Escrita Lição 1, Betel, Do Éden a Babel, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 1, Betel, Do Éden a Babel, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 



 SUBSÍDIOS

Aqui comentários sobre o mesmo tema – Pr. Henrique – 2015

  

Lição 1, Gênesis, o Livro da Criação Divina

 Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

Questionário

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 1.1-10,14,26

1 - No princípio, criou DEUS os céus e a terra. 2 - E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas. 3 - E disse DEUS: Haja luz. E houve luz. 4 - E viu DEUS que era boa a luz; e fez DEUS separação entre a luz e as trevas. 5 - E DEUS chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro. 6 - E disse DEUS: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 7 - E fez DEUS a expansão e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão. E assim foi. 8 - E chamou DEUS à expansão Céus; e foi a tarde e a manhã: o dia segundo. 9 - E disse DEUS: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. 10 - E chamou DEUS à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu DEUS que era bom. 14 - E disse DEUS: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.  26 - E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste último trimestre do ano estudaremos a respeito do livro de Gênesis. O autor deste primeiro livro do Pentateuco é Moisés. Mediante o estudo desse livro respondemos a duas grandes perguntas da humanidade: "Quem criou o universo?" e "De onde viemos?" Os principais temas do livro de Gênesis, que serão estudados ao longo das lições são: A criação, a Queda, o dilúvio, o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel.
O comentarista é o pastor Claudionor de Andrade - autor de diversos livros e Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD.
Que o DEUS que tudo criou o abençoe, e que você tenha experiências marcantes mediante o estudo do livro de Gênesis.


PONTO CENTRAL
O livro de Gênesis responde as grandes pergunta da vida: "Quem criou o universo?" e "De onde viemos?".

Resumo da Lição 1, Gênesis, o Livro da Criação Divina

I - TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
1. Tema.

2. Data.

3. Autoria.

4. Local.

II - OBJETIVOS DO GÊNESIS

1. Fortalecer a fé da geração do êxodo.

2. Responder às grandes perguntas da vida.

III - O CONTEÚDO DO GÊNESIS

1. Criação.

2. A Queda e a degradação humana.

3. O dilúvio.

4. O recomeço da civilização.

5. A origem da nação de Israel.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - O tema central do livro de Gênesis se encontra no primeiro capítulo e versículo: "No princípio, criou DEUS os céus e a terra" (Gn 1.1).

SÍNTESE DO TÓPICO II - Um dos objetivos de Moisés ao escrever o livro de Gênesis, era fortalecer a fé da geração do êxodo mostrando que DEUS é o grande criador dos céus, da Terra e do homem. Apesar do luto que encerra o Gênesis, todos, judeus e gentios, somos chamados a herdar a vida eterna..

SÍNTESE DO TÓPICO III - Podemos encontrar no livro de Gênesis temas como a Criação; Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel .

 

Para conhecer mais leia Manual do Pentateuco, CPAD, p.19.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO - top 1
Professor, reproduza o esquema abaixo. Para introduzir a aula faça as seguintes indagações: "Quem é o autor do livro de Gênesis?" "Qual o objetivo do livro?" "Quais são os principais temas abordados pelo autor?" Explique que fazer e responder estas perguntas é fundamental para a compreensão de qualquer livro da Bíblia.
 

AUTOR

MOISÉS

OBJETIVO DO LIVRO

FORTALECER A FÉ DA GERAÇÃO DO ÊXODO

E RESPONDER AS GRANDES PERGUNTAS DA VIDA

PRINCIPAIS TEMAS

A CRIAÇÃO, A QUEDA E A DEGRADAÇÃO DA RAÇA HUMANA, O DILÚVIO, O RECOMEÇO DA CIVILIZAÇÃO, A ORIGEM DA NAÇÃO DE ISRAEL.

DATA

CERCA DE 1445-1405 a. C.

 

CONHEÇA MAIS - A história da criação “A primeira coisa que chama a atenção do leitor da Bíblia é o laconismo (apenas dois capítulos) com que a história da Criação do mundo e da humanidade é contada. A aritmética de Gênesis é impressionante. Somente dois capítulos são dedicados à história da Criação e um à entrada do pecado na raça humana. Por outro lado, treze capítulos são dedicados a Abraão, dez a Jacó e doze a José (que nem era um patriarca, nem um filho por meio do qual as promessas da aliança seriam perpetuadas). Ora, presenciamos o fenômeno de doze capítulos para José e apenas dois para a Criação. Seria impossível alguém ser, por assim dizer, seis vezes mais importante que o mundo?"

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Gênesis leva-nos a retroceder além da história oficial. Pela revelação, desvenda a origem tanto do universo quanto do ser humano. A introdução da mensagem do livro da criação é a seguinte: para entender quem somos de onde viemos, precisamos começar a partir de DEUS.
Existem realmente apenas duas maneiras de entender a origem de todas as coisas. Uma pessoa pode ver tudo como resultado de um acaso fortuito operando num universo impessoal ou como obra artesanal de uma pessoa talentosa. Gênesis contundentemente corrobora com a segunda posição. O livro da Bíblia associa a criação do universo a um DEUS pessoal. Retrata os seres humanos como incomparáveis, criações especiais desse DEUS. Gênesis explica ainda a origem do pecado e do mal, afirma a responsabilidade moral do homem e lança a base para a doutrina da redenção.
O livro de Gênesis registra a história dos hebreus, um povo escolhido por DEUS para servir como um canal de bênçãos a todo o mundo. Promessas especiais dadas a Abraão, o grande patriarca, são evidências que DEUS tem um propósito permanente para o homem.
Este livro dá subsídios que favorecem o entendimento das Escrituras. A Bíblia inteira fala do contexto definido em Gênesis. DEUS é DEUS e preocupa-se unicamente com os seres humanos. Ele julgará o pecado. No entanto, coloca em ação um processo capaz de trazer os pecadores de volta ao santo caminho. Em um grande plano para benefício da humanidade, revelado no chamado de Abraão, o Senhor demonstra a maravilha do seu infinito e redentor amor" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 22).
 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"Sete características principais assinalam Gênesis. (1) Foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito (com possível exceção de Jó) e registra o começo da humanidade, do pecado, do povo hebreu e da redenção. (2) A história contida em Gênesis abrange um período, maior que o restante da Bíblia, e começa com o primeiro casal humano; dilata-se, abrangendo o mundo antediluviano, e a seguir limita-se à história do povo hebreu, o qual semelhante a uma torrente, conduz à redenção até o final do AT. (3) Gênesis revela que o universo material e a vida na terra são categoricamente obra de DEUS, e não um processo independente da natureza. Cinquenta vezes nos capítulos 1-2, DEUS é o sujeito de verbos que demonstram o que Ele fez como Criador. (4) Gênesis é o livro das primeiras coisas -a primeira família, o primeiro nascimento, o primeiro pecado, o primeiro homicídio, o primeiro polígamo, os primeiros instrumentos musicais, a primeira promessa de redenção, e assim por diante. (5) O concerto de DEUS com Abraão, que começou com a chamada deste (12.1-3), foi formalizado no capítulo 15, e ratificado no capítulo 17, e é da máxima importância em toda a Bíblia. (6) Somente Gênesis explica a origem das doze tribos de Israel. (7) Revela como os descendentes de Abraão, por fim, se fixam no Egito (durante 430 anos) e assim preparam o caminho para o êxodo, o evento central do Antigo Testamento" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 29).
" livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização através de Noé.."


PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Quem escreveu o Gênesis?
As evidências da própria Bíblia indicam que o livro de Gênesis foi escrito por Moisés (Lc 24.44).
Quais foram os leitores imediatos do Gênesis?
Os leitores ou ouvintes imediatos do Gênesis foram a geração dos filhos de Israel.
Discorra sobre os dois principais objetivos do Gênesis.
Os dois principais objetivos do livro de Gênesis são: Fortalecer a fé da geração do êxodo e responder as grandes perguntas da vida.
Qual o conteúdo do livro de Gênesis?
O livro de Gênesis pode ser dividido em duas grandes seções. Do capítulo um ao 11, temos a História Primitiva, que vai da criação ao recomeço da civilização através de Noé. E, do capítulo 12 ao 50, entramos em contato com a História de Israel. Todavia, para efeitos didáticos nossa lição dividiu o conteúdo do livro da seguinte forma: Criação; a Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da civilização.
Por que Gênesis nos é tão importante?
Porque este livro nos mostra que o universo e a humanidade não são obra do acaso; trata-se de criação divina.
 

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 37.

Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

 

SUGESTÃO DE LEITURA
Criacionismo: Verdade ou Mito?, Pequena Enciclopédia Bíblica e As Novas Fronteiras da Ética
 

Comentários de Vários Autores, com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Devem os estudiosos aproveitarem o que for salutar ao seu estudo e desprezar o que não for aproveitável.

 

I – O LIVRO DE GÊNESIS

1.   O livro de Gênesis na primeira versão da Bíblia, a chamada Septuaginta, foi assim chamado pela revelação divina do princípio de todas as coisas, do começo de tudo o que há. 

2.   O significado de “Gênesis” em grego é “origem”, sendo certo que os israelitas chamam este livro de “Bereshit”, que são as primeiras palavras do texto, ou seja, “No princípio”. 

3.   Não foi o primeiro livro a ser escrito. O primeiro livro da Bíblia a ser escrito foi o livro de Jó, escrito ou por Jó, ou por Moisés. 

4.   O livro de Gênesis foi escrito por Moisés durante a peregrinação de Israel para a Terra Prometida. 

5.   Vamos estudar o livro de Gênesis, o primeiro livro do Pentateuco, o conjunto dos cinco livros escritos por Moisés e que são chamados de “os livros da lei”, a Torá. 

6.   “Septuaginta”, versão da bíblia encomendada pelo rei do Egito, Ptolomeu II Filadelfo, que, então, governava sobre os judeus, no século III a.C.. 

7.   “Gênesis” significa “origem” e o tema do livro de Gênesis. 

8.   Os israelitas denominam este livro de “Bereshit” (בראשית), que são as primeiras palavras do texto de Gênesis. 

9.   O autor do livro de Gênesis é Moisés que entregou e mandou que ficasse junto a arca pouco antes de sua morte (Dt.31:9). 

10Jesus disse que a lei foi escrita por Moisés. 

16 provas de que Moisés escreveu o Pentateuco
1. Deus ordenou a Moisés que escrevesse um livro (Ex.17:14: 34:27)
2. Moisés escreveu um livro (Ex.24:5,7; Nm.33:2; Dt.31:9)
3. Ele chamou seu livro de o livro da aliança (Ex.24:7), o livro desta lei (Dt.28:58,61) e este livro da lei (Dt.29:20-27; 30:10; 31:24-26). É o Pentateuco.

4. Cópias do livro de Moisés eram feitas para os reis (Dt.17:18-20).
5. Deus reconhece o livro da lei como escrito por Moisés e ordenou que ele fosse a regra de conduta para Josué (Js.1:8; 8:30-35).
6. Josué aceitou o livro da lei como sendo escrito por Moisés e o copiou em 2 montes (Dt.11:26-32; Js.8:30-35). Ele contribuiu com o livro, escrevendo talvez o último capítulo (dt.34) sobre a morte de Moisés (Js.24:26).
7. Josué ordenou a todo Israel que obedecessem ao livro da lei de Moisés (Js.23:6).
8. Durante o período dos reis:

(1) Davi o reconheceu (I Cr.16:40).
(2) Salomão foi encarregado por Davi de mantê-lo (I Rs.2:3)
(3) Ele foi achado e obedecido por Josias e Israel (II Rs.22:8-23:25; II Cr. 34:14-35:18)
(4) Josafá o ensinou a todo o Israel (II Cr.17:1-9)
(5) Joiada obedeceu a ele (II Rs.12:2; II Cr.23:11,18)
(6) Amazias obedeceu a ele (II Rs.14:3-6; II Cr.25:4)
(7) Ezequias obedeceu a ele (II Cr.30:1-18).
9. Os profetas referem-se a ele como a lei de Deus escrita por Moisés (Dn.9:11. Ml.4:4).
10. Tanto Esdras como Neemias atribuem o livro da lei a Moisés (Ed.3:2; 6:18; 7:6; Ne.1:7-9; 8:1,14,18;9:14; 10:28,29; 13:1).
11. Cristo atribui toda a lei — todos os 5 livros do Pentateuco — a Moisés (confira Lc.24:27,44 com Gn.3:15; 12:1-3; Mc.12:26 com Ex.3 e Mc.7:10 com Ex.20:12; 21:17. Veja também Jo.1:17; 5:46; 7:19,23).
12. Os apóstolos atribuíram a lei a Moisés (At.13:39; 15:1,5,21; 28:23).
13. Por mais de 3.500 anos, era consenso entre estudiosos judeus e o povo comum que Moisés escreveu o Pentateuco. Os judeus nunca questionaram isso.
14. Escritores pagãos — Ticitus, Juvenal, Strabo, Longinus, Porfírio, Juliano e outros — concordam sem questionamento que Moisés escreveu o Pentateuco.
15. Líderes religiosos entre os pagãos o atribuem a Moisés.
16. Evidências no próprio livro provam um autor:

(1) Hebreu que falava a língua hebraica e apreciava os sentimentos dessa nação.

(2) Hebreu familiarizado com o Egito e a Arábia, seus costumes e cultura. Desde que os ensinos egípcios foram cuidadosamente ocultados para os estrangeiros e eram somente para os sacerdotes e a família real, Moisés era o único hebreu conhecido que poderia cumprir esse requisito (At.7:22; Hb.11:23-29).

(3) Há uma exata correspondência entre as narrativas e as instituições, mostrando que ambos são do mesmo autor.
(4) A concordância no estilo dos 5 livros prova um único autor.
(5) O próprio Moisés declarou claramente ser ele o escritor desta lei. Veja Ex.24:4; Nm.33:2; Dt.31:9,22.
 

11.Pode ser verdade que o livro de Gênesis tenha sido escrito no monte Sinai em 1440 a.C. (Ex.24:18). 

12.O livro de Jó, pode ter sido escrito pelo próprio Jó ou por Moisés, na terra de Midiã.

 

II – A ESTRUTURA DO LIVRO DE GÊNESIS – AS DUAS PRIMEIRAS DISPENSAÇÕES

1.   O livro de Gênesis fala-nos do princípio de todas as coisas. 

2.   Podemos dividir o livro do Gênesis da seguinte forma:

      Narrativa da criação – Gn.1:1-2:25.

      Narrativa de fatos da dispensação da consciência – da queda do homem até o dilúvio – Gn.3:1-8:21

      Narrativa de fatos da dispensação do governo humano – do dilúvio até a confusão das línguas em Babel – Gn.9:1-11:32.

      Narrativa da vida de Abraão ou “ciclo de Abraão” – Gn.12:1-25:18

      Narrativa da vida de Isaque ou “ciclo de Isaque” – Gn.25:19-27:46

      Narrativa da vida de Jacó ou “ciclo de Jacó” – Gn.28:10-36:43

      Narrativa da vida de José ou “ciclo de José” – Gn.37:1-50:26

 

3.   A primeira parte do livro de Gênesis, que abarca os dois primeiros capítulos, trata da criação de todas as coisas.  

4.   No primeiro capítulo, temos a descrição da criação de todas as coisas, criação esta que é dividida em seis períodos, os denominados “seis dias”. 

5.   No segundo capítulo, temos a criação do homem e da mulher e do jardim que Deus formou no Éden para ali colocar o primeiro casal. Criação da família. 

6.   A segunda parte do livro de Gênesis, capítulos 3 até 8, narra os principais fatos ocorridos durante a chamada “dispensação da consciência - “voz de Deus”. 

7.   No terceiro capítulo, é narrada a queda do homem e a entrada do pecado no mundo. Promessa da vinda de um Salvador (Gn.3:15), o “começo do evangelho”, “protoevangelho”, ou seja, o “primeiro evangelho”. 

8.   Primeira promessa, “primeiro evangelho”, “primeiros juízos” - “primeira manifestação de longanimidade”, vestimentas ao primeiro casal. 

9.   No quarto capítulo, é contada a história de Caim e de Abel, “primeiro culto, por inveja Caim, matou Abel “primeiro crime” - homicídio. 

      Duas primeiras civilizações, a civilização dos descendentes de Caim, e dos crentes descendentes de Sete “primeira invocação do nome do Senhor” (Gn.4:26) “primeiro povo de Deus” (Filhos de Deus).

      No quinto capítulo, genealogia dos descendentes de Sete, Enoque (Símbolo da Igreja em comunhão), o “primeiro profeta” (Cf. Jd.14), até Noé.

      No sexto capítulo, corrupção da “geração de Noé”, dilúvio anunciado a Noé, que começou, então, a construir a arca consoante o mandado do Senhor (para salvação de sua família).

      Nos sétimo e oitavo capítulos, temos a narrativa do dilúvio, que foi o juízo divino com que se encerrou a segunda dispensação.

    

III – A ESTRUTURA DO LIVRO DE GÊNESIS – A TERCEIRA E QUARTA DISPENSAÇÕES

ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ - Gênesis 9:1-17

 - Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra.
- Será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues.
- Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde.
- A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
- Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado
- Não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra.
- O sinal do concerto - meu arco tenho posto na nuvem

 

1.  No nono capítulo, “pacto noaico”, aliança Noética, firmada entre Deus e Noé, repovoamento da terra, “dispensação do governo humano”, consciência com o próprio domínio da terra pelo homem - governança do planeta e a própria administração da justiça.

2.  Descendentes de Noé, Noé se embriaga, maldição sobre Canaã por parte de seu avô.

3.  Genealogia Noé, origem das nações que hoje temos em nosso planeta, confusão das línguas em Babel, que põe fim à dispensação do governo humano.

4. Final do capítulo 11 é dedicado à genealogia de um dos filhos de Noé, Sem, de onde descenderia Abraão, que passa a ser o protagonista do livro a partir de então.

5.   A partir do capítulo 12 até o capítulo 25 - “ciclo de Abraão”, aos setenta anos de idade, foi chamado por Deus para deixar a sua cidade, Ur dos caldeus, para ser o pai de uma grande nação.

6. Tem início, assim, a dispensação patriarcal ou dispensação da promessa, período em que Deus tratou com a humanidade por meio dos “patriarcas”, aqueles que o Senhor escolheu para serem os pais de Israel, a nação que seria formada para dela vir o Messias, Aquele que restauraria a amizade entre Deus e os homens (Jo.4:22).

7. Nestes quatorze capítulos, Moisés relata a vida do patriarca Abraão, chamada, peregrinação em Canaã, vinte e cinco anos para o cumprimento da promessa de que teria um filho, uma sequência de fatos que demonstram porque Abraão é conhecido como o “pai da fé”.

8. Neste ciclo, temos a passagem de Gn.25:12-18 em que há a genealogia de Ismael, o filho que Abraão teve com a sua escrava Agar, dando-nos, portanto, a origem da nação árabe.

9. Depois o chamado “ciclo de Isaque”, Gn.25:19, nascimento dos filhos gêmeos de Isaque, até o final do capítulo 27, “filho da promessa”.

10.Capítulo 28 até o final do capítulo 36, Jacó, nome mudado para Israel (Gn.32:28), herdou as promessas feitas a Abraão, pelo desprezo que Esaú teve em relação à primogenitura (Gn.25:33,34).

11.Jacó em Padã-Arã, sua família, tio e sogro Labão, retorno a Canaã, depois de vinte anos passa a peregrinar naquela terra. No capítulo 36, genealogia de Esaú - nação dos edomitas, históricos adversários do povo de Israel.

12.Capítulo 37, “ciclo de José”, oitavo filho de Jacó (o sétimo filho homem) e primeiro filho de Raquel, vendido vai ao Egito e lá se tornou governador do Egito, levou os seus familiares para lá morar.

13.Capítulo 38, Judá e de Tamar, “começo da tribo de Judá”, que é a tribo em que nasceria o Salvador.

14.O livro do Gênesis termina com a morte de José e o povo de Israel no Egito, onde iria se formar como uma nação, de modo que temos aqui a história do “começo do povo de Israel”.

15.O livro termina com a promessa feita pelos irmãos de José de que o corpo do governador do Egito não seria sepultado no Egito, mas que seria levado para Canaã quando o Senhor levasse Israel para lá, de modo que o livro termina com a reafirmação da promessa feita por Deus a Abraão, que era, assim, o “começo do cumprimento da promessa da redenção da humanidade”.

16.Gênesis é “livro dos começos”, o “livro das origens.

17.Gênesis é “…a criação, a queda e a redenção da raça humana através de Jesus Cristo. O Gênesis é a fundação sobre a qual toda divina revelação se baseia e é construída. Propósito é “…revelar ao homem a origem do céu e da terra e de todas as demais coisas. Declarar Deus como um Criador pessoal e mostrar que nada evoluiu através de bilhões de anos. Registrar a história da queda do homem e a presença do pecado na terra como uma introdução para a Sua lei.

http://www.portalebd.org.br/index.php/adultos/14-adultos-liccoes/430-licao-1-genesis-o-livro-da-criacao-divina-i

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

A DOUTRINA DA CRIAÇÃO

Gênesis 1:1,2 No princípio criou DEUS o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o ESPÍRITO de DEUS se movia sobre a face das águas.
Gênesis 1:26-31

E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; homem e mulher os criou. E DEUS os abençoou, e DEUS lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E disse DEUS: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi. E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
OBJETIVOS:

1. Informe aos alunos que DEUS é o Onipotente, desde a eternidade. Por isso, Ele não dependeu de alguém, para a criação do mundo, senão da integração das três pessoas da Trindade, na realização deste subli­me projeto. Elas não tiveram princípio, pois são eternas.
2. Diga-lhes que é natural do ser humano, tentar descobrir as coisas, ás vezes, até por tentativas vãs, como no caso das teorias da criação do mundo. Entretanto, descobrimos que elas não passam de especulações, pois a mente humana não é capaz de desvendar este ministério da origem de todas as coisas.
3. Explique-lhes que a Doutrina da Criação não se submete aos diversos pensamentos filosóficos e científicos, pois deve ser aceita pela fé. Por isso, não nos importa saber qual a idade da Terra, pois DEUS existe antes dela e é eterno. Estamos escudados no que Genesis 1.1 nos declara: "No princípio, criou DEUS os céus e a terra".

INTRODUÇÃO
Genesis, o primeiro livro da Bíblia, no original hebraico, é "Bereshith", que se traduz por "No princípio" e, no grego, a palavra "Genesis" é "Geneseos", que significa “nascimento, começo, princípio". Foi escrito por Moisés em 1443 a. aproximadamente, e redi­gido nos primeiros anos da peregrinação de Israel no deserto, quando este patriarca procurava ensinar ao povo os fundamentos da Palavra de DEUS.

I - DEUS, O CRIADOR
1- Identificando o Criador. Antes de falar dos atos criativos do Senhor, é preciso conhecê-lo do modo como a Bíblia o apresenta. Genesis não começa com urna teoria, mas com o vocábulo DEUS: "No princípio criou DEUS" (Gn 1.1). Através da história, os homens têm inventado muitos deuses, e Satanás, arqui-inimigo do Criador, deseja tornar-se o governador ou "deus" do Universo, a qualquer custo.
2. O Criador e a criação. A declaração de que há um Criador, o qual deu vida a todos os seres vivos existentes na Terra, e também os ele­mentos animados e inanimados, desfaz completamente as teorias anticriacionistas da evolução. No hebraico, o termo "BARAH" indica, de forma direta, que DEUS é o Criador.
3. O Criador é o Senhor Onipotente. Entre os atributos de sua Onipotência, revela-se "o poder de criar". A Abraão, o Senhor manifestou-se como "o DEUS Todo- poderoso" (Gn 17.1). Vários textos na Bíblia declaram que "DEUS fez a terra pelo seu próprio poder" ( Is 40.21-28; 42.5; 45.12- 18; Jr 10.12; 27.5; 51.15).
II - TEORIAS DA ORIGEM DA CRIAÇÃO
l. A Teoria da Grande Explosão. A partir do estudo de Einstein, sobre a Teoria da Relatividade, outros cientistas acreditam que o Universo era urna bola imensa de hidrogênio que se expandira indefinidamente e alcançaria distâncias quase infinitas. Eles imaginam que, em algum tempo indecifrável, houve urna grande explosão desta imensa bola de hidrogênio. Daí surgiram os mundos, as galáxias. Na tentativa de definir as origens do Universo, procuram determinar a sua idade, sugerindo a cifra de 12 bilhões de anos. De fato, esta teoria acredita na eternidade da matéria, mas a Bíblia a refuta, quando declara que tudo em algum tempo começou a existir. "No princípio, criou DEUS os céus e a terra" (Gn 1.1).
2. A Teoria da Nebulosa Original. A ideia básica desta teoria é que a matéria foi criada por DEUS e está espalhada pelo Universo, em vários sistemas planetários desconhecidos e, inclusive, o nosso, no qual se inclui a Terra. Os cientistas, seus defensores, ensinam que o nosso planeta teria surgido em estado gasoso de hidrogênio, e, como os gases ocupam muito mais espaço que os sólidos, esta matéria original tomaria todo o espaço conhecido e desconhecido.

3. A Teoria da Substância Original. Os adeptos desta teoria ensinam que havia, no princípio de tudo, urna substância original indefinida e desconhecida, e dela surgiram os quatro elementos básicos: a terra, o ar, o fogo e a água. Afirmam ainda que, de um destes componentes deve ter originado a vida, ou então, de todos eles.
4. A Teoria do Panteísmo. O Panteísmo declara que DEUS e a Natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. A ideia básica desta teoria é que o Senhor não cria nada, mas tudo emana e faz parte dele. Entretanto, a revelação bíblica não aceita, de modo algum, este ensinamento, pois o Criador não é parte do Universo, e, sim, este foi criado por Ele (SI 8).
5. A Teoria Evolucionista. Esta teoria ensina que a matéria é eterna, preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a existir. Entretanto, a Bíblia declara que DEUS criou todas as coisas, isto é, tudo teve um começo. As provas diretas da criação, além da Ciência, estão expostas na Bíblia em Genesis 1.1.
6. A Teoria da Criação, a partir do nada. Esta é, talvez, a mais difundida, ensinada e pregada, no meio evangélico. Ela é conhecida pela expressão latina "ex nihilo", pois declara que DEUS criou tudo "do nada", mediante o poder de sua palavra. Utiliza-se como base, para a afirmação desta ideia, o texto de Hebreus 11.3, o qual diz que "os mundos foram criados pela palavra de DEUS, de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente". Ora, entendemos que aquilo o qual não é aparente, não quer dizer "do nada", mas pode referir-se a coisas imateriais. A expressão "No princípio", de Genesis 1.1, não se refere a ''eternidade passada", mas significa o ponto inicial do tempo como o conhecemos.

OBSERVAÇÃO MINHA - Ev. HENRIQUE - OS MUNDOS FORAM CRIADOS PELA PALAVRA DE DEUS, PORTANTO, NÃO FORAM CRIADOS DO NADA.

III - O MODO DIVINO DA CRIAÇÃO
1. A criação foi um ato livre da parte de DEUS. Existe um falso ensino de que a criação do mundo foi por urna necessidade de DEUS, urna autogênese divina, para fazer valer o seu Ser, como se Ele precisasse autoafirmar-se. Urna vez que se admite ter sido a criação feita do nada, entende-se que nada preexiste a ação criadora do Senhor. A ideia de que o mundo aparece como algo necessário para Ele, acaba no panteísmo, o qual ensina que tudo é DEUS e o mundo não pode conceber-se sem o Criador, nem Ele sem o Universo.
Mas DEUS não criou o mundo por acaso, ou por necessidade. O Universo existe porque o Criador quer. Ele é para si mesmo sua própria riqueza e, portanto, a criação partiu dele como urna graça especial. O Senhor é imune de coação externa, pois não depende de nada, absolutamente, e, por isso, pode criar livremente o que deseja, quando e como quer. Os salmos 115.3 e 135.6 dizem respectivamente: "Mas o nosso DEUS está nos céus; fez tudo o que lhe agradou"; "Tudo o que o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos".

2.A criação foi um ato temporal de DEUS. A expressão inicial de Genesis 1.1: "No princípio", indica, dentro da eternidade, a questão do "tempo". O termo hebraico "bereshith" mostra, em seu sentido literal, que a palavra "princípio" se refere ao início da criação. "O tempo é apenas urna das formas de toda a existência criada", como afirmou certo teólogo. A declaração de que a criação foi um ato temporal, não significa restringir ou confinar DEUS ao tempo, porque Ele está fora de qualquer confinamento, restrição física ou mesmo espiritual. Na verdade, a lição que aprendemos na Bíblia é que o mundo teve começo ( Mt 19.4,5; Me 10.6; Jo 1.1,2; Hb 1.10).

3. A criação foi um ato especial do DEUS Triúno. A forma plural do nome "ELOHIM" revela-nos, não só a transcendência do Criador, no sentido de ir além, mas, acima de tudo, o sufixo "him" indica a pluralidade composta da divindade, ou seja, as três pessoas da Trindade. Urna vez revelado o trino DEUS na declaração inicial de Genesis, entende-se que Ele é o autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). Nenhuma das pessoas da Trindade age com poderes independentes, mas, sim, o Pai, o Filho e o ESPÍRITO são autores independentes.

CONCLUSÃO
Estudamos esta primeira lição, para compreendermos, não só a Teologia da Criação, mas também a sua história, conforme o relato de Genesis. Precisamos compreender este assunto com convicção, para podermos refutar as teorias humanas que negam o relato bíblico.

1. A salvação é pela fé, e jamais conseguiremos agradar a DEUS, se não confiarmos, plenamente, nele. O Criador revelou a Moisés o essencial sobre a criação do mundo, para jamais sermos enganados pelo Diabo. Por isso, acreditemos somente no que a Bíblia nos diz a respeito deste assunto.
2. Todas estas teorias, hoje, são ensinadas nas escalas seculares, nos seus três níveis: primário, secundário e superior, com o único propósito de divulgar o Evolucionismo. Portanto, precisamos estar bem-preparados, a fim de que a Palavra de DEUS suplante esta mentira, semeada pelo Inimigo de nossas almas.

3. Sabemos que dentro do projeto divino, de criar o mundo, estava o sublime propósito de formar um ser a imagem e semelhança de DEUS. Satanás, por inveja, investiu contra Adão e Eva, para destruí-los. Porém, o Senhor nos salvou, através da morte vicária de seu Filho Unigênito.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Título

No Antigo Testamento hebraico, a primeira palavra do texto, bereshit, “no princípio”, serve de título para o livro de Gênesis. Tomar a primeira frase ou palavra de uma obra literária para denominá-la era prática comum no antigo Oriente Próximo. A tradução grega chamada Septuaginta (LXX) toscamente igualou este termo de abertura com a palavra gênesis, que significa “origem ou fonte”. A palavra grega permaneceu em nossas versões bíblicas, porque descreve notavelmente bem o conteúdo do livro. E o livro dos começos: o começo do universo, do homem, do pecado, da salvação, da nação hebraica, da aliança com os homens. Martinho Lutero foi o primeiro a anexar ao título antigo a frase: “O Primeiro Livro de Moisés”, mantida na maioria das versões bíblicas. Lutero a considerou apropriada visto que o Livro de Gênesis é o primeiro dos livros do Pentateuco e Moisés fora tradicionalmente considerado o autor de todos os cinco livros.

 

Considerado o autor de todos os cinco livros.

Uma breve discussão da autoria não faz justiça à massa de literatura sobre o assunto nem à complexidade dos problemas. A controvérsia gira em torno da questão se o Livro de Gênesis, como o conhecemos em todos os manuscritos existentes, foi produto de Moisés e seu tempo ou de escritores desconhecidos em uma época muito posterior. Ao longo dos últimos dois séculos, os estudiosos se dividem entre os que aceitam a autoria ou autoridade mosaica e os que consideram que o material do Livro de Gênesis é trabalho de muitos “autores” desconhecidos (ver análise em “O Pentateuco”).

O texto do livro não menciona o nome de Moisés e, como dito anteriormente, foi Lutero (1483-1546) quem juntou ao título a anotação sobre Moisés. Levando em conta que o derradeiro acontecimento narrado em Gênesis ocorre muito tempo antes dos dias de Moisés, os estudiosos ortodoxos defendem que ele modelou o material antigo em sua forma atual. Esta opinião se baseia principalmente nas seguintes evidências internas: a) nos outros quatro livros do Pentateuco, no sentido de que vieram de Moisés ou pelo menos do seu tempo de vida e sob sua direção; b) no restante do Antigo Testamento, que liga a Moisés o conteúdo de todo o Pentateuco; e c) no Novo Testamento, que afirma serem os livros do Pentateuco (principalmente Deuteronômio) da autoria de Moisés.

 

C. Data e Composição

Estes itens estão estreitamente relacionados com a discussão da autoria, portanto, todos os três devem, de certo modo, ser tratados juntos. Atribui-se a Johann Eichhorn, professor na Universidade de Jena, Alemanha, em fins do século XVIII, a rejeição da amplamente aceita autoria mosaica do Pentateuco. Ele fundamentou seus argumentos em duas supostas fontes para o Livro de Gênesis rotuladas de J, para aludir a Jeová, e, para Elohim, as quais, segundo ele, vieram a existir depois do tempo de Moisés. Na verdade, esta análise de fonte foi feita pela primei­ra vez por uma médica francesa, Jean Astruc, várias décadas antes de Eichhorn. Nos primeiros três quartos do século XIX, os professores alemães discutiam se havia muitas fontes, duas fontes ou apenas uma fonte para o Livro de Gênesis. Eles dataram estas fontes ao longo de todo o tempo entre Salomão e Esdras. Usando como indícios a ocorrência de diversos nomes divinos, as diferenças de vocabulário e a suposta divergência de pontos de vista teológicos, a controvérsia predominou entre uma história de composição fragmentada e uma unidade básica em construção.

Julius Wellhausen1foi o primeiro a popularizar com êxito a ideia de três fontes principais em Gênesis: J (fonte jeovista), E (fonte eloísta) e P (fonte sacerdotal [“p” de Priestercodex}). A fonte J era datada do século IX a. C.; a E era datada do século VIII a. C.; e a P era datada do século V a. C. Esta visão se tornou padrão entre seus seguidores e altamente popular nos círculos protestantes e judaicos em todo o mundo ocidental. A Igreja Católica Romana reagiu negativamente à teoria.

Hermann Gunkel2procurou estender-se sobre a posição de Wellhausen examinando as formas literárias da antiga maneira de contar histórias conforme ilustrada em Gênesis. Ele concluiu que, antes de 1000 a. C., houve um longo período de transmissão oral de grande parte do conteúdo do Livro de Gênesis antes de ser solidificado nos denominados documentos J ,E e P.

Em anos mais recentes, os estudiosos que rejeitam a autoria mosaica são mais favoráveis à ideia de um longo período de desenvolvimento da tradição oral em torno dos centros tribal e cultual, em vez da existência de fontes escritas. Otto Eissfeldt3 foi o proponente principal desta abordagem. Houve também a tendência a considerar que o livro foi concluído nos tempos do exílio e que possui um caráter substancialmente mosaico. W. F. Albright defendeu esta posição.

Os estudiosos conservadores consistentemente defendem que a teoria descrita acima é inaceitável, sendo incentivados pelo volume de evidências contrárias fornecidas pelos estudos no antigo Oriente Próximo. Com vigor renovado, insistem que evidências descobertas mais recentemente tornam possível e altamente provável a composição de Gênesis na época de Moisés. Vários manuscritos, inclusive o tipo alfabético, estavam em uso séculos antes dos dias de Moisés, produzindo-se uma grande quantidade de literatura, grande parte dela significativa para os estudos em Gênesis. Sabe-se hoje que a transmissão oral de recordações importantes, sobretudo as pertinentes à santidade, tem um grau de precisão não menos que espantosa.

Cada vez mais os estudiosos defendem que o conteúdo de Gênesis 1 a 11 deve ter entrado na coletânea de fatos e tradições hebraicas antes do tempo de Abraão. Atualmente, aceita-se que a orientação social, econômica e política das histórias dos patriarcas está solidamente arraigada no período de 2000 a 1500 a. C. A única barreira tem a ver com a teologia. Há um reconhecimento crescente de que crenças monoteístas predominavam entre os hebreus nos dias de Moisés, mas só os estudiosos conservadores ousam asseverar que o monoteísmo era desde o início a fé dos patriarcas.

A questão se resolve em uma pergunta básica: Gênesis era mosaico ou uma miscelânea de composição e origem? Este comentário sustenta a posição conservadora de que Gênesis é mosaico em sua composição e data.

 

D. Estrutura

O Livro de Gênesis tem uma introdução (1.1—2.3) e dez divisões, cada uma das quais introduzida pela palavra hebraica toledot (“gerações, origens”), que os estudiosos admitem ter o significado de “história, conto ou relato” em vez de simplesmente genealogia. Estas divisões ocorrem em 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 37.2.  0 livro também pode ser dividido em duas seções principais: a primeira de 1.1 a 11.26 e a segunda de 11.27 até o fim. A primeira destas divisões lida basicamente com as origens primevas, e a segunda, com o estabelecimento da relação de concerto de Deus com os antepassados do povo hebraico. Ou conforme G. C. Morgan,8as divisões podem ser vistas em três par­ tes. A primeira divisão seria de 1.1 a 2.25, que se ocupa da geração; a segunda seria de

3.1 a 11.32, que lida com a degeneração; e a terceira seria de 12.1 a 50.26, que se centraliza na regeneração.

Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento de suas genealogias.

Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para o específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e sua esposa, Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos seus descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito vigorosamente a corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do Todo-poderoso em puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo tempo, salvar um remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os descendentes de Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão via migração através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.

Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao vale mesopotâmico

O Livro de Gênesis tem uma introdução (1.1—2.3) e dez divisões, cada uma das quais introduzida pela palavra hebraica toledot (“gerações, origens”), que os estudiosos admitem ter o significado de “história, conto ou relato” em vez de simplesmente genealogia. Estas divisões ocorrem em 2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10; 11.27; 25.12; 25.19; 36.1; 37.2.  0 livro também pode ser dividido em duas seções principais: a primeira de 1.1 a 11.26 e a segunda de 11.27 até o fim. A primeira destas divisões lida basicamente com as origens primevas, e a segunda, com o estabelecimento da relação de concerto de Deus com os antepassados do povo hebraico. Ou conforme G. C. Morgan,8as divisões podem ser vistas em três par­ tes. A primeira divisão seria de 1.1 a 2.25, que se ocupa da geração; a segunda seria de

3.1 a 11.32, que lida com a degeneração; e a terceira seria de 12.1 a 50.26, que se centraliza na regeneração.

Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento de suas genealogias.

Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para o específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e sua esposa, Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos seus descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito vigorosamente a corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do Todo-poderoso em puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo tempo, salvar um remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os descendentes de Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão via migração através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.

Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao vale mesopotâmico Depois da resposta de Abraão ao chamado de Deus para se mudar, as histórias relacionadas a ele estão centralizadas principalmente em Canaã, com apenas algumas histórias ligadas ao Egito ou a sua antiga casa em Harã. Com exceção de ter uma esposa de Harã, Isaque é completamente limitado à vida em Canaã, mas Jacó passou vinte anos em Harã e os últimos anos de vida no Egito, embora na juventude e meia-idade estivesse em Canaã. Exceto por sua juventude, José passou seus anos de maturidade no Egito, parte numa prisão e parte como poderoso funcionário do governo.

E. Propósito e Mensagem

O propósito principal do Livro de Gênesis é mostrar como Deus escolheu o povo de Israel para ter uma relação de concerto com Ele. Essa escolha se revela na forma em que Ele lidou com os progenitores dos israelitas. Ainda que haja semelhanças notáveis entre outros escritos antigos e as histórias bíblicas da criação, da queda do homem e do dilúvio, o interesse bíblico na origem do universo é basicamente teológico. Seu empenho é declarar que todas as coisas procedem e são sustentadas por um Deus Criador. O politeísmo e suas nuanças são deliberadamente ignorados.

No Livro de Gênesis, o interesse na origem do homem e na origem do pecado diz respeito fundamentalmente à natureza do relacionamento entre o homem e Deus, tanto em sua comunhão original quanto em sua posterior oposição negativa e desobediente à vontade de Deus. O relacionamento original sempre é considerado como o ideal e a meta de todos os procedimentos futuros de Deus com o homem. As misericórdias de Deus são estendidas aos homens para que o relacionamento positivo seja restabelecido pela atividade salvadora de Deus, a qual é determinada num sistema de concerto. Os vislumbres da realização futura dos propósitos redentores de Deus são orientados para um grande cumprimento de uma reconciliação não só individual, mas também nacional, internacional e universal entre Deus e o homem. Por conseguinte, os temas messiânicos na parte final do Antigo Testamento e no Novo Testamento são encontrados em Gênesis. Do ponto de vista teológico, o teor de Gênesis é inflexivelmente monoteísta. O paganismo não é abertamente questionado ou rejeitado; é amplamente ignorado. Gênesis descreve somente exemplos limitados da prática idólatra, os quais são repudiados indiretamente (como em Gênesis 22) ou diretamente (como em Gênesis 23). A análise racional e o ímpeto religioso do paganismo na Mesopotâmia, em Canaã e no Egito estão quase que totalmente ausentes.

O número limitado de temas religiosos e locuções literárias, que são encontrados tanto na antiga literatura mesopotâmica quanto no material em Gênesis, é incidental para os principais destaques das histórias de Gênesis. Eles tiveram sua importância largamente sobre-estimada por alguns estudiosos do Antigo Testamento.

O Livro de Gênesis desafia a validade do politeísmo, do dualismo, do deísmo e do panteísmo, não pela análise negativa de suas fraquezas, mas pela afirmação positiva da unidade, soberania e realidade pessoal divina. Em Gênesis, há a apresentação das qualidades pessoais e dinâmicas da relação divino-humana dentro do concerto , sobretudo na forma narrativa e, secundariamente, por meio de resumos genealógicos.

 

Esboço

1- Crises Individuais e Decadência Coletiva ,  1.1— 11.26

O Criador em Ação, 1.1—2.3

0  Criador em Relação à Criação, 2.4—3.24

O Assassinato e Seu Resultado, 4.1-24

A Expansão de um Novo Começo, 4.25—6.8

A Corrupção Universal e Seu Resultado, 6.9—11.26

 

2- Abraão, o Homem que Deus Escolheu ,  11.27— 25.11

As Relações da Família de Terá, 11.27-32

Estrangeiro em Nova Terra, 12.1—14.24

O Concerto de Deus com Abraão, 15.1—17.27

A Espera pelo Verdadeiro Filho, 18.1—20.18

Antigas Lealdades Testadas, 21.1—22.19

Assumindo Responsabilidades por Outros, 22.20—25.11

 

3- Ismael, o Homem que Deus Separou , 25.12-18

 

4- Isaque , o Homem cuja Vida Deus Poupou , 25.19—28.9

Um Guisado em troca do Direito de Primogenitura,  25.19-34

O Procedimento de Isaque com seus Vizinhos, 26.1-33

Isaque e sua Família, 26.34—28.9

 

5- Jacó , o Homem que Deus Refez , 28.10— 35.29

Confrontado por Deus, 28.10-22

Amor Frustrado não Morre, 29.1-30

Dolorosa Competição, 29.31—30.24

Pastores Inteligentes, 30.25—31.55

Profunda Crise Espiritual, 32.1-32

Irmãos Conciliados, 33.1-17

Tragédia em Siquém,  33.18—34.31

O Concerto Renovado em Betel, 35.1-15

Viagem Toldada pela Tristeza, 35.16-29

 

6- Esaú , o Homem que Aceitou de Volta  seu Irmão, 36.1-43

As Esposas de Esaú e seus Filhos,  36.1-8

Os Filhos e Netos de Esaú,  36.9-14

A Proeminência dos Descendentes de Esaú, 36.15-19

Os Filhos dos Moradores das Cavernas,  36.20-30

Os Reis de Edom, 36.31-39

As Regiões onde os Edomitas Habitavam, 36.40-43

 

7- José, o Homem que Deus Protegeu , 37.1— 50.26

Vendido como Escravo, 37.1-36

A Frouxidão Moral de Judá, 38.1-30

As Provações de José no Egito, 39.1—40.23

A Dramática Ascensão de José ao Poder, 41.1-57

Problemas Misteriosos no Egito, 42.1—45.28

O Novo Lar no Egito, 46.1—47.31

Visões do Futuro, 48.1—50.26

 

Seção 1 - CRISES INDIVIDUAIS E DECADÊNCIA COLETIVA

Gênesis 1.1—11.26 

Em uma série de histórias e genealogias altamente condensada, esta seção do livro trata da origem do universo, da origem da ordem nesta terra, da origem da vida, da origem do homem, da origem do pecado, da violência e desordem, e da origem das diferenças nacionais e linguísticas.

 

O Criador  em  Ação , 1 .1— 2 .3 

Pela brevidade e beleza da composição e do estilo, esta vinheta sobre a criação é inigualável. O Deus-Criador domina a cena. Ele fala e imediatamente se forma a ordem, proporcionando um belo lugar de habitação e de abundantes suprimentos para a criação mais sublime de todas: o homem. Majestade e poder marcam cada sentença.

 

1. O Ato Inicial (1.1,2)

Em resposta à pergunta “Quem fez todas as coisas?”, a Bíblia declara ousadamente: Deus... criou (1). Em resposta à pergunta “Quem é anterior e maior que todas as coisas?”, com igual ousadia a Bíblia anuncia: No princípio... Deus.1O céu e a terra não são Deus nem deuses; nem é Deus igual à natureza. Deus é o Criador e a natureza é seu trabalho manual.

Embora feita por Deus, a terra não estava pronta para o homem. Ainda estava em desordem, sem forma e vazia (2), e não havia luz. Contudo, havia atividade. O Espírito de Deus se movia continuamente sobre a face das águas.

 

2. O  Dia da Luz e das Trevas (1.3-5)

Energia é necessidade vital para o hábitat do homem, e luz é energia. Por conseguinte, a primeira ordem de Deus foi: Haja luz (3). A ênfase na palavra falada de Deus é tão grande que cada dia criativo começa com uma ordem ou expressão da vontade divina.2Em seguida, ocorre a execução da ordem e a declaração culminante: Era bom ou equivalente (e.g., 4,10,18).

 

3. O Dia das Águas Divididas (1.6-8)

As águas foram separadas, e acima da terra havia uma expansão (6). A palavra expansão ou firmamento transmite a ideia de solidez.3 Contudo, a ênfase na palavra hebraica original raqia não está no material em si, mas no ato de expandir-se ou na condição de estar expandido. Por isso, a palavra “expansão” é muito apropriada.

Em diversos lugares do Antigo Testamento, o ato de estender os céus é proeminente (ver Jó 9.8; 26.7; SI 104:2; Is 45.12; 51.13; Jr 51.15; Zc 12.1). A evidência de que Deus é o Criador acha-se no ato de estender e não no caráter do que foi formado.4Ao longo do Antigo Testamento, o interesse se centraliza nas relações de Deus com a natureza e o homem. Deus é o Criador, e a partir desta declaração o Antigo Testamento passa a mostrar que a natureza é uma criatura e uma ferramenta. Do mesmo modo, Deus julga, livra e cuida do homem.

 

4. O Dia da Terra e do Mar (1.9-13)

O terceiro ato de Deus dizia respeito à formação de um futuro hábitat para o homem, que é criatura da terra. O alimento para o homem, a vegetação, cresce na terra. Sob a ordem de Deus, terra e mar se separaram, e forma, vida e beleza enfeitaram a terra. O texto não descreve como estas separações ocorreram, nem há uma lista das forças dinâmicas e naturais envolvidas. Ao invés disso, a relação de um Criador pode­ roso com uma criatura obediente e flexível é o tempo todo, e claramente, mantida diante do leitor.

Dramaticamente, Deus se voltou para a terra agora visível e deu-lhe ordens. Apareça a porção seca (11) não era admissão de que as substâncias inorgânicas possuíam o poder inerente de produzir vida.5Muito pelo contrário, a vida em si acha-se, no final das contas, na palavra criativa de Deus e imediatamente surge em resposta à sua ordem.

Seguindo um padrão de pares — luz e trevas, águas que estavam sobre e águas que estavam debaixo, terra e mares —, agora ocorre uma série de grupos de três. Erva, erva dando semente... e árvore frutífera (12) são agrupamentos muito generalizados e não devem ser considerados classificações botânicas no sentido moderno.

A frase conforme a sua espécie6indica limites aos poderes de reprodução. Mas não fornece um projeto que esboça linhas limítrofes. O destaque está na segurança observável da natureza: trevo produz trevo, trigo produz trigo etc. E assim foi (11) — e ainda é.

 

5. O Dia dos Dois Luminares (1.14-19)

Os pagãos adoravam o sol, a lua e as estrelas como deuses e deusas de poder formidável. Na narrativa deste dia da criação, o luminar maior (16) e o luminar menor nem mesmo são nomeados. Em poucas sentenças hábeis, o autor descreve a criação destes corpos celestes, os quais, depois, são incumbidos de executar certas tarefas nos céus.7 Eles possuem uma dignidade de governo e nada mais. As estrelas também recebem não mais que uma menção honrosa. Que golpe contra o paganismo!

 

6. O Dia dos Pássaros e dos Peixes (1.20-23)

Pelo motivo de a luz e as trevas serem comuns a ambos os dias, o primeiro dia (3-5) e o quarto dia (14-19) estão relacionados. Também o segundo (6-8) e o quinto (20-23) estão relacionados no ponto em que lidam com a expansão, em cima, e as águas, embaixo. No quinto dia, Deus falou uma palavra para as águas (20), as quais produziram criaturas e pássaros encheram o ar. No versículo 21, vemos outra tríade: as grandes baleias... todo réptil de alma vivente... e toda ave de asas.

O texto não nos conta como as águas colaboraram com o Criador, mas para enfatizar a estreita ligação entre Deus e estas criaturas é empregado o verbo criou. As diferenças surpreendentes entre a vida botânica e a biológica são atribuídas a um ato divino. Deus os abençoou (22). No Antigo Testamento, a bênção divina é um ato criativo e uma capacitação para que aquele que a recebe cumpra seu destino segundo a vontade de Deus. Neste caso, a vontade de Deus é que as criaturas se reproduzam abundantemente... conforme as suas espécies (21). Este ato serviu para anular a condição anterior “vazia” (2).

 

7. O Dia dos Animais e do Homem (1.24-31)

Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), Deus encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens, 25), gado e... todo réptil que se move sobre a terra (26).

Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em deliberação, disse: Façamos o homem (26).9Esta criatura tinha de ser diferente. Deus disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais.10

Em 1.26-30, encontramos “O Homem Feito à Imagem de Deus”. 1) Um ser espiritual apto para a imortalidade, 26ab; 2) Um ser moral que tem a semelhança de Deus, 27; 3) Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo, 26c,28-30 (G. B. Williamson).

Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o status e o poder de governante. O direito de o homem dominar (28) ressalta o fato de que Deus o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e avaliar. A aptidão para governar implica em capacidade emocional adequada para desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom, verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a Deus que o criou. A aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de Deus indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a Deus em adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e Deus.

Deus criou o homem para ser uma pessoa que tivesse autoconsciência, autodeterminação e santidade interior (Ec 7.29; Ef 4.24; Cl 3.10). A imagem foi distribuída sem distinção de macho e fêmea, tornando-os iguais diante de Deus.

Como Deus abençoou (22) o que previamente havia criado (21), assim Deus outra vez abençoou (28) esta fase da sua obra. Incumbiu o homem com a responsabilidade de reproduzir-se e sujeitar à sua superintendência a terra e tudo que nela havia.

O ato de abençoar o gênero humano é de significado mais amplo que o de abençoar os animais (22). O homem é capaz de ter consciência dessa bênção e pode responder a ela. “Abençoar” em relação a um ser racional é ato de transmitir um senso da vontade de Deus para o abençoado. Isto é especialmente significativo para o homem, pois a ordem de procriar coloca a aprovação de Deus no ato de reprodução. Essencialmente, a relação homem-mulher na procriação é boa, está dentro da vontade de Deus e é básica para o bem-estar deles.

No Antigo Testamento, há dois aspectos para o ato de conceder bênçãos. Da parte de Deus, há o ato de um Ser superior concedendo favor a quem é dependente dele. Da parte do homem, há o retorno da gratidão ao Doador de dons (Gn 24.48; Dt 8.10).

Aspecto importante da bênção de Deus era a concessão de poder e habilidade para sujeitar e dominar (28) os outros seres criados que habitam a terra. Mas era uma autoridade delegada, um governo subordinado, pelo qual o homem prestava contas a Deus. Presumimos que a responsabilidade de controlar a vida animal não acarreta o direito de abusar dela, caso contrário não teria sido bom.

Deus concedeu ao homem o direito de usar os frutos da vida vegetal para comida (29). Isto não lhe deu o privilégio de explorar a natureza, abandonando estrago e desolação. O cuidado apropriado dos frutos da vida vegetal tem necessariamente de acarretar o cultivo (2.15) e a conservação dos recursos naturais.

O fato de os animais, sujeitos ao controle do homem, também se alimentarem de plantas, toda a erva verde (30), destaca ainda mais a responsabilidade que pesa sobre o homem. Ele é responsável por controlar a natureza de modo que a natureza supra as necessidades de todas as criaturas vivas e não só as necessidades do homem (ver 9.3 sobre a permissão de comer carne).

A morte de animais não é mencionada, embora não haja razão para presumir a ausência de morte animal antes da queda. O foco está na vida, na harmonia, na ordem e na aptidão de forma e função para o domicílio terrestre do homem.

Em 1.1-5, 26-31, vemos a “Criação pela Vontade Onipotente”, com a ideia central no versículo 1.

1) Causa adequada, 1,2;

2) Desígnio evidente, 2-5;

3) Homem semelhante a Deus, 26-30;

4) Concepção onisciente, 31 (G. B. Williamson).

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

I. Matriz e Berço de Gênesis 

Das obras procedentes do antigo Oriente Próximo que conhecemos, nenhuma é, nem de longe, comparável, em escopo, ao livro de Gênesis, para não mencionar qualidades menos mensuráveis. Certos poemas épicos oriundos da Babilônia falam da criação; outros falam de um dilúvio. A versão mais completa que existe do Épico de Atrahasis, de mais de 1200 versos, liga os dois acontecimentos numa só história continua1que nos dá uma espécie de paralelo de 1-8. Mas, ao terminarem esses poemas, Gênesis mal está começando. A narrativa deste começa num ponto bem anterior ao daqueles (visto que, neles, as águas, personificadas, são o princípio, e os deuses que as dominam são apenas seus produtos) e só termina quando a igreja do Velho Testamento já está firmemente alicerçada e quatro gerações de patriarcas tinham tido vida momentosa no cenário de duas civilizações diferentes.

O livro se desenrola em duas partes desiguais, a segunda das quais começa com o aparecimento de Abraão na junção dos capítulos 11 e 12. Os capítulos 1 a 11 descrevem duas progressões antagônicas: primeiro, a ordenada criação realizada por Deus, até o seu clímax no homem como ser responsável e abençoado; e depois a obra desintegradora do pecado, até o seu primeiro grande anticlímax no mundo corrupto do dilúvio, e seu segundo anticlímax na loucura de Babel.

Com isto, no capítulo 12 a história geral do homem dá lugar à história germinal de “ Abraão e sua semente” , em que a aliança já não é um compromisso geral com a humanidade inteira, como no capítulo 9,

mas se reduz a uma só família mediante a qual “ serão benditas todas as famílias da terra” (12:3). Abraão, sem terras e sem filhos, é levado a aprender que a grande promessa, a estrela polar da sua vida, haverá de cumprir-se divina e miraculosamente, ou não se cumprirá de forma nenhuma. Neste contexto, a obstinada escolha que o seu sobrinho fez das cidades da planície, e suas próprias tentativas desesperadas para conseguir proteção e para ter família, contrastam com o frutífero procedi­ mento da fé. A narrativa deixa claro que em Sodoma ou no Egito ou em Ismael não há futuro como na promessa de Canaã e de Isaque. Estas lições permanecem no restante do livro, quando os homens aceitam ou combatem a vontade de Deus pela escolha de Jacó em vez de Esaú na segunda geração, de José colocado acima de seus irmãos na terceira, e de Efraim acima de Manassés na quarta. Na parte final de Gênesis o povo escolhido começa a tomar forma, enquanto que seus primos e vi­zinhos estão estabelecidos em seus territórios e já têm seus padrões de vida. Mas nesse meio tempo ele imigra da terra prometida, e a história não pode acabar nesse ponto.

Portanto, o livro não perde no seu término nada do seu ímpeto. Os seus 50 capítulos são o ponto de partida para as coisas mais grandiosas do Livro de Êxodo — coisas essas que os acontecimentos finais de Gênesis exigem e que suas palavras de conclusão antecipam. É somente o primeiro dos “ cinco quintos da lei” , como a lei mesma é a semente de uma colheita ainda maior. Um dos fatos impressionantes relacionados com o Velho Testamento, e, com Gênesis como parte deste, é esta arre­ metida rumo a uma consumação predita, mas, imprevisível em seus pormenores; que a cumpre sem destruí-la.

Na verdade, Gênesis está de várias maneiras quase que mais perto do Novo Testamento do que do Velho, e de alguns dos seus tópicos mal se ouve falar de novo até suas implicações surgirem plenamente nos evangelhos. A instituição do casamento, a queda do homem, a inveja de Caim, o juízo do dilúvio, a justiça imputada ao que crê, a rivalidade entre os filhos da promessa e da carne, a profanidade de Esaú, o povo de Deus em sua condição de peregrino, são todos eles temas predominantes no Novo Testamento. Finalmente, há a simetria com que algumas das cenas e figuras dos primeiros capítulos reaparecem no livro do Apocalipse, onde Babel (Babilônia) e “ a antiga serpente... o sedutor de todo o mundo” são levados à ruína, e os remidos, conquanto sejam veteranos e não inocentes ainda não tentados, voltam a passear

pelo paraíso, nas cercanias do rio e da árvore da vida.

 

II. Data e Autoria do Livro

a. Indicações da Escritura.

Embora o Novo Testamento fale do Pentateuco em geral como “Moisés” ou “ livro” ou “ lei” de Moisés, em parte alguma indica especificamente o livro de Gênesis com esses termos. Por seu turno, o Pentateuco fala da decisiva participação de Moisés em sua produção, desde os seus primeiros registros da maldição lançada sobre Amaleque (Êx 17:14) e do livro da aliança do Sinai ( Ê x 24:3-7), até à escrita e preservação de sua final exposição da lei (Dt 31:24-26). Sob Deus, o cerne e a substância dos livros de Êxodo e Deuteronômio são obra dele, bem como, sob Deus, os acontecimentos relatados constituem a história da sua vida.

Contudo, Moisés é sempre “ ele” , nunca “ eu” , nesses aconteci­ mentos. Até mesmo o “ registro dos itinerários” de Nm 33 está na terceira pessoa (isto é, foi escrito com base no registro feito por ele, não apenas inserido), e quando deveras fala na primeira pessoa, como em Deuteronômio, uma introdução e uma conclusão estruturam suas palavras e dão ao relato final o cunho de história, e não autobiografia. Na­ da aí corresponde às memórias de Neemias, desacompanhadas de introdução, nem às “passagens” de Atos.

Ao atribuir o Pentateuco como um todo a Moisés, o Novo Testa­ mento parece sugerir que em Gênesis há uma relação de semelhança entre o conteúdo substancial e a forma externa final, como sugere que há nos demais livros. Isto é, que o material é de Moisés, seja quem for o seu biógrafo e editor. Parece artificial, por exemplo, excluir Gênesis da expressão de nosso Senhor: “ Moisés... escreveu a meu respeito” (Jo 5:46) e da exposição que fez no caminho de Emaús: “ começando por Moisés” (Lc 24:27; cf. 44). Essa distinção jamais ocorreria a nenhum dos leitores originais dos evangelhos.

Este modo de considerar a relação entre Moisés e os livros que trazem seu nome parece concordar com algumas das pequenas pistas superficiais existentes em Gênesis. É preciso salientar, porém, que não são concludentes. Por um lado, por exemplo, 47:11 emprega os termos “ terra de Ramessés” para indicar o território israelita, expressão que podia ter vindo de modo particularmente fácil a Moisés, se é que foi contemporâneo de Ramessés II. Por outro lado, 36:31, passagem que fala dos reis que reinavam em Edom “ antes que houvesse rei sobre... Israel” , segundo qualquer forma normal de entendimento, atribui-se a si própria como sua data o tempo de Saul ou uma época posterior a ele. Contudo, esta lista de reis tanto podia ser um adendo para dar atualidade a um livro antigo, como podia indicar a data da sua composição.

Não há meio seguro de determinar isso. Outras frases de menor importância com possíveis dados sobre datas são 12:6 (cf. 13:7 “ Nesse tem­ po os cananeus habitavam essa terra” , e 14:14 “ até Dã” (cf. Jz 18:29). A primeira não é decisiva, visto que “ nesse tempo” pode significar “ nesse tempo, como agora” (cf. Js 14:11), ao passo que a outra, como 36:31, citada acima, podia indicar ou o período do autor ou de algum escriba que substituiu um nome arcaico por outro de uso corrente.

Portanto, a evidência bíblica, no livro e fora dele, deixa aberta a questão se a inclusão de Gênesis entre os escritos de Moisés significa simplesmente que ele constitui o fundamento do Pentateuco ou que Moisés o escreveu pessoalmente. Mas talvez se possa acrescentar a esta altura que o livro mostra uma amplitude de concepção e um conjunto de erudição, maestria e discernimento psicológico e espiritual, que o tornam proeminente, por consenso comum, mesmo no Velho Testamento. 

 

b. Crítica do Pentateuco. 

Geralmente se defende a ideia de que Gênesis dá-nos muito mais pistas quanto à sua composição do que as poucas mencionadas acima. A primeira delas a atrair a atenção está na variação no uso de nomes divinos e nas aparentes repetições presentes nas narrativas. Em 1753 J. Astruc tentou, por estes meios, isolar diferentes documentos usados por Moisés, e no fim do século dezoito a figura de Moisés foi sendo retirada da vista dos investigadores para ser substituída por um redator anônimo. As passagens em que se emprega o termo Deus (Elohim) eram atribuídas ao “ Elohísta” , abreviado para E; outras que falam do Senhor (Jahweh, Yahweh) foram obra do “ Yahwista” , J. Logo se decidiu que havia mais de um Elohísta, e a inicial P (fonte sacerdotal) eventualmente se aduzia a E e J para distinguir o primeiro do segundo Elohísta. Contudo, uma revolução de grande alcance teve lugar nas décadas de 1860 e 70, quando K. H. Graf, seguido por J. Wellhausen, elaborou argumentos em prol da inversão da sequência cronológica PEJ para JEP — cuja inversão foi mais radical para o restante do Pentateuco do que para Gênesis, desde que colocou a lei levítica perto do fim em vez de perto do início da história de Israel. Quanto a Gênesis, significava que P, considerado como um escrito exílico ou pós-exílico, forneceu a estruturação final, entrelaçando sua própria versão dos acontecimentos com J na primeira parte do livro, e com J e E do capítulo 15 em diante.

Uma vez que se firmou esse método de estudo, outros sinais distintivos dos documentos foram registrados em grande número, e na segunda metade do século dezenove o Pentateuco estava tão rigorosamente

dissecado que não era raro encontrar um versículo dividido em parcelas atribuídas a duas ou mesmo três fontes, visto que se dizia que cada uma delas tem vocabulário, caráter e teologia que lhe são próprios. Havendo dois sinônimos válidos para o mesmo substantivo, verbo ou pronome, um deles podia ser virtualmente a impressão digital de J ou E, e o outro de P. No caso de genealogias ou datas, estas constituíam o especial interesse de P. Se a atenção se centraliza nas tribos do norte, provavelmente há de ter sido obra de E. Teologicamente, parecia que, em J, Deus fala diretamente com os homens, a Sua personalidade se evidencia forte­ mente. Em E, suas mensagens tendem a vir por meio de sonhos ou de anjos que falam desde o céu. Em P, Ele é majestoso e distante, planejando o progresso dos acontecimentos no sentido do estabelecimento de um estado eclesiástico.

A presença de narrativas duplas ou compostas continua sendo o sustentáculo da teoria. Histórias declaradamente distintas foram toma­ das como variantes dos mesmos acontecimentos, enquanto narrativas únicas foram tão meticulosamente partidas e tão brilhantemente reconstituídas que se tornou lugar comum encontrar dois relatos onde antes só se mostrava um. Sob esses milagres de cirurgia, dificilmente faltaria a um Adão, por assim dizer, uma Eva, formada dos seus ossos, para contradizê-lo. Os exemplos clássicos dessa técnica são as análises das narrativas do dilúvio e de José, discutidas nas notas adicionais sobre os capítulos 8,37 e 42.

Daí por diante, o estudo do Pentateuco ramificou-se em várias direções, com crescente interesse nos últimos anos pela Crítica da Forma. Esta procura as unidades literárias subjacentes a uma obra coesa e tenta compreendê-las como produtos de vários tipos de situação. A consequente ênfase dada à vida da comunidade em que os escritos surgiram, modificou o conceito de JEP. Estes já não são retratados como produtos diretos, digamos, dos séculos nono, oitavo e sexto respectivamente, mas como coleções de elementos da tradição preservados e desenvolvi­ dos em diferentes círculos israelitas através dos séculos, cada qual tendo o seu quinhão de materiais muito antigos.

Embora esta abordagem, entre outras, tenha rompido algo da rigidez da crítica precedente, de modo que A. Bentzen, para citar um, pôde declarar (os itálicos são dele): Creio que devemos parar de falar em documentos. As iniciais JEP ainda são predominantemente empregadas se referem, para a maior parte dos propósitos — a despeito de Bentzen — aos documentos que, segundo se pensa, incorporam suas respectivas tradições. Mesmo as datas sugeridas para esses documentos são grosseiramente mantidas, e uns e outros especialistas continuam a subdividi-los como antes, ou a descobrir fontes até então inimaginadas. Assim, por exemplo, C. A. Simpson2 acompanha E. Meyer e outros ao dividir J em J1 e J2; R. H. Pfeiffer3acrescenta a JEP o seu “ S” edomita; e O. Eissfeldt4isola uma primitiva fonte “ básica” “ L” , para chegar a uma sequência documentária LJEBDHP do Pentateuco.

A velha análise literária do Pentateuco ainda é de fato tratada como substancialmente válida, sendo empregada como base da maior parte das obras subsequentes, mesmo que o interesse primário tenha mudado para outras áreas. Todavia, parece digno de nota mencionar que grande parte dela não pode ser provada.

1. Os nomes divinos não constituem seguro critério para determinação da autoria, mesmo para a crítica literária (na prática), como parece que são à primeira vista. Por exemplo, muito geralmente se defende a posição de que o documento E começa fragmentariamente em 15. Todavia, com “ Elohim” completamente ausente desse capítulo e “ Yahweh” constando nele sete vezes, certos comentadores se mostram prontos para, onde necessário, atribuir ao Elohísta versículos que contêm “ Yahweh” , como base na suposição de que as últimas mãos pelas quais o texto passou desfiguraram a evidência que outrora estava presente ali. Em 22:1-14, forte passagem E, há três registros de “ Yahweh” para cinco de “ Elohim” , os quais têm sido explicados de modo semelhante ao acima exposto. Ainda em 17:1 e 21:1, P fala de “ Yahweh” . Resolver estas e outras anomalias anotando que “ Originalmente ’el... deve ter estado aqui” 5é abandonar a evidência existente só porque ela é inconveniente.

Esta situação clama por uma abordagem mais flexível, de modo que não se admitam apenas fontes possíveis, mas também a consciente e inconsciente escolha feita pelo autor, entre o vocabulário mais pessoal, “ Yahweh” e o mais geral, “ Elohim” , em certos contextos, e o impulso estético, onde a escolha teológica é livre, para empregar uma série de vezes uma expressão ou a outra, ou ainda alternar ambas

te. O uso feito por outros povos antigos dá amplo apoio a isto. Veja, por exemplo, os termos mutuamente permutáveis Baal e Hadade na lâmina ugarítica de Hadade, ou as múltiplas designações de Osiris na esteia de Ikhernofret,8sem mencionar outros exemplos.

Contra esta variação livre, Êx 3:13 e 6:3 muitas vezes são citados como textos-provas para mostrar que em Gênesis E e P não podiam ter empregado o nome Yahweh, desde que, em sua opinião, não se ouvira falar dele antes do chamado de Moisés. Mas isto é negligenciar o contexto desses versículos. Em Êx 3:14 a declaração divina, “Eu sou...” , apresenta e esclarece o nome dado em 3:15, e este contexto é válido também para 6:3, no livro como o temos. O nome, em resumo, em qualquer sentido pleno da palavra, foi conhecido primeiro, em sua apresentação inicial. Mas o nome da mãe de Moisés, Joquebede (Êx 6:20), nome composto em que entra o termo Yahweh9é prova suficiente de que já era de uso comum, de acordo com o próprio P. Cf. E. Jacob (que aceita a análise tipo JEP): “ ...não temos na narrativa de Êxo­do a revelação de um nome novo, mas a explicação de um nome já conhecido de Moisés e que, numa hora solene, se descobre que está repleto de um conteúdo de cuja riqueza ele estava longe de suspeitar”.

2. Outros critérios linguísticos são igualmente inconcludentes. Em primeiro lugar, como o indicou U. Cassuto,1 tratar expressões alternativas de uma dada ideia simplesmente como características de diferentes autores é esquecer as nuanças de uma palavra. Por exemplo, “ cortar” uma aliança lança luzes sobre o momento histórico e o modo como é feita; “ dar” uma aliança acentua a soberania e a graça do seu Iniciador; e “ estabelecê-la” 14dá ênfase à Sua fidelidade em efetivá-la. (Incidentalmente, os dois últimos termos coexistem em P. Não deveriam ser critérios para dividi-lo?). Ainda trazer Israel “ para fora” (J) do Egito salienta o aspecto de libertação, enquanto levá-lo “ até” (E) atenção para o seu destino, a terra prometida. Estas distinções valem a pena. As nuanças também podem ser de ritmo e intensidade, observáveis nos princípios que regem a escolha entre o pronome “ eu” longo e o breve (’ãnõkí, atribuído pela crítica a JE, e aní, pretensa característica de P). Incidentalmente, os equivalentes ugaríticos destas duas formas podem ser encontrados lado a lado. Aparecem, por exemplo, dentro de duas linhas em Aqhat III.vi.21,23,15 onde não existe a questão de autoria dupla.

Em segundo lugar, exemplos de muitos destes usos são em número demasiado pequeno para serem estatisticamente significativos, ou excessivamente circunscritos para darem liberdade a um autor. Os dois casos dados por Eissfeldt ilustram o ponto em foco. O primeiro é o uso feito por E de “amorreus” onde J registra “ cananeus”, com referência aos nativos da terra prometida.16Somente duas passagens E podem ser apresentadas com este fim, ao passo que 15:21, que menciona ambos os povos — “o amorreu, o cananeu” , é ignorada a despeito de sua proximidade de 15:16, passagem citada. O outro exemplo dado por Eissfeldt é o par de termos siphâ e ’ãmâ, que significam “ serva”, termos atribuídos a J e E respectivamente. Contudo, o argumento começa a parecer artificial quando faz Raquel oferecer sua serva a Jacó em E (30:3) e levar a cabo o oferecimento em J (30:4). Dificilmente se pode restabelecer a confiança no método com o corolário de Eissfeldt de que ainda outra fonte — uma variante de J — trai sua presença no terceiro substantivo, pileges, referente a essas esposas subordinadas.

3. Os “parei” tendem a mostrar-se como provas mais falhas ainda, pois são apresentados como se fossem coisa quase liquida e certa quando seus relatos são parecidos. Se os acontecimentos são muito semelhantes, acha-se que o assunto dispensa argumentação; se não se as­ semelham, mostram apenas quão divergentes são as tradições. Essas suposições podem ser notadas, por exemplo, na análise típica das duas vezes em que Hagar saiu de casa. Tratando os capítulos 16 e 21 como as versões J e E de um mesmo fato, com inserções P; G. von Rad, juntamente com a maioria dos especialistas em crítica, nota o contraste existente entre as duas histórias, no sentido de que em 16 Abraão é passivo e dócil, e em 21 mostra-se responsável; Hagar é orgulhosa e impetuosa na primeira história, é vítima inocente na segunda; ainda mais, o anjo vai em busca de Hagar em 16:7, mas a chama do céu em 21:17; e assim por diante.

Essas distinções são verdadeiras e fascinantes. O que é tacitamente

descartado é toda e qualquer possibilidade de que reflitam duas ocasiões diferentes, como elas o professam. Mesmo quanto ao desprezo de Hagar pela estéril Sara em 16, e quanto a seu filho ser apanhado caçoando do menino que o desapossara, no capítulo 21, não se trata de possibilidades que se excluam mutuamente, mas de uma sequência orgânica, retrato fiel das tensões de 14 anos de envolvimento na história da família. Pode-se dizer a mesma coisa das duas atitudes de Abraão face a essas crises, pois na segunda ocasião ele tinha um poderoso precedente para fazê-lo hesitar, porquanto Hagar tinha sido mandada por Deus de volta para casa, da primeira vez que isso acontecera (16:9). (Outros sinais de sequência semelhantes podem ser notados nas tentativas de Abraão e Isaque de passarem por irmãos de suas esposas. Ver o comentário introdutório do capítulo 26.)

É seguir preconceito, e não seguir a razão, deixar a coerente versão bíblica dos fatos sem discutir ou, no caso de seus comentários explicativos (por exemplo, 26:1), pô-los de lado como sendo harmonizações artificiais.

4. A existência de narrativas compostas, intrincadamente entrelaçadas, está em particular sujeita a ser questionada. Como método editorial, não teria paralelo (foi sugerido pela primeira vez antes que o nosso acesso à literatura antiga do Oriente Próximo submetesse a especulação a controle), e a análise que tenta desenredar a trama baseia-se na ideia rígida e improvável do estilo literário já considerada acima, nos parágrafos 1 e 2. Mais exemplos e uma crítica do método podem-se encontrar nas notas adicionais sobre os capítulos 8, 37 e 42.19. 

 

c. Algumas Conclusões.

Estudando-se Gênesis em seus próprios termos, isto é, como um todo vivo, não como um corpo a ser dissecado, não se pode fugir da impressão de que os seus personagens são pessoas de carne e ossos, de que os acontecimentos que relata são reais, e de que o livro mesmo constitui uma unidade. Se é assim, a mecânica da composição é questão de menor importância, uma vez que as partes desse todo não estão competindo por crédito como tradições rivais, e o autor do livro não chama a atenção para as fontes da sua informação, como o fazem os escritores de Reis e Crônicas.

Entretanto, não é preciso supor que houve falta de fontes orais e escritas para um autor do período indicado na seção a. (p. 15), visto que Abraão tinha emigrado de um país rico de tradições e genealogias,20 e José (como Moisés depois dele) vivera muitos anos na atmosfera intelectual da corte egípcia, por um lado (com acesso, por exemplo, à pormenorizada etnografia refletida em Gênesis 10) e da sociedade patriarcal, por outro, com amplas oportunidades para preservar esses acervos de informação. Em>consonância com isso, têm sido feitas tentativas para encontrar indícios de material compilado em datas anteriores às que são sugeridas para as obras de J, E e P, terminadas. Descreveremos resumidamente a seguir duas destas aventuras.

P. J. Wiseman, em New Discoveries in Babylonia about Genesis,21 examinou a possibilidade de que a frase “ São estas as gerações de...” , que assinala repetidamente o livro de Gênesis em 11 lugares,22 (frase traduzida variadamente em AA), dê a*pista da guarda dos registros familiares de que cuidaram os sucessivos patriarcas. Ele interpreta este estribilho como colofão (identificação), devendo-se traduzir: “ Estas são as origens históricas de...”. Em outras palavras, em sua opinião isso sempre assinala a conclusão de uma seção, encerrando os arquivos escritos ou possuídos através dos anos por Adão (5:6), Noé (6:9), pelos filhos de Noé (10:1), e assim por diante; uma série crescente confiada aos sucessivos chefes da família.

Em apoio ao seu argumento, esse autor acentua que nenhuma seção vai além do tempo de duração da vida da pessoa assim menciona­ da; que os blocos de material refletem com precisão (por exemplo, no vocabulário e nos topónimos) os diferentes estágios que eles registram; e que a arte de escrever, largamente praticada por muitos séculos antes de Abraão, é de altíssima antiguidade. Ele arrola também um certo número de expressões duplicadas que aparecem nas proximidades dos “colofões (identificações)” , as quais podiam ser deixas, recurso empregado comumente para estabelecer ligação entre as sucessivas lâminas em sua sequência certa.

Mas relacionar a palavra “ gerações” (tôledôt) somente com o passado tem sua fraqueza. É evidente que não se pode aplicar, por exemplo, a Rt 4:18, onde a frase “ São estas, pois, as gerações de”, exatamente igual à de Gênesis, só pode indicar o futuro. Mesmo em Gênesis ela pode ser sempre classificada como tão aplicável ao futuro quanto ao passado (e frequentemente, mais ao futuro). De 2:4 em diante, toda vez que aparece, vem seguida de um relato daquilo que partiu ponto recém- mencionado, seja esse ponto a terra nua (2:5) ou Adão (5:3) ou Noé (6:9) etc. Assim, de Terá, por exemplo, (11:27) provêm não só Abraão, que dominará a cena, mas também os parentes de Abraão dentre os quais eventualmente há de ser escolhida a noiva de Isaque. E de Jacó (37:2) surgem as 12 tribos (cuja sorte é traçada bem adiante, no capítulo 49), e não apenas o herói José. Fazer na frase uma conclusão em vez de uma introdução produz a anomalia, quando rigorosamente aplicada, de se ter toda a história de Abraão preservada por Ismael (11:27-25:12), enquanto Isaque guarda os arquivos de Ismael(25:13-19), Esaú os de Jacó (25:19-36:1) e Jacó os de Esaú — situação de complexidade quase teatral, e conclusão de que o autor evita algo arbitrariamente.

Ademais, insistindo numa completa sucessão das mencionadas lâminas, a teoria implica em que a escrita é quase tão antiga quanto o homem, para não dizer que é mesmo tão antiga como ele. O próprio Gênesis, lido de qualquer outra maneira, não exige isto. Permite defender perfeitamente a ideia de que, conquanto as genealogias tenham sido consignadas à escrita num estágio primitivo mas não especificado, o restante da história da família pode ter sido transmitido por via oral, como sua aparência sugere muitas vezes. Algumas das características da tradição oral relacionadas por E. Nielsen trazem Gênesis à mente. Exemplos: ...expressões repetidas, estilo fluente, solto, um certo ritmo e eufonia especialmente perceptíveis quando se ouve o relato...” . Vale a pena anotar que essa espécie de transmissão pode ser mais que correta quando em uso metódico.

A segunda abordagem, partindo de pressuposições completamente diversas, é a de E. Robertson,30 que chamou a atenção para as oportunidades incomuns que Samuel teve de reunir e registrar as tradições de Israel quando visitou Betel e outros centros (1 Sm 7:16) em suas viagens de rotina como juiz. Robertson recorda as condições críticas de Israel nesse período, com a velha ordem a desintegrar-se, o santuário destruído, e a exigência de um rei ameaçando paganizar a teocracia. Uma evocação da lei de Moisés deve ter sido vital num momento como esse.

Expondo com alguns pormenores como Deuteronômio é adequado a essa situação toda, Robertson acha especialmente significativo que, conforme 1 Sm 10:25, Samuel “ recitou a constituição do reino (mispat hammamlãkâ) ao povo, escreveu-a num livro e o depositou diante do Senhor” .31 Isso foi, na opinião dele, o coroamento dos trabalhos de Samuel, que resultaram na edição do Pentateuco todo, possivelmente com o auxílio de “ doutos escribas trabalhando... sob a direção de concílios eclesiásticos de Samuel” . Portanto, para Robertson, “ os diferentes escritores, ou antes, compiladores da Torah, viveram todos na mesma época e todos se ocuparam dos seus grandes empreendimentos ao mesmo tempo”.

A tese de Robertson atribui a Samuel e aos santuários uma participação mais criadora na produção do Pentateuco, do que a Escritura parece autorizar (cf. seção a., acima), porém talvez esteja apontando na direção certa. Certamente a estatura espiritual de Samuel e sua experiência nas esferas do governo, do sacerdócio e da profecia, fazem dele o arquiteto final do Pentateuco — mais provável do que qualquer dos elementos anteriores a Esdras de que temos conhecimento. E se ele foi o narrador que falou de Moisés e editou os seus escritos, as referências ocasionais aos nomes e situações pós-mosaicos tratados na seção a. estariam plenamente de acordo com os fatos.

Mas todas estas tentativas são, em diferentes graus, especulativas e de importância meramente secundária. Tem-se a impressão de que, se Paulo se deixasse envolver nessa discussão, mais cedo ou mais tarde diria: “ Falo como um tolo”, embora pudesse acrescentar: “ vocês me forçaram a isso” — pois o debate, uma vez iniciado, tem de continuar. Talvez a última palavra, outra vez do Novo Testamento, seria mais apropriadamente a amável advertência feita a Simão Pedro quando se deixou fascinar demais por Moisés e Elias, no monte, a ponto de não se lembrar da razão de ser deles. Se, em nossos estudos do Pentateuco, somos tentados a erigir algumas ou muitas tendas, para Moisés ou para uma m meu Filho amado: a ele ouvi.”

III — Origens Humanas

Dois esquemas principais da infância do homem confrontam o cristão moderno. O livro de Gênesis retrata, em poucos traços de pena, uma criatura modelada com material terreno, com o sopro de Deus e feita semelhante a Deus. A história espiritual dessa criatura vai da inocência à desobediência, rumo a um declínio moral que os princípios da civilização nada podem fazer para sustar.

O segundo quadro, o da paleontologia, mosaico de muitos fragmentos, representa uma espécie formada através de um milhão de anos ou mais, talvez, até atingir a presente forma humana, exibindo as características externas do homem moderno desde 20000 anos atrás, não somente em sua estrutura física, mas também em sua experiência como fabricante de ferramentas, de usar o fogo, de enterrar os seus mortos e, não menos, de criar obras de arte comparáveis às de qualquer período. Mesmo nessa época remota parece que se podem distinguir os aparentes precursores dos nossos principais grupos raciais,1e a espécie já se havia espalhado amplamente pelo mundo, desalojando outro tipo de homínida, “ o homem de Neandertal”, cujas relíquias, rudes como são, indicam que ferramentas, fogo e sepultamento já vinham sendo usados durante longas eras antes disso. Por outro lado, os primeiros sinais conhecidos da vida pastoril e agrícola e, mais tarde, do emprego de metais (por exemplo, cobre forjado ou ferro meteórico; cf. coment. de 4:19-24), são muito mais recentes, aparecendo no Oriente Próximo, com evidências atuais, em algum ponto entre o oitavo e o quinto milênios a. C., no máximo.

Como se relacionam um ao outro os dois quadros, o bíblico e o científico, não se esclarece imediatamente. Deve-se admitir a natureza provisória das considerações científicas (sem fazer disto um refúgio contra todas as idéias que não sejam bem-vindas) e das interpretações tradicionais da Escritura. É preciso reconhecer também os diferentes objetivos e estilos das duas abordagens: uma sondando o mundo observável; a outra revelando mormente o inobservável, a relação de Deus com o homem. Para a primeira, o estilo há de ser secamente fatual, mas a última pode requerer toda uma galeria de gêneros literários para fazer-lhe justiça e, daí, é importante não prejulgar o método e a intenção destes capítulos.

Outras partes das Escrituras, porém, oferecem certos pontos fixos ao intérprete. Por exemplo, a raça humana é do mesmo tronco (“de um” , At 17:26). E a ofensa de um fez de muitos, pecadores, e os tornou

sujeitos à morte (Rm 5:12-19). E este homem era um indivíduo tão distinguível como o foram Moisés e Jesus Cristo (Rm 5:14).2 Outros também são contados como indivíduos no Novo Testamento; por exemplo, Caim, Abel, Enoque, Noé. Estas linhas direcionais excluem a ideia de mito (que dramatiza a ordem natural para “ explicá-la e mantê-la” 3), e nos dão a certeza de que estamos lendo relatos de acontecimentos reais e essenciais.

Poderia ser que os acontecimentos fossem apresentados aqui em forma figurada (cf. os comentários introdutórios do capítulo 3), ou que fossem marcos assinalando um imenso lapso de tempo. Ainda assim, há dificuldades. Se Gênesis está abreviando uma longa história, a total vastidão das eras que ela abarca, segundo essa maneira de ver, não é problema tão agudo como o fato de que quase toda essa imensidão jaz, para o paleontólogo, entre o primeiro homem e o primeiro lavrador — isto é, nos termos de Gênesis, entre Adão e Caim, ou mesmo entre Adão dentro do jardim do Éden e Adão fora do jardim. Contudo, o nascimento de Sete, ou do seu antepassado, estabelece um limite máximo de 130 anos para isso (4:25; 5:3). Ainda que os números de Gênesis não sejam literais, as proporções levantam a mesma dificuldade. Portanto, alguma outra abordagem parece necessária.

Para o presente autor, várias linhas convergentes apontam para um Adão muito mais próximo dos nossos tempos do que os primitivos fabricantes de ferramentas e artistas, para não falar nos seus remotos antepassados. Em face disso, os modos de vida descritos em Gn 4 são das culturas neolítica e da primeira fase dos metais polidos aludidas acima, isto é, talvez de oito ou dez mil anos atrás, mais ou menos. As reminiscências de nomes e de pormenores genealógicos também sugerem

um período razoavelmente compacto entre Adão e Noé,5em vez de um período de dezenas ou centenas de milênios, extensão de tempo quase inimaginável, impossível de ser objeto de crônica. Entretanto, isto parece alargar ainda mais o intervalo entre Gênesis e as cronologias usuais.

A resposta pode estar em nossa definição do homem.

Na Escritura o homem é muito mais que o homo faber, o fabricante de instrumentos. É constituído homem nada menos que pela imagem e pelo sopro de Deus. Segue-se que bem pode acontecer que a Escritura e a ciência tenham diferenças entre si quanto às fronteiras que tentam traçar ao redor da humanidade primitiva. Os seres inteligentes de um passado remoto, cujos restos físicos e culturais dão-lhes a inegável posição de “ homem moderno” para o antropólogo, talvez ainda tenham estado decididamente abaixo do plano de vida estabelecido na criação de Adão. Se, como o texto de Gênesis de modo nenhum reprovaria,6 Deus inicialmente modelou o homem mediante um processo de evolução, seguir-se-ia que uma considerável linhagem de seres semi-humanos precedeu ao primeiro homem verdadeiro, e seria arbitrário retratá-los como seres irracionais. Nada exige que a criatura na qual Deus soprou a vida humana não fosse de uma espécie preparada de algum modo para constituir a natureza humana, já com uma longa história da inteligência prática, da sensibilidade artística e da capacidade para temor e reflexão.

Segundo esta maneira de ver, Adão, o primeiro homem, deve ter tido como seus contemporâneos muitas criaturas de relativa inteligência, espalhadas por toda a face da terra. Poder-se-ia conjecturar que estas estiveram fadadas a desaparecer, como os de Neandertal (se é que com estes aconteceu isto), ou a perecer no dilúvio, deixando os descendentes diretos de Adão, por meio de Noé, dominando sós. Contra isto, porém, é preciso ter em mente a visível continuidade entre as principais raças do presente e as do passado distante, já mencionadas. Isto parece sugerir ou uma estupenda antiguidade para Adão (a menos que todo o processo de determinação de datas da pré-história geralmente aceito esteja radicalmente equivocado, como alguns tentaram demonstrar – como por exemplo Whitcomb e Morris, op. cit),  ou a existência continuada dos “ pré-adamitas” ao lado dos “adamitas”.

segunda alternativa envolvesse alguma dúvida sobre a unidade da humanidade, seria por certo insustentável. Deus, como vimos, fez todas as nações “ de um” (At 17:26). De fato, geneticamente, segundo esta ideia, esses dois grupos pertenceriam a uma única linhagem. Mas este fato puro e simples não teria valor nenhum, como o evidencia muitíssimo bem a infrutífera busca que Adão fez de uma companheira. Contudo, pelo menos é concebível que depois da criação especial de Eva, que estabeleceu o primeiro par de vice regentes de Deus (Gn 1:27,28) e fixou o fato de que não há nenhuma ponte natural do animal ao homem, Deus talvez tenha então conferido Sua imagem aos colaterais de Adão para introduzi-los nos mesmos domínios do ser. Neste caso, a chefia “ federal” de Adão sobre a humanidade estendeu-se à sua volta aos seus contemporâneos, e para diante à sua posteridade — e a desobediência dele deserdou a uns e a outros igualmente.

Talvez haja uma indicação bíblica sobre tal situação na surpreendente impressão de uma terra já populosa dada pelas palavras e atos de Caim em 4:14,17. Mesmo Agostinho teve de dedicar um capítulo ao trabalho de responder àqueles que“ veem dificuldade nisto”, e conquanto a resposta tradicional seja perfeitamente válida (ver comentário de 4:13,14, adiante), a persistência desta velha objeção poderia ser um sinal de que as nossas pressuposições são inadequadas. Outra vez, pode ser significativo que, com uma possível exceção,10a unidade da humanidade “ em Adão” e nossa condição comum como pecadores pela ofensa dele sejam expressas na Escritura em termos, não de hereditariedade," mas simplesmente de solidariedade. Em parte nenhuma encontramos aplicado a nós algum argumento sobre a descendência física semelhante ao de Hb 7:9,10 (onde se diz que Levi participou do ato de Abraão por estar “ ainda nos lombos do seu antepassado” ). Antes, o que fica demonstrado é que o pecado de Adão envolveu todos os homens porque ele foi o chefe federal da humanidade, algo como, na morte de Cristo, “um morreu por todos, logo todos morreram” (2 Co 5:14). A paternidade não desempenha nenhum papel quanto a fazer de Adão a figura daquele “ que havia de vir” (Rm 5:14).

 

Podem-se fazer três comentários finais.

Primeiro, a sugestão exploratória acima é apenas experimental, como deve ser, e constitui opinião pessoal. Pede correção e melhor síntese. Entretanto, pode servir como lembrete de que quando parece difícil harmonizar o revelado com o observado, é porque sabemos de menos, e não demais — como o nosso Senhor fez sentir aos saduceus acerca da sua charada sobre a ressurreição. O que estes capítulos esclarecem muito bem, à luz de outros passos da Escritura, é a doutrina de que a humanidade constitui uma unidade, criada a imagem de Deus, e que em Adão caiu por um ato de desobediência. E estas coisas são afirmadas tão vigorosamente sobre este modo de entender a Palavra de Deus como sobre qualquer outro.

Segundo, pode-se pensar que esta discussão toda permite que a ciência controle demais a exegese. Esta seria uma grave acusação. Mas, tentar correlacionar os dados da Escritura e os da natureza não é desonrar a autoridade bíblica e, sim, honrar a Deus como Criador e aferrar-nos à nossa tarefa de interpretar Seus modos de falar. Na Escritura Ele nos deixa descobrir por nós mesmos pormenores tais como se “ as asas do vento” e “ as janelas do céu” são literais ou metafóricas, e em que sentido o mundo não pode ser abalado (SI 96:10, AV: “ motivo”) ou o sol sai diariamente “ a percorrer o seu caminho” (SI 19:5,6). Algumas destas questões são respondidas tão logo levantadas; outras somente à medida que o conhecimento geral progride;13 em sua maior parte, elas são doutrinariamente neutras. Afirmamos a nossa infalibilidade, não a

nos recusamos a conferir as nossas respostas fatuais com as da pesquisa independente.

Terceiro,  os interesses  e métodos da Escritura e da ciência,   contudo, diferem tão largamente  que,  em  quaisquer  dos  seus pormenores, são mais bem estudados à parte. Suas descrições do mundo são tão distintas (e cada qual tão legítima) como o retrato feito por um artista e o diagrama de um anatomista, sendo que nenhum quadro misto o retratará satisfatoriamente, pois o terreno comum de ambos consiste apenas na realidade total de que tratam.

