Escrita Lição 5, CPAD, Uma Perspectiva Pentecostal De Missões, Pr Henrique, EBD NA TV
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TEXTO ÁUREO
“Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)
VERDADE PRÁTICA
O ESPÍRITO SANTO derramado no Pentecoste é o mesmo ESPÍRITO que
DEUS deseja derramar de novo na Igreja da atualidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 12.11 A atividade de DEUS por meio do ministério do
ESPÍRITO SANTO
Terça - At 2.1-12 O ESPÍRITO SANTO experimentado pelos cristãos do
século I
Quarta - At 1.8 O poder pentecostal é indispensável para a obra de
Missões
Quinta - At 8.26-30 O primeiro missionário transcultural da Igreja
do Primeiro Século
Sexta - At 10.34,35; 11.17,18 DEUS não faz acepção de pessoas para
a salvação
Sábado - At 9.31 Ousadia e poder do ESPÍRITO na obra missionária
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.1-8, 14-18
1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo,
as quais pousaram sobre cada um deles.
4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em
outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.
5 - E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de
todas as nações que estão debaixo do céu.
6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava
confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
7 - E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros:
Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando?
8 Como pois os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que
somos nascidos?
14 - Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e
disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto
notório, e escutai as minhas palavras.
15 - Estes homens não estão embriagados, como vós pensais,
sendo esta a terceira hora do dia.
16 - Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17 - E nos últimos dias acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos;
18 - e também do meu ESPÍRITO derramarei sobre os meus servos e
minhas servas, naqueles dias, e profetizarão.
HINOS SUGERIDOS: 24, 122, 486 da Harpa Cristã
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A CONCEPÇÃO DE CRISTO
1. Somos evangélicos
2. Somos pentecostais
3. Contribuições Pentecostais às Missões
II – A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES
1. A causa da obra missionária da primeira igreja
2. A expansão missionária da primeira igreja
3. “DEUS não faz acepção de pessoas”
III – A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA
1. A função do ESPÍRITO na obra missionária
2. O ESPÍRITO SANTO capacita para a obra
3. DEUS age por meio do ESPÍRITO SANTO
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 11, Lucas-Atos, O Modelo Pentecostal para hoje
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2022 - CPAD - Para adultos
Tema: A Supremacia das Escrituras, a Inspirada, Inerrante e Infalível
Palavra de DEUS
Comentário: Pr. Douglas Baptista (Pr. Pres. Assembleia de DEUS Missão,
Brasília, DF)
Complementos, ilustrações, questionário e vídeos: Pr. Henrique
TEXTO ÁUREO
“E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas,
conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.” (At 2.4)
VERDADE PRÁTICA
A atividade do ESPÍRITO SANTO e suas implicações na vida cristã são o padrão
bíblico adotado pelo crente pentecostal.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 3.16 O poder de CRISTO em batizar no ESPÍRITO SANTO e com fogo
Terça - Lc 3.21,22 O ESPÍRITO SANTO em forma de pomba e uma voz do céu
identificam o Messias
Quarta - At 1.8 A virtude do ESPÍRITO capacita o crente para a obra de
evangelização
Quinta - At 2.2,3 Sinais sobrenaturais marcaram o advento do ESPÍRITO SANTO
Sexta - At 2.4; 10.46; 19.6 O "falar em línguas" é a evidência física
inicial do Batismo no ESPÍRITO SANTO
Sábado - At 2.17-20 O derramamento do ESPÍRITO SANTO permanecerá até o Dia do
Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Lucas 1.21,22; Atos 2.1-4
Lucas 1.21 - E o povo estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto
se demorasse no templo. 22 - E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam
que tivera alguma visão no templo. E falava por acenos e ficou mudo.
Atos 2.1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar; 2 - E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 3 - E foram vistas
por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um
deles. 4 - E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar em
outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem.
PALAVRA-CHAVE - ESPÍRITO
Resumo da Lição 11, Lucas-Atos, O Modelo Pentecostal para hoje
I – O EVANGELHO DE LUCAS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DE CRISTO
1. O ESPÍRITO SANTO no Evangelho.
2. O ESPÍRITO SANTO e o batismo de CRISTO.
3. O ESPÍRITO SANTO e a tentação de CRISTO.
4. O ESPÍRITO SANTO e a missão de CRISTO.
II – ATOS DOS APÓSTOLOS: O ESPÍRITO SANTO NO MINISTÉRIO DA IGREJA
1. O ESPÍRITO SANTO em Atos.
2. A promessa cumprida no Pentecostes.
3. A expansão da Igreja Primitiva.
III – UM MODELO PENTECOSTAL PARA A IGREJA DE NOSSOS DIAS
1. O revestimento de poder do alto.
2. As línguas como evidência inicial.
3. A plenitude do ESPÍRITO SANTO.
O EVANGELHO DE LUCAS - BEP - CPAD
Autor: Lucas
Tema: JESUS, o Salvador Divino Humano
Data: 60-63 d.C.
Considerações Preliminares
O Evangelho segundo Lucas é o primeiro dos dois livros endereçados a um certo
Teófilo (1.3; At 1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome em nenhum
dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e as evidências
internas indicam a autoria de Lucas nos dois casos.
Segundo parece, Lucas era um gentio convertido, sendo o único autor humano
não-judeu de um livro da Bíblia. O ESPÍRITO SANTO o moveu a escrever a Teófilo
(cujo nome significa “aquele que ama a DEUS”) a fim de suprir uma necessidade
da igreja gentia, de um relato completo do começo do cristianismo. A obra tem
duas partes: (1) o nascimento, vida e ministério, morte, ressurreição e
ascensão de JESUS (Lucas), e (2) o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém e o
desenvolvimento subsequente da igreja primitiva (Atos). Esses dois livros
perfazem mais de uma quarta parte do NT.
Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era um “médico amado” (Cl 4.14) e um
leal cooperador do apóstolo (2 Tm 4.11; Fm 24; cf. os trechos em Atos na
primeira pessoa do plural; ver a introdução a Atos). Pelos escritos de Lucas,
vemos que ele era um escritor culto e hábil, um historiador atento e teólogo
inspirado. Segundo parece, quando Lucas escreveu o seu Evangelho, a igreja
gentia não tinha nenhum desses livros completo ou bem conhecido, a respeito de
JESUS. Primeiramente Mateus escreveu um Evangelho para os judeus, e Marcos
escreveu um Evangelho conciso para a igreja em Roma. O mundo gentio de língua grega
dispunha de relatos orais de JESUS, dados por testemunhas oculares, bem como
breves tratados escritos, mas nenhum Evangelho completo com os fatos na devida
ordem (ver 1.1-4). Daí, Lucas se propôs a investigar tudo cuidadosamente “desde
o princípio” (1.3), e, provavelmente, fez pesquisas na Palestina enquanto Paulo
esteve na prisão em Cesaréia (At 21.17; 23.23—26.32) e terminou o seu Evangelho
perto do fim daquele período, ou pouco depois de chegar a Roma com Paulo (At
28.16).
Propósito
Lucas escreveu este Evangelho aos gentios para proporcionar-lhes um registro
completo e exato de “tudo que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar, até
ao dia que foi recebido em cima” (At 1.1b,2a). Escrevendo sob a inspiração do
ESPÍRITO SANTO, sua intenção foi transmitir a Teófilo e outros convertidos e
interessados gentios, com certeza, a plena verdade sobre o que já tinham sido
oralmente inteirados (1.3,4). Lucas no seu Evangelho deixa claro que ele
escreveu para os gentios. Por exemplo, ele apresenta a genealogia humana de
JESUS, recuando-a até Adão (3.23-38) e não até Abraão, conforme fez Mateus (cf.
Mt 1.1-17). Em Lucas, JESUS é visto claramente como o Salvador Divino humano,
que veio como a provisão divina da salvação para todos os descendentes de Adão.
Visão Panorâmica
O Evangelho segundo Lucas começa com as narrativas mais completas da infância
de JESUS (1.5—2.40), bem como apresenta o único vislumbre, nos Evangelhos, da
juventude de JESUS (Lc 2.41-52). Depois de descrever o ministério de João
Batista e apresentar a genealogia de JESUS, Lucas divide o ministério de JESUS
em três seções principais: (1) seu ministério na Galileia e arredores (Lc
4.14—9.50), (2) seu ministério durante a viagem final a Jerusalém (9.51—19.27);
e (3) sua última semana em Jerusalém (19.28—24.43).
Embora os milagres ocupem lugar de destaque no registro de Lucas sobre o
ministério de JESUS na Galileia, o enfoque principal deste Evangelho consiste
nos ensinos e parábolas de JESUS durante seu extenso ministério a caminho de
Jerusalém (9.51—19.27). Esta é a maior seção de assuntos exclusivos de Lucas, e
inclui muitas histórias e parábolas prediletas. O versículo determinante (9.51)
e o versículo chave (19.10) do Evangelho ocorrem no início e perto do fim
dessa seção especial.
Características Especiais
São oito as características principais do Evangelho segundo Lucas. (1) Seu
amplo alcance no registro dos eventos na vida de JESUS, desde a anunciação do
seu nascimento até a sua ascensão. (2) A qualidade excepcional do seu estilo
literário, empregando um vocabulário rico e escrito com um domínio excelente da
língua grega. (3) O alcance universal do Evangelho — que JESUS veio para salvar
a todos: judeus e gentios igualmente. (4) Ele salienta a solicitude de JESUS
para com os necessitados, inclusive mulheres, crianças, os pobres e os
socialmente marginalizados. (5) Sua ênfase na vida de oração de JESUS e nos
seus ensinos a respeito da oração. (6) O notável título de JESUS neste
Evangelho, a saber: “Filho do Homem”. (7) Seu enfoque sobre a alegria que
caracteriza aqueles que aceitam a JESUS e a sua mensagem. (8) Sua ênfase na
importância e proeminência do ESPÍRITO SANTO na vida de JESUS e do seu povo
(e.g., Lc 1.15, 41, 67; 2.25-27; 4.1, 14, 18; 10.21; 12.12; 24.49).
24.6 RESSUSCITOU. A ressurreição de CRISTO JESUS (ver Mt 28.6) é
confirmada pelos seguintes fatos: (1) O túmulo vazio. Se os inimigos de JESUS
tivessem furtado o seu corpo, eles o teriam mostrado, para confirmar que Ele
não ressuscitara. Se os discípulos tivessem furtado o seu corpo, nunca teriam
sacrificado suas vidas e posses em prol daquilo que saberiam ser mentira e
engano. O túmulo vazio revela que JESUS realmente ressuscitou e que Ele é
verdadeiramente o Filho de DEUS. (2) A existência, o poder, a alegria e a
devoção da igreja primitiva. Se JESUS não tivesse ressuscitado e aparecido aos
seus, estes nunca teriam passado do desânimo para alegria, coragem e esperança
indizíveis (vv. 52,53). (3) A composição do Novo Testamento. O Novo Testamento
foi escrito por homens que deram a sua vida em prol da verdade e da justiça
ensinadas por JESUS. Nunca teriam se dado ao trabalho de escrever a respeito do
Messias e dos seus ensinos, se a sua carreira tivesse terminado em morte e
desilusão (ver 1 Co 15.12-19). (4) O batismo no ESPÍRITO SANTO e suas inerentes
manifestações na igreja. O derramamento do ESPÍRITO SANTO, no dia de
Pentecoste, como realidade prática, comprova que JESUS ressuscitara e fora
exaltado à destra de DEUS (cf. At 1.3-5; 2.33). Se CRISTO não tivesse
ressuscitado, não teria havido nenhum batismo experimental no ESPÍRITO SANTO
(cf. Jo 16.7). (5) Os milhões de pessoas que, no decurso desses últimos 2.000
anos, experimentaram nos seus próprios corações e vidas a presença de JESUS e o
testemunho do ESPÍRITO SANTO.
24.15 JESUS SE APROXIMOU. Para as aparições de CRISTO após sua ressurreição,
ver Mt 28.9.
24.19 JESUS... UM PROFETA. Para os escritores dos Evangelhos, JESUS era o
profeta enviado por DEUS (cf. Dt 18.15,16,19; Mc 6.4; At 3.22; ver Lc 6.23).
24.27 EXPLICAVA-LHES... AS ESCRITURAS. O Messias e a sua obra redentora,
através do sofrimento, são o tema central no AT. CRISTO pode ter citado trechos
tais como Gn 3.15; 22.18; 49.10; Nm 24.17; Sl 22.1,18; 110.1; Is 25.8; 52.14;
53; Jr 23.5; Dn 2.24,35,44; Mq 5.2; Zc 3.8; 9.9; 13.7; Ml 3.1.
24.39 UM ESPÍRITO NÃO TEM CARNE. A declaração de CRISTO: um espírito não tem
carne nem ossos não significa que o espírito não tem forma nem corpo, mas
apenas que seu corpo não é material como o do homem. JESUS tem um corpo
glorificado, espiritual (Fp 3.20,21), e de igual modo os santos no céu (1 Co
15.40,44).
24.46 A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO. Ver Mt 28.6.
24.47 SE PREGASSE. Para comentários sobre a Grande Comissão, ver Mt 28.19.
24.47 ARREPENDIMENTO E A REMISSÃO DE PECADOS. Os discípulos somente deviam
pregar o perdão dos pecados juntamente com o arrependimento do pecador. O
pregador que anuncia a salvação como uma simples crença ou religião fácil, ou
uma formal aceitação da salvação gratuita, sem nenhum compromisso voluntário do
pecador de obedecer a CRISTO e à sua Palavra, está pregando um falso evangelho.
O verdadeiro arrependimento inclui o abandono do pecado, i.e., um elemento
fundamental e imutável do verdadeiro evangelho neotestamentário (ver Mt 3.2,
sobre o arrependimento).
24.47 EM TODAS AS NACÕES. O próprio CRISTO institui a obra missionária cristã
como uma tarefa santa e obrigatória da igreja. Missões é um tema prioritário,
tanto no Antigo como no Novo Testamento (Gn 22.18; 1 Rs 8.41-43; Sl 72.8-11; Is
2.3, 45.22-25; Mt 28.19; At 1.8; 28.28; Ef 2.14-18).
24.49 A PROMESSA DE MEU PAI. A promessa de meu Pai refere-se ao derramamento do
ESPÍRITO SANTO (ver At 1.4; 2.4). Vemos esta promessa no AT, em Is 32.15, 44.3;
Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39.
Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante
(ver At 1.14). O crente atual que busca o batismo no ESPÍRITO SANTO deve fazer
a mesma coisa
24.50 OS ABENÇOOU. (1) A palavra bênção (gr. eulogia) encerra o significado de:
(a) uma dádiva divina que faz prosperar o trabalho do crente (Dt 28.12); (b) a
presença divina conosco (Gn 26.3); (c) a dotação de força, poder e ajuda divina
(Ef 3.16; Cl 1.11); e (d) DEUS operando em nós e através de nós para realizar o
bem (Fp 2.13). (2) No AT, o termo bênção ocorre mais de 400 vezes. A primeira
coisa que DEUS fez, no tocante ao homem, foi abençoá-lo (Gn 1.28). DEUS também
sustenta a sua obra, abençoando-a (Ez 34.26). A vida e a história do povo de
DEUS podem estar sob a bênção ou a maldição (Dt 11.26ss.). (3) No NT, a obra
total de CRISTO pode ser resumida na expressão: DEUS o enviou para abençoar (At
3.26). Vemos sua bênção outorgada às crianças (Mc 10.13-16) e aos seus
seguidores quando Ele partia da terra (vv. 50,51). A bênção divina era uma
realidade bem presente no ministério dos apóstolos (Rm 15.29). (4) A bênção de
DEUS é condicional, dependendo do seu povo, o qual opta pela bênção, ao
obedecer a DEUS, ou pela maldição, ao desobedecer (Dt 30.15-18; Jr 17.5,7). (5)
Como recebemos a bênção do Senhor? (a) olhando sempre para JESUS e buscando sua
bênção sobre nosso ministério, trabalho, vida e família (Hb 12.2); (b) por meio
da fé, do amor e da obediência diante dEle (cf. Mt 5.3-11; 24.45,46; Ap 1.3;
16.15; 22.7); e (c) por sua graça, removendo da nossa vida tudo quanto possa
impedir a bênção divina (Hb 12.1; Ef 4.22; Rm 13.12). (6) A bênção de DEUS pode
não estar relacionada a lucros materiais pessoais e à ausência do sofrimento na
vida do crente (ver Hb 11.37-39; Ap 2.8-10). Jacó enriqueceu materialmente,
porém, usando de astúcia e trapaça (Gn 30.31-43).
ATOS - BEP - CPAD
Autor: Lucas
Tema: A Propagação Triunfal do Evangelho pelo Poder do ESPÍRITO SANTO
Data: Cerca de 63 d.C.
Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um
homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique
nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a
evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram
escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O ESPÍRITO SANTO inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja
a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O
primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de JESUS, e (2) o
segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém
e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um
escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja.
Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do
evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32
países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma
variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A
arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus
pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias
experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os
quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel
substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição
que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para
bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”,
empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16),
aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.
Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1)
Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do
judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a
missão do ESPÍRITO SANTO na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no
ESPÍRITO SANTO como a provisão de DEUS para capacitar a igreja a proclamar o
evangelho e a dar continuidade ao ministério de JESUS. Lucas registra três
vezes, expressamente, o fato de o batismo no ESPÍRITO SANTO ser acompanhado de
enunciação em outras línguas (2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas
passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão
permanente de DEUS para ela.
Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que JESUS começou, não só a
fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que JESUS continuou a fazer e a
ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO, operando
em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu
(1.9-11), a última ordem de JESUS aos discípulos foi para que permanecessem em
Jerusalém até que fossem batizados no ESPÍRITO SANTO (1.4,5). O versículo chave de
Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro: JESUS promete aos
discípulos que receberão poder quando o ESPÍRITO SANTO vier sobre eles; poder
para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em toda a Judéia e
Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui,
Pedro é o mais destacado instrumento usado por DEUS para pregar o evangelho.
Nos caps. 13—28, o
centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da Síria, onde o
instrumento de maior realce nas mãos de DEUS foi Paulo para levar o evangelho
aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma
aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido julgamento
ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo prisioneiro,
porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar acerca do reino de
DEUS e do Senhor JESUS (28.31).
Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela
a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente
com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O ESPÍRITO
SANTO. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o
batismo no ESPÍRITO SANTO e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia
(4.31), santo temor a DEUS (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e
dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com
habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros,
apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do
NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade
e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados
maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações
acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do ESPÍRITO SANTO. (6)
Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição religiosa
e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o evangelho
alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há menção
especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo. Barreira
alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou perseguição
puderam impedir o avanço do evangelho.
Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra
era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante
todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. 2.17). O livro de Atos não
é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão perene
para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do ESPÍRITO SANTO.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual,
todos os fatos vistos no ministério e na experiência da igreja do NT (exceto a
redação de novos livros para o NT). Esses fatos são evidentes quando a igreja
vive na plenitude do poder do ESPÍRITO SANTO. Nada, em Atos e no restante do
NT, indica que os sinais, maravilhas, milagres, dons espirituais ou o padrão
apostólico para a vida e o ministério da igreja cessariam, repentina ou de uma
vez, no fim da era apostólica.
Considerações Preliminares
O livro de Atos, e de igual modo o Evangelho segundo Lucas, é endereçado a um
homem chamado “Teófilo” (1.1). Embora nenhum dos dois livros identifique
nominalmente o autor, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e a
evidência interna confirmatória dos dois livros denotam que ambos foram
escritos por Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14).
O ESPÍRITO SANTO inspirou Lucas a escrever a Teófilo a fim de suprir na igreja
a necessidade de um relato completo dos primórdios do cristianismo. (1) “O
primeiro tratado” foi seu Evangelho a respeito da vida de JESUS, e (2) o
segundo foi seu relato, em Atos, sobre o derramamento do ESPÍRITO em Jerusalém
e sobre o crescimento da igreja primitiva. Torna-se claro que Lucas era um
escritor habilidoso, um historiador consciente e um teólogo inspirado.
Atos abrange, de modo seletivo, os primeiros trinta anos da história da igreja.
Como historiador eclesiástico, Lucas descreve, em Atos, a propagação do
evangelho, partindo de Jerusalém até Roma. Ele menciona nada menos que 32
países, 54 cidades, 9 ilhas do Mediterrâneo, 95 diferentes pessoas e uma
variedade de membros e funcionários do governo com seus títulos precisos. A
arqueologia continua a confirmar a admirável exatidão de Lucas em todos os seus
pormenores. Como teólogo, Lucas descreve com habilidade a relevância de várias
experiências e eventos dos primeiros anos da igreja.
Na sua fase inicial, as Escrituras do NT consistiam em duas coletâneas: (1) os
quatro Evangelhos, e (2) as Epístolas de Paulo. Atos desempenhou um papel
substancial como elo de ligação entre as duas coletâneas, e faz jus à posição
que ocupa no cânon. Nos caps. 13—28, temos o acervo histórico necessário para
bem compreendermos o ministério e as cartas de Paulo. O pronome “nós”,
empregado por Lucas através de Atos (16.10-17; 20.5—21.18; 27.1—28.16),
aponta-o como estando presente nas viagens de Paulo.
Propósito
Lucas tem pelo menos dois propósitos ao narrar os começos da igreja. (1)
Demonstra que o evangelho avançou triunfalmente das fronteiras estreitas do
judaísmo para o mundo gentio, apesar da oposição e perseguição. (2) Revela a
missão do ESPÍRITO SANTO na vida e no papel da igreja e enfatiza o batismo no
ESPÍRITO SANTO como a provisão de DEUS para capacitar a igreja a proclamar o
evangelho e a dar continuidade ao ministério de JESUS. Lucas registra três
vezes, expressamente, o fato de o batismo no ESPÍRITO SANTO ser acompanhado de
enunciação em outras línguas (At 2.1-4.; 10.44-47; 19.1-6). O contexto destas
passagens mostra que isto era normal no princípio da igreja, e que é o padrão
permanente de DEUS para ela.
Visão Panorâmica
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que JESUS começou, não só a
fazer, mas a ensinar” (1.1), Atos descreve o que JESUS continuou a fazer e a
ensinar depois de sua ascensão, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO, operando
em, e através dos seus discípulos e da igreja primitiva. Ao ascender ao céu
(1.9-11), a última ordem de JESUS aos discípulos foi para que permanecessem em
Jerusalém até que fossem batizados no ESPÍRITO SANTO (1.4,5). O versículo
chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do livro:
JESUS promete aos discípulos que receberão poder quando o ESPÍRITO SANTO vier
sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1—7), (2) em
toda a Judéia e Samaria (8—12) e (3) até aos confins da terra (13—28).
Nos caps. 1—12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui,
Pedro é o mais destacado instrumento usado por DEUS para pregar o evangelho.
Nos caps. 13—28, o centro principal de irradiação passou a ser Antioquia da
Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de DEUS foi Paulo para levar
o evangelho aos gentios. O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em
Roma aguardando julgamento perante César. Mesmo com o resultado do referido
julgamento ainda pendente, o livro termina de modo triunfante, estando Paulo
prisioneiro, porém cheio de ânimo e sem impedimento para pregar e ensinar
acerca do reino de DEUS e do Senhor JESUS (28.31).
Características Especiais
Nove principais destaques assinalam o livro de Atos. (1) A igreja. Atos revela
a origem do poder da igreja e a verdadeira natureza da sua missão, juntamente
com os princípios que devem norteá-la em todas as gerações. (2) O ESPÍRITO
SANTO. A terceira pessoa da Trindade é mencionada cinquenta vezes; o
batismo no ESPÍRITO SANTO e o seu ministério outorgam poder (1.8), ousadia
(4.31), santo temor a DEUS (5.3,5,11), sabedoria (6.3,10), direção (16.6-10), e
dons espirituais (19.6). (3) Mensagens da igreja primitiva. Lucas relata com
habilidade os ensinos inspirados de Pedro, Estêvão, Paulo, Tiago, e outros,
apresentando assim um quadro da igreja primitiva não encontrado noutro lugar do
NT. (4) Oração. Os cristãos primitivos dedicavam-se às orações com regularidade
e fervor, que, às vezes, duravam a noite inteira, produzindo resultados
maravilhosos. (5) Sinais, maravilhas e milagres. Estas manifestações
acompanhavam a proclamação do evangelho no poder do ESPÍRITO SANTO. (6)
Perseguição. A proclamação do evangelho com poder dava origem à oposição
religiosa e/ou secular. (7) A ordem judaica/gentia. Do começo ao fim de Atos, o
evangelho alcança primeiro os judeus e, depois, os gentios. (8) As mulheres. Há
menção especial às mulheres dedicadas à obra contínua da igreja. (9) Triunfo.
Barreira alguma nacional, religiosa, cultural, ou racial, nem oposição ou
perseguição puderam impedir o avanço do evangelho.
Princípio Hermenêutico
Há quem considere o conteúdo do livro de Atos como se pertencesse a uma outra
era bíblica e não como o padrão divino para a igreja e seu testemunho durante
todo o período que o NT chama de “últimos dias” (cf. At 2.17). O livro de Atos
não é simplesmente um compêndio de história da igreja primitiva; é o padrão
perene para a vida cristã e para qualquer congregação cheia do ESPÍRITO SANTO.
Os crentes devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja atual,
todos os fatos vistos no ministério e na experiência da PRIMEIRA IGREJA.
PRINCIPAIS FATOS DE ATOS - BEP - CPAD
1.1 O PRIMEIRO TRATADO. No Evangelho segundo Lucas temos o relato
de tudo que JESUS começou a fazer e a ensinar no poder do ESPÍRITO SANTO (Lc
4.1,18). No livro de Atos temos a continuação do relato de como seus
seguidores, no mesmo poder do ESPÍRITO SANTO, proclamaram o mesmo evangelho,
operaram o mesmo tipo de milagre e viveram o mesmo tipo de vida cristã. O
ESPÍRITO SANTO reproduzindo a vida e o ministério de JESUS através da igreja é
a principal ênfase teológica do livro de Atos. Este livro poderia muito bem ser
chamado Os Atos do ESPÍRITO SANTO . Observe os itens abaixo sobre o registro
inspirado do ESPÍRITO SANTO no livro de Atos. (1) Todo o texto bíblico de Atos,
inclusive o das narrativas históricas, tem relevância didática (i.e., ensino) e
teológica. Dois fatos confirmam esta verdade. (a) A declaração bíblica de que
Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3.16). (b) A declaração paulina
de que as narrativas do AT têm um propósito didático e instrutivo (1 Co 10.11).
Ele afirma que essas narrativas são exemplos de relevância prática e teológica
para o crente (Rm 15.4). O que é válido às narrativas históricas do AT também o
é a Atos. (2) Os propósitos primários que Lucas tinha em mente ao escrever o
livro de Atos eram, portanto, os seguintes: (a) apresentar um padrão definitivo
da atividade do ESPÍRITO SANTO, a
ser seguido durante toda a era da igreja; (b) fornecer dados para a formulação
de uma doutrina do ESPÍRITO SANTO; e (c) mostrar como essa doutrina deve
relacionar-se com a vida dos crentes em CRISTO. Note especificamente dois
elementos neste livro que são normativos na teologia e na prática: (i) o
registro repetido e harmônico de Lucas das muitas ocasiões em que ocorreu o
batismo no ESPÍRITO SANTO, ou quando os crentes foram cheios do ESPÍRITO SANTO
(ver At 2.39; cf. At 1.5,8; 2.4; 4.8,31; 8.15-17; 9.17; 10.44-46; 13.9,52;
15.8; 19.1-6); (ii) as muitas atividades do ESPÍRITO SANTO no livro de Atos,
que forneceram à igreja os padrões de justiça, de testemunho e do poder que
DEUS deseja para seu povo
nos últimos dias (i.e., na era da igreja).
1.3 SE APRESENTOU VIVO. Ver Mt. 28.9, sobre as aparições de CRISTO após
ressuscitar.
1.4 A PROMESSA DO PAI. O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) é o batismo
no ESPÍRITO SANTO (ver v. 5). O cumprimento desta promessa, no entanto, é
descrito como ser cheios do ESPÍRITO SANTO (2.4). Assim, batizado no ESPÍRITO e
cheio do ESPÍRITO , às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras. A
partícula grega que aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução
com ou no ESPÍRITO SANTO, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo
com ou no ESPÍRITO SANTO, não deve ser identificado com o recebimento do
ESPÍRITO SANTO na ocasião da regeneração. São duas obras distintas do ESPÍRITO,
muitas vezes separadas por um período de tempo.
1.5 BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO. A preposição com é a partícula grega en,
que pode ser traduzida como em ou com . Por isso, muitos preferem a tradução
sereis batizados no ESPÍRITO SANTO . Da mesma forma, batizados com água pode
ser traduzido batizados em água . O próprio JESUS é aquele que batiza no
ESPÍRITO SANTO os que nEle creem.
1.8 RECEBEREIS A VIRTUDE. O termo original para virtude é dunamis, que
significa poder real; poder em ação. Esse é o versículo chave do livro de
Atos. O propósito principal do batismo no ESPÍRITO SANTO é o recebimento de
poder divino para testemunhar de CRISTO, para ganhar os perdidos para Ele, e
ensinar-lhes a observar tudo quanto CRISTO ordenou. Sua finalidade é que CRISTO
seja conhecido, amado, honrado, louvado e feito Senhor do povo de DEUS (cf. Mt
28.18-20; Lc 24.49; Jo 5.23; 15.26,27). (1) Poder (gr. dunamis) significa mais
do que força ou capacidade; designa aqui, principalmente, o poder divino em
operação, em ação. O batismo no ESPÍRITO SANTO trará o poder pessoal do
ESPÍRITO SANTO à vida do crente. (2) Note que neste versículo Lucas não
relaciona o batismo no ESPÍRITO SANTO com a salvação e regeneração da pessoa, mas
com o poder celestial no interior do crente para este testemunhar com grande
eficácia. (3) A obra principal do ESPÍRITO SANTO no testemunho e na proclamação
do evangelho diz respeito à obra salvífica de CRISTO, à sua ressurreição e à
promessa do batismo no ESPÍRITO (cf. 2.14-42). Ver a seguir, que trata do
ESPÍRITO dando testemunho e o que isso representa em nossa vida pessoal
1.8 SER-ME-EIS TESTEMUNHAS. O batismo no ESPÍRITO SANTO não somente outorga
poder para pregar JESUS como Senhor e Salvador, como também aumenta a eficácia
desse testemunho, fortalecido e aprofundado pelo nosso relacionamento com o
Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO por termos sido cheios do ESPÍRITO (cf. Jo
14.26; 15.26,27). (1) O ESPÍRITO SANTO revela e torna mais real para nós a presença
pessoal de JESUS (Jo 14.16-18). Uma comunhão íntima com o próprio JESUS CRISTO
resultará num desejo cada vez maior da nossa parte de amar, honrar e agradar
nosso Salvador. (2) O ESPÍRITO SANTO dá testemunho da justiça (Jo 16.8,10) e da
verdade (Jo 16.13), as quais glorificam a CRISTO (Jo 16.14), não somente com
palavras, mas também no modo de viver e no agir. Daí, quem tem o testemunho do
ESPÍRITO SANTO a respeito da obra redentora de JESUS CRISTO, manifestará com
certeza, à semelhança de CRISTO, o amor, a verdade e a justiça em sua vida (cf.
1 Co 13). (3) O batismo no ESPÍRITO SANTO outorga poder para o crente
testemunhar de CRISTO e produz nos perdidos a convicção do pecado, da justiça e
do juízo (ver Jo 16.8). Os efeitos desta convicção se tornarão evidentes
naqueles que proclamam com sinceridade a mensagem da Palavra e naqueles que a
recebem (2.39,40). (4) O batismo no ESPÍRITO SANTO destina-se àqueles cujos
corações pertencem a DEUS por terem abandonado seus maus caminhos (2.38; 3.26),
e é mantido mediante a mesma dedicação sincera a CRISTO (ver 5.32). (5) O
batismo no ESPÍRITO SANTO é um batismo no ESPÍRITO que é santo (cf. ESPÍRITO de
santificação , Rm 1.4). Assim, se o ESPÍRITO SANTO realmente estiver operando
em nós plenamente, viveremos em maior conformidade com a santidade de CRISTO. À
luz destas verdades bíblicas, portanto, quem for batizado no ESPÍRITO SANTO,
terá um desejo intenso de agradar a CRISTO em tudo o que puder. Noutras
palavras: a plenitude do ESPÍRITO complementa (i.e., completa) a obra salvífica
e santificadora do ESPÍRITO SANTO em nossa vida. Aqueles que afirmam ter a
plenitude do ESPÍRITO, mas vivem uma vida contrária ao ESPÍRITO de santidade,
estão enganados e mentindo. Aqueles que manifestam dons espirituais, milagres,
sinais espetaculares, ou oratória inspiradora, mas não têm uma vida de
verdadeira fé, amor e retidão, não estão agindo segundo o ESPÍRITO SANTO, mas
segundo um espírito impuro que não é de DEUS (Mt 7.21-23; cf. Mt 24.24; 2 Co
11.13-15). Mais exposição sobre testemunhar de CRISTO, em 13.31.
1.14 PERSEVERAVAM UNANIMEMENTE EM ORAÇÃO E SÚPLICAS. A experiência do
Pentecoste sempre envolve a responsabilidade humana. Aqueles que desejam o
derramamento do ESPÍRITO em sua vida, para terem poder para realizar a obra de
DEUS, devem colocar-se à disposição do ESPÍRITO SANTO mediante sua submissão à
vontade de DEUS e à oração (v. 4; 2.38; 9.11-17; cf. Lc 11.5-13; 24.49; Is
40.29-31). Note os paralelos entre a vinda do ESPÍRITO sobre JESUS e os
discípulos. (1) O ESPÍRITO desceu sobre eles depois que oraram (Lc 3.21,22; At
1.14; 2.2-4). (2) Houve manifestações visíveis do ESPÍRITO (Lc 3.22; At 2.2-4).
(3) Os ministérios, tanto de JESUS como dos discípulos, começaram depois do
ESPÍRITO SANTO vir sobre eles (cf. Mt 3.16 com 4.17; Lc 3.21,22 com 4.14-19; At
2.14-47).
2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do
ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinquenta dias após
esta, vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (=
quinquagésimo). Era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as
primícias da sega de grãos eram oferecidas a DEUS (cf. Lv 23.17). Da mesma
forma, o dia de Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de
almas para DEUS neste mundo.
2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As
manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de
fogo (vv. 2,3) demonstram que DEUS estava ali presente e ativo, de modo
poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e
a separação dos crentes para DEUS, visando a obra de glorificar a CRISTO (Jo
16.13,14) e de testemunhar dEle (At 1.8). Estas duas manifestações antecederam
o batismo no ESPÍRITO SANTO, e não foram repetidas noutros relatos similares do
livro de Atos.
2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do ESPÍRITO
SANTO recebida no dia de Pentecoste? (1) Significou o início do cumprimento da
promessa de DEUS em Jl 2.28,29, de derramar seu ESPÍRITO sobre todo o seu povo
nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver Jl 2.28,29). (2)
Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17; cf. Hb 1.2; 1 Pe
1.20), todos agora se veem ante a decisão de se arrependerem e de crerem
em CRISTO (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17). (3) Os discípulos foram do
alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os capacitou a
testemunhar de CRISTO, a produzir nos perdidos grande convicção no tocante ao
pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado para a
salvação em CRISTO (cf. At 1.8; At 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8). (4) O
ESPÍRITO SANTO já revelou sua natureza como aquele que anseia e pugna pela
salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o batismo no ESPÍRITO
SANTO ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça humana (vv. 38-40;
At 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das missões mundiais (1.8;
2.6-11,39). (5) Os discípulos se tornaram ministros do ESPÍRITO. Não somente
pregavam JESUS crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas ao
arrependimento e à fé em CRISTO, como também influenciavam essas pessoas a
receber o dom do ESPÍRITO SANTO (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no
Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no ESPÍRITO SANTO é a chave da obra
apostólica no NT (ver At 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este
batismo no ESPÍRITO, os seguidores de CRISTO tornaram-se continuadores do seu
ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do ESPÍRITO
SANTO, as mesmas coisas que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar (At
1.1; Jo 14.12)
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS.
O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS - Marcos 16
Quem crer fala, quem não crer não fala.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios;
falarão novas línguas; Marcos 16:17
Quem ora em línguas ora bem.
"Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora
bem.." (1 Co 14.14a). Isso resultará em fortalecimento espiritual ao
crente para ficar dirigido e orientado pelo ESPÍRITO SANTO quanto à
evangelização.
Orar em línguas. Ensino claro de Paulo e de Judas.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé,
orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... 1 Coríntios 14:4a
orando em todo tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com
toda perseverança e súplica por todos os santos, Efésios 6:18
O FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS NA VIDA PESSOAL
Línguas para falar com DEUS (1 Co 14.2).
Aqui não é dom do ESPÍRITO SANTO. É a língua do batismo.
Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a DEUS;
porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. 1 Coríntios 14:2
Edificação pessoal.
Aqui não é dom do ESPÍRITO SANTO. É a língua do batismo.
O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo... 1 Coríntios 14:4a
orando em todo tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO e vigiando nisso com
toda perseverança e súplica por todos os santos Efésios 6:18
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé,
orando no ESPÍRITO SANTO, Judas 1:20
É impressionante que em algumas igrejas se referem ao falar em línguas como se
fosse algo pecaminoso. Como? Se falar em línguas com interpretação traz
edificação da igreja? Por que então Paulo diz que não se deve proibir falar em
línguas? Por que então ensina Paulo que um deve falar e outro interpretar? Nos
parece que estas igrejas deveriam buscar a presença de DEUS e o poder de DEUS
em seu meio e fazer cultos como ensina a Bíblia.
Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação. 1 Coríntios 14:26.
Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas.
1 Coríntios 14:39
Paulo falava muito em línguas e ainda diz falar mais do que todos os outros.
Dou graças ao meu DEUS, porque falo mais línguas do que vós todos. 1 Coríntios
14:18
Todos devem e podem falar em línguas, mas nem todos recebem o dom de variedade
de línguas.
Língua do batismo é para todos, porém o dom de falar em várias línguas
diferentes, nem todos recebem.
Têm todos o dom de curar? falam todos diversas línguas? interpretam todos? 1
Coríntios 12:30
Existem manifestações de línguas espirituais ou estranhas no Antigo Testamento?
Alguns eruditos judeus dizem ser possível que sim em Números 11:26 e em Daniel
5:1-31
Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de um era Eldade, e do outro
Medade; e repousou sobre eles o ESPÍRITO (porquanto estavam entre os inscritos,
ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no arraial. Números 11:26
Agora mesmo foram introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para
lerem este escrito, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar
a interpretação destas palavras. Daniel 5:15
Esta é a interpretação daquilo: Mene : Contou DEUS o teu reino e o acabou.
Tequel: Pesado foste na balança e foste achado em falta. Peres : Dividido foi o
teu reino e deu-se aos medos e aos persas. Daniel 5:26-28
Nós falamos em língua dos anjos?
Não. Paulo está dizendo uma hipérbole. Ainda que eu falasse... Paulo está se
referindo às línguas como importantes, mas não o mais importante. Está fazendo
uma comparação. A conclusão é de que o amor é mais importante que tudo na vida
do crente. Então use o dom de línguas para edificar as pessoas por amor a elas.
Afinal, se amamos alguém queremos que DEUS fale com ela.
As línguas cessarão quando vier o que é perfeito (1 Coríntios 13). Após o
arrebatamento não serão mais necessárias as línguas e nem os dons. Seremos
então perfeitos.
O perfeito será quando atingirmos a maturidade perfeita. Quando formos
arrebatados e nosso corpo for transformado em corpo espiritual, celeste e eterno.
Ai, não mais será necessário falar em línguas e nem será mais necessário
exercer os dons do ESPÍRITO SANTO, pois no céu, na Nova Jerusalém, tudo será
perfeito e DEUS falará pessoalmente conosco, não por meio de pessoas, mas ELE
mesmo falará conosco pessoalmente, não haverá mais doentes e nem quem esteja
sofrendo.
CONCLUSÃO
Todos os crentes devem e podem ser batizados no ESPÍRITO SANTO e quando isso
ocorrer falarão em língua espiritual ou estranha.
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios;
falarão novas línguas; Marcos 16:17
E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas,
conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem. Atos 2:4
Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a DEUS. Atos 10:46
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO; e falavam
línguas, e profetizavam. Atos 19:6
E eu quero que todos vós faleis em línguas, ...1 Coríntios 14:5
Nem todos os crente recebem dom de variedade de línguas, mas todos devem e
podem buscar esse dom maravilhoso para edificar a Igreja.
Ore em línguas o máximo que puder para ser edificado, fortalecido e guiado pelo
ESPÍRITO SANTO.
Estudo elaborado pelo Pr. Luiz Henrique - EBD NA TV - 99-99152-0454
BATISMO COM E NO ESPÍRITO SANTO É PARA TODOS OS SALVOS
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de JESUS CRISTO, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do
ESPÍRITO SANTO; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a
todos os que estão longe, a tantos quantos DEUS nosso Senhor chamar. Atos
2:38,39
Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes
selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13
2.13 MOSTO. Mosto (gr. gleukos) normalmente se refere ao suco de uva não
fermentado. Aqueles que zombavam dos discípulos talvez hajam empregado este
termo, ao invés da palavra mais comum no NT para vinho (oinos), porque sabiam
que os discípulos de JESUS usavam somente este tipo de vinho doce, não
fermentado. Neste caso, sua zombaria teria sido sarcástica.
2.14-40 O DISCURSO DE PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE. O discurso de Pedro no dia de
Pentecoste, juntamente com sua mensagem em At 3.12-26, contém um padrão para a
proclamação do evangelho. (1) JESUS é o Senhor e CRISTO crucificado, ressurreto
e exaltado (vv. 22-36; At 3.13-15). (2) Estando agora à destra do Pai, JESUS
CRISTO recebeu autoridade para derramar o ESPÍRITO SANTO sobre todos os crentes
(vv. 16-18,32,33; 3.19). (3) Todos devem colocar sua fé em JESUS como Senhor,
arrepender-se dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos
pecados (vv. 36-38; 3.19). (4) Os crentes devem esperar o prometido dom do
ESPÍRITO SANTO, ou o batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv.
38,39). (5) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo e salvar-se
dessa geração perversa (v. 40; 3.26). (6) JESUS CRISTO voltará para restaurar
completamente o reino de DEUS (3.20,21).
2.16 DITO PELO PROFETA JOEL. O batismo no ESPÍRITO SANTO e as manifestações
espirituais acompanhantes são cumprimentos de Jl 2.28,29. Joel, no século VIII
a.C., profetizou um grande derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre todo o povo de
DEUS (ver Jl 2.28,29).
2.17 NOS ÚLTIMOS DIAS.(1) No AT os últimos dias eram tidos como o tempo em que
o Senhor agiria poderosamente, julgando o mal e concedendo salvação ao seu povo
(cf. Is 2.2-21; 3.18 -46; 10.20-23; Os 1.2; Jl 1.3; Am 8.9-11; 9.9-12). (2) O
NT revela que os últimos dias começaram com a primeira vinda de CRISTO e o
derramamento inicial do ESPÍRITO sobre o povo de DEUS, e que terminarão com a
segunda vinda do Senhor (Mc 1.15; Lc 4.18-21; Hb 1.1,2). Este período
específico é caracterizado como a era do juízo contra o mal, da autoridade
sobre os demônios, da salvação da raça humana e da presença aqui do reino de
DEUS. (a) Estes últimos dias serão assinalados pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Mt
12.28). (b) Os últimos dias abrangem a investida do poder de DEUS, através de
CRISTO, contra o domínio de Satanás e do pecado. Mesmo assim, a guerra apenas
começou; não chegou ao fim, pois o mal e a atividade satânica ainda estão
fortemente presentes (Ef 6.10-18). Por isso, somente a segunda vinda de JESUS
aniquilará a atividade do poder maligno e encerrará os últimos dias (cf. 1 Pe
1.3-5; Ap 19). (c) Os últimos dias serão um período de testemunho profético,
conclamando todos a se arrependerem, crerem em CRISTO e experimentarem o
derramamento do ESPÍRITO SANTO (1.8; 2.4,38-40; Jl 2.28-32). Devemos proclamar
a obra salvífica de CRISTO, no poder do ESPÍRITO, mesmo enquanto antevemos o
dia final da ira (Rm 2.5), i.e.: o grande e glorioso Dia do Senhor (2.20b).
Devemos viver todos os dias em vigilância, esperando o dia da redenção e a
volta de CRISTO para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1 Ts 4.15-17). (d) Os últimos
dias introduzem o reino de DEUS com sua demonstração de pleno poder (ver Lc
11.20). Devemos ter a plenitude desse poder no conflito contra as forças
espirituais do mal (2 Co 10.3-5; Ef 6.11,12) e no sofrimento por causa da
justiça (Mt 5.10-12; 1 Pe 1.6,7)
2.17 VOSSOS FILHOS E AS VOSSAS FILHAS PROFETIZARÃO. Aqui o falar noutras
línguas (vv. 4,11) está relacionado à profecia (vv. 17,18). Deste modo, falar
em línguas é uma forma de profetizar. O significado básico aqui, de profecia, é
o uso da nossa voz para o serviço e a glória de DEUS sob o impulso direto do
ESPÍRITO SANTO. No livro de Atos: (1) os 120 todos foram cheios do ESPÍRITO
SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes
concedia que falassem (2.4); (2) o ESPÍRITO SANTO desceu sobre Cornélio e sua
casa. Todos, entre eles Pedro, os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS
(At 10.44-47); e (3) os discípulos em Éfeso, quando veio sobre eles o ESPÍRITO
SANTO; e falavam línguas e profetizavam (At 19.6).
2.18 MEUS SERVOS E MINHAS SERVAS. Segundo a profecia de Joel, citada por Pedro,
o batismo no ESPÍRITO SANTO é para aqueles que já pertencem ao reino de DEUS,
i.e., servos de DEUS, ou crentes; tanto homens como mulheres salvos,
regenerados, pertencentes a DEUS.
2.18 NAQUELES DIAS. Pedro, citando Joel, diz que DEUS derramará seu ESPÍRITO
naqueles dias . O derramamento do ESPÍRITO SANTO e os sinais sobrenaturais que
o acompanham, não podem ser limitados unicamente ao dia de Pentecoste. O poder
e a bênção do ESPÍRITO SANTO são para todo cristão receber e experimentar, no
decurso de toda a era da igreja, que é a totalidade do período de tempo entre a
primeira e segunda vinda de CRISTO (Ap 19.20; ver At 2.39).
2.33 PELA DESTRA DE DEUS. O derramamento do ESPÍRITO SANTO por JESUS comprova
que Ele é de fato o Messias exaltado e que agora está à destra de DEUS,
intercedendo pelos seus representantes na terra (Hb 7.25). (1) Desde o batismo
de JESUS até o dia de Pentecoste, o ESPÍRITO estava sobre o CRISTO (i.e., o
Ungido de DEUS; cf. Lc 3.21,22; 4.1,14,18,19). Estando JESUS agora à direita de
DEUS, vive para derramar o mesmo ESPÍRITO sobre aqueles que nEle creem. (2) Ao
derramar o ESPÍRITO, a intenção de JESUS é que o Consolador transmita sua
presença aos crentes e lhes conceda poder para continuarem a fazer tudo aquilo
que Ele mesmo fazia enquanto estava na terra
2.38 ARREPENDEI-VOS, E CADA UM DE VÓS SEJA BATIZADO. O arrependimento, o perdão
dos pecados e o batismo são condições prévias para o recebimento do dom do
ESPÍRITO SANTO. Mesmo assim, o batismo em água antes do recebimento da promessa
do Pai (cf. At 1.4,8) não deve ser tido como condição prévia absoluta para a
plenitude do ESPÍRITO SANTO; assim como o batismo no ESPÍRITO não é uma
consequência automática do batismo em água. (1) Na situação em apreço,
Pedro exigiu o batismo em água antes do recebimento da promessa, porque na
mente dos seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como parte
de qualquer decisão de conversão. O batismo em água, contudo, não precedeu o
batismo no ESPÍRITO nas ocasiões registradas em At 9.17,18 (o apóstolo Paulo) e
10.44-48 (os da casa de Cornélio). (2) Cada crente, depois de se arrepender dos
seus pecados e de aceitar JESUS CRISTO pela fé, deve receber (At 2.38; cf. Gl
3.14) o batismo pessoal no ESPÍRITO. Vemos no livro de Atos o dom do ESPÍRITO
SANTO sendo conscientemente desejado, buscado e recebido (At 1.4,14; 4.31;
8.14-17; 19.2-6); a única exceção possível à regra, no NT, foi o caso de
Cornélio (At 10.44-48). Daí, o batismo no ESPÍRITO não deve ser considerado um
dom automaticamente concedido ao crente em CRISTO.
2.39 A VÓS, A VOSSOS FILHOS E A TODOS. A promessa do batismo no ESPÍRITO SANTO
não foi apenas para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também
para todos os que cressem em CRISTO durante toda esta era: a vós os ouvintes de
Pedro; a vossos filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à
terceira geração e às subsequentes. (1) O batismo no ESPÍRITO SANTO com o poder
que o acompanha, não foi uma ocorrência isolada, sem repetição, na história da
igreja. Não cessou com o Pentecoste (cf. v. 38; At 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6),
nem com o fim da era apostólica. (2) É o direito mediante o novo nascimento de
todo cristão buscar, esperar e experimentar o mesmo batismo no ESPÍRITO que foi
prometido e concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).
2.40 DESTA GERAÇÃO PERVERSA. Ninguém, pode ser salvo, se não abandonar a perversidade
e a corrupção da sociedade contemporânea (cf. Lc 9.41; 11.29; 17.25; Fp 2.15).
Todos os novos crentes devem ser ensinados a romper com todas as más
companhias, renunciar o mundo ímpio, unir-se com CRISTO e seu povo e dedicar-se
à obra de DEUS (2 Co 6.14,17).
2.42 DOUTRINA DOS APÓSTOLOS, E NA COMUNHÃO, E NO PARTIR DO PÃO, E NAS ORAÇÕES.
Ver 12.5, sobre as 16 características de uma igreja neotestamentária.
3.6 EM NOME DE JESUS...ANDA. A cura do mendigo coxo foi realizada
pelo poder de CRISTO operando através dos apóstolos. JESUS disse aos seus
seguidores no tocante àqueles que viriam a crer nEle: Em meu nome...imporão as
mãos sobre os enfermos e os curarão (Mc 16.17,18). A igreja continuou o
ministério de cura que JESUS exercera, em obediência à sua vontade. O milagre
aqui foi realizado mediante a fé em nome de JESUS CRISTO (v. 6) e o dom de
curar, operando através de Pedro (ver 1 Co 12.1,9). Pedro declarou que não
tinha prata nem ouro, mas que daria ao mendigo coxo algo muito mais valioso. As
igrejas que desfrutam de prosperidade material devem meditar nestas palavras de
Pedro. Muitas igrejas dos nossos dias já não podem dizer: Não tenho prata nem
ouro, mas também não tem condição de dizer: Em nome de JESUS CRISTO, o Nazareno
, levanta-te e anda .
3.19 ARREPENDEI-VOS, POIS, E CONVERTEI-VOS. DEUS determinou que abençoará o seu
povo com o derramamento do ESPÍRITO SANTO sob as condições prévias de
arrependimento, i.e., de se desviarem do pecado e da geração perversa ao seu
redor, e se converterem: voltar-se para DEUS, ouvir tudo quanto CRISTO, o
Profeta, lhes diz (vv. 22,23), e sempre progredir na obediência sincera a
CRISTO (cf. At 2.38-41; 5.29-32).
3.19 TEMPOS DO REFRIGÉRIO. No decurso de toda a presente era, e até à volta de
CRISTO, DEUS enviará tempos do refrigério (i.e., o derramamento do ESPÍRITO
SANTO) a todos aqueles que se arrependerem e se converterem. Embora tempos
perigosos venham perto do fim desta era, acompanhada da apostasia da fé (2 Tm
3.1; 2 Ts 2.3), DEUS ainda promete enviar reavivamento e tempos de refrigério
aos fiéis. A presença de CRISTO, a bênção espiritual, milagres e derramamento
do ESPÍRITO SANTO virão sobre os remanescentes que fielmente o buscarem e
vencerem o mundo, a carne e o domínio de Satanás (cf. At 26.18).
3.21 TEMPOS DA RESTAURAÇÃO. Os tempos da restauração de tudo é uma referência
ao tempo da volta de CRISTO para debelar a iniquidade e estabelecer o reino de
DEUS na terra, livre de todo o pecado. No fim, todas as coisas cuja restauração
foi prometida no AT serão restauradas (cf. Zc 12; 13; 14; Lc 1.32,33). CRISTO
redimirá ou renovará, a totalidade da Natureza (Rm 8.18-23) e reinará
pessoalmente na terra (ver Ap 20; 21). Note que não serão os seres humanos da
terra, mas CRISTO, com os seus exércitos celestiais, que realizará o triunfo de
DEUS e do seu reino (Ap 19.11 21).
3.22 UM PROFETA. A predição de Moisés em Dt 18.17,18: Então o SENHOR me disse:
Bem falaram naquilo que disseram. Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de
seus irmãos, como tu... , foi uma profecia a respeito de JESUS CRISTO. De que
maneira foi JESUS semelhante a Moisés? (1) Moisés foi ungido pelo ESPÍRITO (Nm
11.17); o ESPÍRITO do Senhor estava sobre JESUS na pregação do evangelho (Lc
4.18,19). (2) DEUS usou Moisés para introduzir a antiga aliança; JESUS
introduziu a nova aliança. (3) Moisés conduziu Israel, tirando-o do Egito para
o Sinai, e estabeleceu o pacto de seu relacionamento com DEUS; CRISTO redimiu
seu povo do pecado e da escravidão de Satanás, e estabeleceu um novo e vivo
pacto com DEUS, por meio do qual seu povo pudesse entrar na sua própria
presença. (4) Moisés, nas leis do AT, referiu-se ao sacrifício de cordeiros
para prover em figura a redenção; o próprio CRISTO tornou-se o Cordeiro de DEUS
para prover salvação a todos quantos o aceitarem. (5) Moisés conduziu o povo à
lei, mostrando-lhe a sua obrigação em cumprir seus estatutos para ter a bênção
divina; CRISTO chamava o povo a si mesmo e ao ESPÍRITO SANTO, como a maneira de
DEUS cumprir a sua vontade, e dos fiéis receberem a bênção divina e a vida
eterna.
3.26 DESVIASSE, A CADA UM, DAS VOSSAS MALDADES. Pedro volta a enfatizar que
crer em CRISTO e receber o ESPÍRITO SANTO depende de renunciarmos ao pecado e
separar-nos da iniquidade (ver At 2.38,40; At 3.19; At 8.21). Na mensagem
apostólica original, toda bênção prometida requeria santidade.
4.8 PEDRO, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Pedro recebe novo enchimento do
ESPÍRITO SANTO que lhe traz repentina inspiração, sabedoria e ousadia para que
proclamasse a verdade de DEUS. É teologicamente relevante que a plenitude do
ESPÍRITO não foi uma experiência ocorrida uma única vez, mas, sim, repetitiva.
Este fato é um cumprimento da promessa de JESUS em Lc 12.11,12; outras
ocorrências de novo enchimento do ESPÍRITO acham-se em At 7.55 e At 13.9.
4.12 EM NENHUM OUTRO HÁ SALVAÇÃO. Os discípulos tinham convicção de que a maior
necessidade de cada indivíduo era a salvação do pecado e da ira de DEUS, e
pregavam que esta necessidade não poderia ser satisfeita por nenhum outro,
senão JESUS CRISTO. Isto revela a natureza exclusiva do evangelho e coloca
sobre a igreja a pesada responsabilidade de pregar o evangelho a todas as
pessoas. Se houvesse outros meios de salvação, a igreja poderia ficar
despreocupada. Mas, segundo o próprio CRISTO (Jo 14.6), não há esperança para
ninguém, fora da salvação em CRISTO (cf. 10.43; 1 Tm 2.5,6). Este é o
fundamento do imperativo missionário.
4.20 NÃO PODEMOS DEIXAR DE FALAR. O ESPÍRITO SANTO criou nos apóstolos um
desejo irreprimível de proclamar o evangelho. Por todo o livro de Atos, o
ESPÍRITO impeliu os crentes a levar o evangelho aos outros (At 1.8; 2.14-41;
3.12-26; 8.25,35; 9.15; 10.44-48; 13.1-4).
4.29 CONCEDE AOS TEUS SERVOS ... OUSADIA. Os discípulos precisavam de renovação
em sua coragem para testemunhar e falar de CRISTO. Durante a vida cristã, nós
também precisamos nos aproximar de DEUS em oração a fim de vencer o medo de
passar vergonha, rejeição, críticas, ou perseguição. A graça de DEUS, através
da renovação do ESPÍRITO SANTO, ajudar-nos-á a falar com ousadia a respeito de
JESUS (cf. Mt 10.32).
4.30 CURAR... SINAIS E PRODÍGIOS. Pregação e milagres devem andar juntos (At
3.1-10; 4.8-22,29-33; 5.12-16; 6.7,8; 8.6ss.; At 15.12; 20.7ss). Milagres são
sinais acompanhantes mediante os quais CRISTO confirma a palavra de suas
testemunhas (At 14.3; cf. Mc 16.20 ). (1) Sinais geralmente se refere a atos
miraculosos realizados para demonstrar a existência do poder divino de advertir
ou encorajar a fé. (2) Prodígios se refere a eventos extraordinários que causam
pasmo ao espectador. Note neste versículo a igreja orando pela realização de
curas, sinais e maravilhas. A igreja dos nossos dias precisa interceder
ferventemente em oração para DEUS confirmar o evangelho com grande poder,
milagres e graça abundante (v. 33). Somente quando o evangelho é proclamado com
poder, como declara o NT, é que o mundo perdido pode ser ganho para CRISTO.
4.31 TODOS FORAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Várias verdades importantes
destacam-se aqui. (1) A expressão batizados com ESPÍRITO SANTO (ver At 1.5) descreve
a obra de consagração do ESPÍRITO SANTO capacitando inicialmente o crente com
poder divino para testemunhar. Os termos cheios , revestido e com autoridade
descrevem essa sua capacitação para trabalhar (At 2.4; 4.8,31; 9.17; 13.9,52).
Conforme a necessidade, o enchimento do ESPÍRITO pode ser renovado. (2) As
expressões do meu ESPÍRITO derramarei (At 2.17,18; 10.45), veio sobre eles o
ESPÍRITO SANTO (At 19.6), retratam de modo diferente a ocasião em que os
crentes são cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4; 4.31; 9.17). (3) Todos os
crentes, inclusive os apóstolos anteriormente cheios (At 2.4), foram novamente
cheios a fim de enfrentarem a oposição contínua dos judeus (v. 29). Novos
enchimentos com o ESPÍRITO SANTO fazem parte da vontade e provisão de DEUS para
todos os que receberam o batismo no ESPÍRITO SANTO (cf. At 4.8; At 13.52).
Devemos esperá-los e buscá-los. (4) Aqui, o ESPÍRITO visita uma congregação
inteira. Logo, para que seja cumprida a vontade de DEUS quanto a igreja, não
somente indivíduos devem ser cheios do ESPÍRITO (4.8; 9.17; 13.9), mas também
congregações inteiras (At 2.4; 4.31) devem experimentar visitações repetidas do
ESPÍRITO SANTO face às necessidades e desafios especiais. (5) A atuação de DEUS
sobre toda a congregação, com um novo enchimento do ESPÍRITO SANTO, resulta em
ousadia e poder no testemunho dos crentes, em amor uns pelos outros e no
recebimento de graça abundante sobre todos (vv. 31-33).
4.31 ANUNCIAVAM COM OUSADIA A PALAVRA DE DEUS O poder interior do ESPÍRITO e a
realidade da presença de DEUS que vêm da plenitude do ESPÍRITO libertam o
crente do medo doutras pessoas e aumenta grandemente a sua coragem e motivação
para falar de DEUS
4.33 COM GRANDE PODER. Era poder divino manifesto no mais alto grau que operava
nos apóstolos. O grego diz aqui mega dunamis. Grande poder é a característica
distintiva da pregação e do testemunho apostólicos (cf. At 1.8), por três
razões: (1) O testemunho apostólico baseava-se na Palavra de DEUS (v. 29) e na
convicção de que ela fora dada pela inspiração do ESPÍRITO SANTO. (2) Os
discípulos tinham certeza de terem sido enviados e comissionados pelo próprio
JESUS CRISTO, o Senhor ressurreto (v. 33). (3) O grande poder do ESPÍRITO SANTO
operando nos discípulos (v. 31), efetuava grande convicção nos ouvintes do
evangelho quanto ao pecado de cada um, a justiça de CRISTO e o juízo divino
(ver Jo 16.8). Hoje, o mesmo acontecerá em nossas igrejas se o ESPÍRITO operar
poderosamente.
5.3 MENTISSES AO ESPÍRITO SANTO. A fim de obterem prestígio e
reconhecimento, Ananias e Safira mentiram diante da igreja a respeito das suas
contribuições. DEUS considerou um delito grave essas mentiras contra o ESPÍRITO
SANTO. As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude
de DEUS para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser
cristãos. Note, também, que mentir ao ESPÍRITO SANTO é a mesma coisa que mentir
a DEUS, logo, o ESPÍRITO SANTO também é DEUS (vv. 3,4; ver Ap 22.15)
5.4 POR QUE FORMASTE ESTE DESÍGNIO...? A raiz do pecado de Ananias e de Safira
era seu amor ao dinheiro e elogio dos outros. Isto os fez tentar o ESPÍRITO
SANTO (v. 9). Quando o amor ao dinheiro e o aplauso dos homens tomam posse de
uma pessoa, seu espírito fica vulnerável a todos os tipos de males satânicos (1
Tm 6.10). Ninguém pode estar cheio de amor ao dinheiro e, ao mesmo tempo, amar
e servir a DEUS (Mt 6.24; Jo 5.41-44).
5.5 ANANIAS... CAIU E EXPIROU. DEUS feriu com severidade a Ananias e Safira
(vv. 5,10), para que se manifestasse sua aversão a todo engano, mentira e
desonestidade no reino de DEUS. Um dos pecados mais abomináveis na igreja é
enganar o povo de DEUS no tocante ao nosso relacionamento com CRISTO, trabalho
para Ele, e a dimensão do nosso ministério. Entregar-se a esse tipo de
hipocrisia significa usar o sangue derramado de CRISTO para exaltar e
glorificar o próprio eu diante dos outros. Esse pecado desconsidera o propósito
dos sofrimentos e da morte de CRISTO (Ef 1.4; Hb 13.12), e revela ausência de
temor do Senhor (vv. 5,11) e de respeito e honra ao ESPÍRITO SANTO (v. 3), e
merece o justo juízo de DEUS.
5.11 HOUVE UM GRANDE TEMOR EM TODA A IGREJA O julgamento divino contra o pecado
de Ananias e Safira levou a um aumento de humildade, reverência e temor do povo
para com um DEUS santo. Sem o devido temor do DEUS santo e da sua ira contra o
pecado, o povo de DEUS voltará, em pouco tempo, aos caminhos ímpios do mundo,
cessará de experimentar o derramamento do ESPÍRITO e a presença milagrosa de
DEUS e então lhe será cortado o fluxo da graça divina. Este é um elemento
essencial da fé neotestamentária e do cristianismo bíblico hoje em dia.
5.16 TODOS ERAM CURADOS. Os apóstolos fizeram aquilo que seu Senhor fazia:
libertavam os atormentados de espíritos imundos (ver Mc 1.34). Tratava-se de um
sinal supremo de que o reino de DEUS viera sobre o povo com grande poder. Não é
errado orar para que, mediante o ESPÍRITO SANTO, possamos praticar o bem e
curar os oprimidos pela enfermidade e por Satanás (4.30)
5.29 MAIS IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS. A grande pergunta que
paira ante todo cristão não é: É conveniente, seguro, agradável popular entre
os homens? , mas: O que está certo diante de DEUS? (cf. Gl 1.10).
5.32 O ESPÍRITO SANTO... ÀQUELES QUE LHE OBEDECEM. Se não houver verdadeira
obediência a CRISTO (v. 32), nem busca sincera da justiça do seu reino (Mt
6.33; Rm 14.17), é falsa a afirmação de quem diz ter a plenitude do ESPÍRITO
SANTO. O Pentecoste sem o senhorio de CRISTO é impossível (cf. 2.38-42), porque
o ESPÍRITO SANTO é dado somente àqueles que vivem na obediência da fé (Rm 1.5).
6.3 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO E DE SABEDORIA. Os apóstolos
estipularam que os sete varões deviam apresentar evidências de terem continuado
fielmente sob a influência do ESPÍRITO SANTO. Segundo parece, os apóstolos
supunham que nem todos os crentes continuavam na plenitude do ESPÍRITO. Noutras
palavras, aqueles que deixam de andar fielmente segundo o ESPÍRITO (Gl 5.16-25)
cessarão de ser cheios do ESPÍRITO. Quanto à diferença entre conservar a
plenitude e ser cheio do ESPÍRITO SANTO, notemos o seguinte: (1) Os crentes que
conservam a plenitude do ESPÍRITO SANTO são caracterizados pela sua constância
nessa condição (cf. At 6.5; 11.24), que os capacita a falar com inspiração
profética ou a ministrar no poder do ESPÍRITO SANTO segundo o seu querer. (2) A
expressão cheios do ESPÍRITO SANTO é usada: (a) para indicar o recebimento do
batismo no ESPÍRITO SANTO (At 1.5; 2.4; 9.17; 11.16); (b) para indicar que um
crente ou crentes, em ocasiões específicas, recebeu poder para falar sob o
impulso direto do ESPÍRITO SANTO (At 4.8; 13.9; Lc 1.41-45, 67-79); (c) para
indicar um ministério profético geral sob a inspiração ou a unção do ESPÍRITO
SANTO, sem especificar a duração desse ministério (At 4.31-33; 13.52; Lc 1.15).
(3) Depois do recebimento inicial do batismo no ESPÍRITO, os que andam
fielmente no ESPÍRITO, mortificando as obras pecaminosas do corpo (Rm 8.13,14),
podem ser descritos como: cheios do ESPÍRITO SANTO , i.e., mantendo a plenitude
permanente do ESPÍRITO SANTO (e.g., os sete varões, especialmente Estêvão, vv.
3,5; At 7.55; ou Barnabé, At 11.24). Além disso, aqueles que continuam na
plenitude do ESPÍRITO podem receber um novo enchimento do ESPÍRITO, visando a
um propósito ou tarefa específica, especialmente uma capacitação divina para
falar segundo o impulso do ESPÍRITO SANTO.
6.4 PERSEVERAREMOS NA ORAÇÃO. O batismo no ESPÍRITO SANTO, em si, não basta
para uma liderança cristã eficaz. Os líderes cristãos devem dedicar-se
constantemente à oração e à pregação da Palavra. O verbo traduzido perseverar
(gr. proskartereo) denota uma fidelidade inabalável e sincera e a dedicação de
muito tempo a um certo
empreendimento. Por isso, os apóstolos tinham a convicção de que a oração e o
ministério da Palavra eram a ocupação máxima dos dirigentes cristãos. Note as
freqüentes referências à oração em Atos (ver At 1.14,24; 2.42; 4.24-31; 6.4,6;
9.40; 10.2,4,9,31; 11.5; 12.5; 13.3; 14.23; 16.25; 22.17; 28.8).
6.6 LHES IMPUSERAM AS MÃOS. No NT, a imposição de mãos era usada de cinco
maneiras: (1) em relação a milagres de curas (28.8; Mt 9.18; Mc 5.23; 6.5); (2)
ao abençoar outras pessoas (Mt 19.13,15); (3) em relação ao batismo no ESPÍRITO
SANTO (8.17,19; 19.6); (4) na comissão para uma obra específica (At 6.6; 13.3);
e (5) na concessão de dons espirituais através dos presbíteros (1 Tm 4.14).
Como um dos meios através dos quais DEUS transmite dons e bênçãos às pessoas, a
imposição de mãos veio a ser uma doutrina fundamental na igreja primitiva (Hb
6.2). Não pode ser dissociada da oração (v. 6), pois a oração indica que os
dons da graça, a cura ou o batismo no ESPÍRITO SANTO procede de DEUS e não do
ser humano. A separação destes sete homens importava, principalmente, duas
coisas. (1) Era um testemunho público da igreja de que esses homens tinham antecedentes
de perseverança na piedade e na obediência à direção do ESPÍRITO SANTO (cf. 1
Tm 3.1-10). (2) Era um ato de separar aqueles homens à obra de DEUS e um
testemunho da sua disposição em aceitar a responsabilidade da chamada divina.
6.8 ESTÊVÃO, CHEIO DE FÉ E DE PODER. O ESPÍRITO SANTO deu a Estêvão poder para
realizar prodígios e grandes sinais entre o povo (v. 8) e lhe deu grande
sabedoria para pregar o evangelho de tal maneira, que seus oponentes não podiam
contestar os seus argumentos (v. 10; cf. Êx 4.15; Lc 21.15).
7.2 IRMÃOS E PAIS, OUVI. O discurso de Estêvão diante do sinédrio é
uma defesa da fé propagada por CRISTO e pelos apóstolos. Ele é o precursor de
todos quantos defendem a fé bíblica contra os que se opõem ao seu ensino ou o
distorcem, e é o primeiro que morreu por essa causa. JESUS vindica a ação de
Estêvão, ficando em pé para honrá-lo diante de seu Pai, no céu (v. 56). O amor
de Estêvão à verdade e sua disposição em dar a vida para salvaguardá-la,
contrastam-se nitidamente com aqueles que pouco se interessam por batalhar pela
fé que uma vez foi dada aos santos (Jd 3) e que, em nome do amor, da paz e da
tolerância, não veem qualquer necessidade de oposição aos falsos
mestres, nem àqueles que distorcem o evangelho puro, em favor do qual CRISTO
morreu (ver Gl 1.9).
7.38 A CONGREGAÇÃO NO DESERTO. A congregação no deserto refere-se a
Israel como o povo de DEUS. Em hebraico a palavra traduzida por congregação é
qahal e na Septuaginta (a tradução grega do AT) o termo é ekklesia (i.e.,
assembleia ou igreja). (1) Assim como Moisés conduziu a igreja do AT,
CRISTO conduz a igreja do NT. A igreja do NT designada descendência de Abraão
(Gl 3.29; cf. Rm 4.11-18) e o Israel de DEUS (Gl 6.16) dá continuidade a igreja
do AT. (2) Assim como a igreja do AT, a igreja do NT está no deserto , i.e., é
uma igreja peregrina, longe da Terra Prometida (Hb 11.6-16). Por isso nunca
devemos sentir-nos plenamente à vontade quanto ao viver aqui nesta terra.
7.42 DEUS... OS ABANDONOU. As palavras de Estêvão refletem um princípio bem
estabelecido nas Escrituras e na história da redenção. Aqueles que persistem em
repudiar a DEUS, não somente são abandonados por Ele, como também são entregues
à influência do mal, de Satanás e da imoralidade (cf. Rm 1.24,28). Ao contrário
da crença popular, DEUS não continuará demonstrando amor e perdão, caso não
haja resposta da nossa parte. Ele perdoa e comunica o seu amor somente àqueles
que voltam-se para Ele com arrependimento sincero e com verdadeira obediência.
Para aqueles que endurecem o coração; que sempre resistem ao ESPÍRITO SANTO e
que se recusam a aceitar a salvação divina, permanece somente a ira justa de
DEUS (Rm 2.4-6,8).
7.44 SEGUNDO O MODELO. DEUS sempre teve um padrão divino para ser seguido por
seu povo. (1) DEUS tinha um padrão para Moisés, que servia de norma segundo o
antigo concerto. (a) Em Êx 12, DEUS deu a Moisés instruções específicas para a
primeira Páscoa no Egito, que se tornou padrão para todas as gerações
subsequentes dos israelitas. (b) Em Êx 20, DEUS deu a Moisés os Dez
Mandamentos como padrão e norma moral para todas as gerações subsequentes. (c)
Em Êx 25, DEUS mandou Moisés levantar um tabernáculo no meio do arraial de
Israel como cópia e sombra das coisas celestiais e da redenção que DEUS
planejara levar a efeito através do Senhor JESUS CRISTO na terra. Moisés fez
cuidadosamente o tabernáculo e todos os seus pertences conforme... modelo que
DEUS estabelecera na sua sabedoria (Êx 25.9,40; cf. Hb 8.1-5). (2) Tão
certamente como DEUS tinha um padrão para o tabernáculo segundo o antigo
concerto, Ele tem um padrão para sua igreja segundo o novo concerto. Os
apóstolos do NT não resolveram de modo arbitrário e aleatório como a igreja
seria constituída, porque o Pai e o Filho, mediante o que o ESPÍRITO SANTO
registrou nos Evangelhos, nos Atos dos Apóstolos, nas Epístolas e nas cartas às
sete igrejas (Ap 2.3), estabeleceu o padrão apostólico para a igreja. (3)
Infelizmente, depois da era apostólica, a igreja começou a apartar-se da
revelação divina e a modificar o padrão celestial de DEUS ao acomodar-se às
culturas e à organização, conforme as idéias humanas e terrenas. O resultado
tem sido a proliferação de padrões humanos impostos à igreja. (4) Para a igreja
de JESUS CRISTO experimentar novamente a totalidade do plano, poder, favor e
presença de DEUS, deve deixar de seguir seus próprios caminhos e voltar a
adotar o padrão apostólico do NT como a norma perpétua de DEUS para ela.
7.51 SEMPRE RESISTIS AO ESPÍRITO SANTO. A história de Israel retrata um povo
que repetidamente rebelou-se contra DEUS e a sua Palavra revelada. Ao invés de
se
submeterem às normas da sua lei, os israelitas se voltaram para os caminhos e
modo de vida das nações ímpias ao seu redor. Mataram os profetas que os
chamavam ao
arrependimento e que profetizavam a respeito da vinda de CRISTO (vv. 52,53). É
isto o que significa resistis ao ESPÍRITO SANTO . Da mesma forma o Israel de
CRISTO, sob o novo concerto, deve estar consciente da sua tendência de proceder
como o Israel de DEUS do antigo concerto. As igrejas de CRISTO podem desviar-se
dEle e da sua Palavra e recusar-se a dar ouvido à voz do ESPÍRITO SANTO.
Acontecendo isto, elas incorrerão no juízo divino: o reino lhes será tirado
(ver Rm 11.20-22; Ap 2,3).
7.56 O FILHO DO HOMEM, QUE ESTÁ EM PÉ. A Bíblia normalmente fala de JESUS
assentado à direita de DEUS (2.34; Mc 14.62; Lc 22.69; Cl 3.1). Mas aqui,
conforme a tradução
literal do grego, JESUS colocou-se de pé para dar as boas-vindas ao seu
primeiro mártir que morria por amor a Ele. Estêvão confessara a CRISTO diante
dos homens e defendera a fé.
Agora CRISTO, honrando o seu servo, confessa-o diante do seu Pai celeste. O
Salvador está em pé pronto para acolher, como intercessor e advogado, o crente
fiel que enfrenta a
morte por Ele (cf. Marcos 8.38; Lc 12.8; Rm 8.34; 1 Jo 2.1).
8.1 UMA GRANDE PERSEGUIÇÃO. Parece que Saulo foi o líder da
primeira perseguição em grande escala contra a igreja (vv. 1-3; 9.1),
perseguição essa intensa e severa. Homens e mulheres eram encerrados na prisão
(v. 3) e açoitados (At 22.19), e muitos foram mortos (At 22.20; 26.10,11).
DEUS, porém, transformou essa perseguição em início da grande obra missionária
da igreja (v. 4).
8.5-24 DESCENDO FILIPE À ... SAMARIA. Note a sequência de eventos nesse
registro do derramamento do ESPÍRITO SANTO nos crentes samaritanos. (1) Filipe
pregou o evangelho do reino, e DEUS confirmou a Palavra com sinais e prodígios
(vv. 5-7). (2) Muitos samaritanos receberam a Palavra de DEUS (v. 14), creram
em JESUS (v. 12), foram curados e libertos de espíritos imundos (v. 7), e
batizados nas águas (vv. 12,13). Assim, experimentaram a salvação, a obra
regeneradora do ESPÍRITO SANTO e o poder do reino de DEUS (ver v. 12). (3) O
ESPÍRITO SANTO, porém, não tinha descido sobre nenhum deles depois da sua
conversão a CRISTO e batismo em água (v. 16). (4) Alguns dias depois da
conversão dos samaritanos, Pedro e João chegaram a Samaria e oraram para os
novos crentes receberem o ESPÍRITO SANTO (vv. 14,15). Houve um definido
intervalo entre a conversão deles e o recebimento do batismo no ESPÍRITO SANTO
(vv. 16,17; cf. At 2.4). Este caso dos samaritanos segue o padrão da
experiência idêntica dos discípulos no dia de Pentecoste. (5) Sem dúvida houve
manifestação externa neste caso de recebimento do ESPÍRITO SANTO, a saber:
línguas e profecia (ver v. 18)
8.6 OS SINAIS QUE ELE FAZIA. A promessa de CRISTO no sentido de operar sinais e
milagres para confirmar a pregação da Palavra não se limitava aos apóstolos (Mc
16.15-18). Ele prometeu que os convertidos por seus discípulos ( os que crerem
na palavra deles) operarão milagres em nome de JESUS, tais como expulsar
demônios (Mc 16.17) e curar os enfermos (Mc 16.18). Foi exatamente o que Filipe
fez (vv. 6,7)
8.12 CRESSEM... DO NOME DE JESUS CRISTO. Os samaritanos já eram convertidos e
salvos antes do ESPÍRITO vir sobre eles (ver o v. 17). (1) Creram e foram
batizados. Dois fatos tornam claro que a fé dos samaritanos era fé genuína
salvífica. (a) Tanto Filipe (v. 12) quanto os apóstolos (v. 14) consideravam
válida a fé que eles tinham. (b) Os samaritanos assumiram um compromisso
público com CRISTO mediante o batismo em água (v. 12). As Escrituras afirmam
que Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16.16). Sendo assim, eram
regenerados e o ESPÍRITO SANTO habitava neles (Rm 8.9). (2) O recebimento do
ESPÍRITO SANTO por eles, vários dias mais tarde (v. 17), não era para salvação.
Era o recebimento do ESPÍRITO SANTO como os discípulos o receberam no dia de
Pentecoste, i.e., para dotá-los de poder para o serviço e o testemunho para
DEUS (1.8). Lucas emprega aqui a expressão recebereis a virtude do ESPÍRITO ,
primeiramente no sentido de revestir de poder divino (At 1.8; 2.38; 8.17;
10.47; 19.2), e não no sentido do novo nascimento ou da regeneração. (3) Alguns
têm ensinado que a fé dos samaritanos não era uma fé salvífica e regeneradora.
É uma incoerência crer que Filipe, um homem cheio de fé, de sabedoria e do
ESPÍRITO SANTO (6.3-5), batizasse, curasse e expulsasse demônios de pessoas,
cuja fé não considerasse genuína
8.16 SOBRE NENHUM DELES TINHA AINDA DESCIDO. O ESPÍRITO ainda não tinha descido
sobre nenhum deles, da mesma maneira que descera sobre os crentes no dia de
Pentecoste (2.4). Ainda não descera sobre eles de conformidade com a promessa
do Pai (1.4) e conforme CRISTO predissera: vós sereis batizados com o ESPÍRITO
SANTO (1.5; ver vv. 5-24 v. 18).
8.17 RECEBERAM O ESPÍRITO SANTO. Mediante a imposição das mãos dos apóstolos,
os samaritanos recebem o ESPÍRITO SANTO de modo idêntico ao batismo do dia de
Pentecoste (At 1.8; 2.4). A experiência dos samaritanos em duas etapas, ou
seja: primeiramente crer e depois ser cheio do ESPÍRITO, demonstra que a
experiência em duas etapas dos crentes, do dia de Pentecoste não foi anômala.
As experiências tanto de Paulo em At 9.5-17, como a dos discípulos efésios em
At 19.1-6, foram iguais à dos samaritanos. Aceitaram CRISTO como Senhor e
depois foram cheios do ESPÍRITO. Não tem que haver um longo tempo de espera
entre a salvação e o batismo no ESPÍRITO, conforme demonstra o caso dos gentios
em Cesaréia (At 10).
