Escrita Lição 5, Central Gospel, Existe Filho Predileto? 4Tr23, Pr.
Henrique, EBD NA TV
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11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 - E o mais moço
deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu
por eles a fazenda.
13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma
terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 18 -
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu
e perante ti; 19 - Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um
dos teus jornaleiros.
20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o
seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e
o beijou. 21 - E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já
não sou digno de ser chamado teu filho. 22 - Mas o pai disse aos seus servos:
Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e
alparcas nos pés; 23 - E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
24 - Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi
achado. E começaram a alegrar-se.
25 - E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de
casa, ouviu a música e as danças. 26 - E, chamando um dos servos, perguntou-lhe
que era aquilo. 27 - E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro
cevado, porque o recebeu são e salvo.
TEXTO ÁUREO
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi
achado. E começaram a alegrar-se. Lucas 15.24
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Gênesis 4.1-16 Dois irmãos, dois caminhos
3ª feira – Gênesis 25.8 Isaque e Ismael sepultaram Abraão
4ª feira – Gênesis 25.24-26 Esaú e Jacó: um conflito de gerações
5ª feira – Gênesis 37.3 José, o filho predileto
6ª feira – Lucas 15.38 Quando o filho do mesmo pai não é irmão
Sábado – Provérbios 18.19 Evitando conflitos entre irmãos
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- entender que os filhos são diferentes; cada um relaciona-se com o
meio externo à sua própria maneira;
- compreender a necessidade de superar os conflitos existentes
entre irmãos;
- evitar demonstrações de predileção por determinado filho,
tratando os filhos com base no princípio da isonomia.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, para a lição de hoje, selecione imagens que mostrem
pais e/ou mães privilegiando determinados filhos em detrimento de outros — é
importante desenvolver a leitura imagética com seus alunos; uma imagem, às
vezes, vale mais do que mil palavras. No decurso da aula, enfatize a
importância da educação cooperativa na convivência entre irmãos, pois isto
refletirá na fase adulta. Cláudio Duarte
ESBOÇO
DA LIÇÃO
1.
A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS
1.1
O perfil do irmão mais moço
1.2.
O perfil do irmão mais velho
2.
UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS
2.1.
Cada um com a sua história
2.1.1.
Ismael e seus dilemas
2.1.2.
Isaque e as atenções dos pais
2.2.
Traumas e mágoas
3.
CONSELHOS AOS PAIS
3.1.
Invista em uma educação pautada no companheirismo
3.2. Aceite seus filhos como eles são
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SUBSÍDIOS
EXTRAS
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TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 26
22. E partiu Bali e cavou outro poco; e não porfiaram
sobre ele. Por isso, chamou o seu nome
Reobote, e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos
nesta terra.
23. Depois subiu dali a Berseba.
24. E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: Eu sou o
DEUS de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e
multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.
25. Então edificou ali um altar, a invocou o nome do Senhor, e
armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
TIPOLOGIA DE ISAQUE
1. Isaque foi filho da promessa (Gl 4.23 e 28), e filho único.
JESUS foi o unigênito (Jo 1.14) e foi prometido como "semente da
mulher" (Gn 3.15) e como Emanuel, DEUS conosco (Is 7.14).
2. O nascimento de Isaque
foi sobrenatural. Os pais não estavam mais em condições de ter filhos (Rm
4.19). O nascimento de JESUS foi sobrenatural.
3. Isaque foi oferecido em sacrifício e obediente em tudo (Gn 22).
JESUS foi julgado por três dias e carregou a cruz aos ombros (Como Isaque
caminhou três dias coma condenação a sacrifício e levou a lenha nos ombros)
JESUS foi obediente em tudo até a morte e morte de cruz (Fl 2.8).
4. No casamento de Isaque, Abraão resolveu providenciar, e o servo
Eliezer foi buscar e trouxe a noiva (Gn 24.1-67).
No casamento de JESUS CRISTO com a Igreja (Ap 19.7-9; Ef 5.22-32),
o Pai resolveu com o seu amor ao mundo, e o ESPÍRITO SANTO
veio habitar conosco para convencer, ensinar e santificar a Igreja que é
a noiva, para a realização das bodas (Ap 21.1-3). O ESPÍRITO SANTO conduz a
noiva ao noivo (como Eliézer conduziu Rebeca a Isaque)
Subsídios EXTRAS
))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 4, Isaque, um Caráter Pacífico
2º Trimestre de 2017 - Título: o Caráter do Cristão - Moldado
Pela Palavra de DEUS e Provado Como Ouro
Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Pr. Pres. ADPAR -
Assembleia de DEUS em Parnamirim/RN)
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva - 99-99152-0454
Resumo da Lição 4, Isaque, um Caráter Pacífico
I - ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA
1. Promessa de DEUS a Abrão.
2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre.
II - UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS
1. A prosperidade espiritual.
2. A bênção divina é passada de pai para filho.
3. A prosperidade material.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 26.12-25
12 - E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo
ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava. 13 - E engrandeceu-se o varão e
ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande; 14 - e tinha possessão de
ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os
filisteus o invejavam. 15 - E todos os poços que os servos de seu pai tinham
cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de
terra. 16 - Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito
mais poderoso te tens feito do que nós. 17 - Então, Isaque foi-se dali, e fez o
seu assento no vale de Gerar, e habitou lá. 18 - E tornou Isaque, e cavou os
poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus
taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu
pai.
19 - Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali
um poço de águas vivas. 20 - E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores
de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço
Eseque, porque contenderam com ele. 21 - Então, cavaram outro poço e porfiaram
sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna. 22 - E partiu dali e cavou outro
poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse:
Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra. 23 - Depois, subiu
dali a Berseba, 24 - e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu
sou o DEUS de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e
abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo. 25
- Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua
tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
Comentários BEP - CPAD
26.12 O SENHOR O ABENÇOAVA. No AT, às vezes, as pessoas recebiam bens
como recompensa pela fidelidade. No NT, ao contrário, a posse de bens materiais
geralmente é considerada um empecilho em potencial à vida espiritual e à
dedicação a DEUS (ver 3 Jo v.2).
OBJETIVO GERAL - Mostrar que o temperamento de Isaque era pacífico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Explicar porque Isaque era o filho da promessa;
Mostrar que Isaque era um homem abençoado por DEUS;
Refletir a respeito de algumas lições do caráter de Isaque.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito de Isaque, o filho da promessa.
DEUS havia prometido a Abraão um herdeiro, porém sua idade e a da sua esposa já
eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa
altura da vida não parecia nada fácil. Mas DEUS é fiel e vela por sua palavra.
Se Ele fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá.
Abraão e Sara devem ter criado o filho da promessa com muito amor e carinho,
contribuindo para desenvolver em Isaque um caráter manso, pacificador e
humilde. Isaque recebeu uma boa educação e decidiu fazer boas escolhas. DEUS o
abençoou em todas as áreas, mas, não significa que sua vida foi fácil. Ele teve
de enfrentar a esterilidade de sua esposa, vizinhos invejosos e maus. Todavia,
diante das adversidades, demonstrou ter um caráter pacífico e confiante em
DEUS.
PONTO CENTRAL - Isaque nos deixou um exemplo de humildade e submissão a DEUS e a seus pais.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Isaque era o filho da promessa.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Isaque era um homem abençoado por DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos extrair várias lições do perfil de
Isaque.
PARA REFLETIR - A respeito de Isaque, um caráter pacífico, responda:
Qual o significado do nome Isaque?
"Aquele que ri", "ele ri" ou "riso".
Que promessa DEUS fez a Abraão, quando ele tinha 75 anos de idade?
Que ele seria "uma grande nação" (Gn 12.2).
Quais os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque?
Um homem trabalhador, humilde e obediente a DEUS.
Por que a bênção dada a Abraão foi transferida para Isaque?
Por causa de sua fidelidade a DEUS.
Cite algumas características do caráter de Isaque.
Obediente aos pais, temente a DEUS e pacificador.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 70, p38.
Resumo Rápido do Pr. Henrique - Lição 4, Isaque, um Caráter
Pacífico
Data provável - 1818 a.C.
O caráter é a vida de uma pessoa demonstrada interiormente para
DEUS e exteriormente para as pessoas, podendo diferir nas duas apresentações.
O homem pode ter um relacionamento com DEUS bem diferente do que
tem com os homens.
Isaque tinha uma fé que agradava a DEUS, mas um comportamento com a
sociedade em que vivia que não condizia com sua vida com DEUS. Mentiu e enganou
a Abimeleque e ao povo de Gerar (os filisteus), dizendo ser Rebeca sua irmã,
embora fosse sua esposa.
Isaque seguia nas pisadas de seu pai porque seu caráter havia sido
moldado por ele. Teve altos e baixos, mas mais altos do que baixos.
O nome Isaque que significa 'ele ri", ou "aquele que
ri", foi dado por DEUS, quando três anjos visitaram Abraão e Sarai. Um
deles era uma teofania, ou seja, o próprio JESUS (pré-encarnado), assim o
acreditamos, pois este aceitou adoração e intercessão por Ló, enquanto os
outros dois foram para Sodoma, executar o plano de DEUS.
Gênesis: 25. 20. e Isaque tinha quarenta anos quando tomou por
mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, arameu.
Gênesis: 25. 26 E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao
calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de
sessenta anos quando os gerou.
ISAQUE CASOU COM 40 E TEVE SEUS DOIS FILHOS COM 60 ANOS.
Abrão ainda teve 15 anos para brincar com seus netinhos e com seus
6 filhos que lhe nasceram de Quetura, fora os filhos de Ismael.
Abraão tinha 100 anos quando Isaque nasceu. Isaque tinha sessenta
anos quando nasceram seus filhos. Abraão tinha então 160 anos. Abraão morreu
com 175 anos.
Gênesis 25.7 Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão,
que viveu cento e setenta e cinco anos.
Isaque tinha seu caráter moldado pelo pai. O pai foi a Gerar e
depois ao Egito (Gerar era caminho para se chegar ao Egito, chamava caminho dos
filisteus). Isaque saiu de Berseba com destino ao Egito. DEUS o impediu. Ele
fica onde seu pai também havia ficado quando voltou do Egito. Isaque, com o
caráter influenciado pelo pai, repete a mentira do pai e passa pelas mesmas situações.
DEUS providenciou um plano para Abrão voltar a Canaã e Abimeleque deu uma
mãozinha nisso (expulsou-o por inveja e medo de que ficasse poderoso demais) .
Abrão foi descendo de volta a Canaã e abrindo poços e dando nome a esses poços
de acordo com a situação que vivia. Os filisteus foram contendendo e entupindo
esses poços.
Volta pelo caminho desentupindo os mesmos poços, confirmando seus nomes que seu
pai havia lhes dado porque passava pelas mesmas situações que seu pai passou.
Quando está de volta a Berseba faz o mesmo que seu pai. Faz um altar e agradece
a DEUS por estar de volta depois de quase morrer. Faz aliança com Abimeleque
(sem autorização de DEUS, mas para ficar em paz com seu vizinho). Depois
recebeu a visita de DEUS que renova a aliança com ele e lhe promete filhos.
Não é que ele tivesse um bom caráter ou mal caráter. Todos nós tomamos atitudes
de um bom caráter e de um mal caráter.
Quando obedeceu a DEUS e não foi ao Egito agiu com um bom caráter, quando fez
um altar a DEUS agiu com um bom caráter, quando acreditou nas promessas de DEUS
e esperou por 20 anos seus filhos e não fez como seu pai arrumando uma escrava
egípcia para lhe ser um filho, demonstrou ter bom caráter.
Depois, no tempo de seus filhos, vemos que Isaque herda uma parte do
caráter de sua mãe e de seu pai ao dar preferência a um de seus filhos. isso
causou desavenças e divisão no lar.
Os intérpretes julgam como fraqueza de caráter o fato de Isaque ter
mentido acerca de sua esposa e de sua preferência por Esaú (o que se deveria
ao fato de que Esaú caçava e satisfazia ao apetite de Isaque; Gên. 25:28).
Ou, pelo menos, esses incidentes mostrariam lapsos sérios na vida de
Isaque. Mas, dificilmente poderíamos julgar o caráter geral de um homem
por causa de dois incidentes difíceis de julgar, ou mesmo por causa de
alguma atitude errada e persistente, de algum tipo. É verdade que a bênção
que Isaque tencionava proporcionar a Esaú, finalmente foi dada a Jacó, por
desígnio divino; e isso não por causa do próprio Jacó e, sim, por causa do
plano divino relativo ao povo de Israel, porquanto esse povo seria divino
instrumento mediante o qual o Messias chegaria ao mundo e cumprir a sua
missão terrena.
Quem era Abimeleque no tempo de Isaque? - Rei de Gerar que é a
terra dos filisteus.
Pelo que podemos deduzir é que Abimeleque seja um título honorífico como czar
na Rússia, Dodge na Espanha, Candace na Etiópia. Assim esse Abimeleque seria
outra pessoa com o mesmo título que o Abimeleque do tempo de Abraão.
I - ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA
Abrão tinha 75 anos quando recebeu a promessa e a promessa só se
cumpriu quando Abrão (agora Abraão) tinha 100 anos. Como Sara ficou grávida com
89 e Abrão tinha 99, então a promessa se cumpriu depois de 24 anos de espera,
mas se quisermos considerar cumprida só depois do nascimento de Isaque, então
são 25 anos de espera. Não tem na bíblia quantos anos tinha Isaque ao ser
oferecido no Monte Moriá, mas como DEUS é DEUS de Aliança e a Aliança no Antigo
Testamento (BHÊRITE ) diz que o que eu dou para DEUS, DEUS dá para mim, então
creio que Isaque tinha 33,5 anos, pois JESUS tinha esta idade quando foi
oferecido no calvário. Isaque é um tipo de CRISTO.
Vimos então que Abrão esperou 24 anos pela promessa, a bíblia nos
diz que Isaque se casou com 40 anos e seus filhos nasceram quando ele tinha 60
anos - Passou vinte anos orando por eles. Jacó trabalhou 14 anos por Raquel.
Então podemos ver que esta família era uma família perseverante em oração,
tinha muita paciência. Vimos também 3 mulheres estéreis na família. As três
matriarcas Sara, Rebeca e Raquel. Duas delas buscam resolver carnalmente
a situação, Sara com a serva Hagar e Raquel com as Mandrágoras do filho de
Leia, já Rebeca consegue a bênção pela oração de Isaque. Abraão espera 24 anos
pela promessa, Isaque 20 anos e Jacó 14 anos trabalha por Raquel. Família
paciente mesmo.
1. Promessa de DEUS a Abrão.
Gn 26.3-5 “...peregrina nesta terra, e serei contigo, e te
abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei
o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. E multiplicarei a tua semente
como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua
semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à
minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as
minhas leis.”
A NATUREZA DO CONCERTO. A Bíblia descreve o relacionamento entre
DEUS e seu povo em termos de “pacto” ou “concerto”. Esta palavra aparece pela
primeira vez em 6.18 e prossegue até o NT, onde DEUS fez um novo concerto com a
raça humana mediante JESUS CRISTO. Quando compreendemos o concerto entre DEUS e
os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), aprendemos a respeito de como DEUS quer
que vivamos em nosso relacionamento pactual com Ele.
O nome especial de DEUS, em relação ao concerto, conforme a
revelação bíblica, é Jeová (ou Yavé) (traduzido “SENHOR”; ver 2.4). Inerente
neste nome pactual está a benignidade de DEUS, sua solicitude redentora pela
raça humana, sua contínua presença entre o seu povo, seu propósito de estar em
comunhão com os seus e de ser o seu Senhor.
A divina e fundamental promessa do concerto é a seguinte: “...para
te ser a ti por DEUS e à tua semente depois de ti” (ver 17.7). Desta promessa
dependem todas as demais integrantes do concerto. Significa que DEUS se
compromete firmemente com o seu povo fiel a ser o seu DEUS, e que por amor, Ele
lhe concede graça, proteção, bondade e bênção (Jr 11.4; 24.7; 30.22; 32.38; Ez
11.20; Zc 8.8).
O alvo supremo do concerto entre DEUS e a raça humana era salvar
não somente uma nação (Israel), mas a totalidade da raça humana. No caso de
Abraão, DEUS já lhe prometera que nele “todas as nações da terra” seriam
benditas (12.3; 18.18; 22.18; 26.4). DEUS estendeu sua graça pactual à nação de
Israel a fim de que esta fosse “para luz dos gentios” (Is 49.6; cf. 42.6). Isso
cumpriu-se mediante a vinda do Senhor JESUS CRISTO como Redentor, quando,
então, os cristãos começaram a levar a mensagem do evangelho por todo o mundo
(Lc 2.32; At 13.46,47; Gl 3.8-14).
Nos diversos concertos que DEUS fez com o ser humano através das
Escrituras, há dois princípios atuantes: (a) era somente DEUS quem estabelecia
as promessas e condições do seu concerto, e (b) cabia ao ser humano aceitar por
fé obediente essas promessas e condições. Em certos casos, DEUS estabeleceu com
muita antecipação as promessas e as responsabilidades de ambas as partes; em
tempo algum, porém, o povo conseguiu, junto a DEUS, alterar as condições dos
concertos para beneficiar-se.
O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO.
(1) DEUS, ao estabelecer comunhão com Abraão, mediante o concerto
(cap. 15), fez-lhe claramente várias promessas: DEUS como escudo e recompensa
de Abraão (15.1), descendência numerosa (15.5) e a terra de Canaã como sua
herança (15.7; ver 15.6; 17.8; cf. 12.1-3).
DEUS conclamou Abraão a corresponder a essas promessas por fé,
aceitá-las, e confiar nEle como seu Senhor. Por Abraão assim fazer, DEUS o
aceitou como justo (15.6) e foi confirmado mediante comunhão pessoal com Ele.
Não somente Abraão precisou, de início, expressar sua fé para a
efetuação do concerto, como também DEUS requereu que, para a continuação das
bênçãos do referido concerto, Abraão devia, de coração, agradar a DEUS, através
de uma vida de obediência. (a) DEUS requereu que Abraão andasse na sua presença
e que fosse “perfeito” (ver 17.1). Noutras palavras, se a sua fé não fosse
acompanhada de obediência (Rm 1.5), ele estaria inabilitado para participar dos
eternos propósitos de DEUS. (b) Num caso especial, DEUS provou a fé de Abraão
ao ordenar-lhe que sacrificasse seu próprio filho, Isaque (22.1,2). Abraão foi
aprovado no teste e, por conseguinte, DEUS prometeu que o seu pacto com ele
(Abraão) ia continuar (ver 22.18). (c) DEUS informou diretamente a Isaque que
as bênçãos continuariam imutáveis e que seriam transferidas para ele porque
Abraão lhe foi obediente e guardou os seus mandamentos (26.4,5).
DEUS ordenou diretamente a Abraão e aos seus descendentes que
circuncidassem cada menino nascido na sua família (17.9-13). O Senhor
determinou que cada criança do sexo masculino não circuncidada fosse excluída
do seu povo (17.14) por violação do concerto. Noutras palavras, a desobediência
a DEUS levaria à perda das bênçãos do concerto.
O concerto entre DEUS e Abraão foi chamado um “concerto perpétuo”
(17.7). A intenção de DEUS era que o concerto fosse um compromisso permanente.
Era, no entanto, passível de ser violado pelos descendentes de Abraão, e assim
acontecendo, DEUS não teria de cumprir as suas promessas. Por exemplo, a
promessa que a terra de Canaã seria uma possessão perpétua de Abraão e seus
descendentes (17.8) foi quebrada pela apostasia de Israel e pela infidelidade
de Judá e sua desobediência à lei de DEUS (Is 24.5; Jr 31.32); por isso, Israel
foi levado para o exílio na Assíria (2Rs 17), enquanto Judá foi posteriormente
levado para o cativeiro em Babilônia (2Reis 25; 2Cr 36; Jr 11.1-17; Ez
17.16-21).
SORRISO DE ABRÃO DIFERENTE DO SORRISO DE SARA
Só Sara foi repreendida, então o riso de Sara era de incredulidade,
mas o riso de Abraão foi de admiração pelo poder de DEUS e de Alegria.
O CONCERTO DE DEUS COM ISAQUE.
(1) DEUS procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração
seguinte, a partir de Isaque, filho de Abraão (17.21). Noutras palavras, não
bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; ele, também, precisava aceitar
pela fé as promessas de DEUS. Somente então é que DEUS diria: “Eu sou contigo,
e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente” (26.24).
(2) Durante os vinte primeiros anos do seu casamento, Isaque e
Rebeca não tiveram filhos (25.20,26). Rebeca permaneceu estéril até que Isaque
orou ao Senhor, pedindo que sua esposa concebesse (25.21). Esse fato demonstra
que o cumprimento do concerto não se dá por meios naturais, mas somente pela
ação graciosa de DEUS, em resposta à oração e busca da sua face (ver 25.21).
(3) Isaque também tinha de ser obediente para continuar a receber
as bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por exemplo,
DEUS proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde estava. Se
obedecesse a DEUS, teria a promessa divina: “...confirmarei o juramento que
tenho jurado a Abraão, teu pai” (26.3; ver 26.5).
a- Uma promessa que só poderia ser cumprida por um milagre de DEUS
(Sarai era estéril).
b- Uma promessa que dependia de uma aliança.
c- Uma promessa que levou 25 anos para se cumprir (Promessa feita
quando Abrão tinha 75 anos e Isaque só nasceu quando Abraão tinha 100 anos).
2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre.
a- Milagre porque Sarai era estéril.
b- Milagre porque Sara tinha 89 anos quando ficou grávida de
Isaque.
c- Milagre porque foi predito e até o nome dado antes.
II - UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS
POR QUE ISAQUE E NÃO ISMAEL?
Ismael é filho natural (escrava era mulher nova - poderia gerar de
Abraão mesmo ele sendo velho). Ismael é filho da desobediência de Sara e falta
de fé dela que acabou contaminando Abrão. Filho da escrava não herda as mesmas
promessas que o filho da esposa verdadeira.
Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum
o filho da escrava herdará com o filho da livre. Gálatas 4:30
De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre. Gálatas
4:31
Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da
livre. Gálatas 4:22
Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre,
por promessa. Gálatas 4:23
1. A prosperidade espiritual.
Riso chegou! Glória a DEUS!
Agora a expressão seria outra: Esaú e Jacó nasceram! Glória a DEUS!
A resposta de DEUS às orações de Isaque foram dois filhos.
De Isaque e Rebeca nasce Esaú, seu primogênito, com Jacó agarrado
em seu calcanhar. Por isso o nome de enganador, ou "aquele que agarra no
calcanhar", no original.
Isaque estava agora em plena comunhão com DEUS e as bênçãos
prometidas por DEUS a ele são cumpridas depois de 20 anos de espera e muita
oração.
Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com
aproximadamente 3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi
oferecido em sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe
nasceu dois filhos, morreu com 180 anos.
2. A bênção divina é passada de pai para filho.
Isaque era homem de oração, de milagres (desde sua concepção até
nas colheitas e água nos poços), era homem de altares (Ação de graças, louvor e
adoração).
Para que de Abraão nascesse JESUS era preciso continuar a Aliança
entre DEUS e Abraão, agora, via seus descendentes. Quando DEUS chamou Abrão
tinha em vista JESUS, o salvador de todos,, tanto judeus como gentios.
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. Não
diz: ‘E a descendentes’, como no caso de muitos, mas como no caso de um só: ‘E
a teu descendente’, que é CRISTO.” Gálatas 3.16.
Isaque demonstrou ter a mesma fé de seu pai nas promessas de DEUS e
isso O agradou. Assim, a aliança teve continuidade.
3. A prosperidade material.
E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem
medidas, porque o Senhor o abençoava. E engrandeceu-se o homem, e ia
enriquecendo-se, até que se tornou mui poderoso. E tinha possessão de ovelhas,
e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o
invejavam.
Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito
mais poderoso te tens feito do que nós. Gênesis 26.12-14; 16.
Uma das promessas contidas na aliança de DEUS com Abraão, Isaque e
Jacó, era a de prosperidade material.
veja Deuteronômio 28.
Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto
do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias
das tuas vacas e das tuas ovelhas.
Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares, e bendito
serás ao saíres. O Senhor entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos,
que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete
caminhos fugirão da tua presença. O Senhor mandará que a bênção esteja contigo
nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra
que te der o Senhor teu DEUS. O Senhor te confirmará para si como povo santo,
como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu DEUS, e
andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que é invocado sobre
ti o nome do Senhor, e terão temor de ti. E o Senhor te dará abundância de bens
no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo,
sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te dar. O Senhor te abrirá o seu
bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar
toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás
emprestado. E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em
cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu DEUS, que hoje
te ordeno, para os guardar e cumprir. Deuteronômio 28:3-13
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 12, Isaque, o Sorriso de Uma Promessa
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES
PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
http://ebdnatv.blogspot.com.br/2015/12/figuras-da-licao-12-isaque-o-sorriso-de.html
para figuras da Lição utilizadas no programa de TV
TEXTO ÁUREO
"E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá
comigo" (Gn 21.6).
VERDADE PRÁTICA
A promessa divina, ainda que pareça tardia, sempre nos sorri no momento certo e
na estação apropriada.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 18.10 DEUS promete a Abrão um herdeiro
Terça - Gn 21.1,2 DEUS é fiel, nasce o filho da promessa
Quarta - Gn 24.58-67 Uma esposa para Isaque, o filho da promessa
Quinta - Gn 25.21 Os filhos de Isaque, herdeiros da promessa
Sexta - Gn 27.1-46 Isaque, o filho da promessa, abençoa seus filhos
Sábado - Gn 27,26 Isaque, o filho bendito do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 21.1-8
1 - E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como
tinha falado. 2 - E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao
tempo determinado, que DEUS lhe tinha dito. 3 - E chamou Abraão o nome de seu
filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque. 4 - E Abraão circuncidou o
seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha
ordenado. 5 - E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu
filho. 6 - E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se
rirá comigo. 7 - Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a
filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice? 8 - E cresceu o menino e foi
desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi
desmamado.
OBJETIVO GERAL
Saber que DEUS é fiel e que Ele nos "sorri" e cumpre o que prometeu
no momento certo e na estação própria.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer a promessa de DEUS a Abraão;
Saber que Isaque era o bem mais precioso de Abraão;
Mostrar como se deu o casamento de Isaque com Rebeca;
Compreender que Isaque era o filho bendito que o Senhor havia prometido.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
DEUS havia prometido a Abraão um herdeiro, porém, sua idade e a da sua esposa
já eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa
altura da vida não parecia nada fácil. Mas, DEUS é fiel e vela por sua palavra.
Se DEUS fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá.
Todavia, Sara querendo resolver a situação do seu jeito pede que Abraão tenha
um filho com sua escrava Agar. A princípio, parecia que o plano de Sara havia
dado certo, porém, depois que o filho da promessa nasceu, começaram os
conflitos. Abraão teve que lançar seu filho fora. Mas DEUS não havia lançado
fora Ismael. O Senhor livra o menino e sua mãe da aflição do deserto e
transforma um caso que a princípio parecia de fracasso e morte, em bênção. DEUS
abençoou Ismael, mas Isaque era o filho da promessa e por seu intermédio, DEUS
cumpriria seu concerto com Abraão.
PONTO CENTRAL
O nascimento de Isaque foi o cumprimento de uma promessa a Abraão
Resumo da Lição 12, Isaque, o Sorriso de Uma Promessa
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO
1. O nascimento do "riso".
2. Isaque e Ismael.
II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO
1. A provação das provações.
2. O encontro de Isaque com DEUS.
III. O CASAMENTO DE ISAQUE
1. Uma esposa para Isaque.
2. O casamento de Isaque.
3. Os filhos que não vinham.
IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR
1. Príncipe de DEUS.
2. Profeta de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Isaque, o tão esperado herdeiro, ao nascer
encheu o coração dos seus pais de alegria.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Isaque tornou-se o bem mais precioso de seus
pais. Somente DEUS deve ter a primazia em nossos corações.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS, ouviu o clamor do servo de Abraão e
providenciou uma noiva para Isaque.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Isaque foi o filho bendito de Abraão. DEUS
era com ele e o abençoou sobremaneira
SUBSÍDIO DEVOCIONAL top1
"Idade de Noventa e Nove Anos
Abraão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a
idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e
quatro anos depois da promessa original de DEUS, o Senhor apareceu a Abraão com
uma mensagem e exigência. (1) DEUS se revelou como o 'DEUS Todo-Poderoso',
significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como DEUS
Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo
dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que DEUS
traria ao mundo o filho prometido a Abraão. (2) DEUS ordenou que Abraão andasse
diante dEle e que fosse 'perfeito'. Assim como a fé de Abraão foi necessária na
efetuação do concerto com DEUS, assim também um esforço sincero para o agradar
era agora necessário, para continuação das bênçãos de DEUS, segundo o concerto
feito. A fé de Abraão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão
ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de DEUS. Noutras
palavras, as promessas e os milagres de DEUS somente serão realizados quando o
seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado
para Ele" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.
56).
CONHEÇA MAIS top1
O teu único filho
A intenção de DEUS não era de que Abraão sacrificasse seu filho. A
ordem de oferecer Isaque serviu para provar o quanto ele confiava no Senhor.
Contudo, tratava-se também de uma história profética. DEUS, que foi tão
generoso em permitir que Abraão sacrificasse seu filho, estava desejoso de
entregar seu único filho, a quem amava, para garantir a nossa salvação."
Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 38.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Isaque
O nome dado por DEUS antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa 'ele
ri', 'aquele que ri', ou simplesmente 'riso'.
Nada é conhecido sobre os dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo
grande e forte o suficiente para carregar a madeira para o fogo do altar
subindo a montanha, não sabendo que ele mesmo seria colocado no altar. A
experiência de ter sido amarrado como uma vítima de sacrifício e então liberto
pela intervenção divina deve ter afetado profundamente toda a sua vida"
(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 989).
DEUS tinha planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas
promessas.
SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
Professor, procure enfatizar as características de Isaque. Mostre que a sua
mansidão "é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se
o sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os
pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa,
profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado
em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu
afeto expansivo.
Ele era um homem que vivia em contato com DEUS. Embora não tenha as visitações
dramáticas que foram concedidas ao seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos
mandamentos de DEUS. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais
interesses de sua vida" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, p. 990).
SUBSÍDIO DIDÁTICO top4
Professor, enfatize as características de Isaque e as lições de vida que
aprendemos com Ele. Mostre aos alunos que Isaque demonstrou ser um filho
obediente, um homem paciente e um marido cuidadoso. Observe algumas das lições
que aprendemos com o filho da promessa, Isaque. Se desejar, leia para os alunos
e discuta com eles cada lição:
"*A paciência sempre produz recompensas;
*As promessas e os planos de DEUS são maiores que os das pessoas.
*DEUS sempre cumpre suas promessas! Ele permanece fiel embora nossa fé seja
pequena.
*Exercer favoritismo certamente produz conflitos familiares" (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 35).
PARA REFLETIR A respeito do livro de Gênesis:
O que representou Isaque para Abraão?
Representou o cumprimento da promessa divina.
O que significou o Moriá para Isaque?
Significou a oportunidade de ter um encontro pessoal e fortemente experimental
com o DEUS de seu pai.
Quais as principais qualidades de Rebeca?
Espiritualidade, gentileza, disposição e amor ao trabalho.
O que fez Isaque em relação à esterilidade da esposa?
Ele orou e buscou a ajuda de DEUS.
Em que sentido Isaque foi profeta?
Ao impetrar a bênção sobre seus filhos.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 42.
SUGESTÃO DE LEITURA - As Faces do Perdão, Uma Esposa para Isaque e
Mulheres que Ouviram a Voz de DEUS
Comentários de vários autores de Livros com algumas correções do
Ev. Luiz Henrique
Pontos difícil? Polêmico?
Gn 15.7 Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur
dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la.
Apesar de DEUS ter influenciado o pai de Abrão a sair de Ur dos
Caldeus, DEUS só chama Abrão na cidade de Harã, só aí DEUS fala com Abrão.
Gênesis 11.31 E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de
Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu
com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e
habitaram ali.
Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela
e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande
nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão como o Senhor lhe
tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos
quando saiu de Harã. Gênesis 12:1-4 (grifo nosso).
Abrão tinha 75 anos quando recebeu a promessa e a promessa só se
cumpriu quando Abrão (agora Abraão) tinha 100 anos. Como Sara ficou grávida com
89 e Abrão tinha 99, então a promessa se cumpriu depois de 24 anos de espera,
mas se quisermos considerar cumprida só depois do nascimento de Isaque, então
são 25 anos de espera.
Não tem na bíblia quantos anos tinha Isaque ao ser oferecido no
Monte Moriá, mas como DEUS é DEUS de Aliança e a Aliança no Antigo Testamento
(BHÊRITE ) diz que o que eu dou para DEUS, DEUS dá para mim, então creio
que Isaque tinha 33,5 anos, pois JESUS tinha esta idade quando foi oferecido no
calvário. Isaque é um tipo de CRISTO.
Veja que neste trimestre muitos paradigmas vão sendo quebrados e
muitas pregações famosas vão sendo contestadas. Já vimos que Noé pregou 100
anos, vimos que Noé passou 1 ano e 17 dias na arca e vamos cada dia aprendendo
mais.
Vimos então que Abrão esperou 24 anos pela promessa, a bíblia nos
diz que Isaque se casou com 40 anos e seus filhos nasceram quando ele tinha 60
anos - Passou vinte anos orando por eles. Jacó trabalhou 14 anos por Raquel.
Então podemos ver que esta família era uma família perseverante em oração,
tinha muita paciência.
Vimos também 3 mulheres estéreis na família. As três matriarcas
Sara, Rebeca e Raquel. 2 buscam resolver carnalmente a situação, Sara com a
serva Hagar e Raquel com as Mandrágoras do filho de Leia, já Rebeca consegue a
bênção pela oração de Isaque. Abraão espera 24 anos pela promessa, Isaque 20
anos e Jacó 14 anos trabalha por Raquel. Família paciente mesmo.
Abrão só teve um filho. Ismael, o filho da escrava. Precisou apenas
de Abrão ter relações sexuais de adultério com Agar, o que era natural, humano
e possível, filho da carne. Este nasceu antes da Aliança entre DEUS e Abrão..
Abraão só teve um filho. Isaque, o filho da promessa - Precisou de
um milagre sobrenatural e espiritual para que essa promessa se cumprisse (Sara
ficou grávida com 89 anos e Abraão tinha 99 anos). Este nasceu depois da
Aliança entre DEUS e Abrão que se tornou em Abraão.
Na aliança de DEUS com Abrão está contida a mudança de nome.
Significa: Seu nome se torna meu nome e meu nome se torna seu nome. Por isso
Abrão recebe uma letra do nome de DEUS, o H e passa a se chamar Abrhaão, mas em
português Abraão e Sarai passa a se chamar Sarah, mas em português Sara. DEUS
agora passa a ser chamado o DEUS de Abraão. Depois faz aliança com Isaque e
passa a se chamar O DEUS de Abraão e de Isaque, depois faz aliança com Jacó e
passa a ser chamar O DEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó. Hoje ELE se chama o
DEUS de _______________ (coloque seu nome ai). Nós temos uma aliança com DEUS
em JESUS CRISTO. Recebemos o selo de DEUS, a adoção de DEUS como filhos.
Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó? Ora,
DEUS não é DEUS dos mortos, mas dos vivos. Mateus 22:32.
Israel é por direito de posse carnal de Ismael e por direito de
posse espiritual de Isaque. No milênio isso se resolverá e Israel assumirá seu
território prometido por DEUS.
ABRÃO, MAS ABRAÃO. Abrão significa pai elevado; Abraão significa
pai de uma multidão.
Sarai e Sara significa princesa. O Talmud explica que Sarai
significava "minha princesa". Porém ao receber uma bênção que dela
viria uma importante nação, seu nome é mudado para Sara, sem sufixo, pois será
uma princesa para todos. Sarai - princesa, Sara mãe de nações. “Sarai”
significa, em hebraico, “Yahweh é príncipe“
Agar nunca se converteu, tanto que deu uma mulher egípcia para
casar com seu filho Ismael.
Para ela o DEUS de Abraão poderia livrar Ismael, não o seu DEUS.
DEUS não ouve a pecadores que não querem se converter apesar de verem os
milagres de DEUS acontecerem, por isso ouviu Ismael e não Agar.
Agar presenciou um dos maiores milagres de DEUS, o nascimento de um filho de
uma mulher aos 90 anos, mesmo assim não se converteu.
Gênesis 21:20,21 - E era DEUS com o menino, que cresceu; e habitou
no deserto, e foi flecheiro. E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe
mulher da terra do Egito.
Levantar sua voz e chorar pode significar gritou e chorou, mas pode
significar só chorou alto mesmo.
Estamos vendo pelo texto que DEUS ouviu Ismael e não Agar, também
notamos que o poço existia, porém nem Ismael e nem Agar o tinham visto.
Claro o poço estava lá faltava os dois verem. A solução de
nossos problemas está a um passo de nós, falta vermos Aplicando em nossa vida,
devido à falta de comunhão somos impedidos de ver o milagre ou a solução a
nossa frente.
Ismael tinha 17 anos quando saiu da casa de seu pai com sua mãe.
Ismael tinha 13 anos quando foi circuncidado, daí a mais um ano
nasceu Isaque, depois se passou mais 3 anos para o menino ser desmamado e na
festa do desmame Agar e Ismael foram expulsos. 13+1+3= 17 anos. (adotamos aqui
3 anos para Isaque ser desmamado, pois era a média para isso acontecer).
Uma família de fé e paciência. Exemplo para nós. Abrão morava em
tendas porque esperava sua morada no céu.
Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que
havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou
na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e
Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem
fundamentos, da qual o artífice e construtor é DEUS. Pela fé também a mesma
Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto
teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já
amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas, e como a areia
inumerável que está na praia do mar. Hebreus 11:8-12
Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com
3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi oferecido em
sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe nasceu dois
filhos, morreu com 180 anos.
ABRAÃO - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS
4º TRIMESTRE DE 2002 - COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL -
(CONSULTORIA DOUTRINÁRIA E TEOLÓGICA DE Pr. ANTÔNIO GILBERTO)
Lição 12 - ISMAEL E ISAQUE - IRMÃOS EM CONFLITO - 22-12-02
TEXTO ÁUREO:
“Não são os filhos da carne que são filhos de DEUS, mas os filhos
da promessa são contados como descendência” (Rm 9.8).
Gl 4.22 ABRAÃO TEVE DOIS FILHOS. Paulo emprega uma ilustração para demonstrar a
diferença entre o antigo e o novo concerto. Agar representa o antigo concerto,
firmado no monte Sinai (v. 25); os seus filhos vivem agora sob esse concerto e
nascem segundo a carne (v.23), i.e., não têm o ESPÍRITO SANTO. Sara, a outra
esposa de Abraão, representa o novo concerto; os seus filhos, i.e., os crentes
em CRISTO, têm o ESPÍRITO e são verdadeiros filhos de DEUS.
Filhos da carne: significa que nasceram da união física entre
Abrão e Agar, união essa, perfeitamente passível de gerar filhos, pois Agar era
mulher jovem (Geração natural).
Filhos da promessa: São os filhos que DEUS prometeu a Abraão
que seriam gerados a partir de Sara, sua esposa, que não podia mais ter filhos
e então seria necessário um milagre ou intervenção de DEUS para que viesse a
ser gerado o filho da promessa, Isaque, de quem nasceria Esaú e Jacó, de Jacó
os doze patriarcas e daí para frente a nação de Israel e daí o messias, JESUS
CRISTO e deste os filhos de DEUS que são todos aqueles que o aceitam como
senhor e salvador.
VERDADE PRÁTICA:
A fidelidade de DEUS é imutável e independente dos fracassos
humanos.
Rm 11.29 Porque os dons e a vocação de DEUS são sem arrependimento.
Estas palavras se referem aos privilégios de Israel mencionados em 9.4,5 e
11.26. O contexto desta passagem tem a ver com Israel e os propósitos de DEUS
para aquela nação e não aos dons espirituais ou à vocação ministerial
relacionados com a obra do ESPÍRITO SANTO na igreja (cf. 12.6-8; 1 Co 12).
LEITURA DIÁRIA:
Segunda Gn 15.3A queixa de Abrão
3 Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um
nascido na minha casa será o meu herdeiro.
