Escrita Lição 13, Central Gospel, Judas, os Santos em Guerra, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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Silva
Escrita
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3- Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da comum salvação, tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.
4- Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de DEUS e negam a DEUS, único dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO.
5- Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram;
6- e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia;
7- assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
20- Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO,
21 - conservai a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO, para a vida eterna.
22- E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos;
23 e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.
Obs. Orando no ESPÍRITO – Oração em línguas - 1 Coríntios 14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.
Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o ESPÍRITO. Judas 19
2a feira - Judas 6; 2 Pedro 2.4 Anjos caídos aguardam o juízo eterno de DEUS
3a feira - Zacarias 3.2; Judas 9 O Senhor repreende Satanás
4a feira - Isaías 5.18-22; Judas 11 Ai dos rebeldes e soberbos; busque a justiça
5a feira - 2 Pedro 2.13; Judas 12 Falsos líderes são nódoas nas reuniões do Senhor
6a feira - Judas 20; Colossenses 2.7 Edifiquem-se na fé e permaneçam firmes em CRISTO
Sábado - Judas 23; Zacarias 3.2-4 Resgate os perdidos, mas odeie o pecado
- compreender que indivíduos de mau-caráter não só prejudicam o testemunho cristão, mas também causam divisões no Corpo de CRISTO;
- entender que, quanto aos santos, todo esforço deve ser feito para levar os perdidos ao arrependimento e à salvação.
Prezado professor, ao abordar esta lição, adote uma postura de vigilância e discernimento. Enfatize a importância de reconhecer que nem todos na Igreja são enviados por DEUS e que a presença de pessoas com intenções erradas pode afetar a comunidade.
Ao explicar sobre os falsos mestres e os detratores, procure destacar a responsabilidade dos cristãos em preservar a pureza da fé, sem cair em julgamentos precipitados, mas sempre agindo com amor e verdade. Incentive a reflexão sobre a necessidade de buscar e salvar os perdidos, lembrando que, conforme Judas ensina, todo esforço deve ser feito para restaurar aqueles que ainda podem ser alcançados, agindo com compaixão e temor.
Boa aula!
SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO – LIVROS E REVISTAS ANTIGAS COMO AUXÍLIO
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A doutrina ganhou destaque no século XVI, atribuída inicialmente a Johannes Agricola, que defendia que os crentes não deveriam ser julgados por seus pecados, e a lei moral não era necessária.
Tema: Batalhar pela Fé
Data: 65-70 d.C.
Judas se identifica simplesmente como o “irmão de Tiago” (v. 1). Os únicos irmãos do NT que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de JESUS (Mt 13.55; Mc 6.3).
Talvez Judas mencionou Tiago porque a posição de destaque do seu irmão, sendo dirigente da igreja de Jerusalém serviria para esclarecer sua própria identidade e posição.
Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente antinominianos (i.e., ensinavam que a salvação pela graça lhes permitia pecar sem haver condenação – queriam viver sem regras ou normas) e que zombando, rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natureza de JESUS CRISTO, segundo as Escrituras (v. 4). Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente à fé (vv. 19a, 22) e quanto à conduta (vv. 4, 8, 16). Judas descreve esses homens vis como “ímpios” (v. 15), que “não têm o ESPÍRITO” (v. 19).
O possível relacionamento entre Jd e 2 Pe 2.1—3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de 2 Pedro (vv. 17,18). Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de 2 Pedro (ver introdução de 2 Pedro).
Conselhos de para os cristãos. Preocupação era alertar a todos sobre a vinda de falsos mestres.
Judas escreveu esta carta (1) para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas, e (2) para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v. 3).
Seguindo-se à saudação (vv. 1,2), Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (v. 3a). Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de DEUS e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (v. 4). Judas os acusa de impureza sexual (vv. 4, 8, 16, 18), liberais como Caim (v. 11), cobiçosos como Balaão (v. 11), rebeldes como Coré (v. 11), arrogantes (vv. 8, 16), enganosos (vv. 4a, 12), sensuais (v. 19) e causadores de divisões (v. 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do AT (vv. 5-11). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento divino (vv. 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (vv. 20-23). Judas termina com palavras de louvor a DEUS, de grande inspiração, ao impetrar a sua bênção (vv. 24,25).
Quatro características principais estão nesta epístola. (1) Contém a incriminação mais vigorosa e direta do NT sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa. (2) Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, e.g., três exemplos de julgamento tirados do AT (vv. 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (v. 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do AT (v.11). (3) Sob a plena influência do ESPÍRITO SANTO, Judas fez menção de vários escritos: (a) as Escrituras do AT (vv. 5-7, 11); (b) as tradições judaicas (vv. 9.14,15); e (c) 2 Pedro, citando diretamente 2 Pe 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (vv. 17,18). (4) Contém a bênção mais sublime do NT.
JUDAS - UMA
EXPOSIÇÃO COM OBSERVAÇÕES PRÁTICAS - Comentário
Bíblico Matthew Henry (com algumas inserções e subtrações do Pr. Henrique)
Essa epístola é chamada (como também ocorre com algumas outras) geral ou católica (universal), porque não é diretamente dirigida a qualquer pessoa em particular, ou a uma família ou igreja, mas a todos os cristãos daquela época, então convertidos à fé em CRISTO, tanto do judaísmo como do paganismo (gentios); e ela é, e será, de uso duradouro e especial na igreja e para ela, enquanto o cristianismo existir, isto é, enquanto o tempo existir. O escopo geral dessa epístola é muito parecido com o último capítulo da segunda epístola de Pedro, que, pelo fato de já ter sido explicado ali, requer menos atenção aqui. A epístola visa a advertir-nos contra os sedutores e suas seduções, inspirar-nos a um amor afetuoso e cordial à verdade (verdade manifesta e importante), e a uma preocupação genuína com ela, e isso em uma união íntima com a santidade, da qual a caridade, ou o amor fraternal sincero e imparcial, é o caráter mais essencial e o braço inseparável. A verdade que devemos reter e pela qual devemos nos empenhar para que outras pessoas também possam ser familiarizadas com ela e não se afastar dela tem duas características especiais: Ela é “...a verdade como está em JESUS” (Ef 4.21); e ela é a “...verdade, que é segundo a piedade” (Tt 1.1). O evangelho é o evangelho de CRISTO. Ele o revelou a nós e Ele é o assunto principal dele; e, portanto, somos necessariamente compelidos a aprender nele tudo que podemos da sua pessoa, natureza e ofícios. Portar-se de maneira indiferente em relação a isso é indesculpável para aquele que se chama cristão. Sabemos de qual fonte única e santa devemos tirar todo o conhecimento necessário à salvação. Além disso, essa verdade também é uma doutrina de piedade. Nenhuma doutrina que favorece os desejos dos homens pode ser de DEUS, independentemente dos seus argumentos ou justificativas. Erros perigosos à alma dos homens logo brotaram na igreja. Os homens dormiram e o joio foi semeado. Mas, a sabedoria e bondade da Providência fizeram com que o joio começasse a aparecer e mostrar-se, enquanto, ao menos, alguns apóstolos ainda estavam vivos para refutá-lo e advertir os cristãos contra ele. Poderíamos pensar: Se vivêssemos na época deles, teríamos sido claramente resguardados contra as tentativas e artifícios dos sedutores. Mas temos o testemunho deles e suas advertências, que, certamente, são suficientes; e, se não cremos nos seus escritos, também não creríamos ou não teríamos dado ouvidos às suas palavras caso tivéssemos vivido no meio deles e conversado pessoalmente com eles.
Judas 1
Temos aqui: I. Um
relato do autor da epístola, uma característica da igreja, as bênçãos e
privilégios dessa sociedade bem-aventurada (vv. 1,2). II. O motivo para
escrever essa epístola (v. 3). III. O caráter de homens maus e perversos, que
já tinham surgido naquele estágio inicial da igreja e seriam sucedidos por
outros do mesmo espírito e mau temperamento em tempos posteriores (v. 4). IV.
Uma advertência contra aqueles que dão ouvidos e seguem esse tipo de pessoas,
em relação à severidade de DEUS para com os israelitas incrédulos e
murmuradores quando saíram do Egito, os anjos que caíram, o pecado e o castigo
de Sodoma e Gomorra (vv. 5-7). V. O autor compara esses com os sedutores. Ele
os adverte e os descreve detalhadamente (vv. 8-13). VI. Então (sendo especialmente
adequado para o seu argumento) ele cita uma profecia antiga de Enoque
predizendo e descrevendo o julgamento futuro (vv. 14,15). VII. Ele se prolonga
em relação ao caráter dos sedutores e adverte contra a ofensa que mentes
honestas podem acabar aceitando já num estágio tão precoce das coisas, ao
mostrar que já foi predito muito antes de acontecer (vv. 16-19). VIII. Ele os
exorta a perseverar na fé, na oração fervorosa, na vigilância para não se
afastarem do amor de DEUS e da esperança viva da vida eterna (vv. 20,21). IX.
Ele os orienta quanto à forma de agir contra o erro e o escândalo (vv. 22,23).
E: X. Termina com uma doxologia admirável (vv. 24,25).
A Bênção
Apostólica Judas 1:1-2
Temos aqui o prefácio
ou introdução, em que:
I
Temos um relato do autor da epístola: Judas,
ou Judá. Ele era o homônimo de um dos seus ancestrais, o filho do patriarca
Jacó, o mais famoso, embora não fosse o primogênito dos seus filhos, de cuja
descendência (na sucessão direta de seu pai
legal, José) veio o Messias. Esse era um nome de valor, dignidade e honra. Esse
Judas era um homem bastante diferente. Ele era apóstolo, era um discípulo
sincero e seguidor de CRISTO. Ele foi um servo fiel de JESUS CRISTO. Portanto,
aqui o Judas dessa epístola é distinguido de forma muito cuidadosa. DEUS cuida
muito dos bons nomes dos seus servos sinceros e úteis. Nosso autor se chama
aqui de servo de JESUS CRISTO, considerando ser um título muito honroso. É mais
honrável ser um servo de CRISTO sincero e útil do que ser um rei terreno,
independentemente do seu poder e prosperidade. Ele podia ter reivindicado
parentesco com CRISTO, de acordo com a carne, mas prefere gloriar-se em ser seu
servo. Observe: (1) Realmente é uma honra maior ser servo fiel de JESUS CRISTO
do que ser consanguíneo dele de acordo com a carne. Muitos dos parentes
naturais, bem como dos seus progenitores, pereceram; não por falta de afeição
natural de JESUS como homem, mas por causa da infidelidade e obstinação neles
mesmos, que deveria tornar os descendentes e parentes mais próximos de pessoas
bastante famosas pela sinceridade e piedade exemplar zelosos deles com zelo de DEUS.
