado num bosque por um bando de cavaleiros
mascarados que, depois de despedirem as pessoas que o acompanhavam, conduziram-no,
alta noite, ao castelo de Wartburgo, perto de Eisenach. Isto foi um estratagema
do príncipe de Saxônia para salvar Lutero dos inimigos que planejavam
assassiná-lo antes de chegar a casa.
No castelo, Lutero passou muitos meses disfarçado; tomou o nome de
cavaleiro Jorge e o mundo o considerava morto. Fiéis servos de Deus oravam dia
e noite pelo reformador. As palavras do pintor Alberto Durer, exprimem o
sentimento do povo: - "Oh! Deus! se Lutero fosse morto, quem agora nos
exporia o Evangelho?"
Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi-lhe concedida a
liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de
literatura, que essa obra saía da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. O
reformador conhecia bem o hebraico e o grego e em três meses tinha vertido todo
o Novo Testamento para o alemão - em poucos meses mais a obra estava impressa e
nas mãos do povo. Cem mil exemplares foram vendidos, em quarenta anos, além
das cinquenta e duas edições impressas em outras cidades. Era circulação imensa
para aquele tempo, mas Lutero não aceitou um centavo de direitos.
A maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo
alemão a Bíblia na sua própria língua - depois de voltar a Wittenberg. Já havia
outras traduções, mas escritas em uma forma de alemão latinizado que o povo
não compreendia. A língua alemã desse tempo era um agregado de dialetos, mas
Lutero, ao traduzir a Bíblia, deu ao povo a língua que serviu depois a homens
como Goethe e Schiler para escreverem as suas obras. O seu êxito em traduzir
as Sagradas Escrituras para o uso dos mais humildes, verifica-se no fato de
que, depois de quatro séculos, a sua tradução permanece como a principal.
Outra coisa que contribuiu para o êxito da tradução de Lutero, é
que ele era erudito em hebraico e grego e traduziu direto das línguas
originais. Contudo, o valor da sua obra não se baseia tão-somente sobre seus
indiscutíveis dotes literários. O que lhe deu realidade é que ele conhecia a
Bíblia, como ninguém podia conhecê-la, sem primeiro sentir a angústia eterna e
achar nas Escrituras a verdadeira e profunda consolação. Lutero conhecia
intimamente e amava sinceramente o autor do Livro. O resultado foi que o seu
coração abrasou-se com o fogo e poder do Espírito Santo. Foi esse o segredo de
ele traduzir tudo para o alemão em tão pouco tempo.
Como todo mundo sabe, a fortaleza de Lutero e da Reforma foi a
Bíblia. Escreveu de Wartburgo para o seu povo em Wittenberg: "Jamais em
todo o mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia.
Comparada aos outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais
luzes. Não vos deixeis levar a abandoná-la sob qualquer pretexto da parte
deles. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem
levar-vos para onde quer que desejem. Se permanecerdes com as Escrituras, sereis
vitoriosos."
Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por
completo a vida monástica, casando-se com Catarina von Bora, freira que também
saíra do claustro, por ver que tal vida é contra a vontade de Deus. O vulto de
Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos que amava ternamente,
inspira os homens mais que o grande herói ao apresentar-se perante o legado em
Augsburgo.
Nos cultos domésticos, a família rodeava um harmônio, com o qual
louvavam a Deus juntos; o reformador lia o Livro que traduzira para o povo e
depois louvavam a Deus e oravam até sentirem a presença divina entre eles.
Havia entre Lutero e sua esposa profundo amor de um para com o
outro. São de Lutero estas palavras: "Sou rico, Deus me deu a minha freira
e três filhos; não me importo das dívidas: Catarina paga tudo." Catarina
von Bora era estimada por todos. Alguns, de fato, censuravam-na porque era
demasiado econômica; mas que teria acontecido a Martinho Lutero e à família se
ela tivesse feito como ele? Dizia-se que ele, aproveitando-se da doença dela,
cedeu o seu prato de comida a certo estudante que estava com fome. Não
aceitava um kreuzer dos seus alunos e recusava vender seus escritos, deixando
todo o lucro para os tipógrafos.
Nas suas meditações sobre as Escrituras, muitas vezes se esquecia
das refeições. Ao escrever o comentário sobre o Salmo 23, passou três dias no
quarto comendo somente pão e sal. Quando a esposa chamou um serralheiro e
quebraram a fechadura, acharam-no escrevendo, mergulhado em pensamentos e
esquecido de tudo em redor.
É difícil concebermos a magnitude das coisas que devemos
atualmente a Martinho Lutero. O grande passo que deu para que o povo ficasse
livre para servir a Deus, como Ele mesmo ensina, está além da nossa
compreensão. Era grande músico e escreveu alguns dos hinos mais espirituais
cantados atualmente. Compilou o primeiro hinário e inaugurou o costume de
todos os assistentes aos cultos cantarem juntos. Insistiu em que não somente
os do sexo masculino, mas também os do feminino fossem instruídos,
tornando-se, assim, o pai das escolas públicas. Antes dele, o sermão nos cultos
era de pouca importância. Mas Lutero fez do sermão a parte principal do culto.
Ele mesmo serviu de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande
porte. Considerava-se como sendo nada; a mensagem saía-lhe do íntimo do
coração: o povo sentia a presença de Deus. Em Zwiekau pregou a um auditório de
25 mil pessoas na praça pública. Calcula-se que escreveu 180 volumes na língua
materna e quase um número igual no latim. Apesar de sofrer de várias doenças,
sempre se esforçava dizendo: "Se eu morrer na cama será uma vergonha para
o papa."
Os homens geralmente querem atribuir o grande êxito de Lutero à sua
extraordinária inteligência e aos seus destacados dons. O fato é que Lutero
também tinha o costume de orar horas a fio. Dizia que se não passasse duas
horas de manhã orando, recearia que Satanás ganhasse a vitória sobre ele
durante o dia. Certo biógrafo seu escreveu: "O tempo que ele passa em
oração, produz o tempo para tudo que faz. O tempo que passa com a Palavra
vivificante enche o coração até transbordar em sermões, correspondência e
ensinamentos".