Sem filhos seria impossível que a promessa de DEUS se cumprisse, Abrão não
podia crer que um DEUS tão poderoso deixaria que seu servo herdasse suas
promessas; ele cria que DEUS poderia lhe dar um filho.
Terça Gn 15.4 DEUS promete um filho a Abrão
4 E eis que veio a palavra do SENHOR a ele, dizendo: Este não será
o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro.
Abrão, em resposta a essas palavras de consolo, relembrou a DEUS
que não tinha filhos e, portanto, nenhum herdeiro (v. 2). Assim sendo, ele
adotaria um dos seus servos para se tornar o seu herdeiro. DEUS rejeitou a
ideia e prometeu a Abrão que este seria pai de um filho com sua esposa estéril,
Sarai (cf. 11.30) e teria uma descendência inumerável. O fato incrível - e
nisso está a grandeza de Abrão é que ele teve fé em DEUS. É essa fé em DEUS que
lhe foi imputada por justiça.
Quarta Gn 16.1-4 A precipitação de Abrão
1 Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe gerava filhos, e ele tinha uma
serva egípcia, cujo nome era Agar. 2 E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me
tem impedido de gerar; entra, pois, à minha serva; porventura, terei filhos
dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.3 Assim, tomou Sarai, mulher de Abrão, a
Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, ao fim de dez
anos que Abrão habitara na terra de Canaã.4 E ele entrou a Agar, e ela
concebeu; e, vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus
olhos.
16.2 O SENHOR ME TEM IMPEDIDO DE GERAR. Entre o povo da Mesopotâmia, o costume,
quando a esposa era estéril, era deixar que a sua serva tivesse filhos com o
esposo. Esses filhos eram considerados filhos legítimos daquela esposa.
(1) Apesar de existir então esse costume, a tentativa de Abrão e
Sarai de terem um filho através da união de Abrão com Agar não teve a aprovação
de DEUS (2.24).
(2) O NT fala do filho de Agar como sendo o produto do esforço
humano segundo a carne, e não segundo o ESPÍRITO (Gl 4.29). Segundo a carne,
equivale ao planejamento puramente carnal, humano, natural. Noutras palavras,
nunca se deve tentar cumprir o propósito de DEUS usando métodos que não são
segundo o ESPÍRITO, mas esperando com paciência no Senhor e orando com fervor.
O homem é sempre tendente a escolher o caminho mais curto e rápido
na solução de seus problemas, mas DEUS sempre escolhe um caminho que necessite
de fé para que o homem cresça em seu conhecimento.
Quinta Gn16.5-16 O nascimento de Ismael
5 Então, disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti. Minha serva
pus eu em teu regaço; vendo ela, agora, que concebeu, sou menosprezada aos seus
olhos. O SENHOR julgue entre mim e ti.6 E disse Abrão a Sarai: Eis que tua
serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai,
e ela fugiu de sua face.7 E o Anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água
no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.8 E disse: Agar, serva de Sarai, de
onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha
senhora.9 Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora e
humilha-te debaixo de suas mãos.10 Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR:
Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa
que será.11 Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um
filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.12
E ele será homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra
ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.13 E ela chamou o nome
do SENHOR, que com ela falava: Tu és DEUS da vista, porque disse: Não olhei eu
também para aquele que me vê?14 Por isso, se chama aquele poço de Laai-Roi; eis
que está entre Cades e Berede.15 E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão chamou o
nome do seu filho que tivera Agar, Ismael.16 E era Abrão da idade de oitenta e
seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão.
A escrava estava se sentindo dona da situação, ela era a abençoada
(tinha um filho de Abrão), Sara teria que se submeter a seus caprichos para que
Abrão não a deixasse; quão enganada estava Agar, pois Abrão é além de tudo, um
esposo que ama e respeita sua esposa, prova disso, lhe dá carta branca para
agir segundo sua vontade.
16.7 O ANJO DO SENHOR. À medida que esta narrativa prossegue, torna-se claro
que o anjo do Senhor é o próprio DEUS falando com Agar (v. 13; 18.1,22; Jz
6.12,14).
Fugida de sua senhora: Apesar de se ter comportado mal perante sua
senhora, Agar não tinha culpa de ser escolhida pela própria Sarai para gerar um
filho de seu esposo Abrão. O conselho é sempre a humilhação para posterior
exaltação.
16.11 ISMAEL. O nome Ismael significa "DEUS ouve" e
significa que DEUS viu o modo injusto de Abrão e Sarai tratarem Agar, e que
também agiu a respeito disso. Aquele nome dado antecipadamente foi um
julgamento sobre Abrão, e revela que DEUS abomina toda e qualquer injustiça
entre os seus. Que DEUS castigará quem cometer injustiça contra os fiéis da
igreja, não deixa dúvida o NT (ver Cl 3.25).
16.12 CONTRA TODOS. Ismael, juntamente com os seus descendentes, seria
um povo aguerrido, forte e corajoso. Sua disposição para a luta poderia ser
usada na peleja espiritual, em favor de DEUS ou contra DEUS. A escolha seria
dele.
Gn 21.17 DEUS OUVIU. DEUS sabia que era melhor que Agar e Ismael se separassem
de Abrão. Nem por isso DEUS desamparou os dois, pois permaneceram na sua
presença e sob seus cuidados (vv. 17-21). DEUS tinha um propósito para Ismael,
paralelo ao seu propósito para com Isaque, a saber: que dele faria uma grande
nação (v. 18).
Sexta Gn 17.1-8, 17-21; 18.10-14 DEUS renova suas promessas
Gn 17.1 Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos,
apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o DEUS Todo-poderoso; anda em
minha presença e sê perfeito.2 E porei o meu concerto entre mim e ti e te
multiplicarei grandissimamente.3 Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou
DEUS com ele, dizendo: 4 Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o
pai de uma multidão de nações. 5 E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas
Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.6 E
te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.
7 E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em
suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por DEUS e à tua semente
depois de ti.8 E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas
peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão,
17.1 IDADE DE NOVENTA E NOVE ANOS. Abrão agora estava com noventa e
nove anos, e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas, treze
anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa
original de DEUS, o Senhor apareceu a Abrão com uma mensagem e uma
exigência.
(1) DEUS se revelou como o DEUS Todo-Poderoso (hb. El Shaddai),
significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como DEUS
Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo
dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que DEUS traria
ao mundo o filho prometido a Abrão (vv. 15-19; 35.11; Is 13.6; Rm 4.19; Hb
11.12).
(2) DEUS ordenou que Abrão andasse diante dEle e que fosse perfeito
(i.e., totalmente dedicado ao cumprimento da sua vontade). Assim como a fé de
Abrão foi necessária na efetuação do concerto com DEUS, assim também um esforço
sincero para agradá-Lo era agora necessário, para continuação das bênçãos
de DEUS, segundo o concerto feito (22.16-18). A fé de Abrão tinha que estar
unida à sua obediência - (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para
participar dos propósitos eternos de DEUS. Noutras palavras, as promessas e os
milagres de DEUS somente serão realizados quando seu povo busca viver de
maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele (5.24; 6.9; Dt 13.4;
ver Mt 17.20).
17.2 O MEU CONCERTO. DEUS já tinha prometido, por concerto, que
daria a Abrão a terra prometida (cap. 15); agora, Ele renova essa
promessa, declarando que de Abrão descenderiam muitas nações e reis (v. 6), que
o Senhor seria o DEUS dos seus descendentes, e que Sarai, a sua esposa, daria à
luz um filho e seria mãe de nações e reis (vv. 15,16). Abrão e seus
descendentes veriam o cumprimento do concerto à medida que se dedicassem a DEUS
e às obrigações do concerto (vv. 9-14; ver 15.6).
17.5 NÃO... ABRÃO, MAS ABRAÃO. Abrão significa pai elevado; Abraão significa
pai de uma multidão (Ne 9.7; Rm 4.17). Na Bíblia, uma nova experiência com
DEUS, muitas vezes, requeria um novo nome para a pessoa, simbolizando aquele
novo relacionamento.
17.7 PARA TE SER A TI POR DEUS. A razão de ser e a realidade do concerto de
DEUS com Abrão era DEUS ser o DEUS único de Abrão e dos seus descendentes
(vv. 7,8). A promessa de DEUS de te ser a ti por DEUS é a promessa mais
grandiosa das Escrituras. É a primeira promessa, a promessa fundamental, na
qual se baseiam todas as demais promessas. Significa que DEUS assume o
compromisso, sem reservas, com o seu povo fiel, para ser o seu DEUS, seu escudo
e seu galardão (ver 15.1). Significa, também, que a graça de DEUS, seu perdão,
promessas, proteção, orientação, bondade, ajuda e bênção são dados aos seus com
amor (Jr 11.4; 24.7; 30.22; 32.38; Ez 11.20; 36.28; Zc 8.8). Todos os crentes
herdam essa mesma promessa mediante sua fé em CRISTO (Gl 3.16).
17.8 PERPÉTUA POSSESSÃO. Abraão e seus descendentes físicos receberiam, pela
promessa divina, a terra de Canaã (12.7; 13.15; 15.7,18-21). O concerto era
perpétuo do ponto de vista de DEUS. Ele poderia ser violado somente pelos
descendentes de Abraão (Is 24.5; Jr 31.32); assim sendo, a posse da terra
dependia da condição da obediência a DEUS (v. 9; ver v. 1)
Gn 17.21 O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual
Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte.
O concerto que visa a promessa é o concerto de Abraão com DEUS, através do
nascimento de Isaque e não com Ismael como insistem em torcer os
muçulmanos.
Gn 18.10 E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida;
e eis que Sara, tua mulher, terá um filho. E ouviu-o Sara à porta da tenda, que
estava atrás dele.11 E eram Abraão e Sara já velhos e adiantados em idade; já a
Sara havia cessado o costume das mulheres.12 Assim, pois, riu-se Sara consigo,
dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu
senhor já velho?13 E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na
verdade, gerarei eu ainda, havendo já envelhecido?14 Haveria coisa alguma
difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida,
e Sara terá um filho.
18.14 HAVERIA COISA ALGUMA DIFÍCIL AO SENHOR? DEUS quer que compreendamos que
Ele tem poder para cumprir aquilo que Ele prometeu. JESUS realçou essa verdade
quando disse: A DEUS tudo é possível (Mt 19.26)
21.5 NASCEU ISAQUE, SEU FILHO. Isaque, o filho da promessa,
finalmente nasceu no lar de Abraão e Sara. Através de Isaque, DEUS continuaria
seu concerto com Abraão (v. 12; 17.19). O cumprimento da promessa de DEUS a
Abraão teve lugar depois de vinte e cinco anos (12.4). Bom é o Senhor para os
que se atêm a ele (Lm 3.25); no tempo determinado por Ele, suas promessas
fielmente se cumprem.
Sábado Gn 21.1-21 O nascimento de Isaque
1 E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha
falado. 2 E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo
determinado, que DEUS lhe tinha dito. 3 E chamou Abraão o nome de seu filho que
lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.4 E Abraão circuncidou o seu filho
Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha ordenado.5 E era
Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.6 E disse
Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.7 Disse
mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um
filho na sua velhice?8 E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um
grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.9 E viu Sara que o filho de
Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava. 10 E disse a Abraão:
Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com
meu filho, com Isaque.11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por
causa de seu filho.12 Porém DEUS disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus
olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a
sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.13 Mas também do filho
desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.
O despedimento de Agar e Ismael
14 Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e tomou pão
e um odre de água, e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu
o menino e despediu-a; e ela foi-se, andando errante no deserto de Berseba.15
E, consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de uma das árvores.16 E
foi-se e assentou-se em frente, afastando-se a distância de um tiro de arco;
porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. E assentou-se em frente, e
levantou a sua voz, e chorou.17 E ouviu DEUS a voz do menino, e bradou o Anjo
de DEUS a Agar desde os céus e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque
DEUS ouviu a voz do rapaz desde o lugar onde está.18 Ergue-te, levanta o moço e
pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação.19 E abriu-lhe DEUS os
olhos; e viu um poço de água, e foi-se, e encheu o odre de água, e deu de beber
ao moço.20 E era DEUS com o moço, que cresceu, e habitou no deserto, e foi
flecheiro.21 E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra
do Egito.
21.5 NASCEU ISAQUE, SEU FILHO. Isaque, o filho da promessa,
finalmente nasceu no lar de Abraão e Sara. Através de Isaque, DEUS continuaria
seu concerto com Abraão (v. 12; 17.19). O cumprimento da promessa de DEUS a
Abraão teve lugar depois de vinte e cinco anos (12.4). Bom é o Senhor para os
que se atêm a ele (Lm 3.25); no tempo determinado por Ele, suas promessas
fielmente se cumprem.
21.17 DEUS OUVIU. DEUS sabia que era melhor que Agar e Ismael se separassem de
Abraão. Nem por isso DEUS desamparou os dois, pois permaneceram na sua presença
e sob seus cuidados (vv. 17-21). DEUS tinha um propósito para Ismael, paralelo
ao seu propósito para com Isaque, a saber: que dele faria uma grande nação (v.
18).
Leitura bíblica em classe:
Gn 21.1-13
1 E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara
como tinha falado.2 E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao
tempo determinado, que DEUS lhe tinha dito.3 E chamou Abraão o nome de seu
filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.4 E Abraão circuncidou o seu
filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha ordenado.5
E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.6 E
disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.7
Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe
dei um filho na sua velhice?8 E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão
fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.9 E viu Sara que o filho
de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava.10 E disse a Abraão:
Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com
meu filho, com Isaque.11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por
causa de seu filho.12 Porém DEUS disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus
olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a
sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.13 Mas também do filho
desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.
Ponto de contato:
1- Contextualize a lição trazendo à memória de seus alunos os
últimos acontecimentos no Oriente Médio.
2- Ressalte como um conflito familiar mal resolvido pode causar
transtornos para a vida inteira, atingindo pessoas que não tomaram parte
nele.
1 Pe 1.22 Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à
verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração [amai-vos]
ardentemente uns aos outros
3- Destaque a importância do concerto quando ferirmos alguém e,
do perdão, quando de alguma forma nos sentirmos atingidos.
Mt 6.14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos
homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.
Objetivos: Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
1- Explicar a razão do permanente conflito entre os descendentes de Isaque e
Ismael.
2- Justificar o motivo pelo qual Israel não é destruído: a fidelidade de DEUS a
Abraão.
INTRODUÇÃO
Um conflito entre irmãos tem influenciado gerações. Se os pais não
educarem seus filhos dentro da palavra de DEUS, ensinando-os a se amarem, se
respeitarem e se perdoarem mutuamente, nunca teremos sossego e nem harmonia
dentro dos lares e consequentemente entre as nações. A história familiar de
Abraão e seus filhos Ismael e Isaque provoca nos leitores mais assíduos da
Bíblia, arrepios. São árabes (Descendentes de Ismael) e Judeus (Descendentes de
Isaque), lutando por uma terra que de direito espiritual pertence a Isaque e de
direito material, de possessão pela força, pertence a Ismael. Gênesis
caps.16 a 25.
I. OS DOIS FILHOS DE ABRAÃO
1. Ismael (Gn 16.1-5,15, 16). Ler Gênesis 13.15,16; 15.18; 18.18;
22.17,18; 26.3,4; 28.3,4.
Filho de Abrão com Agar (Escrava egípcia), filho de adultério
consentido por sua esposa Sara, que sem fé preferiu arriscar a desgraça de sua
família ao invés de crer em DEUS e esperar com paciência pelas suas promessas.
Abrão sendo tentado caiu no mesmo engodo de Satanás.
Tg 1.13 Ninguém, sendo [tentado], diga: Sou [tentado] por DEUS;
porque DEUS não pode ser [tentado] pelo mal e ele a ninguém tenta.14 Cada um,
porém, é [tentado], quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência;
Obs. Ev. Henrique - Essa Agar era jovem e bonita hein! Veja que
Ismael é filho de Abrão e não de Abraão. - tem muita diferença. (Na verdade
falta um "H" no nome de Abrahão, esse "H" é importante -
vem do nome de DEUS)
2. Isaque (Gn 18.9-14; 21.1-3).
Aos cem anos de idade Abraão vê o milagre do nascimento de Isaque
acontecer (Gn 17.19). Ler Gálatas 4.22-31.
Filho de Abraão com Sara, filho da promessa.
Gn 17.19 E DEUS lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te
dará à luz um filho, e lhe chamarás [Isaque]; com ele estabelecerei o meu pacto
como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele.
Abraão, no início da narração de sua vida, na Bíblia, era chamado
simplesmente "Abrão" (em hebraico Abram), que significa “Grande
Pai”. Era um nome irônico, pois ele não tinha filhos. A partir de Gênesis 17 o
seu nome se transforma em Abraão (em hebraico Avraham), que significa "pai
de muitos". Isso aconteceu porque lhe foi prometida, por DEUS, uma grande
descendência.
Concluindo, o novo nome, na bíblia é uma metáfora da missão a qual
o personagem é chamado: Abrão, homem sem filhos, ironicamente chamado de
"grande pai", se torna Abraão, o pai efetivo de uma multidão, do povo
de Israel!
Diferente da nossa cultura, onde o nome é escolhido pela
"estética", o povo israelita e descendentes atribuem um pesado
significado ao nome. DEUS também utiliza esse raciocínio em Apocalipse: Quem
tem ouvidos, ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer
do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. Apocalipse 2:17 Aqui
diz que somente nós conheceremos o novo nome porque só nós mesmo saberemos o
sentido do nosso novo nome, justamente porque apenas cada um de nós, e DEUS,
conhece nossas lutas e vitórias mais íntimas.
Gerado milagrosamente de uma mãe de 90 anos e um pai de 100 anos;
esse é o cumprimento das promessas de DEUS a Abrão.
Gn 17.21 O meu pacto, porém, estabelecerei com [Isaque], que Sara
te dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro.
II. O SURGIMENTO DO CONFLITO ENTRE OS DOIS IRMÃOS
Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e
outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o
que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são
as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é
Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém
que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima
é livre; a qual é mãe de todos nós. Gálatas 4:22-26
O apressamento de Sara e Abrão pela resposta de DEUS quanto a um filho fê-los
agir sem fé. Por isso, o filho de Agar é o filho da carne, e o filho de Sara é
o filho da promessa (Gl 4.22-31).
1. O começo do conflito (Gn 16.4-6).
Do ponto de vista da Bíblia, Ismael não é o filho da fé, e sim da
incredulidade.
O COMEÇO DO CONFLITO É ESPIRITUAL, POIS ISMAEL NASCEU DE UM
ADULTÉRIO MASCARADO E PERMITIDO POR SARA QUE SEGUIU OS COSTUMES DOS POVOS AO
INVÉS DE PERGUNTAR A DEUS QUAL SUA OPINIÃO.
PARA SERMOS POVO DE DEUS TEMOS QUE SABER SUA VONTADE E NÃO O QUE
DIZ A CARTILHA MUNDANA.
Do ponto de vista apenas humano o conflito teve início quando Sara
se sentiu humilhada por sua escrava egípcia que a estava tratando como
subalterna e não como patroa.
2. A razão do conflito (Gn 21.9-12).
Esse texto bíblico não deixa dúvidas. A rivalidade entre os dois
povos nunca foi totalmente amenizada.
A PRINCIPAL RAZÃO PARA O CONFLITO É ESPIRITUAL, POIS SATANÁS SABENDO DA
PROMESSA DE DEUS TENTOU POR TODOS OS MEIOS FAZER COM QUE ISMAEL FICASSE EM
POSIÇÃO SUPERIOR À DE ISAQUE PARA QUE AS PROMESSAS DE DEUS NÃO SE CUMPRISSEM
CABALMENTE E ASSIM DEUS FOSSE PROCLAMADO MAL-SUCEDIDO.
Do ponto de vista apenas humano a razão do conflito era o
tratamento de Ismael ao seu irmão menor, humilhando-o perante os outros. O
perigo da herança estava em jogo também, pois o costume do povo era que o filho
primogênito (mais velho), ficasse com a herança de seu pai quando ele morresse
ou ficasse muito velho para administrá-la, não se baseava ainda na lei, pois
ela ainda não havia sido dada. Toda administração ficava por conta do
primogênito. Labão é um exemplo disso.
III. A JUSTIÇA IMPARCIAL DE DEUS
1. DEUS não abandonou Ismael no deserto (Gn 21.14, 15).
Agar e seu filho Ismael tomaram o caminho do deserto sem saber
para onde ir, mas diz a Bíblia que ela tomou o caminho do deserto de Berseba.
Creio que DEUS ouviu a oração de seu servo Abraão novamente. No meu
entender Abraão intercedeu por seu filho que seguiu em direção ao deserto com
Agar sua mãe; então a benção de DEUS veio sobre Ismael e os olhos de Agar se
abriram para ver o que não havia visto ainda, um poço bem pertinho; é assim
mesmo, às vezes nossa bênção está tão próxima e não a vemos, só precisamos de
abrir nossos olhos espirituais para tomar posse das bênçãos que DEUS já nos tem
dado, mas elas só são nossas pela fé. A bíblia diz que DEUS ouviu a voz do
menino, não de sua mãe.
E ouviu DEUS a voz do menino, e bradou o anjo de DEUS a Agar desde
os céus, e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque DEUS ouviu a voz do
menino desde o lugar onde está. Gênesis 21:17
2. DEUS fez da semente de Ismael uma grande nação.
Diz a Bíblia que Ismael cresceu no deserto, tornou-se arqueiro
ou flecheiro. (Gn 16.12; Jó 39.5-8).
A nação Árabe que são o resultado da bênção de DEUS sobre Ismael é
hoje um povo imenso e muito rico que tem influenciado todas as nações do mundo
com sua religião (Islamismo = 2ª ou 1ª maior religião do planeta?), sua cultura
e sua extraordinária capacidade empresarial. Também o petróleo dos Árabes tem
alimentado os veículos e fábricas em todo o mundo, petróleo esse que tem
sido motivo de cobiça por parte principalmente dos Estados Unidos.
3. A injustiça humana não anula a justiça divina.
Aprendemos na Bíblia que a justiça divina tem sua base
na misericórdia.
Embora nos pareça injusta a atitude de Sara e de Abraão em expulsar
Agar e Ismael, devemos lembrar de que DEUS sendo consultado por Abraão disse
que esta era a medida correta a ser tomada. DEUS já tinha um plano para Ismael
e esse plano não o incluía na promessa dada a Abraão, portanto DEUS abençoou a
Ismael porque não pode ser injusto e nem mal, mas é misericordioso e bondoso
para com todos.
IV. O CONFLITO NÃO RESOLVIDO HOJE
1. A realidade desse conflito hoje.
Os descendentes de Ismael reivindicam não só o direito de posse
daquela terra que o Senhor deu aos descendentes de Isaque, mas também a
origem Abraâmica de seu pai, Ismael.
História: A Origem dos Conflitos |
O conflito entre árabes e judeus tem
origem muito remota. Analisando a Bíblia encontramos a história de Abraão,
que obedecendo o comando de DEUS, deixou a Mesopotâmia e estabeleceu-se em
Canaã - passando assim a ser a Terra Prometida dos judeus. Abraão teve vários
filhos entre eles, Isaque e Ismael, dos quais descendem respectivamente os
judeus e os árabes. Jacó, neto de Abraão e filho de Isaque, e os filhos
deste, mudaram-se para o Egito onde foram escravos durante 400 anos, até
retornarem a Canaã. Visando recuperar a Terra Prometida, Moisés, líder dos
judeus libertou-os do escravismo do Egito fazendo uma peregrinação de 40 anos
pelo deserto, durante a qual formaram o seu caráter de povo livre.
Concretizando seu ideal, o povo judeu estabeleceu-se às margens do Rio
Jordão, na antiga Palestina, onde mais tarde resolveram expandir suas
fronteiras, durante o reinado de Salomão, que consolidou a Monarquia Judaica. |
O império passou a se estender do Egito
a Mesopotâmia. Em seguida, dividiu-se em dois pequenos reinos, que logo foram
dominados pelos Babilônios que expulsaram os judeus deste território. Os
Babilônios foram dominados pelos Persas, estes pelos gregos e, estes últimos,
pelos Romanos. |
Antes do início da disputa por Canaã,
judeus e árabes viviam em harmonia, por muitas vezes sofreram os mesmos
destinos, contra inimigos comuns. |
No século XIX, a maioria dos judeus
concentrava-se no Leste Europeu. Nesta época, conseguiram muitas vitórias,
desenvolveram idéias sionistas (de Sion, colina da antiga Jerusalém e que deu
início ao movimento para a construção de uma nação judaica), dedicavam-se ao
comércio e ao empréstimo de dinheiro a juros. |
O jornalista judeu Theodor Herzl, em
1896, criou o movimento sionista, cujo objetivo era estabelecer um lar judeu
na Palestina. O povo, então, deu início à colonização do país e, em 1897,
fundou a Organização Sionista Mundial. |
Depois da 1ª Guerra Mundial, os países
europeus, de olho no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a
dominar a área. Em 1918, a Inglaterra ficou responsável pela Palestina. Um
ano antes, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Lord Balfour,
apoiou a fundação de uma pátria nacional judaica na Palestina. Isto aconteceu
ao mesmo tempo em que os ingleses haviam prometido aos árabes a independência
em troca de apoio para ajudar a expulsar os turcos da região. |
Com a Revolução Industrial e o
desenvolvimento das burguesias europeias, os judeus acabaram sendo
responsabilizados pelo alto índice de desemprego e pela concorrência com as
classes dominantes. Com isso, nos países em que viviam, os judeus foram
confinados a guetos, sofreram várias perseguições e massacres. O resultado
destes fatos acarretou ainda mais a migração para a Europa Ocidental e
Palestina. |
Esta volta para a Palestina ocorreu
através da criação de Kibutz (fazendas coletivas) e cidades; além de lançar a
luta pela independência política; neste período, começaram os choques entre
judeus e árabes, que assistiam aos judeus conquistarem significativa parte
das terras boas para o cultivo, fatos que desencadearam os conflitos entre
árabes e judeus. |
Os judeus criaram um exército
clandestino (Haganah) para proteger suas terras e, à medida que crescia a
emigração judaica para a Palestina, aumentavam os conflitos. Durante a 2ª
Guerra Mundial - em função da perseguição alemã - a emigração judaica para a
região aumentou vertiginosamente e a tensão chegou a níveis insuportáveis: os
britânicos, na época, tomaram partido dos Aliados e os árabes, do Eixo. |
Em 1936, quando os judeus já constituíam
34% da população na Palestina, estourou a primeira revolta árabe. Bases e
instalações inglesas foram atacadas e judeus foram assassinados. A Inglaterra
esmagou a rebelião e armou 14 mil colonos judeus para que pudessem defender
suas colônias. |
Pouco tempo depois, a Grã-Bretanha
tentou controlar a emigração judaica para a área e, desta vez, os judeus
atacaram os ingleses. Em 1946, o quartel-general dos britânicos foi
dinamitado e 91 pessoas morreram. |
Apesar destes ataques, os judeus
conseguiram apoio internacional devido ao Holocausto, que exterminou mais de
6 milhões de judeus. Desde então, os Estados Unidos passaram a pressionar a
Inglaterra para liberar a imigração judaica para a Palestina. |
Em 1948, os ingleses deixaram a
administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o
comando do presidente norte-americano Harry Truman, determinou a divisão da
Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes,
ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000, ficaram com um
território maior (14.500 km2), apesar de serem em número menor. |
Os judeus transformaram suas terras
áridas em produtivas, já que era uma sociedade moderna e ligada ao Ocidente,
aumentando ainda mais as diferenças econômicas entre judeus e árabes, que
sempre tiveram uma filosofia fundamentalista e totalmente contrária ao
Ocidente. |
Neste mesmo ano, o líder sionista David
Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. Os palestinos reagiram
atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre. |
Desde então, o Oriente Médio se tornou
palco de conflitos entre israelenses e palestinos. O motivo da guerra está
muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de
terras e pelo domínio de regiões petrolíferas. |
Veja mais em http://www.vol.eti.br/geo/curiosidades/israel_palestina.asp
Hoje Israel possui aproximadamente o tamanho do território de
Sergipe no Brasil - aproximadamente 20.000 Km².
Origem dos povos:
Palestina: corresponde à Judéia e à Canaã do mundo antigo. Os romanos se
referiam à Síria Palestina, que era a terra dos filisteus (philistinos). Os
britânicos e a ONU foram os responsáveis por esse nome Palestina, que
biblicamente não existe, pois todo esse território pertence a Israel, dado por
DEUS.
Israel: em hebraico a palavra Israel significa “Vencedor de DEUS”, de isra
(venceu) e el (DEUS). Em 1948, foi instituído o Medinat Israel (Estado de
Israel). Lembre-se que as palavras Judeus e Hebreus são sinônimos.
OS HERDEIROS
O nome da legítima mulher de Abraão era Sara. Foi dela que ele
obteve tardiamente um filho, cujo nome era Isaque. Este é o filho da promessa,
o legítimo herdeiro dos vínculos sagrados existentes entre DEUS e o seu povo
Israel. O DEUS que tudo criou em seis dias e descansou no sétimo, o
proprietário deste planeta originalmente informe e vazio, o DEUS e Senhor de
todo o Universo, fez promessas sob o concerto estabelecido com Abraão,
respeitantes à possessão de um território bem demarcado. E essas promessas de
caráter eterno seriam extensivas à posteridade do patriarca Abraão. Antes de
Isaque ser concebido, Sara entendeu, porque era estéril, que o seu marido
deveria gerar um filho através de sua escrava Agar. É assim que nasce Ismael, o
primeiro filho de Abrão. Embora para ele DEUS não tivesse reservado nem
intenções nem promessas, é-lhe dada em possessão também uma área geográfica demarcada
e um destino divinamente estabelecido. Depois da morte de Sara, Abraão volta a
casar. Desta vez com Quetura. Com Quase 140 anos o velho patriarca ainda gera
desta mulher 6 filhos: Zamrã, Jocsã, Madã, Madiã, Jesboc e Suá. Também para
estes DEUS reserva um destino e um lugar na Terra. YAHWEH - o DEUS de Abraão,
Isaque e Jacó - o criador e proprietário deste planeta onde habitamos - é quem
estabelece e determina o destino dos homens e dos povos. É Ele pois a única
entidade que nos pode esclarecer na nossa pesquisa das origens, História e
futuro de todos os povos e nações. Na Sagrada Escritura é possível encontrar
todos esses planos, História e ditames divinos.
AS HERANÇAS
Desde o grande rio Egito (entenda-se Nilo) até ao grande rio
Eufrates - esta é a possessão total da semente de Abraão.
"Naquele mesmo dia, fez o Senhor um concerto com Abraão
dizendo: à tua semente, tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao
grande rio Eufrates;" Genesis 15.18
Isto quer dizer que todos os oito filhos que procederam do
patriarca têm direito, por mandato divino, a toda esta extensão territorial -
desde o Egito, costas do Mediterrâneo, até à Assíria, terminando a oriente nas
margens do grande rio que deságua no Golfo Pérsico. O território dos filhos de
Cam, netos de Noé - os heteus ou hititas, os amorreus, todos os cananeus nas
suas tribos, os jebuseus e filisteus - concedeu DEUS aos descendentes de
Abraão.
"E o queneu, e o queneseu, e o cadmoneu, e o heteo, e o
pereseu, e os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o
jebuseu." Genesis 15.19-21
Existe porém uma distinção entre a promessa relativa a Isaque e as
promessas feitas em relação a Ismael e aos 6 filhos de Ketura:
"E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis aqui o tenho
abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze
príncipes gerará, e dele farei uma grande nação. O meu concerto porém,
estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará, neste tempo determinado, no ano
seguinte."
"E Abraão tomou outra mulher; e o seu nome era Ketura; e
gerou-lhe Zimran, e Jocsan, e Medan, e Midian, e Jisbac, e Sua. E Jocsan gerou
Seba e Dedan: e os filhos de Dedan foram Assurim, e Letusim e Leumim. E os
filhos de Midian foram Efa, e Efer, e Henoch, e Abida, e Elda: estes todos
foram filhos de Ketura. Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque; mas aos
filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes, e, vivendo ele
ainda, despediu-os do seu filho Isaque, ao oriente, para a terra
oriental." Genesis 17.20-21 / 25.1-6
Pelo testemunho bíblico podemos depreender que Isaque permaneceu no
lugar em que Abraão habitava, isto é, Hebrom, a ocidente do Jordão; enquanto
aos outros filhos foi dada ordem de se estenderem para oriente. Até nos é
possível saber qual a área territorial atribuída aos doze filhos de Ismael: O
norte da península arábica, envolvendo o deserto a oriente do Egito até ao sul
da Assíria.
"Estas, porém, são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que
a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão. E estes são os nomes dos filhos
de Ismael pelos seus nomes, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael
era Nebajoth, depois Quedar, e Abdeel, e Mibsam, e Misma, e Duma, e Massa,
Hadar, e Tema, Jetur, Nafis, e Quedma. Estes são os filhos de Ismael, e estes
são os seus nomes, pelas suas vilas e pelos seus castelos: doze príncipes
segundo as suas famílias. Estes são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e
sete anos; e ele expirou, e morreu, e foi congregado ao seu povo. E habitaram
desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, indo para Assur; e fez o seu
assento diante da face de todos os seus irmãos." Genesis 25.12-18
Entretanto o juramento feito a Abraão é reiterado mais tarde a
Isaque, envolvendo o território de Gaza, onde se situam as cidades por ele edificadas
no vale do rio Gerar.
"E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos
dias de Abraão: por isso, foi-se Isaque a Abimelech, rei dos filisteus, em
Gerar. E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças ao Egito; habita na terra
que eu te disser: peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei;
porque a ti e à tua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento
que tenho jurado a Abraão, teu pai, e multiplicarei a tua semente, como as
estrelas dos céus, e darei à tua semente todas estas terras; e em tua semente
serão benditas todas as nações da terra; porquanto Abraão obedeceu à minha voz,
e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas
leis. Assim, habitou Isaque em Gerar." Genesis 26.1-6
Assim temos, embora com algumas misturas e entrosamentos tribais, a
demarcação geográfica das possessões de Israelitas, Ismaelitas e árabes, com o
respectivo povoamento das diversas regiões. Em linhas gerais temos: no norte da
Palestina, a ocidente do Jordão, acompanhando todo o litoral do Mediterrâneo, a
nação de Israel, neto de Abraão, filho de Isaque. A sul, desde o Nilo até ao
Golfo Pérsico, também corretamente chamado Golfo Arábico, estende-se o
território concedido aos Ismaelitas. Toda a península arábica, desde Sabá (o
atual Iêmen) ao sul, até Madiã, ao norte, na parte oriental do Sinai, pertence
por direito aos árabes, isto é, aos descendentes de Abraão e Quetura.
A CADA UM O SEU DIREITO
A expansão do povo ismaelita e árabe e a fusão destes com os
persas, vindos do sul da Rússia - os indo-europeus -sem contar com a
mistura entre islamitas e judeus, derivada dos colonialismos e hegemonias
europeias no Médio-Oriente, faz com que hoje se confundam árabes com
ismaelitas, e que se perca a noção dos direitos de cada um destes povos,
nomeadamente dos israelitas. Se nos munirmos de um mapa poderemos perceber
melhor a distribuição geográfica de cada um deles e os seus direitos
territoriais. Se houvesse entre eles um verdadeiro sentido de fraternidade,
todos os conflitos entre árabes e judeus se resolveriam e estes povos poderiam
viver como no paraíso. Se cada um respeitasse o direito dos outros, poderiam
viver como uma família, em paz e prosperidade. Mas não é isso que acontece.
Hoje, palestinianos reclamam os seus direitos à terra e à autonomia. Os
israelitas endurecem em intransigência. As facções árabes - shiitas e sunitas -
combatem-se, lutam entre si, fazem e desfazem alianças. O Líbano, devastado
pela guerra mais fratricida de que há memória, é o campo de batalha entre
Israel e o mundo árabe e das facções árabes que se degladiam entre si.
Se Abraão voltasse à vida, veria com tristeza os seus filhos a
aniquilarem-se entre si, inspirados por um ódio demoníaco e irracional. Com a
proclamação do Estado de Israel a 15 de Maio de 1948 reacendem-se lutas antigas
e estabelecem-se oficialmente inimizades que se vão a pouco e pouco avolumando,
ao ponto de hoje depararmos com um conflito generalizado naquela região. A
disputa de fronteiras que já vem desde 1967 tem mantido judeus e palestinianos
num estado constante de guerra entremeado por negociações violentas. O Iraque
não é mais do que, juntamente com a Síria, o remanescente do antigo império
Assírio. Damasco é hoje ainda a capital desse antigo e florescente reino. É aí mesmo
que podemos situar o reduto dos principais inimigos de Israel; e é daí também
que saem as ameaças abertas ou veladas contra o povo escolhido de DEUS.
Enquanto esta mentalidade nacionalista megalômana perdurar, será
difícil os filho de Abraão estabelecerem laços duradouros de paz e
fraternidade. A intenção de DEUS em relação a todos eles é só uma - a de que
vivam como irmãos, em tranquilidade, harmonia e segurança - uma benção no meio
da Terra. Será isto possível ? Manuel José dos Santos
2. A contenção do conflito.
Por causa do pecado dos filhos de Israel, a dispersão do povo foi
inevitável. (Os 3.4,5; Ez 37.1-28).
Ez 37.1-14 A MÃO DO SENHOR... OSSOS. Por meio do ESPÍRITO SANTO,
Ezequiel vê numa visão um vale cheio de ossos secos. Os ossos representam toda
a casa de Israel (v. 11), i.e., tanto Israel como Judá, no exílio, cuja
esperança pereceu na dispersão entre os pagãos. DEUS mandou Ezequiel profetizar
para os ossos (vv. 4-6). Os ossos, então, reviveram em duas etapas:
(1) uma restauração nacional, ligada à terra (vv. 7,8), e
(2) uma restauração espiritual, ligada a fé (vv. 9,10). Esta visão
objetivou garantir aos exilados a sua restauração pelo poder de DEUS e o
restabelecimento como nação na terra prometida, apesar das circunstâncias
críticas de então (vv. 11-14). Não há menção da duração do tempo entre essas
duas etapas. (Não sabemos quando vai se iniciar o milênio antes de
experimentarmos o arrebatamento da Igreja e da Grande tribulação vir sobre os
habitantes da terra)
3. Disputa de primazia entre irmãos.
O filho da promessa, de quem descende JESUS CRISTO, o Salvador
do mundo, é o que foi gerado por Sara, não por Agar. (Jo 3.6).
Fiel cumprimento de uma Aliança ratificada por DEUS com Abraão e
sua descendência até que viesse o seu descendente, que é CRISTO.
Gl 3.16 Ora, a Abraão e a seu [descendente] foram feitas as
promessas; não diz: E a seus [descendente]s, como falando de muitos, mas como
de um só: E a teu [descendente], que é CRISTO.
Gl 3.19 Logo, para que é a lei? Foi acrescentada por causa das
transgressões, até que viesse o [descendente] a quem a promessa tinha sido
feita; e foi ordenada por meio de anjos, pela mão de um mediador.
CONCLUSÃO
A grande lição que aprendemos é que em CRISTO não há acepção de pessoas, de
raça, de língua ou cor, mas todos são um só em CRISTO JESUS.
Auxílios Suplementares:
Subsídio Teológico - “Originalmente, os ismaelitas eram uma tribo
de beduínos que vagueavam pelo deserto, incluindo a parte sul da Palestina (Gn
25.18). Eles estavam ligados aos hagarenos (Sl 83.6) e tinham conexões raciais
com eles. Os críticos supõem que esses povos tiraram vantagem da história à
nossa frente para assim obterem uma alegada descendência de Abraão. Mas não há
motivos para duvidar da veracidade do relato. Maomé dizia-se descendente direto
de Ismael, mas não sabemos a qualidade de suas informações quanto a esse
particular. Por outra parte, ele era seu filho espiritual, pois, de maneira
enfática, encabeçou a oposição a Israel, mediante sua nova religião. Mas em
algum ponto do futuro há uma unidade a ser conseguida (Ef 1.9,10) apesar de
tudo ainda estar distante. Nesse ínterim, os homens continuam a dividir-se em
campos opostos e conflitantes. Não existe ódio que se compare ao ódio
religioso, pelo que, onde houver fé religiosa, ali os conflitos mostram-se mais
amargos. E os homens sempre acusam DEUS por causa do ódio em seu coração. Se
alguém falar em amor, será questionada, pelos radicais, a qualidade da fé desse
alguém. Matanças e revides ocorrem em nome de DEUS, e os discípulos dos grandes
matadores veem tudo com olhar de aprovação.” (O Antigo Testamento Interpretado,
CPAD, vol.1, pág.124) Leia mais na Revista Ensinador Cristão, CPAD, nº 12, pág.
