18 junho 2015

Lição 12 - A Morte de JESUS parte2

A paixão de CRISTO, a partir de um ponto de vista médico.
C. Trunan Davis
 
De repente, eu percebi que eu tinha tornado a crucificação de JESUS  mais ou menos sem valor, durante estes anos, que havia crescido calos em meu coração sobre este horror, por tratar seus detalhes de forma tão familiar – e pela amizade distante que eu tinha com Ele. Isto finalmente aconteceu comigo quando, como médico, eu não sabia o que verdadeiramente ocasionou a morte imediata. Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, sem dúvida, acharam que qualquer detalhe seria desnecessário.
   
Eu estudei a prática da crucificação, que é a tortura e execução de alguém fixando-o na cruz.    
A coluna vertical era geralmente fixada ao solo, onde seria a execução, e o réu era forçado a carregar o poste horizontal, pesando aproximadamente 55 quilos, da prisão até o lugar da execução.
 
EXPLICAÇÃO:
A paixão física de JESUS  começou no Getsêmani. Em Lucas diz: “E estando em agonia, Ele orou. E Seu suor tornou-se gotas de sangue, escorrendo pelo chão.”    
Todos os estudos têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente debaixo da impressão que isto não pode acontecer.    
No entanto, pode-se conseguir muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Debaixo de um stress emocional, fino capilares nas glândulas sudorípara podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo causa fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia.    
Após a prisão no meio da noite, JESUS  foi trazido ao Sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro trauma físico. JESUS  foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e caçoaram d’Ele, pedindo para que identificasse quem O estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.    
De manhã cedo, JESUS , surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, foi levado a Jerusalém para ser chicoteado e então crucificado.    
Os preparativos para as chicotadas são feitos: o prisioneiro é despido de Suas roupas, e Suas mãos amarradas a um poste, a cima de Sua cabeça. É duvidoso se os Romanos seguiram as leis judaicas quanto as chibatadas. Os judeus tinham lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chibatadas. Os fariseus, para terem certeza que esta lei não seria desobedecida, ordenava apenas 39 chibatadas para que não houvesse erro na contagem.
 
CHICOTE DUPLO:
O soldado romano dá um passo a frente com um chicote com várias pesadas tiras de couro com 2 (duas) pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. 
O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de JESUS . Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chibatadas continuam, elas cortam os tecido debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura. As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chibatadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.  
Então, JESUS  é desamarrado, e Lhe é permitido deitar-se no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que clamava ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os Seus ombros e colocam um pau em Suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, recoberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o escalpo é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo). Após caçoarem d’Ele, e baterem em Sua face, tiram o pau de Suas mãos e batem em Sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em Seu escalpo. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de Suas costas. O manto, por sua vez, já havia se aderido ao sangue e grudado, nas feridas, justo como em uma descuidada remoção de uma bandagem cirúrgica, causa dor cruciante...quase como se estivesse apanhando outra vez – e as feridas, começam a sangrar outra vez.  
A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre Seus ombros, e a procissão do CRISTO condenado, dois ladrões e os detalhes da execução dos soldados romanos, encabeçada por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é muito para Ele. Ele tropeça e cai. Lascas da madeira entram na pele dilacerada e nos músculos de Seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já não suportam mais. O centurião, ansioso para a crucificação, escolhe um norte-africano, Simão, para carregar a cruz. JESUS  segue ainda sangrando, suando frio e com choques. A jornada é então completada. O prisioneiro é despido – exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus. A crucificação começa: a JESUS  é oferecido vinho com mirra, uma mistura para aliviar a dor. JESUS  se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e JESUS  é rapidamente jogado de costas, com Seus ombros contra a madeira. Os soldados procuram a depressão entre os ossos de Sua mão. Ele dirige um pesado, quadrado prego de ferro, através de Sua mão para dentro da madeira. Rapidamente ele se move para outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não pregar muito apertado, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada, e sobre o topo, a inscrição onde se lê em grego, latim e hebraico: “JESUS  de Nazaré, Rei dos Judeus”, é pregada.  
O pé direito é pressionado contra o pé esquerdo, e com os pés esticados, os dedos para baixo, um prego é martelado atravessando os pés, deixando os joelhos levemente flexionados. A Vítima está agora crucificada. À medida que Ele se abaixa, com o peso maior sobre os pregos nas mãos, cruciante e terrível dor passa pêlos dedos e braços, explodindo no cérebro – os pregos nas mãos comprimem os nervos médicos. Conforme Ele se empurra para cima, a fim de aliviar o peso e a dor, Ele descarrega todo o Seu peso sobre o prego em Seus pés. Outra vez, desencadeia a agonia do prego colocado entre os metatarsos se Seus pés.
 
EXPLICAÇÃO:
Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grande ondas de cãibras percorrem Seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a inabilidade de empurrar – Se para cima, Pendurado por Seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado para os pulmões, mas não pode ser expirado. JESUS  luta para se levantar a fim de tomar fôlego. Finalmente, dióxido de carbono é retido nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, Ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que JESUS  consegui falar as sentenças registradas:  
JESUS  olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre Suas vestes, “Pai, perdoa-os, pois eles não sabem o que fazem.”            
Em Lucas 23:34 a forma do verbo no presente continuo indica que Ele continuou dizendo isto. Ao lado do ladrão, JESUS  disse: “Hoje você estará comigo no Paraíso.”            
JESUS  disse, olhando para baixo ao atemorizado e quebrantado adolescente João, “ eis a Sua mãe” e olhando para Maria, Sua mãe disse: “eis aí o seu filho”. O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Meu DEUS, meu DEUS, por que me desamparaste?  
Horas desta dor limitante, ciclos de contorção, cãibras nas juntas, asfixia parcial intermitente, intensa dor por causa da lascas enfiadas nos tecidos de Suas costas dilaceradas, conforme Ele se levanta contra o poste de crus. Então outra dor de agonia começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.  
Agora está quase acabado – a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico – o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos – os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam estímulos para o cérebro.  
JESUS  suspira de sede. Uma esponja embebida em vinagre, vinho azedo, o qual era o resto da bebida dos soldados romanos, é levantada aos Seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de JESUS  chega ao extremo, e Ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre Seu corpo. Este acontecimento traz as Suas próximas palavras – provavelmente, um pouco mais que um suspiro de tortura.
 
ESTÁ CONSUMADO :
Sua missão de sacrifício está completa. Finalmente, Ele permite o Seu corpo morrer.
Com uma última força, Ele mais uma vez pressiona o Seu peso sobre os pés contra o prego, estica as Suas pernas e toma profundo fôlego e grita Seu último clamor: “PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO”           
Por causa da Páscoa, a tradição dizia que o réis ainda vivos, deveriam ser retirados da cruz e quebradas as suas pernas. No caso de JESUS  isto era desnecessário.
 
CONCLUSÃO: 
Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço entre as costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: “ E imediatamente verteu sangue e água.” Isto era escape de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu, não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio.
 
A seguir A SENTENÇA DE CRISTO :  Cópia autêntica da Peça do Processo de CRISTO, existente no Museu da Espanha.  
No ano dezenove de TIBÉRIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, Monarca Invencível, na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio, do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia; QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente, na baixa Galiléia, HERODES ANTIPRAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém; QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente – EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte, JESUS , chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e Galileu de nação, homem, sedicioso, contra a Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRIO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUM. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAM DANIEL, RABAM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI, Pêlos fariseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pêlos hebreus: MATUMBERTO. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO e AMACIO CHILICIO.
 
Observação:
Como a bíblia não narra esses pormenores, consideremos como mais um apêndice para ilustração de nossa lição os fatos relatados acima.
 
OBS.: Na verdade DEUS escolheu o dia, a hora, o tempo, a estação, o ano, a era, o local, os protagonistas e até o cordeiro. Tudo estava preparado para aquele dia e hora, JESUS veio para isso mesmo.
Gl 3.13 CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
 
V- POR QUE A CRUZ?
A Cruz
Jo 18.31- Disse-lhes, pois Pilatos: “Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: a nós não é licito matar pessoa alguma”.
Pela lei judaica JESUS deveria morrer apedrejado (?). As leis romanas, por decreto de César o imperador, havia proibido aos judeus o direito de matarem qualquer pessoa, mesmo que em suas leis fosse permitido;
A morte de JESUS CRISTO na cruz já estava vaticinada a cerca de 700 anos antes, através do profeta Isaías como lemos no capítulo 53 de seu livro; também lemos em Deuteronômio (Dt 21.23) que é maldito todo aquele que morre em um madeiro (no caso uma cruz).
Como JESUS precisava levar sobre si os nossos pecados e nossas iniqüidades e também nossas maldições (Dt 28) a condenação estava dentro dos planos de DEUS, pois fomos comprados através desse sacrifício vicário de CRISTO, na cruz do calvário (Gl 3.13).
Também a morte de cruz era tanto a maneira gentílica como a maneira judia de um maldito morrer, significando para nós que JESUS não morreu só por Judeus, mas também por nós.
 
O Poder
Jo 19.11- “Respondeu JESUS:Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.  
 
 
“SATANEIRA” = definição = para os ratos se armam ratoeiras mas para satanás DEUS armou uma sataneira.
 Algumas seitas demoníacas têm feito significativos esforços no sentido de denegrir a obra expiatória de CRISTO na cruz do calvário e uma das artimanhas utilizadas pelas mesmas tem sido a de incutir, nas mentes cauterizadas de seus adeptos fanáticos, a doutrina que diz ter o filho de DEUS cometido pecados e portanto sua condenação teria sido justa, pois era digno de morte. A palavra de DEUS já nós diz em 1Co 1.19 que: A palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de DEUS.
Ao lemos 1 Co 1.21 descobrimos que só através da sabedoria se pode conhecer o plano de redenção que DEUS preparou para o homem, senão vejamos:
A palavra de DEUS nos afirma na carta de Paulo aos romanos em 6.23, que o salário do pecado é a morte, mas JESUS tendo sido concebido do ESPÍRITO SANTO e através de uma virgem, não nasceu da semente corruptível do homem mas da semente incorruptível de DEUS, portanto sem pecado (Hb 9.14 e 9.27,28).
Prestemos atenção à palavra de DEUS em Jo 10.17,18, onde lemos: ”Por isto o PAI me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém me tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu PAI”. Deduzimos, é lógico, que JESUS escolheu a hora, o lugar, o dia e a maneira que fosse sua morte; não foi obra de satanás e nem de homens, mas a sataneira de DEUS para o diabo que pensou ter matado o filho de DEUS e até comemorou, mas o que ele recebeu foi um pisão na cabeça, para que se cumprisse Gn 3.15 e ainda JESUS lhe tomou a coroa da vida e as chaves do inferno e da morte, vencendo assim o inimigo de nossas almas (Leia: Ap 2.10; 3.11,12; e principalmente 1.17,18). O que você está esperando para concretizar essa obra?
 