A sua esposa disse que as orações de Lutero "eram", às
vezes, como os pedidos insistentes do seu filhinho Hanschen, confiando na
bondade de seu pai; outras vezes, eram como a luta de um gigante na angústia do
combate".
Encontra-se o seguinte na História da Igreja Cristã, por Souer,
Vol. 3, pág. 406: "Martinho Lutero profetizava, evangelizava, falava
línguas e interpretava; revestido de todos os dons do Espírito".
Nos seus sessenta e dois anos pregou seu último sermão sobre o
texto: "Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos
pequeninos". No mesmo dia escreveu para a sua querida Catarina:
"Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Amém". Isso
foi na última carta que escreveu. Vivia sempre esperando que o papa conseguisse
executar a repetida ameaça de queimá-lo vivo. Contudo não era essa a vontade
de Deus: Cristo o chamou enquanto sofria dum ataque do coração, em Eisleben,
cidade onde nascera. São estas as últimas palavras de Lutero: "Vou render
o espírito". Então louvou a Deus em alta voz: "Oh! meu Pai celeste!
meu Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem creio e a quem preguei e
confessei, amei e louvei! Oh! meu querido Senhor Jesus Cristo, encomendo-te a
minha pobre alma. Oh! meu Pai celeste! em breve tenho de deixar este corpo,
mas sei que ficarei eternamente contigo e que ninguém me pode arrebatar das
tuas mãos". Então, depois de recitar João 3.16 três vezes, repetiu as
palavras: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me
resgataste, Deus fiel". Assim fechou os olhos e adormeceu.
Um imenso cortejo de crentes que o amavam ardentemente, com cinquenta
cavaleiros à frente, saiu de Eisleben para Wittenberg; passando pela porta da
cidade onde o reformador queimara a bula de excomunhão, entrou pelas portas da
igreja onde, há vinte e nove anos, afixara suas 95 teses. No culto fúnebre,
Bugenhangen, o pastor, e Melancton, inseparável companheiro de Lutero,
discursaram. Depois abriram a sepultura, preparada ao lado do púlpito, e ali
depositaram o corpo.
Quatorze anos depois, o corpo de Melancton achou descanso do outro
lado do púlpito. Em redor dos dois, jazem os restos mortais de mais de noventa
mestres da universidade.
As portas da Igreja do Castelo, destruídas pelo fogo no bombardeio
de Wittenberg em 1760, foram substituídas por portas de bronze em 1812, nas
quais estão gravadas as 95 teses. Contudo, este homem que perseverou em oração,
deixou gravadas, não no metal que perece, mas em centenas de milhões de almas
imortais, a Palavra de Deus que dará fruto para toda a eternidade.
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O calvinismo (João Calvino copiou as ideias de Agostinho)
Na teoria da Predestinação Absoluta, Calvino afirmava
que Deus, desde sempre, já sabia quem eram as pessoas que seriam salvas por
eles, assim como as que não seriam. Portanto, para o calvinismo, Deus é o
soberano de todas as coisas e nada acontece se não for conforme a sua vontade.
Com base nesses princípios, os calvinistas defendem cinco pontos
principais, elaborados a partir do calvinismo e afirmados no Sínodo de
Dordt. TULIP é o acróstico formado pelas letras iniciais. São
eles:
T-otal Depravity ou depravação total
De acordo com este ponto o homem já nasceu com o pecado herdado de
Adão e Eva, sendo assim, as pessoas são poluídas pelo pecado. Nesta condição de
pecador, somente Deus poderá salvá-lo.
U-nconditional Election ou Eleição Incondicional
Nesse ponto é explicado que a salvação de Cristo não é feita com
base no mérito, ou seja, nas boas ações praticadas pelo indivíduo, mas sim na
decisão soberana e incondicional de Deus, pois ele escolhe quem será levado
para o céu.
L-imited Atonement ou Expiação Limitada
A morte de Cristo não foi um ato de salvação de toda a humanidade.
Ela serviu para salvar apenas os escolhidos por Deus, por isso é chamada de
expiação limitada.
I-rresistible Grace ou Graça Irresistível
A partir do momento em que a pessoa recebe um chamado de Deus, esse
não poderá ser negado, pois a salvação do espirito santo é irresistível, supera
toda e qualquer resistência.
P-erseverance of the Saints ou Perseverança dos Santos
No último ponto, os calvinistas explicam que a salvação é uma obra
de Deus, logo não é algo que se perde. Uma vez concedida pela vontade de Deus
ela permanece até o fim. Deus é fiel às suas promessas e nada pode impedir os
seus propósitos.
É importante destacar que, diferente do que as pessoas acreditam,
os pontos do calvinismo não foram escritos por Calvino, mas
elaborados pelos seus seguidores com base nos ensinamentos que ele propagou. Os
pontos foram desenvolvidos dezenas de anos após a sua morte.
Além da religiosidade, o calvinismo defendia outros princípios
morais. A doutrina, por exemplo, enxergava no trabalho uma grande virtude a ser
valorizada pelo cristão fiel. Assim, a riqueza pessoal e os lucros obtidos com
o trabalho, vistos como pecado pelo cristianismo, eram também uma forma de
honrar a Deus.
Em razão desses atributos serem claramente condenados pela Igreja
Católica, o calvinismo, em pouco tempo, conseguiu muitos adeptos na burguesia
Suíça. Calvino, inclusive, conquistou um importante posição política e
religiosa dentro da nova igreja e do governo do país.
Dessa forma, a doutrina calvinista foi bem aceita pelo país e logo
se espalhou para outros países europeus, em especial para a Escócia, onde se
fez adeptos entre os presbiterianos.
Alcançou ainda a Inglaterra, onde foram chamados de puritanos; a
Holanda, chamados de reformados; e a França,
onde ficaram conhecidos como huguenotes.
Resumo sobre o calvinismo
Calvinismo foi uma doutrina religiosa criada na cidade de Genebra,
na Suíça, por João Calvino (1509-1564). Considerado como um
segundo movimento da Reforma Protestante, foi organizado por Martinho Lutero.
Com isso, pregava-se que Deus, desde sempre, já sabia quem eram as pessoas que
seriam salvas por eles, assim como as que não seriam. Logo, Deus seria soberano de
todas as coisas.
