Escrita Lição 5, Central Gospel, Existe Filho Predileto? 4Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV


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scrita Lição 5, Central Gospel, Existe Filho Predileto? 4Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV

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 Editora Central Gospel – 4º Trimestre de 2023 – Tema - Restaurando a visão familiar

  



TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Lucas 15.11-13, 18-27

11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 - E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 18 - Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; 19 - Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 - E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 - Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; 23 - E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; 24 - Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 - E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26 - E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27 - E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.


TEXTO ÁUREO
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. Lucas 15.24


SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira – Gênesis 4.1-16 Dois irmãos, dois caminhos

3ª feira – Gênesis 25.8 Isaque e Ismael sepultaram Abraão

4ª feira – Gênesis 25.24-26 Esaú e Jacó: um conflito de gerações

5ª feira – Gênesis 37.3 José, o filho predileto

6ª feira – Lucas 15.38 Quando o filho do mesmo pai não é irmão

Sábado – Provérbios 18.19 Evitando conflitos entre irmãos


OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:

- entender que os filhos são diferentes; cada um relaciona-se com o meio externo à sua própria maneira;

- compreender a necessidade de superar os conflitos existentes

entre irmãos;

- evitar demonstrações de predileção por determinado filho,

tratando os filhos com base no princípio da isonomia.

 

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Caro professor, para a lição de hoje, selecione imagens que mostrem pais e/ou mães privilegiando determinados filhos em detrimento de outros — é importante desenvolver a leitura imagética com seus alunos; uma imagem, às vezes, vale mais do que mil palavras. No decurso da aula, enfatize a importância da educação cooperativa na convivência entre irmãos, pois isto refletirá na fase adulta. Cláudio Duarte

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS

1.1 O perfil do irmão mais moço

1.2. O perfil do irmão mais velho

2. UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS

2.1. Cada um com a sua história

2.1.1. Ismael e seus dilemas

2.1.2. Isaque e as atenções dos pais

2.2. Traumas e mágoas

3. CONSELHOS AOS PAIS

3.1. Invista em uma educação pautada no companheirismo

3.2. Aceite seus filhos como eles são

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS

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 Lição 8, Betel, Isaque - o filho da Promessa

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 Vídeo https://youtu.be/iADZWszAw5M

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/05/escrita-licao-8-isaque-o-filho-da.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/05/slides-licao-8-betel-isaque-o-filho-da.html

https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-8-betel-isaque-o-filho-da-promessa-2tr23-pr-henriquepptx

   

TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 26

22. E partiu Bali e cavou outro poco; e não  porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome

Reobote, e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra.

23. Depois subiu dali a Berseba.

24. E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: Eu sou o DEUS de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.

25. Então edificou ali um altar, a invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.

  

TIPOLOGIA DE ISAQUE

1. Isaque foi filho da promessa (Gl 4.23 e 28), e filho único. JESUS foi o unigênito (Jo 1.14) e foi prometido como "semente da mulher" (Gn 3.15) e como Emanuel, DEUS conosco (Is 7.14).

2.  O nascimento de Isaque foi sobrenatural. Os pais não estavam mais em condições de ter filhos (Rm 4.19). O nascimento de JESUS foi sobrenatural.

3. Isaque foi oferecido em sacrifício e obediente em tudo (Gn 22). JESUS foi julgado por três dias e carregou a cruz aos ombros (Como Isaque caminhou três dias coma condenação a sacrifício e levou a lenha nos ombros)

JESUS foi obediente em tudo até a morte e morte de cruz (Fl 2.8).

4. No casamento de Isaque, Abraão resolveu providenciar, e o servo Eliezer foi buscar e trouxe a noiva (Gn 24.1-67).

No casamento de JESUS CRISTO com a Igreja (Ap 19.7-9; Ef 5.22-32), o Pai resolveu com o seu amor ao mundo, e o ESPÍRITO  SANTO  veio habitar conosco para convencer, ensinar e santificar a Igreja que é a noiva, para a realização das bodas (Ap 21.1-3). O ESPÍRITO SANTO conduz a noiva ao noivo (como Eliézer conduziu Rebeca a Isaque)

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 Subsídios EXTRAS

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  Lição 4, Isaque, um Caráter Pacífico

2º Trimestre de 2017 - Título: o Caráter do Cristão - Moldado Pela Palavra de DEUS e Provado Como Ouro

Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Pr. Pres. ADPAR - Assembleia de DEUS em Parnamirim/RN)

Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454

  

Resumo da Lição 4, Isaque, um Caráter Pacífico

I - ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA
1. Promessa de DEUS a Abrão.

2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre.

II - UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS

1. A prosperidade espiritual.

2. A bênção divina é passada de pai para filho.

3. A prosperidade material.

  

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 26.12-25

12 - E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava. 13 - E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande; 14 - e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam. 15 - E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra. 16 - Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17 - Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá. 18 - E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.

19 - Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas. 20 - E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele. 21 - Então, cavaram outro poço e porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna. 22 - E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra. 23 - Depois, subiu dali a Berseba, 24 - e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o DEUS de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo. 25 - Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.

 Comentários BEP - CPAD

26.12 O SENHOR O ABENÇOAVA. No AT, às vezes, as pessoas recebiam bens como recompensa pela fidelidade. No NT, ao contrário, a posse de bens materiais geralmente é considerada um empecilho em potencial à vida espiritual e à dedicação a DEUS (ver 3 Jo v.2).

  

OBJETIVO GERAL - Mostrar que o temperamento de Isaque era pacífico.
 

 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Explicar porque Isaque era o filho da promessa;

Mostrar que Isaque era um homem abençoado por DEUS;

Refletir a respeito de algumas lições do caráter de Isaque.

  

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito de Isaque, o filho da promessa. DEUS havia prometido a Abraão um herdeiro, porém sua idade e a da sua esposa já eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa altura da vida não parecia nada fácil. Mas DEUS é fiel e vela por sua palavra. Se Ele fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá. Abraão e Sara devem ter criado o filho da promessa com muito amor e carinho, contribuindo para desenvolver em Isaque um caráter manso, pacificador e humilde. Isaque recebeu uma boa educação e decidiu fazer boas escolhas. DEUS o abençoou em todas as áreas, mas, não significa que sua vida foi fácil. Ele teve de enfrentar a esterilidade de sua esposa, vizinhos invejosos e maus. Todavia, diante das adversidades, demonstrou ter um caráter pacífico e confiante em DEUS.
 

 PONTO CENTRAL - Isaque nos deixou um exemplo de humildade e submissão a DEUS e a seus pais.

   

SÍNTESE DO TÓPICO I - Isaque era o filho da promessa.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Isaque era um homem abençoado por DEUS.

SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos extrair várias lições do perfil de Isaque.

 

 PARA REFLETIR - A respeito de Isaque, um caráter pacífico, responda:

Qual o significado do nome Isaque?
"Aquele que ri", "ele ri" ou "riso".
Que promessa DEUS fez a Abraão, quando ele tinha 75 anos de idade?
Que ele seria "uma grande nação" (Gn 12.2).
Quais os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque?
Um homem trabalhador, humilde e obediente a DEUS.
Por que a bênção dada a Abraão foi transferida para Isaque?
Por causa de sua fidelidade a DEUS.
Cite algumas características do caráter de Isaque.
Obediente aos pais, temente a DEUS e pacificador.
 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 70, p38.

 

Resumo Rápido do Pr. Henrique - Lição 4, Isaque, um Caráter Pacífico

Data provável - 1818 a.C.

O caráter é a vida de uma pessoa demonstrada interiormente para DEUS e exteriormente para as pessoas, podendo diferir nas duas apresentações.

O homem pode ter um relacionamento com DEUS bem diferente do que tem com os homens.

Isaque tinha uma fé que agradava a DEUS, mas um comportamento com a sociedade em que vivia que não condizia com sua vida com DEUS. Mentiu e enganou a Abimeleque e ao povo de Gerar (os filisteus), dizendo ser Rebeca sua irmã, embora fosse sua esposa.

Isaque seguia nas pisadas de seu pai porque seu caráter havia sido moldado por ele. Teve altos e baixos, mas mais altos do que baixos.

O nome Isaque que significa 'ele ri", ou "aquele que ri", foi dado por DEUS, quando três anjos visitaram Abraão e Sarai. Um deles era uma teofania, ou seja, o próprio JESUS (pré-encarnado), assim o acreditamos, pois este aceitou adoração e intercessão por Ló, enquanto os outros dois foram para Sodoma, executar o plano de DEUS.

Gênesis: 25. 20. e Isaque tinha quarenta anos quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, arameu.

Gênesis: 25. 26 E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou.

ISAQUE CASOU COM 40 E TEVE SEUS DOIS FILHOS COM 60 ANOS.

Abrão ainda teve 15 anos para brincar com seus netinhos e com seus 6 filhos que lhe nasceram de Quetura, fora os filhos de Ismael.

Abraão tinha 100 anos quando Isaque nasceu. Isaque tinha sessenta anos quando nasceram seus filhos. Abraão tinha então 160 anos. Abraão morreu com 175 anos.

Gênesis 25.7 Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que viveu cento e setenta e cinco anos.

 

Isaque tinha seu caráter moldado pelo pai. O pai foi a Gerar e depois ao Egito (Gerar era caminho para se chegar ao Egito, chamava caminho dos filisteus). Isaque saiu de Berseba com destino ao Egito. DEUS o impediu. Ele fica onde seu pai também havia ficado quando voltou do Egito. Isaque, com o caráter influenciado pelo pai, repete a mentira do pai e passa pelas mesmas situações. DEUS providenciou um plano para Abrão voltar a Canaã e Abimeleque deu uma mãozinha nisso (expulsou-o por inveja e medo de que ficasse poderoso demais) . Abrão foi descendo de volta a Canaã e abrindo poços e dando nome a esses poços de acordo com a situação que vivia. Os filisteus foram contendendo e entupindo esses poços.
Volta pelo caminho desentupindo os mesmos poços, confirmando seus nomes que seu pai havia lhes dado porque passava pelas mesmas situações que seu pai passou. Quando está de volta a Berseba faz o mesmo que seu pai. Faz um altar e agradece a DEUS por estar de volta depois de quase morrer. Faz aliança com Abimeleque (sem autorização de DEUS, mas para ficar em paz com seu vizinho). Depois recebeu a visita de DEUS que renova a aliança com ele e lhe promete filhos.
Não é que ele tivesse um bom caráter ou mal caráter. Todos nós tomamos atitudes de um bom caráter e de um mal caráter.
Quando obedeceu a DEUS e não foi ao Egito agiu com um bom caráter, quando fez um altar a DEUS agiu com um bom caráter, quando acreditou nas promessas de DEUS e esperou por 20 anos seus filhos e não fez como seu pai arrumando uma escrava egípcia para lhe ser um filho, demonstrou ter bom caráter.

Depois, no tempo de seus filhos, vemos que Isaque herda uma parte do caráter de sua mãe e de seu pai ao dar preferência a um de seus filhos. isso causou desavenças e divisão no lar.

Os intérpretes julgam como fraqueza de caráter o fato de Isaque ter mentido acerca de sua esposa e de sua preferência por Esaú (o que se deveria ao fato de que Esaú caçava e satisfazia ao apetite de Isaque; Gên. 25:28). Ou, pelo menos, esses incidentes mostrariam lapsos sérios na vida de Isaque. Mas, dificilmente poderíamos julgar o caráter geral de um homem por causa de dois incidentes difíceis de julgar, ou mesmo por causa de alguma atitude errada e persistente, de algum tipo. É verdade que a bênção que Isaque tencionava proporcionar a Esaú, finalmente foi dada a Jacó, por desígnio divino; e isso não por causa do próprio Jacó e, sim, por causa do plano divino relativo ao povo de Israel, porquanto esse povo seria divino instrumento mediante o qual o Messias chegaria ao mundo e cumprir a sua missão terrena.

 

Quem era Abimeleque no tempo de Isaque? - Rei de Gerar que é a terra dos filisteus.
Pelo que podemos deduzir é que Abimeleque seja um título honorífico como czar na Rússia, Dodge na Espanha, Candace na Etiópia. Assim esse Abimeleque seria outra pessoa com o mesmo título que o Abimeleque do tempo de Abraão.

 

I - ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA

Abrão tinha 75 anos quando recebeu a promessa e a promessa só se cumpriu quando Abrão (agora Abraão) tinha 100 anos. Como Sara ficou grávida com 89 e Abrão tinha 99, então a promessa se cumpriu depois de 24 anos de espera, mas se quisermos considerar cumprida só depois do nascimento de Isaque, então são 25 anos de espera. Não tem na bíblia quantos anos tinha Isaque ao ser oferecido no Monte Moriá, mas como DEUS é DEUS de Aliança e a Aliança no Antigo Testamento (BHÊRITE ) diz que o que eu dou para DEUS, DEUS dá para mim, então creio que Isaque tinha 33,5 anos, pois JESUS tinha esta idade quando foi oferecido no calvário. Isaque é um tipo de CRISTO.

Vimos então que Abrão esperou 24 anos pela promessa, a bíblia nos diz que Isaque se casou com 40 anos e seus filhos nasceram quando ele tinha 60 anos - Passou vinte anos orando por eles. Jacó trabalhou 14 anos por Raquel. Então podemos ver que esta família era uma família perseverante em oração, tinha muita paciência. Vimos também 3 mulheres estéreis na família. As três matriarcas Sara, Rebeca e Raquel.  Duas delas buscam resolver carnalmente a situação, Sara com a serva Hagar e Raquel com as Mandrágoras do filho de Leia, já Rebeca consegue a bênção pela oração de Isaque. Abraão espera 24 anos pela promessa, Isaque 20 anos e Jacó 14 anos trabalha por Raquel. Família paciente mesmo.

1. Promessa de DEUS a Abrão.

Gn 26.3-5 “...peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai. E multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e darei à tua semente todas estas terras. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.”

A NATUREZA DO CONCERTO. A Bíblia descreve o relacionamento entre DEUS e seu povo em termos de “pacto” ou “concerto”. Esta palavra aparece pela primeira vez em 6.18 e prossegue até o NT, onde DEUS fez um novo concerto com a raça humana mediante JESUS CRISTO. Quando compreendemos o concerto entre DEUS e os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), aprendemos a respeito de como DEUS quer que vivamos em nosso relacionamento pactual com Ele.

O nome especial de DEUS, em relação ao concerto, conforme a revelação bíblica, é Jeová (ou Yavé) (traduzido “SENHOR”; ver 2.4). Inerente neste nome pactual está a benignidade de DEUS, sua solicitude redentora pela raça humana, sua contínua presença entre o seu povo, seu propósito de estar em comunhão com os seus e de ser o seu Senhor.

A divina e fundamental promessa do concerto é a seguinte: “...para te ser a ti por DEUS e à tua semente depois de ti” (ver 17.7). Desta promessa dependem todas as demais integrantes do concerto. Significa que DEUS se compromete firmemente com o seu povo fiel a ser o seu DEUS, e que por amor, Ele lhe concede graça, proteção, bondade e bênção (Jr 11.4; 24.7; 30.22; 32.38; Ez 11.20; Zc 8.8).

O alvo supremo do concerto entre DEUS e a raça humana era salvar não somente uma nação (Israel), mas a totalidade da raça humana. No caso de Abraão, DEUS já lhe prometera que nele “todas as nações da terra” seriam benditas (12.3; 18.18; 22.18; 26.4). DEUS estendeu sua graça pactual à nação de Israel a fim de que esta fosse “para luz dos gentios” (Is 49.6; cf. 42.6). Isso cumpriu-se mediante a vinda do Senhor JESUS CRISTO como Redentor, quando, então, os cristãos começaram a levar a mensagem do evangelho por todo o mundo (Lc 2.32; At 13.46,47; Gl 3.8-14).

Nos diversos concertos que DEUS fez com o ser humano através das Escrituras, há dois princípios atuantes: (a) era somente DEUS quem estabelecia as promessas e condições do seu concerto, e (b) cabia ao ser humano aceitar por fé obediente essas promessas e condições. Em certos casos, DEUS estabeleceu com muita antecipação as promessas e as responsabilidades de ambas as partes; em tempo algum, porém, o povo conseguiu, junto a DEUS, alterar as condições dos concertos para beneficiar-se.

O CONCERTO DE DEUS COM ABRAÃO.

(1) DEUS, ao estabelecer comunhão com Abraão, mediante o concerto (cap. 15), fez-lhe claramente várias promessas: DEUS como escudo e recompensa de Abraão (15.1), descendência numerosa (15.5) e a terra de Canaã como sua herança (15.7; ver 15.6; 17.8; cf. 12.1-3).

DEUS conclamou Abraão a corresponder a essas promessas por fé, aceitá-las, e confiar nEle como seu Senhor. Por Abraão assim fazer, DEUS o aceitou como justo (15.6) e foi confirmado mediante comunhão pessoal com Ele.

Não somente Abraão precisou, de início, expressar sua fé para a efetuação do concerto, como também DEUS requereu que, para a continuação das bênçãos do referido concerto, Abraão devia, de coração, agradar a DEUS, através de uma vida de obediência. (a) DEUS requereu que Abraão andasse na sua presença e que fosse “perfeito” (ver 17.1). Noutras palavras, se a sua fé não fosse acompanhada de obediência (Rm 1.5), ele estaria inabilitado para participar dos eternos propósitos de DEUS. (b) Num caso especial, DEUS provou a fé de Abraão ao ordenar-lhe que sacrificasse seu próprio filho, Isaque (22.1,2). Abraão foi aprovado no teste e, por conseguinte, DEUS prometeu que o seu pacto com ele (Abraão) ia continuar (ver 22.18). (c) DEUS informou diretamente a Isaque que as bênçãos continuariam imutáveis e que seriam transferidas para ele porque Abraão lhe foi obediente e guardou os seus mandamentos (26.4,5).

DEUS ordenou diretamente a Abraão e aos seus descendentes que circuncidassem cada menino nascido na sua família (17.9-13). O Senhor determinou que cada criança do sexo masculino não circuncidada fosse excluída do seu povo (17.14) por violação do concerto. Noutras palavras, a desobediência a DEUS levaria à perda das bênçãos do concerto.

O concerto entre DEUS e Abraão foi chamado um “concerto perpétuo” (17.7). A intenção de DEUS era que o concerto fosse um compromisso permanente. Era, no entanto, passível de ser violado pelos descendentes de Abraão, e assim acontecendo, DEUS não teria de cumprir as suas promessas. Por exemplo, a promessa que a terra de Canaã seria uma possessão perpétua de Abraão e seus descendentes (17.8) foi quebrada pela apostasia de Israel e pela infidelidade de Judá e sua desobediência à lei de DEUS (Is 24.5; Jr 31.32); por isso, Israel foi levado para o exílio na Assíria (2Rs 17), enquanto Judá foi posteriormente levado para o cativeiro em Babilônia (2Reis 25; 2Cr 36; Jr 11.1-17; Ez 17.16-21).

SORRISO DE ABRÃO DIFERENTE DO SORRISO DE SARA

Só Sara foi repreendida, então o riso de Sara era de incredulidade, mas o riso de Abraão foi de admiração pelo poder de DEUS e de Alegria.

O CONCERTO DE DEUS COM ISAQUE.

(1) DEUS procurou estabelecer o concerto abraâmico com cada geração seguinte, a partir de Isaque, filho de Abraão (17.21). Noutras palavras, não bastava que Isaque tivesse por pai a Abraão; ele, também, precisava aceitar pela fé as promessas de DEUS. Somente então é que DEUS diria: “Eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente” (26.24).

(2) Durante os vinte primeiros anos do seu casamento, Isaque e Rebeca não tiveram filhos (25.20,26). Rebeca permaneceu estéril até que Isaque orou ao Senhor, pedindo que sua esposa concebesse (25.21). Esse fato demonstra que o cumprimento do concerto não se dá por meios naturais, mas somente pela ação graciosa de DEUS, em resposta à oração e busca da sua face (ver 25.21).

(3) Isaque também tinha de ser obediente para continuar a receber as bênçãos do concerto. Quando uma fome assolou a terra de Canaã, por exemplo, DEUS proibiu Isaque de descer ao Egito, e o mandou ficar onde estava. Se obedecesse a DEUS, teria a promessa divina: “...confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai” (26.3; ver 26.5).

a- Uma promessa que só poderia ser cumprida por um milagre de DEUS (Sarai era estéril).

b- Uma promessa que dependia de uma aliança.

c- Uma promessa que levou 25 anos para se cumprir (Promessa feita quando Abrão tinha 75 anos e Isaque só nasceu quando Abraão tinha 100 anos).

2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre.

a- Milagre porque Sarai era estéril.

b- Milagre porque Sara tinha 89 anos quando ficou grávida de Isaque.

c- Milagre porque foi predito e até o nome dado antes.

II - UM HOMEM ABENÇOADO POR DEUS

POR QUE ISAQUE E NÃO ISMAEL?

Ismael é filho natural (escrava era mulher nova - poderia gerar de Abraão mesmo ele sendo velho). Ismael é filho da desobediência de Sara e falta de fé dela que acabou contaminando Abrão. Filho da escrava não herda as mesmas promessas que o filho da esposa verdadeira.
Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre. Gálatas 4:30
De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre. Gálatas 4:31
Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Gálatas 4:22
Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. Gálatas 4:23
1. A prosperidade espiritual.

Riso chegou! Glória a DEUS!

Agora a expressão seria outra: Esaú e Jacó nasceram! Glória a DEUS! A resposta de DEUS às orações de Isaque foram dois filhos.

De Isaque e Rebeca nasce Esaú, seu primogênito, com Jacó agarrado em seu calcanhar. Por isso o nome de enganador, ou "aquele que agarra no calcanhar", no original.

Isaque estava agora em plena comunhão com DEUS e as bênçãos prometidas por DEUS a ele são cumpridas depois de 20 anos de espera e muita oração.

Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com aproximadamente 3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi oferecido em sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe nasceu dois filhos, morreu com 180 anos.

2. A bênção divina é passada de pai para filho.

Isaque era homem de oração, de milagres (desde sua concepção até nas colheitas e água nos poços), era homem de altares (Ação de graças, louvor e adoração).

Para que de Abraão nascesse JESUS era preciso continuar a Aliança entre DEUS e Abraão, agora, via seus descendentes. Quando DEUS chamou Abrão tinha em vista JESUS, o salvador de todos,, tanto judeus como gentios.

“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. Não diz: ‘E a descendentes’, como no caso de muitos, mas como no caso de um só: ‘E a teu descendente’, que é CRISTO.” Gálatas 3.16.

Isaque demonstrou ter a mesma fé de seu pai nas promessas de DEUS e isso O agradou. Assim, a aliança teve continuidade.

3. A prosperidade material.

E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o Senhor o abençoava. E engrandeceu-se o homem, e ia enriquecendo-se, até que se tornou mui poderoso. E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam.

Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. Gênesis 26.12-14; 16.

Uma das promessas contidas na aliança de DEUS com Abraão, Isaque e Jacó, era a de prosperidade material.

veja Deuteronômio 28.

Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.
Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares, e bendito serás ao saíres. O Senhor entregará, feridos diante de ti, os teus inimigos, que se levantarem contra ti; por um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão da tua presença. O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor teu DEUS. O Senhor te confirmará para si como povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu DEUS, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que é invocado sobre ti o nome do Senhor, e terão temor de ti. E o Senhor te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te dar. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado. E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu DEUS, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir. Deuteronômio 28:3-13


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Lição 12, Isaque, o Sorriso de Uma Promessa

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES

PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS

http://ebdnatv.blogspot.com.br/2015/12/figuras-da-licao-12-isaque-o-sorriso-de.html  para figuras da Lição utilizadas no programa de TV

 

TEXTO ÁUREO
"E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo" (Gn 21.6).

 

VERDADE PRÁTICA
A promessa divina, ainda que pareça tardia, sempre nos sorri no momento certo e na estação apropriada.

 

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 18.10 DEUS promete a Abrão um herdeiro
Terça - Gn 21.1,2 DEUS é fiel, nasce o filho da promessa
Quarta - Gn 24.58-67 Uma esposa para Isaque, o filho da promessa
Quinta - Gn 25.21 Os filhos de Isaque, herdeiros da promessa
Sexta - Gn 27.1-46 Isaque, o filho da promessa, abençoa seus filhos
Sábado - Gn 27,26 Isaque, o filho bendito do Senhor

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 21.1-8
1 - E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado. 2 - E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que DEUS lhe tinha dito. 3 - E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque. 4 - E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha ordenado. 5 - E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho. 6 - E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo. 7 - Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice? 8 - E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.

 

OBJETIVO GERAL
Saber que DEUS é fiel e que Ele nos "sorri" e cumpre o que prometeu no momento certo e na estação própria.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer a promessa de DEUS a Abraão;

Saber que Isaque era o bem mais precioso de Abraão;

Mostrar como se deu o casamento de Isaque com Rebeca;

Compreender que Isaque era o filho bendito que o Senhor havia prometido.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
DEUS havia prometido a Abraão um herdeiro, porém, sua idade e a da sua esposa já eram bem avançadas. Continuar esperando o cumprimento de uma promessa a essa altura da vida não parecia nada fácil. Mas, DEUS é fiel e vela por sua palavra. Se DEUS fez uma promessa a você, creia que no tempo certo ela se cumprirá. Todavia, Sara querendo resolver a situação do seu jeito pede que Abraão tenha um filho com sua escrava Agar. A princípio, parecia que o plano de Sara havia dado certo, porém, depois que o filho da promessa nasceu, começaram os conflitos. Abraão teve que lançar seu filho fora. Mas DEUS não havia lançado fora Ismael. O Senhor livra o menino e sua mãe da aflição do deserto e transforma um caso que a princípio parecia de fracasso e morte, em bênção. DEUS abençoou Ismael, mas Isaque era o filho da promessa e por seu intermédio, DEUS cumpriria seu concerto com Abraão.

 

PONTO CENTRAL

O nascimento de Isaque foi o cumprimento de uma promessa a Abraão

 

Resumo da Lição 12, Isaque, o Sorriso de Uma Promessa
I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO

1. O nascimento do "riso".

2. Isaque e Ismael.

II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO

1. A provação das provações.

2. O encontro de Isaque com DEUS.

III. O CASAMENTO DE ISAQUE

1. Uma esposa para Isaque.

2. O casamento de Isaque.

3. Os filhos que não vinham.

IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR

1. Príncipe de DEUS.

2. Profeta de DEUS.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Isaque, o tão esperado herdeiro, ao nascer encheu o coração dos seus pais de alegria.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Isaque tornou-se o bem mais precioso de seus pais. Somente DEUS deve ter a primazia em nossos corações.

SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS, ouviu o clamor do servo de Abraão e providenciou uma noiva para Isaque.

SÍNTESE DO TÓPICO IV - Isaque foi o filho bendito de Abraão. DEUS era com ele e o abençoou sobremaneira

 

SUBSÍDIO DEVOCIONAL top1
"Idade de Noventa e Nove Anos
Abraão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa original de DEUS, o Senhor apareceu a Abraão com uma mensagem e exigência. (1) DEUS se revelou como o 'DEUS Todo-Poderoso', significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como DEUS Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que DEUS traria ao mundo o filho prometido a Abraão. (2) DEUS ordenou que Abraão andasse diante dEle e que fosse 'perfeito'. Assim como a fé de Abraão foi necessária na efetuação do concerto com DEUS, assim também um esforço sincero para o agradar era agora necessário, para continuação das bênçãos de DEUS, segundo o concerto feito. A fé de Abraão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de DEUS. Noutras palavras, as promessas e os milagres de DEUS somente serão realizados quando o seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 56).


CONHEÇA MAIS top1

O teu único filho

A intenção de DEUS não era de que Abraão sacrificasse seu filho. A ordem de oferecer Isaque serviu para provar o quanto ele confiava no Senhor. Contudo, tratava-se também de uma história profética. DEUS, que foi tão generoso em permitir que Abraão sacrificasse seu filho, estava desejoso de entregar seu único filho, a quem amava, para garantir a nossa salvação." Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 38.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Isaque
O nome dado por DEUS antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa 'ele ri', 'aquele que ri', ou simplesmente 'riso'.
Nada é conhecido sobre os dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo grande e forte o suficiente para carregar a madeira para o fogo do altar subindo a montanha, não sabendo que ele mesmo seria colocado no altar. A experiência de ter sido amarrado como uma vítima de sacrifício e então liberto pela intervenção divina deve ter afetado profundamente toda a sua vida" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 989).
DEUS tinha planos para Isaque, e mostraria ao jovem que Ele cumpre suas promessas.

SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
Professor, procure enfatizar as características de Isaque. Mostre que a sua mansidão "é vista em sua submissão sem resistência a seu pai ao tornar-se o sacrifício sobre o altar de Moriá, e em sua recusa a discutir quando os pastores de Gerar reivindicavam os poços. Ele possuía uma natureza afetuosa, profundamente ligado à mãe, chorando por sua morte, e sendo depois confortado em seu amor por Rebeca. Seu espírito mediador pode ter contribuído para seu afeto expansivo.
Ele era um homem que vivia em contato com DEUS. Embora não tenha as visitações dramáticas que foram concedidas ao seu pai, Abraão, Isaque obedeceu aos mandamentos de DEUS. O altar, a tenda e o poço simbolizavam os principais interesses de sua vida" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 990).


SUBSÍDIO DIDÁTICO top4
Professor, enfatize as características de Isaque e as lições de vida que aprendemos com Ele. Mostre aos alunos que Isaque demonstrou ser um filho obediente, um homem paciente e um marido cuidadoso. Observe algumas das lições que aprendemos com o filho da promessa, Isaque. Se desejar, leia para os alunos e discuta com eles cada lição:
"*A paciência sempre produz recompensas;
*As promessas e os planos de DEUS são maiores que os das pessoas.
*DEUS sempre cumpre suas promessas! Ele permanece fiel embora nossa fé seja pequena.
*Exercer favoritismo certamente produz conflitos familiares" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 35).

 

PARA REFLETIR A respeito do livro de Gênesis:
O que representou Isaque para Abraão?
Representou o cumprimento da promessa divina.
O que significou o Moriá para Isaque?
Significou a oportunidade de ter um encontro pessoal e fortemente experimental com o DEUS de seu pai.
Quais as principais qualidades de Rebeca?
Espiritualidade, gentileza, disposição e amor ao trabalho.
O que fez Isaque em relação à esterilidade da esposa?
Ele orou e buscou a ajuda de DEUS.
Em que sentido Isaque foi profeta?
Ao impetrar a bênção sobre seus filhos.

 

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 42.

SUGESTÃO DE LEITURA - As Faces do Perdão, Uma Esposa para Isaque e Mulheres que Ouviram a Voz de DEUS

 

 

 

Comentários de vários autores de Livros com algumas correções do Ev. Luiz Henrique

 

Pontos difícil? Polêmico?

Gn 15.7 Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la.

Apesar de DEUS ter influenciado o pai de Abrão a sair de Ur dos Caldeus, DEUS só chama Abrão na cidade de Harã, só aí DEUS fala com Abrão.

Gênesis 11.31 E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali.

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Gênesis 12:1-4 (grifo nosso).

 

Abrão tinha 75 anos quando recebeu a promessa e a promessa só se cumpriu quando Abrão (agora Abraão) tinha 100 anos. Como Sara ficou grávida com 89 e Abrão tinha 99, então a promessa se cumpriu depois de 24 anos de espera, mas se quisermos considerar cumprida só depois do nascimento de Isaque, então são 25 anos de espera.

Não tem na bíblia quantos anos tinha Isaque ao ser oferecido no Monte Moriá, mas como DEUS é DEUS de Aliança e a Aliança no Antigo Testamento (BHÊRITE ) diz que o que eu dou para DEUS, DEUS dá para mim, então creio que Isaque tinha 33,5 anos, pois JESUS tinha esta idade quando foi oferecido no calvário. Isaque é um tipo de CRISTO.

Veja que neste trimestre muitos paradigmas vão sendo quebrados e muitas pregações famosas vão sendo contestadas. Já vimos que Noé pregou 100 anos, vimos que Noé passou 1 ano e 17 dias na arca e vamos cada dia aprendendo mais.

Vimos então que Abrão esperou 24 anos pela promessa, a bíblia nos diz que Isaque se casou com 40 anos e seus filhos nasceram quando ele tinha 60 anos - Passou vinte anos orando por eles. Jacó trabalhou 14 anos por Raquel. Então podemos ver que esta família era uma família perseverante em oração, tinha muita paciência.

Vimos também 3 mulheres estéreis na família. As três matriarcas Sara, Rebeca e Raquel. 2 buscam resolver carnalmente a situação, Sara com a serva Hagar e Raquel com as Mandrágoras do filho de Leia, já Rebeca consegue a bênção pela oração de Isaque. Abraão espera 24 anos pela promessa, Isaque 20 anos e Jacó 14 anos trabalha por Raquel. Família paciente mesmo.

 

Abrão só teve um filho. Ismael, o filho da escrava. Precisou apenas de Abrão ter relações sexuais de adultério com Agar, o que era natural, humano e possível, filho da carne. Este nasceu antes da Aliança entre DEUS e Abrão..

 

Abraão só teve um filho. Isaque, o filho da promessa - Precisou de um milagre sobrenatural e espiritual para que essa promessa se cumprisse (Sara ficou grávida com 89 anos e Abraão tinha 99 anos). Este nasceu depois da Aliança entre DEUS e Abrão que se tornou em Abraão.

 

Na aliança de DEUS com Abrão está contida a mudança de nome. Significa: Seu nome se torna meu nome e meu nome se torna seu nome. Por isso Abrão recebe uma letra do nome de DEUS, o H e passa a se chamar Abrhaão, mas em português Abraão e Sarai passa a se chamar Sarah, mas em português Sara. DEUS agora passa a ser chamado o DEUS de Abraão. Depois faz aliança com Isaque e passa a se chamar O DEUS de Abraão e de Isaque, depois faz aliança com Jacó e passa a ser chamar O DEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó. Hoje ELE se chama o DEUS de _______________ (coloque seu nome ai). Nós temos uma aliança com DEUS em JESUS CRISTO. Recebemos o selo de DEUS, a adoção de DEUS como filhos.

Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó? Ora, DEUS não é DEUS dos mortos, mas dos vivos. Mateus 22:32.

 

Israel é por direito de posse carnal de Ismael e por direito de posse espiritual de Isaque. No milênio isso se resolverá e Israel assumirá seu território prometido por DEUS.

 

ABRÃO, MAS ABRAÃO. Abrão significa pai elevado; Abraão significa pai de uma multidão.

Sarai e Sara significa princesa. O Talmud explica que Sarai significava "minha princesa". Porém ao receber uma bênção que dela viria uma importante nação, seu nome é mudado para Sara, sem sufixo, pois será uma princesa para todos. Sarai - princesa, Sara mãe de nações. “Sarai” significa, em hebraico, “Yahweh é príncipe“

 

Agar nunca se converteu, tanto que deu uma mulher egípcia para casar com seu filho Ismael.
Para ela o DEUS de Abraão poderia livrar Ismael, não o seu DEUS.
DEUS não ouve a pecadores que não querem se converter apesar de verem os milagres de DEUS acontecerem, por isso ouviu Ismael e não Agar.
Agar presenciou um dos maiores milagres de DEUS, o nascimento de um filho de uma mulher aos 90 anos, mesmo assim não se converteu.

Gênesis 21:20,21 - E era DEUS com o menino, que cresceu; e habitou no deserto, e foi flecheiro. E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra do Egito.

Levantar sua voz e chorar pode significar gritou e chorou, mas pode significar só chorou alto mesmo.

Estamos vendo pelo texto que DEUS ouviu Ismael e não Agar, também notamos que o poço existia, porém nem Ismael e nem Agar o tinham visto.

Claro o poço estava lá faltava os dois verem. A solução de nossos problemas está a um passo de nós, falta vermos Aplicando em nossa vida, devido à falta de comunhão somos impedidos de ver o milagre ou a solução a nossa frente.

Ismael tinha 17 anos quando saiu da casa de seu pai com sua mãe.

Ismael tinha 13 anos quando foi circuncidado, daí a mais um ano nasceu Isaque, depois se passou mais 3 anos para o menino ser desmamado e na festa do desmame Agar e Ismael foram expulsos. 13+1+3= 17 anos. (adotamos aqui 3 anos para Isaque ser desmamado, pois era a média para isso acontecer).

 

Uma família de fé e paciência. Exemplo para nós. Abrão morava em tendas porque esperava sua morada no céu.

Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é DEUS. Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas, e como a areia inumerável que está na praia do mar. Hebreus 11:8-12

 

Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com 3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi oferecido em sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe nasceu dois filhos, morreu com 180 anos.

 

ABRAÃO - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS

4º TRIMESTRE DE 2002 - COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL - (CONSULTORIA DOUTRINÁRIA E TEOLÓGICA DE Pr. ANTÔNIO GILBERTO) 

Lição 12 - ISMAEL E ISAQUE - IRMÃOS EM CONFLITO - 22-12-02

 

TEXTO ÁUREO:

“Não são os filhos da carne que são filhos de DEUS, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm 9.8).
Gl 4.22 ABRAÃO TEVE DOIS FILHOS. Paulo emprega uma ilustração para demonstrar a diferença entre o antigo e o novo concerto. Agar representa o antigo concerto, firmado no monte Sinai (v. 25); os seus filhos vivem agora sob esse concerto e nascem segundo a carne (v.23), i.e., não têm o ESPÍRITO SANTO. Sara, a outra esposa de Abraão, representa o novo concerto; os seus filhos, i.e., os crentes em CRISTO, têm o ESPÍRITO e são verdadeiros filhos de DEUS. 

Filhos da carne: significa que nasceram da união física entre Abrão e Agar, união essa, perfeitamente passível de gerar filhos, pois Agar era mulher jovem (Geração natural).

Filhos da promessa: São os filhos que DEUS prometeu a Abraão que seriam gerados a partir de Sara, sua esposa, que não podia mais ter filhos e então seria necessário um milagre ou intervenção de DEUS para que viesse a ser gerado o filho da promessa, Isaque, de quem nasceria Esaú e Jacó, de Jacó os doze patriarcas e daí para frente a nação de Israel e daí o messias, JESUS CRISTO e deste os filhos de DEUS que são todos aqueles que o aceitam como senhor e salvador.

 

VERDADE PRÁTICA:

A fidelidade de DEUS é imutável e independente dos fracassos humanos.

Rm 11.29 Porque os dons e a vocação de DEUS são sem arrependimento.
Estas palavras se referem aos privilégios de Israel mencionados em 9.4,5 e 11.26. O contexto desta passagem tem a ver com Israel e os propósitos de DEUS para aquela nação e não aos dons espirituais ou à vocação ministerial relacionados com a obra do ESPÍRITO SANTO na igreja (cf. 12.6-8; 1 Co 12).

