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Escrita Lição 5, Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO

Lição 5, Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO
Revista Adulto, CPAD, 2° trimestre 2020
Tema: A igreja eleita, Redimidos pelo Sangue de CRISTO e Selada com o ESPÍRITO SANTO da Promessa.
Comentarista: Douglas Batista
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP
 
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Lição 5, Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO
 
 
 
 
 
 
TEXTO ÁUREO
“Mas DEUS, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO [...].” (Ef 2.4,5)
 

VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos do pecado, perdoados e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à vida eterna.
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 3.21-23 Todos pecaram e encontravam-se longe de DEUS
Terça - Is 59.1,2 Os pecados nos afastam de DEUS e impedem as nossas orações
Quarta - Tg 1.15 A consequência do pecado é a morte
Quinta - Rm 11.30-32 A compaixão divina alcança toda a humanidade
Sexta - Rm 3.24-26 Fomos alcançados pelo favor imerecido de nosso DEUS
Sábado - Mt 5.13-16 Resgatados por CRISTO, devemos ser sal da terra e luz do mundo
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Efésios 2.1-10
1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 - em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3 - entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 - Mas DEUS, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO (pela graça sois salvos), 6 - e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em CRISTO JESUS;
7 - para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em CRISTO JESUS. 8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de DEUS. 9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 - Porque somos feitura sua, criados em CRISTO JESUS para as boas obras, as quais DEUS preparou para que andássemos nelas.
 
 
 
Resumo da Lição 5, Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO
I – A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
1. Nossa condição anterior.
2. Nossas ofensas e pecados.
2.1. “Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b).
2.2. “Andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c).
2.3. “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
II – VIVIFICADOS PELA GRAÇA
1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
2. Vivificados por sua graça.
3. Exaltados por sua graça.
III – A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
1. Graça como meio de salvação.
2. Obras como evidência de salvação
 
 
 
 
 
Lição 5, Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO
 
 
EFÉSIOS 2:1 - Como pode alguém crer, se está morto em seus pecados?

PROBLEMA: A Bíblia repetidamente apela ao incrédulo, quando diz, por exemplo: "Crê no Senhor JESUS CRISTO e serás salvo" (At 16:31). Entretanto, essa passagem declara que os incrédulos estão mortos em seus pecados. Mas os mortos nada podem fazer, muito menos crer.

SOLUÇÃO: A palavra "morte" na Bíblia não deve ser entendida como aniquilação, mas como separação. Isaías disse: "As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS" (Is 59:2). Se a morte fosse a aniquilação total, então a segunda morte seria uma aniquilação eterna, mas a Bíblia declara que os perdidos permanecerão continuamente separados de DEUS, tal como aquele rico no inferno (Lc 16), e a besta e o falso profeta, que "serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos"(Ap 20:10). Na verdade eles serão lançados "vivos" no lago de fogo no início do reinado milenar de CRISTO (Ap 19:20), e estarão ainda vivos ao se completarem os mil anos (20:10). Assim, a segunda "morte” é uma separação consciente de CRISTO por toda a eternidade.
Além disso, os crentes morrem fisicamente, mas as suas almas sobrevivem à morte e ficam em plena consciência na presença de DEUS. Paulo plisse: "estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Co 5:8) e "tendo o desejo de partir e estar com CRISTO, o que é incomparavelmente melhor" (Fp 1:23).
De igual modo, a morte espiritual é também separação de DEUS, e não aniquilação total. Adão e Eva, por exemplo, morreram espiritualmente no momento em que comeram o fruto proibido (Gn 3:6; cf. Rni 5:12), contudo permaneceram com vida e puderam até mesmo ouvir a voz de DEUS falando-lhes (Gn 3:10).
Assim, mesmo que a imagem de DEUS no homem depois da queda tenha sido afetada, ela não foi apagada. Ela foi danificada, mas não destruída. Dessa forma, pessoas não salvas podem ouvir, entender o Evangelho e crer para serem regeneradas - revivificadas espiritualmente (Ef 2:8-9; Tt 3:5-7).

 
Efésios 2.4,5 - Mas DEUS, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,  estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com CRISTO (pela graça sois salvos)..
 
Rico (Strong Português) - πλουσιος plousios - Rico, abundante em recursos materiais, metáf. abundante, abundantemente suprido
Misericórdia (Strong Português) - ελεος eleos - Misericórdia: bondade e boa vontade ao miserável e ao aflito, associada ao desejo de ajudá-los. misericórdia de DEUS para os homens: em geral, providência; a misericórdia e clemência de DEUS em prover e oferecer aos homens salvação em CRISTO.
Amor - (Strong Português) - αγαπη agape - Afeição, boa vontade, amor, benevolência. (amor perfeito de DEUS).
Mortos (Strong Português) - νεκρος nekros - Espiritualmente morto, destituído de vida que reconhece e é devotada a DEUS, porque entreguou-se a transgressões e pecados
Ofensas (Strong Português) - παραπτωμα paraptoma - Deslize ou desvio da verdade e justiça, pecado, delito
Vivificou (Strong Português) - συζωοποιεω suzoopoieo - Tornar alguém vivo, com vida
Juntamente (Strong Português) - συνεγειρω sunegeiro - Levantar, fazer levantar, levantar juntamente da morte para uma nova e abençoada vida dedicada a DEUS
 
Por ato de bondade e misericórdia, estando nós ainda mortos em pecados, DEUS imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou por meio de sua graça.

SOMOS JUSTIFICADOS PELA FÉ
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei. Romanos 3:28 (obras antes de salvo)
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com DEUS por nosso Senhor JESUS CRISTO; Romanos 5:1
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em JESUS CRISTO, temos também crido em JESUS CRISTO, para sermos justificados pela fé de CRISTO e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Gálatas 2:16
Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. Tiago 2:24 (obras depois de salvo)
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? Tiago 2:14 (obras depois de salvo)
 
FÉ NÃO É OBRA. É RECONHECER A OBRA QUE ALGUÉM FEZ. - EM NOSSO CASO, ACREDITAR NA OBRA QUE JESUS FEZ EM NOSSO LUGAR.
 
 
 
