Escrita Lição 1, Central Gospel, O Ministério Pastoral, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O MOMENTO ATUAL DA HISTÓRIA
HUMANA
1.1. A necessidade de líderes que sejam fiéis
1.2. Os olhos de Deus estão sobre o Seu povo
1.3. Os critérios de escolha
2. PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE JEOVÁ
2.1. Deus é o pastor dos pastores
2.2. O trabalho do pastor
2.3. Os desafios do ministério pastoral
2.4. Características do ministério pastoral
3. A DIGNIDADE DO MINISTÉRIO PASTORAL
3.1. Esclarecimentos sobre o ministério pastoral
3.2. A responsabilidade de um pastor
3.3. A rotina de um pastor
4. ÉTICA MINISTERIAL
4.1. Seu relacionamento com o Senhor
4.2. Seu relacionamento com sua família
4.3. Seu relacionamento com as pessoas
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Jeremias 23.2-4,18-22
2 - Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos
pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as
afugentastes,
e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas
ações, diz o Senhor.
3 - E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as
terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão
e se multiplicarão.
4 - E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca
mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.
18 - Porque quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua
palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu?
19 - Eis que saiu com indignação a tempestade do Senhor, e uma
tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios.
20 - Não se desviará a ira do Senhor até que execute e cumpra os
pensamentos do seu coração; no fim dos dias, entendereis isso claramente.
21 - Não mandei os profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes
falei a eles; todavia, eles profetizaram.
22 - Mas, se estivessem no meu conselho, então, fariam ouvir as
minhas palavras ao meu povo, e o fariam voltar do seu mau caminho e da maldade das
suas ações.
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Salmo 78.52,53 O amor de Deus como pastor
3ª feira – Salmo 79.13 O pastor que guia e protege o seu povo
4ª feira – Salmo 80.1 Ouvindo ao pastor de Israel
5ª feira – Isaías 40.11 O pastor que acolhe e guia
6ª feira – Isaías 49.9,10 O pastor que alimenta o rebanho
Sábado – Jeremias 31.10 O pastor que congrega e guarda
SUBSÍDIOS DIVERSOS PARA AJUDA COM A LIÇÃO
Lição 9 - O Ministério de
Pastor
LIÇÕES BÍBLICAS - 2º
Trimestre de 2014/2021 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e
Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, Ilustrações, questionários e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida
Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana -
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Lição 9 - O Ministério de
Pastor
Estudos de 2014 - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dem-2tr14-o-ministerio-de-pastor.htm
http://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1-sQE2rdEXmX2BT_HLsdoHt
Vídeo deste assunto em 2014
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS
VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA
LIÇÃO
Resumo da Lição 9 - O
Ministério de Pastor
I - JESUS, O SUMO PASTOR
1. JESUS é o pastor supremo.
2. O pastor conhece as suas
ovelhas.
3. O pastor dá a vida pelas
ovelhas.
II - AS CARACTERÍSTICAS DO
VERDADEIRO PASTOR
1. Um caráter íntegro.
2. Exemplo para os fiéis e os
infiéis.
3. Exemplo para a família.
III - O MINISTÉRIO PASTORAL
1. A missão do pastor.
2. Uma missão polivalente.
3. O cuidado contra os falsos
pastores.
TEXTO ÁUREO
“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11).
VERDADE PRÁTICA
Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor,
JESUS CRISTO.
LEITURA DIÁRIA
Segunda
- Ec
12.11
Há um só Pastor
Terça
- Is
40-11
O pastor apascenta as ovelhas
Quarta
- Ez 34,12
O pastor em busca das ovelhas
Quinta
- Am
3-12
O pastor protege as ovelhas
Sexta
- Zc
11.17
O pastor negligente com o rebanho
Sábado
- Hb 13.20
CRISTO, o Pastor das ovelhas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 10.11,14; Tito 1.7-11; 1 Pedro 5.2-4
João 10. 11 - Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas.
14 - Eu sou o bom Pastor; e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou
conhecido.
Tito 1. 7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro
da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador,
nem cobiçoso de torpe ganância; 8 - mas dado à hospitalidade, amigo do bem,
moderado, justo, santo, temperante, 9 - retendo firme a fiei palavra, que é
conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã
doutrina como para convencer os contradizentes. 10 - Porque há muitos
desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11 - aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras,
ensinando o que não convém, por torpe ganância.
1 Pedro 5.2 - apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo
cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas
de ânimo pronto; 3 - nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas
servindo de exemplo ao rebanho. 4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor,
alcançareis a incorruptível coroa de glória.
INTERAÇÃO
Atualmente, muitos são os modelos de liderança pastoral sugeridos sob os
aspectos empresarial e meramente psicológico. Entretanto, o modelo de liderança
para um pastor cristão deve estar centralizado sob o de JESUS de Nazaré. A vida
do nosso Mestre é o melhor exemplo para um ministério integral: acolhedor,
admoestador e servidor. Um modelo pastoral centrado na concepção empresarial
pode até trazer resultados visíveis, mas para DEUS será um verdadeiro fracasso.
Seguir a liderança de JESUS de Nazaré pode parecer um grande fracasso, mas em
relação a DEUS é grande vitória. Qual você escolhe?
OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer o papel fundamental
de JESUS como o sumo pastor.
Classificar as características
de um i verdadeiro pastor.
Conscientizar-se da missão do
ministério pastoral.
Meus Comentários e de
outros, com acréscimos e correções do Pr. Henrique
INTRODUÇÃO 1
Antes de tudo se deve
esclarecer que:
- Um pastor que trabalha
secularmente para sobreviver não é um pastor.
- Pastor, ministério,
pessoa dada por JESUS CRISTO à Igreja. Aquele que não tem pelo menos um dom do
ESPÍRITO SANTO em prática, não é pastor da lição que estamos estudando, é
apenas um pastor eclesiástico, chamado por homens, sem comprovação de DEUS de
seu ministério.
Pastor que não visita as
ovelhas, não ora pelos doentes e enfermos, não discipula, não aconselha, não
reconhece os outros 4 ministérios, além do seu, não é pastor do ministério dado
por JESUS CRISTO.
Advertências aos
pastores:
Ai dos pastores que
destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto, assim diz
o Senhor, o DEUS de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós
dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que
visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. E eu mesmo
recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver
afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se
multiplicarão. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais
temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor. Jeremias
23:1-4
E veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel;
profetiza e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos pastores de
Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis
a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as
ovelhas. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não
ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas
dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver
pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se
espalharam. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo
o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da
terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque. Portanto, ó pastores,
ouvi a palavra do Senhor: Vivo eu, diz o Senhor Jeová, visto que as minhas
ovelhas foram entregues à rapina e vieram a servir de pasto a todas as feras do
campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuram as minhas ovelhas,
pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, portanto, ó
pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu estou
contra os pastores e demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão
de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as
minhas ovelhas da sua boca, e lhes não servirão mais de pasto. Porque assim diz
o Senhor Jeová: Eis que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as
buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das
suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e as farei voltar de
todos os lugares por onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. E
as tirarei dos povos, e as farei vir dos diversos países, e as trarei à sua
terra, e as apascentarei nos montes de Israel, junto às correntes e em todas as
habitações da terra. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos montes de
Israel será a sua malhada; ali, se deitarão numa boa malhada e pastarão em
pastos gordos nos montes de Israel. Eu apascentarei as minhas ovelhas, e eu as
farei repousar, diz o Senhor Jeová. Ezequiel 34:1-15
Vamos estudar hoje do
ministério mais difícil de ser exercido, mas muito desejado pela maioria dos
obreiros, pelo seu lado mais compensativo - o financeiro. Sendo assim, aqueles
que miram o lado material até são capazes de lutar por esse ministério. O
exercício ministerial do pastor se torna difícil devido à falta de sabedoria
por parte de muitos pastores que não delegam funções aos ministros e auxiliares
que DEUS coloca à sua disposição. Como o pastor coloca sobre seus próprios
ombros muitas das funções que não deveria colocar e acaba sobrecarregado e
muitas vezes não consegue exercer seu ministério a contento.
Existe ministério Pastor
como em Efésios 4.11 e existe serviço Pastoral como acontece na maioria das
igrejas (ministério apenas eclesiástico, dado por homens). Um administrador de
igreja não é um legítimo pastor. Existe pastor dado por CRISTO a igreja e
existe pastor escolhido por homens e não por DEUS que governa a igreja. Existe
ministério pastor com sinais prodígios e maravilhas e existe pastor que apenas
é batizado no ESPÍRITO SANTO (quando é).
João 10 - JESUS, o pastor
que dá a vida pelas ovelhas.
Jo 10.1- Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela
porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
JESUS aqui cita a porta de entrada para o homem na terra, ou seja, o
nascimento físico (nascer de mulher), o curral é o mundo (a terra), subiu por
outra parte é quem foi lançado do céu, caiu aqui na terra, no inferno e subiu
para a superfície (Pv 15.24, inferno é em baixo) para tentar o homem para conseguir
lhe a condição de imagem e semelhança de DEUS (Is 14.14), que sempre
foi o seu maior desejo.
JESUS diz-nos aqui que quem entra pela porta correta (nascimento virginal
de CRISTO) é o pastor das ovelhas, a esse o porteiro (ESPÍRITO SANTO), abre a
porta de entrada (concebido do ESPÍRITO SANTO, Mt 1.20) e JESUS (o pastor das
ovelhas) nos chama através da pregação do evangelho, para fora desse mundo de
condenação e nos dá o pão da vida levando-nos depois para ele (Jo 14.3; 17.16).
Estamos No mundo, mas não somos do mundo – Jo 17.14.
No restante do capítulo, JESUS faz como de outras vezes, já que não
entendiam quando lhes falava de coisas terrenas, passou a falar-lhes de coisas
espirituais, celestes, que entendiam menos ainda e nem se interessavam em
entender. Daí para frente JESUS declara-se a própria porta de entrada para a
salvação e o próprio pastor das ovelhas. Após entrar no mundo Ele próprio
torna-se a porta de entrada para o reino de DEUS. Após entrar no reino de DEUS
temos um só pastor - JESUS.
Um problema bem atual com os pastores pentecostais, que dirigem igrejas, é
a administração financeira da mesma e seu envolvimento em questões físicas ao
invés de espirituais. Se envolvem tanto com isso que não lhes sobra tempo para
se dedicarem ao mais importante, a visita, o estudo da bíblia e a oração (At
2.42; 6.4; Rm 12.2; Ef 6.18; Cl 4.2). Mas nós perseveraremos na oração e no
ministério da palavra. Atos 6:4.
Os pastores pentecostais
da atualidade têm-se ocupado tanto com tarefas que não lhe cabem que seu
desempenho ministerial tem se tornado um caos. A maioria, e isso deve atingir
90%, não ora duas horas por dia. A maioria (por volta de 60%) não dedica mais
de 2 horas de leitura e estudo da bíblia por dia. A maioria esmagadora (talvez
95%) não dirigem mais do que 4 cultos por semana, enquanto criticam os
neopentecostais que dirigem normalmente 3 cultos por dia, ou seja, 21 cultos
por semana e oram pelo menos 2 horas por dia e estudam a bíblia diariamente,
não são gritadores, mas ensinadores.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.40.
Qual o modelo ministerial de pastorado que o Senhor JESUS espera encontrar
nos seus discípulos? Que molde de liderança se acha no agir de JESUS de Nazaré?
É possível implantar esse ideal hoje? Qual seria o impacto para a igreja e a
sociedade? Boa aula!
INTRODUÇÃO 2
De todos os dons ministeriais, certamente o dom de pastor é o mais difícil
de ser exercitado. Ao mesmo tempo, é o mais desejado por aqueles que almejam
exercer o ministério, na Igreja do Senhor JESUS. Em todos os tempos, a função pastoral
foi complexa e alvo das forças contrárias ao rebanho espiritual, constituído
dos salvos por CRISTO. Sem dúvida alguma, nos dias presentes, em pleno século
XXI, ser pastor não é missão fácil, não obstante os recursos existentes, em
termos humanos, técnicos e financeiros.
Os primeiros pastores, no Novo Testamento, em geral, pagaram com a vida
pelo fato de representarem a Igreja de JESUS. As forças infernais, usando os
sistemas religiosos, políticos, econômicos e sociais, investiram pesadamente
contra os que foram levantados como líderes, nos primórdios da Igreja.
Tiago, Pedro foi preso com o mesmo destino, para ser morto, num
espetáculo macabro, que agradaria aos inimigos do evangelho de CRISTO. Mas foi
poderosamente liberto do cárcere, por intervenção direta de DEUS, que enviou
seu anjo para salvá-lo da morte programada e continuar sua missão (At 12.11),
esses eram apóstolos.
Eles eram apóstolos, profetas, evangelistas pastores, e mestres da Igreja,
em seus primeiros dias, após a Ascensão de JESUS. Pedro e João, que eram
apóstolos, foram presos por terem sido instrumentos de DEUS para a cura de um
coxo de nascença, posto à porta do templo. E foram libertos para proclamarem o
evangelho de JESUS (At 3.1-6; 4.1-21). De modo geral, segundo a tradição e a história
da Igreja, somente João Evangelista teve morte natural, alcançando extrema
velhice, após passar por sofrimentos atrozes. Os demais apóstolos de JESUS
tiveram morte trágica, nas mãos dos sanguinários inimigos da fé. Nos primeiros
séculos, a perseguição aos servos de DEUS foi cruel. “As perseguições só
cessaram, quando Constantino (272-337 d.C.), imperador de Roma, tornou-se
cristão. Seguiu-se uma era de crescimento numérico do Cristianismo, embora, nem
sempre, acompanhado de autenticidade e genuíno testemunho cristão. A mistura
entre a Igreja e o Estado trouxe enormes prejuízos à ortodoxia
neotestamentária”.
Os regimes ditatoriais do nazismo, do fascismo e do comunismo, sempre
procuraram destruir o cristianismo nas igrejas cristãs, cientes de que, mortos
os líderes, os fiéis sempre se dispersariam e abandonariam sua fé. Mas
cometeram grave engano. Quanto mais os cristãos foram mortos, mais seu sangue
serviu para regar a sementeira do evangelho. JESUS disse que “as portas do
inferno” não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Líderes cristãos
foram presos, torturados e mortos. Mas a Igreja de JESUS segue sua marcha
triunfal, em direção ao seu destino, que é chegar aos céus, na vinda de JESUS,
e reinar com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28) e sobre as nações (Ap
20.6).
Nos dias atuais, ser pastor, com ministério legítimo dado por JESUS CRISTO,
não é absolutamente tarefa fácil, para quem deseja exercer o ministério com
fidelidade e sacrifício. As oposições externas e internas, muitas vezes, perturbam
as atividades do pastor. Dessa forma, o dom ministerial de pastor precisa muito
da graça e da unção de DEUS para que seus detentores não fracassem espiritual,
emocional ou fisicamente. Necessitam muito das orações, da compreensão, do
apoio e do amor dos crentes em JESUS.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo
a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 105-106.
At 20.28 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO
SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele
resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo,
conforme 14.23, a congregação local, cheia do ESPÍRITO, buscando a direção de
DEUS em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou
bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo ESPÍRITO
SANTO em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o ESPÍRITO que constitui o
dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso
(20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do
ministério de pastor de uma igreja local. É JESUS quem escolhe e coloca seus
ministérios na Igreja. A liderança só confirma a escolha de JESUS. Basta à liderança
formada por apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres observarem e
perceberão claramente quem JESUS escolheu para exercer o pastorado, por
exemplo.
Olhai, pois, por vós e
por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue. Atos
20:28 - Escolha de pastores.
E, servindo eles ao
Senhor e jejuando, disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para
a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2 - Escolha de apóstolos Paulo e Barnabé
(At 14.14).
PROPAGANDO A FÉ.
(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante
o ensino da Palavra de DEUS. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe
foi entregue é a congregação de DEUS, que Ele comprou para si com o sangue
precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9).
(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja
de Éfeso; tornou patente toda a vontade de DEUS, advertindo e ensinando
fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do
sangue de todos” (20.26). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas
igrejas em todo o desígnio de DEUS. Que “pregues a palavra, instes a tempo e
fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e
doutrina” (2Tm 4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas
aquilo que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
GUARDANDO A FÉ.
Além de alimentar o rebanho de DEUS, o verdadeiro pastor deve
diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás
levantará falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos
de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas,
conceitos mundanos e idéias pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência
destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de DEUS. Paulo
os chama de “lobos cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar,
insaciáveis e perigosos (ver 20.29; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as
pessoas dos ensinos de CRISTO e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho
distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação
sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que
distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de DEUS e
pela comunhão do ESPÍRITO SANTO, são fiéis ao Senhor JESUS CRISTO e à Palavra
de DEUS. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja
de DEUS que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef
4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas
perversas contrárias à Palavra de DEUS e ao testemunho apostólico (20.30).
(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes
administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor JESUS os tem como
responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf.
Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho
de DEUS para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o
rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26; cf. Ez 34.1-10).
DEUS o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de
proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2Tm 1.14; Ap
2.2).
(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja
mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma.
A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas
faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais
segmentos administrativos da igreja (2Tm 1.13,14). Os verdadeiros pastores não
devem permitir que o calvinismo entre na igreja, como acontece em muitas
igrejas atualmente.
(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente
inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres,
pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus
ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade
absoluta da Palavra de DEUS, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em
tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja
de DEUS, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
(5) A igreja que perde o zelo ardente do ESPÍRITO SANTO pela sua pureza
(20.18-35), que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se
omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de DEUS, logo deixará
de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5).
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e
Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Corremos o risco de nos
tornarmos antipentecostal, se continuarmos a permitir que doutrinas
cessacionistas sejam ensinadas em nossos seminários e faculdades de teologia. O
calvinismo tem sido largamente introduzido em meio a nossos líderes.
I - JESUS, O SUMO PASTOR
1. JESUS é o pastor supremo.
JESUS É O PASTOR SUPREMO
O Pastor dos pastores. O escritor aos Hebreus denomina JESUS CRISTO de “o
grande Pastor das ovelhas” (Hb 13.20). Só ele merece a qualificação de
“grande”. No seu nascimento, marcado pela humildade e despojamento de sua
glória, JESUS foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32).
Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título de “grande”, pois só
JESUS o merece. Ele é grande em todos os aspectos que se possam considerar em
relação à sua pessoa. Podemos refletir sobre o porque Ele é chamado “grande”.
Primeiramente, porque Ele é DEUS! Todos os fundadores de religiões pereceram
e seus restos mortais jazem sob a tumba fria. Em seus túmulos consta a
inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No túmulo de JESUS, há uma inscrição
diferente e gloriosa: “Ele não está aqui porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc
16.6). Se JESUS houvesse sido um homem comum, mortal, jazeria no túmulo como
Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de religiões ou de seitas. Mas
JESUS é DEUS. Como tal, venceu todos os poderes cósmicos, espirituais, humanos
e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte!