 POR QUE A CRUZ ERA NECESSÁRIA?PORQUE JESUS CRISTO NOS SUBSTITUIU ALI, QUE ERA NOSSO LUGAR.ELE MORREU POR NOSSOS PECADOS, ELE MORREU A NOSSA MORTE, EM NOSSO LUGAR.ELE LEVOU SOBRE SI NOSSOS PECADOS, DOENÇAS E INIQUIDADES(Is 53; Gl 3.13; 1 Pe 2:24)

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CRUZ ERA LUGAR DE CONDENADO: Gl 3:13 "CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro"; Dt 21:22 Se um homem tiver cometido um pecado digno de morte, e for morto, e o tiveres pendurado num madeiro, 23 o seu cadáver não permanecerá toda a noite no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto aquele que é pendurado é maldito de DEUS. Assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu DEUS te dá em herança.
 
SE "TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS" (Rm 3.23), ENTÃO TODOS NÓS MERECÍAMOS MORRER E MORTE DE CRUZ. O PECADO MERECE CASTIGO OU SEJA MALDIÇÃO. JESUS VEIO NOS SUBSTITUIR NAQUELA CRUZ; O SACRIFÍCIO DE UM EM LUGAR DE MUITOS. 
Rm 5.16 Também não é assim o dom como a ofensa, que veio por um só que pecou; porque o juízo veio, na verdade, de uma só ofensa para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. 17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, JESUS  CRISTO. 18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. 19 Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.
 
VI- A MORTE DE JESUS CRISTO FOI UMA: 
1-    EXPIAÇÃO: Lv 23:2828 Nesse dia não fareis trabalho algum; porque é o dia da expiação, para nele fazer-se expiação por vós perante o Senhor vosso DEUS. 29 Pois toda alma que não se afligir nesse dia, será extirpada do seu povo. = PURGAR, LANÇAR FORA, COBRIR. REMOVER NOSSO PECADO COBRINDO-O COM SANGUE. 1 Pe 2:24; 2Co 5:21; 1 Jo 1:7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de JESUS  seu Filho nos purifica de todo pecado. 
2-    PROPICIAÇÃO: 1 Jo 2:2; Rm 3:25 ao qual DEUS propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; Hb 2:17; 1 Jo 4:10 = APLACAR, ACALMOU A IRA DE DEUS; ASSIM PODEMOS CHEGAR À PRESENÇA DELE. 
3-    SUBSTITUIÇÃO: Is 53:64 Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de DEUS, e oprimido. 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. ; Rm 5:6 = SUBSTITUTO NOSSO NA CRUZ, O CORDEIRO NA PÁSCOA SUBSTITUÍA O PRIMOGÊNITO. CRISTO NOSSA PÁSCOA MORREU POR NÓS. 
4-    REDENÇÃO: Mt 20:28; Ap 5:9; 14:3,4; Gl 3:13; Tt 2:14; 1 Pe 1:18; Hb 9:12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção. Sl 49:8; Ef 1:7,14; Ef 4:30; Cl 1:14 = COMPRAR POR PREÇO ALGO VENDIDO ( 1 Co 6:20 = Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a DEUS no vosso corpo.); RESGATAR DA MÃO D’OUTREM. Lv 25:47-49 (TODO O CAPÍTULO, ANO DO JUBILEU). 47 Se um estrangeiro ou peregrino que estiver contigo se tornar rico, e teu irmão, que está com ele, empobrecer e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou à linhagem da família do estrangeiro, 48 depois que se houver vendido, poderá ser remido; um de seus irmãos o poderá remir;49 ou seu tio, ou o filho de seu tio, ou qualquer parente chegado da sua família poderá remi-lo; ou, se ele se tiver tornado rico, poderá remir-se a si mesmo. 
5-    RECONCILIAÇÃO: 2 Co 5:18 Mas todas as coisas provêm de DEUS, que nos reconciliou consigo mesmo por CRISTO, e nos confiou o ministério da reconciliação; Cl 1:21; Rm 5:11; Rm 11:1520 e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. Éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más,22 agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis, 23 se é que permaneceis na fé, fundados e firmes, não vos deixando apartar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu = DEUS NÃO FICA PARA SEMPRE INTRIGADO COM O PECADOR, É ELE PRÓPRIO QUE NOS PROCURA PARA RECONCILIAÇÃO.
 
*** PROVA DE TUDO ISTO: JESUS SALVA, CURA, LIBERTA, BATIZA  COM O ESPÍRITO SANTO E LEVA-NOS PARA O CÉU.
 
VII. JESUS MORRE SOBRE A CRUZ, 23.44-49.
Havia sinais e maravilhas quando DEUS deu a Lei no monte Sinai. Havia, da mesma maneira, sinais e maravilhas, quando CRISTO derramou Seu sangue expiatório no Calvário.
23.44 “E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, 45 “escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo. 46 “E, clamando JESUS com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. 47 “E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a DEUS, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48 “E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos. 49 “E todos os seus conhecidos e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galiléa estavam de longe vendo essas coisas.
 
E houve trevas em toda a terra (v. 44): Foi o Primeiro Milagre da Crucificação.  Havia seis destes prodígios, cada um significativo e estupendo, como sinal dos céus, na ocasião da morte de CRISTO na cruz. Na ocasião de escurecer-se o sol, CRISTO havia passado três horas na cruz. Foi quase à hora sexta, isto é, ao meio-dia. Não foram trevas como resultam de erupção de vulcão, porque se estenderam a “toda a terra”. Não foi eclipse, porque duraram três horas; o maior eclipse do sol não pode durar mais que alguns minutos. Além disto foi no tempo da páscoa e,  portanto, tempo de lua cheia, quando não pode haver eclipse do sol. O sol se escureceu; deixou, de maneira misteriosa, de brilhar. Estava escuro ao meio dia, com o sol visível no céu. A luz do sol vence a escuridão. Mas nesse caso, as trevas do calvário venceram a luz do meio dia. Parece que as trevas prevaleceram repentinamente, ao meio dia, e não gradualmente. Até aquele momento toda a cena era de agitação. Os soldados se ocupavam em guardar suas vítimas e repartir entre si suas vestes. O povo passava zombando. CRISTO orava em alta voz pelos perseguidores, atendia ao clamor do ladrão penitente e entregava Sua mãe ao amado apóstolo... Mas, ao meio dia, houve trevas e silêncio. O grande Sofredor não fala mais. Cessaram os insultos do povo. As multidões foram tomadas de horror. Todo o mundo, mergulhado em trevas, ficava alerta, pasmado, perplexo, em expectativa. O povo pedira um sinal do céu, cap 11.16. O próprio céu dera este sinal. E o centurião romano exclamou: “Na verdade este homem era justo”. CRISTO sofreu as três primeiras horas em plena vista do povo. Mas o era para os olhos dos homens o contemplar a agonia extrema das últimas três horas.  Foi somente no fim que o Sofredor clamou em alta voz: "DEUS meu, DEUS meu, porque me desamparaste"? As trevas do Calvário simbolizavam os sofrimentos indizíveis de CRISTO. As trevas prefiguram o que esperavam Seus crucificadores. Os Seis Milagres do Calvário, que como grande corrente em redor da morte de JESUS CRISTO segura-a firmemente ao sentido da redenção eterna, são em ordem:
1) As trevas sobrenaturais.
2) O véu do Templo é rasgado em duas partes, vede Marcos: o Evangelho do Servo, 15.38.
3) O terremoto, vede Mateus: o Evangelho do Rei, 27.51.
4) Abrem-se os sepulcros, vede Mateus: o Evangelho do Rei, 27.52.
5) O milagre da mortalha de JESUS, João: o Evangelho do Filho de DEUS, 20.6-8.
Maria Madalena viu casualmente e se enganou; viu o sepulcro  aberto e julgava que levaram o Senhor do sepulcro, w . 1,2. Pedro viu com olhos de investigador; viu no chão os lençóis, e que o lenço..., w.6,7. Quantos metros de linho fino José e Nicodemos usaram em embalsamar o corpo do Senhor, não sabemos. Mas os egípcios usavam uma quantidade prodigiosa, como  sabemos pelo que se encontra nas múmias. João, também, da mesma maneira como Pedro, notou tudo - os  cinqüenta quilos de composição de mirra e aloés e os muitos metros de fazenda de linho envolvendo o corpo do Senhor como uma sorte de casulo, do qual Cristo  escapara, na manhã da ressurreição, como uma borboleta abandona seu casulo. Os antigos nos informam que a composição de mirra e aloés grudava a fazenda ao corpo como se fosse piche ou chumbo. O apóstolo João notou que ninguém podia ter levado o corpo e viu que seu Mestre tinha traspassado a grande cápsula  que encerrava Seu corpo mesmo como, depois, traspassou as paredes da sala  onde se reuniam os discípulos, v.19. Foi o mesmo João, o apóstolo do amor, que primeiro que todos os apóstolos, depois no mar de Tiberíades (21.7) reconheceu  o Senhor, que primeiro viu a grande significação do milagre e creu que Jesus  ressuscitara - viu e creu, v.8. Jesus deixou Sua mortalha no sepulcro, mas Lázaro saiu, tendo as mãos e os pés  ligados com faixas. Notemos, porém, a grande diferença: Lázaro voltou para a mesma vida de outrora, para viver na carne, morrer novamente e esperar a ressurreição. O Senhor ressuscitou para não mais morrer, nem mais sofrer cansaço ou enfermidade. Quando encarnou ficou sujeito as leis da matéria. Mas Seu corpo ressuscitado era maravilhoso, glorioso e mais veloz que a luz. Perguntemo-nos a nós mesmos: Qual a nossa maneira de contemplar a Jesus pregando, curando, servindo, crucificado, sepultado e ressuscitado? É a maneira de Maria Madalena, w .1,2? É a de Pedro? Ou é a de João, w . 6-8? O servo de Elias viu uma pequena nuvem, como a mão dum homem. A terra estava queimada e  coberta de poeira de uma seca que durara três anos e seis meses. Mas Elias viu  abundância de chuva. Senhor, unja meus olhos para que eu veja!
6) Muitos corpos saem dos sepulcros, depois da ressurreição de JESUS, vede Mateus: o Evangelho do Rei, 27.52,53.
 
