24 setembro 2025

Slides Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

 









































Escrita Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Judas 1.3-7,20-23 
3- Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. 
4- Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de DEUS e negam a DEUS, único dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO.
5- Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; 
6- e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia; 
7- assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 
20- Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, 
21 - conservai a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO, para a vida eterna. 
22- E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; 
23 e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. 
Obs. Orando no ESPÍRITO – Oração em línguas - 1 Coríntios 14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.
 
TEXTO ÁUREO
Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o ESPÍRITO. Judas 19 
 
SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 
2a feira - Judas 6; 2 Pedro 2.4 Anjos caídos aguardam o juízo eterno de DEUS 
3a feira - Zacarias 3.2; Judas 9 O Senhor repreende Satanás 
4a feira - Isaías 5.18-22; Judas 11 Ai dos rebeldes e soberbos; busque a justiça 
5a feira - 2 Pedro 2.13; Judas 12 Falsos líderes são nódoas nas reuniões do Senhor 
6a feira - Judas 20; Colossenses 2.7 Edifiquem-se na fé e permaneçam firmes em CRISTO
Sábado - Judas 23; Zacarias 3.2-4 Resgate os perdidos, mas odeie o pecado 
 
OBJETIVOS - Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá: 
-reconhecer que a Igreja do Senhor pode ter pessoas que não foram enviadas por DEUS; 
- compreender que indivíduos de mau-caráter não só prejudicam o testemunho cristão, mas também causam divisões no Corpo de CRISTO; 
- entender que, quanto aos santos, todo esforço deve ser feito para levar os perdidos ao arrependimento e à salvação. 
 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 
Prezado professor, ao abordar esta lição, adote uma postura de vigilância e discernimento. Enfatize a importância de reconhecer que nem todos na Igreja são enviados por DEUS e que a presença de pessoas com intenções erradas pode afetar a comunidade. 
Ao explicar sobre os falsos mestres e os detratores, procure destacar a responsabilidade dos cristãos em preservar a pureza da fé, sem cair em julgamentos precipitados, mas sempre agindo com amor e verdade. Incentive a reflexão sobre a necessidade de buscar e salvar os perdidos, lembrando que, conforme Judas ensina, todo esforço deve ser feito para restaurar aqueles que ainda podem ser alcançados, agindo com compaixão e temor. 
Boa aula! 
 
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – LIVROS E REVISTAS ANTIGAS COMO AUXÍLIO
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Antinomistas – acreditam que na vida cristã não deve haver nenhum tipo de regras ou normas.
A doutrina ganhou destaque no século XVI, atribuída inicialmente a Johannes Agricola, que defendia que os crentes não deveriam ser julgados por seus pecados, e a lei moral não era necessária.
 
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COMENTÁRIOS BEP - CPAD
 
Autor: Judas
Tema: Batalhar pela Fé
Data: 65-70 d.C.
 
Considerações Preliminares
Judas se identifica simplesmente como o “irmão de Tiago” (v. 1). Os únicos irmãos do NT que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de JESUS (Mt 13.55; Mc 6.3).
Talvez Judas mencionou Tiago porque a posição de destaque do seu irmão, sendo dirigente da igreja de Jerusalém serviria para esclarecer sua própria identidade e posição.
Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente antinominianos (i.e., ensinavam que a salvação pela graça lhes permitia pecar sem haver condenação – queriam viver sem regras ou normas) e que zombando, rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natureza de JESUS CRISTO, segundo as Escrituras (v. 4). Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente à fé (vv. 19a, 22) e quanto à conduta (vv. 4, 8, 16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (v. 15), que “não têm o ESPÍRITO” (v. 19).
O possível relacionamento entre Jd e 2 Pe 2.1—3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de 2 Pedro (vv. 17,18). Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de 2 Pedro (ver introdução de 2 Pedro).
Conselhos de para os cristãos. Preocupação era alertar a todos sobre a vinda de falsos mestres.
 
Propósito
Judas escreveu esta carta (1) para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas, e (2) para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v. 3).
 
Visão Panorâmica
Seguindo-se à saudação (vv. 1,2), Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (v. 3a). Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de DEUS e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (v. 4). Judas os acusa de impureza sexual (vv. 4, 8, 16, 18), liberais como Caim (v. 11), cobiçosos como Balaão (v. 11), rebeldes como Coré (v. 11), arrogantes (vv. 8, 16), enganosos (vv. 4a, 12), sensuais (v. 19) e causadores de divisões (v. 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do AT (vv. 5-11). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento divino (vv. 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (vv. 20-23). Judas termina com palavras de louvor a DEUS, de grande inspiração, ao impetrar a sua bênção (vv. 24,25).
 
Características Especiais
Quatro características principais estão nesta epístola. (1) Contém a incriminação mais vigorosa e direta do NT sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa. (2) Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, e.g., três exemplos de julgamento tirados do AT (vv. 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (v. 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do AT (v.11). (3) Sob a plena influência do ESPÍRITO SANTO, Judas fez menção de vários escritos: (a) as Escrituras do AT (vv. 5-7, 11); (b) as tradições judaicas (vv. 9.14,15); e (c) 2 Pedro, citando diretamente 2 Pe 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (vv. 17,18). (4) Contém a bênção mais sublime do NT.
 
v.2 MISERICÓRDIA... SEJAM MULTIPLICADAS. A expressão "sejam multiplicadas" é no grego plethuno, que significa literalmente "com abundância". À medida que nos aproximamos de DEUS, sua misericórdia, paz e amor podem ser duplicados, triplicados ou até mesmo quadruplicados para nós.
 
v.3 A FÉ QUE... FOI DADA AOS SANTOS. Os fiéis em CRISTO têm o solene encargo de "batalhar" pela fé que DEUS entregou aos apóstolos e demais santos (Fp 1.27; cf. 1 Tm 1.18; 6.12). (1) "A fé", aqui, significa o evangelho proclamado por CRISTO e os apóstolos. É a verdade estabelecida e inalterável, comunicada pelo ESPÍRITO SANTO e incorporada no NT. Todavia, "a fé" é mais do que a verdade objetiva. É, também, um modo de vida a ser vivido em amor e pureza (Cl 1.9-11; 1 Tm 1.5). É um reino que se manifesta com poder para batizar no ESPÍRITO SANTO a todos os crentes, a fim de proclamarem o evangelho a todas as nações (Mc 16.15-17; ver 1 Ts 1.5) com sinais, milagres e dons do ESPÍRITO SANTO (ver At 2.22; 14.3; Rm 15.19; Hb 2.4). (2) A palavra "batalhar" (gr. epagonizomai) descreve a luta que o crente fiel deve travar na defesa da fé. Significa, literalmente, "contender", "estar sob muita pressão", ou "travar uma luta". Devemos esforçar-nos ao máximo na defesa da Palavra de DEUS e da fé segundo o NT, mesmo se isso nos for custoso e agonizante. Devemos negar-nos a nós mesmos e, se necessário for, sofrer o martírio em prol do evangelho (cf. 2 Tm 4.7). (3) Batalhar pela fé significa tomar posição firme contra aqueles que, dentro da igreja visível, negam a autoridade da Bíblia ou distorcem a fé original anunciada por CRISTO e pelos apóstolos; significa também pregar essa fé como verdade redentora a todos os povos (ver Jo 5.47). Quem é leal a CRISTO e à fé integral do NT, nunca deve permitir que sua mensagem seja enfraquecida, caso a sua autoridade seja comprometida, sua verdade distorcida e seu poder e suas promessas enfraquecidas mediante explicações forjadas
 
v.4 CONVERTEM EM DISSOLUÇÃO A GRAÇA DE DEUS. Dissolução significa orgia sexual sem refreio. Judas condena aqueles que ensinam que a salvação pela graça permite que crentes professos vivam na prática de pecados graves sem sofrerem juízo divino. Talvez ensinassem que, seja como for, DEUS perdoará aqueles que continuamente entregam-se às concupiscências carnais, ou, que os que agora vivem na imoralidade sexual estão eternamente seguros se, no passado, eles creram em CRISTO (cf. Rm 5.20; 6.1). Pregavam o perdão do pecado, mas não o imperativo da santidade.
 
v.6 AOS ANJOS. Judas refere-se a anjos que não permaneceram na sua posição original de autoridade, mas que se rebelaram contra DEUS, violaram a sua lei, e agora estão aprisionados, aguardando o juízo. Nem todos os anjos caídos, porém, estão encarcerados, pois Satanás e muitos demônios estão na terra atualmente (ver 2 Pe 2.4; 1 Jo 5.19).
 
v.8 REJEITAM A DOMINAÇÃO. Ver 2 Pe 2.10.
DESPREZAM AS DOMINAÇÕES... AS AUTORIDADES. Pedro fala das pessoas ímpias e imorais que, como os práticas sexuais ilícitas de Sodoma (v. 8; cf. Gn 19.4-11), desprezam todos os tipos de autoridades que refreiam o mal, inclusive CRISTO e sua Palavra.
 
v.9 MIGUEL... CONTENDIA COM O DIABO. Se o poderoso arcanjo Miguel recusou-se a insultar Satanás, mas confiou no poder de DEUS, quanto mais nós, seres humanos, devemos refrear-nos de desafiar e falar abusivamente contra tudo, inclusive os espíritos malignos (ver 2 Pe 2.11).
 
v.12 DUAS VEZES MORTAS. Os mestres apóstatas da época de Judas estavam "duas vezes mortos". Anteriormente, esses falsos mestres foram crentes em CRISTO, tendo então passado "da morte para a vida" (Jo 5.24), mas, depois, deixaram CRISTO, ficaram sem vida e retornaram à morte (ver Ef 2.1; Rm 8.13). O versículo anterior explica a razão da morte espiritual deles.
 
v.14 PROFETIZOU... ENOQUE. É possível que Judas esteja citando, ou o livro apócrifo de Enoque, escrito antes de 110 a.C., ou simplesmente relatos da tradição judaica. A alusão a Enoque, por Judas, nesta passagem, confirma apenas a veracidade da profecia de Enoque; não significa a sua aprovação ao livro apócrifo de Enoque.
 
