Lição 1, Betel, Do Éden a Babel, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
https://youtu.be/AjiNpFKkiM0 Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/03/escrita-licao-1-betel-do-eden-babel.html
Slides
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SUBSÍDIOS
Aqui comentários sobre o mesmo tema – Pr. Henrique – 2015
Lição 1, Gênesis, o Livro da Criação Divina
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 1.1-10,14,26
1 - No princípio, criou DEUS os céus e a terra. 2 - E a terra era sem forma e
vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre
a face das águas. 3 - E disse DEUS: Haja luz. E houve luz. 4 - E viu DEUS que
era boa a luz; e fez DEUS separação entre a luz e as trevas. 5 - E DEUS chamou
à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro. 6
- E disse DEUS: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre
águas e águas. 7 - E fez DEUS a expansão e fez separação entre as águas que
estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim
foi. 8 - E chamou DEUS à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo.
9 - E disse DEUS: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a
porção seca. E assim foi. 10 - E chamou DEUS à porção seca Terra; e ao
ajuntamento das águas chamou Mares. E viu DEUS que era bom. 14 - E disse DEUS:
Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a
noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e
anos. 26 - E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste último trimestre do ano estudaremos a respeito do
livro de Gênesis. O autor deste primeiro livro do Pentateuco é Moisés. Mediante
o estudo desse livro respondemos a duas grandes perguntas da humanidade:
"Quem criou o universo?" e "De onde viemos?" Os principais
temas do livro de Gênesis, que serão estudados ao longo das lições são: A
criação, a Queda, o dilúvio, o recomeço da civilização e a origem da nação de
Israel.
O comentarista é o pastor Claudionor de Andrade - autor de diversos livros e
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD.
Que o DEUS que tudo criou o abençoe, e que você tenha experiências marcantes
mediante o estudo do livro de Gênesis.
PONTO CENTRAL
O livro de Gênesis responde as grandes pergunta da vida: "Quem criou o
universo?" e "De onde viemos?".
Resumo da Lição 1, Gênesis, o Livro da Criação Divina
I - TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
1. Tema.
2. Data.
3. Autoria.
4. Local.
II - OBJETIVOS DO GÊNESIS
1. Fortalecer a fé da geração do êxodo.
2. Responder às grandes perguntas da vida.
III - O CONTEÚDO DO GÊNESIS
1. Criação.
2. A Queda e a degradação humana.
3. O dilúvio.
4. O recomeço da civilização.
5. A origem da nação de Israel.
SÍNTESE DO TÓPICO I - O tema central do livro de Gênesis se
encontra no primeiro capítulo e versículo: "No princípio, criou DEUS os
céus e a terra" (Gn 1.1).
SÍNTESE DO TÓPICO II - Um dos objetivos de Moisés ao escrever o
livro de Gênesis, era fortalecer a fé da geração do êxodo mostrando que DEUS é
o grande criador dos céus, da Terra e do homem. Apesar do luto que encerra o
Gênesis, todos, judeus e gentios, somos chamados a herdar a vida eterna..
SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos encontrar no livro de Gênesis temas
como a Criação; Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da
civilização e a origem da nação de Israel .
Para conhecer mais leia Manual do Pentateuco, CPAD, p.19.
SUBSÍDIO DIDÁTICO - top 1
Professor, reproduza o esquema abaixo. Para introduzir a aula faça as seguintes
indagações: "Quem é o autor do livro de Gênesis?" "Qual o
objetivo do livro?" "Quais são os principais temas abordados pelo
autor?" Explique que fazer e responder estas perguntas é fundamental para
a compreensão de qualquer livro da Bíblia.
AUTOR |
MOISÉS |
OBJETIVO DO LIVRO |
FORTALECER A FÉ DA GERAÇÃO DO ÊXODO E RESPONDER AS GRANDES PERGUNTAS DA VIDA |
PRINCIPAIS TEMAS |
A CRIAÇÃO, A QUEDA E A DEGRADAÇÃO DA RAÇA HUMANA, O DILÚVIO, O
RECOMEÇO DA CIVILIZAÇÃO, A ORIGEM DA NAÇÃO DE ISRAEL. |
DATA |
CERCA DE 1445-1405 a. C. |
CONHEÇA MAIS - A história da criação “A primeira coisa que chama a
atenção do leitor da Bíblia é o laconismo (apenas dois capítulos) com que a
história da Criação do mundo e da humanidade é contada. A aritmética de Gênesis
é impressionante. Somente dois capítulos são dedicados à história da Criação e
um à entrada do pecado na raça humana. Por outro lado, treze capítulos são
dedicados a Abraão, dez a Jacó e doze a José (que nem era um patriarca, nem um
filho por meio do qual as promessas da aliança seriam perpetuadas). Ora,
presenciamos o fenômeno de doze capítulos para José e apenas dois para a
Criação. Seria impossível alguém ser, por assim dizer, seis vezes mais
importante que o mundo?"
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Gênesis leva-nos a retroceder além da história oficial. Pela revelação,
desvenda a origem tanto do universo quanto do ser humano. A introdução da
mensagem do livro da criação é a seguinte: para entender quem somos de onde
viemos, precisamos começar a partir de DEUS.
Existem realmente apenas duas maneiras de entender a origem de todas as coisas.
Uma pessoa pode ver tudo como resultado de um acaso fortuito operando num
universo impessoal ou como obra artesanal de uma pessoa talentosa. Gênesis
contundentemente corrobora com a segunda posição. O livro da Bíblia associa a
criação do universo a um DEUS pessoal. Retrata os seres humanos como
incomparáveis, criações especiais desse DEUS. Gênesis explica ainda a origem do
pecado e do mal, afirma a responsabilidade moral do homem e lança a base para a
doutrina da redenção.
O livro de Gênesis registra a história dos hebreus, um povo escolhido por DEUS
para servir como um canal de bênçãos a todo o mundo. Promessas especiais dadas
a Abraão, o grande patriarca, são evidências que DEUS tem um propósito
permanente para o homem.
Este livro dá subsídios que favorecem o entendimento das Escrituras. A Bíblia
inteira fala do contexto definido em Gênesis. DEUS é DEUS e preocupa-se
unicamente com os seres humanos. Ele julgará o pecado. No entanto, coloca em
ação um processo capaz de trazer os pecadores de volta ao santo caminho. Em um
grande plano para benefício da humanidade, revelado no chamado de Abraão, o
Senhor demonstra a maravilha do seu infinito e redentor amor" (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 22).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Sete características principais assinalam Gênesis. (1) Foi o primeiro
livro da Bíblia a ser escrito (com possível exceção de Jó) e registra o começo
da humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção. (2) A história contida
em Gênesis abrange um período, maior que o restante da Bíblia, e começa com o
primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir
limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à
redenção até o final do AT. (3) Gênesis revela que o universo material e a vida
na terra são categoricamente obra de DEUS, e não um processo independente da
natureza. Cinquenta vezes nos capítulos 1-2, DEUS é o sujeito de verbos que
demonstram o que Ele fez como Criador. (4) Gênesis é o livro das primeiras
coisas -a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o
primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a
primeira promessa de redenção, e assim por diante. (5) O concerto de DEUS com
Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no capítulo
15, e ratificado no capítulo 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia.
(6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel. (7) Revela como
os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e
assim preparam o caminho para o êxodo, o evento central do Antigo
Testamento" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p.
29).
" livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo
um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da
civilização através de Noé.."
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Quem escreveu o Gênesis?
As evidências da própria Bíblia indicam que o livro de Gênesis foi escrito por
Moisés (Lc 24.44).
Quais foram os leitores imediatos do Gênesis?
Os leitores ou ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de
Israel.
Discorra sobre os dois principais objetivos do Gênesis.
Os dois principais objetivos do livro de Gênesis são: Fortalecer a fé da
geração do êxodo e responder as grandes perguntas da vida.
Qual o conteúdo do livro de Gênesis?
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao
11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização
através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em contato com a História de
Israel. Todavia, para efeitos didáticos nossa lição dividiu o conteúdo do livro
da seguinte forma: Criação; a Queda e a degradação humana; o dilúvio; o
recomeço da civilização.
Por que Gênesis nos é tão importante?
Porque este livro nos mostra que o universo e a humanidade não são obra do
acaso; trata-se de criação divina.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 37.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
SUGESTÃO DE LEITURA
Criacionismo: Verdade ou Mito?, Pequena Enciclopédia Bíblica e As Novas
Fronteiras da Ética
Comentários de Vários Autores, com algumas modificações do Ev. Luiz
Henrique
Devem os estudiosos aproveitarem o que for salutar ao seu estudo e
desprezar o que não for aproveitável.
I – O LIVRO DE GÊNESIS
1. O livro de Gênesis na primeira versão da Bíblia, a
chamada Septuaginta, foi assim chamado pela revelação divina do princípio de
todas as coisas, do começo de tudo o que há.
2. O significado de “Gênesis” em grego é “origem”,
sendo certo que os israelitas chamam este livro de “Bereshit”, que são as
primeiras palavras do texto, ou seja, “No princípio”.
3. Não foi o primeiro livro a ser escrito. O primeiro
livro da Bíblia a ser escrito foi o livro de Jó, escrito ou por Jó, ou por
Moisés.
4. O livro de Gênesis foi escrito por Moisés durante a
peregrinação de Israel para a Terra Prometida.
5. Vamos estudar o livro de Gênesis, o primeiro livro
do Pentateuco, o conjunto dos cinco livros escritos por Moisés e que são
chamados de “os livros da lei”, a Torá.
6. “Septuaginta”, versão da bíblia encomendada pelo rei
do Egito, Ptolomeu II Filadelfo, que, então, governava sobre os judeus, no
século III a.C..
7. “Gênesis” significa “origem” e o tema do livro de
Gênesis.
8. Os israelitas denominam este livro de “Bereshit” (בראשית), que são as primeiras palavras do texto
de Gênesis.
9. O autor do livro de Gênesis é Moisés que entregou e
mandou que ficasse junto a arca pouco antes de sua morte (Dt.31:9).
10Jesus disse que a lei foi escrita por Moisés.
16 provas de que Moisés escreveu o Pentateuco
1. Deus ordenou a Moisés que escrevesse um livro (Ex.17:14: 34:27)
2. Moisés escreveu um livro (Ex.24:5,7; Nm.33:2; Dt.31:9)
3. Ele chamou seu livro de o livro da aliança (Ex.24:7), o livro desta lei
(Dt.28:58,61) e este livro da lei (Dt.29:20-27; 30:10; 31:24-26). É o
Pentateuco.
4. Cópias do livro de Moisés eram feitas para os reis
(Dt.17:18-20).
5. Deus reconhece o livro da lei como escrito por Moisés e ordenou que ele
fosse a regra de conduta para Josué (Js.1:8; 8:30-35).
6. Josué aceitou o livro da lei como sendo escrito por Moisés e o copiou em 2
montes (Dt.11:26-32; Js.8:30-35). Ele contribuiu com o livro, escrevendo talvez
o último capítulo (dt.34) sobre a morte de Moisés (Js.24:26).
7. Josué ordenou a todo Israel que obedecessem ao livro da lei de Moisés
(Js.23:6).
8. Durante o período dos reis:
(1) Davi o reconheceu (I Cr.16:40).
(2) Salomão foi encarregado por Davi de mantê-lo (I Rs.2:3)
(3) Ele foi achado e obedecido por Josias e Israel (II Rs.22:8-23:25; II Cr.
34:14-35:18)
(4) Josafá o ensinou a todo o Israel (II Cr.17:1-9)
(5) Joiada obedeceu a ele (II Rs.12:2; II Cr.23:11,18)
(6) Amazias obedeceu a ele (II Rs.14:3-6; II Cr.25:4)
(7) Ezequias obedeceu a ele (II Cr.30:1-18).
9. Os profetas referem-se a ele como a lei de Deus escrita por Moisés (Dn.9:11.
Ml.4:4).
10. Tanto Esdras como Neemias atribuem o livro da lei a Moisés (Ed.3:2; 6:18;
7:6; Ne.1:7-9; 8:1,14,18;9:14; 10:28,29; 13:1).
11. Cristo atribui toda a lei — todos os 5 livros do Pentateuco — a Moisés
(confira Lc.24:27,44 com Gn.3:15; 12:1-3; Mc.12:26 com Ex.3 e Mc.7:10 com
Ex.20:12; 21:17. Veja também Jo.1:17; 5:46; 7:19,23).
12. Os apóstolos atribuíram a lei a Moisés (At.13:39; 15:1,5,21; 28:23).
13. Por mais de 3.500 anos, era consenso entre estudiosos judeus e o povo comum
que Moisés escreveu o Pentateuco. Os judeus nunca questionaram isso.
14. Escritores pagãos — Ticitus, Juvenal, Strabo, Longinus, Porfírio, Juliano e
outros — concordam sem questionamento que Moisés escreveu o Pentateuco.
15. Líderes religiosos entre os pagãos o atribuem a Moisés.
16. Evidências no próprio livro provam um autor:
(1) Hebreu que falava a língua hebraica e apreciava os sentimentos
dessa nação.
(2) Hebreu familiarizado com o Egito e a Arábia, seus costumes e
cultura. Desde que os ensinos egípcios foram cuidadosamente ocultados para os
estrangeiros e eram somente para os sacerdotes e a família real, Moisés era o
único hebreu conhecido que poderia cumprir esse requisito (At.7:22;
Hb.11:23-29).
(3) Há uma exata correspondência entre as narrativas e as
instituições, mostrando que ambos são do mesmo autor.
(4) A concordância no estilo dos 5 livros prova um único autor.
(5) O próprio Moisés declarou claramente ser ele o escritor desta lei. Veja
Ex.24:4; Nm.33:2; Dt.31:9,22.
11.Pode ser verdade que o livro de Gênesis tenha sido escrito no
monte Sinai em 1440 a.C. (Ex.24:18).
12.O livro de Jó, pode ter sido escrito pelo próprio Jó ou por
Moisés, na terra de Midiã.
II – A ESTRUTURA DO LIVRO DE GÊNESIS – AS DUAS PRIMEIRAS
DISPENSAÇÕES
1. O livro de Gênesis fala-nos do princípio de todas as
coisas.
2. Podemos dividir o livro do Gênesis da seguinte
forma:
Narrativa da criação – Gn.1:1-2:25.
Narrativa de fatos da dispensação da
consciência – da queda do homem até o dilúvio – Gn.3:1-8:21
Narrativa de fatos da dispensação do
governo humano – do dilúvio até a confusão das línguas em Babel – Gn.9:1-11:32.
Narrativa da vida de Abraão ou
“ciclo de Abraão” – Gn.12:1-25:18
Narrativa da vida de Isaque ou
“ciclo de Isaque” – Gn.25:19-27:46
Narrativa da vida de Jacó ou “ciclo
de Jacó” – Gn.28:10-36:43
Narrativa da vida de José ou “ciclo
de José” – Gn.37:1-50:26
3. A primeira parte do livro de Gênesis, que abarca os
dois primeiros capítulos, trata da criação de todas as coisas.
4. No primeiro capítulo, temos a descrição da criação
de todas as coisas, criação esta que é dividida em seis períodos, os
denominados “seis dias”.
5. No segundo capítulo, temos a criação do homem e da
mulher e do jardim que Deus formou no Éden para ali colocar o primeiro casal. Criação
da família.
6. A segunda parte do livro de Gênesis, capítulos 3 até
8, narra os principais fatos ocorridos durante a chamada “dispensação da
consciência - “voz de Deus”.
7. No terceiro capítulo, é narrada a queda do homem e a
entrada do pecado no mundo. Promessa da vinda de um Salvador (Gn.3:15), o
“começo do evangelho”, “protoevangelho”, ou seja, o “primeiro evangelho”.
8. Primeira promessa, “primeiro evangelho”, “primeiros
juízos” - “primeira manifestação de longanimidade”, vestimentas ao primeiro
casal.
9. No quarto capítulo, é contada a história de Caim e
de Abel, “primeiro culto, por inveja Caim, matou Abel “primeiro crime” -
homicídio.
Duas primeiras civilizações, a
civilização dos descendentes de Caim, e dos crentes descendentes de Sete
“primeira invocação do nome do Senhor” (Gn.4:26) “primeiro povo de Deus”
(Filhos de Deus).
No quinto capítulo, genealogia dos
descendentes de Sete, Enoque (Símbolo da Igreja em comunhão), o “primeiro
profeta” (Cf. Jd.14), até Noé.
No sexto capítulo, corrupção da
“geração de Noé”, dilúvio anunciado a Noé, que começou, então, a construir a
arca consoante o mandado do Senhor (para salvação de sua família).
Nos sétimo e oitavo capítulos, temos
a narrativa do dilúvio, que foi o juízo divino com que se encerrou a segunda
dispensação.
III – A ESTRUTURA DO LIVRO DE GÊNESIS – A TERCEIRA E QUARTA
DISPENSAÇÕES
ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ - Gênesis 9:1-17
- Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra.
- Será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda
ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na
vossa mão são entregues.
- Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos
tenho dado, como a erva verde.
- A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
- Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado
- Não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá
mais dilúvio para destruir a terra.
- O sinal do concerto - meu arco tenho posto na nuvem
1. No nono capítulo, “pacto noaico”, aliança Noética, firmada
entre Deus e Noé, repovoamento da terra, “dispensação do governo humano”,
consciência com o próprio domínio da terra pelo homem - governança do planeta e
a própria administração da justiça.
2. Descendentes de Noé, Noé se embriaga, maldição sobre Canaã
por parte de seu avô.
3. Genealogia Noé, origem das nações que hoje temos em nosso
planeta, confusão das línguas em Babel, que põe fim à dispensação do governo
humano.
4. Final do capítulo 11 é dedicado à genealogia de um dos
filhos de Noé, Sem, de onde descenderia Abraão, que passa a ser o protagonista
do livro a partir de então.
5. A partir do capítulo 12 até o capítulo 25 - “ciclo de Abraão”,
aos setenta anos de idade, foi chamado por Deus para deixar a sua cidade, Ur
dos caldeus, para ser o pai de uma grande nação.
6. Tem início, assim, a dispensação patriarcal ou dispensação da
promessa, período em que Deus tratou com a humanidade por meio dos
“patriarcas”, aqueles que o Senhor escolheu para serem os pais de Israel, a
nação que seria formada para dela vir o Messias, Aquele que restauraria a
amizade entre Deus e os homens (Jo.4:22).
7. Nestes quatorze capítulos, Moisés relata a vida do
patriarca Abraão, chamada, peregrinação em Canaã, vinte e cinco anos para o
cumprimento da promessa de que teria um filho, uma sequência de fatos que
demonstram porque Abraão é conhecido como o “pai da fé”.
8. Neste ciclo, temos a passagem de Gn.25:12-18 em que há a
genealogia de Ismael, o filho que Abraão teve com a sua escrava Agar,
dando-nos, portanto, a origem da nação árabe.
9. Depois o chamado “ciclo de Isaque”, Gn.25:19, nascimento
dos filhos gêmeos de Isaque, até o final do capítulo 27, “filho da promessa”.
10.Capítulo 28 até o final do capítulo 36, Jacó, nome mudado para
Israel (Gn.32:28), herdou as promessas feitas a Abraão, pelo desprezo que Esaú
teve em relação à primogenitura (Gn.25:33,34).
11.Jacó em Padã-Arã, sua família, tio e sogro Labão, retorno a
Canaã, depois de vinte anos passa a peregrinar naquela terra. No capítulo 36,
genealogia de Esaú - nação dos edomitas, históricos adversários do povo de
Israel.
12.Capítulo 37, “ciclo de José”, oitavo filho de Jacó (o sétimo
filho homem) e primeiro filho de Raquel, vendido vai ao Egito e lá se tornou
governador do Egito, levou os seus familiares para lá morar.
13.Capítulo 38, Judá e de Tamar, “começo da tribo de Judá”, que é a
tribo em que nasceria o Salvador.
14.O livro do Gênesis termina com a morte de José e o povo de
Israel no Egito, onde iria se formar como uma nação, de modo que temos aqui a
história do “começo do povo de Israel”.
15.O livro termina com a promessa feita pelos irmãos de José de que
o corpo do governador do Egito não seria sepultado no Egito, mas que seria
levado para Canaã quando o Senhor levasse Israel para lá, de modo que o livro
termina com a reafirmação da promessa feita por Deus a Abraão, que era, assim,
o “começo do cumprimento da promessa da redenção da humanidade”.
16.Gênesis é “livro dos começos”, o “livro das origens.
17.Gênesis é “…a criação, a queda e a redenção da raça humana
através de Jesus Cristo. O Gênesis é a fundação sobre a qual toda divina
revelação se baseia e é construída. Propósito é “…revelar ao homem a origem do
céu e da terra e de todas as demais coisas. Declarar Deus como um Criador
pessoal e mostrar que nada evoluiu através de bilhões de anos. Registrar a
história da queda do homem e a presença do pecado na terra como uma introdução
para a Sua lei.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
A DOUTRINA DA CRIAÇÃO
Gênesis 1:1,2 No princípio criou DEUS o céu e a terra. E a terra
era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de
DEUS se movia sobre a face das águas.
Gênesis 1:26-31
E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o
gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E
criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; homem e mulher os
criou. E DEUS os abençoou, e DEUS lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse DEUS: Eis
que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a
terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para
mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o
réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para
mantimento; e assim foi. E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito
bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
OBJETIVOS:
1. Informe aos alunos que DEUS é o Onipotente, desde a eternidade.
Por isso, Ele não dependeu de alguém, para a criação do mundo, senão da
integração das três pessoas da Trindade, na realização deste sublime projeto.
Elas não tiveram princípio, pois são eternas.
2. Diga-lhes que é natural do ser humano, tentar descobrir as coisas, ás vezes,
até por tentativas vãs, como no caso das teorias da criação do mundo.
Entretanto, descobrimos que elas não passam de especulações, pois a mente
humana não é capaz de desvendar este ministério da origem de todas as coisas.
3. Explique-lhes que a Doutrina da Criação não se submete aos diversos
pensamentos filosóficos e científicos, pois deve ser aceita pela fé. Por isso,
não nos importa saber qual a idade da Terra, pois DEUS existe antes dela e é
eterno. Estamos escudados no que Genesis 1.1 nos declara: "No princípio,
criou DEUS os céus e a terra".
INTRODUÇÃO
Genesis, o primeiro livro da Bíblia, no original hebraico, é
"Bereshith", que se traduz por "No princípio" e, no grego,
a palavra "Genesis" é "Geneseos", que significa “nascimento,
começo, princípio". Foi escrito por Moisés em 1443 a. aproximadamente, e
redigido nos primeiros anos da peregrinação de Israel no deserto, quando este
patriarca procurava ensinar ao povo os fundamentos da Palavra de DEUS.
I - DEUS, O CRIADOR
1- Identificando o Criador. Antes de falar dos atos criativos do Senhor, é
preciso conhecê-lo do modo como a Bíblia o apresenta. Genesis não começa com
urna teoria, mas com o vocábulo DEUS: "No princípio criou DEUS" (Gn
1.1). Através da história, os homens têm inventado muitos deuses, e Satanás,
arqui-inimigo do Criador, deseja tornar-se o governador ou "deus" do
Universo, a qualquer custo.
2. O Criador e a criação. A declaração de que há um Criador, o qual deu vida a
todos os seres vivos existentes na Terra, e também os elementos animados e
inanimados, desfaz completamente as teorias anticriacionistas da evolução. No
hebraico, o termo "BARAH" indica, de forma direta, que DEUS é o
Criador.
3. O Criador é o Senhor Onipotente. Entre os atributos de sua Onipotência,
revela-se "o poder de criar". A Abraão, o Senhor manifestou-se como
"o DEUS Todo- poderoso" (Gn 17.1). Vários textos na Bíblia declaram que
"DEUS fez a terra pelo seu próprio poder" ( Is 40.21-28; 42.5; 45.12-
18; Jr 10.12; 27.5; 51.15).
II - TEORIAS DA ORIGEM DA CRIAÇÃO
l. A Teoria da Grande Explosão. A partir do estudo de Einstein, sobre a Teoria
da Relatividade, outros cientistas acreditam que o Universo era urna bola
imensa de hidrogênio que se expandira indefinidamente e alcançaria distâncias
quase infinitas. Eles imaginam que, em algum tempo indecifrável, houve urna
grande explosão desta imensa bola de hidrogênio. Daí surgiram os mundos, as
galáxias. Na tentativa de definir as origens do Universo, procuram determinar a
sua idade, sugerindo a cifra de 12 bilhões de anos. De fato, esta teoria
acredita na eternidade da matéria, mas a Bíblia a refuta, quando declara que tudo
em algum tempo começou a existir. "No princípio, criou DEUS os céus e a
terra" (Gn 1.1).
2. A Teoria da Nebulosa Original. A ideia básica desta teoria é que a matéria
foi criada por DEUS e está espalhada pelo Universo, em vários sistemas
planetários desconhecidos e, inclusive, o nosso, no qual se inclui a Terra. Os
cientistas, seus defensores, ensinam que o nosso planeta teria surgido em
estado gasoso de hidrogênio, e, como os gases ocupam muito mais espaço que os
sólidos, esta matéria original tomaria todo o espaço conhecido e desconhecido.
3. A Teoria da Substância Original. Os adeptos desta teoria ensinam
que havia, no princípio de tudo, urna substância original indefinida e
desconhecida, e dela surgiram os quatro elementos básicos: a terra, o ar, o fogo
e a água. Afirmam ainda que, de um destes componentes deve ter originado a
vida, ou então, de todos eles.
4. A Teoria do Panteísmo. O Panteísmo declara que DEUS e a Natureza são a mesma
coisa e estão inseparavelmente ligados. A ideia básica desta teoria é que o
Senhor não cria nada, mas tudo emana e faz parte dele. Entretanto, a revelação
bíblica não aceita, de modo algum, este ensinamento, pois o Criador não é parte
do Universo, e, sim, este foi criado por Ele (SI 8).
5. A Teoria Evolucionista. Esta teoria ensina que a matéria é eterna,
preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação
gradual, os seres passaram a existir. Entretanto, a Bíblia declara que DEUS
criou todas as coisas, isto é, tudo teve um começo. As provas diretas da
criação, além da Ciência, estão expostas na Bíblia em Genesis 1.1.
6. A Teoria da Criação, a partir do nada. Esta é, talvez, a mais difundida,
ensinada e pregada, no meio evangélico. Ela é conhecida pela expressão latina
"ex nihilo", pois declara que DEUS criou tudo "do nada",
mediante o poder de sua palavra. Utiliza-se como base, para a afirmação desta ideia,
o texto de Hebreus 11.3, o qual diz que "os mundos foram criados pela
palavra de DEUS, de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é
aparente". Ora, entendemos que aquilo o qual não é aparente, não quer
dizer "do nada", mas pode referir-se a coisas imateriais. A expressão
"No princípio", de Genesis 1.1, não se refere a ''eternidade
passada", mas significa o ponto inicial do tempo como o conhecemos.
OBSERVAÇÃO MINHA - Ev. HENRIQUE - OS MUNDOS FORAM CRIADOS PELA
PALAVRA DE DEUS, PORTANTO, NÃO FORAM CRIADOS DO NADA.
III - O MODO DIVINO DA CRIAÇÃO
1. A criação foi um ato livre da parte de DEUS. Existe um falso ensino de que a
criação do mundo foi por urna necessidade de DEUS, urna autogênese divina, para
fazer valer o seu Ser, como se Ele precisasse autoafirmar-se. Urna vez que se
admite ter sido a criação feita do nada, entende-se que nada preexiste a ação
criadora do Senhor. A ideia de que o mundo aparece como algo necessário para
Ele, acaba no panteísmo, o qual ensina que tudo é DEUS e o mundo não pode
conceber-se sem o Criador, nem Ele sem o Universo.
Mas DEUS não criou o mundo por acaso, ou por necessidade. O Universo existe
porque o Criador quer. Ele é para si mesmo sua própria riqueza e, portanto, a
criação partiu dele como urna graça especial. O Senhor é imune de coação
externa, pois não depende de nada, absolutamente, e, por isso, pode criar
livremente o que deseja, quando e como quer. Os salmos 115.3 e 135.6 dizem
respectivamente: "Mas o nosso DEUS está nos céus; fez tudo o que lhe
agradou"; "Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos
mares e em todos os abismos".
2.A criação foi um ato temporal de DEUS. A expressão inicial de
Genesis 1.1: "No princípio", indica, dentro da eternidade, a questão
do "tempo". O termo hebraico "bereshith" mostra, em seu
sentido literal, que a palavra "princípio" se refere ao início da
criação. "O tempo é apenas urna das formas de toda a existência
criada", como afirmou certo teólogo. A declaração de que a criação foi um
ato temporal, não significa restringir ou confinar DEUS ao tempo, porque Ele
está fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na
verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo ( Mt
19.4,5; Me 10.6; Jo 1.1,2; Hb 1.10).
3. A criação foi um ato especial do DEUS Triúno. A forma plural do
nome "ELOHIM" revela-nos, não só a transcendência do Criador, no
sentido de ir além, mas, acima de tudo, o sufixo "him" indica a
pluralidade composta da divindade, ou seja, as três pessoas da Trindade. Urna
vez revelado o trino DEUS na declaração inicial de Genesis, entende-se que Ele
é o autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). Nenhuma das pessoas da
Trindade age com poderes independentes, mas, sim, o Pai, o Filho e o ESPÍRITO
são autores independentes.
CONCLUSÃO
Estudamos esta primeira lição, para compreendermos, não só a Teologia da
Criação, mas também a sua história, conforme o relato de Genesis. Precisamos
compreender este assunto com convicção, para podermos refutar as teorias
humanas que negam o relato bíblico.
1. A salvação é pela fé, e jamais conseguiremos agradar a DEUS, se
não confiarmos, plenamente, nele. O Criador revelou a Moisés o essencial sobre
a criação do mundo, para jamais sermos enganados pelo Diabo. Por isso,
acreditemos somente no que a Bíblia nos diz a respeito deste assunto.
2. Todas estas teorias, hoje, são ensinadas nas escalas seculares, nos seus
três níveis: primário, secundário e superior, com o único propósito de divulgar
o Evolucionismo. Portanto, precisamos estar bem-preparados, a fim de que a
Palavra de DEUS suplante esta mentira, semeada pelo Inimigo de nossas almas.
3. Sabemos que dentro do projeto divino, de criar o mundo, estava o
sublime propósito de formar um ser a imagem e semelhança de DEUS. Satanás, por
inveja, investiu contra Adão e Eva, para destruí-los. Porém, o Senhor nos
salvou, através da morte vicária de seu Filho Unigênito.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Título
No Antigo Testamento hebraico, a primeira palavra do texto,
bereshit, “no princípio”, serve de título para o livro de Gênesis. Tomar a primeira
frase ou palavra de uma obra literária para denominá-la era prática comum no
antigo Oriente Próximo. A tradução grega chamada Septuaginta (LXX) toscamente
igualou este termo de abertura com a palavra gênesis, que significa “origem ou
fonte”. A palavra grega permaneceu em nossas versões bíblicas, porque descreve
notavelmente bem o conteúdo do livro. E o livro dos começos: o começo do
universo, do homem, do pecado, da salvação, da nação hebraica, da aliança com
os homens. Martinho Lutero foi o primeiro a anexar ao título antigo a frase: “O
Primeiro Livro de Moisés”, mantida na maioria das versões bíblicas. Lutero a
considerou apropriada visto que o Livro de Gênesis é o primeiro dos livros do
Pentateuco e Moisés fora tradicionalmente considerado o autor de todos os cinco
livros.
Considerado o autor de todos os cinco livros.
Uma breve discussão da autoria não faz justiça à massa de
literatura sobre o assunto nem à complexidade dos problemas. A controvérsia
gira em torno da questão se o Livro de Gênesis, como o conhecemos em todos os
manuscritos existentes, foi produto de Moisés e seu tempo ou de escritores
desconhecidos em uma época muito posterior. Ao longo dos últimos dois séculos,
os estudiosos se dividem entre os que aceitam a autoria ou autoridade mosaica e
os que consideram que o material do Livro de Gênesis é trabalho de muitos
“autores” desconhecidos (ver análise em “O Pentateuco”).
O texto do livro não menciona o nome de Moisés e, como dito
anteriormente, foi Lutero (1483-1546) quem juntou ao título a anotação sobre
Moisés. Levando em conta que o derradeiro acontecimento narrado em Gênesis
ocorre muito tempo antes dos dias de Moisés, os estudiosos ortodoxos defendem
que ele modelou o material antigo em sua forma atual. Esta opinião se baseia
principalmente nas seguintes evidências internas: a) nos outros quatro livros
do Pentateuco, no sentido de que vieram de Moisés ou pelo menos do seu tempo de
vida e sob sua direção; b) no restante do Antigo Testamento, que liga a Moisés
o conteúdo de todo o Pentateuco; e c) no Novo Testamento, que afirma serem os
livros do Pentateuco (principalmente Deuteronômio) da autoria de Moisés.
C. Data e Composição
Estes itens estão estreitamente relacionados com a discussão da
autoria, portanto, todos os três devem, de certo modo, ser tratados juntos.
Atribui-se a Johann Eichhorn, professor na Universidade de Jena, Alemanha, em
fins do século XVIII, a rejeição da amplamente aceita autoria mosaica do
Pentateuco. Ele fundamentou seus argumentos em duas supostas fontes para o
Livro de Gênesis rotuladas de J, para aludir a Jeová, e, para Elohim, as quais,
segundo ele, vieram a existir depois do tempo de Moisés. Na verdade, esta
análise de fonte foi feita pela primeira vez por uma médica francesa, Jean
Astruc, várias décadas antes de Eichhorn. Nos primeiros três quartos do século
XIX, os professores alemães discutiam se havia muitas fontes, duas fontes ou
apenas uma fonte para o Livro de Gênesis. Eles dataram estas fontes ao longo de
todo o tempo entre Salomão e Esdras. Usando como indícios a ocorrência de
diversos nomes divinos, as diferenças de vocabulário e a suposta divergência de
pontos de vista teológicos, a controvérsia predominou entre uma história de
composição fragmentada e uma unidade básica em construção.
Julius Wellhausen1foi o primeiro a popularizar com êxito a ideia de
três fontes principais em Gênesis: J (fonte jeovista), E (fonte eloísta) e P
(fonte sacerdotal [“p” de Priestercodex}). A fonte J era datada do século IX a.
C.; a E era datada do século VIII a. C.; e a P era datada do século V a. C.
Esta visão se tornou padrão entre seus seguidores e altamente popular nos
círculos protestantes e judaicos em todo o mundo ocidental. A Igreja Católica
Romana reagiu negativamente à teoria.
Hermann Gunkel2procurou estender-se sobre a posição de Wellhausen
examinando as formas literárias da antiga maneira de contar histórias conforme
ilustrada em Gênesis. Ele concluiu que, antes de 1000 a. C., houve um longo
período de transmissão oral de grande parte do conteúdo do Livro de Gênesis
antes de ser solidificado nos denominados documentos J ,E e P.
Em anos mais recentes, os estudiosos que rejeitam a autoria mosaica
são mais favoráveis à ideia de um longo período de desenvolvimento da tradição
oral em torno dos centros tribal e cultual, em vez da existência de fontes
escritas. Otto Eissfeldt3 foi o proponente principal desta abordagem. Houve
também a tendência a considerar que o livro foi concluído nos tempos do exílio
e que possui um caráter substancialmente mosaico. W. F. Albright defendeu esta
posição.
Os estudiosos conservadores consistentemente defendem que a teoria
descrita acima é inaceitável, sendo incentivados pelo volume de evidências
contrárias fornecidas pelos estudos no antigo Oriente Próximo. Com vigor
renovado, insistem que evidências descobertas mais recentemente tornam possível
e altamente provável a composição de Gênesis na época de Moisés. Vários
manuscritos, inclusive o tipo alfabético, estavam em uso séculos antes dos dias
de Moisés, produzindo-se uma grande quantidade de literatura, grande parte dela
significativa para os estudos em Gênesis. Sabe-se hoje que a transmissão oral
de recordações importantes, sobretudo as pertinentes à santidade, tem um grau
de precisão não menos que espantosa.
Cada vez mais os estudiosos defendem que o conteúdo de Gênesis 1 a
11 deve ter entrado na coletânea de fatos e tradições hebraicas antes do tempo
de Abraão. Atualmente, aceita-se que a orientação social, econômica e política
das histórias dos patriarcas está solidamente arraigada no período de 2000 a
1500 a. C. A única barreira tem a ver com a teologia. Há um reconhecimento
crescente de que crenças monoteístas predominavam entre os hebreus nos dias de
Moisés, mas só os estudiosos conservadores ousam asseverar que o monoteísmo era
desde o início a fé dos patriarcas.
A questão se resolve em uma pergunta básica: Gênesis era mosaico ou
uma miscelânea de composição e origem? Este comentário sustenta a posição
conservadora de que Gênesis é mosaico em sua composição e data.
D. Estrutura
O Livro de Gênesis tem uma introdução (1.1—2.3) e dez divisões,
cada uma das quais introduzida pela palavra hebraica toledot (“gerações,
origens”), que os estudiosos admitem ter o significado de “história, conto ou
relato” em vez de simplesmente genealogia. Estas divisões ocorrem em 2.4; 5.1;
6.9; 10.1; 11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 37.2. 0 livro também pode
ser dividido em duas seções principais: a primeira de 1.1 a 11.26 e a segunda
de 11.27 até o fim. A primeira destas divisões lida basicamente com as origens
primevas, e a segunda, com o estabelecimento da relação de concerto de Deus com
os antepassados do povo hebraico. Ou conforme G. C. Morgan,8as divisões podem
ser vistas em três par tes. A primeira divisão seria de 1.1 a 2.25, que se
ocupa da geração; a segunda seria de
3.1 a 11.32, que lida com a degeneração; e a terceira seria de 12.1
a 50.26, que se centraliza na regeneração.
Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra
fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são
Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância
relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento
de suas genealogias.
Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para
o específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e
sua esposa, Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos
seus descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito
vigorosamente a corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do
Todo-poderoso em puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo
tempo, salvar um remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os
descendentes de Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão
via migração através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.
Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao
vale mesopotâmico
O Livro de Gênesis tem uma introdução (1.1—2.3) e dez divisões, cada
uma das quais introduzida pela palavra hebraica toledot (“gerações, origens”),
que os estudiosos admitem ter o significado de “história, conto ou relato” em
vez de simplesmente genealogia. Estas divisões ocorrem em 2.4; 5.1; 6.9; 10.1;
11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 37.2. 0 livro também pode ser dividido
em duas seções principais: a primeira de 1.1 a 11.26 e a segunda de 11.27 até o
fim. A primeira destas divisões lida basicamente com as origens primevas, e a
segunda, com o estabelecimento da relação de concerto de Deus com os
antepassados do povo hebraico. Ou conforme G. C. Morgan,8as divisões podem ser
vistas em três par tes. A primeira divisão seria de 1.1 a 2.25, que se ocupa
da geração; a segunda seria de
3.1 a 11.32, que lida com a degeneração; e a terceira seria de 12.1
a 50.26, que se centraliza na regeneração.
Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra
fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são
Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância
relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento
de suas genealogias.
Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para
o específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e
sua esposa, Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos
seus descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito
vigorosamente a corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do
Todo-poderoso em puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo
tempo, salvar um remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os
descendentes de Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão
via migração através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.
Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao
vale mesopotâmico Depois da resposta de Abraão ao chamado de Deus para se
mudar, as histórias relacionadas a ele estão centralizadas principalmente em
Canaã, com apenas algumas histórias ligadas ao Egito ou a sua antiga casa em
Harã. Com exceção de ter uma esposa de Harã, Isaque é completamente limitado à
vida em Canaã, mas Jacó passou vinte anos em Harã e os últimos anos de vida no
Egito, embora na juventude e meia-idade estivesse em Canaã. Exceto por sua
juventude, José passou seus anos de maturidade no Egito, parte numa prisão e
parte como poderoso funcionário do governo.
E. Propósito e Mensagem
O propósito principal do Livro de Gênesis é mostrar como Deus
escolheu o povo de Israel para ter uma relação de concerto com Ele. Essa
escolha se revela na forma em que Ele lidou com os progenitores dos israelitas.
Ainda que haja semelhanças notáveis entre outros escritos antigos e as
histórias bíblicas da criação, da queda do homem e do dilúvio, o interesse
bíblico na origem do universo é basicamente teológico. Seu empenho é declarar
que todas as coisas procedem e são sustentadas por um Deus Criador. O
politeísmo e suas nuanças são deliberadamente ignorados.
No Livro de Gênesis, o interesse na origem do homem e na origem do
pecado diz respeito fundamentalmente à natureza do relacionamento entre o homem
e Deus, tanto em sua comunhão original quanto em sua posterior oposição
negativa e desobediente à vontade de Deus. O relacionamento original sempre é
considerado como o ideal e a meta de todos os procedimentos futuros de Deus com
o homem. As misericórdias de Deus são estendidas aos homens para que o
relacionamento positivo seja restabelecido pela atividade salvadora de Deus, a
qual é determinada num sistema de concerto. Os vislumbres da realização futura
dos propósitos redentores de Deus são orientados para um grande cumprimento de
uma reconciliação não só individual, mas também nacional, internacional e universal
entre Deus e o homem. Por conseguinte, os temas messiânicos na parte final do
Antigo Testamento e no Novo Testamento são encontrados em Gênesis. Do ponto de
vista teológico, o teor de Gênesis é inflexivelmente monoteísta. O paganismo
não é abertamente questionado ou rejeitado; é amplamente ignorado. Gênesis
descreve somente exemplos limitados da prática idólatra, os quais são
repudiados indiretamente (como em Gênesis 22) ou diretamente (como em Gênesis
23). A análise racional e o ímpeto religioso do paganismo na Mesopotâmia, em
Canaã e no Egito estão quase que totalmente ausentes.
O número limitado de temas religiosos e locuções literárias, que
são encontrados tanto na antiga literatura mesopotâmica quanto no material em
Gênesis, é incidental para os principais destaques das histórias de Gênesis.
Eles tiveram sua importância largamente sobre-estimada por alguns estudiosos do
Antigo Testamento.
O Livro de Gênesis desafia a validade do politeísmo, do dualismo,
do deísmo e do panteísmo, não pela análise negativa de suas fraquezas, mas pela
afirmação positiva da unidade, soberania e realidade pessoal divina. Em
Gênesis, há a apresentação das qualidades pessoais e dinâmicas da relação
divino-humana dentro do concerto , sobretudo na forma narrativa e, secundariamente,
por meio de resumos genealógicos.
Esboço
1- Crises Individuais e Decadência Coletiva , 1.1— 11.26
O Criador em Ação, 1.1—2.3
0 Criador em Relação à Criação, 2.4—3.24
O Assassinato e Seu Resultado, 4.1-24
A Expansão de um Novo Começo, 4.25—6.8
A Corrupção Universal e Seu Resultado, 6.9—11.26
2- Abraão, o Homem que Deus Escolheu , 11.27— 25.11
As Relações da Família de Terá, 11.27-32
Estrangeiro em Nova Terra, 12.1—14.24
O Concerto de Deus com Abraão, 15.1—17.27
A Espera pelo Verdadeiro Filho, 18.1—20.18
Antigas Lealdades Testadas, 21.1—22.19
Assumindo Responsabilidades por Outros, 22.20—25.11
3- Ismael, o Homem que Deus Separou , 25.12-18
4- Isaque , o Homem cuja Vida Deus Poupou , 25.19—28.9
Um Guisado em troca do Direito de Primogenitura, 25.19-34
O Procedimento de Isaque com seus Vizinhos, 26.1-33
Isaque e sua Família, 26.34—28.9
5- Jacó , o Homem que Deus Refez , 28.10— 35.29
Confrontado por Deus, 28.10-22
Amor Frustrado não Morre, 29.1-30
Dolorosa Competição, 29.31—30.24
Pastores Inteligentes, 30.25—31.55
Profunda Crise Espiritual, 32.1-32
Irmãos Conciliados, 33.1-17
Tragédia em Siquém, 33.18—34.31
O Concerto Renovado em Betel, 35.1-15
Viagem Toldada pela Tristeza, 35.16-29
6- Esaú , o Homem que Aceitou de Volta seu Irmão, 36.1-43
As Esposas de Esaú e seus Filhos, 36.1-8
Os Filhos e Netos de Esaú, 36.9-14
A Proeminência dos Descendentes de Esaú, 36.15-19
Os Filhos dos Moradores das Cavernas, 36.20-30
Os Reis de Edom, 36.31-39
As Regiões onde os Edomitas Habitavam, 36.40-43
7- José, o Homem que Deus Protegeu , 37.1— 50.26
Vendido como Escravo, 37.1-36
A Frouxidão Moral de Judá, 38.1-30
As Provações de José no Egito, 39.1—40.23
A Dramática Ascensão de José ao Poder, 41.1-57
Problemas Misteriosos no Egito, 42.1—45.28
O Novo Lar no Egito, 46.1—47.31
Visões do Futuro, 48.1—50.26
Seção 1 - CRISES INDIVIDUAIS E DECADÊNCIA COLETIVA
Gênesis 1.1—11.26
Em uma série de histórias e genealogias altamente condensada, esta
seção do livro trata da origem do universo, da origem da ordem nesta terra, da
origem da vida, da origem do homem, da origem do pecado, da violência e
desordem, e da origem das diferenças nacionais e linguísticas.
O Criador em Ação , 1 .1— 2 .3
Pela brevidade e beleza da composição e do estilo, esta vinheta
sobre a criação é inigualável. O Deus-Criador domina a cena. Ele fala e
imediatamente se forma a ordem, proporcionando um belo lugar de habitação e de
abundantes suprimentos para a criação mais sublime de todas: o homem. Majestade
e poder marcam cada sentença.
1. O Ato Inicial (1.1,2)
Em resposta à pergunta “Quem fez todas as coisas?”, a Bíblia
declara ousadamente: Deus... criou (1). Em resposta à pergunta “Quem é anterior
e maior que todas as coisas?”, com igual ousadia a Bíblia anuncia: No
princípio... Deus.1O céu e a terra não são Deus nem deuses; nem é Deus igual à
natureza. Deus é o Criador e a natureza é seu trabalho manual.
Embora feita por Deus, a terra não estava pronta para o homem.
Ainda estava em desordem, sem forma e vazia (2), e não havia luz. Contudo,
havia atividade. O Espírito de Deus se movia continuamente sobre a face das
águas.
2. O Dia da Luz e das Trevas (1.3-5)
Energia é necessidade vital para o hábitat do homem, e luz é
energia. Por conseguinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz (3). A ênfase
na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma
ordem ou expressão da vontade divina.2Em seguida, ocorre a execução da ordem e
a declaração culminante: Era bom ou equivalente (e.g., 4,10,18).
3. O Dia das Águas Divididas (1.6-8)
As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão (6).
A palavra expansão ou firmamento transmite a ideia de solidez.3 Contudo, a
ênfase na palavra hebraica original raqia não está no material em si, mas no
ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra
“expansão” é muito apropriada.
Em diversos lugares do Antigo Testamento, o ato de estender os céus
é proeminente (ver Jó 9.8; 26.7; SI 104:2; Is 45.12; 51.13; Jr 51.15; Zc 12.1).
A evidência de que Deus é o Criador acha-se no ato de estender e não no caráter
do que foi formado.4Ao longo do Antigo Testamento, o interesse se centraliza
nas relações de Deus com a natureza e o homem. Deus é o Criador, e a partir
desta declaração o Antigo Testamento passa a mostrar que a natureza é uma
criatura e uma ferramenta. Do mesmo modo, Deus julga, livra e cuida do homem.
4. O Dia da Terra e do Mar (1.9-13)
O terceiro ato de Deus dizia respeito à formação de um futuro
hábitat para o homem, que é criatura da terra. O alimento para o homem, a
vegetação, cresce na terra. Sob a ordem de Deus, terra e mar se separaram, e
forma, vida e beleza enfeitaram a terra. O texto não descreve como estas
separações ocorreram, nem há uma lista das forças dinâmicas e naturais
envolvidas. Ao invés disso, a relação de um Criador pode roso com uma criatura
obediente e flexível é o tempo todo, e claramente, mantida diante do leitor.
Dramaticamente, Deus se voltou para a terra agora visível e deu-lhe
ordens. Apareça a porção seca (11) não era admissão de que as substâncias
inorgânicas possuíam o poder inerente de produzir vida.5Muito pelo contrário, a
vida em si acha-se, no final das contas, na palavra criativa de Deus e
imediatamente surge em resposta à sua ordem.
Seguindo um padrão de pares — luz e trevas, águas que estavam sobre
e águas que estavam debaixo, terra e mares —, agora ocorre uma série de grupos
de três. Erva, erva dando semente... e árvore frutífera (12) são agrupamentos
muito generalizados e não devem ser considerados classificações botânicas no
sentido moderno.
A frase conforme a sua espécie6indica limites aos poderes de
reprodução. Mas não fornece um projeto que esboça linhas limítrofes. O destaque
está na segurança observável da natureza: trevo produz trevo, trigo produz trigo
etc. E assim foi (11) — e ainda é.
5. O Dia dos Dois Luminares (1.14-19)
Os pagãos adoravam o sol, a lua e as estrelas como deuses e deusas
de poder formidável. Na narrativa deste dia da criação, o luminar maior (16) e
o luminar menor nem mesmo são nomeados. Em poucas sentenças hábeis, o autor
descreve a criação destes corpos celestes, os quais, depois, são incumbidos de
executar certas tarefas nos céus.7 Eles possuem uma dignidade de governo e nada
mais. As estrelas também recebem não mais que uma menção honrosa. Que golpe
contra o paganismo!
6. O Dia dos Pássaros e dos Peixes (1.20-23)
Pelo motivo de a luz e as trevas serem comuns a ambos os dias, o
primeiro dia (3-5) e o quarto dia (14-19) estão relacionados. Também o segundo
(6-8) e o quinto (20-23) estão relacionados no ponto em que lidam com a
expansão, em cima, e as águas, embaixo. No quinto dia, Deus falou uma palavra
para as águas (20), as quais produziram criaturas e pássaros encheram o ar. No
versículo 21, vemos outra tríade: as grandes baleias... todo réptil de alma
vivente... e toda ave de asas.
O texto não nos conta como as águas colaboraram com o Criador, mas
para enfatizar a estreita ligação entre Deus e estas criaturas é empregado o
verbo criou. As diferenças surpreendentes entre a vida botânica e a biológica
são atribuídas a um ato divino. Deus os abençoou (22). No Antigo Testamento, a
bênção divina é um ato criativo e uma capacitação para que aquele que a recebe
cumpra seu destino segundo a vontade de Deus. Neste caso, a vontade de Deus é
que as criaturas se reproduzam abundantemente... conforme as suas espécies
(21). Este ato serviu para anular a condição anterior “vazia” (2).
7. O Dia dos Animais e do Homem (1.24-31)
Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), Deus
encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens,
25), gado e... todo réptil que se move sobre a terra (26).
Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em
deliberação, disse: Façamos o homem (26).9Esta criatura tinha de ser diferente.
Deus disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa
semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser
conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma
duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente
tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características
distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos
animais.10
Em 1.26-30, encontramos “O Homem Feito à Imagem de Deus”. 1) Um ser
espiritual apto para a imortalidade, 26ab; 2) Um ser moral que tem a semelhança
de Deus, 27; 3) Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo,
26c,28-30 (G. B. Williamson).
Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o status
e o poder de governante. O direito de o homem dominar (28) ressalta o fato de
que Deus o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica
em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e
avaliar. A aptidão para governar implica em capacidade emocional adequada para
desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom,
verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter
profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a Deus que o
criou. A aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para
escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de Deus
indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a Deus em
adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e Deus.
Deus criou o homem para ser uma pessoa que tivesse autoconsciência,
autodeterminação e santidade interior (Ec 7.29; Ef 4.24; Cl 3.10). A imagem foi
distribuída sem distinção de macho e fêmea, tornando-os iguais diante de Deus.
Como Deus abençoou (22) o que previamente havia criado (21), assim
Deus outra vez abençoou (28) esta fase da sua obra. Incumbiu o homem com a
responsabilidade de reproduzir-se e sujeitar à sua superintendência a terra e
tudo que nela havia.
O ato de abençoar o gênero humano é de significado mais amplo que o
de abençoar os animais (22). O homem é capaz de ter consciência dessa bênção e
pode responder a ela. “Abençoar” em relação a um ser racional é ato de
transmitir um senso da vontade de Deus para o abençoado. Isto é especialmente
significativo para o homem, pois a ordem de procriar coloca a aprovação de Deus
no ato de reprodução. Essencialmente, a relação homem-mulher na procriação é
boa, está dentro da vontade de Deus e é básica para o bem-estar deles.
No Antigo Testamento, há dois aspectos para o ato de conceder
bênçãos. Da parte de Deus, há o ato de um Ser superior concedendo favor a quem
é dependente dele. Da parte do homem, há o retorno da gratidão ao Doador de
dons (Gn 24.48; Dt 8.10).
Aspecto importante da bênção de Deus era a concessão de poder e
habilidade para sujeitar e dominar (28) os outros seres criados que habitam a
terra. Mas era uma autoridade delegada, um governo subordinado, pelo qual o
homem prestava contas a Deus. Presumimos que a responsabilidade de controlar a
vida animal não acarreta o direito de abusar dela, caso contrário não teria
sido bom.
Deus concedeu ao homem o direito de usar os frutos da vida vegetal
para comida (29). Isto não lhe deu o privilégio de explorar a natureza, abandonando
estrago e desolação. O cuidado apropriado dos frutos da vida vegetal tem
necessariamente de acarretar o cultivo (2.15) e a conservação dos recursos
naturais.
O fato de os animais, sujeitos ao controle do homem, também se
alimentarem de plantas, toda a erva verde (30), destaca ainda mais a
responsabilidade que pesa sobre o homem. Ele é responsável por controlar a
natureza de modo que a natureza supra as necessidades de todas as criaturas
vivas e não só as necessidades do homem (ver 9.3 sobre a permissão de comer
carne).
A morte de animais não é mencionada, embora não haja razão para
presumir a ausência de morte animal antes da queda. O foco está na vida, na
harmonia, na ordem e na aptidão de forma e função para o domicílio terrestre do
homem.
Em 1.1-5, 26-31, vemos a “Criação pela Vontade Onipotente”, com a
ideia central no versículo 1.
1) Causa adequada, 1,2;
2) Desígnio evidente, 2-5;
3) Homem semelhante a Deus, 26-30;
4) Concepção onisciente, 31 (G. B. Williamson).
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
I. Matriz e Berço de Gênesis
Das obras procedentes do antigo Oriente Próximo que conhecemos,
nenhuma é, nem de longe, comparável, em escopo, ao livro de Gênesis, para não
mencionar qualidades menos mensuráveis. Certos poemas épicos oriundos da
Babilônia falam da criação; outros falam de um dilúvio. A versão mais completa
que existe do Épico de Atrahasis, de mais de 1200 versos, liga os dois
acontecimentos numa só história continua1que nos dá uma espécie de paralelo de
1-8. Mas, ao terminarem esses poemas, Gênesis mal está começando. A narrativa
deste começa num ponto bem anterior ao daqueles (visto que, neles, as águas,
personificadas, são o princípio, e os deuses que as dominam são apenas seus
produtos) e só termina quando a igreja do Velho Testamento já está firmemente
alicerçada e quatro gerações de patriarcas tinham tido vida momentosa no
cenário de duas civilizações diferentes.
O livro se desenrola em duas partes desiguais, a segunda das quais
começa com o aparecimento de Abraão na junção dos capítulos 11 e 12. Os
capítulos 1 a 11 descrevem duas progressões antagônicas: primeiro, a ordenada
criação realizada por Deus, até o seu clímax no homem como ser responsável e
abençoado; e depois a obra desintegradora do pecado, até o seu primeiro grande
anticlímax no mundo corrupto do dilúvio, e seu segundo anticlímax na loucura de
Babel.
Com isto, no capítulo 12 a história geral do homem dá lugar à
história germinal de “ Abraão e sua semente” , em que a aliança já não é um
compromisso geral com a humanidade inteira, como no capítulo 9,
mas se reduz a uma só família mediante a qual “ serão benditas
todas as famílias da terra” (12:3). Abraão, sem terras e sem filhos, é levado a
aprender que a grande promessa, a estrela polar da sua vida, haverá de
cumprir-se divina e miraculosamente, ou não se cumprirá de forma nenhuma. Neste
contexto, a obstinada escolha que o seu sobrinho fez das cidades da planície, e
suas próprias tentativas desesperadas para conseguir proteção e para ter
família, contrastam com o frutífero procedi mento da fé. A narrativa deixa
claro que em Sodoma ou no Egito ou em Ismael não há futuro como na promessa de
Canaã e de Isaque. Estas lições permanecem no restante do livro, quando os
homens aceitam ou combatem a vontade de Deus pela escolha de Jacó em vez de
Esaú na segunda geração, de José colocado acima de seus irmãos na terceira, e
de Efraim acima de Manassés na quarta. Na parte final de Gênesis o povo
escolhido começa a tomar forma, enquanto que seus primos e vizinhos estão
estabelecidos em seus territórios e já têm seus padrões de vida. Mas nesse meio
tempo ele imigra da terra prometida, e a história não pode acabar nesse ponto.
Portanto, o livro não perde no seu término nada do seu ímpeto. Os
seus 50 capítulos são o ponto de partida para as coisas mais grandiosas do
Livro de Êxodo — coisas essas que os acontecimentos finais de Gênesis exigem e
que suas palavras de conclusão antecipam. É somente o primeiro dos “ cinco
quintos da lei” , como a lei mesma é a semente de uma colheita ainda maior. Um
dos fatos impressionantes relacionados com o Velho Testamento, e, com Gênesis
como parte deste, é esta arre metida rumo a uma consumação predita, mas,
imprevisível em seus pormenores; que a cumpre sem destruí-la.
Na verdade, Gênesis está de várias maneiras quase que mais perto do
Novo Testamento do que do Velho, e de alguns dos seus tópicos mal se ouve falar
de novo até suas implicações surgirem plenamente nos evangelhos. A instituição
do casamento, a queda do homem, a inveja de Caim, o juízo do dilúvio, a justiça
imputada ao que crê, a rivalidade entre os filhos da promessa e da carne, a
profanidade de Esaú, o povo de Deus em sua condição de peregrino, são todos
eles temas predominantes no Novo Testamento. Finalmente, há a simetria com que
algumas das cenas e figuras dos primeiros capítulos reaparecem no livro do
Apocalipse, onde Babel (Babilônia) e “ a antiga serpente... o sedutor de todo o
mundo” são levados à ruína, e os remidos, conquanto sejam veteranos e não
inocentes ainda não tentados, voltam a passear
pelo paraíso, nas cercanias do rio e da árvore da vida.
II. Data e Autoria do Livro
a. Indicações da Escritura.
Embora o Novo Testamento fale do Pentateuco em geral como “Moisés”
ou “ livro” ou “ lei” de Moisés, em parte alguma indica especificamente o livro
de Gênesis com esses termos. Por seu turno, o Pentateuco fala da decisiva
participação de Moisés em sua produção, desde os seus primeiros registros da
maldição lançada sobre Amaleque (Êx 17:14) e do livro da aliança do Sinai ( Ê x
24:3-7), até à escrita e preservação de sua final exposição da lei (Dt
31:24-26). Sob Deus, o cerne e a substância dos livros de Êxodo e Deuteronômio
são obra dele, bem como, sob Deus, os acontecimentos relatados constituem a
história da sua vida.
Contudo, Moisés é sempre “ ele” , nunca “ eu” , nesses aconteci
mentos. Até mesmo o “ registro dos itinerários” de Nm 33 está na terceira
pessoa (isto é, foi escrito com base no registro feito por ele, não apenas
inserido), e quando deveras fala na primeira pessoa, como em Deuteronômio, uma
introdução e uma conclusão estruturam suas palavras e dão ao relato final o
cunho de história, e não autobiografia. Na da aí corresponde às memórias de
Neemias, desacompanhadas de introdução, nem às “passagens” de Atos.
Ao atribuir o Pentateuco como um todo a Moisés, o Novo Testa mento
parece sugerir que em Gênesis há uma relação de semelhança entre o conteúdo
substancial e a forma externa final, como sugere que há nos demais livros. Isto
é, que o material é de Moisés, seja quem for o seu biógrafo e editor. Parece
artificial, por exemplo, excluir Gênesis da expressão de nosso Senhor: “
Moisés... escreveu a meu respeito” (Jo 5:46) e da exposição que fez no caminho
de Emaús: “ começando por Moisés” (Lc 24:27; cf. 44). Essa distinção jamais
ocorreria a nenhum dos leitores originais dos evangelhos.
Este modo de considerar a relação entre Moisés e os livros que
trazem seu nome parece concordar com algumas das pequenas pistas superficiais
existentes em Gênesis. É preciso salientar, porém, que não são concludentes.
Por um lado, por exemplo, 47:11 emprega os termos “ terra de Ramessés” para
indicar o território israelita, expressão que podia ter vindo de modo
particularmente fácil a Moisés, se é que foi contemporâneo de Ramessés II. Por
outro lado, 36:31, passagem que fala dos reis que reinavam em Edom “ antes que
houvesse rei sobre... Israel” , segundo qualquer forma normal de entendimento,
atribui-se a si própria como sua data o tempo de Saul ou uma época posterior a
ele. Contudo, esta lista de reis tanto podia ser um adendo para dar atualidade
a um livro antigo, como podia indicar a data da sua composição.
Não há meio seguro de determinar isso. Outras frases de menor
importância com possíveis dados sobre datas são 12:6 (cf. 13:7 “ Nesse tem po
os cananeus habitavam essa terra” , e 14:14 “ até Dã” (cf. Jz 18:29). A
primeira não é decisiva, visto que “ nesse tempo” pode significar “ nesse
tempo, como agora” (cf. Js 14:11), ao passo que a outra, como 36:31, citada
acima, podia indicar ou o período do autor ou de algum escriba que substituiu
um nome arcaico por outro de uso corrente.
Portanto, a evidência bíblica, no livro e fora dele, deixa aberta a
questão se a inclusão de Gênesis entre os escritos de Moisés significa
simplesmente que ele constitui o fundamento do Pentateuco ou que Moisés o
escreveu pessoalmente. Mas talvez se possa acrescentar a esta altura que o
livro mostra uma amplitude de concepção e um conjunto de erudição, maestria e
discernimento psicológico e espiritual, que o tornam proeminente, por consenso
comum, mesmo no Velho Testamento.
b. Crítica do Pentateuco.
Geralmente se defende a ideia de que Gênesis dá-nos muito mais
pistas quanto à sua composição do que as poucas mencionadas acima. A primeira
delas a atrair a atenção está na variação no uso de nomes divinos e nas
aparentes repetições presentes nas narrativas. Em 1753 J. Astruc tentou, por
estes meios, isolar diferentes documentos usados por Moisés, e no fim do século
dezoito a figura de Moisés foi sendo retirada da vista dos investigadores para
ser substituída por um redator anônimo. As passagens em que se emprega o termo
Deus (Elohim) eram atribuídas ao “ Elohísta” , abreviado para E; outras que
falam do Senhor (Jahweh, Yahweh) foram obra do “ Yahwista” , J. Logo se decidiu
que havia mais de um Elohísta, e a inicial P (fonte sacerdotal) eventualmente
se aduzia a E e J para distinguir o primeiro do segundo Elohísta. Contudo, uma
revolução de grande alcance teve lugar nas décadas de 1860 e 70, quando K. H.
Graf, seguido por J. Wellhausen, elaborou argumentos em prol da inversão da sequência
cronológica PEJ para JEP — cuja inversão foi mais radical para o restante do
Pentateuco do que para Gênesis, desde que colocou a lei levítica perto do fim
em vez de perto do início da história de Israel. Quanto a Gênesis, significava
que P, considerado como um escrito exílico ou pós-exílico, forneceu a
estruturação final, entrelaçando sua própria versão dos acontecimentos com J na
primeira parte do livro, e com J e E do capítulo 15 em diante.
Uma vez que se firmou esse método de estudo, outros sinais
distintivos dos documentos foram registrados em grande número, e na segunda
metade do século dezenove o Pentateuco estava tão rigorosamente
dissecado que não era raro encontrar um versículo dividido em
parcelas atribuídas a duas ou mesmo três fontes, visto que se dizia que cada
uma delas tem vocabulário, caráter e teologia que lhe são próprios. Havendo
dois sinônimos válidos para o mesmo substantivo, verbo ou pronome, um deles
podia ser virtualmente a impressão digital de J ou E, e o outro de P. No caso
de genealogias ou datas, estas constituíam o especial interesse de P. Se a
atenção se centraliza nas tribos do norte, provavelmente há de ter sido obra de
E. Teologicamente, parecia que, em J, Deus fala diretamente com os homens, a
Sua personalidade se evidencia forte mente. Em E, suas mensagens tendem a vir
por meio de sonhos ou de anjos que falam desde o céu. Em P, Ele é majestoso e
distante, planejando o progresso dos acontecimentos no sentido do
estabelecimento de um estado eclesiástico.
A presença de narrativas duplas ou compostas continua sendo o sustentáculo
da teoria. Histórias declaradamente distintas foram toma das como variantes
dos mesmos acontecimentos, enquanto narrativas únicas foram tão meticulosamente
partidas e tão brilhantemente reconstituídas que se tornou lugar comum
encontrar dois relatos onde antes só se mostrava um. Sob esses milagres de
cirurgia, dificilmente faltaria a um Adão, por assim dizer, uma Eva, formada
dos seus ossos, para contradizê-lo. Os exemplos clássicos dessa técnica são as
análises das narrativas do dilúvio e de José, discutidas nas notas adicionais
sobre os capítulos 8,37 e 42.
Daí por diante, o estudo do Pentateuco ramificou-se em várias
direções, com crescente interesse nos últimos anos pela Crítica da Forma. Esta
procura as unidades literárias subjacentes a uma obra coesa e tenta
compreendê-las como produtos de vários tipos de situação. A consequente ênfase
dada à vida da comunidade em que os escritos surgiram, modificou o conceito de
JEP. Estes já não são retratados como produtos diretos, digamos, dos séculos
nono, oitavo e sexto respectivamente, mas como coleções de elementos da
tradição preservados e desenvolvi dos em diferentes círculos israelitas
através dos séculos, cada qual tendo o seu quinhão de materiais muito antigos.
Embora esta abordagem, entre outras, tenha rompido algo da rigidez
da crítica precedente, de modo que A. Bentzen, para citar um, pôde declarar (os
itálicos são dele): Creio que devemos parar de falar em documentos. As iniciais
JEP ainda são predominantemente empregadas se referem, para a maior parte dos
propósitos — a despeito de Bentzen — aos documentos que, segundo se pensa,
incorporam suas respectivas tradições. Mesmo as datas sugeridas para esses
documentos são grosseiramente mantidas, e uns e outros especialistas continuam
a subdividi-los como antes, ou a descobrir fontes até então inimaginadas.
Assim, por exemplo, C. A. Simpson2 acompanha E. Meyer e outros ao dividir J em J1
e J2; R. H. Pfeiffer3acrescenta a JEP o seu “ S” edomita; e O. Eissfeldt4isola
uma primitiva fonte “ básica” “ L” , para chegar a uma sequência documentária
LJEBDHP do Pentateuco.
A velha análise literária do Pentateuco ainda é de fato tratada
como substancialmente válida, sendo empregada como base da maior parte das
obras subsequentes, mesmo que o interesse primário tenha mudado para outras
áreas. Todavia, parece digno de nota mencionar que grande parte dela não pode
ser provada.
1. Os nomes divinos não constituem seguro critério para
determinação da autoria, mesmo para a crítica literária (na prática), como
parece que são à primeira vista. Por exemplo, muito geralmente se defende a
posição de que o documento E começa fragmentariamente em 15. Todavia, com “
Elohim” completamente ausente desse capítulo e “ Yahweh” constando nele sete
vezes, certos comentadores se mostram prontos para, onde necessário, atribuir
ao Elohísta versículos que contêm “ Yahweh” , como base na suposição de que as
últimas mãos pelas quais o texto passou desfiguraram a evidência que outrora
estava presente ali. Em 22:1-14, forte passagem E, há três registros de “
Yahweh” para cinco de “ Elohim” , os quais têm sido explicados de modo
semelhante ao acima exposto. Ainda em 17:1 e 21:1, P fala de “ Yahweh” .
Resolver estas e outras anomalias anotando que “ Originalmente ’el... deve ter
estado aqui” 5é abandonar a evidência existente só porque ela é inconveniente.
Esta situação clama por uma abordagem mais flexível, de modo que
não se admitam apenas fontes possíveis, mas também a consciente e inconsciente
escolha feita pelo autor, entre o vocabulário mais pessoal, “ Yahweh” e o mais
geral, “ Elohim” , em certos contextos, e o impulso estético, onde a escolha
teológica é livre, para empregar uma série de vezes uma expressão ou a outra,
ou ainda alternar ambas
te. O uso feito por outros povos antigos dá amplo apoio a isto.
Veja, por exemplo, os termos mutuamente permutáveis Baal e Hadade na lâmina
ugarítica de Hadade, ou as múltiplas designações de Osiris na esteia de
Ikhernofret,8sem mencionar outros exemplos.
Contra esta variação livre, Êx 3:13 e 6:3 muitas vezes são citados
como textos-provas para mostrar que em Gênesis E e P não podiam ter empregado o
nome Yahweh, desde que, em sua opinião, não se ouvira falar dele antes do
chamado de Moisés. Mas isto é negligenciar o contexto desses versículos. Em Êx
3:14 a declaração divina, “Eu sou...” , apresenta e esclarece o nome dado em
3:15, e este contexto é válido também para 6:3, no livro como o temos. O nome,
em resumo, em qualquer sentido pleno da palavra, foi conhecido primeiro, em sua
apresentação inicial. Mas o nome da mãe de Moisés, Joquebede (Êx 6:20), nome
composto em que entra o termo Yahweh9é prova suficiente de que já era de uso
comum, de acordo com o próprio P. Cf. E. Jacob (que aceita a análise tipo JEP):
“ ...não temos na narrativa de Êxodo a revelação de um nome novo, mas a
explicação de um nome já conhecido de Moisés e que, numa hora solene, se
descobre que está repleto de um conteúdo de cuja riqueza ele estava longe de
suspeitar”.
2. Outros critérios linguísticos são igualmente inconcludentes. Em
primeiro lugar, como o indicou U. Cassuto,1 tratar expressões alternativas de
uma dada ideia simplesmente como características de diferentes autores é
esquecer as nuanças de uma palavra. Por exemplo, “ cortar” uma aliança lança
luzes sobre o momento histórico e o modo como é feita; “ dar” uma aliança
acentua a soberania e a graça do seu Iniciador; e “ estabelecê-la” 14dá ênfase
à Sua fidelidade em efetivá-la. (Incidentalmente, os dois últimos termos
coexistem em P. Não deveriam ser critérios para dividi-lo?). Ainda trazer
Israel “ para fora” (J) do Egito salienta o aspecto de libertação, enquanto
levá-lo “ até” (E) atenção para o seu destino, a terra prometida. Estas
distinções valem a pena. As nuanças também podem ser de ritmo e intensidade,
observáveis nos princípios que regem a escolha entre o pronome “ eu” longo e o
breve (’ãnõkí, atribuído pela crítica a JE, e aní, pretensa característica de
P). Incidentalmente, os equivalentes ugaríticos destas duas formas podem ser
encontrados lado a lado. Aparecem, por exemplo, dentro de duas linhas em Aqhat
III.vi.21,23,15 onde não existe a questão de autoria dupla.
Em segundo lugar, exemplos de muitos destes usos são em número
demasiado pequeno para serem estatisticamente significativos, ou excessivamente
circunscritos para darem liberdade a um autor. Os dois casos dados por
Eissfeldt ilustram o ponto em foco. O primeiro é o uso feito por E de “amorreus”
onde J registra “ cananeus”, com referência aos nativos da terra
prometida.16Somente duas passagens E podem ser apresentadas com este fim, ao
passo que 15:21, que menciona ambos os povos — “o amorreu, o cananeu” , é
ignorada a despeito de sua proximidade de 15:16, passagem citada. O outro
exemplo dado por Eissfeldt é o par de termos siphâ e ’ãmâ, que significam “
serva”, termos atribuídos a J e E respectivamente. Contudo, o argumento começa
a parecer artificial quando faz Raquel oferecer sua serva a Jacó em E (30:3) e
levar a cabo o oferecimento em J (30:4). Dificilmente se pode restabelecer a
confiança no método com o corolário de Eissfeldt de que ainda outra fonte — uma
variante de J — trai sua presença no terceiro substantivo, pileges, referente a
essas esposas subordinadas.
3. Os “parei” tendem a mostrar-se como provas mais falhas ainda,
pois são apresentados como se fossem coisa quase liquida e certa quando seus
relatos são parecidos. Se os acontecimentos são muito semelhantes, acha-se que
o assunto dispensa argumentação; se não se as semelham, mostram apenas quão
divergentes são as tradições. Essas suposições podem ser notadas, por exemplo,
na análise típica das duas vezes em que Hagar saiu de casa. Tratando os
capítulos 16 e 21 como as versões J e E de um mesmo fato, com inserções P; G.
von Rad, juntamente com a maioria dos especialistas em crítica, nota o
contraste existente entre as duas histórias, no sentido de que em 16 Abraão é
passivo e dócil, e em 21 mostra-se responsável; Hagar é orgulhosa e impetuosa
na primeira história, é vítima inocente na segunda; ainda mais, o anjo vai em
busca de Hagar em 16:7, mas a chama do céu em 21:17; e assim por diante.
Essas distinções são verdadeiras e fascinantes. O que é tacitamente
descartado é toda e qualquer possibilidade de que reflitam duas
ocasiões diferentes, como elas o professam. Mesmo quanto ao desprezo de Hagar
pela estéril Sara em 16, e quanto a seu filho ser apanhado caçoando do menino
que o desapossara, no capítulo 21, não se trata de possibilidades que se
excluam mutuamente, mas de uma sequência orgânica, retrato fiel das tensões de
14 anos de envolvimento na história da família. Pode-se dizer a mesma coisa das
duas atitudes de Abraão face a essas crises, pois na segunda ocasião ele tinha
um poderoso precedente para fazê-lo hesitar, porquanto Hagar tinha sido mandada
por Deus de volta para casa, da primeira vez que isso acontecera (16:9).
(Outros sinais de sequência semelhantes podem ser notados nas tentativas de
Abraão e Isaque de passarem por irmãos de suas esposas. Ver o comentário
introdutório do capítulo 26.)
É seguir preconceito, e não seguir a razão, deixar a coerente
versão bíblica dos fatos sem discutir ou, no caso de seus comentários
explicativos (por exemplo, 26:1), pô-los de lado como sendo harmonizações
artificiais.
4. A existência de narrativas compostas, intrincadamente
entrelaçadas, está em particular sujeita a ser questionada. Como método
editorial, não teria paralelo (foi sugerido pela primeira vez antes que o nosso
acesso à literatura antiga do Oriente Próximo submetesse a especulação a
controle), e a análise que tenta desenredar a trama baseia-se na ideia rígida e
improvável do estilo literário já considerada acima, nos parágrafos 1 e 2. Mais
exemplos e uma crítica do método podem-se encontrar nas notas adicionais sobre
os capítulos 8, 37 e 42.19.
c. Algumas Conclusões.
Estudando-se Gênesis em seus próprios termos, isto é, como um todo
vivo, não como um corpo a ser dissecado, não se pode fugir da impressão de que
os seus personagens são pessoas de carne e ossos, de que os acontecimentos que
relata são reais, e de que o livro mesmo constitui uma unidade. Se é assim, a
mecânica da composição é questão de menor importância, uma vez que as partes
desse todo não estão competindo por crédito como tradições rivais, e o autor do
livro não chama a atenção para as fontes da sua informação, como o fazem os
escritores de Reis e Crônicas.
Entretanto, não é preciso supor que houve falta de fontes orais e
escritas para um autor do período indicado na seção a. (p. 15), visto que
Abraão tinha emigrado de um país rico de tradições e genealogias,20 e José
(como Moisés depois dele) vivera muitos anos na atmosfera intelectual da corte
egípcia, por um lado (com acesso, por exemplo, à pormenorizada etnografia
refletida em Gênesis 10) e da sociedade patriarcal, por outro, com amplas
oportunidades para preservar esses acervos de informação. Em>consonância com
isso, têm sido feitas tentativas para encontrar indícios de material compilado
em datas anteriores às que são sugeridas para as obras de J, E e P, terminadas.
Descreveremos resumidamente a seguir duas destas aventuras.
P. J. Wiseman, em New Discoveries in Babylonia about Genesis,21
examinou a possibilidade de que a frase “ São estas as gerações de...” , que
assinala repetidamente o livro de Gênesis em 11 lugares,22 (frase traduzida
variadamente em AA), dê a*pista da guarda dos registros familiares de que
cuidaram os sucessivos patriarcas. Ele interpreta este estribilho como colofão
(identificação), devendo-se traduzir: “ Estas são as origens históricas de...”.
Em outras palavras, em sua opinião isso sempre assinala a conclusão de uma
seção, encerrando os arquivos escritos ou possuídos através dos anos por Adão
(5:6), Noé (6:9), pelos filhos de Noé (10:1), e assim por diante; uma série
crescente confiada aos sucessivos chefes da família.
Em apoio ao seu argumento, esse autor acentua que nenhuma seção vai
além do tempo de duração da vida da pessoa assim menciona da; que os blocos de
material refletem com precisão (por exemplo, no vocabulário e nos topónimos) os
diferentes estágios que eles registram; e que a arte de escrever, largamente
praticada por muitos séculos antes de Abraão, é de altíssima antiguidade. Ele
arrola também um certo número de expressões duplicadas que aparecem nas
proximidades dos “colofões (identificações)” , as quais podiam ser deixas,
recurso empregado comumente para estabelecer ligação entre as sucessivas
lâminas em sua sequência certa.
Mas relacionar a palavra “ gerações” (tôledôt) somente com o
passado tem sua fraqueza. É evidente que não se pode aplicar, por exemplo, a Rt
4:18, onde a frase “ São estas, pois, as gerações de”, exatamente igual à de
Gênesis, só pode indicar o futuro. Mesmo em Gênesis ela pode ser sempre
classificada como tão aplicável ao futuro quanto ao passado (e frequentemente,
mais ao futuro). De 2:4 em diante, toda vez que aparece, vem seguida de um
relato daquilo que partiu ponto recém- mencionado, seja esse ponto a terra nua
(2:5) ou Adão (5:3) ou Noé (6:9) etc. Assim, de Terá, por exemplo, (11:27)
provêm não só Abraão, que dominará a cena, mas também os parentes de Abraão
dentre os quais eventualmente há de ser escolhida a noiva de Isaque. E de Jacó
(37:2) surgem as 12 tribos (cuja sorte é traçada bem adiante, no capítulo 49),
e não apenas o herói José. Fazer na frase uma conclusão em vez de uma
introdução produz a anomalia, quando rigorosamente aplicada, de se ter toda a
história de Abraão preservada por Ismael (11:27-25:12), enquanto Isaque guarda
os arquivos de Ismael(25:13-19), Esaú os de Jacó (25:19-36:1) e Jacó os de Esaú
— situação de complexidade quase teatral, e conclusão de que o autor evita algo
arbitrariamente.
Ademais, insistindo numa completa sucessão das mencionadas lâminas,
a teoria implica em que a escrita é quase tão antiga quanto o homem, para não
dizer que é mesmo tão antiga como ele. O próprio Gênesis, lido de qualquer
outra maneira, não exige isto. Permite defender perfeitamente a ideia de que,
conquanto as genealogias tenham sido consignadas à escrita num estágio
primitivo mas não especificado, o restante da história da família pode ter sido
transmitido por via oral, como sua aparência sugere muitas vezes. Algumas das
características da tradição oral relacionadas por E. Nielsen trazem Gênesis à
mente. Exemplos: ...expressões repetidas, estilo fluente, solto, um certo ritmo
e eufonia especialmente perceptíveis quando se ouve o relato...” . Vale a pena
anotar que essa espécie de transmissão pode ser mais que correta quando em uso
metódico.
A segunda abordagem, partindo de pressuposições completamente
diversas, é a de E. Robertson,30 que chamou a atenção para as oportunidades
incomuns que Samuel teve de reunir e registrar as tradições de Israel quando
visitou Betel e outros centros (1 Sm 7:16) em suas viagens de rotina como juiz.
Robertson recorda as condições críticas de Israel nesse período, com a velha
ordem a desintegrar-se, o santuário destruído, e a exigência de um rei
ameaçando paganizar a teocracia. Uma evocação da lei de Moisés deve ter sido
vital num momento como esse.
Expondo com alguns pormenores como Deuteronômio é adequado a essa
situação toda, Robertson acha especialmente significativo que, conforme 1 Sm
10:25, Samuel “ recitou a constituição do reino (mispat hammamlãkâ) ao povo,
escreveu-a num livro e o depositou diante do Senhor” .31 Isso foi, na opinião
dele, o coroamento dos trabalhos de Samuel, que resultaram na edição do
Pentateuco todo, possivelmente com o auxílio de “ doutos escribas
trabalhando... sob a direção de concílios eclesiásticos de Samuel” . Portanto,
para Robertson, “ os diferentes escritores, ou antes, compiladores da Torah,
viveram todos na mesma época e todos se ocuparam dos seus grandes
empreendimentos ao mesmo tempo”.
A tese de Robertson atribui a Samuel e aos santuários uma
participação mais criadora na produção do Pentateuco, do que a Escritura parece
autorizar (cf. seção a., acima), porém talvez esteja apontando na direção
certa. Certamente a estatura espiritual de Samuel e sua experiência nas esferas
do governo, do sacerdócio e da profecia, fazem dele o arquiteto final do
Pentateuco — mais provável do que qualquer dos elementos anteriores a Esdras de
que temos conhecimento. E se ele foi o narrador que falou de Moisés e editou os
seus escritos, as referências ocasionais aos nomes e situações pós-mosaicos
tratados na seção a. estariam plenamente de acordo com os fatos.
Mas todas estas tentativas são, em diferentes graus, especulativas
e de importância meramente secundária. Tem-se a impressão de que, se Paulo se
deixasse envolver nessa discussão, mais cedo ou mais tarde diria: “ Falo como
um tolo”, embora pudesse acrescentar: “ vocês me forçaram a isso” — pois o
debate, uma vez iniciado, tem de continuar. Talvez a última palavra, outra vez do
Novo Testamento, seria mais apropriadamente a amável advertência feita a Simão
Pedro quando se deixou fascinar demais por Moisés e Elias, no monte, a ponto de
não se lembrar da razão de ser deles. Se, em nossos estudos do Pentateuco,
somos tentados a erigir algumas ou muitas tendas, para Moisés ou para uma m meu
Filho amado: a ele ouvi.”
III — Origens Humanas
Dois esquemas principais da infância do homem confrontam o cristão
moderno. O livro de Gênesis retrata, em poucos traços de pena, uma criatura
modelada com material terreno, com o sopro de Deus e feita semelhante a Deus. A
história espiritual dessa criatura vai da inocência à desobediência, rumo a um
declínio moral que os princípios da civilização nada podem fazer para sustar.
O segundo quadro, o da paleontologia, mosaico de muitos fragmentos,
representa uma espécie formada através de um milhão de anos ou mais, talvez,
até atingir a presente forma humana, exibindo as características externas do
homem moderno desde 20000 anos atrás, não somente em sua estrutura física, mas
também em sua experiência como fabricante de ferramentas, de usar o fogo, de
enterrar os seus mortos e, não menos, de criar obras de arte comparáveis às de
qualquer período. Mesmo nessa época remota parece que se podem distinguir os aparentes
precursores dos nossos principais grupos raciais,1e a espécie já se havia
espalhado amplamente pelo mundo, desalojando outro tipo de homínida, “ o homem
de Neandertal”, cujas relíquias, rudes como são, indicam que ferramentas, fogo
e sepultamento já vinham sendo usados durante longas eras antes disso. Por
outro lado, os primeiros sinais conhecidos da vida pastoril e agrícola e, mais
tarde, do emprego de metais (por exemplo, cobre forjado ou ferro meteórico; cf.
coment. de 4:19-24), são muito mais recentes, aparecendo no Oriente Próximo,
com evidências atuais, em algum ponto entre o oitavo e o quinto milênios a. C.,
no máximo.
Como se relacionam um ao outro os dois quadros, o bíblico e o
científico, não se esclarece imediatamente. Deve-se admitir a natureza
provisória das considerações científicas (sem fazer disto um refúgio contra
todas as idéias que não sejam bem-vindas) e das interpretações tradicionais da
Escritura. É preciso reconhecer também os diferentes objetivos e estilos das
duas abordagens: uma sondando o mundo observável; a outra revelando mormente o
inobservável, a relação de Deus com o homem. Para a primeira, o estilo há de
ser secamente fatual, mas a última pode requerer toda uma galeria de gêneros
literários para fazer-lhe justiça e, daí, é importante não prejulgar o método e
a intenção destes capítulos.
Outras partes das Escrituras, porém, oferecem certos pontos fixos
ao intérprete. Por exemplo, a raça humana é do mesmo tronco (“de um” , At
17:26). E a ofensa de um fez de muitos, pecadores, e os tornou
sujeitos à morte (Rm 5:12-19). E este homem era um indivíduo tão
distinguível como o foram Moisés e Jesus Cristo (Rm 5:14).2 Outros também são
contados como indivíduos no Novo Testamento; por exemplo, Caim, Abel, Enoque,
Noé. Estas linhas direcionais excluem a ideia de mito (que dramatiza a ordem
natural para “ explicá-la e mantê-la” 3), e nos dão a certeza de que estamos
lendo relatos de acontecimentos reais e essenciais.
Poderia ser que os acontecimentos fossem apresentados aqui em forma
figurada (cf. os comentários introdutórios do capítulo 3), ou que fossem marcos
assinalando um imenso lapso de tempo. Ainda assim, há dificuldades. Se Gênesis
está abreviando uma longa história, a total vastidão das eras que ela abarca,
segundo essa maneira de ver, não é problema tão agudo como o fato de que quase
toda essa imensidão jaz, para o paleontólogo, entre o primeiro homem e o
primeiro lavrador — isto é, nos termos de Gênesis, entre Adão e Caim, ou mesmo
entre Adão dentro do jardim do Éden e Adão fora do jardim. Contudo, o
nascimento de Sete, ou do seu antepassado, estabelece um limite máximo de 130
anos para isso (4:25; 5:3). Ainda que os números de Gênesis não sejam literais,
as proporções levantam a mesma dificuldade. Portanto, alguma outra abordagem
parece necessária.
Para o presente autor, várias linhas convergentes apontam para um
Adão muito mais próximo dos nossos tempos do que os primitivos fabricantes de
ferramentas e artistas, para não falar nos seus remotos antepassados. Em face
disso, os modos de vida descritos em Gn 4 são das culturas neolítica e da
primeira fase dos metais polidos aludidas acima, isto é, talvez de oito ou dez
mil anos atrás, mais ou menos. As reminiscências de nomes e de pormenores
genealógicos também sugerem
um período razoavelmente compacto entre Adão e Noé,5em vez de um
período de dezenas ou centenas de milênios, extensão de tempo quase
inimaginável, impossível de ser objeto de crônica. Entretanto, isto parece
alargar ainda mais o intervalo entre Gênesis e as cronologias usuais.
A resposta pode estar em nossa definição do homem.
Na Escritura o homem é muito mais que o homo faber, o fabricante de
instrumentos. É constituído homem nada menos que pela imagem e pelo sopro de
Deus. Segue-se que bem pode acontecer que a Escritura e a ciência tenham
diferenças entre si quanto às fronteiras que tentam traçar ao redor da
humanidade primitiva. Os seres inteligentes de um passado remoto, cujos restos
físicos e culturais dão-lhes a inegável posição de “ homem moderno” para o antropólogo,
talvez ainda tenham estado decididamente abaixo do plano de vida estabelecido
na criação de Adão. Se, como o texto de Gênesis de modo nenhum reprovaria,6
Deus inicialmente modelou o homem mediante um processo de evolução,
seguir-se-ia que uma considerável linhagem de seres semi-humanos precedeu ao
primeiro homem verdadeiro, e seria arbitrário retratá-los como seres
irracionais. Nada exige que a criatura na qual Deus soprou a vida humana não
fosse de uma espécie preparada de algum modo para constituir a natureza humana,
já com uma longa história da inteligência prática, da sensibilidade artística e
da capacidade para temor e reflexão.
Segundo esta maneira de ver, Adão, o primeiro homem, deve ter tido
como seus contemporâneos muitas criaturas de relativa inteligência, espalhadas
por toda a face da terra. Poder-se-ia conjecturar que estas estiveram fadadas a
desaparecer, como os de Neandertal (se é que com estes aconteceu isto), ou a
perecer no dilúvio, deixando os descendentes diretos de Adão, por meio de Noé,
dominando sós. Contra isto, porém, é preciso ter em mente a visível
continuidade entre as principais raças do presente e as do passado distante, já
mencionadas. Isto parece sugerir ou uma estupenda antiguidade para Adão (a
menos que todo o processo de determinação de datas da pré-história geralmente
aceito esteja radicalmente equivocado, como alguns tentaram demonstrar – como
por exemplo Whitcomb e Morris, op. cit), ou a
existência continuada dos “ pré-adamitas” ao lado dos “adamitas”.
segunda alternativa envolvesse alguma dúvida sobre a unidade da
humanidade, seria por certo insustentável. Deus, como vimos, fez todas as
nações “ de um” (At 17:26). De fato, geneticamente, segundo esta ideia, esses
dois grupos pertenceriam a uma única linhagem. Mas este fato puro e simples não
teria valor nenhum, como o evidencia muitíssimo bem a infrutífera busca que
Adão fez de uma companheira. Contudo, pelo menos é concebível que depois da
criação especial de Eva, que estabeleceu o primeiro par de vice regentes de
Deus (Gn 1:27,28) e fixou o fato de que não há nenhuma ponte natural do animal
ao homem, Deus talvez tenha então conferido Sua imagem aos colaterais de Adão
para introduzi-los nos mesmos domínios do ser. Neste caso, a chefia “ federal”
de Adão sobre a humanidade estendeu-se à sua volta aos seus contemporâneos, e
para diante à sua posteridade — e a desobediência dele deserdou a uns e a
outros igualmente.
Talvez haja uma indicação bíblica sobre tal situação na
surpreendente impressão de uma terra já populosa dada pelas palavras e atos de
Caim em 4:14,17. Mesmo Agostinho teve de dedicar um capítulo ao trabalho de
responder àqueles que“ veem dificuldade nisto”, e conquanto a resposta
tradicional seja perfeitamente válida (ver comentário de 4:13,14, adiante), a
persistência desta velha objeção poderia ser um sinal de que as nossas
pressuposições são inadequadas. Outra vez, pode ser significativo que, com uma
possível exceção,10a unidade da humanidade “ em Adão” e nossa condição comum
como pecadores pela ofensa dele sejam expressas na Escritura em termos, não de
hereditariedade," mas simplesmente de solidariedade. Em parte nenhuma
encontramos aplicado a nós algum argumento sobre a descendência física
semelhante ao de Hb 7:9,10 (onde se diz que Levi participou do ato de Abraão
por estar “ ainda nos lombos do seu antepassado” ). Antes, o que fica
demonstrado é que o pecado de Adão envolveu todos os homens porque ele foi o
chefe federal da humanidade, algo como, na morte de Cristo, “um morreu por
todos, logo todos morreram” (2 Co 5:14). A paternidade não desempenha nenhum
papel quanto a fazer de Adão a figura daquele “ que havia de vir” (Rm 5:14).
Podem-se fazer três comentários finais.
Primeiro, a sugestão exploratória acima é apenas experimental, como
deve ser, e constitui opinião pessoal. Pede correção e melhor síntese.
Entretanto, pode servir como lembrete de que quando parece difícil harmonizar o
revelado com o observado, é porque sabemos de menos, e não demais — como o
nosso Senhor fez sentir aos saduceus acerca da sua charada sobre a
ressurreição. O que estes capítulos esclarecem muito bem, à luz de outros
passos da Escritura, é a doutrina de que a humanidade constitui uma unidade,
criada a imagem de Deus, e que em Adão caiu por um ato de desobediência. E
estas coisas são afirmadas tão vigorosamente sobre este modo de entender a
Palavra de Deus como sobre qualquer outro.
Segundo, pode-se pensar que esta discussão toda permite que a
ciência controle demais a exegese. Esta seria uma grave acusação. Mas, tentar
correlacionar os dados da Escritura e os da natureza não é desonrar a
autoridade bíblica e, sim, honrar a Deus como Criador e aferrar-nos à nossa
tarefa de interpretar Seus modos de falar. Na Escritura Ele nos deixa descobrir
por nós mesmos pormenores tais como se “ as asas do vento” e “ as janelas do
céu” são literais ou metafóricas, e em que sentido o mundo não pode ser abalado
(SI 96:10, AV: “ motivo”) ou o sol sai diariamente “ a percorrer o seu caminho”
(SI 19:5,6). Algumas destas questões são respondidas tão logo levantadas;
outras somente à medida que o conhecimento geral progride;13 em sua maior
parte, elas são doutrinariamente neutras. Afirmamos a nossa infalibilidade, não
a
nos recusamos a conferir as nossas respostas fatuais com as da
pesquisa independente.
Terceiro, os interesses e métodos da Escritura e da
ciência, contudo, diferem tão largamente que, em
quaisquer dos seus pormenores, são mais bem estudados à parte. Suas
descrições do mundo são tão distintas (e cada qual tão legítima) como o retrato
feito por um artista e o diagrama de um anatomista, sendo que nenhum quadro
misto o retratará satisfatoriamente, pois o terreno comum de ambos consiste
apenas na realidade total de que tratam.
Não é possível exagerar a ênfase de que a Escritura é o veículo
perfeito da revelação de Deus, que é o que nos interessa aqui. E seu arrojado
afã seletivo, como o de uma grandiosa pintura, é sua força. Ler a Bíblia com um
olho posto em qualquer outro relato é obscurecer a sua imagem e ficar sem a sua
sabedoria. Para termos a apresentação feita pelo próprio Deus dos princípios da
humanidade nos termos em que eles nos interessam mais profundamente, não
precisamos olhar nada além da interpretação que deles faz o Novo Testamento.
IV — Teologia de Gênesis
Em Gênesis há material suficiente para um substancial livro sob es
se título. Aqui vamos considerar abreviadamente apenas três dos seus temas, a
saber, Deus, o homem e a salvação.
a. Deus.
Desde o início, Gênesis nos confronta com o Deus vivo, Deus inequivocamente
pessoal. Os verbos do capítulo inicial expressam uma energia mental, de vontade
e de julgamento que exclui toda a questão de conceber a Deus “ na categoria do
‘isto’ em lugar do ‘Tu’” (para copiar a frase de Emil Brunner1). E o livro
continua a dar esta ênfase em seu relato da constituição do homem à imagem de
Deus, e do persistente interesse de Deus por relações pessoais com os
Seus servos.
Segundo, Ele é o único Deus, o Criador e Senhor Soberano sobre tudo
que existe. Se os últimos capítulos de Isaías, o locus classicus do monoteísmo
explícito, afirmam isto com veemência, em Gênesis a questão de outras
divindades simplesmente não aparece — exceto no único episódio de Jacó fugindo
de Labão, onde, para um ouvido atento, Labão pode ser ouvido invocando um deus
separado, por sua parte na
aliança com Jacó (ver coment. de 31:53), e onde imagens fazem breve
e ignominioso aparecimento, sucessivamente roubadas, servindo de as sento e
enterradas (31:19,30,34; 35:4). A narrativa da criação estabeleceu a matéria em
foco, e a história subsequente confirma que Deus é tão senhor dos
acontecimentos no surgimento e na queda das nações (15:14,16; 25:23) como na
concepção de uma criança ou no chamamento de um seguidor. O tempo e o espaço, o
pecado e mesmo a morte (5:24) não podem competir com Ele, quer opere por meio
de milagres patentes, quer mediante providência oculta. E esta é a fé, não só
do narrador, mas também das personagens principais, que O proclamam Criador e
Juiz de todos (14:19,22; 18:25) e Regente capaz de pôr em ordem as situações
mais intratáveis (45:5-8).
Terceiro, Seus meios são perfeitos. A série de expulsões e
cataclismos em Gênesis declara que o Céu não pode fazer armistício com o
pecado, seja o pecado de lesa-divindade, como a incredulidade e a jactância
(como aconteceu no Éden e em Babel), ou as faltas contra o homem, como a
violência, a luxúria e a traição. Contudo, Sua justa ira é também pesar (cf.
6:6). Seus juízos são suavizados pela misericórdia (3:21; 4:15; 6:8; 18:32;
19:16,21; etc.) e demoram a sobrevir (15:16). (Seu interesse pela recuperação
do pecador é discutido abaixo, na seção c. 3.) Igualmente, se Sua justiça
contém amor, Seu amor inclui exigência moral. Há um vestígio de desafio nisto,
mesmo no paraíso terrestre (cf. coment. de 2:8-17), e Abraão deveria descobrir,
depois de um longo período, e de modo supremo no monte Moriá (capítulo 22), que
ser amigo de Deus exigia dele tudo quanto possuía, ainda que lhe fosse
devolvido.
Quarto, Ele se nos revela a Si próprio. Ordenando, conversando e,
acima de tudo, entrando em aliança, Ele sempre é Aquele que se dá, em alguma
medida. Nunca é objeto distante que os homens buscam tateando. Neste livro Ele
é conhecido por muitos nomes, além do termo geral Deus e do nome pessoal
Yahweh.2 Alguns são títulos que exprimem facetas do Seu ser (Altíssimo,
14:18-22, título frequente nos Salmos; Todo-Poderoso, 17:1 — ver nota — e
alhures, também frequente em Jó; Eterno, 21:33; cf. Is 40:28). Outros comemoram
um momento especial de encontro (Deus que vê, 16:13, quando se revelou a Hagar;
Deus, o Deus de Israel, 33:20, lembrando o novo nome dado a Jacó, cf. 32:28;
El-Betel, ou Deus de Betel, 35:7, em memória do sonho de Jacó). Ainda outros
declaram um relacionamento empenhado (Deus de Abraão, 28:13, etc.; Temor de
Isaque, 31:42,53; Poderoso de Jacó, 49:24). Estas três classes de título
correspondem aos três principais elementos de toda a revelação —
doutrinário, histórico e pessoal. Finalmente, podemos notar pelas indicações
ocasionais, nas expressões “ o Anjo do Senhor” ou “ de Deus” e “ o Espírito de
Deus”, que a unidade de Deus não é monolítica. Um estudo das passagens “
Anjo do Senhor” (relacionadas na nota de rodapé) não dá lugar à dúvida de que a
expressão indica Deus mesmo, visto em forma humana. O que se deve aduzir é que
“ Anjo”, que significa “ mensageiro”, implica em que Deus, fazendo-se visível,
é ao mesmo tempo Deus enviado.
No Velho Testamento não se faz nada quanto a este paradoxo, mas não
nos deve surpreender que esse aparente absurdo desaparece no Novo Testamento.
Exatamente como “ o Espírito de Deus” era uma expressão veterotestamentária
aguardando seu esclarecimento completo no Pentecoste, assim“ o Anjo do Senhor”,
como expressão referente significação somente à luz daquele “que o Pai...
enviou ao mundo”, o Filho preexistente.
b. O Homem.
1. O homem perante Deus. Uma vez que este assunto é discutido
conforme seus vários aspectos vão aparecendo no comentário dos capítulos 1-3,
basta mencionar aqui os lugares onde isso é feito.
(1) Constituição do homem: ver comentário de 1:26 e 2:7.
(2) A vocação do homem: ver principalmente o comentário de 2:8- 17,
mas também o último parágrafo do comentário de 1:26, e 3:22.
(3) A queda do homem: ver o cap. 3, principalmente as observações
introdutórias sobre o capítulo, e os comentários dos versículos 6 e 7.
(4) A situação do homem: ver comentário de 3:16, e a nota adicional
sobre o capítulo (acerca do pecado e do sofrimento).2. O Homem na Sociedade.
Apesar de toda a ênfase que Gênesis dá ao indivíduo, com Deus chamando os
homens pelo nome e buscando os desprezados, o modelo que o livro apresenta para
a vida humana não é o do místico solitário ou franco-atirador, mas o de um ser
social que vive dentro de certo padrão de responsabilidades. Já no Éden se pode
discernir o princípio desse padrão, com suas três dimensões de coisas, pessoas
e autoridade, em relação às quais o homem deve cumprir normalmente a sua
vocação e glorificar a Deus. Â medida que o livro prossegue, o padrão tanto se
desenvolve como sofre distorção. Desenvolve-se em que o tempo e a população
crescente enriquecem o seu conteúdo; sofre distorção em que o pecado leva
perturbação a toda parte.
(1) Coisas.
Um importante elemento da vocação original do homem consistia em “
cultivar” e “ guardar” (2:15) seu meio-ambiente imediato, e dominar, bem como
encher a terra (1:28). Dessas expressões, o vigor deles comparável ao da rica
fertilidade da terra descrita em 1:11 e sua abundância de recursos minerais
vislumbrada em 2:11, depreende-se que o homem recebeu a bênção de uma imensa
obra criadora desde o início. Se esta era uma perspectiva convidativa, o pecado
do homem e a maldição de Deus transformaram-na em grande medida numa carga, com
a miséria como chefe de serviço e a morte como a palavra final (3:17-19). O
trabalho em si não foi um legado da queda; é-o somente em sua nova
característica de fadiga.
O quadro subsequente é do multicolorido progresso, tal como o
experimentamos ainda, e o trabalho e as posses do homem são apresentados como
instrumentos que podem ser usados para o bem ou para o mal, e não como fins em
si mesmos. As artes e ofícios civilizados não são aclamados como panaceia, nem
evitados porque descendentes de Caim os inventaram. Contudo, vemos qual deles
foi apreciado por Lameque, o tirano (4:22-24), e que novos terrores isso
consequentemente lançou sobre a raça! À medida que a narrativa se desenrola, a
capacidade artística e fabril do homem ora é bênção, ora maldição, pois serve a
Deus na construção da arca e O desafia em Babel. Quanto às possessões, são
vistas à mesma luz, sendo obtidas das mãos de Deus e ofereci das como dízimos
em Sua honra (14:18-20; 28:22), mas não devem ser aceitas incondicionalmente (“
para que” tu, rei de Sodoma, “não digas: Eu enriqueci a Abrão”, 14:23). Acima
de tudo, essas coisas não devem tornar-se a meta de ninguém, como aconteceu com
Ló, para sua ruína, nem devem tornar-se a obsessão de ninguém, como sucedeu com
Labão, para sua completa corrupção.
Pode-se aduzir que, nas narrativas patriarcais, parte das aflições
foi retirada da antiga maldição lançada sobre a terra, como para Caim algo lhe
foi acrescentado (4:11,12). Houve fomes de verdade, e pelo menos para Jacó,
amargos apertos (31:40). Mas houve também excepcionais bênçãos que chamaram a
atenção dos seus contemporâneos em cada geração, tanto de Abraão (21:22) como
de Isaque (26:12-16,28), Jacó (30:27,30) e José (39:5). Talvez seja para que
vejamos nisto um fugaz antegozo da bênção geral que, segundo a promessa,
haveria de vir a no final: nada menos que, a suspensão da maldição e a anulação
da queda.
(2) Pessoas.