As Sete Palavras da Cruz. (Três foram proferidas antes das três horas de trevas.)
1) A Palavra de perdão: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem, v. 34.
2) A palavra de salvação: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso, v. 43.
3) A palavra de afeição: Mulher, eis aí teu filho, Jo 19.26,27. (Foi ao findar as trevas que se ouviu anunciada a quarta palavra da cruz.)
4) A palavra de angústia: DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste? Mt 27.46; Mc 15.34-36.
5) A palavra de sofrimento: Tenho sede, Jo 19.28.
6) A palavra de vitória: Está consumado, Jo 19.30.
7) A palavra de contentamento: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, v. 46. Clamando JESUS com grande voz (v. 46): A voz de um moribundo é geralmente fraca. Mas a morte de JESUS era diferente; entregou o Seu espírito. Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (v.46): Quantos mártires proferiram estas mesmas palavras como João Huss, chegando a uma ilha no Reno, onde ia sofrer o martírio, ajoelhou-se e orou: “Senhor, agradeço-Te porque me ouviste. Em Ti confio. Oh, minha Rocha e minha Fortaleza, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. Bispo Ridley ao ficar envolto nas chamas disse: “Nas tuas mãos, ó Senhor, entrego o meu espírito. Senhor, recebe a minha alma!” O mártir francês, Aymond de Lavoy, na sua execução clamou: “Ó Senhor meu DEUS, nas tuas mãos entrego a minha alma!”
Espada Cortante 2, 8ª Impressão, Orlando S. Boyer - CPAD
 
RESUMO DA LIÇÃO DA CPAD
1º TRIMESTRE DE 2008
Vicário: Aquele que se coloca no lugar do outro; substituto. O termo descreve a morte substituta de JESUS .
I. A MORTE DE JESUS FOI PREDITA
NO ANTIGO TESTAMENTO
1. A promessa do sacrifício de JESUS .
2. "Segundo as Escrituras".
II. O DIA DA CRUCIFICAÇÃO
1. O dia se tornou em trevas (v. 44).
2. O véu rasgado (v. 45).
3. O brado de JESUS  (v. 46).
4. A reação do centurião e da multidão (vv. 47, 48).
5. Evidências externas.
III. O SACRIFÍCIO VICÁRIO
1. A morte vicária.
2. A reconciliação pelo sangue.
3. A provisão de DEUS para a salvação.
4. Os opositores da cruz de CRISTO.
CONCLUSÃO
JESUS  morreu por toda a humanidade, a fim de expiar, diante de DEUS, todos os nossos pecados.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1): A morte vicária de JESUS  foi amplamente profetizada no Antigo Testamento. O AT descreve minúcias do sofrimento e morte de JESUS .
SINOPSE DO TÓPICO (2): Imediatamente após a morte de JESUS , vários eventos atestaram a inocência, a filiação divina e o sacerdócio perfeito de nosso Senhor JESUS  CRISTO.
SINOPSE DO TÓPICO (3): A morte vicária de JESUS  proporciona ao crente reconciliação com DEUS. JESUS  é a única provisão de DEUS para a salvação do homem.
 
Subsídio Teológico - "O Sacrifício Expiatório
O sacrifício expiatório do Messias foi ensinado nas profecias e símbolos do Antigo Testamento, e JESUS  compreendia perfeitamente as Escrituras judaicas. Todo o sistema sacrificial mosaico e o sacerdócio que o mantinha eram símbolos e sombras das Boas Novas vindouras. JESUS  tinha conhecimento de que os demais judeus sabiam que o núcleo desse sistema era Levítico 17.11: 'Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida'.
Ao 'anunciar o seu nascimento', JESUS  declarou que a sua encarnação lhe deu um corpo que Ele ofereceria como sacrifício pelos pecados do mundo. Portanto, quando veio ao mundo, Ele disse: 'Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, corpo me formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó DEUS, a tua vontade' (Hb 10.5-7).
JESUS  se entregaria como oferta queimada, em submissão total a DEUS, assim como oferta pelo pecado para pagar o preço das nossas ofensas contra DEUS."
(WIERSBE, W. W. O que as palavras da cruz significam para nós. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.12-3.)
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004.
WIERSBE, W. W. O que as palavras da cruz significam para nós. RJ: CPAD, 2001.
 
APLICAÇÃO PESSOAL
"Você é Especial (Rm 8.39)
Desejamos saber até onde o amor de DEUS resistirá... Não apenas no domingo de Santa Ceia, quando estamos com os sapatos brilhando e os cabelos arrumados... Não quando estou animado e confiante, e pronto para resolver o problema da fome no mundo. Não. Sei como Ele se sente a meu respeito nestes momentos. Até eu gosto de mim nestas horas.
Quero saber o que Ele sente por mim quando disparo contra qualquer coisa que se move, quando os meus pensamentos estão ao nível da sarjeta, quando minha língua está afiada o suficiente para fatiar uma rocha. Como Ele se sente a meu respeito então?...
Pode alguma coisa separar-nos do amor que CRISTO tem por nós?
DEUS respondeu nossa pergunta antes que a formulássemos. Para que enxergássemos a sua resposta, Ele iluminou o céu com uma estrela. Para que a ouvíssemos, Ele encheu a noite com um coral; e para que crêssemos nela, Ele fez que o homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne e habitou entre nós, morreu e ressuscitou ao terceiro dia." (LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004, p.27.).
 
Comentários extras de alguns autores com algumas modificações do Ev Luiz Henrique - Lição 12 - A Morte de JESUS - 2º Trimestre de 2015
A morte de JESUS (23:44-49).
O relato de Lucas da morte de JESUS ressalta que foi pacifica, mas, qual foi seu efeito naqueles  a observavam?
44,45. A hora sexta era meio-dia. O dia era dividido em doze partes, a partir do raiar do sol. Uma hora tinha uma duração diferente em estações diferentes do ano, mas a sexta hora sempre era meio-dia. No relato de João, “era cerca da hora sexta” quando Pilatos se preparou a sentenciar JESUS (Jo 19:14). Marcos diz que “era a hora terceira” (Mc 15:25). Devemos ter em mente que os antigos não eram tidos como precisos na sua medição do tempo quanto nós somos agora. Antes da existência de relógios de parede e de pulseira, como poderiam sê-lo? Todos os horários do dia nos documentos antigos tendem a ser aproximados. João, portanto, quer dizer que era na parte final da manhã que Pilatos pronunciou a sentença, e Lucas, que JESUS estava na cruz cerca do meio-dia. Marcos talvez queira dizer que a crucificação ocorreu um pouco mais cedo, ou talvez queira dizer que a manhã estava avançada quando este evento ocorreu. Obviamente, os Evangelistas não estão meramente repetindo uns aos outros, mas não há nenhuma contradição essencial. Lucas continua, dizendo-nos que durante três horas houve trevas sobre toda a terra. Não nos diz o que a causou, e os tradutores e comentaristas que falam de um eclipse do sol que seria impossível na lua cheia (a qual, naturalmente, determinava o tempo da Páscoa - Obs Ev. Henrique - só um milagre mesmo o poderia realizar). O véu do santuário se rasgou. Esta era a cortina que separava o SANTO dos Santos do restante do Templo. Simbolizava o aspecto separado e remoto de DEUS. O rasgar do véu a esta altura dá expressão à verdade de que a morte de JESUS abriu o caminho para todos nós à própria presença de DEUS (cf. Hb 9:3, 8; 10:19ss) - (Com modificação do Ev. Henrique).
46. As últimas palavras de JESUS são uma bela expressão de confiança em DEUS.
JESUS Se recomenda ao Pai nas palavras do Salmo Sl 31:5. Mateus e Marcos enfatizam a natureza terrível da morte que JESUS sofreu pelos pecadores com as palavras, “DEUS meu, DEUS meu, porque me desamparaste?” (Mt 27:46; Mc 15:34). Lucas não está negando este aspecto, mas o que ressalta é que naquela morte, paradoxalmente, JESUS estava em comunhão com o Pai. Cumprira a vontade do Pai. A palavra traduzida expirou, exepneusen, não é a palavra normal para dizer que alguém morreu. Na realidade, nenhum dos Evangelistas diz: “JESUS morreu,” que talvez seja parte da maneira deles de ressaltarem a verdade de que na morte de JESUS havia algo totalmente fora do comum.
47. Lucas passa para a reação dalguns daqueles que viram JESUS morrer. O centurião, que decerto era o encarregado da execução, deu glória a DEUS. Parece querer dizer que seu tributo a JESUS era um ato inconsciente de louvor. JESUS era justo, o que quer dizer que era aceitável a DEUS. A implicação é que a morte dos justos deve estar de acordo com a vontade de DEUS. Ao reconhecer a justiça o centurião estava, assim, louvando a DEUS. Mateus e Marcos tem “Filho de DEUS,” mas o sentido em que um romano teria usado o termo é expressado melhor nas palavras registradas por Lucas.
48. As multidões devem ser os jerusalemitas que não tinham muito interesse em JESUS mas que vieram olhar a execução. Ao invés de receberem divertimento, ficaram entristecidas por tudo isto e foram para casa batendo nos peitos na sua aflição. Muitos viram nesta reação uma preparação para a pregação bem-sucedida no dia de Pentecoste, quando cerca de três mil acreditaram na mensagem pregada por Pedro, nessa cidade (At 2:41). Por que tantos? Parte da resposta decerto é que muitos foram para casa, após a crucificação perturbados e pensativos.
49. É curioso que Lucas não menciona o efeito sobre os seguidores de JESUS. Diz-nos que alguns deles estavam ali, e, caracteristicamente, destaca certas mulheres para a menção especial. Mas conta-nos apenas que estas pessoas permaneceram a contemplar de longe estas coisas (talvez não tivesse sido aconselhável chegar perto demais).
Lucas - Introdução e Comentário - Leon L. Morris - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21266, São Paulo-SP - www.vidanova.com.br
 