v.18 NO ÚLTIMO TEMPO. Ver 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1.
1 Tm 4.1 APOSTATARÃO ALGUNS DA FÉ. O ESPÍRITO SANTO revelou explicitamente que haverá, nos últimos tempos, uma rebeldia organizada contra a fé pessoal em JESUS CRISTO e da verdade bíblica (cf. 2 Ts 2.3; Jd 3,4). (1) Aparecerão na igreja pastores de grande capacidade intelectual, com oratória impecável. Alguns serão muito famosos, e pregarão a verdade do evangelho de modo eficaz, mas se afastarão da fé e paulatinamente se voltarão para espíritos enganadores e falsas doutrinas. Por causa da fama e belos discursos que tinham antes, desviarão a muitas pessoas. (2) Muitos crentes se desviarão da fé porque deixarão de amar a verdade (2 Ts 2.10) e de resistir às tendências pecaminosas dos últimos dias (cf. Mt 24.5,10-12; ver 2 Tm 3.2,3). Por isso, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas encontrará pouca resistência em muitas igrejas (1Tm 4.1; 2 Tm 3.5; 4.3; ver 2 Co 11.13). (3) A popularidade dos ensinos antibíblicos vem sobretudo pela ação de Satanás, conduzindo suas hostes numa oposição cerrada à obra de DEUS. A segunda vinda de CRISTO será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismo, ocultismo, possessão e engano demoníacos, no mundo e na igreja (Ef 6.11,12). (4) A proteção do crente contra tais enganos e ilusões consiste na lealdade total a DEUS e à sua Palavra inspirada, e a conscientização de que homens de grandes dons e unção espirituais podem enganar-se, e enganar os outros com sua mistura de verdade e falsidade. Essa conscientização deve estar aliada a um desejo sincero do crente praticar a vontade de DEUS (Jo 7.17) e de andar na justiça e no temor de DEUS (Sl 25.4,5,12-15). (5) Os crentes fiéis não devem pensar que pelo fato da apostasia predominar dentro do cristianismo nesses últimos dias, não poderá ocorrer reavivamento autêntico, nem que o evangelismo segundo o padrão do NT não será bem-sucedido. DEUS prometeu que nos "últimos dias" salvará todos quantos invocarem o seu nome e que se separarem dessa geração perversa, e que Ele derramará sobre eles o seu ESPÍRITO SANTO (At 2.16-21,33,38-40; 3.19)
 
vv.20,21 EDIFICANDO-VOS. Os crentes devem defender e propagar a fé e resistir aos falsos ensinos, de quatro maneiras. (1) Edificando-se na santíssima fé. A santa fé é a revelação divina do NT, transmitida por CRISTO e pelos apóstolos (v. 3). Isso requer o estudo da Palavra de DEUS e um esforço resoluto para conhecer a verdade e os ensinos das Escrituras (cf. At 2.42; 20.27; Hb 5.12; 2 Tm 2.15). (2) Orando no ESPÍRITO. Devemos orar no poder eficaz do ESPÍRITO SANTO, i.e., confiando no ESPÍRITO SANTO para inspirar, orientar, energizar, sustentar e nos ajudar a lutar em oração (ver Rm 8.26; cf. Gl 4.6; Ef 6.18). Orar no ESPÍRITO inclui, tanto orar com a mente, quanto orar com o nosso espírito (ver 1 Co 14.15). (3) Permanecendo na esfera do amor de DEUS por nós. Isso envolve obediência leal a DEUS e à sua Palavra (Jo 15.9,10). (4) Almejando e aguardando a volta de nosso Senhor e a glória eterna que acompanhará a sua volta (ver Jo 14.2).
 
Orando no ESPÍRITO – Oração em línguas - 1 Coríntios 14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.
 
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JUDAS - UMA EXPOSIÇÃO COM OBSERVAÇÕES PRÁTICAS - Comentário Bíblico Matthew Henry (com algumas inserções e subtrações do Pr. Henrique)

 Essa epístola é chamada (como também ocorre com algumas outras) geral ou católica (universal), porque não é diretamente dirigida a qualquer pessoa em particular, ou a uma família ou igreja, mas a todos os cristãos daquela época, então convertidos à fé em CRISTO, tanto do judaísmo como do paganismo (gentios); e ela é, e será, de uso duradouro e especial na igreja e para ela, enquanto o cristianismo existir, isto é, enquanto o tempo existir. O escopo geral dessa epístola é muito parecido com o último capítulo da segunda epístola de Pedro, que, pelo fato de já ter sido explicado ali, requer menos atenção aqui. A epístola visa a advertir-nos contra os sedutores e suas seduções, inspirar-nos a um amor afetuoso e cordial à verdade (verdade manifesta e importante), e a uma preocupação genuína com ela, e isso em uma união íntima com a santidade, da qual a caridade, ou o amor fraternal sincero e imparcial, é o caráter mais essencial e o braço inseparável. A verdade que devemos reter e pela qual devemos nos empenhar para que outras pessoas também possam ser familiarizadas com ela e não se afastar dela tem duas características especiais: Ela é “...a verdade como está em JESUS” (Ef 4.21); e ela é a “...verdade, que é segundo a piedade” (Tt 1.1). O evangelho é o evangelho de CRISTO. Ele o revelou a nós e Ele é o assunto principal dele; e, portanto, somos necessariamente compelidos a aprender nele tudo que podemos da sua pessoa, natureza e ofícios. Portar-se de maneira indiferente em relação a isso é indesculpável para aquele que se chama cristão. Sabemos de qual fonte única e santa devemos tirar todo o conhecimento necessário à salvação. Além disso, essa verdade também é uma doutrina de piedade. Nenhuma doutrina que favorece os desejos dos homens pode ser de DEUS, independentemente dos seus argumentos ou justificativas. Erros perigosos à alma dos homens logo brotaram na igreja. Os homens dormiram e o joio foi semeado. Mas, a sabedoria e bondade da Providência fizeram com que o joio começasse a aparecer e mostrar-se, enquanto, ao menos, alguns apóstolos ainda estavam vivos para refutá-lo e advertir os cristãos contra ele. Poderíamos pensar: Se vivêssemos na época deles, teríamos sido claramente resguardados contra as tentativas e artifícios dos sedutores. Mas temos o testemunho deles e suas advertências, que, certamente, são suficientes; e, se não cremos nos seus escritos, também não creríamos ou não teríamos dado ouvidos às suas palavras caso tivéssemos vivido no meio deles e conversado pessoalmente com eles.

 Judas 1

Temos aqui: I. Um relato do autor da epístola, uma característica da igreja, as bênçãos e privilégios dessa sociedade bem-aventurada (vv. 1,2). II. O motivo para escrever essa epístola (v. 3). III. O caráter de homens maus e perversos, que já tinham surgido naquele estágio inicial da igreja e seriam sucedidos por outros do mesmo espírito e mau temperamento em tempos posteriores (v. 4). IV. Uma advertência contra aqueles que dão ouvidos e seguem esse tipo de pessoas, em relação à severidade de DEUS para com os israelitas incrédulos e murmuradores quando saíram do Egito, os anjos que caíram, o pecado e o castigo de Sodoma e Gomorra (vv. 5-7). V. O autor compara esses com os sedutores. Ele os adverte e os descreve detalhadamente (vv. 8-13). VI. Então (sendo especialmente adequado para o seu argumento) ele cita uma profecia antiga de Enoque predizendo e descrevendo o julgamento futuro (vv. 14,15). VII. Ele se prolonga em relação ao caráter dos sedutores e adverte contra a ofensa que mentes honestas podem acabar aceitando já num estágio tão precoce das coisas, ao mostrar que já foi predito muito antes de acontecer (vv. 16-19). VIII. Ele os exorta a perseverar na fé, na oração fervorosa, na vigilância para não se afastarem do amor de DEUS e da esperança viva da vida eterna (vv. 20,21). IX. Ele os orienta quanto à forma de agir contra o erro e o escândalo (vv. 22,23). E: X. Termina com uma doxologia admirável (vv. 24,25).

 

A Bênção Apostólica Judas 1:1-2

Temos aqui o prefácio ou introdução, em que:

I

 Temos um relato do autor da epístola: Judas, ou Judá. Ele era o homônimo de um dos seus ancestrais, o filho do patriarca Jacó, o mais famoso, embora não fosse o primogênito dos seus filhos, de cuja descendência (na sucessão direta de seu  pai legal, José) veio o Messias. Esse era um nome de valor, dignidade e honra. Esse Judas era um homem bastante diferente. Ele era apóstolo, era um discípulo sincero e seguidor de CRISTO. Ele foi um servo fiel de JESUS CRISTO. Portanto, aqui o Judas dessa epístola é distinguido de forma muito cuidadosa. DEUS cuida muito dos bons nomes dos seus servos sinceros e úteis. Nosso autor se chama aqui de servo de JESUS CRISTO, considerando ser um título muito honroso. É mais honrável ser um servo de CRISTO sincero e útil do que ser um rei terreno, independentemente do seu poder e prosperidade. Ele podia ter reivindicado parentesco com CRISTO, de acordo com a carne, mas prefere gloriar-se em ser seu servo. Observe: (1) Realmente é uma honra maior ser servo fiel de JESUS CRISTO do que ser consanguíneo dele de acordo com a carne. Muitos dos parentes naturais, bem como dos seus progenitores, pereceram; não por falta de afeição natural de JESUS como homem, mas por causa da infidelidade e obstinação neles mesmos, que deveria tornar os descendentes e parentes mais próximos de pessoas bastante famosas pela sinceridade e piedade exemplar zelosos deles com zelo de DEUS. O filho de Noé pode ter sido salvo na arca da enchente e destruição temporal, mas ser submerso ao final na inundação universal da ira divina, e sofrer a pena do fogo eterno. CRISTO nos diz que quem ouve a sua palavra e a pratica (isto é, somente esse) é seu irmão, e irmã, e mãe, ou seja, está relacionado de forma mais honrável e favorável a Ele do que um dos seus parentes naturais mais próximos e achegados, considerado meramente como tal. Veja Mt 12.48-50. Graças a DEUS que a mãe e os irmãos de JESUS estavam no pentecostes e cremos que foram fiéis servos de JESUS. (2) Judas se chama de servo, embora seja apóstolo, um ministro dignificado no Reino de CRISTO. É uma grande honra a um ministro sincero mas humilde (e isso vale para todo cristão sincero também) ser servo de JESUS CRISTO, pois, todo líder na igreja é, antes de tudo, servo de todos. Os apóstolos eram servos antes de serem apóstolos e continuaram sendo após serem chamados. Deve ser afastada então toda pretensão dos ministros de CRISTO em dominar de maneira arrogante uns aos outros ou os rebanhos que estão debaixo dos seus cuidados. Que sempre possamos ter a visão presente do nosso precioso Redentor: “Não será assim entre vós” (Mt 20.25,26). “...e irmão de Tiago”, a saber, aquele que os antigos chamam de o primeiro bispo de Jerusalém, cujo caráter e martírio é mencionado por Josefo, referindo-se à horrível destruição daquela cidade e nação, como uma das suas causas principais. Judas era irmão de Tiago, quer numa acepção mais estrita ou mais ampla (idéia muito comum) não posso determinar. Ele, no entanto, considera uma honra ser irmão desse Tiago (irmão de JESUS e líder da Igreja de Jerusalém conforme Atos 15). Devemos honrar as pessoas que estão acima de nós em idade, dons, graças e posição; não devemos invejá-los, mas também não bajulá-los, nem ser conduzido meramente pelo seu exemplo, quando temos motivos para achar que agem de forma errada. Dessa forma, o apóstolo Paulo se opôs ao seu companheiro, o apóstolo Pedro, não obstante a sua grande admiração e amor afetuoso que tinha por ele, quando viu que precisava ser censurado (Gl 2.11ss.).