O filho de Noé pode ter sido salvo na arca da enchente e destruição temporal,
mas ser submerso ao final na inundação universal da ira divina, e sofrer a pena
do fogo eterno. CRISTO nos diz que quem ouve a sua palavra e a pratica (isto é,
somente esse) é seu irmão, e irmã, e mãe, ou seja, está relacionado de forma
mais honrável e favorável a Ele do que um dos seus parentes naturais mais
próximos e achegados, considerado meramente como tal. Veja Mt 12.48-50. Graças a DEUS que a mãe e os irmãos de JESUS estavam no pentecostes e
cremos que foram fiéis servos de JESUS. (2) Judas se chama de servo, embora
seja apóstolo, um ministro dignificado no Reino de CRISTO. É uma grande honra a
um ministro sincero mas humilde (e isso vale para todo cristão sincero também)
ser servo de JESUS CRISTO, pois, todo líder na igreja é, antes de tudo, servo
de todos. Os apóstolos eram servos antes de serem apóstolos e continuaram sendo
após serem chamados. Deve ser afastada então toda pretensão dos ministros de CRISTO
em dominar de maneira arrogante uns aos outros ou os rebanhos que estão debaixo
dos seus cuidados. Que sempre possamos ter a visão presente do nosso precioso
Redentor: “Não será assim entre vós” (Mt 20.25,26). “...e
irmão de Tiago”, a saber, aquele que os antigos chamam de o primeiro bispo de
Jerusalém, cujo caráter e martírio é mencionado por Josefo, referindo-se à
horrível destruição daquela cidade e nação, como uma das suas causas
principais. Judas era irmão de Tiago, quer numa acepção mais estrita ou mais
ampla (idéia muito comum) não posso determinar. Ele, no entanto, considera uma
honra ser irmão desse Tiago (irmão de JESUS e líder da Igreja de Jerusalém
conforme Atos 15). Devemos honrar as pessoas que estão acima de nós em idade,
dons, graças e posição; não devemos invejá-los, mas também não bajulá-los, nem
ser conduzido meramente pelo seu exemplo, quando temos motivos para achar que
agem de forma errada. Dessa forma, o apóstolo Paulo se opôs ao seu companheiro,
o apóstolo Pedro, não obstante a sua grande admiração e amor afetuoso que tinha
por ele, quando viu que precisava ser censurado (Gl 2.11ss.).
II
Somos informados aqui a quem essa epístola é
endereçada; a saber, a todos aqueles “...que são santificados por DEUS, o Pai,
e conservados em JESUS CRISTO, e chamados” (versão inglesa KJV), após ouvir e
crer no evangelho (Ef 1.13).
Algumas igrejas cristãs estão, em nossos dias, cheias de “...inveja e espírito
faccioso, perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16). Foram chamados a se tornarem cristãos, pela pregação da palavra, que
eles receberam com alegria, e na qual admitiram cordialmente crer, e assim
foram recebidos na sociedade e comunhão da igreja – CRISTO, a cabeça, e os
crentes, os membros. Os verdadeiros crentes realmente reconheciam visivelmente
os crentes. Observe: Os cristãos são os chamados, chamados para fora do mundo,
do espírito e estado pecaminoso dele; para estarem acima do mundo, para coisas mais
elevadas e melhores, o céu, coisas não vistas e eternas; chamados do pecado
para o perdão em CRISTO, da futilidade para a seriedade, da impureza para a
santidade; e isso em busca do propósito e graça divinos; “...aos que
predestinou devido à sua presciência, a esses também chamou” (Rm 8.30). Os chamados dessa forma são: 1. Santificados: “...santificados por DEUS,
o Pai”. Geralmente as Escrituras falam da santificação como obra do ESPÍRITO SANTO,
no entanto, aqui ela é atribuída a DEUS, o Pai, porque o ESPÍRITO opera como o ESPÍRITO
do Pai e do Filho. Observe: Todos que efetivamente são chamados, são
santificados, e feitos “...participantes da natureza divina” (2 Pe 1.4); porque “...sem santificação, ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Observe: A santificação é tanto nossa obra (1
Pedro 1:16; Ap 22.11), quanto do
Pai (1Ts 5.23). Se alguém é santificado, é santificado por DEUS, o Pai, não
excluindo o Filho ou o ESPÍRITO, porque Eles são um, um só DEUS. A depravação e
contaminação são obras nossas; mas a santificação e a renovação são obras de DEUS
e da sua graça; e, portanto, se perecemos em nossa iniquidade devemos assumir a
culpa, mas se somos santificados e glorificados, toda honra e glória devem ser
atribuídas a DEUS, e somente a Ele, pois é quando nos entregamos mais a ELE que
somos santificados. Reconheço que é difícil dar um relato claro e preciso
acerca disso, mas não devemos negar nem desprezar a verdade necessária, uma vez
que não podemos completamente harmonizar as diversas partes dela; porque, de
acordo com essa hipótese, poderíamos negar que qualquer um de nós poderia mexer
um palmo do lugar onde nos encontramos atualmente, embora vejamos o contrário a
cada dia e hora. 2. Os chamados e santificados são “...conservados em JESUS CRISTO”.
Uma vez que é DEUS que inicia a obra da graça na alma das pessoas, assim é Ele
que dá continuidade a ela, e a torna perfeita. Onde Ele inicia, Ele aperfeiçoa;
embora sejamos inconstantes, Ele é constante. Ele “...não desamparará as obras
das suas mãos” (Sl 138.8). Não vamos, portanto, confiar em nós mesmos, nem no suprimento da
graça já recebida, mas nele, e somente nele, continuando a nos esforçar, por
intermédio de todos os meios apropriados e designados, para nos resguardar,
como esperamos que Ele nos guarde. Observe: (1) Os crentes são conservados das
portas do inferno e para a glória do céu. (2) Todos que são preservados são
preservados em JESUS CRISTO, como sua cidadela e refúgio, enquanto permanecerem
nele, e somente devido a essa união com Ele. Nossos esforços devem ser no sentido
de mantermos íntima comunhão com DEUS, evitando e combatendo o pecado (Hb
12.1).
III
Temos a bênção apostólica: misericórdia etc.
Da misericórdia, da paz e do amor de DEUS flui todo o nosso conforto, todo
nosso verdadeiro prazer nesta vida, toda nossa esperança de uma vida melhor. 1.
A misericórdia de DEUS é a nascente e fonte de todo bem que temos ou esperamos
ter; misericórdia não somente aos miseráveis, mas aos culpados.
2. Depois da
misericórdia vem a paz, que obtemos do sentimento de ter recebido a
misericórdia. Não podemos ter uma paz verdadeira e duradoura que não flua da
nossa reconciliação com DEUS por JESUS CRISTO. 3. Como da misericórdia salta a
paz, assim da paz salta o amor, seu amor por nós, nosso amor a Ele, e nosso
amor fraternal (esquecido e tristemente negligenciado!) de um para com o outro.
O autor ora para que esses aspectos sejam multiplicados, que cristãos não se
contentem com sobras; mas que as almas e as sociedades estejam cheias deles.
Observe: DEUS está pronto para nos suprir com toda sorte de bênçãos (Ef 1.3).
Se estamos limitados, não estamos limitados nele, mas em nós mesmos (2
Pedro 3:18).
A Comum
Salvação. Os Monumentos de Julgamento Judas 1:3-7
Temos aqui:
I
O desígnio do autor em escrever essa epístola
aos judeus e gentios convertidos; a saber, para estabelecê-los na fé e numa
prática e conduta verdadeiramente consoantes e de acordo com ela, e em uma
confissão aberta e ousada acerca dela, especialmente em tempos de clara
oposição, quer pela sedução ardilosa ou pela perseguição violenta e desumana.
Mas, então devemos tomar todo cuidado para que de fato creiamos, professemos e
propaguemos a verdadeira fé cristã; não as insígnias discriminadoras desse ou
daquele grupo, nada que venha de uma data posterior aos escritos inspirados dos
santos evangelistas e apóstolos. Observe o seguinte: 1. A salvação do evangelho
é uma salvação comum, isto é, em uma oferta mais sincera dela para toda a
humanidade e até onde a notícia alcança: porque é assim que a comissão se
expressa (Mc 16.15,16): “Ide por
todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” etc. Certamente, DEUS
cumprirá o que prometeu. Ele não nos ilude com palavras vãs, independentemente
do que as pessoas façam; e, portanto, ninguém está excluído do benefício dessas
ofertas e convites graciosos, a não ser esses que de maneira obstinada e
impenitente acabam se excluindo. “Quem tem sede venha; e quem quiser tome de
graça da água da vida” (Ap 22.17). Isso vale para todos os crentes, e somente para eles. Isso é feito
para os fracos e para os fortes. Que ninguém se sinta desanimado por causa de
decretos ocultos dos quais conhecem pouco e que nada lhes diz respeito. “Todos
os bons cristãos que têm em CRISTO a cabeça comum, são estimulados pelo mesmo ESPÍRITO,
são guiados por uma regra, se encontram diante do mesmo trono da graça e
esperam em breve encontrar-se em uma herança comum”, certamente uma herança
gloriosa, ela certamente excederá em muito todas as nossas esperanças e
expectativas atuais. 2. Essa comum salvação é o assunto da fé de todos os
santos. A doutrina dela é com o que todos devem concordar de todo coração. Eles
a estimam como “...uma palavra fiel e digna de toda aceitação” (1 Tm 1.15). Essa é a fé que uma vez foi dada aos santos, à qual nada pode ser
acrescentado, da qual nada deve ser diminuído, na qual nada deveria ser
alterado. Vamos permanecer nisso; então estaremos seguros; se movermos um passo
a mais, corremos o risco de ser enredados ou seduzidos. 3. Todos os apóstolos e
evangelistas nos escreveram a respeito dessa comum salvação. Aqueles que leram
os seus escritos com cuidado não duvidarão dela. Salvação só em JESUS, mediante
a fé ao ouvir o evangelho (Ef 1.13, 2.8). O que importa é que eles declararam
claramente, pela inspiração do ESPÍRITO SANTO, tudo que é necessário para cada
um crer e fazer, para obter um interesse pessoal na comum salvação. 4. Aqueles
que pregam ou escrevem acerca da comum salvação deveriam usar de toda
diligência para fazê-lo bem: eles não deveriam oferecer a DEUS ou ao seu povo
aquilo que não lhes custa nada, ou quase nada, pouco ou nenhum esforço ou
pensamento (2 Sm 24.24). Dessa forma trataríamos a DEUS de maneira irreverente, e o homem, de
maneira injusta. O autor (apesar de inspirado) usou de toda diligência para
escrever a respeito da comum salvação, tanto a judeus quanto a gentios. O que,
então, acontecerá com aqueles que (embora não sejam inspirados) não usam de
diligência, ou quase nenhuma, mas dizem às pessoas (mesmo em nome de DEUS)
quicquid in buccam venerit – aquilo que vem em seguida, que, ao usarem palavras
das Escrituras, não se importam em interpretá-las ou aplicá-las devidamente? Aqueles
que falam coisas sagradas sempre deverão falar com a maior reverência, cuidado
e diligência. 5. Aqueles que receberam a doutrina dessa comum salvação devem
batalhar por ela. Diligentemente (versão RA). Aqueles que batalham pela fé
cristã, ou pelo caminho cristão, devem batalhar legitimamente, ou perderão o
seu trabalho, e correrão grande risco de perder a sua coroa (2 Tm 2.5). “Porque a ira do homem não opera a justiça de DEUS” (Tg 1.20). Observe: Esses que receberam a verdade devem batalhar por ela. Mas,
de que forma? Da forma como o autor o fez; ao sofrer paciente e corajosamente
por ela.