42
Sara, a princesa, a mãe das nações
“Disse DEUS a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, não lhe chamarás
mais Sarai, porém Sara será seu nome. Abençoá-la-ei, e dela te darei um filho;
sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela.” (Gn
17:15-16)
Sarai surge na Bíblia pela vez primeira, em Gênesis.11:29, como
esposa de Abraão. “Sarai” significa, em hebraico, “Yahweh é príncipe“, A cidade
natal de Sarai era Ur dos caldeus (Gn 11:31). Acompanhou Abraão em sua
peregrinação.
Sarai tinha um grande problema. A Bíblia cita que ela era estéril e
não dera filhos a Abraão (Gn.11:30). Aquela circunstância na vida de Sarai era
um grave problema. Naquela época a esterilidade era associada a uma maldição
divina. A principal função da mulher, na sociedade patriarcal da antiguidade,
era a de gerar filhos e uma mulher estéril era considerada inútil (Dt.7:14).
Apesar disso, Abraão não a desamparou, demonstrando que a amava. O plano de
DEUS era formar uma grande nação por meio de Abraão e a participação de Sarai,
como esposa, era de muita importância para que isso acontecesse.
Quando Abraão partiu de Harã para cumprir a ordem de DEUS, Sarai o
acompanhou mesmo não sabendo para onde rumava. Demonstrou submissão e confiança
em seu marido. Foi a primeira pessoa que decidiu acompanhar Abraão (Gn 12:5).
Sarai era uma mulher de fé (Hb 11;11) e partiu com seu marido sem questionar ou
pedir explicações.
Depois de estarem estabelecidos em Canaã, surgiu um período de seca
que causou fome e foram para o Egito. Mais uma vez Sarai demonstrou sua
submissão e confiança em seu marido, quando este pediu-lhe para passar por sua
irmã com vista de proteger sua vida (Gn 12:13). Sarai consentiu e isso
despertou a cobiça dos príncipes do Faraó, pois apesar dos seus sessenta e
cinco anos de idade, Sarai era mui formosa (Gn 12:14). Então, Sarai foi levada
para a casa do Faraó, porém DEUS a guardou impedindo que o seu casamento e sua
moral fossem maculados. O Faraó descobriu a meia-mentira e expulsou Abraão, sua
mulher e todos que o acompanhavam (Gn.12:17-20)
Passados dez anos que estavam em Canaã e Sarai vendo que não gerava
filhos a Abraão, decidiu usar do direito que tinha, segundo o costume da época.
Deu a Abraão sua escrava Agar para que gerasse com ela um filho (Gn 16:1-3).
Este deve ter sido o maior erro de Sarai. A escrava desprezou-a e Sarai a puniu
fazendo com que fugisse. Dá união entre Abraão e Agar nasceu Ismael (Gn 16:11)
que veio a ser o pai dos árabes.
Sarai foi tomada pelo desânimo. Cansara-se de esperar o milagre de
DEUS e, por conta própria tomou a decisão. Isso lhe causou um grande embaraço.
Mas DEUS cumpre o que promete. Em Gn 17:15, DEUS se revelou, renovou Sua
promessa de um herdeiro para Abraão, mudou o nome de Sarai para Sara, que
significa “princesa” e a abençoou com a promessa de um filho de seu ventre.
Sara seria a mãe de nações (Gn 17:15-16)
O próprio Abraão não creu de imediato na mensagem divina e riu
(Gn17:17). Sara já tinha noventa anos e havia cessado o incômodo das mulheres e
achou engraçada a promessa (Gn 17:10-12). Mas para DEUS nada é impossível. Sara
não acreditou na mensagem divina, porque em vez de pôr a fé em ação, pensou nas
condições humanas e materiais para o cumprimento da promessa. “Haveria alguma
coisa difícil ao Senhor”, perguntou o ser celestial a Sara.
Sara quis negar que tivesse sido incrédula e, por isso, mentiu,
dizendo que não havia rido. Foi, uma vez mais, repreendida pelo ser celeste. O
Senhor visitou a Sara e ela concebeu, dando à luz a Isaque, que significa
“riso”, no tempo determinado que DEUS lhe havia dito (Gn.21:1-3). A Bíblia
revela que Sara pôde conceber porque teve por fiel aquele que havia feito a
promessa (Hb.11:11).
O próprio Abraão não creu de imediato na mensagem divina e riu
(Gn17:17).
Mais uma vez Sara foi conivente com Abraão dizendo que era sua
irmã. Passou por momentos desagradáveis quando foi tomada por Abimeleque, rei
de Gerar (Gn 20:1-2), que descobriu a mentira que tentou ser justificada pelo
patriarca (Gn 20:11-13). Novamente DEUS impediu que Abimeleque possuísse Sara
(Gn 20:3-7). Abraão, ainda, intercedeu por Abimeleque e seu povo e o Senhor
sarou àquela nação, cuja madre tinha sido fechada por causa de Sara (Gn 20:18)
Sara concebeu e deu a Abraão um filho na sua velhice, conforme DEUS
prometeu (Gn 21:1-2). Outras dificuldades surgiram. Isaque, filho de Sara, no
dia de seu desmame, foi zombado por seu meio-irmão Ismael (Gn 21:9). Sara
percebeu que a situação não era conveniente e pediu a Abraão que mandasse
embora Agar e seu filho, porque Ismael não deveria compartilhar da herança com
Isaque (Gn 21:10). A reação de Abraão foi de tristeza, mas o Senhor DEUS
confirmou a vontade de Sara (Gn 21:12-13).
Após a despedida de Agar e seu filho, Sara desempenhou o seu papel
de “mãe de nações” e por trinta e sete anos conviveu com Isaque. Aos cento e
vinte sete anos de idade, Sara morreu (Gn 23:1)
Sara, mulher de formosa aparência, leal, correta, rica e simples,
submissa a DEUS e a seu marido, decidida e fiel. Sara era uma mulher obediente
e esta obediência causou-lhe, em certas ocasiões, momentos de sofrimento e
desesperança, mas por causa de sua grande fé o Senhor a protegeu. Cumpriu a
missão dada pelo Senhor e se tornou a mulher que deu à luz ao povo escolhido de
DEUS (Is 51:2)
Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com
3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi oferecido em
sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe nasceu dois
filhos, morreu com 180 anos.
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico
Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João
Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida,
Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson
EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos,
John Rea - CPAD
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
ABRAÃO - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS - 4º TRIMESTRE DE 2002
- COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL
A Parábola do Filho
Pródigo
Daniel Conegero
A Parábola do Filho
Pródigo é uma das parábolas mais conhecidas entre os cristãos. Essa parábola
está registrada apenas no Evangelho de Lucas 15:11-32.
No capítulo 15 de
Lucas temos o registro de três parábolas
de Jesus. Esse é o capítulo da ovelha desgarrada, da dracma perdida e do
filho que se foi. Mas também esse é o capítulo da ovelha recuperada, da dracma
encontrada e do filho que voltou. Mais ainda, esse é o capítulo onde o pastor
busca a ovelha, a mulher procura diligentemente sua moeda de prata e onde o pai
aguarda pacientemente o retorno do filho.
São três parábolas:
a Parábola da Dracma Perdida; a Parábola
da Ovelha Perdida; e a Parábola do Filho Pródigo. Essa última talvez seja a
mais conhecida de todas as parábolas de Jesus.
O que significa
“filho pródigo”?
A palavra “pródigo”
originalmente transmite um sentido de “extravagância descuidada”. Na aplicação
original, o pródigo é aquele que age de uma forma extravagante, além dos
limites.
É por isto que em
nosso idioma o significado de pródigo pode ser tanto “esbanjador” e “gastador”
como “generoso”, “magnânimo” e “abundante ao distribuir”.
Vale dizer que o
título “Parábola do Filho Pródigo” não foi divinamente inspirado. Isso
significa que esse título não consta no texto original do Evangelho de Lucas,
sendo então atribuído à parábola tempos depois.
Talvez esse não
seja o título mais apropriado, pois a parábola é muito mais sobre o pai do que
sobre o filho. Por este motivo é que alguns estudiosos ao longo do tempo
preferiram chamar essa parábola por outros títulos. Por exemplo: Parábola do
Pai que Espera; Parábola do Pai Pródigo; e Amor Prodigo Para o Filho Pródigo.
Contexto da
Parábola do Filho Pródigo
Quando Jesus contou
a Parábola do Filho Pródigo ele estava cercado por publicanos e pecadores que
se reuniram para ouvi-lo. Os publicanos eram os cobradores de impostos; judeus
que estavam a serviço do Império Romano. Os publicanos eram vistos pelo povo como
traidores que extorquiam os próprios irmãos.
Já os pecadores
eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas
pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época, e,
por isso, elas eram excluídas por eles.
Aos judeus era
recomendado que evitassem ao máximo ter contato com essas duas classes de
pessoas. Na verdade os rabinos nem mesmo ensinavam tais pessoas.
No entanto, Jesus
fazia diferente. Jesus contrariava aquela religiosidade hipócrita. Jesus não apenas tinha contato com aquelas
pessoas, mas também comia com elas; e mais além, Ele as buscava. Foi assim com
Mateus, um publicano escolhido para compor o grupo dos doze apóstolos.
Esse tipo de
comportamento escandalizava os fariseus e os doutores da Lei. Eles ficavam
indignados, e frequentemente questionavam Jesus acerca disto. O capítulo 15 do
Evangelho de Lucas foi uma dessas ocasiões.
Os rabinos da época
concordavam que Deus recebia o pecador arrependido. Mas eles não compreendiam
que é o próprio Deus quem busca tais pecadores.
Jesus respondeu
àqueles religiosos contando três parábolas, entre elas a Parábola do Filho
Pródigo. As três parábolas inegavelmente transmitem uma mensagem central: o
extraordinário amor de Deus pelos perdidos. Esse certamente é o ensinamento
principal da Parábola do Filho Pródigo.
Explicação e
significado da Parábola do Filho Pródigo
A Parábola do Filho
Pródigo é muito rica em detalhes, de forma que grandes sermões já foram
pregados de perspectivas diferentes. Podemos usar essa parábola, por exemplo,
para aprendermos sobre relacionamentos familiares, embora esse não seja o
sentido principal dessa parábola.
O segredo para
interpretarmos as parábolas de Jesus é nos atentarmos à sua mensagem principal.
Não precisamos atribuir significado a todos os elementos de uma parábola, mas
devemos direcionar a nossa atenção para o que realmente Jesus estava ensinando.
A Parábola do Filho
Pródigo fala de três personagens: o pai; o filho mais novo; e o filho mais
velho. Apesar de Jesus não ter nomeado especialmente cada um dos
personagens na ocasião em que foi contada essa parábola, esses três personagens
claramente tinham significados específicos: o pai representava Deus; o filho
mais novo representava os publicanos e pecadores; e o filho mais velho os
escribas e fariseus.
Porém, como toda a
Palavra de Deus, o ensino presente na Parábola do Filho Pródigo rompe as
barreiras do tempo. Ela é tão atual para nós hoje quanto foi há dois mil anos.
Da mesma forma como
aquelas pessoas puderam ver a si mesmos enquanto Jesus contava a Parábola do
Filho Pródigo, hoje nós também podemos nos identificar como se estivéssemos na
frente de um espelho enquanto lemos essas palavras de Jesus.
Quando olhamos para
o filho mais novo talvez possamos dizer: esse sou eu. Ou, quando olhamos para o
filho mais velho, talvez também possamos dizer: acho que estou me comportando
como ele.
É importante dizer
que Jesus direcionou a Parábola do Filho Pródigo aos escribas e fariseus. É
comum vermos essa parábola sendo usada apenas com ênfase no filho mais novo, e
geralmente aplicada àqueles que deixaram a casa do Pai. Porém Jesus enfatiza
muito mais o filho primogênito do
que o mais novo, fazendo com que a própria parábola aponte especialmente
para os religiosos.
A seguir, vamos
meditar na exposição do texto bíblico que registra a Parábola do Filho Pródigo.
A atitude do filho
mais novo
Disse-lhe mais:
Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a
parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres (Lucas 15:11,12).
O versículo 12 nos
mostra que o filho mais novo tinha um plano. Ele queria sair de casa, pois
estava cansado da vida no lar do pai. O filho mais novo se sentia preso e
queria ser livre.
Então ele pediu a
herança ao pai. Ele tinha direito a um terço da herança quando seu pai
morresse, porém, ele não podia esperar. Essa atitude foi um completo
desrespeito; ele não se importou com a vida do pai. Ele não quis saber se o pai
contava com ele para ampará-lo na velhice. Seus planos eram mais importantes.
Ele amava mais a si mesmo do que ao pai. Ele quebrou os mandamentos de Deus.
A divisão proposta
pelo filho era muito complicada. Alguns estudiosos entendem que pela
antecipação ele recebeu a nona parte ao invés de um terço a qual tinha direito.
Bem, sobre isso nada sabemos. Mas seja como for, o fato é que tal pedido gerou
problemas.
Toda a propriedade
precisava ser dividida. Uma parte considerável deveria ser vendida e liquidada.
Essa era uma situação que afetava todo o lar, além de ser um insulto ao pai que
nunca lhe deixou faltar nada.
O plano do filho
pródigo
Passados não muitos
dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra
distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente (Lucas
15:13).
No versículo 13
encontramos o filho mais novo saindo de casa, saindo de sua terra, com
liberdade e recurso para viajar o mundo. Ele poderia ir para a Ásia Menor ao
norte, ao Egito e a África ao sul, ou Babilônia a leste e Grécia e Itália a
oeste.
Não sabemos para
onde ele foi. Só sabemos que ele foi para um lugar distante. Ele se afastou o
máximo que pôde da casa do pai.
Sua atitude foi
completamente inconsequente. Ele juntou tudo o que tinha. Ele não deixou
nenhuma reserva na casa do pai para que se caso seu plano desse errado ele
pudesse voltar dignamente. Esse filho mais novo viveu de forma dissoluta, da
maneira que lhe parecia melhor.
A ruína do filho
pródigo
Depois de ter
consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar
necessidade (Lucas 15:14).
No versículo 14
temos notícias do início de sua ruína. Seus recursos acabaram, ele havia
gastado tudo e começou a passar necessidades. O dinheiro acabou e a fome
chegou.
Para piorar ele
estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigo,
não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo mundano é passageiro, é
ilusão, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida, ele traz solidão.
Então, ele foi e se
agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a
guardar porcos (Lucas 15:15).
O versículo 15 nos
mostra a humilhação a qual o filho mais novo foi submetido. Para sobreviver ele
foi cuidar de porcos. Devemos nos lembrar de que ele era um judeu, e como tal
não podia ter contato com porcos. Estes animais eram considerados imundos pela
Lei (Levítico 11:7).
Os rabinos
consideravam as pessoas que cuidavam de porcos amaldiçoadas. Com isso
percebemos que ele perdeu seus recursos, sua religião e consequentemente sua
identidade.
Ali, ele desejava
fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada (Lucas
15:16).
No versículo 16
somos informados que ele sentiu tanta fome que desejou comer as lavagens que
eram dadas aos porcos, porém o texto parece indicar que ele não chegou a
comê-las. Entretanto, o “não comer” não representava alguma dignidade para ele,
ao contrário, representava o castigo da fome.
A transformação do
filho pródigo
Então, caindo em
si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui
morro de fome! (Lucas 15:17).
Já o versículo 17
nos mostra o momento de seu arrependimento. Lemos que ele “caiu em si”. No
originou seria algo como “recobrou seu senso” ou “quando voltou a si mesmo”.
Nesse momento vemos
que ele sentiu saudade de casa. Ele descobriu que os empregados temporários de
seu pai eram mais dignos do que ele, de modo que tais empregados diaristas
tinha o que comer, e ele morria de fome.
Levantar-me-ei, e
irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de
ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus
trabalhadores (Lucas 15:18,19).
Perceba que nos
versículo 18 e 19 ele reconheceu o seu erro. Naquele momento ele soube que seu
abandono foi precipitado, que sua decisão foi insensata.
Também entendeu que
o que fez não foi apenas um erro, foi um pecado. Ele havia pecado contra Deus e
contra o pai. Ele compreendeu quão ingrato ele havia sido, e sabia que não
poderia mais ser chamado de filho, então queria ser um empregado temporário.
Nesse exato momento
aquele filho mais novo já não era mais o mesmo rapaz inconsequente que saiu da
casa do pai. Ele havia sido transformado.
Um pai pródigo para
um filho pródigo
E, levantando-se,
foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e,
compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou (Lucas 15:20).
No versículo 20
lemos que o pai avistou o filho que estava retornando. O pai nunca havia
perdido o interesse no filho, e uma vez e outra sempre estava olhando o caminho
à espera do dia que o filho voltaria.
O filho, quando
partiu, achava que nunca mais voltaria ali, mas o pai tinha certeza de que um
dia ele estaria de volta. Isso fica muito claro na reação do pai.
O texto bíblico diz
que o pai se compadeceu profundamente. Ele correu para o filho. Naquela época
um ancião não podia correr, isso era indigno, mas o pai não se importou com
a humilhação, o que importava era o filho a quem ele estava buscando no
caminho.
O pai o abraçou,
não olhando para as condições em que seu filho estava se aproximando. O filho
estava rasgado, descalço, era a personificação da miséria, mas o pai só olhou o
arrependimento, e o acolheu em seus braços.
O pai também o
beijou repetidas vezes. Perceba que ele se compadeceu, correu, abraçou e
beijou, antes de dizer uma única palavra. Que amor maravilhoso. Que graça
incompreensível.
E o filho lhe
disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado
teu filho (Lucas 15:21).
No versículo 21
vemos que o filho começa a fazer o discurso que havia ensaiado. Ele reconheceu
o seu pecado, reconheceu a sua miséria, reconheceu que não tinha mérito algum e
reconheceu que não era digno de ser chamado de filho. Porém, algo que realmente
merece nossa atenção é o fato de que ele não conseguiu dizer “faz de mim
um de seus empregados”. O pai nunca deixou que ele dissesse essas palavras.
O pai, porém, disse
aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no
dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e
regozijemo-nos (Lucas 15:22,23).
Nos versículos 22 e
23 temos o relato de como o pai o recebe de volta ao lar. O pai queria dar ao
filho a importância que ele não merecia, mas seu amor de pai era imenso e
inexplicável.
O pai lhe
providencia roupa, símbolo de honra; anel, um símbolo de autoridade; sandália,
um símbolo de que ele não era um escravo. Aquele filho era um homem livre, pois
o amor de seu pai o libertou.
O pai também manda
preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho guardado para ser usado
somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria alguma ocasião mais
especial do que essa?
Esses versículos
nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o controle sempre esteve
nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava vivendo dissolutamente o
pai estava fazendo provisão para o filho que retornaria. Enquanto o filho
estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho, deixando a roupa, o anel e a
sandália preparados para o momento do retorno.
Com isto,
entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania de Deus, que
busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam procurando por ele.
Porque este meu
filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a
regozijar-se (Lucas 15:24).
O versículo 24
possui um significado muito importante que infelizmente muitas pessoas não
percebem. Note os contrastes: morto,vivo; perdido,achado.
A explicação dessas
palavras é a seguinte: no sentido prático, o filho estava morto pois havia
recebido toda sua parte da herança. Ele não fazia mais parte da família. Ele
também estava perdido, pois havia sido destruído em suas loucuras, e
desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida.
Porém há algo mais
profundo. A palavra “morto” reflete o grau mais avançado de miséria e de
decomposição. Morto não toma ação, não decide, não tem razão sobre si.
Aquele filho estava
morto e perdido, ou seja, ele estava no mais profundo estado de desgraça. Porém
há uma boa notícia, uma notícia que explica a reação do pai.
O apóstolo
Paulo escrevendo aos Efésios, ensina que “Ele vos vivificou,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1).
No mesmo Evangelho
de Lucas, o próprio Jesus declara: “Porque o Filho do homem veio buscar e
salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).
O filho mais velho
Ora, o filho mais
velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a
música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele
informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou
com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai,
procurava conciliá-lo (Lucas 15:25-28).
Entre os versículo
25 e 28 somos apresentados ao outro filho, o filho mais velho. Esse era o filho
pródigo primogênito. Ele nunca se afastou do pai, mas também nunca esteve
próximo; ele sempre teve todo o amor que precisava, mas sempre esbanjou o amor
e a presença do pai.
Se o filho mais
novo se perdeu saindo de casa, o filho mais velho se perdeu dentro de casa. Que
coisa terrível, perdido dentro de casa.
Então mais uma vez
o pai é quem saiu de casa para ir de encontro a um filho. Dessa vez ele
foi encontrar o filho mais velho. Nas palavras do filho mais velho, vemos que
ele encarava o relacionamento com o pai na base da recompensa.
Mas ele respondeu a
seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e
nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo,
porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste
matar para ele o novilho cevado (Lucas 15:29,30).
Ele tinha direito a
dois terços de toda a herança, mas estava preocupado com um simples novilho.
Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No original ele diz algo
como: “estive trabalhando como escravo para ti”.
Ele também tentava
se auto-justificar dizendo: “nunca desobedeci tuas ordens”. Ele não
entendia que de um filho se espera mais do que simples obediência; ele não
havia entendido que diante de um pai tão bondoso nada do que tinha feito
poderia impressionar.
Ele só estava
preocupado com as posses do pai, que, consequentemente, eram suas. Ele não
amava o pai, apenas queria sua fortuna. Ele não se preocupou com a dor do pai
quando ficou sem seu caçula, nem mesmo com o irmão que se foi, pois como mais
velho ele poderia ter ido buscá-lo.
Esse filho estava
mesmo preocupado era com a herança. Perceba que ele diz “esse teu filho”,
ao invés de dizer “esse meu irmão”. Ele era um estranho dentro de casa.
Então, lhe
respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse
teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado (Lucas 15:31,32).
A resposta do pai
nos versículos 31 e 32 estabelece um tremendo contraste. O pai se dirige a ele
dizendo “meu filho”. No original grego a expressão utilizada aqui
significa algo como “meu menino”, transmitindo um sentido mais afetuoso.
O pai também usa a
expressão “esse seu irmão”, ou seja, o pai o coloca como membro da
família, além de demonstrar que havia considerado como justo o filho mais novo.
Lições da Parábola
do Filho Pródigo
Não apenas a
Parábola do Filho Pródigo, mas todo o capítulo 15 de Lucas, certamente aponta
para o extraordinário amor de Deus.
Perceba a alegria
do pastor que encontra a ovelha perdida (Lucas 15:6,7); do contentamento da
mulher que encontra a dracma perdida (Lucas 15:9,10). Da mesma forma o pai,
nessa Parábola do Filho Pródigo, se alegra com o retorno do filho perdido
(Lucas 15:23,24, 32).
Claramente também
podemos perceber uma intensificação na narrativa de Jesus. Primeiro ele fala da
ovelha, depois da drácma e, finalmente, do filho.
Podemos aprender
muitas coisas com esse ensino do Senhor. Em primeiro lugar, a Parábola do Filho
Pródigo nos ensina que o Pai busca, traz de volta e se alegra na conversão do
pecador operada pelo Espírito.
Diante disto, é
impossível não perguntarmos: Quem somos nós? Quão perdidos estávamos? Será que
merecíamos esse cuidado tão pessoal do próprio Deus?
Tudo o que podemos
dizer é que Ele nos ama. Ele faz uma festa por nossa causa, mas entenda que
isso não é sobre nós, é inteiramente sobre Ele. Nunca poderíamos ir para casa
do Pai sem um caminho que nos levasse até lá. Jesus é esse caminho (João 14:6).
Em segundo lugar, a
Parábola do Filho Pródigo nos convida a refletir sobre qual tem sido a nossa
posição para com os perdidos. Aqui temos uma importante lição. Diante dos
perdidos podemos assumir algumas atitudes diferentes: podemos odiá-los;
tratá-los com indiferença; recebê-los quando vierem até nós; ou buscá-los.
Como seguidores de
Cristo, cidadãos do reino de Deus, qual tem sido a nossa atitude? Estamos mais
parecidos com Jesus ou com os fariseus e doutores da Lei?
Em terceiro lugar,
agora falando do nosso relacionamento com o Pai, a Parábola do Filho Pródigo
nos leva a fazer as seguintes perguntas: Como estamos nos comportando? Será que
somos como o filho mais novo ou como o filho mais velho?
O filho mais novo
apenas queria sua parte na herança, e a maneira que ele achou para conseguir
isso foi sendo ruim, se afastando e indo embora. Já o filho mais velho também
só estava interessado na herança, e a forma que ele achou para consegui-la foi
sendo bom, obediente e ficando em casa.
Você percebe que
ambos eram ruins? A ruína do filho mais novo foi sua precipitação,
inconsequência, insensibilidade e desobediência. Já a ruína do filho mais velho
foi seu comprometimento, sua obediência, seu bom serviço e sua sensibilidade
superficial. O filho mais novo se afastou do pai por ser muito mau, enquanto o
filho mais velho se afastou por ser muito bom.
Em quarto lugar, a
Parábola do Filho Pródigo nos traz um grande alerta. É impossível não falarmos
sobre o que ocorrem com os dois filhos. A parábola termina com o filho mais
novo dentro de casa, participando da festa que o pai promoveu. Por outro lado,
a parábola também termina sem mostrar o filho mais velho retornando à casa do
pai para se alegrar com seu irmão que voltou.
Não temos nenhuma
autorização para irmos além do que o texto bíblico diz. Especificamente na
Parábola do Filho Pródigo não sabemos o que ocorreu com o filho mais velho,
porém sabemos que esse filho era uma figura dos escribas e fariseus, os mesmos
que acabaram crucificando Jesus (Atos 7:52).
Como o filho mais
velho, esses religiosos tentavam se auto-justificar. Eles se achavam bons de
mais, tão bons a ponto de praticamente entenderem que alguém como eles nunca
poderia ser privado do paraíso.
Hoje, muitas
pessoas se comportam como o filho mais velho. Elas não faltam aos cultos, são
obedientes, oram, jejuam e fazem tudo o que podem. Porém nada é verdadeiro,
tudo é por interesse. Essas pessoas acham que suas boas obras serão capazes de
salvá-las.
Essas pessoas
cantam os nossos hinos, usam a nossa Bíblia, dizem ser um dos nossos, e até
chamam nosso Deus de Pai. Mas elas são estranhas dentro de casa. Haverá um dia
em que fatalmente ouvirão: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade” (Mateus 7:23).
Os filhos mais
velhos não entendem nada sobre a graça de Deus. Eles não compreendem que tudo é
pelo mérito de Cristo, e que não há nada em nós mesmos que possa nos credenciar
à salvação.
Se Deus se alegra
na presença de seus anjos por um pecador arrependido, se hoje temos morada na
casa do Pai, e se não estamos mais mortos e perdidos em nossos pecados e
delitos, isso tudo é pela obra redentora de Cristo na cruz.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me
ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOCO DA
LIÇÃO
1- Fugindo
do homem em busca de DEUS
1-1- Jacó
crê na importância da benção
1-2-
Fugindo para o encontro com DEUS
1-3- Um
encontro com o DEUS de Abraão
2- Coisas
melhores de DEUS
2-1-
Promessas imutáveis de um DEUS imutável
2-2- Um
pecador se converte
2-3- O pai
de príncipes
3- DEUS
conosco
3-1- O DEUS
abençoador
3-2- Foge,
eu estarei com você
3-3-
Marcado por DEUS
TEXTO ÁUREO
"Acordado,
pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o
sabia." Gênesis 28.16
VERDADE
APLICADA
Para sermos
bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter consciência de que, em todo o
tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas por graça.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17
12. E
sonhou: e eis uma escada era posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis
que os anjos de DEUS subiam e desciam por ela.
13. E eis
que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, DEUS de Abraão, teu
pai e o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta deitado, te darei a ti e tua
semente.
15. E eis
que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a
esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.
16.
Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar,
e eu não o sabia.
17. E
temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa
de DEUS; e esta é a porta dos céus.
Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado
2º Trimestre de 2017 - Título: o Caráter do Cristão - Moldado
Pela Palavra de DEUS e Provado Como Ouro
Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Pr.Pres.ADPAR -
Assembleia de DEUS em Parnamirim/RN)
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva - 99-99152-0454
TEXTO ÁUREO
"Como está escrito: Amei Jacó ?e aborreci Esaú." (Rm 9.13)
VERDADE PRÁTICA
Com base em sua presciência e propósitos, DEUS escolhe pessoas para que cumpram
seus desígnios.
(Jacó foi escolhido, não porque DEUS consultou o futuro, mas
porque DEUS tinha duas opções para continuar sua aliança até que viesse JESUS.
DEUS escolheu Jacó antes mesmo de nascer).
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 27.11,12 A mentira traz maldição
Terça - Gn 27.41 Quando o ódio se torna mortal
Quarta - Gn 27.20 Jacó mentiu ao próprio pai
Quinta - Gl 6.7 O que o homem planta, isso colherá
Sexta - Rm 5.20 Onde abundou o pecado superabundou a graça de DEUS
Sábado - Sl 133.1 DEUS quer que os irmãos vivam em união
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 25.28-34; Gênesis 32.24, 27, 28,30.
Gênesis 25.28 - E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas
Rebeca amava a Jacó. 29 - E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e
estava ele cansado. 30 - E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse
guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. 31
- Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. 32 - E disse Esaú:
Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? 33
- Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a
Jacó. 34 - E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e
bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.
Gênesis 32.24 - Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão,
até que a alva subia. 27 - E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.
28 - Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como
príncipe, lutaste com DEUS e com os homens e prevaleceste. 30 - E chamou Jacó o
nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a DEUS face a face, e a
minha alma foi salva.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar a origem de Jacó;
Mostrar a direção de DEUS na vida de Jacó;
Refletir a respeito de alguns aspectos do caráter de Jacó
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu
agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e apelidado pelo nome de
"enganador" por todos os que conhecem sua história. Todavia, DEUS em
seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito
serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu apelido ao comprar a primogenitura de
seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para
longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas
Jacó teve um encontro com DEUS e foi transformado por Ele. Todo encontro com
DEUS é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que
entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de DEUS, mas na
verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente DEUS, o
Criador, pode transformar o nosso verdadeiro "eu".
PONTO CENTRAL - DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus
desígnios.
Resumo da Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado
I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque.
2. O preferido de sua mãe.
3. O preferido de DEUS.
II - A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da escada que tocava o céu.
2. A coluna em Betel.
III - ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu encontro com DEUS.
a) Oportunista e egoísta. b) Interesseiro e calculista. c)
Mentiroso e enganador.
2. Depois do seu encontro com DEUS.
a) Um caráter agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c)
Um homem na direção de DEUS.
3. No seu encontro com Esaú.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Jacó foi escolhido por DEUS ainda no ventre
de sua mãe.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó
buscou a direção de DEUS para sua vida.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Antes de ter um encontro com DEUS Jacó era
oportunista, mentiroso e enganador.
CONHEÇA MAIS - *Jacó
"Era o terceiro no plano de DEUS para iniciar uma nação
descendente de Abraão para dai nascer JESUS (Gl 3.16). O sucesso deste plano se
deu mais 'apesar de' do que 'em razão da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer,
DEUS prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão
gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas
habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao
acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de DEUS trabalhando."
Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 46.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu
próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com DEUS, e trabalhou catorze
anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos
como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas
sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640
quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma
mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã,
Jacó se casou e iniciou uma família" (Extraído de Bíblia de Estudo
Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até
Padã-Ara.
PARA REFLETIR - A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:
Que significa o nome Jacó?
"Aquele que segura pelo calcanhar" ou "suplantador".
Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.
Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?
Três vezes.
O que Jacó prometeu a DEUS se fosse abençoado em sua viagem?
Dar o dízimo de tudo.
Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Seu nome foi mudado para Israel, e viu DEUS "face a face".
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 70, p38
SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
Professor, reproduza o esquema da página ao lado no quadro. Utilize-o para
enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com DEUS e depois.
Ressalte que somente DEUS pode mudar o nosso caráter.
Resumo Rápido do Pr. Henrique - Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um
Caráter Restaurado
INTRODUÇÃO
Estudemos nesta lição sobre Jacó, conhecido como enganador, mas
escolhido por DEUS para dar continuidade à aliança Abraâmica até que viesse o
descendente que é CRISTO. De mau caráter a Israel, príncipe de DEUS. Quão
importante é o encontro verdadeiro com DEUS! O verdadeiro caráter é forjado nas
lutas do deserto.
Da família de Jacó vai nascer um descendente que é CRISTO, que vai
pisar com o calcanhar a cabeça da serpente Satanás - JESUS CRISTO.
Gênesis 3.15 - orei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar.
Gênesis 3.15 - Strong Português - עקב Ìaqeb
ou (fem.) עקבה Ìiqq ̂ebah
1) calcanhar, retaguarda, pegada, parte de trás, casco, retaguarda de uma
tropa, passo
1a) calcanhar
1b) marca de calcanhar, pegada
1c) parte de trás, retaguarda
I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque. Jacó, segundo filho de Isaque com Rebeca,
nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão mais velho, Esaú, seu irmão gêmeo.
Por isso seu nome - "aquele que segura ao calcanhar".
2. O preferido de sua mãe. Enquanto Esaú era mais próximo das
coisas do campo, erra mais prático, era mais próximo de seu pai que gostava
muito da caça que lhe trazia. Jacó era mais próximo das coisas caseiras, era
mais emotivo e mais chegado á sua mãe, pois a ajudava em suas tarefas
domésticas, além de ter a promessa de DEUS de ser o sucessor espiritual de
Isaque (Sua mãe sabia disto).
3. O preferido de DEUS. Havia luta entre as crianças no ventre de
Rebeca. Ao consultar a DEUS, ELE lhe revela que o maior servirá ao menor. DEUS
havia escolhido Jacó para continuar a descendência de Abraão até que viesse o
Messias, JESUS (Gl 3.16).
II - A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ
Após usar de astúcia e comprar o direito de primogenitura de seu
irmão Esaú e enganar seu pai e ser aconselhado a ir para a Mesopotâmia, à casa
do irmão de Rebeca, Labão, e também para fugir da ira de seu irmão Esaú e para
arrumar uma esposa, Jacó pára em Betel e lá tem um sonho onde DEUS vem a ele e
isso muda sua vida dali para frente. Antes de partir recebe uma bênção especial
e seu pai que reconhece sua escolha por parte de DEUS. Gênesis 28.4 E te dê a
bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança
possuas a terra de tuas peregrinações, que DEUS deu a Abraão.
1. A visão da escada que tocava o céu. DEUS vem a Jacó em um sonho
onde anjos subiam e desciam numa escada que subia até ao céu. DEUS faz aliança
com Jacó que lhe promete o dízimo de tudo.
2. A coluna em Betel. Jacó marca aquele local como local de
aliança. Casa de DEUS. Se torna como seu avô e como seu pai, homens de altares.
E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro
lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó
pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e
a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela.
E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz.
Gênesis 28:17-19
III - ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
Veja que Jacó era de péssimo caráter antes de ter um encontro com
DEUS. Depois do encontro com DEUS em Betel começou a mudar seu caráter e depois
com o encontro pessoal com DEUS, onde seu nome foi mudado para Israel, foi mais
aperfeiçoado, embora tenha copiado a mania de dar preferência a um filho com
seu pai Isaque e isso não ter deixado.
1. Antes do seu encontro com DEUS.
a) Oportunista e egoísta. b) Interesseiro e calculista. c)
Mentiroso e enganador.
2. Depois do seu encontro com DEUS.
a) Um caráter agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c)
Um homem na direção de DEUS.
3. No seu encontro com Esaú. Aqui vemos medo, insegurança,
prevenção. Por fim Esaú se quebranta com a atitude humilde de seu irmão. é Esaú
que vai apressadamnet aos braços de Jacó e chora com ele. Perdão e amor estão
presentes.
E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes,
até que chegou a seu irmão. Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e
lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram. Depois levantou os seus
olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele
disse: Os filhos que DEUSgraciosamente tem dado a teu servo. Então chegaram as
servas; elas e os seus filhos, e inclinaram-se. Gênesis 33:3-6
Gênesis 25. 21-28 - E Isaque orou insistentemente ao Senhor por
sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca
sua mulher concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é,
por que sou eu assim? E foi perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas
nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um
povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor. E
cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre. E saiu o
primeiro ruivo e todo como um vestido de pêlo; por isso chamaram o seu nome
Esaú. E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por
isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando
os gerou. E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do
campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas. E amava Isaque a Esaú,
porque a caça era de seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.
Creio que Rebeca, conhecendo Isaque e sua predileção por Esaú,
entendia que ele nunca daria o direito de primogenitura para Jacó. Então, já
que DEUS a tinha orientado de que Jacó herdaria tal benção e o momento exigisse
uma solução rápida, resolveu usar uma estratégia fraudulenta para enganar seu
esposo e realizar a vontade de DEUS.
Jacó já era dono legítimo da primogenitura, pois a havia comprado de seu irmão.
Participou então do astucioso plano de sua mãe e obteve o que DEUS desejava e
ele e sua mãe também.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso
pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que
o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras,
mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como
está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça
da parte de Deus? De maneira nenhuma. Romanos 9:10-14.
Onde Paulo achou na Bíblia que DEUS amou Jacó e odiou Esaú?
Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens
amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, E odiei
a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do
deserto. Malaquias 1:2,3 (grifo nosso)
Davi se passou por louco para escapar da morte - Por isso se contrafez diante
dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas
portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba. 1 Samuel 21:13
Abraão e Isaque mentiram sobre suas esposas para escaparem da morte.
Pedro mentiu para escapar da morte.
Na antiga aliança o homem chamado por DEUS jamais conseguiria ser perfeito -
Caráter ruim dos patriarcas. Às vezes eram de bom caráter. Na verdade, o que
agradou a DEUS foi sua fé. ESTAMOS ESTUDANDO QUANDO FORAM DE BOM CARÁTER E
DEVEMOS COPIAR SÓ O BOM. DEUS foi moldando o caráter de cada um com o passar
dos anos e melhorando-os.
Jacó passou 20 anos fora de casa.
14 anos trabalhando por Raquel e mais 6 cuidando dos rebanhos do
sogro para adquirir seu próprio rebanho.
Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi
por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens
mudado dez vezes. Gênesis 31:41
Após um encontro com DEUS o ser humano é mudado em um novo ser.
Assim aconteceu com Jacó.
Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências
que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou,
sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está
escrito: Sede santos, porque eu sou santo. E, se invocais por Pai aquele que,
sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor,
durante o tempo da vossa peregrinação, Sabendo que não foi com coisas
corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de
viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de
Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 1 Pedro 1:14-19
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17.
E o ESPÍRITO do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com
eles, e tornar-te-ás um outro homem. 1 Samuel 10:6
DEUS não fêz predestinação, mas escolheu Jacó antes mesmo de
nascer. Jacó não fez nada para ser escolhido. DEUS escolheu Jacó para continuar
a aliança Abraâmica e dai nascer JESUS. Não escolheu por causa de alguma coisa
que Jacó tenha feito, porque nem tinha nascido. Também não estava condenando
Esaú porque não havia pecado e nem desprezado ainda a primogenitura. DEUS tinha
que escolher um dos dois e escolheu Jacó.
Quem escolheu Saul?
Não se fala sobre salvação, mas sobre chamada de DEUS. Ele é soberano em sua
chamada.
Saul e Judas foram escolhidos por DEUS, mas não mudaram seu caráter.
DEUS escolheu Jacó e ele melhorou seu caráter depois. Já Saul,
DEUS escolheu e continuou mau caráter.
