Vídeo Lição 3, Betel, A Reforma Protestante, O Reavivamento da Fé e o Retorno ...

Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 



Lição 3, Betel, A Reforma Protestante, O Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, 1Tr25, Pr Henrique, EBD NA TV

Vídeo https://youtu.be/aBPeW9jIX1Y?si=Si4JT8Yzm9Ks7uRx

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/escrita-licao-3-betel-reforma.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/01/slides-licao-3-betel-reforma.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-3-betel-a-reforma-protestante-1tr25-pptx/274788402

ESBOÇO DA LIÇÃO 3, BETEL 1TR25

1- OS PRECURSORES DA REFORMA

1.1. John Wycliffe

1.2. John Huss

1.3. Girolamo Savonarola

2- OS REFORMADORES

2 .1. Martinho Lutero

2.2. Ulrico Zuinglio

2.3. Pneumatologia

3- AS IMPLICAÇÕES DA REFORMA

3.1. O ESPÍRITO SANTO na vida de Lutero

3.2. A salvação se fundamenta na fidelidade de DEUS 

3.3. As 95 teses.

 

TEXTO ÁUREO

Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé", Romanos 1.17

 

VERDADE PRÁTICA

Como discípulos de Cristo, devemos ansiar por receber mais do Senhor e aprender mais das Escrituras.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 1.16-19

16. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego.

17, Porque 11ele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

18. Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;

19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO 3, BETEL, 1TR25

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JESUS NO PLANO DE SALVAÇÃO DO HOMEM - QUAL ERA O PLANO DE DEUS?

1- Um homem na Terra que nunca pecou (Hb 4.15; 9.28) – Fora Ele todos pecaram (Rm 3.23).

2- Um homem na Terra que nunca pecou, mas aceitasse levar sobre Ele todos os pecados dos homens que viveram na Terra e ainda viveriam, inclusive levar suas doenças, enfermidades, maldições e o juízo de DEUS sobre Ele. (2Co 5.14; 1Ts 5.10; Is 53.4-5, 8; Rm 5.18, Gl 3.13).

3- Um homem na Terra que nunca pecou, mas aceitasse morrer no lugar de todos os seres humanos na cruz (2Co 5.14; 1Ts 5.10; Is 53.4-5, 8; Rm 5.18, Gl 3.13, 1Jo 2.2).

4- Um homem na Terra que venceria o pecado, a morte e o inferno e ressuscitasse após ser morto e sepultado (1Tm 3.16; Ap 1.18, 3.21).

 

DEUS ENCONTROU JESUS (o filho de DEUS que se fez homem para nos salvar).

JESUS nasceu aqui na Terra como homem, viveu como homem, morreu como homem e ressuscitou como homem.

 

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Geografia da Reforma

Em uma época na qual a Igreja Católica era quem detinha o domínio espiritual e o controle político-administrativo das civilizações dos países da Europa, surgiram os movimentos religiosos da Reforma Protestante.

 

A Reforma teve como principal percussor Martinho Lutero, teólogo alemão, que insatisfeito com as práticas adotadas pela Igreja e pela doutrina que ela exercia criou 95 teses. Entre outras coisas, as teses abominavam principalmente os dogmas eclesiásticos

 

Para Lutero, uma das práticas mais absurdas era a venda de indulgências, na qual o perdão era concedido mediante uma oferta paga em dinheiro. Essas e outras práticas criaram um cenário ideal para o teólogo expandir suas teses pelos países europeus.

 

No entanto, tal prática resultou na perseguição de Lutero pela Inquisição (Tribunal do Santo Ofício). Além disso, ele foi expulso da Igreja Romana e condenado como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/calvinismo 08-01-2025

 

As 95 Teses de Martinho Lutero

por

Martinho Lutero

 

Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante, de onde posteriormente veio a Igreja Presbiteriana, e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas.



Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.

Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

 

1ª Tese

Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2ª Tese

E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3ª Tese

Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.

4ª Tese

Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5ª Tese

O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6ª Tese

O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7ª Tese

Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8ª Tese

Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas ai Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9ª Tese

Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema

10ª Tese

Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.

11ª Tese

Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12ª Tese

Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13ª Tese

Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.

14ª Tese

Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15ª Tese

Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16ª Tese

Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17ª Tese

Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18ª Tese

Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19ª Tese

Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.

20ª Tese

Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.

21ª Tese

Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

22ª Tese

Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23ª Tese

Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24ª Tese

Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25ª Tese

Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26ª Tese

O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27ª Tese

Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28ª Tese

Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29ª Tese

E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.

30ª Tese

Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.

31ª Tese

Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32ª Tese

Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33ª Tese

Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34ª Tese

Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35ª Tese

Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36ª Tese

Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37ª Tese

Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

38ª Tese

Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.

39ª Tese

É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.

40ª Tese

O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41ª Tese

É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.

42ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.

43ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44ª Tese

Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.

45ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.

46ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.

47ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada

48ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.

49ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.

50ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.

52º Tese

Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.

53ª Tese

São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.

54ª Tese

Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.

55ª Tese

A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.

56ª Tese

Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.

57ª Tese

Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.

58ª Tese

Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.

59ª Tese

São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.

60ª Tese

Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.

61ª Tese

Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.

62ª Tese

O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63ª Tese

Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.

64ª Tese

Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.

65ª Tese

Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.

66ª Tese

Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.

67ª Tese

As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.

68ª Tese

Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69ª Tese

Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-

70ª Tese

Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.

71ª Tese

Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.

72ª Tese

Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.

73ª Tese

Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.

74ª Tese

Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.

75ª Tese

Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.

78 ª Tese

Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.

77ª Tese

Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.

78ª Tese

Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.

79ª Tese

Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.

80ª Tese

Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.

81ª Tese

Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.

82 ª Tese

Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem-número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?

83ª Tese

Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?

84ª Tese

Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?

85ª Tese

Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?

86ª Tese

Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?

87ª Tese

Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?

88ª Tese

Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.

89ª Tese

Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?

90ª Tese

Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91ª Tese

Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.

92ª Tese

Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.

93ª Tese

Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94ª Tese

Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95ª Tese

E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

 

https://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm

 

 

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O livro “Experiências Profundas    O Legado de Grandes Heróis da Fé”

 

O Salvador espera e o mundo carece

"— Não devia eu ser, também, um vaso (apesar de ser barro) para o uso do Mestre?"

Não devemos reler e meditar sobre a fiel vida de Savonarola, a estupenda obra de Lutero, o zelo incansável de Wesley, o grande avivamento de Edwards... enfim, sobre cada história?

 

O livro “Experiências Profundas – O Legado de Grandes Heróis da Fé”, retrata a vida de Girolamo Savonarola, um frei dominicano do século XV, cujo comprometimento com suas causas causaram mudanças que permanecem até os dias de hoje.
Nascido em 21 de setembro de 1452, em Ferrara, Itália, Savonarola manifestou desde jovem uma profunda inclinação para a vida religiosa, ingressando na Ordem dos Dominicanos aos 23 anos. Sua educação foi marcada por uma devoção intensa e estudo meticuloso das Escrituras, moldando os fundamentos de suas crenças que mais tarde o levariam a sua corajosa denúncia das corrupções da Igreja Católica Romana que preparou toda a Europa para a Reforma.

Ao mudar-se para Florença em 1482, Savonarola emergiu como um pregador influente, destacando-se por sua eloquência e zelo religioso. No entanto, foi nos anos 1490 que sua figura se tornou verdadeiramente proeminente.

Ao enxergar a sociedade florentina imersa em pecados e decadência moral, Savonarola acreditava que a cidade deveria buscar a purificação e arrependimento. Seus sermões incisivos, condenando a luxúria, e a corrupção despertaram a muitos, que decidiram mudar suas vidas e entenderam a verdade da graça. As pessoas ficavam tão ansiosas por ouvi-lo pregar que acordavam no meio da madrugada e esperavam por horas até que se abrissem as portas da catedral.

Em 1494, com a invasão de Charles VIII da França, depois do falecimento do atual governante Lourenço de Médici, Savonarola achou necessário aconselhar ao povo em seus sermões. Seguindo o conselho do pregador, adotaram uma das formas mais esclarecidas de governo democrático ou republicano. Passaram a praticar uma forma justa de taxação, aboliram a tortura, criaram leis contrárias à usura e a jogos de azar, passaram a ter uma corte de apelação, além de abundante provisão para os pobres. Essas foram algumas das principais medidas colocadas em prática.

Seus métodos não agradavam a muitos, incluindo a Igreja. Em 1497, foi excomungado pelo Papa Alexandre VI. O povo, outrora leal, voltou-se contra ele. Em um desfecho trágico, Savonarola foi preso, julgado por heresia e condenado à morte.

Em 23 de maio de 1498, na Praça da Signoria, Girolamo Savonarola enfrentou seu destino. Foi enforcado, e seu corpo, junto com os de dois seguidores, foi queimado.

A vida de Savonarola é um lembrete poderoso da importância de permanecer fiel. Sua coragem em desafiar as estruturas estabelecidas em nome da verdade é um exemplo atemporal de dedicação e integridade.

Que todos possam encontrar inspiração na história de Girolamo Savonarola e encontrar em Cristo a força para fazer o que é correto, independentemente das adversidades que possam enfrentar.

SAIBA MAIS SOBRE A VIDA DESSE E OUTROS HERÓIS DA FÉ NO LIVRO “EXPERIÊNCIAS PROFUNDAS – O LEGADO DE GRANDES HERÓIS DA FÉ”, ADQUIRA JÁ EM NOSSA LOJA.ORVALHO.COM 

 

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MARTINHO LUTERO

O soluço de um bilhão de almas - HERÓIS DA FÉ – Orlando S. Boyer

- Biografias cristãs

CPAD – Casa Publicadora das Assembleias de Deus

Rio de Janeiro, RJ - 15ª Edição – 1999

Diz-se que Martinho Lutero tinha um amigo íntimo, cujo nome era Miconio. Ao ver Lutero sentado dias a fio trabalhando no serviço do Mestre, Miconio ficou penaliza­do e disse-lhe: "Posso ajudar mais onde estou; permanece­rei aqui orando enquanto tu perseveras incansavelmente na luta." Miconio orou dias seguidos por Martinho. Mas enquanto perseverava em oração, começou a sentir o peso da própria culpa. Certa noite sonhou com o Salvador, que lhe mostrou as mãos e os pés. Mostrou-lhe também a fonte na qual o purificara de todo o pecado. "Segue-me!" disse-lhe o Senhor, levando-o para um alto monte de onde apon­tou para o nascente. Miconio viu uma planície que se es­tendia até o longínquo horizonte. Essa vasta planície esta­va coberta de ovelhas, de muitos milhares de ovelhas brancas. Somente havia um homem, Martinho Lutero, que se esforçava para apascentar a todas. Então o Salvador disse a Miconio que olhasse para o poente; olhou e viu vas­tos campos de trigo brancos para a ceifa. O único ceifador,que lidava para segá-los, estava quase exausto, contudo persistia na sua tarefa. Nessa altura, Miconio reconheceu o solitário ceifeiro, seu bom amigo, Martinho Lutero! Ao despertar do sono, tomou esta resolução: "Não posso ficar aqui orando enquanto Martinho se afadiga na obra do Se­nhor. As ovelhas devem ser pastoreadas; os campos têm de ser ceifados. Eis-me aqui, Senhor; envia-me a mim!" Foi assim que Miconio saiu para compartilhar do labor de seu fiel amigo.