Comentários da Lição
 
SALVOS PELA GRAÇA — 2.1-10 l
A forma mais simples de entendermos esse texto é dividi-lo em três tempos: passado, presente futuro.
1. No passado, apresenta o que éramos — vv. 1-3
1.1. Éramos "mortos em delitos e pecados"
Esse tipo de morte é espiritual, isto é, morte em relação a Deus. Há também o tipo de morte espiritual para o pecado. Nesse segundo tipo de morte, a condenação não deixa de existir. A palavra delito indica um estado. A Bíblia afirma que o homem é pecador por natureza pecaminosa adquirida (Rm 5.11). No nascimento físico, o homem vem ao mundo com essa natureza pecaminosa, mas para entrar no reino de Deus ele precisa nascer de novo (Jo 3.3-5). A ideia de vida, na Bíblia em geral, é um estado de comunhão com Deus; e a ideia de morte é um estado de separação de Deus. Então, toda a raça humana, em Adão,
depois da queda, é espiritualmente morta, pois não consegue se salvar por mérito próprio, ou justificar-se a si mesma. Em Cristo, o último Adão, os homens são vivificados espiritualmente para terem comunhão com Deus (1 Co 15.45-48).
1.2. Éramos andantes perdidos — v. 2
"... em que noutro tempo andastes". Esse versículo mostra como andávamos no passado sem Cristo. O verbo andar implica ação e movimento. Todos os nossos passos eram inseguros e tristes.
1.3. Seguíamos o curso deste mundo — v. 2
"... segundo o curso deste mundo". Estávamos condicionados a uma peregrinação sem destino certo. Estávamos sob o domínio do espírito do mundo e andávamos segundo a vida deste mundo, isto é, nos conformávamos com a corrente da vida pecaminosa deste mundo. A expressão "segundo o curso deste mundo" aparece com um sentido mais claro em outras  traduções, como "seguindo o espírito deste mundo". Esta segunda expressão nos dá a ideia do mundo como inimigo de Deus, isto é, não o mundo físico, mas o mundo como sistema espiritual satânico. A palavra "mundo" no grego é kosmos, que significa sistema de coisas, ou governo. Em relação ao mundo influenciado pelos poderes satânicos, caracteriza os homens inconversos sob o seu domínio. A palavra "curso" dá o sentido de sistema no original grego. Por outro lado, quando lemos "segundo o curso deste mundo", o apóstolo quer fazer-nos entender como sendo o conjunto de ideias e de tendências que marcam cada época da história do homem. Também a influência do século sobre a vida dos homens representa "o mundo" em suas manifestações práticas. Outro sentido da palavra "curso" é carreira, ou seja, a manifestação do sistema satânico ("mundo") sobre a vida dos homens que seguem seu próprio caminho. A sequência do verso 2 mostra a força que impele a manifestação do mal, quando afirma que "o curso deste mundo [segue] segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência". Logo, entendemos que existe um causador da manifestação do mal, e esse é o diabo, identificado como "o príncipe das potestades do ar", e como "o espírito da desobediência" operando nos homens inconversos (Cl 3.6). Sua missão é a de subjugar os homens e insurgi-los contra Deus através da desobediência, que é uma forma de rebelião contra o Senhor e Criador do homem. Todas as formas contrárias ao "espírito da desobediência" glorificam a Deus; por isso, Satanás usa seus aliados (espíritos caídos) para impelirem as almas humanas à satisfação da carne, com o fim de impedir que elas comunguem com Deus. A atuação do poder do pecado é detida pelo poder da obra redentora de Cristo.
1.4. Fazíamos a vontade da carne — v. 3
O verso 3 apresenta o relato do homem carnal. As primeiras palavras, "entre os quais", indicam uma olhada retrospectiva do apóstolo, identificando a si mesmo e aos outros judeus, agora crentes em Cristo, como participantes daquela situação. A colocação verbal no tempo passado — "entre os quais todos nós também antes andávamos" — mostra que os crentes, antes de crerem em Cristo, viviam como "filhos da desobediência" e, sendo assim, não havia diferença alguma quanto ao estado do pecado, tanto para os judeus como para os gentios. Todos os filhos de Adão, em seu estado natural, são filhos da desobediência, indicando logo a fonte do pecado no homem, ou seja, a causa pela qual vive no pecado.
1.5. Fazíamos a vontade dos pensamentos — v. 3
"... fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" apresenta a razão por que andávamos "segundo o curso deste mundo". A fonte do mal dentro do pecador está em sua natureza pecaminosa. É essa natureza pecaminosa que obriga ou subjuga a vontade do homem a obedecer às "inclinações da carne". O termo "carne" aqui denota o ser moral do homem dominado pelo pecado. Os apetites da nossa carne (corpo) física, sob o domínio das concupiscências, somente são satisfeitas mediante a busca e realização desses desejos. A carne física é inconsciente, e o que a torna pecaminosa e desequilibrada são os desejos da natureza pecaminosa dominante. O homem em seu estado natural vive segundo os desejos da carne. Esses desejos, alimentados no interior, transformam-se em vontade, e essa vontade, sob o domínio da natureza pecaminosa, torna-se "vontade da carne e dos pensamentos". O pecador não consegue dominar esses desejos da carne e dos pensamentos, senão pelo Espírito Santo e depois da obra de regeneração (Gl 5.16-18).
1.6. "Éramos por natureza filhos da ira" —v. 3
Vários outros textos da Bíblia fornecem a mesma ideia que a expressão "filhos da ira" encerra: "filhos da desobediência" (Ef 2.2); "filhos da morte" (2 Sm 12.5; SI 79.11; SI 102); "filhos da perdição", ainda que este indique objetivamente o diabo (Jo 17.12; 2 Ts 2.3); "filhos do inferno" (Mt 23.15) etc. Todas essas expressões mostram a paternidade ou a origem do mal, que é Satanás. Por outro lado, "filhos da ira" são todos aqueles que, por seu pecado, estão sob a ira de Deus. A ira divina é a santa indignação do Todo-Poderoso contra o pecado. Entretanto, deixam de ser "filhos da ira" os que se colocam debaixo do sangue
expiador de Jesus Cristo. Uma pessoa crente que se deixa dominar pelas concupiscências da carne obriga o Espírito de Deus a retirar-se do seu interior e, automaticamente, a ira de Deus se manifesta contra essa pessoa, por ter Deus sofrido um agravo à sua santidade. A santidade de Deus se levanta como uma barreira contra a possibilidade do pecado. Podemos identificar essa barreira como sendo "a sua ira" (Rm 1.18). "Éramos por natureza" assinala um estado natural, inato no pecador, que se expressa com características próprias e ativas. A natureza caída do homem sempre se opõe às características benéficas do seu primeiro estado antes da queda. Os estigmas do pecado aparecem tão logo uma criança venha ao mundo, mesmo não tendo conhecimento do mundo que a rodeia. Enquanto estamos no mundo, haverá sempre uma batalha dentro de nosso ser entre a carne e o espírito. Devemos manter as inclinações da carne subjugadas ao espírito, para que, ao final da vida física, o espírito vença uma vez por todas a carne, e livre-se dela pela transformação do nosso corpo mortal em corpo espiritual (1 Co 15.51-57).
2. No presente, apresenta o que somos agora — vv. 4-6
2.1. Somos filhos da misericórdia de Deus — v. 4
A expressão "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia" nos dá uma visão maravilhosa do novo estado espiritual daquele que aceitou a obra de Cristo em sua vida. Nesse versículo está em destaque a riqueza da misericórdia de Deus e a grandiosidade do seu amor.
Nos versos 1-3 estudamos a triste condição de pecado da humanidade, mas agora, no verso 4, Deus entra em ação em favor dos que buscam a sua misericórdia: Ele interrompe a história. Com as palavras iniciais do versículo "Mas Deus...", vemos a intervenção divina em favor da humanidade. Ele resolve abrir os mananciais de sua misericórdia para os homens. A palavra "misericórdia" tem um significado bem mais rico do que aquele que comumente conhecemos. E uma palavra composta de duas outras do latim: miseri cordis, que respectivamente significam miserável e coração. A interpretação que resulta da junção
dessas duas palavras para formar "misericórdia" é: "colocar um miserável no coração". Assim fez Deus através de Jesus Cristo. Deus amou o mundo miserável e o colocou no seu coração. A natureza divina é de amor e justiça. Há um profundo desejo no coração de Deus de que todos os homens sejam salvos e restaurados, a fim de que o seu elevado propósito para a humanidade seja alcançado (Jo 3.16; 1 Jo 4.9). A manifestação da misericórdia divina para com o ser humano prova o seu grande amor e o desejo de que todos sejam recuperados.
2.2. Fomos vivificados em Cristo — v. 5
"... estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo". Primeiro, o texto nos mostra a situação anterior, e depois, o meio pelo qual fomos alcançados. Literalmente traduzida, a expressão "nos vivificou com Cristo", apresenta-se assim: "nos fez viver com Cristo", isto é, nos fez viver segundo o mesmo poder que vivificou a Jesus Cristo (Rm 6.4,7,8,11). Entendemos que, pela morte de Jesus, morremos com Ele para, em sua ressurreição, com Ele ressuscitarmos. Essa nossa ressurreição é espiritual, pois indica a nova vida recebida. Pela cruz morremos para o pecado, e pela ressurreição ganhamos nova vida em Cristo Jesus.
2.3. Temos uma nova cidadania nos lugares celestiais — v.6
"... e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus". Que entendemos por "assentar nos lugares celestiais em Cristo"? A designação para "lugares celestiais", antes de tudo, indica a nova cidadania do cristão. Somos cidadãos do Céu (Fp 3.20), por isso mesmo, a vida espiritual em Cristo está num plano elevado, superior.
2.4. Fomos colocados num plano espiritual elevado — v.6
"Lugares celestiais" indica o nível fora deste mundo (sistema satânico) no qual somos colocados na condição de "novas criaturas" (2 Co 5.17). A contínua comunhão do crente com Cristo lhe dá, já nesta vida, uma posição celestial que alcançará sua plenitude na vinda do Senhor Jesus Cristo. Visto que estamos nEle (em Cristo), e sendo o seu corpo místico, como regenerados podemos compreender o sentido dessa importante afirmação. Indica o terceiro estado de Cristo depois da sua morte. Primeiro, Ele morreu, e nós morremos com Ele; segundo, Ele ressuscitou gloriosamente, e nós ressuscitamos com Ele em novidade de vida; terceiro, Ele foi elevado ou exaltado às regiões celestiais, na presença do Pai, e nós também fomos elevados com Ele, participando da sua glória nas "regiões celestiais". Estamos assentados "nEle", isto é, fazemos parte do seu corpo místico e glorioso, que é a Igreja. A grande lição desse novo estado de vida espiritual da Igreja nas "regiões [lugares]
celestiais" é que o crente tem por obrigação estar acima do regime que governa este mundo. O seu sistema é o de Cristo e, por isso mesmo, superior. O crente não deve se submeter ao sistema mundano, sobre o que Paulo aconselha: "E não vos conformeis com este mundo" (Rm 12.2). Não conformar-se com este mundo significa não entrar na fôrma deste mundo, ou no curso deste mundo.
3. O que seremos no futuro — v. 7
3.1. Demonstração eterna da obra redentora As palavras do verso 7 anunciam a razão final da salvação. A expressão "para
mostrar nos séculos vindouros" diz respeito ao futuro da Igreja. Ela será a demonstração eterna da graça de Deus, ou seja, o testemunho da manifestação de Deus e do seu poder sobre a terra. Após o arrebatamento, a destruição do anticristo e prisão do diabo, será instaurado o reino milenar e o mundo verá a grandeza da Igreja.
4. A manifestação da graça de Deus — vv. 8-10
4.1. A fonte da salvação conquistada — v. 8
"... pela graça sois salvos". Esse versículo indica a fonte da salvação — a graça de Deus. A continuação do texto aponta o meio de alcance, que é a fé, quando diz: "sois salvos por meio da fé". Uma das grandes finalidades da redenção é a manifestação da graça de Deus. A fé é o instrumento para se obter a salvação. A graça de Deus foi manifesta na pessoa de Jesus, pois Ele conquistou essa salvação.
4.2. O meio da salvação conquistada — v. 9
O verso 9 diz: "Não por obras" se alcança a graça de Deus, enquanto o versículo anterior afirma que essa graça é "dom de Deus". Não se compra nem se vende, e independe de mérito humano. A salvação se recebe pelo ato da fé, sem as obras da lei (Rm 3.20,28; 4.1-5; Gl 2.16; 2 Tm 1.9; Tt 3.5).
4.3. O resultado da salvação conquistada — v. 10
O verso 10 mostra o resultado da obra salvadora. "... somos feitura sua" significa que fomos feitos novas criaturas em Cristo Jesus (2 Co 5.17). No ato da criação, no Éden, Deus fez o homem à sua imagem e semelhança. Com a queda e o pecado, essa feitura divina foi arruinada e essa imagem do divino no ser interior foi distorcida. Então Deus, num ato de recriação do homem interior arruinado, fez uma nova criatura à imagem do seu Filho Jesus (Gl 6.15; Ef 4.24; Cl 3.10).
Refeitos, podemos agora andar num novo caminho e fazer as boas obras. O fazer boas obras independe da vontade do regenerado, porque é parte de sua vida nova. Isso está em consonância com o objetivo da nossa eleição, conforme está escrito: "... para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele" (Ef 1.4).
 
