Escrita Lição 5, Betel, Obadias, O Juízo Divino Virá, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
EBD, Revista
Editora Betel, 3° Trimestre
De 2023, TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando
o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da
salvação através do Messias
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Escrita
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TEXTO ÁUREO
“Humilhai-vos, pois, debaixo
da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte.” 1 Pedro 5.6
VERDADE APLICADA
Andemos em ESPÍRITO para não sermos dominados pela soberba,
revanchismo e ódio, mas revestidos de amor e bondade, confiando no Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o cenário da
mensagem de Obadias
Destacar o pecado do povo de Edom.
Apresentar lições de Obadias para os dias de hoje.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – OBADIAS
1.1-4; 21
1 Visão de Obadias: Assim diz
o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do Senhor, e foi
enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra
ela para a guerra.
2 Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.
3 A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas,
na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?
4 Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te
derribarei, diz o Senhor.
21 E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú;
e o reino será do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Pv 17.5 O que se
alegra com a calamidade será punido.
TERÇA 1 Co 1.10 Não haja entre vós dissensões.
QUARTA 2Co 12.9-10 A graça de DEUS nos basta.
QUINTA Ef 4.30-32 A importância de perdoamos uns aos outros.
SEXTA Hb 12.15-17 Cuidado para não se privar da graça de DEUS.
SÁBADO 1Pe 2.9-10 A geração eleita, a nação santa, povo de DEUS.
HINOS SUGERIDOS: 371, 372, 386
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO
PROFETA OBADIAS
1.1. Conhecendo um pouco mais
o profeta
1.2. A mensagem do
profeta
1.3. DEUS comanda a história
2- O pecado de Edom
2.1. A punição de Edom
2.2. A violência agrava os
conflitos
2.3. Judá será
restaurada
3- OBADIAS PARA HOJE
3.1. A lei da semeadura e
retribuição
3.2. O Dia do Senhor
3.3. O alerta de Obadias
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SUBSÍDIOS
EXTRAS PARA AJUDA COM A LIÇÃO
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Curiosidades
O termo Edom significa vermelho. Ele tem três possíveis origens:
(a) os rochedos de arenito vermelho do país (há evidências de que o país pode
ter sido chamado de 'Edom, ou “vermelho”, antes de Esaú ter subjugado os
horeus); (b) o cabelo vermelho de Esaú por ocasião de seu nascimento; (c) ou o
guisado vermelho que Esaú recebeu em troca de sua herança (Gn 25.25-30).
Esaú parece ter se estabelecido em uma parte do Neguebe, ao sul de
Berseba (Gn 28.9) que naquela época era chamada de Seir (Gn 32.3; 33.16; 36.8).
Esta continuou sendo a morada dos edomitas mesmo depois da época de Moisés e
Josué, que tiveram contato com eles a leste de Cades-Barnéia (Nm 20.14-21;
34.3; Dt 2.1-8) e ao sul da divisão das tribos de Judá (Js 15,1,21).
A área montanhosa que os edomitas (q.v.) invadiram, e da qual
fizeram sua sede do século XIII até o século VI a.C. estende-se ao sul de
Moabe, com sua fronteira no rio Zerede, por cerca de cento e dez quilômetros
até o Golfo de Acaba. Este território é formado por pórfiro e montanhas de
arenito coloridas, sendo o mais formidável e imponente panorama de pedras do
mundo. Destas montanhas da Transjordânia, os edomitas olhavam para baixo e
avistavam um labirinto de rochedos íngremes, precipícios, saliências
pedregosas, e vales estreitos. Esta extensão a leste da depressão de Arabá é,
na verdade, a extremidade do cume de um planalto deserto, coberto de pedras e
salpicado de porções de terra fina e pedaços de madeira dispersos. Os muros dos
rochedos a oeste são íngremes e expostos, negros e vermelhos, surgindo da areia
amarela pálida do solo do deserto de Arabá. O terreno do vale onde se localiza
Petra é tão sulcado que pode ser alcançado por um profundo desfiladeiro, que em
alguns trechos é tão estreito que só permite a passagem de dois cavaleiros lado
a lado. Além das plantações de trigo no planalto leste, os desfiladeiros mais
largos proporcionam alguns campos férteis e plataformas para vinhedos. Seus
promontórios de mais de 1600 metros de altitude precipitam algum tipo de
umidade dos ventos oeste, que são predominantes, e que naquele ponto já
passaram pelo Neguebe, de forma que esta é comparativamente uma terra bem
irrigada. E assim, o Monte Seir (q.v.) era um forte bem suprido, com suas minas
de cobre e de ferro no Arabá. Ele era tão alto, imponente e cercado pelo
precipício e montanhas recortadas, que podia ser considerado praticamente
inconquistável. Foi a este aspecto que o profeta Obadias referiu-se nos versos
3 e 4 quando escreveu sobre a localização de Edom nas fendas das rochas,
fazendo seu ninho em meio às estrelas, e vangloriando-se, “Quem me derribará em
terra?”
Vivendo nesta terra rica e tão fortificada, os edomitas usufruíram
de uma civilização superior à das tribos dos desertos que os circundavam. Além
disto, eles consideravam os seus parentes na Palestina, os israelitas, que por
causa de suas fronteiras vulneráveis foram compelidos a fazer alianças com as
nações vizinhas para que pudessem sobreviver. Os edomitas naturalmente
absorveram algo proveniente das características de suas montanhas. Eles eram
solitários, reservados, antipáticos e indiferentes em relação às reivindicações
de piedade e parentesco. Por isto o Senhor os julgou; “Por três transgressões
de Edom e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à
espada e baniu toda a misericórdia; e sua ira despedaça eternamente, e retém
sua indignação para sempre. Por isso, porei fogo a Temã, e ele consumirá os
palácios de Bozra” (Am 1.11,12). Esta passagem menciona as duas principais
cidades de Edom por volta de 750 a.C.; Bozra (atual Buseireh), 30 quilômetros a
sudeste do Mar Morto, e Temã, identificada por Nelson Glueck como um local
coberto por fragmentos da cerâmica edomita conhecida como Tawilan, a leste do
vale de Petra. A autossuficiência de Edom foi acentuada por sua posição
geográfica, está situada em várias rotas de comércio do mundo antigo. Os
senhores do Monte Seir em certas ocasiões controlavam os portos de Ácaba, aos
quais os navios de Salomão chegavam com ouro de Ofir. Eles às vezes atacavam
rapidamente as caravanas árabes e interrompiam o caminho para Gaza e Damasco.
Os edomitas eram principalmente comerciantes, intermediários entre a Arábia e a
Fenícia. Assim enchiam as suas cavernas com riquezas do leste e do oeste. Esta
posição privilegiada acendeu o sentimento de inveja dos israelitas -
especialmente pelo fato da terra de Edom ser tão separada e difícil de atacar.
Mesmo assim, os reis de Judá como Davi, Amazias, e Uzias invadiram Edom com
êxito, e obtiveram o controle do comércio oriental que fluía através dos portos
de Elate e Eziom-Geber.
Bibliografia. D. W.
Deere, The Twelve Speak, Nova York; American Press, 1958,1, 45-50. Nelson
Glueck, “Transjordan”, TAOTS, pp. 433-445. G. A. Smith, The Book of the Twelve
Prophets, Nova York. Harper, 1929, II, 177ss.
D. W. D.
Os edomitas eram um povo semítico descendente de Esaú (q.v.), que
se estabeleceu no sul da Palestina e da Transjordânia por volta do segundo
milênio a.C. Seu reino era cercado ao norte pelo deserto da Judéia, pelo Mar
Morto, e pelo rio Zerede (atual Uádi el-Hasa); a leste pelo deserto Sírio; a
oeste pela. Península do Sinai; e ao sul, pelo Golfo de Ácaba. Este território,
chamado de Monte Seir (q.v.), foi anteriormente ocupado pelos horeus (Gn 14.6),
aos quais os edomitas espoliaram e se estabeleceram em seu lugar (Gn
36.8,15-21). Veja Edom.
Os edomitas são pela primeira vez mencionados fora da Bíblia nas
Tábuas Ugaríticas de Ras Shamra. Na lenda do rei Keret de Sidom é dito que este
avançou contra o rei de Edom, mas o último o pagou com alguns presentes valiosos
e lhe deu sua filha Mersheb-Hori em casamento. Registros egípcios do final do
século XIII a.C. mencionam tribos beduínas de Edom que tinham permissão para
entrar no Egito para adquirir comida durante o período de severa escassez
(ANET, p. 259).
Os edomitas figuram de forma proeminente na Bíblia, frequentemente
no papel de oponentes dos israelitas. O primeiro contato histórico entre os
dois povos ocorreu quando os israelitas estavam avançando na Palestina a partir
da península do Sinai. O território edomita está situado ao longo da rota
proposta por Moisés, de forma que os israelitas buscavam permissão para passar
pacificamente através de seu território: “Não passaremos pelo campo, nem pelas
vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos
desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus
termos". O rei de Edom recusou este pedido mesmo tendo recebido de Moisés
a seguinte garantia: “... se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, darei o
preço delas” (Nm 20.14-21).
À principal fonte de renda dos edomitas originava-se do comércio e
das taxas cobradas para “proteger” as caravanas que levavam incenso do Sul da
Arábia para a costa do Mediterrâneo. Eles também praticavam a agricultura, e
cultivavam trigo em uma pequena extensão; porém a chuva é muito escassa na
área. Eles plantavam videiras e oliveiras nas proximidades das regiões
irrigadas por fontes naturais, Uma outra fonte de renda surgia do cobre
retirado da mina de Arabá. A religião dos edomitas parecia ser politeísta.
Entre as divindades que podem ser identificadas pelos nomes dos seus reis estão
Qos e Hadade.
Os edomitas alcançaram o ápice de sua prosperidade quando os
grandes impérios do passado foram enfraquecidos pelo ataque e pela invasão dos
egeus, e desfrutaram os últimos dias quentes de outono nos séculos XII e X a.C.
Durante o século XIII, os edomitas haviam expandido seu território passando a
incluir as montanhas e florestas da Transjordânia. Para proteger sua fronteira
leste dos ataques repentinos daqueles que habitavam no deserto, eles ergueram
uma série de fortalezas próximas o suficiente umas das outras para possibilitar
a comunicação por sinais de fumaça. Nelson Glueck ao passar por estes locais,
vendo as ruínas das cidades, recolheu muitos fragmentos de cerâmica deste
período.
Com a Ascenção de Davi, os edomitas tornaram-se vassalos do reino
de Israel. Foi provavelmente Davi quem destruiu os fortes dos edomitas na
fronteira oeste de Arabá, como no caso de dois deles no séc. XI a.C., nas
proximidades de Jebel Usdum, o “Monte de Sodoma”. Eles permaneceram naquele
estado durante o reinado de seu filho
Salomão (1 Rs 11.14-17), que construiu o porto de Eziom-Geber (atual Tell
el-Kheleifeh próximo ao atual porto de Ácaba), no coração do território edomita
(1 Rs 9.26). Salomão também abriu inúmeras minas e construiu uma grande
indústria de fusão de minérios que tem sido estudada por arqueólogos judeus nos
últimos anos.
Com a morte de Salomão e a divisão do reino de Israel, os edomitas
tornaram-se novamente independentes. Entretanto, com a ascensão do império
Assírio no século IX a.C., os edomitas começaram a pagar tributos à Assíria, e
se envolveram nas inúmeras revoltas contra OS governantes assírios que foram
instigadas pelo Egito. As dificuldades dos edomitas eram, de feto, maiores do
que as de seus vizinhos, já que sempre se encontravam pagando tributos à
Assíria com uma mão, e ao reino de Judá com a outra.
Uma revolta contra Judá parece ter ocorrido em torno do século IX
a.C., mas ela foi debelada por Amazias com grande severidade (2 Rs 14.7);
Amazias eliminou muitos dos edomitas lançando-os do alto do rochedo da
fortaleza em Petra (2 Cr 25.12), um local agora conhecido como Umm el-Biyara.
Este ato de fato enfraqueceu os edomitas, e assim deixaram de ter um papel de
grande importância na história do Oriente Próximo. Todavia, os edomitas
regozijaram-se quando Nabucodonosor capturou a cidade de Jerusalém (Sl 137.7),
e os profetas os denunciaram por tratarem mal sua nação irmã, Judá (Jr 49.7-22;
Ez 25.12-14). Devido à semelhante insensibilidade de Edom quando Jerusalém foi
saqueada em seus dias, Obadias advertiu a casa de Esaú que o julgamento cairia
sobre eles, e assim nunca mais se regozijariam sobre Judá (Ob 10,14).
Deve ter sido logo após este evento que os nabateus começaram a
desalojar os edomitas de seu país e ocuparam-no. Já em 646 a.C., Assurbanipal
da Assíria havia conhecido os nabateus (q.v.) em sua campanha contra os árabes,
nas proximidades da terra de Edom (ANET, pp. 297300־).
Parece que com a redução de seu número e a perda da maior parte de seu
território, os edomitas foram para o sul da Palestina, que mais tarde passou a
ser chamada de Iduméia (q.v.). Ali parece não ter havido nenhum relacionamento
entre os nabateus e os edomitas, ou idumeus. Antipater e seu filho Herodes o
Grande, eram ambos idumeus, e viam os nabateus como um povo hostil, e de
natureza diferente da sua. D. C. B. - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD
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OBADIAS -
Pelo menos 12 homens têm este nome no AT.