Jesus nos chama para trabalhar e orar. É de joelhos que a Igreja de Cristo avança. Foi Lionel Fletcher quem escre­veu:

"Todos os grandes ganhadores de almas através dos sé­culos foram homens e mulheres incansáveis na oração. Co­nheço como homens de oração quase todos os pregadores de êxito da geração atual, tanto como os da geração próxi­ma passada, e sei que, igualmente, foram homens de in­tensa oração.

"Certo evangelista tocou-me profundamente a alma quando eu era ainda jovem repórter dum diário. Esse evangelista estava hospedado em casa de um pastor pres­biteriano. Bati à porta e pedi para falar com o evangelista. O pastor, com voz trêmula e com o rosto iluminado por es­tranha luz, respondeu:

"Nunca se hospedou um homem como ele em nossa ca­sa. Não sei quando ele dorme. Se entro no seu quarto du­rante a noite para saber se precisa de alguma coisa, encon­tro-o orando. Vi-o entrar no templo cedo de manhã e não voltou para as refeições.

"Fui à igreja... Entrei furtivamente para não perturbá-lo. Achei-o sem paletó e sem colarinho. Estava caído de bruços diante do púlpito. Ouvi a sua voz como que agoni­zante e comovente instando com Deus em favor daquela cidade de garimpeiros, para que dirigisse almas ao Salva­dor. Tinha orado toda a noite; tinha orado e jejuado o dia inteiro.

"Aproximei-me furtivamente do lugar onde ele orava prostrado, ajoelhei-me e pus a mão sobre seu ombro. O suor caía-lhe pelo corpo. Ele nunca me tinha visto, mas fi­tou-me por um momento e então rogou: 'Ore comigo, irmão! Não posso viver se esta cidade não se chegar a Deus.' Pregara ali vinte dias sem haver conversões. Ajoelhei-me ao seu lado e oramos juntos. Nunca ouvira alguém insistir tanto como ele. Voltei de lá assombrado, humilhado e es­tremecendo.

"Aquela noite assisti ao culto no grande templo onde ele pregou. Ninguém sabia que ele não comera durante o dia inteiro, que não dormira durante a noite anterior. Mas, ao levantar-se para pregar, ouvi diversos ouvintes dizerem: 'A luz do seu rosto não é da terra!' E não era mesmo. Ele era conceituado instrutor bíblico, mas não tinha o dom de pregar. Porém, nessa noite, enquanto pregava, o auditório inteiro foi tomado pelo poder de Deus. Foi a primeira gran­de colheita de almas que presenciei."

Há muitas testemunhas oculares do fato de Deus conti­nuar a responder às orações como no tempo de Lutero, Edwards e Judson. Transcrevemos aqui o seguinte comentá­rio publicado em certo jornal:

"A irmã Dabney é uma crente humilde que se dedica a orar... Seu marido, pastor de uma grande igreja, foi cha­mado para abrir a obra em um subúrbio habitado por pobres. No primeiro culto não havia nenhum ouvinte: so­mente ele e ela assistiram. Ficaram desenganados. Era um campo dificílimo: o povo não era somente pobre, mas de­pravado também. A irmã Dabney viu que não havia espe­rança a não ser clamar ao Senhor, e resolveu dedicar-se persistentemente à oração. Fez um voto a Deus que, se Ele atraísse os pecadores aos cultos e os salvasse, ela se entre­garia à oração e jejuaria três dias e três noites, no templo, todas as semanas, durante um período de três anos.

"Logo, que essa esposa de um pastor angustiado come­çou a orar, sozinha, no salão de cultos, Deus começou a operar, enviando pecadores, a ponto de o salão ficar super­lotado de ouvintes. Seu marido pediu que orasse ao Senhor e pedisse um salão maior. Deus moveu o coração de um co­merciante para desocupar o prédio fronteiro ao salão, cedendo-o para os cultos. Continuou a orar e a jejuar três ve­zes por semana, e aconteceu que o salão maior também não comportava os auditórios. Seu marido rogou-lhe nova­mente que orasse e pedisse um edifício onde todos quantos desejassem assistir aos cultos pudessem entrar. Ela orou e Deus lhes deu um grande templo situado na rua principal desse subúrbio. No novo templo, também a assistência au­mentou a ponto de muitos dos ouvintes serem obrigados a assistir às pregações de pé, na rua. Muitos foram libertos do pecado e batizados."

Quando os crentes sentem dores em oração, é que re­nascem almas. "Aqueles que semeiam em lágrimas, com júbilo ceifarão."

"O soluço de um bilhão de almas na terra me soa aos ouvidos e comove o coração; esforço-me, pelo auxílio de Deus, para avaliar, ao menos em parte, as densas trevas, a extrema miséria e o indescritível desespero desses mil mi­lhões de almas sem Cristo. Medita, irmão, sobre o amor do Mestre, amor profundo como o mar; contempla o horripi­lante espetáculo do desespero dos povos perdidos, até não poderes censurar, até não poderes descansar, até não pode­res dormir."

Sentindo as necessidades dos homens que perecem sem Cristo, foi que Carlos Inwood escreveu o que lemos acima, e é por essa razão que se abrasa a alma dos heróis da igreja de Cristo através dos séculos.

Na campanha de Piemonte, Napoleão dirigiu-se aos seus soldados com as seguintes palavras: "Ganhastes san­grentas batalhas, sem canhões, atravessastes caudalosos rios sem pontes, marchastes incríveis distâncias descalços, acampastes inúmeras vezes sem coisa alguma para comer, tudo graças à vossa audaciosa perseverança! Mas, guerrei­ros, é como se não tivéssemos feito coisa alguma, pois resta ainda muito para alcançarmos!"

Guerreiros da causa santa, nós podemos dizer o mes­mo: é como se não tivéssemos feito coisa alguma. A auda­ciosa perseverança é nos ainda indispensável; há mais al­mas para salvar atualmente do que no tempo de Müller, de Livingstone, de Paton, de Spurgeon e de Moody.

"Ai de mim, se não anunciar o Evangelho!" (1 Coríntios 9.16).

Não podemos tapar os ouvidos espirituais para não ou­vir o choro e os suspiros de mais de um bilhão de almas na terra que não conhecem o caminho para o lar celestial.

 

Jerônimo Savonarola - Precursor da Grande Reforma - (1452-1498)

O povo de toda a Itália afluía, em número sempre cres­cente, a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a imi­nência do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões, coletando as máscaras carna­valescas, os livros obscenos e todos os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atea­ram-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hi­nos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.

Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonaro­la teria sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma, em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um dos ousados e fiéis arautos para con­duzir o povo à fonte pura e às verdades apostólicas regis­tradas nas Sagradas Escrituras.

Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nas­ceu de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse o lugar do avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos da filosofia de Platão e de Aristóteles, dei­xaram-lhe a alma sequiosa. Foram, sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a os­tentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava muito tem­po sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contempla­ção perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda jo­vem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.

Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser despre­zo alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a al­guém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a idéia de casar-se. Voltou a orar com crescente ar­dor. Enojado do mundo, desapontado acerca dos seus pró­prios anelos, sem achar uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injusti­ças e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a vida monástica.

Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro.Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros monges em humildade, since­ridade e obediência, sendo apontado para lecionar filoso­fia, posição que ocupou até sair do convento.

Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongna, frei (irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais lu­gares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador.)

Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma ex­celente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como seu livro de instrução.

Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resol­veu dedicar-se inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não podia escapar à chamada de Deus!

Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamen­te, em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar es­tas coisas ao povo.

Convicto de que a visão era do Senhor, começou nova­mente a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro.

O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o contemplavam.

Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus ser­mões contra o pecado produziam profundo terror. Os ho­mens mais cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral, onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.

O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, expe­rimentou todas as formas: a bajulação, as peitas, as amea­ças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savo­narola. Frei Mariano pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e ele não ousou mais pregar.

Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e as­sim sucedeu.

Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a literatura torpe e munda­na para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos socor­riam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande fogueira, na "piazza" de Florença e quei­mou grande quantidade de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório.

Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", ter­minou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos.

Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas en­quanto meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia abrir o livro instantanea­mente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre "A Humildade", "A Oração", "O Amor", etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do povo.

 

Martinho Lutero

O grande reformador

(1483-1546)

No cárcere, sentenciado pelo Papa a ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar o ganso (na sua língua, 'huss' é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar".

Enquanto caía a neve, e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nasceu esse "cisne", em Eisleben, Ale­manha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na Igreja de São Pedro e São Paulo. Sendo o dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.

Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fo­gueira, o "cisne" afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma. João Huss enganara-se em apenas dois anos, na sua predição.

Para dar o valor devido à obra de Martinho Lutero, é necessário notar algo das trevas e confusão dos tempos em que nasceu.

Calcula-se que, pelo menos, um milhão de albigenses foram mortos na França, a fim de cumprir a ordem do Pa­pa, para que esses "hereges" fossem cruelmente extermi­nados. Wyclif, "a Estrela da Alva da Reforma", traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wy­clif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse aos seus perseguidores. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspi­ro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça; seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da Igreja Romana.

Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero. Como muitos dos mais célebres entre os homens, era de família pobre. Dizia ele: "Sou filho de camponeses; meu pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". A isso acrescentava: "Há tanta razão para vangloriarmo-nos de nossa ascendência, quanto há para o Diabo se orgulhar da sua linhagem angélica".

Os pais de Martinho, para vestir, alimentar e educar seus sete filhos, esforçavam-se incansavelmente. O pai tra­balhava nas minas de cobre; a mãe, além do serviço do­méstico, trazia lenha às costas, da floresta.

Os pais, não somente se interessavam pelo desenvolvi­mento físico e intelectual dos filhos, mas também do espi­ritual. O pai, quando Martinho chegou à idade de com­preender, ensinou-o a ajoelhar-se ao lado da sua cama, à noite, e rogava a Deus que fizesse o menino lembrar-se do nome de seu Criador (Eclesiastes 12.1)..

A sua mãe era sincera e devota; ensinou seus filhos a considerarem todos os monges como homens santos, e a sentirem todas as transgressões dos regulamentos da igreja como transgressões das leis de Deus. Martinho aprendeu os Dez Mandamentos, o "Pai Nosso", a respeitar a Santa Sé na distante e sagrada Roma, e a olhar, tremendo, para qualquer osso ou fragmento de roupa que tivesse pertencido a algum santo. A base da sua religião formava-se mais em que Deus é um juiz vingativo, do que um amigo de crianças (Mateus 19.13-15). Quando já era adulto, Lutero escreveu: "Estremecia e tornava-me pálido ao ouvir al­guém mencionar o nome de Cristo, porque fui ensinado a considerá-lo como um juiz encolerizado. Fomos ensinados que devíamos, nós mesmos, fazer propiciação por nossos pecados; que não podemos fazer compensação suficiente por nossa culpa, que é necessário recorrer aos santos nos céus, e clamar a Maria para desviar de nós a ira de Cristo."

O pai de Martinho, satisfeitíssimo pelos trabalhos esco­lares do filho, na vila onde morava, mandou-o, aos treze anos, para a escola franciscana na cidade de Magdeburgo.

O moço apresentava-se frequentemente no confessio­nário, onde o padre lhe impunha penitências e o obrigava a praticar boas obras, para obter a absolvição. Esforçava-se incessantemente para adquirir o favor de Deus, pela pieda­de, desejo esse que o levou mais tarde à vida de convento.