II

 Somos informados aqui a quem essa epístola é endereçada; a saber, a todos aqueles “...que são santificados por DEUS, o Pai, e conservados em JESUS CRISTO, e chamados” (versão inglesa KJV), após ouvir e crer no evangelho (Ef 1.13). Algumas igrejas cristãs estão, em nossos dias, cheias de “...inveja e espírito faccioso, perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16). Foram chamados a se tornarem cristãos, pela pregação da palavra, que eles receberam com alegria, e na qual admitiram cordialmente crer, e assim foram recebidos na sociedade e comunhão da igreja – CRISTO, a cabeça, e os crentes, os membros. Os verdadeiros crentes realmente reconheciam visivelmente os crentes. Observe: Os cristãos são os chamados, chamados para fora do mundo, do espírito e estado pecaminoso dele; para estarem acima do mundo, para coisas mais elevadas e melhores, o céu, coisas não vistas e eternas; chamados do pecado para o perdão em CRISTO, da futilidade para a seriedade, da impureza para a santidade; e isso em busca do propósito e graça divinos; “...aos que predestinou devido à sua presciência, a esses também chamou” (Rm 8.30). Os chamados dessa forma são: 1. Santificados: “...santificados por DEUS, o Pai”. Geralmente as Escrituras falam da santificação como obra do ESPÍRITO SANTO, no entanto, aqui ela é atribuída a DEUS, o Pai, porque o ESPÍRITO opera como o ESPÍRITO do Pai e do Filho. Observe: Todos que efetivamente são chamados, são santificados, e feitos “...participantes da natureza divina” (2 Pe 1.4); porque “...sem santificação, ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Observe: A santificação é tanto nossa obra (1 Pedro 1:16; Ap 22.11), quanto do Pai (1Ts 5.23). Se alguém é santificado, é santificado por DEUS, o Pai, não excluindo o Filho ou o ESPÍRITO, porque Eles são um, um só DEUS. A depravação e contaminação são obras nossas; mas a santificação e a renovação são obras de DEUS e da sua graça; e, portanto, se perecemos em nossa iniquidade devemos assumir a culpa, mas se somos santificados e glorificados, toda honra e glória devem ser atribuídas a DEUS, e somente a Ele, pois é quando nos entregamos mais a ELE que somos santificados. Reconheço que é difícil dar um relato claro e preciso acerca disso, mas não devemos negar nem desprezar a verdade necessária, uma vez que não podemos completamente harmonizar as diversas partes dela; porque, de acordo com essa hipótese, poderíamos negar que qualquer um de nós poderia mexer um palmo do lugar onde nos encontramos atualmente, embora vejamos o contrário a cada dia e hora. 2. Os chamados e santificados são “...conservados em JESUS CRISTO”. Uma vez que é DEUS que inicia a obra da graça na alma das pessoas, assim é Ele que dá continuidade a ela, e a torna perfeita. Onde Ele inicia, Ele aperfeiçoa; embora sejamos inconstantes, Ele é constante. Ele “...não desamparará as obras das suas mãos” (Sl 138.8). Não vamos, portanto, confiar em nós mesmos, nem no suprimento da graça já recebida, mas nele, e somente nele, continuando a nos esforçar, por intermédio de todos os meios apropriados e designados, para nos resguardar, como esperamos que Ele nos guarde. Observe: (1) Os crentes são conservados das portas do inferno e para a glória do céu. (2) Todos que são preservados são preservados em JESUS CRISTO, como sua cidadela e refúgio, enquanto permanecerem nele, e somente devido a essa união com Ele. Nossos esforços devem ser no sentido de mantermos íntima comunhão com DEUS, evitando e combatendo o pecado (Hb 12.1).

III

 Temos a bênção apostólica: misericórdia etc. Da misericórdia, da paz e do amor de DEUS flui todo o nosso conforto, todo nosso verdadeiro prazer nesta vida, toda nossa esperança de uma vida melhor. 1. A misericórdia de DEUS é a nascente e fonte de todo bem que temos ou esperamos ter; misericórdia não somente aos miseráveis, mas aos culpados.

2. Depois da misericórdia vem a paz, que obtemos do sentimento de ter recebido a misericórdia. Não podemos ter uma paz verdadeira e duradoura que não flua da nossa reconciliação com DEUS por JESUS CRISTO. 3. Como da misericórdia salta a paz, assim da paz salta o amor, seu amor por nós, nosso amor a Ele, e nosso amor fraternal (esquecido e tristemente negligenciado!) de um para com o outro. O autor ora para que esses aspectos sejam multiplicados, que cristãos não se contentem com sobras; mas que as almas e as sociedades estejam cheias deles. Observe: DEUS está pronto para nos suprir com toda sorte de bênçãos (Ef 1.3). Se estamos limitados, não estamos limitados nele, mas em nós mesmos (2 Pedro 3:18).

 

A Comum Salvação. Os Monumentos de Julgamento Judas 1:3-7

Temos aqui:

I

 O desígnio do autor em escrever essa epístola aos judeus e gentios convertidos; a saber, para estabelecê-los na fé e numa prática e conduta verdadeiramente consoantes e de acordo com ela, e em uma confissão aberta e ousada acerca dela, especialmente em tempos de clara oposição, quer pela sedução ardilosa ou pela perseguição violenta e desumana. Mas, então devemos tomar todo cuidado para que de fato creiamos, professemos e propaguemos a verdadeira fé cristã; não as insígnias discriminadoras desse ou daquele grupo, nada que venha de uma data posterior aos escritos inspirados dos santos evangelistas e apóstolos. Observe o seguinte: 1. A salvação do evangelho é uma salvação comum, isto é, em uma oferta mais sincera dela para toda a humanidade e até onde a notícia alcança: porque é assim que a comissão se expressa (Mc 16.15,16): “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” etc. Certamente, DEUS cumprirá o que prometeu. Ele não nos ilude com palavras vãs, independentemente do que as pessoas façam; e, portanto, ninguém está excluído do benefício dessas ofertas e convites graciosos, a não ser esses que de maneira obstinada e impenitente acabam se excluindo. “Quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida” (Ap 22.17). Isso vale para todos os crentes, e somente para eles. Isso é feito para os fracos e para os fortes. Que ninguém se sinta desanimado por causa de decretos ocultos dos quais conhecem pouco e que nada lhes diz respeito. “Todos os bons cristãos que têm em CRISTO a cabeça comum, são estimulados pelo mesmo ESPÍRITO, são guiados por uma regra, se encontram diante do mesmo trono da graça e esperam em breve encontrar-se em uma herança comum”, certamente uma herança gloriosa, ela certamente excederá em muito todas as nossas esperanças e expectativas atuais. 2. Essa comum salvação é o assunto da fé de todos os santos. A doutrina dela é com o que todos devem concordar de todo coração. Eles a estimam como “...uma palavra fiel e digna de toda aceitação” (1 Tm 1.15). Essa é a fé que uma vez foi dada aos santos, à qual nada pode ser acrescentado, da qual nada deve ser diminuído, na qual nada deveria ser alterado. Vamos permanecer nisso; então estaremos seguros; se movermos um passo a mais, corremos o risco de ser enredados ou seduzidos. 3. Todos os apóstolos e evangelistas nos escreveram a respeito dessa comum salvação. Aqueles que leram os seus escritos com cuidado não duvidarão dela. Salvação só em JESUS, mediante a fé ao ouvir o evangelho (Ef 1.13, 2.8). O que importa é que eles declararam claramente, pela inspiração do ESPÍRITO SANTO, tudo que é necessário para cada um crer e fazer, para obter um interesse pessoal na comum salvação. 4. Aqueles que pregam ou escrevem acerca da comum salvação deveriam usar de toda diligência para fazê-lo bem: eles não deveriam oferecer a DEUS ou ao seu povo aquilo que não lhes custa nada, ou quase nada, pouco ou nenhum esforço ou pensamento (2 Sm 24.24). Dessa forma trataríamos a DEUS de maneira irreverente, e o homem, de maneira injusta. O autor (apesar de inspirado) usou de toda diligência para escrever a respeito da comum salvação, tanto a judeus quanto a gentios. O que, então, acontecerá com aqueles que (embora não sejam inspirados) não usam de diligência, ou quase nenhuma, mas dizem às pessoas (mesmo em nome de DEUS) quicquid in buccam venerit – aquilo que vem em seguida, que, ao usarem palavras das Escrituras, não se importam em interpretá-las ou aplicá-las devidamente? Aqueles que falam coisas sagradas sempre deverão falar com a maior reverência, cuidado e diligência. 5. Aqueles que receberam a doutrina dessa comum salvação devem batalhar por ela. Diligentemente (versão RA). Aqueles que batalham pela fé cristã, ou pelo caminho cristão, devem batalhar legitimamente, ou perderão o seu trabalho, e correrão grande risco de perder a sua coroa (2 Tm 2.5). “Porque a ira do homem não opera a justiça de DEUS” (Tg 1.20). Observe: Esses que receberam a verdade devem batalhar por ela. Mas, de que forma? Da forma como o autor o fez; ao sofrer paciente e corajosamente por ela.

Não devemos permitir sermos roubados de nenhum parte essencial da fé cristã, por meio da astúcia habilidosa ou aspirações plausíveis de pessoas que “...enganam fraudulosamente” (Ef 4.14). O apóstolo Paulo relata que pregava o evangelho (note bem, o evangelho) “...com grande combate” (1 Ts 2.2), isto é (como eu o entendo), com grande seriedade, com um zelo sincero e genuíno e uma grande preocupação com o sucesso daquilo que foi pregado. Mas, se queremos entender combate na acepção costumeira da palavra, devemos considerar imparcialmente com quem o autor combatia, e como combatia.

