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27 agosto 2025
Vídeo Lição 10, Betel, O Exemplo de Humildade – Jesus Lava os Pés dos seus Dis...

Escrita Lição 10, Betel, O Exemplo de Humildade – Jesus Lava os Pés dos seus Discípulos, 3Tr25, Pr Henrique, EBD NA TV
Escrita Lição 10, Betel, O Exemplo de Humildade – JESUS Lava os Pés
dos seus Discípulos, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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Silva
EBD, Editora Betel | 3° Trimestre De
2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que
Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de
João | Escola Bíblica Dominical
Vídeo https://youtu.be/MsiLMK1lpSM?si=no18oTpgZO3J2LSo
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- JESUS AMOU SEUS DISCÍPULOS ATÉ O FIM
1.1. Amor na prática
1.2. Um Amor sem limites
1.3. A extensão do Amor de CRISTO
2- JESUS, O SERVO HUMILDE
2.1. A verdadeira humildade
2.2. O Amor que se expressa no servir ao próximo
2.3. O Senhor JESUS: exemplo de humildade
3- JESUS PRATICAVA HUMILDADE
3.1. JESUS serviu com humildade
3.2. JESUS liderava mesmo sob pressão
3.3. O Senhor JESUS: obediente até a morte
TEXTO AUREO
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também”. João 13.15.
VERDADE APLICADA
JESUS CRISTO, sendo Senhor e Mestre, é nosso maior exemplo de
humildade e serviço cristão.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Saber que o Filho de DEUS amou os Seus discípulos até o fim.
- Saber que o Filho de DEUS foi um Servo Fiel e Humilde.
- Ressaltar as lições da liderança pelo serviço.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - João 13.1-7
1 Ora, antes da festa da páscoa, sabendo JESUS que já era chegada a
sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que
estavam no mundo, amou-os até o fim.
3 JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e
que havia saído de DEUS e ia para DEUS,
4 Levantou-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5 Depois deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6 Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés
a mim?
7 Respondeu JESUS, e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu agora, mas tu o
saberás depois.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Pv 15.33 A humildade antecede a honra.
TERÇA | Mt 5.5 Bem-aventurados os humildes.
QUARTA | Fp 2.3 Considerem os outros superiores a si mesmos.
QUINTA | GI 5.13 Servindo uns aos outros.
SEXTA | CI 3.12 Revistam-se de humildade.
SÁBADO | Lc 14.11 Quem se humilhar será exaltado.
HINOS SUGERIDOS: 45, 154, 462
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que os crentes tenham o Senhor como exemplo de humildade e
compromisso.
PONTO DE PARTIDA: JESUS, um exemplo de amor e humildade.
SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA A LIÇÃO – REVISTAS ANTIGAS E LIVROS DIVERSOS
Revista Antiga - Escrita Lição 8, CPAD, Lição De Humildade,
2Tr25
Vídeo https://youtu.be/P1rZeZ6OG4o?si=Y4PKzpm_3AZuOXgw
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2025/05/escrita-licao-8-cpad-licao-de-humildade.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/05/slides-licao-8-cpad-licao-de-humildade.html
PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-8-cpad-uma-licao-de-humildade-2tr25-pptx/278916960
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE
1. O lava-pés.
2. O desenvolvimento da história
3. A mudança de paradigma
II – HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO
1. Conhecendo a própria natureza
2. O exemplo deixado por JESUS
3. O maior no Reino de DEUS
III – HUMILDADE X OSTENTAÇÃO
1. Uma competição silenciosa
2. O caminho humilde de JESUS
3. Um convite à humildade
TEXTO ÁUREO
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também.”
(Jo 13.15)
VERDADE PRÁTICA
A submissão e o serviço são características de maturidade e
grandeza no percurso do crescimento espiritual do cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt
11.29 Aprendendo a humildade com JESUS CRISTO
Terça - Jo
5.30 Humildemente nosso Senhor buscava fazer a vontade do Pai
Quarta - Fp
2.5,6 Cultivando o mesmo sentimento humilde de JESUS
Quinta - Lc
9.46,47; Mc
9.34 O perigo de cultivar o sentimento de proeminência
Sexta - Jo
13.10,11 Uma palavra consoladora de JESUS aos discípulos
Sábado - Jo
13.12-17 JESUS traz sentido ao gesto do lava-pés com os discípulos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 13.1-10
1 - Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo JESUS que já era chegada
a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até ao fim.
2 - E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas
Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
3 - JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas
as coisas, e que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS,
4 - levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha,
cingiu-se.
5 - Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6 - Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu
lavas-me os pés a mim?
7 - Respondeu JESUS e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu,
agora, mas tu o saberás depois.
8 - Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS:
Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
9 - Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também
as mãos e a cabeça.
10 - Disse-lhe JESUS: Aquele que está lavado não necessita de lavar
senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não
todos.
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Hinos Sugeridos: 187, 304, 377 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE - HUMILDADE
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO - LIÇÕES ANTIGAS E LIVROS
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O costume de LAVAR OS PÉS na época era devido aos viajantes andarem
de sandálias e sujarem muito seus pés nas estradas empoeiradas. Não
haviam automóveis e algum privilegiado que possuísse um animal ou uma carroça
era um homem rico.
JESUS usou uma metáfora para ensinar espiritualmente sobre a
sujeira a que estamos sujeitos:
Os discípulos estavam sempre ouvindo as palavras de JESUS, portanto
estavam limpos por dentro.
Mas o contato com o estrada empoeirada sujava seus pés, assim,
nosso contato com o mundo suja a cada um de nós por fora. Todos os dias devemos
nos arrepender de nossos pecados, pois não há quem não peque.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9
Humildade (Mt 5.3). JESUS foi
modesto em toda a sua maneira de viver (Mt 11.29). Ele demonstrou sua humildade
ao despojar-se de sua glória (Fp 2.6,7); na irrestrita obediência à vontade do
Pai (Jo 5.30; 6.39; Fp 2.8); quando lavou os pés dos discípulos (Jo 13.3-5); e
ao relacionar-se com todas as pessoas, independentemente de sua raça ou posição
social (Mt 9.11; 11.19; Jo 3.1-5; 4.1-30). A humildade é um aspecto do caráter
imprescindível a todos os crentes (Ef 4.1,2; Cl 3.12), pois os humildes sempre
alcançam o favor do Senhor (Tg 4.6).
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Comentários BEP - CPAD
13.5 LAVAR OS PÉS DOS DISCÍPULOS. O
ato comovente de JESUS haver lavado os pés dos discípulos teve lugar na última
noite da sua vida terrena. Ele assim fez (1) para demonstrar a seus discípulos
quanto os amava; (2) para prefigurar o sacrifício de si mesmo na cruz; e (3)
para comunicar a seus discípulos a verdade de que Ele os estava chamando para
servirem uns aos outros em humildade. A ânsia de grandeza tinha sempre
inquietado os discípulos (Mt
18.1-8; 20.20-27; Mc
9.33-37; Lc
9.46-48). CRISTO queria que eles percebessem que o desejo de ser o
primeiro ? ser maior e receber mais honra que outros crentes ? é contrário ao
espírito do seu Senhor (ver Lc
22.24-30; Jo
13.12-17, 1 Pe
5.5).
13.8 SE EU TE NÃO LAVAR. Estas
palavras falam da purificação espiritual do pecado mediante a cruz! Sem tal
purificação ninguém pode pertencer a CRISTO (1 Jo 1.7)
13.14 LAVAR OS PÉS UNS OS OUTROS. A
igreja primitiva parece ter seguido o exemplo de JESUS, obedecendo literalmente
à sua admoestação, de humildemente lavar os pés uns dos outros, com amor. Por
exemplo, em 1 Tm
5.10, Paulo declara que as viúvas não deviam ser sustentadas pela igreja, sem
preencherem certos requisitos. Um desses era: "se lavou os pés aos
santos".
13.22 SEM SABEREM DE QUEM ELE FALAVA. É
importante notar que em nenhum momento os discípulos perceberam a infidelidade
de Judas. Ele encobrira muito bem a sua hipocrisia. Ainda hoje, na igreja, há
quem exteriormente pareça justo, mas, interiormente, não tem fé nenhuma em
CRISTO e nem devoção a Ele.
13.26 O BOCADO MOLHADO. O
ato de JESUS dar o pedaço de pão molhado a Judas era, sem dúvida, um apelo
final para este abandonar seu pecado. Judas, no entanto, recusou-se a mudar de
ideia, e Satanás entrou nele (v. 27; ver Lc
22.3).
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JESUS, o Servo - Texto: João 13.1-20
Introdução
Leia Filipenses 2.1-11. Havia algumas pequenas dissensões na igreja
de Filipos. Alguns dos seus membros estavam fazendo as coisas por inveja e
porfia, por discórdia, insinceramente. Faltava-lhes uma atitude mental humilde,
pois não
estavam sabendo considerar “os outros superiores a si mesmo”. Para
corrigir esta
condição, Paulo colocou diante deles o exemplo de JESUS, que “sendo
em forma
de DEUS não teve por usurpação o ser igual a DEUS, mas aniquilou-se
a si mesmo,
tomando a forma de servo”.
As palavras de Paulo são o comentário inspirado do incidente
descrito no texto
em pauta. Estamos vendo JESUS, Senhor e Mestre, fazendo com
condescendência
a tarefa mais servil, dando assim exemplo de serviço humilde e
amoroso a todos
os seus seguidores, em todos os séculos. Ao narrar este incidente,
o apóstolo
João está dizendo a cada um de nós: “De sorte que haja em vós o
mesmo
sentimento que houve também em CRISTO JESUS”.
I - Preparando-se para a Ação (Jo 13.1,2)
1. A ocasião.
1) “Ora, antes da festa da Páscoa”. Logo a seguir, milhares de
cordeiros estariam sendo sacrificados, em comemoração ao dia em que a aspersão
do sangue nas vergas e nas ombreiras das portas redimiu o povo de DEUS do
castigo que caiu sobre o Egito - uma noite que marcou a sua redenção e o começo
da sua existência como nação. Foi uma ocasião apropriada para o sacrifício do
Cordeiro de DEUS que tais sacrifícios profetizavam.
2) “Sabendo JESUS que já era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai”. A leitura dos Evangelhos nos leva a perceber que a vida do
Senhor foi regulada de acordo com um programa divino, de tal modo que muitas
vezes a ira dos seus inimigos nada podia contra ele, porque “ainda não era
chegada a sua hora” (Jo 7.30; cf. Jo 2.4; Lc 22.14).
3) “E, acabada a ceia”. A lavagem dos pés, um dever comum da
hospitalidade naqueles tempos, era feita no início das refeições. Por causa do
grande calor, usavam-se sandálias abertas, e a poeira das estradas sujava os
pés dos viajantes. Quando a pessoa chegava de visita, o hospedeiro mandava um
escravo remover as sandálias do visitante, lavando-lhe os pés, eliminando assim
a sensação desagradável da poeira quente.
2. A negra traição. “Tendo já o diabo posto no
coração de Judas Iscariotes, filho
de Simão, que o traísse”. CRISTO sabia disto, mas, mesmo assim, não
o denunciou
aos outros. sua única arma era o amor. Na pessoa de Judas, a
expressão máxima
do ódio do mundo vem contra Ele, e sua resposta é a bondade. Lava
os pés de
Judas juntamente com os dos outros discípulos, e, no jardim, quando
JESUS
recebe dele o beijo traiçoeiro, o chama de “amigo”. CRISTO tem
compaixão pelo
miserável traidor que vendeu, não a Ele, e sim a sua própria alma!
Neste
contexto, o relato da traição serve como pano de fundo para o
inefável amor de
CRISTO.
3. O amor constante. “Tendo amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até
ao fim”. Se já existiu um homem no mundo com justos motivos para
preocupar-se
com seus próprios assuntos, este era o Senhor JESUS. A sombra negra
da traição, da fuga dos discípulos, da condenação e da crucificação eram um
peso para a sua alma; ele, porém, preocupava-se apenas com o bem-estar dos seus
discípulos. Desconsiderava seus próprios fardos a fim de encorajar os
discípulos e prepará-los para as provações dos próximos dias.
4. O pano de fundo desalentador. A
atitude dos apóstolos nesta ocasião ajuda a
ressaltar e explicar a ação de CRISTO em lavar os pés dos seus
seguidores, assim
como o veludo preto dá realce à beleza de um brilhante. Por que
ninguém tinha se oferecido para fazer este trabalho? Lucas nos informa que,
justamente na época da Última Ceia, “houve também entre eles contenda, sobre
qual deles parecia ser o maior” (Lc 22.24). Se qualquer um deles se tivesse
oferecido para lavar os pés dos demais, teria se colocado na posição de
servidor dos outros — exatamente o oposto do que cada um deles queria! Estavam
procurando um servo — e acharam! (cf. Jo 13.4,5; Mc 10.45). O Senhor viu que
seus mais íntimos seguidores não estavam em condições de participar da Santa
Ceia e de escutar suas últimas palavras solenes antes de ser levado para a
cruz; o espírito de cada um deles estava cheio de vis ambições e ciúmes. Algo
de drástico devia ser feito para limpar seus corações tão manchados. É aí que
passa a lavar-lhes os pés.
II - A Ação Levada a Efeito (Jo 13.4-11)
1. A condescendência de CRISTO.
“Levantou-se da ceia, tirou os vestidos, e,
tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e
passou a lavar
os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava
cingido”.
O Senhor levou a efeito esta tarefa servil em plena consciência da
sua majestade
divina — “Sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as
coisas, e
que ele havia saído de DEUS e ia para DEUS”. Este incidente
exemplifica a obra
redentora de CRISTO. Tirou a vestimenta, assim como já se despojara
da sua glória
celestial; sua condescendência em lavar os pés aos discípulos é uma
ilustração da
humilhação de si mesmo a fim de purificar os homens pecadores; a
ação de tomar as vestes de novo representa a sua volta à sua glória celestial.
2. A surpresa de Pedro. Pedro ficou
olhando boquiaberto enquanto seu Senhor e Mestre abaixava-se para lavar- lhe os
pés sujos. Finalmente, recuando os seus pés, conseguiu exclamar: “Senhor, tu
lavas-me os pés a mim?” Estas palavras demonstram a reverência dos discípulos
para com o Mestre. Não podiam suportar a ideia da troca da posição entre Mestre
e servo. Foi um choque para eles — e era o que JESUS queria, pois pretendia
ensinar-lhes uma lição inesquecível.