Para conseguir a sua subsistência em Magdeburgo, Martinho era obrigado a esmolar pelas ruas, cantando can­ções de porta em porta. Seus pais, achando que em Eisenach passaria melhor, mandaram-no para estudar nessa cidade, onde moravam parentes de sua mãe. Porém esses parentes não o auxiliaram, e o moço continuou a mendigar o pão.

Quando estava a ponto de abandonar os estudos, para trabalhar com as mãos, certa senhora de recursos, D. Ursula Cota, atraída por suas orações na igreja e comovida pela humilde maneira de receber quaisquer restos de comida, na porta, acolheu-o entre a família. Pela primeira vez Lu­tero sentira fartura. Mais tarde, ele referia-se à cidade de Eisenach como a "cidade bem-amada". Quando Lutero se tornou famoso, um dos filhos da família Cota cursava em Wittenberg, onde Lutero o recebeu na sua casa.

Domiciliado na casa da sua extremosa mãe adotiva, D. Ursula, Martinho desenvolveu-se rapidamente, recebendo uma sólida educação. Seu mestre, João Trebunius, era ho­mem culto e de métodos esmerados. Não maltratava os alunos como os demais mestres. Conta-se que, ao encon­trar os moços da sua escola, cumprimentava-os tirando o chapéu, porque "ninguém sabia quais seriam dentre eles os doutores, regentes, chanceleres e reis..." O ambiente da escola e no lar era-lhe favorável para produzir um caráter forte e inquebrantável, tão necessário para enfrentar os mais temíveis inimigos de Deus.

Martinho Lutero era mais sóbrio e devoto que os de­mais rapazes da sua idade. Acerca deste fato, D. Ursula, na hora da morte, disse que Deus tinha abençoado o seu lar grandemente desde o dia em que Lutero entrara em sua casa.

Logo depois, os pais de Martinho alcançaram certa abastança. O pai alugou um forno para fundição de cobre e depois passou a possuir mais dois. Foi eleito vereador na sua cidade e começou a fazer planos para educar seus fi­lhos. Mas Martinho nunca se envergonhou dos dias da sua provação e miséria; antes reconhecia que fora a mão de Deus dirigindo-o e qualificando-o para a sua grande obra.

- Como poderia alguém, depois de homem feito, encarar fiel e destacadamente as vicissitudes da vida, se não aprendesse por experiência enquanto era jovem?

Aos dezoito anos, Martinho ansiava estudar numa uni­versidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Erfurt, o centro intelectual do país, onde cursa­vam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia. Com a idade de vinte e um anos, al­cançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filoso­fia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem.

Havia dentro dos muros de Erfurt, cem prédios que pertenciam à igreja, inclusive oito conventos. Havia, tam­bém uma importante biblioteca, que pertencia à universi­dade, e aí Lutero passava todo o tempo de que podia dis­por. Sempre suplicava fervorosamente a Deus que o aben­çoasse nos estudos. Dizia ele: "Orar bem é a melhor parte dos estudos." Acerca dele escreveu certo colega: "Cada manhã ele precede seus estudos com uma visita à igreja e uma prece a Deus". Seu pai, desejoso de que seu filho se formasse em direi­to e se tornasse célebre, comprou-lhe a caríssima obra: "Corpus Juris".

Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de to­das as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo que entristeceu pro­fundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade.

Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos, constituíssem o todo da Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: "Oh! se a Providência me desse um livro como este, só para mim!" Continuando a ler as Escrituras, o seu coração começou a perceber a luz, e a sua alma a sentir ainda mais sede de Deus.

A essa altura, quando se bacharelou, os estudos custa­ram-lhe uma doença que o levou às portas da morte. As­sim, a fome pela Palavra de Deus ficou ainda mais enrai­zada no coração de Lutero. Algum tempo depois da sua doença, em viagem para visitar a família, sofreu um golpe de espada, e duas vezes quase morreu antes de um cirur­gião conseguir pensar-lhe a ferida. Para Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.

Certo dia, um de seus íntimos amigos na Universidade foi assassinado. "Ah!" exclamou Lutero, horrorizado, "o que seria de mim se eu tivesse sido chamado desta para a outra vida tão inopinadamente!"

Mas, de todos esses acontecimentos, o que mais o aba­lou em espírito, foi o que experimentou durante uma terrí­vel tempestade, quando voltava de visitar seus pais. Não havia abrigo próximo. Os céus estavam em brasa, os raios rasgavam as nuvens a cada instante. De repente um raio caiu ao seu lado. Lutero, tomado de grande susto, e sentin­do-se perto do Inferno, prostrou-se gritando: "Sant'Ana, salva-me e tornar-me-ei monge!"

Lutero chamava a esse incidente "A minha estrada, ca­minho de Damasco" e não tardou em cumprir a sua pro­messa feita a Sant'Ana. Convidou então os seus colegas para cearem com ele. Depois da refeição, enquanto eles se divertiam com palestras e música, repentinamente anun­ciou-lhes que dali em diante poderiam considerá-lo como morto, pois ia entrar para o convento. Debalde os seus companheiros procuraram dissuadi-lo do seu plano. Na es­curidão da mesma noite, o moço, antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos agostinianos e ba­teu. A porta abriu-se e Lutero entrou. O professor admira­do e festejado, a glória da universidade, aquele que passara os dias e as noites curvado sobre os livros, tornara-se irmão agostiniano!

O mosteiro dos agostinianos era o melhor dos claustros de Erfurt. Seus monges eram os pregadores da cidade, esti­mados por suas obras entre os pobres e oprimidos. Nunca houve um monge naquele convento mais submisso, mais devoto, mais piedoso, do que Martinho Lutero. Submetia-se aos serviços mais humildes, como o de porteiro, coveiro, varredor da igreja e das celas dos monges. Não recusava mendigar o pão cotidiano para o convento, nas ruas de Er­furt.

Durante o ano de noviciado, antes de Lutero ser feito monge, os seus amigos fizeram tudo para dissuadi-lo de confirmar esse passo. Os companheiros, que convidara para cearem com ele, quando anunciou a sua intenção de ser monge, ficaram no portão do convento dois dias, espe­rando que ele voltasse. Seu pai, vendo que seus rogos eram inúteis e que todos os seus anelantes planos acerca do filho iam fracassar, quase enlouqueceu.

Assim se justificou Lutero: "Fiz a promessa a Sant'A­na, para salvar a minha alma. Entrei para o convento e aceitei esse estado espiritual somente para servir a Deus e ser-lhe agradável durante a eternidade."

Quão grande, porém, era a sua ilusão. Depois de procu­rar crucificar a carne pelos jejuns prolongados, pelas priva­ções mais severas, e com vigílias sem conta, achou que, embora encarcerado na sua cela, tinha ainda de lutar con­tra os maus pensamentos. A sua alma clamava: "Dá-me santidade ou morro por toda a eternidade; leva-me ao rio de água pura e não a estes mananciais de águas poluídas; traze-me as águas da vida que saem do trono de Deus!" Certo dia Lutero achou, na biblioteca do convento, uma velha Bíblia latina, presa à mesa por uma cadeia. Achara, enfim, um tesouro infinitamente maior que todos os tesouros literários do convento. Ficou tão embevecido que, durante semanas inteiras, deixou de repetir as orações diurnas da ordem. Então, despertado pelas vozes da sua consciência, arrependeu-se da sua negligência: era tanto o remorso, que não podia dormir. Apressou-se a reparar o seu erro: fê-lo com tanto anseio que não se lembrava de ali­mentar-se.

Então, enfraquecidíssimo por tantos jejuns e vigílias, sentiu-se oprimido pelas apreensões até perder os sentidos e cair por terra. Aí os outros monges o acharam, admirados novamente de sua excepcional piedade! Lutero somente voltou a si depois de um grupo de coristas o haver rodeado, cantando. A suave harmonia penetrou-lhe o coração e des­pertou o seu espírito. Porém ainda assim lhe faltava a paz perpétua para a alma; ainda não havia ouvido cantar o coro celestial: "Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!"

Nessa altura, o vigário geral da ordem agostiniana, Staupitz, visitou o convento. Era homem de grande discer­nimento, e devoção enraizada; compreendeu logo o proble­ma do jovem monge; ofereceu-lhe uma Bíblia na qual Lu­tero leu que "o justo viverá da fé". Por quanto tempo tinha ele anelado: "Oh! se Deus me desse um livro destes só para mim!" - e agora o possuía!

Na leitura da Bíblia achou grande consolação, mas a obra não podia completar-se em um dia. Ficou mais deter­minado do que nunca a alcançar paz para a sua alma, na vida monástica, jejuando e passando noites a fio sem dor­mir. Gravemente enfermo, exclamou: "Os meus pecados! Os meus pecados!" Apesar da sua vida ter sido livre de manchas, como ele afirmava e outros testificavam, sentia sua culpa perante Deus, até que um velho monge lhe lembrou uma palavra do Credo: "Creio na remissão dos pecados". Viu então que Deus não somente perdoara os pe­cados de Daniel e de Simão Pedro, mas também os seus.

Pouco tempo depois destes acontecimentos, Lutero foi ordenado padre. A primeira missa que celebrou foi um grande evento. O pai, irreconciliável, desde o dia em que o filho abandonara os estudos de advocacia até aquela oca­sião, assistiu à primeira missa, vindo a cavalo de Mans­field, com uma boa oferta para o convento, acompanhado por vinte e cinco amigos.

Depois de completar vinte e cinco anos de idade, Lutero foi nomeado para a cadeira de filosofia em Wittenberg, para onde se mudou para viver no convento da sua ordem. Porém a sua alma anelava pela Palavra de Deus, e pelo co­nhecimento de Cristo. No meio das ocupações do professorado, dedicou-se ao estudo das Escrituras e no primeiro ano conquistou o grau de baccalaureus ad bíblia. Sua alma ardia com o fogo dos céus; de todas as partes acorriam mul­tidões para ouvir os seus discursos, os quais fluíam abun­dante e vivamente do seu coração, sobre as maravilhosas verdades reveladas nas Escrituras. Um dos mais afamados professores de Leipzig, conhecido como a "Luz do Mun­do", disse: "Este frade há de envergonhar todos os douto­res; há de propalar uma doutrina nova e reformar toda a igreja, porque ele se baseia na Palavra de Cristo, Palavra à qual ninguém no mundo pode resistir, e que ninguém pode refutar, mesmo atacando-a com todas as armas da filoso­fia.

Um dos pontos iluminantes da biografia de Lutero é a sua visita a Roma. Surgiu uma disputa renhida entre sete conventos dos agostinianos e decidiram deixar os pontos de dissidência para o Papa resolver. Lutero, sendo o ho­mem mais hábil, mais eloquente e altamente apreciado e respeitado por todos que o conheciam, foi escolhido para representar o seu convento em Roma.

Fez a viagem a pé, acompanhado de outro monge. Nes­se tempo Lutero ainda continuava a dedicar-se fiel e intei­ramente à Igreja Romana. Quando, por fim, chegaram ao ponto da estrada onde se avistava a famosa cidade, Lutero caiu em terra e exclamou: "Saúdo-te, santa cidade!"

Os dois monges passaram um mês em Roma, visitando os vários santuários e os lugares de peregrinação. Lutero celebrou missa dez vezes. Lastimou, ao mesmo tempo, que seus pais ainda não tivessem morrido a fim de poder resga­tá-los do Purgatório! Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o chefe da igreja pro­metia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá da fé". Lutero ergueu-se e saiu envergonhado.

