Escrita, Lição 8, Betel, O Verdadeiro Discípulo, servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Sumo Pastor, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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Lição 8, Betel, O Verdadeiro
Discípulo, servo cuidadoso, exemplar e fiel ao Sumo Pastor, 4Tr23, Pr Henrique,
EBD NA TV
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Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/11/escrita-licao-8-betel-o-verdadeiro.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/11/slides-licao-8-betel-o-verdadeiro.html
TEXTO ÁUREO
“Procura
apresentar-te a DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2.15
VERDADE APLICADA
O bom discipulador
procura servir ao rebanho com fidelidade ao Sumo Pastor, dedicação, sendo
exemplo e sem ganância.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que
não se faz nada sozinho
Mostrar os deveres do discipulador
Motivar o discipulador a ser exemplo
TEXTO REFERÊNCIA -
1Pedro 5.1-4
1 Aos presbíteros,
que estão entre vós, admoesto eu, que sou também Presbítero com eles, e
testemunha das aflições de CRISTO, e participante da Glória que se há de
revelar
2 Apascentai o rebanho de DEUS, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 Nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao
rebanho
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Pv
3.7 Devemos buscar sabedoria em DEUS
TERÇA – Jo 5.44 Devemos buscar a honra de DEUS
QUARTA – Rm 8.29 Crescer à semelhança de CRISTO
QUINTA – 1Co 15.58 Devemos ser firmes e constantes
SEXTA – Gl 6.9 Não nos cansemos de fazer o bem
SÁBADO – Cl 3.17 Fazer tudo em nome do Senhor JESUS
HINOS SUGERIDOS: 175 – 186 – 212
MOTIVO DA ORAÇÃO
Ore para que o
discipulador Não tenha medo de formar líderes melhores do que ele
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- TRABALHAR EM
EQUIPE
1.1 Discipuladores
saudáveis
1.2. Discipuladores
produtivos
1.3. Discipuladores
confiáveis
2- APASCENTAR O
REBANHO
2.1. Ser cuidadoso
2.2. Ser
voluntário
2.3. Ter
ânimo
3- SERVIR DE
EXEMPLO
3.1. Ser livre da
ganância
3.2. Prestar contas
3.3. Receber a
coroa de glória
))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS DIVERSOS
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Procura apresentar-te a DEUS aprovado (2Tm 2.15).
Observe: O cuidado dos ministros deve estar em
aprovar-se diante de DEUS, em ser aceitos por Ele e em mostrar que são de fato
aprovados por DEUS. Para que isso aconteça, deve haver constante cuidado e
diligência: Procura apresentar-te como obreiro que não tem de que se
envergonhar. Os ministros precisam ser obreiros. Eles têm trabalho para
realizar e precisam se esforçar nele. Os obreiros que são inexperientes,
infiéis ou preguiçosos devem se envergonhar. Mas esses que não se metem na vida
alheia e mantém seu trabalho são obreiros que não precisam se envergonhar. E
qual é o seu trabalho? Eles devem manejar bem a palavra da verdade. Eles não
devem inventar um novo evangelho, mas manejar bem o evangelho que é confiado ao
seu depósito. Eles devem falar terror àqueles a quem terror pertence, conforto
a quem merece conforto; para dar a cada um o sustento a seu tempo (Mt 24.45).
Observe aqui: 1. A Palavra que os ministros pregam é a palavra da verdade,
porque o autor dela é o DEUS da verdade. 2. Necessita-se de muita sabedoria,
estudo e cuidado para manejar bem essa palavra da verdade. Timóteo devia
estudar para que pudesse fazer isso bem. Com.
Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT.
O chamado à concentração no que é
essencial (2.14-26)
Paulo está interessado em que Timóteo seja aprovado,
um obreiro que não tenha do que se envergonhar. Que essa separação da
iniquidade, e não a separação de indivíduos, seja o significado que Paulo
tem em mente, está claro porque os utensílios da casa dificilmente
poderiam se “purificar” dos outros utensílios, e, de qualquer forma, todos
são proveitosos na casa, mesmo que alguns sejam usados para
fins menos honrosos. O servo de DEUS precisa seguir o conselho que
está nos v. 22-24 e, dessa forma, purificar-se para que se torne vaso
[...] santificado, separado para ser útil para o Senhor e preparado para
toda boa obra. Identificar a grande casa com o cristianismo é totalmente
arbitrário e falha completamente em dar consideração à natureza pessoal da
exortação.
Da ilustração, Paulo se volta agora para a
instrução precisa. Negativamente, Timóteo precisa fugir dos desejos
malignos da juventude. Incluídos nisso não estão somente os desejos
sensuais, mas a propensão para a intolerância, a arrogância e outros, a exata
antítese das qualidades que Paulo recomenda em seguida. A justiça, fé e amor
(cf. lTm 6.11) Timóteo precisa acrescentar a paz, e todas essas qualidades
precisam ser conhecidas e desfrutadas na companhia de verdadeiros
irmãos cristãos. Mais uma vez, o apóstolo o aconselha a não se deixar
arrastar para debates inúteis que somente acabam em brigas. Em vez de
briguento, o servo do Senhor precisa ser amável para com todos-, o retrato
apresentado traz uma semelhança extraordinária com aquele desenhado
por Isaías nas passagens em que fala do Servo. Como mestre, ele precisa
mostrar tolerância e paciência com os difíceis, e, quando esses se lhe
opõem, precisa corrigi-los, embora sempre com espírito de mansidão.
Ao mesmo tempo, ele vai lembrar que forças maiores estão agindo. O Diabo, colocando
a sua armadilha, tem o propósito de capturar os homens para que executem
os seus desígnios cruéis, mas DEUS também está agindo. Por meio dos
seus servos, ele chama os homens ao arrependimento e ao “reconhecimento da
verdade” (VA). Esse é o verdadeiro conhecimento (cf. 1Tm 2.4; 2Tm 3.7; Tt
1.1). E extremamente difícil saber o significado da pessoa ou das pessoas
indicadas pela expressão que os aprisionou para fazerem a sua vontade.
Acima, ambos foram aplicados ao Diabo. A interpretação alternativa é que
os que foram apanhados na armadilha pelo Diabo trocam esse estado por
um novo cativeiro “à vontade de DEUS”, a cuja abençoada servidão são
conduzidos “pelo servo do Senhor” (v. a RV). Comentário - NVI (FFBruce).
1 Pedro 1:1-2
Nessa saudação, temos três partes:
I O
autor dela, descrito: 1. Pelo seu nome – Pedro. Seu primeiro nome era Simão, e JESUS
CRISTO lhe deu o cognome “Pedro”, que significa rocha, como um elogio à sua fé,
e para denotar que ele seria uma coluna eminente na igreja de DEUS (Gl 2.9). 2.
Pelo seu ofício – “...apóstolo de JESUS CRISTO”. A palavra significa alguém
enviado, um emissário, um mensageiro, qualquer pessoa enviada em nome de CRISTO
e de seu evangelho. Porém, significa mais estritamente o ofício mais elevado na
igreja cristã. 1 Coríntios 12.28: “E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente,
apóstolos”. Sua dignidade e preeminência estavam nestas coisas: Eles foram
diretamente escolhidos pelo próprio CRISTO; eles eram testemunhas de primeira
mão, e pregadores, da ressurreição de CRISTO, e assim de toda a dispensação do
evangelho; seus dons eram excelentes e extraordinários; eles tinham o poder de
fazer milagres; eles foram conduzidos a toda a verdade, foram dotados com o
espírito de profecia, e eles tinham uma abrangência de poder e jurisdição além
da de todos os outros; cada apóstolo era um bispo universal em todas as
igrejas, e estava sobre todos os missionários. Dessa maneira humilde, Pedro:
(1) Afirma o seu próprio caráter como apóstolo. Aprenda algo com isso: Um homem
pode de forma lícita reconhecer, e às vezes está obrigado a afirmar, os dons e
as graças de DEUS dadas a ele. Fazer de conta que não temos o que temos é
hipocrisia; e negar o que temos é ingratidão. (2) Ele menciona suas funções
apostólicas como sua autorização e chamado para escrever essa epístola a essas
pessoas. Observe: Algo que diz respeito a todos, mas especialmente aos
ministros, é considerar bem a sua autorização e chamado de DEUS para a sua
obra. Isso vai justificá-los perante os outros e lhes dar apoio e conforto
interiores em todos os momentos de perigo e desencorajamento.
II As
pessoas a quem essa epístola é endereçada, e elas são descritas:
1. Por sua condição exterior – “...estrangeiros
dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia”. Eram, sobretudo,
judeus, descendentes (como pensa o Dr. Prideaux) daqueles judeus que foram
trazidos da Babilônia, por ordem de Antíoco, rei da Síria, aproximadamente
duzentos anos antes da vinda de CRISTO, e estabelecidos nas cidades da Ásia
Menor. É muito provável que o nosso apóstolo havia estado entre eles, e os
tenha convertido, sendo o apóstolo da circuncisão, e que depois disso lhes
tenha escrito essa epístola da Babilônia, onde muitos da nação judaica residiam
nessa época. Naquele momento, suas circunstâncias eram de pobreza e aflições.
(1) Os melhores entre os servos de DEUS podem, por meio das privações dos
tempos e da providência, ser dispersos por aí, e forçados a deixar sua terra
natal. Aqueles de quem o mundo não é digno têm sido forçados a vaguear por
montanhas, em covas e cavernas da terra. (2) Precisamos ter uma consideração
especial pelos servos de DEUS perseguidos e dispersos. Estes eram objeto do
cuidado e da compaixão especiais deste apóstolo. Devemos proporcionar a nossa
consideração ao bem-estar e às necessidades dos santos. (3) O valor de pessoas
boas não deve ser estimado pela sua condição exterior presente. Aqui havia um
grupo de excelentes pessoas, amados de DEUS, e mesmo assim estrangeiros,
dispersos e pobres no mundo; os olhos de DEUS estavam sobre eles em todas as
suas dispersões, e o apóstolo foi ternamente cuidadoso para lhes escrever e
lhes dar direção e consolo.
2. Elas são descritas pela sua condição
espiritual: “...eleitos segundo a presciência de DEUS Pai” etc. Estes pobres
estrangeiros, que eram oprimidos e desprezados no mundo, encontravam-se, apesar
disso, em elevada consideração diante do grande DEUS, e na posição mais honrosa
que qualquer pessoa pode se encontrar no decurso desta vida; pois eles foram:
(1) “...eleitos segundo a presciência de DEUS
Pai”. A eleição ou é para um ofício: assim Saul foi o homem a quem o Senhor
escolheu para ser rei (1 Sm 10.24), e o nosso Senhor disse a seus apóstolos: “Não
vos escolhi a vós os doze?” (Jo 6.70); ou é para uma nação sacerdotal, para o
gozo de privilégios especiais. Assim Israel foi o povo eleito de DEUS (Dt 7.6):
“Porque povo santo és ao SENHOR, teu DEUS; o SENHOR, teu DEUS, te escolheu,
para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há”;
ou é para a salvação eterna: “...por vos ter DEUS elegido desde o princípio
para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade” (2 Ts 2.13). É
dessa eleição que se fala aqui, significando o decreto e a resolução generosos
de DEUS para salvar alguns, e conduzi-los, por meio de CRISTO, através de meios
apropriados, à vida eterna. [1] Essa eleição descrita como sendo “...segundo a
presciência de DEUS”. A presciência pode ser compreendida de duas formas: em
primeiro lugar, como mera antecipação, previsão ou compreensão que tal coisa
vai acontecer, antes de que de fato aconteça. Assim um matemático certamente
prevê que em tal e tal dia vai haver um eclipse. Esse tipo de presciência está
em DEUS, que vê todas as coisas que já foram, as que são ou as que ainda serão.
