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15 agosto 2025
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Escrita Lição 8, Betel, Jesus e a Mulher Adúltera – A manifestação da Graça em Meio à Condenação, 3Tr25, Pr Henrique, EBD NA TV
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EBD Editora Betel | 3° Trimestre De 2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de João | Escola Bíblica Dominical
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Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2025/08/slides-licao-8-betel-jesus-e-mulher.html
1- O ADULTÉRIO: UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
1.1. Reconhecendo o adultério
1.2. O adultério afronta o Criador
1.3. O sexo foi criado por DEUS
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
2.1. A malícia dos acusadores
2.2. JESUS ignora os acusadores
2.3. O Advogado Fiel
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
3.1. Perdão, uma expressão de amor
3.2. Perdoados e perdoando
3.3. Compreendendo o perdão
TEXTO ÁUREO
“(…) Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?” João 8.10.
VERDADE APLICADA
Perdoar uns aos outros como fomos perdoados por DEUS em CRISTO é uma das marcas do verdadeiro cristão.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Saber que culpa expõe e condena os próprios acusadores.
Ressaltar que JESUS advoga a nosso favor.
Reconhecer a gravidade de cometer adultério.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - João 8.4-11
4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
5 E, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6 Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas JESUS, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
10 E, endireitando-se JESUS e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe JESUS: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 8.7 Que não tem pecado atire a primeira pedra.
TERÇA | 1Jo 2.1 JESUS, nosso Advogado junto ao Pai.
QUARTA | Ap 12.10 Satanás nos acusa.
QUINTA | 1Jo 1.7 O Sangue de JESUS nos purifica de todo pecado.
SEXTA | Êx 20.14 Não adulterarás.
SÁBADO | Pv 6.32,33 O adultério deixa cicatrizes profundas.
HINOS SUGERIDOS: 255, 311, 484
MOTIVO DE ORAÇÃO
Oremos para que nosso Pai, que está nos Céus, perdoe os nossos pecados.
PONTO DE PARTIDA: JESUS advoga a nosso favor.
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – REVISTAS ANTIGAS E LIVROS
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RESUMO RÁPIDO
INTRODUÇÃO - O que acontece?
1. Apresentação da mulher:
Escribas e fariseus levam uma mulher pega em adultério a JESUS que estava ensinando no Templo, questionando se ela deveria ser apedrejada conforme a lei de Moisés.
2. A resposta de JESUS:
JESUS, em vez de responder diretamente, se abaixa e começa a escrever no chão.
3. Desafio aos acusadores:
Diante da insistência deles, JESUS diz: "Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra ela.".
4. A reação dos acusadores:
Um a um, os acusadores se retiram, começando pelos mais velhos, pois se sentem confrontados com seus próprios pecados.
5. A interação final com a mulher:
JESUS fica a sós com a mulher e pergunta se alguém a condenou. Ela responde que não. Então, JESUS diz: "Eu também não te condeno. Vai-te e não peques mais.".
Interpretação e significado:
1- O ADULTÉRIO: UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
1.1. Reconhecendo o adultério
O adultério, na sua essência, refere-se à infidelidade conjugal, caracterizada por relações sexuais fora do casamento. Juridicamente, é visto como a quebra do contrato matrimonial, que pressupõe a fidelidade entre os cônjuges. Além do aspecto legal, o adultério é frequentemente associado a questões morais, éticas e emocionais, podendo gerar consequências significativas para os envolvidos.
Aspectos do Adultério:
· Definição:
Relações sexuais voluntárias com alguém que não seja o cônjuge, durante o período do casamento.
· Consequências jurídicas:
Em alguns casos, pode levar à perda de direitos como pensão alimentícia, dependendo das circunstâncias e legislação local.
· Consequências emocionais:
O adultério pode causar dor, sofrimento, traição, decepção e desequilíbrio emocional para o cônjuge traído e, em alguns casos, para os filhos e inimizade entre parentes e amigos e até dentro da igreja.
· Consequências morais:
É visto como uma quebra de confiança e compromisso dentro do relacionamento, podendo afetar a ética e a moral do indivíduo envolvido.
· Superando o adultério:
Terapia de casal, comunicação aberta, busca por apoio emocional e, em alguns casos, perdão e reconciliação podem auxiliar na superação do adultério, bem como aconselhamento pastoral e prática de oração a dois.
· O adultério na sociedade:
O adultério é um tema presente em diversas culturas e religiões, com diferentes interpretações e consequências. Por exemplo, em algumas culturas (como no judaísmo e islamismo, podendo levara até a morte), o adultério feminino pode ser mais condenado do que o masculino, enquanto em outras, o foco pode ser mais na quebra do juramento de fidelidade.
Em resumo, o adultério é uma questão complexa que envolve aspectos legais, morais, emocionais e sociais. A superação do adultério, quando possível, requer esforço, comunicação e, em muitos casos, apoio profissional.
1.2. O adultério afronta o Criador
Sim, o adultério é visto pela perspectiva religiosa bíblica como uma afronta ao Criador, pois viola os mandamentos divinos e os votos matrimoniais, que são considerados sagrados, DEUS é testemunha do casamento conforme Malaquias. A Bíblia, em diversos trechos, condena o adultério e o considera um pecado grave, com consequências tanto espirituais quanto sociais.
Elaboração:
A Bíblia, em vários livros como Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Malaquias, Provérbios, nos evangelhos, 1 Coríntios, Hebreus etc, estabelece claramente a proibição do adultério e suas consequências. O adultério é visto como uma quebra da fidelidade conjugal, um ato que desrespeita o pacto matrimonial e, por extensão, a DEUS, que instituiu o casamento.
Versículos bíblicos que abordam o adultério:
· Êxodo 20:14:
"Não adulterarás."
· Provérbios 6:32-33:
"O homem que comete adultério não tem juízo; todo aquele que assim procede a si mesmo destrói."
· Levítico 20:10:
"Se um homem cometer adultério com a mulher de outro homem, o homem e a mulher que cometeram adultério serão executados."
· Mateus 5:27-28:
"Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olha para uma mulher com intenção impura, já em seu coração cometeu adultério com ela."
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos fornicadores, e aos adúlteros, DEUS os julgará”. Hebreus 13:4
Consequências do adultério:
Além das implicações espirituais, o adultério pode gerar consequências sociais significativas, como:
· Problemas familiares: A traição pode levar à separação, divórcio e sofrimento para todos os envolvidos, especialmente os filhos.
· Danos à reputação: O adultério pode causar vergonha e desonra para aqueles que o praticam.
· Consequências legais: Em alguns casos, o adultério pode gerar implicações legais, como a perda de direitos em processos de divórcio ou partilha de bens.
O perdão e a restauração:
Apesar da gravidade do adultério, a fé cristã oferece a possibilidade de perdão e restauração através do arrependimento e da busca por DEUS. A Bíblia ensina que DEUS é misericordioso e está disposto a perdoar aqueles que se arrependem sinceramente de seus pecados. No entanto, a restauração do relacionamento após o adultério pode ser um processo longo e doloroso, exigindo perdão mútuo, honestidade e comprometimento.
1.3. O sexo foi criado por DEUS
De acordo com a visão judaico-cristã, o sexo foi criado por DEUS. A Bíblia, em Gênesis, relata que DEUS criou o homem e a mulher e os abençoou, ordenando-lhes que fossem fecundos e se multiplicassem, o que é realizado através da relação sexual. Além da procriação, o sexo é visto como uma forma de prazer e união entre o homem e a mulher dentro do casamento.
Visão judaico-cristã (Bíblica):
· Criação:
A Bíblia apresenta o sexo como parte da criação de DEUS, com o homem e a mulher sendo criados à sua imagem e semelhança, DEUS os criou macho e fêmea.
· Propósito:
O sexo tem múltiplos propósitos, incluindo a procriação (Gênesis 1:28), o prazer e a união e a intimidade entre marido e mulher (Gênesis 2:24).
· Contexto:
O sexo é visto como algo bom e prazeroso, e é especialmente valorizado dentro do casamento, onde é um ato de amor e união entre um homem e uma mulher.
· Restrições:
A Bíblia também estabelece restrições, como a proibição de relações sexuais fora do casamento (imoralidade sexual).
Outras perspectivas:
Ponto de vista ético:
Existem diferentes perspectivas éticas sobre o sexo, com algumas culturas e sistemas de crenças enfatizando a importância do prazer, enquanto outros podem ter restrições mais estritas.
É importante notar que a interpretação e o significado do sexo podem variar dependendo das crenças e valores individuais.
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
2.1. A malícia dos acusadores
A malícia dos acusadores da mulher pega em adultério, descrita no Evangelho de João (capítulo 8, versículos 3 a 11), reside na intenção por trás da sua ação. Eles não estavam genuinamente preocupados com a justiça ou com a lei, mas sim buscando uma oportunidade para acusar JESUS e desacreditá-lo perante o povo.