ELE É A PORTA DAS OVELHAS
Em segundo lugar, JESUS é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a
porta das ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em
CRISTO só podem chegar ao céu, na presença de DEUS, através de CRISTO, de seus
ensinos, de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes
de todas as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas
ovelhas e as conhece pelo nome (Jo 10.11,14).
Para entrar no seu redil, o pecador tem que arrepender-se, crer em sua
Palavra, e segui-lo (Jo 10.9), aceitando-o como único salvador e senhor. Não
pode entrar, saltando os muros. O Adversário, Satanás que entrou no mundo
porque foi expulso do céu e não porque foi enviado, como JESUS. Satanás é
“ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas (não nasceu na
Terra como homem). JESUS e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de DEUS.
JESUS é ao mesmo tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida”. E
declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 107.
Ele ressuscitou para nossa justificação; e esse poder divino pelo qual Ele
foi ressuscitado é capaz de fazer tudo de que temos necessidade.
Os títulos dados a CRISTO – nosso Senhor JESUS, nosso Soberano, nosso
Salvador, e o grande pastor das ovelhas, prometido em Isaías 40.11, declarado
por Ele mesmo que o era (Jo 10.14,15). Os ministros são co-pastores, CRISTO é o
grande pastor. Isso denota o seu grande interesse pelo seu povo. Eles são o
rebanho do seu pastoreio, e o seu cuidado e preocupação são por eles.
A forma e o método em que DEUS se reconcilia, e CRISTO ressuscita dos
mortos: “...pelo sangue do concerto eterno”. O sangue de CRISTO satisfez a
justiça divina, e assim gerou a libertação de CRISTO da prisão da morte, como
tendo pagado a nossa dívida, de acordo com um concerto ou acordo eterno entre o
Pai e o Filho; e esse sangue é a sanção ou o selo de um concerto eterno entre
DEUS e o seu povo.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A
APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 821.
No Antigo Testamento, o título de pastor era conferido tanto aos guardiães
de ovelhas como aos dirigentes do povo de Israel. No Novo Testamento, porém,
este título é transferido para nosso Senhor JESUS CRISTO, de uma maneira nova e
sem igual.
• O bom Pastor: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas
ovelhas” (Jo 10.11);
• O grande Pastor: “Ora, o DEUS de paz, que pelo sangue do concerto eterno
tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor JESUS CRISTO, grande Pastor das
ovelhas” (Hb 13.20);
• Pastor e Bispo: “Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas, agora,
tendes voltado ao Pastor e Bispo da vossa alma” (I Pe 2.25);
• O Sumo Pastor: “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa de glória” (I Pe 5.4).
Estes títulos conferidos ao Senhor JESUS o distinguiam totalmente daqueles
que apenas arrogavam-nos para si, mas que na verdade não o eram. JESUS
pronunciou este discurso sobre ovelhas e pastor logo após ter visto uma “pobre
ovelha” (o cego que tinha sido curado por JESUS próximo ao tanque de Siloé)
sendo expulsa do redil judaico por aqueles que, aos olhos do povo, eram de fato
os pastores (Jo 9.34). CRISTO, então, mostra-nos aqui sua ternura e
benevolência. A missão de nosso Senhor, quando esteve aqui entre nós, foi
servir à vontade divina e à necessidade humana; por isso se apresentou como
sendo o bom Pastor, dizendo ainda: “Eu... conheço as minhas ovelhas, e das
minhas sou conhecido” (Jo 10.14).
Severino Pedro Da Silva. Epistola aos Hebreus coisas novas e
grandes que DEUS preparou para você. Editora CPAD. pag. 283-284.
2. O pastor conhece as suas ovelhas.
Ele disse: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas
sou conhecido” (Jo 10.14). JESUS cuida de seus servos, como um bom pastor cuida
de suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é
predestinada, coletivamente, para a salvação (Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus
servos, sabe o nome de cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o
mundo, ao longo da História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4).
As ovelhas de JESUS o conhecem. No relacionamento espiritual entre os
crentes e o Senhor JESUS, através da comunhão constante, o servo de DEUS não se
engana com a voz do seu Pastor.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 109.
Os ímpios que nunca se
converteram a JESUS, não receberam o ESPÍRITO SANTO, não foram batizados com o
ESPÍRITO SANTO, não receberam Dons do ESPÍRITO SANTO. Aqueles que são usados
por demônios e não pelo ESPÍRITO SANTO, esses JESUS nunca os conheceu (E,
então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade. Mateus 7:23).
Jo 10.14,15 Da mesma forma que o pastor chama as suas ovelhas, e elas
seguem somente a ele, assim JESUS conhece o seu povo. Os seus seguidores, por
sua vez, o conhecem como seu Messias, e eles o amam e confiam nele. Tal
conhecimento e confiança entre JESUS e seus seguidores é comparado ao
relacionamento entre JESUS e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também
eu conheço o Pai”. E JESUS repetiu este ponto - que Ele é o Bom Pastor, e que
Ele dá a sua vida pelas ovelhas.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 550.
Primeiramente, só existe uma entrada verdadeira para o curral. Aquele que
não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão
e salteador (só se entra na terra elo nascimento físico, através de uma mulher,
assim JESUS entrou - satanás não entrou assim)
(1). O motivo e o método de abordagem do rebanho marcam as diferenças entre
o ladrão e o pastor. Satanás, o pecado e os seus agentes querem enganar e
destruir, ao passo que o Bom Pastor (14) dá a sua vida pelas ovelhas (15).
Em segundo lugar, existe o Bom Pastor (11), que entra no aprisco pela porta
— Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas
(2). A palavra pastor é anarthrous em grego, e consequentemente “fixa a
atenção no caráter, como algo distinto da pessoa”. “O pastor não é um exemplo
na parábola, ele é o exemplo; e é sobre a descrição do seu
comportamento que se apoia a narrativa, para que a atenção dos leitores possa
se concentrar ali. Não somente as ovelhas são as suas próprias ovelhas; não
apenas ele tem toda a autoridade para aproximar-se delas; não apenas ele chama
as suas ovelhas pelo nome; não apenas elas ouvem a sua voz, mas ele as traz
para fora e, quando faz sair todas as suas ovelhas, vai diante delas, e elas o
seguem”. Chama para fora do reino de Satanás, as ovelhas entram para o reino de
DEUS. Saem do reino das trevas e entram no reino da luz.
(3) Ele é o Criador da nova sociedade de crentes, i.e., daqueles que
creem nele. A este o porteiro (ESPÍRITO SANTO) abre (JESUS foi concebido pelo
ESPÍRITO SANTO no útero virgem de Maria), e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama
pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas
ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz
(3-4). A menção do porteiro ou guarda do portão é importante, se refere ao
ESPÍRITO SANTO. Existe um relacionamento entre o Pastor e as ovelhas que se
baseia na natureza do Pastor — a sua voz, o seu conhecimento das ovelhas, a sua
liderança, a sua orientação. Estas palavras devem ter significado muito para o
homem que tinha sido curado da sua cegueira, e que fora excomungado da sua
sinagoga (9.34) e expulso da sua família. Agora, ele era um membro da nova
sociedade, um seguidor do Bom Pastor. A palavra usada para tirar para fora é a
mesma traduzida como “expulsar” em 9.34. Assim, realmente, ser expulso, sob o
ponto de vista de DEUS, é ser chamado para fora. Assim é a ekklesia (lit., “os
chamados para fora”), a Igreja, a nova sociedade.
(4) Aqueles que pertencem a esta nova sociedade, a Igreja, são submissos a
uma única voz, ...porque conhecem a sua voz. Mas, de modo nenhum, seguirão o
estranho (Satanás); antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos
estranhos (4-5). Existe uma gloriosa exclusividade em ser um membro do rebanho
de CRISTO — existe somente uma voz, um caminho, uma vontade que realmente
importa. Em uma época de uma vida excessivamente complexa, o caminho garantido
para a paz de espírito, para o enfoque nos propósitos corretos, e o
comprometimento significativo é encontrado quando reconhecemos somente a sua
voz. Esta “audição seletiva” é uma proteção não somente contra a heterodoxia,
mas também contra a desintegração da personalidade (cf. 14-15). Thomas R. Kelly
chama isto de “orientação habitual de todo o ser para aquele que é o Foco -
JESUS”.
Joseph H. Mayfield. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7.
pag. 96.
“Eu sou o Bom Pastor” (Jo 10.1-16). O “bom pastor” é uma designação
singular, pois enfatiza que a disposição do pastor de morrer pelas suas
ovelhas.
Um “mercenário” — e aqui JESUS se refere a SATANÁS e aos líderes religiosos
de Israel — Condena as ovelhas junto ao seu próprio destino e cuida das ovelhas
apenas enquanto é lucrativo ou seguro. O bom pastor, que valoriza cada uma das
suas ovelhas, dará a vida por elas. Na verdade, é nisto, no dar a vida, que a
bondade do pastor é estabelecida.
Parece tolo pensar em um homem disposto a morrer por meros animais, por
maior que seja sua afeição por eles. Há uma distância muito maior entre DEUS e
seres humanos do que entre seres humanos e ovelhas! A maravilhosa bondade de
DEUS é plenamente demonstrada nesta maravilha: JESUS nos amou o suficiente para
dar sua vida por nós.
Se alguma vez você se sentir como uma ovelha perdida, só e amedrontado em
um mundo sóbrio e hostil, lembre-se do Bom Pastor. Você pode saber que Ele o
ama porque Ele deu sua vida por você. Aquele que o amou tanto nunca irá
abandoná-lo. Em JESUS você nunca, nunca está só. (Esforçai-vos, e animai-vos;
não temais, nem vos espanteis diante deles, porque o Senhor, vosso DEUS, é o
que vai convosco; não vos deixará nem vos desamparará. Deuteronômio 31:6)
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora
CPAD. pag. 686.-687.
O primeiro aspecto que o distingue como o verdadeiro pastor de almas é este,
que ele dá sua vida, sua própria alma, como remissão, como aquele único
sacrifício completo, pela culpa de todos os pecadores, que mereceram a eterna
condenação. Ele se tornou o seu substituto; ele tomou sobre si as transgressões
deles e morreu em lugar deles. Foi assim que os culpados, os pecadores, foram
redimidos de pecado e destruição. JESUS, neste sentido, incidentalmente é um
exemplo para todos quantos carregam o nome pastor como seus assistentes na
grande obra. Ele também, tendo em vista este objetivo, se coloca em proposital
contraste aos mercenários, os mestres falsos, os fariseus. Tais mercenários,
cuja preocupação é o dinheiro e o desejo de gozar seu sossego em Sião, mas não
têm interesse nas almas das pessoas confiadas ao seu cuidado. São tão só
mercenários e só trabalham enquanto está assegurado seu viver e bem-estar. Ao
primeiro sinal do lobo, diante da primeira indicação de real perigo, de
provável perseguição, sofrimento, e, até, de martírio, fogem em precipitada
corrida. O resultado é a dispersão e o assassinato das ovelhas pelos inimigos.
Mas o mercenário não se preocupa; ele não tem qualquer preocupação, qualquer
angústia, nenhum interesse, nas ovelhas.
Mercenários são aqueles que pregam em favor de seu próprio benefício, que
são cobiçosos, e não se querem satisfazer com o que DEUS diariamente lhes
concede como esmola. Aqueles que querem mais são mercenários que não se
preocupam com o rebanho; enquanto isto um pastor piedoso por esta causa
desistirá de tudo, até mesmo de seu corpo e sua vida) O segundo aspecto que
distingue JESUS como o bom pastor, em contraste aos demais, é o fato do
relacionamento e conhecimento íntimo entre ele e suas ovelhas. Assim como JESUS
conhece aqueles que são seus, tanto de corpo, como de alma e espírito, assim os
cristãos conhecem a JESUS; seu coração, sua mente e sua vontade estão centrados
em JESUS, repousam em JESUS. A expressão representa corretamente a íntima e
cordial relação e comunhão de amor que há entre CRISTO e seus verdadeiros
discípulos. Esta intimidade e comunhão é tão estreita e envolvente como o é a
que existe entre o Pai e o Filho. Seus corações e mentes estão abertas um ao
outro; há uma mútua troca de pensamentos e ideias, que sempre são orientadas
por maravilhoso amor.
Assim sucede também entre CRISTO e seus fiéis. É devido ao conhecimento que
CRISTO tem do Pai e de sua vontade, que JESUS declara que entregará sua vida
pelas ovelhas. O resgate é pago pelos pecados do mundo inteiro, mas só os que
se convertem arrependidos têm o proveito da graça do Salvador, só eles obtém a
graça do Pai. CRISTO ainda tem outras ovelhas, que não são deste aprisco; ele
conseguirá também dentre os membros de outras nações fora da judaica, quem nele
crê. Pois o Pai lhe deu todos do mundo inteiro; eles são seus por desígnio e
dom do Pai, basta que tenham fé em JESUS como único salvador e senhor. Aqui
CRISTO declara que sua voz, por meio da palavra do evangelho, sairia aos povos
de outra descendência e língua do que os judeus. É a obrigação da vontade
divina que repousa sobre ele que o impulsiona para ganhar também a estes para o
evangelho. E eles iriam ouvir, iriam obedecer a sua voz no evangelho, e o
resultado final seria um rebanho, composto de todos aqueles que aceitaram a
salvação pelo sangue de CRISTO, o único Pastor, o Filho do próprio DEUS. A
“santa Igreja Cristã, a comunhão dos santos,” tem sido congregada no mundo
desde a primeira proclamação do evangelho, e todos os verdadeiros cristãos
em CRISTO formam a grande igreja invisível.
KRETZMANN. Paul
E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora Concordia
Publishing House.
Jo 10.3-5 Quando o pastor chegava, ele chamava as suas próprias ovelhas
pelo nome. Pelo fato de as ovelhas reconhecerem a voz de seu pastor, elas vêm e
o seguem, e saem para pastar.
O aprisco das ovelhas do judaísmo continha algumas pessoas do povo de DEUS
que tinham esperado pela vinda de seu Pastor-Messias (veja Isaías 40.1-11).
Quando o Pastor veio, judeus crentes reconheceram a sua voz e o seguiram. Dizem
que os pastores no oriente podiam dar nome a cada ovelha e que cada ovelha
respondia ao pastor que chamava pelo seu nome. Os crentes verdadeiros, como
ovelhas pertencentes ao verdadeiro Pastor, jamais seguiriam um estranho que
fingisse ser o seu pastor (5.43).
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 549.
À noite, geralmente quatro ou cinco rebanhos de ovelhas eram reunidos em
uma área ou curral protegido. De manhã, quando um pastor chamava, suas ovelhas
respondiam à sua voz e se separavam do rebanho! Era a resposta à voz do pastor
que identificava suas ovelhas das centenas de outras, que poderiam parecer
iguais a elas para o observador descuidado.
Hoje também aqueles que ouvem o evangelho e reconhecem nele a voz de DEUS
chamando-os respondem. E a nossa resposta a JESUS que nos identifica como suas
ovelhas.
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora
CPAD. pag. 686.
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas.
Na vida pastoril, nos campos, os pastores cuidam das ovelhas para obterem
delas o sustento para suas vidas. Eles não morrem pelas ovelhas. Mas JESUS, o
Sumo Pastor, deu a sua vida pelos que nEle creem (Jo 10.1, 15). Na sua morte,
aparentemente, o seu rebanho estaria destinado a ficar sem pastor. Mas,
contrariando a lógica humana, Ele ressuscitou ao terceiro dia, vitorioso sobre
a morte, sobre o inferno, sobre o Diabo e sobre todos os poderes do universo.
Ele proclamou aos discípulos a sua onipotência: “É-me dado todo o poder no céu
e na terra” (Mt 28.18).
O PASTOR QUE CUIDA DAS OVELHAS
O salmista Davi escreveu certamente o mais belo texto sobre a figura de
DEUS como nosso Pastor, o “Jeová Raá”, que, ao mesmo tempo, é o “Jeová-Jirê, o
Senhor que provê todas as coisas necessárias a seu povo. Ele se referia ao DEUS
Pai. E falava da ovelha que confia no seu Pastor. Porém todas as
características do pastor do Salmo 23 aplicam-se a JESUS CRISTO, “o bom Pastor”
(Jo 10.11,14).
1) Não nos deixa faltar nada. No seu cuidado, JESUS não nos deixa faltar
nada que seja essencial ou indispensável à nossa vida. O crente fiel sabe
contentar-se com o que DEUS lhe concede por sua infinita bondade (Fp 4.11-13).
O que lhe falta, o Senhor lhe dá graciosamente, por sua bondade e por seu amor.
2) Os “verdes pastos” (SI 23. 2), São a figura do alimento espiritual que
JESUS propicia à sua Igreja, através da ministração sadia da sua palavra. Os
pastores verdadeiros alimentam a Igreja com a sã doutrina. As “águas
tranquilas” falam da paz interior, que o Senhor concede aos que nele confiam. E
a paz que Ele deixou para seus servos (Sl 23.2b; Jo 14.27); é a paz “que excede
todo o entendimento” (Fp 4.7).
3) O refrigério da alma. Lembra o conforto que a presença de DEUS nos
concede, através do ESPÍRITO SANTO, nosso “Consolador” (Sl 23.3; Jo 14.16, 17).
Nas horas mais difíceis, quando não há solução humana, o Bom Pastor nos
conforta com sua graça e seu poder.
4) As “veredas da justiça”. São o caminhar reto e lei do crente salvo em
JESUS (Sl 23.3b; Rm 5.19; 1 Pe 3.12), Quando o crente anda, seguindo o pastor
Fiel, não comete injustiças.
5) A segurança da ovelha. Mesmo passando pelo “vale da sombra da morte” (Sl
23.4), a presença do pastor dá segurança: “porque tu estás comigo” (Sl 23.4b).
JESUS assegurou que estaria com seus servos, ainda que sejam “dois ou três” (Mt
18.20).
6) A mesa perante os inimigos. A mesa preparada para JESUS, a ovelha muda
perante seus tosquiadores (Is 53), perante os inimigos e a unção com óleo (Sl
23.5), nos remetem à unção do ESPÍRITO SANTO na vida do crente fiel (1 Jo 2.20,
27; Ef 5.18), concedendo-nos vitória sobre os inimigos que se levantam contra a
nossa fé.
7) Bondade e misericórdia todos os dias. O Pastor do Salmo 23 concede
“bondade e misericórdia” para que o crente fiel habite na casa do Senhor “todos
os dias” da sua vida (Sl 23.6). CRISTO nos faz ser “templo do ESPÍRITO SANTO”
(1 Co 6.19,20). Por todos esses paralelos de CRISTO em relação a nós e o
descrito no Salmo 23, podemos concluir que JESUS é o nosso Pastor por
excelência.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 108-109.
Jo 10.11 JESUS é o Pastor zeloso e dedicado - o bom pastor. Como descrito
nos versículos que se seguem, há quatro características que separam este Bom
Pastor dos pastores falsos ou maus:
1. Ele se aproxima diretamente - Ele entra pela porta, assim como nós,
nasceu de uma mulher aqui na Terra. Em tudo semelhante a nós, menos no pecado.
(Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens; Filipenses 2:7).