8.18 SIMÃO, VENDO. A descida do ESPÍRITO sobre os samaritanos foi acompanhada
de manifestações externas visíveis notadas até por Simão, o mágico. É razoável
concluir que as manifestações visíveis eram semelhantes às dos primeiros
discípulos no dia de Pentecoste, i.e., falar noutras línguas (ver 2.4;
10.45,46; 19.6). Assim, tanto os samaritanos como os apóstolos tiveram um sinal
confirmador da descida do ESPÍRITO SANTO sobre aqueles novos crentes
8.21 O TEU CORAÇÃO NÃO É RETO. O batismo no ESPÍRITO SANTO através do livro de
Atos ocorre somente entre os salvos por JESUS CRISTO. (1) Simão, que queria o
poder e o dom do ESPÍRITO SANTO, bem como autoridade para transmitir o dom (v.
19), foi rejeitado por DEUS por ser ímpio, em laço de iniquidade (vv. 22,23),
não tendo um coração reto diante de DEUS (v. 21). O dom genuíno do ESPÍRITO
SANTO será derramado somente sobre quem o teme e faz o que é justo (At 10.35,
cf. 44-48; ver também At 5.32). (2) Antes e depois do dia do Pentecoste os
discípulos de CRISTO viviam para o Senhor ressurreto (At 1.2-14; 2.32) e oravam
continuamente (At 1.14; 6.4). Suas vidas eram separadas do pecado e do mundo
(At 2.38-40) e observavam o ensino dos apóstolos (At 2.42; 6.4). Novos
derramamentos do ESPÍRITO eram concedidos a crentes que tinham largado seus
pecados e seus maus caminhos, para viverem para JESUS CRISTO (cf. At 2.42;
3.1,19,22-26; 4.8,19-35; 5.29-32; 6.4; 8.14-21; 9.1-19; 10.34-47; 19.1-6;
24.16). Andar no ESPÍRITO e ser guiado por Ele são sempre condições para alguém
ser cheio do ESPÍRITO (ver Gl 5.16-25; cf. Ef 5.18). (3) Qualquer experiência
sobrenatural, tida como o batismo no ESPÍRITO SANTO, ocorrida em quem continua
nos caminhos pecaminosos da carne, não é de CRISTO (cf. 1 Jo 4.1-6). Pelo
contrário, é um falso batismo no ESPÍRITO, e que pode ser acompanhado de
poderes demoníacos (Mt 7.21-23; 2 Ts 2.7-10).
9.3-19 A CONVERSÃO DE PAULO. Os versículos 3-9 registram a
conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. At 22.3-16; 26.9-18). Que sua
conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa de Judas (v. 11),
fica claro à luz do seguinte: (1) Ele obedece às ordens de CRISTO (v. 6; At
22.10; 26.15-19), compromete-se a ser um ministro e testemunha do evangelho
(26.16) e um missionário aos gentios (At 26.17-19) e entrega-se à oração (v.
11). (2) Paulo é chamado Irmão Saulo por Ananias (v. 17). Ananias percebe que
Paulo é um crente que experimentou o novo nascimento (ver Jo 3.3-6), que se
dedicou a CRISTO, para fazer a sua vontade e que apenas necessita ser batizado,
receber a restauração da sua vista e ser cheio do ESPÍRITO SANTO (vv. 17,18;
ver At 9.17).
9.11 POIS EIS QUE ELE ESTÁ ORANDO. Após conhecer JESUS e aceitá-lo como Senhor
e Messias, Paulo ora e jejua, pedindo orientação, em atitude de profunda
dedicação a DEUS. A fé salvadora e o novo nascimento à que ela conduz, sempre
levarão o crente a buscar comunhão com seu Senhor e Salvador, que ele acaba de
aceitar.
9.13 TEUS SANTOS. Os crentes do NT são chamados santos (cf. 26.10; Rm 1.7; 1 Co
1.2; Ap 13.7; 19.8). (1) A ideia básica do termo santo (gr. hagios) é
separação do pecado, e, para DEUS. Os santos, noutras palavras, são os
separados para DEUS ou os santificados em DEUS . Isto significa ser guiado e
santificado pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 8.14; 1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2),
largar o mundo a fim de seguir a JESUS (Jo 17.15-17). Mesmo assim, o termo
santo não significa que o crente seja perfeito ou incapaz de pecar (cf. 1 Jo
2.1). (2) O NT em nenhum lugar chama o crente de pecador salvo , portanto este
costume não é bíblico. O termo bíblico comum para todos os crentes é santo , o
qual enfatiza: (a) a pressuposição bíblica que todos os crentes vivam conforme
os ensinos divinos da justiça (Ef 5.3), e (b) a necessidade da santidade ser
uma realidade interna em todos que pertencem a CRISTO (1 Co 1.30)
9.16 PADECER PELO MEU NOME. A conversão de Paulo incluiu não somente uma ordem
para pregar o evangelho, mas também uma chamada para sofrer por amor a CRISTO.
Paulo foi informado desde o início que ele sofreria muito pela causa de CRISTO.
No reino de CRISTO, sofrer por amor a Ele é um sinal do mais alto favor de DEUS
(At 14.22; Mt 5.11,12; Rm 8.17; 2 Tm 2.3) e o meio de ter um ministério
frutífero (Jo 12.24; 2 Co 1.3-6); resulta em recompensas abundantes no céu (Mt
5.12; 2 Tm 2.12). A morte precisa atuar no crente para que a vida de DEUS flua
dele para os outros (Rm 8.17,18,36,37; 2 Co 4.10-12). Para outros textos sobre
os sofrimentos de Paulo, ver 20.23; 2 Co 4.8-18; 6.3-10; 11.23-27; Gl 6.17; 2
Tm 1.11,12; ver também 2 Co 1.4; At 11.23.
9.17 IRMÃO SAULO. Ver sobre vv. 3-19.
9.17 CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Três dias depois da sua conversão, Paulo recebeu
a plenitude do ESPÍRITO SANTO. A experiência de Paulo forma um paralelo com a
dos discípulos no dia de Pentecoste. Primeiro, a sua experiência do novo
nascimento; a salvação (ver vv. 3-19; depois, ser cheio do ESPÍRITO SANTO (v.
17). Embora Lucas não diga especificamente que Paulo falou em línguas quando
recebeu o dom do ESPÍRITO SANTO, é justo admitir que ele o fez. (1) O padrão do
NT mostra que a pessoa que recebe a plenitude do ESPÍRITO SANTO começa a falar
noutras línguas (At 2.4; 10.45,46; 19.6; ver At 11.15). (2) O próprio Paulo
testifica que frequentemente falava em línguas: Dou graças ao meu DEUS,
porque falo mais línguas do que vós todos (1 Co 14.18)
9.18 FOI BATIZADO. O interesse primacial de Lucas aqui é o próprio batismo no
ESPÍRITO SANTO e não primeiramente o fato de ele falar em línguas no batismo.
Quem busca a plenitude do ESPÍRITO deve concentrar-se no próprio ESPÍRITO SANTO
e não numa manifestação externa. Por outro lado, todos os crentes que desejam a
plenitude do ESPÍRITO SANTO devem aguardar as manifestações espirituais desta
bênção (At 2.4,17).
9.31 NO TEMOR DO SENHOR. Lucas enfatiza a fórmula temer a DEUS tanto no seu
Evangelho (ver Lc 1.50, 18.2; 23.40) como em Atos. São os tementes a DEUS (os
gentios que abraçaram a fé judaica) que formam a base inicial da obra
missionária aos gentios em At 10 (At 10.2,22,35; 13.16,26). O temor do Senhor
produz confiança e obediência, bem como o afastar-se do mal (Jó 28.28; Sl
111.10; Pv 1.7); isso, por sua vez, resulta na consolação do ESPÍRITO SANTO (v.
31)
9.36 DORCAS... CHEIA DE BOAS OBRAS. Assim como DEUS operava através de Pedro
para curar (vv. 33-35) e para ressuscitar os mortos (v. 40), Ele também operava
através de Dorcas, para praticar atos de bondade e de amor. Os atos de amor
para ajudar os necessitados são tanto uma manifestação do ESPÍRITO SANTO,
quanto o são os milagres, os sinais e os prodígios. Paulo enfatizou essa
verdade em 1 Co 13 (cf. 1 Pe 4.10,11).
10.4 ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA DIANTE DE DEUS. DEUS considera nossas
orações um sacrifício que sobe até Ele, lembrando-lhe da nossa perseverança, ao
invocá-lo com fé e devoção (ver Sl 141.2; Hb 13.15,16).
10.9 SUBIU PEDRO AO TERRAÇO PARA ORAR. O ESPÍRITO SANTO, o autor das
Escrituras, revela através delas que os cristãos do NT eram dedicados a muita
oração. Estavam convictos de que o reino de DEUS não poderia manifestar-se em
todo o seu poder mediante uns poucos minutos de oração por dia (At 1.14; 2.42;
3.1; 6.4; Ef 6.18; Cl 4.2). (1) O judeu piedoso orava duas ou três vezes por
dia (cf. Sl 55.17; Dn 6.10). Era prática dos seguidores de CRISTO,
especialmente dos apóstolos (At 6.4), orar com a mesma devoção. Pedro e João
subiram ao templo para a hora da oração (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo
(At 16.16). Pedro orava regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9);
DEUS recompensou Cornélio pela sua fidelidade na observância das suas horas de
oração (10.30ss.). (2) As Escrituras exortam os crentes a continuarem
perseverantes na oração (Rm 12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a orarem sem
cessar (1 Ts 5.17), a orarem em todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o
tempo com toda a oração (Ef 6.18), a perseverarem na oração (Cl 4.2), e a
orarem com eficácia (Tg 5.16). Estas exortações indicam que não poderá haver
nenhum poder celestial em nossa batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem
vitória em nossa tentativa de ganhar os perdidos, sem muita oração diariamente.
(3) Não seria do agrado de DEUS, tendo em vista a exortação do Senhor, que seus
discípulos vigiem e orem pelo menos uma hora (Mt 26.38-41); e à luz da urgência
dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente dedicasse pelo menos uma
hora por dia à oração e ao estudo da Palavra de DEUS, visando ao crescimento do
seu reino na terra e tudo quanto isso significa para nós (Mt 6.10,33)? (4) Uma
hora de oração pode incluir o seguinte: (a) louvor, (b) cantar ao Senhor, (c)
ações de graças, (d) esperar em DEUS, (e) ler a Palavra, (f) ficar atento ao
ESPÍRITO SANTO, (g) orar com as próprias palavras das Escrituras, (h) confissão
das faltas, (i) intercessão pelos outros, (j) petição pelas nossas próprias
necessidades, e (l) oração em línguas
10.19 DISSE-LHE O ESPÍRITO. O ESPÍRITO SANTO deseja a salvação de todas as
pessoas (Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato de os apóstolos terem recebido o
ESPÍRITO, eles, também, desejavam a salvação de todas as pessoas.
Intelectualmente, no entanto, não compreendiam que a salvação já não se
restringia a Israel, mas que agora abrangia todas as nações (vv. 34,35). Foi o
ESPÍRITO SANTO que alargou a visão da igreja. Em Atos, Ele é a força da obra
missionária e o que dirige a igreja para novas áreas de testemunho (At 8.29,39;
10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6; 19.21). O derramamento do ESPÍRITO e a compulsão
à missão sempre andam de mãos dadas (cf. At 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes
anelam a salvação do seu povo, sem, porém, compreenderem plenamente o propósito
do ESPÍRITO SANTO para as missões mundiais (ver Mt 28.19; Lc 24.47).
10.34 DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. DEUS não tem nenhuma nação ou raça
predileta, nem favorece qualquer indivíduo por causa da sua nacionalidade,
linhagem ou posição na vida (cf. Tg 2.1). DEUS favorece e aceita aqueles,
dentre todas as nações, que abandonam o pecado, creem em CRISTO, temem a
DEUS e vivem retamente (v. 35; cf. Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseveram
neste modo de vida, permanecerão no amor e no favor de DEUS (Jo 15.10).
10.38 CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO.
10.44 CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS. A família gentia de Cornélio ouve e
recebe a Palavra com fé salvadora (vv. 34-48; 11.14). (1) DEUS imediatamente
derrama sobre ela o ESPÍRITO SANTO (v. 44) como seu testemunho de que creram e
receberam a vida regeneradora de CRISTO (cf. 11.17; 15.8,9). (2) A vinda do
ESPÍRITO SANTO sobre a família de Cornélio teve o mesmo propósito que o dom do
ESPÍRITO SANTO para os discípulos no dia de Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Esse
derramamento do ESPÍRITO não é a obra de DEUS na regeneração do pecador, mas
sua vinda sobre eles para revesti-los de poder. Note as palavras de Pedro
posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa experiência e a do dia de
Pentecoste (At 11.15,17). (3) Evidentemente, é possível uma pessoa ser batizada
no ESPÍRITO imediatamente depois de receber a salvação (ver v. 46; cf. At
11.17).
10.45 O DOM DO ESPÍRITO SANTO.
10.46 OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consideravam o
falar em línguas, mediante o ESPÍRITO, como o sinal convincente do batismo no
ESPÍRITO SANTO. Isto é, assim como DEUS confirmou o acontecimento do dia de
Pentecoste com o sinal das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornélio
falarem em línguas como sinal convincente para Pedro e os demais crentes
judeus.
11.15 CAIU SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS AO
PRINCÍPIO. O derramamento do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (At 2.4) foi
um padrão para o recebimento do ESPÍRITO, a partir de então. O batismo no
ESPÍRITO seria determinado pela transformação visível ocorrida no indivíduo
pela infusão da alegria por expressões vocais sobrenaturalmente inspiradas e
pela ousadia no testemunho (At 2.4; 4.31; 8.15-19; 10.45-47; 19.6). Por isso,
quando Pedro salientou diante dos apóstolos e irmãos em Jerusalém que os
familiares de Cornélio tinham falado em línguas, ao ser derramado sobre eles o
ESPÍRITO SANTO (cf. At 10.45-46), ficaram convictos de que DEUS estava
concedendo aos gentios a salvação em CRISTO (v. 18). Não se pode hoje dizer que
alguém recebeu o batismo no ESPÍRITO se as manifestações físicas, tais como o
falar em línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte de Atos, o batismo no
ESPÍRITO SANTO aparece como uma experiência percebida somente pela fé (ver At
8.12,16; 19.6)
11.17 A NÓS, QUANDO CREMOS. Esta expressão é, no grego, um particípio aoristo,
que normalmente descreve uma ação que ocorre antes daquela do verbo principal.
Por isso, uma tradução mais exata seria: DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós
também, depois que cremos . Esta interpretação concorda com os fatos
históricos, i.e., que os discípulos tinham crido em JESUS e tinham sido
regenerados pelo ESPÍRITO, antes do dia de Pentecoste.
11.18 OUVINDO ESTAS COISAS. O discurso de Pedro silenciou todas as objeções (vv.
4-18). DEUS tinha batizado os gentios no ESPÍRITO SANTO (At 10.45), e este ato
foi acompanhado da evidência convincente do falar noutras línguas pelo ESPÍRITO
(At 10.46). Era esse o único sinal necessário a ser aceito sem mais dúvidas.
11.23 QUE... PERMANECESSEM NO SENHOR. Os discípulos do NT não aceitavam o
ensino que aquele que recebesse a graça de DEUS permaneceria automaticamente
leal ao Senhor, visto que o pecado, o mundo e as tentações de Satanás podiam
levar um novo crente a desviar-se do caminho da salvação em CRISTO. Barnabé nos
oferece um exemplo de como os novos convertidos devem ser tratados: que nosso
interesse principal seja ajudá-los e animá-los a permanecerem na fé, no amor e
na comunhão com CRISTO e com sua At igreja (cf. 13.43; 14.22).
11.26 OS DISCÍPULOS... CHAMADOS CRISTÃOS. A palavra cristão (gr. christianos)
ocorre somente três vezes no NT (At 11.26; 26.28; 1 Pe 4.16). Originalmente,
era um termo que denotava um servo e seguidor de CRISTO. Hoje tornou-se termo
geral, destituído do significado original que tinha no NT. A nós, este termo
deve sugerir o nome do nosso Redentor (Rm 3.24), a ideia do profundo
relacionamento do crente com CRISTO (Rm 8.38,39), o pensamento de que o
recebemos como nosso Senhor (Rm 5.1), e a causa da nossa salvação (Hb 5.9).
Reivindicar o nome de cristão significa que CRISTO e a sua palavra revelada nas
Escrituras são a autoridade suprema e a única fonte da esperança futura (Cl
1.5,27).
11.27 PROFETAS. A posição dos profetas na igreja é reconhecida nas epístolas paulinas.
12.2 E MATOU À ESPADA TIAGO. DEUS permitiu que Tiago, irmão de João
(cf. Mt 4.21) morresse, mas enviou um anjo para livrar a Pedro (vv. 3-17). São
os caminhos misteriosos de DEUS para com o seu povo que levaram Tiago a morrer,
enquanto Pedro escapou para continuar seu ministério. Tiago teve a honra de ser
o primeiro dos apóstolos que morreu como mártir. Morreu da mesma maneira que
seu Senhor: pela causa de DEUS (cf. Mc 10.36-39).
12.5 A IGREJA. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do NT, tomamos
conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja
neotestamentária. (1) Antes de mais nada, a igreja é o agrupamento de pessoas
em congregações locais e unidas pelo ESPÍRITO SANTO, que diligentemente buscam
um relacionamento pessoal, fiel e leal com DEUS e com JESUS CRISTO (At 13.2;
16.5; 20.7; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). (2) Mediante o
poderoso testemunho da igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo,
batizados nas águas e acrescentados à igreja; participam da Ceia do Senhor e
esperam a volta de CRISTO (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1 Co 11.26). (3) O
batismo no ESPÍRITO SANTO será pregado e concedido aos novos crentes (ver At
2.39), e sua presença e poder se manifestarão. (4) Os dons do ESPÍRITO SANTO
estarão em operação (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11; Ef 4.11,12), inclusive prodígios,
sinais e curas (At 2.18,43; 4.30; 5.12; 6.8; 14.10; 19.11; 28.8; Mc 16.18). (5)
Para dirigir a igreja, DEUS lhe provê um ministério quíntuplo, o qual adestra
os santos para o trabalho do Senhor (Ef 4.11,12) (6) Os crentes expulsarão
demônios (At 5.16; 8.7; 16.18; 19.12; Mc 16.17). (7) Haverá lealdade absoluta
ao evangelho, i.e., aos ensinamentos originais de CRISTO e dos apóstolos (2.42;
ver Ef 2.20). Os membros da igreja se dedicarão ao estudo da Palavra de DEUS e
à obediência a ela (6.4; 18.11; Rm 15.18; Cl 3.16; 2 Tm 2.15). (8) No primeiro
dia da semana (At 20.7; 1 Co 16.2), a congregação local se reunirá para a
adoração e a mútua edificação através da Palavra de DEUS escrita e das
manifestações do ESPÍRITO (1 Co 12.7-11; 14.26; 1 Tm 5.17). (9) A igreja
manterá a humildade,
reverência e santo temor diante da presença de um DEUS santo (5.11). Os membros
terão uma preocupação vital com a pureza da igreja, disciplinarão aqueles que
caírem no pecado, bem como os falsos mestres que são desleais à fé bíblica
(20.28; 1 Co 5.1-13; ver Mt 18.15). (10) Aqueles que perseverarem no caráter
piedoso e nos padrões da justiça ensinados pelos apóstolos, serão ordenados
ministros para a direção das igrejas locais e a manutenção da sua vida
espiritual (Mt 18.15; 1 Co 5.1-5; 1 Tm 3.1-7; Tt 1.5-9). (11) Semelhantemente,
a igreja terá diáconos responsáveis para cuidarem dos negócios temporais e
materiais da igreja (ver 1 Tm 3.8). (12) Haverá amor e comunhão no ESPÍRITO
evidente entre os membros (At 2.42,44-46; ver Jo 13.34), não somente dentro da
congregação local como também entre ela e outras congregações que creem na
Bíblia (15.1-31; 2 Co 8.1-8). (13) A igreja será uma igreja de oração e jejum
(At 1.14; 6.4; 12.5; 13.2; Rm 12.12; Cl 4.2; Ef 6.18). (14) Os crentes se
separarão dos conceitos materialistas prevalecentes no mundo, bem como de suas
práticas (2.40; Rm 12.2; 2 Co 6.17; Gl 1.4; 1 Jo 2.15,16). (15) Haverá
sofrimento e aflição por causa do mundo e dos seus costumes (At 4.1-3; 5.40;
9.16; 14.22). (16) A igreja trabalhará ativamente para enviar missionários a
outros países (At 2.39; 13.2-4). Nenhuma igreja local tem o direito de se
chamar de igreja segundo as normas do NT, a não ser que esteja se esforçando
para manter estas 16 características práticas entre seus membros.
12.5 CONTÍNUA ORAÇÃO. Os crentes do NT enfrentavam a perseguição em oração
fervorosa. A situação parecia impossível; Tiago fora morto. Herodes mantinha
Pedro na prisão vigiado por dezesseis soldados. Todavia, a igreja primitiva
tinha a convicção de que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos
(Tg 5.16), e oraram de um modo intenso e contínuo a respeito da situação de
Pedro. A oração deles não demorou a ser atendida (vv. 6-17). As igrejas do NT
frequentemente se dedicavam à oração coletiva prolongada (At 1.4; 2.42;
4.24-31; 12.5,12; 13.2). A intenção de DEUS é que seu povo se reúna para a
oração definida e perseverante; note as palavras de JESUS: A minha casa será chamada
casa de oração (Mt 21.13). As igrejas que declaram basear sua teologia, prática
e missão, no padrão divino revelado no livro de Atos e noutros escritos do NT,
devem exercer a oração fervorosa e coletiva como elemento vital da sua adoração
e não apenas um ou dois minutos por culto. Na igreja primitiva, o poder e
presença de DEUS e as reuniões de oração integravam-se. Nenhum volume de
pregação, ensino, cânticos, música, animação, movimento e entusiasmo
manifestará o poder e presença genuínos no ESPÍRITO SANTO, sem a oração
neotestamentária, mediante a qual os crentes perseveravam unanimemente em
oração e súplicas (1.14).
12.7 O ANJO. Os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14; ver At 1.13)
13.2 SERVINDO... E JEJUANDO. O cristão cheio do ESPÍRITO é muito
sensível ao que o ESPÍRITO SANTO comunica durante a oração e o jejum (ver Mt
6.16). Aqui, a comunicação da parte do ESPÍRITO SANTO provavelmente foi uma
palavra profética (cf. v. 1).
13.2 PARA A OBRA A QUE OS TENHO CHAMADO. Paulo e Barnabé foram chamados à obra
missionária e enviados pela igreja de Antioquia. As características dessa obra
estão descritas em At 9.15; 13.5; 22.14,15,21 e At 26.16-18. (1) Paulo e
Barnabé foram chamados para pregar o evangelho e conduzir homens e mulheres à
salvação em CRISTO. As Escrituras não indicam em lugar nenhum que os
missionários do NT foram enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais
ou políticos, i.e., propagar o evangelho e fundar igrejas mediante o exercício
de todos os tipos de atividades sociais ou políticas para o bem da população do
Império Romano. O alvo dos missionários era conduzir pessoas a CRISTO (At
16.31; 20.21), livrá-las do poder de Satanás (At 26.18), levá-las a receber o ESPÍRITO
SANTO (At 19.6) e organizá-las em igrejas. Nesses novos cristãos, o ESPÍRITO
SANTO veio habitar e manifestar-se através do amor; Ele deu dons espirituais (1
Co 12.1-14.40) e transformou esses fiéis de tal maneira que suas vidas
glorificavam ao seu Salvador. (2) Os missionários do evangelho de hoje devem
ter a mesma atividade prioritária: ser ministros e testemunhas do evangelho,
que levem outros a CRISTO, livrando-os do domínio de Satanás (At 26.18),
fazendo-os discípulos, motivando-os a receber o ESPÍRITO SANTO e os seus dons
(At 2.38; 8.17) e ensinando-os a observar tudo quanto CRISTO ordenou (Mt
28.19,20). Isto deve ser acompanhado de sinais e prodígios, cura de enfermos e
libertação de oprimidos pelos demônios (At 2.43; 4.30; 8.7; 10.38; Mc 16.17,18).
Esta tarefa suprema de pregar o evangelho, no entanto, deve também incluir atos
pessoais de amor, de misericórdia e de bondade para com os necessitados (cf. Gl
2.10). Deste modo, todos que são chamados a dar testemunho do evangelho
servirão na causa divina segundo o modelo de JESUS (ver Lc 9.2).
13.3 OS DESPEDIRAM. Com estas palavras começa o grande movimento missionário da
igreja até aos confins da terra (1.8). Os princípios missionários vistos no
capítulo 13 são um modelo para todas as igrejas que enviam missionários. (1) A
atividade missionária é originada pelo ESPÍRITO SANTO, através de líderes
espirituais que estão profundamente dedicados ao Senhor e ao seu reino,
buscando-o com oração e jejum (v. 2). (2) A igreja deve estar atenta ao
ministério e atividade proféticos do ESPÍRITO SANTO e sua orientação (v. 2).
(3) Os missionários que são enviados, devem fazê-lo segundo a chamada e a
vontade específicas do ESPÍRITO SANTO (v. 2b). (4) Mediante a oração e o jejum,
a igreja buscando constantemente estar em harmonia com a vontade do ESPÍRITO
SANTO (vv. 3,4), confirma a chamada divina de determinadas pessoas à obra
missionária. O propósito é que a igreja envie somente aqueles que forem da
vontade do ESPÍRITO SANTO. (5) Pela imposição de mãos e o envio de
missionários, a igreja indica que se compromete a sustentar e assistir os que
saem à obra. A responsabilidade da igreja que envia missionários inclui
demonstrar amor e cuidado para com eles de um modo digno de DEUS (3 Jo 6), orar
por eles (v. 3; Ef 6.18,19) e sustentá-los financeiramente (Lc 10.7; 3 Jo 6-8).
Isso inclui ofertas especiais de amor para necessidades específicas deles (Fp
4.10, 14-18). O missionário é uma projeção do propósito, interesse e missão da
igreja que os envia. Essa igreja fica sendo, portanto, uma cooperadora da
verdade (Fp 1.5; 3 Jo 8). (6) Aqueles que saem como missionários devem estar
dispostos a expor a vida pelo nome de nosso Senhor JESUS CRISTO (At 15.26).
13.8 ELIMAS, O ENCANTADOR. Este judeu encantador (feiticeiro) era provavelmente
um astrólogo. Os astrólogos ensinavam que o destino de cada pessoa é
determinado pela posição dos astros em relação ao nascimento dessa pessoa. Toda
feitiçaria e astrologia são formas de espiritismo, o qual se opõe ao evangelho
de CRISTO, porque são coisas de Satanás e seus demônios. Ver as frases
resistia-lhes Elimas e inimigo de toda a justiça (vv. 8,10; ver Dt 18.9-11).
13.9 SAULO... CHEIO DO ESPÍRITO SANTO. Mesmo quem foi batizado no ESPÍRITO,
como Paulo o foi (9.17), pode, em ocasiões de necessidade específica, receber
novos enchimentos do ESPÍRITO. Semelhantes enchimentos repetidos são
necessários: (1) no enfrentamento da oposição ao evangelho (At 4.8); (2) no
avanço do evangelho (4.8-12,31) e (3) ao enfrentar diretamente a atividade
satânica (At 13.9). Enchimentos repetidos do ESPÍRITO SANTO devem ser normais a
todos os crentes batizados no ESPÍRITO SANTO.
13.11 FICARÁS CEGO. Os milagres do NT iam além de curas. Alguns, como nos casos
da ira de DEUS contra Elimas (vv. 8-11) e Herodes (At 12.20-23), envolveram
juízo contra os ímpios. O caso de Ananias e Safira (At 5.1-11) é um exemplo de
julgamento sob a forma de milagre, revelando a ira divina contra o pecado
dentro da igreja.
13.31 SUAS TESTEMUNHAS PARA COM O POVO. Testemunha (gr. martus) é alguém que
testifica, por atos ou palavras, da verdade . Testemunhas cristãs são as que
confirmam e atestam a obra salvífica de JESUS CRISTO através das suas palavras,
ações e vida e, se necessário, através da sua própria morte. Ser testemunha
envolve sete princípios: (1) Dar testemunho de CRISTO é a obrigação de todos os
crentes (At 1.8; Mt 4.19; 28.19,20). (2) A testemunha cristã deve ter uma
mentalidade missionária, visando alcançar todas as nações, e levar a salvação
divina até aos confins da terra (At 11.18; 13.2-4; 26.16-18; Mt 28.19,20; Lc
24.47). (3) A testemunha cristã fala principalmente a respeito da vida de
CRISTO, da sua morte, ressurreição, poder salvífico e da promessa do ESPÍRITO
SANTO (Atos 2.32,38,39; 3.15; 10.39-41,43; 18.5; 26.16; 1 Co 15.1-8). (4) A
testemunha cristã precisa produzir convicção quanto ao pecado, a justiça e ao
juízo (At 2.37-40; 7.51-54; 24.24,25; ver Jo 16.8). Mediante tal testemunho, as
pessoas são levadas à fé salvífica (At 2.41; 4.33; 6.7; 11.21). (5) A
testemunha cristã sofrerá às vezes (At 7.57-60; 22.20; 2 Co 11.23-29). A
palavra mártir deriva da palavra grega que significa testemunha . Ser discípulo
do Senhor subentende compromisso, custe ele o que custar ao discípulo. (6) O
testemunho cristão deve ser paralelo a uma separação do mundo (2.40), a uma
vida de justiça (Rm 14.17) e a uma confiança total no ESPÍRITO SANTO (At
4.29-33) que resulta na sua manifestação com poder (1 Co 2.4). (7) O testemunho
cristão deve ser profético (At 2.17), revestido de poder (1.8) e inspirado pelo
ESPÍRITO (At 2.4; 4.8).
13.48 ORDENADOS PARA A VIDA ETERNA. Alguns entendem que este versículo ensina a
predestinação arbitrária. Entretanto, nem o contexto nem a palavra traduzida
ordenados (gr. tetagmenoi, do verbo tasso, justifica essa interpretação). (1) O
versículo 46 enfatiza explicitamente a responsabilidade humana na aceitação ou
rejeitação da vida eterna. A melhor interpretação de tetagmenoi, portanto, é
estavam dispostos : e creram todos quantos estavam dispostos para a vida eterna
. Esta interpretação concorda totalmente com as afirmações de 1 Tm 2.4; Tt
2.11; 2 Pe 3.9). (2) Além disso, segundo Rm 11.20-22, ninguém é
incondicionalmente destinado à vida eterna
13.52 ESTAVAM CHEIOS ... DO ESPÍRITO SANTO. O verbo grego traduzido cheios está
no pretérito imperfeito, indicando ação contínua num tempo passado. Os
discípulos recebiam continuamente, dia após dia, a plenitude e o revestimento
de poder do ESPÍRITO SANTO. A plenitude do ESPÍRITO não é meramente uma
experiência inicial que ocorre uma só vez, mas, sim, uma vida de repetidos
enchimentos para as necessidades e tarefas da parte de DEUS (cf. Ef 5.18).
14.3 SINAIS E PRODÍGIOS. Foi da vontade de DEUS que a pregação do
evangelho fosse acompanhada por sinais miraculosos para confirmar a veracidade
do evangelho (cf. Mc 16.20. Dessa maneira, o Senhor cooperava com o seu povo e
dava testemunho da veracidade da mensagem do evangelho. Semelhante confirmação
da graça de DEUS, com sinais e prodígios, não é menos necessária hoje, à medida
que enfrentamos os tempos difíceis dos últimos dias (ver 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-13)
14.4 APÓSTOLOS. Tanto Paulo como Barnabé são chamados apóstolos. Como termo
mais genérico, apóstolo era aplicado aos primeiros missionários cristãos
enviados pela igreja para pregar a mensagem do NT (At 14.4,14). Apóstolo num
sentido especial é aplicado somente àqueles que tinham recebido uma comissão
direta de CRISTO para implantar sua mensagem e revelação originais (ver Ef
2.20). Paulo era um apóstolo nesse sentido especial (ver 1 Co 9.1; 15.7).
14.9 VENDO QUE TINHA FÉ. O discernimento da fé do coxo, por Paulo, veio
certamente através do ESPÍRITO SANTO. Paulo passou, então, a encorajar a fé
desse homem, ordenando que ele ficasse em pé. Os crentes devem orar, pedindo
discernimento espiritual para reconhecer a fé das pessoas que precisam da graça
e da cura divinas.
14.19 APEDREJARAM A PAULO. Nos tempos do NT, DEUS nem sempre protegia seus
servos dos sofrimentos. Essa verdade é imanente no evangelho, e é válida hoje
também: o reino de DEUS avança a um alto preço da parte dos servos do Senhor.
Quando Paulo descreveu posteriormente os sofrimentos que suportara por amor a
CRISTO, referiu-se a essa ocasião dizendo: uma vez fui apedrejado (2 Co 11.25;
Gl 6.17; ver At 9.16). Ao escrever às igrejas da Galácia, declarou: trago no
meu corpo as marcas do Senhor JESUS (Gl 6.17), referindo-se provavelmente e
este incidente (ver 2 Co 11.23, sobre os sofrimentos de Paulo).
14.22 POR MUITAS TRIBULAÇÕES. Aqueles que se dedicam a CRISTO como Senhor, e
que um dia entrarão no reino do céu, hão de sofrer muitas tribulações ao longo
do seu caminho. Por viverem em meio a um mundo hostil, têm que se engajar na
guerra espiritual contra o pecado e o poder de Satanás (Ef 6.12; cf. Rm 8.17; 2
Ts 1.4-7; 2 Tm 2.12). Por outro lado, a vida verdadeiramente cristã é uma
contínua batalha contra os poderes do mal. (1) Os que são fiéis a CRISTO, à sua
Palavra e aos caminhos de justiça, terão problemas e aflições neste mundo (Jo
16.33). Somente o crente morno ou de meio termo viverá em paz com este mundo
(cf. Ap 3.14-17). (2) O presente mundo ímpio, bem como os falsos crentes,
continuarão como adversários do evangelho de CRISTO até quando o Senhor
derrubar o sistema maligno deste mundo, na sua vinda (Ap 19.20). Entrementes, a
esperança do crente está reservada nos céus (Cl 1.5) e está já prestes para se
revelar no último tempo (1 Pe 1.5). Sua esperança não consiste nesta vida, nem
neste mundo, mas no aparecimento do seu Salvador para levá-lo para si (Jo
14.1-3; 1 Jo 3.2,3)
14.23 HAVENDO-LHES... ELEITO ANCIÃOS. A consagração de anciãos ou presbíteros
(aqui, ministros ou pastores), foi feita não somente pela busca da vontade do
ESPÍRITO, mediante a oração e jejum, como também através de um exame do
caráter, dos dons espirituais, da reputação e da vida irrepreensível dos
candidatos ao dito cargo (1 Tm 3.1-10). Se fossem achados irrepreensíveis,
seriam consagrados.
15.8 DEUS, QUE CONHECE OS CORAÇÕES. O conhecimento que DEUS tinha
dos corações dos gentios (i.e., de Cornélio e dos seus familiares) diz respeito
à fé salvífica que Ele viu neles. DEUS deu testemunho da autenticidade da fé
que tinham: (a) ao purificar seus corações mediante a obra interior da
regeneração pelo ESPÍRITO SANTO (v. 9), e (b) ao batizá-los no ESPÍRITO SANTO
imediatamente, com o sinal acompanhante de falar em línguas (At 10.44-46;
11.15-18).
15.11 PELA GRAÇA DO SENHOR JESUS CRISTO. A questão essencial da conferência de
Jerusalém era se a circuncisão e a obediência à lei de Moisés eram necessárias
à
salvação em CRISTO. Os representantes que se reuniram ali, chegaram à conclusão
de que os gentios eram salvos pela graça do Senhor JESUS, que lhes perdoara os
pecados e deles fizera novas criaturas. A graça é concedida à pessoa que se
arrepende do pecado e crê em CRISTO como Senhor e Salvador (At 2.38,39). Essa
receptividade à graça de DEUS capacita a pessoa a receber o poder de tornar-se
filho de DEUS (Jo 1.12)
15.14 PARA TOMAR DELES UM POVO. O plano de DEUS para a presente era é tirar
dentre todas as nações um povo para si, para o seu nome. Esse corpo de CRISTO,
constituído daqueles que largaram o presente sistema mundano, ora prepara-se na
qualidade de noiva de CRISTO (Ap 19.7,8).
15.16 O TABERNÁCULO DE DAVI. Tiago indica que a missão redentora de CRISTO
abrange tanto os judeus quanto os gentios. A tenda de Davi, que caiu (ver Am
9.11-15), refere-se a um remanescente de Israel que sobrevive ao juízo divino.
(1) A profecia de Amós declara o seguinte: (a) DEUS julgará com destruição a
nação pecaminosa de Israel, porém não totalmente. (b) Ele destruirá todos os
pecadores da casa de Jacó (Am 9.8-10). (c) Depois da destruição dos judeus
ímpios, DEUS a edificará como nos dias da antiguidade (cf. Am 9.11). (2) A
salvação desse remanescente purificado dentre os judeus, levará as nações a
buscarem o Senhor (v. 17). Noutros textos, Paulo diz a mesma coisa,
referindo-se à bênção dos gentios como resultado do remanescente judaico de
reconciliar-se com DEUS (ver Rm 11.11-15, 25,26).
15.28 PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO. A conferência de Jerusalém foi dirigida
pelo ESPÍRITO SANTO. JESUS prometera que o ESPÍRITO SANTO guiaria os fiéis em
toda a verdade (Jo 16.13). As decisões da igreja não devem ser tomadas pelo
homem apenas; este deve buscar a direção do ESPÍRITO, mediante oração e jejum e
a fidelidade à Palavra de DEUS até que a vontade divina seja claramente
discernida (cf. At 13.2-4). A igreja, para ser realmente a igreja de CRISTO,
deve ouvir o que o ESPÍRITO diz às igrejas locais (cf. Ap 2.7).
15.29 QUE VOS ABSTENHAIS. O ESPÍRITO SANTO (v. 28) estabeleceu certos limites
que possibilitam a convivência harmoniosa entre os cristãos judaicos e seus
irmãos gentios. Os gentios deviam se abster de certas práticas consideradas
ofensivas aos judeus (v. 29). Uma das maneiras de medir a maturidade do cristão
é ver a sua disposição de refrear-se das práticas que certos cristãos
consideram certas e outros consideram erradas (ver o ensino bíblico por Paulo,
em 1 Co 8.1-11).
15.39 CONTENDA. Às vezes, surgem divergências entre crentes que amam ao Senhor
e que também amam uns aos outros. Quando elas não podem ser solucionadas, é
melhor desistirem de convencer um ao outro e deixar que DEUS opere a sua
vontade na vida de todos os envolvidos. Diferenças de opiniões que levam à
separação, como no caso de Paulo e Barnabé, nunca devem ser acompanhadas de
amarguras e hostilidades. Tanto Paulo quanto Barnabé continuaram seus trabalhos
na causa de DEUS, com sua bênção e graça.
16.5 AS IGREJAS ERAM CONFIRMADAS. Ver At 12.5 sobre a forma de
estabelecimento de igrejas no NT.
16.6 IMPEDIDOS PELO ESPÍRITO SANTO. Toda a iniciativa no evangelismo e na
atividade missionária, especialmente no caso das viagens missionárias
registradas em Atos, deve ser orientada pelo ESPÍRITO SANTO, como vemos em At
1.8; 2.14-41; 4.8-12,31; 8.26-29,39,40; 10.19,20; 13.2; 16.6-10; 20.22. A
orientação aqui, pode ter ocorrido em forma de uma revelação profética, de um
impulso interior, de circunstâncias externas, ou visões (vv. 6-9). Pelo impulso
do ESPÍRITO, avançavam para levar o evangelho aos não salvos. Quando o ESPÍRITO
os impedia de ir numa direção, iam noutra, confiando nEle para aprovar ou
desaprovar seus planos de viagem.
16.16 ESPÍRITO DE ADIVINHAÇÃO. As expressões vocais demoníacas da jovem escrava
eram consideradas a voz de um deus; por isso, os serviços dela como adivinha
eram muito procurados, dando grande lucro aos seus donos. Através de Paulo,
CRISTO demonstrou aqui, mais uma vez, seu poder sobre o império do mal.
16.23 HAVENDO-LHES DADO MUITOS AÇOITES. A lei judaica sobre castigo por açoites
prescrevia até quarenta açoites para o culpado, dependendo do juiz (Dt 25.2,3).
O costume judaico era usar o chicote com três a cinco tiras de couro presas a
um cabo curto. Aqui trata-se do costume romano (v.21) que usava a vara. Os
açoites eram aplicados ao corpo desnudo do preso (vv. 22,23). Dependendo do
juiz romano, este castigo podia ser terrivelmente cruel, por não estar fixado
em lei o número de açoites por castigo. Muitas vezes o preso morria em
consequência dos açoites. Os açoites de Paulo em 2 Co 11.24,25 abrangem tanto o
açoitamento judaico (v. 24 recebi dos judeus ), como o romano (v. 25 fui
açoitado com varas ). Em 2 Co 11.24 vemos a crueldade dos judeus contra Paulo
neste tipo de castigo. Davam-lhe 39 açoites para que pudessem depois
aplicar-lhe idêntico castigo, uma vez que a lei mosaica limitava a 40 o total
de açoites (Dt 25.3). Certamente foi nas sinagogas que Paulo mais sofreu o
açoitamento dos judeus, pois ele costumava frequentá-las para pregar a
CRISTO. Os judeus não tinham autoridade para decretar pena de morte por estarem
sob domínio romano, mas podiam castigar.
16.25 ORAVAM E CANTAVAM HINOS. Paulo e Silas estavam sofrendo a humilhação do
encarceramento, tendo seus pés presos ao tronco e as costas laceradas por
açoites. No meio desse sofrimento, no entanto, oravam e cantavam hinos de
louvor a DEUS (cf. Mt 5.10-12). Aprendemos da experiência missionária deles:
(1) que a alegria do crente vem do interior e independe das circunstâncias
externas; a perseguição não pode destruir nossa paz e nossa alegria (Tg 1.2-4);
(2) que os inimigos de CRISTO não poderão destruir a fé em DEUS e o amor por
Ele que o crente tem (Rm 8.35-39); (3) que mesmo no meio das piores
circunstâncias, DEUS dá graça suficiente àqueles que estão na sua vontade e que
sofrem por amor ao seu nome (Mt 5.10-12; 2 Co 12.9,10); (4) que sobre aqueles
que sofrem por amor ao nome de CRISTO, repousa o ESPÍRITO da glória de DEUS (1
Pe 4.14).
16.26 FORAM SOLTAS AS PRISÕES DE TODOS. Por todo o livro de Atos, Lucas
enfatiza que nada pode impedir o avanço do evangelho de CRISTO quando propagado
por crentes fiéis. Em Filipos, DEUS interveio, e Paulo e Silas foram libertos
por um terremoto enviado por Ele. O resultado foi um maior progresso do
evangelho, destacando-se a salvação do carcereiro e de todos os seus familiares
(vv. 31-33).
16.30 QUE É NECESSÁRIO QUE EU FAÇA PARA ME SALVAR? Esta é a pergunta mais
importante que alguém se pode fazer. A resposta dos apóstolos é: Crê no Senhor
JESUS CRISTO (v. 31). (1) Crer no Senhor JESUS é achegarmo-nos a Ele como o
nosso vivo e divino Redentor, nosso Salvador da condenação eterna e o Senhor da
nossa vida. É crer que Ele é o Filho de DEUS enviado pelo Pai e que tudo quanto
Ele é verdadeiro e final para a nossa vida. É crer que Ele perdoa os nossos
pecados, torna-nos seus filhos, dá-nos o ESPÍRITO SANTO e está sempre presente
conosco para nos ajudar, guiar, consolar e nos levar até ao céu. (2) A fé
salvífica é muito mais do que crer em verdades a respeito de CRISTO. Ela nos
aproxima dEle, faz-nos permanecer nEle e entregar-lhe nossa vida conturbada, na
confiança de que Ele, sua Palavra e o ESPÍRITO SANTO nos conduzirão através
desta vida à gloriosa presença do Pai.
17.11 EXAMINANDO CADA DIA NAS ESCRITURAS. O exemplo dos crentes
bereanos serve de modelo para todos quantos ouvem os pregadores e ensinadores
expondo as Escrituras. Nenhuma interpretação ou doutrina deve ser aceita sem
exame. Pelo contrário, tudo deve ser examinado cuidadosamente mediante o estudo
pessoal das Escrituras. A palavra traduzida examinar (gr. anakrino) significa
peneirar para cima e para baixo; fazer um exame cuidadoso e exato . A pregação
bíblica deve levar os ouvintes a se tornarem estudantes da Bíblia. A veracidade
de toda doutrina deve ser averiguada de conformidade com a Palavra de DEUS (ver
Ef 2.20).
17.16 O SEU ESPÍRITO SE COMOVIA. Vendo a idolatria e a corrupção moral, Paulo
ficou indignado e contristado (ver Hb 1.9); seu espírito se comovia, vendo o
povo perdido e carente de salvação. Paulo revelou a mesma atitude de JESUS ante
o pecado e sua obra destrutiva (ver Jo 11.33). Uma atitude de ira santa contra
o pecado e a imoralidade deve ser comum a todos os que têm o espírito de
CRISTO. Pela causa de CRISTO e da salvação dos perdidos, nosso espírito deve
insurgir-se contra o pecado exposto nas Escrituras, pois ofensivo a DEUS e
destrói a raça humana (cf. 1 Co 6.17).
17.30 ANUNCIA AGORA A TODOS...QUE SE ARREPENDAM. No passado, antes do pleno
conhecimento de DEUS manifesto à raça humana através de JESUS CRISTO, DEUS deixou
impune a ignorância humana quanto à sua Pessoa, bem como boa parte do pecado
humano (cf. Rm 3.25). Agora, com a plena e perfeita revelação de DEUS através
da vinda de CRISTO, a Palavra de DEUS ordena a todos que se arrependam e creiam
em JESUS como seu Senhor e Salvador. Não haverá exceção, pois DEUS não tolerará
os pecados de quem quer que seja. Todos devem abandonar seus pecados, ou serão
condenados. O arrependimento, está bem claro, é essencial à salvação (ver Mt
3.2).
17.31 COM JUSTIÇA HÁ DE JULGAR O MUNDO. Para outras referências dos escritos de
Paulo sobre dia destinado por DEUS para o julgamento do mundo, ver Rm 2.5,16; 1
Co 1.8; Fp 1.6,10; 1 Ts 5.2,4; 2 Ts 1.7-10; 2.2.
18.3 DO MESMO OFÍCIO. Paulo exercia uma profissão além de pregar o
evangelho. Ele fabricava tendas e ganhava a vida assim, enquanto viajava ou
ficava hospedado com alguém (At 20.34; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.8). Fica claro, pelo
exemplo de Paulo, que os pastores que precisam trabalhar para ajudar no
sustento de si mesmo e de sua família não têm o seu ministério inferior ao dos
outros. A vocação ministerial que incluir uma outra secular (uma profissão) tem
precedente bíblico e até mesmo apostólico.
18.9 NÃO TEMAS. Este trecho revela os sentimentos internos e humanos do
apóstolo. A oposição e o ódio a Paulo e ao evangelho estavam aumentando, e ele
começava a recear e hesitar quanto à sua permanência em Corinto (cf. 1 Co 2.3).
Esses mesmos sentimentos ocorrem às vezes no coração de todos os fiéis de DEUS,
até mesmo em homens como Elias (1 Rs 19.4) e Jeremias (Jr 15.15). Ocorrendo
isso, DEUS socorrerá seus santos, fortalecendo seus corações. A promessa da sua
presença (v. 10) é suficiente para livrá-los do medo e dar-lhes a certeza e a
paz necessárias para cumprirem a vontade de DEUS para suas vidas (vv. 10,11).
18.10 PORQUE EU SOU CONTIGO. Estas palavras de CRISTO, dirigidas a Paulo, não
se referem à sua presença geral em todos os lugares, i.e., sua onipresença (cf.
Sl 139; Jr 23.23,24; Am 9.2-4; At 17.26-28). Pelo contrário, referem-se à sua presença
específica entre os seus servos. Tal presença de CRISTO significa que Ele
pessoalmente está ali para nos comunicar sua vontade, amor e comunhão. Ele está
presente entre nós para agir em todas as situações da nossa vida, para
abençoar, ajudar, proteger e guiar. (1) Podemos aprender mais desta verdade de
CRISTO conosco , examinando os trechos do AT em que DEUS declarou que estava
pessoalmente com seus fiéis. Quando Moisés temeu voltar ao Egito, DEUS lhe
disse: Eu serei contigo (Êx 3.12). Quando Josué assumiu a liderança de Israel,
depois da morte de Moisés, DEUS prometeu: serei contigo; não te deixarei nem te
desampararei (Js 1.5). E DEUS encorajou Israel com estas palavras: Quando
passares pelas águas, estarei contigo... Não temas, pois, porque estou contigo
(Is 43.2,5). (2) No NT, Mateus declara que o propósito da vinda de JESUS ao
mundo foi tornar em realidade concreta a presença de DEUS entre seu povo. Seu
nome é Emanuel , que significa DEUS conosco (Mt 1.23). De novo, no fim do seu
Evangelho, Mateus registra a promessa que JESUS legou aos seus discípulos: eis
que eu estou convosco todos os dias (Mt 28.20). Marcos termina seu evangelho
com as palavras: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes,
cooperando com eles o Senhor (Mc 16.20).
18.23 CONFIRMANDO A TODOS OS DISCÍPULOS. Assim começa a terceira viagem
missionária de Paulo (At 18.23; 21.15). Ele parte para visitar as igrejas
fundadas na sua primeira viagem (At 13 ;14), e na segunda (At 15.36; 18.22).
Paulo jamais ganhou convertidos para depois esquecê-los; empenhava-se de igual
modo no discipulado desses novos crentes, fortalecendo-os no caminho de CRISTO.
Todos os novos crentes devem ser, sem demora, procurados por cristãos firmes na
fé, que orarão com eles, lhes ensinarão como viver a vida cristã e os motivarão
a reunir-se com outros crentes para adoração, oração, ministração da Palavra e
as manifestações do ESPÍRITO SANTO para o bem de todos (At 2.42; Mt 28.19,20;
1Co 12.7-11; 14.1ss.).
18.25 CONHECENDO SOMENTE O BATISMO DE JOÃO. Nessa ocasião, era limitada a
compreensão que Apolo tinha do evangelho. Aceitara o batismo de João e crera em
JESUS como o Messias crucificado e ressurreto. O que ele ainda não sabia era
que o próprio JESUS agora batizava todos os crentes com o ESPÍRITO SANTO. Os
crentes de Éfeso estavam em situação bem semelhante (At 19.2,6).
19.1 ÉFESO... ALGUNS DISCÍPULOS. Estes discípulos de Éfeso eram
cristãos, ou discípulos de João Batista? Ambas as hipóteses são possíveis. (1)
Alguns acham que eram cristãos. (a) Lucas os chama discípulos (v. 1), palavra
esta que ele comumente aplica aos cristãos. Se Lucas quisesse indicar que eram
apenas discípulos de João Batista, e não de CRISTO, teria dito isto mais
claramente. (b) Paulo se dirige a eles como a crentes (v. 2). O verbo crer é
empregado cerca de vinte vezes em Atos sem nenhum objeto direto. Em todos os
demais casos, o contexto indica que o sentido é crer em CRISTO de modo
salvífico. (2) Outros argumentam que os discípulos de Éfeso eram discípulos de
João Batista que ainda esperavam a chegada do Messias. Depois de terem ouvido a
respeito de JESUS da parte de Paulo, creram nEle como o CRISTO predito nas
Escrituras, e nasceram de novo pelo ESPÍRITO (vv. 4,5). (3) Em qualquer das
hipóteses, fica claro que foi somente depois de crerem, de serem batizados e
receberem a imposição das mãos, é que foram cheios do ESPÍRITO SANTO (vv. 5,6).
19.2 RECEBESTES VÓS JÁ O ESPÍRITO SANTO...? Observe os fatos abaixo, no tocante
aos discípulos de Éfeso. (1) A pergunta de Paulo sugere enfaticamente que ele
os tinha como cristãos verdadeiramente convertidos, mas que ainda não tinham
recebido a plenitude do ESPÍRITO SANTO. (2) A pergunta de Paulo, nesse
contexto, refere-se ao batismo do ESPÍRITO SANTO como revestimento de poder e
capacitação para o serviço, da mesma forma que ocorreu aos apóstolos no
Pentecoste (cf. 1.8; 2.4). Ela não pode referir-se à presença do ESPÍRITO
habitando no crente, porque Paulo sabia claramente que todos os crentes têm o
ESPÍRITO habitando neles desde o primeiro momento da conversão e da regeneração
(Rm 8.9). (3) A tradução literal da pergunta de Paulo é: Tendo crido,
recebestes o ESPÍRITO SANTO? Tendo crido (gr. pisteusantes, de pisteuo) é um
particípio aoristo que normalmente indica ação anterior à ação do verbo principal
(neste caso, receber ). Por isso, é possível traduzir assim: Recebestes já o
ESPÍRITO SANTO depois que crestes? Isto concorda plenamente com o contexto do
trecho, pois foi exatamente isto que aconteceu aos crentes de Éfeso. (a) Já
tinham crido em CRISTO antes de Paulo conhecê-los (vv. 1,2). (b) Passaram,
então, a ouvir a Paulo e crer em todas as suas demais mensagens que ele lhes
deu a respeito de CRISTO e do ESPÍRITO SANTO (v. 4). (c) A seguir, Paulo
aceitou a fé em CRISTO desses efésios como genuína e adequada, pois os batizou
em nome do Senhor JESUS (v. 5). (d) Foi somente, então, depois de crerem e
serem batizados em água, que Paulo lhes impôs as mãos e veio sobre eles o
ESPÍRITO SANTO (v. 6). Houve, portanto, um intervalo de tempo entre o ato de crerem
em CRISTO e a vinda do ESPÍRITO, enchendo-os do seu poder. A pergunta de Paulo,
nesse contexto, indica que ele achava plenamente possível crer em CRISTO sem
experimentar o batismo no ESPÍRITO SANTO. Esse trecho é fundamental por
demonstrar que uma pessoa pode ser crente sem ter a plenitude do ESPÍRITO
SANTO.
19.2 NEM AINDA OUVIMOS. A resposta dos crentes efésios à pergunta de Paulo, não
significa que nunca tinham ouvido falar do ESPÍRITO SANTO. Certamente conheciam
os ensinos do AT a respeito do ESPÍRITO, e com certeza tinham ouvido a mensagem
de João Batista a respeito do batismo no ESPÍRITO SANTO que CRISTO traria (Lc
3.16). O que ainda não tinham ouvido era que o ESPÍRITO já estava sendo
derramado sobre os crentes (At 1.5,8).
19.5 FORAM BATIZADOS. O batismo em água, em nome do Senhor JESUS , desses doze
crentes de Éfeso (v. 7), testifica que tinham fé salvífica e que eram nascidos
de novo pelo ESPÍRITO. Neste caso, o batismo em água precedeu o recebimento da
plenitude do ESPÍRITO SANTO (v. 6).
19.6 VEIO SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO. Esse evento ocorre cerca de 25 anos
depois do primeiro Pentecoste (2.4); mesmo assim, o padrão do recebimento por
esses doze homens da plenitude do ESPÍRITO SANTO está conforme o modelo normal
já apresentado por Lucas (ver At 8.5-24). (1) Tinham crido em JESUS e tinham
nascido de novo pelo ESPÍRITO. (2) Depois de terem sido batizados em água (v.
5), Paulo impôs sobre eles as mãos, e foram batizados no ESPÍRITO SANTO. (3)
Quando o ESPÍRITO SANTO veio sobre eles, começaram a falar noutras línguas e a
profetizar. Lucas nunca apresenta o derramamento do ESPÍRITO SANTO como algo
que se possa perceber somente pela fé. Pelo contrário, mostra que é uma
experiência identificável e que pode ser comprovada objetivamente; falar em
línguas era a comprovação externa e visível que o ESPÍRITO SANTO viera sobre
esses seguidores de JESUS.
19.12 LENÇOS E AVENTAIS. O ministério de Paulo em Éfeso foi marcado por
milagres extraordinários de curas e de expulsão de demônios, levados a efeito
de modo direto, ou através de lenços e aventais que ele carregava (i.e., lenços
para enxugar suor e aventais usados por ele no trabalho com tecido e couro, na
confecção de tendas) (At 18.3). As doenças desapareciam e os maus espíritos
saíam, quando os sofredores tocavam nesses panos (cf. At 5.15; Mc 5.27). Os
evangelistas atuais que procuram obter dinheiro vendendo lenços, azeite, água,
etc., ungidos , com a mesma finalidade, não estão agindo segundo os motivos e o
caráter de Paulo, pois ele não usava essas coisas em troca de dinheiro. Ele
apenas multiplicou o poder que nele havia, através desses meios tangíveis, e
assim curou e libertou mais pessoas do que impondo as mãos pessoalmente. Não se
trata aqui de ensino doutrinário como um princípio permanente, mas do registro
de um caso no ministério de Paulo, dirigido por DEUS.
19.19 ARTES MÁGICAS. Esta expressão refere-se à prática da feitiçaria. A queima
pública dos livros de magia demonstra que aqueles novos crentes em CRISTO eram
imediatamente ensinados a largarem as práticas do ocultismo. A bruxaria, a
magia negra, a feitiçaria, o espiritismo e outras práticas de ocultismo são
atividades satânicas totalmente incompatíveis com o evangelho de CRISTO.
Ninguém pode ser crente genuíno em CRISTO e, ao mesmo tempo, manter comunicação
com maus espíritos, ou procurar manter contato com os mortos. DEUS proíbe e
condena todas essas práticas, por serem abominações (Dt 18.9-13). Mexer com
ocultismo e espiritismo é expor-se à poderosa influência satânica e à possessão
demoníaca.
20.19 COM MUITAS LÁGRIMAS. Paulo, em muitas ocasiões, menciona que
servia ao Senhor com lágrimas (v. 31; 2 Co 2.4; Fp 3.18). Nesse discurso diante
dos anciãos de Éfeso (vv. 17-38), Paulo refere-se à admoestação que, com
lágrimas, lhes dirigiu durante três anos (v. 31). As lágrimas não resultaram de
fraqueza; pelo contrário, Paulo via a condição perdida da raça humana, a
maldade do pecado, a distorção do evangelho e o perigo de rejeitar o Senhor,
como coisas tão graves, que sua pregação era frequentemente acompanhada de
lágrimas (cf. Mc 9.24; Lc 19.41).
20.20 NADA... DEIXEI DE VOS ANUNCIAR. Paulo pregava tudo que era útil ou
necessário à salvação de seus ouvintes. O ministro do evangelho deve ser fiel
ao anunciar toda a verdade de DEUS à sua congregação. Não deve procurar agradar
aos desejos dos ouvintes, nem satisfazer o gosto deles, nem promover sua
própria popularidade. Mesmo se tiver que falar palavras de repreensão e de
reprovação, ensinar contrariamente a preconceitos naturais, ou pregar padrões
bíblicos opostos aos desejos da natureza carnal; o pregador fiel entregará a
verdade plena por amor ao rebanho (e.g., Gl 1.6-10; 2 Tm 4.1-5).
20.22 LIGADO EU PELO ESPÍRITO. O espírito de Paulo, sob o controle do ESPÍRITO
SANTO, sentia-se compelido a ir até Jerusalém. Sabia que aflições e sofrimentos
o aguardavam (v. 23), mas confiou em DEUS, não sabendo se isso redundaria em
vida ou em morte para ele (ver At 21.4).
20.23 O ESPÍRITO SANTO... ME REVELA. A revelação do ESPÍRITO SANTO a Paulo de
que prisões e tribulações o esperavam provavelmente veio-lhe através dos
profetas, nas igrejas por onde ele ia passando (cf. 1 Co 12.10).
20.24 EM NADA TENHO A MINHA VIDA POR PRECIOSA. A preocupação principal de Paulo
não era preservar a sua própria vida. O mais importante para ele era cumprir o
ministério para o qual DEUS o chamara. Seja qual fosse o fim em vista, mesmo em
se tratando do sacrifício da sua vida, ele, com alegria, iria até o fim da sua
carreira com esta confiança: CRISTO será, tanto agora como sempre, engrandecido
no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte (Fp 1.20). Engrandecermos a
CRISTO estando vivos é fácil entender; mas engrandecê-lo por nossa morte é
difícil para todos entender e aceitar. Para Paulo, a vida e o serviço para
CRISTO são representados como uma carreira ou corrida que se deve correr com
absoluta fidelidade ao seu Senhor (cf. At 13.25; 1 Co 9.24; 2 Tm 4.7; Hb 12.1).
20.26 ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS. A palavra sangue é empregada normalmente
no sentido de derramamento de sangue, ou seja: o crime de provocar a morte
dalguma pessoa (cf. 5.28; Mt 23.35; 27.25). (1) Aqui significa que se alguém
ali morresse espiritualmente e se perdesse para sempre, Paulo estaria isento de
culpa. (2) Se os pastores não quiserem ser considerados culpados pela perdição
de pessoas que eles pastoreiam, deverão declarar-lhes toda a vontade de DEUS
(v. 27).
20.28 OLHAI... POR TODO O REBANHO.
20.29 ENTRARÃO... LOBOS CRUÉIS. Movidos pela ambição de edificar seus próprios
impérios, ou por amor ao dinheiro, ao poder, ou à popularidade (e.g., 1 Tm
1.6,7; 2 Tm 1.15; 4.3,4; 3Jo 9), impostores na igreja, perverterão o evangelho
original segundo o NT: (1) repudiando ou rejeitando algumas das suas verdades
fundamentais; (2) acrescentando-lhe idéias humanistas, filosofias, sabedoria ou
psicologia; (3) misturando suas doutrinas e práticas com coisas como os ensinos
malignos da Nova Era ou do ocultismo e espiritismo; (4) e tolerando modos de
vida imorais, contrários aos retos padrões de DEUS (ver 1 Tm 4.1; Ap 2.3). Que
tais lobos realmente entraram no meio do rebanho e perverteram a doutrina e
prática apostólicas em Éfeso, fica evidente em 1 Tm 1.3,4,18,19; 4.1-3; 2 Tm
1.15; 2.17,18; 3.1-8. As epístolas pastorais revelam uma rejeição geral dos
ensinos bíblicos apostólicos, que naquele tempo começou a ganhar ímpeto em toda
a província da Ásia
20.31 PORTANTO, VIGIAI. Os dirigentes do povo de DEUS sempre devem ter
sensibilidade para discernir os membros das suas congregações, que não são
sinceramente leais, e dedicados a viver conforme a mensagem original de CRISTO
e dos apóstolos. Devem estar em tão íntima comunhão com o ESPÍRITO SANTO que,
com cuidados e lágrimas, se preocupem com seus membros, sem nunca cessar, noite
e dia, de admoestar o rebanho, a respeito do perigo que o ameaça, sempre
dirigindo os fiéis para o único alicerce seguro CRISTO e a sua Palavra.
20.33 DE NINGUÉM COBICEI A PRATA. Paulo dá um exemplo a todos os ministros de
DEUS. Ele nunca visou a riqueza, nem buscou enriquecer através do seu trabalho
no evangelho (cf. 2 Co 12.14). Paulo teve muitas oportunidades de acumular
riquezas. Como apóstolo, tinha influência sobre os crentes, e realizava
milagres de curas; além disso, os cristãos primitivos estavam dispostos a doar
dinheiro e propriedades aos líderes eclesiásticos de destaque, para serem
distribuídos aos necessitados (ver At 4.34,35,37). Se Paulo tivesse tirado
vantagem dos seus dons e da sua posição, e da generosidade dos crentes, poderia
ter tido uma vida abastada. Não fez assim porque o ESPÍRITO SANTO dentro dele o
orientava, e porque amava o evangelho que pregava (cf. 1 Co 9.4-18; 2 Co
11.7-12; 12.14-18; 1 Ts 2.5,6).
20.37 UM GRANDE PRANTO ENTRE TODOS. Esta partida de Paulo dentre os obreiros de
Éfeso é um exemplo notável da comunhão e amor que deve haver entre os cristãos.
Paulo lhes serviu com desvelo e solicitude altruístas, compartilhou das suas
alegrias e tristezas e lhes ministrou em meio a lágrimas e provações (vv.
19,31). Com o coração partido, prantearam ao pensar que não veriam mais o rosto
do apóstolo (v. 38). O mútuo amor profundo entre Paulo e os anciãos de Éfeso
deve caracterizar todos os obreiros cristãos entre si.
21.4 PELO ESPÍRITO... QUE NÃO SUBISSE A JERUSALÉM. Pelo ESPÍRITO ,
aqui, significa por causa do que o ESPÍRITO dissera . Ó ESPÍRITO SANTO não
estava proibindo Paulo de ir a Jerusalém, pois era da vontade de DEUS que ele
fosse (ver v. 14; 23.11). DEUS, porém, estava dando a Paulo um aviso: que muito
sofrimento o aguardava na sua ida para lá. Provavelmente o ESPÍRITO disse aqui,
em Tiro, o mesmo que dissera em Cesaréia (vv. 8-14). Paulo, porém, estava
decidido e disposto até mesmo a morrer por amor do evangelho (vv. 10-14).
21.9 FILHAS...QUE PROFETIZAVAM. A igreja pode receber o dom espiritual de
profetizar (i.e., um dos dons de manifestação do ESPÍRITO) cf. 1 Co 11.5;
12.10,11. Entretanto, nos escritos do NT não consta que uma mulher exercesse o
ministério de profeta. O versículo em apreço diz que as quatro filhas de Filipe
profetizavam (gr. propheteusai), mas não são chamadas profetizas. Por outro
lado, somente homens, como é o caso de Ágabo, em At 21.10, são chamados
profetas; isto quanto ao dom ministerial de profecia (ver Ef 4.11; 1 Co 12.4; 1
Co 12.1).
21.10 UM PROFETA, POR NOME ÁGABO. Ágabo, um dos profetas que predisseram a fome
de 46 d.C. (At 11.27,28), agora prediz que Paulo será preso e encarcerado.
Quanto mais perto de Jerusalém Paulo se aproximava, tanto mais claras e
específicas ficaram as revelações sobre a sua ida (v. 11). A profecia de Ágabo
não dizia que Paulo não fosse a Jerusalém, mas somente o que lhe aguardava se
fosse. Note que, em nenhum incidente registrado no NT, o dom de profecia foi
usado para dirigir pessoas em casos que pudessem ser resolvidos pelos
princípios bíblicos. As decisões no tocante à moralidade, compra e venda, ao
casamento, ao lar e à família devem ser tomadas mediante a aplicação e
obediência aos princípios da Palavra de DEUS e não meramente à base de uma
profecia . No NT, expressões vocais proféticas visavam, em primeiro lugar, à
edificação, exortação e consolação da igreja (1 Co 14.3), e
frequentemente à orientação no cumprimento de missão (ver 16.16).
21.13 MAS PAULO RESPONDEU. Este trecho demonstra que a vontade da maioria, ou
até mesmo o desejo unânime de crentes genuínos e sinceros, nem sempre significa
a vontade de DEUS. Paulo não estava indiferente à imploração e às lágrimas dos
seus amigos; mesmo assim, não podia alterar seu propósito resoluto em sofrer
encarceramento e até mesmo morrer por amor ao nome do Senhor JESUS.
21.14 FAÇA-SE A VONTADE DO SENHOR. Muitos discípulos (v. 4), bem como o profeta
Ágabo (v. 11), profetizaram dos sofrimentos que Paulo passaria se fosse a
Jerusalém. Estes cristãos interpretaram a palavra profética como uma orientação
pessoal a Paulo para que ele não fosse a Jerusalém (vv. 4,12). Paulo, embora
reconhecesse a veracidade da revelação (v. 11), não aceitou a sincera
interpretação que os discípulos deram à profecia (v. 13). Confiava na
orientação pessoal do ESPÍRITO SANTO e na Palavra de DEUS aplicada pessoalmente
a si para tomar uma decisão tão importante (At 23.11; ver At 21.4). No tocante
ao nosso ministério futuro, devemos esperar numa palavra pessoal de DEUS, e não
meramente depender da palavra dos outros.
21.20 CRÊEM... ZELOSOS DA LEI. Tiago e Paulo sabiam que as cerimônias judaicas
não salvavam ninguém (cf. At 15.13-21; Gl 2.15-21). Reconheciam, porém, que
parte da lei e dos costumes judaicos podiam ser observados como uma expressão
da fé em CRISTO por parte do crente e do seu amor por Ele. Os crentes judaicos
tinham, com toda a sinceridade, aceitado a CRISTO, sido regenerados pelo
ESPÍRITO e cheios dEle. Seu zelo pela lei e pelos costumes não vinha de uma
atitude legalista, mas de corações dedicados a CRISTO e da lealdade aos
caminhos de DEUS (ver Mt 7.6).
22.16 BATIZA-TE. O batismo em água acompanhava a proclamação do
evangelho desde o início da missão da igreja. Era um rito da iniciação cristã
usado no NT para indicar que a pessoa se dedicava plenamente a JESUS CRISTO (At
2.38,41). Ao entrarem na água batismal, em nome da Trindade (Mt 28.19), os
crentes demonstravam publicamente a sua fé diante da comunidade cristã. (1) O
batismo nas águas (At 2.38; cf. Mt 28.19) significa que a pessoa passou a
pertencer a CRISTO, e compartilha da sua vida, do seu ESPÍRITO e da sua filiação
com DEUS (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7). (2) O batismo em água é a resposta positiva
do crente ao que CRISTO fez por ele. Para ser válido, deve ser precedido de
arrependimento (At 2.38) e de fé pessoal em CRISTO (Cl 2.12). (3) O batismo em
água, quando praticado com um coração sincero, com fé e dedicação a CRISTO como
Senhor e Salvador, é um meio de receber graça da parte de CRISTO (cf. 1 Pe
3.21). (4) O batismo em água é um sinal e testemunho exterior do recebimento de
CRISTO como Senhor e Salvador, e da remoção total dos pecados pela lavagem
espiritual (cf. At 2.38; Tt 3.5; 1 Pe 3.21). (5) O batismo em água representa a
união entre o crente e CRISTO na sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm
6.1-11; Cl 2.11,12). Significa o fim (i.e., a morte ) de uma vida de pecado (Rm
6.3,4,7,10,12; Cl 3.3-14), e o início de uma nova vida em CRISTO (Rm 6.4,5,11;
Cl 2.12,13). Por isso, o batismo em água inclui o compromisso vitalício de se
virar as costas ao mundo e a tudo quanto é mau (Rm 6.6,11-13), e comprometer-se
a viver uma nova vida no ESPÍRITO, que demonstre os padrões divinos da justiça
(Cl 2.1-17)
22.16 LAVA OS TEUS PECADOS. Paulo foi convertido e salvo na estrada de Damasco
(ver At 9.5a). Seu batismo foi seu testemunho público do perdão recebido, do
seu compromisso em abandonar todo o pecado e identificar-se com a causa de
CRISTO.
22.17 FUI ARREBATADO. O termo arrebatamento ou êxtase refere-se aqui a um
estado mental em que a atenção da pessoa fica plenamente consciente na esfera
do ESPÍRITO, em vez da natural. Em tais ocasiões a pessoa fica especialmente
receptiva à revelação da parte de DEUS, e movida pelo ESPÍRITO a uma comunhão
mais profunda e intensa com DEUS (ver o arrebatamento de Pedro em At 10.10;
11.5; cf. 2 Co 12.3,4).
23.1 COM TODA A BOA CONSCIÊNCIA. A consciência é a percepção interior que
testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas
ações. Uma boa consciência diante de DEUS dá o veredito de que não temos
ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A declaração de Paulo (provavelmente com
referência à sua vida pública diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde
ele declara: segundo a justiça que há na lei, irrepreensível . Antes da sua
conversão, ele chegou a crer que praticava a vontade de DEUS ao perseguir os
crentes (At 26.9). A dedicação de Paulo a DEUS, sua total resolução em
agradá-lo e sua vida irrepreensível até mesmo antes da sua conversão a CRISTO,
deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua
infidelidade a CRISTO, alegando que todos pecam e que é impossível viver diante
de DEUS com uma boa consciência.
23.11 APRESENTANDO-SE-LHE O SENHOR. Paulo está ansioso e apreensivo quanto às
coisas que lhe acontecerão. Poderá ser morto em Jerusalém e, assim, seus planos
de levar o evangelho até Roma, e daí para o Ocidente, talvez nunca se realizem.
DEUS lhe aparece nesse momento crítico, encoraja o seu coração e assegura que
ele dará testemunho da sua causa em Roma. As Escrituras registram que DEUS
apareceu a Paulo três vezes para reafirmar-lhe isso (At 18.9,10; 22.17,18;
23.11; cf. 27.23-24; ver At 18.10).
24.14 AQUELE CAMINHO. A salvação consumada por CRISTO é chamada o
Caminho (cf. At 16.17; 19.9,23; 24.14,22). A palavra grega empregada aqui
(hodos), denota caminho ou estrada. O crente do NT via a salvação em CRISTO não
somente como uma experiência a ser recebida, mas também como um caminho a ser
trilhado com fé em JESUS e comunhão com Ele. Precisamos caminhar por aquela
estrada até o fim para desfrutarmos a salvação final na era do porvir.
24.14 CRENDO TUDO QUANTO ESTÁ ESCRITO. A fé que Paulo tinha nas Sagradas
Escrituras como sendo inerrantes, infalíveis e fidedignas em todas as coisas,
contrasta fortemente com muitos ensinadores religiosos destes últimos dias, que
dizem crer em apenas algumas coisas escritas na Lei e nos Profetas. Aqueles que
têm o espírito e a mente de CRISTO (Mt 5.18) e dos apóstolos (v. 14; 2 Tm
3.16), crerão em tudo quanto está escrito na Palavra de DEUS. Aqueles que não
têm as condições acima, não concordarão com essas palavras do grande apóstolo.
24.15 RESSURREIÇÃO... TANTO DOS JUSTOS COMO DOS INJUSTOS. A Bíblia ensina uma
ressurreição dos mortos justos e também uma dos injustos. Os justos
ressuscitarão para viverem para sempre com o Senhor nos seus corpos redimidos
(1 Ts 4.13-18), ao passo que os injustos ressuscitarão para serem julgados por
DEUS (quanto às duas ressurreições, ver Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.6-14). O
fato das duas ressurreições serem mencionadas no mesmo versículo não significa
que elas ocorrem simultaneamente (ver Jo 5.29).
24.16 UMA CONSCIÊNCIA SEM OFENSA. Uma consciência inculpável é citada nas
Escrituras como uma das nossas armas mais essenciais para uma vida e ministério
espirituais bem sucedidos (2 Co 1.12; 1 Tm 1.19). (1) Uma boa consciência
inclui a liberdade interna de espírito que se manifesta quando sabemos que DEUS
não está ofendido por nossos pensamentos e ações (ver At 23.1; Sl 32.1; 1 Tm
1.5; 1 Pe 3.16; 1 Jo 3.21,22). (2) Quando uma boa consciência se corrompe, fé,
vida de oração, comunhão com DEUS e vida de boas obras são gravemente
prejudicadas (Tt 1.15,16); quem rejeita a boa consciência terminará em
naufrágio na fé (1 Tm 1.19).
24.25 JUSTIÇA, E DA TEMPERANÇA, E DO JUÍZO VINDOURO. Quando Paulo fala diante
de Félix a respeito da fé em JESUS CRISTO, e prega a respeito da justiça, e da
temperança e do Juízo vindouro , Félix fica apavorado. Essa reação concorda com
as palavras de JESUS de que quando vier o ESPÍRITO SANTO, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16.8). A salvação de todas as pessoas
depende da proclamação fiel das verdades solenes da Palavra, mediante as quais
o ESPÍRITO SANTO produz convicção no pecador (ver Jo 16.8).
25.8 NÃO PEQUEI... CONTRA A LEI. Paulo não tem conhecimento de nenhum delito
que tivesse cometido contra os judeus ou contra a Lei. Paulo realmente guardava
a lei moral do AT (cf. At 21.24). Sabia que os padrões da lei são imutáveis,
assim como o próprio DEUS é imutável. Para ele a Lei é santa, boa e espiritual
(Rm 7.12,14), e expressa o caráter de DEUS e suas exigências para uma vida
justa (cf. Mt 5.18,19). Mesmo assim, Paulo não guardava a Lei como um conjunto
de códigos ou padrões mediante o qual se tornaria justo.
Uma vida justa requer a obra do ESPÍRITO SANTO no coração e na alma da pessoa.
Somente depois de regenerados mediante a graça de CRISTO é que podemos obedecer
devidamente à lei de DEUS, como expressão do nosso desejo em agradar-lhe. Nunca
estamos sem lei perante DEUS, quando vivemos segundo à lei de CRISTO (1 Co
9.21; ver Mt 5.17; Rm 3.21; 8.4).
26.18 A COMISSÃO DIVINA DE PAULO. Este versículo é uma declaração
típica feita pelo Senhor JESUS daquilo que Ele quer realizar através da
pregação do evangelho aos perdidos. (1) Lhes abrires os olhos . Satanás cegou a
mente dos perdidos para não verem a realidade da sua condição de perdidos que
perecem, nem a verdade do evangelho (2 Co 4.4). Somente pregando a CRISTO
JESUS, no poder do ESPÍRITO SANTO, seu entendimento será aberto (cf. 2 Co 4.5;
Ef 1.18). (2) Os converteres.... do poder de Satanás a DEUS . Satanás é o
governante deste mundo, e todos que não têm CRISTO estão sujeitos ao controle
de Satanás e escravizados pelo seu poder. O espírito de Satanás age em todos os
pecadores, ou seja: nos filhos da desobediência (Ef 2.2). A proclamação do evangelho,
no poder do ESPÍRITO, libertará homens e mulheres do poder de Satanás e os
colocará no reino de CRISTO (ver Cl 1.13; 1 Pe 2.9). (3) A fim de que recebam a
remissão dos pecados . O perdão de DEUS vem mediante a fé em CRISTO, firmada
nos méritos da sua morte sacrificial na cruz. (4) Santificados pela fé em mim .
Aquele que é perdoado, liberto do domínio do pecado e de Satanás, e batizado no
ESPÍRITO SANTO, está separado do mundo e agora vive para DEUS, na comunhão com
todos os demais salvos pela fé em CRISTO.
26.19 NÃO FUI DESOBEDIENTE. Paulo se converteu a CRISTO na sua viagem a
Damasco. A partir daquele momento, passou a ter JESUS como seu Senhor e
Salvador, e dedicou a sua vida a obedecer-lhe (cf. Rm 1.5).
26.20 FAZENDO OBRAS DIGNAS DE ARREPENDIMENTO. Paulo não pregava conforme fazem
alguns, afirmando que a salvação consiste em apenas confiar em CRISTO e na sua
morte expiatória . Os apóstolos declaram que ninguém será salvo em CRISTO, a
não ser que se arrependessem e se convertessem a DEUS, fazendo obras dignas de
arrependimento.
27.24 PAULO, NÃO TEMAS. Enquanto DEUS tiver um lugar e um propósito
na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a DEUS e seguir a direção
do ESPÍRITO SANTO (cf. At 23.11; 24.16), o Senhor o protegerá da morte. Todos
os fiéis de DEUS têm o direito de orar: Ó Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu
meu protetor (cf. Sl 16.1,2).
27.25 TENDE BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem deixar de ser um
homem livre em CRISTO e viver na presença de DEUS, liberto do medo; ao passo
que os demais que estão com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror
por causa dos perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente
sincero e fiel, que experimenta a presença de DEUS, pode enfrentar os perigos
da vida com coragem e certeza em CRISTO.
27.31 SE ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta declaração de Paulo parece colidir
com os vv. 22,24. Se DEUS prometera a Paulo que pouparia as vidas de todos
aqueles que navegavam com o apóstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional
dizendo: não se perderá a vida de nenhum de vós (v. 22), como a deserção dos
marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz na verdade
bíblica de que as promessas de DEUS ao seu povo são normalmente sujeitas à
condição da obediência à sua vontade (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm
14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13; 12.16).
28.5 NÃO PADECEU NENHUM MAL. A experiência de Paulo aqui ilustra
maravilhosamente a promessa de JESUS em Mc 16.18.