A Crucificação de JESUS
Introdução
Enquanto JESUS caminhava em direção à colina do Calvário, seguiam-no muitas mulheres, lamentando por Ele. A primeira vista, CRISTO parecia vítima indefesa de circunstâncias esmagadoras. Mas o olhar da fé o vê como Vencedor mesmo em meio às agonias mais cruciantes. A luz deste fato, estudemos a história da crucificação, vendo nela a revelação da vitória.
I. Vitorioso no Amor
JESUS ensinara a seus discípulos: “Amai a vossos inimigos... e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44). Provou que praticava seus próprios ensinamentos, quando, na cruz, orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Notemos:
1. A invocação. Não era raro falarem os condenados, estando pendurados na cruz. Suas palavras consistiam em gritos de dor, pedidos de clemência e maldições contra DEUS e os que os crucificaram. A primeira reação de JESUS foi orar, e a primeira palavra, “Pai”, era uma condenação indireta aos seus juízes. Agiam em nome da religião e de DEUS; mas qual deles tinha devoção suficiente para orar pelos perseguidores, ou comunhão com DEUS em meio à agonia?
A exclamação “Pai” comprova inabalada a confiança que JESUS depositara em DEUS, apesar de tanto sofrimento. A situação de JESUS atingira sua fase mais negra, e sua causa parecia perdida; mas Ele olha para cima e exclama: “Pai”.
2. A petição. “Perdoa-lhes”. Quando lemos como os sumo sacerdotes torceram a forma da Lei para incriminar o Senhor; como Herodes o desprezou; como Pilatos brincou tão levianamente com seus interesses; e como a multidão gritava contra Ele, o nosso coração arde, indignado. JESUS, porém, orou: “Pai, perdoa-lhes”. Tivesse JESUS proferido palavras de condenação a seus inimigos, quem o contestaria? Pois é da natureza divina a indignação contra o pecado. JESUS, porém, prefere revelar seu amor.
3. O argumento. “Porque não sabem o que fazem”. Estas palavras revelam mais profundamente o amor divino. Pessoas há que, ao sofrer injúrias, pensam o pior de seus perseguidores. JESUS, porém, no auge da dor procura desculpar seus inimigos. DEUS, que é perfeitamente justo, toma em consideração a ignorância do pecador (ver At 3.17; 1 Tm 1.13). Isto, porém, não isenta o homem da responsabilidade pelas suas ações. A oração de JESUS dava a entender que seus inimigos eram culpados e precisavam de perdão. De fato, foi por saber do perigo a que sua culpa os expunha que Ele, esquecendo-se do próprio sofrimento, intercedeu por eles.
II. Vitorioso na Humilhação
1. A indiferença. “E o povo estava olhando”. Mateus fala dos soldados que “assentados ali, o guardavam”. Os que crucificaram a CRISTO e os que estavam ao redor da cruz, olhavam indiferentes para o Sofredor. Os soldados contemplaram durante horas a cena que comoveria o mundo, e nada mais viram que um judeu moribundo. Ainda hoje, pessoas há indiferentes à mensagem da cruz.
2. Os ladrões. “Ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda”. Talvez num último gesto de maldade, crucificaram a CRISTO entre dois ladrões, como a dizer: “Eis aqui o vosso Rei e dois de seus súditos!” No entanto, não lhe era estranha esta posição, porque, durante seu ministério terreno, estava sempre no meio dos pecadores, como seu Amigo e Redentor (Lc 15.1,2); era natural que ficasse no meio deles ao morrer, já que morria por eles! Foi contado com os transgressores a fim de serem os transgressores contados com os santos.
3. As vestes. “E, repartindo os seus vestidos, lançaram sortes”. Os guardas agiam como a cumprir um dever rotineiro - a natureza humana desce a este ponto. Ignoraram a JESUS, mas lançaram sortes pela suas vestes, dando mais valor a estas. Notemos quão profundamente desce JESUS ao vale da humilhação. Aquele que se despiu de sua glória por amor à humanidade é agora despido até das suas roupas terrenas. Este fato, porém, glorificava a DEUS porque era cumprimento de uma profecia messiânica (SI 22.1-18).
4. A zombaria. Além dos sofrimentos físicos, CRISTO experimentava a pressão psicológica das zombarias. Zombavam dEle:
4.1. O povo (v. 35; cf. Mt 27.39,40). Talvez houvesse entre tais pessoas algumas das que gritaram “Hosana!”, durante a entrada triunfal de JESUS em Jerusalém.
4.2. As autoridades. “E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o CRISTO, o escolhido de DEUS”. Sem perceber, acabaram falando uma verdade. Tivesse CRISTO evitado a cruz, não poderia oferecer salvação às pessoas.
4.3. Os soldados. JESUS era escarnecido pelos soldados (v. 36). Oferecendo-lhe o vinho azedo que bebiam, faziam piadas grosseiras às expensas do Sofredor.
4.4. Pilatos. Percebe-se sua zombaria na inscrição:
Este é o Rei dos judeus”. Os judeus tinham razão em queixar-se de que se tratava mais de uma proclamação que de uma acusação (Jo 19.21,22). De acordo com a acusação, Pilatos deveria ter escrito: “Este homem alegou ser rei dos judeus”. Pilatos, ao que parece, queria vingar-se dos judeus que o haviam forçado a tomar uma decisão contra a sua vontade.
Seja qual for o motivo, JESUS, mesmo na morte, acabou proclamado Rei pelo governo. Pilatos poderia ter dito: “O que escrevi, DEUS escreveu”. Segundo a lei romana, a acusação, uma vez colocada da cruz, não podia ser alterada. E não havia necessidade de alterá-la porque era verdadeira. A cruz foi realmente o trono de CRISTO. Ele tornou-se o Rei dos homens ao morrer por eles.
III. Vitorioso na Graça
Notemos três fatos com respeito ao ladrão arrependido:
1. O que pensava de si mesmo. Os companheiros de aflições geralmente simpatizam entre si, mas neste caso os ladrões crucificados, enlouquecidos pela dor, juntaram-se à zombaria dos sacerdotes e do povo (Mt 27.44). A dor excessiva pode levar as pessoas a fazer qualquer coisa para esquecer a agonia. Mais tarde, um deles recuou em seu comportamento. Seu próprio pecado o levou a perceber sua condição. Provavelmente arrependeu-se pelo que vira e ouvira de CRISTO, ali mesmo, na cruz. Ouvira-o orar pelos inimigos e as palavras dirigidas às mulheres de Jerusalém (Lc 23.27-31). A oração de CRISTO em favor dos inimigos deve tê-lo comovido profundamente, porquanto era coisa desconhecida naqueles dias.
2. O que pensava de CRISTO. “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. O ladrão arrependido separara-se do pecado e de seu companheiro impenitente. Reconhecer a vítima cruenta como Senhor e Rei foi um ato maravilhoso de fé. Era brilhante a visão deste olhar que, na morte, conseguia enxergar a vida; na ruína, a majestade; na vergonha, a glória; na derrota, a vitória; na escravidão, a realeza. Talvez jamais tenha havido outro exemplo tão maravilhoso de fé. Isto era, para CRISTO, uma consolação, como aquela oferecida pelo anjo no jardim. No ponto em que Pedro fracassou, o ladrão da cruz teve iniciada a sua fé. Estranho berço para nascer uma fé.
Este ladrão entendeu o verdadeiro sentido da cruz - a visão de um sofredor inocente que era Senhor e Rei, e que tinha poder para salvar os pecadores.
3. O que CRISTO pensava dele. Gloriosa foi a resposta de JESUS: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Falou-lhe o ladrão como a um rei, e orou a Ele como se ora a DEUS. Fosse JESUS apenas um homem, como muitos alegam, teria respondido: “Não ore para mim, porque sou como você, e vou para a mesma terra desconhecida”. Mas aceitou a homenagem, e falou do mundo invisível como um lugar dEle bem conhecido. O grande pecador fez descansar nEle o peso da sua alma, dos seus pecados, e CRISTO aceitou o fardo.
A resposta de CRISTO confirmava-lhe o perdão, e prometia-lhe que, na morte, seria levado ao Paraíso, o estado em que as almas dos justos descansam em felicidade até à ressurreição. A Bíblia registra esta única conversão à hora da morte, a fim de que ninguém perca a esperança na misericórdia de DEUS; única, para evitar que as pessoas se tornem presunçosas quanto ao perdão divino.
IV. Vitorioso em Poder
1. O sol encoberto (v. 44). Por três horas, trevas sobrenaturais cobriram a terra. A natureza lamenta o pecado dos pecados e expressa simpatia pelo Salvador moribundo. Podemos considerar o fenômeno o eclipse da Luz do mundo - por breve tempo encoberta pela escuridão do pecado. A escuridão encobria a agonia do Filho de DEUS dos olhares zombeteiros e cruéis.
2. O santuário descoberto (v. 45). A presença do véu à frente do SANTO dos Santos, representando a plenitude da presença de DEUS, era símbolo dos rituais que não permitem acesso direto a DEUS. Ao morrer o Senhor, o véu do templo foi rasgado de modo sobrenatural, o que nos ensina a seguinte verdade: mediante a morte de CRISTO, a Antiga Aliança, com seu sacerdócio e cerimônias, foi abolida, de maneira a permitir aos que creem acesso direto à presença de DEUS. Ver Hebreus 10.19-22; 4.14-16.
V. Vitorioso na Morte
1. O clamor final. A crucificação normalmente matava a pessoa por esgotamento; mas o grito final do Senhor é sinal de vitalidade abundante. CRISTO despediu-se de seu espírito por um ato direto da sua vontade (Cf. Jo 10.18).
2. A oração final. “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” Nos dias de JESUS, esta oração tirada do Salmo 31 era usada especialmente por crianças na hora de dormir. Muito apropriada, portanto, a alguém prestes a fechar os olhos para o sono da morte. As Escrituras, que eram o alimento de JESUS durante a vida, foram também o seu consolo na morte.
VI. Vitorioso na Influência (Lc 23.47,48)
1. A fé do centurião. Como o ladrão arrependido, o oficial romano pôde vislumbrar a divina majestade do Sofredor. Era acostumado a execuções, porém jamais vira alguém morrer assim.
2. O remorso do povo. Muitos dos que vieram movidos pela curiosidade, “para este espetáculo”, voltavam “batendo no peito” - um sinal de arrependimento. Lamentavam as ações, às quais os sacerdotes os tinham levado. O agir e o falar do Mestre, na cruz, encheu-os de temor - um santo de DEUS fora assassinado naquele dia (cf. At 2.37).
VII. Ensinamentos Práticos
1. “Para que sigais as suas pisadas” (1 Pe 2.19-23). Nestes versículos, Pedro prapara os cristãos a enfrentarem os sofrimentos injustos, apontando-lhes o exemplo do Mestre. Como JESUS agiu sob sofrimentos injustos?
1.1. Sem proclamar sua inocência. Diferente de muitos condenados, JESUS não gritava: “Sou inocente!” Vivera uma vida justa, e dada a resposta aos juízes, deixou o resto nas mãos de DEUS. Se aquele sem pecado refreou-se em protestar inocência, o que dizer de nós, que não estamos isentos de culpa? Afinal, seremos julgados, não por homens, mas por DEUS. Naturalmente desejamos dos homens justo julgamento, mas importa estarmos de bem com DEUS. “O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”.
1.2. Sem reclamar da injustiça. JESUS não condenou seus perseguidores nem os chamou injustos; orou por eles. Ele, a quem foi entregue todo o julgamento, não julgou seus algozes. Sabia que enquanto há vida, há esperança, e que sua morte poderia levá-los ao arrependimento. Ao deixarmos de julgar os que nos tratam injustamente, podemos levá-los a envergonhar-se até ao arrependimento.
2. A lei do perdão. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. JESUS podia orar assim porque, sendo divino, conhecia os corações dos homens, e podia adiantar a desculpa: “Não sabem o que fazem”. Embora não conheçamos os corações dos homens, podemos perdoá-los por três razões:
2.1. Porque DEUS nos perdoou. Nenhum mal cometido contra nós pode comparar-se ao mal que cometemos contra DEUS mediante nossos pecados. Ver Mateus 18.21-35. Na parábola do credor incompassivo, a dívida que o servo tinha para com o rei era 1.250.000 vezes maior que a do conservo para com aquele. A lembrança de nossa dívida para com DEUS nos fará tratar os outros com ternura. O homem que esquece os próprios pecados, ou não sente necessidade de perdão, provavelmente tratará com dureza os que o ofendem. É mais severo juiz aquele que não examina a própria consciência (ver Tt 3.2,3).
2.2. Só o perdão pode banir o ódio. Se não perdoamos, o ódio reproduz-se com espantosa velocidade. O ódio multiplica-se ao odiarmos aos que nos odeiam. Se, por outro lado, perdoamos, pelo menos o ódio não é aumentado, e pode ser vencido (At 7.60; cf. Rm 12.19,20).
2.3. O ato de perdoar aos outros faz com que aceitemos o perdão para nós mesmos (Mt 18.35; 5.7; Tg 2.13). Uma garrafa cheia de vinagre, não pode conter, ao mesmo tempo, suco de laranja; o coração cheio de ódio, como poderá encher-se do amor de DEUS?
3. A cruz e o sofrimento humano. Os ladrões crucificados com JESUS ilustram duas maneiras de se encarar o sofrimento. O primeiro, via o sofrimento como praga sem propósito; o outro, transformou-o em bênção.
O primeiro ladrão morreu amaldiçoando. Não via na cruz propósito algum. E por quê? Porque não soube vincular seu sofrimento ao Homem da cruz do meio. A atitude do Senhor em perdoar seus algozes nada significava para ele. Amargurado, amaldiçoou o próprio Senhor que poderia ter- lhe levado a alma ao Paraíso.
O sofrimento não possui em si mesmo poder santificador, não nos torna melhores. Pelo contrário, pode tornar-nos piores. Só por meio da cruz transforma-se em graça.
O segundo ladrão, no início, não via significado em seu sofrimento. Mas, assim como o relâmpago ilumina a vereda cuja entrada não era visível, as palavras e atitudes do Salvador mostram o caminho da misericórdia. Percebeu que JESUS era o Rei celestial, e que seus sofrimentos eram caminho para o seu trono. Compreendeu, então, terem sido seus próprios sofrimentos a oportunidade de entrar no Reino (Lc 23.40,41). Mais tarde, encontrou-se com seu Redentor nas brilhantes paragens do Paraíso. Certamente não cessava de dar graças ao Senhor pela terrível morte que o levou ao arrependimento.
Os sofrimentos pacientemente suportados por amor a JESUS refinam-nos o caráter, e nos aproximam da eternidade.
4. Duas petições. Os pedidos dos ladrões são uma lição acerca de orações respondidas e não respondidas. O primeiro pede para ser levado para baixo; o segundo, deseja ser levado para cima. A primeira petição foi negada; a segunda, concedida. Por quê? O primeiro foi um pedido egoísta, visando benefícios materiais, feito em espírito de rebeldia. O segundo pedido foi sincero: o desejo de uma benção espiritual expresso num espírito de submissão. O primeiro pediu o alívio à dor; o segundo, o perdão dos pecados.
Sejam as petições feitas com sinceridade e submissão a DEUS, visando a sua glória. Não podemos esperar que DEUS nos dê algo que nos fará distanciar dEle.
5. Conservando livre o nosso espírito. JESUS ensinou os discípulos a não temerem os que matam o corpo. No calvário, mostrou-se à altura de seus ensinamentos quando orou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Seu corpo estava em poder dos inimigos, e, por um tempo, sua reputação. Mas seu espírito estava livre. Podiam machucar-lhe o corpo, mas não o caráter. É possível aos homens martelar o ferro e derreter gelo, porque são coisas materiais. Mas não podem crucificar a fé, quebrar o amor ou queimar a esperança; são coisas espirituais.
Enquanto disposto o homem a conservá-las, ninguém as poderá tirar, não importando o que façam ao corpo. O Senhor pagou o preço da crucificação para conservar livre a alma. O tempo dos sacrifícios pode servir para conservar livre a nossa alma.
JESUS, oprimido pela injustiça, e sofrendo as terríveis agonias do Calvário, conservou o seu espírito livre do ódio, da autocomiseração e das queixas. Difícil lição é conservar livre o espírito em meio à injustiça, mas bem-aventurado o homem que a aprende.
6. O homem na árvore. Os evolucionistas cultivam a imagem do homem-macaco, na árvore; mas o mundo precisa da visão do homem-DEUS no madeiro. Há duas teorias acerca da natureza, origem e dignidade do homem; uma é a de que a vida é um empurrão vindo de baixo; a outra, de que é uma dádiva vinda de cima. No primeiro caso, o homem deve agir como animal por ser descendente de animais; no segundo caso, deve agir como DEUS porque foi feito à sua imagem e semelhança. A fonte da nossa dignidade não deve ser procurada numa árvore, mas no madeiro. O homem na árvore é o animal pendurado pela cauda na alegria egoísta de sua bestialidade. O homem no madeiro é CRISTO JESUS na beleza extática da sua humanidade redentora. O homem na árvore é o homem-animal. O Homem no madeiro é o homem-DEUS.
O homem na árvore espera uma descendência de filhos de animais; o Homem no madeiro, uma descendência de filhos de DEUS. O homem na árvore olha para trás, para a terra de onde veio; o Homem no madeiro olha para cima, para o Céu de onde desceu.
7. Lições do Calvário para o leito de morte (v. 46). Consideremos algumas verdades a respeito deste versículo.
As últimas palavras do Salvador foram uma oração. A oração é algo apropriado a todos os tempos e épocas, mais ainda no leito de morte.
A oração de JESUS foi uma citação das Escrituras (SI 31.5). Se for natural a oração nos lábios dos que morrem, o mesmo se pode dizer com respeito às Escrituras. O latim é a língua do direito e da erudição; o francês, a da diplomacia; o alemão, a da filosofia; e o inglês, a do comércio. A língua dos relacionamentos sagrados é a da Bíblia.
JESUS orou com respeito ao seu espírito. Muitas pessoas no leito de morte preocupam-se com o corpo - sua dor, o que dele será feito depois da morte. Não freqüentemente, ocupam a mente com negócios terrenos. O exemplo de JESUS mostra que não é errado dar atenção a essas coisas na ocasião da morte, porque Ele mesmo disse: “Tenho sede”. Mas sua preocupação suprema era com o espírito - a parte mais nobre e sagrada do homem.
Lucas - Pearlman, Myer - Lucas, ó Evangelho do Homem Perfeito - Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, Caixa Postal 331, 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil Ia Edição/1995
 