2. Ele tem a autoridade de DEUS - o porteiro (ESPÍRITO SANTO) permite que
Ele entre. (Ora, o nascimento de JESUS CRISTO foi assim: Estando Maria, sua
mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do
ESPÍRITO SANTO. Mateus 1:18
3. Ele atende as necessidades reais – as ovelhas reconhecem a sua voz e o
seguem.
4. Ele tem amor sacrificial - Ele está disposto a dar a sua vida pelas suas
ovelhas.
Repetindo isto quatro vezes, JESUS assinalou que o traço mais importante do
bom pastor é que Ele dá a sua vida pelas ovelhas (10.11; veja também 15,17,18).
De acordo com a ilustração neste capítulo, a vida de um pastor poderia às
vezes ser perigosa. Animais selvagens eram comuns nos campos da Judéia. Um bom
pastor podia certamente arriscar a sua vida para salvar as suas ovelhas.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 550.
Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; e também a elas preciso
conduzir. Elas ouvirão a minha voz. Então será um rebanho, um pastor. As outras
ovelhas não estão no pátio cercado, neste aprisco, protegidas como Israel atrás
da cerca da lei. Estão sem CRISTO, excluídas da cidadania em Israel e estranhas
aos testamentos da promessa, e por isso sem esperança e sem DEUS no mundo (Ef
2.12). Contudo JESUS sabe o que ele fará de acordo com o maravilhoso plano e
desejo do Pai. A promessa de DEUS a Abraão em Gn 12.3 tinha de ser cumprida.
Por essa razão JESUS precisa conduzir também essas muitas outras ovelhas de
todas as gerações e línguas e povos, que ele comprará com seu sangue para DEUS
(Ap 5.9). E acontecerá o milagre que nenhuma pessoa podia esperar: Elas ouvirão
a minha voz. Pessoas que por sua natureza, história e cultura não têm
absolutamente nada a ver com esse homem de Israel, são atingidas pela palavra
de JESUS e encontram em JESUS sua vida, seu maior tesouro. Se isso não
estivesse diante de nós na história do evangelho como uma realidade, ninguém o
consideraria possível. Mas a palavra de JESUS é verdade: Ouvirão a minha voz.
Então não haverá vários rebanhos diferentes, mas haverá um rebanho, um pastor.
JESUS antevê aquela igreja de judeus e gentios que foi concedida pela primeira
vez na casa de Cornélio, que existia nas comunidades de Paulo e das quais
tratou o decisivo concílio dos apóstolos (At 15). Um rebanho, um pastor, isso
se confirmou naquelas palavras de Paulo que testemunham a unidade em CRISTO
acima de todas as diferenças (1Co 12.12s; Gl 3.28; Cl 3.11). A palavra de JESUS
a respeito de um rebanho não é mero ideal. Foi gloriosamente cumprida. Em todos
os continentes, países, raças e vozes foi ouvida a voz de JESUS e pessoas se
agregaram à igreja de JESUS. Segundo sua essência, essa igreja somente pode ser
sempre a única igreja, assim como existe apenas um pastor que a conquista com a
sua vida.
Werner de Boor.. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora
Evangélica Esperança.
I Ped 5. 2-4. A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita
assim: apascentai o rebanho de DEUS. A palavra “pastorear” explica melhor o
significado do original do que apascentai.
O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e
proteção nos caminhos para o pasto.
Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela
pertence a DEUS como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram
como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma
(cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à
completa vontade de DEUS. O cuidado a ser exercido envolve três
particularidades expressas de forma negativa e positiva.
1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas
voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que
poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra
relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional
obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual DEUS o havia
apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria.
2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de
ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os
presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem
ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho
constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”. Considere
seu efeito em Judas Iscariotes!
3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre
a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. Os líderes nunca devem
ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas.
Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo
poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo
Pastor (4).
A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer
o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5),
a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de DEUS
ser derramada na alma por meio de CRISTO”; “uma participação perpétua na sua
glória e honra” (Bíblia Viva).
Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10.
pag. 242-243.
I Ped 5.2-4.
I As pessoas a quem são dadas essas orientações – aos presbíteros,
pastores e líderes espirituais da igreja, presbíteros e anciãos por ofício, e
não por idade, ministros daquelas igrejas às quais escreve esta epístola,
escolhidos por JESUS e capacitados pelo ESPÍRITO SANTO.
II A pessoa que faz essa
exortação - o apóstolo Pedro: “...admoesto eu”. E, para reforçar essa
exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada a
eles que ele não esteja disposto a fazer também. Os apóstolos disseram que se
dedicariam a doutrina e oração (Ele é também “...testemunha das aflições de
CRISTO”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhado ao palácio do sumo
sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu sofrimento na
cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que é também
“...participante da glória” que em certa medida foi revelada na transfiguração
(Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda de JESUS
CRISTO. Aprenda:
1. Aqueles cujo ofício é ensinar a outros devem cumprir atentamente seu
próprio dever, assim como ensinam ao povo o dever deste.
2. Como eram diferentes o espírito e o comportamento de Pedro dos seus
pretensos sucessores! Ele não ordena e manda, mas exorta. Ele não reivindica
soberania sobre todos os pastores e igrejas, nem se intitula príncipe dos
apóstolos, vigário de CRISTO ou cabeça da igreja, mas se apresenta como presbítero.
Todos os apóstolos eram presbíteros, ou anciãos, embora nem todo presbítero
fosse apóstolo.
3. Foi uma honra peculiar de Pedro e de alguns mais serem testemunhas dos
sofrimentos de CRISTO; mas é privilégio de todos os verdadeiros cristãos serem
participantes da glória que há de ser revelada.
III A descrição do dever do
pastor, e a maneira em que esse dever precisa ser cumprido. O dever do pastor é
tríplice:
1. “...apascentai o rebanho...”, por meio da pregação honesta da palavra de
DEUS ao rebanho, e ao conduzi-lo de acordo com as orientações e a disciplina
que são prescritas pela palavra de DEUS, que estão ambas incluídas nessa
expressão: Apascentai o rebanho.
2. Os pastores do rebanho precisam ter a supervisão
dele, o seu cuidado. Os presbíteros são exortados a fazer o seu trabalho de
bispos (que é o significado da palavra), por meio do cuidado pessoal e da
vigilância sobre todos que no rebanho estão comprometidos ao seu cuidado.
3. Eles precisam ser “...exemplo do rebanho”, e praticar a santidade, a autonegação,
a mortificação e todos os deveres cristãos, que eles pregam e recomendam ao seu
povo. Esses deveres precisam ser realizados “...não por força”, não porque você
tem de fazê-los, não por compulsão de um poder civil, ou pela coação do medo ou
da vergonha, mas de uma mente voluntária que tem prazer na obra. Não “...por
torpe ganância”, ou por algum lucro ou proveito relacionados ao lugar em que
você reside, ou de uma prerrogativa relativa ao ofício, “...mas de ânimo
pronto”, considerando o rebanho mais do que a lã, sincera e alegremente se
empenhando para servir à igreja de DEUS. “...nem como tendo domínio sobre a
herança de DEUS”, agindo como tirano sobre o rebanho por compulsão ou força
coerciva, ou impondo invenções humanas ou não-bíblicas a ele em vez dos deveres
necessários (Mt 20.25,26; 2 Co 1.24).
IV Em contraste com os lucros imundos que muitos se propõem como o seu
principal motivo em assumir e cumprir o ofício pastoral, o apóstolo coloca
diante deles a coroa da glória preparada pelo grande pastor, JESUS CRISTO, para
todos os seus ministros fiéis. Aprenda:
1. JESUS CRISTO é o “...Sumo Pastor” de todo o rebanho e herança de DEUS.
Ele os comprou, e os governa; e os defende e salva para sempre. Ele é também o
pastor principal sobre todos os pastores subalternos; eles derivam a sua
autoridade dele, agem em nome dele e prestam contas a Ele.
2. Esse Sumo Pastor vai aparecer para julgar todos os ministros e co-pastores,
para chamá-los à prestação de contas, para ver se cumpriram fielmente seus
deveres tanto publicamente quanto em particular, de acordo com as orientações
acima.
3. Aqueles que comprovarem ter cumprido o seu dever terão o que é
infinitamente melhor do que o ganho temporal; receberão do Sumo Pastor um
elevado grau de glória eterna, “...a incorruptível coroa de glória”.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A
APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 882-883.
I Ped 5.2 A incumbência aos anciãos é: Apascentai o rebanho de DEUS entre
vós! O fato de ela ser rebanho de DEUS é que torna o serviço nela tão cheio de
responsabilidade. Importa também aqui o que Paulo diz em 1Co 3.17 com uma
figura diferente: “Se alguém destruir o santuário de DEUS, DEUS o destruirá.”
Assim como no AT, também no NT DEUS confiou o serviço de pastor a pessoas,
“supervisores” (At 20.28), pastores (Ef 4.11) e anciãos (ou “os mais velhos”).
Pelo fato de Pedro não diferenciar claramente entre “anciãos” e “mais velhos”,
nenhum dos mais velhos pode transferir a responsabilidade pelo rebanho aos “anciãos”.
Cada um deles possui perante DEUS uma responsabilidade pela igreja. A tarefa
dos pastores consiste em apascentar. O foco está nas necessidades do rebanho.
Apascentar é regido pela pergunta: de que a igreja precisa para um bom
desenvolvimento e para ser protegida de perigos? Um verdadeiro pastor pode se
esquecer de seus próprios interesses por causa das carências do rebanho e de
cada uma das ovelhas que lhe foram confiadas, e o mesmo vale para um ancião no
tocante à igreja que lhe foi confiada.
O serviço do pastor é ameaçado particularmente por três perigos:
(1) pela falta de
disposição, (2) por ganância e (3) pela avidez de poder.
(1) pela falta de
disposição - Com as palavras não coagidos, mas voluntariamente. Pedro refere-se
à falta de disposição para cooperar. Há uma forma de cumprimento do dever que
não traz alegria para ninguém. Indisposição e contrariedade transferem-se para
aqueles que cumprem o “dever”, marcando a obra. Obviamente a rigor ninguém pode
ser coagido a prestar um serviço na igreja. Contudo, quando alguém pertence ao
grupo dos presbíteros ou quando até mesmo chega a ser ancião, ele tem a tarefa,
e espera-se que preste o serviço. É dessa “coação” que se fala. “Não coagido”
significa, então, realizar o serviço não porque isto é esperado, mas de livre e
espontânea vontade. Voluntariamente, ou “disposto”, “por livre iniciativa”
refere-se à iniciativa pessoal, ser cativado e impelido pela seriedade e
magnitude do serviço. Quando a vontade de DEUS determina a vontade dos “mais
velhos”, eles agem de forma espontânea, mais precisamente conforme DEUS. Isso
pode significar: “segundo a maneira de DEUS” ou “segundo a vontade de DEUS”.
Visa-se expressar que qualquer serviço de pastor depende de DEUS.
(2) não em sórdida ganância, mas de boa vontade. É verdade que JESUS
dissera: “porque digno é o trabalhador do seu salário.” (Lc 10.7). Será que os
anciãos recebiam pagamento já nos tempos do NT? Seja como for, é grande o
perigo de buscar nesse serviço primeiramente a vantagem pessoal. Isso contamina
o coração e o serviço. Os anciãos, como bons pastores, devem estar realmente
empenhados pelo rebanho, tendo em vista o bem das ovelhas, e não mirando a lã
delas. O significado básico do termo grego prothymos (= disposto), expressa:
inclinado, com simpatia, com dedicação, com zelo, com gosto. O bem e as
angústias dos outros ocupam, portanto, o foco, e o motivo é a determinação de
servi-los.
(3) I Ped 5.3 Segue uma última exortação aos anciãos ou pastores. Tampouco
como aqueles que se fazem senhores sobre o que lhes foi distribuído, mas como
aqueles que se tornam (ou: são) exemplos do rebanho. O termo grego para o que
lhes foi distribuído na realidade significa “sorteio”. Em seguida passa a
significar: o que foi sorteado, a herança, o quinhão sorteado. No presente
contexto refere-se com certeza à igreja, respectivamente à área de tarefas
confiada a cada um dos anciãos. Duas coisas repercutem nessa palavra: que se
trata de algo grandioso e que eles não o buscaram por si, mas que lhes foi
atribuído. Não como aqueles que se fazem senhores sobre o que lhes foi
distribuído significa textualmente: “olhar de cima para baixo”, depois
“oprimir”, “subjugar”. Os anciãos ou pastores devem conduzir a igreja, e nessa
função também exercer a disciplina eclesial. Nessa posição de liderança reside
o perigo do abuso, devido à pulsão humana pelo poder. Existe um abuso da
liderança, um senso equivocado quanto ao cargo. Ao senhorear sobre os demais,
os servidores da igreja se portam como senhores, privam DEUS da honra e posição
de domínio que lhe cabem e impõem inferioridade aos membros da igreja. Nisso
sua liberdade e cooperação responsável se perdem, bem como a alegria em servir
e o senso comunitário. É assim que anciãos ou pastores, por “olhar de cima para
baixo”, praticamente conseguem “gerir os negócios para baixo”. A isso Pedro
contrapõe à maneira correta de apascentar: como aqueles que se tornam exemplo
para o rebanho. Também Paulo emprega o termo exemplo ou “molde” (em grego
typos) e exorta no mesmo sentido os responsáveis pelas igrejas (1Tm 4.12; Tt
2.7; cf. também 1Ts 1.4; 2Ts 3.9). Em Fp 3.17 ele conclama: “Imitai-me todos
juntos, irmãos, e fixai o vosso olhar naqueles que se conduzem segundo o
exemplo que tendes em nós” [TEB]. A igreja não precisa de índoles dominadoras,
mas de exemplos. Quem se transforma em senhor gosta de exigir da igreja
serviços que ele mesmo não está disposto a executar. Quem, no entanto, é
exemplo, antecipa-se no servir. Todos os “mais velhos ou pastores” estão
submetidos à tarefa de se tornar exemplos do rebanho. Para o serviço de ancião
ou pastores não são necessários em primeiro lugar o dom da pregação nem
capacidades humanas de destaque, mas, pelo contrário, uma atitude de vida que é
marcada por JESUS e pelos apóstolos, ou seja, pela Sagrada Escritura.
I Ped 5.4 E quando o Supremo Pastor tiver sido manifesto recebereis a
imarcescível coroa da glória. Os anciãos, ou pastores, precisam saber que acima
das igrejas está um Supremo Pastor, e que receberam a propriedade dele somente
para cuidar. Ele avaliará e recompensará o serviço deles (1Co 3.8,14; Ap
11.18). No serviço que prestam, portanto, os anciãos, ou pastores, são
responsáveis perante ele, e independentes do julgamento das pessoas. A sentença
sobre seu ministério pastoral será proferida naquele dia em que tiver sido
manifesto o Supremo Pastor, que agora ainda está oculto, mas já presente com
todo o poder. Ele, pois, observa o serviço dos presbíteros, ou pastores, ou
anciãos. Considerando, porém, que todos os acontecimentos na igreja e no mundo
originados em DEUS têm por alvo a manifestação do Messias, é necessário que
também os presbíteros, ou pastores, ou anciãos, direcionem seu serviço para
esse evento. Isso reforça seu senso de responsabilidade e sua confiança, porque
vale para eles a promessa: recebereis a imarcescível coroa da glória. Naquele
tempo, após as competições cada vencedor recebia uma grinalda. Logo a grinalda
é sinal do triunfo. É assim que um dia o Supremo Pastor recompensará todos que
apascentaram bem seu rebanho com a grinalda da glória, que, ao contrário de
todas as coroas terrenas, é incorruptível, não consistindo em material terreno,
mas de glória (cf. também 2Tm 4.8; Ap 2.10; 3.11). A glória, porém, é a
essência da proximidade de DEUS e consequentemente de todo bem, toda luz e toda
beleza. Paulo escreve em Cl 3.4: “Quando CRISTO, que é a nossa vida, se
manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Quando
CRISTO, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis
manifestados com ele, em glória.” Essa promessa vale de forma singular para
aqueles que apascentaram fielmente o rebanho de DEUS.
Uwe
Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora
Evangélica Esperança.
II - AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR
E ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para
pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do
ministério, para edificação do corpo de CRISTO, Efésios 4:11,12
Esta é uma palavra fiel:
Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo
seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não
cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que
governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado
da igreja de DEUS?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na
condenação do diabo. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de
fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. 1 Timóteo 3:1-7
Por esta causa te deixei
em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de
cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: aquele que for
irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam
ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém que o bispo seja
irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem
dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à
hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme
a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para
admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Tito 1:5-9
Aos presbíteros que estão
entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das
aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o
rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo
domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando
aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. 1 Pedro
5:1-4
E a uns pôs DEUS na
igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro,
doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas. 1 Coríntios 12:28
1. Um caráter íntegro.
Neste tópico, enfatizamos as características do verdadeiro pastor, no
sentido humano, daquele que tem o chamado de DEUS para ser um guia de parte do
rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial de pastor. Não é qualquer
pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda que seja o mais procurado
pelos aspirantes ao ministério eclesiástico. Paulo ensina que é JESUS quem dá
pastores às igrejas (1 Co 12; Ef 4.1): “Os pastores ministeriais escolhidos por
JESUS CRISTO deveriam ser aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das
suas necessidades espirituais, porém não é bem assim. A grande maioria dos
"pastores, ou anciãos, ou presbíteros, ou bispos" que dirigem alguma
congregação, ou seja lá o nome que é dado a cada um, não são ministros
escolhidos por JESUS CRISTO, mas foram escolhidos por lideranças da igreja, ou
seja, seus ministérios são humanos, escolhidos por homens. E já que são chamados
“presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (l Tm 3.1; Tt 1.7).
O pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo
Pastor” (1 Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão
importante missão. O pastor verdadeiro é dado por JESUS à igreja. Ele não dá a
igreja ao pastor (Ef 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao
pastor. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou
proprietário. A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1 Timóteo 3.1-7
e Tito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor, quanto ao seu
testemunho perante a Igreja e o mundo:
1) Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que
não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo.
2) Vida conjugal ajustada (“marido de uma mulher”). Note-se que é
prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a
tolerância com a bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano
original de DEUS para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo
para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (Ef
5.25).Casado uma vez significa que só se casou uma vez mesmo.
3) Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se
passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1 Tm
4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos
devoradores”; Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso,
precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de
liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua
vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspectos. Isso porque o
Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O
presbítero, bispo ou pastor deve obedecer ao que JESUS disse: “Vigiai e orai,
para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a
carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe
5.3).
4) Sóbrio (simples, moderado). Sobriedade significa que não se deixa guiar
por doutrinas várias, mas somente pela Bíblia, é equilibrado. O pastor ou bispo
deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a
exibição de riqueza não convêm a um homem de DEUS; JESUS disse: “sede símplices
como as pombas” (Mt 10.16).
5) Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro;
decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se
numa expressão: ser “santo em toda a maneira de viver” (1 Pe 1.15). O homem de
DEUS não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas,
cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem-visto
pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não,
não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve
ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que
prega ou ensina (Tg 2.12). Não se vende, paga suas contas em dia.