Contexto e Motivação:
· Flagrante:
Os escribas e fariseus apresentaram a JESUS uma mulher que havia sido pega em adultério, um ato que, segundo a lei mosaica, exigia apedrejamento.
· Tentativa de Armadilha:
O objetivo deles era colocar JESUS em uma posição difícil, testando-o. Se Ele concordasse com a pena de apedrejamento, estaria indo contra a lei romana, que proibia o apedrejamento e reservava a pena capital para si. Também estaria se contradizendo já que pregava que veio buscar e salvar aqueles que se haviam perdido, veio chamar pecadores ao arrependimento. Se Ele não concordasse, estaria indo contra a lei judaica, desconsiderando Moisés e perdendo credibilidade como Mestre.
A Resposta de JESUS:
· Escrita no Chão:
Em vez de responder diretamente, JESUS se abaixou e começou a escrever no chão, ignorando-os por um tempo. Como insistissem na resposta, fez como da vez sobre o tributo, ou imposto romano.
"Quem Estiver Sem Pecado, Atire a Primeira Pedra":
Quando finalmente respondeu, JESUS desafiou os acusadores, convidando aquele que estivesse livre de pecado a atirar a primeira pedra na mulher. Essa frase revela a hipocrisia dos acusadores, pois todos eles, como seres humanos, estavam sujeitos ao pecado.
Libertação da Mulher:
Diante da resposta de JESUS, um a um, os acusadores foram se retirando, começando pelos mais velhos. JESUS, então, questionou a mulher sobre seus acusadores e, ao perceber que ninguém a condenava, disse: "Eu também não te condeno. Vai-te e não peques mais".
Malícia Revelada:
A malícia dos acusadores se manifesta na sua intenção de usar a situação para prejudicar JESUS, e não para buscar a verdade ou aplicar a justiça de forma imparcial. Eles estavam mais preocupados em preservar sua própria reputação e autoridade do que em demonstrar compaixão ou seguir a lei com sinceridade.
2.2. JESUS ignora os acusadores
Na narrativa bíblica, JESUS não ignora a mulher pega em adultério, mas adota uma abordagem única. Ele inicialmente se abaixa e escreve no chão, como se ignorasse os acusadores, depois os desafia, dizendo: "Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra ela.". Diante dessa resposta, os acusadores, um a um, se retiram, e JESUS, ao final, não condena a mulher, mas a exorta a não pecar mais.
· Misericórdia e graça:
A ação de JESUS demonstra sua misericórdia e graça, oferecendo perdão à mulher e mostrando que ninguém é perfeito.
· Confronto com o pecado:
JESUS não ignora o pecado da mulher, mas a confronta com a necessidade de mudança.
· Abertura para a transformação:
A frase "não peques mais" indica que JESUS espera que a mulher transforme sua vida e não continue no mesmo caminho.
· Ato de escrita:
O ato de JESUS escrever no chão tem sido interpretado de várias maneiras, incluindo uma forma de ignorar os acusadores, listar seus pecados ou simplesmente lidar com a situação de maneira simbólica.
A história da mulher adúltera é frequentemente usada para ilustrar a mensagem de amor, perdão e graça de JESUS, além de desafiar as pessoas a refletirem sobre seus próprios pecados e julgamentos.
Pode ser que JESUS escreveu o pecado da mulher e depois o apagou, pois Ele pode perdoar pecados.
2.3. O Advogado Fiel
A passagem bíblica de João 8:3-11 descreve uma cena em que JESUS age como o advogado da mulher pega em adultério, defendendo-a da condenação e do apedrejamento.
Elaboração:
Na passagem, JESUS é confrontado por escribas e fariseus que trazem uma mulher flagrada em adultério, exigindo que ele aplique a lei de Moisés, que ordenava o apedrejamento. JESUS, em vez de condená-la, desafia os acusadores, questionando quem entre eles estivesse sem pecado para atirar a primeira pedra. Diante da ausência de acusadores que pudessem lançar a primeira pedra, JESUS perdoa a mulher, dizendo: "Nem eu te condeno; vai e não peques mais".
JESUS, ao intervir em favor da mulher e oferecer-lhe perdão, atua como um advogado, um defensor, mostrando misericórdia e compaixão, em vez de seguir a lei friamente. Ele não a isenta da responsabilidade pelo ato, mas a liberta da condenação imediata e a encoraja a uma nova vida.
Portanto, a ação de JESUS na história da mulher adúltera é vista como um ato de intercessão e perdão, exemplificando o papel de advogado fiel que defende aqueles que estão sob acusação.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
1 João 2:1,2
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
3.1. Perdão, uma expressão de amor
O perdão de JESUS à mulher adúltera, descrito em João 8:1-11, é um exemplo marcante do amor e da misericórdia de JESUS. Ele demonstrou que o amor verdadeiro não se baseia em julgamento e condenação, mas em compaixão e perdão, incentivando a mulher a mudar de vida.
Significado:
· O episódio destaca a graça e o perdão de JESUS, mostrando que Ele não veio para condenar, mas para oferecer salvação e uma nova chance.
· JESUS não ignorou o pecado, mas demonstrou que o amor e a misericórdia podem levar à transformação e ao arrependimento.
· O perdão de JESUS à mulher adúltera é um exemplo para todos, mostrando que o amor e o perdão são fundamentais nas relações humanas e na nossa caminhada com DEUS, segundo a Bíblia Online.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Lucas 19:10
Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento. Lucas 5:32
3.2. Perdoados e perdoando
No episódio da mulher adúltera, JESUS ensina sobre o perdão e a necessidade de perdoar, tanto o perdão recebido quanto o oferecido. O relato, encontrado em João 8:1-11, mostra JESUS diante de uma mulher pega em adultério, trazida por escribas e fariseus que a acusavam e buscavam condená-la à morte, conforme a lei de Moisés.
Ensinamentos de JESUS:
· Perdão:
JESUS, ao invés de condenar a mulher, a perdoa, demonstrando a graça e o amor de DEUS que vão além da justiça legal. Ele diz: "Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais."
· Arrependimento:
O perdão de JESUS não é um endosso ao pecado. Ele a liberta da condenação, mas também a chama a mudar de vida, a não pecar mais.
· Não julgar:
JESUS demonstra que ninguém tem o direito de julgar ou condenar os outros, pois todos são pecadores e precisam do perdão de DEUS.
· A importância do arrependimento:
A resposta de JESUS à mulher, "Vai e não peques mais", destaca a necessidade do arrependimento e da busca pela santidade, segundo a Logos Sermons.
· Transformação:
A passagem não apenas revela o perdão, mas também a possibilidade de transformação e mudança de vida, conforme a Logos Sermons.
Em resumo, o episódio da mulher adúltera nos ensina que:
· DEUS oferece perdão incondicional a quem se arrepende.
· A graça de DEUS não é uma licença para pecar, mas um convite à transformação.
· Devemos perdoar aqueles que nos ofendem, assim como DEUS nos perdoa.
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. Mateus 6:15.
3.3. Compreendendo o perdão
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”
Mateus 5.23,24
A reconciliação não é algo a ser praticado somente entre nós e DEUS, mas também para com nossos irmãos. Reconhecemos, que, à semelhança da cruz, também temos duas linhas do fluir da reconciliação: a vertical (o homem com DEUS) e a horizontal (entre os homens). O mesmo perdão que recebemos de DEUS deve ser praticado para com nossos semelhantes.
QUEM NÃO PERDOA NÃO É PERDOADO
O perdão (ou a falta dele) faz muita diferença na vida de alguém. A reconciliação horizontal determina se a vertical que recebemos de DEUS vai permanecer em nossa vida ou não. A palavra de DEUS é clara quanto ao fato de que se não perdoarmos a quem nos ofende, então DEUS também não nos perdoará. Foi JESUS CRISTO quem afirmou isto no ensino da oração do Pai-nosso:
“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” Mateus 6.14,15
DEUS tem nos dado seu perdão gratuitamente, sem que o merecêssemos, e espera que usemos do mesmo espírito misericordioso para com quem nos ofende. Se fluímos com o Pai Celestial no mesmo espírito perdoador, permanecemos na reconciliação alcançada pelo Senhor JESUS. Contudo, se nos negamos a perdoar, interrompemos o fluxo da graça de DEUS em nossa vida, e nossa reconciliação vertical é comprometida pela ausência da horizontal. CRISTO também nos advertiu com clareza sobre isto em uma de suas parábolas (faladas num contexto que envolvia o perdão):
“Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei, que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o seu senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que havia se passado, entristeceram-se muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida. Assim também o meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão” Mateus 18.23-35
O significado desta ilustração dada por JESUS CRISTO é muito forte. Temos um rei e dois tipos de devedores. Se a parábola ilustra o reino de DEUS, então o rei figura o próprio DEUS. O primeiro devedor tinha uma dívida impagável, enquanto a do segundo estava ao seu alcance. Não há como comparar a dívida de cada um. Dez mil talentos da dívida do primeiro servo era o equivalente a cerca de 200.000 dias de trabalho, enquanto os cem denários que o outro servo devia era o equivalente a apenas cem dias de trabalho. Esta diferença revela a dimensão da dívida que cada um de nós tinha para com DEUS, e que, por ser impagável, estávamos destinados à prisão e escravidão eterna. Contudo, sem que merecêssemos, DEUS em sua bondade, nos perdoou. Portanto, Ele espera que façamos o mesmo. O cristão que foi perdoado de seus pecados e recusa-se a perdoar um irmão – seu conservo no evangelho – terá seu perdão revogado.