3. A explicação de CRISTO. “O que eu
faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás
depois.” A hesitação de Pedro foi tratada como a de João Batista:
“Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?”, disse o Batista. “Mas
JESUS lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça” (Mt 3.14,15). JESUS dará as explicações depois; o importante é
deixá-lo fazer a sua obra.
4. A presunção de Pedro. Com
típica impulsividade, Pedro exclamou, sem pensar: “Nunca me lavarás os pés”
(cf. Mt 16.22). Esta expressão de obstinação, orgulho e justiça própria era um
duplo golpe contra CRISTO:
1) Era contrária ao espírito da obra expiadora de CRISTO. Pedro não
queria saber de nada que não estivesse à altura da dignidade pessoal de CRISTO;
se, porém, achava que JESUS não devia se abaixar para limpar-lhe os pés, teria
também de achar que JESUS não devia passar pela ignomínia da cruz para
limpar-lhe a alma.
2) Era contrária ao senhorio de CRISTO: CRISTO não pode ser Senhor,
se seu discípulo ousa dizer-lhe: “Tu nunca farás assim”. O requisito primário
do discípulo é a entrega de si mesmo ao seu Mestre. Na prática, Pedro dizia ao
seu Senhor: “Seja feita não a
tua vontade, mas a minha”.
5. A advertência de CRISTO. “Se eu te não
lavar, não tens parte comigo”. Os que
não querem se entregar ao Mestre em atitude de amorosa obediência
não podem
pertencer à companhia dos seus. Pedro não poderia participar da
Última Ceia
antes de passar por aquela experiência que lhe ensinaria a
humildade.
6. Pedro se entrega. “Senhor, não só os meus pés,
mas também as mãos e a
cabeça”. Pedro, alarmado com esta ameaça de exclusão, vai
rapidamente ao
outro extremo e, com a mesma impulsividade de antes, oferece-se
para uma
lavagem inteira, como se dissesse: “Se o discipulado depende da
lavagem, podes
me lavar o quanto quiseres”. Pedro, com suas emoções e
impulsividade, sempre
deixava sua língua colocá-lo em situações difíceis. Se tivesse
sabido ficar quieto,
deixando CRISTO levar a sua obra adiante, sem interferências e
sugestões suas,
feitas como se tivesse sabedoria superior, a situação teria sido
bem melhor. A
Pedro faltava ainda a lição de meiguice e humildade; havia, no
entanto, por
detrás da impulsividade de Pedro, fervente amor pelo seu Mestre — e
JESUS
bem sabia disto.
7. CRISTO tranquiliza os discípulos.
“Aquele que já está lavado não necessita de
lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais
limpos, mas não
todos.”
7.1. A ilustração. Quem saísse de casa para visitar
alguém, tendo se banhado e
vestido da melhor maneira possível, sujaria os pés pelo caminho,
mas, ao chegar
à casa
do hospedeiro, somente precisaria lavar os pés, e não de um banho
completo.
7.2. A explicação. JESUS sabia que seus
discípulos estavam espiritualmente
limpos mediante seu ministério (Jo 15.3) e que, nos seus corações,
amavam-no.
No entanto, a ambição apegara-se a eles pelo caminho, e CRISTO,
tomando a bacia
e a toalha, estava mais interessado em limpar os sentimentos de
orgulho, que
estragariam a espiritualidade da reunião de despedida, do que em
lavar os pés.
Não se recusava a comer com os que não se lavavam devidamente (Mt
15.1,2),
mas não podia aceitar cear no meio dos discípulos enquanto estes
olhavam com
ódio uns para os outros, recusando-se a conversar e demonstrando de
todos os
modos possíveis maldade e amargura de espírito. A lavagem dos pés
redundou
na lavagem dos corações; o grupo de homens orgulhosos e ressentidos
voltou a
ser a companhia de discípulos humildes e amorosos. É assim que o
ESPÍRITO de CRISTO continua operando nos corações humanos!
7.3. A aplicação. Pessoas salvas (“limpas”)
podem colher várias formas de
imundícias do mundo por onde vão passando; portanto, precisam da
lavagem
diária dos pés, ou seja, precisam do perdão de CRISTO pelas
atitudes e ações
mundanas que praticam no ambiente do maligno.
Quando CRISTO fez a ressalva: “Nem todos estais limpos”, era porque
Judas, por
mais limpos que seus pés estivessem após a lavagem, não tinha
deixado CRISTO
limpar seu coração.
III - O Significado da Ação (Jo 13.12-17)
1. Devemos considerar sua ação.
“Depois que lhes lavou os pés, e tomou os seus
vestidos, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o
que vos tenho
feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o
sou”. Com
estas palavras JESUS prepara o caminho para inculcar o sentido
espiritual da lição
prática que acabara de dar; faz os discípulos cônscios de que sua
ação não fora
um esquecimento da dignidade da sua posição, e sim uma demonstração
real da
sua natureza de Filho de DEUS e Salvador.
2. Devemos seguir o seu exemplo.
“Ora se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés,
vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o
exemplo,
para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na
verdade vos digo
que não é o servo maior do que seu senhor, nem o enviado maior do
que aquele
que o enviou”. Com estas palavras JESUS tira as desculpas de
qualquer discípulo
que imagina ser importante demais para fazer qualquer humilde
serviço. Se o
Senhor e Mestre deixou de lado sua posição de dignidade e honra
para servir
humildemente, qual servo que poderá recusar-se a tomar a mesma
atitude?
Assim como ele disse a Pedro: “Se eu te não lavar, não tens parte
comigo”, também queria que os discípulos entendessem que, recusando-se a lavar
os pés
uns aos outros, recusando-se a servir uns aos outros em amor, não
teriam parte
com ele.
Lavar os pés aos irmãos significa servi-los em humildade e amor
(cf. At 20.35;
Rm 12.10; 15.1-3; 1 Co 9.22; Gl 5.13; 6.1,2). JESUS quer dizer que
devemos estar
dispostos, como nosso Mestre, a deixar de lado os nossos direitos e
privilégios e
nossa preocupação com as honras que queremos receber dos outros, e,
vestindo a
humildade e o amor, trabalhar para tirar nosso próximo do lamaçal
de infortúnios
em que o pecado o mergulhou.
Pedro, nas suas Epístolas, faz freqüentes alusões a algumas das
suas experiências
narradas nos Evangelhos. Por exemplo, compare 1 Pedro 5.8 com Lucas
22.31,32 e 1 Pedro 5.2 com João 21.15-17. É muito provável que
Pedro tivesse
em mente o incidente da lavagem dos pés quando escreveu aos
cristãos:
“Semelhantemente vós, mancebos, sede sujeitos aos anciãos; e sede
todos
sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque DEUS
resiste aos
soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pe 5.5). No grego original,
a palavra
traduzida por “cingir” provém de um termo que descreve o avental
usado pelos
escravos em serviço, de modo que se pode interpretar assim a
expressão:
“Vistam o avental da humildade para servir uns aos outros”. Foi
exatamente isto
que o Senhor JESUS fez quando lavou os pés aos discípulos.
3. O galardão de quem segue o seu exemplo. “Se
sabeis estas coisas, bem-aventurados
sois se as fizerdes” (v. 17). Uma coisa é ficar emocionado com a
história do evangelho, ser tomado de admiração pelo exemplo
consistente de
CRISTO e pela sublimidade dos seus ensinos; outra coisa, e bem mais
difícil, é sair
no meio do mundo ímpio e materialista e fazer tudo quanto
aprendemos de
JESUS. A maioria das pessoas sabe mais do que realmente põe em
prática;
devemos, portanto, transformar nossa admiração por CRISTO em
imitação de
CRISTO. A verdade brilha mais quando é vivida do que quando apenas
formulada
em palavras. Somente à medida que vivemos a verdade é que podemos
transformá-la em realidade para nós mesmos e para os outros.
IV - Ensinamentos Práticos
1. Respeitando CRISTO como Senhor. Pedro, ao exclamar: “Nunca me
lavarás os
pés”, estava fazendo do seu próprio raciocínio e consciência a
regra suprema da
sua conduta, violando assim o princípio de obediência que requer
que a vontade
do Senhor, uma vez conhecida a nós, seja suprema em nossas vidas,
quer
compreendamos sua razão de ser e seus motivos justos, quer não. O
princípio da
disciplina militar - “Obedeçam às ordens e façam as perguntas
depois” - também
pode ser aplicado à vida cristã. Há muitas coisas nos ensinos de
CRISTO que parecem, à primeira vista, contrárias à razão e impossíveis de serem
praticadas. Se fôssemos tomar a atitude de Pedro, diríamos a CRISTO que Ele não
deveria ensinar doutrinas tão místicas ou fixar padrões de conduta tão
idealistas. Quando Pedro recebeu, em época posterior, uma ordem divina que,
segundo lhe parecia, contrariava a Lei de Moisés, respondeu: “De modo nenhum,
Senhor” (At 10.14), sem perceber que a expressão “de modo nenhum” não condiz
com a palavra “Senhor”. CRISTO é nosso Senhor exatamente até onde lhe
obedecemos implicitamente; desobedecer-lhe é deixar de considerá-lo Senhor. Não
devemos temer: se obedecermos às suas ordens, Ele tomará a responsabilidade
pelos resultados, e nós não perderemos o galardão.
2. A humilhação de CRISTO - pedra de tropeço para muitos.
Assim como Pedro
achava que a exaltada posição de CRISTO não condizia com o humilde
serviço de
lavar os pés, há muitas pessoas que acham inaceitável DEUS ter
chegado a nós na
Pessoa de seu Filho para sofrer humilhação, rejeição e morte a fim
de salvar a
raça humana. Tal conduta, pensam, não condiz com a majestade
divina. A
resposta para tais é a mesma que Pedro recebeu: “Se eu te não
lavar, não tens
parte comigo”. Se não aceitamos a obra expiatória de CRISTO, que
inclui sua
humilhação, seus sofrimentos e a sua morte, não há nenhuma lavagem
de
regeneração para nossa salvação.
3. A purificação é essencial à comunhão. “Se
eu te não lavar, não tens parte
comigo”. Somente ao reconhecer que precisamos ser purificados, e ao
permitir
que Ele nos purifique, é que conseguimos ter comunhão com CRISTO e
uns com
os outros: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos
comunhão uns
com os outros, e o sangue de JESUS, seu Filho, nos purifica de todo
o pecado” (1
Jo 1.7). Quem quiser sentar-se à mesa com CRISTO precisa ser limpo.
Como os
discípulos, entra no cenáculo com a poeira do mundo, mas deve
permitir que
JESUS purifique a sua alma de toda mancha.
4. O gracioso julgamento de CRISTO. “Vós
estais limpos”, disse CRISTO a um grupo
de homens imperfeitos, que momentos antes tinham sobre si a
imundícia da
ambição e dos motivos indignos, e que continuavam com as manchas
das
imperfeições. CRISTO não confunde as manchas momentâneas com a
habitual
impureza, nem a mancha parcial com a impureza total. Entende a
diferença entre
a verdadeira apostasia e um sentimento passageiro que por uns
momentos
perturba a comunhão. Não sentencia que caímos da sua graça porque
cometemos
um pecado, expulsando-nos da sua presença. Não! conhecendo o nosso
coração,
e reconhecendo que fomos completamente limpos pela regeneração,
leva-nos a
entender que os nossos pés — que representam o nosso caminhar
diário —
precisam ser lavados. O que mais tarde aconteceu a Pedro, que
tornou necessário
que CRISTO lhe lavasse os pés, de modo espiritual? (cf. Mt
26.69-75).
Myer Pearlman - CPAD - Comentário Bíblico João
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HUMILDADE (Dicionário Bíblico Wycliffe, com
algumas inserções do Pr. Henrique)
1. O termo aparece apenas
uma vez na versão KJV em inglês (Cl
3.12), e nenhuma vez na versão RSV em inglês, porém aparece 11 vezes na
versão ARC em português. A palavra gr. tapeinophrosyne é usada outras seis
vezes e traduzida na versão KJV em inglês como “humildade” de pensamento (Fp
2.3; Ef
4.2), e como “humildade” (At
20.19; Cl
2.18,23; 1 Pe
5.5). Várias versões o traduzem, de forma geral, como “humildade” (Fp
2.3; At
20.19; 1 Pe
5.5; Ef
4.2; Cl
2.18,23).
2. Uma característica
cristã, resumida em Romanos
12.3: “Porque... digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que
convém saber”. A humildade (gr. tapeinophrosyne, 1 Pe
5.5) é uma atitude mental de inferioridade (Ef
4.2; Pp
2.3), o oposto do orgulho (q.v.). É aquela graça específica
desenvolvida no cristão pelo ESPÍRITO de DEUS, em que ele sinceramente
reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao DEUS Trino, que opera de forma
dinâmica a seu favor. Ele então se submete voluntariamente à mão de DEUS (Tg
4.610־; 1 Pe
5.5-7). Assim, a humildade não deve ser equiparada a um piedoso complexo
de inferioridade. Elá pode ser fingida pelos falsos mestres (Cl
2.18,23)
por meio de atos de auto- humilhação.
Esta qualidade é louvada no AT (Pv
15.33; 18.12; 22.4). O
termo heb. 'anatva (de 'anah, “ser afligido”) sugere que a humildade de
espírito é frequentemente o resultado da aflição. A vida de muitos reis de Judá
e de Israel foram avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs
21.29; 2 Cr
32.26; 33.23; 34.27; 36.12).
Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2 Cr
7.14; cf. Mq
6.8). O próprio DEUS, que é sublime e grandioso, deleita-se em habitar
com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo (Is
57.15).
JESUS CRISTO, como o supremo exemplo de humildade (Mt
11.29), forneceu aos seus discípulos uma demonstração visível de
humildade ao lavar-lhes os pés (Jo
13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp
2.5-11) encontra seu posto-chave no cultivo desse traço de JESUS CRISTO
por parte do crente. F.R.H.
Dicionário Bíblico Wycliffe
As Escrituras dão testemunhos, de diversas maneiras, da humanidade
de JESUS CRISTO. Ele era “Pilho de Abraão” (Mt
1.1); “da descendência de
Davi segundo a carne” (Rm
1.3), concebido pela virgem Maria (Lc
1.31), “nascido de mulher (Gl
4.4), nascido de Maria (Mt
1.25; 2.11; Lc
2.7), “se fez carne” (Jo
1.14; cf. Rm
1.3; 1 Tm
3.16). Ele foi um bebê (Mt
2.11,14,20,21; Lc
2.7,16),
Ele “crescia em sabedoria, e em estatura” (Lc
2.52), trabalhou como carpinteiro (Mc
6.3), teve fome (Mt
4.2; Mc
11.12), teve sede (Jo
4.7; 19.28),
viveu as emoções da alegria e da tristeza (Lc
10.21; Jo
12.27), foi crucificado, morreu, e ressuscitou dos mortos. Ele é
claramente chamado de homem (Jo
1.30; At
17.31; Rm
5.15; 1 Co
15.21,47; 1 Tm
2.5; Hb
2.6-9). Quatro caracterizações resumem a doutrina da humanidade de
CRISTO.