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/calvinismo
08-01-2025
Objeções ao Calvinismo e ao salvo para sempre dos batistas
tradicionais
1. Primeira objeção
A doutrina da perseverança invalida as advertências sobre a necessidade que os
crentes têm de se esforçarem para permanecerem na fé (Mt 10:22; Lc 13:24; Jo
8:31; Jo 15:5; 1 Co 16:13; Cl 1:29; Hb 3:14; Tg 2:5; Ap 2:10; Ap 3:11).
2. Segunda objeção
“os casos de apostasia” que se encontram registrados na Bíblia. Por exemplo
Judas Iscariotes (Mc 3:14,19; Jo 18:2), Simão o mago (At 8:9-24) e Demas (2 Tm
4:10).
3. Terceira objeção - Qualquer verdadeiro crente pode perder a sua
salvação.
É impossível, pois, que aqueles
que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram
participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes
do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para
arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho
de Deus e expondo-o à ignomínia.
a) Aqueles que uma vez foram iluminados.
b) Tornaram-se participantes do Espírito Santo.
c) Provaram da boa Palavra de Deus.
d) Provaram dos poderes do mundo vindouro.
e) É impossível renová-los para arrependimento.
4. Quarta objeção
A doutrina da perseverança dos santos torna fútil toda exortação e mandamento
bíblico.
5. Quinta objeção
A doutrina da perseverança dos santos pode nutrir um sentimento de segurança
carnal numa pessoa não convertida.
6. Sexta objeção
A doutrina da perseverança dos santos conduz à uma vida indolente e imoral. (Rm
6:14; Ef 1:4)
7. Sétima objeção
A doutrina da perseverança dos santos não se harmoniza com a liberdade humana.
8. Oitava objeção
A doutrina da Perseverança dos Verdadeiros Crentes anula a responsabilidade
humana.
Doutrina Dos batistas diz: "uma vez salvos, salvos para
sempre"
* Dos calvinistas diz: DEUS vai te guardar do pecado e você Alcançará a
salvação pois DEUS te escolheu antes da fundação do mundo para ser salvo e como
Ele é soberano não permitirá que você morra apóstata mesmo que tenha vivido a
vida toda de crente na apostasia.
A Bíblia ensina que o crente pode perseverar na sua fé, mas também
pode deixar de perseverar e cair em apostasia e perder sua salvação.
Paulo diz que não atingiu a perfeição - isso nos mostra que a doutrina
calvinista da perfeição do crente aqui na Terra é falsa e incoerente com a
Bíblia.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Filipenses 3:12
Ananias e Safira perderam a salvação - Então Pedro lhe disse: Por
que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à
porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo
caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a
sepultaram junto de seu marido. E houve um grande temor em toda a igreja, e em
todos os que ouviram estas coisas. E muitos sinais e prodígios eram feitos
entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre
de Salomão. Atos 5:9-12
É POSSÍVEL UM CRENTE TER SEU NOME RISCADO DO LIVRO DA VIDA???
Evidente que sim.
Êx 32.32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu
livro, que tens escrito. CLARO QUE É PÓSSÍVEL PERDER A SALVAÇÃO.
Tem gente que não sabe nada sobre presciência de DEUS - Presciência
significa saber antes e não interferir antes.
Na Bíblia vemos vários crentes salvos que depois apostataram da fé e foram
excluídos da salvação. - Por exemplo Judas Iscariotes (Mc 3:14,19; Jo 18:2),
Simão o mago (At 8:9-24) e Demas (2 Tm 4:10).
Ontem um pastor famoso se matou - Assassinou a si mesmo. Perdeu a
salvação.
O calvinismo ensina que não se perde a salvação porque DEUS não deixa os
escolhidos se perderem. Lorota. Não vigia não para ver...
Efésios 2: 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto
não vem de vós, é dom de Deus;
9. não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Graça é JESUS morrendo por nós na cruz e ressuscitando. Isso é que é dom de
DEUS (deu de presente, sem merecimento nosso). A fé é nossa e é individual.
VEJA JESUS FALANDO QUE A FÉ É DO HOMEM E logo Jesus, estendendo a mão,
segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? Mateus
14:31
E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos
digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa
daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. Mateus 17:20
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23
Calvinista diz que Apocalipse não pertence a bíblia - Chegam a
dizer que história e é mentira o que está ali registrado.
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a
sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas
neste livro.
Apocalipse 22:19
A doutrina calvinista quer tirar da igreja as manifestações do ESPÍRITO SANTO,
pois o diabo sabe que isso é que atrai pessoas para o evangelho e comprova o
verdadeiro evangelho.
Calvinismo é seita heréticas - CUIDADO com os falsos "irmãos".
E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Lucas 6:16
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em
perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em
perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 2
Coríntios 11:26
E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram
a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão;
Gálatas 2:4
JESUS MORREU PARA SALVAR TODOS OS SERES HUMANOS
DEUS quer que todos sejamos salvos.
Porque isto é bom e agradável diante de DEUS, nosso Salvador, que
quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque
há um só DEUS e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, homem, o
qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de
testemunho a seu tempo. 1 Timóteo 2:3-6
ESTE VERSÍCULO A SEGUIR É MUITO IMPORTANTE PARA COMPREENDERMOS A
VERDADE SOBRE A EXPIAÇÃO ILIMITADA NA QUAL CREMOS.
e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos
nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. (Strong Português - ολος
holos - tudo, inteiro, completamente)
A ideia calvinista é que a expiação limitada: DEUS enviou seu Filho
para prover a expiação somente para aqueles que Ele elegera antes para serem
salvos;
Refutação - A GRAÇA É PARA TODOS! DEUS não fez um convite para a
cerimônia das bodas, outro para a festa, outro apenas para observarem de fora
ou negou convite a alguém. Ele chamou a TODOS para desfrutar igualmente.
"convidai para as bodas a TODOS os que encontrardes." Mateus
22:9" Aquela velha lenga-lenga calvinistas de que "todos não são
todos" acaba aqui. Aqui é brutalmente aniquilada a ideia de uma expiação
limitada. Morre o "L" da TULIP.
Contra o Calvinismo- Dr. Roger Olson.