Isto é muito sério. As ofensas das pessoas contra nós não são nada perto das nossas ofensas que o Pai Celestial deixou de levar em conta. E a premissa bíblica é de que se pudemos ser perdoados por Ele, então também devemos perdoar a qualquer um que nos ofenda.
A FALTA DE PERDÃO É UMA PRISÃO
Quem não perdoa, está preso. Lemos em Mateus 18.34: “E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a dívida”. A palavra verdugo significa “torturador”. Além de preso, aquele homem seria torturado como forma de punição. A prática do ministério nos revela que o que JESUS falou em figura nesta parábola é uma realidade espiritual na vida de quem não perdoa. Os demônios amarram a vida daqueles que retém o perdão. Suas torturas aplicadas são as mais diversas: angústia e depressão, enfermidades, debilidade física etc.
Muita gente tem sofrido com a falta de perdão. Outro dia ouvi alguém dizendo que o ressentimento é o mesmo que você tomar diariamente um pouco de veneno, esperando que quem te magoou venha a morrer. A falta de perdão produz dano maior em quem está ferido do que naquele que feriu. Por isso sempre digo a quem precisa perdoar: – “Já não basta o primeiro sofrimento, porque acrescentar um outro maior (a mágoa)”?
Alguns acham que o perdão é um benefício para o ofensor. Porém, eu digo que o benefício maior não é o que foi dado ao ofensor, mas sim o que o perdão produz na vítima, naquele que está ferido. Sem perdão não há cura. A doença interior só se complica, e a saúde espiritual, emocional e física da pessoa ressentida é seriamente afetada. Em outra porção das Escrituras (onde o contexto dos versículos anteriores é o perdão), vemos o Senhor JESUS nos advertindo do mesmo perigo:
“Entra em acordo sem demora com teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo” Mateus 5.25,26
Não sei exatamente como é esta prisão, mas sei que CRISTO não estava brincando quando falou dela. A falta de perdão me prende e pode prender a vida de mais alguém. Isto é um fato comprovado. Tenho presenciado gente que esteve presa por tantos anos, e ao decidir perdoar foi imediatamente livre. Isto também pode acontecer com você, basta decidir perdoar.
SEGUINDO O EXEMPLO DIVINO
Como deve ser o perdão? A pessoa tem que pedir o perdão ou merecê-lo para poder ser perdoada? Não. Devemos perdoar como DEUS nos perdoou:
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS em CRISTO vos perdoou” Efésios 4.32
O texto bíblico diz que nosso perdão e reconciliação horizontal deve seguir o exemplo da que DEUS em JESUS praticou para conosco. Então, basta perguntar: – “Merecemos o perdão de DEUS? Não. Então nosso ofensor também não precisa merecer.
O perdão é um ato de misericórdia, de compaixão. Nada tem a ver com merecimento. O apóstolo Paulo falou aos efésios que o perdão é fruto de um coração compassivo e benigno. O perdão flui da benignidade do nosso coração, e não por haver ou não benignidade no ofensor.
JESUS disse que se eu souber que alguém tem algo contra mim, devo procurá-lo para tentar a reconciliação. Mesmo se tal pessoa não me procurar ou nem mesmo quiser falar comigo, tenho que ter a iniciativa, tenho que tentar. DEUS ofereceu perdão gratuito a todos, independentemente de qualquer comportamento, e Ele é nosso exemplo!
NÃO HÁ LIMITE DE VEZES PARA PERDOAR
Certa ocasião, o apóstolo Pedro quis saber o limite de vezes que existe para perdoar alguém. E foi surpreendido pela resposta que CRISTO lhe deu:
“Então Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe JESUS: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” Mateus 18.21,22
O Senhor declarou que mesmo se alguém repetir sua ofensa contra mim por quatrocentos e noventa vezes, ainda deve ser perdoado. Na verdade, os comentaristas bíblicos em geral entendem que JESUS não estava se prendendo a números, mas tentando remover o limite imposto na mente dos discípulos para perdoar.
Fico pensando o que seria de nós sem a misericórdia de DEUS. Quantas vezes DEUS já nos perdoou? Quantas mais Ele vai nos perdoar? Se devemos perdoar como também DEUS em CRISTO nos perdoou, então fica claro que não há limite de vezes para perdoar!
O DIABO É QUEM LEVA VANTAGEM
Já falamos que há uma prisão espiritual ocasionada por reter o perdão. E que demônios se aproveitam desta situação. Agora queremos examinar um outro texto bíblico que nos mostra nitidamente que a falta de perdão dá vantagem ao diabo:
“A quem perdoais alguma cousa, também eu perdoo; porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de CRISTO, para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”. 2 Coríntios 2.10,11
O apóstolo Paulo revela que se deixamos de perdoar, quem vai se aproveitar da situação é Satanás, o adversário de nossas almas. Disse ainda, que não ignorava as maquinações do maligno. Em outras palavras, ele estava dizendo que justamente por saber como o diabo age na falta de perdão, é que não podia deixar de perdoar.
Precisamos entender que DEUS não será engrandecido na falta de perdão. Que o ofendido não lucra nada por não perdoar. Que até mesmo o ofensor pode estar espiritualmente preso. O único que lucra com isso é o diabo, pois passa a ter autoridade na vida de quem decide alimentar a ferida do ressentimento.
A Bíblia nos ensina que não devemos dar lugar ao diabo (Ef 4.27). Que ele anda em nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pe 5.8), e que devemos resisti-lo (Tg 4.7). Mas quando nos recusamos a perdoar, estamos deliberadamente quebrando todos estes mandamentos.
CONSELHOS PRÁTICOS
Para aqueles que reconhecem que não há saída a não ser perdoar, mas que, por outro lado, não é algo tão fácil de se fazer, quero oferecer alguns conselhos práticos que serão de grande valia.
Primeiro, o perdão não é um sentimento, é uma decisão e uma atitude de fé. Já dissemos que o perdão não é por merecimento, logo, não tenho motivação alguma em minhas emoções a perdoar. Não me alegro por ter sido lesado, mas libero aquele que me lesou por uma decisão racional. Portanto, o perdão não flui espontaneamente, deve ser gerado no coração por levar em consideração aquilo que DEUS fez por mim e sua ordem de perdoar. As consequências da falta de perdão também devem ser lembradas, para dar mais munição à razão do que à emoção.
É preciso fé para perdoar. Certa ocasião quando JESUS ensinava seus discípulos a perdoarem, foi interrompido por um pedido peculiar:
“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” Lucas 17.3-5)
Naquele instante os discípulos reconheceram que para praticar este nível de perdão iriam precisar de mais fé. E JESUS parece ter concordado, pois nos versículos seguintes lhes ensinou que a fé é como semente, quanto mais se exercita (planta) mais ela cresce (se colhe).
É necessário crer que DEUS é justo e que Ele não nos pede mais do que aquilo que podemos dar. Se DEUS nos pediu que perdoássemos, Ele vai nos socorrer dispensando sua graça quando tivermos uma atitude de perdão.
Muitas vezes o perdão precisa ser renovado. Depois de declarar alguém perdoado, o diabo, que não quer perder seu domínio, vai tentar renovar a ferida. Em Provérbios 17.9 as Escrituras Sagradas nos falam sobre encobrir a questão ou renová-la. É preciso tomar uma decisão de esquecer o que houve, e renovar somente o perdão. Cada vez que a dor tentar voltar, declare novamente seu perdão. Ore abençoando seu ofensor. Lute contra a mágoa!
É importante ver os ofensores como vítimas. Isto é algo especial que vejo em JESUS na cruz:
“Contudo JESUS dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” Lucas 23.34
Em vez de olhar para eles como quem merece punição e castigo, JESUS enxerga que eles também eram vítimas. Aqueles homens estavam em cegueira e ignorância espiritual, debaixo de influência maligna, sem nenhum discernimento de quem estavam de fato matando. Eram vítimas de todo um sistema que os afastou de DEUS e da revelação das Escrituras. E ao reconhecer que ele é que eram vítimas, em vez de alimentar dó de si mesmo (como nós faríamos), JESUS teve compaixão deles. Acredito que este é um princípio para o perdão fluir livremente. Assim como JESUS o fez, deixando exemplo, Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo, também o fez:
“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”
Atos 7.60
Quando você começa a enxergar as misérias da vida espiritual de seu ofensor (ao menos a que manifestou no momento de te ferir), e canaliza o amor de DEUS por ele, como você também necessita do amor divino ao se achegar arrependido em busca de perdão, a coisa fica mais fácil.