LEITURA DIÁRIA:

Segunda Gn 15.3A queixa de Abrão

3 Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.
Sem filhos seria impossível que a promessa de DEUS se cumprisse, Abrão não podia crer que um DEUS tão poderoso deixaria que seu servo herdasse suas promessas; ele cria que DEUS poderia lhe dar um filho.

 

Terça Gn 15.4 DEUS promete um filho a Abrão

4 E eis que veio a palavra do SENHOR a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro.

Abrão, em resposta a essas palavras de consolo, relembrou a DEUS que não tinha filhos e, portanto, nenhum herdeiro (v. 2). Assim sendo, ele adotaria um dos seus servos para se tornar o seu herdeiro. DEUS rejeitou a ideia e prometeu a Abrão que este seria pai de um filho com sua esposa estéril, Sarai (cf. 11.30) e teria uma descendência inumerável. O fato incrível - e nisso está a grandeza de Abrão é que ele teve fé em DEUS. É essa fé em DEUS que lhe foi imputada por justiça.

 

Quarta Gn 16.1-4 A precipitação de Abrão

1 Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe gerava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar. 2 E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de gerar; entra, pois, à minha serva; porventura, terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.3 Assim, tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.4 E ele entrou a Agar, e ela concebeu; e, vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
16.2 O SENHOR ME TEM IMPEDIDO DE GERAR. Entre o povo da Mesopotâmia, o costume, quando a esposa era estéril, era deixar que a sua serva tivesse filhos com o esposo. Esses filhos eram considerados filhos legítimos daquela esposa. 

(1) Apesar de existir então esse costume, a tentativa de Abrão e Sarai de terem um filho através da união de Abrão com Agar não teve a aprovação de DEUS (2.24). 

(2) O NT fala do filho de Agar como sendo o produto do esforço humano segundo a carne, e não segundo o ESPÍRITO (Gl 4.29). Segundo a carne, equivale ao planejamento puramente carnal, humano, natural. Noutras palavras, nunca se deve tentar cumprir o propósito de DEUS usando métodos que não são segundo o ESPÍRITO, mas esperando com paciência no Senhor e orando com fervor.

O homem é sempre tendente a escolher o caminho mais curto e rápido na solução de seus problemas, mas DEUS sempre escolhe um caminho que necessite de fé para que o homem cresça em seu conhecimento.

Quinta Gn16.5-16 O nascimento de Ismael

5 Então, disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti. Minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela, agora, que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos. O SENHOR julgue entre mim e ti.6 E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face.7 E o Anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.8 E disse: Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora.9 Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora e humilha-te debaixo de suas mãos.10 Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será.11 Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.12 E ele será homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.13 E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és DEUS da vista, porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?14 Por isso, se chama aquele poço de Laai-Roi; eis que está entre Cades e Berede.15 E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera Agar, Ismael.16 E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão.

A escrava estava se sentindo dona da situação, ela era a abençoada (tinha um filho de Abrão), Sara teria que se submeter a seus caprichos para que Abrão não a deixasse; quão enganada estava Agar, pois Abrão é além de tudo, um esposo que ama e respeita sua esposa, prova disso, lhe dá carta branca para agir segundo sua vontade.
16.7 O ANJO DO SENHOR. À medida que esta narrativa prossegue, torna-se claro que o anjo do Senhor é o próprio DEUS falando com Agar (v. 13; 18.1,22; Jz 6.12,14). 

Fugida de sua senhora: Apesar de se ter comportado mal perante sua senhora, Agar não tinha culpa de ser escolhida pela própria Sarai para gerar um filho de seu esposo Abrão. O conselho é sempre a humilhação para posterior exaltação.

16.11 ISMAEL. O nome Ismael significa "DEUS ouve" e significa que DEUS viu o modo injusto de Abrão e Sarai tratarem Agar, e que também agiu a respeito disso. Aquele nome dado antecipadamente foi um julgamento sobre Abrão, e revela que DEUS abomina toda e qualquer injustiça entre os seus. Que DEUS castigará quem cometer injustiça contra os fiéis da igreja, não deixa dúvida o NT (ver Cl 3.25).

16.12 CONTRA TODOS. Ismael, juntamente com os seus descendentes, seria um povo aguerrido, forte e corajoso. Sua disposição para a luta poderia ser usada na peleja espiritual, em favor de DEUS ou contra DEUS. A escolha seria dele. 
Gn 21.17 DEUS OUVIU. DEUS sabia que era melhor que Agar e Ismael se separassem de Abrão. Nem por isso DEUS desamparou os dois, pois permaneceram na sua presença e sob seus cuidados (vv. 17-21). DEUS tinha um propósito para Ismael, paralelo ao seu propósito para com Isaque, a saber: que dele faria uma grande nação (v. 18).

Sexta Gn 17.1-8, 17-21; 18.10-14 DEUS renova suas promessas

Gn 17.1 Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o DEUS Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito.2 E porei o meu concerto entre mim e ti e te multiplicarei grandissimamente.3 Então, caiu Abrão sobre o seu rosto, e falou DEUS com ele, dizendo: 4 Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações. 5 E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.6 E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti. 7 E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por DEUS e à tua semente depois de ti.8 E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, 

17.1 IDADE DE NOVENTA E NOVE ANOS. Abrão agora estava com noventa e nove anos, e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas, treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa original de DEUS, o Senhor apareceu a Abrão com uma mensagem e uma exigência. 

(1) DEUS se revelou como o DEUS Todo-Poderoso (hb. El Shaddai), significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como DEUS Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que DEUS traria ao mundo o filho prometido a Abrão (vv. 15-19; 35.11; Is 13.6; Rm 4.19; Hb 11.12). 

(2) DEUS ordenou que Abrão andasse diante dEle e que fosse perfeito (i.e., totalmente dedicado ao cumprimento da sua vontade). Assim como a fé de Abrão foi necessária na efetuação do concerto com DEUS, assim também um esforço sincero para agradá-Lo era agora necessário, para continuação das bênçãos de DEUS, segundo o concerto feito (22.16-18). A fé de Abrão tinha que estar unida à sua obediência - (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de DEUS. Noutras palavras, as promessas e os milagres de DEUS somente serão realizados quando seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele (5.24; 6.9; Dt 13.4; ver Mt 17.20).

17.2 O MEU CONCERTO. DEUS já tinha prometido, por concerto, que daria a Abrão a terra prometida (cap. 15); agora, Ele renova essa promessa, declarando que de Abrão descenderiam muitas nações e reis (v. 6), que o Senhor seria o DEUS dos seus descendentes, e que Sarai, a sua esposa, daria à luz um filho e seria mãe de nações e reis (vv. 15,16). Abrão e seus descendentes veriam o cumprimento do concerto à medida que se dedicassem a DEUS e às obrigações do concerto (vv. 9-14; ver 15.6).
17.5 NÃO... ABRÃO, MAS ABRAÃO. Abrão significa pai elevado; Abraão significa pai de uma multidão (Ne 9.7; Rm 4.17). Na Bíblia, uma nova experiência com DEUS, muitas vezes, requeria um novo nome para a pessoa, simbolizando aquele novo relacionamento.
17.7 PARA TE SER A TI POR DEUS. A razão de ser e a realidade do concerto de DEUS com Abrão era DEUS ser o DEUS único de Abrão e dos seus descendentes (vv. 7,8). A promessa de DEUS de te ser a ti por DEUS é a promessa mais grandiosa das Escrituras. É a primeira promessa, a promessa fundamental, na qual se baseiam todas as demais promessas. Significa que DEUS assume o compromisso, sem reservas, com o seu povo fiel, para ser o seu DEUS, seu escudo e seu galardão (ver 15.1). Significa, também, que a graça de DEUS, seu perdão, promessas, proteção, orientação, bondade, ajuda e bênção são dados aos seus com amor (Jr 11.4; 24.7; 30.22; 32.38; Ez 11.20; 36.28; Zc 8.8). Todos os crentes herdam essa mesma promessa mediante sua fé em CRISTO (Gl 3.16).
17.8 PERPÉTUA POSSESSÃO. Abraão e seus descendentes físicos receberiam, pela promessa divina, a terra de Canaã (12.7; 13.15; 15.7,18-21). O concerto era perpétuo do ponto de vista de DEUS. Ele poderia ser violado somente pelos descendentes de Abraão (Is 24.5; Jr 31.32); assim sendo, a posse da terra dependia da condição da obediência a DEUS (v. 9; ver v. 1) 

 

Gn 17.21 O meu concerto, porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte.
O concerto que visa a promessa é o concerto de Abraão com DEUS, através do nascimento de Isaque e não com Ismael como insistem em torcer os muçulmanos. 

 

Gn 18.10 E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara, tua mulher, terá um filho. E ouviu-o Sara à porta da tenda, que estava atrás dele.11 E eram Abraão e Sara já velhos e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.12 Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?13 E disse o SENHOR a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Na verdade, gerarei eu ainda, havendo já envelhecido?14 Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR? Ao tempo determinado, tornarei a ti por este tempo da vida, e Sara terá um filho.
18.14 HAVERIA COISA ALGUMA DIFÍCIL AO SENHOR? DEUS quer que compreendamos que Ele tem poder para cumprir aquilo que Ele prometeu. JESUS realçou essa verdade quando disse: A DEUS tudo é possível (Mt 19.26)

21.5 NASCEU ISAQUE, SEU FILHO. Isaque, o filho da promessa, finalmente nasceu no lar de Abraão e Sara. Através de Isaque, DEUS continuaria seu concerto com Abraão (v. 12; 17.19). O cumprimento da promessa de DEUS a Abraão teve lugar depois de vinte e cinco anos (12.4). Bom é o Senhor para os que se atêm a ele (Lm 3.25); no tempo determinado por Ele, suas promessas fielmente se cumprem.

Sábado Gn 21.1-21 O nascimento de Isaque
1 E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado. 2 E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que DEUS lhe tinha dito. 3 E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.4 E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha ordenado.5 E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.6 E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.7 Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?8 E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.9 E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava. 10 E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque.11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.12 Porém DEUS disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.13 Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.

O despedimento de Agar e Ismael

14 Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e tomou pão e um odre de água, e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela foi-se, andando errante no deserto de Berseba.15 E, consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de uma das árvores.16 E foi-se e assentou-se em frente, afastando-se a distância de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. E assentou-se em frente, e levantou a sua voz, e chorou.17 E ouviu DEUS a voz do menino, e bradou o Anjo de DEUS a Agar desde os céus e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque DEUS ouviu a voz do rapaz desde o lugar onde está.18 Ergue-te, levanta o moço e pega-lhe pela mão, porque dele farei uma grande nação.19 E abriu-lhe DEUS os olhos; e viu um poço de água, e foi-se, e encheu o odre de água, e deu de beber ao moço.20 E era DEUS com o moço, que cresceu, e habitou no deserto, e foi flecheiro.21 E habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe mulher da terra do Egito.

21.5 NASCEU ISAQUE, SEU FILHO. Isaque, o filho da promessa, finalmente nasceu no lar de Abraão e Sara. Através de Isaque, DEUS continuaria seu concerto com Abraão (v. 12; 17.19). O cumprimento da promessa de DEUS a Abraão teve lugar depois de vinte e cinco anos (12.4). Bom é o Senhor para os que se atêm a ele (Lm 3.25); no tempo determinado por Ele, suas promessas fielmente se cumprem.
21.17 DEUS OUVIU. DEUS sabia que era melhor que Agar e Ismael se separassem de Abraão. Nem por isso DEUS desamparou os dois, pois permaneceram na sua presença e sob seus cuidados (vv. 17-21). DEUS tinha um propósito para Ismael, paralelo ao seu propósito para com Isaque, a saber: que dele faria uma grande nação (v. 18).
 

Leitura bíblica em classe:

Gn 21.1-13

1 E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado.2 E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que DEUS lhe tinha dito.3 E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.4 E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como DEUS lhe tinha ordenado.5 E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.6 E disse Sara: DEUS me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.7 Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?8 E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.9 E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava.10 E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque.11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.12 Porém DEUS disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.13 Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.
 

Ponto de contato:

1- Contextualize a lição trazendo à memória de seus alunos os últimos acontecimentos no Oriente Médio. 

 

2- Ressalte como um conflito familiar mal resolvido pode causar transtornos para a vida inteira, atingindo pessoas que não tomaram parte nele.

1 Pe 1.22 Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração [amai-vos] ardentemente uns aos outros 

 

3- Destaque a importância do concerto quando ferirmos alguém e, do perdão, quando de alguma forma nos sentirmos atingidos.

Mt 6.14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; 15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.


Objetivos: Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a: 
1- Explicar a razão do permanente conflito entre os descendentes de Isaque e Ismael.
2- Justificar o motivo pelo qual Israel não é destruído: a fidelidade de DEUS a Abraão.

 

INTRODUÇÃO

Um conflito entre irmãos tem influenciado gerações. Se os pais não educarem seus filhos dentro da palavra de DEUS, ensinando-os a se amarem, se respeitarem e se perdoarem mutuamente, nunca teremos sossego e nem harmonia dentro dos lares e consequentemente entre as nações. A história familiar de Abraão e seus filhos Ismael e Isaque provoca nos leitores mais assíduos da Bíblia, arrepios. São árabes (Descendentes de Ismael) e Judeus (Descendentes de Isaque), lutando por uma terra que de direito espiritual pertence a Isaque e de direito material, de possessão pela força, pertence a Ismael. Gênesis caps.16 a 25.

I. OS DOIS FILHOS DE ABRAÃO 
1. Ismael (Gn 16.1-5,15, 16). Ler Gênesis 13.15,16; 15.18; 18.18; 22.17,18; 26.3,4; 28.3,4. 

Filho de Abrão com Agar (Escrava egípcia), filho de adultério consentido por sua esposa Sara, que sem fé preferiu arriscar a desgraça de sua família ao invés de crer em DEUS e esperar com paciência pelas suas promessas. Abrão sendo tentado caiu no mesmo engodo de Satanás. 

Tg 1.13 Ninguém, sendo [tentado], diga: Sou [tentado] por DEUS; porque DEUS não pode ser [tentado] pelo mal e ele a ninguém tenta.14 Cada um, porém, é [tentado], quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência;

Obs. Ev. Henrique - Essa Agar era jovem e bonita hein! Veja que Ismael é filho de Abrão e não de Abraão. - tem muita diferença. (Na verdade falta um "H" no nome de Abrahão, esse "H" é importante - vem do nome de DEUS)


2. Isaque (Gn 18.9-14; 21.1-3). 

Aos cem anos de idade Abraão vê o milagre do nascimento de Isaque acontecer (Gn 17.19). Ler Gálatas 4.22-31. 

Filho de Abraão com Sara, filho da promessa.

Gn 17.19 E DEUS lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe chamarás [Isaque]; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele.

Abraão, no início da narração de sua vida, na Bíblia, era chamado simplesmente "Abrão" (em hebraico Abram), que significa “Grande Pai”. Era um nome irônico, pois ele não tinha filhos. A partir de Gênesis 17 o seu nome se transforma em Abraão (em hebraico Avraham), que significa "pai de muitos". Isso aconteceu porque lhe foi prometida, por DEUS, uma grande descendência.

Concluindo, o novo nome, na bíblia é uma metáfora da missão a qual o personagem é chamado: Abrão, homem sem filhos, ironicamente chamado de "grande pai", se torna Abraão, o pai efetivo de uma multidão, do povo de Israel!

Diferente da nossa cultura, onde o nome é escolhido pela "estética", o povo israelita e descendentes atribuem um pesado significado ao nome. DEUS também utiliza esse raciocínio em Apocalipse: Quem tem ouvidos, ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. Apocalipse 2:17 Aqui diz que somente nós conheceremos o novo nome porque só nós mesmo saberemos o sentido do nosso novo nome, justamente porque apenas cada um de nós, e DEUS, conhece nossas lutas e vitórias mais íntimas.

Gerado milagrosamente de uma mãe de 90 anos e um pai de 100 anos; esse é o cumprimento das promessas de DEUS a Abrão.

Gn 17.21 O meu pacto, porém, estabelecerei com [Isaque], que Sara te dará à luz neste tempo determinado, no ano vindouro.

 

 

II. O SURGIMENTO DO CONFLITO ENTRE OS DOIS IRMÃOS

Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. Gálatas 4:22-26


O apressamento de Sara e Abrão pela resposta de DEUS quanto a um filho fê-los agir sem fé. Por isso, o filho de Agar é o filho da carne, e o filho de Sara é o filho da promessa (Gl 4.22-31).

1. O começo do conflito (Gn 16.4-6). 

Do ponto de vista da Bíblia, Ismael não é o filho da fé, e sim da incredulidade. 

O COMEÇO DO CONFLITO É ESPIRITUAL, POIS ISMAEL NASCEU DE UM ADULTÉRIO MASCARADO E PERMITIDO POR SARA QUE SEGUIU OS COSTUMES DOS POVOS AO INVÉS DE PERGUNTAR A DEUS QUAL SUA OPINIÃO.

PARA SERMOS POVO DE DEUS TEMOS QUE SABER SUA VONTADE E NÃO O QUE DIZ A CARTILHA MUNDANA.

Do ponto de vista apenas humano o conflito teve início quando Sara se sentiu humilhada por sua escrava egípcia que a estava tratando como subalterna e não como patroa.


2. A razão do conflito (Gn 21.9-12). 

Esse texto bíblico não deixa dúvidas. A rivalidade entre os dois povos nunca foi totalmente amenizada. 
A PRINCIPAL RAZÃO PARA O CONFLITO É ESPIRITUAL, POIS SATANÁS SABENDO DA PROMESSA DE DEUS TENTOU POR TODOS OS MEIOS FAZER COM QUE ISMAEL FICASSE EM POSIÇÃO SUPERIOR À DE ISAQUE PARA QUE AS PROMESSAS DE DEUS NÃO SE CUMPRISSEM CABALMENTE E ASSIM DEUS FOSSE PROCLAMADO MAL-SUCEDIDO.

Do ponto de vista apenas humano a razão do conflito era o tratamento de Ismael ao seu irmão menor, humilhando-o perante os outros. O perigo da herança estava em jogo também, pois o costume do povo era que o filho primogênito (mais velho), ficasse com a herança de seu pai quando ele morresse ou ficasse muito velho para administrá-la, não se baseava ainda na lei, pois ela ainda não havia sido dada. Toda administração ficava por conta do primogênito. Labão é um exemplo disso.


III. A JUSTIÇA IMPARCIAL DE DEUS 
1. DEUS não abandonou Ismael no deserto (Gn 21.14, 15). 

Agar e seu filho Ismael tomaram o caminho do deserto sem saber para onde ir, mas diz a Bíblia que ela tomou o caminho do deserto de Berseba.

Creio que DEUS ouviu a oração de seu servo Abraão novamente. No meu entender Abraão intercedeu por seu filho que seguiu em direção ao deserto com Agar sua mãe; então a benção de DEUS veio sobre Ismael e os olhos de Agar se abriram para ver o que não havia visto ainda, um poço bem pertinho; é assim mesmo, às vezes nossa bênção está tão próxima e não a vemos, só precisamos de abrir nossos olhos espirituais para tomar posse das bênçãos que DEUS já nos tem dado, mas elas só são nossas pela fé. A bíblia diz que DEUS ouviu a voz do menino, não de sua mãe.

E ouviu DEUS a voz do menino, e bradou o anjo de DEUS a Agar desde os céus, e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque DEUS ouviu a voz do menino desde o lugar onde está. Gênesis 21:17

 

2. DEUS fez da semente de Ismael uma grande nação. 

Diz a Bíblia que Ismael cresceu no deserto, tornou-se arqueiro ou flecheiro. (Gn 16.12; Jó 39.5-8). 

A nação Árabe que são o resultado da bênção de DEUS sobre Ismael é hoje um povo imenso e muito rico que tem influenciado todas as nações do mundo com sua religião (Islamismo = 2ª ou 1ª maior religião do planeta?), sua cultura e sua extraordinária capacidade empresarial. Também o petróleo dos Árabes tem alimentado os veículos e fábricas em todo o mundo, petróleo esse que tem sido motivo de cobiça por parte principalmente dos Estados Unidos.


3. A injustiça humana não anula a justiça divina. 

Aprendemos na Bíblia que a justiça divina tem sua base na misericórdia. 

Embora nos pareça injusta a atitude de Sara e de Abraão em expulsar Agar e Ismael, devemos lembrar de que DEUS sendo consultado por Abraão disse que esta era a medida correta a ser tomada. DEUS já tinha um plano para Ismael e esse plano não o incluía na promessa dada a Abraão, portanto DEUS abençoou a Ismael porque não pode ser injusto e nem mal, mas é misericordioso e bondoso para com todos.

 


IV. O CONFLITO NÃO RESOLVIDO HOJE
1. A realidade desse conflito hoje. 

Os descendentes de Ismael reivindicam não só o direito de posse daquela terra que o Senhor deu aos descendentes de Isaque, mas também a origem Abraâmica de seu pai, Ismael. 

 

História: A Origem dos Conflitos

O conflito entre árabes e judeus tem origem muito remota. Analisando a Bíblia encontramos a história de Abraão, que obedecendo o comando de DEUS, deixou a Mesopotâmia e estabeleceu-se em Canaã - passando assim a ser a Terra Prometida dos judeus. Abraão teve vários filhos entre eles, Isaque e Ismael, dos quais descendem respectivamente os judeus e os árabes. Jacó, neto de Abraão e filho de Isaque, e os filhos deste, mudaram-se para o Egito onde foram escravos durante 400 anos, até retornarem a Canaã. Visando recuperar a Terra Prometida, Moisés, líder dos judeus libertou-os do escravismo do Egito fazendo uma peregrinação de 40 anos pelo deserto, durante a qual formaram o seu caráter de povo livre. Concretizando seu ideal, o povo judeu estabeleceu-se às margens do Rio Jordão, na antiga Palestina, onde mais tarde resolveram expandir suas fronteiras, durante o reinado de Salomão, que consolidou a Monarquia Judaica.

O império passou a se estender do Egito a Mesopotâmia. Em seguida, dividiu-se em dois pequenos reinos, que logo foram dominados pelos Babilônios que expulsaram os judeus deste território. Os Babilônios foram dominados pelos Persas, estes pelos gregos e, estes últimos, pelos Romanos.

Antes do início da disputa por Canaã, judeus e árabes viviam em harmonia, por muitas vezes sofreram os mesmos destinos, contra inimigos comuns.

No século XIX, a maioria dos judeus concentrava-se no Leste Europeu. Nesta época, conseguiram muitas vitórias, desenvolveram idéias sionistas (de Sion, colina da antiga Jerusalém e que deu início ao movimento para a construção de uma nação judaica), dedicavam-se ao comércio e ao empréstimo de dinheiro a juros.

O jornalista judeu Theodor Herzl, em 1896, criou o movimento sionista, cujo objetivo era estabelecer um lar judeu na Palestina. O povo, então, deu início à colonização do país e, em 1897, fundou a Organização Sionista Mundial.

Depois da 1ª Guerra Mundial, os países europeus, de olho no petróleo e na posição estratégica da região, passaram a dominar a área. Em 1918, a Inglaterra ficou responsável pela Palestina. Um ano antes, o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Lord Balfour, apoiou a fundação de uma pátria nacional judaica na Palestina. Isto aconteceu ao mesmo tempo em que os ingleses haviam prometido aos árabes a independência em troca de apoio para ajudar a expulsar os turcos da região.

Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento das burguesias europeias, os judeus acabaram sendo responsabilizados pelo alto índice de desemprego e pela concorrência com as classes dominantes. Com isso, nos países em que viviam, os judeus foram confinados a guetos, sofreram várias perseguições e massacres. O resultado destes fatos acarretou ainda mais a migração para a Europa Ocidental e Palestina.

Esta volta para a Palestina ocorreu através da criação de Kibutz (fazendas coletivas) e cidades; além de lançar a luta pela independência política; neste período, começaram os choques entre judeus e árabes, que assistiam aos judeus conquistarem significativa parte das terras boas para o cultivo, fatos que desencadearam os conflitos entre árabes e judeus.

Os judeus criaram um exército clandestino (Haganah) para proteger suas terras e, à medida que crescia a emigração judaica para a Palestina, aumentavam os conflitos. Durante a 2ª Guerra Mundial - em função da perseguição alemã - a emigração judaica para a região aumentou vertiginosamente e a tensão chegou a níveis insuportáveis: os britânicos, na época, tomaram partido dos Aliados e os árabes, do Eixo.

Em 1936, quando os judeus já constituíam 34% da população na Palestina, estourou a primeira revolta árabe. Bases e instalações inglesas foram atacadas e judeus foram assassinados. A Inglaterra esmagou a rebelião e armou 14 mil colonos judeus para que pudessem defender suas colônias.

Pouco tempo depois, a Grã-Bretanha tentou controlar a emigração judaica para a área e, desta vez, os judeus atacaram os ingleses. Em 1946, o quartel-general dos britânicos foi dinamitado e 91 pessoas morreram.

Apesar destes ataques, os judeus conseguiram apoio internacional devido ao Holocausto, que exterminou mais de 6 milhões de judeus. Desde então, os Estados Unidos passaram a pressionar a Inglaterra para liberar a imigração judaica para a Palestina.

Em 1948, os ingleses deixaram a administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o comando do presidente norte-americano Harry Truman, determinou a divisão da Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes, ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000, ficaram com um território maior (14.500 km2), apesar de serem em número menor.

Os judeus transformaram suas terras áridas em produtivas, já que era uma sociedade moderna e ligada ao Ocidente, aumentando ainda mais as diferenças econômicas entre judeus e árabes, que sempre tiveram uma filosofia fundamentalista e totalmente contrária ao Ocidente.

Neste mesmo ano, o líder sionista David Bem Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. Os palestinos reagiram atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre.

Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos entre israelenses e palestinos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.

Veja mais em http://www.vol.eti.br/geo/curiosidades/israel_palestina.asp 

 

Hoje Israel possui aproximadamente o tamanho do território de Sergipe no Brasil - aproximadamente 20.000 Km².

 

Origem dos povos:
Palestina: corresponde à Judéia e à Canaã do mundo antigo. Os romanos se referiam à Síria Palestina, que era a terra dos filisteus (philistinos). Os britânicos e a ONU foram os responsáveis por esse nome Palestina, que biblicamente não existe, pois todo esse território pertence a Israel, dado por DEUS.

Israel: em hebraico a palavra Israel significa “Vencedor de DEUS”, de isra (venceu) e el (DEUS). Em 1948, foi instituído o Medinat Israel (Estado de Israel). Lembre-se que as palavras Judeus e Hebreus são sinônimos.

 

OS HERDEIROS

O nome da legítima mulher de Abraão era Sara. Foi dela que ele obteve tardiamente um filho, cujo nome era Isaque. Este é o filho da promessa, o legítimo herdeiro dos vínculos sagrados existentes entre DEUS e o seu povo Israel. O DEUS que tudo criou em seis dias e descansou no sétimo, o proprietário deste planeta originalmente informe e vazio, o DEUS e Senhor de todo o Universo, fez promessas sob o concerto estabelecido com Abraão, respeitantes à possessão de um território bem demarcado. E essas promessas de caráter eterno seriam extensivas à posteridade do patriarca Abraão. Antes de Isaque ser concebido, Sara entendeu, porque era estéril, que o seu marido deveria gerar um filho através de sua escrava Agar. É assim que nasce Ismael, o primeiro filho de Abrão. Embora para ele DEUS não tivesse reservado nem intenções nem promessas, é-lhe dada em possessão também uma área geográfica demarcada e um destino divinamente estabelecido. Depois da morte de Sara, Abraão volta a casar. Desta vez com Quetura. Com Quase 140 anos o velho patriarca ainda gera desta mulher 6 filhos: Zamrã, Jocsã, Madã, Madiã, Jesboc e Suá. Também para estes DEUS reserva um destino e um lugar na Terra. YAHWEH - o DEUS de Abraão, Isaque e Jacó - o criador e proprietário deste planeta onde habitamos - é quem estabelece e determina o destino dos homens e dos povos. É Ele pois a única entidade que nos pode esclarecer na nossa pesquisa das origens, História e futuro de todos os povos e nações. Na Sagrada Escritura é possível encontrar todos esses planos, História e ditames divinos.

 

 

AS HERANÇAS

Desde o grande rio Egito (entenda-se Nilo) até ao grande rio Eufrates - esta é a possessão total da semente de Abraão.

"Naquele mesmo dia, fez o Senhor um concerto com Abraão dizendo: à tua semente, tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates;" Genesis 15.18

Isto quer dizer que todos os oito filhos que procederam do patriarca têm direito, por mandato divino, a toda esta extensão territorial - desde o Egito, costas do Mediterrâneo, até à Assíria, terminando a oriente nas margens do grande rio que deságua no Golfo Pérsico. O território dos filhos de Cam, netos de Noé - os heteus ou hititas, os amorreus, todos os cananeus nas suas tribos, os jebuseus e filisteus - concedeu DEUS aos descendentes de Abraão.

"E o queneu, e o queneseu, e o cadmoneu, e o heteo, e o pereseu, e os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu." Genesis 15.19-21

Existe porém uma distinção entre a promessa relativa a Isaque e as promessas feitas em relação a Ismael e aos 6 filhos de Ketura:

"E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação. O meu concerto porém, estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará, neste tempo determinado, no ano seguinte."

"E Abraão tomou outra mulher; e o seu nome era Ketura; e gerou-lhe Zimran, e Jocsan, e Medan, e Midian, e Jisbac, e Sua. E Jocsan gerou Seba e Dedan: e os filhos de Dedan foram Assurim, e Letusim e Leumim. E os filhos de Midian foram Efa, e Efer, e Henoch, e Abida, e Elda: estes todos foram filhos de Ketura. Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque; mas aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu Abraão presentes, e, vivendo ele ainda, despediu-os do seu filho Isaque, ao oriente, para a terra oriental." Genesis 17.20-21 / 25.1-6

Pelo testemunho bíblico podemos depreender que Isaque permaneceu no lugar em que Abraão habitava, isto é, Hebrom, a ocidente do Jordão; enquanto aos outros filhos foi dada ordem de se estenderem para oriente. Até nos é possível saber qual a área territorial atribuída aos doze filhos de Ismael: O norte da península arábica, envolvendo o deserto a oriente do Egito até ao sul da Assíria.

"Estas, porém, são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que a serva de Sara, Agar, egípcia, deu a Abraão. E estes são os nomes dos filhos de Ismael pelos seus nomes, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebajoth, depois Quedar, e Abdeel, e Mibsam, e Misma, e Duma, e Massa, Hadar, e Tema, Jetur, Nafis, e Quedma. Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes, pelas suas vilas e pelos seus castelos: doze príncipes segundo as suas famílias. Estes são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e sete anos; e ele expirou, e morreu, e foi congregado ao seu povo. E habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, indo para Assur; e fez o seu assento diante da face de todos os seus irmãos." Genesis 25.12-18

Entretanto o juramento feito a Abraão é reiterado mais tarde a Isaque, envolvendo o território de Gaza, onde se situam as cidades por ele edificadas no vale do rio Gerar.

"E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão: por isso, foi-se Isaque a Abimelech, rei dos filisteus, em Gerar. E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser: peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua semente darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que tenho jurado a Abraão, teu pai, e multiplicarei a tua semente, como as estrelas dos céus, e darei à tua semente todas estas terras; e em tua semente serão benditas todas as nações da terra; porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar." Genesis 26.1-6

Assim temos, embora com algumas misturas e entrosamentos tribais, a demarcação geográfica das possessões de Israelitas, Ismaelitas e árabes, com o respectivo povoamento das diversas regiões. Em linhas gerais temos: no norte da Palestina, a ocidente do Jordão, acompanhando todo o litoral do Mediterrâneo, a nação de Israel, neto de Abraão, filho de Isaque. A sul, desde o Nilo até ao Golfo Pérsico, também corretamente chamado Golfo Arábico, estende-se o território concedido aos Ismaelitas. Toda a península arábica, desde Sabá (o atual Iêmen) ao sul, até Madiã, ao norte, na parte oriental do Sinai, pertence por direito aos árabes, isto é, aos descendentes de Abraão e Quetura.

 

A CADA UM O SEU DIREITO

A expansão do povo ismaelita e árabe e a fusão destes com os persas, vindos do sul da Rússia - os indo-europeus -sem contar com a mistura entre islamitas e judeus, derivada dos colonialismos e hegemonias europeias no Médio-Oriente, faz com que hoje se confundam árabes com ismaelitas, e que se perca a noção dos direitos de cada um destes povos, nomeadamente dos israelitas. Se nos munirmos de um mapa poderemos perceber melhor a distribuição geográfica de cada um deles e os seus direitos territoriais. Se houvesse entre eles um verdadeiro sentido de fraternidade, todos os conflitos entre árabes e judeus se resolveriam e estes povos poderiam viver como no paraíso. Se cada um respeitasse o direito dos outros, poderiam viver como uma família, em paz e prosperidade. Mas não é isso que acontece. Hoje, palestinianos reclamam os seus direitos à terra e à autonomia. Os israelitas endurecem em intransigência. As facções árabes - shiitas e sunitas - combatem-se, lutam entre si, fazem e desfazem alianças. O Líbano, devastado pela guerra mais fratricida de que há memória, é o campo de batalha entre Israel e o mundo árabe e das facções árabes que se degladiam entre si.

Se Abraão voltasse à vida, veria com tristeza os seus filhos a aniquilarem-se entre si, inspirados por um ódio demoníaco e irracional. Com a proclamação do Estado de Israel a 15 de Maio de 1948 reacendem-se lutas antigas e estabelecem-se oficialmente inimizades que se vão a pouco e pouco avolumando, ao ponto de hoje depararmos com um conflito generalizado naquela região. A disputa de fronteiras que já vem desde 1967 tem mantido judeus e palestinianos num estado constante de guerra entremeado por negociações violentas. O Iraque não é mais do que, juntamente com a Síria, o remanescente do antigo império Assírio. Damasco é hoje ainda a capital desse antigo e florescente reino. É aí mesmo que podemos situar o reduto dos principais inimigos de Israel; e é daí também que saem as ameaças abertas ou veladas contra o povo escolhido de DEUS.

Enquanto esta mentalidade nacionalista megalômana perdurar, será difícil os filho de Abraão estabelecerem laços duradouros de paz e fraternidade. A intenção de DEUS em relação a todos eles é só uma - a de que vivam como irmãos, em tranquilidade, harmonia e segurança - uma benção no meio da Terra. Será isto possível ? Manuel José dos Santos


2. A contenção do conflito. 

Por causa do pecado dos filhos de Israel, a dispersão do povo foi inevitável. (Os 3.4,5; Ez 37.1-28).

Ez 37.1-14 A MÃO DO SENHOR... OSSOS. Por meio do ESPÍRITO SANTO, Ezequiel vê numa visão um vale cheio de ossos secos. Os ossos representam toda a casa de Israel (v. 11), i.e., tanto Israel como Judá, no exílio, cuja esperança pereceu na dispersão entre os pagãos. DEUS mandou Ezequiel profetizar para os ossos (vv. 4-6). Os ossos, então, reviveram em duas etapas: 

(1) uma restauração nacional, ligada à terra (vv. 7,8), e 

(2) uma restauração espiritual, ligada a fé (vv. 9,10). Esta visão objetivou garantir aos exilados a sua restauração pelo poder de DEUS e o restabelecimento como nação na terra prometida, apesar das circunstâncias críticas de então (vv. 11-14). Não há menção da duração do tempo entre essas duas etapas. (Não sabemos quando vai se iniciar o milênio antes de experimentarmos o arrebatamento da Igreja e da Grande tribulação vir sobre os habitantes da terra)

3. Disputa de primazia entre irmãos. 

O filho da promessa, de quem descende JESUS CRISTO, o Salvador do mundo, é o que foi gerado por Sara, não por Agar. (Jo 3.6). 
 

Fiel cumprimento de uma Aliança ratificada por DEUS com Abraão e sua descendência até que viesse o seu descendente, que é CRISTO.

Gl 3.16 Ora, a Abraão e a seu [descendente] foram feitas as promessas; não diz: E a seus [descendente]s, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu [descendente], que é CRISTO.

Gl 3.19 Logo, para que é a lei? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o [descendente] a quem a promessa tinha sido feita; e foi ordenada por meio de anjos, pela mão de um mediador.
 

CONCLUSÃO
A grande lição que aprendemos é que em CRISTO não há acepção de pessoas, de raça, de língua ou cor, mas todos são um só em CRISTO JESUS. 
 

Auxílios Suplementares:

Subsídio Teológico - “Originalmente, os ismaelitas eram uma tribo de beduínos que vagueavam pelo deserto, incluindo a parte sul da Palestina (Gn 25.18). Eles estavam ligados aos hagarenos (Sl 83.6) e tinham conexões raciais com eles. Os críticos supõem que esses povos tiraram vantagem da história à nossa frente para assim obterem uma alegada descendência de Abraão. Mas não há motivos para duvidar da veracidade do relato. Maomé dizia-se descendente direto de Ismael, mas não sabemos a qualidade de suas informações quanto a esse particular. Por outra parte, ele era seu filho espiritual, pois, de maneira enfática, encabeçou a oposição a Israel, mediante sua nova religião. Mas em algum ponto do futuro há uma unidade a ser conseguida (Ef 1.9,10) apesar de tudo ainda estar distante. Nesse ínterim, os homens continuam a dividir-se em campos opostos e conflitantes. Não existe ódio que se compare ao ódio religioso, pelo que, onde houver fé religiosa, ali os conflitos mostram-se mais amargos. E os homens sempre acusam DEUS por causa do ódio em seu coração. Se alguém falar em amor, será questionada, pelos radicais, a qualidade da fé desse alguém. Matanças e revides ocorrem em nome de DEUS, e os discípulos dos grandes matadores veem tudo com olhar de aprovação.” (O Antigo Testamento Interpretado, CPAD, vol.1, pág.124) Leia mais na Revista Ensinador Cristão, CPAD, nº 12, pág. 42 
 

Sara, a princesa, a mãe das nações

“Disse DEUS a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porém Sara será seu nome. Abençoá-la-ei, e dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela.” (Gn 17:15-16)

Sarai surge na Bíblia pela vez primeira, em Gênesis.11:29, como esposa de Abraão. “Sarai” significa, em hebraico, “Yahweh é príncipe“, A cidade natal de Sarai era Ur dos caldeus (Gn 11:31). Acompanhou Abraão em sua peregrinação.