6) Hospitaleiro. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia
casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os
viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc
10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em
hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe
tratar bem as pessoas, sem fazer acepção de ninguém; (acepção é pecado - Dt
16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2.11;Tg 2.9). Que recebe em sua casa servos de DEUS, seus
colegas de ministério.
7) Apto a ensinar. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o
pastor deve saber fazer uso da Palavra de DEUS, ministrando mensagens,
estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cuidados. Se não tiver
essa aptidão, pode estar no lugar errado (2 Tm 2.15).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 110-112.
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis.
8) Não dado ao vinho”. Nos tempos de Paulo, o vinho era já uma bebida
alcoólica que podia causar dependência química ou psicológica. Seria uma
tristeza um pastor ficar embriagado pelo uso constante do vinho. A bebida alcoólica
tira o juízo, torce a justiça. Se fosse escrito hoje, o texto talvez dissesse:
“não dado à cerveja, à champanhe, ao licor ou a outra bebida alcoólica ou a
algum alucinógeno, ou droga sintética”. O pastor ou bispo deve dar exemplo de
abstinência desse tipo de substância para o seu bem, de sua família e do
rebanho sob seus cuidados.
9) Ordeiro (“não espancador”). Por que Paulo fez referência a esse tipo de
comportamento? Muitos obreiros espancam seus filhos e até sua esposa, por
incrível que pareça. Sem dúvida, Paulo observou que algum obreiro tinha o
costume de “espancar” as pessoas a seu redor, algum ditador. Sempre houve pastores
grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas a
seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O pastor deve ser ordeiro,
humilde, de bom trato para com todos, não cobiçoso nem ganancioso. Ordeiro quer
dizer que mantém a ordem, na casa de DEUS.
10) Moderado, É sinônimo de suave, brando, comedido, prudente, contido. É
qualidade sem a qual o pastor pode sofrer sérios revezes em sua vida, no
relacionamento com outras pessoas, em seus hábitos, costumes etc. Ele não pode
ser um desequilibrado mental, sem controle de suas emoções. Para ser moderado,
precisa ter o fruto da temperança e da longanimidade (cf. G1 5.22).
11) Não contencioso. O pastor ou bispo não deve viver em contenda, nem com
a família, nem com os crentes, nem com os de fora (aqui incluída a internet e
seus grupos sociais de interação). Contenda é o mesmo que porfia, dissensão,
peleja, que são “obras da carne” (G1 5.2,1). Diz um ditado: a melhor maneira de
ganhar uma contenda é evitá-la. Com oração e vigilância é possível viver em
paz.
12) Não avarento. Quer dizer que o pastor ou bispo não deve ser sovino,
mesquinho, e não deve ter amor ao dinheiro (avareza), que é “a raiz de toda
espécie de males” (1 Tm 6,10). O pastor não deve viver em função de dinheiro ou
de bens materiais. Sua missão é elevadíssima, e deve focar-se no amor às almas
ganhas para CRISTO, que ficarão aos seus cuidados ministeriais. O dinheiro da
Igreja, em sua primazia, deve ser usado para evangelização.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 112-113.
QUALIFICAÇÕES DO PASTOR
Qualificações de um pastor: três categorias:
a. O serviço de ministração ao culto divino, pondo em ordem a adoração da
congregação, administrando as ordenanças, pregando e ensinando a Palavra de
DEUS.
b. Ele deve ser habilidoso nos cuidados pastorais, cuidando de alimentar
espiritualmente o rebanho, mostrando-se vigilante, deixando-se envolver em boas
obras e ações de misericórdia e compaixão.
c. Ele deve brandir a autoridade espiritual da Igreja, sendo um dirigente
que merece respeito e que impõe ordem e disciplina. Um pastor deve ter como um
de seus alvos o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4:12). mostrando-se
espiritualmente alerta (Heb, 13:17; 11 Tim. 4:5) sendo capaz de exortar,
advertir, consolar e orientar com autoridade (I Tes. 2:22; I Cor. 4: 14,15).
Deve demonstrar profunda comunhão com o PAI, JESUS e o ESPÍRITO SANTO, tanto
quanto ao ensino e pregação, quanto em ser usado em dons do ESPÍRITO SANTO em
seu ministério.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105-106.
Algumas qualificações do Bispo (3.2)
É apropriado que o ministro seja julgado por um padrão mais rígido que
os membros leigos da igreja. Os leigos podem ser perdoados por defeitos e
falhas que seriam totalmente fatais a um ministro. Há certas coisas que um DEUS
misericordioso perdoa em um homem, mas que a igreja não perdoa no ministério
deste. A irrepreensibilidade do candidato é requisito no qual devemos ser
insistentes hoje em dia, como o foi Paulo no século I.
O líder da igreja deve ser exemplar especialmente em assuntos relativos a
sexo. Este é o destaque da segunda estipulação do apóstolo: Marido de uma mulher.
Trata-se de precaução contra a poligamia, que gerava um problema sério para a
igreja cujos membros eram ganhos para CRISTO vindos de um paganismo que
tolerava abertamente casamentos plurais. Em todo quesito que a igreja com seus
altos padrões éticos relativos a casamento confrontar o paganismo de nossos
dias, em regiões incivilizadas ou não, a insistência cristã na pureza deve ser
enunciada de forma clara e seguida com todo o rigor. Daí podemos inferir que a
prática do sexo deve ser segundo os padrões bíblicos de santificação. Sexo anal
não deve ser tolerado em um casamento cristão, que muitas vezes leva a
separação de casais. Muitos casais teem se separado devido também a
espancamento da esposa por parte do marido que é pastor. Isso acontece em casa
de obreiros, muitas vezes.
Mas temos de perguntar: A intenção de Paulo era desaprovar o segundo
casamento? Alguns dos manuscritos antigos requerem a tradução “casado apenas
uma vez” (conforme nota de rodapé na NEB). “Sobre este assunto, como em muitos
outros”, comenta Kelly, “a atitude que vigorava na antiguidade difere
notadamente da que prevalece em grande parte dos círculos de hoje. Existem
evidências abundantes provenientes da literatura e inscrições funerárias, tanto
gentias quanto judaicas, que permanecer solteiro depois da morte do cônjuge ou
depois do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se outra vez
era visto como sinal de satisfação excessiva dos próprios desejos”. É óbvio que
em alguns segmentos da igreja primitiva esta era a opinião prevalente, chegando
à inspiração de um ministério celibatário, como o de Paulo, Barnabé, Tito,
Timóteo, como parece evidente na leitura bíblica (Digo, porém, aos solteiros e
às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. 1 Coríntios 7:8).
Igualmente essencial e até mais importante é a sétima qualidade que Paulo
menciona: Apto para ensinar. Pelo visto, nem todos os pastores eram empregados
no ministério de ensino. E o que mostra 5.17: “Os presbíteros que governam bem
sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham
na palavra e na doutrina”. Mas a aptidão para ensinar era rendimento certo para
o ministro cristão. Sempre haverá indivíduos que possuem maior capacidade nesta
ou naquela área que outros, mas certa habilidade para ensinar é de extrema
necessidade ao ministério completo e frutífero.
Não cobiçoso de torpe ganância. Esta é advertência contra o amor do
dinheiro que o apóstolo, mais adiante nesta mesma epístola (6.10), declara ser
“a raiz de toda espécie de males”. Tal proibição tinha relevância imediata,
pois fazia parte da responsabilidade do pastor cuidar dos bens e capitais da
igreja. Esta seria fonte constante de tentação para o avarento. Somente aquele
que desse toda prova de não ter espírito de cobiça pode ser separado com
segurança para a obra do ministério.
Claro que é perfeitamente possível que ministros e leigos sejam enganados
pelo que nosso Senhor chamou de “a sedução das riquezas” (Mt 13.22). A sutileza
desta sedução é que a pessoa não precisa possuir riquezas para ser enganada por
elas. Desejá-las ardentemente, permitir-se adotar atitudes calculistas na
esperança de obter riquezas, ficar indevidamente interessado por salários e
lucros deste mundo não podem deixar de empobrecer e, no final das contas,
destruir o valor do próprio ministério. Tudo isso está implícito no aviso
paulino do desejo controlador por dinheiro.
J. Glenn
Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 469-471.
I Tm 3.2 O presidente, ou pastor, ou bispo, pois, deve ser irrepreensível.
Irrepreensível não significa simplesmente gozar de boa fama, mas ter um
testemunho justificadamente bom. A crítica e as acusações não devem encontrar
pontos vulneráveis para seu ataque. Aparentemente a palavra designa o
comportamento abrangente, fundamental para tudo o que segue. JESUS frisa a
importância do bom testemunho, como também ocorre em geral no NT. Nessa questão
é decisivo que o bom testemunho seja reconhecido e fornecido pelos que não
fazem parte da igreja. “Vossa conduta seja decorosa aos olhos dos estranhos.”
Essa exortação da carta mais antiga de Paulo coincide integralmente com a
exigência de ser irrepreensível, o que não pode ser questionado nem mesmo por
observadores críticos e hostis. Um modo de vida desses só é viável a partir do
“mistério da fé, preservado em uma consciência pura”. Essa é a origem e a
renovação de toda a autêntica irrepreensibilidade. Representa o oposto tanto do
comportamento antissocial como da exagerada adaptação pacata a todos e a tudo.
Marido de uma só mulher. Presidentes e diáconos devem ser casados uma única
vez; isso aponta em 3 direções:
1) Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o
marido morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade
avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética
permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”.
2) Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original,
estabelecido por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios
gentios chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade
no matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se
“apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de
boas obras”.
3) A interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à
prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do correlato
recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre judeus.
A expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que
deve caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade
em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou
íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os limites
do respeito.
Quem está embriagado e alimenta sonhos devotos a respeito de si mesmo e do
mundo não consegue orar de fato, porque orar é justamente o contrário de fugir
da chamada “realidade” para um mundo onírico. Vale o contrário: quem ora acorda
para a verdadeira situação, e quem está alerta ora de olhos abertos. É disso
que resultam as boas obras.
Apto para ensinar (didaktikos): em todo o NT o termo ocorre somente aqui e
em 1Tm 3.2. O seu sentido é descrito exaustivamente em Tt 1.9: o presidente, ou
pastor, ou bispo deve “apegar-se à palavra confiável e conforme a doutrina,
para que seja capaz de, pelo reto ensino, exortar bem como convencer os que o
contradizem”. Deve estar aberto para questões doutrinárias, capaz de formar sua
própria opinião e instruir a outros. Precisa discernir entre o que é importante
e o que leva a descaminhos, entre doutrina verdadeira e falsa, saudável e
doentia e ser capaz de ensinar e transmitir corretamente o que é apropriado em
cada caso.
Conforme 2Tm 2.2 Timóteo deve transmitir o evangelho a “pessoas fiéis”, não
especificamente apenas presidentes, ou pastores, ou bispos, que serão capazes
de novamente ensinar a outras. O ensino ministrado por mestres específicos
somente tem sentido sob a premissa de que todos são capazes de se instruir e
exortar mutuamente. No entanto, só se pode esperar isso deles quando e porque
eles próprios são “ensinados por DEUS”. Ademais, 1Tm 5.17 deixa explícito que a
presidência não era exercida por uma pessoa sozinha, era um ministério com 5
ministros (Ef 4.11), e que nem todos que presidiam ou eram presbíteros que
também ensinavam.
Os presidentes, ou pastores, ou bispos tinham de ser exemplos no ensinar,
não para aliviar outros desta tarefa, mas capacitando-os para isso. Na escola o
professor de matemática deve instruir os alunos para que saibam solucionar
pessoalmente tarefas de matemática. Não deve resolver a tarefa por eles, e nem
todos os alunos devem tornar-se matemáticos ou professores de matemática.
I Tm 3.3. Não dado ao vinho, não espancador, porém amável, não briguento,
não avarento.
Em Corinto as ágapes e as santas ceias da igreja haviam degenerado em
comilanças. Em seu meio havia pessoas que se intitulavam irmãos, mas cujo DEUS
na verdade era seu próprio estômago. O estômago era o poder máximo que os
determinava. Comer e beber, bem como digressões sexuais, significavam tudo para
eles. Quem ainda era escravo de tais vícios mesmo como cristão dificilmente
podia conduzir aqueles que haviam se convertido do mundo gentílico para novos
hábitos de vida. O simples fato de que era preciso dar essas instruções a
presidentes, ou pastores, ou bispos e diáconos permite reconhecer que à época
da redação da carta a igreja não passava pela vida inerte, em um
“aburguesamento” distante e impassível: “impuros, idólatras, adúlteros, garotos
de programa, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes, assaltantes”
era o contexto de onde vinha uma parcela da igreja, não apenas em Corinto, e
com tais concidadãos seus membros conviviam no cotidiano. Como aprenderiam que
uma vida assim era indefensável na igreja, por ser antissocial e inconciliável
com o reino de DEUS? Verdadeira transformação não podia ser trazida por ordens
e condenações genéricas, mas somente por modelos de vida nova vivenciados. Por
essa razão o presidente, ou pastor, ou bispo não deve ser beberrão nem galo de
briga com discurso autoritário, mas instrutor amável de uma vida verdadeira.
Também nessa palavra não se deve ignorar a conotação escatológica. Como o
Senhor está próximo, os cristãos devem expressar sua amabilidade a todas as
pessoas, também diante dos que os difamam e perseguem.
Não briguento: trata-se aqui de briga por palavras, ter palavra de comando,
ser irredutível no debate., diferente de “não espancador”, que briga chegado às
vias de fato, muitas vezes embriagado.
Não avarento: Quando JESUS disse que não se pode servir a DEUS e ao
dinheiro, os fariseus zombaram dele porque eram gananciosos. JESUS espera do
bom administrador que lide fielmente com o dinheiro injusto. De acordo com Tt
1.7 o presidente, ou pastor, ou bispo, que é um administrador (ecônomo) de
DEUS, não deve ambicionar a torpe ganância.
Hans Bürki. Comentário
Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança.
Se porventura o homem é quem se divorciou da mulher, contra a vontade dela,
é extremamente duvidoso que, na igreja primitiva, fosse permitido a tal homem
ocupar posição de liderança na igreja, mesmo que viesse a contrair novas
núpcias.
Fica igualmente proibida a digamia, isto é, segundo matrimônio, após o
falecimento da primeira esposa. Parece que isso está incluso nessa proibição,
que envolve aqueles que devem ou não ocupar ofícios eclesiásticos. I Tim.
5:9,11 quase torna necessário que interpretemos, nestas palavras, que o
ESPÍRITO SANTO, através de Paulo era contra qualquer forma de segundo
matrimônio para um oficial eclesiástico. E é provável que assim pensasse o
ESPÍRITO SANTO, através de Paulo, porque tal oficial deveria defender o
ideal simbólico do casamento, um homem e uma mulher, conforme é exemplificado
no tipo de CRISTO e sua igreja. (Ver Efé. 5:32). Além disso, a julgar pelas
expressões do quinto capítulo desta epístola, aludidas acima, parece que o
ESPÍRITO SANTO, através de Paulo, julga que a viuvez perpétua é mais
nobre e mais favorável à inquirição espiritual, bem como ao trabalho
eclesiástico, do que o estado de um homem casado pela segunda vez.
Essa interpretação sobre esta expressão, como declaração contrária a um
segundo matrimônio, já era forte nos escritos dos pais da igreja que viveram
nos séculos II, III e IV d.C. (Ver Tertuliano, ad Uxor, 1.7; Clemente de
Alexandria, Strom. iii. 12; Orígenes, Hom. xvii sobre Lucas). Tal ideia foi
incorporada em dogmas eclesiásticos posteriores. (Ver Apost. Ch. ordem 1;
Apost. Canons, xvii e Constituições Apostólicas ii.2). Os montanistas
transformaram em artigo de fé essa regra contra um segundo casamento, após a
morte da primeira esposa.
Atenágoras, apologista cristão que viveu em Atenas, no segundo século de
nossa era, chamava de «adultério agravado» ao segundo casamento.
Em qualquer decisão, a tradição eclesiástica não pode ser ignorada, pois a
história eclesiástica poderá oferecer um roteiro seguro.
Um homem solteiro, de grande piedade, não deveria ser barrado de ocupar
qualquer ofício eclesiástico. Paulo não era casado. Cumpre-nos observar, por
semelhante modo, que às viúvas é ordenado que não se casem novamente (ver I
Tim. 5:14), sendo provável que aos «viúvos» também se aconselhasse tal medida.
Não seria razoável, segundo parece, permitir viúvos recasados ocuparem ofícios
eclesiásticos. (Efé. 5:32).
A Didache (escrito em cerca de 100 D.C.) atribui a responsabilidade maior
do ensino aos profetas e mestres (XIII e XV), ficando essa responsabilidade ao
encargo dos pastores somente na ausência daqueles. O importante é que haja
indivíduos espiritualmente chamados para esse ministério, os quais não devem
poupar seu tempo e seus talentos no cumprimento de sua vocação.
Um mestre cristão deve ser guardião e depositário do conhecimento bíblico,
aprimorando-se cada vez mais em sua compreensão sobre as realidades
espirituais, aprofundando sempre mais o seu conhecimento nas Escrituras. A
igreja evangélica de hoje em dia necessita de «mestres», havendo um número
extremamente reduzido deles. O trecho de I Tim 5.17 mostra-nos que nem todos os
pastores governantes tinham a função de ensinar, e que aqueles que governavam e
ensinavam deveriam ser alvo de especial consideração, dignos de duplo salário.
O ministério carismático, composto de apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres (ver Efé. 4:11), não tinha por intuito cessar e ser
substituído pelo ministério de ensino. Antes, o ministério de «mestre» é
recebido por unção divina, não resultando apenas do cultivo intelectual.
Todavia, o mestre usa «revelações» como base de seu ensino, podendo essas
revelações ser aquelas contidas nos documentos bíblicos ou através de
discernimento intuitivo ou transmissão mística de conhecimentos, embora sempre
de acordo com a revelação bíblica, que é básica, fundamental. Já o profeta fala
por inspiração espiritual direta, dada no momento da elocução da profecia. Mas
é o ESPÍRITO SANTO quem impulsiona a ambos. Não ensinar equivale a perecer; e é
por isso que, em muitos lugares de hoje em dia, a igreja cristã sucumbe, por
falta de alimento espiritual. O ensino é parte integral da Grande Comissão (ver
Mat. 28:19,20), devendo ser tratado com muito mais dedicação e urgência do que
vem ocorrendo entre nós, equiparando-se em intensidade e importância ao
evangelismo.
As Constituições Apostólicas (oito volumes de instruções, dos fins do
século IV d.C.), um manual de disciplina eclesiástica, que supostamente seriam
instruções dos apóstolos a Clemente de Roma, contêm um interessante paralelo:
«A um supervisor, ancião ou diácono que bata nos crentes, quando pecam, ou nos
incrédulos, quando fazem algum erro, desejando aterrorizá-los desse modo,
ordenamos que seja deposto; pois em parte alguma o Senhor nos ensinou a fazer
tais coisas. Pelo contrário, quando foi ferido, não revidou; quando foi
vilipendiado, não vilipendiou; quando sofreu, não ameaçou» (νώ'.47,28).