1. A realidade deve ser
enfatizada em oposição a qualquer ponto de vista que afirme ou implique em mera
aparência ou semelhança. Foi essa heresia que João foi obrigado a combater,
dizendo que ela era do anti cristo (1 Jo
4.1-3). No entanto, existem maneiras mais sutis, com as quais a
realidade da humanidade de CRISTO pode ser comprometida. A natureza humana é
finita e, portanto, existem limitações inseparáveis da humanidade de JESUS. O
significado de muitas das suas palavras e ações no tempo em que Ele estava em
carne estarão perdidas, se não forem levadas em conta as suas palavras e ações
em termos de sua natureza nu mana, e desta forma com as limitações
correspondentes a estas. Evidente a esse respeito é o texto em Mateus 24.36,
onde, sem representar um problema, é um indicador claro do conhecimento
limitado que a sua consciência humana possuía, e da sua dependência das
revelações para enfrentar tudo o que viria em seu raio de ação.
2. A integridade da
humanidade de CRISTO quer dizer que Ele possuía todas as qualidades essenciais
à humanidade. Ele era corpo e espírito. Tinha conhecimento, sentimento e
vontade humanos, que não estavam submersos nas qualidades da Divindade que Ele
também possuía. O zelo com que a igreja deve manter essa integridade aparece
naquilo que era central em sua missão. Ele sofreu e morreu em uma natureza
humana. Seria uma infração contra a realidade da expiação tentar enfraquecer,
de qualquer maneira, a inteireza com que Ele agiu, em termos de sua natureza
humana.
3. A pureza de JESUS (que
jamais pecou) distingue a sua natureza humana da de todos os demais. As
limitações não devem ser comparadas com fraquezas de pecados nem com a
falibilidade. Desde a sua concepção, Ele foi gerado de modo santo (Lc
1.35); nascido de uma virgem. Ele foi santo, inocente, imaculado e
separado dos pecadores (Hb
7.26), e ninguém poderia condená-lo por algum pecado (Jo
8.46). Embora tentado de todas as maneiras, como nós também o somos,
ainda assim é o adjetivo “sem pecado” que lhe confere a capacidade de
compadecer-se e conceder a sua graça e a sua virtude incomparáveis (Hb
4.15).
4. Â continuidade da Sua
humanidade é indispensável para o cumprimento do seu ministério celestial. Na
morte, o corpo e o espírito foram separados, o corpo permaneceu no sepulcro e o
espírito partiu para junto do Pai. Mas o corpo e o espírito se reuniram na
ressurreição. Na integridade da natureza humana, constituída tanto física
quanto mentalmente, Ele subiu aos céus, e continua o seu ministério mediador
até que no seu segundo advento Ele retorne com essa mesma natureza humana, para
julgar o mundo e consumar o reino de DEUS. J. M. Dicionário Bíblico Wycliffe
O título “CRISTO" quer dizer “ungido": refere-se ao
ofício que é desempenhado como consequência do propósito de salvação e redenção
oferecidos por DEUS. É mais adequado, portanto, falar, em primeiro Lugar, em
termos da humilhação do Filho de DEUS. Aquele título evidencia a sua identidade
eterna e Divina, e a sua humilhação só pode ser entendida no contexto de tal
dignidade.
Teria sido uma humilhação para o eterno Filho de DEUS vir a este
mundo e tornar-se homem sob as condições terrenas mais ideais, uma humilhação
simplesmente por causa da disparidade entre DEUS e o homem. No entanto, não foi
a um mundo ideal que o Filho de DEUS veio, mas a este mundo de pecado, de
sofrimento e de morte. Todas as circunstâncias da sua vinda foram condicionadas
por esses fatos. Ele não veio somente para lidar com o pecado, o sofrimento e a
morte; Ele os tomou sobre si, como aquele que pagaria pelos pecados, para dar
fim ao pecado e abolir a morte para o seu povo, A cruz de CRISTO foi uma auto
humilhação que chegou aos níveis mais baixos que se pode imaginar. Devido à
dignidade da sua pessoa como aquele que sempre foi “em forma de DEUS” e “igual
a DEUS” (Fp
2.6), e à condenação que Ele tomou sobre si mesmo, como aquele que
pagaria pelos pecados, não existe um paralelo para essa humilhação; ela é
inimitável e impossível de se repetir. A humilhação começou com a geração no
útero por meio do ESPÍRITO SANTO e na concepção por uma virgem. A entrada e o
desenvolvimento no útero de uma mulher que era pecadora, como todos os demais
membros da sua raça, indicam a sua condescendência. JESUS não compartilhou do
pecado de Maria, mas compartilhou a sua essência. As condições nas quais JESUS
nasceu em Belém expressam a humilhação por meio da qual Ele deveria cumprir o
plano da sua vinda. A humilde condição de vida em Nazaré, o batismo por João no
Jordão, a tentação no deserto, os sofrimentos com o cansaço, a fome e a sede,
as perseguições, as zombarias e os insultos durante o seu julgamento perante o
sumo sacerdote e Pilatos, a agonia no Getsêmani - tudo exemplifica a humilhação
sofrida, que chegou ao seu clímax no Calvário.
A humilhação não terminou na cruz. O seu espírito e alma foram para
o inferno, mas o seu corpo ficou no sepulcro. O Filho de DEUS estava no
sepulcro, no que diz respeito ao seu corpo, e Ele esteve sob o poder da morte
durante algum tempo. A humilhação terminou somente com a ressurreição. A
ressurreição foi a primeira etapa daquela honra por meio da qual lhe é
conferida a maior exaltação que se possa imaginar (Fp
2.9).
¹⁶ E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: DEUS se
manifestou em carne, foi justificado no ESPÍRITO, visto dos
anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória. 1 Timóteo
3:16
⁹ E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com
o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua
boca.
¹⁰ Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a
sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os
seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
¹¹ Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito;
com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as
iniquidades deles levará sobre si.
¹² Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos
repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi
contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o
pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. Isaías 53:9-12
J. M. Dicionário Bíblico Wycliffe
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Efésios 4
1 - Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação
com que fostes chamados, 2 - Com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 - Procurando guardar a
unidade do ESPÍRITO pelo vínculo da paz. 4 - Há um só corpo e um só ESPÍRITO,
como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
As principais virtudes fundamentais para manter a Igreja unida
são – humildade, mansidão e longanimidade.
– PARA HAVER UNIDADE É PRECISO HUMILDADE
1. O modo digno do viver cristão.
"Andem de modo digno da vocação” (4.1). O crente é filho de
DEUS, é membro do corpo de CRISTO, portanto deve portar-se dignamente.
Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de CRISTO? Tomarei,
pois, os membros de CRISTO e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela?
Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um
mesmo espírito. Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do
corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis
que o nosso corpo é o templo do ESPÍRITO SANTO, que habita em vós, proveniente
de DEUS, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço;
glorificai, pois, a DEUS no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem
a DEUS. 1 Coríntios 6:15-20
A união e intimidade com DEUS pelo ESPÍRITO SANTO que nele habita,
faz com que o crente seja luz em meio às trevas, seja exemplo para todos, seja
representante de CRISTO em meio ao mundo que jaz no maligno.
JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se,
aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a boca, os ensinava,
dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos
céus; bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; bem-aventurados os limpos
de coração, porque eles verão a DEUS; bem-aventurados os pacificadores, porque
eles serão chamados filhos de DEUS; bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós
quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra
vós, por minha causa. Exultai e alegrai- porque é grande o vosso galardão nos
céus; porque assim perseguiram os profetas que antes de vós. Vós sois o sal da
terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais
presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do
mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende
a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos
que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que nos céus. Mateus
5:1-16
A Palavra de DEUS nos apresenta pelo menos três virtudes
essenciais, a humildade, a mansidão e a longanimidade (4.2) para
seguirmos unidos a DEUS e a Igreja na realização da obra de DEUS.
Estas três virtudes essenciais são produzidas e são do ESPÍRITO
SANTO, sendo desenvolvidas no crente a partir de sua comunhão com o mesmo
ESPÍRITO SANTO, em CRISTO e em louvor e glória ao PAI.
2. A humildade.
HUMILDADE - (Strong português) - ταπεινοφροσυνη
tapeinophrosune
1) ter uma opinião humilde de si mesmo
2) senso profundo de insignificância (moral)
3) modéstia, humildade, submissão de mente
A. O termo aparece 11 vezes na versão ARC em português.
A palavra gr. tapeinophrosyne é usada outras seis vezes e traduzida
na versão KJV em inglês como “humildade” de pensamento (Fp 2.3; Ef 4.2), e como
“humildade” (Act 20.19; Cl 2.18,23; 1 Pe 5.5). Várias versões o traduzem, de
forma geral, como “humildade” (Fp 2.3; Act 20.19; 1 Pe 5.5; Ef 4.2; Cl
2.18,23).
B. Uma característica cristã.
É aquela graça específica desenvolvida no cristão pelo ESPÍRITO de
DEUS, em que ele sinceramente reconhece que tudo o que tem e é deve-se ao DEUS
Trino, que opera de forma dinâmica a seu favor. Ele então se submete
voluntariamente à mão de DEUS (Tg 4.610־; 1 Pe 5.5-7). Assim, a humildade não
deve ser equiparada a um piedoso complexo de inferioridade. Ela pode ser
fingida pelos falsos mestres (Cl 2.18,23) por meio de atos de auto humilhação.
Esta qualidade é louvada no AT (Pv 15.33; 18.12; 22.4). O termo heb. 'anatva
(de 'anah, “ser afligido”) sugere que a humildade de espírito é frequentemente
o resultado da aflição. A vida de muitos reis de Judá e de Israel foram
avaliadas de acordo com esta característica (1 Rs 21.29; 2 Cr 32.26; 33.23;
34.27; 36.12). Humilhar-se é o primeiro passo para o verdadeiro avivamento (2
Cr 7.14; cf. Mq 6.8). O próprio DEUS, que é sublime e grandioso, deleita-se em
habitar com aquele que tem um espírito contrito e humilde, a fim de avivá-lo
(Is 57.15).
JESUS CRISTO, como o supremo exemplo de humildade (Mt 11.29), forneceu aos seus
discípulos uma demonstração visível de humildade ao lavar-lhes os pés (Jo
13.3-16). Uma importante passagem cristológica no NT (Fp 2.5-11) encontra seu
posto-chave no cultivo desse traço de JESUS CRISTO por parte do crente. F.R.H.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Mateus 11:29
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
CRISTO JESUS,
que, sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:5-8
A humildade, muitas vezes, é confundida com covardia, falta de
amor-próprio ou alguma coisa negativa, porém, para o cristão é uma qualidade
aprendida de JESUS.
“não teve por usurpação ser igual a DEUS. Mas aniquilou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7). JESUS deixou todas as
prerrogativas divinas para se tornar como um de nós, para assim, ser nosso
parente próximo e nos comprar para DEUS (Lv 25.12, 47-55; 1 Co 6.20, 7.23 -
nossa redenção), tomando sobre Ele nossos pecados e doenças e enfermidades e
maldições e morrendo por nós na cruz (Is 53.4; Mt 8.17; Gl 3.13; 1 Pe 2.
24, 5.7).
JESUS demonstrou na prática a humildade ao lavar os pés dos
apóstolos (Jo 13.13-15).
Esta virtude essencial é produzida pelo ESPÍRITO SANTO, sendo
desenvolvida no crente a partir de sua comunhão com o mesmo ESPÍRITO SANTO, em
CRISTO e em louvor e glória ao PAI.
3. A verdadeira humildade.
Humildade expressa a modéstia, em oposição ao orgulho e a
arrogância (2 Co 12.20). Favorece o bem da coletividade no lugar do egoísmo (Jo
17.21-23). Coopera para a harmonia nos relacionamentos e promove a unidade no
Corpo de CRISTO (1 Co 12.25).
Estas três virtudes essenciais são produzidas e são do ESPÍRITO
SANTO, sendo desenvolvidas no crente a partir de sua comunhão com o mesmo
ESPÍRITO SANTO, em CRISTO e em louvor e glória ao PAI. Não há quem possa
desenvolver tal conduta sem que o ESPÍRITO SANTO o transforme (Gl 5.16).
Nada de orgulho portanto, pois, tudo vem de DEUS e é para DEUS. -
Digo, porém: Andai em ESPÍRITO e não cumprireis a concupiscência da carne.
Gálatas 5:16
Mas o fruto do ESPÍRITO é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.
E os que são de CRISTO crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos no ESPÍRITO, andemos também no ESPÍRITO. Não
sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos
uns aos outros. Gálatas 5:22-26
Importante frisar que o FRUTO (um fruto só) é do ESPÍRITO SANTO.
Possui 9 qualidades, ou virtudes, ou atributos, ou aspectos. Quanto maior
submissão ao ESPÍRITO SANTO, mais aparecem as tais qualidades.
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CRISTO Lavando os Pés dos Discípulos. A Necessidade de Obediência
É geralmente dado como certo pelos comentaristas que a lavagem dos
pés dos discípulos por parte de CRISTO, e o sermão que se seguiu, aconteceram
na mesma noite em que Ele foi traído, e na mesma reunião em que Ele comeu a
Páscoa e instituiu a Ceia do Senhor. Mas eles não estão de acordo quanto a se a
lavagem dos pés ocorreu antes da solenidade haver começado, ou depois de ter
terminado, ou ainda entre a ceia da Páscoa e a instituição da Ceia do Senhor.
Este evangelista reúne aquelas passagens que os outros haviam omitido,
habilmente omite aquelas que os outros haviam relatado, ocasionando alguma
dificuldade em juntá-las. Se assim foi, nós supomos que Judas saiu (v. 30) para
preparar os homens que iriam prender o Senhor JESUS no jardim. Mas o Dr.
Lightfoot é claramente da opinião de que isso foi feito e dito, tudo o que está
relatado até o final do capítulo 14, não na ceia da Páscoa, pois aqui foi dito
que (v. 1) “antes da festa da Páscoa”, na ceia em Betânia, dois dias antes da
Páscoa (sobre a qual lemos em Mateus
26.2-6), Maria, pela segunda vez, ungiu a cabeça de CRISTO com seu vaso
de unguento. Ou poderia ser em qualquer outra ceia em qualquer noite antes da
Páscoa, não como a que houve na casa de Simão, o leproso, mas nos próprios
alojamentos dele, onde Ele não tinha ninguém, senão seus discípulos, à sua
volta, e podia estar mais à vontade com eles.