"E quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui
o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo." 1 Samuel
9:17
DEUS já sabia que Saul não prestaria, que Judas trairia e que
Sansão erraria e mesmo assim os escolheu.
Atos 13.15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim
um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos
filhos de Israel. 16 E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
Penso que Rebeca já havia dito a Jacó sobre a escolha de DEUS e
ele decidiu tornar isso oficial comprando a primogenitura. Pode ser ou não. A
bíblia não diz. Pelo que parece, Isaque não sabia que DEUS havia escolhido
Jacó, mas após dar as bênçãos a Jacó mudou de opnião e abençoou de novo a Jacó
como sucessor seu na bênção de Abraão e sua descendência até chegar a CRISTO.
E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe:
Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã; Levanta-te, vai a Padã-Arã, à
casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão,
irmão de tua mãe; E DEUSTodo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te
multiplique, para que sejas uma multidão de povos; E te dê a bênção de Abraão,
a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra de tuas
peregrinações, que DEUSdeu a Abraão. Gênesis 28:1-4
Esaú era fornicador ou profano
E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um
manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. Hebreus 12.16 - Esaú foi
considerado Fornicador e profano por vender seu direito de primogenitura.
Jacó tinha direito à primogenitura tanto espiritual (dada por DEUS
antes dele nascer) quanto material (adquirida em um negócio. Comprada e paga).
Cremos que Jacó se casou com Lia e com Raquel, aproximadamente com
50 anos.
Gn 25. 34 Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por
mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
Logo depois de Esaú se casar vemos Rebeca reclamar do casamento de
Esaú que pelo menos já tinha 3 anos de casado para suas esposas já serem
avaliadas por Rebeca. Jacó foi embora para a Mesopotâmia e lá trabalhou por 7
anos por Raquel, mas lhe foi dada Lia. Cremos que Raquel lhe e dada também para
que trabalhe mais 7 anos por ela..
DEUS de Abraão e de Isaque e de Jacó. Por que ao invés de ser
Israel fala Jacó?
A aliança foi feita com Jacó (aquele que segura ao calcanhar
tentando chegar primeiro).
A aliança com Jacó foi feita por DEUS antes de Jacó nascer. Confirmada a
aliança em Betel quando Jacó ainda era Jacó. Só vai se tornar Israel 20 anos
depois.
Os 5 encontros com DEUS que marcaram a vida de Jacó
1. Em Betel (Gênesis 28:13-15).
2. A ordem para voltar (Gênesis 31:2-3)
3. A luta com DEUS (Gênesis 32:26-28)
4. Jacó se dedica a DEUS (Gênesis 35:1)
5. A bênção para ir para o Egito (Gênesis 46:2-4)
Jacó em sua luta com JESUS (Teofania)
Ele achava que poderia vencer. Saiu aleijado fisicamente, mas
forte espiritualmente.
Tudo bem com Esaú até o fim desta história, mas seus descentes
foram amaldiçoados. O mais famoso foi Herodes, comido por bichos.
Comentários de Vários Livros com algumas modificações do Pr.
Henrique
JACÓ - Strong Português - יעקב Ya
Ìaqob - Jacó = “aquele que segura o calcanhar” ou “suplantador”
1) filho de Isaque, neto de Abraão, e pai dos doze patriarcas das tribos de
Israel
ESAÚ - (Strong Português) - עשו ÌEsav
- Esaú = “peludo”
1) o filho mais velho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó; vendeu o
direito de primogenitura por comida quando estava faminto e a bênção divina
ficou com Jacó.
Odiar - (Strong Português) שנא sane’
quer dizer Aborrecer 1) odiar, ser odioso 1a) (Qal) odiar 1a1) referindo-se ao
homem 1a2) referindo-se a DEUS1a3) abominador, quem odeia, inimigo (particípio)
(substantivo) 1b) (Nifal) ser odiado 1c) (Piel) o que odeia (particípio) 1c1)
referindo-se a pessoas, nações, Deus, sabedoria
O CONCERTO DE DEUS COM JACÓ. BEP - CPAD
(1) Isaque e Rebeca tinham dois filhos: Esaú e Jacó. Era de se
esperar que as bênçãos do concerto fossem transferidas ao primogênito, i.e.,
Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca que seu gêmeo mais velho serviria ao mais
novo, e o próprio Esaú veio a desprezar a sua primogenitura (ver 25.31 nota).
Além disso, ele ignorou os padrões justos dos seus pais, ao casar-se com duas
mulheres que não seguiam ao DEUS verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou
qualquer interesse pelas bênçãos do concerto de Deus. Daí, Jacó, que realmente
aspirava às bênçãos espirituais futuras, recebeu as promessas no lugar de Esaú
(28.13-15). (2) Como no caso de Abraão e de Isaque, o concerto com Jacó
requeria “a obediência da fé” (Rm
1.5) para a sua perenidade. Durante boa parte da sua vida, esse patriarca
serviu-se da sua própria habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas
foi somente quando Jacó, finalmente, obedeceu ao mandamento e à vontade do
Senhor (31.13), no sentido de sair de Harã e voltar à terra prometida de Canaã
e, mais expressamente, de ir a Betel (35.1-7), que DEUS renovou com ele as
promessas do concerto feito com Abraão (35.9-13).
JACÓ - Comentário Bíblico Wesleyana
A história se repetiu um pouco no caso de Isaque e Rebeca, para eles, também,
foi sem filhos por vinte anos. Isaque orou, o Senhor o ouviu, e Rebeca
concebeu. Desconhecido para ela, ela concebeu gêmeos. Ela sentiu algo incomum
nas animadas movimentos que ela sentia dentro dela, então ela procurou uma
explicação da parte do Senhor. Como ela procurou iluminação divina não é
indicada. Pode ter sido em oração, pelo sacrifício, ou de algum santo homem
conhecido por sua capacidade de conversar com Deus, e que era respeitado por
Isaque e Rebeca. Em todo o caso, a resposta foi dada de forma poética,
revelando que duas nações estavam em seu ventre em forma de os gêmeos, nações
que seriam inalteravelmente opostas entre si desde o nascimento. O oráculo
divino também anunciou que um seria mais forte do que o outro, eo mais velho
serviria ao mais jovem. Este é o primeiro de quatro lugares em que o Senhor
definitivamente revelou Sua escolha de Jacó como o herdeiro do chamado de Abraão
e bênção aqui no oráculo de nascimento, e mais tarde na troca para o direito de
primogenitura, na questão da bênção, e no sonhar em Betel.
No devido tempo, os gêmeos nasceram. O mais velho era vermelho (hebraico Admoni
, um jogo de palavras com outro nome de Esaú, Edom-ver v. 30 ), que tem a
aparência de uma peça de vestuário de cabelo (em hebraico seyar ,
aparentemente, um jogo de palavras em Seir, a terra em que Esaú acabaram por se
instalar). Por causa de sua aparência peluda, foi nomeado Esau . Enquanto a
conexão de Esaú com cabeludo não pode ser estabelecida com o nosso conhecimento
atual da língua hebraica, um estudo do árabe intimamente relacionado torna
provável. O irmão mais novo nasceu muito de perto por trás de seu irmão Esaú,
com a mão segurando o calcanhar de Esaú. Assim, ele foi nomeado Jacó , ou
hebraico ya'aqob a partir da raiz 'aqob , que significa "calcanhar."
A forma verbal da palavra significa "seguir no calcanhar",
"atacar de forma insidiosa", "contornar", ou
"overreach."
b. O direito de primogenitura ( 25: 27-34 )
27 E cresceram os meninos, e Esaú era um caçador habilidoso, um homem do campo;
e Jacó era um homem quieto, habitando em tendas. 28 Isaque amava a Esaú, porque
comia da sua caça; e Rebeca amava a Jacó. 29 E Jacó fervida guisado, quando
Esaú chegou do campo, muito cansado: 30 e disse Esaú a Jacó, Deixa-me, peço-te,
com o mesmo vermelho lentilhas ; porque sou fraco:. Por conseguinte, o seu nome
chamado Edom 31 E Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 E
disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e que lucro é o direito de
primogenitura fazer comigo? 33 E disse Jacó Jura-me em primeiro lugar; e ele
jura-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34 E Jacó deu pão e sopa de
lentilhas Esaú; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e seguiu seu caminho:
assim desprezou Esaú a sua primogenitura.
Os gêmeos cresceu para ser tão diferentes como o oráculo divino tinha indicado.
Esaú tornou-se o caçador inquieto, andando pela zona rural. Jacó tornou-se o
típico semi-nômade, concordou em morar em uma barraca e tendem seus rebanhos e
manadas.Por alguma razão ou outra, o Isaque passiva foi atraído para o Esaú
ativo, eo Rebekah mais impulsivo foi atraído pela Jacó nômade, que, no entanto,
refletiu muitos dos traços de sua mãe. Este favoritismo parental era jogar uma
grande parte nos problemas que se desenvolveram entre os dois filhos (cap. 27
).
Um dia Jacó estava cozinhando lentilhas quando Esaú chegou da caça, fraco de
cansaço e de fome. Ele exclamou: "Deixe-me ter um gole de que material
vermelho lá; pois estou faminto. "Este é um novo jogo em cima de seu
apelido Edom ou "Red". Mas Jacó não era tão livre com seus lentilhas.
Ele era um jovem ambicioso. Ele pode ter sido dito por sua mãe coruja da
revelação que lhe foi feita antes do nascimento dos gêmeos. E é possível que
Esaú e ele havia discutido o direito de primogenitura antes e Esaú tinha tomado
apenas um ligeiro interesse nele. Em qualquer caso, o comerciante oriental foi
manifestado na proposta que ele fez a Esaú: Vende-me primeiro (ou
"hoje") a tua primogenitura . Jacó, sem dúvida conhecia os pontos
fracos de seu irmão, sua indignidade para continuar herança espiritual da
família, e ele estava pronto para aproveitá-las-embora ele pode ter pensado que
era por uma boa causa! Esaú demonstrou seu verdadeiro caráter com a resposta,
Eis que eu estou prestes a morrer: e qual lucro é o direito de primogenitura
fazer para me É questionável se tal uma forte robusto, homem, fora de portas
como Esaú realmente pensei que ele ia a morrer por causa de sua fome intensa.
Parece, sim, que ele estava meio brincando, neste ponto, mas em qualquer caso,
o seu presente, necessidades físicas eram mais importantes para ele do que
qualquer coisa de significado espiritual. Jacó insistiu em um acordo sério,
juramentado primeiro ou "hoje". Com este Esau cumprido eo comércio
foi consumado.
O direito de primogenitura deu para o filho mais velho de uma porção dupla de
bens de seu pai e também o fez chefe da família após a morte de seu pai,
fazendo-o governante sobre seus irmãos e provedor para sua mãe e irmãs
solteiras se havia alguma.Mas de acordo com as leis e costumes, através da qual
os patriarcas viveram, como é evidenciado através das descobertas da
arqueologia, o filho mais velho poderia vender seu direito de primogenitura a
um irmão mais novo ou até mesmo a um irmão adotivo.Um desses casos é registrado
na qual um jovem trocou sua primogenitura por três ovelhas. Foi esta disposição
que Jacó e Esaú seguido. A culpa recai sobre ambos os irmãos para este ato. Jacó
já tinha sido escolhido por DEUSpara o património mais importante, a chamada
família, e DEUSnão precisava de sua ajuda para realizá-la. Isaque poderia ter
transferido a ele, como veremos no capítulo 27 . Então Jacó era culpado de
presunção, bem como a negociação afiada. Esaú era culpado de desrespeito para
com o nome da família, a rica herança em que ele compartilhou. Ele era carnal
de espírito, um materialista ao extremo.
JACÓ - Dicionario Champlin
Esboço:
I. O Nome - II. Israel e Seus Significados - III. Informes Históricos Sobre Sua
Vida - IV. Seu Caráter - V. Sentidos Espirituais e Metafóricos - VI. A
Arqueologia e a Vida de Jacó
I. O Nome
O Jacó do Antigo Testamento era o filho mais novo de Isaque e Rebeca, e o
terceiro dos patriarcas hebreus históricos: Abraão, Isaque e Jacó. Tinha um
irmão gêmeo, levemente mais velho que ele, Esaú. Sua intima identificação com a
nação de Israel, que se desenvolveu de sua linhagem, torna-se imediatamente
evidente pelo fato do que seu nome foi alterado para Israel, depois do
incidente de sua luta com o anjo (Gên. 32:28). Dali por diante, a nação inteira
de Israel, que se multiplicou partindo dos doze filhos de Jacó, veio a ser
assim denominada. O termo hebraico por detrás do nome «Jacó» é Yaakov,
provavelmente, uma forma abreviada da palavra que significa «DEUSprotege». No
entanto, em Gên. 25:26 o nome é explicado como se significasse «aquele que
segura pelo calcanhar», posto que, por ocasião de seu nascimento, Jacó emergiu
do útero materno segurando o calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú. Daí é que vem
o sentido secundário de «suplantador», isto é, «alguém que toma o lugar de
outro, mediante astúcia». Isso alude ao incidente em que Jacó, mediante
ludibrio, furtou a bênção paterna de Esaú, e por causa do que Jacó obteve
ascendência sobre seu irmão gêmeo. 0 fato de que Esaú também perdeu seu direito
de primogenitura para Jacó fez parte dessa atividade dele como suplantador (ver
Gên. 27:36). Sem dúvida alguma, «DEUSprotege» é o sentido original do nome, e
as outras idéias derivam-se de uma etimologia popular e, talvez, mediante um
jogo de palavras: «Este homem, cujo nome é DEUSprotege, de fato é um agarrador
de calcanhar e um suplantador!» A raiz ‘qb tem sido encontrada entre os povos
dos grupos semitas ocidentais, como os amorreus. 0 mesmo vocábulo hebraico que
tem por base a palavra calcanhar também é um elemento básico do verbo que
significa «enganar», provavelmente como um termo homófono. Apesar de esse nome
ter sido encontrado em fontes extrabíblicas, à parte do patriarca Jacó, ninguém
mais foi chamado por esse nome. No período helenista, entretanto, o nome
começou a ser largamente usado. Há mais de trezentas referências a Jacó no
Antigo Testamento, e vinte e quatro ocorrências no Novo Testamento. Quase uma
quarta parte do volume de Génesis devota-se diretamente a traçar a biografia de
Jacó. E o período de vida desse patriarca ocupa metade do volume do mesmo
livro.
II. Israel e Seus Significados
Quando Jacó lutou com o anjo de DEUSe prevaleceu, e então exigiu dele uma
bênção, tornou-se apropriada a alteração de seu nome de Jacó para Israel. Isso
assinalou um significativo avanço em sua vida, em preparação para o
desenvolvimento da nação de Israel. 0 nome Israel faz parte da tradição judaica
desde que apareceu pela primeira vez no Antigo Testamento, em Gên. 32:28. 0
anjo deu a Jacó esse novo nome que significa «DEUSluta». Naturalmente, deve-se
entender que essa luta refere-se ao ato de prevalecer, mediante o qual Jacó
recebeu a bênção que desejava, para daí por diante ser considerado um príncipe
de Deus, por meio de quem a nação se desenvolveria, debaixo da proteção e
bênção especiais de Deus. Portanto, do indivíduo o nome foi transferido a todos
os seus descendentes, por meio de seus doze filhos. A antiga designação
tornou-se também o nome oficial da restaurada nação, o Estado de Israel. A
moderna nação de Israel foi organizada em 1948, sendo um dentre mais de
cinquenta estados soberanos que vieram à existência desde o término da Segunda
Guerra Mundial.
Era natural que esse nome envolvesse muitos usos diferentes. No artigo sobre
Israel, História de, na primeira seção, alistamos oito usos diferentes,
incluindo aqueles que dizem respeito à Igreja cristã.
III. Informes Históricos Sobre sua Vida
1. Extensão do material bíblico que versa sobre Jacó. Metade do volume do livro
de Génesis conta a sua história (ver Gên. 25-50). Condições e costumes
constantes nessa narrativa têm sido ilustrados na literatura não-bíblica, e
também através de muitas descobertas arqueológicas. Isso demonstra a
autenticidade do relato bíblico, e do fato de que Jacó não é nenhuma figura
mitológica, inventada para ser o pai de uma nação, conforme se dá no caso dos
mitos de vários povos amigos.
2. As Datas de Jacó. Sua data tradicional aproximada é de 1800 A.C. Porém, é
notoriamente problemático encontrar datas precisas para o tempo dos patriarcas
hebreus. No nosso artigo, Cronologia do Antigo Testamento, abordo essa questão.
Correlações exatas e explícitas entre o relato de Génesis e outras narrativas
históricas (não-bíblicas) são difíceis de encontrar; depender das datas que nos
são fornecidas nas genealogias, é uma maneira precária de fazer qualquer
cálculo. Há evidências de que Jacó viveu durante o século XVIII A.C. Nesse
caso, ele viveu no tempo da dominação do Egito pelos invasores hicsos. Sua data
faria a vida de Abraão ter acontecido nos séculos XX e XIX A.C., havendo
evidências bíblicas e arqueológicas em favor disso.
3. Circunstâncias do Nascimento de Jacó. A concepção de Jacó ocorreu como
resposta à oração (Gên. 25:26). Ele foi o segundo filho gêmeo de Isaque e
Rebeca. Seu irmão, levemente mais velho, era Esaú. Nasceu segurando o calcanhar
de Esaú, o que, de acordo com uma etimologia popular (e talvez por via de um
jogo de palavras), deu-lhe o nome de Jacó. Ver sob a primeira seção quanto a
uma completa explicação desse nome. Ver Gên. 25:26.0 cabeludo Esaú tornou-se um
homem que gostava de viver ao ar livre, como bom caçador. Jacó, por sua vez,
era homem introvertido e tranquilo, que preferia habitar em tendas (Gên.
25:26,27). Houve tensões entre os dois gêmeos desde o seu nascimento. Isaque
tinha preferências por Esaú, mas Rebeca tinha em Jacó o seu filho favorito.
4. Real Relação Entre Jacó e Esaú. Eles nasceram para se tornarem personagens
bem diferentes uma da outra, conforme se vê no parágrafo acima. Suas diferenças
tornaram-se ainda mais irreconciliáveis quando Esaú vendeu seu direito de
primogenitura a Jacó, em troca de um prato de lentilhas cozidas (ver Gên.
25:30). Esaú vendeu sua primogenitura em um ato impulsivo, quando não conseguiu
caçar nenhum animal; e, estando com muita fome, vendeu aquele direito por tão
pouco. Os tabletes de Nuzi confirmam o fato de que o direito de primogenitura
podia ser vendido. Os intérpretes percebem uma espécie de indiferença, por
parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogénito. Seria mesmo
difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele tivesse alguma
atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos.
Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões
importantes, um sinal típico do homem carnal. Esse foi o primeiro ato
suplantador de Jacó, a ser registrado na Bíblia, através do qual ele adquiriu o
seu nome. O segundo desses atos ocorreu quando ele enganou seu pai, Isaque, e
recebeu a bênção paterna que se destinava a Esaú (Gên. 27). Tal bênção, uma vez
conferida, não podia mais ser revogada (Gên. 27:33 ss), um detalhe igualmente
ilustrado nos tabletes de Nuzi. Dessa forma, Jacó tornou-se o porta-bandeira da
promessa messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo aprendemos em Rom. 9:10
ss. Esaú teve de se contentar então com uma bênção secundária, e com
territórios menos férteis que aqueles prometidos a Jacó, isto é, Edom. Ver o
artigo com esse título, quanto a maiores esclarecimentos. Desnecessário é dizer
que Esaú ficou furioso, tornando necessário que Jacó fugisse. Jacó, pois, fugiu
para a terra natal de Rebeca, em Padã-Harã (ver Gên. 26:41-28:5). Rebeca tinha
a esperança que Jacó se casasse com uma mulher dentre a parentela dela,
porquanto Esaú se casara com mulheres hititas (ver Gên. 26:34 e 27:46).
5. O Incidente de Betei. A caminho de Berseba para Harã, Jacó parou para
descansar, em Betei, que era chamada Luz, antes de receber aquele nome. Ali
Jacó recebeu a visão da escada, com anjos que subiam e desciam pela mesma,
posta entre a terra e o céu. Ele ficou sumamente admirado com a divina
manifestação, e rebatizou o local com o nome de Betei, «casa de Deus» (Gên.
28:18,19). Jacó consagrou uma décima parte de toda a sua renda a DEUS (Gên.
28:10-22), aparentemente de forma perpétua. Betei (vide) ficava cerca de cem
quilómetros de Berseba, pelo que esse incidente ocorreu ainda no começo de sua
jornada, provavelmente com o propósito de infundir-lhe coragem. A Jacó, pois,
foi garantida a proteção divina. O pacto-abraâmico foi confirmado com Jacó
nessa oportunidade Gên. 28:3,4), pelo que os propósitos divinos estavam em
operação, apesar das vicissitudes da vida de Jacó, a despeito de seus fracassos
misturados com sucessos. Jacó erigiu um altar ali, e fez seus votos, incluindo
o pagamento de dízimos a Yahweh.
6. Jacó em Harã, Sujeito a Labão. Aproximando-se de Harã, Jacó veio até um poço
que havia fora da cidade. Ali conheceu sua prima, Raquel. Imediatamente amou-a
com grande amor, e assim começou um dos maiores romances de amor que há na
história antiga. Raquel levou Jacó a Labão, tio dele e irmão de Rebeca. Jacó
estava apaixonado por Raquel e concordou em trabalhar para Labão, pelo espaço
de sete anos, a fim de tê-la como esposa (Gên. 29:1 ss). 0 trecho de Gên. 29:20
revela-nos que Jacó trabalhou durante os sete anos, os quais «...lhe pareceram
como poucos dias, pelo muito que a amava». Essa é uma fantástica declaração, na
qual eu não teria crido se não a tivesse lido diretamente na Bíblia. Jacó quis
receber o seu pagamento, Raquel. Labão concordou mas, mediante um artifício,
pôs Lia em lugar de Raquel, quando o casal se retirou para a tenda deles. Jacó
só descobriu que fora ludibriado no dia seguinte, em plena luz do dia. Essa é
outra incrível declaração sobre a qual nem quero comentar. Mas, pelo menos,
podemos estar certos de que, naquele momento, Jacó deve ter-se sentido como
Esaú, a quem ele havia enganado em proveito próprio. E foi assim que, para
desposar Raquel, Jacó teve de comprometer-se que serviria a Labão por outros
sete anos com a diferença que ela lhe foi dada como esposa em antecipação pelo
serviço, de tal maneira que, no decurso de uma semana, Jacó estava com duas
esposas ao mesmo tempo. E Labão ia prosperando com o fiel trabalho prestado por
Jacó, tendo compreendido que a presença de Jacó atraía bênçãos. E Jacó também
foi prosperando materialmente, visto que a mão de DEUSestava com ele.
Rúben, primogénito de Jacó, nasceu de Lia. Três outros filhos de Lia
seguiram-se, a saber: Simeão, Levi e Judá. Raquel, sem filhos, deu Bila a Jacó,
para que ela tivesse filhos em nome dela. Dessa união ,pois, nasceram Dã e
Naftali. Zilpa, criada de Lia, tomou-se a segunda concubina de Jacó, e dessa
nova união nasceram Gade e Aser, além de uma filha, Diná. Em seguida, Lia deu à
luz Issacar e Zebulom. Finalmente, Raquel teve o muito querido e amado José.
Ver Gên. 29:1-30:24. Passados mais alguns anos, Raquel também teve Benjamim.
Dessa maneira, encontramos os doze filhos de Jacó, dos quais vieram as doze
tribos de Israel. José não se tornou cabeça de alguma tribo; mas seus dois
filhos, Manassés e Efraim, tornaram-se cabeças de tribos. Isso daria treze
tribos, mas doze é o número tradicional, visto que Levi tomou-se um clã
sacerdotal, que não herdou territórios. Assim quando Levi aparece como uma
tribo, então Efraim e Manassés sãc reputados como a tribo de José (ver Num.
26:28, Jos. 17:14,17). Em Apocalipse 7:14 ss, Dã é excluído e José substitui
Efraim. Ver esses problemas discutidos no NTI, em Apo. 7:5.
As Esposas e os Filhos de Jacó.
Lia |
Raquel |
1.
Rúben |
12.
José |
2.
Simeão 9.
Issacar 10.
Zebulom |
13.
Benjãmim |
Bila |
Zilpa |
5. Dã |
7. Gade |
6.
Naftali |
8. Aser |
N.B. — Os números indicam a ordem dos nascimentos.
7. Jacó Parte de Harã. As relações entre Jacó e Labão não demoraram nada a
azedar. Jacó sofreu às mãos de seu tio, Labão, o mesmo tratamento que Jacó
havia conferido a Esaú, o que mostra que a lei da colheita segundo a semeadura
estava operando. Todavia, Labão prosperava, porquanto Jacó era fiel e operoso,
e Labão nunca teria abandonado a situação se o próprio Jacó não tivesse
desistido. Reunindo sua família e suas propriedades, Jacó partiu de Padã-Harã a
fim de retornar à sua terra de Canaã, o que ocorreu em cerca de 1960
A.C. Labão só descobriu a fuga de Jacó ao terceiro dia; mas, quando a percebeu,
saiu ao encalço do sobrinho e genro com um grupo armado. Todavia, DEUSfez
intervenção e advertiu Labão a que não tentasse fazer qualquer mal a Jacó.
Assim, não sendo capaz de fazer qualquer coisa de radical, ao alcançar Jacó,
limitou-se a repreendê-lo severamente. Por que Jacó partira secretamente? Por
que havia enganado seu tio? Por que havia levado suas filhas e netos, sem
dar-lhe uma oportunidade de despedir-se? E, acima de tudo, por que Jacó
cometera o ultraje de furtar seus deuses domésticos (seus santos protetores)?
Dessa vez, pelo menos Jacó disse a verdade. Ele temia o que Labão poderia
querer fazer contra ele. E calculou que, no mínimo, mandá-lo-ia vazio, e que os
seus familiares e os seus bens seriam forçados a ficar em Padã-Harã. No tocante
aos terafins ou deuses domésticos, Jacó afirmou que não os havia tirado, e que
qualquer um que o tivesse feito poderia ser executado. (Raquel não contara a
Jacó que ela é quem furtara os tais deuses). Labão procurou e apalpou por toda
a parte e nada achou. Raquel estava assentada sobre a sela de seu camelo, e os
deuses estavam ocultos debaixo da sela. Ela estava serenamente sentada, com um
ar de inocência. E disse a Labão que ele teria de desculpa-ia, pois não podia
levantar-se, visto que estava menstruada. Os ídolos permaneceram seguramente
ocultos debaixo da sela, porquanto uma mulher, e tudo quanio ela tocasse, era
considerado imundo, estando ela nesse período. Pelo menos assim se dava na lei
mosaica posterior, e podemos supor que a crença era anterior a essa data.
Jacó ficou observando a busca com grande ansiedade, mas, quando viu que coisa
alguma pertencente a Labao havia sido achada, ele então tomou coragem. Era a
sua vez de repreender severamente Labão. Que maldade ele havia alguma vez feito
a Labão? Por que o seu salário, durante todos aqueles anos, lhe havia sido
negado? Por que Labão mudara para pior o seu salário por dez vezes? Jacó acusou
Labão de ser um enganador e um homem duro, dizendo que sabia que se anunciasse
a sua intenção de voltar à sua terra, Labão fá-lo-ia regressar de mãos
abanando. E, concluindo sua argumentação, Jacó relembrou a Labão que DEUShavia
aprovado a Raquel sua fuga, ao advertir que Labão não deveria tentar tolhê-lo.
A discussão perdurou mais um pouco, sem produzir qualquer resultado.
Finalmente, Labão sugeriu que eles firmassem um acordo. E Jacó concordou. Eles
levantaram uma grande pedra, como coluna, e também fizeram um montão de pedras.
Esses emblemas eram testemunhas dos termos do acordo. Dessa circunstância é que
vieram aquelas imortais palavras: «Vigie o Senhor entre mim e ti, quando
estivermos apartados um do outro». Essas palavras têm servido de grande consolo
quando pessoas que se amam têm de se separar, provocando muitas lágrimas. Jacó
chamou o monumento de Galeed, «monte do testemunho»; e Labão chamou-o de
Mizpah, «posto de vigia». Labão também avisou a Jacó de que se ele não cuidasse
bem de suas filhas, então entraria em dificuldades. Em seguida, invocaram o
DEUSde Abraão e Naor (avô de Abraão), como testemunha do acordo estabelecido.
Jacó jurou pelo Temor de Isaque, nome dado a Yahweh com base na circunstância
da bem conhecida reverência de Isaque ao Senhor Deus. Jacó ofereceu sacrifícios
e houve um banquete. Eles se banquetearam a noite inteira e, ao amanhecer, os
dois partiram cada um em sua direção. Labão, o idoso espertalhão, amava as suas
filhas e seus netos, e, com o coração saudoso, beijou-os, abençoou-os e
deixou-os partir. Quão difícil é deixarmos ir os nossos filhos, o círculo
familiar desmanchando-se para que se formem outros círculos familiares, e nós
avançando em anos! Apesar das grandes disputas, das mentiras, dos enganos e das
astúcias, tudo termina da mesma maneira: mais uma daquelas dolorosas separações
familiares que a minha própria família, com seus ramos internacionais, tem
sofrido por tantas vezes. Ver o capítulo trinta e um de Génesis, quanto a essa
narrativa bíblica.
O Relato é Tão Humano. Houve alguns elementos religiosos distorcidos, houve a
velha idolatria que domina tanto o coração humano, transformando os homens em
tolos; houve mentiras, egoísmo, ludíbrios. No entanto, também houve amor; e
cada um, à sua maneira, a despeito de seus defeitos, estava cumprindo o
desígnio divino. Essa é uma cena em miniatura do próprio drama humano. A fim de
estabelecer o acordo que fizeram, tiveram de invocar a DEUScomo testemunha. Se
DEUSnão for chamado como testemunha dos lances da vida humana, essa vida não
terá sentido.
8. A Presença de Deus. A separação teve lugar, e Jacó, agora uma unidade
familiar distinta, começou a viver uma nova fase em sua vida. Ansioso, ele
encetou sua nova caminhada. Quase imediatamente em seguida, porém, o quadro
ameaçador foi aliviado. Um grupo de anjos encontrou-se com ele no caminho, e
Jacó exclamou, admirado: «Este é o acampamento de Deus» (Gên. 32:2). E Jacó
denominou o lugar de Maanaim, «dois exércitos», evidentemente referindo-se aos
dois grupos, o seu próprio grupo, composto por pessoas mortais como ele, que o
acompanhavam, e o outro grupo, formado pelos anjos imortais. Temos aí uma ótima
lição, ensinada com maiores detalhes no décimo primeiro capítulo da Epístola
aos Hebreus. 0 grupo imortal cuida do grupo mortal e o guia pelo caminho.
9. O Antigo Problema Entre Jacó o Esaú. A fuga de Jacó necessariamente fá-lo-ia
atravessar o território ocupado por Esaú. Por essa razão, enviou mensageiros à
sua frente, que anunciassem sua aproximação. Jacó temia tanto por sua vida como
pelas vidas dos seus, segundo se vê em Gên. 32:6-8. E então soube que Esaú
estava vindo ao seu encontro com uma companhia de quatrocentos homens, o que,
para Jacó, representava um poderoso e hostil exército. Fora capaz de enfrentar
Labão, com a ajuda de Deus, mas, poderia enfrentar Esaú? A vida é assim.
Nenhuma vitória é definitiva e vence a guerra. Precisamos avançar para novos
conflitos, procurando obter novas vitórias.
Em seu temor e aflição, Jacó fez a única coisa ao seu alcance. Voltou-se para
Deus, para que o livrasse. Em oração, lembrou ao Senhor que ele é quem o enviou
naquela jornada de retomo à sua terra natal. Lembrou-0 acerca do pacto
abraâmico e da parte do Senhor nesse pacto. Agora, restava DEUS cumprir tudo
quanto havia dito, visto que Jacó estava impotente, diante de Esaú que se
aproximava.
10. Jacó Torna-se Israel. Jacó traçou planos elaborados para salvar o máximo
que pudesse, no caso de Esaú promover um massacre (Gên. 32:16 ssj. Porém, o
método de DEUS era simples. Quando Jacó estava sozinho, veio ao seu encontro um
anjo, e começou uma furiosa luta física. Essa luta durou a noite inteira. Jacó
era forte, e o anjo não era capaz de vencê-lo. Portanto, tocou no nervo de sua
coxa e a deslocou, embora a luta tivesse continuado. Quando a madrugada chegou,
Jacó anunciou que não deixaria o «homem» ir-se embora, a menos que o abençoasse
(Gên. 23:26). Dessa bênção é que se derivou a mudança do nome de Jacó, o
suplantador e enganador, para Israel, fazendo com que Jacó se tornasse um
príncipe diante de Deus, aquele que se esforça e prevalece em suas lutas (Gên.
32:28). Jacó tornou-se alguém dotado de poder diante de Deus. Jacó chamou o
lugar onde isso ocorreu de Peniel, ou seja, «face de Deus», pois, ao
defrontar-se com o Anjo do Senhor, isso foi a mesma coisa que se ter defrontado
com o próprio DEUS e, no entanto, a sua vida fora preservada. Ele quis saber a
identidade do anjo, mas essa identidade não lhe foi conferida. Assim, podemos
passar por grandes experiências místicas, mas muitas coisas continuam ocultas
de nós.
11. Jacó e Esaú Encontram-se. Chegou o dia de prestação de contas. Aproximou-se
a companhia que vinha com Esaú. Jacó, temeroso, enviou à sua frente suas
esposas e seus filhos, a fim de tentar tocar o coração de Esaú e fazê-lo sentir
misericórdia. Porém, tudo era desnecessário. Esaú não estava mais irado. Os
anos haviam varrido sua ira e amargura. E tudo se resumiu em uma daquelas
tocantes reuniões de família, após tantos anos de separação. Esaú nem ao menos
estava interessado nos liberais presentes que Jacó lhe oferecia. Respondeu que
tinha de sobra. Portanto, todos os elaborados planos de Jacó para aplacar seu
irmão, foram inúteis. DEUSjá havia cuidado da situação. Nesse ponto do relato,
encontramos outro grande versículo que deveria servir de modelo em todas as
relações domésticas: Jacó humilhou-se diante de Esaú e prostrou-se por sete
vezes; mas Esaú não poderia ter dado menor atenção às homenagens. «Esaú
correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou, e eles choraram»
(Gên. 33:4). O antigo conflito e o coração iracundo desapareceram subitamente,
e o amor cobriu uma multidão de pecados.
Esaú observou o grande número de pessoas que estavam em companhia de Jacó, suas
esposas, seus filhos, seus criados e todos os animais. Admirado, indagou quem
era toda aquela gente. Jacó falou-lhe sobre como DEUS o havia feito prosperar; e
isso é o que explica todas as boas coisas que acontecem conosco. Então Jacó
forçou Esaú a aceitar alguns generosos presentes, que Esaú aceitou com
relutância. Jacó afirmou: «...aceita o presente da minha mão; porquanto tenho
visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tu te agradaste de
mim» (Gên. 33:10).
Pouco depois, os dois irmãos separaram-se em paz e amizade, o que prevaleceu
durante todo o resto de suas vidas. E não se encontraram de novo senão quando
chegou o tempo de sepultar o pai deles, Isaque, na sepultura da família (Gên.
35:29).
12. Jacó Retorna a Betei. Jacó entrou em conflito com os habitantes de Siquém.
Sua filha, Diná, foi violentada, e dois dos filhos dele vingaram-se
sanguinariamente dos homens daquele lugar, quase exterminando-os (Gên. 34).
Mediante uma ordem divina, Jacó voltou a Betei. Ali é que ele tinha visto os
anjos subindo e descendo pela escada que ia da terra ao céu, há mais de vinte
anos, e erigira um altar em honra a Yahweh. Mas, antes de encetar viagem,
ordenou que todos quantos estavam em sua companhia se desfizessem de seus
deuses estrangeiros e se purificassem. Podemos supor que foi nessa ocasião que
foi dado sumiço aos ídolos do lar que Raquel trouxera de Padã-Harã. Todos os
ídolos foram enterrados sob um carvalho, perto de Siquém; e, pouco depois,
DEUS renovou o pacto abraâmico com Jacó, em Betei.
13. Perda de Duas Vidas Queridas. Em viagem entre Betei e Efrata, Raquel, a
amada esposa de Jacó, morreu de parto, ao dar à luz seu segundo filho Benjamim
(Gên. 35:20). Não demorou muitos anos para José ser vendido como escravo pelos
seus próprios irmãos; e Jacó foi enganado por seus filhos, os quais disseram
que tinham encontrado uma peça do vestuário de José, toda ensanguentada, dando
a entender que teria sido morto por alguma fera. Ver Gên. 37. Nesta vida,
depois de algumas alegrias sempre há algumas lágrimas; e ninguém está isento de
inevitáveis sofrimentos neste mundo.
A VIDA
Feliz aquele que em modesta lida Isento da ambição e da miséria,
No regaço do amor e da virtude A vida passa. Mais feliz ainda Se, das turbas
ruidosas afastado,
A sombra do carvalho, entre os que adora,
Sente a existência deslizar tranquila,
Como as águas serenas do ribeiro;
Mas, que digo! Nem esse, infindos males Comuns a todos, seu viver não poupam.
(Soares de Passos, Portugal)
14. Os Filhos de Jacó Descem ao Egito. Veio a fome, e todos padeceram muito. No
Egito, mediante seu dom profético, José soubera da aproximação do período de
fome, tendo interpretado corretamente os sonhos do Faraó. Assim, em meio ao
flagelo da natureza, os egípcios tinham abundância de viveres. E Jacó enviou
seus filhos ao Egito, para adquirirem alimentos, tendo conservado em sua
companhia somente Benjamim (seu favorito, na ausência de José), temendo que
alguma tragédia também o atingisse. Os filhos de Jacó retomaram com bom
suprimento de cereais, mas informaram a Jacó que o oficial que tinham visto no
Egito pensara que eles eram espiões; e, como prova de que não eram, havia
exigido que levassem seu irmão mais novo, Benjamim, na próxima vez em que
descessem ao Egito. Naturalmente, esse oficial era José, embora seus irmãos
ainda não tivessem descoberto isso.
Pressionados no Egito, e sob suspeita, eles lembraram seu crime de terem
vendido José como escravo. Simeão foi retido no Egito, como garantia da volta
dos demais irmãos. A fome continuou e o suprimento de alimentos se esgotou.
Tornava-se necessária outra viagem, e assim Jacó, com relutância, permitiu que
Benjamim também fosse com eles, dessa vez. E os irmãos de José chegaram
novamente ao Egito. Foi conseguido um encontro com José, a quem seus irmãos
conheciam somente como um duro oficial egípcio. Simeão foi solto, e todos os
irmãos de José estavam presentes. Quando José viu Benjamim, seu único irmão que
não era meio-irmão, filho de sua mãe, Raquel, deixou-se dominar pela emoção e
teve de fazer uma retirada estratégica, para não chorar diante de todos.
Controlou-se e voltou, e foi servido um banquete. Finalmente, os irmãos de José
foram despedidos e partiram. Mas a taça de prata de José havia sido posta na
sacola de Benjamim. Essa taça seria usada para adivinhações, no dizer de José,
não havendo certeza se ele disse isso para fingir-se um egípcio ou se ele usava
mesmo a tal taça como uma espécie de bola de cristal. Assim, um grupo de homens
saiu ao encalço dos irmãos de José e, feita uma busca, encontrou-se a taça na
saca de Benjamim. E, por causa do crime, Benjamim foi declarado escravo; Judá
fez então uma longa exposição procurando convencer o «oficial egipcio» a
aceitá-lo em lugar de Benjamim, pois a permanência de Benjamim no Egito
fatalmente faria o pai deles morrer de tristeza. José estava iniciando uma
longa e elaborada charada; mas, de súbito, vencido por suas emoções, mandou
para fora todos os circunstantes, exceto os seus irmãos. Então José prorrompeu
em choro, em voz alta, de modo que os egípcios ouviram tudo. Então José
anunciou sua verdadeira identidade, dizendo: «Eu sou Jose. Vive ainda meu pai?»