 
BEP - CPAD Ef 2.1-10
2.2 FILHOS DA DESOBEDIÊNCIA. Efésios 2.1-4 revela uma razão por que o cristão deve ter grande compaixão e misericórdia dos que ainda vivem em ofensas e pecados. (1) Todo aquele que está sem CRISTO é controlado pelo "príncipe das potestades do ar", i.e., Satanás. Sua mente é obscurecida por Satanás, para que não veja a verdade de DEUS (cf. 2 Co 4.3,4). Tais pessoas estão escravizadas pelo pecado e concupiscências da carne (v. 3; Lc 4.18). (2) A pessoa irregenerada, por causa de sua condição espiritual não poderá compreender, nem aceitar a verdade à parte da graça de DEUS (vv. 5,8; 1 Co 1.18; Tt 2.11-14). (3) O cristão deve ver a todos do ponto-de-vista bíblico. Quem vive na imoralidade e no orgulho deve ser alvo da nossa compaixão, por causa da sua escravidão ao pecado e a Satanás (vv. 1-3; cf. Jo 3.16). (4) A pessoa sem CRISTO é responsável pelo seu pecado, pois DEUS dá a cada ser humano uma medida de luz e graça, com a qual possa buscar a DEUS e escapar da escravidão do pecado, mediante a fé em CRISTO (Jo 1.9; Rm 1.18-32; 2.1-6).


2.8 PELA GRAÇA...
FÉ E GRAÇA
Rm 5.21 “Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por JESUS CRISTO,
nosso Senhor.”
A salvação é um dom da graça de DEUS, mas somente podemos recebê-la em resposta à fé, do lado humano. Para entender corretamente o processo da salvação, precisamos entender essas duas palavras: Fé e Graça
FÉ SALVÍFICA. A fé em JESUS CRISTO é a única condição prévia que DEUS requer do homem para a salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de CRISTO, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a CRISTO como Senhor e Salvador (cf. Mt 4.19;
16.24; Lc 9.23-25; Jo 10.4, 27; 12.26; Ap 14.4).
O conceito de fé no NT abrange quatro elementos principais: (a) Fé significa crer e confiar firmemente no CRISTO crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal (ver Rm 1.17 nota). Importa em crer de todo coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade e a totalidade do nosso ser a JESUS CRISTO tal como Ele é revelado no NT.
Fé inclui arrependimento, i.e., desviar-se do pecado com verdadeira tristeza (At 17.30; 2Co 7.10) e voltar-se para DEUS através de CRISTO. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At 2.37,38; ver Mt 3.2, nota sobre o arrependimento).
A fé inclui obediência a JESUS CRISTO e à sua Palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a DEUS e pela obra regeneradora do ESPÍRITO SANTO em nós (Jo 3.3-6; 14.15, 21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, fé e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.
A fé inclui sincera dedicação pessoal e fidelidade a JESUS CRISTO, que se expressam na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com CRISTO (cf. Mt 22.37; Jo 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.8).
A fé em JESUS como nosso Senhor e Salvador é tanto um ato de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer (ver Jo 1.12 nota). Porque temos fé numa Pessoa real e única que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2Ts 1.3; 1Pe 1.3-9). A confiança e a obediência transformam-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa intensa dedicação pessoal e amorosa ao Senhor JESUS CRISTO (Fp 1.21; 3.8-10; ver Jo 15.4 nota; Gl 2.20 nota). GRAÇA. No AT DEUS revelou-se como o DEUS da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de DEUS à sua promessa
feita a Abraão, Isaque e Jacó (ver Êx 6.9 nota; ver os estudos A PÁSCOA e O DIA DE EXPIAÇÃO). Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de DEUS em CRISTO JESUS, transmitidos aos crentes pelo ESPÍRITO SANTO, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de DEUS (Jo 3.16; 1Co 15.10; Fp 2.13;
1Tm 1.15,16). Toda atividade da vida cristã, desde o seu início até o fim, depende desta graça divina.
DEUS concede uma medida da sua graça como dádiva aos incrédulos (1Co 1.4; 15.10), a fim de poderem crer no Senhor JESUS CRISTO (Ef 2.8,9; Tt 2.11; 3.4).
DEUS concede graça ao crente para que seja “liberto do pecado” (Rm 6.20, 22), para que nele opere “tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13; cf. Tt 2.11,12; ver Mt 7.21, nota sobre a obediência como um dom da graça de DEUS), para orar (Zc 12.10), para crescer em CRISTO (2Pe 3.18) e para testemunhar de CRISTO (At 4.33; 11.23).
Devemos diligentemente desejar e buscar a graça de DEUS (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a graça de DEUS são: estudar as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jo 15.1-11; 20.31; 2Tm 3.15), ouvir a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm
16; 1Co 1.17,18), orar (Hb 4.16; Jd v. 20), jejuar (cf. Mt 4.2; 6.16), adorar a CRISTO (Cl 3.16); estar continuamente cheio do ESPÍRITO SANTO (cf. Ef 5.18) e participar da Ceia do Senhor (cf. At 2.42; ver Ef 2.9, nota sobre como opera a graça).
A graça de DEUS pode ser resistida (Hb 12.15), recebida em vão (2Co 6.1), apagada (1Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente (Gl 5.4).


2.9 NÃO VEM DE OBRAS. Ninguém poderá ser salvo pelas obras e boas ações, ou por tentar guardar os mandamentos de DEUS. Seguem-se as razões: (1) Todos os não-salvos estão espiritualmente mortos (v. 1), sob o domínio de Satanás (v. 2), escravizados pelo pecado (v. 3) e sujeitos à condenação divina (v. 3). (2) Para sermos salvos precisamos receber a provisão divina da salvação (vv. 4,5), ser perdoados do pecado (Rm 4.7,8), ser espiritualmente vivificados (Cl 1.13), ser feitos novas criaturas (v. 10; 2 Co 5.17) e receber o ESPÍRITO SANTO (Jo 7.37-39; 20.22). Nenhum esforço da nossa parte poderá realizar essas coisas. (3) O que opera a salvação é a graça de DEUS mediante a fé (vv. 5,8). O dom salvífico de DEUS inclui os seguintes passos: (a), a chamada ao arrependimento e à fé (At 2.38). Com essa chamada vem a obra do ESPÍRITO SANTO na pessoa, dando-lhe poder e capacidade de voltar-se para DEUS. (b) Aqueles que respondem com fé e arrependimento e aceitam a CRISTO como Senhor e Salvador, recebem graça adicional para sua regeneração, ou novo nascimento, pelo ESPÍRITO (ver o estudo A REGENERAÇÃO) e ser cheios do ESPÍRITO (At 1.8; 2.38; Ef 5.18). (c) Aqueles que se tornam novas criaturas em CRISTO, recebem graça contínua para viver a vida cristã, resistir ao pecado e servir a DEUS (Rm 8.13,14; 2 Co 9.8). O crente se esforça em viver para DEUS, mediante a graça que nele opera (1 Co 15.10). A graça divina opera no crente dedicado, tanto para ele querer, como para cumprir a boa vontade de DEUS (Fp 2.12,13). Do começo ao fim, a salvação é pela graça de DEUS (ver o estudo FÉ E GRAÇA)