Mas tal presciência não é a causa de qualquer coisa ser assim ou diferente,
mesmo que a certa altura vá ser assim de fato, assim como o fato de o
matemático ter previsto o eclipse não é sua causa. Em segundo lugar,
presciência às vezes significa conselho, nomeação e aprovação. Atos 2.23: “...a
este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de DEUS,
tomando-o vós, o crucificastes e matastes pelas mãos de injustos”. A morte de CRISTO
não foi somente prevista, mas pré-ordenada, como está no versículo 20.
Interprete dessa forma aqui. Portanto, o cenário aqui é: eleitos de acordo com
o conselho, a ordenação e a graça de DEUS. [2] O texto acrescenta: segundo a
presciência de DEUS Pai. Por Pai devemos entender aqui a primeira pessoa da
bendita Trindade. Há uma ordem entre as três pessoas, embora não haja
superioridade; eles são iguais em poder e glória, e há uma administração
concordante nas suas obras. Assim, na questão da redenção do homem, a eleição é
eminentemente atribuída ao Pai, como a reconciliação é atribuída ao Filho, e a
santificação, ao ESPÍRITO SANTO, embora em cada um desses aspectos uma pessoa
não esteja tão empenhada a ponto de excluir as outras duas. Por meio disso, as
pessoas da Trindade são mais claramente reveladas a nós, e somos ensinados
acerca das obrigações que devemos a cada um delas distintamente.
(2) Eles foram eleitos “...em santificação do ESPÍRITO,
para a obediência e aspersão do sangue de JESUS CRISTO”. O resultado final e
último da eleição é a vida eterna e a salvação; mas, antes que isso possa ser
realizado, cada pessoa eleita precisa ser santificada pelo ESPÍRITO, e
justificada pelo sangue de JESUS. O decreto de DEUS para a salvação do homem
sempre opera por meio da santificação do ESPÍRITO e a aspersão do sangue de JESUS.
Entenda por santificação aqui, não a santificação formal somente, mas a real,
começada na regeneração, pela qual somos renovados segundo a imagem de DEUS e
feitos novas criaturas, e conduzidos no exercício diário da santidade,
mortificando nossos pecados mais e mais, e vivendo para DEUS em todos os
deveres da vida cristã, que é aqui resumida em uma palavra: obediência,
abrangendo todos os deveres do cristianismo. Por “...do ESPÍRITO” alguns
entendem que o apóstolo quis se referir ao espírito do homem, o objeto
santificado. A santificação da lei, ou do tipo, não operava além da purificação
da carne, mas a dispensação cristã age sobre o espírito do homem, e o purifica.
Outros, com mais razão, pensam que por espírito se deva entender o ESPÍRITO SANTO,
o autor da santificação. Ele renova a mente, mortifica os nossos pecados (Rm
8.13) e produz os seus frutos excelentes no coração dos cristãos (Gl 5.22,23). Essa santificação do ESPÍRITO
implica o uso de meios. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo
17.17). Para a obediência. Essa palavra, como está pontuada na nossa tradução,
é uma referência ao que vem antes dela, e denota o propósito da santificação,
que é levar pecadores rebeldes à obediência novamente, à obediência universal,
para obedecerem à verdade e ao evangelho de CRISTO: “Purificando a vossa alma
na obediência à verdade” (v. 22).
(3) Eles foram eleitos também para a “...aspersão
do sangue de JESUS CRISTO”. Eles foram designados pelo decreto de DEUS a serem
santificados pelo ESPÍRITO e a serem purificados pelo mérito do sangue de CRISTO.
Aqui está uma alusão evidente às aspersões típicas do sangue debaixo da lei, e
essa linguagem os judeus convertidos entendiam muito bem. O sangue dos
sacrifícios tinha de ser não somente derramado mas também aspergido, para
denotar que os benefícios planejados com isso são aplicados e imputados aos
ofertantes. Assim, o sangue de CRISTO, o grande e todo-suficiente sacrifício,
tipificado pelos sacrifícios da lei, não foi somente derramado, mas precisa ser
aspergido e transmitido a cada um desses cristãos eleitos, “...para demonstrar
a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos” (Rm 3.25). Esse
sangue da aspersão justifica diante de DEUS (Rm 5.9), sela a aliança entre DEUS
e nós, da qual a Ceia do Senhor é um símbolo (Lc 22.20), purifica de todo o
pecado (1 Jo 1.7) e nos aceita no céu (Hb 10.19). Observe: [1] DEUS escolheu
alguns para a vida eterna, alguns, não todos; pessoas, não qualificação. [2]
Todos os que são escolhidos para a vida eterna como o alvo são escolhidos para
a obediência como o caminho. [3] A não ser que a pessoa seja santificada pelo ESPÍRITO
e aspergida pelo sangue de JESUS, não haverá verdadeira obediência na vida. [4]
Há um consentimento e uma cooperação de todas as pessoas da Trindade na questão
da salvação do homem, e seus atos são concordantes entre si. A todo aquele que
o Pai escolhe, o ESPÍRITO santifica para a obediência, e o Filho redime e
asperge com seu sangue. [5] A doutrina da Trindade está na base de toda a
religião revelada. Se você negar a divindade distintiva do Filho e do ESPÍRITO SANTO,
você invalida a redenção de um e as operações da graça do outro, e por meio
disso destrói o fundamento da sua própria segurança e conforto.
III A
saudação prossegue: “...graça e paz vos sejam multiplicadas”. As bênçãos
desejadas para eles são graça e paz. 1. Graça – o favor gratuito de DEUS, com
todos os seus efeitos apropriados, seu perdão, cura, ajuda e salvação. 2. Paz.
Todos os tipos de paz podem estar inseridos aqui na intenção do autor,
doméstica, civil, paz eclesiástica na igreja e paz espiritual com DEUS, com o
sentimento dela na nossa própria consciência. 3. Aqui está o pedido e a oração
com relação a essas bênçãos – que sejam multiplicadas, o que sugere que os
leitores já possuíam essas bênçãos em certo grau, e ele lhes deseja a
continuação, o aumento e o aperfeiçoamento nelas. Disso deve-se aprender: (1)
Os que possuem bênçãos espirituais na sua alma desejam sinceramente a
transmissão das mesmas a outros. A graça de DEUS é um princípio generoso e não
egoísta. (2) As melhores bênçãos que podemos desejar para nós mesmos, ou uns
aos outros, são graça e paz, com a sua multiplicação; por isso, os apóstolos
com tanta frequência fazem disso a sua oração no começo e fim de suas
epístolas. (3) A paz genuína não pode ser experimentada onde não existe
verdadeira graça; primeiro a graça, depois a paz. A paz sem graça é mera
estupidez; mas a graça pode ser verdadeira ali onde por um tempo não há paz
real. Assim como Hamã foi perturbado com terror e CRISTO esteve por um tempo em
agonia. [4] O aumento da graça e paz, assim como a primeira dádiva delas, vem
de DEUS. Sempre que Ele dá verdadeira graça, Ele vai dar mais graça; e todo bom
homem deseja sinceramente o aumento e a multiplicação dessas bênçãos em si
mesmo e nos outros.
Os Privilégios dos Cristãos - 1 Pedro 1:3-5
Chegamos agora ao corpo da epístola, que começa
com:
I Uma
felicitação pela dignidade e alegria do estado em que se encontram esses
crentes, formulada em uma ação de graças a DEUS. Outras epístolas começam de
maneira semelhante (2 Co 1.3; Ef
1.3). Aqui temos:
1. O dever cumprido, que é bendizer a DEUS. O
homem bendiz a DEUS ao reconhecer a sua excelência e suas bênçãos.
2. O objeto dessa bênção descrito pela sua
relação com JESUS CRISTO: “...o DEUS e Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO”. Temos
aqui três nomes de uma pessoa, denotando a sua função tríplice: (1) Ele é Senhor,
o rei universal ou soberano. (2) JESUS, o sacerdote e Salvador. (3) CRISTO, o
profeta, ungido com o ESPÍRITO e capacitado com todos os dons necessários para
a instrução, orientação e salvação da sua igreja. Esse DEUS, tão bendito, é o DEUS
de JESUS à luz da sua natureza humana, e seu Pai de acordo com sua natureza
divina.
3. As razões que nos obrigam a esse dever de
bendizer a DEUS, que estão contidas em sua “...grande misericórdia”. Devemos
todas as nossas bênçãos à misericórdia de DEUS, não ao mérito do homem, e
especialmente a regeneração. Ele “...nos gerou de novo”, e isso é digno da
nossa gratidão a DEUS, especialmente se considerarmos o fruto que produz em
nós, que é essa excelente graça da esperança, e não uma esperança vã, morta e
que perece como a dos mundanos e hipócritas, mas uma esperança viva, forte,
vivificante e duradoura, como é necessário que seja tal esperança que tem um
fundamento tão sólido como “...a ressurreição de JESUS CRISTO dentre os mortos”.
Disso deve-se aprender: (1) A condição do bom cristão nunca é tão ruim que ele
não tenha razão para assim mesmo bendizer a DEUS. Assim como o pecador sempre
tem razão para se queixar, não obstante sua presente prosperidade, assim
pessoas boas, em meio às suas muitas dificuldades, têm razão ainda para se
alegrar e bendizer a DEUS. (2) Nas nossas orações e louvores devemos nos
dirigir a DEUS como “...Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO”; é somente por meio
dele que nós e os nossos serviços são aceitos. (3) Os melhores homens devem
suas melhores bênçãos à abundante misericórdia de DEUS. Todo o mal no mundo
procede do pecado do homem, mas todo o bem no mundo vem da misericórdia de DEUS.
A regeneração é expressamente atribuída à abundante misericórdia de DEUS, e
assim são as outras bênçãos; sobrevivemos totalmente da misericórdia divina.