E os seus irmãos não sabiam como responder, tão pasmos estavam diante dele (ver
Gên. 45:3). Sentiam-se consternados, uns miseráveis, sentindo todo o peso de
seus pecados; José, entretanto, consolou-os, assegurando-lhes que o desígnio de
DEUSé que permitira que tudo aquilo acontecesse, a despeito dos maus propósitos
que tinham inspirado o ato deles, ao vender seu próprio irmão como escravo.
«Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito» (Rom. 8:29).
15. Jacó Desce ao Egito. Quando o Faraó e outros oficiais egípcios souberam que
os irmãos de José estavam entre eles, ficaram muito satisfeitos e sugeriram que
Jacó fosse chamado ao Egito, onde poderia desfrutar de grande abundância. Os
irmãos de José apressaram-se a voltar à Terra Prometida; e, ali chegando,
contaram a Jacó a incrível história de José. E, como eles haviam trazido de
volta provas palpáveis de que José estava vivo, Jacó, finalmente deixou-se
convencer de que seus filhos estavam dizendo a verdade. 0 quadragésimo sexto
capítulo de Génesis relata a descida de Jacó ao Egito.
Após algum tempo, a bonança haveria de transformar-se em um longo período de
servidão, à outra casa reinante do Egito. Os descendentes de Jacó multiplicaram-se
no Egito, formando uma numerosa nação. Mas foi preciso Moisés surgir, a fim de
que DEUSpusesse fim à escravidão dos filhos de Israel.
0 capítulo quarenta e nove de Génesis registra as bênçãos proferidas por Jacó a
seus filhos, e o último versículo daquele capítulo registra sua morle. E o
último versículo do último capítulo de Génesis registra a morte de José. Jacó
faleceu com a idade de cento e quarenta e sete anos (ver Gên. 45:28), em cerca
de 1854 A.C. Seu corpo foi embalsamado e transportado com grande cuidado para a
terra de Canaã, sendo sepultado no sepulcro da família, onde já estavam seus
genitores e sua esposa Lia, na caverna de Macpela (Gên. 50:1,13). No entanto,
quando José morreu, o seu corpo foi embalsamado e posto em um esquife, no Egito.
O cativeiro de Israel no Egito perdurou por cerca de quatrocentos e trinta
anos, de acordo com o texto hebraico, mas apenas duzentos e quinze anos, de
conformidade com a Septuaginta. Ver Êxo. 11:40. Estêvão, em Atos 7:6, arredonda
esse número para quatrocentos anos, Quanto a esses anos, há problemas de
harmonia, que são discutidos no artigo intitulado Cronologia do Antigo
Testamento 5.d.3. Pouco antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que,
quando saíssem do Egito, levariam consigo o seu corpo. Essa promessa foi
cumprida por Moisés (Êxo. 13:19). E seus ossos foram finalmente sepultados em
Siquém (Jos. 24:32), no sepulcro da família, com o resto dos mortos da família
patriarcal.
IV. Seu Caráter
A primeira coisa que nos impressiona na vida de Jacó é que, apesar de suas
fraquezas e fracassos, em muitas oportunidades ele teve experiências místicas
que em muito alteraram o curso de sua vida. O propósito dessas experiências não
era apenas o de abençoá-lo pessoalmente, pois também envolvia a nação de Israel
e, finalmente, a promessa messiânica. Jacó mostrou-se muito afetuoso com a sua
família. E herdou a astúcia de Rebeca, que também era própria de seu tio,
Labão. Havia momentos em que Jacó perdia o ânimo; mas logo se lançava aos
cuidados de Deus. Foi homem que passou por muitas provações e recuos, embora
também tivesse alcançado vitórias súbitas e gloriosas. Sua desonestidade e
astúcia eram neutralizadas por seus momentos de grandes vitórias e avanços
espirituais. Sua história é o relato de um homem que, começando sua vida como
suplantador e enganador, terminou sendo um príncipe diante de Deus, mediante o
propósito remidor.
V. Sentidos Espirituais e Metafóricos
1. Os vários incidentes da vida de Jacó foram muito usados nos escritos
judaicos a fim de ilustrar grandes e numerosas lições espirituais. Temos
indicado algo sobre isso, ao longo deste artigo.
2. O Talmude usa a vida de Jacó para ilustrar a vida da própria nação de
Israel. Sua vida é ali entendida como emblemática da sorte do povo de Israel.
Motivos morais são vistos em todos os seus atos, e muitos detalhes lendários
têm ornado o relato do Antigo Testamento, como acréscimos tradicionais. Assim
como Jacó teve muitos momentos de triunfo e de derrota, mas DEUSsempre esteve
com ele, intervindo por ele, sempre que necessário, assim também tem acontecido
à nação de Israel, ao longo dos séculos.
3. Há vinte e quatro referências a Jacó no Novo Testamento, algumas das quais
visam a ensinar-nos alguma lição espiritual. Ver especialmente Atos 7:8-16, que
contém um sumário da vida de Jacó. Ver também Rom. 9:10 sse Heb. 11:20,21, onde
Jacó aparece como um modelo da vida de fé.
4. A transformação de Jacó em Israel ilustra como o homem não-remido, dotado de
um caráter moral questionável, pode tornar-se um príncipe diante de Deus,
mediante o propósito remidor.
5. A vida de Jacó ilustra como o plano divino mostra-se ativo, no caso de
indivíduos e de nações, de tal modo que o valor da vida é garantido, bem como,
finalmente, uma digna realização.
6. Usos Figurados com o Nome de Jacó: O DEUSde Jacó é o DEUSde Israel (Êxo.
3:6; 4:5; II Sam. 23:1; Sal. 20:1; Isa. 24). DEUStambém é denominado de «o
poderoso de_ Jacó» (Sal. 132:2). A casa de Jacó corresponde à nação de Israel
(Êxo. 19:3; Isa. 2:5,6; 8:17). O povo judeu está em foco, nas seguintes
expressões: a semente de Jacó (Isa. 45:19; Jer. 33:26), os filhos de Jacó (I
Reis 18:31, Mal. 3:6), ou simplesmente, Jacó (Núm. 23:7; 10:23; 24:5). «Em
Jacó» significa «entre o povo judeu».
VI. A Arqueologia e a Vida de Jacó
Em Nuzi, entre 1925 e 1941, foram descobertos cerca de quatro mil tabletes de
argila, ilustrando certos aspectos dos relatos sobre os patriarcas hebreus,
sobretudo Jacó. Naturalmente, a luz se projetou mais sobre aquela área da
Mesopotâmia, com o resultado de que se sabe mais sobre aquela região do que
sobre qualquer outra região da Mesopotâmia. Nuzi ficava cerca de catorze
quilómetros e meio a oeste da moderna cidade de Kirkut, na parte nordeste da
Mesopotâmia, no atual Iraque, e cerca de cento e sessenta quilómetros da
fronteira com o Irã, mais para nordeste. Os tabletes ali achados tratam sobre
cidadãos comuns, em contraste com os de Mari, que abordavam a família real. Ver
os artigos separados sobre Nuzi e Mari, quanto a maiores detalhes.
Ilustrações dos Tabletes de Nuzi sobre a Vida Patriarcal nos Dias Bíblicos:
1. Adoção. Não há relato direto de adoção, no Antigo Testamento; mas Abraão,
antes de Isaque ter nascido, pensou em fazer de Eliezer de Damasco seu filho e
herdeiro adotivo (Gên. 15:2). A lei de Israel não tem qualquer provisão sobre
adoções, mas em Nuzi essa questão era regulamentada por lei. Um homem sem
filhos podia adotar um filho que levasse avante o nome e a herança da família.
Alguns vêem um certo paralelo no relacionamento entre Labão e Jacó (Gên. 29-31),
como se houvesse entre eles uma situação de adoração, um filho adotivo podia
tomar como esposa uma filha de seu pai adotivo, mas não podia tomar uma segunda
esposa, fora do círculo da família. 0 paralelo disso com o caso de Labão e Jacó
e duvidoso.
2. A Venda da Primogenitura. Isso tem um paralelo direto com as leis
mencionadas no material encontrado em Nuzi. Os privilégios de um filho
primogénito podiam ser transferidos para outro. Isso envolvia tanto um filho
adotivo como um filho autêntico. Em certo caso mencionado, o direito de
primogenitura foi vendido em troca de três ovelhas, mais do que o preço pago
por Jacó a Esaú, mas, mesmo assim, bastante humilde.
3. Os Deuses Domésticos, ou Terafins. Raquel ansiava por assenhorar-se daqueles
ídolos, que representavam os deuses da família (Gên. 31:34). Os tabletes de
Nuzi esclarecem que a posse desses ídolos emprestava o direito de liderança da
família, bem como a herança paterna. Labão tinha filhos para quem a herança
seria transmitida. Ficava subentendido que Jacó, se ficasse com aqueles ídolos,
poderia suplantar novamente a seus cunhados, obtendo a maior parte da herança
deixada por Labão. É perfeitamente possível, pois, que os motivos de Raquel
fossem económicos, e não meramente religiosos. Isso permite-nos ver a natureza
séria da ofensa. Ver Gên. 31:19,30,35.
4. O Nome Jacó. O sentido básico desse nome é que EI (Deus) proteja (no
hebraico, Ya’ qub 'el). Esse nome tem sido encontrado em tabletes do século
XVIII A.C., descobertos em Chagar Bazar, no norte da Mesopotâmia. O nome Jacó
também foi encontrado como nome locativo, na lista de lugares de Tutmés III, do
século XV A.C.
5. As Criadas de Lia e Rebeca. Os críticos têm duvidado do relato sobre como
Labão deu criadas às suas duas filhas, criadas essas que, posteriormente,
tornaram-se concubinas de Jacó. Eles supõem que tais informes são interpolações
posteriores, com base no documento chamado S (sacerdotal). Ver o artigo
separado sobre Código Sacerdotal, e outro sobre J.E.D.P.(S), as alegadas fontes
do Pentateuco. Todavia, os tabletes do Nuzi ilustram o costume.
6. Os Nomes Divinos. Os tabletes de Mari, em escrita cuneiforme, em número de
cerca de vinte mil, ilustram os nomes divinos que figuram no livro de Génesis,
falando sobre Yawi-Addu e sobre Yawi-el, que seriam paralelos de Yahweh e El,
nomes comuns dados a Deus, no Antigo Testamento. Ver sobre Deus, Nomes de.
7. Vida Nómade. Os tabletes de Mari também ilustram a vida nómade dos
habitantes da região da Mesopotâmia, os caneanos, suteanos e benjamitas, e isso
lança alguma luz sobre as vidas dos patriarcas hebreus e, mais tarde, as
vagueações do povo de Israel pelo deserto.
Bibliografia. AM E GOR(1940) GOR (1937) GORD HUN MILL ND UNZ
Jacó - Dicionário Wycliffe
Em hebraico, o nome ya‘aqob significa "apanhador de
calcanhar", “malandro” ou “suplantador". No sul da Arábia e na
Etiópia, a palavra significa “que DEUSproteja" e vem do verbo ‘aqaba,
“guardar”, “cuidar”, ou “proteger”. A raiz ‘aqab é urna palavra semita gerai
que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim
como nos idiomas siríaco e palmireno. O substantivo que significa “calcanhar”
ocorre em hebraico Vaqeb), aramaico, siríaco, árabe, ugarítico e acádio. O nome
de Jacó era, assim, um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um
nome unicamente bíblico.
1. O patriarca. O filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado
de Israel.
A vida na Palestina (Gn 25-27). O nascimento de Esaú e Jacó está registrado em
Gênesis 25.21-28. Isaque casou-se com Rebeca quando tinha quarenta anos de
idade (veja este belo episódio em Gn 24). Rebeca, assim como Sara (cf. Gn
11.30; 16.1,2), era estéril. As orações de Isaque por sua esposa foram ouvidas
e atendidas. Ela deu à luz dois meninos gêmeos, que lutaram no útero assim como
a posteridade de suas nações fez na vida real (veja no tema Esaú a história
desta longa e amarga luta). Esaú, o primeiro a nascer, foi assim chamado porque
era peludo. O segundo foi chamado de Jacó porque saiu do útero agarrado no
calcanhar de seu irmão. Os filhos gêmeos de Rebeca herdaram suas principais
características, Esaú herdou sua mente aberta; Jacó, sua astúcia. Esaú
tornou-se um hábil caçador, um homem do campo, a quem Isaque amava, porque este
seu filho lhe dara carne de caça para comer. Em contraste, Jacó era calado,
introspectivo, acomodado, um homem íntegro vivendo em tendas, amado por Rebeca,
sua mãe.
DEUSprometeu a Abraão que através de sua semente, Isaque, faria dele uma grande
nação. Esta promessa foi renovada em Isaque. A questão era, através de qual
semente, Jacó ou Esaú? Esta luta resultou em um conflito doméstico e forçou
Jacó a viver sob constante tensão. Gênesis 25.23 declara que pela escolha
divina, Jacó seria o herdeiro da promessa; mas dois eventos interessantes
ocorrem para implementar o propósito divino.
O primeiro é a compra do direito de primogenitura de Esaú (Gn 25.29-34). Quando
Esaú, o caçador, veio do campo faminto e de mãos vazias, desejou um pouco
daquele guisado vermelho (Gn 25.30, lit.), um cozido que seu irmão pastor,
Jacó, estava preparando. Em sua condição faminta, Esaú negociou o seu direito
de primogenitura. Jacó insistiu em um juramento, considerado irrevogável (Gn
25.33; cf. Js 9.19). Então, através de uma providência sagaz (como quem tira
vantagem de uma forma injusta), Jacó adquiriu a reputação de seu nome e ganhou
o direito de primogenitura, que a sua ordem de nascimento não lhe dava. A
intenção de DEUS (Gn 25.23) estava tomando-se realidade com a ajuda de Jacó,
embora o Senhor a pudesse realizar de uma forma diferente e sem a ajuda deste.
De qualquer forma, junto com a boa sorte de Jacó, sementes de hostilidade que
trariam grandes aborrecimentos futuros a Jacó foram plantadas (Gn 27.41). As
tábuas Nuzu descobertas a sudeste de Nínive em 1926 revelam que na cultura
prevalecente na Mesopotâmia na primeira metade do segundo milênio a.C., o
direito de primogenitura podia ser comprado e vendido. Veja Primogênito; Nuzu.
O segundo evento é o roubo da bênção da aliança (Gn 27.1-46), O já idoso
Isaque, temendo a morte iminente (137 anos de idade - porém 43 anos antes de
sua morte), instruiu Esaú para que preparasse para ele o seu prato favorito,
para que pudesse transmitir ao seu primogênito a bênção patriarcal contida em sua
alma (Gn 27.4). A medida que o inocente Esaú estava cumprindo a sua tarefa,
Jacó cooperou com o plano de Rebeca a fim de tomar a bênção para si mesmo. Com
audácia e mentiras grosseiras, Jacó executou a fraude conforme havia sido
esboçado por sua mãe (Gn 27.19,24). Jacó acrescentou blasfêmias chocantes (v.
20: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro”). O fato patético da
ocasião toma-se ainda mais agravante devido à cegueira de Isaque. Tomado de
suspeita e dúvida (a voz de Jacó, mas as mãos ae Esaú, 27.22), o pai cego
finalmente colocou sobre Jacó a sua bênção final, já no leito de morte (Gn
27.27- 29; cf. 24.1-9; 49.1-33). Por ocasião do retorno de Esaú, quando Isaque
tomou conhecimento do logro, a bênção não podia mais ser alterada nem retirada
(27.37,38). Então, nada mais do que uma triste sorte restava para Esaú
(27.39,40).
A vida em Harã (Gn 28-30). Quando a trama toda foi descoberta, Jacó foi enviado
para junto de seus parentes em Harã. Em sua viagem a partir de Berseba, Jacó,
como um exaurido, cansado, e fugitivo pecador, passou sua primeira noite nas
proximidades do antigo santuário cananeu de Luz. Em uma visão noturna,
DEUSrevelou-se a este peregrino como o DEUSde seu pai. Ele também renovou a
bênção da aliança (Gn 12.7; 13.14- 17; 26.3-5), prometeu-lhe a terra, deu-lhe
uma missão universal e assegurou-lhe que teria a orientação divina e uma vida
próspera. Jacó respondeu com um voto pessoal e chamou o local de Betel (q.v.).
Jacó chegou a Arã-Naaraim (Mesopotâmia) e a misericórdia do Senhor veio
resgatá-lo novamente. Lá, conheceu Raquel, no poço, e este foi um caso de amor
& primeira vista. Ela, por sua vez, levou-o até à casa de seu pai, Labão,
que era tio dele, e o apresentou (Gn 29.10,11,18,20). O amor de Jacó por Raquel
garantiu-lhe um emprego permanente junto a Labão. Jacó trabalhou por sete anos
para tê-la como esposa. Na manhã seguinte à cerimônia de casamento, ele
descobriu que, ao invés de ter se casado com Raquel, que tinha uma voz suave,
havia se casado com Léia, que tinha uma enfermidade nos olhos. O engodo de
Labão era equivalente à ira de Jacó, por isso, ele concordou em dar-lhe Raquel
após as festividades tradicionais de casamento que duravam uma semana, se este
o servisse por mais sete anos. Jacó trouxe grande prosperidade a seu sogro (Gn
30.30), e o astuto Labão sempre era capaz de reconhecer um bom negócio.
A prosperidade de Jacó aumentou assim como sua família. Doze filhos nasceram a
Jacó na Mesopotâmia. Léia era mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar,
Zebulom, e de uma filha, Diná (Gn 29.31-35; 30.17-21). Da criada de Léia,
Zilpa, ele teve Gade e Aser (Gn 30.9-13). Da criada de Raquel, Bilã, nasceram
Dã e Naftali (Gn 29.31; 30.1,2; cf. 16.2; 25.21; 30.3-8). Finalmente, DEUSabriu
a madre de Raquel e ela teve José, e mais tarde, em Canaã, Benjamim (Gn
30.22-24; 35.16-18).
A preparação de Jacó para voltar para casa (Gn 31). Jaoó desejava retomar à
Palestina (Gn 30.25). Labão, percebendo que sua prosperidade havia sido
alcançada por causa de Jacó, o exortou a ficar (Gn 30.27), e Jacó concordou sob
uma condição (Gn 30.29ss.). Mas, agora, o Senhor havia instruído Jacó para que
voltasse para casa (Gn 31.3,11-13). Jacó falou com suas esposas e as lembrou de
que seu pai Labão havia mudado seus ganhos “dez vezes” (Gn 31.4-7). Elas lhe
asseguraram a aceitação de seus planos (vv. 14-16).
Enquanto Labão estava pastoreando o seu rebanho, Jacó com suas esposas, filhos,
servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu rebanho, Jacó com suas esposas,
filhos, servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu pai (Gn 31.17-20). Eles
cruzaram o rio Eufrates e seguiram em direção a Gileade. Depois de três dias,
Labão, ouvindo sobre a fuga, os perseguiu durante sete dias, encontrando-os na
montanha de Gileade a, aproximadamente, 650 quilômetros de Harã (vv. 21-25).
Irado, Labão levantou três acusações contra Jacó (vv. 26-30): (1) que ele fugiu
em segredo; (2) que sequestrou suas filhas; (3) e, que roubara seus ídolos do
lar (terafim; cf. G. E. Wright, Biblical Archaeology, p· 44). Jacó contava com
vinte anos de servjço árduo e sofria a constante tentativa de Labão de
defraudá-lo em seus ganhos. Depois de muitos discursos bombásticos, nos quais
cada um tentava sobrepujar o outro exagerando nos erros cometidos pela outra
parte, Labão sugeriu uma trégua, que foi marcada pelo estabelecimento de uma
coluna e um monte de pedras, e que culminou em um banquete de aliança que durou
a noite toda (vv. 3154־). Na manhã seguinte,
Labão retomou a Harã e Jacó viajou em direção ao sul.
O retorno da Palestina (Gn 32-33). Vinte anos haviam se passado desde que Jacó
havia enganado Isaque e roubado a bênção de Esaú. Quando Jacó aproximou-se da
terra de seu coração, um grupo de anjos veio ao seu encontro (32.1,2),
assegurando-lhe mais uma vez a proteção de DEUSpara recebê-lo, dando-lhe as
boas vindas por seu auspicioso retorno. Passando pela parte rasa do ribeiro de
Jaboque (q.v.) para proteger sua família de Esaú, Jacó encontrou-se com “um
varão” que lutou com ele até o romper do dia (v. 24). Embora estivesse com seu
quadril ferido, Jacó foi bem-sucedido e ganhou, do varão com quem lutou, uma
bênção que mudou o seu nome de Jacó (“enganador”) para Israel (“o que luta com
Deus”; veja Israel). O estranho revelou sua verdadeira identidade abençoando
Jacó e também mudando o seu nome - Ele era o próprio Eterno (cf. Gn 17.5; 35,9־ 15; Is 65.15; Os 2.23; 12.3,4).
O próximo obstáculo de Jacó era apaziguar seu injuriado irmão Esaú. O encontro de
Jacó e Esaú está registrado em Gênesis 33.1-16. Temeroso de que a ira de Esaú
ainda fosse intensa, Jacó enviara mensageiros para espionar os planos de Esaú,
e estes relataram que Esaú estava marchando com 400 homens armados. Então,
Jacó, sendo ainda o mais astuto, tinha a intenção de fazer as pazes com o seu
irmão gêmeo e proteger a si e à sua família contra aquele possível ataque (Gn
32.3-8,13-21; 33.1-3). Além desta estratégia, ele havia orado (32.9-12) e feito
seu pedido ao DEUSde Abraão e Isaque - Aquele que combina os eventos passados
(32.9), com as necessidades do presente (32.11), e as promessas do futuro
(32.12). Em meio à confusão das ações humanas, Jacó reconheceu a necessidade da
ajuda do Senhor. Ele não ganhou apenas a ajuda de Deus, mas também o coração de
Esaú, apesar da presença de seus homens armados. Em uma cena de grande ternura,
Jacó encontrou-se com Isaú, e a discórdia foi resolvida, pelo menos
temporariamente, com magnanimidade e afeição.
Vivendo pela segunda vez na Palestina (Gn 33.17-45.5). Esaú foi a Seir e lá
formou uma nação (Gn 33.16; cf. o cumprimento da promessa de Gn 25.23;
27.39-40; 36.1-43). Jacó passou a residir em Canaã para assumir sua herança.
Ele agora era de fato um patriarca. Após a partida de Esaú, Jacó permaneceu a
leste do rio Jordão e acampou próximo a Sucote; então foi para Siquém, onde
comprou terras e reconstruiu um altar (Gn 33.17-20). Sob a ordem de Deus, foi
para Betel e lá o Senhor renovou as promessas patriarcais (35.1-5). Jacé e sua
caravana seguiram em direção ao sul, e, durante sua jornada, a amada Raquel
morreu no parto (durante o nascimento de Benjamim) e foi sepultada no caminho
para Efrata (Belém, 35.16-20). Jacó juntou-se a Esaú em Manre (Hebrom) e, lá,
sepultaram seu pai na caverna de Macpela, o sepulcro da família (35.27-29;
49.30,31).
Os anos posteriores de Jacó demonstraram as advertências de Moisés a Israel:
“... porém sentireis o vosso pecado...”, ou ainda, como em outras traduções,
“podeis estar certos de que o vosso pecado vos alcançará” (Nm 32.23). As
provações domésticas seguiram Jacó até o final de sua vida. Primeiro, houve
sérios conflitos entre seus filhos tempestuosos, Simeão e Levi, com os filhos
de Hamor em Siquém devido ao problema de Diná (Gn 34.1-31). Então, Débora (a
ama de Rebeca), a confidente e conselheira da família, morreu e a família
inteira foi afetada (35.8). Raquel, objeto do amor profundo de Jacó, foi levada
pouco tempo depois (3ã.l6ss.). “Rúben foi e deitou- se com Bilã, concubina de
seu pai; e Israel soube-o” (35.22). José, seu filho predileto, foi levado e
afastado dele; e o velho Jacó, já de cabelos grisalhos, foi tomado pelo
sofrimento (37.34ss.). Por fim, opatriarca já idoso foi forçado a exilar-se no
Egito para preservar sua própria vida e a de sua família (46.3).
Os anos finais de Jacó. Estes anos no Egito (Gn 46.6-50.13) também fazem parte
da história de José (Gn 37-50). Veja José.
Quando os sete anos de escassez e fome atingiram Canaã, Jacó e seus filhos
foram para o Egito. No caminho, em Berseba, ele foi assegurado do favor de DEUS
(46.1-4). José fez os preparativos para que Jacó e sua companhia se
estabelecessem na terra de Gósen, onde permaneceu até sua morte. Com 130 anos
de idade Jacó teve uma audiência com o Faraó e o abençoou (47.7-10).
Antes de morrer com a idade avançada de 147 anos (47.28), Jacó concedeu a
bênção patriarcal aos filhos de José, Efraim e Manassés (48.8-20), e
Subsequentemente a seus próprios filhos (49.1-33). A promessa de DEUS a Jacó
foi cumprida. Em sua morte, os egípcias lhe prestaram uma grande homenagem.
Seus filhos, liderados por José, o primeiro-ministro do Egito, levaram seu
corpo de volta a Canaã, e o sepultaram em Macpela com Abraão e Isaque
(49.29-50.13; cf. 25.9-10; 35.28-29), realizando um desejo comum dos antigos,
de serem enterrados em sua terra natal (cf. o Sinuhe egípcio, ANET, pp. 20ssj.
Veja Era Patriarcal.
Jacó é um típico exemplo da graça redentora de Deus. Ele era comum, egoísta,
intrigante e um trapaceiro impetuoso com capacidade para os negócios. Mas, em
seu coração, tinha tempo para Deus. Sua natureza era sensível ao toque do
Senhor, e capaz de alcançar um grande desenvolvimento. Ele tinha sonhos e
visões; anjos o visitavam e ele orava. Jacó desejava os melhores dons; ele
desenvolveu princípios religiosos fixos; e, finalmente, tornou-se firme em seus
hábitos. Mas a vida de Jacó era repleta de conflitos. A luta em sua alma foi
longa e violenta - mas a graça venceu e por isso Jacó, o “enganador”, tomou-se
Israel, aquele “que luta com Deus”.
O uso do termo “Jacó" nas Escrituras. O nome “Jacó” é mencionado muitas
vezes na Bíblia Sagrada. “Jacó” é retratado como um indivíduo marcado, como um
filho favorecido (Ml 1.2; Rm 9.10-13), um herdeiro da promessa divina (cf. Hb
11.9), e um homem abençoado (Hb 11.20,21). Como o terceiro patriarca notável,
Jacó é frequentemente ligado a Abraão e Isaque. E assim, o nome do DEUSdos três
renomados e célebres patriarcas é EÍ Shaddai (Êx 6.3) e Yahweh (Ex 3.6,15),
aquele que é fiel à sua aliança (Ex 2.24; 32.13; Dt 29.12), e aquele que se
compadece de Israel (2 Rs 13,23). Os patriarcas judeus habitam com Ele (Mc
12,26,27), e sentam-se à sna mesa, em seu reino celestial (Mt 8.11).
O portador do nome da nação de Israel, Jacó, aparece frequentemente nas
Escrituras. Israel é a “casa de Jacó” (Lc 1.33); o seu DEUSé o “Rei de Jacó”
(Is 41.21); o Templo do Senhor DEUSé a habitação do DEUSde Jacó (Act 7.46).
Afigura de Jacó (Israel) é compendia- da no título “servo do Senhor” (Is 41.8;
44.1,2,21; 48.20; 49.3), de quem o Messias era o cumprimento (Is 42.1-7;
49.1-10; 50.4- 9; 52.13-53.12; Mt 8.17; 12.15-21; Mc 10.45; Lc 2.30-32; Act
3.13,26; 4.27,30; 8.30-35; 1 Pe 2.21-25).
))))))))))))))))))))))))))))))))))))
JACÓ - Comentários Moody - Isaque. 25:19 - 26:35.
1) Isaque e Sua Família. 25:19-34.
19-23. Sara, Rebeca, Raquel e Ana, todas foram estéreis e portanto sem filhos
até uma certa idade. Foi uma experiência trágica para cada uma delas. Isaque
orou ao Senhor por sua mulher. O verbo hebraico 'eitar significa "orar
suplicando", ou "implorar". Quando usado no sentido passivo,
indica que o sujeito foi vencido pela oração e atendeu. Isaque orou
fervorosamente por sua esposa estéril, e Jeová submeteu-se às suas súplicas.
Rebeca deixou de ser estéril e concebeu. A oração incessante recebeu a
recompensa divina.
24-34. Eis que se achavam gêmeos no seu ventre. (v. 24). Antes mesmo de Esaú e
Jacó nascerem, lutaram entre si em seu confinamento pré-natal. E continuaram
vivendo em conflito conforme foram crescendo. Hoje seus muitos descendentes
lutam apaixonadamente para se sobrepujarem no Oriente Médio. Esaú foi um peludo
homem do campo, pouco apreciando os valores espirituais. Ele mergulhou
arriscadamente dentro da vida, apenas para descobrir que fora defraudado da
melhor coisa que possuía, sofrendo um xeque-mate de um astuto suplantador. Jacó
recebeu sua inspiração de Rebeca, que não via obstáculos quando queria alguma
coisa. Isaque era fraco demais para manter a disciplina e impedir as tramas de
Jacó e Rebeca.
Esaú parecia se preocupar apenas com assuntos materiais. Para ele, o direito de
primogenitura, que envolvia bênçãos materiais e espirituais, tinha pouco valor
até que o perdeu por sua própria culpa. O direito de primogenitura pertencia ao
primogênito. Garantia-lhe uma posição mais honrosa do que a dos seus irmãos, a
melhor parte da herança, as terras mais ricas, além das bênçãos que DEUSfizera
a Abraão e aos seus descendentes. O direito de primogenitura era de Esaú porque
DEUSpermitiu que nascesse primeiro.
Nem Esaú nem Jacó demonstraram qualquer interesse louvável pelos tesouros
espirituais. Ambos eram sordidamente egoístas e não compreendiam qual
comportamento à altura de um homem que era príncipe de Deus. Jacó era ambicioso
e queria pala si mesmo tudo o que pudesse lhe conceder algum destaque. Rebeca
forneceu a faísca e tramou o esquema que garantiram vantagens para o seu filho
favorito. Este teria um longo caminho a percorrer até se tomar o líder
espiritual daqueles que teriam de adorar Jeová. Mas DEUSera paciente; Ele não
tinha pressa; Ele treinaria Seu líder.
Esaú estabeleceu sua residência nas montanhas rochosas do Edom. Anos mais tarde
seus descendentes, o povo cuja nação ele instituiu, revelariam o mesmo tipo de
filosofia que tinha seu antepassado e a mesma indiferença profana pelo programa
eterno de Jeová dos Exércitos. Apesar de todos os incidentes desanimadores, o
reino de DEUSprosseguiu na direção da realização total do propósito divino.
27:1 - 36:43.
Gênesis 27
1) Jacó e Esaú. 27:1-46.
1-17. Tendo-se envelhecido Isaque .. . chamou a Esaú. É difícil imaginar todo o
sofrimento, agonia e cruel desapontamento envolvidos nesta narrativa pitoresca.
O velho patriarca, cego e trôpego, fez planos de transmitir as sagradas bênçãos
ao seu filho primogênito. Mas a astuciosa Rebeca, que ouviu as instruções dadas
a Esaú, imediatamente resolveu subverter e frustrar seus planos. Jacó, seu
filho predileto, já tinha o direito de primogenitura; ela determinou que ele
também receberia a bênção oral, dos lábios do representante do Senhor, para que
tudo ficasse em ordem com a herança divina. Ela não podia arriscar-se esperando
que DEUS realizasse Seus planos à Sua maneira. Por isso apelou para a mais
desprezível mentira a fim de assegurar-se da bênção para o seu filho mais moço.
18-29. Respondeu Jacó . . . Sou Esaú, teu primogênito. Apoiado por sua mãe,
Jacó compareceu diante de seu velho pai com enganos e mentiras. Chegou até a
declarar que Jeová o ajudara nos rápidos preparativos. Depois de mentir a seu
pai, depositou um beijo falso sobre o rosto do velho homem.
34-40. E, levantando Esaú a voz, chorou (v. 38). A tragédia de Esaú era que ele
estava completamente ignorante da santidade da bênção, e só desejava as
vantagens que esta lhe proporcionaria. A dor profunda que sentia por Jacó
ter-lhe passado a perna da obtenção da primogenitura, Seu amargo
desapontamento, seus soluços patéticos e ardente vergonha que logo se
transformaram em ódio intenso e desejo de vingança são profundamente
comoventes.
41-46. Retira-te para a casa de Labão. Para proteger Jacó da vingança de seu
irmão, Rebeca encontrou uma desculpa para mandá-lo embora. Qual desses três –
Rebeca, Jacó ou Esaú – era o mais digno de dó? Sua vida familiar foi destruída,
e cada um deles teve de aguentar longas horas de separação, desilusão e
arrependimento. Rebeca jamais veria seu filho favorito novamente, e Jacó teria
de enfrentar a vida sem pai, sem mãe, sem irmão. E o que dizer dos planos
divinos para o reino? Como seriam executados em face de tamanho egoísmo, tanta
intriga e mentira? O Senhor dos Exércitos não pode ser impedido pela oposição,
fracasso ou falta de fé do homem. Ele é capaz de fazer a Sua vontade prevalecer
apesar de tudo. Enquanto Isaque se aproximava mais da hora da sua morte, Rebeca
lamentava a situação desesperadora que ela provocara e Esaú pensava em
vingança, Jacó fez a sua solitária viagem de Berseba para Padã-Arã.
Jacó, Labão, Lia e Raquel. 28:1 - 30:43.
Gênesis 28
28:1-5. Isaque . . . dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou... vai a Padã-Arã (vs.
1, 2). Isaque não permitiu que Jacó partisse sem uma bênção. Ele falou em tom
de pronunciamento profético, e numa linda linguagem que revela sua percepção
espiritual. Jacó devia procurar esposa entre seus parentes em Harã, mas devia
se preocupar mais com a sul participação na rica promessa herdada por Abraão.
Isaque invocou 'El Shadday, DEUS Todo-poderoso (v. 3), para que este fornecesse
riqueza, prosperidade e perspicácia para tomar Jacó capaz de assumir a
liderança espiritual. Profetizou que, se o seu filho entregasse seus caminhos
ao Senhor, as bênçãos de DEUS prometidas a Abraão, seriam dele. Através de
Isaque, DEUS deu a Jacó uma ordem, um desafio, uma certeza e orientação para a
viagem.
6-9. Esaú observou e ouviu; depois foi à casa de Ismael à procura de uma esposa
dentro da linhagem familiar, a fim de agradar a seus pais. Evidentemente queda
fazer um esforço na direção certa. Mas, sendo basicamente mundano, sua carreira
na terra de Edom deixou de ser do tipo que agradasse ao Senhor Jeová.
10-17. Jacó fez a viagem de Berseba até Luz, cerca de doze milhas ao norte de
Jerusalém, onde passou a noite. Betel ficava ali perto. De noite recebeu uma
honrosa e especial comunicação de Deus, uma visão ou sonho com anjos subindo e
descendo uma escada que ia da terra ao céu. Ele tomou conhecimento de que, na
realidade, há uma comunicação entre o céu e a terra. Reconheceu que, naquele
lugar, DEUS estava ao seu lado, prometendo-lhe orientação pela vida afora e um
trituro grandioso. Jeová disse, Eis que estou contigo, e te guardarei . . . e
te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei (v.15). Que mensagem
desafiante! Não foi por menos que Jacó exclamou: O Senhor está neste lugar...
Quão temível (pavoroso) é este lugar! (vs. 16,17). Ele ficou profundamente
emocionado. Talvez pela primeira vez em sua vida tomou consciência da presença
de DEUS ao seu lado. A voz, as palavras de esperança, a presença real de 'El
Shadday levaram-no a adorar com admiração e submissão.
18-22. Ele chamou o lugar de Betel, Casa de Deus, pois DEUS estava ali. Para
tornar a experiência inesquecível, levantou ali uma coluna de pedras para
indicar que aquele era um local santo, um santuário onde seria sempre possível
desfrutar da íntima comunhão com DEUS (v. 18). Espiritualmente, ainda tinha um
longo caminho a percorrer, mas já fizera progressos neste seu encontro com
Deus. Também ofereceu sua vida ao Senhor e o dízimo de tudo o que viesse a
possuir. Mas impôs uma condição. Se DEUS continuasse ao seu lado, e o guardasse
em sua viagem, e o trouxesse de volta novamente, ele cumpriria a sua parte no
voto. Era um grande passo que estava dando. A pedra (massebâ) que erigiu seda
um lembrete permanente do voto que fizera (v. 22).
29:1-12. Pôs-se Jacó a caminho (v. 1). A expressão idiomática hebraica,
levantou os seus pés, fala da reação do jovem diante do estímulo divino. Estava
a caminho de Padã-Arã, à procura da família de sua mãe perto de Harã. Era
difícil fazer tão longa viagem, mas parece que Jacó não tinha uma alternativa.
Finalmente se encontrou ao lado de um poço, no meio de rebanhos de ovelhas, com
seus pastores aguardando que a grande pedra fosse removida da boca do poço para
que suas ovelhas pudessem se dessedentar. Possivelmente foi o mesmo poço onde
Eliézer encontrou Rebeca para o jovem Isaque. Embora muitos anos tivessem
passado, Labão ainda estava vivo, conforme Jacó ficou sabendo dos pastores, e
sua filha Raquel era a guardadora do seu rebanho (v. 6). Quando Raquel se
aproximou com o rebanho de Labão, Jacó se aproximou para remover a grande pedra
a fim de que as ovelhas pudessem matar a sua sede. Depois beijou sua prima e
apresentou-se. Profundamente comovido com tudo o que lhe tinha acontecido e com
este seu primeiro encontro com seus parentes, Jacó, erguendo a voz, chorou,
enquanto Raquel corria para contar a Labão que seu sobrinho tinha chegado.
13,14. Labão, irmão de Rebeca, neto de Naor, ficou felicíssimo em poder dar as
boas-vindas a alguém que era de sua própria família. Já se passara tanto tempo
desde que sua irmã partira como noiva de Isaque. Alegremente recebeu o filho de
Rebeca no seio de sua família. Talvez ele se lembrasse da generosa demonstração
de riqueza feita por Eliézer. Talvez ficasse impressionado pela robustez do
jovem, que poderia dar um bom pastor. Quase com certeza ele considerou a
possibilidade de um marido para suas filhas. Lia e Raquel, ambas eram moças
casadouras. Labão nunca perdia a oportunidade de fazer um bom negócio. O jovem
sobrinho vindo das montanhas logo aprenderia a lidar com ele cautelosamente. Na
verdade, Jacó aprenderia a superar o principal trapaceiro de todos os
"filhos do Oriente".
15-20. Raquel era excepcionalmente linda e atraente e Jacó já estava
impressionado com ela. As Escrituras dizem, Jacó amava Raquel (v. 18). Lia, a
irmã mais velha, estava longe de ser bonita. Seus olhos não tinham o brilho, a
vivacidade e atração que os homens admiram. Mas Lia ficou tão firmemente
evidenciada na história sagrada que gerações sucessivas teriam de levá-la em
conta. Seria um dos seus filhos que seria escolhido para tomar lugar na
linhagem messiânica. Estes quatro – Labão, Jacó, Lia e Raquel – foram figuras
significativas no procedimento divino com Seu povo escolhido.
21-30. Depois de trabalhar arduamente sete anos pela filha mais moça, Jacó foi
enganado e induzido a se casar com Lia. Depois das festividades do casamento de
Lia, Jacó casou-se com Raquel, sua irmã mais moça, mas teve de trabalhar mais
sete anos em pagamento. Assim ele teve duas esposas de igual posição. Seu
ardente amor por Raquel tornou o relacionamento com Lia mais ou menos estranho
e frustrante. Lia devia sofrer muito sabendo que seu marido não a amava.
Contudo tinha esperanças de que um dia o coração de Jacó se voltaria para ela.