A Mensagem de Efésios
Efésios 2.1-10 
2.2 — “O príncipe das potestades do ar” é Satanás. Os leitores de Paulo acreditavam que Satanás e as forças espirituais do mal habitavam uma região que ficava entre o céu e a terra. Dessa forma. Satanás é retratado como rei do domínio espiritual do peca do — dos demônios e dos que estão contra CRISTO. Satanás significa “acusador” e também é chamado de demônio (Ef 4.27). Na ressurreição, CRISTO venceu Satanás e seu poder. Portanto. JESUS CRISTO tornou-se o Imperador permanente de todo o mundo: Satanás é apenas o rei temporário da parte do mundo que prefere obedecer-lhe. 
2.3-0 — fato de todas as pessoas, sem exceção, cometerem pecados prova que sem CRISTO temos uma natureza má. Estamos perdidos no mal e não podemos nos salvar. Será que isso significa que apenas os cristãos são bons? É claro que não — muitas pessoas fazem o bem ao próximo. Em uma escala relativa, muitas são integras, boas e respeitadoras da lei. Comparando essas pessoas a criminosos, poderíamos dizer que são realmente boas. Porém, segundo a escala absoluta de DEUS. nenhuma está pronta para alcançar a salvação (“estando vós mortos em ofensas e pecados”. (Ef 2.1). Somente unidos a uma perfeita vida em CRISTO poderemos nos tornar agradáveis aos olhos de DEUS. A frase “sob a ira de DEUS” ou “filhos da ira” estão se referindo àqueles que deverão receber a ira divina por causa de sua rejeição a CRISTO. 
2.4,5 - Nos versículos anteriores. Paulo escreveu a respeito de nossa antiga natureza pecaminosa (Ef 2.1-3). Aqui ele está insistindo que não precisamos mais viver sob o poder do pecado. A morte de CRISTO na cruz eliminou milagrosamente o castigo, fruto do pecado. Pela fé fomos declarados inocentes, não culpados, perante DEUS (Rm 3.21-22). DEUS não nos afasta do mundo ou nos transforma em “robôs” — ainda sentimos a inclinação para pecar e. às vezes, realmente pecamos. A diferença é que antes de nos tornarmos cristãos estávamos mortos no pecado e éramos escravos de nossa natureza iníqua. Mas agora somos novas criaturas em CRISTO [ver também Gl 2.20). 
2.6 — Por causa de ressurreição de CRISTO, sabemos que nosso corpo também ressuscitará dos mortos (1 Co 15.2-23) e que agora recebemos o poder de viver como cristãos (Ef 1.19). Essas ideias estão de acordo com a imagem de Paulo de nos sentarmos ao lado de CRISTO nos “lugares celestiais” (ver a nota sobre Ef 1.13). Podemos estar certos de nossa vida eterna com CRISTO porque fomos unidos a Ele em sua poderosa vitória. 
2.8.9 — Será que quando alguém nos dá um presente dizemos “Que bonito! Quanto lhe devo?” É claro que não. “Obrigado” é a resposta adequada. No entanto, quantas vezes os cristãos, mesmo depois de receberem a dádiva da salvação, ainda sentem-se obrigados a ter uma vida de comunhão com DEUS. Como a nossa salvação e até mesmo a nossa fé representam dádivas recebidas, devemos servir ao Senhor com gratidão, louvor e alegria. 
2.8-10 — Tornamo-nos cristãos pelo favor não merecido que recebemos de DEUS, e não pelo resultado de qualquer esforço, capacidade, inteligência, ato ou serviço oferecido por nós. Entretanto, como prova de gratidão por essa dádiva tão graciosamente recebida, devemos ajudar nosso próximo com bondade, amor e carinho, sem a intenção de meramente fazer um favor. Embora nenhuma obra ou trabalho possa nos ajudar a alcançar a salvação, o propósito de DEUS é que ela resulte em atos de prestação de serviço. Não somos salvos simplesmente para ter um benefício, mas para servir a CRISTO e edificar a Igreja (Ef 4.12). 
2.10 — A expressão “somos feitura sua” significa que somos uma obra-prima de DEUS. uma obra de arte. a obra de um artesão. Nossa salvação é algo que somente DEUS pode fazer: ela é o resultado de sua obra criativa em nós. Se DEUS nos considera sua obra-prima, não devemos nos atrever a nos tratar, ou aos semelhantes. com desrespeito ou como se fôssemos uma obra de qualidade inferior.
 
 
2:1-10 - Ressurretos com CRISTO
Muitas vezes me indago se as pessoas de bem e de reflexão já se sentiram mais perplexas sobre a situação do homem do que, nos dias atuais. Naturalmente, cada geração forçosamente tem visão ofuscada dos seus próprios problemas, porque está demasiadamente envolvida para fazer uma análise adequada. Mesmo assim, os meios de comunicação nos capacitam a entender a extensão mundial da iniquidade contemporânea, e é esta que faz com que o cenário moderno pareça tão escuro. É em parte a escalada dos problemas econômicos (o crescimento populacional, a má utilização dos recursos naturais, a inflação, as epidemias, o desemprego, a fome); em parte o alastramento dos conflitos sociais (o racismo, o esquerdismo, o nacionalismo extremado, a luta de classes, a desintegração da vida familiar); a religiosidade fora dos parâmetros bíblicos (idolatria, espiritismo, islamismo, judaísmo) e em parte a ausência de orientação moral (o que leva à violência, à desonestidade e à promiscuidade sexual). O homem parece ser incapaz de dirigir os seus próprios negócios ou de criar uma sociedade justa, livre, humanitária e tranquila. O próprio homem está fora dos eixos.
 
Dentro da realidade sombria do mundo atual, Efésios 2:1 -10 destaca-se com marcante relevância.
Primeiramente sonda as profundezas do pessimismo acerca do homem, e depois sobe às alturas do otimismo acerca de DEUS. É esta combinação do pessimismo com o otimismo, do desespero com a fé, que se constitui no realismo revigorante da Bíblia. Porque o que Paulo faz nesta passagem é pintar um contraste vivido entre o que o homem é por natureza e o que pode vir a ser mediante a graça, ou o que era antes de se tornar filho de DEUS e agora como tal..
 
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; dentre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas DEUS, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com CRISTO, — pela graça sois salvos, e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em CRISTO JESUS; para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em CRISTO JESUS. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em CRISTO JESUS para boas obras, as quais DEUS de antemão preparou para que andássemos nelas.
 
É importante colocar este parágrafo no seu contexto. Consideramos anteriormente a oração de Paulo (1:15-23) no sentido de que os olhos interiores dos seus leitores fossem iluminados pelo ESPÍRITO SANTO a fim de conhecerem as consequências do chamamento de DEUS, a riqueza da herança que os aguarda no céu e, acima de tudo, a suprema grandeza do poder de DEUS que já está disponível para eles. DEUS deu uma demonstração histórica suprema deste poder ao ressuscitar CRISTO dentre os mortos e ao exaltá-lo sobre todos os poderes do mal. Mas deu uma demonstração adicional dele ao nos ressuscitar e exaltar juntamente com CRISTO, livrando-nos, assim, da escravidão da morte e do mal. Este parágrafo, portanto, realmente faz parte da oração de Paulo para que eles (e nós também!) soubessem quão poderoso DEUS realmente é. Suas primeiras palavras enfatizam este fato: “estando vós mortos..:’ Na frase em grego não há nenhum verbo que retrate a ação de DEUS até o versículo 5 (“nos deu vida juntamente com CRISTO”); nossas versões o trazem para o versículo 1 simplesmente para aliviar o desajeitado suspense de esperar tanto tempo por ele. De qualquer maneira, a sequência do pensamento está clara: “JESUS CRISTO estava morto, mas DEUS o ressuscitou e o exaltou. E vós também estáveis mortos, mas DEUS vos ressuscitou e exaltou em CRISTO!’
 
 
1. O homem por natureza, ou a condição humana (vs.1-3)
Antes de olharmos detalhadamente esta descrição desalentadora da raça humana distanciada de DEUS, precisamos saber com clareza que é uma descrição de todas as pessoas. Paulo não está retratando uma tribo particularmente decadente ou um segmento degradado da sociedade, e nem mesmo o paganismo extremamente corrupto dos seus próprios dias. Não, este é o diagnóstico do homem caído na sociedade caída em todos os lugares. É verdade que Paulo começa com um vós enfático, indicando em primeiro lugar seus leitores gentios da Ásia Menor, mas passa rapidamente a escrever (v. 3a) que todos nós andamos outrora da mesma maneira (assim acrescenta a si mesmo e aos demais judeus), e conclui com uma referência aos demais seres humanos (v. 3b). Temos aqui, então, o conceito do apóstolo quanto a todos os homens sem DEUS. É um quadro da condição humana universal. É uma condensação, em três versículos, dos três primeiros capítulos de Romanos, em que ele desenvolve uma tese sobre o pecado e a culpa, inicialmente dos pagãos, depois, dos judeus, e então da totalidade da raça humana. Aqui seleciona três verdades terríveis sobre seres humanos não-regenerados, que nos inclui também, até DEUS ter misericórdia de nós.
 