Acerca da natureza da regeneração, veja João 3.3. (4) A regeneração produz uma
esperança viva da vida eterna. Toda pessoa não-convertida é uma criatura sem
esperança; tudo que ele simula a esse respeito é confiança em si mesmo e
presunção. A esperança correta do cristão é aquilo para o qual o homem foi
gerado de novo pelo ESPÍRITO de DEUS; não procede da natureza, mas da graça
gratuita. Os que são gerados para a nova vida espiritual são gerados para uma
nova esperança espiritual. (5) A esperança do cristão tem essa qualidade, é uma
esperança viva. A esperança da vida eterna no verdadeiro cristão é uma
esperança que o mantém vivo, que o estimula e apóia, e o conduz para o céu. A
esperança revigora e anima a alma à ação, à paciência, à coragem e à
perseverança até o final. As esperanças ilusórias dos não-regenerados são vãs e
definham; o hipócrita e sua esperança expiram e morrem juntos (Jó 27.8). (6) A
“...ressurreição de JESUS CRISTO dentre os mortos” é o fundamento da esperança
do cristão. A ressurreição de CRISTO é o ato do Pai como juiz, do Filho como
vencedor. Sua ressurreição demonstra que o Pai aceita a morte como pagamento
total da nossa redenção, que Ele é vitorioso sobre a morte, o túmulo e sobre
todos os nossos inimigos espirituais; e é também uma garantia da nossa própria
ressurreição. Por haver uma união inseparável entre CRISTO e seu rebanho, eles
ressuscitam em virtude da ressurreição dele como cabeça, mais do que em virtude
de seu poder como Juiz. “...já ressuscitastes com CRISTO (Cl 3.1). Em resumo,
os cristãos têm dois fundamentos firmes e sólidos sobre os quais constróem a
sua esperança de vida eterna.
II Tendo
felicitado essas pessoas com relação ao seu novo nascimento, e à esperança da
vida eterna, o apóstolo prossegue e descreve essa vida sob a noção de uma herança,
uma forma muito adequada de falar a esses leitores, pois eles eram pobres e
perseguidos, talvez desapropriados de sua herança em que tinham nascido. Para
aliviar essa injustiça, ele lhes conta que eles nasceram para uma nova herança,
infinitamente melhor do que a que eles perderam. Além disso, eles são na sua
maioria judeus, e têm grande afeição pela terra de Canaã, como a terra da sua
herança, que lhes foi conferida pelo próprio DEUS. E ser expulso da moradia no
local de herança do Senhor é considerado como um dolorido castigo (1 Sm 26.19).
Para confortá-los nessa situação, eles são lembrados de uma nobre herança
reservada no céu para eles, uma herança tal que, em comparação, a terra de
Canaã era mera sombra. Observe aqui:
1. O céu é a herança incontestável de todos os
filhos de DEUS; todos os que nasceram de novo são nascidos para uma herança,
assim como o homem faz do seu filho o seu herdeiro. O apóstolo argumenta: “E,
se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também” (Rm 8.17). DEUS dá os seus
dons a todos, mas a sua herança somente aos seus filhos; os que são seus filhos
e filhas pela regeneração e adoção recebem a promessa de herança eterna (Hb
9.15). Essa herança não é adquirida por nós, mas é a dádiva do Pai; não o
salário que merecemos, mas o efeito da graça, que primeiro nos torna filhos e
depois estabelece essa herança sobre nós por meio de uma aliança firme e
inalterável.
2. As excelências incomparáveis dessa herança
são quatro: (1) É incorruptível, e nesse aspecto é como o seu Criador, que é
chamado de “DEUS incorruptível” (Rm 1.23). Toda a corrupção é uma mudança de
melhor para pior, mas o céu não muda e não tem fim. A casa é eterna nos céus, e
os que a possuem precisam subsistir para sempre, “...porque convém que isto que
é corruptível se revista da incorruptibilidade” (1 Co 15.53). (2) Essa herança
é imaculada, como o grande sumo sacerdote de quem ela agora é posse, e Ele é “...santo,
inocente, imaculado...” (Hb 7.26). O pecado e a miséria, as duas grandes coisas
que arruínam este mundo e desfiguram a sua beleza, não têm lugar aí. (3) Ela
não murcha, mas sempre retém o seu vigor e beleza, e permanece imarcescível,
sempre entretendo e agradando os santos que a possuem, sem o menor enfado ou
desgosto. (4) Está “...guardada nos céus para vós”, e essa expressão nos
ensina: [1] Que é uma herança gloriosa, pois está no céu, e tudo que está lá é
glorioso (Ef 1.18). [2] Ela é garantida, um direito de posse em outro mundo,
seguramente guardada e preservada até que venhamos a tomar posse dela. [3] São
descritas as pessoas para quem ela está reservada, não pelos seus nomes, mas
pelo seu caráter: “...para vós”, ou para nós, ou qualquer um que foi gerado de
novo para uma viva esperança. Essa herança é preservada para eles, e para
ninguém mais. Todos os outros serão deixados de fora para sempre.
III Visto que essa herança é descrita como futura
e distante tanto no tempo quanto no lugar, o apóstolo supõe que ainda haja
dúvidas ou desconforto na mente dessas pessoas acerca de se eles não estão em
perigo de cair pelo caminho e ficar aquém do alvo. “Embora a felicidade esteja
segura no céu, nós ainda estamos na terra, suscetíveis a uma grande diversidade
de tentações, misérias e debilidades. Estamos realmente em condições tão
seguras que conseguiremos certamente chegar até lá?”. A isso ele responde que
eles serão seguramente guardados e conduzidos até lá; eles serão guardados e
preservados de todas as tentações e injustiças destrutivas que poderiam impedir
a sua chegada segura à vida eterna. O herdeiro de posses terrenas não tem
garantia alguma de que vá desfrutá-las, mas os herdeiros do céu certamente
serão conduzidos seguramente até tomarem posse dele. A bênção prometida aqui é
a preservação: “...estais guardados”; o autor dela é DEUS; os meios que em nós
são usados para esse fim são a nossa própria fé e o cuidado; o fim para o qual
somos preservados é a salvação; e o tempo em que veremos o final e o resultado
seguros de tudo é o último tempo. Observe: 1. O cuidado terno de DEUS para com
o seu povo é tal que Ele não somente dá a sua graça, mas os preserva para a
glória. A sua preservação significa perigo e livramento; eles podem até ser
atacados, mas não serão vencidos. 2. A preservação dos regenerados para a vida
eterna é o efeito do poder de DEUS. A grandeza da obra, o número de inimigos e
nossas próprias debilidades são tais que nenhum poder que não seja
todo-poderoso pode preservar a alma através de tudo isso para a salvação. Por
isso, as Escrituras com frequência descrevem a salvação do homem como o efeito
do poder divino (2 Co 12.9; Rm 14.4). 3. A preservação por meio do poder de DEUS
não substitui os esforços e o cuidado do homem pela sua própria salvação; aqui
estão o poder de DEUS e a fé no homem, o que implica um desejo sincero por
salvação, a confiança em CRISTO de acordo com seus convites e promessas, o
cuidado vigilante para fazer tudo que agrada a DEUS e evitar tudo que for
ofensivo, o desprezo pelas tentações, e o respeito pela recompensa, e a
diligência e perseverança na oração. Por meio de uma fé tão paciente, operante
e vencedora, somos preservados, com a ajuda da graça de DEUS, para a salvação;
a fé é um elemento sólido de preservação da alma através de um estado de graça
para um estado de glória. 4. Essa salvação está “...prestes para se revelar no
último tempo”. Aqui três coisas são afirmadas acerca da salvação dos santos:
(1) Que ela está sendo preparada agora, e concluída, e reservada no céu para
eles. (2) Mesmo que esteja sendo preparada agora, ainda assim está em grande
medida sendo escondida e encoberta no presente, não somente para o mundo
ignorante e cego, que nunca a investiga, mas até mesmo para os próprios
herdeiros da salvação. “...e ainda não é manifesto o que havemos de ser” (1 Jo
3.2). (3) Que será total e completamente revelada “...no último tempo”, ou no
último dia do julgamento. “...trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo
evangelho” (2 Tm 1.10), mas essa vida será revelada mais gloriosa na morte,
quando a alma for recebida na presença de CRISTO e puder contemplar a sua
glória. E mesmo além disso haverá mais uma revelação, e uma revelação final, da
amplitude e transcendência da felicidade dos santos no último dia, quando o seu
corpo for ressuscitado e reunido à sua alma, e o juízo for passado sobre os
anjos e homens, e então CRISTO vai honrar publicamente e aplaudir os seus
servos diante de todo o mundo. Com.
Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
A TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO
Comentário
Corno a segunda epístola, a terceira é bastante breve para ter sido
escrita numa simples folha de papiro. Um problema similar jaz por trás de ambas
as cartas, a saber, as visitas de mestres itinerantes e que tratamento
dar-lhes. Portanto, as duas cartas dizem respeito à verdade e ao amor cristãos
e à relação destes com a hospitalidade. Há diferenças, porém. Na segunda carta
o presbítero escreve a uma igreja local, personificada como “a senhora eleita e
os seus filhos”, ao passo que na terceira carta ele se dirige nominalmente a um
dos membros proeminentes de uma igreja local, e se refere a outros dois. Esta
menção de Gaio (1), Diótrefes (9) e Demétrio (12), torna a terceira epístola
mais vívida do que a segunda e nos permite uma visão mais clara da vida interna
de uma igreja do primeiro século. A mensagem também difere. Na segunda a igreja
é advertida a não estender a hospitalidade aos falsos mestres que negam a
doutrina da encarnação, enquanto que na terceira o presbítero recomenda Gaio
pela hospitalidade demonstrada por ele a mestres da verdade, concita-o a
continuar assim, e censura cortante- mente a Diótrefes por sua recusa a
acolhê-los e por sua oposição aos que desejavam fazê-lo. Deste modo, a
instrução mais positiva da terceira epístola complementa a instrução mais
negativa da segunda. As duas cartas devem ser lidas juntas, se é para obtermos
uma equilibrada compreensão dos deveres e limites da hospitalidade cristã.
O Didaquê, manual eclesiástico do primeiro século a que se faz
referência na introdução dg. segunda epístola, mostra que às vezes a
hospitalidade cristã primitiva sofria*abusos. São dadas instruções no sentido
de que um “apóstolo” não se hospede por mais de um dia ou, “em caso de
necessidade”, dois. “Se ficar três dias, é falso profeta” (11:5). Ao partir,
ele pode receber alimento bastante para sustentá-lo em sua viagem. Mas, “se ele
pedir dinheiro, é falso profeta” (11:6). De novo, se um profeta, aparentemente
falando sob a inspiração do ESPÍRITO disser, “deem-me dinheiro, ou alguma outra
coisa”, não deve ser atendido, a menos que o dinheiro seja “para outros, que
estejam passando necessidade” (11:12). Reconhece-se que os verdadeiros profetas
têm direito a estada e sustento (13), mas um viajante cristão comum não deve
ser hospedado de graça por mais de dois ou três dias (12:2). Se quiser
estabelecer-se, “deve trabalhar para viver... Se se negar a fazê-lo, está
mercadejando sobre CRISTO” (12:3-5).
A Terceira Epístola de João contém mensagens para ou sobre Gaio
(1-8) Diótrefes (9, 10) e Demétrio (11, 12), com uma conclusão e saudação (13,
14, AV; 13-15, ARA, ARC).
