Escrita Lição 5, Betel, Obadias, O Juízo Divino Virá, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 5, Betel, Obadias, O Juízo Divino Virá, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz  Henrique de Almeida Silva

EBD, Revista Editora Betel, 3° Trimestre De 2023, TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias

  




TEXTO ÁUREO

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte.” 1 Pedro 5.6

  

VERDADE APLICADA

Andemos em ESPÍRITO  para não sermos dominados pela soberba, revanchismo e ódio, mas revestidos de amor e bondade, confiando no Senhor.

  


 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar o cenário da mensagem de Obadias
Destacar o pecado do povo de Edom.
Apresentar lições de Obadias para os dias de hoje.

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA – OBADIAS 1.1-4; 21

1 Visão de Obadias: Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.
2 Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.
3 A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?
4 Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o Senhor.
21 E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú; e o reino será do Senhor.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Pv 17.5 O que se alegra com a calamidade será punido.
TERÇA 1 Co 1.10 Não haja entre vós dissensões.
QUARTA 2Co 12.9-10 A graça de DEUS nos basta.
QUINTA Ef 4.30-32 A importância de perdoamos uns aos outros.
SEXTA Hb 12.15-17 Cuidado para não se privar da graça de DEUS.
SÁBADO 1Pe 2.9-10 A geração eleita, a nação santa, povo de DEUS.

 

HINOS SUGERIDOS: 371, 372, 386

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OBADIAS

1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta

1.2. A mensagem do profeta 

1.3. DEUS comanda a história 

2- O pecado de Edom

2.1. A punição de Edom

2.2. A violência agrava os conflitos 

2.3. Judá será restaurada 

3- OBADIAS PARA HOJE

3.1. A lei da semeadura e retribuição 

3.2. O Dia do Senhor 

3.3. O alerta de Obadias 

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA AJUDA COM A LIÇÃO

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 Curiosidades

O termo Edom significa vermelho. Ele tem três possíveis origens: (a) os rochedos de arenito vermelho do país (há evidências de que o país pode ter sido chamado de 'Edom, ou “vermelho”, antes de Esaú ter subjugado os horeus); (b) o cabelo vermelho de Esaú por ocasião de seu nascimento; (c) ou o guisado vermelho que Esaú recebeu em troca de sua herança (Gn 25.25-30).

Esaú parece ter se estabelecido em uma parte do Neguebe, ao sul de Berseba (Gn 28.9) que naquela época era chamada de Seir (Gn 32.3; 33.16; 36.8). Esta continuou sendo a morada dos edomitas mesmo depois da época de Moisés e Josué, que tiveram contato com eles a leste de Cades-Barnéia (Nm 20.14-21; 34.3; Dt 2.1-8) e ao sul da divisão das tribos de Judá (Js 15,1,21).

A área montanhosa que os edomitas (q.v.) invadiram, e da qual fizeram sua sede do século XIII até o século VI a.C. estende-se ao sul de Moabe, com sua fronteira no rio Zerede, por cerca de cento e dez quilômetros até o Golfo de Acaba. Este território é formado por pórfiro e montanhas de arenito coloridas, sendo o mais formidável e imponente panorama de pedras do mundo. Destas montanhas da Transjordânia, os edomitas olhavam para baixo e avistavam um labirinto de rochedos íngremes, precipícios, saliências pedregosas, e vales estreitos. Esta extensão a leste da depressão de Arabá é, na verdade, a extremidade do cume de um planalto deserto, coberto de pedras e salpicado de porções de terra fina e pedaços de madeira dispersos. Os muros dos rochedos a oeste são íngremes e expostos, negros e vermelhos, surgindo da areia amarela pálida do solo do deserto de Arabá. O terreno do vale onde se localiza Petra é tão sulcado que pode ser alcançado por um profundo desfiladeiro, que em alguns trechos é tão estreito que só permite a passagem de dois cavaleiros lado a lado. Além das plantações de trigo no planalto leste, os desfiladeiros mais largos proporcionam alguns campos férteis e plataformas para vinhedos. Seus promontórios de mais de 1600 metros de altitude precipitam algum tipo de umidade dos ventos oeste, que são predominantes, e que naquele ponto já passaram pelo Neguebe, de forma que esta é comparativamente uma terra bem irrigada. E assim, o Monte Seir (q.v.) era um forte bem suprido, com suas minas de cobre e de ferro no Arabá. Ele era tão alto, imponente e cercado pelo precipício e montanhas recortadas, que podia ser considerado praticamente inconquistável. Foi a este aspecto que o profeta Obadias referiu-se nos versos 3 e 4 quando escreveu sobre a localização de Edom nas fendas das rochas, fazendo seu ninho em meio às estrelas, e vangloriando-se, “Quem me derribará em terra?”

Vivendo nesta terra rica e tão fortificada, os edomitas usufruíram de uma civilização superior à das tribos dos desertos que os circundavam. Além disto, eles consideravam os seus parentes na Palestina, os israelitas, que por causa de suas fronteiras vulneráveis foram compelidos a fazer alianças com as nações vizinhas para que pudessem sobreviver. Os edomitas naturalmente absorveram algo proveniente das características de suas montanhas. Eles eram solitários, reservados, antipáticos e indiferentes em relação às reivindicações de piedade e parentesco. Por isto o Senhor os julgou; “Por três transgressões de Edom e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada e baniu toda a misericórdia; e sua ira despedaça eternamente, e retém sua indignação para sempre. Por isso, porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra” (Am 1.11,12). Esta passagem menciona as duas principais cidades de Edom por volta de 750 a.C.; Bozra (atual Buseireh), 30 quilômetros a sudeste do Mar Morto, e Temã, identificada por Nelson Glueck como um local coberto por fragmentos da cerâmica edomita conhecida como Tawilan, a leste do vale de Petra. A autossuficiência de Edom foi acentuada por sua posição geográfica, está situada em várias rotas de comércio do mundo antigo. Os senhores do Monte Seir em certas ocasiões controlavam os portos de Ácaba, aos quais os navios de Salomão chegavam com ouro de Ofir. Eles às vezes atacavam rapidamente as caravanas árabes e interrompiam o caminho para Gaza e Damasco. Os edomitas eram principalmente comerciantes, intermediários entre a Arábia e a Fenícia. Assim enchiam as suas cavernas com riquezas do leste e do oeste. Esta posição privilegiada acendeu o sentimento de inveja dos israelitas - especialmente pelo fato da terra de Edom ser tão separada e difícil de atacar. Mesmo assim, os reis de Judá como Davi, Amazias, e Uzias invadiram Edom com êxito, e obtiveram o controle do comércio oriental que fluía através dos portos de Elate e Eziom-Geber.

Bibliografia. D. W. Deere, The Twelve Speak, Nova York; American Press, 1958,1, 45-50. Nelson Glueck, “Transjordan”, TAOTS, pp. 433-445. G. A. Smith, The Book of the Twelve Prophets, Nova York. Harper, 1929, II, 177ss.

D. W. D.

 

Os edomitas eram um povo semítico descendente de Esaú (q.v.), que se estabeleceu no sul da Palestina e da Transjordânia por volta do segundo milênio a.C. Seu reino era cercado ao norte pelo deserto da Judéia, pelo Mar Morto, e pelo rio Zerede (atual Uádi el-Hasa); a leste pelo deserto Sírio; a oeste pela. Península do Sinai; e ao sul, pelo Golfo de Ácaba. Este território, chamado de Monte Seir (q.v.), foi anteriormente ocupado pelos horeus (Gn 14.6), aos quais os edomitas espoliaram e se estabeleceram em seu lugar (Gn 36.8,15-21). Veja Edom.

Os edomitas são pela primeira vez mencionados fora da Bíblia nas Tábuas Ugaríticas de Ras Shamra. Na lenda do rei Keret de Sidom é dito que este avançou contra o rei de Edom, mas o último o pagou com alguns presentes valiosos e lhe deu sua filha Mersheb-Hori em casamento. Registros egípcios do final do século XIII a.C. mencionam tribos beduínas de Edom que tinham permissão para entrar no Egito para adquirir comida durante o período de severa escassez (ANET, p. 259).

Os edomitas figuram de forma proeminente na Bíblia, frequentemente no papel de oponentes dos israelitas. O primeiro contato histórico entre os dois povos ocorreu quando os israelitas estavam avançando na Palestina a partir da península do Sinai. O território edomita está situado ao longo da rota proposta por Moisés, de forma que os israelitas buscavam permissão para passar pacificamente através de seu território: “Não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus termos". O rei de Edom recusou este pedido mesmo tendo recebido de Moisés a seguinte garantia: “... se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, darei o preço delas” (Nm 20.14-21).

À principal fonte de renda dos edomitas originava-se do comércio e das taxas cobradas para “proteger” as caravanas que levavam incenso do Sul da Arábia para a costa do Mediterrâneo. Eles também praticavam a agricultura, e cultivavam trigo em uma pequena extensão; porém a chuva é muito escassa na área. Eles plantavam videiras e oliveiras nas proximidades das regiões irrigadas por fontes naturais, Uma outra fonte de renda surgia do cobre retirado da mina de Arabá. A religião dos edomitas parecia ser politeísta. Entre as divindades que podem ser identificadas pelos nomes dos seus reis estão Qos e Hadade.

Os edomitas alcançaram o ápice de sua prosperidade quando os grandes impérios do passado foram enfraquecidos pelo ataque e pela invasão dos egeus, e desfrutaram os últimos dias quentes de outono nos séculos XII e X a.C. Durante o século XIII, os edomitas haviam expandido seu território passando a incluir as montanhas e florestas da Transjordânia. Para proteger sua fronteira leste dos ataques repentinos daqueles que habitavam no deserto, eles ergueram uma série de fortalezas próximas o suficiente umas das outras para possibilitar a comunicação por sinais de fumaça. Nelson Glueck ao passar por estes locais, vendo as ruínas das cidades, recolheu muitos fragmentos de cerâmica deste período.

Com a Ascenção de Davi, os edomitas tornaram-se vassalos do reino de Israel. Foi provavelmente Davi quem destruiu os fortes dos edomitas na fronteira oeste de Arabá, como no caso de dois deles no séc. XI a.C., nas proximidades de Jebel Usdum, o “Monte de Sodoma”. Eles permaneceram naquele estado durante o reinado de seu  filho Salomão (1 Rs 11.14-17), que construiu o porto de Eziom-Geber (atual Tell el-Kheleifeh próximo ao atual porto de Ácaba), no coração do território edomita (1 Rs 9.26). Salomão também abriu inúmeras minas e construiu uma grande indústria de fusão de minérios que tem sido estudada por arqueólogos judeus nos últimos anos.

Com a morte de Salomão e a divisão do reino de Israel, os edomitas tornaram-se novamente independentes. Entretanto, com a ascensão do império Assírio no século IX a.C., os edomitas começaram a pagar tributos à Assíria, e se envolveram nas inúmeras revoltas contra OS governantes assírios que foram instigadas pelo Egito. As dificuldades dos edomitas eram, de feto, maiores do que as de seus vizinhos, já que sempre se encontravam pagando tributos à Assíria com uma mão, e ao reino de Judá com a outra.

Uma revolta contra Judá parece ter ocorrido em torno do século IX a.C., mas ela foi debelada por Amazias com grande severidade (2 Rs 14.7); Amazias eliminou muitos dos edomitas lançando-os do alto do rochedo da fortaleza em Petra (2 Cr 25.12), um local agora conhecido como Umm el-Biyara. Este ato de fato enfraqueceu os edomitas, e assim deixaram de ter um papel de grande importância na história do Oriente Próximo. Todavia, os edomitas regozijaram-se quando Nabucodonosor capturou a cidade de Jerusalém (Sl 137.7), e os profetas os denunciaram por tratarem mal sua nação irmã, Judá (Jr 49.7-22; Ez 25.12-14). Devido à semelhante insensibilidade de Edom quando Jerusalém foi saqueada em seus dias, Obadias advertiu a casa de Esaú que o julgamento cairia sobre eles, e assim nunca mais se regozijariam sobre Judá (Ob 10,14).

Deve ter sido logo após este evento que os nabateus começaram a desalojar os edomitas de seu país e ocuparam-no. Já em 646 a.C., Assurbanipal da Assíria havia conhecido os nabateus (q.v.) em sua campanha contra os árabes, nas proximidades da terra de Edom (ANET, pp. 297300־). Parece que com a redução de seu número e a perda da maior parte de seu território, os edomitas foram para o sul da Palestina, que mais tarde passou a ser chamada de Iduméia (q.v.). Ali parece não ter havido nenhum relacionamento entre os nabateus e os edomitas, ou idumeus. Antipater e seu filho Herodes o Grande, eram ambos idumeus, e viam os nabateus como um povo hostil, e de natureza diferente da sua. D. C. B. - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD

 

 

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OBADIAS -

Pelo menos 12 homens têm este nome no AT.