“L” DE EXPIAÇÃO LIMITADA
O terceiro elemento da TULIP é a “expiação limitada” - que também é chamada de
maneira preferível por muitos calvinistas de “redenção particular”. Este é o
ponto da TULIP contestado por muitos que se auto-identificam como calvinistas e
que talvez seja o ponto totalmente ausente no pensamento de
Calvino. Muitos calvinistas dizem que eles são de “quatro pontos” ou
“calvinistas de quatro pontos”. O que eles querem dizer é que acreditam no
“T”, “U”, “I” e “P”, mas que não acreditam no “L”. Todavia, o L - expiação
limitada, redenção particular - é parte do sistema histórico calvinista de
soteriologia, e muitos calvinistas rígidos argumentam que este ponto não
pode ser retirado sem que faça violência a todo esquema calvinista de
salvação.
Antes de expor este ponto da TULIP, eu devo pontuar que todos os calvinistas
aceitam a “teoria da substituição penal” da expiação. Ou seja, eles
acreditam juntamente com Calvino e os puritanos e a maioria dos cristãos
evangélicos, que DEUS puniu JESUS pelos pecados das pessoas que DEUS
queria salvar - ou o mundo inteiro incluindo todas as pessoas (a visão
arminiana típica) ou os eleitos (a visão calvinista típica). Em outras
palavras, JESUS CRISTO satisfez a justiça de DEUS ao suportar a punição
merecida de todas as pessoas que DEUS queria salvar. É isso que torna tais
pessoas “salváveis”. Muitos não calvinistas também afirmam esta doutrina
da expiação, mas os calvinistas geralmente argúem que a crença de que CRISTO
suportou a punição pelos pecados de todas as pessoas leva inevitavelmente
ao universalismo -crença na salvação de todos.
Boettner fortemente endossa a expiação limitada, defendendo que ela está
logicamente conectada à eleição incondicional. Juntamente com a maioria
dos calvinistas, ele enfaticamente afirma que o valor da morte de
CRISTO foi suficiente para a salvação de todas as pessoas, mas
que foi eficaz para salvar apenas os eleitos
1. Outra forma de expressar isso é que os benefícios da morte
de CRISTO na cruz, embora suficiente para a salvação de todas as pessoas,
foram intencionados por DEUS apenas para os eleitos.
A natureza limitada da expiação, então, foi em
seu escopo e não em seu valor. É por esta razão que
muitos calvinistas preferem o termo “redenção particular” ou “expiação
definitiva". Ela foi particularmente intencionada por DEUS para um
povo particular (em oposição à todos indiscriminadamente), e ela
garantiu ou realizou definitivamente a salvação daqueles para os quais ela
foi intencionada - os eleitos
2. À verdadeira moda calvinista,
Boettner afirma duramente a doutrina da redenção particular à
medida em que se aplica aos não eleitos: "Ela [a cruz] não foi então,
um amor geral e indiscriminado do qual todos os homens são igualmente
beneficiários, mas um amor misterioso, infinito e peculiar para os
eleitos, o que fez com que DEUS enviasse Seu Filho ao mundo para sofrer e
morrer”
3. O que dizer acerca de outros calvinistas?
Eles afirmam esta doutrina da expiação limitada conforme Boettner
fez (e talvez Calvino não)? John Piper definitivamente a afirma: “Ele
[CRISTO] não morreu por todos os homens no mesmo sentido. A intenção da
morte de CRISTO para os filhos de DEUS [os eleitos] foi que ele comprou
muito mais que o nascer do sol e a oportunidade de ser salvo. A morte de
CRISTO, na verdade, salva de TODO o mal aqueles aos quais ‘em especial’
ele morreu”
4. Sproul definitivamente afirma a expiação limitada.
Ele prefere chamar esta doutrina de “expiação intencional”: “O
propósito supremo da expiação se encontra no supremo propósito ou vontade
de DEUS. Esse propósito ou intento não inclui a raça humana inteira. Se
incluísse, a raça humana inteira certamente seria redimida”
5. As respostas às acusações destes calvinistas contra a crença na
expiação universal (ex. que ela logicamente exige crença na salvação universal)
será respondida no capítulo 6.
Em minha opinião, elas são simplesmente erradas. Não existe
conexão lógica entre expiação universal e salvação universal mais do que
existe uma conexão lógica entre o presidente dos Estados Unidos declarando
uma anistia incondicional para os protestantes da Guerra do Vietnã que fugiram
para o Canadá para escapar do recrutamento e todos eles automaticamente se
apropriando desta anistia e voltando aos EUA (Isso na verdade aconteceu
sob o Presidente Jimmy Carter e muitos que poderíam ter voltado para casa,
em razão de todos terem sido perdoados, não voltaram). Isso é apenas um
breve panorama da TULIP. Aqui, é importante observar, para o
entendimento do calvinismo por parte dos leitores, que a maioria dos
calvinistas nega que DEUS intencionou a cruz para todas as pessoas, o que
significa, naturalmente, que ele não ama a todos da mesma maneira.
Boettner e Piper realmente afirmam os benefícios da cruz para todos, de alguma
forma. Deste modo, é verdadeiro dizer (pelo menos para eles) que CRISTO
morreu por todos. Boettner escreveu que “certos benefícios” da cruz foram
estendidos a toda humanidade em geral. Estes benefícios são as “bênçãos
temporais” apenas e não possuem nenhuma relação com a salvação”
6. Piper ensina que CRISTO realmente morreu “por todos”, mas não no
mesmo sentido.
Ao tentar levar a sério as passagens bíblicas que tratam de
“todos” (que serão lidas de maneira pormenorizada posteriormente), ele diz:
Nós não negamos que, em certo sentido, todos os homens são os beneficiários
pretendidos da cruz. 1 Timóteo 4.10 diz que CRISTO é “o Salvador de todos
os homens, principalmente dos que creem”. O que negamos é que todos os
homens são intencionados como beneficiários da morte de CRISTO da mesma
maneira. Toda a misericórdia de DEUS para com os descrentes - desde o
nascer do sol (Mateus 5.45) à pregação do evangelho a todo o mundo (João
3.16) — torna-se possível em razão da cruz
7. Claro, como enfatizarei e discutirei em mais detalhes no
capítulo 6, alguém pode legitimamente imaginar quão benéfica a cruz
realmente é para aqueles aos quais DEUS nega seu poder salvífico. Como a
cruz realiza qualquer coisa para os não eleitos? Como é que o raiar do sol
é realizado pela cruz de CRISTO e qual é benefício da pregação do
evangelho para os não eleitos? Como é que a cruz realiza o raiar do sol e
qual é o benefício da pregação para os não eleitos? Alguém só pode suspeitar
que tanto Piper quanto Boettner (e outros calvinistas que alegam que
CRISTO morreu para os não eleitos “em algum sentido”) simplesmente
querem desviar as acusações que a visão que defendem da expiação limitada
se choca com as passagens bíblicas que CRISTO morreu por todos.