 
a. Estávamos mortos
Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora (vs. 1 -2a).
A morte à qual Paulo se refere não é uma figura de linguagem, como na parábola do filho pródigo: “Este meu filho estava morto”. É uma declaração real da condição espiritual de todas as pessoas fora de CRISTO. E sua origem é achada nos seus delitos e pecados.
Estas duas palavras parecem ter sido cuidadosamente escolhidas para relatar de modo compreensivo o mal humano. Um delito (paraptõma) é um passo falso, que envolve ou a travessia de uma fronteira conhecida ou um desvio do caminho certo. Um pecado (hamartia), no entanto, significa mais um erro do alvo, deixando de chegar à altura de um padrão. Juntas, as duas palavras abrangem os aspectos positivo e negativo, ou ativo e passivo, do mau procedimento humano, ou seja, nossos pecados de comissão e de omissão. Diante de DEUS somos tanto rebeldes quanto fracassados. Como resultado, estamos “mortos” ou “alheios à vida de DEUS” (4:18). A vida verdadeira, pois, a vida eterna, é a comunhão com o DEUS vivo, e a morte espiritual é a separação dele que o pecado inevitavelmente traz: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso DEUS; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça:” (Isaías 59.2).
Esta declaração bíblica sobre a condição de estarem mortas as pessoas não-cristãs levanta problemas para muitos, porque não parece de acordo com os fatos da realidade cotidiana. Muitas pessoas que não fazem qualquer profissão de fé cristã, e que até mesmo repudiam JESUS CRISTO declaradamente, parecem estar bem vivas. Uma delas tem o corpo vigoroso de um atleta, outra, a mente lúcida de um intelectual, uma terceira, a personalidade brilhante de uma atriz de cinema. Devemos dizer que tais pessoas, se CRISTO não as salvou, estão mortas? Sim, de fato, devemos dizer exatamente isto, e o dizemos com segurança. Na esfera que é de suprema importância (que não é o corpo, nem a mente, nem a personalidade mas, sim, a alma), elas não têm vida. E podemos perceber o fato. Estão cegas à glória de JESUS CRISTO, e surdas à voz do ESPÍRITO SANTO. Não têm amor por DEUS, nenhuma consciência sensível da sua realidade pessoal, nenhum impulso do seu espírito em direção a ele com exclamação, “Aba, Pai”, nenhum anseio pela comunhão com o povo de DEUS. Estão tão indiferentes a ele quanto um cadáver. Logo, não devemos hesitar em afirmar que uma vida sem DEUS (por mais sadia física e mentalmente que seja) é uma morte em vida, e que as pessoas que assim vivem estão mortas enquanto ainda vivem. Afirmar este paradoxo é tornar-se consciente da tragédia básica da existência humana após a queda. É que pessoas que foram criadas por DEUS e para DEUS agora vivem sem DEUS. De fato, esta foi a nossa condição até que o Bom Pastor nos encontrou. Precisávamos ouvir e crer no evangelho Ef 1.13). Evidente que existem aqueles que buscavam DEUS na religião, principalmente através de obras. Existem também aqueles que, como Nicodemos, Cornélio, Lídia, são tementes a DEUS e só esperam uma chance de ouvir o evangelho para se converterem. Porém, enquanto não o fazem, são sim, mortos para DEUS.
 
 
b. Estávamos escravizados
Paulo não se limita a dizer simplesmente andastes outrora nos vossos delitos e pecados. A expressão é um hebraísmo, e indica o nosso comportamento ou estilo de vida anterior. Mas “andar” sugere (pelo menos às mentes ocidentais) um passeio agradável, com liberdade e tempo para desfrutar das belezas do nosso meio ambiente. Muito diferente, no entanto, era o nosso andar em delitos e pecados. Ali não havia nenhuma verdadeira liberdade mas, sim, uma escravidão pavorosa a forças que nos controlavam por completo. Quais eram elas? Se por trás da morte jaz o pecado, o que jaz por trás do pecado a ponto de nos manter em tal cativeiro? A resposta de Paulo, quando colocada na terminologia eclesiástica posterior, é o mundo, a carne e o diabo. Ele refere-se a estas três influências como sendo as que controlavam e dirigiam a nossa existência anterior pré-cristã.
 
Primeiramente, descreve-nos seguindo o curso deste mundo. A frase grega é “segundo o século deste mundo”. Junta os dois conceitos de “este século” do mal e das trevas (em contraste com “a era do porvir” que JESUS introduziu) e de “este mundo”, a sociedade organizada sem referência a DEUS ou — conforme poderíamos dizer — o “secularismo” (em contraste com o reino de DEUS, que é sua nova sociedade sob o seu domínio).
Assim, as duas palavras, “século” e “mundo” expressam todo um sistema de valores sociais que está alienado de DEUS, permeia, e até mesmo domina, a sociedade não-cristã, e subjuga as pessoas ao cativeiro. Sempre que os seres humanos são desumanizados — pela opressão política ou pela tirania burocrática, por um ponto de vista secular (repudiando a DEUS), ou amoral (repudiando absolutos), ou materialista (glorificando o mercado consumidor), pela pobreza, pela fome ou pelo desemprego, pela discriminação racial, ou por qualquer forma de injustiça — aí podemos detectar os valores sub-humanos do “presente século” e “deste mundo”. A influência deles é persuasiva ao extremo. As pessoas tendem a não ter uma mente própria, mas entregam-se à cultura popular da televisão e das revistas sedutoras. É uma escravidão cultural. Nós todos éramos iguais até que JESUS nos libertasse. “Éreis arrastados ao longo da corrente das ideias deste mundo”.
 
Nosso segundo cativeiro foi ao diabo, que aqui é chamado de o príncipe da potestade do ar ou “o governante do reino do ar”. A palavra ar pode ser traduzida por atmosfera nebulosa, que indica as trevas que o diabo prefere à luz. Mas esta frase significa simplesmente que ele tem o domínio sobre aqueles principados e potestades já mencionados, que operam no mundo invisível.
Uma frase adicional é do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Visto que a palavra espírito está no genitivo, não está em aposição a príncipe (acusativo). Devemos entender, pelo contrário, que “o príncipe da potestade do ar” também é “o príncipe do espírito que atua nas pessoas desobedientes”. “espírito” então passa a ser uma força ou disposição impessoal que está ativamente operando nas pessoas não cristãs, podendo ser atribuído a demônios, sim.
Como as escrituras identificam o diabo não apenas como a fonte das tentações ao pecado, mas também como um leão e um assassino, podemos com segurança fazer remontar a ele, em última análise, todo o mal, todo o engano e toda a violência, Ele comanda os demônios. Quando se diz que ele e a disposição de ânimo que ele inspira agora atuam em seres humanos, o verbo (energeõ) é o mesmo que se emprega para o poder de DEUS (1:20), que ressuscitou JESUS dentre os mortos. Somente aquela energia ou ação divina poderia nos ter salvo do diabo.
 
A terceira influência que nos mantém na escravidão são as inclinações da nossa carne (v. 3a), onde carne não significa os tecidos vivos que cobrem o nosso esqueleto ósseo mas, sim, a nossa natureza humana caída e egocêntrica. As inclinações são definidas, ainda mais, como sendo a vontade da carne e dos pensamentos. Este acréscimo é especialmente importante porque demonstra o erro de equiparar as inclinações da nossa carne com o que popularmente chamamos de “os pecados da carne”.
Dois esclarecimentos são necessários.
 
Primeiro, nada há de errado com os desejos naturais do corpo, seja para a comida, para a bebida, para o sono, para dormir, ou para o sexo, pois DEUS, criou o corpo humano desta maneira.
Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos. Lucas 17:27 - Comer, beber, casar, nada disso é pecado, desde que realizado dentro dos parâmetros bíblicos.
É somente quando o apetite pela comida se transforma em glutonaria, o gosto pela bebida se torna vício, de preferência alcoólico, o anseio pelo sono em preguiça, e o sexo é pervertido pela concupiscência, levando à prostituição, adultério, sexo anal, etc..., que os desejos naturais se transformam em desejos pecaminosos.
 
Em segundo lugar. As inclinações da carne incluem os desejos errados da mente e não somente do corpo, ou seja: pecados tais como a soberba intelectual, a falsa ambição, a rejeição da verdade conhecida, e pensamentos maliciosos e vingativos. De fato, conforme a exposição de Paulo em Filipenses 3:3-6, a carne abrange todas as formas de autoconfiança, até mesmo o orgulho dos antepassados, dos pais, da raça, da religião e da justiça. Sempre que o “eu” levanta a sua terrível cabeça contra DEUS ou contra o homem, eis aí a carne.
 As inclinações da carne “podem manifestarem-se em formas respeitáveis bem como nas atividades infames do paganismo do século. E, por mais respeitável que seja a aparência externa (ou o disfarce em público) que ele adota, o nosso egocentrismo inveterado é uma escravidão horrível.
Assim, pois, antes de JESUS CRISTO nos libertar, estávamos sujeitos a influências opressoras tanto internas como externas. Por fora estava o mundo a (cultura secular prevalecente); por dentro estava a carne (nossa natureza caída, profundamente ligada ao egocentrismo); e além desses dois, operando ativamente através destas influências, havia aquele espírito maligno, o diabo, o príncipe do reino das trevas, que nos mantinha em cativeiro. Não é que agora possamos convenientemente transferir toda a culpa da nossa escravidão para o mundo, para a carne e para o diabo, sem aceitarmos pessoalmente nenhuma responsabilidade. Pelo contrário, é significativo que, nestes versículos, “vós” e “nós” não são identificados com estas forças mas, sim, distinguidos delas, embora escravizados por elas. Nós mesmos, no entanto, somos chamados de filhos da desobediência (v. 2b), ou seja, “os súditos rebeldes de DEUS”. Tínhamos nos tornado rebeldes, de modo consciente e voluntário, contra a autoridade amorosa de DEUS, e assim caímos sob o domínio de Satanás.
 