Depois da corrupção generalizada que viu em Roma, a sua alma aderiu à Bíblia mais que nunca. Ao chegar nova­mente ao seu convento, o vigário geral insistiu em que des­se os passos necessários para obter o título de doutor, com o qual teria o direito de pregar. Lutero, porém, reconhe­cendo a grande responsabilidade perante Deus e não que­rendo ceder, disse: "Não é de pouca importância que o ho­mem fale em lugar de Deus... Ah! Sr. Dr., fazendo isto, me tirais a vida; não resistirei mais que três meses." O vigário geral respondeu-lhe: "Seja assim, em nome de Deus, pois o Senhor Deus também necessita nos céus de homens dedi­cados e hábeis".

O coração de Lutero, elevado à dignidade de doutor em teologia, abrasava-se ainda mais do desejo de conhecer as Sagradas Escrituras e foi nomeado pregador da cidade de Wittenberg. Os livros que estudou e as margens cheias de anotações que escreveu em letras miúdas, servem aos eru­ditos atuais como exemplo de como cuidadosa e minucio­samente estudava tudo em ordem.

Acerca da grande transformação da sua vida, nesse tempo, ele mesmo escreve: "Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a justiça de Deus, por­que, conforme fui ensinado, eu a considerava como um atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a cons­ciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os peca­dores... Senti-me ferido de consciência, revoltado intima­mente, contudo voltava sempre para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, de­pois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noi­tes, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra: 'O justo vi­verá da fé.' Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva."

A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão; ele mesmo escreveu assim: "Então me achei recém-nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a 'justiça de Deus'. Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do Paraíso."

Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões, pregava até três vezes ao dia, conforme ele mesmo conta: "O que o pasto é para o rebanho, a casa para o homem, o ninho para o passarinho, a penha para a cabra rnontês, o arroio para o peixe, a Bíblia é para as almas fiéis. " A luz do Evangelho, por fim, tomara o lugar das tre­vas e a alma de Lutero abrasava por conduzir os seus ou­vintes ao Cordeiro de Deus, que tira todo o pecado.

Lutero levou o povo a considerar a verdadeira religião, não como uma mera profissão, ou sistema de doutrinas, mas como vida em Deus. A oração não era mais um exercí­cio sem sentido, mas o contato do coração com Deus que cuida de nós com um amor indizível. Nos seus sermões, Deus revelou o seu próprio coração a milhares de ouvintes, por meio do coração de Lutero.

Convidado a pregar durante uma convenção dos agostinianos, não deu uma mensagem doutrinária de sabedoria humana, como se esperava, mas fez um discurso ardente contra a língua maldizente dos monges. Os agostinianos, levados pela mensagem, elegeram-no diretor sobre onze conventos!

Lutero não somente pregava a virtude, mas praticava-a, amando verdadeiramente o próximo. Nesse tempo, a peste vinda do Oriente, visitou Wittenberg. Calcula-se que a quarta parte do povo da Europa, inclusive a metade da população alemã, foi ceifada pela morte. Quando professo­res e estudantes fugiram da cidade, instaram que Lutero fugisse também, porém ele respondeu: - "Para onde hei de fugir? O meu lugar é aqui: o dever não me permite ausen­tar-me do meu posto até que Aquele que me mandou para aqui me chame. Não que eu deixe de temer a morte, mas espero que o Senhor me dê ânimo". Assim ele ministrava à alma e ao corpo do próximo durante um tempo de aflição e de angústia.

A fama do jovem monge espalhou-se até longe. Entre­tanto, sem o reconhecer, enquanto trabalhava incansavel­mente para a igreja, já havia deixado o rumo liberal que ela seguia em doutrina e prática.

Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as suas 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo peca­do e não a penitência. Lutero afixou as teses ou proposi­ções para um debate público, na porta da igreja, como era costume nesse tempo. Mas as teses, escritas em latim, fo­ram logo traduzidas em alemão, holandês e espanhol. An­tes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já esta­vam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de Wittenberg, que nasceu a Reforma, isto é, que to­mou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus. Contudo Lutero não atacara a Igreja Romana, mas antes, pensou fazer a defesa do Papa contra os vendedores de indulgências.

Em agosto de 1518, Lutero foi chamado a Roma para responder a uma denúncia de heresia. Contudo, o eleitor Frederico não consentiu que fosse levado para fora do país; assim Lutero foi intimado a apresentar-se em Augsburgo. "Eles te queimarão vivo", insistiram seus amigos. Lu­tero, porém, respondeu resolutamente: "Se Deus sustenta a causa, ela será sustentada".

A ordem do núncio do Papa em Augsburgo foi: "Retra­te-se ou não voltará daqui". Contudo Lutero conseguiu fu­gir, passando por uma pequena cancela no muro da cida­de, na escuridão da noite. Ao chegar de novo em Witten­berg, um ano depois de afixar as teses, era o homem mais popular em toda a Alemanha. Não havia jornais nesse tempo, mas fluíam da pena de Lutero respostas a todos os seus críticos para serem publicadas em folhetos. O que es­creveu dessa forma, hoje seriam cem volumes.

O célebre Erasmo, da Holanda, assim escreveu a Lute­ro: "Seus livros estão despertando todo o país... Os mais eminentes da Inglaterra gostam de seus escritos..."

Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajunta­mento do povo. Assim escreveu Lutero ao vigário geral: "No momento de queimar a bula, estava tremendo e oran­do, mas agora estou satisfeito de ter praticado este ato enérgico". Lutero não esperou até que o Papa o excomun­gasse, mas deu logo o pulo da Igreja Romana para a Igreja do Deus vivo.

Porém, o imperador Carlos V, que ia convocar sua pri­meira Dieta na cidade de Worms, queria que Lutero com­parecesse para responder, pessoalmente, aos seus acusado­res. Os amigos de Lutero insistiam em que recusasse ir. - Não fora João Huss entregue a Roma para ser queimado, apesar da garantia de vida da parte do imperador?! Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel à chamada de Deus, respondeu: "Ainda que haja em Worms, tantos demônios quantas sejam as telhas nos te­lhados, confiando em Deus, eu aí entrarei". Depois de dar ordens acerca do trabalho, no caso de ele não voltar, par­tiu.

Na sua viagem para Worms, o povo afluía em massa para ver o grande homem que teve coragem de desafiar a autoridade do Papa. Em Mora, pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as multidões que que­riam ouvir seus sermões. Ao avistar as torres das igrejas de Worms, levantou-se na carroça em que viajava e cantou o seu hino, o mais famoso da Reforma: "Ein Feste Berg", isto é: ''Castelo forte é nosso Deus". Ao entrar, por fim, na cidade, estava acompanhado de uma multidão de povo muito maior do que a que fora ao encontro de Carlos V. No dia seguinte foi levado perante o imperador, ao lado do qual se achavam o delegado do Papa, seis eleitores do im­pério, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões.

É fácil imaginar que o reformador era um homem de grande coragem e de físico forte para enfrentar tantas feras que ansiavam despedaçar-lhe o corpo. A verdade é que passara uma grande parte da vida afastado dos homens e, mais ainda, achava-se fraco da viagem, na qual foi neces­sário que um médico o atendesse. Entretanto mostrou-se corajoso, não na sua própria força, mas no poder de Deus.

Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembleias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior de vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutou com Deus, chorando e suplicando. Um dos seus amigos ouviu-o orar assim: "Oh! Deus todo-poderoso! a carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto de mim estejas con­tra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como um cordeiro, a minha vida. O mundo não conse­guirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a mi­nha alma te pertence, e estará contigo eternamente..."

Conta-se que, no dia seguinte, na ocasião de Lutero transpor a porta para comparecer perante a Dieta, o vete­rano general Freudsburgo, colocou a mão no ombro do Re­formador e disse-lhe: "Pequeno monge, vais a um encontro diferente, que eu ou qualquer outro capitão jamais experi­mentamos, mesmo nas nossas conquistas mais ensanguentadas. Contudo, se a causa é justa, e sabes que o é, avança no nome de Deus, e não temas nada! Deus não te abando­nará" - O grande general não sabia que Martinho Lutero vencera a batalha em oração e que entrava somente para declarar-lhes que a havia vencido de maiores inimigos.

Quando o núncio do papa exigiu de Lutero, perante a augusta assembleia, que se retratasse, ele respondeu: "Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser evidente que já muitas vezes se engana­ram e se contradisseram uns aos outros - a minha cons­ciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não pos­so retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém."

De volta ao seu aposento, Lutero levantou as mãos ao Céu e exclamou com o rosto todo iluminado: "Está cum­prido! Está cumprido! Se eu tivesse mil cabeças, preferiria que todas fossem decepadas antes de me retratar".

A cidade de Worms, ao receber as notícias da ousada resposta de Lutero ao núncio do papa, alvoroçou-se. As pa­lavras do reformador foram publicadas e espalhadas entre o povo que afluiu para honrá-lo.

Apesar de os papistas não conseguirem influenciar o imperador a violar o salvo-conduto, para que pudessem queimar numa fogueira o assim chamado herege, Lutero teve de enfrentar outro grave problema. O edito de exco­munhão entraria imediatamente em vigor; Lutero por cau­sa da excomunhão, era criminoso e, ao findar o prazo do seu salvo-conduto, devia ser entregue ao imperador; todos os seus livros deviam ser apreendidos e queimados; o ato de ajudá-lo em qualquer maneira era crime capital.

Mas para Deus é fácil cuidar dos seus filhos. Lutero, re­gressando a Wittenberg, foi repentinamente rodeado num bosque por um bando de cavaleiros mascarados que, de­pois de despedirem as pessoas que o acompanhavam, con­duziram-no, alta noite, ao castelo de Wartburgo, perto de Eisenach. Isto foi um estratagema do príncipe de Saxônia para salvar Lutero dos inimigos que planejavam assassiná-lo antes de chegar a casa.

No castelo, Lutero passou muitos meses disfarçado; to­mou o nome de cavaleiro Jorge e o mundo o considerava morto. Fiéis servos de Deus oravam dia e noite pelo reformador. As palavras do pintor Alberto Durer, exprimem o sentimento do povo: - "Oh! Deus! se Lutero fosse morto, quem agora nos exporia o Evangelho?"

Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi-lhe con­cedida a liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de literatura, que essa obra saía da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. O reformador conhecia bem o hebraico e o grego e em três meses tinha vertido todo o Novo Testamento para o alemão - em poucos meses mais a obra estava impressa e nas mãos do povo. Cem mil exem­plares foram vendidos, em quarenta anos, além das cinquenta e duas edições impressas em outras cidades. Era circulação imensa para aquele tempo, mas Lutero não aceitou um centavo de direitos.

A maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua - depois de voltar a Wittenberg. Já havia outras traduções, mas es­critas em uma forma de alemão latinizado que o povo não compreendia. A língua alemã desse tempo era um agrega­do de dialetos, mas Lutero, ao traduzir a Bíblia, deu ao povo a língua que serviu depois a homens como Goethe e Schiler para escreverem as suas obras. O seu êxito em tra­duzir as Sagradas Escrituras para o uso dos mais humil­des, verifica-se no fato de que, depois de quatro séculos, a sua tradução permanece como a principal.