Nestes versículos, nós temos o relato de CRISTO lavando os pés de
seus discípulos. Era um ato de natureza singular. Não se tratava de nenhum
milagre, a menos que chamemos isso de um milagre de humildade. Maria havia há
pouco ungido a cabeça de JESUS. Agora, para que sua aceitação desse fato não se
parecesse com um apego à ostentação, Ele logo em seguida equilibra isso com
este gesto de humilhação. Mas por que CRISTO faria isso? Se os pés dos
discípulos precisavam ser lavados, eles próprios poderiam lavá-los. Um homem
sábio não fará uma coisa que pareça estranha e incomum, senão por razões muito
boas e por consideração. Nós estamos certos de que isso não foi por brincadeira
ou diversão. Não, o procedimento foi muito solene, e continuou com grande
seriedade, e quatro razões são aqui sugeridas de por que CRISTO fez isso: 1.
Para que pudesse afirmar seu amor por seus discípulos, vv. 1,2. 2. Para que
pudesse dar um exemplo de sua própria humildade e condescendência voluntárias,
vv. 3-5. 3. Para que pudesse lhes passar a ideia de uma lavagem espiritual, a
qual é referida em sua conversa com Pedro, vv. 6-11. 4. Para que pudesse dar a
eles um exemplo, vv. 12-17. E o esclarecimento dessas quatro razões levará à
exposição de toda a história.
I
CRISTO lavou os pés de seus discípulos para que pudesse dar
uma prova do grande amor com o qual Ele os amou, amou-os até o fim, v. 1,2.
1. O fato de nosso Senhor JESUS ter “amado os seus que estavam no
mundo”, amando-os “até ao fim”, é estabelecido aqui como uma verdade
indubitável, v. 1.
(1) Isto é verdadeiro para os discípulos que eram seus seguidores
imediatos, em especial os doze. Eles eram os seus no mundo, sua família, sua
escola, seus amigos íntimos. Ele não teve filhos para chamar de seus, mas
adotou os discípulos, e os recebeu como se fossem seus. Ele tinha aqueles que
eram seus no outro mundo, mas os deixou, durante certo tempo, para cuidar dos
seus neste mundo. Esses Ele amou, chamou-os para fazer parte de sua comunhão,
conversava amigavelmente com eles, sempre cuidava deles, e de seu conforto e
honra. Ele permitia-lhes ficar muito à vontade com Ele, e era paciente com suas
fraquezas. Ele os amou até o fim, e seu amor por eles permaneceu enquanto
viveu, e após sua ressurreição. Ele nunca retirou sua bondade. Embora houvesse
algumas pessoas de qualidade que aderiram à sua causa, Ele nunca abandonou seus
velhos amigos para abrir espaço para novos, mas continuou apegado a seus pobres
pescadores. Eles eram fracos e falhos em conhecimento e graça, tolos e
esquecidos, e, embora os censurasse com frequência, Ele nunca deixou de amar e
de cuidar deles.
(2) Isso é verdadeiro para todos os crentes, porque esses doze
patriarcas eram os representantes de todas as tribos do Israel espiritual de
DEUS. Observe que: [1] Nosso Senhor JESUS tem no mundo um povo que é seu. Seu,
porque lhe foi dado pelo Pai, Ele o comprou e pagou um preço elevado por ele, e
o separou para si. Seu, porque eles se devotaram a Ele como um povo eleito.
“Seus”. Onde se disse “seus” dos que “não o receberam”, a expressão é tous
idious – suas próprias pessoas, como a esposa e os filhos de um homem são seus,
as pessoas com quem ele mantém um relacionamento permanente. [2] CRISTO tem um
amor cordial pelos seus que estão no mundo. Ele os amou com um amor repleto de
boa vontade quando se deu pela redenção deles. Ele os ama com um amor de complacência
quando os aceita em comunhão consigo. Embora eles estejam neste mundo, um mundo
de trevas e distância, de pecado e corrupção, Ele os ama. Ele estava agora indo
ter com os seus no céu, os espíritos dos homens justos ali aperfeiçoados, mas
Ele parece mais voltado para os seus na terra, porque a maioria deles precisava
de seus cuidados. O filho enfermo é aquele que geralmente requer mais cuidados.
[3] Aqueles a quem CRISTO ama, Ele ama até o fim. Ele é constante em seu amor
para com seu povo. Ele descansará no amor de seu povo. Ele ama com um amor
eterno (Jr
31.3), eterno desde suas deliberações até suas consequências. Nada pode
separar um crente “do amor de CRISTO”. Ele ama os seus, eis telos – até a
perfeição, pois Ele aperfeiçoará aquilo que lhes diz respeito, os levará àquele
mundo onde o amor é prefeito.
2. CRISTO manifestou seu amor pelos seus ao lavar os pés de seus
discípulos, como aquela boa mulher (Lc
7.38) demonstrou seu amor por Ele ao lavar e enxugar seus pés. Desse
modo, Ele desejava mostrar que, assim como seu amor por eles era constante,
também era condescendente – que, dando prosseguimento aos desígnios deste amor,
Ele estava disposto a se humilhar –, e que as glórias de sua condição elevada,
nas quais Ele estava agora adentrando, não deveriam ser obstáculo, de maneira
alguma, para a generosidade que Ele tinha para com seus escolhidos. E desse
modo, Ele confirmaria a promessa que tinha feito a todos os santos de que “os
fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc
12.37). Ele os exaltará de forma tão incrível e surpreendente como um
senhor que serve aos seus servos. Os discípulos haviam acabado de revelar a
fraqueza de seu amor por Ele, ao se indignarem pelo unguento que fora derramado
sobre sua cabeça (Mt
26.8), no entanto Ele logo em seguida dá essa prova de seu amor por
eles. Nossas fraquezas contrastam com as bondades de CRISTO, e as realçam.
3. Ele escolheu esse momento para fazer isso, um pouco antes de sua
última Páscoa, por duas razões:
(1) Porque Ele sabia “que já era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai”. A hora que Ele havia esperado por um longo tempo. Observe
aqui: [1] A mudança que nosso Senhor JESUS estava prestes a empreender. Ele
devia partir. Ela começou com sua morte, e foi completada em sua ascensão. Como
o próprio CRISTO, assim todos os crentes, em virtude de sua união com Ele,
quando deixam o mundo, deixando seus corpos vão para o Pai, e passam a estar
presentes com o Senhor. É a partida do mundo, este mundo cruel, insultuoso,
descrente e traiçoeiro, este mundo de trabalho, trabalho árduo e tentações,
este vale de lágrimas. É caminhar para o Pai, para a visão do “Pai dos
espíritos”, e a bênção de desfrutar dele como nosso DEUS e Pai. [2] O momento
desta mudança: “Era chegada a sua hora”. Ela é, às vezes, chamada a hora de
seus inimigos (Lc
22.53), a hora do triunfo deles; às vezes, sua hora, a hora de seu
triunfo, a hora que Ele tivera em vista desde o princípio. O período de seus
sofrimentos estava fixado em uma hora, e a duração deles, apenas por uma hora.
[3] Sua antevisão dela: Ele sabia que sua hora era chegada. Ele sabia desde o
início que ela chegaria, e quando chegaria, mas agora Ele sabia que ela havia
chegado. Nós não sabemos quando nossa hora chegará, e então o que devemos fazer
em uma preparação de rotina para ela nunca deve ser negligenciado, mas, quando
sabemos pelos sinais que é chegada nossa hora, devemos nos dedicar
vigorosamente a uma preparação efetiva, como nosso mestre o fez, 2
Pedro 3.14. Agora fazia parte da visão imediata de sua partida que Ele
lavasse os pés de seus discípulos, de modo que, assim como sua própria cabeça
acabara de ser ungida na expectativa do dia de seu sepultamento, os pés deles
deveriam ser lavados em preparação para o dia de sua consagração através da
descida do ESPÍRITO SANTO, cinquenta dias depois, assim como os sacerdotes eram
lavados, Levítico
8.6. Quando virmos nosso dia se aproximando, deveremos fazer todo o
bem que pudermos para aqueles que deixaremos para trás.
(2) Porque agora o Diabo já havia “posto no coração de Judas… que o
traísse”, v. 2. Estas palavras, em um parêntese, podem ser consideradas: [1]
Como rastreando a traição de Judas até sua origem. Era um pecado de tal
natureza, que evidentemente carregava a imagem e a assinatura do Diabo. Não
sabemos que meios de acesso o Diabo tem ao coração dos homens, e através de
quais métodos ele lança suas sugestões, e as mistura de forma indiscernível com
aqueles pensamentos que são os naturais do coração. Mas existem alguns crimes
tão excessivamente pecaminosos em sua própria natureza, e para os quais existe
tão pouca tentação do mundo e da carne, que é óbvio que Satanás coloca os ovos
deles em um coração disposto a ser o ninho para incubá-los. O fato de Judas
trair um mestre tão bom, traí-lo por tão pouco, e sob nenhuma provocação, era
uma inimizade tão clara contra DEUS, que não podia ser forjada senão pelo
próprio Satanás, que, com isso, pensou que arruinaria o reino do Redentor, mas,
de fato, arruinou o seu próprio. [2] Como indicando uma razão pela qual CRISTO
agora lavava os pés dos seus discípulos. Em primeiro lugar, estando Judas agora
resolvido a traí-lo, o momento de sua partida não podia estar longe. Estando
essa questão definida, é fácil concordar com o apóstolo Paulo: “Eu já estou
sendo oferecido”. Note que, quanto mais mal-intencionados percebermos que
nossos inimigos estão contra nós, mais habilmente devemos nos preparar para o
pior. Em segundo lugar, estando Judas agora caindo na armadilha, e o Diabo apontando
para Pedro e para os demais (Lc
22.31), CRISTO iria fortalecer os seus contra ele. Se o lobo agarrou um
do rebanho, é tempo de o pastor olhar bem para o resto. Os antídotos devem ser
aplicados quando a infecção começa. O Dr. Lightfoot observa que os discípulos
tinham aprendido com Judas a murmurar, por ocasião da unção que foi oferecida a
CRISTO. Compare João
12.4ss. com Mateus
26.8. E para que aqueles que aprendiam com Judas não aprendessem o
pior, Ele os fortalece através de uma lição de humildade contra os ataques mais
perigosos. Em terceiro lugar, Judas, que estava agora conspirando para traí-lo,
era “um dos doze”. Agora CRISTO mostraria, através da lavagem de seus pés, que
Ele não planejava abandonar a todos eles pelos erros de um. Embora um membro do
seu conselho fosse um diabo e um traidor, eles jamais deveriam se sentir mal
por causa disso. CRISTO ama sua igreja, embora existam hipócritas nela, e ainda
tinha carinho para com seus discípulos, mesmo havendo um Judas entre eles e Ele
soubesse disso.
II
CRISTO lavou os pés de seus discípulos para nos dar um
exemplo de sua própria e maravilhosa humildade, e mostrar como Ele era modesto
e condescendente, e para que o mundo inteiro soubesse o quanto Ele podia
humilhar-se por amor aos seus. Isto está indicado nos versículos 3-5. JESUS,
sabendo, e agora considerando de fato, e talvez discursando sobre suas virtudes
como Mediador, e dizendo a seus amigos que “o Pai tinha depositado nas suas
mãos todas as coisas… levantou-se da ceia”, e, para grande surpresa dos
companheiros, que desejavam saber o que Ele iria fazer, “começou a lavar os pés
aos discípulos”.
1. Aqui está a justa glorificação do Senhor JESUS. Coisas gloriosas
são ditas aqui a respeito de CRISTO como Mediador.
(1) O Pai havia “depositado nas suas mãos todas as coisas”, havia
dado a Ele dignidade em tudo, e poder sobre tudo, como possuidor do céu e da
terra, de acordo com os grandes desígnios de sua missão. Veja Mateus
11.27. O acerto e a conciliação de todas as questões em divergência
entre DEUS e os homens foram depositadas em suas mãos como o grande árbitro e
juiz, e a administração do reino de DEUS entre os homens, em todos os seus
aspectos, fora confiada a Ele, de forma que todas as ações, tanto de autoridade
quanto de julgamento, passavam por suas mãos. Ele é “herdeiro de tudo”.
(2) Ele veio de DEUS. Isso implica em que Ele estava no princípio
com DEUS, e tinha existência e glória, não apenas antes que nascesse neste
mundo, mas antes que o próprio mundo fosse criado, e que, quando Ele veio ao
mundo, veio como embaixador de DEUS, comissionado por Ele. Ele veio de DEUS
como o Filho de DEUS, e o enviado de DEUS. Os profetas do Antigo Testamento
foram levantados e usados por DEUS, mas CRISTO veio diretamente dele.
(3) Ele “ia para DEUS”, para ser glorificado com Ele, com a mesma
glória que Ele tinha com DEUS desde a eternidade. Aquele que vem de DEUS deverá
ir para DEUS. Aqueles que nascem do céu são destinados ao céu. Assim como
CRISTO veio de DEUS, para ser o representante dele na terra, da mesma forma Ele
foi para DEUS, para ser nosso representante no céu, e é um alivio para nós
pensarmos no quanto Ele é bem-vindo lá. Ele foi trazido para perto do “ancião
de dias”, Daniel
7.13. Foi-lhe dito: “Assenta-te à minha mão direita”, Salmos
110.1.
(4) Ele sabia de tudo isso. Não era como um príncipe no berço, que
não sabe nada sobre a glória para a qual nasceu, ou como Moisés, que não sabia
que sua face brilhava. Não, Ele tinha uma visão completa de todas as honras de
sua condição elevada, e mesmo assim se humilhou a tal ponto. Mas como isso se
encaixa aqui? [1] Como um estímulo para que Ele agora deixasse rapidamente
quaisquer que fossem as lições e legados que tivesse que deixar para seus
discípulos, porque era agora chegada sua hora, quando Ele deveria despedir-se
deles e ser elevado acima daquela convivência familiar que nesse momento Ele
tinha com eles, v. 1. [2] Pode se encaixar como aquilo que o apoiou em seus
sofrimentos, e manteve seu ânimo ao longo de sua batalha tão feroz. Judas agora
o estava traindo, e Ele sabia disso, e sabia quais seriam as consequências.