1. Um descendente de
Davi (1 Cr 3.21).
2. Um dos chefes da
tribo de Issacar (1 Cr 7.3).
3. Um gadita que se
juntou a Davi em Ziclague (1 Cr 12.9).
4. Um benjamita,
descendente de Saul e Jônatas (1 Cr 8.38; 9.44).
5. Um levita (1 Cr 9.16),
aparentemente idêntico a Abda (Ne 11.17), que foi o fundador de uma família de
porteiros (Ne 12.25).
6. Um zebulonita (1 Cr
27.19).
7. Um dos príncipes de
Josafá que ensinou a lei nas cidades de Judá (2 Cr 17.7 ).
8. Um levita que
supervisionava os trabalhadores que reparavam o Templo sob o governo de Josias
(2 Cr 34.12).
9. Um líder israelita,
descendente de Joabe, que retornou da Babilônia (Ed 8.9).
10. Um sacerdote que selou
a aliança na época de Neemias (Ne 10.5).
11. Um administrador ou
governador encarregado do palácio de Acabe e Jezabel (1 Rs 18.3-16). Desde sua
mocidade ele era um homem temente a DEUS. Durante a perseguição de Jezabel,
Obadias escondeu 100 profetas em duas cavernas. Enviado por Acabe para procurar
pastagens para os cavalos e mulas reais, Obadias foi encontrado por Elias. Subsequentemente
Obadias fez um arranjo para que Acabe se encontrasse com Elias no monte
Carmelo, onde os profetas de Baal foram mortos, Um selo antigo com o texto
hebraico “A Obadias servo do rei” pode fazer referência a este servo de Acabe.
A identificação deste Obadias no Talmude babilônico (Sanhedrin 395) com o
profeta Obadias é duvidosa.
12. Um profeta que é
melhor conhecido pelo livro que leva o seu nome. Nenhuma informação está
disponível sobre ele, pessoal mente. Seu livro parece indicar que ele era um
cidadão de Judá. E muito duvidoso que possa ser identificado com o capitão do
rei Acazias (2 Rs 1.13-15), como faz o Pseudo- Epifânio na obra The Lives of
the Prophets. Nem é provável que a tradição talmúdica seja correta ao
identificá-lo como um prosélito de origem edomita. Quanto à data dos escritos
de Obadias. J. S. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
OBADIAS LIVRO DE:
Na disposição atual da Bíblia Hebraica este livro é listado como o
quarto dos Profetas Menores, A LXX o coloca em quinto lugar.
Autor
Veja Obadias, o 12º homem listado em Obadias.
Tema
O tema distinto deste livro é a reprovação que o profeta faz em
relação aos edomitas, por seu orgulho ao se regozijarem pelas desgraças que
aconteceram a Jerusalém.
Esboço
Sendo o mais curto dos livros do AT, ele possui apenas um capítulo
dividido em 21 versículos.
I. Queda de Edom de sua
Posição de Fortaleza, vv. 1-9
II. Orgulho, a Causa da
Condenação de Edom, vv. 10-14
III. O Juízo de DEUS
sobre Edom, vv. 15,16
IV. Superioridade Final
de Israel, vv. 17-21
Data
Nenhuma data específica é expressa para se definir com precisão a
atividade de Obadias. Ela parece estar definitivamente ligada a uma época em
que uma terrível desgraça aconteceu na cidade de Jerusalém, e os edomitas
alegremente se orgulharam do fato de que eles, por causa de sua localização
geográfica, estavam imunes a esta tragédia. A questão crucial é a data da
calamidade de Jerusalém descrita nos vv, 11-14.
As invasões significativas às quais Jerusalém foi submetida durante
os vários períodos do AT foram; (1) Por Sisaque durante o reinado de Roboão (1
Rs 14.25,26); (2) Pelos filisteus e arábios enquanto Jeorão era rei (2 Cr 21.16,17;
2 Rs 8.20); (3) Pelo rei Joás de Israel enquanto Amazias governava em Jerusalém
(2 Rs 14.13,14); (4) Pelos edomitas que atacaram Judá durante o reinado de Acaz
(2 Cr 28.17); (5) Por Nabucodonosor, que não só invadiu Judá, mas reduziu
Jerusalém com seu Templo a ruínas durante os anos 605-586 a.C. (2 Rs 24.1ss.).
O conteúdo de Obadias, de acordo com o consenso de estudiosos da
atualidade, parece refletir mais particularmente as condições durante o reinado
de Jeorão, em aprox. 848-841 a.C., ou a época da destruição literal de
Jerusalém em 586 a.C. O ponto mais crucial são as interpretações dos versículos
11-14. Eles refletem uma completa devastação e destruição final de Jerusalém?
Ou se referem a uma invasão, saque e pilhagem que não resultaram em sua
destruição nem em um exílio que pôs fim ao reino de Judá? Esta invasão de
que os edomitas participaram parece ser mais bem datada no reino de Jeorão.
Esta opinião tem sido defendida por Delitzsch, Kleinert, Orelli, Kirkpatrick e
Archer (cf. bibliografia).
A relação literária entre Obadias 1-9 e Jeremias 49.7-22 também
merece uma séria consideração. Embora eles possam ter usado uma fonte comum,
parece bastante provável que Jeremias, em sua extensa passagem, reflita o
conhecimento de Obadias. Isto favoreceria uma data anterior para o livro de
Obadias. Também foi sugerido que Joel, em seu livro, reflete o conhecimento de
Obadias nas seguintes referências: Joel 3.19, cf.
Obadias 10; Joel 3.3, cf. Obadias 11; Joel 1.15; 2,1; 3.4,7,14, cf.
Obadias 15; Joel 3.8, cf. Obadias 18. Esta possibilidade da mesma forma
apontaria um período anterior para Obadias.
Bibliografia. Gleason
L. Archer, A Survey of Old Testament Introduction, Chicago. Moody Press, 1964.
Frank E Gaebelein, Four Minor Prophets, Chicago. Moody Press, 1970. Theodore
Laetseh, Bible Commentary on the Minor Prophets, St. Louis. Concordia, 1956.
Samuel J. Sehultz, The Old Testament Speaks, Nova York. Harper
e Row, 1960.
S.J. S. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
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LIÇÃO 5, OBADIAS, O PRINCÍPIO
DA RETRIBUIÇÃO
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre
de 2012 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Os Doze Profetas Menores
- Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de CRISTO.
Comentários da revista da
CPAD: Pr. Esequias Soares
Consultor Doutrinário e
Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações,
questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"Porque o dia do SENHOR
está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a
tua maldade cairá sobre a tua cabeça" (Ob 1.15).
VERDADE PRÁTICA
Obadias mostra que a lei da
semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém
escapará.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 25.22,23A
inimizade desde a gestação
Terça - Sl 137.7O clamor pela
punição de Edom
Quarta - Os 8.7Quem semeia
vento colhe tempestade
Quinta - Na 1.3Deus não terá o
culpado por inocente
Sexta - Gl 6.7A lei da
semeadura e o princípio da retribuição
Sábado - Hb 2.2A desobediência
receberá justa retribuição
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE-
Obadias 1.1-4,15-18
1Visão de Obadias: Assim diz o
Senhor JEOVÁ a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi
enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra
ela para a guerra.2Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui
desprezado.3A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas
das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em
terra?4Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali
te derribarei, diz o SENHOR.
15 Porque o dia do SENHOR está
perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua
maldade cairá sobre a tua cabeça.16 Porque, como vós bebestes no monte da minha
santidade, assim beberão de contínuo todas as nações; beberão, e engolirão, e
serão como se nunca tivessem sido.17 Mas, no monte Sião, haverá livramento; e
ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.18 E a casa de
Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se
acenderão contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú,
porque o SENHOR o disse.
A RESPEITO DE EDOM. Os
edomitas, vizinhos de Judá ao sul da fronteira, eram descendentes de Esaú (v.
6), irmão de Jacó. Assim sendo, tinham parentesco com Israel (v. 10). Apesar
disso, Edom se tornara ferrenho inimigo do povo de DEUS, e frequentemente
ajudava os exércitos que atacavam Israel. Devido a prolongada hostilidade de
Edom, aliada ao ódio contra os israelitas, a ira divina viria sobre eles.
Por que o nome Edom? Edom
significa vermelho e veio da cor do guisado que Esaú comeu quando trocou seu
direito de bênçãos de primogênito por um prato de lentilhas vermelhas com seu
irmão sabido, Jacó.
O DIREITO DO PRIMOGÊNITO: A
primogenitura foi dada como lei à nação israelita (Dt 21.15-17) “15
Quando um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem despreza, e
a amada e a desprezada lhe derem filhos, e o filho primogênito for da
desprezada, 16 Será que, no dia em que fizer herdar a seus filhos o que tiver,
não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da
desprezada, que é o primogênito. 17 Mas ao filho da desprezada reconhecerá por
primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver; porquanto aquele é
o princípio da sua força, o direito da primogenitura é dele.”. Ela concedia
direitos e responsabilidades, privilégios e obrigações. Um primogênito recebia
uma dupla porção de herança, ou das propriedades do pai da família. Jacó, em seu
coração, desejava esse direito e isso agradou a DEUS. Já Esaú mostrou total
desinteresse ao ponto de trocar o direito por comida, o que demonstra a
leviandade com que sempre tratou seus pais e por conseguinte, a DEUS (Hb 12.16)
“Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.”.
E disse Esaú a Jacó: Deixa-me,
peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou
Edom
Gênesis 25:30
E disse Esaú a Jacó: Deixa-me,
peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou
Edom
Gênesis 25:30
E disse Esaú a Jacó: Deixa-me,
peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou
Edom
Gênesis 25:30
Gênesis 25:30 E disse Esaú a
Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado.
Por isso se chamou Edom.
A RECOMPENSA DO PRIMOGÊNITO:
Quando Esaú vendeu o seu direito de primogênito, abriu caminho para que Jacó
recebesse a recompensa que o direito lhe permitia. O filho mais velho
oficiava-se como sacerdote da família na ausência do pai, ou quando o pai
falecia. O primogênito recebia a benção superior de seu pai, o que, segundo se
concebia, na época, tinha o poder de moldar os eventos futuros. Isso fica
enfatizado no grande afã de Esaú por receber alguma benção de seu pai, (Gn
27:34) “Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo
brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.” mas não se
interessando pela primogenitura. A Palavra de DEUS nos ensina perseverar em buscar
ao Senhor, e Jacó foi recompensado por perseverar no desejo de obter a
primogenitura (Is 55:6) “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o
enquanto está perto”, (Sl 9:10) “Em ti confiarão os que conhecem o teu nome;
porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam.”.
Quando o crente coloca o seu coração a buscar ao Senhor e obedecer à sua
vontade, alcança benção da parte de DEUS e desfruta de um relacionamento íntimo
com Ele que o motiva, cada dia, entregar-se mais para o Senhor (Sl 27:4,8) “Uma
coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os
dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu
templo. Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu
rosto, SENHOR, buscarei.”. Essa comunhão nos é apresentada nos Evangelhos pela
pessoa de JESUS que manteve uma vida de constante oração que culmina com a
oração no Jardim do Getsêmani (Mt 26:36) “Então chegou JESUS com eles a um
lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto
vou além orar.”. JESUS é o primogênito de DEUS e oficiou sobre nós, seus
irmãos, como devemos nos entregar para DEUS e submetermos à sua vontade. Quando
assim fazemos DEUS é glorificado em nossas vidas (Mt 5:16) “Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem
a vosso Pai, que está nos céus.”.
Por que era para haver paz e amor entre os descendentes de Esaú (Amom) e Jacó
(Monte Sião, ou Judá ou Judeus ou casa de Jacó)? Porque os dois fizeram as
pazes e eram irmãos que se amavam e se perdoaram pelos desafetos do passado.
Gênesis 33:4 Então Esaú
correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e
beijou-o; e choraram.
Por que DEUS restituiu a Edom
o mau que causara e que desejara a Israel?
Embora leiamos em Gênesis a
respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gn 33), o ódio entre seus
descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica
(cf. Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm 8.14; 1 Rs 11.14-22). Em consonância com
suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.
Zacarias 2:8 Porque assim diz
o SENHOR dos Exércitos: Depois da glória ele me enviou às nações que vos
despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho.
Obadias 1.15 Porque o dia do
SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará
contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça
Obadias - BEP - CPAD
Esboço
I. O Juízo de Edom (1-14)
A. A Destruição Que Virá sobre
Edom (1-4)
B. A Devastação Será Completa
(5-9)
C. Motivo: A Alegria de Edom
pelas Aflições de Judá (10-14)
II. O Dia do Senhor
(15-21)
A. Julgamento de Edom e Outras
Nações (15,16)
B. O Lugar de Israel no “Dia
do Senhor” (17-21)
1. Salvação para Israel
(17,18a)
2. Destruição para Edom
(18b)
3. As Fronteiras de Israel
Alargadas Como Parte do Reino de DEUS (19-21)
Autor: Obadias
Tema: O Juízo de Edom
Data: Cerca de 840 a.C.;
(podendo chegar a ser até 586 a.C.)