31-35. No começo nem Raquel nem Lia deram filhos a Jacó. Naquele tempo, ser estéril
era uma situação patética. Contudo, no devido tempo, Jeová veio em socorro de
Lia e curou a sua esterilidade, e ela veio a ser mãe. Um após o outro seus
filhos vieram, até que já tinha seis filhos. Uma filha, Diná, foi-lhe
acrescentada. Com regularidade de partir o coração, Lia apresentava um filho
com as palavras: Agora me amará meu marido. Mas nenhuma palavra de
reconhecimento ou apreciação partia de Jacó. A palavra traduzida para preterida
(seini) indica "menos afeição", ou "menos devoção". Não indica
ódio positivo.
30:1-13. Raquel também sofria, pois sua esterilidade não se alterava e ela não
estava dando filhos a Jacó. O hebraico qeini', ciúmes, envolve nele o
sentimento de alguém que já agüentou o máximo. Inveja, descontentamento,
petulância marcavam sua voz, sua linguagem e sua expressão facial. Lia, Raquel
e Jacó eram todos infelizes. Seus problemas domésticos e sofrimento tornavam
suas palavras e atitudes indignas, desnecessárias e indecorosas. Tentativas
humanas de se remediar a situação provaram-se insatisfatórias. O oferecimento
de Bila e Zilpa como esposas secundárias para ajudarem a "edificar" a
família, só tornou a situação ainda mais dolorosa. Filhos nasciam, mas os
corações continuavam em desarmonia e infelizes. Além dos seis filhos e uma
filha (ao menos) de Lia, dois filhos nasceram de Bila e dois de Zilpa.
14-24. Raquel tentou usar mandrágoras (dudei'im) para induzir a fertilidade.
Essas mandrágoras eram popularmente chamadas de "maçãs do amor". Ryle
diz: "A mandrágora é uma planta tuberosa, como fruto amarelo semelhante à
ameixa. Supunha-se que agia como um talismã do amor. Amadurece em maio, o que
está de acordo com a menção (v. 14) dos dias da ceifa do trigo" (Cambridge
Bible, in loco). Raquel continuou estéril apesar do supersticioso talismã . A
situação estava nas mãos do Senhor e Ele não permitiria que tentativas humanas
a mudassem. Finalmente, lembrou-se DEUS de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. Ela
concebeu, deu à luz um filho. . . e lhe chamou José (vs. 22-24). Na hora determinada
por Ele, Jeová deu a resposta. Retirou o vexame de Raquel e a encheu de alegria
e louvor.
25-30. Disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte . . . à minha terra. Quanto
José nasceu, Jacó já terminara de pagar todo o seu débito a Labão, e queria
retornar a Canaã. Se tivesse partido nessa ocasião só teria levado consigo sua
família; nada possuía. Pediu ao tio que o deixasse voltar para casa. Labão
declarou que recebera revelação especial (tenho experimentado) por meio de
mágica ou adivinhação dos seus deuses domésticos, que devia manter Jacó por
perto a fim de garantir o seu sucesso e prosperidade.
31-36. Ofereceu a Jacó que estipulasse seu salário. Imagine a sua surpresa
quando o seu sobrinho lhe fez uma contraoferta que lhe pareceu esmagadoramente
a seu favor. Na Síria as ovelhas são brancas e as cabras são negras, com muito
poucas exceções. Jacó ofereceu-lhe para começar o seu acordo imediatamente,
aceitando como suas as ovelhas que não fossem brancas e as cabras que não
fossem negras, deixando o restante para Labão. Assim, ambos os patrimônios
poderiam prosperar. Labão aceitou a oferta imediatamente. Naquele mesmo dia
levou para uma distância segura todas as ovelhas e cabras "fora de
série" para que Jacó não tivesse com o que começar. Os animais que ele
separou entregou a seus filhos. Foi um ardil baixo e covarde Labão acreditava
que tornara impossível a vitória de Jacó, porque removera todo o capital de
Jacó antes de começar a competição.
37-42. Mas Jacó não se entregava tão facilmente assim. Ele usou de três
expedientes para derrotar seu tio. Colocou varas listadas diante das ovelhas
nos locais onde bebiam água, para que o colorido das crias ficasse sujeito à
influência pré-natal. É fato estabelecido, declara Delitzsch, que se pode
garantir crias brancas nas ovelhas colocando muitos objetos brancos junto dos
bebedouros (New Commentary on Genesis, in loco). Jacó também separou do rebanho
os cordeiros e cabritos listados e salpicados. mas os manteve à vista das
ovelhas, para que estas fossem influenciadas. Seu terceiro expediente foi
deixar que essas influências predeterminantes agissem sobre as ovelhas mais
fortes, para que os seus cordeiros e cabritos fossem mais fortes e mais viris
que os outros. Jacó foi bastante astuto para recorrer à influência pré-natal e
reprodução seletiva.
43. Como resultado desse esquema, dentro de poucos anos Jacó ficou imensamente
rico em ovelhas e cabras. Embora tivesse usado a sua cabeça, ele foi o primeiro
a declarar que o Senhor interveio na sua vitória. Jeová tornava possível que o
patriarca retornasse a terra prometida com recursos, vindo a ser o príncipe de
Deus, que executara à vontade divina.
Jacó Retorna a Canaã. 31:1-55.
1-3. O rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. Finalmente, o
relacionamento entre o tio e sobrinho chegou ao fim. Jacó percebeu que Labão e
seus filhos eram-lhe hostis por causa do seu sucesso. Além disso, já possuía
riqueza e propriedades suficientes para satisfazê-lo. Assim, quando recebeu
ordem do DEUS de Betel para se pôr a caminho, sabia que já era hora de voltar
para casa. Vinte anos tinham se passado, durante os quais sua mãe já morrera.
Talvez Labão ficasse ainda mais desagradável. Era hora de partir.
4-13. Jacó explicou sua decisão às suas esposas, dizendo-lhes como o Anjo de
DEUS lhe falara em sonho e o encorajara em seu propósito. O "anjo" se
identificou com Aquele que apareceu a Jacó em Betel. Era realmente o próprio
Jeová.
14-16. Lia e Raquel apoiaram fortemente a decisão de Jacó. Elas conheciam seu
pai e tinham perdido o amor e o respeito por ele. Lembraram-se que recebera
quatorze anos de trabalho de Jacó sem lhes dar a parte que uma noiva tinha
direito de receber. Não nos considera ele como estrangeiras? disseram. Pois nos
vendeu, e consumiu tudo o que nos era devido (v. 15 ).
17-21. Jacó aprontou seus rebanhos, gado, filhos e propriedades para a longa
viagem, e aguardou que Labão saísse para o festival da tosquia. Enquanto isso
Raquel providenciou que Jacó pudesse reclamar uma boa parte dos direitos
hereditários levando consigo os ídolos do lar ou tereipim (cons. latim
penates), altamente estimados por Labão. As placas de Nuzu datadas do século
quinze A.C. indicam que a posse dos tereipim tornava o proprietário o herdeiro
principal. Evidentemente Raquel não aprendera a confiar em Jeová para
suprimento de suas necessidades. Jacó fracassou em ensinar a sua família a
confiar e adorar a DEUS de todo o coração. Dali a pouco Jacó e o seu grupo
partiram de Harã, atravessaram o Eufrates e viajaram o mais rapidamente
possível na direção de Canaã. Seu destino imediato eram as montanhas de Gileade
no lado oriental do Rio Jordão.
22-24. Labão... saiu-lhe no encalço. Depois de três dias Labão ficou sabendo da
fuga. Labão logo conseguiu organizar seus homens para a perseguição, já estava
a caminho para os alcançar. Embora fosse uma viagem de 480 kms, ele conseguiu
alcançar o grupo fugitivo nas montanhas de Gileade. No caminho Labão recebeu
uma estranha mensagem de Deus, uma ordem de abster-se de fazer qualquer pressão
contra Jacó. Não devia falar bem nem mal, isto é, não devia dizer nada.
(Os opostos são frequentemente usados nas Escrituras para indicar totalidade.)
23-25. Labão não poderia ser detido por visitações divinas. Deu início ao seu
protesto, expressando grande desespero ao ver suas filhas e netos arrastados
para fora de sua casa sem as devidas despedidas. De repente fez a pergunta: Por
que me furtaste os meus deuses? Referia-se aos seus tereipim (v. 30; cons, 19).
Evidentemente Labão estava mais preocupado com as imagens do que com a família
de Jacó. Uma busca mostrou-se infrutífera e os pequenos "deuses" não
foram achados, porque Raquel os escondera na cesta de vime que fazia parte da
sela sobre a qual estava assentada. Esta sela de um camelo (v. 34)
proporcionava às senhora do Oriente um pouco de conforto e intimidade durante
as viagens.
36-55. Sem dúvida Jacó sentiu grande alívio em poder replicar a Labão. A
atmosfera clareou-se e Labão abandonou a sua mordacidade. Os dois homens
fizeram um acordo, ratificando-o e comemorando o acontecimento com o
levantamento de uma coluna de pedras no alto da colina. A coluna constituiu o
que foi chamado de Mispa ou "posto de observação", de onde um
observador podia ver toda a terra em ambas as direções. Indicava suspeitas e
falta de confiança. Ao levantar essa coluna os homens queriam dizer que estavam
convidando Jeová para se assentar ali e observar as duas pessoas nas quais não
se podia confiar. DEUS tinha de ser uma sentinela para vigiar Labão e Jacó, na
esperança de que a luta fosse evitada. Jacó foi obrigado a prometer que
trataria as filhas de Labão com bondade e consideração. Nenhuma das duas partes
deveria atravessar a fronteira estabelecida para praticar violência contra a
outra. Jamais uma deveria prejudicar a outra.
O Encontro de Jacó com Esaú. 32:1 - 33:17.
Gênesis 32
32:1-5. Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de DEUS lhe saíram a encontrá-lo.
Tanto no caminho da saída como no caminho da entrada em Canaã, esses
mensageiros celestes vieram ter com Jacó para fazê-lo cônscio da presença celestial
e para lhe assegurar da proteção divina. A palavra Maanaim, dois acampamentos,
descreve um acampamento interno formado pelo grupo de Jacó e outro externo
formado pelos mensageiros de Deus, o externo formando um maravilhoso círculo de
proteção à volta dos viajantes. Um lindo quadro de segurança e proteção e
serenidade de alma! (cons. II Reis 6:15-17).
6-8. Esaú vinha de Edom, os mensageiros de Jacó o informaram, para se encontrar
com o grande grupo de viajantes que vinha de Padã-Arã. Edom era a terra que
ficava ao sul do Mar Morto, que geralmente é chamada de Seir, no Monte Seir (v.
3) na Bíblia. No Novo Testamento o povo de Edom é chamado de os idumeus. Jacó
estava com o coração cheio de medo, lembrando-se das ameaças de Esaú anos antes
e imaginando que o seu irmão estivesse fazendo planos para se vingar dele.
Quatrocentos homens sob o comando do selvagem homem de Edom poderiam ser
perigosos. Jacó adotou três medidas definidas para garantir a segurança.
Primeiro, orou ao Senhor humildemente. Segundo, enviou pródigos presentes a
Esaú para despertar sua boa vontade. Terceiro, arrumou sua família, suas
propriedades e seus guerreiros da maneira mais vantajosa e preparou-se para
lutar caso fosse necessário.
9-12. Na sua oração Jacó fez o Senhor se lembrar de que Ele o convocara a fazer
esta viagem para Canaã e lhe prometera proteção e vitória. A oração foi sincera
e humilde. uma sincera súplica pedindo segurança, livramento e proteção na
emergência que se lhe defrontava. Embora nenhuma palavra de confissão saísse
dos lábios do suplicante com referência as injustiças que cometera a Esaú e
Isaque, Jacó admitiu humildemente que era completamente indigno do favor de
DEUS literalmente, sou indigno (v.10). Demonstrou o seu temor de DEUS e
a sua fé nEle. Estava literalmente lançando-se nos braços do Senhor para obter
a vitória e o livramento.
13-21a. O presente, ou minha foi algo muito bem escolhido, consistindo de cerca
de 580 animais dentre os seus melhores rebanhos. O minha era um presente que
geralmente se oferecia a um superior com a intenção de se obter um favor ou
para despertar sua boa vontade. Jacó disse: Eu o aplacarei (v. 20). A palavra é
muito significativa no que se refere à expiação. Seu sentido literal é, eu
cobrirei. Por meio do presente, Jacó esperava "cobrir" o rosto de
Esaú, de modo que ele fizesse vista grossa para a injúria, abandonando sua ira.
Suas próximas palavras – porventura me aceitará – são, literalmente, para que
ele levante o meu rosto. É uma linguagem simbólica, indicando plena aceitação
depois do perdão. Jacó foi excepcionalmente humilde, cortês e conciliatório em
suas mensagens para Esaú. Ele chamou Esaú de "meu Senhor" e
intitulou-se "seu servo". Ele não deixaria nenhuma pedra que não
fosse revolvida em busca da reconciliação.
21b-23. Na noite antes da chegada de Esaú, Jacó enfrentou o teste decisivo de
toda a sua vida. Depois de fazer suas esposas e filhos atravessassem o Jaboque
em segurança, ele voltou para a margem setentrional do rio para ficar sozinho
na escuridão. O Jaboque era um tributário do Jordão, ao qual se juntava a cerca
de meio caminho do Mar da Galiléia e Mar Morto. Hoje se conhece o Jaboque pelo
nome de Zerka.
24-32. Lutava com ele um homem, ate ao romper do dia. Na solidão da escura
noite. Jacó encontrou-se com um homem que lutou com ele. O hebraico 'abaq,
"dar voltas" ou "lutar", tem alguma ligação com a palavra
Jaboque. Depois de uma longa luta, o visitante desconhecido exigiu que Jacó o
soltasse. Jacó recusou-se a fazê-lo até que o estranho o abençoasse. O
"homem" pediu a Jacó que declarasse o seu nome, o qual significa
suplantador. Então o estranho disse que daquele momento em diante ele teria um
novo nome com um novo significado.
A palavra Israel pode ser traduzida para aquele que luta com Deus, ou DEUS
luta, ou aquele que persevera, ou, pode ser associado com a palavra 'sar,
"príncipe". O "homem" declarou: Lutaste com DEUS.. . e
prevaleceste. Era uma certeza da vitória no seu relacionamento com Esaú, como
também certeza de triunfo ao longo do caminho. Na titânica luta, Jacó percebeu
a sua própria fraqueza e a superioridade daquele que o tocou. No momento em que
se submeteu, tornou-se um novo homem, que pôde receber as bênçãos divinas e
tomar o seu lugar no plano divino. O novo nome, Israel, dá ideia de realeza,
poder e soberania entre os homens. Estava destinado a ser um homem governado
por Deus, em vez de um suplantador inescrupuloso. Por meio da derrota alcançara
o poder. Todo o resto de sua vida ficaria aleijado; mas sua manqueira seria um
lembrete de sua nova realeza.
Peniel (ou Penuel) significa face de Deus. O i e o u são simplesmente vogais de
ligação entre os substantivos pen e el. É provável que se localize a cerca de
11,2 ou 12,8 kms do Jordão no Vale de Jaboque. Jacó vira a lace de DEUS e
continuara vivo. Jamais esqueceria essa incrível experiência.
33:1-3. Levantando Jacó os olhos viu que Esaú se aproximava. Finalmente, chegou
o momento do encontro. Esaú, com seus quatrocentos homens, já podia ser visto.
Com temor e tremor, Jacó encontrou-se com o irmão que se lhe tornara um
estranho e prostrou-se diante dele sete vezes. Assim, indicava sua completa
subserviência.
4-11. Esaú, de sua parte, revelou um espírito generoso e magnânimo, quase bom
demais para ser verdadeiro. Alimentara hostilidade contra Jacó e trouxera
quatrocentos homens fortes com ele, como se planejasse executar suas ameaças.
Mas ele não fez. Seu coração fora mudado. DEUS transformara seu ódio em
magnanimidade. Encontrou-se com Jacó cheio de compreensão e perdão. Nos vinte
anos que haviam se passado, a mão de DEUS que tudo controla operara mudanças
nos dois homens. Agora, aquele que tão recentemente fora humilhado diante de
DEUS encontrou o seu caminho aplainado.
12-17. Os presentes de Jacó e as boas-vindas sinceras e afetuosas de Esaú foram
a prova de que os dias futuros trariam novas vitórias para o reino de Deus.
Aqueles homens não lutariam, nem se matariam. Embora Jacó não aceitasse a
generosa oferta de proteção de Esaú, nem o seu insistente convite a que fosse
para o Monte Seir, apreciou grandemente o espírito magnânimo do seu irmão. Esaú
provara que era capaz de perdoar e esquecer. Os irmãos separaram-se em paz. Em
Sucote (cabana), Jacó, com o seu grupo, encontrou um lar (v. 17). Chegou até a
construir ali uma casa. Sucote era uma magnífica região montanhosa no lado
oriental do Jordão ao norte de Jaboque.
Jacó e Sua Família em Siquém. 33:18 - 34:31.
Não temos provas conclusivas quanto ao tempo que Jacó ficou em Sucote. Pode ter
sido muito tempo. Depois de fazer as pazes com Esaú, não precisava mais se
apressar. Antes de atravessar o Jordão, provavelmente passou vários anos na
região bem aguada ao leste do rio.
33:18-20. Atravessando o no, encontrou-se nas redondezas de Siquém, onde Abraão
acampara em sua primeira viagem à terra de Canaã. Siquém ficava aproximadamente
61,6 kms ao norte de Jerusalém, no vale entre o Monte Ebal e o Monte Gerizim. O
poço de Jacó ficava ali e Sicar não ficava muito longe. Jacó comprou algumas
terras nas vizinhanças de Siquém, e assim estabeleceu-se como proprietário em
Canaã. Recebera ordens de retomar à terra de seus pais e ao seu povo,
provavelmente significando que devia dirigir-se ao Hebrom. Certamente deveria
ter ao menos ido até Betel. Ele aprenderia que o povo de Siquém não seria uma
boa influência para a sua família.
34:1-5. Diná, uma filha de Jacó e Lia, fizeram uma visita desastrosa à vizinha
cidade de Siquém. A imatura jovenzinha não tinha formação espiritual para
apoiá-la na hora da necessidade. Siquém, o jovem filho de Hamor, apaixonou-se
desesperadamente por ela e logo a família de Jacó conheceria as trágicas
conseqüências do incidente. O hebraico leiqah, tomando-a (v. 2), indica que foi
usada força irresistível. A palavra eina, humilhou (desonrou), indica
tratamento desonroso. A pobre moça estava arruinada. Imediatamente Siquém
falou-lhe ao coração (v. 3), tentando consolar aquela a quem fizera mal.
Amava-a e queria se casar com ela.
6-12. A palavra nebeila, desatino, indica um feito vergonhoso, vil, sem
sentido, que revela completa insensibilidade de comportamento moral. Para Jacó
e seus filhos, o ato de Siquém era um ato de grave imoralidade, um ultraje
contra a decência e honra da família. Hamor e Siquém tentaram arranjar um
casamento, uma vez que Siquém amava a moça. Jacó estava pronto a fazer um
acordo com eles. O mohar – presente para a noiva – seria bom. Os dois grupos se
uniram de modo que os casamentos entre eles seriam legais.
13-24. Entretanto, os filhos de Jacó eram esquentados, obstinados e
inescrupulosos. Com o subterfúgio de exigirem observâncias religiosas,
obrigaram os homens de Siquém a se circuncidarem. Todos os homens da tribo
submeteram-se ao ritual.
25-29. Então Simeão e Levi atacaram a cidade. Os filhos de Jacó mataram todos
os homens enquanto estavam incapacitados de lutar e levaram consigo suas
famílias e propriedades. Na história da família do patriarca, este é um sórdido
capítulo de paixão, crueldade e desgraça.
30,31. O povo escolhido por DEUS comportara-se, em sua terra santa, como um
grupo de cruéis pagãos. O pobre e velho Jacó desesperou-se. Fez seus filhos se
lembrarem de que agora seria difícil manter relações de boa-vizinhança com os
povos à volta. Sua atitude foi indigna de um homem de fé que fora escolhido
como representante de DEUS diante dos povos da terra. Medo egoísta parecia ser
a coisa mais importante em sua cabeça Não repreendeu seus filhos pela crueldade
indizível, como também não expressou tristeza por terem desonrado o nome de
Deus.
Jacó passara vinte anos nas terras de Labão e agora provavelmente mais dez em
Sucote e Siquém sem nada fazer que fosse digno de nota para preparar sua
família espiritualmente. a fim de enfrentar as tensões da vida. Estivera
ocupado demais construindo um império e buscando vantagens materiais, para que
lhe sobrasse tempo, a fim de estabelecer os fundamentos éticos e espirituais
nas vidas de seus filhos. Ainda não alcançara Betel. Seria tarde demais para
Diná, Simeão; Levi e todos os outros? A história pode fazer chorar até um homem
forte.
A Volta a Betel. 35:1-29.
1. Jeová enunciou uma ordem severa para Jacó prosseguir no seu alvo:
Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; faze ali um altar. Betel ficava 310 Kms
acima de Siquém e estava situada junto à estrada que levava a Jerusalém, Belém
e Hebrom. Jacó já se demorara demais em alcançar este santo lugar. Devia agora
edificar ali um altar, como Abraão o fizera na sua memorável viagem à
Palestina. Jacó edificara um massiba, isto é, uma coluna de pedras, depois de
sua inesquecível experiência com Jeová, ao fugir para Harã. Esta volta ao lugar
santo envolveria uma entrega total de sua vida ao Senhor. Ele negligenciara o
altar de Deus. A ênfase espiritual estivera ausente do seu pensamento e vida.
2-7. Imediata e obedientemente, Jacó aprontou-se para a viagem a Betel.
Primeiro, convocou sua família semi-pagã e ordenou que todos se purificassem
(v. 2), abandonando todos os tereipins e representações visíveis de deuses
estranhos. Então a família de Jacó prosseguiu em sua santa peregrinação a
Betel. O povo dos lugares pelos quais eles passaram estavam tão pasmados com o
terror de DEUS que não molestaram os peregrinos (v. 5). Quando Jacó chegou a
Luz, sabia que estava para pisar em terreno santo. Levantou um altar a Jeová e
chamou aquele lugar de El-Betel, o DEUS da casa de Deus.
9-15. Novamente DEUS apareceu a Jacó e assegurou-lhe que seu novo nome, Israel,
seria um lembrete constante de seu novo caráter, seu novo relacionamento com
Jeová, e sua caminhada real no divino caminho da vida. Ele era o herdeiro das
promessas feitas a Abraão. A aliança continuava em pleno vigor, e continuariam
a agir sobre ele e seus descendentes. Ao falar com Jacó, DEUS usou o Seu nome,
DEUS Todo-poderoso, 'El Shaddai, "o Todo-suficiente" (v.
11). Jacó podia contar com 'El Shaddai para suprir qualquer necessidade e para
lhe dar graça para enfrentar qualquer emergência.
16-20. Agora Raquel, que fornecera a Jacó a inspiração e o amor necessários,
chegava ao fim de sua vida. Morreu dando à luz o seu segundo filho, o qual
chamou de Benoni, filho da minha tristeza. Mas Jacó escolheu o nome Benjamim,
filho da minha destra. Raquel deve ter sido sepultada em algum lugar ao sul de
Betel, na estrada que vai para o Hebrom (cons. 35:16, 19). Betel ficava 16kms
ao norte de Jerusalém, e Belém ficava cerca de 9,6 kms ao sul de Jerusalém.
Conclui-se que Raquel foi sepultada nas imediações de Belém. O lugar
tradicional costuma ainda ser apontado para os visitantes da cidade.
27-29. Isaque viveu até a volta de Jacó, de Harã. De Berseba mudou-se para
Mamre, pertinho da cidade de Hebrom. Ali Abraão comprou a Caverna de Macpela
para o sepultamento de Sara. Agora com 189 anos de idade, expirou Isaque e
morreu. A palavra hebraica geiwei significa "decair" ou
"enfraquecer-se". Na hora do sepultamento, Esaú e Jacó estiveram
juntos ao lado da sepultura, em homenagem ao seu pai. Os irmãos estavam unidos
por uma dor comum, como Ismael e Isaque estiveram junto à sepultura de Abraão.
JACÓ - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
Por algum tempo, Isaque parece ter gozado calma e paz, até que Esaú casou com
duas mulheres hetéias. Se houve intervalo entre os dois casamentos não se pode
dizer, mas pelo menos apresentou as duas mulheres a Isaque ao mesmo tempo. Este
ato seria um ultraje à crença e programa de seu pai, mas Esaú era homem a quem
pouco importavam interesses religiosos ou domésticos, contanto que conseguisse
aumentar seu prestígio e grandeza. Tanto Isaque quanto sua mulher se afligiram
com este casamento e viram que o filho estava inteiramente divorciado do plano
divino de ser o continuador das promessas paternas.
Se outra coisa não tivesse havido, este ato, por parte de Esaú, era suficiente
para lhe fazer perder o direito de primogenitura, visto que se afastava dos
costumes familiares e introduzia na família raças inimigas e da linhagem dos
pecadores da terra que, por causa dos seus pecados, seriam mais tarde
condenados à destruição, e, com alianças desta natureza, seria impossível
executar o programa divino. Nada há que mais ponha em perigo nossa vida e
futuro espiritual do que as alianças com o mundo.
Jacó Tira Fraudulentamente a Bênção de Esaú - 27:1-29
O último verso do capítulo precedente dá-nos o casamento de Esaú
com as mulheres hetéias. Conforme alguns comentadores, Esaú tinha vendido sua
primogenitura a Jacó um ano antes do casamento, ou seja, quando tinha 39 anos.
Neste caso, Jacó fugiu para Padã-Arã quando tinha 40 anos de idade, voltando
dali aos 60. Com 139 anos (cap. 47:3) desceu ao Egito, e fica assim um período
de 70 anos de sua vida sem qualquer notícia de suas atividades. Adam Clark
coloca o casamento de Esaú no ano 1804 a.C., e a ocasião do roubo da
primogenitura no ano 1779 a.C., ou seja, 25 anos depois do casamento de Esaú,
quando os dois irmãos tinham 65 anos. Conforme a cronologia comum, Esaú teria
77 anos agora, tendo vendido a primogenitura 44 anos antes, quando tinha 33
anos.
Isaque havia chegado ao ponto culminante de suas atividades; cego,
paralítico e julgando morrer de um momento para outro, achou conveniente dispor
os negócios, ou, diríamos hoje, fazer seu testamento. Conforme o costume
patriarcal, toda a casa pertencia a Esaú, filho mais velho; a Jacó tocava
qualquer parte que o pai quisesse dar como presente. Portanto, chamou Esaú e
ordenou-lhe que fosse ao campo apanhar uma caça e lhe preparasse um guisado do
jeito que ele gostava. Parece que o fim era, como diz o verso 4, alegrar o
coração do velho pai, para que, na transmissão do direito paterno e bênção
patriarcal, a própria alma de Isaque como que se derramasse sobre a vida do
filho primogênito. Pelo menos não vemos que este ato fosse praticado por Abraão
e repetido por Jacó mais tarde.
Os movimentos, palavras e atos de Isaque eram cuidadosamente
vigiados por sua mulher, que queria inverter os papéis, e fazer recair a bênção
de Esaú em favor do seu filho predileto, Jacó. Assim que ouviu a conversação e
apenas Esaú saiu para o campo, chamou Jacó e relatou que havia chegado o dia de
decidir sua sorte. Não havia tempo a perder. Esaú em breve estaria de volta.
Portanto, convinha matar um dos animais domésticos e sem perda de tempo
preparar o guisado e apresentar-se a Isaque para receber a bênção. Às palavras
de Rebeca, Jacó responde com uma solução pronta, como se todos estes planos
estivessem amadurecidos em sua mente. Rebeca era mulher de ação e de espírito
imaginativo. Seja qual for o juízo que se faça sobre seu caráter, não resta
dúvida alguma em relação ao seu talento, e sua falta pode ser levada à conta da
simpatia e afeto que Jacó devotava a seus pais, bem como sua fidelidade às
tradições da família e repulsa à vida mundana de Esaú. Pelo que aprendemos na
Bíblia, DEUS mesmo não se agradou da vida de Esaú, pelo que o aborreceu e amou
Jacó.
Jacó sujeitou-se a tudo que sua mãe quis fazer: vestiu as roupas
de Esaú, cobriu o pescoço e as mãos com peles de cabras e, com o guisado na
mão, apresentou-se a Isaque. Este desconfiou que tão depressa o filho tivesse
matado a caça e preparado o guisado, mas uma mentirazinha desfez a dúvida do
velho, dizendo Jacó que DEUS tinha mandado a caça ao seu encontro. Talvez esta
provisão fosse também de Rebeca. A segunda dúvida foi sobre a voz. Apalpando,
viu que era Esaú, mas a voz era de Jacó. Quem poderia, porém, tirar esta dúvida
e confirmar a suspeita? Perguntando Isaque se era mesmo Esaú, respondeu-lhe
logo Jacó: Eu sou. A comprovação foi o cheiro do rapaz; cheirando os vestidos
de Esaú, reconheceu que de fato eram do filho amado e, sem hesitação, concedeu-lhe
a bênção.
Esta bênção contém três elementos importantes:
1. Prosperidade material: abundância de tudo que há na terra.
2. Domínio sobre outros povos: seus próprios parentes ficavam
doravante sujeitos a ele, inclusive o primogênito.
3. Segurança contra as maldições de outrem: todas as coisas boas
reverteriam a seu favor, e as más seriam devolvidas ao próprio autor.
A Decepção de Esaú - 27:30-40
Mal Jacó acaba de sair da presença do pai, entra Esaú do campo com
a caça. Apressadamente a prepara e corre à presença do pai, para receber a
bênção. Perguntando quem é, recebe em resposta ser o filho Esaú. O logro do
pobre velho estava descoberto, mas tarde demais para ser remediado. A bênção
patriarcal tinha sido dada a Jacó e não podia ser retirada.
Podemos imaginar o desespero de Esaú. Era o culpado, pois por sua
frivolidade e glutonice vendera a primogenitura uns 40 ou 50 anos antes. É
perigoso brincar com as coisas santas, e foi o que Esaú fez. Em realidade,
tinha de ser assim, porquanto fora profetizado que o maior serviria ao menor,
mas a falta de Esaú em vender a primogenitura e a de Jacó em apossar-se dela de
um modo tão desairoso é indesculpável para qualquer deles. No auge do
desespero, Esaú pergunta: "Não reservaste uma bênção para mim também? Tens
tu só uma bênção, meu pai? Abençoa-me também." Acerca deste desespero, o
autor da Carta aos Hebreus (cap. 12:15-17) tem uma boa explanação, que deve ser
lida.
Incompativelmente, Isaque responde a Esaú: "Eis que eu o
tenho posto por senhor sobre ti, e teus irmãos lhe tenho dado por servos."
Ante a insistência de Esaú, Isaque lhe deu uma quase bênção também
(vv. 39 e 40). Notemos que esta bênção não se refere aos dois irmãos, e, sim,
às suas gerações, embora haja certos elementos pessoais nas ditas bênçãos. A
promessa de que Esaú viveria das gorduras da terra e por sua espada cumpriu-se
tanto na sua vida como na de sua geração. Sua descendência tem sido sempre
belicosa, e a parte que ela tem ocupado nas montanhas de Seir é rica em
pastagens para gado e abundante de árvores, conforme diz o Dr. Robinson nas
suas investigações bíblicas. Quando os jacobitas voltavam do Egito, tinham de
passar pelas vinhas dos esauítas, o que estes se recusaram a permitir; e quando
Jacó voltou de Padã-Arã, com fartos presentes para apaziguar o irmão defraudado
este lhe respondeu que tinha bastante e não precisava de presentes.
A Ira de Esaú - 27:41-48
"E aborreceu Esaú a Jacó..." Jacó e sua mãe colheram
desta fraude o que mereciam. Esaú ameaçou matar o irmão e este teve de fugir
para Padã-Arã. Assim, Rebeca se viu privada do filho de sua afeição. Se
esperasse em DEUS para executar a promessa, outro seria o resultado, mas, como
Sara, teve pressa e a consequência foi triste. Há sempre perigo em fazermos o
que DEUS deve fazer. Ela mesma teve de aconselhar o filho a fugir. Padã-Arã era
a terra de Rebeca. Lá estavam seu irmão Labão e seus parentes, e Jacó estaria,
assim, a salvo da ira de Esaú. Ela morreu sem poder ver a volta do filho amado
ou a reconciliação dos dois. Esaú esperava a morte do pai para se vingar. Não
havendo tribunais para punir o criminoso, toda a justiça partia do pai; morto
este, estava afastada a possibilidade de qualquer castigo, e Esaú podia
vingar-se. Isto, porém, chegou aos ouvidos de sua mãe e esta divisou o meio de
frustrar a tentativa.
CAP. XXIV - FUGA E CONVERSÃO DE JACÓ
(Caps. 28-33)
Jacó foge para a casa do tio e ali fica por
20 anos.
Dois foram os motivos que fizeram Jacó deixar o lar paterno e ir à
terra de sua parentela em Padã-Arã: fugir à ira do seu irmão e casar com uma
mulher da mesma linhagem. . Entretanto, o primeiro verso deste capítulo parece
ignorar o primeiro motivo. Talvez Isaque mesmo ignorasse o que seu filho mais
velho planejava contra o mais moço, e aprovasse a viagem do filho com o simples
motivo de este casar entre os seus. Esaú tinha casado havia muitos anos, talvez
35 anos antes, enquanto Jacó permanecia solteiro, o que, sem dúvida, seria
apreensivo para o velho patriarca, que, na beira da sepultura, temia morrer, e
não gostaria que o herdeiro das promessas cometesse o mesmo erro que o filho
mais velho tinha cometido, casando com mulheres de outras raças. Assim, ou
ignorando o outro motivo ou dando-lhe valor secundário, seu pensamento
centralizou-se no casamento. Isaque não tinha seguido a mesma tática de Abraão,
em procurar esposa para o seu filho, ou porque Esaú tivesse prejudicado este
costume, casando sem permissão paterna com as cananéias ou por qualquer outra
circunstância que ignoramos. Bem diferente foi o casamento de Jacó do de seu
pai. Eliézer, carregado de presentes, foi por Abraão mandado ao mesmo lugar
onde Jacó se dirigia agora, a fim de trazer de lá uma mulher. Jacó, porém, vai
como um foragido, com as mãos vazias, ele mesmo, buscar a companheira.
Padã-Arã era o lugar onde Terá parou com a família depois de virem
de Ur dos Caldeus. Abraão continuou a viagem, mas toda a família ali ficou e
foi ali que nasceram as mulheres de Isaque e de Jacó. A começar com Abraão,
todos estes personagens casaram com pessoas da família. Abraão casou com a
sobrinha, ou meio irmã; Isaque, com uma prima carnal, e Jacó também. Alguns
casamentos em família foram por Moisés proibidos, mas os de primos jamais
foram.
A conduta de Isaque, recomendando ao filho para casar com uma
parenta, despertou Esaú a fazer o mesmo e foi à família de Ismael, seu tio, e
de lá tirou outra mulher (vv. 6-9), pensando que assim remediava todo o mal que
tinha cometido antes; assim, porém, como era tarde para reaver a bênção
vendida, o era para desfazer o mal que os outros casamentos lhe tinham causado.
Entretanto, louvemos o seu desejo de corrigir os erros passados.
Isaque residia em Berseba, antiga morada dos patriarcas. Dali,
Jacó partiu para Harã. Em certo lugar, cansado da viagem, deitou-se, adormeceu
e sonhou. Tinha viajado umas poucas léguas, talvez 20 ou 25. No sonho teve a
visão bem familiar a todos os leitores de Gênesis: DEUS se aproximou
diretamente do seu servo, e, desta aproximação, saiu um outro Jacó. Segundo
João, esta escada representava JESUS ligando o céu com a terra. Esta foi a
primeira lição que DEUS ensinou a Jacó, e ele a aprendeu bem. Mundano em suas
aspirações, pouco escrupuloso em seus métodos, atirado fora da casa paterna,
sem dinheiro e sem proteção, foi um momento azado para DEUS começar o trabalho
que havia de transformar este Jacó no doce e amoroso patriarca.
Acordado do sonho, seu primeiro pensamento foi que DEUS morava ali
e que mui terrível era aquele lugar! Os antigos não tinham a concepção
espiritual da divindade que nós temos, nem conheciam tanto de sua onipresença
como nós, de modo que uma aparição destas era tomada logo como prova de que
DEUS morava ali; em seguida, erigia-se o altar para o culto dos sacrifícios.
Apressado como ia, Jacó não tinha tempo de construir este altar. Portanto, usou
a pedra que lhe tinha servido de travesseiro, botou nela um pouco de azeite do
que levava consigo para fins medicinais e chamou ao lugar "Betel",
que significa "Casa de Deus". O nome do lugar antes era Luz. Nesta
visão, Jeová repete a promessa tantas vezes feita de que sua linhagem seria
numerosa. Jacó, por sua vez, faz um voto em base toda comercial, de que, de
tudo que DEUS lhe desse, lhe daria o dízimo. Nisto podemos ver a nova ideia que
Jacó teve de Deus, na sua vida. Esta manifestação foi o despertamento para um
novo começo de vida, muito diferente da que tinha vivido antes. A isto se tem
chamado a conversão de Jacó, e tem sido bem empregada a frase. As experiências
que o esperavam não amorteceriam esta nova concepção de Deus, e, uns trinta
anos depois, encontramos Jacó neste mesmo lugar, oferecendo a Jeová o dízimo de
todas as coisas que tinha conseguido (cap. 35:7).
Esta é a segunda vez que encontramos a prática do dízimo no Velho
Testamento antes da Lei de Moisés. A primeira foi no caso de Abraão e
Melquisedeque. O dízimo parece ter sido um costume inerente à religião dos
patriarcas, ou melhor, uma prática instintiva da religião. Como não sabemos
onde Caim e Abel aprenderam o costume de oferecer sacrifícios a Deus, assim não
sabemos onde Abraão e Jacó aprenderam a dar o dízimo. O autor crê que estes
costumes são tão naturais à religião do indivíduo como à religião mesma, e a
sua não prática representa uma violência estúpida, uma degeneração de nossa
natureza religiosa. Jacó não tinha praticado o dizimo antes porque sua religião
parece ter sido fraca, mas logo que chegou à noção perfeita de dependência
divina em sua vida, o dízimo aparece espontâneo, como uma parte da religião. Os
que se opõem ao dízimo têm uma tarefa difícil para estabelecer o costume
contrário; têm de derruir uma parte considerável de nossa religião, para
desfazer a prática natural desta bênção. O fato é que os que dão o dízimo
ordinariamente podem dar muito mais, e os que não o dão, nunca podem dar coisa
alguma sem constrangimento. DEUS tem abençoado maravilhosamente os que são
fiéis a esta prática e assim tem reivindicado o lugar que ocupa na Bíblia. Jacó
parece haver-se descuidado de dar o dízimo depois de ter prosperado em
Padã-Arã, e foi somente depois do trágico acontecimento com sua filha Diná, 7
anos após a volta de Harã, que ele veio a Betel e ali ofereceu de uma só vez os
dízimos de todos os anos. Talvez sua negligência causasse aquela infelicidade
doméstica. Lembremo-nos de que DEUS manda que paguemos nossos votos e que
melhor é não prometer do que prometer e não pagar.
Terminada a ereção da pedra como memorial do aparecimento de Jeová
a Jacó e da promessa de pagar os dízimos de tudo, põe-se a caminho para a terra
de seus parentes, em busca da companheira.
Sobre este costume de usar pedras como monumentos religiosos,
grande crítica se tem feito aos antigos patriarcas, e muitos críticos têm mesmo
afirmado que eles adoravam as pedras ou praticavam o que se chama Totemismo,
prova da religião grosseira e indigna. Mas este costume em nada revela adoração
de pedras, e sim um simples memorial. O que Jacó fez não foi mais nem menos do
que o que hoje em dia se faz em memória dos grandes vultos, erigindo-lhes
estátuas que lembram seus feitos aos vindouros. Em muitas partes, ainda hoje se
pratica o animismo, com toda sua corte de práticas grosseiras, mas nesta e
noutras histórias dos patriarcas nada há que garanta terem adorado pedras ou
árvores ou qualquer outro objeto inanimado ou animado, senão somente a Jeová; e
foi em memória do aparecimento de Jeová que esta pedra foi ungida por Jacó. Se,
pois, qualquer ideia de adoração existe neste ato, a adoração é a Deus, e não à
pedra.