II

 O motivo que o autor tinha para escrever a esse respeito. Da forma que costumes maus acabam gerando boas leis, assim erros perigosos com frequência oferecem a oportunidade para a defesa adequada de verdades importantes. Observe aqui: 1. Homens ímpios são os grandes inimigos da fé cristã e da paz da igreja. Aqueles que negam ou corrompem a fé e perturbam a paz, são aqui expressamente chamados de “...homens ímpios”. Podemos ter verdade com paz (uma coisa muito desejada) se somente existirem (ministros ou cristãos em particular) em nossas igrejas ou congregações pessoas verdadeiramente piedosas – uma bênção bastante rara nesse lado do céu. Homens ímpios levantam escrúpulos, provocam questionamentos, causam divisões, aumentam brechas, meramente para promover e favorecer seus próprios fins egoístas, ambiciosos e avarentos. Essa tem sido a praga da igreja nos períodos históricos passados, e temo dizer que nenhum período está, ou estará, completamente livre desses homens e práticas enquanto existir o tempo. Observe: Nada nos cortará da igreja a não ser aquilo que nos cortará de CRISTO; a saber, infidelidade e impiedade reinantes. Homens ímpios são aqueles que vivem sem DEUS no mundo, que não tem respeito por DEUS nem escrúpulo. Esses devem ser temidos, e, consequentemente, evitados, não somente aqueles que são perversos pelos pecados de comissão, mas também os que são ímpios pelos pecados de omissão, que, por exemplo, refreiam a oração diante de DEUS, que não ousam reprovar um homem rico, quando é o seu dever fazê-lo, por medo de perder seu favor e as vantagens que eles prometem, que fazem a obra do SENHOR fraudulentamente etc. 2. Os piores homens são aqueles que “...convertem em dissolução a graça de DEUS”, que têm coragem de pecar de maneira mais ousada porque pensam que a graça de DEUS transbordou, e continua transbordando de maneira tão maravilhosa que não serão punidos. Assim, eles são insensibilizados em suas impiedades pela amplitude e plenitude da graça do evangelho, cujo objetivo é afastar o homem do pecado, e trazê-lo a DEUS suas mentes estão cauterizadas (1 Timóteo 4:2). Assim, portanto, aumentar a libertinagem diante de uma graça tão grande e transformá-la em uma oportunidade para cometer todo tipo de impureza com ganância, insensibilizando-nos nesse caminho por essa mesma graça que é o meio mais poderoso e convincente para nos corrigir ou reformar dela, é colocar-nos entre os mais desprezíveis, piores e incorrigíveis pecadores. A graça de DEUS é JESUS e sua obra salvífica. 3. Aqueles que transformam a graça de DEUS em lascívia, de fato, “...negam a DEUS, único dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO”; isto é, eles negam tanto a religião natural quanto a revelada. Eles desferem contra o fundamento da religião natural, porque negam o único DEUS e Senhor; e eles derrubam a ordem da religião revelada, porque negam o Senhor nosso, JESUS CRISTO. Seu grande intento em estabelecer a religião revelada no mundo era levar-nos a DEUS. Observe: Aqueles que negam nosso Senhor JESUS CRISTO negam, na realidade, o único DEUS e Senhor. Negar a religião revelada é virtualmente aniquilar a religião natural, porque elas permanecem em pé ou caem juntas, e elas concedem luz e força uma à outra. Será que os nossos deístas modernos, que vivem no meio da luz do evangelho, considerariam seriamente esse aspecto, e, com cautela, diligência e imparcialidade examinariam aquilo que os está impedindo de receber o evangelho, enquanto professam estar plenamente persuadidos de todos os princípios e deveres da religião natural? Deísta é alguém que acredita num Deus ou num princípio criador que originou o universo, mas que não intervém mais nos assuntos do mundo, sendo a existência deste Deus comprovada pela razão e pela natureza, não por revelação ou religião organizada. Nunca dois registros corresponderam um ao outro de maneira mais exata do que esses, de modo que parece absurdo receber um e rejeitar o outro. Pensamos que seria mais lógico receber as duas ou rejeitar as duas; embora, talvez, o método mais plausível, especialmente em nossa era, seja agir da forma como eles agiam. 4. Aqueles que transformam a graça de DEUS em lascívia estão determinados à condenação. Eles pecam contra a última, maior e mais perfeita solução; e, assim, não têm desculpa. Aqueles que pecam dessa forma precisam morrer dessas suas feridas e doenças, e estão de tempos antigos ordenados para essa condenação, independentemente do que essa expressão signifique. Mas, e se nossos tradutores tivessem pensado apropriado ter traduzido as palavras palai progegrammenoi – de que há muitas pessoas que, por causa de seu próprio pecado e loucura, viriam a ser os próprios objetos desta condenação. O destino dessas pessoas já está escrito há muito tempo, pois se voltaram contra o nosso único Mestre e Senhor, Jesus Cristo. Não era suficiente que fosse apresentada uma advertência antecipada pelos autores inspirados de que esses sedutores e homens perversos surgiriam em tempos posteriores, e que todos que fossem prevenidos, mesmo que não obedecessem. 5. Devemos batalhar seriamente em favor da fé, em oposição àqueles que a perverteriam ou corromperiam, como aqueles que se introduziram (“com dissimulação”, versão RA): um caráter desprezível, com certeza, mas, com frequência, aplicado de maneira bastante apropriada por pessoas más e ignorantes, e mesmo por aqueles que se introduzem de surpresa, que acham que seu padrão deveria servir de lei para todos os seus seguidores e admiradores. Certamente, ministros fiéis e humildes são fomentadores da alegria, paz e conforto do seu povo; não senhores da sua fé! Devemos batalhar seriamente contra todos que tentam corromper a fé. Quanto mais ativo e astucioso forem os instrumentos e agentes de Satanás, para nos roubar a verdade, tanto mais cuidadosos deveríamos ser em segurá-la firme, contanto que tenhamos o cuidado de não atribuir um caráter errôneo ou injurioso a pessoas, grupos ou sentimentos.

III

 A advertência justa que Judas, em nome de CRISTO, apresenta àqueles que, tendo professado sua santa doutrina, acabam desertando mais tarde, provando ser falsos seguidores (vv. 5-7). Temos aqui uma exposição dos julgamentos anteriores de DEUS aos pecadores, que visa despertar e atemorizar aqueles a quem são dadas advertências nesta epístola. Observe: Os julgamentos de DEUS são, com frequência, denunciados e executados para causar terror – para advertir as pessoas, em vez de por causa de um descontentamento imediato e particular contra os próprios ofensores; não que DEUS não esteja descontente com eles, mas, talvez, não mais com eles do que com aqueles que, pelo menos no tempo presente, conseguem escapar. “Mas quero lembrar-vos”. Precisamos ser lembrados até mesmo daquilo que já sabemos. Portanto, sempre haverá necessidade de um ministério estável na igreja cristã, embora todas as doutrinas da fé, os princípios básicos, estejam tão claramente reveladas em palavras definidas, ou pela consequência mais próxima, clara e imediata, que aquele que esteja correndo possa lê-las e compreendê-las. Não faltam intérpretes infalíveis, honestos ou vaidosos, para esses fins ou propósitos. Algumas pessoas (bastante fracas) sugerem: “Se as Escrituras contêm de maneira tão clara tudo que é necessário para a salvação, por que então é necessário ter um ministério permanente? Por que não nos contentamos em ficar em casa e ler nossas Bíblias?” O inspirado autor respondeu de modo enfático, mas não totalmente, essa objeção. A pregação não visa ensinar-nos algo novo em cada sermão, algo do qual não tínhamos conhecimento algum; mas lembrar-nos, recordar coisas esquecidas, afetar nossas paixões e empenhar e solidificar nossas decisões, para que a nossa vida esteja de acordo com a nossa fé. “...como a quem já uma vez soube isto”, mas que, no entanto, precisa sabê-lo ainda melhor. Há muitas coisas que sabíamos mas que infelizmente esquecemos. Será que não é útil ser novamente lembrado delas?

⁵² E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens. Lucas 2:52

⁴ Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Filipenses 4:4

Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Gálatas 1:9 

O que são essas coisas de que os cristãos precisam ser lembrados?

1. A destruição dos israelitas incrédulos no deserto (v. 5). Paulo lembra esse fato aos coríntios (1 Co 10). Os primeiros dez versículos daquele capítulo (como a Escritura sempre é o melhor comentário dela mesma) são a melhor explicação do quinto versículo dessa epístola de Judas. Ninguém, portanto, deve abusar dos seus privilégios, uma vez que muitos que saíram do Egito por meio de uma série de milagres impressionantes, acabaram perecendo no deserto por causa da sua incredulidade. Portanto, não vamos nos ensoberbecer, mas temer (Rm 11.20). “Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás” (Hb 4.1). Eles tinham milagres em abundância: eles recebiam seu pão diariamente; mas mesmo esses pereceram em descrença. Temos vantagens maiores (muito maiores) do que eles; que o erro (fatal) deles sirva de advertência para nós.

2. Somos lembrados aqui da queda dos anjos (v. 6). Um grande número de anjos deixou “...a sua própria habitação”; isto é, não estavam satisfeitos com os cargos ou posições que DEUS tinha apontado para eles, e achavam (semelhante a ministros descontentes em nossa era, e, devo dizer, em todas as eras) que mereciam mais. Eles, com o título de ministros, seriam soberanos, e, na verdade, seu Soberano deveria ser o ministro deles – fazer tudo e somente aquilo que eles queriam que Ele fizesse; assim, o orgulho se tornou a causa principal e imediata ou o motivo da queda deles. Dessa forma, eles abandonaram os seus postos e se rebelaram contra DEUS, seu Criador e Senhor soberano. Mas DEUS não os poupou (elevados e grandes como eram). Ele não se humilharia diante deles e os lançou para fora do céu, como um príncipe sábio e bom fará com um ministro egoísta e fraudulento Satanás e seus demônios foram expulsos, alguns demônios foram presos, reservados para “ E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens”. Apocalipse 9:15. O grande e sábio DEUS não podia ignorar (como os melhores e mais sábios príncipes terrenos muitas vezes ignoram) os desígnios que estavam tramando. Afinal, o que aconteceu com eles? Eles achavam que tinham desafiado e encarado a própria Onipotência; mas DEUS foi duro com eles e os lançou em prisão. Aqueles que não queriam ser servos do seu Criador e da sua vontade em seu primeiro estado foram feitos cativos por causa da justiça de DEUS que os “...reservou na escuridão e em prisões eternas...”. “E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles”

Apocalipse 9:16. Veja aqui qual é a condição dos anjos caídos: eles estão em prisões (ou algemas, versão RA), presos debaixo do poder e justiça divinos, presos “...até ao juízo daquele grande Dia” (Grande Tribulação). Eles estão na escuridão, embora tivessem sido anjos da luz. Eles estão tão horrivelmente no escuro que continuam a lutar contra DEUS, como se ainda houvesse uma pequena esperança de prevalecer e vencer no conflito. Que obsessão lúgubre! Luz e liberdade concordam, cadeias e escuridão quão bem concordam e combinam-se mutuamente! Os demônios, outrora anjos, no melhor sentido, estão reservados na escuridão. Observe: Há, sem dúvida há, um julgamento vindouro; os anjos caídos estão reservados ao juízo daquele grande Dia. Será que os homens caídos vão escapar desse Dia? Certamente não. Que cada leitor reflita a esse respeito no devido tempo. As prisões deles são chamadas eternas, porque é impossível quebrá-las ou escapar delas; eles estão presos debaixo delas. O decreto, a justiça, a ira de DEUS, são as prisões debaixo das quais os anjos caídos estão bem presos. Ouçam e temam, ó mortais pecadores da humanidade!

3. O autor aqui lembra a destruição de Sodoma e Gomorra (v. 7). “...assim como...”. Essa é uma alusão à destruição de Pentapolis, ou as cinco cidades, para que as misérias dos condenados ao inferno sejam demonstradas por um lago que queima com fogo e enxofre; eles eram culpados de uma maldade abominável, que não podia ser mencionada nem imaginada, mas de uma repugnância e abominação extrema; a ruína deles é uma advertência particular para que todas as pessoas prestem atenção e fujam “...das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (1 Pe 2.11). “Essas concupiscências consumiram os sodomitas com fogo do céu, e eles estão agora “...sofrendo a pena do fogo eterno”; portanto, cuidado, não imiteis seus pecados, para que as mesmas pragas não se apossem de vós como ocorreu com eles. DEUS é o mesmo Ser santo, justo e puro hoje como o foi naquela época; e, podem os prazeres bestiais de um momento compensar o vosso sofrimento da vingança do fogo eterno? Perturbai-vos, portanto, e não pequeis” (Sl 4.4).

 

Os Professores Contumazes Judas 1:8-15

Judas apresenta aqui uma acusação contra os enganadores que estavam então seduzindo os discípulos de CRISTO da profissão e prática da sua santa fé. Ele os chama de adormecidos (“sonhadores alucinados”, versão RA), posto que a ilusão é um sonho, e o início e passagem para toda sorte de impureza. Observe: O pecado é impureza; ele apresenta os homens detestáveis e desprezíveis diante do santíssimo DEUS, e os torna (mais cedo ou mais tarde, como penitentes ou como castigados ao extremo e sem recurso) desprezíveis aos seus próprios olhos, e, depois de um tempo, desprezíveis aos olhos de todos que os envolvem. Esses adormecidos sonham estar em um paraíso de tolos na terra, e em um inferno real no final: que o seu caráter, trajetória e fim sejam nossa advertência propícia e suficiente; tais pecados causam tais castigos e misérias.