Não é possível exagerar a ênfase de que a Escritura é o veículo perfeito da revelação de Deus, que é o que nos interessa aqui. E seu arrojado afã seletivo, como o de uma grandiosa pintura, é sua força. Ler a Bíblia com um olho posto em qualquer outro relato é obscurecer a sua imagem e ficar sem a sua sabedoria. Para termos a apresentação feita pelo próprio Deus dos princípios da humanidade nos termos em que eles nos interessam mais profundamente, não precisamos olhar nada além da interpretação que deles faz o Novo Testamento.

 

IV — Teologia de Gênesis

Em Gênesis há material suficiente para um substancial livro sob es­ se título. Aqui vamos considerar abreviadamente apenas três dos seus temas, a saber, Deus, o homem e a  salvação.

a. Deus.

Desde o início, Gênesis nos confronta com o Deus vivo, Deus inequivocamente pessoal. Os verbos do capítulo inicial expressam uma energia mental, de vontade e de julgamento que exclui toda a questão de conceber a Deus “ na categoria do ‘isto’ em lugar do ‘Tu’” (para copiar a frase de Emil Brunner1). E o livro continua a dar esta ênfase em seu relato da constituição do homem à imagem de Deus, e do  persistente interesse de Deus por relações pessoais com os Seus  servos.

Segundo, Ele é o único Deus, o Criador e Senhor Soberano sobre tudo que existe. Se os últimos capítulos de Isaías, o locus classicus do monoteísmo explícito, afirmam isto com veemência, em Gênesis a questão de outras divindades simplesmente não aparece — exceto no único episódio de Jacó fugindo de Labão, onde, para um ouvido atento, Labão pode ser ouvido invocando um deus separado, por sua parte na

aliança com Jacó (ver coment. de 31:53), e onde imagens fazem breve e ignominioso aparecimento, sucessivamente roubadas, servindo de as­ sento e enterradas (31:19,30,34; 35:4). A narrativa da criação estabeleceu a matéria em foco, e a história subsequente confirma que Deus é tão senhor dos acontecimentos no surgimento e na queda das nações (15:14,16; 25:23) como na concepção de uma criança ou no chamamento de um seguidor. O tempo e o espaço, o pecado e mesmo a morte (5:24) não podem competir com Ele, quer opere por meio de milagres patentes, quer mediante providência oculta. E esta é a fé, não só do narrador, mas também das personagens principais, que O proclamam Criador e Juiz de todos (14:19,22; 18:25) e Regente capaz de pôr em ordem as situações mais intratáveis (45:5-8).

Terceiro, Seus meios são perfeitos. A série de expulsões e cataclismos em Gênesis declara que o Céu não pode fazer armistício com o pecado, seja o pecado de lesa-divindade, como a incredulidade e a jactância (como aconteceu no Éden e em Babel), ou as faltas contra o homem, como a violência, a luxúria e a traição. Contudo, Sua justa ira é também pesar (cf. 6:6). Seus juízos são suavizados pela misericórdia (3:21; 4:15; 6:8; 18:32; 19:16,21; etc.) e demoram a sobrevir (15:16). (Seu interesse pela recuperação do pecador é discutido abaixo, na seção c. 3.) Igualmente, se Sua justiça contém amor, Seu amor inclui exigência moral. Há um vestígio de desafio nisto, mesmo no paraíso terrestre (cf. coment. de 2:8-17), e Abraão deveria descobrir, depois de um longo período, e de modo supremo no monte Moriá (capítulo 22), que ser amigo de Deus exigia dele tudo quanto possuía, ainda que lhe fosse devolvido.

Quarto, Ele se nos revela a Si próprio. Ordenando, conversando e, acima de tudo, entrando em aliança, Ele sempre é Aquele que se dá, em alguma medida. Nunca é objeto distante que os homens buscam tateando. Neste livro Ele é conhecido por muitos nomes, além do termo geral Deus e do nome pessoal Yahweh.2 Alguns são títulos que exprimem facetas do Seu ser (Altíssimo, 14:18-22, título frequente nos Salmos; Todo-Poderoso, 17:1 — ver nota — e alhures, também frequente em Jó; Eterno, 21:33; cf. Is 40:28). Outros comemoram um momento especial de encontro (Deus que vê, 16:13, quando se revelou a Hagar; Deus, o Deus de Israel, 33:20, lembrando o novo nome dado a Jacó, cf. 32:28; El-Betel, ou Deus de Betel, 35:7, em memória do sonho de Jacó). Ainda outros declaram um relacionamento empenhado (Deus de Abraão, 28:13, etc.; Temor de Isaque, 31:42,53; Poderoso de Jacó, 49:24).  Estas três classes de título correspondem aos três principais   elementos de toda a revelação — doutrinário, histórico e pessoal. Finalmente, podemos notar pelas indicações ocasionais, nas expressões “ o Anjo do Senhor” ou “ de Deus” e “ o Espírito de Deus”, que a unidade de Deus não é monolítica.  Um estudo das passagens “ Anjo do Senhor” (relacionadas na nota de rodapé) não dá lugar à dúvida de que a expressão indica Deus mesmo, visto em forma humana. O que se deve aduzir é que “ Anjo”, que significa “ mensageiro”, implica em que Deus, fazendo-se visível, é ao mesmo tempo Deus enviado.

No Velho Testamento não se faz nada quanto a este paradoxo, mas não nos deve surpreender que esse aparente absurdo desaparece no Novo Testamento. Exatamente como “ o Espírito de Deus” era uma expressão veterotestamentária aguardando seu esclarecimento completo no Pentecoste, assim“ o Anjo do Senhor”, como expressão referente significação somente à luz daquele “que o Pai... enviou ao mundo”, o Filho preexistente.

b.  O Homem.

1. O homem perante Deus. Uma vez que este assunto é discutido conforme seus vários aspectos vão aparecendo no comentário dos capítulos 1-3, basta mencionar aqui os lugares onde isso é feito.

(1)  Constituição do homem: ver comentário de 1:26 e 2:7.

(2) A vocação do homem: ver principalmente o comentário de 2:8- 17, mas também o último parágrafo do comentário de 1:26, e 3:22.

(3) A queda do homem: ver o cap. 3, principalmente as observações introdutórias sobre o capítulo, e os comentários dos versículos 6 e 7.

(4) A situação do homem: ver comentário de 3:16, e a nota adicional sobre o capítulo (acerca do pecado e do sofrimento).2. O Homem na Sociedade. Apesar de toda a ênfase que Gênesis dá ao indivíduo, com Deus chamando os homens pelo nome e buscando os desprezados, o modelo que o livro apresenta para a vida humana não é o do místico solitário ou franco-atirador, mas o de um ser social que vive dentro de certo padrão de responsabilidades. Já no Éden se pode discernir o princípio desse padrão, com suas três dimensões de coisas, pessoas e autoridade, em relação às quais o homem deve cumprir normalmente a sua vocação e glorificar a Deus. Â medida que o livro prossegue, o padrão tanto se desenvolve como sofre distorção. Desenvolve-se em que o tempo e a população crescente enriquecem o seu conteúdo; sofre distorção em que o pecado leva perturbação a toda parte.

(1) Coisas.

Um importante elemento da vocação original do homem consistia em “ cultivar” e “ guardar” (2:15) seu meio-ambiente imediato, e dominar, bem como encher a terra (1:28). Dessas expressões, o vigor deles comparável ao da rica fertilidade da terra descrita em 1:11 e sua abundância de recursos minerais vislumbrada em 2:11, depreende-se que o homem recebeu a bênção de uma imensa obra criadora desde o início. Se esta era uma perspectiva convidativa, o pecado do homem e a maldição de Deus transformaram-na em grande medida numa carga, com a miséria como chefe de serviço e a morte como a palavra final (3:17-19). O trabalho em si não foi um legado da queda; é-o somente em sua nova característica de fadiga.

O quadro subsequente é do multicolorido progresso, tal como o experimentamos ainda, e o trabalho e as posses do homem são apresentados como instrumentos que podem ser usados para o bem ou para o mal, e não como fins em si mesmos. As artes e ofícios civilizados não são aclamados como panaceia, nem evitados porque descendentes de Caim os inventaram. Contudo, vemos qual deles foi apreciado por Lameque, o tirano (4:22-24), e que novos terrores isso consequentemente lançou sobre a raça! À medida que a narrativa se desenrola, a capacidade artística e fabril do homem ora é bênção, ora maldição, pois serve a Deus na construção da arca e O desafia em Babel. Quanto às possessões, são vistas à mesma luz, sendo obtidas das mãos de Deus e ofereci­ das como dízimos em Sua honra (14:18-20; 28:22), mas não devem ser aceitas incondicionalmente (“ para que” tu, rei de Sodoma, “não digas: Eu enriqueci a Abrão”, 14:23). Acima de tudo, essas coisas não devem tornar-se a meta de ninguém, como aconteceu com Ló, para sua ruína, nem devem tornar-se a obsessão de ninguém, como sucedeu com Labão, para sua completa corrupção.

Pode-se aduzir que, nas narrativas patriarcais, parte das aflições foi retirada da antiga maldição lançada sobre a terra, como para Caim algo lhe foi acrescentado (4:11,12). Houve fomes de verdade, e pelo menos para Jacó, amargos apertos (31:40). Mas houve também excepcionais bênçãos que chamaram a atenção dos seus contemporâneos em cada geração, tanto de Abraão (21:22) como de Isaque (26:12-16,28), Jacó (30:27,30) e José (39:5). Talvez seja para que vejamos nisto um fugaz antegozo da bênção geral que, segundo a promessa, haveria de vir a no final: nada menos que, a suspensão da maldição e a anulação da queda.

(2) Pessoas.

No Éden o companheirismo é apresentado como uma necessidade humana primária, necessidade de que Deus se dispôs a satisfazer criando não uma duplicata de Adão, mas seu oposto e complemento, e unindo os dois, homem e mulher, em perfeita harmonia. Limitaremos o presente estudo a esta relação humana fundamental.

O rompimento da harmonia entre o homem e a mulher, não por desacordo mútuo, mas por seu conluio contra Deus, provou de uma vez quão dependente ela era de Sua participação invisível. Sem Ele, daí por diante o amor seria imperfeito, e o casamento gravitaria em direção ao relacionamento “ subpessoal” prefigurada pelos termos “ desejo” e “ governará” (3:16; ver comentário desta passagem).

Embora o restante do livro confirme essa tendência, mostra ao mesmo tempo a graça repressora de Deus. Pois através de todo o livro de Gênesis o casamento é sólido e duradouro, e o próprio fato de que o verbo “ conhecer” (4:1, etc.) é empregado para referir-se à relação sexual dá a ideia de que era originalmente pessoal antes que carnal, ainda que o termo se tenha degenerado (19:5,8) tornando-se simples eufemismo. Contudo, contra essa estabilidade deve-se antepor o fato de que raramente há uma família, das descritas com alguma minuciosidade, que não seja ferida por invejas assassinas, em sua maior parte refletindo conflitos entre os pais.

A poligamia em parte é a culpa disso, mas a própria poligamia é sintoma de uma desequilibrada noção do matrimônio, segundo a qual é uma instituição em que a raison d ’être última da mulher é ter filhos. Enquanto que Deus criou a mulher primeiro e acima de tudo para coparticipação, a sociedade com efeito fez dela um meio para um fim, ainda que nobre, e gravou seu modo de ver nos contratos matrimoniais. Foi reconhecidamente um conceito que as mulheres parecem ter com­ partilhado (16:2; 30:3,9), e um arranjo que Deus não contestou. Mas o seu preço, nas relações humanas, poderia ser muito alto, como o demonstra o capítulo 30, entre outros. De modo semelhante, a prática matrimonial do levirato, que se tornaria uma obrigação sob a lei mosaica, ilustra no capítulo 38 as tensões ocasionadas por uma forma de união que não passava de um mecanismo de procriação, mesmo quando se faz a devida avaliação dos caracteres inescrupulosos envolvidos nessa narrativa particular. Qualquer que fosse o valor dessas instituições no seu tempo — e algum valor não se lhes pode negar — somente confirmam a sabedoria da ordenança básica que se acha em 2:24.

(3) Autoridade.

A responsabilidade de governar (à parte do domínio do homem sobre os animais) parece, à primeira vista, emergir somente depois da queda. Germinalmente, porém, tem suas raízes na fundação da sociedade humana, como 1 Co 11:3,8 o expõe, na prioridade de Adão em relação a Eva.

Como vimos acima ao discutir o tema do casamento, uma nota mais desagradável introduziu-se no relacionamento por ocasião da que­ da (3:16), e o primeiro que se ouve expressá-la é Lameque, descendente de Caim (4:19,23). Sua linguagem bombástica chama a atenção para o elemento da força bruta que é o lado obscuro de toda autoridade num mundo decaído. Pois, enquanto Deus é a fonte do governo humano, e o ordenou para fins de ordem e decência (Rm 13:1-7; 1 Pe 2:13,14), os poderes que estão a cavaleiro de uma dada situação geral­ mente devem, em grande parte, sua posição, sendo eles considerados de outro ângulo, à agressividade de homens ambiciosos. Para um exemplo mais puro de autoridade, temos de voltar-nos para os patriarcas, cuja chefia da sua pequena comunidade devia tudo à ordenação divina. Em parte eles tinham esta prerrogativa simplesmente como pais, fato que se evidencia bem nos incidentes registrados em 9:20, onde se vê que Cão, filho de Noé, trouxe maldição à sua progénie por haver desonrado seu pai, enquanto Sem e Jafé tomaram todo o cuidado para evitar essa impiedade. Naquele momento, a honra de Noé residia na dignidade do seu ofício de pai; toda outra dignidade o abandonara. Entretanto, Deus manteve a sua autoridade. Contudo, de Abraão em diante, tiveram o poder adicional de, antes de sua morte, transmitir as promessas divinas a um ou outro dos seus filhos. A história da bênção de Isaque a Jacó e Esaú ilustra tanto o poder inerente ao seu ofício (pois ele não poderia revogar a bênção que dera, 27:33), como o fato de que a bênção não de­ pendia dos seus méritos pessoais.

Mas no mundo exterior, os patriarcas não exerciam autoridade nenhuma. Não sendo sequer cidadãos de plenos direitos, tinham de fazer todos os arranjos que podiam mediante tratados privados (por exemplo, sobre os direitos do uso de águas, 21:30; 26:15) ou alianças (como a de Abraão e Aner, etc., 14:13) ou aquisições (23:4; 33:19). Embora reprovassem o casamento misto com gente de famílias cananeias (24:3; 26:34) e se mantivessem separados da imoralidade flagrante (14:23; 34:7), amoldavam-se às leis e costumes locais, cientes de que não tinham direito de agir como críticos sociais, nem de pretender cargos. Somente Ló ousou querer subir no mundo, e conseguiu um assento à “ entrada” da cidade (19:1), o que se mostrou ineficiente quando chegou a hora da prova (19:9).

José constitui a única exceção patente dessa regra. Sua promoção veio sem ser procurada e era tão claramente resultante da ação de Deus que ele não hesitou em aceitá-la e a mostrar-se igualmente servo de Deus e de Faraó. Onde Moisés se tornou salvador do seu povo renunciando ao Egito, José se tornou salvador do seu povo, em seu contexto completamente diverso, precisamente empenhando toda a sua energia e sabedoria na promoção dos interesses desse país.

e de Gênesis para com o governo emerge, de fato,   substancialmente como o do Novo Testamento, em que o governo humano é defendido como ordenação divina, e seus oficiais como servos de Deus, embora se exija que o povo de Deus viva, não somente como “ peregrinos e forasteiros” (1 Pe 2:11), mas também  como  cidadãos cooperati­vos cuja “ prática do bem” (1 Pe 2:15) silencia a  crítica.

c.  Salvação.

A graça deve constituir o princípio deste tópico, e Gênesis   revela que a graça, longe de ser mera resposta ao pecado, é fundamental para a própria criação. Isso transparece na decisão de conduzir “ muitos filhos à glória” envolvida na formação do homem à imagem de Deus e na preparação de um mundo no qual a filiação poderia ser levada à maturidade (ver comentário de 2:8-17), e a imortalidade estaria ao alcance do homem (2:9; 3:22). A entrada do pecado introduz na cena outros aspectos da graça, nas medidas tomadas por Deus para preservar a humanidade em algum nível de decência e ordem, e levar certos homens a entrarem em aliança com Ele, por meio dos quais abençoaria finalmente o mundo (18:18). Como “ Salvador” (isto é, Preservador) “ de todos os homens” ,6 Ele é apresentado em Gênesis restringindo a corrupção e a anarquia produzidas pelo pecado, por meio da disciplina do trabalho duro e da mortalidade (3:17, 22), do emprego construtivo dos recursos naturais (3:21), das sanções da lei (9:4-6) e da capacidade de reconhecer obrigações morais (c/. o uso que Abimeleque fez de expressões morais em 20:5,9), como também por meio da influência direta dos Seus servos (por exemplo, 50:20). Como Salvador “ especialmente dos fiéis” (ou “ dos que creem”), Ele revela Sua graça escolhendo-os, chamando-os, justificando-os, estabelecendo aliança com eles e ensinando-lhes os Seus caminhos. Estas atividades vêm resumidas nas duas últimas seções seguintes.

Eleição. Rm 9:6-13 mostra que Gênesis deixa indubitável a soberana escolha de Deus, mediante as narrativas do nascimento de Isaque e de Jacó. Particularmente Jacó foi assinalado em detrimento de Esaú “ ainda antes de haverem nascido, e sem que tivessem feito nem o bem nem o mal”. Longe de serem voluntários fortuitos, esses homens deviam sua existência à intervenção de Deus (pois, como Sara, Rebeca era estéril), e a escolha divina foi mantida contra uma longa história de vacilações e intrigas paternas. A mesma iniciativa divina levantou todos os libertadores, desde Sete, o “ designado” sucessor de Abel (4:25), passando por Noé (cujo papel foi profetizado por ocasião do seu nascimento, 5:29) e Abraão (chamado para longe do seu país e da sua parentela), até José, “ enviado” , contrariamente a todas as intenções humanas, “ para conservar... um remanescente” da família escolhida (45:7,8).

Contudo, é importante notar, de passagem, que a escolha de Isa- que e de Jacó, antes de nascerem, e a correspondente rejeição de Ismael e de Esaú, estavam explicitamente relacionadas com a função deles, não com a sua salvação ou perdição. Isto é especialmente claro no caso de Ismael, rejeitado numa capacidade e aceito na outra. Quando Abraão orou: “ Oxalá viva Ismael diante de ti”, a resposta de Deus foi “ Não” ao pedido implícito de que tomasse o lugar de Isaque, mas foi “ Sim” às palavras em seu sentido literal. ... eu te ouvi: abençoá-lo-ei...” (17:18-21). A eleição, em Gênesis, refere-se ao fato de o homem estar ou não na linha de sucessão que levava a Cristo, a “ semente” que seria para bênção das nações (Rm 9:5; G13:16).

3. Recuperação do pecador. Desde o momento da queda, os efeitos mortais do pecado constituem um dos principais temas de Gênesis, mostrando sua imediata força repulsora entre o homem e Deus, seu crescente domínio do homem, culminando na depravação geral evidente no dilúvio, e suas várias explosões na forma de presunção em Babel, de decadência em Sodoma, e, no âmbito familiar, de todos os pecados do homem constantes do decálogo.

A obra salvadora de Deus não é menos completa nem menos variada. Sua maneira de buscar o pecador pode ser mediante a direta convicção de pecado (seja pelo interrogatório pessoal dirigido a Adão e a Caim, seja pela enigmática prova que quebrantou os irmãos de José em 42:21; 44:16), ou mediante a pura graça que produziu a surpresa reação de Jacó em Betel. Mas é Deus, e não o homem, quem busca. Ló é leva­ do à segurança porque “ achou mercê” ou “ graça” (19:19) quase que a despeito de si próprio. E é a graça que dá início a toda a história de Noé (6:8).

Da parte do homem, poderíamos ser tentados a supor (menos quanto à indicação sobre Noé que acabamos de mencionar) que a retidão do culto e da vida era o passaporte que assegurava a sua aceitação, até chegarmos à afirmação que põe fim à especulação, a saber, que Abraão foi justificado pela fé (15:6; cf. Rm 4:1-5,13-25) — pronunciamento que lança luz não só sobre cada período subsequente, mas também sobre cada período antecedente, deixando claro que, desde o primeiro caso, a fé fora indispensável para o acesso a Deus (Hb 11:4).

Mas em Gênesis a salvação é muito mais que simples aceitação. Plenamente desenvolvida, é uma intimidade com o Céu, de matizes tão variados como os personagens que a desfrutam. Homens tão diferentes como Enoque, para quem se derreteu a barreira da morte; Abraão, “ o amigo de Deus” , cuja devoção foi provada até um ponto quase que além de toda possibilidade de se aguentar; o seu servo Eliezer (capítulo 24; cf. 15:2), com sua fé reta, semelhante à do centurião; e Jacó, cuja carreira foi virtualmente “ a domesticação de uma víbora” , sintetizada na luta que travou em Peniel. E essa intimidade não era somente uma afinidade de sentimentos e idéias, mas a relação assumida e firmada numa aliança, na qual Deus prometia ser o Deus da descendência deles (“ Serei o seu Deus”, 17:7), e o homem respondia: “ O Senhor será o meu Deus” (28:21).

Na esfera do caráter e da conduta em relação aos seres humanos, a salvação também vai além de uma justiça meramente imputada. Numa época em que não havia lei, Noé ficou sozinho em sua integridade (6:9), e em contato com Sodoma Abraão evitou até as riquezas da cidade por amor a Deus (14:22,23), enquanto Ló se apôs à sua corrução (19:7-9; cf. 2 Pe 2:7,8), embora ao fazê-lo tenha revelado possuir um código moral tristemente desequilibrado. Uma insensibilidade semelhante a essa, em Abraão e Isaque, poderia ter-lhes granjeado o desprezo dos pagãos em certas ocasiões. Mas, se a natureza daqueles homens era tão falível como a dos seus contemporâneos, pela graça eles podiam elevar-se a altitudes imensuravelmente maiores. A intercessão de Abraão por Sodoma, como a de Judá por Benjamim, demonstra um interesse altruístico que é próprio dos santos, de Moisés a Paulo, enquanto a paciência, a pureza, a sabedoria e o amor de José para com os seus inimigos, são pouco menos que semelhantes às virtudes de Deus.

Quanto ao aspecto final da salvação, a libertação do último inimigo, Gênesis mostra apenas débeis delineamentos. “ És pó e ao pó tornarás” tem um toque de finalidade, mas o contexto deixa uma porta entreaberta, pois uma vez Deus tinha soprado a vida nesse mesmo pó. Por duas vezes também há vislumbres mais diretos do Seu poder sobre a morte: uma vez quando Enoque foi tomado (5:24), e outra quando Abraão compreendeu que Deus poderia trazer Isaque de volta dos mortos (“ voltaremos para junto de vós”, 22:5: cf. Hb 11:19).

Contudo, estas lições eram para outra época. Nesse estágio, a esperança era dirigida por Deus rumo ao crescimento da família escolhida, à posse da terra e à bênção das nações. Se nesse meio tempo a morte era recebida tranquilamente pelos patriarcas, era em grande parte porque o sepultamento feito no túmulo da família antecipava a entrada daquela família em sua herança (cf. 47:29; 50:24); pois a “ semente” escolhida é que era investida da promessa e da missão, não qualquer desses indivíduos como tais. “ Certamente Deus vos visitará” (50:25). Esta esperança bastava. A partir do seu cumprimento, franquear-se-ia, sem falta, a plenitude da salvação como a conhece o Novo Testamento. Gênesis contenta-se em vê-la de longe e, nesse ínterim, em interessar-se pelas nascentes deste rio, antes que pelo estuário e pelo oceano distantes.

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

 

Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.

Cada crente na revelação divina encontra-se amplamente justificado em tomar como certo que o Pentateuco é obra de Moisés. Por mais de 3000 anos, esta tem sido a opinião invariável dos que estavam em melhores condições para formar um julgamento correto sobre o assunto. A Igreja judaica, desde a sua mais remota antiguidade, atribuiu o trabalho a nenhum outro lado, e da Igreja Cristã, desde a sua fundação, tem atribuído ao legislador judeu sozinho. Os pagãos mais respeitáveis concordaram nesse testemunho, e Jesus Cristo e seus apóstolos ter concluído a prova e ter colocado a questão para além da possibilidade de ser posta em dúvida por aqueles que professam crer na autenticidade divina do Novo Testamento. Como para aqueles que, em oposição a todas estas provas, obstinadamente persistem em sua incredulidade, eles são dignos de pouca consideração, como argumento é perdido em seus preconceitos inescrupulosos e de demonstração em suas mentes, porque nunca voluntariamente fechado contra a luz. Quando eles provaram que Moisés não é o autor deste trabalho, os defensores da revelação divina irão reconsiderar que as razões de sua fé.

Que há algumas coisas no Pentateuco que parecem ter sido adicionados por um lado mais tarde pode haver pouca dúvida, entre eles alguns têm contado, talvez sem razão, a seguinte passagem, Gn 12: 6: "E estavam então os cananeus na terra”, mas ver a nota sobre Gn 12: 6. Nm 21: 14, "No livro das guerras do Senhor," foi provavelmente uma nota marginal, que no decorrer do tempo entrou no texto, veja a nota sobre Nm21: 14.

Para estes podem ser adicionados Dt 1 :1-5; Dt 2: 12, e os oito versos finais do último capítulo, em que temos uma conta da morte de Moisés. Estas últimas palavras não poderiam ter sido adicionadas pelo próprio Moisés, mas são muito provavelmente o trabalho de Esdras, por quem, segundo a tradição ininterrupta entre os judeus, os vários livros que constituem o cânon do Antigo Testamento foram coletados e organizados, e tais notas expositivas adicionadas como foram essenciais para conectar as diferentes partes, mas como ele agiu sob a inspiração divina, os acréscimos podem ser considerados de igual autoridade com o texto. Alguns outros lugares poderiam ser acrescentados, mas são de pouca importância, e são mencionados nas notas.

O livro de Gênesis, Γενεσις, tem o seu nome a partir do título que carrega na Septuaginta, βιβλος Γενεσεως, (Gn 2: 4), que significa o livro da geração, mas ele é chamado em hebraico בראשית Bereshith, “No princípio, “a partir de sua primeira palavra”“. É a história mais antiga do mundo, e, a partir da grande variedade de seus detalhes singulares e contas mais interessantes, como é muito superior em seu valor e importância para todos os outros, como é em sua antiguidade. Este livro contém um relato da criação do mundo, e seus primeiros habitantes, a inocência original e queda do homem, a ascensão da religião: a invenção das artes, a corrupção geral e da degeneração da humanidade, o dilúvio universal, repovoando e dividindo da terra, a origem das nações e reinos, e uma história particular dos patriarcas de Adão até a morte de José, incluindo um espaço, na menor computação, de 2.369 anos.

Pode-se perguntar como um detalhe tão circunstancial e minutos poderiam ter sido preservados quando não havia a escrita de qualquer tipo, e quando a terra, cuja história é dada aqui, já existia mais de 2000 anos. Para este inquérito uma resposta muito satisfatória pode ser dada. Existem apenas três maneiras pelas quais esses registros importantes poderiam ter sido preservados e trazidos para o tempo de Moisés. Viz, a escrita, a tradição e a revelação divina. No mundo antediluviano, quando a vida do homem era tão prolongada, não havia necessidade relativamente pouco para escrever de qualquer tipo, e talvez nenhuma escrita alfabética houvéssemos então. Tradição respondeu a cada fim de que a escrita, em qualquer tipo de caracteres pode ser subserviente; e a necessidade de erigir monumentos para perpetuar eventos públicos dificilmente poderia ter sugerido em si, como durante esses momentos pode haver pouco perigo apreendido de qualquer fato importante se tornando obsoleto, como sua história teve que passar por poucas mãos, e todos esses amigos e parentes, no sentido mais próprio dos termos, pois eles viviam em um estado de isolamento sob um governo patriarcal.

Assim, foi fácil para Moisés para ser satisfeito da verdade de tudo o que ele diz no livro de Gênesis, como as contas vieram a ele por meio de poucas pessoas. De Adão a Noé, havia apenas um homem necessário para a transmissão correta da história deste período de 1656 anos. Agora esta história foi, sem dúvida, perfeitamente conhecida a Matusalém, que viveu para ver os dois. Da mesma forma, Sem conectado Noé e Abraão, tendo vivido a conversar com ambos, como Isaac fez com Abraão e José, de quem estas coisas podem ser facilmente transmitidas a Moisés por Anrão, que foi contemporâneo de Jose. Suponhamos, então, todos os fatos curiosos registrados no livro de Gênesis não tinha nenhuma autoridade que não seja a tradição já referida, que estaria em cima de uma base de credibilidade superior a qualquer que o mais respeitável dos antigos historiadores gregos e latinos pode se orgulhar. No entanto, para evitar qualquer possibilidade de erro, o Espírito infalível de Deus dirigiu a Moisés na seleção de seus fatos e da apuração de suas datas. De fato, a narrativa é tão simples, tanto como a verdade, de modo consistente em todos os lugares com ele mesmo, assim corrigir em suas datas, de modo imparcial em sua biografia, tão precisa em seus detalhes filosóficos, tão puros em sua moralidade, e tão benevolentes em seu design, como amplamente para demonstrar que ele nunca poderia ter tido uma origem terrestre. Neste caso, também, Moisés construiu todas as coisas de acordo com o padrão que Deus lhe mostrou no monte.

 

Capítulo 1

Primeiro dia de trabalho: criação dos céus e da terra, 1,2. Da luz e sua separação da escuridão, 3-5. Segundo dia de trabalho: a criação do firmamento, e a separação das águas acima do firmamento daquelas abaixo dela, 6-8. Terceiro dia: águas é separada da terra e formado em mares, 9,10.  Prestados à terra frutífera, e vestido com árvores, ervas gramíneas, 11-13.  Quarto dia de trabalho: criação dos luminares celestes destinados a medição do tempo, a distinção de períodos, épocas, 14; e para iluminar a terra , 15. conta distinta da formação do sol, a lua e as estrelas , 16 - 19. Quinto dia de trabalho: criação de peixes, aves, répteis e, em geral, de 20. Dos animais aquáticos grandes , 21. Eles são abençoados, de modo a torná-los muito prolífico , 22,23. Sexto dia de trabalho: do gado bravo e manso criado, e todos os tipos de animais que derivam sua nutrição da terra , 24,25. criação do homem à imagem e semelhança de Deus, com o domínio dado a ele sobre a terra e tudo inferior animais , 26. Homem ou Adam, um nome geral para os seres humanos, incluindo ambos os sexos masculino e feminino , 27. sua bênção peculiar , 28. Legumes apontado como o alimento do homem e de todos os outros animais , 29,30. o julgamento que Deus passou em seus trabalhos na conclusão de seus atos criativos , 31.

 

Notas sobre o Capítulo 1

 

Versículo 1 .  Bereshith bara Elohim eth hashshamayim veeth haarets; Deus no princípio criou os céus e a terra .

Muitas tentativas têm sido feitas para definir o termo Deus: como a própria palavra, é puro anglo-saxão, e entre os nossos antepassados significando, não só o Ser Divino agora comumente designado pela palavra, mas também bom, como em suas apreensões parecia que Deus é bom eram termos correlatos, e quando pensava ou falava Dele, foram, sem dúvida, levados a partir da palavra se o considerá-lo como o bem a ser, uma fonte de infinita benevolência e beneficência para com suas criaturas.

A definição geral desta grande Causa Primeira, tanto quanto as palavras humanas se atrevem tentar uma, pode ser assim dada: O ser Eterno, Independente e Auto exististe: o Ser cujos propósitos e ações da primazia de si mesmo, sem motivo externo ou influência: aquele que é absoluto em domínio, a mais pura, a mais simples, e mais espiritual de todas as essências; infinitamente benevolente, beneficente, verdadeiro e santo: a causa de todo o ser, o sustentador de todas as coisas; infinitamente feliz, infinitamente perfeito e eternamente autossuficiente nada, precisando que ele fez: ilimitada na sua imensidão, inconcebível em seu modo de existência, e indescritível na sua essência; conhecido plenamente somente para si mesmo, porque uma mente infinita pode ser totalmente apreendido apenas por si mesmo. Em uma palavra, um ser que, a partir de sua infinita sabedoria, não pode errar ou ser enganado, e que, a partir de sua infinita bondade, não pode fazer nada, mas  que é eternamente justo, direito e gentil. Leitor, tal é o Deus da Bíblia, mas como muita diferença do Deus de credos mais humanos e apreensões!

A palavra original  Elohim, Deus, é certamente a forma plural de  El, ou  Eloah, e tem sido suposto, pelos homens mais eminentemente aprendidos e piedosos, implicar uma pluralidade de Pessoas na natureza divina. Como essa pluralidade aparece em muitas partes dos escritos sagrados para ser confinado a três pessoas, daí a doutrina da Trindade, que formou uma parte do credo de todos aqueles que foram considerados sãos na fé, desde os primórdios do cristianismo. Nem são os cristãos singulares em receber esta doutrina, e na derivação a partir das primeiras palavras da revelação divina. Um rabino eminente judeu, Simeon Ben Joachi, em seu comentário sobre a sexta seção de Levítico, tem estas palavras notáveis: “Vem e vê o mistério da palavra Elohim, há três graus, e cada grau por si só, e ainda não obstante todos eles são um, e juntaram-se em um, e não são divididas uma da outra”. “Veja Ainsworth”. Ele deve ser estranhamente preconceituoso no fato que não pode ver que a doutrina da Trindade, e de uma Trindade na unidade, está expressa nas palavras acima. O verbo bara , ele criou, sendo unidos no singular com este substantivo plural, tem sido considerada como apontando para fora, e não obscuramente, a unidade das Pessoas divinas neste trabalho da criação. Na Trindade sempre bendito, a partir da unidade infinita e indivisível das pessoas, não pode ser apenas uma vontade, um propósito e uma energia infinita e incontrolável.

“Que aqueles que têm alguma dúvida se  Elohim , quando significa o verdadeiro Deus, Jeová, ser plural ou não, consultar as seguintes passagens, onde vão encontrar-se junto com adjetivos, verbos, pronomes e plurais”.

Gênesis 1:26 ; 3:22 ; 11:07 ; 20:13 ; 31:7,53 ; 35:7 . Deuteronômio 4:07 ; 5:23; Josué 24:19 ; 1 Samuel 4:08 ; 2 Samuel 7 : 23 Salmos 58:6 ; Isaías 6:8 ;Jeremias 10:10 ; 23:36 . "Veja também Provérbios 9:10 ; 30:3 ; Salmos 149:2 ;Eclesiastes 5:7 ; 12:1 ; Jó 5:1 ; Isaías 6:3 ; 54:5 ; 62:5 ; Oséias 11:12 , ou Oséias 12:1 ; Malaquias 1:6 ; Daniel 5:18,20 ; 7:18,22 . Como a palavra  Elohim é o termo pelo qual o Ser Divino é mais geralmente expresso no Antigo Testamento, pode ser necessário considerá-la aqui mais em geral. É uma máxima que não admite controvérsia, que cada substantivo na língua hebraica é derivado de um verbo, que é geralmente chamado de raiz ou de raiz, a partir do qual, o primeiro não apenas o substantivo, mas todas as flexões do verbo diferente. Esta raiz é a terceira pessoa do singular do pretérito tensa ou passado. O significado ideal  desta raiz expressa alguma propriedade essencial da coisa que designa, ou de que se trata de um apelativo. A raiz em hebraico é em sua língua irmã, o árabe, geralmente consiste em três letras, e cada palavra deve ser atribuída à sua raiz, a fim de determinar o seu significado genuíno, pois somente assim este sentido de ser encontrada. Em hebraico e árabe é essencialmente necessário, e nenhum homem pode seguramente criticar sobre qualquer palavra em qualquer uma destas línguas que não frequentam cuidadosamente a este ponto.

Menciono o árabe com o hebraico, por duas razões. 1º Uma vez que as duas línguas evidentemente primeiro a partir da mesma fonte, e tem quase o mesmo modo de construção. 2º Porque as raízes deficientes na Bíblia hebraica devem ser procuradas na língua árabe. A razão disto deve ser obvio, quando se considera que o todo da língua hebraica se perdeu, exceto o que está na Bíblia, e até mesmo uma parte deste livro é escrito em Caldeu. Agora, como a Bíblia Inglês  não contém todo o idioma Inglês, a Bíblia hebraica não contém todo o hebraico. Se um homem se encontrar com uma palavra em inglês que ele não pode encontrar em uma concordância ampla ou dicionário com a Bíblia, ele deve, naturalmente, procurar para essa palavra em um dicionário inglês geral. Da mesma forma, se uma forma particular de uma palavra hebraica ocorrer que não pode ser atribuída a uma raiz na Bíblia hebraica, porque a palavra não ocorre na terceira pessoa do singular do pretérito na Bíblia, é conveniente, é perfeitamente legal, e muitas vezes indispensavelmente necessário, procurar a raiz deficiente no árabe. Porque, como o árabe ainda é uma língua viva, e talvez o mais abundante no universo, pode muito bem ser esperado para fornecer esses termos que são deficientes na Bíblia hebraica. E a razoabilidade desta se baseia em outra máxima. Que ou o árabe foi derivado do hebraico, ou o hebraico do árabe. Não vou entrar nessa polêmica, há grandes nomes de ambos os lados, e a decisão da questão, em qualquer forma vai ter o mesmo efeito sobre o meu argumento. Porque, se o árabe foi derivado do hebraico, que deve ter sido quando o hebraico era uma viva e completa linguagem, porque essa é a árabe agora, e, portanto, todas as suas raízes essenciais podemos razoavelmente esperar encontrar lá: mas se, como Sir William Jones supostamente, o hebraico foi derivado do árabe, a mesma expectativa se justifica, as raízes deficientes em hebraico pode ser procurada na língua mãe. Se, por exemplo, nos deparamos com um termo em nossa língua antiga Inglês o significado do que temos dificuldade em sentido, verificar comum nos ensina que devemos procurar por ele no anglo-saxão, de onde brota nossa língua, e, se necessário, ir até a Teutônica, de que o anglo-saxão foi derivado. Nenhuma pessoa contesta a legitimidade desta medida, e encontramo-lo em prática constante. Faço essas observações no limiar muito do meu trabalho, porque a necessidade de agir sobre este princípio (buscando raízes hebraicas deficientes em árabe) pode muitas vezes ocorrer, e eu gostaria de falar de uma vez por todas sobre o assunto.

A primeira frase na Escritura mostra a conveniência de recorrer a este princípio. Vimos que a palavra  Elohim é plural; que traçamos nosso termo Deus a sua fonte, e ter visto o seu significado, e também uma definição geral da coisa ou ser incluído sob este termo, foi tremenda tentativa. Agora devemos rastrear a origem de sua raiz, mas essa raiz não aparece na Bíblia hebraica. Era o hebraico uma completa linguagem, uma razão piedosa pode ser dada por esta omissão "Como Deus é sem começo e sem causa, como o seu ser é infinito e não derivado, a língua hebraica consulta decoro estrito em dar nenhuma raiz de onde o seu nome pode ser deduzido. “Sr. Parkhurst, cuja aprendeu piedoso e trabalhos na literatura hebraica alunos mais bíblicos estão endividados, acha que encontrou a raiz de  Alah, ele jurou, se uniu por juramento, e, portanto, ele chama a sempre abençoada Trindade  Elohim, como sendo ligado por um juramento condicional para redimir o homem. Mentes mais piedosas se revoltarão de tal definição, e será feliz comigo para encontrar tanto o substantivo e a raiz preservada em árabe. ALLAH [árabe] é o nome comum para Deus na língua árabe, e muitas vezes o enfático [árabe] é utilizado. Agora ambas as palavras são derivadas da raiz Alaha , ele adorou, adorou, foi atingido com medo espanto, ou terror, e, portanto, ele adorava com horror sagrado e veneração, cum sacro horrore ac veneratione coluit, adoravit - WILMET. Daí ilahon, o medo, a veneração, e também o objeto de temor religioso, a Divindade, o Deus supremo, o Ser tremendo . Esta não é uma ideia nova, Deus foi considerado na mesma luz entre os antigos hebreus, e, portanto Jacó jura pelo temor de seu pai Isaque, Gênesis 31:53 . Para completar a definição, torna Golius Alaha, juvit, liberavit, et tutatus fuit ", ele socorreu, liberada, mantidos em segurança, ou defendida." Assim, desde o significado ideal  desta raiz mais expressiva, adquirimos a noção mais correta da natureza divina, pois aprendemos que Deus é o único objeto de adoração , que a perfeição de sua natureza são como deve surpreender todos os que piamente contemplar eles, e preencher com horror todos os que se atrevem a dar a sua glória a outro , ou quebrar seus mandamentos; que consequentemente ele deve ser adorado com reverência e temor religioso , e que cada adorador sincero pode esperar dele ajuda  em todas as suas fraquezas, ensaios , dificuldades, tentações, a liberdade do poder, a culpa, a natureza e as consequências do pecado, e ser apoiado, defendido e salvo ao máximo, e até o fim.

Aqui, então, é uma prova, entre multidões que serão apresentados no decorrer deste trabalho, sobre a importância, utilidade, e necessidade de traçar estas palavras sagradas para suas fontes, e uma prova também, que os indivíduos que deveriam estar fora do alcance das pessoas comuns podem, com um pouco de dificuldade, ser interposto em um nível com a capacidade mais comum.

No início - Antes dos atos criativos mencionados neste capítulo tudo era eternidade. Tempo significa duração medida pelas revoluções dos corpos celestes, mas antes da criação destes órgãos, não poderia haver medição da duração e, consequentemente, sem tempo, portanto, em o início deve necessariamente significar o início do tempo, que se seguiu, ou melhor, foi produzido por, atos criativos de Deus, como um efeito segue ou é produzido por uma causa.

Criado 

existência Causada onde anteriormente a este momento não havia nenhum ser. Os rabinos, que são os juízes legítimos em um caso de crítica verbal em sua própria língua, são unânimes em afirmar que a palavra bara expressa o início da existência de uma coisa, ou egressão de nulidade a entidade. Não em seu principal denotar, significado a preservar ou nova formação coisas que existiam anteriormente, como alguns imaginam, mas criação. No sentido próprio do termo, embora tenha algumas acepções outros em outros lugares A suposição de que Deus formou todas as coisas a partir de um pré-existente natureza, eterna, certamente é um absurdo, pois se tivesse havido uma natureza eterna, além de um Deus eterno, deve ter havido dois seres autoexistente, independentes, e eterna, que é uma contradição mais palpável.  eth hashshamayim . A palavra eth, que é geralmente considerado como uma partícula, simplesmente indicando que a palavra está a seguir no caso acusativo ou oblíquo, é muitas vezes entendido pelos rabinos num sentido mais amplo. "A partícula", diz Aben Ezra, "significa a substância da coisa. “A definição como é dada por Kimchi em seu Livro de Raízes. "Esta partícula", diz Ainsworth, "tendo primeiras e últimas letras do alfabeto hebraico em que, supostamente compreendem a soma e a substância de todas as coisas. " "A partícula eth (diz Buxtorf, dicionário talmúdico, você sub) com os cabalistas, são muitas vezes misticamente colocados para o início e o fim, como eu ± alfa e ômega estão no Apocalipse. “Nesta terra estas palavras devem ser traduzidas, "Deus no princípio criou a substância dos céus e da substância da terra”, ou seja, a matéria prima, ou primeiros elementos, dos quais os céus e a terra foram sucessivamente formados. O tradutor sírio entendeu a palavra neste sentido, e para expressar este significado tem usado a palavra [árabe] yoth, que tem este significado, e é muito bem traduzido em Poliglota de Walton, ESSE, caeli et ESSE terrae ", a ser ou substância do céu, e que ser ou substância  da terra " São Efraim Syrus, em seu comentário sobre este lugar, usa a mesma forma. Embora as palavras hebraicas são certamente não mais do que a notação de um caso na maioria dos lugares, mas aqui entendida no sentido acima, argumentam uma precisão filosófica maravilhoso na declaração de Moisés, que traz diante de nós, não um final céu e da terra, como toda outra tradução aparece para fazer, embora depois o processo de sua formação é dada em detalhes, mas apenas os materiais dos quais Deus construiu todo o sistema nos seis dias seguintes.

O céu e a terra

Como a palavra  shamayim é plural, pode-se estar certo de que isso significa mais do que a atmosfera, para expressar o que alguns têm se esforçado para restringir o seu significado. Nem parece que a atmosfera é particularmente necessária aqui, porque este é falado, Gênesis 1:6, sob o termo firmamento. As palavras céus devem, portanto, compreender a totalidade do sistema solar, uma vez que é muito provável que a totalidade desta foi criada nestes seis dias; para menos que a terra tinha sido o centro de um sistema, o inverso do que está suficientemente demonstrado, seria antifilosófico supor que foi criado de forma independente das outras partes do sistema, como nesta suposição, devemos recorrer à onipotência de Deus a suspender a influência do poder gravitando da terra até ao quarto dia, quando o sol foi colocado no centro, em torno do qual a Terra começou a girar em seguida. Mas, como o projeto do escritor inspirado foi relacionar o que especialmente pertencia ao nosso mundo e seus habitantes, portanto, ele passa o resto do sistema planetário, deixando-o simplesmente incluído na palavra plurais céus. Na palavra terra cada coisa em relação ao mundo terra que a está incluído, isto é, tudo o que pertence às partes sólidas e fluidas do nosso mundo com a sua atmosfera circundante. Como, portanto, suponho que todo o sistema solar foi criado no momento, eu acho que perfeitamente no lugar para dar aqui uma vista geral de todos os planetas, com cada coisa curiosa e importante em relação até então conhecido por suas revoluções e afeições principais.

Uma visão geral da tabela do sistema solar inteiro I. -as revoluções, as distâncias,

TABELA II. -satélites de Júpiter

TABELA III. -satélites de Saturno

TABELA IV. -satélites de Herschel, OU A Sidus Georgium

 

OBSERVAÇÕES SOBRE as tabelas anteriores

Na tabela I. A quantidade ou as revoluções periódicas e siderais dos planetas é expressa em anos comuns, cada um contendo 365 dias, como, por exemplo, a revolução tropical de Júpiter é, por tabela, 11 anos, 315 dias, 14 horas, 39 minutos, 2 segundos, ou seja, o número exato de dias é igual há 11 anos, multiplicado por 365, e os 315 dias adicionais adicionados ao produto, o que torna Em todos os 4.330 dias. Os siderais e periódica vezes também são definidas para baixo para o segundo mais próximo do tempo, a partir de números usados na construção das tabelas na terceira edição de Astronomia M. de La Lande. As colunas contendo a distância média dos planetas a partir do sol em milhas inglesas, e sua maior e menor distância da Terra, tal como são resultado das melhores observações dos últimos dois trânsitos de Vénus, que deram a paralaxe solar para ser igual a 8 de três segundos de uma quinta grau, e, consequentemente, o diâmetro da Terra, como visto a partir do sol, deve ser a dupla de 8 de três quinto segundos, ou 17 de um quinto segundo. A partir desta quantidade passado, em comparação com os diâmetros aparentes dos planetas, como pode ser visto a uma distância igual à da Terra em sua distância principal do sol, os diâmetros dos planetas em milhas inglesas , como consta na sétima coluna têm foram cuidadosamente calculadas. Na coluna intitulada " A proporção de massa , a terra sendo 1 ", os números inteiros expressar o número de vezes que o outro planeta contém mais milhas cúbicos, e se o número de quilômetros cúbicos em terra ser dado, o número de quilômetros cúbicos em qualquer planeta pode ser facilmente encontrado, multiplicando as milhas cúbicas contidos na terra pelo número na coluna, e o produto irá ser a quantidade necessária.

Este é um pequeno esboço, mas precisa do vasto sistema solar; descrevê-lo totalmente, mesmo em todos os seus conhecidos revoluções e conexões, em toda a sua energia surpreendente e influência, no seu plano maravilhoso, estrutura, operações e resultados, exigiria mais volumes que podem ser dedicados ao comentário em si.

Como tão pouco pode ser dito aqui sobre um assunto tão vasto, pode parecer para algum impróprio para apresentá-lo a todos, mas para qualquer observação deste tipo I deve ser permitido para responder, que eu deveria considerar imperdoável não para dar uma geral vista do sistema solar no lugar onde a sua criação é introduzido pela primeira vez. Se essas obras forem estupendas e magníficas, o que deve ser Ele quem formou, guias, e suporta todos eles pela palavra do seu poder! Leitor fica admirado com este Deus, e não pequeis. Faça-o teu amigo por meio do Filho do seu amor, e, quando estes céus e esta terra não são mais, tua alma deve existir em felicidade consumada e indizível.

Veja as observações sobre o sol, a lua e estrelas, depois de Gênesis 1:16. Veja Clarke em Gênesis 1:16.

 

Versículo 2 . a terra era sem forma e vazia

O termo original  tohu e   bohu , que traduzimos sem forma e vazia , são de etimologia incerta, mas neste lugar, e onde mais eles são usados, eles transmitem a ideia de confusão e desordem . A partir desses termos é provável que os sírios e egípcios emprestando de seus deuses, Theuth e Bau , e os gregos seu caos . Deus parece à primeira vista ter criado os princípios elementares de todas as coisas, e isso formou o grande massa da matéria, que neste estado deve ser sem arranjo , ou qualquer distinção de partes: uma vasta coleção de materiais indescritivelmente confuso, de entidades sem nome estranhamente misturado, e maravilhosamente bem expresso por um poeta pagão antigo: - Antes dos mares e essa bola terrestre, e copa alta do céu que cobre tudo, Uma era a face da natureza, sem um rosto, mas sim, uma massa rude e desordenada; Um vulto sem vida, não estruturado e emoldurado, de sementes rangendo, e Caos justamente nomeado. DRYDEN.

O mais antigo dos gregos tem falado quase da mesma forma deste bruto, estado desordenado da massa primitiva caótica.

Quando este amontoado de princípios elementares foi trazido junto, Deus teve o prazer de passar seis dias em assimilar, concordar, e organizar os materiais, dos quais ele construiu, não só a terra, mas a todo o sistema solar.

O Espírito de Deus

- Este foi várias vezes estranhamente entendido. Alguns pensam que um vento violento se entende, porque, ruach muitas vezes significa vento, bem como πνευμα espírito, como faz em grego, e o termo de Deus está ligado com ele apenas, como eles pensam, para expressar o grau superlativo. Outros entendem por que um fogo elementar. Outros, o dom, penetrando e secar a terra com seus raios. Outros, os anjos, que deveriam ter sido empregados como agentes na criação. Outros, certo oculto princípio, chamado de anima mundi ou alma do mundo. Outros, uma atração magnética, pela qual todas as coisas foram causadas a gravitar para um centro comum. Mas é suficientemente evidente a partir do uso da palavra em outros lugares, que o Espírito Santo de Deus se destina; que nosso abençoado Senhor representa sob a noção de vento João 3:8 , e que, como um vento impetuoso no dia de Pentecostes, encheu a casa onde os discípulos estavam sentados, Atos 2:2 , que foi imediatamente seguido por seu falar em outras línguas, porque eles ficaram cheios do Espírito Santo , Atos 2:4 . Estas escrituras suficientemente determinar o sentido em que a palavra é usada por Moisés.

Movido 

 merachepheth, foi pensando sobre, porque a palavra expressa de que o movimento trêmulo feito pela galinha enquanto que quer chocar seus ovos ou promovendo seus filhotes. É aqui provavelmente significa a comunicação de uma vital ou prolífico princípio para as águas. Como a ideia de incubação, ou a eclosão de um ovo, está implícito na palavra original, portanto, provavelmente a noção, que prevaleceu entre os antigos, que o mundo foi gerado a partir de um ovo.

 

Versículo 3. E disse Deus: Haja luz - Yehi ou,  vaihi .

Nada pode ser concebida mais digna do que esta forma de expressão. Ele argumenta a autoridade uma vez incontrolável, e poder, e em linguagem humana é quase impossível conceber que Deus pode falar mais como ele. Esta passagem, na tradução grega dos Setenta, caiu no caminho de Dionísio Longino, um dos críticos mais criteriosos gregos que já viveram, e que é altamente comemorado todo o mundo civilizado para um tratado que ele escreveu, intitulado Περι , Quanto ao SUBLIME, tanto em prosa e poesia; desta passagem, apesar de um pagão, ele fala nos seguintes termos:- -  και  των Ιουδαιων θεσμοθετης(ουχ  τυχων ανηρ,) επειδη την του θειου δυναμιν κατα την αξιαν εχωρησε, καξεφηνεν· ευθυς εν  εισβολη γραψας των νομων, ΕΙΠΕΝ  ΘΕΟΣ, φησι, τι; ΓΕΝΕΣΘΩ ΦΩΣ· και εγενετο. ΓΕΝΕΣΘΩ ΓΗ· και εγενετο. Assim também o legislador judaica (que não era um homem comum) ter concebido uma ideia justa do poder divino, ele se expressou de forma digna, pois, no início de suas leis, ele fala assim: Deus disse- QUE HAJA LUZ!, e houve luz. QUE HAJA TERRA! E lá era a terra. "-Longino, seita. ix. editar. Pearce.

Muitos têm perguntado: "Como pode a luz ser produzida no primeiro dia, e o dom, a fonte dele, não criado até o quarto dia? “Com as várias respostas e muitas vezes filosófico que foram dadas a essa pergunta eu não vou interferir, mas deverá observar que a palavra original significa não só a luz, mas o fogo, ver Isaías 31:9; Ezequiel 5:2. Ele é usado para o sol; Jó 31:26. E para o fluido elétrico ou relâmpago, Jó 37:3. E é digno de nota que Ele é usado em Isaías 44:16, para o calor, derivado (esh , o fogo . Ele arde parte, no fogo (bemo esh :) sim, ele aquenta si mesmo, e disse: Ah! Que eu já vi o fogo, raithiur, que um filósofo moderno que entendeu a língua não tem escrúpulos para traduzir, eu tenho recebido calórica, ou uma porção adicional de matéria do calor. Concluo, portanto, que, como Deus tem difundido o assunto de calorias ou de calor latente em cada parte da natureza, sem a qual não poderia ser nem vegetação nem vida animal, que é calórico ou de calor latente, que se destina principalmente pela palavra original.  Que não há luz latente, que é provavelmente o mesmo com o calor latente, podem ser facilmente demonstrados: tomar dois pedaços de rocha lisa cristal, ágata, coralina ou pederneira, e esfregue-as rapidamente no escuro, a luz latente ou questão de calórico será imediatamente produzida e se tornam visíveis. A luz ou de calorias, assim, desengatada não funcionar da mesma maneira potente como o calor ou de fogo, que é produzida pela remoção de sílex e de aço, ou a produzida por atrito elétrico. A existência desta calórica latente ou primitiva luz pode ser verificada em vários outros organismos, que pode ser produzido pela pedra e aço, esfregando dois paus duros juntos, martelando ferro frio, que em um curto espaço de tempo torna-se vermelho e quente, e pela compressão forte e repentina de ar atmosférico em um tubo. Fricção em geral, produz tanto fogo e luz. Deus, portanto, criou este agente universal no primeiro dia, porque sem ela não funcionamento da natureza poderia ser realizadas em ou aperfeiçoado.

A luz é uma das produções mais surpreendentes da habilidade criativa e poder de Deus. É grande o meio pelo qual todos os seus trabalhos de outros são descobertos, examinados e entendidos, na medida em que eles podem ser conhecidos. Sua imensa difusão e extrema velocidade são por si só suficientes para demonstrar a existência e sabedoria de Deus. Luz foi provado por muitos experimentos para viajar à taxa surpreendente de 194.188 milhas em um segundo de tempo! E vem do Sol para a Terra em oito minutos 11 43/50 segundos, uma distância de 95513794 milhas inglesas.

 

Versículo 4. Deus separou a luz das trevas.

Isso não implica que a luz e as trevas são duas substâncias distintas, vendo a escuridão é apenas a privação da luz, mas as palavras simplesmente referir-nos por antecipação para a rotação da terra redonda seu próprio eixo uma vez em 23 horas, 56 minutos, e quatro segundo , o que é a causa da diferença entre o dia e a noite, trazendo as partes diferentes da superfície da terra, sucessivamente para dentro e por baixo dos raios solares, e provavelmente foi neste momento que Deus deu esta rotação da terra, para produzir esta disposição misericordiosa de dia e de noite. Para a forma em que a luz é suposto ser produzida, ver Gênesis 1:16, sob a palavra dom .

 

Versículo 6. E disse Deus: Haja uma expansão

Nossos tradutores, seguindo o firmamentum da Vulgata, que é uma tradução de στερεωμα da Septuaginta, privaram esta passagem de todo o sentido e significado. A palavra hebraica rakia , para  raka , para espalhar-se as cortinas de uma tenda ou pavilhão , simplesmente significa uma extensão ou espaço e, consequentemente, espaço que circum ambiente ou expansão separando as nuvens, que estão nas regiões mais elevadas do que, dos mares , abaixo dela. Este chamamos a atmosfera, a esfera de átomos ou partículas inconcebivelmente pequenas, mas a palavra parece ter sido usada por Moisés, num sentido mais amplo, e de modo a incluir a totalidade do vórtice planetário, ou o espaço que é ocupado pelo conjunto sistema solar.

 

O versículo 10.

E Deus chamou à seca terra, e a reunião em conjunto das águas chamou Mares. Estes dois constituem o que é chamado o globo terrestre, em que a terra e a água existem em uma proporção mais criteriosa para o outro. Dr. Long pegou os papéis que cobrem a superfície de um globo terrestre 17 polegadas, e tendo cuidadosamente separados da terra do mar, ser ponderados os dois conjuntos de papéis com precisão, e descobriu que o papel do mar pesava 349 grãos, e os jornais da terra apenas 124; pelo qual experiência parece que quase três quartos da superfície do nosso globo, do ártico aos círculos Polares Antártico, são cobertos com água. O médico não pesam as partes dentro dos círculos polares, porque não há medição determinada a proporção de terra e de água que eles contêm. Esta proporção de três quartos da água pode ser considerada como demasiado grande, não se inútil, mas o Sr. Ray, pela maioria das experiências precisa feito por evaporação, provou-se que ele requer tanto aquosa de superfície para produzir uma quantidade suficiente de vapor para fins de arrefecimento da atmosfera, e que molha a terra. Veja Ray físico-teológicas Discursos.

Um químico eminente e filósofo, Dr. Priestley, tem muito corretamente observou que parece claro que Moisés considerado todo o globo terrestre como sendo criado em um fluido estado, as partículas de terra e outro de matéria que está sendo misturada com a água. A forma atual da terra demonstra a verdade do relato mosaico, pois é sabido que, se um corpo mole ou elástica globular ser rapidamente girou em torno do seu eixo, as partes nos polos será achatada, e as partes sobre o equador, a meio caminho entre os polos norte e sul, será levantado. Esta é precisamente a forma da nossa terra, que tem o valor de um esferoide achatado, um valor bastante semelhante ao formato de uma laranja. Tem sido demonstrado por aferição de que a Terra é diminuta nos polos e criado no equador. Este foi o primeiro conjecturado por Sir Isaac Newton, e depois confirmada por M. Cassini e outros, que media vários graus de latitude no equador e perto do polo norte, e descobriu que a diferença perfeitamente justificado conjectura de Sir Isaac Newton e, consequentemente, confirmou a conta mosaico. O resultado das experiências instituídos para determinar este ponto, mostrou que o diâmetro da Terra no equador é maior em mais de 23 e uma meia milha do que nos polos, o que permite o polar diâmetro para ser parte 1/334th mais curta do que o equatorial , de acordo com as medições recentes de vários raus de latitude feitas pelos senhores Mechain e Delambre -. L'Histoire des Mathem . par M. de la Lande, tom. iv., parte v, liv. 6.

E Deus viu que isso era bom.

Este é o julgamento que Deus pronunciou sobre suas próprias obras. Eles foram belo e perfeito em sua espécie, pois tal é a importação da palavra tob. Eles estavam em peso e medida perfeita e completa, sem nada. Mas o leitor vai achar estranho que essa aprovação deve ser expressa uma vez nos primeiro, quarto, quinto e sexto dia, duas vezes no terceiro , e não a todos na segunda ! Suponho que as palavras, e Deus viu que isso era bom, quer tenham sido perdidos a partir da conclusão do oitavo verso, ou que a cláusula em décimo versículo originalmente pertencia ao oitavo. Parece, a partir da tradução Septuaginta, que a palavra em questão existia originalmente no fim do oitavo verso, nas cópias que eles usaram, pois nessa versão ainda encontramos, Και ειδεν  Θεος  καλον· E Deus viu que isso era bom. Esta leitura, no entanto, não é reconhecida por qualquer dos Kennicott ou MSS De Rossi, Nem por qualquer uma das outras versões. Se a conta do segundo dia ficou originalmente como faz agora, nenhuma razão satisfatória pode ser dada para a omissão da expressão da aprovação divina do trabalho feito por sua sabedoria e poder naquele dia.

 

Versículo 11.

Deixe a terra relva - erva - árvores frutíferas, .  Nessas expressões gerais de todos os tipos de produtos vegetais são incluídos. Fruta-árvore não é para ser entendido aqui no sentido restrito em que o termo é utilizado no meio de nós; ele significa todas as árvores, não apenas aqueles que produzam frutos, que pode ser aplicada ao uso de homens e gado, mas também aqueles que tinham o poder de propagar-se por sementes, para manifestar-se no pouco , assim como no grande , ele mostrou sua sabedoria consumada em todas as partes do vegetal criação. Quem pode explicar, ou compreender, a estrutura de uma única árvore ou planta? As raízes, o tronco, as fibras lenhosas, a casca, os vasos de ar, os vasos de seiva, as folhas, as flores e os frutos, são tantos mistérios. Toda a habilidade, sabedoria e poder dos homens e dos anjos não poderia produzir um único grão de trigo: Uma mente séria e refletindo pode ver a grandeza de Deus, não só nos imensos cedros do Líbano, mas também nos infinitamente variadas florestas que aparecer através do microscópio no molde de queijo, pasta de velho,

 

O versículo 12.

Cuja semente em si que tem o poder de multiplicar-se por sementes, deslizamentos, raízes, ad infinitum, que contém em si todos os rudimentos da futura planta através de suas gerações sem fim. Esta doutrina tem sido abundantemente confirmada por observações mais precisas dos melhores filósofos modernos. O poder surpreendente com que Deus dotou a criação vegetal para multiplicar suas diferentes espécies pode ser exemplificado na semente do olmo. Esta árvore produz uma mil quinhentos e 84 milhões de sementes, e cada uma dessas sementes tem a capacidade de produzir o mesmo número. Como surpreendente é que esta produzir! No primeiro uma semente é depositada sobre a terra, a partir desta uma árvore de molas que, no decurso da sua vida vegetativa produz 1500 e84 milhões de sementes. Esta é a primeira geração. A segunda geração será de dois trilhões, 500 e nove mil e 56 bilhões. A terceira geração será de 3900 e 74 quatrilhões, 300 e 44700 e quatro trilhões! E a quarta geração destes equivaleria a seis sextillions 200 e 95 mil 300 e 62 quintilhões, 11.000 um quatrilhões cento e 36! Somas imensas demais para a mente humana conceber, e, quando nós permitimos o espaço mais confinado em que uma árvore pode crescer, parece que as sementes da terceira geração de um olmo haveria muitos milhares de vezes mais do que suficiente para abastecer as superfícies inteiras de todos os planetas do sistema solar! Mas as plantas se multiplicam por deslizamentos, bem como por semente. Sir Kenelm Digby viu em 1660 uma planta de cevada, na posse dos pais da doutrina cristã em Paris, que continha 249 talos fugindo de uma raiz ou em grãos, e na qual ele contou para cima de 18.000 grãos. Veja minhas experiências em Lavandro na Revista Metodista.

 

Versículo 14. E disse Deus: Haja luz,

Sede - Uma delas foi dividir entre o dia e a noite. Quando a noite é considerada um estado de relativa escuridão, como luzes de dividir ou distingui-lo? A resposta é fácil: O sol é o monarca do dia, que é o estado de luz, a lua, a noite, o estado de escuridão. Os raios do sol, caindo sobre a atmosfera, são refratadas e difundidas sobre a totalidade do que hemisfério da Terra imediatamente sob sua esfera, enquanto os raios de que luminar vasto que, por causa da pequenez da terra em comparação do sol, são difundida em todos os lados para além da terra, caindo sobre o disco opaco da lua, são refletidas para trás, para o que pode ser chamado o hemisfério inferior, ou que a parte de terra, que é oposta à parte que é iluminada pelo sol, e quanto Terra completa uma revolução em seu próprio eixo em cerca de vinte e quatro horas, consequentemente, cada hemisfério tem dias alternados e noite. Mas, como a luz solar refletida a partir da face da lua é calculado para ser 50 mil vezes menos em intensidade e efeito que a luz do sol, uma vez que provém diretamente do mesmo a nossa terra, (por ligeiras diminuições na sua intensidade como a distância que viagens do sol aumenta), portanto, uma distinção suficiente é feita entre o dia e noite, ou a luz e as trevas, não obstante cada um é regido e determinado por uma destas duas grandes luzes , a lua governar a noite, ou seja, refletindo a partir de sua própria superfície de volta à terra os raios de luz que ela recebe do sol. Assim, ambos os hemisférios são até certo ponto iluminado: a um, em que o sol brilha, completamente assim, esta é dia : o outro, em que a luz do sol é refletida pela lua, parcialmente, o que é noite . É verdade que ambos os planetas e as estrelas fixas pagar uma parcela considerável de luz durante a noite, no entanto, não pode ser dito para governar ou a predominar por sua luz, porque seus raios são completamente perdidos no esplendor superior da luz da lua.

E sejam eles para sinais - leothoth. Deixe-os a ser consideradas como sinais contínuos de cuidado de Deus concurso para o homem, e como estando provas de sua contínua milagrosa interferência, por isso a palavra OTH é frequentemente utilizado. E não é a energia de Deus todo-poderoso que sustentá-los em ser? O sol e a lua também servem como sinais das mudanças diferentes que ocorrem na atmosfera, e que são tão essenciais para todos os fins de agricultura, comércio,

Para estações -  moadim; Para a determinação dos tempos em que os festivais sagrados devem ser mantidos. Neste sentido, a palavra ocorre frequentemente,, e era certo que na abertura da sua própria revelação de Deus deve informar homem que havia certos festivais que deve ser comemorado anualmente a sua glória. Alguns pensam que devemos entender a palavra original como significando meses, para o que sabemos a lua serve essencialmente através de todas as revoluções do tempo.

Por dias

Ambas as horas do dia e da noite, assim como os diferentes comprimentos dos dias e noites, distinguem-se pôr os espaços mais longos e mais curtos de tempo o sol está acima ou abaixo do horizonte.

E anos.

Ou seja, esses grandes divisões de tempo pelo qual toda sucessão no lapso grande de duração se distingue. Esta se refere principalmente a uma revolução completa da terra em torno do sol, que é realizada em 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos, pois, embora a revolução seja a da Terra, mas ele não pode ser determinado, mas pelos divinos corpos.

 

Versículo 16.

E fez Deus os dois grandes luminares Moisés fala do sol e da lua aqui, não de acordo com sua maior ou teor de sólidos, mas de acordo com a proporção de luz derramaram sobre a terra. A expressão tem sido sofisma liberado menos por alguns que são tão desprovidos de capacidade mental como de franqueza. "A Lua", dizem eles, "não é um grande corpo, ao contrário, é o muito menor em nosso sistema. “Bem, e Moisés disse o contrário”? Ele disse que é uma grande LUZ; havia dito de outra forma ele não tivesse falado a verdade. É, em referência à terra, ao lado do próprio sol, a luz maior do sistema solar, e tanto é verdade que a lua é uma grande luz , que proporciona mais luz para a Terra do que todos os planetas do sistema solar, e de todas as inúmeras estrelas no firmamento do céu, juntos. É digno de nota que no quarto dia da criação do sol se formou, e depois "tentou primeiro seus raios de através a tristeza profunda", e que no final do quarto milenar da criação, de acordo com o hebraico, o sol da justiça brilhou sobre o mundo, como profundamente afundado na escuridão mental produzida pelo pecado como o mundo antigo era, ao mesmo tempo repleta escuridão ocupou o domínio, até que o sol foi criado como o dispensador de luz. O que seria de o mundo natural estar sem o sol? Um desperdício uivando, em que nem animal nem vida vegetal poderia ser sustentada. E o que seria do mundo sem moral ser Jesus Cristo, e à luz de sua palavra e Espírito? Apenas o que as partes agora são onde a sua luz ainda não brilhava: "lugares escuros da terra, cheios de moradas de crueldade", onde prevalece o erro sem fim, e superstição, gerando falsas esperanças e medos falsos, degrada e avilta a mente do homem.

Muitos supõem que os dias da criação resposta para tantos milhares de anos, e que, como Deus criou tudo em seis dias e descansou no sétimo, para que o mundo deve durar seis mil anos, e sétimo será o descanso eterno que continua a ser para o povo de Deus. Para essa conclusão foram levados por estas palavras do apóstolo, 2 Pedro 3:8 : Um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia . Coisas secretas pertencem a Deus, aqueles que são revelados a nós e nossos filhos.

Ele fez também as estrelas.

Ou melhor, Ele fez a luz menor, com as estrelas, para governar a noite. Veja Claudlan de Raptu PROSER, lib. ii., v 44.

Hic Hyperionis solem de Semine nasci Fecerat, et pariter lunam, sed dispare forma, duces auroras noctisque.

De famoso Hyperion que ele causar a subir O sol, a lua e colocado em meio aos céus, com esplendor vestida, mas de luz muito desigual, radiantes. Os líderes do dia e da noite. 

DO SOL

Sobre a natureza do sol tem havido várias conjecturas. Por muito tempo pensou que ele era um grande globo de fogo 1.384.462 vezes maior que a Terra, e que ele estava emitindo continuamente a partir de milhões de seu corpo inumeráveis de fogo partículas, que, sendo extremamente dividido, responderam com a finalidade de luz e calor sem ocasionar qualquer ignição ou queima, exceto quando coletadas no foco de uma lente convexa ou queima de vidro. Contra esta opinião, no entanto, muitas objeções sérias e importantes foram feitas, e que tem sido tão pressionado com as dificuldades que os filósofos têm sido obrigados a olhar para uma teoria menos repugnante para a natureza e probabilidade. Descobertas do Dr. Herschel, por meio de seus telescópios imensamente de aumento, tem, pelo consentimento geral de filósofos, acrescentou um novo mundo habitável para o nosso sistema, que é o dom Sem parar de entrar em detalhes, o que seria impróprio aqui, é suficiente dizer que essas descobertas tendem a provar que o que chamamos de dom é apenas a atmosfera desse luminar "; que essa atmosfera é composta de vários fluidos elásticos que são mais ou menos lúcida e transparente; que, como as nuvens que pertencem a nossa terra são provavelmente decomposições de alguns dos fluidos elásticos pertencentes à própria atmosfera, então podemos supor que na vasta atmosfera do sol, decomposições semelhantes podem ocorrer, mas com a diferença de que as decomposições dos fluidos elásticos do sol são de uma fosfórico natureza, e são atendidos pelas aparências lúcidos, dando a luz. " O corpo do sol que ele considera como geralmente escondido de nós por meio deste ambiente luminoso, mas o que são chamados de máculas ou manchas no sol são reais aberturas neste ambiente, através do qual o corpo opaco do sol torna-se visível, e que esta atmosfera em si não é inflamado nem quente , mas é o instrumento que Deus concebida para agir sobre o calor calórico ou latente, e que o calor é produzido apenas pela luz Solar, agindo sobre e combinando-se com o assunto calórico ou de incêndio contido no ar, e outras substâncias que são aquecidos por esta. Esta teoria engenhosa é apoiada por muitas razões plausíveis e ilustrações, que podem ser vistas no papel, leu antes da Royal Society. Sobre este assunto ver Clarke em Gênesis 1:3.

DA LUA

Não há praticamente nenhuma dúvida agora permanecendo no mundo filosófico que a Lua é um mundo habitável. As observações mais precisas que foram feitas com os telescópios mais poderosos confirmaram a opinião. A lua parece, em quase todos os aspectos, para ser um corpo semelhante o nosso terra, terem a sua superfície diversificada por montes e vales, montanhas e vales, rios, lagos e mares. E há a mais completa evidência de que a nossa terra serve como uma lua para a lua ela mesma, diferindo apenas no presente, que como a superfície da Terra é treze vezes maior do que o da Lua, então a lua recebe da terra uma luz treze vezes maior em esplendor do que a que ela dá a nós, e por uma analogia muito correto, somos levados a inferir que todos os planetas e seus satélites, ou luas de atendimento, são habitados, por questão parece só existir para o bem dos seres inteligentes.

DAS ESTRELAS

As estrelas, em geral, são consideradas sóis, semelhante ao que em nosso sistema, cada um com um número apropriado de planetas em movimento em volta dela, e, como estas estrelas são inumeráveis, consequentemente, há inúmeros mundos, todos dependentes do poder, proteção, e da providência de Deus. Onde as estrelas são em grande abundância, Dr. Herschel supõe formam primárias e secundárias, ou seja, sóis girando em torno de sóis, como planetas giram em torno do Sol em nosso sistema. Ele considera que este deve ser o caso em que é chamada a Via Láctea, as estrelas de estar lá em quantidade prodigiosa. Isso, ele dá a prova seguinte: Em agosto de 22,1792, ele descobriu que não em 41 minutos de tempo de menos de 258 mil estrelas haviam passado pelo campo de visão em seu telescópio. O que deve ser Deus, que fez, governa, e suporta tantos mundos! Para as magnitudes, distâncias, revoluções, do sol, da lua, planetas, e seus satélites, consultem as tabelas anteriores. Veja Clarke em Gênesis 1:1.

 

Versículo 20. Que as águas produzir abundantemente 

Há um significado nestas palavras que raramente é notado. Inumeráveis milhões de animais são encontrados na água. Naturalistas eminentes não descobertos menos de 30 mil em uma única gota! Como inconcebivelmente pequeno deve cada ser, e ainda cada animal perfeito, equipados com todo o aparato de ossos, músculos, nervos, coração, artérias, veias, pulmões, vísceras em geral, espíritos animais,

a fecundidade de peixes é outro ponto pretendido no texto; não da criatura são tão prolíficos como estes. A TENCAS colocar 1.000 ovos, uma carpa 20.000, e Leuwenhoek contadas em um COD mediano porte 9.384.000! Assim, de acordo com o propósito de Deus, as águas produzir abundantemente. E o que uma provisão misericordiosa é este para as necessidades do homem! Muitas centenas de milhares de habitantes da Terra vivem para uma grande parte apenas do ano no peixe. Pescar pagar, não apenas um saudável, mas uma dieta muito nutritiva, pois eles estão sujeitos a algumas doenças e, geralmente, vêm em grandes quantidades para as nossas costas, quando em sua maior perfeição. Neste também podemos ver que o tipo providência de Deus anda de mãos dadas com sua criação de energia. Enquanto ele manifesta sua sabedoria e seu poder, ele está fazendo uma disposição permanente para o sustento do homem através de todas as suas gerações. 

 

Versículo 21. E Deus criou grandes baleias

 hattanninim Hagedolim. Embora esta seja geralmente entendida pelos diferentes versões como significando as baleias, mas o original deve ser entendido mais como um modo geral que um determinado prazo, que incluem todos os grandes animais aquáticos, tais como as várias espécies de baleia, o golfinho, o unicórnio ou peixe unicórnio, e o tubarão. Deus se deleita em mostrar-se em pouco, bem como em grandes coisas: por isso ele faz animal tão pequeno que 30.000 podemos ser contidos em uma gota de água, e outros tão grandes que parecem exigir quase um todo mar a flutuar dentro.

 

Versículo 22. Deixe as aves se multipliquem na terra. 

Ele é verdadeiramente surpreendente, com o cuidado, sabedoria e habilidade minutos Deus formou os diferentes gêneros e espécies de aves, quer se destinem a viver principalmente em terra ou na água. A estrutura de uma única pena oferece um mundo de maravilhas, e como Deus fez as aves que possam voar no firmamento do céu, Gênesis 1:20 , ele adaptou a forma de seus corpos, e da estrutura e disposição de sua plumagem , para esse propósito. Cabeça e do pescoço em voo são desenhados principalmente dentro do esterno, de forma que a parte inteira sob exibe a aparência de um casco de navio. As asas são feitas como uso de velas, ou melhor, remos, e a cauda como um leme ou leme. Por meio destes a criatura não só é capaz de preservar o centro de gravidade, mas também para acompanhar a velocidade vasta através do ar, ou para a frente, circular, ou em qualquer tipo de ângulo, para cima ou para baixo. Nestes também Deus mostrou sua habilidade e seu poder na grande e na pequena -no vasto avestruz e casuar, e no belo beija-flor, que na plumagem supera o esplendor do pavão, e em tamanho é quase na um nível com a abelha.

 

Versículo 24. Que a terra produza a criatura viva,

nephesh chaiyah, um termo geral para expressar todas as criaturas dotadas de vida animal, em qualquer de suas gradações infinitamente variadas, desde a metade o raciocínio do elefante para o estúpido potto, ou ainda menor, para o polype, que parece igualmente partilhar a vida vegetal e animal. A palavra

chaitho, na última parte do verso, parece significar todos os selvagens animais, como leões, tigres, carnívoros , ou viver na carne , em contraposição a partir domésticos animais, como são herbívoros , ou viver na grama e outros vegetais, e são capazes de serem treinadas, e aplicados para fins domésticos. Veja Clarke em Gênesis 1:29. Estes últimos são, provavelmente, significa behemah no texto, que nós traduzimos gado, como cavalos, vacas, ovelhas, cães, répteis, Remes, todos gêneros diferentes de serpentes, vermes, e os animais não têm como pés. Em animais também Deus mostrou sua habilidade maravilhosa e poder; no vasto elefante, ou ainda mais colossais mamutes ou mastodonte, toda a raça que parece ser extinto, alguns esqueletos são os únicos remanescentes. Este animal, um efeito surpreendente do poder de Deus, ele parece ter produzido apenas para mostrar o que podia fazer, e depois de sofrer alguns deles para se propagar, ele extinguiu a corrida por uma providência misericordioso, que não pode destruir o homem e besta. O mamute parece ter sido uma carnívoros animal, como a estrutura dos dentes prova, e de um tamanho imenso, a partir de uma parte considerável de um esqueleto que vi, é calculado que o animal a que pertencia deve ter sido de quase 25metros de altura e 60 de comprimento! Os ossos de um dedo do pé são inteiros, o dedo do pé para cima de três metros de comprimento. Mas este esqueleto pode ter pertencido ao megalonyx, uma espécie de preguiça, ou bradypus, até então desconhecidas. Poucos elefantes jamais foram encontrados para exceder 11 pés de altura. Quão maravilhosas são as obras de Deus! Mas a sua habilidade e poder não são menos visto na bela chevrotin, ou Tragulus, uma criatura do tipo antílope, o menor de todos bífida ou fendido patas dos animais, cujo delicado membros são quase tão grandes como uma pena de ganso comum, e também no rato megera, talvez o menor dos quadrúpedes muitos dedos. No réptil tipo que vemos também a mesma habilidade e poder, não só na imensa cobra chamada Boa constritor , o inimigo mortal e conquistador do tigre real, mas também na cobra de Manille , uma serpente venenosa, apenas um pouco maior do que uma agulha de costura comum.

Versículo 25. E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie. 

Cada coisa, tanto no mundo animal e vegetal foi feita de modo segundo a sua espécie, tanto em gênero e espécie, a produzir sua própria espécie através de gerações sem fim. Assim, as várias raças de animais e plantas foram mantidas distintas, desde a fundação do mundo, para os dias de hoje. Esta é uma prova de que todas as futuras gerações de plantas e animais foram incluídas no seminalmente aqueles que Deus formou no início.

 

Versículo 26. E disse Deus: Façamos o homem

É evidente que Deus tem a intenção de impressionar a mente do homem com um sentido de algo extraordinário na formação de seu corpo e alma, quando ele introduz o relato de sua criação, portanto, vamos EUA o homem. A palavra  Adão, que traduzimos homem, é destinado a designar as espécies de animais, como chaitho, marca os animais selvagens que vivem na vida de um modo geral solitário; behemah, domésticos ou animais gregários e Remes, todos os tipos de répteis, a partir do maior cobra para a enguia microscópica. Embora o mesmo tipo de organização possa ser encontrado no homem, como aparece nos animais inferiores, ainda existe uma grande variedade e complexidade das peças, uma delicadeza de estrutura, um bom arranjo, uma adaptação criteriosa dos diferentes membros de seus escritórios grandes e funções, uma dignidade, de semblante, e uma perfeição do todo, que são procurados em vão em todas as outras criaturas. Veja Gênesis 3:22 .

Em nossa imagem, conforme a nossa semelhança  que está dito acima se refere apenas ao corpo do homem, o que é dito aqui se refere a sua alma. Isto foi feito na imagem e semelhança de Deus. Agora, como o Ser Divino é infinito, ele não é limitado por partes, nem definível por paixões, por isso ele não pode ter imagem corporal depois que ele fez o corpo do homem. A imagem e semelhança se devem, necessariamente, ser intelectual, sua mente, sua alma, deve ter se formado após a natureza e perfeições de seu Deus. A mente humana é ainda dotada de capacidades mais extraordinários, era mais quando a emissão das mãos de seu criador. Deus estava agora a produzir um espírito, um espírito, também, formada após as perfeições da sua própria natureza. Deus é a fonte de onde esse espírito emitido, portanto, o fluxo deve se parecer com a mola que o produziu. Deus é santo, justo, sábio, bom e perfeito, por isso deve ser a alma que surgiu a partir dele: poderia haver nela nada impuro, injusto, ignorante, mal, base, baixa, média, ou vil. Ele foi criado à imagem de Deus, e essa imagem, nos diz São Paulo, consistiu na justiça, a verdadeira santidade , e conhecimento, Efésios 4:24 ; Colossenses 3:10 . Daí o homem era sábio em sua mente, santo em seu coração , e justo em suas ações . Foram mesmo a palavra de Deus em silêncio sobre este assunto, não poderíamos inferir menos das luzes realizadas até nós pela razão e senso comum. O texto nos diz que ele foi o trabalho de ELOHIM, a pluralidade divina, marcado aqui mais claramente pelo plural pronomes EUA e NOSSO, e para mostrar que ele era a obra-prima da criação de Deus, todas as pessoas na Divindade são representadas como unidos em conselho e esforço para produzir essa criatura incrível.

Gregory Nyssen tem muito corretamente observou que a superioridade do homem para todas as outras partes da criação é visto no fato de que todas as outras criaturas são representadas como o efeito de Deus palavra, mas o homem é representado como o trabalho de Deus, de acordo com o plano e consideração. Veja suas Obras, vol. i, p. 52, c. 3.

E deixá-los ter domínio

Daí, vemos que o domínio não era o de imagem. Deus criou o homem capaz de governar o mundo, e quando equipados para o escritório, ele fixou-o na mesma. Nós vemos o cuidado de Deus e solicitude concurso parental para o conforto e bem-estar desta obra-prima de sua obra, na criação do mundo anteriormente à criação do homem. Ele preparou tudo para a sua subsistência, comodidade e prazer, antes que ele trouxe à existência, de modo que, comparando pouco com coisas grandes, a casa foi construída, mobilado, e amplamente armazenado, pelo tempo que o inquilino destinados estava pronto para ocupar lo.

Foi suposto por alguns de que Deus fala aqui para os anjos, quando ele diz: Deixe-nos fazer o homem, mas para tornar esta uma interpretação provavelmente essas pessoas devem provar, 1. Que os anjos foram criados. 2. Que os anjos podem ajudar em uma obra da criação. 3. Que os anjos foram-se feito à imagem e semelhança de Deus. Se não fosse, não poderia ser dito, em NOSSA imagem , e não aparecem em qualquer parte nos escritos sagrados que qualquer criatura, mas o homem foi feito à imagem de Deus. Veja Clarke em Salmos 8:5 .

 

  

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

  

 

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Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

TEXTO ÁUREO
"Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hb 11.3)

 

 

VERDADE PRÁTICA
A primeira grande verdade da Bíblia é que DEUS criou os Céus, a Terra e o ser humano.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.1 DEUS é o grande Criador de todas as coisas

Terça - Sl 33.6 Pela fé cremos que DEUS é o grande Criador dos Céus
Quarta - Is 45.18 Pela fé cremos que DEUS criou a Terra

Quinta - Sl 104.14 Pela fé cremos que DEUS criou o reino vegetal
Sexta - Sl 104.19 Pela fé cremos que DEUS criou o sistema solar
Sábado - Sl 50.10-12 Pela fé cremos que DEUS criou os animais

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Salmos 104.1-14

1 - Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, DEUS meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. 2 - Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina. 3 - Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento. 4 - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador. 5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. 6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes; 7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram. 8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. 9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra. 10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes. 11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. 12 - Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos. 14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento.

 

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, você crê que os céus e a Terra foram formados por DEUS? Então não terá dificuldades no ensino dessa lição. O relato da criação não é uma alegoria. Enfatize, no decorrer da aula, que a narrativa da criação é um fato histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de DEUS narra. Quando o assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias teorias que tentam explicar a origem da vida. Porém, como crentes, sabemos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma partícula. DEUS é o grande Criador.

 

PONTO CENTRAL - Pela fé cremos que DEUS criou os céus e a Terra.

 

Resumo da Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra

I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. Definição.

2. Fundamentos.

3. Objetivos.

II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ

1. O tempo.

2. O espaço.

3. Os Céus e os anjos.

4. A Terra ainda informe.

III. A ORDENAÇÃO DA TERRA

1. O ESPÍRITO SANTO na criação.

2. Tarefas ordenadas.

IV. A CRIAÇÃO DA LUZ

1. E houve luz.

2. A luz inicial.

V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS

1. Separando as águas.

2. A criação da atmosfera.

VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL

1. O reino vegetal.

2. As possibilidades do reino vegetal.

VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR

1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas.

2. A perfeição do sistema solar.

VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL

1. Quinto dia.

2. Sexto dia.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - O criacionismo bíblico é a teoria que nos ajuda a entender que DEUS criou os céus e a Terra.

SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS criou o tempo, o espaço e a própria luz.

SÍNTESE DO TÓPICO III - O ESPÍRITO SANTO estava presente na criação e ordenação do universo.

SÍNTESE DO TÓPICO IV - DEUS no primeiro dia de sua obra criou a luz.

SÍNTESE DO TÓPICO V - DEUS criou e fez separação das águas que se achavam abaixo e acima do firmamento.

SÍNTESE DO TÓPICO VI - No terceiro dia DEUS criou o reino vegetal.

SÍNTESE DO TÓPICO VII - DEUS criou no quarto dia o Sol, a Lua e as estrelas.

 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que é o Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual DEUS criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal e, finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?
Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que DEUS criou?
Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a primeira coisa que DEUS criou foi o tempo.
O que é o espaço?
Podemos defini-lo como o tecido cósmico que DEUS criou para que, nele, se localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
O que DEUS criou no sexto dia?
No sexto dia, DEUS criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25).

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 37. - Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

SUGESTÃO DE LEITURA - E agora, como viveremos?, Doutrinas Bíblicas: Os fundamentos da nossa fé e Manual do Pentateuco.

 

Comentários de vários autores com algumas correções do Ev. Luiz Henrique e resumo rápido do Ev. Luiz Henrique

I. O CRIACIONISMO BÍBLICO

Pergunta 1 - O que foi usado para criar o mundo?

Resposta: Palavra de DEUS.

Pergunta 2 - O que vemos foi criado dessa matéria que vemos?

Reposta: Não, primeiro nasceu no reino espiritual, pela Palavra de DEUS, depois se materializou aqui na Terra (agora passamos a ver o que DEUS criou).

 

Hebreus 11.3 Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

 

II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ

Para passar a existir o tempo aqui na Terra (DEUS não se limita a tempo), foi preciso que DEUS o criasse. Assim dias e noites foram criados e depois meses, anos, estações, etc...

 

O homem tem evolucionado nas frágeis azas da sua imaginação em torno da luz falsa de seu próprio raciocínio, em risco de se queimar na pesquisa da origem do mundo, mas chega sempre à primeira pergunta: "Mas no princípio?"

Os cristãos, porém, não se podem imiscuir nessas indagações, pois, este livro foi confirmado por Jesus Cristo justamente nos pontos que mais inverossímil pudesse parecer. Jesus tem assim afirmado a criação bíblica do homem, o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda vários outros acontecimentos do Gênesis. Essas ligeiras palavras tem o objetivo de nos despertar, para crermos no mais controvertido de todos os volumes bíblicos. A promessa da vinda do Salvador foi homologada nesse livro, e o seu advento se deu, mesmo a despeito das controvérsias. Os homens discutem e confundem-se, enquanto Deus revela, opera e satisfaz.

 

Vamos tentar sequenciar a criação segundo o livro O Plano Divino Através dos Séculos:
DEUS criou uma Terra original no princípio do Universo (Gênesis 1:1) e não a criou vazia (Isaías 45:18);
Esta Terra era o local de habitação de Lúcifer (Ezequiel 28:13-16), no qual refletia a glória da criação de DEUS;
Neste tempo ele não havia caído ainda, era um anjo de luz;
Porém, no seu coração surgiu o desejo de ser semelhante a DEUS (Isaías 14:12-15)
No seu intento, arregimentou a terça parte dos anjos (Apocalipse 12:7-9), que lutaram em alguma região do Universo, visto que no Céu não entra pecado;
Não venceram e se tornaram o Diabo e seus demônios;
A Terra que era o local de atuação de Lúcifer foi castigada se tornando sem forma e vazia;
A partir daí é que temos uma Terra caótica na qual se desenrolam os fatos narrados em Gênesis 1:3 em diante.
É possível?
Sim. Perfeitamente. Há tantas possibilidades quanto planetas! O termo hebraico tohu wabohu, traduzido por "sem forma e vazia", é utilizado para juízos divinos em outros contextos (Jeremias 4:23). Explicaria a idade da Terra e o fato de que a luz já existia, que o Sol e a Lua já haviam sido criados, sendo chamados a prover iluminação para o planeta, que o próprio continente estava apenas submerso.

Lawrence Olson, seguindo Finis Jennings Dake, em seu livro O Plano Divino Através dos Séculos, trouxe para nosso conhecimento a Teoria da Terra Original

 

O homem é o único ser criado à imagem e semelhança de Deus.

De  fato,  tudo  começou  quando  Deus  soprou  no  homem  o  seu  Espírito: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Gênesis 2:7

Na  verdade,  o  que  difere  o  homem  de  todos  os  outros  seres  é  a  CONSCIÊNCIA.  O  que  seria  isso?  “CONSCIÊNCIA:  É  o  que  faz  de  você  o  que  é  e  eu  o  que  sou   -  individualidade. É  o  maior  dos  atributos  do  cérebro;   é  a  ciência  que  temos  de  nossos  pensamentos  e  sentimentos    para  que  cada  um  tenha  a  sua  própria  personalidade.  Sem  ela  seríamos  nada  mais  do  que  robôs  se  arrastando  pelos  movimentos  da  vida  .  Ela  nos  permite  apreciar  as  grandes  coisas  da  vida,  o  amor,  a  arte,  a  ciência,  a  religião.  Ela  torna  o  cérebro  algo  mais  que  um  aglomerado  de  pequenas  células  movidas  a  eletricidade    e  o  que  nos  torna  humanos”.   

“Consciência, no aspecto moral, é a capacidade que o homem tem de conhecer  valores e mandamentos morais e aplicá-los nas diferentes situações”.