Não devemos permitir
sermos roubados de nenhum parte essencial da fé cristã, por meio da astúcia
habilidosa ou aspirações plausíveis de pessoas que “...enganam fraudulosamente”
(Ef 4.14). O apóstolo Paulo relata que pregava o evangelho (note bem, o
evangelho) “...com grande combate” (1 Ts 2.2), isto é (como eu o entendo), com grande seriedade, com um zelo
sincero e genuíno e uma grande preocupação com o sucesso daquilo que foi
pregado. Mas, se queremos entender combate na acepção costumeira da palavra,
devemos considerar imparcialmente com quem o autor combatia, e como combatia.
II
O motivo que o autor tinha para escrever a
esse respeito. Da forma que costumes maus acabam gerando boas leis, assim erros
perigosos com frequência oferecem a oportunidade para a defesa adequada de
verdades importantes. Observe aqui: 1. Homens ímpios são os grandes inimigos da
fé cristã e da paz da igreja. Aqueles que negam ou corrompem a fé e perturbam a
paz, são aqui expressamente chamados de “...homens ímpios”. Podemos ter verdade
com paz (uma coisa muito desejada) se somente existirem (ministros ou cristãos
em particular) em nossas igrejas ou congregações pessoas verdadeiramente
piedosas – uma bênção bastante rara nesse lado do céu. Homens ímpios levantam
escrúpulos, provocam questionamentos, causam divisões, aumentam brechas,
meramente para promover e favorecer seus próprios fins egoístas, ambiciosos e
avarentos. Essa tem sido a praga da igreja nos períodos históricos passados, e
temo dizer que nenhum período está, ou estará, completamente livre desses
homens e práticas enquanto existir o tempo. Observe: Nada nos cortará da igreja
a não ser aquilo que nos cortará de CRISTO; a saber, infidelidade e impiedade
reinantes. Homens ímpios são aqueles que vivem sem DEUS no mundo, que não tem
respeito por DEUS nem escrúpulo. Esses devem ser temidos, e, consequentemente,
evitados, não somente aqueles que são perversos pelos pecados de comissão, mas
também os que são ímpios pelos pecados de omissão, que, por exemplo, refreiam a
oração diante de DEUS, que não ousam reprovar um homem rico, quando é o seu
dever fazê-lo, por medo de perder seu favor e as vantagens que eles prometem,
que fazem a obra do SENHOR fraudulentamente etc. 2. Os piores homens são
aqueles que “...convertem em dissolução a graça de DEUS”, que têm coragem de
pecar de maneira mais ousada porque pensam que a graça de DEUS transbordou, e
continua transbordando de maneira tão maravilhosa que não serão punidos. Assim,
eles são insensibilizados em suas impiedades pela amplitude e plenitude da
graça do evangelho, cujo objetivo é afastar o homem do pecado, e trazê-lo a DEUS
suas mentes estão cauterizadas (1 Timóteo 4:2). Assim, portanto, aumentar a libertinagem diante de
uma graça tão grande e transformá-la em uma oportunidade para cometer todo tipo
de impureza com ganância, insensibilizando-nos nesse caminho por essa mesma
graça que é o meio mais poderoso e convincente para nos corrigir ou reformar
dela, é colocar-nos entre os mais desprezíveis, piores e incorrigíveis
pecadores. A graça de DEUS é JESUS e sua obra salvífica. 3. Aqueles que
transformam a graça de DEUS em lascívia, de fato, “...negam a DEUS, único
dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO”; isto é, eles negam tanto a religião
natural quanto a revelada. Eles desferem contra o fundamento da religião
natural, porque negam o único DEUS e Senhor; e eles derrubam a ordem da
religião revelada, porque negam o Senhor nosso, JESUS CRISTO. Seu grande
intento em estabelecer a religião revelada no mundo era levar-nos a DEUS.
Observe: Aqueles que negam nosso Senhor JESUS CRISTO negam, na realidade, o
único DEUS e Senhor. Negar a religião revelada é virtualmente aniquilar a
religião natural, porque elas permanecem em pé ou caem juntas, e elas concedem
luz e força uma à outra. Será que os nossos deístas modernos, que vivem no meio
da luz do evangelho, considerariam seriamente esse aspecto, e, com cautela,
diligência e imparcialidade examinariam aquilo que os está impedindo de receber
o evangelho, enquanto professam estar plenamente persuadidos de todos os
princípios e deveres da religião natural? Deísta é alguém
que acredita num Deus ou num princípio criador que originou o universo, mas que
não intervém mais nos assuntos do mundo, sendo a existência deste Deus
comprovada pela razão e pela natureza, não por revelação ou religião organizada. Nunca dois registros corresponderam um ao outro de
maneira mais exata do que esses, de modo que parece absurdo receber um e
rejeitar o outro. Pensamos que seria mais lógico receber as duas ou rejeitar as
duas; embora, talvez, o método mais plausível, especialmente em nossa era, seja
agir da forma como eles agiam. 4. Aqueles que transformam a graça de DEUS em
lascívia estão determinados à condenação. Eles pecam contra a última, maior e
mais perfeita solução; e, assim, não têm desculpa. Aqueles que pecam dessa
forma precisam morrer dessas suas feridas e doenças, e estão de tempos antigos
ordenados para essa condenação, independentemente do que essa expressão
signifique. Mas, e se nossos tradutores tivessem pensado apropriado ter
traduzido as palavras palai progegrammenoi – de que há muitas pessoas que, por
causa de seu próprio pecado e loucura, viriam a ser os próprios objetos desta
condenação. O destino dessas pessoas já está escrito há muito tempo, pois se
voltaram contra o nosso único Mestre e Senhor, Jesus Cristo. Não era suficiente que fosse apresentada uma
advertência antecipada pelos autores inspirados de que esses sedutores e homens
perversos surgiriam em tempos posteriores, e que todos que fossem prevenidos,
mesmo que não obedecessem. 5. Devemos batalhar seriamente em favor da fé, em
oposição àqueles que a perverteriam ou corromperiam, como aqueles que se
introduziram (“com dissimulação”, versão RA): um caráter desprezível, com
certeza, mas, com frequência, aplicado de maneira bastante apropriada por
pessoas más e ignorantes, e mesmo por aqueles que se introduzem de surpresa,
que acham que seu padrão deveria servir de lei para todos os seus seguidores e
admiradores. Certamente, ministros fiéis e humildes são fomentadores da
alegria, paz e conforto do seu povo; não senhores da sua fé! Devemos batalhar
seriamente contra todos que tentam corromper a fé. Quanto mais ativo e
astucioso forem os instrumentos e agentes de Satanás, para nos roubar a
verdade, tanto mais cuidadosos deveríamos ser em segurá-la firme, contanto que
tenhamos o cuidado de não atribuir um caráter errôneo ou injurioso a pessoas,
grupos ou sentimentos.
III
A advertência justa que Judas, em nome de CRISTO,
apresenta àqueles que, tendo professado sua santa doutrina, acabam desertando
mais tarde, provando ser falsos seguidores (vv. 5-7). Temos aqui uma exposição
dos julgamentos anteriores de DEUS aos pecadores, que visa despertar e
atemorizar aqueles a quem são dadas advertências nesta epístola. Observe: Os
julgamentos de DEUS são, com frequência, denunciados e executados para
causar terror – para advertir as
pessoas, em vez de por causa de um descontentamento imediato e particular
contra os próprios ofensores; não que DEUS não esteja descontente com eles,
mas, talvez, não mais com eles do que com aqueles que, pelo menos no tempo
presente, conseguem escapar. “Mas quero lembrar-vos”. Precisamos ser lembrados
até mesmo daquilo que já sabemos. Portanto, sempre haverá necessidade de um
ministério estável na igreja cristã, embora todas as doutrinas da fé, os
princípios básicos, estejam tão claramente reveladas em palavras definidas, ou
pela consequência mais próxima, clara e imediata, que aquele que esteja
correndo possa lê-las e compreendê-las. Não faltam intérpretes infalíveis,
honestos ou vaidosos, para esses fins ou propósitos. Algumas pessoas (bastante
fracas) sugerem: “Se as Escrituras contêm de maneira tão clara tudo que é
necessário para a salvação, por que então é necessário ter um ministério
permanente? Por que não nos contentamos em ficar em casa e ler nossas Bíblias?”