1.       Um descendente de Davi (1 Cr 3.21).

2.       Um dos chefes da tribo de Issacar (1 Cr 7.3).

3.       Um gadita que se juntou a Davi em Ziclague (1 Cr 12.9).

4.       Um benjamita, descendente de Saul e Jônatas (1 Cr 8.38; 9.44).

5.       Um levita (1 Cr 9.16), aparentemente idêntico a Abda (Ne 11.17), que foi o fundador de uma família de porteiros (Ne 12.25).

6.       Um zebulonita (1 Cr 27.19).

7.       Um dos príncipes de Josafá que ensinou a lei nas cidades de Judá (2 Cr 17.7 ).

8.       Um levita que supervisionava os trabalhadores que reparavam o Templo sob o governo de Josias (2 Cr 34.12).

9.       Um líder israelita, descendente de Joabe, que retornou da Babilônia (Ed 8.9).

10.     Um sacerdote que selou a aliança na época de Neemias (Ne 10.5).

11.     Um administrador ou governador encarregado do palácio de Acabe e Jezabel (1 Rs 18.3-16). Desde sua mocidade ele era um homem temente a DEUS. Durante a perseguição de Jezabel, Obadias escondeu 100 profetas em duas cavernas. Enviado por Acabe para procurar pastagens para os cavalos e mulas reais, Obadias foi encontrado por Elias. Subsequentemente Obadias fez um arranjo para que Acabe se encontrasse com Elias no monte Carmelo, onde os profetas de Baal foram mortos, Um selo antigo com o texto hebraico “A Obadias servo do rei” pode fazer referência a este servo de Acabe. A identificação deste Obadias no Talmude babilônico (Sanhedrin 395) com o profeta Obadias é duvidosa.

12.     Um profeta que é melhor conhecido pelo livro que leva o seu nome. Nenhuma informação está disponível sobre ele, pessoal mente. Seu livro parece indicar que ele era um cidadão de Judá. E muito duvidoso que possa ser identificado com o capitão do rei Acazias (2 Rs 1.13-15), como faz o Pseudo- Epifânio na obra The Lives of the Prophets. Nem é provável que a tradição talmúdica seja correta ao identificá-lo como um prosélito de origem edomita. Quanto à data dos escritos de Obadias. J. S. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

 

OBADIAS LIVRO DE:

Na disposição atual da Bíblia Hebraica este livro é listado como o quarto dos Profetas Menores, A LXX o coloca em quinto lugar.

Autor

Veja Obadias, o 12º homem listado em Obadias.

Tema

O tema distinto deste livro é a reprovação que o profeta faz em relação aos edomitas, por seu orgulho ao se regozijarem pelas desgraças que aconteceram a Jerusalém.

 

Esboço

Sendo o mais curto dos livros do AT, ele possui apenas um capítulo dividido em 21 versículos.

I.        Queda de Edom de sua Posição de Fortaleza, vv. 1-9

II.       Orgulho, a Causa da Condenação de Edom, vv. 10-14

III.      O Juízo de DEUS sobre Edom, vv. 15,16

IV.      Superioridade Final de Israel, vv. 17-21

 

Data

Nenhuma data específica é expressa para se definir com precisão a atividade de Obadias. Ela parece estar definitivamente ligada a uma época em que uma terrível desgraça aconteceu na cidade de Jerusalém, e os edomitas alegremente se orgulharam do fato de que eles, por causa de sua localização geográfica, estavam imunes a esta tragédia. A questão crucial é a data da calamidade de Jerusalém descrita nos vv, 11-14.

As invasões significativas às quais Jerusalém foi submetida durante os vários períodos do AT foram; (1) Por Sisaque durante o reinado de Roboão (1 Rs 14.25,26); (2) Pelos filisteus e arábios enquanto Jeorão era rei (2 Cr 21.16,17; 2 Rs 8.20); (3) Pelo rei Joás de Israel enquanto Amazias governava em Jerusalém (2 Rs 14.13,14); (4) Pelos edomitas que atacaram Judá durante o reinado de Acaz (2 Cr 28.17); (5) Por Nabucodonosor, que não só invadiu Judá, mas reduziu Jerusalém com seu Templo a ruínas durante os anos 605-586 a.C. (2 Rs 24.1ss.).

O conteúdo de Obadias, de acordo com o consenso de estudiosos da atualidade, parece refletir mais particularmente as condições durante o reinado de Jeorão, em aprox. 848-841 a.C., ou a época da destruição literal de Jerusalém em 586 a.C. O ponto mais crucial são as interpretações dos versículos 11-14. Eles refletem uma completa devastação e destruição final de Jerusalém? Ou se referem a uma invasão, saque e pilhagem que não resultaram em sua destruição nem em um exílio que pôs fim ao reino de Judá? Esta invasão de que os edomitas participaram parece ser mais bem datada no reino de Jeorão. Esta opinião tem sido defendida por Delitzsch, Kleinert, Orelli, Kirkpatrick e Archer (cf. bibliografia).

A relação literária entre Obadias 1-9 e Jeremias 49.7-22 também merece uma séria consideração. Embora eles possam ter usado uma fonte comum, parece bastante provável que Jeremias, em sua extensa passagem, reflita o conhecimento de Obadias. Isto favoreceria uma data anterior para o livro de Obadias. Também foi sugerido que Joel, em seu livro, reflete o conhecimento de Obadias nas seguintes referências: Joel 3.19, cf.

Obadias 10; Joel 3.3, cf. Obadias 11; Joel 1.15; 2,1; 3.4,7,14, cf. Obadias 15; Joel 3.8, cf. Obadias 18. Esta possibilidade da mesma forma apontaria um período anterior para Obadias.

Bibliografia. Gleason L. Archer, A Survey of Old Testament Introduction, Chicago. Moody Press, 1964. Frank E Gaebelein, Four Minor Prophets, Chicago. Moody Press, 1970. Theodore Laetseh, Bible Commentary on the Minor Prophets, St. Louis. Concordia, 1956. Samuel J. Sehultz, The Old Testament Speaks, Nova York. Harper e Row, 1960.

S.J. S. - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

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LIÇÃO 5, OBADIAS, O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO

LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Para jovens e adultos

Tema: Os Doze Profetas Menores - Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de CRISTO.

Comentários da revista da CPAD: Pr. Esequias Soares

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva

  

TEXTO ÁUREO 

"Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça" (Ob 1.15).

  

VERDADE PRÁTICA

Obadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém escapará.

 

LEITURA DIÁRIA 

Segunda - Gn 25.22,23A inimizade desde a gestação

Terça - Sl 137.7O clamor pela punição de Edom

Quarta - Os 8.7Quem semeia vento colhe tempestade

Quinta - Na 1.3Deus não terá o culpado por inocente

Sexta - Gl 6.7A lei da semeadura e o princípio da retribuição

Sábado - Hb 2.2A desobediência receberá justa retribuição 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE- Obadias 1.1-4,15-18 

1Visão de Obadias: Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.2Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.3A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?4Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o SENHOR.
 

15 Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça.16 Porque, como vós bebestes no monte da minha santidade, assim beberão de contínuo todas as nações; beberão, e engolirão, e serão como se nunca tivessem sido.17 Mas, no monte Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.18 E a casa de Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderão contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o disse.

  

A RESPEITO DE EDOM. Os edomitas, vizinhos de Judá ao sul da fronteira, eram descendentes de Esaú (v. 6), irmão de Jacó. Assim sendo, tinham parentesco com Israel (v. 10). Apesar disso, Edom se tornara ferrenho inimigo do povo de DEUS, e frequentemente ajudava os exércitos que atacavam Israel. Devido a prolongada hostilidade de Edom, aliada ao ódio contra os israelitas, a ira divina viria sobre eles.

 

Por que o nome Edom? Edom significa vermelho e veio da cor do guisado que Esaú comeu quando trocou seu direito de bênçãos de primogênito por um prato de lentilhas vermelhas com seu irmão sabido, Jacó.

O DIREITO DO PRIMOGÊNITO: A primogenitura foi dada como lei à nação israelita (Dt 21.15-17) “15 Quando um homem tiver duas mulheres, uma a quem ama e outra a quem despreza, e a amada e a desprezada lhe derem filhos, e o filho primogênito for da desprezada, 16 Será que, no dia em que fizer herdar a seus filhos o que tiver, não poderá dar a primogenitura ao filho da amada, preferindo-o ao filho da desprezada, que é o primogênito. 17 Mas ao filho da desprezada reconhecerá por primogênito, dando-lhe dobrada porção de tudo quanto tiver; porquanto aquele é o princípio da sua força, o direito da primogenitura é dele.”. Ela concedia direitos e responsabilidades, privilégios e obrigações. Um primogênito recebia uma dupla porção de herança, ou das propriedades do pai da família. Jacó, em seu coração, desejava esse direito e isso agradou a DEUS. Já Esaú mostrou total desinteresse ao ponto de trocar o direito por comida, o que demonstra a leviandade com que sempre tratou seus pais e por conseguinte, a DEUS (Hb 12.16) “Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.”.

E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom
Gênesis 25:30

E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom
Gênesis 25:30

E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom
Gênesis 25:30

Gênesis 25:30 E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom.

A RECOMPENSA DO PRIMOGÊNITO: Quando Esaú vendeu o seu direito de primogênito, abriu caminho para que Jacó recebesse a recompensa que o direito lhe permitia. O filho mais velho oficiava-se como sacerdote da família na ausência do pai, ou quando o pai falecia. O primogênito recebia a benção superior de seu pai, o que, segundo se concebia, na época, tinha o poder de moldar os eventos futuros. Isso fica enfatizado no grande afã de Esaú por receber alguma benção de seu pai, (Gn 27:34) “Esaú, ouvindo as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai.” mas não se interessando pela primogenitura. A Palavra de DEUS nos ensina perseverar em buscar ao Senhor, e Jacó foi recompensado por perseverar no desejo de obter a primogenitura (Is 55:6) “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”, (Sl 9:10) “Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, nunca desamparaste os que te buscam.”.

Quando o crente coloca o seu coração a buscar ao Senhor e obedecer à sua vontade, alcança benção da parte de DEUS e desfruta de um relacionamento íntimo com Ele que o motiva, cada dia, entregar-se mais para o Senhor (Sl 27:4,8) “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo. Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, SENHOR, buscarei.”. Essa comunhão nos é apresentada nos Evangelhos pela pessoa de JESUS que manteve uma vida de constante oração que culmina com a oração no Jardim do Getsêmani (Mt 26:36) “Então chegou JESUS com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.”. JESUS é o primogênito de DEUS e oficiou sobre nós, seus irmãos, como devemos nos entregar para DEUS e submetermos à sua vontade. Quando assim fazemos DEUS é glorificado em nossas vidas (Mt 5:16) “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”.


Por que era para haver paz e amor entre os descendentes de Esaú (Amom) e Jacó (Monte Sião, ou Judá ou Judeus ou casa de Jacó)? Porque os dois fizeram as pazes e eram irmãos que se amavam e se perdoaram pelos desafetos do passado.

Gênesis 33:4 Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram.

 

Por que DEUS restituiu a Edom o mau que causara e que desejara a Israel?

Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gn 33), o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica (cf. Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm 8.14; 1 Rs 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.

Zacarias 2:8 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Depois da glória ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho.

Obadias 1.15 Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça

 

Obadias - BEP - CPAD

Esboço 

I. O Juízo de Edom (1-14) 

A. A Destruição Que Virá sobre Edom (1-4) 

B. A Devastação Será Completa (5-9) 

C. Motivo: A Alegria de Edom pelas Aflições de Judá (10-14) 

II. O Dia do Senhor (15-21) 

A. Julgamento de Edom e Outras Nações (15,16) 

B. O Lugar de Israel no “Dia do Senhor” (17-21) 

1. Salvação para Israel (17,18a) 

2. Destruição para Edom (18b) 

3. As Fronteiras de Israel Alargadas Como Parte do Reino de DEUS (19-21) 

Autor: Obadias

Tema: O Juízo de Edom

Data: Cerca de 840 a.C.; (podendo chegar a ser até 586 a.C.)