28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm
15.22-29), e era da vontade de DEUS que ele assim o fizesse (At 23.11). Quando,
porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos reveses,
tempestades, naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, DEUS
não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma,
podemos estar na vontade de DEUS, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim
sermos dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No
meio de tudo isso, sabemos, porém, que todas as coisas contribuem juntamente
para o bem daqueles que amam a DEUS (Rm 8.28).
28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja primitiva, escrita
por Lucas, termina aqui. Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois anos.
Tinha licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que aconteceu
a Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois
anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom.
Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns poucos
anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à Espanha,
conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período, escreveu 1 Timóteo e Tito.
Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timóteo foi
escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só
terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano
Nero.
28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de modo repentino, sem
nenhuma conclusão formal quanto ao que DEUS realizou através do ESPÍRITO SANTO
e dos apóstolos no NT. A intenção de DEUS é que os atos do ESPÍRITO SANTO e a
pregação do evangelho continuem na vida do povo de CRISTO até o fim dos tempos
(At 2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas, sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, revelou o
padrão daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da
fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e
do poder do ESPÍRITO SANTO operante na igreja e entre os homens. Esse é o
padrão de DEUS para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guardá-lo,
proclamá-lo e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o
que o ESPÍRITO disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a
justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que
lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a DEUS, mais uma vez, uma renovação da
nossa fé no CRISTO ressurreto, e um novo derramamento do seu ESPÍRITO SANTO
O EVANGELHO DE LUCAS - Dicionário Bíblico Wycliffe
Esboço
I. Prefácio, 1.1-4.
II. Narrativas de Nascimentos, 1.5-2.52
III. Missão de João Batista, 3.1-20
IV. Ministério de JESUS na Galileia, 3.21- 9.50
V. Narrativa de Viagem, 9.51-19.44
VI. Ministério em Jerusalém, 19.45-21,38
VII. Experiências da Paixão, 22.1-24.53
Introdução
As evidências do século II para o reconhecimento de Lucas como um dos quatro
evangelhos podem ser encontradas no Cânon Muratório, na obra Diatessaron, e nas
obras de Irineu e Tertuliano. Uma forma mutilada dele foi usada por Márcion (os
textos são coletados na obra de D. Theron, The Evidence of Tradition). Os
manuscritos mais antigos de Lucas que se conhece são os papiros Bodmer (P ,5) e
Chester Beatty (P te) do século III.
A tradição unânime da igreja primitiva é que tanto o terceiro evangelho como
Atos foram escritos por Lucas, o médico, que foi o companheiro de Paulo. Veja
Lucas. O propósito de Atos era ser uma parte de uma obra maior (At 1.1). Ambos
os livros são endereçados a Teófilo, e o vocabulário e o estilo mostram
semelhanças. Esses dois livros juntos formam um grande bloco de material, maior
do que a obra de qualquer outro escritor do NT. Discussões sobre a data do
livro levantam um problema complicado envolvendo a suposição de datas
previamente atribuídas a Marcos e Atos, e a questão se as afirmações em Lucas
19.43ss, e 21,20-24 refletem um conhecimento da queda de Jerusalém em 70 d.C. O
prólogo sugere que algum tempo havia se passado durante o qual outros relatos
haviam sido escritos. Consequentemente, o livro foi provavelmente escrito em
algum momento na segunda metade do século I.
O escritor não foi uma testemunha ocular dos acontecimentos que narra (Lc
1.1,2). Nada claro é conhecido sobre Teófilo, a quem o livro é endereçado,
exceto o título, o que sugere que ele seria um oficial de alta patente (er. At
23,26), Lucas provavelmente escreveu para leitores gentios, uma vez que seu
Iivro é comparativamente livre de citações do AT.
A afirmação do Prólogo Anti-Marcionita de que o evangelho foi escrito na Acaia,
não pode ser nem substanciado nem negado. Alguns têm entendido que o interesse
do escritor pelo movimento do evangelho em direção a Roma, faz desta cidade o
local mais provável da redação. Na falta de informações, não se pode ter
certeza quanto a essas questões.
Lucas escreveu um relato ordenado de acontecimentos para confirmar os
pensamentos daqueles que já haviam crido na verdade que lhes fora ensinada.
Alguns têm pensado que o propósito secundário de Lucas era demonstrar que o
cristianismo não era politicamente perigoso. Esses propósitos são revelados
quando o escritor traça paralelos entre os eventos do evangelho e a história
contemporânea (1.5; 2,1,2; 3.1,2) e, quando, repetidamente, deixa claro que os
apóstolos, embora acusados pela multidão, foram inocentados pelas autoridades.
Tem sido observado que Lucas enfatiza os privilégios dos pobres. Ele está
preocupado com os excluídos da sociedade: a mulher pecadora, o publicano, o
filho pródigo, o samaritano, Ele tenta demonstrar que a vida, morte e ensino do
Senhor JESUS formam uma mensagem de salvação dirigida a todos os homens: a
revelação é dada aos gentios (2.32); os convidados das estradas e das sebes são
forçados a entrar (14.23); a pregação deve ser dirigida a todas as nações
(24.47). Um considerável interesse é demonstrado pelo papel que as mulheres
desempenharam na vida do Salvador. Lucas também está interessado no papel que a
oração ocupava nas práticas devocionais do Senhor JESUS. Nos evangelhos
Sinóticos JESUS ora 15 vezes, das quais 11 são narradas em Lucas. O terceiro
evangelho dá uma grande ênfase ao ESPÍRITO SANTO, uma característica semelhante
ao livro de Atos.
O escritor do terceiro evangelho iniciou seu livro com um prólogo clássico, Ele
era habilidoso em grego e possuía um vocabulário versátil. Ele usou em seu
livro 312 palavras únicas no NT. Embora tenha usado frases gregas ao invés de
frases hebraicas e aramaicas encontradas em Marcos, e embora a expressão “na
verdade” seja preferível a “amém”, os hebraísmos são freqüentes: “E aconteceu
que”; “E eis”. Estas expressões são especialmente freqüentes nas seções de
nascimento e infância como se o escritor conscientemente imitasse o estilo
semita da Septuaginta (LXX), Paul Winter procurou demonstrar em vários artigos
que Lucas usou uma fonte de origem palestina judaica escrita em hebraico para
os caps. 1-2, mostrando, nesta seção, o caráter judaico de várias expressões
(por exemplo. “On the
Margin of Luke I, II”, Studia Theologica, XII [1958], 103-107.
Lucas é caracterizado pelas longas narrativas do nascimento de João
e do Senhor JESUS (1.5-2.52) e pela longa narrativa de viagem (9.51-19.44), que
não são encontradas nos outros evangelhos. Diversas parábolas e milagres
significativos são incluídos na seção final. Dezoito das parábolas de JESUS são
peculiares a Lucas. O Sermão na Planície (6.20-
49) é muito mais breve do que o Sermão do Monte em Mateus, mas outras palavras
de JESUS que fazem um paralelo com o Sermão do Monte estão espalhadas por todo
o livro de Lucas. Somente Lucas conta que CRISTO comeu ao aparecer aos dez
apóstolos (24.36-43). Só ele registra o aparecimento do Senhor aos discípulos
de Emaús (24.1331־).
Veja o tópico Lucas em Evangelhos, Os Quatro. J. P. L.
Atos dos Apóstolos - Dicionário Bíblico Wycliffe
Atos dos Apóstolos, o quinto livro do NT, corresponde ao segundo
volume da história primitiva dos cristãos, do qual, de acordo com Lucas, o
primeiro volume corresponde aos Evangelhos. A unidade essencial desses dois
volumes é evidenciada pelo fato de ambos terem sido endereçados a Teófilo (Lc
1.1-4; At 1.1); pela alusão a Atos como um tratado anterior relativo a tudo que
JESUS começou a fazer e a ensinar, e que está de acordo com o conteúdo dos
Evangelhos; pela ênfase comum feita à pessoa e à obra do ESPÍRITO SANTO; pela
semelhança da linguagem entre os dois documentos e pela afirmação da tradição
que atribui uniformemente a autoria a Lucas, amigo e companheiro de Paulo. É
provável que o título Evangelhos tenha sido escolhido quando Mateus, Marcos e
João combinaram que a obra teria a forma de grupos distintos de narrativas da
vida de JESUS, deixando que Atos se tornasse uma crônica de um período
posterior. A divisão foi feita em uma data anterior, pois a lista ainda
existente dos livros canônicos trata esse livro como uma obra em separado.
Conteúdo
Embora com o nome de Atos dos Apóstolos, ou apenas Atos em alguns manuscritos,
esse livro não descreve os feitos de todos os primeiros seguidores de JESUS.
Seu registro é seletivo e, aparentemente, foi motivado pelo desejo de relatar o
crescimento da Igreja dos gentios desde o dia do Pentecostes até a expansão
para Antioquia e, em seguida, através da missão paulina, até Roma. Sua
organização é principal mente biográfica enfocando personagens tais como Pedro,
Estêvão, Felipe, Barnabé e Paulo.
O livro de Atos está organizado em três partes, baseadas nas palavras de JESUS
que estão citadas em Atos 1.8. “Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que
há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. O primeiro estágio registra os
fundamentos judeus, começando por Jerusalém; o segundo estágio de transição
inclui o desenvolvimento de novas idéias e movimentos na direção do mundo dos
gentios, e o terceiro estágio cobre a missão gentílica de Paulo que o levou
desde Antioquia até a Asia Menor e Roma.
Esboço
O Início da Igreja Cristã
I. Período Inicial: Jerusalém, 1.1-8.3
A. A Incumbência de CRISTO, 1.1-8
B. A Preparação para o Pentecostes, I. 9-26
C. A Fundação da Igreja em Jerusalém, 2.1- 6.7
D. O Ministério de Estêvão, 6.8-8.3
II. O Período de Transição: Antioquia, 8.4-11.18
A. O Ministério de Felipe (Samaria), 8.4-40
B. A Conversão de Paulo, 9.1-31
C. O Ministério de Pedro (Cesaréia), 10.1- 11.18
III. O Período de Expansão: Roma, 11.19-28.31
A. A Transferência para Antioquia,
II. 19-12.25
B. Primeira Viagem Missionária, 13.1- 14.28
C. O Concílio de Jerusalém, 15.1-35
D. Segunda Viagem Missionária, 15.36-18.22
E. Terceira Viagem Missionária. 18.23- 21.14
F. Prisão e Defesa de Paulo, 21.15- 28.31
A primeira seção do livro de Atos introduz o tema através de uma referência às
últimas palavras de JESUS antes de sua ascensão, nas quais Ele ordena aos
discípulos que permaneçam em Jerusalém aguardando o derramamento do Espirito
SANTO. Através de sua descida, no dia de Pentecostes, os discípulos receberam o
poder de pregar que JESUS havia ressuscitado e que Ele era o verdadeiro
Messias. O sermão de Pedro exortava ao arrependimento e ao batismo por parte
dos crentes. Três mil convertidos foram acrescentados ao grupo dos discípulos.
Por meio de uma série de perseguições, a igreja cresceu até chegar a, pelo
menos, 5.000 pessoas, incluindo convertidos oriundos do sacerdócio judeu.
O ministério de Estêvão levou a igreja para dentro de sinagogas de língua
estrangeira. Sua prisão e julgamento perante o Sinédrio representaram um marco
decisivo na vida da igreja. Sua afirmação de que “o Altíssimo não habita em
templos feitos por mãos de homens” (Act 7.48) implicava um aspecto mais
abrangente do que o do judaísmo, A perseguição que acompanhou sua morte obrigou
os cristãos a se espalharem por outras áreas.
O período de transição foi marcado por uma expansão para outros territórios e o
início de um ministério entre outros povos. A pregação de Felipe aos
samaritanos e ao eunuco etíope (8.5-40), a entrada de Pedro no lar do centurião
romano Cornélio (10.1-11.18) e a surpreendente conversão do chefe dos
perseguidores, Saulo de Tarso (9.1-30) romperam as barreiras do preconceito e
do medo. Alguns dos refugiados iniciaram um trabalho entre os gentios de
Antioquia, que se tornou a base para um movimento missionário em todo o
império.
A campanha missionária compreendia três viagens missionárias: A primeira,
realizada por Paulo e Barnabé, cobriu Chipre e a região sul da província da
Galácia (Act 13.1- 14.28). Na segunda viagem, feita por Paulo, Silas, Timóteo e
Lucas, as igrejas ao sul da Galácia foram novamente visitadas, e a Palavra de
DEUS penetrou nas províncias da Macedônia e Acaia (15.36-18.22). A terceira
incluiu um ministério de três anos na província da Asia tendo como centro a
região de Éfeso, seguida por uma minuciosa inspeção das igrejas da Macedônia e
Acaia (18.23- 21.14). O Concílio de Jerusalém resolveu uma importante questão
sobre os gentios: se precisavam obedecer à lei de Moisés a fim de se tornarem
cristãos (15.1-35).
A captura de Paulo em Jerusalém, sua prisão e julgamento perante autoridades
judaicas e romanas, e sua viagem a Roma, concluem o relato de sua pregação na
cidade imperial (21.15-28.31). A história termina abruptamente, talvez porque o
autor tivesse concluído a história como a conhecia e nada mais tivesse a dizer.
Entretanto, ele havia alcançado seu objetivo de traçar o progresso da mensagem
do Evangelho desde Jerusalém, o centro do judaísmo, até Roma, a metrópole do
mundo gentílico.
Autoria
O livro de Atos tem sido tradicionalmente atribuído a Lucas, um médico grego
que acompanhou Paulo em sua segunda e terceira viagens. Sua presença é indicada
pelo uso do pronome “nós”, pronome que aparece primeiramente em Atos 16.10-17,
reaparece em 20.5-21.17 e novamente em 27.1-28.16. O autor se juntou a Paulo em
Troas, foi com ele para Filipos, onde aparentemente permaneceu até que Paulo
retomasse para a terceira viagem, e depois o acompanhou durante todo o caminho
até Roma. Ele não compartilhou da prisão de Paulo em Jerusalém e Roma, mas
permaneceu próximo ao apóstolo. Paulo faz alusão a Lucas como o “médico amado״ em sua correspondência da prisão (Cl 4.14; Fm 24) e em uma data
posterior, fala dele novamente (2 Tm 4.11).
Irineu, um dos primeiros patriarcas da Igreja (cerca de 180 d.C.) cita o livro
de Atos como sendo produto de Lucas “o discípulo e seguidor dos apóstolos”
(Against Heresies I. xxiii.l). É possível que Lucas tivesse sido irmão de Tito,
um outro companheiro de Paulo que nunca foi mencionado em Atos e aparece
caracterizado pelo apóstolo em 2 Coríntios como o “irmão cujo louvor no
evangelho está espalhado em todas as igrejas” (2 Co 8.18). A carta foi escrita,
presumivelmente, quando Paulo ainda estava em Filipos, e Tito na Macedônia.
Provas mais detalhadas mostram que o autor era um grego extremamente culto que
havia viajado freqüentemente e era um excelente observador. Hobart (na obra The
Medical Language of St. Luke ) afirma que a linguagem de Lucas prova que ele
era médico, por causa dos termos médicos que utiliza. Pode ser que Hobart
esteja exagerando no significado técnico do vocabulário de Lucas, mas parece
que ele estava mais interessado nas enfermidades e na sua cura do que qualquer
outro escritor cristão. Todas as indicações que podem ser inferidas do livro de
Atos dão suporte a essa tradicional autoria.
Data
A expressão terminus a quo do livro de Atos encerra a primeira prisão de Paulo,
em cerca de 61/62 d.C., pois o livro não poderia ter sido escrito antes dos
eventos que descreve. A Tübingen School do século XIX atribui esse livro à
metade do segundo século acreditando ser um trabalho apologético escrito para esconder
as diferenças que ocorreram na igreja na era precedente. Outros datam a obra do
final do primeiro século entendendo que Lucas usou como fonte de informações os
trabalhos de Josefo, que somente foram escritos depois do ano 90 d.C.
Entretanto, Lucas pode ter tido um acesso independente às mesmas informações de
Josefo. A precisão geral de suas alusões a lugares, pessoas e eventos, na
medida em que possam ser corroboradas pela arqueologia e pela história, indicam
que Lucas foi um contemporâneo daquilo que descreve. Apesar de seu profundo
interesse por Paulo, a ausência de qualquer referência feita às suas epistolas
não poderia ser explicada se o livro de Atos tivesse sido escrito depois de
elas terem sido coletadas e publicadas. Por essas razões, uma data anterior ao
ano 65 d.C. parece ser mais aceitável.
O Valor do Livro de Atos
O livro de Atos é um documento de fundamental importância histórica tanto para
a história da igreja como para o mundo antigo. Se não fosse pelo livro de Atos,
a lacuna entre os Evangelhos e as epístolas seria quase impossível de ser
preenchida pois nenhuma explicação estaria disponível para a transição entre o
ministério do Senhor JESUS e a doutrina e evangelização da igreja. Quase todo
conhecimento autêntico que sobreviveu, relacionado com os líderes apostólicos e
a extensão geográfica de sua missão, se originou desse livro. Ele não provê um
relato completo, mas fornece princípios gerais e fatos condutores que ajudam
sua interpretação histórica.
As alusões a ocorrências contemporâneas permitem aos estudiosos relacionar o
cristianismo com o mundo daquela época. A morte de Herodes Agripa I (Act
12.21-23), o cargo de procônsul de Gálio (18.12-17), a administração de Félix
(23.24) e Festo (24.27), os procuradores da Judéia, os nomes técnicos dos
oficiais nos distritos do Império Romano, tais como pretores e quadrilheiros
(ou oficiais de justiça) em Filipos (16.35), os “magistrados da cidade” em
Tessalônica (em grego, politarchs, 17,6) e Asiáticos (principais da Ásia, ou
asiarcas) em Éfeso (19.31), as diferenças linguísticas obtidas de
diferentes seções do Império (14.11; 21.36,40) e os acurados detalhes
geográficos da última viagem a Roma (At 27-28) fornecem informações confiáveis
aos modernos historiadores e mostram que o autor tinha informações precisas. A
importância doutrinária e espiritual do livro de Atos é muito grande. Os
primeiros ensinamentos da igreja estão descritos nos discursos preservados pelo
livro de Atos, e a ênfase na obra do ESPÍRITO SANTO e na base do empreendimento
missionário constituem um padrão para a experiência e a prática das gerações
que se sucedem. M. C. T.
A Mensagem de Atos - John R. W. Scott
Introdução
1. Introdução a Lucas (Lucas 1:1-4)
Antes de ler qualquer livro, é bom saber a intenção do autor ao escrevê-lo. Os
livros da Bíblia não fogem a essa regra. Por que, então, Lucas escreveu?
Na verdade, ele escreveu dois livros. O primeiro foi o seu Evangelho, cuja
autoria lhe foi atribuída por tradições antigas e reconhecidas e que,
quase com absoluta certeza, é o "primeiro livro" mencionado no
início de Atos. Assim, Atos foi o seu segundo livro. Os dois formam um par
óbvio, ambos são dedicados a Teófilo e escritos no mesmo estilo literário
grego. Além disso, como ressaltou Henry J. Cadbury há sessenta anos, Lucas
considerava que Atos "não era apenas um apêndice nem um
posfácio", mas que formava, j unta mente com seu evangelho, "uma
obra única e contínua". Cadbury prossegue sugerindo que, "a fim
de enfatizar a unidade histórica dos dois volumes ... a expressão
Lucas-Atos talvez seja justificável."1
Voltando à questão do motivo pelo qual Lucas escreveu sua obra em dois volumes
sobre a origem do cristianismo, podemos dar pelo menos três respostas. Ele
escreveu como um historiador cristão, como um diplomata e como um
teólogo-evangelista.
a. Lucas, o historiador
E verdade que os críticos mais destrutivos do passado tinham pouca ou nenhuma
confiança na fidedignidade histórica de Lucas. F. C. Baur, por exemplo,
líder da Escola de Tübingen em meados do último século, escreveu que
certas afirmações em Atos "só podem ser vistas como desvios
intencionais da verdade histórica em função da tendência especial que
possuem".2 E o muito pouco ortodoxo Adolf Hamack (1851-1930), que
podia descrever Atos como "essa grande obra histórica",3 também
escreveu no mesmo livro, que Lucas "oferece exemplos gritantes de
descuido e, muitas vezes, de completa confusão em sua narrativa".4
Existem, porém, numerosas razões para sermos céticos em relação a esse
ceticismo. Em primeiro lugar, Lucas alega, no prefácio de seu Evangelho,
estar relatando a histórica verídica e, geralmente, concorda-se que ele se
referia aos seus dois livros. Pois "na antigüidade era costume",
sempre que uma obra era dividida em mais de um volume, "afixar ao
primeiro, um prefácio para o todo". Assim, Lucas 1:1-4 "é o
verdadeiro prefácio de Atos, bem como do Evangelho".5
Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que
entre nós se realizaram, 2conforme nos transmitiram os que desde o
princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavra,
3igualmente a mim me pareceu hem, depois de acurada investigação de tudo
desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma
exposição em ordem, 4para que tenhas plena certeza das verdades em que
foste instruído.
Nessa importante declaração, Lucas esboça cinco estágios sucessivos:
Primeiro vêm os eventos históricos. Lucas os chama de certos "fatos que
entre nós se cumpriram" (v. 1, ERC). E se a tradução for correta,
isso parece indicar que esses eventos não ocorreram por acaso nem de forma
inesperada, mas se realizaram para cumprir a profecia do Antigo
Testamento.
Depois, Lucas menciona as testemunhas oculares contemporâneas, pois os fatos
"que entre nós se realizaram" foram transmitidos pelos "que
desde o princípio foram deles testemunhas oculares, e ministros da
palavra" (v. 2). Aqui, Lucas exclui a sua própria pessoa, pois,
apesar de ter sido uma testemunha ocular de grande parte daquilo que
relatará na segunda parte de Atos, ele não pertencia ao grupo de pessoas
que eram testemunhas oculares "desde o princípio". Eles eram
os apóstolos, testemunhas oculares do JESUS histórico
que transmitiram (o significado de "tradição") aos outros o que
tinham visto e ouvido.
O terceiro estágio é a investigação pessoal de Lucas. Apesar de pertencer à
segunda geração, que recebeu a "tradição" sobre JESUS das
testemunhas oculares, os apóstolos, ele não a aceitou sem questioná-la.
Pelo contrário, fez uma "acurada investigação de tudo desde sua
origem" (v. 3).
Em quarto lugar, depois dos acontecimentos, da tradição das testemunhas
oculares e da investigação, vem a escrita. "Muitos houve que
empreenderam uma narração coordenada dos fatos" (v.l), diz ele, e
agora "igualmente a mim me pareceu bem ... escrever uma exposição em
ordem" (v. 3). Entre os "muitos" autores, sem dúvida
alguma, incluía-se Marcos.
E em quinto lugar, o escrito destinava-se a leitores, entre eles Teófilo, a
quem Lucas se dirige: "para que tenhas plena certeza das verdades em
que fostes instruído" (v. 4). Assim, os acontecimentos que haviam se
cumprido, tinham sido testemunhados, transmitidos, investigados e
escritos, deveriam ser (e ainda são) a base da fé e da certeza cristã.
E mais, Lucas, a pessoa que afirma estar registrando a história, era um homem
qualificado para tal tarefa, pois era um médico culto,6 companheiro de
viagem de Paulo, e tinha morado na Palestina durante, pelo menos, dois
anos.
Mesmo naqueles dias remotos, os médicos submetiam-se a um treinamento rigoroso,
e o grego refinado de Lucas é próprio de uma pessoa culta. Há também, em
Lucas-Atos, algumas evidências do vocabulário e do poder de observação que
se podem esperar de um membro da classe médica. Em 1882, o erudito
irlandês W. K. Hobart escreveu o livro The Medicai Language of St. Luke ,
cujo propósito era mostrar que Lucas era "hábil no manuseio da
linguagem das escolas gregas de medicina"7 e que "a
predominância do estilo médico" revela um autor médico em todo o
Evangelho e em Atos.8 Adolf Harnack endossa essa teoria.9 Críticos mais
recentes, porém, a rejeitam. Em diversos estudos, H. J. Cadbury, após
vasculhar a lista de supostas palavras médicas usadas por Lucas, feita por
Hobart, destacou que elas não pertenciam a um vocabulário médico técnico,
mas, sim, ao repertório de todo grego culto. A verdade
provavelmente se encontra entre esses dois extremos. Apesar da formação
médica de Lucas não poder ser comprovada através de seu
vocabulário, mesmo assim parece que alguns resíduos de interesse
e terminologia médicos podem ser encontrados em seus
escritos. "Instintivamente, Lucas emprega palavras médicas",
escreveu William Barclay,10 citando exemplos tirados do Evangelho11 e
de Atos.12
Outra razão para confiarmos em Lucas, quando ele afirma estar relatando a
história, é que ele foi companheiro de viagem de Paulo. É fato conhecido que,
algumas vezes, na narração de Atos, Lucas muda da terceira pessoa do plural
("eles") para a primeira pessoa do plural ("nós"), e
que nesses trechos na primeira pessoa, ele inevitavelmente chama a atenção
para a sua pessoa. A primeira dessas ocorrências os levou de Trôade a
Filipos, onde o evangelho foi plantado em terra européia (At 16:10-17); a
segunda, de Filipos a Jerusalém, após a última viagem missionária (At
20:5-15 e At 21:1-18); e a terceira, de Jerusalém a Roma, por mar (At
27:1-28:16). Nesses períodos, Lucas deve ter tido oportunidade suficiente
para ouvir e absorver os ensinamentos de Paulo, e escreveu um diário de
suas viagens e experiências, do qual tiraria proveito mais tarde.
Além de ser médico e amigo de Paulo, Lucas possuía uma terceira qualificação
para escrever história: o fato de ter morado na Palestina. Isso aconteceu
da seguinte maneira. Lucas chegou a Jerusalém com Paulo (At 27:17) e o
acompanhou em sua viagem a Roma (At 27:1). Entre essas duas ocasiões,
houve um período de mais de dois anos, durante os quais Paulo foi mantido
prisioneiro em Cesaréia (At 24:27), enquanto Lucas estava livre. Como ele
teria usado esse tempo? É razoável imaginar que Lucas aproveitou
para viajar por toda Palestina, juntando material para o seu
Evangelho e para os primeiros capítulos de Atos, que se passaram
em Jerusalém. Sendo gentio, ele deve ter se familiarizado com
a história, os costumes e as festas judaicas, e deve ter visitado
os locais tornados sagrados pelo ministério de JESUS e o
nascimento da comunidade cristã. Hamack ficou impressionado com o
seu conhecimento de Nazaré (sua formação montanhosa e
sinagoga), Cafarnaum (e o centurião que construiu a sinagoga
local), Jerusalém (o Monte das Oliveiras, as aldeias vizinhas e
a "Sinagoga dos Libertos"), o templo (seus pátios, portões
e pórticos), Emaús a sessenta estádios, Lida, Jope, Cesaréia e
outras cidades.13
Já que, segundo o que Lucas entendia por história antiga, as pessoas eram mais
importantes do que os locais, ele certamente deve ter interrogado muitas
testemunhas oculares. Algumas devem ter conhecido JESUS, incluindo,
talvez, a virgem Maria, então já idosa; pois o seu relato do nascimento e
da infância de JESUS, inclusive os pormenores da Anunciação, é narrado do
ponto de vista de Maria e, em última análise, deve ser atribuído a
ela. Outras, deviam estar associadas ao começo da igreja de
Jerusalém, como João Marcos e sua mãe, Filipe, os apóstolos Pedro e João,
e Tiago, o irmão do Senhor; que podiam ter dado a Lucas informações
de primeira mão sobre a Ascensão, o Dia de Pentecoste, as primeiras
pregações do evangelho, a oposição do Sinédrio, o martírio de Estêvão, a
conversão de Cornélio, a execução do apóstolo Tiago e a prisão e libertação
de Pedro. Assim, não nos surpreende o fato de a primeira metade de Atos
ter um "cunho semítico muito evidente".14
Temos, portanto, bons motivos para dar crédito à afirmação de Lucas, quando ele
diz estar relatando a história. Historiadores profissionais e arqueólogos
se encontram entre os maiores defensores de sua fidedignidade. Sir William
Ramsay, por exemplo, que, antes, fora um estudante admirador da
crítica radical de F. C. Baur, foi forçado, pelas suas próprias pesquisas,
a mudar de opinião. Em seu livro St. Paul the Traveller and the
Roman Citizen (1985), ele relata que deu início às suas investigações
"sem nenhum preconceito que pudesse vir a favorecer a conclusão"
a que chegou mais tarde, mas "pelo contrário... com uma
mente desfavorável".15 Apesar disso, ele foi capaz de apresentar
razões "para colocar o autor de Atos entre os historiadores de
primeira linha".16
Setenta anos depois, A. N. Sherwin-White, professor de história antiga da
universidade de Oxford, denominado "historiador greco-romano profissional"17,
defendeu com vigor a acuidade do conhecimento contextuai de Lucas. Sobre
Atos, ele escreveu:
O contexto histórico é exato. Em termos de tempo e espaço, os detalhes são
precisos e corretos. Pode-se percorrer as ruas e os mercados, os teatros e
as assembléias de Éfeso, Tessalônica, Corinto ou Filipos do primeiro
século com o autor de Atos. Os grandes homens das cidades,
os magistrados, a revolta e o seu líder estão todos ali... O
mesmo acontece com a narrativa das experiências judiciais de Paulo perante
os tribunais de Gaio, Félix e Festo. Como documentos, essas narrativas
pertencem à mesma série histórica dos relatos de julgamentos regionais e
imperiais em fontes epigráficas e literárias do primeiro e do início do
século segundo d.C.18
E aqui está sua conclusão: "No caso de Atos, a confirmação de sua
veracidade histórica é esmagadora ... Qualquer tentativa de rejeitar sua
veracidade histórica básica, mesmo em relação a detalhes, deve, agora,
parecer absurda. Historiadores romanos, há muito, a aceitaram como
autêntica."19
b. Lucas, o diplomata
Relatar a história não pode ter sido o único propósito de Lucas, pois a
história que ele apresenta é seletiva e incompleta. Ele nos fala de Pedro,
João, Tiago, irmão de JESUS, e Paulo, mas nada relata sobre os outros
apóstolos, exceto que Tiago, filho de Zebedeu, foi decapitado. Ele
descreve como o evangelho se espalhou ao Norte e Oeste de Jerusalém, mas
nada escreve sobre o seu progresso no Sul e no Leste, a não ser a
conversão do etíope. Ele retrata e igreja da Palestina no seu período
imediato ao Pentecoste, mas depois segue a expansão da missão aos gentios,
liderada por Paulo. Assim, Lucas é mais que um historiador. Ele é, na
verdade, um "diplomata" cristão, sensível em relação à igreja e
ao Estado.
Em primeiro lugar, Lucas desenvolve uma apologética política, pois ele se
preocupa profundamente com a atitude das autoridades romanas para com o
cristianismo. Portanto, sai de seu caminho para defender o cristianismo
das críticas. As autoridades, argumenta, nada têm a temer dos cristãos,
pois eles não são rebeldes nem subversivos, mas, pelo contrário,
legalmente inocentes e moralmente inofensivos. Sendo mais positivo
ainda: os cristãos exercem uma influência saudável sobre a sociedade.
Talvez seja esse o motivo de ambos os livros de Lucas serem dirigidos a
Teófilo. Apesar de o adjetivo theophiles ("amado por DEUS" ou
"o que ama DEUS", cf. BAGD) poder simbolizar qualquer leitor
cristão, é mais provável que seja o nome de uma pessoa específica. E
apesar de o adjetivo kratistos ("excelentíssimo", Lc 1:3) poder
ser apenas "uma forma de tratamento educada, sem nenhuma conotação
oficial" ou a "forma de tratamento honrosa usada para pessoas
que ocupavam uma poéição oficial ou social mais elevada que a do
orador" (BAGD), o último uso parece ser o mais provável, pois ocorre
mais tarde em referência aos procuradores, Félix (At 23:26; 24:3) e Festo
(26:25). Um equivalente moderno seria "Vossa Excelência". Alguns
eruditos chegam a sugerir que Teófilo era um oficial romano específico
que tinha ouvido certas calúnias anticristãs, enquanto B. H.
Streeter entende que a palavra seria um "pseudônimo prudente",
na verdade (ele supõe) "o nome secreto pelo qual Flávio Clemente
era conhecido na igreja romana".20
De qualquer forma, Lucas repetidamente enfatiza três pontos de apologética
política. Primeiro, os oficiais romanos eram invariavelmente favoráveis ao
cristianismo, e alguns até se tornaram cristãos, como o centurião ao pé da
cruz, o centurião Cornélio e Sérgio Paulo, procônsul de Chipre. Segundo,
as autoridades romanas não conseguiram encontrar nenhuma acusação
contra JESUS e seus apóstolos. JESUS fora acusado de sedição, mas nem
Herodes nem Pilatos conseguiram estabelecer alguma base para essa
acusação. Quanto a Paulo, em Filipos, os magistrados lhe pediram perdão;
em Corinto, o procônsul Gálio se recusou a acusá-lo e, em Éfeso, o
escrivão da cidade declarou que Paulo e seus amigos eram inocentes. Félix,
Festo e Agripa, todos eles, fracassaram ao tentar culpá-lo de qualquer
ofensa — três ocorrências que correspondem às três vezes em que
Lucas relata que Pilatos declarou a inocência de JESUS.21
Em terceiro lugar, as autoridades romanas reconheceram que o cristianismo era
uma religio licita (uma religião legal ou permitida), porque não era uma
nova religião (que precisava ser aprovada pelo Estado), mas, sim, a forma
mais pura do judaísmo (que gozava de liberdade religiosa concedida pelos
romanos desde o segundo século a.C). A vinda de CRISTO era o cumprimento
das profecias do Antigo Testamento e a comunidade cristã
desfrutava uma continuidade direta com o povo de DEUS do
Antigo Testamento.
Essa era a apologética política de Lucas. Ele reuniu provas para mostrar que o
cristianismo era inofensivo (porque alguns oficiais romanos chegaram a adotá-lo
pessoalmente), inocente (porque os juízes romanos não conseguiram
encontrar nenhuma base para condená-lo) e legal (pois ele era o
cumprimento verdadeiro do judaísmo). Semelhantemente, baseados nisso,
todos os cristãos deveriam, sempre, poder reivindicar a proteção do
Estado. Lembro-me de uma declaração feita em 1972 pelos batistas
de Piryatin a N. V. Podgorny, diretor de um presídio da
União Soviética, e a L. I. Brejnev, secretário-geral do Partido
Comunista. Citando artigos da constituição soviética e da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, juntamente com leis
específicas e interpretações jurídicas, os batistas evangélicos de
Piryatin reivindicaram o direito à liberdade de consciência e fé,
e declararam que não haviam violado a lei: "pois não há nada
de ofensivo, nada que se oponha ao governo, nada de fanático em nossa
atividade; mas apenas o que é espiritualmente saudável, justo, honesto,
pacífico, de acordo com os ensinamentos de JESUS
CRISTO".22
O segundo exemplo da "diplomacia" de Lucas é o fato de ele ter sido
um pacificador da igreja. Através de sua narração, ele demonstra que a
igreja primitiva era uma igreja unida, que o perigo de divisão entre os
cristãos judeus e samaritanos, e entre os cristãos judeus e gentios, fora
providencialmente evitado e que os apóstolos Pedro, Tiago e Paulo estavam
fundamentalmente de acordo em relação ao evangelho.
Foi Matthias Schneckenburger que, em Über den Zweck der Apostelgeschichte
(1841), fez "a primeira investigação elaborada sobre o propósito de
Atos".23 Ele acreditava que Lucas estava defendendo Paulo contra a
crítica judaico-cristã à sua missão entre os gentios, enfatizando suas
práticas judaicas e suas boas relações com a igreja de Jerusalém. Ele
também teria se esforçado para demonstrar "milagres, visões,
sofrimentos e pregações paralelas",24 a fim de "igualar Paulo e
Pedro".25
F. C. Baur foi muito mais longe. Ele viu em Atos um propósito preciso e
"tendencioso". Usando como base bastante frágil as facções
coríntias ("Eu sigo Paulo ... Eu sigo Pedro , 1 Co 1:12), construiu
uma teoria elaborada, dizendo que a igreja primitiva estava dividida pelo
conflito entre o cristianismo judaico original, representado por Pedro, e
o cristianismo gentio posterior, representado por Paulo. Atos seria uma
tentativa feita por um "paulinista" (um seguidor de Paulo) do
segundo século para minimizar, e até mesmo negar, a suposta hostilidade
entre os dois líderes apostólicos e reconciliar, assim, os cristãos judeus
e gentios. Ele retrata Paulo como um judeu fiel, que guardava a lei e
cria nos profetas; e Pedro como evangelista através do qual o primeiro
gentio se converteu. Os dois apóstolos são, assim, vistos em harmonia, não
em contraposição. De fato, Lucas tentou reconciliar "os dois
partidos, fazendo Paulo parecer o mais petrino possível, e,
c^írrespondentemente, Pedro, o mais paulino possível".26
Em geral, concorda-se que F. C. Baur e seus sucessores da Escola de Tübingen
levaram essa teoria muito longe. Realmente não havia nenhuma evidência de
que houvesse dois cristianismos (judaico e gentílico) na igreja primitiva,
liderados por dois apóstolos (Pedro e Paulo), em irreconciliável oposição,
um com o outro. Baur provavelmente foi influenciado pelo
entendimento dialético de Hegel, que via a história em termos de um conflito recorrente
entre tese e antítese. Certamente existe uma tensão entre os cristãos
judeus e gentios e, devido à atividade dos judaizantes, um rompimento
sério parecia possível até que esse assunto foi resolvido pelo Concílio de
Jerusalém. Lucas não omite esse fato. Certamente, também, em Antioquia,
Paulo se opôs publicamente a Pedro, face a face,27 por ter se retirado
da comunhão com cristãos gentios. Mas esse confronto foi excepcional
e temporário; Paulo escreveu sobre isso aos Gaiatas usando os verbos no
tempo passado. Pedro se recuperou de seu lapso momentâneo. A reconciliação
entre os dois líderes apostólicos foi real, não fictícia, e a ênfase de
Atos, Gálatas 1 e 2, e 1 Coríntios 15:11, está na concordância dos
apóstolos em relação ao evangelho.
Lucas não inventou essa harmonia apostólica, como Baur argumentou; ele observou
um fato e o relatou. É evidente, em sua história, que ele dá proeminência
a Pedro (capítulos 1-12) e a Paulo (capítulos 13-28). Parece muito
provável que ele os apresente deliberadamente exercendo ministérios
paralelos, e não divergentes. As semelhanças são notáveis. Assim, tanto
Pedro como Paulo eram cheios do ESPÍRITO SANTO (4:8 e 9:17; 13:9),
ambos pregaram a Palavra de DEUS com clareza (At 4:13, 31 e At 9:27, 29),
e testemunharam diante do público judeu acerca da
crucificação, ressurreição e exaltação de JESUS em cumprimento das
Escrituras, como o caminho da salvação (e.g., At 2:22ss. e At 13:16ss.);
ambos pregaram tanto aos gentios como aos judeus (10:34ss. e 13:46ss.); ambos
receberam visões que deram a direção vital para a missão que a igreja
estava desenvolvendo (10:9ss.; 16:9); ambos foram presos devido ao seu
testemunho de JESUS e, depois, milagrosamente libertos (12:7ss. e
16:25ss.); ambos curaram um paralítico de nascença, Pedro em Jerusalém e
Paulo em Listra (3:2ss. e 14:8ss.); ambos curaram outras pessoas doentes
(9:41 e 28:8); ambos expulsaram espíritos malignos (5:16 e 16:18);
ambos possuíam poderes tão excepcionais que pessoas foram
curadas pela sombra de Pedro e pelos lenços e mantos de Paulo (At 5:15
e At 19:12); ambos ressuscitaram mortos: Tabita, em Jope, por
Pedro, e Êutico, em Trôade, por Paulo (9:36ss. e 20:7ss.);
ambos invocaram o julgamento de DEUS sobre um feiticeiro/falso
mestre: Pedro sobre Simão o Mago, em Samaria, e Paulo sobre Elimas,
em Pafos (8:20ss. e 13:6ss.); e ambos recusaram serem adorados
por homens: Pedro recusou o culto de Cornélio e Paulo o dos moradores
de Listra At (10:25-26 e At 14:llss.).
É verdade que esses exemplos estão espalhados por Atos, não sendo colocados em
justaposição direta. Mas estão ali. Dificilmente podem ser acidentais.
Lucas certamente os inclui em sua narrativa para mostrar que Pedro e Paulo
eram ambos apóstolos de CRISTO, com a mesma comissão, o mesmo evangelho e
a mesma autenticidade. E nesse sentido que ele pode ser chamado
"pacificador", uma pessoa que demonstrou a unidade da igreja
apostólica.
c. Lucas, o teólogo-evangelista
O valor da "crítica da redação" é que ela retrata os autores dos
evangelhos e de Atos, não como editores sem imaginação, mas como teólogos
com idéias próprias, que conscientemente selecionaram, arranjaram e
apresentaram seu material a fim de servir ao seu propósito pastoral
específico. Foi na década de 50 que a crítica da redação começou a ser
aplicada ao livro de Atos, primeiramente por Martin Dibelius (1951),
depois por Hans Conzelmann (1954)28 e a seguir por Emst Haenchen (1956) em
seu comentário. Infelizmente esses eruditos alemães acreditavam
que Lucas se envolveu com suas preocupações teológicas às custas
de sua fidedignidade histórica. O professor Howard Marshall, porém,
que se baseou nas obras desses estudiosos (submetendo-as ao mesmo tempo a uma
crítica rigorosa), especialmente em seu estudo: Luke: Historian anã
Theologian (1970) afirma veementemente que não precisamos colocar Lucas, o
historiador, em oposição a Lucas, o teólogo, pois ele era ambos, e na
verdade cada uma dessas ênfases exige a outra.
Lucas é historiador e teólogo, e ... o melhor termo para descrevê-lo é
"evangelista". Um termo que, cremos, inclui os dois outros ...
Como teólogo, Lucas estava preocupado em buscar sua mensagem sobrç JESUS e
sobre a igreja primitiva em história fidedigna... El^colocou sua história
a serviço de sua teologia.29 '
Novamente, Lucas era "um historiador confiável e um bom teólogo... Cremos
que a validade de sua teologia se mantém ou cai de acordo com a
fidedignidade da história em que ela se baseia ... Lucas está preocupado
com o significado salvífico da história, e não na história em si como
meros fatos".30
Particularmente, então, Lucas foi um teólogo da salvação. A salvação, escreveu
Howard Marshall, "é o tema central da teologia de Lucas",31 no
Evangelho (onde a vemos cumprida) e em Atos (onde a vemos proclamada).
Michael Green chama a atenção para esse fato em The Meaning of Salvation:
"É difícil superestimar a importância da salvação nos escritos de
Lucas... É surpreendente ... que, em vista da freqüência com que Lucas usa
a terminologia da salvação, não se tenha prestado mais atenção a
isso."32
A teologia da salvação de Lucas já está explícita no "Cântico de
Simeão" ou Nunc Dimittis, registrado em seu Evangelho.33
Três verdades fundamentais se destacam.
Em primeiro lugar, a salvação vem sendo preparada por DEUS. Ao falar com DEUS,
Simeão disse: "a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os
povos" (Lc 2:30-31). Longe de ser um pensamento posterior, ela fora
planejada e prometida havia séculos. Essa mesma ênfase se repete em todo o
livro de Atos. Nos sermões de Pedro e Paulo (sem mencionar a defesa de
Estêvão), a morte, ressurreição e exaltação de JESUS e a dádiva do
ESPÍRITO são, todas, vistas como a culminação de séculos de
promessas proféticas.
Em segundo lugar, a salvação é dada por CRISTO. Quando Simeão falou a DEUS
sobre "tua salvação", que ele vira com seus próprios olhos,
estava se referindo ao menino JESUS que ele estava segurando em seus
braços e que nascera para ser "o Salvador" (Lc 2:11). O próprio
JESUS, mais tarde, afirmou inequivocamente que tinha vindo para
"buscar e salvar o perdido" (Lc 19:10), ilustrando isso com as
três famosas parábolas sobre a perdição humana (Lc 15:1-32). Depois de sua
morte e ressurreição, seus apóstolos declararam que o perdão dos pecados
estava ao alcance de todos os que se arrependessem e cressem em JESUS (At
2:38-39; 13:38-39). De fato, a salvação não poderia ser encontrada em
nenhuma outra pessoa (At 4:12). Pois DEUS tinha exaltado JESUS, à sua
direita, como "Príncipe e Salvador, a fim de conceder... o
arrependimento e a remissão dos pecados ..." (At 5:31).
Em terceiro lugar, a salvação é oferecida a todos os povos. Como Simeão o
coloca, ela vem sendo preparada "na presença de todos os povos",
para ser uma luz para todas as nações e, também, a glória de Israel (Lc
2:31-32). Sem dúvida é nessa verdade que Lucas imprime maior ênfase. Em
Lucas 3:6, referindo-se a João Batista, ele prolonga a sua citação de
Isaías 40, indo além do ponto em que Mateus e Marcos param, a fim de
incluir a afirmação "toda a carne verá a salvação de DEUS". Em
Atos 2:17 ele relata a promessa de DEUS, dada através de Joel, citada por
Pedro: "Derramarei meu ESPÍRITO sobre toda a carne". Essas
duas palavras pasa sarx ("toda carne" ou "toda
humanidade") são colocadas como sinaleiros no início de cada um dos
volumes de Lucas, em ambos embutidas em uma profecia do
Antigo Testamento, para indicar a mensagem principal de Lucas. JESUS
é o Salvador do mundo; ninguém se encontra fora do alcance do
seu amor. Em seu Evangelho, Lucas mostra a compaixão de JESUS pelas
camadas sociais desprezadas pelos outros, isto é: as mulheres e as
crianças, os pobres, os doentes, os pecadores e os desabrigados, os
samaritanos e os gentios; enquanto que, em Atos, ele explica como Paulo se
voltou para os gentios, e descreve o progresso triunfal do evangelho,
partindo de Jerusalém, a capital dos judeus, até chegar a Roma, a capital
do mundo.
É particularmente adequado que a proeminência dada à oferta universal do
evangelho brote da pena de Lucas, pois ele é o único contribuinte gentio
na formação do Novo Testamento.34 Culto e viajado, ele é o único dos
escritores dos evangelhos que chama o Mar da Galiléia de "lago",
porque é capaz de compará-lo ao Grande Mar, o Mediterrâneo. Ele possui o
amplo horizonte do mundo greco-romano, sua história, bem como sua
geografia. Dessa forma ele situa as suas narrativas acerca de JESUS e da
igreja primitiva dentro do contexto dos acontecimentos
seculares contemporâneos. E emprega a palavra oikoumene ("a
terra habitada") mais vezes (oito) do que todos ou outros autores
do Novo Testamento juntos.
Mas Lucas, o teólogo da salvação, é, em sua essência, um evangelista. Pois ele
proclama o evangelho da salvação de DEUS em CRISTO para todos os povos.
Daí, a inclusão de tantos sermões e declarações, especialmente de Pedro e
Paulo, em Atos. Ele não somente os mostra pregando aos seus ouvintes
originais, mas também os capacita a pregar para nós que, séculos mais
tarde, ouvimos seus sermões. Pois, conforme disse Pedro no Dia
de Pentecoste, a promessa da salvação vale também para nós, e
para todas as gerações, "isto é, para quantos o "Senhor nosso
DEUS chamar" (At 2:39).
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 11 - 1TR22 - CPAD
Hinos Sugeridos: 5, 85, 290 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos como propósito destacar que a ação do ESPÍRITO SANTO na vida
de JESUS em Lucas e da igreja em Atos com a finalidade de capacitá-la para a
proclamação do Evangelho em continuidade ao ministério de JESUS. Veremos que
esse modo de viver serve de modelo para a igreja dos dias atuais. Assim como no
início da igreja, os crentes atuais precisam buscar o Batismo no ESPÍRITO SANTO
como revestimento de poder do Alto para realizar a obra de DEUS e alcançar uma
vida cristã vitoriosa.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Enfatizar a ação do ESPÍRITO SANTO na vida e
ministério de JESUS em Lucas; II) Ressaltar que a manifestação do ESPÍRITO
SANTO no ministério da igreja em Atos é cumprimento da promessa de DEUS
revelada por intermédio do profeta Joel; III) Apontar que o Batismo no ESPÍRITO
SANTO é uma promessa atual e deve ser buscado por todos os crentes como
capacitação para o serviço cristão.
B) Motivação: O ESPÍRITO SANTO é a fonte inspiradora e capacitadora da igreja.
Os crentes são intrinsecamente dependentes do ESPÍRITO SANTO tanto no que diz
respeito ao serviço prestado na obra de DEUS quanto a uma vida íntegra e
testemunhante das verdades bíblicas. É preciso buscar continuamente o
revestimento do ESPÍRITO.
C) Sugestão de Método: Com a ajuda de seus alunos, realize um mapa conceitual.
Anote no centro do quadro a palavra "ESPÍRITO SANTO", e com a ajuda
dos alunos, relacione em torno desta palavra quais as manifestações do ESPÍRITO
SANTO encontradas no livro de Atos dos Apóstolos que confirmam o cumprimento da
promessa de DEUS anunciada pelo profeta Joel (cf. Jl 2.28-31).
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Converse com seus alunos sobre a experiência do Batismo no
ESPÍRITO SANTO. Reforce que o ESPÍRITO SANTO habita o crente quando este aceita
JESUS como Salvador. No entanto, o crente deve buscar o revestimento de poder
para realizar a obra de DEUS com afinco. Aproveite para ouvir as experiências
daqueles que foram batizados no ESPÍRITO SANTO.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88,
p. 41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará
suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O Propósito do Batismo no
ESPÍRITO SANTO", ao final do primeiro tópico, ressalta que o Batismo no
ESPÍRITO SANTO é a porta de entrada para vários dons do ESPÍRITO; 2) O texto
"Línguas como evidência do Batismo no ESPÍRITO SANTO", localizado no
final do terceiro tópico, aprofunda a questão das línguas como evidência física
e inicial do Batismo no ESPÍRITO SANTO.
SINÓPSE I - A unção do ESPÍRITO SANTO esteve presente na vida e
ministério do Senhor JESUS, capacitando-o a cumprir a missão para a qual DEUS Pai
o havia enviado.
SINÓPSE II - A manifestação do ESPÍRITO SANTO em Atos dos Apóstolos
revela a inauguração da história da Igreja como agência de CRISTO.
SINÓPSE III - O A experiência pentecostal permanece atual na igreja,
mostrando-se evidente na manifestação dos dons espirituais.
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP1
“O Propósito do Batismo no ESPÍRITO SANTO
Em adição ao poder para servir, através do qual o indivíduo se torna canal de
testemunho para o mundo, o batismo no ESPÍRITO transforma-se na entrada para um
tipo de adoração que abençoa os santos reunidos de DEUS. O batismo é a porta de
entrada dos vários ministérios espirituais, chamados dons do ESPÍRITO. Visto
que tais dons visam a edificação da igreja local [...]. Os que se converteram
foram batizados em águas e no ESPÍRITO SANTO, no dia de Pentecostes. Mostraram
novas evidências da obra do ESPÍRITO em suas vidas, conforme Atos 2.42, 46, 47:
‘E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão e
nas orações. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a DEUS e
caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor aqueles
que se haviam de salvar’. Temos aqui a descrição de uma obra contínua do
ESPÍRITO, que aprofundou a experiência dos crentes e seu amor a DEUS e à sua
Palavra, uns pelos outros e pelos perdidos. [...] Assim também o batismo no
ESPÍRITO SANTO é apenas uma porta para uma relação crescente entre Ele mesmo e
os crentes. Essa relação leva a uma vida de serviço, onde os dons do ESPÍRITO
proveem poder e sabedoria para divulgação do evangelho e o crescimento da
Igreja, como evidenciado pela sua rápida propagação em muitas áreas do mundo
atual” (HORTON, Stanley M; MENZIES, Willian W. Doutrinas Bíblicas: Os
Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.105,106).
AUXÍLIO TEOLÓGICO TOP3
[Línguas como evidência do Batismo no ESPÍRITO SANTO]
“Dos quatro casos no livro de Atos em que Lucas descreve a vinda inicial do
ESPÍRITO, três citam explicitamente a glossolalia como resultado imediato (At
2.4; 10.46; 19.6) e outro (8.14-19) a deixa implícita. [...] Lucas considerava
as línguas como sinal do recebimento do dom pentecostal. Lucas apresenta as
línguas como evidência da vinda do ESPÍRITO. No dia de Pentecostes, Pedro
declara que as línguas dos discípulos serviram de sinal. As línguas
estabeleceram o fato de que eles, os discípulos de JESUS, eram profetas do fim
dos tempos, sobre os quais Joel profetizou. As línguas também marcaram a
chegada dos últimos dias (At 2.17-21) e serviram para estabelecer o fato de que
JESUS ressuscitara e é o Senhor (At 2.33-36). Em Atos 10.44-48, ‘falar em
línguas’ é mais uma vez ‘retratado como evidência positiva e suficiente para
convencer os companheiros de Pedro’ de que o ESPÍRITO fora derramado sobre os
gentios. Em Atos 19.6, línguas e profecia são citadas como resultados imediatos
da vinda do ESPÍRITO, a evidência incontestável da resposta afirmativa à
pergunta de Paulo feita no início da narrativa: ‘Recebestes vós já o ESPÍRITO
SANTO quando crestes?’
É interessante observar que Lucas não toma parte na angústia de muitos cristãos
hoje em dia sobre a possibilidade de falsas línguas. Lucas não oferece
orientações para discernir se as línguas são verdadeiras ou falsas, de DEUS ou
de outra fonte. Pelo contrário, Lucas presume que a comunidade cristã conhecerá
e experimentará o que for necessário e bom” (MENZIES, Robert P. Pentecostes:
Essa História é a Nossa História. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.74-75).
VOCABULÁRIO
Advento: aparecimento, chegada. Aquilo que começa ou se institui.
Intrepidez: qualidade de intrépido; arrojo, bravura, coragem, intrepidez. Que
ou aquele que não receia o perigo, que não tem medo; arrojado, corajoso.
Hodierna: que existe ou ocorre atualmente; atual, moderno, dos dias de hoje.
Efusão: manifestação expansiva de sentimentos amistosos, de afeto, de alegria
(sentido figurado).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que Lucas enfatiza em seu Evangelho a respeito do ESPÍRITO SANTO? Lucas
registra os fatos acerca da vida e obra de CRISTO (Lc 1.1-3). O evangelista
enfatiza o papel do ESPÍRITO no advento do Messias.
2. O que a vitória do Senhor sobre a tentação demonstra? A vitória do Senhor
sobre a tentação demonstra que Ele estava capacitado para cumprir o seu
ministério.
3. O que o livro de Atos dos Apóstolos registra? Atos registra a ação do
ESPÍRITO na inauguração histórica da igreja como agência de CRISTO.
4. O que Pedro ensina a respeito do revestimento do alto? Pedro ensina que essa
promessa está em vigor para todos os salvos em todas as épocas (At 2.38, 39).
5. O que aponta a expressão “do meu ESPÍRITO derramarei” (At 2.17)? A expressão
“do meu ESPÍRITO derramarei” (At 2.17) aponta para o início da dispensação do
ESPÍRITO, e mostra que a efusão será contínua até “o grande e glorioso dia do
Senhor” (At 2.20).
LEITURAS PARA APROFUNDAR
Comentário Bíblico - Atos
A Teologia Carismática de Lucas
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 1, A Pessoa do ESPÍRITO SANTO
Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 1° Trimestre 2021
Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade Da Doutrina Bíblica
Sobre A Atuação Do ESPÍRITO SANTO
Comentarista: Esequias Soares
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva -
99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel
Esposa - 19-98448-2187
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 14.16-18, 26; 16.14
JOÃO 14
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre, 17 - o ESPÍRITO da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e
estará em vós. 18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
26 - Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em
meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito.
JOÃO 16
14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de
anunciar.
OBJETIVO GERAL - Expor a doutrina bíblica acerca da pessoa do ESPÍRITO SANTO.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar a revelação do ESPÍRITO SANTO nas Escrituras;
Relacionar a pessoa do ESPÍRITO SANTO com a de JESUS;
Afirmar que o ESPÍRITO SANTO age no mundo e no ser humano.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Neste trimestre, estudaremos as principais doutrinas que identificam um crente
pentecostal e assembleiano. Aprofundaremos os assuntos que formam parte do
legado pentecostal deixado pelos pioneiros de um movimento que alterou os rumos
dos protestantes evangélicos no mundo.
Os pentecostais, e mais especificamente os assembleianos do Brasil, amam o
ESPÍRITO SANTO, glorificam a JESUS em suas pregações, afirmam o batismo no
ESPÍRITO SANTO com a evidência de línguas, a atualidade dos dons espirituais e
levam a sério a iminência da volta de seu Senhor, JESUS CRISTO. Isso e muito
mais serão estudados ao longo desses três meses.
Para nos auxiliar neste maravilhoso estudo, o comentarista de Lições Bíblicas
Adultos é o pastor Esequias Soares. Ele é o líder da Assembleia de DEUS em
Jundiaí, presidente do Conselho de Doutrina da CGADB, presidente da Comissão de
Apologética da CGADB. É graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo.
Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Mackenzie. É também autor de
diversos livros, entre eles: Manual de Apologética Cristã, Heresias e Modismos
e A Razão da Nossa Fé, todos publicados pela CPAD.
PONTO CENTRAL - A Bíblia revela a verdade sobre a pessoa do ESPÍRITO SANTO.
Resumo da Lição 1, A Pessoa do ESPÍRITO SANTO
I - A REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS
1. Divindade.
2. Personalidade.
3. Atributos divinos.
II - O ESPÍRITO SANTO E JESUS CRISTO
1. Pericorese.
2. “Ele me glorificará” (16.14).
3. O efeito prático da pericorese.
4. Consubstancial com o Filho.
III - O ESPÍRITO SANTO AGE NO MUNDO E NO SER HUMANO
1. No mundo.
2. No plano divino da salvação.
3. Na vida humana.
Resumo rápido do Pr Henrique
I - A REVELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS
1. Divindade. O ESPÍRITO SANTO é DEUS.
2. Personalidade. O ESPÍRITO SANTO é uma pessoa.
3. Atributos divinos. O ESPÍRITO SANTO é Onisciente,
Onipresente e Onipotente.
II - O ESPÍRITO SANTO E JESUS CRISTO
1. Pericorese. Dança de roda onde crianças dançam e uma fica no meio da roda.
Depois uma outra criança entra no lugar desta que está no centro. Era usado
para ilustrar a trindade por padres teólogos católicos romanos.
2. “Ele me glorificará” (16.14). Podemos glorificar tanto ao PAI,
quanto ao ESPÍRITO SANTO, quanto ao filho JESUS.
3. O efeito prático da pericorese. A Trindade é ensinada em toda a
Bíblia, desde Gênesis onde diz "Façamos" e o ESPÍRITO SANTO pairava
sobre a face do abismo até o Apocalipse. Passagens mais importantes e claras
são:
TRINDADE NA BÍBLIA e o ESPÍRITOSANTO desceu sobre ele em forma
corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho
amado; em ti me tenho comprazido. Lucas 3:22 Portanto, ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITOSANTO; Mateus
28:19 Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o
ESPÍRITOSANTO; e estes três são um. 1 João 5:7
4. Consubstancial com o Filho. TRÊS PESSOAS EM UMA MESMA SUBSTÂNCIA.
UM SÓ DEUS.
III - O ESPÍRITO SANTO AGE NO MUNDO E NO SER HUMANO
1. No mundo. Criador e sustentador de todas as coisas.
2. No plano divino da salvação. Inspirando os profetas e
auxiliando na salvação pelo convencimento.
3. Na vida humana. Orientando, santificando, etc...
Ajuda
Vídeo desta Lição - https://www.youtube.com/watch?v=qTRAEZ1bd9g
Escrita - https://ebdnatv.blogspot.com/2020/12/escrita-licao-1-pessoa-do-espirito-santo.html
Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2020/12/slides-da-licao-1-pessoa-do-espirito.html
LIÇÕES ANTIGAS
Lição 5, Identidade do ESPÍRITO SANTO - 3º Trimestre de
2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos
Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares, Assembleia de DEUS,
Jundiaí, SP
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva - 99-99152-0454
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 14.15-18,26
15 - Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16 - E eu rogarei ao Pai, e
ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, 17 - o
ESPÍRITO da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. 18 - Não
vos deixarei órfãos; voltarei para vós. 26 - Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO
SANTO, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
Cremos (Confissão de Fé) - POR FAVOR, LEIA PARA A IGREJA
Cremos
1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada,
única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2
Tm 3.14-17);
2. Em um só DEUS, eternamente subsistente em três pessoas
distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o
Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO; Criador do Universo, de todas as coisas que há
nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres
humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo
(Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);
3. No Senhor JESUS CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS,
plenamente DEUS, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal,
em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os
mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16-18;
Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);
4. No ESPÍRITO SANTO, a terceira pessoa da Santíssima
Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que
falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co
3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);
5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de
DEUS e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de
JESUS CRISTO podem restaurá-lo a DEUS (Rm 3.23; At 3.19);
6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de
DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO e pelo poder atuante do ESPÍRITO SANTO e da
Palavra de DEUS para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef
2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação
pela fé no sacrifício efetuado por JESUS CRISTO em nosso favor (At 10.43; Rm
10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8. Na Igreja, que é o corpo de CRISTO, coluna e firmeza da
verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e
todos os lugares, chamados do mundo pelo ESPÍRITO SANTO para seguir a CRISTO e
adorar a DEUS (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);
9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só
vez, em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO, conforme determinou o
Senhor JESUS CRISTO (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);
10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e
irrepreensível por obra do ESPÍRITO SANTO, que nos capacita a viver como fiéis
testemunhas de JESUS CRISTO (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);
11. No batismo no ESPÍRITO SANTO, conforme as Escrituras, que
nos é dado por JESUS CRISTO, demonstrado pela evidência física do falar em
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo
ESPÍRITO SANTO à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para
o que for útil (1 Co 12.1-12);
13. Na segunda vinda de CRISTO, em duas fases distintas: a
primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação;
a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre
o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd
1.14);
14. No comparecimento ante o Tribunal de CRISTO de todos os
cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da
causa de CRISTO na Terra (2 Co 5.10);
15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde
a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os
que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e
tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de
todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4).
16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por DEUS e
ratificado por nosso Senhor JESUS CRISTO como união entre um homem e uma
mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido
pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24;
1.27).
Resumo da Lição 5, Identidade do ESPÍRITO SANTO
I - O ESPÍRITO SANTO
1. A revelação divina.
2. O esquecimento.
3. O ESPÍRITO SANTO e os primeiros cristãos.
II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada.
2. A divindade revelada.
3. Obras divinas.
III - OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1. Alguns atributos incomunicáveis.
2. Alguns atributos comunicáveis.
3. O ESPÍRITO SANTO e a Trindade.
IV - PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. As faculdades da personalidade.
2. Reações do ESPÍRITO SANTO.
PARA REFLETIR - A respeito da identidade do ESPÍRITO SANTO,
responda:
Quem revela o Filho? - O ESPÍRITO SANTO é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co
12.3).
O que revela o relacionamento do ESPÍRITO SANTO com o Pai e o Filho? - O
relacionamento do ESPÍRITO SANTO com o Pai e com o Filho revela a sua divindade
e a sua consubstancialidade com Eles.
O que o Credo Niceno-Constantinopolitano declara sobre o ESPÍRITO SANTO? - O
Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no ESPÍRITO SANTO, o Senhor e
Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o
Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas".
O que significa ser batizado em nome do Pai, e do Filho e do ESPÍRITO SANTO? -
Isso significa ser o ESPÍRITO SANTO objeto de nossa fé, pois em seu nome somos
batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho.
Quais são os três elementos constitutivos da personalidade no ESPÍRITO SANTO? -
Intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11), inteligência (Rm
8.27), emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e vontade.
Resumo Rápido do Pr. Henrique da Lição 5, Identidade do
ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
Vemos claramente na Bíblia a exposição do ESPÍRITO SANTO como
DEUS, coexistindo na trindade com o Pai e com o Filho, numa mesma substância. É
clara sua identidade, sua deidade, sua personalidade, suas obras, suas reações
e seus atributos.
Os primeiros cristãos não tiveram dificuldades em reconhecer
tudo isto, mas vieram outras gerações que não conheceram os primeiros
apóstolos e Paulo. Como no tempo dos hebreus, após a morte de Moisés e Josué, o
povo se corrompeu, a igreja também, após os apóstolos, deixou que heresias
penetrassem em seu meio e a doutrina verdadeira foi corrompida. A partir do
Concílio de Niceia. Iniciou-se uma tentativa de formulação da doutrina
pneumatológica e na segunda metade do século IV foi mais desenvolvida para
corrigir os heréticos de então.
I - O ESPÍRITO SANTO
O ESPÍRITO SANTO É DEUS.
Uma das citações bíblicas de maior clareza que comprova que o
ESPÍRITO SANTO é DEUS está em Atos 5.1-4
Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu
uma propriedade, E reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e,
levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO
SANTO, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti?
E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS. Atos 5:1-4 - A DEUS - O ESPÍRITO
SANTO É DEUS.
1. A revelação divina.
a- A Bíblia mostra que no Antigo Testamento houve uma mais clara
manifestação da pessoa de DEUS PAI, ficando um tanto obscura a presença do
Filho JESUS e do ESPÍRITO SANTO, nesta época. O judeus entendiam DEUS como
unicamente sendo o PAI. Adotaram o Shemá e não viam nele a Trindade.
b- No Novo Testamento, mais precisamente nos evangelhos, temos a
clara manifestação da pessoa do Filho JESUS que veio pessoalmente à Terra, em
forma corpórea como ser humano, se fazendo em tudo semelhante aos homens (com
exceção do pecado).
c- Também no Novo Testamento e em nossos dias, temos uma farta
revelação da manifestação da pessoa do ESPÍRITO SANTO como DEUS. Ele foi enviado
por JESUS, Mora conosco e em nós, nos ajuda em tudo para o sucesso de nossa
vida cristã.
O Senhor JESUS revelou o Pai (Jo 1.18), e o
ESPÍRITO SANTO é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
2. O esquecimento.
A bíblia possui inúmeros versículos que nos revela a identidade do
ESPÍRITO SANTO - comprovam sua deidade (Divindade; qualidade de divino) do
ESPÍRITO SANTO. Sua personalidade é revelada em seus atributos e ações. Seu
relacionamento com o PAI nos indica tanto sua deidade como sua personalidade e
nos fornece sua identidade.
Assim como o PAI e o Filho JESUS, o ESPÍRITO SANTO é mencionado,
na Bíblia, desde Gênesis 1.2 até Apocalipse 22.17. Isso nos revela sua
importância na trindade.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do
abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas. Gênesis 1.2
E o ESPÍRITO e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem
tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida. Apocalipse
22.17
Com o passar dos anos nações inteiras foram evangelizadas - muitos
eram os novos convertidos e nenhum deles conheceu pessoalmente JESUS e nem os
apóstolos. O verdadeiro ensino estava corrompido. Havia denominações que nem
reconheciam JESUS como DEUS e muito menos o ESPÍRITO SANTO. Havia a
necessidade de se corrigir as heresias e formular um credo de acordo com os
ensinos de JESUS e dos apóstolos. Daí surgiram os concílios. O primeiro
concílio aconteceu em Jerusalém, ainda no tempo dos primeiros apóstolos, para
corrigir erros doutrinários e o constante debate entre Paulo e os judaizantes -
Veja Atos 15. Após 100 anos houve a necessidade de se convocar novos concílios,
o que foi providenciado. Esses concílios eram patrocinados por Imperadores,
políticos hereges, mas DEUS colocou lá dentro seus servos fiéis e atentos nas
decisões doutrinárias. Eles puderam participar e influenciar suas decisões.
Dentre os principais destacam-se estes:
I Concílio de Niceia I, convocado no ano 325, II Concílio de
Constantinopla I, do ano 381, III Concílio de Éfeso, do ano 431, IV Concílio de
Calcedônia, do ano 451, V Concílio de Constantinopla II, do ano 553,
3. O ESPÍRITO SANTO e os primeiros cristãos.
A primeira geração não teve problemas em reconhecer o ESPÍRITO
SANTO como DEUS - eram cheios do ESPÍRITO SANTO, eram acostumados a orar 3
horas por dia, a jejuarem pelo menos dois dias por semana, a estudar a bíblia
pelo menos 3 horas por dia. Eram todos batizados no ESPÍRITO SANTO e a maioria
deles era usada em dons do ESPÍRITO SANTO. Todos ganhavam almas. Era uma
geração que tinha líderes cheios do ESPÍRITO SANTO e que marchavam na frente do
povo com sinais, prodígios e maravilhas. Após 100 anos a igreja iniciou o
declínio espiritual. Seus líderes se comprometeram com a política (imperadores
e altos funcionários do reino romano), a oração diminuiu, o jejum sumiu, o
estudo da bíblia rareou, o dinheiro apareceu, a avareza aumentou. O povo
cristão se corrompeu e as heresias foram introduzidas no meio da Igreja.
Começaram a duvidar da trindade e a desacreditar na deidade de JESUS e do
ESPÍRITO SANTO.
II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada.
Ora, o Senhor é o ESPÍRITO; e onde está o ESPÍRITO do Senhor, aí
há liberdade.
Aqui a palavra “Senhor” está indicando o ESPÍRITO SANTO.
ESPÍRITO do SENHOR ou o ESPÍRITO de DEUS são nomes atribuídos ao
ESPÍRITO SANTO. Isaías 11:2, repousará sobre Ele; 1 Samuel 16:14, retirou-se de
Saul; 2 Samuel 23:2, falou por mim; Juízes 13:25, incitava Sansão; 2 Crônicas
15:1, ESPÍRITO de DEUS; 2 Crônicas 20:14, veio na congregação; Ezequiel 37:1,
pôs Ezequiel no meio de um vale; 1 Coríntios 6:11, ESPÍRITO do nosso DEUS; Atos
8:39, arrebatou a Filipe; 2 Coríntios 3:18, transformados de glória em glória;
Lucas 4:18, é sobre mim; etc...
Podemos notar que muitas vezes os nomes "DEUS" e
"ESPÍRITO SANTO" aparecem alternadamente na Bíblia, indicando a
deidade do ESPÍRITO SANTO: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao ESPÍRITO SANTO, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não
mentiste aos homens, mas a DEUS" (At 5.3,4b).
Veja o que o apóstolo Paulo afirma sobre o ESPÍRITO SANTO
- "Não sabeis vós que sois o templo de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS
habita em vós?" (1 Co 3.16).
"Não sabeis vós que sois o templo de DEUS" - Templo de
DEUS - morada de DEUS, tabernáculo de DEUS. Paulo diz que é de DEUS, emprega o
nome DEUS.
"ESPÍRITO de DEUS habita em vós?" - Agora diz que
esse DEUS é o ESPÍRITO SANTO que habita no templo.
No Antigo Testamento também esta linguagem era usada, mas
não muito observada pelos judeus. Os judeus, assim como muitos hoje, também
entendiam que o ESPÍRITO SANTO era somente um poder, uma unção, e não DEUS.
Somente alguns poucos entendiam que o ESPÍRITO SANTO era DEUS. Exemplo destes
são Samuel, Davi, Elias, Elizeu, etc...
"O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve
em minha boca. Disse o DEUS de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou"
(2 Sm 23.2,3).
Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para me
administrarem o sacerdócio. Êxodo 30:30
É nessa linguagem que a Bíblia diz que o ESPÍRITO SANTO é
DEUS.
2. A divindade revelada.
Onde aparece na bíblia o PAI, o Filho JESUS e o ESPÍRITO SANTO
(construções tripartidas), isso nos mostra claramente a divindade e
consubstancialidade do ESPÍRITO SANTO com o PAI, o Filho JESUS. Veja
exemplos em: Mt 28.19, 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2.
a - Na bênção apostólica - "A graça do Senhor JESUS
CRISTO, e o amor de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITO
SANTO seja com vós todos" (2 Co 13.13).
b - No louvor - "E clamavam uns para com os
outros, dizendo:
SANTO [DEUS], SANTO [JESUS], SANTO [ESPÍRITO
SANTO] é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua
glória" (Is 6.3).
c - No batismo - "Portanto ide, ensinai todas
as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e
do ESPÍRITO SANTO..." (Mt 28.19).
d - Nos dons - "Ora há diversidade de dons,
mas o ESPÍRITO é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor [JESUS] é
o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera
tudo em todos" (1 Co 12.4-6).
e - Na unidade da fé - "Há um
só... ESPÍRITO... um só Senhor [JESUS]... um
só DEUS e Pai de todos..." (Ef 4.4,6).
f - No testemunho - "Porque três são os que
testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o ESPÍRITO
SANTO; e estes três são um" (1 Jo 5.7).
g- Na Eleição - Eleitos segundo a presciência de DEUS Pai, em
santificação do ESPÍRITO, para a obediência e aspersão do sangue de JESUS
CRISTO: Graça e paz vos sejam multiplicadas. 1 Pedro 1:2
O ESPÍRITO penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de
DEUS (1 Co 2.10,11)
Na trindade o ESPÍRITO SANTO parece fazer a ligação entre o PAI e
o Filho JESUS e vemos isso no tetragrama com as letras que compõem o nome de
DEUS, as quatro consoantes, YHWH. Esse H, parece indicar a ligação do ESPÍRITO
SANTO na Trindade entre as três pessoas. (Interpretação minha).
Esse mesmo H parece ser enviado ao nome de alguém como Abrahão
(nas diversas línguas tem um H que veio de DEUS, não no português) - Em inglês,
por exemplo, Abraham.
Sabemos que o poder para se realizar obras está no ESPÍRITO SANTO.
´E chamado por JESUS de Dedo de DEUS. (
O contexto é - dará o Pai celestial o ESPÍRITO SANTO àqueles que
lho pedirem? Lucas 11:13a
E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos?
Eles, pois, serão os vossos juízes.
Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de DEUS, certamente a vós é chegado o
reino de DEUS. Lucas 11:19,20
Mas, se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS, logo é
chegado a vós o reino de DEUS. Mateus 12:28
O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres.
Enviou-me a curar os quebrantados de coração, Lucas 4:18
JESUS o chama de "outro Consolador" (Jo 14.16).
OUTRO
JESUS prometeu dar aos seus discípulos “outro Consolador” (Jo
14.16). A palavra “outro” aqui corresponde ao original grego “allos”, que
significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma
qualidade. As Pessoas da deidade eternamente são coexistentes em uma união
perfeita de uma só natureza, substância e essência.
CONSOLADOR
João 14.16 O CONSOLADOR. JESUS chama o ESPÍRITO SANTO de
"Consolador". Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que
significa literalmente "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o
ajudar". É um termo rico de sentido, significando Consolador,
Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo. O termo grego
para "outro" é, aqui, allon, significando "outro da mesma
espécie", e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente.
Noutras palavras, o ESPÍRITO SANTO dá prosseguimento ao que CRISTO fez quando
na terra. (1) JESUS promete enviar outro Consolador. O ESPÍRITO SANTO, pois,
faria pelos discípulos, tudo quanto CRISTO tinha feito por eles, enquanto
estava com eles. O ESPÍRITO estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt
14. 30,31), prover a direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos
momentos difíceis (v. 18), interceder por eles em oração (Rm 8.26,27;
cf. 8.34) e permanecer com eles para sempre. (2) A palavra parakletos é
aplicada ao Senhor JESUS em 1 Jo 2.1. JESUS, portanto, é nosso Ajudador e
Intercessor no céu (cf. Hb 7.25) enquanto o ESPÍRITO SANTO é nosso
Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na terra (Rm 8.9,26; 1 Co
3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).
Dicionário Strong em Português - παρακλητος parakletos
1) chamado, convocado a estar do lado de alguém, esp. convocado a ajudar alguém
1a) alguém que pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor,
conselheiro de defesa, assistente legal, advogado
1b) pessoa que pleiteia a causa de outro com alguém, intercessor
1b1) de CRISTO em sua exaltação à mão direita de DEUS, súplica a DEUS, o Pai,
pelo perdão de nossos pecados
1c) no sentido mais amplo, ajudador, amparador, assistente, alguém que presta
socorro
1c1) do SANTO ESPÍRITO, destinado a tomar o lugar de CRISTO com os apóstolos
(depois de sua ascensão ao Pai), a conduzi-los a um conhecimento mais profundo
da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a
sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino
AJUDADOR é a melhor interpretação, sendo que Ele é nosso
intercessor na terra (...ESPÍRITO intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
Romanos 8:26), enquanto JESUS o é no céu (o qual está à direita de DEUS, e
também intercede por nós. Romanos 8:34), Ele é nosso advogado na Terra (como
haveis de responder; Lucas 21:14), enquanto JESUS o é no céu (Advogado para com
o Pai, JESUS CRISTO, o justo. 1 João 2:1):
O ESPÍRITO SANTO NOS AJUDA:
- Nos ajuda a orar - Romanos 8:26
- Nos ajuda a entender a Bíblia, nos ensina - João 14.26
- Nos ajuda a lembrar - João 14.26
- Nos ajuda a falar quando não sabemos o que dizer - Lucas 12.12
- Nos ajuda a ganhar almas - João 16.8
- Nos ajuda a saber o futuro - João 16.13
- Nos ajuda nos Guiando - João 16.13
3. Obras divinas.
Suas obras o revelam como DEUS. Seu poder é utilizado para
realização das obras divina desde a criação (Gn 1.2).
JESUS se utilizou desse poder que o ESPÍRITO SANTO tem para
realizar suas obras maravilhosas aqui na Terra e ser guiado por Ele.
(Então, pela virtude do ESPÍRITO, voltou JESUS para a Galileia, e
a sua fama correu por todas as terras em derredor. Lucas 4:14; O ESPÍRITO do
Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a
curar os quebrantados de coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração
da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável
do Senhor. Lucas 4:18,19; E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía
dele virtude, e curava a todos. Lucas 6:19; Mas, se eu expulso os demônios pelo
ESPÍRITO de DEUS, logo é chegado a vós o reino de DEUS. Mateus 12:28; E
aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados
fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e
da Judéia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava ali para os curar.
Lucas 5:17).
O ESPÍRITO SANTO é o Criador do Universo e dos seres humanos junto
com o PAI e o Filho JESUS (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30).
O ESPÍRITO SANTO gerou JESUS como homem (Mt 1.20; Lc 1.35) e
o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11).
O ESPÍRITO SANTO também é Senhor da Igreja, instituindo bispos (At
20.28); participante do novo nascimento (Jo 3.5,6); também é
doador da vida (Ez 37.14), Ele regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons
espirituais como quer (1 Co 12.7-11).
Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano declara para confirmar a
bíblia: "E no ESPÍRITO SANTO, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai
e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que
falou por meio dos profetas".
III - OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
Os atributos da divindade se dividem entre atributos
incomunicáveis (só DEUS os possui e os pode revelar) – o ser humano não os
possui), e também os atributos comunicáveis que são transferidos aos
crentes para que possam ter uma vida cristã sadia. O ESPÍRITO
SANTO É SENHOR - 2 Coríntios 3.17.
1. Alguns atributos incomunicáveis.
Atributos incomunicáveis (só DEUS os possui e os pode revelar) – O
ESPÍRITO SANTO comunica esses atributos por meio dos dons espirituais, como por
exemplo, o dom Palavra de Sabedoria que é comunicada sobrenaturalmente
revelando alguma coisa no futuro, dentro da onisciência de DEUS (Ex. E,
levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que
haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio
César. Atos 11:28). Já a onipresença é manifestada no dom Palavra de
Conhecimento ou da ciência como em 2 Reis 6:12 (E disse um dos servos: Não, ó
rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de
Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir). A onipotência é
revelada nos dons de poder, Fé, Milagres e Dons de Curar.
Os homens em si mesmo não possuem esses atributos. São exclusivos
de DEUS. O ESPÍRITO SANTO os possui.
São eles, os principais:
Atributo que pertence exclusivamente a divindade (Rm 1.23; Hb
1.11).
a) Onipresença. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo
tempo (Sm 139.7-10; I Co 2.10).. Não podemos fugir à sua presença (Sl
139.7). Como ê bom saber que podemos contar com a sua companhia em todo o
tempo.