O inspirado autor respondeu de modo enfático, mas não totalmente, essa objeção.
A pregação não visa ensinar-nos algo novo em cada sermão, algo do qual não
tínhamos conhecimento algum; mas lembrar-nos, recordar coisas esquecidas,
afetar nossas paixões e empenhar e solidificar nossas decisões, para que a
nossa vida esteja de acordo com a nossa fé. “...como a quem já uma vez soube
isto”, mas que, no entanto, precisa sabê-lo ainda melhor. Há muitas coisas que
sabíamos mas que infelizmente esquecemos. Será que não é útil ser novamente
lembrado delas?
⁵² E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens. Lucas 2:52
⁴ Regozijai-vos sempre
no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Filipenses 4:4
O que são essas coisas de que os cristãos precisam ser lembrados?
1. A destruição dos israelitas incrédulos no deserto (v. 5). Paulo lembra esse fato aos coríntios (1 Co 10). Os primeiros dez versículos daquele capítulo (como a Escritura sempre é o melhor comentário dela mesma) são a melhor explicação do quinto versículo dessa epístola de Judas. Ninguém, portanto, deve abusar dos seus privilégios, uma vez que muitos que saíram do Egito por meio de uma série de milagres impressionantes, acabaram perecendo no deserto por causa da sua incredulidade. Portanto, não vamos nos ensoberbecer, mas temer (Rm 11.20). “Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás” (Hb 4.1). Eles tinham milagres em abundância: eles recebiam seu pão diariamente; mas mesmo esses pereceram em descrença. Temos vantagens maiores (muito maiores) do que eles; que o erro (fatal) deles sirva de advertência para nós.
2. Somos lembrados
aqui da queda dos anjos (v. 6). Um grande número de anjos deixou “...a sua
própria habitação”; isto é, não estavam satisfeitos com os cargos ou posições
que DEUS tinha apontado para eles, e achavam (semelhante a ministros
descontentes em nossa era, e, devo dizer, em todas as eras) que mereciam mais.
Eles, com o título de ministros, seriam soberanos, e, na verdade, seu Soberano
deveria ser o ministro deles – fazer tudo e somente aquilo que eles queriam que
Ele fizesse; assim, o orgulho se tornou a causa principal e imediata ou o
motivo da queda deles. Dessa forma, eles abandonaram os seus postos e se
rebelaram contra DEUS, seu Criador e Senhor soberano. Mas DEUS não os poupou
(elevados e grandes como eram). Ele não se humilharia diante deles e os lançou
para fora do céu, como um príncipe sábio e bom fará com um ministro egoísta e
fraudulento Satanás e seus demônios foram expulsos, alguns demônios foram
presos, reservados para “
E foram soltos os quatro anjos, que
estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça
parte dos homens”. Apocalipse 9:15. O grande e sábio DEUS não podia ignorar
(como os melhores e mais sábios príncipes terrenos muitas vezes ignoram) os
desígnios que estavam tramando. Afinal, o que aconteceu com eles? Eles achavam
que tinham desafiado e encarado a própria Onipotência; mas DEUS foi duro com
eles e os lançou em prisão. Aqueles que não queriam ser servos do seu Criador e
da sua vontade em seu primeiro estado foram feitos cativos por causa da justiça
de DEUS que os “...reservou na escuridão e em prisões eternas...”. “E o número
dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles”
Apocalipse 9:16. Veja
aqui qual é a condição dos anjos caídos: eles estão em prisões (ou algemas,
versão RA), presos debaixo do poder e justiça divinos, presos “...até ao juízo
daquele grande Dia” (Grande Tribulação). Eles estão na escuridão, embora
tivessem sido anjos da luz. Eles estão tão horrivelmente no escuro que
continuam a lutar contra DEUS, como se ainda houvesse uma pequena esperança de
prevalecer e vencer no conflito. Que obsessão lúgubre! Luz e liberdade
concordam, cadeias e escuridão quão bem concordam e combinam-se mutuamente! Os
demônios, outrora anjos, no melhor sentido, estão reservados na escuridão.
Observe: Há, sem dúvida há, um julgamento vindouro; os anjos caídos estão
reservados ao juízo daquele grande Dia. Será que os homens caídos vão escapar
desse Dia? Certamente não. Que cada leitor reflita a esse respeito no devido
tempo. As prisões deles são chamadas eternas, porque é impossível quebrá-las ou
escapar delas; eles estão presos debaixo delas. O decreto, a justiça, a ira de DEUS,
são as prisões debaixo das quais os anjos caídos estão bem presos. Ouçam e
temam, ó mortais pecadores da humanidade!
3. O autor aqui lembra
a destruição de Sodoma e Gomorra (v. 7). “...assim como...”. Essa é uma alusão
à destruição de Pentapolis, ou as cinco cidades, para que as misérias dos
condenados ao inferno sejam demonstradas por um lago que queima com fogo e enxofre;
eles eram culpados de uma maldade abominável, que não podia ser mencionada nem
imaginada, mas de uma repugnância e abominação extrema; a ruína deles é uma
advertência particular para que todas as pessoas prestem atenção e fujam
“...das concupiscências carnais, que combatem contra a alma” (1 Pe 2.11). “Essas concupiscências consumiram os sodomitas com fogo do céu, e
eles estão agora “...sofrendo a pena do fogo eterno”; portanto, cuidado, não
imiteis seus pecados, para que as mesmas pragas não se apossem de vós como
ocorreu com eles. DEUS é o mesmo Ser santo, justo e puro hoje como o foi
naquela época; e, podem os prazeres bestiais de um momento compensar o vosso
sofrimento da vingança do fogo eterno? Perturbai-vos, portanto, e não pequeis”
(Sl 4.4).
Os
Professores Contumazes Judas 1:8-15
Judas apresenta aqui
uma acusação contra os enganadores que estavam então seduzindo os discípulos de
CRISTO da profissão e prática da sua santa fé. Ele os chama de adormecidos
(“sonhadores alucinados”, versão RA), posto que a ilusão é um sonho, e o início
e passagem para toda sorte de impureza. Observe: O pecado é impureza; ele
apresenta os homens detestáveis e desprezíveis diante do santíssimo DEUS, e os
torna (mais cedo ou mais tarde, como penitentes ou como castigados ao extremo e
sem recurso) desprezíveis aos seus próprios olhos, e, depois de um tempo,
desprezíveis aos olhos de todos que os envolvem. Esses adormecidos sonham estar
em um paraíso de tolos na terra, e em um inferno real no final: que o seu
caráter, trajetória e fim sejam nossa advertência propícia e suficiente; tais
pecados causam tais castigos e misérias.
I
O caráter desses sedutores é descrito:
1. Eles “...contaminam
a sua carne”. A carne, ou corpo, é a base imediata, e, com frequência, a
ocasião irritante, de muitas contaminações repugnantes. No entanto, embora
sejam feitas no e contra o corpo, corrompem grandemente e desfiguram e ferem
gravemente a alma. “Concupiscências carnais combatem contra a alma” (1 Pe 2.11).
Em 2 Coríntios 7.1 lemos a respeito da “...imundícia da carne e do espírito”,
que, embora sejam de diferentes tipos, corrompem o homem todo.
2. Eles “...rejeitam a
dominação, e vituperam as autoridades”, são de mente perturbada e de espírito
revoltoso, esquecendo-se de que “...as autoridades que há foram ordenadas por DEUS”
(Rm 13.1). DEUS requer “...que não infamemos a ninguém” (Tt 3.2); mas a
difamação se torna mais grave quando aquilo que dizemos é contra os líderes,
homens que DEUS colocou como autoridade sobre nós, porque estaremos blasfemando
contra DEUS. Ou, se a entendemos, como é o caso de alguns, se referindo à
religião, que terá o domínio nesse mundo mais baixo, esses difamadores
desprezam o domínio da consciência, zombam dela, e buscam bani-la do mundo; e
quanto à Palavra de DEUS, a regra da consciência, eles a desprezam. As
revelações da vontade divina significam muito pouco para eles. Elas são uma
regra de fé e costumes, mas não até que as tenham explicado e imposto sua
percepção sobre elas a todos que estão ao redor deles. Ou, como outros acham,
nesse texto, o povo de DEUS, de uma maneira verdadeira e especial, é a
autoridade aqui, de acordo com o salmista: “Não toqueis nos meus ungidos e não
maltrateis os meus profetas” (Sl 105.15). Eles vituperam etc. A fé cristã e
seus adeptos sérios sempre e em todo lugar foram vituperados. Embora só
apresente coisa boas, e que merecem nossa mais elevada consideração, ela é
perfectiva da nossa natureza e útil aos nossos interesses mais elevados e
fiéis; no entanto, essa seita (como seus inimigos têm prazer em chamá-la),
“...em toda parte se fala contra ela” (At 28.22).
Nessa ocasião, o autor
introduz “...o arcanjo Miguel...” (v. 9).
Os intérpretes não se
entendem quando discutem o significado do corpo de Moisés. Alguns acham que o
Diabo contendia para que Moisés tivesse um funeral público e honrável, que o
lugar onde ele fosse sepultado pudesse ser de conhecimento geral, esperando com
isso atrair os judeus a um novo caso de idolatria, já que eram tão inclinados
para tal. Embora essa contenda tenha sido poderosamente zelosa e séria, e
Miguel tenha saído vitorioso nessa questão, ele “...não ousou pronunciar juízo
de maldição...” contra o próprio diabo. Existe uma hierarquia celestial e o Querubim
Diabo, ou Satanás, é maior nela do que Miguel, o arcanjo. O contexto é de
liderados que se revoltam contra líderes, não lhes são sujeitos em sua
autoridade dada por DEUS. Temos aqui um lembrete a todos os disputantes, para
nunca fazerem acusações injuriosas em suas disputas. A verdade não precisa da
ajuda da falsidade e grosseria. Lembramos da exclamação do próprio Senhor (Mt 4.10): “Vai-te, Satanás”. Aqueles que criticam ou condenam (em particular)
obreiros importantes do DEUS justo, podem esperar ouvir: “O Senhor te
repreenda”; e repreensões divinas são mais difíceis de serem suportadas do que
pecadores descuidados possam pensar.