No Éden o companheirismo é apresentado como uma necessidade humana
primária, necessidade de que Deus se dispôs a satisfazer criando não uma
duplicata de Adão, mas seu oposto e complemento, e unindo os dois, homem e
mulher, em perfeita harmonia. Limitaremos o presente estudo a esta relação
humana fundamental.
O rompimento da harmonia entre o homem e a mulher, não por
desacordo mútuo, mas por seu conluio contra Deus, provou de uma vez quão
dependente ela era de Sua participação invisível. Sem Ele, daí por diante o
amor seria imperfeito, e o casamento gravitaria em direção ao relacionamento “
subpessoal” prefigurada pelos termos “ desejo” e “ governará” (3:16; ver
comentário desta passagem).
Embora o restante do livro confirme essa tendência, mostra ao mesmo
tempo a graça repressora de Deus. Pois através de todo o livro de Gênesis o
casamento é sólido e duradouro, e o próprio fato de que o verbo “ conhecer”
(4:1, etc.) é empregado para referir-se à relação sexual dá a ideia de que era
originalmente pessoal antes que carnal, ainda que o termo se tenha degenerado
(19:5,8) tornando-se simples eufemismo. Contudo, contra essa estabilidade
deve-se antepor o fato de que raramente há uma família, das descritas com
alguma minuciosidade, que não seja ferida por invejas assassinas, em sua maior
parte refletindo conflitos entre os pais.
A poligamia em parte é a culpa disso, mas a própria poligamia é
sintoma de uma desequilibrada noção do matrimônio, segundo a qual é uma
instituição em que a raison d ’être última da mulher é ter filhos. Enquanto que
Deus criou a mulher primeiro e acima de tudo para coparticipação, a sociedade
com efeito fez dela um meio para um fim, ainda que nobre, e gravou seu modo de
ver nos contratos matrimoniais. Foi reconhecidamente um conceito que as mulheres
parecem ter com partilhado (16:2; 30:3,9), e um arranjo que Deus não
contestou. Mas o seu preço, nas relações humanas, poderia ser muito alto, como
o demonstra o capítulo 30, entre outros. De modo semelhante, a prática
matrimonial do levirato, que se tornaria uma obrigação sob a lei mosaica,
ilustra no capítulo 38 as tensões ocasionadas por uma forma de união que não
passava de um mecanismo de procriação, mesmo quando se faz a devida avaliação
dos caracteres inescrupulosos envolvidos nessa narrativa particular. Qualquer
que fosse o valor dessas instituições no seu tempo — e algum valor não se lhes
pode negar — somente confirmam a sabedoria da ordenança básica que se acha em
2:24.
(3) Autoridade.
A responsabilidade de governar (à parte do domínio do homem sobre
os animais) parece, à primeira vista, emergir somente depois da queda.
Germinalmente, porém, tem suas raízes na fundação da sociedade humana, como 1
Co 11:3,8 o expõe, na prioridade de Adão em relação a Eva.
Como vimos acima ao discutir o tema do casamento, uma nota mais
desagradável introduziu-se no relacionamento por ocasião da que da (3:16), e o
primeiro que se ouve expressá-la é Lameque, descendente de Caim (4:19,23). Sua
linguagem bombástica chama a atenção para o elemento da força bruta que é o
lado obscuro de toda autoridade num mundo decaído. Pois, enquanto Deus é a
fonte do governo humano, e o ordenou para fins de ordem e decência (Rm 13:1-7;
1 Pe 2:13,14), os poderes que estão a cavaleiro de uma dada situação geral
mente devem, em grande parte, sua posição, sendo eles considerados de outro
ângulo, à agressividade de homens ambiciosos. Para um exemplo mais puro de
autoridade, temos de voltar-nos para os patriarcas, cuja chefia da sua pequena
comunidade devia tudo à ordenação divina. Em parte eles tinham esta
prerrogativa simplesmente como pais, fato que se evidencia bem nos incidentes
registrados em 9:20, onde se vê que Cão, filho de Noé, trouxe maldição à sua
progénie por haver desonrado seu pai, enquanto Sem e Jafé tomaram todo o cuidado
para evitar essa impiedade. Naquele momento, a honra de Noé residia na
dignidade do seu ofício de pai; toda outra dignidade o abandonara. Entretanto,
Deus manteve a sua autoridade. Contudo, de Abraão em diante, tiveram o poder
adicional de, antes de sua morte, transmitir as promessas divinas a um ou outro
dos seus filhos. A história da bênção de Isaque a Jacó e Esaú ilustra tanto o
poder inerente ao seu ofício (pois ele não poderia revogar a bênção que dera,
27:33), como o fato de que a bênção não de pendia dos seus méritos pessoais.
Mas no mundo exterior, os patriarcas não exerciam autoridade
nenhuma. Não sendo sequer cidadãos de plenos direitos, tinham de fazer todos os
arranjos que podiam mediante tratados privados (por exemplo, sobre os direitos
do uso de águas, 21:30; 26:15) ou alianças (como a de Abraão e Aner, etc.,
14:13) ou aquisições (23:4; 33:19). Embora reprovassem o casamento misto com
gente de famílias cananeias (24:3; 26:34) e se mantivessem separados da
imoralidade flagrante (14:23; 34:7), amoldavam-se às leis e costumes locais,
cientes de que não tinham direito de agir como críticos sociais, nem de
pretender cargos. Somente Ló ousou querer subir no mundo, e conseguiu um
assento à “ entrada” da cidade (19:1), o que se mostrou ineficiente quando
chegou a hora da prova (19:9).
José constitui a única exceção patente dessa regra. Sua promoção
veio sem ser procurada e era tão claramente resultante da ação de Deus que ele
não hesitou em aceitá-la e a mostrar-se igualmente servo de Deus e de Faraó.
Onde Moisés se tornou salvador do seu povo renunciando ao Egito, José se tornou
salvador do seu povo, em seu contexto completamente diverso, precisamente
empenhando toda a sua energia e sabedoria na promoção dos interesses desse
país.
e de Gênesis para com o governo emerge, de fato,
substancialmente como o do Novo Testamento, em que o governo humano é defendido
como ordenação divina, e seus oficiais como servos de Deus, embora se exija que
o povo de Deus viva, não somente como “ peregrinos e forasteiros” (1 Pe 2:11),
mas também como cidadãos cooperativos cuja “ prática do bem” (1 Pe
2:15) silencia a crítica.
c. Salvação.
A graça deve constituir o princípio deste tópico, e Gênesis
revela que a graça, longe de ser mera resposta ao pecado, é fundamental
para a própria criação. Isso transparece na decisão de conduzir “ muitos filhos
à glória” envolvida na formação do homem à imagem de Deus e na preparação de um
mundo no qual a filiação poderia ser levada à maturidade (ver comentário de
2:8-17), e a imortalidade estaria ao alcance do homem (2:9; 3:22). A entrada do
pecado introduz na cena outros aspectos da graça, nas medidas tomadas por Deus
para preservar a humanidade em algum nível de decência e ordem, e levar certos
homens a entrarem em aliança com Ele, por meio dos quais abençoaria finalmente
o mundo (18:18). Como “ Salvador” (isto é, Preservador) “ de todos os homens”
,6 Ele é apresentado em Gênesis restringindo a corrupção e a anarquia
produzidas pelo pecado, por meio da disciplina do trabalho duro e da
mortalidade (3:17, 22), do emprego construtivo dos recursos naturais (3:21),
das sanções da lei (9:4-6) e da capacidade de reconhecer obrigações morais (c/.
o uso que Abimeleque fez de expressões morais em 20:5,9), como também por meio
da influência direta dos Seus servos (por exemplo, 50:20). Como Salvador “
especialmente dos fiéis” (ou “ dos que creem”), Ele revela Sua graça
escolhendo-os, chamando-os, justificando-os, estabelecendo aliança com eles e
ensinando-lhes os Seus caminhos. Estas atividades vêm resumidas nas duas
últimas seções seguintes.
Eleição. Rm 9:6-13 mostra que Gênesis deixa indubitável a soberana
escolha de Deus, mediante as narrativas do nascimento de Isaque e de Jacó.
Particularmente Jacó foi assinalado em detrimento de Esaú “ ainda antes de
haverem nascido, e sem que tivessem feito nem o bem nem o mal”. Longe de serem
voluntários fortuitos, esses homens deviam sua existência à intervenção de Deus
(pois, como Sara, Rebeca era estéril), e a escolha divina foi mantida contra
uma longa história de vacilações e intrigas paternas. A mesma iniciativa divina
levantou todos os libertadores, desde Sete, o “ designado” sucessor de Abel
(4:25), passando por Noé (cujo papel foi profetizado por ocasião do seu
nascimento, 5:29) e Abraão (chamado para longe do seu país e da sua parentela),
até José, “ enviado” , contrariamente a todas as intenções humanas, “ para
conservar... um remanescente” da família escolhida (45:7,8).
Contudo, é importante notar, de passagem, que a escolha de Isa- que
e de Jacó, antes de nascerem, e a correspondente rejeição de Ismael e de Esaú,
estavam explicitamente relacionadas com a função deles, não com a sua salvação
ou perdição. Isto é especialmente claro no caso de Ismael, rejeitado numa
capacidade e aceito na outra. Quando Abraão orou: “ Oxalá viva Ismael diante de
ti”, a resposta de Deus foi “ Não” ao pedido implícito de que tomasse o lugar
de Isaque, mas foi “ Sim” às palavras em seu sentido literal. ... eu te ouvi:
abençoá-lo-ei...” (17:18-21). A eleição, em Gênesis, refere-se ao fato de o
homem estar ou não na linha de sucessão que levava a Cristo, a “ semente” que
seria para bênção das nações (Rm 9:5; G13:16).
3. Recuperação do pecador. Desde o momento da queda, os efeitos
mortais do pecado constituem um dos principais temas de Gênesis, mostrando sua
imediata força repulsora entre o homem e Deus, seu crescente domínio do homem,
culminando na depravação geral evidente no dilúvio, e suas várias explosões na
forma de presunção em Babel, de decadência em Sodoma, e, no âmbito familiar, de
todos os pecados do homem constantes do decálogo.
A obra salvadora de Deus não é menos completa nem menos variada.
Sua maneira de buscar o pecador pode ser mediante a direta convicção de pecado
(seja pelo interrogatório pessoal dirigido a Adão e a Caim, seja pela
enigmática prova que quebrantou os irmãos de José em 42:21; 44:16), ou mediante
a pura graça que produziu a surpresa reação de Jacó em Betel. Mas é Deus, e não
o homem, quem busca. Ló é leva do à segurança porque “ achou mercê” ou “
graça” (19:19) quase que a despeito de si próprio. E é a graça que dá início a
toda a história de Noé (6:8).
Da parte do homem, poderíamos ser tentados a supor (menos quanto à
indicação sobre Noé que acabamos de mencionar) que a retidão do culto e da vida
era o passaporte que assegurava a sua aceitação, até chegarmos à afirmação que
põe fim à especulação, a saber, que Abraão foi justificado pela fé (15:6; cf.
Rm 4:1-5,13-25) — pronunciamento que lança luz não só sobre cada período
subsequente, mas também sobre cada período antecedente, deixando claro que,
desde o primeiro caso, a fé fora indispensável para o acesso a Deus (Hb 11:4).
Mas em Gênesis a salvação é muito mais que simples aceitação.
Plenamente desenvolvida, é uma intimidade com o Céu, de matizes tão variados
como os personagens que a desfrutam. Homens tão diferentes como Enoque, para
quem se derreteu a barreira da morte; Abraão, “ o amigo de Deus” , cuja devoção
foi provada até um ponto quase que além de toda possibilidade de se aguentar; o
seu servo Eliezer (capítulo 24; cf. 15:2), com sua fé reta, semelhante à do
centurião; e Jacó, cuja carreira foi virtualmente “ a domesticação de uma
víbora” , sintetizada na luta que travou em Peniel. E essa intimidade não era
somente uma afinidade de sentimentos e idéias, mas a relação assumida e firmada
numa aliança, na qual Deus prometia ser o Deus da descendência deles (“ Serei o
seu Deus”, 17:7), e o homem respondia: “ O Senhor será o meu Deus” (28:21).
Na esfera do caráter e da conduta em relação aos seres humanos, a
salvação também vai além de uma justiça meramente imputada. Numa época em que
não havia lei, Noé ficou sozinho em sua integridade (6:9), e em contato com
Sodoma Abraão evitou até as riquezas da cidade por amor a Deus (14:22,23), enquanto
Ló se apôs à sua corrução (19:7-9; cf. 2 Pe 2:7,8), embora ao fazê-lo tenha
revelado possuir um código moral tristemente desequilibrado. Uma
insensibilidade semelhante a essa, em Abraão e Isaque, poderia ter-lhes
granjeado o desprezo dos pagãos em certas ocasiões. Mas, se a natureza daqueles
homens era tão falível como a dos seus contemporâneos, pela graça eles podiam
elevar-se a altitudes imensuravelmente maiores. A intercessão de Abraão por
Sodoma, como a de Judá por Benjamim, demonstra um interesse altruístico que é
próprio dos santos, de Moisés a Paulo, enquanto a paciência, a pureza, a
sabedoria e o amor de José para com os seus inimigos, são pouco menos que
semelhantes às virtudes de Deus.
Quanto ao aspecto final da salvação, a libertação do último inimigo,
Gênesis mostra apenas débeis delineamentos. “ És pó e ao pó tornarás” tem um
toque de finalidade, mas o contexto deixa uma porta entreaberta, pois uma vez
Deus tinha soprado a vida nesse mesmo pó. Por duas vezes também há vislumbres
mais diretos do Seu poder sobre a morte: uma vez quando Enoque foi tomado
(5:24), e outra quando Abraão compreendeu que Deus poderia trazer Isaque de
volta dos mortos (“ voltaremos para junto de vós”, 22:5: cf. Hb 11:19).
Contudo, estas lições eram para outra época. Nesse estágio, a
esperança era dirigida por Deus rumo ao crescimento da família escolhida, à
posse da terra e à bênção das nações. Se nesse meio tempo a morte era recebida
tranquilamente pelos patriarcas, era em grande parte porque o sepultamento
feito no túmulo da família antecipava a entrada daquela família em sua herança
(cf. 47:29; 50:24); pois a “ semente” escolhida é que era investida da promessa
e da missão, não qualquer desses indivíduos como tais. “ Certamente Deus vos
visitará” (50:25). Esta esperança bastava. A partir do seu cumprimento,
franquear-se-ia, sem falta, a plenitude da salvação como a conhece o Novo
Testamento. Gênesis contenta-se em vê-la de longe e, nesse ínterim, em
interessar-se pelas nascentes deste rio, antes que pelo estuário e pelo oceano
distantes.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.
Cada crente na revelação divina encontra-se amplamente justificado
em tomar como certo que o Pentateuco é obra de Moisés. Por mais de 3000 anos,
esta tem sido a opinião invariável dos que estavam em melhores condições para
formar um julgamento correto sobre o assunto. A Igreja judaica, desde a sua mais
remota antiguidade, atribuiu o trabalho a nenhum outro lado, e da Igreja
Cristã, desde a sua fundação, tem atribuído ao legislador judeu sozinho. Os
pagãos mais respeitáveis concordaram nesse testemunho, e Jesus Cristo e seus
apóstolos ter concluído a prova e ter colocado a questão para além da
possibilidade de ser posta em dúvida por aqueles que professam crer na
autenticidade divina do Novo Testamento. Como para aqueles que, em oposição a
todas estas provas, obstinadamente persistem em sua incredulidade, eles são
dignos de pouca consideração, como argumento é perdido em seus preconceitos
inescrupulosos e de demonstração em suas mentes, porque nunca voluntariamente
fechado contra a luz. Quando eles provaram que Moisés não é o autor deste
trabalho, os defensores da revelação divina irão reconsiderar que as razões de
sua fé.
Que há algumas coisas no Pentateuco que parecem ter sido
adicionados por um lado mais tarde pode haver pouca dúvida, entre eles alguns
têm contado, talvez sem razão, a seguinte passagem, Gn 12: 6: "E estavam
então os cananeus na terra”, mas ver a nota sobre Gn 12: 6. Nm 21: 14, "No
livro das guerras do Senhor," foi provavelmente uma nota marginal, que no
decorrer do tempo entrou no texto, veja a nota sobre Nm21: 14.
Para estes podem ser adicionados Dt 1 :1-5; Dt 2: 12, e os oito
versos finais do último capítulo, em que temos uma conta da morte de Moisés. Estas
últimas palavras não poderiam ter sido adicionadas pelo próprio Moisés, mas são
muito provavelmente o trabalho de Esdras, por quem, segundo a tradição
ininterrupta entre os judeus, os vários livros que constituem o cânon do Antigo
Testamento foram coletados e organizados, e tais notas expositivas adicionadas
como foram essenciais para conectar as diferentes partes, mas como ele agiu sob
a inspiração divina, os acréscimos podem ser considerados de igual autoridade
com o texto. Alguns outros lugares poderiam ser acrescentados, mas são de pouca
importância, e são mencionados nas notas.
O livro de Gênesis, Γενεσις, tem o seu nome a partir do título que
carrega na Septuaginta, βιβλος Γενεσεως, (Gn 2: 4), que significa o livro da
geração, mas ele é chamado em hebraico בראשית Bereshith,
“No princípio, “a partir de sua primeira palavra”“. É a história mais antiga do
mundo, e, a partir da grande variedade de seus detalhes singulares e contas
mais interessantes, como é muito superior em seu valor e importância para todos
os outros, como é em sua antiguidade. Este livro contém um relato da criação do
mundo, e seus primeiros habitantes, a inocência original e queda do homem, a
ascensão da religião: a invenção das artes, a corrupção geral e da degeneração
da humanidade, o dilúvio universal, repovoando e dividindo da terra, a origem
das nações e reinos, e uma história particular dos patriarcas de Adão até a
morte de José, incluindo um espaço, na menor computação, de 2.369 anos.
Pode-se perguntar como um detalhe tão circunstancial e minutos
poderiam ter sido preservados quando não havia a escrita de qualquer tipo, e
quando a terra, cuja história é dada aqui, já existia mais de 2000 anos. Para
este inquérito uma resposta muito satisfatória pode ser dada. Existem apenas
três maneiras pelas quais esses registros importantes poderiam ter sido
preservados e trazidos para o tempo de Moisés. Viz, a escrita, a tradição e a
revelação divina. No mundo antediluviano, quando a vida do homem era tão
prolongada, não havia necessidade relativamente pouco para escrever de qualquer
tipo, e talvez nenhuma escrita alfabética houvéssemos então. Tradição respondeu
a cada fim de que a escrita, em qualquer tipo de caracteres pode ser
subserviente; e a necessidade de erigir monumentos para perpetuar eventos
públicos dificilmente poderia ter sugerido em si, como durante esses momentos
pode haver pouco perigo apreendido de qualquer fato importante se tornando
obsoleto, como sua história teve que passar por poucas mãos, e todos esses
amigos e parentes, no sentido mais próprio dos termos, pois eles viviam em um
estado de isolamento sob um governo patriarcal.
Assim, foi fácil para Moisés para ser satisfeito da verdade de tudo
o que ele diz no livro de Gênesis, como as contas vieram a ele por meio de
poucas pessoas. De Adão a Noé, havia apenas um homem necessário para a
transmissão correta da história deste período de 1656 anos. Agora esta história
foi, sem dúvida, perfeitamente conhecida a Matusalém, que viveu para ver os
dois. Da mesma forma, Sem conectado Noé e Abraão, tendo vivido a conversar com
ambos, como Isaac fez com Abraão e José, de quem estas coisas podem ser facilmente
transmitidas a Moisés por Anrão, que foi contemporâneo de Jose. Suponhamos,
então, todos os fatos curiosos registrados no livro de Gênesis não tinha
nenhuma autoridade que não seja a tradição já referida, que estaria em cima de
uma base de credibilidade superior a qualquer que o mais respeitável dos
antigos historiadores gregos e latinos pode se orgulhar. No entanto, para
evitar qualquer possibilidade de erro, o Espírito infalível de Deus dirigiu a
Moisés na seleção de seus fatos e da apuração de suas datas. De fato, a
narrativa é tão simples, tanto como a verdade, de modo consistente em todos os
lugares com ele mesmo, assim corrigir em suas datas, de modo imparcial em sua
biografia, tão precisa em seus detalhes filosóficos, tão puros em sua
moralidade, e tão benevolentes em seu design, como amplamente para demonstrar
que ele nunca poderia ter tido uma origem terrestre. Neste caso, também, Moisés
construiu todas as coisas de acordo com o padrão que Deus lhe mostrou no monte.
Capítulo 1
Primeiro dia de trabalho: criação dos céus e da terra, 1,2. Da luz
e sua separação da escuridão, 3-5. Segundo dia de trabalho: a criação do
firmamento, e a separação das águas acima do firmamento daquelas abaixo dela,
6-8. Terceiro dia: águas é separada da terra e formado em mares, 9,10.
Prestados à terra frutífera, e vestido com árvores, ervas gramíneas,
11-13. Quarto dia de trabalho: criação dos luminares celestes destinados
a medição do tempo, a distinção de períodos, épocas, 14; e para iluminar a
terra , 15. conta distinta da formação do sol, a lua e as estrelas , 16 - 19.
Quinto dia de trabalho: criação de peixes, aves, répteis e, em geral, de 20.
Dos animais aquáticos grandes , 21. Eles são abençoados, de modo a torná-los
muito prolífico , 22,23. Sexto dia de trabalho: do gado bravo e manso criado, e
todos os tipos de animais que derivam sua nutrição da terra , 24,25. criação do
homem à imagem e semelhança de Deus, com o domínio dado a ele sobre a terra e
tudo inferior animais , 26. Homem ou Adam, um nome geral para os seres humanos,
incluindo ambos os sexos masculino e feminino , 27. sua bênção peculiar , 28.
Legumes apontado como o alimento do homem e de todos os outros animais , 29,30.
o julgamento que Deus passou em seus trabalhos na conclusão de seus atos criativos
, 31.
Notas sobre o Capítulo 1
Versículo 1 . Bereshith bara Elohim eth hashshamayim veeth
haarets; Deus no princípio criou os céus e a terra .
Muitas tentativas têm sido feitas para definir o termo Deus: como a
própria palavra, é puro anglo-saxão, e entre os nossos antepassados
significando, não só o Ser Divino agora comumente designado pela palavra, mas
também bom, como em suas apreensões parecia que Deus é bom eram termos
correlatos, e quando pensava ou falava Dele, foram, sem dúvida, levados a partir
da palavra se o considerá-lo como o bem a ser, uma fonte de infinita
benevolência e beneficência para com suas criaturas.
A definição geral desta grande Causa Primeira, tanto quanto as
palavras humanas se atrevem tentar uma, pode ser assim dada: O ser Eterno,
Independente e Auto exististe: o Ser cujos propósitos e ações da primazia de si
mesmo, sem motivo externo ou influência: aquele que é absoluto em domínio, a
mais pura, a mais simples, e mais espiritual de todas as essências;
infinitamente benevolente, beneficente, verdadeiro e santo: a causa de todo o
ser, o sustentador de todas as coisas; infinitamente feliz, infinitamente
perfeito e eternamente autossuficiente nada, precisando que ele fez: ilimitada
na sua imensidão, inconcebível em seu modo de existência, e indescritível na
sua essência; conhecido plenamente somente para si mesmo, porque uma mente
infinita pode ser totalmente apreendido apenas por si mesmo. Em uma palavra, um
ser que, a partir de sua infinita sabedoria, não pode errar ou ser enganado, e
que, a partir de sua infinita bondade, não pode fazer nada, mas que é
eternamente justo, direito e gentil. Leitor, tal é o Deus da Bíblia, mas como
muita diferença do Deus de credos mais humanos e apreensões!
A palavra original Elohim, Deus, é certamente a forma plural
de El, ou Eloah, e tem sido suposto, pelos homens mais
eminentemente aprendidos e piedosos, implicar uma pluralidade de Pessoas na
natureza divina. Como essa pluralidade aparece em muitas partes dos escritos
sagrados para ser confinado a três pessoas, daí a doutrina da Trindade, que
formou uma parte do credo de todos aqueles que foram considerados sãos na fé,
desde os primórdios do cristianismo. Nem são os cristãos singulares em receber
esta doutrina, e na derivação a partir das primeiras palavras da revelação
divina. Um rabino eminente judeu, Simeon Ben Joachi, em seu comentário sobre a
sexta seção de Levítico, tem estas palavras notáveis: “Vem e vê o mistério da
palavra Elohim, há três graus, e cada grau por si só, e ainda não obstante
todos eles são um, e juntaram-se em um, e não são divididas uma da outra”.
“Veja Ainsworth”. Ele deve ser estranhamente preconceituoso no fato que não
pode ver que a doutrina da Trindade, e de uma Trindade na unidade, está
expressa nas palavras acima. O verbo bara , ele criou, sendo unidos no
singular com este substantivo plural, tem sido considerada como apontando para
fora, e não obscuramente, a unidade das Pessoas divinas neste trabalho da
criação. Na Trindade sempre bendito, a partir da unidade infinita e indivisível
das pessoas, não pode ser apenas uma vontade, um propósito e uma energia
infinita e incontrolável.
“Que aqueles que têm alguma dúvida se Elohim , quando
significa o verdadeiro Deus, Jeová, ser plural ou não, consultar as seguintes
passagens, onde vão encontrar-se junto com adjetivos, verbos, pronomes e
plurais”.
Gênesis 1:26 ; 3:22 ; 11:07 ; 20:13 ; 31:7,53 ; 35:7 . Deuteronômio
4:07 ; 5:23; Josué 24:19 ; 1 Samuel 4:08 ; 2 Samuel 7 : 23 Salmos 58:6 ; Isaías
6:8 ;Jeremias 10:10 ; 23:36 . "Veja também Provérbios 9:10 ; 30:3 ; Salmos
149:2 ;Eclesiastes 5:7 ; 12:1 ; Jó 5:1 ; Isaías 6:3 ; 54:5 ; 62:5 ; Oséias
11:12 , ou Oséias 12:1 ; Malaquias 1:6 ; Daniel 5:18,20 ; 7:18,22 . Como a
palavra Elohim é o termo pelo qual o Ser Divino é mais geralmente
expresso no Antigo Testamento, pode ser necessário considerá-la aqui mais em
geral. É uma máxima que não admite controvérsia, que cada substantivo na língua
hebraica é derivado de um verbo, que é geralmente chamado de raiz ou de raiz, a
partir do qual, o primeiro não apenas o substantivo, mas todas as flexões do
verbo diferente. Esta raiz é a terceira pessoa do singular do pretérito tensa
ou passado. O significado ideal desta raiz expressa alguma propriedade
essencial da coisa que designa, ou de que se trata de um apelativo. A raiz em
hebraico é em sua língua irmã, o árabe, geralmente consiste em três letras, e
cada palavra deve ser atribuída à sua raiz, a fim de determinar o seu
significado genuíno, pois somente assim este sentido de ser encontrada. Em
hebraico e árabe é essencialmente necessário, e nenhum homem pode seguramente
criticar sobre qualquer palavra em qualquer uma destas línguas que não
frequentam cuidadosamente a este ponto.
Menciono o árabe com o hebraico, por duas razões. 1º Uma vez que as
duas línguas evidentemente primeiro a partir da mesma fonte, e tem quase o
mesmo modo de construção. 2º Porque as raízes deficientes na Bíblia hebraica
devem ser procuradas na língua árabe. A razão disto deve ser obvio, quando se
considera que o todo da língua hebraica se perdeu, exceto o que está na Bíblia,
e até mesmo uma parte deste livro é escrito em Caldeu. Agora, como a Bíblia
Inglês não contém todo o idioma Inglês, a Bíblia hebraica não contém todo
o hebraico. Se um homem se encontrar com uma palavra em inglês que ele não pode
encontrar em uma concordância ampla ou dicionário com a Bíblia, ele deve,
naturalmente, procurar para essa palavra em um dicionário inglês geral. Da
mesma forma, se uma forma particular de uma palavra hebraica ocorrer que não
pode ser atribuída a uma raiz na Bíblia hebraica, porque a palavra não ocorre
na terceira pessoa do singular do pretérito na Bíblia, é conveniente, é
perfeitamente legal, e muitas vezes indispensavelmente necessário, procurar a
raiz deficiente no árabe. Porque, como o árabe ainda é uma língua viva, e
talvez o mais abundante no universo, pode muito bem ser esperado para fornecer
esses termos que são deficientes na Bíblia hebraica. E a razoabilidade desta se
baseia em outra máxima. Que ou o árabe foi derivado do hebraico, ou o hebraico
do árabe. Não vou entrar nessa polêmica, há grandes nomes de ambos os lados, e
a decisão da questão, em qualquer forma vai ter o mesmo efeito sobre o meu
argumento. Porque, se o árabe foi derivado do hebraico, que deve ter sido
quando o hebraico era uma viva e completa linguagem, porque essa é a árabe
agora, e, portanto, todas as suas raízes essenciais podemos razoavelmente
esperar encontrar lá: mas se, como Sir William Jones supostamente, o hebraico
foi derivado do árabe, a mesma expectativa se justifica, as raízes deficientes
em hebraico pode ser procurada na língua mãe. Se, por exemplo, nos deparamos
com um termo em nossa língua antiga Inglês o significado do que temos
dificuldade em sentido, verificar comum nos ensina que devemos procurar por ele
no anglo-saxão, de onde brota nossa língua, e, se necessário, ir até a Teutônica,
de que o anglo-saxão foi derivado. Nenhuma pessoa contesta a legitimidade desta
medida, e encontramo-lo em prática constante. Faço essas observações no limiar
muito do meu trabalho, porque a necessidade de agir sobre este princípio
(buscando raízes hebraicas deficientes em árabe) pode muitas vezes ocorrer, e
eu gostaria de falar de uma vez por todas sobre o assunto.
A primeira frase na Escritura mostra a conveniência de recorrer a
este princípio. Vimos que a palavra Elohim é plural; que traçamos nosso
termo Deus a sua fonte, e ter visto o seu significado, e também uma definição
geral da coisa ou ser incluído sob este termo, foi tremenda tentativa. Agora
devemos rastrear a origem de sua raiz, mas essa raiz não aparece na Bíblia
hebraica. Era o hebraico uma completa linguagem, uma razão piedosa pode ser
dada por esta omissão "Como Deus é sem começo e sem causa, como o seu ser
é infinito e não derivado, a língua hebraica consulta decoro estrito em dar
nenhuma raiz de onde o seu nome pode ser deduzido. “Sr. Parkhurst, cuja
aprendeu piedoso e trabalhos na literatura hebraica alunos mais bíblicos estão
endividados, acha que encontrou a raiz de Alah, ele jurou, se uniu por
juramento, e, portanto, ele chama a sempre abençoada Trindade Elohim, como
sendo ligado por um juramento condicional para redimir o homem. Mentes mais
piedosas se revoltarão de tal definição, e será feliz comigo para encontrar
tanto o substantivo e a raiz preservada em árabe. ALLAH [árabe] é o nome comum
para Deus na língua árabe, e muitas vezes o enfático [árabe] é utilizado. Agora
ambas as palavras são derivadas da raiz Alaha , ele adorou, adorou, foi
atingido com medo espanto, ou terror, e, portanto, ele adorava com horror
sagrado e veneração, cum sacro horrore ac veneratione coluit, adoravit -
WILMET. Daí ilahon, o medo, a veneração, e também o objeto de temor religioso,
a Divindade, o Deus supremo, o Ser tremendo . Esta não é uma ideia nova, Deus
foi considerado na mesma luz entre os antigos hebreus, e, portanto Jacó jura
pelo temor de seu pai Isaque, Gênesis 31:53 . Para completar a definição, torna
Golius Alaha, juvit, liberavit, et tutatus fuit ", ele socorreu, liberada,
mantidos em segurança, ou defendida." Assim, desde o significado
ideal desta raiz mais expressiva, adquirimos a noção mais correta da
natureza divina, pois aprendemos que Deus é o único objeto de adoração , que a
perfeição de sua natureza são como deve surpreender todos os que piamente
contemplar eles, e preencher com horror todos os que se atrevem a dar a sua glória
a outro , ou quebrar seus mandamentos; que consequentemente ele deve ser
adorado com reverência e temor religioso , e que cada adorador sincero pode
esperar dele ajuda em todas as suas fraquezas, ensaios , dificuldades,
tentações, a liberdade do poder, a culpa, a natureza e as consequências do
pecado, e ser apoiado, defendido e salvo ao máximo, e até o fim.
Aqui, então, é uma prova, entre multidões que serão apresentados no
decorrer deste trabalho, sobre a importância, utilidade, e necessidade de traçar
estas palavras sagradas para suas fontes, e uma prova também, que os indivíduos
que deveriam estar fora do alcance das pessoas comuns podem, com um pouco de
dificuldade, ser interposto em um nível com a capacidade mais comum.
No início - Antes dos atos criativos mencionados neste capítulo
tudo era eternidade. Tempo significa duração medida pelas revoluções dos corpos
celestes, mas antes da criação destes órgãos, não poderia haver medição da
duração e, consequentemente, sem tempo, portanto, em o início deve
necessariamente significar o início do tempo, que se seguiu, ou melhor, foi
produzido por, atos criativos de Deus, como um efeito segue ou é produzido por
uma causa.
Criado
existência Causada onde anteriormente a este momento não havia
nenhum ser. Os rabinos, que são os juízes legítimos em um caso de crítica
verbal em sua própria língua, são unânimes em afirmar que a palavra bara
expressa o início da existência de uma coisa, ou egressão de nulidade a
entidade. Não em seu principal denotar, significado a preservar ou nova
formação coisas que existiam anteriormente, como alguns imaginam, mas criação.
No sentido próprio do termo, embora tenha algumas acepções outros em outros
lugares A suposição de que Deus formou todas as coisas a partir de um pré-existente
natureza, eterna, certamente é um absurdo, pois se tivesse havido uma natureza
eterna, além de um Deus eterno, deve ter havido dois seres autoexistente,
independentes, e eterna, que é uma contradição mais palpável. eth
hashshamayim . A palavra eth, que é geralmente considerado como uma partícula,
simplesmente indicando que a palavra está a seguir no caso acusativo ou
oblíquo, é muitas vezes entendido pelos rabinos num sentido mais amplo. "A
partícula", diz Aben Ezra, "significa a substância da coisa. “A
definição como é dada por Kimchi em seu Livro de Raízes. "Esta
partícula", diz Ainsworth, "tendo primeiras e últimas letras do
alfabeto hebraico em que, supostamente compreendem a soma e a substância de
todas as coisas. " "A partícula eth (diz Buxtorf, dicionário
talmúdico, você sub) com os cabalistas, são muitas vezes misticamente colocados
para o início e o fim, como eu ± alfa e ômega estão no Apocalipse. “Nesta terra
estas palavras devem ser traduzidas, "Deus no princípio criou a substância
dos céus e da substância da terra”, ou seja, a matéria prima, ou primeiros
elementos, dos quais os céus e a terra foram sucessivamente formados. O
tradutor sírio entendeu a palavra neste sentido, e para expressar este
significado tem usado a palavra [árabe] yoth, que tem este significado, e é
muito bem traduzido em Poliglota de Walton, ESSE, caeli et ESSE terrae ",
a ser ou substância do céu, e que ser ou substância da terra " São
Efraim Syrus, em seu comentário sobre este lugar, usa a mesma forma. Embora as
palavras hebraicas são certamente não mais do que a notação de um caso na
maioria dos lugares, mas aqui entendida no sentido acima, argumentam uma
precisão filosófica maravilhoso na declaração de Moisés, que traz diante de
nós, não um final céu e da terra, como toda outra tradução aparece para fazer,
embora depois o processo de sua formação é dada em detalhes, mas apenas os
materiais dos quais Deus construiu todo o sistema nos seis dias seguintes.
O céu e a terra
Como a palavra shamayim é plural, pode-se estar certo de que
isso significa mais do que a atmosfera, para expressar o que alguns têm se
esforçado para restringir o seu significado. Nem parece que a atmosfera é
particularmente necessária aqui, porque este é falado, Gênesis 1:6, sob o termo
firmamento. As palavras céus devem, portanto, compreender a totalidade do
sistema solar, uma vez que é muito provável que a totalidade desta foi criada
nestes seis dias; para menos que a terra tinha sido o centro de um sistema, o
inverso do que está suficientemente demonstrado, seria antifilosófico supor que
foi criado de forma independente das outras partes do sistema, como nesta
suposição, devemos recorrer à onipotência de Deus a suspender a influência do
poder gravitando da terra até ao quarto dia, quando o sol foi colocado no
centro, em torno do qual a Terra começou a girar em seguida. Mas, como o
projeto do escritor inspirado foi relacionar o que especialmente pertencia ao
nosso mundo e seus habitantes, portanto, ele passa o resto do sistema
planetário, deixando-o simplesmente incluído na palavra plurais céus. Na
palavra terra cada coisa em relação ao mundo terra que a está incluído, isto é,
tudo o que pertence às partes sólidas e fluidas do nosso mundo com a sua
atmosfera circundante. Como, portanto, suponho que todo o sistema solar foi
criado no momento, eu acho que perfeitamente no lugar para dar aqui uma vista
geral de todos os planetas, com cada coisa curiosa e importante em relação até
então conhecido por suas revoluções e afeições principais.
Uma visão geral da tabela do sistema solar inteiro I. -as
revoluções, as distâncias,
TABELA II. -satélites de Júpiter
TABELA III. -satélites de Saturno
TABELA IV. -satélites de Herschel, OU A Sidus Georgium
OBSERVAÇÕES SOBRE as tabelas anteriores
Na tabela I. A quantidade ou as revoluções periódicas e siderais
dos planetas é expressa em anos comuns, cada um contendo 365 dias, como, por
exemplo, a revolução tropical de Júpiter é, por tabela, 11 anos, 315 dias, 14
horas, 39 minutos, 2 segundos, ou seja, o número exato de dias é igual há 11
anos, multiplicado por 365, e os 315 dias adicionais adicionados ao produto, o
que torna Em todos os 4.330 dias. Os siderais e periódica vezes também são
definidas para baixo para o segundo mais próximo do tempo, a partir de números
usados na construção das tabelas na terceira edição de Astronomia M. de La
Lande. As colunas contendo a distância média dos planetas a partir do sol em
milhas inglesas, e sua maior e menor distância da Terra, tal como são resultado
das melhores observações dos últimos dois trânsitos de Vénus, que deram a
paralaxe solar para ser igual a 8 de três segundos de uma quinta grau, e,
consequentemente, o diâmetro da Terra, como visto a partir do sol, deve ser a
dupla de 8 de três quinto segundos, ou 17 de um quinto segundo. A partir desta
quantidade passado, em comparação com os diâmetros aparentes dos planetas, como
pode ser visto a uma distância igual à da Terra em sua distância principal do
sol, os diâmetros dos planetas em milhas inglesas , como consta na sétima coluna
têm foram cuidadosamente calculadas. Na coluna intitulada " A proporção de
massa , a terra sendo 1 ", os números inteiros expressar o número de vezes
que o outro planeta contém mais milhas cúbicos, e se o número de quilômetros
cúbicos em terra ser dado, o número de quilômetros cúbicos em qualquer planeta
pode ser facilmente encontrado, multiplicando as milhas cúbicas contidos na
terra pelo número na coluna, e o produto irá ser a quantidade necessária.
Este é um pequeno esboço, mas precisa do vasto sistema solar;
descrevê-lo totalmente, mesmo em todos os seus conhecidos revoluções e
conexões, em toda a sua energia surpreendente e influência, no seu plano
maravilhoso, estrutura, operações e resultados, exigiria mais volumes que podem
ser dedicados ao comentário em si.
Como tão pouco pode ser dito aqui sobre um assunto tão vasto, pode
parecer para algum impróprio para apresentá-lo a todos, mas para qualquer
observação deste tipo I deve ser permitido para responder, que eu deveria
considerar imperdoável não para dar uma geral vista do sistema solar no lugar
onde a sua criação é introduzido pela primeira vez. Se essas obras forem
estupendas e magníficas, o que deve ser Ele quem formou, guias, e suporta todos
eles pela palavra do seu poder! Leitor fica admirado com este Deus, e não
pequeis. Faça-o teu amigo por meio do Filho do seu amor, e, quando estes céus e
esta terra não são mais, tua alma deve existir em felicidade consumada e
indizível.
Veja as observações sobre o sol, a lua e estrelas, depois de
Gênesis 1:16. Veja Clarke em Gênesis 1:16.
Versículo 2 . a terra era sem forma e vazia
O termo original tohu e bohu , que traduzimos sem
forma e vazia , são de etimologia incerta, mas neste lugar, e onde mais eles
são usados, eles transmitem a ideia de confusão e desordem . A partir desses
termos é provável que os sírios e egípcios emprestando de seus deuses, Theuth e
Bau , e os gregos seu caos . Deus parece à primeira vista ter criado os
princípios elementares de todas as coisas, e isso formou o grande massa da
matéria, que neste estado deve ser sem arranjo , ou qualquer distinção de
partes: uma vasta coleção de materiais indescritivelmente confuso, de entidades
sem nome estranhamente misturado, e maravilhosamente bem expresso por um poeta
pagão antigo: - Antes dos mares e essa bola terrestre, e copa alta do céu que
cobre tudo, Uma era a face da natureza, sem um rosto, mas sim, uma massa rude e
desordenada; Um vulto sem vida, não estruturado e emoldurado, de sementes
rangendo, e Caos justamente nomeado. DRYDEN.
O mais antigo dos gregos tem falado quase da mesma forma deste
bruto, estado desordenado da massa primitiva caótica.
Quando este amontoado de princípios elementares foi trazido junto,
Deus teve o prazer de passar seis dias em assimilar, concordar, e organizar os
materiais, dos quais ele construiu, não só a terra, mas a todo o sistema solar.
O Espírito de Deus
- Este foi várias vezes estranhamente entendido. Alguns pensam que
um vento violento se entende, porque, ruach muitas vezes significa vento, bem
como πνευμα espírito, como faz em grego, e o termo de Deus está ligado com ele
apenas, como eles pensam, para expressar o grau superlativo. Outros entendem
por que um fogo elementar. Outros, o dom, penetrando e secar a terra com seus
raios. Outros, os anjos, que deveriam ter sido empregados como agentes na
criação. Outros, certo oculto princípio, chamado de anima mundi ou alma do
mundo. Outros, uma atração magnética, pela qual todas as coisas foram causadas
a gravitar para um centro comum. Mas é suficientemente evidente a partir do uso
da palavra em outros lugares, que o Espírito Santo de Deus se destina; que
nosso abençoado Senhor representa sob a noção de vento João 3:8 , e que, como
um vento impetuoso no dia de Pentecostes, encheu a casa onde os discípulos
estavam sentados, Atos 2:2 , que foi imediatamente seguido por seu falar em
outras línguas, porque eles ficaram cheios do Espírito Santo , Atos 2:4 . Estas
escrituras suficientemente determinar o sentido em que a palavra é usada por
Moisés.
Movido
merachepheth, foi pensando sobre, porque a palavra expressa
de que o movimento trêmulo feito pela galinha enquanto que quer chocar seus
ovos ou promovendo seus filhotes. É aqui provavelmente significa a comunicação
de uma vital ou prolífico princípio para as águas. Como a ideia de incubação,
ou a eclosão de um ovo, está implícito na palavra original, portanto,
provavelmente a noção, que prevaleceu entre os antigos, que o mundo foi gerado
a partir de um ovo.
Versículo 3. E disse Deus: Haja luz - Yehi ou, vaihi .
Nada pode ser concebida mais digna do que esta forma de expressão.
Ele argumenta a autoridade uma vez incontrolável, e poder, e em linguagem
humana é quase impossível conceber que Deus pode falar mais como ele. Esta
passagem, na tradução grega dos Setenta, caiu no caminho de Dionísio Longino,
um dos críticos mais criteriosos gregos que já viveram, e que é altamente
comemorado todo o mundo civilizado para um tratado que ele escreveu, intitulado
Περι , Quanto ao SUBLIME, tanto em prosa e poesia; desta passagem, apesar de um
pagão, ele fala nos seguintes termos:- - και των Ιουδαιων
θεσμοθετης(ουχ τυχων ανηρ,) επειδη την του θειου δυναμιν κατα την αξιαν
εχωρησε, καξεφηνεν· ευθυς εν εισβολη γραψας των νομων, ΕΙΠΕΝ ΘΕΟΣ,
φησι, τι; ΓΕΝΕΣΘΩ ΦΩΣ· και εγενετο. ΓΕΝΕΣΘΩ ΓΗ· και εγενετο. Assim também o
legislador judaica (que não era um homem comum) ter concebido uma ideia justa
do poder divino, ele se expressou de forma digna, pois, no início de suas leis,
ele fala assim: Deus disse- QUE HAJA LUZ!, e houve luz. QUE HAJA TERRA! E lá
era a terra. "-Longino, seita. ix. editar. Pearce.
Muitos têm perguntado: "Como pode a luz ser produzida no
primeiro dia, e o dom, a fonte dele, não criado até o quarto dia? “Com as
várias respostas e muitas vezes filosófico que foram dadas a essa pergunta eu
não vou interferir, mas deverá observar que a palavra original significa não só
a luz, mas o fogo, ver Isaías 31:9; Ezequiel 5:2. Ele é usado para o sol; Jó
31:26. E para o fluido elétrico ou relâmpago, Jó 37:3. E é digno de nota que Ele
é usado em Isaías 44:16, para o calor, derivado (esh , o fogo . Ele arde parte,
no fogo (bemo esh :) sim, ele aquenta si mesmo, e disse: Ah! Que eu já vi o
fogo, raithiur, que um filósofo moderno que entendeu a língua não tem
escrúpulos para traduzir, eu tenho recebido calórica, ou uma porção adicional
de matéria do calor. Concluo, portanto, que, como Deus tem difundido o assunto
de calorias ou de calor latente em cada parte da natureza, sem a qual não
poderia ser nem vegetação nem vida animal, que é calórico ou de calor latente,
que se destina principalmente pela palavra original. Que não há luz
latente, que é provavelmente o mesmo com o calor latente, podem ser facilmente
demonstrados: tomar dois pedaços de rocha lisa cristal, ágata, coralina ou
pederneira, e esfregue-as rapidamente no escuro, a luz latente ou questão de
calórico será imediatamente produzida e se tornam visíveis. A luz ou de
calorias, assim, desengatada não funcionar da mesma maneira potente como o
calor ou de fogo, que é produzida pela remoção de sílex e de aço, ou a
produzida por atrito elétrico. A existência desta calórica latente ou primitiva
luz pode ser verificada em vários outros organismos, que pode ser produzido
pela pedra e aço, esfregando dois paus duros juntos, martelando ferro frio, que
em um curto espaço de tempo torna-se vermelho e quente, e pela compressão forte
e repentina de ar atmosférico em um tubo. Fricção em geral, produz tanto fogo e
luz. Deus, portanto, criou este agente universal no primeiro dia, porque sem
ela não funcionamento da natureza poderia ser realizadas em ou aperfeiçoado.
A luz é uma das produções mais surpreendentes da habilidade
criativa e poder de Deus. É grande o meio pelo qual todos os seus trabalhos de
outros são descobertos, examinados e entendidos, na medida em que eles podem
ser conhecidos. Sua imensa difusão e extrema velocidade são por si só
suficientes para demonstrar a existência e sabedoria de Deus. Luz foi provado
por muitos experimentos para viajar à taxa surpreendente de 194.188 milhas em
um segundo de tempo! E vem do Sol para a Terra em oito minutos 11 43/50
segundos, uma distância de 95513794 milhas inglesas.
Versículo 4. Deus separou a luz das trevas.
Isso não implica que a luz e as trevas são duas substâncias
distintas, vendo a escuridão é apenas a privação da luz, mas as palavras
simplesmente referir-nos por antecipação para a rotação da terra redonda seu
próprio eixo uma vez em 23 horas, 56 minutos, e quatro segundo , o que é a
causa da diferença entre o dia e a noite, trazendo as partes diferentes da
superfície da terra, sucessivamente para dentro e por baixo dos raios solares,
e provavelmente foi neste momento que Deus deu esta rotação da terra, para
produzir esta disposição misericordiosa de dia e de noite. Para a forma em que a
luz é suposto ser produzida, ver Gênesis 1:16, sob a palavra dom .
Versículo 6. E disse Deus: Haja uma expansão
Nossos tradutores, seguindo o firmamentum da Vulgata, que é uma
tradução de στερεωμα da Septuaginta, privaram esta passagem de todo o sentido e
significado. A palavra hebraica rakia , para raka , para espalhar-se as
cortinas de uma tenda ou pavilhão , simplesmente significa uma extensão ou
espaço e, consequentemente, espaço que circum ambiente ou expansão separando as
nuvens, que estão nas regiões mais elevadas do que, dos mares , abaixo dela.
Este chamamos a atmosfera, a esfera de átomos ou partículas inconcebivelmente
pequenas, mas a palavra parece ter sido usada por Moisés, num sentido mais
amplo, e de modo a incluir a totalidade do vórtice planetário, ou o espaço que
é ocupado pelo conjunto sistema solar.
O versículo 10.
E Deus chamou à seca terra, e a reunião em conjunto das águas
chamou Mares. Estes dois constituem o que é chamado o globo terrestre, em que a
terra e a água existem em uma proporção mais criteriosa para o outro. Dr. Long
pegou os papéis que cobrem a superfície de um globo terrestre 17 polegadas, e
tendo cuidadosamente separados da terra do mar, ser ponderados os dois
conjuntos de papéis com precisão, e descobriu que o papel do mar pesava 349
grãos, e os jornais da terra apenas 124; pelo qual experiência parece que quase
três quartos da superfície do nosso globo, do ártico aos círculos Polares
Antártico, são cobertos com água. O médico não pesam as partes dentro dos círculos
polares, porque não há medição determinada a proporção de terra e de água que
eles contêm. Esta proporção de três quartos da água pode ser considerada como
demasiado grande, não se inútil, mas o Sr. Ray, pela maioria das experiências
precisa feito por evaporação, provou-se que ele requer tanto aquosa de
superfície para produzir uma quantidade suficiente de vapor para fins de
arrefecimento da atmosfera, e que molha a terra. Veja Ray físico-teológicas
Discursos.
Um químico eminente e filósofo, Dr. Priestley, tem muito
corretamente observou que parece claro que Moisés considerado todo o globo
terrestre como sendo criado em um fluido estado, as partículas de terra e outro
de matéria que está sendo misturada com a água. A forma atual da terra
demonstra a verdade do relato mosaico, pois é sabido que, se um corpo mole ou
elástica globular ser rapidamente girou em torno do seu eixo, as partes nos
polos será achatada, e as partes sobre o equador, a meio caminho entre os polos
norte e sul, será levantado. Esta é precisamente a forma da nossa terra, que
tem o valor de um esferoide achatado, um valor bastante semelhante ao formato
de uma laranja. Tem sido demonstrado por aferição de que a Terra é diminuta nos
polos e criado no equador. Este foi o primeiro conjecturado por Sir Isaac
Newton, e depois confirmada por M. Cassini e outros, que media vários graus de
latitude no equador e perto do polo norte, e descobriu que a diferença
perfeitamente justificado conjectura de Sir Isaac Newton e, consequentemente,
confirmou a conta mosaico. O resultado das experiências instituídos para
determinar este ponto, mostrou que o diâmetro da Terra no equador é maior em
mais de 23 e uma meia milha do que nos polos, o que permite o polar diâmetro
para ser parte 1/334th mais curta do que o equatorial , de acordo com as
medições recentes de vários raus de latitude feitas pelos senhores Mechain e
Delambre -. L'Histoire des Mathem . par M. de la Lande, tom. iv., parte v, liv.
6.
E Deus viu que isso era bom.
Este é o julgamento que Deus pronunciou sobre suas próprias obras.
Eles foram belo e perfeito em sua espécie, pois tal é a importação da palavra
tob. Eles estavam em peso e medida perfeita e completa, sem nada. Mas o leitor
vai achar estranho que essa aprovação deve ser expressa uma vez nos primeiro,
quarto, quinto e sexto dia, duas vezes no terceiro , e não a todos na segunda !
Suponho que as palavras, e Deus viu que isso era bom, quer tenham sido perdidos
a partir da conclusão do oitavo verso, ou que a cláusula em décimo versículo
originalmente pertencia ao oitavo. Parece, a partir da tradução Septuaginta,
que a palavra em questão existia originalmente no fim do oitavo verso, nas
cópias que eles usaram, pois nessa versão ainda encontramos, Και ειδεν
Θεος καλον· E Deus viu que isso era bom. Esta leitura, no entanto, não é
reconhecida por qualquer dos Kennicott ou MSS De Rossi, Nem por qualquer uma
das outras versões. Se a conta do segundo dia ficou originalmente como faz
agora, nenhuma razão satisfatória pode ser dada para a omissão da expressão da
aprovação divina do trabalho feito por sua sabedoria e poder naquele dia.
Versículo 11.
Deixe a terra relva - erva - árvores frutíferas, . Nessas
expressões gerais de todos os tipos de produtos vegetais são incluídos.
Fruta-árvore não é para ser entendido aqui no sentido restrito em que o termo é
utilizado no meio de nós; ele significa todas as árvores, não apenas aqueles
que produzam frutos, que pode ser aplicada ao uso de homens e gado, mas também
aqueles que tinham o poder de propagar-se por sementes, para manifestar-se no
pouco , assim como no grande , ele mostrou sua sabedoria consumada em todas as
partes do vegetal criação. Quem pode explicar, ou compreender, a estrutura de
uma única árvore ou planta? As raízes, o tronco, as fibras lenhosas, a casca,
os vasos de ar, os vasos de seiva, as folhas, as flores e os frutos, são tantos
mistérios. Toda a habilidade, sabedoria e poder dos homens e dos anjos não
poderia produzir um único grão de trigo: Uma mente séria e refletindo pode ver
a grandeza de Deus, não só nos imensos cedros do Líbano, mas também nos
infinitamente variadas florestas que aparecer através do microscópio no molde
de queijo, pasta de velho,
O versículo 12.
Cuja semente em si que tem o poder de multiplicar-se por sementes,
deslizamentos, raízes, ad infinitum, que contém em si todos os rudimentos da
futura planta através de suas gerações sem fim. Esta doutrina tem sido
abundantemente confirmada por observações mais precisas dos melhores filósofos
modernos. O poder surpreendente com que Deus dotou a criação vegetal para
multiplicar suas diferentes espécies pode ser exemplificado na semente do olmo.
Esta árvore produz uma mil quinhentos e 84 milhões de sementes, e cada uma
dessas sementes tem a capacidade de produzir o mesmo número. Como surpreendente
é que esta produzir! No primeiro uma semente é depositada sobre a terra, a partir
desta uma árvore de molas que, no decurso da sua vida vegetativa produz 1500
e84 milhões de sementes. Esta é a primeira geração. A segunda geração será de
dois trilhões, 500 e nove mil e 56 bilhões. A terceira geração será de 3900 e
74 quatrilhões, 300 e 44700 e quatro trilhões! E a quarta geração destes
equivaleria a seis sextillions 200 e 95 mil 300 e 62 quintilhões, 11.000 um
quatrilhões cento e 36! Somas imensas demais para a mente humana conceber, e,
quando nós permitimos o espaço mais confinado em que uma árvore pode crescer,
parece que as sementes da terceira geração de um olmo haveria muitos milhares
de vezes mais do que suficiente para abastecer as superfícies inteiras de todos
os planetas do sistema solar! Mas as plantas se multiplicam por deslizamentos,
bem como por semente. Sir Kenelm Digby viu em 1660 uma planta de cevada, na
posse dos pais da doutrina cristã em Paris, que continha 249 talos fugindo de
uma raiz ou em grãos, e na qual ele contou para cima de 18.000 grãos. Veja
minhas experiências em Lavandro na Revista Metodista.
Versículo 14. E disse Deus: Haja luz,
Sede - Uma delas foi dividir entre o dia e a noite. Quando a noite
é considerada um estado de relativa escuridão, como luzes de dividir ou
distingui-lo? A resposta é fácil: O sol é o monarca do dia, que é o estado de
luz, a lua, a noite, o estado de escuridão. Os raios do sol, caindo sobre a
atmosfera, são refratadas e difundidas sobre a totalidade do que hemisfério da
Terra imediatamente sob sua esfera, enquanto os raios de que luminar vasto que,
por causa da pequenez da terra em comparação do sol, são difundida em todos os
lados para além da terra, caindo sobre o disco opaco da lua, são refletidas
para trás, para o que pode ser chamado o hemisfério inferior, ou que a parte de
terra, que é oposta à parte que é iluminada pelo sol, e quanto Terra completa
uma revolução em seu próprio eixo em cerca de vinte e quatro horas,
consequentemente, cada hemisfério tem dias alternados e noite. Mas, como a luz
solar refletida a partir da face da lua é calculado para ser 50 mil vezes menos
em intensidade e efeito que a luz do sol, uma vez que provém diretamente do
mesmo a nossa terra, (por ligeiras diminuições na sua intensidade como a
distância que viagens do sol aumenta), portanto, uma distinção suficiente é
feita entre o dia e noite, ou a luz e as trevas, não obstante cada um é regido
e determinado por uma destas duas grandes luzes , a lua governar a noite, ou
seja, refletindo a partir de sua própria superfície de volta à terra os raios
de luz que ela recebe do sol. Assim, ambos os hemisférios são até certo ponto
iluminado: a um, em que o sol brilha, completamente assim, esta é dia : o
outro, em que a luz do sol é refletida pela lua, parcialmente, o que é noite .
É verdade que ambos os planetas e as estrelas fixas pagar uma parcela
considerável de luz durante a noite, no entanto, não pode ser dito para
governar ou a predominar por sua luz, porque seus raios são completamente
perdidos no esplendor superior da luz da lua.
E sejam eles para sinais - leothoth. Deixe-os a ser consideradas
como sinais contínuos de cuidado de Deus concurso para o homem, e como estando
provas de sua contínua milagrosa interferência, por isso a palavra OTH é
frequentemente utilizado. E não é a energia de Deus todo-poderoso que
sustentá-los em ser? O sol e a lua também servem como sinais das mudanças
diferentes que ocorrem na atmosfera, e que são tão essenciais para todos os
fins de agricultura, comércio,
Para estações - moadim; Para a determinação dos tempos em que
os festivais sagrados devem ser mantidos. Neste sentido, a palavra ocorre frequentemente,,
e era certo que na abertura da sua própria revelação de Deus deve informar
homem que havia certos festivais que deve ser comemorado anualmente a sua
glória. Alguns pensam que devemos entender a palavra original como significando
meses, para o que sabemos a lua serve essencialmente através de todas as
revoluções do tempo.
Por dias
Ambas as horas do dia e da noite, assim como os diferentes
comprimentos dos dias e noites, distinguem-se pôr os espaços mais longos e mais
curtos de tempo o sol está acima ou abaixo do horizonte.
E anos.
Ou seja, esses grandes divisões de tempo pelo qual toda sucessão no
lapso grande de duração se distingue. Esta se refere principalmente a uma
revolução completa da terra em torno do sol, que é realizada em 365 dias, 5
horas, 48 minutos e 48 segundos, pois, embora a revolução seja a da Terra, mas
ele não pode ser determinado, mas pelos divinos corpos.
Versículo 16.
E fez Deus os dois grandes luminares Moisés fala do sol e da lua
aqui, não de acordo com sua maior ou teor de sólidos, mas de acordo com a
proporção de luz derramaram sobre a terra. A expressão tem sido sofisma
liberado menos por alguns que são tão desprovidos de capacidade mental como de
franqueza. "A Lua", dizem eles, "não é um grande corpo, ao
contrário, é o muito menor em nosso sistema. “Bem, e Moisés disse o contrário”?
Ele disse que é uma grande LUZ; havia dito de outra forma ele não tivesse
falado a verdade. É, em referência à terra, ao lado do próprio sol, a luz maior
do sistema solar, e tanto é verdade que a lua é uma grande luz , que
proporciona mais luz para a Terra do que todos os planetas do sistema solar, e
de todas as inúmeras estrelas no firmamento do céu, juntos. É digno de nota que
no quarto dia da criação do sol se formou, e depois "tentou primeiro seus
raios de através a tristeza profunda", e que no final do quarto milenar da
criação, de acordo com o hebraico, o sol da justiça brilhou sobre o mundo, como
profundamente afundado na escuridão mental produzida pelo pecado como o mundo
antigo era, ao mesmo tempo repleta escuridão ocupou o domínio, até que o sol
foi criado como o dispensador de luz. O que seria de o mundo natural estar sem
o sol? Um desperdício uivando, em que nem animal nem vida vegetal poderia ser
sustentada. E o que seria do mundo sem moral ser Jesus Cristo, e à luz de sua
palavra e Espírito? Apenas o que as partes agora são onde a sua luz ainda não
brilhava: "lugares escuros da terra, cheios de moradas de crueldade",
onde prevalece o erro sem fim, e superstição, gerando falsas esperanças e medos
falsos, degrada e avilta a mente do homem.
Muitos supõem que os dias da criação resposta para tantos milhares
de anos, e que, como Deus criou tudo em seis dias e descansou no sétimo, para
que o mundo deve durar seis mil anos, e sétimo será o descanso eterno que
continua a ser para o povo de Deus. Para essa conclusão foram levados por estas
palavras do apóstolo, 2 Pedro 3:8 : Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil
anos como um dia . Coisas secretas pertencem a Deus, aqueles que são revelados
a nós e nossos filhos.
Ele fez também as estrelas.
Ou melhor, Ele fez a luz menor, com as estrelas, para governar a
noite. Veja Claudlan de Raptu PROSER, lib. ii., v 44.
Hic Hyperionis solem de Semine nasci Fecerat, et pariter lunam, sed
dispare forma, duces auroras noctisque.
De famoso Hyperion que ele causar a subir O sol, a lua e colocado
em meio aos céus, com esplendor vestida, mas de luz muito desigual, radiantes.
Os líderes do dia e da noite.
DO SOL
Sobre a natureza do sol tem havido várias conjecturas. Por muito
tempo pensou que ele era um grande globo de fogo 1.384.462 vezes maior que a
Terra, e que ele estava emitindo continuamente a partir de milhões de seu corpo
inumeráveis de fogo partículas, que, sendo extremamente dividido, responderam
com a finalidade de luz e calor sem ocasionar qualquer ignição ou queima, exceto
quando coletadas no foco de uma lente convexa ou queima de vidro. Contra esta
opinião, no entanto, muitas objeções sérias e importantes foram feitas, e que
tem sido tão pressionado com as dificuldades que os filósofos têm sido
obrigados a olhar para uma teoria menos repugnante para a natureza e
probabilidade. Descobertas do Dr. Herschel, por meio de seus telescópios
imensamente de aumento, tem, pelo consentimento geral de filósofos, acrescentou
um novo mundo habitável para o nosso sistema, que é o dom Sem parar de entrar
em detalhes, o que seria impróprio aqui, é suficiente dizer que essas
descobertas tendem a provar que o que chamamos de dom é apenas a atmosfera
desse luminar "; que essa atmosfera é composta de vários fluidos elásticos
que são mais ou menos lúcida e transparente; que, como as nuvens que pertencem
a nossa terra são provavelmente decomposições de alguns dos fluidos elásticos
pertencentes à própria atmosfera, então podemos supor que na vasta atmosfera do
sol, decomposições semelhantes podem ocorrer, mas com a diferença de que as
decomposições dos fluidos elásticos do sol são de uma fosfórico natureza, e são
atendidos pelas aparências lúcidos, dando a luz. " O corpo do sol que ele
considera como geralmente escondido de nós por meio deste ambiente luminoso,
mas o que são chamados de máculas ou manchas no sol são reais aberturas neste
ambiente, através do qual o corpo opaco do sol torna-se visível, e que esta
atmosfera em si não é inflamado nem quente , mas é o instrumento que Deus
concebida para agir sobre o calor calórico ou latente, e que o calor é
produzido apenas pela luz Solar, agindo sobre e combinando-se com o assunto
calórico ou de incêndio contido no ar, e outras substâncias que são aquecidos
por esta. Esta teoria engenhosa é apoiada por muitas razões plausíveis e
ilustrações, que podem ser vistas no papel, leu antes da Royal Society. Sobre
este assunto ver Clarke em Gênesis 1:3.
DA LUA
Não há praticamente nenhuma dúvida agora permanecendo no mundo
filosófico que a Lua é um mundo habitável. As observações mais precisas que
foram feitas com os telescópios mais poderosos confirmaram a opinião. A lua
parece, em quase todos os aspectos, para ser um corpo semelhante o nosso terra,
terem a sua superfície diversificada por montes e vales, montanhas e vales,
rios, lagos e mares. E há a mais completa evidência de que a nossa terra serve
como uma lua para a lua ela mesma, diferindo apenas no presente, que como a
superfície da Terra é treze vezes maior do que o da Lua, então a lua recebe da
terra uma luz treze vezes maior em esplendor do que a que ela dá a nós, e por
uma analogia muito correto, somos levados a inferir que todos os planetas e
seus satélites, ou luas de atendimento, são habitados, por questão parece só
existir para o bem dos seres inteligentes.
DAS ESTRELAS
As estrelas, em geral, são consideradas sóis, semelhante ao que em
nosso sistema, cada um com um número apropriado de planetas em movimento em
volta dela, e, como estas estrelas são inumeráveis, consequentemente, há
inúmeros mundos, todos dependentes do poder, proteção, e da providência de
Deus. Onde as estrelas são em grande abundância, Dr. Herschel supõe formam
primárias e secundárias, ou seja, sóis girando em torno de sóis, como planetas
giram em torno do Sol em nosso sistema. Ele considera que este deve ser o caso
em que é chamada a Via Láctea, as estrelas de estar lá em quantidade
prodigiosa. Isso, ele dá a prova seguinte: Em agosto de 22,1792, ele descobriu
que não em 41 minutos de tempo de menos de 258 mil estrelas haviam passado pelo
campo de visão em seu telescópio. O que deve ser Deus, que fez, governa, e
suporta tantos mundos! Para as magnitudes, distâncias, revoluções, do sol, da
lua, planetas, e seus satélites, consultem as tabelas anteriores. Veja Clarke
em Gênesis 1:1.
Versículo 20. Que as águas produzir abundantemente
Há um significado nestas palavras que raramente é notado.
Inumeráveis milhões de animais são encontrados na água. Naturalistas eminentes
não descobertos menos de 30 mil em uma única gota! Como inconcebivelmente
pequeno deve cada ser, e ainda cada animal perfeito, equipados com todo o
aparato de ossos, músculos, nervos, coração, artérias, veias, pulmões, vísceras
em geral, espíritos animais,
a fecundidade de peixes é outro ponto pretendido no texto; não da
criatura são tão prolíficos como estes. A TENCAS colocar 1.000 ovos, uma carpa
20.000, e Leuwenhoek contadas em um COD mediano porte 9.384.000! Assim, de
acordo com o propósito de Deus, as águas produzir abundantemente. E o que uma
provisão misericordiosa é este para as necessidades do homem! Muitas centenas
de milhares de habitantes da Terra vivem para uma grande parte apenas do ano no
peixe. Pescar pagar, não apenas um saudável, mas uma dieta muito nutritiva,
pois eles estão sujeitos a algumas doenças e, geralmente, vêm em grandes
quantidades para as nossas costas, quando em sua maior perfeição. Neste também
podemos ver que o tipo providência de Deus anda de mãos dadas com sua criação
de energia. Enquanto ele manifesta sua sabedoria e seu poder, ele está fazendo
uma disposição permanente para o sustento do homem através de todas as suas
gerações.
Versículo 21. E Deus criou grandes baleias
hattanninim Hagedolim. Embora esta seja geralmente entendida
pelos diferentes versões como significando as baleias, mas o original deve ser
entendido mais como um modo geral que um determinado prazo, que incluem todos
os grandes animais aquáticos, tais como as várias espécies de baleia, o
golfinho, o unicórnio ou peixe unicórnio, e o tubarão. Deus se deleita em mostrar-se
em pouco, bem como em grandes coisas: por isso ele faz animal tão pequeno que
30.000 podemos ser contidos em uma gota de água, e outros tão grandes que
parecem exigir quase um todo mar a flutuar dentro.
Versículo 22. Deixe as aves se multipliquem na terra.
Ele é verdadeiramente surpreendente, com o cuidado, sabedoria e
habilidade minutos Deus formou os diferentes gêneros e espécies de aves, quer
se destinem a viver principalmente em terra ou na água. A estrutura de uma
única pena oferece um mundo de maravilhas, e como Deus fez as aves que possam
voar no firmamento do céu, Gênesis 1:20 , ele adaptou a forma de seus corpos, e
da estrutura e disposição de sua plumagem , para esse propósito. Cabeça e do pescoço
em voo são desenhados principalmente dentro do esterno, de forma que a parte
inteira sob exibe a aparência de um casco de navio. As asas são feitas como uso
de velas, ou melhor, remos, e a cauda como um leme ou leme. Por meio destes a
criatura não só é capaz de preservar o centro de gravidade, mas também para
acompanhar a velocidade vasta através do ar, ou para a frente, circular, ou em
qualquer tipo de ângulo, para cima ou para baixo. Nestes também Deus mostrou
sua habilidade e seu poder na grande e na pequena -no vasto avestruz e casuar,
e no belo beija-flor, que na plumagem supera o esplendor do pavão, e em tamanho
é quase na um nível com a abelha.
Versículo 24. Que a terra produza a criatura viva,
nephesh chaiyah, um termo geral para expressar todas as criaturas
dotadas de vida animal, em qualquer de suas gradações infinitamente variadas,
desde a metade o raciocínio do elefante para o estúpido potto, ou ainda menor,
para o polype, que parece igualmente partilhar a vida vegetal e animal. A
palavra
chaitho, na última parte do verso, parece significar todos os
selvagens animais, como leões, tigres, carnívoros , ou viver na carne , em
contraposição a partir domésticos animais, como são herbívoros , ou viver na
grama e outros vegetais, e são capazes de serem treinadas, e aplicados para
fins domésticos. Veja Clarke em Gênesis 1:29. Estes últimos são, provavelmente,
significa behemah no texto, que nós traduzimos gado, como cavalos, vacas,
ovelhas, cães, répteis, Remes, todos gêneros diferentes de serpentes, vermes, e
os animais não têm como pés. Em animais também Deus mostrou sua habilidade
maravilhosa e poder; no vasto elefante, ou ainda mais colossais mamutes ou
mastodonte, toda a raça que parece ser extinto, alguns esqueletos são os únicos
remanescentes. Este animal, um efeito surpreendente do poder de Deus, ele
parece ter produzido apenas para mostrar o que podia fazer, e depois de sofrer
alguns deles para se propagar, ele extinguiu a corrida por uma providência
misericordioso, que não pode destruir o homem e besta. O mamute parece ter sido
uma carnívoros animal, como a estrutura dos dentes prova, e de um tamanho
imenso, a partir de uma parte considerável de um esqueleto que vi, é calculado
que o animal a que pertencia deve ter sido de quase 25metros de altura e 60 de
comprimento! Os ossos de um dedo do pé são inteiros, o dedo do pé para cima de
três metros de comprimento. Mas este esqueleto pode ter pertencido ao
megalonyx, uma espécie de preguiça, ou bradypus, até então desconhecidas.
Poucos elefantes jamais foram encontrados para exceder 11 pés de altura. Quão
maravilhosas são as obras de Deus! Mas a sua habilidade e poder não são menos
visto na bela chevrotin, ou Tragulus, uma criatura do tipo antílope, o menor de
todos bífida ou fendido patas dos animais, cujo delicado membros são quase tão
grandes como uma pena de ganso comum, e também no rato megera, talvez o menor
dos quadrúpedes muitos dedos. No réptil tipo que vemos também a mesma
habilidade e poder, não só na imensa cobra chamada Boa constritor , o inimigo
mortal e conquistador do tigre real, mas também na cobra de Manille , uma
serpente venenosa, apenas um pouco maior do que uma agulha de costura comum.
Versículo 25. E fez Deus as feras da terra conforme a sua
espécie.
Cada coisa, tanto no mundo animal e vegetal foi feita de modo
segundo a sua espécie, tanto em gênero e espécie, a produzir sua própria
espécie através de gerações sem fim. Assim, as várias raças de animais e
plantas foram mantidas distintas, desde a fundação do mundo, para os dias de
hoje. Esta é uma prova de que todas as futuras gerações de plantas e animais
foram incluídas no seminalmente aqueles que Deus formou no início.
Versículo 26. E disse Deus: Façamos o homem
É evidente que Deus tem a intenção de impressionar a mente do homem
com um sentido de algo extraordinário na formação de seu corpo e alma, quando
ele introduz o relato de sua criação, portanto, vamos EUA o homem. A
palavra Adão, que traduzimos homem, é destinado a designar as espécies de
animais, como chaitho, marca os animais selvagens que vivem na vida de um modo
geral solitário; behemah, domésticos ou animais gregários e Remes, todos os
tipos de répteis, a partir do maior cobra para a enguia microscópica. Embora o
mesmo tipo de organização possa ser encontrado no homem, como aparece nos
animais inferiores, ainda existe uma grande variedade e complexidade das peças,
uma delicadeza de estrutura, um bom arranjo, uma adaptação criteriosa dos
diferentes membros de seus escritórios grandes e funções, uma dignidade, de
semblante, e uma perfeição do todo, que são procurados em vão em todas as
outras criaturas. Veja Gênesis 3:22 .
Em nossa imagem, conforme a nossa semelhança que está dito
acima se refere apenas ao corpo do homem, o que é dito aqui se refere a sua
alma. Isto foi feito na imagem e semelhança de Deus. Agora, como o Ser Divino é
infinito, ele não é limitado por partes, nem definível por paixões, por isso
ele não pode ter imagem corporal depois que ele fez o corpo do homem. A imagem
e semelhança se devem, necessariamente, ser intelectual, sua mente, sua alma,
deve ter se formado após a natureza e perfeições de seu Deus. A mente humana é
ainda dotada de capacidades mais extraordinários, era mais quando a emissão das
mãos de seu criador. Deus estava agora a produzir um espírito, um espírito,
também, formada após as perfeições da sua própria natureza. Deus é a fonte de
onde esse espírito emitido, portanto, o fluxo deve se parecer com a mola que o
produziu. Deus é santo, justo, sábio, bom e perfeito, por isso deve ser a alma
que surgiu a partir dele: poderia haver nela nada impuro, injusto, ignorante,
mal, base, baixa, média, ou vil. Ele foi criado à imagem de Deus, e essa
imagem, nos diz São Paulo, consistiu na justiça, a verdadeira santidade , e
conhecimento, Efésios 4:24 ; Colossenses 3:10 . Daí o homem era sábio em sua
mente, santo em seu coração , e justo em suas ações . Foram mesmo a palavra de
Deus em silêncio sobre este assunto, não poderíamos inferir menos das luzes
realizadas até nós pela razão e senso comum. O texto nos diz que ele foi o
trabalho de ELOHIM, a pluralidade divina, marcado aqui mais claramente pelo
plural pronomes EUA e NOSSO, e para mostrar que ele era a obra-prima da criação
de Deus, todas as pessoas na Divindade são representadas como unidos em
conselho e esforço para produzir essa criatura incrível.
Gregory Nyssen tem muito corretamente observou que a superioridade
do homem para todas as outras partes da criação é visto no fato de que todas as
outras criaturas são representadas como o efeito de Deus palavra, mas o homem é
representado como o trabalho de Deus, de acordo com o plano e consideração. Veja
suas Obras, vol. i, p. 52, c. 3.
E deixá-los ter domínio
Daí, vemos que o domínio não era o de imagem. Deus criou o homem
capaz de governar o mundo, e quando equipados para o escritório, ele fixou-o na
mesma. Nós vemos o cuidado de Deus e solicitude concurso parental para o
conforto e bem-estar desta obra-prima de sua obra, na criação do mundo
anteriormente à criação do homem. Ele preparou tudo para a sua subsistência,
comodidade e prazer, antes que ele trouxe à existência, de modo que, comparando
pouco com coisas grandes, a casa foi construída, mobilado, e amplamente
armazenado, pelo tempo que o inquilino destinados estava pronto para ocupar lo.
Foi suposto por alguns de que Deus fala aqui para os anjos, quando
ele diz: Deixe-nos fazer o homem, mas para tornar esta uma interpretação
provavelmente essas pessoas devem provar, 1. Que os anjos foram criados. 2. Que
os anjos podem ajudar em uma obra da criação. 3. Que os anjos foram-se feito à
imagem e semelhança de Deus. Se não fosse, não poderia ser dito, em NOSSA
imagem , e não aparecem em qualquer parte nos escritos sagrados que qualquer
criatura, mas o homem foi feito à imagem de Deus. Veja Clarke em Salmos 8:5 .
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
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Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
TEXTO ÁUREO
"Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados;
de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hb
11.3)
VERDADE PRÁTICA
A primeira grande verdade da Bíblia é que DEUS criou os Céus, a Terra e o ser
humano.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 1.1 DEUS é o grande Criador de todas as coisas
Terça - Sl 33.6 Pela fé cremos que DEUS é o grande Criador dos Céus
Quarta - Is 45.18 Pela fé cremos que DEUS criou a Terra
Quinta - Sl 104.14 Pela fé cremos que DEUS criou o reino vegetal
Sexta - Sl 104.19 Pela fé cremos que DEUS criou o sistema solar
Sábado - Sl 50.10-12 Pela fé cremos que DEUS criou os animais
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Salmos 104.1-14
1 - Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, DEUS meu, tu és
magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. 2 - Ele cobre-se de
luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina. 3 - Põe nas águas os
vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do
vento. 4 - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo
abrasador. 5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo
algum. 6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam
sobre os montes; 7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se
apressaram. 8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para
elas fundaste. 9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não
tornem mais a cobrir a terra. 10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes
que correm entre os montes. 11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os
jumentos monteses matam com elas a sua sede. 12 - Junto delas habitam as aves
do céu, cantando entre os ramos. 14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a
verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, você crê que os céus e a Terra foram formados por DEUS?
Então não terá dificuldades no ensino dessa lição. O relato da criação não é
uma alegoria. Enfatize, no decorrer da aula, que a narrativa da criação é um
fato histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de DEUS
narra. Quando o assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias
teorias que tentam explicar a origem da vida. Porém, como crentes, sabemos que
o universo e a vida não são produtos de uma evolução como alguns cientistas
tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma partícula. DEUS é o grande
Criador.
PONTO CENTRAL - Pela fé cremos que DEUS criou os céus e a Terra.
Resumo da Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. Definição.
2. Fundamentos.
3. Objetivos.
II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
1. O tempo.
2. O espaço.
3. Os Céus e os anjos.
4. A Terra ainda informe.
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O ESPÍRITO SANTO na criação.
2. Tarefas ordenadas.
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E houve luz.
2. A luz inicial.
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1. Separando as águas.
2. A criação da atmosfera.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O reino vegetal.
2. As possibilidades do reino vegetal.
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas.
2. A perfeição do sistema solar.
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
1. Quinto dia.
2. Sexto dia.
SÍNTESE DO TÓPICO I - O criacionismo bíblico é a teoria que nos
ajuda a entender que DEUS criou os céus e a Terra.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS criou o tempo, o espaço e a própria
luz.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O ESPÍRITO SANTO estava presente na criação
e ordenação do universo.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - DEUS no primeiro dia de sua obra criou a
luz.
SÍNTESE DO TÓPICO V - DEUS criou e fez separação das águas que se
achavam abaixo e acima do firmamento.
SÍNTESE DO TÓPICO VI - No terceiro dia DEUS criou o reino vegetal.
SÍNTESE DO TÓPICO VII - DEUS criou no quarto dia o Sol, a Lua e as
estrelas.
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que é o Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual DEUS criou, a partir de sua
palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal e,
finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?
Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da
natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que DEUS criou?
Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a primeira coisa que
DEUS criou foi o tempo.
O que é o espaço?
Podemos defini-lo como o tecido cósmico que DEUS criou para que, nele, se
localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
O que DEUS criou no sexto dia?
No sexto dia, DEUS criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 37. - Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
SUGESTÃO DE LEITURA - E agora, como viveremos?, Doutrinas Bíblicas:
Os fundamentos da nossa fé e Manual do Pentateuco.
Comentários de vários autores com algumas correções do Ev. Luiz
Henrique e resumo rápido do Ev. Luiz Henrique
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
Pergunta 1 - O que foi usado para criar o mundo?
Resposta: Palavra de DEUS.
Pergunta 2 - O que vemos foi criado dessa matéria que vemos?
Reposta: Não, primeiro nasceu no reino espiritual, pela Palavra de
DEUS, depois se materializou aqui na Terra (agora passamos a ver o que DEUS
criou).
Hebreus 11.3 Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de
DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é
aparente.
II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
Para passar a existir o tempo aqui na Terra (DEUS não se limita a
tempo), foi preciso que DEUS o criasse. Assim dias e noites foram criados e
depois meses, anos, estações, etc...
O homem tem evolucionado nas frágeis azas da sua imaginação em
torno da luz falsa de seu próprio raciocínio, em risco de se queimar na
pesquisa da origem do mundo, mas chega sempre à primeira pergunta: "Mas no
princípio?"
Os cristãos, porém, não se podem imiscuir nessas indagações, pois,
este livro foi confirmado por Jesus Cristo justamente nos pontos que mais
inverossímil pudesse parecer. Jesus tem assim afirmado a criação bíblica do
homem, o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda vários outros
acontecimentos do Gênesis. Essas ligeiras palavras tem o objetivo de nos
despertar, para crermos no mais controvertido de todos os volumes bíblicos. A
promessa da vinda do Salvador foi homologada nesse livro, e o seu advento se
deu, mesmo a despeito das controvérsias. Os homens discutem e confundem-se, enquanto
Deus revela, opera e satisfaz.
Vamos tentar sequenciar a criação segundo o livro O Plano Divino
Através dos Séculos:
DEUS criou uma Terra original no princípio do Universo (Gênesis 1:1) e não a
criou vazia (Isaías 45:18);
Esta Terra era o local de habitação de Lúcifer (Ezequiel 28:13-16), no qual
refletia a glória da criação de DEUS;
Neste tempo ele não havia caído ainda, era um anjo de luz;
Porém, no seu coração surgiu o desejo de ser semelhante a DEUS (Isaías
14:12-15)
No seu intento, arregimentou a terça parte dos anjos (Apocalipse 12:7-9), que
lutaram em alguma região do Universo, visto que no Céu não entra pecado;
Não venceram e se tornaram o Diabo e seus demônios;
A Terra que era o local de atuação de Lúcifer foi castigada se tornando sem
forma e vazia;
A partir daí é que temos uma Terra caótica na qual se desenrolam os fatos
narrados em Gênesis 1:3 em diante.
É possível?
Sim. Perfeitamente. Há tantas possibilidades quanto planetas! O termo hebraico
tohu wabohu, traduzido por "sem forma e vazia", é utilizado para
juízos divinos em outros contextos (Jeremias 4:23). Explicaria a idade da Terra
e o fato de que a luz já existia, que o Sol e a Lua já haviam sido criados,
sendo chamados a prover iluminação para o planeta, que o próprio continente
estava apenas submerso.
Lawrence Olson, seguindo Finis Jennings Dake, em seu livro O Plano
Divino Através dos Séculos, trouxe para nosso conhecimento a Teoria da Terra
Original
O homem é o único ser criado à imagem e semelhança
de Deus.
De fato, tudo começou quando
Deus soprou no homem o seu Espírito: “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego
da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Gênesis 2:7
Na verdade, o que difere o
homem de todos os outros seres é
a CONSCIÊNCIA. O que seria isso?
“CONSCIÊNCIA: É o que faz de você
o que é e eu o que sou
- individualidade. É o maior dos atributos do
cérebro; é a ciência que temos
de nossos pensamentos e sentimentos
para que cada um tenha a sua
própria personalidade. Sem ela seríamos
nada mais do que robôs se arrastando
pelos movimentos da vida . Ela nos
permite apreciar as grandes coisas da
vida, o amor, a arte, a
ciência, a religião. Ela torna o
cérebro algo mais que um aglomerado
de pequenas células movidas a
eletricidade e o que nos torna
humanos”.
“Consciência, no aspecto moral, é a capacidade que o homem tem de
conhecer valores e mandamentos morais e aplicá-los nas diferentes
situações”.
A consciência nos permite amar
nosso próximo (nunca ouvi falar de um
anjo amando quem quer seja, nem mesmo
a Deus – aqui não quero polemizar), mas o amor
é uma das grandes características
exclusivas do homem (e de Deus) e,
junto com ele, a MISERICÓRDIA, atributo
este que fez muitos homens de Deus
questionarem-no e até desobedecê-lo:
Misericórdia está ligada à
consciência. Um anjo continua tranquilo
após matar 180.000 pessoas, como
aconteceu com os Assírios, mas eu e
você não conseguiríamos encarar-nos no
espelho nem dormir tranquilo pelo resto da
vida se fizéssemos isso, mesmo a
mando de Deus. Vejam Davi, matou
milhares em batalha, mas o homicídio
de Urias o fez dizer: “Tem misericórdia de mim, ó
Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a
multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade,
e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e
o meu pecado está sempre diante de mim. Salmos 51:1-3
OS SEIS DIAS DA CRIAÇÃO (Estudo no livro de Gênesis, Antônio Neves
de Mesquita)
Trabalho do Primeiro Dia - 1:2-5
Trabalho do Segundo Dia - Expansão - Céus - 1:6-8
Trabalho do Terceiro Dia - Mares, Terra e Vegetação - 1:9-13
Trabalho do Quarto Dia - Sol e Lua - 1:14-19
Trabalho do Quinto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros
Trabalho do Primeiro Dia - Gên. 1:2-5
O verso 2 de Gênesis é uma espécie de parêntesis entre o verso
primeiro e o terceiro. Descreve o estado da terra depois de criada, antes mesmo
do aparecimento da luz.
Abismo, desolação e confusão era o estado dela. As teorias antes
esboçadas estão de acordo com esta descrição, da informe condição terráquea.
Sobre a face do abismo movia-se o Espírito de Deus. A palavra hebraica
traduzida aqui por mover ou pairar, como traduz a Versão Brasileira, não
representa o original. A tradução inglesa Brooding é muito mais exata. O
particípio "Merahefet" não só descreve ação contínua, ininterrupta,
mas ação vivificadora. Como uma ave se assenta sobre os ovos, para os incubar e
dar vida, assim o Espírito de Deus, no Seu ato de vivificar o caos, movia-se
sobre ele. Da ação da terceira pessoa da Trindade saiu toda a beleza que
contemplamos no universo.
Ao Espírito é atribuída e reconhecida a função de dar vida, tanto
espiritual como natural. Ele é o autor do novo nascimento, da nova criação.
Nascer do Espírito é condição essencial para entrada no Reino de Deus. Sua ação
"no princípio" foi dar vida ao novo mundo. Nestes dois versos
encontra-se material suficiente para uma demonstração da doutrina da Trindade.
A palavra "águas" é por muitos comentadores entendida
como a principal matéria cósmica do universo. O termo hebraico parece exprimir
a ideia de fluído material. O
Salmo 148 talvez tenha essa mesma ideia quando diz: "Águas que
estão sobre os céus" (Sal. 148:4). Estas águas eram distintas das que
estavam abaixo, no abismo (verso 7) e o "vapor" acima (verso 8). A
nossa terra estava envolvida na grande massa de fluído material, que ainda
enchia o espaço, e sobre ela, embaixo, o Espírito se movia. "Disse
Deus: haja luz; e houve luz". Notemos que a luz não foi
criada. O verbo empregado é o verbo ser. Houve, portanto, luz antes de haver
sol. O autor lembra-se de quando, nos
seus primeiros dias de conversão, foi abordado por um companheiro
que se empavonava de ser ateu e lhe perguntou como é que podia haver luz antes
de haver sol, visto que este só foi criado no quarto dia e a luz apareceu no
primeiro. Esta pergunta insidiosa, lhe fez sentir a necessidade de estudar o
assunto. A ciência ensina que a matéria que se encontra nos corpos celestes
era, a princípio, muito rarefeita e de rotação muito lenta. À medida que se foi
condensando, foi aumentando de velocidade e, como já foi dito, desta atividade
molecular surgiu a luz. Esta, por sua vez, estava encoberta nos densos
nevoeiros que enchiam o espaço de modo a não poder ser vista. Foi aqui que
Deus, o bondoso Criador, interveio, separando os nevoeiros e deixando a luz
livre para brilhar. Haja luz, fiat lux, e houve luz. Existiu, portanto, luz
antes de haver sol. Moisés assim diz e a ciência confirma. Deus mesmo é a luz e
onde Ele habita não pode haver trevas. Ele é a luz que alumia todo homem que
vem ao mundo (João 1:9).
Deus fez separação entre as trevas e a luz e chamou as trevas,
noite e a luz, dia. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. Até este ponto
tudo era treva sobre o cosmos, e essa
treva é representada pela palavra tarde; e a luz que se seguiu é
representada pela palavra dia. Uma longa noite tinha pairado sobre a terra e um
longo dia se seguiu a ela. Este foi o trabalho do primeiro dia.
De quantas horas foi este dia da criação? Sobre o termo
"dia" aqui empregado há muita discussão. Alguns teólogos pensam que é
um período de duração indefinida, outros,
que é um período de 24 horas. Em assuntos tão controvertidos, não é
fácil dar uma opinião que não tenha de discordar de uns ou de outros, mas é
impossível também ficar
sem opinião.
Ninguém negará que Deus podia fazer tudo que fez em seis dias num
só dia, bem como podia fazer num momento o que fez no primeiro dia, ainda que
este fosse de 24 horas. Não temos, pois, necessidade de discutir a questão do
poder divino, mas o método divino. Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos
como um dia. Parece que os que aceitam a ideia do dia de 24 horas esquecem que
para o Criador o tempo é questão insignificante. Moisés certamente usou o termo
"dia" com muita propriedade, sem que precisemos crer num dia do nosso
planeta. A lua tem o seu dia, que é 26 vezes maior que o nosso. Os outros
planetas têm os seus. Portanto, este termo não é fixo. Desde o momento em que
Deus criou o universo, no princípio, até que fez a separação entre as trevas e
a luz, houve uma longa noite, talvez de milhares de anos.
Houve noite antes de haver dia, e nada pode representar estes dois
termos tarde e manhã como a palavra dia. Portanto, tem razão Moisés de nos
falar no termo dia visto que nada poderia exprimir a ideia tão perfeitamente.
Se quisermos dar crédito à ciência, esta diz que o universo levou miríades de
anos preparando-se para poder receber vida. Que, sendo a princípio uma massa
difusa e disforme, foi pouco a pouco se condensando, até que se tornou, pelo
efeito do atrito, uma enorme massa incandescente, para depois esfriar na
superfície, formando a crosta terrestre, e poder receber vida. Ainda se pode
verificar que o centro da terra está em forma ígnea, como evidência de que toda
ela foi um globo de fogo, como ainda é o sol hoje. Há muita plausibilidade
nesta declaração dos sábios, e, se assim foi, então 24 horas é pouco demais
para um processo tão complexo. Podemos demonstrar que a Bíblia não usa
uniformemente o vocábulo dia para indicar período de 24 horas. Aliás, este
sentido é quase estranho à Bíblia. O trabalho dos seis dias da criação é
mencionado como sendo um só dia (cap. 2:4): "No dia em que Jeová Deus fez
os céus e a terra." Não padece dúvida que o autor inspirado usa a palavra
dia para denotar espaço de tempo, época ou período.
Os profetas comumente usavam a palavra dia em sentido indefinido.
"O dia de Jeová" constitui uma nota contínua nas profecias, e ninguém
teimará em crer que este dia
seja de 24 horas. O último dia! O Dia do Senhor! O Dia do Julgamento!
são inegavelmente um período de longa duração. Vejamos o que Jesus diz sobre o
último dia em João
6:39:54; 12:48; no N.T. 12:36; Luc. 10:12-14. Paulo, em I Cor.
4:3-5. O último dia é também representado no N.T. como o período da nova
criação. Ver Mat. 19:28; Atos 4:21;
Rom. 8:19-23. Poderíamos multiplicar as escrituras que mostram a
diversidade em que esta palavra é usada, mas estas bastam. As palavras do
quarto mandamento, em que Deus ordena trabalhar seis dias e descansar um, à
semelhança do seu trabalho de criação, não oferecem tanta base para disputa
como querem alguns comentadores, visto que Deus está falando a homens e só pode
falar-lhes em termos que eles compreendam, mas ninguém insistirá, afirmando que
Deus está na estrita obrigação de fazer seu trabalho como o fazem os homens.
Pedro diz que um dia para Deus não é como um dia para o homem (II Pedro 3:7,8).
Se estes dias da criação foram de 24 horas, Satanás é somente poucas horas mais
velho do que o homem, bem assim, todos os querubins e serafins da corte
celestial.
Nós mesmos não somos exatos em nossa terminologia quanto ao termo
dia. Um homem trabalha seis dias na semana. De quantas horas são esses dias? de
24 horas? Há uma tremenda luta para que todos os dias de trabalho sejam de 8
horas. Podem ser de oito horas, de dez ou de doze, mas nunca de 24 horas. O
nosso dia de trabalho bem podia ser tomado como período de trabalho ou
atividade, mas esta é a linguagem comum e daí o usarmos a palavra dia. Moisés
fez o mesmo. Ele descreveu períodos de atividade divina de acordo com a maneira
de seu povo entender estes períodos, pela palavra dia. Há, pois, precisão no
termo empregado.
1. Este fato tem levado os teólogos às mais sutis especulações para
achar o meio de explicar por que Moisés usou o termo dia. Alguns crêem que usou
linguagem alegórica ou mística, à semelhança dos hindus e gregos, descrevendo
as legendas de seus deuses. Mas não se pode tirar o elemento histórico da
narrativa sem destruir sua unidade.
2. Outros crêem na interpretação hiperliteral da narrativa de
Gênesis, separando o verso 1 do verso 2, pondo um imenso período entre os dois
acontecimentos
narrados e fazendo da descrição começada no verso 2 uma narrativa
literal de seis dias de 24 horas. Sobre esta interpretação sirvam as notas
sobre a palavra dia", dadas
anteriormente.
3. Após, vem a teoria chamada hiper científica, que tem por fim
fazer a narrativa mosaica concordar em detalhes com as investigações
científicas e sobretudo com a Geologia. Este, porém, não é método bíblico.
Ainda que a narrativa possa ser confrontada com qualquer investigação
científica, não podemos esperar encontrar as minúcias que ciência menciona.
4. A interpretação sumária e panorâmica é a que tem maior número de
adeptos e está mais ou menos de acordo com a Hipótese da Nebulosa (ver Dr.
Strong, "Systhematie
Theology", Vol. II, páginas, 394-395).
5. Finalmente, tem a palavra o sábio Hugh Miller, para nos dar a
sua interpretação dramática. Segundo ele, Deus fez passar diante de Moisés o
drama da criação em seis panoramas ou vistas, cada uma delas representando um
dia. Assim, Moisés relatou o que viu na superfície da terra e à tona da água, e
nada mais.
Parece ser muito mais natural crer que a história que Moisés nos
legou era um patrimônio de todas as nações e que foi transmitida de geração em
geração, sendo Adão o primeiro que recebeu a informação de como Deus criou o
mundo. Como veremos mais tarde, a vida dos antediluvianos foi tão longa que
Adão pôde conversar com Matusalém, pois, segundo a melhor cronologia, este foi
contemporâneo de Adão por espaço de 243 anos. Matusalém foi contemporâneo de
Noé por 600 anos, e Noé viveu depois do dilúvio 350 anos, sendo contemporâneo
de Terá, pai de Abraão, por espaço de 56 anos. Assim, Abraão podia ter recebido
a história da criação diretamente de seu pai Terá, este, de Noé, Noé de
Matusalém, e Matusalém de Adão. A coisa mais notável é que todas as nações
antigas, como Egito, Babilônia, Índia, China etc., têm tradições correntes
sobre a criação, e todas elas, em geral, são idênticas, denunciando uma origem
comum. Mais uma palavra sobre a dificuldade de o termo "dia" equivale
ao nosso dia de 24 horas. Diz-nos a ciência que a nossa terra ocupava um espaço
muitíssimo maior, quando estava em estado gasoso, e, portanto, devia levar
muito mais tempo para dar uma volta sobre si mesma do que leva hoje. Logo, um
dia devia ter muito mais horas do que hoje.
Os dias e as noites são governados pelo sol, e este só apareceu no
quarto dia. Daqui a necessidade de tomar o termo dia em sentido mais vasto. O
texto sagrado diz que Deus fez separação entre as trevas e a luz. O resultado e
não o ato constituiu o primeiro dia (ver Guiot - Creation; Taylor Lewis - Six
Days of Creation; Thompson - Man in Gene 'a and Geology; Dawson - -Story of
Eaxt and Man; Leonte - Seiencè and Religion).
Trabalho do Segundo Dia - Expansão - Céus - 1:6-8
O trabalho dos três primeiros dias foi lento e moroso. O resultado
do primeiro dia foi a luz, o do segundo dia foi a criação da expansão ou
separação entre as águas debaixo e
as águas de cima. Águas em estado líquido e águas em estado gasoso.
Aquelas sobre a face da terra e estas suspensas nos ares. Esta separação tornou
possível o aparecimento da expansão de cima. A esta expansão Deus chamou céus.
Devemos, porém, notar que os céus foram criados no princípio, juntamente com a
terra, conforme o verso primeiro. Assim, o que se deu agora foi o seu
aparecimento e não sua criação. O problema, como o compreendemos pelo estudo
das ciências físicas, era mais ou menos o seguinte: como já notamos, a matéria
estava a princípio, em estado gasoso e foi pouco a pouco se solidificando no
nosso planeta. À medida que ia esfriando a crosta da terra, os vapores que
estavam no espaço, como resultado do enorme calor desprendido do planeta, foram
se condensando pouco a pouco e caindo sobre a terra em forma de água, de modo a
haver água embaixo e água em cima, como dizem os versos 6 e 7.
As águas suspensas no espaço não permitiam que o céu fosse visto.
Um imenso oceano cobria toda a terra e um espesso nevoeiro, dificilmente
deixando transparecer a luz do sol, toldava a atmosfera em cima. É certo que a
terra esteve imersa por espaço de tempo ignorado, visto que em qualquer parte
se encontram vestígios de vida marinha. Com isso combina o texto sagrado, como
se vê nos versos 9 e 10 deste capítulo. Tal foi, pois, o trabalho deste dia.
Insignificante à primeira vista, mas consideravelmente grande em si mesmo. O
caos do verso 2 tinha sido fundamentalmente modificado pelo aparecimento da luz
e pela separação entre águas e águas. Beleza e ordem começam a invadir este
cenário em que vivemos. Há progresso e beleza nesta singela narrativa.
A linguagem de Moisés "E chamou Deus à expansão céus" não
nos deve confundir, e muito menos é caso de atribuir-lhe ignorância por
confundir expansão com céus. Nós usamos, muitas vezes, esta linguagem acomodava
e formal, sem merecermos, por isso, a pecha de ignorantes ou descuidados.
Chamamos a abóbada celeste céus, quando sabemos que os céus estão muito além, e
são muito diferentes do azul do firmamento. Portanto, a palavra céus, usada
daqui em diante, não deve atrapalhar-nos. Ela é empregada como sinônimo de
expansão ou firmamento. O que Deus criou neste segundo dia nem foi o céu nem o
firmamento, mas o espaço ou, como bem diz o texto, a expansão entre o
firmamento e a terra. O lugar onde correm as nuvens carregadas de água, onde
voam os pássaros, os aeroplanos etc.
A mesma linguagem usada para o primeiro dia é usada aqui: foi a
tarde e a manhã, o dia segundo. De quanto tempo foi este dia, não sabemos, mas,
se considerarmos os diversos processos por que passam o hidrogênio e o
oxigênio, para se transformarem em água e vice-versa, vemos que grande foi o
espaço de tempo tomado por este dia. Talvez menor do que o primeiro, mas grande,
todavia.
Trabalho do Terceiro Dia - Mares, Terra e Vegetação - 1:9-13
O terceiro dia de Gênesis corresponde ao período Secundário ou
Mesozóico em Geologia. Um imenso mar cobria toda a terra, por causa da
condensação das grandes
camadas de vapor que tinham enchido a atmosfera por longos
milênios. Dando todo o crédito à Geologia e à Paleontologia, com suas várias
divisões em períodos Laurenciano e Huroniano, verifica-se perfeita analogia
entre a ciência e o Gênesis. Os depósitos de grafite encontrados no Canadá
pertencem a esse período e representam as mais rudimentares formas de vida
vegetal, vida esta que se prolonga até ao princípio do Quinto Dia, quando
apareceu a vida animal. Nós temos de convir que é extremamente difícil para o
geólogo determinar com precisão a concordância entre os dias da Bíblia e os
períodos geológicos, visto que as alterações que a crosta terrestre sofreu
modificaram muito as várias camadas em que se encontram os vestígios da vida
primitiva. Contudo, é de admirar que numa época tão remota Moisés deixasse um
relato abreviado da origem do mundo e da vida, que não obstante os preconceitos
de muitos, continua a resistir a todos os exames e investigações. Tão grande
precisão científica não se encontra em literatura alguma que nos venha da antiguidade.
Nem os babilônios, nem os egípcios, nem os gregos, que herdaram a ciência
destes antigos povos, (1) nos puderam dar uma filosofia tão precisa sobre a
ordem e a origem das primeiras coisas. Isto deve representar muito mais que
meros conhecimentos humanos, desde que nenhum outro historiador escreveu como
Moisés. É por isso que nós cremos na inspiração da Bíblia. Outros sábios
houveram no tempo de Moisés. Admiráveis especulações filosóficas também, mas
verdade como Moisés deixou em tão poucas palavras ninguém conseguiu alinhar.
Dia a dia a ciência vai convencendo de que não há contradição entre a Revelação
e a mesma ciência; e quando houver contradição, serão os sábios que estarão
errados e não a Bíblia, como já, por muitas vezes, se evidenciou. O trabalho
deste dia foi separar a terra das águas e fazer que ela produzisse ervas. A
linguagem bíblica é, como sempre, simples e concisa. Ajuntem-se as águas
debaixo do céu num lugar à parte e apareça a porção seca. Aceitamos
candidamente que este processo se efetuou por meio de abalos vulcânicos. A
terra tinha uma pequena crosta, cobrindo a parte incandescente do interior e
uma formidável camada d'água cobrindo a mesma crosta.
Esta crosta ia engrossando pouco a pouco e a água ia lentamente se infiltrando,
até encontrar a parte interna em fusão. Ainda, o encontro da água com a matéria
em fusão
produziria, inevitavelmente, uma explosão de vapores, que, por sua
vez, refletiria na superfície, alterando sua conformação grandemente. Estes
abalos ou, como chamaríamos
hoje, terremotos, levantariam uma certa extensão da terra e
abaixariam outra, dando lugar à elevação de montanhas e abaixamento de vales.
As cordilheiras, como a dos
Andes, as montanhas, como o Himalaia, os enormes picos encontrados
por toda a terra, e os profundos vales e abismos, crê-se, foram originados por
estes abalos subterrâneos. A elevação de uma porção de terra e o abaixamento de
outra fizeram que as águas procurassem a parte mais baixa, deixando a outra
parte descoberta. Esta parte seca foi por Deus chamada terra, e a parte onde as
águas se reuniram foi chamada mar. Ainda hoje se dão os mesmos fenômenos, se
bem que em menor número. De um momento para outro, podem aparecer novas ilhas e
desaparecer certos continentes. Bastaria um pequeno abaixamento nas imediações
das ilhas britânicas, para que a Inglaterra fosse submersa. Não há muita dúvida
hoje, nos círculos científicos, de que onde está agora o Oceano Atlântico houve
outrora um grande continente chamado Atlântida. Os vulcões não são outra coisa
senão resquícios das condições em que a terra estava neste terceiro dia.