I. A MENSAGEM A GAIO (1-8).
1, outra vez o escritor se apresenta, não com seu nome pessoal, mas
com o título que os seus leitores
evidentemente reconheceriam, o presbítero (Ver 2 João 1). O destinatário da
carta chama-se Gaio. Vários homens de nome Gaio aparecem nas páginas do Novo
Testamento — Gaio de Corinto, que, depois de batizado por Paulo, tornou-se
hospedeiro do apóstolo “e de toda a igreja” (1 Co 1:14; Rm 16:23), e ele
segundo Orígenes, se pensou tradicionalmente que fora o primeiro bispo de
Tessalônica; Gaio de Macedônia, ligado a Aristarco de Tessalônica na qualidade
de um dos companheiros de Paulo, que sofreram num motim em Éfeso (At 19:29); e
Gaio de Derbe, que viajou com Paulo em sua última viagem, desde a Grécia,
através ^a Macedônia, pel° menos até Trôade, e provavelmente foi o seu
representante da igreja para a transferência da coleta para os pobres da Judéia
(At 20:4). De acordo com as assim chamadas “Constituições Apostólicas” do
século quarto (7:46.9), foi a este último Gaio, de Derbe, que a Terceira
Epístola de João foi enviada, e que João nomeou primeiro bispo de Pérgamo. Esta
última sugestão atraiu alguns comentadores. Na verdade, “não há nada de
improvável quanto a ela, mas o documento é recente e não há nenhum apoio antigo
à sua afirmação” (Dodd).
Visto que “Gaio” era “talvez o mais comum de todos os nomes do
Império Romano” (Plummer), é mais seguro resistir aos esforços para identificar
o Gaio desta epístola. Não sabemos quem era ele. É claro, porém, graças aos
termos em que João escreve, que ele ocupava uma posição de responsabilidade e
de liderança na igreja local. Ao que parece, evangelistas visitantes se
hospedaram com ele, e não com outros, e dificilmente o presbítero teria escrito
com tanta franqueza sobre Diótrefes a ninguém, senão a um líder da igreja.
Embora só possamos conjecturar sobre a sua identidade e a sua posição, sabemos
que ele era altamente respeitado na comunidade cristã (o amado, 1) e
particularmente caro ao próprio João (“Amado”, nos vers. 2,5 e 11, traduzido na
NEB ou por, “Meu caro Gaio” ou por, “meu caro amigo”). O amor de João por ele
era na verdade. Como em 2 João 1, não há artigo definido nesta frase. C. H.
Dodd cita duas cartas de um fazendeiro egípcio em 110 A.D., em que ele envia
saudações a “todos os que vos (ou nos) amam verdadeiramente”. Não obstante,
seguramente a RA, a AV e a RSV estão certas traduzindo a expressão aqui, não
por “em verdade” (RV), ou “sinceramente”, mas na verdade, sendo a verdade a
esfera em que o seu amor mútuo existia e florescia. Talvez o seu relacionamento
um com o outro fosse ainda mais pessoal que isso, e a referência a “meus
filhos” (4) dá a entender que Gaio deveu sua conversão a João.
5, 6a. Outra vez o presbítero dirige-se a Gaio chamando-lhe amado,
e se põe a escrever, agora não sobre a sua verdade, mas sobre o seu amor. Ele
era “dado à hospitalidade”, como se ordena que sejam todos os cristãos (Rrn
12:13; Hb 13:2; 1 Pe 4:9) e particularmente as viúvas (1 Tm 5:10) e os
presbíteros-bispos. (1 Tm 3:2; Tt 1:8). Em cada um destes versículos a palavra
grega, ou é o substantivo philoxenia òu o adjetivo philoxenos, palavra que
indica literalmente amor por estrangeiros. Ao acolher tais pessoas, podemos não
só hospedar anjos sem saber (Hb 13:2), mas estaremos recebendo o próprio Senhor
JESUS (Mt 10:40-42; 25:35, 38; cf. Didaquê 11:2, 4, “recebam-no bem, como ao
Senhor”). Este amor pelos estrangeiros era justamente o que Gaio possuía,* pois
o seu ministério tinha sido “aos irmãos, e” (AV; RSV, “especialmente”) “a
estrangeiros” (xenous). Não significa que havia dois grupos separados aos quais
Gaio mostrava hospitalidade. “Os irmãos e os estrangeiros não são duas classes,
mas uma e a mesma” (Plummer). Cf. a ARA: para com os irmãos... mesmo quando são
estrangeiros. Suaphiladelphia (amor aos irmãos) e suaphiloxenia(amor a
estrangeiros) se combinavam. Cf. Hb 13:1, 2, onde estas duas palavras ocorrem
juntas. Ele deve tê-los recebido em sua casa e deve tê-los hospedado às custas
dele. Este serviço, comenta o presbítero, estava sendo feito fielmente. Isto
pode significar que João reconhecia na atitude hospitaleira de Gaio um sinal da
sua lealdade para consigo mesmo e para com os seus princípios. Ele “ainda
poderia ser considerado por” (Dodd); cf. RSV, “é uma coisa leal que fazes”, e
NEB “demonstra uma bela lealdade”. Ou, como sugere Westcott, a frase talvez
devesse ser vertida por, “asseguras...”, isto é, “esse ato... não deixará de
ter o seu devido êxito e recompensa”. Mas é digno de nota que o que se diz que
Gaio fez fielmente é sua “obra” (ergase). Sua obra foi efeito de sua fé; foi
“uma obra fiel” (RV). O advérbio parece unir a verdade e o amor de Gaio. Seu
ministério prático aos estrangeiros era fiel à sua profissão (de fé). Seu amor
era coerente com a verdade em que ele cria. O verbo na expressão “deram
testemunho” é um aoristo (emarturêsan) e se refere a uma ocasião definida
quando, perante a congregação reunida, da qual João era líder, os viajores em
regresso apreciativamente do amor que Gaio lhes demonstrara, e da sua verdade
(3). Sua verdade não fora mantida em segredo em sua mente, nem seu amor em seu
coração. Ambos eram patentes. “Os irmãos” tinham visto ambos, tinham ficado
impressionados com ambos, e deram testemunho de ambos.
6b. ) presbítero agora se volta do passado para o futuro, daquilo
“que praticas” (5) para aquilo que farás (6). Talvez João esteja preocupado,
temeroso de que o pretensioso Diótrefes (9,10) consiga persuadir Gaio a mudar a
sua política de manter a casa aberta. Assim ele o anima a continuar hospedando
os mestres em viagem. O que estava implícito, a extensão da hospitalidade aos
missionários itinerantes, agora fica evidente. Estes não devem ser apenas
acolhidos quando chegam, mas devem receber fortalecimento e provisões tais (sem
dúvida, suprimentos de alimentos e dinheiro), que sejam enviados à etapa
seguinte da sua viagem “de maneira piedosa” (AV), “de modo próprio do serviço
de DEUS” (RSV), literalmente, por modo digno de DEUS (ARA e RV; axiõs tou
Theou; cf. Cl 1:10; 1 Ts 2:12). São servos de DEUS e O representam. Devemos
tratá-los como O trataríamos. “Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me
recebe, recebe aquele que me enviou” (Mt 10:40). Esse solícito encaminhamento
dos missionários em sua viagem não é somente “uma coisa leal” (RSV), mas uma
“bela” coisa (kalõs poiêseis, bem farás). Cf Mc 14:6 para outro feito de amor
reconhecido como “uma bela coisa” (RSV).
C. H. Dodd sugere que o verbo traduzido por, encaminhando-os em sua
jornada (propempsas), era “algo como um termo técnico das missões cristãs
primitivas”, implicando em “assumir-se a responsabilidade financeira pela
viagem” dos missionários idos. É este provavelmente o caso, pois, conquanto em
Atos 20:38 e 21:5 pareça significar nada mais que “acompanhar” ou “escoltar”,
noutros lugares, como aqui, indica receber e acolher alguém em preparo para o
estágio seguinte da sua viagem (Rm 15:24; 1 Co 16:6, 11; 2 Co 1:16) e
possivelmente supri-lo de dinheiro ou provisões também quando ele parte (como
em Tt 3:13 e possivelmente At 15:3). Cf. versículo 8 aqui.
7. São dadas agora as razões para essa hospitalidade especial. “Os
irmãos” e “estrangeiros” do versículo 5 não são cristãos comuns que sucede
estarem viajando de uma cidade para outra, mas missionários. João escreve sobre
eles, que saíram. O verbo (exSlthan) é o mesmo que foi empregado com referência
a falsos mestres (1 Jo 2:19; 4:1; 2 Jo 7). Retrata um deliberado início de
viagem em missão, como quando Paulo partiu em sua segunda viagem missionária
(At 15:40). O motivo deles é descrito como sendo “por causa do seu nome” (AV).
Deve-se omitir o adjetivo possessivo e a frase deve ser traduzida, por causa do
Nome (ARA e RV). O Nome é o Nome de JESUS CRISTO, isto é, a revelação da Sua
Pessoa divino-humana e da Sua obra salvadora. Zelo pelo Nome de CRISTO é o mais
constrangedor de todos os motivos missionários (cf. Rm 1:5 e, quanto a sofrer
pelo Nome, At 5:40, 41). Gentios (hoi ethnikoi) refere-se aqui, não a não
judeus, mas a “bárbaros” (RSV) ou “pagãos” (NEB), em contraste com os crentes
cristãos. A frase, nada recebendo, não precisa ser forçada a significar que
estes missionários cristãos se recusariam a aceitar dádivas a eles oferecidas
voluntariamente pelos inconversos. Não há proibição aqui de receber-se dinheiro
de não cristãos que podem ter boa disposição para com a causa cristã. JESUS
mesmo pediu e aceitou um copo de água de uma mulher samaritana, pecadora. O que
se diz aqui é que estes evangelistas itinerantes (como questão de política) não
procurariam obter o seu sustento dos pagãos e, de fato, não receberam deles o
seu sustento. Os missionários cristãos não eram como muitos mestres não
cristãos errantes daqueles dias (ou os monges mendicantes da Idade Média), que
faziam da sua vadiagem um meio de vida. C. H. Dodd escreve: “Devotos de várias
religiões vagueavam pelas estradas, enaltecendo as
virtudes da divindade da sua escolha e coletando subscrições do
público. Assim, um ‘escravo’ da deusa Síria colocou em registro (numa inscrição
citada por Deissmann, Light from the Ancient East — Luz do Antigo Oriente, pág.
108 e seguinte.) como ele viajava a serviço da sua ‘Senhora’ e, ‘em cada viagem
trazia de volta setenta sacos’ ”. JESUS disse aos doze e aos setenta que não
levassem “alforje” consigo (Mc 6:8; Lc 10:4), e Paulo condenou os “mascates da
palavra de DEUS” (2 Co 2:17, RSV; cf. 1 Ts 2:5-9). Os ministros e mestres
cristãos certamente têm o direito de ser sustentados por aqueles que se
beneficiam do seu serviço, como Paulo insistiu várias vezes (especialmente 1 Co
9:1-18; G1 6:6; 1 Tm 5:17, 18). Mas uma igreja sustentar o seu ministro é uma
coisa; missionários receberem dinheiro dos pagãos é outra.