Outra coisa que contribuiu para o êxito da tradução de Lutero, é que ele era erudito em hebraico e grego e tradu­ziu direto das línguas originais. Contudo, o valor da sua obra não se baseia tão-somente sobre seus indiscutíveis do­tes literários. O que lhe deu realidade é que ele conhecia a Bíblia, como ninguém podia conhecê-la, sem primeiro sen­tir a angústia eterna e achar nas Escrituras a verdadeira e profunda consolação. Lutero conhecia intimamente e amava sinceramente o autor do Livro. O resultado foi que o seu coração abrasou-se com o fogo e poder do Espírito Santo. Foi esse o segredo de ele traduzir tudo para o ale­mão em tão pouco tempo.

Como todo mundo sabe, a fortaleza de Lutero e da Re­forma foi a Bíblia. Escreveu de Wartburgo para o seu povo em Wittenberg: "Jamais em todo o mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Compara­da aos outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais luzes. Não vos deixeis levar a abandoná-la sob qualquer pretexto da parte deles. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem levar-vos para onde quer que desejem. Se permanecerdes com as Es­crituras, sereis vitoriosos."

Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resol­veu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina von Bora, freira que também saíra do claustro, por ver que tal vida é contra a vontade de Deus. O vulto de Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos que amava ternamente, inspira os homens mais que o grande herói ao apresentar-se perante o legado em Augsburgo.

Nos cultos domésticos, a família rodeava um harmô­nio, com o qual louvavam a Deus juntos; o reformador lia o Livro que traduzira para o povo e depois louvavam a Deus e oravam até sentirem a presença divina entre eles.

Havia entre Lutero e sua esposa profundo amor de um para com o outro. São de Lutero estas palavras: "Sou rico, Deus me deu a minha freira e três filhos; não me importo das dívidas: Catarina paga tudo." Catarina von Bora era estimada por todos. Alguns, de fato, censuravam-na por­que era demasiado econômica; mas que teria acontecido a Martinho Lutero e à família se ela tivesse feito como ele? Dizia-se que ele, aproveitando-se da doença dela, cedeu o seu prato de comida a certo estudante que estava com fo­me. Não aceitava um kreuzer dos seus alunos e recusava vender seus escritos, deixando todo o lucro para os tipógra­fos.

Nas suas meditações sobre as Escrituras, muitas vezes se esquecia das refeições. Ao escrever o comentário sobre o Salmo 23, passou três dias no quarto comendo somente pão e sal. Quando a esposa chamou um serralheiro e quebraram a fechadura, acharam-no escrevendo, mergu­lhado em pensamentos e esquecido de tudo em redor.

É difícil concebermos a magnitude das coisas que deve­mos atualmente a Martinho Lutero. O grande passo que deu para que o povo ficasse livre para servir a Deus, como Ele mesmo ensina, está além da nossa compreensão. Era grande músico e escreveu alguns dos hinos mais espirituais cantados atualmente. Compilou o primeiro hinário e inau­gurou o costume de todos os assistentes aos cultos canta­rem juntos. Insistiu em que não somente os do sexo mascu­lino, mas também os do feminino fossem instruídos, tornando-se, assim, o pai das escolas públicas. Antes dele, o sermão nos cultos era de pouca importância. Mas Lutero fez do sermão a parte principal do culto. Ele mesmo serviu de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande porte. Considerava-se como sendo nada; a mensa­gem saía-lhe do íntimo do coração: o povo sentia a presen­ça de Deus. Em Zwiekau pregou a um auditório de 25 mil pessoas na praça pública. Calcula-se que escreveu 180 vo­lumes na língua materna e quase um número igual no la­tim. Apesar de sofrer de várias doenças, sempre se esforça­va dizendo: "Se eu morrer na cama será uma vergonha para o papa."

Os homens geralmente querem atribuir o grande êxito de Lutero à sua extraordinária inteligência e aos seus des­tacados dons. O fato é que Lutero também tinha o costume de orar horas a fio. Dizia que se não passasse duas horas de manhã orando, recearia que Satanás ganhasse a vitória sobre ele durante o dia. Certo biógrafo seu escreveu: "O tempo que ele passa em oração, produz o tempo para tudo que faz. O tempo que passa com a Palavra vivificante en­che o coração até transbordar em sermões, correspondên­cia e ensinamentos".

A sua esposa disse que as orações de Lutero "eram", às vezes, como os pedidos insistentes do seu filhinho Hanschen, confiando na bondade de seu pai; outras vezes, eram como a luta de um gigante na angústia do combate".

Encontra-se o seguinte na História da Igreja Cristã, por Souer, Vol. 3, pág. 406: "Martinho Lutero profetizava, evangelizava, falava línguas e interpretava; revestido de todos os dons do Espírito".

Nos seus sessenta e dois anos pregou seu último sermão sobre o texto: "Ocultaste estas coisas aos sábios e entendi­dos e as revelaste aos pequeninos". No mesmo dia escreveu para a sua querida Catarina: "Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Amém". Isso foi na última carta que escreveu. Vivia sempre esperando que o papa conse­guisse executar a repetida ameaça de queimá-lo vivo. Con­tudo não era essa a vontade de Deus: Cristo o chamou en­quanto sofria dum ataque do coração, em Eisleben, cidade onde nascera. São estas as últimas palavras de Lutero: "Vou render o espírito". Então louvou a Deus em alta voz: "Oh! meu Pai celeste! meu Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem creio e a quem preguei e confessei, amei e louvei! Oh! meu querido Senhor Jesus Cristo, encomendo-te a mi­nha pobre alma. Oh! meu Pai celeste! em breve tenho de deixar este corpo, mas sei que ficarei eternamente contigo e que ninguém me pode arrebatar das tuas mãos". Então, depois de recitar João 3.16 três vezes, repetiu as palavras: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me resgataste, Deus fiel". Assim fechou os olhos e adormeceu.

Um imenso cortejo de crentes que o amavam ardente­mente, com cinquenta cavaleiros à frente, saiu de Eisleben para Wittenberg; passando pela porta da cidade onde o re­formador queimara a bula de excomunhão, entrou pelas portas da igreja onde, há vinte e nove anos, afixara suas 95 teses. No culto fúnebre, Bugenhangen, o pastor, e Melancton, inseparável companheiro de Lutero, discursaram. De­pois abriram a sepultura, preparada ao lado do púlpito, e ali depositaram o corpo.

Quatorze anos depois, o corpo de Melancton achou des­canso do outro lado do púlpito. Em redor dos dois, jazem os restos mortais de mais de noventa mestres da universi­dade.

As portas da Igreja do Castelo, destruídas pelo fogo no bombardeio de Wittenberg em 1760, foram substituídas por portas de bronze em 1812, nas quais estão gravadas as 95 teses. Contudo, este homem que perseverou em oração, deixou gravadas, não no metal que perece, mas em cente­nas de milhões de almas imortais, a Palavra de Deus que dará fruto para toda a eternidade.

 

 

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O calvinismo (João Calvino copiou as ideias de Agostinho)

 

Na teoria da Predestinação Absoluta, Calvino afirmava que Deus, desde sempre, já sabia quem eram as pessoas que seriam salvas por eles, assim como as que não seriam. Portanto, para o calvinismo, Deus é o soberano de todas as coisas e nada acontece se não for conforme a sua vontade.

 

Com base nesses princípios, os calvinistas defendem cinco pontos principais, elaborados a partir do calvinismo e afirmados no Sínodo de Dordt. TULIP é o acróstico formado pelas letras iniciais. São eles:

 

T-otal Depravity ou depravação total

 

De acordo com este ponto o homem já nasceu com o pecado herdado de Adão e Eva, sendo assim, as pessoas são poluídas pelo pecado. Nesta condição de pecador, somente Deus poderá salvá-lo. 

 

U-nconditional Election ou Eleição Incondicional

 

Nesse ponto é explicado que a salvação de Cristo não é feita com base no mérito, ou seja, nas boas ações praticadas pelo indivíduo, mas sim na decisão soberana e incondicional de Deus, pois ele escolhe quem será levado para o céu.

 

L-imited Atonement ou Expiação Limitada

 

A morte de Cristo não foi um ato de salvação de toda a humanidade. Ela serviu para salvar apenas os escolhidos por Deus, por isso é chamada de expiação limitada.

 

I-rresistible Grace ou Graça Irresistível

 

A partir do momento em que a pessoa recebe um chamado de Deus, esse não poderá ser negado, pois a salvação do espirito santo é irresistível, supera toda e qualquer resistência.

 

P-erseverance of the Saints ou Perseverança dos Santos

 

No último ponto, os calvinistas explicam que a salvação é uma obra de Deus, logo não é algo que se perde. Uma vez concedida pela vontade de Deus ela permanece até o fim. Deus é fiel às suas promessas e nada pode impedir os seus propósitos.  

 

É importante destacar que, diferente do que as pessoas acreditam, os pontos do calvinismo não foram escritos por Calvino, mas elaborados pelos seus seguidores com base nos ensinamentos que ele propagou. Os pontos foram desenvolvidos dezenas de anos após a sua morte.

 

Além da religiosidade, o calvinismo defendia outros princípios morais. A doutrina, por exemplo, enxergava no trabalho uma grande virtude a ser valorizada pelo cristão fiel. Assim, a riqueza pessoal e os lucros obtidos com o trabalho, vistos como pecado pelo cristianismo, eram também uma forma de honrar a Deus.

 

Em razão desses atributos serem claramente condenados pela Igreja Católica, o calvinismo, em pouco tempo, conseguiu muitos adeptos na burguesia Suíça. Calvino, inclusive, conquistou um importante posição política e religiosa dentro da nova igreja e do governo do país. 

 

Dessa forma, a doutrina calvinista foi bem aceita pelo país e logo se espalhou para outros países europeus, em especial para a Escócia, onde se fez adeptos entre os presbiterianos. 



Alcançou ainda a Inglaterra, onde foram chamados de puritanos; a Holanda, chamados de reformados; e a França, onde ficaram conhecidos como huguenotes. 



Resumo sobre o calvinismo



Calvinismo foi uma doutrina religiosa criada na cidade de Genebra, na Suíça, por João Calvino (1509-1564). Considerado como um segundo movimento da Reforma Protestante, foi organizado por Martinho Lutero.

Com isso, pregava-se que Deus, desde sempre, já sabia quem eram as pessoas que seriam salvas por eles, assim como as que não seriam. Logo, Deus seria soberano de todas as coisas.

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/calvinismo 08-01-2025

 

Objeções ao Calvinismo e ao salvo para sempre dos batistas tradicionais

1. Primeira objeção
A doutrina da perseverança invalida as advertências sobre a necessidade que os crentes têm de se esforçarem para permanecerem na fé (Mt 10:22; Lc 13:24; Jo 8:31; Jo 15:5; 1 Co 16:13; Cl 1:29; Hb 3:14; Tg 2:5; Ap 2:10; Ap 3:11).

 

2. Segunda objeção
“os casos de apostasia” que se encontram registrados na Bíblia. Por exemplo Judas Iscariotes (Mc 3:14,19; Jo 18:2), Simão o mago (At 8:9-24) e Demas (2 Tm 4:10).

 

3. Terceira objeção - Qualquer verdadeiro crente pode perder a sua salvação. 

 

É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.


a) Aqueles que uma vez foram iluminados. 
b) Tornaram-se participantes do Espírito Santo. 
c) Provaram da boa Palavra de Deus. 
d) Provaram dos poderes do mundo vindouro. 
e) É impossível renová-los para arrependimento.

 

4. Quarta objeção
A doutrina da perseverança dos santos torna fútil toda exortação e mandamento bíblico.

 

5. Quinta objeção
A doutrina da perseverança dos santos pode nutrir um sentimento de segurança carnal numa pessoa não convertida.