Sarai tinha um grande problema. A Bíblia cita que ela era estéril e não dera filhos a Abraão (Gn.11:30). Aquela circunstância na vida de Sarai era um grave problema. Naquela época a esterilidade era associada a uma maldição divina. A principal função da mulher, na sociedade patriarcal da antiguidade, era a de gerar filhos e uma mulher estéril era considerada inútil (Dt.7:14). Apesar disso, Abraão não a desamparou, demonstrando que a amava. O plano de DEUS era formar uma grande nação por meio de Abraão e a participação de Sarai, como esposa, era de muita importância para que isso acontecesse.

Quando Abraão partiu de Harã para cumprir a ordem de DEUS, Sarai o acompanhou mesmo não sabendo para onde rumava. Demonstrou submissão e confiança em seu marido. Foi a primeira pessoa que decidiu acompanhar Abraão (Gn 12:5). Sarai era uma mulher de fé (Hb 11;11) e partiu com seu marido sem questionar ou pedir explicações.

Depois de estarem estabelecidos em Canaã, surgiu um período de seca que causou fome e foram para o Egito. Mais uma vez Sarai demonstrou sua submissão e confiança em seu marido, quando este pediu-lhe para passar por sua irmã com vista de proteger sua vida (Gn 12:13). Sarai consentiu e isso despertou a cobiça dos príncipes do Faraó, pois apesar dos seus sessenta e cinco anos de idade, Sarai era mui formosa (Gn 12:14). Então, Sarai foi levada para a casa do Faraó, porém DEUS a guardou impedindo que o seu casamento e sua moral fossem maculados. O Faraó descobriu a meia-mentira e expulsou Abraão, sua mulher e todos que o acompanhavam (Gn.12:17-20)

Passados dez anos que estavam em Canaã e Sarai vendo que não gerava filhos a Abraão, decidiu usar do direito que tinha, segundo o costume da época. Deu a Abraão sua escrava Agar para que gerasse com ela um filho (Gn 16:1-3). Este deve ter sido o maior erro de Sarai. A escrava desprezou-a e Sarai a puniu fazendo com que fugisse. Dá união entre Abraão e Agar nasceu Ismael (Gn 16:11) que veio a ser o pai dos árabes.

Sarai foi tomada pelo desânimo. Cansara-se de esperar o milagre de DEUS e, por conta própria tomou a decisão. Isso lhe causou um grande embaraço. Mas DEUS cumpre o que promete. Em Gn 17:15, DEUS se revelou, renovou Sua promessa de um herdeiro para Abraão, mudou o nome de Sarai para Sara, que significa “princesa” e a abençoou com a promessa de um filho de seu ventre. Sara seria a mãe de nações (Gn 17:15-16)

O próprio Abraão não creu de imediato na mensagem divina e riu (Gn17:17). Sara já tinha noventa anos e havia cessado o incômodo das mulheres e achou engraçada a promessa (Gn 17:10-12). Mas para DEUS nada é impossível. Sara não acreditou na mensagem divina, porque em vez de pôr a fé em ação, pensou nas condições humanas e materiais para o cumprimento da promessa. “Haveria alguma coisa difícil ao Senhor”, perguntou o ser celestial a Sara.

Sara quis negar que tivesse sido incrédula e, por isso, mentiu, dizendo que não havia rido. Foi, uma vez mais, repreendida pelo ser celeste. O Senhor visitou a Sara e ela concebeu, dando à luz a Isaque, que significa “riso”, no tempo determinado que DEUS lhe havia dito (Gn.21:1-3). A Bíblia revela que Sara pôde conceber porque teve por fiel aquele que havia feito a promessa (Hb.11:11).

O próprio Abraão não creu de imediato na mensagem divina e riu (Gn17:17).

Mais uma vez Sara foi conivente com Abraão dizendo que era sua irmã. Passou por momentos desagradáveis quando foi tomada por Abimeleque, rei de Gerar (Gn 20:1-2), que descobriu a mentira que tentou ser justificada pelo patriarca (Gn 20:11-13). Novamente DEUS impediu que Abimeleque possuísse Sara (Gn 20:3-7). Abraão, ainda, intercedeu por Abimeleque e seu povo e o Senhor sarou àquela nação, cuja madre tinha sido fechada por causa de Sara (Gn 20:18)

Sara concebeu e deu a Abraão um filho na sua velhice, conforme DEUS prometeu (Gn 21:1-2). Outras dificuldades surgiram. Isaque, filho de Sara, no dia de seu desmame, foi zombado por seu meio-irmão Ismael (Gn 21:9). Sara percebeu que a situação não era conveniente e pediu a Abraão que mandasse embora Agar e seu filho, porque Ismael não deveria compartilhar da herança com Isaque (Gn 21:10). A reação de Abraão foi de tristeza, mas o Senhor DEUS confirmou a vontade de Sara (Gn 21:12-13).

Após a despedida de Agar e seu filho, Sara desempenhou o seu papel de “mãe de nações” e por trinta e sete anos conviveu com Isaque. Aos cento e vinte sete anos de idade, Sara morreu (Gn 23:1)

Sara, mulher de formosa aparência, leal, correta, rica e simples, submissa a DEUS e a seu marido, decidida e fiel. Sara era uma mulher obediente e esta obediência causou-lhe, em certas ocasiões, momentos de sofrimento e desesperança, mas por causa de sua grande fé o Senhor a protegeu. Cumpriu a missão dada pelo Senhor e se tornou a mulher que deu à luz ao povo escolhido de DEUS (Is 51:2)

 

Resumo rápido da vida de Isaque segundo minha opinião - Isaque com 3 anos foi desprezado por seu irmão Ismael, com 33,5 foi oferecido em sacrifício, com 37 perdeu sua mãe, com 40 se casou, com 60 lhe nasceu dois filhos, morreu com 180 anos.

 

 

Referências Bibliográficas (outras estão acima)

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.

Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.

BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.

CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.

www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/

Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD

Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

Gênesis - Comentário Adam Clarke

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

ABRAÃO - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS - 4º TRIMESTRE DE 2002 - COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL

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A Parábola do Filho Pródigo

 Daniel Conegero

A Parábola do Filho Pródigo é uma das parábolas mais conhecidas entre os cristãos. Essa parábola está registrada apenas no Evangelho de Lucas 15:11-32.

No capítulo 15 de Lucas temos o registro de três parábolas de Jesus. Esse é o capítulo da ovelha desgarrada, da dracma perdida e do filho que se foi. Mas também esse é o capítulo da ovelha recuperada, da dracma encontrada e do filho que voltou. Mais ainda, esse é o capítulo onde o pastor busca a ovelha, a mulher procura diligentemente sua moeda de prata e onde o pai aguarda pacientemente o retorno do filho.

São três parábolas: a Parábola da Dracma Perdida; a Parábola da Ovelha Perdida; e a Parábola do Filho Pródigo. Essa última talvez seja a mais conhecida de todas as parábolas de Jesus.

O que significa “filho pródigo”?

A palavra “pródigo” originalmente transmite um sentido de “extravagância descuidada”. Na aplicação original, o pródigo é aquele que age de uma forma extravagante, além dos limites.

É por isto que em nosso idioma o significado de pródigo pode ser tanto “esbanjador” e “gastador” como “generoso”, “magnânimo” e “abundante ao distribuir”.

Vale dizer que o título “Parábola do Filho Pródigo” não foi divinamente inspirado. Isso significa que esse título não consta no texto original do Evangelho de Lucas, sendo então atribuído à parábola tempos depois.

Talvez esse não seja o título mais apropriado, pois a parábola é muito mais sobre o pai do que sobre o filho. Por este motivo é que alguns estudiosos ao longo do tempo preferiram chamar essa parábola por outros títulos. Por exemplo: Parábola do Pai que Espera; Parábola do Pai Pródigo; e Amor Prodigo Para o Filho Pródigo.

Contexto da Parábola do Filho Pródigo

Quando Jesus contou a Parábola do Filho Pródigo ele estava cercado por publicanos e pecadores que se reuniram para ouvi-lo. Os publicanos eram os cobradores de impostos; judeus que estavam a serviço do Império Romano. Os publicanos eram vistos pelo povo como traidores que extorquiam os próprios irmãos.

Já os pecadores eram as pessoas moralmente marginalizadas e de má reputação na sociedade. Essas pessoas não possuíam um padrão de vida aprovado pelos religiosos da época, e, por isso, elas eram excluídas por eles.

Aos judeus era recomendado que evitassem ao máximo ter contato com essas duas classes de pessoas. Na verdade os rabinos nem mesmo ensinavam tais pessoas.

No entanto, Jesus fazia diferente. Jesus contrariava aquela religiosidade hipócrita. Jesus não apenas tinha contato com aquelas pessoas, mas também comia com elas; e mais além, Ele as buscava. Foi assim com Mateus, um publicano escolhido para compor o grupo dos doze apóstolos.

Esse tipo de comportamento escandalizava os fariseus e os doutores da Lei. Eles ficavam indignados, e frequentemente questionavam Jesus acerca disto. O capítulo 15 do Evangelho de Lucas foi uma dessas ocasiões.

Os rabinos da época concordavam que Deus recebia o pecador arrependido. Mas eles não compreendiam que é o próprio Deus quem busca tais pecadores.

Jesus respondeu àqueles religiosos contando três parábolas, entre elas a Parábola do Filho Pródigo. As três parábolas inegavelmente transmitem uma mensagem central: o extraordinário amor de Deus pelos perdidos. Esse certamente é o ensinamento principal da Parábola do Filho Pródigo.

Explicação e significado da Parábola do Filho Pródigo

A Parábola do Filho Pródigo é muito rica em detalhes, de forma que grandes sermões já foram pregados de perspectivas diferentes. Podemos usar essa parábola, por exemplo, para aprendermos sobre relacionamentos familiares, embora esse não seja o sentido principal dessa parábola.

O segredo para interpretarmos as parábolas de Jesus é nos atentarmos à sua mensagem principal. Não precisamos atribuir significado a todos os elementos de uma parábola, mas devemos direcionar a nossa atenção para o que realmente Jesus estava ensinando.

A Parábola do Filho Pródigo fala de três personagens: o pai; o filho mais novo; e o filho mais velho. Apesar de Jesus não ter nomeado especialmente cada um dos personagens na ocasião em que foi contada essa parábola, esses três personagens claramente tinham significados específicos: o pai representava Deus; o filho mais novo representava os publicanos e pecadores; e o filho mais velho os escribas e fariseus.

Porém, como toda a Palavra de Deus, o ensino presente na Parábola do Filho Pródigo rompe as barreiras do tempo. Ela é tão atual para nós hoje quanto foi há dois mil anos.

Da mesma forma como aquelas pessoas puderam ver a si mesmos enquanto Jesus contava a Parábola do Filho Pródigo, hoje nós também podemos nos identificar como se estivéssemos na frente de um espelho enquanto lemos essas palavras de Jesus.

Quando olhamos para o filho mais novo talvez possamos dizer: esse sou eu. Ou, quando olhamos para o filho mais velho, talvez também possamos dizer: acho que estou me comportando como ele.

É importante dizer que Jesus direcionou a Parábola do Filho Pródigo aos escribas e fariseus. É comum vermos essa parábola sendo usada apenas com ênfase no filho mais novo, e geralmente aplicada àqueles que deixaram a casa do Pai. Porém Jesus enfatiza muito mais o filho primogênito do que o mais novo, fazendo com que a própria parábola aponte especialmente para os religiosos.

A seguir, vamos meditar na exposição do texto bíblico que registra a Parábola do Filho Pródigo.

A atitude do filho mais novo

Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres (Lucas 15:11,12).

O versículo 12 nos mostra que o filho mais novo tinha um plano. Ele queria sair de casa, pois estava cansado da vida no lar do pai. O filho mais novo se sentia preso e queria ser livre.

Então ele pediu a herança ao pai. Ele tinha direito a um terço da herança quando seu pai morresse, porém, ele não podia esperar. Essa atitude foi um completo desrespeito; ele não se importou com a vida do pai. Ele não quis saber se o pai contava com ele para ampará-lo na velhice. Seus planos eram mais importantes. Ele amava mais a si mesmo do que ao pai. Ele quebrou os mandamentos de Deus.

A divisão proposta pelo filho era muito complicada. Alguns estudiosos entendem que pela antecipação ele recebeu a nona parte ao invés de um terço a qual tinha direito. Bem, sobre isso nada sabemos. Mas seja como for, o fato é que tal pedido gerou problemas.

Toda a propriedade precisava ser dividida. Uma parte considerável deveria ser vendida e liquidada. Essa era uma situação que afetava todo o lar, além de ser um insulto ao pai que nunca lhe deixou faltar nada.

O plano do filho pródigo

Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente (Lucas 15:13).

No versículo 13 encontramos o filho mais novo saindo de casa, saindo de sua terra, com liberdade e recurso para viajar o mundo. Ele poderia ir para a Ásia Menor ao norte, ao Egito e a África ao sul, ou Babilônia a leste e Grécia e Itália a oeste.

Não sabemos para onde ele foi. Só sabemos que ele foi para um lugar distante. Ele se afastou o máximo que pôde da casa do pai.

Sua atitude foi completamente inconsequente. Ele juntou tudo o que tinha. Ele não deixou nenhuma reserva na casa do pai para que se caso seu plano desse errado ele pudesse voltar dignamente. Esse filho mais novo viveu de forma dissoluta, da maneira que lhe parecia melhor.

A ruína do filho pródigo

Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade (Lucas 15:14).

No versículo 14 temos notícias do início de sua ruína. Seus recursos acabaram, ele havia gastado tudo e começou a passar necessidades. O dinheiro acabou e a fome chegou.

Para piorar ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não tinha mais amigo, não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo mundano é passageiro, é ilusão, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida, ele traz solidão.

Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos (Lucas 15:15).

O versículo 15 nos mostra a humilhação a qual o filho mais novo foi submetido. Para sobreviver ele foi cuidar de porcos. Devemos nos lembrar de que ele era um judeu, e como tal não podia ter contato com porcos. Estes animais eram considerados imundos pela Lei (Levítico 11:7).

Os rabinos consideravam as pessoas que cuidavam de porcos amaldiçoadas. Com isso percebemos que ele perdeu seus recursos, sua religião e consequentemente sua identidade.

Ali, ele desejava fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada (Lucas 15:16).

No versículo 16 somos informados que ele sentiu tanta fome que desejou comer as lavagens que eram dadas aos porcos, porém o texto parece indicar que ele não chegou a comê-las. Entretanto, o “não comer” não representava alguma dignidade para ele, ao contrário, representava o castigo da fome.

A transformação do filho pródigo

Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! (Lucas 15:17).

Já o versículo 17 nos mostra o momento de seu arrependimento. Lemos que ele “caiu em si”. No originou seria algo como “recobrou seu senso” ou “quando voltou a si mesmo”.

Nesse momento vemos que ele sentiu saudade de casa. Ele descobriu que os empregados temporários de seu pai eram mais dignos do que ele, de modo que tais empregados diaristas tinha o que comer, e ele morria de fome.

Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores (Lucas 15:18,19).

Perceba que nos versículo 18 e 19 ele reconheceu o seu erro. Naquele momento ele soube que seu abandono foi precipitado, que sua decisão foi insensata.

Também entendeu que o que fez não foi apenas um erro, foi um pecado. Ele havia pecado contra Deus e contra o pai. Ele compreendeu quão ingrato ele havia sido, e sabia que não poderia mais ser chamado de filho, então queria ser um empregado temporário.

Nesse exato momento aquele filho mais novo já não era mais o mesmo rapaz inconsequente que saiu da casa do pai. Ele havia sido transformado.

Um pai pródigo para um filho pródigo

E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou (Lucas 15:20).

No versículo 20 lemos que o pai avistou o filho que estava retornando. O pai nunca havia perdido o interesse no filho, e uma vez e outra sempre estava olhando o caminho à espera do dia que o filho voltaria.

O filho, quando partiu, achava que nunca mais voltaria ali, mas o pai tinha certeza de que um dia ele estaria de volta. Isso fica muito claro na reação do pai.

O texto bíblico diz que o pai se compadeceu profundamente. Ele correu para o filho. Naquela época um ancião não podia correr, isso era indigno, mas o pai não se importou com a humilhação, o que importava era o filho a quem ele estava buscando no caminho.

O pai o abraçou, não olhando para as condições em que seu filho estava se aproximando. O filho estava rasgado, descalço, era a personificação da miséria, mas o pai só olhou o arrependimento, e o acolheu em seus braços.

O pai também o beijou repetidas vezes. Perceba que ele se compadeceu, correu, abraçou e beijou, antes de dizer uma única palavra. Que amor maravilhoso. Que graça incompreensível.

E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho (Lucas 15:21).

No versículo 21 vemos que o filho começa a fazer o discurso que havia ensaiado. Ele reconheceu o seu pecado, reconheceu a sua miséria, reconheceu que não tinha mérito algum e reconheceu que não era digno de ser chamado de filho. Porém, algo que realmente merece nossa atenção é o fato de que ele não conseguiu dizer “faz de mim um de seus empregados”. O pai nunca deixou que ele dissesse essas palavras.

O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos (Lucas 15:22,23).

Nos versículos 22 e 23 temos o relato de como o pai o recebe de volta ao lar. O pai queria dar ao filho a importância que ele não merecia, mas seu amor de pai era imenso e inexplicável.

O pai lhe providencia roupa, símbolo de honra; anel, um símbolo de autoridade; sandália, um símbolo de que ele não era um escravo. Aquele filho era um homem livre, pois o amor de seu pai o libertou.

O pai também manda preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho guardado para ser usado somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria alguma ocasião mais especial do que essa?

Esses versículos nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o controle sempre esteve nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava vivendo dissolutamente o pai estava fazendo provisão para o filho que retornaria. Enquanto o filho estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho, deixando a roupa, o anel e a sandália preparados para o momento do retorno.

Com isto, entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania de Deus, que busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam procurando por ele.

Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se (Lucas 15:24).

O versículo 24 possui um significado muito importante que infelizmente muitas pessoas não percebem. Note os contrastes: morto,vivo; perdido,achado.

A explicação dessas palavras é a seguinte: no sentido prático, o filho estava morto pois havia recebido toda sua parte da herança. Ele não fazia mais parte da família. Ele também estava perdido, pois havia sido destruído em suas loucuras, e desperdiçado tudo o que lhe poderia sustentar durante a vida.

Porém há algo mais profundo. A palavra “morto” reflete o grau mais avançado de miséria e de decomposição. Morto não toma ação, não decide, não tem razão sobre si.

Aquele filho estava morto e perdido, ou seja, ele estava no mais profundo estado de desgraça. Porém há uma boa notícia, uma notícia que explica a reação do pai.

O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, ensina que “Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1).

No mesmo Evangelho de Lucas, o próprio Jesus declara: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19:10).

O filho mais velho

Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo (Lucas 15:25-28).

Entre os versículo 25 e 28 somos apresentados ao outro filho, o filho mais velho. Esse era o filho pródigo primogênito. Ele nunca se afastou do pai, mas também nunca esteve próximo; ele sempre teve todo o amor que precisava, mas sempre esbanjou o amor e a presença do pai.

Se o filho mais novo se perdeu saindo de casa, o filho mais velho se perdeu dentro de casa. Que coisa terrível, perdido dentro de casa.

Então mais uma vez o pai é quem saiu de casa para ir de encontro a um filho. Dessa vez ele foi encontrar o filho mais velho. Nas palavras do filho mais velho, vemos que ele encarava o relacionamento com o pai na base da recompensa.

Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado (Lucas 15:29,30).

Ele tinha direito a dois terços de toda a herança, mas estava preocupado com um simples novilho. Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No original ele diz algo como: “estive trabalhando como escravo para ti”.

Ele também tentava se auto-justificar dizendo: “nunca desobedeci tuas ordens”. Ele não entendia que de um filho se espera mais do que simples obediência; ele não havia entendido que diante de um pai tão bondoso nada do que tinha feito poderia impressionar.

Ele só estava preocupado com as posses do pai, que, consequentemente, eram suas. Ele não amava o pai, apenas queria sua fortuna. Ele não se preocupou com a dor do pai quando ficou sem seu caçula, nem mesmo com o irmão que se foi, pois como mais velho ele poderia ter ido buscá-lo.

Esse filho estava mesmo preocupado era com a herança. Perceba que ele diz “esse teu filho”, ao invés de dizer “esse meu irmão”. Ele era um estranho dentro de casa.

Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado (Lucas 15:31,32).

A resposta do pai nos versículos 31 e 32 estabelece um tremendo contraste. O pai se dirige a ele dizendo “meu filho”. No original grego a expressão utilizada aqui significa algo como “meu menino”, transmitindo um sentido mais afetuoso.

O pai também usa a expressão “esse seu irmão”, ou seja, o pai o coloca como membro da família, além de demonstrar que havia considerado como justo o filho mais novo.


Lições da Parábola do Filho Pródigo

Não apenas a Parábola do Filho Pródigo, mas todo o capítulo 15 de Lucas, certamente aponta para o extraordinário amor de Deus.

Perceba a alegria do pastor que encontra a ovelha perdida (Lucas 15:6,7); do contentamento da mulher que encontra a dracma perdida (Lucas 15:9,10). Da mesma forma o pai, nessa Parábola do Filho Pródigo, se alegra com o retorno do filho perdido (Lucas 15:23,24, 32).

Claramente também podemos perceber uma intensificação na narrativa de Jesus. Primeiro ele fala da ovelha, depois da drácma e, finalmente, do filho.

Podemos aprender muitas coisas com esse ensino do Senhor. Em primeiro lugar, a Parábola do Filho Pródigo nos ensina que o Pai busca, traz de volta e se alegra na conversão do pecador operada pelo Espírito.

Diante disto, é impossível não perguntarmos: Quem somos nós? Quão perdidos estávamos? Será que merecíamos esse cuidado tão pessoal do próprio Deus?

Tudo o que podemos dizer é que Ele nos ama. Ele faz uma festa por nossa causa, mas entenda que isso não é sobre nós, é inteiramente sobre Ele. Nunca poderíamos ir para casa do Pai sem um caminho que nos levasse até lá. Jesus é esse caminho (João 14:6).

Em segundo lugar, a Parábola do Filho Pródigo nos convida a refletir sobre qual tem sido a nossa posição para com os perdidos. Aqui temos uma importante lição. Diante dos perdidos podemos assumir algumas atitudes diferentes: podemos odiá-los; tratá-los com indiferença; recebê-los quando vierem até nós; ou buscá-los.

Como seguidores de Cristo, cidadãos do reino de Deus, qual tem sido a nossa atitude? Estamos mais parecidos com Jesus ou com os fariseus e doutores da Lei?

Em terceiro lugar, agora falando do nosso relacionamento com o Pai, a Parábola do Filho Pródigo nos leva a fazer as seguintes perguntas: Como estamos nos comportando? Será que somos como o filho mais novo ou como o filho mais velho?

O filho mais novo apenas queria sua parte na herança, e a maneira que ele achou para conseguir isso foi sendo ruim, se afastando e indo embora. Já o filho mais velho também só estava interessado na herança, e a forma que ele achou para consegui-la foi sendo bom, obediente e ficando em casa.

Você percebe que ambos eram ruins? A ruína do filho mais novo foi sua precipitação, inconsequência, insensibilidade e desobediência. Já a ruína do filho mais velho foi seu comprometimento, sua obediência, seu bom serviço e sua sensibilidade superficial. O filho mais novo se afastou do pai por ser muito mau, enquanto o filho mais velho se afastou por ser muito bom.

Em quarto lugar, a Parábola do Filho Pródigo nos traz um grande alerta. É impossível não falarmos sobre o que ocorrem com os dois filhos. A parábola termina com o filho mais novo dentro de casa, participando da festa que o pai promoveu. Por outro lado, a parábola também termina sem mostrar o filho mais velho retornando à casa do pai para se alegrar com seu irmão que voltou.

Não temos nenhuma autorização para irmos além do que o texto bíblico diz. Especificamente na Parábola do Filho Pródigo não sabemos o que ocorreu com o filho mais velho, porém sabemos que esse filho era uma figura dos escribas e fariseus, os mesmos que acabaram crucificando Jesus (Atos 7:52).

Como o filho mais velho, esses religiosos tentavam se auto-justificar. Eles se achavam bons de mais, tão bons a ponto de praticamente entenderem que alguém como eles nunca poderia ser privado do paraíso.

Hoje, muitas pessoas se comportam como o filho mais velho. Elas não faltam aos cultos, são obedientes, oram, jejuam e fazem tudo o que podem. Porém nada é verdadeiro, tudo é por interesse. Essas pessoas acham que suas boas obras serão capazes de salvá-las.

Essas pessoas cantam os nossos hinos, usam a nossa Bíblia, dizem ser um dos nossos, e até chamam nosso Deus de Pai. Mas elas são estranhas dentro de casa. Haverá um dia em que fatalmente ouvirão: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mateus 7:23).

Os filhos mais velhos não entendem nada sobre a graça de Deus. Eles não compreendem que tudo é pelo mérito de Cristo, e que não há nada em nós mesmos que possa nos credenciar à salvação.

Se Deus se alegra na presença de seus anjos por um pecador arrependido, se hoje temos morada na casa do Pai, e se não estamos mais mortos e perdidos em nossos pecados e delitos, isso tudo é pela obra redentora de Cristo na cruz.

 

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Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

  

ESBOCO DA LIÇÃO

1- Fugindo do homem em busca de DEUS

1-1- Jacó crê na importância da benção

1-2- Fugindo para o encontro com DEUS

1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão

2- Coisas melhores de DEUS

2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável

2-2- Um pecador se converte

2-3- O pai de príncipes

3- DEUS conosco

3-1- O DEUS abençoador

3-2- Foge, eu estarei com você

3-3- Marcado por DEUS

  

TEXTO ÁUREO

"Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia." Gênesis 28.16

  

VERDADE APLICADA

Para sermos bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter consciência de que, em todo o tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas por graça.

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17

12. E sonhou: e eis uma escada era posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de DEUS subiam e desciam por ela.

13. E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, DEUS de Abraão, teu pai e o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta deitado, te darei a ti e tua semente.

15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.

16. Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia.

17. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de DEUS; e esta é a porta dos céus.

  

Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado

2º Trimestre de 2017 - Título: o Caráter do Cristão - Moldado Pela Palavra de DEUS e Provado Como Ouro

Comentarista: Pr. Elinaldo Renovato de Lima (Pr.Pres.ADPAR - Assembleia de DEUS em Parnamirim/RN)

Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454

  

TEXTO ÁUREO
"Como está escrito: Amei Jacó ?e aborreci Esaú." (Rm 9.13)

 

 VERDADE PRÁTICA

Com base em sua presciência e propósitos, DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

(Jacó foi escolhido, não porque DEUS consultou o futuro, mas porque DEUS tinha duas opções para continuar sua aliança até que viesse JESUS. DEUS escolheu Jacó antes mesmo de nascer).
 

 LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 27.11,12 A mentira traz maldição
Terça - Gn 27.41 Quando o ódio se torna mortal
Quarta - Gn 27.20 Jacó mentiu ao próprio pai
Quinta - Gl 6.7 O que o homem planta, isso colherá
Sexta - Rm 5.20 Onde abundou o pecado superabundou a graça de DEUS
Sábado - Sl 133.1 DEUS quer que os irmãos vivam em união


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 25.28-34; Gênesis 32.24, 27, 28,30.
Gênesis 25.28 - E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó. 29 - E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado. 30 - E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. 31 - Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. 32 - E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? 33 - Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34 - E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.

Gênesis 32.24 - Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. 27 - E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28 - Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com DEUS e com os homens e prevaleceste. 30 - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a DEUS face a face, e a minha alma foi salva.

 

OBJETIVO GERAL

Mostrar que DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar a origem de Jacó;

Mostrar a direção de DEUS na vida de Jacó;

Refletir a respeito de alguns aspectos do caráter de Jacó

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e apelidado pelo nome de "enganador" por todos os que conhecem sua história. Todavia, DEUS em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu apelido ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com DEUS e foi transformado por Ele. Todo encontro com DEUS é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de DEUS, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente DEUS, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro "eu".

 

PONTO CENTRAL - DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
 

Resumo da Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado

I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque.

2. O preferido de sua mãe.

3. O preferido de DEUS.

II - A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

1. A visão da escada que tocava o céu.

2. A coluna em Betel.

III - ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

1. Antes do seu encontro com DEUS.

a) Oportunista e egoísta. b) Interesseiro e calculista. c) Mentiroso e enganador.

2. Depois do seu encontro com DEUS.

a) Um caráter agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c) Um homem na direção de DEUS.

3. No seu encontro com Esaú.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Jacó foi escolhido por DEUS ainda no ventre de sua mãe.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de DEUS para sua vida.

SÍNTESE DO TÓPICO III - Antes de ter um encontro com DEUS Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.

 

CONHEÇA MAIS - *Jacó

"Era o terceiro no plano de DEUS para iniciar uma nação descendente de Abraão para dai nascer JESUS (Gl 3.16). O sucesso deste plano se deu mais 'apesar de' do que 'em razão da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, DEUS prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de DEUS trabalhando." Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 46.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com DEUS, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família" (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.



 


PARA REFLETIR - A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:
Que significa o nome Jacó?
"Aquele que segura pelo calcanhar" ou "suplantador".
Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.
Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?
Três vezes.
O que Jacó prometeu a DEUS se fosse abençoado em sua viagem?
Dar o dízimo de tudo.
Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Seu nome foi mudado para Israel, e viu DEUS "face a face".
 

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 70, p38


SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
Professor, reproduza o esquema da página ao lado no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com DEUS e depois. Ressalte que somente DEUS pode mudar o nosso caráter.

 

 

Resumo Rápido do Pr. Henrique - Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado

INTRODUÇÃO

Estudemos nesta lição sobre Jacó, conhecido como enganador, mas escolhido por DEUS para dar continuidade à aliança Abraâmica até que viesse o descendente que é CRISTO. De mau caráter a Israel, príncipe de DEUS. Quão importante é o encontro verdadeiro com DEUS! O verdadeiro caráter é forjado nas lutas do deserto.

Da família de Jacó vai nascer um descendente que é CRISTO, que vai pisar com o calcanhar a cabeça da serpente Satanás - JESUS CRISTO.

Gênesis 3.15 - orei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Gênesis 3.15 - Strong Português - עקב Ìaqeb ou (fem.) עקבה Ìiqq ̂ebah
1) calcanhar, retaguarda, pegada, parte de trás, casco, retaguarda de uma tropa, passo
1a) calcanhar
1b) marca de calcanhar, pegada
1c) parte de trás, retaguarda

I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque. Jacó, segundo filho de Isaque com Rebeca, nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão mais velho, Esaú, seu irmão gêmeo. Por isso seu nome - "aquele que segura ao calcanhar".

2. O preferido de sua mãe. Enquanto Esaú era mais próximo das coisas do campo, erra mais prático, era mais próximo de seu pai que gostava muito da caça que lhe trazia. Jacó era mais próximo das coisas caseiras, era mais emotivo e mais chegado á sua mãe, pois a ajudava em suas tarefas domésticas, além de ter a promessa de DEUS de ser o sucessor espiritual de Isaque (Sua mãe sabia disto).

3. O preferido de DEUS. Havia luta entre as crianças no ventre de Rebeca. Ao consultar a DEUS, ELE lhe revela que o maior servirá ao menor. DEUS havia escolhido Jacó para continuar a descendência de Abraão até que viesse o Messias, JESUS (Gl 3.16).

II - A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

Após usar de astúcia e comprar o direito de primogenitura de seu irmão Esaú e enganar seu pai e ser aconselhado a ir para a Mesopotâmia, à casa do irmão de Rebeca, Labão, e também para fugir da ira de seu irmão Esaú e para arrumar uma esposa, Jacó pára em Betel e lá tem um sonho onde DEUS vem a ele e isso muda sua vida dali para frente. Antes de partir recebe uma bênção especial e seu pai que reconhece sua escolha por parte de DEUS. Gênesis 28.4 E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que DEUS deu a Abraão.

1. A visão da escada que tocava o céu. DEUS vem a Jacó em um sonho onde anjos subiam e desciam numa escada que subia até ao céu. DEUS faz aliança com Jacó que lhe promete o dízimo de tudo.

2. A coluna em Betel. Jacó marca aquele local como local de aliança. Casa de DEUS. Se torna como seu avô e como seu pai, homens de altares.

E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela.
E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz. Gênesis 28:17-19

III - ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

Veja que Jacó era de péssimo caráter antes de ter um encontro com DEUS. Depois do encontro com DEUS em Betel começou a mudar seu caráter e depois com o encontro pessoal com DEUS, onde seu nome foi mudado para Israel, foi mais aperfeiçoado, embora tenha copiado a mania de dar preferência a um filho com seu pai Isaque e isso não ter deixado.

1. Antes do seu encontro com DEUS.

a) Oportunista e egoísta. b) Interesseiro e calculista. c) Mentiroso e enganador.

2. Depois do seu encontro com DEUS.

a) Um caráter agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c) Um homem na direção de DEUS.

3. No seu encontro com Esaú. Aqui vemos medo, insegurança, prevenção. Por fim Esaú se quebranta com a atitude humilde de seu irmão. é Esaú que vai apressadamnet aos braços de Jacó e chora com ele. Perdão e amor estão presentes.

E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão. Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram. Depois levantou os seus olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que DEUSgraciosamente tem dado a teu servo. Então chegaram as servas; elas e os seus filhos, e inclinaram-se. Gênesis 33:3-6

 

Gênesis 25. 21-28 - E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor. E cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre. E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pêlo; por isso chamaram o seu nome Esaú. E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque da idade de sessenta anos quando os gerou. E cresceram os meninos, e Esaú foi homem perito na caça, homem do campo; mas Jacó era homem simples, habitando em tendas. E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.

 

Creio que Rebeca, conhecendo Isaque e sua predileção por Esaú, entendia que ele nunca daria o direito de primogenitura para Jacó. Então, já que DEUS a tinha orientado de que Jacó herdaria tal benção e o momento exigisse uma solução rápida, resolveu usar uma estratégia fraudulenta para enganar seu esposo e realizar a vontade de DEUS.
Jacó já era dono legítimo da primogenitura, pois a havia comprado de seu irmão.
Participou então do astucioso plano de sua mãe e obteve o que DEUS desejava e ele e sua mãe também.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Romanos 9:10-14.

 

Onde Paulo achou na Bíblia que DEUS amou Jacó e odiou Esaú?

Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, E odiei a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto. Malaquias 1:2,3 (grifo nosso)


Davi se passou por louco para escapar da morte - Por isso se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba. 1 Samuel 21:13
Abraão e Isaque mentiram sobre suas esposas para escaparem da morte.
Pedro mentiu para escapar da morte.


Na antiga aliança o homem chamado por DEUS jamais conseguiria ser perfeito - Caráter ruim dos patriarcas. Às vezes eram de bom caráter. Na verdade, o que agradou a DEUS foi sua fé. ESTAMOS ESTUDANDO QUANDO FORAM DE BOM CARÁTER E DEVEMOS COPIAR SÓ O BOM. DEUS foi moldando o caráter de cada um com o passar dos anos e melhorando-os.

 

Jacó passou 20 anos fora de casa.

14 anos trabalhando por Raquel e mais 6 cuidando dos rebanhos do sogro para adquirir seu próprio rebanho.

Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. Gênesis 31:41

 

Após um encontro com DEUS o ser humano é mudado em um novo ser. Assim aconteceu com Jacó.

Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, 1 Pedro 1:14-19

Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17.

E o ESPÍRITO do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem. 1 Samuel 10:6

 

DEUS não fêz predestinação, mas escolheu Jacó antes mesmo de nascer. Jacó não fez nada para ser escolhido. DEUS escolheu Jacó para continuar a aliança Abraâmica e dai nascer JESUS. Não escolheu por causa de alguma coisa que Jacó tenha feito, porque nem tinha nascido. Também não estava condenando Esaú porque não havia pecado e nem desprezado ainda a primogenitura. DEUS tinha que escolher um dos dois e escolheu Jacó.

 

Quem escolheu Saul?
Não se fala sobre salvação, mas sobre chamada de DEUS. Ele é soberano em sua chamada.
Saul e Judas foram escolhidos por DEUS, mas não mudaram seu caráter.

DEUS escolheu Jacó e ele melhorou seu caráter depois. Já Saul, DEUS escolheu e continuou mau caráter.

"E quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo." 1 Samuel 9:17

DEUS já sabia que Saul não prestaria, que Judas trairia e que Sansão erraria e mesmo assim os escolheu.

Atos 13.15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16 E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.

 

Penso que Rebeca já havia dito a Jacó sobre a escolha de DEUS e ele decidiu tornar isso oficial comprando a primogenitura. Pode ser ou não. A bíblia não diz. Pelo que parece, Isaque não sabia que DEUS havia escolhido Jacó, mas após dar as bênçãos a Jacó mudou de opnião e abençoou de novo a Jacó como sucessor seu na bênção de Abraão e sua descendência até chegar a CRISTO.

E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã; Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe; E DEUSTodo-Poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que DEUSdeu a Abraão. Gênesis 28:1-4

 

Esaú era fornicador ou profano

E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. Hebreus 12.16 - Esaú foi considerado Fornicador e profano por vender seu direito de primogenitura.

 

Jacó tinha direito à primogenitura tanto espiritual (dada por DEUS antes dele nascer) quanto material (adquirida em um negócio. Comprada e paga).

 

Cremos que Jacó se casou com Lia e com Raquel, aproximadamente com 50 anos.

Gn 25. 34 Ora, sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.

Logo depois de Esaú se casar vemos Rebeca reclamar do casamento de Esaú que pelo menos já tinha 3 anos de casado para suas esposas já serem avaliadas por Rebeca. Jacó foi embora para a Mesopotâmia e lá trabalhou por 7 anos por Raquel, mas lhe foi dada Lia. Cremos que Raquel lhe e dada também para que trabalhe mais 7 anos por ela..

 

DEUS de Abraão e de Isaque e de Jacó. Por que ao invés de ser Israel fala Jacó?

A aliança foi feita com Jacó (aquele que segura ao calcanhar tentando chegar primeiro).
A aliança com Jacó foi feita por DEUS antes de Jacó nascer. Confirmada a aliança em Betel quando Jacó ainda era Jacó. Só vai se tornar Israel 20 anos depois.

 

Os 5 encontros com DEUS que marcaram a vida de Jacó
1. Em Betel (Gênesis 28:13-15).
2. A ordem para voltar (Gênesis 31:2-3)
3. A luta com DEUS (Gênesis 32:26-28)
4. Jacó se dedica a DEUS (Gênesis 35:1)
5. A bênção para ir para o Egito (Gênesis 46:2-4)

 

Jacó em sua luta com JESUS (Teofania)

Ele achava que poderia vencer. Saiu aleijado fisicamente, mas forte espiritualmente.