1 João 2:16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
Tiago 1:14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
 
c. Estávamos condenados
Paulo ainda não terminou de descrever o nosso estado pré-cristão. Ele tem mais uma verdade desagradável para nos contar acerca de nós mesmos.
Não somente estávamos mortos e escravizados, diz ele, mas também estávamos condenados: éramos por natureza filhos da ira, como também os demais (v. 3b). Não creio que haja outra expressão em Efésios que tenha provocado mais reação hostil do que esta. Alguns comentaristas fazem poucas tentativas, ou mesmo nenhuma, para entendê-la, e muito menos para defendê-la. Desconsideram-na, até, como sendo insustentável hoje. As causas dessa reação são três.
Dizem respeito às palavras “ira”, “filhos” e “por natureza”. Agora devemos considerar com cuidado o que Paulo quer dizer com elas, e procurar esclarecer os mal-entendidos.
Primeiro, a ira de DEUS. A ira de DEUS não é como a do homem. Não é mau humor, como se ele pudesse perder as estribeiras a qualquer momento. Não é despeito, nem malícia, nem animosidade, nem vingança.
Nunca é intempestiva, visto ser ela a reação divina a apenas uma situação, a saber: o mal. Logo, é inteiramente previsível e nunca está à disposição de ânimo, à veneta, ou ao capricho. Além disso, não é a operação impessoal de retribuição na sociedade, “um processo inevitável de causa e efeito num universo moral”, seja através da desintegração social, através da administração da justiça nos tribunais, ou de alguma outra forma.
O fato de que “ira” (orgeé) ou “a ira” (heê orgeé) ocorre sem o acréscimo das palavras “de DEUS”, não torna a sua ira impessoal, assim como a sua graça não se torna impessoal quando as palavras “de DEUS” estão omitidas, como ocorre nos versículos 5 e 8 deste capítulo (“pela graça sois salvos”). Não, a ira que julga e a graça que salva são igualmente pessoais. São a ira e a graça de DEUS.
Então, o que é a sua ira, se não é uma reação impulsiva nem um processo impessoal? É a hostilidade pessoal, reta, e constante de DEUS contra o mal, sua recusa firme de ceder o mínimo que seja para o mal, e sua resolução de, pelo contrário, condená-lo. Além disso, a sua ira não é incompatível com o seu amor.
Mateus 21:12 E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.
 
O contraste entre os versículos 3 e 4 é notável: éramos por natureza filhos da ira... Mas DEUS, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou... Assim Paulo passa da ira de DEUS para a misericórdia e o amor de DEUS, sem sentir qualquer embaraço ou dificuldade. Paulo é capaz de firmá-las juntas na sua mente porque acreditava estarem juntas na personalidade de DEUS. Devemos, penso eu, estar mais gratos a DEUS pela sua ira, e adorá-lo por isso: porque sua justiça é perfeita, sempre reage contra o mal da mesma maneira imutável, previsível e intransigente. Sem sua constância moral, não poderíamos desfrutar de paz alguma.
O segundo problema que as pessoas acham está na frase filhos da ira.
A expressão é outro hebraísmo, como “filhos da desobediência” no versículo 2, e refere-se a pessoas de todas as idades. A BLH ajuda-nos ao traduzir esta expressão assim: “nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de DEUS”.
O terceiro problema é o complemento adverbial por natureza. Em que sentido por natureza éramos objeto da ira e do julgamento de DEUS?
Para começar, podemos todos concordar que Paulo faz um contraste intencional entre aquilo que éramos por natureza (phusei, v. 3) e aquilo que viemos a ser pela graça (Chariti, v. 5). É um contraste entre o passado e o presente, entre o que éramos quando fomos deixados a nós mesmos, e o que viemos a ser porque DEUS interveio em nosso favor; e, assim, entre o julgamento e a salvação: “Por natureza estávamos sob a ira de DEUS, pela graça fomos salvos!’ Até aqui, tudo é claro e sem controvérsias.
A palavra Masphusei, por natureza, parece descrever mais do que nossa condição natural, quando somos deixados por conta própria. Também parece indicar a origem da nossa condição “como membros de uma raça caída”, e assim levanta dificuldades sobre a nossa herança genética e, portanto, sobre a nossa responsabilidade moral. Será que a frase de Paulo é uma forma abreviada de algo mais longo como, por exemplo, que temos por nascença uma tendência ao pecado, de modo que realmente pecamos,
e que o nosso pecado nos coloca debaixo do julgamento de DEUS? Ou está dizendo que a nossa própria existência, como seres humanos, está sujeita, desde o nascimento, ao julgamento de DEUS? Não há quem tenha feito um repúdio mais forte a este último pensamento do que R. W. Dale que, sem dúvida, fala em nome de muitos: “Esta frase às vezes é citada como se visasse afirmar a doutrina terrível de que pelo nosso mero nascimento incorremos na ira divina e que, à parte de qualquer iniquidade voluntária, estamos sob a maldição divina. Esta teoria pavorosa não recebe qualquer apoio nem do Antigo nem do Novo Testamento. Mesmo assim, R. W. Dale sabia que a própria doutrina que tão vigorosamente repudiava é ensinada pelas grandes confissões reformadas tais como nos Trinta e Nove Artigos (da Igreja Episcopal) e na Confissão de Fé de Westminster (da Igreja Presbiteriana - calvinista).
 
Assim é o Artigo 9 dos episcopais: “O pecado original não foi o de seguir a Adão (ou seja, imitá-lo)... mas, sim, é a falta ou a corrupção da natureza de todo homem que é naturalmente gerado da descendência de Adão; por isso, o homem afastou-se muito da justiça original, e por sua própria natureza está inclinado para o mal, de modo que a carne tem desejos sempre contrários ao espírito; e, portanto, toda pessoa nascida neste mundo merece a ira e a condenação da parte de DEUS..!’ Noutras palavras, nossa própria natureza humana herdada merece, em si mesma, a ira e o julgamento de DEUS. (ou seja, a semente que herdamos de Adão, o pecado, nos torna desejosos de pecar, mas pecar é exclusivamente decisão nossa e não somos obrigados a pecar).
1 João 2:16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
Tiago 1:14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
 
Parece que é isso que Paulo está ensinando aqui; como podemos entendê-lo?
Provavelmente, o melhor comentário seja o dele mesmo, conforme se acha em Romanos. Assim como estes versículos são uma versão condensada de Romanos 1-3, assim também a expressão por natureza filhos da ira é um resumo de Romanos 5:12-14. Ali seu argumento de que “a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” não é que todos herdaram uma natureza pecaminosa que os levou a pecar e, portanto, a morrer mas, sim, que “todos pecaram” em Adão e com ele. Ninguém é condenado sem pecar, mas, por pecar na primeira oportunidade que tem.
É como colocar um ovo de águia no meio de ovos de galinha que vão ser chocados. Quando nascerem, vão todos andar pelo terreiro, mas um dia a águia levantará voo e não voltará mais. A semente que está nela é de águia. Nasceu para voar.
O Antigo Testamento tem um forte sentido de solidariedade da raça humana. Fala da geração seguinte como estando já “nos lombos” da presente geração, verdade esta que, segundo se pode dizer, a genética moderna sublinha. Paulo está dizendo, pois, que não podemos fazer de Adão o nosso bode expiatório e culpá-lo por nosso pecado, por nossa culpa e por nossa condenação.
Nós também estamos em Adão, pois pode ser dito com veracidade que nele e com ele incorremos na culpa e morremos. Não é neste sentido que podemos ser descritos como sendo por natureza pecadores e sujeitos ao justo julgamento de DEUS?
Cremos que as crianças que ainda não possuem idade cognitiva para decidirem  ou discernirem entre o certo e o errado, são salvas se vierem a morrer antes de poderem diferenciar entre o certo e o errado. Não estamos falando de arrebatamento, pois este não é o fim da humanidade e nem significa morte de crianças, mas transformação e ressurreição de salvos que partirão ao encontro de JESUS CRISTO nos ares para uma vida eterna com DEUS. Os que ficarem, incluídas as crianças, terão ainda o período da grande tribulação (sete anos) para se decidirem por CRISTO e o milênio inteiro (mil anos).
A tradição reformada têm dado atenção à evidência de que os filhos com pais cristãos nasceram dentro da aliança. Mas isso seria crer numa salvação por hereditariedade e não pela graça (esta é a crença calvinista).
 
A morte, a escravidão e a condenação: estes são os três conceitos que Paulo junta para retratar nossa condição humana perdida. É por demais pessimista? Bem, devemos concordar (como ele teria feito) que esta não é a verdade total acerca da raça humana. Nada diz aqui acerca da “imagem de DEUS”, em que os seres humanos foram originalmente criados e que — agora lastimavelmente danificada — ainda retêm, embora certamente creia nela e fale da nossa redenção em termos de uma nova criação na imagem de DEUS (v. 10 e 4:24). Nada diz, tampouco, dos diferentes graus da depravação humana, embora também os tivesse aceito. A doutrina bíblica da depravação total não significa então que todos os seres humanos estão igualmente depravados, nem que ninguém é capaz de praticar qualquer bem, mas, sim, que nenhuma parte de qualquer pessoa humana (a mente, as emoções, a consciência, a vontade, etc.) permaneceu sem ser maculada pela queda. Mesmo assim, a despeito desta qualificação, que afirma a continuada dignidade do homem por causa da imagem divina que não foi totalmente perdida, o diagnóstico de Paulo permanece válido. Fora de CRISTO o homem está morto por causa dos delitos e pecados, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, e condenado sob a ira de DEUS.
Mesmo Nicodemos, Cornélio e Lídia, se não tivessem ouvido o evangelho e crido nele, seriam condenados ao lago de fogo e enxofre.
É por não reconhecerem a gravidade da condição humana que tantas pessoas buscam soluções com remédios superficiais, por exemplo, nas obras.
A educação universal é altamente desejável. Assim também são as leis justas administradas com retidão. Ambas agradam a DEUS que é o Criador e o justo Juiz de toda a humanidade. Mas nem a educação nem a legislação podem salvar os seres humanos da morte, do cativeiro ou da condenação espirituais.
Uma doença séria exige um remédio sério. É evidente que isto não quer dizer que nos desinteressaremos de uma educação melhor ou de uma sociedade mais justa. Mas acrescentaremos a estas coisas uma nova dimensão que os não-cristãos não podem compreender,  por isso, não valorizam a evangelização. DEUS, pois, confiou-nos uma mensagem de boas novas que oferece vida aos mortos, libertação aos cativos e perdão aos condenados.
Todos devem ouvir o evangelho para serem salvos. A graça deve atingir a todos, desde que ouçam o evangelho e nele creiam.
Efésios 1:13 em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;
 