«...não avarento...» No grego é «aphilarguros», usado somente aqui e
em Heb. 13:5. Significa «amante de dinheiro». «Philarguros», sem o
privativo, mas com sentido praticamente idêntico, se encontra em Luc. 16:14 e
II Tim. 3:2. O termo normal para «avarento» é «pleonektes», em outras passagens
do N.T. (Ver Rom). Um bom «supervisor» não se encontra em seu ofício por causa
do dinheiro. Pode esperar receber uma recompensa financeira razoável, por
trabalhar no evangelho, mas não deve esperar enriquecer nesse mister, não
devendo mesmo trabalhar visando esse alvo. A sua dedicação a CRISTO deveria ser
tão grande que ficasse excluída qualquer possibilidade dessas. Entretanto, em
nossos dias, muitos evangelistas, pastores e «grandes pregadores» se têm,
literalmente, enriquecido. Muitos deles têm aconselhado a viúvas que lhes
deixem suas ricas possessões em herança, além de usarem de outros meios
duvidosos para se enriquecerem. Um ancião ou pastor deveria ser generoso com as
suas possessões, dando sempre de si mesmo e de seus bens, procurando fazer
avançar o seu trabalho. Seu dinheiro deveria ser investido em seu trabalho.
«Livre da cobiça egoísta, que tão frequentemente gera ira e contenda
(comparar com I Tim. 6:10 e Heb. 13:5). Sabemos quão frequentemente nosso
Senhor advertiu a seus discípulos a que se precavessem da cobiça (ver Luc.
16:14, etc.)». (Oosterzee, in loc.). A principal direção do dinheiro da Igreja
deve ser investido na evangelização.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 307-310.
Homem de Maturidade (3.6,7)
O versículo 6 oferece perspicácia muito interessante sobre a situação em
Éfeso: Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do
diabo
(6). Esta é advertência contra a promoção muito rápida à liderança de
“recém-convertidos” ou pessoas “recentemente batizadas”. Embora a igreja Efésia
já tivesse muitos anos de existência e, provavelmente, não devesse ter carência
de líderes maduros, havia indícios de que candidatos imaturos ao ministério
estavam sendo postos em serviço. Paulo acreditava em maturidade e preparação de
candidatos para este cargo santo, e por uma boa e suficiente razão. Existia o
perigo de que, para alguém inadequadamente preparado, a tentação ao orgulho
espiritual se tornasse grande demais para ser resistida. Isso é tragédia na
certa, tragédia descrita pelo apóstolo nos seguintes termos: Cair na condenação
do diabo. C. K. Barrett destaca que “o julgamento não é tramado pelo diabo, mas
feito por DEUS em rígido acordo com a verdade”. A tradução de Phillips expressa
o que o apóstolo quis dizer: “Para que não se torne orgulhoso e participe da
queda do diabo” (CH).
Resta ainda uma especificação final para aquele que deseja servir na
posição de bispo ou líder: Convém, também, que tenha bom testemunho dos que
estão de fora, para que não caia em afronta e no laço (“armadilha”, NTLH) do
diabo (7). O ministro cristão tem de inspirar o respeito e a confiança da
comunidade fora da igreja, caso deseje ganhar as pessoas dessa comunidade para
a igreja. E fácil dizer: “Não me importo com o que as pessoas pensem de mim”; e
contanto que essa atitude seja devidamente planejada e corretamente
compreendida, justifica-se. Mas ninguém deve ser indiferente à sua reputação na
comunidade em que vive. Ele deve desejar veementemente que as pessoas o
considerem inteiramente acima de repreensão. Ver a questão de outro modo, diz
Paulo, é expor-se à mesma armadilha que aguarda o indivíduo cujo espírito está
arruinado pelo orgulho espiritual.
J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
471-472.
Não Neófito - Alguns eruditos supõem que o sentido destas palavras é que se
o candidato ao pastorado tinha defeitos e vícios, em sua vida anterior, quando
a igreja fez dele um pastor tão repentinamente, sem provas suficientes de sua
conversão e experiência cristã, então que tal homem tornar-se-á objeto imediato
de críticas, por parte dos «de fora», que o conhecem e que agora começam a
denegri-lo. Essa interpretação é possível, mas parece melhor pensarmos aqui em
um «fracasso futuro», como possibilidade seriamente antecipada, se porventura
alguém for levantado como líder na igreja precipitadamente, quando ainda é
noviço na fé, pois o orgulho daí decorrente gradualmente irá destruindo a ele
mesmo e ao seu ministério.
«Os desviados, de maneira geral, caem perante aqueles pecados que estavam
acostumados a praticar, antes de sua conversão. Hábitos inveterados são
reavivados naquele que não continua a negar-se a si próprio e a vigiar em
oração». (Adam Clarke, in loc.). .
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 311.
3. Exemplo para a família.
Que governe bem a sua casa. Esta é uma qualificação de grande importância,
pois as pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se
relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da
esposa e do lar (Ef 5.22). Ao lado da esposa, que também governa a casa (1 Tm
5.14), deve criar seus filhos “com sujeição” (1 Tm 3.4). Porque, diz Paulo: “se
alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de DEUS? (1
Tm 3.5). Culto doméstico, submissão dos filhos aos pais e da esposa para com
seu marido, Assuidade de toda família nos cultos e eventos da Igreja,
santificação encontrada em toda a família, esses são sinais de uma família de
um pastor, ou bispo, ou presbítero.
De bom testemunho perante os descrentes (“bom testemunho dos que estão de
fora”). O pastor deve ser um proclamador do evangelho transformador de CRISTO.
Seu testemunho deve ser uma pregação viva de que JESUS converte e transforma o
pecador. Esse testemunho deve ser demonstrado, primeiramente, em sua vida
pessoal; depois, em sua casa, na igreja e, por fim, perante todas as pessoas
que o conhecerem.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 113.
«...governe bem...» No grego é «proistemi», que significa «ser o cabeça»,
«conduzir», «gerir», sendo palavra usada para indicar qualquer forma de
governo, ainda que, secundariamente, tenha o significado de «ter interesse
por», «cuidar de», «ajudar a». Um «supervisor» ou pastor é o governante da
igreja local; mas, antes de tudo, deve ser o chefe de sua casa. Seu lar é a sua
primeira responsabilidade, e somente se ele se mostra apto ali é que deve ser
considerado capaz de governar a casa de DEUS.
«...criando os filhos sob disciplina...» Literalmente, «...mantendo em
sujeição...», uma frase única em todo o N.T. A tradução inglesa RSV diz aqui
(agora vertido para o português): «...mantendo submissos os seus filhos...» Mas
um pastor deve obter esse resultado com razão, com paciência e com gentileza,
embora também com demonstração de autoridade e força, que seus filhos aprendam
a respeitar. Ora, isso nem sempre é fácil de conseguir, porquanto as crianças
também são indivíduos, podendo ser dotados de fortíssima vontade própria.
Todavia, um pai obterá bons resultados se suas ordens forem justas e úteis; e
assim seus filhos aprenderão que o pai de família age assim para benefício
deles, e não meramente a fim de demonstrar a sua autoridade. «A obediência e o
respeito pela autoridade são coisas importantes. As energias dinâmicas das
crianças, ao invés de serem abafadas, precisam ser dirigidas para fins dignos.
A difícil arte da educação cristã consiste em rodearmos os jovens com
influências que os capacitem a combinar os seguintes pontos:
a. A obediência a DEUS com a gloriosa liberdade dos filhos de DEUS;
b. a conformidade à mente de CRISTO com a liberdade de exprimir os dons
distintivos que DEUS conferiu a cada um de seus filhos;
c. o conhecimento dos fatos cristãos e da história da igreja com a
receptividade a maior luz, que DEUS faça irromper de sua santa Palavra, para
cada nova geração;
d. a reverência à revelação divina no passo com a coragem que DEUS fala a
cada pessoa que tem ouvidos para ouvir e lhe queira ser obediente;
e. a gratidão pelo que DEUS tem feito no passado com a fé que DEUS tem em
reserva maiores coisas ainda para o seu povo, que serão realizadas no futuro;
f. o respeito pelas experiências dadas às gerações anteriores com o
propósito de buscar, em primeiro lugar, o reino de DEUS e a sua justiça.
A educação cristã deve transmitir o conhecimento obtido pela experiência,
ao mesmo tempo que deve liberar os poderes criativos daqueles que são chamados
a avançar para um novo conhecimento e para maiores realizações». (Noyes, in
loc.). Este versículo não ensina que um homem «sem filhos» não pode ser um
«supervisor» cristão , conforme alguns eruditos têm sugerido. Essa
interpretação perverte o que aqui é dito, sendo algo inteiramente fora de
consideração.
«...com todo respeito ...» No grego é «semnotetos», que quer dizer
«reverência», «respeito», «dignidade», «seriedade». Alguns estudiosos pensam
que essas palavras aludem aos filhos, os quais, estando debaixo da autoridade
de seus progenitores, deveriam mostrar «reverência e respeito»; o mais
provável, entretanto, é que o pai da família continue aqui em foco. O pastor
que também é pai deve governar seus filhos com «dignidade» e «seriedade».
Precisa reconhecer a seriedade de sua missão. Aos seus filhos, todo o pai deve
três coisas: exemplo, exemplo, exemplo. Se um pai der a seus filhos o exemplo
certo, será fácil para aqueles se tornarem homens de DEUS. O pai é quem deve
mostrar aos filhos o caminho. Notemos que o termo grego «...todo...» é
empregado aqui. As ações de um pai pastor, para com os seus filhos, devem ser
caracterizadas por uma seriedade «completa» e «perfeita». Não deve ser uma
atitude lassa e desinteressada. Pois, se mostrar tal atitude, poderá afastar de
si os seus próprios filhos, tornando-os presa fácil de más influências. Em
«tudo» um pastor deve manter dignidade espiritual diante de seus filhos.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 310.
Assim como o relacionamento conjugal reflete a relação entre CRISTO e a
igreja, assim a associação familiar em uma grande casa é réplica e a célula
originária da família de DEUS, do qual toda a paternidade no céu e na terra
recebe o nome. Pela fé em CRISTO os gentios tornaram-se “membros da família de
DEUS”.
Como um pai governa os filhos e a todos na própria casa, assim o
presidente, ou bispo, ou pastor, deve conduzir a igreja de DEUS, executando seu
ministério com entusiasmo, i.é, bem. Ao contrário do mundo grego, os cristãos
não mandavam educar os filhos por meio de escravos pedagogos, mas assumiam
pessoalmente essa tarefa. Na obediência autêntica (que é o contrário de coação,
porque obediência autêntica é voluntária) e na decorrente autonomia
disciplinada dos filhos adolescentes seria possível reconhecer a dignidade do
pai amável. Isso também pode ser dito de outro modo: somente quem possui
autoridade real pode favorecer dignamente a obediência. Quem está amarrado e
inseguro, lançará mão de meios violentos, conduzindo assim os filhos à
rebeldia, não à subordinação espontânea. “Com toda a dignidade” salienta a
autoridade interior, que se situa acima da contraposição de educação
autoritária – antiautoritária.
Cuidar da igreja de DEUS. O presidente da igreja domiciliar não deve
governar sobre ela de forma arbitrária ou ditatorial, mas pensar em seu
bem-estar físico, comunitário e espiritual. A igreja não pertence a ele, mas a
DEUS. “Nisso sê diligente”, enfatiza Paulo mais tarde.
Família e igreja poderão crescer de forma saudável quando se encontram na
mais estreita interação. Igrejas perdem seu caráter familiar quando famílias
cristãs já não formam as verdadeiras células da igreja. Quando as famílias,
mesmo as famílias nucleares de nosso tempo, não forem mais centros espirituais
e locais de treinamento do amor experimentado de DEUS, as igrejas se tornarão
desertas, apesar de todo o ativismo. Por isso cuidar das igrejas significa
providenciar em primeiro e principal lugar famílias saudáveis na fé. O cuidado
pastoral matrimonial certamente ainda é a área mais negligenciada do
aconselhamento. Quando o foco cair sobre a igreja como família de DEUS, seu
caráter de exemplo no matrimônio e na família se reveste de fundamental
importância. Novamente não se deve entender isso como uma fachada de devoção
hipócrita. Exemplo não é encenar o que não existe. Nem mesmo a pergunta
temerosa sobre o que os outros dirão deve determinar ou tolher a vida familiar
dos servidores da igreja. A família do pastor, ou bispo, ou presbítero, é o
exemplo para todas as famílias da Igreja.
Hans Bürki. Comentário
Esperança Cartas aos I Timóteo.. Editora Evangélica Esperança.
I Tm 3.4. Um teste adicional, e crucial, é acrescentado: o superintendente
deve ser um homem que governe bem a sua casa, criando os filhos sob disciplina,
com todo respeito. É tomado por certo que normalmente, quando possível, será um
homem casado, e como tal deve vigiar para que a vida do seu lar seja ideal. A
ideia é ecoada na liturgia de ordenação no Livro Comum de Orações (anglicano),
onde se pergunta aos candidatos para o ministério: “Sereis diligentes para
formular e formar a vós mesmos, e às vossas famílias, de acordo com a doutrina
de CRISTO, e fazer de vós mesmos e delas, até ao máximo das vossas
possibilidades, exemplos e padrões sadios para o rebanho de CRISTO?” Alguns têm
entendido as últimas três palavras do versículo como aplicando-se aos filhos
(cf. Moffatt: .. conserve seus filhos submissos e perfeitamente respeitosos”),
mas o substantivo respeito, ou “dignidade” (Gr. semnotès) parece mais
apropriado à atitude do pai. A lição é que deve manter disciplina rigorosa, mas
sem lutas nem apelos à violência.
John
N. D. Kelly. I Timóteo. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 79-80.
III - O MINISTÉRIO PASTORAL
PASTORES.
Eclesiasticamente falando, os pastores escolhidos pelo ministério (por homens),
são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades
espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou
supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7).
A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11),
ensinar a Palavra de DEUS e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm
3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no
sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17;
1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade
apostólica e o rebanho de DEUS contra as falsas doutrinas e os falsos mestres
que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho,
tendo como modelo JESUS, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pe 2.25; 5.2-4).
Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28;
Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria
do ESPÍRITO concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações
espirituais do candidato.
O pastor é essencial ao propósito de DEUS para sua igreja. A igreja que deixar
de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do
ESPÍRITO (ver 1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de
Satanás e do mundo (ver At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de DEUS, e os
padrões do evangelho serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus
familiares não serão doutrinados conforme o propósito de DEUS (1Tm
16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm
4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos
com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o
propósito da piedade (1Tm 4.6,7).
1. A missão do pastor.
Várias versões traduzem a
palavra hebraica ro‘eh (“protetor”) como “pastor”, por exemplo em Jeremias 2.8;
3.15; 10.21; 12.10; 17.16; 22.22; 23.1,2. Essa palavra hebraica também foi
traduzida em outras passagens de Jeremias como pastor (Jr 23.4; 25.34,35,36;
31.10; 33.12; 43.12; 49.19; 50.6, 44; 51.23), e em outras passagens do AT de
Gênesis até Zacarias. Na versão KJV em inglês, as palavras traduzidas como “pastores”
foram geralmente traduzidas como “regentes” nas versões modernas. As versões
ASV e RSV em inglês não utilizam o termo “pastor” em todo o AT. O termo na
versão KJV designa os líderes do governo e os governadores do povo de DEUS.
A palavra grega poimen foi uniformemente traduzida como “pastor” em Efésios
4.11 para designar o ministro na Igreja. Em outras passagens do NT, essa
palavra também foi traduzida como “pastor de ovelhas” (q.v.; Mt 9.36; 25.32;
26.31; Mc 6.34; 24.27; Lc 2.8,15, 18,20; Jo 10.2,11,12,14,16; Hb 13.20; 1 Pe
2.25). G. W. K.
O termo original
significa literalmente “pastor”. Esta palavra foi, várias vezes, usada pelo
Senhor JESUS CRISTO no NT (Hb 13.20; 1 Pe 2.25) e, apenas uma vez, como pastor
dos cristãos (Ef 4.11). Nessa passagem, ela aparece como um dom espiritual a
ser praticado, e não como uma função a ser ocupada. Na verdade, qualquer
cristão que orienta, protege e geralmente trabalha como protetor em relação aos
outros crentes, está desempenhando o dom espiritual de um pastor. Entretanto,
essa palavra veio a designar alguém que formalmente alimenta o rebanho,
administra as ordenanças, lidera a adoração e guarda a verdade (Hb 13.17; 1 Pe
5.2). As Epístolas Pastorais fornecem as diretrizes dos deveres daqueles que
ocupam, oficialmente, as posições de liderança como pastores entre o rebanho de
DEUS (2 Tm 4.1-5). Ao dirigir-se aos anciãos da Igreja em Éfeso (Act 20.17),
Paulo os chamou de supervisores ou bispos (v. 28) e ordenou que apascentassem
(ou “alimentassem”) o rebanho (v. 28). C. C. R.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD.
pag. 1469.
O SIGNIFICADO DE PASTOR
A palavra pastor também vem do latim, pastor, com o significado de “aquele
que guarda as ovelhas”, “o que cuida das ovelhas”. Na língua original do
Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “... aquele que
cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado
metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Ef 4.11)”.
Em termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é
encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a CRISTO e ficam sob
seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado,
de zelo, de ternura, para com as ovelhas de JESUS.
EXISTEM PASTORES ECLESIÁSTICOS, ESCOLHIDOS POR LIDERANÇAS DA IGREJA, POR
HOMENS, E EXISTEM PASTORES ESCOLHIDOS, CHAMADOS POR JESUS E DADOS A IGREJA. SÃO
CAPACITADOS PELO ESPÍRITO SANTO COM DONS SOBRENATURAIS.
A MISSÃO DO PASTOR
A principal missão do pastor é cuidar das ovelhas de CRISTO, que lhe são
confiadas. A ele cabe apascentar (gr. poimanô) as ovelhas, dando-lhes o
alimento espiritual, através do ensino fundamentado (doutrina) da Palavra de
DEUS. No Salmo 23, Davi mostra o cuidado do pastor. Ele leva as ovelhas a
deitar-se “em verdes pastos”. O pastor fiel leva as ovelhas de JESUS a
alimentar-se do “pasto verde”, que nutre a alma e o espírito, fortalecendo-as,
para que cresçam na graça e conhecimento do Senhor JESUS CRISTO (2 Pe 3.18).
Sua missão é múltipla ou polivalente. Um pastor de verdade tem que agir
como ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta, juiz
de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo, conciliador, administrador
eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na
igreja local; é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de
finanças e recursos monetários, da igreja local, além de outras tarefas como
pai, esposo, e dono de casa, como pastor de sua família.
POR ISSO MESMO A MAIORIA NÃO SÃO PASTORES DO MINISTÉRIO DADO POR JEUS
CRISTO À IGREJA. ESTÃO OCUPADOS COM COISAS DESTE MUNDO AO INVÉS DE ESTAREM SÓ
OCUPADOS COM COISAS ESPIRITUAIS.