3. “Estes, porém,
dizem mal do que não sabem” (v. 10). Observe: Aqueles que falam mal da fé
cristã e da piedade, dizem mal do que não sabem; porque, se as conhecessem,
teriam falado bem delas, porque nada além de coisas boas e excelentes podem ser
faladas da fé cristã, e é triste que qualquer coisa diferente ou contrária seja
dito de qualquer um dos seus adeptos. Uma vida cristã é a vida mais segura,
feliz, confortável e honrável que existe. Também observe: As pessoas são mais
inclinadas a falar mal das pessoas e coisas que conhecem menos. Quantas pessoas
nunca teriam sofrido o ataque de línguas caluniosas se fossem mais conhecidas!
Por outro lado, o isolamento protege alguns até mesmo de uma censura justa.
“...naquilo que naturalmente conhecem”. É difícil, se não impossível, encontrar
alguns inimigos obstinados da fé cristã, que não estejam vivendo em contradição
aberta ou oculta com os princípios da religião natural: muitos acham isso
difícil e severo; mas receio que esse aspecto ficará revelado de forma clara no
dia da revelação do justo juízo de DEUS. Quantos hoje falam mal dos servos que DEUS
usa em sinais, prodígios e maravilhas e até lhes atribuem poder de Satanás ,
como fizeram com JESUS (Ele expulsa os demônios por Belzebu, príncipe dos
demônios. Lucas 11:15). O autor compara essas pessoas com animais irracionais,
embora com frequência pensem e se vangloriem, se não como os mais sábios,
contudo, pelo menos, como os mais espertos de toda a humanidade. Naquilo... se
corrompem; isto é, nas coisas mais necessárias, naturais e evidentes, coisas
que estão mais expostas e óbvias à razão e consciência natural; mesmo nessas
coisas eles se corrompem, se degradam e se pervertem: a falta, qualquer que
seja, não está na sua compreensão e apreensão, mas em suas vontades depravadas
e apetites e sentimentos desordenados. Eles poderiam e deveriam ter agido
melhor, mas então teriam de rechaçar esses sentimentos desprezíveis que
obstinadamente escolheram gratificar em vez de mortificar.
4. No versículo 11, o
autor os retrata como seguidores de Caim (invejosos da preferência de DEUS por
lhes usar), e nos versículos 12 e 13, como pessoas ateístas e profanas, que não
pensavam muito, e, talvez, não criam muito, em DEUS ou no mundo futuro. Eles
eram gananciosos e avarentos, que, pelo fato de desejarem apenas obter
benefícios mundanos presentes, não se importavam com o que vinha depois; eram
rebeldes contra DEUS e os homens, que, semelhantes a Corá (rebelião contra os
servos que DEUS usa), passariam por situações que certamente os levaria à
morte, como ocorreu com ele. Desses, o autor diz mais adiante: (1) “Estes são
manchas em vossas festas de caridade” – as agapai, ou festas de amor, tão
conhecidas pelos antigos. Tais pessoas acabaram, por um motivo ou outro, sendo
admitidas entre eles, mas eram manchas corrompidas e desonrosas para eles.
Observe: É grande vergonha, embora injusta e acidental, para a religião, quando
aqueles que a professam, e participam dessa instituição mais sagrada, são, no
coração e na vida, inaptos e mesmo contrários a ela: Estes são manchas. Embora
tão comum em todas as sociedades cristãs aqui na terra, incluindo as melhores,
tais pessoas são manchas nefastas! Que o Senhor corrija isso no seu devido
tempo e maneira, não da maneira cega e rigorosa dos homens ao arrancar o trigo
com o joio. Mas no céu que estamos aguardando, esperando e nos preparando, não
encontraremos esse tipo de obra insensata e ações licenciosas. Esses lá não
estarão no arrebatamento da Igreja. (2) “...banqueteando-se convosco e
apascentando-se a si mesmos sem temor”. Eles, sem dúvida, eram reconhecidamente
glutões. Eles se importavam apenas em gratificar os apetites com o regalo e a
abundância da sua comida (não são adeptos do jejum e da oração). Eles
certamente não deram ouvidos à advertência de Salomão (Pv 23.2). Observe: Precisamos de um santo temor quando comemos e bebemos,
quanto mais quando nos banqueteamos; embora possamos, às vezes, ser de maneira
mais fácil e insensível vencidos em uma refeição comum do que em um banquete.
Para algumas pessoas, a abundância de um banquete já serve de antídoto,
enquanto que para outros, ele pode se tornar uma armadilha perigosa. (3)
“...são nuvens sem água”, que prometem chuva em tempos de seca, mas não
concretizam aquilo que prometem (não têm a unção verdadeira de o ESPÍRITO SANTO,
só sabem falar bonito em seus discursos bem elaborados). Esse é o caso de
adeptos formais, que num primeiro momento prometem muito, semelhantes às
árvores que florescem antes do tempo durante a primavera, mas que acabam
produzindo pouco ou nenhum fruto. “...levadas pelos ventos”, leves e vazias,
facilmente impelidas para lá e para cá (sabem ensinar, mas não praticam o que
ensinam). Esses são adeptos vazios sem fundamento, uma presa fácil para
qualquer sedutor. É impressionante ouvir tantas pessoas falarem com tanta
confiança a respeito de tantas coisas das quais sabem muito pouco ou nada, que
não têm a sabedoria e humildade de discernir e ser sensível ao fato de que
pouco de fato sabem (Não conhecem o sobrenatural, apenas o raso da
intelectualidade). Quão feliz seria o nosso mundo se as pessoas soubessem mais,
ou, se, pelo menos reconhecessem o quão pouco de fato sabem! (4) “...árvores
murchas, infrutíferas”. Elas são árvores, porque são plantadas na vinha do
Senhor, mas são infrutíferas (Não produzem almas, não imitam JESUS na cura e libertação de pessoas necessitadas de
ajuda). Observe: Aqueles cujos frutos murcham podem ser corretamente chamados
de infrutíferos. Que bem faz o bem que nunca melhora? É triste quando as
pessoas parecem começar no ESPÍRITO, mas acabam na carne, fato que ocorre com
mais frequência do que gostaríamos de admitir. O texto diz que essas pessoas
estão “...duas vezes mortas”. Imaginamos que uma vez morto é suficiente; nenhum
de nós gosta de pensar em morrer uma vez só, embora isso seja estabelecido para
todos nós, a não ser para aqueles que serão arrebatados, estando ainda vivos.
Qual é, então, o significado de estar duas vezes morto? Eles estavam mortos uma
vez em seu estado natural caído e prescrito; mas eles pareciam recuperar-se, e,
como um homem em um enlevo, ser trazido à vida novamente, quando professavam a
fé cristã. Mas, agora eles estão novamente mortos pelas provas evidentes que
deram da sua hipocrisia: independentemente da impressão que davam, eles não
tinham nada verdadeiramente vital neles. “...desarraigadas”, como geralmente
fazemos com as árvores mortas, das quais já não esperamos mais frutos. Essas
pessoas estavam mortas, mortas, mortas; por que obstruir o solo? O lugar delas
é no fogo. (5) “...ondas impetuosas do mar”, tempestuosas, barulhentas e
clamorosas; cheias de turbulência, mas com pouco (ou nenhum) sentido ou
significado: “...que escumam as suas mesmas abominações”, criando muita
inquietação nos homens de melhor percepção e temperamento mais calmo, que no
fim acabarão em vergonha maior e opróbrio justo Tiago
1:6 descreve uma pessoa que duvida, ou não tem fé, como alguém semelhante a uma
"onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra
parte". Ondas tempestuosas
são um terror para os passageiros no mar; mas, quando eles chegam no porto, as
ondas são esquecidas como se não mais existissem: o barulho e terror delas
terminaram para sempre. (6) “...estrelas errantes”, planetas que são erráticos
em seus movimentos, que não guardam um curso regular e constante como é o caso
dos fixos, mas mudam suas posições, suas doutrinas, suas convicções, de acordo
com o lugar onde estão. Na religião e na política, os grandes assuntos do
debate atual, certamente há certa força onde homens sábios e bons, honestos e
abnegados, possam concordar, sem lançar o populacho na mais profunda angústia e
aflição da mente, ou inflar suas paixões em raiva e fúria, sem deixá-los saber
o que dizem ou de quem afirmam.
II
A ruína dessas pessoas ímpias é declarada:
“...para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”. Os falsos
mestres podem esperar o pior dos castigos nesse mundo e no mundo futuro: nem
todos que ensinam por engano algo que não é exatamente verdadeiro (porque quem,
então, em qualquer reunião pública, ousaria abrir a Bíblia para ensinar aos
outros?), mas todo aquele que prevarica, encobre, levando outras pessoas às
estradas vicinais ou às calçadas, para buscar ter lucro ou transformar as
pessoas em presas, ou (de acordo com a frase do apóstolo) fazer negócio deles (2 Pe 2.3). Ensinam o que praticam, mas nunca o que DEUS quer ensinar. Mas,
basta disso. Em relação à negrura das trevas para sempre, apenas posso dizer
que essa expressão terrível, que envolve o pior tipo de horror, pertence aos
que de fato são falsos mestres, que são falsificadores da palavra de DEUS e
traem a alma das pessoas. Se isso não tornar cautelosos ministros e pessoas,
não sei o que pode. Esses seguem lideranças antiga, sem nem mesmo pedirem a DEUS
a verdadeira direção, não querem saber a verdade para não perderem suas
posições sociais.
A profecia de Enoque (livro
apócrifo, mas que continha pelo menos esta verdade) - Nenhuma outra parte das
Escrituras faz menção da profecia de Enoque (vv. 14,15); mas então essa
profecia se tornou Escritura. Um texto claro das Escrituras é prova suficiente
de um ponto que precisamos crer, especialmente um ponto que esteja relacionado a
uma coisa concreta; mas em questões de fé, precisamente fé salvadora, DEUS não
achou por bem (bendito seja seu santo nome) provar-nos tanto assim. Não existe
nenhum ponto básico da fé cristã, verdadeiramente assim chamado que não esteja
inculcado repetidas vezes no Novo Testamento, que nos permite saber o que o ESPÍRITO
SANTO faz, e, consequentemente, em que devemos colocar nossa maior ênfase.