 

6. Sexta objeção
A doutrina da perseverança dos santos conduz à uma vida indolente e imoral. (Rm 6:14; Ef 1:4)

 

7. Sétima objeção
A doutrina da perseverança dos santos não se harmoniza com a liberdade humana.

 

8. Oitava objeção
A doutrina da Perseverança dos Verdadeiros Crentes anula a responsabilidade humana.

Doutrina Dos batistas diz: "uma vez salvos, salvos para sempre"
* Dos calvinistas diz: DEUS vai te guardar do pecado e você Alcançará a salvação pois DEUS te escolheu antes da fundação do mundo para ser salvo e como Ele é soberano não permitirá que você morra apóstata mesmo que tenha vivido a vida toda de crente na apostasia.

A Bíblia ensina que o crente pode perseverar na sua fé, mas também pode deixar de perseverar e cair em apostasia e perder sua salvação.
Paulo diz que não atingiu a perfeição - isso nos mostra que a doutrina calvinista da perfeição do crente aqui na Terra é falsa e incoerente com a Bíblia.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Filipenses 3:12

Ananias e Safira perderam a salvação - Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido. E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas. E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão. Atos 5:9-12

É POSSÍVEL UM CRENTE TER SEU NOME RISCADO DO LIVRO DA VIDA??? Evidente que sim.
Êx 32.32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. CLARO QUE É PÓSSÍVEL PERDER A SALVAÇÃO.

Tem gente que não sabe nada sobre presciência de DEUS - Presciência significa saber antes e não interferir antes.
Na Bíblia vemos vários crentes salvos que depois apostataram da fé e foram excluídos da salvação. - Por exemplo Judas Iscariotes (Mc 3:14,19; Jo 18:2), Simão o mago (At 8:9-24) e Demas (2 Tm 4:10).

Ontem um pastor famoso se matou - Assassinou a si mesmo. Perdeu a salvação.
O calvinismo ensina que não se perde a salvação porque DEUS não deixa os escolhidos se perderem. Lorota. Não vigia não para ver...

Efésios 2: 8. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus;

9. não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Graça é JESUS morrendo por nós na cruz e ressuscitando. Isso é que é dom de DEUS (deu de presente, sem merecimento nosso). A fé é nossa e é individual. VEJA JESUS FALANDO QUE A FÉ É DO HOMEM E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? Mateus 14:31 
E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. Mateus 17:20
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor. Romanos 6:23

Calvinista diz que Apocalipse não pertence a bíblia - Chegam a dizer que história e é mentira o que está ali registrado.
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.
Apocalipse 22:19
A doutrina calvinista quer tirar da igreja as manifestações do ESPÍRITO SANTO, pois o diabo sabe que isso é que atrai pessoas para o evangelho e comprova o verdadeiro evangelho.
Calvinismo é seita heréticas - CUIDADO com os falsos "irmãos".
E Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Lucas 6:16
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 2 Coríntios 11:26
E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; Gálatas 2:4

 

 

JESUS MORREU PARA SALVAR TODOS OS SERES HUMANOS

DEUS quer que todos sejamos salvos.

Porque isto é bom e agradável diante de DEUS, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só DEUS e um só mediador entre DEUS e os homens, JESUS CRISTO, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo. 1 Timóteo 2:3-6

 

 

ESTE VERSÍCULO A SEGUIR É MUITO IMPORTANTE PARA COMPREENDERMOS A VERDADE SOBRE A EXPIAÇÃO ILIMITADA NA QUAL CREMOS.

e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. (Strong Português - ολος holos - tudo, inteiro, completamente)

 

A ideia calvinista é que a expiação limitada: DEUS enviou seu Filho para prover a expiação somente para aqueles que Ele elegera antes para serem salvos;

Refutação - A GRAÇA É PARA TODOS! DEUS não fez um convite para a cerimônia das bodas, outro para a festa, outro apenas para observarem de fora ou negou convite a alguém. Ele chamou a TODOS para desfrutar igualmente. "convidai para as bodas a TODOS os que encontrardes." Mateus 22:9" Aquela velha lenga-lenga calvinistas de que "todos não são todos" acaba aqui. Aqui é brutalmente aniquilada a ideia de uma expiação limitada. Morre o "L" da TULIP.



Contra o Calvinismo- Dr. Roger Olson.

“L” DE EXPIAÇÃO LIMITADA
O terceiro elemento da TULIP é a “expiação limitada” - que também é chamada de maneira preferível por muitos calvinistas de “redenção particular”. Este é o ponto da TULIP contestado por muitos que se auto-identificam como calvinistas e que talvez seja o ponto totalmente ausente no pensamento de Calvino. Muitos calvinistas dizem que eles são de “quatro pontos” ou “calvinistas de quatro pontos”. O que eles querem dizer é que acreditam no “T”, “U”, “I” e “P”, mas que não acreditam no “L”. Todavia, o L - expiação limitada, redenção particular - é parte do sistema histórico calvinista de soteriologia, e muitos calvinistas rígidos argumentam que este ponto não pode ser retirado sem que faça violência a todo esquema calvinista de salvação.
Antes de expor este ponto da TULIP, eu devo pontuar que todos os calvinistas aceitam a “teoria da substituição penal” da expiação. Ou seja, eles acreditam juntamente com Calvino e os puritanos e a maioria dos cristãos evangélicos, que DEUS puniu JESUS pelos pecados das pessoas que DEUS queria salvar - ou o mundo inteiro incluindo todas as pessoas (a visão arminiana típica) ou os eleitos (a visão calvinista típica). Em outras palavras, JESUS CRISTO satisfez a justiça de DEUS ao suportar a punição merecida de todas as pessoas que DEUS queria salvar. É isso que torna tais pessoas “salváveis”. Muitos não calvinistas também afirmam esta doutrina da expiação, mas os calvinistas geralmente argúem que a crença de que CRISTO suportou a punição pelos pecados de todas as pessoas leva inevitavelmente ao universalismo -crença na salvação de todos.
Boettner fortemente endossa a expiação limitada, defendendo que ela está logicamente conectada à eleição incondicional. Juntamente com a maioria dos calvinistas, ele enfaticamente afirma que o valor da morte de CRISTO foi suficiente para a salvação de todas as pessoas, mas que foi eficaz para salvar apenas os eleitos 

 

1. Outra forma de expressar isso é que os benefícios da morte de CRISTO na cruz, embora suficiente para a salvação de todas as pessoas, foram intencionados por DEUS apenas para os eleitos.

A natureza limitada da expiação, então, foi em seu escopo e não em seu valor. É por esta razão que muitos calvinistas preferem o termo “redenção particular” ou “expiação definitiva". Ela foi particularmente intencionada por DEUS para um povo particular (em oposição à todos indiscriminadamente), e ela garantiu ou realizou definitivamente a salvação daqueles para os quais ela foi intencionada - os eleitos 

 

2. À verdadeira moda calvinista,

Boettner afirma duramente a doutrina da redenção particular à medida em que se aplica aos não eleitos: "Ela [a cruz] não foi então, um amor geral e indiscriminado do qual todos os homens são igualmente beneficiários, mas um amor misterioso, infinito e peculiar para os eleitos, o que fez com que DEUS enviasse Seu Filho ao mundo para sofrer e morrer”

 

3. O que dizer acerca de outros calvinistas?

Eles afirmam esta doutrina da expiação limitada conforme Boettner fez (e talvez Calvino não)? John Piper definitivamente a afirma: “Ele [CRISTO] não morreu por todos os homens no mesmo sentido. A intenção da morte de CRISTO para os filhos de DEUS [os eleitos] foi que ele comprou muito mais que o nascer do sol e a oportunidade de ser salvo. A morte de CRISTO, na verdade, salva de TODO o mal aqueles aos quais ‘em especial’ ele morreu”

 

4. Sproul definitivamente afirma a expiação limitada.

Ele prefere chamar esta doutrina de “expiação intencional”: “O propósito supremo da expiação se encontra no supremo propósito ou vontade de DEUS. Esse propósito ou intento não inclui a raça humana inteira. Se incluísse, a raça humana inteira certamente seria redimida” 

 

5. As respostas às acusações destes calvinistas contra a crença na expiação universal (ex. que ela logicamente exige crença na salvação universal) será respondida no capítulo 6.

Em minha opinião, elas são simplesmente erradas. Não existe conexão lógica entre expiação universal e salvação universal mais do que existe uma conexão lógica entre o presidente dos Estados Unidos declarando uma anistia incondicional para os protestantes da Guerra do Vietnã que fugiram para o Canadá para escapar do recrutamento e todos eles automaticamente se apropriando desta anistia e voltando aos EUA (Isso na verdade aconteceu sob o Presidente Jimmy Carter e muitos que poderíam ter voltado para casa, em razão de todos terem sido perdoados, não voltaram). Isso é apenas um breve panorama da TULIP. Aqui, é importante observar, para o entendimento do calvinismo por parte dos leitores, que a maioria dos calvinistas nega que DEUS intencionou a cruz para todas as pessoas, o que significa, naturalmente, que ele não ama a todos da mesma maneira.
Boettner e Piper realmente afirmam os benefícios da cruz para todos, de alguma forma. Deste modo, é verdadeiro dizer (pelo menos para eles) que CRISTO morreu por todos. Boettner escreveu que “certos benefícios” da cruz foram estendidos a toda humanidade em geral. Estes benefícios são as “bênçãos temporais” apenas e não possuem nenhuma relação com a salvação”

 

6. Piper ensina que CRISTO realmente morreu “por todos”, mas não no mesmo sentido.

Ao tentar levar a sério as passagens bíblicas que tratam de “todos” (que serão lidas de maneira pormenorizada posteriormente), ele diz:
Nós não negamos que, em certo sentido, todos os homens são os beneficiários pretendidos da cruz. 1 Timóteo 4.10 diz que CRISTO é “o Salvador de todos os homens, principalmente dos que creem”. O que negamos é que todos os homens são intencionados como beneficiários da morte de CRISTO da mesma maneira. Toda a misericórdia de DEUS para com os descrentes - desde o nascer do sol (Mateus 5.45) à pregação do evangelho a todo o mundo (João 3.16) — torna-se possível em razão da cruz 

 

7. Claro, como enfatizarei e discutirei em mais detalhes no capítulo 6, alguém pode legitimamente imaginar quão benéfica a cruz realmente é para aqueles aos quais DEUS nega seu poder salvífico. Como a cruz realiza qualquer coisa para os não eleitos? Como é que o raiar do sol é realizado pela cruz de CRISTO e qual é benefício da pregação do evangelho para os não eleitos? Como é que a cruz realiza o raiar do sol e qual é o benefício da pregação para os não eleitos? Alguém só pode suspeitar que tanto Piper quanto Boettner (e outros calvinistas que alegam que CRISTO morreu para os não eleitos “em algum sentido”) simplesmente querem desviar as acusações que a visão que defendem da expiação limitada se choca com as passagens bíblicas que CRISTO morreu por todos.
Ademais, principalmente o Piper (e indubitavelmente outros calvinistas) deseja(m) dizer que DEUS tem uma compaixão genuína com os não eleitos para os quais CRISTO não morreu como um sacrifício expiatório. “Há um amor geral de DEUS que ele concede a todas as suas criaturas”

 

8. mas tal não é o amor que DEUS tem por seus eleitos. E, de acordo com Piper, DEUS tem uma compaixão sincera até mesmo para com os não eleitos de sorte que ele deseja a salvação destas pessoas, ainda que ele se recuse a prover esta salvação na cruz 