Os apóstolos já no início da Igreja, perceberam que deveriam cuidar da
doutrina e da oração, sendo isso mais importante do que todo o demais. Os
demais crentes aprenderam com eles e praticaram o mesmo.
E perseveravam na
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Atos
2:42
Mas nós perseveraremos na
oração e no ministério da palavra. Atos 6:4
Tu, porém, fala o que
convém à sã doutrina. Tito 2:1
A atividade pastoral genuína é tão importante, que o profeta Isaías,
falando ao povo de Israel, acerca do livramento que lhe seria dado, usa a
figura do pastor, aplicando-a ao próprio DEUS (Is 40.11). O verdadeiro pastor
cuida bem das ovelhas: recolhe os cordeirinhos (os mais fracos, mais novos) entre
os braços; leva-os no regaço; aos novos convertidos, os “amamenta”, como a
“bebês espirituais” e os guia mansamente.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 113-114.
A mensagem principal de João 10:2 é ensinar que o verdadeiro pastor, que é
JESUS CRISTO, tem a autoridade própria e a comissão divina para ministrar às
ovelhas, que são os verdadeiros filhos de DEUS de cujo direito não participam
os falsos pastores.
a. O Dom Pastoral
O ofício do pastor é um dom de DEUS à Igreja. Sem dúvida terá o dom de
governos, sendo esse um dom específico dos pastores. O pastor deve buscar dons
do ESPÍRITO SANTO para equipar seu ministério, principalmente o Dom de
Discernimento de espíritos. Além disso, deve ser capaz de ensinar (ver I Tim.
3:2b). Um pastor deve ser possuidor de apreciável dose de compaixão e simpatia,
sendo capaz de misturar-se bem com as pessoas, gostando da companhia dos seus
semelhantes. Um monge, em seu mosteiro, que gosta da solidão, meditando, lendo
seus livros sagrados, sem importar quantas outras virtudes possa ter, jamais
seria um bom pastor.
Um mestre, mergulhado até o pescoço nos seus livros que manuseia ideias e
gosta de estudar e aprender: pode ser um professor espetacular de Escola
Dominical, mas provavelmente não está bem adaptado às tarefas próprias de um
pastor.
O bom pastor dá sua vida
pelas ovelhas.
b. Definição
Um pastor que não tem o dom ministerial dado por JESUS CRISTO, mas sendo
ocupante de um ofício eclesiástico respeitável, ainda assim, de acordo com
certos grupos cristãos, ocupa posição inferior à de um bispo ou supervisor em
muitas denominações evangélicas. Uma igreja pode ter mais de um pastor,
dependendo das muitas necessidades da mesma. Assim um deles ocupar-se-á do
trabalho pastoral interno, um outro cuidará dos jovens, um outro poderá cuidar
de aconselhamento de casais, um outro da doutrina e ainda um outro ficará
encarregado do evangelismo, por exemplo. Isso ocorre devido à complexidade do ofício
pastoral, sem falarmos no fato de que, às vezes, o rebanho toma-se por demais
numeroso para que um único homem faça a contento o seu trabalho. O que um
pastor deve aceitar e fazer é que JESUS colocou na Igreja 5 ministérios
distintos e juntos poderão produzir imensamente mais do que separados.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105.
Eis que o Senhor Jeová
virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele,
e o seu salário, diante da sua face.
Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os
cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará
mansamente. Isaías 40:10,11
O quadro final de DEUS é de um Pastor Divino.
Como pastor, apascentará o seu rebanho é conhecido por todos os cristãos
através do famoso Messias de Handel.
Isaías viu DEUS nos dois aspectos da sua infinita soberania exercendo seu
poder para subjugar seus inimigos e mostrando sua bondade compassiva para todos
os membros do seu rebanho. O versículo 10 mostra-o forte; o versículo 11
mostra-o meigo e gentil. Brandura é simplesmente a força que se tornou meiga.
Os cordeirinhos recém-nascidos e as ovelhas que estão amamentando precisam de
um cuidado especial. Uma ovelha-mãe com um úbere pesado, cheio de leite, não
deveria ser sobrecarregada, e alguns cordeirinhos recém-nascidos ainda estão
fracos demais para longas caminhadas. Neste caso, eles devem ser carregados
pelo pastor. Essa profecia nos lembra de uma outra que descreve a compaixão de
CRISTO: “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (42.3;
cf. Mt 12.20). Assim, esse prólogo conclui a segunda parte das profecias como
começou, com uma nota de conforto. Isaías vê que DEUS não abandonou esse mundo
ao caos; Ele governa e continua pastoreando a todos.
Ross E. Price. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 4. pag.
126.
Is 40.11. Com a piedade e a ternura de um pastor (v. 11). DEUS é o “Pastor
de Israel” (SI 80.1); CRISTO é o “bom Pastor” (Jo 10.11). O mesmo que governa
com a mão forte de um príncipe guiará e apascentará com a gentil mão de um
pastor.
(1) Ele cuida de todo o seu rebanho, o pequeno rebanho: “Como pastor,
apascentará o seu rebanho”. A sua palavra é alimento para o seu rebanho. Suas
ordenanças são pastos onde eles devem se alimentar; os seus ministros são seus
pastores auxiliares, nomeados para cuidar do rebanho.
(2) Ele tem um cuidado particular com aqueles que mais necessitam dos seus
cuidados, as ovelhas que são fracas, e não podem cuidar de si mesmas, e estão
desacostumadas às dificuldades, e aquelas que estão prenhas, e por isso estão
pesadas, e, se algum mal for feito a elas, correm risco de dar cria
prematuramente. Ele cuida particularmente para que a descendência não se perca.
O bom Pastor tem um cuidado terno com as crianças que são entusiasmadas e
esperançosas, com os jovens convertidos, que estão iniciando o caminho para o
céu, com os crentes fracos, e com aqueles que têm um espírito pesaroso. Essas
são as ovelhas do seu rebanho que terão certeza de que não lhes faltará nada
que a sua situação exija. [1] “... entre os braços” do seu poder, “...
recolherá os cordeirinhos”. Ele os recolherá, quando vagarem, os recolherá
quando caírem, os recolherá quando estiverem dispersos, e os recolherá junto a
si, por fim. E tudo isso com seus braços, dos quais ninguém será capaz de
arrebatá-los (Jo 10.28). [2] Ele “... os levará no seu regaço”, no regaço do
seu amor, e ali os guardará. Quando estiverem cansados, ou fracos, quando
estiverem doentes e enfraquecidos, quando se encontrarem em caminhos errados,
Ele os levará, Ele os carregará, e Ele tomará as devidas precauções para que
não sejam deixados para trás. [3] Ele “... as guiará mansamente”. Com a sua
palavra, Ele não exige mais serviços, e pela sua providência Ele não inflige
mais problemas do que aqueles para os quais Ele os capacitará; pois Ele
considera a estrutura deles.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 177.
2. Uma missão polivalente.
O PASTOR — UM CONTRADITADO
Muitos obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é
errado ter essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta
é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm
3.1). Mas os candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que
um pastor é alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa
missão. A lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é
ampla e variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir,
resumimos uma delas:
Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é
exigente, é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é
imaturo; se fica com os adultos, é antiquado; se procura atualizar-se, é
mundano; se não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se
prega muito, é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se
veste-se bem, é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é
irreverente; se não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que
faria melhor. Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a
visão que muitas pessoas têm do pastor de uma igreja local . Aliás, alguém já
escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”.
Mas tais contradições não devem ser motivo para desânimo ou desinteresse
pelo ministério pastoral. O Sumo Pastor, JESUS CRISTO, foi alvo de piores
referências a seu respeito, mesmo demonstrando que era um ser especial, humano
e divino, que só fazia o bem. Seus opositores o acusaram de ser “comilão e
bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo 8. 52); de ser endemoninhado e expulsar
demônio pelo príncipe dos demônios (Mc 3-22); e de tramar contra o governo da
época, justificando sua condenação (Lc 23.2; Jo 19.12). Mas JESUS não desistiu.
Foi até ao fim, entregando sua vida em lugar dos pecadores. E cumpriu a sua
missão (Jo 19.30).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 114-115.
Disse o Senhor aos discípulos: “Eis que eu vos envio como ovelhas no meio
de lobos” (Mt 10.16). Na realidade os pastores de ovelhas são prevenidos que
serão cercados por animais perigosos. As ovelhas são atacadas por lobos. Essa é
uma advertência acerca das dificuldades que se deve esperar em um mundo tão
hostil. O próprio Senhor JESUS foi enviado “para evangelizar aos pobres;
enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vida aos
cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor”
(Lc 4.18,19). E ainda: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo
20.21).
Quão maravilhosa é esta tarefa. Que alta e santa chamada é a do pastor. Ele
os estabeleceu como luzes no mundo, e os chamou para serem o sal da terra. O
Senhor ensinou ainda: “aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço,
e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai” (Jo 14.12).
Esta promessa está muito além da experiência da maioria dos obreiros do
Evangelho. CRISTO disse justamente o que tinha a intenção de assegurar. Que
DEUS conceda fé aos pastores, para assumir a posição de autoridade e poder que
Ele deixou como herança nesta áurea promessa.
A grande comissão inicia com uma pequena palavra - “Ide” (Mc 16.15; Mt
28.19). É o oposto de assentai-vos e fixá-los, mas significa a renúncia das coisas
que para trás ficam numa ação definida para entrar em contato com os que se
acham nas estradas, nas cidades, no interior, na nação e fora dela.
A ordem de JESUS atinge até aos confins da terra, partindo de Jerusalém.
Trata-se de um Evangelho de ação, e todo crente espiritual deve esforçar-se. E
neste espírito compete também ao pastor testificar das verdades que temos visto
e ouvido.
A melhor tradução de “ensinai”, em Mateus 28.19 é “fazei discípulos”. Não
basta meramente anunciarmos o Evangelho, desincumbindo-nos desta
responsabilidade, e ficando limpos do sangue de todos os homens. Não nos
compete ir apenas passando e proclamando-o às pessoas.
Mas, somos instruídos a ter como objetivo específico à conquista de almas
preciosas para CRISTO. Não teremos cumprido o dever enquanto não orarmos e
lutarmos pacientemente, até que os homens vejam o caminho e andem nele.
Quando Barnabé e Paulo chegaram e, entraram na sinagoga dos judeus e
“falaram de tal modo” que um grande número de pessoas veio a crer no Evangelho
(At 14.1). Isso é falar com poder. Não apenas testificaram do Evangelho, mas o
fizeram de tal modo a ganhar novos discípulos. E assim sucedeu por onde
passaram, embora enfrentando dificuldade.
IBADEP - Instituto
Bíblico da Assembleia de DEUS. Ética Cristã / Teologia do
Obreiro. pag.119-120.
QUALIFICAÇÕES MORAIS DO
PASTOR (BEP - CPAD)
1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente
obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma
mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”
Se algum homem deseja ser
“bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade
pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário,
porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de DEUS (3.1-10; 4.12) e
pela igreja (3.10), porque DEUS estabeleceu para a igreja certos requisitos
específicos. Quem se disser chamado por DEUS para o trabalho pastoral deve ser
aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9.
Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra
ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua
espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja
da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que DEUS estabeleceu
mediante o ESPÍRITO SANTO. Eles estão plenamente em vigor e devem ser
observados por amor ao nome de DEUS, ao seu reino e da honra e credibilidade da
elevada posição de ministro.
Os padrões bíblicos do
pastor, como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais.
O caráter íntegro de quem
aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade
influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O
enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele
que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade
devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua
trajetória espiritual (cf. 3.10). Partindo daí, o ESPÍRITO SANTO estabelece o
elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um crente que se
tenha mantido firme e fiel a JESUS CRISTO e aos seus princípios de retidão, e
que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e
pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de CRISTO em Mt
25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o
muito”.
O líder cristão deve ser, inicialmente, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe
5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas
perante a congregação como dignas de imitação.
Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade,
fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a CRISTO e ao evangelho
(4.12,15).
O povo de DEUS deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente
pela Palavra de DEUS, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme
os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a CRISTO pode ser
tomada como padrão ou exemplo (cf. 1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm
1.13).
O ESPÍRITO SANTO acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento
e na família (32,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a
família de DEUS, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui
ele falhar, como “terá cuidado da igreja de DEUS?” (3.5). Ele deve ser “marido
de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério
pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução
literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma
única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.
Consequentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se
para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local
(cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de DEUS,
mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na
fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, DEUS expressamente requereu
que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e
espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17;
Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
A Palavra de DEUS declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu
opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá.
Isso não significa que nem DEUS nem a igreja perdoará tal pessoa. DEUS
realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza
segundo DEUS e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que
o ESPÍRITO SANTO está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão
graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado
permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2Sm 12.9-14).
Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do
seu pecado de adultério e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por
alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da
igreja de DEUS, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Essa comparação,
no entanto, é falha por vários motivos. O cargo de rei de Israel do AT, e o
cargo de ministro espiritual da igreja de JESUS CRISTO, segundo o NT, são duas
coisas inteiramente diferentes. DEUS não somente permitiu a Davi, mas, também a
muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como
reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta
comprada com o sangue de JESUS CRISTO, requer padrões espirituais muito mais
altos.
Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi
não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve
diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo
do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8;
28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a
que os inimigos de DEUS blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da
sua vida e não pode construir o templo para DEUS (2Sm 12.9-14).
3. O cuidado contra os falsos pastores.
Olhai, pois, por vós e
por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque
eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos
cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão
homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.
Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e
dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Atos 20:28-31
OS PASTORES E SEUS
DEVERES (BEP - CPAD)
At 20.28 “Olhai, pois,
por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos,
para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo,
conforme 14.23, a congregação local, cheia do ESPÍRITO, buscando a direção de
DEUS em oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou
bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo ESPÍRITO
SANTO em 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9. Na realidade é o ESPÍRITO que constitui o
dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (Atos
20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do
ministério de pastor de uma igreja local.
Paulo em Éfeso foi
instrumento do poder de DEUS.
E Deus, pelas mãos de
Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais
se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os
espíritos malignos saíam. Atos 19:11,12
Paulo ensinava tanto nas
ruas, como de casa em casa, o evangelho legítimo.
Vós bem sabeis, desde o
primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio
de vós, servindo ao Senhor com toda a humildade e com muitas lágrimas e
tentações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram;
como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas
casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a
fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Atos 20:18-21
O ESPÍRITO SANTO constituiu
os pastores.
Olhai, pois, por vós e
por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque
eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis,
que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que
falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto,
vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de
admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Atos 20:28-31
PROPAGANDO A FÉ.
(1) Um dos deveres
principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de
DEUS. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a
congregação de DEUS, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho
amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9).
(2) Em 20.19-27, Paulo
descreve de que maneira serviu à igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade
de DEUS, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27) e sendo
canal de DEUS para realização de grades sinais, prodígios e maravilhas (Atos
19.11,12). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (20.26).
Os pastores de nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio
de DEUS. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2) e nunca
ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam
ouvir (2Tm 4.3).
(3) A fé dos pastores
deve ser vista por suas ovelhas e confirmada por sinais, prodígios e maravilhas
(Atos 19:11,12). Paulo exortou Timóteo, que serviu à igreja de Éfeso, a
despertar o dom que havia nele (2 Tm 1.6).
GUARDANDO A FÉ.
Além de alimentar o
rebanho de DEUS, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus
inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da
própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e
atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias
pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos
arruinarão a fé bíblica do povo de DEUS. Paulo os chama de “lobos cruéis”,
indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver
20.29; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de
CRISTO e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo
veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros
da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que distorcem a revelação
original e fundamental da fé, segundo o NT.
A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de DEUS e pela
comunhão do ESPÍRITO SANTO, são fiéis ao Senhor JESUS CRISTO e à Palavra de
DEUS. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja de
DEUS que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15),
e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas
perversas contrárias à Palavra de DEUS e ao testemunho apostólico (20.30).
Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos
da obra devem lembrar-se de que o Senhor JESUS os têm como responsáveis pelo
sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o
dirigente deixar de ensinar e pôr em prática todo o conselho de DEUS para a
igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho (20.28), não
estará “limpo do sangue de todos” (20.26, cf. Ez 34.1-10). DEUS o terá por
culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o
rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2Tm 1.14; Ap 2.2).
É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a
ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da
doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades
evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos
administrativos da igreja (2Tm 1.13,14). O calvinismo que hora permeia os
cursos teológicos devem ser barrados a qualquer custo (são anti-pentecostais,
são cessacionistas, crêem que uma vez salvo, salvo para sempre, crêem que a
salvação é só para os escolhidos pré-determinadamente, crêem que a graça é irrestível
etc.)
A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente
inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres,
pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus
ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade
absoluta da Palavra de DEUS, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em
tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja
de DEUS, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
A igreja que perde o zelo ardente do ESPÍRITO SANTO pela sua pureza (20.18-35),
que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em
disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de DEUS, logo deixará de
existir como igreja neotestamentária.
As igrejas atuais não
devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por DEUS para seus
pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever
de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão
de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza” (4.12).
Lamentavelmente, existem falsos pastores. DEUS mandou o profeta Ezequiel
repreender os pastores infiéis de Israel. Em suas qualificações negativas,
podemos entender o que faz um falso pastor, atualmente.
1) Eles não cuidam do rebanho. Mas aproveitam-se do pastorado para
“apascentarem a si mesmos” (Ez 34.2 c). São oportunistas. Aproveitam-se das
ovelhas para angariarem glórias para si.
2) Eles enriquecem às custas das ovelhas. Diz o texto: “Comeis a gordura, e
vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas” (Êx
34.3). Há casos de pastores que se tornam milionários, com fazendas, aviões, e
muito dinheiro, aproveitando-se das necessidades e carências dos crentes.
3) Eles não têm amor às ovelhas. Pouco lhes importa a situação espiritual
dos crentes. Só pensam em se aproveitar do pastorado (Ex 34.4). Nas igrejas dos
falsos pastores, não há ensino, doutrina e cuidado com os novos convertidos;
nem com os desviados e os crentes fracos.
4) Eles dispersam as ovelhas. Por não terem cuidado das fracas, das
doentes, das quebradas e das desgarradas, elas se dispersam e são vítimas das
“feras do campo”, que são inimigos do rebanho. “Assim, se espalharam, por não
haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se
espalharam. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo
o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da
terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque” (Ez 34.5,6).
5) DEUS é contra tais pastores. Em Ezequiel 34.8-10, diante de tão grande
calamidade espiritual, perpetrada por falsos pastores, O Senhor mandou dizer
pelo profeta que Ele próprio cuidaria de suas ovelhas (Ez 43.11, 12). Que DEUS
nos guarde desses pastores, reprovados pelo Sumo Pastor.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 115-116.
“Profetiza contra os pastores de Israel” (Ez 34.1-10). No Antigo
Testamento, o termo “pastor” é frequentemente usado para designar os reis de
Israel e os seus líderes espirituais. Agora Ezequiel olhou para trás e
identificou as falhas de liderança que contribuíram para o recente desastre de
Judá. O verdadeiro propósito que Ezequiel tinha em mente, porém, era mostrar um
contexto no qual um esperado Pastor, que ele estava prestes a descrever, iria
se destacar.