QUANDO VOCÊ ORA POR ALGUÉM, NÃO O CONSIDERA SEU INIMIGO.
Autor deste tópico, Compreendendo o perdão: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de CRISTO. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.
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COMENTÁRIOS BEP - CPAD
8.7 AQUELE QUE ESTÁ SEM PECADO. Estas palavras não devem ser tidas como uma justificativa de recusa do julgamento do pecado dentro da igreja, ou para tratar com leviandade o fracasso moral de cristãos professos. Agir assim é deturpar a atitude bíblica para com o pecado entre o povo de DEUS.
(1) O modo da igreja tratar os pecadores inconversos que estão fora dela e seu modo de tratar os que, estando dentro dela, vivem em pecado e desobediência a CRISTO, são duas situações diferentes.
(2) As Escrituras ensinam que o pecado cometido por aqueles que estão dentro da igreja não deve ser tolerado (Ap 2.20), mas, sim, tratado com repreensão e reprovação severas (Lc 17.3; 1 Co 5.1-13; 2 Co 2.6-8; Ef 5.11; 2 Tm 4.2; Tt 1.13; 2.15; Ap 3.19; ver Mt 13.30).
8.11 NEM EU TE CONDENO. A atitude de JESUS para com essa mulher revela seu propósito redentor para a humanidade (3.16). Ele não a condena como pessoa indigna do perdão, mas a trata com bondade, clemência e paciência, para levá-la ao arrependimento. Há salvação para ela, uma vez que renuncie ao adultério e volte para seu próprio marido (cf. Lc 7.47).
(1) Seria, no entanto, mais do que blasfêmia dizer que estas palavras de CRISTO mostram que Ele considera trivial o pecado de adultério e a indescritível mágoa e miséria que ele provoca para os pais e seus filhos.
(2) O que CRISTO ofereceu a essa mulher foi a salvação e o livramento da sua vida de pecado (v. 11). A condenação e a ira de JESUS seriam a porção futura, caso ela recusasse a arrepender-se e ingressar no reino de DEUS (Rm 2.1-10).
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Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
A Mulher Flagrada em Adultério
João 8. 1-11
Embora CRISTO tivesse sido desprezivelmente maltratado no capítulo anterior, tanto pelos principais como pelo povo, contudo nós o vemos ainda em Jerusalém, ainda no Templo. Com que frequência Ele os reunia! Observe:
I
Seu afastamento à noite, saindo da cidade (v. 1): “JESUS foi para o monte das Oliveiras”. Não se sabe ao certo se para a casa de algum amigo, ou para alguma tenda ali armada, na Festa dos Tabernáculos, nem se Ele descansou ali, ou, como julgam alguns, continuou a noite toda em oração a DEUS. Mas Ele saiu de Jerusalém, talvez porque não tivesse ali nenhum amigo que tivesse bondade ou coragem suficiente para hospedá-lo por uma noite. Enquanto seus perseguidores tinham suas casas para onde ir (Jo 7.53), Ele não podia sequer ter um lugar emprestado onde pudesse descansar a cabeça, exceto aquele em que Ele deveria se afastar da cidade cerca de um a três quilômetros. Ele retirou-se (como pensam alguns) porque não queria arriscar-se ao perigo de um tumulto popular à noite. Sempre que pudermos, é prudente sair do caminho do perigo sem sair do caminho do dever. Durante o dia, quando tinha trabalho a fazer no Templo, Ele voluntariamente se expunha, sob proteção especial, Isaías 49.2. Mas à noite, quando não tinha trabalho a fazer, Ele se retirava para o campo e ali se abrigava.
II
Seu retorno pela manhã, ao Templo e ao seu trabalho, v. 2. Observe:
1. Que pregador diligente era CRISTO: “Pela manhã cedo, voltou para o templo... e os ensinava”. Embora tivesse ensinado no dia anterior, Ele ensinava hoje novamente. CRISTO era um pregador constante, “a tempo e fora de tempo”. Três coisas são observadas aqui, a respeito da pregação de CRISTO. (1) A hora: “Pela manhã cedo”. Embora Ele se hospedasse fora da cidade, e talvez tivesse passado grande parte da noite em oração particular, ainda assim Ele veio cedo. Quando o trabalho de um dia deve ser feito para DEUS, e para as almas, é bom começar logo, e ter o dia diante de nós. (2) O lugar: o “templo”. Não tanto porque fosse um lugar consagrado (pois Ele o tinha escolhido em outras ocasiões), mas porque agora era um lugar de grande afluxo de público. E assim Ele podia estimular assembleias solenes para adoração religiosa, e incentivar as pessoas a virem ao Templo, pois Ele não o tinha deixado desolado. (3) Sua postura: “Assentando-se, os ensinava”, como alguém que tinha autoridade e como alguém que tencionava permanecer ali por algum tempo.
2. Com que diligência as pessoas compareciam à sua pregação: “Todo o povo vinha ter com Ele”, e talvez muitos deles fossem gente do campo, que, neste dia, terminada a festa, voltariam para casa, e estavam desejosos de ouvir mais um sermão da boca de CRISTO, antes de voltarem. Eles vinham ter com Ele, embora Ele chegasse cedo. “Os que de madrugada me buscam me acharão” (Pv 8.17). Embora os principais estivessem descontentes com aqueles que vinham para ouvir JESUS, ainda assim eles vinham. E Ele os ensinava, embora os principais estivessem irados com Ele também. Embora houvesse poucos ou nenhum entre eles que eram pessoas de alguma importância, ainda assim CRISTO lhes dava as boas-vindas e os ensinava.
III
A maneira como Ele lidou com aqueles que lhe trouxeram a mulher apanhada em adultério, para tentá-lo. Os escribas e fariseus não somente não queriam ouvir pessoalmente a CRISTO, mas também o perturbavam quando o povo comparecia para ouvi-lo. Observe aqui:
1. O caso que os escribas e fariseus lhe propuseram, que contribuiria para iniciar uma discussão com Ele, e atraí-lo a uma cilada, vv. 3-6.
(1) Eles levam a prisioneira ao tribunal (v. 3): “Trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério”, talvez apanhada recentemente, durante o período da Festa dos Tabernáculos, quando, possivelmente, o fato de que habitassem em tendas e em meio à festa e alegria pudesse, pelas mentes pervertidas, que corrompem as melhores coisas, promover oportunidades de pecado. Aqueles que eram apanhados em adultério deviam, segundo a lei judaica, ser levados à morte, e sua execução era permitida pelas autoridades romanas, e, portanto, ela foi trazida diante da corte eclesiástica. Observe que ela foi apanhada em adultério. Embora o adultério seja uma obra das trevas, que os culpados comumente tomam todo o cuidado possível para ocultar, ainda assim, algumas vezes, ele vem estranhamente à luz. Aqueles que se comprometem secretamente com o pecado se enganam. Os escribas e fariseus a trazem até CRISTO, e a colocam no meio da assembleia, como se pretendessem deixá-la completamente ao julgamento de CRISTO, estando Ele assentado como um juiz no tribunal.
(2) Eles apresentam a acusação contra ela: “Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando”, v. 4. Aqui eles chamam de Mestre àquele que apenas um dia antes eles tinham chamado de enganador, esperando, com suas adulações, atraí-lo a uma cilada, como aqueles mencionados em Lucas 20.20. Mas, embora os homens possam ser influenciados por tais elogios, aquele que sonda os corações não pode.
[1] O crime de que a prisioneira é acusada é nada menos do que adultério, que, mesmo na era patriarcal, antes da lei de Moisés, era considerado como uma iniquidade a ser punida pelos juízes, Jó 31.9-11; Gênesis 38.24. Os fariseus, com sua acusação vigorosa a esta criminosa, pareciam ter grande zelo contra o pecado, quando, mais adiante, será demonstrado que eles mesmos não estavam livres dele. Na verdade, interiormente estavam cheios de toda imundícia, Mateus 23.27,28. Observe que é comum que aqueles que são indulgentes com seus próprios pecados sejam severos com os pecados de outras pessoas.
[2] A prova do crime vinha da evidência notória do fato, uma prova incontestável. Ela tinha sido apanhada no ato, de modo que não havia lugar para alegar inocência. Se ela não tivesse sido apanhada neste ato, poderia ter cometido outro, até que seu coração estivesse completamente endurecido, mas, às vezes, é uma graça de misericórdia para os pecadores quando seu pecado vem à luz, para que possam não continuar cometendo-o arrogantemente. É melhor que nosso pecado nos envergonhe do que nos destrua, e seja apresentado diante de nós para nossa acusação do que para nossa condenação.
(3) Eles apresentam os estatutos deste caso, sobre os quais ela era acusada, v. 5: “Na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas”. Moisés ordenava que elas fossem levadas à morte (Lv 20.10; Dt 22.22), mas não que fossem apedrejadas, a menos que a adúltera fosse desposada, não casada, ou uma filha de sacerdote, Deuteronômio 22.21. Observe que o adultério é um pecado extremamente pecaminoso, pois é a rebelião de uma luxúria vil, não somente contra o mandamento, mas também contra o concerto do nosso DEUS. É a violação de uma instituição divina em inocência, pela indulgência de um dos mais vis desejos do homem na sua degeneração.