 

Considerações Preliminares 

O autor deste breve livro é um profeta chamado Obadias. No livro, não é mencionada a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo do Senhor”. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (e.g., 1 Rs 18.3-16; 2 Cr 17.7; 34.12,13). Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do AT. Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (vv. 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente. Houve cinco invasões de monta contra a cidade santa durante os tempos do AT: (1) a de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1 Rs 14.25,26); (2) a dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (ver 2 Cr 21.16,17); (3) a do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2 Rs 14.13,14); (4) a de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2 Rs 18.13); e (5) a dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2 Rs 24;25). Parte do contexto da profecia relembra Gn 25.19-34; 27.1—28.9, i.e., a longa rivalidade entre Esaú (pai dos edomitas) e Jacó (pai dos israelitas). Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gn 33), o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica (cf. Nm 20.14-21; 1 Sm 14.47; 2 Sm 8.14; 1 Rs 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.

Propósito 

Este livro foi escrito: (1) para revelar a intensa ira de DEUS contra os edomitas por terem se regozijado com o sofrimento de Judá; e (2) para entregar a palavra do juízo divino contra Edom. Obadias profetiza o resultado da atuação de DEUS: para os edomitas — destruição; para Israel, o povo de DEUS — livramento no futuro dia do Senhor.

Visão Panorâmica

O livro de Obadias possui duas seções principais. Na primeira (vv. 1-14), DEUS expressa, através do profeta, sua ardente ira contra Edom, e exige deste uma prestação de contas por sua soberba originada de sua segurança geográfica, e por ter-se regozijado com a derrota de Judá. O juízo divino vem sobre eles; não há nenhuma esperança da comutação da pena; nenhum convite lhes é feito para se arrependerem e voltarem ao Senhor. Serão exterminados para sempre! (v. 10). A segunda seção (vv. 15-21) refere-se ao dia do Senhor, quando Edom será destruído juntamente com todos os inimigos de DEUS, ao passo que o povo escolhido será salvo, e seu reino triunfará. 

Características Especiais 

Quatro aspectos básicos caracterizam a profecia de Obadias. (1) É o livro mais breve do AT. (2) É um dos três profetas vocacionados por DEUS a dirigirem sua mensagem quase que, exclusivamente, a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e Naum). (3) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias 49.7-22. (4) O livro não é citado nem aludido no NT.

O Livro de Obadias ante o NT 

Embora o NT não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no NT. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Rm 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que DEUS nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12).

  

Soberania de DEUS - Livre arbítrio

Romanos 9:10-21

E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de DEUS, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de DEUS? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de DEUS, que se compadece. Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a DEUS réplicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
 

A Soberania de DEUS e o Livre-arbítrio do Homem - Pr. Elinaldo Renovato de Lima

Publicado em 29 de Outubro de 2008 às 04:10:57 PM

Esse tópico trata do relacionamento de DEUS com o homem, feito à sua imagem, conforme a sua semelhança. Nesta condição é indispensável e forçoso que o homem tenha liberdade para agir ou deixar de agir; fazer ou deixar de fazer; pensar ou deixar de pensar; ser ou não ser; ter ou não ter, dentro de suas limitações espirituais, emocionais ou físicas. Como entender a soberania de DEUS que é a expressão de sua onipotência ante as ações do homem que em sua grande maioria rejeita o Criador e Salvador? Pode o homem ser realmente livre, diante do DEUS onipotente? Se DEUS é soberano, por que Ele não impede que o homem, em seu estado pecaminoso, cometa tantos desatinos e pecados? É o que desejamos apresentar, à guisa de respostas, com fundamento na Palavra de DEUS.  

A VONTADE SOBERANA DE DEUS

A vontade de DEUS é soberana. No entanto, Ele não é arbitrário. Em seu relacionamento com o homem, apresenta duas formas de expressar sua vontade. Uma de modo absoluto, diretivo, inevitável, como expressão de sua onipotência; outra, de modo permissivo, abrindo espaço para o homem agir, segundo a liberdade que lhe é concedida desde a criação, para que o mesmo seja, ao mesmo tempo, livre, responsável e responsabilizado por suas ações. 

Diz Paulo: “Não erreis: DEUS não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no ESPÍRITO  do ESPÍRITO  ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6.7-9). Parece-nos bem claro que o homem tem liberdade para “semear”, ou seja, agir, fazer ou praticar algo, seja certo, ou errado. Assim, pode ser santo ou ímpio. O apóstolo deixa bem patente que o que semear “na carne”, ou seja, de acordo com a natureza carnal, herdada do pecado original, “ceifará corrupção”, isto é, a condenação. Não será salvo. Não porque DEUS o predestinou, de modo arbitrário. Mas porque ele semeou. 

Por outro lado, se o homem semear “no ESPÍRITO ”, ou seja, der valor ao relacionamento espiritual com DEUS, “ceifará a vida eterna”. Será salvo (Jo 3.16; 5.24). No Apocalipse, lemos: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3.20; grifo meu). DEUS sempre permite um “se”, no seu relacionamento com o homem. Se ele quer viver com DEUS, na dimensão terrena, viverá com DEUS, na eternidade. Do contrário, se não quer saber de DEUS, viverá eternamente longe de sua presença. É uma escolha pessoal. Um direito. E uma grande responsabilidade, com repercussões para toda a eternidade. 

1) Vontade Permissiva de DEUS

Por que DEUS não impede que o homem faça o mal? Por que DEUS permite tanta violência? Quando alguém faz o bem, mesmo sem crer em DEUS, está sendo teleguiado por Ele? Seriam os homens “fantoches de DEUS”, como diz certo escritor? Está em foco o livre-arbítrio concedido por DEUS ao homem, para que este faça o que desejar e puder fazê-lo até mesmo o mal. DEUS pode impedir o mal. Porém, pela sua vontade permissiva, faculta ao homem escolher entre o bem e o mal. Se não houvesse permissão para o mal, não haveria também liberdade concedida. Seria uma contradição. 

2) A Vontade Diretiva de DEUS

Quando algo é visto por DEUS como uma coisa que deve ser impedida e o deseja impedir, Ele usa sua vontade diretiva: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13) “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). 

Há quem se inquiete, e indague: Por que DEUS não evita o mal se Ele tem todo o poder? Diante desse dilema, entre a permissão de DEUS para a existência do mal, e seu poder para evitá-lo, deve-se considerar que a longanimidade de DEUS é a paciência para com os pecadores, dando-lhes oportunidade para o arrependimento. Isso faz parte de sua relação com suas criaturas. Em sua soberania, Ele pode alargar o tempo para que a humanidade tome conhecimento do seu amor, e não só de sua justiça. Não obstante a sua soberania, Ele não age de modo arbitrário sobre os homens, criados à sua imagem, conforme a sua semelhança, para serem dominadores (Gn 1.26). 

 

A SOBERANIA E OS DECRETOS DE DEUS

São também chamados de “O Conselho de DEUS”, ou “o Plano de DEUS”; ou ainda, “As Obras de DEUS”. Refere-se aos propósitos de DEUS em relação aos homens, ao universo, e a todas as coisas, e de modo especial, à salvação da humanidade. “Este aspecto pode ser dividido em 1) seus decretos 2) sua providência 3) conservação”.7 Neste tópico, não estudamos a natureza de DEUS, em si, mas as suas obras, as suas ações, que constituem os seu plano divino (Ef 1.9; 3.11). 

1.EM RELAÇÃO AO UNIVERSO

Segundo Brancroft: 

Esse plano compreende todas as coisas que já foram ou serão; suas causas, condições, sucessões e relações, e determina sua realização certa. O Plano de DEUS inclui tanto o aspecto eficaz como o aspecto permissivo da vontade de DEUS. Todas as coisas estão incluídas no plano de DEUS, porém algumas Ele as origina e outras Ele as permite. No aspecto eficaz do plano de DEUS incluímos aqueles acontecimentos que Ele resolveu efetuar por meio de causas secundárias ou pela sua própria agência imediata. No aspecto permissivo de DEUS, incluímos aqueles acontecimentos que Ele resolveu permitir que fossem efetuados por livres agentes.8 

Nessa conceituação, vemos a vontade diretiva (ou decretatória), e a vontade permissiva de DEUS.

Concordamos perfeitamente quanto ao decreto divino, em seus aspectos amplo e geral, em relação ao universo e às coisas criadas, bem como aos acontecimentos que ocorrem, seja por vontade diretiva, seja por vontade permissiva de DEUS. A Bíblia tem inúmeras referências que corroboram esse entendimento: “Este é o conselho que foi determinado sobre toda esta terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem pois o invalidará? E a sua mão estendida está; quem, pois, a fará voltar atrás?” (Is 14.26,27) “Para sempre, ó Senhor, a tua palavra permanece no céu. A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece. Conforme o que ordenaste, tudo se mantém até hoje; porque todas as coisas te obedecem” (Sl 119.89-91). 

 

2. EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS, COMO AGENTES-LIVRES 

Neste aspecto, desde muitos séculos, há grandes discussões teológicas sobre a intervenção de DEUS na vontade do homem, segundo seu decreto, sobretudo no que tange à salvação. De um lado, há os que crêem firmemente que DEUS, em sua soberania, elegeu e predestinou algumas pessoas para serem salvas, e outras, para serem condenadas. Dentre os ensinos teológicos sobre os decretos de DEUS em relação aos homens, destacamos os seguintes:

 

2.1. CALVINISMO - PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA

É a doutrina formulada por João Calvino (1509-1564). Teólogo protestante francês, formou-se em filosofia na Universidade de Paris. Estudou direito, mas não se dedicou à vida jurídica. Mudou-se para a Suíça, onde escreveu sua grande obra, Institutas. Sua doutrina defende a ideia da predestinação absoluta, fundamentada na soberania de DEUS. O homem nada pode fazer para ser salvo; nem mesmo ter fé, pois nessa interpretação, a fé, a vontade, a decisão, e tudo o que diz respeito à salvação, depende de DEUS. Pode ser resumida em cinco pontos: 

(1) Total depravação. “O homem natural não tem condição de entender as coisas de DEUS; Jamais poderá salvar-se, a menos que DEUS lhe infunda a fé. Sua depravação faz parte de sua natureza (Jr 13.23; Rm 3.10-12; 1 Co 2.14; Ef 1.3);”

Segundo essa doutrina, nem a fé para a salvação pode o homem ter; é necessário que DEUS lhe conceda. 
(2) Eleição incondicional. Ensina que “DEUS elegeu somente alguns para serem salvos; CRISTO morreu apenas pelos eleitos” (Jo 6.65; At 13.48; Rm 8.29; Ef 1.4,5; 1 Pe 2.8,9); 

Esse é um ponto fundamental da doutrina esposada por Calvino. Aceitá-la é concordar que DEUS faz discriminação, ou acepção de pessoas; mais crucial ainda é aceitar que DEUS elege pessoas para serem salvas, desde o ventre; enquanto predestina a maior parte, irremediavelmente, para a condenação eterna; tais assertivas, não obstante arrimarem-se em referências bíblicas, contrariam o sentido geral da Palavra de DEUS, bem como contradizem de forma contundente o caráter de DEUS revelado nas Escrituras.
(3) Expiação limitada (ou particular). “A salvação, ainda que para todos só é alcançada pelos eleitos” (Jo 17.6,9,10; At 20.28; Ef 5.25; Tt 3.5). 

Se a eleição condicional colide com a ideia de um DEUS justo, que não faz acepção de pessoas, a ideia da expiação limitada faz do sacrifício de CRISTO uma encenação terrível. Se alguns já nascem, de antemão eleitos, certamente, a Bíblia deveria afirmar que JESUS viera ao mundo para salvar apenas os eleitos. 
(4) Graça irresistível. “Para os eleitos, a graça é irresistível. Mesmo que pequem, serão salvos; para os não-eleitos, a graça não lhes alcança; mas agem livremente”. 

Um pouco de leitura da Bíblia, confrontando passagens de seu conteúdo nos mostram que a graça de DEUS se manifestou a todos os homens e não apenas a um seleto grupo de eleitos, ou predestinados. 

(5) Perseverança dos salvos. Segundo Calvino, “o ESPÍRITO  SANTO faz com que os eleitos perseverem. Não são eles que têm a decisão de perseverar. Eles não podem perder a salvação. É impossível um eleito se perder”.

Essas são as alegações usadas pelos calvinistas para fundamentar a doutrina da predestinação absoluta.