Porém, sabendo também “que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS”, Ele não
recuou, mas foi em frente com ânimo. [3] Isso parece se inserir como um realce
para sua condescendência, para torná-la ainda mais admirável. As razões da
graça divina são, algumas vezes, descritas nas Escrituras como estranhas e
surpreendentes (como Is
57.17,18; Os
2.13,14).
Assim, aqui isto é concedido como um incentivo a CRISTO para humilhar-se, o
que, ao contrário, poderia ter sido um motivo para Ele mostrar pompa, pois os
pensamentos de DEUS não são como os nossos. Compare esta passagem com aquelas
que prefaciam os exemplos mais notáveis da graça, com as demonstrações da
glória divina, como, por exemplo, Salmos
68.4,5; Isaías
57.15; 66.1,2.
2. Apesar disso, eis aqui a humilhação voluntária de nosso Senhor
JESUS. Conhecendo JESUS sua própria glória como DEUS, e sua própria autoridade
e poder como Mediador, seria de se pensar que deveria seguir-se um ritual como
este: Ele se levantaria da mesa, tiraria suas vestes habituais, requisitaria
togas, ordenaria que mantivessem distância, e o homenageassem. Mas não,
aconteceu algo totalmente contrário. Ele passou a dar o maior de todos os
exemplos de humildade. Observe que uma bem fundamentada certeza do céu e da
felicidade, em vez de fazer um homem inchar de orgulho, o tornará e o manterá
muito humilde. Aqueles que desejarem ser considerados semelhantes a CRISTO,
compartilhando seu espírito, devem procurar conservar seus pensamentos humildes
em meio aos maiores progressos. CRISTO se humilhou, lavando os pés de seus
discípulos.
(1) O ato em si era degradante e servil, e para o qual servos do
mais baixo posto eram utilizados. “Eis aqui a tua serva”, disse Abigail,
“servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor”. Deixe-me com o
trabalho mais humilde, 1
Samuel 25.41. Se ele tivesse lavado as mãos ou os rostos deles, isso teria sido
uma grande condescendência (Eliseu “deitava água sobre as mãos de Elias”, 2
Reis 3.11), mas o fato de CRISTO ter se humilhado a fazer um trabalho como
este, bem poderia despertar nossa admiração. Assim, Ele nos ensinou que nada
está abaixo de nós quando se trata de podermos ser úteis para a glória de DEUS
e para o bem de nossos irmãos.
(2) A condescendência era ainda maior porque Ele fez isso para seus
próprios discípulos, que, por si só, eram de uma condição humana baixa e
desprezível em relação aos nobres deste mundo. Seus pés, é provável, eram
raramente lavados, e, portanto, muito sujos. Em relação a Ele, eles eram seus
pupilos, seus servos, e, como tal, deveriam ter lavado os pés dele. Eles
dependiam dele e esperavam todas as coisas de suas mãos. Muitas das grandes
mentes, por outro lado, farão coisas baixas para bajular seus superiores. Elas
progridem através da humilhação, e galgam postos pela bajulação. Mas o fato de
CRISTO fazer isso por seus discípulos não poderia ser um gesto de astúcia nem
um desejo de agradar. Esta foi, de fato, uma atitude de pura humildade.
(3) Ele levantou-se da mesa para fazer isso. Embora interpretemos
como tendo acontecido no fim da ceia (v. 2), isto é mais bem interpretado como
estando a ceia em andamento, ou estando Ele ceando, pois se assentou outra vez
à mesa (v. 12), e o encontramos molhando o bocado (v. 26), de modo que Ele fez
isso no meio de sua refeição, e, com isso, nos ensinou: [1] A não considerarmos
uma perturbação, nem motivo justo para qualquer intranquilidade, sermos
chamados durante nossa refeição para prestarmos a DEUS ou aos nossos irmãos
qualquer serviço concreto, valorizando mais o cumprimento do nosso dever do que
nossa necessidade de alimento, Jó 4.34. CRISTO não interromperia suas pregações
para fazer um favor aos seus parentes mais próximos (Mc
3.33), mas abandonaria sua ceia para mostrar seu amor pelos seus
discípulos. [2] A não sermos muito requintados com relação ao nosso alimento.
Lavar pés sujos na hora da ceia teria feito revirar muitos estômagos sensíveis,
mas CRISTO fez isso, não para que pudéssemos aprender a ser rudes e sujos (a
higiene e a devoção andam juntas), mas para ensinar-nos a não sermos
cuidadosos, a não fazermos nossa vontade, mas a dominarmos a sensibilidade do
apetite, dando às boas maneiras seu devido lugar, e nada mais.
(4) Ele se colocou nos trajes de um servo para realizar essa
tarefa: Ele “tirou as vestes” da parte superior, para que pudesse dedicar-se a
esse serviço mais livremente. Nós devemos nos direcionar para o dever como
aqueles que estão decididos a não se agarrar à ostentação, mas a se esforçar.
Devemos nos despojar de tudo aquilo que alimentaria nosso orgulho ou nos
atrasaria em nosso caminho e nos impediria de fazer o que temos de fazer,
devemos cingir os lombos do nosso entendimento, como aqueles que com fervor se
prendem ao trabalho.
(5) Ele fez isso com toda a humildade que poderia existir, passou
decididamente por todas as etapas do serviço, e não ignorou nenhuma delas. Ele
o fez como se tivesse sido acostumado a servir dessa maneira. Ele mesmo o fez
sozinho, e não teve ninguém para ajudá-lo nisso. Ele cingiu-se com a toalha,
assim como os servos cobrem seu braço com um lenço, ou colocam um avental
diante do seu corpo. Ele despejou água na bacia, das talhas que estavam ao lado
(Jo
2.6), e então lhes lavou os pés, e, para completar o serviço,
enxugou-os. Alguns acham que Ele não lavou os pés de todos eles, mas de apenas
quatro ou cinco, sendo isso considerado suficiente para atingir a finalidade.
Mas eu não vejo nada que sustente essa hipótese, pois, em outras ocasiões em
que Ele fez alguma distinção ou exceção, isso é mencionado, e a lavagem dos pés
de todos eles, sem exceção, nos mostra uma caridade universal, que é extensiva
a todos os discípulos de CRISTO, até mesmo ao menor deles.
(6) Nada parece indicar que Ele não tenha lavado os pés de Judas
entre os demais, pois ele estava presente, v. 26. De fato, um dos atributos de
uma viúva é que ela tenha lavado os pés dos santos (1 Tm
5.10), e havia algum conforto nisso, mas o bendito JESUS aqui lavou os
pés de um pecador, o pior dos pecadores, o pior para Ele, que, naquele momento,
estava planejando traí-lo.
Muitos intérpretes consideram a lavagem dos pés dos discípulos por
parte de CRISTO como um simbolismo de toda a sua missão. Ele sabia que era
igual a DEUS, e que todas as coisas eram suas, e Ele levantou-se de sua mesa em
glória, despojou-se de seu manto de luz, cingiu-se com nossa natureza, tomou
para si a forma de servo, não veio para ser servido, mas para servir, derramou
seu sangue, derramou sua alma até à morte, e, através disso, preparou uma bacia
para nos lavar dos nossos pecados, Apocalipse
1.5.
III
CRISTO lavou os pés de seus discípulos para que este ato
pudesse representar para eles uma lavagem espiritual, e a purificação da alma
das contaminações do pecado. Isso é claramente declarado em sua conversa com
Pedro sobre este assunto, vv. 6-11, na qual podemos observar:
1. A surpresa de Pedro ao ver seu Mestre cuidando desse serviço
degradante (v. 6): Ele se aproximou de Simão Pedro, com sua toalha e uma bacia,
e ordenou-lhe que expusesse seus pés para serem lavados. Crisóstomo presume que
primeiro Ele lavou os pés de Judas, que prontamente aceitou a honra, e ficou
feliz em ver seu Mestre se rebaixar desse modo. Porém, é mais provável que, ao
realizar esse serviço (que é expresso pela frase “começou a lavar”, v. 5), o
Senhor tenha começado por Pedro, para que os demais não se recusassem, por não
terem ouvido a explicação contida no diálogo anterior entre o Senhor e Pedro.
Quer CRISTO tenha se dirigido primeiro a Pedro ou não, quando se dirigiu a ele,
Pedro ficou surpreso com a proposta: “Senhor”, diz ele, “tu lavas-me os pés a
mim?” Aqui há uma ênfase que deve ser colocada sobre os termos “tu” e “mim”, e
a colocação das palavras é notável, sy mou – O que! Tu a mim? Tu mihi lavas
pedes? Quid est tu? Quid est mihi? Cogitanda sunt potius quam dicenda – Tu
lavas-me os pés a mim? O que é esse tu? E quanto a mim? Essas coisas devem ser
contempladas mais do que expressadas. Aug., in loc. “Por que tu, nosso Senhor e
Mestre, a quem nós conhecemos e acreditamos ser o Filho de DEUS, o Salvador e
Soberano do mundo, fazes isso por mim, um inútil verme da terra, um homem
pecador, Senhor? Devem lavar meus pés essas mãos que com um toque têm
purificado os leprosos, dado a visão aos cegos e ressuscitado aos mortos?”
Assim disse Theophylact, e, apoiando-se nele, o Dr. Taylor. De muito bom grado,
Pedro teria pego a bacia e a toalha, e lavado os pés de seu Mestre, e ficado
orgulhoso dessa honra, Lucas
17.7,8.
“Isso teria sido natural e normal. Mas o fato de o meu Mestre lavar meus pés é
de uma impropriedade como nunca houve. Permitir isto seria uma falta de
delicadeza para com Ele, um paradoxo tão grande, que eu não posso entender. É
esse ‘o costume dos homens?’” Observe que as condescendências de CRISTO,
especialmente suas condescendências para conosco, das quais tomamos
conhecimento através da sua graça, são, de forma justa, motivo de nossa
admiração, Jo
14.22. Quem sou eu, Senhor DEUS? E qual é a casa de meu pai?
2. A imediata resposta que CRISTO deu a essa pergunta que indicava
surpresa. Isto, ao menos, era suficiente para calar suas objeções (v. 7): “O
que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois”. Aqui estão duas
razões pelas quais Pedro deveria se submeter ao que CRISTO estava fazendo:
(1) Porque, no momento, ele estava desinformado no tocante a isso,
e não devia opor-se àquilo que ele não entendia, mas concordar com a vontade e
a sabedoria de alguém que podia dar uma boa razão para tudo aquilo que dizia e
fazia. CRISTO ensinaria Pedro a ter uma obediência completa: “‘O que eu faço,
não o sabes tu, agora’, e, consequentemente, não és um juiz adequado para isso,
mas deves acreditar que isso é o melhor a ser feito, porque eu o estou
fazendo”. Observe que nossa consciência de que trabalhamos sob a ignorância, e
nossa incapacidade de avaliar o que DEUS faz, deveria nos tornar indulgentes e
modestos em nossas censuras aos seus procedimentos. Veja Hebreus
11.8.
(2) Porque, nesse ato, havia alguma coisa importante, cujo
significado Pedro saberia mais tarde: “‘Tu o saberás depois’, por que
necessitas ser lavado, quando fores culpado do abominável pecado de me negar”,
segundo alguns. “Tu o saberás, quando, no desempenho da função de um apóstolo,
fores usado na purificação daqueles que carregam seu fardo de pecados e
contaminações, daqueles que estão apegados à iniquidade”, segundo o Dr.
Hammond. Observe que: [1] Nosso Senhor JESUS faz muitas coisas cujo significado
nem mesmo seus próprios discípulos conhecem por hora, mas o saberão depois. O
que Ele fez quando se tornou homem por nós e o que Ele fez quando se tornou um
verme, e não um homem, por nós, o que Ele fez quando viveu nossa vida e o que
Ele fez quando renunciou a ela, não podia ser compreendido, senão mais tarde, e
parecia, então, que isso convinha a Ele, Hebreus
2.17. Providências subseqüentes explicam as anteriores, e nós
percebemos posteriormente qual era o objetivo benevolente de eventos que
pareciam totalmente opostos, e situações em que o modo como pensávamos estava a
ponto de se mostrar correto. [2] A lavagem dos pés dos discípulos por CRISTO
tinha um significado que eles próprios só entenderam mais tarde, quando CRISTO
explicou que ela era uma espécie de lavagem da regeneração, e quando o ESPÍRITO
foi derramado do céu sobre eles. Devemos deixar que CRISTO use seus próprios
métodos, tanto em suas leis quanto em suas providências, e assim descobriremos,
através dos resultados, que Ele faz tudo da melhor maneira possível.
3. A recusa peremptória de Pedro em permitir que CRISTO lavasse
seus pés (v. 8): “Nunca me lavarás os pés”. “Não, nunca”. Assim está no
original. É a linguagem de uma resolução firme. Sendo assim: (1) Aqui havia uma
demonstração de humildade e modéstia por parte do Senhor. Em vista disto, Pedro
parecia ter, e sem dúvida realmente tinha, um grande respeito por seu Mestre,
como ele o admitira, Lucas
5.8. Dessa maneira, muitos são enganados pensando que serão
recompensados por uma humildade voluntária que está de acordo com seu próprio
pensamento, e não de acordo com a vontade do Senhor (Cl
2.18,23).
Nossa renúncia deve estar de acordo com aquilo que CRISTO ordena ou aceita,
pois: (2) Sob essa aparência de humildade, havia uma verdadeira contradição à
vontade do Senhor JESUS: “Eu lavarei teus pés”, diz CRISTO. “Nunca me lavarás”,
diz Pedro. “Isso não é uma coisa apropriada”, querendo se fazer, desse modo,
mais sábio do que CRISTO. Não é humildade, mas deslealdade, colocar de lado as
dádivas do Evangelho, como se fossem preciosas demais para serem concedidas a
nós ou boas demais para serem verdadeiras.