(4) Eles pedem que JESUS julgue este caso: “‘Tu, pois, que dizes?’ Tu, que reivindicas ser um mestre vindo de DEUS para substituir as leis antigas e promulgando novas? O que tens a dizer neste caso?” Se eles tivessem feito esta pergunta com sinceridade, com um humilde desejo de conhecer sua mente, isto teria sido altamente elogiável. Aqueles a quem é confiada a administração da justiça devem olhar para CRISTO pedindo orientação, mas “isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar”, v. 6. [1] Se Ele confirmasse a sentença da lei, e deixasse que seguisse seu curso, eles o censurariam como incoerente consigo mesmo (por ter recebido publicanos e prostitutas) e com o caráter do Messias, que deveria ser manso, e trazer salvação, e proclamar o ano da remissão, e talvez o acusassem diante do governador romano por estimular os judeus no exercício de um poder judiciário. Mas: [2] Se Ele a absolvesse, e desse a opinião de que a sentença não deveria ser cumprida (como eles esperavam que Ele fizesse), eles o apresentariam, em primeiro lugar, como um inimigo da lei de Moisés, e como alguém que usurpava uma autoridade para corrigi-la e controlá-la, e iriam confirmar o preconceito contra Ele que tão engenhosamente propagavam seus inimigos, de que Ele tinha vindo destruir a lei e os profetas. Em segundo lugar, como amigo de pecadores e, consequentemente, como alguém favorável ao pecado. Se Ele parecesse tolerar tais pecados, permitindo que não recebessem uma punição, eles o apresentariam como alguém que estaria estimulando as ofensas, e sendo um patrono destas, como se fosse um protetor dos criminosos. E nenhuma reflexão poderia ser mais injusta e odiosa sobre alguém que professava a rigidez e a pureza de um profeta no desempenho de suas atividades.
2. O método que Ele usou para resolver esta situação, evitando a armadilha.
(1) Ele pareceu menosprezar o caso, e fazer-se de surdo: “JESUS, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra”. É impossível dizer, e, portanto, desnecessário perguntar, o que Ele escrevia, mas esta é a única menção feita nos Evangelhos de CRISTO escrevendo. Eusébio, na verdade, menciona que o Senhor JESUS escreveu a Abgar, rei de Edessa. Alguns pensam que têm alguma liberdade para conjeturar quanto ao que Ele escrevia aqui. Grotius diz: “Eram algumas palavras graves e sérias, e era usual que os homens sábios, quando muito concentrados a respeito de alguma coisa, fizessem isto”. Jerônimo e Ambrósio supõem que Ele tenha escrito: “Que os nomes destes homens maus estejam escritos na terra”. Outros sugerem que foi: “A terra acusa a terra, mas o julgamento é meu”. Com isto, CRISTO nos ensina a sermos lentos ao falar quando nos forem propostos casos difíceis, e não disparar nossa resposta com rapidez. E quando formos provocados ou desafiados, devemos fazer uma pausa para fazermos considerações antes de responder, a pensar duas vezes antes de falar uma. O coração dos sábios pensa para responder. Nossa tradução de algumas cópias em grego, que acrescentam me prospoioumenos (embora algumas cópias não incluam isto), dá esta explicação da razão pela qual Ele escreveu no chão, como se Ele não os tivesse ouvido. Ele fez como se estivesse olhando para outro lado, para mostrar que não estava disposto a prestar atenção nas palavras deles, dizendo, na verdade: “Quem me pôs a mim por juiz ou repartidor?” É seguro, em muitos casos, ser surdo àquilo a que não é seguro responder, Salmos 38.13. CRISTO não deseja que seus ministros se envolvam em questões seculares. Ele deseja que eles sejam mais bem empregados em qualquer estudo lícito, e preencham seu tempo escrevendo no chão (ao que ninguém vai prestar atenção), e não se ocupem daquilo que não lhes pertence. Mas, embora parecesse que CRISTO não estivesse ouvindo aqueles homens, Ele deu a entender que não somente tinha ouvido suas palavras, mas que também conhecia seus pensamentos.
(2) Quando, de modo inoportuno, ou melhor, impertinente, o pressionaram em busca de uma resposta, Ele voltou a condenação da prisioneira sobre os acusadores, v. 7.
[1] Eles continuaram perguntando a Ele, e o fato de que Ele parecesse não prestar atenção os fez mais veementes, pois agora eles tinham certeza de que o tinham deixado sem saída, e que Ele não poderia evitar a imputação de contradizer a lei de Moisés, se absolvesse a prisioneira, ou sua própria doutrina de misericórdia e perdão, se a condenasse, e por isto eles apelavam a Ele vigorosamente, embora pudessem ter interpretado sua desatenção para com eles como uma reprovação aos seus desígnios, e uma sugestão para que desistissem, enquanto provavam sua própria reputação.
[2] Por fim, Ele os envergonha e silencia com uma palavra: Ele se endireitou, como se estivesse despertando de um sono (Sl 78.65), e lhes disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”.
Em primeiro lugar, aqui CRISTO evita a armadilha que eles lhe tinham preparado, e efetivamente salva sua própria reputação. Ele não refletiu sobre a lei nem desculpou a culpa da prisioneira, nem, por outro lado, incentivou a acusação ou estimulou seu calor. Veja o bom resultado da reflexão. Quando não pudermos expressar diretamente o que desejamos, é bom que falemos utilizando certos artifícios de linguagem.
Em segundo lugar, “na rede que ocultaram ficou preso o seu pé”. Eles podem ter vindo com desejos de acusá-lo, mas foram forçados a acusar a si mesmos. CRISTO reconheceu que era adequado que a prisioneira fosse acusada, mas apelou às suas consciências se eles eram adequados para serem os acusadores.
a. Aqui Ele se refere à regra que a lei de Moisés prescreveu na execução de criminosos, de que a mão das testemunhas seria primeiro contra eles (Dt 17.7), como no apedrejamento de Estêvão, Atos 7.58. Os escribas e fariseus eram as testemunhas contra esta mulher. Agora CRISTO lhes pergunta se, de acordo com sua própria lei, ousariam ser os executores. Ousariam eles tirar, com suas mãos, aquela vida que estavam agora tirando com suas línguas? Suas consciências não se lhes oporiam, caso o fizessem?
b. Ele constrói uma máxima incontestável de moralidade, pela qual é completamente absurdo que os homens sejam zelosos em punir as ofensas de outros, enquanto eles mesmos são completamente culpados, e não sejam melhores do que autocondenados que julgam os outros. Porém, existem aqueles que ainda assim fazem a mesma coisa: “Se houver algum entre vocês que esteja sem pecado, sem pecado desta natureza, que não tenha nunca, em nenhuma ocasião, sido culpado de fornicação ou adultério, que atire a primeira pedra sobre ela”. Os magistrados, que estavam conscientes da culpa em si mesmos, não poderiam, portanto, ser coniventes com a culpa de outros. Por isto: (a) Quando encontrarmos faltas em outros, devemos refletir sobre nós mesmos, e ser mais severos contra o pecado em nós do que nos outros. (b) Nós devemos ser favoráveis, embora não aos pecados, mas às pessoas, daqueles que ofendem, e restabelecê-las com um espírito de mansidão, considerando a nós mesmos e à nossa própria natureza corrupta. Aut sumus, aut fuimus, vel possumus esse quod hic est – Nós somos, ou já fomos, ou podemos ser o que ele é. Devemos nos conter, e não atirar pedras em nossos irmãos. Não devemos divulgar suas faltas. Que aquele que esteja sem pecado comece um discurso como este, e então aqueles que estão verdadeiramente humilhados pelos seus próprios pecados enrubescerão e ficarão felizes em esquecer o assunto. (c) Aqueles que, de alguma maneira, são obrigados a observar as faltas dos outros devem se preocupar em olhar bem para si mesmos, e conservarem-se puros (Mt 7.5), Qui alterum incusat probri, ipsum se intueri oportet. Os apagadores do Tabernáculo eram de ouro puro.
c. Talvez Ele se refira ao julgamento da mulher de quem o marido ciumento suspeita, movido pelo ciúme. O homem devia trazê-la perante o sacerdote (Nm 5.15), assim como os escribas e fariseus tinham trazido esta mulher perante CRISTO. Era uma opinião admitida pelos judeus, e confirmada pela experiência, que, se o marido que trazia sua esposa para este julgamento tivesse sido, em alguma ocasião, culpado de adultério, Aquae non explorant ejus uxorem – A água amarga não terá efeito sobre a esposa. “Então”, diz CRISTO, “Eu julgarei vocês de acordo com sua própria tradição. Se vocês estão sem pecado, levantem-se para a acusação, e que a adúltera seja executada. Mas, se ela for culpada, enquanto vocês, que a apresentam, também forem igualmente culpados, ela ficará livre de acordo com a regra que vocês mesmos estabeleceram”.
d. Com isto, Ele cumpria a grande missão para a qual Ele veio ao mundo, que era trazer os pecadores ao arrependimento. Não para destruir, mas para salvar. Ele desejava trazer, não apenas a prisioneira ao arrependimento, mostrando-lhe sua misericórdia, mas também seus acusadores, mostrando-lhes seus pecados. Eles procuravam apanhá-lo em uma armadilha, Ele procurava convencê-los e convertê-los. Assim, “os homens sanguinários aborrecem aquele que é sincero, mas os retos procuram o seu bem”.