Atentemos para duas ênfases contidas nesses textos que evidenciam
a onipresença do ESPÍRITO: “Para onde me irei do teu ESPÍRITO, ou para onde
fugirei da tua face?” e “O ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de DEUS”.
b) Onisciência. O ESPÍRITO SANTO tudo sabe e tudo conhece. Ele nos sonda e
nos prova quanto às intenções de nosso coração (1 Co 2.10). Ninguém pode mentir
àquEle que sabe toda a verdade. Lembra-se de Ananias e Safira? Nada escapa ao
conhecimento do ESPÍRITO SANTO. Sua compreensão é infinita. Ele tudo sabe e
nada ignora (Sl 139.2.11,13).
Esta é mais uma evidência da deidade do ESPÍRITO SANTO, o qual
sabe e conhece todas as coisas (I Co 2.10,11). Isso é
um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “habita
convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). A
primeira parte dessa declaração de JESUS indica a permanência do ESPÍRITO SANTO
em nós (“habita convosco”); e a segunda, a sua presença constante dentro de nós
(“e estará em vós”).
Alguém pode habitar numa casa e não estar presente nela em
determinada ocasião. Porém, o ESPÍRITO SANTO quer estar sempre presente no
crente, como uma das maravilhas dessa “tão grande salvação” (Hb 2.3).
c) Onipotência. Ele é DEUS. Não há impossíveis para o ESPÍRITO SANTO. O
homem é limitado, mas o Consolador tudo pode fazer e o maior milagre que Ele
opera no homem ê o do novo nascimento (Jo 3.3).
O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas (Sm
104.30)
O ESPÍRITO SANTO tem poder próprio. Ê dEle que flui a vida, em
suas dimensões e sentidos bem como o poder de DEUS (SI 104.30; Ef 3.16; At
1.8). Isso é uma evidência da deidade do ESPÍRITO SANTO. Ele tem autoridade e
poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em I Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que
aparece o termo traduzido por “demonstração do ESPÍRITO SANTO”, designa-se
literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na
vida dos ouvintes do evangelho de CRISTO. E isso ocorre pela poderosa ação
persuasiva e convincente do ESPÍRITO, cujos efeitos transformadores foram
visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o
evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (I Co 2.4,5).
Era nítido o contraste entre a ação poderosa do ESPÍRITO e os
métodos secos e repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que
tentavam convencer e conseguir admiradores e discípulos mediante demonstrações
encenadas de retórica, dialética e argumentação filosófica; isto é, “sabedoria
dos homens” (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor JESUS
CRISTO, o qual “é o poder de DEUS para a salvação de todo o que crê” (Rm 1.16).
Paulo reconhecia que os mestres gregos o superavam em capacidade
acadêmica e humana (2 Co 10.10; 11.6). Mas a sabedoria, a oratória e a
argumentação filosófica deles era tão-somente um espetáculo teatral, vazio, que
atingia apenas os sentidos dos espectadores. No apóstolo Paulo, ao contrário,
operava, nesse sentido, o poder de DEUS (I Co 2.4,5; Cl
1.29; I Ts 1.5; 2 Co 13.10).
O poder do ESPÍRITO SANTO, que evidencia a sua deidade, é também
revelado em passagens como Lucas 1.35, Jó 26.13 e
33.4, Salmos 33.6 e Gênesis 1.1,2. Esse divino poder, como já
afirmamos, é liberado através da pregação do evangelho de CRISTO:
Na conversão dos ouvintes (Ato 2.37,38).
No batismo com o ESPÍRITO SANTO para os novos crentes (Ato 10.44).
Na expulsão de Espíritos malignos (At 8.6,7; Lc
11.20).
Na cura divina dos enfermos (Ato 3.6-8).
Na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
d) Eternidade. Ele é infinito em existência; sem princípio;
sem fim; sem limitação de tempo (Hb 9.14). Ele estava presente no princípio,
quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2).
Outros atributos. O ESPÍRITO de DEUS é denominado Senhor (2 Co 3.16-18);
é descrito como Criador (Jó 26.13; 33.4; Sm 33.4; 104.3; Gn
1.1,2; Ez
37.9,10); e é classificado e mencionado juntamente com o Pai e o Filho, o que,
claramente, é uma grande evidência da sua divindade.
2. Alguns atributos comunicáveis.
a) O ESPÍRITO SANTO é santo. "SANTO" não como que tendo
recebido esta santidade externamente, mas como consequência direta de sua natureza
santa. ELE mesmo é santo. Ele nos santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
b) O Fruto do ESPÍRITO e suas 9 qualidades é um atributo do
ESPÍRITO SANTO que nos comunica suas virtudes. Mas o fruto do ESPÍRITO é:
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Gálatas 5:22.
c) Os dons do ESPÌRITO SANTO são também seus atributos que
nos capacita a fazer a obra a de DEUS, reúne multidões para ouvir o evangelho e
confirma nossa pregação como advinda de DEUS. Aí há muitas conversões com o
ESPÌRITO SANTO os convencendo do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8).
Mas a manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um, para o que for
útil. Porque a um pelo ESPÍRITO é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo
mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a
outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; E a outro a operação de
maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e
a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um
só e o mesmo ESPÍRITO opera todas estas coisas, repartindo particularmente a
cada um como quer. 1 Coríntios 12:7-11
Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus
livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço,
acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata. Atos 19:19 - E, apegando-se
o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto
deles, ao alpendre chamado de Salomão Atos 3:11
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando
com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.
Marcos 16:20
3. O ESPÍRITO SANTO e a Trindade.
Terceira Pessoa da Trindade
DEUS é uno e, ao mesmo tempo, Triúno (Gn 1.1,26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1
Jo 5.7 . O Pai, o Filho e o ESPÍRITO são três divinas e distintas Pessoas.
São verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente
pela fé. A fé em DEUS deve preceder a doutrina (I Tm 4.6).
Se a unidade composta do homem — ESPÍRITO, alma e corpo — continua
como um fato inexplicável para a ciência e para os homens mais sábios e santos,
quanto mais a triunidade do Pai, do Filho e do ESPÍRITO SANTO!
As três divinas Pessoas da Trindade são coeternas e iguais entre
si. Mas, em suas operações concernentes à criação e à redenção, DEUS, o Pai,
planejou a criação de tudo (Ef 3.9); DEUS, o
Filho, executou o plano, criando (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3); e DEUS,
o ESPÍRITO SANTO, vivificou, ordenou, pôs tudo, todo o universo, em ação: desde
a partícula infinitesimal e invisível até ao super-macroscópico objeto
existente (Jó 33.4; Jo 6.63; Gl 6.8; Sm 33.6; Tt 3.5). Ou seja,
o Pai domina, o Filho realiza, e o ESPÍRITO SANTO vivifica, preserva e
sustenta.
Na redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu; o
Filho consumou-a, na terra; e o ESPÍRITO SANTO realiza e aplica essa tão grande
salvação à pessoa humana. Entretanto, num exame cuidadoso da Bíblia vemos que,
em qualquer desses atos divinos, as três Pessoas da Trindade estão presentes.
Uma tentativa de definição do trino DEUS é: DEUS Pai é a plenitude
da divindade invisível (Jo 1.18). DEUS
Filho é a plenitude da divindade manifesta (Jo I7). DEUS ESPÍRITO SANTO é a
plenitude da divindade operando na criatura (I Co 2.12-16).
Para os sentidos físicos do homem, por condescendência de DEUS,
vemos as três Pessoas da Trindade no batismo de JESUS. O Pai eterno falou do
céu, o ESPÍRITO SANTO desceu em forma visível de pomba — uma alegoria —, e o
Filho estava sendo batizado no rio Jordão, para cumprir toda a justiça (Mt 3.16,17).
IV - PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. As faculdades da personalidade.
O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA DA TRINDADE
UMA PESSOA SE ENTRISTECE
E não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS, no qual estais selados
para o dia da redenção. Efésios 4:30
UMA PESSOA FALA
E disse o ESPÍRITO a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro.
Atos 8:29
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2
Bem falou o ESPÍRITO SANTO a nossos pais pelo profeta Isaías, Atos
28:25b
Portanto, como diz o ESPÍRITO SANTO: Se ouvirdes hoje a sua voz,
Hebreus 3:7
E disse-me o ESPÍRITO que fosse com eles, nada duvidando; e também
estes seis irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele homem; Atos 11:12.
UMA PESSOA SE ALEGRA
Naquela mesma hora se alegrou JESUS no ESPÍRITO SANTO, Lc 10.21
Com gozo do ESPÍRITO SANTO. 1 Tessalonicenses 1:6b
Porque o reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e
paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO. Romanos 14:17
UMA PESSOA QUE CONSTITUI LÍDERES
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO
SANTO vos constituiu bispos. Atos 20.28a
O ESPÍRITO SANTO DÁ DONS COMO QUER
Porque a um pelo ESPÍRITO é dada a palavra da sabedoria; e a
outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo
ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; E a outro a
operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os
espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das
línguas. Mas um só e o mesmo ESPÍRITO opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer. 1 Coríntios 12:7-11
A graça do Senhor JESUS CRISTO, e o amor de DEUS, e a comunhão do
ESPÍRITO SANTO seja com todos vós. Amém. 2 Coríntios 13:14
O ESPÍRITO SANTO ENSINA E FAZ LEMBRAR
As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana
ensina, mas com as que o ESPÍRITO SANTO ensina, comparando as coisas
espirituais com as espirituais. 1 Coríntios 2:13.
Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito. João 14:26
ESPÍRITO SANTO DÁ TESTEMUNHO TANTO NO CÉU COMO NA TERRA, TANTO COM
O PAI, QUANTO COM O FILHO.
Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o
ESPÍRITO SANTO; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o
ESPÍRITO, e a água e o sangue; e estes três concordam num1 João 5:7,8.
Personalidade
• Atributos de personalidade: a) inteligência (capacidade de
conhecimento) — 1 Co 2.10 comparado com Is 11.2; b) vontade própria (capacidade
de escolha) — 1 Co 12.11; c) sensibilidade (capacidade de emoção) — Ef 4.30; Rm
15.30.
• Atividades pessoais exercidas pelo ESPÍRITO SANTO: a) ensina —
Jo 14.26; b) testifica — Jo 15.26; c) guia — Rm 8.14; d) convence — Jo 16.7,8;
e) contende — Gn 6.3; f) ordena e dirige — At 8.29; 13.1,3; g) intercede — Rm
8.26, 34; h) realiza milagres — At 8.39.
• ESPÍRITO SANTO contradiz as regras de gramática — Palavra grega
pneuma (espírito) é do gênero neutro. Uso de 3 espécies de pronomes, todos do
gênero masculino: a) pronome demonstrativo masculino — Jo 16.13,14 (este, esse,
aquele); b) pronomes relativos masculinos — Jo 15.26 e Ef 1.14 (que, o qual);
c) pronome pessoal masculino — Jo 16.6,8 (vo-lo enviarei).
• Farta identificação pessoal - textos: Jo 14.16,17,26, 15.26,
16.7,13; At 1.8, 5.9,32, 8.18, 10.19,29,47, 13.2, 19.6; Rm 8.16; 1 Co 2.10,11;
2 Co 3.17; Ap 2.11,29; 3.6,13,22. O nome JESUS é encontrado 905 vezes no NT,
algumas vezes sem artigo. Símbolos do ESPÍRITO SANTO nas suas atividades: água,
fogo, pomba, azeite. JESUS: porta (Jo 10.9), videira (Jo 15.1), caminho (Jo
14.6), etc. ESPÍRITO SANTO é pessoa tanto quanto
JESUS.(http://www.cacp.org.br/a-deidade-do-espirito-santo)
A Personalidade do ESPÍRITO SANTO
A Bíblia apresenta o ESPÍRITO SANTO como um Ser dotado de
personalidade, isto é, que possui ou contém em si mesmo os elementos de
existência pessoal, em contraste com a existência impessoal
Pode-se dizer que a personalidade existe quando se encontram em
uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda autoconsciência
e autodeterminação. Deste modo, ao usarmos o termo "pessoa",
aplicando-o aos membros da Trindade, deve ser entendido em sentido qualitativo
ou limitado, e não em organismos separados, confundindo-o com corporalidade,
conforme usamos o termo em relação ao homem.
A Bíblia mostra a personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que:
Ele cria e dá vida (Jó 33.4).
Ele nomeia e comissiona ministros (Is 48.16; At 13.2; 20.28).
Ele dirige onde os ministros devem pregar (At 16.6,7).
Ele instrui o que os ministros devem pregar (1 Co 2.14).
Ele falou através dos profetas (At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21).
Ele contende com os pecadores (Gn 6.3).
Ele reprova (Jo 16.8).
Ele consola (At 9.31).
Ele nos ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26).
Ele ensina (Jo 14.26; 1 Co 12.3).
Ele guia (Jo 16.13).
Ele santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
Ele testifica de CRISTO (JO 15.26).
Ele glorifica a CRISTO (Jo 16.14).
Ele tem poder próprio (Rm 15.13).
Ele sonda tudo (Rm 11.33,34; 1 Co 10,11).
Ele age segundo a sua vontade (1 Co 12.11).
Ele habita com os Santos (Jo 14.17).
Ele pode ser entristecido (Ef 4.30).
Ele pode ser envergonhado (Is 63.10).
Ele pode sofrer resistência (At 7.51).
Ele pode ser tentado (At 5.9).
2. Reações do ESPÍRITO SANTO.
O ESPÍRITO SANTO É QUEM DETÉM O ANTICRISTO
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem
que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição,
O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama DEUS, ou se adora; de
sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS.
Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? E
agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado.
Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora o retém até
que do meio seja tirado; E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor
desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; 2
Tessalonicenses 2:3-8 - O ESPÍRITO SANTO É QUEM DETÉM O ANTICRISTO PARA QUE NÃO
REINE ANTES DA HORA CERTA - DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO.
2 Tessalonicenses - 2.7 - Comentários Bíblicos TT W. W. Wiersbe
Por que Satanás não consegue revelar antes o "homem da
iniquidade"? Porque DEUS está refreando as forças do mal
no mundo de hoje. Satanás não pode fazer o que bem entende, quando
bem entende. Nosso Senhor soberano é capaz de fazer até a ira do
homem louvá-lo: "e do resíduo das iras te cinges" (Sl 76:10). Em 2 Tes 2:6, 7, Paulo
menciona uma força repressora que hoje está colaborando para que os
acontecimentos sigam o cronograma.
O que ou quem é esse repressor? Paulo explicou isso aos
tessalonicenses quando os ensinou pessoalmente, mas não incluiu
essa informação em nenhuma das cartas. O repressor está atuando hoje no
mundo e continuará em ação até que seja "tirado do meio deles" (2 Ts 2:7b).
Convém observar que, em 2 Tes 2:6, Paulo
refere-se ao repressor de modo neutro ("o que o detém"),
enquanto em 2 Tes 2:7, usa o
gênero masculino ("aquele que agora o detém"). O repressor
é um indivíduo que se encontra presente em nosso meio, mas que, um
dia, será "afastado".
Vários estudiosos da Bíblia identificam o repressor como o
ESPÍRITO SANTO de DEUS. Sem dúvida, ele faz parte do plano de DEUS
e opera no meio da Igreja cumprindo os propósitos de DEUS. Quando a Igreja
for arrebatada, o ESPÍRITO SANTO não será removido do mundo (do contrário,
ninguém poderia ser salvo durante a Tribulação), mas será afastado de modo
que Satanás e suas hostes possam atuar. Por certo, o ESPÍRITO
SANTO estará presente na Terra durante o Dia do Senhor, mas não agirá
mais refreando o mal como faz hoje.
Apesar das fraquezas e dos aparentes fracassos da Igreja, não se
deve jamais subestimar sua importância no mundo. As pessoas que criticam a
Igreja não se dão conta de que a presença do povo de DEUS neste mundo
dá aos não salvos a oportunidade de receber a salvação. A presença da
Igreja adia a vinda do julgamento. Ló não era um homem consagrado ao
Senhor, mas foi sua presença em Sodoma que refreou a ira de DEUS {Gn 19:12-29). Há dois
planos em ação no mundo de hoje: o plano de DEUS para a salvação e o
plano de Satanás para o pecado, o "mistério da iniquidade". DEUS tem
um cronograma para seu plano, e Satanás não pode fazer coisa alguma
para mudá-lo. Assim como houve uma "plenitude do tempo" para a
vinda de CRISTO (Gl 4:4), também
haverá uma "plenitude do tempo" para o surgimento do anticristo, e
nada acontecerá fora do cronograma divino. Uma vez que o ministério
repressor do ESPÍRITO de DEUS tiver chegado ao fim, o acontecimento
seguinte poderá ocorrer.
O ESPÍRITO SANTO reage quando é confrontado, quando é
entristecido, quando é desrespeitado, quando é desobedecido. isso é mais uma
prova de sua personalidade como pessoa da Trindade, como DEUS.
Pedro obedeceu ao ESPÍRITO SANTO (At 10.19,21). Ananias mentiu ao ESPÍRITO
SANTO (At 5.3). Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao ESPÍRITO SANTO
(At 7.51). O apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o ESPÍRITO SANTO (Ef
4.30); os fariseus blasfemaram contra o ESPÍRITO SANTO (Mt 12.29-31); os
cristãos são batizados em nome do ESPÍRITO SANTO (Mt 28.19).
Muitas vezes podemos perceber que nossa alegria e até mesmo nossa
pregação tão bem-preparada desaparecem de repente no púlpito. É a sensibilidade
do ESPÍRITO SANTO. ELE reage a alguma coisa que fizemos ou dissemos e não lhe
agradou. Por exemplo: quando assistimos futebol antes de ir pregar na igreja.
Quando discutimos e brigamos com nossa esposa ou filhos antes de nos congregar,
quando fofocamos nas redes sociais antes do culto ou durante o mesmo, Etc... Cada
um deve perceber que o ESPÍRITO SANTO reage aos mínimos detalhes do nosso
comportamento cristão.
BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO
E a todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do homem,
isso lhe será perdoado; mas ao que blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO, não lhe
será perdoado. Lucas 12.10
Blasfêmia é atribuir a Satanás o que o ESPÍRITO SANTO faz
A Blasfêmia geralmente é o desejo de "eliminar DEUS do
próprio coração"
Quando alguém blasfema nem sente mais que DEUS existe - nunca mais
entra numa igreja. Se torna inimigo de DEUS.
Blasfêmia - (Strong português) - βλασφημεω - blasphemeo
1) falar de modo repreensível, injuriar, insultar, caluniar, blasfemar
2) ser mal falado por, injuriado, insultado
BEP - CPAD - 12.31 BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO. A blasfêmia
contra o ESPÍRITO SANTO é a rejeição contínua e deliberada do testemunho que o
ESPÍRITO SANTO dá de CRISTO, da sua Palavra e da sua obra de convencer o homem,
do pecado (cf. Jo 16.7-11). Aquele
que rejeita a voz do ESPÍRITO e se opõe a ela, afasta de si mesmo o único
recurso que pode levá-lo ao perdão o ESPÍRITO SANTO. Os passos que levam à
blasfêmia contra o ESPÍRITO:
(1) entristecer o ESPÍRITO. Se isto for contínuo, levará à
resistência ao ESPÍRITO (Ef 4.30);
(2) resistir ao ESPÍRITO leva ao apagamento do ESPÍRITO dentro da
pessoa (1 Ts 5.19);
(3) apagar o ESPÍRITO leva ao endurecimento do coração (Hb 3.8-13);
(4) o endurecimento do coração leva a uma mente réproba e
depravada, a ponto de chamar o bem de mal e o mal de bem (Rm 1.28; Is 5.20). Quando o
endurecimento do coração atinge certa intensidade que somente DEUS conhece, o
ESPÍRITO já não contenderá para levar aquela pessoa ao arrependimento (cf. Gn 6.3; ver Dt 29.18-21; 1 Sm 2.25; Pv 29.1). Quanto
àqueles que se preocupam pensando que já cometeram o pecado imperdoável, a sua
disposição de se arrependerem e quererem o perdão, é evidência de que não
cometeram o tal pecado imperdoável.
Para pessoa que fala “contra o ESPÍRITO SANTO” não há perdão.
(Comentário NT Kestimaker e Hendriksen).
Por que não? Aqui, como sempre quando o próprio texto não é
imediatamente claro, o contexto histórico deve ser nosso guia. Veja Lucas 11.15, 18; Marcos 3.22; cf. João 7.20; 8.48, 52; 10.20.
Dele aprendemos que os amargos adversários de JESUS estiveram
atribuindo a Satanás o que o ESPÍRITO SANTO fazia por meio de JESUS. Além
disso, eles faziam isso voluntariamente, deliberadamente. A despeito de
todas as evidências em contrário, ainda estavam afirmando que
JESUS expulsava os demônios pelo poder de Belzebu. Ora, ser perdoado
subentende que o pecador se arrependeu verdadeiramente. Entre os oponentes
estava totalmente ausente esse pesar genuíno pelo pecado. Em lugar do
arrependimento, puseram o endurecimento; em lugar da confissão, conspiração. E
assim, por meio de sua própria dureza criminosa e completamente
injustificada, estavam se condenando a si próprios.
CONCLUSÃO
O ESPÍRITO SANTO tem na Bíblia toda a revelação divina de que é
DEUS. Houve um esquecimento das doutrinas básicas de nossa fé, ensinadas pelos
apóstolos e também por Paulo e seus auxiliares, por parte da igreja após 100
anos. O ESPÍRITO SANTO era conhecido como DEUS pelos primeiros cristãos. A
divindade do ESPÍRITO SANTO à luz da Bíblia é vista na divindade declarada, na
divindade revelada e nas obras divinas realizadas pelo ESPÍRITO SANTO. Os
atributos da divindade se dividem entre atributos incomunicáveis (só DEUS os
possui e os pode revelar) – o ser humano não os possui), e também os atributos
comunicáveis que são transferidos aos crentes para que possam ter uma vida
cristã sadia. O ESPÍRITO SANTO e a trindade é claramente percebido na Bíblia
principalmente na Grande Comissão (Mt 28.19), na Bênção Apostólica ( 2 Co 13.13
) e em João 5:7,8. . A personalidade do ESPÍRITO SANTO é vista claramente pelas
suas faculdades e reações.
Comentários de algumas Bíblias, Livros e Dicionários
BEP - CPAD - João 14.16-18; 26
João 14.16 EU ROGAREI AO PAI. JESUS rogou ao Pai que enviasse o
Consolador, mas somente àqueles que o amam sinceramente e que se dedicam à sua
Palavra. JESUS emprega o tempo presente em "Se me amardes"(v. 15),
ressaltando assim uma atitude contínua de amor e de obediência.
14.16 O CONSOLADOR. JESUS chama o ESPÍRITO SANTO de
"Consolador". Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que
significa literalmente "alguém chamado para ficar ao lado de outro para o
ajudar". É um termo rico de sentido, significando Consolador,
Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo. O termo grego
para "outro" é, aqui, allon, significando "outro da mesma
espécie", e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente.
Noutras palavras, o ESPÍRITO SANTO dá prosseguimento ao que CRISTO fez quando
na terra.
(1) JESUS promete enviar outro Consolador. O ESPÍRITO SANTO, pois,
faria pelos discípulos, tudo quanto CRISTO tinha feito por eles, enquanto
estava com eles. O ESPÍRITO estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt 14. 30,31), prover a
direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos momentos difíceis (v. 18),
interceder por eles em oração (Rm 8.26,27; cf. 8.34) e
permanecer com eles para sempre.
(2) A palavra parakletos é aplicada ao Senhor JESUS em 1 Jo 2.1. JESUS,
portanto, é nosso Ajudador e Intercessor no céu (cf. Hb 7.25) enquanto
que o ESPÍRITO SANTO é nosso Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na
terra (Rm 8.9,26; 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).
14.17 HABITA CONVOSCO E ESTARÁ EM VÓS. CRISTO declara que o
ESPÍRITO SANTO habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente
Ele estaria "em vós". A promessa do ESPÍRITO SANTO para habitar nos
fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de CRISTO, quando Ele assoprou sobre
eles e disse-lhes: "Recebei o ESPÍRITO SANTO" (ver Jo 20.22). A seguir,
CRISTO lhes ordenou a aguardarem uma outra experiência no ESPÍRITO SANTO, que
lhes daria grande poder para testemunhar. "Mas vós sereis batizados com o
ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias... recebereis a virtude do
ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós" (At 1.5,8; 2.4, para a
operação do ESPÍRITO SANTO na regeneração do pecador).
14.17 O ESPÍRITO DA VERDADE. O ESPÍRITO SANTO é chamado "O
ESPÍRITO da verdade" (João 15.26; 16.13; cf. 1 Jo 4.6; 5.6), porque
Ele é o ESPÍRITO de JESUS, que é a verdade (18.37), instrui quanto à verdade,
expõe a mentira (At 5.1-9) e guia o
crente em toda a verdade (16.13). Aqueles que querem sacrificar a verdade em
favor da unidade, do amor, ou outra qualquer razão, negam o ESPÍRITO da
verdade, que os tais alegam ter. A igreja que abandona a verdade, abandona a
seu Senhor. O ESPÍRITO SANTO não será conselheiro dos que são indiferentes à fé
ou a seu compromisso com a verdade. Ele vive somente nos que adoram ao Senhor
"em ESPÍRITO e em verdade" (4.24).
14.18 VOLTAREI PARA VÓS. JESUS se revela ao crente obediente
mediante o ESPÍRITO SANTO, que torna conhecida a presença pessoal de JESUS na,
e com a pessoa que o ama (v. 21). O ESPÍRITO nos torna conscientes da presença
de JESUS e da realidade do seu amor, bênção e socorro. Essa é uma das suas
missões principais. É mediante o ESPÍRITO SANTO que CRISTO vive no crente, que
por esta razão deve expressar amor, adoração e dedicação a DEUS.
14.26 O ESPÍRITO SANTO. O Consolador é identificado aqui como o
"ESPÍRITO SANTO". Para o crente do NT, o aspecto mais importante do
ESPÍRITO não é a sua grandeza, nem é o seu poder (At 1.8), mas a
sua santidade. Seu caráter SANTO manifestado na vida dos crentes, é o que mais
importa (cf. Rm 1.4; Gl 5.22-26).
A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO - BEP - CPAD
At 5.3,4 “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO e retivesses parte
do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em
teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a DEUS.”
É essencial que os crentes reconheçam a importância do ESPÍRITO
SANTO no plano divino da redenção. Sem a presença do ESPÍRITO SANTO neste
mundo, não haveria a criação, o universo, nem a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o
ESPÍRITO SANTO, não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o NT
(Jo 14.26, 1Co 2.10) e nenhum
poder para proclamar o evangelho (1.8). Sem o ESPÍRITO SANTO, não haveria fé,
nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo. Este estudo
examina alguns dos ensinamentos básicos a respeito do ESPÍRITO SANTO.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO.
Através da Bíblia, o ESPÍRITO SANTO é revelado como Pessoa, com
sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é
uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O ESPÍRITO SANTO não é mera
influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27),
sente (Rm 15.30),
determina (1Co 12.11) e
tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para
levar os crentes à íntima presença e comunhão com JESUS (Jo 14.16-18,26). À luz
destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo DEUS vivo
e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação
(ver Mc 1.11).
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO.
(1) A revelação do ESPÍRITO SANTO no AT. Para uma exposição da
operação do ESPÍRITO SANTO no AT. (2) A revelação do ESPÍRITO SANTO no NT. (a)
O ESPÍRITO SANTO é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8),
revela-nos a verdade a respeito de JESUS (Jo 14.16,26), realiza
o novo nascimento (Jo 3.3-6), e
faz-nos membros do corpo de CRISTO (1Co 13). Na conversão, nós, crendo em
CRISTO, recebemos o ESPÍRITO SANTO (Jo 3.3-6; 20.22) e nos
tornamos coparticipantes da natureza divina (2 Pe 1.4). (b) O ESPÍRITO
SANTO é o agente da nossa santificação. Na conversão, o ESPÍRITO passa a
habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1 Co 6.19). Note
algumas das coisas que o ESPÍRITO SANTO faz, ao habitar em nós. Ele nos
santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos
da escravidão ao pecado (Rm 8.2-4; Gl 5.16,17; 2 Ts 2.13). Ele
testifica que somos filhos de DEUS (Rm 8.16),
ajuda-nos na adoração a DEUS (At 10.45,46; Rm 8.26,27) e na
nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a DEUS (Rm 8.26,27).
Ele produz em nós as qualidades do caráter de CRISTO, que O glorificam (Gl 5.22,23; 1Pe
(2) Ele é o nosso mestre divino, que nos guia em toda a
verdade (Jo 16.13; 14.26; 1 Co 2.10-16) e também
nos revela JESUS e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.14).
Continuamente, Ele nos comunica o amor de DEUS (Rm 5.5) e nos
alegra, consola e ajuda (Jo 14.16; 1 Ts 1.6). (c) O
ESPÍRITO SANTO é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os
crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta
obra do ESPÍRITO SANTO relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do ESPÍRITO.
Quando somos batizados no ESPÍRITO, recebemos poder para testemunhar de CRISTO
e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (1.8). Recebemos a mesma
unção divina que desceu sobre CRISTO (Jo 1.32,33) e sobre
os discípulos (2.4; ver 1.5), e que nos capacita a proclamar a Palavra de
DEUS (1.8; 4.31) e a operar milagres
(2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de DEUS é que
todos os cristãos atuais recebam o batismo no ESPÍRITO SANTO (2.39). Para
realizar o trabalho do Senhor, o ESPÍRITO SANTO outorga dons espirituais aos
fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de CRISTO (1 Co
12—14). Estes dons são uma manifestação do ESPÍRITO através dos santos, visando
ao bem de todos (1 Co 12.7-11). (d) O
ESPÍRITO SANTO é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo
único de CRISTO, que é sua igreja (1 Co 12.13) e que
permanece nela (1 Co 3.16),
edificando-a (Ef 2.22), e nela
inspirando a adoração a DEUS (Fp 3.3),
dirigindo a sua missão (13.2,4), escolhendo seus obreiros (20.28) e
concedendo-lhe dons (1 Co 12.4-11),
escolhendo seus pregadores (2.4; 1Co 2.4),
resguardando o evangelho contra os erros (2 Tm 1.14) e
efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1 Co 3.16; 1 Pe 1.2).
(3) As diversas operações do ESPÍRITO são complementares entre si,
e não contraditórias. Ao mesmo tempo, essas atividades do ESPÍRITO SANTO formam
um todo, não havendo plena separação entre elas. Alguém não pode ter (a) a nova
vida total em CRISTO, (b) um SANTO viver, (c) o poder para testemunhar do
Senhor ou (d) a comunhão no seu corpo, sem exercitar estas quatro coisas. Por
exemplo: uma pessoa não pode conservar o batismo no ESPÍRITO SANTO se não vive
uma vida de retidão, produzida pelo mesmo ESPÍRITO, que também quer conduzir
esta mesma pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência às
mesmas.
Comentários do Pr. Henrique em 2011
I - Quem É o ESPÍRITO SANTO
O ESPÍRITO SANTO é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele
aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua
presença é proeminente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao
seu nome é o grego pneuma, vindo da raiz
hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar
significação divina e sem igual, denotam o infinito ESPÍRITO de DEUS.
A atuação deste supremo Ser é marcante nas Escrituras como o
Substituto legal do Filho de DEUS, desde o Pentecoste até o arrebatamento da
Igreja (Jo 16.7), e continuando depois com ela para sempre (Jo 14.16). Ele veio
ao mundo como o "Agente da Comunicação Divina". Sua origem não se
encontra nas tábuas genealógicas, pois, sendo Ele um dos membros da Divindade,
é a origem de si mesmo e a causa de sua própria substância.
II - Sua Preexistência
A natureza e os atributos do ESPÍRITO SANTO caracterizam-no como
o "ESPÍRITO eterno", não conhecendo princípio de dias nem fim de
existência (Hb 9.14). Ele aparece ao lado de DEUS, quando havia unicamente o
DEUS trino e uno. O tempo, que marca extensão, é percebido através da relação
entre "antes" e "depois". Uma vez que o ESPÍRITO SANTO tem
a mesma natureza de DEUS, o tempo não se aplica a Ele já que existe pela
própria necessidade de sua existência. Ele é um Ser vivo, dotado de personalidade,
não sendo meramente uma influência ou emanação de DEUS. Antes, é uma Pessoa claramente
divina, que faz parte da Trindade.
Não um ser criado, como nós ou as demais criaturas que, por um ato
de DEUS, passamos a existir num certo tempo e lugar.
1. No Antigo Testamento
O período do Antigo Testamento foi de preparação e espera a este
Ser eterno, cuja ação plena concretizou-se no Novo. Mas antes, como sabemos, o
Eterno ESPÍRITO de DEUS já operava.
Em suas várias manifestações e demonstrações de poder, tanto no
universo físico como no espiritual, sua presença é sentida e revelada (Gn 1.2;
6.3; Êx 8.19; Jo 33.4 etc.) Entretanto, eram apenas manifestações objetivas e
tópicas, pois até então o ESPÍRITO SANTO não havia sido "derramado" e
sim "manifestado" (cf. Jl 2.28; Jo 7.39). O ESPÍRITO SANTO se
revelava de três maneiras, visto no contexto geral.
a. Como ESPÍRITO criador do cosmo. Por cujo poder o Universo
e todos os seres foram criados.
b. Como ESPÍRITO dinâmico ou doador de poder. Revelado como o
Agente de DEUS em relação aos homens; entretanto, não era outorgado como dádiva
permanente. Em sentido tópico, tal sucedia até mesmo no caso dos profetas,
embora seja seguro pensar que homens mais profundamente espirituais possuíam o
dom do ESPÍRITO por tempo mais dilatado que o comum (cf. Sl 51.11- Ml 2.15).
c. Como ESPÍRITO regenerador. Pelo qual a natureza humana é
transformada "de glória em glória na mesma imagem, como pelo ESPÍRITO do
Senhor" (2 Co 3.18). Encontramos sua presença no Antigo Testamento, em
várias manifestações de poder, num total de 88 vezes: 13 no Pentateuco; sete em
Juízes; sete em 1 Samuel; cinco nos Salmos; 14 em Isaías; 12 em Ezequiel; e
trinta outras, por inferência.
Dos 39 livros do Antigo testamento, apenas 16 não fazem referência
específica a Ele - mas em essência.
Algumas referências marcam sua presença nesse período, descrevendo-o
como membro ativo da Divindade e participante de decisões somente a ela
inerentes. Vejamos algumas:
• Na criação do Universo: "E o ESPÍRITO de
DEUS se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).
• Na criação do homem: "E disse
DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança..."
(Gn 1.26).
• No juízo sobre o pecado: "Então disse o
Senhor DEUS: Eis que o homem é como um de nós..." (Gn 3.22).
• No julgamento sobre
o dilúvio: "Então disse o Senhor: Não contenderá o meu ESPÍRITO para
sempre com o homem..." (Gn 6.3).
• Sobre a construção da torre de Babel:
"Eia, desçamos, e confundamos ali a sua língua..." (Gn
11.7).
O ESPÍRITO SANTO é também retratado, em relação aos homens, como
aquEle que ilumina (Jo 33.8), dá forças especiais (Jz 14.6,19), concede
sabedoria (Êx 31.1-6; Dt 34.8), outorga revelações (Nm 11.25; 2 Sm 23.2),
instrui sobre a vontade de DEUS (Is 11.2), administra graça (Zc 12.10) e,
finalmente, enche as vidas com sua presença (Ef 5.18).
2. No Novo Testamento
O ESPÍRITO SANTO entra em cena logo nas primeiras páginas do Novo
Testamento. O anjo Gabriel informa a Zacarias, um velho sacerdote da ordem de
Abias, que seu futuro filho, João Batista, seria cheio do ESPÍRITO SANTO desde
o ventre materno (Lc 1.15). O mesmo mensageiro celestial diz a Maria que o
ESPÍRITO SANTO desceria sobre ela (Lc 1.35). Mais adiante encontramos o justo
Simeão, e "o ESPÍRITO SANTO estava sobre ele" (Lc 2.25). Durante a
vida terrena de nosso Senhor JESUS, a atuação do ESPÍRITO SANTO acompanhava
seus passos, palavras e obras. Ou seja, JESUS era "cheio do ESPÍRITO
SANTO" (Lc 4.1). E podia exclamar: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre
mim" (Lc 4.18).
III - Sua Existência Pós-pentecostal
Vinte e cinco livros dos 27 que compõem o Novo Testamento descrevem
o ESPÍRITO SANTO como um Ser real. Apenas dois, Filemom e 3 João, falam dEle
apenas em essência.
Há duas citações sobre a existência do Pai e do Filho que não
mencionam sua existência:
"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti
só, por único DEUS verdadeiro, e a JESUS CRISTO, a quem
envias-te" (Jo 17.3).
"E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal,
que procedia do trono de DEUS e do Cordeiro..." (Ap22.1).
No entanto, a ausência do ESPÍRITO SANTO nestas duas citações não
lhe nega a existência como Pessoa real! Pelo contrário, prova sua humildade e
grandeza.
De acordo com a Lei mosaica, o testemunho de dois homens era
verdadeiro para se firmar qualquer palavra ou sentença.
Dois grandes personagens, João Batista e JESUS CRISTO, afirmaram ter
visto o ESPÍRITO SANTO em forma corpórea.
"E João testificou, dizendo: Eu vi o
ESPÍRITO descer do céu como uma pomba, e repousar sobre ele. E eu não o
conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele
que vires descer o ESPÍRITO, e sobre ele repousar, esse é o que
batiza com o ESPÍRITO SANTO" (Jo 1.32,33).
"E, sendo JESUS batizado, saiu logo da água, e viu o
ESPÍRITO de DEUS descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).
IV - Sua Natureza
A terceira Pessoa da Trindade é ESPÍRITO por natureza!
Ou seja, tal qual Ele é, tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o
Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória. O fato de o ESPÍRITO SANTO
ser DEUS fica provado não somente por sua identificação com o Pai e o Filho,
nas fórmulas do batismo e da bênção apostólica, mas também pelos atributos
divinos que possui. Em outros aspectos, o ESPÍRITO SANTO é coparticipante dos
atos de DEUS, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por
exemplo:
1 Na bênção das tribos
"O Senhor DEUS te abençoe e te guarde: o
Senhor [JESUS] faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha
misericórdia de ti. O Senhor [ESPÍRITO SANTO] sobre ti levante o seu
rosto, e te dê a paz" (Nm 6.24-26).
2 Na bênção apostólica
"A graça do Senhor JESUS CRISTO, e o amor
de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITO SANTO seja com vós
todos" (2 Co 13.13).
3 No perdão
"Ó Senhor [DEUS], ouve; ó
Senhor [JESUS], perdoa: Ó Senhor [ESPÍRITO
SANTO], atende-nos e opera sem tardar" (Dn 9.19).
4. No louvor
"E clamavam uns para com os outros, dizendo:
SANTO [DEUS], SANTO [JESUS], SANTO [ESPÍRITO
SANTO] é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua
glória" (Is 6.3).
5 No batismo
"Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO
SANTO..." (Mt 28.19).
6 Nos dons
"Ora há diversidade de dons, mas o ESPÍRITO é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor [JESUS] é o
mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo DEUS que opera
tudo em todos" (1 Co 12.4-6).
7 Na unidade da fé
"Há um só... ESPÍRITO... um só
Senhor [JESUS]... um só DEUS e Pai de todos..." (Ef
4.4,6).
8 No testemunho
"Porque três são os que testificam no céu:
o Pai, a Palavra, e o ESPÍRITO SANTO; e estes
três são um" (1 Jo 5.7).
Evidentemente, a presença do ESPÍRITO SANTO é vista por toda a
extensão das Escrituras, sempre agindo de comum acordo com o Pai e o Filho.
De DEUS se declara: "Desde a antiguidade fundaste a terra: e
os céus são obra das tuas mãos" (Sl 102.25).
De CRISTO se declara: "Porque nele foram criadas todas as
coisas, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam
principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele" (Cl
1.16).
Do ESPÍRITO SANTO se declara: "Pelo seu ESPÍRITO ornou os
céus" (Jo 26.13). Os atos da criação - em separado, ainda que completos -
da parte de cada Pessoa reúnem-se na afirmação do nome de DEUS [Eloim], e daí
por diante.
Ele é, portanto, o ESPÍRITO eterno (Hb 9.14). É onipresente (Sl
139.7-10), onipotente (Lc 1.37) e onisciente (1 Co 2.10). A Ele se atribuem
obras divinas: tomou parte na criação (Gn 1.2); produz novas criaturas para
JESUS (Jo 3.5); ressuscitou a JESUS CRISTO dentre os mortos (Rm 1.4; 8.11).
O sentido que lhe dá a palavra grega - herdada do original
hebraico - é sem igual. Pneuma, como termo psicológico, representa a
sede da percepção, do sentido, da vontade, do estado da mente, ou pode ser
equivalente ao ego da pessoa humana (Mc 2.8; Lc 1.47; Jo 11.33; 13.21
etc...). Porém, o termo pneuma, ou vocábulo grego correspondente,
aparece 220 vezes no Novo Testamento. Nada menos de 91 dessas ocorrências, em
essência especial, com ou sem qualificativo quanto ao caráter ou a origem,
indicam o ESPÍRITO SANTO.
São usados pronomes masculinos, como na indicação do Pai e do
Filho, dominando, portanto, toda construção gramatical neste sentido. Isto é
importante!
V - Seu Relacionamento
A atuação do ESPÍRITO SANTO pode ser vista tanto em relação ao
universo físico como ao espiritual. Sua ação pode ser presenciada em ambos os
Testamentos. Entretanto, com maior impacto, o ESPÍRITO foi prometido para uma
dispensação futura, a tal ponto que, nos tempos do Messias, Ele seria
"derramado sobre toda a carne".
1. Com o Universo
"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face
do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas"
(Gn 1.2).
Observe-se que a palavra "DEUS" está no plural, e o
verbo, no singular (no hebraico, há três números: singular, dual e plural).
Assim, a natureza de DEUS é revelada na primeiras palavras de Gênesis, como de
igual modo o Filho e o ESPÍRITO SANTO: uma Trindade, porém um só DEUS.
O Filho aparece na "segunda" palavra da Bíblia - Ele é o
princípio (Ap 3.14).
O Pai aparece na "quarta" palavra.
O ESPÍRITO SANTO aparece na "trigésima-terceira"
palavra, e daí por diante sua presença contínua e suas manifestações tópicas
nas obras de DEUS são presenciadas em cada acontecimento. Dessa maneira,
podemos aceitar que, na criação do Universo, o Pai a propôs e o Filho agiu pela
energia do ESPÍRITO SANTO. Subentende-se, portanto, que o ESPÍRITO SANTO, como
Divindade inseparável em toda a criação, manifesta sua presença em todos os
elementos da natureza criada. Todas as forças da natureza são apenas
evidências da presença e operação do ESPÍRITO de DEUS. Toda a criação, e todo
ser criado, deve sua existência e continuação às "mãos de DEUS":
CRISTO ("Nele foram criadas todas as coisas", Cl 1.16) e ao ESPÍRITO
SANTO ("Ele criou e ornamentou a todas as coisas"; cf. Jo 26.13;
33.4; Sl 104.30).
2. Com CRISTO
O ESPÍRITO SANTO desceu sobre Maria, produzindo a concepção
virginal do Filho de DEUS (Mt 1.20; Lc 1.23), e é visto como aquEle
que "ungiu" JESUS de Nazaré, capacitando-o para sua
missão evangelizadora (Lc 4.18,19) e seu ministério miraculoso. Pedro afirma
que DEUS "ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude; o
qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque DEUS
era com ele" (At 10.38). Ele veio substituir o Filho na missão de conduzir
os homens a DEUS, como sua Testemunha poderosa (Jo 15.26). É a força
restauradora por meio da qual CRISTO opera (Rm 8.11). Finalmente, Ele é o
"Amigo Fiel" de CRISTO, glorificando-o por ter realizado tão sublime
redenção em favor de quem não a merecia (Jo 16.14).
3. Com a Igreja
O ESPÍRITO SANTO é o único que pode regenerar a alma, mediante seu
toque transformador. Sua presença entre os salvos deve ser contínua e perpétua,
pois assim produz no crente fruto semelhante a natureza moral positiva
de DEUS (Gl 5.22,23).
O objetivo principal do fruto do ESPÍRITO no crente, bem como de
todas as suas operações na alma, é transformá-lo segundo a imagem de CRISTO,
nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18). A promessa de JESUS a seus
discípulos foi a presença constante do ESPÍRITO em suas vidas. Ele disse:
"... para que [o ESPÍRITO SANTO] fique convosco para sempre... porque
habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.16,17).
a. Após a ressurreição de CRISTO. Depois de ressurreto, JESUS
entrou numa casa para participar com seus discípulos da primeira reunião de
seu ministério celestial. As portas daquele santuário improvisado estavam
"cerradas... onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham
ajuntado".
Após tê-los saudado ("Paz seja convosco!"), o segundo
ato do Senhor foi "soprar" sobre eles, dizendo: "Recebei o
ESPÍRITO SANTO" (Jo 20.19,22).
Todo salvo, segundo as Escrituras, tem o ESPÍRITO SANTO como selo
da ressurreição de CRISTO. Porque "se alguém não tem o ESPÍRITO de CRISTO,
esse tal não é dele" (Rm 8.9). E esta é a confirmação divina: "Se o
ESPÍRITO daquele que dos mortos ressuscitou a JESUS habita em vós", então,
sem nenhuma dúvida, "somos filhos de DEUS" (Rm 8.11,16).
Ora, o grande sucesso, tanto da igreja como do crente em
particular, tem sido a presença gloriosa do ESPÍRITO SANTO.
Paulo revela aos crentes de Corinto: "Não sabeis vós que sois
o templo de DEUS, e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós?" (1 Co
3.16).
b. A habitação do ESPÍRITO. Depois do processo de regeneração
no pecador, o ESPÍRITO SANTO passa a habitar nele, e aí permanece como Agente
divino da comunicação com o Pai e o Filho. A habitação do ESPÍRITO é uma fase
posterior à obra da conversão, e possibilita o crescimento da nova vida
iniciada naquele que foi chamado das trevas para viver na luz.
"Precisamos reconhecer sua presença permanente no templo de
nossos corpos. Esse reconhecimento deve tornar-se sagrado e levar-nos, sem
interrupção alguma, a uma vida imaculada, livre de pecado. É o segredo da
experiência de seu poder, que permanentemente atua naquele que é fiel e
obediente a CRISTO".
A comunhão com o ESPÍRITO SANTO leva o crente a aspirar pela sua
presença, no dizer de Paulo: "Não vos embriagueis com vinho, em que há
contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO" (Ef 5.18).
c. A companhia do ESPÍRITO. R. M. Riggs observa que desde o
seu advento, no dia de Pentecoste, em Jerusalém, e através de outras
visitações nas congregações de Samaria (At 8), Cesaréia (At 10), Antioquia da
Síria (At 13.2,4), Antioquia da Pisídia (At 13.14), Éfeso (At 19.1-7), Corinto
(1 Co 12.13) e Galácia (Gl 3.2), o ESPÍRITO SANTO continua habitando
pessoalmente nos crentes em JESUS - algo que CRISTO não poderia fazer quando
andava visivelmente na terra em carne humana, isto é, de habitar o corpo dos
outros, mas o ESPÍRITO SANTO o faz agora.
d. Dirigindo nossos passos. A partir do Pentecoste, o
ESPÍRITO SANTO passou a dirigir os passos da Igreja. A nova dispensação,
inaugurada pela glorificação de CRISTO, é chamada tanto de era do ESPÍRITO
SANTO como era da Igreja.
O ESPÍRITO e a Igreja em tudo agem de comum acordo. A Igreja sem o
ESPÍRITO seria um corpo sem vida; e o ESPÍRITO sem a Igreja, uma força sem meio
de ação. Por esta razão o ESPÍRITO e a Igreja são inseparáveis e sempre
dirigidos um para o outro.
Ambos são anunciados e prometidos por JESUS durante o seu
ministério terreno (Mt 16.18; Jo 7.39). Depois da ressurreição de nosso
Senhor, os dois aparecem juntos no plano da salvação. Finalmente, o ESPÍRITO e
a Igreja estão unidos na mesma espera: o advento de JESUS CRISTO (Ap 22.17).
e. No livro de Atos dos Apóstolos. O ESPÍRITO SANTO rouba a
cena neste livro que é padrão para a Igreja, tanto no sentido evangelístico
como no administrativo e social. Assim como nos evangelhos a presença do Filho
de DEUS revelando e exaltando o Pai é o fato principal, também a presença do
ESPÍRITO SANTO, exaltando e revelando o Filho de DEUS, preenche o campo inteiro
de nossa visão em Atos - até nossos dias.
Cumprem-se assim as palavras de JESUS aos discípulos: "Ele
[o ESPÍRITO SANTO] habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.17).
4. Com o Mundo
Nosso Senhor sintetizou a missão do ESPÍRITO: "E, quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça, e do juízo" (Jo
16.8).
a. "Do pecado, porque não crêem em mim" (Jo
16.9). Existem várias interpretações sobre o poder de convencimento do
ESPÍRITO SANTO, sendo que as opiniões seguem mais ou menos assim: "As palavras
de JESUS no versículo 9 apontam principalmente o tremendo pecado da rejeição ao
Messias, do qual é antes de todos acusada a incrédula comunidade judaica"
(At 3.18-20; 7.7,45;15.22).
Está em foco o pecado de rejeição, porquanto a Luz veio ao mundo,
mas os homens a rejeitaram. JESUS "veio para o que era seu [os judeus], e
os seus não o receberam" (Jo 1.11). Com a vinda gloriosa do ESPÍRITO
SANTO, todos foram convencidos deste pecado "contra" CRISTO.
Uma segunda interpretação diz respeito à poderosa atuação do
ESPÍRITO na conversão do homem. O ESPÍRITO SANTO opera diretamente no coração
do homem, e este se convence de que é um pecador de fato a vagar sem rumo nesta
vida. O ESPÍRITO, então, mostra-lhe a cruz de CRISTO (Ap 22.17).
b. "Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis
mais" (Jo 16.10). Temos aqui um avanço em relação a ideia
anterior, pois o ESPÍRITO SANTO agora não somente revela aos homens de que
consiste o pecado, convencendo-os dessa realidade, mas também de que consiste a
justiça. Em outras palavras, o ESPÍRITO de DEUS convence os homens da justiça
de CRISTO.
c. "E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está
julgado" (Jo 16.11). O senso moral correto exige que os homens
sejam recompensados ou punidos. Essa prova moral baseia-se na justiça de DEUS,
que exige recebam a virtude e o vício as sanções que lhes são devidas: recompensa
ou punição.
Aqui no mundo, as sanções da virtude e do vício são evidentemente
insuficientes: muitas vezes o vício triunfa, enquanto a virtude é humilhada. A
justiça deseja que cada um seja tratado segundo as suas obras, e isto não pode
ser feito senão por meio de CRISTO. O ESPÍRITO SANTO, portanto, convence o
mundo deste juízo por CRISTO (At 17.30,31). Em síntese, o ESPÍRITO SANTO
convence o mundo:
• Do pecado: contra o CRISTO - crucificado.
• Da justiça: de CRISTO - glorificado.
• Do juízo: por CRISTO - diante do Trono Branco.
Por três vezes JESUS referiu-se ao ESPÍRITO SANTO como o
"ESPÍRITO de verdade" (Jo 14.17; 15.26; 16.13). Significa que
o ESPÍRITO SANTO é o Agente que conduz os homens a CRISTO, que é a Verdade,
convence os homens de que tudo o que CRISTO falou era verdade, bem como da
realidade do Juízo Final, diante do Trono Branco, efetuado por CRISTO ao lado
do Pai.
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Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 2º Trimestre de 2011
Título: Movimento Pentecostal — As doutrinas da nossa fé - Comentarista:
Elienai Cabral
Lição 1: Quem é o ESPÍRITO SANTO - Data: 03 de Abril de 2011
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 14.16,17,26; 16.13-15.
João 14
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre, 17 - o ESPÍRITO da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não o vê, nem o conhece: mas vós o conheceis, porque habita convosco e
estará em vós. 26 - Mas aquele Consolador, o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará
em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito.
João 16
13 - Mas, quando vier aquele ESPÍRITO da verdade, ele vos guiará em toda a verdade,
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará
o que há de vir. 14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e
vo-lo há de anunciar. 15 - Tudo quanto o Pai tem é meu: por isso, vos disse que
há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
A PESSOA E A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
Quem é o ESPÍRITO SANTO?
• O ESPÍRITO SANTO é o agente da salvação.
• O ESPÍRITO SANTO é o agente da santificação.
• O ESPÍRITO SANTO reveste os crentes para o serviço do Senhor.
• O ESPÍRITO implanta os crentes no corpo místico de CRISTO, que é sua Igreja.
Seu trabalho
• Ele convence, faz nascer de novo e habita no crente (Jo 16.7-11; 3.3-6;
14.16,17).
• Ele influencia, purifica e liberta (Rm 8.8-11: 2 Ts 2.13-17: Rm 8.1-4).
• Ele capacita para o testemunho (At 1.8; Jo 1.12,33).
• Ele edifica, inspira para adoração e envia (Ef 2.20-22; Fp 3.3; At 13.2-4).
“|...| O ESPÍRITO de DEUS nos guia para a revelação da verdade se nós assim o
permitirmos. Se tivermos o desejo de dar frutos, então devemos deixá-lo que nos
guie porque Ele nos conduzirá até a verdade. Se deixarmos o ESPÍRITO ser o
nosso consolador e guia, isso nos ajudará quando estivermos passando pelos
momentos difíceis de nossas vidas” (Moody).
Palavra-Chave
ESPÍRITO SANTO: [Do heb. Ruah Kadosh; do gr. Hagios Peneumathos] Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade. É um ser dotado de personalidade e vontade
própria.
INTRODUÇÃO
No ano do Centenário das Assembleias de DEUS no Brasil, pôr-nos-emos a estudar,
uma vez mais, os fundamentos da fé pentecostal. Abriremos esta série de
estudos, tratando sobre o ESPÍRITO SANTO a Terceira Pessoa da Trindade, o
divino Consolador. Nesta lição, você conhecerá mais a respeito do Consolador:
sua deidade, personalidade, operações e manifestações. Quanto mais conhecermos
o ESPÍRITO SANTO, com temor de DEUS e santidade, mais íntimos nos tornaremos
dEle, e melhor compreenderemos a obra realizada por Ele.
I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
1. A doutrina do ESPÍRITO SANTO. A pneumatologia é o estudo da pessoa, obra e
ministério do ESPÍRITO SANTO. O termo vem de pneuma (gr. “ar”, “vento”,
“espírito”), cognato do verbo pnéo, “respirar”, “soprar”, “inspirar”.
Há teólogos, frios na fé, modernistas e irreverentes que, menosprezando o
ESPÍRITO SANTO, afirmam que Ele é tão somente uma força, ou poder, que emana de
DEUS. Todavia, o Consolador é a Terceira Pessoa da Trindade. Sim. Ele é uma
pessoa em toda a sua plenitude, pois ensina, guia, consola e fala (Jo 14.26;
16.13; At 21.11). Como pessoa, o ESPÍRITO SANTO chama-se a Si mesmo “Eu” (At
10.19.20).
2. O ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. O ESPÍRITO SANTO está presente
em toda a Bíblia. Na criação, no planejamento e na construção do universo (Gn
1.2; Sl 104.30). Ele também atuou na formação do homem (Jó 33.4). E agiu por
intermédio dos juízes, reis, sacerdotes e profetas (2 Sm 23.2; Mq 3.8).
O ESPÍRITO SANTO fez-se presente, ainda, no nascimento e na vida terrena de
JESUS (Lc 1.35; 4.1) . Ele Inspirou, capacitou e guiou os autores do Novo
Testamento a registrar, fidedignamente, os principais episódios do ministério
de CRISTO (Lc 1.1-4; Jo 21.25). Sua atuação em Atos dos Apóstolos é tão
marcante, que o livro é conhecido também como os “Atos do ESPÍRITO SANTO”.
3. O ESPÍRITO SANTO na atualidade. No Dia de Pentecostes, o ESPÍRITO SANTO foi
derramado sobre a Igreja (At 2.2), enchendo a todos aqueles crentes e
batizando-os, tal como prometera o Senhor (Lc 24.49; At 1.5). Após o
Pentecostes, os discípulos passaram a pregar e a evangelizar vigorosa e
eficazmente, alcançando Israel e as nações gentias sem impedimento algum (At
28.31).
Busquemos o poder do alto; mantenhamos acesa a chama pentecostal.
O autêntico pentecostes leva o crente a evangelizar com poder e dinamismo, a
orar e a contribuir para a obra missionária. Precisamos do ESPÍRITO atuando
poderosamente em nosso meio. Caso contrário, corremos o risco de compactuar com
o mundo (Rm 12.2; 1 Jo 2.15). Laodiceia tornou-se intragável, porque havia se
tornado espiritualmente morna (Ap 3.15b). Busquemos, pois, o poder do alto, e
lancemo-nos à conquista do mundo para CRISTO no poder do ESPÍRITO SANTO (At
1.8).
II. A ASEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
I. A aseidade e existência do ESPÍRITO SANTO. A palavra aseidade advém do latim
aseitatis e serve para designar o atributo divino, segundo o qual DEUS existe
por si próprio. Assim como o Pai e o Filho, o ESPÍRITO SANTO é autoexistente.
Ou seja: não depende de nada fora de si para existir. Ele sempre existiu; é um
ser incausado; “não teve princípio de dias, nem fim de existência” (Hb 7.3). De
eternidade a eternidade, o ESPÍRITO SANTO é DEUS.
O autor da Epístola aos Hebreus apresenta o Consolador como “o ESPÍRITO eterno”
(9.14). Ele tem existência própria. Mas isso não significa que esteja separado
da Trindade. O Pai, o Filho e o próprio ESPÍRITO SANTO, embora distintos como
pessoas, constituem a mesma essência indivisível e eterna da divindade.
2. Atributos incomunicáveis do ESPÍRITO SANTO. O ESPÍRITO SANTO possui todos os
atributos divinos. Em primeiro lugar, Ele é imutável. Sua essência e caráter
não podem ser alterados. A imutabilidade, por conseguinte, é um atributo que
pertence exclusivamente a divindade (Rm 1.23; Hb 1.11).
a) Onipresença. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Não
podemos fugir à sua presença (Sl 139.7). Como ê bom saber que podemos contar
com a sua companhia em todo o tempo.
b) Onisciência. O ESPÍRITO SANTO tudo sabe e tudo conhece. Ele nos sonda e nos
prova quanto às intenções de nosso coração (1 Co 2.10). Ninguém pode mentir
àquEle que sabe toda a verdade. Lembra-se de Ananias e Safira? Nada escapa ao
conhecimento do ESPÍRITO SANTO. Sua compreensão é infinita. Ele tudo sabe e
nada ignora (Sl 139.2.11,13).
c) Onipotência. Ele é DEUS. Não há impossíveis para o ESPÍRITO SANTO. O homem é
limitado, mas o Consolador tudo pode fazer. E o maior milagre que Ele opera no
homem ê o do novo nascimento (Jo 3.3).
III. A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. O ESPÍRITO SANTO tem personalidade. Você sabe o que é personalidade? De
acordo com o pastor Antonio Gilberto, “é o conjunto de atributos de várias
categorias que caracterizam uma pessoa”. As Escrituras mostram com clareza e
simplicidade que o ESPÍRITO SANTO é uma pessoa. Suas ações evidenciam esta
verdade. Ele ensina (Jo 14.26), testifica (Jo 15.26), guia (Rm 8.14) e intercede
por nós (Rm 8.26). Ele possui qualidades intelectivas: “Mas DEUS no-las revelou
pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de DEUS” (1 Co 2.10,11). De acordo com Ron Rhodes, a palavra grega
para penetrar significa “investigar profundamente”. No versículo 11, a Palavra
de DEUS afirma que o ESPÍRITO SANTO “sabe” os pensamentos de DEUS.
2. O ESPÍRITO SANTO tem emoções. “E não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS,
no qual estais selados para o Dia da redenção” (Ef 4.30). Sim, o ESPÍRITO se
entristece ante a desobediência consciente, crescente e contínua do homem para
com DEUS (Is 63.10). E a tristeza é algo que somente uma pessoa pode
experimentar. Quando pecamos, entristecemos o divino Consolador que em nós habita.
Deixemos de lado, pois, tudo que possa entristecê-lo (Ef 4.25-29).
3. O ESPÍRITO SANTO tem vontade. “Mas um só e o mesmo ESPÍRITO opera todas
essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). O
texto bíblico mostra a vontade e a soberania do ESPÍRITO SANTO. Segundo Ron
Rhodes, a palavra grega bouletai, traduzida por “querer”, refere-se à decisão
proveniente da vontade, após deliberação prévia, caracterizando o exercício
volitivo de uma pessoa.
CONCLUSÃO
Precisamos conhecer melhor o ESPÍRITO SANTO, pela nossa total e continua
rendição e comunhão com Ele para entendermos devidamente suas manifestações.
Ele não é um mero símbolo ou uma energia celestial. É a Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade. Ele é DEUS. Como Igreja de CRISTO, mantenhamos a comunhão
com o ESPÍRITO SANTO, o ESPÍRITO de santidade e de vida, a fim de preservar os
ensinos e os valores bíblicos que fundamentam a fé pentecostal.
Pneumatologia a Doutrina do ESPÍRITO SANTO (Teologia Sistemática
Pentecostal) - Capítulo 4 - Pneumatologia — a Doutrina do ESPÍRITO SANTO -
Pr. Antonio Gilberto
Neste capítulo, trataremos da Pneumatologia, doutrina que se ocupa
do estudo da Pessoa do ESPÍRITO SANTO como DEUS e integrante da Santíssima
Trindade. Toda a sua obra, desde a conversão do pecador até a sua ação na vida
do crente — batismo com o ESPÍRITO, renovação diária, santificação como um
processo, etc. —, será considerada aqui.
Introdução à Pneumatologia
Pneumatologia é a doutrina do ESPÍRITO SANTO quanto a sua deidade,
seus atributos, obras e operações. O termo vem de pneuma (gr. “o ar”,
“o vento”), cognato do verbo pnéo, “respirar”, “soprar”, “inspirar”.
Significa, na Bíblia, principalmente o ESPÍRITO humano, que, como o vento, é
invisível, imaterial, dinâmico, potente. Mas pneuma (hb. ruach) diz
respeito também ao ESPÍRITO de DEUS, a terceira Pessoa da Trindade.
Quanto aos atos e operações do ESPÍRITO SANTO no Novo Testamento,
na igreja, como o Parácleto divino prometido pelo Pai, bem como prometido e
enviado pelo Filho, essa parte da doutrina da Pneumatologia é comumente
denominada Paracletologia.
Para o crente e a igreja, a doutrina do ESPÍRITO SANTO é altamente
prioritária e indispensável, uma vez que o próprio título “ESPÍRITO SANTO”
denota regeneração, recriação, vivificação, dinamismo, espiritualidade (Jo 6.63; 3.6b; Tt 3.5). O mesmo
título denota santidade, santificação (“SANTO”).
A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Acerquemo-nos deste sublime assunto com reverência, SANTO temor e
oração, tendo em mente que se trata de um assunto assaz difícil, haja vista o
ESPÍRITO SANTO não falar de si mesmo (Jo 16.13). O eterno
DEUS, o Pai, revela muito de si mesmo nas Páginas Sagradas; de igual modo, o
Filho. Mas o divino Consolador, não. Daí tratar-se este assunto de um
insondável mistério, do qual devemos nos acercar primeiramente pela fé em
CRISTO (Rm 3.27).
A terceira Pessoa da Trindade não aparece com nomes revelados,
como o Pai e o Filho, e sim com títulos descritivos das suas natureza e missão
no mundo, entre os homens, bem como através de seus atos realizados. “ESPÍRITO
SANTO” não é rigorosamente um nome como apelativo, e sim um título descritivo
da sua natureza (ESPÍRITO) e da sua missão principal (SANTO), a de
santificar-nos nesta dispensação.
Ele habita nos servos do Senhor JESUS. As suas operações,
portanto, são invisíveis, nas profundezas do nosso interior. Todos esses fatos
mencionados tomam o estudo sobre o ESPÍRITO SANTO muito difícil, cabendo aqui a
pergunta: “Porventura alcançarás os caminhos de DEUS, ou chegarás à perfeição
do Todo-poderoso?” (Jó
11.7).
O ESPÍRITO SANTO, como DEUS, age de maneira
multiforme. Em I Coríntios 2.4-12, o
ESPÍRITO de DEUS é mencionado de modo enfático como devendo ter toda primazia
em nossas vidas, em nosso meio e em nosso trabalho. O ESPÍRITO do homem,
mencionado no versículo II, só entende as coisas humanas, terrenas, naturais (Pv 20.27; 27.19; Jr 17.9). Nossa
santificação deve, pois, prevalecer em nosso ESPÍRITO, e daí abranger alma e
corpo (I Ts 5.23).
Na primeira passagem em apreço, o “ESPÍRITO do mundo” também é
mencionado (v. 12), o qual é pecaminoso e nocivo ao cristão. O aviso sobre
isso, na Palavra de DEUS, é enfático e claro (I Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
Seis diferentes “coisas” aparecem na passagem de I Coríntios 2.9-16: (I) as
que DEUS preparou para os que o amam (v.9); (2) as das profundezas de DEUS
(v.IO); (3) as do homem (v.I I); (4) as de DEUS (v.I I); (5) as espirituais (v.
13); e (6) as do ESPÍRITO de DEUS (v. 14). Uma dessas “coisas” alude à esfera
humana; as demais são da parte de DEUS. Isso denota a sua multiforme ação.
Ainda tomando como base o texto de I Coríntios 2.4-14, vemos que
o ESPÍRITO SANTO é mencionado juntamente com o Senhor DEUS (vv.5,7,9-I2,I4)
e o Senhor JESUS CRISTO (v.8; também os vv.2,I6), o que já denota
a divindade do ESPÍRITO SANTO. Essa sublime verdade da Trindade Santa vê-se
também através da Bíblia em muitas outras passagens, como I Coríntios 12.4-6.
Os ATRIBUTOS DIVINOS DO ESPÍRITO SANTO
Onipotência. O divino Consolador tem pleno poder sobre todas
as coisas (Sm 104.30)
O ESPÍRITO SANTO tem poder próprio. Ê dEle que flui a vida, em
suas dimensões e sentidos bem como o poder de DEUS (SI 104.30; Ef 3.16; At 1.8).
Isso é uma evidência da deidade do ESPÍRITO SANTO. Ele tem autoridade e poder
inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em I Coríntios 2.4, na única
referência (no original) em que aparece o termo traduzido por “demonstração do
ESPÍRITO SANTO”, designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática
e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de CRISTO. E isso
ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do ESPÍRITO, cujos efeitos
transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então,
confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (I Co 2.4,5).
Era nítido o contraste entre a ação poderosa do ESPÍRITO e os
métodos secos e repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que
tentavam convencer e conseguir admiradores e discípulos mediante demonstrações
encenadas de retórica, dialética e argumentação filosófica; isto é, “sabedoria
dos homens” (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor JESUS
CRISTO, o qual “é o poder de DEUS para a salvação de todo o que crê” (Rm 1. 16)1
Paulo reconhecia que os mestres gregos o superavam em capacidade
acadêmica e humana (2 Co 10.10; 11.6). Mas a
sabedoria, a oratória e a argumentação filosófica deles era tão-somente um
espetáculo teatral, vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. No
apóstolo Paulo, ao contrário, operava, nesse sentido, o poder de DEUS (I Co 2.4,5; Cl 1.29; I Ts 1.5; 2 Co 13.10).
O poder do ESPÍRITO SANTO, que evidencia a sua deidade, é também
revelado em passagens como Lucas 1.35, Jó 26.13 e
33.4, Salmos 33.6 e Gênesis 1.1,2. Esse
divino poder, como já afirmamos, é liberado através da pregação do evangelho de
CRISTO:
Na conversão dos ouvintes (Ato 2.37,38).
No batismo com o ESPÍRITO SANTO para os novos crentes (Ato 10.44).
Na expulsão de espíritos malignos (Ato 8.6,7; Lc 11.20).
Na cura divina dos enfermos (Ato 3.6-8).
Na obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
Onisciência. Esta é mais uma evidência da deidade do ESPÍRITO
SANTO, o qual sabe e conhece todas as coisas (I Co 2.10,11). Isso é
um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “habita
convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). A
primeira parte dessa declaração de JESUS indica a permanência do ESPÍRITO SANTO
em nós (“habita convosco”); e a segunda, a sua presença constante dentro de nós
(“e estará em vós”).
Alguém pode habitar numa casa e não estar presente nela em
determinada ocasião. Porém, o ESPÍRITO SANTO quer estar sempre presente no
crente, como uma das maravilhas dessa “tão grande salvação” (Hb 2.3).
Aos que amam a DEUS, o ESPÍRITO SANTO revela as infinitas e
indizíveis bênçãos preparadas para os salvos, já nesta vida, e muito mais na
outra (I Co 2.9,10). O
profeta Isaías, pelo ESPÍRITO, profetizou essas maravilhas (64.4; 52.15). Os
demais profetas do Antigo Testamento também tiveram a revelação divina dessas
coisas miríficas que os santos desfrutarão na glória (1 Pe 1.10-12). O
ESPÍRITO também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas
consoladoras, inclusive a Paulo (I Co 2.10).
Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja (I Co 2.13), como já
estava predito em Provérbios 1.23.
Concernente a esta missão do ESPÍRITO SANTO, JESUS declarou: “Esse vos ensinará
todas as coisas” (Jo 14.26). O texto
de Lucas 12.12 também
é bastante elucidativo quanto a mais esta ação do ESPÍRITO na igreja.
Onipresença. O ESPÍRITO SANTO está presente em todo lugar (Sm 139.7-10; I Co 2.10).
Atentemos para duas ênfases contidas nesses textos que evidenciam a onipresença
do ESPÍRITO: “Para onde me irei do teu ESPÍRITO, ou para onde fugirei da tua
face?” e “O ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS”.
Eternidade. Ele é infinito em existência; sem princípio; sem
fim; sem limitação de tempo (Hb 9.14). Ele
estava presente no princípio, quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2).
Outros atributos. O ESPÍRITO de DEUS é denominado Senhor (2 Co 3.16-18); é
descrito como Criador (Jó 26.13; 33.4; Sm 33.4; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10); e é
classificado e mencionado juntamente com o Pai e o Filho, o que, claramente, é
uma grande evidência da sua divindade.
Na fórmula doutrinária do batismo nas águas (Mt 28.19). Aqui a
Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da santíssima Trindade
fossem uma só, mas “em nome” — singular —, distinguindo cada Pessoa existente
em DEUS: o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO.
Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja (2 Co 13.13).
Na doutrina da habitação do ESPÍRITO SANTO no crente (Rm 8.9).
Na descrição bíblica do estado do crente diante de DEUS (I Pe 1.2).
Nas diretrizes ao povo de DEUS (Jd 20,21). Aqui o
ESPÍRITO SANTO é mencionado primeiro; em seguida, o Pai; por fim, o Filho.
Na doutrina da unidade da fé cristã (Ef 4.4-6). Aqui
também o ESPÍRITO é mencionado em primeiro lugar, seguido do Senhor JESUS e de
DEUS, o Pai.
Na saudação bíblica às sete igrejas da Asia (Ap 1.4,5).
A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
O que é personalidade? È o conjunto de atributos de várias
categorias que caracterizam uma pessoa. No seu aspecto psíquico, a
personalidade consiste de intelecto, sensibilidade e vontade. Os três são
também chamados de inteligência, afetividade e autodeterminação.
No ESPÍRITO SANTO vemos essa triplicidade de atributos da
personalidade, a saber: intelecto: “ninguém sabe as coisas de DEUS, senão o
ESPÍRITO de DEUS” (I Co 2.11);
sensibilidade: “E não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS” (Ef 4.30); e
vontade: “[O ESPÍRITO] repartindo particularmente a cada um como quer” (I Co 12.11) e “a intenção
do ESPÍRITO” (Rm 8.27). Como
membro da unidade trina de DEUS, o ESPÍRITO SANTO é, pois, uma Pessoa.
O fato de o ESPÍRITO ser um com DEUS, com CRISTO e, ao mesmo
tempo, distinto dEles é parte, como já dissemos, do grande e insondável
mistério da Trindade Santa para a mente humana. O ESPÍRITO de DEUS não é
tão-somente uma influência, um poder, uma energia, uma unção — como os
heréticos concluem por si e assim ensinam —, mas uma Pessoa divina e real.
Do ESPÍRITO SANTO como o Consolador divino está escrito que Ele
veio para estar conosco em lugar de JESUS. Ora, JESUS é uma Pessoa divina e
real; para substituir uma tal Pessoa, só outra Pessoa do mesmo quilate divino (Jo 16.6,7).
Em João, JESUS refere-se ao ESPÍRITO SANTO empregando o pronome
pessoal e determinativo “Ele” — ekeinos (14.26, 15.26 e 16.8,13,14).
Por sua vez, o divino ESPÍRITO SANTO chama-se a si mesmo de “Eu” (Ato 10.19,20). E isso é
uma irrefutável e inegável evidência da sua personalidade.
Atos do ESPÍRITO SANTO. Não podemos falar da Pessoa do
ESPÍRITO SANTO sem mencionar o livro de Atos dos Apóstolos, cujo título mais
apropriado deveria ser Atos do ESPÍRITO SANTO. Este é um livro-chave no estudo
da Pneumatologia. Quem pretende entender essa matéria não pode deixar de
estudá-lo, haja vista o que está escrito em Atos 1.2: “até ao
dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo ESPÍRITO
SANTO, aos apóstolos que escolhera”.
Muitos dos exemplos citados neste capítulo procedem do livro de
Atos dos Apóstolos. Vejamos de maneira resumida como a terceira Pessoa da
Trindade agia nos tempos da igreja primitiva, tomando como base os 28 capítulos
desse livro:
Capítulo I — A promessa do ESPÍRITO SANTO (vv.Ato4,5).
Capítulo 2 — O derramamento do ESPÍRITO SANTO (vv.Ato 1 -4).
Capítulo 3 — milagres pelo ESPÍRITO SANTO (vv.Ato8-I0).
Capítulo 4 — ousadia pelo ESPÍRITO SANTO (vv.Ato 29-31).
Capítulo 5 — a deidade do ESPÍRITO SANTO (vv.Ato3,4).
Capítulo 6 — trabalho no poder do ESPÍRITO SANTO (vvAto2-5).
Capítulo 7 — pregação inspirada pelo ESPÍRITO SANTO (vvAto51,55).
Capítulo 8 — expansão da igreja pelo ESPÍRITO SANTO (vv.I-8,I5-
17,39).
Capítulo 9 — conversão pelo ESPÍRITO SANTO (vv. 1-6,31).
Capítulo 10 — Céu aberto para salvar pelo ESPÍRITO SANTO (w.
19,20,44).
Capítulo II — salvação para todos pelo ESPÍRITO SANTO (vv.II-I4).
Capítulo 12 — livramento pelo ESPÍRITO SANTO (vv.5-II).
Capítulo 13 — obra missionária dirigida pelo ESPÍRITO SANTO
(w.2-9,52).
Capítulo 14 — confirmação da obra pelo ESPÍRITO SANTO (vv.2I-27).
Capítulo 15 — assembleia de líderes sob o ESPÍRITO SANTO
(vv.8,28).
Capítulo 16 — prisão desfeita pelo ESPÍRITO SANTO (vv.23-34).
Capítulo 17 — avanço incessante da igreja pelo ESPÍRITO SANTO
(w.22-30).
Capítulo 18 — liderança da igreja através do ESPÍRITO SANTO (w.9-11,21-23).
Capítulo 19 — demonstração de poder pelo ESPÍRITO SANTO
(w.2,II-20).
Capítulo 20 — revelação concedida pelo ESPÍRITO SANTO (vv.22-3I).
Capítulo 21 — previsão de fatos pelo ESPÍRITO SANTO (vv.4,I I).
Capítulo 22 — presença constante do ESPÍRITO SANTO (vv.6-30).
Capítulo 23 — proteção contínua do ESPÍRITO SANTO (vv.IO-24,35).
Capítulo 24 — coragem contínua pelo ESPÍRITO SANTO (vv.I0-I6).
Capítulo 25 — convicção total pelo ESPÍRITO SANTO (vv.6-12,23-26).
Capítulo 26 — heroísmo pelo ESPÍRITO SANTO (todo o capítulo).
Capítulo 27 — consolação pelo ESPÍRITO SANTO (vv.9,10,21-25,35).
Capítulo 28 — progressão da igreja pelo ESPÍRITO SANTO (vv.23-3I).
Terceira Pessoa da Trindade
DEUS é uno e, ao mesmo tempo, Triúno (Gn 1.1,26; 3.22; 11.7; Dt 6.4; 1 Jo
5.7. O Pai, o Filho e o ESPÍRITO são três divinas e distintas Pessoas. São
verdades bíblicas que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente
pela fé. A fé em DEUS deve preceder a doutrina (I Tm 4.6).
Se a unidade composta do homem — ESPÍRITO, alma e corpo — continua
como um fato inexplicável para a ciência e para os homens mais sábios e santos,
quanto mais a triunidade do Pai, do Filho e do ESPÍRITO SANTO!
As três divinas Pessoas da Trindade são coeternas e iguais entre
si. Mas, em suas operações concernentes à criação e à redenção, DEUS, o Pai,
planejou a criação de tudo (Ef 3.9); DEUS, o
Filho, executou o plano, criando (Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3); e DEUS,
o ESPÍRITO SANTO, vivificou, ordenou, pôs tudo, todo o universo, em ação: desde
a partícula infinitesimal e invisível até ao super-macroscópico objeto
existente (Jó 33.4; Jo 6.63; Gl 6.8; Sm 33.6; Tt 3.5). Ou seja,
o Pai domina, o Filho realiza, e o ESPÍRITO SANTO vivifica, preserva e
sustenta.
Na redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu; o
Filho consumou-a, na terra; e o ESPÍRITO SANTO realiza e aplica essa tão grande
salvação à pessoa humana. Entretanto, num exame cuidadoso da Bíblia vemos que,
em qualquer desses atos divinos, as três Pessoas da Trindade estão presentes.
Uma tentativa de definição do trino DEUS é: DEUS Pai é a plenitude
da divindade invisível (Jo 1.18). DEUS
Filho é a plenitude da divindade manifesta (Jo I7). DEUS ESPÍRITO SANTO é a
plenitude da divindade operando na criatura (I Co 2.12-16).
Para os sentidos físicos do homem, por condescendência de DEUS,
vemos as três Pessoas da Trindade no batismo de JESUS. O Pai eterno falou do
céu, o ESPÍRITO SANTO desceu em forma visível de pomba — uma alegoria —, e o
Filho estava sendo batizado no rio Jordão, para cumprir toda a justiça (Mt 3.16,17).
A atuação do ESPÍRITO SANTO a partir do Pentecostes
A Palavra de DEUS alerta, em Romanos 1.23-26, quanto a
mudanças indevidas e seus resultados funestos para a igreja. Daniel menciona
“mudanças” como uma das características do tempo do Anticristo. Essas mudanças
são muitas e injustificáveis, como a teologia da libertação, o culto da
prosperidade, além de um elevado número de fatos e eventos registrados na
Bíblia transformados em doutrina pelos falsos mestres.
Em 2 Coríntios 4.2, lemos
sobre o perigo da falsificação da Palavra de DEUS e o que devemos fazer para
não sermos enganados: “antes, rejeitamos as coisas que, por vergonha, se
ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de DEUS; e assim
recomendamos à consciência de todo homem, na presença de DEUS, pela
manifestação da verdade”.
Há um padrão bíblico para a igreja (2Tm 1.13; Hb 8.5). E os que
a edificam devem atentar para o que está escrito em I Coríntios 3.10: “Segundo
a graça de DEUS que foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e
outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele”, pois a obra
de cada um se manifestará (v. 13). Cuidado, os edificadores da igreja; os que
fazem discípulos para o Senhor (Mt 28.19).