Questionário da Lição 12 - A Morte de JESUS
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista: Pastor: José Gonçalves
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas Verdadeiras e com "F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E, clamando JESUS com _____________________ voz, disse: Pai, nas tuas _____________________ entrego o meu ____________________. E, havendo dito isso, expirou."(Lc 23.46)

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
JESUS não ____________________ como ___________________ou herói, mas como o _____________________ da humanidade.
 
I. AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES
3- Como era a aflição interior dos discípulos?
(    ) Sabendo que era chegada a sua hora, JESUS trata de dar as últimas advertências e recomendações aos seus discípulos.
(    ) Todos os evangelistas registram a advertência que JESUS fez a Pedro.
(    ) Todos os evangelistas, menos João, registram a advertência que JESUS fez a Pedro.
(    ) Faltava pouco para o Mestre ser preso, e tanto Ele quanto seus discípulos iriam passar por um conflito interior sem precedentes.
(    ) Daí a necessidade de estarem preparados espiritualmente para esse momento.
(    ) Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar.
(    ) No Monte das Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade da oração para suportar as provações que se avizinhavam.
(    ) Podemos falhar e muitas vezes falhamos, entretanto, não é por falta de aviso.

4- Como era a aflição exterior dos discípulos?
(    ) Podemos falhar e muitas vezes falhamos, entretanto, não é por falta de aviso.
(    ) O texto de Lucas 22.35-38 tem chamado a atenção dos estudiosos da Bíblia. Estaria JESUS aqui pregando a luta armada? Não! Isso pelo simples fato de que o uso da força como parte do seu Reino é frontalmente contrário aos seus ensinos.
(    ) JESUS cita a profecia de Isaías 53.5 como se cumprindo naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua missão, sofreriam as suas consequências.
(    ) JESUS cita a profecia de Isaías 53.12 como se cumprindo naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua missão, sofreriam as suas consequências.
(    ) Assim como o seu Mestre, eles também seriam afligidos exteriormente com as consequências da prisão.
(    ) Deveriam, portanto, estar preparados para aquele momento.
(    ) JESUS seria contado com os malfeitores e seus discípulos seriam identificados da mesma forma.

II. JESUS É TRAÍDO E PRESO
5- Por que Judas traiu JESUS?
(    ) A traição de JESUS é um dos relatos mais dramáticos e tristes que o Novo Testamento registra.
(    ) JESUS foi traído por alguém que compartilhava da sua intimidade.
(    ) Judas, conforme relata Lucas, foi escolhido pelo próprio CRISTO para ser um dos seus apóstolos.
(    ) O que levou, portanto, Judas a agir dessa forma? Os textos paralelos sobre o relato da traição mostram que Judas era avarento, amava o dinheiro e a ambição o levou a entregar o Senhor.
(    ) O que levou, portanto, Judas a agir dessa forma? Os textos paralelos sobre o relato da traição mostram que Judas era oneômano, amava o dinheiro e a ambição o levou a entregar o Senhor.
 
6- Como aconteceu a negociação da venda de JESUS aos líderes religiosos?
(    ) Há muito, os líderes religiosos procuravam uma oportunidade para matar JESUS, mas além de não encontrá-la, eles ainda temiam o povo.
(    ) Lucas mostra que o Diabo entra em cena para afastar esse obstáculo.
(    ) O terceiro Evangelho já havia mostrado, por ocasião da tentação, que o Diabo tinha se apartado de JESUS até o momento oportuno.
(    ) Sabendo que Judas estava dominado pela ambição, Satanás incita-o a procurar os líderes religiosos para vender JESUS.
(    ) O preço foi acertado em 30 moedas de prata.
(    ) O preço foi acertado em 40 moedas de prata.
(    ) Quando o responsabiliza por seu ato, a Escritura mostra que Judas não estava predestinado a ser o traidor de JESUS.
(    ) Ele o fez porque não vigiou. Quem não vigia termina vendendo ou negociando a sua fé.
 
III. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS
7- Como foi o julgamento e a condenação de JESUS na esfera religiosa?
(    ) O processo para morte de JESUS foi todo tramado e elaborado pelos romanos.
(    ) Os conflitos entre JESUS e os líderes religiosos de Israel começaram muito cedo.
(    ) As libertações, as curas e autoridade com que transmitia a Palavra de DEUS fez com que as multidões passassem a seguir a JESUS.
(    ) Essa popularidade entre as massas provocou inveja e ciúme dos líderes religiosos que perdiam espaço a cada dia.
(    ) Para esses líderes, alguma coisa deveria ser feita e com esse intuito reuniram o Sinédrio.
(    ) A decisão foi pela morte de JESUS.
(    ) O passo seguinte foi fazer um processo formal contra JESUS, onde Ele seria falsamente acusado de ser um sedicioso que fizera Israel se desviar.
 
8- Como foi o julgamento e a condenação de JESUS na esfera política?
(    ) Para os líderes religiosos, JESUS era um herege, acusado de ter blasfemado, e que deveria ser tirado de cena a qualquer custo, mesmo que fosse a morte.
(    ) Todavia, Israel nos dias de JESUS estava sob a dominação romana e os líderes judeus não poderiam conquistar o seu intento sem a aprovação do Império.
(    ) Lucas deixa claro que a acusação dos líderes judeus feita a JESUS era tríplice: desviar a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e afirmar que Ele, e não César, era rei.
(    ) JESUS foi acusado de serenidade.
(    ) JESUS foi acusado de sedição.
(    ) Desviar os judeus de sua fé não era crime para Roma, mas a sedição, fazer o povo se levantar contra o império, era! JESUS, portanto, estaria levando os seus discípulos a uma revolta política.
(    ) Os romanos não toleravam nenhuma forma de levante contra o Estado e estipulavam para esse tipo de crime a pena capital.
 
IV. A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS
9- Qual o método empregado pelos romanos para a morte de um condenado?
(    ) A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da prisão perpétua, mas em caso de assassinato, a cruz era a sentença final.
(    ) A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação.
(    ) Os pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais cruel e dolorosa forma de execução!
(    ) Josefo, historiador judeu, informa que antes da execução, os condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de tortura e depois crucificados do lado oposto dos muros da cidade.
(    ) Cícero, historiador romano, ao se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra para descrever ato tão horrendo.
(    ) A mensagem do Império Romano era clara - isso aconteceria com quem se levanta contra o Estado.
(    ) JESUS, portanto, sofreu os horrores da cruz.
(    ) De acordo com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, blasfemado, torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado.
 