 

Tudo bem com Esaú até o fim desta história, mas seus descentes foram amaldiçoados. O mais famoso foi Herodes, comido por bichos.

 

Comentários de Vários Livros com algumas modificações do Pr. Henrique

 

JACÓ - Strong Português - יעקב Ya Ìaqob - Jacó = “aquele que segura o calcanhar” ou “suplantador”
1) filho de Isaque, neto de Abraão, e pai dos doze patriarcas das tribos de Israel
 

ESAÚ - (Strong Português) -  עשו ÌEsav - Esaú = “peludo”
1) o filho mais velho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó; vendeu o direito de primogenitura por comida quando estava faminto e a bênção divina ficou com Jacó.

 

Odiar - (Strong Português) שנא sane’ quer dizer Aborrecer 1) odiar, ser odioso 1a) (Qal) odiar 1a1) referindo-se ao homem 1a2) referindo-se a DEUS1a3) abominador, quem odeia, inimigo (particípio) (substantivo) 1b) (Nifal) ser odiado 1c) (Piel) o que odeia (particípio) 1c1) referindo-se a pessoas, nações, Deus, sabedoria


O CONCERTO DE DEUS COM JACÓ. BEP - CPAD

(1) Isaque e Rebeca tinham dois filhos: Esaú e Jacó. Era de se esperar que as bênçãos do concerto fossem transferidas ao primogênito, i.e., Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca que seu gêmeo mais velho serviria ao mais novo, e o próprio Esaú veio a desprezar a sua primogenitura (ver 25.31 nota). Além disso, ele ignorou os padrões justos dos seus pais, ao casar-se com duas mulheres que não seguiam ao DEUS verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou qualquer interesse pelas bênçãos do concerto de Deus. Daí, Jacó, que realmente aspirava às bênçãos espirituais futuras, recebeu as promessas no lugar de Esaú (28.13-15). (2) Como no caso de Abraão e de Isaque, o concerto com Jacó requeria “a obediência da fé” (Rm 1.5) para a sua perenidade. Durante boa parte da sua vida, esse patriarca serviu-se da sua própria habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas foi somente quando Jacó, finalmente, obedeceu ao mandamento e à vontade do Senhor (31.13), no sentido de sair de Harã e voltar à terra prometida de Canaã e, mais expressamente, de ir a Betel (35.1-7), que DEUS renovou com ele as promessas do concerto feito com Abraão (35.9-13).

 

JACÓ - Comentário Bíblico Wesleyana
A história se repetiu um pouco no caso de Isaque e Rebeca, para eles, também, foi sem filhos por vinte anos. Isaque orou, o Senhor o ouviu, e Rebeca concebeu. Desconhecido para ela, ela concebeu gêmeos. Ela sentiu algo incomum nas animadas movimentos que ela sentia dentro dela, então ela procurou uma explicação da parte do Senhor. Como ela procurou iluminação divina não é indicada. Pode ter sido em oração, pelo sacrifício, ou de algum santo homem conhecido por sua capacidade de conversar com Deus, e que era respeitado por Isaque e Rebeca. Em todo o caso, a resposta foi dada de forma poética, revelando que duas nações estavam em seu ventre em forma de os gêmeos, nações que seriam inalteravelmente opostas entre si desde o nascimento. O oráculo divino também anunciou que um seria mais forte do que o outro, eo mais velho serviria ao mais jovem. Este é o primeiro de quatro lugares em que o Senhor definitivamente revelou Sua escolha de Jacó como o herdeiro do chamado de Abraão e bênção aqui no oráculo de nascimento, e mais tarde na troca para o direito de primogenitura, na questão da bênção, e no sonhar em Betel.
No devido tempo, os gêmeos nasceram. O mais velho era vermelho (hebraico Admoni , um jogo de palavras com outro nome de Esaú, Edom-ver v. 30 ), que tem a aparência de uma peça de vestuário de cabelo (em hebraico seyar , aparentemente, um jogo de palavras em Seir, a terra em que Esaú acabaram por se instalar). Por causa de sua aparência peluda, foi nomeado Esau . Enquanto a conexão de Esaú com cabeludo não pode ser estabelecida com o nosso conhecimento atual da língua hebraica, um estudo do árabe intimamente relacionado torna provável. O irmão mais novo nasceu muito de perto por trás de seu irmão Esaú, com a mão segurando o calcanhar de Esaú. Assim, ele foi nomeado Jacó , ou hebraico ya'aqob a partir da raiz 'aqob , que significa "calcanhar." A forma verbal da palavra significa "seguir no calcanhar", "atacar de forma insidiosa", "contornar", ou "overreach."
b. O direito de primogenitura ( 25: 27-34 )
27 E cresceram os meninos, e Esaú era um caçador habilidoso, um homem do campo; e Jacó era um homem quieto, habitando em tendas. 28 Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; e Rebeca amava a Jacó. 29 E Jacó fervida guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado: 30 e disse Esaú a Jacó, Deixa-me, peço-te, com o mesmo vermelho lentilhas ; porque sou fraco:. Por conseguinte, o seu nome chamado Edom 31 E Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e que lucro é o direito de primogenitura fazer comigo? 33 E disse Jacó Jura-me em primeiro lugar; e ele jura-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34 E Jacó deu pão e sopa de lentilhas Esaú; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e seguiu seu caminho: assim desprezou Esaú a sua primogenitura.
Os gêmeos cresceu para ser tão diferentes como o oráculo divino tinha indicado. Esaú tornou-se o caçador inquieto, andando pela zona rural. Jacó tornou-se o típico semi-nômade, concordou em morar em uma barraca e tendem seus rebanhos e manadas.Por alguma razão ou outra, o Isaque passiva foi atraído para o Esaú ativo, eo Rebekah mais impulsivo foi atraído pela Jacó nômade, que, no entanto, refletiu muitos dos traços de sua mãe. Este favoritismo parental era jogar uma grande parte nos problemas que se desenvolveram entre os dois filhos (cap. 27 ).
Um dia Jacó estava cozinhando lentilhas quando Esaú chegou da caça, fraco de cansaço e de fome. Ele exclamou: "Deixe-me ter um gole de que material vermelho lá; pois estou faminto. "Este é um novo jogo em cima de seu apelido Edom ou "Red". Mas Jacó não era tão livre com seus lentilhas. Ele era um jovem ambicioso. Ele pode ter sido dito por sua mãe coruja da revelação que lhe foi feita antes do nascimento dos gêmeos. E é possível que Esaú e ele havia discutido o direito de primogenitura antes e Esaú tinha tomado apenas um ligeiro interesse nele. Em qualquer caso, o comerciante oriental foi manifestado na proposta que ele fez a Esaú: Vende-me primeiro (ou "hoje") a tua primogenitura . Jacó, sem dúvida conhecia os pontos fracos de seu irmão, sua indignidade para continuar herança espiritual da família, e ele estava pronto para aproveitá-las-embora ele pode ter pensado que era por uma boa causa! Esaú demonstrou seu verdadeiro caráter com a resposta, Eis que eu estou prestes a morrer: e qual lucro é o direito de primogenitura fazer para me É questionável se tal uma forte robusto, homem, fora de portas como Esaú realmente pensei que ele ia a morrer por causa de sua fome intensa. Parece, sim, que ele estava meio brincando, neste ponto, mas em qualquer caso, o seu presente, necessidades físicas eram mais importantes para ele do que qualquer coisa de significado espiritual. Jacó insistiu em um acordo sério, juramentado primeiro ou "hoje". Com este Esau cumprido eo comércio foi consumado.
O direito de primogenitura deu para o filho mais velho de uma porção dupla de bens de seu pai e também o fez chefe da família após a morte de seu pai, fazendo-o governante sobre seus irmãos e provedor para sua mãe e irmãs solteiras se havia alguma.Mas de acordo com as leis e costumes, através da qual os patriarcas viveram, como é evidenciado através das descobertas da arqueologia, o filho mais velho poderia vender seu direito de primogenitura a um irmão mais novo ou até mesmo a um irmão adotivo.Um desses casos é registrado na qual um jovem trocou sua primogenitura por três ovelhas. Foi esta disposição que Jacó e Esaú seguido. A culpa recai sobre ambos os irmãos para este ato. Jacó já tinha sido escolhido por DEUSpara o património mais importante, a chamada família, e DEUSnão precisava de sua ajuda para realizá-la. Isaque poderia ter transferido a ele, como veremos no capítulo 27 . Então Jacó era culpado de presunção, bem como a negociação afiada. Esaú era culpado de desrespeito para com o nome da família, a rica herança em que ele compartilhou. Ele era carnal de espírito, um materialista ao extremo.

 

JACÓ - Dicionario Champlin
Esboço:
I. O Nome - II. Israel e Seus Significados - III. Informes Históricos Sobre Sua Vida - IV. Seu Caráter - V. Sentidos Espirituais e Metafóricos - VI. A Arqueologia e a Vida de Jacó
I. O Nome
O Jacó do Antigo Testamento era o filho mais novo de Isaque e Rebeca, e o terceiro dos patriarcas hebreus históricos: Abraão, Isaque e Jacó. Tinha um irmão gêmeo, levemente mais velho que ele, Esaú. Sua intima identificação com a nação de Israel, que se desenvolveu de sua linhagem, torna-se imediatamente evidente pelo fato do que seu nome foi alterado para Israel, depois do incidente de sua luta com o anjo (Gên. 32:28). Dali por diante, a nação inteira de Israel, que se multiplicou partindo dos doze filhos de Jacó, veio a ser assim denominada. O termo hebraico por detrás do nome «Jacó» é Yaakov, provavelmente, uma forma abreviada da palavra que significa «DEUSprotege». No entanto, em Gên. 25:26 o nome é explicado como se significasse «aquele que segura pelo calcanhar», posto que, por ocasião de seu nascimento, Jacó emergiu do útero materno segurando o calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú. Daí é que vem o sentido secundário de «suplantador», isto é, «alguém que toma o lugar de outro, mediante astúcia». Isso alude ao incidente em que Jacó, mediante ludibrio, furtou a bênção paterna de Esaú, e por causa do que Jacó obteve ascendência sobre seu irmão gêmeo. 0 fato de que Esaú também perdeu seu direito de primogenitura para Jacó fez parte dessa atividade dele como suplantador (ver Gên. 27:36). Sem dúvida alguma, «DEUSprotege» é o sentido original do nome, e as outras idéias derivam-se de uma etimologia popular e, talvez, mediante um jogo de palavras: «Este homem, cujo nome é DEUSprotege, de fato é um agarrador de calcanhar e um suplantador!» A raiz ‘qb tem sido encontrada entre os povos dos grupos semitas ocidentais, como os amorreus. 0 mesmo vocábulo hebraico que tem por base a palavra calcanhar também é um elemento básico do verbo que significa «enganar», provavelmente como um termo homófono. Apesar de esse nome ter sido encontrado em fontes extrabíblicas, à parte do patriarca Jacó, ninguém mais foi chamado por esse nome. No período helenista, entretanto, o nome começou a ser largamente usado. Há mais de trezentas referências a Jacó no Antigo Testamento, e vinte e quatro ocorrências no Novo Testamento. Quase uma quarta parte do volume de Génesis devota-se diretamente a traçar a biografia de Jacó. E o período de vida desse patriarca ocupa metade do volume do mesmo livro.
II. Israel e Seus Significados
Quando Jacó lutou com o anjo de DEUSe prevaleceu, e então exigiu dele uma bênção, tornou-se apropriada a alteração de seu nome de Jacó para Israel. Isso assinalou um significativo avanço em sua vida, em preparação para o desenvolvimento da nação de Israel. 0 nome Israel faz parte da tradição judaica desde que apareceu pela primeira vez no Antigo Testamento, em Gên. 32:28. 0 anjo deu a Jacó esse novo nome que significa «DEUSluta». Naturalmente, deve-se entender que essa luta refere-se ao ato de prevalecer, mediante o qual Jacó recebeu a bênção que desejava, para daí por diante ser considerado um príncipe de Deus, por meio de quem a nação se desenvolveria, debaixo da proteção e bênção especiais de Deus. Portanto, do indivíduo o nome foi transferido a todos os seus descendentes, por meio de seus doze filhos. A antiga designação tornou-se também o nome oficial da restaurada nação, o Estado de Israel. A moderna nação de Israel foi organizada em 1948, sendo um dentre mais de cinquenta estados soberanos que vieram à existência desde o término da Segunda Guerra Mundial.
Era natural que esse nome envolvesse muitos usos diferentes. No artigo sobre Israel, História de, na primeira seção, alistamos oito usos diferentes, incluindo aqueles que dizem respeito à Igreja cristã.
III. Informes Históricos Sobre sua Vida
1. Extensão do material bíblico que versa sobre Jacó. Metade do volume do livro de Génesis conta a sua história (ver Gên. 25-50). Condições e costumes constantes nessa narrativa têm sido ilustrados na literatura não-bíblica, e também através de muitas descobertas arqueológicas. Isso demonstra a autenticidade do relato bíblico, e do fato de que Jacó não é nenhuma figura mitológica, inventada para ser o pai de uma nação, conforme se dá no caso dos mitos de vários povos amigos.
2. As Datas de Jacó. Sua data tradicional aproximada é de 1800 A.C. Porém, é notoriamente problemático encontrar datas precisas para o tempo dos patriarcas hebreus. No nosso artigo, Cronologia do Antigo Testamento, abordo essa questão. Correlações exatas e explícitas entre o relato de Génesis e outras narrativas históricas (não-bíblicas) são difíceis de encontrar; depender das datas que nos são fornecidas nas genealogias, é uma maneira precária de fazer qualquer cálculo. Há evidências de que Jacó viveu durante o século XVIII A.C. Nesse caso, ele viveu no tempo da dominação do Egito pelos invasores hicsos. Sua data faria a vida de Abraão ter acontecido nos séculos XX e XIX A.C., havendo evidências bíblicas e arqueológicas em favor disso.
3. Circunstâncias do Nascimento de Jacó. A concepção de Jacó ocorreu como resposta à oração (Gên. 25:26). Ele foi o segundo filho gêmeo de Isaque e Rebeca. Seu irmão, levemente mais velho, era Esaú. Nasceu segurando o calcanhar de Esaú, o que, de acordo com uma etimologia popular (e talvez por via de um jogo de palavras), deu-lhe o nome de Jacó. Ver sob a primeira seção quanto a uma completa explicação desse nome. Ver Gên. 25:26.0 cabeludo Esaú tornou-se um homem que gostava de viver ao ar livre, como bom caçador. Jacó, por sua vez, era homem introvertido e tranquilo, que preferia habitar em tendas (Gên. 25:26,27). Houve tensões entre os dois gêmeos desde o seu nascimento. Isaque tinha preferências por Esaú, mas Rebeca tinha em Jacó o seu filho favorito.
4. Real Relação Entre Jacó e Esaú. Eles nasceram para se tornarem personagens bem diferentes uma da outra, conforme se vê no parágrafo acima. Suas diferenças tornaram-se ainda mais irreconciliáveis quando Esaú vendeu seu direito de primogenitura a Jacó, em troca de um prato de lentilhas cozidas (ver Gên. 25:30). Esaú vendeu sua primogenitura em um ato impulsivo, quando não conseguiu caçar nenhum animal; e, estando com muita fome, vendeu aquele direito por tão pouco. Os tabletes de Nuzi confirmam o fato de que o direito de primogenitura podia ser vendido. Os intérpretes percebem uma espécie de indiferença, por parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogénito. Seria mesmo difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele tivesse alguma atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos. Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões importantes, um sinal típico do homem carnal. Esse foi o primeiro ato suplantador de Jacó, a ser registrado na Bíblia, através do qual ele adquiriu o seu nome. O segundo desses atos ocorreu quando ele enganou seu pai, Isaque, e recebeu a bênção paterna que se destinava a Esaú (Gên. 27). Tal bênção, uma vez conferida, não podia mais ser revogada (Gên. 27:33 ss), um detalhe igualmente ilustrado nos tabletes de Nuzi. Dessa forma, Jacó tornou-se o porta-bandeira da promessa messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo aprendemos em Rom. 9:10 ss. Esaú teve de se contentar então com uma bênção secundária, e com territórios menos férteis que aqueles prometidos a Jacó, isto é, Edom. Ver o artigo com esse título, quanto a maiores esclarecimentos. Desnecessário é dizer que Esaú ficou furioso, tornando necessário que Jacó fugisse. Jacó, pois, fugiu para a terra natal de Rebeca, em Padã-Harã (ver Gên. 26:41-28:5). Rebeca tinha a esperança que Jacó se casasse com uma mulher dentre a parentela dela, porquanto Esaú se casara com mulheres hititas (ver Gên. 26:34 e 27:46).
5. O Incidente de Betei. A caminho de Berseba para Harã, Jacó parou para descansar, em Betei, que era chamada Luz, antes de receber aquele nome. Ali Jacó recebeu a visão da escada, com anjos que subiam e desciam pela mesma, posta entre a terra e o céu. Ele ficou sumamente admirado com a divina manifestação, e rebatizou o local com o nome de Betei, «casa de Deus» (Gên. 28:18,19). Jacó consagrou uma décima parte de toda a sua renda a DEUS (Gên. 28:10-22), aparentemente de forma perpétua. Betei (vide) ficava cerca de cem quilómetros de Berseba, pelo que esse incidente ocorreu ainda no começo de sua jornada, provavelmente com o propósito de infundir-lhe coragem. A Jacó, pois, foi garantida a proteção divina. O pacto-abraâmico foi confirmado com Jacó nessa oportunidade Gên. 28:3,4), pelo que os propósitos divinos estavam em operação, apesar das vicissitudes da vida de Jacó, a despeito de seus fracassos misturados com sucessos. Jacó erigiu um altar ali, e fez seus votos, incluindo o pagamento de dízimos a Yahweh.
6. Jacó em Harã, Sujeito a Labão. Aproximando-se de Harã, Jacó veio até um poço que havia fora da cidade. Ali conheceu sua prima, Raquel. Imediatamente amou-a com grande amor, e assim começou um dos maiores romances de amor que há na história antiga. Raquel levou Jacó a Labão, tio dele e irmão de Rebeca. Jacó estava apaixonado por Raquel e concordou em trabalhar para Labão, pelo espaço de sete anos, a fim de tê-la como esposa (Gên. 29:1 ss). 0 trecho de Gên. 29:20 revela-nos que Jacó trabalhou durante os sete anos, os quais «...lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava». Essa é uma fantástica declaração, na qual eu não teria crido se não a tivesse lido diretamente na Bíblia. Jacó quis receber o seu pagamento, Raquel. Labão concordou mas, mediante um artifício, pôs Lia em lugar de Raquel, quando o casal se retirou para a tenda deles. Jacó só descobriu que fora ludibriado no dia seguinte, em plena luz do dia. Essa é outra incrível declaração sobre a qual nem quero comentar. Mas, pelo menos, podemos estar certos de que, naquele momento, Jacó deve ter-se sentido como Esaú, a quem ele havia enganado em proveito próprio. E foi assim que, para desposar Raquel, Jacó teve de comprometer-se que serviria a Labão por outros sete anos com a diferença que ela lhe foi dada como esposa em antecipação pelo serviço, de tal maneira que, no decurso de uma semana, Jacó estava com duas esposas ao mesmo tempo. E Labão ia prosperando com o fiel trabalho prestado por Jacó, tendo compreendido que a presença de Jacó atraía bênçãos. E Jacó também foi prosperando materialmente, visto que a mão de DEUSestava com ele.
Rúben, primogénito de Jacó, nasceu de Lia. Três outros filhos de Lia seguiram-se, a saber: Simeão, Levi e Judá. Raquel, sem filhos, deu Bila a Jacó, para que ela tivesse filhos em nome dela. Dessa união ,pois, nasceram Dã e Naftali. Zilpa, criada de Lia, tomou-se a segunda concubina de Jacó, e dessa nova união nasceram Gade e Aser, além de uma filha, Diná. Em seguida, Lia deu à luz Issacar e Zebulom. Finalmente, Raquel teve o muito querido e amado José. Ver Gên. 29:1-30:24. Passados mais alguns anos, Raquel também teve Benjamim. Dessa maneira, encontramos os doze filhos de Jacó, dos quais vieram as doze tribos de Israel. José não se tornou cabeça de alguma tribo; mas seus dois filhos, Manassés e Efraim, tornaram-se cabeças de tribos. Isso daria treze tribos, mas doze é o número tradicional, visto que Levi tomou-se um clã sacerdotal, que não herdou territórios. Assim quando Levi aparece como uma tribo, então Efraim e Manassés sãc reputados como a tribo de José (ver Num. 26:28, Jos. 17:14,17). Em Apocalipse 7:14 ss, Dã é excluído e José substitui Efraim. Ver esses problemas discutidos no NTI, em Apo. 7:5.
As Esposas e os Filhos de Jacó.

 

Lia

Raquel

1. Rúben

12. José

2. Simeão
3. Levi
4. Judá

9. Issacar

10. Zebulom
11. Diná

13. Benjãmim

Bila

Zilpa

5. Dã

7. Gade

6. Naftali

8. Aser


 

N.B. — Os números indicam a ordem dos nascimentos.
7. Jacó Parte de Harã. As relações entre Jacó e Labão não demoraram nada a azedar. Jacó sofreu às mãos de seu tio, Labão, o mesmo tratamento que Jacó havia conferido a Esaú, o que mostra que a lei da colheita segundo a semeadura estava operando. Todavia, Labão prosperava, porquanto Jacó era fiel e operoso, e Labão nunca teria abandonado a situação se o próprio Jacó não tivesse desistido. Reunindo sua família e suas propriedades, Jacó partiu de Padã-Harã a fim de retornar à sua terra de Canaã, o que ocorreu em cerca de 1960
A.C. Labão só descobriu a fuga de Jacó ao terceiro dia; mas, quando a percebeu, saiu ao encalço do sobrinho e genro com um grupo armado. Todavia, DEUSfez intervenção e advertiu Labão a que não tentasse fazer qualquer mal a Jacó. Assim, não sendo capaz de fazer qualquer coisa de radical, ao alcançar Jacó, limitou-se a repreendê-lo severamente. Por que Jacó partira secretamente? Por que havia enganado seu tio? Por que havia levado suas filhas e netos, sem dar-lhe uma oportunidade de despedir-se? E, acima de tudo, por que Jacó cometera o ultraje de furtar seus deuses domésticos (seus santos protetores)?
Dessa vez, pelo menos Jacó disse a verdade. Ele temia o que Labão poderia querer fazer contra ele. E calculou que, no mínimo, mandá-lo-ia vazio, e que os seus familiares e os seus bens seriam forçados a ficar em Padã-Harã. No tocante aos terafins ou deuses domésticos, Jacó afirmou que não os havia tirado, e que qualquer um que o tivesse feito poderia ser executado. (Raquel não contara a Jacó que ela é quem furtara os tais deuses). Labão procurou e apalpou por toda a parte e nada achou. Raquel estava assentada sobre a sela de seu camelo, e os deuses estavam ocultos debaixo da sela. Ela estava serenamente sentada, com um ar de inocência. E disse a Labão que ele teria de desculpa-ia, pois não podia levantar-se, visto que estava menstruada. Os ídolos permaneceram seguramente ocultos debaixo da sela, porquanto uma mulher, e tudo quanio ela tocasse, era considerado imundo, estando ela nesse período. Pelo menos assim se dava na lei mosaica posterior, e podemos supor que a crença era anterior a essa data.
Jacó ficou observando a busca com grande ansiedade, mas, quando viu que coisa alguma pertencente a Labao havia sido achada, ele então tomou coragem. Era a sua vez de repreender severamente Labão. Que maldade ele havia alguma vez feito a Labão? Por que o seu salário, durante todos aqueles anos, lhe havia sido negado? Por que Labão mudara para pior o seu salário por dez vezes? Jacó acusou Labão de ser um enganador e um homem duro, dizendo que sabia que se anunciasse a sua intenção de voltar à sua terra, Labão fá-lo-ia regressar de mãos abanando. E, concluindo sua argumentação, Jacó relembrou a Labão que DEUShavia aprovado a Raquel sua fuga, ao advertir que Labão não deveria tentar tolhê-lo. A discussão perdurou mais um pouco, sem produzir qualquer resultado. Finalmente, Labão sugeriu que eles firmassem um acordo. E Jacó concordou. Eles levantaram uma grande pedra, como coluna, e também fizeram um montão de pedras. Esses emblemas eram testemunhas dos termos do acordo. Dessa circunstância é que vieram aquelas imortais palavras: «Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do outro». Essas palavras têm servido de grande consolo quando pessoas que se amam têm de se separar, provocando muitas lágrimas. Jacó chamou o monumento de Galeed, «monte do testemunho»; e Labão chamou-o de Mizpah, «posto de vigia». Labão também avisou a Jacó de que se ele não cuidasse bem de suas filhas, então entraria em dificuldades. Em seguida, invocaram o DEUSde Abraão e Naor (avô de Abraão), como testemunha do acordo estabelecido. Jacó jurou pelo Temor de Isaque, nome dado a Yahweh com base na circunstância da bem conhecida reverência de Isaque ao Senhor Deus. Jacó ofereceu sacrifícios e houve um banquete. Eles se banquetearam a noite inteira e, ao amanhecer, os dois partiram cada um em sua direção. Labão, o idoso espertalhão, amava as suas filhas e seus netos, e, com o coração saudoso, beijou-os, abençoou-os e deixou-os partir. Quão difícil é deixarmos ir os nossos filhos, o círculo familiar desmanchando-se para que se formem outros círculos familiares, e nós avançando em anos! Apesar das grandes disputas, das mentiras, dos enganos e das astúcias, tudo termina da mesma maneira: mais uma daquelas dolorosas separações familiares que a minha própria família, com seus ramos internacionais, tem sofrido por tantas vezes. Ver o capítulo trinta e um de Génesis, quanto a essa narrativa bíblica.
O Relato é Tão Humano. Houve alguns elementos religiosos distorcidos, houve a velha idolatria que domina tanto o coração humano, transformando os homens em tolos; houve mentiras, egoísmo, ludíbrios. No entanto, também houve amor; e cada um, à sua maneira, a despeito de seus defeitos, estava cumprindo o desígnio divino. Essa é uma cena em miniatura do próprio drama humano. A fim de estabelecer o acordo que fizeram, tiveram de invocar a DEUScomo testemunha. Se DEUSnão for chamado como testemunha dos lances da vida humana, essa vida não terá sentido.
8. A Presença de Deus. A separação teve lugar, e Jacó, agora uma unidade familiar distinta, começou a viver uma nova fase em sua vida. Ansioso, ele encetou sua nova caminhada. Quase imediatamente em seguida, porém, o quadro ameaçador foi aliviado. Um grupo de anjos encontrou-se com ele no caminho, e Jacó exclamou, admirado: «Este é o acampamento de Deus» (Gên. 32:2). E Jacó denominou o lugar de Maanaim, «dois exércitos», evidentemente referindo-se aos dois grupos, o seu próprio grupo, composto por pessoas mortais como ele, que o acompanhavam, e o outro grupo, formado pelos anjos imortais. Temos aí uma ótima lição, ensinada com maiores detalhes no décimo primeiro capítulo da Epístola aos Hebreus. 0 grupo imortal cuida do grupo mortal e o guia pelo caminho.
9. O Antigo Problema Entre Jacó o Esaú. A fuga de Jacó necessariamente fá-lo-ia atravessar o território ocupado por Esaú. Por essa razão, enviou mensageiros à sua frente, que anunciassem sua aproximação. Jacó temia tanto por sua vida como pelas vidas dos seus, segundo se vê em Gên. 32:6-8. E então soube que Esaú estava vindo ao seu encontro com uma companhia de quatrocentos homens, o que, para Jacó, representava um poderoso e hostil exército. Fora capaz de enfrentar Labão, com a ajuda de Deus, mas, poderia enfrentar Esaú? A vida é assim. Nenhuma vitória é definitiva e vence a guerra. Precisamos avançar para novos conflitos, procurando obter novas vitórias.
Em seu temor e aflição, Jacó fez a única coisa ao seu alcance. Voltou-se para Deus, para que o livrasse. Em oração, lembrou ao Senhor que ele é quem o enviou naquela jornada de retomo à sua terra natal. Lembrou-0 acerca do pacto abraâmico e da parte do Senhor nesse pacto. Agora, restava DEUS cumprir tudo quanto havia dito, visto que Jacó estava impotente, diante de Esaú que se aproximava.
10. Jacó Torna-se Israel. Jacó traçou planos elaborados para salvar o máximo que pudesse, no caso de Esaú promover um massacre (Gên. 32:16 ssj. Porém, o método de DEUS era simples. Quando Jacó estava sozinho, veio ao seu encontro um anjo, e começou uma furiosa luta física. Essa luta durou a noite inteira. Jacó era forte, e o anjo não era capaz de vencê-lo. Portanto, tocou no nervo de sua coxa e a deslocou, embora a luta tivesse continuado. Quando a madrugada chegou, Jacó anunciou que não deixaria o «homem» ir-se embora, a menos que o abençoasse (Gên. 23:26). Dessa bênção é que se derivou a mudança do nome de Jacó, o suplantador e enganador, para Israel, fazendo com que Jacó se tornasse um príncipe diante de Deus, aquele que se esforça e prevalece em suas lutas (Gên. 32:28). Jacó tornou-se alguém dotado de poder diante de Deus. Jacó chamou o lugar onde isso ocorreu de Peniel, ou seja, «face de Deus», pois, ao defrontar-se com o Anjo do Senhor, isso foi a mesma coisa que se ter defrontado com o próprio DEUS e, no entanto, a sua vida fora preservada. Ele quis saber a identidade do anjo, mas essa identidade não lhe foi conferida. Assim, podemos passar por grandes experiências místicas, mas muitas coisas continuam ocultas de nós.
11. Jacó e Esaú Encontram-se. Chegou o dia de prestação de contas. Aproximou-se a companhia que vinha com Esaú. Jacó, temeroso, enviou à sua frente suas esposas e seus filhos, a fim de tentar tocar o coração de Esaú e fazê-lo sentir misericórdia. Porém, tudo era desnecessário. Esaú não estava mais irado. Os anos haviam varrido sua ira e amargura. E tudo se resumiu em uma daquelas tocantes reuniões de família, após tantos anos de separação. Esaú nem ao menos estava interessado nos liberais presentes que Jacó lhe oferecia. Respondeu que tinha de sobra. Portanto, todos os elaborados planos de Jacó para aplacar seu irmão, foram inúteis. DEUSjá havia cuidado da situação. Nesse ponto do relato, encontramos outro grande versículo que deveria servir de modelo em todas as relações domésticas: Jacó humilhou-se diante de Esaú e prostrou-se por sete vezes; mas Esaú não poderia ter dado menor atenção às homenagens. «Esaú correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou, e eles choraram» (Gên. 33:4). O antigo conflito e o coração iracundo desapareceram subitamente, e o amor cobriu uma multidão de pecados.
Esaú observou o grande número de pessoas que estavam em companhia de Jacó, suas esposas, seus filhos, seus criados e todos os animais. Admirado, indagou quem era toda aquela gente. Jacó falou-lhe sobre como DEUS o havia feito prosperar; e isso é o que explica todas as boas coisas que acontecem conosco. Então Jacó forçou Esaú a aceitar alguns generosos presentes, que Esaú aceitou com relutância. Jacó afirmou: «...aceita o presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tu te agradaste de mim» (Gên. 33:10).
Pouco depois, os dois irmãos separaram-se em paz e amizade, o que prevaleceu durante todo o resto de suas vidas. E não se encontraram de novo senão quando chegou o tempo de sepultar o pai deles, Isaque, na sepultura da família (Gên. 35:29).
12. Jacó Retorna a Betei. Jacó entrou em conflito com os habitantes de Siquém. Sua filha, Diná, foi violentada, e dois dos filhos dele vingaram-se sanguinariamente dos homens daquele lugar, quase exterminando-os (Gên. 34). Mediante uma ordem divina, Jacó voltou a Betei. Ali é que ele tinha visto os anjos subindo e descendo pela escada que ia da terra ao céu, há mais de vinte anos, e erigira um altar em honra a Yahweh. Mas, antes de encetar viagem, ordenou que todos quantos estavam em sua companhia se desfizessem de seus deuses estrangeiros e se purificassem. Podemos supor que foi nessa ocasião que foi dado sumiço aos ídolos do lar que Raquel trouxera de Padã-Harã. Todos os ídolos foram enterrados sob um carvalho, perto de Siquém; e, pouco depois, DEUS renovou o pacto abraâmico com Jacó, em Betei.
13. Perda de Duas Vidas Queridas. Em viagem entre Betei e Efrata, Raquel, a amada esposa de Jacó, morreu de parto, ao dar à luz seu segundo filho Benjamim (Gên. 35:20). Não demorou muitos anos para José ser vendido como escravo pelos seus próprios irmãos; e Jacó foi enganado por seus filhos, os quais disseram que tinham encontrado uma peça do vestuário de José, toda ensanguentada, dando a entender que teria sido morto por alguma fera. Ver Gên. 37. Nesta vida, depois de algumas alegrias sempre há algumas lágrimas; e ninguém está isento de inevitáveis sofrimentos neste mundo.
A VIDA
Feliz aquele que em modesta lida Isento da ambição e da miséria,
No regaço do amor e da virtude A vida passa. Mais feliz ainda Se, das turbas ruidosas afastado,
A sombra do carvalho, entre os que adora,
Sente a existência deslizar tranquila,
Como as águas serenas do ribeiro;
Mas, que digo! Nem esse, infindos males Comuns a todos, seu viver não poupam.
(Soares de Passos, Portugal)
14. Os Filhos de Jacó Descem ao Egito. Veio a fome, e todos padeceram muito. No Egito, mediante seu dom profético, José soubera da aproximação do período de fome, tendo interpretado corretamente os sonhos do Faraó. Assim, em meio ao flagelo da natureza, os egípcios tinham abundância de viveres. E Jacó enviou seus filhos ao Egito, para adquirirem alimentos, tendo conservado em sua companhia somente Benjamim (seu favorito, na ausência de José), temendo que alguma tragédia também o atingisse. Os filhos de Jacó retomaram com bom suprimento de cereais, mas informaram a Jacó que o oficial que tinham visto no Egito pensara que eles eram espiões; e, como prova de que não eram, havia exigido que levassem seu irmão mais novo, Benjamim, na próxima vez em que descessem ao Egito. Naturalmente, esse oficial era José, embora seus irmãos ainda não tivessem descoberto isso.
Pressionados no Egito, e sob suspeita, eles lembraram seu crime de terem vendido José como escravo. Simeão foi retido no Egito, como garantia da volta dos demais irmãos. A fome continuou e o suprimento de alimentos se esgotou. Tornava-se necessária outra viagem, e assim Jacó, com relutância, permitiu que Benjamim também fosse com eles, dessa vez. E os irmãos de José chegaram novamente ao Egito. Foi conseguido um encontro com José, a quem seus irmãos conheciam somente como um duro oficial egípcio. Simeão foi solto, e todos os irmãos de José estavam presentes. Quando José viu Benjamim, seu único irmão que não era meio-irmão, filho de sua mãe, Raquel, deixou-se dominar pela emoção e teve de fazer uma retirada estratégica, para não chorar diante de todos. Controlou-se e voltou, e foi servido um banquete. Finalmente, os irmãos de José foram despedidos e partiram. Mas a taça de prata de José havia sido posta na sacola de Benjamim. Essa taça seria usada para adivinhações, no dizer de José, não havendo certeza se ele disse isso para fingir-se um egípcio ou se ele usava mesmo a tal taça como uma espécie de bola de cristal. Assim, um grupo de homens saiu ao encalço dos irmãos de José e, feita uma busca, encontrou-se a taça na saca de Benjamim. E, por causa do crime, Benjamim foi declarado escravo; Judá fez então uma longa exposição procurando convencer o «oficial egipcio» a aceitá-lo em lugar de Benjamim, pois a permanência de Benjamim no Egito fatalmente faria o pai deles morrer de tristeza. José estava iniciando uma longa e elaborada charada; mas, de súbito, vencido por suas emoções, mandou para fora todos os circunstantes, exceto os seus irmãos. Então José prorrompeu em choro, em voz alta, de modo que os egípcios ouviram tudo. Então José anunciou sua verdadeira identidade, dizendo: «Eu sou Jose. Vive ainda meu pai?» E os seus irmãos não sabiam como responder, tão pasmos estavam diante dele (ver Gên. 45:3). Sentiam-se consternados, uns miseráveis, sentindo todo o peso de seus pecados; José, entretanto, consolou-os, assegurando-lhes que o desígnio de DEUSé que permitira que tudo aquilo acontecesse, a despeito dos maus propósitos que tinham inspirado o ato deles, ao vender seu próprio irmão como escravo.
«Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito» (Rom. 8:29).
15. Jacó Desce ao Egito. Quando o Faraó e outros oficiais egípcios souberam que os irmãos de José estavam entre eles, ficaram muito satisfeitos e sugeriram que Jacó fosse chamado ao Egito, onde poderia desfrutar de grande abundância. Os irmãos de José apressaram-se a voltar à Terra Prometida; e, ali chegando, contaram a Jacó a incrível história de José. E, como eles haviam trazido de volta provas palpáveis de que José estava vivo, Jacó, finalmente deixou-se convencer de que seus filhos estavam dizendo a verdade. 0 quadragésimo sexto capítulo de Génesis relata a descida de Jacó ao Egito.
Após algum tempo, a bonança haveria de transformar-se em um longo período de servidão, à outra casa reinante do Egito. Os descendentes de Jacó multiplicaram-se no Egito, formando uma numerosa nação. Mas foi preciso Moisés surgir, a fim de que DEUSpusesse fim à escravidão dos filhos de Israel.
0 capítulo quarenta e nove de Génesis registra as bênçãos proferidas por Jacó a seus filhos, e o último versículo daquele capítulo registra sua morle. E o último versículo do último capítulo de Génesis registra a morte de José. Jacó faleceu com a idade de cento e quarenta e sete anos (ver Gên. 45:28), em cerca de 1854 A.C. Seu corpo foi embalsamado e transportado com grande cuidado para a terra de Canaã, sendo sepultado no sepulcro da família, onde já estavam seus genitores e sua esposa Lia, na caverna de Macpela (Gên. 50:1,13). No entanto, quando José morreu, o seu corpo foi embalsamado e posto em um esquife, no Egito.
O cativeiro de Israel no Egito perdurou por cerca de quatrocentos e trinta anos, de acordo com o texto hebraico, mas apenas duzentos e quinze anos, de conformidade com a Septuaginta. Ver Êxo. 11:40. Estêvão, em Atos 7:6, arredonda esse número para quatrocentos anos, Quanto a esses anos, há problemas de harmonia, que são discutidos no artigo intitulado Cronologia do Antigo Testamento 5.d.3. Pouco antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que, quando saíssem do Egito, levariam consigo o seu corpo. Essa promessa foi cumprida por Moisés (Êxo. 13:19). E seus ossos foram finalmente sepultados em Siquém (Jos. 24:32), no sepulcro da família, com o resto dos mortos da família patriarcal.
IV. Seu Caráter
A primeira coisa que nos impressiona na vida de Jacó é que, apesar de suas fraquezas e fracassos, em muitas oportunidades ele teve experiências místicas que em muito alteraram o curso de sua vida. O propósito dessas experiências não era apenas o de abençoá-lo pessoalmente, pois também envolvia a nação de Israel e, finalmente, a promessa messiânica. Jacó mostrou-se muito afetuoso com a sua família. E herdou a astúcia de Rebeca, que também era própria de seu tio, Labão. Havia momentos em que Jacó perdia o ânimo; mas logo se lançava aos cuidados de Deus. Foi homem que passou por muitas provações e recuos, embora também tivesse alcançado vitórias súbitas e gloriosas. Sua desonestidade e astúcia eram neutralizadas por seus momentos de grandes vitórias e avanços espirituais. Sua história é o relato de um homem que, começando sua vida como suplantador e enganador, terminou sendo um príncipe diante de Deus, mediante o propósito remidor.
V. Sentidos Espirituais e Metafóricos
1. Os vários incidentes da vida de Jacó foram muito usados nos escritos judaicos a fim de ilustrar grandes e numerosas lições espirituais. Temos indicado algo sobre isso, ao longo deste artigo.
2. O Talmude usa a vida de Jacó para ilustrar a vida da própria nação de Israel. Sua vida é ali entendida como emblemática da sorte do povo de Israel. Motivos morais são vistos em todos os seus atos, e muitos detalhes lendários têm ornado o relato do Antigo Testamento, como acréscimos tradicionais. Assim como Jacó teve muitos momentos de triunfo e de derrota, mas DEUSsempre esteve com ele, intervindo por ele, sempre que necessário, assim também tem acontecido à nação de Israel, ao longo dos séculos.
3. Há vinte e quatro referências a Jacó no Novo Testamento, algumas das quais visam a ensinar-nos alguma lição espiritual. Ver especialmente Atos 7:8-16, que contém um sumário da vida de Jacó. Ver também Rom. 9:10 sse Heb. 11:20,21, onde Jacó aparece como um modelo da vida de fé.
4. A transformação de Jacó em Israel ilustra como o homem não-remido, dotado de um caráter moral questionável, pode tornar-se um príncipe diante de Deus, mediante o propósito remidor.
5. A vida de Jacó ilustra como o plano divino mostra-se ativo, no caso de indivíduos e de nações, de tal modo que o valor da vida é garantido, bem como, finalmente, uma digna realização.
6. Usos Figurados com o Nome de Jacó: O DEUSde Jacó é o DEUSde Israel (Êxo. 3:6; 4:5; II Sam. 23:1; Sal. 20:1; Isa. 24). DEUStambém é denominado de «o poderoso de_ Jacó» (Sal. 132:2). A casa de Jacó corresponde à nação de Israel (Êxo. 19:3; Isa. 2:5,6; 8:17). O povo judeu está em foco, nas seguintes expressões: a semente de Jacó (Isa. 45:19; Jer. 33:26), os filhos de Jacó (I Reis 18:31, Mal. 3:6), ou simplesmente, Jacó (Núm. 23:7; 10:23; 24:5). «Em Jacó» significa «entre o povo judeu».
VI. A Arqueologia e a Vida de Jacó
Em Nuzi, entre 1925 e 1941, foram descobertos cerca de quatro mil tabletes de argila, ilustrando certos aspectos dos relatos sobre os patriarcas hebreus, sobretudo Jacó. Naturalmente, a luz se projetou mais sobre aquela área da Mesopotâmia, com o resultado de que se sabe mais sobre aquela região do que sobre qualquer outra região da Mesopotâmia. Nuzi ficava cerca de catorze quilómetros e meio a oeste da moderna cidade de Kirkut, na parte nordeste da Mesopotâmia, no atual Iraque, e cerca de cento e sessenta quilómetros da fronteira com o Irã, mais para nordeste. Os tabletes ali achados tratam sobre cidadãos comuns, em contraste com os de Mari, que abordavam a família real. Ver os artigos separados sobre Nuzi e Mari, quanto a maiores detalhes.
Ilustrações dos Tabletes de Nuzi sobre a Vida Patriarcal nos Dias Bíblicos:
1. Adoção. Não há relato direto de adoção, no Antigo Testamento; mas Abraão, antes de Isaque ter nascido, pensou em fazer de Eliezer de Damasco seu filho e herdeiro adotivo (Gên. 15:2). A lei de Israel não tem qualquer provisão sobre adoções, mas em Nuzi essa questão era regulamentada por lei. Um homem sem filhos podia adotar um filho que levasse avante o nome e a herança da família. Alguns vêem um certo paralelo no relacionamento entre Labão e Jacó (Gên. 29-31), como se houvesse entre eles uma situação de adoração, um filho adotivo podia tomar como esposa uma filha de seu pai adotivo, mas não podia tomar uma segunda esposa, fora do círculo da família. 0 paralelo disso com o caso de Labão e Jacó e duvidoso.
2. A Venda da Primogenitura. Isso tem um paralelo direto com as leis mencionadas no material encontrado em Nuzi. Os privilégios de um filho primogénito podiam ser transferidos para outro. Isso envolvia tanto um filho adotivo como um filho autêntico. Em certo caso mencionado, o direito de primogenitura foi vendido em troca de três ovelhas, mais do que o preço pago por Jacó a Esaú, mas, mesmo assim, bastante humilde.
3. Os Deuses Domésticos, ou Terafins. Raquel ansiava por assenhorar-se daqueles ídolos, que representavam os deuses da família (Gên. 31:34). Os tabletes de Nuzi esclarecem que a posse desses ídolos emprestava o direito de liderança da família, bem como a herança paterna. Labão tinha filhos para quem a herança seria transmitida. Ficava subentendido que Jacó, se ficasse com aqueles ídolos, poderia suplantar novamente a seus cunhados, obtendo a maior parte da herança deixada por Labão. É perfeitamente possível, pois, que os motivos de Raquel fossem económicos, e não meramente religiosos. Isso permite-nos ver a natureza séria da ofensa. Ver Gên. 31:19,30,35.
4. O Nome Jacó. O sentido básico desse nome é que EI (Deus) proteja (no hebraico, Ya’ qub 'el). Esse nome tem sido encontrado em tabletes do século XVIII A.C., descobertos em Chagar Bazar, no norte da Mesopotâmia. O nome Jacó também foi encontrado como nome locativo, na lista de lugares de Tutmés III, do século XV A.C.
5. As Criadas de Lia e Rebeca. Os críticos têm duvidado do relato sobre como Labão deu criadas às suas duas filhas, criadas essas que, posteriormente, tornaram-se concubinas de Jacó. Eles supõem que tais informes são interpolações posteriores, com base no documento chamado S (sacerdotal). Ver o artigo separado sobre Código Sacerdotal, e outro sobre J.E.D.P.(S), as alegadas fontes do Pentateuco. Todavia, os tabletes do Nuzi ilustram o costume.
6. Os Nomes Divinos. Os tabletes de Mari, em escrita cuneiforme, em número de cerca de vinte mil, ilustram os nomes divinos que figuram no livro de Génesis, falando sobre Yawi-Addu e sobre Yawi-el, que seriam paralelos de Yahweh e El, nomes comuns dados a Deus, no Antigo Testamento. Ver sobre Deus, Nomes de.
7. Vida Nómade. Os tabletes de Mari também ilustram a vida nómade dos habitantes da região da Mesopotâmia, os caneanos, suteanos e benjamitas, e isso lança alguma luz sobre as vidas dos patriarcas hebreus e, mais tarde, as vagueações do povo de Israel pelo deserto.
Bibliografia. AM E GOR(1940) GOR (1937) GORD HUN MILL ND UNZ