Existem quatorze palavras-chaves — ou frases —, em Atos 2, que
marcaram o primeiro Pentecostes, indicando fatos que devem acompanhar a
verdadeira ação do ESPÍRITO SANTO através dos tempos: “Pentecostes” (v.I);
“todos” (vv. 1,4,17,21,39,43,44); “reunidos” (v.I); “céu” (v.2); “som” (v.2);
“vento” (v.2); “casa” (v.2); “línguas” (v.3); “fogo” (v.3); “cheios” (v.4);
“nações” (v.5); “zombaria” (v. 13); “Pedro” (v. 14); e “Palavra de DEUS” (w.
16-36).
Meditemos, pois, nessas palavras, tendo em mente o contexto do
primeiro derramamento pentecostal, e comparemos isso com o que ora ocorre em
nosso meio.
O significado de Pentecostes. Em Levítico 23, DEUS
estabeleceu sete festas sagradas para Israel observar, as quais prefiguravam,
de antemão, todo o curso da história da igreja. Essas festas sagradas falam
também do caráter alegre que caracterizaria a igreja, pois festa pressupõe
alegria. E JESUS sempre foi um homem alegre, apesar de viver à sombra da
horrenda cruz!
Das sete festas sagradas de Israel, a quarta era a de Pentecostes
(Lv 23.15,16), também
chamada de Festa das Semanas (Dt 16.10) e Festa
das Colheitas (Ex 23.16). A Festa
de Pentecostes ocorria no terceiro mês, Sivã, e durava um dia — dia 6 de Sivã,
mês que corresponde mais ou menos ao nosso junho.
A Festa de Pentecostes era precedida de três outras festas
conjuntas: Páscoa: 14 de Abibe (um dia); Pães Asmos: de 15 a 22 de
Abibe (sete dias); Primícias: 16 de Abibe (um dia). As três levavam oito dias e
eram celebradas no mês de Abibe, o primeiro do calendário sagrado de Israel. O
primeiro mês do calendário civil era Tisri, que corresponde mais ou menos ao
nosso outubro.
Três outras festas seguiam o Pentecostes: Trombetas: em Io de
Tisri (um dia); Tisri era o início do ano civil de Israel; Expiação: em 10 de
Tisri (um dia), “o grande dia da Expiação”; e Tabernáculos: de 15 a 21 de
Tisri (sete dias). Essas três últimas festas eram todas celebradas num mesmo
mês (Tisri).
Pentecostes era a festa central das sete que o Senhor determinou
para Israel observar, conforme Levítico 23. Ou seja,
eram realizadas três festas antes de Pentecostes, e três, depois (3 + 1+3).
Isso fala da importância do batismo com o ESPÍRITO SANTO para a igreja, e do
equilíbrio espiritual que resulta dele.
Ninguém sabe, ao certo, o dia do Natal de CRISTO, nem o da sua
morte, porém todos sabem o dia da sua ressurreição (primeiro dia da semana),
bem como o dia de Pentecostes (qüinquagésimo dia após as Primícias). Depois das
Primícias, contavam- se sete semanas, vindo a seguir o dia de Pentecostes (7x7
semanas + 1 dia=50 dias). Há, pois, uma profecia típica na Festa de
Pentecostes, que falava da ressurreição de CRISTO (Lv 23.15; I Co 15.20). Isso
mostra também que sem Páscoa — isto é, o Cordeiro de DEUS morto e ressurreto —
não teríamos Pentecostes!
Mas faz-se necessário explicar a profecia típica da Festa de
Pentecostes. Na festa das Primícias era movido perante o
Senhor um molho (um feixe) de espigas de trigo (Lv 23.10,11). Na Festa
de Pentecostes eram movidos perante o Senhor dois pães de trigo (Lv 23.15-17). Isso
falava da igreja, que seria composta de Judeus e gentios — formando um só
corpo, o Corpo de CRISTO (Ef 2.14; Jo
11.52).
Quanto ao feixe de espigas, isso fala de união, mas os pães vão
além: representam unidade (Ef 4.3). Numa
espiga, como é fácil verificar, os grãos estão presos a ela, mas distintos uns
dos outros.
Comparemos o trigo de Josué 5.10-12 com o
de João 12.24. Num feixe
de espigas, os grãos estão simplesmente presos à espiga, mas distintos uns dos
outros. Num pão é diferente: o trigo é o mesmo, enquanto os grãos passaram por
um multiforme processo, formando agora um todo — um corpo único. O derramamento
pentecostal fez isso na formação da igreja, conforme lemos em Atos 2, e quer
continuar fazendo o mesmo hoje.
Todos reunidos. As palavras “todo” e “todos” aparecem
diversas vezes em Atos, especialmente no capítulo 2 (vv.I,4,I7,2I,39,43,44).
Como o vocábulo “todos” é inclusivo, todos os salvos são candidatos ao batismo
com o ESPÍRITO SANTO. Observe, contudo, que a salvação não é o batismo com o
ESPÍRITO SANTO; este deve seguir-se à salvação. Os discípulos do Senhor,
juntamente com as mulheres — Maria e outras (Ato 1.13,14) — já eram
salvos antes do dia de Pentecostes.
A Palavra de DEUS elimina qualquer dúvida nesse sentido. Em Atos 2.38,39, fica
claro que o batismo com o ESPÍRITO SANTO é destinado a pessoas salvas, membros
do corpo de CRISTO. Retrocedendo um pouco na leitura, vemos a ênfase: “sobre
meus servos e minhas servas” (v. 18). E Paulo perguntou aos varões de Éfeso:
“Recebestes vós já o ESPÍRITO SANTO quanto crestes?” (Ato 19.2), numa
demonstração de que o revestimento de poder é subsequente à experiência do novo
nascimento. Por isso, JESUS salientou que o mundo não pode receber o ESPÍRITO
de DEUS (Jo 14.17).
Em Atos 2.1, está
escrito: “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar”. Isso indica não somente união, mas unidade no ESPÍRITO SANTO (cf. v.4).
Acabaram-se as discordâncias, as contendas, as divergências pessoais em torno
das coisas de DEUS, e todos estavam ali, juntos, reunidos. Mentalizemos, pois,
João, Pedro, Tomé, unidos...
Um som vindo do céu. No dia do prometido derramamento de
poder celestial, a Palavra de DEUS diz que veio do céu um som como de um vento
(At 2.2). O que está ocorrendo atualmente em sua vida, em sua igreja, em seu
movimento religioso? Isso tudo vem mesmo do céu? Ou vem simplesmente dos
homens? Leia Jeremias 17.9. Ou vem do
astuto Enganador? Ê importante que reflitamos sobre a origem daquilo que
sentimos. O verdadeiro revestimento de poder do ESPÍRITO vem do Alto (Lc 24.49; Ato 11. 15), mas a
Palavra de DEUS nos alerta quanto a “outro ESPÍRITO” (2 Co 11.4).
Observemos que o ESPÍRITO SANTO veio primeiramente como um som. Um
som para despertar os dormentes; para acordar do sono espiritual. Um som para
alertar de perigo; para avisar. Um som para convocar para o trabalho; para
reunir (I Co 14.8). Um som
para a igreja louvar a DEUS, com “música de DEUS” (I Cr 16.42; Cl 3.16).
O som que veio do céu era como de um vento. Isto é, não houve
vento natural de fato, e sim algo semelhante a seus efeitos sonoros,
circundantes e propulsores. O que isso representa?
0 vento fala de força impulsora, como nas velas dos barcos, nos
moinhos, etc.
O vento separa a palha do grão (SI 1.4; Mt 3.12); o leve
do pesado.
O vento move e movimenta água, árvores.
O vento fertiliza, levando o pólen, a vida (Cl 4.16; Jo 3.5,8).
O vento limpa árvores, campos, etc.
O vento não tem cor: favoritismo, individualismo, discriminação.
O vento não pertence a um clima único; é universal.
O vento move-se continuamente (cf. Ec 1.6; Gn 1.2).
O vento não tem cheiro, mas espalha perfume; aqui é importante
refletir sobre o papel do Altar do Incenso, no Tabernáculo. Ver também 2 Coríntios 2.14,15.
O vento, quando se move, é infalivelmente sentido, notado.
O vento refresca e suaviza no calor.
O vento — o ar — alimenta e vivifica (pulmões, a vida orgânica).
Em Ezequiel 37.8-10, naquela
visão que DEUS deu ao profeta sobre um vale
de ossos secos, vemos nos corpos: ossos, nervos, carne, pele, mas
não vida, até que o ESPÍRITO assoprou sobre eles. Aleluia! Há muitos crentes
por aí que têm de sobra “ossos, nervos, carne e pele”, porém
falta-lhes a vida abundante do ESPÍRITO.
O vento é misterioso (Jo 3.8).
Cabe aqui um aviso: devemos ter cuidado com as falsificações, isto
é, os ventos nocivos, que não provém do ESPÍRITO de DEUS (Mt 7.25; Ef 4.14).
A casa ficou cheia. O som como de um vento veemente e
impetuoso encheu toda a casa (Ato 2.2). Aquele
primeiro derramamento do ESPÍRITO ocorreu numa residência, numa casa de
família. Isso leva-nos a refletir sobre o importante papel da família cristã
cheia do ESPÍRITO SANTO, para a igreja.
A família, como primeira instituição divina na terra, foi o meio
pelo qual DEUS iniciou o ciclo da história humana. Foi por meio dela, ainda,
que Ele fundou a nação que traria o Messias ao mundo. E, por fim, o Senhor
serviu-se de uma família para que dela nascesse o Messias.
E devido à grande importância que a família tem para todos e para
tudo na face da terra que o Inimigo — com todas as suas hostes — luta para
destruí-la, inclusive dentro da igreja. Mas observemos como DEUS cuida da
família:
Em Atos 2.17, vemos que
todos os membros da família estão incluídos na promessa pentecostal: “vossos
filhos e vossas filhas, vossos jovens e vossos velhos”.
Antes de julgar o mundo com um dilúvio, DEUS proveu salvação para
Noé e toda a sua família (Gn 6.18).
Em Êxodo 12.3,4, vemos que
o Senhor instruiu cada família a tomar um cordeiro para si. Na noite em que Ele
julgou os egípcios, os israelitas foram milagrosamente salvos pelo sangue do
cordeiro.
Na expressão “serás salvo tu e tua casa” (Ato 16.31) vemos a
promessa de DEUS para os chefes de família.
Línguas como que de fogo. O texto de Atos 2.3 mostra
que línguas como que de fogo foram repartidas. O verdadeiro Pentecostes tem
algo para se ouvir do céu (“veio do céu um som”); para se ver do céu (“foram
vistas por eles línguas”); e para repartir, também vindo do céu (“línguas
repartidas”).
Línguas estranhas seguem-se ao derramamento do ESPÍRITO; não o
precede — “Foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar noutras línguas”
(At 2.4). Línguas, no derramamento pentecostal, indicam o evangelho falado,
pregado, cantado, comunicado. Porém, são línguas “como que de fogo”, e não
língua de flores.
Vários dons do ESPÍRITO SANTO são exercidos através da língua, da
fala. DEUS usou as línguas estranhas como sinal externo do batismo com o
ESPÍRITO SANTO,
para demonstrar sua inteira posse e controle da nossa língua, ao
batizar-nos (Tg 3.8)
Mediante a comparação dos textos de Atos 2.4, 10.44-46 e 11.
15, vemos, pela lei da primeira referência, que as línguas estranhas são a
evidência física inicial do batismo com o ESPÍRITO SANTO.
As línguas estranhas são apresentadas, também, como um dos dons do
ESPÍRITO SANTO (I Co 12.10,30). Quando
comparamos as passagens de Atos 2.17 e
19.6, vemos que os dons espirituais podem ser concedidos por DEUS no momento do
batismo com o ESPÍRITO. Como foi o seu batismo? Como você foi ensinado sobre
essas coisas da Bíblia?
Essas línguas são “como que de fogo”, isto é, fogo sobrenatural,
celestial, e não fogo estranho. Vejamos a aplicação espiritual desse “fogo do
céu”:
O fogo alastra-se, comunica-se.
O fogo purifica. Contra a impureza espiritual, a principal força é
o ESPÍRITO SANTO.
O fogo ilumina. E o saber; o conhecimento das coisas de DEUS.
O fogo aquece. A igreja é o corpo de CRISTO. Todo corpo vivo é
quente.
O fogo, para queimar bem, depende muito da madeira; se é boa ou
ruim.
O fogo tanto estira o ferro duro, como a roupa macia.
Foi o fogo do céu que fez do Templo de Salomão a Casa de DEUS (2 Cr 7.1; I Co 3.16).
“Quem nasce sob o fogo não esmorece sob o sol”.
Cheios do ESPÍRITO SANTO. A caixa dágua, quanto mais cheia e
mais alta, mais pressão e peso tem! Observe que, no dia de Pentecostes, não
somente os crentes foram cheios, mas também o ambiente: a casa (Ato 2.2). Os
símbolos e figuras manifestos ali falam de poder, como fogo e vento. Cheios do
ESPÍRITO, usufruímos o poder, a energia e a força, mesmo não sabendo definir
plenamente essas gloriosas manifestações do ESPÍRITO (cf. Jo 3.8).
As nações. No dia de Pentecostes, vemos que as nações estavam
presentes (At 2.5-12) JESUS já havia feito a declaração sobre isso, em Atos 1.8. E aqui
devemos refletir sobre evangelização e missões (Mac 16.15), obras
que devemos fazer impulsionados pelo poder do ESPÍRITO SANTO. Não há como negar
aqui a realidade de que o verdadeiro movimento pentecostal terá de ser um
movimento missionário, nacional e mundial!
O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas
missões; contribui para as missões; promove as missões! E um movimento que vai
ao campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser
evangélica. Por isso, devemos encarar com amor e responsabilidade, sob a
orientação do ESPÍRITO, a obra da evangelização à nossa volta, levando sempre
em conta o fenômeno da transculturação relacionado com Missões.
A pregação da Palavra de DEUS. Diante da manifestação do
ESPÍRITO de DEUS no dia de Pentecostes, muitos zombaram, dizendo: “Estão cheios
de mosto” (Ato 2.13). Esses
zombadores não eram pessoas ímpias, e sim religiosas.
Hoje não acontece a mesma coisa? Há muitos zombadores e críticos religiosos.
A Palavra de DEUS afirma que, no último tempo haveria escarnecedores (Jd 18). E,
quando não aparece um Judas Iscariotes do lado de dentro da igreja, surge um
Pilatos do lado de fora, ainda se defendendo (Mt 27.24). Não
obstante, devemos continuar a fazer, como JESUS, a obra que DEUS nos confiou,
pois sempre haverá críticos e zombadores.
Pedro, então, cheio do ESPÍRITO SANTO, pôs-se em pé e, além de dar
uma resposta aos zombeteiros, pregou a Palavra de DEUS (At 2.14,15). Reflitamos
sobre este homem de DEUS. Quem era Pedro antes do Pentecostes? Depois daquele
dia em que o poder do ESPÍRITO desceu sobre ele, nunca mais foi o mesmo! Daí
para a frente ele jamais mudou (I Pe1.1-5; 2,4).
A teologia modernista, liberalista e especulativa está permeando o
mundo. Que, à semelhança de Pedro, coloquemo-nos em pé e, pelo poder do
ESPÍRITO, respondamos às suas críticas infundadas, pregando o evangelho. Qual
foi, então, a resposta de Pedro? Ele disse: “isto é o que foi dito pelo profeta
Joel”. Observemos que a primeira pregação da igreja foi pura exposição da
Palavra de DEUS (Ato 2.16-36).
Nossos ministério e congregação experimentam um abundante e
poderoso ministério da Palavra? E a pregação e o ensino pentecostal devem ter
“endereço” certo: o coração do ouvinte — “E, ouvindo eles isto, compungiram-se
em seu coração” (Ato 2.37).
Há atualmente um esvaziamento da Palavra de DEUS no púlpito de
inúmeras igrejas. O tempo que deveria ser da Palavra do Senhor é ocupado por
música e canto profissionais — não o genuíno louvor — e atividades sociais,
restando alguns minutos para a pregação da Palavra de DEUS. Daí o elevado
número de “retardados espirituais” nessas igrejas. Como está a sua igreja, em
particular?
E preciso vigilância com os chamados hinos especiais duplos e
triplos de cantores, conjuntos e corais. Vemos, em Êxodo 30.34-38 e 2 Crônicas 29.27, como são
necessários equilíbrio e dosagem na adoração a DEUS. Considere, aqui, o texto
de I Coríntios 14.40 à luz
da expressão “porão em ordem”, relacionada com o holocausto ao Senhor (Lv 1.7,8,12).
Como manter o poder do ESPÍRITO. Há algumas coisas que
ocorreram no primeiro Pentecostes que trazem à tona as condições da nossa parte
para usufruirmos o verdadeiro poder pentecostal em nossos dias:
Obediência à vontade do Senhor (Lc 24.49; Ato 1.12-14). A
desobediência é um entrave à operação divina em nossa vida (Ato 5.32).
União e unidade entre os crentes (Ato 1. 14; 2.1; Ef 4.3).
Imaginemos João, Pedro, Tomé e outros, em conjunto com as mulheres, com as suas
diferenças, todos reunidos...
Oração perseverante e unânime (Ato 1. 14).
Mas, além de valorizarmos tais condições, que possibilitam o
usufruto do poder do ESPÍRITO, não podemos ignorar a importância de o
conservarmos. Na Lei havia apagador de fogo (Ex 25.38), mas na Graça,
não (Mt 12.20; I Ts 5.19)! Nesta
última referência, a mensagem para nós é clara: “Não apagueis o ESPÍRITO”
(ARA), como temos enfatizado ao longo desta obra.
A conservação do poder do ESPÍRITO SANTO vem pela constante
renovação espiritual do crente. Em Tito 3.5 está escrito que a regeneração é
seguida da renovação (cf. Ato 4.8,31; 6.5; 7.55; 11.24; 13.9,52; Rm 12.2; 2 Co 4.16; Ef 4.23; 5.18; Cl 3.10). A vida
espiritual renovada também recebe destaque no livro de Salmos92.10; 103.5; 104.30; 119.25,37,40,50,88,93,97,154,156,159). Se não
atentarmos para a necessidade da contínua renovação espiritual, corremos o risco
de “terminar na carne” (Gl 3.3).
Ministrações do ESPÍRITO ao crente
Em razão de suas operações dinâmicas (Gn 1.2), o
ESPÍRITO SANTO é mais mencionado no Antigo Testamento como “ESPÍRITO”. Já no
Novo Testamento, Ele é mais citado como “ESPÍRITO SANTO”, o que destaca seu
principal ministério na igreja: santificar o crente. Essa distinção de oficio
do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento é claramente percebida em 2 Coríntios 3.7,8. O
versículo 8 assevera: “Como não será de maior glória o ministério do ESPÍRITO?”
O novo nascimento pelo ESPÍRITO (Jo 3,3-8). O novo
nascimento abrange a regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só
realidade. Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o
nosso exterior. Quem diz ser nascido de novo deve demonstrar isso no seu dia a
dia. A expressão “de novo” (v.3), de acordo com o texto original, significa
“nascer do Alto, de cima, das alturas”. Isto quer dizer que se trata de um
nascimento espiritual realizado pelo
ESPÍRITO SANTO. O homem natural, portanto, desconhece esse novo
nascimento
(vv.4-12; Jo I6.7-II;Tt 3.5).
A habitação do ESPÍRITO no crente (Jo 14.16,17; Rm 8.9). No
Antigo Testamento, o ESPÍRITO agia entre o povo de DEUS (Ag 2.5; Is 63.1 Ib),
mas com o advento de CRISTO e por sua mediação, o ESPÍRITO habita no crente (Jo 20.21,22). Este
privilégio é também reafirmado em I Coríntios 3.16; 6.19; 2 Coríntios 6.16; e Gaiatas
4.6.
O testemunho do ESPÍRITO de que somos filhos de DEUS (Rm 8.15,16). Esse
testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo ESPÍRITO SANTO de que
DEUS é o nosso Pai celeste (v. 15) e de que somos filhos de DEUS: “O mesmo
ESPÍRITO testifica... que somos filhos de DEUS” (v.I6). È, pois, um testemunho
objetivo e subjetivo, da parte do ESPÍRITO SANTO, concernente a nossa salvação
em CRISTO.
A fé pelo ESPÍRITO SANTO para a salvação. È a vida de fé (Rm 1. 17), “pelo
ESPÍRITO” (Gl 5.5
Tal fé, segundo Atos 11.24, procede
do ESPÍRITO, a fim de que o crente permaneça fiel por meio da manifestação do
fruto do ESPÍRITO (GI 5.22b). Uma
coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram
“pela fé”, porque o ESPÍRITO a supria (2 Co 4.13; Hb 10.38).
A santificação posicionai do crente. A santificação sob este
aspecto é perfeita e completa “em CRISTO”, mediante a fé. Ela ocorre por
ocasião do novo nascimento (I Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; I Jo 4.17; Fp I.I),
sendo simultânea com a justificação “em CRISTO” (I Co 6.11; G1
2.17a).
O batismo “do” ou “pelo” ESPÍRITO SANTO (I Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Este
batismo “do” ou “pelo” ESPÍRITO é algo tão real, apesar de ser espiritual, que
a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, é evidente, há três pontos
inerentes: um batizador; um batizando; e um meio em que o candidato é imerso.
O batismo “com” ou “no” ESPÍRITO SANTO (Ato 1.4, 5, 8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16; 19.2-6). A
evidência física desse glorioso batismo são as línguas sobrenaturais faladas
pelo crente conforme o ESPÍRITO concede. È uma ministração de poder do Alto
pelo ESPÍRITO, provida pelo Pai, mediante o Senhor JESUS (Jo 14.26; Ato 2.32,33). Como
esse assunto merece um tópico à parte, o analisaremos abaixo.
No batismo pelo ESPÍRITO SANTO, o batizador é o ESPÍRITO de DEUS (I Co 12.13); o
batizando é o novo convertido; e o elemento em que o recém-convertido é imerso,
a Igreja, como corpo místico de CRISTO (I Co 12.27; Ef 1.22, 23).
Portanto, o ESPÍRITO SANTO realiza esse batismo espiritual no momento da nossa
conversão, inserindo o crente na Igreja (Mt 16.18). Logo,
todos os salvos são batizados “pelo” ESPÍRITO SANTO para pertencerem ao corpo
de CRISTO — a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou “no” ESPÍRITO.
A santificação progressiva do crente (I Pe 1.15,16; 2 Co 7.1; 3.17,18). Essa
verdade é declarada no texto original de Hebreus 10.10,14. No
versículo 10,
a ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente — SANTO:
“Temos sido santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado
anterior, “SANTO”, como declara o processo contínuo de santificação em nosso
viver aqui e agora proveniente de tal posição: “sendo santificados”.
A oração no ESPÍRITO (Rm 8.26, 27; Ef 6.18; Jd 20; Zc 12.10; I Co 14.14,15). Esta
ministração do ESPÍRITO no crente, capacita-o a orar, inclusive a interceder
por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e
vivificados pelo ESPÍRITO SANTO. A “oração no ESPÍRITO” de que trata Judas, no
versículo 20, refere-se a essa capacidade concedida pelo ESPÍRITO.
O ESPÍRITO SANTO como selo e penhor (2 Co 1.22; Ef 1.13, 14; 4.30; 2 Co 5.5). Devemos
observar que, nos tempos bíblicos, o selo era usado para designar a posse de
uma pessoa sobre algum objeto ou coisa por ela selada. Por conseguinte,
indicava propriedade particular, segurança e garantia. Este selo, portanto, não
é o batismo com o ESPÍRITO SANTO, mas a habitação do ESPÍRITO no crente, como
prova de que o mesmo é propriedade particular de DEUS.
Juntamente com o selo é mencionado o “penhor da nossa herança” (Ef 1.14). De modo
semelhante ao selo, o penhor era o primeiro pagamento efetuado na aquisição de
uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o objeto como
sua propriedade exclusiva. Assim, o Senhor deu-nos o ESPÍRITO SANTO, como
garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor
JESUS “investiu” em nós imensuráveis riquezas do ESPÍRITO como penhor ou
garantia de que muito em breve Ele virá para levar para Si sua propriedade
peculiar, a Igreja de DEUS (Tt 2.14).
A unção do ESPÍRITO para o serviço. JESUS, nosso exemplo, foi
ungido com o ESPÍRITO SANTO para servir (Ato 10.38; Lc 4.18,19). Assim
também a igreja recebeu a unção coletiva do ESPÍRITO (2 Co 1.21,22), mas
alguns de seus membros são individualmente ungidos para ministérios
específicos, segundo os propósitos de DEUS. Vejamos a unção do ESPÍRITO sobre o
crente, conforme I João 2.20,27.
“Tendes a unção do SANTO”. Esta unção santifica e separa o crente
para o serviço de DEUS.
“E sabeis tudo”. Também proporciona conhecimento das coisas de
DEUS em geral.
“Fica em vós” (v.27). Ê permanente no crente.
“Unção que vos ensina todas as coisas” (v.27). E didática, pois
possibilita ensino contínuo das coisas de DEUS.
“È verdadeira” (v.27). Não falha, pois procede da verdade, que é
DEUS.
“E não é mentira” (v.27). È sem dolo; sem falsidade. È possível
que houvesse entre certos líderes daqueles dias uma falsa unção, que imitava a
verdadeira.
Na conclusão de 2 Coríntios 3, prorrompe
jubiloso o sacro escritor, a respeito da glória do ministério do ESPÍRITO: “Mas
todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do
Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo
ESPÍRITO do Senhor” (v. 18).
Todas essas maravilhosas ministrações e dádivas do ESPÍRITO SANTO,
dispensadas aos filhos de DEUS (2 Co 3.8), são
necessárias para fazermos a obra do Senhor no poder do ESPÍRITO, a fim de que
muitas almas sejam salvas.
O BATISMO COM O ESPÍRITO
Para compreender melhor a obra do ESPÍRITO, o leitor deve meditar
profundamente nas seguintes referências: João 7.37-39; Lc 24.49,52; Ato 1.12-14.. O
comentário que se segue é um desdobramento desses textos, dentro dos limites do
espaço de que dispomos.
Dos cerca de quinhentos irmãos que viram JESUS ressurrecto e
ouviram o seu chamado para o cenáculo em Jerusalém (Lc 24.49), apenas
uns 120 deles atenderam (cf. I Co 15.6). O que
acontecera aos demais que lá não foram? Nem todos buscam com fé, sede e
perseverança conhecer a obra do ESPÍRITO SANTO.
A promessa no Antigo Testamento. Há várias promessas de DEUS,
no Antigo Testamento, do derramamento do seu ESPÍRITO sobre o seu povo, mas a
principal é a que foi proferida pelo profeta Joel, uns oitocentos anos antes do
advento de CRISTO (Jl 2.28-32).
A promessa no Novo Testamento. João Batista, o arauto de
JESUS, foi homem cheio do ESPÍRITO SANTO. Em todos os quatro Evangelhos ele
confirma a promessa divina do batismo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; Ato 11.16).
Em Marcos 16.17, JESUS
declarou: “falarão novas línguas”. Os críticos alegam que os versículos 9 a 20
do Evangelho Segundo Marcos não constam de certos manuscritos bíblicos antigos
do Novo Testamento e que, portanto, esses versículos não são autênticos. Pouco
importa o que os críticos digam. DEUS não precisa de veredicto do homem na sua
Palavra e nos seus assuntos. E o que dizer dos milhões que em todo o mundo
falam em novas línguas sobrenaturais pelo ESPÍRITO hoje?
Em Lucas 24.49, JESUS
denominou a promessa como “a promessa de meu Pai”. O batismo com o ESPÍRITO
SANTO foi o último assunto de JESUS aos seus, antes da sua ascensão (vv.50,5I).
Isso mostra que esse revestimento de poder do Alto é de inestimável relevância
para o povo salvo.
A declaração de JESUS, em João 7.38,39, deve ser
estudada juntamente com Atos 2.32,33. O
apóstolo Pedro, após ser batizado com o ESPÍRITO SANTO e pregar no dia de
Pentecostes, encerrou o seu sermão citando a promessa do batismo, agora
cumprida no cenáculo em Jerusalém (At 2.1-4).
O cumprimento ia promessa. No Antigo Testamento, o privilégio
especial do povo de DEUS — Israel — foi receber, preservar e comunicar a
revelação divina, as Santas Escrituras (Rm 3.1,2; 9.4; 2 Co 3.7). Já o
privilégio especial do povo de DEUS no Novo Testamento, a Igreja, é receber o
ESPÍRITO SANTO: na conversão (Jo 3.5; 14.16,17; 16.7; 2 Co 3.8,9; Rm 8.9); no
batismo com o ESPÍRITO SANTO; e, subsequentemente, através da vida cristã (Ato 4.8,31; 9.17; 13.9,52; Ef 5.18).
O ESPÍRITO SANTO já foi derramado, segundo a palavra profética
de Joel 2.28-32, mas não
ainda na sua plenitude. Todos os sinais sobrenaturais mencionados na referida
profecia, bem como no texto paralelo de Atos 2.1621, ainda não
se cumpriram em plenitude. Também em Joel 2.28, diz DEUS:
“derramarei o meu ESPÍRITO”, enquanto em Atos 2.17, o mesmo
DEUS diz: “derramarei do meu ESPÍRITO”. Pequenas palavras com grande
significado e alcance nos desígnios divinos.
Concepções errôneas. Muitos crentes não têm recebido o
batismo com o ESPÍRITO SANTO por não entenderem claramente a doutrina do
batismo com o ESPÍRITO SANTO. Algumas das concepções erradas são:
Pensam que o batismo é o mesmo que salvação. Mas o batismo com o
(ou “no”) ESPÍRITO SANTO não é a salvação. A salvação é uma milagrosa
transformação que se efetua na alma e na vida da pessoa que, pela fé, recebe
JESUS CRISTO como seu Salvador. Sua origem está na graça de DEUS (Rm 3.24; Tt 2.11). Seu
fundamento é o sangue de JESUS CRISTO (Rm 3.25; I Jo 2.2). Seu meio
de recepção ou apropriação é a nossa fé em CRISTO (Ato 16.31; Ef 2.8).
Os discípulos de JESUS que foram batizados com o ESPÍRITO SANTO no
dia de Pentecostes já eram salvos, como já mostramos. Na conversão, recebemos
vida de DEUS; no batismo com o ESPÍRITO recebemos poder de DEUS.
Acreditam que o batismo é a habitação do ESPÍRITO no crente.
Porém, o batismo não é a habitação interior do ESPÍRITO em nós. Na habitação,
Ele está dentro; no batismo, Ele enche em plenitude. É uma experiência
indizível; indescritível; por isso, cada filho de DEUS deve usufruir esta
experiência!
Confundem o batismo com a santificação. No entanto, o batismo com
o ESPÍRITO SANTO não é a santificação do crente. A santificação posicionai é, a
um só tempo, instantânea e completa, no momento do milagre da nossa
regeneração. E a nossa santificação objetiva, “em CRISTO” (Hb 10.10). Também
não é a santificação subjetiva e progressiva na nossa vida cristã diária neste
mundo (Hb 10.14). Aqui diz
a Palavra literalmente: “os que estão sendo santificados”, como na Versão ARA.
O que é o batismo com o ESPÍRITO. É um revestimento e
derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas
estranhas, conforme o ESPÍRITO SANTO concede, pela instrumentalidade do Senhor
JESUS, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e
eficiente serviço para DEUS (Lc 24.49; Ato 1.8; 10.46. I Co 14.15,26).
Já o batismo “do” ESPÍRITO, como vemos em I Coríntios 12.13, Gálatas 3.27 e Efésios 4.5, trata-se
de um batismo figurado, apesar de ser real. Todos aqueles que experimentam o
novo nascimento, que é também efetuado pelo ESPÍRITO SANTO (Jo 3.7) são por Ele
imersos, batizados, feitos participantes do corpo místico de CRISTO, que é a
sua Igreja, no sentido universal (Hb 12.23; I Co 12.12).
Nesse sentido, todos os salvos são batizados pelo ESPÍRITO SANTO.
Já quanto ao batismo com o ESPÍRITO, conquanto seja para todos os salvos, nem
todos são batizados. A Escritura Sagrada, ao tratar de Israel como o povo
escolhido de DEUS da antiga dispensação, declara: “E todos foram batizados em
Moisés, na nuvem e no mar” (I Co 10.2).
“Batizados em Moisés” tem o sentido de “para unirem-se a Moisés”; “para
pertencerem a Moisés”.
O grandioso milagre da travessia de Israel pelo meio do mar, com a
presença da nuvem divina protetora no alto, separou aquele povo sob Moisés como
um corpo. O mar era ali algo material, mas a nuvem divina era sobrenatural.
Em I Coríntios 10.2, na
expressão “batizados em Moisés”, a partícula original é eis, que significa:
“para ingressarem, unirem-se, pertencerem a”.
Certas denominações, por desconhecerem ou rejeitarem o batismo com
o ESPÍRITO SANTO conforme Atos 1.5;2.4,
confundem-no com esse batismo de que estamos tratando. A evidência física
inicial do precioso batismo com o ESPÍRITO são as línguas estranhas
sobrenaturais conforme o ESPÍRITO conceder (Ato 2.4; Mac 16.17).
Embora o batismo seja um dom, uma dádiva de DEUS para seus filhos
(Ato 2.38,29), ele
precede os dons espirituais mencionados nas epístolas, principalmente em I Coríntios 12.1 -11.
JESUS empregou o termo “batismo” ao referir-se ao ato do batismo
com o ESPÍRITO SANTO (Ato 1.5; 11.16). João
Batista, o precursor de JESUS, homem cheio do ESPÍRITO, também se referiu ao
batismo com o ESPÍRITO mediante o termo “batismo” (Mt 3.11; Mc 1.8).
Três condições para receber o batismo no ESPÍRITO. Em todo
batismo há três condições para que esse ato se realize: um candidato a ser batizado;
um batizador do candidato; e um elemento ou meio em que o candidato vai ser
imerso. No batismo de que estamos tratando — o batismo com o ESPÍRITO SANTO —,
o candidato é o crente; o batizador é o Senhor JESUS; e o elemento ou meio em
que o candidato é imerso é o ESPÍRITO SANTO.
O batismo com o ESPÍRITO SANTO, a um só tempo, é:
Uma ditosa promessa da parte de DEUS — “a promessa do Pai” (Ato 1.4).
Uma dádiva celestial inestimável — “o dom do ESPÍRITO SANTO” (Ato 2.38).
Uma imersão do crente no espiritual e sobrenatural de DEUS —
“sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO” (Ato 1.5). A
partícula original desta referência também permite a tradução “batizados no
ESPÍRITO SANTO”.
Um revestimento de poder do Alto (Lc 24.49). É como
alguém, estando já vestido espiritualmente, ser revestido de poder do céu. O
termo “revestido”, no original, conduz essa ideia.
As línguas estranhas. Por meio das línguas estranhas, o
crente edifica-se a si mesmo, espiritualmente (I Co 14.4). Línguas
da parte do ESPÍRITO é o único dos dons, do qual está escrito que edifica o seu
portador. Os demais dons edificam a igreja. Daí o apóstolo Paulo tanto falar em
línguas em suas devoções pessoais diante de DEUS (I Co 14.18). Leia
também o versículo 39.
As línguas são apresentadas na Bíblia como um meio de o crente
falar a DEUS. Isto é, falar “a” DEUS na dimensão do ESPÍRITO SANTO, “em linha
direta” (I Co 14.2). Também
em línguas, pelo ESPÍRITO, “falar das maravilhas de DEUS” (Ato 2.11). Elas
também são um meio de o crente, em seu ESPÍRITO, orar a DEUS, e também
interceder, na dimensão do ESPÍRITO SANTO (I Co 14.14,15; Rm 8.26; Ef 6.18; Jd 20).
Por meio das línguas, o crente louva e adora a DEUS, inclusive
cantando, dando graças a DEUS (I Co 14.15-17; Ef 5.19), falando
de suas grandezas e magnificando a DEUS (Ato 2.11; 10.46).
De acordo com I Coríntios 14.21,22, as
línguas são também um “sinal” para os descrentes: “sinal para os infiéis”. Leia
também Isaías 28.11.
As línguas são, ainda, apresentadas nas Escrituras como dom do
ESPÍRITO SANTO: dom de “variedade de línguas” e dom de “interpretação das
línguas” (I Co 12.10,28,30; 14.5,13,26-28).
Como receber o batismo com o ESPÍRITO. A luz da
Palavra de DEUS, o batismo com o ESPÍRITO SANTO é para pessoas de qualquer
nação ou “toda carne” (At 2.17); de ambos os sexos ou “filhos e filhas” (Ato 2.17); de
qualquer idade ou “vossos mancebos e vossos velhos” (Ato 2.17); de
qualquer camada social ou “os meus servos e as minhas servas” (Ato 2.18).
Enfim, o batismo no ESPÍRITO é para os Judeus, o povo escolhido
por DEUS (At 2..41) os samaritanos, o povo misto e menosprezado (At 8.17); os
romanos, o povo tido como autossuficiente (Ato 10.44-46); os
gregos, povos gentílicos (At 19.6); e para os anônimos e desconhecidos — dos
quase 120 irmãos batizados com o ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecostes, somente
doze deles são mencionados por nome (Ato I.13-15). Os demais não são nominados.
O batismo é para quem já tem o ESPÍRITO SANTO. “Habita
convosco” (Jo 14.17); “Recebei
o ESPÍRITO SANTO” (Jo 20.22). E também
a “tantos quantos DEUS nosso Senhor chamar” (Ato 2.39).
Sendo o candidato já salvo. O batismo com o ESPÍRITO SANTO é
para quem já é salvo. Os discípulos, ao serem batizados no dia de
Pentecostes, já tinham os seus nomes escritos no céu (Lc 10.20); já eram
limpos diante de DEUS (Jo 15.3); já
tinham em si vida espiritual, assim como o galho da videira está unido ao seu
tronco (Jo 15.4,5,16); já
tinham sido por CRISTO enviados para o seu trabalho, dotados de poder divino (Mt 10.1; Lc 9.1,2; 10.19).
E preciso crer com convicção na promessa divina do batismo. O
batismo é chamado “a promessa do Pai” (Lc 24.49; Ato 1.4; 2.16,32,33). E
somente pela fé em CRISTO que recebemos o batismo (G13.14). Não é por mérito,
haja vista ser um dom, uma dádiva de DEUS para seus filhos.
Buscando o batismo com sede, em oração (Ato 1.4,14; Jo 7.37-39; Lc 11.13). Adorando
a DEUS com perseverança. Louvando sempre a DEUS. Bendizendo ao Senhor.
Alegrando-se em DEUS. Assim fizeram os candidatos antes do derramamento do
ESPÍRITO, no dia de Pentecostes (Lc 24.52,53). Vivendo
em obediência à vontade do Senhor (At 5.32). Para você que busca o batismo, há
alguma área da sua vida não submissa totalmente a CRISTO;
Cuidando o crente da sua espiritualidade. Em João 15.2, JESUS
disse: “Limpa toda aquela que dá fruto”. É o crente separando-se do mundo
quanto à sua iniquidade e pecados — “o mundo não pode receber”, disse JESUS,
referindo-se ao ESPÍRITO SANTO (Jo 14.17).
Perseverando em unidade fraternal. Isso também eles fizeram
antes de receberem o poder do ESPÍRITO (Ato I.I4).
Os resultados do batismo com o ESPÍRITO. Os
resultados e efeitos desse glorioso batismo em nossa vida são muitos. Citaremos
apenas alguns, haja vista as limitações de espaço desta obra.
Edificação espiritual pessoal, mediante o cultivo das línguas
estranhas (I Co 14.4,15). Edificar,
como está na Bíblia, não é exatamente o mesmo que construir. Paulo foi tão grandemente
edificado na sua vida cristã em geral e como obreiro, pelo muito que o ESPÍRITO
operou nele mediante as línguas (I Co 14.18). Línguas
não faladas em público, mas consigo e com DEUS.
Maior dinamismo espiritual, mais disposição e maior coragem na
vida cristã para testemunhar de CRISTO e proclamar o evangelho; para efetuar o
trabalho do Senhor. Compare, nesse sentido, os discípulos de JESUS, antes e
depois do batismo com o ESPÍRITO SANTO, como foi o caso de Pedro —
compare Marcos 14.66-72 com Atos 4.6-20.
Um maior desejo e resolução para orar e para interceder (Ato 2.42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26).
Uma maior glorificação do nome do Senhor “em ESPÍRITO e em
verdade” (Jo 4.24), nos atos
e na vida do crente (Jo 16.13,14).
Uma maior consciência de que DEUS é o nosso Pai celeste, e que nós
somos seus filhos (Rm 8.15,16; Gl 4.6).
O batismo é também um meio para a outorga por DEUS, dos dons
espirituais — “falavam línguas e profetizavam” (Ato 19.6).
O derramamento do ESPÍRITO sobre o crente é chamado de batismo (Ato 1.5; Mt 3.11). Em todo
batismo, como já vimos, tem de haver três condições: o candidato a ser
batizado, o batizador e o elemento em que o candidato vai ser imerso. No
batismo “com o” ou “no” ESPÍRITO SANTO, o candidato é o crente; o batizador, o
Senhor JESUS; e o elemento ou o meio em que o crente é imerso, o ESPÍRITO
SANTO.
Há diferença entre ser cheio do ESPÍRITO SANTO e ser batizado com
o ESPÍRITO SANTO. Uma garrafa pode estar cheia de água, e não “batizada” em
água. Ela estará cheia de água e “batizada” quando estiver cheia de água e
imersa em água (cf. Dt 34.9; Mq 3.8; Lc 1.67).
Quanto à passagem de João 20.22, é preciso
esclarecer que ali JESUS não se referiu ao batismo pentecostal. Faz-se, pois,
necessária uma abordagem aqui, de três diferentes sopros divinos vistos nas
Escrituras. O primeiro vivificou e animou o homem material, Adão (Gn 2.7). O
segundo vivificou e animou o homem espiritual, o crente (Jo 20.22). O
terceiro sopro da parte de DEUS, o batismo pentecostal, capacita o crente para
o serviço do Senhor (Ato 2.2).
O primeiro homem — o homem natural, adâmico — teve uma vocação
terrena (I Co 15.47); o novo
homem, criado em CRISTO ressurrecto, tem uma vocação especial, celestial,
santificante (Hb 3.1; Ef 4.24).
Portanto, como homens espirituais, necessitamos desse sobre-excelente e
indispensável poder derramado sobre a igreja, e a promessa desse derramamento
do ESPÍRITO é extensiva a todos nós.
Se você ainda não é batizado com o ESPÍRITO SANTO, busque incessantemente
essa gloriosa dádiva celestial. Mas, se você já o é, atente para o que diz a
Palavra de DEUS, em I Coríntios 14.1: “Segui a
caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de
profetizar”.
Os dons do ESPÍRITO SANTO
O grande pregador e pastor inglês C.H. Spurgeon, em um dos seus
escritos relata a história de uma velhinha que morava numa instituição para
idosos pobres que ele certo dia visitou. Nos pertences dessa senhora foi
encontrado um documento bancário antigo, que lhe fora entregue como lembrança
por alguém muito rico. Com permissão da velhinha, o pastor Spurgeon levou o
documento a um banco e ficou sabendo que se tratava de uma elevada quantia em
depósito, suficiente para aquela senhora viver muito bem pelo resto da vida.
Partindo desse fato, Spurgeon concluiu que muitos crentes vivem em
estado de grande pobreza espiritual por ignorarem as infinitas riquezas
espirituais que estão a seu dispor, em CRISTO, se as buscarem, conforme lemos
em Efésios 3.8. Neste
contexto, está a riqueza dos dons espirituais. Daí São Paulo escrever aos
coríntios: “Acerca dos dons espirituais, não quero irmãos que sejais
ignorantes” (I Co 12.1).
A igreja da atualidade precisa mais e mais conhecer, buscar,
receber e exercitar a provisão divina imensurável que há nos dons espirituais,
para o seu contínuo avanço, edificação, consolidação e vitória contra as hostes
infernais, e, ao mesmo tempo, glorificar muito mais a CRISTO.
Princípios doutrinários. Pelo menos dois princípios devem
ficar bem patentes aqui, concernentes aos dons espirituais:
Uma pessoa que recebeu do Senhor dons do ESPÍRITO não significa
que ela alcançou um estado de perfeição e que é merecedora das bênçãos de DEUS.
As manifestações e operações do ESPÍRITO SANTO por meio de um crente jamais
devem ser motivo de orgulho, seja ele quem for.
Assim como o crente não é salvo pelas obras, mas tão-somente pela
graça divina (Ef 2.8; Tt 3.5), assim
também os dons do ESPÍRITO SANTO nos são concedidos pela graça de DEUS para que
ninguém se engrandeça — “segundo a graça” (Rm 12.6).
Na igreja de Corinto, certos crentes imaturos receberam dons
espirituais e se descuidaram de crescer na fé e na doutrina. Problemas surgiram
daí, afetando toda aquela igreja.
Definição dos dons. Em seu sentido geral, o termo “dom” tem
mais de um emprego. Há os dons naturais, também vindos de DEUS na criação, na
natureza: a água, a luz, o ar, o fogo, a vida, a saúde, a flora, a fauna, os
alimentos, etc. Há também os dons por DEUS concedidos na esfera humana: os
talentos, os dotes, as aptidões, as prendas, as virtudes, as qualidades, as
vocações inatas, etc.
O dom espiritual é uma dotação ou concessão especial e
sobrenatural pelo ESPÍRITO SANTO, de capacidade divina sobre o crente, para
serviço especial na execução dos propósitos divinos para e através da Igreja.
“São como que faculdades da Pessoa divina operando no ser humano” (Horton).
Dons espirituais como aqui estudados não são simplesmente dons humanos
aprimorados e abençoados por DEUS.
Foi a poderosa e abundante operação dos dons do ESPÍRITO que
promoveu a expansão da igreja primitiva como se vê no livro de Atos dos
Apóstolos e nas Epístolas. Foi dotada de dons espirituais que a igreja de então
continuou crescendo sem parar e triunfando, apesar das limitações da época, da
oposição e das perseguições. A obra missionária também avançou celeremente como
fogo em campo aberto.
As principais passagens sobre os dons espirituais são sete: I Coríntios 11,28-31; 13; 14.11,28-31;
13; 14; Romanos 12.6-8; Efésios 4.7-16; Hebreus 2.4; e Pedro
4.10,11. Além destas referências, há muitos outros textos isolados através da
Bíblia sobre o assunto.
Termos designadores dos dons. Abordaremos a partir de agora
os cinco principais termos bíblicos designadores dos dons. Estes termos
descrevem a natureza dos dons.
Pneumatika (I Co 12.11). Os
críticos e opositores dos dons alegam que, no original, aqui, não consta a
palavra “dom”. Não consta neste versículo, mas consta a seguir, em I Coríntios 12 e nos
capítulos seguintes. O referido termo refere-se às manifestações sobrenaturais
da parte do ESPÍRITO SANTO através dos dons (cf. I Co 12.7; 14.1).
Charismata (I Co 12.4; Rm 12.6). Falam da
graça subsequente de DEUS em todos os tempos e aspectos da salvação.
Díakonaí (I Co 12.5). Isso
fala de serviço, trabalho e ministério prático. São ministrações sobrenaturais
do ESPÍRITO através dos membros da igreja como um corpo (I Co 12.12-27).
Energemata (I Co 12.6). Isto é,
os dons são operações diretas do poder de DEUS para a realização de seus
propósitos e para abençoar o povo (cf. w.9,I0).
Phanerosis{ I Co 12.7). Os dons
são sobrenaturais da parte de DEUS; mas, conforme o sentido do termo original,
aqui, eles operam igualmente na esfera do natural, do tangível, do sensível, do
visível.
Dons de manifestação do ESPÍRITO
Vamos agora classificar ou agrupar os dons com o objetivo de
entender melhor o assunto. A primeira classificação é a dos dons de
manifestação do ESPÍRITO em número de nove, conforme I Coríntios 12.8-10. Esses
dons são formas de capacitação sobrenatural de pessoas, para a “edificação do
corpo de CRISTO” como um todo, e também para a bem-aventurança de seus membros,
individualmente (vv.3-5,12,17,26).
Os capítulos 12 a 14 de I Coríntios têm a ver com esses
maravilhosos dons. Eles são de atuação eventual, inesperada e imprevista
(quanto ao portador do dom), tudo dependendo da soberania de DEUS na sua
operação. Esses dons manifestam o saber de DEUS, o poder de DEUS e a mensagem
de DEUS.
Dons que manifestam o saber de DEUS (I Co 12.8-10). Esses
dons manifestam a multiforme sabedoria de DEUS:
A palavra da sabedoria (v.8). É um dom de manifestação da
sabedoria sobrenatural, pelo ESPÍRITO SANTO. E um dom altamente necessário no
governo da igreja, pastoreio, administração, liderança, direção de qualquer
encargo na igreja e nas suas instituições.
A palavra da ciência (v.8). “Ciência” equivale, aqui, a
“conhecimento”. Ê um dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo
ESPÍRITO SANTO; de fatos, de causas, de ensinamentos, de revelações etc.
O dom de discernir os espíritos (v. 10). No original, os dois
termos que designam este dom estão no plural. E um dom de conhecimento e de
revelação sobrenaturais pelo ESPÍRITO SANTO. É um dom de proteção divina para
não sermos enganados e prejudicados por Satanás e seus demônios, e também pelos
homens. Uma das principais atividades de Satanás é enganar (Ap 12.9; 20.8,10; I Tm 4.1). Os
homens também enganam (Ef 4.14; I Jo 2.26; 2 Jo.7). Líderes
em geral — inclusive de música —, pastores, evangelistas, mestres, precisam
muito deste dom para não serem enganados.
Dons que manifestam o poder de DEUS (I Co 12.9,10). Esses
dons manifestam a poder dinâmico de DEUS:
A fé (v. 9). E um dom de manifestação de poder sobrenatural
pelo ESPÍRITO SANTO. Superação e eliminação de obstáculos, sejam quais forem, e
de impedimentos; liberação do poder de DEUS; intercessão. Não se trata aqui da
fé no seu sentido salvífico (Ef 2.8); ou fé
como fruto do ESPÍRITO (G1 5.22); ou fé significando o corpo de doutrinas
bíblicas (GI 1.23); ou fé
como o aspecto puramente espiritual da vida cristã (2 Co 13.5). Trata-se
da fé chamada “fé especial”, “fé miraculosa”. Este dom opera também em conjunto
com vários outros dons.
Os dons de curar. Ou “dons de curas”, literalmente (v.9).
Isto é, este dom é multiforme na sua constituição e na sua operação. Ê uma
sublime mensagem para os enfermos, não importando a sua doença. São dons de
manifestação de poder sobrenatural pelo ESPÍRITO SANTO para a cura das doenças
e enfermidades do corpo, da alma e do ESPÍRITO, para crentes e descrentes.
Esses “dons de curas” operam de várias maneiras: através da
Palavra; através de outro dom; uma palavra de ordem; um olhar; mãos, etc. Os
dons de curas
abrangem o ser humano em sua totalidade; já o dom da fé, além do
ser humano, abrange tudo mais, conforme os planos e propósitos de DEUS.
A operação de maravilhas (v. 10). No original, os dois termos
que designam este dom estão no plural: “operações de maravilhas”. São operações
de milagres extraordinários, surpreendentes, pasmosos; prodígios espantosos
pelo poder de DEUS, para despertar e converter incrédulos, céticos, oponentes,
crentes duvidosos. Leia João 6; Atos 8.6,13; 19.II;
e Josué 10.12-14.
Dons que manifestam a mensagem de DEUS (I Co 12.10). Esses
dons manifestam a mensagem da parte de DEUS, poderosa, vivificante, criativa,
edificante e consoladora (È em torno desses três últimos dons que ocorre mais
falta de disciplina e de ordem nas igrejas, como também ocorreu em Corinto.).
A profecia (v. 10). E um dom de manifestação sobrenatural de
mensagem verbal pelo ESPÍRITO, para “edificação, exortação e consolação” do
povo de DEUS (I Co 14.3). E um dom
necessário a todos os que ministram a Palavra; que trabalham com a Palavra (cf. Lc 1,2b; I Tm 5.7). O grau
da profecia na igreja hoje não é o mesmo da “profecia da Escritura” (2 Pe 1.20), que é
infalível — a profecia da Bíblia.
A profecia na igreja deve ser, pois, julgada. De fato, a Bíblia
declara: “Em parte profetizamos” (I Co 13.9). A
profecia da igreja está sujeita a falhas por parte do profeta; daí a
recomendação bíblica de I Coríntios 14.29: “E falem
dois ou três profetas, e os outros julguem”.
Por que a profecia é denominada o principal dom, conforme I Coríntios 13.2 e
14.1,5,39? Porque a profecia edifica a igreja como um corpo, e não
apenas como indivíduos. Também porque a profecia é um meio de expressão de
muitos dons (I Tm 4.14a). A maior
parte do tempo do culto deve ser para a ministração da Palavra de DEUS, e não
para a profecia, conquanto seja esta tão importante (I Co 14.29).
A variedade de línguas (v. 10). E um dom de expressão plural,
como indica o seu título. E um milagre linguístico sobrenatural. Nem todos os
crentes batizados com o ESPÍRITO SANTO recebem este dom (I Co 12.30). Já as
línguas como evidência física inicial do batismo, todos ao serem batizados no
ESPÍRITO SANTO as falam.
As mensagens em línguas mediante este dom devem ser interpretadas
para que a igreja receba edificação (I Co 14.5,27). O crente
portador deste dom, ao falar em línguas perante a congregação, não havendo
intérprete por DEUS suscitado, deve este crente falar somente “consigo e com
DEUS” (I Co 14.4,28) isto
é, falar em silêncio. (FALAR BAIXO - NUNCA PENSDE EM LÍNGUAS - FALE EM LÍNGUAS)
A interpretação das línguas (v. 10). E um dom de manifestação
de mensagem verbal, sobrenatural, pelo ESPÍRITO SANTO. Não se trata de
“tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver
com palavras em si; interpretação tem a ver com mensagem. As línguas estranhas
como dom espiritual, quando interpretadas, assemelham-se ao dom de profecia,
mas não são a mesma coisa. O dom de interpretação é um dom em si mesmo, e não
uma duplicação do dom de profecia (cf. I Co 12.10,30; 14.5,13,26-28).
Dons de ministérios práticos
São administrações de serviços práticos, individuais e em grupo
(Rm 6.8; I Co 12.28-30). Nestas
passagens, eles aparecem juntamente com os demais dons espirituais, e sob o
mesmo título original charismata — “dons da graça”. São dons de
ministração residentes no portador, pela natureza de sua finalidade junto às
pessoas ou grupos: assistência, serviço, socorro, auxílio, amparo, provisão.
São dons residentes nos seus portadores, pela natureza e objetivos de sua ação.
Estes dons têm sido pouco estudados na igreja. Daí os equívocos e
dúvidas existentes. São da mesma natureza espiritual e sobrenatural dos demais
dons da graça de DEUS. A Bíblia os coloca em conjunto com os demais dons (I Co 12.28) Ela usa
para esses dons o mesmo termo original empregado para os dons de I Coríntios 12.4-10: charismata (Rm 12.6-8).
Ministério (Rm 12.7).
Ministração, servir, prestar serviço material e espiritual, sem primeiramente
esperar recompensa, reconhecimento, retribuição, remuneração, com motivação e
capacitação mediante este dom. E servir capacitado sobrenaturalmente pelo
ESPÍRITO.
Ensinar (Rm 12.7). Ensinar
no sentido didático, como deixa claro o original. E o dom espiritual de
ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer;
ensinar a entender; treinar outros. Educar no sentido técnico desta palavra.
Não confundir com o ministério do ensino, que tem a ver com ministros do
evangelho, segundo Efésios 4. II e Atos
13.1 (“profetas e mestres”).
Exortar (Rm 12.8). Exortar,
aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas
desunidas, que não se falam; admoestar.
Repartir (Rm 12.8). O
sentido no original é dar generosamente, doar, oferecer, distribuir aos
necessitados em primeiramente esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo
ESPÍRITO SANTO. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo,
filantropia, altruísmo.
Presidir (Rm 12.8). E
conduzir, dirigir, organizar, liderar, governar, orientar com segurança,
conhecimento, sabedoria e discernimento espiritual. Isso em se tratando de
igreja, congregação, instituição, etc. Para alguém presidir desta maneira, só
mesmo tendo de DEUS este dom! A tendência natural de quem lidera e preside é
ser duro, dominar somente pela autoridade, ser insensível.
Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom
refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos,
enfermos, presos, visitação, compaixão.
Socorros (I Co 12.28).
Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos,
famintos, órfãos, viúvas, etc. È um dom de ação plural.
Governos (I Co 12.28). E um dom
plural no seu exercício. Ê dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza.
O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e
responsabilidade.
Dons na área do ministério
Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e I Coríntios 12.28, 29, a saber:
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, doutores ou mestres.
Alvos e resultados dos dons espirituais. De acordo com I Coríntios 12.7, “a
manifestação do ESPÍRITO é dada a cada um para o que for útil”. Vejamos quais
são os alvos e resultados dos dons espirituais:
A glorificação do Senhor JESUS em escala muito além da natural e
humana (Jo 16.14).
A confirmação da Palavra de DEUS anunciada, pregada e ensinada (Mac 16.17-20; Hb 2.3,4).
O crescimento constante e real, em quantidade e qualidade, da obra
de DEUS na igreja, na evangelização e nas missões (Ato 6.7; 19.20; 9.31; Rm 15.19\
A “edificação” espiritual da igreja de DEUS como um corpo e como
membros individualmente (I Co 12.12-27). JESUS
afirmou: “Eu edificarei a minha igreja” (Mac 16.18), mas na
ocasião Ele não disse como ia edificar. Mas em Atos e nas Epístolas vemos que é
em parte através desses dons divinos de que estamos a tratar.
O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12). Isso
jamais é possível por parte do homem, ou das coisas desta vida, mas é possível
para DEUS (cf Lc 18.27).
O exercício dos dons do ESPÍRITO. Toda energia e poder sem
controle é desastroso. Estudando I Coríntios 14.26,32,33 e 40,
vemos que DEUS nos concede dons, mas não é responsável pelo mau uso deles, por
desobediência do portador à doutrina bíblica, ou por ignorância desta. A
eletricidade quando domada nas subestações, torna-se apropriada ao consumo
doméstico, mas nas linhas de alta tensão é letal e destruidora. Também não
adianta ter um bom freio no carro sem o seu potente motor, como muitos fazem
nas igrejas mornas, frias e secas. Elas têm freio e direção no “carro”, porém
falta-lhes o ativo e poderoso motor.
O uso dos dons na igreja deve ser regulado e equilibrado pela
Palavra de DEUS, corretamente entendida, interpretada e aplicada. A Palavra e o
ESPÍRITO interpenetram-se e combinam-se em sua operação conjunta na igreja. A
Palavra é a espada do ESPÍRITO, e o ESPÍRITO interpreta e emprega a Palavra.
Na igreja, a predominância da doutrina do Senhor corrige erros,
evita confusão e repara estragos. Ela, quando ensinada e aplicada, neutraliza o
fanatismo, que é zelo religioso sem entendimento — são exageros, práticas
antibíblicas, emocionalismo, gritaria e outros desmandos. Por sua vez, quando o
ESPÍRITO predomina, neutraliza o formalismo, que é excesso de regras,
regulamentos, legalismo, rotina religiosa, formalidades secas e enjoativas,
mornidão, fórmulas, ritos e coisas assim.
Quem recebe dons de DEUS, a primeira coisa a fazer é procurar
conhecer o que a Palavra ensina sobre o exercício deles. Em Corinto havia abuso
dos dons, enquanto em Tessalônica havia carência deles, por tanto refreio. E de
pasmar em nossas igrejas a carência da doutrina bíblica sobre essas
manifestações do ESPÍRITO — os dons espirituais. O resultado disso aí está em
muitos lugares: fanatismo, práticas antibíblicas, meninices, confusão,
escândalo e desonra para o evangelho que pregamos.
No exercício dos dons e de outras manifestações do ESPÍRITO SANTO,
ninguém que aja desordenadamente e cause confusão, dentro da congregação e fora
dela, venha a dizer que está agindo assim por direção do ESPÍRITO SANTO. Ele
não é o autor de tais coisas!
Responsabilidade quanto aos dons. É preciso haver
responsabilidade quanto aos dons, a fim de que não haja mau uso deles.
Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos,
que sejais ignorantes” (I Co 12.1).
Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (I Co 12.31).
Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dos espirituais” (I Co 14.1).
Ser abundante nos dons. “Procurai progredir neles, para a
edificação da igreja” (I Co 14.12, ARA).
Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos profetas” (I Co 14.32).
Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo
decentemente e com ordem” (I Co 14.40).
Portanto, poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem
caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal.
No entanto, tudo
deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, e segundo a
decência e ordem que a Palavra de DEUS preceitua (I Co 14.26-40).
O MAU USO DOS DONS ESPIRITUAIS
O uso dos dons na igreja deve ser regulado e equilibrado pela
Palavra de DEUS. A Palavra e o ESPÍRITO interpenetram-se, combinam-se em sua
operação conjunta na igreja. A Palavra é a espada do ESPÍRITO (Ef 6.17), e o
ESPÍRITO interpreta e usa a Palavra. A predominância da doutrina do Senhor
corrige erros, evita confusões e repara estragos.
Quando aplicada e observada, a doutrina do Senhor neutraliza o
fanatismo, que é zelo sem entendimento, exagero, práticas antibíblicas,
emocionalismo, etc. Por sua vez, a predominância do ESPÍRITO SANTO neutraliza
os extremos do formalismo, que é excesso de regras, regulamentos, legalismo,
rotina, formalidade, mornidão, fórmulas, ritos, etc.
Os dons espirituais não devem operar sem o fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22; I Co 13; Jo 15.1-8). Quem
recebe os dons, a primeira coisa a fazer é procurar conhecer o que diz a
Palavra sobre o exercício deles. Havia abuso dos dons em Corinto, e carência
deles em Tessalônica (I Co 14; I Ts 5.19,20).
A igreja de Corinto. Os cultos da igreja de Corinto eram
notadamente pentecostais (I Co 12; 13; 14). Segundo
o apóstolo Paulo, nenhum dom faltava àquela igreja (I Co 1.7). Todas as
manifestações espirituais do ESPÍRITO SANTO tinham lugar ali (I Co 12.4); as
diversidades de ministérios do Senhor JESUS (I Co 12.5); e as
diversas operações do próprio DEUS (I Co 12.6).
No entanto, a igreja estava envolvida em diversas dissensões e
litígios (I Co 6.1-11; 11.18), pecados morais graves (I Co 5), além de
desordem no culto de adoração a DEUS (I Co 11.17-19).
Outrossim, os crentes eram imaturos e carnais (I Co 3.1-4). A
desordem era tal que o próprio culto se tornou um entrave para o progresso
espiritual dos crentes.
Dissensão ou partidarismo (I Co 11.18; 1.10-13; 3.4-6). “Ouço
que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões”. O termo
“dissensões” empregado em I Coríntios II.17 e 1.10 descreve a destruição da
unidade cristã por meio da carnalidade. Em vez de gratidão a DEUS, para
promover a comunhão uns para com os outros e “guardar a unidade do ESPÍRITO
pelo vínculo da paz” (Ef 4.3), os
crentes reuniam-se para o culto com “ESPÍRITO faccioso”.
Carnalidade (I Co 3.1-3). “Não vos
pude falar como a espirituais, mas como a carnais” (v.I). Havia membros da
igreja de Corinto guiados e cheios do ESPÍRITO SANTO (I Co 1.4-9; Rm 8.14), mas
muitos eram carnais (v.I). Carnal, como já vimos, é o crente, ele ou ela, cuja
vida não é regida pelo ESPÍRITO (Rm 8.5-8); que tem
muita dificuldade de entender os assuntos espirituais (I Co 2.14) e vive em
contendas, difamações. A mente e a língua do carnal é malfazeja até durante o
sono (cf. Rm 8.5; G1
5.19-21; Pv 4.16). Esse
tipo de crente é uma perturbação no culto de adoração a DEUS.
Intemperança (I Co 11.21). Na
liturgia da igreja primitiva era comum a Ceia do Senhor ser precedida por uma festividade
chamada de ágape ou festa de amor (2 Pe 2.13; Jd v.I2).
No entanto, alguns crentes coríntios em vez de fortalecerem o amor e a unidade
cristã antes da Ceia do Senhor, embriagavam-se. Os ricos se fartavam de tudo,
enquanto os pobres padeciam fome (v.2I). Isso alguns faziam “para sua própria
condenação” ou castigo (v.29). Esses cristãos cometiam o erro de transformar uma
festa espiritual, o culto, em uma festa profana. Veja as consequências disso
nos versículos 30,31.
Muitos crentes, em Corinto, eram ignorantes quanto ao uso correto
dos dons espirituais (I Co 12.1; 14.26-33). A
manifestação dos dons espirituais é “dada a cada um para o que for útil” (I Co 12.7). Os
propósitos de DEUS neles é edificação, consolação, exortação, crescimento espiritual
e aperfeiçoamento do corpo de CRISTO (I Co 14.3, 26; Ef 4.11-14; Rm 12.4-8).
Mas, para que assim seja, é necessário que haja sabedoria, ordem e
decência quanto ao uso dos dons (I Co 12.1; 14.40). O crente
não é proibido de falar em línguas, nem o profeta de profetizar no culto (I Co 14.39), contanto
que seja conforme a doutrina bíblica (I Co 14.12, 19,26, 39). A
expressão-chave do ensino contido em 1 Coríntios 14.26-40 é: “Faça-se tudo para
edificação” (v.26). “Edificação” quer dizer “construir como um processo”, ou
seja, crescimento sólido, gradual, uniforme e constante na vida do crente.
Os cristãos de Corinto ignoravam o propósito evangelístico e
edificador do culto na vida espiritual do crente (I Co 14.23-25), pois
exibiam vaidosamente seus dotes espirituais, provocando balburdia e dissensões
(I Co 14.27-30). A Bíblia
recomenda que todos, pelo ESPÍRITO SANTO, falem em línguas e profetizem (I Co 14.5), mas que
também exerçam os dons espirituais com sabedoria, ordem e decência (I Co 14.26-33,37-40), a fim de
que o nome do Senhor seja glorificado (I Co 14.25), o
incrédulo seja convertido (I Co 14.22-25) e a
igreja edificada(I Co 14.26).
Visões e revelações. É de pasmar o descaso em nossas igrejas,
da carência do ensino da Palavra sobre essas manifestações do ESPÍRITO — os dons
espirituais. O resultado aí está em muitos lugares: fanatismo, práticas
antibíblicas, meninices, confusão, escândalo e desonra para o evangelho, ou
desprezo e indiferença dos crentes pelos dons. Um exemplo disso é o caso de
“visões” e “revelações”.
Revelações em si não são um dom. Há pessoas por aí afora
dizendo-se portadoras do “dom de revelação”. Não há especificamente tal dom.
Sonhos, visões e revelações sobrenaturais, sim, podem ser expressões do dom da
ciência (I Co 12.8). DEUS
criou não somente coisas visíveis, mas também as invisíveis (Cl 1. 16). Por sua
vez, coisas invisíveis podem se tornar visíveis. DEUS, que criou e sustenta
todas as coisas, também as controla como quer.
Igrejas inteiras, famílias e crentes à parte têm padecido muito
por causa de falsas visões, revelações e sonhos da parte de visionários, às
vezes fanáticos, outras vezes mentecaptos, e ainda por cima trapaceiros. E
necessário que, sem sufocar o genuíno entusiasmo e fervor espiritual, ou
provocar frieza na fé, os dirigentes de trabalho, através da doutrina bíblica,
regulem e controlem essa intensa “onda” de visões e revelações falsas, que
tanto perturbam e prejudicam os crentes na fé.
Todo poder sem controle é desastroso. DEUS nos concede
poderosos dons, mas não é responsável pelo mau uso deles, por desobediência do
portador à doutrina bíblica, ou ignorância desta. O fogo em casa é
indispensável, quando sob controle no fogão, mas como incêndio... é um
sinistro!
A eletricidade, nas linhas de alta tensão é letal; nas subestações
é domada, tornando-se apropriada ao consumo doméstico, Um carro é utilíssimo
quando dotado de bons freios. Por outro lado, de nada adianta bons freios se o
carro não tiver um potente motor... O que acontece em igrejas mornas e secas?
Têm freios e direção, mas lhes falta o ativo e poderoso “motor” do ESPÍRITO.
No autêntico exercício dos dons espirituais o ESPÍRITO SANTO é
soberano. O fato registrado em Atos 19.11,12 não
significa doutrina sobre o assunto nem modelo para ser copiado.
Expulsão de demônio à moda de exorcismo. O costume hoje em
dia praticado por determinadas pessoas, de chamar endemoninhados à frente,
praticar expulsão de demônios à moda de exorcismo, manipulando as pessoas,
expulsando demônios “à prestação”, como se eles estivessem saindo da vítima aos
poucos, é prática reprovável e antibíblica.
Os demônios são expulsos, sim, por direção e poder do ESPÍRITO
SANTO, mas de maneira bíblica, original, sem deixar dúvidas, confusão, nem
escândalos. JESUS nos mandou chamar pecadores e expulsar demônios... Em muitos
lugares, está ocorrendo o inverso: estão chamando demônios e expulsando os
pecadores. Sim, pois estes saem confusos, iludidos, escandalizados, sem saber
ao certo se estiveram num culto santificado a DEUS, ou numa sessão espírita!
Em muitos lugares, os pecadores saem piores do que chegaram. E
isso operação dos dons espirituais? Nunca! Poder manifesto de DEUS não
significa escândalo, promiscuidade, desordem, grosseirismo e puro
emocionalismo, que, uma vez passado, só resta frustração, engano, medo e
revolta interior. Isso — que pode ser atuação dos chamados “espíritos
familiares” (Is 8.19) — é mais
uma operação diabólica para confundir os neófitos e perturbar a boa marcha do
trabalho do Senhor.
Falsos obreiros. Tenhamos cuidado! Está dito na Palavra de
DEUS que não somente houve entre os fiéis falsos profetas, mas que haverá
também, nos dias atuais (2 Pe 2.1). DEUS
não é de confusão. A ausência de continuado e metódico ensino bíblico sobre a
Pessoa do ESPÍRITO SANTO e suas genuínas operações resulta nisso.
O inimigo aproveita a ignorância dos crentes; ele aproveita
enquanto os trabalhadores dormem, para semear a má semente. Não se confunda
gritos, trejeitos, gestos desconexos, pulos, linguagem impressionante, barulho
emotivo e algaravia pública com o real poder do ESPÍRITO SANTO. Espiritualidade
e poder de DEUS não implicam desordem e escândalo para gregos, Judeus e Igreja
de DEUS.
Há uma série de pretensos obreiros desautorizados — acolhidos por
certos grupos religiosos —, promovendo por si próprios movimentos ditos
carismáticos, mas sem qualquer base bíblica, sem conhecimento da doutrina, sem
experiência cristã e ministerial, sem cultura bíblica e secular, sem ordem, de
ministério irregular, mescrupulosos, irreverentes, gananciosos, explorando o
povo e as igrejas, iludindo a fé dos incautos e aproveitando-se da credulidade
das massas, até que os escândalos provoquem uma reação negativa e acabe tudo em
nada!
Os tais obreiros — ostentando a coleção inteira de mais de um
falso profeta —, em lugar de procurarem expulsar demônios, e praticar
curandeirismo, eles é que deviam ser expulsos! Dizendo-se autorizados por DEUS,
arrogam-se autoritários, não aceitando qualquer conselho bíblico, chegando a
ponto de quererem provar seus erros mediante a Palavra de DEUS!
Poder, sinais e maravilhas devem caracterizar um genuíno
avivamento, pleno de renovação espiritual e pentecostal, mas livre de
escândalos, enganos, falsificação e mistificação; dentro da decência e da ordem
que a Palavra de DEUS preceitua.
O certo é que esses pseudo-obreiros estão causando sérios estragos
dentro e fora da igreja, especialmente na área da expulsão de demônios, cura
divina, revelações, visões, profecia e línguas estranhas. Não duvidamos de que
muitas dessas pessoas tenham recebido uma chamada divina para um ministério de
poder, mas estragaram-na porque começaram a laborar fora do plano divino
revelado nas Escrituras. Como em 2 Reis 6.5, perderam
o ferro do machado; só têm o cabo agora.
Se eles deram fruto a princípio, não permaneceram assim. A vitória
e a aprovação divina iniciais não significam continuidade da operação divina
nem frutos permanentes, caso a pessoa saia do plano bíblico: “para que deis
fruto, e o vosso fruto permaneça”. Assim disse JESUS (Jo 15.16).
Quem reconhece ter recebido um ministério de pregação acompanhado
de sinais e maravilhas, pelo poder de DEUS, exerça-o, mas segundo a doutrina
bíblica, apegado sempre à Palavra. Não é nunca possível um tal ministério
frutificar mais e mais e permanecer assim, sem o instrumento humano
conservar-se na humildade, na simplicidade e na pureza doutrinária da Palavra
de DEUS. Um obreiro pode receber o mais rico ministério de libertação e
conservar-se profundamente bíblico, dentro dos ditames de ética ministerial e
da Palavra de DEUS.
O espírito do profeta e o ESPÍRITO do Senhor. Precisamos
fazer a nossa parte, a fim de que o ESPÍRITO realize a dEle. E isso está
relacionado com a liturgia, conjunto dos elementos que compõem o culto cristão
(Ato 2.42-47; I Co 14.26-40; Cl 3.16). Embora
seja possível liturgia sem culto, não há culto sem liturgia (Is 1.11-17; 29.13; Mt 15. 7-9; I Co 11.17-22).
A parte litúrgica compreende diversas partes do culto: oração (Ato 12.12; 16.16); cânticos
(I Co 14.26; Cl 3.16); leitura
e exposição da Palavra de DEUS (Rm 10.17; Hb 13.7); ofertas
(I Co 16.1,2);
manifestações e operações do ESPÍRITO SANTO (I Co 14.26-32); e bênção
apostólica (2 Co 13.13; Nm 6.23-27).
Tomando como base o livro de Atos dos Apóstolos e as Epístolas (Ato 2.1-4; Ef 5.19; Cl 3.16), vejamos
como era o culto, nos tempos do Novo Testamento. A promessa da efusão do
ESPÍRITO (Jl 2.28)
cumpriu-se no dia de Pentecostes (Ato 2.16-18), quando
os que estavam reunidos foram “cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em
outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem” (Ato 2.1-4). Essa
experiência pentecostal repetiu-se em outras ocasiões: em Samaria (Ato 8.14-20); na vida
de Paulo (Ato 9.17); na casa
de Cornélio (Ato 10.44-48); e em
Éfeso (Ato 19.1-7).
Manifestações espirituais como essas foram acompanhadas de: falar
em outras línguas (Ato 2.4; 19.6); poder (Ato 8.18,19);
exultação a DEUS (Ato 10.46); ousadia,
poder e graça na pregação (Ato 4.31,33); e
mensagens proféticas (Ato 19.6). O culto
dos crentes primitivos que, nos primeiros dias da igreja em Jerusalém, não se
distinguia muito da liturgia judaica (Ato 3.1), passou a
ser dinâmico, espontâneo e com manifestações periódicas dos dons concedidos
pelo ESPÍRITO SANTO (Rm 12.6-8; I Co 12.4-11,28-31).
Se alguém reconhece que tem recebido dons espirituais para um
ministério de poder, o primeiro passo não é sair fazendo demonstrações pueris,
escandalosas e antibíblicas. Não. O primeiro passo é conhecer o que a Bíblia
ensina sobre um determinado ministério.
Sabemos que a capacidade espiritual do obreiro vem de DEUS, mas do
seu preparo ele deverá cuidar, segundo está escrito: “Procura apresentar-te a
DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (2Tm 2.15). E
mediante a Palavra de DEUS que ele se torna hábil para toda boa obra (2 Tm 3.17).
Ninguém que cometa escândalos e pratique as coisas negativas
mencionadas neste tópico venha a dizer que agiu assim movido pelo ESPÍRITO SANTO,
porque Ele não é autor de desmandos, sejam quais forem. Que surgiriam tais
coisas em nossos dias, sabemo-lo pela Bíblia (2 Pe 2.1,2), porém
que elas e seus promotores permaneçam entre nós como sendo nossos, e dos
nossos, não
(I Jo 2.19)!
A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO
A recomendação da Bíblia aos crentes pentecostais é: “Não vos
embriagueis com vinho em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18).
“Enchei-vos do ESPÍRITO”. O verbo traduzido por “enchei-vos”
traz no original quatro lições importantes:
E um imperativo — pois se trata de uma ordem.
Está no plural — por isso, aplica-se a todos os crentes.
Está na voz passiva — o que significa que a ação de estarmos
cheios do ESPÍRITO é atribuição dEle.
Está no tempo presente contínuo — isto é, designa uma ação
constante, contínua, perene. Portanto, pode ser traduzido como “Deixai-vos
encher continuamente do ESPÍRITO”.
Enchendo-nos continuamente do ESPÍRITO para cultuar a
DEUS. Os crentes de Éfeso só poderiam continuar enchendo-se do ESPÍRITO,
se já estivessem cheios dEle anteriormente. Na verdade, eles já haviam sido
batizados com o ESPÍRITO, conforme Atos 19.1-7. Quando o
crente é cheio e se mantém renovado pelo ESPÍRITO SANTO, o culto cristão é
caracterizado por: “salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (Ef 5.19).
O fruto do ESPÍRITO. Em I Coríntios 2.14—3.3, vemos que
DEUS divide toda a humanidade em três grupos de pessoas. Apenas três, e isso no
sentido espiritual: (I) o homem natural, literalmente controlado pela sua alma
(2.14); (2) o homem espiritual, literalmente controlado pelo ESPÍRITO SANTO
(2.15); e (3) o homem carnal, controlado, literalmente, pela sua natureza
carnal (3.3). Ninguém escapa dessa classificação divina. Todos nós somos um
desses “homens”. Identifique-se!
O homem natural não é salvo. È irregenerado. E chamado
de “natural” porque vive segundo a natureza adâmica, decaída. O homem
espiritual é aquele que o
ESPÍRITO SANTO governa e rege seu ESPÍRITO, sua alma e seu corpo.
Nele, o seu “eu”, pela fé em CRISTO, está mortificado, crucificado (Rm 6.11; GI 2.19,20).
Já o homem carnal, na conceituação bíblica, é o crente
espiritualmente imaturo e que assim continua através da vida — “meninos em
CRISTO” (I Co 3.1). A vida
do crente carnal é mista, dividida, fracassada. Esse crente vive em conflito
interior entre a sua natureza humana e a divina, sendo a sua alma o campo de
batalha (cf. Gl 5.13-26). (Gl 5.22,
O homem espiritual é o crente cheio do ESPÍRITO SANTO, isto é,
aquele em cuja vida o fruto do ESPÍRITO tem amadurecido 23; Ef 5.9; Jo 15.1-8; 16). A
evidência de que alguém continua cheio do ESPÍRITO é a manifestação do fruto do
ESPÍRITO de DEUS em sua vida (Mt 3.8; 7.20).
Se um cristão afirma ser nascido de novo, mas seu modo de viver
dentro e fora da igreja desmente o que afirma, isso é uma contradição, um
escândalo e uma pedra de tropeço para os descrentes e os cristãos mais fracos.
E pela sua habitação e presença permanente no crente, regendo-o em tudo, que o
ESPÍRITO produz o seu fruto, como descrito em Gálatas 5.22.
Pecados contra o ESPÍRITO SANTO
Os pecados contra o ESPÍRITO SANTO afetam terrivelmente a
santidade. Ele é o ESPÍRITO SANTO; o ESPÍRITO que nos santifica. Ele é muito
sensível; é tanto que é simbolizado pela pomba. O único pecado imperdoável só
pode ser cometido contra Ele; não contra o DEUS Pai, nem contra o DEUS Filho.
Isso deve nos servir de alerta quanto ao pecado!
Há seis principais pecados contra o ESPÍRITO SANTO; que consistem
em palavras, atitudes e atos. Entre os pecados por palavras, acham-se as
afrontas verbais e as blasfêmias. As atitudes e os atos constam da resistência
ao ESPÍRITO, e da recusa contínua de se cumprir a vontade de DEUS.
Resistir ao ESPÍRITO SANTO. A resistência ao ESPÍRITO é o
pecado inicial que se comete contra o Consolador (Ato 7.51). E dizer
“não” continuamente ao convite da salvação; recusar ouvir e ler a Palavra de
DEUS; recusar os impulsos interiores do ESPÍRITO SANTO dentro de nós (orar,
testemunhar, apartar-se do mal).