Alguns dizem que essa profecia de Enoque foi preservada pela tradição no
judaísmo; outros acreditam que Judas foi inspirado na hora com a notícia dessa
profecia. Seja como for, é certo que essa profecia existia desde os tempos
antigos, e foi recebida universalmente na comunidade judaica do Antigo
Testamento; e acabou se tornando um ponto do credo do Novo Testamento. Observe:
1. A vinda de CRISTO para o julgamento foi profetizada já na época dos
patriarcas, e foi, portanto, já naquela época uma verdade recebida e
reconhecida. “Eis que é vindo o Senhor com suas miríades santas, incluindo os anjos
e os espíritos de homens justos tornado perfeitos (igreja). Que tempo glorioso
este será, quando CRISTO vir com milhares de seus santos! (Igreja)” Lemos a
respeito do grande fim e propósito que o faz vir acompanhado dessa forma, a
saber, “...para fazer juízo contra todos”. Veja, só virá coma igreja porque a
levou no arrebatamento, esse episódio fala da vinda após a Grande Tribulação,
vinda em glória, portanto, segunda fase da segunda vinda (a primeira foi o arrebatamento).
2. Isso foi falado tanto tempo atrás, como se fosse algo prestes a acontecer:
“Eis que é vindo o Senhor; Ele está vindo; Ele estará sobre vocês antes que
possam percebê-lo, e, a não ser que sejam muitos cautelosos e diligentes, antes
que estejam prontos para o encontrarem confortavelmente”. Na Grande Tribulação Ele
é vindo: (1) Para fazer juízo contra os ímpios. (2) Para condená-los. Observe: CRISTO
não condenará ninguém sem um julgamento e condenação precedentes, condenação
tal que os silenciará. Eles não terão desculpas que façam com que não estejam
ou ousem não estar de prontidão. Então, toda boca será fechada, o Juiz e sua
sentença serão aprovados e aplaudidos, e mesmo os criminosos culpados e
condenados estarão sem fala, embora no presente eles não queiram justificativas
ousadas e plausíveis, que ventilam com tanta segurança e confiança. Mas, é
certo, que os julgamentos zombeteiros dos prisioneiros entre eles na prisão e o
verdadeiro julgamento no tribunal diante do juiz apropriado logo revelarão que
são coisas muito diferentes.
Não posso passar o
versículo 15 sem notar quão frequentemente, e quão enfaticamente, a palavra
ímpio é repetida, não menos de quatro vezes: homens ímpios, pecadores ímpios,
ações ímpias, e, quanto ao modo, cometidas de maneira ímpia. O conceito acerca
do que é devoto ou ímpio tem pouca importância para as pessoas dos nossos dias,
a não ser que seja para zombar e escarnecer dessas palavras; mas não é isso que
ocorre com a linguagem do ESPÍRITO SANTO. Observe: Omissões, bem como
comissões, serão consideradas no dia do julgamento. Também observe: Palavras
duras, especialmente se forem pronunciadas para prejudicar o próximo,
certamente serão avaliadas no juízo daquele grande Dia. Vamos nos precaver em
tempo. Um velho e bom puritano disse: “Se você golpear (alguém tomado
incorretamente por herege, ou) um cismático, e se DEUS encontrar um verdadeiro
santo sangrando, trate de saber como você responderá por isso”. Pode ser tarde
demais dizer diante do anjo que isso foi um erro (Ec 5.6). Estou
somente me referindo à expressão do autor divinamente inspirado. Além dos
juízos da grande Tribulação, virá o Juízo Final diante do Grande Trono Branco
onde estes serão condenados ao Lago de Fogo e Enxofre, para toda a eternidade.
Exortação
ao Fiel. Conclusão Judas 1:16-25
Aqui:
I
Judas continua descrevendo o caráter desses
homens maus e sedutores: eles “...são murmuradores, queixosos da sua sorte...”
(v. 16). Observe: Um temperamento murmurador e queixoso, saciado e expresso,
coloca uma pessoa debaixo de um caráter muito mau. Essa pessoa é muito
vulnerável, e, na maioria das vezes, muito perversa. Ela murmura contra DEUS e
sua providência, contra as pessoas e suas condutas; ela se irrita com tudo que
acontece e nunca está satisfeita com a sua própria situação e estado no mundo,
achando que ele não é bom o bastante para ela. Essas pessoas andam segundo as
suas concupiscências. A única regra ou lei é satisfazer a sua vontade, seus
apetites e caprichos. Observe: Aqueles que agradam os seus apetites pecaminosos
estão mais inclinados a ceder às suas paixões incontroláveis.
II
Ele continua advertindo e exortando aqueles a
quem escreve (vv. 17-23).
1. Ele os faz lembrar
que tinham sido prevenidos. “Mas vós, amados, lembrai-vos...” (v. 17).
“Lembrem-se, cuidem para que não estranhem (para não tropeçarem e se
escandalizarem e vacilarem na fé) que pessoas como os sedutores descritos
anteriormente acabem surgindo (e isso já bem cedo) na igreja cristã,
reconhecendo que tudo isso foi predito ‘...pelos apóstolos de nosso Senhor JESUS
CRISTO’, e, consequentemente, o cumprimento disso na realidade é uma
confirmação da sua fé, em vez de se tornar de forma alguma uma ocasião para
abalá-los e debilitá-los nisso”. Observe: (1) Aqueles que têm a tarefa de
persuadir devem deixar claro que sinceramente amam aqueles a quem buscam
persuadir. Palavras amargas e ásperas nunca convenceram alguém nem hão de
convencer, muito menos persuadir alguém. (2) As palavras que pessoas inspiradas
falaram (ou escreveram), devidamente lembradas e ponderadas, são a melhor
salvaguarda contra erros perigosos. Isso sempre será assim, até que as pessoas
tenham aprendido a falar melhor do que o próprio DEUS. (3) Não devemos nos
escandalizar se surgirem e prevalecerem erros e perseguições na igreja cristã.
Isso foi predito, e, portanto, não deveríamos nos escandalizar com a pessoa,
doutrina ou cruz de CRISTO, quando as coisas, de fato, acontecerem (veja 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 2 Pe 3.1). Não devemos estranhar, mas confortar-nos nisso, que no meio de toda
essa confusão, CRISTO guardará sua igreja e cumprirá sua promessa, de modo que
“...as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). (4) Quanto mais a fé cristã for ridicularizada e perseguida, tanto
mais devemos nos apegar a ela; pelo fato de termos sido advertidos, devemos
mostrar que estamos com as armas prontas; diante desse tipo de provações
devemos permanecer firmes e não nos mover facilmente do nosso entendimento (2 Ts 2.2).
2. Ele os adverte
contra os sedutores por meio de mais uma descrição do seu caráter detestável:
“Estes são os que causam divisões...” (v. 19). Observe: (1) Os sensualistas são
os piores separatistas. Eles se separam de DEUS e de CRISTO e de sua igreja,
indo para o Diabo, o mundo e a carne, por intermédio de suas condutas ímpias e
práticas viciosas; e isso é muito pior do que a separação de qualquer ramo
local da igreja visível por conta de opiniões ou costumes e circunstâncias de
sistemas ou adoração externa. Embora muitos possam pacientemente tolerar o
primeiro aspecto, eles estão copiosamente e quase perpetuamente ralhando em
relação ao último, como se nenhum pecado fosse abominável a não ser aquilo que
gostam de chamar de divisões. (2) Homens sensuais não têm o ESPÍRITO de DEUS e
de CRISTO, o ESPÍRITO de santidade; e quem não tem o ESPÍRITO de CRISTO, esse
tal não é dele, não pertence a Ele (Rm 8.9). (3)
Quanto pior os outros são, tanto melhor deveríamos nos esforçar para ser.
Quanto mais ocupado Satanás e seus instrumentos estiverem em perverter os
outros, por meio de julgamento ou prática, tanto mais firmes e persistentes
deveríamos ser em relação à sã doutrina e à boa conduta, “...retendo firme a
fiel palavra, que é conforme a doutrina (divina), guardando o mistério da fé em
uma pura consciência” (Tt 1.9; 1 Tm 3.9).
3. Ele os exorta à
perseverança na verdade e santidade.
(1) “...edificando-vos
a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé” (v. 20). Observe: A maneira de reter
a nossa profissão é agarrar-se a ela. Tendo posto bem o nosso fundamento em uma
fé saudável, e um coração reto, devemos edificar sobre ele, fazendo progresso
continuamente; e deveríamos cuidar do material que usamos na nossa construção,
ou seja, “ouro, prata, pedras preciosas ”, não “madeira, feno, palha” (1 Co 3.12). Princípios corretos e um comportamento regular resistirão ao teste,
mesmo das provas mais impetuosas; mas, qualquer coisa que misturarmos na liga
(de metais), embora sejamos como um todo sinceros, acabaremos sofrendo perdas
com isso, e embora nossa pessoa seja salva, toda nossa obra será consumida; e,
se escaparmos, isso ocorrerá com grande perigo e dificuldade, como uma casa em
chamas por todos os lados.
Mas vós,
amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO
SANTO, ²¹ Conservai-vos a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia
de nosso Senhor JESUS CRISTO para a vida eterna. Judas 1:20,21
Edificando-vos
- O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo 1 Coríntios 14:4a
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no ESPÍRITO, e
vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, Efésios
6:18
Assim por
lábios gaguejantes, e por outra língua, falará a este povo. Ao qual disse: Este
é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; porém não
quiseram ouvir. Isaías 28:11,12
Está
escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a
este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. 1 Coríntios 14:21
Orando no
ESPÍRITO SANTO – Oração em línguas – Is 28.11,12; 1 Co
14:4; Ef 6:18; Jd 1.20 – Melhor e mais importante oração.
(2) “...orando no ESPÍRITO
SANTO”. Observe: [1] A oração é a enfermeira da fé. A maneira de edificar a nós
mesmos sobre a nossa santíssima fé é perseverando na oração (Rm 12.12). Nossas orações mais certamente prevalecem quando oramos no ESPÍRITO SANTO,
isto é, debaixo da sua orientação e influência, de acordo com a regra da sua
Palavra, com fé, fervor e importunação perseverante e constante; isso é orar no
ESPÍRITO SANTO, quer ocorra com ou sem uma forma prescrita.