Strong afirma que os “decretos de DEUS podem ser divididos em: relativos à natureza, e aos seres morais. A estes chamamos pré-ordenação, ou predestinação; e destes decretos sobre os seres morais há dois tipos: o decreto da eleição e o da reprovação […]”9 

A visão de Strong é calvinista. Admite que DEUS predestina uns para serem salvos, queiram ou não; e outros, para a perdição eterna, queiram ou não. Parece-nos que essa doutrina contraria diversos atributos naturais de DEUS, tais como o da justiça, do amor, e da bondade divinos. A Bíblia diz: “Pois o Senhor, vosso DEUS, é o DEUS dos deuses e o Senhor dos senhores, o DEUS grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas” (Dt 10.17). “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que DEUS não faz acepção de pessoas” (At 10.34). “Porque, para com DEUS, não há acepção de pessoas” (Rm 2.11). 

O DEUS que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor JESUS CRISTO, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9). “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9). Assim, se DEUS não faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados para a salvação, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a perdição.

Strong, mesmo defendendo a predestinação, diz que “Nenhum decreto de DEUS reza: “Pecarás”. Porque 1) nenhum decreto é dirigido a você; 2) nenhum decreto sobre você diz: “você fará”; 3) DEUS não pode fazer pecar, ou decretar fazê-lo. Ele somente decreta criar, e Ele mesmo age, de tal modo que você queira, de sua livre escolha, cometer pecado. DEUS determina sobre os seus atos prever qual será o resultado dos atos livres das suas criaturas e, deste modo, determina os resultados” (grifos meus).

Ora, se DEUS “não pode fazer pecar”, mas condena pessoas desde o ventre à condenação, elas terão que pecar, para que se cumpra o decreto condenatório. Do contrário, se não pecarem, como serão condenadas? Por outro lado, se as pessoas “de sua livre escolha”, podem cometer ou não, o pecado, não vemos como harmonizar o livre-arbítrio com a doutrina da predestinação. De fato, os que defendem a predestinação absoluta negam que DEUS tenha dado livre-arbítrio ao homem. Simplesmente, os homens se comportariam como se fossem marionetes do destino traçado por DEUS. Nos parece que a predestinação absoluta equivale ao fatalismo dos árabes, que dizem “maktub”, “está escrito”. Sua aceitação entra em conflito com os atributos morais de DEUS, de bondade, amor e justiça. Por mais que os teólogos defensores dessa doutrina argumentem, buscando embasamento bíblico, jamais poderão convencer que DEUS discrimina uns em detrimento de outros, com base no caráter de DEUS, revelado nas Escrituras Sagradas.

 

2.2. ARMINIANISMO - A PREDESTINAÇÃO RELATIVA

Doutrina pregada por Jacobus Arminius (1560-1609). Foi sucessor de Calvino, e concluiu que o teólogo francês se equivocara. Sua doutrina também pode ser resumida em cinco pontos: 

(1) A predestinação de DEUS é condicional (e não absoluta). “DEUS escolheu baseado em sua presciência. Qualquer pessoa que crê pode ser salva” (Dt 30.19; Jo 5.40; Tg 1.14; 1 Pe 1.2; Ap 3.20). 

Em todos os livros da Bíblia, percebe-se que o relacionamento de DEUS com o homem exige condições; se o homem as cumpre, é abençoado; se não as cumpre, é penalizado. Se uns nascessem predestinados para a vida eterna, não adiantaria pregar o evangelho, conforme a Grande Comissão (Mc 16.15,16);
(2) A expiação é universal. “O sacrifício de JESUS foi a benefício de todos os pecadores. Mas só os que crêem nEle serão salvos” (cf. Jo 3.16; 12.32; 17.21; 1 Tm 2.3,4; 1 Jo 2.2); 

Os textos bíblicos referenciados são de uma clareza cristalina, quando se referem à expiação; esta é tão profunda que tem efeito presente e até retroativo (Hb 9.15). Diz Paulo sobre JESUS: “Ao qual DEUS propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de DEUS” (Rm 3.25; grifos meus).
(3) Livre-arbítrio. “O pecado passou a todos os homens, mas as pessoas podem crer, arrepender-se e a aceitar a CRISTO como Salvador” (Is 55.7; Mt 25.41,46; Mc 9.47,48; Rm 14.10,12; 2 Co 5.10).

Como já foi exposto neste capítulo, o livre-arbítrio é condição indispensável para que seja real o fato de o homem ter sido criado conforme a imagem e a semelhança de DEUS, pois um ser teleguiado, manipulado por cordões espirituais, não passaria de uma marionete do Criador. 
(4) O pecador pode eficazmente rejeitar a graça de DEUS. “DEUS deseja salvar o pecador, e tudo provê para que ele alcance a salvação. Mas, sendo ele livre, pode rejeitar os apelos da graça” (Lc 18.23; 19.41,42; Ef 4.30; 1 Ts 5.19). Se não houver essa condição, não existe livre-arbítrio, característica fundamental do ser criado por DEUS, conforme comentário no item (3).

(5) Os crentes em JESUS podem cair da graça. Se o crente, uma vez salvo, não vigiar e orar (Mt 26.41), e não buscar a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15), poderá cair da graça e perder-se eternamente, se não tiver oportunidade de reconciliar-se com DEUS. Por isso, JESUS disse que quem “perseverar até ao fim será salvo” (Mt 10.22; ver também Lc 21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe 2.20-22). 

A doutrina arminiana nos parece coerente com o plano de DEUS para os homens, como seres livres. Podem aceitar, ou podem rejeitar a graça de DEUS. Só sendo livres, é que se justifica a semelhança moral do homem com seu Criador. É também, a única interpretação que se coaduna com o Ser de DEUS, e seu caráter, revelado na Bíblia Sagrada. DEUS dá liberdade ao homem, dentro dos limites estabelecidos em seu plano divino para toda a humanidade. A soberania de DEUS impõe os limites. O livre-arbítrio concedido por DEUS implica em responsabilidade do homem perante o Criador. Do contrário, DEUS seria um tirano. E o homem seria seu títere.10 

 

3. ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO - UMA ABORDAGEM COMPREENSIVA

Eleição significa “Ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção”.11 A doutrina calvinista entende que DEUS elegeu somente um grupo de pessoas, e predestinou-as para serem salvas. É a visão da eleição e da predestinação absolutas. Os Arminianos entendem que existe eleição e predestinação, sim, mas no sentido relativo. Esta visão parece-nos mais consentânea com a maneira pela qual DEUS exerce sua soberania, ao mesmo tempo em que assegura a liberdade do homem. 

A predestinação absoluta esbarra em sério conflito doutrinário e moral. DEUS não faz acepção de pessoas, e o DEUS que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor JESUS CRISTO, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1; grifos meus). “Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9; grifos meus); “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef 6.9; grifos meus). Assim, se DEUS não faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já nasçam predestinados para a perdição, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a salvação. Tal ideia contradiz o caráter de DEUS, revelado nas Escrituras.

3.3. O SIGNIFICADO DA ELEIÇÃO (gr.eklegoe)

Há diversos e variados pontos de vista sobre o tema da eleição. No entanto, evitando as abordagens que levam às contradições entre a soberania de DEUS e a liberdade do homem, entendemos que eleição é a “escolha por DEUS daqueles que crêem em CRISTO”. Diz a Bíblia: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.29,30; 9.6-27; 11.5,7,28; Cl 3.12).

Isso nos leva às seguintes conclusões:

(1) Os eleitos, segundo a presciência de DEUS, o são na união com CRISTO. DEUS “nos elegeu nele” (Ef 1.4). Antes de alguém aceitar a CRISTO, a eleição não tem qualquer sentido, ou efeito;

(2) DEUS nos predestinou para sermos “à imagem de seu Filho”, conhecendo-nos, como eleitos, “dantes”, isto é “antes da fundação do mundo” (Ef 1.4). Essa eleição tem sentido “profético”, só se tornando real, a partir da união com CRISTO.

(3) CRISTO é o Primeiro (Mt 12.18; 1 Pe 2.4). “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). JESUS foi o primogênito em tudo. Foi o “primogênito de toda a criação” (Cl 1.15). “E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1.18); “o primogênito dos mortos” (Ap 1.5).

(4) “A eleição em CRISTO é em primeiro lugar coletiva, i.e., a eleição de um povo (Ef 1.4,5,7,9; 1 Pe 1.1; 2.9). Os eleitos são chamados ‘o seu [CRISTO] corpo’ (Ef 1.23; 4.12), ‘minha igreja’ (Mt 16.18), ‘povo adquirido’”12 - eleito ¾ por DEUS (1 Pe 2.9; grifo meu). Logo, a eleição é coletiva e abrange o ser humano como indivíduo, somente à medida que este se identifica e se une ao Corpo de CRISTO, a Igreja verdadeira (Ef 1.22,23).

 (5) O eleito pode perder a salvação. Pode cair da graça, no dizer de Armínio. Precisa perseverar até o fim (Mt 10.22); precisa vigiar e orar (Mt 26.41); precisa buscar a santificação (Hb 12.14; 1 Pe 1.15); ver também Lc 21.36; Gl 5.4; Hb 6.6; 10.26,27; 2 Pe 2.20-22). A salvação só é eterna, se o crente permanecer debaixo da graça de DEUS, em comunhão com JESUS.

3.4. O SIGNIFICADO DA PREDESTINAÇÃO (gr. proorizo; lat. praedestinatione) 

Predestinação tem o significado de “decidir de antemão”. Em termos bíblicos e teológicos, a predestinação está relacionada à eleição. “A eleição é a escolha feita por DEUS,’ em CRISTO’, de um povo para si mesmo (a Igreja verdadeira). A predestinação abrange o que acontecerá ao povo de DEUS (todos os crentes) genuínos em CRISTO”.13 Com base na Palavra de DEUS, podemos discriminar dez característica dos eleitos em CRISTO.

(1) DEUS predestina os eleitos a serem: 

(a) chamados (Rm 8.30); 

(b) justificados (Rm 3.24); 8.30); 

(c) glorificados (Rm 8.30); 

(d) conformes à imagem do Filho (Rm 8.29);

(e) santos e irrepreensíveis (Ef 1.4);

(f) adotados como filhos (Ef 1.5);

(g) redimidos (Ef 1.7);

(h) participantes da herança, redenção, e louvor de sua glória (Ef 1.14);

(i) participantes do ESPÍRITO  SANTO (Ef 1.13; Gl 3.14); 

(j) criados em CRISTO JESUS para as boas obras (Ef 2.10).

(2) A predestinação, assim como a eleição, refere-se ao corpo coletivo de CRISTO (i.e. a verdadeira igreja), e abrange indivíduos somente quanto inclusos neste corpo mediante a fé viva em JESUS CRISTO (Ef 1.5,7,13; cf. At 2.38-41; 16.31)”.14

Ninguém, à luz da Bíblia, pode arrogar-se eleito, ou assim se considerar sem, antes, ter aceitado a CRISTO como Salvador, livre e conscientemente. DEUS não admitiria alguém fazer parte do Corpo de CRISTO sem uma decisão pessoal. Diz a Bíblia: “JESUS dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos” (Jo 8.31; grifo meu). O Mestre se referia aos judeus que criam nele. Para se tornarem discípulos de JESUS, isto é, salvos, teriam de “permanecer” na sua Palavra. Vê-se claramente que a salvação, que implica em eleição, não é um direito adquirido com o nascimento. É um “poder” outorgado (Jo 1.12), a quem aceita as condições exigidas na Palavra de DEUS.

3.5. PRESCIÊNCIA E PREDESTINAÇÃO

DEUS já sabe quem vai ser salvo e quem vai ser perdido. Mas Ele fez os homens à sua imagem e semelhança, o que inclui, certamente, a faculdade de fazer ou deixar de fazer, ou seja, o livre-arbítrio. Chafer (note-se que ele é um teólogo calvinista), afirma que 

Com relação à onisciência de DEUS e as ações livres dos homens (ações contingentes, não ordenadas), vê-se que DEUS os torna responsáveis pelos seus atos, e tais ações são pré-conhecidas por Ele. Se DEUS for ignorante das ações futuras dos livres-agentes, não poderá haver um controle divino seguro do destino humano como garantido em cada pacto incondicional que DEUS fez, e como garantido em cada profecia das Escrituras […] A presciência divina não compele; ela meramente sabe qual será a escolha humana15 (grifo meu). 

Com base nesse entendimento, poder-se-ia dizer que não é necessário DEUS prever nada, pois todas as coisas acontecem diante dEle como num momento, num “eterno agora”. Diz ainda Strong que a “presciência não é em si mesmo causativa. Não dever ser confundida com a vontade predeterminante de DEUS. As ações livres não ocorrem porque são previstas, mas são previstas porque ocorrem”16 (grifo meu). Esta última citação nos dá uma ideia de como melhor podemos entender o conflito entre a presciência de DEUS e a liberdade do homem em agir.