 

Jacó - Dicionário Wycliffe

Em hebraico, o nome ya‘aqob significa "apanhador de calcanhar", “malandro” ou “suplantador". No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa “que DEUSproteja" e vem do verbo ‘aqaba, “guardar”, “cuidar”, ou “proteger”. A raiz ‘aqab é urna palavra semita gerai que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições acádias e aramaicas, assim como nos idiomas siríaco e palmireno. O substantivo que significa “calcanhar” ocorre em hebraico Vaqeb), aramaico, siríaco, árabe, ugarítico e acádio. O nome de Jacó era, assim, um antigo membro da onomástica do Oriente ao invés de um nome unicamente bíblico.
1. O patriarca. O filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado de Israel.
A vida na Palestina (Gn 25-27). O nascimento de Esaú e Jacó está registrado em Gênesis 25.21-28. Isaque casou-se com Rebeca quando tinha quarenta anos de idade (veja este belo episódio em Gn 24). Rebeca, assim como Sara (cf. Gn 11.30; 16.1,2), era estéril. As orações de Isaque por sua esposa foram ouvidas e atendidas. Ela deu à luz dois meninos gêmeos, que lutaram no útero assim como a posteridade de suas nações fez na vida real (veja no tema Esaú a história desta longa e amarga luta). Esaú, o primeiro a nascer, foi assim chamado porque era peludo. O segundo foi chamado de Jacó porque saiu do útero agarrado no calcanhar de seu irmão. Os filhos gêmeos de Rebeca herdaram suas principais características, Esaú herdou sua mente aberta; Jacó, sua astúcia. Esaú tornou-se um hábil caçador, um homem do campo, a quem Isaque amava, porque este seu filho lhe dara carne de caça para comer. Em contraste, Jacó era calado, introspectivo, acomodado, um homem íntegro vivendo em tendas, amado por Rebeca, sua mãe.
DEUSprometeu a Abraão que através de sua semente, Isaque, faria dele uma grande nação. Esta promessa foi renovada em Isaque. A questão era, através de qual semente, Jacó ou Esaú? Esta luta resultou em um conflito doméstico e forçou Jacó a viver sob constante tensão. Gênesis 25.23 declara que pela escolha divina, Jacó seria o herdeiro da promessa; mas dois eventos interessantes ocorrem para implementar o propósito divino.
O primeiro é a compra do direito de primogenitura de Esaú (Gn 25.29-34). Quando Esaú, o caçador, veio do campo faminto e de mãos vazias, desejou um pouco daquele guisado vermelho (Gn 25.30, lit.), um cozido que seu irmão pastor, Jacó, estava preparando. Em sua condição faminta, Esaú negociou o seu direito de primogenitura. Jacó insistiu em um juramento, considerado irrevogável (Gn 25.33; cf. Js 9.19). Então, através de uma providência sagaz (como quem tira vantagem de uma forma injusta), Jacó adquiriu a reputação de seu nome e ganhou o direito de primogenitura, que a sua ordem de nascimento não lhe dava. A intenção de DEUS (Gn 25.23) estava tomando-se realidade com a ajuda de Jacó, embora o Senhor a pudesse realizar de uma forma diferente e sem a ajuda deste. De qualquer forma, junto com a boa sorte de Jacó, sementes de hostilidade que trariam grandes aborrecimentos futuros a Jacó foram plantadas (Gn 27.41). As tábuas Nuzu descobertas a sudeste de Nínive em 1926 revelam que na cultura prevalecente na Mesopotâmia na primeira metade do segundo milênio a.C., o direito de primogenitura podia ser comprado e vendido. Veja Primogênito; Nuzu.
O segundo evento é o roubo da bênção da aliança (Gn 27.1-46), O já idoso Isaque, temendo a morte iminente (137 anos de idade - porém 43 anos antes de sua morte), instruiu Esaú para que preparasse para ele o seu prato favorito, para que pudesse transmitir ao seu primogênito a bênção patriarcal contida em sua alma (Gn 27.4). A medida que o inocente Esaú estava cumprindo a sua tarefa, Jacó cooperou com o plano de Rebeca a fim de tomar a bênção para si mesmo. Com audácia e mentiras grosseiras, Jacó executou a fraude conforme havia sido esboçado por sua mãe (Gn 27.19,24). Jacó acrescentou blasfêmias chocantes (v. 20: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro”). O fato patético da ocasião toma-se ainda mais agravante devido à cegueira de Isaque. Tomado de suspeita e dúvida (a voz de Jacó, mas as mãos ae Esaú, 27.22), o pai cego finalmente colocou sobre Jacó a sua bênção final, já no leito de morte (Gn 27.27- 29; cf. 24.1-9; 49.1-33). Por ocasião do retorno de Esaú, quando Isaque tomou conhecimento do logro, a bênção não podia mais ser alterada nem retirada (27.37,38). Então, nada mais do que uma triste sorte restava para Esaú (27.39,40).
A vida em Harã (Gn 28-30). Quando a trama toda foi descoberta, Jacó foi enviado para junto de seus parentes em Harã. Em sua viagem a partir de Berseba, Jacó, como um exaurido, cansado, e fugitivo pecador, passou sua primeira noite nas proximidades do antigo santuário cananeu de Luz. Em uma visão noturna, DEUSrevelou-se a este peregrino como o DEUSde seu pai. Ele também renovou a bênção da aliança (Gn 12.7; 13.14- 17; 26.3-5), prometeu-lhe a terra, deu-lhe uma missão universal e assegurou-lhe que teria a orientação divina e uma vida próspera. Jacó respondeu com um voto pessoal e chamou o local de Betel (q.v.).
Jacó chegou a Arã-Naaraim (Mesopotâmia) e a misericórdia do Senhor veio resgatá-lo novamente. Lá, conheceu Raquel, no poço, e este foi um caso de amor & primeira vista. Ela, por sua vez, levou-o até à casa de seu pai, Labão, que era tio dele, e o apresentou (Gn 29.10,11,18,20). O amor de Jacó por Raquel garantiu-lhe um emprego permanente junto a Labão. Jacó trabalhou por sete anos para tê-la como esposa. Na manhã seguinte à cerimônia de casamento, ele descobriu que, ao invés de ter se casado com Raquel, que tinha uma voz suave, havia se casado com Léia, que tinha uma enfermidade nos olhos. O engodo de Labão era equivalente à ira de Jacó, por isso, ele concordou em dar-lhe Raquel após as festividades tradicionais de casamento que duravam uma semana, se este o servisse por mais sete anos. Jacó trouxe grande prosperidade a seu sogro (Gn 30.30), e o astuto Labão sempre era capaz de reconhecer um bom negócio.
A prosperidade de Jacó aumentou assim como sua família. Doze filhos nasceram a Jacó na Mesopotâmia. Léia era mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, e de uma filha, Diná (Gn 29.31-35; 30.17-21). Da criada de Léia, Zilpa, ele teve Gade e Aser (Gn 30.9-13). Da criada de Raquel, Bilã, nasceram Dã e Naftali (Gn 29.31; 30.1,2; cf. 16.2; 25.21; 30.3-8). Finalmente, DEUSabriu a madre de Raquel e ela teve José, e mais tarde, em Canaã, Benjamim (Gn 30.22-24; 35.16-18).
A preparação de Jacó para voltar para casa (Gn 31). Jaoó desejava retomar à Palestina (Gn 30.25). Labão, percebendo que sua prosperidade havia sido alcançada por causa de Jacó, o exortou a ficar (Gn 30.27), e Jacó concordou sob uma condição (Gn 30.29ss.). Mas, agora, o Senhor havia instruído Jacó para que voltasse para casa (Gn 31.3,11-13). Jacó falou com suas esposas e as lembrou de que seu pai Labão havia mudado seus ganhos “dez vezes” (Gn 31.4-7). Elas lhe asseguraram a aceitação de seus planos (vv. 14-16).
Enquanto Labão estava pastoreando o seu rebanho, Jacó com suas esposas, filhos, servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu rebanho, Jacó com suas esposas, filhos, servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu pai (Gn 31.17-20). Eles cruzaram o rio Eufrates e seguiram em direção a Gileade. Depois de três dias, Labão, ouvindo sobre a fuga, os perseguiu durante sete dias, encontrando-os na montanha de Gileade a, aproximadamente, 650 quilômetros de Harã (vv. 21-25). Irado, Labão levantou três acusações contra Jacó (vv. 26-30): (1) que ele fugiu em segredo; (2) que sequestrou suas filhas; (3) e, que roubara seus ídolos do lar (terafim; cf. G. E. Wright, Biblical Archaeology, p· 44). Jacó contava com vinte anos de servjço árduo e sofria a constante tentativa de Labão de defraudá-lo em seus ganhos. Depois de muitos discursos bombásticos, nos quais cada um tentava sobrepujar o outro exagerando nos erros cometidos pela outra parte, Labão sugeriu uma trégua, que foi marcada pelo estabelecimento de uma coluna e um monte de pedras, e que culminou em um banquete de aliança que durou a noite toda (vv. 3154־). Na manhã seguinte, Labão retomou a Harã e Jacó viajou em direção ao sul.
O retorno da Palestina (Gn 32-33). Vinte anos haviam se passado desde que Jacó havia enganado Isaque e roubado a bênção de Esaú. Quando Jacó aproximou-se da terra de seu coração, um grupo de anjos veio ao seu encontro (32.1,2), assegurando-lhe mais uma vez a proteção de DEUSpara recebê-lo, dando-lhe as boas vindas por seu auspicioso retorno. Passando pela parte rasa do ribeiro de Jaboque (q.v.) para proteger sua família de Esaú, Jacó encontrou-se com “um varão” que lutou com ele até o romper do dia (v. 24). Embora estivesse com seu quadril ferido, Jacó foi bem-sucedido e ganhou, do varão com quem lutou, uma bênção que mudou o seu nome de Jacó (“enganador”) para Israel (“o que luta com Deus”; veja Israel). O estranho revelou sua verdadeira identidade abençoando Jacó e também mudando o seu nome - Ele era o próprio Eterno (cf. Gn 17.5; 35,9־ 15; Is 65.15; Os 2.23; 12.3,4).
O próximo obstáculo de Jacó era apaziguar seu injuriado irmão Esaú. O encontro de Jacó e Esaú está registrado em Gênesis 33.1-16. Temeroso de que a ira de Esaú ainda fosse intensa, Jacó enviara mensageiros para espionar os planos de Esaú, e estes relataram que Esaú estava marchando com 400 homens armados. Então, Jacó, sendo ainda o mais astuto, tinha a intenção de fazer as pazes com o seu irmão gêmeo e proteger a si e à sua família contra aquele possível ataque (Gn 32.3-8,13-21; 33.1-3). Além desta estratégia, ele havia orado (32.9-12) e feito seu pedido ao DEUSde Abraão e Isaque - Aquele que combina os eventos passados (32.9), com as necessidades do presente (32.11), e as promessas do futuro (32.12). Em meio à confusão das ações humanas, Jacó reconheceu a necessidade da ajuda do Senhor. Ele não ganhou apenas a ajuda de Deus, mas também o coração de Esaú, apesar da presença de seus homens armados. Em uma cena de grande ternura, Jacó encontrou-se com Isaú, e a discórdia foi resolvida, pelo menos temporariamente, com magnanimidade e afeição.
Vivendo pela segunda vez na Palestina (Gn 33.17-45.5). Esaú foi a Seir e lá formou uma nação (Gn 33.16; cf. o cumprimento da promessa de Gn 25.23; 27.39-40; 36.1-43). Jacó passou a residir em Canaã para assumir sua herança. Ele agora era de fato um patriarca. Após a partida de Esaú, Jacó permaneceu a leste do rio Jordão e acampou próximo a Sucote; então foi para Siquém, onde comprou terras e reconstruiu um altar (Gn 33.17-20). Sob a ordem de Deus, foi para Betel e lá o Senhor renovou as promessas patriarcais (35.1-5). Jacé e sua caravana seguiram em direção ao sul, e, durante sua jornada, a amada Raquel morreu no parto (durante o nascimento de Benjamim) e foi sepultada no caminho para Efrata (Belém, 35.16-20). Jacó juntou-se a Esaú em Manre (Hebrom) e, lá, sepultaram seu pai na caverna de Macpela, o sepulcro da família (35.27-29; 49.30,31).
Os anos posteriores de Jacó demonstraram as advertências de Moisés a Israel: “... porém sentireis o vosso pecado...”, ou ainda, como em outras traduções, “podeis estar certos de que o vosso pecado vos alcançará” (Nm 32.23). As provações domésticas seguiram Jacó até o final de sua vida. Primeiro, houve sérios conflitos entre seus filhos tempestuosos, Simeão e Levi, com os filhos de Hamor em Siquém devido ao problema de Diná (Gn 34.1-31). Então, Débora (a ama de Rebeca), a confidente e conselheira da família, morreu e a família inteira foi afetada (35.8). Raquel, objeto do amor profundo de Jacó, foi levada pouco tempo depois (3ã.l6ss.). “Rúben foi e deitou- se com Bilã, concubina de seu pai; e Israel soube-o” (35.22). José, seu filho predileto, foi levado e afastado dele; e o velho Jacó, já de cabelos grisalhos, foi tomado pelo sofrimento (37.34ss.). Por fim, opatriarca já idoso foi forçado a exilar-se no Egito para preservar sua própria vida e a de sua família (46.3).
Os anos finais de Jacó. Estes anos no Egito (Gn 46.6-50.13) também fazem parte da história de José (Gn 37-50). Veja José.
Quando os sete anos de escassez e fome atingiram Canaã, Jacó e seus filhos foram para o Egito. No caminho, em Berseba, ele foi assegurado do favor de DEUS (46.1-4). José fez os preparativos para que Jacó e sua companhia se estabelecessem na terra de Gósen, onde permaneceu até sua morte. Com 130 anos de idade Jacó teve uma audiência com o Faraó e o abençoou (47.7-10).
Antes de morrer com a idade avançada de 147 anos (47.28), Jacó concedeu a bênção patriarcal aos filhos de José, Efraim e Manassés (48.8-20), e Subsequentemente a seus próprios filhos (49.1-33). A promessa de DEUS a Jacó foi cumprida. Em sua morte, os egípcias lhe prestaram uma grande homenagem. Seus filhos, liderados por José, o primeiro-ministro do Egito, levaram seu corpo de volta a Canaã, e o sepultaram em Macpela com Abraão e Isaque (49.29-50.13; cf. 25.9-10; 35.28-29), realizando um desejo comum dos antigos, de serem enterrados em sua terra natal (cf. o Sinuhe egípcio, ANET, pp. 20ssj. Veja Era Patriarcal.
Jacó é um típico exemplo da graça redentora de Deus. Ele era comum, egoísta, intrigante e um trapaceiro impetuoso com capacidade para os negócios. Mas, em seu coração, tinha tempo para Deus. Sua natureza era sensível ao toque do Senhor, e capaz de alcançar um grande desenvolvimento. Ele tinha sonhos e visões; anjos o visitavam e ele orava. Jacó desejava os melhores dons; ele desenvolveu princípios religiosos fixos; e, finalmente, tornou-se firme em seus hábitos. Mas a vida de Jacó era repleta de conflitos. A luta em sua alma foi longa e violenta - mas a graça venceu e por isso Jacó, o “enganador”, tomou-se Israel, aquele “que luta com Deus”.
O uso do termo “Jacó" nas Escrituras. O nome “Jacó” é mencionado muitas vezes na Bíblia Sagrada. “Jacó” é retratado como um indivíduo marcado, como um filho favorecido (Ml 1.2; Rm 9.10-13), um herdeiro da promessa divina (cf. Hb 11.9), e um homem abençoado (Hb 11.20,21). Como o terceiro patriarca notável, Jacó é frequentemente ligado a Abraão e Isaque. E assim, o nome do DEUSdos três renomados e célebres patriarcas é EÍ Shaddai (Êx 6.3) e Yahweh (Ex 3.6,15), aquele que é fiel à sua aliança (Ex 2.24; 32.13; Dt 29.12), e aquele que se compadece de Israel (2 Rs 13,23). Os patriarcas judeus habitam com Ele (Mc 12,26,27), e sentam-se à sna mesa, em seu reino celestial (Mt 8.11).
O portador do nome da nação de Israel, Jacó, aparece frequentemente nas Escrituras. Israel é a “casa de Jacó” (Lc 1.33); o seu DEUSé o “Rei de Jacó” (Is 41.21); o Templo do Senhor DEUSé a habitação do DEUSde Jacó (Act 7.46). Afigura de Jacó (Israel) é compendia- da no título “servo do Senhor” (Is 41.8; 44.1,2,21; 48.20; 49.3), de quem o Messias era o cumprimento (Is 42.1-7; 49.1-10; 50.4- 9; 52.13-53.12; Mt 8.17; 12.15-21; Mc 10.45; Lc 2.30-32; Act 3.13,26; 4.27,30; 8.30-35; 1 Pe 2.21-25).