As erupções vulcânicas são causadas pelo acúmulo de matéria
incandescente que ainda se encontra no coração da terra, alimentada pela
infiltração das águas oceânicas e das que caem sobre a terra, as quais vão se
acumulando, até que, uma vez cheia a cratera, dá-se a erupção. À medida que se
entra no coração da terra, o calor aumenta, um grau em cada trinta metros,
segundo as experiências de um sábio francês. Portanto, o que Moisés diz em
poucas palavras é tão verdade como é verdade tudo que se tem dito e escrito há
muitos anos sobre este assunto.
Apenas apareceu a terra, Deus lhe deu a ordem de produzir relva. É
crível que mesmo no fundo dos oceanos Deus tivesse criado as algas marinhas,
espécies elementares de
verdura, e estas, uma vez imersa a terra, continuassem sua
vegetação. A palavra hebraica traduzida erva na tradução de Almeida é traduzida
relva na tradução Brasileira (1) e está muito mais de acordo com o sentido
original. Há muita diferença entre relva e erva. A melhor tradução é: Produza a
terra relva verde, erva que dê semente ... Esta relva
pertence à família dos criptógamos, que só se reproduzem por meio
de esporos, e não por sementes. A erva recebeu capacidade de produzir semente, enquanto
a relva não. Notemos a ordem da criação deste dia: (1) Relva. (2) Erva que dê
semente. (3) Árvore frutífera que dê fruto. Há uma admirável ordem na criação.
Há uma admirável economia do poder divino. Gesenius, famoso hebraísta alemão,
traduz relva por "primeiros rebentos da terra". Moisés não escreveu
uma história natural, bem como não escreveu um tratado de Geologia sobre a
primeira parte deste dia, mas nem por isso sua narrativa deixa de ser
científica. A Geologia confirma que a primeira evidência de vida vegetal no
globo era muito rudimentar. Antes das florestas, donde se originaram os grandes
depósitos de carvão, de onde nos abastecemos para diversos fins, encontram-se
vestígios de vida vegetal muito simples. As grandes florestas vêm muito depois.
Estas imensas camadas de carvão de pedra foram o resultado da tremenda
vegetação que cobriu a terra e dos terremotos que, alterando continuamente sua
feição, sepultaram, à profundidade considerável, as florestas, e daí sua
petrificação, transformando-se em carvão. Os inimigos da revelação sobrenatural
têm tomado estes fatos para mostrar que houve evolução tanto nas plantas como
nos animais. Primeiro relva, depois erva, em seguida árvores, e assim por
diante. Mas Deus salvou desta doutrina o mundo, dando a cada planta a lei de
reprodução: "Segundo sua espécie". Deus criou certo número de
famílias e deu-lhes o poder natural de se reproduzirem segundo sua espécie. Não
há nada que prove que uma planta pode mudar-se noutra de diferente espécie. O
alarde que se tem feito sobre a origem das espécies de Darwin tem mais fumo do
que fogo, é trovoada sem chuva. Ele mesmo, depois de ensaios pacientes,
concluiu que se dava o aperfeiçoamento de uma espécie, mas não a sua mutação
noutra. Os criadores de gado podem melhorar suas espécies, mas não podem mudar
uma espécie. Os agricultores e botânicos podem aperfeiçoar uma planta, mas
nunca mudar sua espécie.
Outra coisa que a ciência moderna confirma é que muito antes de
aparecer vida animal, existiu vida vegetal. O tempo ninguém pode medir, mas o
fato pode ser constatado. A
vida animal vem do quinto dia. Houve, portanto, um imenso período
entre a criação dos vegetais e a criação dos animais.
Diz-se que essas três espécies de plantas mencionadas aqui
apareceram com intervalos imensamente grandes. No fim da época Siluriana, só
havia os criptógamos e as
algas marinhas, plantas muito rudimentares. Na época Devoniana
aparecem as árvores e outras plantas do reino vegetal, de estrutura
desenvolvida. Se estas classificações têm razão de ser, o terceiro dia foi de
longa duração, e entre a criação da relva, da erva e das árvores mediou
considerável espaço de tempo. Para nós, é irrelevante o tempo que Deus gastou,
se foi um momento ou miríades de séculos. Cremos que ele criou e que tudo o que
o universo apresenta é o resultado das atividades divinas.
A Bíblia diz que este ato do Criador constituiu o terceiro dia,
havendo tarde e manhã.
Trabalho do Quarto Dia - Sol e Lua - 1:14-19
Tem sido um ponto favorito para os críticos que a cosmogonia
mosaica falha nos pontos mais elementares da Astronomia e se contradiz a cada
passo, pondo a criação do
sol no quarto dia, quando a luz apareceu no primeiro dia. Qualquer
menino de escola primária sabe, porém, que podemos ter luz mesmo sem ter sol.
Os indígenas sabem fazer fogo com atrito de dois paus.
Nós, que temos os fósforos, podemos ter luz mesmo numa noite
tenebrosa. Houve luz antes de haver sol. Ainda mais, todos sabemos que a terra
e os demais planetas que se
encontram no espaço giram todos em torno do sol, e que este é o
centro do sistema planetário. Como é que Moisés, dizem, escreve que o sol e a
lua só foram criados no
quarto dia, quando não se explica a existência da terra sem o sol?
Mas este é um argumento bem pobre para se fazer dele questão de controvérsia.
Moisés diz que os céus
e a terra foram criados no PRINCÍPIO, e por céus e terra entendemos
o universo. Logo, ele diz que todos os astros ou a matéria de que todos eles se
compõem foram criados no princípio. Assim, o sol e a lua foram resultado do ato
criador no princípio. Alguns comentadores crêem que a luz que Deus fez aparecer
no primeiro dia não foi tanto o
resultado do atrito da matéria, mas a luz do sol mesmo, que
procurava atravessar a densa névoa que ainda cobria os astros. Moisés não está
discutindo a técnica da criação, mas descrevendo o fato como ele aparecia aos
olhos do observador. Voltaire, que se ufanava de encontrar contradições na
Bíblia, chegou a afirmar que não podia haver luz sem haver sol, e, portanto, ou
não houve luz no primeiro dia ou o sol não foi criado no quarto dia.
Vejamos o que diz o texto sagrado: “Haja luminares na expansão dos
céus... " Não se diz que foram criados. O verbo haver nunca foi usado como
sinônimo de criar. A forma é a imperativa do verbo ser. Mais adiante diz:
"E fez Deus os dois grandes luminares ..." Estes dois verbos decidem
por si mesmos o problema. Deus não criou o sol e a lua no quarto dia, mas os
fez aparecer. Sejam ou apareçam é o que Moisés diz. Nunca estes verbos são
usados para indicar criação de alguma coisa que antes não existia. "No
princípio criou Deus os céus e a terra." No quarto dia, fez aparecer o sol
e a lua; não os criou. O verbo fazer é usado 32 vezes no Velho Testamento no
sentido de preparar, e não no de criar. Basta isto para nos mostrar a certeza
com que Moisés descreveu, há tantos séculos, o que nos tempos que passam tem
dado tanto trabalho para comprovar.
A função destes dois astros foi:
(1) governar o dia e a noite;
(2) marear as estações. Até aqui tinha havido dia e noite ou, de
acordo com a ordem bíblica, tarde e manhã; mas daqui em diante temos dia e
noite, compreendendo o
espaço de 24 horas. A nossa terra já estava dando a esse tempo as
mesmas revoluções que dá hoje, mas era inapreciável sua revolução em torno do
sol, visto este não estar à vista do observador. Como ficou notado, a densa
névoa que cobria a terra não permitia que o sol desse luz, mas isto não importa
na crença de que ele não existia antes.
Juntamente com o sol e a lua, foram feitas as estrelas. Não havia
estrelas antes? Certamente que sim. Mas, por que foram feitas neste dia? Pela
mesma razão indicada acima e referente ao sol e à lua. Elas lá estavam, mas não
podiam cintilar, pela mesma razão que a luz do sol não podia brilhar. Dias e
noites e anos começaram a existir desde este momento. A segunda função destes
luminares foi trazerem ou marearem as estações. Ainda hoje estes astros servem
para estações. Qualquer agricultor sabe que certa fase da lua é melhor para
certa plantação do que outra. Ouvi um grande discurso, numa ocasião, em que o
orador demonstrava, diante de auditório erudito, que para se poder ter uma boa
colheita de batatas era preciso procurar a lua própria para plantá-las. Ele
desafiou racionalistas presentes para contestarem, e fiquei até não haver mais
ninguém no auditório, para ver se alguém vinha apresentar contestação, mas
ninguém apareceu.
Outra expressão que merece ser mencionada é a que diz: "tempos
determinados". Que significa isto? Tempos fixos, dias, meses, anos,
séculos, milênios etc. Até este ponto, os dias dependiam do tempo tomado para
uma determinada atividade; agora este tempo é fixado pela lei da gravidade e
sua consequente apreciação na volta da terra, em tomo de seu centro de
gravitação.
"E foi a tarde e a manhã, o dia quarto." Já havia tempos
"determinados" e fixos agora, mas a expressão '"tarde e
manhã" continua como no princípio, como se o
aparecimento do sol e da lua não tivessem trazido ao mundo uma nova
ordem de fenômenos cosmológicos.
Convém notar que nenhuma criação foi feita neste Dia. A vida
vegetal do Terceiro Dia, composta de musgos, algas etc., depois árvores frutíferas,
continuou através do período
em que a atmosfera se libertou das compactas camadas de gás
carbônico, de maneira a tomar possível o aparecimento do Sol e da Lua. Do ponto
de vista paleontológico, o
Quarto dia compreende o Paleozoico ou Primário, e o Mesozóico ou
Secundário, pois que nenhuma nova forma de vida apareceu neste dia, continuando
naturalmente as existentes. Daí vem que nós não podemos forçar a narrativa de
Gênesis a concordar com as divisões da Geologia.
As classificações ordinariamente dadas pelos tratados de Geologia
são:
(1) Período Azoico, que corresponde ao Primeiro e Segundo Dias da
Criação da matéria e ao aparecimento da luz.
(2) Período Paleozoico ou Primário, que corresponde ao Terceiro
Dia, quando foi criada a vida vegetal, desde os musgos até as árvores
frutíferas, vida esta que se prolonga
através de todos os demais dias e períodos, inclusive o quarto, em
que nenhuma atividade criadora houve.
(3) Período Mesozóico ou Secundário, que corresponde ao Quinto Dia
de Gênesis, com o aparecimento da vida animal, primeiro nas águas e depois na
terra. A vida vegetal
continuou, apenas diminuindo em proporções, à medida que diminuíam
os gases da atmosfera.
(4) Período Cenozoico ou Terciário, que corresponde à primeira
parte do Sexto Dia, em que apareceram os mamíferos de grande tamanho, alguns
dos quais há muito desapareceram e outros, já muito reduzidos, tais como o
elefante, o urso, o hipopótamo etc., que estão desaparecendo. Finalmente,
(5) o Período Quaternário, que, em Geologia, se divide em
quaternário antigo e moderno, correspondendo à segunda parte do Sexto Dia de
Gênesis, aparecendo o
homem no quaternário moderno.
De um modo geral, é esta a relação entre as duas ciências: a da
Bíblia e a da Geologia e Paleontologia. Se bem que não nos preocupemos
demasiadamente com as semelhanças, nem por isso deixamos de nos alegrar com
elas.
Trabalho do Quinto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros
Pelas notas do tópico anterior, se viu que a vida do segundo dia
continua através do Quarto e do Quinto. O que há de novo neste dia é o
aparecimento da vida animal. A
ordem dada pela narrativa mosaica é lógica e obedece ao plano do
Criador de povoar a terra com os animais, cujas estruturas e desenvolvimento se
acomodariam às condições terráqueas. Assim, (1) os peixes miúdos, (2) as aves e
(3) os grandes monstros marinhos constituíram as atividades criadoras deste
Período ou Dia. A Paleontologia nos presenteou com enormes escorpiões e
gigantescos insetos, de que temos vaga ideia pelos fósseis. Algumas formas
desapareceram completamente, tais como o Ictiosaurus, o Plesiosaurus, o
Petersaurus, o Megalosaurus etc. Algumas formas de gigantescos répteis, de
natureza anfíbia, aparecem neste Período. Os fósseis de algumas espécies de
pássaros também nos indicam o que foi a vida nos ares naquela época. Pássaros
de dentes encontram-se desde a época Jurássica.
Deveria ser maravilhoso o nosso mundo naquela época remota. Uma
vegetação fantástica que nos havia de dar as imensas camadas carboníferas, o
petróleo, o gás natural, os diamantes e mil outras utilidades. Por outro lado,
vida abundante no mar e na terra. A Bíblia, com a sua escala da vida, é um
maravilhoso livro de saber. No mar, os protozoários, espongiários, celenterados,
crustáceos etc. Em terra, as aves de grandes proporções encheriam o espaço.
Como tudo era grande e abundante!
É baseado nesta observação que alguns querem que estas formas
elementares de vida sejam os tipos originais de onde evoluíram as formas
desenvolvidas. Esta suposição, porém, cai por terra, se forem tornados em
consideração outros elementos científicos relacionados com a formação da terra,
que poderia a princípio receber espécies desenvolvidas; além de que todas as
formas de vida receberam a ordem de se reproduzir segundo sua espécie. É
precário tomar em consideração um elemento e desprezar o outro. Quem poderá
crer que a terra podia, no terceiro dia, quando a atmosfera estava
carregadíssima de gases, sobretudo de carbono, receber o homem ou mesmo outro
animal? A não ser que Deus lhe desse uma natureza dupla, capaz de acomodar-se
às condições do sexto dia, quando estes gases tinham diminuído
desproporcionalmente, ser a impossível viver nos dois períodos. Está, pois,
fora de especulação o fato de não ter havido a princípio formas de vida
complexas, como fora de discussão fica o dar este fato qualquer subsídio à
moderna doutrina evolucionista.
Notamos método e progresso, a par com desenvolvimento, e nada mais.
Deus criou primeiro os répteis. Em seguida, as aves, depois os monstros marinhos,
e por fim, já no
sexto dia, os animais da terra. As primeiras formas de vida sobre a
terra foram as marinhas, mas ninguém poderá dizer que este relato se parece com
o protoplasma do
fundo do mar, de onde os evolucionistas derivam o seu sistema. Nada
mais razoável do que crer que as águas eram mais propícias à vida neste período
do que a terra. A vida
aparece abruptamente sobre o planeta e nada há que possa explicar
este fato senão a Bíblia. Os fósseis são flagrante testemunho disto. Não se
pode afirmar que entre os peixes pequenos e os grandes mediou certo tempo, mas
parece ser certo isso, visto que a Bíblia oferece margem para esta suposição e
os fósseis marinhos a comprovam.
1. "E Deus disse: produzam as águas abundantemente... É
difícil exprimir em português a palavra hebraica sherets, nem temos outro
recurso senão usar de uma frase:
produzir abundantemente. Nada se pode comparar, em fecundidade, aos
peixes. A fêmea do salmão pode produzir, em cada estação, mais de meio milhão
de filhos. Vejamos a sardinha, que chega a produzir cardumes, bem assim, o
bacalhau. Parece que a vida no mar é mais variada que na terra, mas qualquer
pessoa pode verificar que o salmão, a sardinha, o bacalhau e qualquer outro
peixe só produzem peixes da mesma qualidade. Eles tiveram ordem de reproduzir
segundo a sua espécie.
2. "' ... e voem as aves sobre a face da expansão dos
céus..." e (no verso 21) "toda ave conforme sua espécie". As
aves foram criadas depois dos peixes, conforme a mesma
lei de reprodução.
3. "E Deus criou as grandes baleias (monstros marinhos) ...
conforme suas espécies." Não se sabe muito bem que espécie de animal
aquático é representado pela palavra baleia ou, antes, monstro marinho, mas
sabe-se que existiram peixes de grandes dimensões que não se encontram hoje,
pelo menos na superfície das águas. Talvez, na profundeza dos mares se
encontrem peixes desconhecidos e mais de uma vez estes seres estranhos já
apareceram na superfície do mar, talvez arrastados por correntes vulcânicas
submarinas. Existiram, não há dúvida, se é que não existem mais.
Convém notar a expressão "almas viventes". Tanto os
animais terrestres, como os marinhos, são chamados almas viventes. O homem
mesmo foi feito alma vivente com o
sopro divino em seu nariz. O que esta expressão significa é difícil
saber, se não for que "Deus comunicou a estes seres a vida". Há
poucos anos o mundo foi alarmado com a
descoberta de que tinham sido encontrados os diversos elementos de
que se compõe o corpo animal, e que era uma questão de tempo, para se gerar a
vida nos laboratórios, de modo que se poderiam fazer homens de acordo com as
necessidades, tanto da guerra como da paz, do mar como da terra, da cidade como
do campo. Coisa muito fascinante, e tentadora. Cada pessoa podia, assim,
escolher o tipo que quisesse. Mas os tempos vão se escoando e o costume velho
continua, isto é, cada novo ser vem ao mundo pelo mesmo processo do tempo de
Adão, quando nada se sabia de laboratórios. A vida é um dom de Deus. Os
escultores fazem estátuas e os modistas desenham seus manequins, mas vida, não
a podem dar. Esperemos pacientemente pelas investigações científicas, e
apoiemo-las no que elas trouxerem de novo e útil, mas será uma triste ilusão,
se esmerarmos que a vida nos venha dos laboratórios. Deus criou todo o reino
animal, "alma vivente". "Frutificai e multiplicai-vos."
Deus não criou tantos animais como existem hoje, mas criou todas as espécies.
Esta é a declaração enfática, categórica, simples e singela da Bíblia. Não
somente "multiplicai-vos", mas "multiplicai-vos segundo vossa
espécie".
Trabalho do Sexto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros
Coube à Biologia mostrar como as virtudes e defeitos dos pais se transmite
aos filhos de geração em geração, sem que se precise de qualquer desvio.
Milênios antes de a
Biologia decidir assunto tão palpitante, quer para a ciência quer
para a Bíblia, já Moisés tinha declarado que as plantas, os animais e os homens
se reproduzem segundo suas
espécies. O evolucionismo está para sempre liquidado.
O Homem, a Criação por Excelência - Gênesis 1:26-2:7
A segunda parte do dia foi tomada para a criação do mais alto ser -
o Homem. A linguagem em que Moisés nos dá a história da criação do homem é
significativa: E Deus
disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa
semelhança." Para com nenhuma outra criação Deus usou linguagem tão
expressiva, o que bem mostra a
superioridade do homem sobre todos os demais seres criados. Um ato
especial presidiu a sua criação, e linguagem especial foi usada. "Cada
passo na criação ,diz o Dr. Carrol, foi uma profecia da vinda do homem".
Este mundo é digno da presença de um ser como o homem, ainda que este, em seus
pecados, se desvirtue e se aniquile, separando-se de Deus e fazendo do mundo
mesmo e seus prazeres o seu deus. Mas quem não se abismará, ao pensar nos
imensos recursos armazenados no coração da terra, para gáudio e conforto do
homem?
Façamos o homem à nossa imagem... Que significa esta linguagem? Com
quem está Deus tomando conselho? Que significa "nossa imagem e semelhança"?
Diremos primeiro o que significam o pronome e o verbo no plural.
Há três interpretações possíveis para este texto:
(1) Que Deus está associando os anjos à criação do homem, portanto,
invocando sua cooperação.
(2) Que Deus está falando em estilo real, à semelhança dos antigos
monarcas.
(3) Que este pronome e este verbo no plural incluem as três pessoas
da Trindade.
Sobre a primeira interpretação obsta-se que, conquanto os anjos se
tenham alegrado quando Deus lançou os fundamentos da terra, todavia, eles não
aparecem em parte
alguma como coparticipantes na criação. Seria, aliás, uma honra
demasiado grande para seres criados.
Sobre a segunda interpretação, objeta-se também que este estilo
real, não se encontra nos escritos dos antigos e que era mesmo desconhecido. É
estilo moderno e tem
mais de democrático que de real.
A terceira é aceitável, por estar de acordo com o teor geral da
Bíblia, de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação
(Gên. 1:4; João 1:1-5 e ref.).
*Nossa imagem e nossa semelhança" significam a mesma coisa.
Não se podem referir à imagem física de Deus, por que ele não tem forma. Deus é
espírito, diz Jesus Cristo. É notável, entretanto, que, não tendo Deus forma,
sempre que se manifesta antropomorficamente, escolhe a forma humana. Ou porque
o homem seja a forma mais
ideal, ou porque esta forma tenha algo de superior, que nós não
podemos compreender.
Deus Jeová apareceu muitas vezes a Abraão, Jacó, Isaque e outros
personagens, sendo sempre na forma humana.
“Imagem e semelhança de Deus” só têm paralelo no homem moralmente.
Ele é um ser moral, racional e espiritual. Se em tudo mais ele se pudesse
igualar com os outros animais, sua razão, espiritualidade e moralidade o
tornariam infinitamente superior a qualquer outro animal. Além disto, tem
consciência de que é reflexo de sua natureza moral, tem vontade livre e
racional, tem capacidade de escolher inteligentemente. Estes predicados o
tornam o rei de toda a criação.
"Imagem e semelhança", crêem alguns teólogos, incluem somente
personalidade e tendência para a religião. Não se desconhece que a
personalidade é maior que qualquer
outra coisa no Reino Moral, mas há outros predicados verificáveis
no homem, que o tornam semelhante a Deus em mais coisas do que na personalidade.
Os atributos morais e de santidade devem ser incluídos na personalidade do
homem, ou ele não poderá ser a imagem e semelhança de Deus.
"Santidade" é um atributo fundamental de Deus e deve,
necessariamente, ser um atributo do ser criado à sua imagem. Algumas escrituras
ensinam que esta qualidade é inerente ao homem (Ecl. 7:29; Ef. 4:24; Col.
3:10). Esta verdade da inerência moral do homem é o seu maior predicado e
ascendência sobre todos os brutos.
Por mais degradado que seja um homem, sempre revela maior ou menor
propensão para a moral. É uma tendência sua que pretende reviver a imagem de
Deus em si, perdida por Adão. Esta constante luta em direção ao céu é mais que
"personalidade* e tendência religiosa. Também Satanás é uma personalidade,
mas com tendência para a perdição e com espírito religioso desassociado de
Deus. O homem foi criado para refletir o caráter do bem, tanto quanto pode ser
demonstrado. Podemos enumerar os predicados do homem, que não só o colocam
infinitamente acima de toda a demais criação, mas o tornam a imagem e
semelhança de Deus:
(1) vontade;
(2) livre arbítrio e
(3) santidade.
Outros predicados secundários:
(1) responsabilidade;
(2) espírito religioso;
(3) amor;
(4) espírito em contraposição com alma vivente;
(5) reflexo da imagem de Deus em sua forma física;
(6) domínio sobre as paixões carnais;
(7) domínio sobre a criação e
(8) comunhão com Deus. (1)
(1) A palavra ALIO significa, no pensamento hebreu, o "pai de
todos os viventes", assim como Eva significa "vida". Adão, em
hebraico, é o Ânthropo do Grego, que significa
"o que olha para cima". Homo, em latim, pensava-se que
provinha de humus, a terra, mas essa interpretação foi abandonada, para aceitar
a que significa "o que fala". A Cosmogonia Fenícia chama-o Adam Quadmu,
o que "nasce da terra". No Egito pensava-se que tinha ele sido feito
do lodo do Nilo. A narrativa caldaica chamava o primeiro homem "o que a
terra produz".
O homem foi criado com corpo e espírito, enquanto todos os outros
animais foram criados corpo e alma vivente. Devemos fazer distinção entre
"espírito" e alma
vivente. O sopro divino no homem não o tornou um "ser
divino", mas tornou-o infinitamente superior a qualquer outro animal,
visto que ele se tornou alma vivente só
depois que o espírito lhe foi comunicado. Jó 27:3 descreve, com
toda a precisão, que o espírito do homem não é alma animal e que, não obstante
ser vida, o princípio que anima seu ser, esta vida, é de origem divina. A
palavra Neshama não é empregada na criação dos outros animais nem expressa
meramente vida animal (Gên. .7:21-23; Deut. 20:16-22; Js. 11:11-14; 1 Reis
17:17). O espírito do homem foi, portanto, o resultado do ato especial de Deus,
assim como foi o seu corpo. Quanto aos peixes, ele diz: "Produzam as águas
abundantemente". Quanto aos outros animais, diz: " Produza a
terra." Mas, quanto ao homem, diz: "Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança". O homem é, pois, diferente na criação, na vida e na morte.
Esta diferença o separa de todos os demais seres criados e o une, em ser,
natureza e atividade, com o Criador (Prov. 20:27; Jó 5.33:4; 27:2,3). Daqui em
diante não só toda a criação, mas todas as atividades de Deus são para tornar
esse homem feliz e digno de seu Criador. Vejamos o
programa e missão do homem.
Completado, assim, o programa criativo, Deus descansa no sétimo
dia.
Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas porque cessou sua
obra criadora; mas não descansou da obra governadora nem da obra providencial.
Só no primeiro sentido Deus descansou. Este dia de descanso é ensinado através
de todo o Velho Testamento e é típico do dia do Senhor no N.T., bem como uma
lição objetiva ao homem de todos os tempos. O homem deve descansar de duas
formas: (a) fisicamente e (b) moralmente. Deus descansou para nosso descanso. O
homem que não descansa morre cedo. É um problema que não deve ser negligenciado
por nenhum governo. De sua observância ou não decorre a virilidade da raça. A
mente do homem deve descansar das coisas materiais; precisa meditar, comungar
com Deus. Nada é mais ruinoso à sociedade do que a abstenção do culto. O
materialismo, a imoralidade e tantas outras coisas que estão minando a
estrutura orgânica da sociedade e da família têm sua origem na falta de
espiritualidade. O embrutecimento de um povo é fácil, quando esse mesmo povo
deixa o seu espírito ao abandono.
A palavra sábado vem da palavra hebraica Shabbath, que significa
descansar de trabalhos temporais, para fins santos.
1 . O homem foi criado:
(a) Inocente em si mesmo e à vista de Deus.
(b) Em comunhão com o Criador.
(e) Em feliz harmonia com todo o programa criativo.
(d) Livre da morte. Esta veio como consequência do pecado que
aboliu a relação existente entre o homem e Deus. Quebrou-se o elo da vida
eterna, e o homem morreu.
2. Foi criado para encher a terra: "Frutificai e
multiplicai-vos." Deus podia fazer com a raça humana o que fez com os
outros animais, mas deixou este privilégio para o homem,
que é uma parte do programa divino. A concessão de uma ajudadora,
além do seu fim social, teve como objeto a execução deste plano de Deus. Nada
há mais sublime e divino na terra que a lícita propagação e multiplicação da
raça humana, e Deus mesmo tem rodeado este programa dos mais intensos afetos e
privilégios. Nada há na estrutura social que rivalize com o casamento, e nenhum
outro gozo suplanta o que produz a chegada de um ser a este mundo, trazendo nos
lábios o doce nome de mãe. Nenhum outro pecado é de consequências tão funestas
à sociedade como a corrupção dessa instituição divino social.
3. Foi criado para domínio e conquista:
(a) "Sujeitai a terra,
(b) dominai sobre seus habitantes e
(e) sobre todos os seus poderes." Este é um dos
característicos mais salientes do homem - dominar e governar. Cada dia este
programa está sendo mais expansivo. Hoje ele domina a terra, o mar e os ares.
Está indo além do seu programa e comissão. Poucas Escrituras se têm tornado tão
práticas como esta.
4. Destinado a todas as bênçãos da terra. Em sua comissão de
governar é incluída a prescrição alimentar. Toda a erva e fruto da terra, bem
como todos os animais, são para
alimentar o rei da criação. Tem-se procurado provar que a
disposição edível do homem é contrária ao uso de carnes, e que só escolheu para
seu alimento as ervas e os frutos, mas aqui Deus declara que todo animal em que
há alma vivente será para alimentar o homem.
A divisão entre animais limpos e imundos veio mais tarde, com o
cerimonialismo judaico (Lev. 17:10-18; ver Atos 15:9-20). Está, assim, completo
o programa criador. Nada falta na terra para que seja o paraíso.
O DIA SÉTIMO (Gên. 2:1-3)
"Tudo que Deus tinha feito era muito bom", até a sua
própria vista. Estava pronta a grande obra da criação. O plano onde tantos
dramas haviam de realizar-se nas eras
vindouras acabava de sair das mãos do supremo artífice e era muito
bom, não tinha defeito. O pecado ainda não tinha entrado no mundo e destruído a
grande obra. "E os
céus e a terra foram acabados." A referência é principalmente
à terra. Não somente a terra e os céus, mas todas as suas hostes. Esta palavra
significa hoste organizada.
O escritor de Gênesis contempla a terra pronta, com todos os
elementos que lhe dão vida e beleza. Toda a criação obedeceu a um plano de
Deus. Nada surgiu por acaso. Fosse qual fosse o tempo para criar tudo que o
nosso planeta contém, tudo obedeceu a um plano. A Bíblia o diz e toda a
verdadeira ciência o confirma. A luz da estrela mais remota que se conhece leva
330 mil anos para chegar à terra e crêem os astrônomos que a luz de algumas
estrelas ainda não chegou a nós, a despeito de correr 300 mil quilômetros por
segundo. Todas estas grandezas e a imensa pequenez de um átomo são partes
essenciais deste grande todo que Deus completou nos seis dias da criação. Um
cientista afirmou que a destruição de uma manada alteraria a conformação do
universo inteiro. Um mundo ou universo como este precisaria ter um Deus como a
Bíblia revela. A pobreza materialista nunca conseguirá explicar a origem e
governo do universo. Só a Bíblia o faz.
Completado, assim, o programa criativo, Deus descansa no sétimo
dia. Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas porque cessou sua obra
criadora; mas não descansou da obra governadora nem da obra providencial. Só no
primeiro sentido Deus descansou. Este dia de descanso é ensinado através de
todo o Velho Testamento e é típico do dia do Senhor no N.T., bem como uma lição
objetiva ao homem de todos os tempos. O homem deve descansar de duas formas:
(a) fisicamente e (b) moralmente. Deus descansou para nosso descanso. O homem
que não descansa morre cedo. É um problema que não deve ser negligenciado por
nenhum governo. De sua observância ou não decorre a virilidade da raça. A mente
do homem deve descansar das coisas materiais; precisa meditar, comungar com
Deus. Nada é mais ruinoso à sociedade do que a abstenção do culto. O
materialismo, a imoralidade e tantas outras coisas que estão minando a
estrutura orgânica da sociedade e da família têm sua origem na falta de
espiritualidade. O embrutecimento de um povo é fácil, quando esse mesmo povo
deixa o seu espírito ao abandono.
))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 3, E DEUS os Criou Homem e Mulher
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 2.7,18-24
7 - E formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra e soprou em seus
narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
18 - E disse o Senhor DEUS: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma adjutora que esteja como diante dele. 19 - Havendo, pois, o Senhor DEUS
formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão,
para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma
vivente, isso foi o seu nome. 20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves
dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que
estivesse como diante dele. 21 - Então, o Senhor DEUS fez cair um sono pesado
sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em
seu lugar. 22 - E da costela que o Senhor DEUS tomou do homem formou uma
mulher; e trouxe-a a Adão. 23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos
e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne.
Resumo da Lição 3, E DEUS os Criou Homem e Mulher
I - COMO O HOMEM FOI CRIADO
1. A matéria prima do homem.
2. O sopro divino.
3. Adão, um ser imortal.
4. A missão do homem.
II - A CRIAÇÃO DA MULHER
1. A solidão do homem.
2. A criação da mulher.
3. A principal característica moral da mulher.
III - A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO
1. Monogâmico.
2. Heterossexual.
3. A indissolubilidade.
SÍNTESE DO TÓPICO I - O homem foi criado do pó da Terra e recebeu
de DEUS o fôlego da vida.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A mulher foi criada a partir da costela de
Adão o que mostrar que ambos têm a mesma origem, o pó da Terra.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS instituiu o casamento monogâmico,
heterossexual e indissolúvel.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"1."Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de DEUS,
não um produto da evolução. O homem e a mulher, igualmente foram criados à
'imagem' e 'semelhança' de DEUS. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com
DEUS, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória
e santidade. Eles fariam isso conhecendo a DEUS e obedecendo-o. Eles tinham
semelhança moral com DEUS, pois não tinham pecado, eram santos, tinham
sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o certo (Ef
4.24). Viviam em comunhão pessoal com DEUS, que abrangia obediência moral e
plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com DEUS foi desvirtuada.
Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral
original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com DEUS. Foram criados como
seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e
livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher
retrata a imagem de DEUS, o que não ocorre no reino animal. DEUS pôs nos seres
humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles e a forma que seu
Filho um dia viria a ter. O fato de os seres humanos terem sido feitos à imagem
de DEUS não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior
e dependente de DEUS. Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e
Eva" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 33).
2. "Uma linda tradição judaica observa que DEUS não tirou Eva do pé de
Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua cabeça, para que ela se
visse acima. Em vez disso, DEUS tirou Eva da costela de Adão, para que os dois
pudessem caminhar um ao lado do outro ao longo da vida" (RICAHRDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Em que dia da obra divina o homem foi criado?
O homem foi criado no sexto dia.
Por que DEUS criou o ser humano?
O homem foi criado para uma tripla missão: governar a Terra, cultivar o solo e
guardar o jardim que o Senhor plantara.
Qual a principal característica da mulher em relação ao esposo?
A principal característica moral da mulher está no fato de que DEUS criou Eva,
a fim de que ela estivesse ao lado de Adão, auxiliando-o.
Quais as características do casamento?
As principais características são: monogâmico, heterossexual e indissolubilidade.
Por que é importante conhecermos esta verdade?
Pelo fato de que existem muitas falsas teorias e mentiras a respeito da origem
da vida humana e do casamento.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 38. - Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam
expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
20 Evidências de que DEUS Existe, História de Israel no Antigo
Testamento e Manual Bíblico Entendendo a Bíblia.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Ev.
HENRIQUE
Para mim antes de sua expulsão Lúcifer estava no céu. Depois de sua
queda, agora chamado Satanás, habitou no local que é no Iraque, no Jardim do
Éden.
Mesmo local onde DEUS criou Adão. DEUS disse para Adão lavrar e
guardar o jardim - Guardar tem a ver com guardar de ladrão, que no caso é
Satanás que veio roubar, matar e destruir.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Objetivos:
-Entender que o primeiro relato da formação do homem fala de sua
posição dentro da criação, e o segundo, de sua efetivação.
-Concordar que as teorias sobre a origem do homem são, realmente,
antibíblicas, pois não tem o respaldo da Palavra de DEUS.
-Aceitar, pela fé, que o ensino bíblico sobre a origem do homem é autêntico,
pois retrata a revelação de DEUS a Moisés.
-Compreender que as faculdades humanas são particularidades do
homem, as quais o fazem diferente dos outros animais.
1. Esclareça aos alunos que Moisés, no livro de Gênesis, relata,
duas vezes, a formação do ser humano. No primeiro registro (Gn 1.26,27), ele
nos mostra que o homem, a obra-prima da criação, foi feito no sexto dia. No
segundo (Gn 2.7,8), explica que Adão foi formado do pó da terra.
2. Explique a eles que todas as teorias, sobre a origem do homem,
são antibíblicas, pois desejam desacreditar o registro da Palavra de DEUS, o
qual é aceito pela fé, e não através da razão. A mais perigosa delas é a da
evolução das espécies, que afirma ser o homem originário do macaco.
3. Explique a eles que a Bíblia é a única fonte em que devemos
confiar, sobre a origem do homem, pois é a Palavra de DEUS. O ser humano tem a
natureza biforme, ou seja, ele possui o elemento material, feito do pó da
terra, e o imaterial, outorgado pelo Senhor, através do sopro divino (alma e
espírito).
Como professor, você tem a obrigação de compreender devidamente o
assunto, para estar apto a responder às diversas perguntas que lhe forem feitas
durante a aula. Pesquise, busque auxílio em outras fontes. Não se contente com
um estudo superficial. Aprofunde-se na matéria, pois a Palavra de DEUS é urna
fonte inesgotável.
Introdução
Têm surgido as mais variadas teorias acerca da origem do homem. De
um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do ser humano com a Terra.
Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca da origem da humanidade,
é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de
modo plausível e coerente, a verdadeira história das origens, inclusive a do
homem.
l. OS DOIS RELATOS BÍBLICOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM
1. O primeiro relato sobre a criação do homem. Encontra-se em
Gênesis 1.26,27. Neste texto, está declarada a ordem criativa da Trindade,
quando diz: "Façamos o homem". A despeito da importância teológica
que se dá ao "façamos", para denotar a participação tri única da
Deidade, o fundamental, nesta passagem, é a palavra "BARAH"
(hebraico), do versículo 27, que quer dizer: "criou". DEUS o fez do
pó da terra, mas sua criação foi um ato divino. Ele foi feito especial e
diferente da vida vegetal, aquática e animal.
2. O segundo relato da criação do homem. Encontra-se em Gênesis
2.4-8. Neste relato histórico, ternos, além da criação do homem, também a
descrição da origem da mulher. Enquanto a primeira narração se preocupou mais
em mostrar a ordem da criação e a decisão da Corte Divina, em criar o homem a
sua imagem e semelhança, o segundo relato apresenta a sua efetivação. No texto
de Gênesis 2.7, ternos a seguinte declaração: "E formou o Senhor DEUS o
homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida, e o homem foi
feito alma vivente.
3. A criação da mulher. No segundo relato da criação, podemos
destacar, no texto de Gênesis 2.18-25, a formação da mulher. Depois de DEUS ter
criado Adão, Ele também fez Eva. Em Gênesis 1.27, está escrito: "macho e
fêmea os criou".
II. TEORIAS ANTIBÍBLICAS SOBRE A ORIGEM DO HOMEM
1- A teoria evolucionista. Esta teoria apresenta o homem como um
ser que evoluiu de urna ordem inferior, no mundo animal. Ensina que esta
evolução resultou de sucessivas alterações nas formas materiais, devido as
forças latentes que existem na matéria. Mas a Bíblia refuta esta teoria, quando
declara que:
(1) a origem do homem resultou de um ato criativo de DEUS;
(2) o ser físico do homem também é resultado de um ato criativo de
DEUS, que utilizou a matéria já existente "afar" (hebraico), que
significa "pó da terra";
(3) O homem, hoje, tem a mesma estrutura física e espiritual do dia
em que foi criado;.
(4) o homem foi tirado da terra e está destinado a ela, depois da
morte (Ec 3.20);
(5) o homem não é evolução natural da terra, pois ele foi
"plasmado".
2- A teoria filosófico materialista. Sigmund Freud, que lançou esta
teoria, era ateu, filósofo e psicanalista. Ele enfatizou, em seus argumentos, a
ideia de que o homem, em sua vida biológica e psicológica, tem como base e
formação de sua personalidade e seus instintos naturais. Afirmou ele que
coisas, como sexo, fome, sede, segurança e prazer, são pressões que determinam
as ações e os padrões da personalidade do homem. No conceito de Freud, a
natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural, no caso, DEUS. Para ele,
a ideia de urna relação do Criador com o ser humano é imprópria e inexistente,
pois o mesmo vê o homem como urna criatura egocêntrica, voltada apenas para as
suas necessidades, sem qualquer comunhão com um ser supremo. Acreditava ele
que, ao morrer o homem, nada mais resta.
3- A teoria do humanismo científico. As fontes de informações, para
os adeptos desta teoria, sobre a natureza e origem do homem, estão na Biologia,
Psicologia e Medicina. Para esta escola de pensamento, o homem é um produto
evolucionário da Natureza, sem a menor possibilidade de imortalidade.
III. O ENSINO DA BÍBLIA SOBRE A ORIGEM DO HOMEM
1- A biforme natureza do homem. O homem foi criado com urna biforme
natureza: material e imaterial. A primeira foi formada do pó da terra (Gn 2.7)
e a segunda, outorgada diretamente pelo Criador. O sopro divino nas narinas do
homem concedeu-lhe a vida física e a espiritual. A vida imaterial do homem é
representada pela alma e pelo espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é
representada por urna tricotomia, que se constitui, na parte material, pelo
corpo; na imaterial, pela alma e pelo espírito (1 Ts 5.23).
2. A tricotomia do homem (1 Ts 5.23; Hb 4.12). O termo tricotomia
significa "aquilo que é dividido em três", ou "que se divide em
três tomos". Em relação ao homem, refere-se as três partes do seu ser:
corpo, alma e espírito. Há divergência neste ponto daqueles que entendem o
homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes:
corpo, alma ou espírito.
Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito como urna
só parte e, às vezes, como se fossem urna só coisa. Entretanto, parece-nos mais
aceitável o ponto de vista da tricotomia. Este conceito crê que o homem é urna
triunidade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar o corpo
de sua parte imaterial.
a) O corpo. É a parte inferior do homem que se constituí de
elementos químicos da terra, como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio,
cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco, e
outros elementos em proporções menores. Porém, o corpo, com todos estes
produtos, sem a bênção divina, é de ínfimo valor.
b) A alma. É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. Ela
precisa dele para expressar sua vida funcional e racional. É identificada, no
hebraico do Antigo Testamento, por "NEPHESH" e, no grego do Novo
Testamento, por "PSIQUE".
e) O espírito. No hebraico é "RUACH" e no grego é
"PNEUMA". O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas
também vida imortal (Ec 12.7; Dn 12.2; Le 20.37; 1 Co 15.53). Ele é o princípio
ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal. É o elemento de
comunicação entre DEUS e o homem. Certo autor cristão escreveu que "o
corpo, a alma e o espírito constituem a base real dos três elementos do homem:
consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de DEUS".
IV. AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM
1- As faculdades do corpo. São cinco as faculdades principais, as
quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato.
Ainda que sejam distintas urnas das outras, elas não atuam independentes do
comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou sentidos corporais,
os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas ao cérebro, através
do sistema nervoso. É daí que partem as ordens para todas as partes do corpo.
Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas no ser
humano. São elas que regem as atividades do corpo.
2. As faculdades da alma. São três as faculdades ou qualidades da
alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e vontade.
O INTELECTO - (Gn 1. 28; 2.19,20) é a parte da alma que pensa,
raciocina, decide, julga e conhece. É ele quem recebe os conhecimentos. Três
outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação, memória e razão. Com a
primeira, o homem é capacitado a idealizar e projetar. É um processo do
pensamento que habilita o ser humano a construir imagens, através do
raciocínio. A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o homem a
guardar em seu cérebro os fatos passados e presentes. Ela retém os conhecimentos
adquiridos e os traz à lembrança. A terceira é um atributo do intelecto que
leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as coisas,
distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.
O SENTIMENTO - faz o homem um ser emotivo. Ele não é urna máquina
insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como alegria, gozo, paz,
prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.
A VONTADE - se expressa como resultante das influencias do
intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou
independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.
3. As faculdades do espírito. Duas faculdades principais se
destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé
e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de
natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para urna
perfeita comunhão com DEUS. Os sentidos físicos e psicológicos tornam
o homem um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser
especial.
A faculdade da fé é urna qualidade do espírito humano que expressa
a religiosidade do homem e o toma capaz de adorar, reverenciar, louvar e orar a
DEUS, o Criador. Não se trata de um tipo de fé, adquirida ou ensinada, mas é
urna forma inata que nasce com qualquer ser humano. Ela nos estimula a buscar a
DEUS e comungar com Ele.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. DEUS, em sua infinita sabedoria, revelou a Moisés o princípio de
todas as coisas, ciente de que surgiriam falsas doutrinas que tentariam denegrir
o relato bíblico. No entanto, Ele mesmo nos concedeu a fé, virtude esta que nos
capacita a crer plenamente neste registro.
2. O incrédulo não quer admitir a existência de um Ser Supremo,
Criador de todas as coisas e, para justificar a sua incredulidade, dá lugar as
muitas especulações sobre a origem do homem. Nós, conhecedores da verdade,
rimos deles, pois não passam de tolos, conforme se expressou Davi em Salmo
14.1.
3. As bibliotecas do mundo estão cheias de tratados a respeito da
origem do homem, e a maioria deles procura desfazer o relato bíblico. Mas são
teorias semelhantes aos castelos de areia, os quais ruem com qualquer vendaval.
Mas nós ficamos com o que a Bíblia nos diz, pois é a sempiterna Palavra ele
DEUS.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11 DE JANEIRO de 1942 –
A CRIAÇÃO DO HOMEM - 1º trimestre de 1942 - Adalberto Arraes
RESUMO DA LIÇÃO
I — A formação do homem — Conselho e execução — 1:26-28;
2:7.
II — A criação é sujeita ao homem — 2:8-9; 19-20.
III — A formação da mulher — 2:18, 21-22.
IV — A instituição do matrimônio — 2:23-24
No sexto dia, após haver DEUS criado todas as coisas, houve um conselho
para formação do homem: "Façamos o homem"; disse o Senhor.
DEUS é trino e nos seus conselhos Ele age de modo liberal e coerente com a sua
perfeição. DEUS tem prazer em seus servos fiéis, (comp. Gên. 6:13; 8:17; João
15:15, etc.) pois os trata como amigos. Notamos ainda um detalhe importante, é
que o homem não foi apenas criado, como os demais seres, conforme vimos na
lição anterior. Para as outras coisas está escrito: -— criou, haja,
produza a terra ou produzam as águas, etc.; com respeito à
criação do homem, porém, a Escritura fala de outro modo, v. 7: "e
formou o Senhor DEUS o homem'. E' como se um conselho de Estado desse
ordens solenes por qualquer dos seus componentes mas, para determinado assunto,
por uma deferência especial, todo o conselho se reunisse para agir, empregando
todos os seus recursos para um só objetivo. Concluímos, pois, que DEUS Pai,
Filho e ESPÍRITO SANTO, fizeram pessoalmente o homem e, justamente por isso,
essas três Pessoas têm parte absolutamente na sua salvação.
À sua imagem DEUS o criou
Podemos entender que o homem era imagem e semelhança de DEUS, não
no seu poder, nem na sua imortalidade, nem tão pouco na sua perfeição e
imutabilidade, mas sim no seu original entendimento. "DEUS fez o homem
reto, mas eles buscaram muitas inovações". (Ecl, 7:29). Quanto à sua
formação do pó da terra, o entendimento humano conduz à falsa suposição de que
DEUS tenha feito uma espécie de boneco de barro e lhe tenha soprado o espírito
de vida. Isso é falso, e errado e não está escrito. A verdade é que o homem foi
formado do pó da terra e não de pó; como, ou por que processo, não o
sabemos, DEUS o sabe. Uma observação interessante nos mostra que, tendo sido a
terra criada no princípio, todas as coisas que nela existem saíram dela.
Por exemplo: tomemos um automóvel; se disséssemos a um ignorante que o
automóvel foi formado do pó da terra, ele, certamente, riria e não daria o
menor crédito; no entanto, desde os pneumáticos, até à capota; desde os faróis
até o para-choque, forros, tapetes, etc., tudo saiu do pó da terra; até mesmo a
essência e o óleo que o fazem andar saíram do pó da terra. Isso não nos mostra
a necessidade de crer que se fez um automóvel de barro, e por um passe mágico
ele saiu andando, mas podemos afirmar que o homem tirou o automóvel do pó da
terra. Em ambos os casos a origem, a concepção e os fatos são insofismáveis,
embora tenha havido fatores intermediários não revelados com respeito ao homem.
Perante DEUS, a criação é secundária, em face do homem.
1- DEUS denominou o Dia, a Noite, o Céu e a Terra. Tudo o mais na
criação foi denominado pelo homem. DEUS trouxe tudo a Adão, 'para ver como ele
chamaria', essa foi a primeira prova de inteligência a que o homem foi sujeito.
Adão saiu vitorioso da prova, pois com raciocínio lúcido pôde justificar o nome
que deu a Eva. DEUS já tinha resolvido dar uma companheira ao homem (v. 18),
mas antes disso sujeitou-lhe "tudo" que criara (v. 19-20). Isso nos
mostra que o homem é senhor sobre a criação, antes que a mulher existisse, sem,
contudo, poder se gloriar nisso como superior à mulher porque ela foi tirada
dele. A criação em geral foi formada diretamente da terra e da água; a mulher,
porém foi tirada do homem.
2- DEUS disse ao homem que sujeitasse a terra (v. 28) e ele não tem
feito mais do que desobedecer a essa ordem. O egoísmo, "regionalismo, o
racismo, o patriotismo e outros ismos" têm criado os problemas do chamado
"espaço vital" cuja solução é impossível enquanto o homem não cumprir
o que DEUS mandou, isto é, "sujeitar a terra". Os homens trocaram a
ordem de DEUS como se fosse: "sujeitai-vos uns aos outros pela
força". A terra é extensa, mas a desobediência foi maior e perverteu os
planos dados ao homem.
3- A mulher, conforme já vimos, foi tirada do homem. Ela, no casal,
não tem situação inferior, nem superior, nem igual ao homem, mas é mulher. Se
algum homem a considerar como um ente inferior, depõe contra si mesmo, pois a
mulher saiu dele. Um tal indivíduo há de considerar também como inferiores os
seus companheiros de sexo e, portanto, está inchado em si mesmo. DEUS sujeitou
tudo ao homem antes de criar a mulher. Já estudamos esse detalhe sob o ponto de
vista de ter o homem autoridade sobre tudo, pois ela veio depois. Para sermos
honestos, porém, temos de olhar também o assunto sob outro aspecto: DEUS criara
a mulher depois de ter dado a prepotência ao homem sobre a criação; logo, não
lhe deu prepotência, sobre a mulher. A maneira pela qual foi formada a mulher,
nos fornece um sem número de figuras perfeitas a respeito da formação da Igreja
de CRISTO:
1) DEUS deu a mulher ao homem, assim como deu a Igreja a CRISTO:
"eram teus e tu mos destes" disse JESUS. Em abono disso, vemos que,
para criar a mulher, o nome de DEUS está no singular, "far-lhe-ei"
(v. 18) enquanto que para criar o homem veio no plural — "façamos' .
2) DEUS fez cair um sono pesado sobre Adão assim como fez sobre
CRISTO, o qual esteve três dias e três noites no seio da terra.
3) A mulher foi tirada do lado de Adão como a Igreja foi do lado de
CRISTO.
4) Cerrou a carne no lugar. Mostra que uma só mulher foi tirada e
nunca mais outra se tiraria, assim como de CRISTO só foi tirada uma Igreja.
5) Não está escrito que DEUS tenha soprado o seu ESPÍRITO na
mulher, como tipo perfeito de que ela o tenha (por figura) recebido daquele de
quem foi tirada, assim como a Igreja recebeu de CRISTO, o ESPÍRITO SANTO (João
20:22).
6) Assim como Adão participou da carne e dos ossos de Eva, CRISTO
também participou da carne e dos ossos da sua Esposa, a Igreja, pois Ele se fez
carne e habitou entre nós. Os crentes estudiosos poderão ainda ver muita coisa
a respeito desse grande mistério. O matrimônio foi um ato moral e digno,
instituído conjuntamente por DEUS e pelo homem. Dizemos pelo homem, porque foi
este quem sentenciou. . . "deixará o varão o seu pai e a sua mãe e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne."
A prostituição e baixeza do gênero humano tem origem na evitação do
matrimônio e na quebra dos seus laços. O Senhor JESUS deu ao matrimônio um
valor até então ignorado aquele que, no seu coração desejasse outra mulher, já
tinha adulterado. O homem espiritual e desejoso de DEUS, só tem de O louvar por
esse mandamento tão perfeito, enquanto que o carnal diz logo: "Se assim é
. . . não convém. ..." (Mat. 19:10).
A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11 DE JANEIRO de 1942 –
A CRIAÇÃO DO HOMEM - 1º trimestre de 1942 - Adalberto Arraes
BEP - CPAD - 1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos 26-28 lemos a
respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores mais específicos
a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois relatos se
completam e ensinam várias coisas.
(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de DEUS,
não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).
(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e
semelhança de DEUS. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com DEUS, ter
comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e
santidade. Eles fariam isso conhecendo a DEUS e obedecendo-o (2.15-17).
(a) Eles tinham semelhança moral com DEUS, pois não tinham pecado,
eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para
fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com DEUS, que
abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva
pecaram, sua semelhança moral com DEUS foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os
crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl
3.10).
(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com DEUS. Foram criados
como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre
arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).
(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher
retrata a imagem de DEUS, o que não ocorre no reino animal. DEUS pôs nos seres
humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a
forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).
(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de DEUS não
significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e
dependentes de DEUS (Sl 8.5).
(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn 3.20;
At 17.26; Rm 5.12.
2.18 UMA ADJUTORA QUE ESTEJA COMO DIANTE DELE. A mulher foi criada
para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser partícipe
da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de DEUS para a vida
dele e da família (ver Ef 5.22; Sl 33.20; 70.5; 115.9, onde o termo auxílio ,
referente a DEUS, tem o mesmo sentido que ajudadora, em 2.18).
Monogamia - grego μονογαμία - Casamento com uma só parceira(o).
mono - 1
Bigamia - grego διγαμία - Casamento com duas parceiras(os). Bi - 2
Poligamia - grego πολυγαμία - Casamento com mais de duas
parceiras(os). poli - mais de 2.
Casamento - grego γάμος - União conjugal entre um homem e uma
mulher.
"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem
mácula" (Hb 13.4-a).
União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento)
Heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo)
O Senhor deixa claro que odeia o divórcio (Ml 2.16)
CRISTO e Sua noiva, a Igreja – Ef 5.31-32.
1 Coríntios 6.10 - Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras,
nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
reino de DEUS.
A Natureza do Casamento
1. O casamento faz parte da própria ordem da criação.
DEUS revelou ao homem que ele precisava de uma esposa (Gn 2.18) e
que a esposa precisava de um marido (Gn. 3.16). Desde o começo, Ele criou a
mulher para o homem (Gn 1.26,27). Desde o início o homem entendeu que era
vontade de DEUS que ele tivesse uma esposa. "Osso dos meus ossos e carne
da minha carne" (Gn 2.23) e que deveria amá-la e cuidar dela como de si
próprio. Paulo escreveu: “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como
a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca
ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como
também o Senhor à igreja" (Ef 5.28,29).
2. O casamento é um sacramento de sociedade.
No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a
mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma
graça interior.
Sacramentado por DEUS, (cf. 1 Tm 4,.3) ele representa a mais
elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso
o próprio DEUS usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de
seu amor por nós.
3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro
de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a
fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e
na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de DEUS, ele somente
termina com a morte (Mt 5.32; 19.9; Rm 7.2,3; 1 Co 7.15). Esse pacto deve ser
celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé,
pois "que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14.15).
4. O casamento é uma vocação, um convite de DEUS para a demonstração
a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.).
Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js
24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais
propício para lhes ensinar a Palavra de DEUS (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e
treiná-los para serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19.18; 22.15; 28.13; 29.15,17).
Os Propósitos do Casamento
1. A propagação da raça humana.
É a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade. No
caso dos seres angelicais, DEUS criou todos de uma só vez, mas no caso da
humanidade, criou cada um deles individualmente. Ele criou um homem e uma
mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. DEUS pôde redimir a
raça humana de Adão com uma única morte de CRISTO, pois Ele estaria
representando a raça como um todo. É à luz desse fato que entendemos o
significado de 1Coríntios 15.22: "Porque, assim como todos morrem em Adão,
assim também todos serão vivificados em CRISTO".
DEUS preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de
sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do
casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento
ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade
para a verdadeira glória de DEUS.
2. É a maneira de DEUS criar os filhos.
Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles
recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que
significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque veem
o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem
entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam
preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto
que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador
sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro
amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. DEUS também teve
a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre país e filhos fosse
a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho
para morrer pelos nossos pecados (cf.Ef
5.25-32).
3. O casamento é a maneira de DEUS incutir nos filhos os princípios
da justiça e da autoridade responsável:
Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça. (Ef 6.4; Cl
3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de
responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm
3.4,5,12; Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando
plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por
todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso
de responsabilidade (Ef 5.21-24).
4. O casamento é o meio pedagógico de DEUS ensinar aos filhos sobre
Si mesmo.
DEUS se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão
maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o
amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23.37), tão íntimo como aquele que
existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o
relacionamento dentro do Casamento e da família transparece na demonstração e
nos ensinos daquilo que DEUS é, da natureza do seu amor.
O lugar do Sexo
Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por DEUS gerar
filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos
renascidos em DEUS, ele também preenche importantes necessidades pessoais e
familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque
o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do
amor conjugal (1 Co 7.1-5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são
liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.
Podemos observar melhor que DEUS fez o homem e a mulher para o
verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as
intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma
maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de
atos e palavras e é consumado em comunhão e união. É uma expressão de amor que
pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada
um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa
pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo
que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual
nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Ex 20.3; cf.
Ef 5.25ss.).
Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e
equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo
amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância
para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque veem não só um
casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda
satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva
divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando vivido de acordo
com as intenções de DEUS. Os cuidados que DEUS coloca no ato sexual permitem
aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde vivendo o
sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria
no casamento realmente veem quando se vive dentro do âmbito do sétimo
mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).
Como DEUS Fala sobre o Casamento
Em primeiro lugar, DEUS usa o casamento como uma metáfora para
expressar o relacionamento de CRISTO com a igreja, comparando CRISTO com o
noivo e a igreja com a noiva (Ei 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente
individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de
ser a noiva em relação a CRISTO (2 Co 11.2).
No Salmo 45, CRISTO é visto em toda a sua majestade e beleza
juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que DEUS
deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza
(v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o
mais ínfimo detalhe. .
Monogamia
Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela
só poderia ser aceita pelos ímpios. Ela negava o princípio do marido e a esposa
serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais.
Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.;
30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm
5.13; 1 Rs 11.1-3). Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme
dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de CRISTO com o
crente (Ef 5.23ss.).
Casamento e Divórcio
O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de CRISTO
é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele
revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés
permitiu (não mandou) uma lei de divórcio e que isso poderia verdadeiramente
levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de
fornicação (Mt 5.31,32; 19.9). Isso significa que um divórcio somente deveria
ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse
o cônjuge, antes do casamento (se fosse adultério seria depois do casamento,
mas como é antes do casamento é prostituição ou fornicação - porneia).
Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim
corno DEUS está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de
Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8).R.A.K
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Gênesis 1.26 - Em nossa imagem, conforme a nossa semelhança que
está dito acima se refere apenas ao corpo do homem, o que é dito aqui se refere
a sua alma. Isto foi feito na imagem e semelhança de DEUS. Agora, como o Ser
Divino é infinito, ele não é limitado por partes, nem definível por paixões, por
isso ele não pode ter imagem corporal depois que ele fez o corpo do homem. A
imagem e semelhança se refere necessariamente ao ser intelectual, sua mente,
sua alma que deve ter sido formado de acordo com a natureza e perfeições de
DEUS. A mente humana é ainda dotada de capacidades extraordinárias, muito mais
quando em comunhão com seu criador. DEUS agora produz um espírito, um espírito,
também, formado com as perfeições da sua própria natureza. DEUS é a fonte donde
esse espírito é emitido, portanto, o fluxo deve se parecer com a mola que o
produziu.
DEUS é santo, justo, sábio, bom e perfeito, por isso deve ser o
espírito e alma parecidos com ELE: não deveria haver na alma nada impuro,
injusto, ignorante, mal, baixo, ou vil. Ele foi criado à imagem de DEUS, e essa
imagem, nos diz o apóstolo Paulo, consistiu na justiça, a verdadeira santidade,
e conhecimento, Efésios 4:24; Colossenses 3:10. Daí o homem deve ser sábio em
sua mente, santo em seu coração, e justo em suas ações.
O texto nos diz que foi um trabalho de ELOHIM, a pluralidade
divina, marcado aqui mais claramente pelo plural pronomes EUA e NOSSO, e para
mostrar que ele era a obra-prima da criação de DEUS, todas as pessoas na
Divindade são representadas como unidos em conselho e esforço para produzir essa
criatura incrível.
Gregory Nyssen tem muito corretamente observou que a superioridade
do homem sobre todas as outras partes da criação é vista no fato de que todas
as outras criaturas são representadas como efeito da palavra de DEUS, mas o
homem é representado como o trabalho de DEUS, de acordo com o plano e
consideração. Veja suas Obras, vol. i, p. 52, c. 3.
Versículo 7. DEUS formou o homem do pó.
DEUS nos mostra que o homem é composto de três partes, tem um corpo
e alma distintamente, e criadas separadamente, o corpo do pó da terra, a alma e
o espírito vieram da respiração do próprio DEUS. Isso não quer dizer que a alma
e o corpo são a mesma coisa? Não. O corpo tem sua origem a partir da terra, ou
como aphar implica, da poeira, daí porque sendo terreno é decomponível e
perecível.
Da alma é dito que DEUS soprou em suas narinas o fôlego da vida ;
nishmath chaiyim, o sopro da vida. Isso implica em que o homem é animal e
intelectual.
Quando este sopro de DEUS expandiu os pulmões do homem e os colocou
em atividade, sua inspiração deu ao espírito a compreensão e revelação de DEUS.
Versículo 18. Não é bom que o homem esteja só...
lebaddo. Vou fazer-lhe uma ajudadora para o completar; ezer
kenegdo, uma ajuda, uma parte de si mesmo, formada a partir dele mesmo, uma
semelhança perfeita de sua pessoa. Se a palavra for lida literalmente,
significa um como, ou como ele mesmo, de pé em frente a, ou dele. E isso
implica que a mulher era para ser uma perfeita semelhança do homem, nem
inferior e nem superior.
O homem foi feito uma criatura social, não seria bom que ele
estivesse só, era preciso uma companheira matrimonial. Daí descobrimos que o
celibato, em geral, não é uma coisa boa, pois DEUS deseja que o homem esteja ao
lado de uma mulher. Os homens podem, em oposição à declaração de DEUS, chamar o
celibato de um estado de excelência ou um estado de perfeição, mas devemos nos
lembrar de que a palavra de DEUS diz o inverso.
Versículo 19. Havendo, pois, o Senhor DEUS formado da terra todo
animal do campo e toda ave dos céus...
Apesar de haver microscópicos seres, cada ser é perfeito em sua
criação, equipados com todo o aparato de ossos, músculos, nervos, coração,
artérias, veias, pulmões, vísceras etc.
E Adão deu nome a todos os animais
1- DEUS parece ter tido em vista que o homem conhecesse
detalhadamente cada animal e lhe desse nome para que soubesse depois os que
poderia servirem de alimento para ele.
2- Para mostrar a ele que nenhuma criatura daquelas poderia servir
para ser sua companheira.
Este duplo objetivo foi respondida logo veremos, pois, entendido
por Adão:
1. Adão deu nomes, mas como? A partir de um profundo conhecimento
da natureza e as propriedades de cada criatura. Aqui vemos a perfeição de seu
conhecimento, pois é bem sabido que os nomes afixados os diferentes animais nas
Escrituras sempre expressam alguma característica proeminente e característica
essencial das criaturas em que são aplicados. Se ele não tivesse possuído um
conhecimento intuitivo das propriedades e distinções desses animais, ele nunca
poderia ter dado esses nomes. Esta circunstância é uma forte prova da perfeição
original e excelência do homem, enquanto em um estado de inocência. Adão fez o
trabalho de um Ser infinitamente sábio e perfeito, e o efeito deve se parecer
com a causa que a produziu.
2. Adão estava convencido de que nenhuma dessas criaturas poderia
vir a ser uma companheira adequada para ele, e que, portanto, ele deveria
continuar no estado de viver só, o que não era bom, mas esperando a
generosidade de seu Criador, pois entre todos os animais que ele tinha nomeado
não havia encontrado uma ajudadora ou complementadora para ele.
Versículo 21. O Senhor DEUS fez cair pesado sono sobre o homem,
Este não era nem desmaio nem êxtase, mas o que a nossa tradução diz
muito bem: um sono profundo (uma anestesia geral?).
E tomou uma das suas costelas
É irrelevante se tsela era uma costela, ou uma parte de seu lado,
que significa: uma parte do homem era para ser usada na ocasião, se osso sou
carne , não importa; embora seja provável, a partir do versículo 2:23 de
Gênesis, que uma parte de Adão foi levada para ele saber como a mulher foi
formada, pois ele disse, “esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos”.
DEUS poderia ter formado a mulher do pó da terra, como ele tinha formado o
homem, mas se ele tivesse feito isso, ela apareceria aos seus olhos como um ser
distinto, com quem ele não tinha nenhuma relação natural. Mas, como DEUS
formou-a de uma parte do próprio homem, ele viu que ela era da mesma natureza,
mesma carne, idêntica a ele e tendo sangue como ele, e da mesma constituição em
todos os aspectos e, consequentemente, teria poderes iguais, faculdades e
direitos iguais. Isso asseguraria a sua afeição, e animaria a sua estima por
ela.
Versículo 23. “disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos”...
Há um significado muito delicado e expressivo no original, que não
aparece em nossa versão. Quando os diferentes gêneros de criaturas foram
trazidos para Adão, que ele pode atribuir-lhes os seus nomes próprios, é
provável que eles passassem em pares perante ele, e quando passaram receberam
seus nomes.
Agora a frase é Zoth happaam, devemos prestar mais atenção a esta
criatura que agora passa ou aparece diante de mim, é carne da minha carne, as
criaturas que tinham passado antes dela não eram adequadas a ele e, portanto,
foi dito, para o homem que não era uma ajudadora, uma companheira, uma esposa,
Gênesis 2:20, mas quando a mulher passa, ela é formada a partir dele mesmo, ele
sentiu toda a atração que consanguineamente poderia produzir essa visão, e ao
mesmo tempo via que ela estava em sua pessoa e em sua mente, ela possuía todos
os sentidos adequados para ser sua companheira, ajudadora, esposa. Veja
Parkhurst.
Ela será chamada mulher
Uma versão literal do hebraico parecer estranha, mas é uma versão
literal e é a única correta: A palavra é ish e significa homem, e a palavra
usada para expressar o que chamamos de mulher é a mesma com uma terminação
feminina, ishshah, e significa, literalmente, ela formada a partir do homem. A
maioria das versões antigas sentiu a força do termo, e têm-se esforçado para
expressá-la da forma mais literal possível. O leitor inteligente não vai se
arrepender de ver alguns deles aqui. A Vulgata Latina torna o hebraico virago,
que é uma forma feminina de vir, de um homem. Símaco usa ανδπιρ, andris, uma
forma feminina de ανηπ aner, um homem. Nosso próprio termo é igualmente adequado
quando entendido. A verdade é que a tradução adequada e literal do original é,
e podemos agradecer ao discernimento dos nossos ancestrais anglo-saxões para
dar-lhe, de que mulher é uma contração que veio do homem, significa que a
mulher foi gerada do homem, como se fosse de seu útero (se o tivesse), uma
versão muito apropriada do hebraico ishshah. Daí, vemos a perspectiva de
observação de Adão: Esta criatura é carne da minha carne e osso dos meus ossos,
por isso deve ela ser chamada VENTRE-homem, ou homem versão feminina, porque
foi tirada do varão. Veja Verstegan . Outros usam esposa do homem ou feminino
do homem.
O versículo 24. Portanto o homem deixará seu pai e sua mãe.
Não haverá, por ordem de DEUS, uma ligação mais íntima formada
entre o homem e a mulher, nem mesmo entre pais e filhos.
E eles serão uma só carne.
Estas palavras podem ser entendidas em um sentido duplo.
1. Estes dois serão uma só carne, deve ser considerado como um
corpo, não tendo direitos separados ou privilégios, ou cuidados, ou
preocupações, independentes. Esse é o casamento.
2. Estes dois serão para a produção de uma carne, de sua união uma
posteridade brotará.
Nosso Senhor cita estas palavras, Mateus 19:5 , com alguma variação
deste texto: Eles serão uma só carne . Em Marcos 10:8 . Paulo, da mesma forma
em 1 Coríntios 6:16 , e em Efésios 5:31 . A Vulgata Latina, a Septuaginta, o
siríaco, o árabe, e o samaritano, todos lemos a palavra DOIS porque esta é a
leitura genuína sem dúvida. A palavra sheneyhem, eles dois ou ambos, foi,
suponho, omitida na primeira versão do texto hebraico, por engano, porque
ocorre três palavras depois no verso seguinte, ou, mais provavelmente, o que
ocorreu originalmente em Gênesis 2:24, 25. Um copista após ter constatado que
ele havia escrito duas vezes, na correção de sua cópia, retirou a palavra em
Gênesis 2:24 , em vez de; 2:25 . Mas, qual a consequência é? Na controvérsia
sobre a poligamia, houve uma consequência muito grande. Sem a palavra, alguns
defenderam erradamente que um homem pode ter muitas esposas.
Um homem pode ter em união legal apenas uma esposa.
Temos aqui a primeira instituição do casamento, e vemos nele vários
elementos dignos de nosso respeito e admiração.
1. DEUS pronuncia o estado do celibato como sendo um mau estado e o
Senhor DEUS disse: “Não é bom que o homem esteja só”. Este é o julgamento de
DEUS. Conselhos de pais, médicos, e sínodos, que tenham dado uma opinião
diferente sobre tal assunto não são dignos de atenção. A palavra de DEUS
permanece para sempre.
2. DEUS fez uma mulher para um homem, e, assim, ele nos mostrou que
todo filho de Adão deve ser unido a uma filha de Eva até o fim do mundo. Veja
Clarke em I Coríntios 7:3.
DEUS fez a mulher saindo de um homem, a insinuar que deve haver
íntima união e apego carinhoso subsistindo na ligação matrimonial, de modo que
o homem deve sempre considerar e tratar a mulher como uma parte de si mesmo, e
como ninguém jamais odiou a sua própria carne, mas nutre e a sustenta, por isso
deve sustentar e amar sua mulher como a si mesmo, e por outro lado, a mulher
deve considerar que o homem não foi feito para ela, mas que ela foi feita para
o homem, em submissão a DEUS, ela também deve estar para com ele nessa
submissão, por isso a mulher deve reverenciar seu marido, Efésios 5:33 .
Gênesis 2:23,24 contém as próprias palavras da cerimônia de
casamento: Esta é carne da minha carne, e osso de meu osso, por isso o homem
deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só
carne.
Quão feliz deve tal estado ser quando a instituição de DEUS é
devidamente considerada, em ambas as partes que são casadas, como o apóstolo
Paulo o expressa, no Senhor, onde cada um, pelos atos de terna bondade, vive
apenas para satisfazer os desejos um do outro e contribuir de todas as maneiras
possíveis para o conforto e a felicidade do outro! O casamento ainda pode ser o
que era em sua instituição de origem, puro e adequado, e em seu primeiro
exercício, carinhoso e feliz.
A realidade que vemos hoje nos casamentos é paixão, turbulência e
irregularidades, e falta de religião. Perspectivas mundanas, originando e
terminando no egoísmo e afetos terrenos, e não em fins espirituais, são as
causas principais de quebra de alianças matrimoniais atualmente. Como podem
tais fontes de águas turvas e amargas produzirem águas puras e doces?
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
7. O Dia dos Animais e do Homem (1.24-31)
Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), DEUS
encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens,
25), gado e... todo réptil que se move sobre a terra (26).
Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em
deliberação, disse: Façamos o homem (26). Esta criatura tinha de ser diferente.
DEUS disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa
semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser
conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com DEUS, mas não sendo uma
duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno DEUS, mas definitivamente
tinha de estar relacionado com DEUS e ser o portador das características
distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos
animais.
Em 1.26-30, encontramos “O Homem Feito à Imagem de DEUS”.
1) Um ser espiritual apto para a imortalidade, 26ab; 2) Um ser
moral que tem a semelhança de DEUS, 27; 3). Um ser intelectual com a capacidade
da razão e de governo, 26c,28-30 (G. B. Williamson).
Uma das marcas da imagem de DEUS foi Ele ter dado ao homem o status
e o poder de governante. O direito de o homem dominar (28) ressalta o fato de
que DEUS o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica
em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e
avaliar. A aptidão para governar implica em capacidade emocional adequada para
desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom,
verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter
profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a DEUS que o
criou. A aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para
escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de DEUS
indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a DEUS em
adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e DEUS.
DEUS criou o homem para ser uma pessoa que tivesse autoconsciência,
autodeterminação e santidade interior (Ec 7.29; Ef 4.24; Cl 3.10). A imagem foi
distribuída sem distinção de macho e fêmea, tornando-os iguais diante de DEUS.
Como DEUS abençoou (22) o que previamente havia criado (21), assim
DEUS outra vez abençoou (28) esta fase da sua obra. Incumbiu o homem com a
responsabilidade de reproduzir-se e sujeitar à sua superintendência a terra e
tudo que nela havia.
O ato de abençoar o gênero humano é de significado mais amplo que o
de abençoar os animais (22). O homem é capaz de ter consciência dessa bênção e
pode responder a ela. “Abençoar” em relação a um ser racional é ato de
transmitir um senso da vontade de DEUS para o abençoado. Isto é especialmente
significativo para o homem, pois a ordem de procriar coloca a aprovação de DEUS
no ato de reprodução. Essencialmente, a relação homem-mulher na procriação é
boa, está dentro da vontade de DEUS e é básica para o bem-estar deles.
No Antigo Testamento, há dois aspectos para o ato de conceder
bênçãos. Da parte de DEUS, há o ato de um Ser superior concedendo favor a quem
é dependente dele. Da parte do homem, há o retorno da gratidão ao Doador de
dons (Gn 24.48; Dt 8.10).
Aspecto importante da bênção de DEUS era a concessão de poder e
habilidade para sujeitar e dominar (28) os outros seres criados que habitam a
terra. Mas era uma autoridade delegada, um governo subordinado, pelo qual o
homem prestava contas a DEUS.
Presumimos que a responsabilidade de controlar a vida animal não
acarreta o direito de abusar dela, caso contrário não teria sido bom.
DEUS concedeu ao homem o direito de usar os frutos da vida vegetal
para comida (29). Isto não lhe deu o privilégio de explorar a natureza,
deixando para trás estrago e desolação. O cuidado apropriado dos frutos da vida
vegetal tem necessariamente de acarretar o cultivo (2.15) e a conservação dos
recursos naturais.
O fato de os animais, sujeitos ao controle do homem, também se
alimentarem de plantas, toda a erva verde (30), destaca ainda mais a
responsabilidade que pesa sobre o homem. Ele é responsável por controlar a
natureza de modo que a natureza supra as necessidades de todas as criaturas
vivas e não só as necessidades do homem (ver 9.3 sobre a permissão de comer
carne).
A morte de animais não é mencionada, embora não haja razão para
presumir a ausência de morte animal antes da queda. O foco está na vida, na
harmonia, na ordem e na aptidão de forma e função para o domicílio terrestre do
homem.
Em 1.1-5, 26-31, vemos a “Criação pela Vontade Onipotente”, com a ideia
central no versículo 1.1) Causa adequada, 1,2; 2) Desígnio evidente, 2-5; 3)
Homem semelhante a DEUS, 26-30; 4) Concepção onisciente, 31 (G. B. Williamson).
Não há indicação clara de que a história no capítulo 2 tenha alguma
parte na sequência de tempo do aparecimento de plantas e animais. Pelo
contrário, a atenção é focada no fato de que sem chuva e o cuidado vigilante do
homem a terra era originariamente estéril. Por conseguinte, DEUS forneceu
umidade e formou o homem para que as plantas que precisam de cultivo
frutificassem.
Mais detalhes sobre a criação do homem são dados aqui que em 1.27.
Em 2.7, o homem é apresentado como criatura da terra. Ele é formado do pó. Com
profundo interesse, DEUS inalou vida no homem, ato que realça o fato de que a
vitalidade do homem e a dinâmica interna vêm diretamente de DEUS. Qualquer
outro objeto do afeto e esperança do homem é ilusão. Ele é feito para dois
mundos; portanto, ser separado de DEUS é murchar como o fruto de uma videira
cortada.
As duas expressões: o fôlego da vida (7, nishmat chayyim) e a alma
vivente {nefesh chayyah) têm muito em comum. Ambas podem ser usadas para
referir-se tanto a animais como ao homem. Fôlego (nishmat) está mais associado
com o homem, mas é designado a animais em 7.22. Alma vivente se aplica a todos
os tipos de animais em 1.20,21,24,30; 2.19; 9.12,15,16.
O termo hebraico nefesh tem conotação mais ampla que o termo
nishmat. Ambos podem significar “respiração, fôlego, hálito”, mas nefesh também
inclui estes significados: ser vivo, alma, vida, ego, pessoa, desejo, apetite,
emoção e paixão. O homem é único. Ele é o que é, porque DEUS... soprou em seus
narizes o fôlego da vida. DEUS nunca fez isso com um animal.
A Mulher que DEUS Formou (2.18-25)
Havia um aspecto da criação de DEUS que não estava totalmente
satisfatório. O fato de o homem ainda estar só (18) não era bom. O isolamento é
prejudicial. Por dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom.
Por conseguinte, DEUS determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como
diante dele, literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que
fosse igual e adequada para ele. “Uma ajudante certa que o complete” (VBB). A
Bíblia Confraternidade traduz: “Uma ajudante como ele mesmo”.
Considerando que não há formas de tempos verbais em hebraico, não
se conclui necessariamente que DEUS formou os animais depois de ter formado o
homem. Pode igualmente significar que depois que o homem foi colocado no
jardim, os animais que DEUS previamente formara foram trazidos a Adão (19). A sequência
de tempo não é o item importante aqui.
Um aspecto da imagem de DEUS foi demonstrado pelo poder de Adão
discernir a natureza de cada animal e dar um nome certo, pois em hebraico, nome
e caráter coincidiam.
Quando Adão pôs os nomes (20), ele mesmo foi capaz de discernir que
nenhum dos animais era uma adjutora que estivesse como diante dele. Ele, como
também DEUS, tinha de saber disso para apreciar o que DEUS estava a ponto de
fazer.
O sono pesado (21) é o tipo no qual os sentimentos ou capacidade
emotiva deixam de funcionar normalmente. Ver Gênesis 15.12; Jó 4.13; 33.15,
onde a frase está ligada com visões; e 1 Samuel 26.12 e Jonas 1.5, onde o termo
não está relacionado com visões.
Ver também Isaías 29.10, onde a expressão sugere falta de sensibilidade
espiritual. A costela (22) pode significar o osso e a carne que a envolve. E a
parte do corpo mais próxima do coração, que para os hebreus era o lugar dos
afetos. A mulher não foi feita de substância inferior.
Para acentuar a singularidade deste ato, é usado um verbo hebraico
diferente (yiben), que significa “construir”, detalhe completamente perdido na
palavra traduzida por formou.
DEUS trouxe-a a Adão para sua aprovação e avaliação. Assim, parte
da história segue a sequência dos dias criativos no capítulo 1, isto é, a
decisão (18-20), o ato criativo (21,22) e a aprovação (23).
De imediato, Adão (23) viu a conveniência desta ajudante. Ela era
parte íntima dele, osso dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma,
adequada para ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe
dar um nome.
Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Desde o
princípio, DEUS quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era
simplesmente para a mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar
clara a responsabilidade do homem, DEUS ordenou que o homem se apegasse à sua
mulher (24) no compromisso mútuo da verdadeira união. O casamento tem de
permanecer irrompível ao longo da vida, pois foi dito: E serão ambos uma carne,
ou seja, uma identificação completa entre si. E nisto eles não se envergonhavam
(25).
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
))))))))))))))))))))))))))))
Lição 4 - A Queda da Raça Humana
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 5.12-19
12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que
todos pecaram. 13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não
é imputado não havendo lei. 14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até
Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão,
o qual é a figura daquele que havia de vir. 15 - Mas não é assim o dom gratuito
como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a
graça de DEUS e o dom pela graça, que é de um só homem, JESUS CRISTO, abundou
sobre muitos. 16 - E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou;
porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom
gratuito veio de muitas ofensas para justificação. 17 - Porque, se, pela ofensa
de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da
graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, JESUS CRISTO. 18 - Pois
assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação de vida. 19 - Porque, como, pela desobediência de um
só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos
serão feitos justos.
Resumo da Lição 4 - A Queda da Raça Humana
I. O PARAÍSO NO ÉDEN
1. Cultivar a Terra.
2. Guardar o Éden.
II - A TENTAÇÃO NO PARAÍSO
1. O agente ativo da tentação.
2. O agente passivo da tentação.
III - O JUÍZO DE DEUS
1. Sobre a serpente.
2. Sobre a mulher.
3. Sobre o homem.
SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS criou e preparou o jardim do Éden para
abrigar o homem.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Adão e Eva foram tentados por Satanás e
cederam à tentação.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O juízo de DEUS veio sobre Adão, Eva e a
serpente.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1
"O jardim do Éden estava localizado perto da planície
aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns acreditam que estava localizado
na região correspondente ao atual sul do Iraque; outros sustentam que não há
dados suficientes no relato bíblico.
Duas árvores do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A
'árvore da vida' provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É
relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de DEUS terá acesso à árvore
da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A 'árvore da ciência do
bem e do mal' tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência e à
sua palavra. DEUS criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente
por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a
sua vontade" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991,
pp. 34,35).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
A Queda foi um fato histórico e real?
Sim. Podemos ter tal certeza porque a Bíblia nos garante.
A serpente realmente falou?
Sim. Não se trata de uma parábola, mas de um fato histórico.
Que juízo recaiu sobre o homem e sobre a mulher?
Sobre a mulher: ela teria a sua dor na hora do parto multiplicada.
Também teria que se sujeitar ao governo do homem.
Sobre o homem: O trabalho de Adão seria misturado com a dor.
Ambos sofreriam a morte física e foram expulsos do paraíso.
Por que Adão foi responsabilizado por DEUS como o principal responsável
pela Queda da humanidade?
Porque ele havia recebido a ordem diretamente de DEUS.
DEUS foi surpreendido pelo pecado do homem? Explique.
DEUS não foi apanhado de surpresa pela queda de Adão, pois o
Cordeiro, em sua presciência, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap
13.8). Nossos primeiros pais, de fato, pecaram, mas foram prontamente redimidos
pelo sangue de CRISTO, pois JESUS morreu por toda a humanidade (Jo 1.29).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos
que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Razões para Crer, Santidade e Manual do Diácono.
Comentários de vários livros com algumas modificações do Ev. Luiz
Henrique
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 1
João 2:16.
Aparência do mal - Animal falando.
Diálogo com Satanás.
Torção da Palavra de DEUS.
Concupiscência dos olhos - Eva Viu o fruto
Concupiscência da carne - Eva desejou o fruto
Soberba da vida - Eva desejou ser como DEUS.
Pecado gerado - Agora chama homem para pecar junto com ela.
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De
toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.
Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as
alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim
que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à
serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que
está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis para
que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era
boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam
nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz
do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se
Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.
RESUMO DA LIÇÃO
I — A responsabilidade do homem e a vulnerabilidade da mulher —
2:15-17.
II — Astúcia e mentira — 3:1-5.
III — Objetos da tentação — 3:6.
IV — Resultado da queda— 3:7-8.
I- De um modo geral o homem tem responsabilidade maior do que a
mulher, quer na vida do lar, quer como exemplo para a família, ou como defensor
dos princípios racionais do direito.
Tratando-se então de um cristão que se alimenta na fonte do
Evangelho, essa responsabilidade é imensuravelmente maior.
Biblicamente o homem é considerado como cabeça do casal, enquanto a
mulher, tirada do seu lado tem um caráter de predomínio afetivo e facilmente
vencível pelos sentimentos devaneadores.
O adversário da verdade de toda obra de DEUS e por conseguinte
adversário do homem, usou astutamente a mulher para arruinar o casal, logrando
derrubar, assim, o primeiro Adão.
Quanto ao segundo Adão, CRISTO, Este venceu o terrível inimigo em
todas as suas investidas.
Certamente, Eva conseguiu de seu marido que participasse do seu
erro, mas Adão não foi tentado. Errou conscientemente (I Tim. 2:14).
Quando o Senhor JESUS teve a confissão de Pedro a respeito de que
Ele era o CRISTO, Pedro aí assumiu logo a posição da Igreja. Mat. 16:18, esposa
de CRISTO, merecendo do Salvador um amor todo particular. Nessa ocasião, então,
o Diabo tomou aquele apóstolo para tentar o segundo Adão, com devaneios e
cuidados, como a esposa que unicamente se interessa pelo esposo, mas JESUS,
alerta, exclamou: "Vai-te Satanás".
O primeiro Adão caiu, mas o segundo triunfou. O primeiro, da terra,
é terreno; o segundo, o Salvador é do Céu.
II- A astúcia, a mentira e a maldade, formam juntas um veneno que
tem levado muita gente à morte eterna.
O golpe desferido pelo Diabo contra a mulher, tinha uma peçonha
quase imperceptível, quer na maneira de perguntar, quer na ocasião usada, pois
ele viu que seria difícil derrubar os dois juntos, e então procurou,
primeiramente vencer, isoladamente, o ponto mais fraco; uma vez tendo ganho a
primeira luta, seria mais fácil conseguir o resto. E assim foi. O Tentador
lançou a mentira logo que a astuciosa pergunta causara alguma dúvida no
espírito de Eva. Foi uma tentação progressiva, sistematicamente e só vencível
hoje por aqueles que se chegam a JESUS — O vencedor.
Antes do Diabo apontar defeitos na obra e na palavra de DEUS, ele
lança dúvida quanto às bênçãos prometidas à glória futura; se o crente deixa
penetrar a dúvida, logicamente perde certeza da esperança, e quem faz
semelhante troca, já não resiste às demais conversas .do Tentador.
O Senhor JESUS revelou que o Diabo não se firmou na verdade e os
que dão ouvidos às suas cantigas, terminam lançados na mentira.
Ele usa muito esses versículos: "Saberás tanto quanto
DEUS"; "você devia ser pastor"; "você era o homem indicado
para tal lugar" "você é que foi chamado pelo Senhor", é se o crente
se deixa levar por essas excitações da alma e inchações da carne, entristece-se
e cai; vejam-se os capítulos 12, 16 e 17 de Números.
III- Os objetos da tentação são sempre os mesmos, mas para cada
caso o Tentador usa especialmente um.
O apóstolo João (I Jó. 2:16) classificou sabiamente os três pontos
mais vulneráveis: "cobiça da carne, cobiça dos olhos e soberba da vida/'
Um crente qualquer, dando lugar a uma só destas tentações; já está sujeito a
cair. Eva, porém, deu lugar a todas três: O fruto era bom para se comer (cobiça
da carne) era agradável aos olhos (cobiça pelo olhar) e desejável para dar
entendimento e fazê-la igual a DEUS (soberba).
Ninguém queira saber mais do que a medida da sua fé; não tenhais
cuidado da carne e guardai os olhos que são a candeia do corpo»
IV- O resultado da desobediência foi que eles perderam a inocência,
no sentido de tranquilidade e, envenenados pela malícia da serpente, receberam
a malícia em si mesmos e perceberam a sua nudez.
Um estado que antes lhes era natural e simples, agora se lhes
tornava vergonhoso.
O crente que tem "o mistério da fé numa pura
consciência", pode chegar-se a DEUS e dizer-lhe: "Eis-me aqui".
Aquele, porém, que cometeu falta, sente-se nú (sem as roupas da salvação) e não
tem coragem de se apresentar diante de DEUS.
Esconde-se entre as árvores das obras, dos esforços próprios, das
esmolas, etc., mas, no fundo da alma se esconde de DEUS, porque está nú. E os
resultados não são só estes, mas. . . o salário do pecado é a morte.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM - GENESIS 2.15-17; 3.1-8
Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do Éden para o
lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De toda a árvore
do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal,
dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as
alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É
assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher
à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore
que está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis
para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis.
Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era
boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam
nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz
do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se
Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.
INTRODUÇÃO
I. A PROPENSÃO PARA O PECADO
l. Propenso, mas não destinado.
2. O teste da tentação de Adão e Eva.
II. A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO
l. O relato bíblico da queda do homem.
2. As três áreas do autoengano que levaram a queda.
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
IV. O pecado afetou a vida física e psíquica do homem.
2. O pecado afetou a vida espiritual do homem.
3. Somos herdeiros da corrupção moral de Adão.
IV. O LEVANTAMENTO DA QUEDA
1. A consciência de uma percepção não desejada.
2. A expectativa de um juízo inevitável.
3. A promessa de um juízo redentivo.
OBJETIVOS - No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de:
- Entender que o homem, por causa da desobediência a DEUS, está
propenso ao pecado, mas não destinado.
- Compreender que o homem não foi feito para pecar, mas DEUS
permitiu que ele fosse tentado pelo Diabo, para provar a sua fidelidade ao seu
Criador.
- Admitir que DEUS foi justo, quando castigou o homem, pois,
conforme o Senhor havia dito, a recompensa do pecado é a marte.
- Concordar que DEUS é justo, mas também misericordioso. Por isso, Ele
estabeleceu o plano redentivo de sua obra-prima.
SUGESTÕES PRÁTICAS
l. Diga aos alunas que DEUS teve as melhores intenções, quando
criou o homem a sua imagem e semelhança, pois desejava manter a comunhão com
ele, eternamente. No entanto, concedeu-lhe o livre-arbítrio, a fim de que não
fosse um autômato, mas tivesse sua própria vontade.
II. Explique-lhes que DEUS, em sua Onisciência, já sabia que o homem iria
pecar, antes mesmo de ser criado. Por isso, estabeleceu o plano da salvação,
antes da fundação do mundo. Satanás, entretanto, não sabia deste segredo
divino. Esta é a razão de ele ter tentado Adão e Eva.
3. Esclareça-lhes que, apesar da bondade divina, a qual salvou o
homem da condenação eterna, por intermédio da morte vicária de JESUS, cujo
sangue nos purifica de todo pecado, o ser humano traz em si, desde o seu
nascimento, o estigma da culpa. Por isso, estamos sujeitos aos sofrimentos e a
dor.
INTRODUÇÃO
A doutrina da queda do homem é precedida pela tentação, ou seja, por sua
provação. Certo autor escreveu que "a causa última do mal não se encontra
nem em DEUS, que é absolutamente santo, ou seja, a mais perfeita negação do
mal, nem no mundo, criado bom em DEUS e para DEUS" (Tg 1.13).
l. A PROPENSÃO PARA O PECADO
1. Propenso, mas não destinado. Como ser racional, o homem, em seu primeiro
estado de inocência, desconhecia o pecado. A possibilidade para o pecado surgiu
com a tentação. De fato, ele não havia ainda desenvolvido o seu caráter moral.
Esta propensão para a transgressão não significa que o homem, inevitavelrnente,
estivesse destinado a pecar. Esta tendência baseava-se unicamente em seu
livre-arbítrio. Ele poderia, conscientemente, manter-se fiel aos limites do
conhecimento que o Criador lhe deu, ou, então, rebelar-se contra esta lei, e
partir para o outro lado.
2. O teste da tentação de Adão e Eva (Gn 2.9,16,17).
a) Surge o agente da tentação.
(Gn 3.1) O teste moral de Adão e Eva começou, por permissão de
DEUS, com urna criatura feita pelo Criador, mas que, por rebelião tornou-se o
maior opositor do Senhor e de toda a sua obra. Este ser foi criado como espírito
dependente do Criador, como os demais membros do mundo angelical. Esta criatura
é Satanás ou Diabo, que não é igual a DEUS, mas surge diante de Adão e Eva,
incorporado em inocente serpente que estava no jardim plantado por DEUS.
b) A trama satânica para engodar a Adão e Eva. Satanás sabia que
não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a DEUS. Ele investiu,
então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o
homem, facilmente cederia as suas provocações.
II. A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO
1. O relato bíblico da queda do homem (Gn 3.1-12). A queda de Adão e Eva é
apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi um relato
teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana. Por isso, entendemos
que o pecado de nossos primeiros país foi um ato voluntário de sua própria
vontade e determinação. É claro que a tentação veio de fora, da parte de
Satanás, que os instigou a desobedecer a ordem de DEUS. Concluímos, pois, que a
essência do primeiro pecado está na desobediência do homem a vontade divina e
na realização de sua própria vontade: O seu pecado foi urna transgressão
deliberada ao limite que DEUS lhes havia colocado.
2. As três áreas do autoengano que levaram a queda (Gn 3.6) . A
primeira área do autoengano de Eva foi a fome instintiva, provocada pela
palavra de Satanás.
A segunda área de autoengano de Eva e Adão foi o desejo de grandeza, incitado
por Satanás, com a ideia de obter o entendimento do bem e do mal.
A terceira área: do autoengano de Eva e Adão foi a satisfação através dos,
olhos, porque aquela árvore "era agradável aos olhos".
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
1. O pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos
Romanos: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte" (Rm 5.12). A morte física se tornou então, a consequência natural
da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu na eterna separação de
DEUS. O Criador foi enfático, no Jardim: "Porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás" (Gn 2.17).
2. O pecado afetou a vida espiritual do homem. "O salário do pecado é a
morte" (Rm 6.23). Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu,
pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi a perda
da imagem de DEUS em sua vida. Isto implicou, essencialmente, no rompimento da
comunhão imediata e plena com o Criador, e causou-lhe a "morte
espiritual", no momento exato em que pecou.
3. Somos herdeiros da corrupção moral de Adão (Rm 5.12). Vários textos
bíblicos indicam este fato mas destacaremos apenas o que Paulo escreveu:
"Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim
também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm
5.12). Outro texto diz: "Pela ofensa de um só, a morte reinou" (Rm
5.17).
IV. O LEVANTAMENTO DA QUEDA
1- A consciência de urna percepção não desejada (Gn 3.6,7). Depois que o
Tentador conseguiu convencê-la a desejar o fruto proibido, Eva não hesitou em
pegar, comer e oferecer ao seu marido. Neste momento, abriram-se , então, os
olhos de ambos (Gn 3.7). Mas o que viram foi muito diferente daquilo que
Satanás havia dito que contemplariam.
2. A expectativa de um juízo inevitável (Gn 3.8-13). A queda foi precedida por
momentos em que a imaginação e os seus sentidos foram completamente dominados
pelo engano do Tentador. listo nos ensina que a história de todas as tentações
é a mesma: o objeto exterior de atração, a comoção interior da mente, o aumento
e o triunfo do desejo apaixonado; terminam na degradação, escravidão e ruína da
alma (Tg 1.15; 1 Jo 2.16).
a) A voz de DEUS (Gn 3.8). Diz a Bíblia que os dois "ouviram a voz de
DEUS, que andava no jardim pela viração do dia".
b) A resposta do homem a voz de DEUS (Gn 3.10). O texto declara que Adão saiu
do seu esconderijo, envergonhado, e confessou: "Tive medo e me
escondi". Esta sensação de culpa o fez fugir de DEUS. Apesar de confessar
a razão de sua fuga, não foi capaz, nem ele ,nem sua mulher , de assumir,
individualmente o seu pecado.
3. A promessa de um juízo redentivo (Gn 3.14-24).
a) Três juízos distintos: sobre a serpente, a mulher e o homem. Primeiro, no
juízo sobre a serpente, DEUS não discutiu, nem dialogou com a mesma. Pela
primeira vez, encontramos o termo hebraico (ARUR) na Bíblia, que significa
maldito, e traz o peso de urna sentença jurídica, pois a serpente foi declarada
culpada, sem opção de justificação. Segundo, há um juízo sobre a mulher,
conforme o texto de Genesis 3.16. Nesta escritura, DEUS predisse que ela seria
sujeita ao homem. Não seria mais a parceira na administração da Terra. Seria
dominada pelo marido e toda sua vontade estaria subjugada a ele. Seus filhos
seriam gerados com dores de parto. Terceiro, o juízo aparece contra o homem (Gn
3.17-19). Ele perderia as regalias e delícias do Jardim do Éden (Gn 3.23,24),
pois os dois foram expulsos daquele local. A sua subsistência, ele extrairia
com o suor do seu rosto, exigindo-lhe muito esforço físico.
b) A promessa de um juízo redentivo (Gn 3.15). Nesta escritura se
encontra a primeira e mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do
homem da condenação. Ao invés de lançar apenas juízos inclementes ¡e
condenatórios sobre o casal, DEUS, o justo Juiz, pois sua justiça é perfeita e
misericordiosa, abriu um espaço para a redenção.
CONCLUSÃO
Com esta lição, nós aprendemos que há urna esperan9a para o pecador,
em CRISTO JESUS.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. Nós não nascermos pecadores, mas, trazemos conosco, desde o
berço, a tendência para o pecado. Por isso, é necessário nascermos de novo, se
desejamos morar eternamente com CRISTO. S6, assim, estaremos livres da
condenai;:ao eterna, preparada para os que não aceitam a salvação.
2. Satanás, antes de se rebelar contra DEUS, era um querubim, e exerceu elevado
cargo entre os anjos. Mas intentou ser igual ao seu Criador, e declarou-lhe
gue1ra. Derrotado, foi expulso do Céu. Por causa disso, investiu contra o
homem, a obra-prima da criação.
3. A queda de Adão e Eva trouxe drásticas consequências físicas, psíquicas e
espirituais aos seus descendentes. Esta é a razão de nos depararmos com tantas
pessoas deficientes e desajustadas. Entretanto, o Evangelho de CRISTO temo
poder de nos curar de todas estas enfermidades.
Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.
Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De
toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.
O versículo 15. No jardim para o Dominar, Guardar e para
Cultivá-lo.
Horticultura, ou jardinagem, é o primeiro tipo de emprego no registro, em que o
homem foi contratado, enquanto no estado de perfeição e inocência. Embora o
jardim supostamente produzisse todas as coisas espontaneamente, como acontecia
com toda vegetal em toda a terra na criação, dominar, guardar e Cultivar foi
necessário depois para manter os diferentes tipos de plantas e vegetais em sua
perfeição e mostrar sua exuberância . Mesmo em um estado de inocência, não
podemos conceber que fosse possível o homem ter sido feliz, se inativo . DEUS
lhe deu trabalhos a fazer, e seu emprego contribuiu para a sua felicidade, pois
a estrutura de seu corpo, bem como de sua mente, claramente prova que DEUS não
o criou para uma vida meramente contemplativa.
Versículo 17. Da árvore do conhecimento não comerás. Este é o primeiro preceito
positivo que DEUS deu ao homem, e lhe foi dado como um teste de obediência, e
uma prova de sua lealdade para com seu Criador. Era necessário que, enquanto
senhor constituído para governar este mundo inferior, ele se lembrasse sempre
que era apenas um mordomo de DEUS, e, como tal, prestar contas a Ele do uso de
seus poderes mentais e corporais, e uso que fez das diferentes criaturas
colocadas sob seus cuidados. O homem cuja mente se esquece desta dependência e
responsabilidade é desviado de DEUS e perde de vista sua origem e fim, e é
capaz de qualquer espécie de maldade. Como DEUS é soberano, ele tem o direito
de dar a suas criaturas o que ele acha que é adequado. Uma criatura inteligente,
sem uma lei para regular sua conduta, é um absurdo, isso iria destruir a ideia
de sua dependência. O homem deve ter sempre DEUS como seu soberano, e agir sob
a sua autoridade, o que ele não consegue fazer, a menos que ele tenha uma regra
de conduta. DEUS fornece esta regra: e não é questão de que tipo de regra é,
mas da obediência a ela não está considerando os poderes da criatura a que se
deve obedecer.
DEUS diz: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da
árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que
dela comeres, certamente morrerás. Será que DEUS tinha o direito absoluto
para exigir isso? E não era o homem obrigado a obedecer?
Hás de morrer. moth tamuth literalmente, tú morrerás ao fazê-lo,
ou, morrendo morrerás . Tu morrerás não só espiritualmente, perdendo a vida de
DEUS, mas a partir desse momento tu tornar-se mortal, e deverás continuar
morrendo até tú morrer definitivamente para esta vida na terra. Encontramos
isso literalmente realizado, pois a cada momento da vida do homem aqui na terra
pode ser considerado como um ato de morrer, ou um morrer contínuo, até que a
alma e o espírito são separados do corpo. Outros significados foram dados nesta
passagem, mas são gerais, ou fantasiosos ou incorretos.
Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as
alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É
assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher
à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore
que está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis
para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era
boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar
entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam
nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz
do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se
Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.
Capítulo 3
Satanás, por meio de uma criatura aqui chamada de serpente, engana Eva, 1-5.
Tanto ela como Adão transgrediram a ordem divina, e caíram em pecado e miséria,
6,7. Eles são convocados diante de DEUS, e julgados, 8 - 13. A criatura chamada
de serpente é degradada e punida, 14. A promessa de redenção pela encarnação de
CRISTO, 15. Eva condenada 16. Adão condenado e ameaçado de morte 17. A terra
amaldiçoada, 18,19. Porque a mulher foi chamada Eva, 20. Adão e Eva vestido com
peles, 21. O estado miserável de nossos primeiros pais, após sua queda, e sua
expulsão do jardim do Paraíso, 22-24.
Notas sobre o Capítulo 3
Versículo 1. Ora, a serpente era a mais astuta - Temos aqui uma das mais
difíceis e importantes narrativas de todo o livro de DEUS. O último
capítulo terminou com uma breve, mas marcante narrativa da perfeição e
felicidade dos primeiros seres humanos, e este capítulo abre com a narrativa de
sua transgressão, degradação e ruína.
Que o homem está em um estado caído, a história do mundo, com a
vida de miséria de cada ser humano, é uma realidade incontestável. Mas como
chegou a essa situação? Há aqui um grande mistério. Quem foi a serpente? De que
tipo? Como ela conseguiu seduzir o primeiro casal feliz? Estas são questões que
permanecem ainda a ser respondidas. Tudo o que se diz ou é uma simples
narrativa dos fatos, ou é uma alegoria. Se é uma relação histórica, seu
significado literal deve ser procurado e, se for uma alegoria, nenhuma
tentativa deve ser feita para explicar, uma vez que exigiria uma revelação
direta para determinar o sentido em que deve ser entendido, por mais
fantasiosas ilustrações que existam. Vamos tentar analisar a narração Mosaica
da queda do homem. A principal dificuldade na narração é encontrada na
pergunta: Quem foi o agente empregado na sedução de nossos primeiros pais?
A palavra para traduzir o texto que, seguindo a Septuaginta, é serpente ou
nachash, e, de acordo com Buxtorf e outros, existem três significados nas
Escrituras para esta palavra:
1º Ela significa ver ou observar analisando atentamente atos
divinos ou encantamentos, onde se usa a fuga dos pássaros, as entranhas de
animais, o curso das nuvens, ou adivinhações.
2º Significa latão, bronze, e é traduzida em nossa Bíblia, não só
como bronze, mas correntes, grilhões, cadeias de bronze, e em vários lugares
como aço, ver 2 Samuel 22:35; Jó 20:24; Salmos 18:34 e em um lugar, pelo menos
imundícia ou fornicação, Ezequiel 16:36.
3º Significa uma serpente, mas de que tipo não está determinado. Em
Jó 26:13, que parece significar baleia ou hipopótamo: Por seu espírito ele tem
decorado os céus, a sua mão tem a serpente veloz, nachash bariach: como barach
significa passarem ou passar através de e beriach é usado para uma barra de um
portão ou da porta que passou através dos anéis, linearidade, em vez de
curvatura deve ser ligada a ela aqui, e é provável que signifique hippopotamus
ou cavalo marinho..