A  consciência  nos  permite  amar  nosso  próximo (nunca  ouvi  falar  de  um  anjo  amando  quem  quer  seja,  nem  mesmo  a  Deus – aqui não quero polemizar),  mas  o  amor  é  uma  das  grandes  características  exclusivas  do  homem (e  de  Deus)  e, junto  com  ele,  a  MISERICÓRDIA,  atributo  este  que  fez  muitos  homens  de  Deus  questionarem-no  e  até  desobedecê-lo:

Misericórdia  está  ligada  à  consciência.  Um  anjo  continua  tranquilo  após  matar  180.000  pessoas,  como  aconteceu  com  os  Assírios,  mas  eu  e  você  não  conseguiríamos   encarar-nos  no  espelho  nem  dormir  tranquilo  pelo  resto  da  vida  se  fizéssemos  isso,  mesmo  a  mando  de  Deus.  Vejam  Davi,  matou  milhares  em  batalha,  mas  o  homicídio  de  Urias  o  fez  dizer:  “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Salmos 51:1-3

 

OS SEIS DIAS DA CRIAÇÃO (Estudo no livro de Gênesis, Antônio Neves de Mesquita)

Trabalho do Primeiro Dia - 1:2-5

Trabalho do Segundo Dia - Expansão - Céus - 1:6-8

Trabalho do Terceiro Dia - Mares, Terra e Vegetação - 1:9-13

Trabalho do Quarto Dia - Sol e Lua - 1:14-19

Trabalho do Quinto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros

 

Trabalho do Primeiro Dia - Gên. 1:2-5

O verso 2 de Gênesis é uma espécie de parêntesis entre o verso primeiro e o terceiro. Descreve o estado da terra depois de criada, antes mesmo do aparecimento da luz.

Abismo, desolação e confusão era o estado dela. As teorias antes esboçadas estão de acordo com esta descrição, da informe condição terráquea. Sobre a face do abismo movia-se o Espírito de Deus. A palavra hebraica traduzida aqui por mover ou pairar, como traduz a Versão Brasileira, não representa o original. A tradução inglesa Brooding é muito mais exata. O particípio "Merahefet" não só descreve ação contínua, ininterrupta, mas ação vivificadora. Como uma ave se assenta sobre os ovos, para os incubar e dar vida, assim o Espírito de Deus, no Seu ato de vivificar o caos, movia-se sobre ele. Da ação da terceira pessoa da Trindade saiu toda a beleza que contemplamos no universo.

Ao Espírito é atribuída e reconhecida a função de dar vida, tanto espiritual como natural. Ele é o autor do novo nascimento, da nova criação. Nascer do Espírito é condição essencial para entrada no Reino de Deus. Sua ação "no princípio" foi dar vida ao novo mundo. Nestes dois versos encontra-se material suficiente para uma demonstração da doutrina da Trindade.

A palavra "águas" é por muitos comentadores entendida como a principal matéria cósmica do universo. O termo hebraico parece exprimir a ideia de fluído material. O

Salmo 148 talvez tenha essa mesma ideia quando diz: "Águas que estão sobre os céus" (Sal. 148:4). Estas águas eram distintas das que estavam abaixo, no abismo (verso 7) e o "vapor" acima (verso 8). A nossa terra estava envolvida na grande massa de fluído material, que ainda enchia o espaço, e sobre ela, embaixo, o Espírito se movia. "Disse

Deus: haja luz; e houve luz". Notemos que a luz não foi criada. O verbo empregado é o verbo ser. Houve, portanto, luz antes de haver sol. O autor lembra-se de quando, nos

seus primeiros dias de conversão, foi abordado por um companheiro que se empavonava de ser ateu e lhe perguntou como é que podia haver luz antes de haver sol, visto que este só foi criado no quarto dia e a luz apareceu no primeiro. Esta pergunta insidiosa, lhe fez sentir a necessidade de estudar o assunto. A ciência ensina que a matéria que se encontra nos corpos celestes era, a princípio, muito rarefeita e de rotação muito lenta. À medida que se foi condensando, foi aumentando de velocidade e, como já foi dito, desta atividade molecular surgiu a luz. Esta, por sua vez, estava encoberta nos densos nevoeiros que enchiam o espaço de modo a não poder ser vista. Foi aqui que Deus, o bondoso Criador, interveio, separando os nevoeiros e deixando a luz livre para brilhar. Haja luz, fiat lux, e houve luz. Existiu, portanto, luz antes de haver sol. Moisés assim diz e a ciência confirma. Deus mesmo é a luz e onde Ele habita não pode haver trevas. Ele é a luz que alumia todo homem que vem ao mundo (João 1:9).

Deus fez separação entre as trevas e a luz e chamou as trevas, noite e a luz, dia. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. Até este ponto tudo era treva sobre o cosmos, e essa

treva é representada pela palavra tarde; e a luz que se seguiu é representada pela palavra dia. Uma longa noite tinha pairado sobre a terra e um longo dia se seguiu a ela. Este foi o trabalho do primeiro dia.

De quantas horas foi este dia da criação? Sobre o termo "dia" aqui empregado há muita discussão. Alguns teólogos pensam que é um período de duração indefinida, outros,

que é um período de 24 horas. Em assuntos tão controvertidos, não é fácil dar uma opinião que não tenha de discordar de uns ou de outros, mas é impossível também ficar

sem opinião.

Ninguém negará que Deus podia fazer tudo que fez em seis dias num só dia, bem como podia fazer num momento o que fez no primeiro dia, ainda que este fosse de 24 horas. Não temos, pois, necessidade de discutir a questão do poder divino, mas o método divino. Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos como um dia. Parece que os que aceitam a ideia do dia de 24 horas esquecem que para o Criador o tempo é questão insignificante. Moisés certamente usou o termo "dia" com muita propriedade, sem que precisemos crer num dia do nosso planeta. A lua tem o seu dia, que é 26 vezes maior que o nosso. Os outros planetas têm os seus. Portanto, este termo não é fixo. Desde o momento em que Deus criou o universo, no princípio, até que fez a separação entre as trevas e a luz, houve uma longa noite, talvez de milhares de anos.

Houve noite antes de haver dia, e nada pode representar estes dois termos tarde e manhã como a palavra dia. Portanto, tem razão Moisés de nos falar no termo dia visto que nada poderia exprimir a ideia tão perfeitamente. Se quisermos dar crédito à ciência, esta diz que o universo levou miríades de anos preparando-se para poder receber vida. Que, sendo a princípio uma massa difusa e disforme, foi pouco a pouco se condensando, até que se tornou, pelo efeito do atrito, uma enorme massa incandescente, para depois esfriar na superfície, formando a crosta terrestre, e poder receber vida. Ainda se pode verificar que o centro da terra está em forma ígnea, como evidência de que toda ela foi um globo de fogo, como ainda é o sol hoje. Há muita plausibilidade nesta declaração dos sábios, e, se assim foi, então 24 horas é pouco demais para um processo tão complexo. Podemos demonstrar que a Bíblia não usa uniformemente o vocábulo dia para indicar período de 24 horas. Aliás, este sentido é quase estranho à Bíblia. O trabalho dos seis dias da criação é mencionado como sendo um só dia (cap. 2:4): "No dia em que Jeová Deus fez os céus e a terra." Não padece dúvida que o autor inspirado usa a palavra dia para denotar espaço de tempo, época ou período.

Os profetas comumente usavam a palavra dia em sentido indefinido. "O dia de Jeová" constitui uma nota contínua nas profecias, e ninguém teimará em crer que este dia

seja de 24 horas. O último dia! O Dia do Senhor! O Dia do Julgamento! são inegavelmente um período de longa duração. Vejamos o que Jesus diz sobre o último dia em João

6:39:54; 12:48; no N.T. 12:36; Luc. 10:12-14. Paulo, em I Cor. 4:3-5. O último dia é também representado no N.T. como o período da nova criação. Ver Mat. 19:28; Atos 4:21;

Rom. 8:19-23. Poderíamos multiplicar as escrituras que mostram a diversidade em que esta palavra é usada, mas estas bastam. As palavras do quarto mandamento, em que Deus ordena trabalhar seis dias e descansar um, à semelhança do seu trabalho de criação, não oferecem tanta base para disputa como querem alguns comentadores, visto que Deus está falando a homens e só pode falar-lhes em termos que eles compreendam, mas ninguém insistirá, afirmando que Deus está na estrita obrigação de fazer seu trabalho como o fazem os homens. Pedro diz que um dia para Deus não é como um dia para o homem (II Pedro 3:7,8). Se estes dias da criação foram de 24 horas, Satanás é somente poucas horas mais velho do que o homem, bem assim, todos os querubins e serafins da corte celestial.

Nós mesmos não somos exatos em nossa terminologia quanto ao termo dia. Um homem trabalha seis dias na semana. De quantas horas são esses dias? de 24 horas? Há uma tremenda luta para que todos os dias de trabalho sejam de 8 horas. Podem ser de oito horas, de dez ou de doze, mas nunca de 24 horas. O nosso dia de trabalho bem podia ser tomado como período de trabalho ou atividade, mas esta é a linguagem comum e daí o usarmos a palavra dia. Moisés fez o mesmo. Ele descreveu períodos de atividade divina de acordo com a maneira de seu povo entender estes períodos, pela palavra dia. Há, pois, precisão no termo empregado.

1. Este fato tem levado os teólogos às mais sutis especulações para achar o meio de explicar por que Moisés usou o termo dia. Alguns crêem que usou linguagem alegórica ou mística, à semelhança dos hindus e gregos, descrevendo as legendas de seus deuses. Mas não se pode tirar o elemento histórico da narrativa sem destruir sua unidade.

2. Outros crêem na interpretação hiperliteral da narrativa de Gênesis, separando o verso 1 do verso 2, pondo um imenso período entre os dois acontecimentos

narrados e fazendo da descrição começada no verso 2 uma narrativa literal de seis dias de 24 horas. Sobre esta interpretação sirvam as notas sobre a palavra dia", dadas

anteriormente.

3. Após, vem a teoria chamada hiper científica, que tem por fim fazer a narrativa mosaica concordar em detalhes com as investigações científicas e sobretudo com a Geologia. Este, porém, não é método bíblico. Ainda que a narrativa possa ser confrontada com qualquer investigação científica, não podemos esperar encontrar as minúcias que ciência menciona.

4. A interpretação sumária e panorâmica é a que tem maior número de adeptos e está mais ou menos de acordo com a Hipótese da Nebulosa (ver Dr. Strong, "Systhematie

Theology", Vol. II, páginas, 394-395).

5. Finalmente, tem a palavra o sábio Hugh Miller, para nos dar a sua interpretação dramática. Segundo ele, Deus fez passar diante de Moisés o drama da criação em seis panoramas ou vistas, cada uma delas representando um dia. Assim, Moisés relatou o que viu na superfície da terra e à tona da água, e nada mais.

Parece ser muito mais natural crer que a história que Moisés nos legou era um patrimônio de todas as nações e que foi transmitida de geração em geração, sendo Adão o primeiro que recebeu a informação de como Deus criou o mundo. Como veremos mais tarde, a vida dos antediluvianos foi tão longa que Adão pôde conversar com Matusalém, pois, segundo a melhor cronologia, este foi contemporâneo de Adão por espaço de 243 anos. Matusalém foi contemporâneo de Noé por 600 anos, e Noé viveu depois do dilúvio 350 anos, sendo contemporâneo de Terá, pai de Abraão, por espaço de 56 anos. Assim, Abraão podia ter recebido a história da criação diretamente de seu pai Terá, este, de Noé, Noé de Matusalém, e Matusalém de Adão. A coisa mais notável é que todas as nações antigas, como Egito, Babilônia, Índia, China etc., têm tradições correntes sobre a criação, e todas elas, em geral, são idênticas, denunciando uma origem comum. Mais uma palavra sobre a dificuldade de o termo "dia" equivale ao nosso dia de 24 horas. Diz-nos a ciência que a nossa terra ocupava um espaço muitíssimo maior, quando estava em estado gasoso, e, portanto, devia levar muito mais tempo para dar uma volta sobre si mesma do que leva hoje. Logo, um dia devia ter muito mais horas do que hoje.

Os dias e as noites são governados pelo sol, e este só apareceu no quarto dia. Daqui a necessidade de tomar o termo dia em sentido mais vasto. O texto sagrado diz que Deus fez separação entre as trevas e a luz. O resultado e não o ato constituiu o primeiro dia (ver Guiot - Creation; Taylor Lewis - Six Days of Creation; Thompson - Man in Gene 'a and Geology; Dawson - -Story of Eaxt and Man; Leonte - Seiencè and Religion).

 

Trabalho do Segundo Dia - Expansão - Céus - 1:6-8

O trabalho dos três primeiros dias foi lento e moroso. O resultado do primeiro dia foi a luz, o do segundo dia foi a criação da expansão ou separação entre as águas debaixo e

as águas de cima. Águas em estado líquido e águas em estado gasoso. Aquelas sobre a face da terra e estas suspensas nos ares. Esta separação tornou possível o aparecimento da expansão de cima. A esta expansão Deus chamou céus. Devemos, porém, notar que os céus foram criados no princípio, juntamente com a terra, conforme o verso primeiro. Assim, o que se deu agora foi o seu aparecimento e não sua criação. O problema, como o compreendemos pelo estudo das ciências físicas, era mais ou menos o seguinte: como já notamos, a matéria estava a princípio, em estado gasoso e foi pouco a pouco se solidificando no nosso planeta. À medida que ia esfriando a crosta da terra, os vapores que estavam no espaço, como resultado do enorme calor desprendido do planeta, foram se condensando pouco a pouco e caindo sobre a terra em forma de água, de modo a haver água embaixo e água em cima, como dizem os versos 6 e 7.

As águas suspensas no espaço não permitiam que o céu fosse visto. Um imenso oceano cobria toda a terra e um espesso nevoeiro, dificilmente deixando transparecer a luz do sol, toldava a atmosfera em cima. É certo que a terra esteve imersa por espaço de tempo ignorado, visto que em qualquer parte se encontram vestígios de vida marinha. Com isso combina o texto sagrado, como se vê nos versos 9 e 10 deste capítulo. Tal foi, pois, o trabalho deste dia. Insignificante à primeira vista, mas consideravelmente grande em si mesmo. O caos do verso 2 tinha sido fundamentalmente modificado pelo aparecimento da luz e pela separação entre águas e águas. Beleza e ordem começam a invadir este cenário em que vivemos. Há progresso e beleza nesta singela narrativa.

A linguagem de Moisés "E chamou Deus à expansão céus" não nos deve confundir, e muito menos é caso de atribuir-lhe ignorância por confundir expansão com céus. Nós usamos, muitas vezes, esta linguagem acomodava e formal, sem merecermos, por isso, a pecha de ignorantes ou descuidados. Chamamos a abóbada celeste céus, quando sabemos que os céus estão muito além, e são muito diferentes do azul do firmamento. Portanto, a palavra céus, usada daqui em diante, não deve atrapalhar-nos. Ela é empregada como sinônimo de expansão ou firmamento. O que Deus criou neste segundo dia nem foi o céu nem o firmamento, mas o espaço ou, como bem diz o texto, a expansão entre o firmamento e a terra. O lugar onde correm as nuvens carregadas de água, onde voam os pássaros, os aeroplanos etc.

A mesma linguagem usada para o primeiro dia é usada aqui: foi a tarde e a manhã, o dia segundo. De quanto tempo foi este dia, não sabemos, mas, se considerarmos os diversos processos por que passam o hidrogênio e o oxigênio, para se transformarem em água e vice-versa, vemos que grande foi o espaço de tempo tomado por este dia. Talvez menor do que o primeiro, mas grande, todavia.

 

Trabalho do Terceiro Dia - Mares, Terra e Vegetação - 1:9-13

O terceiro dia de Gênesis corresponde ao período Secundário ou Mesozóico em Geologia. Um imenso mar cobria toda a terra, por causa da condensação das grandes

camadas de vapor que tinham enchido a atmosfera por longos milênios. Dando todo o crédito à Geologia e à Paleontologia, com suas várias divisões em períodos Laurenciano e Huroniano, verifica-se perfeita analogia entre a ciência e o Gênesis. Os depósitos de grafite encontrados no Canadá pertencem a esse período e representam as mais rudimentares formas de vida vegetal, vida esta que se prolonga até ao princípio do Quinto Dia, quando apareceu a vida animal. Nós temos de convir que é extremamente difícil para o geólogo determinar com precisão a concordância entre os dias da Bíblia e os períodos geológicos, visto que as alterações que a crosta terrestre sofreu modificaram muito as várias camadas em que se encontram os vestígios da vida primitiva. Contudo, é de admirar que numa época tão remota Moisés deixasse um relato abreviado da origem do mundo e da vida, que não obstante os preconceitos de muitos, continua a resistir a todos os exames e investigações. Tão grande precisão científica não se encontra em literatura alguma que nos venha da antiguidade. Nem os babilônios, nem os egípcios, nem os gregos, que herdaram a ciência destes antigos povos, (1) nos puderam dar uma filosofia tão precisa sobre a ordem e a origem das primeiras coisas. Isto deve representar muito mais que meros conhecimentos humanos, desde que nenhum outro historiador escreveu como Moisés. É por isso que nós cremos na inspiração da Bíblia. Outros sábios houveram no tempo de Moisés. Admiráveis especulações filosóficas também, mas verdade como Moisés deixou em tão poucas palavras ninguém conseguiu alinhar. Dia a dia a ciência vai convencendo de que não há contradição entre a Revelação e a mesma ciência; e quando houver contradição, serão os sábios que estarão errados e não a Bíblia, como já, por muitas vezes, se evidenciou. O trabalho deste dia foi separar a terra das águas e fazer que ela produzisse ervas. A linguagem bíblica é, como sempre, simples e concisa. Ajuntem-se as águas debaixo do céu num lugar à parte e apareça a porção seca. Aceitamos candidamente que este processo se efetuou por meio de abalos vulcânicos. A terra tinha uma pequena crosta, cobrindo a parte incandescente do interior e uma formidável camada d'água cobrindo a mesma crosta.

Esta crosta ia engrossando pouco a pouco e a água ia lentamente se infiltrando, até encontrar a parte interna em fusão. Ainda, o encontro da água com a matéria em fusão

produziria, inevitavelmente, uma explosão de vapores, que, por sua vez, refletiria na superfície, alterando sua conformação grandemente. Estes abalos ou, como chamaríamos

hoje, terremotos, levantariam uma certa extensão da terra e abaixariam outra, dando lugar à elevação de montanhas e abaixamento de vales. As cordilheiras, como a dos

Andes, as montanhas, como o Himalaia, os enormes picos encontrados por toda a terra, e os profundos vales e abismos, crê-se, foram originados por estes abalos subterrâneos. A elevação de uma porção de terra e o abaixamento de outra fizeram que as águas procurassem a parte mais baixa, deixando a outra parte descoberta. Esta parte seca foi por Deus chamada terra, e a parte onde as águas se reuniram foi chamada mar. Ainda hoje se dão os mesmos fenômenos, se bem que em menor número. De um momento para outro, podem aparecer novas ilhas e desaparecer certos continentes. Bastaria um pequeno abaixamento nas imediações das ilhas britânicas, para que a Inglaterra fosse submersa. Não há muita dúvida hoje, nos círculos científicos, de que onde está agora o Oceano Atlântico houve outrora um grande continente chamado Atlântida. Os vulcões não são outra coisa senão resquícios das condições em que a terra estava neste terceiro dia.

As erupções vulcânicas são causadas pelo acúmulo de matéria incandescente que ainda se encontra no coração da terra, alimentada pela infiltração das águas oceânicas e das que caem sobre a terra, as quais vão se acumulando, até que, uma vez cheia a cratera, dá-se a erupção. À medida que se entra no coração da terra, o calor aumenta, um grau em cada trinta metros, segundo as experiências de um sábio francês. Portanto, o que Moisés diz em poucas palavras é tão verdade como é verdade tudo que se tem dito e escrito há muitos anos sobre este assunto.

Apenas apareceu a terra, Deus lhe deu a ordem de produzir relva. É crível que mesmo no fundo dos oceanos Deus tivesse criado as algas marinhas, espécies elementares de

verdura, e estas, uma vez imersa a terra, continuassem sua vegetação. A palavra hebraica traduzida erva na tradução de Almeida é traduzida relva na tradução Brasileira (1) e está muito mais de acordo com o sentido original. Há muita diferença entre relva e erva. A melhor tradução é: Produza a terra relva verde, erva que dê semente ... Esta relva

pertence à família dos criptógamos, que só se reproduzem por meio de esporos, e não por sementes. A erva recebeu capacidade de produzir semente, enquanto a relva não. Notemos a ordem da criação deste dia: (1) Relva. (2) Erva que dê semente. (3) Árvore frutífera que dê fruto. Há uma admirável ordem na criação. Há uma admirável economia do poder divino. Gesenius, famoso hebraísta alemão, traduz relva por "primeiros rebentos da terra". Moisés não escreveu uma história natural, bem como não escreveu um tratado de Geologia sobre a primeira parte deste dia, mas nem por isso sua narrativa deixa de ser científica. A Geologia confirma que a primeira evidência de vida vegetal no globo era muito rudimentar. Antes das florestas, donde se originaram os grandes depósitos de carvão, de onde nos abastecemos para diversos fins, encontram-se vestígios de vida vegetal muito simples. As grandes florestas vêm muito depois. Estas imensas camadas de carvão de pedra foram o resultado da tremenda vegetação que cobriu a terra e dos terremotos que, alterando continuamente sua feição, sepultaram, à profundidade considerável, as florestas, e daí sua petrificação, transformando-se em carvão. Os inimigos da revelação sobrenatural têm tomado estes fatos para mostrar que houve evolução tanto nas plantas como nos animais. Primeiro relva, depois erva, em seguida árvores, e assim por diante. Mas Deus salvou desta doutrina o mundo, dando a cada planta a lei de reprodução: "Segundo sua espécie". Deus criou certo número de famílias e deu-lhes o poder natural de se reproduzirem segundo sua espécie. Não há nada que prove que uma planta pode mudar-se noutra de diferente espécie. O alarde que se tem feito sobre a origem das espécies de Darwin tem mais fumo do que fogo, é trovoada sem chuva. Ele mesmo, depois de ensaios pacientes, concluiu que se dava o aperfeiçoamento de uma espécie, mas não a sua mutação noutra. Os criadores de gado podem melhorar suas espécies, mas não podem mudar uma espécie. Os agricultores e botânicos podem aperfeiçoar uma planta, mas nunca mudar sua espécie.

Outra coisa que a ciência moderna confirma é que muito antes de aparecer vida animal, existiu vida vegetal. O tempo ninguém pode medir, mas o fato pode ser constatado. A

vida animal vem do quinto dia. Houve, portanto, um imenso período entre a criação dos vegetais e a criação dos animais.

Diz-se que essas três espécies de plantas mencionadas aqui apareceram com intervalos imensamente grandes. No fim da época Siluriana, só havia os criptógamos e as

algas marinhas, plantas muito rudimentares. Na época Devoniana aparecem as árvores e outras plantas do reino vegetal, de estrutura desenvolvida. Se estas classificações têm razão de ser, o terceiro dia foi de longa duração, e entre a criação da relva, da erva e das árvores mediou considerável espaço de tempo. Para nós, é irrelevante o tempo que Deus gastou, se foi um momento ou miríades de séculos. Cremos que ele criou e que tudo o que o universo apresenta é o resultado das atividades divinas.

A Bíblia diz que este ato do Criador constituiu o terceiro dia, havendo tarde e manhã.

 

Trabalho do Quarto Dia - Sol e Lua - 1:14-19

Tem sido um ponto favorito para os críticos que a cosmogonia mosaica falha nos pontos mais elementares da Astronomia e se contradiz a cada passo, pondo a criação do

sol no quarto dia, quando a luz apareceu no primeiro dia. Qualquer menino de escola primária sabe, porém, que podemos ter luz mesmo sem ter sol. Os indígenas sabem fazer fogo com atrito de dois paus.

Nós, que temos os fósforos, podemos ter luz mesmo numa noite tenebrosa. Houve luz antes de haver sol. Ainda mais, todos sabemos que a terra e os demais planetas que se

encontram no espaço giram todos em torno do sol, e que este é o centro do sistema planetário. Como é que Moisés, dizem, escreve que o sol e a lua só foram criados no

quarto dia, quando não se explica a existência da terra sem o sol? Mas este é um argumento bem pobre para se fazer dele questão de controvérsia. Moisés diz que os céus

e a terra foram criados no PRINCÍPIO, e por céus e terra entendemos o universo. Logo, ele diz que todos os astros ou a matéria de que todos eles se compõem foram criados no princípio. Assim, o sol e a lua foram resultado do ato criador no princípio. Alguns comentadores crêem que a luz que Deus fez aparecer no primeiro dia não foi tanto o

resultado do atrito da matéria, mas a luz do sol mesmo, que procurava atravessar a densa névoa que ainda cobria os astros. Moisés não está discutindo a técnica da criação, mas descrevendo o fato como ele aparecia aos olhos do observador. Voltaire, que se ufanava de encontrar contradições na Bíblia, chegou a afirmar que não podia haver luz sem haver sol, e, portanto, ou não houve luz no primeiro dia ou o sol não foi criado no quarto dia.

Vejamos o que diz o texto sagrado: “Haja luminares na expansão dos céus... " Não se diz que foram criados. O verbo haver nunca foi usado como sinônimo de criar. A forma é a imperativa do verbo ser. Mais adiante diz: "E fez Deus os dois grandes luminares ..." Estes dois verbos decidem por si mesmos o problema. Deus não criou o sol e a lua no quarto dia, mas os fez aparecer. Sejam ou apareçam é o que Moisés diz. Nunca estes verbos são usados para indicar criação de alguma coisa que antes não existia. "No princípio criou Deus os céus e a terra." No quarto dia, fez aparecer o sol e a lua; não os criou. O verbo fazer é usado 32 vezes no Velho Testamento no sentido de preparar, e não no de criar. Basta isto para nos mostrar a certeza com que Moisés descreveu, há tantos séculos, o que nos tempos que passam tem dado tanto trabalho para comprovar.

 

A função destes dois astros foi:

(1) governar o dia e a noite;

(2) marear as estações. Até aqui tinha havido dia e noite ou, de acordo com a ordem bíblica, tarde e manhã; mas daqui em diante temos dia e noite, compreendendo o

espaço de 24 horas. A nossa terra já estava dando a esse tempo as mesmas revoluções que dá hoje, mas era inapreciável sua revolução em torno do sol, visto este não estar à vista do observador. Como ficou notado, a densa névoa que cobria a terra não permitia que o sol desse luz, mas isto não importa na crença de que ele não existia antes.

Juntamente com o sol e a lua, foram feitas as estrelas. Não havia estrelas antes? Certamente que sim. Mas, por que foram feitas neste dia? Pela mesma razão indicada acima e referente ao sol e à lua. Elas lá estavam, mas não podiam cintilar, pela mesma razão que a luz do sol não podia brilhar. Dias e noites e anos começaram a existir desde este momento. A segunda função destes luminares foi trazerem ou marearem as estações. Ainda hoje estes astros servem para estações. Qualquer agricultor sabe que certa fase da lua é melhor para certa plantação do que outra. Ouvi um grande discurso, numa ocasião, em que o orador demonstrava, diante de auditório erudito, que para se poder ter uma boa colheita de batatas era preciso procurar a lua própria para plantá-las. Ele desafiou racionalistas presentes para contestarem, e fiquei até não haver mais ninguém no auditório, para ver se alguém vinha apresentar contestação, mas ninguém apareceu.

Outra expressão que merece ser mencionada é a que diz: "tempos determinados". Que significa isto? Tempos fixos, dias, meses, anos, séculos, milênios etc. Até este ponto, os dias dependiam do tempo tomado para uma determinada atividade; agora este tempo é fixado pela lei da gravidade e sua consequente apreciação na volta da terra, em tomo de seu centro de gravitação.

"E foi a tarde e a manhã, o dia quarto." Já havia tempos "determinados" e fixos agora, mas a expressão '"tarde e manhã" continua como no princípio, como se o

aparecimento do sol e da lua não tivessem trazido ao mundo uma nova ordem de fenômenos cosmológicos.

Convém notar que nenhuma criação foi feita neste Dia. A vida vegetal do Terceiro Dia, composta de musgos, algas etc., depois árvores frutíferas, continuou através do período

em que a atmosfera se libertou das compactas camadas de gás carbônico, de maneira a tomar possível o aparecimento do Sol e da Lua. Do ponto de vista paleontológico, o

Quarto dia compreende o Paleozoico ou Primário, e o Mesozóico ou Secundário, pois que nenhuma nova forma de vida apareceu neste dia, continuando naturalmente as existentes. Daí vem que nós não podemos forçar a narrativa de Gênesis a concordar com as divisões da Geologia.

As classificações ordinariamente dadas pelos tratados de Geologia são:

(1) Período Azoico, que corresponde ao Primeiro e Segundo Dias da Criação da matéria e ao aparecimento da luz.

(2) Período Paleozoico ou Primário, que corresponde ao Terceiro Dia, quando foi criada a vida vegetal, desde os musgos até as árvores frutíferas, vida esta que se prolonga

através de todos os demais dias e períodos, inclusive o quarto, em que nenhuma atividade criadora houve.

(3) Período Mesozóico ou Secundário, que corresponde ao Quinto Dia de Gênesis, com o aparecimento da vida animal, primeiro nas águas e depois na terra. A vida vegetal

continuou, apenas diminuindo em proporções, à medida que diminuíam os gases da atmosfera.

(4) Período Cenozoico ou Terciário, que corresponde à primeira parte do Sexto Dia, em que apareceram os mamíferos de grande tamanho, alguns dos quais há muito desapareceram e outros, já muito reduzidos, tais como o elefante, o urso, o hipopótamo etc., que estão desaparecendo. Finalmente,

(5) o Período Quaternário, que, em Geologia, se divide em quaternário antigo e moderno, correspondendo à segunda parte do Sexto Dia de Gênesis, aparecendo o

homem no quaternário moderno.

De um modo geral, é esta a relação entre as duas ciências: a da Bíblia e a da Geologia e Paleontologia. Se bem que não nos preocupemos demasiadamente com as semelhanças, nem por isso deixamos de nos alegrar com elas.

 

Trabalho do Quinto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros

Pelas notas do tópico anterior, se viu que a vida do segundo dia continua através do Quarto e do Quinto. O que há de novo neste dia é o aparecimento da vida animal. A

ordem dada pela narrativa mosaica é lógica e obedece ao plano do Criador de povoar a terra com os animais, cujas estruturas e desenvolvimento se acomodariam às condições terráqueas. Assim, (1) os peixes miúdos, (2) as aves e (3) os grandes monstros marinhos constituíram as atividades criadoras deste Período ou Dia. A Paleontologia nos presenteou com enormes escorpiões e gigantescos insetos, de que temos vaga ideia pelos fósseis. Algumas formas desapareceram completamente, tais como o Ictiosaurus, o Plesiosaurus, o Petersaurus, o Megalosaurus etc. Algumas formas de gigantescos répteis, de natureza anfíbia, aparecem neste Período. Os fósseis de algumas espécies de pássaros também nos indicam o que foi a vida nos ares naquela época. Pássaros de dentes encontram-se desde a época Jurássica.

Deveria ser maravilhoso o nosso mundo naquela época remota. Uma vegetação fantástica que nos havia de dar as imensas camadas carboníferas, o petróleo, o gás natural, os diamantes e mil outras utilidades. Por outro lado, vida abundante no mar e na terra. A Bíblia, com a sua escala da vida, é um maravilhoso livro de saber. No mar, os protozoários, espongiários, celenterados, crustáceos etc. Em terra, as aves de grandes proporções encheriam o espaço. Como tudo era grande e abundante!

É baseado nesta observação que alguns querem que estas formas elementares de vida sejam os tipos originais de onde evoluíram as formas desenvolvidas. Esta suposição, porém, cai por terra, se forem tornados em consideração outros elementos científicos relacionados com a formação da terra, que poderia a princípio receber espécies desenvolvidas; além de que todas as formas de vida receberam a ordem de se reproduzir segundo sua espécie. É precário tomar em consideração um elemento e desprezar o outro. Quem poderá crer que a terra podia, no terceiro dia, quando a atmosfera estava carregadíssima de gases, sobretudo de carbono, receber o homem ou mesmo outro animal? A não ser que Deus lhe desse uma natureza dupla, capaz de acomodar-se às condições do sexto dia, quando estes gases tinham diminuído desproporcionalmente, ser a impossível viver nos dois períodos. Está, pois, fora de especulação o fato de não ter havido a princípio formas de vida complexas, como fora de discussão fica o dar este fato qualquer subsídio à moderna doutrina evolucionista.

Notamos método e progresso, a par com desenvolvimento, e nada mais. Deus criou primeiro os répteis. Em seguida, as aves, depois os monstros marinhos, e por fim, já no

sexto dia, os animais da terra. As primeiras formas de vida sobre a terra foram as marinhas, mas ninguém poderá dizer que este relato se parece com o protoplasma do

fundo do mar, de onde os evolucionistas derivam o seu sistema. Nada mais razoável do que crer que as águas eram mais propícias à vida neste período do que a terra. A vida

aparece abruptamente sobre o planeta e nada há que possa explicar este fato senão a Bíblia. Os fósseis são flagrante testemunho disto. Não se pode afirmar que entre os peixes pequenos e os grandes mediou certo tempo, mas parece ser certo isso, visto que a Bíblia oferece margem para esta suposição e os fósseis marinhos a comprovam.

1. "E Deus disse: produzam as águas abundantemente... É difícil exprimir em português a palavra hebraica sherets, nem temos outro recurso senão usar de uma frase:

produzir abundantemente. Nada se pode comparar, em fecundidade, aos peixes. A fêmea do salmão pode produzir, em cada estação, mais de meio milhão de filhos. Vejamos a sardinha, que chega a produzir cardumes, bem assim, o bacalhau. Parece que a vida no mar é mais variada que na terra, mas qualquer pessoa pode verificar que o salmão, a sardinha, o bacalhau e qualquer outro peixe só produzem peixes da mesma qualidade. Eles tiveram ordem de reproduzir segundo a sua espécie.

2. "' ... e voem as aves sobre a face da expansão dos céus..." e (no verso 21) "toda ave conforme sua espécie". As aves foram criadas depois dos peixes, conforme a mesma

lei de reprodução.

3. "E Deus criou as grandes baleias (monstros marinhos) ... conforme suas espécies." Não se sabe muito bem que espécie de animal aquático é representado pela palavra baleia ou, antes, monstro marinho, mas sabe-se que existiram peixes de grandes dimensões que não se encontram hoje, pelo menos na superfície das águas. Talvez, na profundeza dos mares se encontrem peixes desconhecidos e mais de uma vez estes seres estranhos já apareceram na superfície do mar, talvez arrastados por correntes vulcânicas submarinas. Existiram, não há dúvida, se é que não existem mais.

Convém notar a expressão "almas viventes". Tanto os animais terrestres, como os marinhos, são chamados almas viventes. O homem mesmo foi feito alma vivente com o

sopro divino em seu nariz. O que esta expressão significa é difícil saber, se não for que "Deus comunicou a estes seres a vida". Há poucos anos o mundo foi alarmado com a

descoberta de que tinham sido encontrados os diversos elementos de que se compõe o corpo animal, e que era uma questão de tempo, para se gerar a vida nos laboratórios, de modo que se poderiam fazer homens de acordo com as necessidades, tanto da guerra como da paz, do mar como da terra, da cidade como do campo. Coisa muito fascinante, e tentadora. Cada pessoa podia, assim, escolher o tipo que quisesse. Mas os tempos vão se escoando e o costume velho continua, isto é, cada novo ser vem ao mundo pelo mesmo processo do tempo de Adão, quando nada se sabia de laboratórios. A vida é um dom de Deus. Os escultores fazem estátuas e os modistas desenham seus manequins, mas vida, não a podem dar. Esperemos pacientemente pelas investigações científicas, e apoiemo-las no que elas trouxerem de novo e útil, mas será uma triste ilusão, se esmerarmos que a vida nos venha dos laboratórios. Deus criou todo o reino animal, "alma vivente". "Frutificai e multiplicai-vos." Deus não criou tantos animais como existem hoje, mas criou todas as espécies. Esta é a declaração enfática, categórica, simples e singela da Bíblia. Não somente "multiplicai-vos", mas "multiplicai-vos segundo vossa espécie".

 

Trabalho do Sexto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros

Coube à Biologia mostrar como as virtudes e defeitos dos pais se transmite aos filhos de geração em geração, sem que se precise de qualquer desvio. Milênios antes de a

Biologia decidir assunto tão palpitante, quer para a ciência quer para a Bíblia, já Moisés tinha declarado que as plantas, os animais e os homens se reproduzem segundo suas

espécies. O evolucionismo está para sempre liquidado.

O Homem, a Criação por Excelência - Gênesis 1:26-2:7

A segunda parte do dia foi tomada para a criação do mais alto ser - o Homem. A linguagem em que Moisés nos dá a história da criação do homem é significativa: E Deus

disse: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança." Para com nenhuma outra criação Deus usou linguagem tão expressiva, o que bem mostra a

superioridade do homem sobre todos os demais seres criados. Um ato especial presidiu a sua criação, e linguagem especial foi usada. "Cada passo na criação ,diz o Dr. Carrol, foi uma profecia da vinda do homem". Este mundo é digno da presença de um ser como o homem, ainda que este, em seus pecados, se desvirtue e se aniquile, separando-se de Deus e fazendo do mundo mesmo e seus prazeres o seu deus. Mas quem não se abismará, ao pensar nos imensos recursos armazenados no coração da terra, para gáudio e conforto do homem?

Façamos o homem à nossa imagem... Que significa esta linguagem? Com quem está Deus tomando conselho? Que significa "nossa imagem e semelhança"? Diremos primeiro o que significam o pronome e o verbo no plural.

Há três interpretações possíveis para este texto:

(1) Que Deus está associando os anjos à criação do homem, portanto, invocando sua cooperação.

(2) Que Deus está falando em estilo real, à semelhança dos antigos monarcas.

(3) Que este pronome e este verbo no plural incluem as três pessoas da Trindade.

Sobre a primeira interpretação obsta-se que, conquanto os anjos se tenham alegrado quando Deus lançou os fundamentos da terra, todavia, eles não aparecem em parte

alguma como coparticipantes na criação. Seria, aliás, uma honra demasiado grande para seres criados.

Sobre a segunda interpretação, objeta-se também que este estilo real, não se encontra nos escritos dos antigos e que era mesmo desconhecido. É estilo moderno e tem

mais de democrático que de real.

A terceira é aceitável, por estar de acordo com o teor geral da Bíblia, de que as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gên. 1:4; João 1:1-5 e ref.).

*Nossa imagem e nossa semelhança" significam a mesma coisa. Não se podem referir à imagem física de Deus, por que ele não tem forma. Deus é espírito, diz Jesus Cristo. É notável, entretanto, que, não tendo Deus forma, sempre que se manifesta antropomorficamente, escolhe a forma humana. Ou porque o homem seja a forma mais

ideal, ou porque esta forma tenha algo de superior, que nós não podemos compreender.

Deus Jeová apareceu muitas vezes a Abraão, Jacó, Isaque e outros personagens, sendo sempre na forma humana.

“Imagem e semelhança de Deus” só têm paralelo no homem moralmente. Ele é um ser moral, racional e espiritual. Se em tudo mais ele se pudesse igualar com os outros animais, sua razão, espiritualidade e moralidade o tornariam infinitamente superior a qualquer outro animal. Além disto, tem consciência de que é reflexo de sua natureza moral, tem vontade livre e racional, tem capacidade de escolher inteligentemente. Estes predicados o tornam o rei de toda a criação.

"Imagem e semelhança", crêem alguns teólogos, incluem somente personalidade e tendência para a religião. Não se desconhece que a personalidade é maior que qualquer

outra coisa no Reino Moral, mas há outros predicados verificáveis no homem, que o tornam semelhante a Deus em mais coisas do que na personalidade. Os atributos morais e de santidade devem ser incluídos na personalidade do homem, ou ele não poderá ser a imagem e semelhança de Deus. "Santidade" é um atributo fundamental de Deus e deve, necessariamente, ser um atributo do ser criado à sua imagem. Algumas escrituras ensinam que esta qualidade é inerente ao homem (Ecl. 7:29; Ef. 4:24; Col. 3:10). Esta verdade da inerência moral do homem é o seu maior predicado e ascendência sobre todos os brutos.

Por mais degradado que seja um homem, sempre revela maior ou menor propensão para a moral. É uma tendência sua que pretende reviver a imagem de Deus em si, perdida por Adão. Esta constante luta em direção ao céu é mais que "personalidade* e tendência religiosa. Também Satanás é uma personalidade, mas com tendência para a perdição e com espírito religioso desassociado de Deus. O homem foi criado para refletir o caráter do bem, tanto quanto pode ser demonstrado. Podemos enumerar os predicados do homem, que não só o colocam infinitamente acima de toda a demais criação, mas o tornam a imagem e semelhança de Deus:

(1) vontade;

(2) livre arbítrio e

(3) santidade.

Outros predicados secundários:

(1) responsabilidade;

(2) espírito religioso;

(3) amor;

(4) espírito em contraposição com alma vivente;

(5) reflexo da imagem de Deus em sua forma física;

(6) domínio sobre as paixões carnais;

(7) domínio sobre a criação e

(8) comunhão com Deus. (1)

(1) A palavra ALIO significa, no pensamento hebreu, o "pai de todos os viventes", assim como Eva significa "vida". Adão, em hebraico, é o Ânthropo do Grego, que significa

"o que olha para cima". Homo, em latim, pensava-se que provinha de humus, a terra, mas essa interpretação foi abandonada, para aceitar a que significa "o que fala". A Cosmogonia Fenícia chama-o Adam Quadmu, o que "nasce da terra". No Egito pensava-se que tinha ele sido feito do lodo do Nilo. A narrativa caldaica chamava o primeiro homem "o que a terra produz".

O homem foi criado com corpo e espírito, enquanto todos os outros animais foram criados corpo e alma vivente. Devemos fazer distinção entre "espírito" e alma

vivente. O sopro divino no homem não o tornou um "ser divino", mas tornou-o infinitamente superior a qualquer outro animal, visto que ele se tornou alma vivente só

depois que o espírito lhe foi comunicado. Jó 27:3 descreve, com toda a precisão, que o espírito do homem não é alma animal e que, não obstante ser vida, o princípio que anima seu ser, esta vida, é de origem divina. A palavra Neshama não é empregada na criação dos outros animais nem expressa meramente vida animal (Gên. .7:21-23; Deut. 20:16-22; Js. 11:11-14; 1 Reis 17:17). O espírito do homem foi, portanto, o resultado do ato especial de Deus, assim como foi o seu corpo. Quanto aos peixes, ele diz: "Produzam as águas abundantemente". Quanto aos outros animais, diz: " Produza a terra." Mas, quanto ao homem, diz: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança". O homem é, pois, diferente na criação, na vida e na morte. Esta diferença o separa de todos os demais seres criados e o une, em ser, natureza e atividade, com o Criador (Prov. 20:27; Jó 5.33:4; 27:2,3). Daqui em diante não só toda a criação, mas todas as atividades de Deus são para tornar esse homem feliz e digno de seu Criador. Vejamos o

programa e missão do homem.

 

Completado, assim, o programa criativo, Deus descansa no sétimo dia.

Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas porque cessou sua obra criadora; mas não descansou da obra governadora nem da obra providencial. Só no primeiro sentido Deus descansou. Este dia de descanso é ensinado através de todo o Velho Testamento e é típico do dia do Senhor no N.T., bem como uma lição objetiva ao homem de todos os tempos. O homem deve descansar de duas formas: (a) fisicamente e (b) moralmente. Deus descansou para nosso descanso. O homem que não descansa morre cedo. É um problema que não deve ser negligenciado por nenhum governo. De sua observância ou não decorre a virilidade da raça. A mente do homem deve descansar das coisas materiais; precisa meditar, comungar com Deus. Nada é mais ruinoso à sociedade do que a abstenção do culto. O materialismo, a imoralidade e tantas outras coisas que estão minando a estrutura orgânica da sociedade e da família têm sua origem na falta de espiritualidade. O embrutecimento de um povo é fácil, quando esse mesmo povo deixa o seu espírito ao abandono.

A palavra sábado vem da palavra hebraica Shabbath, que significa descansar de trabalhos temporais, para fins santos.

1 . O homem foi criado:

(a) Inocente em si mesmo e à vista de Deus.

(b) Em comunhão com o Criador.

(e) Em feliz harmonia com todo o programa criativo.

(d) Livre da morte. Esta veio como consequência do pecado que aboliu a relação existente entre o homem e Deus. Quebrou-se o elo da vida eterna, e o homem morreu.

2. Foi criado para encher a terra: "Frutificai e multiplicai-vos." Deus podia fazer com a raça humana o que fez com os outros animais, mas deixou este privilégio para o homem,

que é uma parte do programa divino. A concessão de uma ajudadora, além do seu fim social, teve como objeto a execução deste plano de Deus. Nada há mais sublime e divino na terra que a lícita propagação e multiplicação da raça humana, e Deus mesmo tem rodeado este programa dos mais intensos afetos e privilégios. Nada há na estrutura social que rivalize com o casamento, e nenhum outro gozo suplanta o que produz a chegada de um ser a este mundo, trazendo nos lábios o doce nome de mãe. Nenhum outro pecado é de consequências tão funestas à sociedade como a corrupção dessa instituição divino social.

3. Foi criado para domínio e conquista:

(a) "Sujeitai a terra,

(b) dominai sobre seus habitantes e

(e) sobre todos os seus poderes." Este é um dos característicos mais salientes do homem - dominar e governar. Cada dia este programa está sendo mais expansivo. Hoje ele domina a terra, o mar e os ares. Está indo além do seu programa e comissão. Poucas Escrituras se têm tornado tão práticas como esta.

4. Destinado a todas as bênçãos da terra. Em sua comissão de governar é incluída a prescrição alimentar. Toda a erva e fruto da terra, bem como todos os animais, são para

alimentar o rei da criação. Tem-se procurado provar que a disposição edível do homem é contrária ao uso de carnes, e que só escolheu para seu alimento as ervas e os frutos, mas aqui Deus declara que todo animal em que há alma vivente será para alimentar o homem.

A divisão entre animais limpos e imundos veio mais tarde, com o cerimonialismo judaico (Lev. 17:10-18; ver Atos 15:9-20). Está, assim, completo o programa criador. Nada falta na terra para que seja o paraíso.

 

O DIA SÉTIMO (Gên. 2:1-3)

"Tudo que Deus tinha feito era muito bom", até a sua própria vista. Estava pronta a grande obra da criação. O plano onde tantos dramas haviam de realizar-se nas eras

vindouras acabava de sair das mãos do supremo artífice e era muito bom, não tinha defeito. O pecado ainda não tinha entrado no mundo e destruído a grande obra. "E os

céus e a terra foram acabados." A referência é principalmente à terra. Não somente a terra e os céus, mas todas as suas hostes. Esta palavra significa hoste organizada.

O escritor de Gênesis contempla a terra pronta, com todos os elementos que lhe dão vida e beleza. Toda a criação obedeceu a um plano de Deus. Nada surgiu por acaso. Fosse qual fosse o tempo para criar tudo que o nosso planeta contém, tudo obedeceu a um plano. A Bíblia o diz e toda a verdadeira ciência o confirma. A luz da estrela mais remota que se conhece leva 330 mil anos para chegar à terra e crêem os astrônomos que a luz de algumas estrelas ainda não chegou a nós, a despeito de correr 300 mil quilômetros por segundo. Todas estas grandezas e a imensa pequenez de um átomo são partes essenciais deste grande todo que Deus completou nos seis dias da criação. Um cientista afirmou que a destruição de uma manada alteraria a conformação do universo inteiro. Um mundo ou universo como este precisaria ter um Deus como a Bíblia revela. A pobreza materialista nunca conseguirá explicar a origem e governo do universo. Só a Bíblia o faz.

Completado, assim, o programa criativo, Deus descansa no sétimo dia. Deus descansou, não porque estivesse cansado, mas porque cessou sua obra criadora; mas não descansou da obra governadora nem da obra providencial. Só no primeiro sentido Deus descansou. Este dia de descanso é ensinado através de todo o Velho Testamento e é típico do dia do Senhor no N.T., bem como uma lição objetiva ao homem de todos os tempos. O homem deve descansar de duas formas: (a) fisicamente e (b) moralmente. Deus descansou para nosso descanso. O homem que não descansa morre cedo. É um problema que não deve ser negligenciado por nenhum governo. De sua observância ou não decorre a virilidade da raça. A mente do homem deve descansar das coisas materiais; precisa meditar, comungar com Deus. Nada é mais ruinoso à sociedade do que a abstenção do culto. O materialismo, a imoralidade e tantas outras coisas que estão minando a estrutura orgânica da sociedade e da família têm sua origem na falta de espiritualidade. O embrutecimento de um povo é fácil, quando esse mesmo povo deixa o seu espírito ao abandono.

 

  

 

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Lição 3, E DEUS os Criou Homem e Mulher

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 2.7,18-24

7 - E formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.

18 - E disse o Senhor DEUS: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele. 19 - Havendo, pois, o Senhor DEUS formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. 20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele. 21 - Então, o Senhor DEUS fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. 22 - E da costela que o Senhor DEUS tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. 23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

 

 

Resumo da Lição 3, E DEUS os Criou Homem e Mulher
I - COMO O HOMEM FOI CRIADO
1. A matéria prima do homem.

2. O sopro divino.

3. Adão, um ser imortal.

4. A missão do homem.

II - A CRIAÇÃO DA MULHER

1. A solidão do homem.

2. A criação da mulher.

3. A principal característica moral da mulher.

III - A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO

1. Monogâmico.

2. Heterossexual.

3. A indissolubilidade.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - O homem foi criado do pó da Terra e recebeu de DEUS o fôlego da vida.

SÍNTESE DO TÓPICO II - A mulher foi criada a partir da costela de Adão o que mostrar que ambos têm a mesma origem, o pó da Terra.

SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS instituiu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"1."Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de DEUS, não um produto da evolução. O homem e a mulher, igualmente foram criados à 'imagem' e 'semelhança' de DEUS. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com DEUS, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a DEUS e obedecendo-o. Eles tinham semelhança moral com DEUS, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com DEUS, que abrangia obediência moral e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com DEUS foi desvirtuada. Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com DEUS. Foram criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de DEUS, o que não ocorre no reino animal. DEUS pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles e a forma que seu Filho um dia viria a ter. O fato de os seres humanos terem sido feitos à imagem de DEUS não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependente de DEUS. Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 33).
2. "Uma linda tradição judaica observa que DEUS não tirou Eva do pé de Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, DEUS tirou Eva da costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar um ao lado do outro ao longo da vida" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).
 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Em que dia da obra divina o homem foi criado?
O homem foi criado no sexto dia.
Por que DEUS criou o ser humano?
O homem foi criado para uma tripla missão: governar a Terra, cultivar o solo e guardar o jardim que o Senhor plantara.
Qual a principal característica da mulher em relação ao esposo?
A principal característica moral da mulher está no fato de que DEUS criou Eva, a fim de que ela estivesse ao lado de Adão, auxiliando-o.
Quais as características do casamento?
As principais características são: monogâmico, heterossexual e indissolubilidade.
Por que é importante conhecermos esta verdade?
Pelo fato de que existem muitas falsas teorias e mentiras a respeito da origem da vida humana e do casamento.

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 38. - Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

 

SUGESTÃO DE LEITURA

20 Evidências de que DEUS Existe, História de Israel no Antigo Testamento e Manual Bíblico Entendendo a Bíblia.

 

 

 

COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Ev. HENRIQUE

Para mim antes de sua expulsão Lúcifer estava no céu. Depois de sua queda, agora chamado Satanás, habitou no local que é no Iraque, no Jardim do Éden.

Mesmo local onde DEUS criou Adão. DEUS disse para Adão lavrar e guardar o jardim - Guardar tem a ver com guardar de ladrão, que no caso é Satanás que veio roubar, matar e destruir.

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

Objetivos:

-Entender que o primeiro relato da formação do homem fala de sua posição dentro da criação, e o segundo, de sua efetivação.

-Concordar que as teorias sobre a origem do homem são, realmente, antibíblicas, pois não tem o respaldo da Palavra de DEUS.

-Aceitar, pela fé, que o ensino bíblico sobre a origem do homem é autêntico, pois retrata a revelação de DEUS a Moisés.

-Compreender que as faculdades humanas são particularidades do homem, as quais o fazem diferente dos outros animais.

1. Esclareça aos alunos que Moisés, no livro de Gênesis, relata, duas vezes, a formação do ser humano. No primeiro registro (Gn 1.26,27), ele nos mostra que o homem, a obra-prima da criação, foi feito no sexto dia. No segundo (Gn 2.7,8), explica que Adão foi formado do pó da terra.

2. Explique a eles que todas as teorias, sobre a origem do homem, são antibíblicas, pois desejam desacreditar o registro da Palavra de DEUS, o qual é aceito pela fé, e não através da razão. A mais perigosa delas é a da evolução das espécies, que afirma ser o homem originário do macaco.

3. Explique a eles que a Bíblia é a única fonte em que devemos confiar, sobre a origem do homem, pois é a Palavra de DEUS. O ser humano tem a natureza biforme, ou seja, ele possui o elemento material, feito do pó da terra, e o imaterial, outorgado pelo Senhor, através do sopro divino (alma e espírito).

Como professor, você tem a obrigação de compreender devidamente o assunto, para estar apto a responder às diversas perguntas que lhe forem feitas durante a aula. Pesquise, busque auxílio em outras fontes. Não se contente com um estudo superficial. Aprofunde-se na matéria, pois a Palavra de DEUS é urna fonte inesgotável.

Introdução

Têm surgido as mais variadas teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a verdadeira história das origens, inclusive a do homem.

l. OS DOIS RELATOS BÍBLICOS DA CRIAÇÃO DO HOMEM

1. O primeiro relato sobre a criação do homem. Encontra-se em Gênesis 1.26,27. Neste texto, está declarada a ordem criativa da Trindade, quando diz: "Façamos o homem". A despeito da importância teológica que se dá ao "façamos", para denotar a participação tri única da Deidade, o fundamental, nesta passagem, é a palavra "BARAH" (hebraico), do versículo 27, que quer dizer: "criou". DEUS o fez do pó da terra, mas sua criação foi um ato divino. Ele foi feito especial e diferente da vida vegetal, aquática e animal.

2. O segundo relato da criação do homem. Encontra-se em Gênesis 2.4-8. Neste relato histórico, ternos, além da criação do homem, também a descrição da origem da mulher. Enquanto a primeira narração se preocupou mais em mostrar a ordem da criação e a decisão da Corte Divina, em criar o homem a sua imagem e semelhança, o segundo relato apresenta a sua efetivação. No texto de Gênesis 2.7, ternos a seguinte declaração: "E formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente.

3. A criação da mulher. No segundo relato da criação, podemos destacar, no texto de Gênesis 2.18-25, a formação da mulher. Depois de DEUS ter criado Adão, Ele também fez Eva. Em Gênesis 1.27, está escrito: "macho e fêmea os criou".

II. TEORIAS ANTIBÍBLICAS SOBRE A ORIGEM DO HOMEM

1- A teoria evolucionista. Esta teoria apresenta o homem como um ser que evoluiu de urna ordem inferior, no mundo animal. Ensina que esta evolução resultou de sucessivas alterações nas formas materiais, devido as forças latentes que existem na matéria. Mas a Bíblia refuta esta teoria, quando declara que:

(1) a origem do homem resultou de um ato criativo de DEUS;

(2) o ser físico do homem também é resultado de um ato criativo de DEUS, que utilizou a matéria já existente "afar" (hebraico), que significa "pó da terra";

(3) O homem, hoje, tem a mesma estrutura física e espiritual do dia em que foi criado;.

(4) o homem foi tirado da terra e está destinado a ela, depois da morte (Ec 3.20);

(5) o homem não é evolução natural da terra, pois ele foi "plasmado".

2- A teoria filosófico materialista. Sigmund Freud, que lançou esta teoria, era ateu, filósofo e psicanalista. Ele enfatizou, em seus argumentos, a ideia de que o homem, em sua vida biológica e psicológica, tem como base e formação de sua personalidade e seus instintos naturais. Afirmou ele que coisas, como sexo, fome, sede, segurança e prazer, são pressões que determinam as ações e os padrões da personalidade do homem. No conceito de Freud, a natureza do homem não se relaciona com o sobrenatural, no caso, DEUS. Para ele, a ideia de urna relação do Criador com o ser humano é imprópria e inexistente, pois o mesmo vê o homem como urna criatura egocêntrica, voltada apenas para as suas necessidades, sem qualquer comunhão com um ser supremo. Acreditava ele que, ao morrer o homem, nada mais resta.

3- A teoria do humanismo científico. As fontes de informações, para os adeptos desta teoria, sobre a natureza e origem do homem, estão na Biologia, Psicologia e Medicina. Para esta escola de pensamento, o homem é um produto evolucionário da Natureza, sem a menor possibilidade de imortalidade.

III. O ENSINO DA BÍBLIA SOBRE A ORIGEM DO HOMEM

1- A biforme natureza do homem. O homem foi criado com urna biforme natureza: material e imaterial. A primeira foi formada do pó da terra (Gn 2.7) e a segunda, outorgada diretamente pelo Criador. O sopro divino nas narinas do homem concedeu-lhe a vida física e a espiritual. A vida imaterial do homem é representada pela alma e pelo espírito. Porém, esta dupla natureza do homem é representada por urna tricotomia, que se constitui, na parte material, pelo corpo; na imaterial, pela alma e pelo espírito (1 Ts 5.23).

2. A tricotomia do homem (1 Ts 5.23; Hb 4.12). O termo tricotomia significa "aquilo que é dividido em três", ou "que se divide em três tomos". Em relação ao homem, refere-se as três partes do seu ser: corpo, alma e espírito. Há divergência neste ponto daqueles que entendem o homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes: corpo, alma ou espírito.

Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito como urna só parte e, às vezes, como se fossem urna só coisa. Entretanto, parece-nos mais aceitável o ponto de vista da tricotomia. Este conceito crê que o homem é urna triunidade composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar o corpo de sua parte imaterial.

a) O corpo. É a parte inferior do homem que se constituí de elementos químicos da terra, como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, cálcio, fósforo, potássio, enxofre, sódio, cloro, iodo, ferro, cobre, zinco, e outros elementos em proporções menores. Porém, o corpo, com todos estes produtos, sem a bênção divina, é de ínfimo valor.

b) A alma. É preciso saber que o corpo sem a alma é inerte. Ela precisa dele para expressar sua vida funcional e racional. É identificada, no hebraico do Antigo Testamento, por "NEPHESH" e, no grego do Novo Testamento, por "PSIQUE".

e) O espírito. No hebraico é "RUACH" e no grego é "PNEUMA". O espírito do homem não é um simples sopro ou fôlego, mas também vida imortal (Ec 12.7; Dn 12.2; Le 20.37; 1 Co 15.53). Ele é o princípio ativo de nossa vida espiritual, religiosa e imortal. É o elemento de comunicação entre DEUS e o homem. Certo autor cristão escreveu que "o corpo, a alma e o espírito constituem a base real dos três elementos do homem: consciência do mundo externo, consciência própria e consciência de DEUS".

IV. AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM

1- As faculdades do corpo. São cinco as faculdades principais, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato. Ainda que sejam distintas urnas das outras, elas não atuam independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas ao cérebro, através do sistema nervoso. É daí que partem as ordens para todas as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.

2. As faculdades da alma. São três as faculdades ou qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e vontade.

O INTELECTO - (Gn 1. 28; 2.19,20) é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. É ele quem recebe os conhecimentos. Três outras manifestações lhe são peculiares: a imaginação, memória e razão. Com a primeira, o homem é capacitado a idealizar e projetar. É um processo do pensamento que habilita o ser humano a construir imagens, através do raciocínio. A segunda é outro atributo do intelecto que capacita o homem a guardar em seu cérebro os fatos passados e presentes. Ela retém os conhecimentos adquiridos e os traz à lembrança. A terceira é um atributo do intelecto que leva o homem a pensar, julgar e compreender as relações entre as coisas, distinguir entre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.

O SENTIMENTO - faz o homem um ser emotivo. Ele não é urna máquina insensível, pois pode sentir todas as grandes emoções, como alegria, gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.

A VONTADE - se expressa como resultante das influencias do intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.

3. As faculdades do espírito. Duas faculdades principais se destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para urna perfeita comunhão com DEUS. Os sentidos físicos e psicológicos tornam o homem um ser terreno e racional, mas os espirituais o tornam um ser especial.

A faculdade da fé é urna qualidade do espírito humano que expressa a religiosidade do homem e o toma capaz de adorar, reverenciar, louvar e orar a DEUS, o Criador. Não se trata de um tipo de fé, adquirida ou ensinada, mas é urna forma inata que nasce com qualquer ser humano. Ela nos estimula a buscar a DEUS e comungar com Ele.

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. DEUS, em sua infinita sabedoria, revelou a Moisés o princípio de todas as coisas, ciente de que surgiriam falsas doutrinas que tentariam denegrir o relato bíblico. No entanto, Ele mesmo nos concedeu a fé, virtude esta que nos capacita a crer plenamente neste registro.

2. O incrédulo não quer admitir a existência de um Ser Supremo, Criador de todas as coisas e, para justificar a sua incredulidade, dá lugar as muitas especulações sobre a origem do homem. Nós, conhecedores da verdade, rimos deles, pois não passam de tolos, conforme se expressou Davi em Salmo 14.1.

3. As bibliotecas do mundo estão cheias de tratados a respeito da origem do homem, e a maioria deles procura desfazer o relato bíblico. Mas são teorias semelhantes aos castelos de areia, os quais ruem com qualquer vendaval. Mas nós ficamos com o que a Bíblia nos diz, pois é a sempiterna Palavra ele DEUS.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11 DE JANEIRO de 1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - 1º trimestre de 1942 - Adalberto Arraes 

RESUMO DA LIÇÃO

I — A formação do homem — Conselho e execução — 1:26-28; 2:7.

II — A criação é sujeita ao homem — 2:8-9; 19-20.

III — A formação da mulher — 2:18, 21-22.

IV — A instituição do matrimônio — 2:23-24

 

No sexto dia, após haver DEUS criado todas as coisas, houve um conselho para formação do homem: "Façamos o homem"; disse o Senhor. DEUS é trino e nos seus conselhos Ele age de modo liberal e coerente com a sua perfeição. DEUS tem prazer em seus servos fiéis, (comp. Gên. 6:13; 8:17; João 15:15, etc.) pois os trata como amigos. Notamos ainda um detalhe importante, é que o homem não foi apenas criado, como os demais seres, conforme vimos na lição anterior. Para as outras coisas está escrito: -— criou, haja, produza a terra ou produzam as águas, etc.; com respeito à criação do homem, porém, a Escritura fala de outro modo, v. 7: "e formou o Senhor DEUS o homem'. E' como se um conselho de Estado desse ordens solenes por qualquer dos seus componentes mas, para determinado assunto, por uma deferência especial, todo o conselho se reunisse para agir, empregando todos os seus recursos para um só objetivo. Concluímos, pois, que DEUS Pai, Filho e ESPÍRITO SANTO, fizeram pessoalmente o homem e, justamente por isso, essas três Pessoas têm parte absolutamente na sua salvação.

À sua imagem DEUS o criou

Podemos entender que o homem era imagem e semelhança de DEUS, não no seu poder, nem na sua imortalidade, nem tão pouco na sua perfeição e imutabilidade, mas sim no seu original entendimento. "DEUS fez o homem reto, mas eles buscaram muitas inovações". (Ecl, 7:29). Quanto à sua formação do pó da terra, o entendimento humano conduz à falsa suposição de que DEUS tenha feito uma espécie de boneco de barro e lhe tenha soprado o espírito de vida. Isso é falso, e errado e não está escrito. A verdade é que o homem foi formado do pó da terra e não de pó; como, ou por que processo, não o sabemos, DEUS o sabe. Uma observação interessante nos mostra que, tendo sido a terra criada no princípio, todas as coisas que nela existem saíram dela. Por exemplo: tomemos um automóvel; se disséssemos a um ignorante que o automóvel foi formado do pó da terra, ele, certamente, riria e não daria o menor crédito; no entanto, desde os pneumáticos, até à capota; desde os faróis até o para-choque, forros, tapetes, etc., tudo saiu do pó da terra; até mesmo a essência e o óleo que o fazem andar saíram do pó da terra. Isso não nos mostra a necessidade de crer que se fez um automóvel de barro, e por um passe mágico ele saiu andando, mas podemos afirmar que o homem tirou o automóvel do pó da terra. Em ambos os casos a origem, a concepção e os fatos são insofismáveis, embora tenha havido fatores intermediários não revelados com respeito ao homem.

Perante DEUS, a criação é secundária, em face do homem.

1- DEUS denominou o Dia, a Noite, o Céu e a Terra. Tudo o mais na criação foi denominado pelo homem. DEUS trouxe tudo a Adão, 'para ver como ele chamaria', essa foi a primeira prova de inteligência a que o homem foi sujeito. Adão saiu vitorioso da prova, pois com raciocínio lúcido pôde justificar o nome que deu a Eva. DEUS já tinha resolvido dar uma companheira ao homem (v. 18), mas antes disso sujeitou-lhe "tudo" que criara (v. 19-20). Isso nos mostra que o homem é senhor sobre a criação, antes que a mulher existisse, sem, contudo, poder se gloriar nisso como superior à mulher porque ela foi tirada dele. A criação em geral foi formada diretamente da terra e da água; a mulher, porém foi tirada do homem.

2- DEUS disse ao homem que sujeitasse a terra (v. 28) e ele não tem feito mais do que desobedecer a essa ordem. O egoísmo, "regionalismo, o racismo, o patriotismo e outros ismos" têm criado os problemas do chamado "espaço vital" cuja solução é impossível enquanto o homem não cumprir o que DEUS mandou, isto é, "sujeitar a terra". Os homens trocaram a ordem de DEUS como se fosse: "sujeitai-vos uns aos outros pela força". A terra é extensa, mas a desobediência foi maior e perverteu os planos dados ao homem.

3- A mulher, conforme já vimos, foi tirada do homem. Ela, no casal, não tem situação inferior, nem superior, nem igual ao homem, mas é mulher. Se algum homem a considerar como um ente inferior, depõe contra si mesmo, pois a mulher saiu dele. Um tal indivíduo há de considerar também como inferiores os seus companheiros de sexo e, portanto, está inchado em si mesmo. DEUS sujeitou tudo ao homem antes de criar a mulher. Já estudamos esse detalhe sob o ponto de vista de ter o homem autoridade sobre tudo, pois ela veio depois. Para sermos honestos, porém, temos de olhar também o assunto sob outro aspecto: DEUS criara a mulher depois de ter dado a prepotência ao homem sobre a criação; logo, não lhe deu prepotência, sobre a mulher. A maneira pela qual foi formada a mulher, nos fornece um sem número de figuras perfeitas a respeito da formação da Igreja de CRISTO:

1) DEUS deu a mulher ao homem, assim como deu a Igreja a CRISTO: "eram teus e tu mos destes" disse JESUS. Em abono disso, vemos que, para criar a mulher, o nome de DEUS está no singular, "far-lhe-ei" (v. 18) enquanto que para criar o homem veio no plural — "façamos' .

2) DEUS fez cair um sono pesado sobre Adão assim como fez sobre CRISTO, o qual esteve três dias e três noites no seio da terra.

3) A mulher foi tirada do lado de Adão como a Igreja foi do lado de CRISTO.

4) Cerrou a carne no lugar. Mostra que uma só mulher foi tirada e nunca mais outra se tiraria, assim como de CRISTO só foi tirada uma Igreja.

5) Não está escrito que DEUS tenha soprado o seu ESPÍRITO na mulher, como tipo perfeito de que ela o tenha (por figura) recebido daquele de quem foi tirada, assim como a Igreja recebeu de CRISTO, o ESPÍRITO SANTO (João 20:22).

6) Assim como Adão participou da carne e dos ossos de Eva, CRISTO também participou da carne e dos ossos da sua Esposa, a Igreja, pois Ele se fez carne e habitou entre nós. Os crentes estudiosos poderão ainda ver muita coisa a respeito desse grande mistério. O matrimônio foi um ato moral e digno, instituído conjuntamente por DEUS e pelo homem. Dizemos pelo homem, porque foi este quem sentenciou. . . "deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne."

A prostituição e baixeza do gênero humano tem origem na evitação do matrimônio e na quebra dos seus laços. O Senhor JESUS deu ao matrimônio um valor até então ignorado aquele que, no seu coração desejasse outra mulher, já tinha adulterado. O homem espiritual e desejoso de DEUS, só tem de O louvar por esse mandamento tão perfeito, enquanto que o carnal diz logo: "Se assim é . . . não convém. ..." (Mat. 19:10).

A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11 DE JANEIRO de 1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - 1º trimestre de 1942 - Adalberto Arraes 

 

 

 

BEP - CPAD - 1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos 26-28 lemos a respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores mais específicos a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois relatos se completam e ensinam várias coisas.

(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de DEUS, não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).

(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e semelhança de DEUS. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com DEUS, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a DEUS e obedecendo-o (2.15-17).

(a) Eles tinham semelhança moral com DEUS, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com DEUS, que abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com DEUS foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10).

(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com DEUS. Foram criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).

(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de DEUS, o que não ocorre no reino animal. DEUS pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).

(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de DEUS não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependentes de DEUS (Sl 8.5).

(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn 3.20; At 17.26; Rm 5.12.

 

2.18 UMA ADJUTORA QUE ESTEJA COMO DIANTE DELE. A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser partícipe da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de DEUS para a vida dele e da família (ver Ef 5.22; Sl 33.20; 70.5; 115.9, onde o termo auxílio , referente a DEUS, tem o mesmo sentido que ajudadora, em 2.18).

 

Monogamia - grego μονογαμία - Casamento com uma só parceira(o). mono - 1

Bigamia - grego διγαμία - Casamento com duas parceiras(os). Bi - 2

Poligamia - grego πολυγαμία - Casamento com mais de duas parceiras(os). poli - mais de 2.

Casamento - grego γάμος - União conjugal entre um homem e uma mulher.

"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula" (Hb 13.4-a).

União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento)

Heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo)

O Senhor deixa claro que odeia o divórcio (Ml 2.16)

CRISTO e Sua noiva, a Igreja – Ef 5.31-32.

1 Coríntios 6.10 - Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de DEUS.

A Natureza do Casamento

1. O casamento faz parte da própria ordem da criação.

DEUS revelou ao homem que ele precisava de uma esposa (Gn 2.18) e que a esposa precisava de um marido (Gn. 3.16). Desde o começo, Ele criou a mulher para o homem (Gn 1.26,27). Desde o início o homem entendeu que era vontade de DEUS que ele tivesse uma esposa. "Osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gn 2.23) e que deveria amá-la e cuidar dela como de si próprio. Paulo escreveu: “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja" (Ef 5.28,29).

2. O casamento é um sacramento de sociedade.

No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma graça interior.

­Sacramentado por DEUS, (cf. 1 Tm 4,.3) ele representa a mais elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso o próprio DEUS usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de seu amor por nós.

3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de DEUS, ele somente termina com a morte (Mt 5.32; 19.9; Rm 7.2,3; 1 Co 7.15). Esse pacto deve ser celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé, pois "que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14.15).

4. O casamento é uma vocação, um convite de DEUS para a demonstração a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.). Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js 24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais propício para lhes ensinar a Palavra de DEUS (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e treiná-los para serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19.18; 22.15; 28.13; 29.15,17).

 

Os Propósitos do Casamento

1. A propagação da raça humana.

É a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade. No caso dos seres angelicais, DEUS criou todos de uma só vez, mas no caso da humanidade, criou cada um deles individualmente. Ele criou um homem e uma mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. DEUS pôde redimir a raça humana de Adão com uma única morte de CRISTO, pois Ele estaria representando a raça como um todo. É à luz desse fato que entendemos o significado de 1Coríntios 15.22: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em CRISTO".

DEUS preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade para a verdadeira glória de DEUS.

2. É a maneira de DEUS criar os filhos.

Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque veem o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. DEUS também teve a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre país e filhos fosse a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho para morrer pelos nossos pecados (cf.Ef 5.25-32).             

3. O casamento é a maneira de DEUS incutir nos filhos os princípios da justiça e da autoridade responsável:

Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça. (Ef 6.4; Cl 3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm 3.4,5,12; Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso de responsabilidade (Ef 5.21-24).

4. O casamento é o meio pedagógico de DEUS ensinar aos filhos sobre Si mesmo.

DEUS se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23.37), tão íntimo como aquele que existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o relacionamento dentro do Casamento e da família transparece na demonstração e nos ensinos daquilo que DEUS é, da natureza do seu amor.

 

O lugar do Sexo

Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por DEUS gerar filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos renascidos em DEUS, ele também preenche importantes necessidades pessoais e familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do amor conjugal (1 Co 7.1-5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.

Podemos observar melhor que DEUS fez o homem e a mulher para o verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de atos e palavras e é consumado em comunhão e união. É uma expressão de amor que pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Ex 20.3; cf. Ef 5.25ss.).

Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque veem não só um casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando vivido de acordo com as intenções de DEUS. Os cuidados que DEUS coloca no ato sexual permitem aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde vivendo o sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria no casamento realmente veem quando se vive dentro do âmbito do sétimo mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).

 

Como DEUS Fala sobre o Casamento

Em primeiro lugar, DEUS usa o casamento como uma metáfora para expressar o relacionamento de CRISTO com a igreja, comparando CRISTO com o noivo e a igreja com a noiva (Ei 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de ser a noiva em relação a CRISTO (2 Co 11.2).

No Salmo 45, CRISTO é visto em toda a sua majestade e beleza juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que DEUS deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza (v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o mais ínfimo detalhe.       .

 

Monogamia

Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela só poderia ser aceita pelos ímpios. Ela negava o princípio do marido e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm 5.13; 1 Rs 11.1-3). Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de CRISTO com o crente (Ef 5.23ss.).

 

Casamento e Divórcio

O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de CRISTO é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés permitiu (não mandou) uma lei de divórcio e que isso poderia verdadeiramente levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de fornicação (Mt 5.31,32; 19.9). Isso significa que um divórcio somente deveria ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse o cônjuge, antes do casamento (se fosse adultério seria depois do casamento, mas como é antes do casamento é prostituição ou fornicação - porneia).  Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim corno DEUS está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8).R.A.K

 

 

Gênesis - Comentário Adam Clarke

Gênesis 1.26 - Em nossa imagem, conforme a nossa semelhança que está dito acima se refere apenas ao corpo do homem, o que é dito aqui se refere a sua alma. Isto foi feito na imagem e semelhança de DEUS. Agora, como o Ser Divino é infinito, ele não é limitado por partes, nem definível por paixões, por isso ele não pode ter imagem corporal depois que ele fez o corpo do homem. A imagem e semelhança se refere necessariamente ao ser intelectual, sua mente, sua alma que deve ter sido formado de acordo com a natureza e perfeições de DEUS. A mente humana é ainda dotada de capacidades extraordinárias, muito mais quando em comunhão com seu criador. DEUS agora produz um espírito, um espírito, também, formado com as perfeições da sua própria natureza. DEUS é a fonte donde esse espírito é emitido, portanto, o fluxo deve se parecer com a mola que o produziu.

DEUS é santo, justo, sábio, bom e perfeito, por isso deve ser o espírito e alma parecidos com ELE: não deveria haver na alma nada impuro, injusto, ignorante, mal, baixo, ou vil. Ele foi criado à imagem de DEUS, e essa imagem, nos diz o apóstolo Paulo, consistiu na justiça, a verdadeira santidade, e conhecimento, Efésios 4:24; Colossenses 3:10. Daí o homem deve ser sábio em sua mente, santo em seu coração, e justo em suas ações.

O texto nos diz que foi um trabalho de ELOHIM, a pluralidade divina, marcado aqui mais claramente pelo plural pronomes EUA e NOSSO, e para mostrar que ele era a obra-prima da criação de DEUS, todas as pessoas na Divindade são representadas como unidos em conselho e esforço para produzir essa criatura incrível.

Gregory Nyssen tem muito corretamente observou que a superioridade do homem sobre todas as outras partes da criação é vista no fato de que todas as outras criaturas são representadas como efeito da palavra de DEUS, mas o homem é representado como o trabalho de DEUS, de acordo com o plano e consideração. Veja suas Obras, vol. i, p. 52, c. 3.

 

Versículo 7. DEUS formou o homem do pó.

DEUS nos mostra que o homem é composto de três partes, tem um corpo e alma distintamente, e criadas separadamente, o corpo do pó da terra, a alma e o espírito vieram da respiração do próprio DEUS. Isso não quer dizer que a alma e o corpo são a mesma coisa? Não. O corpo tem sua origem a partir da terra, ou como aphar implica, da poeira, daí porque sendo terreno é decomponível e perecível.

Da alma é dito que DEUS soprou em suas narinas o fôlego da vida ; nishmath chaiyim, o sopro da vida. Isso implica em que o homem é animal e intelectual.

Quando este sopro de DEUS expandiu os pulmões do homem e os colocou em atividade, sua inspiração deu ao espírito a compreensão e revelação de DEUS.

 

Versículo 18. Não é bom que o homem esteja só...

lebaddo. Vou fazer-lhe uma ajudadora para o completar; ezer kenegdo, uma ajuda, uma parte de si mesmo, formada a partir dele mesmo, uma semelhança perfeita de sua pessoa. Se a palavra for lida literalmente, significa um como, ou como ele mesmo, de pé em frente a, ou dele. E isso implica que a mulher era para ser uma perfeita semelhança do homem, nem inferior e nem superior.

O homem foi feito uma criatura social, não seria bom que ele estivesse só, era preciso uma companheira matrimonial. Daí descobrimos que o celibato, em geral, não é uma coisa boa, pois DEUS deseja que o homem esteja ao lado de uma mulher. Os homens podem, em oposição à declaração de DEUS, chamar o celibato de um estado de excelência ou um estado de perfeição, mas devemos nos lembrar de que a palavra de DEUS diz o inverso.

 

Versículo 19. Havendo, pois, o Senhor DEUS formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus...

Apesar de haver microscópicos seres, cada ser é perfeito em sua criação, equipados com todo o aparato de ossos, músculos, nervos, coração, artérias, veias, pulmões, vísceras etc.

E Adão deu nome a todos os animais

1- DEUS parece ter tido em vista que o homem conhecesse detalhadamente cada animal e lhe desse nome para que soubesse depois os que poderia servirem de alimento para ele.

2- Para mostrar a ele que nenhuma criatura daquelas poderia servir para ser sua companheira.

Este duplo objetivo foi respondida logo veremos, pois, entendido por Adão:

1. Adão deu nomes, mas como? A partir de um profundo conhecimento da natureza e as propriedades de cada criatura. Aqui vemos a perfeição de seu conhecimento, pois é bem sabido que os nomes afixados os diferentes animais nas Escrituras sempre expressam alguma característica proeminente e característica essencial das criaturas em que são aplicados. Se ele não tivesse possuído um conhecimento intuitivo das propriedades e distinções desses animais, ele nunca poderia ter dado esses nomes. Esta circunstância é uma forte prova da perfeição original e excelência do homem, enquanto em um estado de inocência. Adão fez o trabalho de um Ser infinitamente sábio e perfeito, e o efeito deve se parecer com a causa que a produziu.

2. Adão estava convencido de que nenhuma dessas criaturas poderia vir a ser uma companheira adequada para ele, e que, portanto, ele deveria continuar no estado de viver só, o que não era bom, mas esperando a generosidade de seu Criador, pois entre todos os animais que ele tinha nomeado não havia encontrado uma ajudadora ou complementadora para ele.

 

Versículo 21. O Senhor DEUS fez cair pesado sono sobre o homem,

Este não era nem desmaio nem êxtase, mas o que a nossa tradução diz muito bem: um sono profundo (uma anestesia geral?).

 

E tomou uma das suas costelas

É irrelevante se tsela era uma costela, ou uma parte de seu lado, que significa: uma parte do homem era para ser usada na ocasião, se osso sou carne , não importa; embora seja provável, a partir do versículo 2:23 de Gênesis, que uma parte de Adão foi levada para ele saber como a mulher foi formada, pois ele disse, “esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos”. DEUS poderia ter formado a mulher do pó da terra, como ele tinha formado o homem, mas se ele tivesse feito isso, ela apareceria aos seus olhos como um ser distinto, com quem ele não tinha nenhuma relação natural. Mas, como DEUS formou-a de uma parte do próprio homem, ele viu que ela era da mesma natureza, mesma carne, idêntica a ele e tendo sangue como ele, e da mesma constituição em todos os aspectos e, consequentemente, teria poderes iguais, faculdades e direitos iguais. Isso asseguraria a sua afeição, e animaria a sua estima por ela.

 

Versículo 23. “disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos”...

Há um significado muito delicado e expressivo no original, que não aparece em nossa versão. Quando os diferentes gêneros de criaturas foram trazidos para Adão, que ele pode atribuir-lhes os seus nomes próprios, é provável que eles passassem em pares perante ele, e quando passaram receberam seus nomes.

Agora a frase é Zoth happaam, devemos prestar mais atenção a esta criatura que agora passa ou aparece diante de mim, é carne da minha carne, as criaturas que tinham passado antes dela não eram adequadas a ele e, portanto, foi dito, para o homem que não era uma ajudadora, uma companheira, uma esposa, Gênesis 2:20, mas quando a mulher passa, ela é formada a partir dele mesmo, ele sentiu toda a atração que consanguineamente poderia produzir essa visão, e ao mesmo tempo via que ela estava em sua pessoa e em sua mente, ela possuía todos os sentidos adequados para ser sua companheira, ajudadora, esposa. Veja Parkhurst.

 

Ela será chamada mulher

Uma versão literal do hebraico parecer estranha, mas é uma versão literal e é a única correta: A palavra é ish e significa homem, e a palavra usada para expressar o que chamamos de mulher é a mesma com uma terminação feminina, ishshah, e significa, literalmente, ela formada a partir do homem. A maioria das versões antigas sentiu a força do termo, e têm-se esforçado para expressá-la da forma mais literal possível. O leitor inteligente não vai se arrepender de ver alguns deles aqui. A Vulgata Latina torna o hebraico virago, que é uma forma feminina de vir, de um homem. Símaco usa ανδπιρ, andris, uma forma feminina de ανηπ aner, um homem. Nosso próprio termo é igualmente adequado quando entendido. A verdade é que a tradução adequada e literal do original é, e podemos agradecer ao discernimento dos nossos ancestrais anglo-saxões para dar-lhe, de que mulher é uma contração que veio do homem, significa que a mulher foi gerada do homem, como se fosse de seu útero (se o tivesse), uma versão muito apropriada do hebraico ishshah. Daí, vemos a perspectiva de observação de Adão: Esta criatura é carne da minha carne e osso dos meus ossos, por isso deve ela ser chamada VENTRE-homem, ou homem versão feminina, porque foi tirada do varão. Veja Verstegan . Outros usam esposa do homem ou feminino do homem.

 

O versículo 24. Portanto o homem deixará seu pai e sua mãe.

Não haverá, por ordem de DEUS, uma ligação mais íntima formada entre o homem e a mulher, nem mesmo entre pais e filhos.

 

E eles serão uma só carne.

Estas palavras podem ser entendidas em um sentido duplo.

1. Estes dois serão uma só carne, deve ser considerado como um corpo, não tendo direitos separados ou privilégios, ou cuidados, ou preocupações, independentes. Esse é o casamento.

2. Estes dois serão para a produção de uma carne, de sua união uma posteridade brotará.

Nosso Senhor cita estas palavras, Mateus 19:5 , com alguma variação deste texto: Eles serão uma só carne . Em Marcos 10:8 . Paulo, da mesma forma em 1 Coríntios 6:16 , e em Efésios 5:31 . A Vulgata Latina, a Septuaginta, o siríaco, o árabe, e o samaritano, todos lemos a palavra DOIS porque esta é a leitura genuína sem dúvida. A palavra sheneyhem, eles dois ou ambos, foi, suponho, omitida na primeira versão do texto hebraico, por engano, porque ocorre três palavras depois no verso seguinte, ou, mais provavelmente, o que ocorreu originalmente em Gênesis 2:24, 25. Um copista após ter constatado que ele havia escrito duas vezes, na correção de sua cópia, retirou a palavra em Gênesis 2:24 , em vez de; 2:25 . Mas, qual a consequência é? Na controvérsia sobre a poligamia, houve uma consequência muito grande. Sem a palavra, alguns defenderam erradamente que um homem pode ter muitas esposas.

Um homem pode ter em união legal apenas uma esposa.

Temos aqui a primeira instituição do casamento, e vemos nele vários elementos dignos de nosso respeito e admiração.

1. DEUS pronuncia o estado do celibato como sendo um mau estado e o Senhor DEUS disse: “Não é bom que o homem esteja só”. Este é o julgamento de DEUS. Conselhos de pais, médicos, e sínodos, que tenham dado uma opinião diferente sobre tal assunto não são dignos de atenção. A palavra de DEUS permanece para sempre.

 

2. DEUS fez uma mulher para um homem, e, assim, ele nos mostrou que todo filho de Adão deve ser unido a uma filha de Eva até o fim do mundo. Veja Clarke em I Coríntios 7:3.

DEUS fez a mulher saindo de um homem, a insinuar que deve haver íntima união e apego carinhoso subsistindo na ligação matrimonial, de modo que o homem deve sempre considerar e tratar a mulher como uma parte de si mesmo, e como ninguém jamais odiou a sua própria carne, mas nutre e a sustenta, por isso deve sustentar e amar sua mulher como a si mesmo, e por outro lado, a mulher deve considerar que o homem não foi feito para ela, mas que ela foi feita para o homem, em submissão a DEUS, ela também deve estar para com ele nessa submissão, por isso a mulher deve reverenciar seu marido, Efésios 5:33 .

Gênesis 2:23,24 contém as próprias palavras da cerimônia de casamento: Esta é carne da minha carne, e osso de meu osso, por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne.

Quão feliz deve tal estado ser quando a instituição de DEUS é devidamente considerada, em ambas as partes que são casadas, como o apóstolo Paulo o expressa, no Senhor, onde cada um, pelos atos de terna bondade, vive apenas para satisfazer os desejos um do outro e contribuir de todas as maneiras possíveis para o conforto e a felicidade do outro! O casamento ainda pode ser o que era em sua instituição de origem, puro e adequado, e em seu primeiro exercício, carinhoso e feliz.

A realidade que vemos hoje nos casamentos é paixão, turbulência e irregularidades, e falta de religião. Perspectivas mundanas, originando e terminando no egoísmo e afetos terrenos, e não em fins espirituais, são as causas principais de quebra de alianças matrimoniais atualmente. Como podem tais fontes de águas turvas e amargas produzirem águas puras e doces?

Gênesis - Comentário Adam Clarke

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

7. O Dia dos Animais e do Homem (1.24-31)

Dando mais uma ordem: Produza a terra alma vivente (24), DEUS encheu a terra de criaturas: as bestas-feras da terra (os animais selvagens, 25), gado e... todo réptil que se move sobre a terra (26).

Mas este dia teria a coroação do ato criativo. A deidade, em deliberação, disse: Façamos o homem (26). Esta criatura tinha de ser diferente. DEUS disse que o homem tinha de ser feito à nossa imagem, tendo certa semelhança com a realidade, mas carecendo de plenitude. O homem devia ser conforme a nossa semelhança, tendo similitude geral com DEUS, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno DEUS, mas definitivamente tinha de estar relacionado com DEUS e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais.

Em 1.26-30, encontramos “O Homem Feito à Imagem de DEUS”.

1) Um ser espiritual apto para a imortalidade, 26ab; 2) Um ser moral que tem a semelhança de DEUS, 27; 3). Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo, 26c,28-30 (G. B. Williamson).

Uma das marcas da imagem de DEUS foi Ele ter dado ao homem o status e o poder de governante. O direito de o homem dominar (28) ressalta o fato de que DEUS o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planejar e avaliar. A aptidão para governar implica em capacidade emocional adequada para desejar o mais alto bem-estar dos súditos, apreciar e honrar o que é bom, verdadeiro e bonito, repugnar e repudiar o que é cruel, falso e feio, ter profunda preocupação pelo bem-estar de toda a natureza e amar a DEUS que o criou. A aptidão para governar implica em capacidade volitiva adequada para escolher fazer a toda hora o que é certo, obedecer ao mandamento de DEUS indiscutivelmente e sem demora, entregar alegremente todos os poderes a DEUS em adoração jovial e participar em uma comunhão saudável com a natureza e DEUS.

DEUS criou o homem para ser uma pessoa que tivesse autoconsciência, autodeterminação e santidade interior (Ec 7.29; Ef 4.24; Cl 3.10). A imagem foi distribuída sem distinção de macho e fêmea, tornando-os iguais diante de DEUS.

Como DEUS abençoou (22) o que previamente havia criado (21), assim DEUS outra vez abençoou (28) esta fase da sua obra. Incumbiu o homem com a responsabilidade de reproduzir-se e sujeitar à sua superintendência a terra e tudo que nela havia.

O ato de abençoar o gênero humano é de significado mais amplo que o de abençoar os animais (22). O homem é capaz de ter consciência dessa bênção e pode responder a ela. “Abençoar” em relação a um ser racional é ato de transmitir um senso da vontade de DEUS para o abençoado. Isto é especialmente significativo para o homem, pois a ordem de procriar coloca a aprovação de DEUS no ato de reprodução. Essencialmente, a relação homem-mulher na procriação é boa, está dentro da vontade de DEUS e é básica para o bem-estar deles.

No Antigo Testamento, há dois aspectos para o ato de conceder bênçãos. Da parte de DEUS, há o ato de um Ser superior concedendo favor a quem é dependente dele. Da parte do homem, há o retorno da gratidão ao Doador de dons (Gn 24.48; Dt 8.10).

Aspecto importante da bênção de DEUS era a concessão de poder e habilidade para sujeitar e dominar (28) os outros seres criados que habitam a terra. Mas era uma autoridade delegada, um governo subordinado, pelo qual o homem prestava contas a DEUS.

Presumimos que a responsabilidade de controlar a vida animal não acarreta o direito de abusar dela, caso contrário não teria sido bom.

DEUS concedeu ao homem o direito de usar os frutos da vida vegetal para comida (29). Isto não lhe deu o privilégio de explorar a natureza, deixando para trás estrago e desolação. O cuidado apropriado dos frutos da vida vegetal tem necessariamente de acarretar o cultivo (2.15) e a conservação dos recursos naturais.

O fato de os animais, sujeitos ao controle do homem, também se alimentarem de plantas, toda a erva verde (30), destaca ainda mais a responsabilidade que pesa sobre o homem. Ele é responsável por controlar a natureza de modo que a natureza supra as necessidades de todas as criaturas vivas e não só as necessidades do homem (ver 9.3 sobre a permissão de comer carne).

A morte de animais não é mencionada, embora não haja razão para presumir a ausência de morte animal antes da queda. O foco está na vida, na harmonia, na ordem e na aptidão de forma e função para o domicílio terrestre do homem.

Em 1.1-5, 26-31, vemos a “Criação pela Vontade Onipotente”, com a ideia central no versículo 1.1) Causa adequada, 1,2; 2) Desígnio evidente, 2-5; 3) Homem semelhante a DEUS, 26-30; 4) Concepção onisciente, 31 (G. B. Williamson).

Não há indicação clara de que a história no capítulo 2 tenha alguma parte na sequência de tempo do aparecimento de plantas e animais. Pelo contrário, a atenção é focada no fato de que sem chuva e o cuidado vigilante do homem a terra era originariamente estéril. Por conseguinte, DEUS forneceu umidade e formou o homem para que as plantas que precisam de cultivo frutificassem.

Mais detalhes sobre a criação do homem são dados aqui que em 1.27. Em 2.7, o homem é apresentado como criatura da terra. Ele é formado do pó. Com profundo interesse, DEUS inalou vida no homem, ato que realça o fato de que a vitalidade do homem e a dinâmica interna vêm diretamente de DEUS. Qualquer outro objeto do afeto e esperança do homem é ilusão. Ele é feito para dois mundos; portanto, ser separado de DEUS é murchar como o fruto de uma videira cortada.

As duas expressões: o fôlego da vida (7, nishmat chayyim) e a alma vivente {nefesh chayyah) têm muito em comum. Ambas podem ser usadas para referir-se tanto a animais como ao homem. Fôlego (nishmat) está mais associado com o homem, mas é designado a animais em 7.22. Alma vivente se aplica a todos os tipos de animais em 1.20,21,24,30; 2.19; 9.12,15,16.

O termo hebraico nefesh tem conotação mais ampla que o termo nishmat. Ambos podem significar “respiração, fôlego, hálito”, mas nefesh também inclui estes significados: ser vivo, alma, vida, ego, pessoa, desejo, apetite, emoção e paixão. O homem é único. Ele é o que é, porque DEUS... soprou em seus narizes o fôlego da vida. DEUS nunca fez isso com um animal.