Considerações
Preliminares
O autor deste breve livro é um
profeta chamado Obadias. No livro, não é mencionada a sua genealogia, nem outro
pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo
do Senhor”. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (e.g.,
1 Rs 18.3-16; 2 Cr 17.7; 34.12,13). Dependemos da data desta profecia para
sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do AT. Como
nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A
única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas
regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão
dos despojos (vv. 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em
mente. Houve cinco invasões de monta contra a cidade santa durante os tempos do
AT: (1) a de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1
Rs 14.25,26); (2) a dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841
a.C. (ver 2 Cr 21.16,17); (3) a do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias,
em 790 a.C. (2 Rs 14.13,14); (4) a de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado
de Ezequias, em 701 a.C. (2 Rs 18.13); e (5) a dos babilônios entre 605 e 586
a.C. (2 Rs 24;25). Parte do contexto da profecia relembra Gn 25.19-34;
27.1—28.9, i.e., a longa rivalidade entre Esaú (pai dos edomitas) e Jacó (pai
dos israelitas). Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre
ambos os irmãos (Gn 33), o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente
em guerras no decurso da história bíblica (cf. Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm
8.14; 1 Rs 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas
regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.
Propósito
Este livro foi escrito: (1)
para revelar a intensa ira de DEUS contra os edomitas por terem se regozijado
com o sofrimento de Judá; e (2) para entregar a palavra do juízo divino contra
Edom. Obadias profetiza o resultado da atuação de DEUS: para os edomitas —
destruição; para Israel, o povo de DEUS — livramento no futuro dia do Senhor.
Visão Panorâmica
O livro de Obadias possui duas
seções principais. Na primeira (vv. 1-14), DEUS expressa, através do profeta,
sua ardente ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas por sua soberba
originada de sua segurança geográfica, e por ter-se regozijado com a derrota de
Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma esperança da comutação da
pena; nenhum convite lhes é feito para se arrependerem e voltarem ao Senhor.
Serão exterminados para sempre! (v. 10). A segunda seção (vv. 15-21) refere-se
ao dia do Senhor, quando Edom será destruído juntamente com todos os inimigos
de DEUS, ao passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino triunfará.
Características
Especiais
Quatro aspectos básicos
caracterizam a profecia de Obadias. (1) É o livro mais breve do AT. (2) É um
dos três profetas vocacionados por DEUS a dirigirem sua mensagem quase que,
exclusivamente, a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e Naum). (3) Há
muita semelhança entre Obadias e Jeremias 49.7-22. (4) O livro não é citado nem
aludido no NT.
O Livro de Obadias ante o
NT
Embora o NT não se refira
diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a
este livro, também é mencionada no NT. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e
Jacó em Rm 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que DEUS
nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto
gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12).
Soberania de DEUS - Livre
arbítrio
Romanos 9:10-21
E não somente esta, mas também
Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles
ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de DEUS, segundo
a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e
odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de DEUS? De maneira
nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei
misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do
que quer, nem do que corre, mas de DEUS, que se compadece. Porque diz a
Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder,
e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se
de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele
ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu,
que a DEUS réplicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por
que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma
massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
A Soberania de DEUS e o
Livre-arbítrio do Homem - Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Publicado em 29 de
Outubro de 2008 às 04:10:57 PM
Esse tópico trata do
relacionamento de DEUS com o homem, feito à sua imagem, conforme a sua
semelhança. Nesta condição é indispensável e forçoso que o homem tenha
liberdade para agir ou deixar de agir; fazer ou deixar de fazer; pensar ou
deixar de pensar; ser ou não ser; ter ou não ter, dentro de suas limitações
espirituais, emocionais ou físicas. Como entender a soberania de DEUS que é a
expressão de sua onipotência ante as ações do homem que em sua grande maioria
rejeita o Criador e Salvador? Pode o homem ser realmente livre, diante do DEUS
onipotente? Se DEUS é soberano, por que Ele não impede que o homem, em seu
estado pecaminoso, cometa tantos desatinos e pecados? É o que desejamos
apresentar, à guisa de respostas, com fundamento na Palavra de DEUS.
A VONTADE SOBERANA DE DEUS
A vontade de DEUS é soberana.
No entanto, Ele não é arbitrário. Em seu relacionamento com o homem, apresenta
duas formas de expressar sua vontade. Uma de modo absoluto, diretivo, inevitável,
como expressão de sua onipotência; outra, de modo permissivo, abrindo espaço
para o homem agir, segundo a liberdade que lhe é concedida desde a criação,
para que o mesmo seja, ao mesmo tempo, livre, responsável e responsabilizado
por suas ações.
Diz Paulo: “Não erreis: DEUS
não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia
no ESPÍRITO do ESPÍRITO ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de
fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl
6.7-9). Parece-nos bem claro que o homem tem liberdade para “semear”, ou seja,
agir, fazer ou praticar algo, seja certo, ou errado. Assim, pode ser santo ou
ímpio. O apóstolo deixa bem patente que o que semear “na carne”, ou seja, de
acordo com a natureza carnal, herdada do pecado original, “ceifará corrupção”,
isto é, a condenação. Não será salvo. Não porque DEUS o predestinou, de modo
arbitrário. Mas porque ele semeou.
Por outro lado, se o homem
semear “no ESPÍRITO ”, ou seja, der valor ao relacionamento espiritual com DEUS,
“ceifará a vida eterna”. Será salvo (Jo 3.16; 5.24). No Apocalipse, lemos: “Eis
que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20; grifo meu). DEUS sempre
permite um “se”, no seu relacionamento com o homem. Se ele quer viver com DEUS,
na dimensão terrena, viverá com DEUS, na eternidade. Do contrário, se não quer
saber de DEUS, viverá eternamente longe de sua presença. É uma escolha pessoal.
Um direito. E uma grande responsabilidade, com repercussões para toda a
eternidade.
1) Vontade Permissiva de DEUS
Por que DEUS não impede que o
homem faça o mal? Por que DEUS permite tanta violência? Quando alguém faz o
bem, mesmo sem crer em DEUS, está sendo teleguiado por Ele? Seriam os homens
“fantoches de DEUS”, como diz certo escritor? Está em foco o livre-arbítrio
concedido por DEUS ao homem, para que este faça o que desejar e puder fazê-lo
até mesmo o mal. DEUS pode impedir o mal. Porém, pela sua vontade permissiva,
faculta ao homem escolher entre o bem e o mal. Se não houvesse permissão para o
mal, não haveria também liberdade concedida. Seria uma contradição.
2) A Vontade Diretiva de DEUS
Quando algo é visto por DEUS
como uma coisa que deve ser impedida e o deseja impedir, Ele usa sua vontade
diretiva: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer
escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13) “E ao anjo da
igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é
verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e
ninguém abre” (Ap 3.7).
Há quem se inquiete, e
indague: Por que DEUS não evita o mal se Ele tem todo o poder? Diante desse
dilema, entre a permissão de DEUS para a existência do mal, e seu poder para
evitá-lo, deve-se considerar que a longanimidade de DEUS é a paciência para com
os pecadores, dando-lhes oportunidade para o arrependimento. Isso faz parte de
sua relação com suas criaturas. Em sua soberania, Ele pode alargar o tempo para
que a humanidade tome conhecimento do seu amor, e não só de sua justiça. Não
obstante a sua soberania, Ele não age de modo arbitrário sobre os homens,
criados à sua imagem, conforme a sua semelhança, para serem dominadores (Gn
1.26).
A SOBERANIA E OS DECRETOS DE
DEUS
São também chamados de “O
Conselho de DEUS”, ou “o Plano de DEUS”; ou ainda, “As Obras de DEUS”. Refere-se
aos propósitos de DEUS em relação aos homens, ao universo, e a todas as coisas,
e de modo especial, à salvação da humanidade. “Este aspecto pode ser dividido
em 1) seus decretos 2) sua providência 3) conservação”.7 Neste tópico, não
estudamos a natureza de DEUS, em si, mas as suas obras, as suas ações, que
constituem os seu plano divino (Ef 1.9; 3.11).
1.EM RELAÇÃO AO UNIVERSO
Segundo Brancroft:
Esse plano compreende todas as
coisas que já foram ou serão; suas causas, condições, sucessões e relações, e
determina sua realização certa. O Plano de DEUS inclui tanto o aspecto eficaz
como o aspecto permissivo da vontade de DEUS. Todas as coisas estão incluídas
no plano de DEUS, porém algumas Ele as origina e outras Ele as permite. No
aspecto eficaz do plano de DEUS incluímos aqueles acontecimentos que Ele
resolveu efetuar por meio de causas secundárias ou pela sua própria agência
imediata. No aspecto permissivo de DEUS, incluímos aqueles acontecimentos que
Ele resolveu permitir que fossem efetuados por livres agentes.8
Nessa conceituação, vemos a
vontade diretiva (ou decretatória), e a vontade permissiva de DEUS.
Concordamos perfeitamente
quanto ao decreto divino, em seus aspectos amplo e geral, em relação ao
universo e às coisas criadas, bem como aos acontecimentos que ocorrem, seja por
vontade diretiva, seja por vontade permissiva de DEUS. A Bíblia tem inúmeras
referências que corroboram esse entendimento: “Este é o conselho que foi
determinado sobre toda esta terra; e esta é a mão que está estendida sobre
todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem pois o
invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois, a fará voltar atrás?” (Is
14.26,27) “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu. A tua
fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme
permanece. Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje; porque todas as
coisas te obedecem” (Sl 119.89-91).
2. EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS, COMO
AGENTES-LIVRES
Neste aspecto, desde muitos
séculos, há grandes discussões teológicas sobre a intervenção de DEUS na
vontade do homem, segundo seu decreto, sobretudo no que tange à salvação. De um
lado, há os que crêem firmemente que DEUS, em sua soberania, elegeu e
predestinou algumas pessoas para serem salvas, e outras, para serem condenadas.
Dentre os ensinos teológicos sobre os decretos de DEUS em relação aos homens,
destacamos os seguintes:
2.1. CALVINISMO -
PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA
É a doutrina formulada por
João Calvino (1509-1564). Teólogo protestante francês, formou-se em filosofia
na Universidade de Paris. Estudou direito, mas não se dedicou à vida jurídica.
Mudou-se para a Suíça, onde escreveu sua grande obra, Institutas. Sua doutrina
defende a ideia da predestinação absoluta, fundamentada na soberania
de DEUS. O homem nada pode fazer para ser salvo; nem mesmo ter fé, pois nessa
interpretação, a fé, a vontade, a decisão, e tudo o que diz respeito à
salvação, depende de DEUS. Pode ser resumida em cinco pontos:
(1) Total depravação. “O homem
natural não tem condição de entender as coisas de DEUS; Jamais poderá
salvar-se, a menos que DEUS lhe infunda a fé. Sua depravação faz parte de sua
natureza (Jr 13.23; Rm 3.10-12; 1 Co 2.14; Ef 1.3);”
Segundo essa doutrina, nem a
fé para a salvação pode o homem ter; é necessário que DEUS lhe conceda.
(2) Eleição incondicional. Ensina que “DEUS elegeu somente alguns para serem
salvos; CRISTO morreu apenas pelos eleitos” (Jo 6.65; At 13.48; Rm 8.29; Ef
1.4,5; 1 Pe 2.8,9);
Esse é um ponto fundamental da
doutrina esposada por Calvino. Aceitá-la é concordar que DEUS faz
discriminação, ou acepção de pessoas; mais crucial ainda é aceitar que DEUS
elege pessoas para serem salvas, desde o ventre; enquanto predestina a maior
parte, irremediavelmente, para a condenação eterna; tais assertivas, não
obstante arrimarem-se em referências bíblicas, contrariam o sentido geral da
Palavra de DEUS, bem como contradizem de forma contundente o caráter de DEUS
revelado nas Escrituras.
(3) Expiação limitada (ou particular). “A salvação, ainda que para todos só é
alcançada pelos eleitos” (Jo 17.6,9,10; At 20.28; Ef 5.25; Tt 3.5).
Se a eleição condicional
colide com a ideia de um DEUS justo, que não faz acepção de pessoas,
a ideia da expiação limitada faz do sacrifício de CRISTO uma
encenação terrível. Se alguns já nascem, de antemão eleitos, certamente, a
Bíblia deveria afirmar que JESUS viera ao mundo para salvar apenas os
eleitos.
(4) Graça irresistível. “Para os eleitos, a graça é irresistível. Mesmo que
pequem, serão salvos; para os não-eleitos, a graça não lhes alcança; mas agem
livremente”.
Um pouco de leitura da Bíblia,
confrontando passagens de seu conteúdo nos mostram que a graça de DEUS se
manifestou a todos os homens e não apenas a um seleto grupo de eleitos, ou
predestinados.
(5) Perseverança dos salvos.
Segundo Calvino, “o ESPÍRITO SANTO faz
com que os eleitos perseverem. Não são eles que têm a decisão de perseverar.
Eles não podem perder a salvação. É impossível um eleito se perder”.