[3] Tendo lhes dito estas palavras assombrosas, Ele os deixou considerando-as, e “tornando a inclinar-se, escrevia na terra”, v. 8. Como quando eles se dirigiram a Ele, Ele pareceu dar pouca importância à sua pergunta, também agora que lhes tinha dado uma resposta, Ele dava pouca importância ao ressentimento deles, não se importando com o que eles diriam. Na verdade, eles não precisavam responder nada. A questão se alojava em seus próprios corações, que eles aproveitem o melhor dela. Ou, Ele não pareceu esperar por uma resposta, para que eles não se justificassem repentinamente, e então se julgassem presos pela honra a persistir no julgamento, mas lhes deu tempo para pensarem e se comunicarem com seus próprios corações. DEUS diz: “Eu escutei e ouvi”, Jeremias 8.6. Algumas cópias em grego trazem aqui as seguintes palavras: “Ele escrevia na terra, enos hekastou auton tas hamartias – os pecados de cada um deles”. Isto Ele podia fazer, pois nossas iniquidades estão diante dele, e isto Ele fará, pois Ele as apresentará diante de nós também. Ele sela nossas transgressões, Jó 14.17. Mas Ele não escreve os pecados dos homens na areia. Não, eles são escritos com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante (Jr 17.1), para nunca serem esquecidos, até que sejam perdoados.
[4] Os escribas e fariseus ficaram tão estranhamente aturdidos com as palavras de CRISTO, que abandonaram sua perseguição a CRISTO, a quem não mais tentaram, e a perseguição à mulher, a quem não mais acusaram (v. 9): “Saíram um a um”.
Em primeiro lugar, talvez o fato de que Ele estivesse escrevendo na terra os assustasse, como os dedos que escreviam na parede assustaram a Belsazar (Dn 5.5). Eles concluíram que Ele estava escrevendo coisas amargas contra eles, escrevendo sua condenação. Felizes são aqueles que não têm motivos para temer o que CRISTO escreve!
Em segundo lugar, o que Ele disse os assustou, porque os remeteu às suas próprias consciências. Ele lhes tinha mostrado a si mesmos, e eles tiveram medo de ficar até que Ele se erguesse novamente, pois acreditavam que sua próxima palavra seria mostrá-los ao mundo, e envergonhá-los diante dos homens, e por isto julgaram melhor retirar-se. Eles saíram um a um, para que pudessem sair delicadamente, e não perturbar a CRISTO com uma fuga ruidosa. Eles saíram furtivamente, como as pessoas envergonhadas fazem quando fogem da peleja, 2 Samuel 19.3. A ordem da sua partida é observada, começando pelos mais velhos (ou porque fossem os mais culpados, ou porque estivessem mais conscientes do perigo que corriam de se envergonharem). E, se os mais velhos deixam o campo, e se retiram sem glória, não admira que os mais jovens os sigam. Veja aqui: 1. A força da palavra de CRISTO para a condenação dos pecadores: aqueles que a ouviam eram acusados pelas suas próprias consciências. A consciência é a representante de DEUS na alma, e uma única palavra dele se põe em ação, Hebreus 4.12. Aqueles que eram veteranos em adultérios, e, há muito, haviam fixado uma orgulhosa opinião de si mesmos, estavam aqui, até mesmo os mais velhos deles, atemorizados pela palavra de CRISTO. Até mesmo os escribas e fariseus, que tinham mais orgulho de si mesmos, são, pelo poder da palavra de CRISTO, levados a retirar-se envergonhados. 2. A tolice dos pecadores sob estas acusações, como mostram estes escribas e fariseus. (1) É tolice que aqueles que são acusados assumam como sua principal preocupação evitar a vergonha, como Judá (Gn 38.23): “Para que porventura não venhamos a cair em desprezo”. Nossa preocupação deve ser mais salvar nossas almas do que salvar nossa credibilidade. Saul evidenciou sua hipocrisia quando disse: “‘Pequei; honra-me’, te rogo”. Não há maneira de obter a honra e o consolo dos penitentes, exceto removendo sua vergonha. (2) É tolice que aqueles que são acusados tramem como transferir suas condenações e livrar-se delas. Os escribas e fariseus tiveram a ferida aberta, e agora deviam estar desejosos de examiná-la, e então ela poderia ser curada, mas isto era o que eles temiam e recusaram fazer. (3) É tolice que aqueles que são acusados se afastem de JESUS CRISTO, como estes fizeram, pois Ele é o único que pode curar as feridas da consciência, e nos trazer a paz. Aqueles que são acusados pelas suas consciências serão condenados pelo seu Juiz, se não forem justificados pelo seu Redentor. E estes se afastam dele? Para onde irão?
[5] Quando os acusadores arrogantes deixaram o campo, e fugiram pela vergonha, a prisioneira que se autocondenava permaneceu, com a determinação de esperar o julgamento do nosso Senhor JESUS. O grupo de escribas e fariseus deixou JESUS em paz, livre das suas perturbações, e também deixou a mulher, em pé no meio da assembleia que assistia à pregação de CRISTO, onde a tinham colocado, v. 3. Ela não procurou fugir, embora tivesse a oportunidade de fazê-lo, mas seus acusadores tinham apelado a JESUS, e a Ele ela iria. Nele, ela iria esperar sua condenação. Observe que aqueles cuja causa é trazida diante do nosso Senhor JESUS nunca terão oportunidade de levá-la a nenhum outro tribunal, pois Ele é o refúgio dos penitentes. A lei que nos acusa, e convoca o julgamento contra nós, é, pelo Evangelho de CRISTO, levada a retirar-se. Suas exigências são atendidas, e seus clamores, silenciados, pelo sangue de JESUS. Nossa causa está perante o tribunal do Evangelho. Nós somos deixados a sós com JESUS. É somente com Ele que devemos tratar agora, pois a Ele foi entregue todo o julgamento. Portanto, asseguremos nosso interesse nele, e estaremos salvos para sempre. Que o Evangelho nos governe, e ele infalivelmente nos salvará.
[6] Aqui está a conclusão do julgamento, e seu resultado: “Endireitando-se JESUS e não vendo ninguém...”, vv. 10,11. Embora possa parecer que CRISTO não preste atenção ao que é dito e feito, e que os filhos dos homens lutem uns contra os outros em meio às suas contendas, quando chegar a hora de pronunciar seu julgamento, Ele não manterá silêncio. Quando Davi tinha apelado a DEUS, ele orou: “Levanta-te, Senhor”, Salmos 7.6; 94.2 (versão NTLH). A mulher, provavelmente, ficou tremendo no tribunal, como alguém em dúvidas quanto ao resultado. CRISTO era sem pecado, e podia atirar a primeira pedra, mas, embora não exista ninguém mais severo contra os pecados do que Ele, pois Ele é infinitamente justo e santo, não existe ninguém mais compassivo do que Ele para com os pecadores, pois Ele é infinitamente cheio de graça e misericordioso, e esta pobre malfeitora descobre isto, agora que espera pela libertação. Aqui está o método que as cortes de magistratura observavam.
Em primeiro lugar, os acusadores são chamados: “Onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?” Ninguém, exceto CRISTO, sabia onde eles estavam. Mas Ele perguntou, para poder envergonhar aqueles que recusaram seu julgamento, e para incentivar aquela que decidiu esperar por ele. O desafio do apóstolo Paulo é como este: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de DEUS?” Onde estão seus acusadores? O acusador dos irmãos será, com razão, afastado, e todas as acusações serão legalmente e regularmente canceladas.
Em segundo lugar, eles não aparecem quando a pergunta é feita: “Ninguém te condenou?” Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Ela fala com CRISTO respeitosamente, chamando-o de Senhor, mas não diz nada a respeito dos seus acusadores, não diz nada em resposta à pergunta a respeito deles: “Onde estão aqueles teus acusadores?” Ela não triunfa com a retirada deles, nem os insulta como testemunhas contra si mesmos, nem contra ela. Se nós esperamos ser perdoados pelo nosso Juiz, nós devemos perdoar nossos acusadores. E se as acusações deles, por mais dolorosas que sejam, forem a feliz oportunidade para despertar nossas consciências, nós podemos facilmente perdoar-lhes este erro. Mas ela respondeu à pergunta que dizia respeito a ela: “Ninguém te condenou?” Os verdadeiros penitentes julgam que é suficiente prestar contas de si mesmos a DEUS, e não se empenham em prestar contas de outras pessoas.