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JACÓ - Comentários Moody - Isaque. 25:19 - 26:35.
1) Isaque e Sua Família. 25:19-34.
19-23. Sara, Rebeca, Raquel e Ana, todas foram estéreis e portanto sem filhos até uma certa idade. Foi uma experiência trágica para cada uma delas. Isaque orou ao Senhor por sua mulher. O verbo hebraico 'eitar significa "orar suplicando", ou "implorar". Quando usado no sentido passivo, indica que o sujeito foi vencido pela oração e atendeu. Isaque orou fervorosamente por sua esposa estéril, e Jeová submeteu-se às suas súplicas. Rebeca deixou de ser estéril e concebeu. A oração incessante recebeu a recompensa divina.
24-34. Eis que se achavam gêmeos no seu ventre. (v. 24). Antes mesmo de Esaú e Jacó nascerem, lutaram entre si em seu confinamento pré-natal. E continuaram vivendo em conflito conforme foram crescendo. Hoje seus muitos descendentes lutam apaixonadamente para se sobrepujarem no Oriente Médio. Esaú foi um peludo homem do campo, pouco apreciando os valores espirituais. Ele mergulhou arriscadamente dentro da vida, apenas para descobrir que fora defraudado da melhor coisa que possuía, sofrendo um xeque-mate de um astuto suplantador. Jacó recebeu sua inspiração de Rebeca, que não via obstáculos quando queria alguma coisa. Isaque era fraco demais para manter a disciplina e impedir as tramas de Jacó e Rebeca.
Esaú parecia se preocupar apenas com assuntos materiais. Para ele, o direito de primogenitura, que envolvia bênçãos materiais e espirituais, tinha pouco valor até que o perdeu por sua própria culpa. O direito de primogenitura pertencia ao primogênito. Garantia-lhe uma posição mais honrosa do que a dos seus irmãos, a melhor parte da herança, as terras mais ricas, além das bênçãos que DEUSfizera a Abraão e aos seus descendentes. O direito de primogenitura era de Esaú porque DEUSpermitiu que nascesse primeiro.
Nem Esaú nem Jacó demonstraram qualquer interesse louvável pelos tesouros espirituais. Ambos eram sordidamente egoístas e não compreendiam qual comportamento à altura de um homem que era príncipe de Deus. Jacó era ambicioso e queria pala si mesmo tudo o que pudesse lhe conceder algum destaque. Rebeca forneceu a faísca e tramou o esquema que garantiram vantagens para o seu filho favorito. Este teria um longo caminho a percorrer até se tomar o líder espiritual daqueles que teriam de adorar Jeová. Mas DEUSera paciente; Ele não tinha pressa; Ele treinaria Seu líder.
Esaú estabeleceu sua residência nas montanhas rochosas do Edom. Anos mais tarde seus descendentes, o povo cuja nação ele instituiu, revelariam o mesmo tipo de filosofia que tinha seu antepassado e a mesma indiferença profana pelo programa eterno de Jeová dos Exércitos. Apesar de todos os incidentes desanimadores, o reino de DEUSprosseguiu na direção da realização total do propósito divino.
27:1 - 36:43.
Gênesis 27
1) Jacó e Esaú. 27:1-46.
1-17. Tendo-se envelhecido Isaque .. . chamou a Esaú. É difícil imaginar todo o sofrimento, agonia e cruel desapontamento envolvidos nesta narrativa pitoresca. O velho patriarca, cego e trôpego, fez planos de transmitir as sagradas bênçãos ao seu filho primogênito. Mas a astuciosa Rebeca, que ouviu as instruções dadas a Esaú, imediatamente resolveu subverter e frustrar seus planos. Jacó, seu filho predileto, já tinha o direito de primogenitura; ela determinou que ele também receberia a bênção oral, dos lábios do representante do Senhor, para que tudo ficasse em ordem com a herança divina. Ela não podia arriscar-se esperando que DEUS realizasse Seus planos à Sua maneira. Por isso apelou para a mais desprezível mentira a fim de assegurar-se da bênção para o seu filho mais moço.
18-29. Respondeu Jacó . . . Sou Esaú, teu primogênito. Apoiado por sua mãe, Jacó compareceu diante de seu velho pai com enganos e mentiras. Chegou até a declarar que Jeová o ajudara nos rápidos preparativos. Depois de mentir a seu pai, depositou um beijo falso sobre o rosto do velho homem.
34-40. E, levantando Esaú a voz, chorou (v. 38). A tragédia de Esaú era que ele estava completamente ignorante da santidade da bênção, e só desejava as vantagens que esta lhe proporcionaria. A dor profunda que sentia por Jacó ter-lhe passado a perna da obtenção da primogenitura, Seu amargo desapontamento, seus soluços patéticos e ardente vergonha que logo se transformaram em ódio intenso e desejo de vingança são profundamente comoventes.
41-46. Retira-te para a casa de Labão. Para proteger Jacó da vingança de seu irmão, Rebeca encontrou uma desculpa para mandá-lo embora. Qual desses três – Rebeca, Jacó ou Esaú – era o mais digno de dó? Sua vida familiar foi destruída, e cada um deles teve de aguentar longas horas de separação, desilusão e arrependimento. Rebeca jamais veria seu filho favorito novamente, e Jacó teria de enfrentar a vida sem pai, sem mãe, sem irmão. E o que dizer dos planos divinos para o reino? Como seriam executados em face de tamanho egoísmo, tanta intriga e mentira? O Senhor dos Exércitos não pode ser impedido pela oposição, fracasso ou falta de fé do homem. Ele é capaz de fazer a Sua vontade prevalecer apesar de tudo. Enquanto Isaque se aproximava mais da hora da sua morte, Rebeca lamentava a situação desesperadora que ela provocara e Esaú pensava em vingança, Jacó fez a sua solitária viagem de Berseba para Padã-Arã.
Jacó, Labão, Lia e Raquel. 28:1 - 30:43.
Gênesis 28
28:1-5. Isaque . . . dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou... vai a Padã-Arã (vs. 1, 2). Isaque não permitiu que Jacó partisse sem uma bênção. Ele falou em tom de pronunciamento profético, e numa linda linguagem que revela sua percepção espiritual. Jacó devia procurar esposa entre seus parentes em Harã, mas devia se preocupar mais com a sul participação na rica promessa herdada por Abraão. Isaque invocou 'El Shadday, DEUS Todo-poderoso (v. 3), para que este fornecesse riqueza, prosperidade e perspicácia para tomar Jacó capaz de assumir a liderança espiritual. Profetizou que, se o seu filho entregasse seus caminhos ao Senhor, as bênçãos de DEUS prometidas a Abraão, seriam dele. Através de Isaque, DEUS deu a Jacó uma ordem, um desafio, uma certeza e orientação para a viagem.
6-9. Esaú observou e ouviu; depois foi à casa de Ismael à procura de uma esposa dentro da linhagem familiar, a fim de agradar a seus pais. Evidentemente queda fazer um esforço na direção certa. Mas, sendo basicamente mundano, sua carreira na terra de Edom deixou de ser do tipo que agradasse ao Senhor Jeová.
10-17. Jacó fez a viagem de Berseba até Luz, cerca de doze milhas ao norte de Jerusalém, onde passou a noite. Betel ficava ali perto. De noite recebeu uma honrosa e especial comunicação de Deus, uma visão ou sonho com anjos subindo e descendo uma escada que ia da terra ao céu. Ele tomou conhecimento de que, na realidade, há uma comunicação entre o céu e a terra. Reconheceu que, naquele lugar, DEUS estava ao seu lado, prometendo-lhe orientação pela vida afora e um trituro grandioso. Jeová disse, Eis que estou contigo, e te guardarei . . . e te farei voltar a esta terra, porque te não desampararei (v.15). Que mensagem desafiante! Não foi por menos que Jacó exclamou: O Senhor está neste lugar... Quão temível (pavoroso) é este lugar! (vs. 16,17). Ele ficou profundamente emocionado. Talvez pela primeira vez em sua vida tomou consciência da presença de DEUS ao seu lado. A voz, as palavras de esperança, a presença real de 'El Shadday levaram-no a adorar com admiração e submissão.
18-22. Ele chamou o lugar de Betel, Casa de Deus, pois DEUS estava ali. Para tornar a experiência inesquecível, levantou ali uma coluna de pedras para indicar que aquele era um local santo, um santuário onde seria sempre possível desfrutar da íntima comunhão com DEUS (v. 18). Espiritualmente, ainda tinha um longo caminho a percorrer, mas já fizera progressos neste seu encontro com Deus. Também ofereceu sua vida ao Senhor e o dízimo de tudo o que viesse a possuir. Mas impôs uma condição. Se DEUS continuasse ao seu lado, e o guardasse em sua viagem, e o trouxesse de volta novamente, ele cumpriria a sua parte no voto. Era um grande passo que estava dando. A pedra (massebâ) que erigiu seda um lembrete permanente do voto que fizera (v. 22).
29:1-12. Pôs-se Jacó a caminho (v. 1). A expressão idiomática hebraica, levantou os seus pés, fala da reação do jovem diante do estímulo divino. Estava a caminho de Padã-Arã, à procura da família de sua mãe perto de Harã. Era difícil fazer tão longa viagem, mas parece que Jacó não tinha uma alternativa. Finalmente se encontrou ao lado de um poço, no meio de rebanhos de ovelhas, com seus pastores aguardando que a grande pedra fosse removida da boca do poço para que suas ovelhas pudessem se dessedentar. Possivelmente foi o mesmo poço onde Eliézer encontrou Rebeca para o jovem Isaque. Embora muitos anos tivessem passado, Labão ainda estava vivo, conforme Jacó ficou sabendo dos pastores, e sua filha Raquel era a guardadora do seu rebanho (v. 6). Quando Raquel se aproximou com o rebanho de Labão, Jacó se aproximou para remover a grande pedra a fim de que as ovelhas pudessem matar a sua sede. Depois beijou sua prima e apresentou-se. Profundamente comovido com tudo o que lhe tinha acontecido e com este seu primeiro encontro com seus parentes, Jacó, erguendo a voz, chorou, enquanto Raquel corria para contar a Labão que seu sobrinho tinha chegado.
13,14. Labão, irmão de Rebeca, neto de Naor, ficou felicíssimo em poder dar as boas-vindas a alguém que era de sua própria família. Já se passara tanto tempo desde que sua irmã partira como noiva de Isaque. Alegremente recebeu o filho de Rebeca no seio de sua família. Talvez ele se lembrasse da generosa demonstração de riqueza feita por Eliézer. Talvez ficasse impressionado pela robustez do jovem, que poderia dar um bom pastor. Quase com certeza ele considerou a possibilidade de um marido para suas filhas. Lia e Raquel, ambas eram moças casadouras. Labão nunca perdia a oportunidade de fazer um bom negócio. O jovem sobrinho vindo das montanhas logo aprenderia a lidar com ele cautelosamente. Na verdade, Jacó aprenderia a superar o principal trapaceiro de todos os "filhos do Oriente".
15-20. Raquel era excepcionalmente linda e atraente e Jacó já estava impressionado com ela. As Escrituras dizem, Jacó amava Raquel (v. 18). Lia, a irmã mais velha, estava longe de ser bonita. Seus olhos não tinham o brilho, a vivacidade e atração que os homens admiram. Mas Lia ficou tão firmemente evidenciada na história sagrada que gerações sucessivas teriam de levá-la em conta. Seria um dos seus filhos que seria escolhido para tomar lugar na linhagem messiânica. Estes quatro – Labão, Jacó, Lia e Raquel – foram figuras significativas no procedimento divino com Seu povo escolhido.
21-30. Depois de trabalhar arduamente sete anos pela filha mais moça, Jacó foi enganado e induzido a se casar com Lia. Depois das festividades do casamento de Lia, Jacó casou-se com Raquel, sua irmã mais moça, mas teve de trabalhar mais sete anos em pagamento. Assim ele teve duas esposas de igual posição. Seu ardente amor por Raquel tornou o relacionamento com Lia mais ou menos estranho e frustrante. Lia devia sofrer muito sabendo que seu marido não a amava. Contudo tinha esperanças de que um dia o coração de Jacó se voltaria para ela.
31-35. No começo nem Raquel nem Lia deram filhos a Jacó. Naquele tempo, ser estéril era uma situação patética. Contudo, no devido tempo, Jeová veio em socorro de Lia e curou a sua esterilidade, e ela veio a ser mãe. Um após o outro seus filhos vieram, até que já tinha seis filhos. Uma filha, Diná, foi-lhe acrescentada. Com regularidade de partir o coração, Lia apresentava um filho com as palavras: Agora me amará meu marido. Mas nenhuma palavra de reconhecimento ou apreciação partia de Jacó. A palavra traduzida para preterida (seini) indica "menos afeição", ou "menos devoção". Não indica ódio positivo.
30:1-13. Raquel também sofria, pois sua esterilidade não se alterava e ela não estava dando filhos a Jacó. O hebraico qeini', ciúmes, envolve nele o sentimento de alguém que já agüentou o máximo. Inveja, descontentamento, petulância marcavam sua voz, sua linguagem e sua expressão facial. Lia, Raquel e Jacó eram todos infelizes. Seus problemas domésticos e sofrimento tornavam suas palavras e atitudes indignas, desnecessárias e indecorosas. Tentativas humanas de se remediar a situação provaram-se insatisfatórias. O oferecimento de Bila e Zilpa como esposas secundárias para ajudarem a "edificar" a família, só tornou a situação ainda mais dolorosa. Filhos nasciam, mas os corações continuavam em desarmonia e infelizes. Além dos seis filhos e uma filha (ao menos) de Lia, dois filhos nasceram de Bila e dois de Zilpa.
14-24. Raquel tentou usar mandrágoras (dudei'im) para induzir a fertilidade. Essas mandrágoras eram popularmente chamadas de "maçãs do amor". Ryle diz: "A mandrágora é uma planta tuberosa, como fruto amarelo semelhante à ameixa. Supunha-se que agia como um talismã do amor. Amadurece em maio, o que está de acordo com a menção (v. 14) dos dias da ceifa do trigo" (Cambridge Bible, in loco). Raquel continuou estéril apesar do supersticioso talismã . A situação estava nas mãos do Senhor e Ele não permitiria que tentativas humanas a mudassem. Finalmente, lembrou-se DEUS de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. Ela concebeu, deu à luz um filho. . . e lhe chamou José (vs. 22-24). Na hora determinada por Ele, Jeová deu a resposta. Retirou o vexame de Raquel e a encheu de alegria e louvor.
25-30. Disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte . . . à minha terra. Quanto José nasceu, Jacó já terminara de pagar todo o seu débito a Labão, e queria retornar a Canaã. Se tivesse partido nessa ocasião só teria levado consigo sua família; nada possuía. Pediu ao tio que o deixasse voltar para casa. Labão declarou que recebera revelação especial (tenho experimentado) por meio de mágica ou adivinhação dos seus deuses domésticos, que devia manter Jacó por perto a fim de garantir o seu sucesso e prosperidade.
31-36. Ofereceu a Jacó que estipulasse seu salário. Imagine a sua surpresa quando o seu sobrinho lhe fez uma contraoferta que lhe pareceu esmagadoramente a seu favor. Na Síria as ovelhas são brancas e as cabras são negras, com muito poucas exceções. Jacó ofereceu-lhe para começar o seu acordo imediatamente, aceitando como suas as ovelhas que não fossem brancas e as cabras que não fossem negras, deixando o restante para Labão. Assim, ambos os patrimônios poderiam prosperar. Labão aceitou a oferta imediatamente. Naquele mesmo dia levou para uma distância segura todas as ovelhas e cabras "fora de série" para que Jacó não tivesse com o que começar. Os animais que ele separou entregou a seus filhos. Foi um ardil baixo e covarde Labão acreditava que tornara impossível a vitória de Jacó, porque removera todo o capital de Jacó antes de começar a competição.
37-42. Mas Jacó não se entregava tão facilmente assim. Ele usou de três expedientes para derrotar seu tio. Colocou varas listadas diante das ovelhas nos locais onde bebiam água, para que o colorido das crias ficasse sujeito à influência pré-natal. É fato estabelecido, declara Delitzsch, que se pode garantir crias brancas nas ovelhas colocando muitos objetos brancos junto dos bebedouros (New Commentary on Genesis, in loco). Jacó também separou do rebanho os cordeiros e cabritos listados e salpicados. mas os manteve à vista das ovelhas, para que estas fossem influenciadas. Seu terceiro expediente foi deixar que essas influências predeterminantes agissem sobre as ovelhas mais fortes, para que os seus cordeiros e cabritos fossem mais fortes e mais viris que os outros. Jacó foi bastante astuto para recorrer à influência pré-natal e reprodução seletiva.
43. Como resultado desse esquema, dentro de poucos anos Jacó ficou imensamente rico em ovelhas e cabras. Embora tivesse usado a sua cabeça, ele foi o primeiro a declarar que o Senhor interveio na sua vitória. Jeová tornava possível que o patriarca retornasse a terra prometida com recursos, vindo a ser o príncipe de Deus, que executara à vontade divina.
Jacó Retorna a Canaã. 31:1-55.
1-3. O rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. Finalmente, o relacionamento entre o tio e sobrinho chegou ao fim. Jacó percebeu que Labão e seus filhos eram-lhe hostis por causa do seu sucesso. Além disso, já possuía riqueza e propriedades suficientes para satisfazê-lo. Assim, quando recebeu ordem do DEUS de Betel para se pôr a caminho, sabia que já era hora de voltar para casa. Vinte anos tinham se passado, durante os quais sua mãe já morrera. Talvez Labão ficasse ainda mais desagradável. Era hora de partir.
4-13. Jacó explicou sua decisão às suas esposas, dizendo-lhes como o Anjo de DEUS lhe falara em sonho e o encorajara em seu propósito. O "anjo" se identificou com Aquele que apareceu a Jacó em Betel. Era realmente o próprio Jeová.
14-16. Lia e Raquel apoiaram fortemente a decisão de Jacó. Elas conheciam seu pai e tinham perdido o amor e o respeito por ele. Lembraram-se que recebera quatorze anos de trabalho de Jacó sem lhes dar a parte que uma noiva tinha direito de receber. Não nos considera ele como estrangeiras? disseram. Pois nos vendeu, e consumiu tudo o que nos era devido (v. 15 ).
17-21. Jacó aprontou seus rebanhos, gado, filhos e propriedades para a longa viagem, e aguardou que Labão saísse para o festival da tosquia. Enquanto isso Raquel providenciou que Jacó pudesse reclamar uma boa parte dos direitos hereditários levando consigo os ídolos do lar ou tereipim (cons. latim penates), altamente estimados por Labão. As placas de Nuzu datadas do século quinze A.C. indicam que a posse dos tereipim tornava o proprietário o herdeiro principal. Evidentemente Raquel não aprendera a confiar em Jeová para suprimento de suas necessidades. Jacó fracassou em ensinar a sua família a confiar e adorar a DEUS de todo o coração. Dali a pouco Jacó e o seu grupo partiram de Harã, atravessaram o Eufrates e viajaram o mais rapidamente possível na direção de Canaã. Seu destino imediato eram as montanhas de Gileade no lado oriental do Rio Jordão.
22-24. Labão... saiu-lhe no encalço. Depois de três dias Labão ficou sabendo da fuga. Labão logo conseguiu organizar seus homens para a perseguição, já estava a caminho para os alcançar. Embora fosse uma viagem de 480 kms, ele conseguiu alcançar o grupo fugitivo nas montanhas de Gileade. No caminho Labão recebeu uma estranha mensagem de Deus, uma ordem de abster-se de fazer qualquer pressão contra Jacó. Não devia falar bem nem mal, isto é, não devia dizer nada.
(Os opostos são frequentemente usados nas Escrituras para indicar totalidade.)
23-25. Labão não poderia ser detido por visitações divinas. Deu início ao seu protesto, expressando grande desespero ao ver suas filhas e netos arrastados para fora de sua casa sem as devidas despedidas. De repente fez a pergunta: Por que me furtaste os meus deuses? Referia-se aos seus tereipim (v. 30; cons, 19). Evidentemente Labão estava mais preocupado com as imagens do que com a família de Jacó. Uma busca mostrou-se infrutífera e os pequenos "deuses" não foram achados, porque Raquel os escondera na cesta de vime que fazia parte da sela sobre a qual estava assentada. Esta sela de um camelo (v. 34) proporcionava às senhora do Oriente um pouco de conforto e intimidade durante as viagens.
36-55. Sem dúvida Jacó sentiu grande alívio em poder replicar a Labão. A atmosfera clareou-se e Labão abandonou a sua mordacidade. Os dois homens fizeram um acordo, ratificando-o e comemorando o acontecimento com o levantamento de uma coluna de pedras no alto da colina. A coluna constituiu o que foi chamado de Mispa ou "posto de observação", de onde um observador podia ver toda a terra em ambas as direções. Indicava suspeitas e falta de confiança. Ao levantar essa coluna os homens queriam dizer que estavam convidando Jeová para se assentar ali e observar as duas pessoas nas quais não se podia confiar. DEUS tinha de ser uma sentinela para vigiar Labão e Jacó, na esperança de que a luta fosse evitada. Jacó foi obrigado a prometer que trataria as filhas de Labão com bondade e consideração. Nenhuma das duas partes deveria atravessar a fronteira estabelecida para praticar violência contra a outra. Jamais uma deveria prejudicar a outra.
O Encontro de Jacó com Esaú. 32:1 - 33:17.
Gênesis 32
32:1-5. Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de DEUS lhe saíram a encontrá-lo. Tanto no caminho da saída como no caminho da entrada em Canaã, esses mensageiros celestes vieram ter com Jacó para fazê-lo cônscio da presença celestial e para lhe assegurar da proteção divina. A palavra Maanaim, dois acampamentos, descreve um acampamento interno formado pelo grupo de Jacó e outro externo formado pelos mensageiros de Deus, o externo formando um maravilhoso círculo de proteção à volta dos viajantes. Um lindo quadro de segurança e proteção e serenidade de alma! (cons. II Reis 6:15-17).
6-8. Esaú vinha de Edom, os mensageiros de Jacó o informaram, para se encontrar com o grande grupo de viajantes que vinha de Padã-Arã. Edom era a terra que ficava ao sul do Mar Morto, que geralmente é chamada de Seir, no Monte Seir (v. 3) na Bíblia. No Novo Testamento o povo de Edom é chamado de os idumeus. Jacó estava com o coração cheio de medo, lembrando-se das ameaças de Esaú anos antes e imaginando que o seu irmão estivesse fazendo planos para se vingar dele. Quatrocentos homens sob o comando do selvagem homem de Edom poderiam ser perigosos. Jacó adotou três medidas definidas para garantir a segurança. Primeiro, orou ao Senhor humildemente. Segundo, enviou pródigos presentes a Esaú para despertar sua boa vontade. Terceiro, arrumou sua família, suas propriedades e seus guerreiros da maneira mais vantajosa e preparou-se para lutar caso fosse necessário.
9-12. Na sua oração Jacó fez o Senhor se lembrar de que Ele o convocara a fazer esta viagem para Canaã e lhe prometera proteção e vitória. A oração foi sincera e humilde. uma sincera súplica pedindo segurança, livramento e proteção na emergência que se lhe defrontava. Embora nenhuma palavra de confissão saísse dos lábios do suplicante com referência as injustiças que cometera a Esaú e Isaque, Jacó admitiu humildemente que era completamente indigno do favor de DEUS literalmente, sou indigno (v.10). Demonstrou o seu temor de DEUS  e a sua fé nEle. Estava literalmente lançando-se nos braços do Senhor para obter a vitória e o livramento.
13-21a. O presente, ou minha foi algo muito bem escolhido, consistindo de cerca de 580 animais dentre os seus melhores rebanhos. O minha era um presente que geralmente se oferecia a um superior com a intenção de se obter um favor ou para despertar sua boa vontade. Jacó disse: Eu o aplacarei (v. 20). A palavra é muito significativa no que se refere à expiação. Seu sentido literal é, eu cobrirei. Por meio do presente, Jacó esperava "cobrir" o rosto de Esaú, de modo que ele fizesse vista grossa para a injúria, abandonando sua ira. Suas próximas palavras – porventura me aceitará – são, literalmente, para que ele levante o meu rosto. É uma linguagem simbólica, indicando plena aceitação depois do perdão. Jacó foi excepcionalmente humilde, cortês e conciliatório em suas mensagens para Esaú. Ele chamou Esaú de "meu Senhor" e intitulou-se "seu servo". Ele não deixaria nenhuma pedra que não fosse revolvida em busca da reconciliação.
21b-23. Na noite antes da chegada de Esaú, Jacó enfrentou o teste decisivo de toda a sua vida. Depois de fazer suas esposas e filhos atravessassem o Jaboque em segurança, ele voltou para a margem setentrional do rio para ficar sozinho na escuridão. O Jaboque era um tributário do Jordão, ao qual se juntava a cerca de meio caminho do Mar da Galiléia e Mar Morto. Hoje se conhece o Jaboque pelo nome de Zerka.
24-32. Lutava com ele um homem, ate ao romper do dia. Na solidão da escura noite. Jacó encontrou-se com um homem que lutou com ele. O hebraico 'abaq, "dar voltas" ou "lutar", tem alguma ligação com a palavra Jaboque. Depois de uma longa luta, o visitante desconhecido exigiu que Jacó o soltasse. Jacó recusou-se a fazê-lo até que o estranho o abençoasse. O "homem" pediu a Jacó que declarasse o seu nome, o qual significa suplantador. Então o estranho disse que daquele momento em diante ele teria um novo nome com um novo significado.
A palavra Israel pode ser traduzida para aquele que luta com Deus, ou DEUS luta, ou aquele que persevera, ou, pode ser associado com a palavra 'sar, "príncipe". O "homem" declarou: Lutaste com DEUS.. . e prevaleceste. Era uma certeza da vitória no seu relacionamento com Esaú, como também certeza de triunfo ao longo do caminho. Na titânica luta, Jacó percebeu a sua própria fraqueza e a superioridade daquele que o tocou. No momento em que se submeteu, tornou-se um novo homem, que pôde receber as bênçãos divinas e tomar o seu lugar no plano divino. O novo nome, Israel, dá ideia de realeza, poder e soberania entre os homens. Estava destinado a ser um homem governado por Deus, em vez de um suplantador inescrupuloso. Por meio da derrota alcançara o poder. Todo o resto de sua vida ficaria aleijado; mas sua manqueira seria um lembrete de sua nova realeza.
Peniel (ou Penuel) significa face de Deus. O i e o u são simplesmente vogais de ligação entre os substantivos pen e el. É provável que se localize a cerca de 11,2 ou 12,8 kms do Jordão no Vale de Jaboque. Jacó vira a lace de DEUS e continuara vivo. Jamais esqueceria essa incrível experiência.
33:1-3. Levantando Jacó os olhos viu que Esaú se aproximava. Finalmente, chegou o momento do encontro. Esaú, com seus quatrocentos homens, já podia ser visto. Com temor e tremor, Jacó encontrou-se com o irmão que se lhe tornara um estranho e prostrou-se diante dele sete vezes. Assim, indicava sua completa subserviência.
4-11. Esaú, de sua parte, revelou um espírito generoso e magnânimo, quase bom demais para ser verdadeiro. Alimentara hostilidade contra Jacó e trouxera quatrocentos homens fortes com ele, como se planejasse executar suas ameaças. Mas ele não fez. Seu coração fora mudado. DEUS transformara seu ódio em magnanimidade. Encontrou-se com Jacó cheio de compreensão e perdão. Nos vinte anos que haviam se passado, a mão de DEUS que tudo controla operara mudanças nos dois homens. Agora, aquele que tão recentemente fora humilhado diante de DEUS  encontrou o seu caminho aplainado.
12-17. Os presentes de Jacó e as boas-vindas sinceras e afetuosas de Esaú foram a prova de que os dias futuros trariam novas vitórias para o reino de Deus. Aqueles homens não lutariam, nem se matariam. Embora Jacó não aceitasse a generosa oferta de proteção de Esaú, nem o seu insistente convite a que fosse para o Monte Seir, apreciou grandemente o espírito magnânimo do seu irmão. Esaú provara que era capaz de perdoar e esquecer. Os irmãos separaram-se em paz. Em Sucote (cabana), Jacó, com o seu grupo, encontrou um lar (v. 17). Chegou até a construir ali uma casa. Sucote era uma magnífica região montanhosa no lado oriental do Jordão ao norte de Jaboque.
Jacó e Sua Família em Siquém. 33:18 - 34:31.
Não temos provas conclusivas quanto ao tempo que Jacó ficou em Sucote. Pode ter sido muito tempo. Depois de fazer as pazes com Esaú, não precisava mais se apressar. Antes de atravessar o Jordão, provavelmente passou vários anos na região bem aguada ao leste do rio.
33:18-20. Atravessando o no, encontrou-se nas redondezas de Siquém, onde Abraão acampara em sua primeira viagem à terra de Canaã. Siquém ficava aproximadamente 61,6 kms ao norte de Jerusalém, no vale entre o Monte Ebal e o Monte Gerizim. O poço de Jacó ficava ali e Sicar não ficava muito longe. Jacó comprou algumas terras nas vizinhanças de Siquém, e assim estabeleceu-se como proprietário em Canaã. Recebera ordens de retomar à terra de seus pais e ao seu povo, provavelmente significando que devia dirigir-se ao Hebrom. Certamente deveria ter ao menos ido até Betel. Ele aprenderia que o povo de Siquém não seria uma boa influência para a sua família.
34:1-5. Diná, uma filha de Jacó e Lia, fizeram uma visita desastrosa à vizinha cidade de Siquém. A imatura jovenzinha não tinha formação espiritual para apoiá-la na hora da necessidade. Siquém, o jovem filho de Hamor, apaixonou-se desesperadamente por ela e logo a família de Jacó conheceria as trágicas conseqüências do incidente. O hebraico leiqah, tomando-a (v. 2), indica que foi usada força irresistível. A palavra eina, humilhou (desonrou), indica tratamento desonroso. A pobre moça estava arruinada. Imediatamente Siquém falou-lhe ao coração (v. 3), tentando consolar aquela a quem fizera mal. Amava-a e queria se casar com ela.
6-12. A palavra nebeila, desatino, indica um feito vergonhoso, vil, sem sentido, que revela completa insensibilidade de comportamento moral. Para Jacó e seus filhos, o ato de Siquém era um ato de grave imoralidade, um ultraje contra a decência e honra da família. Hamor e Siquém tentaram arranjar um casamento, uma vez que Siquém amava a moça. Jacó estava pronto a fazer um acordo com eles. O mohar – presente para a noiva – seria bom. Os dois grupos se uniram de modo que os casamentos entre eles seriam legais.
13-24. Entretanto, os filhos de Jacó eram esquentados, obstinados e inescrupulosos. Com o subterfúgio de exigirem observâncias religiosas, obrigaram os homens de Siquém a se circuncidarem. Todos os homens da tribo submeteram-se ao ritual.
25-29. Então Simeão e Levi atacaram a cidade. Os filhos de Jacó mataram todos os homens enquanto estavam incapacitados de lutar e levaram consigo suas famílias e propriedades. Na história da família do patriarca, este é um sórdido capítulo de paixão, crueldade e desgraça.
30,31. O povo escolhido por DEUS comportara-se, em sua terra santa, como um grupo de cruéis pagãos. O pobre e velho Jacó desesperou-se. Fez seus filhos se lembrarem de que agora seria difícil manter relações de boa-vizinhança com os povos à volta. Sua atitude foi indigna de um homem de fé que fora escolhido como representante de DEUS diante dos povos da terra. Medo egoísta parecia ser a coisa mais importante em sua cabeça Não repreendeu seus filhos pela crueldade indizível, como também não expressou tristeza por terem desonrado o nome de Deus.
Jacó passara vinte anos nas terras de Labão e agora provavelmente mais dez em Sucote e Siquém sem nada fazer que fosse digno de nota para preparar sua família espiritualmente. a fim de enfrentar as tensões da vida. Estivera ocupado demais construindo um império e buscando vantagens materiais, para que lhe sobrasse tempo, a fim de estabelecer os fundamentos éticos e espirituais nas vidas de seus filhos. Ainda não alcançara Betel. Seria tarde demais para Diná, Simeão; Levi e todos os outros? A história pode fazer chorar até um homem forte.
A Volta a Betel. 35:1-29.
1. Jeová enunciou uma ordem severa para Jacó prosseguir no seu alvo: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; faze ali um altar. Betel ficava 310 Kms acima de Siquém e estava situada junto à estrada que levava a Jerusalém, Belém e Hebrom. Jacó já se demorara demais em alcançar este santo lugar. Devia agora edificar ali um altar, como Abraão o fizera na sua memorável viagem à Palestina. Jacó edificara um massiba, isto é, uma coluna de pedras, depois de sua inesquecível experiência com Jeová, ao fugir para Harã. Esta volta ao lugar santo envolveria uma entrega total de sua vida ao Senhor. Ele negligenciara o altar de Deus. A ênfase espiritual estivera ausente do seu pensamento e vida.
2-7. Imediata e obedientemente, Jacó aprontou-se para a viagem a Betel. Primeiro, convocou sua família semi-pagã e ordenou que todos se purificassem (v. 2), abandonando todos os tereipins e representações visíveis de deuses estranhos. Então a família de Jacó prosseguiu em sua santa peregrinação a Betel. O povo dos lugares pelos quais eles passaram estavam tão pasmados com o terror de DEUS que não molestaram os peregrinos (v. 5). Quando Jacó chegou a Luz, sabia que estava para pisar em terreno santo. Levantou um altar a Jeová e chamou aquele lugar de El-Betel, o DEUS da casa de Deus.
9-15. Novamente DEUS apareceu a Jacó e assegurou-lhe que seu novo nome, Israel, seria um lembrete constante de seu novo caráter, seu novo relacionamento com Jeová, e sua caminhada real no divino caminho da vida. Ele era o herdeiro das promessas feitas a Abraão. A aliança continuava em pleno vigor, e continuariam a agir sobre ele e seus descendentes. Ao falar com Jacó, DEUS usou o Seu nome, DEUS  Todo-poderoso, 'El Shaddai, "o Todo-suficiente" (v. 11). Jacó podia contar com 'El Shaddai para suprir qualquer necessidade e para lhe dar graça para enfrentar qualquer emergência.
16-20. Agora Raquel, que fornecera a Jacó a inspiração e o amor necessários, chegava ao fim de sua vida. Morreu dando à luz o seu segundo filho, o qual chamou de Benoni, filho da minha tristeza. Mas Jacó escolheu o nome Benjamim, filho da minha destra. Raquel deve ter sido sepultada em algum lugar ao sul de Betel, na estrada que vai para o Hebrom (cons. 35:16, 19). Betel ficava 16kms ao norte de Jerusalém, e Belém ficava cerca de 9,6 kms ao sul de Jerusalém. Conclui-se que Raquel foi sepultada nas imediações de Belém. O lugar tradicional costuma ainda ser apontado para os visitantes da cidade.
27-29. Isaque viveu até a volta de Jacó, de Harã. De Berseba mudou-se para Mamre, pertinho da cidade de Hebrom. Ali Abraão comprou a Caverna de Macpela para o sepultamento de Sara. Agora com 189 anos de idade, expirou Isaque e morreu. A palavra hebraica geiwei significa "decair" ou "enfraquecer-se". Na hora do sepultamento, Esaú e Jacó estiveram juntos ao lado da sepultura, em homenagem ao seu pai. Os irmãos estavam unidos por uma dor comum, como Ismael e Isaque estiveram junto à sepultura de Abraão.
 

 

JACÓ - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
Por algum tempo, Isaque parece ter gozado calma e paz, até que Esaú casou com duas mulheres hetéias. Se houve intervalo entre os dois casamentos não se pode dizer, mas pelo menos apresentou as duas mulheres a Isaque ao mesmo tempo. Este ato seria um ultraje à crença e programa de seu pai, mas Esaú era homem a quem pouco importavam interesses religiosos ou domésticos, contanto que conseguisse aumentar seu prestígio e grandeza. Tanto Isaque quanto sua mulher se afligiram com este casamento e viram que o filho estava inteiramente divorciado do plano divino de ser o continuador das promessas paternas.
Se outra coisa não tivesse havido, este ato, por parte de Esaú, era suficiente para lhe fazer perder o direito de primogenitura, visto que se afastava dos costumes familiares e introduzia na família raças inimigas e da linhagem dos pecadores da terra que, por causa dos seus pecados, seriam mais tarde condenados à destruição, e, com alianças desta natureza, seria impossível executar o programa divino. Nada há que mais ponha em perigo nossa vida e futuro espiritual do que as alianças com o mundo.

Jacó Tira Fraudulentamente a Bênção de Esaú - 27:1-29

O último verso do capítulo precedente dá-nos o casamento de Esaú com as mulheres hetéias. Conforme alguns comentadores, Esaú tinha vendido sua primogenitura a Jacó um ano antes do casamento, ou seja, quando tinha 39 anos. Neste caso, Jacó fugiu para Padã-Arã quando tinha 40 anos de idade, voltando dali aos 60. Com 139 anos (cap. 47:3) desceu ao Egito, e fica assim um período de 70 anos de sua vida sem qualquer notícia de suas atividades. Adam Clark coloca o casamento de Esaú no ano 1804 a.C., e a ocasião do roubo da primogenitura no ano 1779 a.C., ou seja, 25 anos depois do casamento de Esaú, quando os dois irmãos tinham 65 anos. Conforme a cronologia comum, Esaú teria 77 anos agora, tendo vendido a primogenitura 44 anos antes, quando tinha 33 anos.

Isaque havia chegado ao ponto culminante de suas atividades; cego, paralítico e julgando morrer de um momento para outro, achou conveniente dispor os negócios, ou, diríamos hoje, fazer seu testamento. Conforme o costume patriarcal, toda a casa pertencia a Esaú, filho mais velho; a Jacó tocava qualquer parte que o pai quisesse dar como presente. Portanto, chamou Esaú e ordenou-lhe que fosse ao campo apanhar uma caça e lhe preparasse um guisado do jeito que ele gostava. Parece que o fim era, como diz o verso 4, alegrar o coração do velho pai, para que, na transmissão do direito paterno e bênção patriarcal, a própria alma de Isaque como que se derramasse sobre a vida do filho primogênito. Pelo menos não vemos que este ato fosse praticado por Abraão e repetido por Jacó mais tarde.

Os movimentos, palavras e atos de Isaque eram cuidadosamente vigiados por sua mulher, que queria inverter os papéis, e fazer recair a bênção de Esaú em favor do seu filho predileto, Jacó. Assim que ouviu a conversação e apenas Esaú saiu para o campo, chamou Jacó e relatou que havia chegado o dia de decidir sua sorte. Não havia tempo a perder. Esaú em breve estaria de volta. Portanto, convinha matar um dos animais domésticos e sem perda de tempo preparar o guisado e apresentar-se a Isaque para receber a bênção. Às palavras de Rebeca, Jacó responde com uma solução pronta, como se todos estes planos estivessem amadurecidos em sua mente. Rebeca era mulher de ação e de espírito imaginativo. Seja qual for o juízo que se faça sobre seu caráter, não resta dúvida alguma em relação ao seu talento, e sua falta pode ser levada à conta da simpatia e afeto que Jacó devotava a seus pais, bem como sua fidelidade às tradições da família e repulsa à vida mundana de Esaú. Pelo que aprendemos na Bíblia, DEUS mesmo não se agradou da vida de Esaú, pelo que o aborreceu e amou Jacó.

Jacó sujeitou-se a tudo que sua mãe quis fazer: vestiu as roupas de Esaú, cobriu o pescoço e as mãos com peles de cabras e, com o guisado na mão, apresentou-se a Isaque. Este desconfiou que tão depressa o filho tivesse matado a caça e preparado o guisado, mas uma mentirazinha desfez a dúvida do velho, dizendo Jacó que DEUS tinha mandado a caça ao seu encontro. Talvez esta provisão fosse também de Rebeca. A segunda dúvida foi sobre a voz. Apalpando, viu que era Esaú, mas a voz era de Jacó. Quem poderia, porém, tirar esta dúvida e confirmar a suspeita? Perguntando Isaque se era mesmo Esaú, respondeu-lhe logo Jacó: Eu sou. A comprovação foi o cheiro do rapaz; cheirando os vestidos de Esaú, reconheceu que de fato eram do filho amado e, sem hesitação, concedeu-lhe a bênção.

Esta bênção contém três elementos importantes:

1. Prosperidade material: abundância de tudo que há na terra.

2. Domínio sobre outros povos: seus próprios parentes ficavam doravante sujeitos a ele, inclusive o primogênito.

3. Segurança contra as maldições de outrem: todas as coisas boas reverteriam a seu favor, e as más seriam devolvidas ao próprio autor.

A Decepção de Esaú - 27:30-40

Mal Jacó acaba de sair da presença do pai, entra Esaú do campo com a caça. Apressadamente a prepara e corre à presença do pai, para receber a bênção. Perguntando quem é, recebe em resposta ser o filho Esaú. O logro do pobre velho estava descoberto, mas tarde demais para ser remediado. A bênção patriarcal tinha sido dada a Jacó e não podia ser retirada.

Podemos imaginar o desespero de Esaú. Era o culpado, pois por sua frivolidade e glutonice vendera a primogenitura uns 40 ou 50 anos antes. É perigoso brincar com as coisas santas, e foi o que Esaú fez. Em realidade, tinha de ser assim, porquanto fora profetizado que o maior serviria ao menor, mas a falta de Esaú em vender a primogenitura e a de Jacó em apossar-se dela de um modo tão desairoso é indesculpável para qualquer deles. No auge do desespero, Esaú pergunta: "Não reservaste uma bênção para mim também? Tens tu só uma bênção, meu pai? Abençoa-me também." Acerca deste desespero, o autor da Carta aos Hebreus (cap. 12:15-17) tem uma boa explanação, que deve ser lida.

Incompativelmente, Isaque responde a Esaú: "Eis que eu o tenho posto por senhor sobre ti, e teus irmãos lhe tenho dado por servos."

Ante a insistência de Esaú, Isaque lhe deu uma quase bênção também (vv. 39 e 40). Notemos que esta bênção não se refere aos dois irmãos, e, sim, às suas gerações, embora haja certos elementos pessoais nas ditas bênçãos. A promessa de que Esaú viveria das gorduras da terra e por sua espada cumpriu-se tanto na sua vida como na de sua geração. Sua descendência tem sido sempre belicosa, e a parte que ela tem ocupado nas montanhas de Seir é rica em pastagens para gado e abundante de árvores, conforme diz o Dr. Robinson nas suas investigações bíblicas. Quando os jacobitas voltavam do Egito, tinham de passar pelas vinhas dos esauítas, o que estes se recusaram a permitir; e quando Jacó voltou de Padã-Arã, com fartos presentes para apaziguar o irmão defraudado este lhe respondeu que tinha bastante e não precisava de presentes.

A Ira de Esaú - 27:41-48

"E aborreceu Esaú a Jacó..." Jacó e sua mãe colheram desta fraude o que mereciam. Esaú ameaçou matar o irmão e este teve de fugir para Padã-Arã. Assim, Rebeca se viu privada do filho de sua afeição. Se esperasse em DEUS para executar a promessa, outro seria o resultado, mas, como Sara, teve pressa e a consequência foi triste. Há sempre perigo em fazermos o que DEUS deve fazer. Ela mesma teve de aconselhar o filho a fugir. Padã-Arã era a terra de Rebeca. Lá estavam seu irmão Labão e seus parentes, e Jacó estaria, assim, a salvo da ira de Esaú. Ela morreu sem poder ver a volta do filho amado ou a reconciliação dos dois. Esaú esperava a morte do pai para se vingar. Não havendo tribunais para punir o criminoso, toda a justiça partia do pai; morto este, estava afastada a possibilidade de qualquer castigo, e Esaú podia vingar-se. Isto, porém, chegou aos ouvidos de sua mãe e esta divisou o meio de frustrar a tentativa.

CAP. XXIV - FUGA E CONVERSÃO DE JACÓ

(Caps. 28-33)

Jacó foge para a casa do tio e ali fica por 20 anos.

Dois foram os motivos que fizeram Jacó deixar o lar paterno e ir à terra de sua parentela em Padã-Arã: fugir à ira do seu irmão e casar com uma mulher da mesma linhagem. . Entretanto, o primeiro verso deste capítulo parece ignorar o primeiro motivo. Talvez Isaque mesmo ignorasse o que seu filho mais velho planejava contra o mais moço, e aprovasse a viagem do filho com o simples motivo de este casar entre os seus. Esaú tinha casado havia muitos anos, talvez 35 anos antes, enquanto Jacó permanecia solteiro, o que, sem dúvida, seria apreensivo para o velho patriarca, que, na beira da sepultura, temia morrer, e não gostaria que o herdeiro das promessas cometesse o mesmo erro que o filho mais velho tinha cometido, casando com mulheres de outras raças. Assim, ou ignorando o outro motivo ou dando-lhe valor secundário, seu pensamento centralizou-se no casamento. Isaque não tinha seguido a mesma tática de Abraão, em procurar esposa para o seu filho, ou porque Esaú tivesse prejudicado este costume, casando sem permissão paterna com as cananéias ou por qualquer outra circunstância que ignoramos. Bem diferente foi o casamento de Jacó do de seu pai. Eliézer, carregado de presentes, foi por Abraão mandado ao mesmo lugar onde Jacó se dirigia agora, a fim de trazer de lá uma mulher. Jacó, porém, vai como um foragido, com as mãos vazias, ele mesmo, buscar a companheira.

Padã-Arã era o lugar onde Terá parou com a família depois de virem de Ur dos Caldeus. Abraão continuou a viagem, mas toda a família ali ficou e foi ali que nasceram as mulheres de Isaque e de Jacó. A começar com Abraão, todos estes personagens casaram com pessoas da família. Abraão casou com a sobrinha, ou meio irmã; Isaque, com uma prima carnal, e Jacó também. Alguns casamentos em família foram por Moisés proibidos, mas os de primos jamais foram.

A conduta de Isaque, recomendando ao filho para casar com uma parenta, despertou Esaú a fazer o mesmo e foi à família de Ismael, seu tio, e de lá tirou outra mulher (vv. 6-9), pensando que assim remediava todo o mal que tinha cometido antes; assim, porém, como era tarde para reaver a bênção vendida, o era para desfazer o mal que os outros casamentos lhe tinham causado. Entretanto, louvemos o seu desejo de corrigir os erros passados.

Isaque residia em Berseba, antiga morada dos patriarcas. Dali, Jacó partiu para Harã. Em certo lugar, cansado da viagem, deitou-se, adormeceu e sonhou. Tinha viajado umas poucas léguas, talvez 20 ou 25. No sonho teve a visão bem familiar a todos os leitores de Gênesis: DEUS se aproximou diretamente do seu servo, e, desta aproximação, saiu um outro Jacó. Segundo João, esta escada representava JESUS ligando o céu com a terra. Esta foi a primeira lição que DEUS ensinou a Jacó, e ele a aprendeu bem. Mundano em suas aspirações, pouco escrupuloso em seus métodos, atirado fora da casa paterna, sem dinheiro e sem proteção, foi um momento azado para DEUS começar o trabalho que havia de transformar este Jacó no doce e amoroso patriarca.

Acordado do sonho, seu primeiro pensamento foi que DEUS morava ali e que mui terrível era aquele lugar! Os antigos não tinham a concepção espiritual da divindade que nós temos, nem conheciam tanto de sua onipresença como nós, de modo que uma aparição destas era tomada logo como prova de que DEUS morava ali; em seguida, erigia-se o altar para o culto dos sacrifícios. Apressado como ia, Jacó não tinha tempo de construir este altar. Portanto, usou a pedra que lhe tinha servido de travesseiro, botou nela um pouco de azeite do que levava consigo para fins medicinais e chamou ao lugar "Betel", que significa "Casa de Deus". O nome do lugar antes era Luz. Nesta visão, Jeová repete a promessa tantas vezes feita de que sua linhagem seria numerosa. Jacó, por sua vez, faz um voto em base toda comercial, de que, de tudo que DEUS lhe desse, lhe daria o dízimo. Nisto podemos ver a nova ideia que Jacó teve de Deus, na sua vida. Esta manifestação foi o despertamento para um novo começo de vida, muito diferente da que tinha vivido antes. A isto se tem chamado a conversão de Jacó, e tem sido bem empregada a frase. As experiências que o esperavam não amorteceriam esta nova concepção de Deus, e, uns trinta anos depois, encontramos Jacó neste mesmo lugar, oferecendo a Jeová o dízimo de todas as coisas que tinha conseguido (cap. 35:7).

Esta é a segunda vez que encontramos a prática do dízimo no Velho Testamento antes da Lei de Moisés. A primeira foi no caso de Abraão e Melquisedeque. O dízimo parece ter sido um costume inerente à religião dos patriarcas, ou melhor, uma prática instintiva da religião. Como não sabemos onde Caim e Abel aprenderam o costume de oferecer sacrifícios a Deus, assim não sabemos onde Abraão e Jacó aprenderam a dar o dízimo. O autor crê que estes costumes são tão naturais à religião do indivíduo como à religião mesma, e a sua não prática representa uma violência estúpida, uma degeneração de nossa natureza religiosa. Jacó não tinha praticado o dizimo antes porque sua religião parece ter sido fraca, mas logo que chegou à noção perfeita de dependência divina em sua vida, o dízimo aparece espontâneo, como uma parte da religião. Os que se opõem ao dízimo têm uma tarefa difícil para estabelecer o costume contrário; têm de derruir uma parte considerável de nossa religião, para desfazer a prática natural desta bênção. O fato é que os que dão o dízimo ordinariamente podem dar muito mais, e os que não o dão, nunca podem dar coisa alguma sem constrangimento. DEUS tem abençoado maravilhosamente os que são fiéis a esta prática e assim tem reivindicado o lugar que ocupa na Bíblia. Jacó parece haver-se descuidado de dar o dízimo depois de ter prosperado em Padã-Arã, e foi somente depois do trágico acontecimento com sua filha Diná, 7 anos após a volta de Harã, que ele veio a Betel e ali ofereceu de uma só vez os dízimos de todos os anos. Talvez sua negligência causasse aquela infelicidade doméstica. Lembremo-nos de que DEUS manda que paguemos nossos votos e que melhor é não prometer do que prometer e não pagar.

Terminada a ereção da pedra como memorial do aparecimento de Jeová a Jacó e da promessa de pagar os dízimos de tudo, põe-se a caminho para a terra de seus parentes, em busca da companheira.

Sobre este costume de usar pedras como monumentos religiosos, grande crítica se tem feito aos antigos patriarcas, e muitos críticos têm mesmo afirmado que eles adoravam as pedras ou praticavam o que se chama Totemismo, prova da religião grosseira e indigna. Mas este costume em nada revela adoração de pedras, e sim um simples memorial. O que Jacó fez não foi mais nem menos do que o que hoje em dia se faz em memória dos grandes vultos, erigindo-lhes estátuas que lembram seus feitos aos vindouros. Em muitas partes, ainda hoje se pratica o animismo, com toda sua corte de práticas grosseiras, mas nesta e noutras histórias dos patriarcas nada há que garanta terem adorado pedras ou árvores ou qualquer outro objeto inanimado ou animado, senão somente a Jeová; e foi em memória do aparecimento de Jeová que esta pedra foi ungida por Jacó. Se, pois, qualquer ideia de adoração existe neste ato, a adoração é a Deus, e não à pedra.

Jacó Continua Alegremente Sua Viagem até Encontrar os

Pastores em Harã - 29:1-14

Radiante de alegria com o que tinha acontecido, Jacó levantou o seu pé, como diz o texto em hebraico, e foi à terra que não conhecia ainda. O primeiro encontro foi com os pastores, a quem perguntou por Labão, seu tio. Quando ainda estavam falando, chega Raquel. Encontro dos mais tocantes. Mesmo sem a conhecer, beijou-a e chorou. Choro de alegria, certamente, por encontrar, uma pessoa da família logo ao chegar à terra estranha. Beijou-a, num extravasamento de afeto e carinho para com a que tão de perto falava de sua própria mãe, a quem não mais veria. Este momento trouxe à mente de Jacó todas as recordações e experiências da vida passada. Todos os momentos especiais passaram na sua mente como na tela passam as vistas e figuras da película cinematográfica. Como uma pessoa perdida e que repentinamente encontra salvação, assim parece que aconteceu com Jacó. Fugindo à ira de seu irmão, forçado a abandonar o lar paterno e ir a uma terra desconhecida, ao encontrar a prima, sentiu-se de novo no meio da família, e isto por si só explica aquela impetuosidade com que depositou nas faces coloridas da bela Raquel o seu primeiro ósculo.