Strong afirma que 

O fato de que nada há na condição presente das coisas a partir das quais as ações futuras das criaturas livres necessariamente se seguem por lei natural, não impede DEUS de prever tais ações porque seu conhecimento não é mediato, mas imediato. Ele não só conhece antecipadamente os motivos que ocasionarão os atos dos homens, mas diretamente conhece os próprios atos.17 

Num confronto entre as duas posições doutrinárias, a arminiana e a calvinista, ressalta-se o problema da eleição: 

Ela tem sido apresentada de maneira tão extremista que faz parecer que os eleitos serão inevitavelmente salvos, sem levar em conta sua resposta ao evangelho e seu estilo de vida. Por outro lado, os escolhidos para se perderem padecerão eternamente, não obstante qualquer empenho em aproximar-se de DEUS mediante a fé em CRISTO.18 

Em resposta à pergunta “O que é eleição?”, Thiessen diz que, no seu sentido redentivo, eleição é “o ato soberano de DEUS, pela graça, através da qual Ele escolheu em CRISTO JESUS, para salvação, todos aqueles que previu que o aceitariam”.19 Sobre presciência, acentua:

Devemos distinguir claramente entre a presciência de DEUS e a sua predestinação. Não é certo dizer que DEUS previu todas as coisas porque arbitrariamente decidiu fazer com que elas ocorressem. DEUS, em sua presciência, vê os eventos futuros praticamente como vemos os passados […] Os que foram escolhidos são aqueles que estavam em CRISTO, pela sua presciência, DEUS já os viu ali quando fez a escolha […] Ele não determinou quem deveria achar-se ali, mas simplesmente os viu ali em CRISTO ao elegê-los […] Em ponto algum a Bíblia ensina que alguns são predestinados à condenação. Isto seria desnecessário, desde que todos são pecadores e estão a caminho da condenação eterna (cf. Ef 2.1-3; 12).20

Diante da controvérsia, Myer Pearlman propõe um equilíbrio na análise do assunto. Ele afirma que: 

As respectivas posições fundamentais, tanto do calvinismo, como do arminianismo, são ensinadas nas escrituras. O calvinismo exalta a graça de DEUS como a única fonte de salvação ¾ e assim faz a Bíblia; o arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem ¾ e assim o faz a Bíblia. A solução prática consiste em evitar os extremos antibíblicos de um e de outro ponto de vista, e em evitar colocar uma ideia em aberto antagonismo com a outra […] dar ênfase demasiada à soberania da graça de DEUS na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outra parte, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação ao calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação.21

De fato, o crente fiel não cai da graça de DEUS, como dizem os calvinistas, mas “se” perseverar em obediência e santidade (Hb 3.12-14;12.14); o homem é depravado, mas, se aceitar a CRISTO, é nova criatura (2 Co 5.17). A “eleição incondicional” só pode ser uma interpretação equivocada, mesmo baseando-se em textos bíblico, pois DEUS não faz acepção de pessoas. O problema é que os calvinistas não admitem o livre arbítrio. Mas, sem essa condição, o homem não poderia ser imagem e semelhança de DEUS.

Quanto ao Arminianos, seus pontos fundamentais são aceitáveis, mas não podem ser levados ao extremo. Não é somente pelo livre-arbítrio ou pela responsabilidade pessoal que alguém pode ser salvo. Entendemos que as duas interpretações podem servir de subsídio para a doutrina da salvação, mas sem as afirmações dogmáticas, levadas ao extremo. Na salvação, tem-se a mão de DEUS, por intermédio de CRISTO, vindo ao encontro do homem pecador, por seu amor e sua misericórdia. Quando o homem perdido reconhece seus pecados, e sua condição de miserável espiritual, e aceita a mão de DEUS em seu favor, é salvo. No entanto, quando o perdido prefere rejeitar a mão de DEUS, e opta pela mão do Diabo, está perdido, e assim ficará até à morte. 

Corroborando esse entendimento, vemos o que diz o Senhor, por meio do profeta Ezequiel: “Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado e fizer juízo e justiça, restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados com que pecou não se fará memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá” (Ez 33.14-16; grifos meus). Aí, nesse texto tão incisivo, vê-se que “o ímpio”, ou seja, o perdido, o depravado, o miserável pecador, quando ouve a advertência de DEUS, por meio de sua Palavra, do evangelho de CRISTO, na Nova Aliança, e se arrepende, (”e se converter”, passando a andar “nos estatutos da vida”, que é a Palavra de DEUS), diz o Senhor: “Certamente viverá”, isto é, será salvo. Não se pode inferir do texto qualquer conotação de que esse “ímpio” seria um “eleito”, ou “predestinado”. É ímpio mesmo! Note-se também que não é DEUS quem o converte, por sua “graça irresistível”, mas é ele próprio quem, advertido por DEUS, deve “se converter do seu pecado”, e passar a andar “nos estatutos da vida”. Fazendo ele isso “certamente viverá”.

Segundo Horton se a graça de DEUS é irresistível, como enfatizou Calvino, 

os incrédulos pereceriam, não por não quererem corresponder, mas por não poderem. A graça de DEUS não seria eficaz para eles. Nesse caso, DEUS pareceria mais um soberano caprichoso que brinca com seus súditos que um DEUS de amor e graça. Sua promessa: “todo aquele que quer” seria uma brincadeira de inigualável crueldade, pois Ele é quem estaria brincando. Mas o DEUS e Pai de Nosso Senhor JESUS CRISTO não brinca conosco22 (grifos meus). 

“Entendemos que a interpretação arminiana é a mais consentânea com o caráter de DEUS, que é ao mesmo tempo justo, soberano, bom, e que não faz acepção de pessoas”.23

É indiscutível, à luz da Bíblia, a soberania de DEUS. Por outro lado, também é indiscutível à luz das Escrituras, que o homem recebeu de DEUS o livre-arbítrio, para que seja responsabilizado por seus atos. Ao longo da História, observa-se que a maioria das pessoas não querem encurvar-se ante a soberania de DEUS. Muitos veem DEUS como um ser distante, que criou todas as coisas, mas não se importa com suas criaturas. São os deístas. Outros, guiados pela cegueira espiritual, desacreditam na existência de DEUS. São os ateístas. Por fim, há os que, em minoria, aceitam as verdades emanadas da Palavra de DEUS, e não somente crêem nEle, como o adoram, e o servem “em espírito e em verdade” (Jo 4.24). São os teístas. A crença em DEUS, pelos méritos de JESUS CRISTO, é o único meio para que o ser humano chegue à eternidade, com a bênção da salvação. Os que o aceitam, são salvos. Os que o rejeitam, estão condenados (Jo 3.18,19). DEUS não faz acepção de pessoas. Sua salvação é oferecida a todos (Jo 3.16), mas só é alcançada pelos que crêem em JESUS CRISTO e o aceitam como salvador.

Notas

7 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, p.153.

8 BANCROFT, E.H. Teologia Elementar, p. 82.

9 STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática, p.525.

10 “Boneco articulado, de madeira, pano ou outro material, suspenso por fios fixados em uma trave e presos na cabeça, mãos, joelhos e pés, pelos quais o operador o movimenta; fantoche, marionete” (Dicionário Aurélio Séc. XXI).

11 Dicionário Aurélio Século XXI.

12 STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. p.1808.

13 Ibid. p.1809.

14 Ibid. p.1809 (com adaptações).

15 CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, p.221.

16 STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática, p.426.

17 Ibid, p. 424.

18 Guy P. DUFFIELD & Natanael M. Van Cleave, Fundamentos da teologia, p. 281.

19 Ibid. p.281.

20 Ibid. p. 282.

21 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, p.271.

22 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, p.366,367.

23 LIMA, Elinaldo Renovato de. Apostila sobre Doutrina de DEUS, p.

 

Salmos 137

Junto dos rios de babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.

Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas.

Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.

Como cantaremos a canção do SENHOR em terra estranha?

Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza.

Se me não lembrar de ti, Apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.

Lembra-te, SENHOR, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces. (grifo meu)

Ah! filha de babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós.

Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.

 

Olhando para o Salmo acima podemos chegar à data mais provável da destruição de Jerusalém e do livro de Obadias.

Jer. 25:8, 9 “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘“Visto que não obedecestes às minhas palavras, eis que envio alguém e vou tomar todas as famílias do norte”, é a pronunciação de Jeová, “sim, enviando alguém a Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo, e vou trazê-las contra esta terra e contra os seus habitantes, e contra todas estas nações ao redor, e vou devotá-los à destruição”.’” (Falado por Jeremias no quarto ano do Rei Jeoiaquim de Judá, que começou a reinar em 628 A.E.C. Cumpriu-se em 609-607 A.E.C., quando o Rei Nabucodonosor de Babilônia sitiou e destruiu Jerusalém. Veja o testemunho de Flávio Josefo, historiador judaico, em Antiquity of the Jews, Flavius Josephus Against Apion, Livro 1, seção 19, segundo a tradução inglesa em The Works of Flavius Josephus [Philadelphia; 1875], Vol. II, William Whiston, p. 483.)

 

 

INTERAÇÃO 

Soberania de DEUS e livre-arbítrio são temas que geram conflitos e levam muitos a tomadas de posições extremadas. Por conceder o livre-arbítrio ao homem, DEUS deixa de ser soberano? De maneira nenhuma! Isso só denota o seu poder em criar uma pessoa que, sendo imagem e semelhança de DEUS, decide seguir ou não o caminho da justiça. Mas é bem verdade que, nalgumas circunstâncias, o Eterno intervém sem respeitar o arbítrio humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há contradição nisso? De forma alguma! O homem continua livre em seu arbítrio e DEUS eternamente soberano. Nas Sagradas Escrituras, o livre arbítrio e soberania divina são essencialmente dialogais.

 

OBJETIVOS- Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conceituar soberania divina e livre arbítrio. 

Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias. 

Saber o princípio da retribuição divina. 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro de giz. Utilize-o na introdução da aula. Explique que o livro de Obadias é constituído apenas de um capítulo (1) e vinte e um versículos (21). Podemos dividi-lo em duas partes principais. A primeira parte fala respeito dos oráculos contra Edom; e a segunda dos oráculos sobre o Dia do Senhor. Explique que o propósito principal do livro é mostrar aos israelitas a ira divina contra os edomitas. Em seguida pergunte aos alunos: "Por que DEUS estava irado com os edomitas?" Ouça os alunos com atenção e explique que o Senhor estava aborrecido pelo fato de eles terem se alegrado diante da dor e do sofrimento de Judá.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE OBADIAS

Parte I:

Oráculos contra Edom (vv. 1-14.15b)

vv.1-9

Orgulho e destruição de Edom

vv. 10-14

Traição de Edom contra Judá

v. 15b

Condenação de Edom

Parte II:

Oráculos sobre o Dia do Senhor (vv. 15a. 16-21)

vv.15a., 16

Julgamento das nações

vv.17,18.

Volta e restauração de Israel

vv.19-21

Apêndice: Volta e restauração de Israel

 

 

RESUMO DA LIÇÃO 5, OBADIAS, O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO

I.  A SOBERANIA DE DEUS 

1. Conceito.

2. Livre-arbítrio.

II. O LIVRO DE OBADIAS 

1. Contexto histórico.

2. Estrutura e mensagem.

3. Posição no Cânon.  

III. EDOM, O PROFANO 

1. Origem.

2. O DEUS soberano.

3. Preparativos do assédio a Edom (v.1c).

4. O rebaixamento de Edom. 

5. O orgulho leva à ruína.  

IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA 

1. O princípio da retribuição.

2. O castigo de Edom.

3. Esaú e Jacó (v.18).

 

SINÓPSE DO TÓPICO (1) - O livre-arbítrio não nega a soberania divina; pelo contrário, a confirma. 

SINÓPSE DO TÓPICO (2) - Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. 

SINÓPSE DO TÓPICO (3) - A arrogância humana e a soberba espiritual levaram os edomitas à ruína.

SINÓPSE DO TÓPICO (4) - O princípio da retribuição acha-se na lei de Moisés e se confirma no princípio da semeadura em o Novo Testamento.  