Em terceiro lugar, a prisioneira é, desta maneira, absolvida: “Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”. Considere isto:
a. Como sua absolvição da punição temporal. “Se eles não a condenam a ser apedrejada até à morte, tampouco Eu o farei”. Não que CRISTO tenha vindo desarmar o magistrado, tirando-lhe sua espada de justiça. Longe disto, a administração de justiça pública é estabelecida pelo Evangelho, e deve se tornar subserviente ao reino de CRISTO: “Por mim, reinam os reis”. Mas CRISTO não condenaria esta mulher: (a) Porque esta não era sua função. Ele não era juiz nem divisor, e por isto não se intrometeria em questões seculares. Seu reino não era deste mundo. Tractent fabrilia fabri – Que cada um atue na sua própria esfera de ação. (b) Porque ela era acusada por aqueles que eram mais culpados do que ela, e não puderam, por vergonha, insistir na sua exigência de justiça contra ela. A lei indicava as mãos das testemunhas para serem as primeiras sobre o criminoso, e, depois, as mãos de todo o povo, de modo que, se os acusadores dessa mulher fugiram, e não a condenaram, a acusação foi anulada. A justiça de DEUS, ao infligir julgamentos temporais, às vezes observa um julgamento comparativo, e poupa aqueles que, de outra maneira, seriam odiosos, quando a punição destes só iria satisfazer àqueles que são piores do que eles, Deuteronômio 32.26,27. Mas quando CRISTO a absolveu, foi com esta advertência: “Vai-te e não peques mais”. A impunidade incentiva os malfeitores. Portanto, aqueles que são culpados e encontram um meio de escapar à força da lei, precisam redobrar sua vigilância, para que Satanás não obtenha alguma vantagem. Quanto mais justa for a absolvição, mais justa será a advertência para ir e não pecar mais. Aqueles que desejam ajudar a salvar a vida de um criminoso devem, como CRISTO fez aqui, ajudar a salvar sua alma através desta advertência.
b. Como sua absolvição da punição eterna. Pois CRISTO dizer: “Eu não te condeno”, na verdade, significa: “Eu te perdoo”. E “o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados”, e pode, com bom fundamento, dar esta absolvição, pois assim como Ele conhecia a dureza e os corações impenitentes dos acusadores, e por isto disse aquilo que os confundiu, também Ele conhecia a ternura e o sincero arrependimento da prisioneira, e por isto disse o que a confortaria: “Nem Eu também te condeno”, assim como fez com aquela mulher que era uma pecadora como esta, que, da mesma maneira, foi desprezada por um fariseu (Lc 7.48,50): “Os teus pecados te são perdoados... vai-te em paz”. Observe: (a) São verdadeiramente felizes aqueles a quem CRISTO absolve, pois sua absolvição é uma resposta suficiente a todas as outras acusações. Elas são todas coram non judice – diante de um juiz não autorizado. (b) CRISTO não irá condenar aqueles que, embora tenham pecado, irão e não mais pecarão, Salmos 85.8; Isaías 55.7. Ele não usará a vantagem que tem contra nós, das nossas rebeliões anteriores, se apenas abaixarmos as armas e retornarmos à nossa fidelidade. (c) A graça de CRISTO para nós, na remissão dos pecados passados, deve ser um argumento predominante para que não pequemos mais, Romanos 6.1,2. CRISTO não vai lhe condenar? Então vá, e não peque mais.
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LIÇÃO 8, BETEL NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA
Escrita Lição 8, Betel, JESUS e a Mulher Adúltera, A manifestação da Graça em Meio à Condenação, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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EBD Editora Betel | 3° Trimestre De 2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de João | Escola Bíblica Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O ADULTÉRIO: UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
1.1. Reconhecendo o adultério
1.2. O adultério afronta o Criador
1.3. O sexo foi criado por DEUS
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
2.1. A malícia dos acusadores
2.2. JESUS ignora os acusadores
2.3. O Advogado Fiel
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
3.1. Perdão, uma expressão de amor
3.2. Perdoados e perdoando
3.3. Compreendendo o perdão
TEXTO ÁUREO
“(…) Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?” João 8.10.
VERDADE APLICADA
Perdoar uns aos outros como fomos perdoados por DEUS em CRISTO é uma das marcas do verdadeiro cristão.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Saber que culpa expõe e condena os próprios acusadores.
Ressaltar que JESUS advoga a nosso favor.
Reconhecer a gravidade de cometer adultério.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - João 8.4-11
4 E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
5 E, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
6 Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas JESUS, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7 E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
10 E, endireitando-se JESUS e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe JESUS: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 8.7 Que não tem pecado atire a primeira pedra.
TERÇA | 1Jo 2.1 JESUS, nosso Advogado junto ao Pai.
QUARTA | Ap 12.10 Satanás nos acusa.
QUINTA | 1Jo 1.7 O Sangue de JESUS nos purifica de todo pecado.
SEXTA | Êx 20.14 Não adulterarás.
SÁBADO | Pv 6.32,33 O adultério deixa cicatrizes profundas.
HINOS SUGERIDOS: 255, 311, 484
MOTIVO DE ORAÇÃO
Oremos para que nosso Pai, que está nos Céus, perdoe os nossos pecados.
PONTO DE PARTIDA: JESUS advoga a nosso favor.
INTRODUÇÃO
Hoje, veremos um exemplo prático da verdade de que DEUS enviou Seu Filho ao mundo para Salvação, não para condenação (Jo 3.17). A Obra da Redenção não diminui nem ignora a gravidade do pecado e a necessidade de castigo. JESUS CRISTO, porém, levou sobre Si a culpa dos nossos pecados e, assim, não há condenação para os que vivem unidos a Ele (Rm 8.1; 2 Co 5.21).
1- O ADULTÉRIO: UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
O autor da Carta aos Hebreus nos diz que o adultério é pecado (Hb 13.4). Portanto, quem adultera se opõe à vontade de DEUS (Pv 6.32). No AT, se um homem dormisse com a esposa de outro homem, ambos deveriam morrer para expurgar o mal de Israel (Dt 22.22). Ainda hoje, quem comete adultério peca diante dos homens e de DEUS.
1.1. Reconhecendo o adultério
O adultério acontece quando um dos cônjuges se envolve em um relacionamento amoroso extraconjugal. Segundo a Bíblia de Estudo Plenitude (2009, p. 1184): “É uma relação sexual ilegal. É incompatível com as leis harmônicas da vida familiar no Reino de DEUS; e, como viola o objetivo original de DEUS no casamento, está sob o julgamento de DEUS”. João nos diz que o Mestre estava ensinando no Templo quando foi abordado pelos escribas e fariseus, que lhe trouxeram uma mulher surpreendida em adultério (Jo 8.2,4).
José Elias Croce (2001. L. 07): “Tendo em mente a função do sexo no casamento, podemos compreender mais facilmente as proibições bíblicas acerca das relações extraconjugais. O adultério, a prostituição, a fornicação e a homossexualidade são práticas sexuais condenadas por DEUS (1Co 6.10). O adultério e a prostituição, segundo a Bíblia, abrangem toda relação sexual extramatrimonial entre um homem e uma mulher, casada ou não, e vice-versa (Hb 13.4). No Antigo Testamento, o adultério era passível de morte (Lv 20.10).
1.2. O adultério afronta o Criador
O Apóstolo Paulo nos ensina que o corpo do cristão é o “Templo do ESPÍRITO SANTO”; portanto, deve ser preservado para a glória de DEUS (1Co 6.19). O apóstolo é claro e oferece um alerta sobre o assunto: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros (…) herdarão o Reino de DEUS”, 1Co 6.10. Adulterar, portanto, é uma afronta grave a DEUS, sendo um ato condenável tanto no AT quanto no NT (Êx 20.14; Dt 5.18; Rm 13.9; Gl 5.19). Para evitar o adultério, JESUS nos ensina a importância de guardarmos o coração, afirmando que: “qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela”, Mt 5.28.
Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2004, Lição 3: “A imoralidade desenfreada tem levado homens e mulheres à prática da perversão sexual: ‘E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro’ (Rm 1.27)”. O texto bíblico não detalha a “recompensa”. Outras versões usam o termo “castigo”, enfatizando, assim, o juízo divino contra a prática pecaminosa. A consequência pode alcançar não apenas a dimensão física, mas também a emocional ou espiritual.
1.3. O sexo foi criado por DEUS
O plano de DEUS para a sexualidade humana é proporcionar aos cônjuges estabilidade física e emocional (Ec 4.9-12). Quando os escribas e fariseus levaram a mulher pega em adultério a JESUS, eles justificaram aquela ação com um dos Mandamentos da Lei de Moisés: “Não adulterarás” (Ex 20.14; Dt 22.22). Quando DEUS instituiu o casamento, ele assegura o relacionamento sexual entre o casal: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” Gn 2.24.