Resistir ao ESPÍRITO é também rebelar-se contra a autoridade
divina (Is 63.10). Não só a
direta, que é infrequente na Bíblia: mas a autoridade divina indireta, isto é,
delegada por DEUS. Esta é a forma predileta de DEUS governar entre os homens,
através da família (autoridade social); do governo (autoridade civil); e da
igreja (autoridade religiosa).
Esse pecado, cometido por incrédulos e crentes, consiste ainda em
adiar a decisão de obedecer ao Senhor. È, em resumo, resistir à voz de DEUS, de
todas as formas. E, uma vez cometida essa ofensa, as demais parecerão de
somenos importância, visto que o coração do ofensor, afetado terrivelmente pela
iniquidade, considerará o pecado algo comum e corriqueiro.
O pecado de resistir ao ESPÍRITO pode ser compreendido pelo modo
como Estêvão concluiu seu sermão diante dos anciãos de Israel: “Homens de dura
cerviz e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao ESPÍRITO
SANTO” (Ato 7.51). O pecado
daqueles homens não era um ato isolado, mas contínuo: resistir “sempre” ao
ESPÍRITO SANTO.
Quem resiste ao ESPÍRITO SANTO recusa, de forma consciente, a
vontade divina expressa pela terceira Pessoa da Trindade, mediante a Palavra de
DEUS e por meio de seu trabalho em nossos corações. A palavra “resistir”,
empregada por Estêvão, no original, vai além de uma mera resistência. Significa
lutar contra; lutar com afoiteza.
O povo de Israel até hoje sofre as consequências de sua
resistência contínua ao ESPÍRITO de DEUS (I Ts 2.15,16). Os
ouvintes de Estêvão “lutavam” contra o ESPÍRITO, empregando naquela peleja
todas as suas forças (cf. Zc 7.12; Gn 6.3; Is 30.1; Ne 9.30; Ez 8.3,6). O povo
de DEUS fez isso por rebeldia contumaz, e o ESPÍRITO do Senhor voltou-se contra
eles. Que relato terrível e condenatório (Is 63.10)! O leitor
tem resistido ao ESPÍRITO SANTO?
Insultar ao ESPÍRITO SANTO. Insultar ou agravar o ESPÍRITO
SANTO é um pecado que consiste em insultar, agravar, ultrajar a terceira Pessoa
da Trindade. È rejeitar continuamente a JESUS — isso pode ser uma pessoa, uma
família, uma comunidade, uma nação. É um pecado cometido por incrédulos e
crentes.
Acostumados com o culto levítico, e sob perseguição por causa do
evangelho de CRISTO, os cristãos de origem judaica começaram a deixar a igreja
e a retornar ao judaísmo centrado no Templo em Jerusalém. Em Hebreus 10.29, eles são
incisivamente exortados a não fazê-lo: “De quanto maior castigo cuidais vós
será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de DEUS, e tiver por profano o
sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao ESPÍRITO da
graça?”
Aqueles irmãos cometeram três horrendos pecados: o de pisar o
Filho de DEUS; o de ter por comum o sangue da aliança; e o de agravar o
ESPÍRITO SANTO. Agravar, como aqui é empregado, é afrontar, ultrajar, debochar,
zombar, injuriar, insultar com desdém.
Quem ultraja ao ESPÍRITO rejeita a Palavra de DEUS com menosprezo
e zombaria, continuamente. Além disso, tem o sangue redentor de JESUS como
coisa sem valor, sem importância; rejeita com desdém e escárnio as ofertas da
graça
de DEUS. Essa recusa ultrajante se deve ao fato de o crente 'ou
descrente) não valorizar (negligenciar) os dons graciosos de DEUS: o dom da salvação;
o dom do ESPÍRITO; os dons espirituais.
Tentar o ESPÍRITO SANTO. E pecar conscientemente até quando o
ESPÍRITO SANTO suportar. E um pecado cometido também por incrédulos e crentes.
Implica mentir ao ESPÍRITO (ora, Ele é a verdade: I Jo 5.6); enganar
os servos de DEUS como congregação, como corpo; e ser hipócrita. O hipócrita
devia saber que o ESPÍRITO SANTO sonda e conhece os corações.
Ananias e Safira cometeram esse pecado; mentiram ao ESPÍRITO;
enganaram os servos de DEUS; e quiseram mostrar-se melhores do que os outros,
sem o serem, conforme lemos em Atos 5.1-10.
... Ananias, com Safira, sua mulher; vendeu uma
propriedade e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando
uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse\ então, Pedro: Ananias; por
que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO e
retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E,
vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração?
Não mentiste aos homens, mas a DEUS (...) Então, Pedro lhe disse [a Safira]:
Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o ESPÍRITO do Senhor?
(...) E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens,
acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.
A mentira ao ESPÍRITO SANTO está categoricamente exemplificada na
passagem em que Pedro, pelo ESPÍRITO SANTO, denuncia a mentira de Ananias e
Safira: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
ESPÍRITO SANTO e retivesses parte do preço da herdade?” (Ato 5.3). Qual é o
sentido da palavra “mentira” aqui? O termo original corresponde a contar uma
falsidade como se fosse verdade. Ananias e Safira certamente ensaiaram essa
mentira, como pode ser visto no versículo 9.
Quais são as implicações de se mentir ao ESPÍRITO SANTO? Quem
mente ao ESPÍRITO SANTO, menospreza a sua deidade; Ele é DEUS (vv.3,4). Como a
terceira pessoa da Santíssima Trindade, Ele é onisciente, onipresente e
onipotente. Isso significa que o ESPÍRITO SANTO tudo sabe e tudo conhece. Logo,
mentir e tentar o ESPÍRITO do Senhor (v.9), é testar a tolerância de DEUS, isto
é, pecar até enquanto DEUS suportar, (cf. Nm 14.22,23; Dt 6.16; Mt 4.7).
Entristecer o ESPÍRITO SANTO. Na Epístola aos Efésios,
exorta-nos Paulo: “E não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS, no qual estais
selados para o dia da redenção. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e
blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós” (Ef 4.30,31).
O que é entristecer o ESPÍRITO SANTO? O vocábulo original tem a
ver com agravo, dor, aflição, angústia.
Entristecer ao ESPÍRITO, um pecado cometido por incrédulos e
crentes, consiste em fazer tudo aquilo que não agrada ao ESPÍRITO de DEUS, como
ser ingrato para com DEUS; ser negligente na vida espiritual; ser esquecido das
bênçãos divinas recebidas e das coisas de DEUS em geral; ser rebelde,
desobediente de modo contínuo para com DEUS (cf. Is 63.10); ser
mundano, o que implica infidelidade espiritual (Tg 4.5); e ser
carnal (Gl 5.16).
O que pode entristecer o ESPÍRITO SANTO? Mathew Henry responde:
“Toda conversação maligna e corrupta, que estimule os desejos pecaminosos e a
luxúria, contrista o ESPÍRITO SANTO”. O ESPÍRITO SANTO também é entristecido
quando, desprezando a vontade divina, preferimos seguir nossos desejos e
ambições; quando o cristão não reverencia a sua presença manifesta e ignora a
sua voz; e quando o crente não busca a sua vontade e direção.
E importante considerar aqui os “nãos” divinos constantes de Efésios 4.26-30:
Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não
deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe,
fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver
necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa
para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não
entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS, no qual estais selados
para o Dia da redenção.
Muitos falsos ensinadores têm afirmado que não existem proibições
para os crentes; os tais afirmam que é proibido proibir. Mas, como vemos na
referência acima, a Palavra de DEUS apresenta muitos “nãos”, como:
“Não pequeis”. “Não se ponha o sol sobre a vossa ira”. “Não deis
lugar ao diabo”. “Não furte mais”. “Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe”. “Não entristeçais o ESPÍRITO SANTO”.
O Decálogo também consiste de tremendos “nãos” divinos! Será que sabemos
ensinar mais do que DEUS, que usa “nãos”?
Apagar o ESPÍRITO SANTO. Escrevendo aos crentes de
Tessalônica, Paulo exortou- os: “Não extingais o ESPÍRITO” (I Ts 5.19). Como o
ESPÍRITO SANTO é comparado ao fogo, apagar ou extinguir o ESPÍRITO é abafar,
reprimir, sufocar o calor e a luz provenientes dEle. E, pois, reprimir a voz do
ESPÍRITO dentro de nós; opor-se à operação dEle em nosso meio; não se renovar
espiritualmente; impedir a sua operação pelo mundanismo, materialismo e
humanismo (Mac 4.19; Lc 8.14).
Extinguir o ESPÍRITO SANTO — um pecado cometido apenas por crentes
— é ser fanático religioso; desviar-se para “a direita” (observe que, em Isaías 30.21, o
primeiro tipo de desvio para o qual DEUS chama atenção é para “a direita”);
enfim, é não dar ouvido a Ele, até que a sua voz não seja mais ouvida:
Porém entendeste a tua benignidade sobre eles por muitos anos e
protestaste contra eles pelo teu ESPÍRITO, pelo ministério dos teus profetas;
porém eles não deram ouvidos; pelo que os entregaste na mão dos povos das
terras :f\e 9.30).
Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a
minha palavra ( 8.43).
O termo traduzido por “extinguir”, referente ao ESPÍRITO SANTO,
tem o sentido colateral de apagar aos poucos uma chama, um fogo que está a
arder. Portanto, extinguir o ESPÍRITO é agir de modo a impedir, suprimir ou
limitar a manifestação do ESPÍRITO do Senhor. Quando perdemos o primeiro amor,
extinguimos ou apagamos de nossas vidas o ESPÍRITO de CRISTO (Ap 2.4).
Qual é o perigo de se extinguir o ESPÍRITO SANTO? A extinção das
operações do ESPÍRITO SANTO na vida da igreja quando não é letal, a adoece e
debilita, sem que ninguém o perceba. Mais tarde, resta somente a lembrança do
passado quando o fogo do céu ardia. Sempre que for detectada a falta de
operações do ESPÍRITO SANTO em nosso meio, devemos clamar a DEUS sem cessar por
um avivamento espiritual. A extinção do ESPÍRITO SANTO leva a igreja à mornidão
espiritual (Ap 3.14-22).
O fogo é o grande agente purificador natural, assim como o
ESPÍRITO SANTO é o grande agente purificador divino. Sendo assim, arrume bem a
lenha (ponha ordem na vida; coloque a “lenha” em ordem); limpe o local do fogo
(tire de sua vida “cinza”, “areia”, “água”, “coisas estranhas”, como as
doutrinas falsas); areje o fogo (sem ar fresco, bom, o fogo se apaga); alimente
o fogo (com lenha boa [Pv 26.20],
combustível bom, o que é caro; o fogo é sempre bom; a lenha às vezes é ruim); e
mantenha o equilíbrio do fogo — isso requer “acendedores” e “apagadores” de
“ouro puro” (Ex 25.38; 37.23).
Blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO. Este pecado é cometido por
incrédulos (Mt 12.31,32; Mac 8.28-30; Lv 24.11-14). Implica
atribuir continuamente os atos divinos a Satanás (cf. Mt 12.24). E a
blasfêmia contínua, deliberada, consciente e abusiva contra o ESPÍRITO SANTO.
Trata-se de um “eterno pecado” (Mc 3.29 cf. rodapé ARC).
O pecado em apreço não pode ser cometido por ignorância (I Tm 1.3); não é
cometido mediante uma fraqueza isolada, impensada; torna-se imperdoável, não
porque DEUS não queira ou não possa perdoar, mas porque o pecador, através
desse pecado, afasta para longe de si a única Pessoa, o ESPÍRITO SANTO, que
podia convencê-la do tal pecado.
Encontrava-se o Senhor JESUS numa sinagoga em Cafarnaum, a sua
cidade, quando lhe trouxeram um endemoninhado cego e mudo. JESUS por sua
compaixão libertou totalmente o homem possesso. Os fariseus alegaram que Ele
operara tal milagre pelo poder do chefe dos demônios. Era o cúmulo do pecado
deles contra o ESPÍRITO SANTO (Mt 12.24).
JESUS lhes disse: “Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens,
mas a blasfêmia contra o ESPÍRITO não será perdoada aos homens. E, se qualquer
disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se
alguém falar contra o ESPÍRITO SANTO, não lhe será perdoado, nem neste século
nem no futuro” (Mt 12.31,32; Mac 3.28-30; Lc 12.10).
Os adversários de JESUS blasfemavam contra Ele e o ESPÍRITO SANTO,
declarando consciente, proposital e seguidamente que JESUS operava milagres
pelo poder de Satanás, o chefe dos demônios (Mt 9.32-34; 12.22-24; Mac 3.22; Lc 11.14,15).
Com essa blasfêmia, eles estavam rejeitando de modo deliberado o
ESPÍRITO SANTO que operava em JESUS, o Messias (Mt 12.28; Lc 4.14-19; Jo 3.34; Ato 10.38).
A blasfêmia deliberada e consciente contra o ESPÍRITO SANTO é
imperdoável. O ser humano pode chegar a tal cegueira espiritual a ponto de
blasfemar contra o ESPÍRITO. Ver Mt 23.16, 17, 19, 24, 26. A
blasfêmia contra o ESPÍRITO de DEUS é a consequência de pecado similares que a
precedem, como:
Rebelar-se e resistir ao ESPÍRITO (Is 63.10; Ato 7.51).
Abafar e apagar o fogo interior do ESPÍRITO (I Ts 5.19; Gn 6.3; Dt 29.1821; I Ts 4.4).
O endurecimento total do coração — cauterização da consciência e
cegueira total. Chegando o ser humano a este ponto, torna-se réprobo quanto à
fé (2 Tm 3.8) e passa a
chamar o mal de bem e o bem de mal (Is 5.20).
A blasfêmia contra o ESPÍRITO do Senhor é imperdoável porque sendo
Ele o que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11), e, que
intercede por nós (Rm 8.26,27), é
recusado, rejeitado e blasfemado (cf. I Sm 2.25). Isso
porque a obra salvífica do Pai e a do Filho estão
completas, mas a do ESPÍRITO SANTO continua até que todos os
salvos cheguem ao céu (Ap 22.11)!
Conclusão. As igrejas somente poderão lograr bom êxito em
qualidade e quantidade quando se mantiverem nos padrões da sã doutrina e
revestidas do poder do Alto. De poder de baixo (humano, terreno) não temos
falta, mas necessitamos sempre do poder do Alto, que põe a igreja em marcha (Lc 24.49).
È impensável um crente ou uma igreja sem o ESPÍRITO SANTO. Não
devemos cometer nenhum pecado contra Ele, a fim de que o mantenhamos conosco e
em nós. Que o Senhor nos ajude a sermos sadios na fé, maduros no entendimento e
zelosos na manutenção da chama do autêntico avivamento espiritual.
Avivamento pelo ESPÍRITO
Na Epístola aos Colossenses — escrita no ano 61, aproximadamente
—, há menções da igreja de Laodiceia (2.1; 4.13,15,16) e dos crentes
Laodicenses (4.16). Neste mesmo versículo, há também uma ordem para que a
epístola em apreço fosse lida na igreja dos laodicenses, e que a epístola que
viesse de Laodiceia fosse lida pelos colossenses.
A Epístola de Laodiceia não foi incluída no cânon sagrado do Novo
Testamento. A razão disso não está revelada — talvez fossem mensagens
preventivas de DEUS contra a mornidão e o formalismo espirituais, que estariam
em formação naquela igreja.
DEUS previne, avisa e adverte de antemão, e às vezes chamando as
pessoas pelo nome, como: “Abraão, Abraão”, “Simão, Simão”, “Moisés, Moisés”,
“Saulo, Saulo”. A carta de JESUS à igreja em Laodiceia, por meio de João (Ap 3.14-22), é de
aproximadamente 96 d.C. Se tudo foi assim, aquela igreja esfriou aos poucos,
até chegar ao estado crítico descrito em Apocalipse,
Necessidade de avivamento. Quando, em que estado de coisas e
em que situação a igreja carece de um real avivamento do ESPÍRITO SANTO? Quando
nela prevalecem as seguintes características negativas:
Calmaria espiritual, paralização espiritual, indiferença e
comodismo (Ez 37.9).
Sonolência espiritual (Ef 5.14).
Insensibilidade espiritual, mas também insensibilidade moral e
social (cf. Ef 4.19; Pv 23.35; I Tm 4.2).
Secularismo — ou mundanismo. E o crente conformar-se com o mundo;
“dar na forma [fôrma] do mundo”, como diz literalmente Romanos 12.2:
e não vos conformeis com este mundo”. É a contextualização da
igreja com o mundo, o que está muito em voga hoje.
Postura do crente apenas defensiva quanto ao mal e ao pecado, e
não de repúdio, aversão, horror e de combate espiritual contra ele.
Quando, na igreja, prevalece entre os crentes a hibernação
espiritual (Ap 2.4). E o estado do crente que permanece meio-morto (Ap3.16).
Tem nome de que está vivo espiritualmente, mas na realidade está morto, sem
vida, sem fervor, sem entusiasmo e sem condições de reagir a um tal estado de
coisas.
Uma igreja nesse estado pode ter: uma boa estrutura eclesiástica
(“ossos”, Ez 37.3); muita
organização (“nervos”, v.8); muito movimento e vaivém (“carne”, v.8); muito boa
aparência (“pele”, v.8); mas tal igreja não tem vida espiritual vibrante,
transbordante e dinâmica, pela ausência do “ESPÍRITO de vida” (Ez
37.8,9; Rm 8.2).
Também quando entre os crentes prevalece o desinteresse pelos
cultos e passam a se interessar mais pelas coisas e passatempos seculares,
profanos, tentando eles com isso preencher o seu vazio espiritual. Nesse
estado, a perda de cultos pelo crente não lhe traz falta. Vem, por fim, o
abandono da Casa de DEUS (cf. Hb 10.25; Sm 27.4; 84.2,10; .I; Ag 1.4,9).
No livro de Atos, vemos como DEUS fez surgir a igreja avivada no
ESPÍRITO SANTO, coisa que os crentes de Israel desconheciam. Cremos e oramos
que do mesmo modo Ele avivará poderosamente a sua igreja, nesses últimos dias
que precedem a volta de JESUS.
O avivamento espiritual, como no princípio, é uma necessidade em
nossos dias. Hoje, muitas igrejas pensam estar experimentando um reavivamento,
quando, na verdade, tudo não passa de inovação, misticismo, falsificações e
mudanças injustificáveis na liturgia do culto, etc.
Características de um avivamento. Quais são, pois, à luz da
Palavra do Senhor, as características de um genuíno avivamento, promovido pelo
ESPÍRITO de DEUS?
Contrição total. Num verdadeiro avivamento, há contrição
total pelo ESPÍRITO SANTO. Contrição é arrependimento, humilhação e confissão
de pecados e males de todos os tipos, na presença do Senhor; é quebrantamento
espiritual em nosso íntimo, acompanhado de profundo arrependimento de pecados.
E tudo isso deve ser demonstrado também em nosso exterior, pela poderosa ação
do ESPÍRITO SANTO.
Esses estados da alma têm a ver com o pecado, no seu duplo
aspecto: como delito praticado e como estado imanente no ser humano — isto é, a
pecaminosidade da natureza humana. Desta forma do pecado, o crente precisa ser
sempre vencedor, pelo “sangue da sua cruz [de CRISTO]” (Cl 1.20), como bem
nos mostra a passagem de Romanos 6.
E num tal contexto espiritual que o avivamento se instala, e o
ESPÍRITO SANTO assume a primazia, predominando e prevalecendo. Infelizmente,
quem retarda e impede o avivamento da igreja não são os incrédulos; somos nós,
os crentes, inclusive obreiros. Basta ler passagens como 2 Crônicas 7.14 para
se chegar a tal conclusão.
Um real avivamento inclui, sim, os obreiros da igreja (cf. Zc 3.3). Qual era
o problema da igreja de Éfeso? Seu pastor deixara o primeiro amor (Ap 2.4). E o da
igreja de Sardes? Seu pastor estava morto no seu estado espiritual e não sabia
(Ap 3.1). E o
problema da igreja de Laodiceia? Seu pastor era morno (Ap 3.16).
Meditemos sobre o termo “perfeito”, concernente ao crente no
contexto do avivamento. O referido termo aparece em passagens como Deuteronômio 18.13; Mateus 5.48; 2 Coríntios 13.11 e Colossenses 1.28. Ele, em
suma, diz-nos que o nosso inteiro ser deve ser oferecido a DEUS; tudo deve
estar à disposição dEle: ESPÍRITO, e alma, e corpo. Não retenha nada! Ponha
tudo no altar.
Em Marcos 12.30, vemos uma
pormenorização disso: nossa afeição (“de todo o teu coração, e de toda a tua
alma”); nossa cognição (“e de todo o teu entendimento”); e nossa volição (“e de
todas as tuas forças”). Sim, um avivamento começa e continua pela reconsagração
total do crente a DEUS.
Que façamos a oração do profeta Habacuque:
“Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor, a
tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da
misericórdia” (3.2).
Perdão e reconciliação. No avivamento de Israel (I Rs 18), DEUS
usou como instrumento humano o profeta Elias. No cumprimento de sua missão, o
primeiro passo deste profeta foi “reparar o altar do Senhor, que
estava quebrado” (vv.30-32). Em seguida, ele colocou no altar doze pedras — que
representavam as doze tribos israelitas, completas e unidas —, e não apenas
dez, o que representaria incompletude e divisão de Israel, como era o caso do
Reino do Norte (dez tribos), ao qual o profeta pertencia.
E notável o fato de Elias trabalhar com doze pedras no altar,
sendo ele do reino das dez tribos! O que pode fazer um povo dividido e
desunido? Se, por acaso, realizarem alguma coisa de bom, os males de sua
desunião e da sua rebeldia atrofiarão tudo o que se fizer.
Em Ezequiel 37, no
grandioso avivamento ali retratado, “cada osso se uniu ao seu osso” (vv.7,17).
Imagine um osso unindo-se a um corpo que não era o seu e, por conseguinte,
diferente na idade, na altura, etc. Isso daria numa imensa e confusa babel, em
que cada um estaria sem identificação, sem dono, sem direção;
e logo a seguir: deformações, anomalias, teratias, como indivíduos
e como grupo. Não é isso que está acontecendo por toda parte com os chamados
movimentos avivalistas de renovação carismática?
Sim, um avivamento não é só de quebrantamento de ESPÍRITO, mas
também de perdão total, com reconciliação entre os crentes, inclusive obreiros.
Pessoalmente, este autor tem visto, em nosso país, obreiros causando,
fomentando e acalentando inimizades no ministério. E ainda apresentam
“justificativas”, além de, pior ainda, acharem que isso que fazem é uma
virtude!
Em Atos 4.32, no
primeiro avivamento da igreja, a Bíblia diz: “E era um o coração e a alma da
multidão dos que criam”. DEUS pode fazer isso hoje, num reavivamento — a
unidade espiritual do seu povo. Portanto, o avivamento genuíno envolve amplo
perdão e reconciliação de uns com os outros; isto é, união e, sobretudo,
unidade. O que pode fazer um povo descontente, dividido e desunido?
Generosidade e abundância financeira. Em Jerusalém ocorreu um
avivamento de ampla e contínua generosidade entre os crentes, de abundância
financeira, nas contribuições para a obra de DEUS em geral: nos dízimos, nas
ofertas, nas doações, na mão-de-obra voluntária, nos auxílios; enfim, na
cooperação de todas as formas (Atos 4.32-37).
Mas também deve haver restituição aos outros, de tudo o que for
alheio, que, porventura, esteja em nosso poder. No avivamento espiritual sob o
rei Ezequias, vemos em ação a liberalidade financeira, espontânea, do povo,
movida pelo ESPÍRITO de DEUS (2 Cr 31.5-10). No
avivamento de Jerusalém ocorreu o mesmo. E que ocorra da mesma forma em nossos
dias!
Santidade interior e exterior. Segundo o modelo bíblico, o
reavivamento resulta em santidade do crente em toda a sua maneira de viver (I Pe1.15). Se um
avivamento não resultar nisso — nessa mudança de vida — tudo não passará de
mero entusiasmo, mecanicismo e emoção, como acontece com certos “avivamentos”
orquestrados pelos homens. O avivamento sob Esdras e Neemias, nesse sentido,
obteve grandiosos resultados (Ne 8; 9.1-38; 10.1-39; 13).
A santificação deve ocorrer em “todo o vosso ESPÍRITO, e alma, e
corpo” (I Ts 5.23). Isso
significa que devemos ser santos em nosso viver, e em nossa conduta
isto é, em nosso caráter, internamente —, e em nosso proceder,
externamente. Nossa vida natural é uma série diuturna de hábitos, práticas e
costumes, que podem ser bons ou maus, ou um misto dos dois. É evidente que um
povo SANTO, porque pertence a DEUS, deve ter costumes santos.
Mantenhamo-nos, pois, separados do mundo pecaminoso. Reflitamos
sobre a advertência da Palavra de DEUS registrada em Eclesiastes 10.8: “Quem
fizer uma cova cairá nela, e quem romper um muro, uma cobra o morderá”. “Abrir
uma cova”, aqui, é iludir o povo; é fazer o povo errar e deixá-lo
nesse estado. “Cova” é armadilha, embuste, laço, simulação. “Romper um muro” é
eliminar a separação do pecado; é ficar indefeso às investidas do mal; é
renunciar à condição de “povo peculiar” (Ex 19.5; Tt 2.14).
Evangelização e missões. O avivamento promovido pelo ESPÍRITO
SANTO move e leva a igreja a evangelizar e a fazer missões entre os povos.
Evangelização e missões são dois lados de um só assunto — de um mesmo trabalho
para DEUS (cf. Ato 1.8; 5.42; 8.4; 13.1-4). E este
trabalho é a atividade principal de uma igreja avivada, um fato patente no
livro de Atos dos Apóstolos, mas também na história subsequente da igreja,
sempre que ela é reavivada.
Louvor e adoração. Numa igreja realmente avivada, ouvem-se os
“cânticos espirituais”, mencionados em Efésios 5.19. O “som”
vindo do céu (cf. Ato 2.2), quando
do derramamento inicial do ESPÍRITO sobre a igreja, fala disto. O sentido de
“espirituais”, aqui, vai muito além daquele que lhe é comumente atribuído nos
dias de hoje.
Uma igreja com avivamento do ESPÍRITO não precisa de artistas, de
atores da música secular e de animadores de auditório — como se a Casa do
Senhor fosse um palco para comediantes —, nem de shows musicais, nem
de torcida, nem de assovios, por parte daqueles que só buscam chamar a atenção
para si mesmos. Isso não é avivamento; é aviltamento!
A igreja carece, sim, de “verdadeiros adoradores” que adorem a DEUS
em ESPÍRITO e em verdade, conforme JESUS disse em João 4.24. Temos,
atualmente, na igreja, não muito do verdadeiro louvor e adoração que agrada ao
Senhor, porque tais coisas precisam ser precedidas de sacrifício espiritual ao
Senhor (2 Cr 29.27,30; Hb 13.15; Sm 50.23,
“sacrifício de louvor”).
Evitemos brincar de crente, de culto e de igreja. Isso só acontece
numa igreja em que não há real avivamento. Em Mateus 6.2 e
noutras passagens similares, JESUS verbera duramente contra os fariseus, chamando-os
de hipócritas, porque brincavam de crente, simulavam, encenavam, fingiam
espiritualidade. Pessoas assim são vazias de avivamento e poder; vazias do
ESPÍRITO SANTO e da Palavra de DEUS.
Renovação e batismo com o ESPÍRITO. No genuíno avivamento há
batismo com o ESPÍRITO SANTO, com línguas estranhas, e manifestação dos dons
espirituais (cf. SI 92.10; Ef 5.18).
Outrossim, a operação de milagres pelo ESPÍRITO SANTO, como os “sinais”
prometidos por JESUS em Marcos 16.17,18, são uma
realidade, num avivamento bíblico norteado pela doutrina (At 2.42,43).
Intercessão e jejum. A oração intercessória e o jejum, de
modo constante, são partes integrantes dos avivamentos reais, segundo a
história da igreja (Ato 2.42; 2 Cr 7.14; Sm 119 —
aqui temos várias vezes o Salmista orando “vivifica-me” ou “aviva- me”). Que
busquemos, pela oração mtercessória, o avivamento, como fez o profeta Habacuque
(c. 609-605 a.C.), o qual profetizou durante o declínio espiritual que se
seguiu ao reinado de Josias (Hc 3.2).
Palavra de DEUS. A poderosa Palavra do Senhor sempre tem sido
o instrumento inicial de DEUS em todos os avivamentos (cf. Ne caps. 8-10; Ed
caps. 8-10). E não pode ser diferente hoje: “Não é a minha palavra como fogo,
diz o Senhor, e como o martelo que esmiuça a penha?” (Jr 23.29). O
avivamento de que necessitamos deve ser de busca e de ensino da Palavra de
DEUS.
Precisamos de um poderoso avivamento de ensino da Palavra de DEUS,
no templo, no lar, nos educandários da igreja, nas publicações, nos hinos
cantados, etc. (cf. Ato 2.42; 5.42). Esse
movimento de ensino da Palavra, por sua vez, conduz à salvação dos pecadores (Ato 13.12; Sl 51.13; Lc 20.1). O
avivamento pelo ensino da Palavra é necessário para que vidas sejam “moldadas”
(Mt 28.19) por meio
da “disseminação do conhecimento das coisas do Senhor” (Mt 28.20). Por
exemplo, o avivamento espiritual que precedeu o primeiro advento de CRISTO teve
como instrumento divino a Palavra de DEUS (Lc 3.2).
Destruição de ídolos. O verdadeiro avivamento leva o crente a
destruir os ídolos do coração. Sem uma vida avivada no ESPÍRITO, as coisas
naturais desta vida logo se tornam “Deuses” dentro de nós, como: riquezas,
sucesso, posição ou status, cultura acadêmica, trabalho extremado — de modo a
deixar-nos sem tempo para a adorar a DEUS —, glutonaria, diversões e
passatempos “inocentes”, vaidades do ESPÍRITO humano, etc.
São nesses casos ídolos do coração (Ez 14.3,4,7). Um tal
ídolo em nossa vida é tudo aquilo que nela toma o lugar do verdadeiro DEUS, e
que ocupa o nosso coração, todo nosso tempo e toda nossa atenção. Samuel, o
admirável homem de DEUS, no avivamento dos seus dias, exortou o povo a destruir
os seus próprios ídolos (I Sm 7.3-6).
DEUS é o Senhor absoluto da nossa vida, ou somos nós que mandamos
em nós mesmos? Não há meio-termo, pois DEUS não divide o seu senhorio, nem a
sua glória com ninguém. Jacó, ao experimentar um avivamento do céu em sua vida,
deu um basta nos ídolos de casa (Gn 35.1-4). Em I João 5.21, está
escrito: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. Ora, tratando-se aqui de
cristãos, a referência é a ídolos do coração.
O modelo do avivamento pelo ESPÍRITO. Não há dúvidas de
que a solução divina para neutralizar, deter e restringir os males que acossam
os santos nesse tempo do fim é um verdadeiro avivamento, segundo o modelo da
Palavra de DEUS: sem inovações descabidas, sem distorções, sem manipulação
humana, sem intermediários. O ESPÍRITO SANTO é soberano. Que o Senhor nos avive
segundo a sua Palavra, como bem disse o Salmista (119.25,154).
Em Levítico 10, dois
sacerdotes ofereceram “fogo estranho” perante o Senhor e foram mortos no mesmo
instante, ali mesmo. “Fogo estranho” era o fogo profano, não-sagrado, não
aprovado por DEUS; fogo não obtido do altar dos sacrifícios. Desse tipo de logo
existe muito por aí, atualmente. Se a Lei continuasse em vigor hoje, os
cemitérios estariam repletos de falsos avivalistas mortos. Atestado de Óbito:
“Morte espiritual prematura por falsa identidade ideológica cristã”.
Mas esse avivamento segundo o modelo bíblico — promovido pelo
ESPÍRITO, pois “o ESPÍRITO é o que vivifica” (Jo 6.63) — é
harmônico e equilibrado (Ex 25.37,38; I Rs 7.49,50). O fogo
sagrado das lâmpadas do candelabro era regulado, para que não se apagasse, mas
também para que não se excedesse. Para isso, havia acendedores ou espevitadores
(lit., “avivadores”), bem como reguladores do fogo (lit., “ajustadores do fogo,
da chama”).
Nunca devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências
espirituais, mas interpretar as nossas experiências espirituais à luz da
Palavra de DEUS. Do contrário, cairemos no experiencialíssimo extremado e antibíblico,
como estamos vendo acontecer nos dias de hoje.
Avivamento na casa de DEUS e no lar. Somente o verdadeiro
avivamento nos leva a amar, zelar e ser assíduos, na Casa de DEUS. Leia em sua
Bíblia estas passagens: Levítico 19.30; Salmos 27.4; 84.10; 93.5; Eclesiastes 5.1 e João 2.13-17. A Casa do
Senhor vem sofrendo hoje, em muitos sentidos; tudo por falta de avivamento dos
que a frequentam. O avivamento deve acontecer igualmente na família, no lar
cristão.
Não podemos ter igrejas avivadas, despertadas, renovadas,
santificadas, com lares distanciados de DEUS, indiferentes e mesmo refratários
ao avivamento espiritual. Há várias passagens que comprovam esse avivamento a
partir da família (Gn 35.1-7; Ne 8.2,3; Ed 8.21; 10.1; 2 Cr 20.13; 31.18; Êx 38.8).
Vemos, em Deuteronômio 20.5, que uma
casa “edificada” precisa ser também “consagrada”. O avivamento pentecostal que
ocorreu na origem à igreja, no dia de Pentecostes, ocorreu num lar, numa casa
de família, e continuou assim (Ato I.13; 5.42; Rm 16.5; I Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2).
É oportuno lembrar que o termo “lar”, no seu original latino, indica uma laje
fortemente aquecida na cozinha da casa — isto é, o lugar onde permanecia aceso
o fogo da casa; daí advém a palavra “lareira”.
O avivamento espiritual (ou reavivamento) é uma intervenção divina
na vida da igreja, onde e quando DEUS quer, em resposta ao clamor da igreja
despertada para um avivamento (2 Cr 7.14).
Precisamos, pois, nesses últimos dias, de um real avivamento — bíblico,
soberano, poderoso, divino, sobrenatural, irresistível e duradouro —,
incomparavelmente maior do que todos os precedentes, conforme a palavra
profética de Joel 2.28.
Em Atos 2.17,18, está
escrito: “E nos últimos dias acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos; e também do meu ESPÍRITO derramarei sobre os meus servos e minhas
servas, naqueles dias, e profetizarão” (Ato 2.17,18).
Mas a plenitude da promessa pentecostal, conforme Joel 2.29,31 —
enfatizada por Pedro de modo parcial —, aguarda um pleno cumprimento futuro,
como já vimos: “derramarei o meu ESPÍRITO”. E esse avivamento atingirá a
igreja, em geral, e as suas instituições. “Aviva, ó Senhor, a tua
obra!”
A COOPERAÇÃO DO ESPÍRITO NA OBRA MISSIONÁRIA
Ao aceitar o convite divino para a maravilhosa salvação em CRISTO
(Mt 11.28;Tt 3.5),
recebemos a bendita tarefa de anunciar as virtudes do Senhor JESUS CRISTO, que
nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pe 2.9). Ele nos
confiou “a palavra desta salvação” (Ato 13.26). Mas,
para termos êxito nessa Grande Comissão do Senhor, conforme Marcos 16.15,
precisamos da capacitação do ESPÍRITO SANTO (Jo 14.17; Mac 16.20; 2 Co 3.5), pois é
Ele quem nos unge para evangelizar (2 Co 1.21) e
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11).
A Grande Comissão. A Grande Comissão de JESUS à sua igreja
abrange a evangelização à nossa volta e a obra missionária (Mt 28.19; Mac 16.15). JESUS
derramou do poder do ESPÍRITO sobre os seus servos, no dia de Pentecostes (Ato 2.17), para que
se tornassem suas testemunhas tanto na cidade onde estavam como em outras, até
à extremidade da terra (Ato 1.8).
A urgência da evangelização. Evangelizar significa “anunciar
as boas novas” (Hb 4.2; Rm 10.15). E isto é
uma obrigação de cada salvo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me
gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o
evangelho!” (I Co 9.16, ARA). Nos
últimos momentos entre os seus discípulos, JESUS enfatizou o dever de cada
crente proclamar o Evangelho no poder do ESPÍRITO (Ato 1.6-8; Lc 24.47-49).
Não nos esqueçamos de que a evangelização deve ser pessoal, isto
é, pessoa- a-pessoa, e igualmente em massa, como em tantos casos relatados no
Novo Testamento (Ato 8.6, 26-35).
Esse assunto é muito urgente! Quem passa desta vida para a outra
sem JESUS está perdido para sempre. Portanto, embora o número de evangélicos
brasileiros
seja expressivo — algo em torno de 20% da
população —, a maioria não se preocupa com a evangelização. Sabemos também que
o principal movimento pentecostal do mundo está em nosso país. Por isso, “não
podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
O Brasil é hoje o país com mais espíritas no mundo, e o primeiro
colocado, na América Latina, em prostituição infantil. Além disso, temos aqui
milhares de alcoólatras e viciados em outras drogas, bem como um número
expressivo de menores abandonados. Estes e outros dados alarmantes devem nos
despertar para a urgência da evangelização.
DEUS conta conosco. O Pai estabeleceu o plano de salvação (Ap 22.17; Gl 4.4,5; Ef 2.8,9), o Filho
pôs o plano em execução (Jo 17.4; 19.30), e o
Consolador convence os pecadores e os converte, realizando o milagre do novo
nascimento (Jo 16.8-11; 3.5). DEUS
quer usar aqueles a quem Ele salvou para a salvação da humanidade: a família; a
vizinhança; os estrangeiros; os ricos e pobres; etc. Ele quer salvar a todos (I Tm 2.4).
A urgência da obra missionária. Esta envolve a transculturação
(I Co 9.2022; Cl 3.11), haja
vista os diversos costumes e cultura dos povos do mundo, que influenciam na
implantação, na formação e na preservação de igrejas autóctones. Nem todo
crente pode ir para o campo missionário, mas todos podem interceder em oração,
contribuir financeiramente, e ajudar de muitas outras maneiras (Rm 10.8-17).
“E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar”. “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como
mulheres, cresciam cada vez mais” (At 2.47b; 5.14). Depois da plena
evangelização de Jerusalém (Ato 5.28), o Senhor
permitiu uma perseguição e dispersão dos crentes, que levaram as boas novas a
Samaria, Judéia e outras regiões daquele país (At 8.1-5; 9.31; II. 19-24). Não demorou
muito para que o mundo conhecido ouvisse o Evangelho, graças à ação do ESPÍRITO
naqueles crentes fervorosos, cheios de graça e de poder (Rm 10.18; 15.19; Cl 1.6,23).
O desafio principal da igreja. O mundo de hoje conta com mais
de seis bilhões de habitantes. Destes, cerca de dois bilhões nunca ouviram a
mensagem de salvação! O número de evangélicos em todo o mundo não chega a um
bilhão, segundo os centros de informação missionária. Na igreja primitiva,
todos evangelizavam incessantemente em toda parte, no poder do ESPÍRITO, com
sinais e milagres (At 8.4,6,7). Precisamos em todo tempo estar revestidos do
poder do Alto, para dar continuidade a essa urgente obra, a fim de que, como
eles, alvorocemos o mundo para CRISTO (Ato 17.6).
Em I Coríntios 1.22,23, vemos a
importância da Grande Comissão de JESUS CRISTO. Enquanto uns (como os Judeus)
se preocupam com sinais, e outros (como os gregos), em buscar sabedoria, nosso
objetivo deve ser a evangelização de todos, em todo o mundo. Temos hoje muitos
pregadores eloquentes nos templos; mas é o poder do ESPÍRITO que faz de nós
ganhadores de almas, no mundo.'
Assistência do ESPÍRITO na evangelização pessoal. O ESPÍRITO
SANTO dirige os nossos passos, como no caso de Filipe relatado em Atos 8.26-38. Ele
também ajuda- nos a superar os obstáculos apresentados pela pessoa evangelizada
(Jo 4.7-29), desde
que nos preparemos (I Pe 3.15),
firmando-nos em seu poder, e não em nossas palavras (I Co 2.1-5).
Assistência do ESPÍRITO na pregação em público. O segredo do
êxito, em cruzadas evangelísticas, é buscar, em oração, a assistência do Consolador.
Tomando como base às campanhas realizadas pela igreja primitiva, vemos o que
acontece quando se prega a Palavra de DEUS, no poder do ESPÍRITO SANTO:
salvação de almas (At 2.41; 4.4); sinais miraculosos (At 8.6,7); grande alegria
(At 8.8); e batismo com o ESPÍRITO SANTO (At 8.14-17).
Assistência do ESPÍRITO na obra missionária. Em Atos 13, vemos
como a assistência do ESPÍRITO SANTO é imprescindível à obra missionária:
Escolha. Em Antioquia havia cinco profetas e doutores, e o
ESPÍRITO de DEUS escolheu o primeiro e o último da lista: Barnabé e Saulo (w.
1,2). Por que não o primeiro e o segundo? Porque a chamada é um ato soberano
dEle (Hb 5.4).
Envio. Eles foram também enviados pelo ESPÍRITO (vv.3,4). A
igreja apenas os despediu, pois é Ele quem escolhe e envia (Mc 3.13,14).
Capacitação. Paulo e Barnabé manejavam bem a Palavra de DEUS
(w. 16-44), eram cheios do ESPÍRITO, de ousadia (v.46) e tinham autoridade
divina para repreender os que se lhes opunham (vv.5-I2; Ato 4.31).
Direção. Guiados pelo Consolador, eles faziam discípulos numa
cidade e partiam para outra (vv.46-5I). Graças à direção e à providência do ESPÍRITO,
o evangelho, tendo alcançado a Europa (Ato 16.6-10), chegou
tempos depois a América do Norte, de onde vieram para o Brasil os missionários
suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, pioneiros do Movimento Pentecostal em
nosso país!
Antes de sua ascensão, JESUS mencionou os aspectos da obra
missionária. O alvo: “ensinai todas as nações” (Mt 28.19). A
abrangência: “todo o mundo... toda criatura” (Mac 16.15). A
mensagem: “o arrependimento e a remissão dos pecados” (Lc 24.47). O modo:
“assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.21). E o
poder: “recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO que há de vir sobre vós” (Ato 1.8).
Para alcançar o alvo, em toda a sua abrangência, pregando a
mensagem certa e de modo apropriado, precisamos do poder do Alto (Lc 24.49).
Portanto, “Não extingais o ESPÍRITO” (I Ts 5.19).
A RENOVAÇÃO PELO ESPÍRITO
Há vários fatores que ocasionam o envelhecimento ou a decadência
espiritual. Os mais comuns são a rotina, a imaturidade, a frieza, o descaso e,
por fim, a estagnação da vida cristã. Há crentes que perdem o entusiasmo e o
fervor dos primeiros dias de fé, acostumando-se a uma vida sem poder,
testemunho, oração, consagração e crescimento. Nesta situação, se não houver
uma reversão imediata, o crente pode desviar-se dos caminhos do Senhor, o que
será ainda pior.
Aquele fervor espiritual do início da conversão deveria ser
conservado, mantendo assim aberto o caminho da renovação pelo ESPÍRITO SANTO (Lv 6.13; Jó14.7-9; Sm 92.10; 119.25; Lm 5.21; Tt 3.5).
O que é renovação espiritual. Renovar significa “tornar
novo”, “recomeçar”, “refazer”, “reaver”, “retornar”. Na renovação espiritual, o
ESPÍRITO SANTO restaura e revigora a obra que anteriormente havia iniciado na
vida do crente (Sm 103.5; Rm 12.2; Ap 2.4,5; Sm 51.10; Cl 3.10).
Renovar espiritualmente é:
Retornar às experiências espirituais do passado. No início da
fé cristã, o crente recebe do Senhor bênçãos extraordinárias que antes da
conversão jamais poderia obter: fortificação pela fé em CRISTO, certeza de vida
eterna, batismo com o ESPÍRITO SANTO, dons sobrenaturais, milagres, comunhão
com DEUS, santidade, vida cristã vitoriosa e tantas outras maravilhas que
acompanham a salvação. O amoroso Pai tem prazer de, no início da jornada da fé,
encher o crente de vida, graça e poder espiritual. Ele nos eleva muito além das
experiências puramente humanas.
Todavia, infelizmente, muitos esfriam na fé e perdem o contato com
a Fonte da Graça. Só o Senhor, por meio do seu SANTO ESPÍRITO, pode revigorar
aqueles que perderam a força e a altitude das águias (Is 40.28-31).
Restabelecer as bênçãos perdidas. E difícil aceitar que o
crente possa perder algo que recebeu de DEUS. Alguém imagina que o Pai
celestial jamais retirará as bênçãos de seus filhos, especialmente as
espirituais. Porém, a Bíblia é categórica ao afirmar que, se não cuidarmos bem
da nossa vida espiritual, poderemos, sim, perder as bênçãos advindas do Senhor.
A Palavra de DEUS nos diz que podemos perder o amor (Ap 2.4), a
alegria da salvação (Sm 51.12), a fé (I Tm 6.10), a
firmeza em DEUS (2 Pe 3.17), o poder
(Jz 16.20) e muitas
outras bênçãos do Alto. É por isso que somos advertidos a guardar o que temos (Ap 2.25; 3.11).
Graças a DEUS que, pela renovação espiritual, o Senhor nos
restaura completamente e torna a dar-nos as bênçãos perdidas (SI 51.10; Os 2.15; Lm
5.21-23). O Grande Oleiro é plenamente capaz de fazer um novo vaso, com o barro
do vaso que se quebrou (Jr 18.1-4).
Receber novas bênçãos. As promessas de DEUS jamais falham. Em
DEUS “não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17; Hb 1.10-12). A
conversão inclui grandes e ricas promessas de DEUS para a vida do crente, as
quais Ele cumpre fielmente. Na renovação espiritual, o Senhor nos dá as bênçãos
prometidas que até então não tínhamos recebido (Is 45.3), e nos
anima a conquistarmos muito mais (Js 18.3).
Além disso, as bênçãos que Ele nos concedeu no passado (Ef 1.3),
continuarão no presente, porque suas promessas são fiéis para todos os tempos (Ato 2.39; 2 Co 1.20).
Como ocorre a renovação. De acordo com a Palavra de DEUS, a
renovação deve ser:
Diária. Assim como o corpo físico revigora-se diariamente,
nosso homem interior precisa de constante renovação para manter-se fortalecido
e plenamente saudável espiritualmente. Conforme nos orienta a Palavra de DEUS,
a renovação espiritual deve ocorrer “de dia em dia” (2 Co 4.16).
No Tabernáculo, tudo deveria estar sempre pronto, a fim de que o
culto diário ao Senhor nunca fosse interrompido. Os sacerdotes cuidavam para
que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada manhã, este era alimentado com
nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). O mesmo
se dava com as especiarias do altar do incenso e o azeite do castiçal. Tudo era
renovado continuamente na presença do Senhor (Ex 27.20,21; 30.7). Da mesma
forma DEUS quer que nos apresentemos — sempre prontos e renovados
espiritualmente diante dEle (2 Co 4.16).
Consciente e desejada. Precisamos ter consciência da urgente
necessidade da renovação espiritual: “... transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento” (Rm 12.2). Assim
como a chuva cai sobre as plantações, gerando e produzindo fruto (SI 65.7-13),
devemos pedir ao Senhor que envie sobre nós, sua lavoura, uma abundante chuva
de renovação (I Co 3.10; SI
72.6,7; Os 6.3). Quando
essa chuva começar a cair, o ESPÍRITO SANTO certamente fará maravilhas, a
começar pelas vidas renovadas. Aleluia!
A renovação enseja a operação do ESPÍRITO. A renovação mantém
o crente afastado do mundo. Em Efésios 4.25-31 encontramos
uma relação de vícios e práticas mundanas, emanadas do velho homem, que muitas
vezes atingem sorrateiramente a vida do crente.
Precisamos não somente abandonar, mas abominar as coisas que
entristecem o ESPÍRITO de DEUS: “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das
trevas, mas, antes, condenai-as” (v.II). Pela renovação espiritual nos mantemos
firmes no processo de despirmo-nos do velho homem e revestirmo-nos do novo (Ef 4.22-24).
A renovação aprofunda o crente na Palavra de DEUS. Quando
somos renovados, nosso ESPÍRITO é impelido pelas verdades eternas da Palavra (Jo 6.63) e nossa
fé cresce abundantemente (Rm 10.17; 2 Ts 1.3).
A renovação dá poder ao crente. “Os que esperam no Senhor
renovarão as suas forças” (Is 40.31). No dia
de Pentecostes, todos os crentes foram cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4). Não
obstante, pouco tempo depois foram cheios novamente; do mesmo poder e pelo
mesmo ESPÍRITO (At 4.30,31). Como já vimos, o sentido de Efésios 5.18 é de
enchimento contínuo. Sempre o crente deve buscar mais e mais do poder do Alto.
A renovação torna o crente sensível à direção do
ESPÍRITO. Quando somos renovados ficamos bem atentos à voz do ESPÍRITO,
para sermos conduzidos e instruídos por Ele (At 16.6,7; 10.19). Se o ESPÍRITO
SANTO conhece todas as coisas em seus pormenores, pode nos guiar com precisão.
Só um crente renovado tem sensibilidade espiritual para ouvir e obedecer a voz
do Senhor: “Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita
nem para a esquerda” (Is 30.21).
A necessidade da renovação. Quem permanece renovado não perde
o ânimo. Muitas vezes as lutas e tribulações nos fazem diminuir o passo,
reduzir o ritmo de nossa corrida e até pararmos. Para não sermos vencidos na
batalha contra o mal, busquemos a renovação espiritual em CRISTO. Não podemos
parar! Não há espaço para o desânimo: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te
dentre os mortos” (v. 14); “Levantai-vos, e andai, porque não será aqui o vosso
descanso” (Mq 2.10). Leia
também I Reis 19.7 e Hebreus 10.38.
Como já vimos, podemos perder a bênção de DEUS por entristecermos
o ESPÍRITO SANTO (Ef 4.30). Temos de
zelar para que as causas desse mal sejam imediatamente removidas. Precisamos
alcançar o perdão de DEUS mediante a nossa purificação no sangue de JESUS.
Isaías confessou o pecado de seus lábios, e foi purificado (Is 6.4-8). O mesmo
se deu com o profeta Jeremias (Jr 1.4-10;11).
Louvado seja o nome do Senhor, que continua perdoando e renovando o seu povo
pelo fogo SANTO!
Em meio a esses difíceis dias que a igreja atravessa, os quais
precedem a volta de JESUS, busque uma poderosa e sincera renovação do Senhor
para sua vida. Não deixe fora nenhuma área da sua vida. Se você já é batizado com
o ESPÍRITO SANTO, peça a DEUS uma renovação dessa preciosa bênção. Aproxime-se
mais do Senhor! Somente pela renovação espiritual poderemos vencer este mundo.
“É já hora de despertarmos do sono” (Rm I3.I I). E, renovados, sigamos “... a
paz com todos e santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
O ESPÍRITO SANTO e a santificação do crente
Salvação e santificação são obras realizadas por JESUS no homem
integral: ESPÍRITO, alma e corpo. A Bíblia afirma que fomos eleitos “desde o
princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO” (2Ts 2.13). Esta
verdade está implícita em João 19.34. Do lado
ferido do corpo de JESUS fluíram, a um só tempo, sangue e água. Isto é, o
sangue poderoso de CRISTO nos redime de todo pecado, mas a água também nos lava
de nossas impurezas pecaminosas.
CRISTO morreu “para nos remir de toda iniquidade e purificar para
si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt 2.14). A
salvação e a santificação devem andar juntas na vida do crente.
A santidade de DEUS. A Bíblia diz que nosso DEUS é
santíssimo: “SANTO, SANTO, SANTO é o Senhor dos Exércitos” (Is 6.3; Ap 4.8). A
santidade de DEUS é intrínseca, absoluta e perfeita (Lv 19.2; Ap 15.4). E o
atributo que mais expressa sua natureza. No crente, porém, a santificação não é
um estado absoluto, é relativo assim como a lua, que, não tendo luz própria,
reflete a luz do sol (cf. Hb 12.10; Lv 21.8b).
DEUS é “SANTO” (Pv 9.10; Is 5.16); e, quem
almeja andar com Ele, precisa viver em santidade, segundo as Escrituras.
O que não é santificação. O próprio Pedro enganou-se a
respeito da santificação (At 10.10-15). Vejamos o que não é a santificação
bíblica.
Exterioridade (Mt 23.25-28; I Sm 16.7). Usos,
práticas e costumes. Estes últimos, quando bons, devem ser o efeito da
santificação, e não a causa dela (Ef 2.10).
Maturidade cristã. Não é pelo tempo que algo se torna limpo,
mas pela ação contínua da limpeza. A maturidade cristã varia, como se vê
em I João 2.12,13:
“Filhinhos”; “pais”; “mancebos”; “filhos”.
Batismo com o ESPÍRITO SANTO e dons espirituais. O batismo
com o ESPÍRITO SANTO e os dons espirituais em si mesmos não equivalem à
santificação como processo divino e contínuo em nós (At 1.8; I Co 14.3).
Santificar e santificação. “Santificar” é “pôr à parte,
separar, consagrar ou dedicar uma coisa ou alguém para uso estritamente
pessoal”. SANTO é o crente que vive separado do pecado e das práticas mundanas
pecaminosas, para o domínio e uso exclusivo de DEUS. E exatamente o contrário
do crente que se mistura com as coisas tenebrosas do pecado.
A santificação do crente tem dois lados: (I) sua separação para a
posse e uso de DEUS; e (2) a separação do pecado, do erro, de todo e qualquer
mal conhecido, para obedecer e agradar a DEUS. Ela tem também três aspectos:
posicionai, progressiva e futura.
A santificação posicionai (Hb 10.10; Cl 2.10; I Co 6.11). No seu
aspecto posicionai, a santificação é completa e perfeita, ou seja, o crente
pela fé torna-se SANTO “em CRISTO”. DEUS nos vê em CRISTO perfeitos (Ef 2.6; Cl 2.10). Quando estamos
“em CRISTO”, não há qualquer acusação contra nós (Rm 8.33,34), porque a
santidade do Senhor passa a ser a nossa santidade (I Jo 4.17b).
A santificação progressiva. E a santificação prática,
aplicada ao viver diário do crente. Nesse aspecto, a santificação do crente
pode ser aperfeiçoada (2 Co
. Os crentes mencionados em Hebreus 10.10 já
haviam sido santificados, e continuavam sendo santificados (w. 10,14-ARA).
A santificação futura. “E o mesmo DEUS de paz vos santifique
em tudo; e todo o vosso ESPÍRITO, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO” (I Ts 5.23). Trata-se
da santificação completa e final (I Jo 3.2). Leia
também Efésios 5.27 e I Ts 3.13.
A SANTIFICAÇÃO COMO UM PROCESSO
O crescimento do crente “em santificação” ocorre à medida que o
ESPÍRITO o rege soberanamente, e o crente, por sua vez, o busca, em cooperação
com DEUS: “Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (I Pe
I.I5).
O lado divino da santificação progressiva. São meios que o
Senhor utiliza para santificar- nos em nosso viver diário. Esses recursos
divinos são: o sangue de JESUS CRISTO (Hb 13.12; I Jo 1.7,9); a
Palavra de DEUS (Sm 12.6; 119.9; Jo 17.17; Ef 5.26); o
ESPÍRITO SANTO (Rm 1.4; I Pe 1.2; 2 Ts 2.13); a glória
de DEUS manifesta (Êx 29.43; 2 Cr 5.13, 14); e a fé
em DEUS (Ato 26.18; Fp 3.9; Tg 2.23; Rm 4.11).
O lado humano da santificação progressiva. DEUS é quem opera
a santificação no crente, embora haja a cooperação deste. Os meios coadjuvantes
de santificação progressiva são:
O próprio crente. Sua atitude e propósito de ser SANTO,
separado do mal para posse de DEUS, são indispensáveis. E o crente tendo fome e
sede de ser SANTO (Mt 5.6; 2Tm 2.21, 22; I Tm 5.22).
O SANTO ministério. Os obreiros do Senhor têm o dever de
cooperar para a santificação dos crentes (Ex 19.10,14; Ef 4.11,12).
Pais que andam com DEUS. Assim como Jó (Jó 1.5), os pais
devem cooperar para a santificação dos filhos. Eunice, por exemplo, colaborou
para a integridade de Timóteo, seu filho (2Tm 1.5; 3.15). Por
outro lado, pais descuidados podem influenciar negativamente seus filhos, como
no caso de Herodias que influenciou a Salomé (Mac 6.22-24).
As orações do justo (Sm 51.10; 32.6). A oração
contrita, constante e sincera tem efeito santificador.
A consagração do crente a DEUS (Lv 27.28b; Rm 12.1,2). A
rendição incondicional do crente a DEUS tem efeito santificador nele.
Estorvos à santificação do crente. Estorvos são embaraços que
impedem o cristão de viver em santidade, tais como:
Desobediência. Desobedecer de modo consciente, contínuo e
obstinadamente à conhecida vontade do Senhor (Èx 19.5,6).
Comunhão com as trevas. Comungar com as obras infrutíferas
das trevas (Rm 13.12); com os
ímpios, seus costumes mundanos e suas falsas doutrinas (Ef 5.3; 2 Co 6.14-17).
Áreas da vida não santificadas. Alguns aspectos reservados da
vida do crente que não foram consagrados a DEUS devem ser apresentados ao
Senhor. Como, por exemplo, mente, sentidos, pensamento, instintos, apetites e
desejos, linguagem, gostos, vontade, hábitos, temperamento, sentimento. Um
exemplo disso está em Mateus 6.22,23.
A necessidade de santificar-se. Para esse tópico aconselhamos
a leitura meditativa de 2 Coríntios 7.1 e I Ts 4.7. Vejamos
por que é necessário seguir a santificação:
A Bíblia ordena. A Bíblia afirma que temos dentro de nós a
“lei do pecado” (Rm 7.23; 8.2). Daí ela
ordenar que sejamos santos (I Pe I.I6; Lv 11.44; Ap
; o Senhor habita somente em lugar SANTO (Is 57.15; I Co 3.17).
Só os santos serão arrebatados. O Senhor JESUS — que é SANTO
— virá buscar os que são consagrados a Ele (I Ts 3.13; 5.23; 2 Ts 1.10; Hb 12.14). Por
isso, a vontade de DEUS para a vida do crente é que ele seja SANTO, separado do
pecado (I Ts 4.3).
A santidade revelada de DEUS. Uma importante razão pela qual
o crente deve santificar-se é que a santidade de DEUS, em parte, é revelada
através do procedimento justo e da vida santificada do crente (Lv 10.3; Nm 20.12). Então, o
crente não deve ficar observando, nem exigindo santidade na vida dos outros;
ele deve primeiro demonstrar a sua!
Os ataques do Diabo. Devemos atentar para o fato de que o
Inimigo centraliza seus ataques na santificação do crente. A principal tática
que o Adversário emprega para corromper a santidade é o pecado da mistura. Isso
ele já propôs antes a Israel através de Faraó (Ex 8.25), o que
abrange mistura da igreja com o mundanismo; da doutrina do Senhor com as
heresias; da adoração com as músicas profanas; etc.
Em muitas igrejas hoje a santificação é chamada de fanatismo.
Nessas igrejas falam muito de união, amor, fraternidade, louvor, mas não da
separação do mundanismo e do pecado. Notemos que as “virgens” da parábola
de Mateus 25 pareciam
todas iguais;
a diferença só foi notada com a chegada do noivo. Estejamos, pois,
preparados para
o Encontro com JESUS nos ares, avivados para o Arrebatamento (I Ts 4.16,17).
O ESPÍRITO SANTO e a Segunda Vinda de CRISTO
O assunto da Segunda Vinda de CRISTO é parte inerente da pregação
do evangelho (Mt 24.14). Foi isso
que o apóstolo Pedro deixou bem claro no dia de Pentecostes, na primeira
mensagem evangelística registrada na Bíblia (At 22.21)
A vinda de JESUS é a nossa sublime e bem-aventurada esperança. O
próprio Senhor afirmou que voltaria para levar os seus (Jo 14.3, 18; Ap 22.20).
Como será a vinda de CRISTO? Segundo as Escrituras, a segunda
vinda terá duas fases: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento
da glória do grande DEUS e nosso Senhor JESUS CRISTO” (Tt 2.13).
A volta de JESUS para a Igreja. Nesta ocasião JESUS levará
sua Igreja para o céu, num instante e em segredo quanto ao mundo. Nessa
primeira fase, Ele virá até as nuvens (I Co 15.52; I Ts 4.16,17).
Na segunda fase, virá com todos os santos e anjos, descendo
sobre o monte das Oliveiras publicamente, repleto de glória e de poder. Nesse
momento, livrará a Israel, que estará sucumbindo sob as forças do Anticristo, e
julgará as nações, e estabelecerá com poder e justiça o Reino Milenial (Zc 14.4; Mt 24.30; Ap 1.7; 19.11—20.6).
No Arrebatamento da Igreja, JESUS virá para os seus santos; na sua
manifestação em glória, com os seus santos (Cl 3.4).
O derramamento do ESPÍRITO SANTO em escala mundial (At
2.16,17; J1 2.28). Com esse sinal da segunda vinda vem também a operação de
milagres e prodígios, a dinamização e expansão do evangelho e o avanço da obra
missionária. Através dos séculos, o Senhor nunca deixou de derramar do ESPÍRITO
SANTO sobre o seu povo, ora mais, ora menos. Mas, a partir de 1901, o
derramamento do ESPÍRITO SANTO tem sido cada vez maior. E somos testemunhas
disso.
Conservemos, pois, a doutrina bíblica do ESPÍRITO SANTO.
Mantenhamo-nos com a chama do Pentecostes acesa! Afinal, somente os avivados
podem fazer a última oração registrada na Bíblia: “Ora, vem, Senhor JESUS” (Ap 22.20).
Apêndice textos em que o ESPÍRITO SANTO é mencionado através da
Bíblia
Gênesis
2: “e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas”.
6.3: “Não contenderá o meu ESPÍRITO para sempre com o homem”.
41.38: “um varão como este, em que haja o ESPÍRITO de DEUS?”
Êxodo
28.3: “a quem eu tenha enchido do ESPÍRITO de sabedoria”.
31.3: “E o enchi do ESPÍRITO de DEUS”.
35.31: “E o ESPÍRITO de DEUS o encheu de sabedoria”.
Números
II.17: “e tirarei do ESPÍRITO que está sobre ti”.
11.25: “e, tirando do ESPÍRITO que estava sobre ele, o pôs sobre
aqueles setenta anciãos”.
11.26: “e repousou sobre eles o ESPÍRITO”. 11.29: “que o Senhor
lhes desse o seu ESPÍRITO”. 24.2: “veio sobre ele o ESPÍRITO de DEUS”. 27.18:
“homem em que há o ESPÍRITO”. Deuteronômio
34.9: “E Josué, filho de Num, foi cheio do ESPÍRITO de sabedoria”.
Juizes 3.10: “E veio sobre ele o ESPÍRITO do Senhor”. 6.34: “o
ESPÍRITO do Senhor revestiu a Gideão”. 11.29: “Então, o ESPÍRITO
do Senhor veio sobre Jefté”. 13.25: “o ESPÍRITO
do Senhor começou a impelir”. 14.6: “o ESPÍRITO
do Senhor se apossou dele tão possantemente”. 14.19: “o ESPÍRITO
do Senhor tão possantemente se apossou dele”. 15.14: “o ESPÍRITO
do Senhor possantemente se apossou dele”.
Samuel
10.6: “o ESPÍRITO do Senhor se apoderará de ti”. 10.10:
“o ESPÍRITO de DEUS se apoderou dele”. 11.6: “o ESPÍRITO de DEUS se apoderou de
Saul”. 16.13: “o ESPÍRITO do Senhor se apoderou de Davi”.
16.14: “o ESPÍRITO do Senhor se retirou de Saul”. 19.20: “o
ESPÍRITO de DEUS veio sobre os mensageiros de Saul”. 19.23: “o mesmo ESPÍRITO
de DEUS veio sobre ele”. 2 Samuel
23.2: “O ESPÍRITO do Senhor falou por mim”.
Reis
18.12: “o ESPÍRITO do Senhor te tomasse”. 22.24: “Por onde
passou de mim o ESPÍRITO do Senhor para falar”.
Reis
2.16: “pode ser que o elevasse o ESPÍRITO do Senhor”.
Crônicas
12.18: “entrou o ESPÍRITO em Amasa”.
Crônicas
15.1: “veio o ESPÍRITO de DEUS a Azarias”. 18.23: “passou de mim o
ESPÍRITO do Senhor para falar a ti?” 20.14: “veio o ESPÍRITO do Senhor no
meio da congregação”. 24.20: “o ESPÍRITO de DEUS revestiu a Zacarias”.
Neemias
9.20: “E deste do teu bom ESPÍRITO, para os ensinar”. 9.30:
“protestaste contra eles pelo teu ESPÍRITO, pelo ministério de teus profetas”.
JÓ
26.13: “Pelo seu ESPÍRITO ornou os céus”. 32.8: “a inspiração do
Todo-poderoso [ESPÍRITO de DEUS] os faz entendidos” 33.4: “O ESPÍRITO de DEUS
me fez”.
Salmos 33.6: “todo o exército deles, pelo ESPÍRITO da sua
boca”. 51.II: “não retires de mim o teu ESPÍRITO SANTO”. 104.30: “Envias o teu
ESPÍRITO, e são criados”. 139.7: “Para onde me irei do teu ESPÍRITO”. 143.10:
“guie-me o teu bom ESPÍRITO por terra plana”.
Provérbios
23: “abundantemente derramarei sobre ele o meu ESPÍRITO”.
Isaías
4.4: “ESPÍRITO de justiça”. 4.4: “ESPÍRITO de ardor”. 11.2:
“repousará sobre ele o ESPÍRITO do Senhor”. 11.2: “o ESPÍRITO de sabedoria e de
inteligência”. 11.2: “o ESPÍRITO de conselho e de fortaleza”.
11.2: “o ESPÍRITO de conhecimento e de temor do Senhor”. 30.1: “se
cobriram com uma cobertura, mas não do meu ESPÍRITO”. 32.15: “até que se
derrame sobre nós o ESPÍRITO lá do alto”. 34.16: “o seu ESPÍRITO mesmo as
ajudará”. 40.7: “soprando nelas o hálito [=o ESPÍRITO] do Senhor”. 40.13: “Quem
guiou o ESPÍRITO do Senhor?” 42.1: “pus o meu ESPÍRITO sobre ele”. 44.3:
“derramarei o m eu ESPÍRITO sobre a tua posteridade". 48.16: “agora, o
Senhor Jeová me enviou o seu ESPÍRITO”. 59.19: “o ESPÍRITO do Senhor arvora
contra ele a sua bandeira”. 59.21: “o meu ESPÍRITO, que está sobre ti”. 61.1:
“O ESPÍRITO do Senhor Jeová está sobre mim”. 63.10: “Mas eles foram rebeldes e
contristaram o seu ESPÍRITO SANTO”. 63.11: “o que pôs no meio deles o seu
ESPÍRITO SANTO?” 63.14: “o ESPÍRITO do Senhor lhe deu descanso”.
Ezequiel
2.2: “entrou em mim o ESPÍRITO, quando falava comigo, e me pôs em
pé”. 3.12: “E levantou-me o ESPÍRITO”. 3.14: “Então o ESPÍRITO me levantou, e
me levou”. 3.24: “entrou em mim o ESPÍRITO, e me pôs em pé, e falou comigo”.
8.3: “o ESPÍRITO me levantou entre a terra e o céu e me trouxe a Jerusalém’.
10.17: “porque o ESPÍRITO de vida estava nelas”. II.I: “Então, me levantou o
ESPÍRITO, e me levou à porta oriental da casa do Senhor”. 11.5: “Caiu, pois,
sobre mim o ESPÍRITO do Senhor e disse-me”. 19: “um ESPÍRITO novo porei
dentro deles”. 24: “Depois, o ESPÍRITO me levantou e me levou em visão à
Caldéia” 24: “pelo ESPÍRITO de DEUS”. 36.26: “porei dentro de vós um ESPÍRITO
novo”..27: “porei dentro de vós o meu ESPÍRITO e farei que andeis nos meus
estatutos”. 37.1: “o Senhor me levou em ESPÍRITO, e me pôs no meio de um
vale”.37.5: “Eis que farei entrar em vós o ESPÍRITO, e vivereis”. 37.6: “e
porei em vós o ESPÍRITO, e vivereis”. 37.9: “Profetiza ao ESPÍRITO”. 37.9: “e
dize ao ESPÍRITO”. 37.9: “Vem dos quatro ventos, ó ESPÍRITO, e assopra sobre estes
mortos, para que vivam”. 37.10: “então o ESPÍRITO entrou neles e viveram, e se
puseram em pé”. 37.14: “porei em vós o meu ESPÍRITO, e vivereis”. 39.29:
“quando eu houver derramado o meu ESPÍRITO sobre a casa de Israel”. 43.5: “E
levantou-me o ESPÍRITO, e me levou ao átrio interior”.
Daniel
6.3: “porque nele havia um ESPÍRITO excelente”.
Joel
2.28: “derramarei o meu ESPÍRITO sobre toda a carne”. 2.29:
“naqueles dias, derramarei o meu ESPÍRITO”.
Miquéias
2.7: “tem-se restringido o ESPÍRITO do Senhor?” 3.8: “decerto, eu
sou cheio da força do ESPÍRITO do Senhor”.
Ageu
2.5: “quando saístes do Egito, e o meu ESPÍRITO habitava no meio
de vós”.
Zacarias 4.6: “pelo meu ESPÍRITO, diz o Senhor dos
Exércitos”. 6.8: “fizeram repousar o meu ESPÍRITO na terra do Norte”. 7.12: “as
palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu ESPÍRITO mediante os
profetas precedentes”.
12.10: “derramarei o ESPÍRITO de graça e de súplicas”.
Mateus
1.18: “achou-se ter concebido do ESPÍRITO SANTO”.
20: “o que nela está gerado é do ESPÍRITO SANTO”.
3.11: “ele vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo”.
3.16: “e viu o ESPÍRITO de descendo como pomba e vindo sobre ele”.
4.1: “Então, foi conduzido JESUS pelo ESPÍRITO ao deserto”.
10.20: “o ESPÍRITO de vosso Pai é que fala em vós”.
12.18: “porei sobre ele o meu ESPÍRITO”.
12.28: “se eu expulso os demônios pelo ESPÍRITO de DEUS”.
12.31: “a blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO não será perdoada aos
homens”. 12.32: “se alguém falar contra o ESPÍRITO SANTO, não lhe será
perdoado”. 22.43: “Davi, em ESPÍRITO, lhe chama Senhor”.
28.19: “em no do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO”.
Marcos
1.8: “ele, porém, vos batizará com o ESPÍRITO SANTO”.
I.IO: “viu os céus abertos e o ESPÍRITO, que como pomba descia
sobre ele”. I.12: “E logo o ESPÍRITO o impeliu para o deserto”.
3.29: “Qualquer, porém, que blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO”.
12.36: “O próprio Davi disse pelo ESPÍRITO SANTO”.
13.11: “porque não são vós os que falais, mas o ESPÍRITO SANTO”.
Lucas
I.15: “o será cheio do ESPÍRITO SANTO, já desde o ventre de sua
mãe”.
1.35: “Descerá sobre ti o ESPÍRITO SANTO, e a virtude do
Altíssimo”.
1.41: “Isabel foi cheia do ESPÍRITO SANTO”.
67: “Zacarias, seu pai, foi cheio do ESPÍRITO SANTO”.
2.25: “o ESPÍRITO SANTO estava sobre ele”.
2.26: “fora-lhe revelado pelo ESPÍRITO SANTO que ele não
morreria”.
2.27: “pelo ESPÍRITO, foi ao templo”.
3.16: “este vos batizará com o ESPÍRITO SANTO e com fogo”.
3.22: “o ESPÍRITO SANTO desceu sobre ele em forma corpórea”.
4.1: “foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto”.
4.14: “pela virtude do ESPÍRITO SANTO, voltou JESUS para a
Galileia”.
4.18: “O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu”.
10.21: “Naquela hora, se alegrou JESUS no ESPÍRITO SANTO”.
13: “quanto mais dará o Pai celestial o ESPÍRITO SANTO”.
12.10: “ao que blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO não lhe será
perdoado”. 12.12: “na mesma hora vos ensinará o ESPÍRITO SANTO o que
vos convenha falar”. 24.49: “sobre vós envio a promessa de meu Pai”.
João
1.32: “Eu vi o ESPÍRITO descer do céu como uma pomba”.
1.33: “Sobre aquele que vires descer o ESPÍRITO”.
1.33: “esse é o que batiza com o ESPÍRITO SANTO”.
3.5: “aquele que não nascer da água e do ESPÍRITO”.
3.6: “o que é nascido no ESPÍRITO é ESPÍRITO”.
3.8: “assim é todo aquele que é nascido do ESPÍRITO”.
3.34: “não lhe dá DEUS o ESPÍRITO por medida”.
4.24: “DEUS é ESPÍRITO, e importa que os que o adoram”.
6.63: “O ESPÍRITO é o que vivifica”.
7.39: “E isso disse ele do ESPÍRITO, que haviam de receber”.
7.39: “porque o ESPÍRITO SANTO ainda não fora dado”.
14.16: “ele vos dará outro Consolador”.
14.17: ‘O ESPÍRITO de verdade, que o mundo não pode receber”.
14.26: “Mas aquele Consolador”.
14.26: ‘o ESPÍRITO SANTO, que o Pai enviará em meu nome”.
15.26: “Mas, quando vier o Consolador”.
15.26: “aquele ESPÍRITO de verdade, que procede do Pai”.
16.7: “se eu não for, o Consolador não virá a vós”.
16.8: “E, quando ele [ESPÍRITO SANTO] vier, convencerá o mundo do
pecado” 16.13: “Mas, quando vier aquele ESPÍRITO de verdade”.
16.14: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu”.
20.22: “e disse-lhes: Recebei o ESPÍRITO SANTO”.
Atos dos Apóstolos
2: “depois de ter dado mandamentos pelo ESPÍRITO SANTO aos
apóstolos”. 4: “mas que esperassem a promessa do Pai”. 5: “vós sereis batizados
com o ESPÍRITO SANTO”. 8: “recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de
vir sobre vós”. 16: “que o ESPÍRITO SANTO predisse pela boca de Davi”.
2.4: “E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO”. 2.4: “conforme o
ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem”. 2.17: “do meu ESPÍRITO derramarei
sobre toda a carne”. 2.18: “também do meu ESPÍRITO derramarei sobre os meus
servos”. 2.33: “tendo recebido do Pai a promessa do ESPÍRITO SANTO”. 2.38: “e
recebereis o dom do ESPÍRITO SANTO”. 4.8: “Pedro, cheio do ESPÍRITO SANTO, lhes
disse”. 4.31: “e todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO”. 5.3: “mentisses ao
ESPÍRITO SANTO”. 5.4: “Não mentiste aos homens, mas a DEUS [ESPÍRITO SANTO]”
(cf. v.3). 5.9: “para tentar o ESPÍRITO do Senhor?” 5.32: “e também o ESPÍRITO
SANTO, que DEUS deu”. 6.3: “cheios do ESPÍRITO SANTO e de sabedoria”. 6.5:
“homem cheio de fé e do ESPÍRITO SANTO”. 6.10: “ao ESPÍRITO com que falava”.
7.51: “vós sempre resistir ao ESPÍRITO SANTO”. 7.55: “estando cheio do ESPÍRITO
SANTO”.8.15: “oraram por eles para que recebessem o ESPÍRITO SANTO”. 8.17:
“receberam o ESPÍRITO SANTO”. 8.18: “era dado o ESPÍRITO SANTO”. 8.19: “sobre
quem eu puser as mãos receba o ESPÍRITO SANTO”. 8.20: “cuidaste que o dom de
DEUS se alcança por dinheiro”. 8.29: “disse o ESPÍRITO SANTO a Filipe”. 8.39:
“o ESPÍRITO do Senhor arrebatou a Filipe”. 9.17: “e sejas cheio do ESPÍRITO
SANTO”. 9.31: “andando no temor do Senhor e na consolação do ESPÍRITO SANTO”.
10.19: “pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o ESPÍRITO SANTO”. 10.20: “não
duvidando; porque eu [ESPÍRITO SANTO] os enviei” (cf. v. 19). 10.38: “DEUS
ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO”. 10.44: “caiu o ESPÍRITO SANTO
sobre todos os que ouviam a palavra”. 10.45: “o dom do ESPÍRITO SANTO se
derramasse também sobre os gentios”. 10.47: “receberam como nós o ESPÍRITO
SANTO?”11. 12: “E disse-me o ESPÍRITO que fosse com eles, nada duvidando”. 15:
“quando comecei a falar, caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO”. 16: “mas vós sereis
batizados com o ESPÍRITO SANTO”. 24: “era homem de bem e cheio do ESPÍRITO
SANTO e de fé”. 28: “dava a entender pelo ESPÍRITO SANTO”.
13.2: “disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo”.
13.4: “estes enviados pelo ESPÍRITO SANTO”. 13.9: “Paulo, cheio do ESPÍRITO
SANTO”. 13.52: “cheios de alegria e do ESPÍRITO SANTO”.
15.8: “dando-lhes o ESPÍRITO SANTO”. 15.28: “pareceu bem ao
ESPÍRITO SANTO e a nós”. 16.6: “foram impedidos pelo ESPÍRITO SANTO”. 16.7:
“mas o ESPÍRITO de JESUS não lho permitiu”. 19.2: “Recebestes vós já o ESPÍRITO
SANTO quando crestes?” 19.2: “nem ainda ouvimos que haja ESPÍRITO SANTO”. 19.6:
“veio sobre eles o ESPÍRITO SANTO”. 20.23: “o ESPÍRITO SANTO, de cidade em
cidade, me revela”. 20.28: “sobre que o ESPÍRITO SANTO vos
constituiu bispos”. 21.4: “pelo ESPÍRITO SANTO, diziam a Paulo”. 21.11: “Isto diz
o ESPÍRITO SANTO”. 28.25: “Bem falou o ESPÍRITO SANTO a nossos pais”.
Romanos
1.4: “segundo o ESPÍRITO de santificação”. 5.5: “o amor de DEUS
está derramado em nossos corações pelo ESPÍRITO SANTO’ 8.1: ‘ 8.2:
‘ 8.4: ‘ 8.5: ‘ 8.5: ‘ 8.6: ‘ 8.9: ‘ 8.9: ‘ 8.9: ‘ 8.11: 8.13:
8.14: 8.15: 8.16: 8.23: 8.26: 8.27: 2.12: “mas o ESPÍRITO que provém
de DEUS”. 2.13: “que o ESPÍRITO SANTO ensina”. 2.14: “o homem natural não
compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS”. 3.16: “e que o ESPÍRITO de DEUS
habita em vós?” 6.11: “e pelo ESPÍRITO do nosso DEUS”. 6.19: “o vosso corpo é o
templo do ESPÍRITO SANTO”. 7.40: “também eu cuido que tenho o ESPÍRITO de
DEUS”. 12.3: “ninguém que fala pelo ESPÍRITO de DEUS”. 12.3: “e ninguém pode
dizer que JESUS é Senhor, senão pelo ESPÍRITO SANTO”. 12.4: “há diversidade de
dons, mas o ESPÍRITO é o mesmo”. 12.7: “Mas a manifestação do ESPÍRITO é dada a
cada um para o que for útil”. 12.8: “a um, pelo ESPÍRITO”. 12.9: “e a outro,
pelo mesmo ESPÍRITO”.12.11: “Mas um só e o mesmo ESPÍRITO opera todas essas
coisas”. 12.13: “fomos batizados em um ESPÍRITO”. 12.13: “todos temos bebido de
um ESPÍRITO”. 14.2: “em ESPÍRITO fala de mistérios”.
Coríntios
1.22: “deu o penhor do ESPÍRITO em nossos corações”. 3.3: “com o
ESPÍRITO do DEUS vivo”. 3.6: “mas do ESPÍRITO”. 3.6: “o ESPÍRITO vivifica”.
3.8: “como não será de maior glória o ministério do ESPÍRITO?”