Essas são as alegações usadas
pelos calvinistas para fundamentar a doutrina da predestinação absoluta.
Strong afirma que os “decretos
de DEUS podem ser divididos em: relativos à natureza, e aos seres morais. A
estes chamamos pré-ordenação, ou predestinação; e destes decretos sobre os
seres morais há dois tipos: o decreto da eleição e o da reprovação […]”9
A visão de Strong é
calvinista. Admite que DEUS predestina uns para serem salvos, queiram ou não; e
outros, para a perdição eterna, queiram ou não. Parece-nos que essa doutrina
contraria diversos atributos naturais de DEUS, tais como o da justiça, do amor,
e da bondade divinos. A Bíblia diz: “Pois o Senhor, vosso DEUS, é o DEUS dos
deuses e o Senhor dos senhores, o DEUS grande, poderoso e terrível, que não faz
acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Dt 10.17). “E, abrindo Pedro a
boca, disse: Reconheço, por verdade, que DEUS não faz acepção de pessoas” (At
10.34). “Porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas” (Rm 2.11).
O DEUS que não faz acepção de
pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso
Senhor JESUS CRISTO, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). “Mas,
se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela
lei como transgressores” (Tg 2.9). “E vós, senhores, fazei o mesmo para com
eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no
céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9). Assim, se DEUS não
faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados
para a salvação, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a perdição.
Strong, mesmo defendendo a
predestinação, diz que “Nenhum decreto de DEUS reza: “Pecarás”. Porque 1)
nenhum decreto é dirigido a você; 2) nenhum decreto sobre você diz: “você
fará”; 3) DEUS não pode fazer pecar, ou decretar fazê-lo. Ele somente decreta
criar, e Ele mesmo age, de tal modo que você queira, de sua livre escolha,
cometer pecado. DEUS determina sobre os seus atos prever qual será o resultado
dos atos livres das suas criaturas e, deste modo, determina os resultados”
(grifos meus).
Ora, se DEUS “não pode fazer
pecar”, mas condena pessoas desde o ventre à condenação, elas terão que pecar,
para que se cumpra o decreto condenatório. Do contrário, se não pecarem, como
serão condenadas? Por outro lado, se as pessoas “de sua livre escolha”, podem
cometer ou não, o pecado, não vemos como harmonizar o livre-arbítrio com a
doutrina da predestinação. De fato, os que defendem a predestinação absoluta
negam que DEUS tenha dado livre-arbítrio ao homem. Simplesmente, os homens se
comportariam como se fossem marionetes do destino traçado por DEUS. Nos parece
que a predestinação absoluta equivale ao fatalismo dos árabes, que dizem
“maktub”, “está escrito”. Sua aceitação entra em conflito com os atributos
morais de DEUS, de bondade, amor e justiça. Por mais que os teólogos defensores
dessa doutrina argumentem, buscando embasamento bíblico, jamais poderão
convencer que DEUS discrimina uns em detrimento de outros, com base no caráter
de DEUS, revelado nas Escrituras Sagradas.
2.2. ARMINIANISMO - A
PREDESTINAÇÃO RELATIVA
Doutrina pregada por Jacobus
Arminius (1560-1609). Foi sucessor de Calvino, e concluiu que o teólogo francês
se equivocara. Sua doutrina também pode ser resumida em cinco pontos:
(1) A predestinação de DEUS é
condicional (e não absoluta). “DEUS escolheu baseado em sua presciência.
Qualquer pessoa que crê pode ser salva” (Dt 30.19; Jo 5.40; Tg 1.14; 1 Pe 1.2;
Ap 3.20).
Em todos os livros da Bíblia,
percebe-se que o relacionamento de DEUS com o homem exige condições; se o homem
as cumpre, é abençoado; se não as cumpre, é penalizado. Se uns nascessem
predestinados para a vida eterna, não adiantaria pregar o evangelho, conforme a
Grande Comissão (Mc 16.15,16);
(2) A expiação é universal. “O sacrifício de JESUS foi a benefício de todos os
pecadores. Mas só os que crêem nEle serão salvos” (cf. Jo 3.16; 12.32; 17.21; 1
Tm 2.3,4; 1 Jo 2.2);
Os textos bíblicos
referenciados são de uma clareza cristalina, quando se referem à expiação; esta
é tão profunda que tem efeito presente e até retroativo (Hb 9.15). Diz Paulo
sobre JESUS: “Ao qual DEUS propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para
demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de DEUS” (Rm 3.25; grifos meus).
(3) Livre-arbítrio. “O pecado passou a todos os homens, mas as pessoas podem
crer, arrepender-se e a aceitar a CRISTO como Salvador” (Is 55.7; Mt 25.41,46;
Mc 9.47,48; Rm 14.10,12; 2 Co 5.10).
Como já foi exposto neste
capítulo, o livre-arbítrio é condição indispensável para que seja real o fato
de o homem ter sido criado conforme a imagem e a semelhança de DEUS, pois um
ser teleguiado, manipulado por cordões espirituais, não passaria de uma
marionete do Criador.
(4) O pecador pode eficazmente rejeitar a graça de DEUS. “DEUS deseja salvar o
pecador, e tudo provê para que ele alcance a salvação. Mas, sendo ele livre,
pode rejeitar os apelos da graça” (Lc 18.23; 19.41,42; Ef 4.30; 1 Ts 5.19). Se
não houver essa condição, não existe livre-arbítrio, característica fundamental
do ser criado por DEUS, conforme comentário no item (3).
(5) Os crentes em JESUS podem
cair da graça. Se o crente, uma vez salvo, não vigiar e orar (Mt 26.41), e não
buscar a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15), poderá cair da graça e perder-se
eternamente, se não tiver oportunidade de reconciliar-se com DEUS. Por isso, JESUS
disse que quem “perseverar até ao fim será salvo” (Mt 10.22; ver também Lc
21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe 2.20-22).
A doutrina arminiana nos
parece coerente com o plano de DEUS para os homens, como seres livres. Podem
aceitar, ou podem rejeitar a graça de DEUS. Só sendo livres, é que se justifica
a semelhança moral do homem com seu Criador. É também, a única interpretação
que se coaduna com o Ser de DEUS, e seu caráter, revelado na Bíblia Sagrada. DEUS
dá liberdade ao homem, dentro dos limites estabelecidos em seu plano divino
para toda a humanidade. A soberania de DEUS impõe os limites. O livre-arbítrio
concedido por DEUS implica em responsabilidade do homem perante o Criador. Do
contrário, DEUS seria um tirano. E o homem seria seu títere.10
3. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO -
UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA
Eleição significa “Ato de
eleger; escolha, opção, preferência, predileção”.11 A doutrina calvinista entende
que DEUS elegeu somente um grupo de pessoas, e predestinou-as para serem
salvas. É a visão da eleição e da predestinação absolutas.
Os Arminianos entendem que existe eleição e predestinação, sim, mas
no sentido relativo. Esta visão parece-nos mais consentânea com a maneira pela
qual DEUS exerce sua soberania, ao mesmo tempo em que assegura a liberdade do
homem.
A predestinação absoluta
esbarra em sério conflito doutrinário e moral. DEUS não faz acepção de pessoas,
e o DEUS que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus
irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor JESUS CRISTO, Senhor da glória, em
acepção de pessoas” (Tg 2.1; grifos meus). “Mas, se fazeis acepção de pessoas,
cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tg
2.9; grifos meus); “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as
ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com
ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9; grifos meus). Assim, se DEUS não faz
acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados para
a perdição, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a salvação.
Tal ideia contradiz o caráter de DEUS, revelado nas Escrituras.
3.3. O SIGNIFICADO DA ELEIÇÃO
(gr.eklegoe)
Há diversos e variados pontos
de vista sobre o tema da eleição. No entanto, evitando as abordagens que levam
às contradições entre a soberania de DEUS e a liberdade do homem, entendemos
que eleição é a “escolha por DEUS daqueles que crêem em CRISTO”. Diz a Bíblia:
“Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E
aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.29,30;
9.6-27; 11.5,7,28; Cl 3.12).
Isso nos leva às seguintes
conclusões:
(1) Os eleitos, segundo a
presciência de DEUS, o são na união com CRISTO. DEUS “nos elegeu nele” (Ef
1.4). Antes de alguém aceitar a CRISTO, a eleição não tem qualquer sentido, ou
efeito;
(2) DEUS nos predestinou para
sermos “à imagem de seu Filho”, conhecendo-nos, como eleitos, “dantes”, isto é
“antes da fundação do mundo” (Ef 1.4). Essa eleição tem sentido “profético”, só
se tornando real, a partir da união com CRISTO.
(3) CRISTO é o Primeiro (Mt
12.18; 1 Pe 2.4). “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos” (Rm 8.29). JESUS foi o primogênito em tudo. Foi o
“primogênito de toda a criação” (Cl 1.15). “E ele é a cabeça do corpo da
igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha
a preeminência” (Cl 1.18); “o primogênito dos mortos” (Ap 1.5).
(4) “A eleição em CRISTO é em
primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um povo (Ef 1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1;
2.9). Os eleitos são chamados ‘o seu [CRISTO] corpo’ (Ef 1.23; 4.12), ‘minha
igreja’ (Mt 16.18), ‘povo adquirido’”12 - eleito ¾ por DEUS (1 Pe 2.9; grifo
meu). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente
à medida que este se identifica e se une ao Corpo de CRISTO, a Igreja
verdadeira (Ef 1.22,23).
(5) O eleito pode perder
a salvação. Pode cair da graça, no dizer de Armínio. Precisa perseverar até o
fim (Mt 10.22); precisa vigiar e orar (Mt 26.41); precisa buscar a santificação
(Hb 12.14; 1 Pe 1.15); ver também Lc 21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe
2.20-22). A salvação só é eterna, se o crente permanecer debaixo da graça de DEUS,
em comunhão com JESUS.
3.4. O SIGNIFICADO DA
PREDESTINAÇÃO (gr. proorizo; lat. praedestinatione)
Predestinação tem o
significado de “decidir de antemão”. Em termos bíblicos e teológicos, a
predestinação está relacionada à eleição. “A eleição é a escolha feita por DEUS,’ em
CRISTO’, de um povo para si mesmo (a Igreja verdadeira). A predestinação
abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os crentes) genuínos em CRISTO”.13
Com base na Palavra de DEUS, podemos discriminar dez característica dos eleitos
em CRISTO.
(1) DEUS predestina os eleitos
a serem:
(a) chamados (Rm 8.30);
(b) justificados (Rm 3.24);
8.30);
(c) glorificados (Rm
8.30);
(d) conformes à imagem do
Filho (Rm 8.29);
(e) santos e irrepreensíveis
(Ef 1.4);
(f) adotados como filhos (Ef 1.5);
(g) redimidos (Ef 1.7);
(h) participantes da herança,
redenção, e louvor de sua glória (Ef 1.14);
(i) participantes do ESPÍRITO SANTO (Ef 1.13; Gl 3.14);
(j) criados em CRISTO JESUS
para as boas obras (Ef 2.10).
(2) A predestinação, assim
como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de CRISTO (i.e. a verdadeira
igreja), e abrange indivíduos somente quanto inclusos neste corpo mediante a fé
viva em JESUS CRISTO (Ef 1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31)”.14
Ninguém, à luz da Bíblia, pode
arrogar-se eleito, ou assim se considerar sem, antes, ter aceitado a CRISTO
como Salvador, livre e conscientemente. DEUS não admitiria alguém fazer parte
do Corpo de CRISTO sem uma decisão pessoal. Diz a Bíblia: “JESUS dizia, pois,
aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente, sereis meus discípulos” (Jo 8.31; grifo meu). O Mestre se
referia aos judeus que criam nele. Para se tornarem discípulos de JESUS, isto
é, salvos, teriam de “permanecer” na sua Palavra. Vê-se claramente que a
salvação, que implica em eleição, não é um direito adquirido com o nascimento.
É um “poder” outorgado (Jo 1.12), a quem aceita as condições exigidas na
Palavra de DEUS.
3.5. PRESCIÊNCIA E
PREDESTINAÇÃO
DEUS já sabe quem vai ser
salvo e quem vai ser perdido. Mas Ele fez os homens à sua imagem e semelhança,
o que inclui, certamente, a faculdade de fazer ou deixar de fazer, ou seja, o
livre-arbítrio. Chafer (note-se que ele é um teólogo calvinista), afirma
que
Com relação à onisciência de DEUS
e as ações livres dos homens (ações contingentes, não ordenadas), vê-se que DEUS
os torna responsáveis pelos seus atos, e tais ações são pré-conhecidas por Ele.
Se DEUS for ignorante das ações futuras dos livres-agentes, não poderá haver um
controle divino seguro do destino humano como garantido em cada pacto
incondicional que DEUS fez, e como garantido em cada profecia das Escrituras
[…] A presciência divina não compele; ela meramente sabe qual será a escolha
humana15 (grifo meu).
Com base nesse entendimento,
poder-se-ia dizer que não é necessário DEUS prever nada, pois todas as coisas
acontecem diante dEle como num momento, num “eterno agora”. Diz ainda Strong
que a “presciência não é em si mesmo causativa. Não dever ser confundida com a
vontade predeterminante de DEUS. As ações livres não ocorrem porque
são previstas, mas são previstas porque ocorrem”16 (grifo meu). Esta última
citação nos dá uma ideia de como melhor podemos entender o conflito entre a
presciência de DEUS e a liberdade do homem em agir.