10- Qual o significado da morte de JESUS?
(    ) Para muitos críticos, JESUS não passou de um mártir como foram tantos outros líderes judeus que viveram antes dEle.
(    ) Todavia, a teologia lucana depõe contra essa ideia.
(    ) O que se espera da morte de um mártir não pode ser encontrado na narrativa da morte de JESUS.
(    ) Para Lucas, JESUS morreu não substituindo a humanidade, mas a nação judaica
(    ) Para Lucas, JESUS morreu vicariamente pela humanidade.
(    ) A relação que Lucas faz do relato da paixão com a narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso.
(    ) O Servo sofredor, JESUS, justifica a muitos.
(    ) O caráter universal da salvação presente em Isaías 53 aparece também em Lucas.
(    ) JESUS, portanto, é o Servo Sofredor que se humilha até à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por DEUS pela obra que realizou.
 
CONCLUSÃO
12- Complete:
É um fato histórico que JESUS foi condenado pelos líderes religiosos e executado pelas ____________________ romanas. Todavia, devemos lembrar de que a causa primeira que levou JESUS de fato à cruz foram os nossos _____________________ (Is 53.5). O apóstolo Paulo também destaca esse fato: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos _____________________ de DEUS" (2 Co 5.21). A ___________________ resolveu o problema do pecado, e todos nós finalmente pudemos desfrutar a __________________ com DEUS (Rm 5.1). DEUS seja louvado.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
 

11 junho 2015

Lição 11 - A Última Ceia 1 parte

Lição 11 - A Última Ceia
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-ldc-aimportanciadasantaceia.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
"Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque CRISTO, nossa páscoa, foi sacrificado por nós." (1 Co 5.7).
 
 
VERDADE PRÁTICA
A Páscoa comemorava a libertação do Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação do pecado.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 12.1-28 - O real propósito da Páscoa para os judeus
Terça - Lc 22.7-13 - A última ceia de JESUS com seus discípulos aqui na terra
Quarta - Lc 22.14-20 - O verdadeiro significado da celebração da Ceia
Quinta - Lc 22.19,20 - Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor
Sexta - 1 Co 11.26 - O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja
Sábado - 1 Co 11.27-32 - Quem pode participar da Santa Ceia do Senhor
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 22.7-20
7 - Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Amós, em que importava sacrificar a Páscoa. 8 - E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. 9 - E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10 - E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. 11 - E direis ao pai de família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 12 - Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 - E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a Páscoa. 14 - E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com ele, os doze apóstolos. 15 - E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, 16 - porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de DEUS.
17 - E, tomando o cálice e havendo dado graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós, 18 - porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de DEUS. 19 - E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim. 20 - Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
 
OBJETIVO GERAL
Explicar a instituição da Ceia do Senhor como ordenança.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico.
Analisar os antecedentes históricos da última ceia de JESUS.
Expor a dinâmica da preparação, celebração e a substituição da Páscoa pela celebração da Ceia do Senhor.
Elencar os dois elementos da última ceia
 
 
 
Resumo da Lição 11 - A Última Ceia
I. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A instituição da páscoa judaica.
2. O ritual da páscoa judaica.
II. A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A preparação.
2. A celebração e substituição.
III. OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O vinho.
2. O pão.
 
Ceia - Memorial da Aliança. O que eu como vai para meu sangue e sangue é vida. Minha vida se torna minha vida e minha vida se torna a sua vida.
Eu só tinha pecado para oferecer, JESUS tem perdão, misericórdia, graça e a vida eterna a oferecer.
 
 
 
INTERPRETAÇÃO DO QUADRO:
Na Páscoa, o sangue de um cordeiro ou cabrito (sem mácula), era imolado, ou sacrificado para que seu sangue fosse passados nos umbrais da porta para que o anjo não matasse nessa casa o primogênito (ou filho mais velho).
Na Ceia lembramos que o cordeiro que tira o pecado do mundo, JESUS, derramou seu sangue para nos livrar do pecado e morte eterna.
No sacrifício da Páscoa o cordeiro substituiu o primogênito, morreu em lugar do primogênito. (O sacrifício era anual)
Na Ceia, lembramos de que JESUS (nosso cordeiro pascoal) morreu em lugar de toda a humanidade pecadora. (O sacrifício é único e perfeito, efetuado uma vez por todas).
Na Páscoa, o sangue derramado tinha que ser de um cordeiro ou cabrito sem mácula, ou seja, sem mancha, sem defeito.
Na Ceia, nosso cordeiro que é JESUS nunca pecou e Nele nunca se achou engano, era perfeito e sempre será.
Na Páscoa havia comunhão entre DEUS - Moisés - e os israelitas, pois todos estavam de acordo com esses negócio e todos os israelitas obedeceram à ordem de DEUS dada através de Moisés, assim o anjo da morte passou por cima de suas casas e só matou o primogênito nas casas dos egípcios.
Na Ceia existe a comunhão entre JESUS e seu corpo, que é a igreja. Também existe união entre os próprios irmãos que estão obedecendo a ordem de seu salvador e Senhor, lembrando sua morte, sua ressurreição e esperando ansiosamente pela sua volta para nos buscar.
 
PONTO CENTRAL - A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até a sua vinda.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma ordenança para toda a Igreja.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza o sangue de JESUS; o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Manual do Professor de Escola Dominical, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal e A Santa Ceia - CPAD
 
 
TRANSUBSTANCIAÇÃO E CONSUBSTANCIAÇÃO
Consubstanciação é o termo que indica a crença na presença espiritual de JESUS nas espécies do pão e do vinho. E significa que JESUS se encontra presente COM a substância do pão e do vinho sem modificá-las/transformá-las.
Ao contrário da Transubstanciação que refere a transformação da substância do pão e do vinho no Corpo e sangue de JESUS. Na consubstanciação, o Corpo e o sangue, se juntam ao pão e vinho, porém a substância do pão permanece, juntamente com sua aparência. Na transubstanciação, não estão presentes mais a substância do Pão e vinho,estas são aniquiladas, ficando apenas as substâncias do corpo e sangue de JESUS. (http://pt.wikipedia.org/wiki/JESUS - 25-05-2009)
 
TRANSUBSTANCIAÇÃO:
(http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=164&menu=2&submenu=15)
A eucaristia é um dos sete sacramentos da Igreja Católica. Segundo o dogma católico, JESUS CRISTO se acha presente sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo, sangue, alma e divindade, isto é o que geralmente se entende por “Transubstanciação”.

A doutrina da Transubstanciação não tem respaldo bíblico. Nem todos os representantes da Igreja Católica concordaram com esta doutrina, entre eles podemos citar o papa Gelásio I e Gelásio II, São Clemente, Agostinho...

O QUE É DISCERNIR O CORPO DO SENHOR?
“Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor.” I Co. 11:29
Entre os cristãos daquela época existia uma festa chamada “Festa Ágape” ou festas de amor (Judas 12). Era comum entre os cristãos celebrarem a ceia com esta refeição (esta prática perdurou até na época de Justino, o mártir) que era destinada a ajudar os pobres. Corinto era uma igreja problemática em termos de doutrinas (véu, dons espirituais, batismo, brigas, divisões e santa ceia). Os Coríntios não estavam discernindo o real objetivo de suas reuniões (v.17,18,20). Para eles aquilo era apenas uma festa como as demais festas mundanas da sociedade grega (Corinto era grega) da qual tinham vindo. Então, quando se reuniam, todos se embriagavam, (v.21) como faziam antes de se converterem e não discerniam que aquilo era muito mais que uma festa, era “em memória” de CRISTO (v.25). Por isso as pessoas deveriam se examinar antes de tocar no pão e no cálice (v.28), pois correriam o risco de tomar a ceia de modo indigno, fora do propósito para qual fora estabelecida, ou seja, para a comunhão e não divisão dos fieis (v.18). Isto é o que Paulo queria dizer com discernir o corpo do Senhor. Não há nada que insinue no texto a herética doutrina da “Transubstanciação”. O contexto quando analisado honestamente não comporta tal idéia. Qualquer conclusão que passar disso é falsa!
 
Discernir o corpo de CRISTO pode ser visto em dois aspectos (Ev Henrique):
1- O corpo maltratado (moído - Is 53) de JESUS é para nossa cura física, tanto das enfermidades como de nossas doenças (Is 53). Quem não acredita nisso acaba ficando doente e acabam morrendo alguns por não entenderem esta verdade.
2- O corpo de JESUS na terra é sua Igreja, então só devemos participar da ceia em comunhão com este corpo. A desunião, mágoas, rancores, inimizades, porfias, fofocas, etc..., se não evitados podem trazer doenças e até mesmo a morte. Quem não perdoa, não pode ser perdoado (Mt 6). Também a falta de ajuda financeira ao corpo de CRISTO na terra, a igreja, também pode gerar doenças e mortes, pois roubar é pecado. Ser mal agradecido também.

OS DISPARATES DESSA DOUTRINA DA TRANSUBSTANCIAÇÃO:

Ensina a teologia católica a transubstanciação (alteração de substância) durante a eucaristia. Após a consagração dos elementos, pão e vinho, recitada pelo padre, as palavras de CRISTO, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”, misteriosamente o pão se transforma na carne de CRISTO e o vinho no seu sangue. Levando as palavras de CRISTO a um literalismo irracional, dizem ser o pão o próprio corpo de CRISTO presente na hóstia (depois dizem que nós é que somos fundamentalistas e interpretamos a Bíblia ao pé da letra!!!). Esta doutrina é baseada principalmente na perícope do evangelho de João 6:53. Contudo, daremos algumas razões de o porque rejeitarmos esta doutrina como errônea e perigosa.

1. Se na frase “isto é o meu corpo” o verbo “é” implica a conversão literal do pão no corpo de CRISTO, segue-se igualmente que nas palavras “Eu sou o pão da vida”(6:35) o verbo “sou” deve implicar igual mudança, ensinando-nos que CRISTO se converte no pão, de modo, que se o primeiro é uma “prova” da transubstanciação, o segundo demonstra necessariamente o contrário; se o primeiro demonstra que o pão pode converter-se em CRISTO, o segundo demonstra que CRISTO pode converter-se em pão, o que é um verdadeiro absurdo, mas é isto o que a lógica desta filosofia nos leva a concluir!

2. Se acreditarmos que neste episódio JESUS estava se referindo a eucaristia então forçosamente ninguém pode se salvar sem o sacramento e todo o que o recebe não pode se perder. Seria sempre necessário o fiel se comungar para não perder a benção da vida eterna. E aqueles que não podem tomá-la ? Estariam destinados ao inferno ? Crêem os católicos que todo aquele que comunga tem a vida eterna ? Pois JESUS disse que sem exceção, “todo aquele” que comesse a sua carne teria de fato a vida eterna. E o que dizer então daqueles que bebem indignamente (I Coríntios 11:28) ? Tal é a contradição e confusão que nos mostra tão descabida teoria se levada ao pé da letra.