 

9. Parafraseando João Wesley, este amor e esta compaixão são de gelar o sangue nas veias. Que amor se recusa a salvar aqueles que poderiam ser salvos, uma vez que a salvação é incondicional? Que compaixão se recusa a prover pela salvação quando ela poderia ser fornecida?
A questão é que o “calvinismo geral” do calvinismo puro e simples, geralmente, mas nem sempre, restringe a intenção salvífica de DEUS na cruz de CRISTO aos eleitos; DEUS não planejou a salvação dos réprobos, os não eleitos. Eles estão excluídos da expiação exceto em algum sentido atenuado de receber algum tipo de bênçãos temporais da cruz, sendo que tais bênçãos ficam, geralmente, sem explicação. Assim sendo, alguns calvinistas recusarão a dizer a um grupo de pessoas ou para desconhecidos as seguintes frases: “CRISTO morreu de sorte que você possa ser salvo” ou “CRISTO morreu por seus pecados”. Tais afirmações seriam presunçosas; não há como saber isso. Todavia, astutamente, Piper e alguns outros calvinistas que acreditam na expiação limitada podem dizer a qualquer um e a todos: “CRISTO morreu por você”, sem querer dizer “CRISTO morreu por seus pecados” ou “Porque CRISTO morreu por você, você pode ser salvo”. Alguns consideram isso um subterfúgio; uma insinceridade.
Com base em quais versículos bíblicos os calvinistas afirmam a expiação limitada? Muitos críticos, incluindo alguns calvinistas que se denominam “de quatro pontos", defendem que esta doutrina não possui base escriturística. Todavia, Boettner, Sproul, Piper e outros apontam para passagens tais como João 10.15; 11.51-52 e 17.6, 9, 19, na qual JESUS diz frases como “dou a minha vida pelas ovelhas”. O ponto principal do capítulo 6, dedicado à expiação limitada, será que o versículo aqui que fala acerca de CRISTO morrendo por seu povo, suas ovelhas, ou os que lhe foram dados por seu Pai não necessariamente o exclui de morrer pelos outros. Na verdade, 1 João 2.2 claramente afirma que ele, JESUS, é a propiciação pelos pecados de todo o mundo. Piper e outros alegam que esta passagem se refere aos filhos de DEUS espalhados por todo o mundo e que ela não se refere a todo mundo.
1lbid . 152.

 

Alguns calvinistas gostam de dizer que as visões não calvinistas da expiação, tal como a expiação universal (que DEUS planejou os benefícios da cruz para todos) diminuem o poder e a glória da cruz ao fazer dela apenas a criação Da possibilidade de salvação em vez de, na verdade, a realização da salvação. John Piper disse publicamente que a cruz, na realidade, realizou a salvação dos eleitos (“For Whom Did Christ Die? & What Did Christ Actually Achieve on the Cross for Those for Whom He Died?”)

:  www.monergism. com/thethreshold/articIes/piper/piper_atonement.html2/26/2009.)

O problema dessa assertiva é muito óbvio. Apenas uma dica: Se a morte de CRISTO, na realidade, realizou a salvação para alguém, então aquela pessoa não precisaria se arrepender e crer para ser salva e até mesmo os calvinistas acreditam que a salvação, de fato, mesmo a dos eleitos, não “acontece” na cruz, mas quando DEUS concede fé àquela pessoa.

Nem todos os calvinistas dirão que a cruz, na verdade, salva alguém até que DEUS crie a fé no coração do eleito e lhe impute o benefício salvíhco da cruz de CRISTO. Piper parece estar confuso acerca deste ponto. Ou talvez não. Todavia, suas palavras estão confusas. Acontece que a fé é comum a todos, mas precisa ser desenvolvida ao se ouvir o evangelho para crer na pregação e ser salvo.


1. A nossa teologia.

 

A Teologia bíblica deve ser ensinada e defendida pelos verdadeiros crentes. Somos pentecostais, portanto, nossa teologia é totalmente contrária ao calvinismo, tanto ao total com os 5 pontos básicos (TULIP), quanto ao de 4 pontos centrais (TUIP).

 

“T” DE DEPRAVAÇÃO TOTAL

“U”, DE ELEIÇÃO INCONDICIONAL

“L” DE EXPIAÇÃO LIMITADA

“I” DE GRAÇA IRRESISTÍVEL

“P” DE PERSEVERANÇA

 


A maioria esmagadora dos cristãos através dos séculos, incluindo todos os pais da igreja dos primeiros quatro séculos (a saber, antes de Agostinho) acreditava na expiação universal. Atanásio, o grande pai da igreja, altamente estimado por todos os cristãos, incluindo os ortodoxos orientais, católicos romanos e protestantes, insistia de maneira determinada que CRISTO, por sua morte, trouxe salvação a todos sem exceção:

Claramente Atanásio (junto com toda a patrística grega, Martinho Lutero, João Wesley e vários outros grandes homens e mulheres conservadores na história cristã) acreditava que CRISTO morreu por todos, sem exceção, incluindo o sofrimento da penalidade para os pecados de todos. Também fica claro que Atanásio não acreditava (como poucos pais da igreja gregos acreditaram) no universalismo. Ele afirmou claramente, de forma que não pode ficar um mal-entendido, que a plena salvação, no sentido de vida eterna, chega, de maneira final, apenas para os que se arrependem e creem e que muitas almas se perderão para sempre pelo fato de rejeitarem a CRISTO.
O que os pais gregos e quase todo cristão de renome acreditava acerca do escopo e extensão da expiação (até os seguidores escolásticos de Calvino) era que CRISTO foi o substituto para todos, sem exceção, de sorte que cada empecilho para o perdão de DEUS para todas as pessoas era removido por Sua morte. Eles também acreditavam que os benefícios daquele sacrifício só seriam aplicados às pessoas que creem - quer sejam eleitas (Lutero e Calvino) quer livremente escolhem aceitar a graça de DEUS (Atanásio, Aquino, os Anabatistas, Wesley).
Este é o ensinamento ortodoxo da igreja; a expiação limitada/particular é um ensinamento anômalo. Só porque este ensinamento tem estado entre os calvinistas por um tempo razoável (mas somente após Calvino!) não faz com que ele seja menos anômalo. Mesmo alguns dos clérigos reformados que se reuniram no Sínodo de Dort rejeitaram este ponto da TULIP, posicionando-se com os remonstrantes acerca desta questão. Então, cinquenta anos mais tarde, muitos puritanos na Assembleia de Westminster que escreveram a Confissão de Fé de Westminster se opuseram a esta doutrina

 

O que aconteceu? Evidentemente que as vozes mais altas e mais insistentes ganharam a batalha apesar de não estarem em posse da verdade. Até hoje muitos reformados e muitos calvinistas não suportam este ponto do sistema TULIP, o extraem e o rejeitam, ainda que isso os coloque em conflito com o restante do que acreditam e também com seus companheiros cristãos reformados e calvinistas

 

Nós pentecostais aprendemos com a bíblia e não com reformadores incrédulos e sem a revelação do ESPÍRITO SANTO, pois a Ele resistem.

Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS. Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. 2 Timóteo 3:14-17

 

 


2. Por quem JESUS morreu?

 

JESUS morreu a minha morte (por Eliezer Rodrigues)

O preço da redenção e remissão dos nossos pecados não foi finalizado apenas na morte física de JESUS. Sim, ele levou em seu corpo as nossas dores e enfermidades, nossas maldições e todos os nossos pecados. Porém para que, de fato, a morte espiritual fosse vencida, foi necessário que JESUS mergulhasse no nosso tipo de morte, a morte espiritual, para que, depois de JESUS ser vivificado no espírito se erguesse como primogênito (o primeiro de muitos) e através desse novo e vivo caminho pudéssemos ser vivificados com Ele pela fé.

O cálice amargo que JESUS tomou trouxe a separação de DEUS. Foi por causa da nossa morte! Na cruz JESUS falou:

“À hora nona, clamou JESUS em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15:34).

A palavra “desamparastes” aqui é a palavra grega “egkataleipo” que significa “totalmente abandonado, completamente desamparado”. Essa era a nossa condição espiritual antes de CRISTO, nós estávamos destituídos da glória de DEUS, da sua vida abundante, da sua natureza. Mas, graças a DEUS por JESUS CRISTO, que foi obediente até a morte, tomou o cálice amargo, morreu a nossa morte, se fez pecado, pobre, doente, aflito, maldito, para que, através do seu sacrifício, fôssemos ressuscitado juntamente com ele e pudéssemos estar assentados com Ele, com CRISTO, nos lugares celestiais, reinando em vida.

“Mas de fato CRISTO ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte (primeiro espiritual e depois física) veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem (espiritualmente), em CRISTO todos serão vivificados” (1 Coríntios 15.20-22) NVI.

Precisamos entender que neste texto há um trocadilho da palavra morte. Embora no português a palavra morte é a mesma, no grego há interpretações diferentes. Nesse texto de 1 Coríntios 15.20-23, por exemplo, há palavras gregas para morte com significados diferentes como: “nekros“, “thanatos” e “apothnesko”.

JESUS provou todos esses tipos de morte assim como o primeiro que Adão provou. Adão provou a morte espiritual e depois veio a morte física. Na cruz, JESUS, o último Adão, prova da morte física e espiritual para resgatar o homem da condição espiritual decaída e também do processo de morte física (como doenças, por exemplo).

O sacrifício de CRISTO foi perfeito e pleno, uma obra sobrenatural e extraordinária que afetou o nosso espírito, alma e corpo. Primeiro o nosso espírito, porque fossos vivificados com Ele. Depois alma, porque estamos provando de salvação através da sua Palavra revelada. E também em nosso corpo, onde provamos de saúde divina e receberemos um corpo glorificado, igual ao corpo de JESUS hoje nos céus.

JESUS fez tudo isso por amor a você! Ele morreu a sua morte para que você pudesse viver a vida abundante dele. iva essa nova vida pela fé no filho de DEUS!

 

 

a) Expiação limitada.

 

Teologia reformada, Calvinista-Agostiniana. Sem a revelação do ESPÍRITO SANTO e com uma péssima exegese. Os calvinistas torcem a doutrina bíblica da Expiação Ilimitada, ou seja, para eles  JESUS não morreu por todos os seres humanos pecadores que eram, mas só por uns poucos escolhidos antes da fundação do mundo para serem salvos, portanto quem não foi escolhido para ir para o céu, foi escolhido para ir para o inferno.

 

Refutação e estudo acima, no início do tópico.

 

Mas DEUS prova o seu amor para conosco em que CRISTO morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:8

 

 

b) Expiação ilimitada.

Estudo acima, no início do tópico.

 

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REVISTA NA ÍNTEGRA

Escrita Lição 3, Betel, Reforma Protestante: o Reavivamento da Fé e o Retorno às Escrituras, Comentários extras Pr Henrique, EBD NA TV

Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO 3, BETEL 1TR25

1- OS PRECURSORES DA REFORMA

1.1. John Wycliffe

1.2. John Huss

1.3. Girolamo Savonarola

2- OS REFORMADORES

2 .1. Martinho Lutero

2.2. Ulrico Zuinglio

2.3. Calvino era cessacionista (discípulo de Agostinho, católico romano)

3- AS IMPLICAÇÕES DA REFORMA

3.1. O ESPÍRITO SANTO na vida de Lutero

3.2. A salvação se fundamenta na fidelidade de DEUS 

3.3. As 95 teses.

 

TEXTO ÁUREO

Porque nele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé", Romanos 1.17

 

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo, devemos ansiar por receber mais do Senhor e aprender mais das Escrituras.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - ROMANOS 1.16-19

16. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu e também do grego.