3.17: “Ora, o Senhor é o ESPÍRITO”. 3.17: “onde está o ESPÍRITO do
Senhor, aí há liberdade”. 3.18: “como pelo Senhor, o ESPÍRITO”. 4.13: “E temos,
portanto, o mesmo ESPÍRITO de fé”. 5.5: “o qual nos deu também o penhor do
ESPÍRITO”. 6.6: “no ESPÍRITO SANTO, no amor não fingido”. 12.18: “Não andamos,
porventura, no mesmo ESPÍRITO, sobre as mesmas pisadas?” 13.13: “e a comunhão
do ESPÍRITO SANTO seja com todos”.
Gálatas 3.2: “recebestes o ESPÍRITO pelas obras da lei ou pregação
da fé?” 3.3: “tendo começado pelo ESPÍRITO, acabais agora pela carne?"
3.5: “Aquele, pois, que vos dá o ESPÍRITO”. 3.14: “pela fé, nós recebamos a
promessa do ESPÍRITO”.
4.6: “DEUS enviou aos nossos corações o ESPÍRITO de seu Filho”.
4.29: “perseguia o que era gerado segundo o ESPÍRITO”. 5.5: “Porque nós, pelo
ESPÍRITO da fé”. 5.16: “Andai em ESPÍRITO e não cumprireis a concupiscência”.
5.17: “a carne cobiça contra o ESPÍRITO”. 5.17: “e o ESPÍRITO contra a carne”.
5.18: “Mas, se sois guiados pelo ESPÍRITO”. 5.22: “o fruto do ESPÍRITO”. 6.8:
“O que semeia no ESPÍRITO”.
6.8: “do ESPÍRITO ceifará a vida eterna”.
Efésios
1.13: “fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa”.
I.I4: “o qual [o ESPÍRITO] é o penhor da nossa herança” (cf. v. 13). I.17: “o
ESPÍRITO de sabedoria e de revelação”. 2.18: “por ele, ambos temos acesso ao
Pai em um mesmo ESPÍRITO”. 2.22: “sois edificados para morada de DEUS no
ESPÍRITO”. 3.5: “agora, tem sido revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos”. 3.16:
“com poder pelo seu ESPÍRITO no homem interior”. 4.3: “guardar a unidade do
ESPÍRITO pelo vínculo da paz”. 4.4: “há um só corpo e um só ESPÍRITO”. 4.30: “E
não entristeçais o ESPÍRITO SANTO de DEUS”. 5.9: “(porque o fruto do
ESPÍRITO)”.
5.18: “enchei-vos do ESPÍRITO”. 6.17: “a espada do ESPÍRITO, que é
a palavra de DEUS”. 6.18: “com toda oração e súplica no ESPÍRITO”.
Filipenses
1.19: “pelo socorro do ESPÍRITO de JESUS CRISTO”. 2.1: “se alguma
comunhão no ESPÍRITO”. 3.3: “que servimos a DEUS no ESPÍRITO”.
Colossenses
1.8: “a vossa caridade no ESPÍRITO”.
Tessalonicenses
1.5: “mas também em poder, e no ESPÍRITO SANTO”. 1.6: “com gozo no
ESPÍRITO SANTO”. 4.8: “DEUS, que nos deu também o seu ESPÍRITO SANTO”. 5.19:
“Não extingais o ESPÍRITO”.
Tessalonicenses
2.13: “para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da
verdade”.
Timóteo
3.16: “Aquele que se manifestou em carne, foi justificado em
ESPÍRITO”.
4.1: “Mas o ESPÍRITO expressamente diz”.
Timóteo
1.7: “DEUS não nos deu o ESPÍRITO de temor, mas o ESPÍRITO de
fortaleza, e de amor, e de moderação”.
I.I4: “Guarda o bom depósito pelo ESPÍRITO SANTO que habita em
nós”.
Tito
3.5: “nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do ESPÍRITO
SANTO”.
Hebreus
2.4: “dons do ESPÍRITO SANTO, distribuídos por sua vontade”. 3.7:
“como diz o ESPÍRITO SANTO”. 6.4: “se fizeram participantes do ESPÍRITO
SANTO”. 9.8: “dando nisso a entender o ESPÍRITO SANTO”.
9.14: “CRISTO, que, pelo ESPÍRITO eterno, se ofereceu”. 10.15: “E
também o ESPÍRITO SANTO” 10.29: “e fizer agravo ao ESPÍRITO da graça?”
Tiago
4.5: “O ESPÍRITO que nós habita tem ciúmes?”
Pedro
1.2: “em santificação do ESPÍRITO”.
I: “indagando que tempo ou que ocasião de tempo o ESPÍRITO de
CRISTO”. 3.18: “vivificado pelo ESPÍRITO".
4.14: “porque repousa sobre vós o ESPÍRITO da glória de DEUS”.
Pedro
1.21: “os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo
ESPÍRITO SANTO”.
João
2.20: “E vós tendes a unção do SANTO e sabeis tudo”.
3.24: “E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo ESPÍRITO que
nos tem dado”.
4.2: “Nisto conhecemos o ESPÍRITO de DEUS”. 4.6: “Nisto conhecemos
nós o ESPÍRITO da verdade”. 4.13: “pois nos deu do seu ESPÍRITO”. 5.6: “E o
ESPÍRITO é o que testifica”. 5.6: “porque o ESPÍRITO é a verdade”. 5.7: “o Pai,
a Palavra e o ESPÍRITO SANTO”. 5.8: “o ESPÍRITO, a água, e o sangue”.
Judas
v.I9: “os que causam divisões, sensuais, que não têm o ESPÍRITO”.
v.20: “orando no ESPÍRITO SANTO”.
Apocalipse
4: “dos sete espíritos que estão diante do seu trono”.
2.7: “ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”. 2.11: “ouça o
que o ESPÍRITO diz às igrejas”. 2.17: “ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”.
2.29: “ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”. 3.1: “Isto diz o que tem os
sete ESPÍRITO de DEUS”. 3.6: “ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”. 3.13:
“ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas”. 3.22: “ouça o que o ESPÍRITO diz às
igrejas”. 4.5: “as quais são os sete espíritos de DEUS”. 5.6: “que são os sete
espíritos de DEUS”. “o ESPÍRITO de vida, vindo de DEUS, entrou neles”.
14.13: “Sim, diz o ESPÍRITO, para que descansem dos seus
trabalhos”. 22.17: “o ESPÍRITO e a esposa dizem”.
Observação. Referências há em que o ESPÍRITO SANTO é
mencionado mais de uma vez em um mesmo versículo. Também existem referências
indiretas a Ele. E há, finalmente, aquelas — não inclusas aqui — em que é
difícil, ante o texto
original, mormente o do Antigo Testamento, saber-se com precisão
se se referem ao ESPÍRITO de DEUS.
Cite a referência do Evangelho Segundo São João segundo a qual
entendemos que o ESPÍRITO SANTO não fala de si mesmo.
Dê a definição de Pneumatologia e cite uma relação das doutrinas
que estão que compõem esta matéria teológica.
O que evidencia que o ESPÍRITO SANTO é uma Pessoa e é DEUS?
Cite os passos que o crente deve dar para receber o batismo com o
ESPÍRITO SANTO.
A principal finalidade dos dons espirituais, à luz de I Coríntios
12—14, é promover o quê?
Cite as grandes termos designadores dos dons espirituais.
Em que consiste o pecado de entristecer o ESPÍRITO SANTO?
A Palavra de DEUS menciona línguas estranhas em pelo menos dois
sentidos. Quais são eles?
Mencione pelo menos três ministrações do ESPÍRITO SANTO ao crente
e defina cada uma delas.
Qual é a diferença entre o batismo do ESPÍRITO e o batismo no
ESPÍRITO? Cite referências bíblicas.
Quais são as principais concepções erradas sobre o batismo com o
ESPÍRITO SANTO?
Como os dons espirituais podem ser classificados?
Cite pelo menos cinco dons de ministérios práticos e defina- os.
Quanto aos aspectos da santificação, cite os três principais.
O que abrange a santificação posicionai; isto é, em que consiste
ela?
O que é a santificação progressiva, segundo a Bíblia?
Por que os dons espirituais não subsistem sem o fruto do ESPÍRITO?
O que é o pecado de blasfêmia contra o ESPÍRITO? Por que este
pecado é imperdoável?
Por que no original o dom relaciona com a cura aparem em plural,
isto é, “dons de curas”?
Qual é a atuação da terceira Pessoa da Trindade nesse período que
antecede o Arrebatamento da Igreja?
PNEUMATOLOGIA (Grandes Doutrinas) - PNEUMATOLOGIA
ÍNDICE
I. A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
1. A Personalidade do ESPÍRITO SANTO - 2. Nomes Divinos São Dados ao ESPÍRITO
SANTO - 3. Símbolos do ESPÍRITO SANTO
II. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
1. O ESPÍRITO SANTO na Criação - 2. O ESPÍRITO SANTO Antes do Dilúvio - 3. O
ESPÍRITO SANTO nos Líderes do Antigo Testamento - 4. O ESPÍRITO SANTO em João
Batista - 5. O ESPÍRITO SANTO em CRISTO - 6. O ESPÍRITO SANTO em Relação ao
Crente
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
1. O Dia de Pentecoste - 2. Para Quem é a Promessa? - 3. A Natureza Deste
Batismo - 4. Evidência do Batismo com o ESPÍRITO SANTO
IV. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
1. Os Dons do ESPÍRITO SANTO em 1 Coríntios - 2. Classificação dos Dons Espirituais
- 3. Dons de Revelação - 4. Dons de Poder - 5. Dons de Inspiração
V. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
1. Relação dos Dons e do Fruto do ESPÍRITO SANTO - 2. Distinção Entre Dons e
Fruto do ESPÍRITO - 3. Definição do Fruto do ESPÍRITO - 4. Equilíbrio Entre
Dons e Fruto do ESPÍRITO
INTRODUÇÃO
Por muitos anos, principalmente nos anos anteriores ao
despertamento pentecostal iniciado no começo deste Século, o ESPÍRITO SANTO era
a Pessoa menos conhecida dentre as Pessoas da Santíssima Trindade. Porém, com o
surgimento do Movimento Pentecostal, quando DEUS fez soprar o vento do seu
ESPÍRITO em maior profusão, o ESPÍRITO SANTO veio a conquistar no conceito
cristão a sua verdadeira posição em relação ao Pai e ao Filho.
A despeito de tudo isto, no entanto, reconhecemos haver muito erro
e confusão em nossos dias no tocante à personalidade, operações e manifestações
do ESPÍRITO SANTO. Eruditos, conscientes, mas equivocados, têm sustentado
pontos de vista errôneos e contrários às Escrituras a respeito desse singular personagem
da Trindade Divina. É vital, portanto, para a fé de todo crente sincero, que o
ensino bíblico a respeito do ESPÍRITO SANTO seja mantido em bases seguras e em
suas corretas proporções. Só assim serão evitados os extremos quanto ao
assunto: evitando ou dando ênfase demasiada e até antibíblica à Pessoa e obra
do ESPÍRITO SANTO.
I. A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
A natureza do ESPÍRITO SANTO se evidencia através da sua
personalidade singular, da sua divindade, dos seus nomes e símbolos conforme
revelam o Antigo e o Novo Testamento.
1. A Personalidade do ESPÍRITO SANTO
A Bíblia apresenta o ESPÍRITO SANTO como um Ser dotado de
personalidade, isto é, que possui ou contém em si mesmo os elementos de
existência pessoal, em contraste com a existência impessoal (Teologia Elementar
– Imprensa Batista –Pág. 163).
Pode-se dizer que a personalidade existe quando se encontram em
uma única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda autoconsciência
e autodeterminação. Deste modo, ao usarmos o termo "pessoa", aplicando-o
aos membros da Trindade, deve ser entendido em sentido qualitativo ou limitado,
e não em organismos separados, confundindo-o com corporalidade, conforme usamos
o termo em relação ao homem.
A Bíblia mostra a personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que:
Ele cria e dá vida (Jó 33.4).
Ele nomeia e comissiona ministros (Is 48.16; At 13.2; 20.28).
Ele dirige onde os ministros devem pregar (At 16.6,7).
Ele instrui o que os ministros devem pregar (1 Co 2.14).
Ele falou através dos profetas (At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21).
Ele contende com os pecadores (Gn 6.3).
Ele reprova (Jo 16.8).
Ele consola (At 9.31).
Ele nos ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26).
Ele ensina (Jo 14.26; 1 Co 12.3).
Ele guia (Jo 16.13).
Ele santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
Ele testifica de CRISTO (JO 15.26).
Ele glorifica a CRISTO (Jo 16.14).
Ele tem poder próprio (Rm 15.13).
Ele sonda tudo (Rm 11.33,34; 1 Co 10,11).
Ele age segundo a sua vontade (1 Co 12.11).
Ele habita com os santos (Jo 14.17).
Ele pode ser entristecido (Ef 4.30).
Ele pode ser envergonhado (Is 63.10).
Ele pode sofrer resistência (At 7.51).
Ele pode ser tentado (At 5.9).
2.Nomes Divinos São Dados ao ESPÍRITO SANTO
O ESPÍRITO SANTO é chamado DEUS: "Então disse Pedro: Ananias,
por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO?...
Não mentiste aos homens, mas a DEUS" (At 5.3,4).
O ESPÍRITO SANTO também é chamado SENHOR: "E todos nós com o
rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o
ESPÍRITO" (2 Co 3.18).
Além de nomes, o ESPÍRITO SANTO detém atributos divinos, como:
Eternidade (Hb 9.14).
Onipresença (Sl 139.7-70).
Onipotência (Lc 1.35).
Onisciência (1 Co 2.10).
Outra incontestável prova da divindade do ESPÍRITO SANTO é que Ele
realiza trabalhos exclusivos de DEUS. Por exemplo:
Foi o ESPÍRITO SANTO quem comunicou vida à criação (Gn 1.2).
É o ESPÍRITO SANTO quem transforma o homem pecador em uma nova
criatura, por meio do novo nascimento (Jo 3.3-8).
Foi o ESPÍRITO SANTO quem levantou a CRISTO da morte, mediante a
ressurreição (Rm 8.11).
No decorrer de toda a Escritura, o ESPÍRITO SANTO é chamado:
• ESPÍRITO de DEUS (1 Co 3.16; Gn 1.2).
ESPÍRITO de CRISTO (Rm 8.9).
ESPÍRITO SANTO (At 1.5).
ESPÍRITO de Vida (Rm 8.2).
ESPÍRITO de Adoção (Rm 8.5; Gl 4.5,6).
3.Símbolos do ESPÍRITO SANTO
A Bíblia é um livro de figuras e símbolos. De forma específica, o
ESPÍRITO SANTO é mostrado nas Escrituras também através de símbolos, dentre os
quais se destacam os seguintes:
a) O Fogo
"Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos
com água, mais eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não
sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos batizará com o ESPÍRITO
SANTO e com fogo” (Lc 3.16).
O fogo, como símbolo do ESPÍRITO SANTO, fala da sua grande força
em relação às diversas maneiras de sua operação, para corrigir os defeitos da
nossa natureza decaída e conduzir-nos à perfeição que deve adornar os filhos de
DEUS. Mais do que isto, o fogo fala da ação purificadora do ESPÍRITO SANTO.
b) O Vento
"E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados" (At 2.2). JESUS
falou do vento como símbolo do ESPÍRITO SANTO. O vento apesar de invisível, é
real. Não podemos tocá-lo nem compreendê-lo, mas o sentimos. A sua ação
independe do querer ou não do homem. Isto fala da ação soberana do ESPÍRITO
SANTO.A mesma palavra "pneuma", que é usada em referência ao
ESPÍRITO, é também traduzida por "vento", "ar", ou
"fôlego".
c) Água, Rio, Chuva
"E no último, o grande dia da festa, JESUS pôs-se em pé, e
clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como
diz a Escritura, rios dágua viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do
ESPÍRITO que haviam de receber os que nele cressem; porque o ESPÍRITO SANTO
ainda não fora dado, por ainda JESUS não ter sido glorificado" (Jo 7.37-39).
d) Óleo, Azeite
"E me disse: Que vês? Eu disse: Olho, e eis um castiçal todo
de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada
posta no cimo tinha sete canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à
direita do vaso de azeite, e outra à esquerda. E falei, e disse ao anjo que
falava comigo, dizendo: Senhor meu, que é isto? Então respondeu o anjo que
falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, senhor
meu. E respondeu, e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel,
dizendo: Não por força nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO, diz o Senhor
dos Exércitos" (Zc 4.2-6).
Simbolizando o ESPÍRITO SANTO, o óleo era usado nas solenidades
consagratórias de profetas, sacerdotes e reis em Israel. É considerado símbolo
do ESPÍRITO SANTO porque era usado nos rituais do Antigo Testamento, correspondendo
à operação real do ESPÍRITO SANTO na vida do crente hoje.
e) Selo
"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da
verdade, o evangelho da vossa salvação; e tendo nele também crido, fostes
selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa" (Ef 1.13). O selo é
prova de propriedade, legitimidade, autoridade, segurança ou preservação. Estas
palavras expressam a situação daqueles que foram selados pelo ESPÍRITO SANTO.
f) A Pomba
"E, sendo JESUS batizado, saiu logo da água, e eis que se
abriram os céus, e viu o ESPÍRITO de DEUS descendo como pomba e vindo sobre
ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo" (Mt 13.16,17). O
ESPÍRITO SANTO veio sobre os discípulos no dia de Pentecoste, em forma de fogo
- havia o que queimar. Sobre JESUS, no entanto, veio em forma corpórea duma
pomba-símbolo da pureza e da inocência de CRISTO.
II. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
A dispensação em que vivemos atualmente é um tempo oportuno para
as atividades especiais do ESPÍRITO SANTO entre os homens, como aquele sobre
quem pesa a responsabilidade de alcançar todo este vasto Universo, encaminhando
os homens para DEUS. Entretanto, sabemos que o mesmo ESPÍRITO também exerceu as
suas atividades em tempos mais remotos. Muito antes do alvorecer dos tempos,
Ele já existia como a terceira Pessoa da Trindade divina.
1.O ESPÍRITO SANTO na Criação
Muito antes de o homem aparecer na terra e mesmo antes da terra
existir, o ESPÍRITO SANTO já existia. A primeira parte de Gênesis 1.2 apresenta
uma cena singular: a terra, uma massa informe, vazia e escura. Foi então que um
raio de esperança brilhou, iluminando-a, antes mesmo que DEUS ordenasse o
aparecimento da luz. Lemos: "E o ESPÍRITO de DEUS pairava por sobre as
águas". Foi este aspecto diferente o primeiro prenuncio da perfeição das
obras do Criador.Com singular inspiração, disse o patriarca Jó que DEUS,
"pelo seu ESPÍRITO, ornou os céus" (Jó 26.13). Isto é,
através do seu ESPÍRITO, DEUS não apenas formou o Universo, mas também o
embelezou estabelecendo a ordem de ação de cada astro, do menor ao maior.
2.O ESPÍRITO SANTO Antes do Dilúvio
Os primeiros versículos do capítulo seis de Gênesis pintam um
quadro calamitoso. A terra estava corrompida. A maldade do homem não tinha
limites. Era a depravação total da raça humana. Todos os pensamentos do coração
do homem eram maus continuamente (Gn 6.5). Diante
disto, concluímos logicamente, que os homens resistiam ao ESPÍRITO SANTO apesar
da sua persistência em conduzi-los à consciência de erro e uma consequente
volta para DEUS. Face à impenitência do homem, em estado de profunda tristeza,
disse DEUS a Noé: "O meu ESPÍRITO não agirá para sempre no homem" (Gn 6.3).
Apesar disto, DEUS ainda deu ao homem uma oportunidade que durou
cerca de cento e vinte anos. Mesmo assim, em atitude de rebeldia contra DEUS e
o seu ESPÍRITO SANTO, o homem continuou na escalada do pecado, culminando com a
destruição trazida pelo Dilúvio.
3.O ESPÍRITO SANTO nos Líderes do Antigo Testamento
Dentre os grandes vultos do Antigo Testamento, em cujas vidas o
ESPÍRITO SANTO encontrou lugar para operar, se destacam José do Egito, Moisés,
os setenta anciões de Israel, Bezalel, Josué, Otoniel, Gideão, Jefté, Sansão,
Saul e Davi. Por esta razão a história narrada no Antigo Testamento os destaca
dos seus contemporâneos.
Foi pela ação do ESPÍRITO SANTO que,
José se evidenciou com capacidade de revelar mistérios e com
sabedoria para administrar (Gn 41. 8,38).
Moisés mostrou autoridade divina para liderar e sabedoria para
legislar sobre o povo de DEUS (Is 63.11).
Os setenta anciãos mostraram habilidade como cooperadores na
condução dos filhos de Israel durante a peregrinação no deserto (Nm 11.16,17, 25).
Bezalel recebeu capacidade para construir o tabernáculo e para
ensinar a outros o mesmo serviço (Ex 31.1-4; 35.34).
Otniel adquiriu sabedoria para julgar Israel (Jz 3.10,11).
Gideão encontrou coragem para lutar (Jz 6.34).
Jefté lutou e venceu os Amonitas (Jz 11.29).
Sansão encontrou força para libertar o seu povo que gemia sob o
jugo da escravidão dos filisteus (Jz 14.19; 15.14).
Saul foi contado entre os profetas, e assim continuou enquanto
temeu ao Senhor (1 Sm 10.6,10).
Davi encontrou forças para ser rei, poeta, cantor e profeta (1 Sm 16.13).
Os profetas trabalharam e agiram no poder do ESPÍRITO, ministrando
não para si mesmos, mas para nós da atual geração (Ez 2.2; 2 Pd 1.21).
4.O ESPÍRITO SANTO em João Batista
A João Batista estava destinada uma missão de grande interesse dos
céus. Por isso o ESPÍRITO SANTO se manifestou nele (desde o ventre de sua mãe),
de modo especial (Lc 1.15). Foi
cheio do ESPÍRITO SANTO, pois nenhuma missão divina de grande relevância pode
ser realizada, a não ser pela unção do ESPÍRITO SANTO.
A presença do ESPÍRITO SANTO no ministério de João Batista se
evidencia: Pela autoridade com que exortava o povo a preparar o caminho do
Senhor (Lc 3.2-4); Pela
firmeza com que anunciava a salvação de DEUS, a manifestar-se em CRISTO (Lc 3.5,6); Pela
energia com que denunciava o pecado do seu povo, conclamando-o ao arrependimento,
para escapar do juízo iminente, qual machado já posto à raiz da árvore (Lc 3.7-9); Pela
segurança com que ensinava o caminho de retorno a DEUS (Lc 3.10-14); Pela
convicção com que predizia o caráter sobrenatural do ministério de JESUS, de
quem era precursor (Lc 3.15-18); Pela
imparcialidade com que protestava contra o pecado do rei Herodes (Lc 3.19).
5.O ESPÍRITO SANTO em CRISTO
Ninguém melhor que JESUS se identificou de forma tão plena com o
ESPÍRITO SANTO. Essa relação salienta a pessoa de JESUS CRISTO como alguém
a) Concebido pelo ESPÍRITO SANTO (Lc 1.35).
b) Ungido com o ESPÍRITO SANTO (At 10.38).
c)Guiado pelo ESPÍRITO SANTO (Mt 4.1).
d) Cheio do ESPÍRITO SANTO (Lc 4.1).
e)Que realizou o seu ministério no poder do ESPÍRITO SANTO (Lc 4.18,19).
f) Que ofereceu-se em sacrifício pelo ESPÍRITO (Hb 9.14).
g)Que ressuscitou pelo poder do ESPÍRITO (Rm 8.11).
h)Que deu mandamento aos apóstolos após a ressurreição- por
intermédio do ESPÍRITO SANTO (At 1.1,2).
i) Doador do ESPÍRITO SANTO (At 2.33).
JESUS CRISTO viveu toda a sua vida terrena dependendo inteiramente
do ESPÍRITO SANTO e a Ele se sujeitou.
6. O ESPÍRITO SANTO em Relação ao Crente
Quanto à pessoa do crente, o ESPÍRITO SANTO nele opera:
regenerando-o (Jo 3.3-6).
batizando-o no corpo de CRISTO (Jo 1.32-34).
habitando nele (1 Co 6.15-19).
selando-o (Ef 1.13,14).
proporcionando-lhe segurança (Rm 8.14-16).
fortalecendo-o (Ef 3.16).
enchendo-o da sua virtude (Ef 5.18-20).
libertando-o da lei do pecado e da morte (Rm 8.2).
guiando-o (Rm 8.14).
chamando-o para serviço especial (At 13.2,4).
orientando-o para serviço especial (At 8.27-29).
iluminando-o (1 Co 2.12-14).
instruindo-o (Jo 16.13,14).
capacitando-o (1 Ts 1.5).
III. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O evento do batismo com o ESPÍRITO SANTO não deveria surpreender,
nem confundir os estudantes das Escrituras, pois é uma bênção já prometida,
relacionada com o plano divino da salvação em CRISTO, predito por Joel, Isaias,
João Batista e JESUS (At 2.16-18; Is 44.3; Mt 3.11; Jo 14.16,17).
1. O Dia de Pentecoste
O dia de Pentecoste foi um dia singular para a Igreja e continua
sendo; é que nesse dia aprouve a DEUS, por intercessão de JESUS CRISTO, enviar
o ESPÍRITO SANTO, a ocupar no mundo e de forma mais precisa, no seio da Igreja,
uma posição sem paralelo em toda a história da humanidade. Nesse dia cerca de
cento e vinte frágeis discípulos de JESUS foram cheios do ESPÍRITO SANTO e
dotados do poder de testemunhar do Evangelho.
Como resultado da experiência do Pentecoste, Pedro pregou com tal
autoridade, que cerca de três mil preciosas almas se renderam aos pés de JESUS.
Com autoridade sobrenatural acusou os seus ouvintes Judeus de haver entregue à
morte o Filho de DEUS, e exortou-os a se arrependerem de seus pecados. Isto
disse como prelúdio, para logo informar-lhes de que a conversão a CRISTO
resultaria em receberem a mesma experiência que observavam, com sinais
poderosamente evidentes (At 2.14-41). Atente com interesse para este fato.
Pedro proclamou ter a promessa do batismo com o ESPÍRITO referência a todos os
homens e não somente àqueles que constituíam a assembleia ali reunida.
2. Para Quem é a Promessa?
"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de JESUS CRISTO, para perdão dos pecados; e recebereis o dom
do ESPÍRITO SANTO; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e
a todos os que estão longe; a tantos quantos DEUS nosso Senhor chamar" (At
2.38,39). De acordo com estas palavras de Pedro, note a extensão e alcance da
promessa do batismo com o ESPÍRITO SANTO:
1° A promessa é para vós - os Judeus ali presentes,
representando os demais compatriotas, isto é, a nação com a qual DEUS fizera a
antiga aliança.
2° Para os vossos filhos -os que existiam então e as gerações
sucessivas.
3° Para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos
o Senhor nosso DEUS chamar - para todos, universalmente, para os gentios e para
qualquer indivíduo que responda à chamada de DEUS, através do Evangelho para a
salvação em .CRISTO.
A promessa de Atos 2.39 indica que a gloriosa
experiência do batismo com o ESPÍRITO SANTO foi designada por DEUS para todos
os crentes, desde o dia de Pentecoste até o fim da presente dispensação. O
enchimento do ESPÍRITO SANTO, assinalado pelo falar noutras línguas, como
aconteceu no dia de Pentecoste, deveria ser o modelo para essa experiência,
para qualquer indivíduo, através da dispensação da Igreja.
3.À Natureza Deste Batismo
Várias palavras e expressões são usadas na Bíblia para simbolizar
e descrever a vinda do ESPÍRITO SANTO aos crentes, e seu ministério através
destes. Algumas dessas expressões, são:
a) Derramamento
Esta expressão das Escrituras é usada frequentemente para designar
a vinda do ESPÍRITO SANTO à vida do crente. O sentido original da palavra se
refere à comunicação de alguma coisa vinda do céu, com grande abundância..(Jl 2.28,29).
b) Batismo
O recebimento do ESPÍRITO SANTO é figurado como batismo: uma
total, gloriosa e sobrenatural imersão do Divino ESPÍRITO, o que revela a
maneira gloriosa como o ESPÍRITO SANTO envolve, enche e penetra a alma do crente.
Assim todo o nosso ser se torna saturado e dominado com a presença
refrigeradora de DEUS, pelo seu ESPÍRITO SANTO.
c) Enchimento
Quando o ESPÍRITO veio sobre os discípulos no cenáculo, foram
cheios do ESPÍRITO. Evidenciaram estar cheios, a ponto de parecerem estar
"embriagados" (At 2.3).
Esse enchimento não se deu em gotas, caídas como que através dum
crivo. Não. No Pentecoste a plenitude do ESPÍRITO os encheu inteiramente, de
tal modo que andavam de um lado para outro, falando em novas línguas.
4. Evidência do Batismo com o ESPÍRITO SANTO
Todos os casos de batismos com o ESPÍRITO SANTO relatados no livro
de Atos, constituem uma sólida base para a afirmação de que o falar em línguas
estranhas é a evidência física inicial de que o crente foi batizado com o
ESPÍRITO SANTO. Detenhamo-nos um pouco em analisar os cinco casos distintos
como são apresentados no referido livro.
a) No Dia de Pentecoste
"E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem" (At
2.4). Esta foi a primeira manifestação do ESPÍRITO SANTO, após JESUS ter dito:
"...e vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes
dias" (At 1.5). A demonstração comum ou evidência física inicial de que
todos os presentes no cenáculo foram cheios do ESPÍRITO SANTO, foi que todos
falaram em línguas estranhas; línguas que não haviam aprendido, faladas,
portanto, pela operação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO.
b) Entre os Crentes Samaritanos
"Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que
Samaria recebera a Palavra de DEUS, enviaram lá Pedro e João, os quais, tendo
descido, oraram por eles para que recebessem o ESPÍRITO SANTO. (Porque sobre
nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor
JESUS). Então lhes impuseram as mãos, e receberam o ESPÍRITO SANTO" (At
8.14-17).
Ainda que o texto bíblico citado não mostre explicitamente que os
samaritanos hajam falado em línguas estranhas como evidência do batismo com o
ESPÍRITO SANTO, estudiosos das Escrituras são da opinião de que eles tenham
falado em línguas; pois, se não houvesse a manifestação das línguas, como os
apóstolos teriam notado a diferença entre eles antes e depois da oração com
imposição de mãos? Lucas diz que "Simão, vendo que pela imposição das mãos
dos apóstolos era dado o ESPÍRITO SANTO, lhes ofereceu dinheiro..."(At
8.18). Simão não seria suficientemente tolo a ponto de propor dinheiro para
adquirir poderes para realizar operações espirituais abstratas. Ele almejava poderes
para operar fenômenos como os que ele via e ouvia naquele momento.
c) Sobre Saul em Damasco
"E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos,
disse: Irmão Saulo, o Senhor JESUS, que te apareceu no caminho por onde vinhas,
me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do ESPÍRITO SANTO, e logo lhe
caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se,
foi batizado" (At 9.17,18). Também no caso de Saulo, o texto bíblico não
diz explicitamente que ele tenha falado em línguas, porém diz que ele foi cheio
do ESPÍRITO. Ora, se é válido admitir que ele foi cheio do ESPÍRITO SANTO
naquele momento, por que, então, duvidar que ele haja falado em línguas? Do
punho do próprio Paulo lemos as seguintes palavras: "Dou graças a DEUS porque
falo mais línguas do que vós todos" (1 Co 14.18). O contexto de 1 Co 14 é
o falar em línguas espirituais, ou seja, línguas estranhas.
d) Em Casa do Centurião Cornélio
"E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO
sobre todos que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos
quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO
se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e
magnificar a DEUS" (At 10.44-46). Foi a ênfase dada por Pedro e seus
companheiros a que os gentios em Cesaréia haviam recebido o dom do ESPÍRITO
SANTO, tal qual eles no dia de Pentecoste, que apaziguou os ânimos dos
apóstolos em Jerusalém, de sorte que disseram: "Na verdade até aos gentios
deu DEUS arrependimento para a vida!"(At 11.18).
e) Sobre os Discípulos em Éfeso
"E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o ESPÍRITO
SANTO; e falavam línguas e profetizavam" (At 19.6). Observe: vinte anos
após o dia de Pentecoste, o batismo com o ESPÍRITO SANTO ainda era acompanhado
com a evidência inicial de falar línguas estranhas. Esta evidência satisfazia
não só a um dos requisitos da doutrina apostólica quanto à manifestação do
ESPÍRITO SANTO, como também cumpria a promessa de JESUS: "Estes sinais seguirão
aos que crêem: ...falarão novas línguas" (Marc 16.17). Crisóstomo, um dos
grandes mestres da Igreja antiga, afirmou, muitos anos após os dias de Paulo:
"Quem quer que fosse batizado nos dias apostólicos, logo falava línguas:
recebiam eles o ESPÍRITO SANTO".
IV. OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que DEUS coloca à
disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do
ESPÍRITO SANTO, apresentados pelo apóstolo Paulo" (1 Co 12.11) como
agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.
O professor Antônio Gilberto define dons do ESPÍRITO SANTO como
sendo "uma dotação ou concessão especial e sobrenatural de capacidade
divina para serviço especial da execução do propósito divino para a Igreja e
através dela". Em resumo - "é uma operação especial e sobrenatural do
ESPÍRITO SANTO por meio do crente". Numa definição mais resumida, Stanley
Horton define os dons do ESPÍRITO SANTO como sendo "faculdades da pessoa
divina operando no homem".
1.Os Dons do ESPÍRITO SANTO em 1 Coríntios
Escreve o apóstolo Paulo que “... a um é dada, mediante o
ESPÍRITO, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo ESPÍRITO, a
palavra do conhecimento; a outro, no mesmo ESPÍRITO, fé; e a outro no mesmo
ESPÍRITO, dons de curar; a outro, operação de milagres; a outro, profecia; a
outro, discernimento de espíritos; a um variedade de línguas; e a outro,
capacidade para interpretá-las" (1 Co 12.8-10).
Vale ressaltar que os dons são do ESPÍRITO SANTO e não daqueles
através dos quais eles operam. A torneira não pode dizer de si mesma: "Eu
produzo água", pois seria uma inverdade. Quem produz água é a fonte. A
torneira é apenas o canal através do qual a água flui. Os dons são do ESPÍRITO
SANTO, e, através deles, o ESPÍRITO opera em quem quer, como quer, quando quer
e onde quer, com a finalidade precípua de edificar a Igreja, o corpo vivo de
CRISTO.
2.Classificação dos Dons Espirituais
Para melhor apresentação dos dons do ESPÍRITO SANTO, alguns
estudiosos têm usado classificá-los da seguinte maneira:
a) Dons de Revelação:
Palavra do conhecimento - Palavra da sabedoria - Discernimento de
espíritos
b) Dons de Poder:
Dons de curar - Operação de milagres - Fé
c) Dons de Inspiração:
Variedade de línguas - Interpretação das línguas - Profecia
Frank M. Boyd declarou que "a menos que os dons do ESPÍRITO
sejam claramente definidos e cuidadosamente classificados em primeiro lugar,
seu propósito não será entendido e podem ser mal-usados; a glória do Senhor
pode ser roubada; e a Igreja pode deixar de receber grandes benefícios que
esses dons devem trazer".
3. Dons de Revelação
Os dons de revelação são não somente necessários, mas igualmente
indispensáveis àqueles que cuidam do governo e orientação da Igreja do Senhor
JESUS CRISTO na terra. Desde os mais remotos tempos do Antigo Testamento, esta
categoria de dons esteve em evidência no ministério de juízes, sacerdotes, reis
e profetas condutores do povo de Israel.
a) Palavra do Conhecimento
Este dom tem sido definido como sendo a revelação sobrenatural
dalgum fato que existe na mente de DEUS, mas que o homem, devido às suas
naturais limitações, não pode conhecer, a não ser que o ESPÍRITO SANTO lhe
revele. Exemplos da manifestação deste dom são encontrados nos ministérios de
Samuel, Eliseu, Aías, JESUS, Pedro e Paulo (1 Sm 9.15,20; 10.22; 2 Rs
5.20,26; 6.8; 1 Rs 14.6; Jo 1.48; 4.18; Lc
19.5; Mt 16.23; At 5.3,4). Através
deste dom, segredos do mais profundo do coração são revelados, enquanto que
obstáculos ao desenvolvimento da Igreja são manifestos, e desmascarada toda e
qualquer hipocrisia. Este dom é de grande importância para o ministério
ordinário da Igreja, pois pode apontar os maus obreiros, possíveis candidatos
ao ministério cristão.
b) Palavra da Sabedoria
Este dom é uma palavra (uma proclamação, uma declaração) de
sabedoria, dada por DEUS através da revelação do ESPÍRITO SANTO, para
satisfazer a necessidade de solução urgente dum problema particular. Não se
deve confundi-lo, portanto, com a sabedoria num sentido amplo e geral. Não
depende da habilidade cultural humana de solucionar problemas, pois é uma
revelação do conselho divino. Nos domínios do ministério cristão, este dom se
aplica tanto ao ensino da doutrina bíblica, quanto à solução de problemas em
geral.
c) Discernimento de espíritos
Através deste dom, DEUS revela ao crente a fonte e o propósito de
toda e qualquer forma de poder espiritual. Através dele o ESPÍRITO SANTO
revelou a Paulo que tipo de ESPÍRITO operava na jovem de Filipos, (At 16.18) e
fez Paulo resistir a Elimas, condenando-o à cegueira (At 13.11). Note que não
se trata do "dom" de julgar ou fazer juízo doutras pessoas. Este é
sem dúvida um dos dons de maior valia para o ministro nos dias hodiernos, pois,
em meio a tanta contrafação e imitação nos domínios da fé e da religião, o
obreiro a quem falte este dom, estará em apuros, pondo em risco a integridade
da doutrina e da segurança do rebanho que DEUS lhe confiou.
4. Dons de Poder
Os dons de poder formam o segundo grupo dos dons do ESPÍRITO
SANTO, e existem em função do sucesso e do cumprimento da grande comissão dada
por JESUS CRISTO. Como o Evangelho é o poder de DEUS, é natural que tenha a sua
pregação confirmada com sinais e maravilhas sobrenaturais, que ratificam esse
Evangelho e lhe dão patente divina.
a) Dons de Curar
No grego o dom (curar), como o seu efeito, está no plural, o que
dá a entender que existe uma variedade de modos na operação deste dom. Assim,
um servo de DEUS pode não ter todos os dons de curar, e, por isso, às vezes,
muitos não são curados por sua intercessão. Por exemplo, Paulo orou pelo pai de
Públio, que se achava com febre e desinteira, na ilha de Malta, e JESUS o curou
(At 28.8), porém foi forçado a deixar o seu amigo Trófimo doente em Mileto (2
Tm 4.20). Como são diferentes os tipos de enfermidades, é evidente que há um
dom de cura para cada tipo de enfermidade: orgânica, psicossomática ou de
patogenia espiritual.
b) Operação de Milagres
Ambas as palavras aparecem no original grego, no plural, o que
sugere que há uma variedade de modos de milagres e de atos de poder. Por
milagres ou maravilhas, entende-se todo e qualquer fenômeno que altera uma lei
preestabelecida. "Milagres" e "Maravilhas" são plurais da
palavra "poder" em Atos 1.8, que significa: atos de poder
grandiosos, sobrenaturais, que vão além do que o homem pode ver. A operação de
milagres só acontece em relação às operações de DEUS (Mt 14.2; Marc 6.14; Gl
4.5; Fp 3.21) ou de Satanás (2 Ts 2.7,9; Ef 2.2). Nesses atos de
poder de DEUS que infligem derrota a Satanás, poderíamos incluir o juízo de
cegueira sobre Elimas, o mágico (At 3.9-11) e a expulsão de demônios.
Também pode ser classificado como milagre o resultado da operação
divina na cura de determinadas enfermidades, para as quais ainda não existe
remédio, como por exemplo: certos tipos de câncer, alguns tipos de cegueira,
surdez, mudez, e determinados tipos de paralisia, etc.
c) Fé
O dom da fé envolve uma fé especial, diferente da fé para
salvação, ou da fé que é mostrada por Paulo como um dos aspectos do fruto do
ESPÍRITO em Gaiatas 5.22. O dom da fé traduz uma fé especial e sobrenatural,
verdadeiro apelo a DEUS no sentido de que Ele intervenha, quando todos os
recursos humanos se têm esgotado. Foi este o tipo de fé com o qual foram
dotados os grandes heróis mostrados na galeria de Hebreus 11.
5. Dons de Inspiração
Este é o terceiro e último grupo dos nove dons do ESPÍRITO SANTO
registrados pelo apóstolo Paulo no capítulo 12 da sua primeira epístola aos
Coríntios. Ao contrário dos dois primeiros grupos de dons, em geral exercidos
pelo ministério responsável pela administração da Igreja, este último grupo tem
se feito experiência comum para os crentes em geral.
a) Variedade de Língua
Variedade de línguas é a expressão falada e sobrenatural duma
língua nunca estudada pela pessoa que fala; uma palavra anunciada pelo poder do
ESPÍRITO SANTO, não compreendida por quem fala, e usualmente incompreensível
para a pessoa que a ouve. Nada tem a ver com a facilidade de assimilar línguas
estrangeiras (poliglotismo); tampouco tem a ver com o intelecto. É a
manifestação da mente de DEUS por intermédio dos órgãos da fala do ser humano
(glossolalia).
b) Interpretação das Línguas
O dom de interpretação de línguas é o único dos nove dons
espirituais cuja existência ou função, depende de outro dom - a variedade de
línguas. Consequentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, não pode
haver a interpretação de línguas. “Interpretação" aqui não é a mesma coisa
que tradução. A interpretação geralmente alonga-se mais que a simples tradução.
O dom de interpretação de línguas revela o poder, a riqueza, a soberania e a
sabedoria de DEUS. Por certo que este dom não implica em que haja algum tipo de
conhecimento do idioma por parte do intérprete. A interpretação de línguas é em
si mesma um dom tão miraculoso quanto o é o próprio dom de variedade de
línguas.
c) Profecia
A profecia é uma manifestação do ESPÍRITO de DEUS e não da mente
do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso (1 Co 12.7).
Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio
humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa
exercitá-lo: "Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos
aprenderem e serem consolados" (1 Co 14.31). Ainda que nalguns casos o dom
da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é
evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrenatural, não devendo,
portanto, ser confundido com a simples habilidade de pregar o Evangelho.
“Edificação", "exortação" e "consolação" são os três
elementos básicos da profecia, e a razão de ser e de existir desse dom.
Portanto, a profecia não deve ser exercida com propósito governativo da igreja
local.
V. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
Antes do grande avivamento pentecostal iniciado no começo deste
século, dava-se bastante ênfase ao fruto do ESPÍRITO, enquanto que os dons eram
ignorados. Para pôr fim a esse desequilíbrio, começou-se a dar ênfase aos dons
e quase a ignorar o fruto do ESPÍRITO. Hoje, no entanto, a situação parece bem
mais delicada, devido ao fato de estar sendo dada pouca ênfase tanto aos dons
quanto ao fruto do ESPÍRITO. Evidentemente, esta posição coloca-nos em
desacordo com a Bíblia Sagrada, devendo, portanto, levar-nos a uma tomada de
posição quanto ao assunto.
1. Relação dos Dons e do Fruto do ESPÍRITO SANTO
De acordo com o apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos
Coríntios 12.8-10 e Gaiatas 5.22, são os seguintes os dons e os aspectos do
fruto do ESPÍRITO:
a) Os Dons do ESPÍRITO
Palavra da sabedoria, Palavra do conhecimento, Fé, Dons de Curar,
Operação de milagres,
Profecia, Discernimento de espíritos, Variedade de línguas,
Interpretação de línguas.
b) O Fruto do ESPÍRITO
Caridade (Amor), Gozo, Paz, Longanimidade, Benignidade, Bondade,
Fé, Mansidão, Temperança
O fato de os dons serem em número de nove e o fruto do ESPÍRITO
ser nônuplo em seus aspectos, parece não passar duma mera coincidência, porém,
não é assim. Levando em consideração que o ESPÍRITO SANTO foi o divino
inspirador de toda a Bíblia, temos de considerar também o interesse divino em
nos comunicar um grande e necessário ensino através dessa aparente
coincidência.
2.Distinção Entre Dons e Fruto do ESPÍRITO
Não obstante os dons e o fruto procederem do mesmo ESPÍRITO, dons
e fruto são diferentes entre si. Por exemplo:
Os dons são dados, recebidos, enquanto o fruto é gerado em nós.
Os dons vêm após o batismo com o ESPÍRITO SANTO, enquanto o fruto
começa com a obra do ESPÍRITO, a partir da regeneração.
Os dons vêm de fora, do Alto, enquanto o fruto vem do interior.
Os dons vêm completos, perfeitos, enquanto o fruto requer tempo
para crescer e desenvolver-se.
Os dons são dotações de poder de DEUS, enquanto que o fruto é uma
expressão do caráter de CRISTO.
Os dons revelam concessão de poder e graça especial, enquanto o
fruto se relaciona com o caráter do portador.
Os dons são a operação soberana do ESPÍRITO SANTO, enquanto o
fruto (também do ESPÍRITO) nos vem mediante JESUS CRISTO.
Os dons são distintos, enquanto o fruto, sendo nônuplo, é
indivisível.
Os dons conferem poder, enquanto que o fruto confere autoridade.
Os dons comunicam espiritualidade, enquanto o fruto comunica
irrepreensão.
Os dons identificam-se com o que fazemos, enquanto o fruto
identifica-se com o que somos.
Os dons podem ser imitados, enquanto que o fruto jamais o será.
3.Definição do Fruto do ESPÍRITO
Numa análise do fruto do ESPÍRITO, apontando o amor como o aspecto
exaltado do mesmo fruto, escreve o Dr. Boyd:
"Gozo é o amor obedecendo.
Paz é o amor repousando.
Longanimidade é o amor sofrendo.
Benignidade è o amor mostrando compaixão.
Bondade é o amor agindo.
Fé é o amor confiando.
Mansidão é o amor suportando.
Temperança é o amor controlando".
4.Equilíbrio Entre Dons e Fruto do ESPÍRITO
A orientação divina dada a Moisés quanto ao adorno das vestes
sacerdotais no Antigo Testamento, dá-nos uma vista adequada da harmonia que
deve existir entre os dons e o fruto do ESPÍRITO."E nas suas bordas farás
romãs de azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das bordas; e campainhas
de ouro do meio delas ao redor. Uma campainha de ouro, e uma romã, outra
campainha de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto, ao redor; e estará
sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido quando entrar no
santuário diante do Senhor" (Ex 28.33-35). Não foi
orientação divina sequenciar uma campainha doutra campainha. Também não diz:
"Uma romã, outra romã e mais outra romã", mas afirma: "Uma
campainha de ouro, e uma romã; outra campainha de ouro, e outra romã", e
assim por diante. Aplicado este princípio divino ao equilíbrio que deve existir
entre dons e fruto do ESPÍRITO, o ideal é: um dom, o fruto; outro dom, o fruto;
outro dom ainda, o fruto e assim sucessivamente (A Doutrina Pentecostal Hoje –
CPAD – todas as páginas correspondentes aos Dons do ESPÍRITO).
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO (Estudos Doutrinários da
Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD)
O ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Jl 2.28,29 "E
há de ser que, depois, derramarei o meu ESPÍRITO sobre toda a carne, e vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos
jovens terão visões. E também sobre os servos e servas, naqueles dias,
derramarei o meu ESPÍRITO."
O ESPÍRITO SANTO é a terceira pessoa do DEUS Eterno, Trino e Uno
(ver Mc 1.11). Embora a
plenitude do seu poder não tivesse sido revelada antes do ministério de JESUS
e, posteriormente, no Pentecoste (ver At 2), há trechos do AT que se
referem a Ele e à sua obra. Este estudo examina os ensinamentos do AT a
respeito do ESPÍRITO SANTO.
TERMO EMPREGADO. A palavra hebraica para “ESPÍRITO” é ruah que, às
vezes, é traduzida por “vento” e “sopro”. Sendo assim, as referências no AT ao
sopro de DEUS e ao vento da parte de DEUS (e.g., Gn 2.7; Ez 37.9,10,14) também
podem referir-se à obra do ESPÍRITO de DEUS.
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO. A Bíblia descreve
várias atividades do ESPÍRITO SANTO no Antigo Testamento.
1- O ESPÍRITO SANTO desempenhou um papel ativo na criação. O
segundo versículo da Bíblia diz que “o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face
das águas” (Gn 1.2),
preparando tudo para que a palavra criadora de DEUS desse forma ao mundo. Tanto
o Verbo de DEUS (i.e., a segunda pessoa da Trindade) quanto o ESPÍRITO de DEUS,
foram agentes na criação (ver Jó 26.13; Sl 33.6;). O
ESPÍRITO também é o autor da vida. Quando DEUS criou Adão, foi indubitavelmente
o seu ESPÍRITO quem soprou no homem o fôlego da vida (Gn 2.7; cf. Jó 27.3). O
ESPÍRITO SANTO continua a dar vida às criaturas de DEUS (Jó 33.4; Sl 104.30).
2- O ESPÍRITO estava ativo na comunicação da mensagem de DEUS ao
seu povo. Era o ESPÍRITO, por exemplo, quem instruía os israelitas no
deserto (Ne 9.20). Quando
os salmistas de Israel compunham seus cânticos, faziam-no mediante o ESPÍRITO
do Senhor (2Sm 23.2; cf. At
1.16,20; Hb 3.7-11).
Semelhantemente, os profetas eram inspirados pelo ESPÍRITO de DEUS a declarar
sua palavra ao povo (Nm 11.29; 1Sm 10.5,6,10; 2Cr
20.14; 24.19,20; Ne 9.30; Is 61.1-3; Mq 3.8; Zc 7.12; cf. 2Pe 1.20,21). Ezequiel
ensina que os falsos profetas “seguem o seu próprio ESPÍRITO” ao invés de
andarem segundo o ESPÍRITO de DEUS (Ez 13.2,3). Era
possível, entretanto, o ESPÍRITO de DEUS vir sobre alguém que não tinha um
relacionamento genuíno com DEUS para levá-lo a entregar uma mensagem verdadeira
ao povo (ver Nm 24.2).
3- A liderança do povo de DEUS no AT era fortalecida pelo ESPÍRITO
do Senhor. Moisés, por exemplo, estava em tão estreita harmonia com o ESPÍRITO
de DEUS que compartilhava dos próprios sentimentos de DEUS; sofria quando Ele
sofria, e ficava irado contra o pecado quando Ele se irava (ver Êx 33.11; cf. Êx 32.19). Quando
Moisés escolheu, em obediência à ordem do Senhor, setenta anciãos para ajudá-lo
a liderar os israelitas, DEUS tomou do ESPÍRITO que estava sobre Moisés, e o
colocou sobre eles (Nm 11.16,17;
ver 11.12).. Semelhantemente, quando Josué foi comissionado para que
sucedesse a Moisés como líder, DEUS indicou que “o ESPÍRITO” (i.e., o ESPÍRITO
SANTO) estava nele (Nm 27.18). O mesmo ESPÍRITO
veio sobre Gideão (Jz 6.34), Davi (1Sm 16.13) e
Zorobabel (Zc 4.6). Noutras
palavras, no AT a maior qualificação para a liderança era a presença do
ESPÍRITO de DEUS.
4- O ESPÍRITO de DEUS também vinha sobre indivíduos a fim de
equipá-los para serviços especiais. Um exemplo notável, no AT, era José, a quem
fora outorgado o ESPÍRITO para capacitá-lo a agir de modo eficaz na casa de
Faraó (Gn 41.38-40). Note,
também, Bezalel e Ooliabe, aos quais DEUS concedeu a plenitude do seu ESPÍRITO
para que fizessem o trabalho artístico necessário à construção do Tabernáculo,
e também para ensinarem aos outros (ver Êx 31.1-11; 35.30-35). A
plenitude do ESPÍRITO SANTO, aqui, não é exatamente a mesma coisa que o batismo
no ESPÍRITO SANTO no NT. No AT, o ESPÍRITO SANTO vinha sobre uns poucos
indivíduos selecionados para servirem a DEUS de modo especial, e os revestia de
poder (ver Êx 31.3). O
ESPÍRITO do Senhor veio sobre muitos dos juízes, tais como Otniel (Jz 3.9,10). Gideão
(Jz
5- Jefté (Jz 11.29) e
Sansão (Jz 14.5,6; 15.14-16). Estes
exemplos revelam o princípio divino que ainda perdura: quando DEUS opta por
usar grandemente uma pessoa, o seu ESPÍRITO vem sobre ela.
6- Havia, ainda, uma consciência no AT de que o ESPÍRITO desejava
guiar as pessoas no terreno da retidão. Davi dá testemunho disto em alguns dos
seus salmos (Sl 51.10-13; 143.10). O povo
de DEUS, que seguia o seu próprio caminho ao invés de ouvir a voz de DEUS,
recusava-se a seguir o caminho do ESPÍRITO (ver Gn 16.2). Os que
deixam de viver pelo ESPÍRITO de DEUS experimentam, inevitavelmente, alguma
forma de castigo divino (ver Nm 14.29; Dt 1.26).
7- Note que, nos tempos do AT, o ESPÍRITO SANTO vinha apenas sobre
umas poucas pessoas, enchendo-as a fim de lhes dar poder para o serviço ou a
profecia. Não houve nenhum derramamento geral do ESPÍRITO SANTO sobre Israel. O
derramamento do ESPÍRITO SANTO de forma mais ampla (cf. _ 2.28,29; At
2.4,16-18) começou no grande dia de Pentecoste.
A PROMESSA DO PLENO PODER DO ESPÍRITO SANTO.
O AT antegozava a era vindoura do ESPÍRITO, i.e., a era do NT. (1)
Em várias ocasiões, os profetas falaram a respeito do papel que o ESPÍRITO
desempenharia na vida do Messias. Isaías, em especial, caracterizou o Rei
vindouro, o Servo do Senhor, como uma pessoa sobre quem o ESPÍRITO de DEUS
repousaria de modo especial (ver Is 11.1-4; 42.1; 61.1-3). Quando
JESUS leu as palavras de Isaías 61, em
Nazaré, cidade onde morava, terminou dizendo: “Hoje, se cumpriu esta Escritura
em vossos ouvidos” (Lc 4.21).
Outras profecias do AT anteviam o período do derramamento geral do
ESPÍRITO SANTO sobre a totalidade do povo de DEUS. Entre esses textos, o de
maior destaque é 2.28,29, citado por Pedro no dia de Pentecoste (At 2.17,18).
Mas a mesma mensagem também se acha em Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21; Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29. DEUS
prometeu que, quando a vida e o poder do seu ESPÍRITO viessem sobre o seu povo,
os seus seriam capacitados a profetizar, ver visões, ter sonhos proféticos,
viver uma vida em santidade e retidão, e a testemunhar com grande poder. Por
conseguinte, os profetas do AT previram a era messiânica. E, a respeito dela,
profetizaram que o derramamento e a plenitude do ESPÍRITO SANTO viriam sobre
toda a humanidade. E foi o que aconteceu no domingo do Pentecoste (dez dias
depois de JESUS ter subido ao céu), com uma subsequente gigantesca colheita de
almas (cf. 2.28,32;Atos 2.41; 4.4; 13,44,48,49).
A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO (Estudos Doutrinários da Bíblia de
Estudo Pentecostal - CPAD)
A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
At 5.3,4 “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO e retivesses parte
do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em
teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a DEUS.”
É essencial que os crentes reconheçam a importância do ESPÍRITO
SANTO no plano divino da redenção. Sem a presença do ESPÍRITO SANTO neste
mundo, não haveria a criação, o universo, nem a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o
ESPÍRITO SANTO, não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o NT
(Jo 14.26, 1Co 2.10) e nenhum
poder para proclamar o evangelho (1.8). Sem o ESPÍRITO SANTO, não haveria fé,
nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo. Este estudo
examina alguns dos ensinamentos básicos a respeito do ESPÍRITO SANTO.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO.
Através da Bíblia, o ESPÍRITO SANTO é revelado como Pessoa, com
sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é
uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O ESPÍRITO SANTO não é mera
influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27),
sente (Rm 15.30),
determina (1Co 12.11) e
tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para
levar os crentes à íntima presença e comunhão com JESUS (Jo 14.16-18,26;). À luz
destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo DEUS vivo
e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação
(ver Mc 1.11,).
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO. (1) A revelação do ESPÍRITO SANTO no AT.
Para uma exposição da operação do ESPÍRITO SANTO no AT. (2) A revelação do
ESPÍRITO SANTO no NT. (a) O ESPÍRITO SANTO é o agente da salvação. Nisto Ele
convence-nos do pecado (Jo 16.7,8),
revela-nos a verdade a respeito de JESUS (Jo 14.16,26), realiza
o novo nascimento (Jo 3.3-6), e
faz-nos membros do corpo de CRISTO (1Co
1- Na conversão, nós, crendo em CRISTO, recebemos o ESPÍRITO SANTO
(Jo 3.3-6; 20.22) e nos
tornamos coparticipantes da natureza divina (2Pe 1.4;). (b) O
ESPÍRITO SANTO é o agente da nossa santificação. Na conversão, o ESPÍRITO passa
a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note
algumas das coisas que o ESPÍRITO SANTO faz, ao habitar em nós. Ele nos
santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos
da escravidão ao pecado (Rm 8.2-4; Gl 5.16,17; 2Ts 2.13). Ele
testifica que somos filhos de DEUS (Rm 8.16),
ajuda-nos na adoração a DEUS (At 10.45,46; Rm 8.26,27) e na
nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a DEUS (Rm
8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de CRISTO,
que O glorificam (Gl 5.22,23; 1Pe
2- Ele é o nosso mestre divino, que nos guia em toda a
verdade (Jo 16.13; 14.26; 1Co 2.10-16) e também
nos revela JESUS e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.14).
Continuamente, Ele nos comunica o amor de DEUS (Rm 5.5) e nos
alegra, consola e ajuda (Jo 14.16; 1Ts 1.6). (c) O
ESPÍRITO SANTO é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os
crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta
obra do ESPÍRITO SANTO relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do
ESPÍRITO. Quando somos batizados no ESPÍRITO, recebemos poder para testemunhar
de CRISTO e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (1.8).
Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre CRISTO (Jo 1.32,33) e sobre
os discípulos (2.4; ver 1.5), e que nos capacita a proclamar a Palavra de
DEUS (1.8; 4.31) e a operar milagres
(2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de DEUS é que
todos os cristãos atuais recebam o batismo no ESPÍRITO SANTO (2.39). Para
realizar o trabalho do Senhor, o ESPÍRITO SANTO outorga dons espirituais aos
fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de CRISTO (1Co
12—14). Estes dons são uma manifestação do ESPÍRITO através dos santos, visando
ao bem de todos (1Co 12.7-11). (d) O
ESPÍRITO SANTO é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo
único de CRISTO, que é sua igreja (1Co 12.13) e que
permanece nela (1Co 3.16),
edificando-a (Ef 2.22), e nela
inspirando a adoração a DEUS (Fp 3.3),
dirigindo a sua missão (13.2,4), escolhendo seus obreiros (20.28) e
concedendo-lhe dons (1Co 12.4-11),
escolhendo seus pregadores (2.4; 1Co 2.4),
resguardando o evangelho contra os erros (2Tm 1.14) e
efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1Co 3.16; 1Pe 1.2).
3- As diversas operações do ESPÍRITO são complementares entre si,
e não contraditórias. Ao mesmo tempo, essas atividades do ESPÍRITO SANTO formam
um todo, não havendo plena separação entre elas. Alguém não pode ter (a) a nova
vida total em CRISTO, (b) um SANTO viver, (c) o poder para testemunhar do
Senhor ou (d) a comunhão no seu corpo, sem exercitar estas quatro coisas. Por
exemplo: uma pessoa não pode conservar o batismo no ESPÍRITO SANTO se não vive
uma vida de retidão, produzida pelo mesmo ESPÍRITO, que também quer conduzir
esta mesma pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência às
mesmas.
O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO (Estudos doutrinários da Bíblia de
Estudo Pentecostal)
O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
At 1.5 “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós
sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO, não muito depois destes dias.”
Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no
ESPÍRITO SANTO (ver 14 nota sobre “batismo no”, ao invés de “batismo
com”, o ESPÍRITO SANTO). A respeito do batismo no ESPÍRITO SANTO, a Palavra de
DEUS ensina o seguinte:
1- O batismo no ESPÍRITO é para todos que professam sua fé em
CRISTO; que nasceram de novo, e, assim, receberam o ESPÍRITO SANTO para neles
habitar.
2- Um dos alvos principais de CRISTO na sua missão terrena foi
batizar seu povo no ESPÍRITO (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele
ordenou aos discípulos não começarem a testemunhar até que fossem batizados no
ESPÍRITO SANTO e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At
1.4.5.8).
3- O batismo no ESPÍRITO SANTO é uma obra distinta e à parte da
regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do
ESPÍRITO é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo
ESPÍRITO, assim também o batismo no ESPÍRITO complementa a obra regeneradora e
santificadora do ESPÍRITO. No mesmo dia em que JESUS ressuscitou, Ele assoprou
sobre seus discípulos e disse: “Recebei o ESPÍRITO SANTO” (Jo 20.22),
indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas.
Depois, Ele lhes disse que também deviam ser “revestidos de poder” pelo
ESPÍRITO SANTO (Lc 24.49;
cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subsequente à
regeneração (ver 11.17; 19.6).
4- Ser batizado no ESPÍRITO significa experimentar a plenitude do
ESPÍRITO, (cf. 15; 2.4). Este batismo teria lugar somente a partir do
dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do ESPÍRITO SANTO antes do dia
de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas
não emprega a expressão “batizados no ESPÍRITO SANTO”. Este evento só ocorreria
depois da ascensão de CRISTO (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).
5- O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal
inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO (2.4; 10.45,46; 19.6).
6- O batismo no ESPÍRITO SANTO outorgará ao crente ousadia e poder
celestial para este realizar grandes obras em nome de CRISTO e ter eficácia no
seu testemunho e pregação
(cf. 18; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse
poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do ESPÍRITO
SANTO, na qual a presença, a glória e a operação de JESUS estão presentes com
seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
7- Outros resultados do genuíno batismo no ESPÍRITO SANTO são: (a)
mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); (b)
maior sensibilidade contra o pecado que entristece o
ESPÍRITO SANTO, uma maior busca da retidão e uma percepção mais
profunda do juízo divino contra a impiedade (ver Jo 16.8; At
1.8); (c) uma vida que glorifica a JESUS CRISTO (Jo 16.13,14; At3.3;
(d) visões da parte do ESPÍRITO (2.17); (e) manifestação dos
vários dons do ESPÍRITO SANTO (1Co 12.4-10); (f)
maior desejo de orar e interceder (2.41,42;
3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); (g)
maior amor à Palavra de DEUS e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At
2.42) e (h) uma convicção cada vez maior de DEUS como nosso Pai (At
1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).
1- A Palavra de DEUS cita várias condições prévias para o
batismo no ESPÍRITO SANTO. (a) Devemos aceitar pela fé a JESUS CRISTO como
Senhor e Salvador e apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17).
Isto importa em submeter a DEUS a nossa vontade (“àqueles que lhe obedecem”,
2- Devemos abandonar tudo o que ofende a DEUS, para então
podermos ser “vaso para honra, santificado e idôneo para o uso do Senhor” (2Tm 2.21). (b) É
preciso querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no
ESPÍRITO SANTO (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33). c)Muitos
recebem o batismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At
1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). (d) Devemos esperar convictos que DEUS
nos batizará no ESPÍRITO SANTO (Mc 11.24; At
1.4,5).
1- O batismo no ESPÍRITO SANTO permanece na vida do crente
mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31, 33), a adoração no ESPÍRITO (Ef 5.18,19) e uma
vida santificada (ver Ef 5.18 notas).
Por mais poderosa que seja a experiência inicial do batismo no ESPÍRITO SANTO
sobre o crente, se ela não for expressa numa vida de oração, de testemunho e de
santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.
2- O batismo no ESPÍRITO SANTO ocorre uma só vez na vida do crente
e move-o à consagração à obra de DEUS, para, assim, testemunhar com poder e
retidão. A Bíblia fala de renovações posteriores ao batismo inicial do ESPÍRITO
SANTO (ver 4.31; cf. 2.4; 4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O
batismo no ESPÍRITO, portanto, conduz o crente a um relacionamento com o
ESPÍRITO, que deve ser renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).
O ESPÍRITO SANTO - Mark D. McLean (TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M.
HORTON) - CAPÍTULO ONZE - O ESPÍRITO SANTO - Mark D. McLean
A tarefa dada à Igreja do século XX é pregar a totalidade do
Evangelho. O que necessitamos não é um evangelho diferente, mas a plenitude do
Evangelho conforme registrado no Novo Testamento. Destacamos este fato, porque
o ESPÍRITO SANTO tem sido negligenciado no decurso dos séculos. Temos a tarefa
de entender de novo a Pessoa e a obra do ESPÍRITO SANTO, conforme reveladas na
Bíblia e experimentadas na vida da Igreja hoje. A mensagem do Evangelho pleno
proclama a centralidade da obra do ESPÍRITO SANTO como o Agente ativo da
Trindade na revelação que DEUS fez de si mesmo à sua criação. A mensagem do
Evangelho pleno diz que DEUS hoje continua a falar e a agir, como nos tempos do
Antigo e do Novo Testamento.
A mensagem do Evangelho pleno é mais que uma simples declaração de
que o falar em outras línguas e os demais dons alistados na Bíblia estão à
disposição do crente de hoje. No decurso da história da Igreja, tem havido
surtos de fenômenos pentecostais. Muitos destes iniciaram dentro da Igreja como
os movimentos de reforma e de santidade. Esses movimentos ficavam de fora da
vida eclesiástica, porque não tinham acesso às Escrituras. As Bíblias custavam
muito caro, e eram literalmente acorrentadas aos púlpitos das igrejas.
Imaginava-se que somente os clérigos tinham o preparo e o acesso às verdades
espirituais, que lhes capacitaria o estudo das Sagradas Escrituras. Sem acesso
às Escrituras, as pessoas não demoravam a fazer confusão entre suas próprias
emoções e a operação do ESPÍRITO SANTO dentro delas. Sem a Bíblia para formar
os muros ao longo do caminho único e, apertado que leva ao Céu, tais grupos não
demoravam a se desviar do caminho. 1
Uma das razões da longa duração e do sucesso do movimento
pentecostal do século XX é o livre acesso à Bíblia, nossa regra infalível de fé
e conduta. Reconhecemos que nossas interpretações da Bíblia são por demais e
frequentemente falíveis, mesmo quando feitas com muito cuidado e oração. No
entanto, sem as Escrituras como nosso guia canónico quanto à natureza e
propósitos de DEUS, facilmente perderíamos o caminho. 2
A tarefa de proclamar a mensagem do Evangelho pleno não é fácil.
Vivemos num mundo em que secularistas e acadêmicos teologicamente liberais de
algumas das mais prestigiadas universidades têm proclamado que a crença bíblica
tradicional num DEUS pessoal é uma ameaça à continuidade da espécie humana.
Argumentam que não existe nenhum DEUS ativamente envolvido com a redenção do
mundo ou dos indivíduos. Os secularistas exigem a abolição da totalidade da
religião. Os teólogos liberais pedem que sejam desmontados os elementos
tradicionais da fé judaico-cristã: a Bíblia, DEUS e JESUS CRISTO. Pretendem
substituí-los ou redefini-los à luz da sua crença, segundo a qual ninguém
poderá nos salvar de nós mesmos. Dizem que a continuidade da espécie humana
está exclusivamente nas mãos dos seres humanos. 3
Um dos resultados dessa cosmovisão teológica aparece no texto
de Gênesis 1.2. A The
News English Bible traduz o versículo como "um vento poderoso que varria a
superfície das águas". A nota de rodapé diz que outros o interpretam como
"o ESPÍRITO de DEUS". Os tradutores, tendo resolvido que o Antigo
Testamento não contém o mínimo vestígio do ESPÍRITO SANTO como agente na
criação, conforme se acha no Novo Testamento, simplesmente mudaram
"ESPÍRITO" para "vento", e "DEUS" para
"forte". Não encontro nenhum texto paralelo às Escrituras canónicas
que justifique semelhante tradução. 4
A tarefa tem-se complicado ainda mais pelos mal-entendidos a
respeito da obra e da Pessoa do ESPÍRITO SANTO que têm circulado (consciente ou
inconscientemente) na Igreja em geral. Trata-se, entre outras coisas, de
conceitos errôneos do papel do ESPÍRITO SANTO no Antigo Testamento, do
relacionamento dos crentes com Ele antes e depois da conversão e do batismo no
ESPÍRITO SANTO. O capítulo sobre a Trindade trata da questão do posicionamento
do ESPÍRITO SANTO na Deidade. Muito mais do que isso não pode ser dito. DEUS se
tem revelado como uma Trindade. Há um só DEUS, porém três Pessoas - um só DEUS,
e não três; nem um só DEUS com perturbações do tipo múltipla personalidade.
Para compreendermos a doutrina da Trindade, precisamos aceitar o fato de sermos
forçados, mediante a autorrevelação de DEUS na Bíblia, a desconsiderar as leis
comuns da lógica. 5 A doutrina da Trindade proclama que DEUS é um só,
porém três; Ele é três, porém um só. Isso não significa que o Cristianismo
tenha abandonado a lógica e o raciocínio. Pelo contrário, aceitamos o fato de
que a doutrina da Trindade se refere a um Ser infinito que está além da
compreensão de suas criaturas finitas.
E assim, voltamos à função do ESPÍRITO SANTO como agente ativo da
Deidade na criação. Sem a atividade contínua de DEUS, mediante o ESPÍRITO
SANTO, seria impossível conhecermos a DEUS. Embora muitos teólogos tenham
procurado descrever os atributos - ou propósitos - com base na teologia natural
ou teologia escolástica,6 não têm conseguido descrevê-los corretamente. A
única maneira de se conhecer uma pessoa, inclusive o próprio DEUS, é saber o
que ela tem dito e feito. A Bíblia nos conta o que DEUS tem dito e feito. E a
obra contínua do ESPÍRITO SANTO nos revela o que Ele continua a dizer e fazer
hoje.
O ESPÍRITO SANTO nas Escrituras
Títulos do ESPÍRITO SANTO
Para muitas pessoas de nossa sociedade, os nomes pessoais não têm
a mesma relevância que os da literatura bíblica. Os pais dão nomes às crianças
sem pensar no significado, simplesmente copiando dos parentes, amigos ou
personagens públicas. Um casal pode dar o nome de Miguel a um filho, sem o
mínimo conhecimento do significado original do nome ("Quem é como
DEUS?").7 Os pais que têm um tio muito querido, chamado Samuel
("Seu nome é DEUS"), talvez deem o mesmo nome a um filho. Para um
israelita, o nome Samuel proclamava que o portador do nome era um adorador de
DEUS.
Os nomes e títulos do ESPÍRITO SANTO nos revelam muita coisa a
respeito de quem é DEUS o ESPÍRITO SANTO.8 Embora o nome "ESPÍRITO
SANTO" não ocorra no Antigo Testamento,9 vários títulos equivalentes
são usados. O problema teológico da personalidade do ESPÍRITO SANTO gira em
torno da revelação e compreensão progressivas, bem como da maneira de o leitor
abordar a natureza da Bíblia. O ESPÍRITO SANTO, como membro da Trindade,
conforme revela o Novo Testamento, não aparece na Bíblia hebraica. Mesmo assim,
o fato de a doutrina do ESPÍRITO SANTO não estar plenamente revelada na Bíblia
hebraica não altera a realidade da existência e obra do ESPÍRITO SANTO nos
tempos do Antigo Testamento. A Terra nunca foi o centro físico do Universo. Mas
antes de terem as observações da criação divina - feitas por Copérnico, Galileu
e outros - comprovado o contrário, tanto os teólogos quanto os cientistas dos
tempos passados acreditavam que a Terra era o centro do Universo. 10
Conforme já foi observado, ainda não houve uma revelação da parte
de DEUS, quer na Bíblia, quer na criação, que abrangesse a totalidade de tudo
quanto DEUS está dizendo ou fazendo. O modo de entender o Servo sofredor,
depois da ressurreição, conforme sintetiza a explicação que Filipe fez de Isaías 53.7,8 ao
eunuco etíope (At 8.26-40), não era uma revelação nova, mas um modo mais exato
de compreender uma revelação antiga. 11
O título mais frequente no Antigo Testamento é "o ESPÍRITO de
Yaweh" (heb. ruach YHWH [Yahweh]), ou, conforme consta nas Bíblias em
português, "o ESPÍRITO do Senhor". Considerando o ataque que os
críticos modernos fazem à presença do ESPÍRITO SANTO no Antigo Testamento,
talvez devamos usar o nome pessoal de DEUS, "Yahweh", ao invés do
título "Senhor" (que os Judeus dos tempos posteriores ao Antigo
Testamento substituíram pelo nome). O que nos interessa aqui é um dos
significados de Yahweh: "aquele que cria, ou faz
existir".12 Cada emprego do nome Yahweh é uma declaração a respeito
da criação. O "Senhor dos Exércitos" é melhor traduzido como
"aquele que cria as hostes"-tanto as hostes celestiais (as estrelas e
os anjos, de acordo com o contexto) quanto as hostes do povo de DEUS. O
ESPÍRITO de Yahweh estava ativo na criação, conforme revela Gênesis 1.2, com
referência ao "ESPÍRITO de DEUS" (heb. ruach 'elohim).
Uma preciosa série de títulos do ESPÍRITO SANTO encontra-se em
João 14-16. Em 14.16 JESUS promete enviar outro Consolador
("Ajudador" ou "Conselheiro").13 A obra do ESPÍRITO
SANTO como Conselheiro inclui o papel de ESPÍRITO da Verdade, que habita dentro
de nós (Jo 14.16; 15.26), como
aquEle que ensina todas as coisas, como aquEle que nos faz lembrar tudo quanto
CRISTO tem dito (14.26), como aquEle que dará testemunho de CRISTO (15.26) e
como aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8).
Vários títulos do ESPÍRITO SANTO podem ser encontrados nas
Epístolas: "o ESPÍRITO de santificação" (Rm 1.4); "o
ESPÍRITO de vida" (Rm 8.2); "o
ESPÍRITO de adoção de filhos" (Rm 8.15); o
"ESPÍRITO SANTO da promessa" (Ef 1.13); "o
ESPÍRITO eterno" (Hb 9.14); "o
ESPÍRITO da graça" (Hb 10.29); e
"o ESPÍRITO da glória" (1 Pe 4.14).
Símbolos do ESPÍRITO SANTO
Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas, tais
como a terceira Pessoa da Trindade. Os símbolos do ESPÍRITO SANTO também são
arquétipos. Em literatura, arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a
várias culturas e épocas. Em todos os lugares, o vento representa forças
poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e
refrigério sustentador da vida a todos os que têm sede, física ou espiritual; o
fogo representa uma força purificadora (como na purificação de minérios) ou
destruidora (frequentemente citada no juízo). Tais símbolos representam
realidades intangíveis, porém genuínas. 14
Vento. A palavra hebraica ruach tem amplo alcance semântico. Pode
significar "sopro", "ESPÍRITO" ou "vento". E
empregada em paralelo com nephesh. O significado básico de nephesh é "ser
vivente", ou seja, tudo que tem fôlego. A partir daí, seu alcance
semântico desenvolve-se ao ponto de referir-se a quase todos os aspectos
emocionais e espirituais do ser humano vivente. Ruach adota parte do alcance
semântico de nephesh. Por isso, em Ezequiel 37.5-10, achamos
ruach traduzido como "ESPÍRITO", ao passo que, em 37.14, Yahweh explica
que porá em Israel o seu ESPÍRITO.
A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao
de ruach. O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do ESPÍRITO SANTO,
conforme revela João 3.8. Podemos
ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto. Atos 2.2 emprega
poderosamente o vento como figura de linguagem, para descrever a vinda do
ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste.
Agua. A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da
vida. JESUS prometeu rios de água viva, "e isso disse ele do
ESPÍRITO" (Jo 7.39). O fôlego
e a água, tão vitais na hierarquia das necessidades físicas humanas, são
igual-z mente vitais no âmbito do ESPÍRITO. Sem o fôlego vivificante e as águas
vivas do ESPÍRITO SANTO, nossa vida espiritual não demoraria a murchar e a
ficar sufocada. A pessoa que se deleita na Lei (heb. torah -
"instrução") de Yahweh e nela medita de dia e de noite é "como a
árvore plantada junta a ribeiros de águas... cujas folhas não caem" (SI 1.3). O
ESPÍRITO da Verdade flui da Palavra como águas vivas, que sustentam e
refrigeram o crente e o revestem de poder.
Fogo. O aspecto purificador do fogo é refletido claramente
em Atos 2. Ao passo
que uma brasa tirada do altar purifica os lábios de Isaías (6.6,7), no dia de
Pentecoste são "línguas de fogo" que marcam a vinda do ESPÍRITO (At
2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no ESPÍRITO
SANTO. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no
pronunciamento - ou profecia - de João Batista: "Ele vos batizará com o
ESPÍRITO SANTO e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e
recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se
apagará" (Mt 3.11,12; ver
também Lc 3.16,17).
As palavras de João Batista aplicam-se mais diretamente à
separação entre o povo de DEUS e os que têm rejeitado a Ele e ao Messias. Os
que o rejeitaram serão condenados ao fogo do juízo.15 Por outro lado, o
fogo ardente e purificador do ESPÍRITO da Santidade também opera no crente (1
Ts 5.19).
Óleo. Pedro, em seu sermão diante de Cornélio, declara: "DEUS
ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e com virtude" (At 10.38).
Citando Isaías 61.1,2, JESUS
proclama: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres" (Lc 4.18). Desde os
primórdios, o azeite é usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh,
e depois, os reis e os profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do
crente para o serviço no reino de DEUS. Em 1 João, os crentes são advertidos a
respeito dos anticristos:
E vós tendes a unção do SANTO e sabeis tudo... E a unção que vós
recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine;
mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é
mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis (1 Jo 2.20,27).
Receber a unção do ESPÍRITO da Verdade, que faz brotar rios de
águas vivas no mais íntimo do nosso ser, reveste-nos de poder para servir a
DEUS. Na simbologia do ESPÍRITO SANTO, a água e o óleo (azeite da unção)
realmente se misturam!
Pomba. O ESPÍRITO SANTO desceu sobre JESUS na forma de uma pomba,
segundo o relato dos quatro evangelhos.16 A pomba é arquétipo da mansidão
e da paz. O ESPÍRITO SANTO habita em nós. Ele não toma posse de nós, mas nos
liga a si mesmo com amor, em contraste às correntes dos hábitos pecaminosos.
Ele é manso e, nas tempestades da vida, produz paz. Mesmo ao lidar com os
pecadores, Ele é suave, conforme se vê quando conclama a humanidade à vida, no
belo porém tristonho apelo que se encontra em Ezequiel 18.30-32:
"Vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniquidade
não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que
transgredistes e criai em vós um coração novo e um ESPÍRITO novo; pois por que
razão morreríeis...? Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor
Jeová; convertei-vos, pois, e vivei".
Os títulos e símbolos do ESPÍRITO SANTO são chaves para o
entendimento de sua obra em nosso favor. Vamos usá-los como palavras chaves no
estudo da obra do ESPÍRITO SANTO.
A Obra do ESPÍRITO
Há vários conceitos errôneos a respeito da obra do ESPÍRITO SANTO.
Alguns deles têm-se arraigado à religião popular e às doutrinas populares da
Igreja em geral. A religião popular é a maneira de vivermos a nossa vida diária
em CRISTO. E uma mistura de elementos normativos e não-normativos. Os elementos
normativos são as doutrinas bíblicas corretas a respeito daquilo que devemos
crer e praticar. Os elementos não-normativos são modos errôneos de entender
doutrinas bíblicas, bem como os elementos não-bíblicos que se vêm infiltrando
na ambiente cultural onde vive o cristão.
Ninguém compreende plenamente o DEUS infinito ou seu infinito
Universo, nem conhece ou entende com perfeição cada palavra da Bíblia.