Jacó Continua Alegremente Sua Viagem até Encontrar os
Pastores em Harã - 29:1-14
Radiante de alegria com o que tinha acontecido, Jacó levantou o
seu pé, como diz o texto em hebraico, e foi à terra que não conhecia ainda. O
primeiro encontro foi com os pastores, a quem perguntou por Labão, seu tio.
Quando ainda estavam falando, chega Raquel. Encontro dos mais tocantes. Mesmo
sem a conhecer, beijou-a e chorou. Choro de alegria, certamente, por encontrar,
uma pessoa da família logo ao chegar à terra estranha. Beijou-a, num
extravasamento de afeto e carinho para com a que tão de perto falava de sua
própria mãe, a quem não mais veria. Este momento trouxe à mente de Jacó todas
as recordações e experiências da vida passada. Todos os momentos especiais
passaram na sua mente como na tela passam as vistas e figuras da película
cinematográfica. Como uma pessoa perdida e que repentinamente encontra
salvação, assim parece que aconteceu com Jacó. Fugindo à ira de seu irmão,
forçado a abandonar o lar paterno e ir a uma terra desconhecida, ao encontrar a
prima, sentiu-se de novo no meio da família, e isto por si só explica aquela
impetuosidade com que depositou nas faces coloridas da bela Raquel o seu
primeiro ósculo.
Passado o momento de comoção, diz quem é, de onde vem, e Raquel,
meio assustada e confundida, corre a anunciar a Labão a chegada do sobrinho. O
encontro foi dos mais cordiais. Após o abraço de cordialidade, Labão diz que
Jacó é seu osso e sua carne, e pede que fique com ele. Esta expressão, tão
comum na Bíblia, indica íntima relação de parentesco ou afeto.
Jacó Faz Contrato com Labão para Ganhar Raquel - 15-20
Por um mês Jacó foi hóspede de seu tio. Depois deste tempo,
convinha acertar as condições de permanência na casa, e Labão perguntou qual
seria seu salário. Jacó voluntariamente se ofereceu para trabalhar 7 anos, para
ganhar a sua amada Raquel. Raquel era a mais nova e, segundo o costume, era a
mais velha que devia casar primeiro. Admitindo-se que Léia fosse meiga, ainda
assim a beleza de Raquel venceu o herói.
Labão, despretensiosamente, diz que lha daria sem preço, e que
melhor seria dá-la a ele do que a outro. Ainda assim, serviu-o Jacó por
7 anos, o que lhe pareceu como
7 dias, tal o amor que tinha pela noiva.
Convém notar que nesta transação nada há que indique o costume de
vender as filhas. Jacó tinha de dizer quanto queria ganhar, e cego pelo amor
ofereceu-se para trabalhar 7 anos, e depois casar. Em receber Raquel deu-se por
bem pago. Certamente, havia o costume de dar arras. e, não tendo dinheiro nem
bens, deu-se a si mesmo. Quando Abraão quis casar Isaque, mandou grandes
presentes, tanto à noiva como à família. Este era o costume. Jacó foi mandado
vazio, coisa difícil de explicar. Ou porque os direitos de primogenitura ainda
não estivessem decididos, ou por qualquer outra circunstância desconhecida,
Jacó, filho de homem rico, tinha de dar um valioso presente e, como nada
possuísse à mão, deu-se a si mesmo.
Ainda hoje, entre os árabes, é costume dar as filhas aos parentes
mais aproximados, e o primo carnal tem, ordinariamente, a preferência, caso
possa dar o devido prêmio ou arras.
Triste Desapontamento de Jacó - 21-30
Findos os 7 anos, Jacó pediu sua esposa. Labão fez uma festa e
convidou os vizinhos. No fim da festa, posto o véu sobre a cabeça de Léia,
entregou-a a Jacó como sendo Raquel. Só na manhã seguinte Jacó deu pelo logro e
foi pedir satisfação a Labão. Este responde que não era costume dar a mais nova
enquanto a mais velha estivesse solteira, o que era mais uma desculpa e uma
trica financeira do que outra coisa, ainda que de fato este fosse o costume.
Talvez Labão soubesse como Jacó tinha roubado de Esaú o direito da
primogenitura, e o defraudador viu-se defraudado também. Labão morava num lugar
de almocreves e traficantes e devia ser bem perito em tricas comerciais. Tinha
gostado do trabalho sincero e honesto de Jacó, e queria-o por mais 7 anos.
Conhecedor do seu amor pela sua filha, sabia que de bom grado o serviria outros
7 anos. Se os costumes de então fossem como os de nossos dias, em que o juiz é
chamado e as testemunhas têm de assinar o contrato, seria impossível uma
decepção desta natureza. A simplicidade da vida daqueles tempos, porém,
dispensava certas cerimônias, que tão necessárias são para evitar fraudes
sociais e garantir a estabilidade da família.
Para amenizar a decepção de Jacó, Labão pede que ele cumpra a
semana de Léia e então lhe dará Raquel, na condição de o servir por mais 7
anos. Jacó teve de aceitar a proposta, e assim tornou-se polígamo à força. Os
efeitos foram terríveis na vida do patriarca. A disputa e o ciúme da progênie
fizeram amargurados muitos dias de Jacó, como veremos nos capítulos seguintes.
Jacó com Quatro Mulheres em Lugar de uma Só - As Disputas de
Família - 30:1-24
Amoroso como era Jacó, devotado a uma só mulher como Raquel,
viu-se de um momento para outro nas malhas da poligamia. Raquel era estéril,
enquanto sua irmã, Léia, tinha filhos. Os filhos sempre foram e continuam a ser
o mais forte laço entre marido e mulher, mas a questão aqui ia mais além. A
presença de um filho entre os israelitas era sempre considerada como uma graça
e favor de Deus, e a esterilidade, como desagrado e falta de favor divino. Por
outro lado, existia o desejo e a ambição, por parte de cada homem e de cada
mulher, de ser progenitor de uma numerosa prole.
Uma família numerosa era a melhor parte da riqueza doméstica.
Tomemos estes fatos como razão sobeja para que Raquel desejasse ter filhos. Há
ainda o fato de que, sendo sua própria irmã sua companheira de lar e não tendo
filhos, era muito natural que o ciúme e a inveja começassem a dominar o seu
coração. A tal ponto foi a sua tristeza, que exigiu de Jacó filhos ou a morte.
Este, irado, respondeu que não estava em lugar de Deus, para dar ou reter
prole. Raquel, nesta emergência, lançou mão do recurso de sua velha parenta
Sara, entregando sua escrava Bilha a Jacó, para que por meio dela tivesse
filhos. Jacó, ou por desejo de ver sua amada satisfeita, ou pelo desejo de
numerosa prole, ouviu a mulher e tomou a escrava como concubina e deu-lhe dois
filhos. A este tempo, Léia tinha deixado de ter filhos e, enciumada pelo
progresso da irmã, ofereceu também a Jacó sua escrava, para dela ter outros
filhos. Assim, viu-se o patriarca, marido de quatro mulheres, em lugar de uma.
Qualquer que seja a culpa que se possa botar em Jacó, o responsável imediato
foi Labão. Tivesse cumprido sua palavra, dando Raquel ao seu amado, teria
conservado indiviso o seu afeto. Entretanto, quão profundos e inescrutáveis são
os caminhos de Deus! Desprezando e dissimulando estas fraquezas, DEUS usou isto
para cumprimento de sua promessa. É assim que faz conosco muitas vezes: esquece
nossas fraquezas e tira delas, para nós e para sua Causa, grandes proventos.
Nos versos 14-17 temos um incidente interessante e que só as
condições sociais da época nos podem ajudar a compreender. Léia tinha cessado
de ter filhos, e, ao pedido de Raquel de lhe dar as mandrágoras que Rúben tinha
encontrado no campo (espécie de maçãs), queixou-se de não só ter sido roubada
de seu marido pela irmã, mas de ainda estar querendo as frutas de seu filho.
Como no caso de Esaú, vendendo a primogenitura a Jacó pelo prato de lentilhas,
assim Raquel consentiu em que Jacó, seu amado, ficasse com Léia por um pouco de
mandrágoras. Transação infantil e ingênua. Mas decerto não foi o desejo de
comer as mandrágoras simplesmente, mas a ideia reinante, ainda hoje, no
Oriente, de que estas frutas predispõem para a concepção. Assim, o pedido de
Raquel torna-se razoável em querer comer a fruta desejada. Esta narrativa
revela também o domínio que Raquel exercia sobre Jacó, a ponto de a outra
esposa ter de comprar um pouco de seu afeto.
Ao leitor desacostumado ou pouco familiar com os costumes
orientais, estas histórias parecerão um pouco desconcertantes, e até já têm
sido, por alguns críticos, acoimadas de imorais. É, porém, preciso ter presente
que aquele povo tinha seus próprios costumes e viveu há 4.000 anos passados.
Nós estamos no século XX e temos nossos próprios costumes e uma civilização que
em muitos pontos escandalizaria os personagens daquele tempo. Nossa opinião do
juízo deve ser formulado de acordo com os tempos e os costumes daquela época.
Assim fazendo, nos livramos de uma injustiça e poupamos alguém de verberar
nossa pouca familiaridade com a história antiga.
Depois de sete anos de impaciência e de vergonha, Raquel teve
finalmente um filho, a quem deu o nome de José, que significa
"Acrescentará", esperando que Jeová lhe daria ainda outros. Como
temos notado, a paixão por filhos ia ao extremo, mormente em caso de
competição, como esta, em que duas irmãs disputavam para ver qual teria o maior
número. Raquel de fato teve outro filho, mas mal sabia quanto lhe custaria
(35:18).
Jacó Faz Novo Contrato com Labão - 30:25-43
Os catorze anos de serviço e exílio tinham terminado, e Jacó
desejava voltar à sua terra. Os motivos que o tinham feito sair talvez tivessem
sido amenizados pelo tempo, mas, enquanto ali permanecesse, não passaria de um
empregado sem salário nas mãos do ambicioso Labão. Toda sua fortuna consistia,
depois de catorze anos de incessante labor em 4 mulheres, 12 filhos e uma
filha. Nada mais. Labão, porém, que sabia o valor de tal servo, sobretudo tendo
conhecimento de que Jeová o abençoava, a ele, Labão, por causa de Jacó, não
consentiu que saísse, e pediu-lhe outra vez que dissesse quanto queria ganhar,
alegando ter visto como Jeová abençoava os seus serviços. Jacó, por sua vez,
sabia com que qualidade de homem estava lidando e cumpria ser seguro no novo
contrato, para não ser espoliado uma vez mais. As condições do acordo
encontram-se no verso 32. Todas as cabras e ovelhas malhadas seriam separadas,
e todas as malhadas que dali em diante nascessem seriam o salário de Jacó. Para
evitar mistura, Jacó separou-se da outra parte do rebanho por um espaço de três
dias de caminho. Labão alegremente aceitou o plano, talvez esperando que Jacó
saísse logrado, pois um negócio destes bem poderia ser chamado negócio de azar.
Jacó, porém, devia ter estudado bem seu plano, sobretudo, devia ter confiança
que Jeová vingaria o seu trabalho das mãos do patrão usurário. O expediente
usado por Jacó encontra-se nos versos 37-43. O autor deixa a explicação do
fenômeno para quem melhor a possa fazer. Entretanto, sabe-se que no tempo da prenhez
e, sobretudo, no ato de concepção, qualquer vívida impressão feita na fêmea é
susceptível de reprodução no novo ser. Descascou, pois, Jacó, as varas em
riscos e as pôs diante do rebanho quando vinha beber, na época do cruzamento,
concebendo as fêmeas diante destas varas postas dentro d'água, cujas listras,
pelo movimento das mesmas águas, ondulavam e produziam impressão no animal. O
mais esquisito é saber onde Jacó adquiriu este conhecimento. Que tinha certeza
de que DEUS o abençoaria, não há dúvida! Mas ter conhecimento de tal
experiência parece singular. Entretanto, acusam os antigos de ignorantes. Há
muitos milhares de sábios, hoje, que ignoram este fato e muitos outros
semelhantes a este.
No verso 42, há alguma coisa que requer explicação. Parece haver
duas qualidades de animais no rebanho, e assim era com efeito. Os animais
nascidos no começo da primavera são mais fortes; os que nascem mais tarde são
mais fracos. Este Jacó deixava para Labão, não punha à prova das varas. Assim,
Labão foi logrado, tanto na qualidade como na quantidade.
Quanto à honestidade do ato de Jacó, não pode haver dúvida. Agia
de pleno acordo com o contrato. Todos os expedientes eram aceitáveis, contanto
que não tomasse animal algum além dos malhados. Se pudesse fazer com que todos
assim nascessem, ainda estaria sendo perfeitamente fiel ao trato. Parece que
Jacó não tinha compaixão do patrão ao explorá-lo assim, mas, tratando-se de um
homem sem escrúpulos como Labão, era conveniente fazer tudo, menos roubo, para
pagar-se do seu trabalho de 14 anos passados. Esta prosperidade não agradou a
Labão, que em breve tratou de se desfazer do genro, que estava fazendo toda a
fortuna para si próprio. DEUS condescendeu em abençoar este servo seu contra a
rapacidade de Labão, e serviu-se de um expediente natural, para compensar a
honestidade do homem que tinha trabalhado noite e dia fielmente, apesar de
saber que estava sendo explorado. Entretanto, diga-se que Jacó colheu o fruto
do seu trabalho com seu próprio irmão Esaú. É possível que tivesse aprendido a
lição e que depois procurasse remir sua falta com aquele grande presente que
preparou para Esaú.
A Prosperidade de Jacó Causa Separação - 31:1-21
Os filhos de Labão não estavam satisfeitos com o progresso de
Jacó, e começaram a murmurar, dizendo que os tinha roubado. Jacó podia
desafiá-los a provar o que diziam, porque no seu rebanho não havia animal que
pertencesse a Labão, conforme o acordo feito. Labão estava calado e os filhos
limitavam-se a murmurar, embora não satisfeitos, o que Jacó viu no rosto de
Labão. Tinha-se criado uma nova situação. DEUS viu que era tempo de haver
separação e avisou Jacó que devia partir para a sua terra. A comunicação divina
vem nos versos seguintes. Labão estava ausente 3 dias, de viagem (v. 19), para
assistir à tosquia dos rebanhos, ocasião de grandes festas, e Jacó aproveitou a
oportunidade da ausência para, de acordo com a ordem divina, pôr-se a caminho.
Certamente, nada tinha que temer, visto ter um cadastro limpo diante do sogro,
porém a prudência mandava que evitasse qualquer conflito, pois conhecia o homem
com quem estava lidando e bem sabia que não seria fácil a saída, como podemos
ver mais tarde.
Chamou as mulheres, fez um ligeiro histórico da transação com o
pai delas e propôs-lhes o caso da retirada, acrescentando que o Anjo Jeová lhe
tinha aparecido, prometendo confirmar o acordo que fizera com Labão, e que
ordenava a volta à terra nativa. As mulheres, Raquel e Léia, responderam como
quem bem conhecia o que as esperava na casa paterna. "Há qualquer parte ou
herança para nós na casa de nosso pai?" Elas mesmas tinham visto a
injustiça com que haviam sido tratadas pelo próprio pai, que as tinha vendido
como escravas, se bem que as condições tivessem sido algo diferentes. Em si
mesmo, o caso implicava em catorze anos de serviço de Jacó para o pai, e nada
para elas. Portanto, alegremente replicaram que era tempo de partir.
Depois de um longo intervalo, aparece de novo o Anjo Jeová, que
expressamente diz ser o "DEUS de Betel" que tinha aparecido a Jacó
quando vinha fugindo para Harã. Os leitores já estão familiarizados com esta
divina pessoa, que é a segunda da Santíssima Trindade.
Tudo decidido, Jacó pôs-se a preparar a partida. Talvez, com seus
planos antecipadamente preparados, só lhe restava aproveitar a ausência do
sogro e sair. As mulheres o ajudaram bastante, anuindo à quase fuga. Pôs o povo
nos camelos e o gado na frente e partiu, roubando o coração de Labão, por sair
sem avisar, e Raquel roubando os serafins da casa. É a primeira vez que ouvimos
falar de serafins na Bíblia. É provável que a família de Labão fosse idólatra,
visto ter vindo de uma terra idólatra. Mas estas imagens não eram propriamente
ídolos a que prestassem culto. Eram os deuses do lar, a que os antigos romanos
chamavam penares. Estes deuses domésticos eram da família, talvez tivessem
pertencido a Terá, Abraão, Naor, e é o que a linguagem de Labão implica (vv. 30
e 53). Alguns comentadores não poupam Labão e sua família, taxando-os de
idólatras, pelo fato de terem em casa estes serafins. O autor pensa
diferentemente, ainda que ache plausível, que não fossem rigorosamente
monoteístas. Abraão e Naor vieram de uma terra idólatra, e talvez fossem
idólatras até DEUS lhes aparecer, e não seria possível que de um momento para o
outro mudassem radicalmente de religião. Mudanças desta natureza não se operam
da noite para o dia. Daí o fato de reterem certos objetos de culto. O que não
parece razoável é que continuassem idólatras como os demais povos. Por outro
lado, a comunicação divina foi especialmente para Abraão, e não para Naor e
seus filhos, de modo que, enquanto Abraão e sua geração se desfizeram da
idolatria, seus parentes bem podiam continuar praticando-a em certo grau. Jacó
não pode, de modo algum, ser acusado de comparticipar do ato da mulher,
roubando e escondendo os deuses. Estava inteiramente ignorante do ocorrido,
como se vê no cap. 31, V. 32
Labão Persegue a Jacó - 31:22-35
Três dias depois da partida de Jacó, alguém disse a Labão que seu
genro tinha fugido. Labão estava longe da casa três dias de caminho. Pela
narrativa, parece que voltou à casa para ajuntar seus irmãos e perseguir o
genro. Portanto, Jacó estava com seis dias de viagem, quando Labão saiu de
Padã-Arã. A viagem era demorada, por causa dos rebanhos, das mulheres e
crianças, de maneira a tornar possível a Labão alcançá-lo depois de alguns
dias.
Talvez Labão encontrou Jacó pelo oitavo dia de viagem, nas
montanhas de Gileade. A expressão "seus irmãos" não quer dizer os
irmãos carnais de Labão, mas estes e todos os aparentados, vizinhos e
associados, servos, etc. Podemos inferir que uma boa companhia de perseguidores
se reuniu em torno de Labão como capitão. O propósito não parece ser tirar uma
mera satisfação, mas fazer voltar o fugitivo, com toda a sua casa, e reduzi-lo
a pior condição do que aquela em que tinha estado por muitos anos. Valeu a Jacó
o seu Deus, que em sonho proibiu Labão de tocá-lo. DEUS era seu protetor e
bastava isto para que estivesse a coberto de qualquer incidente desagradável.
Não é possível dizer se Labão encontrou Jacó no monte Gileade
mesmo ou nas montanhas do mesmo nome. Em hebraico é fácil a confusão entre
monte ou montanhas. Em qualquer dos casos, Jacó estava longe de Padã. As
montanhas de Gileade formam a região elevada, a leste do Jordão, com umas 60
milhas de extensão. O ponto culminante é chamado Monte Gileade. Parece que Jacó
encontrava-se nas montanhas de Gileade e não, propriamente, no monte principal.
Labão acampou perto do seu inimigo. Muito suntuosamente, Labão repreende Jacó
por fugir sem lhe ter dado ocasião de beijar os filhos e as filhas, e então
despedi-los com música e flores. Estas palavras de Labão não eram verdadeiras.
O que o fez falar assim foi a entrevista que DEUS teve com ele.
Pelo que nos diz o texto sagrado, o propósito era, como vimos,
reduzir Jacó à submissão e fá-lo voltar. Não havia motivo para tanta gente
acompanhar Labão, se este não fosse o propósito, mas agora DEUS lhe proibiu de
fazer bem ou mal a Jacó, e mostrasse contrariado porque não houve oportunidade
para separação amistosa e alegre. O ímpeto de Labão arrefeceu depressa.
A resposta de Jacó foi que tinha medo de ser roubado na família e
em tudo mais. Declaração franca e verdadeira. Agora que não era possível levar
por diante o propósito de fazer voltar Jacó, só uma outra coisa faltava a
Labão: achar os ídolos. Jacó nem sequer suspeitava que a sua amada Raquel os
tivesse roubado e escondido.
Não trepidou em oferecer a vida de alguém que os tivesse tomado.
Por certo o que animou Jacó foi a certeza de que os deuses não estavam em seu
acampamento, e que isto era um mero pretexto de Labão e não o desprezo que ele,
Jacó, tivesse pela vida de qualquer dos seus. Quando chegou perto de Raquel,
ela deu sua desculpa de não poder mover-se. No seu tratamento para com o
próprio pai, usa linguagem muito do seu tempo, chamando o pai de senhor, no
sentido de escrava. Depois de a devassa terminar e nada ser encontrado, a ira
de Jacó chegou ao auge. Os versos 36-42 são um discurso vindicativo, onde a
honestidade de um homem contra a vilania de outro chega ao ápice. Jacó
queixa-se dos maus tratos a que tinha sido submetido por 20 anos e, por fim, do
vexame causado por seu sogro, de lhe remexer tudo, para achar uma coisa que lá
não estava; de o haver julgado ladrão e de ter pouca cortesia pelo lar alheio.
Remata, dizendo que se não fora o DEUS de seus pais, por certo teria sido
despedido vazio. Jacó colheu, em dobrada medida, os frutos de sua sementeira
com seu próprio irmão.
Concerto entre Jacó e Labão - 31-43-45
Aos protestos de Jacó, replica Labão, em tom orgulhoso e adulador,
que as filhas eram suas filhas, e os meninos seus meninos, o gado e tudo mais
que Jacó possuía era seu. Agora, que posso eu fazer a ti e a tudo que é teu?
Conforme os costumes orientais do tempo e de acordo com o uso patriarcal, o
chefe da casa era o senhor de tudo, mas, no caso atual, isto não era exato.
Serviu para adoçar a boca de Jacó e fazer terminar a contenda de bons termos.
Assim, depois de feitas as pazes, Labão convida o genro para entrarem num
concerto amigável. Juntaram um monte de pedras, para servir de testemunho,
conforme o costume, comeram e beberam sobre o monte e invocou cada um o seu
Deus. Labão invocou o DEUS de Abraão, de Naor e de Isaque. Jacó invocou o
"Temor de seu pai Isaque". Labão invocou a DEU Sem linguagem
politeísta, e Jacó, para invocar o DEUS verdadeiro, chamou-o pelo "Temor
de Isaque". O monte de pedras foi chamado "o monte do
testemunho" ou Jeo-ar-Saaduta. Jacó chamou o monte pelo nome Galced que
significa o mesmo. Labão acrescentou o nome "Mizpá", que significa a
torre do testemunho.
Terminada a cerimônia, ofereceram sacrifícios e se despediram
amigavelmente.
Nota: Labão usou o nome Elohim, que é traduzido Deus, mas a
palavra está no plural, e foi no sentido de deuses que a usou, pelo que Jacó
preferiu usar o "Temor de Isaque", que significa o verdadeiro DEUS
que Isaque conhecia. É inexplicável por que todas as traduções são a palavra
Elohim, Deus, na boca de um idólatra, quando devia ser deuses, que é o que a
palavra literalmente significa.
No verso 53, tanto o verbo como o substantivo, estão no plural,
significando os "deuses de Abraão", e não o DEUS de Abraão. As
traduções inglesas e americanas inserem na margem: "ou deuses". Não
há possibilidade de dúvida sobre esta interpretação. Labão conhecia alguma
coisa do DEUS verdadeiro, mas não o bastante para o reconhecer como o único
Deus.
Terminada a cerimônia, Jacó ofereceu sacrifícios no monte,
convidando os parentes para a festa. Estes sacrifícios, como temos visto, são,
ordinariamente, a maneira de selar um pacto feito entre duas ou mais pessoas.
Jacó Prepara-se para Encontrar Esaú - 32:1-12
Após os incidentes do último capítulo, Jacó marchou para a terra
de seu nascimento. De caminho, encontrou um exército de anjos. Nada se nos diz
do motivo deste aparecimento celestial, mas é bem possível que viessem
confortá-lo, depois da transação que tinha tido com Labão. Este lugar ficou
sendo chamado "Manada" que significa dois acampamentos ou exércitos.
A geografia é um tanto incerta sobre o lugar exato deste aparecimento, mas os
melhores mapas o colocam ao norte do ribeiro de Jacó. Davi, em sua fuga de
Absalão, chegou a este lugar no segundo dia da saída de Jerusalém, o que mostra
não ser muito distante do citado ribeiro.
De Maanaim para o país de Seir, onde Esaú morava, era jornada de
alguns dias. Jacó mandou mensageiros a seu irmão, anunciando sua prosperidade e
grandeza, para desta forma ganhar sua simpatia. Enquanto voltavam, Jacó
esperava pela resposta. Ele não se aventurava a chegar perto. A submissão
oferecida por Jacó foi humilhante. Era o senhor, mas aqui se declara servo.
Jacó não era homem para a luta. Se tivesse oportunidade de conseguir vitória
por qualquer meio astuto, bem; .se não, deixava as coisas correrem por si
mesmas.
O sucesso da embaixada foi infeliz. Mal os mensageiros tinham
viajado alguns dias, souberam que Esaú vinha ao encontro do irmão. A impressão
foi desoladora, como podemos imaginar. Demais, vinha acompanhado de
quatrocentos homens. Estes preparativos denunciavam motivos hostis, e sobre
isto Jacó não tinha a menor dúvida. A ira e o rancor de meu irmão não
esmoreceram, pensava Jacó, e agora é o tempo de pagar caro a minha astúcia.
Escapando de Labão, caiu nas mãos de seu maior inimigo. Outro, que não fora este
servo de Deus, poderia ter tão pouca confiança no DEUS que lhe tinha dito:
"Sai e vai-te à terra de teus pais." Mas, depois de tantas provas de
apreço por parte de Deus, não era motivo para temer; porém Jacó não era homem
para todas as ocasiões. Diante disto, só lhe restava orar, e foi o que fez.
A Oração de Jacó
O primeiro expediente foi dividir o povo que estava consigo em
duas companhias, cada uma com uma parte do gado, para, no caso de uma ser
apanhada, a outra poder escapar. Feito isto, derramou seu coração perturbado
diante de DEUS e orou. Nesta simples, mas bela oração, lembrou que DEUS era o
DEUS de seus pais Abraão e Isaque, e sobretudo, o DEUS que o tinha mandado sair
de Padã-Arã, como que dizendo: "Se era para cair nas mãos de meu irmão,
para que me mandaste vir?" Humildade e inteira dependência dominam o
espírito desta súplica. Talvez, a primeira oração encontrada na Bíblia, como
Pratis sugere. Sobretudo, ele apelou para o fato de que DEUS lhe tinha
prometido fazer bem.
Dividido em dois grupos, desfalecido e desalentado, seu coração
pairava sobre suas mulheres e filhos, que não viessem a ser presa da ira do
irmão ofendido. Quão terrível a consciência de que estamos recebendo os frutos
da sementeira na vida! 20 anos se tinham passado, mas a consciência da ofensa
ao irmão mais velho não tinha morrido e, se não fora a ideia de que DEUS lhe
havia prometido fazer bem, teria sucumbido. Na oração, ele encontrou lenitivo.
O Expediente de Jacó para Ganhar o Irmão - 32:13-31
O nosso herói era rico em expedientes. Descansou aquela noite, e
de manhã pôs mãos à obra. Não obstante saber ou calcular o propósito da vinda
do irmão, pensou também que um bom presente acalmaria o ímpeto do irmão irado.
Preparou um presente de 200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 30
camelas de leite com as crias, 40 vacas, 10 novilhas, 20 jumentas e 10
jumentinhos. Entregou cada grupo na mão de um servo e mandou-os adiante com
instruções para, quando se encontrassem com Esaú e este perguntasse de quem era
o gado, respondessem: "São de teu servo Jacó, é presente que envia a meu
senhor Esaú." Encontrando o segundo rebanho, receberia a mesma resposta, o
terceiro, o quarto e até o último.
Por mais duro que fosse o coração, em busca de vingança, seria
quebrantado diante de tanta liberalidade e amizade por parte do ofensor.
Demais, criaria a impressão de que este homem que assim vinha oferecer
presentes era pessoa cuja amizade valia alguma coisa, não era inimigo fácil de
vencer. Finalmente, se tudo isto não apaziguasse Esaú, pelo menos abrandaria o
seu furor e tornaria a tarefa do encontro algo mais suave. Como diz Provérbios
18:16: "O presente do homem lhe alarga o caminho e leva adiante os grandes."
Parece que
o homem mais zangado do mundo se acalmaria antes de acabar de
receber todos esses presentes, diz o Dr. Carroll.
Tudo que um homem sábio podia fazer estava feito. Agora, cumpria
enfrentar o inimigo cara a cara. Fugir era impossível e desastroso. Em Padã-Arã
nada havia. A leste ou oeste, as terras não eram suas. Assim, mandou o presente
adiante e, com um pouco de distância, continuou a marcha em direção do sul.
A Luta com o Anjo - vv. 22-32
Toda a narrativa passada teve lugar em Maanaim. Agora que os
presentes iam adiante, Jacó passou a família para o lado oposto do rio Jaboque
e ficou sozinho por algum tempo, pensam alguns comentadores, para poder orar
melhor. A noite devia estar em meio. Que apreensões e ansiedades dominariam seu
pensamento! Por fim, ele mesmo dispõe-se a passar o riacho. De repente, um
estranho personagem se aproxima e a luta começa. A princípio Jacó desejava
ver-se livre, mas pouco a pouco a luta pareceu algo misteriosa, e não deixou
que o companheiro de luta se separasse antes de o abençoar.
Este pedido de bênção torna claro que conheceu estar lutando com
uma personalidade celeste. Quando o dia vinha clareando, disse o Anjo:
"Deixa-me ir, porque já a alva subiu." Jacó, porém, não o deixou
antes que o abençoasse. O Anjo pergunta-lhe qual o seu nome e ele responde:
Jacó. O Anjo muda-lhe este nome, de Suplantador, para o de "Israel",
que é Lutador com Deus. O nome de Jacó relembrava um dos feitos mais tristes de
sua vida e, agora que estava nas vésperas de se cumprirem as grandes promessas
de Deus, seu nome era mudado. (Alguns comentadores traduzem a expressão por:
"príncipe que luta com Deus" ou "soldado de Deus".) O
motivo de o Anjo lhe dar este nome foi porque lutou com DEUScomo príncipe e
prevaleceu com ele e com os homens. Com DEUStinha lutado, saindo vencedor, mas
quem eram os homens com quem prevaleceu? Os 400 homens de Esaú, pensam muitos
comentadores, e há razão para este pensamento. O autor, porém, crê que a
expressão inclui mais do que estes 400 homens, que todos os inimigos presentes
e futuros: Labão, cananeus, egípcios etc. Jacó perguntou-lhe também como se
chamava. Mas o Anjo recusou-se a responder. Abençoou-o ali, e se foi. Jacó,
entretanto, sabia quem era o visitante, porque deu ao lugar o nome de
"Penuel" (face de Deus), acrescentando que tinha visto DEUS face a
face e não tinha morrido. A crença era que homem algum podia ver a DEUS e
viver. Mais tarde, esta crença foi confirmada por DEUS mesmo (Êx. 33:20).
Oséias chama este Anjo pelo nome de DEUS (Oséias 12:1-5). Este Anjo era o LOGOS,
o Filho de Deus, que é já bastante familiar aos leitores destas notas, e que
daqui até à eternidade será o constante guia e diretor do seu povo, o capitão
das hostes de Jeová (conf. Éx. 3:2; Jz. 13:21-23 e ref.). O Anjo do concerto
aparece agora ao herdeiro das promessas como havia aparecido ao primeiro, a
quem haviam sido feitas, o eterno Filho de Deus, que em tempo havia de aparecer
entre os homens, e aparece aqui como um raio de luz numa noite de trevas,
anunciando que a alvorada vem em breve.
Nesta luta, Jacó ganhou uma medalha, que não mais perdeu. Vendo o
Anjo que não prevalecia, adaptando a linguagem às inteligências humanas,
tocou-lhe a coxa e marcou-o para toda a vida. Quando passou o ribeiro,
manquejava. Por isto os filhos de Israel não comem esta parte dos animais.
Qual seria o efeito sobre Esaú, ao ver este homem coxeando? Sem
pau na mão, sem capacidade física para uma luta corporal, com um coração
penitente, revelado no grande presente feito, não teria isto influído
poderosamente em Esaú, caso quisesse vingar-se? Este Jacó não é mais o Jacó que
roubou a bênção auxiliado por sua mãe. O tempo, as circunstâncias, as
experiências e sobretudo DEUS mudaram este homem. O Dr. Carroll aconselhava
seus discípulos a comprar todos os comentários e livros sobre esta luta de Jacó
com o Anjo, e dizia que neste incidente está o segredo de poder de Jacó. É
certo isto. Vale a pena os pregadores lerem e relerem esta história. Ela é
sempre nova. Depois de um contacto destes com Deus, Abraão, Paulo e muitos
outros foram mudados para toda a vida.
(O riacho de Jaboque está seco seis meses do ano, e mesmo quando
cheio tem pouca água. O autor passou a seco este rio há tempos atrás. Nem sinal
de água. Em certo ponto os árabes Indicam o lugar da luta entre o Anjo e Jacó.
É um lugar deserto atualmente; a não ser uma birosca, nada mais se vê no
local.)
JACÓ - Manual de Duvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia
GÊNESIS 25:31-33 - Jacó comprou o direito da primogenitura ou o conseguiu por
meio do engano?
PROBLEMA: Este texto diz que Jacó pediu a Esaú que lhe vendesse o direito de
primogenitura. Mas Gênesis 29:1ss conta-nos que para recebê-lo ele valeu-se do
engano.
SOLUÇÃO: Jacó comprou o "direito da primogenitura", mas obteve a
"bênção" por meio do engano. São duas coisas diferentes. Assim, não
há uma real divergência.
GÊNESIS 27:42-44 - Jacó retornou a Harã para fugir de Esaú ou para ter uma
esposa?
PROBLEMA: Rebeca disse a Jacó: "Retira-te para a casa de Labão, meu irmão,
em Harã; fica com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão" (Gn
27:43-44). Mas em Gênesis 28:2 a razão dada foi para que tomasse "lá por
esposa uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe". Qual foi a razão
afinal?
SOLUÇÃO: Jacó retornou para Harã pelas duas razões. Duas ou mais razões para a
mesma coisa não é incomum na Bíblia. Compare os seguintes casos:
1. A exclusão de Moisés da Terra Prometida foi por causa da incredulidade (Nm
20:12), da rebelião (Nm 27:14), da transgressão (Dt 32:51) e das palavras
irrefletidas (SI 106:33).
2. Saul foi rejeitado por DEUS por um sacrifício ilegal (1 Sm 13:12-13), por
desobediência (1 Sm 28:18) e por consultar a feiticeira de En-Dor (l Cr 10:13).
GÊNESIS 29:21-30 - Quando Raquel foi dada a Jacó como esposa?
PROBLEMA: Em Gênesis 29:27 Labão diz a Jacó que complete a semana das festas
nupciais com Lia, e que então Raquel lhe seria dada. Entretanto, o versículo
também diz que ficou acertado entre Labão e Jacó que em contrapartida a mais um
período de sete anos de serviço, Raquel seria dada a Jacó. Quando Raquel foi
dada a Jacó: no fim da semana nupcial com Lia, ou ao se completarem os sete
anos de serviço?
SOLUÇÃO: A passagem indica que Raquel foi dada a Jacó após os sete dias que
compreendiam as festas nupciais de Lia. A festa de casamento geralmente durava
sete dias (cf. Jz 14:12). Labão acertou com Jacó que Raquel se tornaria sua
mulher ao fim daquela festa de sete dias e, em contrapartida, Jacó serviria
Labão por um período adicional de sete anos. Ironicamente, Jacó, que tinha
usado do engano na questão da primogenitura de Esaú, agora fora enganado por
Labão
GÊNESIS 31:20 - Como pôde DEUS abençoar Jacó, depois de ter ele enganado Labão?
PROBLEMA: Em Gênesis 31:20, o texto diz que "Jacó logrou a Labão" ou
seja, enganou-o, "não lhe dando a saber que fugia". Entretanto, DEUS
abençoou Jacó ao aparecer a Labão, advertindo-o de que não falasse a Jacó
"nem bem nem mal" (Gn 31:24). Como DEUS pôde abençoar Jacó depois de
ele ter enganado Labão?
SOLUÇÃO: Primeiro, a tradução da palavra hebraica de Gênesis 31:20 não é
necessariamente "enganar". Literalmente, no hebraico a frase é:
"E Jacó roubou o coração de Labão". Esta é uma expressão idiomática
hebraica que pode ser utilizada, num determinado contexto, para significar
"enganar" ou "usar de astúcia". Jacó não disse a Labão que
ia sair, nem lhe disse que ia ficar. A razão por que ele saiu sem nada dizer a Labão
possivelmente tenha sido o fato de que ele temia Labão (cf. Gn 31:2). Jacó
tampouco tinha qualquer obrigação de permanecer com Labão, porque ele havia
cumprido tudo o que fora tratado entre eles. Apesar das acusações feitas por
Labão, eram justos o temor de Jacó e o seu ato de sair sem nada dizer a Labão.
Segundo, mesmo admitindo-se que Jacó estivesse envolvido numa farsa, DEUS não o
abençoaria por causa desse pecado, mas apesar de suas falhas. Este caso é outro
exemplo do princípio de que "nem tudo que é registrado na Bíblia é por ela
aprovado " (veja a Introdução).
DEUS havia escolhido Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos
de Israel não porque ele fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor
pôde abençoar Jacó segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador. Através da
experiência de Jacó com Labão, e mais tarde seu confronto com Esaú e sua luta
com o anjo do Senhor à noite, é que o caráter de Jacó foi trabalhado de forma a
tornar-se um vaso adequado para o uso de Deus.
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REVISTA NA ÍNTEGRA
Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS,
2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
ESBOCO DA LIÇÃO
1- Fugindo do homem em busca de DEUS
1-1- Jacó crê na importância da benção
1-2- Fugindo para o encontro com DEUS
1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão
2- Coisas melhores de DEUS
2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável
2-2- Um pecador se converte
2-3- O pai de príncipes
3- DEUS conosco
3-1- O DEUS abençoador
3-2- Foge, eu estarei com você
3-3- Marcado por DEUS
TEXTO ÁUREO
"Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia." Gênesis 28.16
VERDADE APLICADA
Para sermos bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter
consciência de que, em todo o tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas
por graça.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17
12. E sonhou: e eis uma escada era posta na terra, cujo topo
tocava nos céus; e eis que os anjos de DEUS subiam e desciam por ela.
13. E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o
Senhor, DEUS de Abraão, teu pai e o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta
deitado, te darei a ti e tua semente.
15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que
fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja
feito o que te tenho dito.
16. Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia.
17. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro
lugar senão a casa de DEUS; e esta é a porta dos céus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Gn 28.18-22 A coluna de Betel.
TERÇA Gn 29.16-20 O encontro de Jacó com Raquel e Leia.
QUARTA Gn 31.1-7 DEUS manda Jacó retornar.
QUINTA Gn 32.22-32 Jacó luta com um anjo.
SEXTA Gn 35.1-13 DEUS manda Jacó a Betel para erguer um altar.
SABADO Is 6.1-7 Os meus olhos viram o Senhor dos Exércitos
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Falar sobre os movimentos de Jacó: fuga e busca.
- Ensinar que DEUS tem coisas melhores para nós.
- Mostrar que DEUS estava com Jacó.
HINOS SUGERIDOS - 12, 15, 69
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que DEUS nos dê sede e fome pela Sua presença.
INTRODUÇÃO
Veremos na
presente lição o processo pelo qual DEUS conduziu Jacó, visando o
desenvolvimento de Seu glorioso plano de redenção. Bem-aventurado todo aquele
que aproveita as oportunidades e responde ao agir de DEUS com fé e submissão ao
Seu propósito para o Seu povo.
1- Fugindo
do homem em busca de DEUS
Nesta lição
veremos dois movimentos na vida de Jacó: sua fuga do seu irmão que quer matá-lo
e sua busca por DEUS, que quer abençoá-lo.