Em Eclesiastes 10:11, a criatura chamada nachash, de qualquer tipo, é comparado
com o tagarela: Certamente a serpente ( nachash ) vai morder sem encantamento,
e um tagarela não é melhor. Em Isaías 27:1, o crocodilo ou jacaré parece ser
particularmente o significado no original: Naquele dia o Senhor castigará -
leviatã a serpente veloz, Isaías 65:25, a mesma criatura se entende como;
Gênesis 3:1, nas palavras, poeira E será a comida da serpente, há uma evidente
alusão ao texto de Moisés. Em Amós 9:3, o crocodilo é evidentemente pretendido:
Apesar de ser escondidos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente,
(hannachash), e ele deve mordê-los. Nenhuma pessoa pode supor que qualquer tipo
de cobra ou serpente pode ser pretendido aqui, e vemos as acepções diferentes
da palavra, e os diferentes sentidos que carrega em vários lugares dos escritos
sagrados, que parece ser uma espécie de termo geral confinado a nenhum sentido
único. Por isso, será necessário examinar a raiz de forma precisa, para ver se
o seu significado ideal irá permitir-nos verificar o animal pretendido no
texto. Nós já vimos que nachash significa ver com atenção, para adquirir
conhecimento ou experiência pela observação atenta; nichashti, Gênesis 30:27:
aprender com a experiência, e este parece ser seu significado mais geral na
Bíblia. A palavra original é traduzido na Septuaginta οφις, uma serpente, não
porque este era o seu significado fixo determinado nos escritos sagrados, mas
porque era o melhor que ocorreu aos tradutores: e eles não parecem terem
enfrentado muita dificuldade para entender o significado do original, pois eles
tornaram a palavra como de várias formas como os nossos tradutores têm feito,
ou melhor, os nossos tradutores os seguiram, como eles dão quase as mesmas
significações encontradas na Septuaginta: daí descobrimos que οφις, é tão frequentemente,
usado por eles como serpente, seu significado literal suposto, é usado em nossa
versão. E os escritores do Novo Testamento, que raramente citam o Antigo
Testamento, seguiram a tradução da Septuaginta, sem mudar sequer uma palavra
nessa versão do uso desta palavra. A partir da Septuaginta, portanto, não
podemos esperar melhor luz, nem mesmo de qualquer outra das versões antigas,
que são todas posteriores à Septuaginta, e algumas feitas a partir da mesma.
A raiz desta palavra em árabe parece lançar luz sobre o assunto.
[Árabe] chanas ou khanasa significa que ele partiu, retirou, estava escondido,
seduzido, escapuliu afastado, a partir desta raiz vir [árabe] akhnas, [árabe]
khanasa, e [árabe] khanoos, o que significa de um macaco, ou Sátiro, ou
qualquer criatura siamesa ou do gênero do macaco. É notável também que da mesma
raiz vem [árabe] khanas, o diabo, o que ele tem de apelativo que o significado
de [árabe] khanasa, significando seduzido, porque ele chama os homens para fora
da justiça, os seduz contra a obediência a DEUS, Veja Golius voce, sub. Não é
estranho que o diabo e o macaco parecem ter o mesmo nome, derivado da mesma
raiz e essa raiz de modo muito semelhante ao da palavra no texto? Mas vamos
voltar e considerar o que é dito da criatura em questão. Agora o nachash era
mais sutil, arum, mais sábio, astuto, ou prudente, do que todos os animais do
campo, que o Senhor DEUS tinha feito . Neste relato encontramos,
1. Que tudo o que esta nachash era, ele estava na cabeça de todos
os animais inferiores para a sabedoria e entendimento.
2. Que ele caminhava ereto , por isso está necessariamente
relacionada à sua punição em teu ventre (ou seja, em todos os quatro) irás se
arrastar.
3. Que ele foi dotado com o dom da palavra, para poder ter uma
conversa aqui entre ele e a mulher.
4. Que ele também foi dotado com o dom da razão, pois nós o
encontramos exercendo raciocínio e disputa com Eva.
5º Que estas coisas eram normais a esta criatura, pois a mulher,
sem dúvida, muitas vezes a teria visto andando ereto e falando com razão, e,
portanto, ela não tem qualquer tipo de surpresa quando se aproxima dela, pois
parece ser apenas uma parte de uma conversa que tinha passado entre eles na
ocasião: Sim, DEUS disse.
Gênesis 3.14 - Então o Senhor DEUS disse à serpente: Porquanto fizeste
isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo;
sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
andar de barriga, ou seja, terá que rastejar, como tinham feito a
partir de sua criação, e deve fazer enquanto sua raça perdurar.
As serpentes não têm órgãos de discurso, ou qualquer tipo de som de
articulação vocal; elas só podem assobiar. É verdade que um burro por
influência milagrosa pode falar, mas não é esse o caso aqui. O texto insinua
que falar e razão eram naturais ao nachash (serpente) - todo escritor inspirado
diz que o nachash era mais sutil ou inteligente (ou astuta) do que todos os
animais do campo que o Senhor DEUS tinha feito. Também não podemos achar que o
gênero serpentes são notáveis pela inteligência. É verdade que a sabedoria da
serpente passou para um provérbio, mas eu não posso ver em que é fundada,
exceto em referência à passagem em questão, onde o nachash, que traduzimos por
serpente, seguindo a Septuaginta, mostra muita inteligência e astúcia, e é
muito provável que o nosso Senhor JESUS estava fazendo alusão a este trecho da
escritura quando exorta os seus discípulos a serem sábios, prudentes e
inteligentes, como as serpentes , φρονιμοι οφεις·, e é digno de nota que ele
usa o mesmo termo empregado pela Septuaginta no texto em questão: Οφις ην
φρονιμωτατος, a serpente era mais prudente e inteligente de todos os animais,
somos obrigados a concordar.
Existe a possibilidade de um macaco ser a serpente mencionada - outang ourané a
probabilidade de ser o animal em questão como nachash e οφις, ophis provavelmente
significa menos uma vez por serpente, um crocodilo, um hipopótamo, fornicação,
uma cadeia, um par de algemas, um pedaço de bronze, um pedaço de aço, e um
feiticeiro, pois já vimos que todas estas são acepções da palavra original.
Além disso, os escritores do Novo Testamento parecem perder de vista o animal
ou instrumento utilizado na ocasião, e falam apenas do próprio Satanás como a
causa da transgressão, e o instrumento de todo o mal. É direito de todos
discordar ou concordar.
Versículo 3. Nem nele tocareis - A mulher adicionou este trecho ao
que DEUS havia falado antes? Alguns dos escritores judeus dizem que assim que a
mulher afirmou isso, a serpente empurrou-a contra a árvore e disse: "Olha,
tu a tens tocado, e ainda está viva; tu portanto, com segurança pode comer do
fruto, pois certamente não morrerás".
Versículo 4. Certamente não morrer -
Aqui o pai da mentira mais uma vez aparece, e aparece contradizendo a afirmação
de DEUS. O tentador, através da nachash, insinua a impossibilidade da morte de
Eva, como se ele tivesse dito, DEUS te criou imortal, tua morte, portanto, é
impossível, e DEUS sabe disso, pois como tu vives pela árvore da vida, então
obterá aumento de sabedoria pela árvore do conhecimento.
Versículo 5. Seus olhos se abrirão - seu entendimento deve ser muito iluminado
e melhorado; e sereis como deuses , kelohim, como DEUS, assim a palavra deve
ser traduzida. Como a palavra original é a mesmo que é usada para apontar o Ser
Supremo, Gênesis 1:1, tem aqui o mesmo significado, e o objeto do tentador
parece ter sido este: convencer nossos primeiros pais que deveriam comer deste
fruto, tornar-se sábio e poderoso como DEUS, (em conhecimento e poder), e ser
capaz de existir para sempre, independentemente dele.
Versículo 6. A árvore era boa para se comer -
1. O fruto parecia ser saudável e nutritivo. E era agradável aos olhos.
2. A beleza do fruto tende a aguçar e aumentar o apetite. e árvore
desejável para te fazer sábio,
3. Um motivo adicional - Vai agradar o paladar.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 1
João 2:16.
A partir dessas três fontes todos os males naturais e morais surgiram: eles são
exatamente o que o apóstolo chama o desejo da carne, a árvore era boa para se
comer: o desejo do olho , que era agradável à vista, e o orgulho da vida ; era
uma árvore desejável para dar entendimento. DEUS tinha, sem dúvida criado
nossos primeiros pais sábios e inteligentes, e com uma grande capacidade e
propensão adequados para aumentar o conhecimento. Aqueles que pensam que Adão
foi criado sem conhecimento, têm tido uma visão muito falsa do assunto. Somos
convencidos de que os nossos primeiros pais estavam em um estado de perfeição
suficiente quando consideramos,
1. Que eles eram dotados de uma vasta capacidade de obter
conhecimento.
2. Que todos os meios de informação estavam ao seu alcance.
3. Que não havia impedimento para a concepção mais direta da
ocorrência da verdade.
4.Que todos os objetos de conhecimento, seja natural ou moral,
estavam sempre à mão.
5. Que eles tiveram a mais forte propensão do saber, e,
6. O maior prazer em conhecer.
DEUS lhes abria a natureza da alma continuamente com entendimento
de suas glórias ilimitadas e excelências, sem impedimento ou dificuldade, o que
lhes dava um estado de perfeição! A consumação da felicidade! Este foi, sem
dúvida, o estado e as condições de nossos primeiros pais. Apesar da
transgressão, era natural que eles desejassem ser cada vez mais sábios. DEUS
havia implantado esse desejo em suas mentes, mas mostrou a eles que este desejo
deveria ser satisfeito de uma determinada maneira, com prudência e juízo
regulando o exame cuidadoso do que DEUS queria para eles. Só DEUS sabe todas as
coisas, sabe o quanto de conhecimento a alma precisa para a sua perfeição e
felicidade crescente, até onde pode ir para não causar prejuízo e ruína. Há,
sem dúvida muitos assuntos que os anjos poderiam saber, e que DEUS escolhe
esconder deles, porque esse conhecimento tenderia não à sua perfeição, nem à
sua felicidade.
Tais limites de DEUS, são atribuídos desde o início:
Versículo 7. Os olhos de ambos foram abertos
Eles agora tinham uma ideia clara e suficiente do seu pecado e loucura em
desobedecer a ordem de DEUS, podiam discernir entre o bem e o mal, e qual foi a
consequência? Confusão e vergonha foram geradas, pois a inocência foi perdida e
a culpa surgiu.
Vamos analisar agora a queda e seus efeitos.
1. Do Novo Testamento aprendemos que Satanás se associou com a criatura que
traduzimos por serpente, no original nachash, canal usado para seduzir e arruinar
a humanidade; 2 Coríntios 11:3; Apocalipse 12:9 ; 20:02 .
2. Essa criatura era a mais adequada para essa finalidade, como
sendo a mais sutil, a mais inteligente e esperta de todos os animais do campo,
dotada por satanás com o dom da palavra e da razão, e, consequentemente, aquela
em que ele poderia melhor se esconder.
3. Como Satanás sabia que, enquanto Adão e Eva dependessem de DEUS
não poderiam ser arruinados, ele esforçou-se por seduzi-los a partir desta
dependência.
4. Satanás fez isso através do desejo exagerado de Eva por aumento
de conhecimento, o mesmo de DEUS, para o qual DEUS não os havia dotado.
5. Para obter sucesso, ele insinua que DEUS, por motivo de inveja,
tinha lhe dado a proibição de comer daquele fruto. DEUS sabe que no dia em que
comerdes dele, sereis como ele.
6- Promete o que não pode cumprir - Certamente não morrereis.
7. Satanás manteve a ilegalidade dos meios usados para que Eva
obtivesse o que desejava fora de sua vista, convenceu-a de que poderia se
assemelhar ao próprio DEUS, e, consequentemente, ser autossuficiente, e
totalmente independente dele. Ela ouviu, e fixou seu desejo apenas na boa
promessa, negligenciando a ordem de DEUS, e pensando tornar-se sábia e independente
em todas as áreas, sem DEUS, e então Eva tomou do fruto e comeu.
Vamos agora examinar os efeitos.
1. Seus olhos se abriram, e eles viram que estavam nus. Eles viram
o que eles nunca viram antes, que foram despojados de sua excelência, que
tinham perdido sua inocência, e que tinham caído em um estado de indigência e
de perigo.
2.Embora seus olhos tenham se aberto para ver sua nudez, sua mente
estava nublada, e seu julgamento confuso. Eles parecem ter perdido suas noções
apenas de honra e desonra, o que era uma vergonha e que era digno de louvor.
Foi desonroso e vergonhoso quebrar o mandamento de DEUS.
3. Parecem em um momento, não só ter perdido o senso de julgamento,
mas também de reflexão: um pouco antes Adão era tão sábio que ele poderia
nomear todas as criaturas que passavam perante ele, de acordo com suas
respectivas naturezas e qualidades; - agora ele não sabe o primeiro princípio
sobre a natureza Divina, que DEUS sabe todas as coisas, e que é onipresente,
portanto, ele se esforça para esconder-se entre as árvores se esquecendo que
DEUS tudo vê! Surpreendente é esta atitude! Quando as criaturas lhe foram
trazidas ele poderia nomeá-los, porque ele podia discernir suas respectivas
naturezas e propriedades; quando Eva foi trazida a ele pode dizer imediatamente
o que ela era, e para que fim foi feita, embora ele estivesse em um sono
profundo quando DEUS a formou. Mas, infelizmente! Como caíram os valentes!
Comparando seu estado presente com o seu estado passado, seu estado
de antes da transgressão com o seu estado pós transgressão, perguntamos: é a
mesma criatura? A criatura de quem DEUS disse, façamos a nossa imagem e
semelhança? infelizmente, agora este é menor do que os animais do campo.
4. Havia agora uma sucessão ininterrupta até o presente momento.
Todos os descendentes deste primeiro par são culpados por se assemelharem a sua
degenerada antecedência, e irão copiar a sua conduta. O original modo de
transgressão é ainda continuado, e o pecado original é sua consequência. Aqui
estão as provas.
1. Todo ser humano se esforça para obter conhecimento por meios
ilícitos, mesmo quando os meios legais e toda a ajuda disponível está à mão.
2. Todos se esforçam por ser independentes, e viverem sem DEUS no
mundo. por isso a oração, a linguagem da dependência da providência e graça de
DEUS, é negligenciada, eu poderia dizer detestada, pela grande maioria dos homens.
3. O ser humano está destituído do verdadeiro conhecimento de DEUS
e procuram privacidade para os seus crimes, não considerando que o olho de DEUS
está sobre eles, sendo apenas solícito para escondê-las dos olhos do homem.
Estas são algumas provas. Veja em Gênesis 3:10,12.
Versículo 8. A voz do Senhor - A voz é bem utilizada aqui, pois como DEUS é um
ESPÍRITO infinito, e não pode limitar-se a qualquer forma , então ele não pode
ter aparência pessoal. É muito provável que o tempo em que DEUS vinha para
conversar com eles no jardim era no declínio do dia, leruach haiyom, na brisa
da tarde, e provavelmente este foi o tempo que os nossos primeiros pais
empregaram no mais solene atos de seu culto religioso, em que DEUS estava
sempre presente. O tempo para este culto solene é novamente nos concedido,
pois DEUS está em seu lugar, mas Adão e Eva pecaram, e portanto, em vez
de serem encontrados no local de culto, estão escondidos entre as árvores!
Leitor, quantas vezes isso tem sido o seu caso! DEUS está encontrando você no
local de culto?
Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.
TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dvc-vencendotentacoes.htm
A doutrina da queda do homem é precedida pela tentação, ou seja,
por sua provação. Certo autor escreveu que "a causa última do mal não se
encontra nem em DEUS, que é absolutamente SANTO, ou seja, a mais perfeita
negação do mal, nem no mundo, criado bom em DEUS e para DEUS" (Tg l. l 3).
A- A PROPENSÃO PARA O PECADO
1. Propenso, mas não destinado. Como ser racional, o homem, em
seu primeiro estado de inocência, desconhecia o pecado. A possibilidade para o
pecado surgiu com a tentação. De fato, ele não havia ainda desenvolvido o seu
caráter moral. Esta propensão para a transgressão não significa que o homem,
inevitavelmente, estivesse destinado a pecar. Esta tendência baseava-se
unicamente em seu Livre-arbítrio. Ele poderia, conscientemente, manter-se fiel
aos limites do conhecimento que o Criador lhe deu, ou, então, rebelar-se contra
esta lei, e partir para o outro lado.
2. O teste da tentação de Adão e Eva (Gn 2.9;16,17).
a) Surge o agente da tentação (Gn 3.1). O teste moral de Adão e Eva
começou, por permissão de DEUS, com uma criatura feita pelo Criador, mas que,
por rebelião tornou-se o maior opositor do Senhor e de toda a sua obra. Este
ser foi criado como ESPÍRITO dependente do Criador, como os demais membros do
mundo angelical. Esta criatura é Satanás ou Diabo; que não é igual a DEUS, mas
surge diante de Adão e Eva, incorporado em inocente serpente que estava no
jardim plantado por DEUS.
b) A trama satânica para engodar a Adão e Eva. Satanás sabia
que não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a DEUS. Ele investiu,
então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o
homem, facilmente cederia as suas provocações.
B- A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO
1. O relato bíblico da queda do homem (Gn 3.1-12). A queda de
Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi
um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana, por isso,
entendemos que o pecado de nossos primeiros pais foi um ato involuntário de sua
própria vontade e determinação. É claro que a tentação veio de fora, da parte
de Satanás, que os instigou a desobedecer à ordem de DEUS. Concluímos ,
pois, que a essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à
vontade divina e na realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma
transgressão deliberada ao limite que DEUS lhe havia colocado.
2. As três Áreas do autoengano que levaram à queda (Gn 3,6).
A primeira área do autoengano de Eva foi a fome instintiva, provocada pela
palavra de satanás.
A segunda área de autoengano de Eva e Adão foi o desejo de grandeza, incitado
por satanás, com a ideia de obter o entendimento do bem e do mal.
A terceira área do autoengano de Eva e Adão foi a satisfação através dos olhos,
porque aquela Árvore "era agradável aos olhos".
O PROCESSO DA TENTAÇÃO
A tentação se constitui num processo que tem os seguintes passos:
1. Atração do desejo (v.14a).
"Mas cada um é tentado, quando atraído..."
Primeiro, vem a atração pelos sentidos: visão (1 Jo 2.16); audição
(I Co 15.33); olfato; gosto ou paladar, e tato (Pv6.17).
2. Engodo (isca).
A pessoa é atraída, seduzida e "engodada pela própria
concupiscência" (desejo carnal) (v.14b).
3. Concepção do desejo (da concupiscência).
Na mente, nos pensamentos (cf. Mc 7.21-23), o desejo é concebido. Só
se faz o que se pensa (v.15a). Nesse ponto, ainda se pode evitar o
pecado.
4. O pecado é gerado.
"Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o
pecado" (v.15). Ainda na mente, já nasce o pecado. Alguém pode adulterar
só na mente (Mt 5.27,28).
5. A consumação do pecado. (v.15b).
"...e o pecado, sendo consumado, gera a morte. “A morte, aqui,
é espiritual. Nesse ponto, só há solução se houver arrependimento, ainda. em
vida.
É importante entendermos esse terrível processo a fim de que nos
resguardemos dele. Alguém já disse que ninguém pode impedir que um pássaro voe
sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo de fazer um ninho nela. Isso ilustra o
processo da tentação. Esta, em si, não é pecado. Pecado é praticar o que a
tentação sugere.
O que é tentação.
I. Definição
1. Massah, "teste". "provação". Palavra
hebraica usada por cinco vezes. Deu. 4:34; 7:19; 29:3; SaL 95:8; Jó 9:23.
2. Peirasmôs, "teste", "prova". Palavra grega
usada por vinte vezes: Mal. 6:13; 26:41; Mar. 14:38; Luc. 4:13; 8:13; 11:4; 22:28,40,46;
Atos 20:19; 1 Cor. 10:13; Gál. 4:14; 1 Tim. 6:9; Heb. 18; Tia. 1:2,12; 1 Ped.
1:6; 11 Ped. 2:9 e Apo.3:10.
3. Peirázo, ''testar'', "submeter à prova". Vocábulo
grego que ocorre por trinta e seis vezes: Mal. 4:1,3; 16:1; 19:3; 22:18,35;
Mar. 1:13; 8:11; 10:2; 12:15; Luc. 4:2; 11:16; João 6:6; 8:6; Atos 5:9; 9:26;
15:10; 16:7; 24:6; 1 Cor. 7:5; 10:9,13; 11 Cor. 115; GáI. 6:1; 1 Tes. 3:5; Heb.
2:18; 3:9 (citando Sal. 95:9); 4:15; 11:17,37; Tia. 1:13,14; Apo. 12,10; 3:10.
No original grego, tentação é "peirasmos", que significa
"teste", "provação", "tentação para a prática do
mal".
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e
Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 350-351.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
A TENTAÇÃO E A QUEDA
Neste capítulo temos a história da desobediência do primeiro homem,
sua queda e expulsão do jardim do Éden. Muito se tem escrito sobre a história
deste capítulo e os escrúpulos de alguns teólogos em figurar DEUS colocando no
jardim, entre as frutas boas, uma que em si tinha o gérmen da morte. Dizem que
se trata de uma parábola e não de uma história verídica. As muitas referências
ao jardim e à queda do primeiro homem, porém, não oferecem dúvida quanto à
historicidade da narrativa. A árvore da ciência do bem e do mal não seria em
nada diferente das outras árvores. O que a tornava especial era a recomendação
do Criador para que não comessem de seu fruto. Esta árvore não tinha em si
mesma o poder ou qualidade de dar conhecimento do bem e do mal. Este
conhecimento veio após a transgressão. A árvore era um meio de provar a
fidelidade e a obediência do primeiro homem. Obedecendo a DEUS, Adão
continuaria inocente; desobedecendo, pecaria, e deste pecado viria a consciência
do mal. Até ali só tinha consciência do bem, mas a sua transgressão lhe trouxe
o conhecimento do mal. Caiu do seu estado original, cuja suprema diretriz era
servir e honrar seu Criador. Agora que tinha tomado outro curso, ficou sujeito
a servir, por sua própria deliberação, debaixo da influência do anjo tentador.
O Tentador
A serpente era mais astuta que todos os outros animais. Não somente
era astuta, mas, possivelmente, tinha mais beleza do que os outros animais.
Satanás não usaria um instrumento reles para a perpetração de seu crime. A
maldição divina reduziu a serpente ao que ela é hoje, um animal abjeto. Crêem
alguns comentadores que ela andava ereta, e não de rastos como agora, e que
tinha a faculdade da palavra articulada, mas talvez seja exagero. Na maldição
que DEUS pronunciou sobre ela, foi condenada a "andar sobre o seu
ventre", o que parece favorecer a ideia de que antes andava ereta.
O vocabulário bíblico é extenso e descritivo, dando a serpente como animal
perigoso, tanto no veneno mortal, como também pela malignidade e astúcia. Em
certos países orientais, a serpente é adorada, e no Egito era usada como
símbolo de imortalidade e do deus benéfico "Kneph". Os fenícios,
gregos e romanos a tinham como emblema de poder beneficente. Moisés obrou o primeiro
milagre no Egito convertendo sua vara em cobra, para pôr este meio castigar a
idolatria da serpente no Egito.
Na Bíblia ela é descrita de três formas:
(1) como animal venenoso;
(2) como símbolo de Satanás;
(3) como símbolo da malícia.
(Ver Gênesis 3:1; 4,9:17; Prov. 25:32; Ec.10:8; Is. 59:5.
Simbolicamente é empregada em II Cor. 11:3; Ap. 12:9,14,15; 20:1-3, 7-10; Mat.
23:33.)
O Zoroastrianismo consagra uma boa parte de seu ensino à serpente, crendo que o
espírito maligno, Arimã, botou a perder a formosa região preparada no princípio
pelo espírito do Bem, Ormuz, e que foi Arimã, espírito mau, que se encarnou
numa serpente, para ensinar o homem a pecar. Como o Zoroastrianismo, todas as
religiões orientais relacionam a queda do homem com a serpente.
O que ela era não podemos saber perfeitamente, mas não resta dúvida de que o
relato bíblico encontra eco em todos os povos primitivos, em relação à queda da
humanidade. Não é possível que uma mera parábola, como querem alguns
comentadores, tivesse ganho lugar tão saliente em todas as religiões étnicas e
bíblicas.
A Tentada e o tentado
O homem não foi tentado, mas a mulher, sendo tentada, seduziu o
homem. Satanás procurou a mulher, em lugar do homem, talvez porque soubesse que
não seria bem-sucedido com Adão. Se somente Eva tivesse comido do fruto, não
teria a raça caído, mas esta comeu, gostou e ofereceu ao companheiro. Este, por
sua vez, sendo tentado, não resistiu, e arrastou consigo a sua posteridade. O
concerto tinha sido feito com Adão e sua posteridade, incluindo Eva mesma.
Parece que Eva ignorava a gravidade do ato que havia praticado. Não sentiu que
estava nua. Que ela sabia haver DEUS proibido comer o fruto, não há dúvida, mas
a gravidade da transgressão, parece que não conhecia. O tentador tinha usado
uma forte argumentação, e ela não se mostrou invulnerável; entretanto, demorou
mais em ceder do que o próprio Adão. Primeiro o tentador mostrou-lhe que não
era justo DEUS excluir uma árvore dentre muitas outras, para dela Adão não
fazer uso. Foi uma forte insinuação. Vencida neste ponto, foi fácil mostrar que
DEUS não tinha sido franco com o homem e a mulher. Satanás acusa DEUS de
desonestidade, em negar ao homem um dos primeiros privilégios: ser igual a DEUS
mesmo, conhecendo o bem e o mal. Por outro lado, Satanás acusou DEUS de ter
faltado à verdade ao dizer que morreriam no dia que comessem do fruto, quando,
disse o tentador, não morrereis, mas ficareis mais sábios. Estes argumentos
venceram "Isha", e ela, olhando para a árvore, viu que em nada diferia
das demais e, com o desejo de provar, comeu, achou bom e levou o fruto ao
companheiro. Se Adão estivesse junto da companheira, talvez ela não caísse.
Onde estaria ele? Nada oferece melhor garantia à família e à
sociedade como a contínua comunhão entre marido e mulher. Notemos, portanto,
que a tentação de Eva foi externa e interna. Passou por uma operação mental,
pela qual Adão não passou. Ela lhe ofereceu o fruto, e ele comeu. Não há dúvida
de que Eva lhe relataria que um anjo de DEUS veio com uma mensagem muito
interessante, sobre a verdadeira natureza da árvore, e que tinha aceitado os
conselhos, tinha comido e nada de anormal tinha acontecido; portanto, ele
também podia comer. É certo, pois, que a raça caiu em Adão. Mal ele comeu,
notaram ambos que estavam nus. A consciência de falta foi materializada na
nudez, e esta foi o reflexo da transformação de suas naturezas de seres
inocentes em seres pecadores.
A Punição
Jeová costumava visitar o primeiro casal ao cair do dia, para
conversar com ele. Até aqui a vinda de Jeová era esperada e desejada, e era
motivo das mais íntimas alegrias, porém agora era motivo de horror. Adão e Eva
esconderam-se de DEUS, mas, como diz o Salmista, onde poderiam eles
esconder-se? O diálogo entre DEUS e Adão é interessante. Adão parece botar a
culpa do pecado em Eva, mas não é assim. Ele simplesmente diz que ela lhe deu
do fruto, e ele comeu. Há, certamente, um pouco de desculpa nesta expressão:
"A mulher que me deste ..." A mulher, por sua vez, botou a culpa na
serpente. Mas desculpas não desculpam, e a sentença é terrível.
(1) A serpente foi amaldiçoada por ter servido de instrumento a
Satanás. Entre todos os animais do campo não há outro que provoque mais medo e
repugnância. Os próprios animais desta família, que não são venenosos, são
repugnantes e repelentes.
(2) A mulher teria prolongadas as horas de sua maternidade, acompanhadas de
cruciantes sofrimentos. Não somente isto, mas sua independência terminou aqui;
doravante, ela seria sujeita a seu marido, a ponto de todo seu desejo convergir
para ele. A degradação a que tem sido submetida a mulher por mais de 5.000 anos
é um atestado da punição que recebeu. Somente o cristianismo a restaurou à sua
original posição de ser livre, bem assim, o homem. Em todos os países onde não
é conhecido o cristianismo a mulher é privada dos mais elementares direitos de
liberdade. Na China, há hoje milhares de meninas de menos de 10 anos de idade
que os pais já casaram com outros meninos da mesma idade. Não lhes é
reconhecido o direito de escolher marido. A maior desgraça que pode visitar um
lar é o nascimento de uma menina. É sinal de desagrado da divindade para com os
pais. A mulher que tiver três meninas seguidas pode ser repudiada pelo marido,
e se torna merecedora de todo escárnio social. Os próprios judeus, que se
avantajavam grandemente a qualquer outro povo em assuntos sociais, tinham um
padrão baixo para a mulher; e a própria Bíblia lhe consigna privilégios
rudimentares, em competição com o homem. Só JESUS CRISTO, o segundo Adão,
levantou a mulher ao seu original estado de verdadeira companheira e ajudadora
do homem.
(3) O homem foi punido com a pena de prover seu sustento com
fadigas e aflições, colhendo da terra espinhos e cardos, em vez do bom fruto.
Foi forçado a continuar esta luta, até que voltasse à mesma terra donde havia
sido tomado. A morte foi o salário da sua falta. Adão foi criado para viver
eternamente, mas sua transgressão ganhou a morte, a esta viria depois de um
período de agonias, desapontamentos e tristezas.
Quanta coisa uma pequena falta produziu! É que para DEUS não há faltas pequenas
e grandes. Sua metragem é uma só, sua balança não tem mais que um peso, e seu
dicionário só tem uma palavra que descreve nossa atitude de rebeldia para com
Ele: PECADO.
(4) A terra foi amaldiçoada por causa de Adão. A maldição converteu este
planeta, do Éden, num vale de lágrimas. Tinha sido criado com todos os seus
ornatos, para gáudio do rei da criação, mas num momento foi revogada a lei e
convertido num palco, onde os mais tétricos dramas se haviam de realizar. Bom é
que não pensemos nas multiformes tristezas que andam pela terra, visitando os
pobres filhos de Adão, herdeiros de tão fatídico legado, e que só pensemos no
bem que o Benigno Criador permite gozarem os que piedosamente se conformam com
o seu governo, a fim de não agravarmos a situação a que fomos atirados por
nosso primeiro pai.
A Promessa
No meio de todas as aflições com que DEUS puniu a falta da mulher,
encontramos uma promessa consoladora, o gérmen de todas as promessas futuras. A
humanidade está arruinada e diante de um novo programa de dores e aflições. Mas
o Criador divisou um remédio que cortaria os efeitos do veneno mortal que
acabara de ser inoculado na novel raça. Se DEUS não tivesse um remédio tão
eficaz, talvez, na sua infinita bondade, tivesse desviado o plano do tentador.
O verso 15 dá-nos o primeiro som do evangelho, e tem por isso sido classificado
como o "protoevangelho". Da semente da mulher sairia um que esmagaria
a cabeça da serpente. A tradução da Vulgata (Bíblia usada na Igreja Católica)
dá a mulher como sendo quem esmagaria (ver cap. 12 de Ap.) a cabeça da
serpente, mas tanto a tradução de Figueiredo, como a Brasileira são fiéis ao
original, onde se lê que não a mulher, mas a sua semente, esmagaria a cabeça da
serpente. Alguns acham que esta profecia não se refere, tampouco, a CRISTO
somente, mas a todos os crentes nele.
Em certo sentido, é aplicável a toda nova criação, visto que, pelo
poder de CRISTO, estamos continuamente destruindo os planos da serpente, o
maligno, mas quem cumpriu esta promessa e profecia foi CRISTO. A linguagem devem
entender-se de acordo com a terminologia bíblica. Prat pensa que a mulher aqui
descrita é a Igreja, e em favor de sua teoria cita o capítulo 12 de Apocalipse,
em que a mulher, que estava para dar à luz, foi perseguida pelo Dragão, a
antiga serpente; seu filho foi arrebatado para o céu, e a mulher fugiu para o
deserto. Se este ponto de vista é correto, ainda fica de pé que foi a semente
da mulher que, direta e indiretamente, esmagou a cabeça da serpente. Todo o
poder da Igreja de CRISTO dimana de CRISTO mesmo, e não de nós, porque foi Ele
quem venceu Satanás. Com esta presunção é que o papado desloca CRISTO e coloca
a Igreja como vencedora e mesmo salvadora, pois que, estar fora dela é estar
perdido.
Novo Nome Dado à Mulher
Já vimos que Eva tinha por nome "Isha", que significa
"parte" ou "derivação do homem". Agora, ela recebe o nome
de Eva, que significa "mãe dos viventes", sua posição de igual com o
homem foi reduzida, em virtude do pecado cometido, mas, em compensação, recebe
outra missão, que lhe era desconhecida. Isto não significa que não seria mãe de
toda a raça mesmo no caso de não haver transgressão, visto que DEUS lhe dera a
comissão de crescer e multiplicar, mas esta missão surge agora em condições
diferentes e termos antes ignorados. Entre todas as honras que podem assistir à
mulher, não há outra igual à maternidade. Ser mãe é o maior dos privilégios da
mulher, e só a corrupção, que tem acompanhado o progresso da humanidade, é
responsável pela profanação e desrespeito a quem tem sido submetida a
propagação natural da raça, evitando-se por todos os artifícios, o lícito
crescei e multiplicai-vos.
Primeiro Sacrifício
Quando Adão e Eva se viram nus, fizeram para si aventais de folhas
de figueira. DEUS, porém, os proveu de coisas mais duráveis: fez túnicas de
peles de animais para os vestir. A sua nudez, símbolo do pecado, foi por DEUS
mesmo coberta. Matou alguns animais, para com as peles cobrir a falta do
primeiro par. Faz-se mister o derramamento de sangue, para cobrir uma falta
grave. Para que a transgressão de Adão não continuasse visível, teve que haver
morte de animais inocentes.
A declaração é feita sem preâmbulos e em termos tão singelos que o teólogo
apenas pode tirar ilações; mas não haverá quebra de doutrina ou preceito, se
virmos neste caso o protótipo do cordeiro pascoal no Egito, cujo sangue
inocente fez que o anjo exterminador passasse de longe; bem como, este cordeiro
pascoal é o protótipo do "Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do
mundo".
A doutrina da substituição é clara em todo o Velho Testamento. As peles destes
animais substituíram a inocência perdida por Adão e Eva. Há alguma dificuldade
para saber o que foi feito da carne daqueles animais, visto como ainda não era
conhecido o ritual de oferecê-la sobre o altar. Moisés não nos diz como DEUS
fez, mas sim que Ele fez. Que a origem do sacrifício deve remontar a esta
época, não resta dúvida, - visto que Abel, pouco tempo depois, ofereceu dos
primogênitos do seu rebanho, um sacrifício a Jeová. Conforme a lei de Moisés, a
pele dos animais pertencia ao sacerdote que oferecia o sacrifício (Lev. 7:8).
Quando DEUS instituiu o primeiro sacrifício, reservou para si as peles, com que
fez as túnicas de Adão e Eva. Este sacrifício à porta do jardim do Éden perdido
é a primeira prefiguração do grande sacrifício do Calvário - a porta do Éden
reconquistada.
A Expulsão do Éden
Ainda que o pecado de Adão houvesse sido coberto, DEUS vindica sua
autoridade, expulsando do Éden o primeiro par transgressor. No Jardim, DEUS
havia colocado uma árvore, cujo fruto era o antídoto do fruto da ciência do bem
e do mal (Árvore da vida). Árvore, talvez, igual às outras, mas com um desígnio
especial no altíssimo plano de DEUS. Para que Adão não lançasse mão deste
fruto, foi expelido do jardim. Tinha se tornado indigno da confiança divina de
tal modo que sua penetração ali era impossível, por causa da espada flamejante
que se volvia em todas as direções.
Qualquer que fosse a virtude da árvore da vida mencionada aqui e em
Ap. 22:2, parece que era imprópria para um corpo irregenerado. O primeiro Adão
fechou a porta do jardim do Éden, e o segundo abriu-a e restaurou o pecador ao
privilégio primitivo de participar daquela árvore.
Os Efeitos Mentais do Pecado
Convém notar o que o verso 22 diz: "Eis que o homem se tornou
como um de nós, conhecendo o bem e o mal", disse Jeová. Parece que DEUS
conhece o mal no mesmo sentido de Adão. Há, porém, diferença. Adão conheceu o
bem e o mal por experiência; DEUS não pode ter qualquer experiência do mal,
reconhece apenas sua existência e atuação. Até aqui Adão era inocente, não
tinha a menor experiência do pecado nem era onisciente, para conhecer o que
estava além do seu conhecimento e experiência. Aqui novamente Jeová usa o
pronome "nós", "como um de nós". A expulsão envolveu a
sentença de morte e sofrimento. Um futuro cheio de aflições e dores acompanhou
a saída dos dois transgressores do jardim.
Crêem alguns exegetas que o corpo de Adão não era imortal; estava sujeito à
decadência como tudo que é terreno. Para evitar essa decadência e consequente
morte, DEUS tinha provido o jardim da árvore da vida , com cujas folhas o homem
evitaria a decadência física e a morte. Depois do pecado, a vida contínua seria
uma calamidade, em virtude dos sofrimentos a que ficou sujeita a raça. Por
isso, DEUS expulsou o homem do jardim, para que não tocasse na árvore da vida e
vivesse para sempre. A ser verdadeira esta interpretação, há nela mais uma
prova da bondade do Criador, não permitindo que a raça humana ficasse
perenemente sofrendo. A morte deixa de ser uma calamidade, para ser uma bênção,
pois que liberta o mortal de uma situação de dores intermináveis.
A "árvore da vida, cujas folhas servem para a saúde das
nações" (Ap. 22: 2), a que se refere o último livro da Bíblia é mencionada
em circunstâncias análogas às existentes antes da queda, o que parece
robustecer esta interpretação. Ali não há mais morte, dores ou sofrimento de
qualquer espécie. A harmonia volta a reinar no universo e CRISTO é o Supremo
rei da cidade da vida. Há, inegavelmente, uma admirável harmonia nos dizeres do
Gênesis e do Apocalipse. No primeiro, há uma situação irremediavelmente
perdida, pela introdução do pecado no mundo; no segundo, uma situação
inalteravelmente bendita, pela remoção do pecado do mundo e da vida.
Além da espada flamejante, DEUS colocou ali um dos querubins. É
difícil determinar a natureza e ofício destes seres. Além deste caso, a palavra
ocorre 73 vezes na Bíblia: 44 vezes em referências aos símbolos que foram
colocados sobre a arca do concerto e 19 vezes no livro de Ezequiel. Em Isaías
6, estes seres aparecem de uma maneira especial. O mais que sabemos deles é que
eram mensageiros de DEUS. É isto que significa o termo "anjo".
Querubim parece ser uma ordem superior à dos anjos, apesar de às vezes
aparecerem indiscriminadamente. A terminologia bíblica favorece a ideia de
ordem gradativa entre os seres angélicos.
A nota predominante no terceiro capítulo de Gênesis é o pecado.
Pela primeira vez vemos sua introdução e atuação na vida dos primeiros seres
racionais. Como uma luz brilhante nas trevas, surge a promessa e a consequente
redenção. Todo o resto da revelação divina é saturado com os efeitos do pecado
em suas muitas formas, atos e manifestações. O Velho como o Novo Testamento
oferece um vasto campo teológico ao estudante que deseja conhecer como o mundo
está saturado de idéias e pensamentos pecaminosos. Farta linguagem descritiva
de todos estes fenômenos encontra-se em ambos os Testamentos. O estudante não
deve esquecer que o vocábulo "pecado" é religioso e tem significado
religioso.
Pecado e "crime" são sinônimos, se bem que em campos ou
esferas diferentes. O primeiro se relaciona invariavelmente com os atos do
homem em relação a DEUS; o segundo, em relação à lei civil. A palavra pecado,
propriamente, significa "errar o alvo", isto é, DEUS tem posto diante
de cada indivíduo um ideal, um programa, um padrão para ser alcançado, para
servir de modelo na vida, mas o homem falha, não atinge o ideal, e o pecado é a
causa. Daqui decorre toda sorte de desvios e sinuosidade em que se perde o
homem. Isto é o pecado. Há outros significados que indicam ilegalidade,
dessemelhança com DEUS, apostasia, iniquidade etc.
Pecado, pois, em qualquer de suas formas, é "crime" e
merece ser punido. Não se pode conceber quebra de preceito legal sem pena. Por
isso o código prescreve deveres ou leis e penalidades. O crime, porém, não
afeta senão o ser físico, enquanto o pecado atinge o físico e o moral, envolve
o coração. O crime é uma quebra de preceito humano e só pode ser passível de
pena nos limites humanos, enquanto que o pecado, por seus motivos espirituais,
atinge o espírito. Este não é uma quebra de preceitos humanos, mas divinos; não
só atinge o físico, mas também o espiritual. Seus efeitos, pois, são carnais e
espirituais. O juiz é a divindade ofendida, que vindica a lei e a justiça, pune
tanto no físico como no espiritual. O pecado não pode ser punido somente no
físico porque envolve a quebra de leis morais e escritas no coração (Romanos
1:28-32). O homem peca por determinação, consciência e inconsciência. Para
remediar esta falta, que escapa aos próprios atos volitivos, o sistema levítico
fez provisão para os pecados por ignorância (Lev. 4:14-20, 31; Sal. 19:12; Rm.
7:9, 10).
"O pecado", diz o Dr. Stroing, "não é meramente uma
caixa negativa ou ausência de amor a DEUS. É uma escolha positiva, fundamental,
ou uma preferência egoísta em lugar de DEUS, como objeto de afeto e supremo
fim. Em lugar de fazer de DEUS o centro da vida, entregando-se
incondicionalmente a Ele e possuindo sua vontade subordinada a DEUS mesmo, o
pecador faz de si mesmo o centro da vida, põe-se diretamente contra DEUS e
constitui seus próprios motivos e sua própria vontade e regra suprema. Ao mesmo
tempo que o pecado é um estado de não conformidade com DEUS, em princípio, em
realidade é oposição a Ele, como um ato de transgressão às suas leis; a
essência desse ato, em toda parte, é a glorificação própria. Em outras
palavras, o pecador põe-se a si mesmo onde se deve pôr DEUS". Strong,
Teologia Sistemática, Vol. II.
Esta descrição leva-nos à consideração de uma pergunta muitas vezes
feita: - Qual a origem do pecado? O autor não se propõe a resolver o problema,
nem a esclarecer as coisas que DEUS mesmo deixou irresolutas. Podemos
filosofar, raciocinar, aprender muita coisa, mas temos que reconhecer nossa
incapacidade para penetrar todos os assuntos. A Bíblia é simples e clara em
declarar onde e como o pecado se originou, mas não vai além disto. O problema
que a existência do pecado envolve fica por explicar. O pecado, sabemos,
originou-se com os anjos. Os anjos, como o homem, foram criados livres agentes
morais, possivelmente submetidos a uma lei de provação. Daqui sua possibilidade
de obedecer e ficar firmes ou desobedecer e cair. A maioria deles ficou firme;
são os chamados anjos eleitos (I Pedro 1:12). Muitos, porém, caíram e perderam
o primitivo estado de inocência. Desses anjos caídos, Satanás é o chefe. Não
permaneceu firme na verdade (João 8:44). O orgulho parece haver sido a causa de
sua derrota (1 Timóteo 3:6). Este anjo caído tem, na Bíblia, diversos nomes,
como Lúcifer, que significa "filho da manhã"! Isto indica que era
anjo brilhante e poderoso, mas perdeu esta posição e tornou-se Satanás, que
significa "adversário". Como Belzebu, é príncipe dos outros anjos
caídos. Como Diabo, seu nome indica tudo que pode ser falso. Para o homem,
acusa a DEUS. Para DEUS, acusa o homem (veja o primeiro capítulo de Jó). É
também chamado tentador, em sua atividade destruidora. Seu programa é demolir,
destruir, tanto os planos de DEUS, como o homem; seu programa final é a
anarquia do governo divino.
Conhecendo, assim, onde o pecado se originou, indaguemos como se
originou. DEUS não é autor do pecado. Satanás é o seu autor. Perguntará alguém:
Quem criou Satanás? Ninguém. DEUS criou um anjo; este rebelou-se e tornou-se
Satanás. DEUS o criou livre para agir, obedecer ou desobedecer e foi esta
faculdade de escolher que deu origem à transformação de um anjo inocente em
Demônio. A escolha foi a ocasião do pecado. Perguntará ainda o leitor:
"Por que não criou DEUS os anjos sem faculdade de escolher?" Se eles
fossem criados assim, seriam meras máquinas, e nunca seres livres. Por que
Satanás se revoltou e quando a Bíblia não diz. Parece que o orgulho foi que deu
lugar à queda; mas, qual a razão desse orgulho? Não se sabe. Mistério!!! O
mundo espiritual está envolto em mistérios que a mente humana não pode penetrar
nem discutir. Sabemos tudo que é necessário e essencial, mas o porquê das
coisas não essenciais DEUS reservou para si.
Outro grande problema, talvez o mais difícil, é a permissão que Satanás tem
para prosseguir em sua obra destruidora. No infinito plano redentivo de DEUS há
lugar para o Demônio exercer suas atividades; mas, afinal, os resultados dessas
atividades são contra Satanás mesmo. No livro de Jó notamos a liberdade que,
DEUS lhe deu para destruir a felicidade de Jó, mas esta liberdade é reduzida e
limitada, e, afinal, Jó é restaurado à sua original abundância e conforto e
Satanás logrado no seu plano. Reconhecereis que todo o mal que o maligno pode
causar temporariamente ao homem provoca bênçãos que de outra forma não seriam
apreciadas. Tudo está baseado no grande plano redentivo de DEUS.
Em conclusão, Satanás caiu por sua livre escolha e tornou-se o
primeiro pecador, o pai do pecado e da mentira. O homem, por sua livre vontade,
caiu, depois de ser tentado, e legou-nos essa triste herança.
Todo o problema está baseado na livre escolha, tanto dos anjos como dos homens.
O livre arbítrio é o maior patrimônio da humanidade, mas como todas as coisas
nobres envolve tremendas responsabilidades.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
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Lição 5 - Caim Era do Maligno
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 4.1-10
1 - E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a
Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 2 - E teve mais a seu irmão Abel; e
Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 - E aconteceu, ao
cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 - E
Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e
atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5 - Mas para Caim e para a sua oferta
não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 - E o
SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 -
Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado
jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8 - E falou
Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou
Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9 - E disse o Senhor a Caim: Onde está
Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10 - E
disse DEUS: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a
terra.
Resumo da Lição 5 - Caim Era do Maligno
I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente da mulher.
2. O agricultor.
3. A apostasia de Caim.
II - O CULTO DE CAIM
1. O sacrifício rejeitado.
2. A atitude interior reprovada.
3. O pecado sempre presente.
III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO
1. O crime.
2. O álibi.
3. A marca do crime.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele
estava em agir por conta própria, sem se submeter a DEUS. A ira é uma emoção
destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo:
'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e
conscientemente nos submeter à vontade de DEUS" (RICHARDS, Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou Caim a odiar Abel?
O fato da oferta de Abel ser aceita e a dele não.
Como era o culto de Caim?
O culto de Caim era para satisfazer o seu ego.
Por que o ofertório de Caim foi reprovado?
Porque seu coração era mau, cheio de inveja e ódio.
Que desculpa deu Caim ao Senhor?
Ele afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
Quais as características da geração de Caim?
Uma geração perversa e contumaz.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 39.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos
que buscam expandir certos assuntos
SUGESTÃO DE LEITURA
Hermenêutica Fácil e Descomplicada, quem é Você para Julgar e Visão
Panorâmica do Antigo Testamento
Comentários extras de vários autores com algumas modificações do
Ev. Luiz Henrique
Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor,
pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida
(animal em seu lugar)
Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na cruz e
o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:
Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo
qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons,
e por ela, depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4
Primeiro. todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden ninguém
mais entrou.
Segundo. os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, nas não adorou. [Não como
Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]." (1 Jo 3.11,12)]
Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a matar seu irmão.
Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos irmãos, destruiu a
família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho Abel.
João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto
os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que
"pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb 11.4).
Foi dada por DEUS a oportunidade a Caim de se arrepender e oferecer
sacrifício como seu irmão, sacrifício legítimo, de adoração, com um coração
contrito, cheio de paz e amor, mas Caim não atendeu a DEUS, antes saiu de perto
de seus pais e foi embora para leste do Éden. Era um rebelde que alimentou
ódio, inveja e até contra DEUS. deu lugar a Satanás. Veja que havia a
possibilidade de Caim ser uma pessoa boa. Seu irmão foi um justo. Dois irmãos
completamente diferentes. Um amava a DEUS outro era do maligno. Os dois tiveram
a mesma oportunidade de escolher de que lado ficar. --- Vês aqui, hoje te tenho
proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Deuteronômio 30:15
Ao invés de se arrepender CAIM:
1- Mentiu. 2- Deu uma má resposta a DEUS (irreverência, rebeldia).
3- Mentiu. 3- Desprezou a graça de DEUS. 4- Não creu no perdão de DEUS. 5- Ele
mesmo se amaldiçoou depois de ser amaldiçoado. 6- Não acreditou na proteção de
DEUS.
Caim é um exemplo de gente como Judas que traiu JESUS e depois foi
tentar desfazer o engano. Se suicidou para não ter que se humilhar pedindo
perdão. Caim mesmo se amaldiçoou várias vezes e não se arrependeu. -- Então
disse Caim ao Senhor: É maior o meu castigo do que o que eu possa suportar.
Hoje me lanças da face da terra, e da tua presença me esconderei; serei
fugitivo e errante pela terra, e qualquer que comigo se encontrar me matará.
DEUS não disse para ele ir embora, nem disse para se esconder da presença de
DEUS, nem disse para ser fugitivo, nem disse para ser errante, nem disse que
alguém o mataria, Tudo isso é resultado do pecado e de falta de arrependimento.
É o desespero de uma alma ligada a Satanás.
Caim e Abel com certeza tinham conhecimento dos fatos sobre a
expulsão dos pais do Éden. O interessante é que mesmo com Satanás solto e
tentando a todos Abel não, não se corrompeu. Não se deixou dominar por Satanás,
provando que Caim escolheu ser do maligno e Abel escolheu ser de DEUS.
Não adianta prender Satanás, quem quer ser de DEUS é e quem quer
ser do maligno é. No milênio Satanás será preso mil anos e CRISTO governará e
mesmo assim quando Satanás for solto atrairá milhares a si.
E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E
sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e
Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.
Apocalipse 20:7,8
Nessa história toda quem se deu bem foi Abel. Foi morar com o PAI,
na eternidade (esse era mesmo o seu desejo ao adorar a DEUS).
O SINAL DE CAIM - Será??? - Entre neste endereço
para ver gigantes na terra
por Mário Renato Castanheira Fanton.
Em Gênesis, capítulo 4 há a descrição do pecado
de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido a aceitação de Deus à
oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse pecado houve uma consequência,
qual foi: …"Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para
receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te
dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra. …O Senhor, porém
lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o
Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o
encontrasse"…. (Gênesis 4:11,12e15) Agora, passaremos a analisar qual
seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar a falar de Noé no capítulo
6 de Gênesis, relata um fato interessante e misterioso, que, …"os filhos
de Deus viram que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não permanecerá o
meu Espírito para sempre com o homem, pois este é mortal; os seus dias serão
cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois,
quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram
filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houvera na
antiguidade"…. Duas teorias tem surgido para explicar o fato supra mencionado,
porém somente a segunda parece-nos coerente, o que pretenderemos mostrar a
seguir: A primeira diz, serem filhos de Deus, anjos, é isso mesmo, seres
celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o fazem, pensam que,
porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se perante o Senhor e
logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os filhos aqui nesse caso,
tem que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade. Porque esses não
poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que comparecer perante o
tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta nenhuma margem para tal
interpretação, o que torna perigoso uma análise do tipo. Esses que assim
pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6 combinado com Apocalipse
9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas
deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas
até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A qual dizia ao sexto
anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao
grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos textos mencionados, não
precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles que se rebelaram
juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos do céu. Todos nós
sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas espécies(querubim, Serafim,
arcanjo, etc…). Esses, referidos em Ap. 9:14, com certeza possuem diferente
espécie da grande maioria, possuem graus diferentes de poder. Por isso, pelo
fato de possuírem grandes poderes é que estão presos em cadeias, para que Deus
os libertando façam todo o mau previsto em Apocalipse. Mas o que derruba por
terra esta teoria é o que Jesus disse a respeito de anjos nos textos de Mt
22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu, todos nós seremos iguais aos
anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em casamento, ou seja, não haverá a
hipótese, dentre outras, de podermos relacionarmos sexualmente. Quanto a
segunda teoria, bem mais coerente do ponto de vista Bíblico e será um ponto de
apoio de nosso estudo, fundamenta-se nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25
descreve que Adão teve um outro filho com Eva, Sete. Este veio substituir Abel,
seu irmão que houvera morrido. No versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer
que Sete teve um filho, a qual pôs o nome de Enos, e foi nesse tempo que os
homens começaram a invocar o nome do Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele
que invocar o Senhor será salvo. Portanto, sabemos que quem é salvo, consequentemente,
se torna filho de Deus. Já que é assim, esses seres mencionados em Gênesis, por
analogia ao versículo de Atos, são considerados filhos de Deus. Após o pecado
de Caim e sua punição por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e
foi habitar numa terra ao Oriente do Éden, cujo nome era Node. Lá ele teve
filhos, e a partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da
descendência de Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de
Sete, filho de Adão, sendo que no final dessa última descrição há uma
observação importante de que esse é o tempo em que os homens começaram a buscar
a Deus. O capítulo 6 inicia falando sobre o relacionamento entre os filhos dos
homens e os filhos de Deus. O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo
34 do livro de Êxodo diz para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles
viessem a possuir a terra prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das
suas filhas, para não se prostituírem após outros deuses. O que mais chama a
atenção é que Deus usa o mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos (filhos de Deus
pois era povo de Deus) e suas filhas (filhas dos homens, pois eram do mundo e
adoravam outros deuses). O que vem a reforçar a ideia acima é o fato de que,
após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a
corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana
com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e
temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais(Hb 11:7). Mas, como Deus
destruiu a todos, exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26
que começara a invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não
o tivesse, Deus os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam?
Conforme descreve Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus(aqueles
que invocavam o nome do Senhor) que as filhas dos homens(descendência de Caim.
Pecadores que se retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram
mulheres para si de todas as que escolheram. Fatos semelhantes a esse aconteceu
também com: Sansão que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os
filisteus, Dalila, se corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o
vers. 1 emprega o termo: "filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito
"gentios", mas não foi); Salomão (1 Reis 11:3). O que aconteceu com
Salomão e Sansão também aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa,
usada apenas para diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como
muitos, erroneamente, pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma
justificativa do castigo previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e
6. Se fossem anjos, a punição deveria vir apenas para eles e não para os
homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e
fazerem o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas.
Portanto, volto a afirmar que filhos dos homens são aqueles descendentes de
Sete que começaram a invocar o nome do Senhor, e filhos dos homens são os
descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora,
passaremos a analisar o mérito do assunto. Vocês devem estar pensando, porque
falar sobre Gênesis 6, sendo que o sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos
estão intimamente ligados e antes de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas
coisas preliminarmente. O versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia
naqueles dias gigantes na terra, e também depois, de quando os filhos de Deus
conheceram as filhas dos homens"….Por que será que há essa observação,
quanto a gigantes, nessa passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é
óbvio. Repare bem, como fala o texto: "que havia naqueles dias gigantes, e
também depois…".Se já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos
homens e os de Deus, da onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também
os ter criado, posto que Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação
diferente do ser humano normal?. Deus não criou os gigantes à toa, tem um
objetivo, o de diferenciar uma espécie de humanos de outros. O texto acima
mostra que eles já existiam na terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já
existiam foram criados, para diferenciar Caim e seus descendentes do resto da
população. O sinal colocado em Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse
com medo. Todos, ao vê-lo teriam que ter medo dele, para assim, não tentar
matá-lo. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais
características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que já
amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo desse sinal era: (GN
4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me
esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que
me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto
qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal
em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.". Tanto é verdade
que quando Moisés enviou espias para Canaã, eles voltaram dizendo estar cheia
de pessoas de grande estatura(Nm13:33), e no versículo 31 e 32 de Números,
capítulo 13, também fala que Israel não podia atacar aquele povo, pois era mais
forte, como também eram de grande estatura e a terra devorava seus moradores.
Fato semelhante que ilustra essa ideia é, aquele em que Golias se apresenta
para guerrear contra Israel e todos ao verem o gigante, espantaram-se e temeram
muito (1Sm 17:11). É evidente, portanto, que a característica de gigante era
colocar medo em quem os encontrasse. Mas, todos devem estar pensando como se
explica o fato de haver gigantes na terra após a destruição dessa pelo dilúvio
e preservação apenas da família de Noé. A explicação é simples. Do casamento
dos filhos de Deus(descendentes de Sete) e os filhos dos homens(descendentes de
Caim), saíram os homens valentes da antiguidade. Por que a Bíblia não fala
exatamente que resultou dessa união, os gigantes? Porque há que se lembrar da
lei da genética. Entendemos que a Bíblia diz apenas que, Deus transformou Caim
em gigante e só. Seus filhos, poderiam ser ou não gigante, já que sua esposa
era normal. Um exemplo é o de um casal que tem filhos, cujo marido é alto e a
esposa baixa, há a probabilidade de a criança ser alta como o pai, ou baixa
como a mãe. Assim também aconteceu com os descendentes de Caim, nem todos seus
filhos e filhas eram gigantes, mas apenas alguns. Os descendentes (homens ou
mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim possuíam em seu código genético
"gens" de gigantes, podendo gerar filhos que fossem, conforme a
genética atual explica possibilidades semelhantes, é obvio que se referindo a
outras características. É claro que Deus ao fazer isso com Caim, não
transformou apenas sua
estatura, mas também lhe deu mais força, proporcional ao seu
tamanho, o que quer dizer que quem, dos seus descendentes, não fosse gigante
poderia possuir a força de um. Isso explica o fato de a Bíblia falar em homens
valentes da antiguidade. Significa que esses, eram apenas homens de grande
força, daí a diferenciação que o texto faz entre esses e aqueles. Com a
destruição da raça humana no dilúvio e preservação da família de Noé, como se
explica o surgimento dos gigantes na nova terra de Noé e sua família, já que
Davi lutou contra o gigante Golias, e também Josué e os espias viram gigantes
na terra prometida? É importante estabelecermos, preliminarmente que, as
pessoas que entraram na arca com Noé eram: Noé, esposa, três filhos e três
noras. Foi a partir desses que surgiram os gigantes, posto que todos os demais
humanos foram destruídos. Dentre os filhos de Noé não poderia haver
"gen" de gigante, já que Noé foi o único justo num mundo corrompido e
com certeza se assim foi, não teria ele feito como os demais e tomado mulher
para si dentre aquelas dos filhos dos homens (descendentes de Caim). Se seus
filhos não possuíam o "gen" de gigante, quem possuía? Com certeza,
uma das esposas dos filhos de Noé. Essa esposa certamente era a de Cão, porque
se formos analisar algumas coisas chegaremos à conclusão clara disso. Vejamos:
1) No capítulo 9, versículo 20 em diante do livro de Gênesis notamos uma
passagem onde o filho de Noé, Cão, tendo visto a nudez de seu pai fez algo de
muito errado, que a palavra não especifica, mas na qual lhe gerou uma consequência
muito drástica: (Gn 9:25) "E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos
seja aos seus irmãos." (Gn 9:26) "E disse: Bendito seja o SENHOR Deus
de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gn 9:27) "Alargue Deus a Jafé,
e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Para que Cão
tenha cometido tamanho pecado, com certeza a influência da convivência com sua
esposa (descendente dos filhos de Caim) o tenha levado a isso. 2) Outra
evidência clara é que, se formos reparar a partir do versículo 6, do capítulo
10 de Gênesis, a Bíblia começa a descrever os descendentes de Cão. O
interessante, a princípio, é de se observar que um dos filhos de Cão se chama
Canaã. Se vocês se lembrarem, quando Deus chama a Abrão para ir para a terra
prometida, a terra é a de Canaã (GN 12:5-"E tomou Abrão a Sarai, sua
mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as
almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e
chegaram à terra de Canaã."). Naquela época, quando a terra era desabitada
e alguém a possuísse primeiramente, colocava-se o nome do conquistador ou de seu
povo àquela terra. Exemplo claro disso encontra-se em Gênesis 4:17, onde Caim
tem um filho e dá o mesmo nome da criança a uma cidade que acabara de edificar.
Era costume de Caim, que passou a seus descendentes dar nome às cidades,
semelhantes aos dos filhos, o que também se fez com Canaã. Ela inicialmente foi
habitada pelo filho de Noé, Canaã, daí advém seu nome. E como defendemos ser a
mulher de Cão uma descendente dele, nada mais óbvio, seus descendentes fazerem
como faziam os ascendentes no passado. Era algo que se aprendeu com os
antepassados. Mas, o que isso tem a ver com o tema em análise? Tem tudo a ver.
Quando Josué foi espiar a terra prometida, a terra era a de Canaã, e lá eles
avistaram os gigantes (Nm 13:28,33). Agora, como se explica o fato de haver gigantes
na terra de Canaã? Então, diante de tudo que falamos, concluímos que esses
encontrados naquela região eram os descendentes de Cão, filho de Noé, cuja
esposa era descendente de Caim e também, talvez, podia não ser gigante, mas
carregava em seu código genético o "gen" deles. O versículo 19 do
capítulo 10 de Gênesis confirma tudo que foi dito, porque fala que o termo dos
cananeus foi desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; em direção a Sodoma,
Gomorra, Admá e Zeboim, até Laza. A terra de Sodoma e Gomorra é exatamente a
planície que os espias avistaram e percorreram, ou seja, é o local da terra
prometida. 3) Se observarmos ainda na genealogia de Cão em Gênesis, capítulo
10, versículo 14, encontramos que dentre os descendentes de Cão havia Patrusim,
Casluim( donde saíram os filisteus). Agora, se verificarmos em 1Sm 17:4, a
Bíblia se refere a passagem onde Israel iria guerrear contra os filisteus, até
que surge no meio do povo dos filisteus um gigante, Golias, este que
futuramente foi morto por Davi. O interessante é que no primeiro texto
mencionado há a referência à origem do povo filisteu, que advieram dentre os
descendentes de Cão. Outro ponto que merece destaque é que no versículo 11 do
capítulo 17 se 1Sm observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante
foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto
quando alguém lhe encontrasse (Gn 4:15). Diante de todo exposto, concluímos que
o sinal posto em Caim foi transformá-lo num gigante, para que todos ao vê-lo
ficassem atemorizados e com medo, não tentando, dessa forma matá-lo.
Será esse o grande segredo do sinal de Caim? Análise e tire suas
conclusões! A bíblia só diz que foi um sinal colocado em Caim. Alguns dizem ser
cor negra, outros sinal na testa, cada um pode imaginar o que desejar - A
bíblia não nos dá luz clara sobre o assunto.
CAIM
Caim é o primeiro filho de Adão e Eva. Seu nome é derivado, de
acordo com Gn 4.1, da raiz kanah, possuir, e foi dado a ele por consequência
das palavras de sua mãe em seu nascimento: "Adquiri um varão com o auxílio
do SENHOR". Nenhuma conclusão séria pode ser extraída desta derivação. O
livro de Gênesis, interessado no relato da origem das diferentes ocupações do
homem, diz que Caim se tornou um homem da terra, enquanto seu irmão pastor de
ovelhas. Ambos ofereceram ao Senhor um sacrifício de acordo com a analogia que
seria mais tarde prescrita na Lei, sobre o poder de remissão do Criador. Caim
ofereceu seus frutos da terra; e Abel as "primícias do seu rebanho e da
gordura deste". De acordo com alguns significados não indicados no texto
sagrado, talvez, tenha sido algum tipo de alusão ao fogo que consumiu a oferta
de Gideão (Jz 6.21) ou de Elias (1Rs 18.38), Deus manifestou aos irmãos que
Abel e seu sacrifício fora aceito por Ele; que, ao contrário, Ele rejeitou a
oferta de Caim. Nós não falamos a respeito das razões dessa preferência.
Enquanto as conjecturas do sujeito a que é mais aceita entre os comentaristas é
a que foi incorporada à Septuaginta na versão do que Deus disse a Caim no verso
7: "Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta". Isto implica que Caim
cometeu a falta de apresentar a Deus ofertas imperfeitas, reservando para si
mesmo a melhor parte do que produziu a terra. No entanto, Santo Agostinho, que
estava sob a influência da Septuaginta, entendeu a passagem de outra maneira.
Caim, nos diz ele, deu a Deus boa parte dos seus bens, mas não deu a Ele seu
coração (De Civitate Dei, XV, vii). Isto está de acordo com a causa maior que
geralmente desperta a preferência de Deus. A sequência da história nos mostra a
disposição do coração de Caim para o mal. João diz que Caim invejava Abel, pois
suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e
nós Lemos em Hebreus que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício
que Caim" (Hb 11.4).
Caim irou-se com a rejeição divina. Nos versos 6 e 7 do capítulo 4 de Gênesis
lemos a advertência e o aviso de Deus: "Se procederes bem, não é certo que
serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu
desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo". O pecado é aqui
representado sob a figura de uma besta selvagem rondando a porta do coração,
pronta para atacar sua vítima. Caim era capaz de resistir à tentação, mas não
foi, e a história bíblica continua no relato do terrível crime que nasceu do
ódio e da inveja. Ele assassinou Abel. Questionado pelo Senhor onde estaria o
seu irmão ele respondeu que definitivamente não sabia. Para vingar o sangue de
Abel, Deus pronunciou a sentença do primeiro homicídio. O texto no hebraico
pode ser traduzido como: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a
sua boca para receber o sangue do teu irmão" etc., ou "maldito serás
sobre a terra" etc. Esta tradução refere-se à sentença que seria dita nas
palavras seguintes: "quando lavrares a terra, não te dará mais a sua
força", ou seja, sua produção. Por último nos é relatado que este foi
banido; este afastamento seria da terra onde seus pais moravam ou estivessem,
como vimos em algumas passagens apresentadas. No momento da sentença, Deus
continuou a manifestar sua presença de uma maneira especial, é falado que
"saiu Caim da face do Senhor". (verso 16). A terra de exílio de Caim,
para onde este seria orientado e guiado, numa vida vagante, é chamada no hebraico,
a terra de Nod, e é dito que se situava ao leste do Éden. Como não sabemos onde
o Éden se situava, a localização de Nod também não pode ser determinada. A
punição parecia a Caim maior do que ele poderia suportar; nas suas respostas,
as palavras expressavam medo de vir a ser morto; Deus deu-lhe a promessa de
proteção especial à sua vida e colocou nele um sinal. Não há indicação para nós
qual a natureza deste sinal. O único evento subsequente da vida de Caim, dito
pela Bíblia, é a fundação de uma cidade chamada Enoque, após ter um filho com
este nome. Um bom número de autores acha que esta tradição, que faz de Caim o
primeiro construtor de cidades, não é compatível com a história relatada; eles
dizem que isto é melhor entendido como um relato popular da origem das tribos
nômades do deserto. Se nos colocarmos no contexto do autor de Gênesis,
elementos que este entendia de um modo geral, não há razão para supor que ele
estava errado em escrever palavras da maneira que ele entendia como
"construção" de uma cidade por Caim. Comentaristas mais conservadores
estão provavelmente mais corretos ao julgarem que a "cidade" de Caim
não foi notável em importância.
Extraído de The Catholic Encyclopedia, Volume III (tradução livre)
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)
No capítulo 4 temos, no princípio, o primeiro nascimento ocorrido
na terra e o primeiro ato de cultor espiritual. Em Caim e Abel, temos dois
tipos diferentes de adoradores; um, que julga poder adorar a Deus segundo seu
próprio modo; e outro, conformando-se com o método divino. Abel aproximou-se de
Deus por meio do sacrifício de sangue, e foi aceito; Caim, aproximou-se por
meio estranho, e foi rejeitado. O culto, pois, dependia do estado do coração
para com Deus. Podemos notar, de passagem, que Adão e Eva não tiveram filhos
antes da queda, bem como os filhos de Noé, que, sendo casados, só tiveram
filhos depois do dilúvio (10:1). O primeiro filho foi motivo de admiração e
regozijo da parte do casal. Caim, que significa "Aquisição", foi uma
prova de estabelecimento e validez de concerto entre Deus, Adão e Eva. É
possível que eles julgassem ter perdido o privilégio recebido, de povoar a
terra, em vista do pecado cometido. As próprias palavras de Eva - "Adquiri
um homem com o auxílio de Jeová" - mostram que a promessa da semente
estava realizada e que por meio desta semente havia de ser esmagada a cabeça da
serpente.
É possível que eles julgassem ser este rapaz quem esmagaria a
cabeça da serpente e restauraria o primitivo estado de pureza. É difícil
afirmar ou negar. Depois nasceu Abel, que significa "Vaidade". O
período entre o nascimento de Caim e Abel parece ter sido infeliz e cheio de
desapontamentos, de modo que Eva começou a encarar a vida, ainda nos pontos mais
brilhantes, como simples vaidade. Realmente, o futuro a convenceria ainda mais
da crueza da vida, com a morte do próprio Abel. Estes dois filhos seguiram
profissões diferentes e tinham temperamentos diferentes. A humanidade
dividiu-se por diferentes caminhos. Caim era agricultor, e Abel, pastor de
ovelhas. Ambas as profissões eram lícitas, mas a de Abel era mais de acordo com
a natureza sacrificial. Ao cabo de dias, Caim trouxe, dos frutos da terra, uma
oferta a Jeová; e Abel, dos seus primogênitos, ofereceu um sacrifício. A
expressão "ao cabo de dias" sugere o dia do culto, o sábado. O lugar
do culto e da manifestação de Deus parece ter sido ao Oriente do Jardim,
conforme a expressão de Caim: "Eis que hoje me lanças fora da tua presença".
Havia um lugar particular para Deus ali ser adorado. É interessante perguntar
quem instruiu os dois filhos de Adão a oferecerem sacrifícios. Sem que possamos
responder afirmativamente, o sacrifício data da ocasião da transgressão, quando
Deus usou animais, para deles tirar as peles, a fim de cobrir Adão e Eva. É
natural que daí em diante os dois primeiros habitantes da terra sentissem a
contínua necessidade de comunhão com Deus, por meio do sacrifício, e que toda a
família participasse deste culto. O espírito de sacrifício como meio
demonstrativo de gratidão e acesso à divindade ofendida encontra-se em todas as
religiões do mundo; e no V. T., muito antes de a Lei ser dada, encontramos
diversos homens, em ocasiões diversas, oferecendo sacrifícios. O sacrifício é
parte da natureza religiosa do homem, pois que ele é incuravelmente religioso,
como diz Bastian.
Os Dois Sacrifícios - (Gên. 4:3-7)
Os dois sacrifícios eram de natureza diferente. Um era sacrifício
de sangue e era feito com os primogênitos do rebanho, conforme a lei levítica,
já em prática no tempo de Adão. A carne, com a gordura, era oferecida sobre o
altar, na dispensação Mosaica, e, a julgar pelo ritual a que Abel se submeteu,
parece que já existia o altar naquele tempo. O culto estava bem elaborado. Na
falta de sacerdote, o próprio pecador oferecia sua própria oferta. Os dois
sacrifícios não somente são diversos em si mesmos e com valor profundamente
diferente, mas os próprios ofertantes são dois tipos diferentes. Crê-se que
Caim não podia oferecer sua oferta de manjares, sem primeiro oferecer
sacrifício de sangue, para expiar seu pecado, a fim de, depois, oferecer das
primícias da sua terra. Se isto foi a causa de Deus não haver atentado para a
sua oferta, é difícil dizer. Só há uma alternativa: ou a oferta não estava de
acordo com o estado espiritual do ofertante, ou a oferta não foi acompanhada do
espírito de adoração, e, neste caso, era uma simples formalidade. Parece que a
última conjectura é a mais razoável. De qualquer forma, Deus aceitou uma e
rejeitou a outra. Os rabis têm uma tradição de que Deus mostrou sua aprovação
pela oferta de Abel fazendo vir fogo do céu e consumindo o holocausto, como no
caso de Elias com os profetas de Baal. Este era, sem dúvida, um modo por que
Deus aceitava o sacrifício de sangue, muitas vezes,, mas nunca aceitava desta
forma a oferta de manjares. Se a tradição fosse verídica, explicaria por que
Caim se irou, vendo que o fogo não consumia sua oferta, como tinha consumido a
de Abel. Entretanto, é apenas uma tradição, que pode ser ou não verídica. O
autor da carta aos Hebreus diz que, pela fé, Abel ofereceu melhor sacrifício do
que Caim (Hb. 11:4). A rejeição da oferta parece ter sido devida ao coração de
Caim. Ele não estava adorando o Criador, mas simplesmente conformando-se com o
rito da família.
A ira e o ciúme abrasaram Caim, e o seu semblante caiu. Deus
pergunta-lhe por que ficou tão irado, e diz: "Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti?" (Não terás levantado teu semblante?) A ira de Caim não
era justificável; ele não tinha sido desprezado; se procedesse bem, continuaria
a gozar dos favores divinos, mas, se procedesse mal, o pecado estava à porta,
como um leão pronto a lançar-se sobre a presa. A última parte do verso 7 é
realmente difícil de entender: " ... para ti será seu desejo, mas tu
dominarás sobre ele." Há três maneiras de interpretar esta última parte do
verso.
A primeira interpretação trata do significado da palavra
"pecado" (se realmente significa pecado no sentido ordinário da
palavra, ou oferta pelo pecado) e afirma que a palavra aqui realmente significa
pecado. (Em hebraico as palavras pecado e oferta expiatória são iguais.) A
segunda interpretação é que esta palavra significa "oferta pelo
pecado". Ambos os significados são amplamente justificados na Bíblia. Se,
portanto, traduzirmos a palavra por "oferta pelo pecado" ou
"oferta expiatória", daremos à tradução do verso o seguinte: "Se
não procederes bem, a oferta pelo pecado à porta." Isto é, à porta do
curral, tens animais que podem ser oferecidos, como sacrifício pelo mal que
fizeres; não fiques, pois, iracundo, há um meio aceitável para ti. Em resumo, a
primeira interpretação diz que, no caso de a palavra significar
"pecado" literalmente, então, este pecado está à porta, como uma fera
pronta a saltar sobre Caim: " ... para ti será seu desejo, mas tu
dominarás sobre ele". Este pecado será constante perseguidor de Caim, mas
este conseguirá vencê-lo. A segunda interpretação diz que a "oferta pelo
pecado" está à porta e pode ser usada sempre que precisar. Na terceira interpretação,
alguns comentadores separam a última parte do verso 7 da primeira parte, e
fazem que ela se refira à primogenitura de Caim. Caim julgou ter sido repudiado
por Deus, havendo sua oferta sido rejeitada, e a consequência lógica seria ter
sido despojado dos direitos da primogenitura. A ideia de que Abel agora passava
a ser seu senhor, fez-lhe cair o semblante como reflexo do estado moral em que
tinha caído, pela rejeição da oferta. Deus, que tanto via o semblante como o
coração, divisou o móvel de toda a transformação e, para consolar o irado Caim,
diz-lhe (parafraseando o texto): "Se fizeres bem, continuará a haver
aceitação para ti; se fizeres mal, o pecado jaz à porta (segundo a primeira
interpretação) e tu sofrerás as consequências de teu mau procedimento, ou
(conforme a segunda interpretação), a oferta pelo pecado está à porta e teu mal
pode ser expiado; não obstante tua falta agora, e tua falta possível no futuro,
tu continuarás a dominar sobre teu irmão." "para ti será todo o seu desejo."
(de teu irmão). O verso é difícil, mas a ideia é clara. Deus quer desviar a ira
de Caim e evitar o terrível pecado que já estava começando a dominar o seu
coração. Se Caim tivesse ouvido o conselho de Deus, qualquer que seja a
verdadeira interpretação, continuaria na posse dos privilégios e bênçãos da
primogenitura e a dominar sobre o irmão.
A última destas três interpretações parece ser a mais razoável e
tem em seu favor a opinião dos melhores "scholars" e é a que o autor
aceita, de preferência. A expressão “. para ti será todo o seu desejo e tu
dominarás sobre ele" só pode referir-se a Abel e Caim, porque o pronome em
ambos os lugares é masculino e não pode referir-se a pecado. Era natural a ira
de Caim. Sua oferta tinha sido rejeitada, e a primeira coisa que pensou foi que
tinha perdido a primogenitura. Deus intervém e mostra-lhe que não, que ele
continuaria a dominar sobre Abel e este a ser seu servo. Esta promessa,
entretanto, condicionada à conduta de Caim, tendo ele se desviado pelo crime
que praticou, o chefe da família, após Adão, não foi mais Caim, mas Sete que
veio em lugar de Abel. Por sua atuação, o primogênito perdeu a primogenitura,
que teria passado a Abel, mas como este foi morto, passou para o seu
substituto, Sete. A história da raça é clara sob este ponto de vista,
confirmando, destarte, esta última interpretação.
O Primeiro Homicídio
Após a cena entre Deus, Abel e Caim, dá-se o primeiro homicídio na
terra. A morte era ainda desconhecida; e foi Abel, o justo, o primeiro a
prová-la. Caim tinha ficado irado contra seu irmão, e, a despeito da promessa
consoladora de que ele não seria repudiado, esperou a primeira oportunidade
para se ver livre de seu irmão. Abel era-lhe um estorvo, e era preciso
removê-lo. Ele era incrédulo, e não tinha podido dar crédito às palavras de
Deus. Abel tinha fé, e por isso seu sacrifício foi aceitável a Deus. Este fato
é o primeiro conflito entre fé e incredulidade. A raça dividiu-se neste ponto,
e está dividida até hoje. As maiores guerras têm sido guerras religiosas. A religião
é um patrimônio da humanidade, e a falta dela é a causa de tantos conflitos.
Daí em diante, duas linhas genealógicas podem constatar-se: a dos filhos de
Deus, os homens religiosos, os crentes, e a dos filhos dos homens.
Adão e Eva estão começando a colher os frutos da sua falta. O
primogênito tornou-se criminoso e proscrito, e o filho que pensavam ser da
promessa estava morto. Jeová aparece a Caim depois do crime, e pergunta-lhe por
Abel. A resposta revela a perversidade de Caim: "Sou eu o guardador de meu
irmão?" Outro pecado, o da mentira. Todo criminoso é mentiroso. Ele bem
sabia onde estava Abel, mas achou que era melhor responder que fosse perguntar
ao pai e à mãe. Ele nada tinha a ver com a conduta de quem tinha pai e mãe. Vai
perguntar ao pai e à mãe, eles devem saber onde ele está. Difícil era para Caim
esconder o seu crime. Deus pergunta-lhe: que fizeste? "A voz do sangue de
teu irmão clama até mim desde a terra". Não houve testemunha ocular, mas o
próprio sangue do justo clamava. Há uma grande doutrina aqui. Era pelo sangue
inocente que o pecador, no V.T., se reconciliava com Deus, e foi pelo sangue da
aspersão, que fala melhores coisas que o de Abel, que Jesus se tornou mediador
de um novo concerto.
Jeová, supremo juiz, pronunciou a condenação de Caim e expeliu-o da
sua face. É a primeira maldição descarregada sobre um homem. Quando Adão pecou,
Deus amaldiçoou a terra, mas não a ele; agora, porém, o pecado agravou-se de
modo tal, a ponto de destruir a própria obra divina. A raça caminha a largos
passos para a ruína. Caim não pode negar seu crime, e sua própria consciência
lhe diz que a punição é maior do que se pode suportar, mas não maior do que ele
merece. Considera-se indigno da presença de Deus e, como vagabundo, sem a
proteção de Deus e do homem, será morto pelo primeiro homem que o encontrar, e
para fugir à perspectiva, delibera ir para uma terra afastada, para evitar ser
morto mais depressa.
Deus, porém, dá-lhe a promessa de que não será morto e Põe-lhe na
testa um sinal. Duas coisas devemos notar aqui. A primeira é que a morte de
Caim não expiaria seu próprio pecado. A Bíblia desconhece o costume pagão dos
sacrifícios humanos. Além de outras razões, eles são incapazes de corresponder
às exigências sacrificiais. A segunda é quanto ao sinal que Deus pôs em Caim.
Este sinal devia estar em lugar bem conspícuo, de modo a poder ser visto ao
longe. Alguém crê que foi um sinal preto e que daqui vem a raça escura, mas
isto é mera suposição. A raça preta descende de Cão (Ham), filho de Noé, e não era
possível que este sinal se reproduzisse noutra pessoa que nada tinha com o
crime de Caim, e muito menos que Cão fosse escuro e os demais irmãos brancos.
A questão de cores deve relacionar-se com as condições
topográficas, climatéricas e ecológicas. Está, pois, para ser respondida à
pergunta sobre que sinal seria esse. O autor crê que foi um sinal bem visível e
intransmissível.
A Mulher de Caim
Muitos crentes neófitos têm sido confundidos com a pergunta: Quem
era a mulher de Caim? E não poucos críticos têm achado nesta simples narrativa
suficiente material para crer que havia duas raças diferentes, uma, descendente
de Adão e Eva, e outra, que tinha evoluído dos animais inferiores. Isto é
ignorar propositada ou perversamente o estilo do autor e as condições da
narrativa. Nada se diz de como nem de onde se originou esta mulher, mas é certo
também que Moisés nada diz dos outros filhos de Adão e nem uma só palavra das
filhas, não obstante dizer que teve filhos e filhas (Gênesis 5:4). A narrativa
é circunscrita à linha genealógica e, portanto, deixa de parte tanto os
personagens como os incidentes de valor secundário. Adão viveu 800 anos, depois
que gerou o último filho mencionado, Sete, e, certamente, devia ter muitos
outros filhos, nascidos antes e depois de Sete. A raça estava já espalhada no
tempo em que Caim foi banido. Por outro lado, não é nada improvável que Caim
tenha levado consigo sua mulher. Repugna-nos crer que levasse sua mulher,
porque, neste caso, seria sua própria irmã, mas este era, indiscutivelmente, o
caso. Ela podia ser sobrinha ou mesmo descendente em grau mais adiantado, mas,
no caso de ser irmã, não seria ele o único a tomar por mulher sua irmã, visto
que os primeiros casamentos só foram possíveis entre irmãos. Muitos anos depois
desta história, Abraão se casou com uma meio irmã.
Tal prática é hoje condenável e proibida pelo código e é mesmo
desnecessária. Não é, pois, preciso recorrer à existência de outra raça, visto
a legitimidade naquela ocasião dos casamentos consanguíneos e a numerosidade
admissível da prole adâmica. Caim, em chegando à terra de Node, conheceu sua
mulher, e ela lhe deu Enoque. O verbo "conhecer" aqui tem significado
conjugal e nada prova em favor da teoria de que ela desconhecia a Caim. Com o
medo de ser morto, edificou uma cidade murada e deu-lhe o nome de seu filho
Enoque.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA -
Adalberto Arraes
LIÇÃO 4 - CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - GÊN. 4:1-15
Texto Áureo: — "O meu pecado é muito grande, para eu poder
alcançar perdão— Gên. 4:13.
RESUMO DA LIÇÃO
Com a expulsão do primeiro casal do jardim, se iniciava uma nova
era. DEUS não os tinha abandonado, como até hoje nunca o fez, mas usava agora
outros caminhos, impostos pelo seu próprio amor, a fim de poder assistir
o homem, revelando-se a ele, pouco a pouco, até o dia em que viria o Seu
Filho, que no-lo faria conhecido, cheio de graça e de verdade. A prole
iniciada por Adão e Eva, no conhecimento vergonhoso da sua mudez, eles a
poderiam ter conseguido na santidade e inocência em que foram criados,
obedecendo o mandato divino (1:28). O que ora faziam com conhecimento das
trevas, poderiam ter feito em luz, pois todas as coisas são puras para
aqueles que não têm maldade. Ah! Como nos tornamos miseráveis por esse
conhecimento ignominioso do pecado 1 Porém dizemos como Paulo: — Graças a DEUS
que nos dá vitória por nosso Senhor JESUS CRISTO.
I - Iniciava-se assim a era em que os homens destituídos da lei ou
mandamento obedeciam mais ou menos o seu instinto já envenenado, embora
seguidos ainda pelo Criador.
II - A revelação do homem para com DEUS, antes da queda, era direta
e franca.
Após o tombo, porém, outro caminho urgia ser aberto. O homem podia
agora chegar-se a DEUS pela fé. A fé, que vem de DEUS, é viva e substituiu o
acesso à árvore da vida, o qual fora vedado ao homem. Relação com DEUS,
significa vida, e para que isso se desse, teve DEUS de dar alguma coisa em
lugar da árvore vedada; deu então a Fé, já viva, fé naquele que viria (3:15).
"Ao cabo de dias", provavelmente nos sábados — (J. F. and Brown) os
dois irmãos vinham a DEUS com seus sacrifícios e ofertas, e aí já vemos a
tendência maligna de se justificar por obras. Enquanto que Abel não se valia do
sacrifício, mas sim da fé, Caim, esperava algum mérito pela oferta, pois não
dedicava o seu coração a DEUS. (Heb. 11:4). Nem mesmo durante a ulterior
vigência da lei, o sacrifício
tinha importância capital, mas o que valia era o sangue derramado
com a reverência de quem, pela fé, dissesse contrito: "Senhor aceita este
sangue em lugar do meu que devia ser derramado."
Quem se julgasse assim miserável é que poderia alcançar
misericórdia. Do contrário, são cerimônias mortas e sem aceitação na presença
do Senhor (Isa. 1:13).
III - Não sabemos quais as instruções que aqueles dois irmãos
receberam de se apresentarem a DEUS, mas parece (v. 5) que alguma desobediência
houve.
É possível que Caim tenha desagradado, pelo fato de se apresentar
com a oferta antes do sacrifício. — "O Altíssimo não aceitou o sacrifício
de Caim; ninguém se pode aproximar do Altíssimo e adorá-lo, sem derramamento de
sangue, mesmo sangue de Cordeiro, o qual Ele mesmo instituiu: A oferta pelo
pecado tem de vir antes da oferta de agradecimento. Podem o* entrar no
SANTO dos Santos e nos apresentarmos ante o Trono da Graça somente passando
através do véu rasgado — o corpo de CRISTO (Earth's Earliest Ages) -
Contudo, DEUS não abandona o pecador, mas o busca, zeloso. O Senhor
revelou a Caim que, praticando o bem, 41e venceria o pecado que se achava
próximo. Ora, como sabemos que ninguém tem em si mesmo força sobre o
pecado, obviamente compreendemos que a vitória viria se ele praticasse
a obra da fé. Assim, pela fé, o pecado pode ser vencido. Se o
sacrifício e a oferta forem postos nos seus lugares, DEUS será satisfeito, a fé
será guardada, o homem obrará o bem, será justificado por DEUS (pela fé
obediente) e vencerá o pecado que jaz à porta. (v. 7). DEUS adverte
sempre o homem que já uma vez O conheceu e que, aos poucos, se afasta d'Ele,
pois nenhum prazer tem o Senhor na morte do ímpio.
Caim não ouviu a voz do Senhor, não voltou atrás no seu caminho e
inaugurou a senda do crime. Surgiu então a bifurcação da eternidade ante os
dois primeiros irmãos na terra. Os homens inauguraram ali duas estradas
divergentes, para nunca mais se encontrarem. (Dan. 14:2). Infelizmente
aquele sangue não ficou isolado na terra, mas muito sangue semelhante se tem
derramado até hoje, e ainda será derramado até o triunfo final do nosso
DEUS.
Caim ficou no estado em que estão muitos, hoje. Não tinha coragem
nem sentia ânimo para clamar por perdão, mas num espírito pessimista e com os
olhos fechados para a misericórdia de DEUS só exclamou: "Maior é a minha
pena do que eu possa suportar." (v. 13).
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA -
Adalberto Arraes
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO
TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não
como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).
VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a
linhagem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a
felicidade eterna.
LEITURA EM CLASSE - Gn 4.1, 2, 8, 11, 14
E conheceu Adão e Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a
Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi
lavrador da terra.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se
levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua
mão o sangue do teu irmão.
RESUMO
INTRODUÇÃO
O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo - 2. Urna oferta rejeitada - 3. Urna maldição
inevitável - 4. Caim se casa e constrói urna cidade
CONCLUSÃO
OBJETIVOS
No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de:
. Entender que Deus não faz distinção de pessoas e nem do que elas lhe
apresentam. A oferta de Caim só foi rejeitada, porque ele não era sincero,
diante do seu Criador.
. Compreender que a oferta de Abe] foi bem recebida, porque Deus aprovou a
sinceridade de seu coração.
. Concluir que toda a descendência de Caim foi perversa, pois seguiu o mal
exemplo deixado por seu ancestral.
. Concordar que a descendência de Sete era diferente, pois seguiu a
piedade de seu ancestral.
SUGESTÕES PRÁTICAS:
1. Explique aos alunos que a oferta de Caim seria recebida da mesma
forma como foi aceita a de Abel, se tivesse havido sinceridade em seu coração.
No entanto, ele era displicente e oferecia o pior de sua lavoura, para o
Criador. Por isso, foi rejeitado e, por inveja, matou o próprio irmão.
2. Fale aos alunos a respeito da linhagem de Caim. Ele, devido ao crime que
praticou, fugiu da presença ele seus pais e construiu urna cidade, em um local
bem distante. Por não temer a Deus, fez o que era mau aos olhos do Senhor, cujo
exemplo foi seguido por todos os seus descendentes.
3. Esclareça-lhes que, por causa de sua piedade, Sete foi um bom
exemplo para os seus descendentes. Por esta razão, muitos deles se destacaram
como homens tementes a. Deus. Podemos destacar, entre eles, Enoque, que, aos 65
anos, começou a buscar intensamente a presença do Senhor.
INTRODUÇÃO
Os capítulos 4 e 5 de Genesis são narrativas históricas e
genealógicas. Moisés, seu autor, procurou desenvolver a história, a partir de
Adão e Eva, com urna descrição didática. Por este motivo, não aparecem todos os
filhos do primeiro casal. São destacados apenas os nomes especiais, entre os
quais, registraremos alguns, ligados as duas linhagens: a de Caim e Sete.
l. O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo (Gn 4.3-8). Os dois primeiros versículos deste
capítulo trazem a narrativa breve do nascimento dos dois primeiros filhos de
Adão e Eva, os quais se chamaram Caim e Abel.
Caim e Abel aprenderam, desde cedo, a expiar suas culpas diante de
Deus e oferecer ofertas de gratidão ao Senhor, por estarem vivos (Gn 4.3,4). O
primeiro ofertava o fruto da lavoura do campo, do qual tirava para a sua
subsistência. O segundo não deixava por menos, ao apresentar ao Senhor o
primogênito de suas ovelhas. Mas Deus atentou mais para a oferta do mais novo. À
primeira vista, parece-nos injusta a atitude divina, mas o Senhor é quem
conhece e perscruta o interior das pessoas que se chegam a Ele. Abel tinha um
coração sincero e voluntário, para servir a Deus, mas Caim, ao oferecer sua
oferta do campo, não tinha urna atitude sincera e fazia isto, por um ato
meramente legalista, isto é, para obedecer aos seus pais. Encheu-se de ciúme e
inveja contra seu irmão, e usou ainda da traição, para matá-lo sem compaixão.
Ele se tornou Ó primeiro homicida da Temi (Gn 4.7).
2. Uma oferta rejeitada (Gn 4.3,5). Deus rejeitou a oferta de Caim, porque
percebeu que o coração deste filho de Adão não era verdadeiro e o seu presente
tinha mais um caráter material. Seu culto tornou-se legalista, cheio de obras
mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Enquanto a oferta de Abel foi
aceita, não por ser um produto mais aceitável que o da lavoura, mas porque o
segundo filho de Eva tinha urna atitude voluntária e gratificante diante do
Criador. Seu coração era sincero. Seu culto, verdadeiro (Hb 11.4). O que
oferecemos ao Senhor, hoje? Nossas ofertas demonstram a atitude real de nossos
corações? (Sl 51.17)
3. Urna maldição inevitável (Gn 4.9-12). O poder do pecado dominou o coração de
Caim, que se tornou maligno. Sob o domínio de um profundo ódio contra o seu
irmão Abel, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que justificasse sua
raiva, ele usou de engodo, ao convidá-lo a ir ao campo, para depois atacá-lo e
matá-lo ((Gn 4.8). O fato de tê-lo levado, indica que o crime fora premeditado,
para escapar dos olhos de seus país e, deste modo, evitar testemunhas contra o
seu pecado.
Caim procurou fugir da responsabilidade de seu crime, como muita
gente faz boje, por não querer assumir seus próprios pecados. No texto de
Genesis 4. 11 e 12 Deus expressa a sua rejeição e a inevitável maldição, ao
dizer-lhe: "E agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para
receber das tuas mãos o sangue de teu irmão".
4. Caim se casa e constrói urna cidade (Gn 4.17). Depois da
maldição de Deus sobre Caim, para que fosse um peregrino na Terra (Gn 4.16),
ele saiu do convívio que tinha e procurou isolar-se o quanto pode. Mas todas as
regiões já eram habitadas pelos filhos e filhas de Adão (Gn 5.4,5). Em seu
caminho errante, ele encontrou urna mulher e casou-se. Daí a impertinente
pergunta de muitos crentes neófitos: "Com quem casou Caim? ou: "Quem
era a mulher de Caim? De onde ela surgiu?" Ora, não é preciso criar urna
polemica em torno deste assunto, visto que a resposta é facilmente encontrada
no contexto histórico e genealógico de Caim. Se o texto diz que ele construiu
urna cidade era porque já havia muita gente naquele lugar (seus descendentes).
CONCLUSÃO
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, descobrimos que, em
um mundo corrompido e pecador, Deus tem urna linhagem especial que preserva o
seu nome, a Igreja de Jesus Cristo.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. O ambiente em que vivemos influência, negativa ou positivamente
na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna
terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou,
negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era
um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque Deus
recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua
displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
O Assassinato e seu Resultado, 4.1-24
Um aspecto terrível do pecado é que ele não pode ser isolado nem
obliterado facilmente. Executa progressivamente sua obra devastadora na
sociedade, de geração em geração. O pecado de Adão e Eva não causou infortúnio
apenas para suas vidas; passou de pai para filho, de época para época. A
história no capítulo 4 ilustra dolorosamente este fato e as genealogias ampliam
as repercussões do mal por todas as gerações.
1. O Assassinato de um Irmão Crédulo (4.1-16)
Na estrutura geral, esta história é muito semelhante à anterior. Tem um cenário
(4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução
da sentença (4.16).
A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva (1) realça as
repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes, Caim e Abel (2),
tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com
plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos. Ambos tinham uma
disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3), o primeiro incidente
sacrifical registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (4)
não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para
propósitos sacrificais. Por que atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta
(5) fica evidente à medida que a história se desenrola.
A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum
outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim
de raiva. Só Caim podia ser o “número um”.
O Senhor não estava ausente da hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um
aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras
informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação
(7) é, literalmente, “levantamento”, e está em contraste com descaiu (6). Um
olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação
correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao
arrependimento.
Se Caim tivesse feito bem (7), com certeza Deus o teria graciosamente recebido.
Mas, e se Caim não tivesse feito bem? Esta era a verdadeira questão que Caim
ignorava, pois ele lançava a culpa em Abel. A ameaça à sua vida espiritual não
estava longe. O pecado estava bem do lado de fora da porta, pronto para levar
Caim à ruína.
Precisamos examinar duas palavras no versículo 7. A palavra traduzida por
pecado ihatfat) pode significar pecado ou oferta pelo pecado. A última opção
está fora de questão, porque a presença fora da porta não parece ser útil; é
sinistra. A palavra jaz (robesh) é um substantivo verbal. O problema para o
tradutor é: Esta palavra serve de verbo, jaz, ou de substantivo, dando o sentido:
“O pecado está de tocaia”?
Speiser destaca que o acádio, uma das origens do hebraico bíblico,
tem basicamente a mesma palavra, rabishum (note que as primeiras três
consoantes são as mesmas), que significa “demônio”. Esta história bíblica vem
do mesmo local geográfico; assim, se considerarmos que robesh é um empréstimo
do acádio, a solução está à mão. 21 O texto descreve o pecado como um demônio
malévolo, pronto para se lançar sobre Caim se este sair da presença de Deus sem
se arrepender. Deus graciosamente ofereceu a Caim o poder de vencer o pecado:
Sobre ele dominarás.
A última porção do versículo 7 pode ser parafraseada: “Tu deixaste o fogo da
raiva arder por dentro; por conseguinte, quando tu deixares meu domicílio, o
pecado te tomará. E melhor dominares a raiva para que a destruição não te
vença”.
Mas Caim saiu da presença de Deus e a raiva se transformou em ciúme, o qual,
por sua vez, se tornou em ódio assassino junto com um plano ardiloso. No campo,
um dia a ação má foi executada — Caim... matou (8) Abel deliberadamente e sem
provocação.
Mas Caim não pôde evitar o SENHOR (9). Logo se desenvolveu a cena
de julgamento. A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra (10) é
vívida expressão idiomática que significa: “Tu podes tentar esquecer teu ato de
violência, mas eu não posso. O que quer que aconteça com meus filhos é questão
de preocupação pessoal para mim”. O privilégio de cultivar a vida vegetal foi
tomado de Caim e ele foi banido para o deserto, a fim de ser fugitivo e errante
(12).
A exposição do seu pecado mudou Caim. O ódio arrogante se tornou em medo covarde
misturado com autopiedade. Ele estaria suscetível do mesmo destino que desferiu
ao irmão. Não pôde nem suportar o pensamento. Mas Deus não escarneceu dele.
Mais uma vez sua misericórdia suavizou o castigo. Pôs o SENHOR um sinal em Caim
(15). Assim, Caim partiu para enfrentar uma vida totalmente nova, longe de
Deus. A designação terra de Node (16) significa “terra de vagueação”, e não
parece ser o nome de uma região específica que não seja sua direção geral para
a banda do oriente do Éden.
De 4.2-9, G. B. Williamson analisa “Caim e Abel”. 1) A diferença nos homens —
até entre irmãos, 2b,5b,6,8,9; 2) A diferença significativa nas suas ofertas,
3-5a (cf. Hb 11.4); 3) Eis uma revelação da bondade e severidade de Deus, 7a.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis
- George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
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O HOMEM SOB O PECADO E A MORTE (4:1-6:8)
4:1-15.0 assassinato de Abel.
Se, por trás da serpente, era perceptível o diabo no capítulo 3, a carne e o
mundo entram em consideração no presente capítulo (ver adiante coment. dos vs.
16-24). O pecado é revelado com os seus ciclos de evolução como em Tg 1:15, e
no v. 7 é personificado quase que à maneira paulina (c/. Rm 7:8). Muitos
pormenores acentuam a gravidade do crime de Caim e, portanto, da queda. O contexto
é culto, a vítima, um irmão. E enquanto que Eva fora persuadida a pecar, Caim
não aceita ser dissuadido de seu pecado nem sequer por Deus; também não irá
confessá-lo, nem aceitar o castigo.
1. A palavra conheceu (AV), neste sentido especial, mostra muito bem o nível
plenamente pessoal da verdadeira união sexual, embora possa perder
completamente este elevado conteúdo (cf. 19:5, AV).
Caim tem algo do som de qãnâ, “ adquirir” . Tais comentários sobre nomes são
geralmente jogos de palavras, e não etimologias, revestindo um nome padrão de
um sentido particular. Assim, por ex., em 17:17,19 um nome existente, Isaque (“ria-se
[Deus]” ) foi escolhido para rememorar certo riso e a promessa que o provocou.
A expressão com o auxílio do (RV, RSV, AA) é literalmente “ com” , apenas. E
embora esta palavra hebraica permita outras interpretações, a de RV, RSV, AA é
a mais simples. Cf. 1 Sm 14:45 (outra palavra para “com” ). A exclamação de fé,
expressa por Eva neste versículo como no v. 25, levanta a situação acima do
puramente natural, para o seu verdadeiro nível (como a fé sempre faz: 1 Tm
4:45), quer esteja dando um toque no oráculo de 3:15 ou não.
GÊNESIS 4:2-7
2. O nome Abel é, quanto à forma, idêntico ao termo hebraico para vaidade ou
simples sopro (por ex., Ec '1:2, etc.). Mas a conexão é provavelmente fortuita,
desde que nada se faz com ela. Pode ser que o nome seja cognato do sumério
ibil(a), do acádio ab/plu, “filho”. Os especialistas tendem a ver nesta
narrativa as rivalidades de dois modos de viver, o pastoril e o agrícola.1Vê-se
tal tema no Velho Testa mento (ex., Jr 35:6), mas aqui o contraste de culturas
desempenha papel inteiramente subordinado. Deus tem lugar para as duas
modalidades (cf. Dt 8), e há os passos estruturadores de um rico modelo nestas
aptidões complementares e no procurado
entrelaçamento do trabalho e do culto. O esquema é feito em pedaços unicamente
mediante o material humano, e é a exposição à verdade de Deus que o rompe;
pondo a descoberto pela primeira vez a moral antipatia da religião carnal para
com a espiritual.
3-5 A oferta é um minhâ, que nas atividades humanas era uma dádiva feita para
homenagem ou para aliança e, como termo ritual, por dia descrever ofertas de
animais e, mais frequentemente, de cereais (por ex., 1 Sm 2:17, Lv 2:1). É
argumento precário afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de
Caim (cf. Dt. 26:1-11); tudo que é explícito aqui é que Abel ofereceu a fina
flor do seu rebanho e que o espírito de Caim era arrogante (5; cf. Pv 21:27). O
Novo Testamento infere as implicações adicionais e importantes de que a vida de
Caim, diversamente da de Abel, desmentia sua oferenda (1 Jo 3:12) e de que para
a aceitação de Abel, sua fé foi decisiva (Hb 11:4).
6. Nos repetidos Por que...? e Se... de Deus, Seu apelo para a razão e Seu
interesse pelo pecador são assinalados tão vigorosamente como Seu interesse
pela verdade (5) e pela justiça (10).
7. No Hebraico, aceito (7) é literalmente “um exaltar” (cf. RVmg), expressão
que pode indicar um semblante sorridente contrariamente a um semblante
carrancudo (descaído, 6). Cf. Nm 6:26. Pode ser que o sentido seja o de que o
simples olhar para o rosto de Caim o traia; mais provavelmente vai além,
incluindo a promessa de restauração da parte de Deus (cf. 40:13) sobre uma mudança
de coração. O quadro do pecado ... recostando-se à porta (RSV; AA: o pecado jaz
à porta), desenvolve-se na candente metáfora da domação de um animal selvagem.
Assim, RSV: o seu desejo é por você (Moffatt: “ansioso para 1 Cf., por ex., o
conto-competição sumério de Dumuzi e Enkimdu, deus pastor e deus lavrador: A N
ET , p. 41.2 Cf. Moffatt.
GÊNESIS 4:8-15
estar em você” ), mas você tem de dominá-lo. A frase é uma adaptação de 3:16,
sobre o qual lança melancólica luz.
8. RV traduz corretamente o hebraico: E Caim contou a Abel, seu
irmão (cf. Êx 19:25). Se este é o verdadeiro texto (como parece que é) , Caim
mostra uma natural vacilação entre aceitar ou desafiar a censura de Deus.
Contudo, a LXX diz: ... disse a Abel ... Vamos ao campo (RSV, AA), tornando o
assassínio duplamente deliberado, se estas palavras constituem de fato uma
parte autêntica do texto original.