4. A persistência de CRISTO em sua oferta, e a boa razão pela qual
Pedro deveria aceitá-la: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”. Isto pode
ser entendido: (1) Como uma severa advertência contra a desobediência: “Se eu
te não lavar, se tu continuares insubmisso, e não acatares a vontade de seu
Mestre em algo tão pequeno, não serás reconhecido como um dos meus discípulos,
mas serás merecidamente rejeitado e expulso por não cumprir ordens”. Vários dos
antigos entendem isso desse modo. Se Pedro se julgar mais sábio do que seu
Mestre, e discutir as ordens que deveria obedecer, ele, na verdade, estará
renunciando sua fidelidade, e dizendo aquilo que outros disseram: “‘Que parte
temos nós com Davi’, no Filho de Davi?” E assim virá sua perdição, e ele não terá
parte com o Senhor. Que ele não tenha mais condutas que lhe serão prejudiciais,
pois “o obedecer é melhor do que o sacrificar”, 1
Samuel 15.22. Ou: (2) Como uma declaração da necessidade da lavagem espiritual,
e assim eu penso que deva ser entendido: “Se eu não lavar tua alma da
contaminação do pecado, não terás parte comigo, nenhum interesse em mim,
nenhuma comunhão comigo, nenhum benefício através de mim”. Observe que todos
aqueles, e somente aqueles, que são espiritualmente lavados por CRISTO, é que
têm parte em CRISTO. [1] Toda a felicidade de um cristão está associada a ter
parte em CRISTO, ou com CRISTO, a ser participante de CRISTO (Hb
3.14), a compartilhar esses privilégios inestimáveis que resultam da
união e do relacionamento com Ele. Esta é aquela boa parte cuja posse é a única
coisa indispensável. [2] Para que tenhamos parte em CRISTO, é necessário que
Ele nos lave. Todos aqueles a quem CRISTO reconhece e salva, Ele justifica e
santifica, e estas bênçãos estão incluídas no ato de lavá-los. Não podemos
participar de sua glória se não participamos de seu mérito e justiça, como
também de seu ESPÍRITO e graça.
5. Mais do que a submissão de Pedro, seu fervoroso pedido para ser
lavado por CRISTO, v. 9. Observe o significado de suas palavras: “Senhor, não
só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Como o pensamento de Pedro
mudou rapidamente! Quando o erro de sua compreensão foi reparado, a
determinação deturpada de sua vontade foi logo modificada. Não devemos ser tão
radicais em qualquer decisão (exceto em nossa decisão de seguir a CRISTO),
porque podemos logo enxergar razões para voltar atrás. Devemos ser cuidadosos
ao assumirmos um compromisso que exija persistência. Observe:
(1) Como Pedro está preparado para retroceder naquilo que tinha
dito: “Senhor, que tolo fui eu ao proferir algo tão precipitado!” Agora que a
lavagem dele parecia ser um ato da autoridade e da graça de CRISTO, ele a
aceita. Mas Pedro não gostou quando esta lhe parecia apenas um ato de
humilhação. Observe que: [1] Homens bons, quando percebem seus erros, não se
recusarão a se retratar. [2] Cedo ou tarde, CRISTO fará com que todos pensem
como Ele.
(2) Como ele é inoportuno para a graça purificadora do Senhor
JESUS, e o poder universal desta graça maravilhosa precisa estar até mesmo
sobre suas mãos e sua cabeça. Observe que a separação de CRISTO, e a exclusão
de ter participação nele, é o mal mais temível aos olhos de todos os que são
esclarecidos, pelo temor do qual eles serão persuadidos a fazer qualquer coisa.
E por medo disso, devemos ser sinceros em nossas orações a DEUS, para que Ele
nos lave, justifique e santifique. “Senhor, que eu não seja removido da tua
presença. Torne-me merecedor de ti, pela lavagem da regeneração. Senhor, lave
não apenas meus pés, de todas as contaminações que se prendem a eles, mas
também minhas mãos e minha cabeça, das manchas que contraíram, e da sujeira
imperceptível que se origina na transpiração do meu próprio corpo”. Observe que
aqueles que verdadeiramente desejam ser santificados, desejam sê-lo por
completo, e ter o corpo inteiro, com todas as suas partes e forças,
purificado, 1
Tessalonicenses 5.23.
6. A explicação de CRISTO deste símbolo, na medida que ele
representa uma lavagem espiritual.
(1) Com referência aos seus discípulos que lhes eram fiéis (v. 10):
“Aquele que está lavado”, que é completamente lavado no banho (como era
habitualmente praticado nessas regiões), tendo lavadas sua cabeça e suas mãos,
e tendo apenas sujado seus pés ao caminhar para casa quando retorna para sua
casa, “não necessita de lavar senão os pés”. Pedro havia ido de um extremo ao
outro. No princípio, ele não queria deixar CRISTO lavar seus pés, e agora ele
desconsidera o que CRISTO havia feito por ele em seu batismo (o que era
expresso através disso), e clama para que suas mãos e sua cabeça sejam lavadas.
Agora CRISTO o instrui quanto ao significado. Ele precisa lavar seus pés, mas
não suas mãos e sua cabeça. [1] Veja aqui qual é o conforto e o privilégio
daqueles que estão em uma condição justificada; Eles são lavados por CRISTO, e
cada partícula é purificada, isto é, eles são bondosamente aceitos por DEUS,
como se fossem justos. E, embora pequemos, não precisamos ser justificados
exatamente como no início, pois os pecados que cometemos não são voluntários.
Por esta razão, não precisamos ser frequentemente batizados quando nos
arrependemos de nossas falhas cotidianas. A evidência de uma condição
justificada pode estar oculta, e seu conforto, suspenso, apesar de o privilégio
ainda não ter sido cancelado ou retirado. Embora tenhamos oportunidade de nos
arrependermos diariamente, “os dons e a vocação de DEUS são sem
arrependimento”. O coração pode ser varrido e enfeitado, e ainda assim
continuar sendo o palácio do Diabo. Mas, se ele for lavado, pertencerá a
CRISTO, e o Senhor não o desperdiçará, nem o lançará fora. [2] Veja qual
deveria ser a preocupação diária daqueles que, através da graça, estão em uma
condição justificada, e isto é lavar os pés. Purificarem-se da culpa que
contraem diariamente através das fraquezas e das negligências, pelo renovado
exercício do arrependimento, com uma perseverança confiante na virtude do
sangue de CRISTO. Nós também devemos lavar nossos pés através da vigilância
constante contra tudo o que contamina, pois devemos purificar nosso caminho, e
lavar nossos pés levando isso em conta, Salmos
119.9. Os sacerdotes, quando eram consagrados, eram purificados com
água, e, embora depois não precisassem ser lavados completamente, ainda assim,
sempre que iam ministrar, eles deviam lavar seus pés e suas mãos, sob pena de
morte, Êxodo
30.19,20. A
provisão feita para nossa purificação não deveria nos tornar presunçosos, mas
sim ainda mais cautelosos. “Já lavei os meus pés. Como os tornarei a sujar?” Do
perdão de ontem, nós deveríamos extrair um argumento contra a tentação de hoje.
(2) A acusação a Judas: “Vós estais limpos, mas não todos”, v.
10,11. Ele declara seus discípulos limpos, limpos através da palavra que Ele
lhes havia falado, Jo
15.3. Ele próprio os lavou e depois disse: “Vós estais limpos”. Mas Ele
exclui Judas: “Mas não todos”. Eles eram todos batizados, mesmo Judas, mas não
todos limpos. Muitos possuem o símbolo, mas não aquilo que ele representa.
Observe que: [1] Mesmo entre aqueles que são chamados discípulos de CRISTO, e
manifestam relação com Ele, existem alguns que não estão limpos, Provérbios
30.12. [2] “O Senhor conhece os que são seus”, e aqueles que não
são, 2
Timóteo 2.19. A visão de CRISTO pode distinguir entre o precioso e o vil, o
puro e o impuro. [3] Quando aqueles que chamam a si mesmos de discípulos mais
tarde mostram ser traidores, no final, sua apostasia é, até certo ponto, uma
evidência de sua hipocrisia desde o princípio. [4] CRISTO percebe que é
necessário deixar seus discípulos saberem que não estão completamente limpos,
para que possamos todos desconfiar a respeito de nós mesmos (Sou eu, Senhor?
Sou eu que estou entre os limpos, mas ainda assim não estou limpo?), e para
que, quando os hipócritas forem descobertos, isso não possa ser surpresa nem
obstáculo para nós.
IV
CRISTO lavou os pés de seus discípulos para estabelecer
diante de nós um exemplo. E esta foi a explicação que Ele lhes deu a respeito
daquilo que tinha feito, vv. 12-17. Observe:
1. Com que solenidade Ele nos deu explicações sobre o significado
do que tinha feito (v. 12): “Depois que lhes lavou os pés”, Ele disse:
“Entendeis o que vos tenho feito?”
(1) Ele adiou a explicação até que tivesse terminado aquela
atividade: [1] Para testar a submissão e a obediência absoluta deles. O que Ele
fez, eles só saberiam mais tarde, para que pudessem aprender a sujeitar-se à
sua vontade quando não conseguissem encontrar um motivo para ela. [2] Porque
era apropriado encerrar o enigma e desvendá-lo. O Senhor também agiria da mesma
forma em todo o seu empreendimento, quando seus sofrimentos terminassem, quando
Ele tivesse retomado as vestes de sua condição exaltada e estivesse pronto para
se sentar novamente. Então Ele abriria o entendimento de seus discípulos, e
derramaria sobre eles seu ESPÍRITO, Lucas
24.45,46.
(2) Antes que explicasse seu ato, Ele lhes perguntou se podiam
interpretá-lo: “Entendeis o que vos tenho feito?” Ele colocou essa questão para
eles, não apenas para conscientizá-los da ignorância em que estavam, e da
necessidade que tinham de ser instruídos (como Zc
4.5,13:
“Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu”.), mas para aumentar
seus desejos e expectativas por instrução: “Quero que saibais, e, se prestardes
atenção, Eu vos direi”. Observe que é vontade de CRISTO que os símbolos
sagrados sejam explicados, e que seu povo esteja familiarizado com o
significado deles. Por outro lado, embora extremamente importantes, eles são
sem importância para aqueles que não conhecem o significado das coisas.
Portanto, eles são levados a perguntar: “Que culto é este vosso?” Êxodo
12.26.
2. No que Ele fundamenta aquilo que tinha para dizer (v. 13): “‘Vós
me chamais Mestre e Senhor’, me dais esses títulos, ao falardes de mim, ao
falardes comigo, ‘e dizeis bem, porque eu o sou’. Vós sois estudantes para mim,
e eu desempenho o papel de um mestre para vós”. Observe que: (1) JESUS CRISTO é
nosso Mestre e Senhor. Ele, que é nosso Redentor e Salvador, é, em função
disso, nosso Senhor e Mestre. Ele é nosso Mestre, didaskalos – nosso professor
e instrutor em todas as verdades e preceitos necessários, como um profeta nos
revelando a vontade de DEUS. Ele é nosso Senhor, kyrios – nosso soberano e
dono, que tem autoridade e domínio sobre nós. (2) É apropriado aos discípulos
de CRISTO chamá-lo de Mestre e Senhor, não como um elogio, mas como um fato, não
através de coerção, e sim com prazer. O devoto Sr. Herbert, quando mencionava o
nome de CRISTO, costumava acrescentar: meu Mestre, e desse modo se expressa, no
tocante a isso, em um de seus poemas:
Que doce som ouço ao dizer: meu Mestre, dirigindo-me ao meu Mestre!
Como o âmbar-gris deixa um doce aroma em quem o prova,
Assim, estas palavras deixam um doce contentamento,
Uma fragrância oriental: meu Mestre.
(3) Chamar CRISTO de Mestre e Senhor é uma obrigação nossa ao
recebermos e observarmos as instruções que Ele nos dá. CRISTO, dessa forma,
estabeleceria um compromisso da obediência deles a uma ordem que era
desagradável para a carne e para o sangue. Se CRISTO for nosso Mestre e Senhor,
e o chamarmos frequentemente assim, por nosso próprio consentimento, nós
estamos comprometidos pela honra e honestidade a ser obedientes a Ele.
3. A lição que JESUS nos ensinou por meio desse ato de lavar os pés
dos discípulos: “Vós deveis também lavar os pés uns aos outros”, v. 14.
(1) Alguns têm interpretado isso literalmente, e pensam que essas
palavras correspondem ao estabelecimento de uma prática permanente na igreja,
que os cristãos deveriam, de uma maneira religiosa e solene, lavar os pés uns
dos outros, como prova do amor condescendente de uns pelos outros. Ambrósio
interpretou desse modo, e exercitava isso na igreja de Milão. Agostinho disse
que esperava que aqueles cristãos que ainda não o tivessem feito com suas mãos,
o fizessem com seus corações em humildade. Mas ele enfatizava: É muito melhor
fazê-lo com as mãos também, quando houver oportunidade, como em 1
Timóteo 5.10. Aquilo que CRISTO fez, os cristãos não devem desdenhar, mas sim
fazer. Calvino disse que o papa, na observância anual dessa cerimônia na
quinta-feira da semana da paixão, é mais exatamente um imitador de CRISTO do
que seu seguidor, pois a obrigação imposta, de acordo com CRISTO, era mútua:
“Lavai os pés uns aos outros”. E Jansênio disse: Está feito, Frigidè et
dissimiliter – Friamente, e ao contrário do modelo original.
(2) Mas indubitavelmente isso deve ser entendido figurativamente. É
uma indicação esclarecedora, mas não sacramental, como a Ceia do Senhor. Esta
era uma parábola para os olhos, e nosso Mestre tencionava nos ensinar três
coisas por meio dela: [1] Uma humilde condescendência. Nós devemos aprender com
nosso Mestre a ser humildes de coração (Mt
11.29), e caminhar com toda humildade. Devemos pensar humildemente a
nosso próprio respeito e respeitosamente com relação aos nossos irmãos, e não
considerar nada como inferior a nós, senão o pecado. Devemos considerar aquilo
que pareça simples, mas que tenda a favorecer a glória de DEUS e o bem de
nossos irmãos, como fez Davi (2 Sm
6.22): “Ainda mais do que isto me envilecerei”. CRISTO ensinava
frequentemente a humildade aos seus discípulos, e eles haviam esquecido a
lição, mas agora Ele os ensina de uma maneira que, seguramente, jamais poderiam
esquecer. [2] Uma condescendência para ser útil. Lavar os pés uns aos outros é
rebaixar-se aos trabalhos mais baixos por amor, pelo verdadeiro bem e benefício
uns dos outros, como o bendito Paulo, que, embora independente de todos, se fez
servo de todos, e o bendito JESUS, que não veio para ser servido, mas para
servir. Não devemos nos ressentir de cuidar e nos esforçarmos, e gastarmos
tempo, e nos rebaixarmos pelo bem daqueles com os quais não temos nenhuma
obrigação em particular, até mesmo de nossos subordinados, que, como tais, não
estão em condições de nos fazer qualquer retribuição. Lavar os pés depois de
viajar contribui tanto para a decência quanto para o conforto da pessoa, de
modo que lavar os pés uns aos outros é levar em conta tanto o apreço quanto o
bem-estar uns dos outros, fazendo o que pudermos tanto no sentido de elevar o
respeito por nossos irmãos quanto para deixá-los à vontade. Veja 1
Coríntios 10.24; Hebreus
6.10. O dever é mútuo. Nós devemos aceitar a ajuda de nossos irmãos e
igualmente fornecê-la a eles. [3] Uma atitude de servir voltada à santificação
uns dos outros: “Vós deveis também lavar os pés uns aos outros”, das
contaminações do pecado. Agostinho entende isso nesse sentido, assim como
muitos outros. Nós não podemos responder pelos pecados uns dos outros, isso
compete apenas a CRISTO, mas podemos ajudar uns aos outros a nos purificarmos
do pecado. Nós devemos, em primeiro lugar, lavar a nós mesmos. Essa caridade
deve começar em casa (Mt
7.5), mas não deve terminar lá. Nós devemos nos entristecer pelos
defeitos e desatinos de nossos irmãos, mas muito mais por suas grandes
contaminações (1 Co
5.2), devemos lavar com lágrimas os pés sujos de nossos irmãos. Nós
devemos reprová-los lealmente, e fazer o que pudermos para trazê-los ao
arrependimento (Gl
6.1), e devemos admoestá-los, para impedir sua queda na lama. Isso é
lavar-lhes os pés.