I

 O caráter desses sedutores é descrito:

1. Eles “...contaminam a sua carne”. A carne, ou corpo, é a base imediata, e, com frequência, a ocasião irritante, de muitas contaminações repugnantes. No entanto, embora sejam feitas no e contra o corpo, corrompem grandemente e desfiguram e ferem gravemente a alma. “Concupiscências carnais combatem contra a alma” (1 Pe 2.11). Em 2 Coríntios 7.1 lemos a respeito da “...imundícia da carne e do espírito”, que, embora sejam de diferentes tipos, corrompem o homem todo.

2. Eles “...rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades”, são de mente perturbada e de espírito revoltoso, esquecendo-se de que “...as autoridades que há foram ordenadas por DEUS” (Rm 13.1). DEUS requer “...que não infamemos a ninguém” (Tt 3.2); mas a difamação se torna mais grave quando aquilo que dizemos é contra os líderes, homens que DEUS colocou como autoridade sobre nós, porque estaremos blasfemando contra DEUS. Ou, se a entendemos, como é o caso de alguns, se referindo à religião, que terá o domínio nesse mundo mais baixo, esses difamadores desprezam o domínio da consciência, zombam dela, e buscam bani-la do mundo; e quanto à Palavra de DEUS, a regra da consciência, eles a desprezam. As revelações da vontade divina significam muito pouco para eles. Elas são uma regra de fé e costumes, mas não até que as tenham explicado e imposto sua percepção sobre elas a todos que estão ao redor deles. Ou, como outros acham, nesse texto, o povo de DEUS, de uma maneira verdadeira e especial, é a autoridade aqui, de acordo com o salmista: “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas” (Sl 105.15). Eles vituperam etc. A fé cristã e seus adeptos sérios sempre e em todo lugar foram vituperados. Embora só apresente coisa boas, e que merecem nossa mais elevada consideração, ela é perfectiva da nossa natureza e útil aos nossos interesses mais elevados e fiéis; no entanto, essa seita (como seus inimigos têm prazer em chamá-la), “...em toda parte se fala contra ela” (At 28.22).

Nessa ocasião, o autor introduz “...o arcanjo Miguel...” (v. 9).

Os intérpretes não se entendem quando discutem o significado do corpo de Moisés. Alguns acham que o Diabo contendia para que Moisés tivesse um funeral público e honrável, que o lugar onde ele fosse sepultado pudesse ser de conhecimento geral, esperando com isso atrair os judeus a um novo caso de idolatria, já que eram tão inclinados para tal. Embora essa contenda tenha sido poderosamente zelosa e séria, e Miguel tenha saído vitorioso nessa questão, ele “...não ousou pronunciar juízo de maldição...” contra o próprio diabo. Existe uma hierarquia celestial e o Querubim Diabo, ou Satanás, é maior nela do que Miguel, o arcanjo. O contexto é de liderados que se revoltam contra líderes, não lhes são sujeitos em sua autoridade dada por DEUS. Temos aqui um lembrete a todos os disputantes, para nunca fazerem acusações injuriosas em suas disputas. A verdade não precisa da ajuda da falsidade e grosseria. Lembramos da exclamação do próprio Senhor (Mt 4.10): “Vai-te, Satanás”. Aqueles que criticam ou condenam (em particular) obreiros importantes do DEUS justo, podem esperar ouvir: “O Senhor te repreenda”; e repreensões divinas são mais difíceis de serem suportadas do que pecadores descuidados possam pensar.

3. “Estes, porém, dizem mal do que não sabem” (v. 10). Observe: Aqueles que falam mal da fé cristã e da piedade, dizem mal do que não sabem; porque, se as conhecessem, teriam falado bem delas, porque nada além de coisas boas e excelentes podem ser faladas da fé cristã, e é triste que qualquer coisa diferente ou contrária seja dito de qualquer um dos seus adeptos. Uma vida cristã é a vida mais segura, feliz, confortável e honrável que existe. Também observe: As pessoas são mais inclinadas a falar mal das pessoas e coisas que conhecem menos. Quantas pessoas nunca teriam sofrido o ataque de línguas caluniosas se fossem mais conhecidas! Por outro lado, o isolamento protege alguns até mesmo de uma censura justa. “...naquilo que naturalmente conhecem”. É difícil, se não impossível, encontrar alguns inimigos obstinados da fé cristã, que não estejam vivendo em contradição aberta ou oculta com os princípios da religião natural: muitos acham isso difícil e severo; mas receio que esse aspecto ficará revelado de forma clara no dia da revelação do justo juízo de DEUS. Quantos hoje falam mal dos servos que DEUS usa em sinais, prodígios e maravilhas e até lhes atribuem poder de Satanás , como fizeram com JESUS (Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos demônios. Lucas 11:15). O autor compara essas pessoas com animais irracionais, embora com frequência pensem e se vangloriem, se não como os mais sábios, contudo, pelo menos, como os mais espertos de toda a humanidade. Naquilo... se corrompem; isto é, nas coisas mais necessárias, naturais e evidentes, coisas que estão mais expostas e óbvias à razão e consciência natural; mesmo nessas coisas eles se corrompem, se degradam e se pervertem: a falta, qualquer que seja, não está na sua compreensão e apreensão, mas em suas vontades depravadas e apetites e sentimentos desordenados. Eles poderiam e deveriam ter agido melhor, mas então teriam de rechaçar esses sentimentos desprezíveis que obstinadamente escolheram gratificar em vez de mortificar.

4. No versículo 11, o autor os retrata como seguidores de Caim (invejosos da preferência de DEUS por lhes usar), e nos versículos 12 e 13, como pessoas ateístas e profanas, que não pensavam muito, e, talvez, não criam muito, em DEUS ou no mundo futuro. Eles eram gananciosos e avarentos, que, pelo fato de desejarem apenas obter benefícios mundanos presentes, não se importavam com o que vinha depois; eram rebeldes contra DEUS e os homens, que, semelhantes a Corá (rebelião contra os servos que DEUS usa), passariam por situações que certamente os levaria à morte, como ocorreu com ele. Desses, o autor diz mais adiante: (1) “Estes são manchas em vossas festas de caridade” – as agapai, ou festas de amor, tão conhecidas pelos antigos. Tais pessoas acabaram, por um motivo ou outro, sendo admitidas entre eles, mas eram manchas corrompidas e desonrosas para eles. Observe: É grande vergonha, embora injusta e acidental, para a religião, quando aqueles que a professam, e participam dessa instituição mais sagrada, são, no coração e na vida, inaptos e mesmo contrários a ela: Estes são manchas. Embora tão comum em todas as sociedades cristãs aqui na terra, incluindo as melhores, tais pessoas são manchas nefastas! Que o Senhor corrija isso no seu devido tempo e maneira, não da maneira cega e rigorosa dos homens ao arrancar o trigo com o joio. Mas no céu que estamos aguardando, esperando e nos preparando, não encontraremos esse tipo de obra insensata e ações licenciosas. Esses lá não estarão no arrebatamento da Igreja. (2) “...banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor”. Eles, sem dúvida, eram reconhecidamente glutões. Eles se importavam apenas em gratificar os apetites com o regalo e a abundância da sua comida (não são adeptos do jejum e da oração). Eles certamente não deram ouvidos à advertência de Salomão (Pv 23.2). Observe: Precisamos de um santo temor quando comemos e bebemos, quanto mais quando nos banqueteamos; embora possamos, às vezes, ser de maneira mais fácil e insensível vencidos em uma refeição comum do que em um banquete. Para algumas pessoas, a abundância de um banquete já serve de antídoto, enquanto que para outros, ele pode se tornar uma armadilha perigosa. (3) “...são nuvens sem água”, que prometem chuva em tempos de seca, mas não concretizam aquilo que prometem (não têm a unção verdadeira de o ESPÍRITO SANTO, só sabem falar bonito em seus discursos bem elaborados). Esse é o caso de adeptos formais, que num primeiro momento prometem muito, semelhantes às árvores que florescem antes do tempo durante a primavera, mas que acabam produzindo pouco ou nenhum fruto. “...levadas pelos ventos”, leves e vazias, facilmente impelidas para lá e para cá (sabem ensinar, mas não praticam o que ensinam). Esses são adeptos vazios sem fundamento, uma presa fácil para qualquer sedutor. É impressionante ouvir tantas pessoas falarem com tanta confiança a respeito de tantas coisas das quais sabem muito pouco ou nada, que não têm a sabedoria e humildade de discernir e ser sensível ao fato de que pouco de fato sabem (Não conhecem o sobrenatural, apenas o raso da intelectualidade). Quão feliz seria o nosso mundo se as pessoas soubessem mais, ou, se, pelo menos reconhecessem o quão pouco de fato sabem! (4) “...árvores murchas, infrutíferas”. Elas são árvores, porque são plantadas na vinha do Senhor, mas são infrutíferas (Não produzem almas, não imitam JESUS na cura  e libertação de pessoas necessitadas de ajuda). Observe: Aqueles cujos frutos murcham podem ser corretamente chamados de infrutíferos. Que bem faz o bem que nunca melhora? É triste quando as pessoas parecem começar no ESPÍRITO, mas acabam na carne, fato que ocorre com mais frequência do que gostaríamos de admitir. O texto diz que essas pessoas estão “...duas vezes mortas”. Imaginamos que uma vez morto é suficiente; nenhum de nós gosta de pensar em morrer uma vez só, embora isso seja estabelecido para todos nós, a não ser para aqueles que serão arrebatados, estando ainda vivos. Qual é, então, o significado de estar duas vezes morto? Eles estavam mortos uma vez em seu estado natural caído e prescrito; mas eles pareciam recuperar-se, e, como um homem em um enlevo, ser trazido à vida novamente, quando professavam a fé cristã. Mas, agora eles estão novamente mortos pelas provas evidentes que deram da sua hipocrisia: independentemente da impressão que davam, eles não tinham nada verdadeiramente vital neles. “...desarraigadas”, como geralmente fazemos com as árvores mortas, das quais já não esperamos mais frutos. Essas pessoas estavam mortas, mortas, mortas; por que obstruir o solo? O lugar delas é no fogo. (5) “...ondas impetuosas do mar”, tempestuosas, barulhentas e clamorosas; cheias de turbulência, mas com pouco (ou nenhum) sentido ou significado: “...que escumam as suas mesmas abominações”, criando muita inquietação nos homens de melhor percepção e temperamento mais calmo, que no fim acabarão em vergonha maior e opróbrio justo Tiago 1:6 descreve uma pessoa que duvida, ou não tem fé, como alguém semelhante a uma "onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte". Ondas tempestuosas são um terror para os passageiros no mar; mas, quando eles chegam no porto, as ondas são esquecidas como se não mais existissem: o barulho e terror delas terminaram para sempre. (6) “...estrelas errantes”, planetas que são erráticos em seus movimentos, que não guardam um curso regular e constante como é o caso dos fixos, mas mudam suas posições, suas doutrinas, suas convicções, de acordo com o lugar onde estão. Na religião e na política, os grandes assuntos do debate atual, certamente há certa força onde homens sábios e bons, honestos e abnegados, possam concordar, sem lançar o populacho na mais profunda angústia e aflição da mente, ou inflar suas paixões em raiva e fúria, sem deixá-los saber o que dizem ou de quem afirmam.