 

A Mulher que DEUS Formou (2.18-25)

Havia um aspecto da criação de DEUS que não estava totalmente satisfatório. O fato de o homem ainda estar só (18) não era bom. O isolamento é prejudicial. Por dedução, a relação social, ou seja, o companheirismo, é bom. Por conseguinte, DEUS determinou fornecer ao homem uma adjutora que esteja como diante dele, literalmente, uma ajudante que lhe correspondesse, alguém que fosse igual e adequada para ele. “Uma ajudante certa que o complete” (VBB). A Bíblia Confraternidade traduz: “Uma ajudante como ele mesmo”.

Considerando que não há formas de tempos verbais em hebraico, não se conclui necessariamente que DEUS formou os animais depois de ter formado o homem. Pode igualmente significar que depois que o homem foi colocado no jardim, os animais que DEUS previamente formara foram trazidos a Adão (19). A sequência de tempo não é o item importante aqui.

Um aspecto da imagem de DEUS foi demonstrado pelo poder de Adão discernir a natureza de cada animal e dar um nome certo, pois em hebraico, nome e caráter coincidiam.

Quando Adão pôs os nomes (20), ele mesmo foi capaz de discernir que nenhum dos animais era uma adjutora que estivesse como diante dele. Ele, como também DEUS, tinha de saber disso para apreciar o que DEUS estava a ponto de fazer.

O sono pesado (21) é o tipo no qual os sentimentos ou capacidade emotiva deixam de funcionar normalmente. Ver Gênesis 15.12; Jó 4.13; 33.15, onde a frase está ligada com visões; e 1 Samuel 26.12 e Jonas 1.5, onde o termo não está relacionado com visões.

Ver também Isaías 29.10, onde a expressão sugere falta de sensibilidade espiritual. A costela (22) pode significar o osso e a carne que a envolve. E a parte do corpo mais próxima do coração, que para os hebreus era o lugar dos afetos. A mulher não foi feita de substância inferior.

Para acentuar a singularidade deste ato, é usado um verbo hebraico diferente (yiben), que significa “construir”, detalhe completamente perdido na palavra traduzida por formou.

DEUS trouxe-a a Adão para sua aprovação e avaliação. Assim, parte da história segue a sequência dos dias criativos no capítulo 1, isto é, a decisão (18-20), o ato criativo (21,22) e a aprovação (23).

De imediato, Adão (23) viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima dele, osso dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome.

Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Desde o princípio, DEUS quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a responsabilidade do homem, DEUS ordenou que o homem se apegasse à sua mulher (24) no compromisso mútuo da verdadeira união. O casamento tem de permanecer irrompível ao longo da vida, pois foi dito: E serão ambos uma carne, ou seja, uma identificação completa entre si. E nisto eles não se envergonhavam (25).

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

 

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Lição 4 - A Queda da Raça Humana

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 5.12-19

12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. 13 - Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. 14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. 15 - Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de DEUS e o dom pela graça, que é de um só homem, JESUS CRISTO, abundou sobre muitos. 16 - E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. 17 - Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, JESUS CRISTO. 18 - Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 19 - Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.

 

 

Resumo da Lição 4 - A Queda da Raça Humana

I. O PARAÍSO NO ÉDEN

1. Cultivar a Terra.

2. Guardar o Éden.

II - A TENTAÇÃO NO PARAÍSO

1. O agente ativo da tentação.

2. O agente passivo da tentação.

III - O JUÍZO DE DEUS

1. Sobre a serpente.

2. Sobre a mulher.

3. Sobre o homem.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS criou e preparou o jardim do Éden para abrigar o homem.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Adão e Eva foram tentados por Satanás e cederam à tentação.

SÍNTESE DO TÓPICO III - O juízo de DEUS veio sobre Adão, Eva e a serpente.  

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1

 "O jardim do Éden estava localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrates. Alguns acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico.

Duas árvores do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A 'árvore da vida' provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de DEUS terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A 'árvore da ciência do bem e do mal' tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência e à sua palavra. DEUS criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, pp. 34,35).

 

PARA REFLETIR -  A respeito do livro de Gênesis:

A Queda foi um fato histórico e real?

Sim. Podemos ter tal certeza porque a Bíblia nos garante.

A serpente realmente falou?

Sim. Não se trata de uma parábola, mas de um fato histórico.

Que juízo recaiu sobre o homem e sobre a mulher?

Sobre a mulher: ela teria a sua dor na hora do parto multiplicada. Também teria que se sujeitar ao governo do homem.

Sobre o homem: O trabalho de Adão seria misturado com a dor.

Ambos sofreriam a morte física e foram expulsos do paraíso.

Por que Adão foi responsabilizado por DEUS como o principal responsável pela Queda da humanidade?

Porque ele havia recebido a ordem diretamente de DEUS.

DEUS foi surpreendido pelo pecado do homem? Explique.

DEUS não foi apanhado de surpresa pela queda de Adão, pois o Cordeiro, em sua presciência, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Nossos primeiros pais, de fato, pecaram, mas foram prontamente redimidos pelo sangue de CRISTO, pois JESUS morreu por toda a humanidade (Jo 1.29).

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 39.

Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

 

SUGESTÃO DE LEITURA

Razões para Crer, Santidade e Manual do Diácono.

 

Comentários de vários livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 1 João 2:16.
Aparência do mal - Animal falando.
Diálogo com Satanás.
Torção da Palavra de DEUS.
Concupiscência dos olhos - Eva Viu o fruto
Concupiscência da carne - Eva desejou o fruto
Soberba da vida - Eva desejou ser como DEUS.
Pecado gerado - Agora chama homem para pecar junto com ela.

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.

 

RESUMO DA LIÇÃO

I — A responsabilidade do homem e a vulnerabilidade da mulher — 2:15-17.

II — Astúcia e mentira — 3:1-5.

III — Objetos da tentação — 3:6.

IV — Resultado da queda— 3:7-8.

 

I- De um modo geral o homem tem responsabilidade maior do que a mulher, quer na vida do lar, quer como exemplo para a família, ou como defensor dos princípios racionais do direito.

Tratando-se então de um cristão que se alimenta na fonte do Evangelho, essa responsabilidade é imensuravelmente maior.

Biblicamente o homem é considerado como cabeça do casal, enquanto a mulher, tirada do seu lado tem um caráter de predomínio afetivo e facilmente vencível pelos sentimentos devaneadores.

O adversário da verdade de toda obra de DEUS e por conseguinte adversário do homem, usou astutamente a mulher para arruinar o casal, logrando derrubar, assim, o primeiro Adão.

Quanto ao segundo Adão, CRISTO, Este venceu o terrível inimigo em todas as suas investidas.

Certamente, Eva conseguiu de seu marido que participasse do seu erro, mas Adão não foi tentado. Errou conscientemente (I Tim. 2:14).

Quando o Senhor JESUS teve a confissão de Pedro a respeito de que Ele era o CRISTO, Pedro aí assumiu logo a posição da Igreja. Mat. 16:18, esposa de CRISTO, merecendo do Salvador um amor todo particular. Nessa ocasião, então, o Diabo tomou aquele apóstolo para tentar o segundo Adão, com devaneios e cuidados, como a esposa que unicamente se interessa pelo esposo, mas JESUS, alerta, exclamou: "Vai-te Satanás".

O primeiro Adão caiu, mas o segundo triunfou. O primeiro, da terra, é terreno; o segundo, o Salvador é do Céu.

II- A astúcia, a mentira e a maldade, formam juntas um veneno que tem levado muita gente à morte eterna.

O golpe desferido pelo Diabo contra a mulher, tinha uma peçonha quase imperceptível, quer na maneira de perguntar, quer na ocasião usada, pois ele viu que seria difícil derrubar os dois juntos, e então procurou, primeiramente vencer, isoladamente, o ponto mais fraco; uma vez tendo ganho a primeira luta, seria mais fácil conseguir o resto. E assim foi. O Tentador lançou a mentira logo que a astuciosa pergunta causara alguma dúvida no espírito de Eva. Foi uma tentação progressiva, sistematicamente e só vencível hoje por aqueles que se chegam a JESUS — O vencedor.

Antes do Diabo apontar defeitos na obra e na palavra de DEUS, ele lança dúvida quanto às bênçãos prometidas à glória futura; se o crente deixa penetrar a dúvida, logicamente perde certeza da esperança, e quem faz semelhante troca, já não resiste às demais conversas .do Tentador.

O Senhor JESUS revelou que o Diabo não se firmou na verdade e os que dão ouvidos às suas cantigas, terminam lançados na mentira.

Ele usa muito esses versículos: "Saberás tanto quanto DEUS"; "você devia ser pastor"; "você era o homem indicado para tal lugar" "você é que foi chamado pelo Senhor", é se o crente se deixa levar por essas excitações da alma e inchações da carne, entristece-se e cai; vejam-se os capítulos 12, 16 e 17 de Números.

III- Os objetos da tentação são sempre os mesmos, mas para cada caso o Tentador usa especialmente um.

O apóstolo João (I Jó. 2:16) classificou sabiamente os três pontos mais vulneráveis: "cobiça da carne, cobiça dos olhos e soberba da vida/' Um crente qualquer, dando lugar a uma só destas tentações; já está sujeito a cair. Eva, porém, deu lugar a todas três: O fruto era bom para se comer (cobiça da carne) era agradável aos olhos (cobiça pelo olhar) e desejável para dar entendimento e fazê-la igual a DEUS (soberba).

Ninguém queira saber mais do que a medida da sua fé; não tenhais cuidado da carne e guardai os olhos que são a candeia do corpo»

IV- O resultado da desobediência foi que eles perderam a inocência, no sentido de tranquilidade e, envenenados pela malícia da serpente, receberam a malícia em si mesmos e perceberam a sua nudez.

Um estado que antes lhes era natural e simples, agora se lhes tornava vergonhoso.

O crente que tem "o mistério da fé numa pura consciência", pode chegar-se a DEUS e dizer-lhe: "Eis-me aqui". Aquele, porém, que cometeu falta, sente-se nú (sem as roupas da salvação) e não tem coragem de se apresentar diante de DEUS.

Esconde-se entre as árvores das obras, dos esforços próprios, das esmolas, etc., mas, no fundo da alma se esconde de DEUS, porque está nú. E os resultados não são só estes, mas. . . o salário do pecado é a morte.

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM - GENESIS 2.15-17; 3.1-8
Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.

INTRODUÇÃO

I. A PROPENSÃO PARA O PECADO
l. Propenso, mas não destinado.

2. O teste da tentação de Adão e Eva.

II. A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO
l. O relato bíblico da queda do homem.

2. As três áreas do autoengano que levaram a queda.

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
IV. O pecado afetou a vida física e psíquica do homem.

2. O pecado afetou a vida espiritual do homem.
3. Somos herdeiros da corrupção moral de Adão.

IV. O LEVANTAMENTO DA QUEDA
1. A consciência de uma percepção não desejada.

2. A expectativa de um juízo inevitável.
3. A promessa de um juízo redentivo.
OBJETIVOS - No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de:

- Entender que o homem, por causa da desobediência a DEUS, está propenso ao pecado, mas não destinado.

- Compreender que o homem não foi feito para pecar, mas DEUS permitiu que ele fosse tentado pelo Diabo, para provar a sua fidelidade ao seu Criador.

- Admitir que DEUS foi justo, quando castigou o homem, pois, conforme o Senhor havia dito, a recompensa do pecado é a marte.
- Concordar que DEUS é justo, mas também misericordioso. Por isso, Ele estabeleceu o plano redentivo de sua obra-prima.

SUGESTÕES PRÁTICAS

l. Diga aos alunas que DEUS teve as melhores intenções, quando criou o homem a sua imagem e semelhança, pois desejava manter a comunhão com ele, eternamente. No entanto, concedeu-lhe o livre-arbítrio, a fim de que não fosse um autômato, mas tivesse sua própria vontade.
II. Explique-lhes que DEUS, em sua Onisciência, já sabia que o homem iria pecar, antes mesmo de ser criado. Por isso, estabeleceu o plano da salvação, antes da fundação do mundo. Satanás, entretanto, não sabia deste segredo divino. Esta é a razão de ele ter tentado Adão e Eva.

3. Esclareça-lhes que, apesar da bondade divina, a qual salvou o homem da condenação eterna, por intermédio da morte vicária de JESUS, cujo sangue nos purifica de todo pecado, o ser humano traz em si, desde o seu nascimento, o estigma da culpa. Por isso, estamos sujeitos aos sofrimentos e a dor.

INTRODUÇÃO
A doutrina da queda do homem é precedida pela tentação, ou seja, por sua provação. Certo autor escreveu que "a causa última do mal não se encontra nem em DEUS, que é absolutamente santo, ou seja, a mais perfeita negação do mal, nem no mundo, criado bom em DEUS e para DEUS" (Tg 1.13).

l. A PROPENSÃO PARA O PECADO
1. Propenso, mas não destinado. Como ser racional, o homem, em seu primeiro estado de inocência, desconhecia o pecado. A possibilidade para o pecado surgiu com a tentação. De fato, ele não havia ainda desenvolvido o seu caráter moral. Esta propensão para a transgressão não significa que o homem, inevitavelrnente, estivesse destinado a pecar. Esta tendência baseava-se unicamente em seu livre-arbítrio. Ele poderia, conscientemente, manter-se fiel aos limites do conhecimento que o Criador lhe deu, ou, então, rebelar-se contra esta lei, e partir para o outro lado.
2. O teste da tentação de Adão e Eva (Gn 2.9,16,17).

a) Surge o agente da tentação.

(Gn 3.1) O teste moral de Adão e Eva começou, por permissão de DEUS, com urna criatura feita pelo Criador, mas que, por rebelião tornou-se o maior opositor do Senhor e de toda a sua obra. Este ser foi criado como espírito dependente do Criador, como os demais membros do mundo angelical. Esta criatura é Sa­tanás ou Diabo, que não é igual a DEUS, mas surge diante de Adão e Eva, incorporado em inocente serpente que estava no jardim plantado por DEUS.

b) A trama satânica para engodar a Adão e Eva. Satanás sabia que não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a DEUS. Ele investiu, então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o homem, facilmente cederia as suas provocações.

II. A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO
1. O relato bíblico da queda do homem (Gn 3.1-12). A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana. Por isso, entendemos que o pecado de nossos primeiros país foi um ato voluntário de sua própria vontade e determinação. É claro que a tentação veio de fora, da parte de Satanás, que os instigou a desobedecer a ordem de DEUS. Concluímos, pois, que a essência do primeiro pecado está na desobediência do homem a vontade divina e na realização de sua própria vontade: O seu pecado foi urna transgressão deliberada ao limite que DEUS lhes havia colocado.

2. As três áreas do autoengano que levaram a queda (Gn 3.6) . A primeira área do autoengano de Eva foi a fome instintiva, provocada pela palavra de Satanás.
A segunda área de autoengano de Eva e Adão foi o desejo de grandeza, incitado por Satanás, com a ideia de obter o entendimento do bem e do mal.
A terceira área: do autoengano de Eva e Adão foi a satisfação através dos, olhos, porque aquela árvore "era agradável aos olhos".

III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
1. O pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos Romanos: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5.12). A morte física se tornou então, a consequência natural da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu na eterna separação de DEUS. O Criador foi enfático, no Jardim: "Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.17).
2. O pecado afetou a vida espiritual do homem. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, pelo seu pecado, a possibilidade de viver. Porém, a afetação maior foi a perda da imagem de DEUS em sua vida. Isto implicou, essencialmente, no rompimento da comunhão imediata e plena com o Criador, e causou-lhe a "morte espiritual", no momento exato em que pecou.
3. Somos herdeiros da corrupção moral de Adão (Rm 5.12). Vá­rios textos bíblicos indicam este fato mas destacaremos apenas o que Paulo escreveu: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram" (Rm 5.12). Outro texto diz: "Pela ofensa de um só, a morte reinou" (Rm 5.17).

IV. O LEVANTAMENTO DA QUEDA
1- A consciência de urna percepção não desejada (Gn 3.6,7). Depois que o Tentador conseguiu convencê-la a desejar o fruto proibido, Eva não hesitou em pegar, comer e oferecer ao seu marido. Neste momento, abriram-se , então, os olhos de ambos (Gn 3.7). Mas o que viram foi muito diferente daquilo que Satanás havia dito que contemplariam.
2. A expectativa de um juízo inevitável (Gn 3.8-13). A queda foi precedida por momentos em que a imaginação e os seus sentidos foram completamente dominados pelo engano do Tentador. listo nos ensina que a história de todas as tentações é a mesma: o objeto exterior de atração, a comoção interior da mente, o aumento e o triunfo do desejo apaixonado; terminam na degradação, escravidão e ruína da alma (Tg 1.15; 1 Jo 2.16).
a) A voz de DEUS (Gn 3.8). Diz a Bíblia que os dois "ouviram a voz de DEUS, que andava no jardim pela viração do dia".
b) A resposta do homem a voz de DEUS (Gn 3.10). O texto declara que Adão saiu do seu esconderijo, envergonhado, e confessou: "Tive medo e me escondi". Esta sensação de culpa o fez fugir de DEUS. Apesar de confessar a razão de sua fuga, não foi capaz, nem ele ,nem sua mulher , de assumir, individualmente o seu pecado.
3. A promessa de um juízo redentivo (Gn 3.14-24).
a) Três juízos distintos: sobre a serpente, a mulher e o homem. Primeiro, no juízo sobre a serpente, DEUS não discutiu, nem dialogou com a mesma. Pela primeira vez, encontramos o termo hebraico (ARUR) na Bíblia, que significa maldito, e traz o peso de urna sentença jurídica, pois a serpente foi declarada culpada, sem opção de justificação. Segundo, há um juízo sobre a mulher, conforme o texto de Genesis 3.16. Nesta escritura, DEUS predisse que ela seria sujeita ao homem. Não seria mais a parceira na administração da Terra. Seria dominada pelo marido e toda sua vontade estaria subjugada a ele. Seus filhos seriam gerados com dores de parto. Terceiro, o juízo aparece contra o homem (Gn 3.17-19). Ele perderia as regalias e delícias do Jardim do Éden (Gn 3.23,24), pois os dois foram expulsos daquele local. A sua subsistência, ele extrairia com o suor do seu rosto, exigindo-lhe muito esforço físico.

b) A promessa de um juízo redentivo (Gn 3.15). Nesta escritura se encontra a primeira e mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do homem da condenação. Ao invés de lançar apenas juízos inclementes ¡e condenatórios sobre o casal, DEUS, o justo Juiz, pois sua justiça é perfeita e misericordiosa, abriu um espaço para a redenção.

CONCLUSÃO

Com esta lição, nós aprendemos que há urna esperan9a para o peca­dor, em CRISTO JESUS.

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. Nós não nascermos pecadores, mas, trazemos conosco, desde o berço, a tendência para o pecado. Por isso, é necessário nascermos de novo, se desejamos morar eterna­mente com CRISTO. S6, assim, esta­remos livres da condenai;:ao eterna, preparada para os que não aceitam a salvação.
2. Satanás, antes de se rebelar contra DEUS, era um querubim, e exerceu elevado cargo entre os an­jos. Mas intentou ser igual ao seu Criador, e declarou-lhe gue1ra. Der­rotado, foi expulso do Céu. Por cau­sa disso, investiu contra o homem, a obra-prima da criação.
3. A queda de Adão e Eva trou­xe drásticas consequências físicas, psíquicas e espirituais aos seus descendentes. Esta é a razão de nos de­pararmos com tantas pessoas deficientes e desajustadas. Entretanto, o Evangelho de CRISTO temo poder de nos curar de todas estas enfermidades.

 

Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.

Gênesis 2:15-17 E tomou o Senhor DEUS o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor DEUS ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

 

O versículo 15. No jardim para o Dominar, Guardar e para Cultivá-lo.
Horticultura, ou jardinagem, é o primeiro tipo de emprego no registro, em que o homem foi contratado, enquanto no estado de perfeição e inocência. Embora o jardim supostamente produzisse todas as coisas espontaneamente, como acontecia com toda vegetal em toda a terra na criação, dominar, guardar e Cultivar foi necessário depois para manter os diferentes tipos de plantas e vegetais em sua perfeição e mostrar sua exuberância . Mesmo em um estado de inocência, não podemos conceber que fosse possível o homem ter sido feliz, se inativo . DEUS lhe deu trabalhos a fazer, e seu emprego contribuiu para a sua felicidade, pois a estrutura de seu corpo, bem como de sua mente, claramente prova que DEUS não o criou para uma vida meramente contemplativa.
Versículo 17. Da árvore do conhecimento não comerás. Este é o primeiro preceito positivo que DEUS deu ao homem, e lhe foi dado como um teste de obediência, e uma prova de sua lealdade para com seu Criador. Era necessário que, enquanto senhor constituído para governar este mundo inferior, ele se lembrasse sempre que era apenas um mordomo de DEUS, e, como tal, prestar contas a Ele do uso de seus poderes mentais e corporais, e uso que fez das diferentes criaturas colocadas sob seus cuidados. O homem cuja mente se esquece desta dependência e responsabilidade é desviado de DEUS e perde de vista sua origem e fim, e é capaz de qualquer espécie de maldade. Como DEUS é soberano, ele tem o direito de dar a suas criaturas o que ele acha que é adequado. Uma criatura inteligente, sem uma lei para regular sua conduta, é um absurdo, isso iria destruir a ideia de sua dependência. O homem deve ter sempre DEUS como seu soberano, e agir sob a sua autoridade, o que ele não consegue fazer, a menos que ele tenha uma regra de conduta. DEUS fornece esta regra: e não é questão de que tipo de regra é, mas da obediência a ela não está considerando os poderes da criatura a que se deve obedecer.

DEUS diz: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Será que DEUS  tinha o direito absoluto para exigir isso? E não era o homem obrigado a obedecer?

Hás de morrer. moth tamuth literalmente, tú morrerás ao fazê-lo, ou, morrendo morrerás . Tu morrerás não só espiritualmente, perdendo a vida de DEUS, mas a partir desse momento tu tornar-se mortal, e deverás continuar morrendo até tú morrer definitivamente para esta vida na terra. Encontramos isso literalmente realizado, pois a cada momento da vida do homem aqui na terra pode ser considerado como um ato de morrer, ou um morrer contínuo, até que a alma e o espírito são separados do corpo. Outros significados foram dados nesta passagem, mas são gerais, ou fantasiosos ou incorretos.

 

Gênesis 3:1-8 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR DEUS tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que DEUS disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse DEUS: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque DEUS sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor DEUS, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor DEUS, entre as árvores do jardim.

Capítulo 3
Satanás, por meio de uma criatura aqui chamada de serpente, engana Eva, 1-5. Tanto ela como Adão transgrediram a ordem divina, e caíram em pecado e miséria, 6,7. Eles são convocados diante de DEUS, e julgados, 8 - 13. A criatura chamada de serpente é degradada e punida, 14. A promessa de redenção pela encarnação de CRISTO, 15. Eva condenada 16. Adão condenado e ameaçado de morte 17. A terra amaldiçoada, 18,19. Porque a mulher foi chamada Eva, 20. Adão e Eva vestido com peles, 21. O estado miserável de nossos primeiros pais, após sua queda, e sua expulsão do jardim do Paraíso, 22-24.


Notas sobre o Capítulo 3
Versículo 1. Ora, a serpente era a mais astuta - Temos aqui uma das mais difíceis e importantes  narrativas de todo o livro de DEUS. O último capítulo terminou com uma breve, mas marcante narrativa da perfeição e felicidade dos primeiros seres humanos, e este capítulo abre com a narrativa de sua transgressão, degradação e ruína.

Que o homem está em um estado caído, a história do mundo, com a vida de miséria de cada ser humano, é uma realidade incontestável. Mas como chegou a essa situação? Há aqui um grande mistério. Quem foi a serpente? De que tipo? Como ela conseguiu seduzir o primeiro casal feliz? Estas são questões que permanecem ainda a ser respondidas. Tudo o que se diz ou é uma simples narrativa dos fatos, ou é uma alegoria. Se é uma relação histórica, seu significado literal deve ser procurado e, se for uma alegoria, nenhuma tentativa deve ser feita para explicar, uma vez que exigiria uma revelação direta para determinar o sentido em que deve ser entendido, por mais fantasiosas ilustrações que existam. Vamos tentar analisar a narração Mosaica da queda do homem. A principal dificuldade na narração é encontrada na pergunta: Quem foi o agente empregado na sedução de nossos primeiros pais?
A palavra para traduzir o texto que, seguindo a Septuaginta, é serpente ou nachash, e, de acordo com Buxtorf e outros, existem três significados nas Escrituras para esta palavra:

1º Ela significa ver ou observar analisando atentamente atos divinos ou encantamentos, onde se usa a fuga dos pássaros, as entranhas de animais, o curso das nuvens, ou adivinhações.

2º Significa latão, bronze, e é traduzida em nossa Bíblia, não só como bronze, mas correntes, grilhões, cadeias de bronze, e em vários lugares como aço, ver 2 Samuel 22:35; Jó 20:24; Salmos 18:34 e em um lugar, pelo menos imundícia ou fornicação, Ezequiel 16:36.

3º Significa uma serpente, mas de que tipo não está determinado. Em Jó 26:13, que parece significar baleia ou hipopótamo: Por seu espírito ele tem decorado os céus, a sua mão tem a serpente veloz, nachash bariach: como barach significa passarem ou passar através de e beriach é usado para uma barra de um portão ou da porta que passou através dos anéis, linearidade, em vez de curvatura deve ser ligada a ela aqui, e é provável que signifique hippopotamus ou cavalo marinho..
Em Eclesiastes 10:11, a criatura chamada nachash, de qualquer tipo, é comparado com o tagarela: Certamente a serpente ( nachash ) vai morder sem encantamento, e um tagarela não é melhor. Em Isaías 27:1, o crocodilo ou jacaré parece ser particularmente o significado no original: Naquele dia o Senhor castigará - leviatã a serpente veloz, Isaías 65:25, a mesma criatura se entende como; Gênesis 3:1, nas palavras, poeira E será a comida da serpente, há uma evidente alusão ao texto de Moisés. Em Amós 9:3, o crocodilo é evidentemente pretendido: Apesar de ser escondidos no fundo do mar, ali darei ordem à serpente, (hannachash), e ele deve mordê-los. Nenhuma pessoa pode supor que qualquer tipo de cobra ou serpente pode ser pretendido aqui, e vemos as acepções diferentes da palavra, e os diferentes sentidos que carrega em vários lugares dos escritos sagrados, que parece ser uma espécie de termo geral confinado a nenhum sentido único. Por isso, será necessário examinar a raiz de forma precisa, para ver se o seu significado ideal irá permitir-nos verificar o animal pretendido no texto. Nós já vimos que nachash significa ver com atenção, para adquirir conhecimento ou experiência pela observação atenta; nichashti, Gênesis 30:27: aprender com a experiência, e este parece ser seu significado mais geral na Bíblia. A palavra original é traduzido na Septuaginta οφις, uma serpente, não porque este era o seu significado fixo determinado nos escritos sagrados, mas porque era o melhor que ocorreu aos tradutores: e eles não parecem terem enfrentado muita dificuldade para entender o significado do original, pois eles tornaram a palavra como de várias formas como os nossos tradutores têm feito, ou melhor, os nossos tradutores os seguiram, como eles dão quase as mesmas significações encontradas na Septuaginta: daí descobrimos que οφις, é tão frequentemente, usado por eles como serpente, seu significado literal suposto, é usado em nossa versão. E os escritores do Novo Testamento, que raramente citam o Antigo Testamento, seguiram a tradução da Septuaginta, sem mudar sequer uma palavra nessa versão do uso desta palavra. A partir da Septuaginta, portanto, não podemos esperar melhor luz, nem mesmo de qualquer outra das versões antigas, que são todas posteriores à Septuaginta, e algumas feitas a partir da mesma.

A raiz desta palavra em árabe parece lançar luz sobre o assunto. [Árabe] chanas ou khanasa significa que ele partiu, retirou, estava escondido, seduzido, escapuliu afastado, a partir desta raiz vir [árabe] akhnas, [árabe] khanasa, e [árabe] khanoos, o que significa de um macaco, ou Sátiro, ou qualquer criatura siamesa ou do gênero do macaco. É notável também que da mesma raiz vem [árabe] khanas, o diabo, o que ele tem de apelativo que o significado de [árabe] khanasa, significando seduzido, porque ele chama os homens para fora da justiça, os seduz contra a obediência a DEUS, Veja Golius voce, sub. Não é estranho que o diabo e o macaco parecem ter o mesmo nome, derivado da mesma raiz e essa raiz de modo muito semelhante ao da palavra no texto? Mas vamos voltar e considerar o que é dito da criatura em questão. Agora o nachash era mais sutil, arum, mais sábio, astuto, ou prudente, do que todos os animais do campo, que o Senhor DEUS tinha feito . Neste relato encontramos,

1. Que tudo o que esta nachash era, ele estava na cabeça de todos os animais inferiores para a sabedoria e entendimento.

2. Que ele caminhava ereto , por isso está necessariamente relacionada à sua punição em teu ventre (ou seja, em todos os quatro) irás se arrastar.

3. Que ele foi dotado com o dom da palavra, para poder ter uma conversa aqui entre ele e a mulher.

4. Que ele também foi dotado com o dom da razão, pois nós o encontramos exercendo raciocínio e disputa com Eva.

5º Que estas coisas eram normais a esta criatura, pois a mulher, sem dúvida, muitas vezes a teria visto andando ereto e falando com razão, e, portanto, ela não tem qualquer tipo de surpresa quando se aproxima dela, pois parece ser apenas uma parte de uma conversa que tinha passado entre eles na ocasião: Sim, DEUS disse.

Gênesis 3.14 - Então o Senhor DEUS disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

andar de barriga, ou seja, terá que rastejar, como tinham feito a partir de sua criação, e deve fazer enquanto sua raça perdurar.

As serpentes não têm órgãos de discurso, ou qualquer tipo de som de articulação vocal; elas só podem assobiar. É verdade que um burro por influência milagrosa pode falar, mas não é esse o caso aqui. O texto insinua que falar e razão eram naturais ao nachash (serpente) - todo escritor inspirado diz que o nachash era mais sutil ou inteligente (ou astuta) do que todos os animais do campo que o Senhor DEUS tinha feito. Também não podemos achar que o gênero serpentes são notáveis pela inteligência. É verdade que a sabedoria da serpente passou para um provérbio, mas eu não posso ver em que é fundada, exceto em referência à passagem em questão, onde o nachash, que traduzimos por serpente, seguindo a Septuaginta, mostra muita inteligência e astúcia, e é muito provável que o nosso Senhor JESUS estava fazendo alusão a este trecho da escritura quando exorta os seus discípulos a serem sábios, prudentes e inteligentes, como as serpentes , φρονιμοι οφεις·, e é digno de nota que ele usa o mesmo termo empregado pela Septuaginta no texto em questão: Οφις ην φρονιμωτατος, a serpente era mais prudente e inteligente de todos os animais, somos obrigados a concordar. 
Existe a possibilidade de um macaco ser a serpente mencionada - outang ourané a probabilidade de ser o animal em questão como nachash e οφις, ophis provavelmente significa menos uma vez por serpente, um crocodilo, um hipopótamo, fornicação, uma cadeia, um par de algemas, um pedaço de bronze, um pedaço de aço, e um feiticeiro, pois já vimos que todas estas são acepções da palavra original. Além disso, os escritores do Novo Testamento parecem perder de vista o animal ou instrumento utilizado na ocasião, e falam apenas do próprio Satanás como a causa da transgressão, e o instrumento de todo o mal. É direito de todos discordar ou concordar.

Versículo 3. Nem nele tocareis - A mulher adicionou este trecho ao que DEUS havia falado antes? Alguns dos escritores judeus dizem que assim que a mulher afirmou isso, a serpente empurrou-a contra a árvore e disse: "Olha, tu a tens tocado, e ainda está viva; tu portanto, com segurança pode comer do fruto, pois certamente não morrerás".
Versículo 4. Certamente não morrer -
Aqui o pai da mentira mais uma vez aparece, e aparece contradizendo a afirmação de DEUS. O tentador, através da nachash, insinua a impossibilidade da morte de Eva, como se ele tivesse dito, DEUS te criou imortal, tua morte, portanto, é impossível, e DEUS sabe disso, pois como tu vives pela árvore da vida, então obterá aumento de sabedoria pela árvore do conhecimento.
Versículo 5. Seus olhos se abrirão - seu entendimento deve ser muito iluminado e melhorado; e sereis como deuses , kelohim, como DEUS, assim a palavra deve ser traduzida. Como a palavra original é a mesmo que é usada para apontar o Ser Supremo, Gênesis 1:1, tem aqui o mesmo significado, e o objeto do tentador parece ter sido este: convencer nossos primeiros pais que deveriam comer deste fruto, tornar-se sábio e poderoso como DEUS, (em conhecimento e poder), e ser capaz de existir para sempre, independentemente dele.

Versículo 6. A árvore era boa para se comer -
1. O fruto parecia ser saudável e nutritivo. E era agradável aos olhos.

2. A beleza do fruto tende a aguçar e aumentar o apetite. e árvore desejável para te fazer sábio,

3. Um motivo adicional - Vai agradar o paladar.

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 1 João 2:16.
A partir dessas três fontes todos os males naturais e morais surgiram: eles são exatamente o que o apóstolo chama o desejo da carne, a árvore era boa para se comer: o desejo do olho , que era agradável à vista, e o orgulho da vida ; era uma árvore desejável para dar entendimento. DEUS tinha, sem dúvida criado nossos primeiros pais sábios e inteligentes, e com uma grande capacidade e propensão adequados para aumentar o conhecimento. Aqueles que pensam que Adão foi criado sem conhecimento, têm tido uma visão muito falsa do assunto. Somos convencidos de que os nossos primeiros pais estavam em um estado de perfeição suficiente quando consideramos,

1. Que eles eram dotados de uma vasta capacidade de obter conhecimento.

2. Que todos os meios de informação estavam ao seu alcance.

3. Que não havia impedimento para a concepção mais direta da ocorrência da verdade.

4.Que todos os objetos de conhecimento, seja natural ou moral, estavam sempre à mão.

5. Que eles tiveram a mais forte propensão do saber, e,

6. O maior prazer em conhecer.

DEUS lhes abria a natureza da alma continuamente com entendimento de suas glórias ilimitadas e excelências, sem impedimento ou dificuldade, o que lhes dava um estado de perfeição! A consumação da felicidade! Este foi, sem dúvida, o estado e as condições de nossos primeiros pais. Apesar da transgressão, era natural que eles desejassem ser cada vez mais sábios. DEUS havia implantado esse desejo em suas mentes, mas mostrou a eles que este desejo deveria ser satisfeito de uma determinada maneira, com prudência e juízo regulando o exame cuidadoso do que DEUS queria para eles. Só DEUS sabe todas as coisas, sabe o quanto de conhecimento a alma precisa para a sua perfeição e felicidade crescente, até onde pode ir para não causar prejuízo e ruína. Há, sem dúvida muitos assuntos que os anjos poderiam saber, e que DEUS escolhe esconder deles, porque esse conhecimento tenderia não à sua perfeição, nem à sua felicidade.
Tais limites de DEUS, são atribuídos desde o início:
Versículo 7. Os olhos de ambos foram abertos
Eles agora tinham uma ideia clara e suficiente do seu pecado e loucura em desobedecer a ordem de DEUS, podiam discernir entre o bem e o mal, e qual foi a consequência? Confusão e vergonha foram geradas, pois a inocência foi perdida e a culpa surgiu.
Vamos analisar agora a queda e seus efeitos.
1. Do Novo Testamento aprendemos que Satanás se associou com a criatura que traduzimos por serpente, no original nachash, canal usado para seduzir e arruinar a humanidade; 2 Coríntios 11:3; Apocalipse 12:9 ; 20:02 .

2. Essa criatura era a mais adequada para essa finalidade, como sendo a mais sutil, a mais inteligente e esperta de todos os animais do campo, dotada por satanás com o dom da palavra e da razão, e, consequentemente, aquela em que ele poderia melhor se esconder.

3. Como Satanás sabia que, enquanto Adão e Eva dependessem de DEUS não poderiam ser arruinados, ele esforçou-se por seduzi-los a partir desta dependência.

4. Satanás fez isso através do desejo exagerado de Eva por aumento de conhecimento, o mesmo de DEUS, para o qual DEUS não os havia dotado.

5. Para obter sucesso, ele insinua que DEUS, por motivo de inveja, tinha lhe dado a proibição de comer daquele fruto. DEUS sabe que no dia em que comerdes dele, sereis como ele.

6- Promete o que não pode cumprir - Certamente não morrereis.

7. Satanás manteve a ilegalidade dos meios usados para que Eva obtivesse o que desejava fora de sua vista, convenceu-a de que poderia se assemelhar ao próprio DEUS, e, consequentemente, ser autossuficiente, e totalmente independente dele. Ela ouviu, e fixou seu desejo apenas na boa promessa, negligenciando a ordem de DEUS, e pensando tornar-se sábia e independente em todas as áreas, sem DEUS, e então Eva tomou do fruto e comeu.
Vamos agora examinar os efeitos.

1. Seus olhos se abriram, e eles viram que estavam nus. Eles viram o que eles nunca viram antes, que foram despojados de sua excelência, que tinham perdido sua inocência, e que tinham caído em um estado de indigência e de perigo.

2.Embora seus olhos tenham se aberto para ver sua nudez, sua mente estava nublada, e seu julgamento confuso. Eles parecem ter perdido suas noções apenas de honra e desonra, o que era uma vergonha e que era digno de louvor. Foi desonroso e vergonhoso quebrar o mandamento de DEUS.

3. Parecem em um momento, não só ter perdido o senso de julgamento, mas também de reflexão: um pouco antes Adão era tão sábio que ele poderia nomear todas as criaturas que passavam perante ele, de acordo com suas respectivas naturezas e qualidades; - agora ele não sabe o primeiro princípio sobre a natureza Divina, que DEUS sabe todas as coisas, e que é onipresente, portanto, ele se esforça para esconder-se entre as árvores se esquecendo que DEUS tudo vê! Surpreendente é esta atitude! Quando as criaturas lhe foram trazidas ele poderia nomeá-los, porque ele podia discernir suas respectivas naturezas e propriedades; quando Eva foi trazida a ele pode dizer imediatamente o que ela era, e para que fim foi feita, embora ele estivesse em um sono profundo quando DEUS a formou. Mas, infelizmente! Como caíram os valentes!

Comparando seu estado presente com o seu estado passado, seu estado de antes da transgressão com o seu estado pós transgressão, perguntamos: é a mesma criatura? A criatura de quem DEUS disse, façamos a nossa imagem e semelhança? infelizmente, agora este é menor do que os animais do campo.

4. Havia agora uma sucessão ininterrupta até o presente momento. Todos os descendentes deste primeiro par são culpados por se assemelharem a sua degenerada antecedência, e irão copiar a sua conduta. O original modo de transgressão é ainda continuado, e o pecado original é sua consequência. Aqui estão as provas.

1. Todo ser humano se esforça para obter conhecimento por meios ilícitos, mesmo quando os meios legais e toda a ajuda disponível está à mão.

2. Todos se esforçam por ser independentes, e viverem sem DEUS no mundo. por isso a oração, a linguagem da dependência da providência e graça de DEUS, é negligenciada, eu poderia dizer detestada, pela grande maioria dos homens.

3. O ser humano está destituído do verdadeiro conhecimento de DEUS e procuram privacidade para os seus crimes, não considerando que o olho de DEUS está sobre eles, sendo apenas solícito para escondê-las dos olhos do homem.

Estas são algumas provas. Veja em Gênesis 3:10,12.
Versículo 8. A voz do Senhor - A voz é bem utilizada aqui, pois como DEUS é um ESPÍRITO infinito, e não pode limitar-se a qualquer forma , então ele não pode ter aparência pessoal. É muito provável que o tempo em que DEUS vinha para conversar com eles no jardim era no declínio do dia, leruach haiyom, na brisa da tarde, e provavelmente este foi o tempo que os nossos primeiros pais empregaram no mais solene atos de seu culto religioso, em que DEUS estava sempre presente. O tempo para este culto solene é novamente nos concedido, pois  DEUS está em seu lugar, mas Adão e Eva pecaram, e portanto, em vez de serem encontrados no local de culto, estão escondidos entre as árvores! Leitor, quantas vezes isso tem sido o seu caso! DEUS está encontrando você no local de culto?
Gênesis - Comentário Adam Clarke - Gênesis.

 

TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dvc-vencendotentacoes.htm 

A doutrina da queda do homem é precedida pela tentação, ou seja, por sua provação. Certo autor escreveu que "a causa última do mal não se encontra nem em DEUS, que é absolutamente SANTO, ou seja, a mais perfeita negação do mal, nem no mundo, criado bom em DEUS e para DEUS" (Tg l. l 3).

A- A PROPENSÃO PARA O PECADO

1. Propenso, mas não destinado. Como ser racional, o homem, em seu primeiro estado de inocência, desconhecia o pecado. A possibilidade para o pecado surgiu com a tentação. De fato, ele não havia ainda desenvolvido o seu caráter moral. Esta propensão para a transgressão não significa que o homem, inevitavelmente, estivesse destinado a pecar. Esta tendência baseava-se unicamente em seu Livre-arbítrio. Ele poderia, conscientemente, manter-se fiel aos limites do conhecimento que o Criador lhe deu, ou, então, rebelar-se contra esta lei, e partir para o outro lado.

2. O teste da tentação de Adão e Eva (Gn 2.9;16,17).
a) Surge o agente da tentação (Gn 3.1). O teste moral de Adão e Eva começou, por permissão de DEUS, com uma criatura feita pelo Criador, mas que, por rebelião tornou-se o maior opositor do Senhor e de toda a sua obra. Este ser foi criado como ESPÍRITO dependente do Criador, como os demais membros do mundo angelical. Esta criatura é Satanás ou Diabo; que não é igual a DEUS, mas surge diante de Adão e Eva, incorporado em inocente serpente que estava no jardim plantado por DEUS.

b) A trama satânica para engodar a Adão e Eva. Satanás sabia que não seria tão fácil convencer o casal a desobedecer a DEUS. Ele investiu, então, sobre a mulher, porque entendia que ela, como um ser mais frágil que o homem, facilmente cederia as suas provocações.

B- A QUEDA DO HOMEM, ATRAVÉS DO PECADO

1. O relato bíblico da queda do homem (Gn 3.1-12). A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi um relato teórico ou figurativo, mas um histórico da queda humana, por isso, entendemos que o pecado de nossos primeiros pais foi um ato involuntário de sua própria vontade e determinação. É claro que a tentação veio de fora, da parte de Satanás, que os instigou  a desobedecer à ordem de DEUS. Concluímos , pois, que a essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à vontade divina e na realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma transgressão deliberada ao limite que DEUS lhe havia colocado.

2. As três Áreas do autoengano que levaram à queda (Gn 3,6).
A primeira área do autoengano de Eva foi a fome instintiva, provocada pela palavra de satanás.
A segunda área de autoengano de Eva e Adão foi o desejo de grandeza, incitado por satanás, com a ideia de obter o entendimento do bem e do mal.
A terceira área do autoengano de Eva e Adão foi a satisfação através dos olhos, porque aquela Árvore "era agradável aos olhos".

O PROCESSO DA TENTAÇÃO

A tentação se constitui num processo que tem os seguintes passos:

1. Atração do desejo (v.14a). 

"Mas cada um é tentado, quando atraído..." 

Primeiro, vem a atração pelos sentidos: visão (1 Jo 2.16); audição (I Co 15.33); olfato; gosto ou paladar, e tato (Pv6.17).

2. Engodo (isca). 

A pessoa é atraída, seduzida e "engodada pela própria concupiscência" (desejo carnal) (v.14b). 

3. Concepção do desejo (da concupiscência). 

Na mente, nos pensamentos (cf. Mc 7.21-23), o desejo é concebido. Só se faz o que se pensa (v.15a). Nesse ponto, ainda se pode evitar o pecado. 

4. O pecado é gerado.

"Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado" (v.15). Ainda na mente, já nasce o pecado. Alguém pode adulterar só na mente (Mt 5.27,28). 

5. A consumação do pecado. (v.15b). 

"...e o pecado, sendo consumado, gera a morte. “A morte, aqui, é espiritual. Nesse ponto, só há solução se houver arrependimento, ainda. em vida. 

É importante entendermos esse terrível processo a fim de que nos resguardemos dele. Alguém já disse que ninguém pode impedir que um pássaro voe sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo de fazer um ninho nela. Isso ilustra o processo da tentação. Esta, em si, não é pecado. Pecado é praticar o que a tentação sugere. 

O que é tentação.

I. Definição

1. Massah, "teste". "provação". Palavra hebraica usada por cinco vezes. Deu. 4:34; 7:19; 29:3; SaL 95:8; Jó 9:23.

2. Peirasmôs, "teste", "prova". Palavra grega usada por vinte vezes: Mal. 6:13; 26:41; Mar. 14:38; Luc. 4:13; 8:13; 11:4; 22:28,40,46; Atos 20:19; 1 Cor. 10:13; Gál. 4:14; 1 Tim. 6:9; Heb. 18; Tia. 1:2,12; 1 Ped. 1:6; 11 Ped. 2:9 e Apo.3:10.

3. Peirázo, ''testar'', "submeter à prova". Vocábulo grego que ocorre por trinta e seis vezes: Mal. 4:1,3; 16:1; 19:3; 22:18,35; Mar. 1:13; 8:11; 10:2; 12:15; Luc. 4:2; 11:16; João 6:6; 8:6; Atos 5:9; 9:26; 15:10; 16:7; 24:6; 1 Cor. 7:5; 10:9,13; 11 Cor. 115; GáI. 6:1; 1 Tes. 3:5; Heb. 2:18; 3:9 (citando Sal. 95:9); 4:15; 11:17,37; Tia. 1:13,14; Apo. 12,10; 3:10.

No original grego, tentação é "peirasmos", que significa "teste", "provação", "tentação para a prática do mal".

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 350-351.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

A TENTAÇÃO E A QUEDA

Neste capítulo temos a história da desobediência do primeiro homem, sua queda e expulsão do jardim do Éden. Muito se tem escrito sobre a história deste capítulo e os escrúpulos de alguns teólogos em figurar DEUS colocando no jardim, entre as frutas boas, uma que em si tinha o gérmen da morte. Dizem que se trata de uma parábola e não de uma história verídica. As muitas referências ao jardim e à queda do primeiro homem, porém, não oferecem dúvida quanto à historicidade da narrativa. A árvore da ciência do bem e do mal não seria em nada diferente das outras árvores. O que a tornava especial era a recomendação do Criador para que não comessem de seu fruto. Esta árvore não tinha em si mesma o poder ou qualidade de dar conhecimento do bem e do mal. Este conhecimento veio após a transgressão. A árvore era um meio de provar a fidelidade e a obediência do primeiro homem. Obedecendo a DEUS, Adão continuaria inocente; desobedecendo, pecaria, e deste pecado viria a consciência do mal. Até ali só tinha consciência do bem, mas a sua transgressão lhe trouxe o conhecimento do mal. Caiu do seu estado original, cuja suprema diretriz era servir e honrar seu Criador. Agora que tinha tomado outro curso, ficou sujeito a servir, por sua própria deliberação, debaixo da influência do anjo tentador.

O Tentador

A serpente era mais astuta que todos os outros animais. Não somente era astuta, mas, possivelmente, tinha mais beleza do que os outros animais. Satanás não usaria um instrumento reles para a perpetração de seu crime. A maldição divina reduziu a serpente ao que ela é hoje, um animal abjeto. Crêem alguns comentadores que ela andava ereta, e não de rastos como agora, e que tinha a faculdade da palavra articulada, mas talvez seja exagero. Na maldição que DEUS pronunciou sobre ela, foi condenada a "andar sobre o seu ventre", o que parece favorecer a ideia de que antes andava ereta.
O vocabulário bíblico é extenso e descritivo, dando a serpente como animal perigoso, tanto no veneno mortal, como também pela malignidade e astúcia. Em certos países orientais, a serpente é adorada, e no Egito era usada como símbolo de imortalidade e do deus benéfico "Kneph". Os fenícios, gregos e romanos a tinham como emblema de poder beneficente. Moisés obrou o primeiro milagre no Egito convertendo sua vara em cobra, para pôr este meio castigar a idolatria da serpente no Egito.

Na Bíblia ela é descrita de três formas:

(1) como animal venenoso;
(2) como símbolo de Satanás;
(3) como símbolo da malícia.

(Ver Gênesis 3:1; 4,9:17; Prov. 25:32; Ec.10:8; Is. 59:5. Simbolicamente é empregada em II Cor. 11:3; Ap. 12:9,14,15; 20:1-3, 7-10; Mat. 23:33.)
O Zoroastrianismo consagra uma boa parte de seu ensino à serpente, crendo que o espírito maligno, Arimã, botou a perder a formosa região preparada no princípio pelo espírito do Bem, Ormuz, e que foi Arimã, espírito mau, que se encarnou numa serpente, para ensinar o homem a pecar. Como o Zoroastrianismo, todas as religiões orientais relacionam a queda do homem com a serpente.
O que ela era não podemos saber perfeitamente, mas não resta dúvida de que o relato bíblico encontra eco em todos os povos primitivos, em relação à queda da humanidade. Não é possível que uma mera parábola, como querem alguns comentadores, tivesse ganho lugar tão saliente em todas as religiões étnicas e bíblicas.

A Tentada e o tentado

O homem não foi tentado, mas a mulher, sendo tentada, seduziu o homem. Satanás procurou a mulher, em lugar do homem, talvez porque soubesse que não seria bem-sucedido com Adão. Se somente Eva tivesse comido do fruto, não teria a raça caído, mas esta comeu, gostou e ofereceu ao companheiro. Este, por sua vez, sendo tentado, não resistiu, e arrastou consigo a sua posteridade. O concerto tinha sido feito com Adão e sua posteridade, incluindo Eva mesma. Parece que Eva ignorava a gravidade do ato que havia praticado. Não sentiu que estava nua. Que ela sabia haver DEUS proibido comer o fruto, não há dúvida, mas a gravidade da transgressão, parece que não conhecia. O tentador tinha usado uma forte argumentação, e ela não se mostrou invulnerável; entretanto, demorou mais em ceder do que o próprio Adão. Primeiro o tentador mostrou-lhe que não era justo DEUS excluir uma árvore dentre muitas outras, para dela Adão não fazer uso. Foi uma forte insinuação. Vencida neste ponto, foi fácil mostrar que DEUS não tinha sido franco com o homem e a mulher. Satanás acusa DEUS de desonestidade, em negar ao homem um dos primeiros privilégios: ser igual a DEUS mesmo, conhecendo o bem e o mal. Por outro lado, Satanás acusou DEUS de ter faltado à verdade ao dizer que morreriam no dia que comessem do fruto, quando, disse o tentador, não morrereis, mas ficareis mais sábios. Estes argumentos venceram "Isha", e ela, olhando para a árvore, viu que em nada diferia das demais e, com o desejo de provar, comeu, achou bom e levou o fruto ao companheiro. Se Adão estivesse junto da companheira, talvez ela não caísse.

Onde estaria ele? Nada oferece melhor garantia à família e à sociedade como a contínua comunhão entre marido e mulher. Notemos, portanto, que a tentação de Eva foi externa e interna. Passou por uma operação mental, pela qual Adão não passou. Ela lhe ofereceu o fruto, e ele comeu. Não há dúvida de que Eva lhe relataria que um anjo de DEUS veio com uma mensagem muito interessante, sobre a verdadeira natureza da árvore, e que tinha aceitado os conselhos, tinha comido e nada de anormal tinha acontecido; portanto, ele também podia comer. É certo, pois, que a raça caiu em Adão. Mal ele comeu, notaram ambos que estavam nus. A consciência de falta foi materializada na nudez, e esta foi o reflexo da transformação de suas naturezas de seres inocentes em seres pecadores.

A Punição

Jeová costumava visitar o primeiro casal ao cair do dia, para conversar com ele. Até aqui a vinda de Jeová era esperada e desejada, e era motivo das mais íntimas alegrias, porém agora era motivo de horror. Adão e Eva esconderam-se de DEUS, mas, como diz o Salmista, onde poderiam eles esconder-se? O diálogo entre DEUS e Adão é interessante. Adão parece botar a culpa do pecado em Eva, mas não é assim. Ele simplesmente diz que ela lhe deu do fruto, e ele comeu. Há, certamente, um pouco de desculpa nesta expressão: "A mulher que me deste ..." A mulher, por sua vez, botou a culpa na serpente. Mas desculpas não desculpam, e a sentença é terrível.

(1) A serpente foi amaldiçoada por ter servido de instrumento a Satanás. Entre todos os animais do campo não há outro que provoque mais medo e repugnância. Os próprios animais desta família, que não são venenosos, são repugnantes e repelentes.
(2) A mulher teria prolongadas as horas de sua maternidade, acompanhadas de cruciantes sofrimentos. Não somente isto, mas sua independência terminou aqui; doravante, ela seria sujeita a seu marido, a ponto de todo seu desejo convergir para ele. A degradação a que tem sido submetida a mulher por mais de 5.000 anos é um atestado da punição que recebeu. Somente o cristianismo a restaurou à sua original posição de ser livre, bem assim, o homem. Em todos os países onde não é conhecido o cristianismo a mulher é privada dos mais elementares direitos de liberdade. Na China, há hoje milhares de meninas de menos de 10 anos de idade que os pais já casaram com outros meninos da mesma idade. Não lhes é reconhecido o direito de escolher marido. A maior desgraça que pode visitar um lar é o nascimento de uma menina. É sinal de desagrado da divindade para com os pais. A mulher que tiver três meninas seguidas pode ser repudiada pelo marido, e se torna merecedora de todo escárnio social. Os próprios judeus, que se avantajavam grandemente a qualquer outro povo em assuntos sociais, tinham um padrão baixo para a mulher; e a própria Bíblia lhe consigna privilégios rudimentares, em competição com o homem. Só JESUS CRISTO, o segundo Adão, levantou a mulher ao seu original estado de verdadeira companheira e ajudadora do homem.

(3) O homem foi punido com a pena de prover seu sustento com fadigas e aflições, colhendo da terra espinhos e cardos, em vez do bom fruto. Foi forçado a continuar esta luta, até que voltasse à mesma terra donde havia sido tomado. A morte foi o salário da sua falta. Adão foi criado para viver eternamente, mas sua transgressão ganhou a morte, a esta viria depois de um período de agonias, desapontamentos e tristezas.
Quanta coisa uma pequena falta produziu! É que para DEUS não há faltas pequenas e grandes. Sua metragem é uma só, sua balança não tem mais que um peso, e seu dicionário só tem uma palavra que descreve nossa atitude de rebeldia para com Ele: PECADO.
(4) A terra foi amaldiçoada por causa de Adão. A maldição converteu este planeta, do Éden, num vale de lágrimas. Tinha sido criado com todos os seus ornatos, para gáudio do rei da criação, mas num momento foi revogada a lei e convertido num palco, onde os mais tétricos dramas se haviam de realizar. Bom é que não pensemos nas multiformes tristezas que andam pela terra, visitando os pobres filhos de Adão, herdeiros de tão fatídico legado, e que só pensemos no bem que o Benigno Criador permite gozarem os que piedosamente se conformam com o seu governo, a fim de não agravarmos a situação a que fomos atirados por nosso primeiro pai.

A Promessa

No meio de todas as aflições com que DEUS puniu a falta da mulher, encontramos uma promessa consoladora, o gérmen de todas as promessas futuras. A humanidade está arruinada e diante de um novo programa de dores e aflições. Mas o Criador divisou um remédio que cortaria os efeitos do veneno mortal que acabara de ser inoculado na novel raça. Se DEUS não tivesse um remédio tão eficaz, talvez, na sua infinita bondade, tivesse desviado o plano do tentador. O verso 15 dá-nos o primeiro som do evangelho, e tem por isso sido classificado como o "protoevangelho". Da semente da mulher sairia um que esmagaria a cabeça da serpente. A tradução da Vulgata (Bíblia usada na Igreja Católica) dá a mulher como sendo quem esmagaria (ver cap. 12 de Ap.) a cabeça da serpente, mas tanto a tradução de Figueiredo, como a Brasileira são fiéis ao original, onde se lê que não a mulher, mas a sua semente, esmagaria a cabeça da serpente. Alguns acham que esta profecia não se refere, tampouco, a CRISTO somente, mas a todos os crentes nele.

Em certo sentido, é aplicável a toda nova criação, visto que, pelo poder de CRISTO, estamos continuamente destruindo os planos da serpente, o maligno, mas quem cumpriu esta promessa e profecia foi CRISTO. A linguagem devem entender-se de acordo com a terminologia bíblica. Prat pensa que a mulher aqui descrita é a Igreja, e em favor de sua teoria cita o capítulo 12 de Apocalipse, em que a mulher, que estava para dar à luz, foi perseguida pelo Dragão, a antiga serpente; seu filho foi arrebatado para o céu, e a mulher fugiu para o deserto. Se este ponto de vista é correto, ainda fica de pé que foi a semente da mulher que, direta e indiretamente, esmagou a cabeça da serpente. Todo o poder da Igreja de CRISTO dimana de CRISTO mesmo, e não de nós, porque foi Ele quem venceu Satanás. Com esta presunção é que o papado desloca CRISTO e coloca a Igreja como vencedora e mesmo salvadora, pois que, estar fora dela é estar perdido.

Novo Nome Dado à Mulher
Já vimos que Eva tinha por nome "Isha", que significa "parte" ou "derivação do homem". Agora, ela recebe o nome de Eva, que significa "mãe dos viventes", sua posição de igual com o homem foi reduzida, em virtude do pecado cometido, mas, em compensação, recebe outra missão, que lhe era desconhecida. Isto não significa que não seria mãe de toda a raça mesmo no caso de não haver transgressão, visto que DEUS lhe dera a comissão de crescer e multiplicar, mas esta missão surge agora em condições diferentes e termos antes ignorados. Entre todas as honras que podem assistir à mulher, não há outra igual à maternidade. Ser mãe é o maior dos privilégios da mulher, e só a corrupção, que tem acompanhado o progresso da humanidade, é responsável pela profanação e desrespeito a quem tem sido submetida a propagação natural da raça, evitando-se por todos os artifícios, o lícito crescei e multiplicai-vos.

Primeiro Sacrifício

Quando Adão e Eva se viram nus, fizeram para si aventais de folhas de figueira. DEUS, porém, os proveu de coisas mais duráveis: fez túnicas de peles de animais para os vestir. A sua nudez, símbolo do pecado, foi por DEUS mesmo coberta. Matou alguns animais, para com as peles cobrir a falta do primeiro par. Faz-se mister o derramamento de sangue, para cobrir uma falta grave. Para que a transgressão de Adão não continuasse visível, teve que haver morte de animais inocentes.
A declaração é feita sem preâmbulos e em termos tão singelos que o teólogo apenas pode tirar ilações; mas não haverá quebra de doutrina ou preceito, se virmos neste caso o protótipo do cordeiro pascoal no Egito, cujo sangue inocente fez que o anjo exterminador passasse de longe; bem como, este cordeiro pascoal é o protótipo do "Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo".
A doutrina da substituição é clara em todo o Velho Testamento. As peles destes animais substituíram a inocência perdida por Adão e Eva. Há alguma dificuldade para saber o que foi feito da carne daqueles animais, visto como ainda não era conhecido o ritual de oferecê-la sobre o altar. Moisés não nos diz como DEUS fez, mas sim que Ele fez. Que a origem do sacrifício deve remontar a esta época, não resta dúvida, - visto que Abel, pouco tempo depois, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho, um sacrifício a Jeová. Conforme a lei de Moisés, a pele dos animais pertencia ao sacerdote que oferecia o sacrifício (Lev. 7:8). Quando DEUS instituiu o primeiro sacrifício, reservou para si as peles, com que fez as túnicas de Adão e Eva. Este sacrifício à porta do jardim do Éden perdido é a primeira prefiguração do grande sacrifício do Calvário - a porta do Éden reconquistada.

A Expulsão do Éden

Ainda que o pecado de Adão houvesse sido coberto, DEUS vindica sua autoridade, expulsando do Éden o primeiro par transgressor. No Jardim, DEUS havia colocado uma árvore, cujo fruto era o antídoto do fruto da ciência do bem e do mal (Árvore da vida). Árvore, talvez, igual às outras, mas com um desígnio especial no altíssimo plano de DEUS. Para que Adão não lançasse mão deste fruto, foi expelido do jardim. Tinha se tornado indigno da confiança divina de tal modo que sua penetração ali era impossível, por causa da espada flamejante que se volvia em todas as direções.

Qualquer que fosse a virtude da árvore da vida mencionada aqui e em Ap. 22:2, parece que era imprópria para um corpo irregenerado. O primeiro Adão fechou a porta do jardim do Éden, e o segundo abriu-a e restaurou o pecador ao privilégio primitivo de participar daquela árvore.

Os Efeitos Mentais do Pecado

Convém notar o que o verso 22 diz: "Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o mal", disse Jeová. Parece que DEUS conhece o mal no mesmo sentido de Adão. Há, porém, diferença. Adão conheceu o bem e o mal por experiência; DEUS não pode ter qualquer experiência do mal, reconhece apenas sua existência e atuação. Até aqui Adão era inocente, não tinha a menor experiência do pecado nem era onisciente, para conhecer o que estava além do seu conhecimento e experiência. Aqui novamente Jeová usa o pronome "nós", "como um de nós". A expulsão envolveu a sentença de morte e sofrimento. Um futuro cheio de aflições e dores acompanhou a saída dos dois transgressores do jardim.
Crêem alguns exegetas que o corpo de Adão não era imortal; estava sujeito à decadência como tudo que é terreno. Para evitar essa decadência e consequente morte, DEUS tinha provido o jardim da árvore da vida , com cujas folhas o homem evitaria a decadência física e a morte. Depois do pecado, a vida contínua seria uma calamidade, em virtude dos sofrimentos a que ficou sujeita a raça. Por isso, DEUS expulsou o homem do jardim, para que não tocasse na árvore da vida e vivesse para sempre. A ser verdadeira esta interpretação, há nela mais uma prova da bondade do Criador, não permitindo que a raça humana ficasse perenemente sofrendo. A morte deixa de ser uma calamidade, para ser uma bênção, pois que liberta o mortal de uma situação de dores intermináveis.

A "árvore da vida, cujas folhas servem para a saúde das nações" (Ap. 22: 2), a que se refere o último livro da Bíblia é mencionada em circunstâncias análogas às existentes antes da queda, o que parece robustecer esta interpretação. Ali não há mais morte, dores ou sofrimento de qualquer espécie. A harmonia volta a reinar no universo e CRISTO é o Supremo rei da cidade da vida. Há, inegavelmente, uma admirável harmonia nos dizeres do Gênesis e do Apocalipse. No primeiro, há uma situação irremediavelmente perdida, pela introdução do pecado no mundo; no segundo, uma situação inalteravelmente bendita, pela remoção do pecado do mundo e da vida.

Além da espada flamejante, DEUS colocou ali um dos querubins. É difícil determinar a natureza e ofício destes seres. Além deste caso, a palavra ocorre 73 vezes na Bíblia: 44 vezes em referências aos símbolos que foram colocados sobre a arca do concerto e 19 vezes no livro de Ezequiel. Em Isaías 6, estes seres aparecem de uma maneira especial. O mais que sabemos deles é que eram mensageiros de DEUS. É isto que significa o termo "anjo". Querubim parece ser uma ordem superior à dos anjos, apesar de às vezes aparecerem indiscriminadamente. A terminologia bíblica favorece a ideia de ordem gradativa entre os seres angélicos.

A nota predominante no terceiro capítulo de Gênesis é o pecado. Pela primeira vez vemos sua introdução e atuação na vida dos primeiros seres racionais. Como uma luz brilhante nas trevas, surge a promessa e a consequente redenção. Todo o resto da revelação divina é saturado com os efeitos do pecado em suas muitas formas, atos e manifestações. O Velho como o Novo Testamento oferece um vasto campo teológico ao estudante que deseja conhecer como o mundo está saturado de idéias e pensamentos pecaminosos. Farta linguagem descritiva de todos estes fenômenos encontra-se em ambos os Testamentos. O estudante não deve esquecer que o vocábulo "pecado" é religioso e tem significado religioso.

Pecado e "crime" são sinônimos, se bem que em campos ou esferas diferentes. O primeiro se relaciona invariavelmente com os atos do homem em relação a DEUS; o segundo, em relação à lei civil. A palavra pecado, propriamente, significa "errar o alvo", isto é, DEUS tem posto diante de cada indivíduo um ideal, um programa, um padrão para ser alcançado, para servir de modelo na vida, mas o homem falha, não atinge o ideal, e o pecado é a causa. Daqui decorre toda sorte de desvios e sinuosidade em que se perde o homem. Isto é o pecado. Há outros significados que indicam ilegalidade, dessemelhança com DEUS, apostasia, iniquidade etc.

Pecado, pois, em qualquer de suas formas, é "crime" e merece ser punido. Não se pode conceber quebra de preceito legal sem pena. Por isso o código prescreve deveres ou leis e penalidades. O crime, porém, não afeta senão o ser físico, enquanto o pecado atinge o físico e o moral, envolve o coração. O crime é uma quebra de preceito humano e só pode ser passível de pena nos limites humanos, enquanto que o pecado, por seus motivos espirituais, atinge o espírito. Este não é uma quebra de preceitos humanos, mas divinos; não só atinge o físico, mas também o espiritual. Seus efeitos, pois, são carnais e espirituais. O juiz é a divindade ofendida, que vindica a lei e a justiça, pune tanto no físico como no espiritual. O pecado não pode ser punido somente no físico porque envolve a quebra de leis morais e escritas no coração (Romanos 1:28-32). O homem peca por determinação, consciência e inconsciência. Para remediar esta falta, que escapa aos próprios atos volitivos, o sistema levítico fez provisão para os pecados por ignorância (Lev. 4:14-20, 31; Sal. 19:12; Rm. 7:9, 10).

"O pecado", diz o Dr. Stroing, "não é meramente uma caixa negativa ou ausência de amor a DEUS. É uma escolha positiva, fundamental, ou uma preferência egoísta em lugar de DEUS, como objeto de afeto e supremo fim. Em lugar de fazer de DEUS o centro da vida, entregando-se incondicionalmente a Ele e possuindo sua vontade subordinada a DEUS mesmo, o pecador faz de si mesmo o centro da vida, põe-se diretamente contra DEUS e constitui seus próprios motivos e sua própria vontade e regra suprema. Ao mesmo tempo que o pecado é um estado de não conformidade com DEUS, em princípio, em realidade é oposição a Ele, como um ato de transgressão às suas leis; a essência desse ato, em toda parte, é a glorificação própria. Em outras palavras, o pecador põe-se a si mesmo onde se deve pôr DEUS". Strong, Teologia Sistemática, Vol. II.

Esta descrição leva-nos à consideração de uma pergunta muitas vezes feita: - Qual a origem do pecado? O autor não se propõe a resolver o problema, nem a esclarecer as coisas que DEUS mesmo deixou irresolutas. Podemos filosofar, raciocinar, aprender muita coisa, mas temos que reconhecer nossa incapacidade para penetrar todos os assuntos. A Bíblia é simples e clara em declarar onde e como o pecado se originou, mas não vai além disto. O problema que a existência do pecado envolve fica por explicar. O pecado, sabemos, originou-se com os anjos. Os anjos, como o homem, foram criados livres agentes morais, possivelmente submetidos a uma lei de provação. Daqui sua possibilidade de obedecer e ficar firmes ou desobedecer e cair. A maioria deles ficou firme; são os chamados anjos eleitos (I Pedro 1:12). Muitos, porém, caíram e perderam o primitivo estado de inocência. Desses anjos caídos, Satanás é o chefe. Não permaneceu firme na verdade (João 8:44). O orgulho parece haver sido a causa de sua derrota (1 Timóteo 3:6). Este anjo caído tem, na Bíblia, diversos nomes, como Lúcifer, que significa "filho da manhã"! Isto indica que era anjo brilhante e poderoso, mas perdeu esta posição e tornou-se Satanás, que significa "adversário". Como Belzebu, é príncipe dos outros anjos caídos. Como Diabo, seu nome indica tudo que pode ser falso. Para o homem, acusa a DEUS. Para DEUS, acusa o homem (veja o primeiro capítulo de Jó). É também chamado tentador, em sua atividade destruidora. Seu programa é demolir, destruir, tanto os planos de DEUS, como o homem; seu programa final é a anarquia do governo divino.

Conhecendo, assim, onde o pecado se originou, indaguemos como se originou. DEUS não é autor do pecado. Satanás é o seu autor. Perguntará alguém: Quem criou Satanás? Ninguém. DEUS criou um anjo; este rebelou-se e tornou-se Satanás. DEUS o criou livre para agir, obedecer ou desobedecer e foi esta faculdade de escolher que deu origem à transformação de um anjo inocente em Demônio. A escolha foi a ocasião do pecado. Perguntará ainda o leitor: "Por que não criou DEUS os anjos sem faculdade de escolher?" Se eles fossem criados assim, seriam meras máquinas, e nunca seres livres. Por que Satanás se revoltou e quando a Bíblia não diz. Parece que o orgulho foi que deu lugar à queda; mas, qual a razão desse orgulho? Não se sabe. Mistério!!! O mundo espiritual está envolto em mistérios que a mente humana não pode penetrar nem discutir. Sabemos tudo que é necessário e essencial, mas o porquê das coisas não essenciais DEUS reservou para si.
Outro grande problema, talvez o mais difícil, é a permissão que Satanás tem para prosseguir em sua obra destruidora. No infinito plano redentivo de DEUS há lugar para o Demônio exercer suas atividades; mas, afinal, os resultados dessas atividades são contra Satanás mesmo. No livro de Jó notamos a liberdade que, DEUS lhe deu para destruir a felicidade de Jó, mas esta liberdade é reduzida e limitada, e, afinal, Jó é restaurado à sua original abundância e conforto e Satanás logrado no seu plano. Reconhecereis que todo o mal que o maligno pode causar temporariamente ao homem provoca bênçãos que de outra forma não seriam apreciadas. Tudo está baseado no grande plano redentivo de DEUS.

Em conclusão, Satanás caiu por sua livre escolha e tornou-se o primeiro pecador, o pai do pecado e da mentira. O homem, por sua livre vontade, caiu, depois de ser tentado, e legou-nos essa triste herança.
Todo o problema está baseado na livre escolha, tanto dos anjos como dos homens. O livre arbítrio é o maior patrimônio da humanidade, mas como todas as coisas nobres envolve tremendas responsabilidades.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

 

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Lição 5 - Caim Era do Maligno

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 4.1-10

1 - E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 6 - E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 9 - E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 10 - E disse DEUS: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.

 


Resumo da Lição 5 - Caim Era do Maligno

I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente da mulher.
2. O agricultor.
3. A apostasia de Caim.

II - O CULTO DE CAIM

1. O sacrifício rejeitado.

2. A atitude interior reprovada.

3. O pecado sempre presente.

III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO

1. O crime.

2. O álibi.

3. A marca do crime.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top2
"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria, sem se submeter a DEUS. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo: 'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à vontade de DEUS" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28).

 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou Caim a odiar Abel?
O fato da oferta de Abel ser aceita e a dele não.
Como era o culto de Caim?
O culto de Caim era para satisfazer o seu ego.
Por que o ofertório de Caim foi reprovado?
Porque seu coração era mau, cheio de inveja e ódio.
Que desculpa deu Caim ao Senhor?
Ele afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
Quais as características da geração de Caim?
Uma geração perversa e contumaz.

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 39.

Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos

 

SUGESTÃO DE LEITURA

Hermenêutica Fácil e Descomplicada, quem é Você para Julgar e Visão Panorâmica do Antigo Testamento

 

 

 

Comentários extras de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Caim ofertou e fez culto como todo mundo faz. Muito louvor, pregação, avisos, etc... Abel fez culto de adoração, ofereceu sua própria vida (animal em seu lugar)

Como o sangue desse animal prefigurava o sangue de JESUS na cruz e o sacrifício desse animal prefigurava o sacrifício de JESUS na cruz:

Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4

Primeiro. todos estavam expulsos do Éden, portanto no Éden ninguém mais entrou.
Segundo. os filhos de Adão aprenderam com seu pai a adorar a DEUS.
Terceiro. Um filho era adorador e puxou para o lado bom.
Quarto. O outro filho era do maligno. Prestou culto, nas não adorou. [Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]." (1 Jo 3.11,12)]
Quem estava em Caim sabia o que era matar e instigou Caim a matar seu irmão. Ele veio para matar, roubar e destruir. Roubou a paz dos irmãos, destruiu a família de Adão, matou a semente boa de Adão, seu filho Abel.

João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb 11.4).

Foi dada por DEUS a oportunidade a Caim de se arrepender e oferecer sacrifício como seu irmão, sacrifício legítimo, de adoração, com um coração contrito, cheio de paz e amor, mas Caim não atendeu a DEUS, antes saiu de perto de seus pais e foi embora para leste do Éden. Era um rebelde que alimentou ódio, inveja e até contra DEUS. deu lugar a Satanás. Veja que havia a possibilidade de Caim ser uma pessoa boa. Seu irmão foi um justo. Dois irmãos completamente diferentes. Um amava a DEUS outro era do maligno. Os dois tiveram a mesma oportunidade de escolher de que lado ficar. --- Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal; Deuteronômio 30:15

Ao invés de se arrepender CAIM:

1- Mentiu. 2- Deu uma má resposta a DEUS (irreverência, rebeldia). 3- Mentiu. 3- Desprezou a graça de DEUS. 4- Não creu no perdão de DEUS. 5- Ele mesmo se amaldiçoou depois de ser amaldiçoado. 6- Não acreditou na proteção de DEUS.

Caim é um exemplo de gente como Judas que traiu JESUS e depois foi tentar desfazer o engano. Se suicidou para não ter que se humilhar pedindo perdão. Caim mesmo se amaldiçoou várias vezes e não se arrependeu. -- Então disse Caim ao Senhor: É maior o meu castigo do que o que eu possa suportar. Hoje me lanças da face da terra, e da tua presença me esconderei; serei fugitivo e errante pela terra, e qualquer que comigo se encontrar me matará. DEUS não disse para ele ir embora, nem disse para se esconder da presença de DEUS, nem disse para ser fugitivo, nem disse para ser errante, nem disse que alguém o mataria, Tudo isso é resultado do pecado e de falta de arrependimento. É o desespero de uma alma ligada a Satanás.

Caim e Abel com certeza tinham conhecimento dos fatos sobre a expulsão dos pais do Éden. O interessante é que mesmo com Satanás solto e tentando a todos Abel não, não se corrompeu. Não se deixou dominar por Satanás, provando que Caim escolheu ser do maligno e Abel escolheu ser de DEUS.

Não adianta prender Satanás, quem quer ser de DEUS é e quem quer ser do maligno é. No milênio Satanás será preso mil anos e CRISTO governará e mesmo assim quando Satanás for solto atrairá milhares a si.

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. Apocalipse 20:7,8

Nessa história toda quem se deu bem foi Abel. Foi morar com o PAI, na eternidade (esse era mesmo o seu desejo ao adorar a DEUS).

 

O SINAL DE CAIM - Será???  -   Entre neste endereço para ver gigantes na terra

por Mário Renato Castanheira Fanton.

    Em Gênesis, capítulo 4 há a descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido a aceitação de Deus à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse pecado houve uma consequência, qual foi: …"Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra. …O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse"…. (Gênesis 4:11,12e15) Agora, passaremos a analisar qual seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar a falar de Noé no capítulo 6 de Gênesis, relata um fato interessante e misterioso, que, …"os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não permanecerá o meu Espírito para sempre com o homem, pois este é mortal; os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houvera na antiguidade"…. Duas teorias tem surgido para explicar o fato supra mencionado, porém somente a segunda parece-nos coerente, o que pretenderemos mostrar a seguir: A primeira diz, serem filhos de Deus, anjos, é isso mesmo, seres celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o fazem, pensam que, porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se perante o Senhor e logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os filhos aqui nesse caso, tem que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade. Porque esses não poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que comparecer perante o tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta nenhuma margem para tal interpretação, o que torna perigoso uma análise do tipo. Esses que assim pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6 combinado com Apocalipse 9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos textos mencionados, não precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles que se rebelaram juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos do céu. Todos nós sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas espécies(querubim, Serafim, arcanjo, etc…). Esses, referidos em Ap. 9:14, com certeza possuem diferente espécie da grande maioria, possuem graus diferentes de poder. Por isso, pelo fato de possuírem grandes poderes é que estão presos em cadeias, para que Deus os libertando façam todo o mau previsto em Apocalipse. Mas o que derruba por terra esta teoria é o que Jesus disse a respeito de anjos nos textos de Mt 22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu, todos nós seremos iguais aos anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em casamento, ou seja, não haverá a hipótese, dentre outras, de podermos relacionarmos sexualmente. Quanto a segunda teoria, bem mais coerente do ponto de vista Bíblico e será um ponto de apoio de nosso estudo, fundamenta-se nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25 descreve que Adão teve um outro filho com Eva, Sete. Este veio substituir Abel, seu irmão que houvera morrido. No versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer que Sete teve um filho, a qual pôs o nome de Enos, e foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele que invocar o Senhor será salvo. Portanto, sabemos que quem é salvo, consequentemente, se torna filho de Deus. Já que é assim, esses seres mencionados em Gênesis, por analogia ao versículo de Atos, são considerados filhos de Deus. Após o pecado de Caim e sua punição por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar numa terra ao Oriente do Éden, cujo nome era Node. Lá ele teve filhos, e a partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência de Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de Sete, filho de Adão, sendo que no final dessa última descrição há uma observação importante de que esse é o tempo em que os homens começaram a buscar a Deus. O capítulo 6 inicia falando sobre o relacionamento entre os filhos dos homens e os filhos de Deus. O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo 34 do livro de Êxodo diz para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles viessem a possuir a terra prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das suas filhas, para não se prostituírem após outros deuses. O que mais chama a atenção é que Deus usa o mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos (filhos de Deus pois era povo de Deus) e suas filhas (filhas dos homens, pois eram do mundo e adoravam outros deuses). O que vem a reforçar a ideia acima é o fato de que, após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais(Hb 11:7). Mas, como Deus destruiu a todos, exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26 que começara a invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não o tivesse, Deus os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam? Conforme descreve Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus(aqueles que invocavam o nome do Senhor) que as filhas dos homens(descendência de Caim. Pecadores que se retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram mulheres para si de todas as que escolheram. Fatos semelhantes a esse aconteceu também com: Sansão que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os filisteus, Dalila, se corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o vers. 1 emprega o termo: "filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito "gentios", mas não foi); Salomão (1 Reis 11:3). O que aconteceu com Salomão e Sansão também aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa, usada apenas para diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como muitos, erroneamente, pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma justificativa do castigo previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e 6. Se fossem anjos, a punição deveria vir apenas para eles e não para os homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas. Portanto, volto a afirmar que filhos dos homens são aqueles descendentes de Sete que começaram a invocar o nome do Senhor, e filhos dos homens são os descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora, passaremos a analisar o mérito do assunto. Vocês devem estar pensando, porque falar sobre Gênesis 6, sendo que o sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos estão intimamente ligados e antes de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas coisas preliminarmente. O versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, de quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens"….Por que será que há essa observação, quanto a gigantes, nessa passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é óbvio. Repare bem, como fala o texto: "que havia naqueles dias gigantes, e também depois…".Se já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos homens e os de Deus, da onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também os ter criado, posto que Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação diferente do ser humano normal?. Deus não criou os gigantes à toa, tem um objetivo, o de diferenciar uma espécie de humanos de outros. O texto acima mostra que eles já existiam na terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já existiam foram criados, para diferenciar Caim e seus descendentes do resto da população. O sinal colocado em Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo teriam que ter medo dele, para assim, não tentar matá-lo. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que já amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo desse sinal era: (GN 4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.". Tanto é verdade que quando Moisés enviou espias para Canaã, eles voltaram dizendo estar cheia de pessoas de grande estatura(Nm13:33), e no versículo 31 e 32 de Números, capítulo 13, também fala que Israel não podia atacar aquele povo, pois era mais forte, como também eram de grande estatura e a terra devorava seus moradores. Fato semelhante que ilustra essa ideia é, aquele em que Golias se apresenta para guerrear contra Israel e todos ao verem o gigante, espantaram-se e temeram muito (1Sm 17:11). É evidente, portanto, que a característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse. Mas, todos devem estar pensando como se explica o fato de haver gigantes na terra após a destruição dessa pelo dilúvio e preservação apenas da família de Noé. A explicação é simples. Do casamento dos filhos de Deus(descendentes de Sete) e os filhos dos homens(descendentes de Caim), saíram os homens valentes da antiguidade. Por que a Bíblia não fala exatamente que resultou dessa união, os gigantes? Porque há que se lembrar da lei da genética. Entendemos que a Bíblia diz apenas que, Deus transformou Caim em gigante e só. Seus filhos, poderiam ser ou não gigante, já que sua esposa era normal. Um exemplo é o de um casal que tem filhos, cujo marido é alto e a esposa baixa, há a probabilidade de a criança ser alta como o pai, ou baixa como a mãe. Assim também aconteceu com os descendentes de Caim, nem todos seus filhos e filhas eram gigantes, mas apenas alguns. Os descendentes (homens ou mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim possuíam em seu código genético "gens" de gigantes, podendo gerar filhos que fossem, conforme a genética atual explica possibilidades semelhantes, é obvio que se referindo a outras características. É claro que Deus ao fazer isso com Caim, não transformou apenas sua

estatura, mas também lhe deu mais força, proporcional ao seu tamanho, o que quer dizer que quem, dos seus descendentes, não fosse gigante poderia possuir a força de um. Isso explica o fato de a Bíblia falar em homens valentes da antiguidade. Significa que esses, eram apenas homens de grande força, daí a diferenciação que o texto faz entre esses e aqueles. Com a destruição da raça humana no dilúvio e preservação da família de Noé, como se explica o surgimento dos gigantes na nova terra de Noé e sua família, já que Davi lutou contra o gigante Golias, e também Josué e os espias viram gigantes na terra prometida? É importante estabelecermos, preliminarmente que, as pessoas que entraram na arca com Noé eram: Noé, esposa, três filhos e três noras. Foi a partir desses que surgiram os gigantes, posto que todos os demais humanos foram destruídos. Dentre os filhos de Noé não poderia haver "gen" de gigante, já que Noé foi o único justo num mundo corrompido e com certeza se assim foi, não teria ele feito como os demais e tomado mulher para si dentre aquelas dos filhos dos homens (descendentes de Caim). Se seus filhos não possuíam o "gen" de gigante, quem possuía? Com certeza, uma das esposas dos filhos de Noé. Essa esposa certamente era a de Cão, porque se formos analisar algumas coisas chegaremos à conclusão clara disso. Vejamos: 1) No capítulo 9, versículo 20 em diante do livro de Gênesis notamos uma passagem onde o filho de Noé, Cão, tendo visto a nudez de seu pai fez algo de muito errado, que a palavra não especifica, mas na qual lhe gerou uma consequência muito drástica: (Gn 9:25) "E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos." (Gn 9:26) "E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gn 9:27) "Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Para que Cão tenha cometido tamanho pecado, com certeza a influência da convivência com sua esposa (descendente dos filhos de Caim) o tenha levado a isso. 2) Outra evidência clara é que, se formos reparar a partir do versículo 6, do capítulo 10 de Gênesis, a Bíblia começa a descrever os descendentes de Cão. O interessante, a princípio, é de se observar que um dos filhos de Cão se chama Canaã. Se vocês se lembrarem, quando Deus chama a Abrão para ir para a terra prometida, a terra é a de Canaã (GN 12:5-"E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã."). Naquela época, quando a terra era desabitada e alguém a possuísse primeiramente, colocava-se o nome do conquistador ou de seu povo àquela terra. Exemplo claro disso encontra-se em Gênesis 4:17, onde Caim tem um filho e dá o mesmo nome da criança a uma cidade que acabara de edificar. Era costume de Caim, que passou a seus descendentes dar nome às cidades, semelhantes aos dos filhos, o que também se fez com Canaã. Ela inicialmente foi habitada pelo filho de Noé, Canaã, daí advém seu nome. E como defendemos ser a mulher de Cão uma descendente dele, nada mais óbvio, seus descendentes fazerem como faziam os ascendentes no passado. Era algo que se aprendeu com os antepassados. Mas, o que isso tem a ver com o tema em análise? Tem tudo a ver. Quando Josué foi espiar a terra prometida, a terra era a de Canaã, e lá eles avistaram os gigantes (Nm 13:28,33). Agora, como se explica o fato de haver gigantes na terra de Canaã? Então, diante de tudo que falamos, concluímos que esses encontrados naquela região eram os descendentes de Cão, filho de Noé, cuja esposa era descendente de Caim e também, talvez, podia não ser gigante, mas carregava em seu código genético o "gen" deles. O versículo 19 do capítulo 10 de Gênesis confirma tudo que foi dito, porque fala que o termo dos cananeus foi desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Laza. A terra de Sodoma e Gomorra é exatamente a planície que os espias avistaram e percorreram, ou seja, é o local da terra prometida. 3) Se observarmos ainda na genealogia de Cão em Gênesis, capítulo 10, versículo 14, encontramos que dentre os descendentes de Cão havia Patrusim, Casluim( donde saíram os filisteus). Agora, se verificarmos em 1Sm 17:4, a Bíblia se refere a passagem onde Israel iria guerrear contra os filisteus, até que surge no meio do povo dos filisteus um gigante, Golias, este que futuramente foi morto por Davi. O interessante é que no primeiro texto mencionado há a referência à origem do povo filisteu, que advieram dentre os descendentes de Cão. Outro ponto que merece destaque é que no versículo 11 do capítulo 17 se 1Sm observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto quando alguém lhe encontrasse (Gn 4:15). Diante de todo exposto, concluímos que o sinal posto em Caim foi transformá-lo num gigante, para que todos ao vê-lo ficassem atemorizados e com medo, não tentando, dessa forma matá-lo.

Será esse o grande segredo do sinal de Caim? Análise e tire suas conclusões! A bíblia só diz que foi um sinal colocado em Caim. Alguns dizem ser cor negra, outros sinal na testa, cada um pode imaginar o que desejar - A bíblia não nos dá luz clara sobre o assunto.

 

CAIM

Caim é o primeiro filho de Adão e Eva. Seu nome é derivado, de acordo com Gn 4.1, da raiz kanah, possuir, e foi dado a ele por consequência das palavras de sua mãe em seu nascimento: "Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR". Nenhuma conclusão séria pode ser extraída desta derivação. O livro de Gênesis, interessado no relato da origem das diferentes ocupações do homem, diz que Caim se tornou um homem da terra, enquanto seu irmão pastor de ovelhas. Ambos ofereceram ao Senhor um sacrifício de acordo com a analogia que seria mais tarde prescrita na Lei, sobre o poder de remissão do Criador. Caim ofereceu seus frutos da terra; e Abel as "primícias do seu rebanho e da gordura deste". De acordo com alguns significados não indicados no texto sagrado, talvez, tenha sido algum tipo de alusão ao fogo que consumiu a oferta de Gideão (Jz 6.21) ou de Elias (1Rs 18.38), Deus manifestou aos irmãos que Abel e seu sacrifício fora aceito por Ele; que, ao contrário, Ele rejeitou a oferta de Caim. Nós não falamos a respeito das razões dessa preferência. Enquanto as conjecturas do sujeito a que é mais aceita entre os comentaristas é a que foi incorporada à Septuaginta na versão do que Deus disse a Caim no verso 7: "Se não fizeres bem, o pecado jaz à porta". Isto implica que Caim cometeu a falta de apresentar a Deus ofertas imperfeitas, reservando para si mesmo a melhor parte do que produziu a terra. No entanto, Santo Agostinho, que estava sob a influência da Septuaginta, entendeu a passagem de outra maneira. Caim, nos diz ele, deu a Deus boa parte dos seus bens, mas não deu a Ele seu coração (De Civitate Dei, XV, vii). Isto está de acordo com a causa maior que geralmente desperta a preferência de Deus. A sequência da história nos mostra a disposição do coração de Caim para o mal. João diz que Caim invejava Abel, pois suas obras eram más, enquanto os do seu irmão eram mais justas (1Jo 3.12), e nós Lemos em Hebreus que "pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício que Caim" (Hb 11.4).
Caim irou-se com a rejeição divina. Nos versos 6 e 7 do capítulo 4 de Gênesis lemos a advertência e o aviso de Deus: "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo". O pecado é aqui representado sob a figura de uma besta selvagem rondando a porta do coração, pronta para atacar sua vítima. Caim era capaz de resistir à tentação, mas não foi, e a história bíblica continua no relato do terrível crime que nasceu do ódio e da inveja. Ele assassinou Abel. Questionado pelo Senhor onde estaria o seu irmão ele respondeu que definitivamente não sabia. Para vingar o sangue de Abel, Deus pronunciou a sentença do primeiro homicídio. O texto no hebraico pode ser traduzido como: "E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber o sangue do teu irmão" etc., ou "maldito serás sobre a terra" etc. Esta tradução refere-se à sentença que seria dita nas palavras seguintes: "quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força", ou seja, sua produção. Por último nos é relatado que este foi banido; este afastamento seria da terra onde seus pais moravam ou estivessem, como vimos em algumas passagens apresentadas. No momento da sentença, Deus continuou a manifestar sua presença de uma maneira especial, é falado que "saiu Caim da face do Senhor". (verso 16). A terra de exílio de Caim, para onde este seria orientado e guiado, numa vida vagante, é chamada no hebraico, a terra de Nod, e é dito que se situava ao leste do Éden. Como não sabemos onde o Éden se situava, a localização de Nod também não pode ser determinada. A punição parecia a Caim maior do que ele poderia suportar; nas suas respostas, as palavras expressavam medo de vir a ser morto; Deus deu-lhe a promessa de proteção especial à sua vida e colocou nele um sinal. Não há indicação para nós qual a natureza deste sinal. O único evento subsequente da vida de Caim, dito pela Bíblia, é a fundação de uma cidade chamada Enoque, após ter um filho com este nome. Um bom número de autores acha que esta tradição, que faz de Caim o primeiro construtor de cidades, não é compatível com a história relatada; eles dizem que isto é melhor entendido como um relato popular da origem das tribos nômades do deserto. Se nos colocarmos no contexto do autor de Gênesis, elementos que este entendia de um modo geral, não há razão para supor que ele estava errado em escrever palavras da maneira que ele entendia como "construção" de uma cidade por Caim. Comentaristas mais conservadores estão provavelmente mais corretos ao julgarem que a "cidade" de Caim não foi notável em importância.

Extraído de The Catholic Encyclopedia, Volume III (tradução livre)

 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)

No capítulo 4 temos, no princípio, o primeiro nascimento ocorrido na terra e o primeiro ato de cultor espiritual. Em Caim e Abel, temos dois tipos diferentes de adoradores; um, que julga poder adorar a Deus segundo seu próprio modo; e outro, conformando-se com o método divino. Abel aproximou-se de Deus por meio do sacrifício de sangue, e foi aceito; Caim, aproximou-se por meio estranho, e foi rejeitado. O culto, pois, dependia do estado do coração para com Deus. Podemos notar, de passagem, que Adão e Eva não tiveram filhos antes da queda, bem como os filhos de Noé, que, sendo casados, só tiveram filhos depois do dilúvio (10:1). O primeiro filho foi motivo de admiração e regozijo da parte do casal. Caim, que significa "Aquisição", foi uma prova de estabelecimento e validez de concerto entre Deus, Adão e Eva. É possível que eles julgassem ter perdido o privilégio recebido, de povoar a terra, em vista do pecado cometido. As próprias palavras de Eva - "Adquiri um homem com o auxílio de Jeová" - mostram que a promessa da semente estava realizada e que por meio desta semente havia de ser esmagada a cabeça da serpente.