4. Aqui está a confirmação e o reforço dessa ordem a partir do
exemplo do que CRISTO acabara de fazer: “Se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros”. Ele mostra a força deste
argumento em duas coisas:
(1) “Eu sou vosso Mestre, e vós sois meus discípulos, e por isto
deveríeis aprender comigo (v. 15), pois, nessas, como em outras coisas, ‘eu vos
dei o exemplo’ do que deveis fazer pelos outros, como Eu vos fiz”. Observe: [1]
Que bom professor é CRISTO. Ele ensina através do exemplo, bem como da
doutrina, e por isto Ele veio a este mundo, e habitou entre nós, para que
pudesse estabelecer para nós um modelo de todas essas graças e deveres que sua
santa religião ensina, e este é um modelo sem qualquer traço falso. Por meio
dele, Ele tornou suas próprias leis mais compreensíveis e confiáveis. CRISTO é
um comandante como Gideão, que disse para seus soldados: “Olhai para mim e
fazei como eu fizer” (Jz
7.17); como Abimeleque, que disse: “O que me vistes fazer, apressai-vos
a fazê-lo assim como eu” (Jz
9.48); e como César, que chamava seus soldados, não de milites –
soldados, mas de commilitones – companheiros de armas, e cuja palavra habitual
não era Ite illue, mas Venite huc, não ir, mas vir. [2] Que bons alunos devemos
ser. Uma vez que JESUS nos deu um modelo para que pudéssemos seguir, devemos
fazer como Ele fez, para que possamos ser como Ele foi neste mundo (1 Jo
4.17), e andar como Ele andou, 1
João 2.6. O exemplo de CRISTO contido aqui deve ser seguido em especial por
sacerdotes, em quem especialmente as graças da humildade e do amor sagrado
devem mostrar-se, e através do exercício destas, eles efetivamente devem servir
aos interesses de seu Mestre e aos propósitos de seu ministério. Quando CRISTO
enviou seus apóstolos como seus representantes, era com este encargo, para que
eles não se apresentassem com pompa, nem fizessem as coisas com pulso forte,
mas se fizessem “tudo para todos”, 1
Coríntios 9.22. “Aquilo que eu fiz por vossos pés sujos, vocês devem fazer pelas
almas corrompidas dos pecadores: lavai-as”. Alguns que supõem que este ato
tenha sido realizado durante a celebração da Páscoa, pensam que ele implica em
uma regra para admitir aqueles que desejam participar da Ceia do Senhor, com a
finalidade de assegurar que eles tenham sido primeiramente lavados e
purificados pelo novo nascimento, sendo inculpáveis nos assuntos que conversam,
e em seu modo de falar, e então estes podem ser levados para dentro dos limites
do altar de DEUS. Mas todos os cristãos são aqui igualmente ensinados a
condescender no amor uns com os outros, e a fazê-lo como CRISTO o fez,
voluntariamente e gratuitamente. Não devemos ser mercenários a serviço do amor,
nem fazê-lo com relutância.
(2) “Eu sou vosso Mestre, e vós sois meus discípulos, e por essa
razão não podeis considerar que esteja abaixo de vossa capacidade fazer aquilo
que me vistes fazer, não importa como isso possa parecer baixo, pois (v. 16)
‘não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele
que o enviou’, mesmo que seja enviado com toda a pompa e poder de um
embaixador”. CRISTO havia argumentado isso (Mt
10.24,25)
como uma razão pela qual eles não deveriam achar estranho se sofressem como Ele
sofreu. Aqui JESUS sugere isso como uma razão para que não pensassem que era
demais para eles se humilharem como Ele o fez. Eles não devem considerar uma
degradação para si mesmos, aquilo que Ele não considerou uma degradação para
si. Talvez os discípulos estivessem intimamente desgostosos por causa desse
preceito de lavarem os pés uns dos outros, considerado incompatível com a
respeitabilidade à qual eles esperavam ser elevados em breve. Para evitar tais
pensamentos, CRISTO faz com que se lembrem de seu posto como seus servos. Eles
não eram melhores que seu Mestre, e o que era condizente com a dignidade dele,
era ainda mais condizente com a deles. Se Ele era humilde e condescendente,
seria impróprio para eles serem orgulhosos e presunçosos. Observe que: [1] Cada
um de nós deve tomar muito cuidado consigo mesmo, para que a graciosa
condescendência de CRISTO para conosco e nossos progressos não sofram as
deturpações da natureza, o que faria com que tivéssemos um conceito elevado a
nosso próprio respeito, desvalorizando a Ele. Devemos ter em mente que não
somos maiores do que nosso Senhor. [2] Não importa o quanto nosso Mestre fique
feliz em condescender em nosso favor, muito mais nós devemos condescender para
estar de acordo com Ele. CRISTO, ao se humilhar, dignificou a humildade, e a
honrou, e obrigou seus seguidores a não se considerarem superiores a ninguém,
exceto ao pecado. Nós geralmente dizemos àqueles que menosprezam alguma atitude
ou atividade: Ela será tão boa quanto você a considerou, e nunca será tão ruim
quanto você pensou. E com certeza assim será, principalmente se nosso Mestre a
fez. Quando vemos nosso Mestre servindo, não podemos deixar de perceber como
seremos indignos se formos arrogantes.
5. Nosso Salvador encerra esta parte de seu discurso com uma
intimação da necessidade da obediência deles a estas instruções: “Se sabeis
essas coisas”, ou, visto que vós as conheceis, “bem-aventurados sois se as
fizerdes”. A maior parte do povo pensava: Bem-aventurados são aqueles que se
levantam e dominam. Lavando os pés de outros, ninguém jamais alcançará posições
e primazias. Mas CRISTO diz, apesar disto: Bem-aventurados são aqueles que se
inclinam e obedecem, “se sabeis essas coisas”. Isto pode ser entendido, ou como
a insinuação de uma dúvida sobre se eles as conheciam ou não. Tão forte era a
ideia deles de um reino temporal, que isto era uma questão sobre se eles podiam
acolher a noção de um dever tão contrário àquela ideia. Ou como a aceitação de
que eles conheciam estas coisas. Visto que eles tinham tantos preceitos
excelentes dados a eles, recomendados por um tão excelente padrão, isto será
necessário para a complementação de sua alegria, que eles procedam
adequadamente. (1) Isto é aplicável à ordem de CRISTO em geral. Note que,
embora seja uma grande vantagem conhecer nosso dever, ainda assim não
completaremos nossa alegria, se não cumprirmos nosso dever. O conhecimento tem
como fim a prática. Aquele conhecimento, portanto, é vão e infrutífero, o que
não é reduzido à prática. Na verdade, ele agravará o pecado e a ruína, Lucas
12.47,48; Tiago
4.17. É conhecendo e praticando que nos manifestaremos como do reino de
CRISTO, e sábios construtores. Veja Salmos
103.17,18.
(2) Isto é para ser aplicado particularmente a esta ordem à humildade e
utilidade. Nada é mais bem conhecido, nem mais prontamente reconhecido, do que
isto, que nós devemos ser humildes. E, portanto, embora muitos reconheçam a si
mesmos como impetuosos e imoderados, poucos reconhecerão a si mesmos como
orgulhosos, pois isto é um pecado tão inescusável, e tão odioso, como qualquer
outro. E, ainda assim, como deve ser visto pouco da humildade verdadeira,
daquela sujeição e condescendência mútuas, a respeito das quais a lei de CRISTO
tanto insiste! A maioria conhece estas coisas tão bem quanto espera que outros
devam, em conformidade com as quais, fazer a eles, submetendo-se a eles, e
servindo-os, mas não tão bem quanto fazem então eles mesmos. Com. Bíblico -
Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 8, NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA CPAD - 2Trimestre de 2025
Escrita Lição 8, CPAD, Lição De Humildade, 2Tr25, Com.
Extra Pr. Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
I – UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE
1. O lava-pés.
2. O desenvolvimento da história
3. A mudança de paradigma
II – HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO
1. Conhecendo a própria natureza
2. O exemplo deixado por JESUS
3. O maior no Reino de DEUS
III – HUMILDADE X OSTENTAÇÃO
1. Uma competição silenciosa
2. O caminho humilde de JESUS
3. Um convite à humildade
TEXTO ÁUREO
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também.”
(Jo 13.15)
VERDADE PRÁTICA
A submissão e o serviço são características de maturidade e
grandeza no percurso do crescimento espiritual do cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt
11.29 Aprendendo a humildade com JESUS CRISTO
Terça - Jo
5.30 Humildemente nosso Senhor buscava fazer a vontade do Pai
Quarta - Fp
2.5,6 Cultivando o mesmo sentimento humilde de JESUS
Quinta - Lc
9.46,47; Mc
9.34 O perigo de cultivar o sentimento de proeminência
Sexta - Jo
13.10,11 Uma palavra consoladora de JESUS aos discípulos
Sábado - Jo
13.12-17 JESUS traz sentido ao gesto do lava-pés com os discípulos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 13.1-10
1 - Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo JESUS que já era chegada
a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até ao fim.
2 - E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas
Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
3 - JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas
as coisas, e que havia saído de DEUS, e que ia para DEUS,
4 - levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha,
cingiu-se.
5 - Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos
discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6 - Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu
lavas-me os pés a mim?
7 - Respondeu JESUS e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu,
agora, mas tu o saberás depois.
8 - Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe JESUS:
Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
9 - Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também
as mãos e a cabeça.
10 - Disse-lhe JESUS: Aquele que está lavado não necessita de lavar
senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não
todos.
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Hinos Sugeridos: 187, 304, 377 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
O tema do nosso é a
humildade. Meditaremos sobre um texto bíblico que narra um momento profundo e
impactante do ministério de JESUS: ao lavar os pés dos discípulos, Ele nos
ensina que a verdadeira grandeza do cristão está no serviço humilde. Os três
tópicos desta lição abordarão 1) o exemplo prático e histórico de humildade
dado por CRISTO; 2) fará a relação entre humildade e autoconhecimento,
reconhecendo os próprios limites; 3) promoverá um contraste entre humildade e
ostentação. Essa lição nos encoraja a refletir sobre como essa mensagem desafia
nossa postura diante de DEUS e do próximo, preparando os nossos corações para
aprender e aplicar esse exemplo em nossas próprias vidas.
A) Objetivos da Lição: I) Abordar o exemplo prático e histórico de humildade dado por CRISTO; II) Correlacionar a humildade com o autoconhecimento; III) Promover contraste entre humildade e ostentação.
B) Motivação: A ação de JESUS ao lavar os pés dos discípulos demonstra que a humildade não é sinal de fraqueza, mas sim uma virtude capaz de transformar vidas. Este ensinamento questiona os padrões de orgulho e ostentação da sociedade contemporânea, convidando-nos a reconhecer os nossos próprios limites enquanto valorizamos o serviço altruísta. Devemos perceber a humildade como um traço fundamental do caráter cristão, espelhando o exemplo de CRISTO nas suas interações diárias.
C) Sugestão de Método: Para finalizar a aula e consolidar o aprendizado sobre "Uma Lição de Humildade", proponha a seguinte atividade: distribua um pedaço de papel a cada aluno e solicite que escrevam acerca de uma atitude humilde que tenham observado ou praticado recentemente. Recolha e leia algumas de forma anônima, relacionando-as com a atitude de JESUS ao lavar os pés dos seus discípulos em João 13.1-10. Aproveite este momento para exemplificar os temas da lição, ressaltando o caso histórico de humildade (Tópico I), a influência do autoconhecimento na construção de um caráter humilde (Tópico II) e a comparação da humildade com a ostentação (Tópico III). Conclua a aula estimulando que eles integrem a humildade nas suas rotinas diárias, favorecendo uma aplicação prática da mensagem assimilada.
A) Aplicação: O exemplo de JESUS é um chamado para demonstrarmos humildade em nossas atitudes diárias, seja servindo ao próximo, seja renunciando ao orgulho. Ele nos ensina que a verdadeira grandeza está em viver para servir, refletindo o caráter de CRISTO em todos os nossos relacionamentos. Essa prática reforça o testemunho cristão e aumenta a influência da igreja na sociedade.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 101, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Lavar os Pés aos Discípulos", localizado após o primeiro tópico, apresenta uma contextualização do episódio do Lava-Pés; 2) No final do terceiro tópico, o texto "O Serviço Amoroso" mostra uma reflexão significativa a respeito da perspectiva do serviço humilde.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
PALAVRA-CHAVE - HUMILDADE
1. O lava-pés
Como anfitrião daquela ceia, após o encerramento dessa reunião única e tradicional — surpreendendo os discípulos — o nosso Senhor começou a ensinar através do Lava-Pés que o caminho do Reino de DEUS é trilhado com humildade (Jo 13.2,4). Ele mostrou que a humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho. Por isso, utilizou um gesto cotidiano para exemplificar esta atitude humilde. É evidente, neste episódio, que o Cristianismo só se tornará eficaz e alcançará o propósito do Reino de DEUS se os valores ensinados pelo Mestre forem realmente praticados pelos seus seguidores. Entre esses valores destaca-se a humildade genuína interiorizada nos corações dos discípulos, recebendo especial atenção do divino Mestre, que era manso e humilde de coração (Mt 11.29).