(3) “...conservai a
vós mesmos na caridade de DEUS” (v. 21). [1] “Conservem a graça do amor de DEUS
nas suas ações e exercícios vigorosos nas suas almas”. [2] “Cuidado para não se
afastarem do amor de DEUS, ou de suas manifestações deleitáveis, alegres e
vigorosas; mantenham-se nos caminhos de DEUS e continuem no seu amor”.
(4) “...esperando a
misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO”. [1] A vida eterna deve ser buscada
somente por meio da misericórdia; a misericórdia é nosso único apelo, não
mérito; ou, se for mérito, não é nosso, mas de outro, que a mereceu por nós,
aquilo que, de outra forma, não teríamos como reivindicar, nem do que alimentar
qualquer esperança bem fundamentada. [2] Lemos que não é somente por meio da
misericórdia de DEUS como nosso Criador, mas por meio da misericórdia do nosso
Senhor JESUS CRISTO como Redentor. Todos que alcançam o céu devem fazê-lo por
intermédio de nosso Senhor JESUS CRISTO; “...porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, ou
seja, o nome do Senhor JESUS (At 4.12; compare com o v. 10). [3] Uma expectativa confiante de vida eterna
nos advertirá contra os laços do pecado; uma fé viva da esperança abençoada nos
ajudará a mortificar nossas concupiscências carnais.
4. Ele os orienta como
devem se comportar em relação aos irmãos faltosos: “E apiedai-vos de alguns que
estão duvidosos” (vv. 22,23). Observe: (1) Devemos fazer todo possível para
livrar outras pessoas do laço do Diabo, para que possam ser salvas (ou recuperadas,
quando enredadas) de erros perigosos, ou práticas perniciosas. Não somos apenas
(debaixo de DEUS) nossos próprios guardadores, mas, tanto quanto possível,
guardadores do nosso irmão; ninguém, a não ser um ímpio Caim, contradirá isso (Gn 4.9). Devemos
vigiar uns aos outros, repreender um ao outro de maneira fiel, mas prudente, e
ser um bom exemplo para todos que estão ao nosso redor. (2) Devemos apiedar-nos
de alguns que estão duvidosos. Como é isto? Devemos distinguir entre o fraco e
o obstinado. [1] De alguns devemos apiedar-nos, tratá-los com ternura,
encaminhá-los com espírito de mansidão (veja Gl 6.1), não ser
necessariamente duros e severos demais em nossas reprovações a eles e suas
ações, nem orgulhosos e arrogantes em nossa conduta para com eles; não
implacáveis, nem avessos à reconciliação com eles, ou a aceitá-los de volta na
amizade que tinham anteriormente conosco, quando derem sinais claros e
autênticos de um arrependimento sincero: se DEUS os perdoou, por que nós não
deveríamos fazê-lo? Precisamos infinitamente mais do seu perdão do que eles
precisam, embora, talvez, nem eles nem nós sejamos suficientemente sensíveis a
isso. [2] Salvai outros com temor, instando-os com os terrores do Senhor:
“Esforcem-se em afugentá-los do seu pecado; preguem o inferno e condenação para
eles”. Mas, e se a prudência e a cautela em aplicar mesmo as repreensões mais
justas e severas for o que está sendo principalmente sugerido aqui (proponho
isso para ser considerado); como se ele tivesse dito: “Cuide para que não
frustre suas boas intenções e motivos honestos por meio de uma conduta
precipitada e imprudente, para que você não endureça, em vez de recuperar a
pessoa, mesmo em casos em que medidas mais severas sejam requeridas do que no
exemplo imediato”. Temos, com frequência, a tendência de exagerar, quando
estamos certos de que estamos sendo honestos e achamos que estamos certos no
essencial. No entanto, os piores não deveriam ser provocados desnecessariamente
nem ao extremo, para que não fiquem ainda mais endurecidos por meio do nosso
descuido ou omissão. “Aborrecendo até a roupa manchada da carne, isto é,
mantendo-se à distância, o máximo possível, daquilo que é ou parece ser nocivo,
e atentando e empenhando-se para que outros também façam o mesmo. Evite tudo
que leva ao pecado ou que tenha a aparência de pecado” (1 Ts 5.22).
III
O autor conclui essa epístola com uma
declaração solene de glória ao grande DEUS (vv. 24,25). Observe:
1. Qualquer que seja o
assunto do qual estamos tratando, a melhor forma de concluí-lo é atribuir
glória a DEUS. 2. DEUS é capaz, e Ele está tão disposto quanto é capaz de nos
“...guardar de tropeçar e apresentar-nos irrepreensíveis, com alegria, perante
a sua glória”; não como aqueles que nunca foram faltosos (porque o que foi
feito jamais poderá ser considerado como se não tivesse sido feito, mesmo pela
própria Onipotência, porque isso implica em contradição), mas como aqueles
cujas faltas não serão imputadas, para sua condenação. Isso somente é possível
por causa da misericórdia de DEUS e dos méritos do Salvador. “...perante a sua
glória”. Observe:
(1) A glória do Senhor
se fará presente em breve. Hoje olhamos para ela como se estivesse distante, e
muitos a vêem como incerta; mas ela virá e será manifesta e real. Depois nós,
os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 1
Tessalonicenses 4:17. Esse é agora o objeto da nossa fé, não em um futuro distante
porque não pode agora estar distante) ela é o objeto dos nossos sentidos. Veremos
aquele em quem agora cremos, para a nossa alegria e conforto inefáveis, e para
aqueles, pavor e consternação inexprimíveis. Veja 1 Pe 1.8. (2) Todos os crentes sinceros e reais serão apresentados na aparição
e vinda do nosso Redentor, por Ele, a gloriosa cabeça, ao Pai, para serem
aprovados, aceitos e recompensados. Todos que foram dados a Ele, nenhum deles
se perdeu, e não perderá ninguém, nem uma única alma, mas os apresentará a
todos perfeitamente santos e felizes, quando entregar seu reino mediador para o
“...seu DEUS e nosso DEUS, seu Pai e nosso Pai” (Jo 6.39; 17.12; 1 Co 15.24). Porém existem aqueles que “Estando eu com eles no mundo, guardava-os
em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu,
senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse”. João 17:12
(3) A alegria será
grande quando os crentes forem apresentados sem defeito. É verdade, agora
nossas ofensas nos enchem de medo, dúvida e tristeza. Mas, tenhamos bom ânimo;
se formos sinceros, teremos ânimo, uma vez que o nosso precioso Redentor
encarregou-se disso e seremos apresentados irrepreensíveis. Onde não há pecado,
não haverá tristeza. Onde a santidade é perfeita, a alegria também é perfeita.
Certamente, o DEUS que pode e que fará tudo isso é digno de ter “...glória e
majestade, domínio e poder”, atribuídos a Ele, “...agora e para todo o sempre”!
E a isso bem podemos, junto com Judas, acrescentar o nosso sincero Amém.
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
1. AUTORIA, DATA E PROPÓSITO
1.1. O autor
1.2. A data
1.3. O propósito
2. OS INFILTRADOS
2.1. As características e o propósito dos infiltrados
2.1.1. Exemplos bíblicos de que DEUS não tolerou abusos
2.2. A postura dos infiltrados
2.2.1. Exemplos bíblicos de respeito à autoridade divina
2.3. A natureza dos infiltrados
2.3.1. São seguidores do caminho de Caim, Balaão e Corá
2.3.2. Apresentam comportamento desrespeitoso e são espiritualmente estéreis
2.3.3. São murmuradores e inconstantes
2.4. O juízo divino sobre os infiltrados: a profecia de Enoque
3. APELO DO AUTOR
3.1. Edifiquem-se e orem
3.2. Apiedem-se, salvem os que puderem
4- Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de DEUS e negam a DEUS, único dominador e Senhor nosso, JESUS CRISTO.
5- Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram;
6- e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia;
7- assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
20- Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no ESPÍRITO SANTO,
21 - conservai a vós mesmos no amor de DEUS, esperando a misericórdia de nosso Senhor JESUS CRISTO, para a vida eterna.
22- E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos;
23 e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.
Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o ESPÍRITO. Judas 19
2a feira - Judas 6; 2 Pedro 2.4 Anjos caídos aguardam o juízo eterno de DEUS
3a feira - Zacarias 3.2; Judas 9 O Senhor repreende Satanás
4a feira - Isaías 5.18-22; Judas 11 Ai dos rebeldes e soberbos; busque a justiça
5a feira - 2 Pedro 2.13; Judas 12 Falsos líderes são nódoas nas reuniões do Senhor
6a feira - Judas 20; Colossenses 2.7 Edifiquem-se na fé e permaneçam firmes em CRISTO
Sábado - Judas 23; Zacarias 3.2-4 Resgate os perdidos, mas odeie o pecado
- compreender que indivíduos de mau-caráter não só prejudicam o testemunho cristão, mas também causam divisões no Corpo de CRISTO;
- entender que, quanto aos santos, todo esforço deve ser feito para levar os perdidos ao arrependimento e à salvação.
Prezado professor, ao abordar esta lição, adote uma postura de vigilância e discernimento. Enfatize a importância de reconhecer que nem todos na Igreja são enviados por DEUS e que a presença de pessoas com intenções erradas pode afetar a comunidade.
Ao explicar sobre os falsos mestres e os detratores, procure destacar a responsabilidade dos cristãos em preservar a pureza da fé, sem cair em julgamentos precipitados, mas sempre agindo com amor e verdade. Incentive a reflexão sobre a necessidade de buscar e salvar os perdidos, lembrando que, conforme Judas ensina, todo esforço deve ser feito para restaurar aqueles que ainda podem ser alcançados, agindo com compaixão e temor.
Boa aula!
A carta de Judas não foi escrita com caráter teológico, mas como uma exortação apologética, com o propósito de proteger os crentes contra a heresia gnóstica, que ameaçava profundamente a vida espiritual da Igreja. O autor aborda a necessidade de defender a fé contra ensinamentos errôneos, alertando sobre as consequências dessas doutrinas.
A carta de Judas permanece relevante, pois aborda de forma objetiva os perigos que doutrinas falsas representam para a fé cristã. Embora a heresia do gnosticismo tenha sido a principal ameaça na época, a Igreja contemporânea ainda enfrenta uma variedade de crenças distorcidas, tanto externas quanto internas, originadas por má interpretação das Escrituras.