Que falhas nos líderes de Israel e de Judá levaram a nação ao desastre? Os
príncipes dos reinos hebreus tinham pensado apenas em si mesmos em vez de
pensar no rebanho (v. 2). Eles gananciosamente exploravam o rebanho para ganho
pessoal (v. 3). Eles se recusaram a intervir em favor dos fracos e doentes (v.
4). E eles permitiram que o rebanho de DEUS fosse espalhado por todas as nações
(w. 5,6). Devido a estes pecados, DEUS disse: “Demandarei as minhas ovelhas da
sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a
si mesmos” (v. 10).
O Novo Testamento adverte contra colocar-se no papel de liderança
presunçosamente; Tiago 3.1 diz: “Muitos de vós não sejam mestres, sabendo que
receberemos mais duro juízo”. Qualquer um que veja a liderança como uma posição
“superior” à dos outros, em vez de vê-la como uma posição que tem como
finalidade servi-los, ainda não está pronto para ser um líder espiritual.
Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora
CPAD. pag.446.
Restauração sob um bom pastor (34.1-31). Enquanto o profeta é chamado de
atalaia, os governantes de Israel são aqui chamados de pastores (2). Estão
incluídos os reis, os príncipes e os magistrados. Clarke inclui também os
sacerdotes e levitas.5 Esses têm sido pastores infiéis para com o povo de DEUS.
Eles não têm sustentado o rebanho do Senhor (2), Israel. Em vez disso, eles
estão mais preocupados em alimentar-se a si mesmos e a estar bem-vestidos (3).
Eles não tiveram misericórdia para com a ovelha doente nem com a que estava
ferida. Eles não buscaram a perdida (4), como CRISTO, o Bom Pastor, fez anos
mais tarde (Jo 10.11,14).
J. Kenneth Grider. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 4.
pag. 476;
Os Pastores São Reprovados. Ez 34.1-6
A profecia deste capítulo não é datada, como acontece com todas aquelas que
a seguem, até o cap. 40. E muito provável que ela tenha sido entregue depois do
término da destruição de Jerusalém, quando seria muito oportuno averiguar as
suas causas.
I- O profeta recebe a ordem
para profetizar contra os pastores de Israel - os príncipes e os magistrados,
os sacerdotes e os levitas, o grande Sinédrio ou conselho de estado, ou a
qualquer homem que tivesse a direção dos assuntos públicos em uma esfera mais alta
ou mais baixa, especialmente os reis, pois havia dois deles agora cativos na
Babilônia, que assim como o povo, deveriam enxergar as suas próprias
transgressões para que pudessem se arrepender, como Manassés em seu cativeiro.
DEUS tem algo a dizer aos pastores, pois eles são sub-pastores, que devem
obediência àquele que é o grande Pastor de Israel, Salmos 80.1. Observe o que o
Senhor diz: Ai dos pastores de Israel! Embora eles sejam pastores, e pastores
de Israel, ele não deve poupá-los nem os lisonjear. Note que se a posição e o
poder dos homens não os afastarem do pecado, como deveriam, eles não servirão
para isentá-los da reprovação, nem para desculpar a sua falta de
arrependimento, nem para guardá-los dos juízos de DEUS se não se arrependerem.
Tivemos um “ai” proferido contra os pastores, Jeremias 23.1. DEUS acertará as
contas com eles de um modo especial, se não forem fiéis à confiança que neles
foi depositada.
II- Ele é aqui instruído
sobre a acusação que deverá fazer contra os pastores, em nome de DEUS, como o
fundamento da disputa de DEUS com eles. Pois esta não é uma discussão sem
motivos. Eles são acusados de duas coisas:
1. De que todo o cuidado deles visava o favorecimento pessoal, para
enriquecerem a si mesmos e se tornarem grandes. A função deles era cuidar
daqueles que foram entregues aos seus cuidados: Não apascentarão os pastores as
ovelhas? Sem dúvida deveriam apascentá-las. Eles trairão a confiança do Senhor
se não fizerem assim. Não que eles devam colocar a comida na boca das ovelhas,
mas devem prover a comida para elas, e levá-las até ela. Mas estes pastores não
prestaram, a esta atividade, o mínimo de sua atenção. Eles alimentavam a si
mesmos, planejavam tudo para gratificar e saciar os seus próprios apetites, e
para se tornarem ricos e grandes, gordos e tranquilos. Eles garantiam os lucros
das suas funções. Eles comiam a gordura, porque aquele que apascenta um rebanho
se alimenta do seu leite (1 Co 9.7), e garantiam para si o melhor do leite e
(comiam de sua carne também, quando as matava para essa finalidade, o que não
era normal). Eles garantiam a lã, e se vestiam com ela, colocando as suas mãos
na maior quantidade possível de bens daqueles que estavam sujeitos a eles. Eles
matavam aquelas ovelhas que estavam bem alimentadas, para que pudessem se
alimentar com aquilo que tivessem, assim como no caso de Nabote, que foi morto
por causa da sua vinha. Observe que há um “ai” para aqueles que estão em
posições públicas de confiança, mas que só levam em consideração os seus
interesses particulares. Sim, para aqueles que estão mais curiosos a respeito
do benefício do que a respeito do ofício. Estes estão mais preocupados com o
dinheiro que deve ser conseguido, do que com o bem que deve ser feito. Esta é
uma queixa antiga: Todos buscam o que é seu, e muitos buscam mais do que aquilo
que é seu.
2. De que não cuidavam do benefício e do bem-estar daqueles que foram
entregues aos seus cuidados: Não apascentais o rebanho. Eles nem sabiam como
fazê-lo, de tão ignorantes que eram, nem se esforçavam para fazê-lo, de tão
preguiçosos que eram. Não, eles nunca desejaram nem planejaram fazer isso, por
serem tão traiçoeiros e infiéis.
(1) Eles não cumpriram a sua obrigação para com as ovelhas do rebanho que
estavam doentes. Não as fortaleceu, nem as curou, nem as ligou, v. 4. Quando
qualquer uma do rebanho estivesse doente ou com dores, aflita ou ferida, eles
não se importavam se ela fosse viver ou morrer. Eles nunca cuidavam delas. Os
príncipes e juízes não se importavam em fazer justiça àqueles que foram
injustiçados, ou com a defesa da inocência ofendida. Eles não se importavam com
os pobres para vê-los abastecidos com o necessário. Por eles, os pobres
poderiam morrer de fome. Os sacerdotes não se importavam em instruir os
ignorantes, em corrigir os erros dos que erravam, em advertir os desobedientes,
ou confortar os indecisos e fracos. Os ministros de estado não se importavam em
impedir os males crescentes do reino, que ameaçavam os seus pontos vitais. As
coisas estavam erradas e fora de rumo em todos os lugares, e nada era feito
para corrigi-las.
(2) Eles não faziam a sua obrigação para com as ovelhas do rebanho que
estavam dispersas, que foram levadas pelos inimigos que invadiram o país, e que
foram obrigadas a buscar abrigo onde pudessem achar um lugar, ou que andavam
desgarradas pelos montes e outeiros (v. 6), onde estavam expostas às feras do
campo e se tornaram como pasto para elas, v. 5. Todos estão prontos a agarrar
um animal sem dono. Alguns foram para outra terra e mendigaram, outros foram
para outra terra e negociaram, e desse modo o país se tornou escasso de
moradores, e foi enfraquecido e empobrecido, e carecia de mãos tanto nos campos
de grãos como nos campos de batalha. Tanto na colheita como na guerra: As
minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, v. 6. E ninguém
jamais perguntou por elas, e jamais foram encorajadas a voltar para o seu
próprio país: não há quem as procure, nem quem as busque. Com força e crueldade
eles as regiam, o que fez com que mais fossem embora, e desanimavam aquelas que
pensavam em retornar. A situação é muito ruim quando alguém tem motivos para
esperar ser mais bem tratado entre os estranhos do que em seu próprio país.
Isto pode significar aqueles do rebanho que se desviaram de DEUS e da sua
obrigação. E os sacerdotes, que deveriam ter ensinado o bom conhecimento do
Senhor, não utilizaram meios para convencê-los e reclamá-los, de forma que eles
se tornaram uma presa fácil para os corruptores. Assim, se espalharam por não
haver pastor, v. 5. Havia aqueles que se denominavam pastores, mas que na
verdade não o eram. Note que aqueles que não fazem o trabalho de pastores são
indignos deste nome. E se aqueles que se propõem a ser pastores forem
pastores insensatos (Zc 11.15), se eles forem soberbos e se sentirem
envaidecidos por sua função, se forem ociosos e não amarem o seu trabalho, ou
se forem infiéis e indiferentes a ele, a situação do rebanho será tão ruim
quanto se não houvesse pastor. E melhor não ter nenhum pastor do que ter
pastores assim. CRISTO se queixa de que o seu rebanho era como ovelhas que não
tinham pastor, quando, no entanto, os escribas e fariseus se sentavam na
cadeira de Moisés, Mateus 9.36. E muito ruim para o paciente quando o seu
médico é a sua pior doença; é muito ruim para as ovelhas do rebanho quando os
pastores as mandam embora e as dispersam, governando-as com violência.
Os Pastores Reprovados Ez 34. 7-16
Ao lermos os artigos de impedimento anteriormente redigidos, em nome de
DEUS, contra os pastores de Israel, só podemos olhar para os pastores com uma
justa indignação, e para o rebanho com uma terna compaixão. DEUS, através do
profeta, expressa aqui estes dois sentimentos de uma forma enfática. E os
pastores são chamados (w. 7,9) para ouvir a palavra do Senhor, para ouvir esta
palavra. Ouçam eles como o Senhor os consideram pouco, eles que se consideravam
muito, e como o Senhor considera muito o rebanho, o qual eles desprezavam
tanto. As duas palavras serão humilhantes para eles. Aqueles que não querem
ouvir a palavra do Senhor lhes dando instruções tão importantes, serão
obrigados a ouvir a palavra do Senhor proferindo a sua condenação. Agora veja
aqui:
I- Quão desgostoso DEUS está
com os pastores. Os seus crimes são repetidos, v. 8. O rebanho de DEUS se
tornou uma presa para os enganadores que primeiro, o atraíram para a idolatria,
e então para os destruidores que os levaram para o cativeiro. E estes pastores
não tinham o cuidado de evitar um ou o outro, mas agiam como se não houvesse
pastores. Portanto, DEUS diz isto (v. 10), e confirma isto com um juramento (v.
8): Eu estou contra os pastores. Eles receberam de DEUS a responsabilidade de
apascentar o rebanho e utilizaram este precioso nome no que faziam, esperando
que tivessem o apoio dele. “Não,” diz DEUS, “longe disso. Eu sou contra eles.”
Note que o fato de termos o nome e a autoridade de pastores não garante a
presença de DEUS conosco, se não fizermos o trabalho que nos foi ordenado, e
não formos fiéis à confiança que foi depositada em nós. DEUS é contra eles, e
eles saberão disso. Porquê:
1. Eles terão que prestar contas pela maneira como se desincumbiram da
confiança que neles foi depositada: “Demandarei as minhas ovelhas da sua mão, e
imputarei sobre eles o fato de tantas estarem faltando.” Note que terão muito
pelo que responder no dia do juízo aqueles que têm sobre si o cuidado das
almas, e que, no entanto, não cuidam delas. Os ministros devem ficar alerta e
trabalhar como aqueles que devem prestar contas, Hebreus 13.17. 2. Eles
perderão o ofício e benefício, tanto o trabalho como os salários. Eles cessarão
de apascentar o rebanho, isto é, de fingir que o apascentam. Observe que é
justo que DEUS tire das mãos dos homens o poder de que eles abusaram, e a
confiança que traíram. Mas se este fosse todo o castigo deles, poderiam suportá-lo
muito bem. Portanto, é acrescentado: “Eles deixarão de apascentar as ovelhas e
não se apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas ovelhas da sua boca,
pois não as têm protegido, e não lhes servirão mais de pasto.” Note que aqueles
que estão enriquecendo a si mesmos com os despojos do público, não podem
esperar que sempre tenham a permissão para fazer isso. DEUS também não
permitirá que o seu povo seja sempre menosprezado por aqueles que deveriam
apoiá-lo, mas preparará um dia em que os livrará dos pastores, que são os seus
falsos amigos, bem como dos leões, que são os seus inimigos confessos.
II- Quão preocupado DEUS está com o rebanho. Ele fala mostrando que Ele
mesmo é Aquele que está mais preocupado com eles, pelo fato de tê-los visto
assim negligenciados. Porque é em DEUS que o órfão encontra misericórdia.
Promessas preciosas são feitas aqui nesta ocasião, e deveriam ter o seu
cumprimento no retorno dos judeus do seu cativeiro e o seu restabelecimento na
sua própria terra. Ouçam os pastores esta palavra do Senhor, e saibam que eles
não têm nenhuma parte nem porção neste assunto. Mas ouçam as pobres ovelhas e
sejam consoladas com isso. Note que embora os magistrados e ministros falhem em
fazer a sua parte, pelo bem da igreja, DEUS não falhará em fazer a sua parte.
Ele tomará o rebanho na sua própria mão, antes que a igreja perca a bondade que
Ele planejou para ela. Os sub-pastores podem mostrar que são negligentes. Mas o
Sumo Pastor não cochila nem dorme. Eles podem ser falsos. Mas DEUS permanece
fiel.
1. DEUS juntará as ovelhas que estavam espalhadas, e as trará de volta para
o aprisco junto com aquela que andava errante: “Eis que eu, eu mesmo, o único
que pode fazer isto, o farei, e terei toda a glória disso. Procurarei as minhas
ovelhas e as buscarei (v. 11) como faz um pastor (v. 12), e as farei voltar
como ele faz com a desgarrada, sobre os seus ombros, de todos os lugares por
onde andam espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.” Há dias de nuvens e de
escuridão, com ventos e tempestades que espalham as ovelhas de DEUS, que as
mandam para lá e para cá, para lugares diversos e distantes, em busca de
tranquilidade e segurança. Mas:
(1) Onde quer que elas estejam, os olhos de DEUS as acharão, porque os seus
olhos percorrem a terra, em favor delas. Eu buscarei as minhas ovelhas, e
nenhuma que pertença ao aprisco será perdida, embora tenha se desgarrado. O
Senhor conhece aqueles que são Seus. Ele conhece o seu trabalho, onde moram (Ap
2.13), e onde estão escondidas.
(2) Quando chegar a hora que Ele mesmo determinou, os seus braços irão
trazê-las para casa (v. 13): E as tirarei dos povos. DEUS tocará em seus
corações para que venham pela sua graça, e pela sua providência abrirá uma
porta para elas e removerá toda dificuldade que se achar no caminho. Elas não
voltarão uma a uma, fugindo clandestinamente, mas voltarão em um só grupo: “E
as farei vir dos diversos países em que foram dispersas, não só as famílias
mais consideráveis deles, mas cada pessoa em particular. A perdida buscarei, e
a desgarrada tomarei a trazer,” v. 16. Isto foi feito quando milhares de judeus
voltaram triunfantemente deixando a Babilônia, sob a direção de Zorobabel,
Esdras, e outros. Quando aqueles que haviam se desgarrado de DEUS indo para
caminhos de pecado forem trazidos de volta pelo arrependimento, quando aqueles
que erraram chegarem ao conhecimento da verdade, quando os banidos de DEUS
forem reunidos e restaurados, e as congregações religiosas, que estavam
dispersas se reunirem novamente, quando cessarem as perseguições, e quando as
igrejas tiverem descanso e liberdade, então esta promessa se cumprirá uma vez
mais.
2. DEUS apascentará o seu povo como as ovelhas do seu pasto, que haviam
estado famintas. DEUS trará os cativos de volta com segurança para a sua
própria terra (v. 13), e os apascentará nos montes de Israel, que são um bom
pasto, e um pasto farto (v. 14). Ali será o seu pasto, e o seu aprisco. E este
é um bom aprisco. Ali DEUS não só as apascentará, mas as fará repousar (v. 15),
o que indica um descanso confortável depois de terem se cansado com as suas
peregrinações, e uma morada constante e contínua. Eles não serão mais tirados
destes pastos verdejantes, como foram, nem serão perturbados, mas se deitarão
em um repouso suave e não haverá mais ninguém que os atemorize, Salmos 23.2,
Deitar-me faz em verdes pastos. Compare esta com uma promessa semelhante (Jr
23.3,4), quando DEUS os restaurou não só ao leite e mel da sua própria terra,
ao gozo dos seus frutos, mas aos privilégios do seu santuário no Monte Sião, o
principal dos montes de Israel. Quando eles tivessem um altar e um templo outra
vez, e o benefício de um sacerdócio estabelecido, então seriam alimentados em
um bom pasto.
3. Ele socorrerá as ovelhas que estão aflitas, ligará as que estão
quebradas e fortalecerá as que estão enfermas, consolará as que choram em Sião
e com Sião. Se os ministros, que deveriam falar de paz para aqueles que têm um
espírito triste negligenciarem ao seu dever, o ESPÍRITO SANTO, o Consolador,
será fiel ao seu ofício. Mas como se segue, a gorda e a forte serão destruídas.
Aquele que tem o repouso para os santos atribulados tem o terror para os
pecadores presunçosos. Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e
outeiro, Lucas 3.5.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 772-774.
Ajuda de Pb Alessandro Silva, com comentários, acréscimos e alterações do
Pr. Henrique
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 9 - O Ministério de Pastor
PALAVRA-CHAVE - Pastor: Guia espiritual
SINOPSE DO TÓPICO (1) - JESUS, o Pastor Supremo,
conhece as suas ovelhas e deu a sua vida por elas.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
- Do pastor espera-se um caráter íntegro; um exemplo para os fiéis, aos
infiéis e a toda a sua família.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
- A missão do pastor é múltipla, pois ele cuida desde os assuntos espirituais
até os mais terrenos.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teologia Devocional “[...] Prioridades na Vida do Pastor - Manter
as prioridades em sua devida ordem é um dos maiores desafios que o pastor
enfrenta. As muitas ocupações do pastorado constantemente pressionam os
ministros a comprometer a oração, a vida devocional, a família e, às vezes, até
o padrão moral exigido pela Palavra de DEUS.
As prioridades do ministro do Evangelho devem estar nesta ordem: (1) seu
relacionamento com o Senhor, (2) sua esposa e filhos e (3) seu ministério e
trabalho. Acompanhe-me em alguns pontos de especial interesse no campo dessas
três prioridades.
Seu relacionamento com o Senhor. Sua vida devocional é absolutamente
decisiva. Anos atrás, pedi ao Senhor que pusesse em ordem meu horário, e Ele o
fez. Todos os dias, das cinco às sete da manhã, estudo a Bíblia e oro. Tenho
sido cuidadoso em observar esse tempo — o tempo mais precioso do meu dia. Meus
pais deram-me o exemplo; seu devocional coincidia com as primeiras horas da
manhã. JESUS dedicava as primeiras horas do dia à oração. O Salmista Davi
disse: ‘Pela manhã, ouvirás a minha voz, ó Senhor; peia manhã me apresentarei a
ti, e vigiarei’ (SI 5.3). Esta disciplina será fundamental em tudo o que você
fizer e intentar realizar.