Strong afirma que
O fato de que nada há na
condição presente das coisas a partir das quais as ações futuras das criaturas
livres necessariamente se seguem por lei natural, não impede DEUS de prever
tais ações porque seu conhecimento não é mediato, mas imediato. Ele não só
conhece antecipadamente os motivos que ocasionarão os atos dos homens, mas
diretamente conhece os próprios atos.17
Num confronto entre as duas
posições doutrinárias, a arminiana e a calvinista, ressalta-se o
problema da eleição:
Ela tem sido apresentada de
maneira tão extremista que faz parecer que os eleitos serão inevitavelmente
salvos, sem levar em conta sua resposta ao evangelho e seu estilo de vida. Por
outro lado, os escolhidos para se perderem padecerão eternamente, não obstante
qualquer empenho em aproximar-se de DEUS mediante a fé em CRISTO.18
Em resposta à pergunta “O que
é eleição?”, Thiessen diz que, no seu sentido redentivo, eleição é “o ato
soberano de DEUS, pela graça, através da qual Ele escolheu em CRISTO JESUS,
para salvação, todos aqueles que previu que o aceitariam”.19 Sobre presciência,
acentua:
Devemos distinguir claramente
entre a presciência de DEUS e a sua predestinação. Não é certo dizer que DEUS
previu todas as coisas porque arbitrariamente decidiu fazer com que elas
ocorressem. DEUS, em sua presciência, vê os eventos futuros praticamente como
vemos os passados […] Os que foram escolhidos são aqueles que estavam em CRISTO,
pela sua presciência, DEUS já os viu ali quando fez a escolha […] Ele não
determinou quem deveria achar-se ali, mas simplesmente os viu ali em CRISTO ao
elegê-los […] Em ponto algum a Bíblia ensina que alguns são predestinados à
condenação. Isto seria desnecessário, desde que todos são pecadores e estão a
caminho da condenação eterna (cf. Ef 2.1-3; 12).20
Diante da controvérsia, Myer
Pearlman propõe um equilíbrio na análise do assunto. Ele afirma que:
As respectivas posições
fundamentais, tanto do calvinismo, como do arminianismo, são ensinadas nas
escrituras. O calvinismo exalta a graça de DEUS como a única fonte de salvação
¾ e assim faz a Bíblia; o arminianismo acentua a livre vontade e
responsabilidade do homem ¾ e assim o faz a Bíblia. A solução prática consiste
em evitar os extremos antibíblicos de um e de outro ponto de vista, e em evitar
colocar uma ideia em aberto antagonismo com a outra […] dar ênfase
demasiada à soberania da graça de DEUS na salvação pode conduzir a uma vida
descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm
a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outra parte, ênfase
demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação ao
calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de
toda a confiança de sua salvação.21
De fato, o crente fiel não cai
da graça de DEUS, como dizem os calvinistas, mas “se” perseverar em obediência
e santidade (Hb 3.12-14;12.14); o homem é depravado, mas, se aceitar a CRISTO,
é nova criatura (2 Co 5.17). A “eleição incondicional” só pode ser uma
interpretação equivocada, mesmo baseando-se em textos bíblico, pois DEUS não
faz acepção de pessoas. O problema é que os calvinistas não admitem o livre
arbítrio. Mas, sem essa condição, o homem não poderia ser imagem e semelhança
de DEUS.
Quanto ao Arminianos,
seus pontos fundamentais são aceitáveis, mas não podem ser levados ao extremo.
Não é somente pelo livre-arbítrio ou pela responsabilidade pessoal que alguém
pode ser salvo. Entendemos que as duas interpretações podem servir de subsídio
para a doutrina da salvação, mas sem as afirmações dogmáticas, levadas ao
extremo. Na salvação, tem-se a mão de DEUS, por intermédio de CRISTO, vindo ao
encontro do homem pecador, por seu amor e sua misericórdia. Quando o homem
perdido reconhece seus pecados, e sua condição de miserável espiritual, e aceita
a mão de DEUS em seu favor, é salvo. No entanto, quando o perdido prefere
rejeitar a mão de DEUS, e opta pela mão do Diabo, está perdido, e assim ficará
até à morte.
Corroborando esse
entendimento, vemos o que diz o Senhor, por meio do profeta Ezequiel: “Quando
eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu
pecado e fizer juízo e justiça, restituindo esse ímpio o penhor, pagando o
furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniquidade,
certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados com que pecou não se
fará memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá” (Ez 33.14-16;
grifos meus). Aí, nesse texto tão incisivo, vê-se que “o ímpio”, ou seja, o
perdido, o depravado, o miserável pecador, quando ouve a advertência de DEUS,
por meio de sua Palavra, do evangelho de CRISTO, na Nova Aliança, e se
arrepende, (”e se converter”, passando a andar “nos estatutos da vida”, que é a
Palavra de DEUS), diz o Senhor: “Certamente viverá”, isto é, será salvo. Não se
pode inferir do texto qualquer conotação de que esse “ímpio” seria um “eleito”,
ou “predestinado”. É ímpio mesmo! Note-se também que não é DEUS quem o
converte, por sua “graça irresistível”, mas é ele próprio quem, advertido por DEUS,
deve “se converter do seu pecado”, e passar a andar “nos estatutos da vida”.
Fazendo ele isso “certamente viverá”.
Segundo Horton se a graça de DEUS
é irresistível, como enfatizou Calvino,
os incrédulos pereceriam, não
por não quererem corresponder, mas por não poderem. A graça de DEUS não seria
eficaz para eles. Nesse caso, DEUS pareceria mais um soberano caprichoso que
brinca com seus súditos que um DEUS de amor e graça. Sua promessa: “todo aquele
que quer” seria uma brincadeira de inigualável crueldade, pois Ele é quem estaria
brincando. Mas o DEUS e Pai de Nosso Senhor JESUS CRISTO não brinca conosco22
(grifos meus).
“Entendemos que a
interpretação arminiana é a mais consentânea com o caráter de DEUS, que é ao
mesmo tempo justo, soberano, bom, e que não faz acepção de pessoas”.23
É indiscutível, à luz da
Bíblia, a soberania de DEUS. Por outro lado, também é indiscutível à luz das
Escrituras, que o homem recebeu de DEUS o livre-arbítrio, para que seja
responsabilizado por seus atos. Ao longo da História, observa-se que a maioria
das pessoas não querem encurvar-se ante a soberania de DEUS. Muitos veem DEUS
como um ser distante, que criou todas as coisas, mas não se importa com suas
criaturas. São os deístas. Outros, guiados pela cegueira espiritual,
desacreditam na existência de DEUS. São os ateístas. Por fim, há os que, em
minoria, aceitam as verdades emanadas da Palavra de DEUS, e não somente crêem
nEle, como o adoram, e o servem “em espírito e em verdade” (Jo 4.24). São os
teístas. A crença em DEUS, pelos méritos de JESUS CRISTO, é o único meio para
que o ser humano chegue à eternidade, com a bênção da salvação. Os que o
aceitam, são salvos. Os que o rejeitam, estão condenados (Jo 3.18,19). DEUS não
faz acepção de pessoas. Sua salvação é oferecida a todos (Jo 3.16), mas só é
alcançada pelos que crêem em JESUS CRISTO e o aceitam como salvador.
Notas
7 HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática, p.153.
8 BANCROFT, E.H. Teologia
Elementar, p. 82.
9 STRONG, Augustus H. Teologia
Sistemática, p.525.
10 “Boneco articulado, de
madeira, pano ou outro material, suspenso por fios fixados em uma trave e
presos na cabeça, mãos, joelhos e pés, pelos quais o operador o movimenta;
fantoche, marionete” (Dicionário Aurélio Séc. XXI).
11 Dicionário Aurélio Século
XXI.
12 STAMPS, Donald. Bíblia de
Estudo Pentecostal. p.1808.
13 Ibid. p.1809.
14 Ibid. p.1809 (com
adaptações).
15 CHAFER, Lewis Sperry.
Teologia Sistemática, p.221.
16 STRONG, Augustus H.
Teologia Sistemática, p.426.
17
Ibid, p. 424.
18 Guy
P. DUFFIELD & Natanael M. Van Cleave, Fundamentos da teologia, p. 281.
19
Ibid. p.281.
20
Ibid. p. 282.
21
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.271.
22 HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática, p.366,367.
23 LIMA, Elinaldo Renovato de.
Apostila sobre Doutrina de DEUS, p.
Salmos 137
Junto dos rios de babilônia,
ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.
Sobre os salgueiros que há no
meio dela, penduramos as nossas harpas.
Pois lá aqueles que nos
levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os
alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.
Como cantaremos a canção do
SENHOR em terra estranha?
Se eu me esquecer de ti, ó
Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza.
Se me não lembrar de ti, Apegue-se-me
a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.
Lembra-te, SENHOR, dos filhos
de Edom no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus
alicerces. (grifo meu)
Ah! filha de babilônia, que
vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a
nós.
Feliz aquele que pegar em teus
filhos e der com eles nas pedras.
Olhando para o Salmo acima
podemos chegar à data mais provável da destruição de Jerusalém e do livro de
Obadias.
Jer. 25:8, 9 “Assim disse
Jeová dos exércitos: ‘“Visto que não obedecestes às minhas palavras, eis que
envio alguém e vou tomar todas as famílias do norte”, é a pronunciação de
Jeová, “sim, enviando alguém a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e
vou trazê-las contra esta terra e contra os seus habitantes, e contra todas
estas nações ao redor, e vou devotá-los à destruição”.’” (Falado por Jeremias
no quarto ano do Rei Jeoiaquim de Judá, que começou a reinar em 628 A.E.C.
Cumpriu-se em 609-607 A.E.C., quando o Rei Nabucodonosor de Babilônia
sitiou e destruiu Jerusalém. Veja o testemunho de Flávio Josefo, historiador
judaico, em Antiquity of the Jews, Flavius Josephus Against Apion, Livro 1,
seção 19, segundo a tradução inglesa em The Works of Flavius Josephus
[Philadelphia; 1875], Vol. II, William Whiston, p. 483.)
INTERAÇÃO
Soberania de DEUS e
livre-arbítrio são temas que geram conflitos e levam muitos a tomadas de
posições extremadas. Por conceder o livre-arbítrio ao homem, DEUS deixa de ser
soberano? De maneira nenhuma! Isso só denota o seu poder em criar uma pessoa
que, sendo imagem e semelhança de DEUS, decide seguir ou não o caminho da
justiça. Mas é bem verdade que, nalgumas circunstâncias, o Eterno intervém sem
respeitar o arbítrio humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há contradição nisso? De
forma alguma! O homem continua livre em seu arbítrio e DEUS eternamente
soberano. Nas Sagradas Escrituras, o livre arbítrio e soberania divina são
essencialmente dialogais.
OBJETIVOS- Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Conceituar soberania divina e
livre arbítrio.
Elencar os elementos
contextuais do livro de Obadias.
Saber o princípio da
retribuição divina.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o esquema
abaixo no quadro de giz. Utilize-o na introdução da aula. Explique que o livro
de Obadias é constituído apenas de um capítulo (1) e vinte e um versículos
(21). Podemos dividi-lo em duas partes principais. A primeira parte fala
respeito dos oráculos contra Edom; e a segunda dos oráculos sobre o Dia do
Senhor. Explique que o propósito principal do livro é mostrar aos israelitas a
ira divina contra os edomitas. Em seguida pergunte aos alunos: "Por que
DEUS estava irado com os edomitas?" Ouça os alunos com atenção e explique
que o Senhor estava aborrecido pelo fato de eles terem se alegrado diante da
dor e do sofrimento de Judá.
ESBOÇO DO LIVRO DE OBADIAS |
|
Parte I: |
Oráculos contra Edom (vv. 1-14.15b) |
vv.1-9 |
Orgulho e destruição de Edom |
vv. 10-14 |
Traição de Edom contra Judá |
v. 15b |
Condenação de Edom |
Parte II: |
Oráculos sobre o Dia do Senhor (vv. 15a. 16-21) |
vv.15a., 16 |
Julgamento das nações |
vv.17,18. |
Volta e restauração de Israel |
vv.19-21 |
Apêndice: Volta e restauração de Israel |
RESUMO DA LIÇÃO 5, OBADIAS, O
PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO
I. A SOBERANIA DE
DEUS
1. Conceito.
2. Livre-arbítrio.
II. O LIVRO DE OBADIAS
1. Contexto histórico.
2. Estrutura e mensagem.
3. Posição no Cânon.
III. EDOM, O PROFANO
1. Origem.
2. O DEUS soberano.
3. Preparativos do assédio a
Edom (v.1c).
4. O rebaixamento de
Edom.
5. O orgulho leva à ruína.
IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA
1. O princípio da retribuição.
2. O castigo de Edom.
3. Esaú e Jacó (v.18).
SINÓPSE DO TÓPICO (1) - O
livre-arbítrio não nega a soberania divina; pelo contrário, a confirma.