1-1- Jacó
crê na importância da benção
Jacó não é
apresentado pela narrativa bíblica como um herói, embora tenhamos a tendência
de fazê-lo. Ele era o menor [Gn 25.23], mentiroso [Gn 27.20], introvertido,
oportunista, trapaceiro e inseguro [Gn 27.12]. Porém, há nele um ponto positivo
que o coloca em posição de receber a graça de DEUS: Jacó desejava mais de DEUS!
Apesar de ter o perfil de segundo, nunca aceitou ficar para trás. Desde o seu
nascimento gemelar [Gn 25.24-25]. Sabendo que seu irmão receberia as bençãos da
primogenitura, não esconde sua ambição [Gn 25.31]. Jacó quer mais de DEUS.
Porém, é um tolo e aceita meios tolos de conseguir. Ainda precisa amadurecer
para ser o que DEUS quer que ele seja. Jacó precisa que DEUS opere uma
transformação em sua vida.
1-2-
Fugindo para o encontro com DEUS
Depois que
é abençoado no lugar de Esaú, Jacó enviado para Harã por ordem de Isaque, seu
pai, por meio de outra manipulação de sua mãe Rebeca. Ela sabe que Esaú está
decidido a matá-lo e por isso lhe ordena fugir para Harã [Gn 27.41-45]. Para
fazer Isaque concordar com a ideia, Rebeca diz que sentiria desgosto de vida se
Jacó se casasse com mulheres estrangeiras, como fez Esaú [Gn 27.46; 28.1-2].
Com isso, Jacó foge sob a benção do seu Pai para buscar uma esposa entre as
filhas de Labão, seu tio [Gn 28.5]. Jacó está fugindo da morte. Mas ele
encontrará a vida. Em sua pior agonia, DEUS está preparando o melhor para ele.
1-3- Um
encontro com o DEUS de Abraão
Até este
momento na vida de Jacó, Yavé já era o DEUS do seu avô Abraão e do seu pai
Isaque. Mas ainda não era o seu DEUS. Este encontro vai mudar tudo [Gn
28.10-14]. Jacó pensa aqui em sobreviver a seu irmão e encontrar uma esposa em
Harã. DEUS tem para ele coisas muito melhores. Ao se deitar ao fim do dia da
longa viagem, adormece sobre uma pedra e tem um sonho espiritual. Os céus e a
terra se tocavam por meio de uma escada repleta de anjos divinos. Jacó entende
que o céu está se comunicando com a terra e que DEUS se fez acessível aos
homens!
2- Coisas
melhores de DEUS
Não sabemos
o que o nosso futuro nos reserva. Principalmente se estivermos vivendo um
presente turbulento, resultado de um passado de tropeços. Mas DEUS tem coisas
melhores para nós.
2-1-
Promessas imutáveis de um DEUS imutável
Jacó havia
recebido as promessas de bençãos do pacto por meio de seu pai Isaque [Gn
28.3-4]. Agora, porém, ele está recebendo isso do próprio DEUS [Gn 28.10-22].
Com isso DEUS está aprovando Jacó como seu escolhido, conforme revelou a sua
mãe Rebeca no começo, de que ele seria o pai e líder de nações [Gn 25.23]. As
trapaças de sua mãe e o seu oportunismo não invalidaram o propósito nem
anularam as
promessas
de DEUS: "Em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da
terra" [Gn 28.14]. Parece
que estamos
ouvindo o eco do que foi dito a Abraão [Gn 12.3; 18.18]. As mesmas promessas
confirmam
que se
trata do mesmo DEUS. E é este DEUS que Jacó e seus descendentes terão com eles
por toda a sua história [Gn 28.15].
2-2- Um
pecador se converte
Jacó
entendeu que estava na "casa" de DEUS [Gn 28.16-17]. E Jacó, o neto
do crente Abraão e filho do crente Isaque, agora irá se converter [Gn
28.18-22]. Os sinais de conversão em Jacó servem muito bem para testar a nossa.
Ele teve discernimento espiritual da presença de DEUS [Gn 28.16-17]. Ele
ofereceu
uma oferta
de libação ao Senhor [Gn 28.18]. Ele faz um voto confiando na proteção e na
provisão de DEUS [Gn 28.20]. Ele levanta um lugar de adoração [Gn 28.22] e
promete honrar a DEUS com suas finanças [Gn 28.20]. Tudo o que vemos em Jacó
entrega. E tudo o que Jacó quer mais de DEUS! Estas ações e atitudes de Jacó
sinalizam o início de uma profunda mudança que está ocorrendo. Ou seja, vemos o
patriarca inserido no processo de DEUS visando transformações e
aperfeiçoamento. Afinal, perfeito e glorioso é o plano de DEUS.
2-3- O Pai
de príncipes
Para os
judeus, DEUS era o Senhor da vida e, por isso,
o
nascimento de uma criança era benção do Senhor e um ventre estéril, uma ação
divina em fechar a madre. A preferida de Jacó era o caso. Enquanto Leia deu a
Jacó 6 filhos (Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom), a serva de Leia,
Zilpa, deu a Jacó mais
dois, Gade
e Aser. Mas Raquel até então não havia lhe dado nenhum, pois era estéril [Gn
29.31]. Por isso propôs a Jacó um filho através da sua serva Bila. Dela
nasceram Dã e Naftali. Mas isso não é a mesma felicidade de ser mãe. A angústia
de Raquel [Gn 30.1] se transformou em oração e esta oração foi ouvida [Gn
30.22]. DEUS dá a Raquel e a Jacó aquele que seria o cabeça da tribo: José [Gn
30.24]! Mais tarde nasceu de Raquel também Benjamin [Gn 35.18].
3- DEUS
conosco
Jacó nunca
poderia imaginar como a vida dele se tornaria tão abençoada apesar de ele ser
quem era. Mas DEUS resolveu cercá-lo de bençãos e estar com ele todo o tempo.
3-1- O DEUS
abençoador
A sorte de
Jacó realmente foi mudada por DEUS depois da sua conversão. Ele encontra sua
esposa e a enxerga como resposta de DEUS [Gn 29.1-13]. Porém, seu sogro Labão o
engana, dando a ele sua filha mais velha Leia ao invés da mais nova Raquel [Gn
29.16-27]. Jacó acaba tendo que trabalhar 14 anos de graça para ficar com sua
preferida [Gn 29.28-30]. Mas DEUS também estava nisso, conforme se verá, pois,
dentre os filhos de Israel que formariam as 12 tribos, alguns eram com Leia.
Labão é um ganancioso e esperto. Jacó parece estar tendo que lidar com um
usurpador melhor do que ele foi. Mas DEUS resolveu abençoar Jacó em tudo e nem
as armações do esperto do seu sogro conseguiam prejudicar a vida de Jacó [Gn
30.25-43].
SUBSÍDIOS
3-1
Parece que
todos os filhos importantes na Bíblia nasceram de uma mãe estéril, situação que
exigiu um milagre divino. Sara, a mulher de Abraão [Gn 16]. DEUS por milagre
lhe deu Isaque, filho da promessa. Rebeca, esposa de Isaque, a qual DEUS agiu
para gerar Esaú e Jacó [Gn 25.19-27]. Raquel, a preferida de Jacó, de quem DEUS
abençoou o ventre e gerou José, o marco de Israel [Gn 26]. Temos ainda Ana [
1Sm 1], da qual nasceu o grande profeta Samuel.
E, dentre
tantos outros nascidos por meio de um milagre divino, temos Maria, da qual
nasceu JESUS CRISTO, o nosso Salvador. O DEUS que decidiu
abençoar.
3-2- Foge,
eu estarei com você
Pode
parecer estranho ouvir DEUS dizer: Fuja! E mais: "Eu estarei com
você" [Gn 31.3]. Se DEUS diz que está com a gente, presumimos que não
precisamos fugir de nada. Quando o enganador não se dá bem, sempre
acha que está sendo enganado [Gn 31.1-7]. Nem toda esperteza do mundo pode
prejudicar aquele que DEUS decidiu abençoar [Gn 31.7-13]. Para as esposas de
Jacó, DEUS havia literalmente transferido as riquezas do seu Pai trapaceiro para
Jacó, riqueza que elas
também
tinham direito [Gn 31.14-16]. DEUS realmente estava mandando Jacó fugir. Não
porque não poderia
protegê-lo,
mas porque os planos que tinha para Jacó já não estavam mais naquela terra. Mas
nem mesmo o próprio Labão pode negar a presença de DEUS na vida de Jacó [Gn
31.22-55].
3-3-
Marcado por DEUS
DEUS já
havia mudado o coração de Jacó quando se revelou a ele em Betel por meio de uma
escada que tocava do céu a terra. Agora DEUS está mudando seu nome e seu
caminhar [Gn 32.22-28]. Em Betel Jacó
discerniu
que estava na casa de DEUS [Gn 28.18-19]. Mas agora em Peniel ele declara que
viu a Sua face e continuou vivo [Gn 32.30]. Jacó segue mancando,
porém
abençoado por DEUS [Gn 32.29-32]. O servo de DEUS não será mais
conhecido como "agarrador de
calcanhar,
suplantador" (Jacó), mas, sim, como o guerreiro de DEUS (Israel) [Gn
32.28]. Um prenúncio de que o povo de DEUS não guerrearia sozinho, mas o
próprio DEUS estaria lutando pelo Seu povo.
CONCLUSÃO
Com as
lições que podemos extrair do presente estudo, aprendemos que a vida cristã
também deve ser acompanhada de constantes transformações
[Pv 4.18;
Rm 12.1-2; 2Co 3.18]. Aprendemos, também, que a benção de DEUS para a nossa
vida está na submissão à Sua vontade e na confiança de que, operando DEUS,
ninguém pode impedir [Is 43.13].
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Preferência por algum filho - conflito no lar
Líder do estudo, Laurie Kramer defende que os tratamentos
diferenciados são imprescindíveis, mas eles não podem ser mal interpretados
pelos filhos. Cabe aos pais evitar esses equívocos. “Não é necessário comprar
algo para um e para outro ao mesmo tempo. Muitas vezes, a conversa pode ser
‘Olha filho, eu trouxe esse pijama para a sua irmã porque o dela está rasgado.
Mas notei que você está precisando de meias e vou comprá-las na semana que
vem’”, ilustra.
A psicóloga reforça que é importante cumprir o trato e que observar a percepção
dos pequenos é muito importante. Na chegada de um novo integrante na família,
um momento delicado, o casal deve dividir os cuidados. Kramer sugere o pai dê
atenção aos mais velhos enquanto a mãe cuida do bebê. “A ideia não é tirar o
contato dele com o recém-nascido ou dela com os outros filhos, mas é uma bom
jeito de ninguém se sentir negligenciado”, explica.
Hilda conta que, quando Sophia nasceu, perdia a paciência com Gabriel, que
estava entrando na pré-adolescência. O marido a ajudou a perceber que ela
precisava se controlar. “Eu estava em uma fase ruim, pós-parto, e não fui muito
perceptiva, mas Rubens chamou a atenção e eu corrigi minhas ações”, lembra.
Desde então, ela se preocupa em observar o comportamento de cada integrante da
família. Para ela, errar é comum. O importante é perceber e querer melhorar.
“Se algum deles está fazendo algo estranho, eu me pergunto ‘Por que estão
agindo assim?’ Eu e meu marido sempre procuramos analisar nossas falhas em
relação a eles.”
Personalidade
Laurie Kramer sugere ainda que, com a chegada de mais um filho, não sejam
esquecidas as atividades que são preferidas dos que já nasceram, e que os pais
detectem formas de incluir o recém-nascido no dia a dia dos mais velhos. Helena
Soarez, 43 anos, adotou a tática. Desde que Ana nasceu, a servidora pública
cuidou para não deixar Gabriel se sentir preterido. “Eu coloquei nele o mérito
do nascimento dela. Falei que ela estava nascendo apenas porque era um
excelente filho. Ele ficou tão convencido disso que contava isso para todo
mundo”, ri.
No início, Helena tentou tratar os filhos exatamente igual, mas percebeu que
isso acabava prejudicando a criação deles. Com o tempo, notou que a
personalidade dos dois era diferente e que precisavam ser tratados de acordo
com a individualidade. “Ela é bastante comunicativa e extrovertida, enquanto
ele é bem mais discreto”, diferencia. A menina, hoje com 13 anos, chegou a
reclamar algumas vezes que o irmão, com 17, era tratado com favoritismo, mas
nunca conseguiu sustentar a afirmação com argumentos. “Acho que é comum que
eles se sintam assim, mas eu sempre dou atenção quando falam. Sento, converso e
procuro entender a causa desse sentimento”, diz a funcionária pública.
Segundo a psicóloga Karina Nonato, o saudável é que o tratamento seja igual,
mas personalizado: “Igual no sentido de terem a mesma educação, os mesmos
brinquedos, a mesma atenção; mas diferente de forma que possam desenvolver a
própria identidade”, explica. “Sempre respeitando, claro, a opinião e os desejos
distintos. Por exemplo, se um filho quer ter aulas de um esporte, o outro terá
o direito de escolher uma aula também, preferencialmente diferente do irmão.”
Sem diálogo
A diferença de idade é um dos fatores que mais influenciam na forma como os filhos
interpretam a relação dos pais com os irmãos, segundo a psicóloga Karina
Nonato. Ela, inclusive, faz com que as percepções mudem ao longo do tempo. “Com
a chegada de um bebê, o mais velho pode se sentir rejeitado. Contudo, quando
ele chega a uma fase mais independente, pode ocorrer o oposto: o mais novo fica
com inveja do irmão pela liberdade de sair sozinho com amigos, frequentar
locais que ele ainda não pode”, ilustra.
Laurie Kramer complementa ressaltando a importância de levar a sério os
sentimentos dos jovens, uma vez que a percepção deles é mais importante que as
ações dos pais. “Eles podem colocar na cabeça um senso de justiça errado e não
sentir abertura suficiente para dialogar sobre isso”, explica.
Segundo a psicóloga Karina Nonato, situações como uma gravidez indesejada e a
convivência com filhos de outros relacionamento podem explicar a preferência.
“Nesses casos, os pais devem procurar ajuda psicológica, principalmente se isso
estiver interferindo muito nas relações familiares”, aconselha. “No caso
explícito, o favorito pode ter a vida social prejudicada, pois poderá se tornar
arrogante e se sentir superior aos demais.”
Helena garante que isso não acontece na casa dela. “Não tenho predileto. Quando
tive meu primeiro filho, sentia um amor incondicional. É impressionante, porque
quando minha filha mais nova nasceu, o amor não foi dividido entre os dois; a
minha capacidade de amar aumentou e o que sinto por ambos é igual.”
Boa conversa
Feito pela Universidade de Illinois, o estudo envolveu 74 famílias de classe
média com um filho que tinha entre 11 e 13 anos e ao menos um irmão de dois a
quatro anos mais velho. Cada pessoa foi entrevistada individualmente sobre a
interação familiar. Entre as conclusões a que os cientistas chegaram, está a
constatação de que, ao conversar com os filhos sobre as razões do tratamento
diferenciado, os pais evitam que surja entre os irmãos um sentimento de
rejeição. Os pesquisadores também constataram que o filho que se sente menos
privilegiado tende a ter um comportamento mais agressivo e ser mais propenso ao
uso de drogas e ao abuso de álcool.
Quando criança, Daniela sofreu com as preferências da mãe
e diz não repetir os erros com os filhos Theo (esquerda) e Dan (foto: Bruno
Peres/CB/D.A Press)
Mais cuidado, mamães
A sensação causada pela ideia de que há um favorito é potencializada quando o
filho se sente preterido pela mãe, segundo o estudo da University of Illinois
at Urbana-Champaign. “Ele costuma criar uma explicação própria e que pode não
coincidir com a realidade. Isso pode levar à inveja e a atitudes inadequadas,
principalmente em relação ao irmão considerado privilegiado”, diz.
Daniela Barbosa viveu isso. Entre os três irmãos, o mais velho é, sem dúvidas,
o favorito da mãe, segundo a funcionária pública de 42 anos. “Nosso pai trata
todos igualmente, mas ela sempre defende o mais velho.” Depois de descobrir o
motivo, que prefere não dizer, Daniela não mudou de opinião, mas entende e
aceita melhor o tratamento diferenciado.
“Deu uma aliviada. Mas fui descobrir já adulta. Então, isso não impediu que
alterasse meu comportamento na adolescência.” Durante muito tempo, a mãe
limitou-se a dizer que ela precisava menos da atenção. “Sempre fui a mais
sapeca, muito rebelde. Nas brigas de irmão, eu sempre apanhava”, lembra.
A psicóloga Karina Nonato fala que um dos efeitos de o filho se sentir
rejeitado é exatamente apresentar agressividade contra o irmão ou os objetos
pessoais dele, como os brinquedos. “Outro comportamento é o isolamento, quando
o ‘rejeitado’ fica mais calado e não interage com o ‘favorito’”, diz.
Para Daniela, essas atitudes fazem parte do passado. O irmão só é chamado de
queridinho de brincadeira. A nova visão, a ajudou a desenvolver melhor a
independência e vivera a maternidade sem culpas. Mãe de Dan, 5 anos, e Theo,
10, ela conta não existe um filho preferido, mas que é comum a tendência de
“proteger mais o que tem que ser mais protegido” e que o tratamento precisa ser
diferenciado por causa das personalidades distintas. Para não cometer gafes,
recorre a livros e psicólogos.
Os sinais
Alguns comportamentos indicam quando um filho sente que é preterido. Confira os
principais:
- Perguntar frequentemente o porquê de o outro ser o preferido
- Comportar-se de forma agressiva, principalmente com o irmão que considera ser
o favorito
- Isolar-se
- Demonstrar tristeza perene
- Tentar imitar o irmão que ele acha ser o preferido
- Fazer coisas que sabe ser erradas para chamar a atenção dos pais
Fontes: Psicólogas Laurie Kramer e Karina Nonato
PALAVRA ESPECIALIZADA
Ensine as diferenças
“Desde cedo, os pais precisam ensinar os filhos que cada um é diferente do
outro. Há coisas que um tem e o outro não, há coisas que um pode fazer e o
outro não, e isso não os torna melhores ou piores. Com a chegada de um novo
bebê, os pais podem colocar o mais velho para auxiliar nos cuidados, fazendo
ele ser participativo e não excluído. O ideal é que brinquedos e roupas sejam
diferentes, tendo cada o filho o seu, mas todos aprendendo a repartir. Quando
um pode ir a um local ou fazer algo que o outro não, é preciso mostrar que
outras coisas o outro pode fazer. Isso é construir a identidade de cada um. Os
filhos precisam aprender a ser diferentes, pois isso os ajudará a conviver em
sociedade.” - Psicóloga Karina Nonato, mestra em neuropisicolinguística
cognitiva comportamental
https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/12/15/noticias-saude,191014/tratar-os-filhos-de-forma-diferente-entre-eles-pode-fazer-mal-a-toda-a.shtml
“O que fazer quando irmãos brigam demais?
As brigas entre irmãos podem ser comuns em várias fases da vida. A
melhor maneira de lidar com elas é apostar sempre no diálogo e na inteligência
emocional. Afinal, é preciso lembrar que esses episódios podem ser incômodos e
afetar a relação entre eles a longo prazo.
Discussões, disputas e reclamações podem acontecer por vários
motivos. Por exemplo, diferença de personalidade, idades diferentes, ciúmes,
falta de habilidade socioemocional, diferença de tratamento por parte dos pais,
problemas na família etc.
Os conflitos entre irmãos podem ser realmente estressantes, gerar
um sentimento de culpa e abalar a estrutura familiar. Isso tende
a diminuir com o passar dos anos. Até lá, é fundamental saber como lidar
com as brigas dentro de casa. Por isso, envie este post para a pessoa que te
ajuda na criação dos pequenos e acompanhe as nossas dicas!
1. Entenda os motivos
A relação entre irmãos é uma excelente forma de ensinar os pequenos
a lidar com consensos, disputas e negociações. Contudo, no momento de uma briga
é fundamental entender os motivos para a discussão naquele momento.
Independente de quais sejam, com certeza alguma das crianças tem um incômodo
legítimo — ao menos para ela.
Nesse caso, além de fortalecer a relação em família, você
exercitará um ponto importante na criação dos pequenos: o diálogo. Discutiremos
melhor sobre isso daqui a pouco, então, continue a leitura.
Enquanto isso, lembre-se de dar espaço para cada um deles explicar
o que aconteceu e o porquê a briga começou. Nesse meio tempo, uma boa
opção é recorrer a algumas técnicas de meditação para crianças a fim
de acalmar os ânimos.
2. Dê autonomia
Imagine a seguinte situação comigo: seus filhos estão brigando por
um objeto específico. Provavelmente o seu primeiro instinto é tirá-lo da mão
das crianças e mandar cada um para cada quarto. Isso vai resolver o problema, é
claro. Porém, será uma solução apenas momentânea.
Essa é uma ótima hora para exercitar a autonomia infantil.
Deixe que as crianças resolvam as próprias brigas, seu papel será apenas para
dar soluções para o problema. Essa atitude vai estimular o amadurecimento e a
inteligência emocional nas crianças. Contudo, você precisa atuar como o
mediador do conflito, não o juiz. Entenda mais no tópico a seguir!
3. Não seja juiz
É claro que o papel dos pais, tutores e responsáveis é resolver
todas as brigas entre irmãos. Contudo, criar uma figura que chega e decide quem
está certo e quem é o “vilão” pode piorar a situação a médio e longo prazo.
Afinal, você assumirá uma figura autoritária e que não dá espaço para
discussão.
Além disso, com o tempo, as crianças podem começar a ter um
comportamento de recorrer a você toda hora que desejarem acabar com as
discussões. Isso vai gerar brigas cada vez mais corriqueiras e por motivos mais
levianos.
4. Maneire na bronca
Em alguns momentos, você terá que intervir de uma maneira mais
ativa. Precisará dar bronca e explicar o porquê alguma atitude não é correta.
Contudo, é extremamente fundamental que você controle o nervosismo e o tom
de voz.
Por maior que seja o estresse causado pela situação, evite
comportamentos como: explodir, gritar, dar castigos severos, ofensas etc. Isso
cria uma relação de medo com as crianças e é um mau exemplo para os pequenos
sobre como lidar em situações de conflito!
5. Ouça os dois lados
Falar para não explodir na hora de intervir em uma briga entre
irmãos é muito fácil, não é mesmo? Porém, saber como intervir de maneira
assertiva e humana é extremamente fundamental. Nossa dica para esses casos é
ouvir os dois lados da história com a mesma atenção.
Para isso, lembre-se de levar em consideração a idade das crianças.
Afinal, cada faixa etária se expressa de uma forma. Além disso, por mais que
você já saiba — ou tenha indícios de — quem está errado, ouça todos os
envolvidos e tente ser o mais justo possível na resolução dos
conflitos.
6. Recorra ao diálogo
Se todos os tópicos da nossa lista pudessem ser resumidos a um só
seria neste. Ou seja, converse, ouça e fale! Essa atitude será fundamental
tanto na infância quanto na vida adulta. Então, estimule o diálogo entre seus
filhos. Peça para que eles externalizem o porquê se incomodaram com aquela
situação e que entendam a dor do outro.
Nem sempre apenas uma conversa vai resolver. Nessas situações, o
ideal é acalmar os ânimos e esperar para retomar o assunto. Além disso, para
facilitar na hora das crianças expressarem o que estão sentindo, recorra
a atividades sobre sentimentos e emoções para as crianças.
7. Não compare
Se você tem irmão ou irmã, já deve ter ouvido algo como “nossa, mas
você é tão parecido/diferente do fulano!”, não é mesmo? Esse tipo de
comparação, em parte dos casos, é feita com a melhor das intenções. Porém, pode
causar consequências sérias na relação entre família.
Isso acontece porque um dos efeitos das comparações entre irmãos é
o sentimento de inferioridade e ciúmes. O que pode aumentar ainda mais as
disputas por ciúmes e afeto dos pais. Então, lembre: nada de falar “por
que você não é igual ao seu irmão?” ou “olha como o seu irmão é comportado”.
É fundamental ter sempre em mente que os filhos têm personalidades,
maturidade e necessidades distintas entre si. Seu papel como pai, mãe ou
responsável é respeitar todas as diferenças e amar cada um à sua forma.
8. Aposte na resolução de problemas
Os pais devem estimular a resolução de problemas entre os filhos.
Isso mostra confiança e desenvolve a autonomia, que falamos lá no comecinho da
lista, lembra? Além disso, pode até ajudar na criatividade das crianças.
Afinal, elas podem ter soluções que nem nós imaginávamos!
Se a situação permitir, deixe que as crianças conversem entre si e
resolvam os problemas sozinhas. Nesse caso, você deve supervisionar para
controlar os ânimos. Com o tempo, os pequenos nem vão precisar de um mediador em
um conflito. Já imaginou que sonho?
9. Promova o afeto entre os filhos
Para os momentos de paz, estimule atividades que mostrem as
qualidades de cada um. Isso é perfeito para os papais e mamães que acabaram de
ter o segundo filho ou estão nesse processo. Isso estimula o laço
afetivo e faz com que eles respeitem as diferenças entre si.
O ambiente vai influenciar muito em como as crianças lidam com os
problemas. Dessa forma, além de proporcionar uma casa afetuosa e cheia de amor,
dê conforto físico, também.
Por que irmãos brigam?
As brigas entre irmãos acontecem por inúmeros motivos:
diferenças de personalidade, sono, ciúmes, ambiente familiar, problemas
externos, diferenças no tratamento por parte dos pais, etc. Todos esses motivos
têm a ver com a maneira que a família lida com o protagonismo das
crianças em suas vidas.
Em todos os casos, é extremamente fundamental estimular o diálogo
entre os pequenos. Com o tempo, a relação entre eles ficará muito mais saudável
e as brigas serão resolvidas com uma simples conversa. Além disso, enquanto
responsáveis, seu papel deve ser sempre intervir quando as coisas começarem a
sair do controle e mediar as discussões, sem levantar culpados.
https://blog.casatema.com.br/irmaos-que-brigam-como-resolver-a-situacao/
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LIÇÃO 5 NA
ÍNTEGRA
Editora Central Gospel – 4º Trimestre de 2023 – Tema - Restaurando a visão familiar
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Lucas 15.11-13, 18-27
11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 - E o mais moço
deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu
por eles a fazenda.
13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma
terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 18 -
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu
e perante ti; 19 - Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um
dos teus jornaleiros.
20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o
seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e
o beijou. 21 - E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já
não sou digno de ser chamado teu filho. 22 - Mas o pai disse aos seus servos:
Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e
alparcas nos pés; 23 - E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e
alegremo-nos; 24 - Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se
perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 - E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de
casa, ouviu a música e as danças. 26 - E, chamando um dos servos, perguntou-lhe
que era aquilo. 27 - E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro
cevado, porque o recebeu são e salvo.
TEXTO ÁUREO
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi
achado. E começaram a alegrar-se. Lucas 15.24
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Gênesis 4.1-16 Dois irmãos, dois caminhos
3ª feira – Gênesis 25.8 Isaque e Ismael sepultaram Abraão
4ª feira – Gênesis 25.24-26 Esaú e Jacó: um conflito de gerações
5ª feira – Gênesis 37.3 José, o filho predileto
6ª feira – Lucas 15.38 Quando o filho do mesmo pai não é irmão
Sábado – Provérbios 18.19 Evitando conflitos entre irmãos
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- entender que os filhos são diferentes; cada um relaciona-se com o
meio externo à sua própria maneira;
- compreender a necessidade de superar os conflitos existentes entre
irmãos;
- evitar demonstrações de predileção por determinado filho, tratando
os filhos com base no princípio da isonomia.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, para a lição de hoje, selecione imagens que mostrem
pais e/ou mães privilegiando determinados filhos em detrimento de outros — é
importante desenvolver a leitura imagética com seus alunos; uma imagem, às
vezes, vale mais do que mil palavras. No decurso da aula, enfatize a
importância da educação cooperativa na convivência entre irmãos, pois isto
refletirá na fase adulta. Cláudio Duarte
1.
A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS
1.1
O perfil do irmão mais moço
1.2.
O perfil do irmão mais velho
2.
UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS
2.1.
Cada um com a sua história
2.1.1.
Ismael e seus dilemas
2.1.2.
Isaque e as atenções dos pais
2.2.
Traumas e mágoas
3.
CONSELHOS AOS PAIS
3.1.
Invista em uma educação pautada no companheirismo
3.2. Aceite seus filhos como eles são
Palavra
introdutória
Pesquisas apontam para o aspecto natural
do chamado filho predileto. Porém, há de se destacar que, quando os pais
demonstram predileção por um de seus rebentos, os irmãos, quase invariavelmente,
experimentam invejas e ciúmes, em menor ou maior grau, pois tais emoções, por
via de regra, são fortalecidas nesse ambiente. Problemas entre irmãos não são
exatamente uma novidade. Narrativas mitológicas de várias sociedades
antigas trazem inúmeros casos de conflitos dessa natureza; dentre eles,
destacamos: Remo e Rômulo (mito romano); Osíris e Set (mito egípcio); Thor e
Loki (mito Nórdico) etc. A Bíblia, por sua vez, narra muitos casos de
rivalidade fraterna, tais como: Caim e Abel; Ismael e Isaque; Esaú e Jacó; José
e seus irmãos; Tamar e Amnom (filhos de Davi) etc. Seus dramas e dilemas,
vivenciados no ambiente familiar, marcaram suas histórias. Nesta lição
avaliaremos, panoramicamente, alguns casos identificados no texto bíblico.
1. A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS
Na parábola do filho pródigo, encontramos
alguns elementos importantes sobre o tema relacionamento entre
irmãos. Lucas 15.11-32. Antes de avançarmos, no entanto, é
importante destacar que esta narrativa alegórica não se propõe a transmitir
ensinamentos relacionados à criação de filhos; antes, aponta para a salvação
enquanto fruto da imensurável graça divina; por essa razão, em momento algum
Jesus menciona o modo como esse pai tratava seus filhos antes da partida do
mais novo. A Parábola do Filho Pródigo é assim introduzida: Um certo homem
tinha dois filhos (Lc 15.11). Essa proposição foi motivada pelo embate travado
entre o Mestre, os fariseus e os escribas — estes murmuravam o fato de Jesus
assentar-se à mesa com publicanos e pecadores. O Salvador levou a discussão
para o campo teológico, estabelecendo a diferença entre Lei e Graça: o irmão
mais velho Simbolizando a mentalidade meritocrática da Antiga Aliança; e o
irmão mais novo caracterizando a salvação pela graça na Nova Aliança.
Independentemente do tipo de interação estabelecida entre esses dois irmãos, o
mais novo deles representa as pessoas que se voltam para Deus mediante o
arrependimento; enquanto o mais velho retrata os legalistas que Mantêm um
relacionamento com o Pai baseado no ciclo “devoção — recompensa” (Lc 15.29). A despeito de o eixo principal da parábola ser
a dispensação da graça, é possível analisar algumas questões presentes no
texto, relativas à convivência entre irmãos: por que, afinal, vivendo debaixo
de um mesmo teto, cada filho teve comportamentos tão diferentes?
1.1 O perfil do irmão mais moço
Nesta parábola de maneira inesperada, um
rapaz pede ao seu pai a parte na herança que lhe cabe. Lucas 15.12;
Deuteronômio 21.17. Diz o texto bíblico que, sem qualquer contra argumento,
o filho tem seu pedido atendido. Tal cenário revela-nos um moço inquieto,
inconformado com as restrições domésticas, ansioso e, sobretudo, inconsequente. De
fato, ele não considerava o ambiente familiar agradável; a busca por uma terra
longínqua indica o seu desejo de manter certa distância do pai. No entanto, por fim, o
jovem de temperamento intempestivo, a quem Jesus nomeou de mais moço, depois de
agir prodigamente e perder tudo quanto recebera, quebrantou-se e reconheceu os
seus equívocos. Lucas 15.17. Ele estava disposto a, dali por diante, recomeçar
de onde havia parado. Quando uma pessoa é tomada pelo engano da auto
justificação e pelo ódio torna-se incapaz, mesmo fisicamente presente, de
pertencer à casa paterna, de reconhecer seus verdadeiros irmãos, de alegrar-se
quando a vida vence a morte e, principalmente, de reconhecer os atos graciosos
do pai em seu favor.
1.2. O perfil do irmão mais velho
O coração do filho mais velho estava
cheio de ódio, rancor, mágoas e frustrações. Lucas 15.29,
em outras palavras, o irmão mais velho disse: Pai, não fui embora, não
desobedeço às suas ordens, trabalho arduamente, e o senhor olha somente para
esse seu filho ingrato? Dá tudo para ele, mas para mim nem um simples cabrito? Ele não reconhecia seus
equívocos e buscava reconhecimento próprio. Diz o texto bíblico que, mesmo após
a insistência do pai, ele não quis entrar em casa, reportando-se ao irmão,
desdenhosamente, como esse teu filho. Esta pequena alocução permite-nos inferir
que o jovem, sem fazer caso, rompeu com os vínculos paternos - e, quando alguém
abandona as conexões do amor, passa a viver de aparências, assim como os
fariseus e escribas da época de Jesus. Lucas 15.1.
SUBSÍDIO
1.2
Quando uma pessoa é tomada pelo engano
da autojustificação e pelo ódio torna-se incapaz, mesmo fisicamente presente,
de pertencer à casa paterna, de reconhecer seus verdadeiros irmãos, de
alegrar-se quando a vida vence a morte e, principalmente, de reconhecer os atos
graciosos do Pai em seu favor.
2. UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS
A escolha dos pais por determinado filho
— seja manifesta em palavras ou atitudes — pode produzir cisões históricas,
como no caso dos irmãos Ismael e Isaque e Jacó e Esaú. Nesta conhecida trama
bíblica, ofensas não perdoadas na infância permaneceram ativas na juventude,
foram potencializadas na fase adulta, vindo a provocar danos irreparáveis às
famílias envolvidas. Mais do que fornecer orientações práticas aos pais quanto
à criação de filhos, pretendemos fazê-los compreender a importância de promover
a comunhão entre os irmãos. Há muitas pessoas que, mesmo na igreja, alimentam
ódios passados; deste modo, é preciso aprender a liberar o perdão histórico a
quem, de algum modo, nos ofendeu, assim como Jesus o fez em relação aos
samaritanos (Jo 4.1-30).
2.1. Cada um com a sua história
A história de
Ismael e Isaque é emblemática, pois revela como o ódio pode nascer e crescer no
contexto familiar. Vejamos a seguir.
2.1.1. Ismael e seus dilemas
O contexto do nascimento de Ismael foi
marcado por aflições e conflitos. Gênesis 21.14-21, enquanto que o de
Isaque foi caracterizado por banquetes, festas e risos. Gênesis 21.1-13. Eis
os dramas de Ismael: o filho de uma serva contempla sua mãe sendo maltratada
por sua senhora, Sara. Tendo sido expulso da casa de seu pai, o rapaz viu sua
mãe quase morrer no deserto. Mesmo sendo o primogênito biológico de Abraão, o
jovem foi deserdado. Ismael carregou esses dilemas dentro do seu coração por
toda vida.
2.1.2. Isaque e as atenções dos pais
O nascimento de Isaque foi aguardado com
grande expectativa, pois ele representava a concretização de uma poderosa
promessa Gênesis 12.1-13. Não é de se estranhar, deste modo,
que todas as atenções de Abraão e Sara estivessem voltadas para o menino. Na
idade adulta, Isaque casou-se com Rebeca Gênesis 24.58-67. Ele herdou
todos os bens de Abraão, quando este morreu. Gêneses 25.5. Do
relacionamento com Rebeca, nasceram-lhe Esaú e Jacó Gênesis 25.24-26. Em
função das tramoias de Jacó, Esaú tornou-se seu inimigo. Gênesis 27.
2.2. Traumas e mágoas
Gênesis 25.8,9 é a única bíblica que
menciona um reencontro entre Isaque e Ismael, desde que ele fora expulso da
casa de seu pai. Este é exatamente o dia do sepultamento de Abraão, ou seja,
décadas após Agar, a serva, partir da casa do patriarca para o meio de um
deserto com um adolescente. Fico imaginando o filme que se
passou na cabeça de Ismael e de Isaque neste dia: uma sepultura e duas
histórias. As
mágoas de Ismael, de certa forma, foram somadas às mágoas de Esaú - após o
desentendimento com seus pais, este filho de Isaque, para aborrecer seus pais,
casou-se com descendentes de Ismael. Gênesis 28.6-9. Houve, na realidade,
um somatório de rancores históricos.
3. CONSELHOS AOS PAIS
Muitos profissionais da educação infantil
têm-se dedicado aos estudos da rivalidade fraterna (conflitos entre irmãos).
Pesquisas comprovam que o relacionamento entre irmãos adultos são, na verdade,
reflexo do ambiente familiar cultivado na infância; outros sinalizam, ainda,
que as crianças estão mais propensas a tornarem-se vítimas de abuso por parte
de um irmão do que por qualquer outro membro da família. Independentemente dos
resultados das pesquisas, sabe-se que, para estabelecer relacionamentos
profundos e duradouros, é necessário haver, no mínimo, afinidade entre os
envolvidos. Sendo assim, pergunto: o que os pais podem fazer tanto para evitar
conflitos quanto para promover a comunhão entre seus filhos?
SUBSÍDIO 3
Os pais sempre esperam que seus filhos desenvolvam relacionamentos
saudáveis
entre si; não obstante, tal comportamento não nasce pronto. Embora
muitos afirmem que seus rebentos se dão muito bem, a realidade costuma ser bem
diferente: em boa parte do tempo, irmãos e irmãs estão envolvidos em conflitos.
3.1. Invista em uma educação pautada no
companheirismo
De
acordo com Judith Dunn, especialista em desenvolvimento sócio emocional e
sociocognitivo da criança e ex-professora de Psicologia no King's College
(Londres), os irmãos competem pela atenção dos pais desde a primeira infância
e, mesmo na fase adulta, esta competição tende a continuar. Por essa razão,
segundo a psicóloga, é importante desenvolver uma educação pautada no
companheirismo e na cumplicidade, pois, com o passar dos anos, tal comportamento
tende a consolidar-se.
3.2. Aceite seus filhos como eles são
Não se deve, na condição materna e/ou paterna, utilizar frases
depreciativas ou fazer comparações entre filhos: “Fulano é o orgulho da
família, mas Beltrano é a ovelha negra.”. Abaixo destacamos alguns
comportamentos adotados em muitas famílias:
- há casos em que os pais esperavam por um filho homem, mas, ao
nascer uma menina, rejeitam-na (mesmo que veladamente);
- algumas vezes um filho passa a desfrutar de posição privilegiada
dentro de casa, pelo fato de ter optado pela mesma profissão do pai, enquanto o
outro que resolveu seguir uma carreira diferente é tratado com desdém. Não importam quais
sejam os temperamentos dos seus filhos ou o modo como eles agem diante das
grandes questões da vida; todos são, indistintamente, heranças do Senhor.
Salmos 127.3,4. Deste modo, é de extrema importância que os pais fiquem atentos
ao modo como tratam sua maior riqueza (Ef 6.4; Cl 3.21). Aprenda a lidar com
suas características e crie condições favoráveis para que todos sejam como
flechas na mão do valente, isto é, para que todos sejam lançados para uma vida
vitoriosa na presença de Deus.
CONCLUSÃO
Como tratar pessoas diferentes da mesma maneira? Como usar de isonomia em
um contexto plural? Para estabelecer regras iguais para todos e, ao mesmo
tempo, não anular as especificidades de cada indivíduo precisamos de sabedoria
e discernimento. Tal capacidade é fruto da maturidade e da ação do Espírito
Santo em nós. Portanto, ore em prol de cada filhos. 1 Tessalonicenses 5.17. A
melhor receita continua sendo o amor, o companheirismo e a igualdade no
tratamento com os filhos. O ambiente de competição deve ser substituído pelo
ambiente da cooperação mútua.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite algumas diferenças entre o nascimento de Ismael e Isaque:
R.:
O contexto do nascimento de Ismael foi marcado por aflições e conflitos (Gn
21.14-21), enquanto o de Isaque foi caracterizado por banquetes, festas e risos
(Gn 21.1-13).