9. O presbítero apresenta agora o problema criado por Diótrefes. No
caráter e na conduta ele era inteiramente diferente de Gaio. Gaio é retratado
como alguém que anda na verdade, ama os irmãos, hospeda os estrangeiros.
Diótrefes, por outro lado, é visto como alguém que se ama a si próprio mais que
os outros, e que recusa acolhida aos evangelistas em viagem, ou permitir que
outros o façam. Contudo, Gaio e Diótrefes eram provavelmente membros da mesma
igreja local, pois, “na igreja visível, os maus estarão sempre misturados com
os bons” (Artigo 26 dos Trinta e Nove Artigos), apesar de C.H. Dodd achar que
eram membros de igrejas vizinhas. A questão chegara a um ponto crítico, diz
João. Escrevi alguma cousa à igreja; mas Diótrefes... não nos dá acolhida. Que
carta era essa, não está claro. Não pode ser a carta que ele está escrevendo
agora porque, embora gramaticalmente o verbo possa ser um aoristo epistolar, as
palavras, Diótrefes... não nos dá acolhida, parecem descrever a resposta que a
carta já recebeu (no passado). Daí deve ser alguma outra carta, não uma
mensagem particular a Gaio, mas um carta diretiva oficial, dirigida à igreja.
Esta dificilmente pode ser a Primeira ou a Segunda Epístola de João, desde que
nenhuma delas recomenda a acolhida aos missionários viajantes, que
evidentemente era o assunto da carta mencionada neste versículo. Portanto, a
carta em questão deve ter-se perdido, possivelmente porque Diótrefes a
destruiu.
Tenha ou não destruído a carta, ou recusado lê-la à igreja,
Diótrefes certamente rejeitou a instrução escrita do presbítero {ti, alguma
cousa, RA e VPR) para receber hospitaleiramente os evangelistas itinerantes. È
digno de nota que o presbítero tinha uma autoridade geralmente aceita. Ele dava
ordens e as expedia para serem obedecidas (cf. 2 Ts 3, quanto às ordens
apostólicas que requerem obediência). Diótrefes foi uma exceção. Ele não ia ser
mandado por João. Evidentemente se arrogava autoridade própria, ao ponto de
excomungar membros da igreja que lhe desobedecessem (10).
Que motivos teriam incitado Diótrefes a afirmar-se assim contra
João? Têm-se feito várias tentativas para reconstruir a situação. Não há prova
de que a divergência deles fosse teológica. Se a verdade do Evangelho estivesse
em jogo, seguramente o presbítero não teria hesitado em expor o erro na mesma
linguagem intransigente que empregara na primeira e na segunda epístolas. Não
heresia doutrinária, mas ambição pessoal, era a causa do aborrecimento. Findlay
demonstra que o nome Diótrefes era tão raro como Gaio era comum. Desde que,
literalmente traduzido, significa “criado por Zeus, bebê de Zeus” e só se
encontrava “em famílias nobres e antigas”, ele prossegue e faz a engenhosa
conjetura de que este Diótrefes “pertencia à aristocracia grega da velha cidade
real” (de Pérgamo, à qual Findlay acredita que esta epístola foi dirigida).
Neste caso, era o prestígio social que estava por trás do seu vergonhoso
comportamento. Outros escritores tentaram encontrar vestígios da rivalidade
entre João e Diótrefes nas mudanças do padrão de ordem da igreja no final do
primeiro século A. D. A era dos apóstolos estava chegando ao fim. Na verdade,
de acordo com aqueles que negam que o presbítero João era o apóstolo, essa era
já tinha terminado. Sabe-se que por volta do ano 115 A. D., quando o bispo
Inácio de Antioquia escreveu as suas cartas às igrejas da Ásia, o “episcopado
monárquico” (a aceitação de um só bispo com autoridade sobre um grupo de
presbíteros) estava estabelecida entre elas. Assim, esta epístola foi escrita
no final da era apostólica, ou entre este e a aceitação universal do episcopado
— um período de transição e tensão que C. fi. Dodd compara com a transferência
de responsabilidade dos missionários estrangeiros à igreja nativa.
Alguns comentadores crêem que o episcopado monárquico já estava
sendo introduzido e que Diótrefes, como o bispo legítimo da igreja, estava
ficando irritado com a autoridade apostólica ou (se C. H. Dodd está certo
acerca do presbítero; ver Introdução) “subapostólica” de João. Outros acham
que, ao invés disso, Diótrefes era um aspirante a esse ofício, enquanto que
Gaio era o candidato rival, favorecido por João. William Barclay sugere que a
epístola reflete a tensão entre o ministério universal dos apóstolos e profetas
e o ministério local dos presbíteros. Ele entende que Diótrefes pode ter sido
um presbítero que estava determinado a ser o defensor da autonomia da igreja
local e daí ficava ressentido com o “controle remoto” de João e com “a
interferência de estrangeiros errantes”. Qual era precisamente a sua posição
depende de se a excomunhão que ditava de membros da igreja (10) apoiava-se numa
autoridade válida ou era arrogantemente presunçosa. C. H. Dodd se dispôs a
considerar a primeira alternativa uma possibilidade, e que Diótrefes talvez
estivesse compreensivelmente revoltado contra a velha ordem representada por
João. É claro, porém, que o próprio João tinha opinião diferente sobre
Diótrefes e, se reconhecemos a sua autoridade de escritor bíblico, naturalmente
devemos aceitar o seu ponto de vista.
Para João, os motivos que governavam a conduta de Diótrefes não
eram nem teológicos nem sociais nem eclesiásticos, mas morais. A raiz do
problema era o pecado.
Diótrefes... gosta de exercer a primazia (philo- prõteuõn; RSV,
“gosta de se colocar em primeiro lugar”; AV, “gosta de ter a preeminência”).
Ele não compartilhava o propósito do Pai, que em todas as coisas CRISTO tivesse
a preeminência (Cl 1:18, proteuõn). Tampouco iria fazer mesuras do presbítero.
Ele queria a preeminência, ele próprio. Estava “ávido de posição e poder”
(Findlay). Ele não tinha dado ouvidos às advertências de JESUS contra a ambição
e desejo de domínio (ex., Mc 10:42-45; cf. 1 Pe 5:3). Seu amor-próprio secreto
irrompeu na conduta antissocial descrita no versículo seguinte. David Smith
comenta que “proagein (2 João 9) e philoprõteuein indicam dois temperamentos
que perturbaram a vida cristã da Ásia Menor — a arrogância intelectual e o
engrandecimento pessoal.
10. João declara que, se vier em pessoa à igreja em questão, fará
lembradas (ou RSV, NEB, “fará aparecer”, isto é, numa reprovação pública) as
obras e palavras de Diótrefes. Ele sabe que as palavras más, como as obras más
(2 Jo 11), emanam do maligno. Ele não pode passar por alto este desafio à sua
autoridade apostólica. Será obrigado a empregar alguma espécie de ação
disciplinar. A gravidade da conduta de Diótrefes é exposta agora em três
frases. Primeiro, ele está proferindo contra nós palavras maliciosas (AV,
“tagarelando contra nós com palavras maliciosas”). A palavra proferindo
(phluarrõn) significa no grego clássico “falar absurdo”. “Ela comunica a ideia
de que as palavras não eram somente ímpias, mas disparatadas” (Plummer). O
substantivo phluaroi em 1 Tm 5:13 é traduzido por “tagarelas” na AV e na ARA, e
por “bisbilhoteiras” na RSV. A NEB verte assim a frase: “Ele lança acusações
sem base e maldosas contra nós”. Evidentemente Diótrefes considerava João como
um perigoso rival para a sua presumida autoridade na igreja e procurou solapar
a posição do apóstolo mediante murmuração caluniadora. Contudo, não era só
contra a pessoa e a posição de João que Diótrefes estava agindo, mas contra a
sua instrução quanto à hospedagem aos missionários. Ele não ficou satisfeito
com uma campanha de palavras maliciosas contra João, mas foi adiante e
deliberadamente desafiou o presbítero recusando-se a acolher os irmãos.
Terceiro, impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja. Por alguma
razão, Diótrefes se ofendia com a intrusão dos mestres itinerantes. Ele não os
honrava por saírem “por causa do Nome”; estava mais interessado na glória do
seu próprio nome. Talvez não tivesse melhor razão para recusar acolhida a estes
estrangeiros do que o fato de João ter ordenado isso. Ele não os teria em seu
lar e não lhes daria ajuda, e aos que quiseram obedecer a João e recebê-los,
ele primeiro os impediu de levarem a efeito o seu desejo e depois os
excomungou. O amor-próprio vicia todas as relações. Diótrefes difamou a João, tratou
com pouco caso os missionários e excomungou os crentes leais porque seu amor
era a si próprio e ele queria ter a preeminência. A vaidade pessoal ainda está
na raiz da maioria das dissensões em toda igreja local hoje.
11. João deixa a sua descrição do dano que estava sendo feito por
Diótrefes para dar uma palavra de conselho pessoal a Gaio, seguida de uma
recomendação de Demétrio. Talvez esteja preocupado, temendo que mesmo Gaio
fosse influenciado por Diótrefes. Daí escreve: Amado, não imites o que é mau,
senão o que é bom (AV, “não sigas...”). O imperativo “sigas” é mimou, imites
(ARA, RV, RSV, NEB). Todo indivíduo é um imitador. É-nos natural olhar outras
pessoas como nosso modelo e copiá-las. Isso está muito bem, o presbítero parece
estar dizendo, mas Gaio deve escolher cuidadosamente o seu modelo. Diótrefes,
por exemplo, não serve. Gaio não deve “imitar o mal, mas, sim, imitar o bem”
(RSV), e João aduz a razão. Não é apenas pelo efeito que a nossa conduta tem
sobre os outros, mas pela prova que a nossa conduta dá da nossa condição
espiritual. Aquele que pratica o bem procede de DEUS, aquele que pratica o mal
jamais viu a DEUS. Esta é a prova moral aplicada muitas vezes na primeira
epístola (exs., 2:3-6, 28, 29; 3:4-10; 5:18). De fato, uma ilustração de cada
uma das três provas é citada nesta epístola — verdade (vs. 3,4), amor (6 e
agora bondade (11). O verdadeiro cristão pode ser descrito como sendo “de DEUS”
(AV; cf. 1 Jo 4:4,6) e como tendo “visto a DEUS” (AV; cf. 1 Jo 3:6). Nascer de DEUS
e ver a DEUS são, em alguma extensão, equivalentes. Aquele que é nascido de DEUS
veio, com os olhos interiores da fé, a ver a DEUS. E esta visão de DEUS afeta
profundamente a sua conduta. Praticar o bem é dar prova de nascimento divino;
praticar o mal é provar que a gente nunca viu a DEUS (cf. 1 Jo 3:6). Talvez
nesta generalização João tenha Diótrefes em mente, e assim indiretamente indica
que está questionando se Diótrefes é um cristão verdadeiro afinal.