II

 A ruína dessas pessoas ímpias é declarada: “...para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”. Os falsos mestres podem esperar o pior dos castigos nesse mundo e no mundo futuro: nem todos que ensinam por engano algo que não é exatamente verdadeiro (porque quem, então, em qualquer reunião pública, ousaria abrir a Bíblia para ensinar aos outros?), mas todo aquele que prevarica, encobre, levando outras pessoas às estradas vicinais ou às calçadas, para buscar ter lucro ou transformar as pessoas em presas, ou (de acordo com a frase do apóstolo) fazer negócio deles (2 Pe 2.3). Ensinam o que praticam, mas nunca o que DEUS quer ensinar. Mas, basta disso. Em relação à negrura das trevas para sempre, apenas posso dizer que essa expressão terrível, que envolve o pior tipo de horror, pertence aos que de fato são falsos mestres, que são falsificadores da palavra de DEUS e traem a alma das pessoas. Se isso não tornar cautelosos ministros e pessoas, não sei o que pode. Esses seguem lideranças antiga, sem nem mesmo pedirem a DEUS a verdadeira direção, não querem saber a verdade para não perderem suas posições sociais.

A profecia de Enoque (livro apócrifo, mas que continha pelo menos esta verdade) - Nenhuma outra parte das Escrituras faz menção da profecia de Enoque (vv. 14,15); mas então essa profecia se tornou Escritura. Um texto claro das Escrituras é prova suficiente de um ponto que precisamos crer, especialmente um ponto que esteja relacionado a uma coisa concreta; mas em questões de fé, precisamente fé salvadora, DEUS não achou por bem (bendito seja seu santo nome) provar-nos tanto assim. Não existe nenhum ponto básico da fé cristã, verdadeiramente assim chamado que não esteja inculcado repetidas vezes no Novo Testamento, que nos permite saber o que o ESPÍRITO SANTO faz, e, consequentemente, em que devemos colocar nossa maior ênfase. Alguns dizem que essa profecia de Enoque foi preservada pela tradição no judaísmo; outros acreditam que Judas foi inspirado na hora com a notícia dessa profecia. Seja como for, é certo que essa profecia existia desde os tempos antigos, e foi recebida universalmente na comunidade judaica do Antigo Testamento; e acabou se tornando um ponto do credo do Novo Testamento. Observe: 1. A vinda de CRISTO para o julgamento foi profetizada já na época dos patriarcas, e foi, portanto, já naquela época uma verdade recebida e reconhecida. “Eis que é vindo o Senhor com suas miríades santas, incluindo os anjos e os espíritos de homens justos tornado perfeitos (igreja). Que tempo glorioso este será, quando CRISTO vir com milhares de seus santos! (Igreja)” Lemos a respeito do grande fim e propósito que o faz vir acompanhado dessa forma, a saber, “...para fazer juízo contra todos”. Veja, só virá coma igreja porque a levou no arrebatamento, esse episódio fala da vinda após a Grande Tribulação, vinda em glória, portanto, segunda fase da segunda vinda (a primeira foi o arrebatamento). 2. Isso foi falado tanto tempo atrás, como se fosse algo prestes a acontecer: “Eis que é vindo o Senhor; Ele está vindo; Ele estará sobre vocês antes que possam percebê-lo, e, a não ser que sejam muitos cautelosos e diligentes, antes que estejam prontos para o encontrarem confortavelmente”. Na Grande Tribulação Ele é vindo: (1) Para fazer juízo contra os ímpios. (2) Para condená-los. Observe: CRISTO não condenará ninguém sem um julgamento e condenação precedentes, condenação tal que os silenciará. Eles não terão desculpas que façam com que não estejam ou ousem não estar de prontidão. Então, toda boca será fechada, o Juiz e sua sentença serão aprovados e aplaudidos, e mesmo os criminosos culpados e condenados estarão sem fala, embora no presente eles não queiram justificativas ousadas e plausíveis, que ventilam com tanta segurança e confiança. Mas, é certo, que os julgamentos zombeteiros dos prisioneiros entre eles na prisão e o verdadeiro julgamento no tribunal diante do juiz apropriado logo revelarão que são coisas muito diferentes.

Não posso passar o versículo 15 sem notar quão frequentemente, e quão enfaticamente, a palavra ímpio é repetida, não menos de quatro vezes: homens ímpios, pecadores ímpios, ações ímpias, e, quanto ao modo, cometidas de maneira ímpia. O conceito acerca do que é devoto ou ímpio tem pouca importância para as pessoas dos nossos dias, a não ser que seja para zombar e escarnecer dessas palavras; mas não é isso que ocorre com a linguagem do ESPÍRITO SANTO. Observe: Omissões, bem como comissões, serão consideradas no dia do julgamento. Também observe: Palavras duras, especialmente se forem pronunciadas para prejudicar o próximo, certamente serão avaliadas no juízo daquele grande Dia. Vamos nos precaver em tempo. Um velho e bom puritano disse: “Se você golpear (alguém tomado incorretamente por herege, ou) um cismático, e se DEUS encontrar um verdadeiro santo sangrando, trate de saber como você responderá por isso”. Pode ser tarde demais dizer diante do anjo que isso foi um erro (Ec 5.6). Estou somente me referindo à expressão do autor divinamente inspirado. Além dos juízos da grande Tribulação, virá o Juízo Final diante do Grande Trono Branco onde estes serão condenados ao Lago de Fogo e Enxofre, para toda a eternidade.

 

Exortação ao Fiel. Conclusão Judas 1:16-25

Aqui:

I

 Judas continua descrevendo o caráter desses homens maus e sedutores: eles “...são murmuradores, queixosos da sua sorte...” (v. 16). Observe: Um temperamento murmurador e queixoso, saciado e expresso, coloca uma pessoa debaixo de um caráter muito mau. Essa pessoa é muito vulnerável, e, na maioria das vezes, muito perversa. Ela murmura contra DEUS e sua providência, contra as pessoas e suas condutas; ela se irrita com tudo que acontece e nunca está satisfeita com a sua própria situação e estado no mundo, achando que ele não é bom o bastante para ela. Essas pessoas andam segundo as suas concupiscências. A única regra ou lei é satisfazer a sua vontade, seus apetites e caprichos. Observe: Aqueles que agradam os seus apetites pecaminosos estão mais inclinados a ceder às suas paixões incontroláveis.

II

 Ele continua advertindo e exortando aqueles a quem escreve (vv. 17-23).

1. Ele os faz lembrar que tinham sido prevenidos. “Mas vós, amados, lembrai-vos...” (v. 17). “Lembrem-se, cuidem para que não estranhem (para não tropeçarem e se escandalizarem e vacilarem na fé) que pessoas como os sedutores descritos anteriormente acabem surgindo (e isso já bem cedo) na igreja cristã, reconhecendo que tudo isso foi predito ‘...pelos apóstolos de nosso Senhor JESUS CRISTO’, e, consequentemente, o cumprimento disso na realidade é uma confirmação da sua fé, em vez de se tornar de forma alguma uma ocasião para abalá-los e debilitá-los nisso”. Observe: (1) Aqueles que têm a tarefa de persuadir devem deixar claro que sinceramente amam aqueles a quem buscam persuadir. Palavras amargas e ásperas nunca convenceram alguém nem hão de convencer, muito menos persuadir alguém. (2) As palavras que pessoas inspiradas falaram (ou escreveram), devidamente lembradas e ponderadas, são a melhor salvaguarda contra erros perigosos. Isso sempre será assim, até que as pessoas tenham aprendido a falar melhor do que o próprio DEUS. (3) Não devemos nos escandalizar se surgirem e prevalecerem erros e perseguições na igreja cristã. Isso foi predito, e, portanto, não deveríamos nos escandalizar com a pessoa, doutrina ou cruz de CRISTO, quando as coisas, de fato, acontecerem (veja 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 2 Pe 3.1). Não devemos estranhar, mas confortar-nos nisso, que no meio de toda essa confusão, CRISTO guardará sua igreja e cumprirá sua promessa, de modo que “...as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). (4) Quanto mais a fé cristã for ridicularizada e perseguida, tanto mais devemos nos apegar a ela; pelo fato de termos sido advertidos, devemos mostrar que estamos com as armas prontas; diante desse tipo de provações devemos permanecer firmes e não nos mover facilmente do nosso entendimento (2 Ts 2.2).

2. Ele os adverte contra os sedutores por meio de mais uma descrição do seu caráter detestável: “Estes são os que causam divisões...” (v. 19). Observe: (1) Os sensualistas são os piores separatistas. Eles se separam de DEUS e de CRISTO e de sua igreja, indo para o Diabo, o mundo e a carne, por intermédio de suas condutas ímpias e práticas viciosas; e isso é muito pior do que a separação de qualquer ramo local da igreja visível por conta de opiniões ou costumes e circunstâncias de sistemas ou adoração externa. Embora muitos possam pacientemente tolerar o primeiro aspecto, eles estão copiosamente e quase perpetuamente ralhando em relação ao último, como se nenhum pecado fosse abominável a não ser aquilo que gostam de chamar de divisões. (2) Homens sensuais não têm o ESPÍRITO de DEUS e de CRISTO, o ESPÍRITO de santidade; e quem não tem o ESPÍRITO de CRISTO, esse tal não é dele, não pertence a Ele (Rm 8.9). (3) Quanto pior os outros são, tanto melhor deveríamos nos esforçar para ser. Quanto mais ocupado Satanás e seus instrumentos estiverem em perverter os outros, por meio de julgamento ou prática, tanto mais firmes e persistentes deveríamos ser em relação à sã doutrina e à boa conduta, “...retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina (divina), guardando o mistério da fé em uma pura consciência” (Tt 1.9; 1 Tm 3.9).

3. Ele os exorta à perseverança na verdade e santidade.

(1) “...edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé” (v. 20). Observe: A maneira de reter a nossa profissão é agarrar-se a ela. Tendo posto bem o nosso fundamento em uma fé saudável, e um coração reto, devemos edificar sobre ele, fazendo progresso continuamente; e deveríamos cuidar do material que usamos na nossa construção, ou seja, “ouro, prata, pedras preciosas ”, não “madeira, feno, palha” (1 Co 3.12). Princípios corretos e um comportamento regular resistirão ao teste, mesmo das provas mais impetuosas; mas, qualquer coisa que misturarmos na liga (de metais), embora sejamos como um todo sinceros, acabaremos sofrendo perdas com isso, e embora nossa pessoa seja salva, toda nossa obra será consumida; e, se escaparmos, isso ocorrerá com grande perigo e dificuldade, como uma casa em chamas por todos os lados.