É possível que eles julgassem ser este rapaz quem esmagaria a cabeça da serpente e restauraria o primitivo estado de pureza. É difícil afirmar ou negar. Depois nasceu Abel, que significa "Vaidade". O período entre o nascimento de Caim e Abel parece ter sido infeliz e cheio de desapontamentos, de modo que Eva começou a encarar a vida, ainda nos pontos mais brilhantes, como simples vaidade. Realmente, o futuro a convenceria ainda mais da crueza da vida, com a morte do próprio Abel. Estes dois filhos seguiram profissões diferentes e tinham temperamentos diferentes. A humanidade dividiu-se por diferentes caminhos. Caim era agricultor, e Abel, pastor de ovelhas. Ambas as profissões eram lícitas, mas a de Abel era mais de acordo com a natureza sacrificial. Ao cabo de dias, Caim trouxe, dos frutos da terra, uma oferta a Jeová; e Abel, dos seus primogênitos, ofereceu um sacrifício. A expressão "ao cabo de dias" sugere o dia do culto, o sábado. O lugar do culto e da manifestação de Deus parece ter sido ao Oriente do Jardim, conforme a expressão de Caim: "Eis que hoje me lanças fora da tua presença". Havia um lugar particular para Deus ali ser adorado. É interessante perguntar quem instruiu os dois filhos de Adão a oferecerem sacrifícios. Sem que possamos responder afirmativamente, o sacrifício data da ocasião da transgressão, quando Deus usou animais, para deles tirar as peles, a fim de cobrir Adão e Eva. É natural que daí em diante os dois primeiros habitantes da terra sentissem a contínua necessidade de comunhão com Deus, por meio do sacrifício, e que toda a família participasse deste culto. O espírito de sacrifício como meio demonstrativo de gratidão e acesso à divindade ofendida encontra-se em todas as religiões do mundo; e no V. T., muito antes de a Lei ser dada, encontramos diversos homens, em ocasiões diversas, oferecendo sacrifícios. O sacrifício é parte da natureza religiosa do homem, pois que ele é incuravelmente religioso, como diz Bastian.

Os Dois Sacrifícios - (Gên. 4:3-7)

Os dois sacrifícios eram de natureza diferente. Um era sacrifício de sangue e era feito com os primogênitos do rebanho, conforme a lei levítica, já em prática no tempo de Adão. A carne, com a gordura, era oferecida sobre o altar, na dispensação Mosaica, e, a julgar pelo ritual a que Abel se submeteu, parece que já existia o altar naquele tempo. O culto estava bem elaborado. Na falta de sacerdote, o próprio pecador oferecia sua própria oferta. Os dois sacrifícios não somente são diversos em si mesmos e com valor profundamente diferente, mas os próprios ofertantes são dois tipos diferentes. Crê-se que Caim não podia oferecer sua oferta de manjares, sem primeiro oferecer sacrifício de sangue, para expiar seu pecado, a fim de, depois, oferecer das primícias da sua terra. Se isto foi a causa de Deus não haver atentado para a sua oferta, é difícil dizer. Só há uma alternativa: ou a oferta não estava de acordo com o estado espiritual do ofertante, ou a oferta não foi acompanhada do espírito de adoração, e, neste caso, era uma simples formalidade. Parece que a última conjectura é a mais razoável. De qualquer forma, Deus aceitou uma e rejeitou a outra. Os rabis têm uma tradição de que Deus mostrou sua aprovação pela oferta de Abel fazendo vir fogo do céu e consumindo o holocausto, como no caso de Elias com os profetas de Baal. Este era, sem dúvida, um modo por que Deus aceitava o sacrifício de sangue, muitas vezes,, mas nunca aceitava desta forma a oferta de manjares. Se a tradição fosse verídica, explicaria por que Caim se irou, vendo que o fogo não consumia sua oferta, como tinha consumido a de Abel. Entretanto, é apenas uma tradição, que pode ser ou não verídica. O autor da carta aos Hebreus diz que, pela fé, Abel ofereceu melhor sacrifício do que Caim (Hb. 11:4). A rejeição da oferta parece ter sido devida ao coração de Caim. Ele não estava adorando o Criador, mas simplesmente conformando-se com o rito da família.

A ira e o ciúme abrasaram Caim, e o seu semblante caiu. Deus pergunta-lhe por que ficou tão irado, e diz: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti?" (Não terás levantado teu semblante?) A ira de Caim não era justificável; ele não tinha sido desprezado; se procedesse bem, continuaria a gozar dos favores divinos, mas, se procedesse mal, o pecado estava à porta, como um leão pronto a lançar-se sobre a presa. A última parte do verso 7 é realmente difícil de entender: " ... para ti será seu desejo, mas tu dominarás sobre ele." Há três maneiras de interpretar esta última parte do verso.

A primeira interpretação trata do significado da palavra "pecado" (se realmente significa pecado no sentido ordinário da palavra, ou oferta pelo pecado) e afirma que a palavra aqui realmente significa pecado. (Em hebraico as palavras pecado e oferta expiatória são iguais.) A segunda interpretação é que esta palavra significa "oferta pelo pecado". Ambos os significados são amplamente justificados na Bíblia. Se, portanto, traduzirmos a palavra por "oferta pelo pecado" ou "oferta expiatória", daremos à tradução do verso o seguinte: "Se não procederes bem, a oferta pelo pecado à porta." Isto é, à porta do curral, tens animais que podem ser oferecidos, como sacrifício pelo mal que fizeres; não fiques, pois, iracundo, há um meio aceitável para ti. Em resumo, a primeira interpretação diz que, no caso de a palavra significar "pecado" literalmente, então, este pecado está à porta, como uma fera pronta a saltar sobre Caim: " ... para ti será seu desejo, mas tu dominarás sobre ele". Este pecado será constante perseguidor de Caim, mas este conseguirá vencê-lo. A segunda interpretação diz que a "oferta pelo pecado" está à porta e pode ser usada sempre que precisar. Na terceira interpretação, alguns comentadores separam a última parte do verso 7 da primeira parte, e fazem que ela se refira à primogenitura de Caim. Caim julgou ter sido repudiado por Deus, havendo sua oferta sido rejeitada, e a consequência lógica seria ter sido despojado dos direitos da primogenitura. A ideia de que Abel agora passava a ser seu senhor, fez-lhe cair o semblante como reflexo do estado moral em que tinha caído, pela rejeição da oferta. Deus, que tanto via o semblante como o coração, divisou o móvel de toda a transformação e, para consolar o irado Caim, diz-lhe (parafraseando o texto): "Se fizeres bem, continuará a haver aceitação para ti; se fizeres mal, o pecado jaz à porta (segundo a primeira interpretação) e tu sofrerás as consequências de teu mau procedimento, ou (conforme a segunda interpretação), a oferta pelo pecado está à porta e teu mal pode ser expiado; não obstante tua falta agora, e tua falta possível no futuro, tu continuarás a dominar sobre teu irmão." "para ti será todo o seu desejo." (de teu irmão). O verso é difícil, mas a ideia é clara. Deus quer desviar a ira de Caim e evitar o terrível pecado que já estava começando a dominar o seu coração. Se Caim tivesse ouvido o conselho de Deus, qualquer que seja a verdadeira interpretação, continuaria na posse dos privilégios e bênçãos da primogenitura e a dominar sobre o irmão.

A última destas três interpretações parece ser a mais razoável e tem em seu favor a opinião dos melhores "scholars" e é a que o autor aceita, de preferência. A expressão “. para ti será todo o seu desejo e tu dominarás sobre ele" só pode referir-se a Abel e Caim, porque o pronome em ambos os lugares é masculino e não pode referir-se a pecado. Era natural a ira de Caim. Sua oferta tinha sido rejeitada, e a primeira coisa que pensou foi que tinha perdido a primogenitura. Deus intervém e mostra-lhe que não, que ele continuaria a dominar sobre Abel e este a ser seu servo. Esta promessa, entretanto, condicionada à conduta de Caim, tendo ele se desviado pelo crime que praticou, o chefe da família, após Adão, não foi mais Caim, mas Sete que veio em lugar de Abel. Por sua atuação, o primogênito perdeu a primogenitura, que teria passado a Abel, mas como este foi morto, passou para o seu substituto, Sete. A história da raça é clara sob este ponto de vista, confirmando, destarte, esta última interpretação.

O Primeiro Homicídio

Após a cena entre Deus, Abel e Caim, dá-se o primeiro homicídio na terra. A morte era ainda desconhecida; e foi Abel, o justo, o primeiro a prová-la. Caim tinha ficado irado contra seu irmão, e, a despeito da promessa consoladora de que ele não seria repudiado, esperou a primeira oportunidade para se ver livre de seu irmão. Abel era-lhe um estorvo, e era preciso removê-lo. Ele era incrédulo, e não tinha podido dar crédito às palavras de Deus. Abel tinha fé, e por isso seu sacrifício foi aceitável a Deus. Este fato é o primeiro conflito entre fé e incredulidade. A raça dividiu-se neste ponto, e está dividida até hoje. As maiores guerras têm sido guerras religiosas. A religião é um patrimônio da humanidade, e a falta dela é a causa de tantos conflitos. Daí em diante, duas linhas genealógicas podem constatar-se: a dos filhos de Deus, os homens religiosos, os crentes, e a dos filhos dos homens.

Adão e Eva estão começando a colher os frutos da sua falta. O primogênito tornou-se criminoso e proscrito, e o filho que pensavam ser da promessa estava morto. Jeová aparece a Caim depois do crime, e pergunta-lhe por Abel. A resposta revela a perversidade de Caim: "Sou eu o guardador de meu irmão?" Outro pecado, o da mentira. Todo criminoso é mentiroso. Ele bem sabia onde estava Abel, mas achou que era melhor responder que fosse perguntar ao pai e à mãe. Ele nada tinha a ver com a conduta de quem tinha pai e mãe. Vai perguntar ao pai e à mãe, eles devem saber onde ele está. Difícil era para Caim esconder o seu crime. Deus pergunta-lhe: que fizeste? "A voz do sangue de teu irmão clama até mim desde a terra". Não houve testemunha ocular, mas o próprio sangue do justo clamava. Há uma grande doutrina aqui. Era pelo sangue inocente que o pecador, no V.T., se reconciliava com Deus, e foi pelo sangue da aspersão, que fala melhores coisas que o de Abel, que Jesus se tornou mediador de um novo concerto.

Jeová, supremo juiz, pronunciou a condenação de Caim e expeliu-o da sua face. É a primeira maldição descarregada sobre um homem. Quando Adão pecou, Deus amaldiçoou a terra, mas não a ele; agora, porém, o pecado agravou-se de modo tal, a ponto de destruir a própria obra divina. A raça caminha a largos passos para a ruína. Caim não pode negar seu crime, e sua própria consciência lhe diz que a punição é maior do que se pode suportar, mas não maior do que ele merece. Considera-se indigno da presença de Deus e, como vagabundo, sem a proteção de Deus e do homem, será morto pelo primeiro homem que o encontrar, e para fugir à perspectiva, delibera ir para uma terra afastada, para evitar ser morto mais depressa.

Deus, porém, dá-lhe a promessa de que não será morto e Põe-lhe na testa um sinal. Duas coisas devemos notar aqui. A primeira é que a morte de Caim não expiaria seu próprio pecado. A Bíblia desconhece o costume pagão dos sacrifícios humanos. Além de outras razões, eles são incapazes de corresponder às exigências sacrificiais. A segunda é quanto ao sinal que Deus pôs em Caim. Este sinal devia estar em lugar bem conspícuo, de modo a poder ser visto ao longe. Alguém crê que foi um sinal preto e que daqui vem a raça escura, mas isto é mera suposição. A raça preta descende de Cão (Ham), filho de Noé, e não era possível que este sinal se reproduzisse noutra pessoa que nada tinha com o crime de Caim, e muito menos que Cão fosse escuro e os demais irmãos brancos.

A questão de cores deve relacionar-se com as condições topográficas, climatéricas e ecológicas. Está, pois, para ser respondida à pergunta sobre que sinal seria esse. O autor crê que foi um sinal bem visível e intransmissível.

A Mulher de Caim

Muitos crentes neófitos têm sido confundidos com a pergunta: Quem era a mulher de Caim? E não poucos críticos têm achado nesta simples narrativa suficiente material para crer que havia duas raças diferentes, uma, descendente de Adão e Eva, e outra, que tinha evoluído dos animais inferiores. Isto é ignorar propositada ou perversamente o estilo do autor e as condições da narrativa. Nada se diz de como nem de onde se originou esta mulher, mas é certo também que Moisés nada diz dos outros filhos de Adão e nem uma só palavra das filhas, não obstante dizer que teve filhos e filhas (Gênesis 5:4). A narrativa é circunscrita à linha genealógica e, portanto, deixa de parte tanto os personagens como os incidentes de valor secundário. Adão viveu 800 anos, depois que gerou o último filho mencionado, Sete, e, certamente, devia ter muitos outros filhos, nascidos antes e depois de Sete. A raça estava já espalhada no tempo em que Caim foi banido. Por outro lado, não é nada improvável que Caim tenha levado consigo sua mulher. Repugna-nos crer que levasse sua mulher, porque, neste caso, seria sua própria irmã, mas este era, indiscutivelmente, o caso. Ela podia ser sobrinha ou mesmo descendente em grau mais adiantado, mas, no caso de ser irmã, não seria ele o único a tomar por mulher sua irmã, visto que os primeiros casamentos só foram possíveis entre irmãos. Muitos anos depois desta história, Abraão se casou com uma meio irmã.

Tal prática é hoje condenável e proibida pelo código e é mesmo desnecessária. Não é, pois, preciso recorrer à existência de outra raça, visto a legitimidade naquela ocasião dos casamentos consanguíneos e a numerosidade admissível da prole adâmica. Caim, em chegando à terra de Node, conheceu sua mulher, e ela lhe deu Enoque. O verbo "conhecer" aqui tem significado conjugal e nada prova em favor da teoria de que ela desconhecia a Caim. Com o medo de ser morto, edificou uma cidade murada e deu-lhe o nome de seu filho Enoque.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP - CAIM E ABEL (Gênesis 4)

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - Adalberto Arraes 

LIÇÃO 4 - CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - GÊN. 4:1-15

Texto Áureo: — "O meu pecado é muito grande, para eu poder alcançar perdão— Gên. 4:13.

 

RESUMO DA LIÇÃO

Com a expulsão do primeiro casal do jardim, se iniciava uma nova era. DEUS não os tinha abandonado, como até hoje nunca o fez, mas usava agora outros caminhos, impostos pelo seu próprio amor, a fim de  poder assistir o homem, revelando-se a ele, pouco a pouco, até o dia em que viria o Seu  Filho, que no-lo faria conhecido, cheio de graça e de verdade.  A prole iniciada por Adão e Eva, no conhecimento vergonhoso  da sua mudez, eles a poderiam ter conseguido na santidade  e inocência em que foram criados, obedecendo o mandato  divino (1:28). O que ora faziam com conhecimento das trevas, poderiam ter feito em luz, pois todas as coisas são  puras para aqueles que não têm maldade.  Ah! Como nos tornamos miseráveis por esse conhecimento ignominioso do pecado 1 Porém dizemos como Paulo: — Graças a DEUS que nos dá vitória por nosso Senhor JESUS CRISTO.

 

I - Iniciava-se assim a era em que os homens destituídos da lei ou mandamento obedeciam mais ou menos o seu instinto já envenenado, embora seguidos ainda pelo Criador.

II - A revelação do homem para com DEUS, antes da queda, era direta e franca.

Após o tombo, porém, outro caminho urgia ser aberto. O homem podia agora chegar-se a DEUS pela fé. A fé, que vem de DEUS, é viva e substituiu o acesso à árvore da vida, o qual fora vedado ao homem. Relação com DEUS, significa vida, e para que isso se desse, teve DEUS de dar alguma coisa em lugar da árvore vedada; deu então a Fé, já viva, fé naquele que viria (3:15). "Ao cabo de dias", provavelmente nos sábados — (J. F. and Brown) os dois irmãos vinham a DEUS com seus sacrifícios e ofertas, e aí já vemos a tendência maligna de se justificar por obras. Enquanto que Abel não se valia do sacrifício, mas sim da fé, Caim, esperava algum mérito pela oferta, pois não dedicava o seu coração a DEUS. (Heb. 11:4). Nem mesmo durante a ulterior vigência da lei, o sacrifício

tinha importância capital, mas o que valia era o sangue derramado com a reverência de quem, pela fé, dissesse contrito: "Senhor aceita este sangue em lugar do meu que devia ser derramado."

Quem se julgasse assim miserável é que poderia alcançar misericórdia. Do contrário, são cerimônias mortas e sem aceitação na presença do Senhor (Isa. 1:13).

III - Não sabemos quais as instruções que aqueles dois irmãos receberam de se apresentarem a DEUS, mas parece (v. 5) que alguma desobediência houve.

É possível que Caim tenha desagradado, pelo fato de se apresentar com a oferta antes do sacrifício. — "O Altíssimo não aceitou o sacrifício de Caim; ninguém se pode aproximar do Altíssimo e adorá-lo, sem derramamento de sangue, mesmo sangue de Cordeiro, o qual Ele mesmo instituiu: A oferta pelo pecado  tem de vir antes da oferta de agradecimento. Podem o* entrar no SANTO dos Santos e nos apresentarmos ante o Trono da Graça somente passando através do véu rasgado — o corpo de CRISTO (Earth's Earliest Ages) -  Contudo, DEUS não abandona o pecador, mas o busca,  zeloso. O Senhor revelou a Caim que, praticando o bem, 41e  venceria o pecado que se achava próximo. Ora, como sabemos  que ninguém tem em si mesmo força sobre o pecado, obviamente  compreendemos que a vitória viria se ele praticasse a  obra da fé. Assim, pela fé, o pecado pode ser vencido.  Se o sacrifício e a oferta forem postos nos seus lugares, DEUS será satisfeito, a fé será guardada, o homem obrará o  bem, será justificado por DEUS (pela fé obediente) e vencerá  o pecado que jaz à porta. (v. 7).  DEUS adverte sempre o homem que já uma vez O conheceu e que, aos poucos, se afasta d'Ele, pois nenhum prazer tem o Senhor na morte do ímpio.

Caim não ouviu a voz do Senhor, não voltou atrás no seu caminho e inaugurou a senda do crime. Surgiu então a bifurcação da eternidade ante os dois primeiros irmãos na terra.  Os homens inauguraram ali duas estradas divergentes, para  nunca mais se encontrarem. (Dan. 14:2).  Infelizmente aquele sangue não ficou isolado na terra, mas muito sangue semelhante se tem derramado até hoje,  e ainda será derramado até o triunfo final do nosso DEUS.

Caim ficou no estado em que estão muitos, hoje. Não tinha coragem nem sentia ânimo para clamar por perdão, mas num espírito pessimista e com os olhos fechados para a misericórdia de DEUS só exclamou: "Maior é a minha pena do que eu possa suportar." (v. 13).

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 4 - 25/01/1942 – CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA - Adalberto Arraes 

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO

TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).

VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a linha­gem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a felicidade eterna.

LEITURA EM CLASSE - Gn 4.1, 2, 8, 11, 14

E conheceu Adão e Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.

RESUMO

INTRODUÇÃO

O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo - 2. Urna oferta rejeitada - 3. Urna maldição inevitável - 4. Caim se casa e constrói urna cidade

CONCLUSÃO

OBJETIVOS

No término desta lição, os alunos deverão ser capazes de:
. Entender que Deus não faz distinção de pessoas e nem do que elas lhe apresentam. A oferta de Caim só foi rejeitada, porque ele não era sincero, diante do seu Criador.
. Compreender que a oferta de Abe] foi bem recebida, porque Deus aprovou a sinceridade de seu coração.
. Concluir que toda a descendência de Caim foi perversa, pois seguiu o mal exemplo deixado por seu ancestral.

. Concordar que a descendência de Sete era diferente, pois seguiu a piedade de seu ancestral.

SUGESTÕES PRÁTICAS:

1. Explique aos alunos que a oferta de Caim seria recebida da mesma forma como foi aceita a de Abel, se tivesse havido sinceridade em seu coração. No entanto, ele era displicente e oferecia o pior de sua lavoura, para o Criador. Por isso, foi rejeitado e, por inveja, matou o próprio irmão.
2. Fale aos alunos a respeito da linhagem de Caim. Ele, devido ao crime que praticou, fugiu da presença ele seus pais e construiu urna cidade, em um local bem distante. Por não temer a Deus, fez o que era mau aos olhos do Senhor, cujo exemplo foi seguido por todos os seus descendentes.

3. Esclareça-lhes que, por causa de sua piedade, Sete foi um bom exemplo para os seus descendentes. Por esta razão, muitos deles se des­tacaram como homens tementes a. Deus. Podemos destacar, entre eles, Enoque, que, aos 65 anos, começou a buscar intensamente a presença do Senhor.

INTRODUÇÃO

Os capítulos 4 e 5 de Genesis são narrativas históricas e genealógicas. Moisés, seu autor, procurou desen­volver a história, a partir de Adão e Eva, com urna descrição didática. Por este motivo, não aparecem todos os filhos do primeiro casal. São destacados apenas os nomes especiais, entre os quais, registraremos alguns, ligados as duas linhagens: a de Caim e Sete.

l. O PECADO E A MALDIÇÃO DE CAIM
1. O primeiro crime no mundo (Gn 4.3-8). Os dois primeiros versículos deste capítulo trazem a narra­tiva breve do nascimento dos dois primeiros filhos de Adão e Eva, os quais se chamaram Caim e Abel.

Caim e Abel aprenderam, desde cedo, a expiar suas culpas diante de Deus e oferecer ofertas de gratidão ao Senhor, por estarem vivos (Gn 4.3,4). O primeiro ofertava o fruto da lavoura do campo, do qual tirava para a sua subsistência. O segundo não deixava por menos, ao apresentar ao Senhor o primogênito de suas ovelhas. Mas Deus atentou mais para a oferta do mais novo. À primeira vista, parece-nos injusta a atitude divina, mas o Senhor é quem conhece e perscruta o interior das pessoas que se chegam a Ele. Abel tinha um coração sincero e voluntário, para servir a Deus, mas Caim, ao ofere­cer sua oferta do campo, não tinha urna atitude sincera e fazia isto, por um ato meramente legalista, isto é, para obedecer aos seus pais. Encheu-se de ciúme e inveja contra seu irmão, e usou ainda da traição, para matá-lo sem compaixão. Ele se tor­nou Ó primeiro homicida da Temi (Gn 4.7).
2. Uma oferta rejeitada (Gn 4.3,5). Deus rejeitou a oferta de Caim, porque percebeu que o coração deste filho de Adão não era verdadeiro e o seu presente tinha mais um caráter material. Seu culto tornou-se legalista, cheio de obras mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Enquanto a oferta de Abel foi aceita, não por ser um produto mais aceitável que o da lavoura, mas porque o segundo filho de Eva tinha urna atitude voluntária e gratificante diante do Criador. Seu coração era sincero. Seu culto, verdadeiro (Hb 11.4). O que oferecemos ao Senhor, hoje? Nossas ofertas demonstram a atitude real de nossos corações? (Sl 51.17)
3. Urna maldição inevitável (Gn 4.9-12). O poder do pecado dominou o coração de Caim, que se tornou maligno. Sob o domínio de um profundo ódio contra o seu irmão Abel, sem que o mesmo tivesse feito qualquer coisa que justificasse sua raiva, ele usou de engodo, ao convidá-lo a ir ao campo, para depois atacá-lo e matá-lo ((Gn 4.8). O fato de tê-lo levado, indica que o crime fora premeditado, para escapar dos olhos de seus país e, deste modo, evitar testemunhas contra o seu pecado.

Caim procurou fugir da responsabilidade de seu crime, como muita gente faz boje, por não querer as­sumir seus próprios pecados. No texto de Genesis 4. 11 e 12 Deus expressa a sua rejeição e a inevitável maldição, ao dizer-lhe: "E agora maldito és desde a terra, que abriu a sua boca para receber das tuas mãos o sangue de teu irmão".

4. Caim se casa e constrói urna cidade (Gn 4.17). Depois da maldição de Deus sobre Caim, para que fosse um peregrino na Terra (Gn 4.16), ele saiu do convívio que tinha e procurou isolar-se o quanto pode. Mas todas as regiões já eram habitadas pelos filhos e filhas de Adão (Gn 5.4,5). Em seu caminho errante, ele encontrou urna mulher e casou-se. Daí a impertinente pergunta de muitos crentes neófitos: "Com quem casou Caim? ou: "Quem era a mulher de Caim? De onde ela surgiu?" Ora, não é preciso criar urna polemica em torno deste assunto, visto que a resposta é facilmente encontrada no contexto histórico e genealógico de Caim. Se o texto diz que ele construiu urna cidade era porque já havia muita gente naquele lugar (seus descendentes).

CONCLUSÃO
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, desco­brimos que, em um mundo corrom­pido e pecador, Deus tem urna linha­gem especial que preserva o seu nome, a Igreja de Jesus Cristo.

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. O ambiente em que vivemos influência, negativa ou positivamente na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou, negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque Deus recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.

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Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

O Assassinato e seu Resultado, 4.1-24

Um aspecto terrível do pecado é que ele não pode ser isolado nem obliterado facilmente. Executa progressivamente sua obra devastadora na sociedade, de geração em geração. O pecado de Adão e Eva não causou infortúnio apenas para suas vidas; passou de pai para filho, de época para época. A história no capítulo 4 ilustra dolorosamente este fato e as genealogias ampliam as repercussões do mal por todas as gerações.

1. O Assassinato de um Irmão Crédulo (4.1-16)
Na estrutura geral, esta história é muito semelhante à anterior. Tem um cenário (4.1-5), um ato de violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença (4.16).
A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva (1) realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Os rapazes, Caim e Abel (2), tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas cultiváveis. Abel gostava de estar com animais vivos. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao SENHOR (3), o primeiro incidente sacrifical registrado na Bíblia.
Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (4) não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos sacrificais. Por que atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta (5) fica evidente à medida que a história se desenrola.
A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o “número um”.
O Senhor não estava ausente da hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação (7) é, literalmente, “levantamento”, e está em contraste com descaiu (6). Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento.
Se Caim tivesse feito bem (7), com certeza Deus o teria graciosamente recebido. Mas, e se Caim não tivesse feito bem? Esta era a verdadeira questão que Caim ignorava, pois ele lançava a culpa em Abel. A ameaça à sua vida espiritual não estava longe. O pecado estava bem do lado de fora da porta, pronto para levar Caim à ruína.
Precisamos examinar duas palavras no versículo 7. A palavra traduzida por pecado ihatfat) pode significar pecado ou oferta pelo pecado. A última opção está fora de questão, porque a presença fora da porta não parece ser útil; é sinistra. A palavra jaz (robesh) é um substantivo verbal. O problema para o tradutor é: Esta palavra serve de verbo, jaz, ou de substantivo, dando o sentido: “O pecado está de tocaia”?

Speiser destaca que o acádio, uma das origens do hebraico bíblico, tem basicamente a mesma palavra, rabishum (note que as primeiras três consoantes são as mes­mas), que significa “demônio”. Esta história bíblica vem do mesmo local geográfico; as­sim, se considerarmos que robesh é um empréstimo do acádio, a solução está à mão. 21 O texto descreve o pecado como um demônio malévolo, pronto para se lançar sobre Caim se este sair da presença de Deus sem se arrepender. Deus graciosamente ofereceu a Caim o poder de vencer o pecado: Sobre ele dominarás.
A última porção do versículo 7 pode ser parafraseada: “Tu deixaste o fogo da raiva arder por dentro; por conseguinte, quando tu deixares meu domicílio, o pecado te toma­rá. E melhor dominares a raiva para que a destruição não te vença”.
Mas Caim saiu da presença de Deus e a raiva se transformou em ciúme, o qual, por sua vez, se tornou em ódio assassino junto com um plano ardiloso. No campo, um dia a ação má foi executada — Caim... matou (8) Abel deliberadamente e sem provocação.

Mas Caim não pôde evitar o SENHOR (9). Logo se desenvolveu a cena de julgamen­to. A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra (10) é vívida expressão idiomática que significa: “Tu podes tentar esquecer teu ato de violência, mas eu não posso. O que quer que aconteça com meus filhos é questão de preocupação pessoal para mim”. O privilégio de cultivar a vida vegetal foi tomado de Caim e ele foi banido para o deserto, a fim de ser fugitivo e errante (12).
A exposição do seu pecado mudou Caim. O ódio arrogante se tornou em medo covar­de misturado com autopiedade. Ele estaria suscetível do mesmo destino que desferiu ao irmão. Não pôde nem suportar o pensamento. Mas Deus não escarneceu dele. Mais uma vez sua misericórdia suavizou o castigo. Pôs o SENHOR um sinal em Caim (15). Assim, Caim partiu para enfrentar uma vida totalmente nova, longe de Deus. A designa­ção terra de Node (16) significa “terra de vagueação”, e não parece ser o nome de uma região específica que não seja sua direção geral para a banda do oriente do Éden.
De 4.2-9, G. B. Williamson analisa “Caim e Abel”. 1) A diferença nos homens — até entre irmãos, 2b,5b,6,8,9; 2) A diferença significativa nas suas ofertas, 3-5a (cf. Hb 11.4); 3) Eis uma revelação da bondade e severidade de Deus, 7a.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

O HOMEM SOB O PECADO E A MORTE (4:1-6:8)

4:1-15.0 assassinato de Abel.
Se, por trás da serpente, era perceptível o diabo no capítulo 3, a carne e o mundo entram em consideração no presente capítulo (ver adiante coment. dos vs. 16-24). O pecado é revelado com os seus ciclos de evolução como em Tg 1:15, e no v. 7 é personificado quase que à maneira paulina (c/. Rm 7:8). Muitos pormenores acentuam a gravidade do crime de Caim e, portanto, da queda. O contexto é culto, a vítima, um irmão. E enquanto que Eva fora persuadida a pecar, Caim não aceita ser dissuadido de seu pecado nem sequer por Deus; também não irá confessá-lo, nem aceitar o castigo.
1. A palavra conheceu (AV), neste sentido especial, mostra muito bem o nível plenamente pessoal da verdadeira união sexual, embora possa perder completamente este elevado conteúdo (cf. 19:5, AV).
Caim tem algo do som de qãnâ, “ adquirir” . Tais comentários sobre nomes são geralmente jogos de palavras, e não etimologias, revestindo um nome padrão de um sentido particular. Assim, por ex., em 17:17,19 um nome existente, Isaque (“ria-se [Deus]” ) foi escolhido para rememorar certo riso e a promessa que o provocou. A expressão com o auxílio do (RV, RSV, AA) é literalmente “ com” , apenas. E embora esta palavra hebraica permita outras interpretações, a de RV, RSV, AA é a mais simples. Cf. 1 Sm 14:45 (outra palavra para “com” ). A exclamação de fé, expressa por Eva neste versículo como no v. 25, levanta a situação acima do puramente natural, para o seu verdadeiro nível (como a fé sempre faz: 1 Tm 4:45), quer esteja dando um toque no oráculo de 3:15 ou não.

GÊNESIS 4:2-7
2. O nome Abel é, quanto à forma, idêntico ao termo hebraico para vaidade ou simples sopro (por ex., Ec '1:2, etc.). Mas a conexão é provavelmente fortuita, desde que nada se faz com ela. Pode ser que o nome seja cognato do sumério ibil(a), do acádio ab/plu, “filho”. Os especialistas tendem a ver nesta narrativa as rivalidades de dois modos de viver, o pastoril e o agrícola.1Vê-se tal tema no Velho Testa­ mento (ex., Jr 35:6), mas aqui o contraste de culturas desempenha papel inteiramente subordinado. Deus tem lugar para as duas modalidades (cf. Dt 8), e há os passos estruturadores de um rico modelo nestas aptidões complementares e no procurado
entrelaçamento do trabalho e do culto. O esquema é feito em pedaços unicamente mediante o material humano, e é a exposição à verdade de Deus que o rompe; pondo a descoberto pela primeira vez a moral antipatia da religião carnal para com a espiritual.
3-5 A oferta é um minhâ, que nas atividades humanas era uma dádiva feita para homenagem ou para aliança e, como termo ritual, por dia descrever ofertas de animais e, mais frequentemente, de cereais (por ex., 1 Sm 2:17, Lv 2:1). É argumento precário afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim (cf. Dt. 26:1-11); tudo que é explícito aqui é que Abel ofereceu a fina flor do seu rebanho e que o espírito de Caim era arrogante (5; cf. Pv 21:27). O Novo Testamento infere as implicações adicionais e importantes de que a vida de Caim, diversamente da de Abel, desmentia sua oferenda (1 Jo 3:12) e de que para a aceitação de Abel, sua fé foi decisiva (Hb 11:4).
6. Nos repetidos Por que...? e Se... de Deus, Seu apelo para a razão e Seu interesse pelo pecador são assinalados tão vigorosamente como Seu interesse pela verdade (5) e pela justiça (10).
7. No Hebraico, aceito (7) é literalmente “um exaltar” (cf. RVmg), expressão que pode indicar um semblante sorridente contrariamente a um semblante carrancudo (descaído, 6). Cf. Nm 6:26. Pode ser que o sentido seja o de que o simples olhar para o rosto de Caim o traia; mais provavelmente vai além, incluindo a promessa de restauração da parte de Deus (cf. 40:13) sobre uma mudança de coração. O quadro do pecado ... recostando-se à porta (RSV; AA: o pecado jaz à porta), desenvolve-se na candente metáfora da domação de um animal selvagem. Assim, RSV: o seu desejo é por você (Moffatt: “ansioso para 1 Cf., por ex., o conto-competição sumério de Dumuzi e Enkimdu, deus pastor e deus lavrador: A N ET , p. 41.2 Cf. Moffatt.

GÊNESIS 4:8-15
estar em você” ), mas você tem de dominá-lo. A frase é uma adaptação de 3:16, sobre o qual lança melancólica luz.

8. RV traduz corretamente o hebraico: E Caim contou a Abel, seu irmão (cf. Êx 19:25). Se este é o verdadeiro texto (como parece que é) , Caim mostra uma natural vacilação entre aceitar ou desafiar a censura de Deus. Contudo, a LXX diz: ... disse a Abel ... Vamos ao campo (RSV, AA), tornando o assassínio duplamente deliberado, se estas palavras constituem de fato uma parte autêntica do texto original.
9. Onde está Abel, teu irmão? emparelha-se a “Onde estás?” de 3:9, como a perene e completa inquirição que Deus faz ao homem. A desumana réplica, de teor igual às evasivas respostas de 3:10ss, trai, em comparação com estas, certo endurecimento.

10. Costumamos falar de erros que “clamam” por reparação. O Novo Testamento combina com o Velho Testamento nisto, e desenvolve a metáfora (por ex., Ap 6:9,10; Lc 18:7,8) que, todavia, deve ser vista como metáfora. Em tocante contraste, o sangue de Jesus Cristo clama pela graça (Hb 12:24).
11,12. O impenitente Caim ouve palavras mais severas do que as dirigidas a Adão, para quem a maldição foi indireta, não tendo ele ouvido: “És... maldito” .
13,14. O protesto de Caim4 ecoa o tom ofendido de Dives5 (Lc 16:24,27,28; cf. Ap 16:11), em contraste com o reconhecimento do ladrão arrependido, de que: “ ...recebemos o castigo que os nossos atos merecem” (Lc 23:41). A última frase do v. 14: “qualquer que me achar... (RSV), dá ideia de uma população em expansão, presente ou futura. Poderia implicar também em que cada pessoa encontrada seria um parente próximo de Abel — coerentemente com o contexto. Ver, porém, a Introdução, Origens Humanas, p. 25ss.
15. O interesse de Deus pelo inocente (10) iguala-se somente à Sua preocupação pelo pecador.
Mesmo a queixosa oração de Caim continha um germe de súplica; a promessa de Deus, em resposta, juntamente com a sua marca ou sinal (a mesma palavra de 9:13; 17:11) — não um estigma, e, sim, um salvo-conduto — é quase uma aliança, fazendo dele virtualmente o go’el ou protetor de Caim. Cf. 2 Sm 14:14b, AV, RV, AA. É o máximo que a misericórdia pode fazer pelos que não se arrependem.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970



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Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Gênesis 6.1-8

1 - E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, 2 - viram os filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. 3 - Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu ESPÍRITO para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. 4 - Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de DEUS entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama. 5 - E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 - Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. 7 - E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 - Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.

 

 

Resumo da Lição 6, O Impiedoso Mundo de Lameque

I - UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO

1. Fartura de pão.

2. Saúde perfeita.

3. Beleza perfeita.

4. Tecnologia avançada.

II - UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO

1. Devassidão sexual.

2. Violência sem limites.

3. Resistência à graça divina.

III - UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO

1. A pregação de Noé.

2. Uma geração corrompida.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Apesar da Queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.

SÍNTESE DO TÓPICO II - A maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.

SÍNTESE DO TÓPICO III - O mundo de Lameque estava condenado a destruição.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1
"Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em DEUS. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: 'Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou' (Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor JESUS (Lc 3.36)" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1130).

 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?
Violência sem limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os contemporâneos de Noé?
Era uma geração corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a graça divina?
A graça de DEUS, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça divina?
Ele pregava a justiça divina com a voz e com as obras.

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA - Dicionário de Referências Bíblicas, Dicionário Vine e Dicionário Teológico

 

Comentários de várias revistas e livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Observação minhas (Ev. Luiz Henrique)

2 Lameques. 1 filho de Belial, do maligno, filho de Matuselá, outro filho de DEUS, filho de Matusalém, pai de Noé.

Filhos de Deus, descendentes de Sete. Filhas dos homens, descendentes de Caim e Lameque.

Arca acima das águas do dilúvio, levada com Noé e sua família para cima do juízo de DEUS que estava acontecendo a todos os habitantes da Terra. Igreja levada para cima do juízo de DEUS, igreja arrebatada para o céu, acima do juízo de DEUS à Terra e seus habitantes.

Como se vê até Satanás antes era Lúcifer. O problema está em se dar lugar ao pecado. Os filhos de Caim, em sua maioria, eram pessoas que inventaram coisas boas, mas depois se desviaram para o pecados e usaram as coisas boas que inventaram para produzirem mais pecados ainda.

Sinal de Caim pode ser Cicatriz, Lepra, pode DEUS tê-lo tornado gigante, etc... Não sabemos qual o sinal, mas este sinal livrou Caim de ser morto por qualquer que lhe encontrasse, então é sinal de livramento para quem não merecia, é graça de DEUS, mas também é juízo de DEUS a marca, pois Caim seria identificado como assassino de seu irmão por onde passasse.

PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO 
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus  esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.” 

Os antediluvianos tiveram cento e vinte anos de Graça (Gên. 6: 3). Todo esse tempo o Espírito Santo apelou insistentemente aos seus corações através do pregoeiro da justiça – Noé (II Pedro 2:5); e estes, rebelados, resistiram, recusaram a longanimidade de Deus, até que a paciência divina esgotou-se e, assim, cometeram o pecado imperdoável. E, se é imperdoável, não pode haver segunda oportunidade de perdão nem mesmo vivo, quanto mais morto.
Pedro não diz que eram “espíritos desencarnados”. Informa apenas: “espíritos”. Portanto, nesta assertiva do apóstolo, o lógico e razoável é aceitar que o “espírito” é um símbolo de pessoa. Exemplo:
Meu espírito significa mim, eu.
Teu espírito significa tu, você.
Adam Clark, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarnados” diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb. 12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Heb. 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Núm. 16:22; 27:16) significa homens, não em estado desencarnado.” – Clarke’s Commentary, Vol. 6, pág. 862.
Eminentes teólogos partidários da doutrina imortalista, recusam a teoria de que Pedro, neste texto, ensina a imortalidade da alma. Eis alguns: Dr. Pearson, da Igreja Anglicana, diz:
“É certo pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido.” – Exposição do Credo, Dr. João Pearson, grifos meus.
Agora o testemunho de João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? – Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão, isto é, os homens perversos antes do dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava. Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura.” – Explanatory Notes Upon the New Testament, pág. 615.
Finalizando, irmão, a obra de Jesus foi a “abertura da prisão aos presos” (Luc. 4:18-21; Isa. 42:6,7 e 6; 61:1). Toda pessoa desobediente está presa ao pecado (Prov. 5:22). Pecado é a prisão de Satanás. Quem morre no pecado está irremediavelmente preso até o juízo final. Heb. 9:27.
Seguramente, os apelos ao arrependimento feito por Jesus aos homens de Seus dias, foram os mesmos veementes apelos feitos por Noé em sua época. Em outras palavras: Jesus Cristo pregou aos antediluvianos pelo Espírito Santo através do ministério de Noé, durante o tempo de construção da arca; 120 anos.

 

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

LIÇÃO 5 - DUAS LINHAGENS.HISTÓRICAS DE ADÃO

TEXTO ÁUREO - "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios" (Ef-5,15).

VERDADE PRÁTICA - Num mundo corrompido de maldade e violência, a linha­gem do pecado está fadada ao juízo final; mas a do bem está destinada a felicidade eterna.

LEITURA EM CLASSE - Gn 4.17-19, 25, 26
E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque. E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, DEUS me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou. E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o nome do Senhor.
 

LINHAGEM MÁ DE CAIM
1. Lameque (Gn 4.18-24). No hebraico, este nome significa vigoroso. Na descendência de Caim, ele constituí a quinta geração e foi pai de muitos filhos, em cuja posteridade destacaram-se agricultores, e os que trabalhavam com metais e instrumentos musicais. Lameque se tornou o primeiro homem bígamo, pois tomou para si duas mulheres. É o tipo de casamento que DEUS nunca legitimou e nem autorizou.
2. Jabal. Dos filhos de Lameque, Jabal ficou conhecido como o pai dos construtores de tendas e criadores de gado (Gn 4.20).

3. Jubal. Este, irmão de Jabal, destacou-se como o inventor de instrumentos musicais. Por isso, ficou conhecido como "o pai dos músicos"(Gn 4.21). Sem dúvida, muito contribuiu para a cultura mais bela da humanidade.
4.Tubal-Caim (Gn 4.22). Filho de Lameque e sua mulher Zilá. Há um aspecto positivo, que deve ser considerado nesta descendência cainita. Nem tudo o que faziam era mau ou ruim. No caso de Tubalcaim, ele foi o iniciador da metalurgia, ao descobrir e trabalhar com metais.

5. Naamá. No texto de Genesis 4.22, há urna referência especial ao nome desta mulher, filha de Lameque. "Naamah", no hebraico, significa a bela, a graciosa. Ela é irmã de Tubalcaim e é citada, de modo especial, no capítulo 4 de Genesis, pois não se mencionavam nomes de mulheres nas genealogias antigas. Esta citação não vem como um elogio, mas como urna denúncia do começo da prostituição no meio da humanidade.

A LINHAGEM PIEDOSA DE SETE

1. Como surgiu a linhagem de Sete (Gn 4.25). Há urna expressão bem comum na Bíblia, quando ela fala da formação de famílias ou geração de filhos, que é: "e ... conheceu a sua mulher". Este tipo de linguagem tem um sentido bem mais amplo do que o simples relato de um contato íntimo, pois conhecer, no ato conjugal, significa muito mais que urna simples relação sexual (que está incluída, é evidente).

2. A nova linhagem genealógica de Sete. Com o nascimento de Sete nasce, também, urna nova esperança.
3.Alguns nomes têm destaque da linhagem de Sete:
ENOS (Gn 4.26; 5.6,11). Do hebraico "ENOSH", sugere "o homem em sua fragilidade", pois, até então, na linhagem de Caim, foram a arrogância e rebeldia contra DEUS que prevaleceram.
MAALALEL (Gn 5.12). Filho de Cainã, da linhagem de Sete, e cabeça da quarta geração de Adão ( Gn 5.12-17; 1 Cr 1.2; Le 3.37). O seu nome, no hebraico, significa "louvor de DEUS ". Percebe-se que a descendência piedosa não estagnou no tempo, mas continuou a adorar ao Senhor, até os dias de Noé.

ENOQUE (Gn 5.1.8,21-24). Desde Adão até Noé, apenas dois nomes se destacaram como homens tementes ao Senhor: Enoque e Noé. O primeiro andou com DEUS 300 anos (Gn 5.22,23), após gerar Matusalém, o ser humano que mais viveu sobre a face da Terra: 965anos. "ENOQUE" significa: instruir, iniciar, dedicar.
NOÉ (Gn 5.28,29). Aparece, no capítulo 5 de Genesis, um outro Lameque, que nada tem a ver com o da linhagem de Caim. Foi ele quem gerou, dentro da descendência de Sete, a Noé, cujo nome, no hebraico, significa :aquele que consola, ou consolador.

CONCLUSÃO
Nesta lição, além dos aspectos históricos que aprendemos, descobrimos que, em um mundo corrompido e pecador, DEUS tem urna linhagem especial que preserva o seu nome, a Igreja de JESUS CRISTO.

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1. O ambiente em que vivemos influencia, negativa ou positivamente na formação de nosso caráter. Caim, após matar seu irmão, partiu para urna terra distante, e fez o que era mau aos olhos do Senhor. Por isso, influenciou, negativamente, no comportamento de seus filhos.
2. O pecado surtiu o seu efeito, imediatamente, na face da Terra. Caim não era um pecador, ao nascer, mas já tinha a tendência para o mal. Só porque DEUS recebeu o sacrifício oferecido por Abel, e não o seu, por causa de sua displicência, voltou-se contra seu irmão e o matou.

3. DEUS consolou Adão e Eva, ao conceder-lhes um outro filho, para ocupar o lugar de Abel, assassinado por Caim, e o chamaram de Sete. Este era temente ao Senhor e seus filhos seguiram os seus passos. Por isso, tiveram o privilégio de serem chamados "filhos de DEUS" (Gn 6.2).

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

GÊNESIS 4:16-24
4:16-24. A família de Caim.
Os começos da vida civilizada mostram característica potencialidade para o bem e para o mal, com as artes e ofícios que serão bênçãos para a humanidade, flanqueados por abusos (19,23,24) que serão verdadeira maldição para ela. A cultura, usada ou abusada, não oferece nenhuma redenção; a única centelha de esperança está na dádiva de DEUS e na tardia resposta do homem, registradas nos dois versículos finais do capítulo.
16. Fora na presença do Senhor que havia surgido a crise (5). A partida de Caim foi ao mesmo tempo sua sentença e sua escolha. Por um lado, temera o exílio, ser banido “ da tua presença” (14), e o vagar “ errante” , agora expresso no nome Node (“ peregrinação” ; Gesenius: “ fuga” , “ exílio” ); por outro lado, desdenhara a contrição, e agora.se dispõe a conseguir algum sucesso com a sua independência. O relato subsequente permite provar o primeiro sabor de uma sociedade autossuficiente, que constitui a essência daquilo que o Novo Testamento denomina “ o mundo”.
17. A frase inicial sugere que por esse tempo Caim já era casado, e 14,15 com 5:3 dão a impressão de que a família humana começara a multiplicar-se, a menos que no v. 14 os temores de Caim fossem apenas quanto ao futuro.
O nome Enoque (hanôk) tem parentesco com o verbo “iniciar” . Talvez haja a ideia de um novo princípio no fato de se dar esse nome ao primeiro filho e à primeira cidade de Caim independente. No hebraico, cidade é um termo que se pode aplicar a qualquer povoação, pequena ou grande. As respectivas pretensões à fama dos dois Enoques (cf. 5:22-24) estabelecem nada bela comparação entre os dois ramos da humanidade, cujas linhagens vão até às famílias do belicoso Lameque (4:24) e do piedoso Noé (5:32).
18. Dois dos nomes aqui, Enoque e Lameque, são usados nas duas famílias (cf. 5:18,25); as semelhanças entre outros são mais notórias no inglês do que no hebraico.

19-24. Um relato tendencioso não atribuiria nada de bom a Caim. A verdade é mais complexa: DEUS iria fazer muito uso das técnicas Cainitas em favor do Seu povo, desde a própria disciplina seminômade.
 

GÊNESIS 4:25,26
(20; cf. Hb 11:9) até às artes e ofícios civilizados (porex., Êx 35:35). A frase "este foi o pai de todos os que ou dos que" reconhece o débito aos empreendimentos seculares, e nos prepara para aceitarmos o mesmo débito; pois a Bíblia não ensina em parte nenhuma que os piedosos ficariam com todos os dons. Ao mesmo tempo, a informação bíblica nos livra de exagerarmos a avaliação dessas habilidades: a família de Lameque podia impor sua direção ao meio ambiente, mas não a si própria. A tentativa de melhorar a ordenança divina sobre o casamento (19; cf. 2:24) abriu um precedente desastroso, do qual o restante de Gênesis é suficiente comentário. E a mudança do
trabalho em metais para a fabricação de armas, mudança que se seguiu logo, é igualmente nefasta. A família de Caim é um microcosmo: seu padrão de proezas técnicas e de fracasso moral é o da humanidade.
A canção de sarcástico desafio de Lameque revela o rápido progresso do pecado. Enquanto Caim havia sucumbido a ele (7), Lameque exulta nele; enquanto Caim tinha procurado proteção (14,15), Lameque olha à sua volta em atitude de provocação: a selvagem desproporção entre matar um simples rapaz (hebraico, yeled, “criança” ) e uma simples ferida, constitui o ponto determinante da sua jactância (cf. 24). Com esta nota de bravata, a família desaparece da narrativa. Em contraste, bem pode ser que JESUS tivesse em mente essa expressão, “setenta vezes sete” , quando falou que devemos perdoar o irmão “ até setenta vezes sete” .

4:25,26. Sete substitui a Abel.
A fé revelada por Eva ao salientar a vontade de DEUS pelo nome Sete (“designado” ) fica ainda mais evidente aqui do que no v. 1. A menção de outro descendente (AV, RV: “ outra semente” ) também parece ligar-se a 3:15.
26. Enos significa “homem” (cf. SI 8:4,5), talvez com um matiz de ênfase em sua fragilidade.
A nota final, daí se começou... tem duplo interesse, registrando o primeiro brotar do desenvolvimento espiritual desde Abel e desde a primeira revelação do nome Yahweh (o Senhor). Em Gênesis, este é um 7 No v. 22, a tradução “forjador” (RV, RSV) inclui mais do que o hebraico Ifftês, “ malhador” ou “ afiador” . O ferro meteórico e o cobre de minas a céu aberto eram batidos e polidos muito antes de se ouvir falar de fundição e forja. Perecíveis como esses metais são, sobreviveram alguns exemplares de ferro do terceiro milênio a. C ., e de cobre do quinto milênio, ou até antes; cf. JSA, SVIII, 1966, p. 31.


NOTA ADICIONAL: OS DESCENDENTES DE CAIM
DEUS só se tornou “ conhecido” pelo nome Yahweh depois de lhe dar conteúdo na mensagem comunicada por ocasião da sarça ardente (Êx 3:13, 14; 6:3).
Elaborou-se uma argumentação no sentido de identificar os Cainitas com os quenitas. Os termos hebraicos são idênticos (cf. Nm 24:21,22, RV, RSV), e o equivalente árabe significa “ ferreiro”. Há, evidência da existência, em tempos remotos, de grupos viageiros como a família descrita em Gn 4, principalmente habitantes em tendas que se mudavam de um lugar a outro como artesões e músicos. Uma famosa pintura tumular da era patriarcal em Beni Hasan mostra um grupo desses equipado de armas, instrumentos musicais e foles. Daí se sugere comumente que os fatos deste capítulo foram extraídos de memórias tribais, juntamente com uma narrativa escrita para explicar
as origens dessa existência errante, e foram postos em novo uso pelo compilador de Gênesis. Naturalmente a teoria é incompatível com a narrativa do dilúvio, que revela uma clara ruptura com as primitivas famílias mencionadas aqui, exceto mediante Noé. Tem valor, todavia, em chamar a atenção para um conhecido padrão de vida que incorpora todos os traços de Gn 4:16. O termo qayin, “ ferreiro” , seria motivo bastante para dar aos quenitas o seu nome, e, por sua vez, poderia ter-se originado do nome de Caim, exatamente como nos tempos modernos um pioneiro (por ex., Watt, Ohm, Volt) podem deixar marca permanente na terminologia do seu ofício. Podemos concluir que a sucessão cainita-quenita foi deveras real, mas em termos profissionais, não hereditários.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

 

Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD

Curiosidades Bíblicas - TRABALHAR - Substantivo - nuiaseh (rftWjD): “trabalho, obra, ação, labor, labuta, comportamento”. Este substantivo é usado 235 vezes no hebraico bíblico. Lameque, pai de Noé, expressando sua esperança por um mundo novo, usou o substantivo pela primeira vez no Antigo Testamento: “E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). A palavra está espalhada ao longo do Antigo Testamento e em todos os tipos de literatura.
O significado básico de nuiaseli é “trabalho”. Lameque usou a palavra para significar o trabalho agrícola (Gn 5.29).

 

VINGAR - nãqam (□? :): “vingar, tomar vingança, castigar”. Esta raiz e seus derivados ocorrem 87 vezes no Antigo Testamento, com muita frequência no Pentateuco, Isaías e Jeremias; ocorre ocasionalmente nos livros históricos e nos Salmos. A raiz também ocorre no aramaico, assírio, árabe, etiópico e hebraico recente.
A canção da espada de Lameque é um desafio depreciativo aos seus companheiros e um descarado ataque à justiça de DEUS: “Porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado', mas Lameque, setenta vezes sete” (Gn 4.23,24).
O Senhor reserva a vingança como esfera de Sua ação: “Minha é a vingança e a recompensa, [...] porque [Ele] vingará o sangue dos seus servos, e sobre os seus adversários fará tornar a vingança” (Dt 32.35,43). A lei proibia a vingança pessoal: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.18).

Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

LIÇÃO 5 — 1 D E FEVEREIRO - CORRUPÇÃO E CASTIGO

GÊN. 6:5-8-13-14; 7:1-4, 17-23

Texto Áureo: — "Disse DEUS: Hei resolvido dar cabo de toda a carne, porque a terra está cheia de violência dos homens* — Gên. 6:13.

RESUMO DA LIÇÃO

I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.

II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.

III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14 7:1-4.

IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.

 

I — "Os dias de Noé" ~ 6:5-6, 13.

O estado da terra nos dias de Noé, era de avançada corrupção. A iniquidade era múltipla entre os homens. Embora não caiba neste ligeiro comentário uma referência ampla às profundas lições de Gên. 6:1-5, contudo, para podermos ver alguma coisa do estado da terra daquela época, somos forçados a considerar que:

1) o homem havia sido criado à semelhança de DEUS; 2) vivia na situação de decaído; 3) não tinha lei nem temor algum 4) sofrera uma transformação constitucional no seu corpo. Diz a escola transformista que o homem é o resultado do aperfeiçoamento de outros animais, como o macaco, mandris etc., mas nós vemos exatamente o contrário: o homem é a degenerescência da imagem de DEUS, em qual a fora criado. O verso 3 do cap* 6 de Gên. nos revela que o homem teve a sua vida limitada e se tornou carne por causa do pecado: "Então disse Jeová:. . . por causa do seu errar é ele carne". Alguém perguntará:^ "Mas o homem, então, não era carne?" Sim, mas que espécie de carne, não o sabemos. Paulo diz que há corpos com muita glória e os há com pouca ou até sem nenhuma. Nem toda a carne é uma mesma carne." (Comp. I Cor. 15:39-40). Antes, porém, que DEUS destruísse todas as vidas pelo dilúvio, teve o cuidado de limitar a existência do homem. DEUS não ignorava que viriam ser necessárias novas destruições, como a de Sodoma Gomorra e ainda a que virá no dia do Filho do Homem. O homem daqueles dias reflete bem a situação de alguém que sendo espiritual vai aos poucos se transformando carnal por causa do pecado até atingir o estado de não mais aceitar, em absoluto, as coisas do ESPÍRITO: É carne e nada mais; sua vida, que era eterna, passou a ser finita.

II — A corrupção traz o castigo — 6:7, 17-18.

Ha uma lei natural que confirma e aponta claramente a oportunidade da* destruição devido à corrupção. Vemos isso sempre. Todo indivíduo que age contra os desígnios da natureza acaba sofrendo algum abalo no seu físico desobediente; seja o tabagista, o ébrio ou o homem dado às devassidões, todos mostram no seu aspecto "destruído" a sua vida "completa". Além dessa decomposição pelo desequilíbrio das leis naturais, há, ainda, uma operação importante, o ESPÍRITO de DEUS que se entristece e castiga. DEUS é bom, mas é também severo. Rom. 11:22. Até na maneira do Senhor falar (6:13) nos impressiona o motivo do castigo: "O fim da carne é vindo perante a minha face". E não: — "A minha face será voltada para dar fim à carne Os acusadores de DEUS, filhos do grande Acusador (Gên. 3:5), sabem sempre lembrar que DEUS destruiu a terra, mas escondem a sua própria maldade, provocadora da mesma destruição. "A tua malícia te castigará", (diz Jeremias — 2:19).

III — A salvaguarda dos que andam na fé e na obediência — 6:8, 14 7:1-4.

Muitas pessoas julgam que o Senhor não será capaz de cuidar duma única pessoa fiel, dentre uma completa geração perversa. Mero engano. Suponhamos que um homem de negócios, inteligente e zeloso, resolvesse fechar todas as empresas que lhe dessem prejuízo. Certamente ele não cerraria as portas e um estabelecimento que lhe desse bons lucros. Ora se um homem imperfeito sabe agir dessa forma, quanto mais DEUS que é perfeito e nos tem por mais precioso que os negócios humanos. JESUS disse que como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem"; logo, temos que descobrir em Noé o que agradava a DEUS, a fim de podermos conferir a nossa vida. Se ele foi preservado da destruição, nós também queremos ser. Noé teve fé (sem a qual é impossível agradar a DEUS — Hebr. 11:6), e mostrou zelosa obediência, pois fez tudo o que o Senhor mandara (obediência é melhor do que sacrifício). Aquele que, na presente dispensação guarda estes pontos como fez Noé, certamente, já pode ouvir: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre o mundo (Apo« 3:10). Era preciso fé e fidelidade para estar um homem construindo no seco uma arca" que se' destinava a navegar. Contudo, se alguém zombasse de Noé ou procurasse persuadi-lo, ele podia usar um forte argumento: "DEUS me falou e vocês, que não crêem, são os pecadores condenados por esta arca' (Heb. 11:7). Hoje ainda se dá o mesmo. Dizem-nos: "Vocês são fanáticos venham para o mundo; há tantos prazeres; gozemos a vida, pois daqui nada se leva. Mas nós temos o mesmo argumento: "DEUS nos falou por seu Filho conhecemos a sua voz e dele somos conhecidos, JESUS é a arca posta para salvar, mas a sua palavra julgará o mundo. A graça salva; a verdade julga. (João 12:47-48).

IV — Aspectos do dilúvio — 7:19-23.

O dilúvio foi total, isto é, as águas cobriram todo o globo terrestre. Ha pessoas que procuram negar isso, mas a Escritura o afirma de duas maneiras: direta e indireta, ou racional. A afirmação direta está no vers. 6:19-20 onde diz que as águas cobriram e prevaleceram sobre os mais altos montes da terra. A afirmação indireta é o que se deduz racionalmente, se a, arca ao baixar das águas pousou nos montes de Arará. Tendo esse monte mais de 5.200 metros de altura e sendo o ponto culminante da Arábia, num dilúvio parcial a arca nunca poderia pousar sobre ele, mas desceria fatalmente. Na primeira lição do trimestre, falamos ligeiramente numa destruição sofrida pela terra e que a tornou sem forma e vazia e, segundo se apreende do texto, também foi por água. (Gên. 1:2). Em ambos os casos, após o cataclismo, o homem tinha diante de si a terra refeita, enxuta e apta para produzir. E assim como DEUS fez o pacto com Adão, entregando-lhe a terra, também o fez com Noé, no mesmo sentido. Mas, infelizmente, havia não somente descendentes de Sete sobre a terra, mas ali se achavam também os filhos de Caim, os quais estão até hoje buscando uma nova destruição que, certamente, não tardará.

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Depois do relato introdutório da criação, o livro se concentra fundamentalmente em homens importantes e seus descendentes. Estes homens são Adão, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Personagens de menor importância relacionados a estes indivíduos notáveis são tratados pelo simples alistamento de suas genealogias.
Em Gênesis, há um movimento sequencial que passa do universal para o específico. A história da criação do universo concentra a atenção em Adão e sua esposa Eva; depois se estende para traçar de modo incompleto o aumento dos seus descendentes pelas linhagens de Caim e de Sete. Tendo descrito vigorosamente a corrupção destes povos em 6.1-4, o relato anuncia a decisão do Todo-poderoso em puni-los por meio de um grandioso dilúvio, mas, ao mesmo tempo, salvar um remanescente dando proteção a Noé e sua família numa arca. Os descendentes de Noé também são apresentados no aumento numérico e na expansão via migração através de uma lista genealógica. Abraão vem em primeiro plano.
Geograficamente, os primeiros onze capítulos são direcionados ao vale mesopotâmico.

 

Uma comparação das genealogias em ambos os Testamentos logo deixa claro várias características. São genealogias altamente seletivas e não alistam necessariamente toda geração. Um estudo de “pai” e “filho”, que só pode ser feito adequadamente em hebraico, revela que estes termos podem ser aplicados, respectivamente, a qualquer antepassado ou a qualquer descendente. O papel das genealogias na Bíblia nem sempre é fornecer uma cronologia histórica; sua função varia de lugar para lugar.
É interessante observar um ponto de comparação entre a linhagem de Caim e a linhagem de Sete. O sétimo depois de Caim foi Lameque, que era o epítome da hostilidade furiosa, embora seus três filhos fossem gênios criativos. O sétimo na linhagem de Sete foi o piedoso Enoque, que DEUS para si... tomou. Noé, o décimo na linhagem de Sete, e seus três filhos começaram uma nova população depois do dilúvio.
Não há modo fácil de explicar a longa extensão de vida atribuída aos patriarcas relacionados no capítulo 5. A vida mais longa é de Matusalém, 969 anos. Estudiosos conservadores tomam uma de duas possíveis interpretações. Alguns (notavelmente John Davis, na sua obra muito consultada Dicionário da Bíblia, e mais recentemente Bernard Ramm) sugerem que os nomes representam o homem individual e o seu clã. Um paralelo bíblico é encontrado em Atos 7.16, onde o nome “Abraão” se refere à sua família ou clã, visto que o procedimento informado ocorreu depois da morte do patriarca. Outros destacam que nos primórdios da raça, antes que o pecado prolongado e persistente reduzisse a vitalidade humana e as doenças se desenvolvessem ao ponto em que estão hoje, idade avançada e vigor longo eram bem possíveis.

A Grande Apostasia (6.1-8)

As genealogias de Caim e de Sete são coroadas por uma história, que é veemente em sua acusação. Extensa controvérsia ainda gira em torno desta passagem.
Um aspecto do problema centraliza-se no significado da frase "os filhos de DEUS". Pela razão de esta frase aparecer em Jó 1.6; 2.1; 38.7 e Daniel 3.25 como designação a seres divinos ou anjos, argumenta-se que os anjos caídos vieram à terra e se casaram com mulheres (cf. SI 29.1; 89.6, onde “poderosos” e “filhos dos poderosos” aludem a DEUS). Contudo, em nenhuma parte das Escrituras há a descrição de seres divinos corrompendo o gênero humano. Eles sempre são benéficos em suas relações com o homem. JESUS foi claro em declarar que os que serão ressuscitados “nem se casam, nem são dados em casamento; mas serão como os anjos no céu” (Mt 22.30). Por conseguinte, esta visão é contrária ao teor geral da Bíblia.

A presença muito difundida de histórias mitológicas entre os antigos pagãos, remontando aos hurritas (1500-1400 a. C) e descrevendo deuses e deusas da natureza engajados em relações ilícitas entre si, levam alguns a advogar que esta passagem é um conto mitológico. Contudo, admite-se prontamente que mitologia erótica não aparece em outros lugares na Bíblia. Por isso, os estudiosos concluíram que o escritor de Gênesis alterou um conto mitológico e, com um jeito envergonhado, o apresentou como justificação para o julgamento de DEUS que logo viria.
Outro ponto de vista popular é que os filhos de DEUS eram descendentes de Sete. De importância aqui é a palavra DEUS (ha’elohim), que em outros lugares no Antigo Testamento significa “o único DEUS verdadeiro” e, assim, o distingue das deidades pagãs. Este ponto de vista parece tornar impossível a teoria mitológica.
Na verdade, não se pode discutir que o conceito de uma relação filial entre DEUS e seus adoradores seja estranho ao Antigo Testamento. Esta questão não se apoia em uma frase precisa; apoia-se em um conceito. Em referência ao verdadeiro DEUS há uma declaração em Deuteronômio 32.5, que diz: “Seus filhos eles não são, e a sua mancha é deles” (hb., banaw, “filhos dele”). Também em referência a DEUS, o salmista (SI 73.15) disse: “Também falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos” (hb., banayka, “teus filhos”). E certo de que nestes contextos “seus filhos” e “teus filhos” são equivalentes a filhos de DEUS. E de forma mais clara, Oséias (Os 1.10) disse acerca de Israel: “Se lhes dirá: Vós sois filhos do DEUS [’el hay] vivo”. No pensamento do Antigo Testamento, he’elohim e ’el hay quase não poderiam ter sido dois deuses distintos. Repare também em Oséias 11.1 a frase “meu filho”, que se remonta ao Senhor.
No Novo Testamento, a expressão “filhos de DEUS” ocorre em referência a seres humanos em João 1.12; Romanos 8.14; Filipenses 2.15; 1 João 3.1 e Apocalipse 21.7. Estas passagens do Novo Testamento não são extraídas do paganismo, mas estão solidamente baseadas no conceito do Antigo Testamento mencionado acima.
A conclusão de que os adoradores do Senhor (4.26) da linhagem de Sete também eram os filhos de DEUS preenche de maneira natural a lacuna entre as genealogias e o dilúvio. Estes homens não escolheram suas esposas com base na fé, mas por impulso, sem consideração pela formação religiosa. Seguiu-se corrupção após esta vida devassa e DEUS reagiu com ira divina.
A palavra hebraica traduzida por contenderá (3, yadon) tem vários significados. A formação verbal pode aludir a raízes que significam “permanecer, ser humilhado” ou, remetendo-se ao acádio, “proteger, servir de proteção”. Contender, trabalhar, esforçar-se ou proteger se ajustam bem ao contexto. O homem não devia sentir-se mimado, porque ele também é carne. Ele foi posto em provação por cento e vinte anos.

Em 6.3, há o pensamento interessante “Não para Sempre”. 1) O ESPÍRITO de DEUS contende com o homem; 2) O ESPÍRITO nem sempre contenderá; 3) O homem pode achar graça aos olhos do Senhor, 8 (G. B. Williamson).
A tradução gigantes (4, nefilim) remonta à Septuaginta. O contexto do outro exemplo onde a palavra aparece (Nm 13.33) sugere estatura incomum. Literalmente, o termo nefilim significa “os caídos ou aqueles que caem sobre [atacam] os outros”. Em todo caso, eram indivíduos malévolos. Eles precederam e coexistiram com o ajuntamento dos filhos de DEUS e das filhas dos homens. Nada no texto apoia a ideia de que eles eram descendentes deste ajuntamento que os rivalizavam como varões de fama, ou seja, homens de notoriedade e renome.
A reação de DEUS aos assuntos da sociedade humana aumentava de intensidade à medida que a corrupção pecaminosa se tornava dominante em escala universal. A degradação do homem estava interiormente completa, era só má continuamente (5).
A frase arrependeu-se o SENHOR (6), e outras semelhantes (ver Ex 32.14; 1 Sm 15.11; Jr 18.7,8; 26.3,13,19; Jn 3.10), incomoda muitos estudiosos da Bíblia. O conceito comum de arrependimento está relacionado com afastar-se de atos imorais. Assim, uma mudança de direção, de caráter e de propósito é inerente no ato. Duas passagens no Antigo Testamento asseveram definitivamente que DEUS não mente e se arrepende como o homem (Nm 23.19; 1 Sm 15.29). Um estudo das passagens relacionadas acima mostra que arrependimento divino não brota da tristeza por más ações feitas. As mudanças na relação do homem com DEUS resultam em mudanças nos procedimentos de DEUS com o homem. Quando o homem se afasta de DEUS para o pecado, DEUS muda a relação de comunhão para uma relação de repreensão julgadora. Quando o homem se afasta do pecado para DEUS, este estabelece uma nova relação de comunhão. Este é o arrependimento divino. Em nosso texto (6), DEUS muda de comunhão para julgamento.

As mudanças de relacionamento que DEUS executa nunca são descritas no Antigo Testamento como algo impessoal ou passivo. DEUS sempre está profundamente envolvido. Visto que a mudança de relação é pessoal, que melhores termos humanos se usariam do que expressões profundamente emocionais? Assim, pesou a DEUS em seu coração. Quando o homem peca, DEUS julga; mas Ele também sofre intensamente.
DEUS não se gloriou no ato de julgamento implementado a seguir. Toda palavra do pronunciamento está imbuída de agonia. Que criei (7) sugere “Todos os produtos da minha criatividade amorosa devem ser destruídos, exceto um”. Só um homem era adorador de DEUS: Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR (8).
De 6.5-8, G. B. Williamson analisa “O Dilúvio”. 1) O julgamento pelo pecado é inevitável, 5-7; 2) A justiça é indestrutível, 8; 3) A fidelidade de DEUS aos homens que confiam e obedecem é inalterável, 8.

A Corrupção Universal e Seu Resultado, 6.9—11.26

Um indivíduo se destaca novamente como objeto principal da preocupação de DEUS. Depois de livrar Noé e sua família do “dia da destruição”, DEUS estabeleceu uma relação de concerto com eles. Mas as promessas de guardar o concerto ainda estavam soando quando entrou a profanação para turvar o relacionamento, e as coisas não melhoraram com o aumento e difusão da posteridade por toda a terra. Parece ser triste repetição de uma velha história.

As Façanhas do Justo Noé (6.9—9.17)
Embora esta história seja popularmente conhecida como “A História do Dilúvio”, há poucos detalhes sobre o dilúvio em si. O foco principal está nas relações de DEUS com o gênero humano, sobretudo com aqueles com quem Ele escolhe tratar diretamente, e nas respostas que dão às afirmações que Ele faz acerca deles. Noé é o personagem proeminente da história e sua obediência é de importância para o ato de salvação de DEUS e não apenas para julgamento.

A sequência da história é composta de cenário (6.9-12), uma série de ordens (6.13— 7.5), a execução do julgamento (7.6-24), a dilatação da misericórdia (8.1-22) e um concerto (9.1-17).
a) Um Justo em um Mundo Corrupto (6.9-12). Imediatamente, Noé (9) é definido como indivíduo incomum, embora as características associadas a ele não sejam incomuns entre os homens de DEUS no Antigo e Novo Testamento. Ele era justo (tsadik), ou seja, vivia de acordo com um padrão, marcando a vida com obediência a DEUS e interesse pelo gênero humano. Ele era reto (tamim), isto é, era indiviso em sua lealdade, orientada em direção a uma meta definida e motivado por paixão controladora. Como Enoque (5.24), Noé andava com DEUS, ou seja, desfrutava de comunhão ininterrupta e íntima com DEUS. Este andar infundia as características anteriormente mencionadas com uma ternura e profundidade de relação interpessoal com DEUS que transcende a religião formal.
A condição moral da geração de Noé não só se contrasta com a vida de Noé, mas elucida os termos que a descrevem. A corrupção do povo se destacava como o oposto da justiça de Noé. Noé exibia fidelidade e conformidade à vontade de DEUS; o povo não. A autenticidade de Noé, sua qualidade de vida sadia (tamim) era radicalmente diferente da violência (11, chamas) que permeava a sociedade dos seus dias. Uma comparação dos versículos 11 e 12 com o versículo 5 indica que esta violência era interior, severamente contaminada com imaginações imorais e tendências corruptas.

A declaração "viu DEUS" (12), não significa que Ele precisou de informação, mas que a situação na terra era de sua grande preocupação e exigia sério exame. Note significados semelhantes desta frase em 30.1,9 e 50.15. Em cada caso, uma avaliação da situação resultou em decisão e, depois, em ação.
b) O Julgamento de DEUS sobre a Raça Humana (6.13—7.5). Apalavra divina: O fim de toda carne é vindo perante a minha face (13), ressoou como toque de morte pela consciência de Noé. O fato de a terra estar cheia de violência não podia continuar sem controle. DEUS tomou a decisão e estava pronto para passar à ação. A falta de lei do povo estava desenfreada, assim a punição tinha de ser drástica. O gênero humano e sua casa, a terra, seriam destruídos. Aterra foi destruída no sentido de deixar de sustentar vida no decorrer da duração do dilúvio.
O julgamento não devia ser privado da oportunidade de salvação. Noé recebeu orientações específicas. Ele tinha de tomar madeira de gofer (14) e construir uma estrutura grande e semelhante a uma caixa. Não se sabe como era realmente a madeira de gofer, mas o betume era material asfáltico razoavelmente comum no vale mesopotâmico. Aceitando-se o côvado de aproximadamente 45 centímetros de comprimento, a arca teria cerca de 137 metros de comprimento, 22 metros de largura e 13 metros de altura. A ventilação era fornecida por uma janela (16) ou abertura de luz, que pode ter sido espaçada ao redor da extremidade do topo. Quanto à questão dos detalhes construtivos, o texto diz pouco. Uma porta estava do lado da arca, mas não há indicação de qual era a relação da porta com os três níveis da arca.
Um dilúvio de águas (17) foi o expediente do julgamento, mas um pacto (18) seria estabelecido com Noé (ver 9.9-17). Esta é a primeira vez que a palavra pacto (ou concerto) aparece no Antigo Testamento. Em passagens posteriores é o modo preferido de descrever a relação pessoal entre DEUS e as pessoas com quem Ele escolheu ter uma relação especial. Neste caso, Noé e sua família imediata, inclusive noras, foram os poucos escolhidos. Neste ponto, a relação de concerto era apenas uma promessa.
Em seguida, o Senhor informou a Noé que ele tinha de colocar casais de pássaros e animais na arca. A frase conforme a sua espécie (20), também encontrada em 1.21,24,25 em referência aos animais, é vaga no que tange às pretensas classificações de animais. Só os grupos gerais são especificamente mencionados: aves (20, of), animais (behemah) e réptil {remes). Atualmente, as “espécies” de animais são de aproximadamente um milhão. Seria erro presumir que o povo de antigamente pensasse em espécies de animais no mesmo sentido. O conceito pode estar mais próximo aos termos “classes, ordens, famílias ou gêneros”, mas hoje não há meio de determinar a questão. A arca também foi abastecida com comida (21).
Ainda que a palavra de DEUS fosse incomum, Noé seguiu obedientemente as instruções. Em Hebreus 11.7, há a observação de que Noé “temeu” quando obedeceu a DEUS. Pedro o chamou “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5).
De 6.9-22, Alexander Maclaren pregou sobre “O SANTO entre Pecadores”. 1) O SANTO solitário, 9-11; 2) A apostasia universal, 11,12; 3) A dura sentença, 13; 4) A obediência exata de Noé, 22; 5) A defesa da fé, 7.21-23.
Depois que a arca estava pronta, o SENHOR (7.1) apareceu a Noé outra vez. Ele foi elogiado por sua obediência identificada pela palavra justo. O que Noé fez contou com a aprovação de DEUS.

A lista dos animais que entram na arca faz distinção entre animal limpo (2) e animais que não são limpos. Os animais limpos, em sentido ritualista, foram privilegiados para entrar sete e sete. Se o significado é sete pares ou três pares mais um indivíduo extra não está claro. Dos animais não limpos só um par de cada um foi permitido. Não é feita classificação entre aves (3) imundas e limpas, mas também tinham de entrar sete e sete. Noé teve sete dias (4) para carregar a arca antes do início do julgamento. Este viria na forma de um dilúvio que destruiria o homem e os animais. Noé obedeceu prontamente à mensagem de DEUS em todos os detalhes.
c) O Dilúvio (7.6-24). Na época desta catástrofe, era Noé da idade de seiscentos anos (6). A descrição da entrada na arca é de um evento tranquilo e ordeiro, que se deu do modo como DEUS ordenou que fosse feito. De acordo com o tempo estabelecido, vieram as águas do dilúvio (10).
A segunda anotação cronológica menciona o mês e o dia quando irrompeu o dilúvio.
A fonte das águas era dupla: jorraram de baixo, do grande abismo (11), e se derramaram de cima, pelas janelas do céu. Esta brevidade de descrição ocasiona uma avalanche de conjecturas relativas ao significado destes termos. A Bíblia se contenta em apenas dizer que esta turbulência continuou por quarenta dias e quarenta noites (12). Antes do início do dilúvio, Noé e sua família, com os animais, já estavam na arca conforme a ordem divina. DEUS, então, fechou a porta de forma que a arca flutuou com segurança sobre as águas em formação que cresceram grandemente (18) até cobrirem todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu (19).
As águas subiram quinze côvados (20), distância de cerca de 6,75 metros, mas não informa se esta medida era do cume da montanha mais alta até à superfície das águas ou de algum outro ponto de partida.

As águas cumpriram seu propósito mortal, destruindo as criaturas que estão mais à vontade no seco (22) do que em cima ou dentro d’água. A destruição é acentuada duas vezes (21,23), pois o julgamento era assunto apavorante. Somente os que estavam na arca escaparam da fúria da tempestade, cujas consequências perduraram por um total de cento e cinquenta dias (24)

d), Mas DEUS se Lembrou (8.1-19). A declaração lembrou-se DEUS (1) é como um raio de luz em uma cena escura. Violência e corrupção trazem uma colheita de destruição, mas a obediência fiel de uns poucos evoca expressões de bondade do Juiz celestial. O dilúvio não ia durar para sempre, nem aqueles que estavam na arca iam ficar nela como se estivessem numa prisão. Uma vez mais, DEUS agiu, fazendo soprar um vento seco por sobre as águas, que continuamente retrocederam do cume das montanhas. Logo, a arca (4) encalhou nos montes de Ararate, uma cadeia de montanhas na Turquia oriental. Lentamente, os cumes dos montes (5) mais baixos foram aparecendo. Quando abriu Noé a janela da arca (6) e enviou a pomba (8), ainda não havia terra seca para ela pousar, por isso voltou... para a arca (9). Uma semana depois, ele enviou novamente a pomba (10), que voltou com uma folha de oliveira no seu bico (11).
Depois de outros sete dias (12), libertou a pomba pela terceira vez. Desta feita, não voltou, instigando Noé a tirar a cobertura da arca (13). Ele não permitiu que ninguém saísse até que a terra estivesse completamente seca, 57 dias depois. Note que no versículo 13, as águas se secaram (harevu), mas no versículo seguinte a terra estava seca (yavesah). A mudança do verbo hebraico indica uma seca mais completa que o esgotamento das águas de sobre a terra (13). Em resposta à ordem de DEUS, Noé (18) abriu a arca e tudo que havia nela veio para fora da arca (19).

e) Sacrifício e Promessa (8.20-22). Saindo da arca, Noé dirigiu seus pensamentos e ações primeiramente a DEUS. Sacrificou no altar (20) animais e pássaros limpos, dos quais havia número em excesso (7.2,8,9), e DEUS respondeu. Aqui, a frase cheirou o suave cheiro (21) não indica que DEUS estava sofregamente faminto, mas que estava ciente do ato de Noé e o aprovava. DEUS toma a resolução interior de não usar um dilúvio outra vez como meio de punição. As razões para tal punição ainda permaneciam, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice (21), mas a misericórdia de DEUS impediria um dilúvio como punição. Isto não significa que não haveria mais punições. Enquanto o pecado persistir entre os homens, a punição virá, embora por outros meios. Como sinal da sua decisão, DEUS estabeleceu uma regularidade de sequencias naturais que encorajariam o homem a ter esperança no futuro.
f) O Concerto de DEUS com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29, abençoou DEUS a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de povoar a terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da terra. Além de vegetais para comer, agora recebem a permissão de comer carne, com certa limitação. Eles não têm permissão de participar de carne na qual fique sangue (4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não tinha de ser tratado de modo leviano. DEUS fez o homem conforme a sua imagem (6) e, por isso, tinha uma condição especial.

Tendo esclarecido o papel inigualável do homem sobre a terra, DEUS passa a dar mais destaque à sua relação especial com o homem estabelecendo um concerto (9) com Noé e seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na misericórdia e não na punição — misericórdia estendida a todas as criaturas. O fato de um arco... na nuvem (13) ser o sinal peculiar deste concerto não significa que antes não houvesse arco-íris. Sua estreita associação com a chuva parece ter sido seu valor primário como sinal do concerto de DEUS de que um dilúvio universal não aconteceria novamente. A questão é tão importante que é reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17.
As nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão implícitas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do homem contra DEUS, sua imaginação e propensão ao mal. DEUS não tolera o pecado além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o homem, mas não sem dor para DEUS (6.6). DEUS deu o primeiro passo na preparação do julgamento provendo a subsistência dos que vivem obedientemente na sua presença. Os outros foram julgados porque excluíram DEUS de suas vidas. As experiências de Noé descrevem DEUS como Senhor completo de todas as forças naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou salvação. A preocupação de DEUS no meio do julgamento é salientada na declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos de DEUS. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente promessas de misericórdias futuras. A relação de DEUS com o homem não estava na natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas caracterizados por capricho e pirraça. Ele é o DEUS- Criador que exige retidão e pune a corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais.

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

6:1-8. A crise iminente.

1-4. Filhos de DEUS e filhas dos homens. O ponto em questão nesta passagem crítica, seja qual for o modo como a abordemos, é que se alcançou novo estágio no progresso do mal, com os limites impostos por DEUS ultrapassados em mais outra esfera.

2. Os filhos de DEUS são identificados por alguns como sendo os filhos de Sete, em oposição aos de Caim. Outros, inclusos os primitivos escritores judeus, entendem que se trata de anjos. (Obs. Ev. Henrique -Melhor a primeira).

3. Neste versículo muito controvertido, sigamos a RSV: Meu ESPÍRITO não permanecerá para sempre no homem, pois ele é carne, mas...”. A palavra permanecer (yadôn), usada pela Tradução Brasileira, recebe apoio das principais versões antigas, embora sua etimologia seja incerta. A tradução de AV, RV (“ lutar por” ; Almeida, Edição Revista e Corrigida, “ contender” ) parece exigir a forma yãdin ou possivelmente yãdün. Mesmo a palavra “ pois” (Ifsaggam, “ porquanto, como também” ) não fica livre de objeção (ver RVmg), mas os melhores MSS a apoiam.

Os cento e vinte anos poderiam ser o período de espera antes do dilúvio (c/. 1 Pe 3:20), ou a média menor da duração da vida humana, que doravante se deveria esperar. Qualquer destes significados harmoniza-se com o que se segue em Gênesis Parece, então, que nesta altura DEUS está preocupado, não com a depravação, que o versículo 5 introduzirá, mas com a presunção. Este foi o tema de 3:5 (“ como DEUS” ; ou “ como deuses” ) e de 3:22 (“ e viva eternamente”); reaparece em 11:4 (“ chegue até aos céus”), e o presente episódio bem poderia pertencer à série como uma tentativa, desta vez de iniciativa angélica, de trazer para a terra, ilicitamente, um poder sobrenatural, ou mesmo a imortalidade. Daí o contraste entre ESPÍRITO e carne, no comentário que DEUS fez. O homem é ainda um simples mortal, sustentado pelo ESPÍRITO alentador de DEUS (como no SI 104:29,30), unicamente segundo o Seu consentimento.

4. A famosa frase de AV, AA, havia gigantes deriva da LXX mediante a Vulgata, mas RV, RSV confessam a obscuridade da palavra chave transliterando-a, “the Nephilim” (os nefilins). Contudo, a expressão homens poderosos, juntamente com Nm 13:33, tende a fortalecer o uso da tradução costumeira. Vale a pena observar que não se diz que os gigantes provieram exclusivamente dessa origem. Se alguns surgiram desse modo (e também depois), outros já existiam (naquele tempo) .

5-8. O pecado plenamente desenvolvido. No v. 5, a expressão “Viu o Senhor” convida a amarga comparação com a narrativa da criação, 1:31. Nas duas metades do versículo a maldade do homem é apresentada extensiva e intensivamente, a última com força devastadora nas palavras “continuamente... todo” (AV: toda... somente... continuamente).

“Dificilmente se pode conceber mais enfática declaração da impiedade do coração humano.

O termo imaginação (AV), hebr. yêser, está mais perto da ação do que o inglês sugere (como também o português). Deriva do verbo do oleiro, “formar” (c/. 2:7), e inclui a ideia de desígnio (ver AA) ou propósito. O judaísmo mais recente fez dele um termo técnico para cada um dos impulsos gêmeos, para o bem e para o mal, que considera coexistentes no homem. Mas o Novo Testamento é o fiel expositor da passagem, não encontrando “bem nenhum” em nossa natureza decaída (Rm 7:18).

6. Esta descrição deveras humana transmite a força intensa da situação, deixando a palavra se arrependeu (RSV, lamentou) salvaguardada noutra ocasião contra a implicação de capricho (1 Sm 15:29,35).

Esta é a maneira de falar do Velho Testamento, em que emprega as expressões mais ousadas, contrabalançadas em outros lugares, se necessário, mas não enfraquecidas. A palavra pesou tem afinidade com as palavras aflição (“dor”, RSV) e fadiga (AA: sofrimentos, dores, fadigas) de 3:16,17. Agora DEUS sofre por causa do homem. Acrescente-se que U. Cassuto expõe que os três verbos aqui empregados, “se arrependeu...ter feito... lhe pesou”, reproduzem as três raízes hebraicas de “ consolará... trabalhos... fadigas”, em 5:29, ampliando imensuravelmente o escopo das palavras de Lameque. O homem anseia por alívio temporal; DEUS tem de fazer direito as coisas. “As esperanças depositadas por Lameque em seu filho vieram a realizar-se de maneira muito diversa da que ele imaginara 7,8. A singela brevidade do v. 8 é extremamente eloquente depois dos demolidores termos do v. 7. Juntos, os dois versículos mostram a maneira característica como DEUS trata o mal: enfrenta-o não com meias medidas, mas com os extremos simultâneos de juízo de salvação.

A graça (8) é ainda simples bondade, quer seu beneficiário seja um Noé ou (c/. 19:19) um Ló. O fato adicional de que toda a vida é interligada fica igualmente claro, com as criaturas companheiras do homem compartilhando a sua ruína e, conforme se desenrola a narrativa, partilhando também da sua libertação — tema retomado ulteriormente em Rm 8:19-21.

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

O DILÚVIO - (Gênesis 6-8) - Noé

O capítulo 5 termina com o nascimento dos três filhos de Noé. Noé significa "descanso". As agruras da vida tinham trazido amargas experiências a todos estes homens, e o nascimento de Noé foi para Lameque como que uma nova estrela no horizonte da vida. Daqui em diante começa um novo capítulo na história.

Causa do Dilúvio: Casamentos Mistos (6:1-8)

Este capítulo começa descrevendo as terríveis condições a que tinha chegado à raça e dá, ao mesmo tempo, estas condições como a causa do Dilúvio. A iniquidade vinha se multiplicando na terra desde a morte de Abel. A despeito de todos os esforços divinos para conservar sua criação nos moldes do programa original, a corrupção cada vez mais se acentuava. DEUS tinha posto o homem na terra para dominar sobre ela, para ser o seu rei, mas estes foros e direitos estavam se perdendo pouco a pouco, e de tal modo se corrompeu, que perdeu totalmente todos os direitos de senhor e dominador da criação divina. Uma das causas mencionadas nestes primeiros versos, e talvez a maior delas, foi o casamento de crentes piedosos, da semente de Sete, com a descendência corrupta de Caim. A terra estava começando a ser povoada. Não era mais uma família, ou duas, mas uma numerosa prole, dividindo-se e subdividindo-se em diferentes tipos, com diferentes inclinações. Era problema complexo e difícil. Os primórdios da religião da família estavam sendo descartados, o culto abandonado, a união de um homem com uma mulher tomou caráter profano e, conforme as condições, cada homem tomava para si tantas mulheres quantas sua cobiça pudesse desejar. O bígamo Lameque tinha incubado o germe da corrupção da família, e no seu próprio tempo apareceram os frutos patentes, numa poligamia desbragada. A família é a base e estrutura da sociedade. O padrão familiar de qualquer povo decidirá o seu futuro como povo civilizado e honesto. A decadência de qualquer nação começa no lar. A ruína dos primitivos habitantes começou com a não observância dos estatutos divinos de multiplicar-se pelos processos lícitos e consentâneos com a natureza da raça mesma. Neste ponto, o programa divino ficou frustrado e só restava um recurso: destruir a raça apóstata e começar de novo. DEUS não pode ser acusado de injustiça, porquanto o homem tinha perdido todos os direitos a senhor da terra.

Muitos anos se passaram desde a morte de Abel, e durante esse tempo os homens se multiplicaram na terra (v. 1) e nasceram-lhes filhas, que iam sendo tomadas por outros homens, sem reserva de espécie alguma: "Viram os filhos de DEUS que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas que escolheram." Neste verso temos uma das escrituras mais debatidas e sobre que mais se tem escrito. O verso é, geralmente, interpretado de três modos, e pode dizer-se que todas as escolas teológicas têm dado sua palavra sobre o assunto. Reconhecemos que é difícil a interpretação, mas, à luz dos precedentes capítulos e da história da raça, não parece haver lugar para as extravagâncias racionalistas a respeito da diversidade de raças sobre a terra.

Dou aqui as três interpretações e a que penso ser verdadeira:

1. A causa da multiplicação do pecado no mundo e consequente punição pela vinda do Dilúvio sobre a terra teria sido o casamento dos filhos de DEUS, a descendência de Adão, com as filhas dos homens, mulheres meio brutas, descendentes de animais inferiores, que pelo processo da evolução tinham chegado a ter forma humana, andavam eretas, mas, além dessas aparências humanas, eram ainda seres brutos e irracionais. Esta teoria nega que as outras raças, além da branca, sejam descendentes de Adão. Haveria, portanto, no mundo, duas raças fundamentalmente diferentes: uma, criação direta de DEUS, a outra, produto da evolução, desde o protoplasma até ao macaco e depois ao homem.

Os que advogam esta teoria crêem que estas mulheres foram os seres intermediários entre o homem e o macaco, ou o elo de que tanto falam e que há dezenas de anos procuram, em achar. Reconhecem que, a despeito de o macaco oferecer certas imagináveis aparências, não deixa, entretanto, de haver um abismo entre ele e o homem, e que, portanto, não é possível que a descendência do quadrumano seja o homem. Daí a necessidade de que têm os aderentes desta doutrina de recorrerem a outros seres intermediários, de que estas mulheres teriam sido parte.

Esta escola pode ainda dividir-se em duas: a que admite a criação da matéria por DEUS, e a que nega, tanto a existência de DEUS, quanto a consequente criação. A primeira chama-se teísta, e a segunda, ateísta.

Conforme a doutrina da primeira, DEUS criou o mundo e talvez algumas espécies elementares de vida animal, que, pela lei da evolução, foram se desenvolvendo até chegar ao homem. Outros vão mais longe e dizem que DEUS criou apenas a matéria e deu-lhe certas leis, a que chamam forças residentes, mediante as quais a dita matéria se desenvolveu por si mesma, até produzir o primeiro elemento vivo, que geralmente é chamado protoplasma, o qual, nela mesma lei da evolução, produziu todos os seres que se encontram na face da terra. Em qualquer dos casos, esta teoria requer centenas de milhares de anos, para poder produzir todas as espécies que se encontram espalhadas pelas cinco partes do mundo. Alguns teólogos, meio críticos, admitem que DEUS criou o primeiro par conforme ficou dito, donde vem a raça branca; e que as outras raças são produto da evolução, pertencendo as mulheres que são aqui chamadas "filhas dos homens" a esta raça não criada por DEUS. Em resumo, as "filhas dos homens" são o produto da evolução, e os "filhos de DEUS" são os descendentes de Adão e Eva.

Convém notar que entre a teoria teísta, que aceita DEUS como o criador da matéria e talvez de algumas espécies originais, e a teoria ateísta, que nega em absoluto, tanto DEUS como a criação, não há muita diferença, porque em ambas é admitida a evolução como causa necessária da criação. Mesmo no ramo mais conservador, que admite a criação de um par original, Adão e Eva, aceitando que as outras raças sejam o resultado da evolução, não há muita diferença, porque no final todas elas se confundem na célebre evolução.