12. Exatamente como pensar em Diótrefes levou João a escrever
acerca de praticar o mal, a menção da prática do bem parece agora recordar-lhe
Demétrio. Certo Demétrio é mencionado em Atos 19:23 ss., um ourives de Éfeso;
mas não há prova de que ele seja o que aqui é descrito. Tampouco podemos dizer
que ele é o mesmo Demas das epístolas de Paulo (Cl 4:14; Fm 24:2; Tm 4:10),
embora Demas seja uma abreviação de Demétrio. De acordo com as Constituições
Apostólicas, João mais tarde o nomeou bispo de Filadélfia. Nada sabemos ao
certo deste Demétrio, fora o que nos é dito neste único versículo. Tem-se feito
a conjetura de que João o recomendou desse modo porque foi ele o mensageiro da
epístola, “um assistente itinerante do apóstolo” (Findlay), ou porque ele foi
objeto da maldade de Diótrefes, e era preciso recuperar a confiança de Gaio
nele. Uma ou outra coisa é possível; ambas são especulativas. Contudo, a
primeira é mais provável, quando João parece estar recomendando Demétrio a Gaio
como se este ainda não o conhecesse. O que é claro é que se dá um
impressionante testemunho tríplice de Demétrio (cf. 1 Jo 5:8). Primeiro, todos
lhe dão testemunho. O perfeito passivo memarturPtai comunica a ideia de que o
testemunho de Demétrio, dado por todos no passado, permanece válido no
presente. O testemunho é confirmado pela própria verdade. Isto dificilmente
pode ser uma referência ao Filho ou ao ESPÍRITO, apesar de que cada um deles “é
a verdade” (Jo 14:ê; 1 Jo 5:6). Seguramente significa, antes, que a genuinidade
cristã de Demétrio não precisava da prova dos homens; provava-se por si mesma.
A verdade que ele professava estava encarnada nele, tão rigorosamente a sua
vida se ajustava a ela. Mas Demétrio tinha ainda um terceiro testemunho a seu
favor: e nós também damos testemunho (marturoumen), testemunho presente e
continuado. Esta é a primeira pessoa do plural de autoridade e com esta João se
refere a si próprio (como no v. 9). A RSV corretamente o traduz: “Eu também dou
testemunho dele”. Isto seria o bastante para Gaio porque, mesmo que ele não
conhecesse nenhum de todos os que tinham dado testemunho de Demétrio, e que
ainda não se tivesse encontrado com Demétrio para ver nele o testemunho da
própria verdade, ele conhecia o julgamento de João e confiava nele, como João
diz em seguida: e sabes que o nosso testemunho (marturia) é verdadeiro (cf. Jo
21:24).
IV. A CONCLUSÃO E A SAUDAÇÃO (13,14)
13,14 (ÀV, 13,14a). Compare-se com 2 João e notas. Há diferenças
verbais entre as duas conclusões, tais como o tempo do verbo e a referência , a
tinta e pena (kalamos, a cana usada pelos antigos como pena) em vez de “papel e
tinta”, mas o sentido geral é idêntico. Ele tem muitas coisas que escrever,
muito mais do que pode incluir numa folha de papiro, mas estas coisas ele
prefere comunicar oralmente, pois está planejando visitar Gaio em breve, e
então, diz ele, conversaremos de viva voz.
15 AV. 14b). A paz seja contigo, a saudação hebraica, revestida de
novo significado por JESUS, após a ressurreição (Jo 20:19,21,26), é uma
apropriada oração por Gaio, se ele tinha que exercer liderança numa igreja em
que Diótrefes estava provocando discórdia. Na segunda epístola, a referência à
paz vem no início (v. 3), mas uma semelhante saudação de paz na conclusão de
uma epístola ocorre em Cl 6:16; Ef 6:23; 2 Ts 3:16 e 1 Pe 5:14. A saudação
recíproca, com a qual a epístola termina, é de e para os amigos. Esta
designação dos cristãos é única nas epístolas. Sua relação uns com os outros é
normalmente descrita em termos de “fraternidade” e ‘comunhão”. Não obstante, JESUS
chamou aos doze Seus amigos (Jo 15:13, 14), e os amigos de Paulo na cidade de
Sidom são mencionados em Atos 27:3. Não parece haver aqui nenhuma insinuação de
que amigos sejam menos intimamente associados uns aos outros do que “irmãos”
(cf. vs. 3,5,10), pois a instrução dada a Gaio é para saudar aos amigos, nome
por nome, que a RSV interpreta como significando “a cada um deles”, e a NEB
como “individualmente”. Os cristãos não devem perder a sua identidade e
importância individual no grupo. DEUS certamente pretende que cada comunidade
local seja suficientemente pequena e estreitamente unida para que o ministro e
os membros se conheçam uns aos outros pessoalmente e sejam capazes de saudar-se
uns aos outros nome por nome. O Bom Pastor chama as Suas ovelhas “pelos nomes”
(Jo 10:3); sub-pastores e ovelhas também devem conhecer-se uns aos outros pelos
nomes.
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3 JOÃO - Introdução -
Esboço - 3 João (Comentário Bíblico
Moody)
Capítulo 1 -
INTRODUÇÃO
Nem a II nem a III João contêm qualquer indicação de tempo ou do
lugar em que foram escritas. À vista deste silêncio e na falta de qualquer
evidência ao contrário, parece provável que as circunstâncias foram as mesmas
da Primeira Epístola. O destino da Segunda Epístola é enigmático. Alguns acham
que a frase senhora eleita (v. 1) é uma maneira figurada de designar toda a
igreja, ou pelo menos algum grupo em particular. Tal uso metafórico encontra o
paralelo em Ef. 5:22-23 e em Ap. 21:9. Aceitando tal ponto de vista, a irmã
eleita (v. 13) se referiria a congregação do próprio João. Entretanto, "a
simplicidade da pequena carta impossibilita uma alegoria tão elaborada,
enquanto a ternura do seu tom caracteriza-a como comunicação pessoal"
(David Smith, EXpGT, IV, 162). Outros defendem que a carta foi dirigida a uma
senhora individualmente e a sua família. Se o seu nome era Kyria é uma questão
em aberto (cons, construções alternadas em III Jo. 1 e I Pe. 1:1), seja qual
for o seu nome, evidentemente morava perto de Éfeso e era bem conhecida na
comunidade (talvez o seu lar fosse local de reunião para a igreja local). Uma
irmã sua, presumivelmente falecida, tinha família residente em Éfeso e estava
ligada à congregação de João. Ao que parece diversos filhos da "senhora
eleita" visitaram seus primos em Éfeso. Tendo feito amizade com eles, João
escreveu uma carta à mãe deles.
ESBOÇO
I. Introdução. 1-4.
A. Saudação Pessoal. 1.
B. Sentimentos Pessoais. 2-4.
II. O dever da hospitalidade. 5-8.
A. A recompensa da hospitalidade. 5.
B. Os comentários sobre a hospitalidade. 6.
C. Os motivos para a hospitalidade. 7, 8.
III. O perigo da arrogância. 9-12.
A. A arrogância exemplificada. 9.
B. A arrogância condenada, 10.
C. A arrogância contrastada. 11, 12.
IV. Conclusão. 13, 14.
COMENTÁRIO
3 João cap. 1
Introdução. 1-4.
A epístola apresenta dentro do Novo Testamento, um dos reflexos
mais nítidos de uma igreja no primeiro século. Os caracteres, Gaio, Diótrefes e
Demétrio, são esboçados com fortes traços da pena do apóstolo. Características
da vida da igreja também se vislumbram claramente na epístola. A independência
dos crentes é notável, e suas personalidades, como também seus problemas
doutrinários, são patentes. Esta curta e muito pessoal carta destrói a noção de
que o estado de coisas era ideal, ou quase, no primeiro século. Por outro lado,
revela os problemas de uma fé vigorosamente crescente.
A. Saudação Pessoal. 1-2.
1. A saudação é breve em contraste com as saudações de outras
cartas pessoais do N.T. Presbítero. Veja II Jo.
2. Era evidentemente a maneira costumeira de João designar-se.
O amado Gaio. Uma vez que Gaio era um dos nomes mais comuns daquele
tempo, toma-se impossível identificá-lo com qualquer outro Gaio mencionado no
N.T. (cons. Atos 19:29; 20:4; Rm. 16:23; I Co. 1:14). Amado expressa o sentimento comum que outros
partilhavam para com Gaio. A quem eu amo na verdade, expressa os sentimentos
pessoais de João. O eu é enfático, como se implicasse na existência de outros
que lhe eram hostis.
B. Sentimentos Pessoais. 2-4.
1. Acima de tudo. Tal significado para peri panton não se encontra
em outras passagens do N.T, ou na LXX. Refere-se à sentença em geral. Faço
votos. Só aqui, em Rm. 1:10 e em I Co. 16:
2. Saúde. Às vezes Paulo usa esta palavra metaforicamente falando
da sã doutrina, mas aqui o sentido é de boa saúde física, como em Lc. 5:31;
7:10; 15:27. Talvez indique que Gaio estivera doente. A frase, assim como é
próspera a tua alma prova que "que te vá bem" e "que tenhas
saúde" infere-se a bênçãos temporais, e este versículo dá-nos a autoridade
de as pedirmos para nossos amigos.
3. Vinda. Tempo presente; não numa única ocasião, mas em várias. Da
tua verdade, como tu andas . . . Os irmãos testemunharam repetidas vezes do
Cristianismo de Gaio, conforme comprovada por sua doutrina e maneira de viver.
O versículo também pode implicar em que Gaio tenha resistido a alguma doutrina
falsa.
4. A ordem literal é ousada. Maior alegria do que esta (de receber
essas notícias sobre a sua firmeza) não tenho. Alguns manuscritos trazem graça
em lugar de alegria. O resultado de tais notícias foi que João ficou sabendo
que os seus filhos estavam andando (como hábito de suas vidas) na verdade.
II. O Dever da Hospitalidade.
Ao que parece, Gaio fora censurado por alguns por causa de
hospitalidade dispensada a irmãos desconhecidos. João aprova sua atitude e
insiste que tal hospitalidade é dever cristão.
A. A Recompensa da Hospitalidade.
5. Amado destaca um novo trecho. Procedes fielmente (piston
poieis). Literalmente, fazes uma coisa fiel, ou não deixes de fazer. Isto é,
qualquer benefício feito aos irmãos será certamente recompensado (cons. Mt.
26:10; Ap. 14:13). A hospitalidade tem a sua recompensa. Mesmo quando são
estrangeiros. A adição desta frase indicaria que este era o ponto particular
pelo qual Gaio fora reprovado.