Arthur Holmes (2013, p.129): “Ο relacionamento sexual não está confinado a apenas duas pessoas. Envolve também DEUS, Criador e Senhor de todos nós, que pelos propósitos que tinha em mente, fez-nos criaturas sexuais. (…) A união sexual e a reprodução fazem parte da criação e foram ordenadas por DEUS desde o princípio, pela instituição do casamento. O sexo não pode ser retirado desse contexto e tratado de forma meramente biológica ou psicológica, como ocorre na sociedade contemporânea. Seu principal significado não deve ser encontrado em si mesmo, no ato, na experiência ou mesmo em suas consequências sociais. Como em qualquer coisa vista teisticamente, seu significado principal deve ser encontrado em relação a DEUS e seus propósitos”.
EU ENSINEI QUE:
O plano de DEUS para a sexualidade humana é proporcionar aos cônjuges estabilidade física e emocional.
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
O Filho de DEUS foi questionado por escribas e fariseus sobre o destino de uma mulher flagrada em adultério (Jo 8.3). Infelizmente, Satanás continua usando esse mesmo artifício hoje, até dentro das igrejas, ocasionando divisões devido às suas acusações (Rm 16.17).
2.1. A malícia dos acusadores
Os escribas e fariseus, maldosamente, levaram a mulher flagrada em adultério ao Templo onde JESUS ensinava (Jo 8.2-4). Aqueles homens questionaram o Mestre sobre o que deveria ser feito com a adúltera, já que a Lei Mosaica previa a morte por apedrejamento nesses casos (Jo 8.5). Obviamente, existia maldade na pergunta. Pois a lei estabelecia que não apenas a mulher deveria ser morta mas, também, o homem (Lv 20.10). Queriam pressionar JESUS diante do povo que ali estava. Se Ele concordasse com o apedrejamento, poderia ser acusado de ir contra as autoridades romanas ao aplicar a punição com morte sem considerar o processo romano. Caso perdoasse a mulher, JESUS estaria indo contra a Lei de Moisés (Jo 8.5), isto é, a mesma Lei que afirmava ter vindo para cumprir, não para destruir (Mt 5.17).
Ralph Earle & Joseph Mayfield (2019, pp.81-82): “JESUS e muitas pessoas estavam sentadas enquanto Ele ensinava no Templo; no meio deles, estes pomposos personagens chegaram com uma criatura desprezível e a puseram no meio. A sua ação não tinha interesse de justiça, nem há fio de evidência de que tivesse nascido da compaixão. João deixa claro que o único objetivo dos escribas e fariseus que trouxeram a mulher era o de fazer JESUS cair em uma armadilha: ‘Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar’ (Jo 8.6)”.
2.2. JESUS ignora os acusadores
JESUS sabia que, se tomasse alguma posição, isso poderia prejudicar Seu Ministério terreno. Então, de maneira inteligente, para que nem fosse acusado por seus inimigos perante Roma nem perante os sacerdotes, Ele disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”, Jo 8.7. No Livro do Apocalipse, João mostra que Satanás se ocupa com a prática de acusar os discípulos de CRISTO: “(…) porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso DEUS os acusava de dia e de noite”, Ap 12.10.
Bíblia de Estudo de Genebra (2009, p.1387): “O desafio de JESUS desqualificou os acusadores da posição de juízes, uma vez que eles não queriam cumprir a lei de Moisés, mas apenas procuravam apanhar JESUS numa cilada. Nesse processo, eles usaram essa mulher desonrada como um ardil para realizar o seu projeto maligno”.
2.3. O Advogado Fiel
Quando os acusadores chegaram com um problema a ser resolvido, JESUS os ignorou: Ele se inclinou e escrevia com o dedo na terra (Jo 8.6). Segundo João, eles interrogaram o Mestre com insistência sobre o que fazer com aquela adúltera. Podemos imaginar o pânico daquela mulher diante de seus acusadores, mas ela encontrou um excelente Advogado de defesa (Jo 8.7). Isso nos faz ver que, embora tenhamos um acusador (Ap 12.10), o nosso Advogado de defesa não perde nenhuma causa (1Jo 2.1).
O crente que se arrepende de seus pecados tem um Advogado junto a DEUS (1 Jo 1.9; 2.2). João apresenta JESUS CRISTO como nosso Advogado (1 Jo 2.1). O Filho de DEUS exerceu esse ofício ao livrar a mulher adúltera da morte por apedrejamento (Jo.8.5). Somos justificados pela fé em CRISTO e, livres da condenação, desfrutamos da paz com DEUS como resultado da reconciliação operada por meio de JESUS (Rm 5.1; 8.33; 2Co 5.18).
EU ENSINEI QUE:
Podemos imaginar o pânico da mulher diante de seus acusadores, mas ela encontrou um excelente Advogado de defesa.
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
Na passagem da mulher adúltera, JESUS não somente salvou a vida dela, mas também ensinou aos Seus discípulos sobre o perdão. Além disso, Ele orientou a mulher a não mais pecar (Jo 8.11). Isso nos mostra a relevância do perdão no processo do discipulado (Mt 6.14,15).
3.1. Perdão, uma expressão de amor
A Palavra de DEUS nos convida a refletir sobre o valor do perdão do Filho de DEUS (Jo 8.11). Quando os acusadores foram embora, JESUS perguntou: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?”, Jo 8.11. A mulher, ainda insegura pelo risco de morte, respondeu: “Ninguém, Senhor!”, Jo 8.12. Essa passagem mostra o perdão do Senhor aos aflitos, e sem descumprir a Lei. JESUS deixa claro que perdoar não é uma atitude de fraqueza, mas uma demonstração de amor pelo próximo.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal (2021, p.536): “Ficaram só JESUS e a mulher, que estava no meio. Aparentemente ninguém pôde afirmar não ter pecado para apedrejar a mulher. JESUS tinha exposto a hipocrisia deles e os constrangido, e não houve nada que eles pudessem fazer a não ser voltar e pensar em alguma outra maneira astuta de surpreender JESUS. Ninguém tinha acusado a mulher, e JESUS gentilmente disse que Ele também não iria condená-la. Mas havia mais ela não estava simplesmente livre para seguir o seu caminho. JESUS não só a libertou dos fariseus, Ele queria libertá-la do pecado; portanto, o Senhor acrescentou: Vai-te e não pequeis mais”.
3.2. Perdoados e perdoando
Na passagem descrita no Evangelho de João, JESUS exemplifica a prática do perdão (Jo 8.11). Ali, JESUS estava rodeado de escribas e fariseus sem nenhuma compaixão por aquela mulher. O Mestre, porém, mostra a medida com que devemos perdoar: segundo a medida do amor misericordioso do Pai (Ef 4.32).
Steve Sandage; Leon Schulz (2011, pp.137-138): “JESUS de Nazaré, argumenta Hannah Arendt, foi o descobridor do papel do perdão no reino dos assuntos humanos. Pode-se muito afirmar que JESUS descobriu o papel do perdão social, visto que os profetas e sábios antes dEle também estavam cientes deste fenômeno, mas Ele claramente transformou o seu significado e significação de um modo que causou um efeito profundo na história humana. Marcos, o mais antigo dos Evangelhos, claramente liga a chegada de JESUS com a previsão dos profetas hebreus referente à promessa de perdão e à vinda do Messias”.
3.3. Compreendendo o perdão
O perdão é um ato de misericórdia e compaixão. JESUS não veio condenar e sim salvar os pecadores (Jo 3.17). Na Bíblia, vemos que os mais culpados são também os maiores acusadores (1Rs 3.22-26). Não é justo julgar os outros estando em pecado (Jo 8.7), como na história da mulher adúltera. O Filho de DEUS tirou a máscara de falsidade dos escribas e fariseus (Jo 8.9). Com isso, aprendemos que devemos dar aos nossos semelhantes o mesmo perdão que recebemos do Pai.
Revista Betel Dominical, 4° Trimestre de 2004, Lição 8: “O perdão é o óleo que lubrifica as engrenagens dos nossos relacionamentos. A nossa situação passou pelo perdão de DEUS (Cl 3.13). Não existe cristianismo sem perdão. Quem não sabe perdoar está na contramão do Evangelho. Olhando pelo lado divino, não há como negar o perdão. Ser cristão sem exercer o perdão é uma grande incoerência. Nossas atitudes em relação ao próximo refletem o nosso relacionamento com DEUS (1 Jo 4.20-21)”.
EU ENSINEI QUE:
O perdão é um ato de misericórdia e compaixão e sua prática traz benefícios.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos sobre a gravidade do pecado e as riquezas da Benignidade, da Paciência e da Longanimidade de DEUS, que nos conduzem ao arrependimento (Rm 2.4); mas também sobre viver segundo a vontade de DEUS em todas as dimensões da vida, expressando, no dia a dia, o Amor e a Misericórdia do Senhor, com os quais fomos abençoados.