Passado o momento de comoção, diz quem é, de onde vem, e Raquel, meio assustada e confundida, corre a anunciar a Labão a chegada do sobrinho. O encontro foi dos mais cordiais. Após o abraço de cordialidade, Labão diz que Jacó é seu osso e sua carne, e pede que fique com ele. Esta expressão, tão comum na Bíblia, indica íntima relação de parentesco ou afeto.

Jacó Faz Contrato com Labão para Ganhar Raquel - 15-20

Por um mês Jacó foi hóspede de seu tio. Depois deste tempo, convinha acertar as condições de permanência na casa, e Labão perguntou qual seria seu salário. Jacó voluntariamente se ofereceu para trabalhar 7 anos, para ganhar a sua amada Raquel. Raquel era a mais nova e, segundo o costume, era a mais velha que devia casar primeiro. Admitindo-se que Léia fosse meiga, ainda assim a beleza de Raquel venceu o herói.

Labão, despretensiosamente, diz que lha daria sem preço, e que melhor seria dá-la a ele do que a outro. Ainda assim, serviu-o Jacó por 7 anos, o que lhe pareceu como 7 dias, tal o amor que tinha pela noiva.

Convém notar que nesta transação nada há que indique o costume de vender as filhas. Jacó tinha de dizer quanto queria ganhar, e cego pelo amor ofereceu-se para trabalhar 7 anos, e depois casar. Em receber Raquel deu-se por bem pago. Certamente, havia o costume de dar arras. e, não tendo dinheiro nem bens, deu-se a si mesmo. Quando Abraão quis casar Isaque, mandou grandes presentes, tanto à noiva como à família. Este era o costume. Jacó foi mandado vazio, coisa difícil de explicar. Ou porque os direitos de primogenitura ainda não estivessem decididos, ou por qualquer outra circunstância desconhecida, Jacó, filho de homem rico, tinha de dar um valioso presente e, como nada possuísse à mão, deu-se a si mesmo.

Ainda hoje, entre os árabes, é costume dar as filhas aos parentes mais aproximados, e o primo carnal tem, ordinariamente, a preferência, caso possa dar o devido prêmio ou arras.

Triste Desapontamento de Jacó - 21-30

Findos os 7 anos, Jacó pediu sua esposa. Labão fez uma festa e convidou os vizinhos. No fim da festa, posto o véu sobre a cabeça de Léia, entregou-a a Jacó como sendo Raquel. Só na manhã seguinte Jacó deu pelo logro e foi pedir satisfação a Labão. Este responde que não era costume dar a mais nova enquanto a mais velha estivesse solteira, o que era mais uma desculpa e uma trica financeira do que outra coisa, ainda que de fato este fosse o costume. Talvez Labão soubesse como Jacó tinha roubado de Esaú o direito da primogenitura, e o defraudador viu-se defraudado também. Labão morava num lugar de almocreves e traficantes e devia ser bem perito em tricas comerciais. Tinha gostado do trabalho sincero e honesto de Jacó, e queria-o por mais 7 anos. Conhecedor do seu amor pela sua filha, sabia que de bom grado o serviria outros 7 anos. Se os costumes de então fossem como os de nossos dias, em que o juiz é chamado e as testemunhas têm de assinar o contrato, seria impossível uma decepção desta natureza. A simplicidade da vida daqueles tempos, porém, dispensava certas cerimônias, que tão necessárias são para evitar fraudes sociais e garantir a estabilidade da família.

Para amenizar a decepção de Jacó, Labão pede que ele cumpra a semana de Léia e então lhe dará Raquel, na condição de o servir por mais 7 anos. Jacó teve de aceitar a proposta, e assim tornou-se polígamo à força. Os efeitos foram terríveis na vida do patriarca. A disputa e o ciúme da progênie fizeram amargurados muitos dias de Jacó, como veremos nos capítulos seguintes.

Jacó com Quatro Mulheres em Lugar de uma Só - As Disputas de Família - 30:1-24

Amoroso como era Jacó, devotado a uma só mulher como Raquel, viu-se de um momento para outro nas malhas da poligamia. Raquel era estéril, enquanto sua irmã, Léia, tinha filhos. Os filhos sempre foram e continuam a ser o mais forte laço entre marido e mulher, mas a questão aqui ia mais além. A presença de um filho entre os israelitas era sempre considerada como uma graça e favor de Deus, e a esterilidade, como desagrado e falta de favor divino. Por outro lado, existia o desejo e a ambição, por parte de cada homem e de cada mulher, de ser progenitor de uma numerosa prole.

Uma família numerosa era a melhor parte da riqueza doméstica. Tomemos estes fatos como razão sobeja para que Raquel desejasse ter filhos. Há ainda o fato de que, sendo sua própria irmã sua companheira de lar e não tendo filhos, era muito natural que o ciúme e a inveja começassem a dominar o seu coração. A tal ponto foi a sua tristeza, que exigiu de Jacó filhos ou a morte. Este, irado, respondeu que não estava em lugar de Deus, para dar ou reter prole. Raquel, nesta emergência, lançou mão do recurso de sua velha parenta Sara, entregando sua escrava Bilha a Jacó, para que por meio dela tivesse filhos. Jacó, ou por desejo de ver sua amada satisfeita, ou pelo desejo de numerosa prole, ouviu a mulher e tomou a escrava como concubina e deu-lhe dois filhos. A este tempo, Léia tinha deixado de ter filhos e, enciumada pelo progresso da irmã, ofereceu também a Jacó sua escrava, para dela ter outros filhos. Assim, viu-se o patriarca, marido de quatro mulheres, em lugar de uma. Qualquer que seja a culpa que se possa botar em Jacó, o responsável imediato foi Labão. Tivesse cumprido sua palavra, dando Raquel ao seu amado, teria conservado indiviso o seu afeto. Entretanto, quão profundos e inescrutáveis são os caminhos de Deus! Desprezando e dissimulando estas fraquezas, DEUS usou isto para cumprimento de sua promessa. É assim que faz conosco muitas vezes: esquece nossas fraquezas e tira delas, para nós e para sua Causa, grandes proventos.

Nos versos 14-17 temos um incidente interessante e que só as condições sociais da época nos podem ajudar a compreender. Léia tinha cessado de ter filhos, e, ao pedido de Raquel de lhe dar as mandrágoras que Rúben tinha encontrado no campo (espécie de maçãs), queixou-se de não só ter sido roubada de seu marido pela irmã, mas de ainda estar querendo as frutas de seu filho. Como no caso de Esaú, vendendo a primogenitura a Jacó pelo prato de lentilhas, assim Raquel consentiu em que Jacó, seu amado, ficasse com Léia por um pouco de mandrágoras. Transação infantil e ingênua. Mas decerto não foi o desejo de comer as mandrágoras simplesmente, mas a ideia reinante, ainda hoje, no Oriente, de que estas frutas predispõem para a concepção. Assim, o pedido de Raquel torna-se razoável em querer comer a fruta desejada. Esta narrativa revela também o domínio que Raquel exercia sobre Jacó, a ponto de a outra esposa ter de comprar um pouco de seu afeto.

Ao leitor desacostumado ou pouco familiar com os costumes orientais, estas histórias parecerão um pouco desconcertantes, e até já têm sido, por alguns críticos, acoimadas de imorais. É, porém, preciso ter presente que aquele povo tinha seus próprios costumes e viveu há 4.000 anos passados. Nós estamos no século XX e temos nossos próprios costumes e uma civilização que em muitos pontos escandalizaria os personagens daquele tempo. Nossa opinião do juízo deve ser formulado de acordo com os tempos e os costumes daquela época. Assim fazendo, nos livramos de uma injustiça e poupamos alguém de verberar nossa pouca familiaridade com a história antiga.

Depois de sete anos de impaciência e de vergonha, Raquel teve finalmente um filho, a quem deu o nome de José, que significa "Acrescentará", esperando que Jeová lhe daria ainda outros. Como temos notado, a paixão por filhos ia ao extremo, mormente em caso de competição, como esta, em que duas irmãs disputavam para ver qual teria o maior número. Raquel de fato teve outro filho, mas mal sabia quanto lhe custaria (35:18).

Jacó Faz Novo Contrato com Labão - 30:25-43

Os catorze anos de serviço e exílio tinham terminado, e Jacó desejava voltar à sua terra. Os motivos que o tinham feito sair talvez tivessem sido amenizados pelo tempo, mas, enquanto ali permanecesse, não passaria de um empregado sem salário nas mãos do ambicioso Labão. Toda sua fortuna consistia, depois de catorze anos de incessante labor em 4 mulheres, 12 filhos e uma filha. Nada mais. Labão, porém, que sabia o valor de tal servo, sobretudo tendo conhecimento de que Jeová o abençoava, a ele, Labão, por causa de Jacó, não consentiu que saísse, e pediu-lhe outra vez que dissesse quanto queria ganhar, alegando ter visto como Jeová abençoava os seus serviços. Jacó, por sua vez, sabia com que qualidade de homem estava lidando e cumpria ser seguro no novo contrato, para não ser espoliado uma vez mais. As condições do acordo encontram-se no verso 32. Todas as cabras e ovelhas malhadas seriam separadas, e todas as malhadas que dali em diante nascessem seriam o salário de Jacó. Para evitar mistura, Jacó separou-se da outra parte do rebanho por um espaço de três dias de caminho. Labão alegremente aceitou o plano, talvez esperando que Jacó saísse logrado, pois um negócio destes bem poderia ser chamado negócio de azar. Jacó, porém, devia ter estudado bem seu plano, sobretudo, devia ter confiança que Jeová vingaria o seu trabalho das mãos do patrão usurário. O expediente usado por Jacó encontra-se nos versos 37-43. O autor deixa a explicação do fenômeno para quem melhor a possa fazer. Entretanto, sabe-se que no tempo da prenhez e, sobretudo, no ato de concepção, qualquer vívida impressão feita na fêmea é susceptível de reprodução no novo ser. Descascou, pois, Jacó, as varas em riscos e as pôs diante do rebanho quando vinha beber, na época do cruzamento, concebendo as fêmeas diante destas varas postas dentro d'água, cujas listras, pelo movimento das mesmas águas, ondulavam e produziam impressão no animal. O mais esquisito é saber onde Jacó adquiriu este conhecimento. Que tinha certeza de que DEUS o abençoaria, não há dúvida! Mas ter conhecimento de tal experiência parece singular. Entretanto, acusam os antigos de ignorantes. Há muitos milhares de sábios, hoje, que ignoram este fato e muitos outros semelhantes a este.

No verso 42, há alguma coisa que requer explicação. Parece haver duas qualidades de animais no rebanho, e assim era com efeito. Os animais nascidos no começo da primavera são mais fortes; os que nascem mais tarde são mais fracos. Este Jacó deixava para Labão, não punha à prova das varas. Assim, Labão foi logrado, tanto na qualidade como na quantidade.

Quanto à honestidade do ato de Jacó, não pode haver dúvida. Agia de pleno acordo com o contrato. Todos os expedientes eram aceitáveis, contanto que não tomasse animal algum além dos malhados. Se pudesse fazer com que todos assim nascessem, ainda estaria sendo perfeitamente fiel ao trato. Parece que Jacó não tinha compaixão do patrão ao explorá-lo assim, mas, tratando-se de um homem sem escrúpulos como Labão, era conveniente fazer tudo, menos roubo, para pagar-se do seu trabalho de 14 anos passados. Esta prosperidade não agradou a Labão, que em breve tratou de se desfazer do genro, que estava fazendo toda a fortuna para si próprio. DEUS condescendeu em abençoar este servo seu contra a rapacidade de Labão, e serviu-se de um expediente natural, para compensar a honestidade do homem que tinha trabalhado noite e dia fielmente, apesar de saber que estava sendo explorado. Entretanto, diga-se que Jacó colheu o fruto do seu trabalho com seu próprio irmão Esaú. É possível que tivesse aprendido a lição e que depois procurasse remir sua falta com aquele grande presente que preparou para Esaú.

A Prosperidade de Jacó Causa Separação - 31:1-21

Os filhos de Labão não estavam satisfeitos com o progresso de Jacó, e começaram a murmurar, dizendo que os tinha roubado. Jacó podia desafiá-los a provar o que diziam, porque no seu rebanho não havia animal que pertencesse a Labão, conforme o acordo feito. Labão estava calado e os filhos limitavam-se a murmurar, embora não satisfeitos, o que Jacó viu no rosto de Labão. Tinha-se criado uma nova situação. DEUS viu que era tempo de haver separação e avisou Jacó que devia partir para a sua terra. A comunicação divina vem nos versos seguintes. Labão estava ausente 3 dias, de viagem (v. 19), para assistir à tosquia dos rebanhos, ocasião de grandes festas, e Jacó aproveitou a oportunidade da ausência para, de acordo com a ordem divina, pôr-se a caminho. Certamente, nada tinha que temer, visto ter um cadastro limpo diante do sogro, porém a prudência mandava que evitasse qualquer conflito, pois conhecia o homem com quem estava lidando e bem sabia que não seria fácil a saída, como podemos ver mais tarde.

Chamou as mulheres, fez um ligeiro histórico da transação com o pai delas e propôs-lhes o caso da retirada, acrescentando que o Anjo Jeová lhe tinha aparecido, prometendo confirmar o acordo que fizera com Labão, e que ordenava a volta à terra nativa. As mulheres, Raquel e Léia, responderam como quem bem conhecia o que as esperava na casa paterna. "Há qualquer parte ou herança para nós na casa de nosso pai?" Elas mesmas tinham visto a injustiça com que haviam sido tratadas pelo próprio pai, que as tinha vendido como escravas, se bem que as condições tivessem sido algo diferentes. Em si mesmo, o caso implicava em catorze anos de serviço de Jacó para o pai, e nada para elas. Portanto, alegremente replicaram que era tempo de partir.

Depois de um longo intervalo, aparece de novo o Anjo Jeová, que expressamente diz ser o "DEUS de Betel" que tinha aparecido a Jacó quando vinha fugindo para Harã. Os leitores já estão familiarizados com esta divina pessoa, que é a segunda da Santíssima Trindade.

Tudo decidido, Jacó pôs-se a preparar a partida. Talvez, com seus planos antecipadamente preparados, só lhe restava aproveitar a ausência do sogro e sair. As mulheres o ajudaram bastante, anuindo à quase fuga. Pôs o povo nos camelos e o gado na frente e partiu, roubando o coração de Labão, por sair sem avisar, e Raquel roubando os serafins da casa. É a primeira vez que ouvimos falar de serafins na Bíblia. É provável que a família de Labão fosse idólatra, visto ter vindo de uma terra idólatra. Mas estas imagens não eram propriamente ídolos a que prestassem culto. Eram os deuses do lar, a que os antigos romanos chamavam penares. Estes deuses domésticos eram da família, talvez tivessem pertencido a Terá, Abraão, Naor, e é o que a linguagem de Labão implica (vv. 30 e 53). Alguns comentadores não poupam Labão e sua família, taxando-os de idólatras, pelo fato de terem em casa estes serafins. O autor pensa diferentemente, ainda que ache plausível, que não fossem rigorosamente monoteístas. Abraão e Naor vieram de uma terra idólatra, e talvez fossem idólatras até DEUS lhes aparecer, e não seria possível que de um momento para o outro mudassem radicalmente de religião. Mudanças desta natureza não se operam da noite para o dia. Daí o fato de reterem certos objetos de culto. O que não parece razoável é que continuassem idólatras como os demais povos. Por outro lado, a comunicação divina foi especialmente para Abraão, e não para Naor e seus filhos, de modo que, enquanto Abraão e sua geração se desfizeram da idolatria, seus parentes bem podiam continuar praticando-a em certo grau. Jacó não pode, de modo algum, ser acusado de comparticipar do ato da mulher, roubando e escondendo os deuses. Estava inteiramente ignorante do ocorrido, como se vê no cap. 31, V. 32

Labão Persegue a Jacó - 31:22-35

Três dias depois da partida de Jacó, alguém disse a Labão que seu genro tinha fugido. Labão estava longe da casa três dias de caminho. Pela narrativa, parece que voltou à casa para ajuntar seus irmãos e perseguir o genro. Portanto, Jacó estava com seis dias de viagem, quando Labão saiu de Padã-Arã. A viagem era demorada, por causa dos rebanhos, das mulheres e crianças, de maneira a tornar possível a Labão alcançá-lo depois de alguns dias.

Talvez Labão encontrou Jacó pelo oitavo dia de viagem, nas montanhas de Gileade. A expressão "seus irmãos" não quer dizer os irmãos carnais de Labão, mas estes e todos os aparentados, vizinhos e associados, servos, etc. Podemos inferir que uma boa companhia de perseguidores se reuniu em torno de Labão como capitão. O propósito não parece ser tirar uma mera satisfação, mas fazer voltar o fugitivo, com toda a sua casa, e reduzi-lo a pior condição do que aquela em que tinha estado por muitos anos. Valeu a Jacó o seu Deus, que em sonho proibiu Labão de tocá-lo. DEUS era seu protetor e bastava isto para que estivesse a coberto de qualquer incidente desagradável.

Não é possível dizer se Labão encontrou Jacó no monte Gileade mesmo ou nas montanhas do mesmo nome. Em hebraico é fácil a confusão entre monte ou montanhas. Em qualquer dos casos, Jacó estava longe de Padã. As montanhas de Gileade formam a região elevada, a leste do Jordão, com umas 60 milhas de extensão. O ponto culminante é chamado Monte Gileade. Parece que Jacó encontrava-se nas montanhas de Gileade e não, propriamente, no monte principal. Labão acampou perto do seu inimigo. Muito suntuosamente, Labão repreende Jacó por fugir sem lhe ter dado ocasião de beijar os filhos e as filhas, e então despedi-los com música e flores. Estas palavras de Labão não eram verdadeiras. O que o fez falar assim foi a entrevista que DEUS teve com ele.

Pelo que nos diz o texto sagrado, o propósito era, como vimos, reduzir Jacó à submissão e fá-lo voltar. Não havia motivo para tanta gente acompanhar Labão, se este não fosse o propósito, mas agora DEUS lhe proibiu de fazer bem ou mal a Jacó, e mostrasse contrariado porque não houve oportunidade para separação amistosa e alegre. O ímpeto de Labão arrefeceu depressa.

A resposta de Jacó foi que tinha medo de ser roubado na família e em tudo mais. Declaração franca e verdadeira. Agora que não era possível levar por diante o propósito de fazer voltar Jacó, só uma outra coisa faltava a Labão: achar os ídolos. Jacó nem sequer suspeitava que a sua amada Raquel os tivesse roubado e escondido.

Não trepidou em oferecer a vida de alguém que os tivesse tomado. Por certo o que animou Jacó foi a certeza de que os deuses não estavam em seu acampamento, e que isto era um mero pretexto de Labão e não o desprezo que ele, Jacó, tivesse pela vida de qualquer dos seus. Quando chegou perto de Raquel, ela deu sua desculpa de não poder mover-se. No seu tratamento para com o próprio pai, usa linguagem muito do seu tempo, chamando o pai de senhor, no sentido de escrava. Depois de a devassa terminar e nada ser encontrado, a ira de Jacó chegou ao auge. Os versos 36-42 são um discurso vindicativo, onde a honestidade de um homem contra a vilania de outro chega ao ápice. Jacó queixa-se dos maus tratos a que tinha sido submetido por 20 anos e, por fim, do vexame causado por seu sogro, de lhe remexer tudo, para achar uma coisa que lá não estava; de o haver julgado ladrão e de ter pouca cortesia pelo lar alheio. Remata, dizendo que se não fora o DEUS de seus pais, por certo teria sido despedido vazio. Jacó colheu, em dobrada medida, os frutos de sua sementeira com seu próprio irmão.

Concerto entre Jacó e Labão - 31-43-45

Aos protestos de Jacó, replica Labão, em tom orgulhoso e adulador, que as filhas eram suas filhas, e os meninos seus meninos, o gado e tudo mais que Jacó possuía era seu. Agora, que posso eu fazer a ti e a tudo que é teu? Conforme os costumes orientais do tempo e de acordo com o uso patriarcal, o chefe da casa era o senhor de tudo, mas, no caso atual, isto não era exato. Serviu para adoçar a boca de Jacó e fazer terminar a contenda de bons termos. Assim, depois de feitas as pazes, Labão convida o genro para entrarem num concerto amigável. Juntaram um monte de pedras, para servir de testemunho, conforme o costume, comeram e beberam sobre o monte e invocou cada um o seu Deus. Labão invocou o DEUS de Abraão, de Naor e de Isaque. Jacó invocou o "Temor de seu pai Isaque". Labão invocou a DEU Sem linguagem politeísta, e Jacó, para invocar o DEUS verdadeiro, chamou-o pelo "Temor de Isaque". O monte de pedras foi chamado "o monte do testemunho" ou Jeo-ar-Saaduta. Jacó chamou o monte pelo nome Galced que significa o mesmo. Labão acrescentou o nome "Mizpá", que significa a torre do testemunho.

Terminada a cerimônia, ofereceram sacrifícios e se despediram amigavelmente.

Nota: Labão usou o nome Elohim, que é traduzido Deus, mas a palavra está no plural, e foi no sentido de deuses que a usou, pelo que Jacó preferiu usar o "Temor de Isaque", que significa o verdadeiro DEUS que Isaque conhecia. É inexplicável por que todas as traduções são a palavra Elohim, Deus, na boca de um idólatra, quando devia ser deuses, que é o que a palavra literalmente significa.

No verso 53, tanto o verbo como o substantivo, estão no plural, significando os "deuses de Abraão", e não o DEUS de Abraão. As traduções inglesas e americanas inserem na margem: "ou deuses". Não há possibilidade de dúvida sobre esta interpretação. Labão conhecia alguma coisa do DEUS verdadeiro, mas não o bastante para o reconhecer como o único Deus.

Terminada a cerimônia, Jacó ofereceu sacrifícios no monte, convidando os parentes para a festa. Estes sacrifícios, como temos visto, são, ordinariamente, a maneira de selar um pacto feito entre duas ou mais pessoas.

Jacó Prepara-se para Encontrar Esaú - 32:1-12

Após os incidentes do último capítulo, Jacó marchou para a terra de seu nascimento. De caminho, encontrou um exército de anjos. Nada se nos diz do motivo deste aparecimento celestial, mas é bem possível que viessem confortá-lo, depois da transação que tinha tido com Labão. Este lugar ficou sendo chamado "Manada" que significa dois acampamentos ou exércitos. A geografia é um tanto incerta sobre o lugar exato deste aparecimento, mas os melhores mapas o colocam ao norte do ribeiro de Jacó. Davi, em sua fuga de Absalão, chegou a este lugar no segundo dia da saída de Jerusalém, o que mostra não ser muito distante do citado ribeiro.

De Maanaim para o país de Seir, onde Esaú morava, era jornada de alguns dias. Jacó mandou mensageiros a seu irmão, anunciando sua prosperidade e grandeza, para desta forma ganhar sua simpatia. Enquanto voltavam, Jacó esperava pela resposta. Ele não se aventurava a chegar perto. A submissão oferecida por Jacó foi humilhante. Era o senhor, mas aqui se declara servo. Jacó não era homem para a luta. Se tivesse oportunidade de conseguir vitória por qualquer meio astuto, bem; .se não, deixava as coisas correrem por si mesmas.

O sucesso da embaixada foi infeliz. Mal os mensageiros tinham viajado alguns dias, souberam que Esaú vinha ao encontro do irmão. A impressão foi desoladora, como podemos imaginar. Demais, vinha acompanhado de quatrocentos homens. Estes preparativos denunciavam motivos hostis, e sobre isto Jacó não tinha a menor dúvida. A ira e o rancor de meu irmão não esmoreceram, pensava Jacó, e agora é o tempo de pagar caro a minha astúcia. Escapando de Labão, caiu nas mãos de seu maior inimigo. Outro, que não fora este servo de Deus, poderia ter tão pouca confiança no DEUS que lhe tinha dito: "Sai e vai-te à terra de teus pais." Mas, depois de tantas provas de apreço por parte de Deus, não era motivo para temer; porém Jacó não era homem para todas as ocasiões. Diante disto, só lhe restava orar, e foi o que fez.

A Oração de Jacó

O primeiro expediente foi dividir o povo que estava consigo em duas companhias, cada uma com uma parte do gado, para, no caso de uma ser apanhada, a outra poder escapar. Feito isto, derramou seu coração perturbado diante de DEUS e orou. Nesta simples, mas bela oração, lembrou que DEUS era o DEUS de seus pais Abraão e Isaque, e sobretudo, o DEUS que o tinha mandado sair de Padã-Arã, como que dizendo: "Se era para cair nas mãos de meu irmão, para que me mandaste vir?" Humildade e inteira dependência dominam o espírito desta súplica. Talvez, a primeira oração encontrada na Bíblia, como Pratis sugere. Sobretudo, ele apelou para o fato de que DEUS lhe tinha prometido fazer bem.

Dividido em dois grupos, desfalecido e desalentado, seu coração pairava sobre suas mulheres e filhos, que não viessem a ser presa da ira do irmão ofendido. Quão terrível a consciência de que estamos recebendo os frutos da sementeira na vida! 20 anos se tinham passado, mas a consciência da ofensa ao irmão mais velho não tinha morrido e, se não fora a ideia de que DEUS lhe havia prometido fazer bem, teria sucumbido. Na oração, ele encontrou lenitivo.

O Expediente de Jacó para Ganhar o Irmão - 32:13-31

O nosso herói era rico em expedientes. Descansou aquela noite, e de manhã pôs mãos à obra. Não obstante saber ou calcular o propósito da vinda do irmão, pensou também que um bom presente acalmaria o ímpeto do irmão irado. Preparou um presente de 200 cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 30 camelas de leite com as crias, 40 vacas, 10 novilhas, 20 jumentas e 10 jumentinhos. Entregou cada grupo na mão de um servo e mandou-os adiante com instruções para, quando se encontrassem com Esaú e este perguntasse de quem era o gado, respondessem: "São de teu servo Jacó, é presente que envia a meu senhor Esaú." Encontrando o segundo rebanho, receberia a mesma resposta, o terceiro, o quarto e até o último.

Por mais duro que fosse o coração, em busca de vingança, seria quebrantado diante de tanta liberalidade e amizade por parte do ofensor. Demais, criaria a impressão de que este homem que assim vinha oferecer presentes era pessoa cuja amizade valia alguma coisa, não era inimigo fácil de vencer. Finalmente, se tudo isto não apaziguasse Esaú, pelo menos abrandaria o seu furor e tornaria a tarefa do encontro algo mais suave. Como diz Provérbios 18:16: "O presente do homem lhe alarga o caminho e leva adiante os grandes." Parece que

o homem mais zangado do mundo se acalmaria antes de acabar de receber todos esses presentes, diz o Dr. Carroll.

Tudo que um homem sábio podia fazer estava feito. Agora, cumpria enfrentar o inimigo cara a cara. Fugir era impossível e desastroso. Em Padã-Arã nada havia. A leste ou oeste, as terras não eram suas. Assim, mandou o presente adiante e, com um pouco de distância, continuou a marcha em direção do sul.

A Luta com o Anjo - vv. 22-32

Toda a narrativa passada teve lugar em Maanaim. Agora que os presentes iam adiante, Jacó passou a família para o lado oposto do rio Jaboque e ficou sozinho por algum tempo, pensam alguns comentadores, para poder orar melhor. A noite devia estar em meio. Que apreensões e ansiedades dominariam seu pensamento! Por fim, ele mesmo dispõe-se a passar o riacho. De repente, um estranho personagem se aproxima e a luta começa. A princípio Jacó desejava ver-se livre, mas pouco a pouco a luta pareceu algo misteriosa, e não deixou que o companheiro de luta se separasse antes de o abençoar.

Este pedido de bênção torna claro que conheceu estar lutando com uma personalidade celeste. Quando o dia vinha clareando, disse o Anjo: "Deixa-me ir, porque já a alva subiu." Jacó, porém, não o deixou antes que o abençoasse. O Anjo pergunta-lhe qual o seu nome e ele responde: Jacó. O Anjo muda-lhe este nome, de Suplantador, para o de "Israel", que é Lutador com Deus. O nome de Jacó relembrava um dos feitos mais tristes de sua vida e, agora que estava nas vésperas de se cumprirem as grandes promessas de Deus, seu nome era mudado. (Alguns comentadores traduzem a expressão por: "príncipe que luta com Deus" ou "soldado de Deus".) O motivo de o Anjo lhe dar este nome foi porque lutou com DEUScomo príncipe e prevaleceu com ele e com os homens. Com DEUStinha lutado, saindo vencedor, mas quem eram os homens com quem prevaleceu? Os 400 homens de Esaú, pensam muitos comentadores, e há razão para este pensamento. O autor, porém, crê que a expressão inclui mais do que estes 400 homens, que todos os inimigos presentes e futuros: Labão, cananeus, egípcios etc. Jacó perguntou-lhe também como se chamava. Mas o Anjo recusou-se a responder. Abençoou-o ali, e se foi. Jacó, entretanto, sabia quem era o visitante, porque deu ao lugar o nome de "Penuel" (face de Deus), acrescentando que tinha visto DEUS face a face e não tinha morrido. A crença era que homem algum podia ver a DEUS e viver. Mais tarde, esta crença foi confirmada por DEUS mesmo (Êx. 33:20). Oséias chama este Anjo pelo nome de DEUS (Oséias 12:1-5). Este Anjo era o LOGOS, o Filho de Deus, que é já bastante familiar aos leitores destas notas, e que daqui até à eternidade será o constante guia e diretor do seu povo, o capitão das hostes de Jeová (conf. Éx. 3:2; Jz. 13:21-23 e ref.). O Anjo do concerto aparece agora ao herdeiro das promessas como havia aparecido ao primeiro, a quem haviam sido feitas, o eterno Filho de Deus, que em tempo havia de aparecer entre os homens, e aparece aqui como um raio de luz numa noite de trevas, anunciando que a alvorada vem em breve.

Nesta luta, Jacó ganhou uma medalha, que não mais perdeu. Vendo o Anjo que não prevalecia, adaptando a linguagem às inteligências humanas, tocou-lhe a coxa e marcou-o para toda a vida. Quando passou o ribeiro, manquejava. Por isto os filhos de Israel não comem esta parte dos animais.

Qual seria o efeito sobre Esaú, ao ver este homem coxeando? Sem pau na mão, sem capacidade física para uma luta corporal, com um coração penitente, revelado no grande presente feito, não teria isto influído poderosamente em Esaú, caso quisesse vingar-se? Este Jacó não é mais o Jacó que roubou a bênção auxiliado por sua mãe. O tempo, as circunstâncias, as experiências e sobretudo DEUS mudaram este homem. O Dr. Carroll aconselhava seus discípulos a comprar todos os comentários e livros sobre esta luta de Jacó com o Anjo, e dizia que neste incidente está o segredo de poder de Jacó. É certo isto. Vale a pena os pregadores lerem e relerem esta história. Ela é sempre nova. Depois de um contacto destes com Deus, Abraão, Paulo e muitos outros foram mudados para toda a vida.

(O riacho de Jaboque está seco seis meses do ano, e mesmo quando cheio tem pouca água. O autor passou a seco este rio há tempos atrás. Nem sinal de água. Em certo ponto os árabes Indicam o lugar da luta entre o Anjo e Jacó. É um lugar deserto atualmente; a não ser uma birosca, nada mais se vê no local.)

 

JACÓ - Manual de Duvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia
GÊNESIS 25:31-33 - Jacó comprou o direito da primogenitura ou o conseguiu por meio do engano?
PROBLEMA: Este texto diz que Jacó pediu a Esaú que lhe vendesse o direito de primogenitura. Mas Gênesis 29:1ss conta-nos que para recebê-lo ele valeu-se do engano.
SOLUÇÃO: Jacó comprou o "direito da primogenitura", mas obteve a "bênção" por meio do engano. São duas coisas diferentes. Assim, não há uma real divergência.
GÊNESIS 27:42-44 - Jacó retornou a Harã para fugir de Esaú ou para ter uma esposa?
PROBLEMA: Rebeca disse a Jacó: "Retira-te para a casa de Labão, meu irmão, em Harã; fica com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão" (Gn 27:43-44). Mas em Gênesis 28:2 a razão dada foi para que tomasse "lá por esposa uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe". Qual foi a razão afinal?
SOLUÇÃO: Jacó retornou para Harã pelas duas razões. Duas ou mais razões para a mesma coisa não é incomum na Bíblia. Compare os seguintes casos:
1. A exclusão de Moisés da Terra Prometida foi por causa da incredulidade (Nm 20:12), da rebelião (Nm 27:14), da transgressão (Dt 32:51) e das palavras irrefletidas (SI 106:33).
2. Saul foi rejeitado por DEUS por um sacrifício ilegal (1 Sm 13:12-13), por desobediência (1 Sm 28:18) e por consultar a feiticeira de En-Dor (l Cr 10:13).

GÊNESIS 29:21-30 - Quando Raquel foi dada a Jacó como esposa?
PROBLEMA: Em Gênesis 29:27 Labão diz a Jacó que complete a semana das festas nupciais com Lia, e que então Raquel lhe seria dada. Entretanto, o versículo também diz que ficou acertado entre Labão e Jacó que em contrapartida a mais um período de sete anos de serviço, Raquel seria dada a Jacó. Quando Raquel foi dada a Jacó: no fim da semana nupcial com Lia, ou ao se completarem os sete anos de serviço?
SOLUÇÃO: A passagem indica que Raquel foi dada a Jacó após os sete dias que compreendiam as festas nupciais de Lia. A festa de casamento geralmente durava sete dias (cf. Jz 14:12). Labão acertou com Jacó que Raquel se tornaria sua mulher ao fim daquela festa de sete dias e, em contrapartida, Jacó serviria Labão por um período adicional de sete anos. Ironicamente, Jacó, que tinha usado do engano na questão da primogenitura de Esaú, agora fora enganado por Labão

GÊNESIS 31:20 - Como pôde DEUS abençoar Jacó, depois de ter ele enganado Labão?
PROBLEMA: Em Gênesis 31:20, o texto diz que "Jacó logrou a Labão" ou seja, enganou-o, "não lhe dando a saber que fugia". Entretanto, DEUS abençoou Jacó ao aparecer a Labão, advertindo-o de que não falasse a Jacó "nem bem nem mal" (Gn 31:24). Como DEUS pôde abençoar Jacó depois de ele ter enganado Labão?
SOLUÇÃO: Primeiro, a tradução da palavra hebraica de Gênesis 31:20 não é necessariamente "enganar". Literalmente, no hebraico a frase é: "E Jacó roubou o coração de Labão". Esta é uma expressão idiomática hebraica que pode ser utilizada, num determinado contexto, para significar "enganar" ou "usar de astúcia". Jacó não disse a Labão que ia sair, nem lhe disse que ia ficar. A razão por que ele saiu sem nada dizer a Labão possivelmente tenha sido o fato de que ele temia Labão (cf. Gn 31:2). Jacó tampouco tinha qualquer obrigação de permanecer com Labão, porque ele havia cumprido tudo o que fora tratado entre eles. Apesar das acusações feitas por Labão, eram justos o temor de Jacó e o seu ato de sair sem nada dizer a Labão.
Segundo, mesmo admitindo-se que Jacó estivesse envolvido numa farsa, DEUS não o abençoaria por causa desse pecado, mas apesar de suas falhas. Este caso é outro exemplo do princípio de que "nem tudo que é registrado na Bíblia é por ela aprovado " (veja a Introdução).
DEUS havia escolhido Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos de Israel não porque ele fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor pôde abençoar Jacó segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador. Através da experiência de Jacó com Labão, e mais tarde seu confronto com Esaú e sua luta com o anjo do Senhor à noite, é que o caráter de Jacó foi trabalhado de forma a tornar-se um vaso adequado para o uso de Deus.

 

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REVISTA NA ÍNTEGRA

 

Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

 

ESBOCO DA LIÇÃO

1- Fugindo do homem em busca de DEUS

1-1- Jacó crê na importância da benção

1-2- Fugindo para o encontro com DEUS

1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão

2- Coisas melhores de DEUS

2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável

2-2- Um pecador se converte

2-3- O pai de príncipes

3- DEUS conosco

3-1- O DEUS abençoador

3-2- Foge, eu estarei com você

3-3- Marcado por DEUS

 

 

TEXTO ÁUREO

"Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia." Gênesis 28.16

 

 

VERDADE APLICADA

Para sermos bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter consciência de que, em todo o tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas por graça.

 

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17

12. E sonhou: e eis uma escada era posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de DEUS subiam e desciam por ela.

13. E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, DEUS de Abraão, teu pai e o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta deitado, te darei a ti e tua semente.

15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.

16. Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia.

17. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de DEUS; e esta é a porta dos céus.

 

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Gn 28.18-22 A coluna de Betel.

TERÇA Gn 29.16-20 O encontro de Jacó com Raquel e Leia.

QUARTA Gn 31.1-7 DEUS manda Jacó retornar.

QUINTA Gn 32.22-32 Jacó luta com um anjo.

SEXTA Gn 35.1-13 DEUS manda Jacó a Betel para erguer um altar.

SABADO Is 6.1-7 Os meus olhos viram o Senhor dos Exércitos

 

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Falar sobre os movimentos de Jacó: fuga e busca.

- Ensinar que DEUS tem coisas melhores para nós.

- Mostrar que DEUS estava com Jacó.

 

 

HINOS SUGERIDOS - 12, 15, 69

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que DEUS nos dê sede e fome pela Sua presença.

 

 

INTRODUÇÃO

Veremos na presente lição o processo pelo qual DEUS conduziu Jacó, visando o desenvolvimento de Seu glorioso plano de redenção. Bem-aventurado todo aquele que aproveita as oportunidades e responde ao agir de DEUS com fé e submissão ao Seu propósito para o Seu povo.

 

 

1- Fugindo do homem em busca de DEUS

Nesta lição veremos dois movimentos na vida de Jacó: sua fuga do seu irmão que quer matá-lo e sua busca por DEUS, que quer abençoá-lo.