B. Os Comentários Sobre a Hospitalidade.
6. Testemunho. Aqueles que experimentaram a hospitalidade de Gaio
deram testemunho dela diante da igreja, provavelmente em Éfeso, onde estava
João. Bem farás. João insiste com Gaio a continuar sua boa obra.
Encaminhando-os em sua jornada por modo digno. Veja Atos 15:3; Tt. 3:13, onde a
idéia de fornecimento de provisões para a viagem está incluída.
C. Os Motivos para a Hospitalidade.
7. Três são os motivos apresentados para a hospitalidade. Primeiro,
esses irmãos saíram por amor ao Nome, isto é, JESUS CRISTO (cons. Atos 5:41;
Tg. 2:7). Segundo, não aceitaram nada dos gentios não convertidos. O particípio
é presente, indicando que era seu costume nada aceitar.
8. Terceiro, por meio da hospitalidade os cristãos podem se tomar
cooperadores da verdade. Devemos. Somos obrigados, como em I Jo. 2:6
III. O Perigo da Arrogância.
A. A Arrogância Exemplificada.
9. 9. A E.R.A. traz, escrevi alguma coisa à igreja, isto é, algumas
poucas palavras. Ti, (alguma coisa) indica que João não dava muita importância
à sua carta. Ela, é claro, não foi preservada. À igreja. À igreja à qual Gaio
pertencia. Mas o propósito da carta não foi alcançado. Que gosta de exercer a
primazia entre eles. A palavra não ocorre em nenhuma outra passagem do N.T.
Implica não em abandono de doutrina (cons.
II Jo. 9), mas antes em arrogante ambição e desejo de promover a
autoridade pessoal. Plummer faz interessante sugestão: "Talvez o
significado seja que Diótrefes queda tomar sua Igreja independente; até então
fora governada por S. João que se encontrava em Éfeso, mas Diótrefes queria
torná-la autônoma para sua própria glorificação" (Plummer, pág. 149). Não nos dá acolhida. Isto é, Diótrefes não
partilhava da opinião de João quanto a hospitalidade. A improbabilidade de que
qualquer cristão se opusesse à autoridade do apóstolo é um dos argumentos
internos usados contra a autoria joanina da carta. Pensa-se que é coisa
inconcebível que um cristão ignorasse as ordens de um apóstolo genuíno, caso
ele fosse o autor. Entretanto, a autoridade apostólica de Paulo foi muitas
vezes desafiada.
B. A Arrogância Condenada.
10. 10. Se eu for. Sem dúvida por causa do versículo 14 (cons. I
Jo. 2:28 com construção semelhante). Far-lhe-ei lembradas. Lembrar essas coisas
a ele e aos outros. Proferindo. Só aqui, embora a forma adjetiva ocorra em I
Tm. 5:13. Literalmente, falando bobagens. Palavras maliciosas. A conversa de
Diótrefes era sem sentido e maldosa. Suas atitudes incluíam a falta de
hospitalidade, proibindo a que outros a exercessem a ponto de excluí-los da
igreja. Evidentemente tinha 3 João (Comentário Bíblico Moody) 6 autoridade
suficiente na congregação para efetuar tal excomungação, ou seja lá o que
era.
C. A Arrogância Contrastada. 11, 12.
11. Amado indica, novamente, uma transição. Sigas, E.R.C.
Literalmente, imites, E.R.A. Mau. Kakos, "o mal". Raramente usado por
João. Procede de DEUS. Cons. I Jo. 3:6. A questão da hospitalidade já não é
mais o único assunto específico em vista, mas o fazer o bem ou mal de modo
geral, como hábito de uma vida.
12. Do mau Diótrefes, João muda o assunto para o bom Demétrio. Tudo
o que sabemos a respeito dele é o que encontramos nesta curta porção. É
conjectura de que ele seja o mesmo Demétrio, porém, agora convertido, de Atos
19:24. O bom testemunho de Demétrio foi verificado por meio de três fontes: (1)
todos os homens, (2) a verdade, isto é, o padrão do cristianismo, e (3) João e
aqueles que estavam juntamente com ele.
IV. Conclusão.
13, 14. A semelhança da
conclusão de II João sustenta a opinião de que ambas foram escritas na mesma
ocasião.
13. Tinha. Imperfeito, referindo-se ao tempo quando começou a
escrever a carta. Pena. Literalmente, junco.
14. Veja versículo 10. 15. A paz seja contigo. Uma bênção comumente
adequada para saudação e despedida. Amigos. Não se sabe se João se referia aos
seus amigos ou os de Gaio. Nome por nome. A frase ocorre apenas em Jo. 10:3. A
saudação devia ser dada a cada um em separado, "S. João, na qualidade de
pastor das Igrejas da Ásia, imitaria o Bom Pastor e conheceria todas as suas
ovelhas pelo nome" (Plummer, pág. 153).
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REVISTA NA ÍNTEGRA
– LIÇÃO 8
Escrita, Lição 8, Betel, O Verdadeiro Discípulo, servo
cuidadoso, exemplar e fiel ao Sumo Pastor, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
EBD, Revista Editora Betel, 4° Trimestre De 2023, TEMA, Terceira Epistola de
João, Instituindo o
discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade
Cristã
TEXTO ÁUREO
“Procura
apresentar-te a DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2.15
VERDADE APLICADA
O bom discipulador procura
servir ao rebanho com fidelidade ao Sumo Pastor, dedicação, sendo exemplo e sem
ganância.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que
não se faz nada sozinho
Mostrar os deveres do discipulador
Motivar o discipulador a ser exemplo
TEXTO REFERÊNCIA -
1Pedro 5
1 Aos presbíteros,
que estão entre vós, admoesto eu, que sou também Presbítero com eles, e
testemunha das aflições de CRISTO, e participante da Glória que se há de
revelar
2 Apascentai o rebanho de DEUS, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 Nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao
rebanho
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Pv
3.7 Devemos buscar sabedoria em DEUS
TERÇA – Jo 5.44 Devemos buscar a honra de DEUS
QUARTA – Rm 8.29 Crescer à semelhança de CRISTO
QUINTA – 1Co 15.58 Devemos ser firmes e constantes
SEXTA – Gl 6.9 Não nos cansemos de fazer o bem
SÁBADO – Cl 3.17 Fazer tudo em nome do Senhor JESUS
HINOS SUGERIDOS: 175 – 186 – 212
MOTIVO DA ORAÇÃO
Ore para que o
discipulador Não tenha medo de formar líderes melhores do que ele
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- TRABALHAR EM
EQUIPE
1.1 Discipuladores
saudáveis
1.2. Discipuladores
produtivos
1.3. Discipuladores
confiáveis
2- APASCENTAR O
REBANHO
2.1. Ser
cuidadoso
2.2. Ser
voluntário
2.3. Ter
ânimo
3- SERVIR DE
EXEMPLO
3.1. Ser livre da
ganância
3.2. Prestar contas
3.3. Receber a
coroa de glória
INTRODUÇÃO
A fraqueza de Diótrefes se revelava em um dos
pontos cruciais no desempenho do seu chamado: desprezar o trabalho em equipe.
Isso significa dizer que não existe o ministério completo, que produza frutos,
se não possuir uma equipe unida em propósito e visão, disposta a alcançar o
mesmo objetivo.
1- TRABALHAR EM EQUIPE
Ao iniciar seu ministério, JESUS recrutou homens
para sua equipe ministerial [Mt 4.18-21]. Ele reuniu pessoas simples, como
alguns pescadores, mas também de outros níveis sociais, como um cobrador de
impostos, para serem seus discípulos. O termo discípulos do grego mathetes
significa “seguidor” ou “aprendiz”. O objetivo de JESUS era formar homens
capazes de trabalhar com ele em prol do Reino de DEUS [Mt 1.15]. JESUS sempre
exerceu sua missão com confiança firmeza e amor, nada e ninguém poderia o
deter.
1.1 Discipuladores saudáveis
Pedro, que exerceu uma liderança saudável, se
colocou com a mesma importância ministerial dos demais, ao dizer que era um
Presbítero, como eles. O termo Presbítero em grego é presbutéros, e significa
“ancião, de idade”, referindo-se a maturidade espiritual daquele que ocupa essa
função. Diótrefes era imaturo e inseguro, ao contrário de Gaio, chamado por
João de Amado [3Jo 1], pois acolhia os irmãos com amor.
Diótrefes foi um péssimo exemplo, um fraco, que se
sentia ameaçado por outros. Em vez de ser uma influência saudável, que
estimulasse o crescimento de sua equipe em prol do Reino de DEUS, agia de forma
autoritária, acreditando que, assim, faria com que fosse obedecido. A síndrome
de Diótrefes desperta pessoas tóxicas e suscita desconfiança, medo e
intimidação. Pessoas com a síndrome de Diótrefes sugam a energia do grupo e
destroem a criatividade da equipe. É muito importante que as lideranças sejam
promotores de incentivo aos que foram designados para os ajudarem em diferentes
setores da igreja local. O bom discipulador deve procurar mostrar aos outros
como eles são importantes. JESUS, mesmo sendo DEUS, ouvia Seus liderados e os
ensinava a se tornarem bons discípulos e líderes.
1.2. Discipuladores produtivos
O verdadeiro discípulo de CRISTO, precisa estar
seguro em si e principalmente em DEUS, disposto a fazer discípulos melhores,
sem que isso possa criar sentimentos egoístas. JESUS não era o exemplo de
Diótrefes, pois ao contrário dele, disse: “… digo que aquele que crê em mim
também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas” [Jo 14.12]. JESUS
não se sentia ameaçado por Seus discípulos, mas os estimulava a fazer obras
maravilhosas como Ele, ao dizer: “curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai
os mortos, expulsai os demônios” [Mt 10.8]. Pedro fez as mesmas obras
que seu Mestre: ele pregou para multidões [At 2.14-36], levando centenas à
salvação; curou enfermos, como o paralítico Enéias [At 9.34]; e ressuscitou
Dorcas, mandando a morta se levantar (At 9.40]. João era o líder de
Diótrefes, Gaio e Demétrio, mas apenas os dois últimos foram reconhecidos e
elogiados por suas realizações. Gaio era fiel em tudo o que fazia para os
irmãos; e Demétrio era um cooperador de excelência reconhecido pela igreja [3
Jo 5.12].
Ser produtivo não é exclusivamente uma missão
eclesiástica, mas, sim, uma tarefa de um verdadeiro cristão [Jo 15.16]. Como
discípulo de CRISTO precisamos produzir. Um discípulo que não produz está
sentenciado a ser cortado [Jo 15.2]. Como verdadeiros discípulos de CRISTO
precisamos produzir frutos que permaneçam. Não adianta somente produzirmos
sombra. O bom discípulo precisa produzir frutos [Jo 15.5].