3. Este ponto já foi tratado acima, mas vamos reforçá-lo aqui. Ora, se tomadas literalmente estas palavras o beber o sangue é tão importante quanto o comer a sua carne, em outras palavras é tão necessário comer o pão (hóstia) como beber o cálice. E porque então o padre nega-lhes este direito desobedecendo a Bíblia?
LEMBRANÇA OU PRESENÇA REAL?Na ceia, todas as suas ações e palavras tinham alguma relação com a antiga páscoa. Tendo isto em vista devemos procurar na antiga festa uma explicação para a santa ceia que Ele iria substituir, pois Ele, JESUS, é a nossa páscoa (I Cor. 5:7)!
Quando Moisés (o tipo de CRISTO) instituiu a páscoa, mandou comer a carne e aspergir o sangue do cordeiro em suas casas (Ex: 12:11). Só que o cordeiro que comiam NÃO ERA a “páscoa”, pois tal palavra se deriva do verbo “pasah”, “passar por cima” incluindo a idéia de “poupar e proteger” v.13. A páscoa do Senhor era o “passar do anjo por toda a terra do Egito”. Vê-se, pois, que o ato do passar por cima das casas dos israelitas era uma coisa e o cordeiro que os israelitas comiam era outra essencialmente distinta: uma era um fato, a outra a recordação daquele fato. Embora Moisés tivesse dito a respeito do cordeiro: “É a páscoa”, isto é, a passagem do Senhor, não se segue que quisesse dizer que o cordeiro que tinham assado e de que estavam comendo se tivesse mudado ou transformado no ato de passar o Senhor por cima das casas. O sentido simplesmente era: “É uma recordação da páscoa ou da passagem do Senhor”. Temos pois aqui um exemplo clássico dessa figura de retórica pela qual se dá o nome da coisa que ela recorda, ou se põe o sinal pela coisa significada. Quando pois, as famílias se reuniam em torno da mesa para comer a páscoa o chefe da família dizia: “Esta é a páscoa do Senhor”, quando então queriam dizer “Esta é a recordação da páscoa do Senhor”. Pois bem, fincado na essência dessa celebração JESUS certamente se valeu da mesma expressão conhecidíssima dos israelitas. Depois de abolida a páscoa e substituída pela santa ceia, serviu-se da mesma expressão de que tinha feito uso na celebração antiga; era natural que do mesmo modo que tinha dito da páscoa “Esta é a páscoa do Senhor”, querendo dizer que aquilo era apenas a recordação daquele feito na época de Moisés, usasse também mui naturalmente as palavras “ISTO É O MEU CORPO” para significar que aquele rito devia ser usado como recordação do seu corpo e do seu sangue oferecidos na cruz; sendo Ele, o verdadeiro cordeiro de DEUS (João 1:29) que nos libertou do cativeiro do pecado.

Os discípulos sendo judeus versados nas escrituras, estavam por certo familiarizados com tais figuras de linguagem (Salmos 27:1-2, Isaías 9:18-20, 49:26) e não foi difícil entenderem o que JESUS queria lhes dizer, pois antes disso, eles os ouviram dizer: “Eu sou a porta”, “Eu sou o caminho”, “Eu sou a luz do mundo...” e entenderam perfeitamente a linguagem. Nada é mais comum do que dar à lembrança, ou a representação de uma coisa, o mesmo nome da coisa de que é representação ou sinal. Até mesmo os membros da igreja romana ao verem a imagem da santa dizem: “esta é Nossa Senhora”, ou vendo a imagem de um santo qualquer dizem: “este é São Pedro, este SANTO Expedito e aquele outro SANTO Antônio etc...” mesmo sabendo que aquilo (segundo acreditam) é apenas uma representação ou lembrança do que está no céu. Servem-se constantemente desta figura de retórica que dá representação ou lembrança o nome da coisa representada ou lembrada.
Quando então distribuía os elementos da ceia, pão e vinho disse: “Isto É O MEU CORPO” e “ISTO É O MEU SANGUE”, arrematando ordena: “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”. Temos razão para crer que aquilo era uma comemoração ou lembrança de sua morte na cruz e devíamos prosseguir fazendo isto até que Ele venha. Para corroborar nosso ponto de vista, veja que mesmo após JESUS ter consagrado o vinho ele ainda continuou o que sempre fora, simplesmente um vinho “porque vos digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira,( não disse meu sangue) até que venha o reino de DEUS.” Lucas 22:18

Paulo simplesmente considerava como pão e vinho, os elementos da santa ceia e não o corpo do Senhor transubstanciado: “Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.” I Co. 11:26-28.
O pão apenas representava o corpo do Senhor, o vinho o seu sangue. Todas as vezes que nós nos reunimos para celebrar a santa ceia nós fazemos isto sempre EM MEMÓRIA do Senhor, pois Ele mesmo disse “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”. É EM MEMÓRIA!!! Não podemos sacrificar CRISTO novamente (Hebreus 7:24,27).
ABSURDO DOS ABSURDOSPor darem ouvido ao dogma da transubstanciação os católicos além de incorrem num terrível engodo, acabam por abraçar uma teoria fictícia, absurda até!
Veja porque:
a- Se naquela ocasião em que JESUS disse: “Isto é o meu corpo”, realmente tivesse ocorrido a tão propalada “transubstanciação” então somos levados a acreditar que existiam naquele momento dois corpos do Senhor? Levando este dogma às ultimas conseqüências teremos isto: JESUS pegou aquele pedaço de pão, já transformado em seu corpo (com divindade e alma, segundo crêem os católicos) e deu-se a si mesmo para seus discípulos comerem depois de terem comido o corpo do mestre sentaram-se ao seu lado. E ainda: JESUS também devia ter-se comido e engolido a si mesmo pois também é certo que Ele participou da ceia!
b- E se tal pão consagrado for comido acidentalmente por um roedor (rato, por exemplo) da-se o caso que tal animal também engoliu o CRISTO com seu corpo, alma e divindade? Ou quando não, se tal hóstia se estragar e vier apodrecer; seria o caso do corpo de CRISTO que está naquele elemento apodrecer também? E como fica então Atos 2:31 que diz que a carne de CRISTO não se corrompe?
c- Quando se prova o pão, ele ainda é o pão, tem cheiro como tal, o gosto ainda é de pão, o mesmo se dá com o vinho! Onde o corpo de CRISTO nisto tudo?
d- Se CRISTO nos ordenou que celebrássemos a cerimônia até que Ele voltasse, conforme I Co. 11:26 (até que venha), como pode estar presente na hóstia? Se vem, não está! Devemos ressaltar que tal vinda é escatológica quando virá em corpo, pois espiritualmente, Ele está conosco todos os dias Mat. 18:20 -28:20, e esta promessa não tem nada a ver com a santa ceia.
 
 
Comentários de alguns livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
No cenáculo (22:7-38).
O relato mais completo do que ocorreu no cenáculo na noite antes da crucificação é dado em João. O de Lucas não é tão pormenorizado, mas é mais longo do que os em Mateus e Marcos, e ele tem algumas informações só dele.
A) Os preparativos (22:7-13).
A Páscoa não era apenas mais uma refeição, mas, sim, uma festa muitíssimo importante. Devia ser comida em posição reclinada, e havia exigências tais como a inclusão de ervas amargas na refeição. Destarte, uma quantidade considerável de preparação era necessária. A refeição não era solitária, mas, sim, era comida em grupos que usualmente consistiam de dez a vinte pessoas.
Vv. 7. O dia dos Pães asmos é uma expressão incomum, e talvez signifique o dia em que todo o fermento era removido dos lares como preparativo para a festa. Era o dia em que a festa combinada começava. O dia de abertura era aquele em que as vitimas da Páscoa eram sacrificadas. Se temos razão em ver uma diferença de calendários, este teria sido, não o dia em que as vitimas realmente eram sacrificadas, mas, sim, aquele em que deveriam ter sido sacrificados de acordo com o calendário que JESUS estava seguindo. Os dois calendários concordam que as vitimas deviam ser sacrificadas no primeiro dia: a diferença dizia respeito a qual dia era aquele.
Vvs.8,9. JESUS encarregou Pedro e João de fazer os preparativos necessários para o pequeno grupo (somente Lucas dá os nomes deles aqui). Não é contrário à razão terem perguntado onde. Eram galileus, e precisariam de orientação quanto a onde deveriam ir em Jerusalém. E nesta hora adiantada, haveria poucos lugares livres, a despeito da tradicional disposição dos jerusalemitas de tornar disponíveis acomodações sem nada cobrarem.
Vvs.10,11. Parece que JESUS tinha feito um acordo secreto com o dono de uma casa (ou aquele homem tinha recebido algum benefício de CRISTO - uma cura por exemplo – Obs. Do Ev. Henrique). Ao assim fazer, impediu Judas Iscariotes de traí-Lo antes da hora. Ele haveria de morrer, mas isto no devido tempo dEle, e não quando Seus inimigos escolhessem. Destarte, nenhum dos discípulos sabia onde estariam para a refeição. Pedro e João deviam procurar um homem com um cântaro de água, que seria um fato distintivo, pois as mulheres usualmente carregavam cântaros de água (os homens carregavam odres de água). Eles iriam antes de JESUS e os outros discípulos onde haveriam de dizer certas palavras ao dono da casa (Poderia o homem estar já desejoso de que aquilo acontecesse ou até já tivesse convidado JESUS para ali celebrar a páscoa com seus discípulos alguns dias antes – Vemos em Mateus 26.18 que JEUS solicita a casa daquele homem dizendo que o tempo está próximo e precisa da casa dele. Obs. Ev. Henrique).
12,13. O dono da casa lhes mostraria um espaçoso cenáculo mobiliado. Esta ultima palavra é literalmente “estendido” e provavelmente significa que havia sofás prontos com cobertas estendidas sobre eles (Moffatt traduz “com sofás cobertos”). Seguiram as instruções e prepararam a refeição.
B) A ultima ceia (22:14-20).
Há aqui um problema textual de grande dificuldade. No texto “mais curto”, seguido por NEB, Goodspeed, onde Vvs. 19b-20 são omitidos, o cálice é dado antes do pão. No texto “mais longo” (RSV, TEV, JB, ARC, ARA) o cálice é mencionado duas vezes. O texto mais curto é favorecido por muitos pelo motivo de que não é provável que as palavras fossem omitidas nos originais, e que parecem ser uma inclusão tirada de 1 Coríntios 11.24-25 para harmonizar a passagem com a praxe litúrgica corrente. Responde-se que as palavras disputadas são achadas em todos os MSS gregos menos um (Códice D), que Justino Mártir aceitava (150 d.C). (Apologia i.66; este texto e mais antigo do que nossos MSS gregos mais antigos), e que é possível que tenham sido omitidas por escribas que não entendiam as duas referências ao cálice. De modo geral, parece que o texto mais longo deva ser preferido.
(houve ai duas refeições, uma da páscoa e depois uma da Ceia – aconteceu ai as duas celebrações - Obs. Ev. Henrique).
Vvs.14-16. refeição de Páscoa.
A referência ao cumprimento no reino de DEUS indica que a Páscoa tinha significado tipológico. Comemorava um livramento, sem dúvida, mas apontava para uma libertação maior no futuro, que seria vista no reino de DEUS.
Vvs.17,18. Na refeição da Páscoa era obrigatório beber quatro cálices de vinho. Parece que aqui temos referência a um destes cálices, embora não seja fácil ter certeza qual deles. A. Edersheim pensa que fosse talvez o primeiro, depois do qual se quebrava o pão (cf. Mishna, Pesahim 10:2-3). Mas um quebrar do pão e as ações de graças seguiam o segundo cálice também, de modo que poderia ter sido este. A participação do cálice era um símbolo de comunhão. Mais uma vez, o interesse escatológico de JESUS é revelado enquanto espera a vinda do reino. A vida humana que vivera com os discípulos estava no fim.
Vv.19. Tomar, quebrar e distribuir o pão eram aspectos regulares da observância da Páscoa e não causariam surpresa alguma. Mas enquanto a dava aos Seus discípulos, JESUS disse: Isto é o meu corpo. Estas palavras tem causado tremenda controvérsia na igreja. O ponto crítico é o significado de pão. Alguns argumentam em prol da transformação do pão no corpo de CRISTO, mas o verbo pode significar tipos de identificação muito variados, conforme vemos em declarações tais como “Eu sou a porta,” “Eu sou o pão da vida,” “aquela rocha era CRISTO.” Neste caso, a identidade não pode estar em mente, pois o corpo de JESUS estava fisicamente presente na ocasião. Deve ser usado nalgum sentido tal como “representa,” “significa” ou, talvez, “transmite” (cf. Moffatt: “Isto significa... ”).
A declaração é enfática, e não deve ser diluída, mas nem deve ser forçada além do seu significado real. A expressão adicional, oferecido por vós, prenuncia o Calvário. Fala da morte de JESUS em prol dos homens. Não se trata dalguma coisa que brota do ritual da Páscoa. Este falava do livramento mas não do sacrifício vicário. JESUS está interpretando Sua morte num contexto da Páscoa e deixando claro que tem um significado salvifico. Ellis pensa que Suas palavras acerca do corpo e do sangue aqui “podem ser explicadas somente como uma referência implícita ao Servo Sofredor que, como representante da aliança, ‘derramou a sua alma na morte... contudo levou sobre si o pecado de muitos’ (Is 53:12).” O mandamento, Fazei isto em memória de mim, não significa, conforme alguns alegam, que a comunhão é essencialmente um pleitear de CRISTO diante do Pai. É a fim de que nós não nos esqueçamos, não a fim de que Ele não Se esqueça.
Vv.20. O derramamento do vinho indica para nós a morte na cruz onde uma nova aliança seria inaugurada. Israel estava num relacionamento com DEUS de acordo com a aliança, mas agora haveria uma nova aliança levada a efeito pelo sangue de CRISTO (cf. Jr 31:31). Sua morte estabeleceria um novo modo de aproximação com DEUS. Cf. Harrington: “JESUS dá a entender que Sua morte iminente está para substituir os sacrifícios da Lei Antiga,” e Manson, “A Ceia do Senhor, apresentada assim, indica e inaugura uma redenção efetuada pela morte de CRISTO como um sacrifício.”
Lucas - Introdução e Comentário - Leon L. Morris - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21266, São Paulo-SP - www.vidanova.com.br
 