Ademais, principalmente o Piper (e indubitavelmente outros calvinistas)
deseja(m) dizer que DEUS tem uma compaixão genuína com os não eleitos para os
quais CRISTO não morreu como um sacrifício expiatório. “Há um amor geral
de DEUS que ele concede a todas as suas criaturas”
8. mas tal não é o amor que DEUS tem por seus
eleitos. E, de acordo com Piper, DEUS tem uma compaixão sincera até mesmo
para com os não eleitos de sorte que ele deseja a salvação destas pessoas,
ainda que ele se recuse a prover esta salvação na cruz
9. Parafraseando João Wesley, este amor e esta compaixão são
de gelar o sangue nas veias. Que amor se recusa a salvar aqueles que
poderiam ser salvos, uma vez que a salvação é incondicional? Que compaixão se
recusa a prover pela salvação quando ela poderia ser fornecida?
A questão é que o “calvinismo geral” do calvinismo puro e simples, geralmente,
mas nem sempre, restringe a intenção salvífica de DEUS na cruz de CRISTO
aos eleitos; DEUS não planejou a salvação dos réprobos, os não eleitos.
Eles estão excluídos da expiação exceto em algum sentido atenuado de
receber algum tipo de bênçãos temporais da cruz, sendo que tais bênçãos
ficam, geralmente, sem explicação. Assim sendo, alguns calvinistas
recusarão a dizer a um grupo de pessoas ou para desconhecidos as seguintes
frases: “CRISTO morreu de sorte que você possa ser salvo” ou “CRISTO
morreu por seus pecados”. Tais afirmações seriam presunçosas; não há como
saber isso. Todavia, astutamente, Piper e alguns outros calvinistas que
acreditam na expiação limitada podem dizer a qualquer um e a todos:
“CRISTO morreu por você”, sem querer dizer “CRISTO morreu por seus
pecados” ou “Porque CRISTO morreu por você, você pode ser salvo”. Alguns
consideram isso um subterfúgio; uma insinceridade.
Com base em quais versículos bíblicos os calvinistas afirmam a expiação
limitada? Muitos críticos, incluindo alguns calvinistas que se denominam
“de quatro pontos", defendem que esta doutrina não possui base
escriturística. Todavia, Boettner, Sproul, Piper e outros apontam
para passagens tais como João 10.15; 11.51-52 e 17.6, 9, 19, na qual
JESUS diz frases como “dou a minha vida pelas ovelhas”. O ponto principal
do capítulo 6, dedicado à expiação limitada, será que o versículo aqui
que fala acerca de CRISTO morrendo por seu povo, suas ovelhas, ou os
que lhe foram dados por seu Pai não necessariamente o exclui de
morrer pelos outros. Na verdade, 1 João 2.2 claramente afirma que ele,
JESUS, é a propiciação pelos pecados de todo o mundo. Piper e outros
alegam que esta passagem se refere aos filhos de DEUS espalhados por todo
o mundo e que ela não se refere a todo mundo.
1lbid . 152.
Alguns calvinistas gostam de dizer que as visões não calvinistas da
expiação, tal como a expiação universal (que DEUS planejou os benefícios
da cruz para todos) diminuem o poder e a glória da cruz ao fazer dela
apenas a criação Da possibilidade de salvação em vez de, na
verdade, a realização da salvação. John Piper disse publicamente que a
cruz, na realidade, realizou a salvação dos eleitos (“For Whom Did Christ
Die? & What Did Christ Actually Achieve
on the Cross for Those for Whom He Died?”)
:
www.monergism. com/thethreshold/articIes/piper/piper_atonement.html2/26/2009.)
O problema dessa assertiva é muito óbvio. Apenas uma
dica: Se a morte de CRISTO, na realidade, realizou a salvação para
alguém, então aquela pessoa não precisaria se arrepender e crer para ser
salva e até mesmo os calvinistas acreditam que a salvação, de fato, mesmo
a dos eleitos, não “acontece” na cruz, mas quando DEUS concede fé
àquela pessoa.
Nem todos os calvinistas dirão que a cruz, na verdade, salva alguém até que
DEUS crie a fé no coração do eleito e lhe impute o benefício salvíhco da
cruz de CRISTO. Piper parece estar confuso acerca deste ponto. Ou talvez
não. Todavia, suas palavras estão confusas. Acontece que a fé é comum a
todos, mas precisa ser desenvolvida ao se ouvir o evangelho para crer na
pregação e ser salvo.
1. A nossa teologia.
A Teologia bíblica deve ser ensinada e defendida pelos verdadeiros
crentes. Somos pentecostais, portanto, nossa teologia é totalmente contrária ao
calvinismo, tanto ao total com os 5 pontos básicos (TULIP), quanto ao de 4
pontos centrais (TUIP).
“T” DE DEPRAVAÇÃO TOTAL
“U”, DE ELEIÇÃO INCONDICIONAL
“L” DE EXPIAÇÃO LIMITADA
“I” DE GRAÇA IRRESISTÍVEL
“P” DE PERSEVERANÇA
A maioria esmagadora dos cristãos através dos séculos, incluindo todos os
pais da igreja dos primeiros quatro séculos (a saber, antes
de Agostinho) acreditava na expiação universal. Atanásio, o grande pai
da igreja, altamente estimado por todos os cristãos, incluindo os
ortodoxos orientais, católicos romanos e protestantes, insistia de maneira
determinada que CRISTO, por sua morte, trouxe salvação a todos sem exceção:
Claramente Atanásio (junto com toda a patrística grega, Martinho Lutero, João
Wesley e vários outros grandes homens e mulheres conservadores na história
cristã) acreditava que CRISTO morreu por todos, sem exceção, incluindo o
sofrimento da penalidade para os pecados de todos. Também fica claro que
Atanásio não acreditava (como poucos pais da igreja
gregos acreditaram) no universalismo. Ele afirmou claramente, de forma que
não pode ficar um mal-entendido, que a plena salvação, no sentido de vida
eterna, chega, de maneira final, apenas para os que se arrependem e creem
e que muitas almas se perderão para sempre pelo fato de rejeitarem a
CRISTO.