1.3. Discipuladores confiáveis
Quem não é confiável um dia será exposto e todos
conhecerão sua má índole [Lc 8.17]. Foi o que aconteceu com Diótrefes, que se
recusava a se submeter à liderança do apóstolo e suas atitudes estavam causando
uma influência prejudicial ao desenvolvimento da igreja. Gaio e Demétrio tinham
boa reputação e foram reconhecidos pela lealdade e pela verdade [3 Jo 5. 12].
Quando se trata de confiabilidade, a Bíblia mostra
que essa característica é indispensável. O termo confiança deriva de firmeza e
fé (fide). Gaio e Demétrio são apresentados e reconhecidos como cristãos
confiáveis e fiéis [3 Jo 3.6, 12), enquanto Diótrefes era o oposto. Só alguém
com atributos confiáveis, anda na verdade do Evangelho de CRISTO [3 Jo 12],
cumpre a missão que está em suas mãos com êxito. Muitos se empolgam e começam
uma tarefa, mas logo a abandonam no meio do caminho; esses não são confiáveis.
Melhor é o fim das coisas que o começo delas [Ec 7.8].
EU ENSINEI QUE:
No Reino de DEUS, a obra é feita por mais de um,
por uma equipe bem ajustada. JESUS demonstrou isso em seu próprio ministério.
Todos precisam ter uma vida com referências saudáveis, produtivas e leais.
2- APASCENTAR O REBANHO
Pedro foi chamado por JESUS para uma tarefa muito
especial: apascentar Suas ovelhas [Jo 21.16]. Apascentar no grego é “poimaino”,
uma expressão usada para indicar cuidado, provisão, conduzir, guardar. O dever
de um bom discípulo de CRISTO, que exerce autoridade sobre os outros, é
promover o bem estar físico e espiritual, de todos aqueles que estão submissos
a esta autoridade. Diótrefes não agia assim. Ele agia como um mau discípulo que
cuidava de si mesmo, o que DEUS condena [Ez 34.2], em vez de cuidar das ovelhas,
voluntariamente e com ânimo [1Pe 5.2], como Pedro ensina.
2.1. Ser cuidadoso
Pedro tinha a ordem de JESUS em seu coração e
doutrinou os demais discípulos que exerciam o cuidado e direcionamento às
ovelhas de CRISTO. É dever daqueles que estão nesta função, exercer o seu
chamado com o compromisso de: alimentar, proteger, guardar, defender e ensinar
as ovelhas que estão sob sua responsabilidade, tendo JESUS, “o Bom Pastor que
dá a vida pelas ovelhas”, como exemplo [Jo 10.11]. Ter amor e zelo é essencial
e importante para DEUS [Hb 13.17].
Um bom e verdadeiro discípulo de CRISTO embora
exerça atividades administrativas, necessita cuidar principalmente das
necessidades do rebanho de CRISTO. Precisamos entender que para DEUS cuidar das
ovelhas é importante. Aquele que não cuida, está abrindo mão de um ministério
essencial. Assim, seguindo o exemplo do Senhor JESUS CRISTO, o apóstolo João
procurava pulsar e injetar graça na vida das pessoas para quem ele ministrava.
Gaio e Demétrio aprenderam bem: cuidavam das pessoas e as abrigavam para que
continuassem a servir o Reino de DEUS.
2.2. Ser voluntário
Ainda que tenha recebido o chamado de DEUS para o
ministério, o discípulo de CRISTO precisa agir com voluntariedade, por isso
Pedro os exorta a não apascentar as ovelhas por força [1Pe
5.2]. Paulo mostra que JESUS se entregou voluntariamente pelos nossos
pecados [Gl 1.4]. A vontade é uma atitude muito importante para DEUS, porque
mostra a capacidade de escolha ou não de algo. JESUS escolheu ser nosso Bom
Pastor [Jo 10.11]. O desejo de Gaio e Demétrio era serem cooperadores que andam
na verdade, para que os propósitos espirituais fossem alcançados. DEUS respeita
a vontade humana, mas deseja que vivamos segundo a Sua vontade “boa, agradável
e perfeita” [Rm 12.2].
O cristianismo não é uma religião que faz apologia
à ignorância, tampouco ao intelectualismo vazio. DEUS quer desenvolver em nós
uma consciência cristã, um coração cristão e uma vontade cristã. Diótrefes
tinha uma vontade voltada para si, procurando ter a primazia entre os demais.
Nada mais anticristão! O cristianismo é doação, é serviço, é entrega.
JESUS fez tudo isso com absoluta perfeição, chegando até o fim de Sua missão.
2.3. Ter ânimo
O caráter de Diótrefes o impedia de ser um
verdadeiro discípulo pronto a atender os anseios do rebanho. O ânimo é
frequentemente evocado por DEUS a homens, para deixá-los prontos a cumprir suas
tarefas [Is 1.9]. JESUS também exortou seus discípulos para que tivessem ânimo
[Jo 16.33]. Estar animado é estar confiante de que as coisas acontecerão, ainda
que não sejam fáceis [Fp 1.14]. JESUS estava prestes a ser crucificado e sabia
que a dúvida e o medo chegariam ao coração dos discípulos, que precisavam estar
animados para continuar a obra. Gaio tinha ânimo em servir, e transmitia isso
àqueles que precisavam, acolhendo-os.
O pastor e escritor Elias Dantas faz a seguinte
pergunta: “Até quando não nos convenceremos de que a montanha da liderança não
se conquista sozinho?”. Sem ânimo não se conquista nada, principalmente no
Reino de DEUS O testemunho de um verdadeiro discípulo de CRISTO é evidenciado
pelo seu comportamento, o ânimo é mais que uma expressão, é a revelação de um
estado de espírito, vontade, força e coragem. Quem tem ânimo vence o marasmo. A
Bíblia tem inúmeros exemplos de homens que tiveram ânimo em momentos de adversidade
e alcançaram a promessa. JESUS é o maior exemplo [Jo 16.33].
EU ENSINEI QUE:
Pedro mostra alguns padrões para que um discípulo
exerça seu ministério conforme a vontade de DEUS
3- SERVIR DE EXEMPLO
Um discípulo dominado pelo sentimento de
insegurança não é um bom exemplo. Diótrefes escondia sua fraqueza agindo com
forte domínio sobre os irmãos daquela igreja local, o que Pedro claramente
condena em sua carta. Para ser exemplo, um bom discípulo tem de cumprir os
critérios elencados pelo apóstolo, entre os quais o cuidado, a vontade e o
ânimo.
3.1. Ser livre da ganância
O termo ganância no original grego significa
“avidez pelo lucro ilegítimo”. O caráter de Diótrefes estava contaminado por
sua fraqueza, sede de poder, egoísmo, maldade, rebeldia, desrespeito às
autoridades eclesiásticas e ganância. Ele queria tirar proveito da obra de DEUS,
colocando-se como prioridade em tudo, agindo contrariamente ao que JESUS
ensinou que quem quiser ser o primeiro, deverá antes ser o último [Mc 9.35].
Pedro exorta àqueles que são chamados para servir na igreja a se protegerem
contra todos os tipos de ganância e egoísmo. Essa foi a marca ministerial de
Judas, que o levou a perder seu ministério e sua própria vida [Mt 27.5].
Pedro alerta os “presbíteros” para seu principal
chamado: “Pastoreai o rebanho”: Uma das virtudes de um verdadeiro discípulo é
não ser ganancioso. DEUS sempre cuidou de seu povo, garantindo a subsistência.
Na oração do Pai Nosso, CRISTO nos ensina a não sermos gananciosos: “O pão
nosso de cada dia nos dá hoje” [Mt 6.11].
3.2. Prestar contas
Diótrefes não prestava contas de seu ministério a
seu líder, o apóstolo João. Aliás, nem o recebia [3Jo 9]. Ele tinha um espírito
independente, esquecendo-se de que o reino de DEUS funciona sob o princípio da
hierarquia [Tt 3.1]. Quem viola a hierarquia viola a disciplina, igualmente
exigida por DEUS [Pv 1.7]. Diótrefes deveria reconhecer e honrar aquele que
estava presidindo sobre ele [1Ts 5.12]. DEUS designou líderes para a igreja e
líderes sobre líderes [At 14.23], que devem ser respeitados.
Diótrefes em nada se assemelhava a JESUS. Era
intolerante e exigia atenção imediata apenas para as questões de seus próprios
interesses, sem se importar com os problemas que ele poderia ocasionar aos
outros. Quem não o obedecia saía. Ele não reconhecia nenhuma autoridade, mesmo
devendo fazê-lo porque a Palavra de DEUS ensina isso. O bom discípulo de CRISTO
cumpre fielmente seu chamado, não somente por palavras, mas, principalmente,
por atitudes. A Bíblia nos ensina que CRISTO cumpriu o Seu propósito e prestou
contas ao Pai: “Dos que me deste, nenhum deles perdi” [Jo 18.9]. O discípulo
sempre deverá estar conectado ao Mestre. A submissão é uma marca do verdadeiro
discípulo de CRISTO.
3.3. Receber a coroa de glória
Há recompensa para os verdadeiros discípulos que
honram seus chamados. Pedro encerra sua palavra dizendo: “E, quando aparecer o
Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” [1Pe 5.4]. O cuidado,
a fidelidade, o espírito voluntário no exercício do ministério cristão, o
sincero interesse em ser uma influência saudável e edificante aos que estão
diante de nós não passam desapercebido pelo Sumo Pastor. E, então, quando CRISTO
se manifestar, haverá recompensa pelos esforços em benefício do rebanho de DEUS.
Este cuidado com vidas que pertencem ao Senhor, nos remete a Mateus
24.45-51 a parábola que trata do servo que é constituído pelo Senhor para
cuidar dos conservos. É preciso sermos servos fiéis e prudentes. Breve o Senhor
virá.
R. N. Champlin (O Novo Testamento interpretado
versículo por versículo, Volume 6, Hagnos, 2014, p. 214) comenta sobre 1 Pedro
5.4: “Mediante a possessão dessa coroa, chegaremos a compartilhar da “glória de
CRISTO”, nos céus eternos. Isso fala da participação na própria glorificação de
CRISTO, o que é comentado em Romanos 8.29-30. A glorificação indica que
chegaremos a ter o mesmo tipo de vida que CRISTO possui (ver Jo 5.25-26 e
6.57), o que, por sua vez, é o próprio tipo de vida de DEUS. (…) Ao invés da
sórdida ganância e a honra vazia do predomínio, o apóstolo mostra aos anciãos,
uma vez mais, a nobre vantagem e a verdadeira coroa de honra.”
EU ENSINEI QUE:
Um discípulo fraco jamais servirá de modelo como
ministro. Mas aquele que tiver um ministério exemplar, agindo com cuidado,
consciente de que deve satisfação àqueles que presidem sobre ele, e que vale a
pena ser um discípulo aprovado por DEUS, esse será recompensado.
CONCLUSÃO
Precisamos ser servos fiéis e prudentes no
exercício do ministério, tendo cuidado para não agirmos com ganância e como
dominadores dos demais irmãos, pois o Senhor da Igreja não está indiferente em
relação às ações e motivações para com o Seu rebanho. Breve JESUS voltará.