SINÓPSE DO TÓPICO (2) - Com
apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo
Testamento.
SINÓPSE DO TÓPICO (3) - A
arrogância humana e a soberba espiritual levaram os edomitas à ruína.
SINÓPSE DO TÓPICO (4) - O
princípio da retribuição acha-se na lei de Moisés e se confirma no princípio da
semeadura em o Novo Testamento.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO -
Subsídio Geográfico - "O Julgamento de Edom
A terra de Edom se estendia ao
longo das encostas da cadeia de montanhas rochosas do monte Seir, em
direção do golfo de Áqaba e chegava quase ao mar Morto. O território variava de
regiões férteis, que produziam trigo, uvas, figo, romã e azeitona, a altos
picos montanhosos separados por desfiladeiros profundos. A meio caminho na
principal cadeia montanhosa, elevava-se o monte Hor, alto e sombrio acima do
terreno circunvizinho e a curta distância da capital Sela ou Petra, que se
situava em um profundo vale cercado por 60 metros de precipício, acessível
somente por uma abertura estreita de uns 3,5 metros de largura.
Assim, os edomitas habitavam
literalmente nas fendas das rochas (3), cuja posição era praticamente
impenetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham vivido seguros.
Nenhum inimigo conseguira entrar pelos caminhos estreitos dos desfiladeiros que
conduziam às principais cidades talhadas nas paredes rochosas das montanhas.
[A despeito de todos esses
recursos] Os julgamentos de DEUS tinham de ser severos. [...] A nação seria
totalmente devastada. Os descendentes de Esaú, seriam reduzidos a nada"
(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.
131-32).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do
Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
MENZIES, William W; HORTON,
Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005.
SAIBA MAIS PELA Revista
Ensinador Cristão, CPAD, nº 52, p.38.
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 5,
OBADIAS, O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO
Responda conforme a revista da
CPAD do 2º Trimestre de 2012
Complete os espaços vazios e
marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Porque o
______________________ do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste,
assim se fará contigo; a tua __________________________ cairá sobre a tua
____________________________" (Ob 1.15).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Obadias mostra que a lei da
_______________________________ e o princípio da _____________________________
constituem uma realidade da qual ninguém ______________________________.
I. A SOBERANIA DE
DEUS
3- O que é a soberania divina?
Qual a diferença entre o pensamento calvinista e o Arminianista sobre a
soberania divina?
( ) A
soberania divina é o direito absoluto de DEUS governar totalmente as suas
criaturas segundo a sua vontade (Sl 115.3; Is 46.10).
( ) Segundo
os calvinistas, não há limite para o exercício desse governo, de modo que a
vontade divina não pode ser anulada.
( ) Segundo
os calvinistas, há limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade
divina pode ser anulada.
( ) Os
arminianos, por outro lado, admitem que, no exercício da soberania divina,
existe uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio humano.
( ) Os
arminianos, por outro lado, não admitem que, no exercício da soberania divina,
exista uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio dos seres
humanos.
4- A vontade de DEUS é que
todos sejam salvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Entretanto, não
são poucos os que se perderão. Por que?
( ) Tal
acontece justamente pelo fato de sermos livres, autoconscientes e, por isso,
responsáveis diante de DEUS por nossos atos.
( ) Isso se
explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se
do domínio humana.
( ) Isso se
explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se
da liberdade humana.
( ) DEUS é
soberano em todo o Universo e, por seu amor e poder, preserva sua criação até a
consumação de todas as coisas.
II. O LIVRO DE OBADIAS
5- Qual o Contexto histórico
do livro de Obadias? Complete:
A vida pessoal de Obadias é
desconhecida. O profeta apresenta-se apenas com o seu nome, sem oferecer
nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual viveu e profetizou).
Ele simplesmente diz: "Visão de ____________________________" (v.1).
A data em que exerceu o seu ministério é uma das mais disputadas entre os
estudiosos: vai de 848 a _____________________________ a.C. Tudo indica que os
versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei
de Babilônia, em 587 a.C. Portanto, qualquer data, nesse período, como
__________________________ a.C. por exemplo, é aceitável.
6- Quantos versículos tem o
livro de Obadias e qual seu estilo, excetuando-se a introdução?
( ) Com
apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
( ) Com
apenas 31 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
( ) Com
apenas 41 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
( ) O seu
estilo é poético.
7- Em quantas e quais partes
se divide o texto de Obadias?
( )
Divide-se em duas partes principais: a destruição de Edom e o dia do Senhor
sobre Edom, Israel e as demais nações.
( )
Divide-se em três partes principais: a destruição de Edom; a sua maldade e o
dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações.
( )
Divide-se em quatro partes principais: a destruição de Edom; a sua maldade; o
dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações e a destruição final de
Edom.
8- Qual o tema do livro de
Obadias?
( ) É o
destino misericordioso e divino de Edom. Obadias, porém, não é o único profeta
incumbido de anunciar o futuro dos filhos de Esaú.
( ) É o
julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, anuncia a misericórdia e o
perdão de DEUS para os filhos de Esaú.
( ) É o
julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido
de anunciar a condenação dos filhos de Esaú.
9- Fale sobre a posição de
Obadias no Cânon: Complete:
Em nossa Bíblia, Obadias
situa-se entre Amós e ___________________________. O critério para a ordem
desses livros é ainda desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na
________________________. Há quem justifique tal posição pelo slogan "o
dia do SENHOR" (v.15; Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó
possuirá a herdade de Edom (v.17; cp. Am 9.12). Devido ao Cânon Judaico
considerar a coleção dos Doze Profetas ___________________________________ só
livro, a citação de Obadias, em o Novo Testamento, é apenas
________________________________.
III. EDOM, O PROFANO
10- Qual a origem de Edom?
( ) Os
edomitas eram descendentes de Isaque e de Jacó.
( ) Os
edomitas eram descendentes de Esaú.
( ) Por
causa do guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a sua primogenitura, o nome
da tribo passou a ser "Edom" que, em hebraico, significa
"vermelho".
( ) Eles
povoaram o monte Seir (Gn 33.16; 36.8,9,21) e, rapidamente, transformaram-se em
uma poderosa nação.
( ) Seu rei
negou passagem a Israel por seu território, quando os filhos de Jacó saíram do
Egito e peregrinavam no deserto a caminho da Terra Prometida.
( ) DEUS
ordenou aos israelitas que tratassem os edomitas como a irmãos.
( ) O ódio
de Edom contra Israel cresceu e atravessou séculos.
11- Complete segundo a
soberania de DEUS:
"Assim diz o Senhor JEOVÁ
a respeito de ___________________________" (v.1). Esta chancela destaca a _______________________________________
de DEUS sobre os povos e reis da terra. Apesar de Edom não ser reconhecido como
povo de DEUS, o Eterno tinha legítima _______________________________________
sobre ele.
12- Como foram os Preparativos
do assédio a Edom ou ataque ao mesmo (v.1c)?
( ) A
expressão: "temos ouvido a pregação" parece indicar que Obadias
falava em nome de outros profetas.
( ) Ele
ouviu o oráculo divino e soube de um embaixador que fora enviado aos povos
vizinhos para ajuntá-los em guerra contra Edom.
( ) Esse
embaixador era um dos profetas de Israel, um diplomata da nação inimiga dos
edomitas.
( ) Tal
embaixador não era profeta, mas um diplomata de alguma nação inimiga dos
edomitas.
13- Como foi profetizado o
rebaixamento de Edom?
( ) No
Antigo Testamento hebraico, existe um recurso retórico que consiste em um
acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido. Por
isso, o profeta emprega o verbo no passado: "Eis que te fiz pequeno entre
as nações".
( ) Esse
recurso é conhecido como perfeito profético (não se trata de um perfeito
gramatical especial). Seu emprego, aqui, indica o cumprimento certeiro da
ameaça quanto à sucessão dos dias e das noites.
( ) O fato é
descrito como já sendo realizado, pois DEUS reduz Edom a um povo insignificante
e desprezível entre as nações, até que este venha a desaparecer.
( ) O fato é
descrito como já realizado, pois DEUS reduzirá (como de fato, reduziu) Edom a
um povo insignificante e desprezível entre as nações, até que este veio a
desaparecer.
14- Como era o orgulho de Edom
que o levou à ruína?
( ) Por
viverem nas cavernas montanhosas de Sião, os edomitas confiavam na segurança
que lhes proporcionava a topografia de seu território - uma fortaleza
construída para ser inexpugnável.
( ) Por
viverem nas cavernas montanhosas de Seir, os edomitas confiavam na segurança
que lhes proporcionava a topografia de seu território - uma fortaleza
naturalmente inexpugnável.
( ) Edom não
sabia que aquilo que é inacessível ao homem é acessível a DEUS.
( ) A
arrogância humana é insuportável, mas a soberba espiritual é repugnante; os que
assim agem estão destinados ao fracasso.
IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA
15- O que significa
retribuição e por que Edom a conheceu?
( ) Retribuição
significa "devolver sem merecimento".
( )
Retribuição significa "pagar na mesma moeda".
( ) Tal
princípio acha-se na Lei de Moisés.
( ) Segundo
Charles L. Feinberg, a passagem compreendida entre os versículos 10 até 14 pode
ser chamada de o "boletim de ocorrência" dos crimes cometidos
pelos edomitas contra os judeus.
( ) O acerto
de contas aproxima-se, e DEUS fará com os edomitas o mesmo que eles fizeram a
Judá.
( ) Nessa
profecia, Edom serve de paradigma para outras nações (e até pessoas) que
igualmente procedem.
16- Os edomitas beberam e
alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Qual o castigo reservado para Edom?
( ) Os
descendentes de Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre.
( ) É bom
lembrar que esse princípio vale também para indivíduos.
( ) É o
princípio da semeadura.
( ) É o
princípio da lei de procura e oferta.
17- A que se refere a
simbologia Esaú e Jacó (v.18)?
( ) Os nomes
"Sião" e "Jacó" indicam Jerusalém e Judá, respectivamente.
( ) Os nomes
"Sião" e "Jacó" indicam Jerusalém e Israel do Norte,
respectivamente.
( )
"José", o Reino do Norte formado pelas dez tribos e, muitas vezes,
identificado como "Israel" e "Efraim".
( ) José,
como pai de Efraim, é usado para identificar os irmãos do Norte.
( ) José,
como pai de Benjamim, é usado para identificar os irmãos do Norte.
( ) Assim, a
profecia fala sobre a reunificação de Judá e Israel.
( ) A
metáfora de Israel como fogo que consumirá a casa de Esaú indica a destruição total
de Edom.
( ) O
orgulho e o ódio dos edomitas contra os seus irmãos judeus os levaram à ruína
definitiva.
CONCLUSÃO
18- Complete:
Assim como ninguém pode
desafiar as leis ______________________________ sem as devidas consequências,
não é possível ignorar as leis ____________________________ e sair ileso. A
retribuição é inevitável, pois "tudo o que o homem semear, isso também
ceifará" (Gl 6.7). Só o ______________________________________ e a fé em
JESUS podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de DEUS (2 Co
5.17).
AS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO
ESTÃO NA LIÇÃO ORIGINAL ABAIXO
AJUDA
CPAD
- http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas.
BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA
de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Peq. Enc. Bíb. - Orlando Boyer
- CPAD
SOARES, Esequias. O Ministério
Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. Visão
Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do
Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
William Macdonald - Comentário
Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Comentário Bíblico Expositivo
– Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento Interpretado
Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
O Antigo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo
Testamento
Comentário Bíblico Matthew
Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B.
Meyer
Dicionário Teológico – Edição
revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores
– CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
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LIÇÃO ORIGINAL CPAD - 4º
Trimestre de 2012
Lição 5, Obadias, O princípio
da retribuição
Data: 4 de Novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque o dia do SENHOR está
perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua
maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob 1.15).
VERDADE PRÁTICA
Obadias mostra que a lei da
semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém
escapará.
HINOS SUGERIDOS - 106, 227,
262.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 25.22,23 A
inimizade desde a gestação
Terça – Sl 137.7 O clamor pela
punição de Edom
Quarta – Os 8.7 Quem semeia
vento colhe tempestade
Quinta – Na 1.3 DEUS não terá
o culpado por inocente
Sexta – Gl 6.7 A lei da
semeadura e o princípio da retribuição
Sábado – Hb 2.2 A
desobediência receberá justa retribuição
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Obadias
1.1-4,15-18.
1 – Visão de Obadias: Assim
diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi
enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra
ela para a guerra.
2 – Eis que te fiz pequeno entre
as nações; tu és mui desprezado.
3 – A soberba do teu coração
te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que
diz no seu coração: Quem me derribará em terra?
4 – Se te elevares como águia
e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o SENHOR.
15 – Porque o dia do SENHOR
está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a
tua maldade cairá sobre a tua cabeça.
16 – Porque, como vós bebestes
no monte da minha santidade, assim beberão de contínuo todas as nações;
beberão, e engolirão, e serão como se nunca tivessem sido.
17 – Mas, no monte Sião,
haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas
herdades.
18 – E a casa de Jacó será
fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderão contra
eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o
disse.