9. Onde está Abel, teu irmão? emparelha-se a “Onde estás?” de 3:9, como a
perene e completa inquirição que Deus faz ao homem. A desumana réplica, de teor
igual às evasivas respostas de 3:10ss, trai, em comparação com estas, certo
endurecimento.
10. Costumamos falar de erros que “clamam” por reparação. O Novo
Testamento combina com o Velho Testamento nisto, e desenvolve a metáfora (por
ex., Ap 6:9,10; Lc 18:7,8) que, todavia, deve ser vista como metáfora. Em
tocante contraste, o sangue de Jesus Cristo clama pela graça (Hb 12:24).
11,12. O impenitente Caim ouve palavras mais severas do que as dirigidas a
Adão, para quem a maldição foi indireta, não tendo ele ouvido: “És... maldito”
.
13,14. O protesto de Caim4 ecoa o tom ofendido de Dives5 (Lc 16:24,27,28; cf.
Ap 16:11), em contraste com o reconhecimento do ladrão arrependido, de que: “
...recebemos o castigo que os nossos atos merecem” (Lc 23:41). A última frase
do v. 14: “qualquer que me achar... (RSV), dá ideia de uma população em
expansão, presente ou futura. Poderia implicar também em que cada pessoa
encontrada seria um parente próximo de Abel — coerentemente com o contexto.
Ver, porém, a Introdução, Origens Humanas, p. 25ss.
15. O interesse de Deus pelo inocente (10) iguala-se somente à Sua preocupação
pelo pecador.
Mesmo a queixosa oração de Caim continha um germe de súplica; a promessa de
Deus, em resposta, juntamente com a sua marca ou sinal (a mesma palavra de
9:13; 17:11) — não um estigma, e, sim, um salvo-conduto — é quase uma aliança,
fazendo dele virtualmente o go’el ou protetor de Caim. Cf. 2 Sm 14:14b, AV, RV,
AA. É o máximo que a misericórdia pode fazer pelos que não se arrependem.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade
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Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique
de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gênesis 6.1-8
1 - E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se
sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 - viram os filhos de DEUS que
as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que
escolheram. 3 - Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu ESPÍRITO para
sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e
vinte anos. 4 - Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois,
quando os filhos de DEUS entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos;
estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5 - E viu o
Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 - Então,
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu
coração. 7 - E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem
que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus;
porque me arrependo de os haver feito. 8 - Noé, porém, achou graça aos olhos do
Senhor.
Resumo da Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque
I - UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
1. Fartura de pão.
2. Saúde perfeita.
3. Beleza perfeita.
4. Tecnologia avançada.
II - UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
1. Devassidão sexual.
2. Violência sem limites.
3. Resistência à graça divina.
III - UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
1. A pregação de Noé.
2. Uma geração corrompida.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Apesar da Queda, o mundo antediluviano ainda
era maravilhoso.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A maldade crescia a cada dia e as pessoas
iam se tornando totalmente depravadas.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O mundo de Lameque estava condenado a
destruição.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1
"Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo,
tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos
que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e
órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou
para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o
golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas
armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em DEUS. Estes filhos
parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e
viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu
filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim:
'Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por
causa da terra que o Senhor amaldiçoou' (Gn 5.29). Ele está incluído na
genealogia do Senhor JESUS (Lc 3.36)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1130).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?
Violência sem limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os contemporâneos de Noé?
Era uma geração corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a graça divina?
A graça de DEUS, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça divina?
Ele pregava a justiça divina com a voz e com as obras.
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 40. Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam
expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA - Dicionário de Referências Bíblicas,
Dicionário Vine e Dicionário Teológico
Comentários de várias revistas e livros com algumas modificações do
Ev. Luiz Henrique
Observação minhas (Ev. Luiz Henrique)
2 Lameques. 1 filho de Belial, do maligno, filho de Matuselá, outro
filho de DEUS, filho de Matusalém, pai de Noé.
Filhos de Deus, descendentes de Sete. Filhas dos homens,
descendentes de Caim e Lameque.
Arca acima das águas do dilúvio, levada com Noé e sua família para
cima do juízo de DEUS que estava acontecendo a todos os habitantes da Terra.
Igreja levada para cima do juízo de DEUS, igreja arrebatada para o céu, acima
do juízo de DEUS à Terra e seus habitantes.
Como se vê até Satanás antes era Lúcifer. O problema está em se dar
lugar ao pecado. Os filhos de Caim, em sua maioria, eram pessoas que inventaram
coisas boas, mas depois se desviaram para o pecados e usaram as coisas boas que
inventaram para produzirem mais pecados ainda.
Sinal de Caim pode ser Cicatriz, Lepra, pode DEUS tê-lo tornado
gigante, etc... Não sabemos qual o sinal, mas este sinal livrou Caim de ser
morto por qualquer que lhe encontrasse, então é sinal de livramento para quem
não merecia, é graça de DEUS, mas também é juízo de DEUS a marca, pois Caim
seria identificado como assassino de seu irmão por onde passasse.
PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais
noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos
dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas
se salvaram pela água.”
Os antediluvianos tiveram cento e vinte anos de Graça (Gên. 6: 3).
Todo esse tempo o Espírito Santo apelou insistentemente aos seus corações
através do pregoeiro da justiça – Noé (II Pedro 2:5); e estes, rebelados,
resistiram, recusaram a longanimidade de Deus, até que a paciência divina
esgotou-se e, assim, cometeram o pecado imperdoável. E, se é imperdoável, não
pode haver segunda oportunidade de perdão nem mesmo vivo, quanto mais morto.
Pedro não diz que eram “espíritos desencarnados”. Informa apenas: “espíritos”.
Portanto, nesta assertiva do apóstolo, o lógico e razoável é aceitar que o
“espírito” é um símbolo de pessoa. Exemplo:
Meu espírito significa mim, eu.
Teu espírito significa tu, você.
Adam Clark, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos
desencarnados” diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb.
12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na
igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Heb. 12:9) tem referência a homens
ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Núm. 16:22; 27:16)
significa homens, não em estado desencarnado.” – Clarke’s Commentary, Vol. 6,
pág. 862.
Eminentes teólogos partidários da doutrina imortalista, recusam a teoria de que
Pedro, neste texto, ensina a imortalidade da alma. Eis alguns: Dr. Pearson, da
Igreja Anglicana, diz:
“É certo pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram
desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e,
consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo
que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido.” – Exposição do Credo, Dr.
João Pearson, grifos meus.
Agora o testemunho de João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? – Através do ministério de Noé, aos
espíritos em prisão, isto é, os homens perversos antes do dilúvio. ... Quando a
longanimidade de Deus esperava. Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em
que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que
fugissem da ira futura.” – Explanatory Notes Upon the New Testament, pág. 615.
Finalizando, irmão, a obra de Jesus foi a “abertura da prisão aos presos” (Luc.
4:18-21; Isa. 42:6,7 e 6; 61:1). Toda pessoa desobediente está presa ao pecado
(Prov. 5:22). Pecado é a prisão de Satanás. Quem morre no pecado está
irremediavelmente preso até o juízo final. Heb. 9:27.
Seguramente, os apelos ao arrependimento feito por Jesus aos homens de Seus
dias, foram os mesmos veementes apelos feitos por Noé em sua época. Em outras
palavras: Jesus Cristo pregou aos antediluvianos pelo Espírito Santo através do
ministério de Noé, durante o tempo de construção da arca; 120 anos.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO
TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não
como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).
VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a
linhagem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a
felicidade eterna.
LEITURA EM CLASSE - Gn 4.17-19, 25, 26
E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele
edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho
Enoque; E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a
Metusael e Metusael gerou a Lameque. E tomou Lameque para si duas mulheres; o
nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E tornou Adão a conhecer a sua
mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela,
DEUS me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou. E a Sete
também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o
nome do Senhor.
LINHAGEM MÁ DE CAIM
1. Lameque (Gn 4.18-24). No hebraico, este nome significa vigoroso. Na
descendência de Caim, ele constituí a quinta geração e foi pai de muitos
filhos, em cuja posteridade destacaram-se agricultores, e os que trabalhavam
com metais e instrumentos musicais. Lameque se tornou o primeiro homem bígamo,
pois tomou para si duas mulheres. É o tipo de casamento que DEUS nunca legitimou
e nem autorizou.
2. Jabal. Dos filhos de Lameque, Jabal ficou conhecido como o pai dos
construtores de tendas e criadores de gado (Gn 4.20).
3. Jubal. Este, irmão de Jabal, destacou-se como o inventor de
instrumentos musicais. Por isso, ficou conhecido como "o pai dos
músicos"(Gn 4.21). Sem dúvida, muito contribuiu para a cultura mais bela
da humanidade.
4.Tubal-Caim (Gn 4.22). Filho de Lameque e sua mulher Zilá. Há um aspecto
positivo, que deve ser considerado nesta descendência cainita. Nem tudo o que
faziam era mau ou ruim. No caso de Tubalcaim, ele foi o iniciador da
metalurgia, ao descobrir e trabalhar com metais.
5. Naamá. No texto de Genesis 4.22, há urna referência especial ao
nome desta mulher, filha de Lameque. "Naamah", no hebraico, significa
a bela, a graciosa. Ela é irmã de Tubalcaim e é citada, de modo especial, no
capítulo 4 de Genesis, pois não se mencionavam nomes de mulheres nas
genealogias antigas. Esta citação não vem como um elogio, mas como urna
denúncia do começo da prostituição no meio da humanidade.
A LINHAGEM PIEDOSA DE SETE
1. Como surgiu a linhagem de Sete (Gn 4.25). Há urna expressão bem
comum na Bíblia, quando ela fala da formação de famílias ou geração de filhos,
que é: "e ... conheceu a sua mulher". Este tipo de linguagem tem um
sentido bem mais amplo do que o simples relato de um contato íntimo, pois
conhecer, no ato conjugal, significa muito mais que urna simples relação sexual
(que está incluída, é evidente).
2. A nova linhagem genealógica de Sete. Com o nascimento de Sete
nasce, também, urna nova esperança.
3.Alguns nomes têm destaque da linhagem de Sete:
ENOS (Gn 4.26; 5.6,11). Do hebraico "ENOSH", sugere "o homem em
sua fragilidade", pois, até então, na linhagem de Caim, foram a arrogância
e rebeldia contra DEUS que prevaleceram.
MAALALEL (Gn 5.12). Filho de Cainã, da linhagem de Sete, e cabeça da quarta
geração de Adão ( Gn 5.12-17; 1 Cr 1.2; Le 3.37). O seu nome, no hebraico,
significa "louvor de DEUS ". Percebe-se que a descendência piedosa
não estagnou no tempo, mas continuou a adorar ao Senhor, até os dias de Noé.
ENOQUE (Gn 5.1.8,21-24). Desde Adão até Noé, apenas dois nomes se
destacaram como homens tementes ao Senhor: Enoque e Noé. O primeiro andou com
DEUS 300 anos (Gn 5.22,23), após gerar Matusalém, o ser humano que mais viveu
sobre a face da Terra: 965anos. "ENOQUE" significa: instruir,
iniciar, dedicar.
NOÉ (Gn 5.28,29). Aparece, no capítulo 5 de Genesis, um outro Lameque, que nada
tem a ver com o da linhagem de Caim. Foi ele quem gerou, dentro da descendência
de Sete, a Noé, cujo nome, no hebraico, significa :aquele que consola, ou
consolador.
CONCLUSÃO
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, descobrimos que, em
um mundo corrompido e pecador, DEUS tem urna linhagem especial que preserva o
seu nome, a Igreja de JESUS CRISTO.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1. O ambiente em que vivemos influencia, negativa ou positivamente
na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna
terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou,
negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era
um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque DEUS
recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua
displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.
3. DEUS consolou Adão e Eva, ao conceder-lhes um outro filho, para
ocupar o lugar de Abel, assassinado por Caim, e o chamaram de Sete. Este era
temente ao Senhor e seus filhos seguiram os seus passos. Por isso, tiveram o
privilégio de serem chamados "filhos de DEUS" (Gn 6.2).
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Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
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GÊNESIS 4:16-24
4:16-24. A família de Caim.
Os começos da vida civilizada mostram característica potencialidade para o bem
e para o mal, com as artes e ofícios que serão bênçãos para a humanidade,
flanqueados por abusos (19,23,24) que serão verdadeira maldição para ela. A
cultura, usada ou abusada, não oferece nenhuma redenção; a única centelha de
esperança está na dádiva de DEUS e na tardia resposta do homem, registradas nos
dois versículos finais do capítulo.
16. Fora na presença do Senhor que havia surgido a crise (5). A partida de Caim
foi ao mesmo tempo sua sentença e sua escolha. Por um lado, temera o exílio,
ser banido “ da tua presença” (14), e o vagar “ errante” , agora expresso no
nome Node (“ peregrinação” ; Gesenius: “ fuga” , “ exílio” ); por outro lado,
desdenhara a contrição, e agora.se dispõe a conseguir algum sucesso com a sua
independência. O relato subsequente permite provar o primeiro sabor de uma
sociedade autossuficiente, que constitui a essência daquilo que o Novo
Testamento denomina “ o mundo”.
17. A frase inicial sugere que por esse tempo Caim já era casado, e 14,15 com
5:3 dão a impressão de que a família humana começara a multiplicar-se, a menos
que no v. 14 os temores de Caim fossem apenas quanto ao futuro.
O nome Enoque (hanôk) tem parentesco com o verbo “iniciar” . Talvez haja a ideia
de um novo princípio no fato de se dar esse nome ao primeiro filho e à primeira
cidade de Caim independente. No hebraico, cidade é um termo que se pode aplicar
a qualquer povoação, pequena ou grande. As respectivas pretensões à fama dos
dois Enoques (cf. 5:22-24) estabelecem nada bela comparação entre os dois ramos
da humanidade, cujas linhagens vão até às famílias do belicoso Lameque (4:24) e
do piedoso Noé (5:32).
18. Dois dos nomes aqui, Enoque e Lameque, são usados nas duas famílias (cf.
5:18,25); as semelhanças entre outros são mais notórias no inglês do que no
hebraico.
19-24. Um relato tendencioso não atribuiria nada de bom a Caim. A
verdade é mais complexa: DEUS iria fazer muito uso das técnicas Cainitas em
favor do Seu povo, desde a própria disciplina seminômade.
GÊNESIS 4:25,26
(20; cf. Hb 11:9) até às artes e ofícios civilizados (porex., Êx 35:35). A
frase "este foi o pai de todos os que ou dos que" reconhece o débito
aos empreendimentos seculares, e nos prepara para aceitarmos o mesmo débito;
pois a Bíblia não ensina em parte nenhuma que os piedosos ficariam com todos os
dons. Ao mesmo tempo, a informação bíblica nos livra de exagerarmos a avaliação
dessas habilidades: a família de Lameque podia impor sua direção ao meio
ambiente, mas não a si própria. A tentativa de melhorar a ordenança divina
sobre o casamento (19; cf. 2:24) abriu um precedente desastroso, do qual o
restante de Gênesis é suficiente comentário. E a mudança do
trabalho em metais para a fabricação de armas, mudança que se seguiu logo, é
igualmente nefasta. A família de Caim é um microcosmo: seu padrão de proezas
técnicas e de fracasso moral é o da humanidade.
A canção de sarcástico desafio de Lameque revela o rápido progresso do pecado.
Enquanto Caim havia sucumbido a ele (7), Lameque exulta nele; enquanto Caim tinha
procurado proteção (14,15), Lameque olha à sua volta em atitude de provocação:
a selvagem desproporção entre matar um simples rapaz (hebraico, yeled, “criança”
) e uma simples ferida, constitui o ponto determinante da sua jactância (cf.
24). Com esta nota de bravata, a família desaparece da narrativa. Em contraste,
bem pode ser que JESUS tivesse em mente essa expressão, “setenta vezes sete” ,
quando falou que devemos perdoar o irmão “ até setenta vezes sete” .
4:25,26. Sete substitui a Abel.
A fé revelada por Eva ao salientar a vontade de DEUS pelo nome Sete (“designado”
) fica ainda mais evidente aqui do que no v. 1. A menção de outro descendente
(AV, RV: “ outra semente” ) também parece ligar-se a 3:15.
26. Enos significa “homem” (cf. SI 8:4,5), talvez com um matiz de ênfase em sua
fragilidade.
A nota final, daí se começou... tem duplo interesse, registrando o primeiro
brotar do desenvolvimento espiritual desde Abel e desde a primeira revelação do
nome Yahweh (o Senhor). Em Gênesis, este é um 7 No v. 22, a tradução “forjador”
(RV, RSV) inclui mais do que o hebraico Ifftês, “ malhador” ou “ afiador” . O
ferro meteórico e o cobre de minas a céu aberto eram batidos e polidos muito
antes de se ouvir falar de fundição e forja. Perecíveis como esses metais são,
sobreviveram alguns exemplares de ferro do terceiro milênio a. C ., e de cobre
do quinto milênio, ou até antes; cf. JSA, SVIII, 1966, p. 31.
NOTA ADICIONAL: OS DESCENDENTES DE CAIM
DEUS só se tornou “ conhecido” pelo nome Yahweh depois de lhe dar conteúdo na
mensagem comunicada por ocasião da sarça ardente (Êx 3:13, 14; 6:3).
Elaborou-se uma argumentação no sentido de identificar os Cainitas com os
quenitas. Os termos hebraicos são idênticos (cf. Nm 24:21,22, RV, RSV), e o
equivalente árabe significa “ ferreiro”. Há, evidência da existência, em tempos
remotos, de grupos viageiros como a família descrita em Gn 4, principalmente
habitantes em tendas que se mudavam de um lugar a outro como artesões e
músicos. Uma famosa pintura tumular da era patriarcal em Beni Hasan mostra um
grupo desses equipado de armas, instrumentos musicais e foles. Daí se sugere
comumente que os fatos deste capítulo foram extraídos de memórias tribais,
juntamente com uma narrativa escrita para explicar
as origens dessa existência errante, e foram postos em novo uso pelo compilador
de Gênesis. Naturalmente a teoria é incompatível com a narrativa do dilúvio,
que revela uma clara ruptura com as primitivas famílias mencionadas aqui,
exceto mediante Noé. Tem valor, todavia, em chamar a atenção para um conhecido
padrão de vida que incorpora todos os traços de Gn 4:16. O termo qayin, “
ferreiro” , seria motivo bastante para dar aos quenitas o seu nome, e, por sua
vez, poderia ter-se originado do nome de Caim, exatamente como nos tempos modernos
um pioneiro (por ex., Watt, Ohm, Volt) podem deixar marca permanente na
terminologia do seu ofício. Podemos concluir que a sucessão cainita-quenita foi
deveras real, mas em termos profissionais, não hereditários.
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Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Curiosidades Bíblicas - TRABALHAR - Substantivo - nuiaseh (rftWjD):
“trabalho, obra, ação, labor, labuta, comportamento”. Este substantivo é usado
235 vezes no hebraico bíblico. Lameque, pai de Noé, expressando sua esperança
por um mundo novo, usou o substantivo pela primeira vez no Antigo Testamento:
“E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e
do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn
5.29). A palavra está espalhada ao longo do Antigo Testamento e em todos os
tipos de literatura.
O significado básico de nuiaseli é “trabalho”. Lameque usou a palavra para
significar o trabalho agrícola (Gn 5.29).
VINGAR - nãqam (□? :): “vingar, tomar vingança, castigar”. Esta
raiz e seus derivados ocorrem 87 vezes no Antigo Testamento, com muita frequência
no Pentateuco, Isaías e Jeremias; ocorre ocasionalmente nos livros históricos e
nos Salmos. A raiz também ocorre no aramaico, assírio, árabe, etiópico e
hebraico recente.
A canção da espada de Lameque é um desafio depreciativo aos seus companheiros e
um descarado ataque à justiça de DEUS: “Porque eu matei um varão, por me ferir,
e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado', mas Lameque,
setenta vezes sete” (Gn 4.23,24).
O Senhor reserva a vingança como esfera de Sua ação: “Minha é a vingança e a
recompensa, [...] porque [Ele] vingará o sangue dos seus servos, e sobre os
seus adversários fará tornar a vingança” (Dt 32.35,43). A lei proibia a
vingança pessoal: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu
povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.18).
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
LIÇÃO 5 — 1 D E FEVEREIRO - CORRUPÇÃO E CASTIGO
GÊN. 6:5-8-13-14; 7:1-4, 17-23
Texto Áureo: — "Disse DEUS: Hei resolvido dar cabo de toda a
carne, porque a terra está cheia de violência dos homens* — Gên. 6:13.
RESUMO DA LIÇÃO
I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.
II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.
III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14
7:1-4.
IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.
I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.
O estado da terra nos dias de Noé, era de avançada corrupção. A
iniquidade era múltipla entre os homens. Embora não caiba neste ligeiro
comentário uma referência ampla às profundas lições de Gên. 6:1-5, contudo,
para podermos ver alguma coisa do estado da terra daquela época, somos forçados
a considerar que:
1) o homem havia sido criado à semelhança de DEUS; 2) vivia na
situação de decaído; 3) não tinha lei nem temor algum 4) sofrera uma
transformação constitucional no seu corpo. Diz a escola transformista que o
homem é o resultado do aperfeiçoamento de outros animais, como o macaco, mandris
etc., mas nós vemos exatamente o contrário: o homem é a degenerescência da
imagem de DEUS, em qual a fora criado. O verso 3 do cap* 6 de Gên. nos revela
que o homem teve a sua vida limitada e se tornou carne por causa do pecado:
"Então disse Jeová:. . . por causa do seu errar é ele carne". Alguém
perguntará:^ "Mas o homem, então, não era carne?" Sim, mas que
espécie de carne, não o sabemos. Paulo diz que há corpos com muita glória e os
há com pouca ou até sem nenhuma. Nem toda a carne é uma mesma carne." (Comp.
I Cor. 15:39-40). Antes, porém, que DEUS destruísse todas as vidas pelo
dilúvio, teve o cuidado de limitar a existência do homem. DEUS não ignorava que
viriam ser necessárias novas destruições, como a de Sodoma Gomorra e ainda a
que virá no dia do Filho do Homem. O homem daqueles dias reflete bem a situação
de alguém que sendo espiritual vai aos poucos se transformando carnal por causa
do pecado até atingir o estado de não mais aceitar, em absoluto, as coisas do
ESPÍRITO: É carne e nada mais; sua vida, que era eterna, passou a ser finita.
II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.
Ha uma lei natural que confirma e aponta claramente a oportunidade
da* destruição devido à corrupção. Vemos isso sempre. Todo indivíduo que age
contra os desígnios da natureza acaba sofrendo algum abalo no seu físico
desobediente; seja o tabagista, o ébrio ou o homem dado às devassidões, todos
mostram no seu aspecto "destruído" a sua vida "completa".
Além dessa decomposição pelo desequilíbrio das leis naturais, há, ainda, uma
operação importante, o ESPÍRITO de DEUS que se entristece e castiga. DEUS é bom,
mas é também severo. Rom. 11:22. Até na maneira do Senhor falar (6:13) nos
impressiona o motivo do castigo: "O fim da carne é vindo perante a minha
face". E não: — "A minha face será voltada para dar fim à carne Os
acusadores de DEUS, filhos do grande Acusador (Gên. 3:5), sabem sempre lembrar
que DEUS destruiu a terra, mas escondem a sua própria maldade, provocadora da
mesma destruição. "A tua malícia te castigará", (diz Jeremias —
2:19).
III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14
7:1-4.
Muitas pessoas julgam que o Senhor não será capaz de cuidar duma
única pessoa fiel, dentre uma completa geração perversa. Mero engano.
Suponhamos que um homem de negócios, inteligente e zeloso, resolvesse fechar
todas as empresas que lhe dessem prejuízo. Certamente ele não cerraria as
portas e um estabelecimento que lhe desse bons lucros. Ora se um homem
imperfeito sabe agir dessa forma, quanto mais DEUS que é perfeito e nos tem por
mais precioso que os negócios humanos. JESUS disse que como aconteceu nos dias
de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem"; logo, temos que
descobrir em Noé o que agradava a DEUS, a fim de podermos conferir a nossa
vida. Se ele foi preservado da destruição, nós também queremos ser. Noé teve fé
(sem a qual é impossível agradar a DEUS — Hebr. 11:6), e mostrou zelosa
obediência, pois fez tudo o que o Senhor mandara (obediência é melhor do que
sacrifício). Aquele que, na presente dispensação guarda estes pontos como fez
Noé, certamente, já pode ouvir: "Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre o
mundo (Apo« 3:10). Era preciso fé e fidelidade para estar um homem construindo no
seco uma arca" que se' destinava a navegar. Contudo, se alguém zombasse de
Noé ou procurasse persuadi-lo, ele podia usar um forte argumento: "DEUS me
falou e vocês, que não crêem, são os pecadores condenados por esta arca' (Heb.
11:7). Hoje ainda se dá o mesmo. Dizem-nos: "Vocês são fanáticos venham
para o mundo; há tantos prazeres; gozemos a vida, pois daqui nada se leva. Mas
nós temos o mesmo argumento: "DEUS nos falou por seu Filho conhecemos a
sua voz e dele somos conhecidos, JESUS é a arca posta para salvar, mas a sua
palavra julgará o mundo. A graça salva; a verdade julga. (João 12:47-48).
IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.
O dilúvio foi total, isto é, as águas cobriram todo o globo
terrestre. Ha pessoas que procuram negar isso, mas a Escritura o afirma de duas
maneiras: direta e indireta, ou racional. A afirmação direta está no vers.
6:19-20 onde diz que as águas cobriram e prevaleceram sobre os mais altos
montes da terra. A afirmação indireta é o que se deduz racionalmente, se a,
arca ao baixar das águas pousou nos montes de Arará. Tendo esse monte mais de
5.200 metros de altura e sendo o ponto culminante da Arábia, num dilúvio
parcial a arca nunca poderia pousar sobre ele, mas desceria fatalmente. Na
primeira lição do trimestre, falamos ligeiramente numa destruição sofrida pela
terra e que a tornou sem forma e vazia e, segundo se apreende do texto, também
foi por água. (Gên. 1:2). Em ambos os casos, após o cataclismo, o homem tinha
diante de si a terra refeita, enxuta e apta para produzir. E assim como DEUS
fez o pacto com Adão, entregando-lhe a terra, também o fez com Noé, no mesmo
sentido. Mas, infelizmente, havia não somente descendentes de Sete sobre a
terra, mas ali se achavam também os filhos de Caim, os quais estão até hoje
buscando uma nova destruição que, certamente, não tardará.
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra
fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são
Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância
relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento
de suas genealogias.
Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para o
específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e sua
esposa Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos seus
descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito vigorosamente a
corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do Todo-poderoso em
puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo tempo, salvar um
remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os descendentes de
Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão via migração
através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.
Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao vale
mesopotâmico.
Uma comparação das genealogias em ambos os Testamentos logo deixa
claro várias características. São genealogias altamente seletivas e não alistam
necessariamente toda geração. Um estudo de “pai” e “filho”, que só pode ser
feito adequadamente em hebraico, revela que estes termos podem ser aplicados,
respectivamente, a qualquer antepassado ou a qualquer descendente. O papel das
genealogias na Bíblia nem sempre é fornecer uma cronologia histórica; sua
função varia de lugar para lugar.
É interessante observar um ponto de comparação entre a linhagem de Caim e a
linhagem de Sete. O sétimo depois de Caim foi Lameque, que era o epítome da
hostilidade furiosa, embora seus três filhos fossem gênios criativos. O sétimo
na linhagem de Sete foi o piedoso Enoque, que DEUS para si... tomou. Noé, o
décimo na linhagem de Sete, e seus três filhos começaram uma nova população
depois do dilúvio.
Não há modo fácil de explicar a longa extensão de vida atribuída aos patriarcas
relacionados no capítulo 5. A vida mais longa é de Matusalém, 969 anos.
Estudiosos conservadores tomam uma de duas possíveis interpretações. Alguns
(notavelmente John Davis, na sua obra muito consultada Dicionário da Bíblia, e
mais recentemente Bernard Ramm) sugerem que os nomes representam o homem
individual e o seu clã. Um paralelo bíblico é encontrado em Atos 7.16, onde o
nome “Abraão” se refere à sua família ou clã, visto que o procedimento informado
ocorreu depois da morte do patriarca. Outros destacam que nos primórdios da
raça, antes que o pecado prolongado e persistente reduzisse a vitalidade humana
e as doenças se desenvolvessem ao ponto em que estão hoje, idade avançada e
vigor longo eram bem possíveis.
A Grande Apostasia (6.1-8)
As genealogias de Caim e de Sete são coroadas por uma história, que
é veemente em sua acusação. Extensa controvérsia ainda gira em torno desta
passagem.
Um aspecto do problema centraliza-se no significado da frase "os filhos de
DEUS". Pela razão de esta frase aparecer em Jó 1.6; 2.1; 38.7 e Daniel
3.25 como designação a seres divinos ou anjos, argumenta-se que os anjos caídos
vieram à terra e se casaram com mulheres (cf. SI 29.1; 89.6, onde “poderosos” e
“filhos dos poderosos” aludem a DEUS). Contudo, em nenhuma parte das Escrituras
há a descrição de seres divinos corrompendo o gênero humano. Eles sempre são
benéficos em suas relações com o homem. JESUS foi claro em declarar que os que
serão ressuscitados “nem se casam, nem são dados em casamento; mas serão como
os anjos no céu” (Mt 22.30). Por conseguinte, esta visão é contrária ao teor
geral da Bíblia.
A presença muito difundida de histórias mitológicas entre os
antigos pagãos, remontando aos hurritas (1500-1400 a. C) e descrevendo deuses e
deusas da natureza engajados em relações ilícitas entre si, levam alguns a
advogar que esta passagem é um conto mitológico. Contudo, admite-se prontamente
que mitologia erótica não aparece em outros lugares na Bíblia. Por isso, os
estudiosos concluíram que o escritor de Gênesis alterou um conto mitológico e,
com um jeito envergonhado, o apresentou como justificação para o julgamento de
DEUS que logo viria.
Outro ponto de vista popular é que os filhos de DEUS eram descendentes de Sete.
De importância aqui é a palavra DEUS (ha’elohim), que em outros lugares no
Antigo Testamento significa “o único DEUS verdadeiro” e, assim, o distingue das
deidades pagãs. Este ponto de vista parece tornar impossível a teoria
mitológica.
Na verdade, não se pode discutir que o conceito de uma relação filial entre
DEUS e seus adoradores seja estranho ao Antigo Testamento. Esta questão não se
apoia em uma frase precisa; apoia-se em um conceito. Em referência ao
verdadeiro DEUS há uma declaração em Deuteronômio 32.5, que diz: “Seus filhos
eles não são, e a sua mancha é deles” (hb., banaw, “filhos dele”). Também em
referência a DEUS, o salmista (SI 73.15) disse: “Também falarei assim; eis que
ofenderia a geração de teus filhos” (hb., banayka, “teus filhos”). E certo de
que nestes contextos “seus filhos” e “teus filhos” são equivalentes a filhos de
DEUS. E de forma mais clara, Oséias (Os 1.10) disse acerca de Israel: “Se lhes
dirá: Vós sois filhos do DEUS [’el hay] vivo”. No pensamento do Antigo
Testamento, he’elohim e ’el hay quase não poderiam ter sido dois deuses
distintos. Repare também em Oséias 11.1 a frase “meu filho”, que se remonta ao
Senhor.
No Novo Testamento, a expressão “filhos de DEUS” ocorre em referência a seres
humanos em João 1.12; Romanos 8.14; Filipenses 2.15; 1 João 3.1 e Apocalipse
21.7. Estas passagens do Novo Testamento não são extraídas do paganismo, mas
estão solidamente baseadas no conceito do Antigo Testamento mencionado acima.
A conclusão de que os adoradores do Senhor (4.26) da linhagem de Sete também
eram os filhos de DEUS preenche de maneira natural a lacuna entre as
genealogias e o dilúvio. Estes homens não escolheram suas esposas com base na
fé, mas por impulso, sem consideração pela formação religiosa. Seguiu-se
corrupção após esta vida devassa e DEUS reagiu com ira divina.
A palavra hebraica traduzida por contenderá (3, yadon) tem vários significados.
A formação verbal pode aludir a raízes que significam “permanecer, ser
humilhado” ou, remetendo-se ao acádio, “proteger, servir de proteção”.
Contender, trabalhar, esforçar-se ou proteger se ajustam bem ao contexto. O
homem não devia sentir-se mimado, porque ele também é carne. Ele foi posto em
provação por cento e vinte anos.
Em 6.3, há o pensamento interessante “Não para Sempre”. 1) O
ESPÍRITO de DEUS contende com o homem; 2) O ESPÍRITO nem sempre contenderá; 3)
O homem pode achar graça aos olhos do Senhor, 8 (G. B. Williamson).
A tradução gigantes (4, nefilim) remonta à Septuaginta. O contexto do outro
exemplo onde a palavra aparece (Nm 13.33) sugere estatura incomum.
Literalmente, o termo nefilim significa “os caídos ou aqueles que caem sobre
[atacam] os outros”. Em todo caso, eram indivíduos malévolos. Eles precederam e
coexistiram com o ajuntamento dos filhos de DEUS e das filhas dos homens. Nada
no texto apoia a ideia de que eles eram descendentes deste ajuntamento que os
rivalizavam como varões de fama, ou seja, homens de notoriedade e renome.
A reação de DEUS aos assuntos da sociedade humana aumentava de intensidade à
medida que a corrupção pecaminosa se tornava dominante em escala universal. A
degradação do homem estava interiormente completa, era só má continuamente (5).
A frase arrependeu-se o SENHOR (6), e outras semelhantes (ver Ex 32.14; 1 Sm
15.11; Jr 18.7,8; 26.3,13,19; Jn 3.10), incomoda muitos estudiosos da Bíblia. O
conceito comum de arrependimento está relacionado com afastar-se de atos
imorais. Assim, uma mudança de direção, de caráter e de propósito é inerente no
ato. Duas passagens no Antigo Testamento asseveram definitivamente que DEUS não
mente e se arrepende como o homem (Nm 23.19; 1 Sm 15.29). Um estudo das
passagens relacionadas acima mostra que arrependimento divino não brota da
tristeza por más ações feitas. As mudanças na relação do homem com DEUS resultam
em mudanças nos procedimentos de DEUS com o homem. Quando o homem se afasta de
DEUS para o pecado, DEUS muda a relação de comunhão para uma relação de
repreensão julgadora. Quando o homem se afasta do pecado para DEUS, este
estabelece uma nova relação de comunhão. Este é o arrependimento divino. Em
nosso texto (6), DEUS muda de comunhão para julgamento.
As mudanças de relacionamento que DEUS executa nunca são descritas
no Antigo Testamento como algo impessoal ou passivo. DEUS sempre está
profundamente envolvido. Visto que a mudança de relação é pessoal, que melhores
termos humanos se usariam do que expressões profundamente emocionais? Assim,
pesou a DEUS em seu coração. Quando o homem peca, DEUS julga; mas Ele também
sofre intensamente.
DEUS não se gloriou no ato de julgamento implementado a seguir. Toda palavra do
pronunciamento está imbuída de agonia. Que criei (7) sugere “Todos os produtos
da minha criatividade amorosa devem ser destruídos, exceto um”. Só um homem era
adorador de DEUS: Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR (8).
De 6.5-8, G. B. Williamson analisa “O Dilúvio”. 1) O julgamento pelo pecado é
inevitável, 5-7; 2) A justiça é indestrutível, 8; 3) A fidelidade de DEUS aos
homens que confiam e obedecem é inalterável, 8.
A Corrupção Universal e Seu Resultado, 6.9—11.26
Um indivíduo se destaca novamente como objeto principal da
preocupação de DEUS. Depois de livrar Noé e sua família do “dia da destruição”,
DEUS estabeleceu uma relação de concerto com eles. Mas as promessas de guardar
o concerto ainda estavam soando quando entrou a profanação para turvar o
relacionamento, e as coisas não melhoraram com o aumento e difusão da
posteridade por toda a terra. Parece ser triste repetição de uma velha
história.
As Façanhas do Justo Noé (6.9—9.17)
Embora esta história seja popularmente conhecida como “A História do Dilúvio”,
há poucos detalhes sobre o dilúvio em si. O foco principal está nas relações de
DEUS com o gênero humano, sobretudo com aqueles com quem Ele escolhe tratar
diretamente, e nas respostas que dão às afirmações que Ele faz acerca deles.
Noé é o personagem proeminente da história e sua obediência é de importância
para o ato de salvação de DEUS e não apenas para julgamento.
A sequência da história é composta de cenário (6.9-12), uma série
de ordens (6.13— 7.5), a execução do julgamento (7.6-24), a dilatação da
misericórdia (8.1-22) e um concerto (9.1-17).
a) Um Justo em um Mundo Corrupto (6.9-12). Imediatamente, Noé (9) é definido
como indivíduo incomum, embora as características associadas a ele não sejam
incomuns entre os homens de DEUS no Antigo e Novo Testamento. Ele era justo
(tsadik), ou seja, vivia de acordo com um padrão, marcando a vida com
obediência a DEUS e interesse pelo gênero humano. Ele era reto (tamim), isto é,
era indiviso em sua lealdade, orientada em direção a uma meta definida e
motivado por paixão controladora. Como Enoque (5.24), Noé andava com DEUS, ou
seja, desfrutava de comunhão ininterrupta e íntima com DEUS. Este andar
infundia as características anteriormente mencionadas com uma ternura e
profundidade de relação interpessoal com DEUS que transcende a religião formal.
A condição moral da geração de Noé não só se contrasta com a vida de Noé, mas
elucida os termos que a descrevem. A corrupção do povo se destacava como o
oposto da justiça de Noé. Noé exibia fidelidade e conformidade à vontade de
DEUS; o povo não. A autenticidade de Noé, sua qualidade de vida sadia (tamim)
era radicalmente diferente da violência (11, chamas) que permeava a sociedade
dos seus dias. Uma comparação dos versículos 11 e 12 com o versículo 5 indica
que esta violência era interior, severamente contaminada com imaginações
imorais e tendências corruptas.
A declaração "viu DEUS" (12), não significa que Ele
precisou de informação, mas que a situação na terra era de sua grande
preocupação e exigia sério exame. Note significados semelhantes desta frase em
30.1,9 e 50.15. Em cada caso, uma avaliação da situação resultou em decisão e,
depois, em ação.
b) O Julgamento de DEUS sobre a Raça Humana (6.13—7.5). Apalavra divina: O fim
de toda carne é vindo perante a minha face (13), ressoou como toque de morte
pela consciência de Noé. O fato de a terra estar cheia de violência não podia
continuar sem controle. DEUS tomou a decisão e estava pronto para passar à
ação. A falta de lei do povo estava desenfreada, assim a punição tinha de ser
drástica. O gênero humano e sua casa, a terra, seriam destruídos. Aterra foi
destruída no sentido de deixar de sustentar vida no decorrer da duração do
dilúvio.
O julgamento não devia ser privado da oportunidade de salvação. Noé recebeu
orientações específicas. Ele tinha de tomar madeira de gofer (14) e construir
uma estrutura grande e semelhante a uma caixa. Não se sabe como era realmente a
madeira de gofer, mas o betume era material asfáltico razoavelmente comum no
vale mesopotâmico. Aceitando-se o côvado de aproximadamente 45 centímetros de
comprimento, a arca teria cerca de 137 metros de comprimento, 22 metros de
largura e 13 metros de altura. A ventilação era fornecida por uma janela (16)
ou abertura de luz, que pode ter sido espaçada ao redor da extremidade do topo.
Quanto à questão dos detalhes construtivos, o texto diz pouco. Uma porta estava
do lado da arca, mas não há indicação de qual era a relação da porta com os
três níveis da arca.
Um dilúvio de águas (17) foi o expediente do julgamento, mas um pacto (18)
seria estabelecido com Noé (ver 9.9-17). Esta é a primeira vez que a palavra
pacto (ou concerto) aparece no Antigo Testamento. Em passagens posteriores é o
modo preferido de descrever a relação pessoal entre DEUS e as pessoas com quem
Ele escolheu ter uma relação especial. Neste caso, Noé e sua família imediata,
inclusive noras, foram os poucos escolhidos. Neste ponto, a relação de concerto
era apenas uma promessa.
Em seguida, o Senhor informou a Noé que ele tinha de colocar casais de pássaros
e animais na arca. A frase conforme a sua espécie (20), também encontrada em
1.21,24,25 em referência aos animais, é vaga no que tange às pretensas
classificações de animais. Só os grupos gerais são especificamente mencionados:
aves (20, of), animais (behemah) e réptil {remes). Atualmente, as “espécies” de
animais são de aproximadamente um milhão. Seria erro presumir que o povo de
antigamente pensasse em espécies de animais no mesmo sentido. O conceito pode
estar mais próximo aos termos “classes, ordens, famílias ou gêneros”, mas hoje
não há meio de determinar a questão. A arca também foi abastecida com comida
(21).
Ainda que a palavra de DEUS fosse incomum, Noé seguiu obedientemente as
instruções. Em Hebreus 11.7, há a observação de que Noé “temeu” quando obedeceu
a DEUS. Pedro o chamou “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5).
De 6.9-22, Alexander Maclaren pregou sobre “O SANTO entre Pecadores”. 1) O
SANTO solitário, 9-11; 2) A apostasia universal, 11,12; 3) A dura sentença, 13;
4) A obediência exata de Noé, 22; 5) A defesa da fé, 7.21-23.
Depois que a arca estava pronta, o SENHOR (7.1) apareceu a Noé outra vez. Ele
foi elogiado por sua obediência identificada pela palavra justo. O que Noé fez
contou com a aprovação de DEUS.
A lista dos animais que entram na arca faz distinção entre animal
limpo (2) e animais que não são limpos. Os animais limpos, em sentido
ritualista, foram privilegiados para entrar sete e sete. Se o significado é
sete pares ou três pares mais um indivíduo extra não está claro. Dos animais
não limpos só um par de cada um foi permitido. Não é feita classificação entre
aves (3) imundas e limpas, mas também tinham de entrar sete e sete. Noé teve
sete dias (4) para carregar a arca antes do início do julgamento. Este viria na
forma de um dilúvio que destruiria o homem e os animais. Noé obedeceu
prontamente à mensagem de DEUS em todos os detalhes.
c) O Dilúvio (7.6-24). Na época desta catástrofe, era Noé da idade de
seiscentos anos (6). A descrição da entrada na arca é de um evento tranquilo e
ordeiro, que se deu do modo como DEUS ordenou que fosse feito. De acordo com o
tempo estabelecido, vieram as águas do dilúvio (10).
A segunda anotação cronológica menciona o mês e o dia quando irrompeu o
dilúvio.
A fonte das águas era dupla: jorraram de baixo, do grande abismo (11), e se
derramaram de cima, pelas janelas do céu. Esta brevidade de descrição ocasiona
uma avalanche de conjecturas relativas ao significado destes termos. A Bíblia
se contenta em apenas dizer que esta turbulência continuou por quarenta dias e
quarenta noites (12). Antes do início do dilúvio, Noé e sua família, com os
animais, já estavam na arca conforme a ordem divina. DEUS, então, fechou a
porta de forma que a arca flutuou com segurança sobre as águas em formação que
cresceram grandemente (18) até cobrirem todos os altos montes que havia debaixo
de todo o céu (19).
As águas subiram quinze côvados (20), distância de cerca de 6,75 metros, mas
não informa se esta medida era do cume da montanha mais alta até à superfície
das águas ou de algum outro ponto de partida.
As águas cumpriram seu propósito mortal, destruindo as criaturas
que estão mais à vontade no seco (22) do que em cima ou dentro d’água. A destruição
é acentuada duas vezes (21,23), pois o julgamento era assunto apavorante.
Somente os que estavam na arca escaparam da fúria da tempestade, cujas consequências
perduraram por um total de cento e cinquenta dias (24)
d), Mas DEUS se Lembrou (8.1-19). A declaração lembrou-se DEUS (1)
é como um raio de luz em uma cena escura. Violência e corrupção trazem uma
colheita de destruição, mas a obediência fiel de uns poucos evoca expressões de
bondade do Juiz celestial. O dilúvio não ia durar para sempre, nem aqueles que
estavam na arca iam ficar nela como se estivessem numa prisão. Uma vez mais,
DEUS agiu, fazendo soprar um vento seco por sobre as águas, que continuamente retrocederam
do cume das montanhas. Logo, a arca (4) encalhou nos montes de Ararate, uma
cadeia de montanhas na Turquia oriental. Lentamente, os cumes dos montes (5)
mais baixos foram aparecendo. Quando abriu Noé a janela da arca (6) e enviou a
pomba (8), ainda não havia terra seca para ela pousar, por isso voltou... para
a arca (9). Uma semana depois, ele enviou novamente a pomba (10), que voltou
com uma folha de oliveira no seu bico (11).
Depois de outros sete dias (12), libertou a pomba pela terceira vez. Desta
feita, não voltou, instigando Noé a tirar a cobertura da arca (13). Ele não
permitiu que ninguém saísse até que a terra estivesse completamente seca, 57
dias depois. Note que no versículo 13, as águas se secaram (harevu), mas no
versículo seguinte a terra estava seca (yavesah). A mudança do verbo hebraico
indica uma seca mais completa que o esgotamento das águas de sobre a terra
(13). Em resposta à ordem de DEUS, Noé (18) abriu a arca e tudo que havia nela
veio para fora da arca (19).
e) Sacrifício e Promessa (8.20-22). Saindo da arca, Noé dirigiu
seus pensamentos e ações primeiramente a DEUS. Sacrificou no altar (20) animais
e pássaros limpos, dos quais havia número em excesso (7.2,8,9), e DEUS
respondeu. Aqui, a frase cheirou o suave cheiro (21) não indica que DEUS estava
sofregamente faminto, mas que estava ciente do ato de Noé e o aprovava. DEUS
toma a resolução interior de não usar um dilúvio outra vez como meio de
punição. As razões para tal punição ainda permaneciam, porque a imaginação do
coração do homem é má desde a sua meninice (21), mas a misericórdia de DEUS
impediria um dilúvio como punição. Isto não significa que não haveria mais
punições. Enquanto o pecado persistir entre os homens, a punição virá, embora
por outros meios. Como sinal da sua decisão, DEUS estabeleceu uma regularidade
de sequencias naturais que encorajariam o homem a ter esperança no futuro.
f) O Concerto de DEUS com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29, abençoou DEUS
a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de povoar a
terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da terra. Além de
vegetais para comer, agora recebem a permissão de comer carne, com certa
limitação. Eles não têm permissão de participar de carne na qual fique sangue
(4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não tinha de ser
tratado de modo leviano. DEUS fez o homem conforme a sua imagem (6) e, por
isso, tinha uma condição especial.
Tendo esclarecido o papel inigualável do homem sobre a terra, DEUS
passa a dar mais destaque à sua relação especial com o homem estabelecendo um
concerto (9) com Noé e seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na
misericórdia e não na punição — misericórdia estendida a todas as criaturas. O
fato de um arco... na nuvem (13) ser o sinal peculiar deste concerto não
significa que antes não houvesse arco-íris. Sua estreita associação com a chuva
parece ter sido seu valor primário como sinal do concerto de DEUS de que um
dilúvio universal não aconteceria novamente. A questão é tão importante que é
reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17.
As nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão
implícitas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do
homem contra DEUS, sua imaginação e propensão ao mal. DEUS não tolera o pecado
além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o
homem, mas não sem dor para DEUS (6.6). DEUS deu o primeiro passo na preparação
do julgamento provendo a subsistência dos que vivem obedientemente na sua
presença. Os outros foram julgados porque excluíram DEUS de suas vidas. As
experiências de Noé descrevem DEUS como Senhor completo de todas as forças
naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou
salvação. A preocupação de DEUS no meio do julgamento é salientada na
declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais
perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos
de DEUS. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em
relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente
promessas de misericórdias futuras. A relação de DEUS com o homem não estava na
natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas caracterizados
por capricho e pirraça. Ele é o DEUS- Criador que exige retidão e pune a
corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
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6:1-8. A crise iminente.
1-4. Filhos de DEUS e filhas dos homens. O ponto em questão nesta
passagem crítica, seja qual for o modo como a abordemos, é que se alcançou novo
estágio no progresso do mal, com os limites impostos por DEUS ultrapassados em
mais outra esfera.
2. Os filhos de DEUS são identificados por alguns como sendo os
filhos de Sete, em oposição aos de Caim. Outros, inclusos os primitivos
escritores judeus, entendem que se trata de anjos. (Obs. Ev. Henrique -Melhor a
primeira).
3. Neste versículo muito controvertido, sigamos a RSV: Meu ESPÍRITO
não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne, mas...”. A palavra
permanecer (yadôn), usada pela Tradução Brasileira, recebe apoio das principais
versões antigas, embora sua etimologia seja incerta. A tradução de AV, RV (“
lutar por” ; Almeida, Edição Revista e Corrigida, “ contender” ) parece exigir
a forma yãdin ou possivelmente yãdün. Mesmo a palavra “ pois” (Ifsaggam, “
porquanto, como também” ) não fica livre de objeção (ver RVmg), mas os melhores
MSS a apoiam.
Os cento e vinte anos poderiam ser o período de espera antes do
dilúvio (c/. 1 Pe 3:20), ou a média menor da duração da vida humana, que
doravante se deveria esperar. Qualquer destes significados harmoniza-se com o
que se segue em Gênesis Parece, então, que nesta altura DEUS está preocupado,
não com a depravação, que o versículo 5 introduzirá, mas com a presunção. Este
foi o tema de 3:5 (“ como DEUS” ; ou “ como deuses” ) e de 3:22 (“ e viva
eternamente”); reaparece em 11:4 (“ chegue até aos céus”), e o presente
episódio bem poderia pertencer à série como uma tentativa, desta vez de
iniciativa angélica, de trazer para a terra, ilicitamente, um poder
sobrenatural, ou mesmo a imortalidade. Daí o contraste entre ESPÍRITO e carne,
no comentário que DEUS fez. O homem é ainda um simples mortal, sustentado pelo
ESPÍRITO alentador de DEUS (como no SI 104:29,30), unicamente segundo o Seu consentimento.
4. A famosa frase de AV, AA, havia gigantes deriva da LXX mediante
a Vulgata, mas RV, RSV confessam a obscuridade da palavra chave
transliterando-a, “the Nephilim” (os nefilins). Contudo, a expressão homens
poderosos, juntamente com Nm 13:33, tende a fortalecer o uso da tradução
costumeira. Vale a pena observar que não se diz que os gigantes provieram
exclusivamente dessa origem. Se alguns surgiram desse modo (e também depois),
outros já existiam (naquele tempo) .
5-8. O pecado plenamente desenvolvido. No v. 5, a expressão “Viu o
Senhor” convida a amarga comparação com a narrativa da criação, 1:31. Nas duas
metades do versículo a maldade do homem é apresentada extensiva e
intensivamente, a última com força devastadora nas palavras “continuamente...
todo” (AV: toda... somente... continuamente).
“Dificilmente se pode conceber mais enfática declaração da
impiedade do coração humano.
O termo imaginação (AV), hebr. yêser, está mais perto da ação do que
o inglês sugere (como também o português). Deriva do verbo do oleiro, “formar”
(c/. 2:7), e inclui a ideia de desígnio (ver AA) ou propósito. O judaísmo mais
recente fez dele um termo técnico para cada um dos impulsos gêmeos, para o bem
e para o mal, que considera coexistentes no homem. Mas o Novo Testamento é o
fiel expositor da passagem, não encontrando “bem nenhum” em nossa natureza
decaída (Rm 7:18).
6. Esta descrição deveras humana transmite a força intensa da
situação, deixando a palavra se arrependeu (RSV, lamentou) salvaguardada noutra
ocasião contra a implicação de capricho (1 Sm 15:29,35).
Esta é a maneira de falar do Velho Testamento, em que emprega as
expressões mais ousadas, contrabalançadas em outros lugares, se necessário, mas
não enfraquecidas. A palavra pesou tem afinidade com as palavras aflição (“dor”,
RSV) e fadiga (AA: sofrimentos, dores, fadigas) de 3:16,17. Agora DEUS sofre
por causa do homem. Acrescente-se que U. Cassuto expõe que os três verbos aqui
empregados, “se arrependeu...ter feito... lhe pesou”, reproduzem as três raízes
hebraicas de “ consolará... trabalhos... fadigas”, em 5:29, ampliando
imensuravelmente o escopo das palavras de Lameque. O homem anseia por alívio
temporal; DEUS tem de fazer direito as coisas. “As esperanças depositadas por
Lameque em seu filho vieram a realizar-se de maneira muito diversa da que ele
imaginara 7,8. A singela brevidade do v. 8 é extremamente eloquente depois dos
demolidores termos do v. 7. Juntos, os dois versículos mostram a maneira característica
como DEUS trata o mal: enfrenta-o não com meias medidas, mas com os extremos
simultâneos de juízo de salvação.
A graça (8) é ainda simples bondade, quer seu beneficiário seja um
Noé ou (c/. 19:19) um Ló. O fato adicional de que toda a vida é interligada
fica igualmente claro, com as criaturas companheiras do homem compartilhando a
sua ruína e, conforme se desenrola a narrativa, partilhando também da sua
libertação — tema retomado ulteriormente em Rm 8:19-21.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
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Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
O DILÚVIO - (Gênesis 6-8) - Noé
O capítulo 5 termina com o nascimento dos três filhos de Noé. Noé
significa "descanso". As agruras da vida tinham trazido amargas
experiências a todos estes homens, e o nascimento de Noé foi para Lameque como
que uma nova estrela no horizonte da vida. Daqui em diante começa um novo
capítulo na história.
Causa do Dilúvio: Casamentos Mistos (6:1-8)
Este capítulo começa descrevendo as terríveis condições a que tinha
chegado à raça e dá, ao mesmo tempo, estas condições como a causa do Dilúvio. A
iniquidade vinha se multiplicando na terra desde a morte de Abel. A despeito de
todos os esforços divinos para conservar sua criação nos moldes do programa
original, a corrupção cada vez mais se acentuava. DEUS tinha posto o homem na
terra para dominar sobre ela, para ser o seu rei, mas estes foros e direitos
estavam se perdendo pouco a pouco, e de tal modo se corrompeu, que perdeu
totalmente todos os direitos de senhor e dominador da criação divina. Uma das
causas mencionadas nestes primeiros versos, e talvez a maior delas, foi o
casamento de crentes piedosos, da semente de Sete, com a descendência corrupta
de Caim. A terra estava começando a ser povoada. Não era mais uma família, ou duas,
mas uma numerosa prole, dividindo-se e subdividindo-se em diferentes tipos, com
diferentes inclinações. Era problema complexo e difícil. Os primórdios da
religião da família estavam sendo descartados, o culto abandonado, a união de
um homem com uma mulher tomou caráter profano e, conforme as condições, cada
homem tomava para si tantas mulheres quantas sua cobiça pudesse desejar. O
bígamo Lameque tinha incubado o germe da corrupção da família, e no seu próprio
tempo apareceram os frutos patentes, numa poligamia desbragada. A família é a
base e estrutura da sociedade. O padrão familiar de qualquer povo decidirá o
seu futuro como povo civilizado e honesto. A decadência de qualquer nação
começa no lar. A ruína dos primitivos habitantes começou com a não observância
dos estatutos divinos de multiplicar-se pelos processos lícitos e consentâneos
com a natureza da raça mesma. Neste ponto, o programa divino ficou frustrado e
só restava um recurso: destruir a raça apóstata e começar de novo. DEUS não
pode ser acusado de injustiça, porquanto o homem tinha perdido todos os
direitos a senhor da terra.
Muitos anos se passaram desde a morte de Abel, e durante esse tempo
os homens se multiplicaram na terra (v. 1) e nasceram-lhes filhas, que iam
sendo tomadas por outros homens, sem reserva de espécie alguma: "Viram os
filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas que escolheram." Neste verso temos uma das escrituras
mais debatidas e sobre que mais se tem escrito. O verso é, geralmente,
interpretado de três modos, e pode dizer-se que todas as escolas teológicas têm
dado sua palavra sobre o assunto. Reconhecemos que é difícil a interpretação,
mas, à luz dos precedentes capítulos e da história da raça, não parece haver
lugar para as extravagâncias racionalistas a respeito da diversidade de raças
sobre a terra.
Dou aqui as três interpretações e a que penso ser verdadeira:
1. A causa da multiplicação do pecado no mundo e consequente
punição pela vinda do Dilúvio sobre a terra teria sido o casamento dos filhos
de DEUS, a descendência de Adão, com as filhas dos homens, mulheres meio
brutas, descendentes de animais inferiores, que pelo processo da evolução
tinham chegado a ter forma humana, andavam eretas, mas, além dessas aparências
humanas, eram ainda seres brutos e irracionais. Esta teoria nega que as outras
raças, além da branca, sejam descendentes de Adão. Haveria, portanto, no mundo,
duas raças fundamentalmente diferentes: uma, criação direta de DEUS, a outra,
produto da evolução, desde o protoplasma até ao macaco e depois ao homem.
Os que advogam esta teoria crêem que estas mulheres foram os seres
intermediários entre o homem e o macaco, ou o elo de que tanto falam e que há
dezenas de anos procuram, em achar. Reconhecem que, a despeito de o macaco
oferecer certas imagináveis aparências, não deixa, entretanto, de haver um
abismo entre ele e o homem, e que, portanto, não é possível que a descendência
do quadrumano seja o homem. Daí a necessidade de que têm os aderentes desta
doutrina de recorrerem a outros seres intermediários, de que estas mulheres
teriam sido parte.
Esta escola pode ainda dividir-se em duas: a que admite a criação
da matéria por DEUS, e a que nega, tanto a existência de DEUS, quanto a consequente
criação. A primeira chama-se teísta, e a segunda, ateísta.
Conforme a doutrina da primeira, DEUS criou o mundo e talvez
algumas espécies elementares de vida animal, que, pela lei da evolução, foram
se desenvolvendo até chegar ao homem. Outros vão mais longe e dizem que DEUS criou
apenas a matéria e deu-lhe certas leis, a que chamam forças residentes,
mediante as quais a dita matéria se desenvolveu por si mesma, até produzir o
primeiro elemento vivo, que geralmente é chamado protoplasma, o qual, nela
mesma lei da evolução, produziu todos os seres que se encontram na face da
terra. Em qualquer dos casos, esta teoria requer centenas de milhares de anos,
para poder produzir todas as espécies que se encontram espalhadas pelas cinco
partes do mundo. Alguns teólogos, meio críticos, admitem que DEUS criou o
primeiro par conforme ficou dito, donde vem a raça branca; e que as outras
raças são produto da evolução, pertencendo as mulheres que são aqui chamadas
"filhas dos homens" a esta raça não criada por DEUS. Em resumo, as "filhas
dos homens" são o produto da evolução, e os "filhos de DEUS" são
os descendentes de Adão e Eva.
Convém notar que entre a teoria teísta, que aceita DEUS como o
criador da matéria e talvez de algumas espécies originais, e a teoria ateísta,
que nega em absoluto, tanto DEUS como a criação, não há muita diferença, porque
em ambas é admitida a evolução como causa necessária da criação. Mesmo no ramo
mais conservador, que admite a criação de um par original, Adão e Eva,
aceitando que as outras raças sejam o resultado da evolução, não há muita
diferença, porque no final todas elas se confundem na célebre evolução.
2. A segunda escola de interpretação diz que as "filhas dos
homens" eram realmente a descendência de Adão e Eva e que os "filhos
de DEUS" eram os anjos que entraram em conúbio com a raça humana. Os
adeptos desta teoria baseiam-se, primeiro, no teor geral das Escrituras, que
chama aos anjos "filhos de DEUS"; segundo, que alguns manuscritos da
Septuaginta têm "anjos" em lugar de "filhos de DEUS";
terceiro, que os versos 6 e 7 de Judas mostram que a falta dos anjos foi
darem-se ao pecado de miscigenação, entrando em contacto com a carne; quarto,
que os gigantes de Gênesis 6:4 eram anjos, e que, finalmente, a descendência
deste conúbio deu uma raça de gigantes, de que fala Gênesis em diversos
lugares, cuja descendência habitava Canaã, quando os doze espias foram revistar
a terra.
Examinando, ligeiramente, esta teoria, responde-se:
(1) que em algumas passagens das Escrituras os anjos são chamados
filhos de DEUS, mas nunca em Gênesis, (2) a Septuaginta, traduzindo
"anjos" em lugar de "filhos de DEUS", violenta o texto
hebraico para se conformar à teologia alexandrina;
(3) o argumento de Judas 6 e 7 desfaz-se à primeira análise. O
verso 6 refere-se aos anjos que não guardaram sua própria habitação, isto é,
que não ficaram fiéis à sua missão, ficando por isso reservados para o dia do
Juízo. O verso 7 é uma analogia ou aplicação do verso 6. Assim como os
sodomitas tinham fornicado, desviando-se das normas naturais, semelhantemente,
os anjos se tinham desviado de sua posição. DEUS entregou os sodomitas ao
juízo, sofrendo eles a pena do fogo eterno. A expressão "ido após outra
carne", no verso 7, refere-se à relação sexual dos sodomitas e gomorritas
que, conforme Romanos 1:27, se tinham desviado da ordem da natureza, para se
corromperem entre si mesmos. Não há nenhuma confusão neste sentido, e
simplesmente comparação entre o ato dos anjos e o ato dos sodomitas.
Demais, o caso em Judas é diferente de Gênesis 6:2. Aqui é casamento
legal, enquanto em Judas é pecado de sodomia. A natureza dos anjos exclui em si
mesmo tal união. Os anjos são incorpóreos (Sal. 104:4.; Hb. 1:14; Ef. 4:12);
não têm sexo (Mat. 22:30); são imortais (Lc. 20:36); são super-humanos e ao
mesmo tempo finitos, com sabedoria e poder diferentes dos do homem (II Sm.
14:20; II Pedro 2:11; Mat. 24:36; I Pedro 1:2; Ef. 3:10); eles não têm
descendência nem ascendência, não têm família. Não foram criados na mesma ordem
que o homem. Cada um permanece fiel ou cai por si mesmo; não fazem parte da
economia humana, sendo sua redenção, em caso de pecado, possível, mediante
processo diferente do que redime o homem (Hb. 2:16). Os anjos são, sim,
criados, e, portanto, finitos, mas por origem são chamados filhos de DEUS; por
natureza, espíritos; pelo caráter, santos (Jó 5:1; Sal. 98:5-7; Daniel 18:13;
Judas 14). Todos estes predicados os excluem de, por sua natureza, entrarem em
relação com a humanidade.
(4) Os Nefelins (Gênesis 6:4 e Números 13:33) não são anjos, mas
homens de grande estatura, célebres por seu caráter violento. A palavra
"nefelim" será examinada ligeiramente, e o leitor verá que ela
significa, conforme a raiz de onde se deriva, "caidores". O verbo
"nafel" significa cair, não sabendo os teólogos se
"nefelim" significa "caidores" sobre os outros homens mais
fracos, dando-lhes, desta forma, a ascendência sobre eles, ou se significa
"caídos" moral e espiritualmente. Seja qual for a mais correta
significação de nefelim, o termo nada oferece que se possa aceitar como indicativo
de ser diferente da raça humana.
(5) A origem desta raça de gigantes é coisa explicável, sem
necessidade de admitir miscigenação de seres humanos e espirituais. Ainda hoje
há homens que junto de outros são verdadeiras gigantes. Os irlandeses são de
estatura muito maior que os brasileiros. Nem por isso se diria que os
irlandeses são gigantes para os brasileiros.
3. A terceira interpretação diz que "os filhos de DEUS"
são descendentes de Sete, ou seja, a linhagem piedosa e obediente a DEUS, e as
filhas dos homens, as mulheres da descendência de Caim, ou seja, a linhagem da
desobediência e rebelião. Com isto, está de acordo Gênesis 4:26: "então
começaram os homens a invocar o nome do Senhor", ou como seria mais bem
traduzido: "Então começaram os homens a ser chamados pelo nome do
Senhor." Estas duas correntes humanas são claras através de toda a história.
Hoje mesmo, os homens se dividem em duas correntes, uma, seguindo a CRISTO e a
sua lei, outra, seguindo as inclinações de seu coração corrompido. Em favor
desta interpretação, pode mencionar-se a lei da reprodução "segundo sua
espécie". Os homens se reproduzem segundo a união de naturezas iguais, bem
como os outros animais.
A natureza dos anjos, sendo espirituais e sem sexo, os inibe de
entrar em relações sexuais com qualquer espécie. O fato de Moisés mencionar
estes casamentos e dá-los mesmo como causa da corrupção que se seguiu, não nos
deve surpreender, porque o Novo e o Velho Testamento proíbem casamento de
pessoas de condições espirituais diferentes (Ed. 10; Nm. 13; Êx. 34:15, 16;
Deut. 7:3, bem como, no N.T., II Cor. 4:14-17).
Em muitos outros casos no V. T., o casamento de crentes com
descrentes foi causa de sérios embaraços, como se deu com Salomão. O pecado dos
filhos de DEUS consistiu em entrarem em relações matrimoniais com mulheres de
sentimentos e educação diferentes, somente porque eram bonitas. Dentre as
teorias mencionadas, o autor aceita esta última.
A expressão "de todas que escolheram", parece indicar que
cada um tomou mais de uma mulher, continuando a poligamia que Lameque tinha
introduzido no mundo. O grande comentador Conant sumaria assim a passagem:
"Os descendentes de Caim eram uma raça irreligiosa, e alguns se
distinguiram por proezas e opressões. Os descendentes de Sete entraram em
relações matrimoniais com as mulheres dessa raça, e desta união saíram homens
distinguidos por igual caráter e conduta. Assim, toda a raça se
corrompeu." (Conant, Comentário ao Livro de Gênesis).
Seja qual for o verdadeiro significado da palavra que denomina os
descendentes destes casamentos ilícitos, é certo que eles foram o resultado
imediato da falta de obediência a DEUS. A terra encheu-se de violência, e DEUS,
como que se fatigou de lutar com a raça, deliberou destruí-la. O ESPÍRITO de
DEUS, o doador e preservador da vida, foi retirado do homem, e o fim chegou em
breve: Meu ESPÍRITO não contenderá para sempre com o homem... O ESPÍRITO divino
no homem é a única esperança para sua conduta, mas sua persistência no erro
terminará afugentando-o, e o homem, uma vez entregue a si mesmo, breve se afoga
na corrupção. Notemos, porém, que DEUS, por meio do seu ESPÍRITO, tenta guiar o
homem e encaminhá-lo na trilha do bem e da virtude, e só depois que vê baldado
seu esforço é que deixa o homem a sós, é o pecado contra o ESPÍRITO SANTO, de
resistir profanamente contra sua presença visível, tanto na vida pessoal como
coletiva. Não há remédio para o homem nestas condições.
"Porque ele também é carne." Em outras palavras,
"porque ele... é carne", e nesta carnalidade continuará em seu erro.
A palavra não pode ser, pois, entendida aqui em seu sentido
ordinário, como que comparando fisicamente o homem a DEUS. Em seu pecado e na
continuidade do erro, o homem é sempre carnal.
Por causa desta carnalidade, DEUS mareou um limite à vida humana,
não um limite para a idade do homem, mas para a idade da raça. "Seus dias
serão 120 anos". A raça sobre a terra duraria mais 120 anos e então seria
destruída pelo Dilúvio.
"E arrependeu-se Jeová de ter feito o homem sobre a
terra". Aparentemente, temos aqui duas dificuldades a vencer: a primeira,
que DEUS, sendo impassível, imutável, conforme nosso credo, não se pode
arrepender (I Sm. 15:29). A segunda, que DEUS se pode arrepender. Ponhamos à
margem nosso credo e examinemos as Escrituras. O texto diz: "Pesou-lhe em
seu coração". O Dr. Conant expressa-se assim: "Não podemos penetrar
no profundo significado da linguagem, quando tratamos com o DEUS Infinito e Perfeito.
Como DEUS é afetado pelo pecado não pode ser conhecido por nós; esta linguagem
tem por fim exprimir o pensamento divino, tanto quanto possível, para a nossa
concepção e imperfeita natureza. O escritor de Gênesis está pondo pensamentos
divinos em termos humanos, e o abismo que medeia entre as duas coisas não
tentaremos abordar. Em JESUS temos um vivo exemplo desta resolução de DEUS.
Como JESUS pôde ser tocado pelos problemas, tristezas e angústias humanas
dificilmente compreenderemos; sabemos que foi. É assim também com DEUS."
Conforme isto, DEUS não se arrependeu no sentido em que o homem se
arrepende, mas sim, pesou-lhe em seu coração, ficou triste por ver sua obra
destruída. É tudo que podemos dizer sobre o assunto. É o limite do nosso
pensamento. Há uma grande verdade através das Escrituras: nós determinamos o
curso do trabalho providencial de DEUS, o condicionamos à diretriz de nossa
vida.
Façamos ligeira pausa e inquiramos a razão de ser da catástrofe que
ameaça o mundo, o Dilúvio. Até que ponto era a raça responsável pelo que ia
acontecer? Teria ela se afastado de DEUS por voluntária e impenitente
disposição, ou ter-se-ia afastado naturalmente, por falta de luz e meios
preservativos? Tê-la-ia DEUS deixado entregue a si mesma, para seguir seu curso
natural, ou teria sido encaminhada divinamente, de modo que pudesse perpetuar a
boa disposição de Sete, Enoque e tantos outros santos? Do peso destas
considerações dependem em grande medida o valor do juízo e a dignidade do
"veredictum" humano, se "veredictum" se pode chamar a
destruição da humanidade.
Em outras palavras, destruiu DEUS a sua criação, sem lhe dar uma
oportunidade de se corrigir e melhorar? A narrativa é de tal modo breve, que o
estudante precisa de capacidade, de perspicácia, para conseguir documentar a
justiça do ato divino. Não que ao homem reste direito, em qualquer tempo, de
apelo, diante da sentença divina, pois, que é o barro para que se volte contra
o oleiro? Não obstante isto, convém certificar-nos da rigorosa justiça com que
DEUS sempre faz acompanhar seus atos. Veremos que não foi a falta de luz e
conhecimento divinos que levou esta geração à ruína, mas o desprezo votado por
ela à revelação. Os antediluvianos tinham os mesmos conhecimentos que nós temos
hoje, com a diferença de grau apenas. Tinham a revelação da natureza a respeito
do poder e bondade de DEUS (Sal. 19:6; Rm. 1:18-20; Atos 14:17). Tinham a
revelação de DEUS internamente, em suas próprias consciências (Rm. 2:15).
Tinham a noção e o conhecimento da natureza divina e de suas próprias ordens,
pelo intercurso de DEUS mesmo com o homem, desde o tempo de Adão. Tudo isto
reunido, não era tanto quanto ao que a natureza caída da raça podia recorrer,
mas era suficiente para que perecesse sem culpa. Eles recusaram esta revelação
no mesmo grau que os homens rejeitam a luz do evangelho. Os motivos são os
mesmos, qualquer que seja o grau de revelação que possuam. Ainda se pode dizer,
em favor da justiça divina, que DEUS lhes tinha oferecido oportunidades e meios
convenientes, de modo a poderem manter a primitiva comunhão que Adão gozou
mesmo depois de pecar.
Examinemos alguns casos que deixam sem desculpa a raça e exaltam a
divina justiça do castigo:
1. A promessa de um Redentor feita no Éden (Gên. 3:15). Esta
promessa tinha sido perfeitamente entendida por Adão e Eva, como se pode ver no
próprio nome que Adão deu à mulher - Eva, que significa, mãe dos viventes e no
nascimento do primeiro filho (Gên. 4:1) Caim, que significa
"Aquisição", exprimindo a esperança de Adão e Eva de que este seria o
redentor do pecado.
2. O estabelecimento do lugar de culto ao oriente do Éden, onde o
homem,
por meio do sacrifício, podia ver seus pecados expiados e continuar
a gozar as delícias da
comunhão com DEUS (Gên. 3:24). À entrada do jardim, entre os
querubins, DEUS podia ser propiciado. Foi ali que Abel ofereceu o seu
holocausto e foi declarado justo pela fé.
3. DEUS mesmo instituiu sacrifícios expiatórios, como meio para o
pecador poder se aproximar dele (Gên. 3:21; 4:3,4). Adão e seus filhos
praticavam este culto ao Altíssimo.
4. O sábado, como dia de culto (Gên. 2:3; 4:3).
5. A facilidade de perpetuar as primitivas tradições, devido à
longevidade dos antediluvianos.
6. A existência de profetas como Enoque, que não cessariam de
admoestar o povo.
7. A pregação de Noé, que 120 anos anunciou a vinda do juízo.
8. Ministério do ESPÍRITO SANTO (Gên. 6:3) no coração dos homens,
admoestando-os de seus pecados.
Estas e outras oportunidades DEUS deu ao povo, para que se
desviasse de seus pecados. O castigo veio em tempo e justamente. Diante do
estado pecaminoso a que chegou à raça humana, DEUS deliberou destruí-la e
começar de novo com a família de Noé. Talvez o exemplo aproveitasse e o novo
começo satisfizesse às exigências divinas.
O Dilúvio foi a terceira experiência de DEUS para ver se era
possível manter a sua criação dentro dos moldes a que tinha sido destinada.
Lembremo-nos de que DEUS não está experimentando achar o caminho que suas
criaturas devem trilhar para se convencer a si mesmo da completa ruína
espiritual do homem, mas para nos mostrar seu caminho e complacência e ao mesmo
tempo convencer-nos de que só há um meio para podermos servi-lo e que este meio
deve ser crido e aprendido pela experiência. O último recurso de que o Criador
usou foi severo e jamais será esquecido enquanto durar o mundo. "E Jeová
disse: destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei." Não
somente o homem, mas os próprios irracionais. Estes eram irresponsáveis, porém,
como auxiliares do homem, só tinham razão de existir se vivesse o homem. A
criação principal no mundo somos nós.
Tudo mais existe para nosso proveito e conforto, daí sua
aniquilação juntamente com a humanidade, que se tinha tornado indigna.
No meio de toda a geração ímpia viu DEUS um homem justo: Noé; e o
justo não perece com o ímpio. Com ele o Criador se comunica e lhe anuncia o fim
de toda a carne, dá instruções sobre os meios de preservar a si e a seus
filhos, bem como um par de cada espécie. A lei de repovoamento da terra tinha
de continuar como desde o princípio: " ... cada um segundo sua
espécie".
Ainda que tudo estivesse irremediavelmente perdido, DEUS deu 120
anos para que o castigo não surpreendesse a raça rebelde. "Seus dias serão
120 anos". Desde o divino decreto, de destruir a terra, até a sua
execução, mediou o período de 120 anos. Noé foi o pregoeiro da justiça durante
esse tempo e, se houvesse arrependimento, a sentença divina podia ser
derrogada. Nínive seria destruída depois de 40 dias, mas a pregação de Jonas e
o consequente arrependimento do povo evitaram a catástrofe. Se os
antediluvianos se houvessem arrependido como os ninivitas, não teria vindo o
Dilúvio. DEUS é misericordioso e longânimo.
A Construção da Arca Salvadora
DEUS vem a Noé e lhe ordena que construa uma arca de madeira de
gofer. Não se sabe que madeira era esta, mas certamente não se refere a uma
qualidade qualquer, mas a madeira incorruptível. Gofer talvez signifique
"madeira incorruptível" ante a ação da água, tal como o cedro ou
cipreste, conforme edição atualizada. Este enorme navio tinha 300 côvados de
comprido por 50 de largo. Não era um navio com toda a estética naval de nossos
dias, mas obedecia ao mesmo princípio. Cada côvado tinha cerca de 22 polegadas;
portanto, a arca tinha 450 pés de comprimento, 75 de largo e 45 de altura, em
números redondos. Com os três andares, oferecia espaço suficiente para alojar
todos os espécimes de animais da terra, bem como Noé e sua família.
A Bíblia menciona três filhos de Noé ao tempo do Dilúvio, mas é
provável, senão certo, que tinha outros, porém talvez do tipo do resto da raça
e que, portanto, não são mencionados ou então teriam morrido. Durante os 120
anos, Noé ocupou-se da construção da Arca e da pregação do arrependimento. A
Bíblia nada diz de como DEUS proveu Noé do necessário às despesas de tão grande
empreendimento. É possível que fosse homem de meios e os gastasse na
construção. Pelo menos os 120 anos ele deu a este trabalho.
É admirável a fé que este homem tinha, entregando-se a uma obra tão
grande, no meio de um povo que o cercaria de contínuo da pecha de tresloucado.
Sua fé e pregação nada conseguiram, porque apenas ele e sua família, mencionada
na ocasião do decreto fatal, tiveram o privilégio de salvar-se.
DEUS promete fazer com Noé um concerto que serviria de base ao novo
princípio. É a primeira vez que a palavra "concerto" ocorre na
Bíblia, embora houvesse outro concerto anterior entre Adão, Eva e DEUS. Mas
aquele concerto era tão diferente em si mesmo, que não oferecia os termos de
concerto, propriamente. Parece que a ocasião em que DEUS promete entrar em
concerto com Noé foi posterior àquela em que ordena a construção da arca e
anuncia o Dilúvio. Houve, não há dúvida, diversas manifestações divinas durante
os 120 anos. Os filhos dos filhos de Noé aqui mencionados podem ser os filhos
que nasceram depois do Dilúvio ou a geração futura. O concerto foi feito com
Noé e com toda a humanidade depois dele. Houve diversos concertos feitos em
ocasiões diferentes, mas todos baseados no molde original - a promessa de um Salvador.
Tudo mais é secundário depois deste plano. A salvação e restauração da raça
perdida em Adão é a chave da Bíblia. Meu concerto estabelecerei contigo mostra
que não fez um novo concerto, mas o restabelecimento do antigo, em novos
moldes. Nada mais alto podia premiar Noé, pela sua fé e obediência, do que ser
usado para restabelecer o concerto de DEUS com a criação.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
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Lição 7, A Família que Sobreviveu ao Dilúvio
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 7.1-12
1 - Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na
arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. 2 - De todo animal
limpo tomarás para ti sete e sete: o macho e sua fêmea; mas dos animais que não
são limpos, dois: o macho e sua fêmea. 3 - Também das aves dos céus sete e
sete: macho e fêmea, para se conservar em vida a semente sobre a face de toda a
terra. 4 - Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta
dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda substância que
fiz. 5 - E fez Noé conforme tudo o que o SENHOR lhe ordenara. 6 - E era Noé da
idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra. 7 - E
entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele
na arca, por causa das águas do dilúvio. 8 - Dos animais limpos, e dos animais
que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra, 9 - entraram
de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea, como DEUS ordenara a Noé. 10 -
E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.
11 - No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do
mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as
janelas dos céus se abriram, 12 - e houve chuva sobre a terra quarenta dias e
quarenta noites.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O Senhor levantou Noé, um homem justo e que buscava ter comunhão com DEUS,
mesmo vivendo em uma sociedade perversa, para anunciar o juízo divino em forma
de dilúvio que viria sobre a terra.
Noé trabalhou na construção da arca e pregou a verdade divina durante 100 anos.
Todos tiveram oportunidade e tempo para se arrependerem dos seus pecados, mas
ninguém deu crédito a pregação de Noé. Somente ele, sua família e os animais
foram salvos das águas do dilúvio. A arca construída por Noé é um tipo de
CRISTO, aquele que é o nosso único meio de Salvação. Somente JESUS pode livrar
essa geração do juízo e da morte (1 Pe 3.20,21), por isso, não podemos perder
mais tempo e anunciar a todos os povos e nações a mensagem da salvação e o
Salvador - JESUS.
Resumo da Lição 7, A Família que Sobreviveu ao Dilúvio
I - DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
1. O anúncio do Dilúvio.
2. Um juízo que parecia improvável.
II - A CONSTRUÇÃO DA ARCA
1. A planta da arca.
2. A construção da arca.
III - O DILÚVIO
1. O Dilúvio.
2. O Dilúvio foi local ou Universal?
IV - O JUÍZO DE DEUS
1. Um juízo universal.
2. O juízo divino no inferno.
SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS anuncia a Noé o dilúvio
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS dá a Noé as instruções para a
construção da arca.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS envia o dilúvio sobre toda a terra.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - A geração de Noé recusou-se a ouvi-lo, mas
viu-se obrigada a escutar o Senhor JESUS que, além de pregoeiro da justiça,
apresentava-se, agora, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Sua pregação
não era retentiva, mas vindicativa.
CONHEÇA MAIS - A arca
"A arca tinha 137 metros de comprimento, 23 de largura e 14 de
altura, com proporções que coincidem com modernos navios cargueiros. Era
suficientemente larga para a carga e alimentação de que precisariam. Pedro vê a
arca como um símbolo da salvação: agência de DEUS para levar em segurança o
crente através do julgamento a um novo mundo (1 Pe 3.20,21)." Para
conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 29.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO - Top 1 - Noé
"Em meio à iniquidade e maldade generalizada daqueles dias, DEUS chamou
Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era 'varão justo'. (1)
'Reto em suas gerações', equivale dizer que ele se mantinha distanciado da
iniquidade moral da sociedade ao seu redor. Por ser justo e temer a DEUS e
resistir à opinião e conduta condenáveis do público, Noé achou favor aos olhos
de DEUS. (2) Essa retidão de Noé era fruto da graça de DEUS nele, por meio da
sua fé e do seu andar com DEUS. A salvação no Novo Testamento é obtida
exatamente da mesma maneira, mediante a graça e a misericórdia de DEUS,
recebidas pela fé, cuja eficácia conduz o crente a um esforço para andar com
DEUS e permanecer separado da geração ímpia ao seu redor. Hebreus 11.7 declara
que Noé 'foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé'. (3) O Novo Testamento
também declara que Noé não somente era justo, como também pregador da justiça
(2 Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser" (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO - Top 2 - "A Arca
não continha todas as espécies de animais, mas o protótipo de cada
uma delas. Uma simples junta de gado portava os genes que provêm da ampla
variação dessas classes animal. O relato bíblico da criação refuta a noção de
que toda a vida animal evoluiu dos antepassados unicelulares. Contudo, não
questiona o relato de evolucionistas sobre a variação dentro das espécies.
Maldade e violência. Essas palavras são usadas para caracterizar os
pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasah, atos criminosos que
violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é
Hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras
pessoas" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
p. 29).
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que foi o Dilúvio?
O fim de toda a carne. O juízo de DEUS.
O Dilúvio foi local ou Universal? Explique.
A inundação foi universal como universal foi o juízo divino sobre a
Terra. O relato bíblico é impressionante e preciso: "E expirou toda carne
que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o
réptil que se roja sobre a terra, e de todo homem" (Gn 7.21).
Descreva a arca segundo a Bíblia.
A planta da arca, posto que bastante simples, era eficaz:
"Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e
a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira farás: de
trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura,
e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela e de um côvado a
acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares
baixos, segundos e terceiros" (Gn 6.14-16).
O que representou aos antediluvianos a construção da arca?
Representou a oportunidade de salvação, livrando aqueles que
cressem do juízo divino. A arca é um tipo de CRISTO.
O que fez JESUS entre a sua morte e ressurreição?
O Senhor JESUS, no interlúdio entre a sua morte e ressurreição,
esteve no Hades, onde lhes proclamou a eficácia da justiça divina.
CONSULTE a Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 43, p. 42.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos
que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA - Teologia Sistemática de Finney, Teologia
Sistemática e A História de DEUS
Comentários de vários livros e autores com algumas modificações do
Ev. Luiz Henrique
Faço alguns comentários para esclarecimento maior da lição, pois
vejo que existem muitas dúvidas nesta lição.
Para alguns a dúvida maior está neste ponto - 7 pares de animai
limpos e 2 pares de animais não limpos entraram na arca de cada espécie.
Entraram de para em par, um ao lado outro, o casal. 7 casais limpos e 2 casais
não limpos (alguns dizem que foram 7 casais limpos e um casal só de impuros).
Outra coisa - Quantos dias choveu? Gn 7.12 E houve chuva sobre a terra quarenta
dias e quarenta noites.
Quanto tempo durou o dilúvio então? Gn 7.11 No ano seiscentos da vida de Noé,
no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas
as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, ----- 17 E durou
o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as águas e levantaram a arca,
e ela se elevou sobre a terra. - 40 DIAS
Quanto tempo ficaram as águas sobre a Terra? Gn 7.24 E prevaleceram as águas
sobre a terra cento e cinquenta dias.
Gn 8.4 E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os
montes de Ararate.
5 MESES de águas sobre a Terra.
Quarenta dias e quarenta noites de chuva resultaram em 5 MESES de águas sobre a
Terra.
MEDIDAS DA ARCA - 137m de comprimento, 22,5m de largura e 13,5m de
altura. 3 andares. Uma arca, não um navio, construída para flutuar e não
para navegar.
Quanto tempo Noé passou dentro da arca?
Gn 7.4 Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra
quarenta dias e quarenta noites. Gênesis 7:11,12 No ano seiscentos da vida de
Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam
todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, E houve
chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
Gênesis: 8.14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava
seca. 15. Então falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu, e juntamente
contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos. Gênesis: 8. 14.
No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca. 15. Então
falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua
mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.
A outra dúvida que vai surgir na sala é essa diferença entre
animais limpos e não limpos.
A opinião de DEUS sobre animais limpos e impuros para a alimentação do homem é
a mesma antes e depois da lei -
Levítico 20:25 Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e
imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis
abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta
sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.
Animais puros e impuros - Levítico 11:2-47
Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que
comereis dentre todos os animais que há sobre a terra;
Dentre os animais, tudo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide
em duas, e rumina, deles comereis.
Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o
camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo;
E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo;
E a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.
Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em
duas, mas não rumina; este vos será imundo.
Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão
imundos.
De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: tudo o que tem
barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis.
Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo o
réptil das águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós
abominação.
Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o
seu cadáver.
Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação.
Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o
quebrantosso, e o xofrango,
E o milhano, e o abutre segundo a sua espécie.
Todo o corvo segundo a sua espécie,
E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie.
E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja,
E a gralha, e o cisne, e o pelicano,
E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.
Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação.
Mas isto comereis de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés: o que
tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra.
Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador
segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a
sua espécie.
E todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés, serão para vós uma
abominação.
E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será
até à tarde.
Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à
tarde.
Todo o animal que tem unha fendida, mas a fenda não se divide em duas, e todo o
que não rumina, vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo.
E todo o animal que anda sobre as suas patas, todo o animal que anda a quatro
pés, vos será por imundo; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até
à tarde.
E o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à
tarde; eles vos serão por imundos.
Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a
terra; a doninha, e o rato, e a tartaruga segundo a sua espécie,
E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira.
Estes vos serão por imundos dentre todos os répteis; qualquer que os tocar,
estando eles mortos, será imundo até à tarde.
E tudo aquilo sobre o que cair alguma coisa deles estando eles mortos será
imundo; seja vaso de madeira, ou veste, ou pele, ou saco, qualquer instrumento,
com que se faz alguma obra, será posto na água, e será imundo até à tarde;
depois será limpo.
E todo o vaso de barro, em que cair alguma coisa deles, tudo o que houver nele
será imundo, e o vaso quebrareis.
Todo o alimento que se come, sobre o qual cair água de tais vasos, será imundo;
e toda a bebida que se bebe, depositada nesses vasos, será imunda.
E aquilo sobre o que cair alguma parte de seu corpo morto, será imundo; o forno
e o vaso de barro serão quebrados; imundos são: portanto vos serão por imundos.
Porém a fonte ou cisterna, em que se recolhem águas, será limpa, mas quem tocar
no seu cadáver será imundo.
E, se dos seus cadáveres cair alguma coisa sobre alguma semente que se vai
semear, será limpa;
Mas se for deitada água sobre a semente, e se dos seus cadáveres cair alguma
coisa sobre ela, vos será por imunda.
E se morrer algum dos animais, que vos servem de mantimento, quem tocar no seu
cadáver será imundo até à tarde;
E quem comer do seu cadáver lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; e
quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde.
Também todo o réptil, que se arrasta sobre a terra, será abominação; não se
comerá.
Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés, ou que tem
muitos pés, entre todo o réptil que se arrasta sobre a terra, não comereis,
porquanto são uma abominação.
Não vos façais abomináveis, por nenhum réptil que se arrasta, nem neles vos
contamineis, para não serdes imundos por eles;
Porque eu sou o Senhor vosso DEUS; portanto vós vos santificareis, e sereis
santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum réptil que se
arrasta sobre a terra;
Porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para que eu seja
vosso DEUS, e para que sejais santos; porque eu sou santo.
Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda criatura vivente que se move
nas águas, e de toda criatura que se arrasta sobre a terra;
Para fazer diferença entre o imundo e o limpo; e entre animais que se podem
comer e os animais que não se podem comer.
Levítico 11:2-47
A maioria dos crentes comem todo tipo de animais, mas não é
saudável para nossa saúde. Atente quem quer e tem juízo. DEUS sabe o que é bom
e o que não é para nós, mas ninguém vai deixar de ser salvo por comer isso ou
aquilo, só vai ter alguns probleminhas de saúde que poderiam ser evitados.
Isso já é outra polêmica para a lição.
Alguém poderia sugestionar que os grandes animais não foram, mas
seus filhotes. Também poderiam sugestionar que os animais hibernaram para não
terem que comer muito durante mais de um ano (1 ano e 17 dias que Noé ficou
dentro da arca).
O Dilúvio foi global, mas cremos que só era povoada uma parte da terra. Tanto
animais quanto pessoas só povoavam a região da Ásia até o Iraque. 7 pares
de limpos e 2 de impuros. Lembrando que um casal de minhocas próximas à arca
representava todas as minhocas que existiam em toda terra. Como todos os
animais passaram a existir a partir do Éden, todos estavam próximos à arca.
Lembrando que só de ovos por dia dava para alimentar muita população de uma
pais inteiro hoje, mesmo que os animais eram herbívoros antes do dilúvio, creio
que ovos, muitos comiam, pois, ovo não é carne. Depois do dilúvio alguns,
inclusive o homem se tornou carnívoros. Cobra come ovos, lagartixa come ovos,
Noé e sua família comiam ovos, pássaros comem ovos etc.
Observação - Salvação é pela graça de DEUS.
Quanto ao vapor subindo da Terra creio que foi só até Adão pecar,
depois as evaporações começaram e as chuvas chegaram. No tempo de Noé creio que
já chovia.
Outra dúvida - PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais
noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de DEUS esperava nos dias
de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se
salvaram pela água”
Final da dispensação da inocência - juízo de Deus sobre a Adão, Eva
e Satanás. Deus fala com eles e lhes explica porque o juízo.
Final da dispensação da consciência - juízo de Deus sobre todos.
JESUS vai aos espíritos, pessoas que morreram na geração de Noé, explicar-lhes
porque o juízo - porque resistiram a graça de DEUS pois Deus ofereceu a eles a
oportunidade de se salvarem se arrependendo e entrando na arca. Agora haverá
parte dos justos e parte dos ímpios no Hades. No tempo de Noé vai começar
dispensação do governo humano, com Noé e seus descendentes.
No juízo final também os mortos serão julgados. Deus apresentará a
cada um porque está sendo lançado no lago de fogo e enxofre. NÃO EXISTE MAIS
POSSIBILIDADE DE SALVAÇÃO - JESUS PROCLAMA SUA VITÓRIA SOBRE O PECADO E A
MORTE.
Espíritos em prisão são as pessoas que morreram no dilúvio. Assim
como no juízo final os mortos (espíritos porque não mais são pessoas normais
como nós em corpo humano normal) vão ser julgados e condenados ao lago de fogo
e enxofre.
Apocalipse: 20. 12. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé
diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da
vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros,
segundo as suas obras. 13. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e
o Hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo
as suas obras. 14. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a
segunda morte, o lago de fogo. 15. E todo aquele que não foi achado inscrito no
livro da vida, foi lançado no lago de fogo.
1 Pedro: 3. 19. no qual também foi, e pregou aos espíritos em
prisão; 20. os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de
Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas,
isto é, oito almas se salvaram através da água,
Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para
que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem
segundo Deus em espírito; 1 Pedro 4:6
Quem nunca ouviu falar de JESUS será julgado por saber e ter
necessidade de DEUS, mas nunca tê-Lo buscado ou procurado. Até a natureza é uma
pregação de DEUS. A consciência de cada um o acusa ou o defende quando faz
qualquer coisa. Ninguém é inescusável diante de Deus. Qualquer pessoa no
planeta que clamar por DEUS, Ele enviará a ela um pregador.
Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o
seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas
coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis; Romanos 1:20
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Gênesis - este livro foi confirmado por JESUS CRISTO justamente nos
pontos que mais inversimil pudesse parecer. JESUS tem assim afirmado a criação
bíblica do homem, o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda vários
outros acontecimentos do Gênesis.
Corrupção dos homens - Gên. 6:5-12.
DEUS anuncia o dilúvio - Gên. 6:13-22.
Noé 6 preservado por DEUS - Gên. 7:1-12.
O castigo divino - Gên. 7:17-24.
Gratidão de Noé - Gên. 8:13-22.
A inexcusabilidade dos homens - Rom. 1:8-25.
A loucura e corrupção do homem – Salmos 14:1-7.
RESUMO DA LIÇÃO
I - "Os dias de Noé" - 6:5-6, 13.
II - A corrupção traz o castigo - 6:7, 17-18.
III - A salvaguarda dos que anda na fé e na obediência - 6:8, 14
7:1-4.
IV - Aspectos do dilúvio - 7:19-23.
I - "Os dias de Noé" - 6:5-6, 13.
O estado da terra nos dias de Noé, era de avançada corrupção. A
iniquidade era múltipla entre os homens. Embora não caiba neste ligeiro
comentário uma referência ampla às profundas lições de Gên. 6:1-5, contudo,
para podermos ver alguma coisa do estado da terra daquela época, somos forçados
a considerar que: 1) o homem havia sido criado à semelhança de DEUS; 2) vivia
na situação de decaído; 3) não tinha lei nem temor algum 4) Sofrera uma
transformação constitucional no seu corpo. Diz a escola transformista que o
homem é o resultado do aperfeiçoamento de outros animais, como o macaco, mandris
etc., mas nós vemos exatamente o contrário: o
homem é a degenerescência da imagem de DEUS, em qual a fora criado.
O verso 3 do cap* 6 de Gên. nos revela que o homem teve a sua vida
limitada e se tornou carne por causa do pecado: "Então disse Jeová:. . .
por causa do seu errar é ele carne". Alguém perguntará: "Mas o homem,
então, não era carne?" Sim, mas que espécie de carne, não o sabemos. Paulo
diz que há corpos com muita glória e os há com pouca ou até sem nenhuma. Nem
toda a carne é uma mesma carne." (Comp. I Cor. 15:39-40). Antes, porém,
que DEUS destruísse todas as vidas pelo dilúvio, teve o cuidado de limitar a
existência do homem. DEUS não ignorava que viriam ser necessárias novas
destruições, como a de Sodoma Gomorra e ainda a que virá no dia do Filho do
Homem. O homem daqueles dias reflete bem a situação de alguém que/ sendo
espiritual vai aos poucos se transformando carnal por causa do pecado até
atingir o estado de não mais aceitar, em absoluto, as coisas do espírito: E'
carne e nada mais; sua vida, que era eterna, passou a ser finita.
II - A corrupção traz o castigo - 6:7, 17-18.
Há uma lei natural que confirma e aponta claramente a oportunidade
da* destruição devido à corrupção. Vemos isso sempre. Todo indivíduo que age
contra os desígnios da natureza acaba sofrendo algum abalo no seu físico
desobediente; seja o tabagista, o ébrio ou o homem dado às devassidões, todos
mostram no seu aspecto "destruído" a sua vida "completa".
Além dessa decomposição pelo desequilíbrio das leis naturais, há, ainda, uma
operação importante, o ESPÍRITO de DEUS que se entristece e castiga. DEUS é bom,
mas é também severo. Rom. 11:22. Até na maneira do Senhor falar (6:13) nos
impressiona o motivo do castigo: "O fim da carne é vindo perante a minha
face". E não: — "A minha face se cá voltado para dar fim à
carne". Os acusadores de DEUS, filhos do grande Acusador (Gên. 3:5), sabem
sempre lembrar que DEUS destruiu a terra, mas escondem a sua própria maldade,
provocadora da mesma destruição. "A tua malícia te castigará", (diz
Jeremias — 2:19).
III - A salvaguarda dos que anda na fé e na obediência - 6:8, 14
7:1-4.
Muitas pessoas julgam que o Senhor não será capaz de cuidar duma
única pessoa fiel, dentre uma completa geração perversa. Mero engano.
Suponhamos que um homem de negócios, inteligente e zeloso, resolvesse fechar
todas as empresas que lhe dessem prejuízo. Certamente ele não cerraria as
portas e um estabelecimento que lhe desse bons lucros. Ora, se um homem
imperfeito sabe agir dessa forma, quanto mais DEUS que é perfeito e nos tem por
mais precioso que os negócios humanos. JESUS disse que como aconteceu nos dias
de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem"; logo, temos que de cobrir
em Noé o que agradava a DEUS, a fim de podermos conferir a nossa vida. Se ele
foi preservado da destruição, nós também queremos ser. Noé teve fé (sem a qual
é impossível agradar a DEUS - Hebr. 11:6), e mostrou zelo na obediência, pois
fez tudo o que o Senhor mandara (obediência é melhor do que sacrifício). Aquele
que, na presente dispensação guarda estes pontos como fez Noé, certamente, já
pode ouvir: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te
guardarei da
hora da tentação que há de vir sobre o mundo.. (Apoc 3:10).
Era preciso fé e fidelidade para estar um homem construindo no seco
uma arca" que se' destinava a navegar. Contudo, se alguém zombasse de Noé
ou procurasse persuadi-lo, ele podia usar um forte argumento: "DEUS me
falou e vocês, que não creem, são os pecadores condenados por esta arca/'
(Hebr.11:7).
Hoje ainda se dá o mesmo. Dizem-nos: "Vocês são fanáticos
venham para o mundo; há tantos prazeres; gozemos a vida, pois daqui nada se
leva. Mas nós temos o mesmo argumento: "DEUS nos falou por seu Filho
conhecemos a sua voz e dele somos conhecidos, JESUS é a arca posta para salvar,
mas a sua palavra julgará o mundo. A graça salva; a verdade julga. (João
12:47^48).
IV - Aspectos do dilúvio - 7:19-23.
O dilúvio foi total, isto é, as águas cobriram todo o globo
terrestre. Ha pessoas que procuram negar isso, mas a Escritura o afirma de duas
maneiras: direta e indireta, ou racional. A afirmação direta está no vers.
6:19-20 onde diz que as águas cobriram e prevaleceram sobre os mais altos montes
da terra. A afirmação indireta é o que se deduz racionalmente, se a, arca ao
baixar das águas pousou nos montes de Arará. Tendo esse monte mais de 5.200
metros de altura e sendo o ponto culminante da Arábia, num dilúvio parcial a
arca nunca poderia pousar sobre ele, mas desceria fatalmente. Na primeira lição
do trimestre, falamos ligeiramente numa destruição sofrida pela terra e que a
tornou sem forma e vazia e, segundo se apreende do texto, também foi por água.
(Gên. 1:2).
Em ambos os casos, após o cataclismo, o homem tinha diante de si a
terra refeita, enxuta e apta para produzir. E assim como DEUS fez o pacto com
Adão, entregando-lhe a terra, também o fez com Noé, no mesmo sentido. Mas,
infelizmente, havia não somente descendentes de Sete sobre a terra, mas ali se
achavam também os filhos de Caim, os quais estão até hoje buscando uma nova
destruição que, certamente, não tardará.
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
O DILÚVIO
1. DEUS se arrepende de ter criado o homem (Gn 6.6). Pode o
Todo-poderoso ter esse tipo de sentimento? Pode arrepender-se de alguma coisa?
Se analisarmos o texto a luz da Bíblia, sobre o caráter de DEUS, teremos
dificuldade em entender a declara9ao do texto em foco, pois Ele é perfeito,
imutável e infinito. Parece-nos mais aceitável que o autor sacro tenha
interpretado o sentimento de repulsa do Criador, usando uma força de expressão
na frase: "e DEUS arrependeu-se". Isto é típico dos escritores
bíblicos: colocar os pensamentos de DEUS em termos humanos. O Senhor não se
arrepende dos seus atos, pois não é inconstante e falível como o homem.
2. DEUS anuncia o juízo contra aquela geração (Gn 6.13-17). No
versículo 8, está escrito que, quando DEUS resolveu destruir toda a carne sobre
a face da Terra, Ele encontrou um homem temente e fiel, Noé. Diz, literalmente,
o texto: "Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor". "O
patriarca era varão justo" no meio daquela geração corrompida. Ele era
"íntegro" no sentido de agir com a verdade, como princípio e prática.
Os versículos 13 e 14 declaram que DEUS anunciou a Noé a decisão de destruir
toda a carne sobre a Terra, por causa da degeneração moral e espiritual da
humanidade.
3. Couberam todos os animais descritos dentro da Arca? (Gn 6.19,20). Objeções
são levantadas, não só contra o fato do Dilúvio, mas, também, entre outras
coisas, quanto ao número de animais que Noé acomodou na embarcação. Existem
estudo s nos quais se apresentam probabilidades de que a capacidade de carga da
arca podia acomodar urna quantidade enorme de animais diferentes. Dois famosos
estudiosos, Whitcomb e Morris, fizeram algumas estimativas e declararam que
poderia haver mais de dez mil espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios,
calculando dois de cada espécie dentro da arca, pois o espaço daria para 35.200
animais, aproximadamente.
4. O Dilúvio foi parcial ou universal? (Gn 7, 11, 1 7). As águas cobriram toda
a Terra, ou apenas a terra habitada? Alguns defendem a tese de um dilúvio
universal, outros afirmam que foi parcial. Preferimos ficar com a declaração
bíblica: "E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os
altos montes, que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos" (Gn 7.19).
O objetivo divino foi eliminar, universalmente, toda a carne sobre a face da
terra: "tudo o que há na terra expirará" (Gn 6.17).
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1.Os dias que antecederam ao Dilúvio eram idênticos aos nossos, na
atualidade, pois também comiam, dormiam, trabalhavam, casavam-se, etc. Só que
não acreditavam na mensagem do patriarca de que a Terra seria destruída pelas
águas. Como muitos, hoje, os quais não creem na volta de JESUS, para arrebatar
a sua Igreja.
2.A corrupção e a imoralidade também avassalam a Terra, na atualidade. Por
isso, aproxima-se, a passos largos, a Grande Tribula9ação, um sofrimento que
jamais houve e nunca acontecerá depois dele. Será o momento em que o
Todo-poderoso chamará o homem para a prestação de contas.
3.Assim como se sucede a Noé e seus familiares, que foram protegidos no
decorrer do Dilúvio, nós também seremos salvos da Grande Tribulação dentro da
Arca, que é a Igreja. Em breve, ela será arrebatada, para não sofrer as
consequências deste intenso sofrimento.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Depois que a arca estava pronta, o SENHOR (7.1) apareceu a Noé outra
vez. Ele foi elogiado por sua obediência identificada pela palavra justo. O que
Noé fez contou com a aprovação de DEUS.
A lista dos animais que entram na arca faz distinção entre animal limpo (2) e
animais que não são limpos. Os animais limpos, em sentido ritualista, foram
privilegiados para entrar sete e sete. Se o significado é sete pares ou três
pares mais um indivíduo extra não está claro. Dos animais não limpos só um par
de cada um foi permitido. Não é feita classificação entre aves (3) imundas e limpas,
mas também tinham de entrar sete e sete. Noé teve sete dias (4) para carregar a
arca antes do início do julgamento. Este viria na forma de um dilúvio que
destruiria o homem e os animais. Noé obedeceu prontamente à mensagem de DEUS em
todos os detalhes.
c) O Dilúvio (7.6-24). Na época desta catástrofe, era Noé da idade de
seiscentos anos (6). A descrição da entrada na arca é de um evento tranquilo e
ordeiro, que se deu do modo como DEUS ordenou que fosse feito. De acordo com o
tempo estabelecido, vieram as águas do dilúvio (10).