 

Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, ²¹ Conservai-vos a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO para a vida eterna. Judas 1:20,21

Edificando-vos - O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo 1 Coríntios 14:4a

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no ESPÍRITO, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, Efésios 6:18

Assim por lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não quiseram ouvir. Isaías 28:11,12

Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. 1 Coríntios 14:21

Orando no ESPÍRITO SANTO – Oração em línguas – Is 28.11,12; 1 Co 14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.

 

(2) “...orando no ESPÍRITO SANTO”. Observe: [1] A oração é a enfermeira da fé. A maneira de edificar a nós mesmos sobre a nossa santíssima fé é perseverando na oração (Rm 12.12). Nossas orações mais certamente prevalecem quando oramos no ESPÍRITO SANTO, isto é, debaixo da sua orientação e influência, de acordo com a regra da sua Palavra, com fé, fervor e importunação perseverante e constante; isso é orar no ESPÍRITO SANTO, quer ocorra com ou sem uma forma prescrita.

(3) “...conservai a vós mesmos na caridade de DEUS” (v. 21). [1] “Conservem a graça do amor de DEUS nas suas ações e exercícios vigorosos nas suas almas”. [2] “Cuidado para não se afastarem do amor de DEUS, ou de suas manifestações deleitáveis, alegres e vigorosas; mantenham-se nos caminhos de DEUS e continuem no seu amor”.

(4) “...esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO”. [1] A vida eterna deve ser buscada somente por meio da misericórdia; a misericórdia é nosso único apelo, não mérito; ou, se for mérito, não é nosso, mas de outro, que a mereceu por nós, aquilo que, de outra forma, não teríamos como reivindicar, nem do que alimentar qualquer esperança bem fundamentada. [2] Lemos que não é somente por meio da misericórdia de DEUS como nosso Criador, mas por meio da misericórdia do nosso Senhor JESUS CRISTO como Redentor. Todos que alcançam o céu devem fazê-lo por intermédio de nosso Senhor JESUS CRISTO; “...porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, ou seja, o nome do Senhor JESUS (At 4.12; compare com o v. 10). [3] Uma expectativa confiante de vida eterna nos advertirá contra os laços do pecado; uma fé viva da esperança abençoada nos ajudará a mortificar nossas concupiscências carnais.

4. Ele os orienta como devem se comportar em relação aos irmãos faltosos: “E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos” (vv. 22,23). Observe: (1) Devemos fazer todo possível para livrar outras pessoas do laço do Diabo, para que possam ser salvas (ou recuperadas, quando enredadas) de erros perigosos, ou práticas perniciosas. Não somos apenas (debaixo de DEUS) nossos próprios guardadores, mas, tanto quanto possível, guardadores do nosso irmão; ninguém, a não ser um ímpio Caim, contradirá isso (Gn 4.9). Devemos vigiar uns aos outros, repreender um ao outro de maneira fiel, mas prudente, e ser um bom exemplo para todos que estão ao nosso redor. (2) Devemos apiedar-nos de alguns que estão duvidosos. Como é isto? Devemos distinguir entre o fraco e o obstinado. [1] De alguns devemos apiedar-nos, tratá-los com ternura, encaminhá-los com espírito de mansidão (veja Gl 6.1), não ser necessariamente duros e severos demais em nossas reprovações a eles e suas ações, nem orgulhosos e arrogantes em nossa conduta para com eles; não implacáveis, nem avessos à reconciliação com eles, ou a aceitá-los de volta na amizade que tinham anteriormente conosco, quando derem sinais claros e autênticos de um arrependimento sincero: se DEUS os perdoou, por que nós não deveríamos fazê-lo? Precisamos infinitamente mais do seu perdão do que eles precisam, embora, talvez, nem eles nem nós sejamos suficientemente sensíveis a isso. [2] Salvai outros com temor, instando-os com os terrores do Senhor: “Esforcem-se em afugentá-los do seu pecado; preguem o inferno e condenação para eles”. Mas, e se a prudência e a cautela em aplicar mesmo as repreensões mais justas e severas for o que está sendo principalmente sugerido aqui (proponho isso para ser considerado); como se ele tivesse dito: “Cuide para que não frustre suas boas intenções e motivos honestos por meio de uma conduta precipitada e imprudente, para que você não endureça, em vez de recuperar a pessoa, mesmo em casos em que medidas mais severas sejam requeridas do que no exemplo imediato”. Temos, com frequência, a tendência de exagerar, quando estamos certos de que estamos sendo honestos e achamos que estamos certos no essencial. No entanto, os piores não deveriam ser provocados desnecessariamente nem ao extremo, para que não fiquem ainda mais endurecidos por meio do nosso descuido ou omissão. “Aborrecendo até a roupa manchada da carne, isto é, mantendo-se à distância, o máximo possível, daquilo que é ou parece ser nocivo, e atentando e empenhando-se para que outros também façam o mesmo. Evite tudo que leva ao pecado ou que tenha a aparência de pecado” (1 Ts 5.22).

III

 O autor conclui essa epístola com uma declaração solene de glória ao grande DEUS (vv. 24,25). Observe:

1. Qualquer que seja o assunto do qual estamos tratando, a melhor forma de concluí-lo é atribuir glória a DEUS. 2. DEUS é capaz, e Ele está tão disposto quanto é capaz de nos “...guardar de tropeçar e apresentar-nos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória”; não como aqueles que nunca foram faltosos (porque o que foi feito jamais poderá ser considerado como se não tivesse sido feito, mesmo pela própria Onipotência, porque isso implica em contradição), mas como aqueles cujas faltas não serão imputadas, para sua condenação. Isso somente é possível por causa da misericórdia de DEUS e dos méritos do Salvador. “...perante a sua glória”. Observe:

(1) A glória do Senhor se fará presente em breve. Hoje olhamos para ela como se estivesse distante, e muitos a vêem como incerta; mas ela virá e será manifesta e real. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 1 Tessalonicenses 4:17. Esse é agora o objeto da nossa fé, não em um futuro distante porque não pode agora estar distante) ela é o objeto dos nossos sentidos. Veremos aquele em quem agora cremos, para a nossa alegria e conforto inefáveis, e para aqueles, pavor e consternação inexprimíveis. Veja 1 Pe 1.8. (2) Todos os crentes sinceros e reais serão apresentados na aparição e vinda do nosso Redentor, por Ele, a gloriosa cabeça, ao Pai, para serem aprovados, aceitos e recompensados. Todos que foram dados a Ele, nenhum deles se perdeu, e não perderá ninguém, nem uma única alma, mas os apresentará a todos perfeitamente santos e felizes, quando entregar seu reino mediador para o “...seu DEUS e nosso DEUS, seu Pai e nosso Pai” (Jo 6.39; 17.12; 1 Co 15.24). Porém existem aqueles que “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse”. João 17:12

(3) A alegria será grande quando os crentes forem apresentados sem defeito. É verdade, agora nossas ofensas nos enchem de medo, dúvida e tristeza. Mas, tenhamos bom ânimo; se formos sinceros, teremos ânimo, uma vez que o nosso precioso Redentor encarregou-se disso e seremos apresentados irrepreensíveis. Onde não há pecado, não haverá tristeza. Onde a santidade é perfeita, a alegria também é perfeita. Certamente, o DEUS que pode e que fará tudo isso é digno de ter “...glória e majestade, domínio e poder”, atribuídos a Ele, “...agora e para todo o sempre”! E a isso bem podemos, junto com Judas, acrescentar o nosso sincero Amém.

 
 
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NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA - Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25
 
Escrita Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
 
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. AUTORIA, DATA E PROPÓSITO 
1.1. O autor 
1.2. A data 
1.3. O propósito 
2. OS INFILTRADOS 
2.1. As características e o propósito dos infiltrados 
2.1.1. Exemplos bíblicos de que DEUS não tolerou abusos 
2.2. A postura dos infiltrados 
2.2.1. Exemplos bíblicos de respeito à autoridade divina 
2.3. A natureza dos infiltrados 
2.3.1. São seguidores do caminho de Caim, Balaão e Corá 
2.3.2. Apresentam comportamento desrespeitoso e são espiritualmente estéreis
2.3.3. São murmuradores e inconstantes 
2.4. O juízo divino sobre os infiltrados: a profecia de Enoque 
3. APELO DO AUTOR 
3.1. Edifiquem-se e orem 
3.2. Apiedem-se, salvem os que puderem 
 
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Judas 1.3-7,20-23 
3- Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. 
4- Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de DEUS e negam a DEUS, único dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO.
5- Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; 
6- e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia; 
7- assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. 
20- Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO, 
21 - conservai a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO, para a vida eterna. 
22- E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; 
23 e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne. 
 
Obs. Orando no ESPÍRITO – Oração em línguas - 1 Coríntios 14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.
 
TEXTO ÁUREO
Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o ESPÍRITO. Judas 19 
 
SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO 
2a feira - Judas 6; 2 Pedro 2.4 Anjos caídos aguardam o juízo eterno de DEUS 
3a feira - Zacarias 3.2; Judas 9 O Senhor repreende Satanás 
4a feira - Isaías 5.18-22; Judas 11 Ai dos rebeldes e soberbos; busque a justiça 
5a feira - 2 Pedro 2.13; Judas 12 Falsos líderes são nódoas nas reuniões do Senhor 
6a feira - Judas 20; Colossenses 2.7 Edifiquem-se na fé e permaneçam firmes em CRISTO
Sábado - Judas 23; Zacarias 3.2-4 Resgate os perdidos, mas odeie o pecado 
 
OBJETIVOS - Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá: 
-reconhecer que a Igreja do Senhor pode ter pessoas que não foram enviadas por DEUS; 
- compreender que indivíduos de mau-caráter não só prejudicam o testemunho cristão, mas também causam divisões no Corpo de CRISTO; 
- entender que, quanto aos santos, todo esforço deve ser feito para levar os perdidos ao arrependimento e à salvação. 
 
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 
Prezado professor, ao abordar esta lição, adote uma postura de vigilância e discernimento. Enfatize a importância de reconhecer que nem todos na Igreja são enviados por DEUS e que a presença de pessoas com intenções erradas pode afetar a comunidade. 
Ao explicar sobre os falsos mestres e os detratores, procure destacar a responsabilidade dos cristãos em preservar a pureza da fé, sem cair em julgamentos precipitados, mas sempre agindo com amor e verdade. Incentive a reflexão sobre a necessidade de buscar e salvar os perdidos, lembrando que, conforme Judas ensina, todo esforço deve ser feito para restaurar aqueles que ainda podem ser alcançados, agindo com compaixão e temor. 
Boa aula! 
 
COMENTÁRIO  - Palavra introdutória 
A carta de Judas não foi escrita com caráter teológico, mas como uma exortação apologética, com o propósito de proteger os crentes contra a heresia gnóstica, que ameaçava profundamente a vida espiritual da Igreja. O autor aborda a necessidade de defender a fé contra ensinamentos errôneos, alertando sobre as consequências dessas doutrinas. 
 
1. AUTORIA, DATA E PROPÓSITO 
A carta de Judas permanece relevante, pois aborda de forma objetiva os perigos que doutrinas falsas representam para a fé cristã. Embora a heresia do gnosticismo tenha sido a principal ameaça na época, a Igreja contemporânea ainda enfrenta uma variedade de crenças distorcidas, tanto externas quanto internas, originadas por má interpretação das Escrituras. 
 