Seu relacionamento com a esposa e filhos. Alguns ministros ficam tão
ocupados, que negligenciam as necessidades emocionais, alimentares e outras
carências da família. Esposa e filhos podem ficar ressentidos contra o
ministério, e mesmo contra DEUS, tudo porque o chefe da família falhou em
suprir-lhes as necessidades básicas. Isso é trágico. Já faz tempo que
determinei que não vou ganhar para o Senhor os filhos dos outros e perder os
meus. O Senhor nos tem ajudado — a mim e a Shirley— nessa prioridade. [...]
Paulo instruiu a Timóteo: ‘Se alguém não sabe governar sua própria casa terá
cuidado da igreja de DEUS?”’ (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et ali.). Manual
Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p. 17).
Referências Bibliográficas
FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido por JESUS. 1.
ed. Rio de janeiro: CPAD, 2013. CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et alL).
Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005. MACARTHUR JR, John.
Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério
cristão. 4. ed. Rio de janeiro: CPAD, 2004.
BERGSTÉN, Eurico.
Introdução à Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
Bíblia de estudo -
Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida.
Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo
Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo
Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com
referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida-
EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD -
BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CHAMPLIN, R.N. O
Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
CHOWN, Gordon. Os dons do
ESPÍRITO SANTO. São Paulo: Vida, 2002.
CONDE, Emílio. Pentecoste
para todos. 6ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
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CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S,
DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
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Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Dicionário Bíblico
Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.
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espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
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Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 585.
HORTON, Stanley M. A
Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro:
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HORTON, Stanley M. O que
a Bíblia diz sobre o ESPÍRITO SANTO. 5ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
James, por Hendrickson
Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo
Ramos.
KRETZMANN. Paul E.
Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora Concordia Publishing
House.
Leo G. Cox. Comentário
Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.
Novo Testamento
Interlinear grego-português. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004.
O NOVO DICIONÁRIO DA
BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Pequena Enciclopédia
Bíblica - Orlando Boyer - CPAD
SILVA, Severino Pedro. A
Existência e a pessoa do ESPÍRITO SANTO. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
SOUZA, Estevam Ângelo de.
Nos domínios do ESPÍRITO. 4ª ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
STAMPS, Donald
C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Uwe Holmer. Comentário
Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
VÍDEOS da EBD na TV, DE
LIÇÃO INCLUSIVE
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Escrita Lição 1, O Ministério Pastoral, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O MOMENTO ATUAL DA HISTÓRIA
HUMANA
1.1. A necessidade de líderes que sejam fiéis
1.2. Os olhos de Deus estão sobre o Seu povo
1.3. Os critérios de escolha
2. PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE JEOVÁ
2.1. Deus é o pastor dos pastores
2.2. O trabalho do pastor
2.3. Os desafios do ministério pastoral
2.4. Características do ministério pastoral
3. A DIGNIDADE DO MINISTÉRIO PASTORAL
3.1. Esclarecimentos sobre o ministério pastoral
3.2. A responsabilidade de um pastor
3.3. A rotina de um pastor
4. ÉTICA MINISTERIAL
4.1. Seu relacionamento com o Senhor
4.2. Seu relacionamento com sua família
4.3. Seu relacionamento com as pessoas
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Jeremias 23.2-4,18-22
2 - Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos
pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as
afugentastes,
e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas
ações, diz o Senhor.
3 - E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as
terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão
e se multiplicarão.
4 - E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca
mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.
18 - Porque quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua
palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu?
19 - Eis que saiu com indignação a tempestade do Senhor, e uma
tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios.
20 - Não se desviará a ira do Senhor até que execute e cumpra os
pensamentos do seu coração; no fim dos dias, entendereis isso claramente.
21 - Não mandei os profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes
falei a eles; todavia, eles profetizaram.
22 - Mas, se estivessem no meu conselho, então, fariam ouvir as
minhas palavras ao meu povo, e o fariam voltar do seu mau caminho e da maldade das
suas ações.
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Salmo 78.52,53 O amor de Deus como pastor
3ª feira – Salmo 79.13 O pastor que guia e protege o seu povo
4ª feira – Salmo 80.1 Ouvindo ao pastor de Israel
5ª feira – Isaías 40.11 O pastor que acolhe e guia
6ª feira – Isaías 49.9,10 O pastor que alimenta o rebanho
Sábado – Jeremias 31.10 O pastor que congrega e guarda
TEXTO ÁUREO
E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos
apascentem com ciência e com inteligência. Jeremias 3.15
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- entender que o ministério pastoral não é profissão, mas, sim,
vocação;
- conscientizar-se de que o trabalho pastoral repercute nas questões
de vida eterna, mas também é muito importante na construção de uma sociedade na
qual impere a solidariedade, o amor e a ética;
- compreender que a falta de pastores vocacionados e preparados —
abre uma grande brecha para o pecado, o secularismo e a apostasia.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, mostre aos seus alunos a importância do pastor
para a igreja e para a sociedade. O mundo secular não pode entender como o
trabalho pastoral é imprescindível, tanto para as questões de vida eterna como
para a construção de um viver social baseado na ética, no amor e na justiça. O
ministério pastoral pertence ao campo da Teologia Pastoral, também conhecido
como pastoralia, nome técnico derivado do latim. Trata-se de um dos ramos da
educação teológica, que se ocupa da formação do pastor, assim como do seu
trabalho, nas esferas teórica e prática. Conforme palavras pontuais do profeta
Jeremias, o propósito de Deus em escolher
essas pessoas era para que apascentassem o povo com conhecimento e
inteligência (Jr 3.15b).
Excelente aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Em um contexto de caos e profunda crise na história
do povo de Israel, o Senhor usou o profeta Jeremias com uma
mensagem de fé e esperança, por meio da seguinte declaração: E vos darei pastores
segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência (Jr 3.15).
1. O MOMENTO
ATUAL DA HISTÓRIA
HUMANA
Assim como no
tempo de Jeremias, o mundo atual está dominado pela insegurança e por
incertezas. O caos social, político e espiritual tem alcançado níveis
alarmantes. Assim como Deus decidiu dar um novo rumo à combalida realidade do
povo de Israel, hoje, da mesma forma, Ele está no controle da História e
continuará levantando pessoas para liderarem o Seu povo, conforme o Seu coração
e propósitos. As pessoas do mundo inteiro vivem dentro de uma bolha
de desilusão e
falta de esperança. Os acontecimentos políticos mundiais ligaram um sinal de
alerta: o mundo precisa de autênticos ministros de Deus.
1.1. A
necessidade de líderes que sejam fiéis
A fidelidade a
Deus e às pessoas é uma das características mais evidentes de um pastor segundo
o coração de Deus. Tal virtude faz parte da grandeza de espírito do ministro
que age segundo o caráter do Altíssimo e segundo a natureza do Seu chamado.
Esta é, sem
dúvida, uma grande necessidade atualmente, uma vez que muitos têm se
apresentado nos meios de comunicação como portadores de uma mensagem que
edifica, orienta e traz esperança de dias melhores.
1.2. Os olhos
de Deus estão sobre o Seu povo
Jeová não está
insensível ao momento presente; Ele continua cuidando do Seu rebanho. No tempo oportuno,
o Senhor escolherá pessoas e as colocará em posições estratégicas para trazerem
consolo, conforto e libertação ao Seu povo.
1.3. Os critérios
de escolha
A Bíblia
recomenda que as pessoas a serem colocadas em posição de condução do povo de
Deus, sejam, a priori, provadas. O apóstolo Paulo faz uma referência muito
rápida a Apeles, enviando-lhe uma saudação e distinguindo-o como um obreiro
aprovado em Cristo (Rm 16.10). A pessoa aprovada em Cristo é a que foi
submetida a um teste e, ao final, alcançou avaliação positiva. Refletindo sobre
este assunto, o apóstolo Paulo declarou: Procura apresentar-te a Deus aprovado,
como obreiro que não tem de que se
envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15). Pastores segundo o coração de
Deus são ministros aprovados pelo Senhor Jesus — e pelas pessoas —, recrutados para
a missão de pregar o evangelho (Mt 28.19,20). Eles são também apascentadores
com uma voz profética de paz e segurança para esta geração.
2. PASTORES
SEGUNDO O CORAÇÃO DE JEOVÁ
Deus prometeu,
por meio do profeta Jeremias, que
daria ao povo
pastores com uma marca distintiva, ou seja, pastores conforme o Seu próprio modelo.
Há uma lista de
qualidades que identificam um pastor segundo o coração de Deus, tais como:
- conhecimento
das Sagradas Escrituras (2 Tm 2.15); sensibilidade, empatia, amor e prontidão
para acolher o próximo (Rm 15.7); capacidade e intrepidez para pregar e
conduzir pessoas a Cristo (Pv 11.30); idoneidade para ser um exemplo a todos (1
Tm 4.12);
capacidade para
aconselhar e ensinar (Rm 12.7).
2.1. Deus é o
pastor dos pastores
Uma das figuras
de linguagem que a Bíblia atribui a DEUS é a de um pastor carinhoso e um guia
confiável. A profecia de Jeremias é emblemática ao dizer que a escolha dessas
pessoas seria segundo o protótipo divino, ou seja, segundo o Seu coração. No
Salmo 23.1, Davi expressa-se da seguinte forma: O Senhor é o meu pastor e nada
me faltará. Para o salmista, era confortável
viver debaixo da proteção e cuidados do sublime Pastor. A partir dessa figura
de linguagem, pode-se inferir algumas características da função pastoral: o
pastor é aquele que orienta, protege, provê, ampara e guia o seu rebanho a verdes
pastos e a águas tranquilas; ao mesmo tempo, suas ovelhas ouvem a sua voz,
conhecem-no e seguem sua firme e terna liderança.
2.2. O trabalho
do pastor
No livro do
profeta Ezequiel, capítulo 34, Deus apresenta-se como quem assume o papel de
pastor do Seu povo. Seu trabalho consistiria em encontrar as ovelhas dispersas,
livrar as perdidas, apascentar todo o rebanho e cuidar dele, dedicando atenção
especial às ovelhas mais fracas e doentes. Esse retrato do pastor que, com amor
sacrificial, vai em busca da desgarrada (Ez 34.12), é notadamente observado na
parábola da ovelha perdida (Lc 15.4). Isso ilustra, claramente, as qualidades
ternas e amorosas do Deus do Antigo Testamento — o que lança por terra qualquer
alegação sobre a diferença entre o Deus da Antiga Aliança e o Deus amoroso e
pleno em graça do Novo Testamento (Sl 78.52,53; 79.13; 80.1; Is 40.11; 49.9,10;
Jr 31.10). Era antiga a preocupação de Deus em relação aos cuidados com o Seu
povo. Em uma época de dispersão das ovelhas pelos maus líderes, o Senhor falou
que levantaria sobre elas pastores que as apascentariam; assim, nunca mais
temeriam nem se assombrariam (Jr 23.3,4).
2.3. Os
desafios do ministério pastoral
O cenário e as
circunstâncias vividas pelo profeta Jeremias não eram dos mais animadores:
falsos pastores haviam destruído e dispersado as ovelhas do pasto do Senhor. A
metáfora é perfeita, pois os maus pastores formavam a liderança representada pelos
sacerdotes, falsos profetas e reis. Todos eles estavam em falta com o povo,
pois levaram-no à idolatria e à
dispersão. O
Senhor exige a prestação de contas dos que têm autoridade espiritual sobre o
Seu povo. Portanto, Jeremias declara que Ele levantaria uma nova geração de
reis, a qual defenderia o bem-estar da nação e a Sua vontade — acima dos
desejos e interesses pessoais de tais reis. Pela primeira vez nas Escrituras,
Deus revela-se como Jeová Tsidkenu, o
Senhor que é a
nossa justiça (Jr 23.6).
2.4.
Características do ministério pastoral
O ministério pastoral
envolve chamado, paixão, comprometimento e preocupação no que tange à condução
sábia do povo de Deus. Muitos se autointitulam pastores, ou foram alçados ao
posto pastoral, sem possuírem as qualificações bíblicas
exigidas para o
exercício da função — tanto as listadas na passagem do profeta Jeremias, quanto
as descritas pelos apóstolos Pedro (1 Pe 5.1-4) e Paulo (1 Tm 3.1-7; Tt 1.7-9).
Um número grande de homens e mulheres, investidos do título pastoral,
encontram-se muito distantes da Missio Dei — missão delegada por Deus aos seus
servos(as), pastores(as). A missão pastoral envolve, entre outras, as seguintes
atividades:
- coordenação
dos ministérios e administração da igreja local;
- educação do
povo, em amor, para a vida na fé (Rm 1.17);
- uso correto
da homilia, ou seja, capacidade de comunicar a Palavra de Deus;
- acolhimento e
visitação às pessoas em suas necessidades;
- exercício da
voz profética e da intercessão pelo povo.
3. A DIGNIDADE
DO MINISTÉRIO PASTORAL
O pastor
precisa ser alguém consciente do valor, honra e nobreza do seu chamamento. Nada
há mais
importante do
que servir a Deus na ministração da Sua Palavra e dos Seus propósitos eternos.
Entretanto,
alguns — por
desatenção, descuido ou intencionalmente — agem na contramão dessa posição de
autoridade e elevado respeito.
SUBSÍDIO 3
A forma como JESUS viveu e
desenvolveu
Sua vocação ministerial deve ser um
modelo,
um padrão, para o desempenho da
atividade
pastoral. Ele se apresenta nas
Escrituras como o
bom Pastor, prestativo e zeloso por
Suas ovelhas, a ponto de dar por elas Sua própria vida (Jo 10.1-18).
3.1.
Esclarecimentos sobre o ministério pastoral
O ministério
pastoral não deve ser visto como profissão; trata-se de uma vocação, um
chamado. É legítimo que o ministro receba um salário digno para o sustento da sua
família; no entanto, o serviço pastoral não pode ser encarado como emprego,
tampouco como meio de enriquecimento (Jz 18.4). Também não deve ser visto como uma
simples delegação humana (Rm 9.16), ou motivado por vontade própria (Jz
17.7-9). O ingresso ao ministério, ainda, não pode ser fruto de decisões
humanas, seja da parte do consagrado ou da parte de quem o consagra (Jz
17.10-12).
Subsídio 3.1
Longe do ministro de Cristo esteja o
desejo pessoal de poder humano, reconhecimento ou vantagens econômicas, políticas,
ou de qualquer outra natureza estranha à sua essência (Jz 18.19,20).
3.2. A
responsabilidade de um pastor
O pastor deve
lembrar-se sempre disto: a igreja que está sob os seus cuidados pertence
unicamente a Cristo, que a comprou com Seu próprio sangue. Referindo-se a ela,
o Senhor Jesus sentenciou que Ele, pessoalmente, a edificaria (Mt 16.18). Sobre
os ministros humanos que trabalham em prol da sua edificação e crescimento, o
Espírito Santo faz uma solene advertência: Apascentai o rebanho de Deus, que
está entre vós, tendo cuidado dele (...) (1 Pe 5.2,3). Os pastores devem cuidar
da igreja, sendo um exemplo para os seus membros e um modelo para o meio social
no qual ela está inserida. Assim, ele conquistará o respeito, a admiração e a
simpatia de todos (At 2.47).
3.3. A rotina
de um pastor
A prática
pastoral deve levar a marca do amor, mansidão, honestidade, sinceridade de
coração e, sobretudo, confiança na fidelidade e provisão de Deus. Dentre
outras, o dia a dia de um pastor deve, necessariamente, incluir algumas
atividades: oração e consagração a Deus; busca persistente de um viver baseado
na santidade; abnegação e renúncia; estudo da Palavra; prática de tudo que
ensina e recomenda ao povo. O pastor dos tempos bíblicos ia à frente de suas
ovelhas para guiá-las. Ele não permitia que elas fossem na frente, porque não
queria que ficassem vulneráveis aos perigos da caminhada. Os pastores devem
conduzir o povo de Deus, protegendo-o para que não se torne refém de acidentes
de percurso ou do inimigo que está sempre à espreita (1 Pe 5.8,9). Eles devem
apascentar o povo, alimentando-o com a Palavra, para que seja maduro
espiritualmente e resistente às provações da vida e tentações (Jo 21.17). O
próprio Cristo deu exemplo a todos nesse sentido: Porque eu vos dei o exemplo,
para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13.15).
4. ÉTICA
MINISTERIAL
O apóstolo
Paulo, em Colossenses 4.17, adverte: Atenta para o ministério que recebeste no
Senhor, para que o cumpras. Um dos maiores desafios de um obreiro, tendo em vista suas inúmeras responsabilidades
no pastorado, é o cuidado de sua
vida devocional
e familiar, sem se eximir de suas tarefas. O êxito ministerial está na vida
particular do ministro, que precisa considerar os pontos destacados a seguir.
4.1. Seu
relacionamento com o Senhor
O zelo pelos
negócios do Senhor da seara não pode ser praticado em prejuízo da necessidade
de se estar em Sua presença, em obediência, temor, reverência, santidade e
amor. O pastor chamado por Deus deve possuir um firme comprometimento pessoal
com suas crenças e valores. Ele deve investir o melhor do seu tempo na presença
de Deus, em quem diz crer e a quem afirma servir.
4.2. Seu relacionamento
com sua família
Se há um lugar
em que o pastor precisa ser ético é dentro de sua própria casa, como marido e
pai. Suas mensagens pronunciadas do púlpito não podem entrar em rota de colisão
com sua maneira de viver em seu núcleo familiar. Cuidar bem da família, em
primeiro lugar, leva à afirmação da fé e ao sucesso e longevidade ministerial
(1 Tm 5.8).
4.3. Seu
relacionamento com as pessoas
O ministério
cristão é algo que acontece entre as pessoas. A melhor mensagem é a que é
pregada como testemunho de vida. As pessoas que compunham a igreja nos tempos primitivos
davam um bom testemunho e, por esse motivo, passou a contar com a simpatia de
todo povo. Pelo bom trato, respeito e consideração, eles eram bem-vistos pela
comunidade
e isso abriu uma
via ampla para que pregassem o
evangelho de
Cristo. Tendo isso em vista, Lucas, o médico amado, declarou: E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar (At 2.47).
CONCLUSÃO
Pastores
iniciam seus ministérios cheios de entusiasmo e fé. No meio do caminho, ocorrem
aprendizados, desafios, percalços, sofrimentos, perdas, angústias, ansiedade e
até depressão. Nesse momento crítico, é necessário ajuda e apoio. No entanto,
aquele que chamou é quem garante a vitória na caminhada. É necessário entender,
de fato, que a igreja é — no sentido mais estrito do termo — dele, e por ele, e
para ele (Rm 11.36). Deste modo, seus desafios, recursos, adversidades, sonhos,
planos, alegrias e metas também são Dele. Que o Senhor continue provendo para o
Seu povo, pastores segundo o Seu coração!
ATIVIDADE PARA
FIXAÇÃO
1. Quem é o
verdadeiro dono e Senhor da igreja?
R.: Jesus