A segunda anotação cronológica menciona o mês e o dia quando irrompeu o
dilúvio.
A fonte das águas era dupla: jorraram de baixo, do grande abismo (11), e se
derramaram de cima, pelas janelas do céu. Esta brevidade de descrição ocasiona
uma avalanche de conjecturas relativas ao significado destes termos.27 A Bíblia
se contenta em apenas dizer que esta turbulência continuou por quarenta dias e
quarenta noites (12). Antes do início do dilúvio, Noé e sua família, com os
animais, já estavam na arca conforme a ordem divina. DEUS, então, fechou a
porta de forma que a arca flutuou com segurança sobre as águas em formação que
cresceram grandemente (18) até cobrirem todos os altos montes que havia debaixo
de todo o céu (19).
As águas subiram quinze côvados (20), distância de cerca de 6,75 metros, mas
não informa se esta medida era do cume da montanha mais alta até à superfície
das águas ou de algum outro ponto de partida.
As águas cumpriram seu propósito mortal, destruindo as criaturas que
estão mais à vontade no seco (22) do que em cima ou dentro d’água. A destruição
é acentuada duas vezes (21,23), pois o julgamento era assunto apavorante.
Somente os que estavam na arca escaparam da fúria da tempestade, cujas consequências
perduraram por um total de cento e cinquenta dias (24).29
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis
- George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
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04602-970
7:1-5. A ordem de embarque.
O efeito da ampliação das instruções de 6:18, somente para
repeti-las pela terceira vez em seu cumprimento (8,9), é salientar a cuidadosa
provisão feita por DEUS e a segura aproximação da crise. As reiterações
são deliberadas e altamente eficazes.
1. Não se deve exagerar a aparente nota de boas-vindas no “ Vem”
(AV, RV). A palavra é tão neutra como “entra” (c/. RSV, AA), como no versículo
7. Mais significativa é a frase tu e toda a tua casa com a explicação:
porque reconheço que tens (não “tendes”) sido justo. Cf. coment.de
6:18).
4. Há urgência, não, porém pressa, nos sete dias; tempo suficiente
para a tarefa completa, mas não para protelações. Nas visões do fim (por exemplo,
Dn 9:27) o símbolo dos sete dias ou anos finais, e de sua abreviação, talvez
intente evocar este primeiro encerramento de um dia de graça.
7:6-24. O dilúvio esperado.
II. A data precisa, com sua falta de simbolismo óbvio, traz as
marcas de um fato bem lembrado. E isso é confirmado pelas cuidadosas anotações
sobre a época, mais adiante na narrativa, as quais são características da
contextura da Bíblia, unindo o local e o cósmico. Cf. o preciso cuidado na
fixação de datas na era do Evangelho em Lc 3:1,2.
Da afirmação sobre grande abismo e sobre as comportas dos céus (ou
“janelas”, AV), podemos inferir um enorme levantamento do leito do mar, e
chuvas torrenciais. Mas as expressões evocam deliberadamente o capítulo 1: as
águas sobre e sob o firmamento, por sinal, voltam a misturar-se, como que para
inverter a própria obra da criação e trazer de volta a informe desolação de
águas.
13. A despeito do primitivo exemplo de Lameque (4:19) e a
decadência moral generalizada, Noé e seus filhos eram monógamos: a família
totalizava oito pessoas (l Pe 3:20). Entre os piedosos, a primeira menção de
poligamia é feita na história de Abraão.
16. E o Senhor fechou a porta após ele. A expressão mostra
lindamente o toque paternal de DEUS no limiar mesmo do juízo. O mesmo cuidado
aqui demonstrado encaminha a nossa salvação à sua conclusão.
19-24. Estes versículos não bastam para decidir a favor ou contra a
ideia de um dilúvio localizado (ver a nota adicional sobre o dilúvio, seção a
pp 88 ss. Mesmo a expressão debaixo do céu (AV, “de todo o céu” ), v. 19, é
provável que seja linguagem baseada na aparência, conforme a analogia destes
capítulos (Paulo usa hiperbolicamente um linguajar parecido em Cl 1:23). O que
interessa à história é registrar o julgamento que o homem fez vir sobre todo o
seu mundo, e não se es tender sobre geografia. O próprio fato de que uma só
palavra hebraica normalmente serve para designar “país” e “ terra” reflete um
interesse prático, e não teórico.
20. Quinze cúbitos de profundidade (AV) referem-se às águas livres acima dos
montes, não à profundidade total. Possivelmente, como sugerem muitos, pôde-se
saber a medida pelo calado da arca depois de carregada (isto é, a metade de sua
altura de trinta cúbitos ou côvados), que tinha ficado livre de todos os obstáculos.
Talvez se deva acrescentar que alguns dos escritores que acham que o dilúvio
foi global, fazem a conjetura de que no mundo antediluviano as principais
cadeias de montanhas não se tinham erguido ainda (ver, por ex., Whitcomb e
Morris, The 67).
Nota Adicional sobre o Dilúvio
a. A extensão e a data aproximada do dilúvio.
Se não possuíssemos pistas materiais da história primitiva da terra
e da primitiva distribuição da humanidade, teríamos de deixar aberta a questão
sobre se as expressões presentes na narrativa do dilúvio, como “a terra” , “
todas as altas montanhas sob todo o céu” , e “ toda carne”, e Gn 7:19,21,
deveriam ser entendidas em seu sentido moderno ou antigo. Como é, sempre
faltam, segundo a maioria dos especialistas, os vários dados geológicos que,
segundo se pensa, favorecem um dilúvio literalmente universal. Resta pouca
dúvida razoável (conquanto alguns ainda contestem isto) de que os
acontecimentos de Gn 6-8 se deram numa área limitada, embora verdadeiramente
vasta, cobrindo não o globo inteiro, mas o cenário da história humana dos
capítulos anteriores. Algumas opiniões a delimitam à Mesopotâmia, outras
divisam uma extensão maior. Certamente há lugar para mais investigações. Mas
também parece, da distribuição e da fixação da data geralmente aceita dos
vestígios humanos, que certos ramos da humanidade tinham-se estabelecido em
regiões situadas muito além do horizonte específico do Velho Testamento desde a
era paleolítica,5 e, a menos que esta população mundial se reduzisse às
vizinhanças da Mesopotâmia antes do dilúvio, ou a menos que os dados
paleontológicos necessitem drástica reinterpretação, parece seguir-se que a
destruição da vida foi como a inundação da terra, completa em sentido relativo,
e não absoluto. Por “relativo” queremos dizer relacionada com a área de
interesse direto do Velho Testamento. Para citar Bernard Ramm: “O registro não
afirma nem nega que o homem existiu além do vale mesopotâmico. Certamente Noé
não foi pregador da justiça aos povos da África, da índia, da China e da
América — lugares onde há evidência da existência do homem muitos milhares de
anos antes do dilúvio. ... A ênfase de Gênesis está naquele grupo de culturas
das quais eventualmente Abraão proveio”. Se é este o caso, a linguagem da
narrativa é de fato a linguagem do dia a dia normalmente empregada na
Escritura, descrevendo a matéria da posição de vantagem do próprio narrador e
dentro da costumeira estrutura de referência dos seus leitores. Ver também
comentário de 7:19-24. Seja esta a contribuição certa das evidências ou não,
devemos ser cuidadosos, lendo o relato com isenção de ânimo em seus próprios
termos, que descrevem uma condenação total imposta ao mundo ímpio, já colocada
diante de nós em Gênesis — não um acontecimento de dimensões discutíveis num mundo
que podemos tentar reconstruir. A cena total dos seres vivos foi apagada, e o
Novo Testamento ensina-nos por meio disso o juízo maior que espera não só o
nosso planeta inteiro, mas também o próprio universo (2 Pe 3:5-7). Quanto à
data aproximada do dilúvio, a principal pista, fora as genealogias de Gn 5 e 11
(que estão abertas para mais de uma interpretação; cf. a nota adicional sobre o
capítulo 5), é a afirmação de que as nações do capitulo 10 são provenientes dos
filhos de Noé. Isto parece implicar numa data deveras muito primitiva, alguns
milênios antes das inundações de cerca de 3000 a.C., que deixaram suas marcas
físicas em diferentes épocas em Ur, Shuruppak, Kish e em outros lugares. Mas
ser mais específico que isto seria pura adivinhação.
b. Narrativas extrabíblicas do dilúvio.
Narrativas de uma grande inundação acham-se na maioria dos lugares
do mundo, da Europa aos Mares do Sul, e das Américas ao Extremo Oriente.
Somente na África elas são notavelmente raras. Pormenores dispersos nessas
narrativas podem trazer-nos à mente, em graus variáveis, o dilúvio de Noé. Um
dilúvio pode ser enviado pela ira divina, e um homem pode ser advertido dele.
Na narrativa grega, o barco de Deucalião, como o de Noé, era um cofre ou caixão
(mas não do mesmo tamanho enorme), e eventualmente pousou numa montanha. Alguns
contos dos índios norte-americanos falam de pares de animais levados a bordo de
uma balsa, e de aves enviadas como meio de reconhecimento. É razoável pensar
que algumas reminiscências do dilúvio de Noé foram levadas a partes distantes
pelo círculo cada vez mais amplo dos seus descendentes. Contudo, é preciso
lembrar que inundações não são catástrofes das mais raras, e que as
experiências dos sobreviventes hão de ter muita coisa em comum. As semelhanças
específicas entre a narrativa de Gênesis e a maior parte das outras são
totalmente sobrepujadas pelas diferenças, e somente a lenda babilônica mostra
algumas semelhanças maiores com a narrativa de Noé. Existem várias versões
dessa tradição babilônica, em que o herói é variadamente descrito como
Ziusudra, Utnapishtim e Atrahasis (nomes relacionados com os temas da vida e da
sabedoria; o nome de Noé é derivado da raiz “ repouso” ). O dilúvio é decretado
pelo concilio dos deuses. É um último recurso, segundo a versão de Atrahasis,
para silenciar a turbulência do homem, de modo que o céu possa desfrutar um
pouco de sono. Todavia, um deus dissidente avisa o herói, que é seu cultuador,
para que construa um navio. Mas deve manter esse propósito em segredo,
despistando os que lhe façam indagações com alguma história tranquilizadora. O
navio babilônico é um cubo de sete conveses, cada lado medindo 120 côvados. É
impermeabilizado com betume, recebe suprimentos em dinheiro e outras provisões,
e nele embarcam a família do herói, animais e trabalhadores. Então a tempestade
irrompe com tal violência, que os próprios deuses ficam aterrorizados com o que
fizeram. Sete dias depois, o herói abre uma janela para eventualmente avistar
terra à distância. O navio vem a pousar no monte Nisir, e depois de mais sete
dias, três aves são soltas sucessivamente. As duas primeiras, uma pomba e uma
andorinha, têm de voltar, mas a terceira, um corvo, encontrando as águas
reduzidas, não volta mais. Depois o herói desembarca e faz sacrifício aos deuses,
que já morriam de fome por falta de oferendas.
Assim “ os deuses aspiraram o suave cheiro; os deuses se juntaram
como um bando de moscas sobre o ofertante” . O céu aprendeu sua lição, e o
principal instigador do projeto é censurado. Para consertar a situação, este
confere divindade ao herói do dilúvio.
Por consenso comum, essa versão dos acontecimentos é completamente
posta em vexame por Gênesis. Até os pontos incidentais, a arca em forma de dado
e a sequência de aves, perdem na comparação, enquanto que a teologia desliza de
inépcia em inépcia. Mas as opiniões sobre a relação de uma narrativa com a
outra diferem. Segundo a maioria, alguma versão das histórias babilônicas,
decerto repetidamente copiadas durante séculos antes de Moisés, deve constituir
a matéria-prima da qual Gênesis é o produto acabado. A montagem parece
babilônica, e mesmo a palavra para “ betume” em 6:14, que se acha somente nesta
passagem, é o equivalente hebraico do termo babilônico presente no épico de
Gilgamés.
Mas outra ideia é a de que ambas as narrativas têm, em última
instância, uma origem comum, que Gênesis reflete de modo fiel e a lenda
babilônica de modo pervertido. O fato de que Gênesis conta uma história mais
simples e mais coerente, favorece isto, se admitirmos que há um acontecimento
verdadeiro por trás dessas tradições. Os argumentos apresentados contra esta ideia
não são nada decisivos. O cenário mesopotâmico é o que a Bíblia afirma para
esse período (c/.11:2,28), e a palavra para “ betume” (kõper, cf. babilônico
kupru) é um de três sinônimos hebraicos, sendo que os outros dois aparecem só
três vezes cada um no Velho Testamento — alicerce estatístico demasiado débil
para que se construa algo sobre ele. Continua sendo plenamente auto coerente
sustentar que uma família bastante ciosa das suas tradições para preservar a
sua genealogia, de Sem a Moisés, tenha transmitido o seu próprio relato de tão
memorável acontecimento.
c. Análise documentária da história do dilúvio.
Gn 6-8 é uma das peças de demonstração da crítica literária, um
exemplar de livro-texto da arte de pesquisar e desembaraçar uma narrativa
composta. Pretende-se que duas tradições, a yahwista ou jeovista (J) e a
sacerdotal(P) se acham aqui, e são consideradas tão discrepantes que precisam
ser tratadas separadamente nos comentários modernos.
Em geral se firmam os seguintes pontos:
Primeiro, na arca J tem grupos de sete animais e aves limpos, bem
como pares de impuros; P não faz essa distinção. Segundo J atribui o dilúvio a
chuvas pesadas, mas P a águas do grande abismo e às janelas do céu. Terceiro, o
dilúvio de J dura quarenta dias mais as três semanas em que as aves são
enviadas, enquanto que o de P dura um ano e dezessete dias. Quarto, repetições
e estratagemas estilísticos traem a presença das duas fontes.
A cada uma dessas sugestões alguma réplica é possível.
1. A questão dos grupos de sete e dos pares de animais poderia ser
no fundo uma simples matéria de estilo, uma escolha entre um relato vívido e um
tedioso; pois uma narrativa que está sempre acrescentando frases qualificativas
logo se torna insuportável. O memorável “de dois em dois” é a instrução
orientadora a Noé concernente aos seus animais domésticos. Uma vez que isto
ficara estabelecido em 6:19,20, e feita a exceção para os animais limpos em 7:2,3,
mataria a história exibir as exceções nos versículos 9 e 15. (Casualmente, o “
de dois em dois” de 7:9 é um embaraço para a análise; ver item 4, adiante.)
Portanto, o silêncio não prova nada, exceto o bom senso literário do autor.
2. Dificilmente se pode dizer que três expressões da múltipla
arremetida do dilúvio sejam excessivas. Sem uma anterior admissão de documentos
duplos, não há o que responder aqui. Veja-se adiante, no item 4, porém, algo
mais sobre a questão do vocabulário e das duplicações.
3. Os quadros cronológicos rivais são preparados retirando-se dois
períodos de quarenta dias do total (7:12; 8:6), reduzindo-os a um período,
aduzindo três semanas (8:6-12) e antepondo esse total de sessenta e um dias
(que poderíamos chamar de Cataclismo Mais Breve) a um ano e dezessete dias do
relato completo, atribuindo-os respectivamente a J e P .12 Contudo, a
cronologia, como está, contém apenas uma dificuldade, a relação dos quarenta
dias de 7:12,17 com os 150 dias de 7:24.
Isto não é insolúvel, de modo nenhum. Talvez Heidel esteja certo em
conceder que os primeiros quarenta dias foram seguidos de uma moderação das
águas (particularmente) de cima, não, porém uma completa cessação antes do 150º
dia.13Mas parece mais provável que, como U.
Cassuto e E. Nielsen15 sugerem (independentemente, segundo parece),
num verdadeiro estilo semítico, o capítulo 7 arremata o seu relato da primeira
fase, a saber os quarenta dias e seus efeitos prolongados, dando o total da sua
duração (150 dias); em seguida, o capítulo 8 descreve a segunda fase, a do
livramento, partindo do seu início lógico na interrupção do aguaceiro dos
quarenta dias (8:2), mas anotando o período intermediário que transcorreu antes
que a arca pousasse na terra (8:3).
(Sobre este método de narrar, sobrepondo o final de um parágrafo
anterior, ver 12:1-9.)
O seguinte quadro demonstra a auto coerência do relato. Com base em
8:3,4, parece que os meses são contados como tendo trinta dias cada.
E em 8:10 a expressão “outros sete dias” provavelmente implica no intervalo
de uma semana entre 8:7 e 8;
Referências em Gênesis |
Acontecimentos |
Datas (em termos da vida de Noé) |
7:11 |
O dilúvio começa |
17.11.600 |
7:12 (cf. 17) |
Cataclismo até o 40º dia |
26.III.600 |
7:24 (cf. 8:3) |
Inundação até o 150] dia |
16.VII.600 |
8:4 |
A arca encalha |
17.VII.600 |
8:5 |
Visíveis os picos dos montes |
1.X.600 |
8:6,7 |
Enviado o corvo |
10.XI.600 |
8:8 |
Enviada a pomba |
17.XI.600 |
8:10,11 |
A pomba e a folha |
24.XI.600 |
8:12 |
Vai-se a pomba |
I.X II.600 |
8:13 |
Surge a terra seca |
1.1.601 |
8:14 |
O desembarque |
27.11.601 |
Não é demais dizer, com Heidel: “Não existe aqui discrepância de
nenhuma espécie.”
4. O argumento fundado nas expressões típicas de J e P, e nas
repetições, é enfraquecido por muitas anomalias. Tomando 7:7-9 como exemplo
típico, a frase é a bem trabalhada “entrou Noé na arca, ele com seus filhos,
sua mulher e as mulheres de seus filhos” (7:7), que é caracteristicamente P
(cf. 6:18), oposta à expressão simples de J, “ Entra na arca, tu e toda a tua
casa” . Mas todos estão de acordo em que deveria ser um versículo J. Terá sido
alterado o original, ou serão as palavras “uma pura inserção” (Skinner)?
Contudo, nos dois versículos seguintes, os animais limpos e impuros de J
(distinção que P não admitirá antes do Sinai), vêm acompanhados por uma
corrente de expressões P, incluindo-se “de dois em dois” , “ macho e fêmea”
(como em oposição a “ um homem e sua mulher” de J — literalmente), e “ Elohim”
. Com tão pouca coisa deixada a J, poder-se-ia perguntar por que, afinal, se
lhe atribui a passagem. A razão é simplesmente que ela duplica 13-16,
pertencente a P ;17 e as duplicações são ex hypothesi inadmissíveis numa só
fonte, pois são um dos critérios pelos quais se reconhece uma narrativa como
composta. O analista fica preso entre a mó de cima e a de baixo do vocabulário
e da duplicação. Seu único escape é afirmar a interferência em alta proporção
de um redator escrevendo com o estilo de P; todavia, isso é abandonar o visto
pelo que não se vê. Sobre esta espécie de dilema, Nielsen observa que a
hipótese documentária “é a única sustentável, quando ela ocasionalmente entra
em conflito com as suas próprias pressuposições” . Ele acrescenta, com
justificável ironia: “E tranquilizador e às vezes necessário ter um redator
oculto na manga da gente” .18 Retornar desses trabalhosos exercícios\ à
narrativa mesma, é, podemos sugerir, mudar do domínio do engenhosamente
improvável para os ares saudáveis da simplicidade e da verdade.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
A Construção da Arca Salvadora
DEUS vem a Noé e lhe ordena que construa uma arca de madeira de gofer. Não se
sabe que madeira era esta, mas certamente não se refere a uma qualidade
qualquer, mas a madeira incorruptível. Gofer talvez signifique
"madeira incorruptível" ante a ação da água, tal como o cedro ou
cipreste, conforme edição atualizada. Este enorme navio tinha 300
côvados de comprido por 50 de largo. Não era um navio com toda a
estética naval de nossos dias, mas obedecia ao mesmo princípio. Cada
côvado tinha cerca de 22 polegadas; portanto, a arca tinha 450 pés
de comprimento, 75 de largo e 45 de altura, em números redondos.
Com os três andares, oferecia espaço suficiente para alojar todos os espécimes
de animais da terra, bem como Noé e sua família. A Bíblia menciona três filhos
de Noé ao tempo do Dilúvio, mas é provável, senão certo, que tinha
outros, porém talvez do tipo do resto da raça e que, portanto, não são
mencionados ou então teriam morrido. Durante os 100 anos, Noé
ocupou-se da construção da Arca e da pregação do arrependimento. A
Bíblia nada diz de como DEUS proveu Noé do necessário às despesas de tão grande
empreendimento. É possível que fosse homem de meios e os gastasse
na construção. Pelo menos os 100 anos ele deu a este trabalho. É admirável a fé
que este homem tinha, entregando-se a uma obra tão grande, no meio de um povo
que o cercaria de contínuo da pecha de tresloucado. Sua fé e
pregação nada conseguiram, porque apenas ele e sua família,
mencionada na ocasião do decreto fatal, tiveram o privilégio de salvar-se. DEUS
promete fazer com Noé um concerto que serviria de base ao novo princípio. É a
primeira vez que a palavra "concerto" ocorre na Bíblia,
embora houvesse outro concerto anterior entre Adão, Eva e DEUS. Mas
aquele concerto era tão diferente em si mesmo, que não oferecia os termos de
concerto, propriamente. Parece que a ocasião em que DEUS promete
entrar em concerto com Noé foi posterior àquela em que ordena a
construção da arca e anuncia o Dilúvio. Houve, não há dúvida,
diversas manifestações divinas durante os 100 anos. Os filhos dos
filhos de Noé aqui mencionados podem ser os filhos que nasceram
depois do Dilúvio ou a geração futura. O concerto foi feito com Noé e
com toda a humanidade depois dele. Houve diversos concertos feitos
em ocasiões diferentes, mas todos baseados no molde original - a
promessa de um Salvador. Tudo mais é secundário depois deste plano.
A salvação e restauração da raça perdida em Adão é a chave da Bíblia. Meu
concerto estabelecerei contigo mostra que não fez um novo concerto,
mas o restabelecimento do antigo, em novos moldes. Nada mais alto
podia premiar Noé, pela sua fé e obediência, do que ser usado para restabelecer
o concerto de DEUS com a criação.
Noé Entra na Arca (Gênesis 7:1-8:12) A arca ficou pronta e DEUS
ordenou a seu fiel servo entrar nela. Sete dias depois, DEUS fez
chover torrencialmente sobre a terra, e o desfecho terrível do juízo divino
chegou. As Escrituras indicam que, além da chuva, houve ruptura dos abismos, e
a água borbotava em furiosos cachões. "As fontes do grande
abismo" indicam isto ou que o mar quebrou as muralhas e invadiu
a terra. A primeira ideia parece ser mais natural com o texto bíblico. Muitas
dúvidas se têm levantado, na mente de muitos estudantes, sobre a
historicidade do Dilúvio, e muito se tem feito para dar-lhe apenas
um caráter parabólico e, por outro lado, muito se tem trabalhado,
para prová-lo com dados científicos. É hoje uma questão liquidada.
A Bíblia permanece impassível de geração em geração, e cada dia que
passa deixa mais uma prova de sua origem divina. Diversas dificuldades e
objeções têm sido levantadas sobre o Dilúvio. A primeira é sobre a sua
extensão. A segunda, sobre o tempo usado por DEUS para fazer submergir todos os
seres viventes, se foram 40 dias e 40 noites, como dizem os versos
12 e 17, ou 150 dias, como diz o verso 24. Uns têm procurado
descobrir discrepâncias e, outros, duplicidade de narrativas. Há outras
diferenças de menor monta, como a data etc., que deixamos de
mencionar. Examinemos estas duas:
1. Foi o Dilúvio universal, ou local? Questão de relativa
importância sobre o fato do Dilúvio mesmo, mas ao mesmo tempo importante,
porque a Bíblia diz que foi universal e a ciência tem procurado
mostrar que não. Afirmam alguns arqueólogos e geólogos que não há vestígios
universais do Dilúvio. Depende do modo como entendemos a palavra
universal. Se a entendemos sob o ponto de vista geográfico atual,
não seria universal; se a entendemos sob o ponto de vista de Noé e Moisés,
era universal. Qual seria a extensão geográfica do mundo para os
homens daquele tempo? Conheciam eles a América, as Ilhas do Oceano Pacífico, a
Groenlândia etc.? Cremos que não. Qual era então o seu mundo? Saberiam
matematicamente o tamanho de um meridiano terrestre? Diremos, não. O mundo
nesse tempo era apenas o que conheciam da terra. Dirá alguém: Se
eles eram ignorantes assim, como podemos aceitar o que escreveram? Depende do
que chamamos ignorância. O autor destas notas é ignorante em muitas
coisas, todavia, não gostaria de ser classificado com os ignorantes comuns. O
autor inspirado podia ser ignorante de coisas alheias à narrativa,
e bastante mestre no que estava escrevendo. Portanto, a Bíblia, usando
expressões como - "O Dilúvio esteve sobre a terra", e "as
águas prevaleceram sobre a terra" - dá ao Dilúvio um caráter
universal tanto quanto o autor conhecia do universo. Por outro
lado, qual era a necessidade de um Dilúvio universal, no sentido próprio, se
a terra não estava ainda povoada? O fim do Dilúvio foi destruir a
criação, logo, não havia necessidade de Dilúvio onde não havia vida animal. A
dificuldade maior é o modo por que as águas podiam obedecer às leis
de gravidade em espaço relativamente pequeno e em volume tão
grande. Este milagre, porém, não é maior do que qualquer outro. Por outro lado,
quem pode afirmar que o Dilúvio não cobriu de fato a terra? Se aqui ou ali
não aparecem vestígios dele, isto nada explica. Há lugares, hoje
tomados pelo mar, que não deixam vestígios de terem sido terra
seca, como há lugares secos que já foram mar. Ademais, que provas
oferece a ciência para negar que as águas do Dilúvio não cobriram toda a terra?
Somente porque não há vestígios de vida marinha em certos lugares?
Lembremo-nos de que o Dilúvio durou pouco mais de um ano (1 ano e 17 dias que
Noé ficou dentro da arca), como veremos, tempo relativamente curto para deixar
indeléveis vestígios por toda parte. Os cientistas enganam-se muitas vezes, e
apressam-se a tirar conclusões prematuras, que futuras explorações deitam abaixo.
Não há, pois, dificuldade em crer que o Dilúvio foi universal em termos da
geografia de Moisés ou da nossa geografia, ainda que o autor se incline para a
primeira.
2. Quanto à segunda dificuldade, notemos o seguinte: A elevação da terra acima
do mar é insignificante, tornando a superfície como um todo plano. Os montes
Himalaia e os Andes são apenas pequenas elevações na superfície da terra. Foi,
pois, fácil a imersão. Por 40 dias e 40 noites choveu torrencialmente, mas as
águas continuaram a subir ao fim deste tempo; logo, não foi somente a chuva que
causou o Dilúvio, mas também a invasão ou erupção das águas do mar na terra. Em
150 dias as águas continuaram a crescer e 15 côvados acima do mais alto monte
as águas subiram (7:20). No fim de 150 dias começaram a minguar. Examinemos, em
detalhes, a Bíblia sob este ponto. Noé tinha 600 anos quando entrou na arca, e
no dia 17 do segundo mês (ano 600, da vida de Noé) foram abertas as fontes do
abismo (7:1). Portanto, 13 dias deste segundo mês e 30 dias de cada um dos 10
meses seguintes perfazem, até ao fim do ano, 313 dias. Mas somente no dia 27 do
segundo mês, do ano seguinte, 601, ou seja, 57 dias depois de ter começado o
novo ano da vida de Noé, ou no dia 370 desde o começo do Dilúvio, foi que a
terra ficou seca. Durou, pois, o Dilúvio mais de um ano (1 ano e 17 dias que
Noé ficou dentro da arca). Em 40 dias choveu torrencialmente e depois continuou
a chover, mas não tão fortemente, e em 150 dias as águas continuaram a crescer,
o que indica que além da chuva, houve inundação das águas do mar. Não há, pois,
dificuldade alguma da narrativa. As águas, depois de se fecharem as fontes do
abismo, tiveram mais ou menos o mesmo tendo para diminuir que tinham levado
para crescer.
A destruição podia ser momentânea, mas DEUS escolheu este processo, e teve
razão para isso. Depois de cessar o Dilúvio, Noé ficou na arca por algum tempo,
até que as condições na terra permitissem sua saída. No dia 17 do sétimo mês do
Dilúvio, a arca parou nos montes do Arará. O pico culminante destas montanhas
tem 5.230 metros, o Arará grande; e o segundo em altura tem 5.025 metros acima
do nível do mar. A palavra "descansaras" em 8:4, não significa que a
arca ficou ali, e sim que com o decréscimo das águas tocou este monte e,
continuando a boiar, resvalou e manteve-se ao sabor das águas, até que estas secaram.
Não é possível que a arca tivesse ficado ali, pois que, neste caso, a descida
seria impossível. Até hoje ainda não foi possível subir até ao pico deste
monte, ainda que diversos ensaios tenham sido feitos, para se poder averiguar
se Noé poderia descer, no caso de a Arca ter ficado ali. Os árabes têm
tradições acerca da parada da arca neste monte e dizem que DEUS assim fez para
que ninguém pudesse vê-la depois do Dilúvio. É, porém, uma tradição sem base,
que a experiência não confirma, e não parece razoável que DEUS tivesse operado
um milagre, para fazer descer Noé e seus companheiros de salvação. O fato de
que o batel descansou neste monte é significativo, visto ser este o ponto
central do velho continente, o berço da raça indo-germânica e não foi fácil
contestar que este foi o berço da raça depois de Noé. Passaram-se ainda alguns
dias, e Noé teve confirmação de que as águas diminuíam, e começavam a aparecer
as culminâncias dos montes da Armênia.
Depois de 40 dias, soltou um corvo, mas este não voltou, ficando a saciar-se na
carniça que boiava em cima das águas. Soltou uma pomba, mas esta nem podia
ficar na cumeada dos montes nem em cima dos cadáveres, e voltou à arca. Depois
de 7 dias, repetiu a experiência, e desta vez ela trouxe no bico um ramo de oliveira.
Esta árvore pode ficar por longo tempo imersa na água e não morrer. Ainda
depois de 7 dias, soltou de novo a pomba e esta não mais voltou, pelo que Noé
entendeu que as águas tinham secado.
Não obstante ter Noé certeza de que as águas tinham secado, esperou
pacientemente que DEUS lhe viesse abrir a porta. DEUS o tinha fechado ali e, só
Ele o podia tirar.
A Saída da Arca (Gênesis 8:13-22)
A primeira coisa que Noé fez, ao sair da arca, foi erigir um altar e oferecer
um sacrifício a DEUS pela sua salvação. É a primeira vez que a Bíblia fala em
altares, mas não em sacrifícios. O sacrifício é tão velho como o pecado. O
altar acompanha a prática do sacrifício. Foi por meio deste hábito, que Noé
conseguiu manter-se justo, no meio de uma geração corrompida. A prática da
religião é a única coisa que preserva o homem da corrupção. Jeová aceita este
sacrifício e, como toque de sua apreciação pelo gesto de Noé, protesta que
nunca mais destruiria a terra e para testemunho desta transação põe no
firmamento o arco-íris.
(Gênesis 6-8)
Notas sobre as Diversas Tradições do Dilúvio
O maior argumento que se pode usar sobre a historicidade do Dilúvio é que faz
parte de todas as tradições dos povos mais antigos. Os museus estão cheios de
documentos, contendo a narrativa desta calamidade, que não é produto da
imaginação israelita. Em 1852, George Smith descobriu, nas escavações de
Babilônia, tijolinhos com inscrições cuneiformes, narrando o acontecimento, e,
sem dúvida, antes que esta história fosse reduzida à escrita, corria oralmente
de geração em geração. Todos os povos mais antigos têm tradições do Dilúvio, o
que comprova sua universalidade. Os próprios eruditos em antiguidades aceitam
este acontecimento como fato histórico. Diferem quanto ao modo como se daria,
mas aceitam sua realidade.
Berósio (Bercicius) coligiu de antigos documentos uma narrativa
muito similar à dos tijolinhos caldaicos, na qual a história é relatada por
Kharisatra, salvo do Dilúvio, a Gis- dubar, um herói, que depois de ter sido
atacado de lepra foi para uma terra distante. Há diversas cópias desta
narrativa antiga e teria sido delas que Assurbanipal, o último monarca Assírio
do sétimo século antes de CRISTO, mandou fazer a sua história do Dilúvio.
Kharisatra relata a sua história mais ou menos assim: "Eu te revelarei, ó
Gis-dubar, a história da minha preservação, e te direi" - o oráculo dos
deuses. A cidade de Surripak, como tu sabes, está no Eufrates. Era muito
antiga, quando os deuses determinaram, em seu coração, fazer vir o Dilúvio, os
grandes deuses, tantos como estes: seu pai Anu, o seu rei, o grande Bel, o
portador do trono, Adar, seu príncipe En-nugi. Ea, o deus da sabedoria,
sentou-se com eles e repetiu o decreto: "Homem de Surripak... (deve
referir-se a Noé), constrói um navio e acaba-o (depressa). Os deuses destruirão
a semente da vida, mas tu viverás, e faze entrar no navio a semente de todas as
espécies. O navio tu construirás... côvados (não é dado o tamanho por estar
quebrado o tijolinho, as medidas do comprimento e as medidas da largura e
altura). Lança-o ao mar e cobre-o com um teto. Eu compreendi e disse a Ea: 'Meu
Senhor, o (navio) que me mandaste construir, quando eu o construir, tanto os
jovens como os velhos (se rirão de mim). Ea abriu a boca e falou: (Se eles se
rirem de ti) tu lhes dirás: Aquele que me insultar perecerá, (porque a proteção
dos deuses) está sobre mim. Eu (Ea) exercerei juízo sobre os que estão em cima
e embaixo... (Quanto a ti) (não) feches a porta (até) o tempo em que eu te
falar. Então entra pela porta do navio, trazes contigo grão, tua fazenda,
provisões para tua família, teus servos e servas, teus filhos, o gado do campo,
as bestas da terra, tantas quantas eu preservarei, eu as mandarei a ti e elas
ficarão contigo atrás da porta (do navio). No quinto dia, os dois lados do
navio estavam postos. Os lados e a coberta tinham catorze medidas. Coloquei o
teto e cobri-o. Dividi os compartimentos, dividi as passagens em sete. Dividi o
interior em sete quartos. Tapei todas as brechas, por onde a água entraria.
Derramei três saris de betume por fora e três por dentro. Três saris de homens,
porteiros, trouxeram os cestos das provisões."
A narrativa continua dando minuciosas informações sobre as provisões para o
sustento da família de Surripak. Entre as provisões havia bois, carneiros,
vinho, cerveja em quantidade, como água dos rios.
Samas (o deus do sol) fixou o tempo e anunciou nestes termos: "À noite eu
farei chover destruição dos céus; entra no navio e fecha a porta.
Mu-seri-ina-namari (personificação da chuva) levantou-se no horizonte do céu,
como uma negra nuvem. Raman trovejou no meio dele - Nebo e o deus do vento
saíram na frente - os carregadores do trono passaram sobre as montanhas e
planícies. Nergal, o poderoso, destruiu os ímpios; Adar adiantou-se, destruindo
tudo na sua frente. Os espíritos das cavernas soltaram o Dilúvio e em sua fúria
destruíram toda a terra. O Dilúvio de Raman (o Hércules caldeu) subiu até aos
céus e a noite tornou-se em treva densa. Destruíram toda a vida da face da
terra." Todo o restante da narrativa, que é longa, obedece, em linhas
gerais, tanto à duração do Dilúvio, como às suas consequências. Até as
montanhas, onde a raça topou, são mencionadas. "O navio era tangido de um
lado para o outro na terra de Nizir; a montanha de Nizir arrastou o navio e não
permitiu que passasse além." A seguir, é mencionada a pomba. "Ao
aproximar-se o sétimo dia, enviei uma pomba. A pomba ia e vinha e não
encontrava onde pousar, e voltava ao barco. Eu enviei uma andorinha; ela ia e
vinha e não encontrava onde pousar.
Eu enviei um corvo; o corvo foi e viu os corpos boiando sobre as águas; comeu e
voou, ficou, e não retornou à arca". (Para maiores informações, veja-se
Charlés Marston: A Bíblia Disse a Verdade, págs. 36-46).
Seria enfadonho repetir toda a narrativa caldaica, mas os trechos dados bastam
para identificar as duas narrativas a caldaica e a mosaica. Da Caldéia,
passaram estas narrativas para o Egito e para o Ocidente, onde as encontramos
entre os gregos e romanos, com ligeiras variantes. Do mesmo modo, vamos
encontrar os povos americanos possuindo narrativas similares. Até entre os
índios Cree, o Sr. John Richardson achou traços similares do Dilúvio. No Taiti,
os nativos falam do deus Ruahatu destruindo o mundo pelo Dilúvio, e noutras
terras se encontram histórias do altar erigido à divindade depois do Dilúvio.
Os habitantes de Fiji contam que do Dilúvio só se salvaram oito pessoas.
(Geikie, Hours with the Bible).
Sobre os fenômenos que dariam causa ao Dilúvio do ponto de vista astronômico e
geológico, uma vasta literatura tem sido produzida. Em 1823, o Prof. Buckland
publicou a sua Reliquiae Diluvianae, na qual tentou vindicar a autoridade das
Escrituras, mostrando que a existência de vestígios de vida marinha onde
atualmente não há sinal de rio ou mar só pode ser atribuída ao Dilúvio. O Dr.
Burnet, na sua Theory of the Earth, publicada em 1680, supõe que o Dilúvio
encontrou a superfície da terra perfeitamente plana, sem montanhas e vales, e
que o interior da mesma estava cheio de água. A superfície aqueceu pelo calor
do sol e rebentou, despejando todo o líquido interno. Daí vieram as montanhas e
vales. John Ray, professor em Cambridge, adotou a teoria de que o Dilúvio
resultou de um ligeiro sacudimento do centro da terra. O Dr. Alley, notável
astrônomo, pensava que o Dilúvio tinha ocorrido em virtude de um choque entre
um cometa e a terra. (Os estudantes que desejarem maiores informações poderão
examinar os dois capítulos dados sobre o assunto por Cunninghan Geikie, em
Hours with the Bíble).
Se não é possível mostrar cientificamente como o Dilúvio se verificou, e nem
isso interessa à Bíblia, nem por isso a sua veracidade histórica pode ser
contestada. Ele é tão real como a própria raça que levou consigo, para todas as
extremidades da terra, o terrível fato. Quanto à sua antiguidade, pouco se pode
dizer, e nem há elementos históricos que possam determiná-la. Um mistério
profundo envolve grande número de acontecimentos ocorridos com a raça humana,
que nem a Bíblia nem a pré-história decidem. Os estudos que se têm feito para
determinar, por meio da fauna, até onde o Dilúvio chegou, ou por meio da flora,
os vegetais sobreviventes à terrível catástrofe, pouco têm adiantado. O fato
continua cada vez mais certo e a Bíblia sempre na vanguarda de todas as
verdades que a picareta do geólogo ou a perspicácia dos botânicos e zoólogos
podem precisar. (Langdon propõe 3.300 anos antes de CRISTO para a data do
Dilúvio. M. André Parrot dá 3.000. Se aceitarmos que Abraão nasceu 1.072 anos
depois do Dilúvio, então a data deste teria ocorrido em 3.200 a.C. A dinastia
de Kish, remonta a 5.500 anos a.C. e a de Ur 4.100. O Dilúvio, pois, veio
posteriormente a estas civilizações, de onde vieram também as tradições das
tabuinhas de Kish e de Nínive).
À crítica moderna, oferecem, estas narrativas antigas, um vasto,
campo comparativo, e diga-se, para seu crédito, que cada palavra tem sido
comparada, e, a despeito das diferenças que as diversas narrativas oferecem, as
similaridades são tantas, que não deixam a menor dúvida sobre o fato. Esta
história está ligada à religião em qualquer dos povos onde se encontra, e outra
coisa não era de esperar, visto que o saber religioso da vida das nações
antigas e a maneira como a divindade, ou divindades, agiram na vinda do Dilúvio
constituem a fundamental diferença entre a narração bíblica e as narrativas
étnicas. Babilônia parece haver sido o local do drama, e com tal vivacidade é
descrito nos tabletes de barro, que só resta ao crítico aceitar sua veracidade
inquestionável.
Desta região, como centro do novo mundo, se espalhou a tradição do
acontecimento, de modo que se encontra em todas as nações antigas, como
Assíria, Pérsia, Escandinávia, Grécia, índia, México etc.
As diversidades das narrativas são, como ficou dito, devidas às concepções
religiosas do povo: mitologistas, politeístas; e a hebraica, puramente
monoteísta.
Em Busca da Arca
A busca da arca de Noé tem sido não apenas um motivo de interesse
internacional, mas uma curiosidade natural. Encontrar o navio que salvou Noé e
a nossa raça seria satisfazer a um desejo e também uma confirmação histórica do
acontecimento.
A Bíblia diz o seguinte a respeito do lugar em que a arca teria
parado: "No dia dezessete, do sétimo mês, a arca repousou sobre as
montanhas de Arará". (Gên. 8:4). O verbo hebraico traduzido por repousar
não é muito claro em sua tradução. Alguns traduzem por "flutuar",
porquanto as águas ainda estavam minguando, e só depois de quarenta dias é que
Noé abriu a arca (Gên. 8: 6). Por outro lado, as montanhas de Arará constituem
um sistema muito extenso, de modo a tornar praticamente impossível determinar
em que ponto teria parado o barco. Poderia até ter parado num vale do mesmo
sistema ou num pico qualquer. O certo é que nem o texto sagrado diz nem ninguém
jamais foi capaz de determinar o ponto em que teria ficado a arca.
Isto, entretanto, não tem diminuído o interesse nesta busca, que se
arrasta por séculos. A narrativa conhecida como Epopeia de Gilgamesh, já
referida, diz o seguinte: "No monte Nisir parou o barco. O monte Nisir
reteve o barco, que não o deixou mais balançar". (Charles Marston, A
Bíblia Disse a Verdade, pag. 46). Berósio, escritor caldeu do segundo século
antes de CRISTO, diz que a nau de Noé encalhou nos montes Cordianos da Armênia,
e o nome Cordianos evoca o nome de Curdistão, com o seu monte Nisir, e a
Armênia, o monte Arará. Um outro escritor, conhecido como Nicolau de Damasco,
diz: "Há acima de Minias, na Armênia, uma grande montanha chamada Baris,
onde, segundo se conta, muita gente se refugiou durante o Dilúvio e foi
salva". Diz ainda que certo homem, vagando num barco, foi parar no cume
desta montanha e que os restos do barco foram conservados por
longo tempo... Os muçulmanos também têm as suas crenças a respeito da arca, e
acham que ela parou no monte Djudi, já bem próximo da Mesopotâmia. Não são
estas as únicas referências encontradas nos escritos antigos com respeito à
arca de Noé. Muito naturalmente, assim como tantos se ocuparam com o
acontecimento, teriam de se ocupar igualmente com os detalhes do mesmo. Pela
variedade de narrativas, incluindo-se a de Gênesis, o que fica certo é que
ninguém sabe o lugar exato onde a arca parou. Isso, entretanto, não tem
diminuído o fervor histórico, na busca do precioso barco.
Qualquer que tenha sido o local, parece-nos que seria difícil
encontrar-se, depois de tantos milênios, qualquer coisa que se parecesse com a
arca. Acredita-se que, tendo a arca parado numa montanha alta, o gelo a teria
conservado. Por outro lado, qualquer investigação na montanha, com metros de
gelo a quebrar e ventos a enfrentar, se tornaria infrutífera. Podemos ainda
acrescentar que DEUS não haveria de desejar satisfazer à curiosidade do homem,
deixando a barca em ponto de ser encontrada. Muitos outros fatos históricos
ficaram para sempre ocultos da curiosidade humana. O local onde Moisés foi
sepultado; o local exato e seguro onde JESUS foi crucificado, e o sepulcro onde
foi sepultado, são lugares de buscas e dúvidas. Se pudéssemos saber onde está a
arca, muita gente venderia até a camisa, para fazer uma viagem, de modo a
satisfazer à sua curiosidade. O que DEUS quer é que se conheçam os seus juízos,
as verdades fundamentais da sua ação. Quanto à curiosidade, esta fica para os
homens.
Todavia, isto não basta. O barco é que se busca. Conta-se, com pouca
plausibilidade, que um monge, há mais de um século, conseguiu escalar a
montanha de Arará, de 5.200 metros de altura, e trouxe de lá um pedaço de
madeira, como sendo da arca. Muita coisa parecida tem se dito com respeito à
cruz de CRISTO. Quantos pedaços de madeira do "santo lenho" andam por
aí? Quem pode dar crédito a isso? Os árabes mesmo têm criado muitas
dificuldades às tentativas de busca na montanha. Dizem que o lugar é de acesso
proibido, que raios e coriscos caem continuamente ali, como uma proibição de se
chegar até lá. Tradições, até mui cabalísticas, dão outros informes de alguém
que teria chegado até perto e adormecido, não tendo podido continuar nem voltar
sem a interferência de DEUS. Entre tantos busilis, crendices e dificuldades
naturais, o anseio pela descoberta continua. Em 1829, um viajante francês de
nome Parrot chegou perto do cume de Arará, mas nada conseguiu, porque havia
alguns metros de neve cobrindo a montanha. Em 1850 uma brigada topográfica,
apetrechada de tudo que se
poderia considerar necessário para uma escalada eficiente, conseguiu, apesar da
proibição, chegar até perto do cume, mas voltou sem nada trazer. Em 1876, Lord
Bryce foi até perto do cume, e voltou de lá trazendo um pedaço de madeira,
afirmando que era da arca. O Czar da Rússia, em resposta a uma comunicação do
aviador Roskovitsky, de que tinha avistado nos flancos da montanha certa
conformidade como um barco, mandou uma comissão de sábios para verificar o
local, mas nenhuma prova conseguiu. Mais recentemente, franceses, americanos e
ingleses, munidos de tudo, inclusive de dinheiro, tentaram escalar a montanha
de Arará, mas não o conseguiram.
Pelo visto, tendo-se em consideração a incerteza do local exato e preciso, as
dificuldades de ascensão, as condições meteorológicas do lugar, as dificuldades
que os árabes opõem a qualquer busca, por considerarem sagrada a montanha, tudo
isto somado dá-nos a segurança de que a arca jamais será encontrada. Seria isso
necessário à confirmação do fato histórico do Dilúvio? Certo que não. O fato
está confirmado, não apenas pelo Gênesis, mas por todas as lendas e folclores
das nações antigas. É um fato bem confirmado. Para corroborar estas informações,
vem agora a Arqueologia dizer-nos que na Mesopotâmia foi encontrada uma camada
uniforme de areia, depois de uma camada de detritos e restos da última
civilização caldaica e, por baixo desta, outra camada de uma civilização
anterior, e bastante desenvolvida. Que camada seria esta? Que rio ou mar teria
interferido entre a primeira civilização e a última? Os sábios não têm dúvida.
Essa camada representa a areia deixada pelo Dilúvio, que não inundou apenas
toda a área, mas teria, naturalmente, produzido urra erosão tremenda no local,
arrastando e arrasando elevações. Quando as águas diminuíram, ficou, então, no
fundo, essa camada. Por cima dela foi construída a civilização sumeriana e
acadiana, como nos relata Gênesis no capítulo 1.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Capítulo 7
DEUS informa a Noé que dentro de sete dias, ele deve enviar uma chuva sobre a
terra, que deve continuar por quarenta dias e noites, e, portanto, ordena-lhe
para levar sua família, com os diferentes animais puros e impuros, e entrar na
arca, 1-4. Este comando é pontualmente obedecido, 5-9. No décimo sétimo dia do
segundo mês, no ano 600 da vida de Noé, as águas, a partir das janelas abertas
do céu, e as fontes abertas do grande abismo, foram espalhados para fora e em
cima da terra, 10-12. Os quadrúpedes de diferentes espécies, aves, répteis
vinham para junto de Noé, e o Senhor fechou-os na arca, 13-16. O aumento das
águas faz a arca flutuar, 17. Toda a terra está coberta com água de quinze
côvados acima das mais altas montanhas , 18-20. Todos os animais terrestres
morrem, 21-23. E prevaleceram as águas 150 dias, 24.
Versículo 2. De todos os animais limpos. Assim, encontramos a distinção entre
animais puros e impuros que já existia muito antes da lei mosaica. Esta
distinção parece ter sido originalmente concebida para marcar os animais que
estavam próprios para o sacrifício e alimentação do ser humano, desde aqueles
que não foram para esses fins designados. Ver Lev.11.
Versículo 4. Ainda sete dias
DEUS falou estas palavras provavelmente no sétimo dia ou sábado, e os dias da
semana que se seguiram foram empregados em entrar na arca, no embarque da
multidão de animais e aves, cuja recepção já havia sido feita.
Quarenta dias depois, tornou-se - Este período de chuvas torrenciais era
adequado para uma atitude de humilhação perante DEUS. Moisés jejuou quarenta
dias, Deuteronômio 9:9,11; o mesmo fez Elias,1 Reis 19:8; o mesmo fez nosso
Senhor JESUS, Mateus 4:2. Quarenta dias de foram dados para os Ninivitas para
que se arrependessem, Jonas 3:4, e três vezes 40 anos (120) foram dadas para a
vida humana daí para diante, Gênesis 6:3.
Versículo 11. No ano 600,
Isto deve ter sido no início do ano 600 de sua vida, pois ele permaneceu um ano
e 17 dias na, arca Gênesis 8:13 , e viveu 350 anos depois do dilúvio, e morreu
com 950 anos de idade, Gênesis 9:29 , é evidente que, quando o dilúvio começou,
ele tinha acabado de entrar em seu ano de 600.
Segundo mês
O primeiro mês foi Tisri, que corresponde a segunda metade de Setembro, e o
primeiro semestre de Outubro, e a segundo mês foi Mareheshvan, que corresponde
a segunda parte de outubro e primeira parte de novembro. Após a libertação do
Egito, no início do ano foi alterada de Marcheshvan para Nisan, que corresponde
a uma parte de cada um dos nossos meses de março e abril. Dr. Lightfoot muito
provavelmente conjectura que Matusalém estava vivo no primeiro mês deste ano. é
quando o espírito de profecia predisse das coisas do porvir. E viveu Lameque
cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, A quem chamou Noé, dizendo: Este
nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da
terra que o Senhor amaldiçoou Gênesis 5:28,29 E, assim, Adão e Matusalém tinham
vivido o tempo todo entre a criação e o dilúvio, e viveram por 240 anos juntos.
Foram abertas as fontes do grande abismo e as janelas dos céus se abriram.
Parece que uma imensa quantidade de águas ocuparam o centro da Terra
antediluviana, e como estes irromperam, por ordem de DEUS, ocupando assim o
vazio ocasionado pelas águas que subiram. Este é provavelmente o que se entende
por quebrar-se as fontes do grande abismo. Estas águas, com os mares na
superfície da Terra, podem ser consideradas suficientes para afogar o mundo
inteiro, como as águas agora em sua superfície são quase três quartos do todo o
planeta, como tem sido verificado com precisão pelo Dr. Long.
Pela abertura das janelas do céu, entende-se a precipitação de todos os vapores
aquosos que foram suspensos em toda a atmosfera, que, como Moisés expressa,
Gênesis 1:7, as águas que estavam sobre a expansão foram novamente unidas às
águas que estavam abaixo do firmamento e que foram separadas no segundo dia da
criação.. A água é formada de dois átomos de hidrogênio (H2) e um átomo de
oxigênio (O), formando assim, a molécula H2O. Mas não se pode esquecer que há
dois tipos de água, a Salgada e a Doce. A salgada ocupa 99% no total destas,
sendo que a doce ocupa só 1% do espaço aquático no planeta Terra, sendo também
que, apenas 0,23% deste total (estimativa). O maior problema nisso tudo é que a
maioria dos seres vivos necessita de água doce para sua sobrevivência. A faísca
elétrica, o que é o mesmo que um raio, passando por esses átomos, os decompõe e
converte-os em água. Por isso vemos a chuva que segue imediatamente o clarão do
relâmpago e repique de um trovão. DEUS, pois, por meio de relâmpagos, poderia
ter convertido toda a atmosfera em água, com a finalidade de afogar o mundo, se
não tivesse havido uma suficiência de vapores aquosos suspensos na atmosfera,
no segundo dia da criação. E se os fluidos elétricos foram usados nesta ocasião
para a produção de água, o brilho incessante de um relâmpago, e os estrondos
contínuos de trovões, devem ter acrescentado horrores indescritíveis para a
cena.
A palavra mabbul, traduzida por inundação, que é derivada do bal ou Balal,
significa misturar, confundir. Alguns naturalistas têm controvertido este
sentimento, porque, em alguns casos, a estrutura interna da Terra não parece
justificar a opinião de que as várias partes do assunto se tinha estabelecido
de acordo com seus pesos específicos, mas essas anomalias podem ser facilmente
contabilizadas, devido às grandes mudanças que têm ocorrido em diferentes
partes da terra desde o dilúvio, como erupções vulcânicas e terremotos.
Filósofos são da opinião "que, pela quebra das fontes do
grande abismo, devemos entender uma erupção de águas de Oceano Austral ".
Mr. Kirwan supõe "que este é bastante evidente a partir de animais como o
elefante e o rinoceronte, sendo encontrado em grandes massas na Sibéria,
misturados com diferentes substâncias marinhas e que nenhum animal ou outras
substâncias pertencentes às regiões do norte foram já encontrados nas partes do
sul. Se esses animais morreram de morte natural em seu clima adequado, seus
corpos não foram encontrados em massas tais. Mas que eles foram levados mais
longe do que o norte da Sibéria, é evidente, não havendo vestígios de quaisquer
animais, além daqueles de baleias encontradas em nas montanhas da Groenlândia.
Que esta grande corrida de águas foi a partir do sul ou sudeste é mais
evidente, ele acha que, a partir dos lados sul e sudeste de quase todas as
grandes montanhas, sendo muito mais acentuada do que dos lados do norte ou noroeste"
Sobre um assunto como este os homens podem diferir inocentemente. Muitos pensam
que o primeiro parecer melhor se harmoniza com o texto hebraico e com os
fenômenos da natureza, porque montanhas nem sempre apresentam a aparência
acima.
Versículo 12. houve chuva sobre a terra
Dr. Lightfoot supõe que a chuva começou no dia 18 do segundo mês, ou
Marcheshvan, e que cessou no dia 28 do terceiro mês, Quisleu.
O versículo 15. E eles entraram, era fisicamente impossível para Noé ter
recebido um número tão grande de animais mansos e ferozes, nem poderiam ter
sido mantido em suas enfermarias por meros meios naturais. Como, então, eles
foram trazidos de várias distâncias para a arca e preservados lá? Apenas pelo
poder de DEUS. O primeiro milagre foi trazer todos a Adão para que ele pudesse
dar-lhes os seus nomes, agora traz a Noé para que ele pudesse preservar suas
vidas.
Versículo 16. O Senhor fechou por dentro
Isto parece implicar que DEUS o colocou sob sua proteção especial, e como ele
fechou a família de Noé e os animais e aves por dentro, então ele fechou os
outros fora. DEUS esperou 100 anos sobre aquela geração, pois eles não se
arrependeram, pois eles encheram a medida de suas iniquidades, e depois veio
grande ira sobre eles até ao fim.
Versículo 20. Quinze côvados acima
40 dias de chuva, tinham levantado as águas quinze côvados acima das mais altas
montanhas, depois que 40 dias ele parece ter continuado a esta altura por 150
dias mais. "Então," diz o Dr. Lightfoot, "estas duas somas são distintas
a ser contada, e não os dias 40 incluídos no 150, de modo que, quando os 150
dias terminaram, havia seis meses e 10 dias do início da inundação."
Capítulo 8
No final de 150 dias as águas começam a baixar, 1-3. A arca repousa no Monte
Ararate, 4. Sobre o primeiro do décimo mês, os topos das colinas aparecem, 5.
Abriu a janela e foi o corvo enviado, 6,7. Enviou a pomba, e retorna, 8,9. A
pomba enviada uma segunda vez, e retorna com uma folha de oliveira (azeitona)
10,11. A pomba enviada pela terceira vez, e não retorna mais, 12. No vigésimo
dia do segundo mês a terra está completamente seca, 13,14. Vem então a ordem de
DEUS a Noé, sua família e todas as criaturas para saírem da arca, 15-19. Noé
constrói um altar e oferece sacrifícios ao Senhor, 20. Eles são aceitos, e DEUS
promete que a terra não deve ser amaldiçoado, assim, mais, não obstante a
iniquidade do homem, 21,22.
Gênesis - Comentário Adam Clarke
))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 8, O Início do Governo Humano
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique
de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 9.1-13
1 - E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai,
e multiplicai-vos, e enchei a terra. 2 - E será o vosso temor e o vosso pavor
sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre
a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. 3 - Tudo quanto se
move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a
erva verde. 4 - A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não
comereis. 5 - E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da
mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão
de cada um requererei a vida do homem. 6 - Quem derramar o sangue do homem,
pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua
imagem. 7 - Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a
terra e multiplicai-vos nela. 8 - E falou DEUS a Noé e a seus filhos com ele,
dizendo: 9 - E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa
semente depois de vós, 10 - e com toda alma vivente, que convosco está, de
aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da
arca, até todo animal da terra. 11 - E eu convosco estabeleço o meu concerto,
que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá
mais dilúvio para destruir a terra. 12 - E disse DEUS: Este é o sinal do
concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está
convosco, por gerações eternas.
13 - O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do
concerto entre mim e a terra.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
As águas do dilúvio foram baixando até que Noé e sua família puderam deixar a
arca e iniciar uma nova vida em um mundo novo, purificado do pecado pelas águas
do dilúvio. Noé e sua família deram início a nova vida com sacrifício e
adoração a DEUS, o grande Criador (8.1-22). O Senhor então decide introduzir o
governo humano no novo mundo. O governo humano é uma forma de governo onde DEUS
delega ao homem a direção do planeta e a administração da justiça. Esta forma
de governo foi confirmada pela filho de DEUS ao declarar: "Portanto, tudo
o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é
a lei e os profetas" (Mt 7.12). DEUS também fez um pacto com a humanidade,
prometendo que nunca mais destruiria a vida humana por intermédio de dilúvio. A
Terra havia sido purificada, porém Noé e seus descendentes carregavam a semente
do pecado em seus corações.
PONTO CENTRAL
DEUS estabeleceu o governo humano.
I UM NOVO COMEÇO
1. Um novo relacionamento com a natureza.
2. Uma nova dieta.
3. A bênção divina.
II -O ARCO DE DEUS
1. Um novo pacto com a humanidade.
2. O sinal do pacto noético.
III - O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
1. O governo humano.
2. O aperfeiçoamento do governo humano.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A terra foi purificada pelas águas do dilúvio
e DEUS estabeleceu um novo começo a partir da família de Noé.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS, por sua infinita misericórdia,
estabeleceu um novo pacto com o homem. Este pacto teve como símbolo um arco nos
céus.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O princípio do governo humano se deu a
partir de Noé e seus descendentes.
CONHEÇA MAIS
*Quando as águas do dilúvio baixaram
"Gradualmente, as águas do dilúvio baixaram. Noé e sua família
começaram a viver a vida num novo mundo com sacrifício e adoração. DEUS
introduz o governo humano fazendo os homens resistirem ao mal em sociedade. O
Senhor ainda se comprometeu em nunca mais destruir toda a vida por enchente. A
terra foi purificada. A única família depois do dilúvio, porém, carregava a
natureza humana decaída e o pecado que quase imediatamente se fez presente na
embriaguez de Noé e na imoralidade do seu filho Cam."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30
SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
"A Instituição do Governo Humano
No século antediluviano não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha
liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho. Mesmo rejeitando o Caminho,
não havia refreio contra o pecado. O primeiro homicida, Caim, foi protegido
contra um vingador (Gn 4.15). Sucessivos homicidas (Lameque, por exemplo)
exigiram semelhante proteção (Gn 4.23,24). Durante séculos os homens haviam
abusado do amor e da graça de DEUS, e gastaram seu tempo entregues a toda
qualidade de pecado e vício. Após o dilúvio, o caminho, o único Caminho para a
vida eterna, ainda permaneceria aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de
aceitar ou rejeitá-lo. Mas se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis
divinas, eram passíveis de punição imediata por parte dos seus contemporâneos,
pois DEUS instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos
dos ímpios. A ordem divina foi esta: 'Se alguém derramar o sangue do homem,
pelo homem se derramará o seu' (Gn 9.6). A pena capital é a função de maior
seriedade do governo humano, e uma vez que DEUS concedeu ao homem essa
responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo
foram também conferidas. O governo humano, assim construído, exercendo a
prerrogativa da pena capital, foi e é sancionada pelo próprio DEUS como um meio
de deter os desobedientes (Rm 13.1-7; 1 Tm 1.8-10). A investidura dessa
autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de DEUS
ao homem após o dilúvio.
Em comparação com a aliança adâmica, notamos que há: 1) maior domínio sobre o
reino animal; 2) uma dieta mais ampla; 3) a promessa de DEUS que não mais
destruirá toda a carne; 4) e maior repressão sobre os ímpios, incluindo a
prerrogativa da pena capital, que seria ao mesmo tempo uma ilustração do
governo divino" (OLSON, Lawrence N. O Plano Divino Através dos Séculos: As
dispensações que DEUS estabeleceu para Israel, a Igreja e para o mundo. 26.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 69-71).
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Após o Dilúvio, como seria o relacionamento do ser humano com a natureza?
Se até aquele momento, o homem havia convivido harmonicamente com a criação, a
partir de agora, esse relacionamento será bastante traumático. Alerta o Senhor
que os animais, por exemplo, terão medo e pavor do ser humano (Gn 9.2). Para
combatê-los, haveriam de surgir grandes caçadores como Ninrode (Gn 10.9).
A dieta humana foi alterada com o Dilúvio?
Se antes do Dilúvio, todos dispunham de uma dieta vegetal rica e farta,
doravante teriam de complementá-la com nutrientes animais, pois a terra já não
era tão fértil como antes. Eis a razão por que DEUS autoriza-os a enriquecer
suas refeições com carne.
Qual a simbologia do arco de DEUS?
Era um sinal do pacto de DEUS de jamais destruir a humanidade novamente pelo
dilúvio.
O que é o governo humano?
Teologicamente, o governo humano é a instituição estabelecida por DEUS, logo
após o Dilúvio, através da qual o Senhor delega ao homem não somente a
governança do planeta, como também a administração da justiça (Rm 13.1).
Até que ponto devemos obedecer o governo humano?
Desde que estes não baixem leis que contrariem a Palavra de DEUS, que está
acima de todas as legislações humanas.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 42.
SUGESTÃO DE LEITURA
Pedras que Clamam, Manual de Ensino para o Educador Cristão e
Propagando a Verdade Através do Ensino
Comentários de vários livros e autores com algumas modificações do
Ev. Luiz Henrique
PONTOS DIFÍCEIS
DA LIÇÃO - POLÊMICOS - AJUDA DO GRUPO ~"EBD Lições, só Lições" - WhatsApp
RESUMO rápido - Ev. Luiz Henrique
I UM NOVO COMEÇO
Questionamento 1
Corrigindo o comentarista - Noé ficou dentro da arca por 1 ano e 17
dias e não menos de um ano, como foi dito na revista.
Como entraram na arca 7 dias antes do início do Dilúvio, por ter
chovido 40 dias e 40 noites e terem sido "liberadas" as águas
subterrâneas, no qual as águas se elevaram durante 150 dias a contar do dia do início
do Dilúvio, Noé e sua família passaram 1 ano e 17 dias na arca.
No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês,
romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram,
12. e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
No ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, secaram-se as
águas de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca: e olhou, e eis que
a face a terra estava enxuta. 14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês,
a terra estava seca. 15. Então falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu,
e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.
Tempo de Chuva: 40 dias e 40 noites; Tempo dentro da arca: 382 dias = 1 ano e
17 dias
7 dias (ficou dentro da arca antes do dilúvio começar) + primeiro
mês do ano 600 dia 17 para segundo mês do ano 601 dia 27 = 1 ano e 10 dias =
TOTAL - 1 ano e 17 dias.
Novas características.
Animais teriam medo dos humanos.
Nova Dieta - agora complementada por carne animal. Proibido comer
sangue (Gn 9.4). o consumo de sangue, onde estava a “vida” dos animais. Com
efeito, vemos aqui que o sangue era o elemento que permitia a manutenção da
vida nos animais, o que se demonstrou posteriormente pela ciência, que mostra
ser o sangue o elemento que leva o oxigênio a todas as células do corpo,
possibilitando a mantença da vida. Além disto, a proibição do consumo do sangue
era um indicador de como se daria a redenção da humanidade, pelo derramamento
do sangue inocente da “semente da mulher”, que daria a sua vida pelo homem.
Reiniciação da povoação da terra.
- O homem não poderia ceifar a vida do seu próximo, não lhe era
isto delegado, pois o único dono da vida é o Senhor, mas deveria cumprir o
propósito divino estabelecido ao ser humano, frutificando, multiplicando e
povoando abundantemente a terra, multiplicando-se nela (Gn.9:7).
A Bíblia registra diversos exemplos de intervenções divinas na
história das nações, como interveio em Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30); no
Egito (Êx 7.19 a 14-31); na Babilônia (Dn 4.32-34; 5.21); na Assíria (II Rs
19.35); e, principalmente, na história de Israel.
II -O ARCO DE DEUS
O arco parece não ter sido notado ainda pelo homem, pois DEUS o
coloca para sinal de aliança entre ELE e os homens dali para diante.
Toda vez que chovesse o homem ficaria desesperado pensando que
haveria novo dilúvio, por isso DEUS usou o arco no céu como sinal para que o
homem o olhasse e se lembrasse da aliança de DEUS e não temesse novo dilúvio.
Simbologia do Arco-íris ou do arco da Aliança
Seu nome provém da mitologia grega, onde Íris era uma
deusa que exercia a função de arauto divino. Em sua tarefa de mensageira, a
deusa deixava um rastro multicolorido ao atravessar os céus
Cristianismo, islamismo e judaísmo dizem que o arco de DEUS
(arco-íris) foi intitulado por DEUS "arco da aliança", pois logo após
o Dilúvio quando a Arca de Noé pousou sobre o Monte
Ararate DEUS prometeu que nunca mais iria destruir a Terra e depois de
cada chuva seu arco apareceria nas nuvens e este seria o símbolo da aliança
estabelecida entre DEUS e toda carne vivente de toda espécie que está sobre a
terra e por todas as gerações futuras.
Na cultura yorubá, o arco-íris também é representado como
mensageiro divino aos seres humanos na figura do orixá
Oxumarê (Osûmàrè).
Dilúvio, nunca mais. O que está reservado para a Terra é fogo
agora.
Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de DEUS, em que os
céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? 2
Pedro 3:12
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus
passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra,
e as obras que nela há, se queimarão. 2 Pedro 3:10
Questionamento 2
Afirmativa do comentarista: "Antes do Dilúvio, não havia
chuva. Um vapor regava a terra".
Corrigindo o comentarista - Não concordo, para mim começou a chover
logo após o homem ser expulso do jardim do Éden. (Vapor no capítulo 2, tempo da
criação).
Gênesis 2:5 fala de vapor que subia da terra - Isso é no tempo da
criação. Acabou a criação. Noé já estava com 500 anos e Adão já havia morrido
há mais de dois mil anos (2256 anos). A terra só precisava ser regada antes de
tudo estar funcionando normalmente. DEUS já havia dito que ficaria mais difícil
para o homem adquirir o produto da Terra.
Gênesis 4:12. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua
força; fugitivo e vagabundo serás na terra.
O vapor do capítulo 2 de Genesis era para abençoar a criação e Adão
não precisar se esforçar para conseguir seu alimento. A terra produzia
abundantemente. Isso era antes do pecado. Depois acabou a vida mansa.
Gênesis 3:17-19 E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos à voz de
tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela,
maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua
vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
Seria até espantoso alguém acreditar que depois de 2256 anos ainda não haver
chuva sobre a terra. (Animais para beber, plantas para crescerem, etc...)
Esse trabalho forçado viria com mais força após o pecado - No suor
do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste
tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. Gênesis 3:19
Isso é antes do dilúvio - Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua
força; fugitivo e vagabundo serás na terra. Gênesis 4:12.
Conclusão - para mim começou a chover logo após o homem ser expulso
do jardim do Éden, portanto, na época de Noé já chovia sobre a Terra.
III - O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO
"Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será
derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem" (Gn 9.6). Havia
gora a necessidade de parar os assassinatos. Normas de convivência começam a
ser ensinadas por DEUS.
O dilúvio pôs fim em tudo o que o homem criara em mais de dois mil
anos de existência. Era preciso recomeçar, agora seguindo normas e leis que
garantiriam a permanência da raça humana sobre a terra.
Conclusão:
Havia chuva na terra, mas não com tamanha intensidade. O dilúvio
chega trazendo o juízo de DEUS ao pecado. Depois de 1 ano e 17 Dias - Noé sai
da arca com sua família e as espécies de habitantes que foram preservadas.
Agora, nova vida, nova dieta, nova convivência com os animais e com os
descendentes. Multiplicação dos seres humanos, aliança com DEUS,
O governo humano é iniciado e a nós é dada a instrução de
colaborarmos para que tudo dê certo desta vez. "Mais importa obedecer a
DEUS do que aos homens" (At 5.29). Tendo a bíblia como regra de vida e fé,
prossigamos em nossa caminhada cristã até o capitão do barco (igreja) nos
colocar em nosso destino final.
Dispensação. “Período de tempo durante o qual a humanidade é
moralmente responsável diante de DEUS em relação à consideração, respeito e
obediência demonstrada para com a sua palavra. Trata-se de um período
moral ou período probatório da história humana ou angelical. Cada
dispensação tem o seu próprio começo e fim. Em cada dispensação DEUS tem um
propósito específico e definido. Porém, o grande projeto e propósito de DEUS
através das várias dispensações, é libertar a humanidade e o universo de
todas as rebeliões, de tal forma que os agentes dotados de livre arbítrio,
estejam voluntária e permanentemente sujeitos a DEUS, a CRISTO, e ao ESPÍRITO
SANTO” (OLSON, 2004, p. 35).
Duração da Dispensação do Governo Humano. Esta dispensação teve uma
duração de 427 anos. Iniciou-se logo após o dilúvio e estendeu-se até o chamado
de Abraão (Gn 8.15-19; 9.18-19; 11.10-32; 12.1-3).
Curiosidades do grupo EBD NA TV no WhatsApp
Sabemos que quando DEUS criou a terra, era apenas um continente,
será que as placas tectônicas se movimentarão no dilúvio?
A geologia fala que a divisão do continentes acontecesse era
necessário um dilúvio. Parecido com o relatado na bíblia, E se você lembrar
naquela época não existiam grandes picos conforme a geologia diz. Eles só
passaram a existir pelo choque de placas continentais. A biologia e a geologia
explicam que após o dilúvio aconteceu a era do gelo e pontes entre continentes.
O que explica a migração dos animais sobreviventes da arca para os demais
continentes. O peso da água seria suficiente para se romperem lugares menos
espessos. Não sabemos, imaginamos. Quem sabe até foi o dilúvio que separou tudo
para haver povoação da Terra com línguas diferentes após a torre de Babel? tudo
suposições interessantes. (Veja site universo criacionista, vídeos de Adauto
Lourenço. e livro Criacionismo: verdades e mitos, do Dr. e Pr. Ken Ham)
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
O NOVO MUNDO (Gênesis 9)
Nos primeiros versos, DEUS dá a Noé as mesmas ordens que deu a Adão. Crescer e
multiplicar-se, seguindo a ordem natural. Encher a terra, dominá-la e realizar
a obra idealizada pelo Criador. O Dilúvio foi um incidente triste na história
da criação, mas de modo algum alterou o programa divino para a raça humana. Há
umas tantas repetições de normas primitivas, como se tudo estivesse começando
agora, e há outras inovações, que regeriam a conduta dos sobreviventes até o
fim. Algumas delas foram o não comer sangue. Era o prenúncio da legislação
mosaica em Levítico.
Um Culto Novo
O culto não é uma inovação atual, como não o foi anteriormente. É
uma naturalidade do coração humano que reconhece a bondade do Criador e
vota-lhe a sua admiração e reconhecimento. O sacrifício ou culto dos filhos de
Adão, Sem e Caim, não foi qualquer imposição divina, mas uma natural resposta
do coração humano. Assim, Noé, tão logo saiu da sua arca e recompôs a sua vida,
virou-se para DEUS, que o tinha livrado da destruição, erigindo um altar, em
que foram sacrificados os primeiros animais depois da catástrofe.
A distinção entre animais limpos e animais impuros é de novo reafirmada, e com
isso fica evidente que há coisas puras e impuras, há distinções a fazer, para
que a comunhão com DEUS seja aceitável e possível. Neste culto aparece uma
admirável teantropia, que merece um bom sermão. Logo que Noé sacrificou os
animais e os colocou no altar em forma de holocausto (o que sobe), o Senhor
aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: "Não tornarei a amaldiçoar a
terra por causa do homem ...". DEUS "aspirou", como se fosse um
ser humano, participando do gosto provocado pelos sentidos, gostou do cheiro da
carne assada no fogo. Esta e muitas outras maneiras de DEUS se sentir unido com
a Sua criação dão às narrativas bíblicas um sentido que ordinariamente não é
percebido pelo leitor menos avisado. DEUS, o supremo, o infinito, o eterno, fez
o homem à sua imagem e semelhança, e com ele se identifica, até nos prazeres
normais, como seja, no comer e no beber.
Uma Promessa Nova
Assim que DEUS provou o bom cheiro do culto de Noé, logo prometeu
que a terra não seria mais destruída pela água. Não obstante ser mal o coração
do homem, o amor de DEUS supera em tudo esta maldade. Portanto, não haveria
mais dilúvio. Esta promessa teria sido uma resposta ao pavor que acompanharia a
raça dali por diante. Como poderia o homem trabalhar e progredir com a
lembrança da terrível catástrofe? Estaria sempre monologando: "Valerá a
pena construir, trabalhar? Daqui a pouco, uma catástrofe virá e tudo estará
novamente perdido". DEUS sabia destes naturais temores, e veio logo ao
encontro dele, prometendo que, enquanto houvesse dia e noite, outra coisa igual
não ocorreria. O homem podia trabalhar descansado, que não iria mais morrer
afogado pelo dilúvio.
Outra Aliança
Para firmeza do que DEUS havia afirmado, quanto à segurança da
raça, foi feito um novo concerto de sobrevivência. Neste concerto são
reafirmadas as anteriores obrigações do homem de:
(1) povoar a terra;
(2) dominar sobre toda a criação, infundindo pavor em todos os animais quanto
ao homem;
(3) proibir o alimentar-se de sangue;
(4) usar a pena de talião para quem matasse o seu semelhante.
Com estas normas tão simples, estava elaborada a nova Constituição
social e religiosa da nova raça. Para que estas normas não fossem esquecidas,
DEUS usa outra teantropia: "Eu me lembrarei da minha aliança, firmada
entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne." (Gn. 9:15).
DEUS não se esquece, não pode esquecer-se de nada, porque Ele é todo lembrança
continuada e eterna, tanto quanto é eterno. Mas o homem se esquece facilmente,
e nesta conformidade DEUS se iguala a ele, e diz que, para não se esquecer,
colocará o SEU ARCO nas nuvens, de modo que, quando o arco aparecesse, Ele se
lembraria do concerto, e a chuva passaria. É um fato que todos observamos. Pode
parecer que o Dilúvio vai voltar, mas quando a luz do sol se decompuser através
da chuva, esta passará. Não há perigo de morrermos afogados. O fim deste mundo
está destinado de outra forma, que não será muito melhor, mas é de outra
maneira, segundo Pedro (II Pedro 3:7). Este mundo se decomporá, como se
decompõe o átomo, e desta fusão nascerá outro mundo, em que habitará a justiça
para sempre. Será outra forma muito melhorada.
Não sabemos se convém entrarmos em outros detalhes a respeito da nova terminologia
usada pelo Criador, mas convirá dizer que os termos da nova Aliança são muitos;
mais antropomórficos do que os das outras, anteriores. A raça humana estava
progredindo e continuaria a progredir; e este progresso requeria um intercâmbio
mais íntimo entre a raça e DEUS, e quem sabe se por essa causa DEUS usa agora
outro tipo de linguagem.
O DEUS da revelação não é um DEUS inacessível, extramundano, de modo a não ser
percebido pelo homem. Nada disso. Essas muralhas, levantadas nas religiões, são
o fruto da especulação humana. DEUS, sendo infinito, aquiesce em conviver com o
finito; sendo espírito, aquiesce em conviver com o material. A convivência
entre DEUS e suas criaturas é o que mais eleva a revelação. O que DEUS quer não
é uma criação vivendo a sua vida à parte, com um DEUS inacessível, mas um DEUS
que convive, que come e bebe, digamos, com a sua criatura, que toma parte no
seu culto, finalmente, que quer ser uma parte de tudo que se desenvolve na
terra. JESUS deu esta nota de maneira final, não apenas convivendo, comendo e
dormindo, como os outros seres, mas fazendo questão de ser considerado como
igual a seus irmãos. DEUS e homens existem para conviver, e não para o
separatismo. As barreiras levantadas pelas religiões étnicas e mesmo cristãs, assim
chamadas, é que têm arruinado esta doutrina. Voltemos a ela.
Monoteísmo e Politeísmo
O reconhecimento da união do homem com DEUS, coisa tão
singularmente delineada através do V.T. e tão sublimemente exposta em o Novo,
leva-nos a pedir uma palavra sobre o que se conhece como monoteísmo e
politeísmo. O que nós mais sabemos é que a humanidade se acha afundada no
politeísmo, seja ele de que natureza for, e que há muitos deuses ou divindades
ou santos militando entre a criatura e o Criador. Não teria sido sempre assim.
Não podia ter sido sempre assim. Os filósofos franceses e alemães creditaram ao
povo semita a capacidade de se elevar do politeísmo ao monoteísmo, e com isso
dar ao mundo uma nova interpretação do problema religioso. Estão errados todos
eles. O povo semita, a quem atribuímos a capacidade de preservação da religião
e sua interpretação, tanto por sua gênese como por eleição, não merece tanto.
Os semitas sempre foram monoteístas, e monoteístas sempre foram os grandes e
primitivos povos. O Dr. Langdon, notável orientalista, professor em Oxford,
Inglaterra, não tem qualquer dúvida de que os primitivos caldeus eram
monoteístas, e que o politeísmo se desenvolveu na medida em que os homens se
afastavam de DEUS. Em sua notável descrição, diz:
"Receio que a minha opinião não consiga convencer que na
religião sumeriana, como na semita, o monoteísmo precedeu o politeísmo. Tive o
máximo cuidado em estabelecer provas aduzidas e razões fundamentais em favor de
total conclusão, tão contrárias às conclusões aceitas e difundidas por todo
mundo, levando sempre em conta os argumentos da parte contrária. Afirmo, com a
mais profunda sinceridade, que a minha conclusão é o fruto de um estudo
prolongado, e não uma hipótese temerária. Embora os árabes do sul e os acádios estejam
muito à frente dos beduínos, na época das inscrições, a sua história e o seu
temperamento semita levaram-nos a empregar nomes de animais, mesmo quando a sua
cultura já estava grandemente desenvolvida, tendo em vista a influência
recebida do totemismo primitivo. Não pretendo condenar o totemismo. As
primitivas religiões Cananéia e hebraica já estavam bem longe da era do
totemismo, se é que passaram por esse estágio evolutivo da raça... Todas as
raças semitas parecem terem começado pelo monoteísmo, a crença numa divindade
única, a quem consideravam como o Criador." (Langdon, Semitie Mythology,
introdução, pág. 18).
Sempre a palavra semita, para designar DEUS, era "EI", e
significa o Poderoso, o DEUS Altíssimo, que Moisés depois transforma no
El-Eli-on, o DEUS Altíssimo.
No primeiro verso de Gênesis ocorre a palavra Eloim no plural, cuja raiz é, sem
dúvida, "EI". O singular de Eloim ocorre poucas vezes, mas isso
devido ao fato de o uso pluralístico ter se tornado comum. Ocorre, sim, na
poesia, a forma singular de Elah. Todos os mais antigos documentos caldeus
apresentam El como o nome da divindade principal. Até nas inscrições muito
posteriores, encontradas no seminário de Ras-Shanra, no norte da Palestina, não
obstante o politeísmo dominante e confuso, se encontra o nome da principal
divindade "EL". O mesmo Dr. Langdon evoca o testemunho de um sábio
fenício, conhecido como o Sanchuniaton que viveu aí pelo ano 1000 a. C., e
confessa que a principal divindade do panteão em Biblos era Elioum, também
chamada Hipsistos ou Altíssimo. Certo que Elioun não é diferente de Eloim ou de
El-Elion.
O Dr. Charles Marston invoca o nome do sábio Peter Le Page Renouf,
tradutor do "Livro dos Mortos" do Egito, quando afirma que no período
histórico primitivo, lá para os idos de 5000 a.C., o nome próprio da principal
divindade era El, e que toda a teologia egípcia, mesmo no meio da sua quase
infinita confusão politeísta, reconhece que só há um DEUS. Chamaria a atenção
do leitor para o fato de Amenotepe IV, lknaton (Herege), no ano 1400 a. C. ter
mudado ou reformado a religião egípcia para o monoteísmo, com o disco solar
como símbolo ou emblema. Vindo para mais perto da nossa era, mencionaríamos o
panteão grego, que, entre seus muitos deuses, continha um que era supremo sobre
todos os demais - Zeus. Os romanos dedicaram o seu melhor culto a Júpiter, que
é uma forma romana de Zeus. Nas ruínas de Baalbeque, na Síria, entre diversos
templos, há um que é o supremo, o Templo de Júpiter. Isto nos leva a ver que,
não obstante os milênios decorridos entre as primeiras civilizações caldaicas e
as modernas grega e romana, a ideia não se perdeu. Os velhos chineses, tão
distantes do mundo oriental médio, onde se desenrolou a sociedade primitiva,
não fogem a esta conclusão. Dizem eles: "Zeus é o eterno, Zeus é a terra,
Zeus é o céu, Zeus é o universo, Zeus é o que está além do universo".
DEUS, diríamos, é tudo, como afirmam os hindus.
O autor está preparando uma obra sobre a Trindade nas religiões
étnicas, onde mostra que, qualquer que seja o estado da religião, o centro dela
é DEUS em três formas ou pessoas.
No Seminário de Serabite, no Monte Sinai - onde, provavelmente, Moisés teria
colaborado, durante o período que esteve em Midiã, no pastoreio do gado do seu
sogro que, por sinal, era também sacerdote com o nome composto de El, Rouel, e
que faria parte do professorado de Serabite - foram encontrados restos de um
culto muito semelhante ao de Levítico, por onde se conclui que Moisés teria até
incorporado ao sistema mosaico muitos dos princípios doutrinados nesse
seminário. Ora, os habitantes do Sinai eram semitas, mesmo vivendo sob o
protetorado do Egito, que usava as minas do Sinai para as suas construções
faraônicas. Houve, pelo menos, regiões em que o politeísmo nunca existiu. Se
traçássemos uma linha desde Ur dos caldeus, passando por Padã-Arã e depois
descendo até o Egito, abrangeríamos todos os povos mais antigos. Pois estes
eram monoteístas na maioria das épocas. O politeísmo é uma corrupção religiosa,
tal como os muitos santos católicos são uma corrupção do cristianismo. O
monoteísmo não é uma concepção semita, como pensam alguns críticos, é um fato
de todos os povos antigos.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
Gênesis - Comentário Adam Clarke
DEUS abençoa Noé e seus filhos, 1. Medo e pavor aos animais através
do medo dos homens, 2. A primeira concessão de alimentação animal, liberação
para comer carne 3. proibição de comer sangue, 4. separação entre animais puros
e impuros, animais proibidos, 5. vida por vida, 6. DEUS estabelece uma aliança
entre ele e Noé e toda criação, 8-11. Dado o arco no céu como sinal e promessa
desta aliança, 12-17. Estão incluídos os três filhos de Noé e todas pessoas da
Terra,
Notas sobre o capítulo 9
Versículo 1. DEUS abençoou Noé
O povoamento da terra continua sendo assunto de DEUS. É pelo seu
poder e sabedoria que o ser humano é formado, e é por sua providência que o
homem é apoiado e preservado.
Versículo 2. O medo dos homens,
Antes da queda, o homem dominava os animais inferiores por amor e
bondade, para então gentileza e docilidade eram suas principais
características. Após a queda, o medo e a ferocidade selvagem, prevaleceram
entre quase todas as ordens da criação; a inimizade para com o homem parece
prevalecer, e antes não tinha DEUS em sua misericórdia impressionado suas
mentes com o medo e terror do homem, de modo que alguns apresentaram vontade de
permanecerem perto dos homens, em suas residências e outros fugiram da presença
dos homens. Será que o cavalo sabe qual sua própria força? Freios, chicotes,
aguilhões o oprime, ele não sabe que com um golpe de sua pata poderia destruir
o seu possuidor tirano? DEUS esconde essas coisas dos animais e impressiona sua
mente com o medo de seu dono, para que seja alegre e submisso. Ele é treinado
para servir sem reclamar. Tigres, lobos, leões e hienas, são inimigos
declarados do homem, alguns incapazes de serem domados ou domesticados, mas
fogem, por causa do princípio de terror, portanto, esse medo é
providencialmente seguro. Assim, por meio do medo o homem rege todos os animais
da terra, todas as aves dos céus, e todos os peixes do mar. Como é sábio e
gracioso esta ordem da providência Divina! E com que gratidão deve ser
considerada por todos os seres humanos!
Versículo 3. Cada coisa deve mover-se de carne
Noé teve a primeira para comer carne, e que tem sido continuado a
todos os seus descendentes desde então. Não é provável que os vegetais tenham
se tornado menos nutritivos do que eram antes. (Talvez o comer carne deveria
trazer uma longevidade menor, pois a partir daí o homem passou a viver menos).
Versículo 4. Mas a carne com sua vida, que é o sangue
Apesar da permissão para se comer carne, o sangue foi solenemente
proibido, porque era a vida do animal, e esta vida era para ser oferecida a
DEUS como expiação pelo pecado. Por isso, o sangue foi sempre considerado
sagrado, porque era o grande instrumento de expiação, e porque é através do
sangue pelo qual entramos no SANTO dos Santos.
1. Antes do dilúvio a carne não era comida, porque o alimento
animal não estava em uso.
2. Após o dilúvio foi proibido o alimentar-se de sangue e o
derramar o sangue de alguém, sendo um dos sete preceitos de Noé, que seriai
exigido na publicação da lei mosaica.
3. Na entrega da lei, e em várias vezes durante o ministério de
Moisés, a proibição era mais solene, e com penas horríveis renovadas. Portanto,
podemos ter certeza de que o sangue não era comido anteriormente à era cristã,
nem mesmo pelos não judeus.
4. Que a proibição foi renovada sob a dispensação cristã, podemos
ver em Atos 15:20,29; 21:25, onde até mesmo os gentios convertidos são cobrados
para abster-se dele na autoridade, não só dos apóstolos, mas do ESPÍRITO SANTO,
que lhes deu esta ordem, dando sentido especial sobre este ponto, ver Atos
15:28; não por medo de fazer tropeçar os judeus convertidos, o brilho de
teólogos, mas porque era um dos pontos necessários, a partir da rígida
obediência (βαπορ) que não poderia ser dispensada.
5. Esta ordem é ainda escrupulosamente obedecida pelos cristãos
orientais, e por toda a Igreja grega, e por que razão ainda subsistem? Nenhum
sangue foi comido sob a lei, porque ela apontou o sangue sendo derramado para
purificação de pecado do mundo, e sob o Evangelho não deve ser comido, porque
ele deve ser considerado como representando o sangue que foi derramado para a
remissão dos nossos pecados por JESUS.
Os comedores de sangue em geral deveriam saber que o sangue
proporciona doenças físicas e morais, Veja Levítico 17:10.
Versículo 5. Certamente seu sangue vai ser exigido, na mão de cada
animal
Isto é muito obscuro, mas se tomado literalmente parece ser um
aviso terrível contra a crueldade da criação, e com isso podemos concluir que
cada caçador, animal feroz, e galo de combate será obrigado a prestar contas a
DEUS por cada criatura que eles têm brutalmente destruído. Em vez de chaiyah,
"besta", as leituras Samaritano {Sam. Yod Kaph} chai ",
vivendo", qualquer "criatura viva ou pessoa;" isto faz um
sentido muito bom, e também proíbe a crueldade seja para homens ou feras.
Versículo 6. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu
sangue derramado
Daí parece que quem mata um homem, a menos que involuntariamente,
como a Escritura expressa, deve perder a sua própria vida.
Um homem é acusado do crime de homicídio; deste crime que ele é
culpado ou não é: se ele é culpado de assassinato, ele deve morrer, se não, que
ele seja punido de acordo com o demérito de seu crime. Tirar a vida de outro é
a maior ofensa que se pode cometer contra o indivíduo e contra a sociedade, e o
maior castigo que um homem pode sofrer por tal crime é a perda de sua própria
vida. Como punição deve ser sempre proporcional aos crimes, então a mais alta
punição devido ao maior crime não deve ser aplicada por um delito menor.
O versículo 13. Eu coloquei o meu arco nas nuvens
Sobre a origem e natureza do arco de DEUS (arco-íris) pode ser
suficiente dizer que o arco de DEUS (arco-íris) é um mero efeito natural de um
causa natural:
1. Ele nunca é visto, a não ser em tempo chuvoso.
2. Nem é visto a menos que o sol brilhe.
3. Ela nunca aparece em qualquer parte do céu, mas somente de
frente para o sol.
4. Ele nunca aparece maior que um semicírculo, mas muitas vezes
muito menos.
5. É sempre duplo, não sendo o que é chamado de superiores e
inferiores, ou primário e secundário do arco de DEUS (arco-íris).
6. Estas curvas apresentam as sete cores prismáticas, vermelho,
laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
7. A totalidade deste fenômeno depende dos raios do sol que cai em
gotas esféricas de água, e sendo na sua passagem através delas, refratada e
refletida.
A formação de arco de DEUS (arco-íris) primário e secundário
depende das duas seguintes proposições:
1. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo,
os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, após uma reflexão e
duas refrações, produzem o principal arco de DEUS (arco-íris).
2. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo,
os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, depois de dois
reflexões e duas refrações, produzir o secundário arco de DEUS (arco-íris).
A ilustração dessas proposições deve ser procurada em tratados
sobre Ótica, assistido por placas. A partir da causa bem conhecida deste
fenômeno, não pode ser racionalmente supor que não havia arco de DEUS
(arco-íris) no céu antes da hora mencionada no texto, para que o arco de DEUS
(arco-íris) é o efeito natural de os raios de sol que caem em gotas de água, e
de seu ser refratada e refletida por eles, deve ter aparecido em diferentes
momentos da criação do sol e da atmosfera. Nem o texto íntimo que o arco foi
agora criado para um sinal para Noé e sua posteridade, mas que o que foi
anteriormente criado, ou melhor, o que era o efeito necessário, em certos
casos, da criação do sol e da atmosfera, deve agora ser considerado por eles
como um sinal infalível de sua preservação contínua das águas de um dilúvio,
por isso o texto fala do que já havia sido feito, e não do que foi agora feito,
kashti nathatti, "Meu arco eu tenho dado, ou colocado na nuvem, "como
se ele dissesse: Tão certo como o arco de DEUS (arco-íris) é um efeito
necessário de sol na chuva, e deve continuar enquantohouver sol e a atmosfera,
tão certamente esta terra seja preservada da destruição pela água; e sua
preservação deve ser um efeito tão necessário de minha promessa como o arco de
DEUS (arco-íris) é o brilho do sol durante uma chuva.
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
LIÇÃO 6 - 8 DE FEVEREIRO
O PACTO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE - Gen. 9:1-8; 18
E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e
multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre
todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a
terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo quanto se
move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a
erva verde. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo
o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada
um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o
seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem. Mas
vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e
multiplicai-vos nela. E falou DEUS a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:
18. E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, Cão e Jafé;
e Cão é o pai de Canaã.
RESUMO DA LIÇÃO
I — A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.
II — O sinal do concerto — 9:12-13.
III —- A memória do Senhor — 9:14-16.
IV — Os descendentes de Noé — 9:18.
I - A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.
DEUS é coerente nas suas ações; às vezes nos escapa um pequeno
detalhe na revelação escrita, mas os detalhes existem e são seguros. DEUS
abençoa sempre ao fazer um pacto. A bênção, na sua acepção real, comunica algum
benefício àquele que a recebe e, pois, isso, só o maior pode abençoar o menor.
(Hebr. 7). A primeira coisa que está no coração de DEUS para dar ao homem é a
sua bênção. Adão foi abençoado
no dia em que fora criado (Gên. 5:2). Abraão quando partiu, por
ordem de DEUS (Gên. 12:4), já levava a Sua bênção (Gen 12:2-3). DEUS, porém,
espera dos seus servos fiéis, não só que sejam abençoados mas que eles por sua
vez sejam também uma bênção para o mundo. Assim disse Ele a Abraão: Sê tu uma
bênção (12:2).
De posse da bênção, o homem tem de se esforçar por cumprir o
concerto de DEUS. A' primeira vista parece que o concerto de que trata esta
lição foi unilateral, quer dizer, que só DEUS assumiu responsabilidade (de não
mais destruir a terra pela água) mas, na verdade, a obrigação do homem era
séria: cuidar a terra. DEUS não revogou o mandamento dado a Adão, no sentido de
sujeitar a terra, e isso nós vemos logo em Gen. 12:1. Noé não esperou que o
Senhor planta-se, mas ele mesmo tomou essa iniciativa, pois compreendia o seu
dever neste sentido.
Com a bênção de DEUS pode haver multiplicação, (v. 1) porém, sem
ela, a figueira seca e cai. (Mar. 11:20-21). A palavra do Senhor foi firme:
"Não haverá mais dilúvio para destruir a terra 1 E nunca mais houve até os
nossos dias. A terra será destruída, sim, mas não mais desta fôrma.
II - O sinal do concerto — 9:12-13.
O homem na fé, na obediência e sinceridade, tem dentro de si forca
capaz de mover o coração de DEUS em seu favor. Noé era, realmente um homem de
fé. Logo após o dilúvio (8:20-21) ele levantou um altar e ofereceu holocaustos
ao Senhor. DEUS se moveu e, como um pai que se alegra na boa obra dum filho,
fez-lhe logo uma promessa. Ha uma ligação entre o altar de Noé e o arco do
Senhor. O altar significa sacrifício e o arco o sinal da bênção. Na obra de
CRISTO o altar (a cruz) fez descer a bênção (a ressurreição) e os sinais que
seguem os crentes. (Mar. 16:9-20). Um versículo que merece referência e que
está bem ligado ao nosso assunto e: 8:22, onde diz: Enquanto durar a terra, não
deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e
noite. No verso anterior (21) parece que DEUS fez um pacto de nunca mais
destruir a terra, mas, na realidade, se tratava da destruição 'da face" da
terra como aconteceu no dilúvio. As palavras "enquanto durar a terra
mostram que ela já tinha então desde aqueles dias a sentença de ser
exterminada. (Comp. Isa. 54:9), mas não, será pela água. Até
lá, haverá sementeira etc.
III - A memória do Senhor — 9:14-16.
O Senhor tem memória e não precisaria por si mesmo, de qualquer
sinal para se fazer lembrar, como o homem que usa um lembrete qualquer. Não nos
esqueçamos, pois, que há símbolos e segredos maravilhosos na Palavra do Senhor.
DEUS, muitas vezes, olha para nós, vê a nossa imperfeição, porém, não nos
destrói por se lembrar do seu Filho. A harmonia das cores do arco Iris e a sua
plenitude de beleza são um tipo da graça perfeita de CRISTO na lembrança de
DEUS, eternamente. Há ainda outra analogia entre o arco e CRISTO: e que ambos
são luz. As sete cores do arco se resumem no branco e branco significa
"presença de luz" ou melhor "luz não decomposta/'
Crentes, a nossa vitória está nisto: que DEUS vê CRISTO no altar,
lembra-se dele e não nos destrói.
IV - Os descendentes de Noé — 9:18.
Na descendência de Noé já estava novamente a duplicidade do caminho
dos homens. Entre os filhos de Noé estava Cam, que faltou com o devido respeito
ao seu pai, o qual o amaldiçoou. Essa maldição o seguiu, pois os povos que dele
saíram foram depressa arruinados. Grandes impérios como Assíria e Egito, e
sobre este diz Ezequiel 29:15. "Mais baixo se fará do que os outros
reinos. Porém, na descendência de Noé estava também um de cura linhagem seria o
CRISTO: era Sem. Este filho recebeu toda a bênção de seu Pai (9:26-27), pois a
ele estariam sujeitos seus dois irmãos. Mais tarde, Sem gerou Arfaxão de quem
veio Abraão em cuja descendência seriam benditas todas as nações da terra.
Quando um homem traz consigo a bênção de DEUS (como Noé), a sua própria bênção
tem valor e se estende. É DEUS quem honra os seus servos. (João 12:26).
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
RECOMEÇO, CONFUSÃO E DISPERSÃO
TEXTO ÁUREO - "O Senhor fez notória a sua salvação; manifestou
a sua justiça perante os olhos das nações" (Sl 98.2).
VERDADE PRÁTICA - Só a soberania divina é capaz de intervir na vida
dos homens, neste mundo sob o domínio do Diabo.
ÉPOCA DO EVENTO: Desconhecida
LOCAL: Terra de Sinear.
I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ
II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO
III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
OBJETIVOS
Entender que se há fragilidade na aliança feita entre DEUS e o
homem, é pela parte humana e não divina.
Compreender que todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos
três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé.
Concordar que se DEUS não tivesse intervindo em Babel, seu plano de
ocupação plena da Terra não teria se concretizado.
Empenhar-se, para que a vontade de DEUS seja sempre notória em suas
vidas, a qualquer custo.
SUGESTÕES PRÁTICAS
1. Informe aos alunos que DEUS, em sua infinita misericórdia,
realizou, imediatamente após a saída de Noé da Arca, urna aliança, através da
qual jamais destruiria a Terra pelas águas de um dilúvio. A palavra divina
permanece de pé, mas o homem nada fez para merecê-la. Por isso, o Senhor já
sentenciou um castigo superior aquele.
2. Esclareça-lhes que as características de cada raça foram estabelecidas pela
própria Natureza, mediante a vontade divina. Por isso, a cor escura dos
camitas, nada tem a ver com a maldição de Noé sobre Cão, pois é uma
consequência de um componente químico, chamado melanina, fornecido pelo Sol,
naquele continente.
3. Diga-lhes que a destruição de Babel e a confusão das línguas foi um mal
necessário, pois o desejo dos descendentes de Noé era o de construir urna
torre, para que se estabelecesse como urna unidade universal e um ponto de referência
da idolatria. Por isso, DEUS, sabiamente, a desfez e os obrigou a se
dispersarem pelos continentes.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, abordaremos os assuntos principais de três capítulos
de Genesis (9,10 e 11), os quais formam urna só história. No nono, ternos o
recomeço da raça humana, através de Noé e sua descendência, firmado numa nova
aliança depois do Dilúvio. Ainda neste capítulo, constatamos a fragilidade do
pacto por parte do homem, com bênçãos e maldiçoes sobre os filhos de Noé. No
décimo, as gerações de Sem, Cão e Jafé se multiplicam sobre a Terra, mas se
degeneraram moral e espiritualmente. Por isso, os homens perderam o temor de
DEUS e formaram urna unidade egoísta e humanista que desafiava o Criador. No décimo
primeiro, intentaram construir urna torre, chamada Babel, mas o Senhor a
rejeitou.
I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ
1- Aspectos gerais desta aliança. Nos primeiros onze versículos, do
capítulo 9 de Genesis; podemos perceber a natureza da aliança que DEUS fez com
Noé. Primeiro, o Senhor abençoaria sua descendência, porque Ele tinha um novo
plano de vida para o recomeço da existência humana sobre a Terra. O
Todo-poderoso sempre está conosco em nossos propósitos.
Tudo deveria ser renovado, visto que a geração que pereceu no
Dilúvio havia desviado seu culto para os deuses mortos, rejeitando o Criador.
Agora, o Senhor espera que Noé e seus filhos restituam o culto ao único DEUS
verdadeiro. Por isso, fez urna outra aliança com o homem, para começar urna
nova raça e história.
2. O sinal divino da aliança feita com Noé (Gn 9.12-19). Que sinal é este que
DEUS estabeleceu, para ser identificado pelo homem? O versículo 13 diz: "O
meu arco tenho posto entre mim e vós". Seria urna forma especial de o
Senhor lembrar ao homem o seu acordo. Por isso, teria de ser externo e visível
a todos, para mostrar o penhor da palavra divina com o ser humano, de que
jamais destruiria o mundo com água.
3. A fragilidade da aliança (Gn 9.20-29). A imperfeição não está na
aliança, mas no homem que devia exercer a autoridade proveniente dela. Todos
nós sabemos que um pacto é um compromisso baseado em certas condições, e sempre
há um penhor relacionado com ele. O sinal da aliança com Noé foi o arco
celeste, o qual deveria ser observado. Do mesmo modo, existem, na experiência
cristã, sinais de compromissos assumidos, tais como o pão e o vinho, da Ceia do
Senhor; o batismo por imersão e outros.
No caso da aliança de DEUS com Noé, foi este patriarca quem a fragilizou.
Depois que saiu da Arca, ele plantou urna vinha, e deixou-se dominar por um
momento de fraqueza, ao embebedar-se com o vinho que ele próprio produziu. Ao
perder o próprio domínio, por causa do abuso do álcool, o justo e íntegro Noé
perdeu o respeito de um dos filhos, o qual foi amaldiçoado, ao ver a nudez do
pai alcoolizado.
4. O futuro das raças humanas depois da Aliança (Gn 9.25-27). Estes versículos
apresentam profecias que indicam o futuro dos descendentes de Noé, seus filhos
Sem, Cão e Jafé. De fato, são profecias que se cumprem com exatidão histórica,
através da existência da humanidade. As ra9as humanas se espalharam pelo
Planeta, através destas três ramificações. 11. A FORMA<;ÁO DAS
II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO
1. A formação das raças, sob quatro pontos de vista. Para facilitar
urna compreensão mais ampla, sem maiores comentários, percebemos que o capítulo
10 apresenta para cada relação de nomes dos descendentes de Sem, Cão e Jafé,
urna classificação sob quatro pontos de vista:
Etnológico - "segundo suas famílias"; Glotológico -
"segundo suas línguas"; Geográfico '"segundo suas terras";
Político - "segundo suas nações ".
A grande preocupação do autor de Genesis, não foi a de entrar nas minúcias
históricas das famílias, mas estabelecer e provar a unidade da raça humana, e
dela destacar o povo eleito de Israel, descendente de Sem. Os arqueólogos tem
identificado, pelo estudo dos nomes apresentados neste capítulo, as nações que
se formaram e povoaram a Terra.