SUBSÍDIO 1
Ao comparar a epístola de Judas com a segunda carta de Pedro, observam- -se semelhanças entre os textos. Apesar das divergências sobre a ordem de escrita, muitos estudiosos acreditam que Pedro tenha se baseado em Judas, especialmente em trechos específicos (cf. Lição 7). 
 
1.1. O autor 
O autor se apresenta como Judas, irmão de Tiago, líder da igreja em Jerusalém (cf. Mc 6.3). Embora também fosse meio-irmão de JESUS, ele opta por se identificar apenas como irmão de Tiago, mantendo discrição quanto ao seu vínculo familiar com o Senhor. 
 
1.2. A data 
A carta foi escrita por volta de 68 d.C., antes da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Não há referência explícita aos destinatários, razão pela qual ela é classificada entre as Epístolas Católicas, ou universais. 
 
1.3. O propósito 
Inicialmente, Judas planejava escrever sobre a comum salvação, provavelmente abordando a graça oferecida a judeus e gentios em CRISTO. No entanto, ao começar a redigir, ele percebeu a necessidade urgente de exortar os crentes a batalharem pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3). Esta mudança de propósito reflete a inspiração divina no texto sagrado, evidenciando que os escritores bíblicos foram guiados pelo ESPÍRITO SANTO, conforme versa a tradição conservadora sobre a inspiração verbal e plenária das Escrituras. 
 
2. OS INFILTRADOS 
No primeiro século, a Igreja enfrentou a infiltração do gnosticismo, uma corrente filosófica que tentava mesclar suas crenças com o cristianismo, distorcendo sua essência para transformá-lo em uma religião esotérica e libertina. 
Esse movimento foi orquestrado pelo diabo, com o objetivo de substituir a verdadeira mensagem de CRISTO, enfraquecer a missão redentora e desviar os fiéis do caminho da salvação, afastando-os de JESUS como Salvador e Senhor. 
 
2.1. As características e o propósito dos infiltrados 
Judas os descreve como ímpios (gr. asebeis; cf. Jd 4,15,18), ou seja, "homens sem DEUS". Estes buscavam substituir a revelação divina por seres angelicais considerados intermediários entre DEUS e os homens e negavam a soberania do Eterno e a divindade de JESUS CRISTO. 
Além disso, promoviam a ideia de que a graça permitia o pecado sem a exigência de santidade, distorcendo completa- mente o propósito da salvação. Nas palavras de Judas: convertiam em dissolução a graça de DEUS (Jd 4). 
 
2.1.1. Exemplos bíblicos de que DEUS não tolerou abusos 
Judas apresenta três exemplos que ilustram a intolerância do Altíssimo aos abusos: os hebreus no deserto, onde o Senhor destruiu os que não creram (Jd 5); os anjos que, seduzidos por Lúcifer, abandonaram sua posição e foram aprisionados até o Juízo Final (Jd 6); e a destruição de Sodoma e Gomorra, cujos habitantes, envolvidos em práticas imorais, sofreram a pena do fogo eterno (Jd 7). Esses exemplos revelam a seriedade do juízo divino. 
 
2.2. A postura dos infiltrados 
Os hereges que perturbam a Igreja demonstram uma postura semelhante à dos exemplos citados no tópico anterior, pois contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades (Jd 8). Os gnósticos, por se julgarem superiores, recusavam a submissão à autoridade e ainda difamavam as lideranças estabelecidas. 
 
2.2.1. Exemplos bíblicos de respeito à autoridade divina 
Judas destaca o respeito à autoridade divina ao citar Miguel, que, apesar de sua alta posição celestial, não insultou Satanás, mas disse: O Senhor te repreenda (Jd 9), reconhecendo que o julgamento pertence a DEUS. 
Um exemplo semelhante ocorre em Zacarias 3.2, quando o Anjo do Senhor, uma manifestação de JESUS, repreende Satanás com as palavras: O Senhor te repreende. 
A diferença entre ambos os textos está no modo verbal: em Judas, o verbo está no subjuntivo, enquanto em Zacarias está no indicativo, sublinhando a soberania do Altíssimo. 
 
2.3. A natureza dos infiltrados 
Os hereges descritos por Judas se destacam por sua atitude pedante, criticando e discutindo assuntos que não compreendem, até mesmo blasfemando contra a divindade (Jd 10). Judas os compara a animais irracionais. 
No versículo 11, inicia com um "ai", expressão que denota dor e sinaliza o juízo divino sobre aqueles que persistem em sua maldade, como indicado em Isaías (Is 5.18,21,22), Sofonias (Sf 3.1), Mateus (Mt 18.7) e Apocalipse (Ap 11.14). 
 
SUBSÍDIO 2
Judas, no verso 9, ilustra a gravidade da rejeição à autoridade, recorrendo a um argumento de um livro apócrifo, mencionado por Orígenes, "A Assunção de Moisés". Este texto, agora perdido, relatava a disputa entre Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés, com Satanás acusando Moisés de indignidade devido a um suposto crime no Egito. 
 
2.3.1. São seguidores do caminho de Caim, Balaão e Corá 
Judas descreve os hereges como seguidores do caminho de Caim, que, tomado pela inveja, matou seu irmão por ter sido aceito por DEUS (Jd 11; cf. Gn 4.4,8). Os gnósticos asso- ciavam Caim aos hilíacos (gr. hylé = "matéria"), indivíduos tão presos à matéria que não poderiam ser salvos. 
Além disso, o escritor sagrado os acusa de se perderem na ganância, como Balaão, que foi contratado para profetizar contra os hebreus, mas não profetizou; antes, colocou tropeços no caminho deles (cf. Nm 22.23; 31.16). 
Finalmente, ele compara esses hereges à rebelião de Corá, que, ao desafiar a autoridade de Moisés, foi engolido pela ter- ra (cf. Nm 16.1-34). Para Judas, esses falsos mestres estão irremediavelmente perdidos. 
 
2.3.2. Apresentam comportamento desrespeitoso e são espiritualmente estéreis 
Nas festas de fraternidade, como a Ceia do Senhor, descritas em 1 Coríntios 11.2, os hereges se embriagavam e praticavam atos imorais, desrespeitando os princípios cristãos (Jd 12; cf. 2 Pe 2.13). Judas os descreve como: 
- manchas em vossas festas de fraternidade (...), pois desconsideravam os pobres, que não tinham o que levar para as celebrações, enquanto se alimentavam excessivamente (Jd 12b); 
- nuvens sem água, levadas pelos ventos, ou seja, pessoas instáveis e estéreis, como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas - eles não tinham a capacidade de produzir frutos espirituais, apenas faziam barulho e sem contribuir para o bem da Igreja (Jd 12b);
- ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, representando a maneira como espalham sua imundícia por onde passam (Jd 13a); e 
- estrelas errantes, em referência à crença de que estrelas e anjos mudam de posição. Isso simboliza sua natureza instável e repreensível, já que, como as estrelas, esses hereges estão destinados à escuridão das trevas, conforme o juízo de DEUS (Jd 13b). 
Judas vaticina que o juízo já está reservado para eles, o que remete à profecia encontrada no livro apócrifo de Enoque (18.12-16), que descreve o castigo dos ímpios e a condenação dos transgressores. 
 
2.3.3. São murmuradores e inconstantes 
Judas denuncia os hereges como murmuradores queixosos de sua sorte, seguindo suas próprias concupiscências e expressando arrogância (Jd 16). Esses gnósticos, espiritualmente desqualificados, eram incapazes de integrar a Igreja de CRISTO. 
Ainda hoje, atitudes semelhantes podem ser encontradas entre os que se desviam da verdade. No entanto, é importante destacar que, embora estejam em condição espiritual degradante, nada impede que sejam transformados pela Palavra, caso se arrependam (2 Tm 2.25,26). 
 
2.4. O juízo divino sobre os infiltrados: a profecia de Enoque 
Judas faz referência à profecia de Enoque, o sétimo após Adão, que anuncia a vinda do Senhor com milhares de seus santos para fazer juízo contra os ímpios, condenando-os por suas obras de impiedade e palavras blasfemas contra DEUS (Jd 14,15, cf. 1 Tm 1.9). 
Embora o Livro de Enoque não faça parte do cânon sagrado, sua citação por Judas é válida, pois o ESPÍRITO SANTO permitiu essa menção devido à sua verossimilhança. A obra, conhecida como "O Livro de Enoque Etíope", não foi escrito pelo Enoque de Gênesis 5.18-24, mas a citação contida em Judas é considerada uma fonte confiável para o contexto abordado. 
 
3. APELO DO AUTOR 
A partir do versículo 17, o escritor sagrado apela aos leitores para que se lembrem dos ensinamentos dos apóstolos sobre os escarnecedores que surgiriam nos últimos tempos 
(d 19). Tais indivíduos seriam antinomistas, vivendo de acordo com seus próprios desejos carnais, negando a verdade ensinada por JESUS e pelos apóstolos sobre a vida espiritual. Por isso, Judas os descreve como sensuais e sem a presença do ESPÍRITO SANTO. Além disso, esses hereges promoveriam divisões na Igreja, seduzindo muitos, como também alertaram Paulo (Rm 16.17,18) e João (2 Jo 10,11).
 
3.1. Edifiquem-se e orem 
Judas exorta os crentes a se edificarem sobre sua santíssima fé (Jd 20), fortalecendo-se no que aprenderam dos ensinamentos apostólicos. Essa fé, totalmente santa, se distingue da visão gnóstica, que promove a depravação moral. Além disso, ele destaca a importância da oração no ESPÍRITO SANTO, um princípio que ressoa com a orientação de Paulo à igreja de Corinto (1 Co 14.14,15). 
 
3.2. Apiedem-se, salvem os que puderem 
Judas orienta os crentes a apiedarem-se (gr. eleate = "ter compaixão") de alguns que estão duvidosos (Jd 22), referindo-se àqueles que, influenciados pelos falsos mestres gnósticos, caíram em dúvida. Ao contrário dos hereges, esses ainda poderiam ser restaurados. 
Judas também os exorta a salvar alguns, arrebatando-os do fogo (Jd 23). Esse simbolismo remete a Zacarias 3.2-4, em que Josué, o sumo sacerdote, é retirado do fogo e purificado de suas iniquidades. De igual modo, os crentes são chamados a ajudar aqueles que podem ser salvos, removendo suas impurezas espirituais e conduzindo-os à purificação. 
 
CONCLUSÃO 
O autor conclui sua epístola louvando ao Senhor, reconhecendo Sua capacidade de proteger os crentes, impedindo-os de cair e apresentando-os irrepreensíveis diante de Sua glória, com grande alegria (Jd 24). Ele afirma a soberania do Altíssimo, proclamando: Ao único DEUS, Salvador nosso, por JESUS CRISTO, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém! (Jd 25). Esta doxologia final sublinha a supremacia divina e a certeza da salvação e proteção garantidas aos fiéis.
 
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO 
1. Como Judas descreve os que causam divisão na Igreja do Senhor? 
R.: Judas os descreve como sensuais, ou seja, pessoas guia- das pelos desejos carnais, e que não possuem o ESPÍRITO SANTO.