2. A segunda escola de interpretação diz que as "filhas dos homens" eram realmente a descendência de Adão e Eva e que os "filhos de DEUS" eram os anjos que entraram em conúbio com a raça humana. Os adeptos desta teoria baseiam-se, primeiro, no teor geral das Escrituras, que chama aos anjos "filhos de DEUS"; segundo, que alguns manuscritos da Septuaginta têm "anjos" em lugar de "filhos de DEUS"; terceiro, que os versos 6 e 7 de Judas mostram que a falta dos anjos foi darem-se ao pecado de miscigenação, entrando em contacto com a carne; quarto, que os gigantes de Gênesis 6:4 eram anjos, e que, finalmente, a descendência deste conúbio deu uma raça de gigantes, de que fala Gênesis em diversos lugares, cuja descendência habitava Canaã, quando os doze espias foram revistar a terra.

Examinando, ligeiramente, esta teoria, responde-se:

(1) que em algumas passagens das Escrituras os anjos são chamados filhos de DEUS, mas nunca em Gênesis, (2) a Septuaginta, traduzindo "anjos" em lugar de "filhos de DEUS", violenta o texto hebraico para se conformar à teologia alexandrina;

(3) o argumento de Judas 6 e 7 desfaz-se à primeira análise. O verso 6 refere-se aos anjos que não guardaram sua própria habitação, isto é, que não ficaram fiéis à sua missão, ficando por isso reservados para o dia do Juízo. O verso 7 é uma analogia ou aplicação do verso 6. Assim como os sodomitas tinham fornicado, desviando-se das normas naturais, semelhantemente, os anjos se tinham desviado de sua posição. DEUS entregou os sodomitas ao juízo, sofrendo eles a pena do fogo eterno. A expressão "ido após outra carne", no verso 7, refere-se à relação sexual dos sodomitas e gomorritas que, conforme Romanos 1:27, se tinham desviado da ordem da natureza, para se corromperem entre si mesmos. Não há nenhuma confusão neste sentido, e simplesmente comparação entre o ato dos anjos e o ato dos sodomitas.

Demais, o caso em Judas é diferente de Gênesis 6:2. Aqui é casamento legal, enquanto em Judas é pecado de sodomia. A natureza dos anjos exclui em si mesmo tal união. Os anjos são incorpóreos (Sal. 104:4.; Hb. 1:14; Ef. 4:12); não têm sexo (Mat. 22:30); são imortais (Lc. 20:36); são super-humanos e ao mesmo tempo finitos, com sabedoria e poder diferentes dos do homem (II Sm. 14:20; II Pedro 2:11; Mat. 24:36; I Pedro 1:2; Ef. 3:10); eles não têm descendência nem ascendência, não têm família. Não foram criados na mesma ordem que o homem. Cada um permanece fiel ou cai por si mesmo; não fazem parte da economia humana, sendo sua redenção, em caso de pecado, possível, mediante processo diferente do que redime o homem (Hb. 2:16). Os anjos são, sim, criados, e, portanto, finitos, mas por origem são chamados filhos de DEUS; por natureza, espíritos; pelo caráter, santos (Jó 5:1; Sal. 98:5-7; Daniel 18:13; Judas 14). Todos estes predicados os excluem de, por sua natureza, entrarem em relação com a humanidade.

(4) Os Nefelins (Gênesis 6:4 e Números 13:33) não são anjos, mas homens de grande estatura, célebres por seu caráter violento. A palavra "nefelim" será examinada ligeiramente, e o leitor verá que ela significa, conforme a raiz de onde se deriva, "caidores". O verbo "nafel" significa cair, não sabendo os teólogos se "nefelim" significa "caidores" sobre os outros homens mais fracos, dando-lhes, desta forma, a ascendência sobre eles, ou se significa "caídos" moral e espiritualmente. Seja qual for a mais correta significação de nefelim, o termo nada oferece que se possa aceitar como indicativo de ser diferente da raça humana.

(5) A origem desta raça de gigantes é coisa explicável, sem necessidade de admitir miscigenação de seres humanos e espirituais. Ainda hoje há homens que junto de outros são verdadeiras gigantes. Os irlandeses são de estatura muito maior que os brasileiros. Nem por isso se diria que os irlandeses são gigantes para os brasileiros.

3. A terceira interpretação diz que "os filhos de DEUS" são descendentes de Sete, ou seja, a linhagem piedosa e obediente a DEUS, e as filhas dos homens, as mulheres da descendência de Caim, ou seja, a linhagem da desobediência e rebelião. Com isto, está de acordo Gênesis 4:26: "então começaram os homens a invocar o nome do Senhor", ou como seria mais bem traduzido: "Então começaram os homens a ser chamados pelo nome do Senhor." Estas duas correntes humanas são claras através de toda a história. Hoje mesmo, os homens se dividem em duas correntes, uma, seguindo a CRISTO e a sua lei, outra, seguindo as inclinações de seu coração corrompido. Em favor desta interpretação, pode mencionar-se a lei da reprodução "segundo sua espécie". Os homens se reproduzem segundo a união de naturezas iguais, bem como os outros animais.

A natureza dos anjos, sendo espirituais e sem sexo, os inibe de entrar em relações sexuais com qualquer espécie. O fato de Moisés mencionar estes casamentos e dá-los mesmo como causa da corrupção que se seguiu, não nos deve surpreender, porque o Novo e o Velho Testamento proíbem casamento de pessoas de condições espirituais diferentes (Ed. 10; Nm. 13; Êx. 34:15, 16; Deut. 7:3, bem como, no N.T., II Cor. 4:14-17).

Em muitos outros casos no V. T., o casamento de crentes com descrentes foi causa de sérios embaraços, como se deu com Salomão. O pecado dos filhos de DEUS consistiu em entrarem em relações matrimoniais com mulheres de sentimentos e educação diferentes, somente porque eram bonitas. Dentre as teorias mencionadas, o autor aceita esta última.

A expressão "de todas que escolheram", parece indicar que cada um tomou mais de uma mulher, continuando a poligamia que Lameque tinha introduzido no mundo. O grande comentador Conant sumaria assim a passagem: "Os descendentes de Caim eram uma raça irreligiosa, e alguns se distinguiram por proezas e opressões. Os descendentes de Sete entraram em relações matrimoniais com as mulheres dessa raça, e desta união saíram homens distinguidos por igual caráter e conduta. Assim, toda a raça se corrompeu." (Conant, Comentário ao Livro de Gênesis).

Seja qual for o verdadeiro significado da palavra que denomina os descendentes destes casamentos ilícitos, é certo que eles foram o resultado imediato da falta de obediência a DEUS. A terra encheu-se de violência, e DEUS, como que se fatigou de lutar com a raça, deliberou destruí-la. O ESPÍRITO de DEUS, o doador e preservador da vida, foi retirado do homem, e o fim chegou em breve: Meu ESPÍRITO não contenderá para sempre com o homem... O ESPÍRITO divino no homem é a única esperança para sua conduta, mas sua persistência no erro terminará afugentando-o, e o homem, uma vez entregue a si mesmo, breve se afoga na corrupção. Notemos, porém, que DEUS, por meio do seu ESPÍRITO, tenta guiar o homem e encaminhá-lo na trilha do bem e da virtude, e só depois que vê baldado seu esforço é que deixa o homem a sós, é o pecado contra o ESPÍRITO SANTO, de resistir profanamente contra sua presença visível, tanto na vida pessoal como coletiva. Não há remédio para o homem nestas condições.

"Porque ele também é carne." Em outras palavras, "porque ele... é carne", e nesta carnalidade continuará em seu erro.

A palavra não pode ser, pois, entendida aqui em seu sentido ordinário, como que comparando fisicamente o homem a DEUS. Em seu pecado e na continuidade do erro, o homem é sempre carnal.

Por causa desta carnalidade, DEUS mareou um limite à vida humana, não um limite para a idade do homem, mas para a idade da raça. "Seus dias serão 120 anos". A raça sobre a terra duraria mais 120 anos e então seria destruída pelo Dilúvio.

"E arrependeu-se Jeová de ter feito o homem sobre a terra". Aparentemente, temos aqui duas dificuldades a vencer: a primeira, que DEUS, sendo impassível, imutável, conforme nosso credo, não se pode arrepender (I Sm. 15:29). A segunda, que DEUS se pode arrepender. Ponhamos à margem nosso credo e examinemos as Escrituras. O texto diz: "Pesou-lhe em seu coração". O Dr. Conant expressa-se assim: "Não podemos penetrar no profundo significado da linguagem, quando tratamos com o DEUS Infinito e Perfeito. Como DEUS é afetado pelo pecado não pode ser conhecido por nós; esta linguagem tem por fim exprimir o pensamento divino, tanto quanto possível, para a nossa concepção e imperfeita natureza. O escritor de Gênesis está pondo pensamentos divinos em termos humanos, e o abismo que medeia entre as duas coisas não tentaremos abordar. Em JESUS temos um vivo exemplo desta resolução de DEUS. Como JESUS pôde ser tocado pelos problemas, tristezas e angústias humanas dificilmente compreenderemos; sabemos que foi. É assim também com DEUS."

Conforme isto, DEUS não se arrependeu no sentido em que o homem se arrepende, mas sim, pesou-lhe em seu coração, ficou triste por ver sua obra destruída. É tudo que podemos dizer sobre o assunto. É o limite do nosso pensamento. Há uma grande verdade através das Escrituras: nós determinamos o curso do trabalho providencial de DEUS, o condicionamos à diretriz de nossa vida.

Façamos ligeira pausa e inquiramos a razão de ser da catástrofe que ameaça o mundo, o Dilúvio. Até que ponto era a raça responsável pelo que ia acontecer? Teria ela se afastado de DEUS por voluntária e impenitente disposição, ou ter-se-ia afastado naturalmente, por falta de luz e meios preservativos? Tê-la-ia DEUS deixado entregue a si mesma, para seguir seu curso natural, ou teria sido encaminhada divinamente, de modo que pudesse perpetuar a boa disposição de Sete, Enoque e tantos outros santos? Do peso destas considerações dependem em grande medida o valor do juízo e a dignidade do "veredictum" humano, se "veredictum" se pode chamar a destruição da humanidade.

Em outras palavras, destruiu DEUS a sua criação, sem lhe dar uma oportunidade de se corrigir e melhorar? A narrativa é de tal modo breve, que o estudante precisa de capacidade, de perspicácia, para conseguir documentar a justiça do ato divino. Não que ao homem reste direito, em qualquer tempo, de apelo, diante da sentença divina, pois, que é o barro para que se volte contra o oleiro? Não obstante isto, convém certificar-nos da rigorosa justiça com que DEUS sempre faz acompanhar seus atos. Veremos que não foi a falta de luz e conhecimento divinos que levou esta geração à ruína, mas o desprezo votado por ela à revelação. Os antediluvianos tinham os mesmos conhecimentos que nós temos hoje, com a diferença de grau apenas. Tinham a revelação da natureza a respeito do poder e bondade de DEUS (Sal. 19:6; Rm. 1:18-20; Atos 14:17). Tinham a revelação de DEUS internamente, em suas próprias consciências (Rm. 2:15). Tinham a noção e o conhecimento da natureza divina e de suas próprias ordens, pelo intercurso de DEUS mesmo com o homem, desde o tempo de Adão. Tudo isto reunido, não era tanto quanto ao que a natureza caída da raça podia recorrer, mas era suficiente para que perecesse sem culpa. Eles recusaram esta revelação no mesmo grau que os homens rejeitam a luz do evangelho. Os motivos são os mesmos, qualquer que seja o grau de revelação que possuam. Ainda se pode dizer, em favor da justiça divina, que DEUS lhes tinha oferecido oportunidades e meios convenientes, de modo a poderem manter a primitiva comunhão que Adão gozou mesmo depois de pecar.

Examinemos alguns casos que deixam sem desculpa a raça e exaltam a divina justiça do castigo:

1. A promessa de um Redentor feita no Éden (Gên. 3:15). Esta promessa tinha sido perfeitamente entendida por Adão e Eva, como se pode ver no próprio nome que Adão deu à mulher - Eva, que significa, mãe dos viventes e no nascimento do primeiro filho (Gên. 4:1) Caim, que significa "Aquisição", exprimindo a esperança de Adão e Eva de que este seria o redentor do pecado.

2. O estabelecimento do lugar de culto ao oriente do Éden, onde o homem,

por meio do sacrifício, podia ver seus pecados expiados e continuar a gozar as delícias da

comunhão com DEUS (Gên. 3:24). À entrada do jardim, entre os querubins, DEUS podia ser propiciado. Foi ali que Abel ofereceu o seu holocausto e foi declarado justo pela fé.

3. DEUS mesmo instituiu sacrifícios expiatórios, como meio para o pecador poder se aproximar dele (Gên. 3:21; 4:3,4). Adão e seus filhos praticavam este culto ao Altíssimo.

4. O sábado, como dia de culto (Gên. 2:3; 4:3).

5. A facilidade de perpetuar as primitivas tradições, devido à longevidade dos antediluvianos.

6. A existência de profetas como Enoque, que não cessariam de admoestar o povo.

7. A pregação de Noé, que 120 anos anunciou a vinda do juízo.

8. Ministério do ESPÍRITO SANTO (Gên. 6:3) no coração dos homens, admoestando-os de seus pecados.

Estas e outras oportunidades DEUS deu ao povo, para que se desviasse de seus pecados. O castigo veio em tempo e justamente. Diante do estado pecaminoso a que chegou à raça humana, DEUS deliberou destruí-la e começar de novo com a família de Noé. Talvez o exemplo aproveitasse e o novo começo satisfizesse às exigências divinas.

O Dilúvio foi a terceira experiência de DEUS para ver se era possível manter a sua criação dentro dos moldes a que tinha sido destinada. Lembremo-nos de que DEUS não está experimentando achar o caminho que suas criaturas devem trilhar para se convencer a si mesmo da completa ruína espiritual do homem, mas para nos mostrar seu caminho e complacência e ao mesmo tempo convencer-nos de que só há um meio para podermos servi-lo e que este meio deve ser crido e aprendido pela experiência. O último recurso de que o Criador usou foi severo e jamais será esquecido enquanto durar o mundo. "E Jeová disse: destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei." Não somente o homem, mas os próprios irracionais. Estes eram irresponsáveis, porém, como auxiliares do homem, só tinham razão de existir se vivesse o homem. A criação principal no mundo somos nós.

Tudo mais existe para nosso proveito e conforto, daí sua aniquilação juntamente com a humanidade, que se tinha tornado indigna.

No meio de toda a geração ímpia viu DEUS um homem justo: Noé; e o justo não perece com o ímpio. Com ele o Criador se comunica e lhe anuncia o fim de toda a carne, dá instruções sobre os meios de preservar a si e a seus filhos, bem como um par de cada espécie. A lei de repovoamento da terra tinha de continuar como desde o princípio: " ... cada um segundo sua espécie".

Ainda que tudo estivesse irremediavelmente perdido, DEUS deu 120 anos para que o castigo não surpreendesse a raça rebelde. "Seus dias serão 120 anos". Desde o divino decreto, de destruir a terra, até a sua execução, mediou o período de 120 anos. Noé foi o pregoeiro da justiça durante esse tempo e, se houvesse arrependimento, a sentença divina podia ser derrogada. Nínive seria destruída depois de 40 dias, mas a pregação de Jonas e o consequente arrependimento do povo evitaram a catástrofe. Se os antediluvianos se houvessem arrependido como os ninivitas, não teria vindo o Dilúvio. DEUS é misericordioso e longânimo.

A Construção da Arca Salvadora

DEUS vem a Noé e lhe ordena que construa uma arca de madeira de gofer. Não se sabe que madeira era esta, mas certamente não se refere a uma qualidade qualquer, mas a madeira incorruptível. Gofer talvez signifique "madeira incorruptível" ante a ação da água, tal como o cedro ou cipreste, conforme edição atualizada. Este enorme navio tinha 300 côvados de comprido por 50 de largo. Não era um navio com toda a estética naval de nossos dias, mas obedecia ao mesmo princípio. Cada côvado tinha cerca de 22 polegadas; portanto, a arca tinha 450 pés de comprimento, 75 de largo e 45 de altura, em números redondos. Com os três andares, oferecia espaço suficiente para alojar todos os espécimes de animais da terra, bem como Noé e sua família.

A Bíblia menciona três filhos de Noé ao tempo do Dilúvio, mas é provável, senão certo, que tinha outros, porém talvez do tipo do resto da raça e que, portanto, não são mencionados ou então teriam morrido. Durante os 120 anos, Noé ocupou-se da construção da Arca e da pregação do arrependimento. A Bíblia nada diz de como DEUS proveu Noé do necessário às despesas de tão grande empreendimento. É possível que fosse homem de meios e os gastasse na construção. Pelo menos os 120 anos ele deu a este trabalho.

É admirável a fé que este homem tinha, entregando-se a uma obra tão grande, no meio de um povo que o cercaria de contínuo da pecha de tresloucado. Sua fé e pregação nada conseguiram, porque apenas ele e sua família, mencionada na ocasião do decreto fatal, tiveram o privilégio de salvar-se.

DEUS promete fazer com Noé um concerto que serviria de base ao novo princípio. É a primeira vez que a palavra "concerto" ocorre na Bíblia, embora houvesse outro concerto anterior entre Adão, Eva e DEUS. Mas aquele concerto era tão diferente em si mesmo, que não oferecia os termos de concerto, propriamente. Parece que a ocasião em que DEUS promete entrar em concerto com Noé foi posterior àquela em que ordena a construção da arca e anuncia o Dilúvio. Houve, não há dúvida, diversas manifestações divinas durante os 120 anos. Os filhos dos filhos de Noé aqui mencionados podem ser os filhos que nasceram depois do Dilúvio ou a geração futura. O concerto foi feito com Noé e com toda a humanidade depois dele. Houve diversos concertos feitos em ocasiões diferentes, mas todos baseados no molde original - a promessa de um Salvador. Tudo mais é secundário depois deste plano. A salvação e restauração da raça perdida em Adão é a chave da Bíblia. Meu concerto estabelecerei contigo mostra que não fez um novo concerto, mas o restabelecimento do antigo, em novos moldes. Nada mais alto podia premiar Noé, pela sua fé e obediência, do que ser usado para restabelecer o concerto de DEUS com a criação.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

 

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Lição 7, A Família que Sobreviveu ao Dilúvio

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 7.1-12

1 - Depois, disse o SENHOR a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. 2 - De todo animal limpo tomarás para ti sete e sete: o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois: o macho e sua fêmea. 3 - Também das aves dos céus sete e sete: macho e fêmea, para se conservar em vida a semente sobre a face de toda a terra. 4 - Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda substância que fiz. 5 - E fez Noé conforme tudo o que o SENHOR lhe ordenara. 6 - E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra. 7 - E entrou Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com ele na arca, por causa das águas do dilúvio. 8 - Dos animais limpos, e dos animais que não são limpos, e das aves, e de todo o réptil sobre a terra, 9 - entraram de dois em dois para Noé na arca, macho e fêmea, como DEUS ordenara a Noé. 10 - E aconteceu que, passados sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio. 11 - No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia, se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, 12 - e houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.

 

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O Senhor levantou Noé, um homem justo e que buscava ter comunhão com DEUS, mesmo vivendo em uma sociedade perversa, para anunciar o juízo divino em forma de dilúvio que viria sobre a terra.
Noé trabalhou na construção da arca e pregou a verdade divina durante 100 anos. Todos tiveram oportunidade e tempo para se arrependerem dos seus pecados, mas ninguém deu crédito a pregação de Noé. Somente ele, sua família e os animais foram salvos das águas do dilúvio. A arca construída por Noé é um tipo de CRISTO, aquele que é o nosso único meio de Salvação. Somente JESUS pode livrar essa geração do juízo e da morte (1 Pe 3.20,21), por isso, não podemos perder mais tempo e anunciar a todos os povos e nações a mensagem da salvação e o Salvador - JESUS.

 


Resumo da Lição 7, A Família que Sobreviveu ao Dilúvio
I - DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
1. O anúncio do Dilúvio.

2. Um juízo que parecia improvável.

II - A CONSTRUÇÃO DA ARCA

1. A planta da arca.

2. A construção da arca.

III - O DILÚVIO

1. O Dilúvio.

2. O Dilúvio foi local ou Universal?

IV - O JUÍZO DE DEUS

1. Um juízo universal.

2. O juízo divino no inferno.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS anuncia a Noé o dilúvio

SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS dá a Noé as instruções para a construção da arca.

SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS envia o dilúvio sobre toda a terra.

SÍNTESE DO TÓPICO IV - A geração de Noé recusou-se a ouvi-lo, mas viu-se obrigada a escutar o Senhor JESUS que, além de pregoeiro da justiça, apresentava-se, agora, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Sua pregação não era retentiva, mas vindicativa.

 

CONHEÇA MAIS - A arca

"A arca tinha 137 metros de comprimento, 23 de largura e 14 de altura, com proporções que coincidem com modernos navios cargueiros. Era suficientemente larga para a carga e alimentação de que precisariam. Pedro vê a arca como um símbolo da salvação: agência de DEUS para levar em segurança o crente através do julgamento a um novo mundo (1 Pe 3.20,21)." Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 29.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO - Top 1 - Noé
"Em meio à iniquidade e maldade generalizada daqueles dias, DEUS chamou Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era 'varão justo'. (1) 'Reto em suas gerações', equivale dizer que ele se mantinha distanciado da iniquidade moral da sociedade ao seu redor. Por ser justo e temer a DEUS e resistir à opinião e conduta condenáveis do público, Noé achou favor aos olhos de DEUS. (2) Essa retidão de Noé era fruto da graça de DEUS nele, por meio da sua fé e do seu andar com DEUS. A salvação no Novo Testamento é obtida exatamente da mesma maneira, mediante a graça e a misericórdia de DEUS, recebidas pela fé, cuja eficácia conduz o crente a um esforço para andar com DEUS e permanecer separado da geração ímpia ao seu redor. Hebreus 11.7 declara que Noé 'foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé'. (3) O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo, como também pregador da justiça (2 Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO - Top 2 - "A Arca

não continha todas as espécies de animais, mas o protótipo de cada uma delas. Uma simples junta de gado portava os genes que provêm da ampla variação dessas classes animal. O relato bíblico da criação refuta a noção de que toda a vida animal evoluiu dos antepassados unicelulares. Contudo, não questiona o relato de evolucionistas sobre a variação dentro das espécies.

Maldade e violência. Essas palavras são usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasah, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é Hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).

 

PARA REFLETIR

A respeito do livro de Gênesis:

O que foi o Dilúvio?

O fim de toda a carne. O juízo de DEUS.

O Dilúvio foi local ou Universal? Explique.

A inundação foi universal como universal foi o juízo divino sobre a Terra. O relato bíblico é impressionante e preciso: "E expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o réptil que se roja sobre a terra, e de todo homem" (Gn 7.21).

Descreva a arca segundo a Bíblia.

A planta da arca, posto que bastante simples, era eficaz: "Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros" (Gn 6.14-16).

O que representou aos antediluvianos a construção da arca?

Representou a oportunidade de salvação, livrando aqueles que cressem do juízo divino. A arca é um tipo de CRISTO.

O que fez JESUS entre a sua morte e ressurreição?

O Senhor JESUS, no interlúdio entre a sua morte e ressurreição, esteve no Hades, onde lhes proclamou a eficácia da justiça divina.

CONSULTE a Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 43, p. 42.

Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA - Teologia Sistemática de Finney, Teologia Sistemática e A História de DEUS

 

Comentários de vários livros e autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Faço alguns comentários para esclarecimento maior da lição, pois vejo que existem muitas dúvidas nesta lição.

Para alguns a dúvida maior está neste ponto - 7 pares de animai limpos e 2 pares de animais não limpos entraram na arca de cada espécie. Entraram de para em par, um ao lado outro, o casal. 7 casais limpos e 2 casais não limpos (alguns dizem que foram 7 casais limpos e um casal só de impuros).
Outra coisa - Quantos dias choveu? Gn 7.12 E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
Quanto tempo durou o dilúvio então? Gn 7.11 No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, ----- 17 E durou o dilúvio quarenta dias sobre a terra, e cresceram as águas e levantaram a arca, e ela se elevou sobre a terra. - 40 DIAS
Quanto tempo ficaram as águas sobre a Terra? Gn 7.24 E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinquenta dias.
Gn 8.4 E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararate.
 5 MESES de águas sobre a Terra.
Quarenta dias e quarenta noites de chuva resultaram em 5 MESES de águas sobre a Terra.

MEDIDAS DA ARCA - 137m de comprimento, 22,5m de largura e 13,5m de altura. 3 andares. Uma arca, não um navio, construída para flutuar e não para navegar.

 

Quanto tempo Noé passou dentro da arca?

Gn 7.4 Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites. Gênesis 7:11,12 No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, E houve chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
Gênesis: 8.14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca. 15. Então falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos. Gênesis: 8. 14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca. 15. Então falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.

 

 

A outra dúvida que vai surgir na sala é essa diferença entre animais limpos e não limpos.
A opinião de DEUS sobre animais limpos e impuros para a alimentação do homem é a mesma antes e depois da lei -

Levítico 20:25 Fareis, pois, diferença entre os animais limpos e imundos, e entre as aves imundas e as limpas; e as vossas almas não fareis abomináveis por causa dos animais, ou das aves, ou de tudo o que se arrasta sobre a terra; as quais coisas apartei de vós, para tê-las por imundas.


Animais puros e impuros - Levítico 11:2-47

Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que comereis dentre todos os animais que há sobre a terra;
Dentre os animais, tudo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, e rumina, deles comereis.
Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo;
E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo;
E a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.
Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo.
Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos.
De todos os animais que há nas águas, comereis os seguintes: tudo o que tem barbatanas e escamas, nas águas, nos mares e nos rios, esses comereis.
Mas todo o que não tem barbatanas, nem escamas, nos mares e nos rios, todo o réptil das águas, e todo o ser vivente que há nas águas, estes serão para vós abominação.
Ser-vos-ão, pois, por abominação; da sua carne não comereis, e abominareis o seu cadáver.
Todo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação.
Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango,
E o milhano, e o abutre segundo a sua espécie.
Todo o corvo segundo a sua espécie,
E o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie.
E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja,
E a gralha, e o cisne, e o pelicano,
E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego.
Todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés, será para vós uma abominação.
Mas isto comereis de todo o inseto que voa, que anda sobre quatro pés: o que tiver pernas sobre os seus pés, para saltar com elas sobre a terra.
Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie.
E todos os outros insetos que voam, que têm quatro pés, serão para vós uma abominação.
E por estes sereis imundos: qualquer que tocar os seus cadáveres, imundo será até à tarde.
Qualquer que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde.
Todo o animal que tem unha fendida, mas a fenda não se divide em duas, e todo o que não rumina, vos será por imundo; qualquer que tocar neles será imundo.
E todo o animal que anda sobre as suas patas, todo o animal que anda a quatro pés, vos será por imundo; qualquer que tocar nos seus cadáveres será imundo até à tarde.
E o que levar os seus cadáveres lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; eles vos serão por imundos.
Estes também vos serão por imundos entre os répteis que se arrastam sobre a terra; a doninha, e o rato, e a tartaruga segundo a sua espécie,
E o ouriço cacheiro, e o lagarto, e a lagartixa, e a lesma e a toupeira.
Estes vos serão por imundos dentre todos os répteis; qualquer que os tocar, estando eles mortos, será imundo até à tarde.
E tudo aquilo sobre o que cair alguma coisa deles estando eles mortos será imundo; seja vaso de madeira, ou veste, ou pele, ou saco, qualquer instrumento, com que se faz alguma obra, será posto na água, e será imundo até à tarde; depois será limpo.
E todo o vaso de barro, em que cair alguma coisa deles, tudo o que houver nele será imundo, e o vaso quebrareis.
Todo o alimento que se come, sobre o qual cair água de tais vasos, será imundo; e toda a bebida que se bebe, depositada nesses vasos, será imunda.
E aquilo sobre o que cair alguma parte de seu corpo morto, será imundo; o forno e o vaso de barro serão quebrados; imundos são: portanto vos serão por imundos.
Porém a fonte ou cisterna, em que se recolhem águas, será limpa, mas quem tocar no seu cadáver será imundo.
E, se dos seus cadáveres cair alguma coisa sobre alguma semente que se vai semear, será limpa;
Mas se for deitada água sobre a semente, e se dos seus cadáveres cair alguma coisa sobre ela, vos será por imunda.
E se morrer algum dos animais, que vos servem de mantimento, quem tocar no seu cadáver será imundo até à tarde;
E quem comer do seu cadáver lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde; e quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes, e será imundo até à tarde.
Também todo o réptil, que se arrasta sobre a terra, será abominação; não se comerá.
Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés, ou que tem muitos pés, entre todo o réptil que se arrasta sobre a terra, não comereis, porquanto são uma abominação.
Não vos façais abomináveis, por nenhum réptil que se arrasta, nem neles vos contamineis, para não serdes imundos por eles;
Porque eu sou o Senhor vosso DEUS; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis com nenhum réptil que se arrasta sobre a terra;
Porque eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para que eu seja vosso DEUS, e para que sejais santos; porque eu sou santo.
Esta é a lei dos animais, e das aves, e de toda criatura vivente que se move nas águas, e de toda criatura que se arrasta sobre a terra;
Para fazer diferença entre o imundo e o limpo; e entre animais que se podem comer e os animais que não se podem comer.
Levítico 11:2-47
 

A maioria dos crentes comem todo tipo de animais, mas não é saudável para nossa saúde. Atente quem quer e tem juízo. DEUS sabe o que é bom e o que não é para nós, mas ninguém vai deixar de ser salvo por comer isso ou aquilo, só vai ter alguns probleminhas de saúde que poderiam ser evitados.
Isso já é outra polêmica para a lição.

 

Alguém poderia sugestionar que os grandes animais não foram, mas seus filhotes. Também poderiam sugestionar que os animais hibernaram para não terem que comer muito durante mais de um ano (1 ano e 17 dias que Noé ficou dentro da arca).
O Dilúvio foi global, mas cremos que só era povoada uma parte da terra. Tanto animais quanto pessoas só povoavam a região da Ásia até o Iraque. 7 pares de limpos e 2 de impuros. Lembrando que um casal de minhocas próximas à arca representava todas as minhocas que existiam em toda terra. Como todos os animais passaram a existir a partir do Éden, todos estavam próximos à arca. Lembrando que só de ovos por dia dava para alimentar muita população de uma pais inteiro hoje, mesmo que os animais eram herbívoros antes do dilúvio, creio que ovos, muitos comiam, pois, ovo não é carne. Depois do dilúvio alguns, inclusive o homem se tornou carnívoros. Cobra come ovos, lagartixa come ovos, Noé e sua família comiam ovos, pássaros comem ovos etc.

 

Observação - Salvação é pela graça de DEUS.

Quanto ao vapor subindo da Terra creio que foi só até Adão pecar, depois as evaporações começaram e as chuvas chegaram. No tempo de Noé creio que já chovia.

 

Outra dúvida - PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO 
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de DEUS esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água” 

 

Final da dispensação da inocência - juízo de Deus sobre a Adão, Eva e Satanás. Deus fala com eles e lhes explica porque o juízo.

Final da dispensação da consciência - juízo de Deus sobre todos. JESUS vai aos espíritos, pessoas que morreram na geração de Noé, explicar-lhes porque o juízo - porque resistiram a graça de DEUS pois Deus ofereceu a eles a oportunidade de se salvarem se arrependendo e entrando na arca. Agora haverá parte dos justos e parte dos ímpios no Hades. No tempo de Noé vai começar dispensação do governo humano, com Noé e seus descendentes.

No juízo final também os mortos serão julgados. Deus apresentará a cada um porque está sendo lançado no lago de fogo e enxofre. NÃO EXISTE MAIS POSSIBILIDADE DE SALVAÇÃO - JESUS PROCLAMA SUA VITÓRIA SOBRE O PECADO E A MORTE.

Espíritos em prisão são as pessoas que morreram no dilúvio. Assim como no juízo final os mortos (espíritos porque não mais são pessoas normais como nós em corpo humano normal) vão ser julgados e condenados ao lago de fogo e enxofre.

Apocalipse: 20. 12. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13. O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. 14. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 15. E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.

1 Pedro: 3. 19. no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; 20. os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água,

 

Porque por isto foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito; 1 Pedro 4:6

 

Quem nunca ouviu falar de JESUS será julgado por saber e ter necessidade de DEUS, mas nunca tê-Lo buscado ou procurado. Até a natureza é uma pregação de DEUS. A consciência de cada um o acusa ou o defende quando faz qualquer coisa. Ninguém é inescusável diante de Deus. Qualquer pessoa no planeta que clamar por DEUS, Ele enviará a ela um pregador.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Romanos 1:20

 

 

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

Gênesis - este livro foi confirmado por JESUS CRISTO justamente nos pontos que mais inversimil pudesse parecer. JESUS tem assim afirmado a criação bíblica do homem, o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda vários outros acontecimentos do Gênesis.

Corrupção dos homens - Gên. 6:5-12.

DEUS anuncia o dilúvio - Gên. 6:13-22.

Noé 6 preservado por DEUS - Gên. 7:1-12.

O castigo divino - Gên. 7:17-24.

Gratidão de Noé - Gên. 8:13-22.

A inexcusabilidade dos homens - Rom. 1:8-25.

A loucura e corrupção do homem – Salmos 14:1-7.

 

RESUMO DA LIÇÃO

I - "Os dias de Noé" - 6:5-6, 13.

II - A corrupção traz o castigo - 6:7, 17-18.

III - A salvaguarda dos que anda na fé e na obediência - 6:8, 14 7:1-4.

IV - Aspectos do dilúvio - 7:19-23.

I - "Os dias de Noé" - 6:5-6, 13.

O estado da terra nos dias de Noé, era de avançada corrupção. A iniquidade era múltipla entre os homens. Embora não caiba neste ligeiro comentário uma referência ampla às profundas lições de Gên. 6:1-5, contudo, para podermos ver alguma coisa do estado da terra daquela época, somos forçados a considerar que: 1) o homem havia sido criado à semelhança de DEUS; 2) vivia na situação de decaído; 3) não tinha lei nem temor algum 4) Sofrera uma transformação constitucional no seu corpo. Diz a escola transformista que o homem é o resultado do aperfeiçoamento de outros animais, como o macaco, mandris etc., mas nós vemos exatamente o contrário: o

homem é a degenerescência da imagem de DEUS, em qual a fora criado.

O verso 3 do cap* 6 de Gên. nos revela que o homem teve a sua vida limitada e se tornou carne por causa do pecado: "Então disse Jeová:. . . por causa do seu errar é ele carne". Alguém perguntará: "Mas o homem, então, não era carne?" Sim, mas que espécie de carne, não o sabemos. Paulo diz que há corpos com muita glória e os há com pouca ou até sem nenhuma. Nem toda a carne é uma mesma carne." (Comp. I Cor. 15:39-40). Antes, porém, que DEUS destruísse todas as vidas pelo dilúvio, teve o cuidado de limitar a existência do homem. DEUS não ignorava que viriam ser necessárias novas destruições, como a de Sodoma Gomorra e ainda a que virá no dia do Filho do Homem. O homem daqueles dias reflete bem a situação de alguém que/ sendo espiritual vai aos poucos se transformando carnal por causa do pecado até atingir o estado de não mais aceitar, em absoluto, as coisas do espírito: E' carne e nada mais; sua vida, que era eterna, passou a ser finita.

II - A corrupção traz o castigo - 6:7, 17-18.

Há uma lei natural que confirma e aponta claramente a oportunidade da* destruição devido à corrupção. Vemos isso sempre. Todo indivíduo que age contra os desígnios da natureza acaba sofrendo algum abalo no seu físico desobediente; seja o tabagista, o ébrio ou o homem dado às devassidões, todos mostram no seu aspecto "destruído" a sua vida "completa". Além dessa decomposição pelo desequilíbrio das leis naturais, há, ainda, uma operação importante, o ESPÍRITO de DEUS que se entristece e castiga. DEUS é bom, mas é também severo. Rom. 11:22. Até na maneira do Senhor falar (6:13) nos impressiona o motivo do castigo: "O fim da carne é vindo perante a minha face". E não: — "A minha face se cá voltado para dar fim à carne". Os acusadores de DEUS, filhos do grande Acusador (Gên. 3:5), sabem sempre lembrar que DEUS destruiu a terra, mas escondem a sua própria maldade, provocadora da mesma destruição. "A tua malícia te castigará", (diz Jeremias — 2:19).

III - A salvaguarda dos que anda na fé e na obediência - 6:8, 14 7:1-4.

Muitas pessoas julgam que o Senhor não será capaz de cuidar duma única pessoa fiel, dentre uma completa geração perversa. Mero engano. Suponhamos que um homem de negócios, inteligente e zeloso, resolvesse fechar todas as empresas que lhe dessem prejuízo. Certamente ele não cerraria as portas e um estabelecimento que lhe desse bons lucros. Ora, se um homem imperfeito sabe agir dessa forma, quanto mais DEUS que é perfeito e nos tem por mais precioso que os negócios humanos. JESUS disse que como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem"; logo, temos que de cobrir em Noé o que agradava a DEUS, a fim de podermos conferir a nossa vida. Se ele foi preservado da destruição, nós também queremos ser. Noé teve fé (sem a qual é impossível agradar a DEUS - Hebr. 11:6), e mostrou zelo na obediência, pois fez tudo o que o Senhor mandara (obediência é melhor do que sacrifício). Aquele que, na presente dispensação guarda estes pontos como fez Noé, certamente, já pode ouvir: "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da

hora da tentação que há de vir sobre o mundo.. (Apoc 3:10).

Era preciso fé e fidelidade para estar um homem construindo no seco uma arca" que se' destinava a navegar. Contudo, se alguém zombasse de Noé ou procurasse persuadi-lo, ele podia usar um forte argumento: "DEUS me falou e vocês, que não creem, são os pecadores condenados por esta arca/' (Hebr.11:7).

Hoje ainda se dá o mesmo. Dizem-nos: "Vocês são fanáticos venham para o mundo; há tantos prazeres; gozemos a vida, pois daqui nada se leva. Mas nós temos o mesmo argumento: "DEUS nos falou por seu Filho conhecemos a sua voz e dele somos conhecidos, JESUS é a arca posta para salvar, mas a sua palavra julgará o mundo. A graça salva; a verdade julga. (João 12:47^48).

IV - Aspectos do dilúvio - 7:19-23.

O dilúvio foi total, isto é, as águas cobriram todo o globo terrestre. Ha pessoas que procuram negar isso, mas a Escritura o afirma de duas maneiras: direta e indireta, ou racional. A afirmação direta está no vers. 6:19-20 onde diz que as águas cobriram e prevaleceram sobre os mais altos montes da terra. A afirmação indireta é o que se deduz racionalmente, se a, arca ao baixar das águas pousou nos montes de Arará. Tendo esse monte mais de 5.200 metros de altura e sendo o ponto culminante da Arábia, num dilúvio parcial a arca nunca poderia pousar sobre ele, mas desceria fatalmente. Na primeira lição do trimestre, falamos ligeiramente numa destruição sofrida pela terra e que a tornou sem forma e vazia e, segundo se apreende do texto, também foi por água. (Gên. 1:2).

Em ambos os casos, após o cataclismo, o homem tinha diante de si a terra refeita, enxuta e apta para produzir. E assim como DEUS fez o pacto com Adão, entregando-lhe a terra, também o fez com Noé, no mesmo sentido. Mas, infelizmente, havia não somente descendentes de Sete sobre a terra, mas ali se achavam também os filhos de Caim, os quais estão até hoje buscando uma nova destruição que, certamente, não tardará.

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

O DILÚVIO

1. DEUS se arrepende de ter criado o homem (Gn 6.6). Pode o Todo-poderoso ter esse tipo de sentimento? Pode arrepender-se de alguma coisa? Se analisarmos o texto a luz da Bíblia, sobre o caráter de DEUS, teremos dificuldade em entender a declara9ao do texto em foco, pois Ele é perfeito, imutável e infinito. Parece-nos mais aceitável que o autor sacro tenha interpretado o sentimento de repulsa do Criador, usando uma força de expressão na frase: "e DEUS arrependeu-se". Isto é típico dos escritores bíblicos: colocar os pensamentos de DEUS em termos humanos. O Senhor não se arrepende dos seus atos, pois não é inconstante e falível como o homem.

2. DEUS anuncia o juízo contra aquela geração (Gn 6.13-17). No versículo 8, está escrito que, quando DEUS resolveu destruir toda a carne sobre a face da Terra, Ele encontrou um homem temente e fiel, Noé. Diz, literalmente, o texto: "Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor". "O patriarca era varão justo" no meio daquela geração corrompida. Ele era "íntegro" no sentido de agir com a verdade, como princípio e prática. Os versículos 13 e 14 declaram que DEUS anunciou a Noé a decisão de destruir toda a carne sobre a Terra, por causa da degeneração moral e espiritual da humanidade.
3. Couberam todos os animais descritos dentro da Arca? (Gn 6.19,20). Objeções são levantadas, não só contra o fato do Dilúvio, mas, também, entre outras coisas, quanto ao número de animais que Noé acomodou na embarcação. Existem estudo s nos quais se apresentam probabilidades de que a capacidade de carga da arca podia acomodar urna quantidade enorme de animais diferentes. Dois famosos estudiosos, Whitcomb e Morris, fizeram algumas estimativas e declararam que poderia haver mais de dez mil espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios, calculando dois de cada espécie dentro da arca, pois o espaço daria para 35.200 animais, apro­ximadamente.
4. O Dilúvio foi parcial ou universal? (Gn 7, 11, 1 7). As águas cobriram toda a Terra, ou apenas a terra habitada? Alguns defendem a tese de um dilúvio universal, outros afirmam que foi parcial. Preferimos ficar com a declaração bíblica: "E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes, que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos" (Gn 7.19). O objetivo divino foi eliminar, universalmente, toda a carne sobre a face da terra: "tudo o que há na terra expirará" (Gn 6.17).

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1.Os dias que antecederam ao Dilúvio eram idênticos aos nossos, na atualidade, pois também comiam, dormiam, trabalhavam, casavam-se, etc. Só que não acreditavam na mensagem do patriarca de que a Terra seria destruída pelas águas. Como muitos, hoje, os quais não creem na volta de JESUS, para arrebatar a sua Igreja.
2.A corrupção e a imoralidade também avassalam a Terra, na atualidade. Por isso, aproxima-se, a passos largos, a Grande Tribula9ação, um sofrimento que jamais houve e nunca acontecerá depois dele. Será o momento em que o Todo-poderoso chamará o homem para a prestação de contas.
3.Assim como se sucede a Noé e seus familiares, que foram protegidos no decorrer do Dilúvio, nós também seremos salvos da Grande Tribulação dentro da Arca, que é a Igreja. Em breve, ela será arrebatada, para não sofrer as consequências deste intenso sofrimento.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Depois que a arca estava pronta, o SENHOR (7.1) apareceu a Noé outra vez. Ele foi elogiado por sua obediência identificada pela palavra justo. O que Noé fez contou com a aprovação de DEUS.
A lista dos animais que entram na arca faz distinção entre animal limpo (2) e animais que não são limpos. Os animais limpos, em sentido ritualista, foram privile­giados para entrar sete e sete. Se o significado é sete pares ou três pares mais um indivíduo extra não está claro. Dos animais não limpos só um par de cada um foi permi­tido. Não é feita classificação entre aves (3) imundas e limpas, mas também tinham de entrar sete e sete. Noé teve sete dias (4) para carregar a arca antes do início do julga­mento. Este viria na forma de um dilúvio que destruiria o homem e os animais. Noé obedeceu prontamente à mensagem de DEUS em todos os detalhes.
c) O Dilúvio (7.6-24). Na época desta catástrofe, era Noé da idade de seiscentos anos (6). A descrição da entrada na arca é de um evento tranquilo e ordeiro, que se deu do modo como DEUS ordenou que fosse feito. De acordo com o tempo estabelecido, vieram as águas do dilúvio (10).
A segunda anotação cronológica menciona o mês e o dia quando irrompeu o dilúvio.
A fonte das águas era dupla: jorraram de baixo, do grande abismo (11), e se derrama­ram de cima, pelas janelas do céu. Esta brevidade de descrição ocasiona uma avalanche de conjecturas relativas ao significado destes termos.27 A Bíblia se contenta em apenas dizer que esta turbulência continuou por quarenta dias e quarenta noites (12). Antes do início do dilúvio, Noé e sua família, com os animais, já estavam na arca conforme a ordem divina. DEUS, então, fechou a porta de forma que a arca flutuou com segurança sobre as águas em formação que cresceram grandemente (18) até cobrirem todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu (19).
As águas subiram quinze côvados (20), distância de cerca de 6,75 metros, mas não informa se esta medida era do cume da montanha mais alta até à superfície das águas ou de algum outro ponto de partida.

As águas cumpriram seu propósito mortal, destruindo as criaturas que estão mais à vontade no seco (22) do que em cima ou dentro d’água. A destruição é acentuada duas vezes (21,23), pois o julgamento era assunto apavorante. Somente os que estavam na arca escaparam da fúria da tempestade, cujas consequências perduraram por um total de cento e cinquenta dias (24).29
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

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7:1-5. A ordem de embarque.

O efeito da ampliação das instruções de 6:18, somente para repeti-las pela terceira vez em seu cumprimento (8,9), é salientar a cuidadosa provisão feita por DEUS e a segura aproximação da crise. As reiterações

são deliberadas e altamente eficazes.

1. Não se deve exagerar a aparente nota de boas-vindas no “ Vem” (AV, RV). A palavra é tão neutra como “entra” (c/. RSV, AA), como no versículo 7. Mais significativa é a frase tu e toda a tua casa com a explicação:

porque reconheço que tens (não “tendes”) sido justo. Cf. coment.de 6:18).

4. Há urgência, não, porém pressa, nos sete dias; tempo suficiente para a tarefa completa, mas não para protelações. Nas visões do fim (por exemplo, Dn 9:27) o símbolo dos sete dias ou anos finais, e de sua abreviação, talvez intente evocar este primeiro encerramento de um dia de graça.

7:6-24. O dilúvio esperado.

II. A data precisa, com sua falta de simbolismo óbvio, traz as marcas de um fato bem lembrado. E isso é confirmado pelas cuidadosas anotações sobre a época, mais adiante na narrativa, as quais são características da contextura da Bíblia, unindo o local e o cósmico. Cf. o preciso cuidado na fixação de datas na era do Evangelho em Lc 3:1,2.

Da afirmação sobre grande abismo e sobre as comportas dos céus (ou “janelas”, AV), podemos inferir um enorme levantamento do leito do mar, e chuvas torrenciais. Mas as expressões evocam deliberadamente o capítulo 1: as águas sobre e sob o firmamento, por sinal, voltam a misturar-se, como que para inverter a própria obra da criação e trazer de volta a informe desolação de águas.

13. A despeito do primitivo exemplo de Lameque (4:19) e a decadência moral generalizada, Noé e seus filhos eram monógamos: a família totalizava oito pessoas (l Pe 3:20). Entre os piedosos, a primeira menção de poligamia é feita na história de Abraão.

16. E o Senhor fechou a porta após ele. A expressão mostra lindamente o toque paternal de DEUS no limiar mesmo do juízo. O mesmo cuidado aqui demonstrado encaminha a nossa salvação à sua conclusão.

19-24. Estes versículos não bastam para decidir a favor ou contra a ideia de um dilúvio localizado (ver a nota adicional sobre o dilúvio, seção a pp 88 ss. Mesmo a expressão debaixo do céu (AV, “de todo o céu” ), v. 19, é provável que seja linguagem baseada na aparência, conforme a analogia destes capítulos (Paulo usa hiperbolicamente um linguajar parecido em Cl 1:23). O que interessa à história é registrar o julgamento que o homem fez vir sobre todo o seu mundo, e não se es­ tender sobre geografia. O próprio fato de que uma só palavra hebraica normalmente serve para designar “país” e “ terra” reflete um interesse prático, e não teórico.
20. Quinze cúbitos de profundidade (AV) referem-se às águas livres acima dos montes, não à profundidade total. Possivelmente, como sugerem muitos, pôde-se saber a medida pelo calado da arca depois de carregada (isto é, a metade de sua altura de trinta cúbitos ou côvados), que tinha ficado livre de todos os obstáculos. Talvez se deva acrescentar que alguns dos escritores que acham que o dilúvio foi global, fazem a conjetura de que no mundo antediluviano as principais cadeias de montanhas não se tinham erguido ainda (ver, por ex., Whitcomb e Morris, The 67).

 

Nota Adicional sobre o Dilúvio

a. A extensão e a data aproximada do dilúvio.

Se não possuíssemos pistas materiais da história primitiva da terra e da primitiva distribuição da humanidade, teríamos de deixar aberta a questão sobre se as expressões presentes na narrativa do dilúvio, como “a terra” , “ todas as altas montanhas sob todo o céu” , e “ toda carne”, e Gn 7:19,21, deveriam ser entendidas em seu sentido moderno ou antigo. Como é, sempre faltam, segundo a maioria dos especialistas, os vários dados geológicos que, segundo se pensa, favorecem um dilúvio literalmente universal. Resta pouca dúvida razoável (conquanto alguns ainda contestem isto) de que os acontecimentos de Gn 6-8 se deram numa área limitada, embora verdadeiramente vasta, cobrindo não o globo inteiro, mas o cenário da história humana dos capítulos anteriores. Algumas opiniões a delimitam à Mesopotâmia, outras divisam uma extensão maior. Certamente há lugar para mais investigações. Mas também parece, da distribuição e da fixação da data geralmente aceita dos vestígios humanos, que certos ramos da humanidade tinham-se estabelecido em regiões situadas muito além do horizonte específico do Velho Testamento desde a era paleolítica,5 e, a menos que esta população mundial se reduzisse às vizinhanças da Mesopotâmia antes do dilúvio, ou a menos que os dados paleontológicos necessitem drástica reinterpretação, parece seguir-se que a destruição da vida foi como a inundação da terra, completa em sentido relativo, e não absoluto. Por “relativo” queremos dizer relacionada com a área de interesse direto do Velho Testamento. Para citar Bernard Ramm: “O registro não afirma nem nega que o homem existiu além do vale mesopotâmico. Certamente Noé não foi pregador da justiça aos povos da África, da índia, da China e da América — lugares onde há evidência da existência do homem muitos milhares de anos antes do dilúvio. ... A ênfase de Gênesis está naquele grupo de culturas das quais eventualmente Abraão proveio”. Se é este o caso, a linguagem da narrativa é de fato a linguagem do dia a dia normalmente empregada na Escritura, descrevendo a matéria da posição de vantagem do próprio narrador e dentro da costumeira estrutura de referência dos seus leitores. Ver também comentário de 7:19-24. Seja esta a contribuição certa das evidências ou não, devemos ser cuidadosos, lendo o relato com isenção de ânimo em seus próprios termos, que descrevem uma condenação total imposta ao mundo ímpio, já colocada diante de nós em Gênesis — não um acontecimento de dimensões discutíveis num mundo que podemos tentar reconstruir. A cena total dos seres vivos foi apagada, e o Novo Testamento ensina-nos por meio disso o juízo maior que espera não só o nosso planeta inteiro, mas também o próprio universo (2 Pe 3:5-7). Quanto à data aproximada do dilúvio, a principal pista, fora as genealogias de Gn 5 e 11 (que estão abertas para mais de uma interpretação; cf. a nota adicional sobre o capítulo 5), é a afirmação de que as nações do capitulo 10 são provenientes dos filhos de Noé. Isto parece implicar numa data deveras muito primitiva, alguns milênios antes das inundações de cerca de 3000 a.C., que deixaram suas marcas físicas em diferentes épocas em Ur, Shuruppak, Kish e em outros lugares. Mas ser mais específico que isto seria pura adivinhação.

b. Narrativas extrabíblicas do dilúvio.

Narrativas de uma grande inundação acham-se na maioria dos lugares do mundo, da Europa aos Mares do Sul, e das Américas ao Extremo Oriente. Somente na África elas são notavelmente raras. Pormenores dispersos nessas narrativas podem trazer-nos à mente, em graus variáveis, o dilúvio de Noé. Um dilúvio pode ser enviado pela ira divina, e um homem pode ser advertido dele. Na narrativa grega, o barco de Deucalião, como o de Noé, era um cofre ou caixão (mas não do mesmo tamanho enorme), e eventualmente pousou numa montanha. Alguns contos dos índios norte-americanos falam de pares de animais levados a bordo de uma balsa, e de aves enviadas como meio de reconhecimento. É razoável pensar que algumas reminiscências do dilúvio de Noé foram levadas a partes distantes pelo círculo cada vez mais amplo dos seus descendentes. Contudo, é preciso lembrar que inundações não são catástrofes das mais raras, e que as experiências dos sobreviventes hão de ter muita coisa em comum. As semelhanças específicas entre a narrativa de Gênesis e a maior parte das outras são totalmente sobrepujadas pelas diferenças, e somente a lenda babilônica mostra algumas semelhanças maiores com a narrativa de Noé. Existem várias versões dessa tradição babilônica, em que o herói é variadamente descrito como Ziusudra, Utnapishtim e Atrahasis (nomes relacionados com os temas da vida e da sabedoria; o nome de Noé é derivado da raiz “ repouso” ). O dilúvio é decretado pelo concilio dos deuses. É um último recurso, segundo a versão de Atrahasis, para silenciar a turbulência do homem, de modo que o céu possa desfrutar um pouco de sono. Todavia, um deus dissidente avisa o herói, que é seu cultuador, para que construa um navio. Mas deve manter esse propósito em segredo, despistando os que lhe façam indagações com alguma história tranquilizadora. O navio babilônico é um cubo de sete conveses, cada lado medindo 120 côvados. É impermeabilizado com betume, recebe suprimentos em dinheiro e outras provisões, e nele embarcam a família do herói, animais e trabalhadores. Então a tempestade irrompe com tal violência, que os próprios deuses ficam aterrorizados com o que fizeram. Sete dias depois, o herói abre uma janela para eventualmente avistar terra à distância. O navio vem a pousar no monte Nisir, e depois de mais sete dias, três aves são soltas sucessivamente. As duas primeiras, uma pomba e uma andorinha, têm de voltar, mas a terceira, um corvo, encontrando as águas reduzidas, não volta mais. Depois o herói desembarca e faz sacrifício aos deuses, que já morriam de fome por falta de oferendas.

Assim “ os deuses aspiraram o suave cheiro; os deuses se juntaram como um bando de moscas sobre o ofertante” . O céu aprendeu sua lição, e o principal instigador do projeto é censurado. Para consertar a situação, este confere divindade ao herói do dilúvio.

Por consenso comum, essa versão dos acontecimentos é completamente posta em vexame por Gênesis. Até os pontos incidentais, a arca em forma de dado e a sequência de aves, perdem na comparação, enquanto que a teologia desliza de inépcia em inépcia. Mas as opiniões sobre a relação de uma narrativa com a outra diferem. Segundo a maioria, alguma versão das histórias babilônicas, decerto repetidamente copiadas durante séculos antes de Moisés, deve constituir a matéria-prima da qual Gênesis é o produto acabado. A montagem parece babilônica, e mesmo a palavra para “ betume” em 6:14, que se acha somente nesta passagem, é o equivalente hebraico do termo babilônico presente no épico de Gilgamés.

Mas outra ideia é a de que ambas as narrativas têm, em última instância, uma origem comum, que Gênesis reflete de modo fiel e a lenda babilônica de modo pervertido. O fato de que Gênesis conta uma história mais simples e mais coerente, favorece isto, se admitirmos que há um acontecimento verdadeiro por trás dessas tradições. Os argumentos apresentados contra esta ideia não são nada decisivos. O cenário mesopotâmico é o que a Bíblia afirma para esse período (c/.11:2,28), e a palavra para “ betume” (kõper, cf. babilônico kupru) é um de três sinônimos hebraicos, sendo que os outros dois aparecem só três vezes cada um no Velho Testamento — alicerce estatístico demasiado débil para que se construa algo sobre ele. Continua sendo plenamente auto coerente sustentar que uma família bastante ciosa das suas tradições para preservar a sua genealogia, de Sem a Moisés, tenha transmitido o seu próprio relato de tão memorável acontecimento.

c. Análise documentária da história do dilúvio.

Gn 6-8 é uma das peças de demonstração da crítica literária, um exemplar de livro-texto da arte de pesquisar e desembaraçar uma narrativa composta. Pretende-se que duas tradições, a yahwista ou jeovista (J) e a sacerdotal(P) se acham aqui, e são consideradas tão discrepantes que precisam ser tratadas separadamente nos comentários modernos.

Em geral se firmam os seguintes pontos:

Primeiro, na arca J tem grupos de sete animais e aves limpos, bem como pares de impuros; P não faz essa distinção. Segundo J atribui o dilúvio a chuvas pesadas, mas P a águas do grande abismo e às janelas do céu. Terceiro, o dilúvio de J dura quarenta dias mais as três semanas em que as aves são enviadas, enquanto que o de P dura um ano e dezessete dias. Quarto, repetições e estratagemas estilísticos traem a presença das duas fontes.

A cada uma dessas sugestões alguma réplica é possível.

1. A questão dos grupos de sete e dos pares de animais poderia ser no fundo uma simples matéria de estilo, uma escolha entre um relato vívido e um tedioso; pois uma narrativa que está sempre acrescentando frases qualificativas logo se torna insuportável. O memorável “de dois em dois” é a instrução orientadora a Noé concernente aos seus animais domésticos. Uma vez que isto ficara estabelecido em 6:19,20, e feita a exceção para os animais limpos em 7:2,3, mataria a história exibir as exceções nos versículos 9 e 15. (Casualmente, o “ de dois em dois” de 7:9 é um embaraço para a análise; ver item 4, adiante.) Portanto, o silêncio não prova nada, exceto o bom senso literário do autor.

2. Dificilmente se pode dizer que três expressões da múltipla arremetida do dilúvio sejam excessivas. Sem uma anterior admissão de documentos duplos, não há o que responder aqui. Veja-se adiante, no item 4, porém, algo mais sobre a questão do vocabulário e das duplicações.

3. Os quadros cronológicos rivais são preparados retirando-se dois períodos de quarenta dias do total (7:12; 8:6), reduzindo-os a um período, aduzindo três semanas (8:6-12) e antepondo esse total de sessenta e um dias (que poderíamos chamar de Cataclismo Mais Breve) a um ano e dezessete dias do relato completo, atribuindo-os respectivamente a J e P .12 Contudo, a cronologia, como está, contém apenas uma dificuldade, a relação dos quarenta dias de 7:12,17 com os 150 dias de 7:24.

Isto não é insolúvel, de modo nenhum. Talvez Heidel esteja certo em conceder que os primeiros quarenta dias foram seguidos de uma moderação das águas (particularmente) de cima, não, porém uma completa cessação antes do 150º dia.13Mas parece mais provável que, como U.

Cassuto e E. Nielsen15 sugerem (independentemente, segundo parece), num verdadeiro estilo semítico, o capítulo 7 arremata o seu relato da primeira fase, a saber os quarenta dias e seus efeitos prolongados, dando o total da sua duração (150 dias); em seguida, o capítulo 8 descreve a segunda fase, a do livramento, partindo do seu início lógico na interrupção do aguaceiro dos quarenta dias (8:2), mas anotando o período intermediário que transcorreu antes que a arca pousasse na terra (8:3).

(Sobre este método de narrar, sobrepondo o final de um parágrafo anterior, ver 12:1-9.)

O seguinte quadro demonstra a auto coerência do relato. Com base em 8:3,4, parece que os meses são contados como tendo trinta dias cada.

E em 8:10 a expressão “outros sete dias” provavelmente implica no intervalo de uma semana entre 8:7 e 8;

 

Referências em Gênesis

 Acontecimentos

Datas (em termos da vida de Noé)

7:11

O dilúvio começa

17.11.600

7:12 (cf. 17)

Cataclismo até o 40º dia

 26.III.600

7:24 (cf. 8:3)

Inundação até o 150] dia

16.VII.600

8:4

A arca encalha

17.VII.600

8:5

Visíveis os picos dos montes

1.X.600

8:6,7

Enviado o corvo

10.XI.600

8:8

Enviada a pomba

17.XI.600

8:10,11

A pomba e a folha

24.XI.600

8:12

Vai-se a pomba

I.X II.600

8:13

Surge a terra seca

1.1.601

8:14

O desembarque

27.11.601

 

Não é demais dizer, com Heidel: “Não existe aqui discrepância de nenhuma espécie.”

 

4. O argumento fundado nas expressões típicas de J e P, e nas repetições, é enfraquecido por muitas anomalias. Tomando 7:7-9 como exemplo típico, a frase é a bem trabalhada “entrou Noé na arca, ele com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos” (7:7), que é caracteristicamente P (cf. 6:18), oposta à expressão simples de J, “ Entra na arca, tu e toda a tua casa” . Mas todos estão de acordo em que deveria ser um versículo J. Terá sido alterado o original, ou serão as palavras “uma pura inserção” (Skinner)? Contudo, nos dois versículos seguintes, os animais limpos e impuros de J (distinção que P não admitirá antes do Sinai), vêm acompanhados por uma corrente de expressões P, incluindo-se “de dois em dois” , “ macho e fêmea” (como em oposição a “ um homem e sua mulher” de J — literalmente), e “ Elohim” . Com tão pouca coisa deixada a J, poder-se-ia perguntar por que, afinal, se lhe atribui a passagem. A razão é simplesmente que ela duplica 13-16, pertencente a P ;17 e as duplicações são ex hypothesi inadmissíveis numa só fonte, pois são um dos critérios pelos quais se reconhece uma narrativa como composta. O analista fica preso entre a mó de cima e a de baixo do vocabulário e da duplicação. Seu único escape é afirmar a interferência em alta proporção de um redator escrevendo com o estilo de P; todavia, isso é abandonar o visto pelo que não se vê. Sobre esta espécie de dilema, Nielsen observa que a hipótese documentária “é a única sustentável, quando ela ocasionalmente entra em conflito com as suas próprias pressuposições” . Ele acrescenta, com justificável ironia: “E tranquilizador e às vezes necessário ter um redator oculto na manga da gente” .18 Retornar desses trabalhosos exercícios\ à narrativa mesma, é, podemos sugerir, mudar do domínio do engenhosamente improvável para os ares saudáveis da simplicidade e da verdade.

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Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

A Construção da Arca Salvadora
DEUS vem a Noé e lhe ordena que construa uma arca de madeira de gofer. Não se sabe que madeira era esta, mas certamente não se refere a uma qualidade qualquer, mas a madeira incorruptível. Gofer   talvez signifique "madeira incorruptível" ante a ação da água, tal como o cedro ou cipreste,   conforme edição atualizada. Este enorme navio tinha 300 côvados de comprido por 50 de largo. Não   era um navio com toda a estética naval de nossos dias, mas obedecia ao mesmo princípio. Cada côvado   tinha cerca de 22 polegadas; portanto, a arca tinha 450 pés de comprimento, 75 de largo e 45 de   altura, em números redondos. Com os três andares, oferecia espaço suficiente para alojar todos os espécimes de animais da terra, bem como Noé e sua família. A Bíblia menciona três filhos de Noé ao tempo do Dilúvio, mas é provável, senão certo, que tinha   outros, porém talvez do tipo do resto da raça e que, portanto, não são mencionados ou então teriam   morrido. Durante os 100 anos, Noé ocupou-se da construção da Arca e da pregação do arrependimento.   A Bíblia nada diz de como DEUS proveu Noé do necessário às despesas de tão grande empreendimento.   É possível que fosse homem de meios e os gastasse na construção. Pelo menos os 100 anos ele deu a este trabalho. É admirável a fé que este homem tinha, entregando-se a uma obra tão grande, no meio de um povo que   o cercaria de contínuo da pecha de tresloucado. Sua fé e pregação nada conseguiram, porque apenas   ele e sua família, mencionada na ocasião do decreto fatal, tiveram o privilégio de salvar-se. DEUS promete fazer com Noé um concerto que serviria de base ao novo princípio. É a primeira vez que   a palavra "concerto" ocorre na Bíblia, embora houvesse outro concerto anterior entre Adão, Eva e   DEUS. Mas aquele concerto era tão diferente em si mesmo, que não oferecia os termos de concerto,   propriamente. Parece que a ocasião em que DEUS promete entrar em concerto com Noé foi posterior   àquela em que ordena a construção da arca e anuncia o Dilúvio. Houve, não há dúvida, diversas   manifestações divinas durante os 100 anos. Os filhos dos filhos de Noé aqui mencionados podem ser   os filhos que nasceram depois do Dilúvio ou a geração futura. O concerto foi feito com Noé e com   toda a humanidade depois dele. Houve diversos concertos feitos em ocasiões diferentes, mas todos   baseados no molde original - a promessa de um Salvador. Tudo mais é secundário depois deste plano.   A salvação e restauração da raça perdida em Adão é a chave da Bíblia. Meu concerto estabelecerei   contigo mostra que não fez um novo concerto, mas o restabelecimento do antigo, em novos moldes.   Nada mais alto podia premiar Noé, pela sua fé e obediência, do que ser usado para restabelecer o   concerto de DEUS com a criação.  

Noé Entra na Arca (Gênesis 7:1-8:12) A arca ficou pronta e DEUS ordenou a seu fiel servo entrar nela. Sete dias depois, DEUS fez   chover torrencialmente sobre a terra, e o desfecho terrível do juízo divino chegou. As Escrituras indicam que, além da chuva, houve ruptura dos abismos, e a água borbotava em   furiosos cachões. "As fontes do grande abismo" indicam isto ou que o mar quebrou as muralhas e   invadiu a terra. A primeira ideia parece ser mais natural com o texto bíblico. Muitas dúvidas se   têm levantado, na mente de muitos estudantes, sobre a historicidade do Dilúvio, e muito se tem   feito para dar-lhe apenas um caráter parabólico e, por outro lado, muito se tem trabalhado, para   prová-lo com dados científicos. É hoje uma questão liquidada. A Bíblia permanece impassível de   geração em geração, e cada dia que passa deixa mais uma prova de sua origem divina. Diversas dificuldades e objeções têm sido levantadas sobre o Dilúvio. A primeira é sobre a sua extensão. A segunda, sobre o tempo usado por DEUS para fazer submergir todos os seres viventes, se   foram 40 dias e 40 noites, como dizem os versos 12 e 17, ou 150 dias, como diz o verso 24. Uns têm   procurado descobrir discrepâncias e, outros, duplicidade de narrativas. Há outras diferenças de   menor monta, como a data etc., que deixamos de mencionar. Examinemos estas duas:   

1. Foi o Dilúvio universal, ou local? Questão de relativa importância sobre o fato do Dilúvio mesmo, mas ao mesmo tempo importante, porque a Bíblia diz que foi universal e a ciência tem   procurado mostrar que não. Afirmam alguns arqueólogos e geólogos que não há vestígios universais do   Dilúvio. Depende do modo como entendemos a palavra universal. Se a entendemos sob o ponto de vista   geográfico atual, não seria universal; se a entendemos sob o ponto de vista de Noé e Moisés, era   universal. Qual seria a extensão geográfica do mundo para os homens daquele tempo? Conheciam eles a América, as Ilhas do Oceano Pacífico, a Groenlândia etc.? Cremos que não. Qual era então o seu mundo? Saberiam matematicamente o tamanho de um meridiano terrestre? Diremos, não. O mundo nesse   tempo era apenas o que conheciam da terra. Dirá alguém: Se eles eram ignorantes assim, como podemos aceitar o que escreveram? Depende do que chamamos ignorância. O autor destas notas é ignorante em   muitas coisas, todavia, não gostaria de ser classificado com os ignorantes comuns. O autor   inspirado podia ser ignorante de coisas alheias à narrativa, e bastante mestre no que estava escrevendo. Portanto, a Bíblia, usando expressões como - "O Dilúvio esteve sobre a terra", e "as águas   prevaleceram sobre a terra" - dá ao Dilúvio um caráter universal tanto quanto o autor conhecia do   universo. Por outro lado, qual era a necessidade de um Dilúvio universal, no sentido próprio, se a   terra não estava ainda povoada? O fim do Dilúvio foi destruir a criação, logo, não havia necessidade de Dilúvio onde não havia vida animal. A dificuldade maior é o   modo por que as águas podiam obedecer às leis de gravidade em espaço relativamente pequeno e em   volume tão grande. Este milagre, porém, não é maior do que qualquer outro. Por outro lado, quem pode afirmar que o Dilúvio não cobriu de fato a terra? Se aqui ou ali não   aparecem vestígios dele, isto nada explica. Há lugares, hoje tomados pelo mar, que não deixam   vestígios de terem sido terra seca, como há lugares secos que já foram mar. Ademais, que provas   oferece a ciência para negar que as águas do Dilúvio não cobriram toda a terra? Somente porque não   há vestígios de vida marinha em certos lugares? Lembremo-nos de que o Dilúvio durou pouco mais de um ano (1 ano e 17 dias que Noé ficou dentro da arca), como veremos, tempo relativamente curto para deixar indeléveis vestígios por toda parte. Os cientistas enganam-se muitas vezes, e apressam-se a tirar conclusões prematuras, que futuras explorações deitam abaixo. Não há, pois, dificuldade em crer que o Dilúvio foi universal em termos da geografia de Moisés ou da nossa geografia, ainda que o autor se incline para a primeira.
2. Quanto à segunda dificuldade, notemos o seguinte: A elevação da terra acima do mar é insignificante, tornando a superfície como um todo plano. Os montes Himalaia e os Andes são apenas pequenas elevações na superfície da terra. Foi, pois, fácil a imersão. Por 40 dias e 40 noites choveu torrencialmente, mas as águas continuaram a subir ao fim deste tempo; logo, não foi somente a chuva que causou o Dilúvio, mas também a invasão ou erupção das águas do mar na terra. Em 150 dias as águas continuaram a crescer e 15 côvados acima do mais alto monte as águas subiram (7:20). No fim de 150 dias começaram a minguar. Examinemos, em detalhes, a Bíblia sob este ponto. Noé tinha 600 anos quando entrou na arca, e no dia 17 do segundo mês (ano 600, da vida de Noé) foram abertas as fontes do abismo (7:1). Portanto, 13 dias deste segundo mês e 30 dias de cada um dos 10 meses seguintes perfazem, até ao fim do ano, 313 dias. Mas somente no dia 27 do segundo mês, do ano seguinte, 601, ou seja, 57 dias depois de ter começado o novo ano da vida de Noé, ou no dia 370 desde o começo do Dilúvio, foi que a terra ficou seca. Durou, pois, o Dilúvio mais de um ano (1 ano e 17 dias que Noé ficou dentro da arca). Em 40 dias choveu torrencialmente e depois continuou a chover, mas não tão fortemente, e em 150 dias as águas continuaram a crescer, o que indica que além da chuva, houve inundação das águas do mar. Não há, pois, dificuldade alguma da narrativa. As águas, depois de se fecharem as fontes do abismo, tiveram mais ou menos o mesmo tendo para diminuir que tinham levado para crescer.
A destruição podia ser momentânea, mas DEUS escolheu este processo, e teve razão para isso. Depois de cessar o Dilúvio, Noé ficou na arca por algum tempo, até que as condições na terra permitissem sua saída. No dia 17 do sétimo mês do Dilúvio, a arca parou nos montes do Arará. O pico culminante destas montanhas tem 5.230 metros, o Arará grande; e o segundo em altura tem 5.025 metros acima do nível do mar. A palavra "descansaras" em 8:4, não significa que a arca ficou ali, e sim que com o decréscimo das águas tocou este monte e, continuando a boiar, resvalou e manteve-se ao sabor das águas, até que estas secaram. Não é possível que a arca tivesse ficado ali, pois que, neste caso, a descida seria impossível. Até hoje ainda não foi possível subir até ao pico deste monte, ainda que diversos ensaios tenham sido feitos, para se poder averiguar se Noé poderia descer, no caso de a Arca ter ficado ali. Os árabes têm tradições acerca da parada da arca neste monte e dizem que DEUS assim fez para que ninguém pudesse vê-la depois do Dilúvio. É, porém, uma tradição sem base, que a experiência não confirma, e não parece razoável que DEUS tivesse operado um milagre, para fazer descer Noé e seus companheiros de salvação. O fato de que o batel descansou neste monte é significativo, visto ser este o ponto central do velho continente, o berço da raça indo-germânica e não foi fácil contestar que este foi o berço da raça depois de Noé. Passaram-se ainda alguns dias, e Noé teve confirmação de que as águas diminuíam, e começavam a aparecer as culminâncias dos montes da Armênia.
Depois de 40 dias, soltou um corvo, mas este não voltou, ficando a saciar-se na carniça que boiava em cima das águas. Soltou uma pomba, mas esta nem podia ficar na cumeada dos montes nem em cima dos cadáveres, e voltou à arca. Depois de 7 dias, repetiu a experiência, e desta vez ela trouxe no bico um ramo de oliveira. Esta árvore pode ficar por longo tempo imersa na água e não morrer. Ainda depois de 7 dias, soltou de novo a pomba e esta não mais voltou, pelo que Noé entendeu que as águas tinham secado.
Não obstante ter Noé certeza de que as águas tinham secado, esperou pacientemente que DEUS lhe viesse abrir a porta. DEUS o tinha fechado ali e, só Ele o podia tirar.
 

A Saída da Arca (Gênesis 8:13-22)
A primeira coisa que Noé fez, ao sair da arca, foi erigir um altar e oferecer um sacrifício a DEUS pela sua salvação. É a primeira vez que a Bíblia fala em altares, mas não em sacrifícios. O sacrifício é tão velho como o pecado. O altar acompanha a prática do sacrifício. Foi por meio deste hábito, que Noé conseguiu manter-se justo, no meio de uma geração corrompida. A prática da religião é a única coisa que preserva o homem da corrupção. Jeová aceita este sacrifício e, como toque de sua apreciação pelo gesto de Noé, protesta que nunca mais destruiria a terra e para testemunho desta transação põe no firmamento o arco-íris.


(Gênesis 6-8)
Notas sobre as Diversas Tradições do Dilúvio
O maior argumento que se pode usar sobre a historicidade do Dilúvio é que faz parte de todas as tradições dos povos mais antigos. Os museus estão cheios de documentos, contendo a narrativa desta calamidade, que não é produto da imaginação israelita. Em 1852, George Smith descobriu, nas escavações de Babilônia, tijolinhos com inscrições cuneiformes, narrando o acontecimento, e, sem dúvida, antes que esta história fosse reduzida à escrita, corria oralmente de geração em geração. Todos os povos mais antigos têm tradições do Dilúvio, o que comprova sua universalidade. Os próprios eruditos em antiguidades aceitam este acontecimento como fato histórico. Diferem quanto ao modo como se daria, mas aceitam sua realidade.

Berósio (Bercicius) coligiu de antigos documentos uma narrativa muito similar à dos tijolinhos caldaicos, na qual a história é relatada por Kharisatra, salvo do Dilúvio, a Gis- dubar, um herói, que depois de ter sido atacado de lepra foi para uma terra distante. Há diversas cópias desta narrativa antiga e teria sido delas que Assurbanipal, o último monarca Assírio do sétimo século antes de CRISTO, mandou fazer a sua história do Dilúvio.
Kharisatra relata a sua história mais ou menos assim: "Eu te revelarei, ó Gis-dubar, a história da minha preservação, e te direi" - o oráculo dos deuses. A cidade de Surripak, como tu sabes, está no Eufrates. Era muito antiga, quando os deuses determinaram, em seu coração, fazer vir o Dilúvio, os grandes deuses, tantos como estes: seu pai Anu, o seu rei, o grande Bel, o portador do trono, Adar, seu príncipe En-nugi. Ea, o deus da sabedoria, sentou-se com eles e repetiu o decreto: "Homem de Surripak... (deve referir-se a Noé), constrói um navio e acaba-o (depressa). Os deuses destruirão a semente da vida, mas tu viverás, e faze entrar no navio a semente de todas as espécies. O navio tu construirás... côvados (não é dado o tamanho por estar quebrado o tijolinho, as medidas do comprimento e as medidas da largura e altura). Lança-o ao mar e cobre-o com um teto. Eu compreendi e disse a Ea: 'Meu Senhor, o (navio) que me mandaste construir, quando eu o construir, tanto os jovens como os velhos (se rirão de mim). Ea abriu a boca e falou: (Se eles se rirem de ti) tu lhes dirás: Aquele que me insultar perecerá, (porque a proteção dos deuses) está sobre mim. Eu (Ea) exercerei juízo sobre os que estão em cima e embaixo... (Quanto a ti) (não) feches a porta (até) o tempo em que eu te falar. Então entra pela porta do navio, trazes contigo grão, tua fazenda, provisões para tua família, teus servos e servas, teus filhos, o gado do campo, as bestas da terra, tantas quantas eu preservarei, eu as mandarei a ti e elas ficarão contigo atrás da porta (do navio). No quinto dia, os dois lados do navio estavam postos. Os lados e a coberta tinham catorze medidas. Coloquei o teto e cobri-o. Dividi os compartimentos, dividi as passagens em sete. Dividi o interior em sete quartos. Tapei todas as brechas, por onde a água entraria. Derramei três saris de betume por fora e três por dentro. Três saris de homens, porteiros, trouxeram os cestos das provisões."
A narrativa continua dando minuciosas informações sobre as provisões para o sustento da família de Surripak. Entre as provisões havia bois, carneiros, vinho, cerveja em quantidade, como água dos rios.
Samas (o deus do sol) fixou o tempo e anunciou nestes termos: "À noite eu farei chover destruição dos céus; entra no navio e fecha a porta. Mu-seri-ina-namari (personificação da chuva) levantou-se no horizonte do céu, como uma negra nuvem. Raman trovejou no meio dele - Nebo e o deus do vento saíram na frente - os carregadores do trono passaram sobre as montanhas e planícies. Nergal, o poderoso, destruiu os ímpios; Adar adiantou-se, destruindo tudo na sua frente. Os espíritos das cavernas soltaram o Dilúvio e em sua fúria destruíram toda a terra. O Dilúvio de Raman (o Hércules caldeu) subiu até aos céus e a noite tornou-se em treva densa. Destruíram toda a vida da face da terra." Todo o restante da narrativa, que é longa, obedece, em linhas gerais, tanto à duração do Dilúvio, como às suas consequências. Até as montanhas, onde a raça topou, são mencionadas. "O navio era tangido de um lado para o outro na terra de Nizir; a montanha de Nizir arrastou o navio e não permitiu que passasse além." A seguir, é mencionada a pomba. "Ao aproximar-se o sétimo dia, enviei uma pomba. A pomba ia e vinha e não encontrava onde pousar, e voltava ao barco. Eu enviei uma andorinha; ela ia e vinha e não encontrava onde pousar.
Eu enviei um corvo; o corvo foi e viu os corpos boiando sobre as águas; comeu e voou, ficou, e não retornou à arca". (Para maiores informações, veja-se Charlés Marston: A Bíblia Disse a Verdade, págs. 36-46).
Seria enfadonho repetir toda a narrativa caldaica, mas os trechos dados bastam para identificar as duas narrativas a caldaica e a mosaica. Da Caldéia, passaram estas narrativas para o Egito e para o Ocidente, onde as encontramos entre os gregos e romanos, com ligeiras variantes. Do mesmo modo, vamos encontrar os povos americanos possuindo narrativas similares. Até entre os índios Cree, o Sr. John Richardson achou traços similares do Dilúvio. No Taiti, os nativos falam do deus Ruahatu destruindo o mundo pelo Dilúvio, e noutras terras se encontram histórias do altar erigido à divindade depois do Dilúvio. Os habitantes de Fiji contam que do Dilúvio só se salvaram oito pessoas. (Geikie, Hours with the Bible).
Sobre os fenômenos que dariam causa ao Dilúvio do ponto de vista astronômico e geológico, uma vasta literatura tem sido produzida. Em 1823, o Prof. Buckland publicou a sua Reliquiae Diluvianae, na qual tentou vindicar a autoridade das Escrituras, mostrando que a existência de vestígios de vida marinha onde atualmente não há sinal de rio ou mar só pode ser atribuída ao Dilúvio. O Dr. Burnet, na sua Theory of the Earth, publicada em 1680, supõe que o Dilúvio encontrou a superfície da terra perfeitamente plana, sem montanhas e vales, e que o interior da mesma estava cheio de água. A superfície aqueceu pelo calor do sol e rebentou, despejando todo o líquido interno. Daí vieram as montanhas e vales. John Ray, professor em Cambridge, adotou a teoria de que o Dilúvio resultou de um ligeiro sacudimento do centro da terra. O Dr. Alley, notável astrônomo, pensava que o Dilúvio tinha ocorrido em virtude de um choque entre um cometa e a terra. (Os estudantes que desejarem maiores informações poderão examinar os dois capítulos dados sobre o assunto por Cunninghan Geikie, em Hours with the Bíble).
Se não é possível mostrar cientificamente como o Dilúvio se verificou, e nem isso interessa à Bíblia, nem por isso a sua veracidade histórica pode ser contestada. Ele é tão real como a própria raça que levou consigo, para todas as extremidades da terra, o terrível fato. Quanto à sua antiguidade, pouco se pode dizer, e nem há elementos históricos que possam determiná-la. Um mistério profundo envolve grande número de acontecimentos ocorridos com a raça humana, que nem a Bíblia nem a pré-história decidem. Os estudos que se têm feito para determinar, por meio da fauna, até onde o Dilúvio chegou, ou por meio da flora, os vegetais sobreviventes à terrível catástrofe, pouco têm adiantado. O fato continua cada vez mais certo e a Bíblia sempre na vanguarda de todas as verdades que a picareta do geólogo ou a perspicácia dos botânicos e zoólogos podem precisar. (Langdon propõe 3.300 anos antes de CRISTO para a data do Dilúvio. M. André Parrot dá 3.000. Se aceitarmos que Abraão nasceu 1.072 anos depois do Dilúvio, então a data deste teria ocorrido em 3.200 a.C. A dinastia de Kish, remonta a 5.500 anos a.C. e a de Ur 4.100. O Dilúvio, pois, veio posteriormente a estas civilizações, de onde vieram também as tradições das tabuinhas de Kish e de Nínive).

À crítica moderna, oferecem, estas narrativas antigas, um vasto, campo comparativo, e diga-se, para seu crédito, que cada palavra tem sido comparada, e, a despeito das diferenças que as diversas narrativas oferecem, as similaridades são tantas, que não deixam a menor dúvida sobre o fato. Esta história está ligada à religião em qualquer dos povos onde se encontra, e outra coisa não era de esperar, visto que o saber religioso da vida das nações antigas e a maneira como a divindade, ou divindades, agiram na vinda do Dilúvio constituem a fundamental diferença entre a narração bíblica e as narrativas étnicas. Babilônia parece haver sido o local do drama, e com tal vivacidade é descrito nos tabletes de barro, que só resta ao crítico aceitar sua veracidade inquestionável.
Desta região, como centro do novo mundo, se espalhou a tradição do acontecimento, de modo que se encontra em todas as nações antigas, como Assíria, Pérsia, Escandinávia, Grécia, índia, México etc.
As diversidades das narrativas são, como ficou dito, devidas às concepções religiosas do povo: mitologistas, politeístas; e a hebraica, puramente monoteísta.

Em Busca da Arca
A busca da arca de Noé tem sido não apenas um motivo de interesse internacional, mas uma curiosidade natural. Encontrar o navio que salvou Noé e a nossa raça seria satisfazer a um desejo e também uma confirmação histórica do acontecimento.

A Bíblia diz o seguinte a respeito do lugar em que a arca teria parado: "No dia dezessete, do sétimo mês, a arca repousou sobre as montanhas de Arará". (Gên. 8:4). O verbo hebraico traduzido por repousar não é muito claro em sua tradução. Alguns traduzem por "flutuar", porquanto as águas ainda estavam minguando, e só depois de quarenta dias é que Noé abriu a arca (Gên. 8: 6). Por outro lado, as montanhas de Arará constituem um sistema muito extenso, de modo a tornar praticamente impossível determinar em que ponto teria parado o barco. Poderia até ter parado num vale do mesmo sistema ou num pico qualquer. O certo é que nem o texto sagrado diz nem ninguém jamais foi capaz de determinar o ponto em que teria ficado a arca.

Isto, entretanto, não tem diminuído o interesse nesta busca, que se arrasta por séculos. A narrativa conhecida como Epopeia de Gilgamesh, já referida, diz o seguinte: "No monte Nisir parou o barco. O monte Nisir reteve o barco, que não o deixou mais balançar". (Charles Marston, A Bíblia Disse a Verdade, pag. 46). Berósio, escritor caldeu do segundo século antes de CRISTO, diz que a nau de Noé encalhou nos montes Cordianos da Armênia, e o nome Cordianos evoca o nome de Curdistão, com o seu monte Nisir, e a Armênia, o monte Arará. Um outro escritor, conhecido como Nicolau de Damasco, diz: "Há acima de Minias, na Armênia, uma grande montanha chamada Baris, onde, segundo se conta, muita gente se refugiou durante o Dilúvio e foi salva". Diz ainda que certo homem, vagando num barco, foi parar no cume desta montanha e que os restos do barco foram conservados por
longo tempo... Os muçulmanos também têm as suas crenças a respeito da arca, e acham que ela parou no monte Djudi, já bem próximo da Mesopotâmia. Não são estas as únicas referências encontradas nos escritos antigos com respeito à arca de Noé. Muito naturalmente, assim como tantos se ocuparam com o acontecimento, teriam de se ocupar igualmente com os detalhes do mesmo. Pela variedade de narrativas, incluindo-se a de Gênesis, o que fica certo é que ninguém sabe o lugar exato onde a arca parou. Isso, entretanto, não tem diminuído o fervor histórico, na busca do precioso barco.

Qualquer que tenha sido o local, parece-nos que seria difícil encontrar-se, depois de tantos milênios, qualquer coisa que se parecesse com a arca. Acredita-se que, tendo a arca parado numa montanha alta, o gelo a teria conservado. Por outro lado, qualquer investigação na montanha, com metros de gelo a quebrar e ventos a enfrentar, se tornaria infrutífera. Podemos ainda acrescentar que DEUS não haveria de desejar satisfazer à curiosidade do homem, deixando a barca em ponto de ser encontrada. Muitos outros fatos históricos ficaram para sempre ocultos da curiosidade humana. O local onde Moisés foi sepultado; o local exato e seguro onde JESUS foi crucificado, e o sepulcro onde foi sepultado, são lugares de buscas e dúvidas. Se pudéssemos saber onde está a arca, muita gente venderia até a camisa, para fazer uma viagem, de modo a satisfazer à sua curiosidade. O que DEUS quer é que se conheçam os seus juízos, as verdades fundamentais da sua ação. Quanto à curiosidade, esta fica para os homens.
Todavia, isto não basta. O barco é que se busca. Conta-se, com pouca plausibilidade, que um monge, há mais de um século, conseguiu escalar a montanha de Arará, de 5.200 metros de altura, e trouxe de lá um pedaço de madeira, como sendo da arca. Muita coisa parecida tem se dito com respeito à cruz de CRISTO. Quantos pedaços de madeira do "santo lenho" andam por aí? Quem pode dar crédito a isso? Os árabes mesmo têm criado muitas dificuldades às tentativas de busca na montanha. Dizem que o lugar é de acesso proibido, que raios e coriscos caem continuamente ali, como uma proibição de se chegar até lá. Tradições, até mui cabalísticas, dão outros informes de alguém que teria chegado até perto e adormecido, não tendo podido continuar nem voltar sem a interferência de DEUS. Entre tantos busilis, crendices e dificuldades naturais, o anseio pela descoberta continua. Em 1829, um viajante francês de nome Parrot chegou perto do cume de Arará, mas nada conseguiu, porque havia alguns metros de neve cobrindo a montanha. Em 1850 uma brigada topográfica, apetrechada de tudo que se
poderia considerar necessário para uma escalada eficiente, conseguiu, apesar da proibição, chegar até perto do cume, mas voltou sem nada trazer. Em 1876, Lord Bryce foi até perto do cume, e voltou de lá trazendo um pedaço de madeira, afirmando que era da arca. O Czar da Rússia, em resposta a uma comunicação do aviador Roskovitsky, de que tinha avistado nos flancos da montanha certa conformidade como um barco, mandou uma comissão de sábios para verificar o local, mas nenhuma prova conseguiu. Mais recentemente, franceses, americanos e ingleses, munidos de tudo, inclusive de dinheiro, tentaram escalar a montanha de Arará, mas não o conseguiram.
Pelo visto, tendo-se em consideração a incerteza do local exato e preciso, as dificuldades de ascensão, as condições meteorológicas do lugar, as dificuldades que os árabes opõem a qualquer busca, por considerarem sagrada a montanha, tudo isto somado dá-nos a segurança de que a arca jamais será encontrada. Seria isso necessário à confirmação do fato histórico do Dilúvio? Certo que não. O fato está confirmado, não apenas pelo Gênesis, mas por todas as lendas e folclores das nações antigas. É um fato bem confirmado. Para corroborar estas informações, vem agora a Arqueologia dizer-nos que na Mesopotâmia foi encontrada uma camada uniforme de areia, depois de uma camada de detritos e restos da última civilização caldaica e, por baixo desta, outra camada de uma civilização anterior, e bastante desenvolvida. Que camada seria esta? Que rio ou mar teria interferido entre a primeira civilização e a última? Os sábios não têm dúvida. Essa camada representa a areia deixada pelo Dilúvio, que não inundou apenas toda a área, mas teria, naturalmente, produzido urra erosão tremenda no local, arrastando e arrasando elevações. Quando as águas diminuíram, ficou, então, no fundo, essa camada. Por cima dela foi construída a civilização sumeriana e acadiana, como nos relata Gênesis no capítulo 1.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

Gênesis - Comentário Adam Clarke

Capítulo 7
DEUS informa a Noé que dentro de sete dias, ele deve enviar uma chuva sobre a terra, que deve continuar por quarenta dias e noites, e, portanto, ordena-lhe para levar sua família, com os diferentes animais puros e impuros, e entrar na arca, 1-4. Este comando é pontualmente obedecido, 5-9. No décimo sétimo dia do segundo mês, no ano 600 da vida de Noé, as águas, a partir das janelas abertas do céu, e as fontes abertas do grande abismo, foram espalhados para fora e em cima da terra, 10-12. Os quadrúpedes de diferentes espécies, aves, répteis vinham para junto de Noé, e o Senhor fechou-os na arca, 13-16. O aumento das águas faz a arca flutuar, 17. Toda a terra está coberta com água de quinze côvados acima das mais altas montanhas , 18-20. Todos os animais terrestres morrem, 21-23. E prevaleceram as águas 150 dias, 24.

Versículo 2. De todos os animais limpos. Assim, encontramos a distinção entre animais puros e impuros que já existia muito antes da lei mosaica. Esta distinção parece ter sido originalmente concebida para marcar os animais que estavam próprios para o sacrifício e alimentação do ser humano, desde aqueles que não foram para esses fins designados. Ver Lev.11.

Versículo 4. Ainda sete dias
DEUS falou estas palavras provavelmente no sétimo dia ou sábado, e os dias da semana que se seguiram foram empregados em entrar na arca, no embarque da multidão de animais e aves, cuja recepção já havia sido feita.
Quarenta dias depois, tornou-se - Este período de chuvas torrenciais era adequado para uma atitude de humilhação perante DEUS. Moisés jejuou quarenta dias, Deuteronômio 9:9,11; o mesmo fez Elias,1 Reis 19:8; o mesmo fez nosso Senhor JESUS, Mateus 4:2. Quarenta dias de foram dados para os Ninivitas para que se arrependessem, Jonas 3:4, e três vezes 40 anos (120) foram dadas para a vida humana daí para diante, Gênesis 6:3.

Versículo 11. No ano 600,
Isto deve ter sido no início do ano 600 de sua vida, pois ele permaneceu um ano e 17 dias na, arca Gênesis 8:13 , e viveu 350 anos depois do dilúvio, e morreu com 950 anos de idade, Gênesis 9:29 , é evidente que, quando o dilúvio começou, ele tinha acabado de entrar em seu ano de 600.

Segundo mês
O primeiro mês foi Tisri, que corresponde a segunda metade de Setembro, e o primeiro semestre de Outubro, e a segundo mês foi Mareheshvan, que corresponde a segunda parte de outubro e primeira parte de novembro. Após a libertação do Egito, no início do ano foi alterada de Marcheshvan para Nisan, que corresponde a uma parte de cada um dos nossos meses de março e abril. Dr. Lightfoot muito provavelmente conjectura que Matusalém estava vivo no primeiro mês deste ano. é quando o espírito de profecia predisse das coisas do porvir. E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho, A quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou Gênesis 5:28,29 E, assim, Adão e Matusalém tinham vivido o tempo todo entre a criação e o dilúvio, e viveram por 240 anos juntos.