2. A ordem, segundo a descendência de Sem, Cão e Jafé. Pela ordem, como aparece
na Bíblia, o texto de Genesis 10.2-5 começa com a descendência de Jafé: (1)
Gômer e seus filhos, Asquenaz, Rifá e Togarrna 2) Magogue; (3) Madai; 40 Javã e
seus filhos Elisá, Társis, Qµitim e Dodanirn; (5) . Tubal; (6) Meseque (7) Tiras.
Em seguida, os descendentes de Cão (Gn 10.1-21): (1) Cusi e seus filhos Seba,
Havilá e Sabtá, Raarná ( e seus filhos Sebá e Dedã), Sabtecá e Ninrode; (2)
Mizrairn e seus filhos Ludirn, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim, Casluim e
seus filhos (filisteus); Caftorim; (3) Pute; ( 4) Canaã e seus filhos Sidom,
Hete, Jebuseus, Amorreus, Girgaseus, Heveus, Arqueus, Sineus, Arvadeus,
Zemareus e Hamateus. Depois, os sucessores de Sem (Gn 10.21-31: (1) Elão; (2)
Assur; (3) Arfaxade e seus filhos Salá, Eber, Pelegue (e seu filho Joctã, que
teve 13 filhos), Reú, Serugue, Naor, Tera e seus filhos Abrão, Naor e Arã; (4)
Lude; (5) Arã e seus filhos Uz, Hul, Geter e Más.
III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
1- Ameaça a unidade da raça humana (Gn 11.1,2). Noé e seus filhos,
ao saírem da Arca, deixaram as montanhas do Ararate, na atual Armênia, e foram
para as partes baixas e férteis que ficam entre o Tigre e Eufrates, a 320 km do
mar, onde desembocam estes rios. Foi nesta terra que se iniciou urna nova
civilização pós-diluviana. Possivelmente, neste lugar, os homens de então
desenvolveram suas habilidades em artes e tecnologias próprias, capazes de
planejarem a construção de cidades e um prédio de muitos andares, como Babel.
Mas o destaque destes primeiros versículos, é que os descendentes de Noé se
multiplicaram e todos falavam urna mesma língua. Havia urna certa unidade de
pensamento e de entendimento, que se manifestava de modo natural, porque era um
só povo. Mesmo havendo o reinício da humanidade, o estigma do pecado, herdado
de Adão e Eva (Rm 5.12), estava em cada pessoa daquela geração pós-diluviana.
2. Orgulho e autossuficiência (Gn 11.3;4). Por estes mesmos pecados, Lúcifer
foi expulso da presença de DEUS (Is 14.12-15). Ele não deixou por menos esta
geração pós-diluviana, ao inspirar o sentimento de orgulho e autossuficiência.
Dominados por este sentimento, e unidos pela comunicação, através de urna só
língua, imaginaram fortalecer o poder humano, construindo urna cidade grande e
urna torre que tocasse os céus. Esta intenção revelava, também; a insegurança
deixada pelo Dilúvio. Facilmente, esqueceram da aliança que DEUS havia feito
com Noé.
3. Confusão e dispersão (Gn 11.5-9). No versículo 5, DEUS resolveu
"descer", quando os homens construíam a cidade e a torre. A expressão
"então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre" é urna linguagem
especial, para indicar o Todo-poderoso que se move, preocupa-se com suas
criaturas e as obras que elas realizam.
No versículo 6, DEUS diz: "O povo é um e tem a mesma linguagem". Esta
declara<;ao divina não significa que a unidade seja urna coisa má. Entretanto,
em relação aquele povo, ela tinha um fim negativo, pois visava confrontar a
autoridade divina e estabelecer a autossuficiência humana.
No versículo 7, o Senhor reforça o papel divino, com urna forma
plural do pronome pessoal, quando diz: "Vinde, desramas e confundamos sua
linguagem". Podemos perceber que a Trindade "desceu'" para fazer
aquele trabalho especial. Possivelmente, os anjos de DEUS fizeram parte da
comitiva divina.
Na infinita sabedoria e presciência de DEUS, todo aquele episódio
obedeceu a um plano especial e milagroso. Foi o resultado dá intervenção
divina. que conduziu aquele povo a fazer o que mais temia, ou seja,
"espalhar-se pela terra". Se a mesma língua era suficiente para
mantê-los unidos, DEUS produziu na mente deles a confusão da linguagem que
tinham e entendiam e os dispersou para todos os lados, e cada grupo,
isoladamente, desenvolveu um idioma, pelo qual pudesse se entender e comunicar-se.
CONCLUSÃO
Esta lição nos ensina três preciosas lições: A primeira, no
capítulo 9, vemos a possibilidade do recomeço. Depois que Noé e seus filhos,
bem como os animais salvos do Dilúvio, saíram da Arca, puderam recomeçar a
vida. DEUS concedeu urna nova autoridade ao homem, para governar a Terra no
temor do Senhor. A segunda, no capítulo 10, com as genealogias dos filhos de
Noé, o objetivo principal foi o de situar a raça semita (os descendentes de
Sem), da qual surgiu Israel. Através desta nação DEUS seria representado entre
todos os povos, e dela nasceria Aquele que salvaria a humanidade da condenação
eterna. A terceira, no capítulo 11, ternos a demonstração da soberania divina
intervindo na vida humana, para salvá-la.
ENSINAMENTOS PRÁTICOS
1- DEUS sempre desejou, após revelar algo ao homem, fazer um pacto,
a fim de confirmar a sua palavra a respeito do que prometeu. por esta razão
quando Noé saiu da arca e ofereceu ao Senhor um sacrifício em ação de graças
pela vitória alcançada, Jeová falou-lhe e garantiu-lhe que jamais destruiria a
humanidade, através de um dilúvio.
2- DEUS não destruiu a torre de Babel, por recear que o homem
pudesse elevá-la até os céus pois isto era impossível. Esta atitude do Criador,
entretanto, foi por causa da desobediência dos descendentes de Noé, pois o
Senhor lhes falara que crescessem, multiplicassem e enchessem a Terra.
3- Todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem,
Cão e Jafé. Após a destruição de Babel, os pós-diluvianos espalharam-se,
imediatamente, por toda a parte. Daí, a origem das civilizações indígenas, as
quais já se encontravam nas Américas, quando os europeus as descobriram.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
O Concerto de DEUS com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29,
abençoou DEUS a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de
povoar a terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da
terra. Além de vegetais para comer, agora recebem a permissão de comer carne,
com certa limitação. Eles não têm permissão de participar de carne na qual
fique sangue (4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não
tinha de ser tratado de modo leviano. DEUS fez o homem conforme a sua imagem
(6) e, por isso, tinha uma condição especial.
Tendo esclarecido o papel inigualável do homem sobre a terra, DEUS passa a dar
mais destaque à sua relação especial com o homem estabelecendo um concerto (9)
com Noé e seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na misericórdia e
não na punição — misericórdia estendida a todas as criaturas. O fato de um
arco... na nuvem (13) ser o sinal peculiar deste concerto não significa que
antes não houvesse arco de DEUS (arco-íris). Sua estreita associação com a
chuva parece ter sido seu valor primário como sinal do concerto de DEUS de que
um dilúvio universal não aconteceria novamente. A questão é tão importante que
é reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17.
As nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão
implícitas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do
homem contra DEUS, sua imaginação e propensão ao mal. DEUS não tolera o pecado
além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o
homem, mas não sem dor para DEUS (6.6). DEUS deu o primeiro passo na preparação
do julgamento provendo a subsistência dos que vivem obedientemente na sua
presença. Os outros foram julgados porque excluíram DEUS de suas vidas. As
experiências de Noé descrevem DEUS como Senhor completo de todas as forças
naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou
salvação. A preocupação de DEUS no meio do julgamento é salientada na
declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais
perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos
de DEUS. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em
relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente
promessas de misericórdias futuras. A relação de DEUS com o homem não estava
na natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas
caracterizados por capricho e pirraça. Ele é o DEUS- Criador que exige retidão
e pune a corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais.
2. Desintegração Espiritual (9.18—11.26)
A despeito das lições do dilúvio, os homens não foram totalmente verdadeiros a
DEUS.
a) Leviandade na família de Noé (9.18-29). Noé era lavrador da terra, como
Caim. Cuidar de plantas se tornou sua grande paixão e entre elas estava a
videira. Esta é a primeira vez que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é
significativo que esteja ligada com uma situação de desgraça.
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causa no
suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano. Isto
não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo os sentidos,
Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos
semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual
(cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30).
Um dos filhos de Noé, Cam (22), entrou na tenda. Vendo o pai, ele não o ajudou,
mas irreverentemente desdenhou a seus irmãos a condição de Noé. Os outros dois
filhos imediatamente cobriram a nudez do seu pai (23), entrando na tenda discretamente,
de costas.
Recuperando os sentidos, Noé ficou sabendo do que aconteceu e falou com seus filhos.
Ele deixou Cam sem bênção e concentrou sua reprimenda em Canaã, cujos descendentes
historicamente se tornaram um povo marcado por moralidades sórdidas e principal
fonte de corrupção para os israelitas. A adoração Cananéia de Baal desceu às
mais baixas profundezas da degradação moral. Embora os cananeus obtivessem
certo poder, como os fenícios, pelo tráfico marítimo no Mediterrâneo, eles
nunca conseguiram se tornar grande nação. Quase sempre foram dominados por
outros povos.
A bênção colocada em Sem (26) tem forte tônica religiosa, e esta
linhagem dos descendentes de Noé teve papel importante na transmissão da
mensagem de redenção para o mundo. A mais proeminente destas nações foi Israel,
a quem foi dada a revelação de DEUS preservada na Bíblia. Particularmente no
tempo de Davi e Salomão, Israel regeu sobre os cananeus, usando-os na
construção do primeiro templo em Jerusalém.
A benção dada a Jafé (27) envolvia um jogo de palavras, pois o nome
significa “que aumenta”. A linhagem de Jafé se multiplicou e desempenhou um
papel superior como portadores de poder político por meio dos persas, gregos e
romanos. Evangelizado por Paulo e outros, de todos os povos este foi o mais
receptivo ao cristianismo e, assim, veio a habitar nas tendas de Sem (27).
Fatos poucos significativos ocorreram nos últimos dias de Noé. Como aqueles que
o antecederam, ele morreu (29).
b) A Propagação dos descendentes de Noé (10.1-32). Temos aqui o mesmo
procedimento em dar genealogias como no capítulo 5, onde os filhos de Caim são
meramente alistados para que a atenção seja concentrada em Sete. As linhagens
de Jafé e Cam são contadas brevemente e depois postas de lado. O versículo 5
afirma claramente que esta lista está baseada não só em divisões familiares,
mas em distinções nacionalistas e linguísticas. Embora os nomes remontem a
indivíduos, as genealogias se relacionam primariamente com as nações que
descendem de Jafé. Eles ocupavam as regiões do norte, estendendo-se pela
Turquia, as ilhas do mar Mediterrâneo e no sul da Europa. As línguas destes
povos eram principalmente indo-europeias.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis
- George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
9:1-7. Os novos decretos.
Embora haja aqui ecos do encargo dado a Adão (1,7), o pecado obscureceu o
cenário. A imagem de DEUS permanece (6) e o homem continua sendo o vice-rei do
céu, mas seu regime será em grande medida um
regime de medo (2), os outros seres, seus companheiros de criação, agora lhe
servem de alimento (3), e a violência se propagará na terra (5,6).
3,4. A permissão para alimentar-se de carne pode ter sido uma inovação, ou não.
Talvez antes fosse implícita (ver coment. de 1:29,30), passando a ser explícita
somente agora, mas talvez seja mais natural inferir com RSV e AA que esta foi
uma nova concessão ao homem. O que lei sobre o sangue, de longo alcance
teológico. De imediato limitou os direitos do homem sobre as criaturas de DEUS,
visto que sua vida (4) a Ele pertence. A lei mosaica reafirmou isto
repetidamente (ex., Lv 3:17; Dt 12:15,16). Serviu também para capacitar os
homens a valorizarem o uso de sangue no sacrifício. Pertencendo a DEUS, podia
ser visto como Sua dádiva expiatória aos pecadores não como oferta destes a Ele
(Lv 17:11).
5,6. Toma-se agora mais amplamente o tema da santidade do sangue, e se torna
memorável graças à forma rítmica do v. 6, preservada em AV, RV: “Whoso sheddeth
man’s blood...” (AA: “Se alguém derramar o sangue do homem ...”).
Algo mais do que retribuição se tem em mente aqui. A execução de um animal que
mata homens não se deve explicar nesses termos, embora a de uma pessoa
assassina o possa. A pista está no v. 6: o propósito é didático, como no caso
do v. 4. Se toda vida pertence a DEUS, a vida humana pertence-lhe supremamente.
Ambas estas lições mantêm sua força, embora (como argumentei noutra obra) 19 o
meio de ensiná-las possa mudar. Não se pode transferir simplesmente o versículo
para o código civil, a menos que se esteja preparado para incluir os versículos
4 e 5 nessa transferência. A pena capital tem de ser defendida sobre bases mais
amplas.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 9, Bênção e Maldição na Família de Noé
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES
PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 9.20-29
20 - E começou Noé a ser lavrador da terra e plantou uma vinha. 21 - E bebeu do
vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. 22 - E viu Cam, o
pai de Canaã, a nudez de seu pai e fê-lo saber a ambos seus irmãos, fora. 23 -
Então, tomaram Sem e Jafé uma capa, puseram-na sobre ambos os seus ombros e,
indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai; e os seus rostos eram
virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. 24 - E despertou Noé do
seu vinho e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25 - E disse: Maldito seja
Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. 26 - E disse: Bendito seja o
SENHOR, DEUS de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 27 - Alargue DEUS a Jafé, e
habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 28 - E viveu Noé, depois
do dilúvio, trezentos e cinquenta anos. 29 - E foram todos os dias de Noé
novecentos e cinquenta anos, e morreu.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos o triste episódio da embriaguez de Noé e a trágica
consequências de seu ato para a sua família. Este é o primeiro relato bíblico
com relação ao uso exagerado do vinho. Com ele aprendemos que o crente precisa
estar sóbrio. DEUS advertiu inúmeras vezes o seu povo quanto ao uso do vinho
após instituir a lei. Os sacerdotes não podiam beber vinho antes de se
apresentarem ao Senhor: "Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo
não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais;
estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações" (Lv 10.9). Eles
deveriam ser santos, diante de DEUS e das pessoas. Hoje, somos a geração santa,
sacerdotes do Senhor em JESUS CRISTO (1 Pe 2.9), e como tal devemos nos manter
sóbrios, evitado o uso de bebidas alcoólicas.
PONTO CENTRAL
A atitude desrespeitosa de Cam para com o seu pai, Noé, resultou em
maldição e a atitude reverente de Sem e Jafé para com o pai resultou em
bênçãos.
I - A VINHA DE NOÉ
1. A destemperança do patriarca.
2. A irreverência de Cam.
3. O respeitoso gesto de Sem e Jafé.
II - O JUÍZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM
1. A maldição de Canaã.
2. A benção de Sem e Jafé.
III - CUMPRE-SE A MALDIÇÃO DE CANAÃ
1. Canaã perde a sua herança.
2. A bênção de Sem na pessoa de Israel.
3. Jafé participa da bênção de Sem.
SÍNTESE DO TÓPICO I - Noé plantou uma vinha, fez vinho e acabou por
se embriagar.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Passada a embriaguez, Noé toma conhecimento
do feito perverso de seu filho Cam e pronúncia uma palavra de juízo sobre ele.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Canaã perde a sua herança dando cumprimento
a maldição de Canaã.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1
"Noé passou a ser um lavrador da terra, como fora Caim. Cuidar de plantas
se tornou sua grande paixão e plantou uma videira. Esta é a primeira vez que a
produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja ligada a
uma situação de desgraça (Obs. Minha - Ev. Henrique - é muito provável que
antes do dilúvio já se plantasse e colhesse e se fermentasse uvas para tornar
seu suco alcoólico - JESUS disse que no tempo de Noé comiam e bebiam...) .
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causava
no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano (Obs.
Minha - Ev. Henrique - O açúcar misturado ao suco de uvas, vinho, o faz
fermentar, possivelmente Noé comeu mel e bebeu suco de uva em excesso). Isto
não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo a compostura
devido à embriaguez, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada
pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com
a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30)" (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).
CONHEÇA MAIS
O pecado de Cam
O pecado é muito debatido, pois a frase "viu a nudez de"
é usada em relações sexuais ilícitas (cf. Lv 18). Aqui o texto sugere que o
pecado de Cam foi o de ridicularizar o pai a quem deveria honrar (cf. Êx 20.12).
A falha de Noé de Cam nos adverte que, embora vivamos num lar aparentemente
perfeito, a raiz do pecado está plantada profundamente em cada pessoa
individualmente. A causa de nossos fracassos está em nós mesmos."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30 -
(Obs. Minha - Ev. Henrique - Creio que Cam fez um comentário sobre os órgãos
genitais de seu pai, seria o sentido mais claro aqui)
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Em que consistiu o pecado de Cam?
Ao invés de calar-se e, discretamente, resguardar a honra do pai, saiu a
depreciar-lhe a imagem (Gn 9.22).
Em quem recaiu a maldição de Cam?
O patriarca castiga indiretamente a Cam, lançando sobre o filho mais novo deste
uma pesada maldição.
Como Sem e Jafé foram abençoados?
Ao galardoar a atitude respeitosa e reverente de Sem e Jafé, o patriarca
concede-lhes uma benção eterna: "Bendito seja o Senhor, DEUS de Sem; e
seja-lhe Canaã por servo. Alargue DEUS a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e
seja-lhe Canaã por servo" (Gn 9.26,27).
Como Canaã foi castigado?
Eles seriam punidos com a perda de suas terras aos filhos de Abraão, o mais
notável descendente de Sem, depois de JESUS CRISTO.
De que forma devemos agir ante os pecados alheios?
Não entreguemos o faltoso à injúria. Se agirmos com amor, poderemos recuperá-lo
plenamente (Tg 5.20). Doutra forma, perderemos almas mui preciosas aos olhos de
DEUS. Lembremo-nos da recomendação de nosso Senhor (Mt 18.15-18).
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 40.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos
que buscam expandir certos assuntos.
SUGESTÃO DE LEITURA
Pequena Enciclopédia Bíblica, Tempos do Antigo Testamento e
Arqueologia Bíblica
Comentários de diversos autores com algumas modificações do Ev.
Luiz Henrique
Observações do Ev. Luiz Henrique
CURIOSIDADES -
Levítico 18.6-19 (Isso é depois da lei - a terra só poderia ser
povoada se parentes se casassem entre si). Nenhum homem se chegará a qualquer
parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor. Não
descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe: ela é tua mãe; não descobrirás a
sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai. A
nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou
fora de casa, a sua nudez não descobrirás. A nudez da filha do teu filho, ou da
filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás; porque é tua nudez. A nudez da
filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), a sua nudez não
descobrirás. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu
pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe.
A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela
é tua tia. A nudez de tua nora não descobrirás: ela é mulher de teu filho; não
descobrirás a sua nudez. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a
nudez de teu irmão. A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não
tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua
nudez; parentas são; maldade é. E não tomarás uma mulher juntamente com sua
irmã, para fazê-la sua rival, descobrindo a sua nudez diante dela em sua vida.
E não chegarás à mulher durante a separação da sua imundícia, para descobrir a
sua nudez,
Estas ordens de DEUS estão na Lei dada a Moisés, não valiam ainda
no tempo de Noé, mas o respeito aos pais, com certeza já era exigido.
Veja que é proibido sexo durante a menstruação.
RESGUARDO - Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e der à
luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua
enfermidade, será imunda.
E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. Depois
ficará ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa
tocará e não entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua
purificação.
Mas, se der à luz uma menina será imunda duas semanas, como na sua separação;
depois ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação. Levítico
12:2-5
--- Resguardo quando nasce menino - 40 dias --- Resguardo quando
nasce menina- 80 dias - SABIAM DISSO?
E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. Gênesis
9:20
Se plantou, não existia neste local, é claro. Parece que o Noé se
lembrou de que faltava vinho (suco de uva), parte constante na alimentação em
seus dias (Pão do trigo, leite, mel, azeite, suco integral da uva). Beber suco
de uva em excesso embriaga, experimente, ou melhor, não experimente!
Se passaram meses e talvez um ano e Noé agora espera pelo fruto da
videira. Por que se embebedou? Falta de controle ou distração?
É evidente que já havia vinho antes do dilúvio e que as pessoas se
embriagavam antes do dilúvio, Noé sabia disto e presenciou muito desta bebedeira
antes do Dilúvio. Como podemos provar isso? Simples, JESUS nos dá a certeza
disso:
Mateus 24.37 E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda
do Filho do Homem. 38 Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio,
comiam, bebiam (grifo nosso), casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em
que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os
levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
O contexto aqui é escatológico e JESUS está falando de juízo sobre
o pecado. DEUS não destruiria toda a raça humana apenas porque estavam
ocupados, mas destruiria por causa da multiplicação do pecado na área social
(glutonaria e embriagues - comiam e bebiam) e na área sexual (desconsiderando
totalmente o casamento como instituição divina - casavam e davam-se em
casamento),
Por que Noé plantou uma vinha? Poderia ter plantado muitas outras plantas, mas
a que faltava em sua alimentação básica era o suco de uva integral (vinho).
Não nos esqueçamos também de que a região onde Noé plantou uvas é
excelente para produzir uvas mesmo em nossos dias, imagine naqueles dias em que
a terra tinha condições climáticas favoráveis, pois a Terra estava pronta para
produzir. Não levou tanto tempo assim para Noé plantar e colher aquilo que
desejava, não é? Cerca talvez de um ano até 2 anos (devido às condições
climáticas e de terreno de sua época).
Creio que na lei da consciência de Noé embebedar-se era pecado e ficar nu no
meio da família também. DEUS disse para ele que sua geração ia ser destruída
exatamente por motivos como esses. Então, como Noé era um homem de DEUS, não
cremos que o tenha feito propositalmente.
É possível que Noé tenha se aproveitado de mudas ou que estavam na arca ou que
estavam na Terra, mas precisavam ser cultivadas.
Gn 6.21 E leva consigo de toda a comida que se come e ajunta-a para ti; e te
será para mantimento, a ti e a eles.
A questão não é condenar Noé. Creio que condená-lo ou absolvê-lo
cabe a DEUS, mas enxergar seu erro, por falta de vigilância, e não repeti-lo
cabe a nós. Conheço homens que foram bênçãos nas mãos de DEUS e que hoje vivem
na embriaguez (esta é uma aplicação necessária na aula para que nossos alunos
não venham um dia cair nesta tão nefasta armadilha de Satanás).
Tem muito crente na igreja evangélica hoje bebendo bebida
alcoólica. Pensam que DEUS não vê. Tem muito crente plantando sua vinha.
Portanto cuidado com o vinho ou outra bebida alcoólica qualquer -
No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Provérbios 23:32
Parece que Noé foi tomando suco de uva e não percebeu que estava
ficando bêbado (talvez comemorando, alegre por ter conseguido uma boa colheita
em sua primeira vinha plantada por ele mesmo).
Coloquei o irmão Noé no banco de réu, acusei-o, fiz de tudo para
condená-lo, como a maioria dos crentes faz, mas na hora que pensei que tinha
ganho a causa, na hora que vi meu irmão humilhado, condenado, mal falado,
amei-o mesmo assim e apelei para que aparecesse pelo menos um que o defendesse.
Achei, por fim uma testemunha que é incapaz de mentir e de se corromper. Achei
DEUS. Ezequiel: 14. 14. ainda que estivessem no meio dela estes três homens,
Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a sua própria vida,
diz o Senhor DEUS. - Ezequiel: 14. 20. ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no
meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles não livrariam nem filho nem filha,
tão somente livrariam as suas próprias vidas pela sua justiça. - E não perdoou
ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao
trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro 2:5
Não, Noé não premeditou embriagar-se. Noé é um homem de DEUS. Sua
geração se corrompeu, banalizaram o casamento, eram glutões e bêbados, mas ele,
Noé, não se deixou levar por sua pervertida geração.
E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa,
o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro
2:5 - Noé é pregoeiro da justiça.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE - A MALDIÇÃO DE NOÉ FOI SÓ SOBRE O FILHO MAIS
NOVO DE CAM - CANAÃ - OS OUTROS FILHOS CONSTRUÍRAM GRANDES NAÇÕES COMO O EGITO
E A ETIÓPIA.
As maldições e consequências são devido à falta de reverência e de
respeito de Cam para com seu pai.
Na terra de Canaã também houve prosperidade até Israel a atacar
cumprindo a maldição de Noé sobre eles. Havia frutos muito bons e cidades
fortificadas. Os descendentes de Canaã não eram povos fracos ou miseráveis não!
Veja o relatório dos espiãs:
Números 13
27 E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e
verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. 28 O povo, porém, que
habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui grandes; e ali
vimos os filhos de Enaque.
Temos vários exemplos de homens de DEUS que amaldiçoaram pessoas no
Antigo Testamento e DEUS cumpriu suas maldições.
Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos
saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo! E,
virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do Senhor; então duas
ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos. 2 Reis
2:23,24
E respondeu Elias: Se eu sou homem de DEUS, desça fogo do céu, e te consuma a
ti e aos teus cinquenta. Então o fogo de DEUS desceu do céu, e o consumiu a ele
e aos seus cinquenta. 2 Reis 1:12
Na aliança existiam muitas maldições para quem as quebrasse. veja Deuteronômio
28 - Ainda bem que JESUS as levou todas - veja Gl 3.13
É importante saber que quem amaldiçoou Canaã foi Noé e não DEUS,
mas DEUS manteve e honrou a maldição de Noé sobre ele.
Se fosse a maldição de DEUS, seria para todos os filhos de Noé.
Está tão clara que a maldição foi por parte de Noé que foi só sobre o filho
mais novo de Cam (Canaã).
Vejam Êx 20.5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu,
o Senhor teu DEUS, sou DEUS zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos
filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
Assim que DEUS amaldiçoa toda uma família - a terra abriu a sua
boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que
pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. Números 16:32
Se fosse a maldição dada por DEUS, seria para todos os filhos de
Cam. Quem amaldiçoou foi Noé e somente seu neto Canaã, os outros filhos mais
velhos de Noé, não. Quem foi amaldiçoado foi só Canaã e seus descendentes, os
outros filhos mais velhos construíram grandes civilizações como a Etiópia e o
Egito.
Cam se revelou como a ovelha negra entre os três filhos de Noé e parece que seu
Neto lhe saiu como cópia.
Gênesis 19:30-38 - Outro exemplo de excesso de vinho - E subiu Ló
de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia
habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. Então a
primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que
entre a nós, segundo o costume de toda a terra; Vem, demos de beber vinho a
nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência
de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a
primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem
quando se levantou. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor:
Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho
também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida
conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai
também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu
ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E conceberam as duas filhas
de Ló de seu pai. E a primogênita deu à luz um filho, e chamou-lhe Moabe; este
é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. E a menor também deu à luz um filho, e
chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje.
Gn 10.6 E os filhos de Cão (Cam) são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
Gn 10.15-19E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete;
E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos
cananeus.
E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para
Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.
O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO -= BEP - CPAD
Nm 6.3 “de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de
bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas
nem secas comerá.”
BEBERAGEM DE UVAS. A palavra traduzida "beberagem" (hb. mishrah)
refere-se a uma bebida feita com uvas ou restos de uvas, espremidos e deixados
de molho na água
Comentários da BEP - CPAD - 9.21 E BEBEU DO VINHO E EMBEBEDOU-SE.
Esta primeira menção de vinho nas Escrituras está ligada à
embriaguez, ao pecado, à vergonha e à maldição (vv. 21-25). Por causa dos males
que acompanham as bebidas embriagantes, DEUS fez da abstinência total o reto
padrão para o seu povo (Lv 10.9; Jz 13.4-7; Pv 31.4; ver Nm 6.3; Pv 23.31; 1 Ts
5.6; Tt 2.2).
9.22 CAM, O PAI DE CANAÃ. O pecado de Cam consistiu em não honrar, nem
respeitar seu pai; ao invés de cobri-lo, ele expôs a sua condição deplorável.
9.25 MALDITO SEJA CANAÃ. Quando Noé ficou sabendo do ato desrespeitoso de Cam,
pronunciou uma maldição sobre Canaã, filho de Cam (i.e., não sobre o próprio
Cam). (1) Talvez Canaã estivesse dalguma maneira envolvido no pecado de Cam, ou
tivesse os mesmos defeitos de caráter do seu pai. A maldição prescrevia que os
descendentes de Canaã (os quais não eram negros) seriam oprimidos e controlados
por outras nações. Por outro lado, os descendentes de Sem e Jafé teriam a
benção de DEUS (vv. 26,27). (2) Essa profecia de Noé era condicional à todas as
pessoas a quem ela foi dirigida. Qualquer descendente de Canaã que se voltasse
para DEUS receberia, também, a bênção de Sem (Js 6.22-25; Hb 11.31); mas também
quaisquer descendentes de Sem e de Jafé que se desviassem de DEUS teriam a
maldição de Canaã (Jr 18.7-10).
No tempo de Moisés, sob a lei, a bebida forte foi proibida aos
Nazirerus (pessoas que faziam voto de servir a DEUS integralmente).
Gn 6.2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando um homem ou
mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar para o
SENHOR, 3 de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre
de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas
frescas nem secas comerá. 4 Todos os dias do seu nazireado, não comerá de coisa
alguma que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas.
PALAVRAS HEBRAICAS PARA “VINHO”. De um modo geral, há duas palavras hebraicas
traduzidas por “vinho” na Bíblia.
(1) A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141
vezes no AT para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado
(ver Ne 5.18, que fala de “todo o vinho [yayin]” = todos os tipos). (a) Por um
lado, yayin aplica-se a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gn 9.20,21;
19.32-33; 1Sm 25.36,37; Pv 23.30,31). Os resultados trágicos de tomar vinho
fermentado aparecem em vários trechos do AT, notadamente Pv 23.29-35 (ver a
próxima seção). (b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco
doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida.
Isaías profetiza: “já o pisador não pisará as uvas [yayin] nos lagares” (Is
16.10); semelhantemente, Jeremias diz: “fiz que o vinho [yayin] acabasse nos
lagares; já não pisarão uvas com júbilo” (Jr 48.33). Jeremias até chama de
yayin o suco ainda dentro da uva (Jr 40.10, 12). Outra evidência que yayin, às
vezes, refere-se ao suco não-fermentado da uva temos em Lamentações, onde o
autor descreve os nenês de colo clamando às mães, pedindo seu alimento normal
de “trigo e vinho” (Lm 2.12). O fato do suco de uva não-fermentado poder ser
chamado “vinho” tem o respaldo de vários eruditos. A Enciclopédia Judaica (1901)
declara: “O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho
de tonel] (Sanh, 70a)”. Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o
termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas,
inclusive “o vinho recém-espremido antes da fermentação.” O Talmude Babilônico
atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de “vinho [yayin] do lagar”
(Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot consta: “Pode-se espremer um cacho de
uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho [yayin] em conexão com as
leis do nazireado” (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano,
1923). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do NT, à palavra
hebraica yayin.
(2) A outra palavra hebraica traduzida por “vinho” é tirosh, que significa
“vinho novo” ou “vinho da vindima”. Tirosh ocorre 38 vezes no AT; nunca se
refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira,
tal como o suco ainda no cacho de uvas (Is 65.8), ou o suco doce de uvas
recém-colhidas (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). Brown, Driver, Briggs (Léxico
Hebraico-inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa “mosto,
vinho fresco ou novo”. A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui
todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado”. Tirosh tem
“bênção nele” (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, “é escarnecedor” (Pv
20.1) e causa embriaguez (ver Pv 23.31).
(3) Além dessas duas palavras para “vinho”, há outra palavra hebraica que
ocorre 23 vezes no AT, e frequentemente, no mesmo contexto — shekar, geralmente
traduzida por “bebida forte” (e.g., 1Sm 1.15; Nm 6.3).
Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida
fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de maçã, ou de
tâmara. A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se distingue de
shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que
esta não era diluída. Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce,
não-fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachout: “O Uso de Vinho no Velho
Testamento”, dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas,
1979). Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar
“beber à vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que
quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que
se refere às bebidas embriagantes.
A POSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O VINHO FERMENTADO. Em vários lugares o AT
condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas. (1) A Bíblia descreve
os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele
plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o
levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma
de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante
contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn
19.31-38). (2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, DEUS
ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras
bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. DEUS considerava a violação
desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o
sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11). (3) DEUS também revelou a sua vontade a
respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma
exigência para todos que fizessem voto de nazireado (ver a próxima seção). (4)
Salomão, na sabedoria que DEUS lhe deu, escreveu: “O vinho é escarnecedor, e a
bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv
20.1). As bebidas alcoólicas podem levar o usuário a zombar do padrão de
justiça estabelecido por DEUS e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e
à imoralidade. (5) Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para
evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de DEUS, os justos não
devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e
viciar (ver Pv 23.29-35).
OS NAZIREUS E O VINHO. O elevado nível de vida separada e dedicada a DEUS, dos
nazireus, devia servir como exemplo a todo israelita que quisesse assim fazer
(ver Nm 6.2). DEUS deu aos nazireus instruções claras a respeito do uso do
vinho. (1) Eles deviam abster-se “de vinho e de bebida forte” (6.3; ver Dt
14.26); nem sequer lhes era permitido comer ou beber qualquer produto feito de
uvas, quer em forma líquida, quer em forma sólida. O mais provável é que DEUS
tenha dado esse mandamento como salvaguarda ante a tentação de tomar bebidas
inebriantes e ante a possibilidade de um nazireu beber vinho alcoólico por engano
(6.3-4). DEUS não queria que uma pessoa totalmente dedicada a Ele se deparasse
com a possibilidade de embriaguez ou de viciar-se (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4,5).
Daí, o padrão mais alto posto diante do povo de DEUS, no tocante às bebidas
alcoólicas, era a abstinência total (6.3-4). (2) Beber álcool leva, frequentemente,,
a vários outros pecados (tais como a imoralidade sexual ou a criminalidade). Os
nazireus não deviam comer nem beber nada que tivesse origem na videira, a fim
de ensinar-lhes que deviam evitar o pecado e tudo que se assemelhasse ao
pecado, que leva a ele, ou que tenta a pessoa a cometê-lo.
(3) O padrão divino para os narizeus, da total abstinência de vinho e de
bebidas fermentadas, era rejeitado por muitos em Israel nos tempos de Amós. Esse
profeta declarou que os ímpios “aos nazireus destes vinho a beber” (ver Am
2.12). O profeta Isaías declara por sua vez: “o sacerdote e o profeta erram por
causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da
bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas
mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo” (Is
28.7,8). Assim ocorreu, porque esses dirigentes recusaram o padrão da total
abstinência estabelecido por DEUS (ver Pv 31.4,5). (4) A marca essencial do
nazireado — i.e., sua total consagração a DEUS e aos seus padrões mais elevados
— é um dever do crente em CRISTO (cf. Rm 12.1; 2Co 6.17; 7.1). A abstinência de
tudo quanto possa levar a pessoa ao pecado, estimular o desejo por coisas
prejudiciais, abrir caminho à dependência de drogas ou do álcool, ou levar um
irmão ou irmã a tropeçar, é tão necessário para o crente hoje quanto o era para
o nazireu dos tempos do AT (ver 1Ts 5.6; Tt 2.2).
Provérbios 20
1 O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que
neles errar nunca será sábio.
Lucas 21
34 E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de
glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de
improviso aquele dia.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
Um Novo Pecado Depois do Dilúvio (Gên. 9:20-27)
Plantou vinha, e colheu vinho. Bebeu demais, e embebedou-se. Caído
descompostamente, provocou o riso do filho Cão, que por isso lhe faltou com o
respeito. Acordando e sabendo do ato generoso dos filhos Sem e Jafé, daí nasceu
uma das mais notáveis profecias, com largo e profundo sentido na história
humana. Não foi, entretanto, o filho Cão o amaldiçoado pelo seu mau ato, mas o filho
mais novo deste, por nome Canaã, como que a designar que não seria um homem,
mas um povo, a sofrer as consequências do pecado. Os versos 25-27 do capítulo 9
de Gênesis dão-nos conta dos efeitos da falta de respeito filial. Canaã, o
filho mais novo de Cão, seria maldito. Jafé seria o dono do mundo; Sem, o pai
da religião. Com um mapa diante de nós e um pouco de conhecimento da
distribuição dos primeiros povos, iremos descobrir que os jafetitas tomaram o
rumo da Europa e conquistaram e deram ao mundo o que nós conhecemos hoje como
civilização ocidental. Foram os jafetitas feitos gregos e romanos antigos que
nos deram os povos neolatinos, senhores do mundo por suas conquistas e por sua
indústria. Foram eles que descobriram outras terras e as dominaram. Não
contentes com a Europa, levaram suas naus ao Oriente distante, tomaram as ilhas
do Pacífico, dominaram a China, a Índia e até o Japão, em certo sentido, senão
poeticamente, industrialmente, pelo menos. Conquistariam a África e a dominaram
até recentes anos. A profecia foi: "Alargue ou engrandeça DEUS a Jafé e
more nas tendas de Sem." Depois de dominar o mundo, veio a dominar também
o povo semita, que só atualmente está procurando reconquistar a sua
independência. O povo camita nos deu algumas civilizações notáveis na Caldeia e
no Egito e na Etiópia, mas sempre sob o domínio dos jafetitas. Os semitas nunca
se afastaram do Oriente Próximo. Na Caldeia, misturando-se com acádios e
amoritas, depois difundindo-se nos edomitas, amonitas e moabitas, formando o mundo
árabe, foram sempre, de um modo geral, os encarregados de preservar a religião.
A profecia é: "Bendito seja o Senhor DEUS de Sem". DEUS seria bendito
neste povo. Aqui está o retrato dos mundos antigo e moderno. Como se aproxima o
fim desta geração, os três ramos da raça humana estão se misturando e
confundindo, de modo a formar uma só civilização. O estudante de história
bíblica não pode deixar de anotar que os conflitos modernos são um meio rústico
de acabar com as barreiras entre camitas, jafetitas e semitas. O povo semita,
conhecido como israelita, descendente de Abraão, o pai da fé, tem vivido
segregado por muitos séculos, por um lado, e misturado com todos os povos, por
outro. Desde o ano 70 da nossa era, com a dispersão dos judeus, a sua nacionalidade
desapareceu, mas, em verdade, o povo continuou a viver a sua vida comunitária
entre as nações do mundo. Agora, com o estabelecimento da sua nacionalidade na
Palestina, foi restaurada simbolicamente a sua nacionalidade. Continua um povo
à parte. Tanto quanto o gênio industrial dos jafetitas pertence a todos, eles
também estão partilhando desse gênio.
Uma Vida Longa e útil
Noé viveu, depois do dilúvio, 350 anos. Adão e Matusalém
conviveram, e este foi contemporâneo de Noé, e Noé do pai de Abraão. Segundo
alguns cronistas, Noé morreu um pouco antes de Abraão nascer. Foi, pois,
contemporâneo de Terá, pai de Abraão, por 128 anos. Como a cronologia antiga é
muito confusa, nós não dependemos muito destas conclusões, que servem apenas
para estudos aproximados. O que nos interessa, à parte da revelação mesma, é a
possibilidade de transmissão de narrativas que a Bíblia nos dá. Foi Moisés o
grande cronologista dos tempos antigos, e as suas memórias vieram em linha
direta desde o princípio. Ao legar-nos o seu admirável Gênesis, ele se teria
valido de conhecimentos recebidos e, fundamentalmente, da revelação que DEUS
lhe deu, pois muita coisa que nos legou não podia vir de tradições, por mais
antigas e de melhor crédito que fossem. Os primeiros capítulos de Gênesis fogem
a qualquer tradicionalismo e a qualquer escola moderna ou antiga.
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
9:18-29. O destino de Sem, Cão e Jafé.
A declaração do versículo 19 introduz a amplitude abrangente do
capítulo 10, enquanto os versículos 20-27 preparam-nos para o predomínio do
caráter seletivo do restante do Velho Testamento, de 11:10 em diante. A Bíblia
mantém sua ênfase, tanto na unidade da humanidade, como os oráculos proféticos
sobre os gentios o demonstram, quanto nas especializações que há dentro daquela
unidade. Mas os papéis raciais são invalidados no Novo Testamento, “onde não
pode haver grego nem judeu, ... bárbaro, cita, escravo, livre; porém CRISTO é
tudo e em todos” (Cl 3:11, RSV, AA). Qualquer tentativa de graduar os ramos da
humanidade apelando para 25-27 é, portanto, uma reconstrução daquilo que DEUS
demoliu, comparável àquela pela qual Paulo censurou a Pedro, em Gálatas 2:18.
GÊNESIS 9:24-26
A embriaguez de Noé é relatada sem comentários sobre a sua
participação no escândalo. A palavra começou (20, AV) poderia implicar em que
somente a inexperiência é que deveria ser repreendida. Mas não podemos ter
certeza.
23. A perda da decência e da honra que assinala esta primeira
história bíblica de bebida forte é mais grave ainda na segunda, com a
degradação das filhas de Ló (10:30). Esse não é o seu único aspecto (cf. Dt
14:26; SI 104:15; Pv 31:6,7), mas Pv 31:4,5 comenta suficientemente a última
passagem, com o formidável apoio de Pv 23:29-35. A lei providenciaria os votos
de abstenção de bebidas fortes, como testemunha da simplicidade primitiva (Nm
6:1), mas esses votos constituíam uma vocação especial (ver também Jr 35; Lc
7:33). Aqui, porém, a embriaguez é casual. O ponto central da narrativa é o
prejuízo que a herança de Cão sofreu por causa do seu ato flagrantemente artificial.
E o anverso do quinto mandamento que veio depois, no tempo da lei, que faz do
mesmo ponto o pivô do destino nacional — pois esse mandamento não é um preceito
sociológico (exceto incidentalmente), mas, sim, um chamamento a manter a
autoridade delegada por DEUS e assim reter a Sua bênção.
24. A forma superlativa, o mais moço de todos (RV, RSV) é o sentido
natural do hebraico e parece mais apoiado por 10:21. O comparativo mais moço de
AV tem escasso apoio. O contato estreito entre os povos semitas e camitas e a
grande distância dos jafetitas através de todo o período veterotestamentário
podem ter levado ao agrupamento familiar do versículo 18, etc.
25. O fato de que a maldição recaiu sobre Canaã, o filho mais novo
do ofensor (10:6), que também era o filho mais novo, salienta sua referência à
sucessão de Cão, em vez de à sua pessoa. Por sua violação da família, a sua
própria família iria fracassar. Portanto, desde que isto limita a maldição a
este único ramo dentre os camitas, aqueles que julgam que os povos camitas em
geral estão condenados à inferioridade entenderam mal tanto o Velho como o Novo
Testamento. Também é provável que o domínio de Israel sobre os cananeus tenha
cumprido suficientemente aquele oráculo (cf. Js 9:23; 1 Rs 9:21).
26. Dos três oráculos, só o referente a Sem usa o nome pessoal de
DEUS, Yahwh (o Senhor). A significação do fato começa a emergir em GÊNESIS
9:27-10:1 12:1, e dominará o Velho Testamento (cf. Dt 4:35). Visto que Sem
significa “Nome” , talvez haja aí um jogo de palavras; cf. comentário de 9:27.
O texto tradicional: Bendito seja o Senhor, o DEUS de Sem (RV; cf. AV, AA), dá
a ideia de que Sem já está em aliança com Yahweh e que em seu Senhor acha ele
toda a sua bênção. RSV (Abençoado pelo Senhor meu DEUS seja Sem) poderia estar
certa em revocalizar as mesmas consoantes para fazer de Sem o beneficiário
direto da bênção. Mas esta construção mais simples e menos fértil não encontra
apoio nas versões antigas.
27. A palavra “engrandeça” (dê espaço a) é o verbo que tem
afinidade com o nome Jafé (cf. coment. sobre Sem, v. 26). O oráculo
evidentemente confirma a oração feita por ocasião do seu nascimento. O
cumprimento das palavras habite ele nas (ou entre as) tendas de Sem (RV, RSV,
AA) é procurado em vão no Velho Testamento, mas salta à vista no Novo Testamento,
na colheita dos gentios (Ef 3:6), predominantemente do ocidente. O fato de que
este modo de entender o oráculo faz dele uma predição de grandes
acontecimentos, em vez de uma piedosa retropropulsão da política do século
doze, só perturbará aquele que for decididamente cético.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
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Lição 10 - A Origem da Diversidade Cultural da Humanidade
Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre
O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz
Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique
PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 11.1-9
1 - E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. 2 -
E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e
habitaram ali. 3 - E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los
bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal. 4 - E disseram: Eia,
edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um
nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 - Então,
desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens
edificavam; 6 - e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma
língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para
tudo o que eles intentarem fazer. 7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua
língua, para que não entenda um a língua do outro. 8 - Assim, o Senhor os
espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9
- Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a
língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a
terra.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito da construção da Torre de Babel.
Veremos que um dos fatores que contribuíram para que a depravação da humanidade
viesse a crescer de forma vertiginosa foi o monolinguismo. A Terra havia sido
purificada pelas águas do dilúvio, mas a semente do pecado estava em Noé e em
seus descendentes. Não demorou muito para que o pecado se alastrasse novamente.
Já que não havia impedimento quanto a língua, os homens cheios de soberba, e
com um espírito de rebelião se unem para fazer um monumento que seria símbolo
da sua empáfia. DEUS não estava preocupado com a construção ou com o tamanho da
torre, mas com a arrogância que dominava, mais uma vez o coração do homem. O
Senhor abomina a altivez, o orgulho (Pv 6.17). Que venhamos guardar os nossos
corações destes sentimentos tão nefastos.
PONTO CENTRAL
O monolinguismo contribuiu para que a primeira civilização humana se tornasse
uma civilização depravada e distante do Criador.
Resumo da Lição 10 - A Origem da Diversidade Cultural da Humanidade
I - A TORRE DE BABEL
1. O monolinguismo.
2. Uma nova apostasia.
3. Um monumento à soberba humana.
II - A CONFUSÃO DE LÍNGUAS
1. Uma cidade à prova d'água.
2. A torre que DEUS não viu.
3. Quando ninguém mais se entende.
III - A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL
1. Linguísticas.
2. Culturais.
3. Geográficas.
SÍNTESE DO TÓPICO I - soberba dos homens da primeira civilização os
levaram a desejar construir uma torre, um monumento a soberba humana.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Como uma forma de dificultar os intentos
perversos dos homens, DEUS confundiu as línguas.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A confusão das línguas contribuiu para a multiplicidade
linguística e cultural da humanidade
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou os descendentes de Noé a construírem a torre de Babel?
Eles queriam fama e desejavam segurança. Foram movidos pelo orgulho.
Como eles construíram a torre?
Eles prepararam o material: tijolos bem queimados e betume.
O que teria acontecido se eles tivessem alcançado o seu intento?
O homem não teria cumprido o mandato cultural que DEUS havia lhe dado.
O que, hoje, separa os seres humanos?
A diversidade linguística, cultural e geográfica.
Que episódio bíblico é considerado o contraponto da torre de Babel?
A proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, "todos foram cheios do
ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO
lhes concedia que falassem" (At 2.4).
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 41. Você
encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam
expandir certos assuntos
SUGESTÃO DE LEITURA
Introdução à Teologia da História, Síntese Bíblica do Antigo
Testamento - Vol. 1 e Perfeitamente Imperfeito
Comentários de diversos autores com algumas modificações do Ev.
Luiz Henrique
Observações do Ev. Luiz Henrique
CURIOSIDADES - PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
Por que queriam construir uma torre que tocasse o céu?
Resposta:
1- Queriam ser como DEUS;
2- Queriam um nome, uma identificação, não com DEUS;
3- Queriam desobedecer a DEUS que queria que se espalhassem e se
multiplicassem e povoassem toda a Terra.
4- Queriam ficar juntos e rebeldes só em um local para se sentirem
mais fortes do que DEUS.
A ordem de DEUS foi:
Gn 9.1 E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos, e disse-lhes:
Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.
A resposta dos homens foi:
Gn 11.4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma
torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos
espalhados sobre a face de toda a terra
.
Vontade de DEUS - povoassem toda a Terra. - Vontade dos homens -
para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
Os homens disseram Eia... DEUS respondeu: Eia...
Gn 11.7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que
não entenda um a língua do outro
O capítulo 11 de Gênesis expõe a história de Babel, concluindo
todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar a série de narrativas das
origens, a história de Babel leva-nos diretamente para a narrativa de Abraão e
a consequente à formação do povo de DEUS. A história de Babel tem como um de
seus intuitos apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé,
Abraão.
Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quando DEUS decidiu
confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração pós-diluviana. O
propósito por trás do relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao
mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela
própria autonomia e usurpar a glória de DEUS.
A Torre de Babel representa a eterna tentativa do ser humano em ser
autônomo, ser independente e dono do seu próprio destino. Mas o texto deixa
claro que quando o ser humano porfia por esse caminho, ele entra pelo caminho
da morte, da rebelião contra a vontade de DEUS. De outro modo, o Dia de
Pentecoste representa o ideal de DEUS, por intermédio da Igreja, o Corpo de
CRISTO, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça sentido para o ser
humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação do homem por si mesmo; o
Dia de Pentecoste é DEUS, por intermédio do ESPÍRITO SANTO, emancipando o ser humano.
(http://perto-fim.blogspot.com/2015/11/licao-10-origem-da-diversidade-cultural.html)
Os primeiros nove versos do capítulo 11 devem ser tratados como
parte do capítulo 10, visto fazerem parte das gerações dos filhos de Noé. A sequência
da narrativa mesmo exige esta conexão. Na ordem de tempo estes nove versos do
cap. 11 deviam preceder o cap. 10, visto que o espalhamento do povo e sua
formação em nações já foi o resultado da confusão das línguas, descritas nestes
nove versos. Nós, porém, seguimos a ordem em que se encontram os dados
históricos, deixando a cronologia no mérito em que Moisés a colocou.
DEUS primeiro colocou sua vontade escrita no capítulo 10, depois colocou como
teve que fazer para que sua vontade fosse satisfeita no capítulo 11.
Não era preciso outro idioma se todos fossem obedientes a DEUS, pelo contrário,
o evangelho seria pregado muito mais rápido a todos e todos seriam salvos.
Todos seriam realmente irmãos, tanto descendentes se Noé, como filhos de DEUS.
A cidade de Babilônia foi resultado da torre de babel. Babel -
Confusão de línguas - Babilônia - Portal de "Deus". primeira cidade
fundada depois do dilúvio = Babilônia, cidade mais antiga da Terra. Depois dela
existe uma discussão, mas a mais aceita é Nínive.
Noé, Sem e Jafé estavam vivos nesta época de Babel, mas como
aconteceu na época de Lameque o povo de DEUS se misturou com o povo do maligno
(Cam). Noé deve ter lutado contra a torre, explicado que DEUS lhe havia dito
que nunca mais destruiria a Terra com um dilúvio, mas Ninrode agora se tornara
uma influência poderosa sobre eles por ser um exímio caçador, sua ambição por
poder o levou a um ato de rebeldia contra DEUS e assim liderou a construção de
uma torre para levar o povo a se tornarem independentes de DEUS. A torre era
impermeável, a prova de água. Queriam independência total de DEUS. Eram
aproximadamente 1000 pessoas lideradas por Ninrode.
Noé ainda pode testemunhar sobre o dilúvio para Terá, pai de Abraão
e possivelmente para o próprio Abraão. Noé morreu com 950 anos com um belíssimo
testemunho de DEUS a seu favor:
Comentários de BEP - CPAD
11.2 NA TERRA DE SINAR. Sinar é o nome que o AT dá ao território da
antiga Suméria e, posteriormente, chamado Babilônia ou o termo geral
Mesopotâmia.
11.4 EDIFIQUEMOS... FAÇAMO-NOS UM NOME. O pecado do povo na terra de Sinar foi
a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de DEUS,
através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse
desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra DEUS. DEUS frustrou o propósito
deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam
comunicar-se entre si (vv. 7,8). Isso deu origem à diversidade de raças e
idiomas no mundo. Nesse tempo, a raça humana deixando a DEUS, voltou-se para a
idolatria, a feitiçaria e a astrologia (Is 47.12; ver Êx 22.18 nota; Dt 18.10).
As funestas consequências deste estado espiritual nos seres humanos é descrita
em Rm 1.21-28. DEUS os entregou à impureza dos seus próprios corações (Rm
1.24,26,28), e, com Abrão, Ele prosseguiu dando cumprimento ao propósito da
salvação da raça humana (ver v. 31).
11.28 UR DOS CALDEUS. Essa cidade antiga ficava cerca de 160 km a sudeste da
cidade de Babilônia, perto do rio Eufrates, na região hoje chamada Iraque. Sin
, o deus-lua, era o deus padroeiro dessa cidade.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
1. Ameaça a unidade da raça humana
2. Orgulho e autossuficiência
3. Confusão e dispersão
OBJETIVO - Concordar que se DEUS não tivesse intervido em Babel,
seu plano de ocupação plena da Terra não teria se concretizado.
IMPORTANTE
Esclarecer que as características de cada raça foram estabelecidas
pela própria Natureza, mediante a vontade divina. Por isso, a cor escura dos
camitas, nada tem a ver com a maldição de Noé sobre Cão (Cam), pois é uma
consequência de um componente químico, chamado melanina, fornecido pelo Sol,
naquele continente.
A destruição de Babel e a confusão das línguas foi um mal necessário, pois o
desejo dos descendentes de Noé era o de construir urna torre, para que se
estabelecesse como urna unidade universal e um ponto de referência da
idolatria. Por isso, DEUS, sabiamente, a desfez e os obrigou a se dispersarem
pelos continentes.
1. Ameaça a unidade da raça humana (Gn 11.1,2).
Noé e seus filhos, ao saírem da Arca, deixaram as montanhas do
Ararate, na atual Armênia, e foram para as partes baixas e férteis que ficam entre
o Tigre e Eufrates, a 320 km do mar, onde desembocam estes rios. Foi nesta
terra que se iniciou urna nova civilização pós-diluviana. Possivelmente, neste
lugar, os homens de então desenvolveram suas habilidades em artes e tecnologias
próprias, capazes de planejarem a construção de cidades e um prédio de muitos
andares, como Babel.
Mas o destaque destes primeiros versículos, é que os descendentes de Noé se
multiplicaram e todos falavam urna mesma língua. Havia urna certa unidade de
pensamento e de entendimento, que se manifestava de modo natural, porque era um
só povo. Mesmo havendo o reinício da humanidade, o estigma do pecado, herdado
de Adão e Eva (Rm 5.12), estava em cada pessoa daquela geração pós-diluviana.
2. Orgulho e autossuficiência (Gn 11.3;4 ).
Por estes mesmos pecados, Lúcifer foi expulso da presença de DEUS
(Is 14.12-15). Ele não deixou por menos esta geração pós-diluviana, ao inspirar
o sentimento de orgulho e autossuficiência. Dominados por este sentimento, e
unidos pela comunicação, através de urna só língua, imaginaram fortalecer o
poder humano, construindo urna cidade grande e urna torre que tocasse os céus.
Esta intenção revelava;·também; a insegurança deixada pelo Dilúvio. Facilmente,
esqueceram da aliança que DEUS havia feito com Noé.
3. Confusão e dispersão (Gn 11.5-9).
No versículo 5, DEUS resolveu "descer", quando os homens
construíam a cidade e a torre. A expressão "então desceu o Senhor para ver
a cidade e a torre" é urna linguagem especial, para indicar o
Todo-poderoso que se move, preocupa-se com suas criaturas e as obras que elas
realizam.
No versículo 6, DEUS diz: "O povo é um e tem a mesma linguagem ".
Esta declaração divina não significa que a unidade seja. urna coisa má.
Entretanto, em relação àquele povo, ela tinha um fim negativo, pois visava
confrontar a autoridade divina e estabelecer a autossuficiência humana.
No versículo 7, o Senhor reforça o papel divino, com urna forma plural do
pronome pessoal, quando diz: "Vinde, desçamos e confundamos sua
linguagem". Podemos perceber que a Trindade "desceu'.', para fazer
aquele trabalho especial. Possivelmente, os anjos de DEUS fizeram parte da
comitiva divina. Na infinita sabedoria e presciência e DEUS, todo aquele
episódio obedeceu a um plano especial e milagroso. Foi o resultado dá
intervenção divina. que conduziu aquele povo a fazer o que mais temia, ou seja,
"espalhar-se pela terra". Se a mesma língua era suficiente para
mantê-los unidos. DEUS produziu na mente deles a confusão da linguagem que
tinham e entendiam, e os dispersou para todos os lados e cada grupo,
isoladamente, desenvolveu um idioma, pelo qual pudesse se entender e
comunicar-se.
CONCLUSÃO
No capítulo 11, ternos a demonstração da soberania divina
intervindo na vida humana, para salvá-la.
DEUS não destruiu a torre de Babel, por recear que o homem pudesse
elevá-la até os céus, pois isto era impossível. Esta atitude do Criador,
entretanto, foi por causa da desobediência dos descendentes de Noé, pois o
Senhor lhes falara que crescessem, multiplicassem e enchessem a Terra.
Todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem,
Cão e Jafé. Após a destruição de Babel, os pós-diluvianos espalharam-se,
imediatamente, por toda a parte. Daí, a origem das civilizações indígenas, as
quais já se encontravam nas Américas, quando os europeus as descobriram.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
A confusão de línguas (11.1-9). O cenário desta história curta, mas
intrigante, forma-se depois do dilúvio com os descendentes de Noé que se
agruparam por uma língua comum e logo começaram a migrar para novos
territórios. Cronologicamente, a história está relacionada com as fases mais
primitivas de migração, pois 10.25 fala de uma divisão de povos nos dias de
Pelegue e 11.8 menciona um espalhamento de clãs. O relato foi colocado depois
das três genealogias do capítulo 10 para que sua relação com a profecia de Noé
(9.25-27) não fosse perturbada. Mudando-se da região do monte Ararate, os povos
se instalaram em Sinar (2), que é o vale da Mesopotâmia, o local dos vestígios
mais antigos da civilização por nós conhecido. O vale é banhado pelos rios
Tigre e Eufrates, sendo muito fértil. A história nos conta que, em assembleia,
os novos habitantes de Sinar tomaram uma decisão totalmente fora da vontade de
DEUS. O propósito da ação proposta é claro. Queriam fama: Façamo-nos um nome
(4). E desejavam segurança: Para que não sejamos espalhados sobre a face de
toda a terra. Ambas as metas seriam alcançadas somente pelo empreendimento
humano. Não há dúvida sobre a ingenuidade das pessoas. Não tendo pedras,
fabricaram em seu lugar tijolos de barro que depois queimaram bem (3). Viram a
utilidade do betume (asfalto) abundante na área e o usaram como cal ou
argamassa. Trabalharam com persistência até que houvesse bastante tijolo para o
projeto de construção. O interesse principal deste povo estava numa torre (4),
embora também houvesse a construção de uma cidade. A torre ia alcançar os céus.
Nada é dito sobre um templo no topo da torre, por isso não está claro se a
torre era como os zigurates que houve mais tarde na Babilônia. Havia morros
enormes e artificiais feitos de tijolo, alguns elevando- se até 90 metros acima
da planície circunvizinha. Colocados no centro das cidades, eram encimados por
um templo dedicado a uma deidade pagã e, em inscrições antigas, há a descrição de
que chegavam até o céu. O paganismo estava indiretamente envolvido nesta
história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único
verdadeiro DEUS foi definitivamente omitido de todo o planejamento e de todas
as metas. Mas DEUS não estava inativo. Ele observava o que estava acontecendo e
logo mostrou sua avaliação da situação. O homem não foi cria do como ser
independente de DEUS. Ser “à nossa imagem” (1.26) significava que o homem
estava dotado de grandes poderes e que era totalmente dependente de DEUS para
sua essência de vida e razão de ser. Há ironia no monólogo do Senhor. Os povos
estavam unidos, tinham comunicação aberta entre si, contudo arruinaram estas
bênçãos em rebelião contra o Criador. DEUS não permitiria ser ignorado, e a
loucura da ilusão humana de que posses e atividades criativas eram insuperáveis
não ficaria sem confrontação. O julgamento de DEUS logo manifestou estas
ilusões. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem DEUS, Ele
introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o
caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, mas sem temor de
DEUS, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras
no versículo 9 é pungente. Babel (9) significa “confusão” e a diversidade de
línguas resultou em balbucios ou fala ininteligível.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
FIM E PRINCÍPIO: BABEL E CANAÃ (11:1-32)
11:1-9. Babel.
A história primeva atinge seu clímax infrutífero quando o homem,
cônscio das suas novas capacidades, prepara-se para glorificar-se e
fortalecer-se mediante um esforço coletivo. Os elementos componentes do relato,
foram sempre uma característica do espírito do mundo. O projeto é tipicamente
grandioso. Os homens o descrevem excitadamente uns aos outros como se fosse a
realização última — o que lembra muito bem as glórias do homem moderno em seus
projetos espaciais.
Ao mesmo tempo, deixam entrever sua insegurança ao reunir-se em
multidão para preservar a sua identidade e gerir os seus bens (4). A narrativa
capta o absurdo e a gravidade simultâneos do fato. Mesmo os materiais são
provisórios, como o assinala o versículo 3, mas os construtores são mais fracos
ainda. Há ironia no eco do alarido dos homens, “ Vinde ... Vinde ...” que
encontramos nas palavras de DEUS,
“Vinde, desçamos...” , e o fim é um anticlímax: “cessaram de ” . A
cidade semiconstruída é um monumento mais que suficiente deste aspecto do
homem. Contudo, isso também é levado a sério. Aos ouvidos modernos, 6 é
totalmente adequado: “ Isto é só o começo...; agora, nada do que
eles se propuserem ... ser-lhes-á impossível” (RSV). A nota de prognóstico
assinala o interesse de um Criador e de um Pai, não de um rival; é como o que
disse o nosso Senhor: “ Se em lenho verde fazem isto...” (Lc 23:31). Isto deixa
claro que a unidade e a paz não são os bens últimos: é melhor a divisão do que
a apostasia coletiva (cf. Lc 12:51).
O fim revela a decisiva mão de DEUS nos quefazeres humanos. É
questão reconhecida que a incompreensão mútua tem suas causas naturais, tais
como as próprias atitudes de orgulho e temor expressas no v. 4 (que poderia ser
o moto do nacionalismo moderno); mas, em última instância, é a justa disciplina
aplicada por DEUS a uma raça insubordinada.
O Pentecostes iniciou um novo capítulo da história, na articulação
de um Evangelho em muitas línguas. A inversão final é prometida em Sf 3:9: “
Sim, naquele tempo mudarei a linguagem dos povos para uma linguagem pura, para
que todos invoquem o nome do Senhor e o sirvam de comum acordo” (RSV).
1. Uma linguagem (AV, RV, AA. Literalmente, “ uma [série de]
palavras” ) é preferível a RSV: poucas palavras, embora uma e outra sejam
possíveis (ver o hebraico de Ez 37:17; Gn 27:44 respectivamente).
O episódio deu-se logo depois dó dilúvio (cf. 10:5, etc.) ou, de
outro modo, limitou-se a um povo particular, se a terra aqui significar “
território” . (A impressão de que este é um grupo de colonizadores com medo de
sofrer ataque (2,4) empresta algum apoio à segunda interpretação.)
9. Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de Babilônia
“portal de DEUS” (que pode ter sido uma lisonjeira reinterpretação do seu
sentido original).1 Mas. mediante um jogo de palavras, a Escritura sobrepõe o
rótulo mais verdadeiro, bãlal (“ele confundiu” ). Na Bíblia, esta cidade veio a
simbolizar crescentemente a sociedade ateísta, com suas pretensões (Gn 11),
perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47:8-13), suas
riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18).
Uma de suas glórias foi seu enorme ziggurat, montanha artificial
encimada por um templo cujo nome, Etemenanki, sugeria a ligação de céu e terra.
Mas foram os seus pecados que “se acumularam até ao céu” (Ap 18:5). No
Apocalipse ela é contrastada com a santa cidade que desce “do céu”, cujas
portas abertas unem as nações (Ap 21:10, 24-27).
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
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Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
A TORRE DE BABILÔNIA OU BABEL E A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS
Os primeiros nove versos do capítulo 11 devem ser tratados como
parte do capítulo 10, visto fazerem parte das gerações dos filhos de Noé. A sequência
da narrativa mesmo exige esta conexão. Na ordem de tempo estes nove versos do
cap. 11 deviam preceder o cap. 10, visto que o espalhamento do povo e sua
formação em nações já foi o resultado da confusão das línguas, descritas nestes
nove versos. Nós, porém, seguimos a ordem em que se encontram os dados
históricos, deixando a cronologia no mérito em que Moisés a colocou. O primeiro
verso do capítulo 11 declara que antes da confusão das línguas todo o mundo de
então "era de uma mesma língua e de uma mesma fala". Qual seria esta
língua, ainda ninguém pôde dizer. Antigamente, tanto judeus como cristãos criam
que essa língua era a hebraica e ainda há hoje quem assim pense, sendo que só a
tribo que ficou fiel a Jeová, a de Sem, teve o privilégio de reter a língua
original, língua esta que foi falada no Éden e continuou depois da queda e da
torre de Babel. No entanto, os progressos da filologia não deixam muita base a esta
teoria. A origem das línguas é um assunto assaz difícil, e algumas delas têm
sua história perdida nas brumas do passado, sem que o filólogo lhes consiga
achar o começo. A língua hebraica é uma destas. Se ela foi a língua original ou
não, é, como vimos, difícil afirmar e difícil negar, mas, caso não seja, deve
ter tido um princípio como as outras, e, neste caso, qual teria sido? A nação
hebraica veio de Abraão, e Abraão veio de Ur dos Caldeus, e a língua que se
falava ali não era o hebraico como o temos nos escritos do V.T. A língua
caldaica desse tempo era a antiga língua da Acádia que, provavelmente, foi a
língua primitiva da terra. Os documentos ou tijolinhos descobertos nas ruínas
das cidades contemporâneas de Abraão, todos são do tipo cuneiforme, e só temos
que admitir que esta foi a língua de Abraão antes de mudar-se para Canaã. É,
pois, difícil achar-se o ponto de partida, a gênese do hebraico. Crêem alguns,
que ela começou a se desenvolver com o intercurso de Abraão com os povos da
Palestina e se elaborou durante os anos que os hebreus permaneceram no Egito. À
primeira vista, tomando as diversas estórias que se relacionam com a vida de
Abraão, parece que uma era a língua tanto dos hebreus como dos heteus e mesmo
egípcios, porque Abraão desceu de Padã-Arã e pôde comunicar-se com os heteus
que moravam na terra. Desceu ao Egito por causa da terrível fome na Palestina,
e lá o encontramos em franco intercurso com os egípcios, como se a sua língua
fosse a deles. Entretanto, nada há de similaridade entre os hieróglifos do
Egito e a língua hebraica. O problema parece resolver-se, se atentarmos em que
haveria pontos comuns entre todas e que não seria preciso muitos meses para
qualquer pessoa, numa terra de língua estranha, se poder fazer compreender.
Este assunto, conquanto seja fascinante e mereça acurado estudo, não pode ser
estudado aqui, ficando para a filologia comparativa decidir a questão, se
puder.
Crêem alguns expositores que Abraão abandonou sua língua quando
chegou a Canaã e adotou a língua da terra, e que, quando desceu ao Egito, já
falava a língua corrente na terra de Canaã, quer fosse o cananeu ou heteu ou
qualquer outro idioma, e que dessa língua veio depois o hebraico. Alguns
monumentos descobertos têm inscrições com caracteres hebraicos, o que leva a
crer que o hebraico já seria falado na Palestina quando da vinda de Abraão para
ali. Em Isaías 19:18 há uma expressão que parece denotar que a língua de Canaã
era falada até mesmo no Egito; Mas esta Escritura ou profecia visa ao futuro e
pouca força tem para mostrar que a língua de Canaã era o hebraico e que foi
levada por Jacó para o Egito e na volta do povo ainda era falada na terra. É
admissível que houvesse pontos de contato entre as diversas línguas, ou mesmo
similaridade, mas é difícil crer que o hebraico fosse falado na Palestina no
tempo de Abraão. Não há dúvida de que havia um grande grupo de línguas irmãs,
ainda assim bem diferentes, mesmo nos caracteres, como sejam, a etiópica, a
árabe e mais tarde a aramaica, e talvez elas sejam filhas de uma outra língua,
provavelmente morta. As recentes descobertas arqueológicas lançam muita luz
sobre o problema filológico, especialmente no que se refere ao hebraico.
Sabe-se que o hebraico é língua flexionável, portanto, do ramo indo-germânico
ou europeu, enquanto as demais línguas antigas são todas do tipo cuneiforme ou
hieroglífico, como a egípcia. Alguns admitem o ano de 1.600 para o início da
língua hebraica; outros, a colocam em 1.500, mais ou menos. Dá-se, Igualmente,
como terra original desta língua a Península do Sinai. As tabuinhas encontradas
em Serabite estão escritas num hebraico arcaico. Entre as diversas línguas
usadas no Seminário de Raz-Shanra, no norte da Palestina, o hebraico era uma
delas. O hebraico compõe-se de 22 letras, enquanto os alfabetos grego e latino
têm 24, (quase o mesmo número). Há, pois, certa relação entre o hebraico e as
línguas neolatinas. Quem foi o seu autor? De onde veio? Já se admite que
Moisés, no Egito ou mais tarde em Midiã, organizou o alfabeto hebraico, o qual
depois foi levado ao norte da Palestina e, pelos fenícios, ao mundo ocidental,
dando a estes a glória de serem os seus inventores. No campo da filologia, há
muito que investigar, mas a glória da Invenção do alfabeto está errada: não
foram os fenícios os seus inventores. Os livros do Pentateuco foram escritos no
hebraico; logo, esta língua existia no tempo de Moisés. Para não deixar o
assunto sem dizer uma outra palavra sobre qual seria a primitiva língua do
mundo antes da confusão, mencionarei, ligeiramente, alguns conhecimentos que o
estudo do assunto tem trazido à luz. Como já vimos em Gênesis 11:1, diz-se que
toda a terra era originalmente de uma mesma língua. Este problema tem sido para
a filologia o que a pedra filosofal foi para a alquimia; tem estimulado exaustivos
estudos e conseguido arranjar um volumoso material; e ainda que tudo isto não
tenha compensado o esforço despendido, tem, todavia, aberto o caminho para as
mais brilhantes descobertas no campo intrincado da filologia. Crendo, como diz
o relato divino, que houve um tempo em que só existia uma língua, conjeturou-se
que esta primitiva língua ainda existiria ou pelo menos poderia ser descoberta
entre os muitos dialetos e línguas do mundo. Daí, as mais penosas investigações
no estudo comparativo das línguas, as mais dispendiosas expedições a terras
longínquas, e um enorme vocabulário colecionado e a mais angélica paciência,
examinando e comparando tudo isto, tomando em consideração a idade de cada uma
das línguas sujeitas ao estudo, a fim de descobrir a língua mãe. Muitas
conclusões prematuras foram tiradas, e cada qual dos investigadores reclamava
para si o privilégio de haver descoberto a preciosa língua materna. À medida,
porém, que o estudo continuava, a maior soma de material era adquirida, mas se
foi tornando patente que o problema não era de tão fácil solução e muito
restava fazer para descobrir o alvo almejado, e que todas as conclusões
precedentes tinham sido prematuras. Pensava-se que a mera similaridade de sons
entre duas ou mais línguas fosse suficiente para denunciar uma origem comum,
mas em breve se verificou que isso pouco contribuía para desvendar o mistério e
que essas similaridades eram casuais. A presença de palavras iguais em duas
línguas foi também admitida, como prova de que ambas provinham de um tronco
comum, ou uma provinha de outra, sem indagar se uma tinha tomado tais palavras
por empréstimo da outra ou não. Por exemplo, há no Português um grande número
de palavras de origem saxônica. Será isto suficiente para provar que o Português
e o Inglês tiveram a mesma origem? Esta suposição breve se esvaeceu também.
Assim que a mera relação ou similaridade entre duas ou mais línguas, tomada a
princípio como ponto de partida seguro, teve de ser abandonada e ser nova
trilha procurada. Tiveram de deixar a superfície do assunto, e penetrar até ao
âmago, e logo que esse curso foi adotado, uma completa revolução se efetuou em
todas as noções e concepções prévias e, a despeito do grande número de línguas
e da enorme distância que separa muitas delas, a mais significativa
similaridade de estrutura e vocabulário se revelou aos olhos dos filólogos. Daí
em diante foi relativamente fácil a classificação em famílias e grupos, de modo
que as mais recentes investigações reduzem a três grupos principais todas as
línguas do mundo: 1. As línguas isoladas, ou que não desenvolveram as
primitivas raízes, nas quais não há flexão nem meio de exprimir a relação de
número, pessoa ou gênero. As raízes permanecem estagnadas, sem desenvolvimento
ou evolução. Para formar o plural ou gênero, ajunta-se palavra a palavra, sem
nexo, afinidade ou coerência. O plural de um nome é feito pelo ajuntamento de
dois nomes iguais no singular, como "casa" mais "casa",
igual a "casas". A língua dos primitivos babilônios, e que, sem
dúvida, é vizinha da língua mãe, é desse tipo. O hebraico apresenta vestígios
disso (II Reis 3:16).
2. As línguas aglutinadas, que representam um grande avanço sobre
as isoladas. Possuem já as várias formas da linguagem, suportando modificações
de forma, para expressar a ideia; a este grupo pertence a maioria das línguas
orientais.
3. As línguas flexionáveis, as mais desenvolvidas e perfeitas.
Estas línguas são faladas pela raça indo-europeia ou jafetita e pela raça
semita. Ambas pertencem ao Velho e Novo Testamentos.
A língua semita, o hebraico, é a língua em que o V.T. foi escrito.
Talvez a mais rica e flexionável das línguas indo-europeias seja a grega, usada
no N.T. O sânscrito, que se crê ser a língua mãe do grego, pertence a este
grupo. Tomando estas conclusões como um todo, parece que estamos em vias de
resolver o assunto de qual foi a língua a que se refere Gênesis 11:1, mas,
infelizmente, não é assim. É lógico que a língua mais elementar destes grupos
seja a mais próxima do original, mas, assim mesmo, o tempo operou tantas
transformações, que esta mesma não representa o tipo primitivo. Ao filólogo
cabe dissecar, no laboratório de sua perspicácia e argúcia científica, o corpo
desta língua rudimentar e ver o que o tempo lhe acresceu, e do restante verificar
se é ou não a primitiva. Mas, há duas dificuldades insuperáveis, a nosso ver:
primeiro, faltará um ponto de contato no processo comparativo, para se poder
afirmar que esta língua, separados os elementos acrescidos através dos séculos,
é realmente a língua primitiva; em segundo lugar, é impossível, pela mesma
razão, saber o que foi original e o que foi acrescentado. Assim que, é difícil
sair do labirinto filólogo. Entretanto, não há que desanimar. As investigações
nos têm levado, talvez, bem perto do alvo, e se ainda não pudermos chegar lá,
pode ser que futuros conhecimentos nos removam o resto dos obstáculos, e
possamos deleitar-nos no estudo das línguas que Adão, Noé, Sem, Cão, Jafé,
Ninrode e o resto de nossos antepassados falaram; e se nunca chegarmos a esse
paraíso, consolemo-nos com a verdade de que antes da confusão das línguas, na
torre de Babel, "toda a terra tinha uma mesma língua e uma mesma
fala". Como ficou dito, a narrativa do cap.10 está em conexão com o
cap.11:2, que terminou na confusão de línguas e consequente dispersão da raça.
Este verso parece indicar que o povo estava ainda morando nas imediações da
terra de Arará, onde a Arca parou. Se Arará é a mesma Armênia, o que é
duvidoso, então o povo começou a mover-se para o Oriente, até a planície de
Sinear ou Babilônia, numa extensão de 220 léguas, aproximadamente. Como a
Armênia é um país extremamente montanhoso, é possível que o povo seguisse o
curso do rio Eufrates numa extensão considerável, até chegar ao imenso planalto
na terra de Sinear. Ainda que mais de 100 anos já tivessem passado depois do
Dilúvio, devemos pensar que o povo não era ainda muito numeroso e que tal
emigração não era difícil; ao mesmo tempo, é crível que alguns ficassem nas
terras da Armênia. O território ocupado abrangia os antigos impérios da Assíria
e Babilônia.
Tentativa de Centralização
Logo que chegaram a essa terra fértil e agradável, surgiu a ideia
da formação de um grande centro, com meios de escapamento, no caso de outra
catástrofe como a do Dilúvio: fundar uma cidade e erigir uma torre que tocasse
os céus. Não é preciso supor que o fim desta torre fosse insultar e desafiar a
DEUS, mas (Nota de Ev. Henrique - também) prover os meios de segurança e
refúgio (Nota de Ev. Henrique - contra uma possível ação de DEUS). A falta
maior estava em que a ordem de DEUS era povoar a terra por meio de dispersão, e
eles queriam ficar juntos. E disseram uns aos outros: "Eia, façamos
tijolos e queimemo-los bem. E tijolos serviram-lhes de pedra, e betume de cal.
E disseram: Eia, edifiquemos uma cidade e uma torre cujo topo toque nos céus e
façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a
terra." Justamente o contrário do que DEUS tinha ordenado. Havia um
motivo: "façamo-nos um nome". Havia um receio: ser espalhados pela
face de toda a terra. A empresa era digna da ambição mundana de Ninrode.
Conforme o cap. 10:10, Babel ou Babilônia foi a primeira cidade do mundo.
Assíria, a segunda, se aceitarmos a tradução comum de 10:11. Nínive, antiga
capital do Império da Assíria, foi edificada depois por Ninrode, mas preferimos
a outra tradução já mencionada, que será: "E desta forma saiu Assur e
edificou a Nínive... em lugar de ... saiu à Assíria"; e, enquanto Ninrode
era descendente de Cão, Assur era de Sem, e o povo assírio foi semita, e não
camita. Os últimos anos têm assistido ao ressurgimento de toda esta primitiva
civilização, segundo crêem os arqueologistas. Os tabletes de tijolo em que
escreviam estes antigos ninrodianos ou acádios têm jorrado verdadeiros caudais
de luz sobre a historicidade da narrativa nestes capítulos, e a Babilônia
antiga tem sido desenterrada dos escombros do passado, e sua literatura fala-nos
com a mesma clareza que aos seus contemporâneos. A literatura em português é
paupérrima demais neste assunto, mas a inglesa e a alemã são fartas. Estas
investigações foram levadas a efeito para certificar se a narrativa bíblica era
histórica ou mitológica ou mesmo fictícia, diante dos formidáveis ataques do
racionalismo alemão, e há mais de 50 anos que se escava o solo oriental onde
floresceram estas civilizações, enchendo os museus da Europa e América com
preciosos documentos comprobatórios de que de fato o relato bíblico está
baseado em história bem documentada. Se é histórica a cidade de Babel, também o
é a torre de Babilônia. As duas caem ou ficam de pé juntas. Cria-se, nos
círculos intelectuais conservadores, que, a despeito da existência de tal torre
construída e destruída no tempo de Ninrode, DEUS nada teria deixado que nos
pudesse dar o consolo de ver, pelo menos, os alicerces. Josefo, historiador
judaico, reproduziu a tradição corrente entre os judeus de que DEUS tinha
demolido até aos fundamentas essa torre, com raios e coriscos, de maneira a não
deixar vestígios de sua existência. É possível que isto acontecesse, mas Moisés
nada diz a respeito. As recentes investigações afirmam ter-se encontrado na
elevação que tem o nome árabe de Birs Nimrod o antigo local da torre.
Nabucodonozor encontrou estes restos de ruínas, reedificou-os e embelezou-os,
constituindo uma das belezas do seu reino. Mas, recentes informações afirmam
que os próprios alicerces da torre foram descobertos e medidos, dando uma área
suficientemente grande para suportar um monumento de estupenda altura. Talvez o
futuro ainda revele muita coisa sobre este passado, tão importante em conexão
com a Bíblia.
Intervenção Divina
Os versos 5-7 descrevem a descida de Jeová para ver a torre. A
linguagem com que Moisés descreve Jeová é antropomórfica, isto é, põe DEUS em
condições humanas, descendo para ver a torre, como se a DEUS houvesse qualquer
coisa invisível. É grande maravilha como o Todo-poderoso se adapta às condições
humanas, para fins redentores. Jeová desceu, viu a torre, viu também que todo o
povo tinha uma mesma língua, e determinou fazer-lhes justamente o que eles
temiam: espalhá-los pela face da terra.
"Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não
entenda um a língua do outro". Mais uma vez notamos Jeová empregando o
plural, como se outras pessoas fossem convidadas a participar da ação. Jeová,
desceu ali, confundiu a língua do povo e o espalhou por toda a terra. A
confusão das línguas deve ter sido uma formidável lição para os ninrodianos e
um dos mais estupendos milagres. DEUS lançou a semente da confusão nas línguas,
e até hoje, à medida que a terra se vai povoando, novas línguas vão aparecendo.
É bem possível que fosse tão radical a diferença entre a língua original e as
outras que surgiram do ato divino, que achar qual foi a original seja um
problema demasiado difícil para desafiar o intelecto humano. Os críticos, visto
não poderem compreender o problema, lançam mão de diversos meios para explicar
o fenômeno, tais como a hipótese documentária ou a existência de mais um
documento onde Moisés teria copiado este relato, e que um dos documentos é
espúrio, sem base histórica. Afirmam que somente o capítulo 10 é histórico e
que os 9 versos do capítulo 11 são invenção. Que o capítulo 10 reconhece as
diversas famílias espalhando-se por toda a terra, levadas pelo instinto natural
da emigração e conquista, e que as diversas línguas são o resultado desta
dispersão e separação de um povo de outro. Quando, porém, têm de dizer por que
há tais diferenças irreconciliáveis entre as muitas línguas, refugiam-se na
filologia e no fato de que ela ainda é muito nova e está atrasada. Isto é um
simples meio de pôr à parte o que o homem não pode compreender e uma presunção
tola de negar a intervenção divina no curso da história humana. Mas estes
críticos terão de sofrer a decepção de ver ruir suas idéias, enquanto a
narrativa bíblica continua inalterável, século após século. Nada há que possa
explicar a diferença fundamental entre as principais línguas senão um fenômeno
como o descrito aqui. Se fosse uma questão evolutiva de uma língua
para outra, por causa das condições locais, fácil seria identificar ou achar a
língua original .Mas não; há um ponto em que o labirinto é tal que todas as sutilezas
filológicas caem por terra e deixam o sábio estarrecido. O Dr. Conant, citado
por Carroll, em seu livro sobre Gênesis, diz: "A diversidade de línguas da
terra apresenta um problema que a filologia tem em vão procurado resolver. A
filologia comparativa tem, entretanto, mostrado que as muitas línguas
diferentes são agrupadas por afinidades comuns, como ramos da mesma família,
tendo todos a mesma língua original, como mãe comum. Não obstante o grande
número de línguas diversas, todas elas podem ser ligadas a umas poucas línguas
maternas originais. A dificuldade jaz na diversidade essencial destas poucas
primitivas línguas, sem que exista a mais remota afinidade que denuncie uma
origem comum ou uma relação histórica, problema este, para o qual a filologia
comparativa não pode encontrar solução. Os críticos não podem achar explicação
natural para o problema e se recusam a admitir o sobrenatural. O problema
resolve-se facilmente, aceitando-se a intervenção divina no curso da história
humana. Havia uma língua original. DEUS aparece e multiplica esta língua em
diversas outras, digamos, três ou oito. Destas, outras surgiram no curso da
História, as quais, por um processo dedutivo, podem ser investigadas até à sua
origem, em que se encontrarão estas três ou oito: mas, destas, até a única
original, não há jeito de chegar, porque, quando DEUS a dividiu, não deixou
vestígio de seu estado original. De acordo com isto, serão baldados todos os
esforços humanos para desvendar o mistério. Qualquer que tenha sido a língua
dos ninrodianos antes da confusão, perdeu-se, morreu, e o ponto de partida
agora deve começar aqui, e o passado ser deixado com o infinito soberano. A
Bíblia não pode ser entendida sem levarmos em conta , a parte que DEUS tem
tomado na história do povo que ela descreve. Fora disto, é entrar num beco sem
saída, é especular e encher a terra de problemas e dificuldades desnecessárias.
Conquanto pareça à mente humana difícil resolver este assunto e outros iguais,
ele não é tão difícil como os sábios o têm feito. Os que negam a historicidade
deste e de outros eventos, porque não os podem compreender nem explicar, e que
por isto procuram evasivas e interpretações sui generis, nada têm produzido que
nos ajude a compreender a Bíblia ou a história dos nossos antepassados.
O nome da cidade que os pós-diluvianos edificaram ficou sendo
Babel, porque ali DEUS confundiu suas línguas. Babel significa
"confusão". Daí vem o nome grego Babilônia. A existência de uma
cidade tão antiga, com um nome tão significativo, é fato de alguma importância
que não pode ser posto de lado, a gosto de quem quer que seja. Babel tem
permanecido de geração em geração, de milênio em milênio, como o indicador
divino apontando para o quadro tétrico desenrolado na confusão das línguas,
como uma lição de que o homem procura debalde executar seus planos contra a
ordem divina. O caminho de DEUS é sempre o mais curto, por mais sinuosidade que
ofereça. "Daqui Jeová os espalhou pela face de toda a terra."
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico
Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João
Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida,
Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson
EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP,
04602-970
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro
de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Gênesis - Comentário Adam Clarke
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O
Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A
Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM -
Adalberto Arraes
Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
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Lição 01: GÊNESIS 1 – O Início de Tudo | 1° Trimestre De 2022 | EBD
– Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 1 há 31 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todos os presentes, Gênesis 1-2.1 (5 a 7 min). A revista funciona como guia de
estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a), neste primeiro encontro concentre-se na compreensão do
livro de Gênesis como princípio da revelação divina. Segundo a tradição
judaica, Deus revelou a Moisés as maravilhas da Sua criação e os primeiros acontecimentos
da vida humana para que os hebreus abandonassem a idolatria que haviam
aprendido no cativeiro egípcio. Concentre sua aula no propósito de destacar a
grandiosidade e a perfeição do Criador, bem como a beleza da criação. Mostre
aos alunos que tudo foi criado segundo o propósito original de Deus e que
nenhuma existência pode criar a si mesma. Para o cristão, a ciência é uma pequena
confirmação do poder e da glória de Deus, mas de forma alguma pode negá-lo.
LEITURA ADICIONAL
Observe que, no princípio, não havia algo desejável para se ver,
pois o mundo estava informe e vazio; era confusão e desolação. De modo similar,
a obra da graça na alma é uma nova criação; e em uma alma sem a graça, que não nasceu
de novo, existe desordem, confusão e toda a má obra: está vazia de todo o bem,
porque está sem Deus; é escura, está em trevas; este é o nosso estado por
natureza, até que a graça do Todo-Poderoso realize em nós uma mudança. Disse
Deus: “Haja luz”; Ele a quis, e imediatamente houve luz. Que poder existe na
Palavra de Deus! Na nova criação, a primeira coisa que é levada à alma é a
luz: o Espírito Santo opera na vontade e nos afetos iluminando o entendimento.
Aqueles que por causa do pecado estavam em trevas, pela graça encontraram luz
no Senhor. As trevas estariam sempre sobre o homem caído se o Filho de Deus não
tivesse vindo para dar-nos o entendimento, conforme registra 1 João 5.20. Deus aprovou a luz que Ele mesmo desejou.
Deus separou a luz das trevas, pois que comunhão tem a luz com as
trevas? No céu há perfeita luz e nenhuma escuridão; no inferno, a escuridão é
absoluta e não há sequer um raio de luz, o dia e a noite pertencem ao Senhor;
utilizemos então ambos para a sua honra, cada dia no trabalho para Ele,
descansando nEle a cada noite e meditando diariamente em sua lei. A terra
estava desolada; porém, através de uma só palavra, encheu-se das riquezas de
Deus; essas riquezas continuam pertencendo a Ele. Ainda que seja permitido ao
homem utilizá-las, elas pertencem a Deus e devem ser empregadas para o seu
serviço e honra.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4° ed – Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, pp. 2-3)
Leitura Bíblica Para Estudo
Gênesis 1.1-21
INTRODUÇÃO
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS Gn 2.7-17
1- Mostrar a origem das coisas Gn 2.4
2- Reorientar a visão de mundo Gn 2.9
3- Mostrar a razão de certas leis Gn 2.17
II- O CRIADOR Gn 1.1
1- É autoexistente Gn 1.1
2- É transcendente Gn 1.1
3- É Todo-poderoso Gn 1.1
III- A CRIAÇÃO Gn 1.1-31
1- Obra de Deus Gn 1.1
2- Pela Palavra de Deus Gn 1.3
3- Fruto da vontade de Deus Gn 1.31
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis apresenta três grandes divisões: do capítulo 1
ao 11, a história dos primórdios; do 12 ao 36, a história dos patriarcas do
povo hebreu; e do 37 ao 50, a ida da família eleita para o Egito. É consenso
entre os judeus que Moisés é o autor não apenas de Gênesis, mas de todo o
Pentateuco, excetuando-se, evidentemente, a parte final de Deuteronômio, que
fala da sua morte.
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS (Gn 2.1-17)
O livro de Gênesis é para a Bíblia o que os alicerces são para uma
casa.
1- Mostrar a origem das coisas (Gn 2.4) “Esta é a gênese dos
céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou.”
Imaginemos: como seriam as Escrituras sem o livro de Gênesis ou o
de Apocalipse? Se o segundo mostra a consumação e nos
tranquiliza dizendo como tudo terminará, o primeiro nos revela como foi o
começo de tudo. Gênesis é o livro das origens. O nome hebraico do livro deriva
da sua primeira palavra, “Bêreshit” (“No princípio”). Reshit, “princípio”,
significa, literalmente, “cabeça”. O livro é o princípio, a cabeça da
revelação. O título em português, “Gênesis”, vem do grego Geneseos, que
significa “nascimento”. Esse livro é fundamental no cânon sagrado. Sem ele,
não apenas não saberíamos como foi o início de tudo, mas também aquilo que vem
depois não faria o menor sentido.
2- Reorientar a visão de mundo (Gn 2.9) “Do solo fez o Senhor
Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e a
árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”
Após Moisés sair
com o povo do cativeiro, eles precisavam ser instruídos nos caminhos de Deus.
Devemos lembrar que Israel viveu 400 anos como escravo numa nação pagã. Os
egípcios adoravam muitos deuses e isso afetou profundamente a cosmovisão dos
descendentes de Abraão. Ao dar essa revelação, Deus queria que seu povo olhasse
o mundo, não como os egípcios olhavam, atribuindo tudo a divindades sem
vida, ou adorando a criação em vez do Criador. Nesse sentido o livro de Gênesis
reorienta toda visão e compreensão dos hebreus sobre quem é Deus e como Ele é
distinto da Sua criação. O livro de Gênesis não possui uma linguagem
científica, pois trata-se de uma revelação divina. Isso não significa,
evidentemente, que ele contraria a ciência. Como já foi dito: a ciência
devidamente estabelecida e a Bíblia, corretamente interpretada, nunca se
contradizem, pois possuem o mesmo Autor.
3- Mostrar a razão de certas leis (Gn 2.17) “Mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás.”
Gênesis também serve a esse propósito. Por exemplo: “por que ser
fiel no casamento?”. Gênesis responde: porque Deus só criou um homem e uma
mulher e disse a estes que deveriam ser uma só carne. Não foram criados dois
homens para uma mulher, nem criadas duas mulheres para um homem. “Por que não
se pode matar?” Porque Deus criou e zela pela vida. Ele tem poder sobre a vida
e sobre a morte, não sendo lícito aos homens decidirem sobre quem deve viver ou
morrer. “Por que não podemos adorar imagens? Ou adorar a criação, como os
egípcios e outros povos fazem?” Porque Deus é Espírito e é o Criador de tudo,
não podendo ser confundido com Sua criação. E assim, muitas outras questões
básicas (como a origem do pecado) têm em Gênesis sua resposta.
II- O CRIADOR (Gn 1.1)
Aceitar que há um Criador é uma questão de inteligência e
honestidade. Aceitar quem é esse ser Criador, essa é uma questão de fé.
1- É autoexistente (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus
e a terra.”
Não há nenhuma preocupação por parte do autor sagrado em explicar a
origem de Deus, apenas em apresentá-lo. Isso porque Deus sempre existiu, é
eterno, autoexistente e incriado. Ao contrário da criação, Ele não teve início.
Como diz com clareza o Salmo
90.2: “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de
eternidade a eternidade tu és Deus.” Em outras palavras, aqui está sendo dito
que nunca houve um tempo em que Deus não existisse. Mas não tente entender isso
apenas com a razão. Como alguém pode não ter início? Nós somos criaturas
lineares.
Temos passado, presente e futuro. Isso, porém, é irrelevante para
Deus. Por isso, a Moisés Ele se revela como o eterno “EU SOU O QUE SOU” (Êx
3.14). O verbo ser aqui é muito importante, pois revela que Deus vive
eternamente. Ele está fora do tempo, não tendo passado nem futuro. Por
definição é impossível que alguma coisa crie a si mesma. O conceito de
autocriação é uma contradição de termos, uma afirmação sem nexo. Nada pode ser
autocriado. Nem mesmo o próprio Deus pode criar a si mesmo. Para que Deus
pudesse criar a si mesmo, teria de existir antes de si mesmo. O que não faz o
menor sentido.
2- É transcendente (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus
e a terra.”
Deus existe independentemente da Sua criação. Quando dizemos que
Deus é transcendente, queremos dizer que Ele é totalmente distinto e vai além
de Sua criação. A palavra distinto, neste caso, é sinônimo de transcendente.
Não devemos fazer comparações terrenas para tentar compreender Deus, porque
nada existe comparável a Ele. Daí Deus proibir a confecção de qualquer tipo de
imagem ou figuras para tentar representá-lo (Êx 20.4 e
5). Isso posto, coloca-se por terra a ideia de Panteísmo,
ou seja, Deus não pode nunca ser confundido com Sua criação. A Bíblia refuta o
Panteísmo e ensina uma radical distinção entre o Criador e a criação.
3- É Todo-poderoso (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus
e a terra.”
Deus criou os céus e a terra. O verbo hebraico é barah. Todas as
ocorrências deste verbo no Antigo Testamento apontam para Deus como sujeito.
Portanto, sua utilização nunca é relacionada ao homem. “Deus” é tradução de
Elohim, uma forma plural seguida de um verbo singular. A raiz de Elohim é El
que significa “ser forte; ser poderoso; aquele que manifesta o Seu poder
criando”. Ele é o Todo-poderoso. Deus nunca perdeu ou conheceu o empate. Ele é
o campeão invicto do universo. As Escrituras deixam
claro que Ele apenas não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13); não pode mentir
(Tt 1.2) nem fazer aquilo que negaria Sua natureza. Onipotência deve ser
entendida sob a perspectiva de que Deus pode tudo o que o amor pode, ou seja,
Deus pode tudo aquilo que está em consonância com sua natureza. Para o
cristão, a onipotência de Deus é uma grande fonte de conforto. Sabemos que o
mesmo poder que Deus demonstrou ao criar o universo está à disposição Dele
para assegurar nossa salvação. Ele mostrou Seu poder sobre a morte por meio da
ressurreição de Cristo. Não existe uma única molécula independente, solta no
universo, ou qualquer coalizão que possa resistir ou comprometer os planos de
Deus.
III- A CRIAÇÃO (Gn 1.1-31)
A criação é perfeita demais para ser fruto do acaso ou de uma
simples explosão. Quando olhamos à nossa volta, vemos um teatro da revelação
divina.
1- Obra de Deus (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus e a
terra.”
Gênesis começa
com a expressão “no princípio, criou Deus”. Com isso, deixa bem claro que o
sujeito da criação é Deus. A ciência diz que nossa galáxia
possui mais de 100 bilhões de estrelas, e que o Sol fica a 240 trilhões de
quilômetros do centro da nossa galáxia. Se a distância entre a Terra e o Sol
fosse alterada em apenas 2%, a vida seria impossível. A nossa galáxia é apenas
uma de, ao menos, um bilhão de outras. A mais próxima galáxia da nossa fica a
30 milhões de anos-luz. Isso significa que se o ser humano pudesse viajar à
velocidade da luz (300.000 Km por segundo) e vivesse o suficiente, ele
precisaria de 30 milhões de anos para lá chegar. Quando voltamos os olhos para
essa imensidão, enchemo-nos de espanto e genuína adoração ao Senhor. Não é
difícil vermos que a perfeição da criação revela a grandeza do Criador. Assim
como o desenho aponta para o desenhista; assim como a existência do relógio,
com toda sua eficácia e precisão, exige que reconheçamos a existência de um
talentoso relojoeiro, toda a ordem, beleza e detalhes da criação não seriam
possíveis sem uma mente pode rosa e superior por trás de tudo. O projeto da
criação é eficiente e perfeito demais para ter existido sozinho. Como atribuir
toda essa lógica ao acaso fortuito?
2- Pela Palavra de Deus (Gn 1.3) “Disse Deus: Haja luz; e
houve luz.”
Temos a irrefutável verdade bíblica de que tudo foi criado
pela Palavra de Deus (Hb 11.3). Não havia nenhuma matéria
preexistente quando Deus a criou. Só havia Ele. Então, em Seu soberano querer,
Deus decide criar o mundo. Ele não precisava criá-lo. Deus não depende de
nada, exceto de si mesmo. Então, o meio, a “matéria prima” que Deus usa para
criar, é a Sua Palavra, apenas a Sua Palavra. Deus cria desde o nada. O ser
humano é bastante criativo, todavia, tudo que criamos é produto de outras
matérias-primas. Deus, no entanto, não precisa de nada para criar, apenas da
Sua Palavra. Imagine um mundo sem oxigênio, carbono, hidrogênio, espaço, tempo
etc. Assim era até que, num dado instante, Deus disse: “Haja”. E tudo passou a
ser. Nada havia antes de Ele ordenar. Temos dificuldade de compreender isso
porque uma mente finita por certo terá dificuldades de compreender um ser
infinito. Por isso, o autor de Hebreus ensina que isso precisa ser aceito pela
fé (Hb 11.3). Crer que o mundo se autogerou, além de ser uma incongruência,
exigiria mais fé do que simplesmente crer no relato bíblico. Fiquemos com ele.
3- Fruto da graciosa vontade de Deus (Gn 1.31) “Viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”
Deus não precisava criar o mundo. Ele não estava solitário ou
sozinho e nunca foi nem será refém de nada nem de ninguém. Ele existe
eternamente em três pessoas divinas, sem necessidade de nada além de si mesmo.
Portanto, a criação é fruto da Sua soberana e graciosa vontade. Deus planejou
cada detalhe da criação. Ela obedece a um plano perfeito e pré-ordenado, pois
Deus é organizado e inteligente mente superior. Não seria possível toda ordem
e beleza da criação surgirem de uma fonte impessoal. Do impessoal poderia advir
o pessoal? Não! A Bíblia não é um tratado sobre ciência, mas a revelação de
Deus aos homens, mostrando-Lhes como se relacionar com Ele, o que não significa
dizer que o relato da criação seja anticientífico, mas, sim, que é teológico.
APLICAÇÃO PESSOAL
Para o cristão fiel, crer que o mundo veio da mente e das mãos de
Deus proporciona descanso e revela que há propósito e sentido na criação.
RESPONDA
Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:
[V] 1- O livro de Gênesis nos ajuda não apenas mostrando a origem
de tudo, mas também trazendo sentido àquilo que vem depois.
[V] 2- A criação funciona como um espelho e um teatro, revelando a glória e a majestade
divinas.
[F] 3- O materialista está certo ao afirmar que nada faz sentido e não há valor
moral na criação.
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EBD – Lição 02: GÊNESIS 2 – A Criação do Ser Humano | 1° Trimestre
De 2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Genesis 2 há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todas as presentes, Genesis 2.4-25 (5 a 7min).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas
substitui a leitura da Bíblia. Querido(a) professor(a), homem e mulher foram
criados à semelhança do Criador para com Ele manterem comunhão perfeita. Há em
cada criatura humana uma porção de vida que nos inclina para Deus, pois Nele
temos origem. A Deus também coube definir os dois modos exclusivos de vida
humana: a uns fez homens e a outras mulheres para que mutuamente se unam em
amor, Assim você deve testificar aos alunos que qualquer outro gênero ou forma
de união conjugal é ilícita e contrária à vontade de Deus. Reforce em seus
alunos a convicção de que somente a família tradicional atende ao modelo de
organização afetiva determinado por Deus.
LEITURA ADICIONAL
O homem foi criado de um pó miúdo, como aquele que existe na
superfície da terra. A alma não foi criada a partir da terra, como o corpo;
portanto, é uma lástima que ela tenha que apegar-se à terra e preocupar -se com
assuntos terrenos. Em breve, daremos conta a Deus pela forma como temos
empregado as nossas almas; e se for concluído que as temos perdido, ainda que
tenha sido para ganhar o mundo, estaremos perdidos para sempre! O néscio
deprecia a sua própria alma ao preocupar-se mais com o seu corpo do que com
ela.
Depois que Deus formou Adão, colocou-o no jardim. Deste modo, toda
a jactância ficou excluída. Somente aquele que nos criou é capaz de nos fazer felizes;
aquele que formou os nossos corpos é o Pai de nosso espírito, e ninguém mais
além dEle é capaz de prover plenamente para a felicidade do corpo e da alma.
Mesmo estando no paraíso, o homem tinha que trabalhar. Nenhum de nós foi
enviado ao mundo para estar ocioso. Aquele que criou a nossa alma e o nosso
corpo concede-nos algo em que trabalhar, e aquele que nos deu esta terra como
habitação concede-nos algo sobre o que devemos fazer. Os filhos e herdeiros do
céu, enquanto estão no mundo, têm algo a fazer por esta terra, o que deve ter a
sua quota de tempo e preocupação por parte deles. E devem fazê-lo olhando para
Deus, servindo-o tão verdadeiramente por meio desta atividade como quando estão
de joelhos. Observe que a vocação do agricultor é uma chamada antiga e honrada;
ela é necessária até mesmo no paraíso. Além do mais, existe verdadeiro prazer
nas tarefas às quais Deus nos chama e naquelas em que Ele nos emprega. Adão não
poderia ter sido feliz se tivesse estado ocioso: a Palavra de Deus declara que
aquele que não trabalha não tem o direito de comer (2 Ts 3.10)
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed-Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, pp. 6-7).
Leitura Bíblica Para Estudo
Gênesis 2.4-25
INTRODUÇÃO
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM Gn 1.26-2.7
1– O método da criação Gn 1.26
2– A constituição humana Gn 2.7
3– Imagem e semelhança de Deus Gn 1.27
II- A CRIAÇÃO DA MULHER Gn 2.18-25
1– A constatação divina Gn 2.18
2– Tirada do homem Gn 2.21
3– A intimidade do casal Gn 2.24
III- ENSINAMENTOS Gn 1.31-2.15
1– A satisfação de Deus Gn 1.31
2– Função e propósito do homem Gn 2.8
3– A mordomia cristã do planeta Gn 2.15
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O que é o homem? Essa pergunta ecoa desde os primórdios. Até o
relato bíblico a contém (Sl 8.4)
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM (Gn 1.26-27)
A criação ocorreu em etapas até chegar no seu ponto culminante: a
criação do ser humano. O Sexto dia.