INTERAÇÃO
Soberania de DEUS e
livre-arbítrio são temas que geram conflitos e levam muitos a tomadas de
posições extremadas. Por conceder o livre-arbítrio ao homem, DEUS deixa de ser
soberano? De maneira nenhuma! Isso só denota o seu poder em criar uma pessoa
que, sendo imagem e semelhança de DEUS, decide seguir ou não o caminho da
Justiça. Mas é bem verdade que, nalgumas circunstâncias, o Eterno intervém sem
respeitar o arbítrio humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há contradição nisso? De
forma alguma! O homem continua livre em seu arbítrio e DEUS eternamente
soberano. Nas Sagradas Escrituras, o livre arbítrio e soberania divina são
essencialmente dialogais.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conceituar soberania divina e
livre arbítrio.
Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias.
Saber o princípio da retribuição divina.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o esquema
abaixo no quadro de giz. Utilize-o na introdução da aula. Explique que o livro
de Obadias é constituído apenas de um capítulo (1) e vinte e um versículos
(21). Podemos dividi-lo em duas partes principais. A primeira parte fala
respeito dos oráculos contra Edom; e a segunda dos oráculos sobre o Dia do
Senhor. Explique que o propósito principal do livro é mostrar aos israelitas a
ira divina contra os edomitas. Em seguida pergunte aos alunos: “Por que DEUS estava
irado com os edomitas?”. Ouça os alunos com atenção e explique que o Senhor
estava aborrecido pelo fato de eles terem se alegrado diante da dor e do
sofrimento de Judá.
ESBOÇO DO LIVRO DE OBADIAS
Parte I: Oráculos contra Edom
(vv.1-14.15b)
vv.1-9 Orgulho e destruição de
Edom
vv.10-14 Traição de Edom
contra Judá
v.15b Condenação de Edom
Parte II: Oráculos sobre o Dia
do Senhor (vv.15a.,16-21)
vv.15a.,16 Julgamento das
nações
vv.17,18 Volta e restauração
de Israel
vv.19-21 Apêndice: Volta e
restauração de Israel
Palavra-Chave
Soberania: Qualidade ou
condição de soberano.
COMENTÁRIO
introdução
A soberania divina é um tema
importante e atual, porque lembra-nos que DEUS está no controle de tudo e que
toda ação humana está exposta diante de seus olhos. A lei natural da semeadura
ilustra o princípio da retribuição no campo espiritual, e é justamente essa a
mensagem que encontramos no livro do profeta Obadias, em seus oráculos contra
Edom.
I. A SOBERANIA DE DEUS
1. Conceito. A soberania
divina é o direito absoluto de DEUS governar totalmente as suas criaturas
segundo a sua vontade (Sl 115.3; Is 46.10). Calvinistas e arminianos concordam
com esse conceito. A diferença entre ambos acerca da soberania está apenas no
exercício desta.
Segundo os calvinistas, não há
limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade divina não pode
ser anulada. Os arminianos, por outro lado, admitem que, no exercício da
soberania divina, existe uma autolimitação suficiente para permitir o
livre-arbítrio humano.
2. Livre-arbítrio. A vontade
de DEUS é que todos sejam salvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9).
Entretanto, não são poucos os que se perderão. Tal acontece justamente pelo
fato de sermos livres, autoconscientes e, por isso, responsáveis diante de DEUS
por nossos atos (Ec 12.13,14). Isso se explica pelo livre-arbítrio, e não
significa negar a soberania divina. Trata-se da liberdade humana. DEUS é
soberano em todo o Universo e, por seu amor e poder, preserva sua criação até a
consumação de todas as coisas (Ne 9.6; Hb 1.2,3).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livre-arbítrio não nega a
soberania divina; pelo contrário, a confirma.
II. O LIVRO DE OBADIAS
1. Contexto histórico. A vida
pessoal de Obadias é desconhecida. O profeta apresenta-se apenas com o seu nome,
sem oferecer nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual viveu e
profetizou). Ele simplesmente diz: “Visão de Obadias” (v.1).
A data em que exerceu o seu
ministério é uma das mais disputadas entre os estudiosos: vai de 848 a 460 a.C.
Tudo indica que os versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de Jerusalém por
Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 587 a.C. Portanto, qualquer data, nesse
período, como 585 a.C. por exemplo, é aceitável.
2. Estrutura e mensagem. Com
apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O texto divide-se em três
partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade (vv.10-14) e o
dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv.15-21).
O tema do livro é o julgamento
divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar
a condenação dos filhos de Esaú (Is 21.11,12; Jr 49.7-22; Ez 25.1-14; Am
1.11,12; Ml 1.2-5).
3. Posição no Cânon. Em nossa
Bíblia, Obadias situa-se entre Amós e Jonas. O critério para a ordem desses
livros é ainda desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na
cronologia. Há quem justifique tal posição pelo slogan “o dia do SENHOR” (v.15;
Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó possuirá a herdade de Edom
(v.17; cp. Am 9.12).
Devido ao Cânon Judaico
considerar a coleção dos Doze Profetas um só livro, a citação de Obadias, em o
Novo Testamento, é apenas indireta.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Com apenas vinte e um
versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.
III. EDOM, O PROFANO
1. Origem. Os edomitas eram
descendentes de Esaú. Por causa do guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a
sua primogenitura, o nome da tribo passou a ser “Edom” que, em hebraico, significa
“vermelho” (Gn 25.30).
Eles povoaram o monte Seir (Gn
33.16; 36.8,9,21) e, rapidamente, transformaram-se em uma poderosa nação (Gn
36.1-43; Êx 15.15; Nm 20.14). Seu rei negou passagem a Israel por seu
território, quando os filhos de Jacó saíram do Egito e peregrinavam no deserto
a caminho da Terra Prometida. Mesmo assim, DEUS ordenou aos israelitas que
tratassem os edomitas como a irmãos (Dt 23.7). Contudo, o ódio de Edom contra
Israel cresceu e atravessou séculos.
2. O DEUS soberano. “Assim diz
o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom” (v.1). Esta chancela destaca a soberania de DEUS
sobre os povos e reis da terra. Apesar de Edom não ser reconhecido como povo de
DEUS, o Eterno tinha legítima autoridade sobre ele.
3. Preparativos do assédio a
Edom (v.1c). A expressão: “temos ouvido a pregação” parece indicar que Obadias
falava em nome de outros profetas (Jr 49.14). Ele ouviu o oráculo divino e
soube de um embaixador que fora enviado aos povos vizinhos para ajuntá-los em
guerra contra Edom. Tal embaixador não era profeta, mas um diplomata de alguma
nação inimiga dos edomitas.
4. O rebaixamento de Edom. No
Antigo Testamento hebraico, existe um recurso retórico que consiste em um
acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido. Por
isso, o profeta emprega o verbo no passado: “Eis que te fiz pequeno entre as
nações” (v.2a).
Esse recurso é conhecido como
perfeito profético (não se trata de um perfeito gramatical especial). Seu
emprego, aqui, indica o cumprimento certeiro da ameaça quanto à sucessão dos
dias e das noites. Ou seja, o fato é descrito como já realizado, pois DEUS
reduzirá (como de fato, reduziu) Edom a um povo insignificante e desprezível
entre as nações, até que este veio a desaparecer (v.2b).
5. O orgulho leva à ruína. Por
viverem nas cavernas montanhosas de Seir (v.3), os edomitas confiavam na
segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território — uma fortaleza
naturalmente inexpugnável. Edom não sabia que aquilo que é inacessível ao homem
é acessível a DEUS (v.4). A arrogância humana é insuportável, mas a soberba
espiritual é repugnante; os que assim agem estão destinados ao fracasso (Pv
16.18; 1 Pe 5.5).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A arrogância humana e a
soberba espiritual levaram os edomitas à ruína.
IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA
1. O princípio da retribuição.
Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de
Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Segundo Charles L. Feinberg, a
passagem compreendida entre os versículos 10 até 14 pode ser chamada de o
“boletim de ocorrência” dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus. O
acerto de contas aproxima-se, e DEUS fará com os edomitas o mesmo que eles
fizeram a Judá. Nessa profecia, Edom serve de paradigma para outras nações (e
até pessoas) que igualmente procedem (v.15).
2. O castigo de Edom. Os
edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Mas, agora,
chegou a hora de eles receberem a sua paga na mesma moeda. Os descendentes de
Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre (v.16). É bom lembrar que
esse princípio vale também para indivíduos (Jz 1.6,7; Hb 2.2). É o princípio da
semeadura (Os 8.7; Gl 6.7).
3. Esaú e Jacó (v.18). Os
nomes “Sião” e “Jacó” (v.17) indicam Jerusalém e Judá, respectivamente. E
“José”, o Reino do Norte formado pelas dez tribos e, muitas vezes, identificado
como “Israel” e “Efraim” (Os 7.1). José, como pai de Efraim (Gn 41.50-52), é
usado para identificar os irmãos do Norte. Assim, a profecia fala sobre a
reunificação de Judá e Israel (Os 1.1; Ez 37.19). A metáfora de Israel como
fogo que consumirá a casa de Esaú indica a destruição total de Edom. O orgulho
e o ódio dos edomitas contra os seus irmãos judeus os levaram à ruína
definitiva.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O princípio da retribuição
acha-se na lei de Moisés e se confirma no princípio da semeadura em o Novo
Testamento.
CONCLUSÃO
Assim como ninguém pode
desafiar as leis naturais sem as devidas consequências, não é possível ignorar
as leis espirituais e sair ileso. A retribuição é inevitável, pois “tudo o que
o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Só o arrependimento e a fé em JESUS
podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de DEUS (2 Co 5.17).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do
Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD,
2010.
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5
ed., RJ: CPAD, 2005.
EXERCÍCIOS
1. O que é a soberania divina?
R. É o direito absoluto de DEUS
governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade.
2. Qual o tema do livro de
Obadias?
R. O julgamento divino contra
Edom.
3. Quem é o pai dos edomitas?
R. Esaú.
4. O que significa o uso do
“perfeito profético”?
R. Um recurso retórico que
consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como seja tivesse sido
cumprido.
5. Como Charles L. Feinberg
classifica os versículos 10 a 14 de Obadias?
R. “Boletim de ocorrência” dos
crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Revista
Betel 3Tr23, na íntegra
Lição 5, Betel, Obadias, O
Juízo Divino Virá, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
EBD, Revista Editora
Betel, 3° Trimestre De 2023, TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO
TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a DEUS.
Anunciando a esperança da salvação através do Messias
TEXTO ÁUREO
“Humilhai-vos, pois, debaixo
da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte.” 1 Pedro 5.6
VERDADE APLICADA
Andemos em ESPÍRITO para não sermos dominados pela soberba,
revanchismo e ódio, mas revestidos de amor e bondade, confiando no Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o cenário da
mensagem de Obadias
Destacar o pecado do povo de Edom.
Apresentar lições de Obadias para os dias de hoje.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – OBADIAS
1.1-4; 21
1 Visão de
Obadias: Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação
do Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e
levantemo-nos contra ela para a guerra.
2 Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.
3 A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas,
na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?
4 Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te
derribarei, diz o Senhor.
21 E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú;
e o reino será do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Pv 17.5 O que se
alegra com a calamidade será punido.
TERÇA 1 Co 1.10 Não haja entre vós dissensões.
QUARTA 2Co 12.9-10 A graça de DEUS nos basta.
QUINTA Ef 4.30-32 A importância de perdoamos uns aos outros.
SEXTA Hb 12.15-17 Cuidado para não se privar da graça de DEUS.
SÁBADO 1Pe 2.9-10 A geração eleita, a nação santa, povo de DEUS.
HINOS SUGERIDOS: 371, 372, 386
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que possamos resolver
os conflitos com sabedoria, oração e prática da Palavra.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO
PROFETA OBADIAS
1.1. Conhecendo um pouco mais
o profeta
1.2. A mensagem do
profeta
1.3. DEUS comanda a
história
2- O pecado de Edom
2.1. A punição de Edom
2.2. A violência agrava os
conflitos
2.3. Judá será
restaurada
3- OBADIAS PARA HOJE
3.1. A lei da semeadura e
retribuição
3.2. O Dia do Senhor
3.3. O alerta de Obadias
INTRODUÇÃO
O livro
de Obadias tem a peculiaridade de proferir suas palavras contra os
edomitas, por causa do mal que causaram a Judá e Jerusalém. A mensagem de
Obadias retrata a ira de DEUS contra os edomitas.
PONTO DE
PARTIDA
DEUS é o
Juiz de todo o universo.
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO
PROFETA
OBADIAS
Os
descendentes de Esaú hostilizavam abertamente os descendentes de Jacó,
desconsiderando-os como um povo irmão. Tal comportamento suscitou a ira de DEUS
e, por meio do profeta, o Senhor anunciou o fim daquele povo. As palavras de
Obadias a Edom foram: “A soberba do teu coração te enganou” [Ob 3].
1.1. Conhecendo um pouco mais
o profeta
O nome
Obadias significa “servo do Senhor”. Nada mais é dito a respeito dele e suas
palavras revelam um pouco do profeta. Não há consenso quanto a data de sua
profecia. É uma das mensagens proféticas mais difíceis de se estabelecer uma
data. A título de informação, recorrendo a vários comentários sobre
o livro de Obadias, quanto ao aspecto data, as opiniões chegam a variar do
nono até ao segundo século a.C. Os profetas Jonas e Naum têm em comum com
Obadias o fato de suas mensagens não serem direcionadas para Israel nem para
Judá e, sim, para nação uma estrangeira (ou a respeito dela).