A festa dos asmos (v.l):
Asmo ou ásimo quer dizer pão que não fermentou. A festa dos asmos foi assim chamada porque durante toda a semana dessa festa, usava-se pão não levedado. A Lei proibiu, durante todos esses sete dias, a presença de fermento nas casas do povo, Ex 12.34,39; 13.3-7.
Chamada a páscoa (v.l): Esta festa anual foi estabelecida em memória da saída do povo de Israel do Egito. A palavra páscoa vem do hebraico e quer dizer passagem, em referência à passagem do anjo quando exterminou todos os primogênitos entre os egípcios, Ex 12.12-20. Esta páscoa, de Lc 22, foi a última, o pleno cumprimento da primeira, no Egito. Os principais dos sacerdotes... (v.2): Eram as autoridades religiosas, da tribo de Levi, sacerdotes aqueles que deviam receber o CRISTO e O apresentar ao povo, os próprios pastores, aqueles que ocupavam a cadeira de Moisés (Mt 23), aqueles que se ostentavam como guias de cegos, luz dos que estão nas trevas (Rm 2.19) - eram esses que tramavam para destruir o próprio Cordeiro pascoal. São os que introduzem as maiores heresias. Quantas vezes erram os concílios, tanto em prática como em doutrina? Pouco importa qual a pessoa que fala sobre um ponto religioso; o que vale tudo é se o que ele diz é a verdade, Is 8.20.
Entrou, porém, Satanás em Judas (v.3): Basta que Satanás tente o homem. Mas é muito pior quando o ciranda (v.31), ou quando o esbofeteia ou leva cativo. Mas quando Satanás entre no homem, ele se apodera de seu juízo, destrói seu temor a DEUS, apaga nele a luz da justiça e tira-lhe todo o sentido de respeito. Judas era um dos doze apóstolos, escolhido por CRISTO. Seguia e conhecia intimamente a CRISTO durante todo o tempo do Seu ministério. Deixou tudo pelo amor do Mestre. Ouviu os sermões de CRISTO e ele mesmo pregava. Era tão fiel como Pedro, Tiago e João. Contudo, esse homem se toma ladrão (Jo 12.6), trai seu Mestre para ser crucificado e morre, um “filho da perdição”, Jo 17.12. Entrou, porém, Satanás em Judas (v.3): O diabo pensava em fazer fracassar o empreendimento de CRISTO, ferindo-Lhe a cabeça. Mas conseguiu apenas ferir-Lhe o calcanhar, como fora profetizado, Gn 3.15. Falou com os principais sacerdotes (v. 4): A causa de CRISTO sofre mais daqueles que pretendem ser servos de DEUS do que daqueles que se declaram inimigos. Se Judas tratar com os principais dos sacerdotes, não se espere uma coisa boa. Convieram em lhe dar dinheiro (v.5): Descobre-se nisto o segredo da queda deste apóstolo. Amava o dinheiro. Ouvi o Mestre dizer: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, cap. 12.15. Mas não atendeu. O amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males, 1 Tm 6.10. Judas não pôs essa raiz fora do seu coração e ela cresceu gradualmente. Não se pense que ele caiu duma vez. Pelo amor ao dinheiro Geazi se tornou leproso, 2 Rs 5.26,27. Pelo amor ao dinheiro Ananias e Safira caíram mortos, At 5. Pelo amor ao dinheiro um apóstolo escolhido vendeu o melhor e o mais amado dos mestres, por trinta moedas de prata (Mt 26.15), enforcou-se (Mt 27.3-5) e foi para o inferno, Jo 17.12.

A ÚLTIMA PÁSCOA E A CEIA DO SENHOR, Lucas 22.7-38. Grande é o desejo de receber convite para comer à mesa dos ricos e dos grandes. Mas não há honra tão grande como o privilégio de assentar-se e comer na mesa do Senhor, de ser um dos hóspedes servidos pelo Filho de DEUS. Não estamos excluídos, contudo, porque não somos dignos. Na última ceia os discípulos eram egoístas e interesseiros, discutindo sobre qual deles seria o maior. Até Pedro, que ia negá-Lo, assistiu à ceia. Todos, porém, senão Judas, estavam limpos.

22.7" Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava sacrificar a Páscoa. 8 “E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos. 9 “E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10 “E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. 11 “E direis ao pai de família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 12 “Então, ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 “E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a Páscoa. 14 “E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com ele, os doze apóstolos. 15 “E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, 16 “porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de DEUS. 17 “E, tomando o cálice e havendo dado graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós, 18 “porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de DEUS. 19 “E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim. 20 “Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.

A última ceia que CRISTO comeu com Seus discípulos era a última páscoa verdadeira na terra. Os judeus continuavam a matar e a celebrar a páscoa, até a destruição do Templo, quarenta anos depois. Mas foi apenas uma forma, sem a aprovação de DEUS. Até hoje os judeus observam o que chamam páscoa, porém sem o cordeiro. Como as demais religiões sem CRISTO, é sem sangue. A páscoa do Velho Testamento foi cumprida na instituição da Ceia do Senhor.
Mandou... preparai-nos a páscoa (v.8): É provável que Judas houvesse comprado, no dia anterior, o cordeiro e o vinho. Pedro e João, à uma e meia da tarde, cercados de uma multidão de pessoas, subiram ao Templo. Antes de queimar o incenso, os cordeiros pascoais, eram imolados. Cada israelita, ao ouvir soar a trombeta, matava seu próprio cordeiro. Um sacerdote, com vasilha de ouro, apanhou o sangue do cordeiro de Pedro e João e o derramou ao pé do altar. Ao mesmo tempo cantavam o Halle, os Salmos 113 a 118. O cordeiro em cima de varas era, então, levado nos ombros de Pedro e João, perante o altar, onde era tirada a parte para queimar. Em seguida, os dois, ainda carregando o cordeiro nos ombros, saíram do Templo e percorreram as ruas de Jerusalém, até chegar à casa de Maria. Lá assaram o cordeiro e o arranjaram numa mesa, com pães asmos, ervas amargas, vinagre e milho. Por último prepararam os candeeiros e tudo estava pronto para introduzir no cenáculo na hora de comer a páscoa.
Encontrareis um homem, levando um cântaro... (v.10): Foi um sinal sobrenatural; geralmente eram somente mulheres que levavam água em cântaro, os homens, quando carregavam água, era em odres.
Onde está o aposento... (v. 11): Parece que este homem havia falado com CRISTO; reconhecendo que não havia casa em Jerusalém que acolhesse o Mestre e Seus discípulos para comerem a páscoa, ofereceu-Lhe este cenáculo, isto é, uma sala.
E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa... (v. 15): CRISTO desejava ansiosamente comer com eles esta páscoa, porque os amava muito, e anelava essa comunhão à sombra do Getsêmani e da cruz. Anelava muito inaugurar esta nova festa comemorativa e tinha muitas coisas a lhes dizer, Jo 13. Queria muito comer a Ceia, porque marcava a grande hora da Sua glorificação na morte e na ressurreição. A morte de CRISTO era o cumprimento da páscoa. Ele era o verdadeiro Cordeiro, que todos os cordeiros pascoais durante 1.500 anos prefiguravam. O que a morte do cordeiro foi para Israel no Egito, a morte de CRISTO seria para os pecadores no mundo inteiro. “CRISTO, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”, 1 Co 5.7.
E tomando o pão... (v. 19): Finda-se, no v.18, a história da última páscoa; inicia-se, no v.19, o relato da inauguração da Ceia do Senhor.
Fazei isto em memória de mim (v. 19): O relato da última páscoa finda com o v.18.
A história da instituição da Ceia começa com o v.19. A Ceia do Senhor é observada em memória do sacrifício de CRISTO. Todos os anos um cordeiro era imolado em memória da páscoa mas não era a páscoa original. Justamente como o Brasil não proclama sua independência todos os anos, assim o sacrifício de CRISTO não se repete na Ceia do Senhor. Como a nação declarou sua independência no ano de 1822, e todos os anos comemora este evento no dia 7 de setembro, assim CRISTO se ofereceu na cruz uma vez para sempre (Hb 9.28; 10.12), e todas as Ceias são em memória deste evento.
Houve também entre eles contenda... (v.24): Houve contenda entre eles justamente na última hora que podiam passar sozinhos com Seu Mestre! Sobre qual deles parecia maior (v.24): É tema muito popular. Lede como CRISTO o resolveu nesta ocasião, Jo 13.1-17.
vos assenteis sobre tronos... (v.30): Esta promessa aos apóstolos foi depois feita a todos os fiéis, 1 Co 6.2; Ap 2.26,27; 3.21.

ESPADA CORTANTE 2 - Orlando Boyer, CPAD