Ao comparar a epístola de Judas com a segunda carta de Pedro, observam- -se semelhanças entre os textos. Apesar das divergências sobre a ordem de escrita, muitos estudiosos acreditam que Pedro tenha se baseado em Judas, especialmente em trechos específicos (cf. Lição 7).
O autor se apresenta como Judas, irmão de Tiago, líder da igreja em Jerusalém (cf. Mc 6.3). Embora também fosse meio-irmão de JESUS, ele opta por se identificar apenas como irmão de Tiago, mantendo discrição quanto ao seu vínculo familiar com o Senhor.
A carta foi escrita por volta de 68 d.C., antes da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Não há referência explícita aos destinatários, razão pela qual ela é classificada entre as Epístolas Católicas, ou universais.
Inicialmente, Judas planejava escrever sobre a comum salvação, provavelmente abordando a graça oferecida a judeus e gentios em CRISTO. No entanto, ao começar a redigir, ele percebeu a necessidade urgente de exortar os crentes a batalharem pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3). Esta mudança de propósito reflete a inspiração divina no texto sagrado, evidenciando que os escritores bíblicos foram guiados pelo ESPÍRITO SANTO, conforme versa a tradição conservadora sobre a inspiração verbal e plenária das Escrituras.
No primeiro século, a Igreja enfrentou a infiltração do gnosticismo, uma corrente filosófica que tentava mesclar suas crenças com o cristianismo, distorcendo sua essência para transformá-lo em uma religião esotérica e libertina.
Esse movimento foi orquestrado pelo diabo, com o objetivo de substituir a verdadeira mensagem de CRISTO, enfraquecer a missão redentora e desviar os fiéis do caminho da salvação, afastando-os de JESUS como Salvador e Senhor.
Judas os descreve como ímpios (gr. asebeis; cf. Jd 4,15,18), ou seja, "homens sem DEUS". Estes buscavam substituir a revelação divina por seres angelicais considerados intermediários entre DEUS e os homens e negavam a soberania do Eterno e a divindade de JESUS CRISTO.
Além disso, promoviam a ideia de que a graça permitia o pecado sem a exigência de santidade, distorcendo completa- mente o propósito da salvação. Nas palavras de Judas: convertiam em dissolução a graça de DEUS (Jd 4).
Judas apresenta três exemplos que ilustram a intolerância do Altíssimo aos abusos: os hebreus no deserto, onde o Senhor destruiu os que não creram (Jd 5); os anjos que, seduzidos por Lúcifer, abandonaram sua posição e foram aprisionados até o Juízo Final (Jd 6); e a destruição de Sodoma e Gomorra, cujos habitantes, envolvidos em práticas imorais, sofreram a pena do fogo eterno (Jd 7). Esses exemplos revelam a seriedade do juízo divino.
Os hereges que perturbam a Igreja demonstram uma postura semelhante à dos exemplos citados no tópico anterior, pois contaminam a sua carne, e rejeitam a dominação, e vituperam as autoridades (Jd 8). Os gnósticos, por se julgarem superiores, recusavam a submissão à autoridade e ainda difamavam as lideranças estabelecidas.
Judas destaca o respeito à autoridade divina ao citar Miguel, que, apesar de sua alta posição celestial, não insultou Satanás, mas disse: O Senhor te repreenda (Jd 9), reconhecendo que o julgamento pertence a DEUS.
Um exemplo semelhante ocorre em Zacarias 3.2, quando o Anjo do Senhor, uma manifestação de JESUS, repreende Satanás com as palavras: O Senhor te repreende.
A diferença entre ambos os textos está no modo verbal: em Judas, o verbo está no subjuntivo, enquanto em Zacarias está no indicativo, sublinhando a soberania do Altíssimo.
Os hereges descritos por Judas se destacam por sua atitude pedante, criticando e discutindo assuntos que não compreendem, até mesmo blasfemando contra a divindade (Jd 10). Judas os compara a animais irracionais.
No versículo 11, inicia com um "ai", expressão que denota dor e sinaliza o juízo divino sobre aqueles que persistem em sua maldade, como indicado em Isaías (Is 5.18,21,22), Sofonias (Sf 3.1), Mateus (Mt 18.7) e Apocalipse (Ap 11.14).
Judas, no verso 9, ilustra a gravidade da rejeição à autoridade, recorrendo a um argumento de um livro apócrifo, mencionado por Orígenes, "A Assunção de Moisés". Este texto, agora perdido, relatava a disputa entre Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés, com Satanás acusando Moisés de indignidade devido a um suposto crime no Egito.
Judas descreve os hereges como seguidores do caminho de Caim, que, tomado pela inveja, matou seu irmão por ter sido aceito por DEUS (Jd 11; cf. Gn 4.4,8). Os gnósticos asso- ciavam Caim aos hilíacos (gr. hylé = "matéria"), indivíduos tão presos à matéria que não poderiam ser salvos.
Além disso, o escritor sagrado os acusa de se perderem na ganância, como Balaão, que foi contratado para profetizar contra os hebreus, mas não profetizou; antes, colocou tropeços no caminho deles (cf. Nm 22.23; 31.16).
Finalmente, ele compara esses hereges à rebelião de Corá, que, ao desafiar a autoridade de Moisés, foi engolido pela ter- ra (cf. Nm 16.1-34). Para Judas, esses falsos mestres estão irremediavelmente perdidos.
Nas festas de fraternidade, como a Ceia do Senhor, descritas em 1 Coríntios 11.2, os hereges se embriagavam e praticavam atos imorais, desrespeitando os princípios cristãos (Jd 12; cf. 2 Pe 2.13). Judas os descreve como:
- manchas em vossas festas de fraternidade (...), pois desconsideravam os pobres, que não tinham o que levar para as celebrações, enquanto se alimentavam excessivamente (Jd 12b);
- nuvens sem água, levadas pelos ventos, ou seja, pessoas instáveis e estéreis, como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas - eles não tinham a capacidade de produzir frutos espirituais, apenas faziam barulho e sem contribuir para o bem da Igreja (Jd 12b);
- ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, representando a maneira como espalham sua imundícia por onde passam (Jd 13a); e
- estrelas errantes, em referência à crença de que estrelas e anjos mudam de posição. Isso simboliza sua natureza instável e repreensível, já que, como as estrelas, esses hereges estão destinados à escuridão das trevas, conforme o juízo de DEUS (Jd 13b).
Judas vaticina que o juízo já está reservado para eles, o que remete à profecia encontrada no livro apócrifo de Enoque (18.12-16), que descreve o castigo dos ímpios e a condenação dos transgressores.
Judas denuncia os hereges como murmuradores queixosos de sua sorte, seguindo suas próprias concupiscências e expressando arrogância (Jd 16). Esses gnósticos, espiritualmente desqualificados, eram incapazes de integrar a Igreja de CRISTO.
Ainda hoje, atitudes semelhantes podem ser encontradas entre os que se desviam da verdade. No entanto, é importante destacar que, embora estejam em condição espiritual degradante, nada impede que sejam transformados pela Palavra, caso se arrependam (2 Tm 2.25,26).
Judas faz referência à profecia de Enoque, o sétimo após Adão, que anuncia a vinda do Senhor com milhares de seus santos para fazer juízo contra os ímpios, condenando-os por suas obras de impiedade e palavras blasfemas contra DEUS (Jd 14,15, cf. 1 Tm 1.9).
Embora o Livro de Enoque não faça parte do cânon sagrado, sua citação por Judas é válida, pois o ESPÍRITO SANTO permitiu essa menção devido à sua verossimilhança. A obra, conhecida como "O Livro de Enoque Etíope", não foi escrito pelo Enoque de Gênesis 5.18-24, mas a citação contida em Judas é considerada uma fonte confiável para o contexto abordado.
A partir do versículo 17, o escritor sagrado apela aos leitores para que se lembrem dos ensinamentos dos apóstolos sobre os escarnecedores que surgiriam nos últimos tempos
(d 19). Tais indivíduos seriam antinomistas, vivendo de acordo com seus próprios desejos carnais, negando a verdade ensinada por JESUS e pelos apóstolos sobre a vida espiritual. Por isso, Judas os descreve como sensuais e sem a presença do ESPÍRITO SANTO. Além disso, esses hereges promoveriam divisões na Igreja, seduzindo muitos, como também alertaram Paulo (Rm 16.17,18) e João (2 Jo 10,11).
3.1. Edifiquem-se e orem
Judas exorta os crentes a se edificarem sobre sua santíssima fé (Jd 20), fortalecendo-se no que aprenderam dos ensinamentos apostólicos. Essa fé, totalmente santa, se distingue da visão gnóstica, que promove a depravação moral. Além disso, ele destaca a importância da oração no ESPÍRITO SANTO, um princípio que ressoa com a orientação de Paulo à igreja de Corinto (1 Co 14.14,15).
Judas orienta os crentes a apiedarem-se (gr. eleate = "ter compaixão") de alguns que estão duvidosos (Jd 22), referindo-se àqueles que, influenciados pelos falsos mestres gnósticos, caíram em dúvida. Ao contrário dos hereges, esses ainda poderiam ser restaurados.
Judas também os exorta a salvar alguns, arrebatando-os do fogo (Jd 23). Esse simbolismo remete a Zacarias 3.2-4, em que Josué, o sumo sacerdote, é retirado do fogo e purificado de suas iniquidades. De igual modo, os crentes são chamados a ajudar aqueles que podem ser salvos, removendo suas impurezas espirituais e conduzindo-os à purificação.
O autor conclui sua epístola louvando ao Senhor, reconhecendo Sua capacidade de proteger os crentes, impedindo-os de cair e apresentando-os irrepreensíveis diante de Sua glória, com grande alegria (Jd 24). Ele afirma a soberania do Altíssimo, proclamando: Ao único DEUS, Salvador nosso, por JESUS CRISTO, nosso Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém! (Jd 25). Esta doxologia final sublinha a supremacia divina e a certeza da salvação e proteção garantidas aos fiéis.
1. Como Judas descreve os que causam divisão na Igreja do Senhor?
R.: Judas os descreve como sensuais, ou seja, pessoas guia- das pelos desejos carnais, e que não possuem o ESPÍRITO SANTO.
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