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Geográfico - "O Julgamento de Edom

A terra de Edom se estendia ao longo das encostas da cadeia de  montanhas rochosas do monte Seir, em direção do golfo de Áqaba e chegava quase ao mar Morto. O território variava de regiões férteis, que produziam trigo, uvas, figo, romã e azeitona, a altos picos montanhosos separados por desfiladeiros profundos. A meio caminho na principal cadeia montanhosa, elevava-se o monte Hor, alto e sombrio acima do terreno circunvizinho e a curta distância da capital Sela ou Petra, que se situava em um profundo vale cercado por 60 metros de precipício, acessível somente por uma abertura estreita de uns 3,5 metros de largura.

Assim, os edomitas habitavam literalmente nas fendas das rochas (3), cuja posição era praticamente impenetrável e inconquistável. Por muitas gerações tinham vivido seguros. Nenhum inimigo conseguira entrar pelos caminhos estreitos dos desfiladeiros que conduziam às principais cidades talhadas nas paredes rochosas das montanhas.

[A despeito de todos esses recursos] Os julgamentos de DEUS tinham de ser severos. [...] A nação seria totalmente devastada. Os descendentes de Esaú, seriam reduzidos a nada" (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 131-32).       

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

MENZIES, William W; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. 

 

SAIBA MAIS PELA Revista Ensinador Cristão, CPAD, nº 52, p.38.

 

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 5, OBADIAS, O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO

Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2012

Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas

 

TEXTO ÁUREO 

1- Complete:

"Porque o ______________________ do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua __________________________ cairá sobre a tua ____________________________" (Ob 1.15).

 

VERDADE PRÁTICA

2- Complete:

Obadias mostra que a lei da _______________________________ e o princípio da _____________________________ constituem uma realidade da qual ninguém ______________________________.

 

I.  A SOBERANIA DE DEUS 

3- O que é a soberania divina? Qual a diferença entre o pensamento calvinista e o Arminianista sobre a soberania divina?

(    ) A soberania divina é o direito absoluto de DEUS governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade (Sl 115.3; Is 46.10).

(    ) Segundo os calvinistas, não há limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade divina não pode ser anulada.

(    ) Segundo os calvinistas, há limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade divina pode ser anulada.

(    ) Os arminianos, por outro lado, admitem que, no exercício da soberania divina, existe uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio humano.

(    ) Os arminianos, por outro lado, não admitem que, no exercício da soberania divina, exista uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio dos seres humanos.

 

4- A vontade de DEUS é que todos sejam salvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Entretanto, não são poucos os que se perderão. Por que?

(    ) Tal acontece justamente pelo fato de sermos livres, autoconscientes e, por isso, responsáveis diante de DEUS por nossos atos.

(    ) Isso se explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se do domínio humana.

(    ) Isso se explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se da liberdade humana.

(    ) DEUS é soberano em todo o Universo e, por seu amor e poder, preserva sua criação até a consumação de todas as coisas.

 

II. O LIVRO DE OBADIAS 

5- Qual o Contexto histórico do livro de Obadias? Complete:

A vida pessoal de Obadias é desconhecida. O profeta apresenta-se apenas com o seu nome, sem oferecer nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual viveu e profetizou). Ele simplesmente diz: "Visão de ____________________________" (v.1). A data em que exerceu o seu ministério é uma das mais disputadas entre os estudiosos: vai de 848 a _____________________________ a.C. Tudo indica que os versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 587 a.C.  Portanto, qualquer data, nesse período, como __________________________ a.C. por exemplo, é aceitável.

 

6- Quantos versículos tem o livro de Obadias e qual seu estilo, excetuando-se a introdução?

(    ) Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.

(    ) Com apenas 31 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.

(    ) Com apenas 41 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.

(    ) O seu estilo é poético.

 

7- Em quantas e quais partes se divide o texto de Obadias?

(    ) Divide-se em duas partes principais: a destruição de Edom e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações.

(    ) Divide-se em três partes principais: a destruição de Edom; a sua maldade e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações.

(    ) Divide-se em quatro partes principais: a destruição de Edom; a sua maldade; o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações e a destruição final de Edom.

 

8- Qual o tema do livro de Obadias?

(    ) É o destino misericordioso e divino de Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar o futuro dos filhos de Esaú.

(    ) É o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, anuncia a misericórdia e o perdão de DEUS para os filhos de Esaú.

(    ) É o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a condenação dos filhos de Esaú.

 

9- Fale sobre a posição de Obadias no Cânon: Complete:

Em nossa Bíblia, Obadias situa-se entre Amós e ___________________________. O critério para a ordem desses livros é ainda desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na ________________________. Há quem justifique tal posição pelo slogan "o dia do SENHOR" (v.15; Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó possuirá a herdade de Edom (v.17; cp. Am 9.12). Devido ao Cânon Judaico considerar a coleção dos Doze Profetas ___________________________________ só livro, a citação de Obadias, em o Novo Testamento, é apenas ________________________________. 

 

III. EDOM, O PROFANO 

10- Qual a origem de Edom?

(    ) Os edomitas eram descendentes de Isaque e de Jacó.

(    ) Os edomitas eram descendentes de Esaú.

(    ) Por causa do guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a sua primogenitura, o nome da tribo passou a ser "Edom" que, em hebraico, significa "vermelho".

(    ) Eles povoaram o monte Seir (Gn 33.16; 36.8,9,21) e, rapidamente, transformaram-se em uma poderosa nação.

(    ) Seu rei negou passagem a Israel por seu território, quando os filhos de Jacó saíram do Egito e peregrinavam no deserto a caminho da Terra Prometida.

(    ) DEUS ordenou aos israelitas que tratassem os edomitas como a irmãos.

(    ) O ódio de Edom contra Israel cresceu e atravessou séculos.

 

11- Complete segundo a soberania de DEUS:

"Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de ___________________________" (v.1). Esta chancela destaca a _______________________________________ de DEUS sobre os povos e reis da terra. Apesar de Edom não ser reconhecido como povo de DEUS, o Eterno tinha legítima _______________________________________ sobre ele.

 

12- Como foram os Preparativos do assédio a Edom ou ataque ao mesmo (v.1c)?

(    ) A expressão: "temos ouvido a pregação" parece indicar que Obadias falava em nome de outros profetas.

(    ) Ele ouviu o oráculo divino e soube de um embaixador que fora enviado aos povos vizinhos para ajuntá-los em guerra contra Edom.

(    ) Esse embaixador era um dos profetas de Israel, um diplomata da nação inimiga dos edomitas.

(    ) Tal embaixador não era profeta, mas um diplomata de alguma nação inimiga dos edomitas.

 

13- Como foi profetizado o rebaixamento de Edom?

(    ) No Antigo Testamento hebraico, existe um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido. Por isso, o profeta emprega o verbo no passado: "Eis que te fiz pequeno entre as nações".

(    ) Esse recurso é conhecido como perfeito profético (não se trata de um perfeito gramatical especial). Seu emprego, aqui, indica o cumprimento certeiro da ameaça quanto à sucessão dos dias e das noites.

(    ) O fato é descrito como já sendo realizado, pois DEUS reduz Edom a um povo insignificante e desprezível entre as nações, até que este venha a desaparecer.

(    ) O fato é descrito como já realizado, pois DEUS reduzirá (como de fato, reduziu) Edom a um povo insignificante e desprezível entre as nações, até que este veio a desaparecer.

 

14- Como era o orgulho de Edom que o levou à ruína?

(    ) Por viverem nas cavernas montanhosas de Sião, os edomitas confiavam na segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território - uma fortaleza construída para ser inexpugnável.

(    ) Por viverem nas cavernas montanhosas de Seir, os edomitas confiavam na segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território - uma fortaleza naturalmente inexpugnável.

(    ) Edom não sabia que aquilo que é inacessível ao homem é acessível a DEUS.

(    ) A arrogância humana é insuportável, mas a soberba espiritual é repugnante; os que assim agem estão destinados ao fracasso. 

 

IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA  

15- O que significa retribuição e por que Edom a conheceu?

(    ) Retribuição significa "devolver sem merecimento".

(    ) Retribuição significa "pagar na mesma moeda".

(    ) Tal princípio acha-se na Lei de Moisés.

(    ) Segundo Charles L. Feinberg, a passagem compreendida entre os versículos 10 até 14 pode ser  chamada de o "boletim de ocorrência" dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.

(    ) O acerto de contas aproxima-se, e DEUS fará com os edomitas o mesmo que eles fizeram a Judá.

(    ) Nessa profecia, Edom serve de paradigma para outras nações (e até pessoas) que igualmente procedem.

 

16- Os edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Qual o castigo reservado para Edom?

(    ) Os descendentes de Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre.

(    ) É bom lembrar que esse princípio vale também para indivíduos.

(    ) É o princípio da semeadura.

(    ) É o princípio da lei de procura e oferta.

 

17- A que se refere a simbologia Esaú e Jacó (v.18)?

(    ) Os nomes "Sião" e "Jacó" indicam Jerusalém e Judá, respectivamente.

(    ) Os nomes "Sião" e "Jacó" indicam Jerusalém e Israel do Norte, respectivamente.

(    ) "José", o Reino do Norte formado pelas dez tribos e, muitas vezes, identificado como "Israel" e "Efraim".

(    ) José, como pai de Efraim, é usado para identificar os irmãos do Norte.

(    ) José, como pai de Benjamim, é usado para identificar os irmãos do Norte.

(    ) Assim, a profecia fala sobre a reunificação de Judá e Israel.

(    ) A metáfora de Israel como fogo que consumirá a casa de Esaú indica a destruição total de Edom.

(    ) O orgulho e o ódio dos edomitas contra os seus irmãos judeus os levaram à ruína definitiva. 

 

CONCLUSÃO 

18- Complete:

Assim como ninguém pode desafiar as leis ______________________________ sem as devidas consequências, não é possível ignorar as leis ____________________________ e sair ileso. A retribuição é inevitável, pois "tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7). Só o ______________________________________ e a fé em JESUS podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de DEUS (2 Co 5.17).

 

 

AS RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ESTÃO NA LIÇÃO ORIGINAL ABAIXO

 

AJUDA

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Peq. Enc. Bíb. - Orlando Boyer - CPAD

SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. 

William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.

Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe

O Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin

O Antigo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin

Comentário Esperança - Novo Testamento 

Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento

Comentário Bíblico - F. B. Meyer

Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

  

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LIÇÃO ORIGINAL CPAD - 4º Trimestre de 2012

Lição 5, Obadias, O princípio da retribuição

 

Data: 4 de Novembro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

“Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (Ob 1.15).

 

VERDADE PRÁTICA

Obadias mostra que a lei da semeadura e o princípio da retribuição constituem uma realidade da qual ninguém escapará.

 

HINOS SUGERIDOS - 106, 227, 262.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Gn 25.22,23 A inimizade desde a gestação

Terça – Sl 137.7 O clamor pela punição de Edom

Quarta – Os 8.7 Quem semeia vento colhe tempestade

Quinta – Na 1.3 DEUS não terá o culpado por inocente

Sexta – Gl 6.7 A lei da semeadura e o princípio da retribuição

Sábado – Hb 2.2 A desobediência receberá justa retribuição

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Obadias 1.1-4,15-18.

1 – Visão de Obadias: Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.

2 – Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.

3 – A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?

4 – Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o SENHOR.

15 – Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça.

16 – Porque, como vós bebestes no monte da minha santidade, assim beberão de contínuo todas as nações; beberão, e engolirão, e serão como se nunca tivessem sido.

17 – Mas, no monte Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades.

18 – E a casa de Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderão contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o disse.

 

INTERAÇÃO

Soberania de DEUS e livre-arbítrio são temas que geram conflitos e levam muitos a tomadas de posições extremadas. Por conceder o livre-arbítrio ao homem, DEUS deixa de ser soberano? De maneira nenhuma! Isso só denota o seu poder em criar uma pessoa que, sendo imagem e semelhança de DEUS, decide seguir ou não o caminho da Justiça. Mas é bem verdade que, nalgumas circunstâncias, o Eterno intervém sem respeitar o arbítrio humano (Ml 1.2,3 cf. Rm 9.14-16). Há contradição nisso? De forma alguma! O homem continua livre em seu arbítrio e DEUS eternamente soberano. Nas Sagradas Escrituras, o livre arbítrio e soberania divina são essencialmente dialogais.