 

 

1-1- Jacó crê na importância da benção

Jacó não é apresentado pela narrativa bíblica como um herói, embora tenhamos a tendência de fazê-lo. Ele era o menor [Gn 25.23], mentiroso [Gn 27.20], introvertido, oportunista, trapaceiro e inseguro [Gn 27.12]. Porém, há nele um ponto positivo que o coloca em posição de receber a graça de DEUS: Jacó desejava mais de DEUS! Apesar de ter o perfil de segundo, nunca aceitou ficar para trás. Desde o seu nascimento gemelar [Gn 25.24-25]. Sabendo que seu irmão receberia as bençãos da primogenitura, não esconde sua ambição [Gn 25.31]. Jacó quer mais de DEUS. Porém, é um tolo e aceita meios tolos de conseguir. Ainda precisa amadurecer para ser o que DEUS quer que ele seja. Jacó precisa que DEUS opere uma transformação em sua vida.

 

 

1-2- Fugindo para o encontro com DEUS

Depois que é abençoado no lugar de Esaú, Jacó enviado para Harã por ordem de Isaque, seu pai, por meio de outra manipulação de sua mãe Rebeca. Ela sabe que Esaú está decidido a matá-lo e por isso lhe ordena fugir para Harã [Gn 27.41-45]. Para fazer Isaque concordar com a ideia, Rebeca diz que sentiria desgosto de vida se Jacó se casasse com mulheres estrangeiras, como fez Esaú [Gn 27.46; 28.1-2]. Com isso, Jacó foge sob a benção do seu Pai para buscar uma esposa entre as filhas de Labão, seu tio [Gn 28.5]. Jacó está fugindo da morte. Mas ele encontrará a vida. Em sua pior agonia, DEUS está preparando o melhor para ele.

 

 

1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão

Até este momento na vida de Jacó, Yavé já era o DEUS do seu avô Abraão e do seu pai Isaque. Mas ainda não era o seu DEUS. Este encontro vai mudar tudo [Gn 28.10-14]. Jacó pensa aqui em sobreviver a seu irmão e encontrar uma esposa em Harã. DEUS tem para ele coisas muito melhores. Ao se deitar ao fim do dia da longa viagem, adormece sobre uma pedra e tem um sonho espiritual. Os céus e a terra se tocavam por meio de uma escada repleta de anjos divinos. Jacó entende que o céu está se comunicando com a terra e que DEUS se fez acessível aos homens!

 

 

2- Coisas melhores de DEUS

Não  sabemos o que o nosso futuro nos reserva. Principalmente se estivermos vivendo um presente turbulento, resultado de um passado de tropeços. Mas DEUS tem coisas melhores para nós.

 

 

2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável

Jacó havia recebido as promessas de bençãos do pacto por meio de seu pai Isaque [Gn 28.3-4]. Agora, porém, ele está recebendo isso do próprio DEUS [Gn 28.10-22]. Com isso DEUS está aprovando Jacó como seu escolhido, conforme revelou a sua mãe Rebeca no começo, de que ele seria o pai e líder de nações [Gn 25.23]. As trapaças de sua mãe e o seu oportunismo não invalidaram o propósito nem anularam as

promessas de DEUS: "Em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra" [Gn 28.14]. Parece

que estamos ouvindo o eco do que foi dito a Abraão [Gn 12.3; 18.18]. As mesmas promessas confirmam

que se trata do mesmo DEUS. E é este DEUS que Jacó e seus descendentes terão com eles por toda a sua história [Gn 28.15].

 

 

2-2- Um pecador se converte

Jacó entendeu que estava na "casa" de DEUS [Gn 28.16-17]. E Jacó, o neto do crente Abraão e filho do crente Isaque, agora irá se converter [Gn 28.18-22]. Os sinais de conversão em Jacó servem muito bem para testar a nossa. Ele teve discernimento espiritual da presença de DEUS [Gn 28.16-17]. Ele ofereceu

uma oferta de libação ao Senhor [Gn 28.18]. Ele faz um voto confiando na proteção e na provisão de DEUS [Gn 28.20]. Ele levanta um lugar de adoração [Gn 28.22] e promete honrar a DEUS com suas finanças [Gn 28.20]. Tudo o que vemos em Jacó entrega. E tudo o que Jacó quer mais de DEUS! Estas ações e atitudes de Jacó sinalizam o início de uma profunda mudança que está ocorrendo. Ou seja, vemos o patriarca inserido no processo de DEUS visando transformações e aperfeiçoamento. Afinal, perfeito e glorioso é o plano de DEUS.

 

 

2-3- O Pai de príncipes

Para os judeus, DEUS era o Senhor da vida e, por isso,

o nascimento de uma criança era benção do Senhor e um ventre estéril, uma ação divina em fechar a madre. A preferida de Jacó era o caso. Enquanto Leia deu a Jacó 6 filhos (Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom), a serva de Leia, Zilpa, deu a Jacó mais

dois, Gade e Aser. Mas Raquel até então não havia lhe dado nenhum, pois era estéril [Gn 29.31]. Por isso propôs a Jacó um filho através da sua serva Bila. Dela nasceram Dã e Naftali. Mas isso não é a mesma felicidade de ser mãe. A angústia de Raquel [Gn 30.1] se transformou em oração e esta oração foi ouvida [Gn 30.22]. DEUS dá a Raquel e a Jacó aquele que seria o cabeça da tribo: José [Gn 30.24]! Mais tarde nasceu de Raquel também Benjamin [Gn 35.18].

 

 

 

3- DEUS conosco

Jacó nunca poderia imaginar como a vida dele se tornaria tão abençoada apesar de ele ser quem era. Mas DEUS resolveu cercá-lo de bençãos e estar com ele todo o tempo.

 

 

 

3-1- O DEUS abençoador

A sorte de Jacó realmente foi mudada por DEUS depois da sua conversão. Ele encontra sua esposa e a enxerga como resposta de DEUS [Gn 29.1-13]. Porém, seu sogro Labão o engana, dando a ele sua filha mais velha Leia ao invés da mais nova Raquel [Gn 29.16-27]. Jacó acaba tendo que trabalhar 14 anos de graça para ficar com sua preferida [Gn 29.28-30]. Mas DEUS também estava nisso, conforme se verá, pois, dentre os filhos de Israel que formariam as 12 tribos, alguns eram com Leia. Labão é um ganancioso e esperto. Jacó parece estar tendo que lidar com um usurpador melhor do que ele foi. Mas DEUS resolveu abençoar Jacó em tudo e nem as armações do esperto do seu sogro conseguiam prejudicar a vida de Jacó [Gn 30.25-43].

 

 

SUBSÍDIOS 3-1

Parece que todos os filhos importantes na Bíblia nasceram de uma mãe estéril, situação que exigiu um milagre divino. Sara, a mulher de Abraão [Gn 16]. DEUS por milagre lhe deu Isaque, filho da promessa. Rebeca, esposa de Isaque, a qual DEUS agiu para gerar Esaú e Jacó [Gn 25.19-27]. Raquel, a preferida de Jacó, de quem DEUS abençoou o ventre e gerou José, o marco de Israel [Gn 26]. Temos ainda Ana [ 1Sm 1], da qual nasceu o grande profeta Samuel.

E, dentre tantos outros nascidos por meio de um milagre divino, temos Maria, da qual nasceu JESUS CRISTO, o nosso Salvador. O DEUS que decidiu

abençoar.

 

 

3-2- Foge, eu estarei com você

Pode parecer estranho ouvir DEUS dizer: Fuja! E mais: "Eu estarei com você" [Gn 31.3]. Se DEUS diz que está com a gente, presumimos que não precisamos fugir de nada. Quando o enganador não  se dá bem, sempre acha que está sendo enganado [Gn 31.1-7]. Nem toda esperteza do mundo pode prejudicar aquele que DEUS decidiu abençoar [Gn 31.7-13]. Para as esposas de Jacó, DEUS havia literalmente transferido as riquezas do seu Pai trapaceiro para Jacó, riqueza que elas

também tinham direito [Gn 31.14-16]. DEUS realmente estava mandando Jacó fugir. Não porque não poderia

protegê-lo, mas porque os planos que tinha para Jacó já não estavam mais naquela terra. Mas nem mesmo o próprio Labão pode negar a presença de DEUS na vida de Jacó [Gn 31.22-55].

 

 

3-3- Marcado por DEUS

DEUS já havia mudado o coração de Jacó quando se revelou a ele em Betel por meio de uma escada que tocava do céu a terra. Agora DEUS está mudando seu nome e seu caminhar [Gn 32.22-28]. Em Betel Jacó

discerniu que estava na casa de DEUS [Gn 28.18-19]. Mas agora em Peniel ele declara que viu a Sua face e continuou vivo [Gn 32.30]. Jacó segue mancando,

porém abençoado por DEUS [Gn 32.29-32]. O servo de DEUS não  será mais conhecido como "agarrador de

calcanhar, suplantador" (Jacó), mas, sim, como o guerreiro de DEUS (Israel) [Gn 32.28]. Um prenúncio de que o povo de DEUS não guerrearia sozinho, mas o próprio DEUS estaria lutando pelo Seu povo.

 

CONCLUSÃO

Com as lições que podemos extrair do presente estudo, aprendemos que a vida cristã também deve ser acompanhada de constantes transformações

[Pv 4.18; Rm 12.1-2; 2Co 3.18]. Aprendemos, também, que a benção de DEUS para a nossa vida está na submissão à Sua vontade e na confiança de que, operando DEUS, ninguém pode impedir [Is 43.13].


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Preferência por algum filho - conflito no lar

Líder do estudo, Laurie Kramer defende que os tratamentos diferenciados são imprescindíveis, mas eles não podem ser mal interpretados pelos filhos. Cabe aos pais evitar esses equívocos. “Não é necessário comprar algo para um e para outro ao mesmo tempo. Muitas vezes, a conversa pode ser ‘Olha filho, eu trouxe esse pijama para a sua irmã porque o dela está rasgado. Mas notei que você está precisando de meias e vou comprá-las na semana que vem’”, ilustra.

A psicóloga reforça que é importante cumprir o trato e que observar a percepção dos pequenos é muito importante. Na chegada de um novo integrante na família, um momento delicado, o casal deve dividir os cuidados. Kramer sugere o pai dê atenção aos mais velhos enquanto a mãe cuida do bebê. “A ideia não é tirar o contato dele com o recém-nascido ou dela com os outros filhos, mas é uma bom jeito de ninguém se sentir negligenciado”, explica.

Hilda conta que, quando Sophia nasceu, perdia a paciência com Gabriel, que estava entrando na pré-adolescência. O marido a ajudou a perceber que ela precisava se controlar. “Eu estava em uma fase ruim, pós-parto, e não fui muito perceptiva, mas Rubens chamou a atenção e eu corrigi minhas ações”, lembra. Desde então, ela se preocupa em observar o comportamento de cada integrante da família. Para ela, errar é comum. O importante é perceber e querer melhorar. “Se algum deles está fazendo algo estranho, eu me pergunto ‘Por que estão agindo assim?’ Eu e meu marido sempre procuramos analisar nossas falhas em relação a eles.”

Personalidade
Laurie Kramer sugere ainda que, com a chegada de mais um filho, não sejam esquecidas as atividades que são preferidas dos que já nasceram, e que os pais detectem formas de incluir o recém-nascido no dia a dia dos mais velhos. Helena Soarez, 43 anos, adotou a tática. Desde que Ana nasceu, a servidora pública cuidou para não deixar Gabriel se sentir preterido. “Eu coloquei nele o mérito do nascimento dela. Falei que ela estava nascendo apenas porque era um excelente filho. Ele ficou tão convencido disso que contava isso para todo mundo”, ri.

No início, Helena tentou tratar os filhos exatamente igual, mas percebeu que isso acabava prejudicando a criação deles. Com o tempo, notou que a personalidade dos dois era diferente e que precisavam ser tratados de acordo com a individualidade. “Ela é bastante comunicativa e extrovertida, enquanto ele é bem mais discreto”, diferencia. A menina, hoje com 13 anos, chegou a reclamar algumas vezes que o irmão, com 17, era tratado com favoritismo, mas nunca conseguiu sustentar a afirmação com argumentos. “Acho que é comum que eles se sintam assim, mas eu sempre dou atenção quando falam. Sento, converso e procuro entender a causa desse sentimento”, diz a funcionária pública.

Segundo a psicóloga Karina Nonato, o saudável é que o tratamento seja igual, mas personalizado: “Igual no sentido de terem a mesma educação, os mesmos brinquedos, a mesma atenção; mas diferente de forma que possam desenvolver a própria identidade”, explica. “Sempre respeitando, claro, a opinião e os desejos distintos. Por exemplo, se um filho quer ter aulas de um esporte, o outro terá o direito de escolher uma aula também, preferencialmente diferente do irmão.”

Sem diálogo
A diferença de idade é um dos fatores que mais influenciam na forma como os filhos interpretam a relação dos pais com os irmãos, segundo a psicóloga Karina Nonato. Ela, inclusive, faz com que as percepções mudem ao longo do tempo. “Com a chegada de um bebê, o mais velho pode se sentir rejeitado. Contudo, quando ele chega a uma fase mais independente, pode ocorrer o oposto: o mais novo fica com inveja do irmão pela liberdade de sair sozinho com amigos, frequentar locais que ele ainda não pode”, ilustra.

Laurie Kramer complementa ressaltando a importância de levar a sério os sentimentos dos jovens, uma vez que a percepção deles é mais importante que as ações dos pais. “Eles podem colocar na cabeça um senso de justiça errado e não sentir abertura suficiente para dialogar sobre isso”, explica.

Segundo a psicóloga Karina Nonato, situações como uma gravidez indesejada e a convivência com filhos de outros relacionamento podem explicar a preferência. “Nesses casos, os pais devem procurar ajuda psicológica, principalmente se isso estiver interferindo muito nas relações familiares”, aconselha. “No caso explícito, o favorito pode ter a vida social prejudicada, pois poderá se tornar arrogante e se sentir superior aos demais.”

Helena garante que isso não acontece na casa dela. “Não tenho predileto. Quando tive meu primeiro filho, sentia um amor incondicional. É impressionante, porque quando minha filha mais nova nasceu, o amor não foi dividido entre os dois; a minha capacidade de amar aumentou e o que sinto por ambos é igual.”

Boa conversa
Feito pela Universidade de Illinois, o estudo envolveu 74 famílias de classe média com um filho que tinha entre 11 e 13 anos e ao menos um irmão de dois a quatro anos mais velho. Cada pessoa foi entrevistada individualmente sobre a interação familiar. Entre as conclusões a que os cientistas chegaram, está a constatação de que, ao conversar com os filhos sobre as razões do tratamento diferenciado, os pais evitam que surja entre os irmãos um sentimento de rejeição. Os pesquisadores também constataram que o filho que se sente menos privilegiado tende a ter um comportamento mais agressivo e ser mais propenso ao uso de drogas e ao abuso de álcool.

Quando criança, Daniela sofreu com as preferências da mãe e diz não repetir os erros com os filhos Theo (esquerda) e Dan (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press)


Mais cuidado, mamães
A sensação causada pela ideia de que há um favorito é potencializada quando o filho se sente preterido pela mãe, segundo o estudo da University of Illinois at Urbana-Champaign. “Ele costuma criar uma explicação própria e que pode não coincidir com a realidade. Isso pode levar à inveja e a atitudes inadequadas, principalmente em relação ao irmão considerado privilegiado”, diz.

Daniela Barbosa viveu isso. Entre os três irmãos, o mais velho é, sem dúvidas, o favorito da mãe, segundo a funcionária pública de 42 anos. “Nosso pai trata todos igualmente, mas ela sempre defende o mais velho.” Depois de descobrir o motivo, que prefere não dizer, Daniela não mudou de opinião, mas entende e aceita melhor o tratamento diferenciado.

“Deu uma aliviada. Mas fui descobrir já adulta. Então, isso não impediu que alterasse meu comportamento na adolescência.” Durante muito tempo, a mãe limitou-se a dizer que ela precisava menos da atenção. “Sempre fui a mais sapeca, muito rebelde. Nas brigas de irmão, eu sempre apanhava”, lembra.

A psicóloga Karina Nonato fala que um dos efeitos de o filho se sentir rejeitado é exatamente apresentar agressividade contra o irmão ou os objetos pessoais dele, como os brinquedos. “Outro comportamento é o isolamento, quando o ‘rejeitado’ fica mais calado e não interage com o ‘favorito’”, diz.

Para Daniela, essas atitudes fazem parte do passado. O irmão só é chamado de queridinho de brincadeira. A nova visão, a ajudou a desenvolver melhor a independência e vivera a maternidade sem culpas. Mãe de Dan, 5 anos, e Theo, 10, ela conta não existe um filho preferido, mas que é comum a tendência de “proteger mais o que tem que ser mais protegido” e que o tratamento precisa ser diferenciado por causa das personalidades distintas. Para não cometer gafes, recorre a livros e psicólogos.

Os sinais
Alguns comportamentos indicam quando um filho sente que é preterido. Confira os principais:

- Perguntar frequentemente o porquê de o outro ser o preferido
- Comportar-se de forma agressiva, principalmente com o irmão que considera ser o favorito
- Isolar-se
- Demonstrar tristeza perene
- Tentar imitar o irmão que ele acha ser o preferido
- Fazer coisas que sabe ser erradas para chamar a atenção dos pais

Fontes: Psicólogas Laurie Kramer e Karina Nonato


PALAVRA ESPECIALIZADA
Ensine as diferenças
“Desde cedo, os pais precisam ensinar os filhos que cada um é diferente do outro. Há coisas que um tem e o outro não, há coisas que um pode fazer e o outro não, e isso não os torna melhores ou piores. Com a chegada de um novo bebê, os pais podem colocar o mais velho para auxiliar nos cuidados, fazendo ele ser participativo e não excluído. O ideal é que brinquedos e roupas sejam diferentes, tendo cada o filho o seu, mas todos aprendendo a repartir. Quando um pode ir a um local ou fazer algo que o outro não, é preciso mostrar que outras coisas o outro pode fazer. Isso é construir a identidade de cada um. Os filhos precisam aprender a ser diferentes, pois isso os ajudará a conviver em sociedade.” - Psicóloga Karina Nonato, mestra em neuropisicolinguística cognitiva comportamental

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/12/15/noticias-saude,191014/tratar-os-filhos-de-forma-diferente-entre-eles-pode-fazer-mal-a-toda-a.shtml

 

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“O que fazer quando irmãos brigam demais?

As brigas entre irmãos podem ser comuns em várias fases da vida. A melhor maneira de lidar com elas é apostar sempre no diálogo e na inteligência emocional. Afinal, é preciso lembrar que esses episódios podem ser incômodos e afetar a relação entre eles a longo prazo.

Discussões, disputas e reclamações podem acontecer por vários motivos. Por exemplo, diferença de personalidade, idades diferentes, ciúmes, falta de habilidade socioemocional, diferença de tratamento por parte dos pais, problemas na família etc.

Os conflitos entre irmãos podem ser realmente estressantes, gerar um sentimento de culpa e abalar a estrutura familiar. Isso tende a diminuir com o passar dos anos. Até lá, é fundamental saber como lidar com as brigas dentro de casa. Por isso, envie este post para a pessoa que te ajuda na criação dos pequenos e acompanhe as nossas dicas!

1. Entenda os motivos

A relação entre irmãos é uma excelente forma de ensinar os pequenos a lidar com consensos, disputas e negociações. Contudo, no momento de uma briga é fundamental entender os motivos para a discussão naquele momento. Independente de quais sejam, com certeza alguma das crianças tem um incômodo legítimo — ao menos para ela.

Nesse caso, além de fortalecer a relação em família, você exercitará um ponto importante na criação dos pequenos: o diálogo. Discutiremos melhor sobre isso daqui a pouco, então, continue a leitura.

Enquanto isso, lembre-se de dar espaço para cada um deles explicar o que aconteceu e o porquê a briga começou. Nesse meio tempo, uma boa opção é recorrer a algumas técnicas de meditação para crianças a fim de acalmar os ânimos.

 

2. Dê autonomia

Imagine a seguinte situação comigo: seus filhos estão brigando por um objeto específico. Provavelmente o seu primeiro instinto é tirá-lo da mão das crianças e mandar cada um para cada quarto. Isso vai resolver o problema, é claro. Porém, será uma solução apenas momentânea.

Essa é uma ótima hora para exercitar a autonomia infantil. Deixe que as crianças resolvam as próprias brigas, seu papel será apenas para dar soluções para o problema. Essa atitude vai estimular o amadurecimento e a inteligência emocional nas crianças. Contudo, você precisa atuar como o mediador do conflito, não o juiz. Entenda mais no tópico a seguir!

3. Não seja juiz

É claro que o papel dos pais, tutores e responsáveis é resolver todas as brigas entre irmãos. Contudo, criar uma figura que chega e decide quem está certo e quem é o “vilão” pode piorar a situação a médio e longo prazo. Afinal, você assumirá uma figura autoritária e que não dá espaço para discussão.

Além disso, com o tempo, as crianças podem começar a ter um comportamento de recorrer a você toda hora que desejarem acabar com as discussões. Isso vai gerar brigas cada vez mais corriqueiras e por motivos mais levianos.

4. Maneire na bronca

Em alguns momentos, você terá que intervir de uma maneira mais ativa. Precisará dar bronca e explicar o porquê alguma atitude não é correta. Contudo, é extremamente fundamental que você controle o nervosismo e o tom de voz.

Por maior que seja o estresse causado pela situação, evite comportamentos como: explodir, gritar, dar castigos severos, ofensas etc. Isso cria uma relação de medo com as crianças e é um mau exemplo para os pequenos sobre como lidar em situações de conflito!

 

5. Ouça os dois lados

Falar para não explodir na hora de intervir em uma briga entre irmãos é muito fácil, não é mesmo? Porém, saber como intervir de maneira assertiva e humana é extremamente fundamental. Nossa dica para esses casos é ouvir os dois lados da história com a mesma atenção.

Para isso, lembre-se de levar em consideração a idade das crianças. Afinal, cada faixa etária se expressa de uma forma. Além disso, por mais que você já saiba — ou tenha indícios de — quem está errado, ouça todos os envolvidos e tente ser o mais justo possível na resolução dos conflitos.

6. Recorra ao diálogo

Se todos os tópicos da nossa lista pudessem ser resumidos a um só seria neste. Ou seja, converse, ouça e fale! Essa atitude será fundamental tanto na infância quanto na vida adulta. Então, estimule o diálogo entre seus filhos. Peça para que eles externalizem o porquê se incomodaram com aquela situação e que entendam a dor do outro.

Nem sempre apenas uma conversa vai resolver. Nessas situações, o ideal é acalmar os ânimos e esperar para retomar o assunto. Além disso, para facilitar na hora das crianças expressarem o que estão sentindo, recorra a atividades sobre sentimentos e emoções para as crianças.

7. Não compare

Se você tem irmão ou irmã, já deve ter ouvido algo como “nossa, mas você é tão parecido/diferente do fulano!”, não é mesmo? Esse tipo de comparação, em parte dos casos, é feita com a melhor das intenções. Porém, pode causar consequências sérias na relação entre família.

Isso acontece porque um dos efeitos das comparações entre irmãos é o sentimento de inferioridade e ciúmes. O que pode aumentar ainda mais as disputas por ciúmes e afeto dos pais. Então, lembre: nada de falar “por que você não é igual ao seu irmão?” ou “olha como o seu irmão é comportado”.

É fundamental ter sempre em mente que os filhos têm personalidades, maturidade e necessidades distintas entre si. Seu papel como pai, mãe ou responsável é respeitar todas as diferenças e amar cada um à sua forma.

8. Aposte na resolução de problemas

Os pais devem estimular a resolução de problemas entre os filhos. Isso mostra confiança e desenvolve a autonomia, que falamos lá no comecinho da lista, lembra? Além disso, pode até ajudar na criatividade das crianças. Afinal, elas podem ter soluções que nem nós imaginávamos!

Se a situação permitir, deixe que as crianças conversem entre si e resolvam os problemas sozinhas. Nesse caso, você deve supervisionar para controlar os ânimos. Com o tempo, os pequenos nem vão precisar de um mediador em um conflito. Já imaginou que sonho?

9. Promova o afeto entre os filhos

Para os momentos de paz, estimule atividades que mostrem as qualidades de cada um. Isso é perfeito para os papais e mamães que acabaram de ter o segundo filho ou estão nesse processo. Isso estimula o laço afetivo e faz com que eles respeitem as diferenças entre si.

O ambiente vai influenciar muito em como as crianças lidam com os problemas. Dessa forma, além de proporcionar uma casa afetuosa e cheia de amor, dê conforto físico, também.

 

Por que irmãos brigam?

As brigas entre irmãos acontecem por inúmeros motivos: diferenças de personalidade, sono, ciúmes, ambiente familiar, problemas externos, diferenças no tratamento por parte dos pais, etc. Todos esses motivos têm a ver com a maneira que a família lida com o protagonismo das crianças em suas vidas.

 

Em todos os casos, é extremamente fundamental estimular o diálogo entre os pequenos. Com o tempo, a relação entre eles ficará muito mais saudável e as brigas serão resolvidas com uma simples conversa. Além disso, enquanto responsáveis, seu papel deve ser sempre intervir quando as coisas começarem a sair do controle e mediar as discussões, sem levantar culpados.

https://blog.casatema.com.br/irmaos-que-brigam-como-resolver-a-situacao/

 

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LIÇÃO 5 NA ÍNTEGRA

 Escrita Lição 5, Central Gospel, Existe Filho Predileto? 4Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV

Editora Central Gospel – 4º Trimestre de 2023 – Tema - Restaurando a visão familiar

  

TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Lucas 15.11-13, 18-27

11 - E disse: Um certo homem tinha dois filhos; 12 - E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
13 - E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. 18 - Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; 19 - Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
20 - E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 - E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. 22 - Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; 23 - E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; 24 - Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
25 - E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. 26 - E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. 27 - E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.


TEXTO ÁUREO
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. Lucas 15.24


SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO

2ª feira – Gênesis 4.1-16 Dois irmãos, dois caminhos

3ª feira – Gênesis 25.8 Isaque e Ismael sepultaram Abraão

4ª feira – Gênesis 25.24-26 Esaú e Jacó: um conflito de gerações

5ª feira – Gênesis 37.3 José, o filho predileto

6ª feira – Lucas 15.38 Quando o filho do mesmo pai não é irmão

Sábado – Provérbios 18.19 Evitando conflitos entre irmãos


OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:

- entender que os filhos são diferentes; cada um relaciona-se com o meio externo à sua própria maneira;

- compreender a necessidade de superar os conflitos existentes entre irmãos;

- evitar demonstrações de predileção por determinado filho, tratando os filhos com base no princípio da isonomia.

 

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Caro professor, para a lição de hoje, selecione imagens que mostrem pais e/ou mães privilegiando determinados filhos em detrimento de outros — é importante desenvolver a leitura imagética com seus alunos; uma imagem, às vezes, vale mais do que mil palavras. No decurso da aula, enfatize a importância da educação cooperativa na convivência entre irmãos, pois isto refletirá na fase adulta. Cláudio Duarte

 

 ESBOÇO DA LIÇÃO

1. A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS

1.1 O perfil do irmão mais moço

1.2. O perfil do irmão mais velho

2. UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS

2.1. Cada um com a sua história

2.1.1. Ismael e seus dilemas

2.1.2. Isaque e as atenções dos pais

2.2. Traumas e mágoas

3. CONSELHOS AOS PAIS

3.1. Invista em uma educação pautada no companheirismo

3.2. Aceite seus filhos como eles são

 


Palavra introdutória

Pesquisas apontam para o aspecto natural do chamado filho predileto. Porém, há de se destacar que, quando os pais demonstram predileção por um de seus rebentos, os irmãos, quase invariavelmente, experimentam invejas e ciúmes, em menor ou maior grau, pois tais emoções, por via de regra, são fortalecidas nesse ambiente. Problemas entre irmãos não são exatamente uma novidade. Narrativas mitológicas de várias sociedades antigas trazem inúmeros casos de conflitos dessa natureza; dentre eles, destacamos: Remo e Rômulo (mito romano); Osíris e Set (mito egípcio); Thor e Loki (mito Nórdico) etc. A Bíblia, por sua vez, narra muitos casos de rivalidade fraterna, tais como: Caim e Abel; Ismael e Isaque; Esaú e Jacó; José e seus irmãos; Tamar e Amnom (filhos de Davi) etc. Seus dramas e dilemas, vivenciados no ambiente familiar, marcaram suas histórias. Nesta lição avaliaremos, panoramicamente, alguns casos identificados no texto bíblico.



1. A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS

Na parábola do filho pródigo, encontramos alguns elementos importantes sobre o tema relacionamento entre irmãos. Lucas 15.11-32. Antes de avançarmos, no entanto, é importante destacar que esta narrativa alegórica não se propõe a transmitir ensinamentos relacionados à criação de filhos; antes, aponta para a salvação enquanto fruto da imensurável graça divina; por essa razão, em momento algum Jesus menciona o modo como esse pai tratava seus filhos antes da partida do mais novo. A Parábola do Filho Pródigo é assim introduzida: Um certo homem tinha dois filhos (Lc 15.11). Essa proposição foi motivada pelo embate travado entre o Mestre, os fariseus e os escribas — estes murmuravam o fato de Jesus assentar-se à mesa com publicanos e pecadores. O Salvador levou a discussão para o campo teológico, estabelecendo a diferença entre Lei e Graça: o irmão mais velho Simbolizando a mentalidade meritocrática da Antiga Aliança; e o irmão mais novo caracterizando a salvação pela graça na Nova Aliança. Independentemente do tipo de interação estabelecida entre esses dois irmãos, o mais novo deles representa as pessoas que se voltam para Deus mediante o arrependimento; enquanto o mais velho retrata os legalistas que Mantêm um relacionamento com o Pai baseado no ciclo “devoção — recompensa” (Lc 15.29).  A despeito de o eixo principal da parábola ser a dispensação da graça, é possível analisar algumas questões presentes no texto, relativas à convivência entre irmãos: por que, afinal, vivendo debaixo de um mesmo teto, cada filho teve comportamentos tão diferentes?



1.1 O perfil do irmão mais moço

Nesta parábola de maneira inesperada, um rapaz pede ao seu pai a parte na herança que lhe cabe. Lucas  15.12;  Deuteronômio 21.17. Diz o texto bíblico que, sem qualquer contra argumento, o filho tem seu pedido atendido. Tal cenário revela-nos um moço inquieto, inconformado com as restrições domésticas, ansioso e, sobretudo, inconsequente. De fato, ele não considerava o ambiente familiar agradável; a busca por uma terra longínqua indica o seu desejo de manter certa distância do pai. No entanto, por fim, o jovem de temperamento intempestivo, a quem Jesus nomeou de mais moço, depois de agir prodigamente e perder tudo quanto recebera, quebrantou-se e reconheceu os seus equívocos. Lucas 15.17. Ele estava disposto a, dali por diante, recomeçar de onde havia parado. Quando uma pessoa é tomada pelo engano da auto justificação e pelo ódio torna-se incapaz, mesmo fisicamente presente, de pertencer à casa paterna, de reconhecer seus verdadeiros irmãos, de alegrar-se quando a vida vence a morte e, principalmente, de reconhecer os atos graciosos do pai em seu favor.


1.2. O perfil do irmão mais velho

O coração do filho mais velho estava cheio de ódio, rancor, mágoas e frustrações. Lucas 15.29, em outras palavras, o irmão mais velho disse: Pai, não fui embora, não desobedeço às suas ordens, trabalho arduamente, e o senhor olha somente para esse seu filho ingrato? Dá tudo para ele, mas para mim nem um simples cabrito? Ele não reconhecia seus equívocos e buscava reconhecimento próprio. Diz o texto bíblico que, mesmo após a insistência do pai, ele não quis entrar em casa, reportando-se ao irmão, desdenhosamente, como esse teu filho. Esta pequena alocução permite-nos inferir que o jovem, sem fazer caso, rompeu com os vínculos paternos - e, quando alguém abandona as conexões do amor, passa a viver de aparências, assim como os fariseus e escribas da época de Jesus. Lucas 15.1.

 

SUBSÍDIO 1.2

Quando uma pessoa é tomada pelo engano da autojustificação e pelo ódio torna-se incapaz, mesmo fisicamente presente, de pertencer à casa paterna, de reconhecer seus verdadeiros irmãos, de alegrar-se quando a vida vence a morte e, principalmente, de reconhecer os atos graciosos do Pai em seu favor.


2. UMA CASA E VÁRIOS CAMINHOS

A escolha dos pais por determinado filho — seja manifesta em palavras ou atitudes — pode produzir cisões históricas, como no caso dos irmãos Ismael e Isaque e Jacó e Esaú. Nesta conhecida trama bíblica, ofensas não perdoadas na infância permaneceram ativas na juventude, foram potencializadas na fase adulta, vindo a provocar danos irreparáveis às famílias envolvidas. Mais do que fornecer orientações práticas aos pais quanto à criação de filhos, pretendemos fazê-los compreender a importância de promover a comunhão entre os irmãos. Há muitas pessoas que, mesmo na igreja, alimentam ódios passados; deste modo, é preciso aprender a liberar o perdão histórico a quem, de algum modo, nos ofendeu, assim como Jesus o fez em relação aos samaritanos (Jo 4.1-30).

 


2.1. Cada um com a sua história

A história de Ismael e Isaque é emblemática, pois revela como o ódio pode nascer e crescer no contexto familiar. Vejamos a seguir.

 


2.1.1. Ismael e seus dilemas

O contexto do nascimento de Ismael foi marcado por aflições e conflitos. Gênesis 21.14-21, enquanto que o de Isaque foi caracterizado por banquetes, festas e risos. Gênesis 21.1-13. Eis os dramas de Ismael: o filho de uma serva contempla sua mãe sendo maltratada por sua senhora, Sara. Tendo sido expulso da casa de seu pai, o rapaz viu sua mãe quase morrer no deserto. Mesmo sendo o primogênito biológico de Abraão, o jovem foi deserdado. Ismael carregou esses dilemas dentro do seu coração por toda vida.



2.1.2. Isaque e as atenções dos pais

O nascimento de Isaque foi aguardado com grande expectativa, pois ele representava a concretização de uma poderosa promessa Gênesis 12.1-13. Não é de se estranhar, deste modo, que todas as atenções de Abraão e Sara estivessem voltadas para o menino. Na idade adulta, Isaque casou-se com Rebeca Gênesis 24.58-67. Ele herdou todos os bens de Abraão, quando este morreu. Gêneses 25.5. Do relacionamento com Rebeca, nasceram-lhe Esaú e Jacó Gênesis 25.24-26. Em função das tramoias de Jacó, Esaú tornou-se seu inimigo. Gênesis 27.

 


2.2. Traumas e mágoas

Gênesis 25.8,9 é a única bíblica que menciona um reencontro entre Isaque e Ismael, desde que ele fora expulso da casa de seu pai. Este é exatamente o dia do sepultamento de Abraão, ou seja, décadas após Agar, a serva, partir da casa do patriarca para o meio de um deserto com um adolescente. Fico imaginando o filme que se passou na cabeça de Ismael e de Isaque neste dia: uma sepultura e duas histórias. As mágoas de Ismael, de certa forma, foram somadas às mágoas de Esaú - após o desentendimento com seus pais, este filho de Isaque, para aborrecer seus pais, casou-se com descendentes de Ismael. Gênesis 28.6-9. Houve, na realidade, um somatório de rancores históricos.



3. CONSELHOS AOS PAIS

Muitos profissionais da educação infantil têm-se dedicado aos estudos da rivalidade fraterna (conflitos entre irmãos). Pesquisas comprovam que o relacionamento entre irmãos adultos são, na verdade, reflexo do ambiente familiar cultivado na infância; outros sinalizam, ainda, que as crianças estão mais propensas a tornarem-se vítimas de abuso por parte de um irmão do que por qualquer outro membro da família. Independentemente dos resultados das pesquisas, sabe-se que, para estabelecer relacionamentos profundos e duradouros, é necessário haver, no mínimo, afinidade entre os envolvidos. Sendo assim, pergunto: o que os pais podem fazer tanto para evitar conflitos quanto para promover a comunhão entre seus filhos?

 

SUBSÍDIO 3

Os pais sempre esperam que seus filhos desenvolvam relacionamentos saudáveis

entre si; não obstante, tal comportamento não nasce pronto. Embora muitos afirmem que seus rebentos se dão muito bem, a realidade costuma ser bem diferente: em boa parte do tempo, irmãos e irmãs estão envolvidos em conflitos.

 

3.1. Invista em uma educação pautada no companheirismo

De acordo com Judith Dunn, especialista em desenvolvimento sócio emocional e sociocognitivo da criança e ex-professora de Psicologia no King's College (Londres), os irmãos competem pela atenção dos pais desde a primeira infância e, mesmo na fase adulta, esta competição tende a continuar. Por essa razão, segundo a psicóloga, é importante desenvolver uma educação pautada no companheirismo e na cumplicidade, pois, com o passar dos anos, tal comportamento tende a consolidar-se.


3.2. Aceite seus filhos como eles são

Não se deve, na condição materna e/ou paterna, utilizar frases depreciativas ou fazer comparações entre filhos: “Fulano é o orgulho da família, mas Beltrano é a ovelha negra.”. Abaixo destacamos alguns comportamentos adotados em muitas famílias:

- há casos em que os pais esperavam por um filho homem, mas, ao nascer uma menina, rejeitam-na (mesmo que veladamente);

- algumas vezes um filho passa a desfrutar de posição privilegiada dentro de casa, pelo fato de ter optado pela mesma profissão do pai, enquanto o outro que resolveu seguir uma carreira diferente é tratado com desdém. Não importam quais sejam os temperamentos dos seus filhos ou o modo como eles agem diante das grandes questões da vida; todos são, indistintamente, heranças do Senhor. Salmos 127.3,4. Deste modo, é de extrema importância que os pais fiquem atentos ao modo como tratam sua maior riqueza (Ef 6.4; Cl 3.21). Aprenda a lidar com suas características e crie condições favoráveis para que todos sejam como flechas na mão do valente, isto é, para que todos sejam lançados para uma vida vitoriosa na presença de Deus.


CONCLUSÃO
Como tratar pessoas diferentes da mesma maneira? Como usar de isonomia em um contexto plural? Para estabelecer regras iguais para todos e, ao mesmo tempo, não anular as especificidades de cada indivíduo precisamos de sabedoria e discernimento. Tal capacidade é fruto da maturidade e da ação do Espírito Santo em nós. Portanto, ore em prol de cada filhos. 1 Tessalonicenses 5.17
. A melhor receita continua sendo o amor, o companheirismo e a igualdade no tratamento com os filhos. O ambiente de competição deve ser substituído pelo ambiente da cooperação mútua.


ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite algumas diferenças entre o nascimento de Ismael e Isaque:

R.: O contexto do nascimento de Ismael foi marcado por aflições e conflitos (Gn 21.14-21), enquanto o de Isaque foi caracterizado por banquetes, festas e risos (Gn 21.1-13).