Continuamos todos discípulos (literalmente: "aprendizes"). Como
criaturas finitas, não devemos ter dificuldades para reconhecer que é rematada
loucura alegar que compreendemos totalmente o DEUS infinito. DEUS ainda está
trabalhando na Igreja e em cada indivíduo, para nos transformar segundo a
imagem de CRISTO. A doutrina da santificação progressiva trata diretamente
dessa questão.17 Os cristãos precisam evitar o desânimo e aceitar com
alegria o desafio de conhecer e experimentar a DEUS mais plenamente todos os
dias.
Antes do Dia de Pentecostes
"Tiremos totalmente de nossa mente a impressão de que o
ESPÍRITO SANTO não entrou no mundo antes do dia de Pentecoste".18 Considere
a profecia de Joel em 2.28,2919 e a sua citação por Pedro, em Atos 2.17,18.
E há de ser que, depois, derramarei o meu ESPÍRITO sobre toda a
carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão
sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as
servas, naqueles dias, derramarei o meu ESPÍRITO.
E nos últimos dias acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos; e também do meu ESPÍRITO derramarei sobre os meus servos e minhas
servas, naqueles dias, e profetizarão.
Note que a promessa não é de uma mudança de atividade do ESPÍRITO
de DEUS, ou na qualidade desta. E profetizada a mudança na quantidade e no
escopo da atividade. A natureza radical da promessa é vista claramente na
inclusão de filhas e de escravos e escravas. Uma coisa é Yahweh derramar o seu
ESPÍRITO sobre os filhos, jovens e velhos, cidadãos livres de Israel. Mas é
coisa bem diferente se Ele o derrama sobre pessoas consideradas meros bens de
família. Em Joel, vemos uma das primeiras declarações diretas do princípio que
Paulo posteriormente expressou: "Nisto não há judeu nem grego; não há
servo nem livre; não há macho nem fêmea" (G1 3.28).
A fé antiga de Israel era inclusivista. Mas Êxodo 12.43-45 deixa
claro que nenhum estrangeiro deveria comer a Páscoa. O que deveria fazer o
chefe de um lar se seu escravo, estrangeiro da nascença, quisesse celebrar a
Páscoa? O escravo tinha de ser circuncidado. Os trabalhadores temporários
incircuncisos ou os estrangeiros residentes na casa não podiam participar da
celebração, a não ser que também se submetessem à circuncisão: "Porém, se
algum estrangeiro se hospedar contigo e quiser celebrar a Páscoa ao Senhor,
seja-lhe circuncidado todo macho, e, então, chegará a celebrá-la, e será como o
natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela. Uma mesma lei haja para
o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós" (Êx 12.48,49).
Dois exemplos proeminentes são Urias, o heteu, e Doegue, o edomita
(2 Sm 11.1-26; 21.7).20 Esses
homens, com suas famílias, haviam-se tornado parte da aliança e dos Filhos de
Israel, embora esteja claramente registrada a sua linhagem não-israelita. A
circuncisão e a obediência à Lei eram sinais de que aceitavam Yahweh como seu
DEUS e da aceitação deles por Yahweh. Mesmo assim, DEUS deixa claro que a
circuncisão exterior deve ser acompanhada pela circuncisão do coração (Dt 10.16; 30.6; cf. Jr 9.26). Deuteronômio 29.18-22 adverte
que, se alguém resolvesse abusar da aliança para mascarar sua maldade, o
indivíduo e a comunidade sofreriam como resultado do desacato à aliança com
Yahweh. A derrota diante de Ai e a destruição subsequente de Acã e sua família
são um testemunho vívido desse fato (Js 7.1-26).
Desde os primeiros capítulos de Gênesis até ao fim do Novo
Testamento, nota-se que DEUS deseja um relacionamento pessoal com cada
indivíduo, e não apenas com a comunidade da aliança. O encontro que Samuel teve
com DEUS em 1 Samuel 3.1-21 indica
que as diferenças entre ser criado na igreja e ser nascido de novo são tão
nítidas no período do Antigo Testamento quanto nos dias de hoje.21 Samuel
"ministrava perante o Senhor", "crescia diante do Senhor"
[e] "fazia-se agradável, assim para com o Senhor como também para com os
homens". Mesmo assim, "Samuel ainda não conhecia o Senhor; e ainda
não lhe tinha sido manifestada a palavra do Senhor" (1 Sm 2.18,21,26; 3.7).
A palavra hebraica que representa "saber" é yadda, e
frequentemente significa conhecer pela experiência, por contraste com o saber
fatos históricos. Revelar Yahweh mediante a experiência pessoal era a obra do
ESPÍRITO SANTO na vida dos santos do Antigo Testamento, bem como na vida dos do
Novo Testamento. Conforme Hebreus 11 deixa
claro, todo aquele que já foi salvo, foi salvo pela fé, quer olhando para
promessas futuras, ainda não vistas, quer olhando para trás, para a
ressurreição de JESUS. 22
Nota-se uma distinção importante. No período do Novo Testamento,
DEUS deixa claro que a circuncisão exterior já não era necessária como sinal de
inclusão na Igreja. O relato de Cornélio e Pedro, em Atos 10, ilustra o
cumprimento da profecia de Joel e a obra do ESPÍRITO SANTO. A chegada dos
mensageiros da parte de Cornélio serviu de confirmação a Pedro, bem como à sua
visão. Para a igreja de Jerusalém, no entanto, a confirmação não era adequada.
A família de Cornélio era reconhecida como "piedosa e temente a DEUS"
(At 10.2). Mesmo assim, Pedro se sente obrigado a dizer: "Vós bem sabeis
que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros"
(At 10.28). Embora essa fosse uma interpretação errônea da Lei, fazia parte da
doutrina popular da Igreja, predominantemente judaica e segundo a qual a visão
de Pedro estava para ser examinada.
DEUS agiu na história ao derramar o ESPÍRITO SANTO sobre a família
de Cornélio. Antes de Pedro poder perguntar a Cornélio: "Você crê neste
evangelho?", o ESPÍRITO SANTO respondeu à pergunta com um derramamento
dEle mesmo. Muitos membros da Igreja teriam recusado batizar aquela família nas
águas, antes de terem sido circuncidados Cornélio e todos os do sexo masculino;
mas o ESPÍRITO SANTO agiu de modo diferente.
Os crentes circuncidados que foram com Pedro a fim de testar a
visão, ficaram atônitos ao ver o derramamento do ESPÍRITO SANTO sobre uma
família gentia. Tiveram, no entanto, bom senso suficiente para aceitar a obra
do ESPÍRITO SANTO como o único sinal apropriado à inclusão na Igreja. Esta obra
do ESPÍRITO SANTO inclui a sua presença, habitando no crente a partir do
momento da salvação, e o subsequente batismo no ESPÍRITO SANTO. 23
A profecia de Joel ataca outro conceito que prevalecia no Israel
antigo. O comportamento dinâmico associado com os profetas genuínos de Yahweh
era um dos sinais do cargo profético. Esse comportamento às vezes é chamado
extático, embora totalmente diferente do êxtase dos profetas pagãos, que
produziam em si mesmos um frenesi que excluía a razão e o
autocontrole. 24 Os profetas genuínos eram revestidos do poder do
ESPÍRITO SANTO e subiam até os pináculos da alegria na presença de DEUS, ou
talvez da profunda preocupação com os perdidos. Essas profundas experiências
emocionais levavam às vezes a risos, cânticos, choro, prostração ou dança no
ESPÍRITO. 25
No Antigo Testamento, esse comportamento dinâmico é visto como
resultado da presença do ESPÍRITO de DEUS repousando sobre a pessoa (Nm 11.26) ou vindo
com poder sobre ela (1 Sm 10.6,11; 19.23,24). Esse
tipo de comportamento, embora esperado da parte de um profeta, causava
preocupação quando exibido por alguém que não era profeta. Josué implorou a
Moisés para que este impedisse a Eldade e Medade de profetizar no arraial.
Moisés respondeu: "Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o
Senhor lhes desse o seu ESPÍRITO!" (Nm 11.28,29).
Saul teve duas experiências extáticas. A primeira ocorreu em
Gibeá, quando encontrou-se com o grupo de profetas - o qual Samuel lhe avisara
que ficaria conhecendo - e começou a profetizar com eles. A experiência
espiritual de Saul foi acompanhada por uma mudança, e ele passou a ser uma
pessoa diferente. Os circunstantes, atônitos, perguntavam: "Está também
Saul entre os profetas?" (1 Sm 10.6-12). Agora,
Saul conhecia a DEUS. Seu segundo encontro, em Naiote, foi de tipo diferente.
Resultou da sua resistência ao ESPÍRITO SANTO, de tal modo que tirou suas
vestes reais e ficou deitado durante um dia e uma noite inteiros diante de
Samuel, o que reforçou o ditado: "Está também Saul entre os
profetas?" (19.23,24).
Esse comportamento dos profetas e dos seus grupos de seguidores
não era uma maratona de predição de eventos vindouros. Boa parte das profecias
dinâmicas, frequentemente acompanhadas por música, parece ter consistido em
louvores a Yahweh.
Infelizmente, tal comportamento tinha o seu lado escuro. Os
profetas da cultura religiosa do Oriente Próximo antigo em derredor exibiam
comportamento extático. Chegavam ao ponto de praticar a automutilação, nas
tentativas frenéticas de produzir um êxtase religioso ou de atrair a atenção
dos seus Deuses. Um exemplo desse comportamento, pelos profetas de Baal,
acha-se em 1 Reis 18.28,29. A mesma
palavra hebraica, nava' ("profetizar"), usada para indicar a
atividade dos profetas de Baal (v. 29), é empregada também para os profetas de
Yahweh.26 Naturalmente, esse fato deixava os israelitas confusos.27 Seria
a automutilação um comportamento apropriado aos profetas de Yahweh?
Se dois profetas de Yahweh tinham mensagens diferentes, em qual
deles se deveria acreditar? Sobre quem repousava o ESPÍRITO de DEUS? Devemos
lembrar que os quatrocentos profetas que se opunham a Micaías diante de Acabe
alegavam ser profetas de Yahweh, e não de Baal! (1 Rs 22). O comportamento
extático não era garantia de que o profeta estava com a "palavra do
Senhor". È possível que o profeta estivesse levando uma palavra das suas
próprias ilusões ou a que o auditório queria ouvir. Como resultado, vemos,
em Zacarias 13.2-6, o repúdio
a esses falsos profetas e às suas tentativas de se identificarem como profetas
por meio de vestes distintivas e de comportamento extático, inclusive a
automutilação.
Na profecia de Joel, portanto, vemos uma expansão da atividade do
ESPÍRITO SANTO, e não uma mudança de qualidade. Desde o Éden até hoje, DEUS tem
desejado a comunhão com a humanidade. Não tem fundamento a ideia de que o
ESPÍRITO SANTO era inativo entre os leigos do Antigo Testamento. A atividade do
ESPÍRITO SANTO na vida deles forma um paralelo com o seu envolvimento na vida
dos que Ele tem trazido à salvação dentro da Igreja. O ESPÍRITO transforma o
coração das pessoas e também as torna diferentes. Outro paralelo existe entre a
vinda do ESPÍRITO sobre o indivíduo, revestindo-o de poder para o seu cargo ou
ministério, e a plenitude do ESPÍRITO SANTO na Igreja. Roger Stronstad
demonstra que um dos propósitos da "plenitude do ESPÍRITO SANTO" é
equipar os crentes a cumprir o ministério profético de declarar a vontade e
propósitos de DEUS para a Igreja e para o mundo.28 E possível que isso
envolva um comportamento incomum. Mesmo não sendo assim, receber a plenitude do
ESPÍRITO é um pico de experiência emocional, física e religiosa, visando um
propósito específico. Não se pode, no entanto, viver continuamente, dia após
dia, nesse pináculo. A presença do ESPÍRITO SANTO em nós, a partir do momento
da salvação, visa manter-nos em equilíbrio, dia após dia, momento após momento,
principalmente após a experiência da chegada do ESPÍRITO SANTO "com
poder" sobre nós.
No Movimento Pentecostal
A continuidade da obra do ESPÍRITO SANTO, no decurso da história
do povo de DEUS, foi o enfoque da seção anterior. Embora a atividade tenha
aumentado em número, à medida em que a Igreja cresce, o mesmo ESPÍRITO SANTO
que operava no mundo antes do dia de Pentecoste continua operando hoje. Mesmo
assim, em razão da revelação e da compreensão progressivas, nosso modo de
entender a obra do ESPÍRITO deve ser mais claro. Temos à disposição o cânon
inteiro da Bíblia e dois mil anos de história. Por esta razão, a Igreja de hoje
está em nítida vantagem, até mesmo sobre a Igreja do Novo Testamento.
Durante os primeiros anos do Movimento Pentecostal, tornar-se
pentecostal geralmente significava ser forçado a abandonar a denominação
original e ingressar em alguma das comunidades pentecostais. Ainda hoje alguns
pentecostais expressam consternação quando uma pessoa, tendo sido batizada no
ESPÍRITO SANTO e identificada como crente carismática, ainda continua numa
igreja tradicional, protestante, católica ou ortodoxa. Embora a sã doutrina
seja indispensável ao processo da santificação, o ESPÍRITO SANTO parece estar
mais interessado no que a pessoa tem no coração do que em seu sistema
teológico. De que outra maneira poderíamos explicar o batismo no ESPÍRITO SANTO
desfrutado por pentecostais unitarianos e trinitarianos, sem falar nos que
pertencem à renovação carismática? DEUS lida conosco do jeito que somos e nos
salva e habita em nós e nos batiza. A partir de então, o ESPÍRITO SANTO começa
a transformar-nos à imagem de CRISTO.
Paulo nos revela que, se confessarmos com a nossa boca que JESUS é
Senhor e realmente crermos que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, seremos
salvos. Porque, quando cremos no coração, somos justificados. E, quando
confessamos que DEUS ressuscitou JESUS dentre os mortos, somos salvos (Rm 10.9,10). Paulo
nos garante que ninguém pode dizer: "JESUS é Senhor", a não ser pelo
ESPÍRITO SANTO (1 Co 12.3). Paulo
não está afirmando ser impossível aos hipócritas ou falsos mestres falarem, da
boca para fora, as palavras "JESUS é Senhor". Mas dizer que JESUS é
verdadeiramente Senhor (que envolve o compromisso de segui-lo e de cumprir sua
vontade, ao invés de a nossos próprios planos e desejos) exige a presença do
ESPÍRITO SANTO dentro de nós e o coração e ESPÍRITO novos, conforme conclama Ezequiel 18.31. Nosso
próprio ser confessa que JESUS é Senhor à medida que o ESPÍRITO SANTO começa a
transformar-nos segundo a imagem de DEUS. A transformação interior é sinal para
o indivíduo de que ele é membro do corpo de CRISTO. A manifestação exterior da
transformação, embora varie de pessoa para pessoa, é um sinal para a Igreja.
Um problema relacionado à atividade do ESPÍRITO SANTO como sinal
da inclusão no corpo de CRISTO tem crescido entre membros da terceira e quarta
gerações de jovens no Movimento Pentecostal tradicional. Nas igrejas
pentecostais, as posições de liderança estão reservadas àqueles que podem
testificar que foram batizados no ESPÍRITO SANTO com a evidência física inicial
de falar em línguas. Este conceito é bíblico (At 6.3,5) e uma ênfase importante
do Movimento Pentecostal.29 Mesmo assim, provoca graves efeitos colaterais
para alguns que sabem que são salvos. Experimentam o contínuo poder do ESPÍRITO
SANTO transformando sua vida, mas se sentem como cidadãos de segunda classe.
Para eles, o batismo no ESPÍRITO SANTO torna-se uma necessidade social, ao
invés de desejo por um relacionamento espiritual mais profundo, que é
inaugurado com o batismo no ESPÍRITO SANTO. 30
Daí a necessidade de se ressaltar que a atividade do ESPÍRITO
SANTO nos crentes, quer no momento da salvação, quer na ocasião do batismo no
ESPÍRITO SANTO, é muito mais um sinal para o indivíduo que para a congregação.
Muitas pessoas são salvas durante a oração individual, quando estão a sós.
Assim também aqueles batizados no ESPÍRITO num lugar particular de oração.
Mesmo se formos salvos e batizados no ESPÍRITO durante uma reunião pública,
quantos dos presentes irão lembrar do que nos aconteceu depois de algumas
semanas, meses ou anos? Se mudarmos para um endereço onde ninguém nos conhece,
os crentes ali não terão testemunhado o que nos aconteceu. Estarão na
dependência de nossas palavras e do nosso bom testemunho cristão, para
comprovar a atividade do ESPÍRITO SANTO em nossa vida.
Como Consolador
Conforme observado no estudo dos títulos do ESPÍRITO SANTO, eles
nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra. A obra do ESPÍRITO
SANTO como Consolador inclui o seu papel como ESPÍRITO da Verdade que habita em
nós (Jo 14.16; 15.26), como
Ensinador de todas as coisas, como aquEle que nos faz lembrar tudo o que CRISTO
tem dito (14.26), como aquEle que dará testemunho de CRISTO (15.26) e como
aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo
(16.8).31 Não se pode subestimar a importância dessas tarefas. O ESPÍRITO
SANTO, dentro em nós, começa a esclarecer as crenças incompletas e errôneas
sobre DEUS, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o mundo, crenças estas que
trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento com DEUS. Conforme as
palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais completada neste lado da
eternidade (1 Co 13.12). Claro
está que a obra do ESPÍRITO SANTO é mais que nos consolar em nossas tristezas;
Ele também nos leva à vitória sobre o pecado e sobre a tristeza.32 O
ESPÍRITO SANTO habita em nós para completar a transformação que iniciou no
momento de nossa salvação. JESUS veio para nos salvar dos nossos pecados, e não
dentro deles. Ele veio não somente para nos salvar do inferno no além. Veio
também para nos salvar do inferno nesta vida terrestre - o inferno que criamos
com os nossos pecados. JESUS trabalha para realizar essa obra por intermédio do
ESPÍRITO SANTO.
Como Ensinador
O ESPÍRITO SANTO pode e irá ajudar todo crente a interpretar e
compreender corretamente a Palavra de DEUS e a sua obra contínua neste mundo.
Ele nos levará a toda a verdade. Esta promessa, no entanto, exige também que
cooperemos com o nosso esforço. Devemos ler com cuidado e com oração. DEUS
jamais teve a intenção de fazer da Bíblia um livro de difícil compreensão para
o seu povo. Porém, se não nos dispusermos a cooperar com o ESPÍRITO SANTO mediante
o estudo e a aplicação de regras sadias de interpretação, nosso modo de
entender a Bíblia - nossa regra infalível da fé e conduta - ficará carregado de
erros.33 O ESPÍRITO SANTO nos levará a toda a verdade à medida que lermos
e estudarmos cuidadosamente a Bíblia, sob sua orientação.
Uma das verdades ensinadas pelo ESPÍRITO SANTO é que não podemos
recitar uma fórmula mágica do tipo: "Amarro Satanás; amarro minha mente;
amarro minha carne. Agora, ESPÍRITO SANTO, creio que os pensamentos e as
palavras que se seguem vêm todos de ti!" Não nos é lícito usar
encantamentos para submeter DEUS à nossa vontade. João admoesta a Igreja:
"Provai se os espíritos são de DEUS" (1 Jo 4.1).
Significa que devemos permitir ao ESPÍRITO da Verdade orientar-nos na tarefa de
interpretar a Palavra de DEUS e a testar, pelas Escrituras, os nossos
pensamentos e os de outras pessoas. Há perigos genuínos neste assunto. Certo
autor reivindica, na capa do seu livro: "Este livro foi escrito no
ESPÍRITO".34 Outra reivindicação do seu livro: "Predições cem
por cento corretas das coisas do porvir".35 A tarefa do leitor, com a
ajuda do ESPÍRITO SANTO, é seguir o exemplo dos bereanos, que o próprio
ESPÍRITO recomenda através das palavras de Lucas. Eles persistiam
"examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (At
17.11). Cada crente deve ler, testar e compreender a Palavra de DEUS e os ensinos
a respeito dela. O crente pode fazer assim confiadamente, na certeza de que o
ESPÍRITO SANTO, que habita em cada um de nós, irá levar-nos a toda a verdade.
Ainda há um outro aspecto da obra do ESPÍRITO SANTO como
Ensinador: a preparação de JESUS, o Filho encarnado de DEUS, para sua tarefa de
Rei, Sacerdote e Cordeiro sacrificial. O ESPÍRITO SANTO veio sobre Maria e
lançou a sua sombra sobre ela, gerando nela JESUS, o Filho de DEUS. O ESPÍRITO
SANTO foi ensinando o Menino JESUS de tal maneira que, aos 12 anos de idade,
deixou atônitos os mestres no Templo. "E o menino crescia e se fortalecia
em ESPÍRITO, cheio de sabedoria; e a graça de DEUS estava sobre ele" (Lc 2.40). Depois
de seu batismo no Jordão, JESUS que, segundo a descrição, estava cheio do
ESPÍRITO SANTO, lutou contra o adversário durante quarenta dias (Lc 4.1-13). JESUS
continuou a andar cheio do ESPÍRITO SANTO. Por isso, sempre que o diabo buscou
oportunidade para tentá-lo ainda mais, os resultados foram os mesmos. JESUS
"como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15; ver
também 2.10-18). Se estivermos cheios do ESPÍRITO SANTO na luta contra nossa
carne e contra o Adversário, também poderemos vencer nossas tentações com a
ajuda do ESPÍRITO. CRISTO veio para nos salvar dos nossos pecados, e não neles.
O ESPÍRITO SANTO estava ativo no ministério de JESUS e no dos
discípulos. O ESPÍRITO SANTO estava operante na pregação e nos milagres dos 12
discípulos e depois com os 72 que JESUS enviou a pregar o Reino de
DEUS. 36
Outro aspecto dessa tarefa é a ajuda do ESPÍRITO para lembrar-nos
de tudo quanto JESUS tem dito. Podemos lembrar somente das coisas que já
sabemos e das quais nos esquecemos pela falta de prática. Essa- ajuda da parte
do ESPÍRITO SANTO exige que os crentes estudem e memorizem a Palavra, com a
certeza de que o ESPÍRITO lhes lembrará de tudo quanto JESUS tem dito, quando
precisarem. 37 Os que se deleitam na Palavra de DEUS e nela meditam
tornam-se como árvores plantadas à beira de um riacho (SI 1.2,3). Em Lucas 24.6-8, os
discípulos são perguntados por que procuram os vivos entre os mortos. Decerto
as palavras dos mensageiros foram usadas pelo ESPÍRITO para fazê-los lembrar
das palavras de JESUS. Em João 2.19, JESUS
disse: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei". Ninguém
entendeu o que JESUS quis dizer, porém, "quando, pois, ressuscitou dos
mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na
Escritura e na palavra que JESUS tinha dito" (2.22). João 12.16 é um
exemplo semelhante dessa obra do ESPÍRITO SANTO.
Além disso, o ESPÍRITO SANTO também é o Ensinador do descrente.
Nessa tarefa, o ESPÍRITO (segundo as palavras de JESUS) convence o mundo
"do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim;
da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque
já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.8-11). Esse
fato combina com a obra do ESPÍRITO SANTO de atrair a pessoa à salvação.
Em João 14.6, JESUS
declara: "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Em João 6.44, afirma:
"Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer". E o
ESPÍRITO SANTO quem atrai cada ser humano a DEUS, embora muitos recusem essa
atração. Ele nunca deixa de clamar, sem cessar: "Mas por que morrereis?
Arrependei-vos e vivei!"38
A atividade do ESPÍRITO SANTO como aquEle que dá testemunho de
CRISTO começa no Antigo Testamento e continua até hoje. O ESPÍRITO SANTO
inspirava os profetas do Antigo Testamento à medida que escreviam as profecias
acerca do Messias vindouro. Isso não significa que o autor humano ou seu
auditório - imediato ou indireto - compreendessem sempre o impacto de tudo
quanto estava sendo escrito ou lido. Isaías 11.1,2 é um
bom exemplo de uma profecia messiânica facilmente reconhecível:
Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um
renovo frutificará. E repousará sobre ele o ESPÍRITO do Senhor, e o ESPÍRITO de
sabedoria e de inteligência, e o ESPÍRITO de conselho e de fortaleza, e o
ESPÍRITO de conhecimento e de temor do Senhor.
Outros textos bíblicos, como Isaías 53 e Salmos 110.1, exigiram
mais ajuda do ESPÍRITO SANTO e, até certo ponto, de alguma luz, recebida após a
ressurreição. É evidente que nem os discípulos nem os fariseus reconheciam um
Messias sofredor, nem estavam esperando um assim.
Lucas nos informa que o ESPÍRITO SANTO deu testemunho do CRISTO
que estava para vir, através de João Batista, dos pais deste, de Maria e de
Simeão e Ana, em Jerusalém (ver Lc 1-3). Em João 16.13-15, JESUS
declara que a obra do ESPÍRITO SANTO não é falar por conta própria, mas somente
aquilo que o Pai e o Filho lhe mandam dizer.
Como Promessa
É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do ESPÍRITO
SANTO seja mais importante que outro. Tudo que o ESPÍRITO faz é vital para o
Reino de DEUS. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do ESPÍRITO
SANTO, sem a qual tudo quanto se tem dito a respeito dEle até agora não passa
de palavras vazias: o ESPÍRITO SANTO é o penhor que garante nossa futura
herança em CRISTO.
Em quem [CRISTO] também vós estais, depois que ouvistes a palavra
da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes
selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; o qual é o penhor da nossa herança,
para redenção da possessão de DEUS, para louvor da sua glória (Ef 1.13,14).
Qual a garantia oferecida pela operação do ESPÍRITO SANTO em nossa
vida e na vida da Igreja?
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se
desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos
céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação,
que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque
também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque
queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi DEUS, o qual nos deu também o
penhor do ESPÍRITO (2 Co 5.1-5; ver
também 2 Co 1.22; Ef 4.30).
Mediante o ESPÍRITO SANTO, podemos conhecer a DEUS, mediante a
experiência, de conformidade com a palavra hebraica yada' ("conhecer por
experiência"). Nossa experiência com o ESPÍRITO SANTO serve-nos de
comprovação da ressurreição de CRISTO. Conforme declara Paulo em 1 Coríntios
15, se CRISTO não ressuscitou dentre os mortos, jamais haverá uma ressurreição
geral, e todas as nossas crenças em DEUS e na salvação não passam de mentiras.
Conforme já notamos a respeito de Samuel, há uma diferença entre saber a
respeito de uma pessoa - ou de DEUS - e conhecer alguém - ou a DEUS - através
de um encontro pessoal e de experimentar a sua presença.
O conhecimento intelectual da Bíblia não é o conhecer a DEUS.
Muitos teólogos e comentaristas da Bíblia - os quais conheci pessoalmente ou
apenas através dos seus escritos - sabem mais a respeito de religião, história
da Igreja, conteúdo da Bíblia e teologia do que muitos que se definem como
cristãos. Mesmo assim, nunca reconheceram a reivindicação do ESPÍRITO SANTO nas
suas vidas, nem se renderam a Ele. Não têm nenhuma experiência de DEUS em suas
vidas. Acreditam que, se eles não tiveram nenhuma experiência com DEUS, não é
possível que outra pessoa a tenham. Negam, portanto, a existência de DEUS e
criticam os cristãos, dizendo que estes interpretam suas experiências
subjetivas como a atividade de DEUS na sua vida. Declaram que não há evidência
da atividade divina no Universo. Tudo isso, porém, baseia-se na sua exegese
distorcida.
Agora, podemos começar a dar o devido valor à importância da obra
do ESPÍRITO SANTO como sinal da inclusão do crente no corpo de CRISTO e como
sinal diante da Igreja. O ESPÍRITO SANTO confirma não somente a ressurreição,
mas também, por extensão, a veracidade das Escrituras. Sem o penhor
("primeira prestação") do ESPÍRITO SANTO para nos ensinar, guiar na
verdade e dar testemunho de CRISTO, não haveria hoje igreja nenhuma, porque não
haveria Evangelho a ser pregado.
Perguntas do Estudo
Por que é importante para todo cristão conhecer os elementos da
religião popular e o papel que ela desempenha na vida diária do cristão?
Qual a diferença entre a atividade do ESPÍRITO SANTO prometida
em Joel 2.28,29 e
aquela prometida em Atos 2.17,18?
Quais aspectos da promessa da vinda do ESPÍRITO pareceriam
radicais aos ouvintes originais dessa profecia?
Cite algumas diferenças e semelhanças entre a circuncisão e o
batismo no ESPÍRITO SANTO, como sinais de inclusão entre o povo de DEUS?
Você concorda ou discorda que o batismo no ESPÍRITO SANTO e sua
presença em nós é muito mais um sinal para o indivíduo que para a Igreja? Por
quê?
Por que a função da obra do ESPÍRITO SANTO, como garantia da
ressurreição, é tão importante? Cite alguns resultados dessa função do ESPÍRITO
SANTO?
O papel do ESPÍRITO SANTO como Ensinador de todas as coisas requer
certas ações e atitudes por parte do estudante. Cite algumas dessas exigências
e considere a sua importância para o modo correto de compreender a Bíblia e
suas doutrinas.
Considere a importância do uso da Bíblia para testar alegações a
respeito da teologia, da profecia e da operação dos dons do ESPÍRITO. O
ESPÍRITO SANTO poderia chegar a nos dar orientação contrária aos claros ensinos
das Escrituras?
Dons espirituais
https://www.youtube.com/watch?v=D_pH0OLeRgQ
https://www.youtube.com/watch?v=DjysTY107PE
https://youtu.be/GvtFGQo5U2k?list=PLBCB8960712BA30F7
Dons do ESPÍRITO SANTO - 100 anos avivamento - Rua Azuza
https://www.youtube.com/watch?v=8DSx9L080R8&list=PLAEB801087A0FC296
CONSOLADOR - (Strong português) - παρακλητος parakletos
do SANTO ESPÍRITO, destinado a tomar o lugar de CRISTO com os apóstolos
(depois de sua ascensão ao Pai), a conduzi-los a um conhecimento mais profundo
da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a
sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino
Subsídios da cpad 1 trimestre de 2021
SÍNTESE DO TÓPICO I - A Bíblia revela a deidade absoluta do
ESPÍRITO SANTO, sua personalidade e seus divinos atributos.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Há uma comunhão perfeita entre o ESPÍRITO SANTO e JESUS
CRISTO em que Este é glorificado por Aquele.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O ESPÍRITO SANTO atua na sustentabilidade do Cosmo e na
interioridade do ser humano, convencendo-o de seu real estado, regenerando-o e
capacitando-o para o serviço no Reino de DEUS.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Uma boa aula de Escola Dominical admite um bom diálogo entre professor e
alunos. Todo diálogo pressupõe um começo. Por isso, sugerimos que você inicie a
aula fazendo um ponto de contato com a seguinte pergunta: “O ESPÍRITO SANTO é
uma pessoa?”. A ideia é motivar o aluno a se envolver com tema a partir desse
ponto de contato.
Muitos irmãos e irmãs até acatam a lógica de o ESPÍRITO SANTO ser uma pessoa,
mas igualmente permanecem com dúvidas. Não por acaso, alguns já foram levados
por vento de doutrinas que apresentam o ESPÍRITO SANTO, não como uma pessoa,
mas como a “força ativa” de DEUS. Isso lhe parece familiar?
Essa pergunta é uma oportunidade para você perceber como está o conteúdo de doutrina
bíblica em sua classe. De acordo com as respostas, você pode ponderar se é
preciso ou não aparar algumas arestas doutrinárias com os seus alunos.
Após ouvir as muitas impressões da classe, apresente o que a Bíblia ensina
acerca da pessoa do ESPÍRITO SANTO conforme o primeiro tópico desta lição.
CONHEÇA MAIS TOP2
O relacionamento entre o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO
“Uma análise objetiva dos dados bíblicos no tocante ao relacionamento entre o
Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO, revela que essa grandiosa doutrina não é uma
noção abstrata, mas, na realidade, uma verdade revelada.” Leia mais em
“Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD, 2017,
pp.159-65.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2
“JESUS reivindicava plena divindade para o ESPÍRITO SANTO: ‘E eu rogarei ao
Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre’ (Jo
14.16). Ao chamar o ESPÍRITO SANTO allon parakleton (‘outro ajudador do mesmo
tipo que Ele mesmo’), JESUS afirmou que tudo quanto pode ser afirmado a
respeito de sua natureza pode ser dito a respeito do ESPÍRITO SANTO. Por isso,
a Bíblia dá testemunho da divindade do ESPÍRITO SANTO como a Terceira Pessoa da
Trindade.
O Salmo 104.30 revela o ESPÍRITO SANTO como o Criador: ‘Envias o teu ESPÍRITO,
e são criados, e assim renovas a face da terra’. Pedro se refere a Ele como
DEUS (At 5.3,4), e o autor da Epístola aos Hebreus chama-o ‘ESPÍRITO eterno’
(Hb 9.14)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.161-62)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3
“Na profecia de Joel, portanto, vemos uma expansão da atividade do ESPÍRITO
SANTO, e não uma mudança de qualidade. Desde o Éden até hoje, DEUS tem desejado
a comunhão com a humanidade. Não tem fundamento a ideia de que o ESPÍRITO SANTO
era inativo entre os leigos do Antigo Testamento. A atividade do ESPÍRITO SANTO
na vida deles forma um paralelo com o seu envolvimento na vida dos que Ele tem
trazido à salvação dentro da Igreja. O ESPÍRITO transforma o coração das
pessoas e também as torna diferentes. Outro paralelo existe entre a vinda do
ESPÍRITO sobre o indivíduo, revestindo-o de poder para o seu cargo ou
ministério, e a plenitude do ESPÍRITO SANTO na Igreja. Roger Stronstad
demonstra que um dos propósitos da ‘plenitude do ESPÍRITO SANTO’ é equipar os
crentes a cumprir o ministério profético de declarar à vontade e propósitos de
DEUS para a Igreja e para o mundo. É possível que isso envolva um comportamento
incomum. Mesmo não sendo assim, receber a plenitude do ESPÍRITO é um pico de
experiência emocional, física e religiosa, visando um propósito específico. Não
se pode, no entanto, viver continuamente, dia após dia, nesse pináculo. A
presença do ESPÍRITO SANTO em nós, a partir do momento da salvação, visa manter-nos
em equilíbrio, dia após dia, momento após momento, principalmente após a
experiência da chegada do ESPÍRITO SANTO ‘com poder’ sobre nós” (HORTON,
Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, pp.394-95).
PARA REFLETIR - A respeito de “A Pessoa do ESPÍRITO SANTO”, responda:
O que todos os crentes precisam saber sobre o ESPÍRITO SANTO? Sobre a sua
divindade, a sua personalidade, os seus atributos divinos e as suas obras de
acordo com a revelação bíblica.
O que a Bíblia revela com clareza? A Bíblia revela com clareza a divindade do
ESPÍRITO (2 Sm 23.2,3; 2 Co 3.17,18), e mais: “Não sabeis vós que sois o templo
de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós?” (1 Co 3.16).
Quais os principais elementos constitutivos da personalidade? Os principais são
o intelecto, a emoção e a vontade, entre os demais.
O que significa “outro Consolador” em João 14.16? A palavra “outro”, em grego,
empregada nessa passagem, significa ser alguém da mesma natureza, da mesma
espécie e da mesma qualidade.
Dê um exemplo da atuação do ESPÍRITO SANTO na vida diária. Resposta pessoal –
Pode ser dado um exemplo como a manifestação de um dom espiritual como o de
profecia na vida de um crente.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 84, p. 36. Você encontrará mais
subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos
assuntos.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 4 - ESPÍRITO SANTO - O Dia De Pentecostes
SEMANAS = SHAVUOT (Pentecostes)
Em Levítico 23:16 encontramos a expressão hebraica hamishshïm yom
(LXX=pentêkonta hêmeras) que significa cinqüenta dias. Era
comemorada cinqüenta dias depois da festa das primícias quando era ofertado o
primeiro molho de trigo da colheita (Lv.23:11,12,15,16; Dt.16:9), aos 6 do mês
de Sivan, que corresponde ao mês de junho em nosso calendário.
Comemorada após cinquenta dias ou sete semanas, recebeu também o nome
de festa das semanas=hagh shabhu'ôth (Ex.34:22; Dt.16:10), ou dia
das primícias = yôm habbikkürïm (Ex.23:16; Nm.28:26). Comemorava a entrega
da lei que foi dada no monte Sinai durante este período (Compare Ex.19:1,11 com
Ex.12:6,12). Enquanto os pães asmos eram sem fermento, os pães desta oferta
continham fermento (Lv.23:16-18), e deveriam ser movidos com os pães das
primícias perante o Senhor (Lv.23:20).
Evento Correspondente no Novo Testamento: Pentecostes
(At.2:1; At.20:16; I Co.16:8)
Assim como os pães das primícias eram movidos (Lv.23:9-14), também os pães levedados
deveriam ser movidos juntamente com eles (Lv.23:20; Rm.6:5). O Pentecoste
tipifica a descida do ESPÍRITOSANTO para formar a Igreja. Por causa disto está
presente o fermento porque o mal está presente na Igreja (Mt.13:33; At.5:1-10;
15:1). Assim como CRISTO foi removido da sepultura; os cristãos também foram
simbolicamente movidos (At.4:31). Nas primícias eram oferecidos molhos de
hastes separadas frouxamente reunidas, mas no Pentecoste há uma verdadeira
união de partes formando uma única massa. A descida do ESPÍRITOSANTO uniu os
discípulos, antes separados, em um só corpo (I Co.10:16,17; I
Co.12:12,13,20).
Pentecoste comemora então a vinda do ESPÍRITOSANTO, que foi dado
cinqüenta dias após a ressurreição de CRISTO. Assim como a lei foi dada nesse
período, no tempo do Antigo Testamento, para o povo de Israel, o ESPÍRITOSANTO
foi dado, também nesse período, para a Igreja (IICo.3:3-11). Os 120 discípulos
(At.1:15) reunidos no dia de Pentecoste, sobre os quais caiu o ESPÍRITO SANTO,
representavam a colheita dos primeiros frutos (Rm.8:23; Tg.1:18; Ap.14:4;
Mt.13:30; 21:34). A Igreja tem a Primícia do ESPÍRITO.
At 2.4
E todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em
outras línguas, conforme o ESPÍRITOSANTO lhes concedia que falassem.
2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do
ESPÍRITOSANTO recebida no dia de Pentecoste? (1) Significou o início do
cumprimento da promessa de DEUS em Jl 2.28,29, de derramar seu ESPÍRITO sobre
todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver
Jl 2.28,29 nota). (2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17;
cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se vêem ante a decisão de se arrependerem e
de crerem em CRISTO (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17 notas). (3) Os
discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os
capacitou a testemunhar de CRISTO, a produzir nos perdidos grande convicção no
tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado
para a salvação em CRISTO (cf. 1.8 notas; 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8
nota). (4) O ESPÍRITOSANTO já revelou sua natureza como aquele que anseia e
pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o
batismo no ESPÍRITOSANTO ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça
humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das
missões mundiais (1.8; 2.6-11,39). (5) Os discípulos se tornaram ministros do ESPÍRITO.
Não somente pregavam JESUS crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas
ao arrependimento e à fé em CRISTO, como também influenciavam essas pessoas a
receber o dom do ESPÍRITOSANTO (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no
Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no ESPÍRITOSANTO é a chave da obra apostólica
no NT (ver 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este batismo no ESPÍRITO,
os seguidores de CRISTO tornaram-se continuadores do seu ministério terreno.
Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do ESPÍRITOSANTO, as mesmas coisas
que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar (1.1; Jo 14.12)
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um exame do significado do falar
em línguas ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e
da possibilidade de falsas línguas estranhas
VERDADE PRÁTICA:
Obediência, Perseverança e União são elementos-chave para receber
a promessa do ESPÍRITO SANTO também nos dias atuais.
Obedecer significa se submeter, veja que ninguém pode ser
batizado nas águas sem se submeter ao batizante, assim também ninguém pode
receber o batismo com o ESPÍRITO SANTO sem se submeter inteiramente ao
batizante que é JESUS.
Leitura Diária:
Segunda - Lv 23.15-25 A Solenidade do Dia de Pentecostes
15 Depois, para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado,
desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras
serão.16 Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então,
oferecereis nova oferta de manjares ao SENHOR.17 Das vossas habitações trareis
dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão;
primícias são ao SENHOR.18 Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem
mancha, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao SENHOR,
com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta queimada de cheiro
suave ao SENHOR.19 Também oferecereis um bode para expiação do pecado e dois
cordeiros de um ano por sacrifício pacífico.20 Então, o sacerdote os moverá com
o pão das primícias por oferta movida perante o SENHOR, com os dois cordeiros;
santidade serão ao SENHOR para o sacerdote.21 E, naquele mesmo dia, apregoareis
que tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; estatuto perpétuo é em
todas as vossas habitações pelas vossas gerações.22 E, quando segardes a sega
da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as
espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu
sou o SENHOR, vosso DEUS.23 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
24 Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, pão primeiro do mês,
tereis descanso, memória de jubilação, santa convocação.25 Nenhuma obra servil
fareis, mas oferecereis oferta queimada ao SENHOR.
23.15 SETE SEMANAS. Esta festa (cf. Dt 16.10), também chamada Festa de
Pentecoste, era celebrada no fim da colheita do trigo, cinqüenta dias
("Pentecoste" significa "quinquagésimo") depois da Festa
das Primícias (v. 16). Nesse dia, o povo de DEUS rendia-lhe graças pelas suas
abundantes dádivas de alimento e por tudo quanto os sustinha. Foi no Dia de
Pentecoste que DEUS derramou o
ESPÍRITOSANTO sobre os discípulos de CRISTO (At 2.1-4).23.24 A FESTA DAS
TROMBETAS. "Memória de jubilação" é literalmente "toque de
trombetas". A Festa das Trombetas era celebrada no primeiro dia do sétimo
mês, provavelmente lembrando que o Dia da Expiação se aproximava (cf. vv.
26-32), e como preparação para ele, DEUS queria que Israel pensasse nas coisas
espirituais, e especialmente no seu relacionamento com Ele, segundo o concerto.
Terça - Dt 16.10-12 Festa de Pentecostes - Dia de Celebração em
Família
10 Depois, celebrarás a Festa das Semanas ao SENHOR, teu DEUS; o
que deres será tributo voluntário da tua mão, segundo o SENHOR, teu DEUS, te
tiver abençoado.
Quarta - Êx 23.14-16 O Dia de Pentecostes era uma determinação de
DEUS
23.16 A FESTA DA SEGA. É também chamada a Festa das Semanas
(34.22) ou o Dia de Pentecoste (At 2.1; 20.16; ver Lv 23.10).
Quinta - Todos os varões israelitas eram obrigados a comparecer à
festa de Pentecostes
Dt 16.16 - Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá
perante o SENHOR, teu DEUS, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e
na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá vazio
perante o SENHOR;
Êx 23.17 - Três vezes no ano todos os teus varões aparecerão diante do SENHOR.
Sexta -Êx 34.34.20 - Ninguém podia comparecer à festa de mãos
vazias
o burro, porém, que abrir a madre, resgatarás com um
43cordeiro; mas, se o não resgatares, cotar-lhe-ás a cabeça; todo
primogênito
de teus filhos resgatarás. E ninguém aparecerá vazio diante de mim.
Sábado - Pentecostes - Dia de oferecer a DEUS as primícias
17 Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas
dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao SENHOR.
Leitura Bíblica Em Classe: At 2.1-12
1 Cumprindo-se ao dia de Pentecostes, bestavam todos reunidos no
mesmo lugar;2 e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.3 E foram vistas por
eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um
deles.4 E todos foram cheios do ESPÍRITOSANTO e começaram a falar em outras
línguas, conforme o ESPÍRITOSANTO lhes concedia que falassem.5 E em Jerusalém
estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão
debaixo do céu.6 E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava
confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.7 E todos pasmavam
e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos
esses homens que estão falando?8 Como pois os ouvimos, cada um, na nossa
própria língua em que somos nascidos?9 Partos e medos, elamitas e os que
habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia,10 e Frígia, e
Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto
judeus como prosélitos),11 e cretenses, e árabes, todos os temos ouvido em
nossas próprias línguas falar das grandezas de DEUS.12 E todos se maravilhavam
e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
2.1 PENTECOSTE. Pentecoste era a segunda grande festa sagrada do
ano judaico. A primeira grande festa era a Páscoa. Cinqüenta dias após esta,
vinha a festa de Pentecoste, nome este derivado do gr. penteekostos (=qüinquagésimo).
Era também chamada Festas das Colheitas, porque nela as primícias da sega de
grãos eram oferecidas a DEUS (cf. Lv 23.17). Da mesma forma, o dia de
Pentecoste simboliza, para a igreja, o início da colheita de almas para DEUS
neste mundo.
2.2,3 UM VENTO... IMPETUOSO, E... LÍNGUAS REPARTIDAS, COMO QUE DE FOGO. As
manifestações externas de um som como de um vento poderoso e das línguas de
fogo (vv. 2,3) demonstram que DEUS estava ali presente e ativo, de modo
poderoso (cf. Êx 3.1-6; 1 Rs 18.38,39). O fogo talvez simbolize a consagração e
a separação dos crentes para DEUS, visando a obra de glorificar a CRISTO (Jo
16.13,14) e de testemunhar dEle (1.8). Estas duas manifestações antecederam o
batismo no ESPÍRITOSANTO, e não foram repetidas noutros relatos similares do
livro de Atos.
2.4 CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO. Qual é o significado da plenitude do
ESPÍRITOSANTO recebida no dia de Pentecoste? (1) Significou o início do
cumprimento da promessa de DEUS em Jl 2.28,29, de derramar seu ESPÍRITO sobre
todo o seu povo nos tempos do fim (cf. 1.4,5; Mt 3.11; Lc 24.49; Jo 1.33; ver
Jl 2.28,29 nota). (2) Posto que os últimos dias desta era já começaram (v. 17;
cf. Hb 1.2; 1 Pe 1.20), todos agora se vêem ante a decisão de se arrependerem e
de crerem em CRISTO (3.19; Mt 3.2; Lc 13.3; ver At 2.17 notas). (3) Os
discípulos foram do alto... revestidos de poder (Lc 24.49; cf. At 1.8), que os
capacitou a testemunhar de CRISTO, a produzir nos perdidos grande convicção no
tocante ao pecado, à justiça, e ao julgamento divino, e a desviá-los do pecado
para a salvação em CRISTO (cf. 1.8 notas; 4.13,33; 6.8; Rm 15.19; ver Jo 16.8
nota). (4) O ESPÍRITOSANTO já revelou sua natureza como aquele que anseia e
pugna pela salvação de pessoas de todas as nações e aqueles que receberam o
batismo no ESPÍRITOSANTO ficaram cheios do mesmo anseio pela salvação da raça
humana (vv. 38-40; 4.12,33; Rm 9.1-3; 10.1). O Pentecoste é o início das
missões mundiais (1.8; 2.6-11,39). (5) Os discípulos se tornaram ministros do ESPÍRITO.
Não somente pregavam JESUS crucificado e ressuscitado, levando outras pessoas
ao arrependimento e à fé em CRISTO, como também influenciavam essas pessoas a
receber o dom do ESPÍRITOSANTO (vv. 38,39) que eles mesmos tinham recebido no
Pentecoste (v. 4). Levar outros ao batismo no ESPÍRITOSANTO é a chave da obra
apostólica no NT (ver 8.17; 9.17,18; 10.44-46; 19.6). (6) Mediante este batismo
no ESPÍRITO, os seguidores de CRISTO tornaram-se continuadores do seu
ministério terreno. Continuaram a fazer e a ensinar, no poder do ESPÍRITOSANTO,
as mesmas coisas que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar (1.1; Jo
14.12)
2.4 COMEÇARAM A FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS. Para um exame do significado do falar
em línguas ocorrido no dia de Pentecoste e noutras ocasiões, na igreja do NT, e
da possibilidade de falsas línguas estranhas
Comentários: Introdução:
Tópico I - Os Discípulos Subiram Para O Cenáculo
1- Oração Perseverante, At 1.14 = Nunca desistir e sempre buscar a
resposta de DEUS é o segredo do resposta eminente.
Perseverança significa buscar como se a única coisa
importante seja o batismo com o ESPÍRITO SANTO e buscar sem desistir.
É como alguém que está se afogando dentro de uma lagoa e a coisa
mais preciosa que existe para essa pessoa nesse momento é o ar para que possa
respirar e ficar vivo; assim deve ser buscado o batismo com
o ESPÍRITO SANTO .
Mt 7.7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e
abrir-se-vos-á.
2- Oração unânime, At 1.14 = Quando dois ou mais concordam na
terra a respeito de algo e buscam a DEUS em comunhão, a resposta é certa.
União significa estar em paz com os irmãos que vão ajudar
intercedendo e comungando conosco na busca do batismo com o ESPÍRITO SANTO
e desejando ser mais um na evangelização dos povos.
Mt 18.19 Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem
acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que
está nos céus.
3- Oração Definida = A oração deve ter um objetivo definido e
sempre dentro da vontade de DEUS.
Lc 11.13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o ESPÍRITOSANTO àqueles que lho
pedirem?
4- Oração com Fé = Aquele que ora e dúvida do poder de DEUS para
realizar seu pedido, nunca recebe nada de DEUS.
Mt 21.22 e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.
Tg 1.6 Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que
duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento.
Tópico II - Dia De Pentecostes - DEUS cumpriu Sua Promessa
1- JESUS derramou o ESPÍRITO SANTO sobre todos no dia de
Pentecostes (At 2.1-3). O batizador prometeu e cumpriu.
Jo 2.28 Acontecerá depois que derramarei o meu ESPÍRITO sobre toda
a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão
sonhos, os vossos mancebos terão visões;
Lc 24.49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai
porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.
a) O Vento é Soberano = Assopra onde quer, Sem interferência
humana.
Veja que o batismo com o ESPÍRITO SANTO vem de cima, de DEUS, não
vem de homem, não depende do homem e em de sacrifícios, mas é pela graça e
misericórdia de DEUS, pela fé e não por obras.
b) O vento é invisível = Não se sabe de onde vem e nem
para onde vai. Controlado por DEUS.
Veja que a intensidade e o modo de falar é peculiar a cada um
segundo DEUS determina, assim o tipo de língua que cada um vai falar é de
acordo com a vontade de DEUS, se vai receber um dom também é de acordo com a
vontade de DEUS, pois o ESPÍRITO SANTO usa a cada um para o que for
útil para a obra de DEUS. Muitos não recebem o batismo porque querem
escolher o jeito e a língua que vão falar. Não procure ver alguma língua
de fogo, mas deseje que o ESPÍRITO SANTO controle todo o seu ser,
principalmente sua língua.
Tg 3.4 Vede também os navios que, embora tão grandes e levados por
impetuosos ventos, com um pequenino leme se voltam para onde quer o impulso do
timoneiro.5 Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes
coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia.
Tópico III - Dia De Pentecostes - Dia De Resposta Divina
A promessa dada através do profeta Joel e também através do
próprio JESUS agora estava se cumprindo cabalmente.
Jo 2.28 Acontecerá depois que derramarei o meu ESPÍRITO sobre toda
a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão
sonhos, os vossos mancebos terão visões;
Lc 24.49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai
porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.
Dia de comemorar a colheita, dia de comemorar as almas que a
partir de agora se converteriam a DEUS, através do poder revelador
do ESPÍRITO SANTO, inauguração da Igreja vencedora e poderosa,
para inauguração nada melhor que quase três mil almas ganhas.
At 1.8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o ESPÍRITOSANTO,
e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria,
e até os confins da terra.
At 2.41 De sorte que foram batizados os que receberam a sua
palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas;
Tópico IV - Dia De Pentecostes - Dia De Línguas De Fogo
Havia naquele dia uma multidão em Jerusalém atraídos pelos
festejos, DEUS soube escolher o dia para espalhar o evangelho para todas as
nações em volta de Jerusalém (Veja mapa acima).
O barulho de 120 pessoas falando em línguas é tremendo e
escandaliza até os crentes de hoje, imagine naquele dia a curiosidade e o susto
dos visitantes de Jerusalém!
Era plano de DEUS para evangelizar os povos gentílicos e judeus.
1- DEUS se manifesta em fogo! (Êx 19.17,18; Hb 12.29) Fogo é sinal
de aceitação, de comprovação, de poder.
At 2.3 E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que
se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma.
Veja que a partir daí os discípulos perderam o medo que antes
tinham de serem presos e partiram para o ataque, pregaram com ousadia e poder o
evangelho libertador.
2- O ESPÍRITO SANTO veio com línguas repartidas como que de fogo.
A identificação era para cada um individualmente.
Um sinal visível para confirmação de todos ou talvez uma visão
celestial e sobrenatural para alguns somente.
Tópico V - Dia De Pentecostes - Dia De Revestimento De Poder
1- Todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4). Cheio é
transbordante, derrama línguas, exaltação e glorificação.
Lc 6.38 A = Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida
e transbordando
Ef 5.18 E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão,
mas enchei-vos do ESPÍRITO,
2- A Maior necessidade dos discípulos era o poder de DEUS. Não
existe maior desejo para o crente do que ser cheio do ESPÍRITO SANTO, desejo de
sentir e conversar intimamente com DEUS, depois sair para a batalha sabendo que
nada nos causará dano algum
Mc 16.18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes
serão curados..
Conclusão:
O Pentecostes é para hoje, é para agora, é para quem crê e busca
com sinceridade e desejo de servir a DEUS e testemunhar com poder.
Mt 16.17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu
nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;
At 2.4 E todos ficaram cheios do ESPÍRITOSANTO, e começaram a
falar noutras línguas, conforme o ESPÍRITO lhes concedia que falassem.
At 10.46 porque os ouviam falar línguas e magnificar a DEUS.
At 19.6 Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o
ESPÍRITOSANTO, e falavam em línguas e profetizavam.
Os sinais são somente para os que crerem, se crer recebe, se não
crer, não recebe.
Fontes de Pesquisa:
Revista e BEP www.cpad.com.br
http://www.estudosbiblicos.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=5
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
LIÇÃO 5, 4Tr23, NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 5, CPAD, Uma Perspectiva Pentecostal De Missões, Pr
Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
TEXTO ÁUREO
“Mas recebereis a virtude do
ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8)
VERDADE PRÁTICA
O ESPÍRITO SANTO derramado
no Pentecoste é o mesmo ESPÍRITO que DEUS deseja derramar de novo na Igreja da
atualidade.
ESTÁ DERRAMANDO, SERIA
MELHOR
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 12.11 A
atividade de DEUS por meio do ministério do ESPÍRITO SANTO
Terça - At 2.1-12 O ESPÍRITO
SANTO experimentado pelos cristãos do século I
Quarta - At 1.8 O poder
pentecostal é indispensável para a obra de Missões
Quinta - At 8.26-30 O
primeiro missionário transcultural da Igreja do Primeiro Século
Sexta - At 10.34,35;
11.17,18 DEUS não faz acepção de pessoas para a salvação
Sábado - At 9.31 Ousadia e
poder do ESPÍRITO na obra missionária
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
Atos 2.1-8, 14-18
1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do
céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados.
3 - E foram vistas por eles
línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 - E todos foram cheios do
ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO
lhes concedia que falassem.
5 - E em Jerusalém estavam
habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do
céu.
6 - E, correndo aquela voz,
ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua
própria língua.
7 - E todos pasmavam e se
maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses
homens que estão falando?
8 Como pois os ouvimos, cada
um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
14 - Pedro, porém, pondo-se
em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que
habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
15 - Estes homens não estão
embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.
16 - Mas isto é o que foi
dito pelo profeta Joel:
17 - E nos últimos dias
acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO derramarei sobre toda a carne; e os
vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e
os vossos velhos sonharão sonhos;
18 - e também do meu
ESPÍRITO derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e
profetizarão.
HINOS SUGERIDOS: 24, 122, 486 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Paixão pelo Evangelismo e
Missões é uma marca da identidade pentecostal no mundo e, especificamente, em
nosso território pátrio. Essa prioridade no Reino de DEUS, sob a dependência do
ESPÍRITO SANTO, é a causa do crescimento da obra pentecostal no mundo. No
Pentecoste, a Igreja nasceu pregando o Evangelho aos que estavam presentes,
advindos de diversas regiões do mundo (At 2.14-41). Na atualidade, o Movimento
Pentecostal é responsável por levar o Evangelho aos lugares que ainda não
tinham sido alcançados.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I)
Apresentar uma perspectiva pentecostal de Missões; II) Explicar a obra
missionária após o Pentecostes; III) Enfatizar a dependência do ESPÍRITO SANTO
na obra pentecostal de Missões.
B) Motivação: No Livro dos
Atos dos Apóstolos, percebemos a obra do ESPÍRITO SANTO como realidade
estabelecida na primeira igreja. Essa imagem presente no livro do Novo
Testamento que narra a história da Igreja Primitiva se torna realidade no tempo
presente quando, por meio do ESPÍRITO SANTO, o Evangelho chega aos povos com a
confirmação dos sinais e maravilhas que mostram a veracidade da Palavra de
DEUS.
C) Sugestão de Método: Na
lição anterior estudamos a respeito da natureza missionária de DEUS no Novo
Testamento. Nesta lição, apresentaremos uma perspectiva pentecostal da obra
missionária fundamentada nas Escrituras Sagradas. Por isso, para concluir o
primeiro tópico, sugerimos que você enfatize a marca e contribuição pentecostal
para a causa missionária: 1) Marca Pentecostal: a crença na mesma experiência
com o ESPÍRITO SANTO ocorrida em Atos dos Apóstolos, um senso de profunda
dependência do ESPÍRITO para fazer qualquer obra; 2) Contribuição pentecostal:
o ESPÍRITO SANTO como fundamento de qualquer projeto missionário, sinais e
maravilhas confirmam a veracidade do Evangelho.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Todo projeto
missionário na Igreja de nosso tempo deve levar em conta a dependência do
ESPÍRITO SANTO para dirigir o início, o meio e o final de cada projeto.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.38,
você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "Quem É o 'Pentecostal'?", localizado depois do
primeiro tópico, aprofunda a reflexão a respeito da identidade pentecostal; 2)
O texto "A Negligência do Papel do ESPÍRITO na Teoria e Prática
Missionária", ao final do terceiro tópico, amplia a reflexão a respeito da
ênfase do ESPÍRITO SANTO na perspectiva missionária de Missões.
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A CONCEPÇÃO DE CRISTO
1. Somos evangélicos
2. Somos pentecostais
3. Contribuições Pentecostais às Missões
II – A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES
1. A causa da obra missionária da primeira igreja
2. A expansão missionária da primeira igreja
3. “DEUS não faz acepção de pessoas”
III – A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA
1. A função do ESPÍRITO na obra missionária
2. O ESPÍRITO SANTO capacita para a obra
3. DEUS age por meio do ESPÍRITO SANTO
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Uma característica notável
do Movimento Pentecostal, desde o seu início, na virada do século passado, tem
sido a paixão por Evangelismo e Missões. Nesta lição, estudaremos algumas
características que marcam o trabalho pentecostal em Missões, uma marca da obra
do ESPÍRITO SANTO nestes últimos dias.
O ESPÍRITO SANTO:
ESCOLHE - ² E, servindo eles
ao Senhor, e jejuando, disse o ESPÍRITOSANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo
para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2
CAPACITA - ¹⁵ E disse-lhes:
Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
¹⁶ Quem crer e for batizado
será salvo; mas quem não crer será condenado. ¹⁷ E estes sinais seguirão aos
que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; ¹⁸
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano
algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. ¹⁹ Ora, o Senhor,
depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de
DEUS. ²⁰ E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com
eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.
Marcos 16:15-20
⁷ Mas a manifestação do
ESPÍRITO é dada a cada um, para o que for útil. ⁸ Porque a um pelo ESPÍRITO é
dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da
ciência; ⁹ E a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO,
os dons de curar; ¹⁰ E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia;
e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e
a outro a interpretação das línguas. ¹¹ Mas um só e o mesmo ESPÍRITO opera
todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. 1 Coríntios
12:7-11
DIRECIONA E CONDUZ - ⁶ E,
passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo
ESPÍRITOSANTO de anunciar a palavra na Ásia.
Atos 16:6
¹ E JESUS, cheio do
ESPÍRITOSANTO, voltou do Jordão e foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto;
Lucas 4:1
PROCURA MANTER A UNIDADE COM A
IGREJA
¹⁴ A graça do Senhor JESUS
CRISTO, e o amor de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITOSANTO seja com todos vós.
Amém. 2 Coríntios 13:14
¹³ Pois todos nós fomos
batizados em um ESPÍRITO, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer
servos, quer livres, e todos temos bebido de um ESPÍRITO.
¹⁴ Porque também o corpo não é
um só membro, mas muitos. 1 Coríntios 12:13,14
ENSINA A IGREJA A PALAVRA DE
DEUS
²⁶ Mas aquele Consolador, o
ESPÍRITOSANTO, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João 14:26
²⁷ E a unção que vós
recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos
ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não
é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis. 1 João 2:27
NOS DÁ AS PALAVRAS CERTAS
¹¹ E, quando vos conduzirem às
sinagogas, aos magistrados e potestades, não estejais solícitos de como ou do
que haveis de responder, nem do que haveis de dizer.
¹² Porque na mesma hora vos
ensinará o ESPÍRITOSANTO o que vos convenha falar.
Lucas 12:11,12
INTERCEDE E CONSERTA NOSSAS
ORAÇÕES
²⁶ E da mesma maneira também o
ESPÍRITO ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo ESPÍRITO intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
²⁷ E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do ESPÍRITO; e é ele
que segundo DEUS intercede pelos santos. Romanos 8:26,27
NOS DÁ CERTEZA DE SALVAÇÃO
¹⁶ O mesmo ESPÍRITO testifica
com o nosso espírito que somos filhos de DEUS. Romanos 8:16
NOS DÁ LIBERDADE
¹⁷ Ora, o Senhor é o ESPÍRITO;
e onde está o ESPÍRITO do Senhor, aí há liberdade. 2 Coríntios 3:17
O ESPÍRITO SANTO em Relação ao
Crente
Quanto à pessoa do crente, o
ESPÍRITO SANTO nele opera:
regenerando-o (Jo 3.3-6).
batizando-o no corpo de CRISTO
(Jo 1.32-34).
habitando nele (1 Co 6.15-19).
selando-o (Ef 1.13,14).
proporcionando-lhe segurança
(Rm 8.14-16).
fortalecendo-o (Ef 3.16).
enchendo-o da sua virtude (Ef
5.18-20).
libertando-o da lei do pecado
e da morte (Rm 8.2).
guiando-o (Rm 8.14).
chamando-o para serviço
especial (At 13.2,4).
orientando-o para serviço
especial (At 8.27-29).
iluminando-o (1 Co 2.12-14).
instruindo-o (Jo 16.13,14).
capacitando-o (1 Ts 1.5).
EM SUMA - O ESPÍRITO
SANTO NOS AJUDA:
- Nos ajuda a orar -
Romanos 8:26
- Nos ajuda a entender a
Bíblia, nos ensina - João 14.26
- Nos ajuda a lembrar - João
14.26
- Nos ajuda a falar quando não
sabemos o que dizer - Lucas 12.12
- Nos ajuda a ganhar almas -
João 16.8
- Nos ajuda a saber o futuro
- João 16.13
- Nos ajuda nos Guiando
- João 16.13
A Bíblia mostra a
personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que:
Ele cria e dá vida (Jó 33.4).
Ele nomeia e comissiona
ministros (Is 48.16; At 13.2; 20.28).
Ele dirige onde os ministros
devem pregar (At 16.6,7).
Ele instrui o que os ministros
devem pregar (1 Co 2.14).
Ele falou através dos profetas
(At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21).
Ele contende com os pecadores
(Gn 6.3).
Ele reprova (Jo 16.8).
Ele consola (At 9.31).
Ele nos ajuda em nossas
fraquezas (Rm 8.26).
Ele ensina (Jo 14.26; 1 Co 12.3).
Ele guia (Jo 16.13).
Ele santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11).
Ele testifica de CRISTO (Jo 15.26).
Ele glorifica a CRISTO (Jo 16.14).
Ele tem poder próprio (Rm 15.13).
Ele sonda tudo (Rm 11.33,34; 1 Co 10,11).
Ele age segundo a sua vontade
(1 Co 12.11).
Ele habita com os santos (Jo 14.17).
Ele pode ser entristecido (Ef 4.30).
Ele pode ser envergonhado (Is 63.10).
Ele pode sofrer resistência (At 7.51).
Ele pode ser tentado (At 5.9).
PALAVRA-CHAVE - Pentecostal
I – A CONCEPÇÃO DE CRISTO
1. Somos evangélicos
Historicamente, o evangélico
é conhecido como alguém que enfatiza (1) o compromisso pessoal com JESUS a
partir do “novo nascimento”, (2) a autoridade bíblica e (3) o apelo de anunciar
a CRISTO aos outros. Basicamente, esses princípios são o que os evangélicos têm
em comum. Eles tornam-se num impulso evangélico com raiz histórica na tríplice
ênfase da Reforma Protestante: 1) a autoridade das Escrituras, (2) a salvação
pela fé e (3) o sacerdócio universal dos crentes. Então, de acordo com o
missiólogo Paul Pommerville, podemos dizer que o Movimento Pentecostal
contribuiu com esse impulso evangélico, descrito acima, com a natureza dinâmica
da fé cristã. Esse princípio envolve a atividade de DEUS em termos do
ministério do ESPÍRITO SANTO (1 Co 12.11).
2. Somos pentecostais
Com o termo “pentecostal”
nos referimos ao crente que crê que a experiência do ESPÍRITO SANTO que ocorreu
com os apóstolos, no dia de Pentecostes, de acordo com o Livro de Atos, pode acontecer
hoje também, ou seja, a experiência com o ESPÍRITO SANTO hoje não é diferente
da experimentada pelos cristãos do século I (At 2.1-12). Nas palavras do
missiólogo Paul Pomerville, essa experiência do ESPÍRITO perpassou a História
da Igreja. Ela remonta à obra do ESPÍRITO SANTO com a Igreja que começou no dia
de Pentecostes e continua ao longo dos ‘últimos dias’, até que JESUS CRISTO
volte para arrebatar a sua Igreja (At 1.10,11).
3. Contribuições
Pentecostais às Missões
Uma das contribuições pentecostais
mais significativas para as missões modernas, sem dúvida, é a ênfase do papel
indispensável do ESPÍRITO SANTO no complexo desafio de plantar igrejas onde
CRISTO ainda não foi anunciado. Esse entendimento está na base do importante
crescimento evangélico depois das Missões operadas pela obra pentecostal. Nesse
sentido, o sucesso das missões pentecostais está ligado diretamente ao “lugar”
que damos ao ESPÍRITO SANTO, um lugar semelhante ao que os crentes do Novo
Testamento deram em Atos dos Apóstolos (At 16.6-10). Assim, podemos dizer que
somos evangélicos-pentecostais, pois para além de afirmarmos todos os
princípios que os evangélicos afirmam, para nós é inegociável e indispensável o
poder do ESPÍRITO na prática das Missões.
SINÓPSE I - Além do compromisso
pessoal com JESUS, da autoridade da Bíblia e do apelo de anunciar CRISTO aos
povos, os pentecostais enfatizam a presença do ESPÍRITO SANTO em toda boa obra.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
[...] A atividade de DEUS no
mundo nunca mais seria a mesma após este ‘evento-CRISTO’. Existe um novo
paradigma para a atividade de DEUS no mundo. CRISTO voltou ao céu e foi
entronizado para governar ‘acima de todo principado, e poder, e potestade, e
domínio’, e o poder do ESPÍRITO SANTO é liberado no mundo para capacitar o
corpo de CRISTO a cumprir a missão redentora de CRISTO.” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a obra A Força Pentecostal em Missões, editada pela CPAD,
p.196.
O que está acontecendo com a
CPAD?
Veja o subsídio da lição 4.
Auxílio Missiológico
“Quem É o ‘Pentecostal’?
O ‘pentecostalismo clássico’
refere-se às igrejas pentecostais que se separaram das igrejas históricas do
protestantismo no início do século passado. A questão que ocasionou a ruptura
foi a crença de que o evento no Dia de Pentecostes mencionado em Atos 2.4
refere-se a uma experiência disponível para os cristãos de todas as eras.
Acreditava-se que o ‘batismo com o ESPÍRITO SANTO’ é evidenciado pelo sinal de
‘falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO dá expressão vocal’ (Menzies,
1971, p. 9). A questão da glossolalia fez com que as igrejas históricas
banissem os ‘faladores de línguas’. Tornou-se também o principal fator
unificador entre os primeiros pentecostais, que vieram de diversas tradições
cristãs. Hollenweger enfatiza que o fator comum entre os pentecostais era
‘todos os grupos que professam pelo menos duas experiências de crise religiosa
(1. O batismo ou o novo nascimento; 2. O batismo com o ESPÍRITO), sendo o
segundo subsequente e diferente do primeiro, e sendo o segundo, geralmente, mas
nem sempre, associado a falar em línguas’ (Hollenweger, 1972, p. xix)”
(POMERVILLE, Paul A. A Força Pentecostal em Missões: Entendendo a Contribuição
dos Pentecostais na Teologia Missionária Contemporânea. 1.ed. Rio de Janeiro:
2020, pp.28-29).
OBSERVAÇÃO MINHA (Pr.
Henrique) - ABSURDO – NÓS NÃO NOS SEPARAMOS DE IGREJAS HISTÓRICAS, POIS A
IGREJA PENTECOSTAL É A QUE FOI INICIADA NO DIA DO PENTECOSTES COMO O BATISMO
COM O ESPÍRITO SANTO; E O FALAR EM LÍNGUAS É A COMPROVAÇÃO DESSE BATISMO. TAMBÉM
OS DONS DO ESPÍRITO SANTO FORAM MANIFESTOS NA VIDA DE TODOS OS QUE INICIARAM
DAÍ PARA FRENTE. A IGREJA NASEU NO DIA DO PENTECOSTES E NA DESCIDA DO ESPÍRITO
SANTO, COM PODER, SOBRE OS CRENTES.
ACREDITAVA-SE???
TORNOU-SE???
O BATISMO COM O ESPÍRITO
SANTO SEMPRE ESTÁ ASSOCIADO AO FALAR EM LÍNGUAS.
II – A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES
1. A causa da obra
missionária da primeira igreja
A descida do ESPÍRITO SANTO
no dia de Pentecostes é o acontecimento que impulsiona a obra missionária da
primeira igreja. O Senhor JESUS disse aos discípulos que, uma vez capacitados
pelo poder do ESPÍRITO SANTO, eles seriam suas testemunhas até aos confins da
Terra (At 1.8). Por isso, o período em que a igreja cristã viveu seu maior
crescimento foi o do primeiro século de nossa era. Ali começou o poderoso
movimento de Missões. Nesse sentido, os oito primeiros capítulos de Atos dos
Apóstolos explicam a razão desse crescimento: antes de sair para alcançar as
nações com o Evangelho, os discípulos deveriam estar revestidos de poder (At
1.4). Isso se cumpriu fielmente em Atos 2.
2. A expansão missionária da
primeira igreja
Depois de serem cheios do
ESPÍRITO SANTO, os discípulos puderam compartilhar a mensagem do Evangelho de
JESUS CRISTO com outras pessoas além das fronteiras da Palestina. O livro de
Atos dos Apóstolos relata, de forma detalhada e precisa, o avanço missionário
da igreja do século primeiro. Embora o Livro de Atos destaque a atuação do
apóstolo Paulo, considerado o maior missionário da Igreja Primitiva (1 Co
16.8,9), pois ele estabeleceu igrejas nas quatro províncias romanas (Galácia,
Macedônia, Acaia e Ásia), também estão registrados trabalhos importantes de
outros homens e mulheres de DEUS, tais como: Barnabé, Pedro, Silas, Filipe,
João Marcos, Apolo, Áquila, Priscila etc. Nesse aspecto, podemos dizer que o
diácono-evangelista Filipe foi o primeiro missionário transcultural enviado a
pregar para um africano (At 8.26-30).
PODEMOS TAMBÉM ADMITIR QUE OS
BATIZADOS NO DIA DO PENTECOSTES SAÍRAM PREGANDO POR TODA PARTE E ACONTECERAM
CONVERSÕES DE ESTRANGEIROS, ALÉM DAQUELAS, ATRAVÉS DE FILIPE EM SAMARIA E DE
PEDRO NA CASA DE CORNÉLIO, EM CESAREIA, BEM COMO O PRÓPRIO PRIMEIRO-MINISTRO DA
ETIÓPIA PREGOU POR LA, QUANDO CHEGOU E GANHOU MUITAS ALMAS.
¹⁹ E os que foram dispersos
pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia,
Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos
judeus.
²⁰ E havia entre eles alguns
homens chíprios e cirenenses, os quais entrando em Antioquia falaram aos
gregos, anunciando o Senhor JESUS.
²¹ E a mão do Senhor era com
eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.
Atos 11:19-21
Quem revela o Filho JESUS? – O
ESPÍRITO SANTO é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
³ Portanto, vos quero fazer
compreender que ninguém que fala pelo ESPÍRITO de DEUS diz: JESUS é anátema, e
ninguém pode dizer que JESUS é o Senhor, senão pelo ESPÍRITOSANTO. 1
Coríntios 12:3
¹⁴ Ele me glorificará, porque
há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar João 16:14
3. “DEUS não faz acepção de
pessoas”
O apóstolo Pedro, um
missionário cheio do ESPÍRITO SANTO, reconheceu que todos os seres humanos são
alvos do amor de DEUS (At 10.34,35; 11.17,18). De perseguidor dos cristãos,
Paulo se tornou o Apóstolo dos gentios (At 9.15,16; 1 Tm 2,7; Tt 2.11). O
apóstolo João relata que DEUS se interessa pela salvação de todos os homens (Ap
5.9,10,13; 7.9; 11.15). Com esse entendimento a respeito da natureza ilimitada
do plano de salvação de DEUS para os homens, e impulsionada pelo ESPÍRITO
SANTO, a Missão da primeira igreja atingiria a escala mundial. Podemos ver isso
no ministério de Pedro com o centurião Cornélio (At 10), o trabalho de Filipe
(At 8), a igreja missionária em Antioquia (At 13.1-3), bem como em Roma e
outras regiões longínquas com o ministério apostólico de Paulo (Rm 15.22-29).
JESUS MORREU PARA QUE TODOS OS
HOMENS FOSSEM SALVOS
² E ele é a propiciação pelos
nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 1
João 2:2
SINÓPSE II - O ESPÍRITO
SANTO impulsiona a igreja para fazer Missões, de modo a buscar os povos não
alcançados.
III – A AÇÃO DO ESPÍRITO
SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA
1. A função do ESPÍRITO na
obra missionária
Dentre as muitas funções do
ESPÍRITO SANTO estão as de ungir, inspirar, separar e enviar homens e mulheres
para os quatro cantos da terra como missionários do Senhor. Por isso, a obra
missionária é uma tarefa ligada à ação exclusiva do ESPÍRITO SANTO. Vemos esse
princípio com o nosso Senhor JESUS, que foi ungido pelo ESPÍRITO SANTO para o
exercício do seu ministério (Is 61.1-3; Lc 4.17-20). Em outro momento, o
ESPÍRITO SANTO não permitiu que os apóstolos ficassem envolvidos com problemas
sociais e quaisquer outras atividades que não fosse a evangelização (At 6.1-4).
Os cristãos primitivos, por seu turno, eram fiéis em suas contribuições (At
4.32), o que proporcionava condições para que os apóstolos tivessem mais
ousadia e poder do ESPÍRITO SANTO para pregar a Palavra de DEUS (At 9.31).
2. O ESPÍRITO SANTO capacita
para a obra
O ESPÍRITO SANTO é quem
escolhe e envia missionários para anunciarem as Boas-Novas de salvação ao mundo
(At 8.29; 13.2; 20.28). Em Atos 16, temos uma revelação clara de como o
ESPÍRITO SANTO deseja que a ação missionária seja realizada (At 16.4-7). Nesse
sentido, o ESPÍRITO SANTO também é o instrutor dos ministros da Palavra de DEUS
no exercício da proclamação da mensagem no campo missionário (1 Co 2.1-18). Não
por acaso, a ação do poder do ESPÍRITO SANTO na Igreja é a característica mais
surpreendente no livro de Atos, a ponto de o livro ter sido chamado de “Os Atos
do ESPÍRITO SANTO”. Tanto o ministério público de JESUS quanto o ministério
público da Igreja Primitiva foram iniciados sob a experiência do ESPÍRITO
SANTO.
3. DEUS age por meio do
ESPÍRITO SANTO
Na obra “Verdades
Pentecostais” (CPAD), o pastor Antonio Gilberto descreve a assistência do
ESPÍRITO SANTO na obra missionária. Ele mostra que o ESPÍRITO SANTO escolhe,
envia, capacita e direciona os evangelizadores. É o que observamos no livro dos
Atos dos Apóstolos, quando o ESPÍRITO SANTO age na vida da Igreja. Ali, fica
claro que o DEUS da Bíblia não é o deísta, isto é, impessoal, que se encontra
longe do seu povo, mas Ele intervém de modo que deseja estabelecer um relacionamento
vivo com a sua Igreja pelo poder ativo do ESPÍRITO SANTO (At 17.28-30). Assim,
a Igreja que dá espaço para a atuação do ESPÍRITO SANTO será um celeiro de
evangelismo, com eficácia e direção divina. Portanto, essa perspectiva de
atividade do ESPÍRITO direta na obra missionária é uma ênfase dos pentecostais.
SINÓPSE III - Para os
pentecostais, o ESPÍRITO SANTO é indispensável à tarefa da obra missionária.
Auxílio Missiológico
“A Negligência do Papel do
ESPÍRITO na Teoria e Prática Missionária.
Há evidências na história e
na teologia missionárias protestantes de que a negligência à pneumatologia tem
afetado negativamente a herança missionária ocidental. Não é de surpreender que
Lindsell (1949), Allen (1960), Boer (1961), Kane (1974) e Hodges (1977)
percebam que o papel do ESPÍRITO SANTO nas missões modernas é grandemente
negligenciado. Allen enfatiza que a revelação do ESPÍRITO SANTO como ESPÍRITO
missionário em Atos dos Apóstolos faz com que essa parte do Novo Testamento
permaneça sozinha. [...] O desenvolvimento da pneumatologia na área de que
Allen falou ainda permanece em grande parte subdesenvolvido. Tal negligência só
poderia afetar adversamente o conceito de teoria e prática missionárias”
(POMERVILLE, Paul A. A Força Pentecostal em Missões: Entendendo a Contribuição
dos Pentecostais na Teologia Missionária Contemporânea. 1.ed. Rio de Janeiro:
2020, pp.122-23).
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos uma
das mais importantes contribuições dos pentecostais para as missões modernas: o
poder do ESPÍRITO SANTO na vida da Igreja. Vimos que assim ocorreu no
ministério terreno de JESUS, bem como o ministério terreno da Igreja Primitiva.
Tudo isso nos mostra que é indispensável para qualquer projeto missionário que
toda obra comece e termine sob o poder e direção do ESPÍRITO SANTO. É essa
presença santa que garante o sucesso e eficácia da obra missionária em pleno
século XXI.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. A que nos referirmos com
o termo “pentecostal”?
Referimo-nos ao crente que
crê que a mesma experiência do ESPÍRITO SANTO que ocorreu com os apóstolos, no
dia de Pentecostes, de acordo com o Livro de Atos, pode acontecer hoje também,
ou seja, a experiência com o ESPÍRITO SANTO hoje não é diferente da
experimentada pelos cristãos do século I (At 2.1-12).
2. Qual é uma das mais
significativas contribuições pentecostais para as missões modernas?
É a ênfase do papel
indispensável do ESPÍRITO SANTO no complexo desafio de plantar novas igrejas
onde CRISTO ainda não foi anunciado.
3. Qual o acontecimento que
impulsiona a obra missionária da primeira igreja do Novo Testamento? A descida
do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecostes é o acontecimento que impulsiona a obra
missionária da primeira igreja.
4. Segundo a lição, como a
primeira igreja atingiria a escala mundial de Missões?
Com o entendimento a
respeito da natureza ilimitada do plano de salvação de DEUS para os homens, e
impulsionada pelo ESPÍRITO SANTO, a Missão da primeira igreja atingiria a
escala mundial.
5. Qual é a característica
mais surpreendente no Livro de Atos?
A ação do poder do ESPÍRITO
SANTO na Igreja é a característica mais surpreendente no livro de Atos, a ponto
de o livro ter sido chamado de “Os Atos do ESPÍRITO SANTO”