Subsídio
1.1
Revista
Betel Dominical, 2° Trimestre/1994 – Auxílios Didáticos ao Professor, p.
18: “Os estudiosos do livro acham difícil designar-lhe uma época
específica. Algumas estimativas chegam a variar em torno de seis séculos. Com
toda probabilidade, Obadias, profeta que viveu antes do exílio babilônico,
previu pelo ESPÍRITO de Profecia a
condenação de Edom, o maior inimigo de Israel. Compare-se Jeremias 49.7-22 com
relação a uma profecia posterior sobre o mesmo assunto, a qual contém muitas
similaridades verbais com a predição que temos agora diante de nós.”
1.2. A mensagem do
profeta
Obadias inicia
sua profecia dizendo que recebeu uma visão da parte do Senhor a respeito de
Edom. O profeta anunciou que os edomitas seriam castigados, assim como outros
povos inimigos do povo de DEUS. Isso porque os edomitas se alegraram
quando Jerusalém foi conquistada pelos babilônios. Essa postura
desagradou ao Senhor que, por meio do profeta Obadias, anunciou sua destruição.
Embora o cerne da mensagem do profeta fosse o castigo do povo de Edom, Obadias
não deixa de trazer uma mensagem de esperança ao povo de DEUS. Ele discorre
acerca do “Dia do Senhor”. Nesse dia, o profeta afirma que o Senhor traria
justiça contra os inimigos dEle, assim como vitória para aqueles que
permanecessem fiéis a DEUS [Ob 17]. Embora não haja detalhes de como será esse
dia, o profeta afirma que: “(…) o reino será do Senhor” [Ob 21], numa clara
mensagem de confiança e afirmação na soberania de DEUS.
Subsídio 1.2
Bíblia de
Estudo Pentecostal: “Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a
Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro,
também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú
e Jacó em Romanos 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que DEUS
nos dá; todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto
gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos [Rm 10.9-13; 15.7-12].”
1.3. DEUS comanda a
história
No primeiro
versículo o profeta diz que as nações estariam se levantando contra Edom:
“Visão de Obadias: Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a
pregação do Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo:
Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.” [Ob 1]. Embora por
motivos diferentes, as nações que declarariam guerra a Edom, estariam na
realidade cumprindo o propósito de DEUS sobre aquela nação, mesmo que
desconhecessem tal fato. Com isso, fica evidente que DEUS comanda a história e
a conduz em direção à Sua vontade final.
Subsídio
1.3
Adilson
Faria Soares (Lições Bíblicas, CPAD, 2° Trimestre de 1993, p. 15-16): “Nos
versículos 1, 2, 8, 18, encontramos por quatro vezes as expressões “Assim diz o
Senhor” e o “Senhor o disse” como prova de origem e autoridade divina da sua
mensagem, que anuncia o juízo moral de DEUS contra as nações, inclusive Edom,
por sua crueldade contra Israel. Concluímos que todas as nações serão julgadas
no dia do Senhor, nenhuma escapará.”
EU ENSINEI
QUE:
A mensagem
de Obadias é um alerta de DEUS para todos, mostrando que DEUS resiste ao
soberbo.
2- O pecado de Edom
Os pecados
cometidos por Edom que o levaram a esse terrível juízo foram o orgulho e a
crueldade. Por isso, o orgulho deles os destruiriam, pois pensavam que sua
posição geográfica seria um empecilho aos ataques inimigos e uma imbatível
proteção contra qualquer tentativa de guerra. É assim que a altivez derruba
pessoas, nações e líderes que se julgam incapazes de serem atingidos [Ob 3].
2.1. A punição de Edom
A
conspiração e a deslealdade das nações vizinhas foram usadas para dar início ao
propósito de DEUS para julgar os edomitas. Por causa do orgulho que os cegou e
a atitude de desprezo e contentamento pelo mal que chegou aos moradores de
Jerusalém e Judá (povo irmão), a ira do Senhor se acendeu contra eles [Ob 18].
Os edomitas foram exterminados como povo ao longo dos tempos. O lugar de sua
habitação, antes lugar de segurança e invencibilidade, tornou-se uma das mais
inóspitas da terra. A Palavra de DEUS é fiel e se cumpre na vida de
todos, ainda que pareçam inabaláveis em suas posições e seguros de seus
recursos.
Subsídio
2.1
Ev.
Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 23)
comentou sobre Obadias 3: “A soberba do teu coração te enganou”: “Uma das
armas que o adversário mais usa para derrotar a muitos é a soberba. Como:
Ezequiel 28.2, 9; Atos 12.23; Daniel 4.25, 30, e muitos outros. Pois DEUS abate
o soberbo e exalta o humilde [Tg 4.6], (…) A soberba dá ao homem asas como
águia para viver nas alturas de sua arrogância, porém se esquece que DEUS é
sobre todas as coisas e nos dá um lembrete: “se puseres o teu ninho entre as
estrelas, de lá te derrubarei” (ver 4).”
2.2. A violência agrava os conflitos
Os edomitas
se negaram a ajudar o povo de Israel, quando este precisou atravessar suas
terras estando em Cades. Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom [Nm 20.14,
17]. Apesar da promessa de que se limitariam a passar pela terra sem causar
qualquer prejuízo, a resposta do rei ao pedido de Moisés foi uma dura palavra
naquele momento em que Israel precisava de ajuda. Ele não mostrou bondade ou a
cordialidade que deveriam existir, pois seus antepassados eram irmãos [Nm
20.18].
Subsídio
2.2
Comentário
Shedd: “Esta nação, composta dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (que
veio a ser chamado Israel), repetidas vezes estava em guerra contra a nação
irmã, Israel. O caso mais terrível desta inimizade, entretanto, revelou-se
quando os babilônios destruíram a cidade de Jerusalém juntamente com o templo
em 586 a.C., oportunidade aproveitada pelos edomitas para depredar o que
restava da cidade e das fazendas abandonadas.”
2.3. Judá será
restaurada
Apesar do
cenário devastador, segundo Obadias 21, esse panorama seria radicalmente
alterado e o curso da história tomaria novos rumos. Judá experimentaria um
tempo de restauração: “Portanto, diz: DEUS resiste aos soberbos, dá, porém,
graça aos humildes” [Tg 4.6], O profeta cita os nomes dos patriarcas para
promover a esperança de que os exilados veriam as promessas cumpridas,
reforçando, desta maneira, a fé do povo em DEUS que é fiel à Sua Palavra [SI
115; Mq 7.20], Esta última mensagem de Obadias 21 está de acordo com o grande e
perfeito plano de DEUS também revelado ao apóstolo João: “Os reinos do mundo
vieram a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO, e ele reinará para todo o sempre”
[Ap 11.15].
Subsídio 2.3
O Novo
Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O reino será do Senhor – Essas
foram as últimas palavras de Obadias contra toda a arrogância, o orgulho e a
rebelião humana. Edom achava-se indestrutível, mas o Senhor humilhou aquela
nação e restaurou Judá, que estava caída. Muitas pessoas são tentadas a achar
que estão fora do alcance de DEUS. Não obstante, DEUS as humilhará, assim como
exaltará aqueles que se humilharem diante dEle. E, no grande dia, Ele
estabelecerá seu justo governo sobre todos.”
EU ENSINEI
QUE:
A
solidariedade, a cordialidade e a generosidade são essenciais à vida
e às relações de todos aqueles que não desejam experimentar as mazelas que a
soberba produz.
3- OBADIAS PARA HOJE
A profecia
de Obadias foi uma denúncia contra o comportamento do povo de Edom, que não
conseguiu restaurar um relacionamento saudável por causa do problema entre os
irmãos Esaú e Jacó. A hostilidade entre os irmãos se perpetuou
através das novas gerações. Embora os irmãos tenham se acertado [Gn 33.4], as
gerações seguintes se sentiram prejudicadas e adotaram um comportamento de
rejeição e rivalidade com os descendentes de Jacó.
3.1. A lei da semeadura e
retribuição
Uma das
mensagens que continua sendo relevante para os nossos dias: Edom desprezou a
lei da semeadura e retribuição. Sua arrogância o enganou a tal ponto que chegou
a considerar que estava acima desta lei e que, portanto, jamais seria alcançado
por ela [Ob 3]. Notamos que o Senhor revelou a causa da destruição que estava
por vir [Ob 10-14], Ou seja, os atos de violência e soberba de Edom teriam
consequências. Não nos deixemos enganar, pois o apóstolo Paulo também escreveu
sobre esse relevante assunto, enfatizando que de DEUS não se zomba [G1 6.7-9].
O escritor aos Hebreus também alertou sobre a justa retribuição que a
desobediência recebe [Hb 2.2]. O fato de termos sido alcançados pela graça de JESUS
CRISTO não nos dispensa de servirmos ao Senhor com reverência e temor [Hb
12.28-29]. Aprendemos com esta reflexão a partir de Obadias e à luz da mensagem
do Novo Testamento a importância do arrependimento, vigilância, temor,
humildade e um contínuo andar em ESPÍRITO .
Subsídio 3.1
Bispo Oídes
José do Carmo (Revista Betel Dominical – 2° Trimestre de 2008, p. 26):
“Entendeu porque Obadias é um profeta excepcional? Ele nos transmite exemplo de
humildade, de amor e de confiança em DEUS; adverte-nos contra a soberba, a
inimizade e a ira que leva a atos de vingança. O profeta deixa claro que todos
aqueles que tiram proveito das desgraças e infortúnios de alguém que esteja
sendo punido por DEUS, e se ensoberbecem sobre eles, serão julgados por estas
atitudes reprováveis. Além de tudo isto, ele coloca-nos diante da grandeza da
justiça, do poder e do amor incomparáveis de DEUS.”
3.2. O Dia do Senhor
Sobre o Dia
do Senhor, Obadias, assim como os demais profetas, traz ensinamentos de que DEUS
exige justiça; não apenas em um futuro distante, mas também no tempo em que os
acontecimentos se desenrolam contra seu povo: “Porque o dia do Senhor está
perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua
maldade cairá sobre a tua cabeça.” [Ob 15]. O amor e a misericórdia de DEUS não
permitem que Ele compactue com o pecado e a desobediência dos homens. O dia do
Senhor é um dia de julgamento e justiça divina.
Subsídio 3.2
Comentário
Bíblico Moody: “O Dia do Senhor é o dia em que DEUS vai julgar a perversidade e
vingar a justiça. DEUS é misericordioso, mas não vai tolerar o pecado para
sempre. Quando o pecador, individual ou nação, ignora completamente as regras
divinas, Ele vem para julgar e vingar [Jl 2.1; Am 5.18-20; Sf 1.7-8,14-18; Ez
25.12-14; 35.1-15]. (…) Os juízos do Senhor se basearão sobre a justiça, não no
capricho ou na vingança. O castigo não será menor nem maior que os crimes
cometidos. (…) A sentença de um pecador não será desproporcional aos seus
pecados, mas por ter certeza de que sofrerá por seu pecado.”
3.3. O alerta de Obadias
A profecia
de Obadias é uma clara mensagem contra o orgulho, a arrogância e falta de
cordialidade e empatia entre os homens, principalmente entre aqueles que
deveriam mostrar-se solidários e não hostis para com seus irmãos. Não se deve
rejeitar ajuda àqueles que se encontram em circunstâncias adversas por causa de
situações mal resolvidas no passado, ou mesmo alegrar-se por isso. Fica claro
também que o mal comportamento de alguém não é justificativa para que outros
assim procedam. Mesmo quando os edomitas negaram ao povo de Israel passarem por
suas terras, a ordem do Senhor é que não deveriam revidar. O comportamento de
Jacó com sua família no passado não significava autorização para que os edomitas
agissem com hostilidade e desprezo com os descendentes dele. O desejo de
justiça por algo ou alguém pode facilmente ser confundido com vingança.
Subsídio 3.3
Adilson
Faria Soares (Lições Bíblicas – 2° Trimestre de 1993, p. 17): “DEUS envia
duras calamidades sobre aqueles que se regozijam com o sofrimento alheio [Pv
17.5;24.17-18].Como servos de DEUS, não nos alegremos pela queda de alguém,
antes demonstremos nosso amor e bondade e contribuamos para recuperá-lo [Mc
13.37; 1Co 10.12]”. Na presente reflexão é oportuno conectarmos o alerta de
Obadias exposto neste subtópico com a mensagem de JESUS CRISTO: Mateus 5.43-48.
Para tanto, precisamos cultivar o “andar em ESPÍRITO ”.
EU ENSINEI
QUE:
A mensagem
do profeta Obadias é um desafio para todos que arrogam para si a reparação das
injustiças sofridas.
CONCLUSÃO
O orgulho e
altivez vistos e denunciados pelo profeta Obadias em Edom são como uma semente
nos corações dos homens. Quanto mais a pessoa se afasta dos caminhos do Senhor,
mais esta semente cresce e vai dominando completamente a vida, levando-o a um
caminho de destruição.