O que os pais gregos e quase todo cristão de renome acreditava acerca do escopo
e extensão da expiação (até os seguidores escolásticos de Calvino) era que
CRISTO foi o substituto para todos, sem exceção, de sorte que cada
empecilho para o perdão de DEUS para todas as pessoas era removido por Sua
morte. Eles também acreditavam que os benefícios daquele sacrifício só
seriam aplicados às pessoas que creem - quer sejam eleitas (Lutero e Calvino)
quer livremente escolhem aceitar a graça de DEUS (Atanásio, Aquino, os
Anabatistas, Wesley).
Este é o ensinamento ortodoxo da igreja; a expiação limitada/particular é um
ensinamento anômalo. Só porque este ensinamento tem estado entre os calvinistas
por um tempo razoável (mas somente após Calvino!) não faz com
que ele seja menos anômalo. Mesmo alguns dos clérigos reformados que se
reuniram no Sínodo de Dort rejeitaram este ponto da TULIP, posicionando-se
com os remonstrantes acerca desta questão. Então, cinquenta anos mais
tarde, muitos puritanos na Assembleia de Westminster que escreveram a
Confissão de Fé de Westminster se opuseram a esta doutrina
O que aconteceu? Evidentemente que as vozes mais altas e mais
insistentes ganharam a batalha apesar de não estarem em posse da verdade.
Até hoje muitos reformados e muitos calvinistas não suportam este ponto do
sistema TULIP, o extraem e o rejeitam, ainda que isso os coloque em
conflito com o restante do que acreditam e também com seus companheiros
cristãos reformados e calvinistas
Nós pentecostais aprendemos com a bíblia e não com reformadores
incrédulos e sem a revelação do ESPÍRITO SANTO, pois a Ele resistem.
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste
inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes
as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em
CRISTO JESUS. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de
DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. 2 Timóteo
3:14-17
2. Por quem JESUS morreu?
JESUS morreu a minha morte (por Eliezer Rodrigues)
O preço da redenção e remissão dos nossos pecados não foi
finalizado apenas na morte física de JESUS. Sim, ele levou em seu corpo as
nossas dores e enfermidades, nossas maldições e todos os nossos pecados. Porém
para que, de fato, a morte espiritual fosse vencida, foi necessário que JESUS
mergulhasse no nosso tipo de morte, a morte espiritual, para que, depois de
JESUS ser vivificado no espírito se erguesse como primogênito (o primeiro de
muitos) e através desse novo e vivo caminho pudéssemos ser vivificados com Ele
pela fé.
O cálice amargo que JESUS tomou trouxe a separação de DEUS. Foi por
causa da nossa morte! Na cruz JESUS falou:
“À hora nona, clamou JESUS em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni?
Que quer dizer: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?” (Marcos
15:34).
A palavra “desamparastes” aqui é a palavra grega “egkataleipo” que significa
“totalmente abandonado, completamente desamparado”. Essa era a nossa condição
espiritual antes de CRISTO, nós estávamos destituídos da glória de DEUS, da sua
vida abundante, da sua natureza. Mas, graças a DEUS por JESUS CRISTO, que foi
obediente até a morte, tomou o cálice amargo, morreu a nossa morte, se fez
pecado, pobre, doente, aflito, maldito, para que, através do seu sacrifício,
fôssemos ressuscitado juntamente com ele e pudéssemos estar assentados com Ele,
com CRISTO, nos lugares celestiais, reinando em vida.
“Mas de fato CRISTO ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as
primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte (primeiro espiritual e
depois física) veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos
veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem
(espiritualmente), em CRISTO todos serão vivificados” (1 Coríntios
15.20-22) NVI.
Precisamos entender que neste texto há um trocadilho da palavra
morte. Embora no português a palavra morte é a mesma, no grego há
interpretações diferentes. Nesse texto de 1 Coríntios 15.20-23, por
exemplo, há palavras gregas para morte com significados diferentes como:
“nekros“, “thanatos” e “apothnesko”.
JESUS provou todos esses tipos de morte assim como o primeiro que
Adão provou. Adão provou a morte espiritual e depois veio a morte física. Na
cruz, JESUS, o último Adão, prova da morte física e espiritual para resgatar o
homem da condição espiritual decaída e também do processo de morte física (como
doenças, por exemplo).
O sacrifício de CRISTO foi perfeito e pleno, uma obra sobrenatural
e extraordinária que afetou o nosso espírito, alma e corpo. Primeiro o nosso
espírito, porque fossos vivificados com Ele. Depois alma, porque estamos
provando de salvação através da sua Palavra revelada. E também em nosso corpo,
onde provamos de saúde divina e receberemos um corpo glorificado, igual ao
corpo de JESUS hoje nos céus.
JESUS fez tudo isso por amor a você! Ele morreu a sua morte para
que você pudesse viver a vida abundante dele. iva essa nova vida pela fé no
filho de DEUS!
a) Expiação limitada.
Teologia reformada, Calvinista-Agostiniana. Sem a revelação do
ESPÍRITO SANTO e com uma péssima exegese. Os calvinistas torcem a doutrina
bíblica da Expiação Ilimitada, ou seja, para eles JESUS não morreu por
todos os seres humanos pecadores que eram, mas só por uns poucos escolhidos
antes da fundação do mundo para serem salvos, portanto quem não foi escolhido
para ir para o céu, foi escolhido para ir para o inferno.
Refutação e estudo acima, no início do tópico.
Mas DEUS prova o seu amor para conosco em que CRISTO morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8
b) Expiação ilimitada.