Foram abertas as fontes do grande abismo e as janelas dos céus se abriram.
Parece que uma imensa quantidade de águas ocuparam o centro da Terra antediluviana, e como estes irromperam, por ordem de DEUS, ocupando assim o vazio ocasionado pelas águas que subiram. Este é provavelmente o que se entende por quebrar-se as fontes do grande abismo. Estas águas, com os mares na superfície da Terra, podem ser consideradas suficientes para afogar o mundo inteiro, como as águas agora em sua superfície são quase três quartos do todo o planeta, como tem sido verificado com precisão pelo Dr. Long.

Pela abertura das janelas do céu, entende-se a precipitação de todos os vapores aquosos que foram suspensos em toda a atmosfera, que, como Moisés expressa, Gênesis 1:7, as águas que estavam sobre a expansão foram novamente unidas às águas que estavam abaixo do firmamento e que foram separadas no segundo dia da criação.. A água é formada de dois átomos de hidrogênio (H2) e um átomo de oxigênio (O), formando assim, a molécula H2O. Mas não se pode esquecer que há dois tipos de água, a Salgada e a Doce. A salgada ocupa 99% no total destas, sendo que a doce ocupa só 1% do espaço aquático no planeta Terra, sendo também que, apenas 0,23% deste total (estimativa). O maior problema nisso tudo é que a maioria dos seres vivos necessita de água doce para sua sobrevivência. A faísca elétrica, o que é o mesmo que um raio, passando por esses átomos, os decompõe e converte-os em água. Por isso vemos a chuva que segue imediatamente o clarão do relâmpago e repique de um trovão. DEUS, pois, por meio de relâmpagos, poderia ter convertido toda a atmosfera em água, com a finalidade de afogar o mundo, se não tivesse havido uma suficiência de vapores aquosos suspensos na atmosfera, no segundo dia da criação. E se os fluidos elétricos foram usados nesta ocasião para a produção de água, o brilho incessante de um relâmpago, e os estrondos contínuos de trovões, devem ter acrescentado horrores indescritíveis para a cena.
A palavra mabbul, traduzida por inundação, que é derivada do bal ou Balal, significa misturar, confundir. Alguns naturalistas têm controvertido este sentimento, porque, em alguns casos, a estrutura interna da Terra não parece justificar a opinião de que as várias partes do assunto se tinha estabelecido de acordo com seus pesos específicos, mas essas anomalias podem ser facilmente contabilizadas, devido às grandes mudanças que têm ocorrido em diferentes partes da terra desde o dilúvio, como erupções vulcânicas e terremotos.

Filósofos são da opinião "que, pela quebra das fontes do grande abismo, devemos entender uma erupção de águas de Oceano Austral ". Mr. Kirwan supõe "que este é bastante evidente a partir de animais como o elefante e o rinoceronte, sendo encontrado em grandes massas na Sibéria, misturados com diferentes substâncias marinhas e que nenhum animal ou outras substâncias pertencentes às regiões do norte foram já encontrados nas partes do sul. Se esses animais morreram de morte natural em seu clima adequado, seus corpos não foram encontrados em massas tais. Mas que eles foram levados mais longe do que o norte da Sibéria, é evidente, não havendo vestígios de quaisquer animais, além daqueles de baleias encontradas em nas montanhas da Groenlândia. Que esta grande corrida de águas foi a partir do sul ou sudeste é mais evidente, ele acha que, a partir dos lados sul e sudeste de quase todas as grandes montanhas, sendo muito mais acentuada do que dos lados do norte ou noroeste" Sobre um assunto como este os homens podem diferir inocentemente. Muitos pensam que o primeiro parecer melhor se harmoniza com o texto hebraico e com os fenômenos da natureza, porque montanhas nem sempre apresentam a aparência acima.


Versículo 12. houve chuva sobre a terra
Dr. Lightfoot supõe que a chuva começou no dia 18 do segundo mês, ou Marcheshvan, e que cessou no dia 28 do terceiro mês, Quisleu.

O versículo 15. E eles entraram, era fisicamente impossível para Noé ter recebido um número tão grande de animais mansos e ferozes, nem poderiam ter sido mantido em suas enfermarias por meros meios naturais. Como, então, eles foram trazidos de várias distâncias para a arca e preservados lá? Apenas pelo poder de DEUS. O primeiro milagre foi trazer todos a Adão para que ele pudesse dar-lhes os seus nomes, agora traz a Noé para que ele pudesse preservar suas vidas.

Versículo 16. O Senhor fechou por dentro
Isto parece implicar que DEUS o colocou sob sua proteção especial, e como ele fechou a família de Noé e os animais e aves por dentro, então ele fechou os outros fora. DEUS esperou 100 anos sobre aquela geração, pois eles não se arrependeram, pois eles encheram a medida de suas iniquidades, e depois veio grande ira sobre eles até ao fim.

Versículo 20. Quinze côvados acima
40 dias de chuva, tinham levantado as águas quinze côvados acima das mais altas montanhas, depois que 40 dias ele parece ter continuado a esta altura por 150 dias mais. "Então," diz o Dr. Lightfoot, "estas duas somas são distintas a ser contada, e não os dias 40 incluídos no 150, de modo que, quando os 150 dias terminaram, havia seis meses e 10 dias do início da inundação."

Capítulo 8
No final de 150 dias as águas começam a baixar, 1-3. A arca repousa no Monte Ararate, 4. Sobre o primeiro do décimo mês, os topos das colinas aparecem, 5. Abriu a janela e foi o corvo enviado, 6,7. Enviou a pomba, e retorna, 8,9. A pomba enviada uma segunda vez, e retorna com uma folha de oliveira (azeitona) 10,11. A pomba enviada pela terceira vez, e não retorna mais, 12. No vigésimo dia do segundo mês a terra está completamente seca, 13,14. Vem então a ordem de DEUS a Noé, sua família e todas as criaturas para saírem da arca, 15-19. Noé constrói um altar e oferece sacrifícios ao Senhor, 20. Eles são aceitos, e DEUS promete que a terra não deve ser amaldiçoado, assim, mais, não obstante a iniquidade do homem, 21,22.
Gênesis - Comentário Adam Clarke

 

 

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Lição 8, O Início do Governo Humano

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 9.1-13

1 - E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra. 2 - E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. 3 - Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde. 4 - A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. 5 - E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. 6 - Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem. 7 - Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela. 8 - E falou DEUS a Noé e a seus filhos com ele, dizendo: 9 - E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa semente depois de vós, 10 - e com toda alma vivente, que convosco está, de aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da arca, até todo animal da terra. 11 - E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra. 12 - E disse DEUS: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas.

13 - O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra.

 

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
As águas do dilúvio foram baixando até que Noé e sua família puderam deixar a arca e iniciar uma nova vida em um mundo novo, purificado do pecado pelas águas do dilúvio. Noé e sua família deram início a nova vida com sacrifício e adoração a DEUS, o grande Criador (8.1-22). O Senhor então decide introduzir o governo humano no novo mundo. O governo humano é uma forma de governo onde DEUS delega ao homem a direção do planeta e a administração da justiça. Esta forma de governo foi confirmada pela filho de DEUS ao declarar: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mt 7.12). DEUS também fez um pacto com a humanidade, prometendo que nunca mais destruiria a vida humana por intermédio de dilúvio. A Terra havia sido purificada, porém Noé e seus descendentes carregavam a semente do pecado em seus corações.


PONTO CENTRAL
DEUS estabeleceu o governo humano.

I ­ UM NOVO COMEÇO
1. Um novo relacionamento com a natureza.

2. Uma nova dieta.

3. A bênção divina.

II -O ARCO DE DEUS

1. Um novo pacto com a humanidade.

2. O sinal do pacto noético.

III - O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO

1. O governo humano.

2. O aperfeiçoamento do governo humano.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - A terra foi purificada pelas águas do dilúvio e DEUS estabeleceu um novo começo a partir da família de Noé.

SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS, por sua infinita misericórdia, estabeleceu um novo pacto com o homem. Este pacto teve como símbolo um arco nos céus.

SÍNTESE DO TÓPICO III - O princípio do governo humano se deu a partir de Noé e seus descendentes.

 

CONHEÇA MAIS

*Quando as águas do dilúvio baixaram

"Gradualmente, as águas do dilúvio baixaram. Noé e sua família começaram a viver a vida num novo mundo com sacrifício e adoração. DEUS introduz o governo humano fazendo os homens resistirem ao mal em sociedade. O Senhor ainda se comprometeu em nunca mais destruir toda a vida por enchente. A terra foi purificada. A única família depois do dilúvio, porém, carregava a natureza humana decaída e o pecado que quase imediatamente se fez presente na embriaguez de Noé e na imoralidade do seu filho Cam."

Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
"A Instituição do Governo Humano
No século antediluviano não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho. Mesmo rejeitando o Caminho, não havia refreio contra o pecado. O primeiro homicida, Caim, foi protegido contra um vingador (Gn 4.15). Sucessivos homicidas (Lameque, por exemplo) exigiram semelhante proteção (Gn 4.23,24). Durante séculos os homens haviam abusado do amor e da graça de DEUS, e gastaram seu tempo entregues a toda qualidade de pecado e vício. Após o dilúvio, o caminho, o único Caminho para a vida eterna, ainda permaneceria aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de aceitar ou rejeitá-lo. Mas se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis divinas, eram passíveis de punição imediata por parte dos seus contemporâneos, pois DEUS instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos ímpios. A ordem divina foi esta: 'Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu' (Gn 9.6). A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que DEUS concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram também conferidas. O governo humano, assim construído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionada pelo próprio DEUS como um meio de deter os desobedientes (Rm 13.1-7; 1 Tm 1.8-10). A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de DEUS ao homem após o dilúvio.
Em comparação com a aliança adâmica, notamos que há: 1) maior domínio sobre o reino animal; 2) uma dieta mais ampla; 3) a promessa de DEUS que não mais destruirá toda a carne; 4) e maior repressão sobre os ímpios, incluindo a prerrogativa da pena capital, que seria ao mesmo tempo uma ilustração do governo divino" (OLSON, Lawrence N. O Plano Divino Através dos Séculos: As dispensações que DEUS estabeleceu para Israel, a Igreja e para o mundo. 26.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 69-71).
 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Após o Dilúvio, como seria o relacionamento do ser humano com a natureza?
Se até aquele momento, o homem havia convivido harmonicamente com a criação, a partir de agora, esse relacionamento será bastante traumático. Alerta o Senhor que os animais, por exemplo, terão medo e pavor do ser humano (Gn 9.2). Para combatê-los, haveriam de surgir grandes caçadores como Ninrode (Gn 10.9).
A dieta humana foi alterada com o Dilúvio?
Se antes do Dilúvio, todos dispunham de uma dieta vegetal rica e farta, doravante teriam de complementá-la com nutrientes animais, pois a terra já não era tão fértil como antes. Eis a razão por que DEUS autoriza-os a enriquecer suas refeições com carne.
Qual a simbologia do arco de DEUS?
Era um sinal do pacto de DEUS de jamais destruir a humanidade novamente pelo dilúvio.
O que é o governo humano?
Teologicamente, o governo humano é a instituição estabelecida por DEUS, logo após o Dilúvio, através da qual o Senhor delega ao homem não somente a governança do planeta, como também a administração da justiça (Rm 13.1).
Até que ponto devemos obedecer o governo humano?
Desde que estes não baixem leis que contrariem a Palavra de DEUS, que está acima de todas as legislações humanas.
 

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 42.

SUGESTÃO DE LEITURA

Pedras que Clamam, Manual de Ensino para o Educador Cristão e Propagando a Verdade Através do Ensino

 

 

Comentários de vários livros e autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS - AJUDA DO GRUPO ~"EBD Lições, só Lições" - WhatsApp

RESUMO rápido - Ev. Luiz Henrique

I ­ UM NOVO COMEÇO

Questionamento 1

Corrigindo o comentarista - Noé ficou dentro da arca por 1 ano e 17 dias e não menos de um ano, como foi dito na revista.

Como entraram na arca 7 dias antes do início do Dilúvio, por ter chovido 40 dias e 40 noites e terem sido "liberadas" as águas subterrâneas, no qual as águas se elevaram durante 150 dias a contar do dia do início do Dilúvio, Noé e sua família passaram 1 ano e 17 dias na arca. 
No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram, 12. e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
No ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, secaram-se as águas de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca: e olhou, e eis que a face a terra estava enxuta. 14. No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca. 15. Então falou DEUS a Noé, dizendo: 16. Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.
Tempo de Chuva: 40 dias e 40 noites; Tempo dentro da arca: 382 dias = 1 ano e 17 dias

7 dias (ficou dentro da arca antes do dilúvio começar) + primeiro mês do ano 600 dia 17 para segundo mês do ano 601 dia 27 = 1 ano e 10 dias = TOTAL - 1 ano e 17 dias.

 

Novas características.

Animais teriam medo dos humanos.

Nova Dieta - agora complementada por carne animal. Proibido comer sangue (Gn 9.4). o consumo de sangue, onde estava a “vida” dos animais. Com efeito, vemos aqui que o sangue era o elemento que permitia a manutenção da vida nos animais, o que se demonstrou posteriormente pela ciência, que mostra ser o sangue o elemento que leva o oxigênio a todas as células do corpo, possibilitando a mantença da vida. Além disto, a proibição do consumo do sangue era um indicador de como se daria a redenção da humanidade, pelo derramamento do sangue inocente da “semente da mulher”, que daria a sua vida pelo homem.

Reiniciação da povoação da terra.

- O homem não poderia ceifar a vida do seu próximo, não lhe era isto delegado, pois o único dono da vida é o Senhor, mas deveria cumprir o propósito divino estabelecido ao ser humano, frutificando, multiplicando e povoando abundantemente a terra, multiplicando-se nela (Gn.9:7).

A Bíblia registra diversos exemplos de intervenções divinas na história das nações, como interveio em Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30); no Egito (Êx 7.19 a 14-31); na Babilônia (Dn 4.32-34; 5.21); na Assíria (II Rs 19.35); e, principalmente, na história de Israel.

 

II -O ARCO DE DEUS

O arco parece não ter sido notado ainda pelo homem, pois DEUS o coloca para sinal de aliança entre ELE e os homens dali para diante.

Toda vez que chovesse o homem ficaria desesperado pensando que haveria novo dilúvio, por isso DEUS usou o arco no céu como sinal para que o homem o olhasse e se lembrasse da aliança de DEUS e não temesse novo dilúvio.

Simbologia do Arco-íris ou do arco da Aliança

Seu nome provém da mitologia grega, onde Íris era uma deusa que exercia a função de arauto divino. Em sua tarefa de mensageira, a deusa deixava um rastro multicolorido ao atravessar os céus

Cristianismo, islamismo e judaísmo dizem que o arco de DEUS (arco-íris) foi intitulado por DEUS "arco da aliança", pois logo após o Dilúvio quando a Arca de Noé pousou sobre o Monte Ararate DEUS prometeu que nunca mais iria destruir a Terra e depois de cada chuva seu arco apareceria nas nuvens e este seria o símbolo da aliança estabelecida entre DEUS e toda carne vivente de toda espécie que está sobre a terra e por todas as gerações futuras.

Na cultura yorubá, o arco-íris também é representado como mensageiro divino aos seres humanos na figura do orixá Oxumarê (Osûmàrè).

 

Dilúvio, nunca mais. O que está reservado para a Terra é fogo agora.

Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de DEUS, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? 2 Pedro 3:12

Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. 2 Pedro 3:10

 

Questionamento 2

Afirmativa do comentarista: "Antes do Dilúvio, não havia chuva. Um vapor regava a terra".

Corrigindo o comentarista - Não concordo, para mim começou a chover logo após o homem ser expulso do jardim do Éden. (Vapor no capítulo 2, tempo da criação).

Gênesis 2:5 fala de vapor que subia da terra - Isso é no tempo da criação. Acabou a criação. Noé já estava com 500 anos e Adão já havia morrido há mais de dois mil anos (2256 anos). A terra só precisava ser regada antes de tudo estar funcionando normalmente. DEUS já havia dito que ficaria mais difícil para o homem adquirir o produto da Terra.

Gênesis 4:12. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra.

O vapor do capítulo 2 de Genesis era para abençoar a criação e Adão não precisar se esforçar para conseguir seu alimento. A terra produzia abundantemente. Isso era antes do pecado. Depois acabou a vida mansa.

Gênesis 3:17-19 E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.
Seria até espantoso alguém acreditar que depois de 2256 anos ainda não haver chuva sobre a terra. (Animais para beber, plantas para  crescerem, etc...)

Esse trabalho forçado viria com mais força após o pecado - No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. Gênesis 3:19
Isso é antes do dilúvio - Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra. Gênesis 4:12.

Conclusão - para mim começou a chover logo após o homem ser expulso do jardim do Éden, portanto, na época de Noé já chovia sobre a Terra.

 

III - O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO

"Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem" (Gn 9.6). Havia gora a necessidade de parar os assassinatos. Normas de convivência começam a ser ensinadas por DEUS.

O dilúvio pôs fim em tudo o que o homem criara em mais de dois mil anos de existência. Era preciso recomeçar, agora seguindo normas e leis que garantiriam a permanência da raça humana sobre a terra.

 

Conclusão:

Havia chuva na terra, mas não com tamanha intensidade. O dilúvio chega trazendo o juízo de DEUS ao pecado. Depois de 1 ano e 17 Dias - Noé sai da arca com sua família e as espécies de habitantes que foram preservadas. Agora, nova vida, nova dieta, nova convivência com os animais e com os descendentes. Multiplicação dos seres humanos, aliança com DEUS,

O governo humano é iniciado e a nós é dada a instrução de colaborarmos para que tudo dê certo desta vez. "Mais importa obedecer a DEUS do que aos homens" (At 5.29). Tendo a bíblia como regra de vida e fé, prossigamos em nossa caminhada cristã até o capitão do barco (igreja) nos colocar em nosso destino final.

 

Dispensação. “Período de tempo durante o qual a humanidade é moralmente responsável diante de DEUS em relação à consideração, respeito e obediência demonstrada para com a sua palavra. Trata-se de um período moral ou período probatório da história humana ou angelical. Cada dispensação tem o seu próprio começo e fim. Em cada dispensação DEUS tem um propósito específico e definido. Porém, o grande projeto e propósito de DEUS através das várias dispensações, é libertar a humanidade e o universo de todas as rebeliões, de tal forma que os agentes dotados de livre arbítrio, estejam voluntária e permanentemente sujeitos a DEUS, a CRISTO, e ao ESPÍRITO SANTO” (OLSON, 2004, p. 35).

 

Duração da Dispensação do Governo Humano. Esta dispensação teve uma duração de 427 anos. Iniciou-se logo após o dilúvio e estendeu-se até o chamado de Abraão (Gn 8.15-19; 9.18-19; 11.10-32; 12.1-3).

Curiosidades do grupo EBD NA TV no WhatsApp

Sabemos que quando DEUS criou a terra, era apenas um continente, será que as placas tectônicas se movimentarão no dilúvio?

A geologia fala que a divisão do continentes acontecesse era necessário um dilúvio. Parecido com o relatado na bíblia, E se você lembrar naquela época não existiam grandes picos conforme a geologia diz. Eles só passaram a existir pelo choque de placas continentais. A biologia e a geologia explicam que após o dilúvio aconteceu a era do gelo e pontes entre continentes. O que explica a migração dos animais sobreviventes da arca para os demais continentes. O peso da água seria suficiente para se romperem lugares menos espessos. Não sabemos, imaginamos. Quem sabe até foi o dilúvio que separou tudo para haver povoação da Terra com línguas diferentes após a torre de Babel? tudo suposições interessantes. (Veja site universo criacionista, vídeos de Adauto Lourenço. e livro Criacionismo: verdades e mitos, do Dr. e Pr. Ken Ham)

 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

O NOVO MUNDO (Gênesis 9)
Nos primeiros versos, DEUS dá a Noé as mesmas ordens que deu a Adão. Crescer e multiplicar-se, seguindo a ordem natural. Encher a terra, dominá-la e realizar a obra idealizada pelo Criador. O Dilúvio foi um incidente triste na história da criação, mas de modo algum alterou o programa divino para a raça humana. Há umas tantas repetições de normas primitivas, como se tudo estivesse começando agora, e há outras inovações, que regeriam a conduta dos sobreviventes até o fim. Algumas delas foram o não comer sangue. Era o prenúncio da legislação mosaica em Levítico.

Um Culto Novo

O culto não é uma inovação atual, como não o foi anteriormente. É uma naturalidade do coração humano que reconhece a bondade do Criador e vota-lhe a sua admiração e reconhecimento. O sacrifício ou culto dos filhos de Adão, Sem e Caim, não foi qualquer imposição divina, mas uma natural resposta do coração humano. Assim, Noé, tão logo saiu da sua arca e recompôs a sua vida, virou-se para DEUS, que o tinha livrado da destruição, erigindo um altar, em que foram sacrificados os primeiros animais depois da catástrofe.
A distinção entre animais limpos e animais impuros é de novo reafirmada, e com isso fica evidente que há coisas puras e impuras, há distinções a fazer, para que a comunhão com DEUS seja aceitável e possível. Neste culto aparece uma admirável teantropia, que merece um bom sermão. Logo que Noé sacrificou os animais e os colocou no altar em forma de holocausto (o que sobe), o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: "Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem ...". DEUS "aspirou", como se fosse um ser humano, participando do gosto provocado pelos sentidos, gostou do cheiro da carne assada no fogo. Esta e muitas outras maneiras de DEUS se sentir unido com a Sua criação dão às narrativas bíblicas um sentido que ordinariamente não é percebido pelo leitor menos avisado. DEUS, o supremo, o infinito, o eterno, fez o homem à sua imagem e semelhança, e com ele se identifica, até nos prazeres normais, como seja, no comer e no beber.
Uma Promessa Nova

Assim que DEUS provou o bom cheiro do culto de Noé, logo prometeu que a terra não seria mais destruída pela água. Não obstante ser mal o coração do homem, o amor de DEUS supera em tudo esta maldade. Portanto, não haveria mais dilúvio. Esta promessa teria sido uma resposta ao pavor que acompanharia a raça dali por diante. Como poderia o homem trabalhar e progredir com a lembrança da terrível catástrofe? Estaria sempre monologando: "Valerá a pena construir, trabalhar? Daqui a pouco, uma catástrofe virá e tudo estará novamente perdido". DEUS sabia destes naturais temores, e veio logo ao encontro dele, prometendo que, enquanto houvesse dia e noite, outra coisa igual não ocorreria. O homem podia trabalhar descansado, que não iria mais morrer afogado pelo dilúvio.

Outra Aliança

Para firmeza do que DEUS havia afirmado, quanto à segurança da raça, foi feito um novo concerto de sobrevivência. Neste concerto são reafirmadas as anteriores obrigações do homem de:

(1) povoar a terra;
(2) dominar sobre toda a criação, infundindo pavor em todos os animais quanto ao homem;

(3) proibir o alimentar-se de sangue;
(4) usar a pena de talião para quem matasse o seu semelhante.

Com estas normas tão simples, estava elaborada a nova Constituição social e religiosa da nova raça. Para que estas normas não fossem esquecidas, DEUS usa outra teantropia: "Eu me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne." (Gn. 9:15). DEUS não se esquece, não pode esquecer-se de nada, porque Ele é todo lembrança continuada e eterna, tanto quanto é eterno. Mas o homem se esquece facilmente, e nesta conformidade DEUS se iguala a ele, e diz que, para não se esquecer, colocará o SEU ARCO nas nuvens, de modo que, quando o arco aparecesse, Ele se lembraria do concerto, e a chuva passaria. É um fato que todos observamos. Pode parecer que o Dilúvio vai voltar, mas quando a luz do sol se decompuser através da chuva, esta passará. Não há perigo de morrermos afogados. O fim deste mundo está destinado de outra forma, que não será muito melhor, mas é de outra maneira, segundo Pedro (II Pedro 3:7). Este mundo se decomporá, como se decompõe o átomo, e desta fusão nascerá outro mundo, em que habitará a justiça para sempre. Será outra forma muito melhorada.
Não sabemos se convém entrarmos em outros detalhes a respeito da nova terminologia usada pelo Criador, mas convirá dizer que os termos da nova Aliança são muitos; mais antropomórficos do que os das outras, anteriores. A raça humana estava progredindo e continuaria a progredir; e este progresso requeria um intercâmbio mais íntimo entre a raça e DEUS, e quem sabe se por essa causa DEUS usa agora outro tipo de linguagem.
O DEUS da revelação não é um DEUS inacessível, extramundano, de modo a não ser percebido pelo homem. Nada disso. Essas muralhas, levantadas nas religiões, são o fruto da especulação humana. DEUS, sendo infinito, aquiesce em conviver com o finito; sendo espírito, aquiesce em conviver com o material. A convivência entre DEUS e suas criaturas é o que mais eleva a revelação. O que DEUS quer não é uma criação vivendo a sua vida à parte, com um DEUS inacessível, mas um DEUS que convive, que come e bebe, digamos, com a sua criatura, que toma parte no seu culto, finalmente, que quer ser uma parte de tudo que se desenvolve na terra. JESUS deu esta nota de maneira final, não apenas convivendo, comendo e dormindo, como os outros seres, mas fazendo questão de ser considerado como igual a seus irmãos. DEUS e homens existem para conviver, e não para o separatismo. As barreiras levantadas pelas religiões étnicas e mesmo cristãs, assim chamadas, é que têm arruinado esta doutrina. Voltemos a ela.

Monoteísmo e Politeísmo

O reconhecimento da união do homem com DEUS, coisa tão singularmente delineada através do V.T. e tão sublimemente exposta em o Novo, leva-nos a pedir uma palavra sobre o que se conhece como monoteísmo e politeísmo. O que nós mais sabemos é que a humanidade se acha afundada no politeísmo, seja ele de que natureza for, e que há muitos deuses ou divindades ou santos militando entre a criatura e o Criador. Não teria sido sempre assim. Não podia ter sido sempre assim. Os filósofos franceses e alemães creditaram ao povo semita a capacidade de se elevar do politeísmo ao monoteísmo, e com isso dar ao mundo uma nova interpretação do problema religioso. Estão errados todos eles. O povo semita, a quem atribuímos a capacidade de preservação da religião e sua interpretação, tanto por sua gênese como por eleição, não merece tanto. Os semitas sempre foram monoteístas, e monoteístas sempre foram os grandes e primitivos povos. O Dr. Langdon, notável orientalista, professor em Oxford, Inglaterra, não tem qualquer dúvida de que os primitivos caldeus eram monoteístas, e que o politeísmo se desenvolveu na medida em que os homens se afastavam de DEUS. Em sua notável descrição, diz:

"Receio que a minha opinião não consiga convencer que na religião sumeriana, como na semita, o monoteísmo precedeu o politeísmo. Tive o máximo cuidado em estabelecer provas aduzidas e razões fundamentais em favor de total conclusão, tão contrárias às conclusões aceitas e difundidas por todo mundo, levando sempre em conta os argumentos da parte contrária. Afirmo, com a mais profunda sinceridade, que a minha conclusão é o fruto de um estudo prolongado, e não uma hipótese temerária. Embora os árabes do sul e os acádios estejam muito à frente dos beduínos, na época das inscrições, a sua história e o seu temperamento semita levaram-nos a empregar nomes de animais, mesmo quando a sua cultura já estava grandemente desenvolvida, tendo em vista a influência recebida do totemismo primitivo. Não pretendo condenar o totemismo. As primitivas religiões Cananéia e hebraica já estavam bem longe da era do totemismo, se é que passaram por esse estágio evolutivo da raça... Todas as raças semitas parecem terem começado pelo monoteísmo, a crença numa divindade única, a quem consideravam como o Criador." (Langdon, Semitie Mythology, introdução, pág. 18).

Sempre a palavra semita, para designar DEUS, era "EI", e significa o Poderoso, o DEUS Altíssimo, que Moisés depois transforma no El-Eli-on, o DEUS Altíssimo.
No primeiro verso de Gênesis ocorre a palavra Eloim no plural, cuja raiz é, sem dúvida, "EI". O singular de Eloim ocorre poucas vezes, mas isso devido ao fato de o uso pluralístico ter se tornado comum. Ocorre, sim, na poesia, a forma singular de Elah. Todos os mais antigos documentos caldeus apresentam El como o nome da divindade principal. Até nas inscrições muito posteriores, encontradas no seminário de Ras-Shanra, no norte da Palestina, não obstante o politeísmo dominante e confuso, se encontra o nome da principal divindade "EL". O mesmo Dr. Langdon evoca o testemunho de um sábio fenício, conhecido como o Sanchuniaton que viveu aí pelo ano 1000 a. C., e confessa que a principal divindade do panteão em Biblos era Elioum, também chamada Hipsistos ou Altíssimo. Certo que Elioun não é diferente de Eloim ou de El-Elion.

O Dr. Charles Marston invoca o nome do sábio Peter Le Page Renouf, tradutor do "Livro dos Mortos" do Egito, quando afirma que no período histórico primitivo, lá para os idos de 5000 a.C., o nome próprio da principal divindade era El, e que toda a teologia egípcia, mesmo no meio da sua quase infinita confusão politeísta, reconhece que só há um DEUS. Chamaria a atenção do leitor para o fato de Amenotepe IV, lknaton (Herege), no ano 1400 a. C. ter mudado ou reformado a religião egípcia para o monoteísmo, com o disco solar como símbolo ou emblema. Vindo para mais perto da nossa era, mencionaríamos o panteão grego, que, entre seus muitos deuses, continha um que era supremo sobre todos os demais - Zeus. Os romanos dedicaram o seu melhor culto a Júpiter, que é uma forma romana de Zeus. Nas ruínas de Baalbeque, na Síria, entre diversos templos, há um que é o supremo, o Templo de Júpiter. Isto nos leva a ver que, não obstante os milênios decorridos entre as primeiras civilizações caldaicas e as modernas grega e romana, a ideia não se perdeu. Os velhos chineses, tão distantes do mundo oriental médio, onde se desenrolou a sociedade primitiva, não fogem a esta conclusão. Dizem eles: "Zeus é o eterno, Zeus é a terra, Zeus é o céu, Zeus é o universo, Zeus é o que está além do universo". DEUS, diríamos, é tudo, como afirmam os hindus.

O autor está preparando uma obra sobre a Trindade nas religiões étnicas, onde mostra que, qualquer que seja o estado da religião, o centro dela é DEUS em três formas ou pessoas.
No Seminário de Serabite, no Monte Sinai - onde, provavelmente, Moisés teria colaborado, durante o período que esteve em Midiã, no pastoreio do gado do seu sogro que, por sinal, era também sacerdote com o nome composto de El, Rouel, e que faria parte do professorado de Serabite - foram encontrados restos de um culto muito semelhante ao de Levítico, por onde se conclui que Moisés teria até incorporado ao sistema mosaico muitos dos princípios doutrinados nesse seminário. Ora, os habitantes do Sinai eram semitas, mesmo vivendo sob o protetorado do Egito, que usava as minas do Sinai para as suas construções faraônicas. Houve, pelo menos, regiões em que o politeísmo nunca existiu. Se traçássemos uma linha desde Ur dos caldeus, passando por Padã-Arã e depois descendo até o Egito, abrangeríamos todos os povos mais antigos. Pois estes eram monoteístas na maioria das épocas. O politeísmo é uma corrupção religiosa, tal como os muitos santos católicos são uma corrupção do cristianismo. O monoteísmo não é uma concepção semita, como pensam alguns críticos, é um fato de todos os povos antigos.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

Gênesis - Comentário Adam Clarke

DEUS abençoa Noé e seus filhos, 1. Medo e pavor aos animais através do medo dos homens, 2. A primeira concessão de alimentação animal, liberação para comer carne 3. proibição de comer sangue, 4. separação entre animais puros e impuros, animais proibidos, 5. vida por vida, 6. DEUS estabelece uma aliança entre ele e Noé e toda criação, 8-11. Dado o arco no céu como sinal e promessa desta aliança, 12-17. Estão incluídos os três filhos de Noé e todas pessoas da Terra,

Notas sobre o capítulo 9

Versículo 1. DEUS abençoou Noé

O povoamento da terra continua sendo assunto de DEUS. É pelo seu poder e sabedoria que o ser humano é formado, e é por sua providência que o homem é apoiado e preservado.

Versículo 2. O medo dos homens,

Antes da queda, o homem dominava os animais inferiores por amor e bondade, para então gentileza e docilidade eram suas principais características. Após a queda, o medo e a ferocidade selvagem, prevaleceram entre quase todas as ordens da criação; a inimizade para com o homem parece prevalecer, e antes não tinha DEUS em sua misericórdia impressionado suas mentes com o medo e terror do homem, de modo que alguns apresentaram vontade de permanecerem perto dos homens, em suas residências e outros fugiram da presença dos homens. Será que o cavalo sabe qual sua própria força? Freios, chicotes, aguilhões o oprime, ele não sabe que com um golpe de sua pata poderia destruir o seu possuidor tirano? DEUS esconde essas coisas dos animais e impressiona sua mente com o medo de seu dono, para que seja alegre e submisso. Ele é treinado para servir sem reclamar. Tigres, lobos, leões e hienas, são inimigos declarados do homem, alguns incapazes de serem domados ou domesticados, mas fogem, por causa do princípio de terror, portanto, esse medo é providencialmente seguro. Assim, por meio do medo o homem rege todos os animais da terra, todas as aves dos céus, e todos os peixes do mar. Como é sábio e gracioso esta ordem da providência Divina! E com que gratidão deve ser considerada por todos os seres humanos!

Versículo 3. Cada coisa deve mover-se de carne  

Noé teve a primeira para comer carne, e que tem sido continuado a todos os seus descendentes desde então. Não é provável que os vegetais tenham se tornado menos nutritivos do que eram antes. (Talvez o comer carne deveria trazer uma longevidade menor, pois a partir daí o homem passou a viver menos).

Versículo 4. Mas a carne com sua vida, que é o sangue

Apesar da permissão para se comer carne, o sangue foi solenemente proibido, porque era a vida do animal, e esta vida era para ser oferecida a DEUS como expiação pelo pecado. Por isso, o sangue foi sempre considerado sagrado, porque era o grande instrumento de expiação, e porque é através do sangue pelo qual entramos no SANTO dos Santos.

1. Antes do dilúvio a carne não era comida, porque o alimento animal não estava em uso.

2. Após o dilúvio foi proibido o alimentar-se de sangue e o derramar o sangue de alguém, sendo um dos sete preceitos de Noé, que seriai exigido na publicação da lei mosaica.

3. Na entrega da lei, e em várias vezes durante o ministério de Moisés, a proibição era mais solene, e com penas horríveis renovadas. Portanto, podemos ter certeza de que o sangue não era comido anteriormente à era cristã, nem mesmo pelos não judeus.

4. Que a proibição foi renovada sob a dispensação cristã, podemos ver em Atos 15:20,29; 21:25, onde até mesmo os gentios convertidos são cobrados para abster-se dele na autoridade, não só dos apóstolos, mas do ESPÍRITO SANTO, que lhes deu esta ordem, dando sentido especial sobre este ponto, ver Atos 15:28; não por medo de fazer tropeçar os judeus convertidos, o brilho de teólogos, mas porque era um dos pontos necessários, a partir da rígida obediência (βαπορ) que não poderia ser dispensada.

5. Esta ordem é ainda escrupulosamente obedecida pelos cristãos orientais, e por toda a Igreja grega, e por que razão ainda subsistem? Nenhum sangue foi comido sob a lei, porque ela apontou o sangue sendo derramado para purificação de pecado do mundo, e sob o Evangelho não deve ser comido, porque ele deve ser considerado como representando o sangue que foi derramado para a remissão dos nossos pecados por JESUS.

Os comedores de sangue em geral deveriam saber que o sangue proporciona doenças físicas e morais, Veja Levítico 17:10.

Versículo 5. Certamente seu sangue vai ser exigido, na mão de cada animal

Isto é muito obscuro, mas se tomado literalmente parece ser um aviso terrível contra a crueldade da criação, e com isso podemos concluir que cada caçador, animal feroz, e galo de combate será obrigado a prestar contas a DEUS por cada criatura que eles têm brutalmente destruído. Em vez de chaiyah, "besta", as leituras Samaritano {Sam. Yod Kaph} chai ", vivendo", qualquer "criatura viva ou pessoa;" isto faz um sentido muito bom, e também proíbe a crueldade seja para homens ou feras.

Versículo 6. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem terá seu sangue derramado

Daí parece que quem mata um homem, a menos que involuntariamente, como a Escritura expressa, deve perder a sua própria vida.

Um homem é acusado do crime de homicídio; deste crime que ele é culpado ou não é: se ele é culpado de assassinato, ele deve morrer, se não, que ele seja punido de acordo com o demérito de seu crime. Tirar a vida de outro é a maior ofensa que se pode cometer contra o indivíduo e contra a sociedade, e o maior castigo que um homem pode sofrer por tal crime é a perda de sua própria vida. Como punição deve ser sempre proporcional aos crimes, então a mais alta punição devido ao maior crime não deve ser aplicada por um delito menor.

O versículo 13. Eu coloquei o meu arco nas nuvens

Sobre a origem e natureza do arco de DEUS (arco-íris) pode ser suficiente dizer que o arco de DEUS (arco-íris) é um mero efeito natural de um causa natural:

1. Ele nunca é visto, a não ser em tempo chuvoso.

2. Nem é visto a menos que o sol brilhe.

3. Ela nunca aparece em qualquer parte do céu, mas somente de frente para o sol.

4. Ele nunca aparece maior que um semicírculo, mas muitas vezes muito menos.

5. É sempre duplo, não sendo o que é chamado de superiores e inferiores, ou primário e secundário do arco de DEUS (arco-íris).

6. Estas curvas apresentam as sete cores prismáticas, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta.

7. A totalidade deste fenômeno depende dos raios do sol que cai em gotas esféricas de água, e sendo na sua passagem através delas, refratada e refletida.

A formação de arco de DEUS (arco-íris) primário e secundário depende das duas seguintes proposições:

1. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo, os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, após uma reflexão e duas refrações, produzem o principal arco de DEUS (arco-íris).

2. Quando o sol brilha sobre gotas de chuva como eles estão caindo, os raios que vêm essas gotas para os olhos do espectador, depois de dois reflexões e duas refrações, produzir o secundário arco de DEUS (arco-íris).

A ilustração dessas proposições deve ser procurada em tratados sobre Ótica, assistido por placas. A partir da causa bem conhecida deste fenômeno, não pode ser racionalmente supor que não havia arco de DEUS (arco-íris) no céu antes da hora mencionada no texto, para que o arco de DEUS (arco-íris) é o efeito natural de os raios de sol que caem em gotas de água, e de seu ser refratada e refletida por eles, deve ter aparecido em diferentes momentos da criação do sol e da atmosfera. Nem o texto íntimo que o arco foi agora criado para um sinal para Noé e sua posteridade, mas que o que foi anteriormente criado, ou melhor, o que era o efeito necessário, em certos casos, da criação do sol e da atmosfera, deve agora ser considerado por eles como um sinal infalível de sua preservação contínua das águas de um dilúvio, por isso o texto fala do que já havia sido feito, e não do que foi agora feito, kashti nathatti, "Meu arco eu tenho dado, ou colocado na nuvem, "como se ele dissesse: Tão certo como o arco de DEUS (arco-íris) é um efeito necessário de sol na chuva, e deve continuar enquantohouver sol e a atmosfera, tão certamente esta terra seja preservada da destruição pela água; e sua preservação deve ser um efeito tão necessário de minha promessa como o arco de DEUS (arco-íris) é o brilho do sol durante uma chuva.

Gênesis - Comentário Adam Clarke

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

LIÇÃO 6 - 8 DE FEVEREIRO
O PACTO ENTRE DEUS E A HUMANIDADE - Gen. 9:1-8; 18

E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra. E o temor de vós e o pavor de vós virão sobre todo o animal da terra, e sobre toda a ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra, e todos os peixes do mar, nas vossas mãos são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado como a erva verde. A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem, e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque DEUS fez o homem conforme a sua imagem. Mas vós frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela. E falou DEUS a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:

18. E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.

 

RESUMO DA LIÇÃO

I — A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.

II — O sinal do concerto — 9:12-13.

III —- A memória do Senhor — 9:14-16.

IV — Os descendentes de Noé — 9:18.

 

I - A bênção de DEUS e o concerto com o homem — 9:1,8-11, 17.

DEUS é coerente nas suas ações; às vezes nos escapa um pequeno detalhe na revelação escrita, mas os detalhes existem e são seguros. DEUS abençoa sempre ao fazer um pacto. A bênção, na sua acepção real, comunica algum benefício àquele que a recebe e, pois, isso, só o maior pode abençoar o menor. (Hebr. 7). A primeira coisa que está no coração de DEUS para dar ao homem é a sua bênção. Adão foi abençoado

no dia em que fora criado (Gên. 5:2). Abraão quando partiu, por ordem de DEUS (Gên. 12:4), já levava a Sua bênção (Gen 12:2-3). DEUS, porém, espera dos seus servos fiéis, não só que sejam abençoados mas que eles por sua vez sejam também uma bênção para o mundo. Assim disse Ele a Abraão: Sê tu uma bênção (12:2).

De posse da bênção, o homem tem de se esforçar por cumprir o concerto de DEUS. A' primeira vista parece que o concerto de que trata esta lição foi unilateral, quer dizer, que só DEUS assumiu responsabilidade (de não mais destruir a terra pela água) mas, na verdade, a obrigação do homem era séria: cuidar a terra. DEUS não revogou o mandamento dado a Adão, no sentido de sujeitar a terra, e isso nós vemos logo em Gen. 12:1. Noé não esperou que o Senhor planta-se, mas ele mesmo tomou essa iniciativa, pois compreendia o seu dever neste sentido.

Com a bênção de DEUS pode haver multiplicação, (v. 1) porém, sem ela, a figueira seca e cai. (Mar. 11:20-21). A palavra do Senhor foi firme: "Não haverá mais dilúvio para destruir a terra 1 E nunca mais houve até os nossos dias. A terra será destruída, sim, mas não mais desta fôrma.

II - O sinal do concerto — 9:12-13.

O homem na fé, na obediência e sinceridade, tem dentro de si forca capaz de mover o coração de DEUS em seu favor. Noé era, realmente um homem de fé. Logo após o dilúvio (8:20-21) ele levantou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor. DEUS se moveu e, como um pai que se alegra na boa obra dum filho, fez-lhe logo uma promessa. Ha uma ligação entre o altar de Noé e o arco do Senhor. O altar significa sacrifício e o arco o sinal da bênção. Na obra de CRISTO o altar (a cruz) fez descer a bênção (a ressurreição) e os sinais que seguem os crentes. (Mar. 16:9-20). Um versículo que merece referência e que está bem ligado ao nosso assunto e: 8:22, onde diz: Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite. No verso anterior (21) parece que DEUS fez um pacto de nunca mais destruir a terra, mas, na realidade, se tratava da destruição 'da face" da terra como aconteceu no dilúvio. As palavras "enquanto durar a terra mostram que ela já tinha então desde aqueles dias a sentença de ser exterminada. (Comp. Isa. 54:9), mas não, será pela água. Até

lá, haverá sementeira etc.

III - A memória do Senhor — 9:14-16.

O Senhor tem memória e não precisaria por si mesmo, de qualquer sinal para se fazer lembrar, como o homem que usa um lembrete qualquer. Não nos esqueçamos, pois, que há símbolos e segredos maravilhosos na Palavra do Senhor. DEUS, muitas vezes, olha para nós, vê a nossa imperfeição, porém, não nos destrói por se lembrar do seu Filho. A harmonia das cores do arco Iris e a sua plenitude de beleza são um tipo da graça perfeita de CRISTO na lembrança de DEUS, eternamente. Há ainda outra analogia entre o arco e CRISTO: e que ambos são luz. As sete cores do arco se resumem no branco e branco significa "presença de luz" ou melhor "luz não decomposta/'

Crentes, a nossa vitória está nisto: que DEUS vê CRISTO no altar, lembra-se dele e não nos destrói.

IV - Os descendentes de Noé — 9:18.

Na descendência de Noé já estava novamente a duplicidade do caminho dos homens. Entre os filhos de Noé estava Cam, que faltou com o devido respeito ao seu pai, o qual o amaldiçoou. Essa maldição o seguiu, pois os povos que dele saíram foram depressa arruinados. Grandes impérios como Assíria e Egito, e sobre este diz Ezequiel 29:15. "Mais baixo se fará do que os outros reinos. Porém, na descendência de Noé estava também um de cura linhagem seria o CRISTO: era Sem. Este filho recebeu toda a bênção de seu Pai (9:26-27), pois a ele estariam sujeitos seus dois irmãos. Mais tarde, Sem gerou Arfaxão de quem veio Abraão em cuja descendência seriam benditas todas as nações da terra. Quando um homem traz consigo a bênção de DEUS (como Noé), a sua própria bênção tem valor e se estende. É DEUS quem honra os seus servos. (João 12:26).

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

RECOMEÇO, CONFUSÃO E DISPERSÃO

TEXTO ÁUREO - "O Senhor fez notória a sua salvação; manifestou a sua justiça perante os olhos das nações" (Sl 98.2).

VERDADE PRÁTICA - Só a soberania divina é capaz de intervir na vida dos homens, neste mundo sob o domínio do Diabo.

ÉPOCA DO EVENTO: Desconhecida
LOCAL: Terra de Sinear.

I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ

II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO

III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL

OBJETIVOS

Entender que se há fragilidade na aliança feita entre DEUS e o homem, é pela parte humana e não divina.

Compreender que todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. 

Concordar que se DEUS não tivesse intervindo em Babel, seu plano de ocupação plena da Terra não teria se concretizado.

Empenhar-se, para que a vontade de DEUS seja sempre notória em suas vidas, a qualquer custo.

SUGESTÕES PRÁTICAS

1. Informe aos alunos que DEUS, em sua infinita misericórdia, realizou, imediatamente após a saída de Noé da Arca, urna aliança, através da qual jamais destruiria a Terra pelas águas de um dilúvio. A palavra divina permanece de pé, mas o ho­mem nada fez para merecê-la. Por isso, o Senhor já sentenciou um cas­tigo superior aquele.
2. Esclareça-lhes que as características de cada raça foram estabelecidas pela própria Natureza, mediante a vontade divina. Por isso, a cor escura dos camitas, nada tem a ver com a maldição de Noé sobre Cão, pois é uma consequência de um componente químico, chamado melanina, fornecido pelo Sol, naquele continente.
3. Diga-lhes que a destruição de Babel e a confusão das línguas foi um mal necessário, pois o desejo dos descendentes de Noé era o de construir urna torre, para que se estabelecesse como urna unidade universal e um ponto de referência da idolatria. Por isso, DEUS, sabiamente, a desfez e os obrigou a se dispersarem pelos continentes.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, abordaremos os assuntos principais de três capítulos de Genesis (9,10 e 11), os quais formam urna só história. No nono, ternos o recomeço da raça humana, através de Noé e sua descendência, firmado numa nova aliança depois do Dilú­vio. Ainda neste capítulo, constata­mos a fragilidade do pacto por parte do homem, com bênçãos e maldiçoes sobre os filhos de Noé. No décimo, as gerações de Sem, Cão e Jafé se multiplicam sobre a Terra, mas se degeneraram moral e espiritualmente. Por isso, os homens perderam o temor de DEUS e formaram urna unidade egoísta e humanista que desafiava o Criador. No décimo primeiro, intentaram construir urna torre, chamada Babel, mas o Senhor a rejeitou.

I- UMA ALIANÇA NOVA COM NOÉ

1- Aspectos gerais desta aliança. Nos primeiros onze versículos, do capítulo 9 de Genesis; podemos perceber a natureza da aliança que DEUS fez com Noé. Primeiro, o Senhor abençoaria sua descendência, porque Ele tinha um novo plano de vida para o recomeço da existência humana sobre a Terra. O Todo-poderoso sempre está conosco em nossos propósitos.

Tudo deveria ser renovado, visto que a geração que pereceu no Dilúvio havia desviado seu culto para os deuses mortos, rejeitando o Criador. Agora, o Senhor espera que Noé e seus filhos restituam o culto ao único DEUS verdadeiro. Por isso, fez urna outra aliança com o homem, para começar urna nova raça e história.
2. O sinal divino da aliança feita com Noé (Gn 9.12-19). Que sinal é este que DEUS estabeleceu, para ser identificado pelo homem? O versículo 13 diz: "O meu arco tenho posto entre mim e vós". Seria urna forma especial de o Senhor lembrar ao homem o seu acordo. Por isso, teria de ser externo e visível a todos, para mostrar o penhor da palavra divina com o ser humano, de que jamais destruiria o mundo com água.

3. A fragilidade da aliança (Gn 9.20-29). A imperfeição não está na aliança, mas no homem que devia exercer a autoridade proveniente dela. Todos nós sabemos que um pacto é um compromisso baseado em certas condições, e sempre há um penhor relacionado com ele. O sinal da aliança com Noé foi o arco celeste, o qual deveria ser observado. Do mesmo modo, existem, na experiência cristã, sinais de compromissos assumidos, tais como o pão e o vinho, da Ceia do Senhor; o batismo por imersão e outros.
No caso da aliança de DEUS com Noé, foi este patriarca quem a fragilizou. Depois que saiu da Arca, ele plantou urna vinha, e deixou-se dominar por um momento de fraqueza, ao embebedar-se com o vinho que ele próprio produziu. Ao perder o próprio domínio, por causa do abuso do álcool, o justo e íntegro Noé perdeu o respeito de um dos filhos, o qual foi amaldiçoado, ao ver a nudez do pai alcoolizado.
4. O futuro das raças humanas depois da Aliança (Gn 9.25-27). Estes versículos apresentam profecias que indicam o futuro dos descendentes de Noé, seus filhos Sem, Cão e Jafé. De fato, são profecias que se cumprem com exatidão histórica, através da existência da humanidade. As ra9as humanas se espalharam pelo Planeta, através destas três ramificações. 11. A FORMA<;ÁO DAS
II- A FORMAÇÃO DAS RAÇAS DEPOIS DO DILÚVIO

1. A formação das raças, sob quatro pontos de vista. Para facilitar urna compreensão mais ampla, sem maiores comentários, percebemos que o capítulo 10 apresenta para cada relação de nomes dos descendentes de Sem, Cão e Jafé, urna classificação sob quatro pontos de vista:

Etnológico - "segundo suas famílias"; Glotológico - "segundo suas línguas"; Geográfico '"segundo suas terras"; Político - "segundo suas nações ".
A grande preocupação do autor de Genesis, não foi a de entrar nas minúcias históricas das famílias, mas estabelecer e provar a unidade da raça humana, e dela destacar o povo eleito de Israel, descendente de Sem. Os arqueólogos tem identificado, pelo estudo dos nomes apresentados neste capítulo, as nações que se formaram e povoaram a Terra.
2. A ordem, segundo a descendência de Sem, Cão e Jafé. Pela ordem, como aparece na Bíblia, o texto de Genesis 10.2-5 começa com a descendência de Jafé: (1) Gômer e seus filhos, Asquenaz, Rifá e Togarrna 2) Magogue; (3) Madai; 40 Javã e seus filhos Elisá, Társis, Qµitim e Dodanirn; (5) . Tubal; (6) Meseque (7) Tiras. Em seguida, os descendentes de Cão (Gn 10.1-21): (1) Cusi e seus filhos Seba, Havilá e Sabtá, Raarná ( e seus filhos Sebá e Dedã), Sabtecá e Ninrode; (2) Mizrairn e seus filhos Ludirn, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim, Casluim e seus filhos (filisteus); Caftorim; (3) Pute; ( 4) Canaã e seus filhos Sidom, Hete, Jebuseus, Amorreus, Girgaseus, Heveus, Arqueus, Sineus, Arvadeus, Zemareus e Hamateus. Depois, os sucessores de Sem (Gn 10.21-31: (1) Elão; (2) Assur; (3) Arfaxade e seus filhos Salá, Eber, Pelegue (e seu filho Joctã, que teve 13 filhos), Reú, Serugue, Naor, Tera e seus filhos Abrão, Naor e Arã; (4) Lude; (5) Arã e seus filhos Uz, Hul, Geter e Más.

III- A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL

1- Ameaça a unidade da raça humana (Gn 11.1,2). Noé e seus filhos, ao saírem da Arca, deixaram as montanhas do Ararate, na atual Armênia, e foram para as partes baixas e férteis que ficam entre o Tigre e Eufrates, a 320 km do mar, onde desembocam estes rios. Foi nesta terra que se iniciou urna nova civilização pós-diluviana. Possivelmente, neste lugar, os homens de então desenvolveram suas habilidades em artes e tecnologias próprias, capazes de planejarem a construção de cidades e um prédio de muitos andares, como Babel.
Mas o destaque destes primeiros versículos, é que os descendentes de Noé se multiplicaram e todos falavam urna mesma língua. Havia urna certa unidade de pensamento e de entendimento, que se manifestava de modo natural, porque era um só povo. Mesmo havendo o reinício da humanidade, o estigma do pecado, herdado de Adão e Eva (Rm 5.12), estava em cada pessoa daquela geração pós-diluviana.
2. Orgulho e autossuficiência (Gn 11.3;4). Por estes mesmos pecados, Lúcifer foi expulso da presença de DEUS (Is 14.12-15). Ele não deixou por menos esta geração pós-diluviana, ao inspirar o sentimento de orgulho e autossuficiência. Dominados por este sentimento, e unidos pela comunicação, através de urna só língua, imaginaram fortalecer o poder humano, construindo urna cidade grande e urna torre que tocasse os céus. Esta intenção revelava, também; a insegurança deixada pelo Dilúvio. Facilmente, esqueceram da aliança que DEUS havia feito com Noé.

3. Confusão e dispersão (Gn 11.5-9). No versículo 5, DEUS resolveu "descer", quando os homens construíam a cidade e a torre. A expressão "então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre" é urna lin­guagem especial, para indicar o Todo-poderoso que se move, preo­cupa-se com suas criaturas e as obras que elas realizam.
No versículo 6, DEUS diz: "O povo é um e tem a mesma linguagem". Esta declara<;ao divina não significa que a unidade seja urna coisa má. Entretanto, em relação aquele povo, ela tinha um fim negativo, pois visava confrontar a autoridade divina e estabelecer a autossuficiência humana.

No versículo 7, o Senhor reforça o papel divino, com urna forma plural do pronome pessoal, quando diz: "Vinde, desramas e confun­damos sua linguagem". Podemos perceber que a Trindade "desceu'" para fazer aquele trabalho especial. Possivelmente, os anjos de DEUS fizeram parte da comitiva divina.

Na infinita sabedoria e presciência de DEUS, todo aquele episódio obedeceu a um plano especial e milagroso. Foi o resultado dá intervenção divina. que conduziu aquele povo a fazer o que mais temia, ou seja, "espalhar-se pela terra". Se a mesma língua era suficiente para mantê-los unidos, DEUS produziu na mente deles a confusão da linguagem que tinham e entendiam e os dispersou para todos os lados, e cada grupo, isoladamente, desenvolveu um idioma, pelo qual pudesse se entender e comunicar-se.
CONCLUSÃO

Esta lição nos ensina três preciosas lições: A primeira, no capítulo 9, vemos a possibilidade do recomeço. Depois que Noé e seus filhos, bem como os animais salvos do Dilúvio, saíram da Arca, puderam recomeçar a vida. DEUS concedeu urna nova autoridade ao homem, para governar a Terra no temor do Senhor. A segunda, no capítulo 10, com as genealogias dos filhos de Noé, o objetivo principal foi o de situar a raça semita (os descendentes de Sem), da qual surgiu Israel. Através desta nação DEUS seria representado entre todos os povos, e dela nasceria Aquele que salvaria a humanidade da condenação eterna. A terceira, no capítulo 11, ternos a demonstração da soberania divina intervindo na vida humana, para salvá-la.

ENSINAMENTOS PRÁTICOS

1- DEUS sempre desejou, após revelar algo ao homem, fazer um pacto, a fim de confirmar a sua palavra a respeito do que prometeu. por esta razão quando Noé saiu da arca e ofereceu ao Senhor um sacrifício em ação de graças pela vitória alcançada, Jeová falou-lhe e garantiu-lhe que jamais destruiria a humanidade, através de um dilúvio.

2- DEUS não destruiu a torre de Babel, por recear que o homem pudesse elevá-la até os céus pois isto era impossível. Esta atitude do Criador, entretanto, foi por causa da desobediência dos descendentes de Noé, pois o Senhor lhes falara que crescessem, multiplicassem e enchessem a Terra.
3- Todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. Após a destruição de Babel, os pós-diluvianos espalharam-se, imediatamente, por toda a parte. Daí, a origem das civilizações indígenas, as quais já se encontravam nas Américas, quando os europeus as descobriram.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

O Concerto de DEUS com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29, abençoou DEUS a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de povoar a terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da terra. Além de vegetais para co­mer, agora recebem a permissão de comer carne, com certa limitação. Eles não têm per­missão de participar de carne na qual fique sangue (4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não tinha de ser tratado de modo leviano. DEUS fez o homem conforme a sua imagem (6) e, por isso, tinha uma condição especial.
Tendo esclarecido o papel inigualável do homem sobre a terra, DEUS passa a dar mais destaque à sua relação especial com o homem estabelecendo um concerto (9) com Noé e seus descendentes. A ênfase deste concerto estava na misericórdia e não na puni­ção — misericórdia estendida a todas as criaturas. O fato de um arco... na nuvem (13) ser o sinal peculiar deste concerto não significa que antes não houvesse arco de DEUS (arco-íris). Sua estreita associação com a chuva parece ter sido seu valor primário como sinal do concerto de DEUS de que um dilúvio universal não aconteceria novamente. A questão é tão impor­tante que é reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17.
As nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão implíci­tas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do homem contra DEUS, sua imaginação e propensão ao mal. DEUS não tolera o pecado além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o homem, mas não sem dor para DEUS (6.6). DEUS deu o primeiro passo na preparação do julgamento provendo a subsis­tência dos que vivem obedientemente na sua presença. Os outros foram julgados porque excluíram DEUS de suas vidas. As experiências de Noé descrevem DEUS como Senhor completo de todas as forças naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou salvação. A preocupação de DEUS no meio do julgamento é salientada na declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos de DEUS. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente promessas de misericórdias futu­ras. A relação de DEUS com o homem não estava na natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas caracterizados por capricho e pirraça. Ele é o DEUS- Criador que exige retidão e pune a corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais.

2. Desintegração Espiritual (9.18—11.26)
A despeito das lições do dilúvio, os homens não foram totalmente verdadeiros a DEUS.
a) Leviandade na família de Noé (9.18-29). Noé era lavrador da terra, como Caim. Cuidar de plantas se tornou sua grande paixão e entre elas estava a videira. Esta é a primeira vez que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja ligada com uma situação de desgraça.
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causa no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano. Isto não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30).
Um dos filhos de Noé, Cam (22), entrou na tenda. Vendo o pai, ele não o ajudou, mas irreverentemente desdenhou a seus irmãos a condição de Noé. Os outros dois filhos imediatamente cobriram a nudez do seu pai (23), entrando na tenda discre­tamente, de costas.
Recuperando os sentidos, Noé ficou sabendo do que aconteceu e falou com seus fi­lhos. Ele deixou Cam sem bênção e concentrou sua reprimenda em Canaã, cujos descen­dentes historicamente se tornaram um povo marcado por moralidades sórdidas e princi­pal fonte de corrupção para os israelitas. A adoração Cananéia de Baal desceu às mais baixas profundezas da degradação moral. Embora os cananeus obtivessem certo poder, como os fenícios, pelo tráfico marítimo no Mediterrâneo, eles nunca conseguiram se tor­nar grande nação. Quase sempre foram dominados por outros povos.

A bênção colocada em Sem (26) tem forte tônica religiosa, e esta linhagem dos descendentes de Noé teve papel importante na transmissão da mensagem de redenção para o mundo. A mais proeminente destas nações foi Israel, a quem foi dada a revelação de DEUS preservada na Bíblia. Particularmente no tempo de Davi e Salomão, Israel regeu sobre os cananeus, usando-os na construção do primeiro templo em Jerusalém.

A benção dada a Jafé (27) envolvia um jogo de palavras, pois o nome significa “que aumenta”. A linhagem de Jafé se multiplicou e desempenhou um papel superior como portadores de poder político por meio dos persas, gregos e romanos. Evangelizado por Paulo e outros, de todos os povos este foi o mais receptivo ao cristianismo e, assim, veio a habitar nas tendas de Sem (27). Fatos poucos significativos ocorreram nos últimos dias de Noé. Como aqueles que o antecederam, ele morreu (29).
b) A Propagação dos descendentes de Noé (10.1-32). Temos aqui o mesmo procedimento em dar genealogias como no capítulo 5, onde os filhos de Caim são meramente alistados para que a atenção seja concentrada em Sete. As linhagens de Jafé e Cam são contadas brevemente e depois postas de lado. O versículo 5 afirma claramente que esta lista está baseada não só em divisões familiares, mas em distinções nacionalistas e linguísticas. Embora os nomes remontem a indivíduos, as genealogias se relacionam primariamente com as nações que descendem de Jafé. Eles ocupavam as regiões do norte, estendendo-se pela Turquia, as ilhas do mar Mediterrâneo e no sul da Europa. As línguas destes povos eram principalmente indo-europeias.
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

9:1-7. Os novos decretos.
Embora haja aqui ecos do encargo dado a Adão (1,7), o pecado obscureceu o cenário. A imagem de DEUS permanece (6) e o homem continua sendo o vice-rei do céu, mas seu regime será em grande medida um
regime de medo (2), os outros seres, seus companheiros de criação, agora lhe servem de alimento (3), e a violência se propagará na terra (5,6).
3,4. A permissão para alimentar-se de carne pode ter sido uma inovação, ou não. Talvez antes fosse implícita (ver coment. de 1:29,30), passando a ser explícita somente agora, mas talvez seja mais natural inferir com RSV e AA que esta foi uma nova concessão ao homem. O que lei sobre o sangue, de longo alcance teológico. De imediato limitou os direitos do homem sobre as criaturas de DEUS, visto que sua vida (4) a Ele pertence. A lei mosaica reafirmou isto repetidamente (ex., Lv 3:17; Dt 12:15,16). Serviu também para capacitar os homens a valorizarem o uso de sangue no sacrifício. Pertencendo a DEUS, podia ser visto como Sua dádiva expiatória aos pecadores não como oferta destes a Ele (Lv 17:11).
5,6. Toma-se agora mais amplamente o tema da santidade do sangue, e se torna memorável graças à forma rítmica do v. 6, preservada em AV, RV: “Whoso sheddeth man’s blood...” (AA: “Se alguém derramar o sangue do homem ...”).
Algo mais do que retribuição se tem em mente aqui. A execução de um animal que mata homens não se deve explicar nesses termos, embora a de uma pessoa assassina o possa. A pista está no v. 6: o propósito é didático, como no caso do v. 4. Se toda vida pertence a DEUS, a vida humana pertence-lhe supremamente. Ambas estas lições mantêm sua força, embora (como argumentei noutra obra) 19 o meio de ensiná-las possa mudar. Não se pode transferir simplesmente o versículo para o código civil, a menos que se esteja preparado para incluir os versículos 4 e 5 nessa transferência. A pena capital tem de ser defendida sobre bases mais amplas.
GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970


 

 

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Lição 9, Bênção e Maldição na Família de Noé

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva 

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES

PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 9.20-29
20 - E começou Noé a ser lavrador da terra e plantou uma vinha. 21 - E bebeu do vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. 22 - E viu Cam, o pai de Canaã, a nudez de seu pai e fê-lo saber a ambos seus irmãos, fora. 23 - Então, tomaram Sem e Jafé uma capa, puseram-na sobre ambos os seus ombros e, indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai; e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. 24 - E despertou Noé do seu vinho e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25 - E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. 26 - E disse: Bendito seja o SENHOR, DEUS de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 27 - Alargue DEUS a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. 28 - E viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinquenta anos. 29 - E foram todos os dias de Noé novecentos e cinquenta anos, e morreu.


 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos o triste episódio da embriaguez de Noé e a trágica consequências de seu ato para a sua família. Este é o primeiro relato bíblico com relação ao uso exagerado do vinho. Com ele aprendemos que o crente precisa estar sóbrio. DEUS advertiu inúmeras vezes o seu povo quanto ao uso do vinho após instituir a lei. Os sacerdotes não podiam beber vinho antes de se apresentarem ao Senhor: "Vinho ou bebida forte tu e teus filhos contigo não bebereis, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações" (Lv 10.9). Eles deveriam ser santos, diante de DEUS e das pessoas. Hoje, somos a geração santa, sacerdotes do Senhor em JESUS CRISTO (1 Pe 2.9), e como tal devemos nos manter sóbrios, evitado o uso de bebidas alcoólicas.
 

PONTO CENTRAL

A atitude desrespeitosa de Cam para com o seu pai, Noé, resultou em maldição e a atitude reverente de Sem e Jafé para com o pai resultou em bênçãos.

 

I - A VINHA DE NOÉ
1. A destemperança do patriarca.
2. A irreverência de Cam.
3. O respeitoso gesto de Sem e Jafé.

II - O JUÍZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM
1. A maldição de Canaã.
2. A benção de Sem e Jafé.
III - CUMPRE-SE A MALDIÇÃO DE CANAÃ

1. Canaã perde a sua herança.

2. A bênção de Sem na pessoa de Israel.

3. Jafé participa da bênção de Sem.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - Noé plantou uma vinha, fez vinho e acabou por se embriagar.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Passada a embriaguez, Noé toma conhecimento do feito perverso de seu filho Cam e pronúncia uma palavra de juízo sobre ele.

SÍNTESE DO TÓPICO III - Canaã perde a sua herança dando cumprimento a maldição de Canaã.

 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO top1
"Noé passou a ser um lavrador da terra, como fora Caim. Cuidar de plantas se tornou sua grande paixão e plantou uma videira. Esta é a primeira vez que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja ligada a uma situação de desgraça (Obs. Minha - Ev. Henrique - é muito provável que antes do dilúvio já se plantasse e colhesse e se fermentasse uvas para tornar seu suco alcoólico - JESUS disse que no tempo de Noé comiam e bebiam...) .
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causava no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano (Obs. Minha - Ev. Henrique - O açúcar misturado ao suco de uvas, vinho, o faz fermentar, possivelmente Noé comeu mel e bebeu suco de uva em excesso). Isto não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo a compostura devido à embriaguez, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30)" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).
 

CONHEÇA MAIS

O pecado de Cam

O pecado é muito debatido, pois a frase "viu a nudez de" é usada em relações sexuais ilícitas (cf. Lv 18). Aqui o texto sugere que o pecado de Cam foi o de ridicularizar o pai a quem deveria honrar (cf. Êx 20.12). A falha de Noé de Cam nos adverte que, embora vivamos num lar aparentemente perfeito, a raiz do pecado está plantada profundamente em cada pessoa individualmente. A causa de nossos fracassos está em nós mesmos."

Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30 - (Obs. Minha - Ev. Henrique - Creio que Cam fez um comentário sobre os órgãos genitais de seu pai, seria o sentido mais claro aqui)

 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
Em que consistiu o pecado de Cam?
Ao invés de calar-se e, discretamente, resguardar a honra do pai, saiu a depreciar-lhe a imagem (Gn 9.22).
Em quem recaiu a maldição de Cam?
O patriarca castiga indiretamente a Cam, lançando sobre o filho mais novo deste uma pesada maldição.
Como Sem e Jafé foram abençoados?
Ao galardoar a atitude respeitosa e reverente de Sem e Jafé, o patriarca concede-lhes uma benção eterna: "Bendito seja o Senhor, DEUS de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue DEUS a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo" (Gn 9.26,27).
Como Canaã foi castigado?
Eles seriam punidos com a perda de suas terras aos filhos de Abraão, o mais notável descendente de Sem, depois de JESUS CRISTO.
De que forma devemos agir ante os pecados alheios?
Não entreguemos o faltoso à injúria. Se agirmos com amor, poderemos recuperá-lo plenamente (Tg 5.20). Doutra forma, perderemos almas mui preciosas aos olhos de DEUS. Lembremo-nos da recomendação de nosso Senhor (Mt 18.15-18).
 

CONSULTE

Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 40.

Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

 

SUGESTÃO DE LEITURA

Pequena Enciclopédia Bíblica, Tempos do Antigo Testamento e Arqueologia Bíblica

 

 

 

Comentários de diversos autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Observações do Ev. Luiz Henrique

CURIOSIDADES -

Levítico 18.6-19 (Isso é depois da lei - a terra só poderia ser povoada se parentes se casassem entre si). Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou o Senhor. Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe: ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai. A nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fora de casa, a sua nudez não descobrirás. A nudez da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás; porque é tua nudez. A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. A nudez de tua nora não descobrirás: ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão. A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; parentas são; maldade é. E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã, para fazê-la sua rival, descobrindo a sua nudez diante dela em sua vida. E não chegarás à mulher durante a separação da sua imundícia, para descobrir a sua nudez,

Estas ordens de DEUS estão na Lei dada a Moisés, não valiam ainda no tempo de Noé, mas o respeito aos pais, com certeza já era exigido.

Veja que é proibido sexo durante a menstruação.
RESGUARDO - Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e der à luz um menino, será imunda sete dias, assim como nos dias da separação da sua enfermidade, será imunda.
E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio. Depois ficará ela trinta e três dias no sangue da sua purificação; nenhuma coisa santa tocará e não entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação.
Mas, se der à luz uma menina será imunda duas semanas, como na sua separação; depois ficará sessenta e seis dias no sangue da sua purificação. Levítico 12:2-5

--- Resguardo quando nasce menino - 40 dias --- Resguardo quando nasce menina- 80 dias - SABIAM DISSO?

 

E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. Gênesis 9:20

Se plantou, não existia neste local, é claro. Parece que o Noé se lembrou de que faltava vinho (suco de uva), parte constante na alimentação em seus dias (Pão do trigo, leite, mel, azeite, suco integral da uva). Beber suco de uva em excesso embriaga, experimente, ou melhor, não experimente!

Se passaram meses e talvez um ano e Noé agora espera pelo fruto da videira. Por que se embebedou? Falta de controle ou distração?

 

É evidente que já havia vinho antes do dilúvio e que as pessoas se embriagavam antes do dilúvio, Noé sabia disto e presenciou muito desta bebedeira antes do Dilúvio. Como podemos provar isso? Simples, JESUS nos dá a certeza disso:

Mateus 24.37 E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. 38 Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam (grifo nosso), casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.

O contexto aqui é escatológico e JESUS está falando de juízo sobre o pecado. DEUS não destruiria toda a raça humana apenas porque estavam ocupados, mas destruiria por causa da multiplicação do pecado na área social (glutonaria e embriagues - comiam e bebiam) e na área sexual (desconsiderando totalmente o casamento como instituição divina - casavam e davam-se em casamento),
Por que Noé plantou uma vinha? Poderia ter plantado muitas outras plantas, mas a que faltava em sua alimentação básica era o suco de uva integral (vinho).

Não nos esqueçamos também de que a região onde Noé plantou uvas é excelente para produzir uvas mesmo em nossos dias, imagine naqueles dias em que a terra tinha condições climáticas favoráveis, pois a Terra estava pronta para produzir. Não levou tanto tempo assim para Noé plantar e colher aquilo que desejava, não é? Cerca talvez de um ano até 2 anos (devido às condições climáticas e de terreno de sua época).
Creio que na lei da consciência de Noé embebedar-se era pecado e ficar nu no meio da família também. DEUS disse para ele que sua geração ia ser destruída exatamente por motivos como esses. Então, como Noé era um homem de DEUS, não cremos que o tenha feito propositalmente.
É possível que Noé tenha se aproveitado de mudas ou que estavam na arca ou que estavam na Terra, mas precisavam ser cultivadas.
Gn 6.21 E leva consigo de toda a comida que se come e ajunta-a para ti; e te será para mantimento, a ti e a eles.

A questão não é condenar Noé. Creio que condená-lo ou absolvê-lo cabe a DEUS, mas enxergar seu erro, por falta de vigilância, e não repeti-lo cabe a nós. Conheço homens que foram bênçãos nas mãos de DEUS e que hoje vivem na embriaguez (esta é uma aplicação necessária na aula para que nossos alunos não venham um dia cair nesta tão nefasta armadilha de Satanás).

Tem muito crente na igreja evangélica hoje bebendo bebida alcoólica. Pensam que DEUS não vê. Tem muito crente plantando sua vinha.

Portanto cuidado com o vinho ou outra bebida alcoólica qualquer - No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Provérbios 23:32

Parece que Noé foi tomando suco de uva e não percebeu que estava ficando bêbado (talvez comemorando, alegre por ter conseguido uma boa colheita em sua primeira vinha plantada por ele mesmo).

 

 

 

Coloquei o irmão Noé no banco de réu, acusei-o, fiz de tudo para condená-lo, como a maioria dos crentes faz, mas na hora que pensei que tinha ganho a causa, na hora que vi meu irmão humilhado, condenado, mal falado, amei-o mesmo assim e apelei para que aparecesse pelo menos um que o defendesse. Achei, por fim uma testemunha que é incapaz de mentir e de se corromper. Achei DEUS. Ezequiel: 14. 14. ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a sua própria vida, diz o Senhor DEUS. - Ezequiel: 14. 20. ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor DEUS, eles não livrariam nem filho nem filha, tão somente livrariam as suas próprias vidas pela sua justiça. - E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro 2:5

Não, Noé não premeditou embriagar-se. Noé é um homem de DEUS. Sua geração se corrompeu, banalizaram o casamento, eram glutões e bêbados, mas ele, Noé, não se deixou levar por sua pervertida geração.

E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, a oitava pessoa, o pregoeiro da justiça, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; 2 Pedro 2:5 - Noé é pregoeiro da justiça.

 

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE - A MALDIÇÃO DE NOÉ FOI SÓ SOBRE O FILHO MAIS NOVO DE CAM - CANAÃ - OS OUTROS FILHOS CONSTRUÍRAM GRANDES NAÇÕES COMO O EGITO E A ETIÓPIA.

As maldições e consequências são devido à falta de reverência e de respeito de Cam para com seu pai.

Na terra de Canaã também houve prosperidade até Israel a atacar cumprindo a maldição de Noé sobre eles. Havia frutos muito bons e cidades fortificadas. Os descendentes de Canaã não eram povos fracos ou miseráveis não!
Veja o relatório dos espiãs:
Números 13
27 E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. 28 O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui grandes; e ali vimos os filhos de Enaque.

 

Temos vários exemplos de homens de DEUS que amaldiçoaram pessoas no Antigo Testamento e DEUS cumpriu suas maldições.

Então subiu dali a Betel; e, subindo ele pelo caminho, uns meninos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo; sobe, calvo! E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do Senhor; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos. 2 Reis 2:23,24
E respondeu Elias: Se eu sou homem de DEUS, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então o fogo de DEUS desceu do céu, e o consumiu a ele e aos seus cinquenta. 2 Reis 1:12
Na aliança existiam muitas maldições para quem as quebrasse. veja Deuteronômio 28 - Ainda bem que JESUS as levou todas - veja Gl 3.13

 

É importante saber que quem amaldiçoou Canaã foi Noé e não DEUS, mas DEUS manteve e honrou a maldição de Noé sobre ele.

Se fosse a maldição de DEUS, seria para todos os filhos de Noé. Está tão clara que a maldição foi por parte de Noé que foi só sobre o filho mais novo de Cam (Canaã).

Vejam Êx 20.5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu DEUS, sou DEUS zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.

Assim que DEUS amaldiçoa toda uma família - a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens. Números 16:32

Se fosse a maldição dada por DEUS, seria para todos os filhos de Cam. Quem amaldiçoou foi Noé e somente seu neto Canaã, os outros filhos mais velhos de Noé, não. Quem foi amaldiçoado foi só Canaã e seus descendentes, os outros filhos mais velhos construíram grandes civilizações como a Etiópia e o Egito.
Cam se revelou como a ovelha negra entre os três filhos de Noé e parece que seu Neto lhe saiu como cópia.

 

Gênesis 19:30-38 - Outro exemplo de excesso de vinho - E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra; Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber vinho a seu pai também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai. E a primogênita deu à luz um filho, e chamou-lhe Moabe; este é o pai dos moabitas até ao dia de hoje. E a menor também deu à luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje.
 

 

 

Gn 10.6 E os filhos de Cão (Cam) são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.

Gn 10.15-19E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete;
E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus.
E foi o termo dos cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza; indo para Sodoma e Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.
 

O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO -= BEP - CPAD
Nm 6.3 “de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.”
BEBERAGEM DE UVAS. A palavra traduzida "beberagem" (hb. mishrah) refere-se a uma bebida feita com uvas ou restos de uvas, espremidos e deixados de molho na água

Comentários da BEP - CPAD - 9.21 E BEBEU DO VINHO E EMBEBEDOU-SE.

Esta primeira menção de vinho nas Escrituras está ligada à embriaguez, ao pecado, à vergonha e à maldição (vv. 21-25). Por causa dos males que acompanham as bebidas embriagantes, DEUS fez da abstinência total o reto padrão para o seu povo (Lv 10.9; Jz 13.4-7; Pv 31.4; ver Nm 6.3; Pv 23.31; 1 Ts 5.6; Tt 2.2).
9.22 CAM, O PAI DE CANAÃ. O pecado de Cam consistiu em não honrar, nem respeitar seu pai; ao invés de cobri-lo, ele expôs a sua condição deplorável.
9.25 MALDITO SEJA CANAÃ. Quando Noé ficou sabendo do ato desrespeitoso de Cam, pronunciou uma maldição sobre Canaã, filho de Cam (i.e., não sobre o próprio Cam). (1) Talvez Canaã estivesse dalguma maneira envolvido no pecado de Cam, ou tivesse os mesmos defeitos de caráter do seu pai. A maldição prescrevia que os descendentes de Canaã (os quais não eram negros) seriam oprimidos e controlados por outras nações. Por outro lado, os descendentes de Sem e Jafé teriam a benção de DEUS (vv. 26,27). (2) Essa profecia de Noé era condicional à todas as pessoas a quem ela foi dirigida. Qualquer descendente de Canaã que se voltasse para DEUS receberia, também, a bênção de Sem (Js 6.22-25; Hb 11.31); mas também quaisquer descendentes de Sem e de Jafé que se desviassem de DEUS teriam a maldição de Canaã (Jr 18.7-10).

No tempo de Moisés, sob a lei, a bebida forte foi proibida aos Nazirerus (pessoas que faziam voto de servir a DEUS integralmente).

Gn 6.2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar para o SENHOR, 3 de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. 4 Todos os dias do seu nazireado, não comerá de coisa alguma que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas.

PALAVRAS HEBRAICAS PARA “VINHO”. De um modo geral, há duas palavras hebraicas traduzidas por “vinho” na Bíblia.
(1) A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141 vezes no AT para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado (ver Ne 5.18, que fala de “todo o vinho [yayin]” = todos os tipos). (a) Por um lado, yayin aplica-se a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gn 9.20,21; 19.32-33; 1Sm 25.36,37; Pv 23.30,31). Os resultados trágicos de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do AT, notadamente Pv 23.29-35 (ver a próxima seção). (b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não-fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida. Isaías profetiza: “já o pisador não pisará as uvas [yayin] nos lagares” (Is 16.10); semelhantemente, Jeremias diz: “fiz que o vinho [yayin] acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo” (Jr 48.33). Jeremias até chama de yayin o suco ainda dentro da uva (Jr 40.10, 12). Outra evidência que yayin, às vezes, refere-se ao suco não-fermentado da uva temos em Lamentações, onde o autor descreve os nenês de colo clamando às mães, pedindo seu alimento normal de “trigo e vinho” (Lm 2.12). O fato do suco de uva não-fermentado poder ser chamado “vinho” tem o respaldo de vários eruditos. A Enciclopédia Judaica (1901) declara: “O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho de tonel] (Sanh, 70a)”. Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas, inclusive “o vinho recém-espremido antes da fermentação.” O Talmude Babilônico atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de “vinho [yayin] do lagar” (Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot consta: “Pode-se espremer um cacho de uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho [yayin] em conexão com as leis do nazireado” (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano, 1923). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do NT, à palavra hebraica yayin.
(2) A outra palavra hebraica traduzida por “vinho” é tirosh, que significa “vinho novo” ou “vinho da vindima”. Tirosh ocorre 38 vezes no AT; nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Is 65.8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). Brown, Driver, Briggs (Léxico Hebraico-inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa “mosto, vinho fresco ou novo”. A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado”. Tirosh tem “bênção nele” (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, “é escarnecedor” (Pv 20.1) e causa embriaguez (ver Pv 23.31).
(3) Além dessas duas palavras para “vinho”, há outra palavra hebraica que ocorre 23 vezes no AT, e frequentemente, no mesmo contexto — shekar, geralmente traduzida por “bebida forte” (e.g., 1Sm 1.15; Nm 6.3).
Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de maçã, ou de tâmara. A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se distingue de shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída. Ocasionalmente, shekar pode referir-se a um suco doce, não-fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachout: “O Uso de Vinho no Velho Testamento”, dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1979). Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar “beber à vontade”, além de “embriagar”. Na maioria dos casos, saiba-se que quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebidas embriagantes.

A POSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO SOBRE O VINHO FERMENTADO. Em vários lugares o AT condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas. (1) A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gn 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gn 19.31-38). (2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, DEUS ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. DEUS considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Lv 10.9-11). (3) DEUS também revelou a sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos que fizessem voto de nazireado (ver a próxima seção). (4) Salomão, na sabedoria que DEUS lhe deu, escreveu: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio” (Pv 20.1). As bebidas alcoólicas podem levar o usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por DEUS e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e à imoralidade. (5) Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de DEUS, os justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar (ver Pv 23.29-35).
OS NAZIREUS E O VINHO. O elevado nível de vida separada e dedicada a DEUS, dos nazireus, devia servir como exemplo a todo israelita que quisesse assim fazer (ver Nm 6.2). DEUS deu aos nazireus instruções claras a respeito do uso do vinho. (1) Eles deviam abster-se “de vinho e de bebida forte” (6.3; ver Dt 14.26); nem sequer lhes era permitido comer ou beber qualquer produto feito de uvas, quer em forma líquida, quer em forma sólida. O mais provável é que DEUS tenha dado esse mandamento como salvaguarda ante a tentação de tomar bebidas inebriantes e ante a possibilidade de um nazireu beber vinho alcoólico por engano (6.3-4). DEUS não queria que uma pessoa totalmente dedicada a Ele se deparasse com a possibilidade de embriaguez ou de viciar-se (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4,5). Daí, o padrão mais alto posto diante do povo de DEUS, no tocante às bebidas alcoólicas, era a abstinência total (6.3-4). (2) Beber álcool leva, frequentemente,, a vários outros pecados (tais como a imoralidade sexual ou a criminalidade). Os nazireus não deviam comer nem beber nada que tivesse origem na videira, a fim de ensinar-lhes que deviam evitar o pecado e tudo que se assemelhasse ao pecado, que leva a ele, ou que tenta a pessoa a cometê-lo.
(3) O padrão divino para os narizeus, da total abstinência de vinho e de bebidas fermentadas, era rejeitado por muitos em Israel nos tempos de Amós. Esse profeta declarou que os ímpios “aos nazireus destes vinho a beber” (ver Am 2.12). O profeta Isaías declara por sua vez: “o sacerdote e o profeta erram por causa da bebida forte; são absorvidos do vinho, desencaminham-se por causa da bebida forte, andam errados na visão e tropeçam no juízo. Porque todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia; não há nenhum lugar limpo” (Is 28.7,8). Assim ocorreu, porque esses dirigentes recusaram o padrão da total abstinência estabelecido por DEUS (ver Pv 31.4,5). (4) A marca essencial do nazireado — i.e., sua total consagração a DEUS e aos seus padrões mais elevados — é um dever do crente em CRISTO (cf. Rm 12.1; 2Co 6.17; 7.1). A abstinência de tudo quanto possa levar a pessoa ao pecado, estimular o desejo por coisas prejudiciais, abrir caminho à dependência de drogas ou do álcool, ou levar um irmão ou irmã a tropeçar, é tão necessário para o crente hoje quanto o era para o nazireu dos tempos do AT (ver 1Ts 5.6; Tt 2.2).

 

Provérbios 20
1 O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.
 
Lucas 21
34 E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

Um Novo Pecado Depois do Dilúvio (Gên. 9:20-27)

Plantou vinha, e colheu vinho. Bebeu demais, e embebedou-se. Caído descompostamente, provocou o riso do filho Cão, que por isso lhe faltou com o respeito. Acordando e sabendo do ato generoso dos filhos Sem e Jafé, daí nasceu uma das mais notáveis profecias, com largo e profundo sentido na história humana. Não foi, entretanto, o filho Cão o amaldiçoado pelo seu mau ato, mas o filho mais novo deste, por nome Canaã, como que a designar que não seria um homem, mas um povo, a sofrer as consequências do pecado. Os versos 25-27 do capítulo 9 de Gênesis dão-nos conta dos efeitos da falta de respeito filial. Canaã, o filho mais novo de Cão, seria maldito. Jafé seria o dono do mundo; Sem, o pai da religião. Com um mapa diante de nós e um pouco de conhecimento da distribuição dos primeiros povos, iremos descobrir que os jafetitas tomaram o rumo da Europa e conquistaram e deram ao mundo o que nós conhecemos hoje como civilização ocidental. Foram os jafetitas feitos gregos e romanos antigos que nos deram os povos neolatinos, senhores do mundo por suas conquistas e por sua indústria. Foram eles que descobriram outras terras e as dominaram. Não contentes com a Europa, levaram suas naus ao Oriente distante, tomaram as ilhas do Pacífico, dominaram a China, a Índia e até o Japão, em certo sentido, senão poeticamente, industrialmente, pelo menos. Conquistariam a África e a dominaram até recentes anos. A profecia foi: "Alargue ou engrandeça DEUS a Jafé e more nas tendas de Sem." Depois de dominar o mundo, veio a dominar também o povo semita, que só atualmente está procurando reconquistar a sua independência. O povo camita nos deu algumas civilizações notáveis na Caldeia e no Egito e na Etiópia, mas sempre sob o domínio dos jafetitas. Os semitas nunca se afastaram do Oriente Próximo. Na Caldeia, misturando-se com acádios e amoritas, depois difundindo-se nos edomitas, amonitas e moabitas, formando o mundo árabe, foram sempre, de um modo geral, os encarregados de preservar a religião. A profecia é: "Bendito seja o Senhor DEUS de Sem". DEUS seria bendito neste povo. Aqui está o retrato dos mundos antigo e moderno. Como se aproxima o fim desta geração, os três ramos da raça humana estão se misturando e confundindo, de modo a formar uma só civilização. O estudante de história bíblica não pode deixar de anotar que os conflitos modernos são um meio rústico de acabar com as barreiras entre camitas, jafetitas e semitas. O povo semita, conhecido como israelita, descendente de Abraão, o pai da fé, tem vivido segregado por muitos séculos, por um lado, e misturado com todos os povos, por outro. Desde o ano 70 da nossa era, com a dispersão dos judeus, a sua nacionalidade desapareceu, mas, em verdade, o povo continuou a viver a sua vida comunitária entre as nações do mundo. Agora, com o estabelecimento da sua nacionalidade na Palestina, foi restaurada simbolicamente a sua nacionalidade. Continua um povo à parte. Tanto quanto o gênio industrial dos jafetitas pertence a todos, eles também estão partilhando desse gênio.

 

Uma Vida Longa e útil

Noé viveu, depois do dilúvio, 350 anos. Adão e Matusalém conviveram, e este foi contemporâneo de Noé, e Noé do pai de Abraão. Segundo alguns cronistas, Noé morreu um pouco antes de Abraão nascer. Foi, pois, contemporâneo de Terá, pai de Abraão, por 128 anos. Como a cronologia antiga é muito confusa, nós não dependemos muito destas conclusões, que servem apenas para estudos aproximados. O que nos interessa, à parte da revelação mesma, é a possibilidade de transmissão de narrativas que a Bíblia nos dá. Foi Moisés o grande cronologista dos tempos antigos, e as suas memórias vieram em linha direta desde o princípio. Ao legar-nos o seu admirável Gênesis, ele se teria valido de conhecimentos recebidos e, fundamentalmente, da revelação que DEUS lhe deu, pois muita coisa que nos legou não podia vir de tradições, por mais antigas e de melhor crédito que fossem. Os primeiros capítulos de Gênesis fogem a qualquer tradicionalismo e a qualquer escola moderna ou antiga.

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

9:18-29. O destino de Sem, Cão e Jafé.

A declaração do versículo 19 introduz a amplitude abrangente do capítulo 10, enquanto os versículos 20-27 preparam-nos para o predomínio do caráter seletivo do restante do Velho Testamento, de 11:10 em diante. A Bíblia mantém sua ênfase, tanto na unidade da humanidade, como os oráculos proféticos sobre os gentios o demonstram, quanto nas especializações que há dentro daquela unidade. Mas os papéis raciais são invalidados no Novo Testamento, “onde não pode haver grego nem judeu, ... bárbaro, cita, escravo, livre; porém CRISTO é tudo e em todos” (Cl 3:11, RSV, AA). Qualquer tentativa de graduar os ramos da humanidade apelando para 25-27 é, portanto, uma reconstrução daquilo que DEUS demoliu, comparável àquela pela qual Paulo censurou a Pedro, em Gálatas 2:18.

GÊNESIS 9:24-26

A embriaguez de Noé é relatada sem comentários sobre a sua participação no escândalo. A palavra começou (20, AV) poderia implicar em que somente a inexperiência é que deveria ser repreendida. Mas não podemos ter certeza.

23. A perda da decência e da honra que assinala esta primeira história bíblica de bebida forte é mais grave ainda na segunda, com a degradação das filhas de Ló (10:30). Esse não é o seu único aspecto (cf. Dt 14:26; SI 104:15; Pv 31:6,7), mas Pv 31:4,5 comenta suficientemente a última passagem, com o formidável apoio de Pv 23:29-35. A lei providenciaria os votos de abstenção de bebidas fortes, como testemunha da simplicidade primitiva (Nm 6:1), mas esses votos constituíam uma vocação especial (ver também Jr 35; Lc 7:33). Aqui, porém, a embriaguez é casual. O ponto central da narrativa é o prejuízo que a herança de Cão sofreu por causa do seu ato flagrantemente artificial. E o anverso do quinto mandamento que veio depois, no tempo da lei, que faz do mesmo ponto o pivô do destino nacional — pois esse mandamento não é um preceito sociológico (exceto incidentalmente), mas, sim, um chamamento a manter a autoridade delegada por DEUS e assim reter a Sua bênção.

24. A forma superlativa, o mais moço de todos (RV, RSV) é o sentido natural do hebraico e parece mais apoiado por 10:21. O comparativo mais moço de AV tem escasso apoio. O contato estreito entre os povos semitas e camitas e a grande distância dos jafetitas através de todo o período veterotestamentário podem ter levado ao agrupamento familiar do versículo 18, etc.

25. O fato de que a maldição recaiu sobre Canaã, o filho mais novo do ofensor (10:6), que também era o filho mais novo, salienta sua referência à sucessão de Cão, em vez de à sua pessoa. Por sua violação da família, a sua própria família iria fracassar. Portanto, desde que isto limita a maldição a este único ramo dentre os camitas, aqueles que julgam que os povos camitas em geral estão condenados à inferioridade entenderam mal tanto o Velho como o Novo Testamento. Também é provável que o domínio de Israel sobre os cananeus tenha cumprido suficientemente aquele oráculo (cf. Js 9:23; 1 Rs 9:21).

26. Dos três oráculos, só o referente a Sem usa o nome pessoal de DEUS, Yahwh (o Senhor). A significação do fato começa a emergir em GÊNESIS 9:27-10:1 12:1, e dominará o Velho Testamento (cf. Dt 4:35). Visto que Sem significa “Nome” , talvez haja aí um jogo de palavras; cf. comentário de 9:27. O texto tradicional: Bendito seja o Senhor, o DEUS de Sem (RV; cf. AV, AA), dá a ideia de que Sem já está em aliança com Yahweh e que em seu Senhor acha ele toda a sua bênção. RSV (Abençoado pelo Senhor meu DEUS seja Sem) poderia estar certa em revocalizar as mesmas consoantes para fazer de Sem o beneficiário direto da bênção. Mas esta construção mais simples e menos fértil não encontra apoio nas versões antigas.