 

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conceituar soberania divina e livre arbítrio.
Elencar os elementos contextuais do livro de Obadias.
Saber o princípio da retribuição divina.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro de giz. Utilize-o na introdução da aula. Explique que o livro de Obadias é constituído apenas de um capítulo (1) e vinte e um versículos (21). Podemos dividi-lo em duas partes principais. A primeira parte fala respeito dos oráculos contra Edom; e a segunda dos oráculos sobre o Dia do Senhor. Explique que o propósito principal do livro é mostrar aos israelitas a ira divina contra os edomitas. Em seguida pergunte aos alunos: “Por que DEUS estava irado com os edomitas?”. Ouça os alunos com atenção e explique que o Senhor estava aborrecido pelo fato de eles terem se alegrado diante da dor e do sofrimento de Judá.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE OBADIAS

Parte I: Oráculos contra Edom (vv.1-14.15b)

vv.1-9 Orgulho e destruição de Edom

vv.10-14 Traição de Edom contra Judá

v.15b Condenação de Edom

Parte II: Oráculos sobre o Dia do Senhor (vv.15a.,16-21)

vv.15a.,16 Julgamento das nações

vv.17,18 Volta e restauração de Israel

vv.19-21 Apêndice: Volta e restauração de Israel

 

Palavra-Chave

Soberania: Qualidade ou condição de soberano.

 

COMENTÁRIO

introdução

A soberania divina é um tema importante e atual, porque lembra-nos que DEUS está no controle de tudo e que toda ação humana está exposta diante de seus olhos. A lei natural da semeadura ilustra o princípio da retribuição no campo espiritual, e é justamente essa a mensagem que encontramos no livro do profeta Obadias, em seus oráculos contra Edom.

 

I. A SOBERANIA DE DEUS

1. Conceito. A soberania divina é o direito absoluto de DEUS governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade (Sl 115.3; Is 46.10). Calvinistas e arminianos concordam com esse conceito. A diferença entre ambos acerca da soberania está apenas no exercício desta.

Segundo os calvinistas, não há limite para o exercício desse governo, de modo que a vontade divina não pode ser anulada. Os arminianos, por outro lado, admitem que, no exercício da soberania divina, existe uma autolimitação suficiente para permitir o livre-arbítrio humano.

2. Livre-arbítrio. A vontade de DEUS é que todos sejam salvos (Ez 18.23,32; Jo 3.16; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.9). Entretanto, não são poucos os que se perderão. Tal acontece justamente pelo fato de sermos livres, autoconscientes e, por isso, responsáveis diante de DEUS por nossos atos (Ec 12.13,14). Isso se explica pelo livre-arbítrio, e não significa negar a soberania divina. Trata-se da liberdade humana. DEUS é soberano em todo o Universo e, por seu amor e poder, preserva sua criação até a consumação de todas as coisas (Ne 9.6; Hb 1.2,3).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O livre-arbítrio não nega a soberania divina; pelo contrário, a confirma.

 

II. O LIVRO DE OBADIAS

1. Contexto histórico. A vida pessoal de Obadias é desconhecida. O profeta apresenta-se apenas com o seu nome, sem oferecer nenhuma informação adicional (família e reinado sob o qual viveu e profetizou). Ele simplesmente diz: “Visão de Obadias” (v.1).

A data em que exerceu o seu ministério é uma das mais disputadas entre os estudiosos: vai de 848 a 460 a.C. Tudo indica que os versículos 10 a 14 refiram-se à destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 587 a.C. Portanto, qualquer data, nesse período, como 585 a.C. por exemplo, é aceitável.

2. Estrutura e mensagem. Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O texto divide-se em três partes principais: a destruição de Edom (vv.1-9); a sua maldade (vv.10-14) e o dia do Senhor sobre Edom, Israel e as demais nações (vv.15-21).

O tema do livro é o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a condenação dos filhos de Esaú (Is 21.11,12; Jr 49.7-22; Ez 25.1-14; Am 1.11,12; Ml 1.2-5).

3. Posição no Cânon. Em nossa Bíblia, Obadias situa-se entre Amós e Jonas. O critério para a ordem desses livros é ainda desconhecido. Sabe-se, todavia, que não foi baseado na cronologia. Há quem justifique tal posição pelo slogan “o dia do SENHOR” (v.15; Am 5.20) e pela afirmação de que a casa de Jacó possuirá a herdade de Edom (v.17; cp. Am 9.12).

Devido ao Cânon Judaico considerar a coleção dos Doze Profetas um só livro, a citação de Obadias, em o Novo Testamento, é apenas indireta.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento.

 

III. EDOM, O PROFANO

1. Origem. Os edomitas eram descendentes de Esaú. Por causa do guisado que Jacó usou para comprar de Esaú a sua primogenitura, o nome da tribo passou a ser “Edom” que, em hebraico, significa “vermelho” (Gn 25.30).

Eles povoaram o monte Seir (Gn 33.16; 36.8,9,21) e, rapidamente, transformaram-se em uma poderosa nação (Gn 36.1-43; Êx 15.15; Nm 20.14). Seu rei negou passagem a Israel por seu território, quando os filhos de Jacó saíram do Egito e peregrinavam no deserto a caminho da Terra Prometida. Mesmo assim, DEUS ordenou aos israelitas que tratassem os edomitas como a irmãos (Dt 23.7). Contudo, o ódio de Edom contra Israel cresceu e atravessou séculos.

2. O DEUS soberano. “Assim diz o Senhor JEOVÁ a respeito de Edom” (v.1). Esta chancela destaca a soberania de DEUS sobre os povos e reis da terra. Apesar de Edom não ser reconhecido como povo de DEUS, o Eterno tinha legítima autoridade sobre ele.

3. Preparativos do assédio a Edom (v.1c). A expressão: “temos ouvido a pregação” parece indicar que Obadias falava em nome de outros profetas (Jr 49.14). Ele ouviu o oráculo divino e soube de um embaixador que fora enviado aos povos vizinhos para ajuntá-los em guerra contra Edom. Tal embaixador não era profeta, mas um diplomata de alguma nação inimiga dos edomitas.

4. O rebaixamento de Edom. No Antigo Testamento hebraico, existe um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como se já tivesse sido cumprido. Por isso, o profeta emprega o verbo no passado: “Eis que te fiz pequeno entre as nações” (v.2a).

Esse recurso é conhecido como perfeito profético (não se trata de um perfeito gramatical especial). Seu emprego, aqui, indica o cumprimento certeiro da ameaça quanto à sucessão dos dias e das noites. Ou seja, o fato é descrito como já realizado, pois DEUS reduzirá (como de fato, reduziu) Edom a um povo insignificante e desprezível entre as nações, até que este veio a desaparecer (v.2b).

5. O orgulho leva à ruína. Por viverem nas cavernas montanhosas de Seir (v.3), os edomitas confiavam na segurança que lhes proporcionava a topografia de seu território — uma fortaleza naturalmente inexpugnável. Edom não sabia que aquilo que é inacessível ao homem é acessível a DEUS (v.4). A arrogância humana é insuportável, mas a soberba espiritual é repugnante; os que assim agem estão destinados ao fracasso (Pv 16.18; 1 Pe 5.5).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A arrogância humana e a soberba espiritual levaram os edomitas à ruína.

 

IV. A RETRIBUIÇÃO DIVINA

1. O princípio da retribuição. Retribuição significa “pagar na mesma moeda”. Tal princípio acha-se na Lei de Moisés (Êx 21.23-25; Lv 24.16-22; Dt 19.21). Segundo Charles L. Feinberg, a passagem compreendida entre os versículos 10 até 14 pode ser chamada de o “boletim de ocorrência” dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus. O acerto de contas aproxima-se, e DEUS fará com os edomitas o mesmo que eles fizeram a Judá. Nessa profecia, Edom serve de paradigma para outras nações (e até pessoas) que igualmente procedem (v.15).

2. O castigo de Edom. Os edomitas beberam e alegraram-se com a desgraça de seus irmãos. Mas, agora, chegou a hora de eles receberem a sua paga na mesma moeda. Os descendentes de Esaú provarão do cálice da ira divina para sempre (v.16). É bom lembrar que esse princípio vale também para indivíduos (Jz 1.6,7; Hb 2.2). É o princípio da semeadura (Os 8.7; Gl 6.7).

3. Esaú e Jacó (v.18). Os nomes “Sião” e “Jacó” (v.17) indicam Jerusalém e Judá, respectivamente. E “José”, o Reino do Norte formado pelas dez tribos e, muitas vezes, identificado como “Israel” e “Efraim” (Os 7.1). José, como pai de Efraim (Gn 41.50-52), é usado para identificar os irmãos do Norte. Assim, a profecia fala sobre a reunificação de Judá e Israel (Os 1.1; Ez 37.19). A metáfora de Israel como fogo que consumirá a casa de Esaú indica a destruição total de Edom. O orgulho e o ódio dos edomitas contra os seus irmãos judeus os levaram à ruína definitiva.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

O princípio da retribuição acha-se na lei de Moisés e se confirma no princípio da semeadura em o Novo Testamento.

 

CONCLUSÃO

Assim como ninguém pode desafiar as leis naturais sem as devidas consequências, não é possível ignorar as leis espirituais e sair ileso. A retribuição é inevitável, pois “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Só o arrependimento e a fé em JESUS podem levar o homem a experimentar o amor e a misericórdia de DEUS (2 Co 5.17).

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

1. O que é a soberania divina?

R. É o direito absoluto de DEUS governar totalmente as suas criaturas segundo a sua vontade.

2. Qual o tema do livro de Obadias?

R. O julgamento divino contra Edom.

3. Quem é o pai dos edomitas?

R. Esaú.

4. O que significa o uso do “perfeito profético”?

R. Um recurso retórico que consiste em um acontecimento futuro, que é descrito como seja tivesse sido cumprido.

5. Como Charles L. Feinberg classifica os versículos 10 a 14 de Obadias?

R. “Boletim de ocorrência” dos crimes cometidos pelos edomitas contra os judeus.

  

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Revista Betel 3Tr23, na íntegra

Lição 5, Betel, Obadias, O Juízo Divino Virá, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

EBD, Revista Editora Betel, 3° Trimestre De 2023, TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a DEUS. Anunciando a esperança da salvação através do Messias

  

TEXTO ÁUREO

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte.” 1 Pedro 5.6

 

 

VERDADE APLICADA

Andemos em ESPÍRITO  para não sermos dominados pela soberba, revanchismo e ódio, mas revestidos de amor e bondade, confiando no Senhor.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar o cenário da mensagem de Obadias
Destacar o pecado do povo de Edom.
Apresentar lições de Obadias para os dias de hoje.

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA – OBADIAS 1.1-4; 21
1 Visão de Obadias: Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.
2 Eis que te fiz pequeno entre as nações; tu és mui desprezado.
3 A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra?
4 Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derribarei, diz o Senhor.
21 E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú; e o reino será do Senhor.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Pv 17.5 O que se alegra com a calamidade será punido.
TERÇA 1 Co 1.10 Não haja entre vós dissensões.
QUARTA 2Co 12.9-10 A graça de DEUS nos basta.
QUINTA Ef 4.30-32 A importância de perdoamos uns aos outros.
SEXTA Hb 12.15-17 Cuidado para não se privar da graça de DEUS.
SÁBADO 1Pe 2.9-10 A geração eleita, a nação santa, povo de DEUS.

 

HINOS SUGERIDOS: 371, 372, 386

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos resolver os conflitos com sabedoria, oração e prática da Palavra.

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OBADIAS

1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta

1.2. A mensagem do profeta 

1.3. DEUS comanda a história 

2- O pecado de Edom

2.1. A punição de Edom

2.2. A violência agrava os conflitos 

2.3. Judá será restaurada 

3- OBADIAS PARA HOJE

3.1. A lei da semeadura e retribuição 

3.2. O Dia do Senhor 

3.3. O alerta de Obadias 

 

INTRODUÇÃO

O livro de Obadias tem a peculiaridade de proferir suas palavras contra os edomitas, por causa do mal que causaram a Judá e Jerusalém. A mensagem de Obadias retrata a ira de DEUS contra os edomitas.

  

PONTO DE PARTIDA 

DEUS é o Juiz de todo o universo.

  

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA

OBADIAS

Os descendentes de Esaú hostilizavam abertamente os descendentes de Jacó, desconsiderando-os como um povo irmão. Tal comportamento suscitou a ira de DEUS e, por meio do profeta, o Senhor anunciou o fim daquele povo. As palavras de Obadias a Edom foram: “A soberba do teu coração te enganou” [Ob 3].

  

1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta

O nome Obadias significa “servo do Senhor”. Nada mais é dito a respeito dele e suas palavras revelam um pouco do profeta. Não há consenso quanto a data de sua profecia. É uma das mensagens proféticas mais difíceis de se estabelecer uma data. A título de informação, recorrendo a vários comentários sobre o livro de Obadias, quanto ao aspecto data, as opiniões chegam a variar do nono até ao segundo século a.C. Os profetas Jonas e Naum têm em comum com Obadias o fato de suas mensagens não serem direcionadas para Israel nem para Judá e, sim, para nação uma estrangeira (ou a respeito dela).