17, Porque 11ele se descobre a justiça de DEUS de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

18. Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;

19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

 

 

INTRODUÇÃO

A Reforma Protestante surgiu do fervoroso anseio de testemunhar mais, no viver da Igreja, dos valores e crenças revelados nas Escrituras. Esse mesmo sentimento é observado em diferentes momentos ao longo da história da Igreja, inclusive em nossos dias.

 

1- OS PRECURSORES DA REFORMA

A Reforma Protestante foi um dos avivamentos espirituais mais relevantes da História. Em 1517, o monge alemão Martinho Lutero elaborou 95 teses, cuja principal denúncia foi a venda de indulgências. Essa prática levava as pessoas a acreditarem na possibilidade de comprar da igreja a salvação de vivos e mortos. Vejamos alguns precursores desse importante evento histórico.

 

1.1. John Wycliffe

É considerado o precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos 15 e 16 . Wycliffe desferiu pesados julgamentos ao clero ainda no século 14, desaprovando a exploração de propriedades e o pagamento de indulgências. Traduziu grande parte da Bíblia para a língua inglesa.

 

Abraão de Almeida (2009, p, 159) sobre Wycliffe, um dos precursores da Reforma: "Era professor de Oxford. Conhecendo a Palavra de Deus e desejando salvar seu país da tirania papat escreveu tratados em defesa da verdadeira fé e também traduziu quase toda a Bíblia para a língua inglesa, tendo como base a Vulgata. As cópias dessa Bíblia foram objeto de grandes queimas públicas em 1410 e 1413, mas pelo menos 170 delas existem até hoje. A fim de extirpar o mal pela raiz daquilo que chamavam de heresia, os líderes religiosos reuniram-se em magna assembleia em Praga, a 16 de julho de 1410, e promoveram enorme fogueira em que foram queimadas mais de 200 preciosas obras de Wycliffe.

 

1.2. John Huss

Este precursor da Reforma era um gigante na fé. Com sua total confiança nas Escrituras, Huss manifestou sua discordância com os sacerdotes que afirmavam ter o poder de mandar pessoas para o inferno. Mesmo vivendo uma vida piedosa, o fervor do ESPÍRITO sobre Huss despertou a atenção dos líderes da Igreja, que o viam como um anátema.

 

Abraão de Almeida (2009, p. 162); "Assim) vencidos pela inabalável firmeza de Huss, seus algozes atearam fogo à lenha. Enquanto as chamas cresciam, Huss cantava em

voz alta: "Cristo, Filho do Deus vivo, tem misericórdia de nós". Depois, não podendo mais cantar por causa do furor das labaredas, passou a orar até render o espírito. Os

inimigos da Verdade queimaram na mesma fogueira as roupas de Huss e lançaram no rio as suas cinzas. Mas o clarão daquela fogueira jamais se apagou.

 

1.3. Girolamo Savonarola

Considerado um dos pré-reformadores" teve ação especial na Itália. Inflamado pelo desejo de combater tudo aquilo que considerava imoral e não condizente com a fé cristã, Savonarola passou a dedicar-se à defesa das práticas que acreditava serem a única via para a salvação das almas. Ele denunciou os desmandos e as orgias promovidas pelo clero desviado. Depois de ter sido excomungado, foi enforcado e teve o corpo queimado.

 

Ubirajara Bragança (2014, p. 81): "Martinho Lutero provavelmente era sabedor da história do rei Jerônimo Savonarola. Ele era uma criança quando o Reformador de Florença morreu. A vida e o martírio desse frei dominicano contribuíram de forma significativa para o desejo daqueles que ansiavam ver uma Igreja renovada. Entendemos, portanto, que a consciência dos reformadores do século XVI certamente foi sensibilizada, assim como despertada, pela postura de um homem que combateu, sem medo, tanto o pecado quanto a hierarquia da Igreja, hierarquia esta que, sem hesitação, era inimiga da Reforma”.

 

2- OS REFORMADORES

Muitas pessoas foram instrumentos nas mãos de Deus durante a Reforma Protestante, dentre as quais se destacam: Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino.

 

2 .1. Martinho Lutero

A Reforma Protestante foi, sem dúvida, um mover de Deus para redirecionar a Igreja à sua verdadeira vocação. Certo dia, iluminado pelo ESPÍRITO SANTO, Lutero leu nas Escrituras: "O justo viverá da fé", Rm 1.17. Ao perceber que a Igreja Romana havia se afastado do Evangelho, Lutero fixou suas 95 teses nas portas da Catedral de Wittenberg, iniciando assim a chamada Reforma Protestante.

 

Timothy George (2013, p. 89): “O protesto de Lutero contra a Igreja Romana não foi fundamentalmente moral, como o de Erasmo e outros reformadores; mas, sim, teológico. A graça de Deus é a graça de Deus. Não podia ser comprada,

vendida ou parcelada em indulgências. 'Se o papa tem controle sobre as almas no purgatório, por que ele não abre os portões e as deixa sair?', ironizava Lutero. O papado, que era de origem humana e não divina, havia se apropriado indevidamente de uma prerrogativa que pertencia apenas a DEUS”.

 

2.2. Ulrico Zuinglio

Teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça, tinha alguns pontos em comum com Lutero: refutava a autoridade do papa, pois somente as Escrituras possuem total autoridade (2Tm 3.16); acreditava que tudo deve ser apreciado segundo a Bíblia (2Pe 1.20,2 I); defendia a doutrina da justificação somente pela fé (Rm 4.5). Zuínglío entendia que a fé é um dom do Espírito Santo, não tendo afinidade intrínseca com o batismo nas águas. Ele entendia que o falar em línguas é um dom dado aos crentes que serve como um sinal para os não-crentes.

 

W. Walker (1981, p. 35) comenta sobre Zuínglio: “interessante notar que o seu passo inicial não foi, como o de Lutero, a questão de como se tornar aceitável a Deus, mas a convicção de que somente a Bíblia é obrigatória aos cristãos. [ ... ] Preparou 67 breves artigos, afirmando que o Evangelho não tira sua autoridade

da Igreja, a salvação é pela fé, negando o caráter sacrificial da missa, a salvação pelas boas obras valor intercessório dos santos, a obrigatoriedade dos votos monásticos, a existência do purgatório. Declarou, ainda, ser Cristo a única

cabeça da Igreja e advogou o casamento dos clérigos”.

 

2.3. Calvino era cessacionista (discípulo de Agostinho, católico romano)

Dizer que Calvino foi "Teólogo do ESPÍRITO SANTO" é pelo menos absurdo. O ponto central do pensamento religioso de João Calvino é a predestinação. O calvinista acredita que, desde a criação do mundo, Deus estabeleceu quais indivíduos seriam salvos e quais seriam condenados. Seus ensinos eram baseados em Agostinho, teólogo da Igreja Católica Apostólica Romana. Nenhum dos dois foi batizado com o ESPÍRITO SANTO – Nunca falaram em línguas.

 

ERRADO - Não é sem motivo que ele é chamado pelos estudiosos modernos de o "Teólogo do ESPÍRITO SANTO", pois foi o primeiro a sistematizar de forma clara o ensino bíblico sobre o ESPÍRITO SANTO.

 

ERRADO - Roberto Menzies (2020, p. 53): "Todos podemos concordar que Calvino e outros teólogos reformados interpretaram Paulo muito bem. Calvino destaca corretamente o papel do Espírito Santo na regeneração, na eficácia dos sacramentos, na justificação. O ESPÍRITO SANTO é o grande "mestre interior" que dá testemunho em nosso coração da verdade do evangelho. Assim, juntos, afirmamos que todo cristão recebe o Espírito vivificador e habilitador".

 

3- AS IMPLICAÇÕES DA REFORMA

A Reforma Protestante aconteceu em uma conjuntura de grandes mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas na Europa, influenciando na formação dos estados modernos. Depois dela, surgiram novas denominações cristãs.

 

3.1. O ESPÍRITO SANTO na vida de Lutero

Para Lutero, o ESPÍRITO SANTO era uma Pessoa admirável, a ser apreciada e amada, e não um barulho a ser sentido. Lutero, certamente impulsionado pelo ESPÍRITO SANTO, teve o cuidado de estudar a Bíblia e iniciar um longo e progressivo retorno à visão teológica mais coerente com a autoridade das Escrituras.

 

Timothy George (2013, p. 83-84): “Para Lutero, a Bíblia era como o livro do ESPÍRITO SANTO”, “o veículo do ESPÍRITO”, não apenas suas palavras, mas até suas frases são inspiradas; mesmo sendo escritas por homens, mas vindas de Deus. Ele e outros reformadores enfatizavam o caráter dinâmico da Bíblia. As passagens bíblicas eram consideradas eventos vivos, aqui e agora. O ESPÍRITO vivifica! Assim, é possível “sentir” as palavras da Escritura 'no coração”.

 

3.2. A salvação se fundamenta na fidelidade de DEUS 

Lutero estava descontente com as práticas e a posição do clero a respeito da Salvação. Ele via com tristeza a Igreja defender a ideia de que a Salvação não se dava pela fé apenas, mas pelas boas obras. Pregava-se, por exemplo, que a

remissão dos pecados e a salvação da alma podiam ser obtidas por meio de remuneração em dinheiro. Esses foram os fatores. centrais que levaram Lutero a posicionar-se contra a Igreja Romana.

 

Alister McGrath (2014, p. 164): "Para Lutero, assim como para os reformadores em geral, é possível ter certeza da salvação. A salvação se fundamenta na fidelidade

de Deus às suas promessas de misericórdia; deixar de ter certeza da salvação seria, de fato, duvidar da confiabilidade e fidelidade de Deus".

 

3.3. As 95 teses.

Talvez Lutero não tenha imaginado que, ao fixar as 95 teses na porta da igreja do castelo alemão de Wittenberg, em 1517, ele passaria a ser um dos personagens principais da história da Igreja. As 95 teses alastraram-se com rapidez pela Europa, por conta do intenso uso da imprensa no século 15. Essa invenção mudou o processo de produção de livros, que saiu da escala artesanal para a industrial. Com isso, as ideias de Lutero se propagaram e conquistaram seguidores em toda a Europa.

 

Eddie Hyatt (2021, p. 101-102) sobre Lutero e o ministério miraculoso do Espírito Santo: "Lutero também defendeu a atividade do Espírito Santo como fonte de

autoridade e ensino. Em um de seus primeiros escritos, chamado O cativeiro babilônico da igreja, ele certificou aos seus leitores que, quanto à verdade ali apresentada, ele a aprendera “sob o guiamento do Espírito SANTO”. Além disso,

quando foi desafiado pela Igreja e pelas autoridades civis em Worms acerca da origem da autoridade, ele confiou na revelação que Deus lhe deu pela Palavra; mas,

de uma maneira pessoal, pela via do ESPÍRITO”.

 

CONCLUSÃO

Devemos permanecer vigilantes e em oração para não nos afastar das Escrituras, da suficiente graça de Deus e da fé. Nossa pregação deve ser cristocêntrica, plenamente consciente de que dependemos do Espírito Santo para cumprir a missão que recebemos de Jesus Cristo.