 
1 João 2:2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
 
Romanos 5:18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
 

2- O homem salvo pela graça, ou a compaixão divina (4-10)
O versículo começa com uma conjunção adversativa. Mas DEUS... E estas duas palavras contrapõem à condição desesperadora da humanidade caída e da iniciativa graciosa e a ação soberana de DEUS. Éramos o objeto da sua ira, mas DEUS... por causa do grande amor com que nos amou teve misericórdia de nós. Nós estávamos mortos, e os mortos não ressuscitam, mas DEUS nos vivificou com CRISTO. Éramos escravos, numa situação de desonra e incapacidade, mas DEUS nos ressuscitou juntamente com CRISTO e nos colocou à sua própria mão direita, em CRISTO, numa posição de honra e poder. DEUS então agiu para inverter a nossa condição no pecado. É essencial manter unidas as duas partes deste contraste, ou seja: o que somos por natureza e o que somos pela graça, a condição humana e a compaixão divina, a ira de DEUS e o amor de DEUS. Os cristãos, por vezes, são criticados por ficarem morbidamente preocupados com o seu pecado e com a sua culpa. A crítica não é justa quando estamos enfrentando fatos acerca de nós mesmos (pois nunca deixa de ser saudável encarar francamente a realidade), mas somente quando deixamos de avançar para a glória que há na misericórdia e na graça de DEUS.
Agora precisamos indagar exatamente o que DEUS fez, e também por que o fez.
Tanto no versículo 5 como no 8 a mesma declaração é feita. Pela graça sois salvos. Alguns comentaristas têm até mesmo sugerido que os versículos 4-10 são um tipo de hino que celebra as glórias da salvação e da sola gratia, que é duas vezes interrompido pela aclamação litúrgica “Pela graça sois salvos”. Salvos é um particípio perfeito (sesbmenoi). Enfatiza as consequências permanentes da ação salvadora de DEUS, desde que o pecador não se desvie da graça salvadora.
 
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Romanos 8:9 Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. 2 Coríntios 13:5
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. Gálatas 5:4
 
Na realidade, ele usa três verbos, que retomam o que DEUS fez em CRISTO e, depois (pelo acréscimo do prefixo syn, juntamente com”), nos ligam a CRISTO nestes eventos. Primeiro, DEUS nos deu vida juntamente com CRISTO (v. 5), depois juntamente com ele nos ressuscitou (v. 6a) e, em terceiro lugar, nos fez assentar nos lugares celestiais em CRISTO JESUS (v. 6b).
Estes verbos (“deu vida”, “ressuscitou” e “fez assentar”) referem-se aos três eventos históricos sucessivos na carreira salvífica de JESUS, que normalmente são chamados de a ressurreição, a ascensão e a exaltação. Declaramos a nossa crença neles quando recitamos o Credo: “Ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e está sentado a mão direita de DEUS Pai”.
O que nos deixa atônitos, no entanto, é que agora Paulo não está escrevendo a respeito de CRISTO, mas, sim, a respeito de nós. Está afirmando, não que DEUS vivificou, ressuscitou e exaltou a CRISTO, mas, sim, que nos vivificou, nos ressuscitou e nos, exaltou em CRISTO.
Este conceito da união entre o povo de DEUS e CRISTO é fundamental para o cristianismo do Novo Testamento. O que então constitui o aspecto distintivo dos membros da nova sociedade de DEUS? Não apenas que admirem e até mesmo adorem a JESUS, ou que aceitem as doutrinas da igreja, ou até mesmo que vivam dentro de certos padrões morais. Não! O que os torna distintivo é a sua nova solidariedade como um povo que está em CRISTO. Em virtude da sua união com CRISTO, realmente compartilharam da sua ressurreição, ascensão e exaltação. Nos lugares celestiais, o mundo invisível da realidade espiritual, em que os principados e as potestades operam (3:10; 6: 12) e em que CRISTO reina supremo (1:20), é que DEUS abençoou o seu povo em CRISTO (1:3), e é onde ele os fez assentar com CRISTO (2:6). Se, pois, estamos assentados em CRISTO nos lugares celestiais. É o testemunho a uma experiência viva, de que CRISTO nos deu, por um lado, uma vida nova (com uma consciência sensível da realidade de DEUS e um amor por ele e pelo seu povo) e, por outro, uma vida de vitória (com o mal cada vez mais debaixo dos nossos pés). Estávamos mortos, mas fomos tornados espiritualmente vivos e alertas. Estávamos no cativeiro, mas fomos entronizados.
 
Por que DEUS nos fez?
Paulo vai além de uma descrição da ação salvadora de DEUS; faz-nos compreender a sua motivação. Na realidade, a ênfase principal deste parágrafo é que o que levou DEUS a agir em nosso favor não foi algo em nós (algum suposto mérito) mas, sim, algo nele mesmo (seu amor). Paulo reúne quatro palavras para expressar as origens da iniciativa salvadora de DEUS:
Escreve da “misericórdia” de DEUS (DEUS, sendo rico em misericórdia, v. 4a), do “amor” de DEUS “por causa do grande amor com que nos amou, v. 4b), da “graça” de DEUS (pela graça sois salvos, vs. 5 e 8) e da “bondade” de DEUS "(em bondade para conosco, em CRISTO JESUS, v. 7).
Estávamos mortos e, portanto, incapazes de salvar-nos a nós mesmos: somente a misericórdia podia alcançar os incapazes, pois misericórdia é amor para com os totalmente privados de recursos. Estávamos debaixo da ira de DEUS: somente o amor poderia triunfar sobre a ira. Nada merecíamos nas mãos de DEUS a não ser o julgamento, por causa dos nossos delitos e pecados: somente a graça poderia salvar-nos do que merecíamos, pois a graça é o favor imerecido, é JESUS. Por que, pois, DEUS nos salvou?
Movido pela sua pura misericórdia, pelo seu amor, pela sua graça e por sua bondade! Mais ainda: ele salvou-nos para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça. (v. 7). Ao ressuscitar CRISTO demonstrou “a suprema grandeza do seu poder” (1:19-20); mas ao nos ressuscitar e exaltar demonstrou também “a supremacia sua graça’, e continuará a fazer assim por toda a eternidade. Nós, portanto, como testemunhas vivas da sua bondade, exibiremos às pessoas de fora, sem chamar a atenção para nós mesmos, aquele a quem devemos a nossa salvação.
 
Em nosso caso, DEUS demonstrou mais do que habilidade ao nos criar e salvar. Um paciente depois de uma cirurgia delicada é uma testemunha viva da habilidade do seu cirurgião; e um homem condenado, depois de ser perdoado, da misericórdia do seu soberano. Assim somos nós: amostras da competência de DEUS projetando nossa salvação em JESUS CRISTO.
Os versículos 8-10 desenvolvem o tema da graça de DEUS, e explicam por que nas eras vindouras DEUS demonstrará a sua graça e bondade para conosco em CRISTO JESUS. É por causa da nossa salvação. DEUS nos mostrará a sua graça porque foi por ela que nos salvou.
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS.
Aqui temos três palavras fundamentais das boas novas cristãs — a salvação, a graça e a fé. A salvação é mais do que o perdão. É a libertação da morte, da escravidão e da ira descritas nos versículos 1-3. Inclui a totalidade da nossa nova vida em CRISTO, juntamente com quem fomos vivificados, exaltados e feitos assentar no âmbito celestial. A graça é JESUS, a misericórdia de DEUS, livre e imerecida, para conosco, e  é a confiança humilde com que nós a recebemos.
Para reforçar esta declaração positiva de que fomos salvos somente pela graça de DEUS por meio da fé em CRISTO, Paulo acrescenta duas negações que se equilibram: a primeira é “isto não vem de vós, é dom de DEUS (v. 8b), a segunda é não de obras, para que ninguém se glorie.
Devemos pensar na salvação como sendo a misericórdia de DEUS sendo oferecida a nós, onde ele contribui com a graça (JESUS e sua obra) e nós entramos a esta graça pela fé, acreditamos no que DEUS planejou, JESUS executou e o ESPÍRITO SANTO nos revelou agora através da pregação do evangelho.
em quem (JESUS) também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; Efésios 1:13
 
Estávamos mortos, pois não tínhamos capacidade de nos salvar a nós mesmos, mas perfeitamente capazes de decidir entre o bem e o mal, entre nos entregar a DEUS ou não. A fé não é obra, é reconhecimento de nossa incapacidade de salvar-nos a nós mesmos, confiando a JESUS esta tarefa.
Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, Gênesis 3:22
 
Devemos, portanto, entender que “isto” refere-se à “pela graça de DEUS. Não se trata da vossa realização (isto não vem de vós) nem como recompensa por quaisquer dos vossos atos de religião ou de caridade (não  de obras). Não havendo, então, lugar para o mérito humano, também não há lugar para a arrogância humana. A salvação é dom de DEUS, para que ninguém se glorie. Os cristãos não se sentem bem com o orgulho, pois entendem a sua incongruência.
Não podemos empertigar-nos no céu como pavões. O céu estará cheio das façanhas de CRISTO e dos louvores de DEUS. Realmente haverá uma demonstração no céu. Não uma demonstração de nós mesmos, mas, sim, uma demonstração da incomparável riqueza da graça, da misericórdia e da bondade de DEUS por meio de JESUS CRISTO.
 