Estudo acima, no início do tópico.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e
o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO 3, BETEL 1TR25
1- OS PRECURSORES DA REFORMA
1.1. John
Wycliffe
1.2. John
Huss
1.3. Girolamo Savonarola
2- OS REFORMADORES
2 .1. Martinho Lutero
2.2. Ulrico Zuinglio
2.3. Calvino era cessacionista (discípulo de Agostinho, católico
romano)
3- AS IMPLICAÇÕES DA REFORMA
3.1. O ESPÍRITO SANTO na vida de Lutero
3.2. A salvação se fundamenta na fidelidade de DEUS
3.3. As 95 teses.
TEXTO ÁUREO
Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está
escrito: Mas o justo viverá da fé", Romanos 1.17
VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo, devemos ansiar por receber mais do
Senhor e aprender mais das Escrituras.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 1.16-19
16. Porque não me envergonho do evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro
do judeu e também do grego.
17, Porque 11ele se descobre a justiça de DEUS de
fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18. Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre
toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles
se manifesta, porque Deus lho manifestou.
INTRODUÇÃO
A Reforma
Protestante surgiu do fervoroso anseio de testemunhar mais, no viver da Igreja,
dos valores e crenças revelados nas Escrituras. Esse mesmo sentimento é
observado em diferentes momentos ao longo da história da Igreja, inclusive em
nossos dias.
1- OS
PRECURSORES DA REFORMA
A Reforma
Protestante foi um dos avivamentos espirituais mais
relevantes da História. Em 1517, o monge alemão Martinho Lutero elaborou 95
teses, cuja principal denúncia foi a venda de indulgências. Essa prática levava
as pessoas a acreditarem na possibilidade de comprar da igreja a salvação
de vivos e mortos. Vejamos alguns precursores desse importante evento
histórico.
1.1. John
Wycliffe
É considerado o
precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos 15 e 16 .
Wycliffe desferiu pesados julgamentos ao clero ainda no século 14, desaprovando
a exploração de propriedades e o pagamento de indulgências. Traduziu grande
parte da Bíblia para a língua inglesa.
Abraão
de Almeida (2009, p, 159) sobre Wycliffe, um dos precursores da Reforma:
"Era professor de Oxford. Conhecendo a Palavra de Deus e desejando salvar
seu país da tirania papat escreveu tratados em defesa da verdadeira fé e também
traduziu quase toda a Bíblia para a língua inglesa, tendo como base a Vulgata.
As cópias dessa Bíblia foram objeto de grandes queimas públicas em 1410 e 1413,
mas pelo menos 170 delas existem até hoje. A fim de extirpar o mal pela raiz
daquilo que chamavam de heresia, os líderes religiosos reuniram-se em magna
assembleia em Praga, a 16 de julho de 1410, e promoveram enorme fogueira em que
foram queimadas mais de 200 preciosas obras de Wycliffe.
1.2. John Huss
Este precursor
da Reforma era um gigante na fé. Com sua total confiança nas Escrituras, Huss
manifestou sua discordância com os sacerdotes que afirmavam ter o poder de
mandar pessoas para o inferno. Mesmo vivendo uma vida piedosa, o fervor do
ESPÍRITO sobre Huss despertou a atenção dos líderes da Igreja, que o viam como
um anátema.
Abraão
de Almeida (2009, p. 162); "Assim) vencidos pela inabalável firmeza de
Huss, seus algozes atearam fogo à lenha. Enquanto as chamas cresciam, Huss
cantava em
voz
alta: "Cristo, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de nós". Depois,
não podendo mais cantar por causa do furor das labaredas, passou a orar até
render o espírito. Os
inimigos
da Verdade queimaram na mesma fogueira as roupas de Huss e lançaram no rio as
suas cinzas. Mas o clarão daquela fogueira jamais se apagou.
1.3. Girolamo
Savonarola
Considerado um
dos pré-reformadores" teve ação especial na Itália. Inflamado pelo desejo
de combater tudo aquilo que considerava imoral e não condizente com a fé
cristã, Savonarola passou a dedicar-se à defesa das práticas que acreditava
serem a única via para a salvação das almas. Ele denunciou os desmandos e as
orgias promovidas pelo clero desviado. Depois de ter sido excomungado, foi enforcado
e teve o corpo queimado.
Ubirajara
Bragança (2014, p. 81): "Martinho Lutero provavelmente era sabedor da
história do rei Jerônimo Savonarola. Ele era uma criança quando o Reformador de
Florença morreu. A vida e o martírio desse frei dominicano contribuíram de
forma significativa para o desejo daqueles que ansiavam ver uma Igreja renovada. Entendemos, portanto, que a consciência dos
reformadores do século XVI certamente foi sensibilizada, assim como despertada,
pela postura de um homem que combateu, sem medo, tanto o pecado quanto a
hierarquia da Igreja, hierarquia esta que, sem hesitação, era inimiga da
Reforma”.
2- OS
REFORMADORES
Muitas pessoas
foram instrumentos nas mãos de Deus durante a Reforma Protestante, dentre as
quais se destacam: Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino.
2 .1. Martinho
Lutero
A Reforma Protestante
foi, sem dúvida, um mover de Deus para redirecionar a Igreja à sua verdadeira
vocação. Certo dia, iluminado pelo ESPÍRITO SANTO, Lutero leu nas Escrituras:
"O justo viverá da fé", Rm 1.17. Ao perceber que a Igreja Romana
havia se afastado do Evangelho, Lutero fixou suas 95 teses nas portas da
Catedral de Wittenberg, iniciando assim a chamada Reforma Protestante.
Timothy
George (2013, p. 89): “O protesto de Lutero contra a Igreja Romana não foi
fundamentalmente moral, como o de Erasmo e outros reformadores; mas, sim,
teológico. A graça de Deus é a graça de Deus. Não podia ser comprada,
vendida
ou parcelada em indulgências. 'Se o papa tem controle sobre as almas no
purgatório, por que ele não abre os portões e as deixa sair?', ironizava
Lutero. O papado, que era de origem humana e não divina, havia se apropriado
indevidamente de uma prerrogativa que pertencia apenas a DEUS”.