1- O método da criação (Gn 1.26) “Também disse Deus Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes
do mar sobre as aves dos céus sobre os animais domésticos, sobre todo a terra e
sobre todos as répteis que rastejam pela terra.”
Isso é muito importante e não pode passar despercebido. Para o
surgimento da vida marinha, Deus disse: “Produza águas. Para o surgimento da
vida animal, disse “Produza a terra: Mas para o aparecimento do homem a
linguagem muda radicalmente e adquire solenidade “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança. Merece destaque o fato de que somente na
criação do homem Deus usou a expressão “Façamos [..] conforme”. A diferença na
fraseologia é significativa e reveladora da grandeza única do ser humano.
Em Gênesis 2.7 temos o acréscimo: “Formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra… Formou-se a tradução do verbo hebraico yetser, que é
costumeiramente empregado para o trabalho típico do oleiro ou do artista
plástico (Is 64.8). Somos, literalmente, obra das mãos poderosas,
cuidadosas e detalhistas de um Deus pessoal. O homem não é um primata evoluído,
nem um subproduto do macaco. Foi modelado artesanal e fisicamente por Deus, o
qual soprou nele o fôlego da vida
2- A constituição humana (Gn 2.7) “Então formou o Senhor Deus
o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem
passou a ser alma vivente.”
O texto revela que o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. O
termo “po” no hebraico é afar, usado para a parte mais fina da terra. Viemos da
terra e estamos ligados a ela. A palavra hebraica traduzida por homem é adam. É
um termo com significado coletivo (humanidade)
e não individual (homem).
A constituição humana é composta de duas partes: a parte material e
a parte imaterial. Fisicamente falando, somos pó, nada mais. Não temos
consistência nenhuma para nos orgulharmos do que somos Não existe no corpo
humano qualquer elemento químico que não possa também ser encontrado na terra.
No fim, fisicamente, todos seremos reduzidos ao que somos: pó (Sl 90.3; Ec
3.20). Muito embora o nosso corpo seja pó, Deus o modelou de forma sofisticada
e complexa, surpreendendo os mais aprofundados estudiosos da anatomia humana.
São duzentos e seis ossos, seiscentos e quarenta músculos e três
bilhões de fibras nervosas. No interior dessa joia da engenharia divina, o
coração, de duzentos e cinquenta gramas (em média), bombeia sangue através de
96 mil quilômetros de velas, suficientes para, alinhadas, darem duas voltas e
meia em torno da Terra E repete-se a operação 40 milhões de vezes ao ano. No
corpo em repouso, os cinco litros de sangue são bombeados por todo o organismo
em apenas um minuto. Isso, sem falar da complexidade de nossos cérebros, é
apenas um pequeno vislumbre da beleza e precisão singulares do corpo humano.
3- Imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27) “Criou Deus, pois, o
homem à sua imagem a imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou.”
De tudo que existe conhecido na terra, nada se parece mais com Deus
do que o ser humano. Por essa a maior expressão de amor a Deus é servir e amar
as pessoas. O ser humano (homem e mulher) foi criado à imagem e semelhança de
Deus. O que significam esses dois termos (imagem e semelhança)? Alguns acham
que se trata de duas coisas diferentes, mas no texto original não tem o “e”.
Então parece tratar-se de uma espécie de repetição de reforço. Em Gênesis
5.3, os termos aparecem em sequência invertida e em 9,6 aparece apenas a
palavra imagem. “Imagem” é uma expressão da realidade, algo que tem uma
semelhança, embora não seja exatamente uma cópia. Primeiramente, podemos dizer
que não se refere à imagem física, pois Deus é Espírito e não tem corpo físico.
O significado é triplo:
1) Personalidade inteligência, sentimento e vontade;
2) Moralidade – a capacidade de fazer escolhas, sendo
responsável por elas;
3) Espiritualidade – ser capaz de se comunicar e ter comunhão
consciente com o Criador. Essas três coisas são exclusivas do ser humano.
II- A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2.18-25)
Deus tomou uma costela do homem e fez a mulher Assim como ele, a
mulher também é obra exclusiva do Criador. Apenas mudou-se a “matéria-prima.
1- A constatação divina (Gn 2.18) “Disse mais o Senhor Deus:
Não é bom que o homem esteja só far-Te-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”
O homem estava no Éden, no paraíso divino e em estado de felicidade
profunda, mas havia uma incompletude nele, ou seja, havia um aspecto da criação
de Deus que não estava totalmente completado. Fosse o homem que tivesse dito
que se sentia sozinho e incompleto, seria mais compreensível, embora pudéssemos
discordar dizendo que ele não deveria sentir-se assim. Mas a constatação
da solidão humana
é feita pelo próprio Criador: “Não é bom que o homem esteja só”.
O Criador percebeu que o homem precisava de alguém que lhe
proporcionasse a companhia ideal. Acima de Adão estava
Deus, abaixo dele a criação, mas ao seu lado não havia ninguém. O princípio
exposto (não é bom que o homem esteja só) ultrapassa os limites do casamento e
alcança toda a unidade familiar, devendo ser observado por todos os seus
membros em relação uns aos outros. Família é lugar de companheirismo. Casamento
tem muitas finalidades, mas as maiores, certamente, são completude e companhia.
No casamento sadio, o “eu” é substituído pelo “nós” e o “meu” pelo “nosso”.
2- Tirada do homem (Gn 2.21) “Então, o Senhor Deus fez cair
pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma das suas costelas e
fechou o lugar com carne.”
Tomado de um sono anestésico, o homem é alvo de uma cirurgia e a
mulher é criada sem a sua participação ativa Deus é o agente. O homem foi feito
a partir do pó, mas a mulher, Deus fez a partir do homem. Ambos, homem e
mulher, são iguais perante Deus, possuindo a mesma honra, a mesma dignidade,
valor e posição, mas sexos diferentes. Tanto o feminismo como o machismo são
deturpações do projeto divino. É sugestivo o fato de a mulher não ser tirada da
cabeça nem dos pés. Ao tirar a mulher da costela do homem, Deus evidencia que os
dois, no casamento, se complementam. A mulher não é inferior nem mero suporte
do homem, mas seu complemento e o centro dos seus afetos. São mutuamente
dependentes. Ela deriva dele, mas ele precisa dela (1 Co 11.11-12)
3- A intimidade do casal (Gn 2.24) “Por isso, deixa o homem
pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”
O contexto de Gênesis é romântico: todos os animais tinham suas
companheiras, apenas o homem não tinha par. Não havia, em toda a criação,
ninguém que lhe correspondesse física, emocional e espiritualmente. Deus,
então, fez a mulher O quadro de solidão se resolver. Temos, assim, o primeiro
casamento consumado. O oficiante é o próprio Criador.
Alguns princípios ficam claros
1) O casamento é heterossexual e monogâmico;
2) O sexo, no limite do casamento, é puro, santo e prazeroso. Sempre
esteve no propósito de Deus. Não é algo imundo, nem sujo. Mais do que isso, é
uma ordenança divina (1Co 7.5);
3) Ninguém opta pelo sexo que tem, ou terá. Nossa sociedade tem buscado,
fora da Bíblia, fontes para as suas conclusões, desvios e aberrações. Mas o
gênero “já vem de fábrica”, é inato: ou é macho ou é fêmea. Quem determina o gênero
é a biologia e não a sociedade. O homem não pode ser mulher, nem a mulher pode
ser homem.
III – ENSINAMENTOS (Gn 1.31-2.15)
Estudar a Bíblia apenas
para acumular informações foge ao propósito divino. É preciso incutir ensinos e
deixar o Espírito gerar mudanças em nossa vida.
1- A satisfação de Deus (Gn 1.31) “Viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”
O mundo todo, enquanto criação, é bom. O arquiteto e executor foi
meticuloso e cheio de esmero. Cada etapa era acompanhada da avaliação, isso era
bom”. Deus avaliou e aprovou seu trabalho. Ao final de tudo, no sexto dia, Deus
expressa um superlativo muito bom: A ideia é de alguém que completando ou
finalizando um projeto olha para a todo diz “gostei”: O mundo que Deus fez e ao
qual nos destinou é maravilhoso. O Deus perfeito não comete erros, tudo é feito
conforme a sua vontade e dentro do mais rigoroso senso estético e funcional.
Alguém comentou que isso significa que tudo no universo, desde a maior estrela
à menor das folhinhas produziu alegria e prazer em Deus. como se fosse uma
linda sinfonia Mas lembremos que o superlativo “eis que era muito bom” ocorre
depois da criação do ser humano. Era o que faltava. O Deus a quem servimos,
Criador dos céus e da terra não é um ser frustrado e melancólico. Cristo nos
prometeu um reino. cujo sinônimo é alegria (Rm 14.17).
2- Função e propósito do homem (Gn 2.8) “E plantou o Senhor
Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que foi
formado.”
O autor de Gênesis apresenta Deus plantando um lindo jardim para
Suas novas criaturas (28). Na tradução para o grego, a Septuaginta usa a
expressão “paraíso”. Não se tratava de um estado, mas de um lugar físico. Ao
colocar lá o homem, Deus lhe deu uma missão dupla: lavrar e cuidar. Ele não
ficou criando árvores e frutos todos os dias, constantemente. Quando Deus
determinou que o jardim fosse cultivado e se tornasse produtivo, estava dizendo
ao homem que ele precisava aprender a agricultura e outras ciências
relacionadas ao cultivo a partir das sementes já existentes. O trabalho não é
invenção: do diabo como pensam alguns, tampouco deve ser visto como maldição
resultante do pecado. Está dentro do propósito de Deus para o homem (2Ts 3.10).,
Mas a função do homem não era apenas algo terreno e material. Eles desfrutavam
diariamente da presença de Deus e assim o adoravam em um ambiente de
indescritível beleza e sossego. Fomos criados por Ele e para Ele, e é Nele que
encontramos sentido e finalidade da existência Isso explica o atual vazio e
ausência de satisfação e significado no coração humano.
3- A mordomia cristã
do planeta (Gn 2.15) “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou
no jardim do Éden para o cultivar e a guardar.”
Esse é outro ensinamento implícito, mas claro no relato da criação.
Mordomia cristã é como chamamos a responsabilidade de cada cristão em relação à
administração dos bens espirituais e materiais a ele outorgados. A Bíblia deixa
claro que somos mordomos de Deus na terra. Deveríamos ser mais gratos,
valorizar e preservar, sem idolatrar a criação de Deus. Homem e natureza estão
ligados. O homem está acima do ambiente, mas não pode viver sem ele e a prova é
a sequência sábia da criação de Deus. Primeiro, Deus cria o ambiente; em
seguida, coloca o homem ali. A natureza não depende do homem, mas o homem
depende da natureza Se acabarmos com a natureza, acabamos conosco mesmos.
Deveríamos cuidar melhor do nosso domicílio. Se o mundo pagão cultua a natureza
e o mundo antropocêntrico abusa dela, nós somos chamados a protegê-la como a
uma irmã que teve o mesmo Pai.
APLICAÇÃO PESSOAL
Considerando a excelência da criação do ser humano e a sua missão
na terra como mordomo e representante de Deus, como temos vivido?
RESPONDA
Marque C para correto e E para errado nas afirmativas abaixo
1) [E] O mundo foi obra do acaso, sendo depois aperfeiçoada por
Deus
2) [C] Ser feita à imagem e semelhança de Deus é uma característica
exclusiva do ser humano.
3) [E] O fato de a mulher haver sido criada a partir do homem a
tomar inferior a este.
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EBD – Lição 03: GÊNESIS 3 – Tentação, Queda e Promessa de Redenção
| 1° Trimestre De 2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 3 há 24 versos Sugerimos começar a aula lendo, com todos
os presentes, Gênesis 3.1-24 (5 a 7 min). A Revista funciona como guia de
estudo e leitura complementar, mas não substitui leitura de Bíblia.
Olá, Professor(a)! Nesta lição temos a oportunidade de pensar no
quanto nossa opção por Jesus é valiosa, necessária e importante para a
redenção. Desde o princípio da nossa existência somos tentados por Satanás, mas
também convidados a fazer uma opção pelo Reino de Deus. Por causa do pecado, já
não podemos perceber fisicamente a presença de Deus. Contudo, o Redentor
prometido nos veio, Pelo Seu sacrifício fomos remidos a fim de que toda a
criação seja restaurada. Pelo pecado nos veio a morte, mas pela ressurreição de
Jesus nos chegou à certeza de vida eterna, Mostre aos seus alunos que, como
igreja, escolhemos Jesus, pois desde o Éden Sua vitória sobre o mal foi
anunciada por Deus.
LEITURA ADICIONAL
Observe os passos da transgressão: não são passos ascendentes, mas
descendentes, em direção ao abismo. Primeiro: Ela Viu. Uma grande quantidade de
pecados vem através dos olhos. Não olhemos para aquilo que traz consigo o risco
de estimular a concupiscência (Mt 5,28). Segundo: Ela tomou. Foi seu
próprio ato e obra. Satanás pode tentar, porém, não pode obrigar, pode nos
persuadir a ajoelhemo-nos diante do precipício, porém, não pode lançar-nos dali
(Mt 4.6), Terceiro: Ela comeu. Quando ela olhou para o fruto, talvez não
tenha tido a intenção de tomá-lo; ou quando o tomou, não tinha a intenção de
comê-lo: porém, acabou fazendo-o. É uma atitude sábia deter os primeiros
movimentos do pecado, e abandoná-lo antes de ver-se comprometido com
ele. Quarto: Deu-o também ao seu marido. Aqueles que fazem o mal
estão dispostos a arrastar outros a fazerem o mesmo. Quinto: Ela comeu,
por não levar em conta a árvore da vida. Por não comer daquilo que era
permitido por Deus, mas, ao invés disto, comer do fruto da árvore do
conhecimento, que estava proibido, Adão mostrou claramente o seu desdém por
aquilo que Deus lhe havia outorgado, e o seu desejo por aquilo que Deus
considerou prudente não lhe dar. Desejava ter o que quisesse e fazer o que lhe
trouxesse prazer. Definindo em uma só palavra, o seu pecado foi a desobediência
(Rm 5.19), desobediência a uma ordem clara, simples e expressa. Adão não tinha
uma natureza pecaminosa que o impulsiona ao pecado; pelo contrário, tinha a
liberdade de escolha, conforme a sua vontade, com toda a sua força, não
debilitada e nem desequilibrada. Porém, apartou-se com muita prontidão,
arrastando toda a sua posteridade ao pecado e à miséria. Então, quem pode dizer
que o pecado de Adão, em si, causou pouco dano?
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4°ed. Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, p. 11).
Leitura Bíblica Para Estudo
INTRODUÇÃO
I- A TENTAÇÃO Gn 31-6
1- O tentador Gn 3.1
2– A liberdade humana Gn 3.4
3– O pecado Gn 3.6
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA Gn 3.8-23
1– Separação e medo G₁3.8
2– Expulsão do Jardim Gn 3.23
3– Morte Gn 3.4
III- A PROMESSA DE REDENÇÃO Gn 3.9-21
1– Deus busca o homem Gn 3.9
2– O preço da redenção Gn 3.15
3– Uma nova vestimenta Gn 3.21
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Qual a origem do mal? De onde vem a nossa inclinação para ele?
Nesta lição estudaremos a origem do pecado e as consequências deste para a
espécie humana.
I- A TENTAÇÃO (Gn 3.1-6)
A tentação é algo comum a todos os seres humanos. Não há
salvo-conduto para ninguém.
1. O tentador (Gn 3.1). “Mas a serpente, mais sagaz que todos
os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: E assim
que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”
]No mundo de hoje, muitos não querem que falemos sobre demônio,
capeta, Satanás ou diabo, mas ele é uma figura real e presente nas Escrituras.
Ignorá-lo não é uma boa estratégia A serpente não era o tentador mas o
instrumento que ele utilizou. Chama-nos à atenção o fato de que, dentre todos
os animais, o tentador use aquele que era considerado o mais astuto de todos,
Talvez o fato de a serpente haver falado tenha funcionado como uma espécie de
credenciamento para que Eva acreditasse mais facilmente. Isso tudo é um alerta
para nós. As tentações são mostradas na Bíblia como “astutas ciladas” (Ef
6.11), e não como sugestões inócuas. A origem do tentador não é descrita
em Gênesis.
Ele já aparece em suas páginas como um ser inteligente, maligno, e em oposição
a Deus e Sua obra. Quem quer que ele tenha sido originalmente, foi criado em
estado de pureza e santidade, pois Deus não cria nada maligno (Ez 28.12-19).
Não é autoexistente, pois somente Deus é assim. Satanás não é um
ser de força oposta e equivalente ao poder de Deus, como o crêem as
maniqueístas. Não. Apesar da sua fúria e do seu poder, ainda assim ele está debaixo
do controle do. Altíssimo que lhe impõe limites, o controla e o julga. Curioso
também que no relato de Gênesis o tentador não apareça como um ser repugnante.
Sua primeira arma foi o disfarce. Apresentá-lo como um ser chifrudo, com pés e
cauda de bode, cheirando a enxofre, é folclórico e foge ao relato bíblico, que
o apresenta como um ser sutil e capaz de disfarçar-se até de anjo de luz. Ele
se esconde de modos insuspeitos. As serpentes não fazem barulho ao se
aproximar, lembre-se disso.
2. A liberdade humana (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à
mulher. É certo que não morrereis”
Deus nos criou para relacionamentos e isso só é possível se houver
liberdade. Sem liberdade não há amor. A virtude não
pode ser imposta. Não há virtude se não pudermos optar por ela voluntariamente.
Adão e Eva não estavam destinados à queda. Eles poderiam ter resistido ao
pecado. Tentação não significa ausência de opções. Tentação e pecado são duas
coisas diferentes. Deus, ao estabelecer limites claros, os estava provando. Ele
sabia que o homem pecaria? Se sabia, por que deixou? Por que não o fez à prova
de pecado? Ora, Deus criou o homem como um ser moral, capaz de fazer escolhas.
Será que haveria alguma virtude na obediência se ela fosse a única
opção? Só há virtude em fazermos o bem porque o mal também é uma opção. Em
resumo, se Deus criasse um homem à prova de erro criaria um autômato e não um
ente moral. O bem exige, para ser verdadeiro, que tenhamos opções. Diríamos que
o preço que Deus pagou ao criar o homem livre foi a possibilidade de que ele
praticasse o mal. O que Ele fez então? Antecipou-se ao mal providenciando o
Cordeiro desde a eternidade (Ap
13.8). Deus é onisciente, conhece a história, e a usa soberanamente para
glória do Seu próprio nome.
3. O pecado (Gn 3.6). “Vendo a mulher que a árvore era boa
para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento,
tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.”
O pecado não é algo inofensivo pequeno ou leve. Também não era
inato ao homem, pois este foi criado à imagem e semelhança de Deus. O pecado
diz respeito à condição humana. O que ocorreu então? A abordagem de Satanás a
Eva foi cheia de astúcia. Primeiro, lançou a dúvida no coração da mulher: “É
assim que Deus disse. Depois jogou sagazmente com a vontade humana chamando
especial atenção para os resultados “coloridos” que supostamente viriam após
comerem do fruto proibido (“como Deus, sereis…”). Parafraseando o versículo 5,
o que Satanás dizia era: “Deus não está sendo leal. Está negando a vocês o
privilégio de serem como Ele, talvez Ele tema rivais”. A tentação de ser como
Deus acompanha o homem desde sempre. Há quem chame tal tentação de “ego
absoluto” e quem a defina como egoísmo, ou seja, como desejo de colocar-se
acima de tudo. A armadilha toda foi bem engendrada e o casal caiu nela. Curioso
que a mulher tenha dado ouvidos e iniciado um diálogo com o tentador não? Até
hoje tem gente entrevistando demônios, e pior ainda, pleno culto de adoração a Deus.
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA (Gn 3.8-23)
Não há nada que o diabo possa oferecer que, sendo aceito, nos traga
paz, alegria duradoura ou venha a saciar nossa alma. Como já foi dito, todas as
frutas que o diabo oferece contêm bichos
1. Separação e medo (Gn 3.8) “Quando ouviram a voz do Senhor
Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do
Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.”
Gênesis
3 trata dos efeitos imediatos do pecado. Após a desobediência, começam
as consequências para o casal. As primeiras coisas que acontecem são a
percepção da sua nudez e a necessidade de escondê-la (vergonha). O casal,
agora, não se sente mais à vontade juntos. Os olhos se abriram como prometera a
serpente, mas não do modo como Adão e Eva esperavam, antes para conhecerem a
culpa e o medo. Pela primeira vez, o homem experimenta o medo. O passo seguinte
é fugir de Deus. Uma muralha é levantada. A maravilhosa, e antes deleitosa
presença divina agora apavora o homem em rebeldia. Antes, Deus era esperado,
desejado, e Sua presença trazia alegria, mas agora, como consequência do
pecado, o homem sente medo e repulsa pela presença de Deus. Onde há pecado, há
medo. Esse medo domina o coração de todo pecador até que o encontro com Cristo
e a aceitação de sua obra redentora o remova completamente (1Jo 4.18).
2. Expulsão do Jardim (Gn 3.23) “O Senhor Deus, por isso, o
lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”
O preço da desobediência e do pecado é sempre maior do que
pensamos. O pecado é profundamente desagregador. Primeiro, separa o homem de
Deus. Segundo, separa-nos uns dos outros. A primeira crise conjugal nasce após
a Queda.
Uma fenda foi criada entre o homem e a mulher. Por fim, o pecado separará ambos
do aprazível lugar criado por Deus 0 homem experimentaria a solidão do exílio.
O inquilino do maravilhoso jardim de Deus foi despejado, Nada seria como antes
Assim Deus removeu o casal do jardim. ou melhor, de acordo com Gênesis 3.24.
Ele os “expulsou” e ainda colocou querubins para guardar a entrada do jardim e
garantir que Adão e Eva não tentaram entrar lá outra vez. Que triste nota!
A expulsão do jardim oficializa a quebra da comunhão entre Deus e o homem. O
jardim já não mais estava acessível ao casal. Demos graças ao nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos propicia novo acesso ao paraíso (Ap 2.7), O
primeiro Adão foi expulso do paraíso, O último Adão, pendurado numa cruz. disse
a um ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43)
3. Morte (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher: É certo
que não morrereis.”
Satanás surge como o primeiro herege da história. O primeiro a
interpretar a Palavra
de Deus distorcidamente, como muitos fazem hoje. Quando responde à
mulher, a serpente nega a Palavra de Deus em Gênesis 2.17. A primeira heresia
da história, portanto, foi esta: negar o juízo de Deus. Parece que a antiga
serpente tem muitos seguidores hoje. Concordo com Isaltino Gomes quando diz que
“negar o juízo de Deus é conveniente para pecadores e desobedientes que não
querem ajustar sua vida à Palavra de Deus. Muitos sermões em nosso tempo
prometem bênçãos sem medidas e omitem a necessidade do arrependimento, dizendo
às pessoas que vivam como quiserem, apresentando um Deus piegas que deseja todo
– mundo feliz e risonho, sem nunca fazer exigências morais. É a voz da serpente
dizendo: ” certamente não morrereis.” A morte pode ser descrita como um estado
de separação de Deus no qual o homem se encontra por causa do pecado (Ef 2.1-3;
Rm 3.23) Como diz Paulo: “em Adão todos morrem” (1Co 15.22).
III. A PROMESSA DA REDENÇÃO (Gn 3.9-21)
Graças a Deus, Gênesis 3 não é só desgraças. Há também a esperança
e a promessa de que Deus não deixaria as coisas como o diabo gostaria ao
seduzir e enganar o primeiro casal.
1. Deus busca o homem (Gn 3.9) “E chamou o Senhor Deus ao
homem e lhe perguntou: Onde estás?
Deus amorosamente toma a iniciativa de procurar o homem e
restaurá-lo à comunhão. Sua pergunta ecoa pelo jardim. “Onde estás? Não que Ele
não soubesse, mas porque queria provocar o arrependimento. A voz de Deus chama
aqueles que pecaram, pois não deixaram de ser amados. Adão e Eva deveriam ter
corrido ao encontro do Criador confessando seu pecado e suplicando perdão. Em
vez disso, esconderam -se. São várias perguntas de Deus ao homem “Quem te fez
saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses? Essa
última, na verdade, responde a anterior Deus não precisava de um relatório, mas
da confissão do casal.
O Reino de Deus não se baseia na virtude humana. Quais os méritos de Adão e
Eva? Deus poderia tê-los abandonado. Mas Deus é amor e o amor não precisa de
motivos, mas doa-se voluntária e sacrificialmente. Que fique claro: a redenção
é um ato voluntário de Deus, cuja motivação única foi Seu amor incondicional
pela humanidade.
2. O preço da redenção (Gn 3.15) “Porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e
tu lhe ferirás o calcanhar.“
As palavras de Gênesis 3.15 dirigidas à Satanás são conhecidas como
protoevangelium (o primeiro evangelho: as primeiras boas-novas). É a primeira
vez nas Escrituras em que é anunciada a vinda de um redentor. Esse prenúncio é
uma mensagem de esperança que antecipa ao homem o plano redentor logo após a
Queda Deus não deixaria a humanidade naquele estado, mas a restauraria Para
isso, Ele mesmo pagaria um altíssimo preço. A promessa é que o descendente (no
singular) da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, impondo-lhe uma derrota
completa, radical e eterna (a 2.15). Na cruz. Jesus tem o seu “calcanhar
ferido”. Em contrapartida, Satanás tem a sua “cabeça esmagada”.
Há um contraste aqui entre o ferimento do calcanhar e o esmagar a cabeça. Qual
é o mais sério? Qual ferimento é definitivo? Jesus fez-se gente, sofreu,
padeceu e morreu na cruz, em nosso lugar, mas ressuscitou gloriosamente ao
terceiro dia, já Satanás foi derrotado para sempre. Os dois seriam feridos, mas
em um deles o ferimento seria terminal.
3. Uma nova vestimenta (Gn 3.21) “Fez o Senhor Deus
vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”
A reação do casal, ao cobrir sua nudez, expõe a vã tentativa do
homem ao empregar seu esforço próprio para amenizar a culpa e remendar as
consequências de seu pecado. Quanto tempo duraria um frágil avental de folhas?
A vestimenta providenciada por Deus, além de ser duradoura, exige sacrifício e
derramamento de sangue. Um ou mais animais inocentes foram mortos. Um claro
retrato do Cristo que seria sacrificado pelo mundo pecador.
APLICAÇÃO PESSOAL
Apesar do pecado do homem e da mulher, Deus os quer perdoar a
salva. Essa é a boa notícia do Evangelho de Jesus Cristo: Ele nos oferece um
caminho de volta do pecado. Nós podemos voltar.
RESPONDA
1) O que significa tentação? É um convite ao pecado.
2) Mencione duas consequências de Queda conforme a
lição? Expulsão do jardim e morte
3) O que significa a expressão protoevangelium? É um prenúncio
do evangelho de Cristo.
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Lição 04: GÊNESIS 4 – Caim e Abel | 1° Trimestre De 2022 | EBD –
Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 4 há 26 versos. Sugerimos começar a aula
lendo, com todos os presentes Gênesis 4.1-26 (5 a 7 min.). A revista
funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a
leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a). nesta lição devemos tratar dos graves efeitos
do pecado sobre a criação Não só a morte, mas o assassina to e todo tipo de
degeneração que presenciamos diariamente apontam para a falta de relacionamento
com Deus. Somente a opção diária por renunciar às más inclinações pessoais para
assumir o caráter de Jesus pode nos livrar de atos pecaminosos. Devemos
respeitar nossas diferenças, reconhecer nossas qualidades mutuamente, aprender
com os mais maduros na fé e zelar pela vida do nosso irmão. Nosso culto seja
como o de Abel. Apresentemos a Deus nosso empenho em adorá-lo intimamente a fim
de resistirmos ao pecado até que Jesus retorne para restaurar toda a criação.
LEITURA ADICIONAL
A maldade do coração termina no assassinato praticado com as mãos.
Caim matou Abel, o seu próprio irmão, e filho de sua própria mãe, a
quem deveria ter amado, o seu irmão mais novo, a quem deveria ter protegido um
bom irmão, que jamais lhe havia feito algum mal. Que efeitos fatais do pecado
de nossos pais foram estes, como os seus corações devem ter se enchido de
angústia. Observe o orgulho, a incredulidade e a soberba de Caim. Nega o crime,
como se fosse capaz de escondê-lo de Deus. Procura esconder um homicídio
deliberado, através de uma mentira deliberada.
O assassinato é um pecado que clama, o sangue pede sangue, o sangue
do assassino pelo sangue do assassinado. Quem conhece o alcance e o peso de uma
maldição divina, o quão longe é capaz de ir, a quão profundo é capaz de
penetrar? Os crentes salvam-se dela somente em Jesus Cristo, e herdam a bênção,
Caim foi amaldiçoado pela terra. Ele encontrou o seu castigo ali mesmo, onde
escolheu a sua sorte e colocou o seu coração. A maldade dos maus traz a
maldição a tudo o que fazem, e a tudo o que possuem Caim se queixou não de seu
pecado, mas de seu castigo. Uma grande dureza de coração fica patente, quando
os nossos sofrimentos nos preocupam mais do que os nossos pecados
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, p.19).
Leitura Bíblica Para Estudo
INTRODUÇÃO
I- O AVANÇO DO PECADO Gn 4.1-8
1- Os primeiros filhos Gn 4.1
2– A universalidade do pecado Gn 4.5
3– O mal não é estático Gn 4.8
II- O PRIMEIRO CULTO Gn 4.4-5
1– O culto de Abel Gn 4.4
2– O culto de Caim Gn 4.5
3– O ambiente religioso Gn 4.4
III- O PRIMEIRO HOMICÍDIO Gn 4.2-7
1– Filhos diferentes Gn 4.2
2– O lar de Adão e Eva Gn 4.7
3– O homicídio Gn 4.8
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Nesta lição, lidaremos com a universalidade e o avanço do pecado. A
serpente escondeu do casal as consequências que viriam. Agora, Adão e Eva
lidarão com a tragédia de terem um filho assassino e outro assassinado
I – O AVANÇO DO PECADO (Gn 4.1-8)
1- Os primeiros filhos (Gn 4.1) “Coabitou o homem com Eva sua
mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim: então, disse: Adquiri um varão com o
auxílio do Senhor.”
Apesar de a fecundação não ser o único propósito do casamento e de
nem todo casamento ser contemplado com filhos, inegavelmente, é fato que os
filhos são uma dádiva e um tesouro de Deus para o casal (Sl 127.3).
Fora do jardim, Adão coabitou com Eva e ela concebeu. A palavra “coabitar” no Antigo Testamento é um termo também empregado
para designar “relacionamento sexual”: Nunca é usado para animais, apenas para
seres humanos.
O nome de Caim está associado com alegria: “alcancei, adquiri” Eva
estava alegre pelo filho. Será que Eva teria pensado tratar-se do cumprimento
da promessa em Gênesis 3.15, ou seja, que ele seria o homem que pisaria a
cabeça da serpente? O segundo filho (Abel) significa “sopro” ou “vento
passageiro”. O nome de Caim significa, portanto, que a vida vem de Deus
(adquirido) e o de Abel que a vida passageira (sopro).
2- A universalidade do pecado (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e
de sua oferta não se agradou, irou-se, pois, sobremaneira Caim e descaiu-lhe o
semblante”
Adão e Eva, agora fora do paraíso, geraram filhos “à sua
semelhança, conforme a sua imagem” (Gn 5.3). Eles eram pecadores e geraram
filhos semelhantes a eles, também pecadores. Por universalidade do pecado
entendemos que toda criatura humana é pecadora. Não é verdade esse discurso de
que o homem, após a Queda, continua bom por natureza, sendo depois corrompido
pela sociedade. Isso não passa de sofisma humanista. A
universalidade do pecado é dada nas Escrituras.
O pecado não é um fenômeno raro ou incomum confinado a uma pequena minoria da
raça humana, mas é universal em seu alcance.
A Bíblia é clara. Todos pecaram e carecem da glória de
Deus” (Rm 3.23). Não há nenhum membro da raça de Adão que não tenha se unido a
ele na rebelião que ele começou. O salmista diz que Deus esquadrinhou
atentamente a terra procurando um homem sem pecado, mas não achou nenhum sequer
(SI 14). É lamentável que alguns segmentos da igreja tenham deixado de falar
sobre o pecado, pois não querem confrontar a comodidade dos pecadores.
3- O mal não é estático (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel, seu
irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim
contra Abel seu irmão, e o matou.”
Um dos problemas com o pecado é que ele avança e vai contaminando
tudo. É uma doença contagiosa e metastática, ou seja, não é possível
administrar ou controlar os seus efeitos. Alguém já comparou o pecado com um
animal selvagem. Enquanto filhote, é bonitinho e inofensivo. Mas, quando
cresce, pode nos devorar, se tiver a chance. O pecado é dinâmico, não é
estático. Tende a se intensificar e se alastra enquanto não houver conversão.
Sabedores disso, os fundadores do “Alcoólicos Anônimos” estabeleceram um
princípio em seus passos para ajudar pessoas a alcançarem a cura: “Evite o
primeiro gole”. Eles também dizem algo em relação ao álcool que podemos
utilizar como um princípio geral: “Uma bebida é demais, e vinte não satisfazem;
se você não tomar esse primeiro gole não pode ficar bêbado. Muitos problemas
podem ser evitados quando estancados no nascedouro. Adão e
Eva viram em sua descendência os efeitos inimagináveis do pecado e o crescente
desgosto divino até que o juízo fosse inevitável.
II – O PRIMEIRO CULTO (Gn 4.4-5)
Temos nessa passagem o primeiro culto registrado na Bíblia.
Aprenderemos, entre outras coisas, que não é todo culto que Deus aceita.
1- O culto de Abel (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das
primícias do seu rebanho e de gordura deste .Agradou-se o Senhor de Abel e de
sua oferta.”
A aceitação da oferta de Abel significa que, provavelmente, o fogo
do céu consumiu seu sacrifício. Logo de imediato aprendemos que culto tem a ver
com oferta e entrega. Parece que hoje, quando se pensa em culto, a maioria das
pessoas estão mais preocupadas em como receber algo de Deus e ser abençoadas.
Isso não é errado, mas a ideia primeira relacionada a culto é dar algo a Deus
(Êx 23.15). É muito forte no texto a ideia de Abel trazer o primogénito, algo
especialmente separado e preparado para aquele momento, O culto é um grande
momento para o cristão sincero e grato. Abel se aproxima de Deus com coração
obediente e cheio de sinceridade. Ele não foi odiado e invejado por Caim porque
fosse do mau, ao contrário, porque era piedoso.
Em outras palavras, não foram os pecados de Abel que incomodaram e
inflamaram o ódio de Caim, mas as suas virtudes. A retidão de Abel atormentava
Caim. Não é estranho? Essa é a atitude do homem que, mesmo consciente do seu
pecado, escolhe pecar impiamente. Tais pessoas incomodam-se profundamente com
os irmãos que vivem na presença de Deus. “Agradou-se o Senhor de Abel”.
Primeiro vem a pessoa, somente depois é mencionada a oferta dela. A mesma coisa
se repete em relação a Caim. Deus está mais interessado em quem nós somos do
que naquilo que fazemos para Ele.
2- O culto de Caim (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua
oferta não se agradou, irou-se, pois sobremaneira Caim, e descaiu-lhe o
semblante”
Por que Deus rejeitou a oferta de Caim? É muito comum estudiosos
mencionarem a questão da falta de derramamento de sangue como sinal da
reprovação divina ao culto de Caim. Será que se resume a isso? Fato é que ele
era agricultor e trouxe do produto do seu trabalho. Além disso, temos na
própria Lei, menção da “oferta de cereais” (Lv 2.1). Creio ser mais apropriado
vermos que Abel trouxe das primícias, ao passo que isso não é dito da oferta de
Caim. Sua oferta não foi aceita porque fosse de uma espécie errada, mas por não
ser a melhor que ele poderia trazer. Não há uma clara indicação de que a oferta
dele fosse pecaminosa em si mesma.
A questão toda estava mais relacionada com a atitude e motivação do
ofertante. Caim não considerou importante levar o primeiro fruto, mas não
somente isso Adorador e sua oferta são inseparáveis. Mais do que a adoração em
si, são autênticos adoradores que Deus procura, disse Jesus (Jo 4.23). Será
que, se tão somente Caim tivesse sacrificado um animal teria sido aceito?
Certamente não, isso devido à condição de seu coração cheio de inveja e ódio
(Gn 4.5). Que fique claro: rituais vazios não servem para Deus (Is 1.13,14),
pois antes de aceitar a oferta. Ele precisa aceitar o ofertante (Gn 4.7).
3- O ambiente religioso (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe
das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e
de sua oferta.”
Chama a atenção que Caim não era um ateu. Ambos os filhos eram, por
assim dizer, religiosos. Não é curioso que toda essa questão de inveja, ódio
pelo irmão e planeja mento de assassinato ocorra dentro de um contexto de culto
e de adoração a Deus? Saibamos que muitas maldades podem existir e ocorrer
mesmo entre aqueles que dizem servir e adorar a Deus. Isso é um alerta para
todos nós. O que passou na cabeça de Caim? Será que ele pensou: “Se eu matar
Abel, aí Deus só terá o meu culto Teria sido isso? Não sabemos. Mas a
advertência é muito grande. Ninguém está protegido do mal simplesmente porque
está dentro de um templo religioso, Lembremos que no grupo apostólico havia um
traidor; na igreja primitiva, Ananias e Safira. Nosso coração precisa ser
protegido e vigiado pela prática da oração, do temor e da obediência à Palavra
de Deus. Ninguém está acima da necessidade da vigilância.
III – O PRIMEIRO HOMICÍDIO (Gn 4.27)
Como já foi dito, primeiro Caim fracassou no altar; e, porque
fracassou no altar, também fracassou nas demais coisas.
1- Filhos diferentes (Gn 4.2) “Depois, deu à luz o Abel, seu
irmão Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador”.
Todos sabemos que não há duas pessoas iguais. Nem mesmo gêmeos
univitelinos são idênticos, apenas se parecem. Pais que desconsideram isso
terão enormes problemas. Caim e Abel sugaram o mesmo leite materno, tiveram os
mesmos pais e nada indica que tiveram uma educação diferente um do outro. De
fato, tiveram a mesma carga genética, crescerem na mesma casa e receberem os
mesmos ensinos. Pais precisam saber que, não obstante fazerem o melhor, se
esforçarem e amarem profundamente os filhos, haverá um momento no qual eles
terão que decidir que caminho seguir. A parábola do filho pródigo, entre outras
coisas, nos ensina que o descaminho, falha de caráter e devassidão de um filho
não significa que os pais falharam. A Bíblia revela que Caim era do Maligno (1
Jo 3.12) e Abel, um homem de Deus. Todos nós somos responsáveis por nossas
decisões. Não são os astros, os signos, maldições hereditárias ou o destino.
Somos nós.
2- O lar de Adão e Eva (Gn 4.7) “Se procederes bem, não é
certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal eis que o pecado jaz à
porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”
No primeiro lar mencionado na Bíblia havia disputas. O lar de Adão
e Eva foi profundamente afetado pelo pecado. Começou com a transferência de
culpa de Adão quando confrontado por Deus (Gn 3.12). Ele não assume
imediatamente a sua responsabilidade. Ali nasce o primeiro conflito conjugal da
história. Logo depois temos as desavenças entre os irmãos. Há um sério problema
de relacionamento entre Caim e
Abel com consequências desastrosas Deus toma a iniciativa para normalizar as
coisas, mas Caim endureceu ainda mais o seu coração. Há uma grandiosa lição
prática para todos nós: cultuar a Deus requer relações saudáveis com nosso
irmão. Não é possível separar nosso relacionamento com Deus dos relacionamentos
que temos na igreja Um não sobrevive sem o outro.
3- O homicídio (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel seu irmão: Vamos ao
campo Estando eles no campo sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu irmão,
e o matou.”
Deus confronta Caim perguntando o motivo da sua cara feia. O texto
sugere que Caim sabia por que havia sido rejeitado. Deus lhe explica que o
pecado é como uma besta feroz que jaz à porta de sua vida e que era melhor não
abrir essa porta. Se Caim procedesse corretamente, seu semblante seria
levantado e Deus receberia sua oferta. É a primeira vez que a palavra “pecado”
aparece na Bíblia. Seu significado é “desviar-se do caminho reto”. Caim deveria
vigiar e se cuidar. Ele não considera a advertência divina e comete o primeiro
homicídio da história. Mas não há pecado que fique encoberto aos olhos de Deus.
Achando que estava destruindo a vida de Abel, ele destruiu a si mesmo.
A amargura pode se transformar em ódio, e o ódio em homicídio.
Em Hebreus 12.15, somos recomendados a não permitirmos que
nenhuma raiz de amargura brote, perturbe e contagie o nosso coração e o
ambiente à nossa volta. É perigoso carregar tais sentimentos no coração.
Provavelmente, Caim matou seu irmão muitas vezes no coração antes de
assassiná-lo de fato. Por isso, o apóstolo João afirma que quem odeia a seu
irmão é homicida (1Jo 3.15, Mt 5,21,24). Caim não se arrependeu, não se
humilhou, não chorou. Mesmo assim, Deus o trata com misericórdia colocando-lhe
um sinal para protegê-lo.
APLICAÇÃO PESSOAL
Sem um coração submisso, nem mesmo as mais preciosas ofertas podem
nos tornar aceitáveis diante de Deus. Como está o seu coração? Se parece mais
como de Caim ou com a de Abel?
RESPONDA
Marque V para verdadeira e F para falso nas afirmativas abaixo;
(V) O pecado não é um fenômeno raro ou incomum, mas presente e
universal.
(V) O culto de Abel e Caim a Deus expressava o que havia em seus corações
(F) Apesar de tudo, o lar de Adão e Eva permaneceu intacto e inalterado, mesmo
após a Queda.
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EBD – Lição 05: GÊNESIS 6 – Os Dias de Noé | 1° Trimestre De 2022 |
Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 6 há 22 versos. Sugerimos começar a aula
lendo, com todos os presentes, Gênesis 6.1-22 (5 a 7 min.). A revista
funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a
leitura da Bíblia.
Olá, querido(a) professor(a)! Nesta lição, que trata dos tempos de
Noé, aprenderemos que as linhagens de Sete e Caim se unem e que o pecado se
espalha sobre a terra. É nesse contexto que Deus adverte os homens – através de
Noé – sobre as consequências inevitáveis da maldade. O próprio Jesus destacou a
fé e a obediência de Noé em oposição à maldade e indiferença dos que pereceram
no dilúvio, o que nos faz pensar na oposição entre os que fazem uma sincera opção
pela vontade de Deus e os que, lamentavelmente, seguem sua própria vontade. É
nossa tarefa, como professores e como Igreja, testemunhar o Evangelho para que
muitos se convertam e sejam alcançados pela Graça de Deus através de Jesus.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), começa sua aula destacando o fato de que Deus ofereceu
à humanidade um longo tempo para que abandonasse o pecado. A misericórdia e
generosidade do Criador ainda aguardam que o pecador de agora também se
converta e faça sua opção por Jesus. O cristão deve testemunhar uma
transformação de vida tamanha, a ponto de renunciar aos antigos pecados para
viver sob os princípios do Evangelho de Cristo. Sejamos, como Noé, sinal para
o mundo.
LEITURA ADICIONAL
Muitíssimos pecados eram cometidos em todos os lugares, e por todas
as classes sociais. Qualquer um podia ver que a maldade do homem era grande;
porém, Deus viu que toda imaginação, ou propósito dos pensamentos do coração
humano, era de contínuo somente o mal. Esta era a raiz amarga, a fonte corrupta.
O coração é enganoso e perverso; os princípios, corruptos; os hábitos e as
disposições são maus. As intenções e planos dos homens eram maus. Eles
praticavam a maldade deliberadamente, e engenhavam a perversidade. Não havia o
bem entre eles. Deus viu a maldade do homem como alguém que é ferido ou
maltratado por ela. Viu-a como um terno pai contempla a necessidade e porfia de
um filho rebelde e desobediente, fato que o aflige e o faz desejar não ter tido
filhos.
[…] “Rasparei os homens de sobre a face da terra”; assim como se
varre o pó ou a sujeira de um lugar que deve estar limpo, e se lança este pó ao
monte de lixo, que é o lugar apropriado para ele. Deus fala do homem como de
sua própria criatura, quando decide castigá-lo. Aqueles que não correspondem
com o propósito de sua vida, perdem-na. Deus tomou esta decisão sobre os
homens, depois que o seu Espírito contenderá durante muito tempo com eles;
porém, em vão. Ninguém é castigado pela justiça de Deus, exceto aqueles que
detestam ser reformados pela graça dEle.
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de
Janeiro, CPAD, 2004, pp.
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
INTRODUÇÃO
I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO Gn 6.2-5
1– Eram duas linhagens Gn 6.2
2– Um sinal da vinda de Cristo Gn 6.5
3– Um tempo final Gn 6.3
II- NOÉ Gn ó.8-9
1– Alvo da graça Gn 6.8
2– Justo e íntegro Gn 6.9
3– Andou com Deus Gn 6.9
III- ENSINAMENTOS Gn 6.7-22
1– As advertências de Deus Gn 6.7
2– Santo em um mundo ímpio Gn 6.11
3– Qual é o nosso legado? Gn 6.22
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Gênesis 5
traz uma lista de dez gerações, destacando nela dois homens: Enoque e Noé. A lista é caracterizada pela repetição da frase “e
morreu”. A única exceção é o caso de Enoque, que compartilhou com Elias a
experiência de serem os únicos na história humana transladados por Deus sem
morrer. Embora a Bíblia registra apenas dez versículos acerca de Enoque (Gn 5.20-24;
Hb 11.5,6; Jd 14,15; Lc 3.37), isto é suficiente para o considerarmos um
exemplo de fé, de quem anda com Deus e o agrada. Vamos agora ao estudo do capítulo
6, o qual trata de Noé.
I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO (Gn 6.2-5)
A humanidade havia atingido um nível de corrupção jamais visto e
isso deixou Deus desgostoso, pelo que decidiu julgar o mundo.
1- Eram duas linhagens (Gn 6.2) “Vendo os filhos de Deus que
as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre
todas, mais lhes agradaram.”
Em Gênesis 6.1 nos deparamos com o crescimento
vertiginoso da raça humana e, paralelo a isso, com a multiplicação da maldade
(Gn 6.5). Temos, claramente, no livro em estudo, duas linhagem colocadas uma
ao lado da outra: a linhagem de Caim (Gn 4.17-24) e a linhagem de Sete (Gn 4.25-6.32).
Facilmente observamos, no capítulo 5 de Gênesis, que a genealogia de Adão
passa a ser retratada a partir de Sete. Caim é colocado de lado. Temos uma
linhagem piedosa (de Sete) e uma perversa (de Caim). No capítulo 6, as duas
linhagens convergem e se misturam, acelerando a multiplicação da maldade e da
violência. Há uma interpretação muito comum que trata a expressão “filhos de
Deus” como anjos e não como descendentes de Sete. É improvável que o texto
esteja falando de anjos, por quatro motivos:
a) Em Lucas
3.23-38, a descendência de Sete é associada diretamente a Deus;
b) todo o contexto dos capítulos 5 e 6 está falando de homens. Por que, do
nada, seriam inseridos anjos?
c) Não se fala nada de castigo para anjos, só para homens. Se “filhos de
Deus” se refere a anjos, porque somente os seres humanos são castigados?
d) Jesus disse (Mt 22.30) que o casamento não é algo que faz parte da constituição
angelical.
2- Um sinal da vinda de Cristo (Gn 6.5) “Viu o Senhor que a
maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau
todo desígnio do seu coração.”
Quando Jesus falou dos dias de Noé, relacionou-os com os dias futuros
e imediatos à Sua vinda: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a
vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio
comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a
todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37-39). Em outras
palavras, o que Jesus está dizendo é que, de alguma maneira, os dias de Noé
seriam repetidos quando a Sua vinda se aproximasse. E como foram esses dias?
Foi uma época especialmente marcada pela secularização, crueldade, violência e
indiferença para com Deus (Gn 6.11). Há duas advertências aqui:
a) Primeiro, equivoca-se quem acha que o mundo vai melhorar e
melhorar à medida que se aproxima a volta de Cristo;
b) O mundo que antecederá a volta de Cristo será surpreendido pelo seu
retorno como a geração de Noé o foi com o Dilúvio.
3- Um tempo final (Gn 6.3) “Então, disse o Senhor: O meu
Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias
serão cento e vinte anos.”
A expressão “então” estabelece uma decisão tomada por Deus a partir
daquilo que viu e constatou. Ele decidiu abreviar o tempo daquela geração.
Limitou-o a 120 anos, a partir daquele instante. Isso não significa, como
alguns já sugeriram, que Deus estava limitando em 120 anos a vida de todas as
pessoas que viriam, pois nos capítulos seguintes veremos que as pessoas
continuaram vivendo muito mais do que isso (Gn 11.10-32).
O que está dito é que a humanidade de então teria mais 120 anos, após quais,
Deus a julgaria Ele poderia fazer isso de imediato, mas, em Sua misericórdia,
opta por uma prorrogação. Seria um tempo de graça para a humanidade, para que
pudessem se arrepender e alinhar-se à vontade de Deus. Pedro deixa claro que,
nesse período, Noé foi o pregador da justiça (2Pe 2.5), mas ninguém lhe deu
ouvidos. A todos os seus pecados, aquela geração acrescentou mais este: o desprezo
pela oportunidade final concedida por Deus.
II- NOÉ (Gn 6.8-9)
Noé, cujo nome significa “consolador”, é uma das grandes
biografias das Escrituras. Ele é mencionado em nove livros da Bíblia, num total
de 50 vezes. Não foi um pequeno coadjuvante, mas um grande personagem na
história da redenção.
1- Alvo da graça (Gn 6.8) “Porém Noé achou graça diante do
Senhor.”
Noé e os seus descendentes foram conservados e poupados
primeiramente devido à graça e à misericórdia divinas. O mundo permanece porque
Deus concedeu Sua graça a um homem. O mundo não foi preservado devido à
tecnologia, à cultura, ao esforço ou mesmo aos méritos de alguém, mas porque Deus
usou de graça. O que isso significa? Graça, aqui, vem de um verbo que
significa “ser misericordioso”, “ser generoso”, “contemplar com favor”. É
verdade que Noé era justo e santo, como veremos a seguir, mas não foram as suas
obras que o qualificaram, e sim a graça de Deus. Alguém disse que Deus, em
sua graça, nos dá o que não merecemos e, em sua misericórdia, deixa de nos dar
o que merecemos. Deus teve misericórdia dele. A graça de Deus é um tema sublime
e superlativo mas que incomoda muita gente e às vezes é combatido, inclusive na
igreja, por que ele demonstra nossa falência e humilha nosso ego. Não
merecemos nada; ninguém merece. Contudo, Deus, sendo gracioso, nos abençoa
apesar do nosso demérito.
2- Justo e íntegro (Gn 6.9) “Eis a história de Noé que era homem
justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.”
Pela primeira vez, a palavra “justo” é mencionada na Bíblia. Não
significa, obviamente, que Noé não fosse pecador, mas demonstra que ele
decidiu viver segundo um padrão de piedade negligenciado por sua geração.
Integridade tem a ver com aquilo que somos no recôndito mais íntimo da nossa
interioridade, quando trancamos a porta do nosso quarto e ninguém, exceto Deus,
nos enxerga. Sobre integridade, Warren Buffett, grande investidor e um dos homens
mais ricos do mundo, tem uma frase espetacularmente profunda: “Ao procurar
pessoas para contratar, você deve buscar três qualidades: integridade,
inteligência e dinamismo.
Se elas não tiverem a primeira, as outras acabarão com você.”
3- Andou com Deus (Gn 6.9) “Eis a história de Noé. Noé era
homem justa e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus”
Noé é um dos nomes de Gênesis dos quais é dito que “andou com
Deus”. O outro é Enoque (Gn 5.22). Um foi salvo da morte e o outro, do dilúvio.
Imaginemos o que deve ter significado andar com Deus naquela geração de homens
e mulheres cheios de maldade e dissoluções, quando a violência prevalecia. Noé
e Enoque nos inspiram, demonstrando que o ser humano não é produto do meio, mas
pode decidir, com a ajuda de Deus, que vida terá, a despeito das pressões e
massificação seculares. Como disse Chesterton: “Uma coisa morta segue a
correnteza. Somente quem está vivo pode contrariá-la”. Não importa quão
tenebroso seja o nosso tempo, nós podemos andar com Deus. Você tem andado com
Ele ou tem se pautado pela opinião da maioria? Saiba que, por causa de Jesus
Cristo, andar com Deus é
um privilégio que está disponível a quem quiser. Você quer?
III- ENSINAMENTOS (Gn 6.7-22)
Mesmo quando abordamos assuntos negativos, encontramos lições e
ensinamentos que, se colocados em prática, nos farão bem. As Escrituras devem
não apenas encher nossa cabeça e aquecer nosso coração, mas principalmente
mudar nossa vida
1- As advertências de Deus (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei
desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis
e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”
Ficamos sabendo pelo Novo Testamento que tanto Enoque como Noé
foram instrumentos de Deus para advertir aquela geração e levada ao
arrependimento. Isso mostra como Deus, por ser Santo, tem uma natureza generosa
e está sempre oferecendo oportunidades ao pecador, pois não tem prazer na
morte do ímpio (Ez 33.11). Nos dois casos, tanto Noé como Enoque foram
pregadores da Palavra. De Enoque é dito, inclusive, que profetizou (Jd 14,15) e
de Noé que foi “pregador da justiça” (2Pe 2.5).
As advertências de Deus precisam ser levadas a sério por nós.
Jesus, ao falar desse tempo, afirma que aquela geração só se deu conta da
seriedade da pregação de Noé quando já era tarde demais: “… e não o perceberam,
até que veio o dilúvio” (Mt 24.39). Pessoas rebeldes e fechadas para o
arrependimento de seus pecados não ouvem as mensagens de advertência. Estas lhes
parecem delírios de gente fanática Preferem ficar no posicionamento anterior,
achando que nada lhes acontecerá e que tudo continuará como sempre, ou que
podem postergar suas decisões pois ainda terão muito tempo pela frente.
Precisamos dar ouvidos à repreensão e ao chamado de Deus hoje, pois a partir de
um determinado momento será tarde demais.
2- Santo em um mundo ímpio (Gn 6.11) “A terra estava
corrompida à vista de Deus e cheia de violência.”
É possível sermos santos na nossa geração? É possível destoarmos
completamente da desobediência e corrupção moral dos nossos dias? Noé diria que
sim. Ele próprio foi um homem santo em um mundo ímpio e injusto como o nosso
ou, talvez, pior ainda. A desculpa costumeira de que “todo mundo faz assim” não
serve para o cristão. Gosto das palavras de Isaltino Gomes quando ensinava
sobre santidade: “Deus não nos chamou para sermos cópias ou clones, mas para
sermos o original”. A igreja não deve imitar o mundo. Antes, deve se portar
como espelho para o mundo.
Não precisamos e não devemos ser imitadores massificados do mundo à
nossa volta. Podemos e devemos ser diferentes. Lembremos do que disse Paulo,
apóstolo: “E não vos conformeis a este século…” (Rm 12.2). Uma tradução
possível seria “não tomeis o molde”. O seguidor de Jesus não é uma massa
moldada pelo mundo, nem um “Maria vai com as outras”. Santificação não é adesão a uma cultura evangélica,
nem ser sisudo ou um chato esquisito contra tudo e contra todos. Ser santo é
ter o caráter de Cristo em nós. É viver como Ele viveu
3- Qual é o nosso legado? (Gn 6.22) “Assim fez Noé, consoante
a tudo o que Deus lhe ordenara.”
Não se mede a vida de uma pessoa pela sua extensão. Matusalém foi o
homem que mais viveu sobre a terra, mas tudo que se diz dele é que gerou
filhos e filhas (Gn 5.30). Noé foi um homem obediente a Deus (Gn 6.22). Ele
não apenas ouviu, mas colocou em prática aquilo que Deus lhe falou. Noé não
alterou nada do que Deus lhe disse, mas seguiu à risca cada detalhe. W. Wiersb
acrescenta que “a maioria das pessoas sabe que Noé construiu uma arca, porém, o
que provavelmente não sabem é que ele também construiu um caráter piedoso e
uma família temente a Deus, porque se não fosse a sua família, Abraão não teria
nascido, e, sem Abraão, não teria havido uma nação judaica, e consequentemente
o Salvador”. Jesus viveu 33 anos e mudou o mundo para sempre. Ninguém obedece a
Deus em vão. Esse é o legado de Noé. Qual será o nosso?
APLICAÇÃO PESSOAL
Noé foi uma dádiva e consolação de Deus para a sua geração, embora
ela não tenha usufruído disso completamente. O que nós somos para a nossa
geração.
RESPONDA
1) No que diz respeito à Sua volta, o que disse Jesus sobre o
estilo de vida da geração dos dias de Noé? R. Que ele se repetiria nos
dias da Sua volta
2) Mencione duas características de Noé. R. Justo e andava com Deus.
3) Gênesis menciona dois homens que andaram com Deus. Um foi Noé. Qual foi o
outro? R. Enoque
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EBD – Lição 06: Gênesis 7 a 9 – O Dilúvio | 1° Trimestre De 2022 |
Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 7, 8 e 9 há 24, 22 e 29 versos, respectivamente. Sugerimos
começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 7.1-24 (5 a 7
min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas
não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a), esta é uma lição para pensarmos o caráter de
Deus segundo Seus atos. Ao contrário do que dizem os adversários da fé, os
atos do Criador são justos, e não vingativos. Deus é santo, por isso não
tolerou a devassidão que corrompeu quase toda a humanidade. Quando o homem
deixa-se corromper, fica sujeito a juízo segundo suas escolhas em favor ou
contra a vontade de Deus. Ora, Deus ama tanto Sua criação que Ele mesmo ensinou
a Noé as medidas e formas da embarcação. Contudo, a proporção da destruição
também revela um Deus justo. Partiu de Deus a Aliança que preserva a humanidade
apesar de seus pecados, isso para que saibamos que Seu projeto é de salvação, e
não de morte.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor, que tal começar sua aula com um panorama da atualidade?
A Palavra de Deus – manifestação clara de Sua vontade – vem sendo
sistematicamente afrontada por ideologias, instituições políticas e heresias
religiosas. Jesus disse que, em Sua vinda, encontraria grande parte da
humanidade indiferente a Deus, como nos tempos de Noé. Então, mostre aos alunos a necessidade de perseverarem
em sua fé, pois a qualquer momento virá o Senhor Jesus.
LEITURA ADICIONAL
Morreram todos os homens, mulheres e crianças que havia no mundo,
exceto os que estavam na arca. Podemos facilmente imaginar o terror que tomou
conta deles. O nosso Salvador nos disse que até o próprio dia em que o Dilúvio
chegou, eles comiam e bebiam (Lc 17.26-27); estavam surdos e cegos a todas as
advertências divinas. A morte os surpreendeu nesta postura. Eles se convenceram
do quanto haviam sido néscios, mas quando já era demasiadamente tarde. Podemos
supor que tentaram todos os meios possíveis para salvarem-se, porém, foi tudo
em vão. Aqueles que não se encontram em Cristo, que é a Arca, serão certamente
destruídos, e destruídos para sempre. Façamos uma pausa e consideremos este
tremendo juízo! Quem é capaz de prevalecer perante o Senhor quando Ele está
irado? A transgressão dos pecadores será a ruína deles, mais cedo ou mais
tarde, se não se arrependerem. O Deus justo sabe levar a ruína ao mundo dos
ímpios (2 Pe 3.5). Que terrível será o dia do juízo e da perdição dos homens
sem Deus! Felizes aqueles que fazem parte da família de Cristo e que, como
tais, estão a salvo com Ele; eles podem esperar a provação sem qualquer
desmaio, e regozijar-se de que triunfarão quando o fogo queimar a terra e tudo
o que nela há
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de
Janeiro, CPAD, 2004, p. 31).
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
INTRODUÇÃO
I- O ANÚNCIO DO DILÚVIO Gn 6.7-7.21
1– O direito de julgar Gn 7.21
2– Os animais também? Gn 6.7
3– No tempo de Deus Gn 7.11
II- A ARCA Gn 6.15; 7.10
1- Suas dimensões Gn 6.15
2– Sua capacidade Gn 6.20
3– O dilúvio Gn 7.10
III- ENSINAMENTOS Gn 7.23; 9.11
1– O Deus dos recomeços Gn 8.16
2– O Deus das Alianças Gn 9.11
3– Um tipo de Cristo Gn 7.23
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O dilúvio descrito em Gênesis não foi um mito, mas uma fato
histórico. O fato de Jesus associá-lo com a Sua segunda vinda corrobora sua
historicidade.
I- O ANÚNCIO DO DILÚVIO (Gn 6.7; 7.21)
Tanto os profetas (Ez 14.14), como Jesus (Mt 24.37-38) e os
apóstolos (1 Pe 3.20; Hb 11.7) trataram o dilúvio como um fato histórico.
1- O direito de julgar (Gn 7.21) “Pereceu toda carne que se
movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais
selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo
homem.”
Há quem ache que Deus nunca intervém na história dos homens.
Milhões vivem como se nunca fossem ser julgados, como se não houvesse um Deus
moral que pune o pecado. Também é comum pessoas questionarem o direito de Deus
em julgar Suas criaturas. Ora, Deus é o Criador e Senhor de tudo e de todos.
Ele dá o fôlego de vida e tem o direito de tirar a vida quando quiser. O tempo
todo na revelação das Escrituras nos deparamos com essa verdade: haverá uma
prestação de contas final (Rm 14.12). Ninguém fugirá disso. Somos seres morais
e nossas ações, decisões e intenções são avaliadas por Deus.
Historicamente, já houve várias intervenções divinas, deixando claro
que Ele não deixa o pecado impune. Julgamentos históricos localizados e
temporais não anulam o julgamento final, antes o afirmam (Ap 20.12). “Sabei que
o vosso pecado vos há de achar” (Nm 32.23). Nos dias de Noé, Ele decidiu que
interviria com juízo, e este seria rigoroso: “farei desaparecer da face da
terra” (Gn 6.7). Não havia mais remédio, o pecado havia chegado ao ponto máximo
do qual o retomo não seria mais possível. Essa é uma lição para todos nós. Há
um ponto sem retorno. Há um limite no qual Deus diz: “Chega!”
2- Os animais também? (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei
desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis
e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”
Foram os seres humanos que pecaram contra Deus. Por que os animais
também deveriam padecer no julgamento divino? Lembremos que as Escrituras ensinam que há um conceito de solidariedade
entre a criação. Toda a vida está interligada. Tudo que existe na terra foi
criado por Deus em função do homem ou pensando nele, pois é ele o
representante de Deus e líder na administração do planeta. No Éden, quando o
casal pecou, a terra foi amaldiçoada. Agora, a humanidade é julgada e a terra
sofre de novo. Nossos atos não afetam somente nossa vida, mas tudo à nossa
volta. Escrevendo aos Romanos, Paulo diz que a criação aguarda e geme pelo dia
da redenção (Rm 8.22). O pecado também a afetou.
3- No tempo de Deus (Gn 7.11) “No ano seiscentos da vida de
Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes
do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram.”
Sabemos, a partir de Gênesis
5.25 a 27 que Matusalém foi o homem de maior longevidade na terra.
Viveu 969 anos. Em um sermão contido no livro “O Desafio”, Billy Graham diz que
o nome Matusalém significa “Quando ele morrer isto será enviado”, referindo-se
ao dilúvio. Curiosamente o dilúvio realmente sucedeu no ano em que Matusalém
morreu. Segundo o texto sagrado, ele tinha 187 anos quando gerou a Lameque.
Este tinha 182 anos quando gerou a Noé. Noé, por sua vez, estava com 600 anos
quando iniciou o dilúvio (7.11). Somando-se tudo isso chegamos à idade da
morte de Matusalém e o início do dilúvio (187 + 182 + 600 = 969 anos).
Coincidência? Creio que não. Devemos pensar nisso como mais um sinal da
misericórdia e bondade divinas preservando a vida de Matusalém e retendo o
juízo para mostrar Seu absoluto controle e soberania sobre a vida e o universo
criado por Ele.
II- A ARCA (Gn 6.15-7.10)
Deus instruiu Noé sobre o que ele deveria fazer para escapar do
juízo que viria: construir uma arca para sua salvação e da sua família.
1- Suas dimensões (Gn 6.15) “Deste modo a farás: de trezentos
côvados será o comprimento; de cinquenta, a largura; e a altura, de trinta.”
A arca seria um grande barco de madeira de cipreste com 135 metros
de comprimento por 22,5 de largura e 13,5 de altura. A palavra “arca”, que
aparece aqui no hebraico, só surge duas vezes na Bíblia. A outra é em Êxodo 2.3 (traduzido ali como cesto).
A palavra usada para “arca da aliança” é diferente. Interessante Moisés também
ter sido salvo por meio de uma arca Para evitar a entrada de água, a arca foi
calafetada por dentro e por fora de betume, que no grego foi traduzido pela
expressão “asfalto”. As dimensões da arca exigiram um tempo muito longo de
preparação, separação de materiais e um projeto mínimo que garantisse o
tamanho e encaixe exato das peças de madeira.
Isso também é mais uma razão dos 120 anos concedidos por Deus,
desde que falou até o momento do dilúvio. Noé realmente precisaria de muito
tempo. Para termos uma ideia aproximada, em 2012, Johan Huibers, um carpinteiro
holandês, construiu uma réplica da arca de Noé respeitando as dimensões
bíblicas. O peso ficou em 2.500 toneladas com capacidade de até 5.000 pessoas.
O custo total ficou em 1,5 milhões de dólares e demorou 4 anos para
finalizá-la. Se hoje, com toda a tecnologia existente, Johan Huibers gastou
tanto tempo, imaginemos Noé numa época tão rudimentar.
2- Sua capacidade (Gn 6.20) “Das aves segundo as suas
espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as
suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.”
Vale lembrar que a arca não possuía leme, nem velas, pois sua
finalidade era flutuar e não ser navegada. O Capitão e navegante seria o
próprio Deus e não Noé. Ela possuía três pavimentos, representando uma área total
de aproximadamente 10.345m2. Essa área resulta num volume total de cerca de
50.168m3, com capacidade para 13.960 toneladas. Tais medidas elevam a arca de
Noé à categoria de um navio de grande porte. Segundo o professor Adauto
Lourenço, todo esse espaço seria suficiente para comportar 120.000 animais do
porte de uma ovelha.
Espaço mais do que suficiente para abrigar representantes dos 4
grupos de seres vivos mencionados por Deus em Gênesis 6 (répteis, anfíbios,
aves e mamíferos). Esses quatro grupos hoje representam um total aproximado de
33.100 espécies. Estima-se que os animais tenham ocupado, no máximo, 56% de seu
volume total. O restante de sua capacidade foi utilizado para armazenar alimentos
e outros artigos necessários à sobrevivência das pessoas e dos animais.
3- O dilúvio (Gn 7.10) “E aconteceu que, depois de sete dias,
vieram sobre a terra as águas do dilúvio.”
A expressão no original para “dilúvio”
só foi utilizada em relação à inundação do tempo de Noé. Trata-se de uma
palavra em etimologia no hebraico. Acredita-se que o melhor significado seja
“destruir”. É comum pensarmos no dilúvio apenas como chuva, mas não foi somente
isso. Além das águas proveniente da chuva, a Bíblia também relata que “romperam-se
todas as fontes do grande abismo” (Gn 7.11), o que significa que os enormes
reservatórios de água debaixo da terra também vieram para a superfície. Não foi
uma enchente comum. Houve a necessidade de rupturas da crosta terrestre para
liberar essas correntes de águas, como se fossem gigantescas erupções vindas
do interior da terra.
Água de baixo e água de cima. No versículo 16 do capítulo 7 é dito
que o Senhor fechou a porta por fora e a arca começou a flutuar. Noé e os seus
estão protegidos no interior da arca. Esta situação durou 150 dias, ou seja,
cinco meses (7.15). Um tempo suficiente para aniquilar toda a vida animal e
humana fora da arca. Após 375 dias boiando e sendo guardado, Noé e sua família,
após a autorização divina, saem da arca (8.14-16). O Deus que mandou Noé
entrar, agora o manda sair.
III- ENSINAMENTOS (Gn 7.23-9.11)
1- O Deus dos recomeços (Gn 8.16) “Sai da arca, e, contigo,
tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos.”
Sem dúvida, depois de passar um ano e 10 dias na arca, Noé e sua
família não viam a hora de desembarcar. Ao saírem da arca, dão de cara com um
novo mundo à sua espera. Noé é uma espécie de “segundo Adão”, pois, através
dele e da sua descendência, a terra seria repovoada novamente. Assim é Deus.
Apesar de exercer seu juízo, Ele também é o Deus das novas chances e
oportunidades. Ele não se cansa de proporcionar novos recomeços. A primeira
atitude de Noé é edificar um altar e oferecer um culto a Deus juntamente com
sua família (8.20). É a primeira vez que aparece nas Escrituras a palavra “altar”. Noé está cheio de gratidão
e louvor ao aproximar-se de Deus. O projeto divino continua e prossegue. Deus
pune o pecado, mas a sua misericórdia oferece um recomeço. Quando pensamos que
os planos de Deus fracassaram e tudo deu errado, eis que a misericórdia
triunfa e um recomeço é anunciado.
2- O Deus das Alianças (Gn 9.11) “Estabeleço a minha aliança
convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais
haverá dilúvio para destruirá terra.”
Noé oferece o seu melhor e Deus aceita o seu culto. O texto diz que
o Senhor sentiu o suave cheiro do seu sacrifício. Essa é uma forma de dizer,
de modo simples, que Deus recebeu sua adoração. Então, Deus decide
graciosamente que não mais destruiria a terra com um dilúvio universal. Foi uma
aliança incondicional, não apenas com Noé, mas com toda a humanidade depois
dele. Ele garante a continuidade da humanidade até o fim da história apesar do pecado
humano.
O arco-íris é um símbolo dessa aliança de Deus. Esse sinal era
visível, notável, colocado nas nuvens para todos verem. O significado central
de aliança é “pacto, acordo, concerto”. É um ato de Deus, originado Nele,
dependendo Dele, de Sua vontade. Não é algo negociado ou que se discuta, é
unilateral em seu conteúdo. Ele não diz “firmamos uma aliança” ou “nossa
aliança”, mas diz “a minha aliança” (Gn 6.18). Há uma aliança final, feita na
cruz (Mt 26.28), através do sangue de Jesus. Uma aliança eterna, perfeita e
eficaz garantindo que todos os que Nele creem têm a vida eterna.
3- Um tipo de Cristo (Gn 7.23)“Assim, foram exterminados todos os
seres que havia sobre face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves
dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na
arca.”
Todo estudante da Bíblia compreende a relação tipológica entre
Jesus e a arca que salvou Noé e sua família. Ela é um tipo de Cristo. Assim
como Noé, nós, que estamos em Cristo, fomos chamados e escolhidos pela graça de
Deus para compor a Sua Igreja. Não existe salvação fora de Cristo, como não
havia fora da arca nos dias de Noé. Só houve salvação para os que estavam na
arca. Quem nela não entrou, morreu. Do mesmo modo, quem não estiver abrigado em
Cristo perecerá, pois não há escapatória para o pecador longe de Jesus (Jo 3.36).
Hoje é tempo de salvação. Precisamos anunciar isso ao mundo. A porta da arca
estava aberta até pouco antes do dilúvio ter início, porém, apenas oito pessoas
resolveram passar por ela. Da mesma forma, pela Porta, chamada Cristo, milhões
têm tido acesso à salvação. Você já entrou por ela? Se já, tem falado dela aos
demais?
APLICAÇÃO PESSOAL
Assim como nos dias de Noé, há um juízo se avizinhando. Mas esse
terá maior peso, pois será eterno. A única forma de escapar é através da porta
chamada Jesus Cristo. Você já está seguro?
RESPONDA
Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:
1) (F) O relato de Gênesis sobre o dilúvio e a arca é absolutamente fantasioso
e sem paralelo com a realidade.
2) (V) O dilúvio serve de alerta para todos nós, pois evidencia que há um
limite sem retomo, ou seja, um ponto a partir do qual Deus diz: “Chega!”.
3) (V) A arca é um tipo de Cristo.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
EBD – Lição 07: Gênesis 11 – A Torre de Babel | 1° Trimestre De
2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 11 há 32 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todos os presentes, Gênesis 11.1-9 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia
de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Olá, professor(a)! Nesta lição veremos como o antigo pecado da
soberba levou a humanidade ao desejo de fazer-se acima de Deus; de fazer seu
nome mais célebre que o do Criador. Essa velha e falsa lição da serpente tem
nos afastado da perfeita e agradável vontade do Criador. Esta aula é para
refletirmos sobre atos pessoais ou coletivos – mesmo entre crentes – que talvez
estejam sendo movidos por vaidade e soberba. Também é ocasião para observarmos
que ainda hoje há homens e instituições importantes empenhados em confrontar a
Palavra de Deus. Onde quer que o crente esteja, deve deixar clara sua
obediência a Deus e seu empenho em seguir, humilde e mansamente, os princípios
do Evangelho.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor, faça uma aula participativa. Peça aos seus alunos que
digam o que entendem por soberba, só depois disso exponha o conteúdo da lição.
Durante a aula, mostre como Deus agiu para que Seu projeto de salvação
prevalecesse sobre os desejos humanos. Ao final, peça que todos mencionem
exemplos de como o homem ainda tenta elevar-se acima de Deus pela tecnologia,
pela política e pela ciência. Conclui mostrando que o plano de Deus prevaleceu
através da humildade e obediência manifestas em Jesus.
LEITURA ADICIONAL
O propósito de Deus era que a humanidade formasse muitas nações e
povoasse toda a terra. Desprezando a vontade divina e contrariando o conselho
de Noé, a maioria da humanidade uniu-se para edificar uma cidade e uma torre
que lhes impedisse de serem dispersos. […] Existe nesta passagem uma expressão
conforme a maneira dos homens: “Desceu o Senhor para ver a cidade”. Deus é
justo e bom em tudo o que faz contra o pecado e os pecadores, e não condena
alguém sem antes ouvi-lo. […] Observe a sabedoria e a misericórdia de Deus nos
métodos que Ele empreendeu para desfazer este projeto de construção, observe
ainda a misericórdia de Deus ao não permitir que o castigo fosse igual à ofensa;
Ele não nos trata conforme merecem os nossos pecados. Observe a sabedoria do
Senhor, ao estabelecer uma forma segura de deter os procedimentos deles. Se
não fossem capazes de entender-se, não poderiam ajudar um ao outro; este fato
os apartaria do trabalho de edificação. Deus possui diversos meios, que são
eficazes, para frustrar e derrotar os projetos de homens orgulhosos que se
posicionam contrários a Ele e, em particular, dividem-nos entre si mesmos.
Apesar de sua unidade e obstinação, Deus estava acima deles; pois quem jamais
endureceu contra Ele o seu coração e prosperou? A linguagem daqueles homens foi
confundida. Esta é a razão pela qual todos nós sofremos até hoje as dores e os
problemas pertinentes ao aprendizado dos idiomas; tudo isto por causa da
rebeldia de nossos antepassados. Ora! Quantas infelizes disputas e pelejas de
palavras surgem porque uns entendem mal as expressões dos outros, e, por tudo
o que sabemos, devido a esta confusão de línguas.
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, pg. 41-42).
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO
Gênesis 11.1-9
INTRODUÇÃO
I- UM SÍMBOLO DE REBELIÃO Gn 11.4-9
1- Ajuntar-se em vez de espalhar-se Gn 11.4
2– Um grande nome Gn 11.4
3– A Babilônia Gn 11.2
II- CONSEQUÊNCIAS DA REBELIÃO Gn 11.4-8
1– Centraliza o homem Gn 11.4
2– Gera oposição a Deus Gn 11.6
3- Atrai Juízo Gn 11.8
III- ENSINAMENTOS Gn 11.6-9
1– Somos uma só raça Gn 11.6
2– Um indício da Trindade Gn 11.7
3– É melhor obedecer Gn 11.9
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
No começo, a humanidade usava uma só língua. Isso seria uma bênção
não fosse o pecado. Não sabemos exatamente qual era esse idioma.
I- UM SÍMBOLO DE REBELIÃO (Gn 11.4-9)
O foco maior aqui é, mais uma vez, mostrar que Deus sempre frustra
os planos autônomos do coração humano enquanto executa os Seus planos
perfeitos.
1- Ajuntar-se em vez de espalhar-se (Gn 11.4) “Disseram:
Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos
céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda
a terra.”
Todo o projeto de Babel configura-se como uma clara rebelião contra
Deus e seus propósitos. O capítulo inicia dizendo que todos possuíam uma só
linguagem e uma só maneira de falar. Isso seria bom se o pecado não
desfigurasse o homem inclinando-o ao mal. Interessante essa questão e ênfase
do texto em torno da língua falada. A língua tem o poder de nos unir e o poder
de nos desunir, dependendo do uso que dela fazemos. A humanidade aqui se uniu
não apenas para fazer uma torre, mas fazê-la em rebelião contra Deus. Os
planos deles estavam em oposição aos de Deus e o excluíam deliberadamente. O
propósito de não serem “espalhados pela face de toda a terra” ia na contramão
do mandato cultural de Deus em Gênesis
1.28 e reafirmado em 9.1 após Noé e sua família saírem da arca. O propósito da união não era
cumprir o projeto divino, mas substituí-lo pelos seus próprios planos. Como já
foi dito: “toda geração constrói suas próprias torres”. Que torres você e eu
estamos construindo?
2- Um grande nome (Gn 11.4) “Disseram: Vinde, edifiquemos para
nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o
nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.”
Poderíamos perguntar o que havia de errado em fazer uma torre cujo
topo chegasse ao céu. A questão, para o escritor bíblico, era a motivação com
que faziam isso – tornar-se famosos e independentes. Essa parece ser a
constante preocupação do ser humano ao longo dos séculos, um nome grandioso
para si mesmo, à parte de Deus. Isto veio desde o Éden e continuou nas
gerações subsequentes. Não pensemos que hoje é diferente. Mesmo na igreja, a
preocupação, muitas vezes, não é a glória de Deus, mas enaltecer o homem. Sem
se atentarem para isso, muitos cultos se tornaram antropocêntricos, ou seja, o
foco deslocou-se de Deus para o próprio cultuante. As pessoas já não se reúnem
em muitos lugares para servirem a Deus, mas para serem servidas por Ele.
Torna-se necessário relembrar que o culto não é para nós e sim para Deus.
Algumas pessoas avaliam o culto pelo que sentiram, pois estão interessadas
apenas em si: esse é o culto antropocêntrico. O culto deve ser avaliado de
outra maneira: terá agradado a Deus? Fizemos o que Deus pediu que fizéssemos?
Falamos o que Ele nos ordenou? Deus foi agradado e glorificado? Agradar a Deus
é o alvo do culto autêntico.
3- A Babilônia (Gn 11.2) “Sucedeu que, partindo eles do
Oriente, deram com uma planície na terra de Sinar; e habitaram ali.”
O significado literal de “Babel” é “portal dos deuses”, mas passou
a significar “lugar de confusão”. Trata-se de um jogo de palavras significando
que Deus os confundiu. Quando o homem tenta fazer o céu sem Deus, diz um comentarista,
tudo que produz é confusão. A humanidade foi se deslocando, conforme o
relato, do oriente para a terra de Sinear, considerada a planície da Babilônia.
“Habitaram ali”, diz o texto. Nasce, assim, a Babilônia. Depois ela acabou se
tornando uma grande cidade e um grande império. Nas Escrituras, essa cidade veio a simbolizar a crescente
corrupção moral, rebeldia contra Deus, a superstição e o orgulho (Is 47.8-13;
Ap 17 e 18). No Apocalipse ela é contrastada com a Jerusalém celestial, que
glorifica a Deus (Ap 21.10,24-27). A Babilônia terrena é chamada de prostituta,
enquanto a Cidade Santa do céu é chamada de noiva de Cristo.
II- CONSEQUÊNCIAS DA REBELIÃO (Gn 11.4-8)
Vejamos algumas características e perigos da rebelião.
1- Centraliza o homem (Gn 11.4) “Disseram: Vinde, edifiquemos
para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos
célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.”
O plural do texto é significativo. Rebeldes não costumam cair sozinhos,
sempre levam outros. Eles queriam tornar célebre o nome deles. Queriam os
holofotes, a fama, ser o centro de todas as coisas. Toda vez que tocamos no
tema “rebelião”, veremos essa sublevação do ego humano. Mesmo depois do juízo
de Deus ser revelado por meio do dilúvio, vemos que o homem continua o mesmo.
O homem pecador não mudou em nada. O pecado sempre resulta do desejo de sermos
independentes, grandes e donos da nossa vida, sem ter ninguém a quem prestar
contas. Sítios arqueológicos daquela região têm descobertos “zigurates”
(construção piramidal para fins religiosos). A torre construída, possivelmente,
possuía uma estrutura assim, com locais de sacrifícios no topo. O objetivo,
segundo Warren Wiersbe, era que, tornando-se célebres, não apenas fossem
admirados, mas também mais e mais gente se juntasse a eles, numa espécie de
“nações unidas”, falando um único idioma e habitando num único lugar. Só
faltou a aprovação divina.
2- Gera oposição a Deus (Gn 11.6) “E o Senhor disse: Eis
que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora
não haverá restrição para tudo que intentam fazer.”
A rebeldia é uma afronta a Deus e ao Seu santo nome, e não é bom
termos Deus como opositor (Hb 10.31). Hoje, muitas decisões de nações e seus
órgãos representativos, ainda que tomados de forma democrática e diplomática,
são uma afronta ao caráter santo de Deus e um dia chegará a prestação de
contas. Parece haver uma mobilização dos homens contra o Senhor e a influência
da Sua Palavra, por meio de muitos governantes e líderes em todas as esferas
da sociedade (política, social, educacional, comunicação, entretenimento,
mídia etc). O mundo caminha em clara oposição aos padrões e propósitos de Deus
revelados na Sua Palavra e essa situação só tende a piorar. Episódios como o da
torre de Babel nos mostram uma verdade: de Deus ninguém zomba. Há duas grandes
ironias no texto:
a) Enquanto os homens procuravam subir, Deus desceu. É comum os homens
gabarem-se dos seus feitos, ainda que muitos deles sejam pequenos e
inexpressivos. Enquanto os habitantes da terra pensavam que estavam fazendo
algo tão grande que alcançaria os céus, Deus precisou descer para enxergar o
que faziam, numa clara indicação do quão insignificante e desprezível era tudo
aquilo;
b) “Cujo tope chegue até aos céus” (11.4). Os construtores de Babel não
atentaram para outro princípio bíblico: ninguém chega perto do céu subindo,
mas descendo e se humilhando. Eles estavam na contramão.
3- Atrai juízo (Gn 11.8) “Destarte, o Senhor os dispersou dali
pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade.”
Quando Deus diz uma coisa e nós optamos por fazer algo diferente,
o resultado será sempre caótico e triste. Gostamos muito de Romanos
8.31: “Se Deus é por nós quem será contra nós?”, mas como nos sentiríamos
se invertêssemos o versículo? Se Deus for contra nós, o que faremos? O juízo de
Deus vem novamente. Em primeiro lugar, confundindo a linguagem deles (11.7). Em
segundo lugar, espalhando-os pela face da terra (11.8,9). É impossível alguém
lutar contra Deus e prevalecer. O resultado será sempre amargo e infeliz. O
homem pode chamar seu pecado de lapso, erro ou fraqueza, mas a Bíblia chama de
desobediência à vontade de Deus e fonte de morte. O desejo do homem de fazer o
seu próprio caminho não leva a um bom lugar (Pv 14.12). Lemos esse texto e os
achamos extremamente tolos, achando que poderiam se dar bem mesmo desafiando a
Deus, mas quantas vezes, individualmente, não pensamos o mesmo?
III- ENSINAMENTOS (Gn 11.6-9)
A beleza das Escrituras também é revelada nos piores cenários.
Mesmo em meio à confusão há ensinos positivos para avaliarmos e refletirmos.
Senão, vejamos:
1- Uma só raça (Gn 11.6) “E o Senhor disse: Eis que o povo é
um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá
restrição para tudo que intentam fazer.”
Indiscutivelmente, a humanidade é uma só. Aprendemos isso no Gênesis. Todos descendem de Adão e Eva e, posteriormente,
da família de Noé (At 17.26). Não há raças superiores. Nada mais tolo e
afrontoso aos olhos de Deus do que esse desejo supremacista de alguns povos de
se imporem aos outros por se acharem melhores ou oriundos de uma cepa superior.
Deus ridiculariza a e joga por terra o orgulho humano (Jr 51.53). Apenas Ele,
e mais ninguém pode promover a verdadeira união entre os homens. Warren
Wiersbe diz que “aquilo que a humanidade não pôde realizar por meio das suas
‘torres de orgulho’, Jesus Cristo realizou ao morrer numa cruz de humilhação.
Na igreja de Jesus existe a verdadeira união proposta e estabelecida por Deus
conforme Gálatas 3.8. A igreja é multiforme, mas também um
único povo. Um dia, todos os que estão em Cristo partilharão da eternidade
celestial e darão glórias ao Cordeiro, independentemente da raça, cor, língua
ou tribo (Ap 7.9).
2- Um indício da Trindade (Gn 11.7) “Vinde, desçamos e
confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro.”
Essa é a terceira vez no Gênesis que encontramos uma expressão
plural para se referir a Deus. A primeira foi em 1.26 (“façamos o homem…); a
segunda, em 3.22 (“então disse o Senhor Deus: o homem agora é como um de nós…)
e aqui, no episódio de Babel (“vinde, desçamos e confundamos”). O que
significam essas expressões? Se só existe um único Deus, por que essas expressões
estão no plural? Isto tem suscitado não somente curiosidade, mas muita
polêmica. Entendemos ser uma indicação de que na unidade divina existe mais de
uma pessoa, ou seja, há uma pluralidade de pessoas no ser de Deus. Deus é
trino e ao mesmo tempo único. Não somos politeístas. Há um só Deus. Mas este
Deus único subsiste em três pessoas distintas e ao mesmo tempo iguais: Pai,
Filho e Espírito Santo.
3- É melhor obedecer (Gn 11.9) “Chamou-se lhe, por isso,
o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra e
dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.”
A Palavra de Deus deixa claro que “o mundo inteiro jaz no maligno”
(1Jo 5.19). E qual o resultado ou efeito disso? Basta olhar à nossa volta. O
homem rebelde busca sua própria vontade. O que vemos hoje, em nossa geração, é
um mundo em rebeldia buscando fazer a sua própria vontade em direta e aberta
desobediência ao plano de Deus. O mundo caído se orienta não pela vontade
revelada de Deus, mas pelo seu próprio coração pecador, e quanto ao resultado
disso, repito, batalhamos em volta. Urge anunciarmos o Evangelho de Jesus Cristo, que convida o homem a
abandonar o caminho da rebelião e ajustar sua vida com Deus. A chave da bênção
é, e sempre será, a obediência. Não há vida autêntica fora da vontade de Deus,
apenas morte e decadência. Em oposição, há paz e satisfação quando a
obedecemos. Curiosamente, Jesus nunca disse: “adore-me”. Seu chamado era “segue-me”.
Como já foi dito: “é mais fácil adorar alguém do que seguir alguém”. Mais do
que culto, Deus requer de nós obediência.
APLICAÇÃO PESSOAL
Obedecer a Jesus é a única forma de vencermos o maior ídolo do ser
humano: ele mesmo. Esse é o chamado do Evangelho. Você já o recebeu?
RESPONDA
1) Embora significasse “portal dos deuses*, o que passou a
significar “Babel”? R. Lugar de confusão
2) Mencione duas características da rebelião. R. Opõe-se a Deus e traz a
Sua disciplina.
3) Segundo a lição, o que significa a expressão “desçamos e
confundamos”? R. Uma dará indicação da Trindade divina.
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REVISTA NA ÍNTEGRA – 1º TRIMESTRE DE 2023
Lição 1, Betel, Do Éden a Babel, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- Elohin: o Criador e Senhor da História
1-1- O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo
1-2- O DEUS que vela por Sua Palavra
1-3- A semente da mulher
2- O coração do homem e o coração de DEUS
2-1- O mal no íntimo do homem
2-2- A tristeza no íntimo de DEUS
2-3- Graça em meio ao juízo
3- A origem das três civilizações antigas
3-1- Uma nova terra
3-2- As três civilizações
3-3- A grande confusão
TEXTO ÁUREO
E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis 3:15
VERDADE APLICADA
O Senhor DEUS, que criou todas as coisas conforme a sua vontade, é
poderoso para cumprir o seu glorioso propósito.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Mostrar DEUS como o criador e Senhor da história.
- Apresentar o coração do homem e o coração de DEUS.
- Explicar a origem das três civilizações antigas.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - Gênesis 1:26-28, 31
26 E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27 E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea
os criou.
28 E DEUS os abençoou e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
31 E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e
foi a tarde e a manhã: o dia sexto.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Gn 1.26-31 A criação dos seres viventes.
TERÇA Gn 3.1-8 A queda do homem.
QUARTA Gn 3.7-19 DEUS prometeu redimir a humanidade.
QUINTA Rm 5.19-21 A graça superabundou o pecado.
SEXTA Hb 8.6-11 CRISTO é mediador de um pacto eterno.
SÁBADO Ap 21.1-4 O novo céu e a nova terra.
HINOS SUGERIDOS - 124, 139, 258
MOTIVO DE ORAÇÃO - Ore para que possamos colocar mais nossa
confiança em DEUS e Seus propósitos.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos lições baseadas no livro de Gênesis,
identificado como o livro dos começos. Na presente lição serão enfatizados os
seguintes assuntos: a maravilhosa e perfeita obra da redenção já tinha sido planejada
por DEUS antes da fundação do mundo; a multiplicação da maldade na humanidade;
e a origem das nações e dispersão dos povos.
1- Elohin: o Criador e Senhor da História
Como o povo de Israel que nasce na glória dos propósitos de DEUS
acaba aparecendo em estado de escravidão no Egito? O livro de Gênesis nos
responde esta pergunta.
1-1- O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo
O plano de redenção divina não foi um desesperado plano B de DEUS
para resolver o problema da queda. Aquele que teria o calcanhar ferido pela
serpente é o mesmo descendente da mulher que lhe esmagaria a cabeça na cruz (Gn
3,15). Mas sua morte estava determinada antes da fundação do mundo (Ap 13,8).
Precisamos ler toda a Escritura tendo isso em mente.
SUBSÍDIO 1-1
Comentário Bíblico Moody — Gênesis 3: "Assim, temos nesta
famosa passagem, chamada protevangelium (primeiro evangelho), o anúncio de uma
luta prolongada, antagonismo perpétuo, feridas de ambos os lados, e vitória
final para a semente da mulher. A promessa de DEUS de que a cabeça da serpente
seria esmagada apontava para a vinda do Messias e a vitória garantida. Esta
certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de DEUS como uma bendita
esperança de redenção."
1-2- O DEUS que vela por Sua Palavra
O desenrolar histórico que se deu desde esta promessa divina no
Éden até a sua consumação, não consiste em acidentes aleatórios, obras do acaso
e trapalhadas humanas. DEUS conduziu e conduz a história de uma forma
misteriosa, amorosa e soberana para que o que Ele prometeu permanecesse de pé.
O redentor viria como semente da mulher — uma referência clara à encarnação do
Verbo e nascimento virginal do CRISTO. E esta mulher descenderia de Israel.
Daí, DEUS, ao preservar Israel em toda a sua história de erros e fracassos,
está garantindo o cumprimento daquilo que Ele prometeu, pois DEUS mesmo cuida
para que Sua Palavra se cumpra [Jr 1.12; Ml 3.6].
SUBSÍDIO 1-2
No verso de Jeremias, DEUS deixa claro que Ele mesmo cuida para que
aquilo que Ele prometeu se cumpra. O próprio DEUS ilustra Sua prontidão em
cumprir Suas promessas com uma vara de amendoeira, cujo termo no hebraico é
semelhante à palavra “vigiando".
Antes de ser fiel aos Seus servos, Ele é fiel a Ele mesmo. As
promessas de DEUS são um compromisso dEle com Ele mesmo. Em Malaquias isso é
reforçado em nossa relação com Ele. Fica claro que, na aliança que DEUS tinha
com Israel, se dependesse de Israel, DEUS já os teria destruído completamente.
Ou seja, a única razão para Israel ainda estar sendo preservado; era porque,
ainda que o homem mude e abandone seus compromissos com DEUS, DEUS, por amor a
Sua glória, não muda em Suas promessas.
1-3- A semente da mulher
A serpente (o diabo que estava nela) que estava no Éden ouviu numa
mesma frase DEUS falar tanto do destino de CRISTO assim como do seu próprio
destino [Gn 3.15]. Ainda assim passou a história tentando impedir que o
descendente da mulher viesse ao mundo. Quando Israel estava no Egito, Faraó
tenta exterminar a próxima geração de hebreus matando os recém-nascidos machos para
eliminar possíveis ameaças de rebeliões [Êx 1.16]. Se esta loucura tivesse
pleno sucesso, a raiz pura de Israel de onde o redentor nasceria se perderia
com a miscigenação egípcia.
Por trás da intenção insegura e infanticida de Faraó, estava a
serpente tentando "ferir o calcanhar" de Israel para que o redentor
não chegasse a nascer. DEUS, porém, salvou das águas a Moisés [Êx 2.1-9], varão
hebreu de sangue puro que redimiria Israel da escravidão egípcia. DEUS usou
Moisés como um tipo Daquele que no futuro viria para libertar o povo da
escravidão do pecado [Mt 1.21; Jo 8.36].
SUBSÍDIO 1-3
R. Cole (Êxodo: introdução e comentário, Vida Nova, 1980, p. 54):
"Essa vã tentativa de eliminar o povo de DEUS encontra seu paralelo no
Novo Testamento quando Herodes tenta destruir toda uma geração de meninos em
Belém [Mt 2.16]. Todavia, como no Novo Testamento, o agente escolhido de DEUS é
protegido; nem Faraó nem Herodes podem se opor ao plano de DEUS.
2- O coração do homem e o coração de DEUS
Após a queda do homem, a caminhada da humanidade foi cada vez mais
degradante. Gênesis, cujo significado simples significa começo, sinaliza de
fato o começo de tudo. Inclusive do sofrimento na história humana.
2-1- O mal no íntimo do homem
O primeiro homicídio dentro da primeira família com Caim e Abel
mostra como a raça e sua história seria marcada pelo "morrerás"
decretado no Éden [Gn 2.17]. Não só a morte, mas o homicídio entrou na rotina
humana e não saiu mais. Pelo contrário, foi institucionalizado [Gn 4.15; 9.6]. Caim
e Abel foram os primeiros irmãos e Caim o primeiro homicida. Champlin, em seu
comentário sobre o primeiro homicídio em Gênesis, diz: "Essa narrativa
simboliza a degeneração humana desde o princípio. Nada havia no meio ambiente
de Caim que o tivesse levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade no
íntimo.
SUBSÍDIO 2-1
É impressionante perceber como virtude de Abel estimulou o pecado
no interior de Caim. Esta é a natureza do mal em que se encontra o homem após a
queda. O ambiente não explica nem origina a maldade. Ela já está à porta da
alma esperando oportunidade de manifestar as trevas interiores [Jo 3.20].
2-2- A tristeza no íntimo de DEUS
O mal no íntimo do homem manifestou a tristeza no íntimo de DEUS. A
forma mais próxima de descrever esta tristeza de DEUS estão nas palavras:
"Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e
pesou-lhe em seu coração." [Gn 6.6]. Esta tristeza é revelada depois que DEUS
constata o estado avançado do coração humano para o mal [Gn 6.5]. Esta
constatação culminou no dilúvio. É nos dito que DEUS se arrependeu de haver
feito o homem e decide fazê-lo desaparecer da face da terra [Gn 6.7]. Porém,
uma família foi salva. A família de Noé.
SUBSÍDIO 2-2
Comentário Bíblico Broadman, JUERP, 1987 - p. 196: "O verbo
arrependeu-se (literalmente, suspirar) descreve o fato de se arrepender e de
ficar triste apenas em sentido derivado. O escritor não quer dizer que DEUS
lamenta ter criado o homem, mas que Ele suspira de tristeza com o que está
acontecendo. Uma coisa era prever o pecado do homem; outra, enfrentá-lo. Os
três verbos deste versículo: arrependeu-se, feito e pesou provêm da mesma raiz,
da mesma forma como as três principais palavras da declaração de Lameque, em
5.29: "consolará... obras... trabalho." mesma forma como as obras dos
seres humanos lhes produziam dores, os seus atos na esfera moral causaram
sofrimentos ao seu Criador" (Cassuto)."
2-3- Graça em meio ao juízo
Após descrever a corrupção que assolava a humanidade, a maldade se
multiplicando e a decisão do Senhor de destruir da face da terra o ser humano,
o escritor sagrado apresenta um "porém" [Gn 6.8] o termo que expressa
um contraste: há um homem que tem fé em DEUS, obedece a DEUS, anda com DEUS.
Pela graça de DEUS, manteve-se puro em meio a uma geração corrompida [Gn 6.9;
Hb 11.6-7]. Noé não se conformou com o modus vivendi de sua geração [Fp 2.15;
2Pe 2.5]. O relato da epístola aos Hebreus e da primeira de Pedro [1Pe 3.20]
fazem menção da salvação da família de Noé. Dentre tantas lições preciosas a
serem extraídas deste texto, destacamos: 1) A graça de DEUS continua se
manifestando de maneira superabundante; 2) A influência positiva de Noé sobre
sua família antes do dilúvio; 3) A fé que resulta em obediência a DEUS e um
viver justo e reto.
SUBSÍDIO 2-3
DEUS disse que Noé foi o único justo que DEUS encontrou naquela
geração [Gn 7.1]. Porém, Paulo faz uso da teologia da queda do Antigo
Testamento para concluir que "não há um justo sequer" [Rm 3.10]. Como
entender isso? Existem homens que são mais justos ou mais pecadores que outros.
Porém, a justiça que salva não é aquela que podemos observar em comparação aos
homens, mas é uma justiça que reflete a pureza e santidade de DEUS. Neste
quesito, não há um justo sequer. Para sermos salvos por DEUS, precisamos deste
tipo de justiça que vem de DEUS por meio de CRISTO. Uma justiça que se
manifesta no evangelho. Que não é por mérito, mas pela graça de DEUS. (a
justificação se dá pela fé e não por obras – Noé está na galeria da fé de
Hebreus 11 – acréscimo meu Pr. Henrique).
3- A origem das três civilizações antigas
Quando Noé estava construindo a arca, o som das suas marteladas na
madeira era engolido pelo barulho da vida desregrada em que vivia sua
sociedade. Agora, porém há um completo silêncio e uma terra vazia para um novo
começo.
3-1- Uma nova terra
DEUS deu a Noé o que deu a Adão: missão e autoridade. Ele deveria
se multiplicar, encher a Terra e dominá-la [Gn 9.1-3]. Temos um paralelo com o
Éden aqui. O dilúvio é um novo começo. Porém, não no jardim, e não sem pecado.
Por esta razão a lei a respeito do valor da vida foi estabelecida. Quem tirasse
uma vida teria a vida tirada, sob a perspectiva de que cada ser humano carrega
a imagem de DEUS [Gn 9.5-6]. Estabelecido este mandamento e dada a Noé sua
missão, DEUS faz com ele e seus descendentes Sua aliança. Esta aliança divina,
porém, se enquadra mais com uma promessa divina, pois não há parte requerida ao
homem para que DEUS não destrua mais o mundo com águas [Gn 9.9-17]. A partir
dos filhos de Noé, toda a terra foi repovoada [Gn 9.19].
SUBSÍDIO 3-1
Expressões como "E lembrou-se DEUS de Noé" [Gn 8.1] e
"Então me lembrarei do meu concerto" [Gn 9.15] têm a mesma natureza
da expressão "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a
terra" [Gn 6.6], que é falar em linguagem humana a respeito de DEUS.
Chamamos isso de antropomorfismo, quando DEUS é representado em forma humana ou
antropopatismo, quando é representado por emoções humanas. Deve-se entender a
dificuldade e limitações do escritor bíblico em traduzir a revelação de DEUS
aos homens, buscando as melhores palavras que dispunha para conseguir se fazer
entendido. Tais palavras são sempre insuficientes, porém as melhores que ele
tinha.
3-2- As três civilizações
Com o início de uma nova humanidade, os três filhos de Noé se
tornaram os pais das três grandes civilizações do mundo antigo [Gn 10.32]. Sem
deu origem aos semitas, de onde surgiriam os judeus, de quem nasceria o
Messias. Os outros dois filhos de Noé deram origem às duas grandes civilizações
gentílicas. Jafé se tornou o pai de uma grande parte dos gentios com história
de expansão, poder e prosperidade. De Cam nasceram os povos canaanitas, que
ocuparam as regiões de Canaã. Sob a bênção de DEUS, similares às dadas a Adão
[Gn 1.22, 28], as três civilizações se multiplicaram, repovoando a terra para
um novo começo [Gn 10.1-3].
SUBSÍDIO 3-2
No dilúvio, apenas Noé e sua família receberam livramento do
Senhor. Depois que as águas baixaram, Noé sai da arca e adora a DEUS junto com
sua família. Ele deveria recomeçar a civilização como se fosse um novo Adão.
Cada um dos seus três filhos deu origem às três grandes civilizações do mundo
antigo. Os semitas encontraram o destaque na história da redenção, pois seriam,
através de um relacionamento mais íntimo por meio da lei, o canal de DEUS para
reconciliar todas as nações ao Criador.
3-3- A grande confusão
A criação de DEUS indica a ordem sobre o caos [Gn 1 ,2-3]. O
propósito criativo sobre o vazio, "Tudo foi criado por ele e para
ele" [Cl 1.16]. Ou seja, tudo o que DEUS fez e faz é para a glória do Seu
nome. Ele cria a humanidade e dá dons e habilidades aos homens para que estes,
por meio dos feitos, propaguem a glória do nome de DEUS em sua multiforme
sabedoria. Porém, o que vemos em Babel retrata como o homem falha em dois
aspectos: ao invés de se espalharem como portadores da glória de DEUS ao mundo,
eles se ajuntam. Além disso, usam sua capacidade para honrar seu próprio nome
[Gn 11.3-4]. A resposta de DEUS à ordem humana que contraria o propósito de DEUS
é a confusão [Gn 11.7-9]. A ação divina, porém, em confundir a língua também
foi solução divina para a propagação daqueles que carregam a Sua imagem.
SUBSÍDIO 3-3
Podemos ver a bênção e a ordem de DEUS para que Noé se multiplica
sobre a Terra [Gn 9.1] na genealogia do capítulo 10. Todas as nações
posteriores descendendo de uma mesma raiz genealógica e se espalhando com
características distintas. O dilúvio, uma das grandiosas intervenções divina,
demonstra que DEUS não deixa o homem por sua própria conta. Com Noé Ele julga,
em Babel Ele perturba e em Abraão Ele chama. A rotina do povo antediluviano era
comer, beber e dar-se em casamento. Tudo isso, porém era feito como se não
existisse um DEUS. CRISTO diz que este será o ambiente que precederá a Sua
vinda, Estamos vivendo tempos diferentes disso?
CONCLUSÃO
A entrada do pecado na história afetou não apenas a humanidade,
mas, também, a própria natureza. Porém, tal tragédia não surpreendeu o Criador,
pois o perfeito plano da redenção já estava delineado desde a fundação do mundo.
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Silva (EBD NA TV)