  

Subsídio 1.1

Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994 – Auxílios Didáticos ao Professor, p. 18: “Os estudiosos do livro acham difícil designar-lhe uma época específica. Algumas estimativas chegam a variar em torno de seis séculos. Com toda probabilidade, Obadias, profeta que viveu antes do exílio babilônico, previu pelo ESPÍRITO  de Profecia a condenação de Edom, o maior inimigo de Israel. Compare-se Jeremias 49.7-22 com relação a uma profecia posterior sobre o mesmo assunto, a qual contém muitas similaridades verbais com a predição que temos agora diante de nós.”

  

1.2. A mensagem do profeta 

Obadias inicia sua profecia dizendo que recebeu uma visão da parte do Senhor a respeito de Edom. O profeta anunciou que os edomitas seriam castigados, assim como outros povos inimigos do povo de DEUS. Isso porque os edomitas se alegraram quando Jerusalém foi conquistada pelos babilônios. Essa postura desagradou ao Senhor que, por meio do profeta Obadias, anunciou sua destruição. Embora o cerne da mensagem do profeta fosse o castigo do povo de Edom, Obadias não deixa de trazer uma mensagem de esperança ao povo de DEUS. Ele discorre acerca do “Dia do Senhor”. Nesse dia, o profeta afirma que o Senhor traria justiça contra os inimigos dEle, assim como vitória para aqueles que permanecessem fiéis a DEUS [Ob 17]. Embora não haja detalhes de como será esse dia, o profeta afirma que: “(…) o reino será do Senhor” [Ob 21], numa clara mensagem de confiança e afirmação na soberania de DEUS.

  

Subsídio 1.2

Bíblia de Estudo Pentecostal: “Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Romanos 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que DEUS nos dá; todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos [Rm 10.9-13; 15.7-12].”

  

1.3. DEUS comanda a história 

No primeiro versículo o profeta diz que as nações estariam se levantando contra Edom: “Visão de Obadias: Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do Senhor, e foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra.” [Ob 1]. Embora por motivos diferentes, as nações que declarariam guerra a Edom, estariam na realidade cumprindo o propósito de DEUS sobre aquela nação, mesmo que desconhecessem tal fato. Com isso, fica evidente que DEUS comanda a história e a conduz em direção à Sua vontade final.

  

Subsídio 1.3

Adilson Faria Soares (Lições Bíblicas, CPAD, 2° Trimestre de 1993, p. 15-16): “Nos versículos 1, 2, 8, 18, encontramos por quatro vezes as expressões “Assim diz o Senhor” e o “Senhor o disse” como prova de origem e autoridade divina da sua mensagem, que anuncia o juízo moral de DEUS contra as nações, inclusive Edom, por sua crueldade contra Israel. Concluímos que todas as nações serão julgadas no dia do Senhor, nenhuma escapará.”

  

EU ENSINEI QUE:

A mensagem de Obadias é um alerta de DEUS para todos, mostrando que DEUS resiste ao soberbo.

  

2- O pecado de Edom

Os pecados cometidos por Edom que o levaram a esse terrível juízo foram o orgulho e a crueldade. Por isso, o orgulho deles os destruiriam, pois pensavam que sua posição geográfica seria um empecilho aos ataques inimigos e uma imbatível proteção contra qualquer tentativa de guerra. É assim que a altivez derruba pessoas, nações e líderes que se julgam incapazes de serem atingidos [Ob 3].

  

2.1. A punição de Edom

A conspiração e a deslealdade das nações vizinhas foram usadas para dar início ao propósito de DEUS para julgar os edomitas. Por causa do orgulho que os cegou e a atitude de desprezo e contentamento pelo mal que chegou aos moradores de Jerusalém e Judá (povo irmão), a ira do Senhor se acendeu contra eles [Ob 18]. Os edomitas foram exterminados como povo ao longo dos tempos. O lugar de sua habitação, antes lugar de segurança e invencibilidade, tornou-se uma das mais inóspitas da terra. A Palavra de DEUS é fiel e se cumpre na vida de todos, ainda que pareçam inabaláveis em suas posições e seguros de seus recursos.

  

Subsídio 2.1

Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 23) comentou sobre Obadias 3: “A soberba do teu coração te enganou”: “Uma das armas que o adversário mais usa para derrotar a muitos é a soberba. Como: Ezequiel 28.2, 9; Atos 12.23; Daniel 4.25, 30, e muitos outros. Pois DEUS abate o soberbo e exalta o humilde [Tg 4.6], (…) A soberba dá ao homem asas como águia para viver nas alturas de sua arrogância, porém se esquece que DEUS é sobre todas as coisas e nos dá um lembrete: “se puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derrubarei” (ver 4).”

 

2.2. A violência agrava os conflitos 

Os edomitas se negaram a ajudar o povo de Israel, quando este precisou atravessar suas terras estando em Cades. Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom [Nm 20.14, 17]. Apesar da promessa de que se limitariam a passar pela terra sem causar qualquer prejuízo, a resposta do rei ao pedido de Moisés foi uma dura palavra naquele momento em que Israel precisava de ajuda. Ele não mostrou bondade ou a cordialidade que deveriam existir, pois seus antepassados eram irmãos [Nm 20.18].

  

Subsídio 2.2

Comentário Shedd: “Esta nação, composta dos descendentes de Esaú, irmão de Jacó (que veio a ser chamado Israel), repetidas vezes estava em guerra contra a nação irmã, Israel. O caso mais terrível desta inimizade, entretanto, revelou-se quando os babilônios destruíram a cidade de Jerusalém juntamente com o templo em 586 a.C., oportunidade aproveitada pelos edomitas para depredar o que restava da cidade e das fazendas abandonadas.”

  

2.3. Judá será restaurada 

Apesar do cenário devastador, segundo Obadias 21, esse panorama seria radicalmente alterado e o curso da história tomaria novos rumos. Judá experimentaria um tempo de restauração: “Portanto, diz: DEUS resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” [Tg 4.6], O profeta cita os nomes dos patriarcas para promover a esperança de que os exilados veriam as promessas cumpridas, reforçando, desta maneira, a fé do povo em DEUS que é fiel à Sua Palavra [SI 115; Mq 7.20], Esta última mensagem de Obadias 21 está de acordo com o grande e perfeito plano de DEUS também revelado ao apóstolo João: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO, e ele reinará para todo o sempre” [Ap 11.15].

  

Subsídio 2.3

O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O reino será do Senhor – Essas foram as últimas palavras de Obadias contra toda a arrogância, o orgulho e a rebelião humana. Edom achava-se indestrutível, mas o Senhor humilhou aquela nação e restaurou Judá, que estava caída. Muitas pessoas são tentadas a achar que estão fora do alcance de DEUS. Não obstante, DEUS as humilhará, assim como exaltará aqueles que se humilharem diante dEle. E, no grande dia, Ele estabelecerá seu justo governo sobre todos.”

  

EU ENSINEI QUE:

A solidariedade, a cordialidade e a generosidade são essenciais à vida e às relações de todos aqueles que não desejam experimentar as mazelas que a soberba produz.

  

3- OBADIAS PARA HOJE

A profecia de Obadias foi uma denúncia contra o comportamento do povo de Edom, que não conseguiu restaurar um relacionamento saudável por causa do problema entre os irmãos Esaú e Jacó. A hostilidade entre os irmãos se perpetuou através das novas gerações. Embora os irmãos tenham se acertado [Gn 33.4], as gerações seguintes se sentiram prejudicadas e adotaram um comportamento de rejeição e rivalidade com os descendentes de Jacó.

  

3.1. A lei da semeadura e retribuição 

Uma das mensagens que continua sendo relevante para os nossos dias: Edom desprezou a lei da semeadura e retribuição. Sua arrogância o enganou a tal ponto que chegou a considerar que estava acima desta lei e que, portanto, jamais seria alcançado por ela [Ob 3]. Notamos que o Senhor revelou a causa da destruição que estava por vir [Ob 10-14], Ou seja, os atos de violência e soberba de Edom teriam consequências. Não nos deixemos enganar, pois o apóstolo Paulo também escreveu sobre esse relevante assunto, enfatizando que de DEUS não se zomba [G1 6.7-9]. O escritor aos Hebreus também alertou sobre a justa retribuição que a desobediência recebe [Hb 2.2]. O fato de termos sido alcançados pela graça de JESUS CRISTO não nos dispensa de servirmos ao Senhor com reverência e temor [Hb 12.28-29]. Aprendemos com esta reflexão a partir de Obadias e à luz da mensagem do Novo Testamento a importância do arrependimento, vigilância, temor, humildade e um contínuo andar em ESPÍRITO .

  

Subsídio 3.1

Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical – 2° Trimestre de 2008, p. 26): “Entendeu porque Obadias é um profeta excepcional? Ele nos transmite exemplo de humildade, de amor e de confiança em DEUS; adverte-nos contra a soberba, a inimizade e a ira que leva a atos de vingança. O profeta deixa claro que todos aqueles que tiram proveito das desgraças e infortúnios de alguém que esteja sendo punido por DEUS, e se ensoberbecem sobre eles, serão julgados por estas atitudes reprováveis. Além de tudo isto, ele coloca-nos diante da grandeza da justiça, do poder e do amor incomparáveis de DEUS.”

  

3.2. O Dia do Senhor 

Sobre o Dia do Senhor, Obadias, assim como os demais profetas, traz ensinamentos de que DEUS exige justiça; não apenas em um futuro distante, mas também no tempo em que os acontecimentos se desenrolam contra seu povo: “Porque o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça.” [Ob 15]. O amor e a misericórdia de DEUS não permitem que Ele compactue com o pecado e a desobediência dos homens. O dia do Senhor é um dia de julgamento e justiça divina.

  

Subsídio 3.2

Comentário Bíblico Moody: “O Dia do Senhor é o dia em que DEUS vai julgar a perversidade e vingar a justiça. DEUS é misericordioso, mas não vai tolerar o pecado para sempre. Quando o pecador, individual ou nação, ignora completamente as regras divinas, Ele vem para julgar e vingar [Jl 2.1; Am 5.18-20; Sf 1.7-8,14-18; Ez 25.12-14; 35.1-15]. (…) Os juízos do Senhor se basearão sobre a justiça, não no capricho ou na vingança. O castigo não será menor nem maior que os crimes cometidos. (…) A sentença de um pecador não será desproporcional aos seus pecados, mas por ter certeza de que sofrerá por seu pecado.”

  

3.3. O alerta de Obadias 

A profecia de Obadias é uma clara mensagem contra o orgulho, a arrogância e falta de cordialidade e empatia entre os homens, principalmente entre aqueles que deveriam mostrar-se solidários e não hostis para com seus irmãos. Não se deve rejeitar ajuda àqueles que se encontram em circunstâncias adversas por causa de situações mal resolvidas no passado, ou mesmo alegrar-se por isso. Fica claro também que o mal comportamento de alguém não é justificativa para que outros assim procedam. Mesmo quando os edomitas negaram ao povo de Israel passarem por suas terras, a ordem do Senhor é que não deveriam revidar. O comportamento de Jacó com sua família no passado não significava autorização para que os edomitas agissem com hostilidade e desprezo com os descendentes dele. O desejo de justiça por algo ou alguém pode facilmente ser confundido com vingança.

  

Subsídio 3.3

Adilson Faria Soares (Lições Bíblicas – 2° Trimestre de 1993, p. 17): “DEUS envia duras calamidades sobre aqueles que se regozijam com o sofrimento alheio [Pv 17.5;24.17-18].Como servos de DEUS, não nos alegremos pela queda de alguém, antes demonstremos nosso amor e bondade e contribuamos para recuperá-lo [Mc 13.37; 1Co 10.12]”. Na presente reflexão é oportuno conectarmos o alerta de Obadias exposto neste subtópico com a mensagem de JESUS CRISTO: Mateus 5.43-48. Para tanto, precisamos cultivar o “andar em ESPÍRITO ”.

  

EU ENSINEI QUE:

A mensagem do profeta Obadias é um desafio para todos que arrogam para si a reparação das injustiças sofridas.

  

CONCLUSÃO

O orgulho e altivez vistos e denunciados pelo profeta Obadias em Edom são como uma semente nos corações dos homens. Quanto mais a pessoa se afasta dos caminhos do Senhor, mais esta semente cresce e vai dominando completamente a vida, levando-o a um caminho de destruição.