SINÓPSE I - O exemplo histórico de humildade que nosso Senhor deu aos discípulos é prático, atual e atemporal.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO - “LAVAR OS PÉS AOS DISCÍPULOS
Esse ato dramático de lavar pés, geralmente realizado por servos, ocorreu na última noite da vida de JESUS na terra. JESUS fez isso (1) para demonstrar aos seus discípulos o quanto Ele os amava; (2) para prenunciar (isto é, prever simbolicamente) o seu sacrifício voluntário na cruz; e (3) para transmitir a verdade de que aqueles que o seguem devem servir, humildemente, uns aos outros. O desejo de ser grande atormentava continuamente os discípulos (Mt 18.1-4: 20.20-27; Mc 9.33-37; Lc 9.46-48). CRISTO queria que eles percebessem que o desejo de ser o primeiro – ser superior e honrado acima dos outros – é exatamente o oposto da atitude dele. JESUS desejava que seus discípulos imitassem sua maneira (veja Lc 22.24-30; Jo 13.12-17; 1Pe 5.5).
1. Conhecendo a própria natureza
Pense no Verbo Divino, repleto de glória e poder, que abdica da sua majestade para vivenciar a experiência humana. Como menciona o Evangelho: “não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou” (Jo 5.30). Assim sendo, enquanto Verbo Divino, Ele tornou-se carne e uniu-se à nossa condição. Esta compreensão doutrinária sobre a encarnação de JESUS confere um significado ainda mais profundo ao episódio do lava-pés, onde estava o DEUS Encarnado lavando os pés de pessoas comuns. À luz deste exemplo, não deveria ser tão difícil servir aos outros ou submeter-nos à liderança dos nossos irmãos; desviar a nossa própria vontade em favor da vontade divina deveria ser algo natural. No entanto, a nossa natureza pecaminosa torna árdua a prática do serviço e o cultivo da humildade. Por isso mesmo, o apóstolo Paulo faz este apelo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, que, sendo em forma de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS” (Fp 2.5-6).
SINÓPSE II - A virtude da humildade possibilita-nos reconhecer as nossas limitações e, dessa forma, evitar a armadilha da soberba.
III – HUMILDADE X OSTENTAÇÃO
1. Uma competição silenciosa
Através do episódio do lava-pés, nosso Senhor revelou que o caminho dos seus discípulos não se alicerça no sucesso material, na notoriedade ou na ambição, mas sim na capacidade de servir o próximo de maneira humilde. Desta forma, a Igreja de CRISTO estaria em desacordo com a dinâmica mundana da ostentação e da presunção. O serviço amoroso e humilde é característico da Igreja de CRISTO. Assim, não haveria espaço para disputas, a fama seria deixada de lado e a ambição afastada. Por meio do exemplo modesto de JESUS no episódio do lava-pés, as consciências dos discípulos foram despertadas (Jo 13.13,14).
A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29). Nesse sentido, somos convidados por JESUS a cultivar um coração humilde, desprovido das armadilhas da ambição, da ostentação e do egoísmo. Somos chamados a partilhar dos mesmos sentimentos que pautaram a sua vida e ministério terreno (Fp 2.5-8). Assim sendo, a lição do lava-pés é um apelo para vivermos uma existência de humildade diante de DEUS em todas as circunstâncias da vida.
SINÓPSE III - A humildade não compete, ela coopera; a humildade não busca notoriedade, ela busca o servir; a humildade não obriga, ela convida.
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO - O SERVIÇO AMOROSO
“Tendo lavado os pés dos discípulos e vestido a sua túnica, JESUS, estando à mesa, outra vez perguntou aos discípulos: Entendeis o que vos tenho feito? (12) Macgregor comenta: “Quando ‘veste a sua túnica’, JESUS assume a sua vida novamente (10.17ss.) no poder do ESPÍRITO, e assim esclarece todas as coisas” (7). Sem esperar por uma resposta, JESUS explicou que isto tinha sido um exemplo (15), ou modelo, “que estimula ou deve estimular alguém a imitá-lo”. Da mesma forma que Ele, seu Mestre (literalmente, “Ensinador”) e Senhor, lhes tinha feito, assim deveriam fazer uns aos outros (13-14; cf. 34). Hoskyns diz: “Seu ato de lavar os pés dos discípulos expressa a própria essência da autoridade cristã”. Não parece haver qualquer evidência de que JESUS quisesse que a lavagem dos pés fosse instituída como um sacramento. Mas fica claro que Ele estava ensinando, pelo exemplo básico e axiomático, embora paradoxal, que a única maneira de ser “o maior” (Lc 22.24) ou de ser bem-aventurado (17) é tomar a estrada do serviço amoroso (13.34) e do sacrifício (10.15), baseado no conhecimento da vontade de DEUS para nós. A palavra traduzida como bem-aventurado no texto das Beatitudes é makarioi (Mt 5.3-12)” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.117).
CONCLUSÃO
Nesta lição, abordamos a relevância da virtude da humildade para um melhor autoconhecimento. Deste modo, começamos a perceber os nossos limites e aquilo que nos diz respeito ou não. Compreendemos que a humildade se opõe a uma cultura de ostentação, à busca desenfreada pela fama e a outros objetivos que nada têm a ver com a simplicidade do Evangelho. Dessa forma, podemos seguir o caminho humilde do nosso Senhor.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Segundo João 13, como se manifestava o ato de “cingir-se”?
A humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho.
3. Por qual razão JESUS trocou os papéis de Senhor e Servo em João 13, segundo a lição?
Ele deliberadamente trocou o seu papel de Senhor pelo de um simples servo para ensinar aos seus discípulos a importância da humildade.
4. O que JESUS percebia sobre os discípulos, conforme abordado na lição?
O nosso Senhor percebia que existiam momentos em que os seus discípulos se preocupavam com quem seria considerado o maior (Lc 22.25-27).
A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29).
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
1- JESUS AMOU SEUS DISCÍPULOS ATÉ O FIM
1.1. Amor na prática
1.2. Um Amor sem limites
1.3. A extensão do Amor de CRISTO
2- JESUS, O SERVO HUMILDE
2.1. A verdadeira humildade
2.2. O Amor que se expressa no servir ao próximo
2.3. O Senhor JESUS: exemplo de humildade
3- JESUS PRATICAVA HUMILDADE
3.1. JESUS serviu com humildade
3.2. JESUS liderava mesmo sob pressão
3.3. O Senhor JESUS: obediente até a morte
“Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. João 13.15.
JESUS CRISTO, sendo Senhor e Mestre, é nosso maior exemplo de humildade e serviço cristão.
- Saber que o Filho de DEUS amou os Seus discípulos até o fim.
- Saber que o Filho de DEUS foi um Servo Fiel e Humilde.
- Ressaltar as lições da liderança pelo serviço.
1 Ora, antes da festa da páscoa, sabendo JESUS que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
3 JESUS, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de DEUS e ia para DEUS,
4 Levantou-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5 Depois deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6 Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
7 Respondeu JESUS, e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
SEGUNDA | Pv 15.33 A humildade antecede a honra.
TERÇA | Mt 5.5 Bem-aventurados os humildes.
QUARTA | Fp 2.3 Considerem os outros superiores a si mesmos.
QUINTA | GI 5.13 Servindo uns aos outros.
SEXTA | CI 3.12 Revistam-se de humildade.
SÁBADO | Lc 14.11 Quem se humilhar será exaltado.
HINOS SUGERIDOS: 45, 154, 462
Ore para que os crentes tenham o Senhor como exemplo de humildade e compromisso.
João registra, dos capítulos 13 ao 17 de seu evangelho, os últimos momentos de JESUS antes da crucificação. Reunido no cenáculo com Seus discípulos, ciente de que se aproximava a hora de passar para o Pai, Nosso Senhor inicia Suas últimas instruções com um ato que causou grande espanto entre os discípulos: Ele lhes lavou os pés e os enxugou com Sua própria toalha. Como veremos nesta lição, existem aí preciosíssimas lições a serem extraídas para um autêntico viver cristão.
Até o capítulo 12 do Evangelho de João, vemos JESUS pregando, ensinando, operando milagres em diversas regiões, atendendo e ministrando a multidões e indivíduos. Do capítulo 13 ao 17, JESUS se concentra no grupo mais próximo de discípulos, que F.F. Bruce chama de “ministério do cenáculo” (1987, p. 238). O relato inicia enfatizando o amor do Senhor pelos Seus (Jo 13.1). Ele revelou que os amava perfeitamente e lhes mostrou a totalidade da extensão de Seu amor.
João relata o momento que JESUS se levantou, após a Ceia com os discípulos, e tomou uma atitude que, certamente, ficou marcada na mente deles para sempre: JESUS lavou os pés de cada um de Seus discípulos. O ato de lavar os pés dos convidados era um dos afazeres dos empregados da casa, particularmente dos servos gentios. Entretanto, para surpresa de todos, o Filho de DEUS exemplifica amor e humildade em lavar os pés de seus discípulos (Jo 13. 4-5).
A Última Ceia ocorreu numa quinta-feira à noite, e é quando JESUS nos dá o maior exemplo de humildade e amor: “como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim, Jo 13.1. O Filho de DEUS teve a preocupação de mostrar Seu amor na prática para os que estavam a Sua volta. E foi esse amor imenso e humilde que levou JESUS a sacrificar a Si mesmo por cada um de nós (Jo 15.13). Bispo Primaz Manoel Ferreira (2016, L. 11) observa que “os discípulos viam nos olhos de JESUS o Amor puro que tinha por eles e pelo Seu povo”. O amor de CRISTO é admirável, infinito e capaz de romper barreiras (Rm 8.35-37). Por Amor, JESUS veio nos salvar da condenação e da culpa (Jo 3.16). Que possamos ser gratos, louvando o Filho de DEUS pelo Seu sublime Amor (1Jo 4.19).
JESUS não só amou, mas também cuidou de Seus discípulos durante Seu Ministério terreno. Além disso, por onde passava, o Filho de DEUS deixava claro que veio para todos (Jo 1.11-12). Independentemente de ser judeu ou não, quem ia até JESUS, necessitado e com fé, desfrutava de bênçãos e salvação (Jo 4.53). Quando entendemos e aceitamos o amor de JESUS, Ele transforma nossa vida (Jo 4.26-30). O Senhor conhece o tamanho exato do vazio que existe em cada coração, e somente Ele pode preencher esse vazio em nosso ser (Pv 23.26). O Filho de DEUS nos valoriza e nos oferece um amor que nunca acaba (Jo 15.9,10,12,13). JESUS nunca nos abandona (Rm 8.38,39); Ele deseja preencher nossa vida com Seu amor (1Jo 3.16).
JESUS não só amou, mas também cuidou de Seus discípulos durante Seu Ministério terreno.
Lavar os pés dos discípulos foi um exemplo de humildade, servidão e amor a ser seguido pelos cristãos (Jo 13.5). É importante aprender isso com JESUS, porque essas atitudes se refletem em nosso comprometimento com a Obra de DEUS (Jo 15.20).
O Filho de DEUS tinha prazer em servir ao próximo e reconhecia Seu papel de Servo: “Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve”, Lc 22.27. Sua atitude humilde ao lavar os pés dos discípulos é uma boa demonstração da serventia e do amor do Mestre por todos. O Todo-poderoso se fez Servo para servir com humildade e amor (Mt 20.28).
Seguramente, uma das ações mais impactantes do Filho de DEUS foi lavar os pés de Seus discípulos (Jo 13.5). Com essa atitude, JESUS se coloca como Servidor de todos e quebra padrões e protocolos da época. Portanto, assim como JESUS não viu nada que lhe desmerecesse naquela atitude servil, nós também não devemos achar que é tarefa menor servir aos irmãos (Jo 13.15-17). Quando todos servem uns aos outros, a Igreja cresce e se fortalece (Sl 133.1).
JESUS não buscava honra para Si mesmo, mas honrar o Pai: “Se Eu Me Glorifico a Mim Mesmo, a Minha Glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai (…)”, Jo 8.54. O maior e mais excelente exemplo de humildade nos é dado por JESUS, que deu a vida pelo resgate de muitos. Então, como crentes, devemos seguir o exemplo do Mestre, que disse: “(…) e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”, Mt 11.29. Isso implica servir ao outro com amor e humildade, como fez o Filho de DEUS.
Estamos inseridos numa sociedade que vive uma competição desenfreada em busca de status social. A corrida para ocupar os primeiros lugares é constante, humilhar os outros é algo comum, além do vale tudo para alcançar os próprios objetivos. Contrapondo-se a essa visão, JESUS disse: “(…) vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros”, Jo 13.14.
A humildade é uma virtude ilustre do espírito humano. Desde o nascimento, o Filho de DEUS ensina humildade para aqueles que O amam. A humildade na vida de JESUS sempre foi e sempre será o nosso maior exemplo. Ele desceu do Seu trono real e se esvaziou completamente, tornando-se semelhante aos seres humanos (Fp 2.7). O serviço cristão se baseia na humildade, como JESUS nos ensina ao se ajoelhar e lavar os pés dos discípulos (Jo 13.16).
JESUS liderava pelo serviço (Jo 5.17), e isso fez dEle um grande líder. Ele fazia tudo para servir (Jo 13.14,15). JESUS estava seguro de Sua identidade, de quem Ele era, por isso não tinha problemas em servir, inclusive lavando pés empoeirados e sujos. Mesmo sabendo que já era chegada a Sua hora de passar deste mundo para o Pai (Jo 13.1), Ele não se importou com o que pensariam a Seu respeito (Jo 13.1,3). JESUS liderava pelo exemplo, mesmo sob pressão.
Para consumar o Plano Redentor, Nosso Senhor veio ao mundo em carne (1Jo 4.2), foi colocado em posição inferior à dos anjos (Hb 2.9), e se manteve humilde e obediente até a morte (Fp 2.8). Na Cruz, JESUS expressou Seu amor absoluto e eterno (Jo 3.16), num ato máximo de humildade: deixar a glória e o trono, esvaziar-se, fazer-se homem e passar a Servo dos irmãos. Por isso, Ele foi caçado, encarcerado, chicoteado, cuspido e pregado na Cruz (Jo 19.17-30). Mas a humildade transformou o mais cruel instrumento de execução em símbolo do amor de JESUS pela humanidade (1Pe 2.24).
A humildade não é uma condição, mas um valor que reflete a Obra do ESPÍRITO SANTO.
Em tempos de estrelismo e busca desenfreada por aplausos e reconhecimento, a humildade de CRISTO deve produzir despertamento nos crentes. Assim, com a imprescindível ajuda do ESPÍRITO SANTO e para a Glória de DEUS, não nos esqueceremos das Palavras de Nosso Senhor em Seu discurso de despedida: “…como eu vos fiz, façais vós também”, Jo 13.15.