SOMOS JUSTIFICADOS PELA FÉ
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei. Romanos 3:28 (obras antes de salvo)
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com DEUS por nosso Senhor JESUS CRISTO; Romanos 5:1
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em JESUS CRISTO, temos também crido em JESUS CRISTO,
 
 
Poderíamos imaginar que Paulo já ensinou sua lição e está pronto para passar para outro tópico. Mas não, está decidido a não deixar o tema até que o tenha exposto além de qualquer possível mal-entendido. Assim, acrescenta mais uma afirmação positiva, decisiva e gloriosa (v. 10): Pois somos feitura dele, criados em CRISTO JESUS para boas obras, as quais DEUS de antemão preparou para que andássemos nelas. Paulo já declarara que a salvação não é nossa realização. Agora, não apenas declara o oposto, ou seja, que é realização de DEUS, mas vai além. Deixa para trás qualquer ideia de salvação como algo isolado, fora e à parte de nós mesmos. Está preocupado conosco, com seres humanos vivos que estávamos mortos. O que somos agora? Somos feitura de DEUS (poieêma. “sua obra de arte, sua obra-prima) (ktisthentes) em CRISTO JESUS. As duas palavras gregas falam de criação. Até esta altura, Paulo já descreveu a salvação em termos de uma ressurreição dentre os mortos, uma libertação da escravidão e um salvamento da condenação. E cada uma destas descrições declara que a obra é de DEUS, porque os mortos não podem ressuscitar a si  mesmos, nem as pessoas presas e condenadas podem libertar a si mesmas.
Mas agora explana a questão sem deixar a mínima sombra de dúvida. A salvação é a criação, a nova criação. E a linguagem da criação é um contrassenso a não ser que haja um Criador; a autocriação é uma contradição patente de termos.
 
Estão inteiramente enganadas as pessoas que pensam que boas obras são indispensáveis para os salvos.
Obras são importantes, não como base para salvação, ou meio, mas, sim, como sua consequência e evidência. Não somos salvos por causa de obras (vs. 8-9) mas, sim, somos criados em CRISTO JESUS para boas obras (v. 10), boas obras estas que DEUS de antemão preparou, segundo o seu desígnio, numa eternidade passada e para as quais nos criou, a fim de que continuadamente andássemos nelas. Assim termina o parágrafo como começou, com o nosso andar humano, uma expressão idiomática hebraica para a nossa maneira de viver.
Antigamente andávamos em delitos e pecados nos quais o diabo nos prendera; agora andamos nas boas obras, conforme DEUS eternamente planejou que fizéssemos. O contraste é completo. É um contraste entre dois estilos de vida (o mau e o bom) e, por trás deles, dois senhores (o diabo e DEUS). O que poderia ter ocasionado semelhante mudança? Somente uma nova criação pela graça e pelo poder de DEUS. As expressões-chaves do parágrafo são, decerto, Mas DEUS (v. 4) e pela graça (vs. 5, 8). Paulo não nutria ilusões a respeito da degradação da raça humana. Recusou-se a passar uma demão de cal na situação, pois isso poderia levar a propostas de soluções superficiais de sua parte. Pelo contrário, começou este parágrafo com um retrato fiel do homem na sua sujeição a três poderes terríveis: o pecado, a morte e a ira. Porém, recusou-se a cair em desespero porque acreditava em DEUS. É verdade que a única esperança para os mortos acha-se numa ressurreição. Mas, afinal, o DEUS vivo é o DEUS da ressurreição. Mais ainda, ele é o DEUS da criação. As duas metáforas indicam a necessidade indispensável da graça divina. A ressurreição, pois, é dentre os mortos, e a criação é da Palavra de DEUS. Este é o verdadeiro significado da salvação.
 
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 5 - Revista CPAD - 2020
 
OBJETIVO GERAL - Revelar que a graça salvadora de CRISTO nos garante a vida eterna.
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Refletir sobre nossa natureza pecaminosa;
Explicar que fomos vivificados pela graça de DEUS;
Informar que nossa salvação vem de DEUS e não das obras.
 
 
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Palavra de DEUS revela que formos libertos do pecado por meio da maravilhosa graça divina. Por ela, fomos perdoados e salvos da condenação eterna. Assim, em CRISTO JESUS, recebemos o direito à vida eterna. Na presente lição, você deve mostrar os relevantes aspectos doutrinários que estão revelados em Efésios 2.1-10. Nessa seção da epístola, o apóstolo Paulo amplia o conceito de libertação do pecado descrevendo-o como um favor imerecido dado por DEUS aos salvos a fim de que a nova criatura em JESUS desfrute de uma nova vida com o Salvador.
 
 
PONTO CENTRAL - A graça salvadora de CRISTO nos garante a vida eterna.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A nossa condição diante de DEUS era caótica, éramos escravos e estávamos condenados à perdição e morte eterna.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O pecador passou da morte para a vida por meio da graça divina, concedida por obra da misericórdia e do grande amor de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A salvação é graça divina por meio da fé. As obras não são o meio, mas o resultado de nossa salvação.
 
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Ao expor este tópico, faça uma reflexão a respeito da necessidade do novo nascimento como substituição à velha natureza. Para isso, tome por base o seguinte fragmento textual: “O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (ver Ef 2.3). O pecado, como natureza, indica a ‘sede’ ou a sua ‘localização’ no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados. Inversamente, é visto na necessidade do novo nascimento, de uma nova natureza a substituir a velha, pecaminosa (Jo 3.3-7; At 3.19; 1 Pe 1.23). Esse fato é revelado na ideia de que regeneração só pode acontecer de fora para dentro da pessoa (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27; 37.1-14; 1 Pe 1.3)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.286).
 
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de DEUS leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a DEUS (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em DEUS e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de DEUS fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).
Pode-se argumentar que a fé salvífica é um dom de DEUS, até mesmo dizer que a presença de anseios religiosos, inclusive entre os pagãos, nada tem a ver com a presença ou exercício da fé. A maioria dos evangélicos, no entanto, afirma semelhantes anseios, universalmente presentes, constituem-se evidências favoráveis à existência de um DEUS, a quem se dirigem. Seriam tais anseios inválidos em si mesmos, à parte da atividade divina direta?” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.370).
 
 
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode realizar o que está descrito acima. Pelo contrário, ‘pela graça sois salvos por meio da fé – e isso não vem de vós; é dom de DEUS’ (2.8). A ação da graça de DEUS está centrada em seu Filho – sua morte, ressurreição e entronização no céu como Senhor. Em relação à demonstração de sua graça, primeiramente vem o chamado ao arrependimento e à fé (At 2.38). Através dessa convocação, o ESPÍRITO SANTO torna a pessoa capaz de responder à graça de DEUS através da fé. Aqueles que por meio da fé respondem ao Senhor JESUS CRISTO ‘são vivificados juntamente com CRISTO’ (2.5). São regenerados ou nascidos de novo por obra do ESPÍRITO SANTO (Jo 3.3-8). São ressuscitados e assentados com CRISTO no reino celestial e continuam a receber a graça por sua união com Ele, que é a fonte do poder. Isso os torna capazes de resistir ao pecado e de viver de acordo com o ESPÍRITO SANTO (Rm 8.13,14). Os crentes, então, passam a servir a DEUS e praticar ‘boas obras’ (Ef 2.10; cf. 2 Co 9.8) por causa da graça que opera em cada um (1 Co 15.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.413).
 
 
 
PARA REFLETIR - A respeito de “Libertos do Pecado para uma Nova Vida em CRISTO”, responda:
Segundo a lição, qual o conceito de morto em Efésios 2.1? O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de DEUS (Is 59.2; Tg 1.15).
Cite as atitudes erradas adotadas na vida passada antes da regeneração do salvo conforme a lição. “Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b); “andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c); “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de DEUS” (2.3), o que Paulo passa a descrever? Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana.
Segundo a lição, o que significa a frase “nos vivificou juntamente com CRISTO” (2.5b)? Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois CRISTO nos deu vida outra vez.
Que transformação ocorreu nos salvos? Agora em CRISTO somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2 Co 5.17).
 
 
SUGESTÃO DE LEITURA - Amigo de Pecadores, Graça para o Momento - Vol II, Curando as Feridas do Passado (CPAD).
 
 
 
Bibliografia
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal 
Efésios - Elienai Cabral
John R. W. Stott - A Mensagem de Efésios.
Manual de Duvidas - Bíblia TheWord