2.2. Ulrico
Zuinglio
Teólogo suíço e
principal líder da Reforma Protestante na Suíça, tinha alguns pontos em comum
com Lutero: refutava a autoridade do papa, pois somente as Escrituras possuem
total autoridade (2Tm 3.16); acreditava que tudo deve ser apreciado segundo a
Bíblia (2Pe 1.20,2 I); defendia a doutrina da justificação somente pela fé (Rm
4.5). Zuínglío entendia que a fé é um dom do Espírito Santo, não tendo afinidade
intrínseca com o batismo nas águas. Ele entendia que o falar em línguas é um
dom dado aos crentes que serve como um sinal para os não-crentes.
W.
Walker (1981, p. 35) comenta sobre Zuínglio: “interessante notar que o seu
passo inicial não foi, como o de Lutero, a questão de como se tornar aceitável
a Deus, mas a convicção de que somente a Bíblia é obrigatória aos cristãos. [
... ] Preparou 67 breves artigos, afirmando que o Evangelho não tira sua
autoridade
da
Igreja, a salvação é pela fé, negando o caráter sacrificial da missa, a
salvação pelas boas obras valor intercessório dos santos, a obrigatoriedade dos
votos monásticos, a existência do purgatório. Declarou, ainda, ser Cristo a
única
cabeça
da Igreja e advogou o casamento dos clérigos”.
2.3. Calvino era cessacionista (discípulo de Agostinho, católico
romano)
Dizer que
Calvino foi "Teólogo do ESPÍRITO SANTO" é pelo menos absurdo. O
ponto central do pensamento religioso de João Calvino é a predestinação. O
calvinista acredita que, desde a criação do mundo, Deus estabeleceu quais
indivíduos seriam salvos e quais seriam condenados. Seus ensinos eram baseados
em Agostinho, teólogo da Igreja Católica Apostólica Romana. Nenhum dos dois foi
batizado com o ESPÍRITO SANTO – Nunca falaram em línguas.
ERRADO - Não é
sem motivo que ele é chamado pelos estudiosos modernos de o "Teólogo do
ESPÍRITO SANTO", pois foi o primeiro a sistematizar de forma clara o
ensino bíblico sobre o ESPÍRITO SANTO.
ERRADO
- Roberto Menzies (2020, p. 53): "Todos podemos concordar que Calvino e
outros teólogos reformados interpretaram Paulo muito bem. Calvino destaca
corretamente o papel do Espírito Santo na regeneração, na eficácia dos
sacramentos, na justificação. O ESPÍRITO SANTO é o grande "mestre
interior" que dá testemunho em nosso coração da verdade do evangelho.
Assim, juntos, afirmamos que todo cristão recebe o Espírito vivificador e
habilitador".
3- AS
IMPLICAÇÕES DA REFORMA
A Reforma
Protestante aconteceu em uma conjuntura de grandes mudanças sociais, políticas,
culturais e econômicas na Europa, influenciando na formação dos estados
modernos. Depois dela, surgiram novas denominações cristãs.
3.1. O ESPÍRITO
SANTO na vida de Lutero
Para Lutero, o
ESPÍRITO SANTO era uma Pessoa admirável, a ser apreciada e amada, e não um
barulho a ser sentido. Lutero, certamente impulsionado pelo ESPÍRITO SANTO,
teve o cuidado de estudar a Bíblia e iniciar um longo e progressivo retorno à
visão teológica mais coerente com a autoridade das Escrituras.
Timothy
George (2013, p. 83-84): “Para Lutero, a Bíblia era como o livro do ESPÍRITO SANTO”,
“o veículo do ESPÍRITO”, não apenas suas palavras, mas até suas frases são
inspiradas; mesmo sendo escritas por homens, mas vindas de Deus. Ele e outros
reformadores enfatizavam o caráter dinâmico da Bíblia. As passagens bíblicas
eram consideradas eventos vivos, aqui e agora. O ESPÍRITO vivifica! Assim, é
possível “sentir” as palavras da Escritura 'no coração”.
3.2. A salvação
se fundamenta na fidelidade de DEUS
Lutero estava descontente
com as práticas e a posição do clero a respeito da Salvação. Ele via com
tristeza a Igreja defender a ideia de que a Salvação não se dava pela fé
apenas, mas pelas boas obras. Pregava-se, por exemplo, que a
remissão dos
pecados e a salvação da alma podiam ser obtidas por meio de remuneração em
dinheiro. Esses foram os fatores. centrais que levaram Lutero a posicionar-se
contra a Igreja Romana.
Alister
McGrath (2014, p. 164): "Para Lutero, assim como para os reformadores em
geral, é possível ter certeza da salvação. A salvação se fundamenta na
fidelidade
de
Deus às suas promessas de misericórdia; deixar de ter certeza da salvação
seria, de fato, duvidar da confiabilidade e fidelidade de Deus".
3.3. As 95
teses.
Talvez Lutero
não tenha imaginado que, ao fixar as 95 teses na porta da igreja do castelo
alemão de Wittenberg, em 1517, ele passaria a ser um dos personagens principais
da história da Igreja. As 95 teses alastraram-se com rapidez pela Europa, por
conta do intenso uso da imprensa no século 15. Essa invenção mudou o processo
de produção de livros, que saiu da escala artesanal para a industrial. Com
isso, as ideias de Lutero se propagaram e conquistaram seguidores em toda a
Europa.
Eddie
Hyatt (2021, p. 101-102) sobre Lutero e o ministério miraculoso do Espírito
Santo: "Lutero também defendeu a atividade do Espírito Santo como fonte de
autoridade
e ensino. Em um de seus primeiros escritos, chamado O cativeiro babilônico da
igreja, ele certificou aos seus leitores que, quanto à verdade ali apresentada,
ele a aprendera “sob o guiamento do Espírito SANTO”. Além disso,
quando
foi desafiado pela Igreja e pelas autoridades civis em Worms acerca da origem
da autoridade, ele confiou na revelação que Deus lhe deu pela Palavra; mas,
de
uma maneira pessoal, pela via do ESPÍRITO”.
CONCLUSÃO
Devemos
permanecer vigilantes e em oração para não nos afastar das Escrituras, da
suficiente graça de Deus e da fé. Nossa pregação deve ser cristocêntrica, plenamente
consciente de que dependemos do Espírito Santo para cumprir a missão que
recebemos de Jesus Cristo.