27. A palavra “engrandeça” (dê espaço a) é o verbo que tem afinidade com o nome Jafé (cf. coment. sobre Sem, v. 26). O oráculo evidentemente confirma a oração feita por ocasião do seu nascimento. O cumprimento das palavras habite ele nas (ou entre as) tendas de Sem (RV, RSV, AA) é procurado em vão no Velho Testamento, mas salta à vista no Novo Testamento, na colheita dos gentios (Ef 3:6), predominantemente do ocidente. O fato de que este modo de entender o oráculo faz dele uma predição de grandes acontecimentos, em vez de uma piedosa retropropulsão da política do século doze, só perturbará aquele que for decididamente cético.

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

 

 

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Lição 10 - A Origem da Diversidade Cultural da Humanidade

Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva 

 

4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis

Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO @PrHenrique

PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 11.1-9

1 - E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. 2 - E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali. 3 - E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal. 4 - E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. 5 - Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam; 6 - e o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. 7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro. 8 - Assim, o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. 9 - Por isso, se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.

 

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito da construção da Torre de Babel. Veremos que um dos fatores que contribuíram para que a depravação da humanidade viesse a crescer de forma vertiginosa foi o monolinguismo. A Terra havia sido purificada pelas águas do dilúvio, mas a semente do pecado estava em Noé e em seus descendentes. Não demorou muito para que o pecado se alastrasse novamente. Já que não havia impedimento quanto a língua, os homens cheios de soberba, e com um espírito de rebelião se unem para fazer um monumento que seria símbolo da sua empáfia. DEUS não estava preocupado com a construção ou com o tamanho da torre, mas com a arrogância que dominava, mais uma vez o coração do homem. O Senhor abomina a altivez, o orgulho (Pv 6.17). Que venhamos guardar os nossos corações destes sentimentos tão nefastos.


PONTO CENTRAL
O monolinguismo contribuiu para que a primeira civilização humana se tornasse uma civilização depravada e distante do Criador.

 

Resumo da Lição 10 - A Origem da Diversidade Cultural da Humanidade
I - A TORRE DE BABEL
1. O monolinguismo.

2. Uma nova apostasia.

3. Um monumento à soberba humana.

II - A CONFUSÃO DE LÍNGUAS

1. Uma cidade à prova d'água.

2. A torre que DEUS não viu.

3. Quando ninguém mais se entende.

III - A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL

1. Linguísticas.

2. Culturais.

3. Geográficas.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I - soberba dos homens da primeira civilização os levaram a desejar construir uma torre, um monumento a soberba humana.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Como uma forma de dificultar os intentos perversos dos homens, DEUS confundiu as línguas.

SÍNTESE DO TÓPICO III - A confusão das línguas contribuiu para a multiplicidade linguística e cultural da humanidade

 

PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que levou os descendentes de Noé a construírem a torre de Babel?
Eles queriam fama e desejavam segurança. Foram movidos pelo orgulho.
Como eles construíram a torre?
Eles prepararam o material: tijolos bem queimados e betume.
O que teria acontecido se eles tivessem alcançado o seu intento?
O homem não teria cumprido o mandato cultural que DEUS havia lhe dado.
O que, hoje, separa os seres humanos?
A diversidade linguística, cultural e geográfica.
Que episódio bíblico é considerado o contraponto da torre de Babel?
A proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, "todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO e começaram a falar em outras línguas, conforme o ESPÍRITO SANTO lhes concedia que falassem" (At 2.4).

 

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 41. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos

 

SUGESTÃO DE LEITURA

Introdução à Teologia da História, Síntese Bíblica do Antigo Testamento - Vol. 1 e Perfeitamente Imperfeito

 

 

 

Comentários de diversos autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique

Observações do Ev. Luiz Henrique

CURIOSIDADES - PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS

Por que queriam construir uma torre que tocasse o céu?

Resposta:

1- Queriam ser como DEUS;

2- Queriam um nome, uma identificação, não com DEUS;

3- Queriam desobedecer a DEUS que queria que se espalhassem e se multiplicassem e povoassem toda a Terra.

4- Queriam ficar juntos e rebeldes só em um local para se sentirem mais fortes do que DEUS.

 

A ordem de DEUS foi:

Gn 9.1 E abençoou DEUS a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra.

A resposta dos homens foi:

Gn 11.4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra

.

Vontade de DEUS - povoassem toda a Terra. - Vontade dos homens - para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

Os homens disseram Eia... DEUS respondeu: Eia...

Gn 11.7 - Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro

 

O capítulo 11 de Gênesis expõe a história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar a série de narrativas das origens, a história de Babel leva-nos diretamente para a narrativa de Abraão e a consequente à formação do povo de DEUS. A história de Babel tem como um de seus intuitos apresentar o ambiente pagão e politeísta do nosso pai na fé, Abraão.

Gênesis 11 mostra que a confusão do idioma, quando DEUS decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na quarta geração pós-diluviana. O propósito por trás do relato da Torre de Babel está paralelamente ligado ao mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em Gênesis 3: mostrar a busca pela própria autonomia e usurpar a glória de DEUS.

A Torre de Babel representa a eterna tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono do seu próprio destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser humano porfia por esse caminho, ele entra pelo caminho da morte, da rebelião contra a vontade de DEUS. De outro modo, o Dia de Pentecoste representa o ideal de DEUS, por intermédio da Igreja, o Corpo de CRISTO, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que faça sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é DEUS, por intermédio do ESPÍRITO SANTO, emancipando o ser humano. (http://perto-fim.blogspot.com/2015/11/licao-10-origem-da-diversidade-cultural.html)

 

Os primeiros nove versos do capítulo 11 devem ser tratados como parte do capítulo 10, visto fazerem parte das gerações dos filhos de Noé. A sequência da narrativa mesmo exige esta conexão. Na ordem de tempo estes nove versos do cap. 11 deviam preceder o cap. 10, visto que o espalhamento do povo e sua formação em nações já foi o resultado da confusão das línguas, descritas nestes nove versos. Nós, porém, seguimos a ordem em que se encontram os dados históricos, deixando a cronologia no mérito em que Moisés a colocou.
DEUS primeiro colocou sua vontade escrita no capítulo 10, depois colocou como teve que fazer para que sua vontade fosse satisfeita no capítulo 11.
Não era preciso outro idioma se todos fossem obedientes a DEUS, pelo contrário, o evangelho seria pregado muito mais rápido a todos e todos seriam salvos. Todos seriam realmente irmãos, tanto descendentes se Noé, como filhos de DEUS.

 

A cidade de Babilônia foi resultado da torre de babel. Babel - Confusão de línguas - Babilônia - Portal de "Deus". primeira cidade fundada depois do dilúvio = Babilônia, cidade mais antiga da Terra. Depois dela existe uma discussão, mas a mais aceita é Nínive.

 

Noé, Sem e Jafé estavam vivos nesta época de Babel, mas como aconteceu na época de Lameque o povo de DEUS se misturou com o povo do maligno (Cam). Noé deve ter lutado contra a torre, explicado que DEUS lhe havia dito que nunca mais destruiria a Terra com um dilúvio, mas Ninrode agora se tornara uma influência poderosa sobre eles por ser um exímio caçador, sua ambição por poder o levou a um ato de rebeldia contra DEUS e assim liderou a construção de uma torre para levar o povo a se tornarem independentes de DEUS. A torre era impermeável, a prova de água. Queriam independência total de DEUS. Eram aproximadamente 1000 pessoas lideradas por Ninrode.

Noé ainda pode testemunhar sobre o dilúvio para Terá, pai de Abraão e possivelmente para o próprio Abraão. Noé morreu com 950 anos com um belíssimo testemunho de DEUS a seu favor:

 

 

Comentários de BEP - CPAD

11.2 NA TERRA DE SINAR. Sinar é o nome que o AT dá ao território da antiga Suméria e, posteriormente, chamado Babilônia ou o termo geral Mesopotâmia.
11.4 EDIFIQUEMOS... FAÇAMO-NOS UM NOME. O pecado do povo na terra de Sinar foi a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de DEUS, através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra DEUS. DEUS frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam comunicar-se entre si (vv. 7,8). Isso deu origem à diversidade de raças e idiomas no mundo. Nesse tempo, a raça humana deixando a DEUS, voltou-se para a idolatria, a feitiçaria e a astrologia (Is 47.12; ver Êx 22.18 nota; Dt 18.10). As funestas consequências deste estado espiritual nos seres humanos é descrita em Rm 1.21-28. DEUS os entregou à impureza dos seus próprios corações (Rm 1.24,26,28), e, com Abrão, Ele prosseguiu dando cumprimento ao propósito da salvação da raça humana (ver v. 31).
11.28 UR DOS CALDEUS. Essa cidade antiga ficava cerca de 160 km a sudeste da cidade de Babilônia, perto do rio Eufrates, na região hoje chamada Iraque. Sin , o deus-lua, era o deus padroeiro dessa cidade.
 

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

A INTERVENÇÃO DE DEUS SOBRE BABEL
1. Ameaça a unidade da raça humana

2. Orgulho e autossuficiência
3. Confusão e dispersão

OBJETIVO - Concordar que se DEUS não tivesse intervido em Babel, seu plano de ocupação plena da Terra não teria se concretizado.

IMPORTANTE

Esclarecer que as características de cada raça foram estabelecidas pela própria Natureza, mediante a vontade divina. Por isso, a cor escura dos camitas, nada tem a ver com a maldição de Noé sobre Cão (Cam), pois é uma consequência de um componente químico, chamado melanina, fornecido pelo Sol, naquele continente.
A destruição de Babel e a confusão das línguas foi um mal necessário, pois o desejo dos descendentes de Noé era o de construir urna torre, para que se estabelecesse como urna unidade universal e um ponto de referência da idolatria. Por isso, DEUS, sabiamente, a desfez e os obrigou a se dispersarem pelos continentes.

1. Ameaça a unidade da raça humana (Gn 11.1,2).

Noé e seus filhos, ao saírem da Arca, deixaram as montanhas do Ararate, na atual Armênia, e foram para as partes baixas e férteis que ficam entre o Tigre e Eufrates, a 320 km do mar, onde desembocam estes rios. Foi nesta terra que se iniciou urna nova civilização pós-diluviana. Possivelmente, neste lugar, os homens de então desenvolveram suas habilidades em artes e tecnologias próprias, capazes de planejarem a construção de cidades e um prédio de muitos andares, como Babel.
Mas o destaque destes primeiros versículos, é que os descendentes de Noé se multiplicaram e todos falavam urna mesma língua. Havia urna certa unidade de pensamento e de entendimento, que se manifestava de modo natural, porque era um só povo. Mesmo havendo o reinício da humanidade, o estigma do pecado, herdado de Adão e Eva (Rm 5.12), estava em cada pessoa daquela geração pós-diluviana.
2. Orgulho e autossuficiência (Gn 11.3;4 ).

Por estes mesmos pecados, Lúcifer foi expulso da presença de DEUS (Is 14.12-15). Ele não deixou por menos esta geração pós-diluviana, ao inspirar o sentimento de orgulho e autossuficiência. Dominados por este sentimento, e unidos pela comunicação, através de urna só língua, imaginaram fortalecer o poder humano, construindo urna cidade grande e urna torre que tocasse os céus. Esta intenção revelava;·também; a insegurança deixada pelo Dilúvio. Facilmente, esqueceram da aliança que DEUS havia feito com Noé.

3. Confusão e dispersão (Gn 11.5-9).

No versículo 5, DEUS resolveu "descer", quando os homens construíam a cidade e a torre. A expressão "então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre" é urna linguagem especial, para indicar o Todo-poderoso que se move, preocupa-se com suas criaturas e as obras que elas realizam.
No versículo 6, DEUS diz: "O povo é um e tem a mesma linguagem ". Esta declaração divina não significa que a unidade seja. urna coisa má. Entretanto, em relação àquele povo, ela tinha um fim negativo, pois visava confrontar a autoridade divina e estabelecer a autossuficiência humana.
No versículo 7, o Senhor reforça o papel divino, com urna forma plural do pronome pessoal, quando diz: "Vinde, desçamos e confundamos sua linguagem". Podemos perceber que a Trindade "desceu'.', para fazer aquele trabalho especial. Possivelmente, os anjos de DEUS fizeram parte da comitiva divina. Na infinita sabedoria e presciência e DEUS, todo aquele episódio obedeceu a um plano especial e milagroso. Foi o resultado dá intervenção divina. que conduziu aquele povo a fazer o que mais temia, ou seja, "espalhar-se pela terra". Se a mesma língua era suficiente para mantê-los unidos. DEUS produziu na mente deles a confusão da linguagem que tinham e entendiam, e os dispersou para todos os lados e cada grupo, isoladamente, desenvolveu um idioma, pelo qual pudesse se entender e comunicar-se.
CONCLUSÃO

No capítulo 11, ternos a demonstração da soberania divina intervindo na vida humana, para salvá-la.

DEUS não destruiu a torre de Babel, por recear que o homem pudesse elevá-la até os céus, pois isto era impossível. Esta atitude do Criador, entretanto, foi por causa da desobediência dos descendentes de Noé, pois o Senhor lhes falara que crescessem, multiplicassem e enchessem a Terra.
Todos nós, os seres humanos, somos descendentes dos três filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé. Após a destruição de Babel, os pós-diluvianos espalharam-se, imediatamente, por toda a parte. Daí, a origem das civilizações indígenas, as quais já se encontravam nas Américas, quando os europeus as descobriram.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

 

 

 

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

A confusão de línguas (11.1-9). O cenário desta história curta, mas intrigante, forma-se depois do dilúvio com os descendentes de Noé que se agruparam por uma língua comum e logo começaram a migrar para novos territórios. Cronologicamente, a história está relacionada com as fases mais primitivas de migração, pois 10.25 fala de uma divisão de povos nos dias de Pelegue e 11.8 menciona um espalhamento de clãs. O relato foi colocado depois das três genealogias do capítulo 10 para que sua relação com a profecia de Noé (9.25-27) não fosse perturbada. Mudando-se da região do monte Ararate, os povos se instalaram em Sinar (2), que é o vale da Mesopotâmia, o local dos vestígios mais antigos da civilização por nós conhecido. O vale é banhado pelos rios Tigre e Eufrates, sendo muito fértil. A história nos conta que, em assembleia, os novos habitantes de Sinar tomaram uma decisão totalmente fora da vontade de DEUS. O propósito da ação proposta é claro. Queriam fama: Façamo-nos um nome (4). E desejavam segurança: Para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra. Ambas as metas seriam alcançadas somente pelo empreendimento humano. Não há dúvida sobre a ingenuidade das pessoas. Não tendo pedras, fabricaram em seu lugar tijolos de barro que depois queimaram bem (3). Viram a utilidade do betume (asfalto) abundante na área e o usaram como cal ou argamassa. Trabalharam com persistência até que houvesse bastante tijolo para o projeto de construção. O interesse principal deste povo estava numa torre (4), embora também houvesse a construção de uma cidade. A torre ia alcançar os céus. Nada é dito sobre um templo no topo da torre, por isso não está claro se a torre era como os zigurates que houve mais tarde na Babilônia. Havia morros enormes e artificiais feitos de tijolo, alguns elevando- se até 90 metros acima da planície circunvizinha. Colocados no centro das cidades, eram encimados por um templo dedicado a uma deidade pagã e, em inscrições antigas, há a descrição de que chegavam até o céu. O paganismo estava indiretamente envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e o único verdadeiro DEUS foi definitivamente omitido de todo o planejamento e de todas as metas. Mas DEUS não estava inativo. Ele observava o que estava acontecendo e logo mostrou sua avaliação da situação. O homem não foi cria­ do como ser independente de DEUS. Ser “à nossa imagem” (1.26) significava que o homem estava dotado de grandes poderes e que era totalmente dependente de DEUS para sua essência de vida e razão de ser. Há ironia no monólogo do Senhor. Os povos estavam unidos, tinham comunicação aberta entre si, contudo arruinaram estas bênçãos em rebelião contra o Criador. DEUS não permitiria ser ignorado, e a loucura da ilusão humana de que posses e atividades criativas eram insuperáveis não ficaria sem confrontação. O julgamento de DEUS logo manifestou estas ilusões. Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem DEUS, Ele introduziu confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande projeto foi abandonado e a sociedade unida, mas sem temor de DEUS, foi despedaçada em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é pungente. Babel (9) significa “confusão” e a diversidade de línguas resultou em balbucios ou fala ininteligível.

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

 

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

FIM E PRINCÍPIO: BABEL E CANAÃ (11:1-32)

11:1-9. Babel.

A história primeva atinge seu clímax infrutífero quando o homem, cônscio das suas novas capacidades, prepara-se para glorificar-se e fortalecer-se mediante um esforço coletivo. Os elementos componentes do relato, foram sempre uma característica do espírito do mundo. O projeto é tipicamente grandioso. Os homens o descrevem excitadamente uns aos outros como se fosse a realização última — o que lembra muito bem as glórias do homem moderno em seus projetos espaciais.

Ao mesmo tempo, deixam entrever sua insegurança ao reunir-se em multidão para preservar a sua identidade e gerir os seus bens (4). A narrativa capta o absurdo e a gravidade simultâneos do fato. Mesmo os materiais são provisórios, como o assinala o versículo 3, mas os construtores são mais fracos ainda. Há ironia no eco do alarido dos homens, “ Vinde ... Vinde ...” que encontramos nas palavras de DEUS,

“Vinde, desçamos...” , e o fim é um anticlímax: “cessaram de ” . A cidade semiconstruída é um monumento mais que suficiente deste aspecto do homem. Contudo, isso também é levado a sério. Aos ouvidos modernos, 6 é

totalmente adequado: “ Isto é só o começo...; agora, nada do que eles se propuserem ... ser-lhes-á impossível” (RSV). A nota de prognóstico assinala o interesse de um Criador e de um Pai, não de um rival; é como o que disse o nosso Senhor: “ Se em lenho verde fazem isto...” (Lc 23:31). Isto deixa claro que a unidade e a paz não são os bens últimos: é melhor a divisão do que a apostasia coletiva (cf. Lc 12:51).

O fim revela a decisiva mão de DEUS nos quefazeres humanos. É questão reconhecida que a incompreensão mútua tem suas causas naturais, tais como as próprias atitudes de orgulho e temor expressas no v. 4 (que poderia ser o moto do nacionalismo moderno); mas, em última instância, é a justa disciplina aplicada por DEUS a uma raça insubordinada.

O Pentecostes iniciou um novo capítulo da história, na articulação de um Evangelho em muitas línguas. A inversão final é prometida em Sf 3:9: “ Sim, naquele tempo mudarei a linguagem dos povos para uma linguagem pura, para que todos invoquem o nome do Senhor e o sirvam de comum acordo” (RSV).

1. Uma linguagem (AV, RV, AA. Literalmente, “ uma [série de] palavras” ) é preferível a RSV: poucas palavras, embora uma e outra sejam possíveis (ver o hebraico de Ez 37:17; Gn 27:44 respectivamente).

O episódio deu-se logo depois dó dilúvio (cf. 10:5, etc.) ou, de outro modo, limitou-se a um povo particular, se a terra aqui significar “ território” . (A impressão de que este é um grupo de colonizadores com medo de sofrer ataque (2,4) empresta algum apoio à segunda interpretação.)

9. Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de Babilônia “portal de DEUS” (que pode ter sido uma lisonjeira reinterpretação do seu sentido original).1 Mas. mediante um jogo de palavras, a Escritura sobrepõe o rótulo mais verdadeiro, bãlal (“ele confundiu” ). Na Bíblia, esta cidade veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta, com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47:8-13), suas riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18).

Uma de suas glórias foi seu enorme ziggurat, montanha artificial encimada por um templo cujo nome, Etemenanki, sugeria a ligação de céu e terra. Mas foram os seus pecados que “se acumularam até ao céu” (Ap 18:5). No Apocalipse ela é contrastada com a santa cidade que desce “do céu”, cujas portas abertas unem as nações (Ap 21:10, 24-27).

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

A TORRE DE BABILÔNIA OU BABEL E A CONFUSÃO DAS LÍNGUAS

Os primeiros nove versos do capítulo 11 devem ser tratados como parte do capítulo 10, visto fazerem parte das gerações dos filhos de Noé. A sequência da narrativa mesmo exige esta conexão. Na ordem de tempo estes nove versos do cap. 11 deviam preceder o cap. 10, visto que o espalhamento do povo e sua formação em nações já foi o resultado da confusão das línguas, descritas nestes nove versos. Nós, porém, seguimos a ordem em que se encontram os dados históricos, deixando a cronologia no mérito em que Moisés a colocou. O primeiro verso do capítulo 11 declara que antes da confusão das línguas todo o mundo de então "era de uma mesma língua e de uma mesma fala". Qual seria esta língua, ainda ninguém pôde dizer. Antigamente, tanto judeus como cristãos criam que essa língua era a hebraica e ainda há hoje quem assim pense, sendo que só a tribo que ficou fiel a Jeová, a de Sem, teve o privilégio de reter a língua original, língua esta que foi falada no Éden e continuou depois da queda e da torre de Babel. No entanto, os progressos da filologia não deixam muita base a esta teoria. A origem das línguas é um assunto assaz difícil, e algumas delas têm sua história perdida nas brumas do passado, sem que o filólogo lhes consiga achar o começo. A língua hebraica é uma destas. Se ela foi a língua original ou não, é, como vimos, difícil afirmar e difícil negar, mas, caso não seja, deve ter tido um princípio como as outras, e, neste caso, qual teria sido? A nação hebraica veio de Abraão, e Abraão veio de Ur dos Caldeus, e a língua que se falava ali não era o hebraico como o temos nos escritos do V.T. A língua caldaica desse tempo era a antiga língua da Acádia que, provavelmente, foi a língua primitiva da terra. Os documentos ou tijolinhos descobertos nas ruínas das cidades contemporâneas de Abraão, todos são do tipo cuneiforme, e só temos que admitir que esta foi a língua de Abraão antes de mudar-se para Canaã. É, pois, difícil achar-se o ponto de partida, a gênese do hebraico. Crêem alguns, que ela começou a se desenvolver com o intercurso de Abraão com os povos da Palestina e se elaborou durante os anos que os hebreus permaneceram no Egito. À primeira vista, tomando as diversas estórias que se relacionam com a vida de Abraão, parece que uma era a língua tanto dos hebreus como dos heteus e mesmo egípcios, porque Abraão desceu de Padã-Arã e pôde comunicar-se com os heteus que moravam na terra. Desceu ao Egito por causa da terrível fome na Palestina, e lá o encontramos em franco intercurso com os egípcios, como se a sua língua fosse a deles. Entretanto, nada há de similaridade entre os hieróglifos do Egito e a língua hebraica. O problema parece resolver-se, se atentarmos em que haveria pontos comuns entre todas e que não seria preciso muitos meses para qualquer pessoa, numa terra de língua estranha, se poder fazer compreender. Este assunto, conquanto seja fascinante e mereça acurado estudo, não pode ser estudado aqui, ficando para a filologia comparativa decidir a questão, se puder.

Crêem alguns expositores que Abraão abandonou sua língua quando chegou a Canaã e adotou a língua da terra, e que, quando desceu ao Egito, já falava a língua corrente na terra de Canaã, quer fosse o cananeu ou heteu ou qualquer outro idioma, e que dessa língua veio depois o hebraico. Alguns monumentos descobertos têm inscrições com caracteres hebraicos, o que leva a crer que o hebraico já seria falado na Palestina quando da vinda de Abraão para ali. Em Isaías 19:18 há uma expressão que parece denotar que a língua de Canaã era falada até mesmo no Egito; Mas esta Escritura ou profecia visa ao futuro e pouca força tem para mostrar que a língua de Canaã era o hebraico e que foi levada por Jacó para o Egito e na volta do povo ainda era falada na terra. É admissível que houvesse pontos de contato entre as diversas línguas, ou mesmo similaridade, mas é difícil crer que o hebraico fosse falado na Palestina no tempo de Abraão. Não há dúvida de que havia um grande grupo de línguas irmãs, ainda assim bem diferentes, mesmo nos caracteres, como sejam, a etiópica, a árabe e mais tarde a aramaica, e talvez elas sejam filhas de uma outra língua, provavelmente morta. As recentes descobertas arqueológicas lançam muita luz sobre o problema filológico, especialmente no que se refere ao hebraico. Sabe-se que o hebraico é língua flexionável, portanto, do ramo indo-germânico ou europeu, enquanto as demais línguas antigas são todas do tipo cuneiforme ou hieroglífico, como a egípcia. Alguns admitem o ano de 1.600 para o início da língua hebraica; outros, a colocam em 1.500, mais ou menos. Dá-se, Igualmente, como terra original desta língua a Península do Sinai. As tabuinhas encontradas em Serabite estão escritas num hebraico arcaico. Entre as diversas línguas usadas no Seminário de Raz-Shanra, no norte da Palestina, o hebraico era uma delas. O hebraico compõe-se de 22 letras, enquanto os alfabetos grego e latino têm 24, (quase o mesmo número). Há, pois, certa relação entre o hebraico e as línguas neolatinas. Quem foi o seu autor? De onde veio? Já se admite que Moisés, no Egito ou mais tarde em Midiã, organizou o alfabeto hebraico, o qual depois foi levado ao norte da Palestina e, pelos fenícios, ao mundo ocidental, dando a estes a glória de serem os seus inventores. No campo da filologia, há muito que investigar, mas a glória da Invenção do alfabeto está errada: não foram os fenícios os seus inventores. Os livros do Pentateuco foram escritos no hebraico; logo, esta língua existia no tempo de Moisés. Para não deixar o assunto sem dizer uma outra palavra sobre qual seria a primitiva língua do mundo antes da confusão, mencionarei, ligeiramente, alguns conhecimentos que o estudo do assunto tem trazido à luz. Como já vimos em Gênesis 11:1, diz-se que toda a terra era originalmente de uma mesma língua. Este problema tem sido para a filologia o que a pedra filosofal foi para a alquimia; tem estimulado exaustivos estudos e conseguido arranjar um volumoso material; e ainda que tudo isto não tenha compensado o esforço despendido, tem, todavia, aberto o caminho para as mais brilhantes descobertas no campo intrincado da filologia. Crendo, como diz o relato divino, que houve um tempo em que só existia uma língua, conjeturou-se que esta primitiva língua ainda existiria ou pelo menos poderia ser descoberta entre os muitos dialetos e línguas do mundo. Daí, as mais penosas investigações no estudo comparativo das línguas, as mais dispendiosas expedições a terras longínquas, e um enorme vocabulário colecionado e a mais angélica paciência, examinando e comparando tudo isto, tomando em consideração a idade de cada uma das línguas sujeitas ao estudo, a fim de descobrir a língua mãe. Muitas conclusões prematuras foram tiradas, e cada qual dos investigadores reclamava para si o privilégio de haver descoberto a preciosa língua materna. À medida, porém, que o estudo continuava, a maior soma de material era adquirida, mas se foi tornando patente que o problema não era de tão fácil solução e muito restava fazer para descobrir o alvo almejado, e que todas as conclusões precedentes tinham sido prematuras. Pensava-se que a mera similaridade de sons entre duas ou mais línguas fosse suficiente para denunciar uma origem comum, mas em breve se verificou que isso pouco contribuía para desvendar o mistério e que essas similaridades eram casuais. A presença de palavras iguais em duas línguas foi também admitida, como prova de que ambas provinham de um tronco comum, ou uma provinha de outra, sem indagar se uma tinha tomado tais palavras por empréstimo da outra ou não. Por exemplo, há no Português um grande número de palavras de origem saxônica. Será isto suficiente para provar que o Português e o Inglês tiveram a mesma origem? Esta suposição breve se esvaeceu também. Assim que a mera relação ou similaridade entre duas ou mais línguas, tomada a princípio como ponto de partida seguro, teve de ser abandonada e ser nova trilha procurada. Tiveram de deixar a superfície do assunto, e penetrar até ao âmago, e logo que esse curso foi adotado, uma completa revolução se efetuou em todas as noções e concepções prévias e, a despeito do grande número de línguas e da enorme distância que separa muitas delas, a mais significativa similaridade de estrutura e vocabulário se revelou aos olhos dos filólogos. Daí em diante foi relativamente fácil a classificação em famílias e grupos, de modo que as mais recentes investigações reduzem a três grupos principais todas as línguas do mundo: 1. As línguas isoladas, ou que não desenvolveram as primitivas raízes, nas quais não há flexão nem meio de exprimir a relação de número, pessoa ou gênero. As raízes permanecem estagnadas, sem desenvolvimento ou evolução. Para formar o plural ou gênero, ajunta-se palavra a palavra, sem nexo, afinidade ou coerência. O plural de um nome é feito pelo ajuntamento de dois nomes iguais no singular, como "casa" mais "casa", igual a "casas". A língua dos primitivos babilônios, e que, sem dúvida, é vizinha da língua mãe, é desse tipo. O hebraico apresenta vestígios disso (II Reis 3:16).

2. As línguas aglutinadas, que representam um grande avanço sobre as isoladas. Possuem já as várias formas da linguagem, suportando modificações de forma, para expressar a ideia; a este grupo pertence a maioria das línguas orientais.

3. As línguas flexionáveis, as mais desenvolvidas e perfeitas. Estas línguas são faladas pela raça indo-europeia ou jafetita e pela raça semita. Ambas pertencem ao Velho e Novo Testamentos.

A língua semita, o hebraico, é a língua em que o V.T. foi escrito. Talvez a mais rica e flexionável das línguas indo-europeias seja a grega, usada no N.T. O sânscrito, que se crê ser a língua mãe do grego, pertence a este grupo. Tomando estas conclusões como um todo, parece que estamos em vias de resolver o assunto de qual foi a língua a que se refere Gênesis 11:1, mas, infelizmente, não é assim. É lógico que a língua mais elementar destes grupos seja a mais próxima do original, mas, assim mesmo, o tempo operou tantas transformações, que esta mesma não representa o tipo primitivo. Ao filólogo cabe dissecar, no laboratório de sua perspicácia e argúcia científica, o corpo desta língua rudimentar e ver o que o tempo lhe acresceu, e do restante verificar se é ou não a primitiva. Mas, há duas dificuldades insuperáveis, a nosso ver: primeiro, faltará um ponto de contato no processo comparativo, para se poder afirmar que esta língua, separados os elementos acrescidos através dos séculos, é realmente a língua primitiva; em segundo lugar, é impossível, pela mesma razão, saber o que foi original e o que foi acrescentado. Assim que, é difícil sair do labirinto filólogo. Entretanto, não há que desanimar. As investigações nos têm levado, talvez, bem perto do alvo, e se ainda não pudermos chegar lá, pode ser que futuros conhecimentos nos removam o resto dos obstáculos, e possamos deleitar-nos no estudo das línguas que Adão, Noé, Sem, Cão, Jafé, Ninrode e o resto de nossos antepassados falaram; e se nunca chegarmos a esse paraíso, consolemo-nos com a verdade de que antes da confusão das línguas, na torre de Babel, "toda a terra tinha uma mesma língua e uma mesma fala". Como ficou dito, a narrativa do cap.10 está em conexão com o cap.11:2, que terminou na confusão de línguas e consequente dispersão da raça. Este verso parece indicar que o povo estava ainda morando nas imediações da terra de Arará, onde a Arca parou. Se Arará é a mesma Armênia, o que é duvidoso, então o povo começou a mover-se para o Oriente, até a planície de Sinear ou Babilônia, numa extensão de 220 léguas, aproximadamente. Como a Armênia é um país extremamente montanhoso, é possível que o povo seguisse o curso do rio Eufrates numa extensão considerável, até chegar ao imenso planalto na terra de Sinear. Ainda que mais de 100 anos já tivessem passado depois do Dilúvio, devemos pensar que o povo não era ainda muito numeroso e que tal emigração não era difícil; ao mesmo tempo, é crível que alguns ficassem nas terras da Armênia. O território ocupado abrangia os antigos impérios da Assíria e Babilônia.

 

Tentativa de Centralização

Logo que chegaram a essa terra fértil e agradável, surgiu a ideia da formação de um grande centro, com meios de escapamento, no caso de outra catástrofe como a do Dilúvio: fundar uma cidade e erigir uma torre que tocasse os céus. Não é preciso supor que o fim desta torre fosse insultar e desafiar a DEUS, mas (Nota de Ev. Henrique - também) prover os meios de segurança e refúgio (Nota de Ev. Henrique - contra uma possível ação de DEUS). A falta maior estava em que a ordem de DEUS era povoar a terra por meio de dispersão, e eles queriam ficar juntos. E disseram uns aos outros: "Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E tijolos serviram-lhes de pedra, e betume de cal. E disseram: Eia, edifiquemos uma cidade e uma torre cujo topo toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra." Justamente o contrário do que DEUS tinha ordenado. Havia um motivo: "façamo-nos um nome". Havia um receio: ser espalhados pela face de toda a terra. A empresa era digna da ambição mundana de Ninrode. Conforme o cap. 10:10, Babel ou Babilônia foi a primeira cidade do mundo. Assíria, a segunda, se aceitarmos a tradução comum de 10:11. Nínive, antiga capital do Império da Assíria, foi edificada depois por Ninrode, mas preferimos a outra tradução já mencionada, que será: "E desta forma saiu Assur e edificou a Nínive... em lugar de ... saiu à Assíria"; e, enquanto Ninrode era descendente de Cão, Assur era de Sem, e o povo assírio foi semita, e não camita. Os últimos anos têm assistido ao ressurgimento de toda esta primitiva civilização, segundo crêem os arqueologistas. Os tabletes de tijolo em que escreviam estes antigos ninrodianos ou acádios têm jorrado verdadeiros caudais de luz sobre a historicidade da narrativa nestes capítulos, e a Babilônia antiga tem sido desenterrada dos escombros do passado, e sua literatura fala-nos com a mesma clareza que aos seus contemporâneos. A literatura em português é paupérrima demais neste assunto, mas a inglesa e a alemã são fartas. Estas investigações foram levadas a efeito para certificar se a narrativa bíblica era histórica ou mitológica ou mesmo fictícia, diante dos formidáveis ataques do racionalismo alemão, e há mais de 50 anos que se escava o solo oriental onde floresceram estas civilizações, enchendo os museus da Europa e América com preciosos documentos comprobatórios de que de fato o relato bíblico está baseado em história bem documentada. Se é histórica a cidade de Babel, também o é a torre de Babilônia. As duas caem ou ficam de pé juntas. Cria-se, nos círculos intelectuais conservadores, que, a despeito da existência de tal torre construída e destruída no tempo de Ninrode, DEUS nada teria deixado que nos pudesse dar o consolo de ver, pelo menos, os alicerces. Josefo, historiador judaico, reproduziu a tradição corrente entre os judeus de que DEUS tinha demolido até aos fundamentas essa torre, com raios e coriscos, de maneira a não deixar vestígios de sua existência. É possível que isto acontecesse, mas Moisés nada diz a respeito. As recentes investigações afirmam ter-se encontrado na elevação que tem o nome árabe de Birs Nimrod o antigo local da torre. Nabucodonozor encontrou estes restos de ruínas, reedificou-os e embelezou-os, constituindo uma das belezas do seu reino. Mas, recentes informações afirmam que os próprios alicerces da torre foram descobertos e medidos, dando uma área suficientemente grande para suportar um monumento de estupenda altura. Talvez o futuro ainda revele muita coisa sobre este passado, tão importante em conexão com a Bíblia.

 

Intervenção Divina

Os versos 5-7 descrevem a descida de Jeová para ver a torre. A linguagem com que Moisés descreve Jeová é antropomórfica, isto é, põe DEUS em condições humanas, descendo para ver a torre, como se a DEUS houvesse qualquer coisa invisível. É grande maravilha como o Todo-poderoso se adapta às condições humanas, para fins redentores. Jeová desceu, viu a torre, viu também que todo o povo tinha uma mesma língua, e determinou fazer-lhes justamente o que eles temiam: espalhá-los pela face da terra.

"Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do outro". Mais uma vez notamos Jeová empregando o plural, como se outras pessoas fossem convidadas a participar da ação. Jeová, desceu ali, confundiu a língua do povo e o espalhou por toda a terra. A confusão das línguas deve ter sido uma formidável lição para os ninrodianos e um dos mais estupendos milagres. DEUS lançou a semente da confusão nas línguas, e até hoje, à medida que a terra se vai povoando, novas línguas vão aparecendo. É bem possível que fosse tão radical a diferença entre a língua original e as outras que surgiram do ato divino, que achar qual foi a original seja um problema demasiado difícil para desafiar o intelecto humano. Os críticos, visto não poderem compreender o problema, lançam mão de diversos meios para explicar o fenômeno, tais como a hipótese documentária ou a existência de mais um documento onde Moisés teria copiado este relato, e que um dos documentos é espúrio, sem base histórica. Afirmam que somente o capítulo 10 é histórico e que os 9 versos do capítulo 11 são invenção. Que o capítulo 10 reconhece as diversas famílias espalhando-se por toda a terra, levadas pelo instinto natural da emigração e conquista, e que as diversas línguas são o resultado desta dispersão e separação de um povo de outro. Quando, porém, têm de dizer por que há tais diferenças irreconciliáveis entre as muitas línguas, refugiam-se na filologia e no fato de que ela ainda é muito nova e está atrasada. Isto é um simples meio de pôr à parte o que o homem não pode compreender e uma presunção tola de negar a intervenção divina no curso da história humana. Mas estes críticos terão de sofrer a decepção de ver ruir suas idéias, enquanto a narrativa bíblica continua inalterável, século após século. Nada há que possa explicar a diferença fundamental entre as principais línguas senão um fenômeno

como o descrito aqui. Se fosse uma questão evolutiva de uma língua para outra, por causa das condições locais, fácil seria identificar ou achar a língua original .Mas não; há um ponto em que o labirinto é tal que todas as sutilezas filológicas caem por terra e deixam o sábio estarrecido. O Dr. Conant, citado por Carroll, em seu livro sobre Gênesis, diz: "A diversidade de línguas da terra apresenta um problema que a filologia tem em vão procurado resolver. A filologia comparativa tem, entretanto, mostrado que as muitas línguas diferentes são agrupadas por afinidades comuns, como ramos da mesma família, tendo todos a mesma língua original, como mãe comum. Não obstante o grande número de línguas diversas, todas elas podem ser ligadas a umas poucas línguas maternas originais. A dificuldade jaz na diversidade essencial destas poucas primitivas línguas, sem que exista a mais remota afinidade que denuncie uma origem comum ou uma relação histórica, problema este, para o qual a filologia comparativa não pode encontrar solução. Os críticos não podem achar explicação natural para o problema e se recusam a admitir o sobrenatural. O problema resolve-se facilmente, aceitando-se a intervenção divina no curso da história humana. Havia uma língua original. DEUS aparece e multiplica esta língua em diversas outras, digamos, três ou oito. Destas, outras surgiram no curso da História, as quais, por um processo dedutivo, podem ser investigadas até à sua origem, em que se encontrarão estas três ou oito: mas, destas, até a única original, não há jeito de chegar, porque, quando DEUS a dividiu, não deixou vestígio de seu estado original. De acordo com isto, serão baldados todos os esforços humanos para desvendar o mistério. Qualquer que tenha sido a língua dos ninrodianos antes da confusão, perdeu-se, morreu, e o ponto de partida agora deve começar aqui, e o passado ser deixado com o infinito soberano. A Bíblia não pode ser entendida sem levarmos em conta , a parte que DEUS tem tomado na história do povo que ela descreve. Fora disto, é entrar num beco sem saída, é especular e encher a terra de problemas e dificuldades desnecessárias. Conquanto pareça à mente humana difícil resolver este assunto e outros iguais, ele não é tão difícil como os sábios o têm feito. Os que negam a historicidade deste e de outros eventos, porque não os podem compreender nem explicar, e que por isto procuram evasivas e interpretações sui generis, nada têm produzido que nos ajude a compreender a Bíblia ou a história dos nossos antepassados.

O nome da cidade que os pós-diluvianos edificaram ficou sendo Babel, porque ali DEUS confundiu suas línguas. Babel significa "confusão". Daí vem o nome grego Babilônia. A existência de uma cidade tão antiga, com um nome tão significativo, é fato de alguma importância que não pode ser posto de lado, a gosto de quem quer que seja. Babel tem permanecido de geração em geração, de milênio em milênio, como o indicador divino apontando para o quadro tétrico desenrolado na confusão das línguas, como uma lição de que o homem procura debalde executar seus planos contra a ordem divina. O caminho de DEUS é sempre o mais curto, por mais sinuosidade que ofereça. "Daqui Jeová os espalhou pela face de toda a terra."

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

 

Referências Bibliográficas (outras estão acima)

Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.

Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.

BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.

CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.

VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/

Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD

GÊNESIS - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970

Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

Gênesis - Comentário Adam Clarke

Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral

Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 

Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP

 

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Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva (EBD NA TV)

 

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MAIS SUBSÍDIOS – REVISTA PECC

 

Lição 01: GÊNESIS 1 – O Início de Tudo | 1° Trimestre De 2022 | EBD – Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 1 há 31 versos. Suge­rimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 1-2.1 (5 a 7 min). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a), neste primeiro encontro concentre-se na compreensão do livro de Gênesis como princípio da revelação divina. Segundo a tradição judaica, Deus revelou a Moisés as maravilhas da Sua criação e os primeiros acon­tecimentos da vida humana para que os hebreus abandonassem a idolatria que haviam aprendido no cativeiro egípcio. Concentre sua aula no propósito de destacar a grandiosidade e a perfeição do Criador, bem como a beleza da criação. Mostre aos alunos que tudo foi criado segundo o propósito original de Deus e que nenhuma existência pode criar a si mesma. Para o cristão, a ciência é uma pe­quena confirmação do poder e da glória de Deus, mas de forma alguma pode negá-lo.

 

 

LEITURA ADICIONAL

Observe que, no princípio, não havia algo desejável para se ver, pois o mundo estava informe e vazio; era confusão e desolação. De modo similar, a obra da graça na alma é uma nova criação; e em uma alma sem a graça, que não nasceu de novo, existe desordem, confusão e toda a má obra: está vazia de todo o bem, porque está sem Deus; é escura, está em trevas; este é o nosso estado por natureza, até que a graça do Todo-Poderoso realize em nós uma mudança. Disse Deus: “Haja luz”; Ele a quis, e imediatamente houve luz. Que poder existe na Palavra de Deus! Na nova criação, a pri­meira coisa que é levada à alma é a luz: o Espírito Santo opera na vontade e nos afetos iluminando o entendimento. Aqueles que por causa do pecado estavam em trevas, pela graça encontraram luz no Senhor. As trevas estariam sempre sobre o homem caído se o Filho de Deus não tivesse vindo para dar-nos o entendimento, conforme registra 1 João 5.20. Deus aprovou a luz que Ele mesmo desejou.

Deus separou a luz das trevas, pois que comunhão tem a luz com as trevas? No céu há perfeita luz e nenhuma escuridão; no inferno, a escuridão é absoluta e não há sequer um raio de luz, o dia e a noite pertencem ao Senhor; utilizemos então ambos para a sua honra, cada dia no trabalho para Ele, descansando nEle a cada noite e meditando diariamente em sua lei. A terra estava desolada; porém, através de uma só palavra, encheu-se das riquezas de Deus; essas riquezas continuam pertencendo a Ele. Ainda que seja permitido ao homem utilizá-las, elas pertencem a Deus e devem ser empregadas para o seu serviço e honra.

Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4° ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp. 2-3)

 

 

Leitura Bíblica Para Estudo

Gênesis 1.1-21

 

 

INTRODUÇÃO
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS Gn 2.7-17
1- Mostrar a origem das coisas Gn 2.4
2- Reorientar a visão de mundo Gn 2.9
3- Mostrar a razão de certas leis Gn 2.17
II- O CRIADOR Gn 1.1
1- É autoexistente Gn 1.1
2- É transcendente Gn 1.1
3- É Todo-poderoso Gn 1.1
III- A CRIAÇÃO Gn 1.1-31
1- Obra de Deus Gn 1.1
2- Pela Palavra de Deus Gn 1.3
3- Fruto da vontade de Deus Gn 1.31

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O livro de Gênesis apresenta três grandes divisões: do capítulo 1 ao 11, a história dos primórdios; do 12 ao 36, a história dos patriar­cas do povo hebreu; e do 37 ao 50, a ida da família eleita para o Egito. É consenso entre os judeus que Moisés é o autor não apenas de Gênesis, mas de todo o Pentateuco, excetuando-se, evidentemente, a parte final de Deuteronômio, que fala da sua morte.

 

I- OBJETIVOS DE GÊNESIS (Gn 2.1-17)

O livro de Gênesis é para a Bíblia o que os alicerces são para uma casa.

1- Mostrar a origem das coisas (Gn 2.4) “Esta é a gênese dos céus e da ter­ra quando foram criados, quando o Senhor Deus os criou.”

Imaginemos: como seriam as Escrituras sem o livro de Gênesis ou o de Apocalipse? Se o segundo mostra a consumação e nos tranquiliza dizendo como tudo terminará, o primeiro nos revela como foi o começo de tudo. Gênesis é o livro das origens. O nome hebraico do livro deriva da sua primeira palavra, “Bêreshit” (“No princípio”). Reshit, “princípio”, significa, literalmente, “cabeça”. O livro é o princípio, a cabeça da revelação. O título em português, “Gênesis”, vem do grego Geneseos, que significa “nascimento”. Esse livro é fundamental no câ­non sagrado. Sem ele, não apenas não saberíamos como foi o início de tudo, mas também aquilo que vem depois não faria o menor sentido.

2- Reorientar a visão de mundo (Gn 2.9) “Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”

Após Moisés sair com o povo do cativeiro, eles precisavam ser instruídos nos caminhos de Deus. Devemos lembrar que Israel vi­veu 400 anos como escravo numa nação pagã. Os egípcios adoravam muitos deuses e isso afetou profun­damente a cosmovisão dos descendentes de Abraão. Ao dar essa revelação, Deus queria que seu povo olhasse o mundo, não como os egípcios olha­vam, atribuindo tudo a divindades sem vida, ou adorando a criação em vez do Criador. Nesse sentido o livro de Gênesis reorienta toda visão e compreensão dos hebreus sobre quem é Deus e como Ele é distinto da Sua criação. O livro de Gênesis não possui uma linguagem científica, pois tra­ta-se de uma revelação divina. Isso não significa, evidentemente, que ele contraria a ciência. Como já foi dito: a ciência devidamente estabelecida e a Bíblia, corretamente in­terpretada, nunca se contradizem, pois possuem o mesmo Autor.

3- Mostrar a razão de certas leis (Gn 2.17) “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Gênesis também serve a esse propósito. Por exemplo: “por que ser fiel no casamento?”. Gênesis responde: porque Deus só criou um homem e uma mulher e disse a estes que deveriam ser uma só carne. Não foram criados dois homens para uma mu­lher, nem criadas duas mulhe­res para um homem. “Por que não se pode matar?” Porque Deus criou e zela pela vida. Ele tem poder sobre a vida e sobre a morte, não sendo lícito aos homens decidirem sobre quem deve viver ou morrer. “Por que não podemos ado­rar imagens? Ou adorar a criação, como os egípcios e outros povos fazem?” Porque Deus é Espírito e é o Criador de tudo, não podendo ser confundido com Sua criação. E assim, muitas outras questões básicas (como a origem do pecado) têm em Gênesis sua resposta.

 

II- O CRIADOR (Gn 1.1)

Aceitar que há um Criador é uma questão de inteligência e honestidade. Aceitar quem é esse ser Criador, essa é uma questão de fé.

1- É autoexistente (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

Não há nenhuma preocupação por parte do autor sagrado em explicar a origem de Deus, apenas em apresentá-lo. Isso porque Deus sempre existiu, é eterno, autoexistente e incriado. Ao contrário da criação, Ele não teve início. Como diz com clareza o Salmo 90.2: “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus.” Em outras palavras, aqui está sendo dito que nunca houve um tempo em que Deus não existisse. Mas não tente entender isso apenas com a razão. Como al­guém pode não ter início? Nós somos criaturas lineares.

Temos passado, presente e futuro. Isso, porém, é irrelevante para Deus. Por isso, a Moisés Ele se revela como o eterno “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). O verbo ser aqui é muito importante, pois revela que Deus vive eternamente. Ele está fora do tempo, não tendo passado nem futuro. Por definição é impossível que alguma coisa crie a si mesma. O conceito de autocriação é uma con­tradição de termos, uma afirmação sem nexo. Nada pode ser autocriado. Nem mesmo o próprio Deus pode criar a si mesmo. Para que Deus pudesse criar a si mesmo, teria de existir antes de si mesmo. O que não faz o menor sentido.

2- É transcendente (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

Deus existe independentemente da Sua criação. Quando dizemos que Deus é transcendente, queremos dizer que Ele é totalmente distinto e vai além de Sua criação. A palavra distinto, neste caso, é sinônimo de transcendente. Não devemos fazer com­parações terrenas para tentar compreender Deus, porque nada existe comparável a Ele. Daí Deus proibir a confecção de qualquer tipo de imagem ou figuras para tentar representá-lo (Êx 20.4 e 5). Isso posto, coloca-se por terra a ideia de Panteísmo, ou seja, Deus não pode nunca ser confundido com Sua criação. A Bíblia refuta o Panteísmo e ensina uma radical distinção entre o Criador e a cria­ção.

3- É Todo-poderoso (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

Deus criou os céus e a terra. O verbo hebraico é barah. Todas as ocorrências deste verbo no Antigo Testamento apontam para Deus como sujeito. Portanto, sua utilização nunca é relacionada ao ho­mem. “Deus” é tradução de Elohim, uma forma plural seguida de um verbo singular. A raiz de Elohim é El que significa “ser forte; ser poderoso; aquele que manifesta o Seu poder criando”. Ele é o Todo-poderoso. Deus nunca perdeu ou co­nheceu o empate. Ele é o campeão invicto do universo. As Escrituras deixam claro que Ele apenas não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13); não pode mentir (Tt 1.2) nem fazer aquilo que negaria Sua natureza. Onipotência deve ser entendida sob a perspectiva de que Deus pode tudo o que o amor pode, ou seja, Deus pode tudo aquilo que está em consonância com sua natu­reza. Para o cristão, a onipotência de Deus é uma grande fonte de confor­to. Sabemos que o mesmo poder que Deus demonstrou ao criar o univer­so está à disposição Dele para asse­gurar nossa salvação. Ele mostrou Seu poder sobre a morte por meio da ressurreição de Cristo. Não existe uma única molécula independente, solta no universo, ou qualquer coali­zão que possa resistir ou comprometer os planos de Deus.

 

III- A CRIAÇÃO (Gn 1.1-31)

A criação é perfeita demais para ser fruto do acaso ou de uma simples explosão. Quando olha­mos à nossa volta, vemos um tea­tro da revelação divina.

1- Obra de Deus (Gn 1.1) “No princípio, criou Deus os céus e a terra.”

Gênesis começa com a expres­são “no princípio, criou Deus”. Com isso, deixa bem claro que o sujeito da criação é Deus. A ciên­cia diz que nossa galáxia possui mais de 100 bilhões de estrelas, e que o Sol fica a 240 trilhões de quilômetros do centro da nossa galáxia. Se a distância entre a Terra e o Sol fosse alterada em apenas 2%, a vida seria impos­sível. A nossa galáxia é apenas uma de, ao menos, um bilhão de ou­tras. A mais próxima galáxia da nossa fica a 30 milhões de anos-luz. Isso significa que se o ser humano pudesse viajar à velocidade da luz (300.000 Km por segundo) e vivesse o suficiente, ele precisaria de 30 milhões de anos para lá chegar. Quando vol­tamos os olhos para essa imen­sidão, enchemo-nos de espanto e genuína adoração ao Senhor. Não é difícil vermos que a perfeição da criação revela a grandeza do Criador. Assim como o desenho aponta para o dese­nhista; assim como a existência do relógio, com toda sua eficácia e precisão, exige que reconheça­mos a existência de um talentoso relojoeiro, toda a ordem, beleza e detalhes da criação não seriam possíveis sem uma mente pode­ rosa e superior por trás de tudo. O projeto da criação é eficiente e perfeito demais para ter existido sozinho. Como atribuir toda essa lógica ao acaso fortuito?

2- Pela Palavra de Deus (Gn 1.3) “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.”

Temos a irrefutável verdade bíblica de que tudo foi criado pela Palavra de Deus (Hb 11.3). Não ha­via nenhuma matéria preexistente quando Deus a criou. Só havia Ele. Então, em Seu soberano querer, Deus decide criar o mundo. Ele não precisava criá-lo. Deus não depen­de de nada, exceto de si mesmo. Então, o meio, a “matéria prima” que Deus usa para criar, é a Sua Palavra, apenas a Sua Palavra. Deus cria desde o nada. O ser humano é bastante criativo, toda­via, tudo que criamos é produto de outras matérias-primas. Deus, no entanto, não precisa de nada para criar, apenas da Sua Palavra. Imagine um mundo sem oxigênio, carbono, hidrogênio, espaço, tempo etc. Assim era até que, num dado instante, Deus disse: “Haja”. E tudo passou a ser. Nada havia antes de Ele ordenar. Temos dificuldade de com­preender isso porque uma mente finita por certo terá dificuldades de compreender um ser infinito. Por isso, o autor de Hebreus ensina que isso precisa ser aceito pela fé (Hb 11.3). Crer que o mundo se autogerou, além de ser uma incongruência, exigiria mais fé do que simplesmen­te crer no relato bíblico. Fiquemos com ele.

3- Fruto da graciosa vontade de Deus (Gn 1.31) “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”

Deus não precisava criar o mundo. Ele não estava solitário ou sozinho e nunca foi nem será refém de nada nem de ninguém. Ele existe eternamente em três pessoas divinas, sem necessidade de nada além de si mesmo. Portanto, a criação é fruto da Sua soberana e graciosa vontade. Deus planejou cada detalhe da criação. Ela obedece a um plano perfeito e pré-ordenado, pois Deus é organizado e inteligente­ mente superior. Não seria possível toda ordem e beleza da criação surgirem de uma fonte impessoal. Do impessoal poderia advir o pes­soal? Não! A Bíblia não é um trata­do sobre ciência, mas a revelação de Deus aos homens, mostrando-Lhes como se relacionar com Ele, o que não significa dizer que o re­lato da criação seja anticientífico, mas, sim, que é teológico.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Para o cristão fiel, crer que o mundo veio da mente e das mãos de Deus proporciona descanso e revela que há propósito e sentido na criação.

 

RESPONDA

Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:

[V] 1- O livro de Gênesis nos ajuda não apenas mostrando a origem de tudo, mas tam­bém trazendo sentido àquilo que vem depois.
[V] 2- A criação funciona como um espelho e um teatro, revelando a glória e a majestade divinas.
[F] 3- O materialista está certo ao afirmar que nada faz sentido e não há valor moral na criação.

 

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EBD – Lição 02: GÊNESIS 2 – A Criação do Ser Humano | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Genesis 2 há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todas as presentes, Genesis 2.4-25 (5 a 7min).

A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas substitui a leitura da Bíblia. Querido(a) professor(a), homem e mulher foram criados à semelhança do Criador para com Ele manterem comunhão perfeita. Há em cada criatura humana uma porção de vida que nos inclina para Deus, pois Nele temos origem. A Deus também coube definir os dois modos exclusivos de vida humana: a uns fez homens e a outras mulheres para que mutuamente se unam em amor, Assim você deve testificar aos alunos que qualquer outro gênero ou forma de união conjugal é ilícita e contrária à vontade de Deus. Reforce em seus alunos a convicção de que somente a família tradicional atende ao modelo de organização afetiva determinado por Deus.

 

 

LEITURA ADICIONAL

O homem foi criado de um pó miúdo, como aquele que existe na superfície da terra. A alma não foi criada a partir da terra, como o corpo; portanto, é uma lástima que ela tenha que apegar-se à terra e preocupar -se com assuntos terrenos. Em breve, daremos conta a Deus pela forma como temos empregado as nossas almas; e se for concluído que as temos perdido, ainda que tenha sido para ganhar o mundo, estaremos perdidos para sempre! O néscio deprecia a sua própria alma ao preocupar-se mais com o seu corpo do que com ela.

Depois que Deus formou Adão, colocou-o no jardim. Deste modo, toda a jactância ficou excluída. Somente aquele que nos criou é capaz de nos fazer felizes; aquele que formou os nossos corpos é o Pai de nosso espírito, e ninguém mais além dEle é capaz de prover plenamente para a felicidade do corpo e da alma. Mesmo estando no paraíso, o homem tinha que trabalhar. Nenhum de nós foi enviado ao mundo para estar ocioso. Aquele que criou a nossa alma e o nosso corpo concede-nos algo em que trabalhar, e aquele que nos deu esta terra como habitação concede-nos algo sobre o que devemos fazer. Os filhos e herdeiros do céu, enquanto estão no mundo, têm algo a fazer por esta terra, o que deve ter a sua quota de tempo e preocupação por parte deles. E devem fazê-lo olhando para Deus, servindo-o tão verdadeiramente por meio desta atividade como quando estão de joelhos. Observe que a vocação do agricultor é uma chamada antiga e honrada; ela é necessária até mesmo no paraíso. Além do mais, existe verdadeiro prazer nas tarefas às quais Deus nos chama e naquelas em que Ele nos emprega. Adão não poderia ter sido feliz se tivesse estado ocioso: a Palavra de Deus declara que aquele que não trabalha não tem o direito de comer (2 Ts 3.10)

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed-Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp. 6-7). 

 

 

Leitura Bíblica Para Estudo

Gênesis 2.4-25

 

INTRODUÇÃO
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM Gn 1.26-2.7
1– O método da criação Gn 1.26
2– A constituição humana Gn 2.7
3– Imagem e semelhança de Deus Gn 1.27
II- A CRIAÇÃO DA MULHER Gn 2.18-25
1– A constatação divina Gn 2.18
2– Tirada do homem Gn 2.21
3– A intimidade do casal Gn 2.24
III- ENSINAMENTOS Gn 1.31-2.15
1– A satisfação de Deus Gn 1.31
2– Função e propósito do homem Gn 2.8
3– A mordomia cristã do planeta Gn 2.15

APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO

O que é o homem? Essa pergunta ecoa desde os primórdios. Até o relato bíblico a contém (Sl 8.4)

 

I- A CRIAÇÃO DO HOMEM (Gn 1.26-27)

A criação ocorreu em etapas até chegar no seu ponto culminante: a criação do ser humano. O Sexto dia.

1- O método da criação (Gn 1.26) “Também disse Deus Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar sobre as aves dos céus sobre os animais domésticos, sobre todo a terra e sobre todos as répteis que rastejam pela terra.”

Isso é muito importante e não pode passar despercebido. Para o surgimento da vida marinha, Deus disse: “Produza águas. Para o surgimento da vida animal, disse “Produza a terra: Mas para o aparecimento do homem a linguagem muda radicalmente e adquire solenidade “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Merece destaque o fato de que somente na criação do homem Deus usou a expressão “Façamos [..] conforme”. A diferença na fraseologia é significativa e reveladora da grandeza única do ser humano.

Em Gênesis 2.7 temos o acréscimo: “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra… Formou-se a tradução do verbo hebraico yetser, que é costumeiramente empregado para o trabalho típico do oleiro ou do artista plástico (Is 64.8). Somos, literalmente, obra das mãos poderosas, cuidadosas e detalhistas de um Deus pessoal. O homem não é um primata evoluído, nem um subproduto do macaco. Foi modelado artesanal e fisicamente por Deus, o qual soprou nele o fôlego da vida

2- A constituição humana (Gn 2.7) “Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”

O texto revela que o Senhor Deus formou o homem do pó da terra. O termo “po” no hebraico é afar, usado para a parte mais fina da terra. Viemos da terra e estamos ligados a ela. A palavra hebraica traduzida por homem é adam. É um termo com significado coletivo (humanidade) e não individual (homem).

A constituição humana é composta de duas partes: a parte material e a parte imaterial. Fisicamente falando, somos pó, nada mais. Não temos consistência nenhuma para nos orgulharmos do que somos Não existe no corpo humano qualquer elemento químico que não possa também ser encontrado na terra. No fim, fisicamente, todos seremos reduzidos ao que somos: pó (Sl 90.3; Ec 3.20). Muito embora o nosso corpo seja pó, Deus o modelou de forma sofisticada e complexa, surpreendendo os mais aprofundados estudiosos da anatomia humana.

São duzentos e seis ossos, seiscentos e quarenta músculos e três bilhões de fibras nervosas. No interior dessa joia da engenharia divina, o coração, de duzentos e cinquenta gramas (em média), bombeia sangue através de 96 mil quilômetros de velas, suficientes para, alinhadas, darem duas voltas e meia em torno da Terra E repete-se a operação 40 milhões de vezes ao ano. No corpo em repouso, os cinco litros de sangue são bombeados por todo o organismo em apenas um minuto. Isso, sem falar da complexidade de nossos cérebros, é apenas um pequeno vislumbre da beleza e precisão singulares do corpo humano.

3- Imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27) “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem a imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou.”

De tudo que existe conhecido na terra, nada se parece mais com Deus do que o ser humano. Por essa a maior expressão de amor a Deus é servir e amar as pessoas. O ser humano (homem e mulher) foi criado à imagem e semelhança de Deus. O que significam esses dois termos (imagem e semelhança)? Alguns acham que se trata de duas coisas diferentes, mas no texto original não tem o “e”. Então parece tratar-se de uma espécie de repetição de reforço. Em Gênesis 5.3, os termos aparecem em sequência invertida e em 9,6 aparece apenas a palavra imagem. “Imagem” é uma expressão da realidade, algo que tem uma semelhança, embora não seja exatamente uma cópia. Primeiramente, podemos dizer que não se refere à imagem física, pois Deus é Espírito e não tem corpo físico. O significado é triplo:

1) Personalidade inteligência, sentimento e vontade;

2) Moralidade – a capacidade de fazer escolhas, sendo responsável por elas;

3) Espiritualidade – ser capaz de se comunicar e ter comunhão consciente com o Criador. Essas três coisas são exclusivas do ser humano.

 

II- A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2.18-25)

Deus tomou uma costela do homem e fez a mulher Assim como ele, a mulher também é obra exclusiva do Criador. Apenas mudou-se a “matéria-prima.

1- A constatação divina (Gn 2.18) “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só far-Te-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”

O homem estava no Éden, no paraíso divino e em estado de felicidade profunda, mas havia uma incompletude nele, ou seja, havia um aspecto da criação de Deus que não estava totalmente completado. Fosse o homem que tivesse dito que se sentia sozinho e incompleto, seria mais compreensível, embora pudéssemos discordar dizendo que ele não deveria sentir-se assim. Mas a constatação da solidão humana é feita pelo próprio Criador: “Não é bom que o homem esteja só”.

O Criador percebeu que o homem precisava de alguém que lhe proporcionasse a companhia ideal. Acima de Adão estava Deus, abaixo dele a criação, mas ao seu lado não havia ninguém. O princípio exposto (não é bom que o homem esteja só) ultrapassa os limites do casamento e alcança toda a unidade familiar, devendo ser observado por todos os seus membros em relação uns aos outros. Família é lugar de companheirismo. Casamento tem muitas finalidades, mas as maiores, certamente, são completude e companhia. No casamento sadio, o “eu” é substituído pelo “nós” e o “meu” pelo “nosso”.

2- Tirada do homem (Gn 2.21) “Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.”

Tomado de um sono anestésico, o homem é alvo de uma cirurgia e a mulher é criada sem a sua participação ativa Deus é o agente. O homem foi feito a partir do pó, mas a mulher, Deus fez a partir do homem. Ambos, homem e mulher, são iguais perante Deus, possuindo a mesma honra, a mesma dignidade, valor e posição, mas sexos diferentes. Tanto o feminismo como o machismo são deturpações do projeto divino. É sugestivo o fato de a mulher não ser tirada da cabeça nem dos pés. Ao tirar a mulher da costela do homem, Deus evidencia que os dois, no casamento, se complementam. A mulher não é inferior nem mero suporte do homem, mas seu complemento e o centro dos seus afetos. São mutuamente dependentes. Ela deriva dele, mas ele precisa dela (1 Co 11.11-12)

3- A intimidade do casal (Gn 2.24) “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”

O contexto de Gênesis é romântico: todos os animais tinham suas companheiras, apenas o homem não tinha par. Não havia, em toda a criação, ninguém que lhe correspondesse física, emocional e espiritualmente. Deus, então, fez a mulher O quadro de solidão se resolver. Temos, assim, o primeiro casamento consumado. O oficiante é o próprio Criador.

Alguns princípios ficam claros
1) O casamento é heterossexual e monogâmico;
2) O sexo, no limite do casamento, é puro, santo e prazeroso. Sempre esteve no propósito de Deus. Não é algo imundo, nem sujo. Mais do que isso, é uma ordenança divina (1Co 7.5);
3) Ninguém opta pelo sexo que tem, ou terá. Nossa sociedade tem buscado, fora da Bíblia, fontes para as suas conclusões, desvios e aberrações. Mas o gênero “já vem de fábrica”, é inato: ou é macho ou é fêmea. Quem determina o gênero é a biologia e não a sociedade. O homem não pode ser mulher, nem a mulher pode ser homem.

 

III – ENSINAMENTOS (Gn 1.31-2.15)

Estudar a Bíblia apenas para acumular informações foge ao propósito divino. É preciso incutir ensinos e deixar o Espírito gerar mudanças em nossa vida.

1- A satisfação de Deus (Gn 1.31) “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”

O mundo todo, enquanto criação, é bom. O arquiteto e executor foi meticuloso e cheio de esmero. Cada etapa era acompanhada da avaliação, isso era bom”. Deus avaliou e aprovou seu trabalho. Ao final de tudo, no sexto dia, Deus expressa um superlativo muito bom: A ideia é de alguém que completando ou finalizando um projeto olha para a todo diz “gostei”: O mundo que Deus fez e ao qual nos destinou é maravilhoso. O Deus perfeito não comete erros, tudo é feito conforme a sua vontade e dentro do mais rigoroso senso estético e funcional. Alguém comentou que isso significa que tudo no universo, desde a maior estrela à menor das folhinhas produziu alegria e prazer em Deus. como se fosse uma linda sinfonia Mas lembremos que o superlativo “eis que era muito bom” ocorre depois da criação do ser humano. Era o que faltava. O Deus a quem servimos, Criador dos céus e da terra não é um ser frustrado e melancólico. Cristo nos prometeu um reino. cujo sinônimo é alegria (Rm 14.17).

2- Função e propósito do homem (Gn 2.8) “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que foi formado.”

O autor de Gênesis apresenta Deus plantando um lindo jardim para Suas novas criaturas (28). Na tradução para o grego, a Septuaginta usa a expressão “paraíso”. Não se tratava de um estado, mas de um lugar físico. Ao colocar lá o homem, Deus lhe deu uma missão dupla: lavrar e cuidar. Ele não ficou criando árvores e frutos todos os dias, constantemente. Quando Deus determinou que o jardim fosse cultivado e se tornasse produtivo, estava dizendo ao homem que ele precisava aprender a agricultura e outras ciências relacionadas ao cultivo a partir das sementes já existentes. O trabalho não é invenção: do diabo como pensam alguns, tampouco deve ser visto como maldição resultante do pecado. Está dentro do propósito de Deus para o homem (2Ts 3.10)., Mas a função do homem não era apenas algo terreno e material. Eles desfrutavam diariamente da presença de Deus e assim o adoravam em um ambiente de indescritível beleza e sossego. Fomos criados por Ele e para Ele, e é Nele que encontramos sentido e finalidade da existência Isso explica o atual vazio e ausência de satisfação e significado no coração humano.

3- A mordomia cristã do planeta (Gn 2.15) “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e a guardar.”

Esse é outro ensinamento implícito, mas claro no relato da criação. Mordomia cristã é como chamamos a responsabilidade de cada cristão em relação à administração dos bens espirituais e materiais a ele outorgados. A Bíblia deixa claro que somos mordomos de Deus na terra. Deveríamos ser mais gratos, valorizar e preservar, sem idolatrar a criação de Deus. Homem e natureza estão ligados. O homem está acima do ambiente, mas não pode viver sem ele e a prova é a sequência sábia da criação de Deus. Primeiro, Deus cria o ambiente; em seguida, coloca o homem ali. A natureza não depende do homem, mas o homem depende da natureza Se acabarmos com a natureza, acabamos conosco mesmos. Deveríamos cuidar melhor do nosso domicílio. Se o mundo pagão cultua a natureza e o mundo antropocêntrico abusa dela, nós somos chamados a protegê-la como a uma irmã que teve o mesmo Pai.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Considerando a excelência da criação do ser humano e a sua missão na terra como mordomo e representante de Deus, como temos vivido?

 

RESPONDA

Marque C para correto e E para errado nas afirmativas abaixo

1) [E] O mundo foi obra do acaso, sendo depois aperfeiçoada por Deus

2) [C] Ser feita à imagem e semelhança de Deus é uma característica exclusiva do ser humano.

3) [E] O fato de a mulher haver sido criada a partir do homem a tomar inferior a este.

 

 

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EBD – Lição 03: GÊNESIS 3 – Tentação, Queda e Promessa de Redenção | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 3 há 24 versos Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 3.1-24 (5 a 7 min). A Revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui leitura de Bíblia.

Olá, Professor(a)! Nesta lição temos a oportunidade de pensar no quanto nossa opção por Jesus é valiosa, necessária e importante para a redenção. Desde o princípio da nossa existência somos tentados por Satanás, mas também convidados a fazer uma opção pelo Reino de Deus. Por causa do pecado, já não podemos perceber fisicamente a presença de Deus. Contudo, o Redentor prometido nos veio, Pelo Seu sacrifício fomos remidos a fim de que toda a criação seja restaurada. Pelo pecado nos veio a morte, mas pela ressurreição de Jesus nos chegou à certeza de vida eterna, Mostre aos seus alunos que, como igreja, escolhemos Jesus, pois desde o Éden Sua vitória sobre o mal foi anunciada por Deus.

 

 

LEITURA ADICIONAL

Observe os passos da transgressão: não são passos ascendentes, mas descendentes, em direção ao abismo. Primeiro: Ela Viu. Uma grande quantidade de pecados vem através dos olhos. Não olhemos para aquilo que traz consigo o risco de estimular a concupiscência (Mt 5,28). Segundo: Ela tomou. Foi seu próprio ato e obra. Satanás pode tentar, porém, não pode obrigar, pode nos persuadir a ajoelhemo-nos diante do precipício, porém, não pode lançar-nos dali (Mt 4.6), Terceiro: Ela comeu. Quando ela olhou para o fruto, talvez não tenha tido a intenção de tomá-lo; ou quando o tomou, não tinha a intenção de comê-lo: porém, acabou fazendo-o. É uma atitude sábia deter os primeiros movimentos do pecado, e abandoná-lo antes de ver-se comprometido com ele. Quarto: Deu-o também ao seu marido. Aqueles que fazem o mal estão dispostos a arrastar outros a fazerem o mesmo. Quinto: Ela comeu, por não levar em conta a árvore da vida. Por não comer daquilo que era permitido por Deus, mas, ao invés disto, comer do fruto da árvore do conhecimento, que estava proibido, Adão mostrou claramente o seu desdém por aquilo que Deus lhe havia outorgado, e o seu desejo por aquilo que Deus considerou prudente não lhe dar. Desejava ter o que quisesse e fazer o que lhe trouxesse prazer. Definindo em uma só palavra, o seu pecado foi a desobediência (Rm 5.19), desobediência a uma ordem clara, simples e expressa. Adão não tinha uma natureza pecaminosa que o impulsiona ao pecado; pelo contrário, tinha a liberdade de escolha, conforme a sua vontade, com toda a sua força, não debilitada e nem desequilibrada. Porém, apartou-se com muita prontidão, arrastando toda a sua posteridade ao pecado e à miséria. Então, quem pode dizer que o pecado de Adão, em si, causou pouco dano?

Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4°ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 11).

 

 

Leitura Bíblica Para Estudo

Gênesis 3.1-24

 

 

INTRODUÇÃO
I- A TENTAÇÃO Gn 31-6
1- O tentador Gn 3.1
2– A liberdade humana Gn 3.4
3– O pecado Gn 3.6
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA Gn 3.8-23
1– Separação e medo G
3.8
2– Expulsão do Jardim Gn 3.23
3– Morte Gn 3.4
III- A PROMESSA DE REDENÇÃO Gn 3.9-21
1– Deus busca o homem Gn 3.9
2– O preço da redenção Gn 3.15
3– Uma nova vestimenta Gn 3.21

APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO

Qual a origem do mal? De onde vem a nossa inclinação para ele? Nesta lição estudaremos a origem do pecado e as consequências deste para a espécie humana.

 

I- A TENTAÇÃO (Gn 3.1-6)

A tentação é algo comum a todos os seres humanos. Não há salvo-conduto para ninguém.

1. O tentador (Gn 3.1). “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: E assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”

]No mundo de hoje, muitos não querem que falemos sobre demônio, capeta, Satanás ou diabo, mas ele é uma figura real e presente nas Escrituras. Ignorá-lo não é uma boa estratégia A serpente não era o tentador mas o instrumento que ele utilizou. Chama-nos à atenção o fato de que, dentre todos os animais, o tentador use aquele que era considerado o mais astuto de todos, Talvez o fato de a serpente haver falado tenha funcionado como uma espécie de credenciamento para que Eva acreditasse mais facilmente. Isso tudo é um alerta para nós. As tentações são mostradas na Bíblia como “astutas ciladas” (Ef 6.11), e não como sugestões inócuas. A origem do tentador não é descrita em Gênesis. Ele já aparece em suas páginas como um ser inteligente, maligno, e em oposição a Deus e Sua obra. Quem quer que ele tenha sido originalmente, foi criado em estado de pureza e santidade, pois Deus não cria nada maligno (Ez 28.12-19).

Não é autoexistente, pois somente Deus é assim. Satanás não é um ser de força oposta e equivalente ao poder de Deus, como o crêem as maniqueístas. Não. Apesar da sua fúria e do seu poder, ainda assim ele está debaixo do controle do. Altíssimo que lhe impõe limites, o controla e o julga. Curioso também que no relato de Gênesis o tentador não apareça como um ser repugnante. Sua primeira arma foi o disfarce. Apresentá-lo como um ser chifrudo, com pés e cauda de bode, cheirando a enxofre, é folclórico e foge ao relato bíblico, que o apresenta como um ser sutil e capaz de disfarçar-se até de anjo de luz. Ele se esconde de modos insuspeitos. As serpentes não fazem barulho ao se aproximar, lembre-se disso.

2. A liberdade humana (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher. É certo que não morrereis”

Deus nos criou para relacionamentos e isso só é possível se houver liberdade. Sem liberdade não há amor. A virtude não pode ser imposta. Não há virtude se não pudermos optar por ela voluntariamente. Adão e Eva não estavam destinados à queda. Eles poderiam ter resistido ao pecado. Tentação não significa ausência de opções. Tentação e pecado são duas coisas diferentes. Deus, ao estabelecer limites claros, os estava provando. Ele sabia que o homem pecaria? Se sabia, por que deixou? Por que não o fez à prova de pecado? Ora, Deus criou o homem como um ser moral, capaz de fazer escolhas.

Será que haveria alguma virtude na obediência se ela fosse a única opção? Só há virtude em fazermos o bem porque o mal também é uma opção. Em resumo, se Deus criasse um homem à prova de erro criaria um autômato e não um ente moral. O bem exige, para ser verdadeiro, que tenhamos opções. Diríamos que o preço que Deus pagou ao criar o homem livre foi a possibilidade de que ele praticasse o mal. O que Ele fez então? Antecipou-se ao mal providenciando o Cordeiro desde a eternidade (Ap 13.8). Deus é onisciente, conhece a história, e a usa soberanamente para glória do Seu próprio nome.

3. O pecado (Gn 3.6). “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.”

O pecado não é algo inofensivo pequeno ou leve. Também não era inato ao homem, pois este foi criado à imagem e semelhança de Deus. O pecado diz respeito à condição humana. O que ocorreu então? A abordagem de Satanás a Eva foi cheia de astúcia. Primeiro, lançou a dúvida no coração da mulher: “É assim que Deus disse. Depois jogou sagazmente com a vontade humana chamando especial atenção para os resultados “coloridos” que supostamente viriam após comerem do fruto proibido (“como Deus, sereis…”). Parafraseando o versículo 5, o que Satanás dizia era: “Deus não está sendo leal. Está negando a vocês o privilégio de serem como Ele, talvez Ele tema rivais”. A tentação de ser como Deus acompanha o homem desde sempre. Há quem chame tal tentação de “ego absoluto” e quem a defina como egoísmo, ou seja, como desejo de colocar-se acima de tudo. A armadilha toda foi bem engendrada e o casal caiu nela. Curioso que a mulher tenha dado ouvidos e iniciado um diálogo com o tentador não? Até hoje tem gente entrevistando demônios, e pior ainda, pleno culto de adoração a Deus.

 

II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA (Gn 3.8-23)

Não há nada que o diabo possa oferecer que, sendo aceito, nos traga paz, alegria duradoura ou venha a saciar nossa alma. Como já foi dito, todas as frutas que o diabo oferece contêm bichos

1. Separação e medo (Gn 3.8) “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.”

Gênesis 3 trata dos efeitos imediatos do pecado. Após a desobediência, começam as consequências para o casal. As primeiras coisas que acontecem são a percepção da sua nudez e a necessidade de escondê-la (vergonha). O casal, agora, não se sente mais à vontade juntos. Os olhos se abriram como prometera a serpente, mas não do modo como Adão e Eva esperavam, antes para conhecerem a culpa e o medo. Pela primeira vez, o homem experimenta o medo. O passo seguinte é fugir de Deus. Uma muralha é levantada. A maravilhosa, e antes deleitosa presença divina agora apavora o homem em rebeldia. Antes, Deus era esperado, desejado, e Sua presença trazia alegria, mas agora, como consequência do pecado, o homem sente medo e repulsa pela presença de Deus. Onde há pecado, há medo. Esse medo domina o coração de todo pecador até que o encontro com Cristo e a aceitação de sua obra redentora o remova completamente (1Jo 4.18).

2. Expulsão do Jardim (Gn 3.23) “O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”

O preço da desobediência e do pecado é sempre maior do que pensamos. O pecado é profundamente desagregador. Primeiro, separa o homem de Deus. Segundo, separa-nos uns dos outros. A primeira crise conjugal nasce após a Queda. Uma fenda foi criada entre o homem e a mulher. Por fim, o pecado separará ambos do aprazível lugar criado por Deus 0 homem experimentaria a solidão do exílio. O inquilino do maravilhoso jardim de Deus foi despejado, Nada seria como antes Assim Deus removeu o casal do jardim. ou melhor, de acordo com Gênesis 3.24. Ele os “expulsou” e ainda colocou querubins para guardar a entrada do jardim e garantir que Adão e Eva não tentaram entrar lá outra vez. Que triste nota!
A expulsão do jardim oficializa a quebra da comunhão entre Deus e o homem. O jardim já não mais estava acessível ao casal. Demos graças ao nosso Senhor Jesus Cristo, que nos propicia novo acesso ao paraíso (Ap 2.7), O primeiro Adão foi expulso do paraíso, O último Adão, pendurado numa cruz. disse a um ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43)

3. Morte (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.”

Satanás surge como o primeiro herege da história. O primeiro a interpretar a Palavra de Deus distorcidamente, como muitos fazem hoje. Quando responde à mulher, a serpente nega a Palavra de Deus em Gênesis 2.17. A primeira heresia da história, portanto, foi esta: negar o juízo de Deus. Parece que a antiga serpente tem muitos seguidores hoje. Concordo com Isaltino Gomes quando diz que “negar o juízo de Deus é conveniente para pecadores e desobedientes que não querem ajustar sua vida à Palavra de Deus. Muitos sermões em nosso tempo prometem bênçãos sem medidas e omitem a necessidade do arrependimento, dizendo às pessoas que vivam como quiserem, apresentando um Deus piegas que deseja todo – mundo feliz e risonho, sem nunca fazer exigências morais. É a voz da serpente dizendo: ” certamente não morrereis.” A morte pode ser descrita como um estado de separação de Deus no qual o homem se encontra por causa do pecado (Ef 2.1-3; Rm 3.23) Como diz Paulo: “em Adão todos morrem” (1Co 15.22).

 

III. A PROMESSA DA REDENÇÃO (Gn 3.9-21)

Graças a Deus, Gênesis 3 não é só desgraças. Há também a esperança e a promessa de que Deus não deixaria as coisas como o diabo gostaria ao seduzir e enganar o primeiro casal.

1. Deus busca o homem (Gn 3.9) “E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?

Deus amorosamente toma a iniciativa de procurar o homem e restaurá-lo à comunhão. Sua pergunta ecoa pelo jardim. “Onde estás? Não que Ele não soubesse, mas porque queria provocar o arrependimento. A voz de Deus chama aqueles que pecaram, pois não deixaram de ser amados. Adão e Eva deveriam ter corrido ao encontro do Criador confessando seu pecado e suplicando perdão. Em vez disso, esconderam -se. São várias perguntas de Deus ao homem “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses? Essa última, na verdade, responde a anterior Deus não precisava de um relatório, mas da confissão do casal.
O Reino de Deus não se baseia na virtude humana. Quais os méritos de Adão e Eva? Deus poderia tê-los abandonado. Mas Deus é amor e o amor não precisa de motivos, mas doa-se voluntária e sacrificialmente. Que fique claro: a redenção é um ato voluntário de Deus, cuja motivação única foi Seu amor incondicional pela humanidade.

2. O preço da redenção (Gn 3.15) “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.“

As palavras de Gênesis 3.15 dirigidas à Satanás são conhecidas como protoevangelium (o primeiro evangelho: as primeiras boas-novas). É a primeira vez nas Escrituras em que é anunciada a vinda de um redentor. Esse prenúncio é uma mensagem de esperança que antecipa ao homem o plano redentor logo após a Queda Deus não deixaria a humanidade naquele estado, mas a restauraria Para isso, Ele mesmo pagaria um altíssimo preço. A promessa é que o descendente (no singular) da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, impondo-lhe uma derrota completa, radical e eterna (a 2.15). Na cruz. Jesus tem o seu “calcanhar ferido”. Em contrapartida, Satanás tem a sua “cabeça esmagada”.
Há um contraste aqui entre o ferimento do calcanhar e o esmagar a cabeça. Qual é o mais sério? Qual ferimento é definitivo? Jesus fez-se gente, sofreu, padeceu e morreu na cruz, em nosso lugar, mas ressuscitou gloriosamente ao terceiro dia, já Satanás foi derrotado para sempre. Os dois seriam feridos, mas em um deles o ferimento seria terminal.

3. Uma nova vestimenta (Gn 3.21) “Fez o Senhor Deus vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”

A reação do casal, ao cobrir sua nudez, expõe a vã tentativa do homem ao empregar seu esforço próprio para amenizar a culpa e remendar as consequências de seu pecado. Quanto tempo duraria um frágil avental de folhas? A vestimenta providenciada por Deus, além de ser duradoura, exige sacrifício e derramamento de sangue. Um ou mais animais inocentes foram mortos. Um claro retrato do Cristo que seria sacrificado pelo mundo pecador.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Apesar do pecado do homem e da mulher, Deus os quer perdoar a salva. Essa é a boa notícia do Evangelho de Jesus Cristo: Ele nos oferece um caminho de volta do pecado. Nós podemos voltar.

 

RESPONDA

1) O que significa tentação? É um convite ao pecado.

2) Mencione duas consequências de Queda conforme a lição? Expulsão do jardim e morte

3) O que significa a expressão protoevangelium? É um prenúncio do evangelho de Cristo.

 

 

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Lição 04: GÊNESIS 4 – Caim e Abel | 1° Trimestre De 2022 | EBD – Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 4 há 26 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes Gênesis 4.1-26 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Caro(a) professor(a). nesta lição devemos tratar dos graves efeitos do pecado sobre a criação Não só a morte, mas o assassina to e todo tipo de degeneração que presenciamos diariamente apontam para a falta de relacionamento com Deus. Somente a opção diária por renunciar às más inclinações pessoais para assumir o caráter de Jesus pode nos livrar de atos pecaminosos. Devemos respeitar nossas diferenças, reconhecer nossas qualidades mutuamente, aprender com os mais maduros na fé e zelar pela vida do nosso irmão. Nosso culto seja como o de Abel. Apresentemos a Deus nosso empenho em adorá-lo intimamente a fim de resistirmos ao pecado até que Jesus retorne para restaurar toda a criação.

 

LEITURA ADICIONAL

A maldade do coração termina no assassinato praticado com as mãos.

Caim matou Abel, o seu próprio irmão, e filho de sua própria mãe, a quem deveria ter amado, o seu irmão mais novo, a quem deveria ter protegido um bom irmão, que jamais lhe havia feito algum mal. Que efeitos fatais do pecado de nossos pais foram estes, como os seus corações devem ter se enchido de angústia. Observe o orgulho, a incredulidade e a soberba de Caim. Nega o crime, como se fosse capaz de escondê-lo de Deus. Procura esconder um homicídio deliberado, através de uma mentira deliberada.

O assassinato é um pecado que clama, o sangue pede sangue, o sangue do assassino pelo sangue do assassinado. Quem conhece o alcance e o peso de uma maldição divina, o quão longe é capaz de ir, a quão profundo é capaz de penetrar? Os crentes salvam-se dela somente em Jesus Cristo, e herdam a bênção, Caim foi amaldiçoado pela terra. Ele encontrou o seu castigo ali mesmo, onde escolheu a sua sorte e colocou o seu coração. A maldade dos maus traz a maldição a tudo o que fazem, e a tudo o que possuem Caim se queixou não de seu pecado, mas de seu castigo. Uma grande dureza de coração fica patente, quando os nossos sofrimentos nos preocupam mais do que os nossos pecados

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p.19).

 

 

Leitura Bíblica Para Estudo

Gênesis 4.1-26

 

 

INTRODUÇÃO
I- O AVANÇO DO PECADO Gn 4.1-8
1- Os primeiros filhos Gn 4.1
2– A universalidade do pecado Gn 4.5
3– O mal não é estático Gn 4.8
II- O PRIMEIRO CULTO Gn 4.4-5
1– O culto de Abel Gn 4.4
2– O culto de Caim Gn 4.5
3– O ambiente religioso Gn 4.4
III- O PRIMEIRO HOMICÍDIO Gn 4.2-7
1– Filhos diferentes Gn 4.2
2– O lar de Adão e Eva Gn 4.7
3– O homicídio Gn 4.8
APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, lidaremos com a universalidade e o avanço do pecado. A serpente escondeu do casal as consequências que viriam. Agora, Adão e Eva lidarão com a tragédia de terem um filho assassino e outro assassinado

 

I – O AVANÇO DO PECADO (Gn 4.1-8)

1- Os primeiros filhos (Gn 4.1) “Coabitou o homem com Eva sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim: então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor.”

Apesar de a fecundação não ser o único propósito do casamento e de nem todo casamento ser contemplado com filhos, inegavelmente, é fato que os filhos são uma dádiva e um tesouro de Deus para o casal (Sl 127.3). Fora do jardim, Adão coabitou com Eva e ela concebeu. A palavra “coabitar” no Antigo Testamento é um termo também empregado para designar “relacionamento sexual”: Nunca é usado para animais, apenas para seres humanos.

O nome de Caim está associado com alegria: “alcancei, adquiri” Eva estava alegre pelo filho. Será que Eva teria pensado tratar-se do cumprimento da promessa em Gênesis 3.15, ou seja, que ele seria o homem que pisaria a cabeça da serpente? O segundo filho (Abel) significa “sopro” ou “vento passageiro”. O nome de Caim significa, portanto, que a vida vem de Deus (adquirido) e o de Abel que a vida passageira (sopro).

2- A universalidade do pecado (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou, irou-se, pois, sobremaneira Caim e descaiu-lhe o semblante”

Adão e Eva, agora fora do paraíso, geraram filhos “à sua semelhança, conforme a sua imagem” (Gn 5.3). Eles eram pecadores e geraram filhos semelhantes a eles, também pecadores. Por universalidade do pecado entendemos que toda criatura humana é pecadora. Não é verdade esse discurso de que o homem, após a Queda, continua bom por natureza, sendo depois corrompido pela sociedade. Isso não passa de sofisma humanista. A universalidade do pecado é dada nas Escrituras. O pecado não é um fenômeno raro ou incomum confinado a uma pequena minoria da raça humana, mas é universal em seu alcance.

Bíblia é clara. Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Não há nenhum membro da raça de Adão que não tenha se unido a ele na rebelião que ele começou. O salmista diz que Deus esquadrinhou atentamente a terra procurando um homem sem pecado, mas não achou nenhum sequer (SI 14). É lamentável que alguns segmentos da igreja tenham deixado de falar sobre o pecado, pois não querem confrontar a comodidade dos pecadores.

3- O mal não é estático (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu irmão, e o matou.”

Um dos problemas com o pecado é que ele avança e vai contaminando tudo. É uma doença contagiosa e metastática, ou seja, não é possível administrar ou controlar os seus efeitos. Alguém já comparou o pecado com um animal selvagem. Enquanto filhote, é bonitinho e inofensivo. Mas, quando cresce, pode nos devorar, se tiver a chance. O pecado é dinâmico, não é estático. Tende a se intensificar e se alastra enquanto não houver conversão. Sabedores disso, os fundadores do “Alcoólicos Anônimos” estabeleceram um princípio em seus passos para ajudar pessoas a alcançarem a cura: “Evite o primeiro gole”. Eles também dizem algo em relação ao álcool que podemos utilizar como um princípio geral: “Uma bebida é demais, e vinte não satisfazem; se você não tomar esse primeiro gole não pode ficar bêbado. Muitos problemas podem ser evitados quando estancados no nascedouro. Adão e Eva viram em sua descendência os efeitos inimagináveis do pecado e o crescente desgosto divino até que o juízo fosse inevitável.

 

II – O PRIMEIRO CULTO (Gn 4.4-5)

Temos nessa passagem o primeiro culto registrado na Bíblia. Aprenderemos, entre outras coisas, que não é todo culto que Deus aceita.

1- O culto de Abel (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e de gordura deste .Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta.”

A aceitação da oferta de Abel significa que, provavelmente, o fogo do céu consumiu seu sacrifício. Logo de imediato aprendemos que culto tem a ver com oferta e entrega. Parece que hoje, quando se pensa em culto, a maioria das pessoas estão mais preocupadas em como receber algo de Deus e ser abençoadas. Isso não é errado, mas a ideia primeira relacionada a culto é dar algo a Deus (Êx 23.15). É muito forte no texto a ideia de Abel trazer o primogénito, algo especialmente separado e preparado para aquele momento, O culto é um grande momento para o cristão sincero e grato. Abel se aproxima de Deus com coração obediente e cheio de sinceridade. Ele não foi odiado e invejado por Caim porque fosse do mau, ao contrário, porque era piedoso.

Em outras palavras, não foram os pecados de Abel que incomodaram e inflamaram o ódio de Caim, mas as suas virtudes. A retidão de Abel atormentava Caim. Não é estranho? Essa é a atitude do homem que, mesmo consciente do seu pecado, escolhe pecar impiamente. Tais pessoas incomodam-se profundamente com os irmãos que vivem na presença de Deus. “Agradou-se o Senhor de Abel”. Primeiro vem a pessoa, somente depois é mencionada a oferta dela. A mesma coisa se repete em relação a Caim. Deus está mais interessado em quem nós somos do que naquilo que fazemos para Ele.

2- O culto de Caim (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou, irou-se, pois sobremaneira Caim, e descaiu-lhe o semblante”

Por que Deus rejeitou a oferta de Caim? É muito comum estudiosos mencionarem a questão da falta de derramamento de sangue como sinal da reprovação divina ao culto de Caim. Será que se resume a isso? Fato é que ele era agricultor e trouxe do produto do seu trabalho. Além disso, temos na própria Lei, menção da “oferta de cereais” (Lv 2.1). Creio ser mais apropriado vermos que Abel trouxe das primícias, ao passo que isso não é dito da oferta de Caim. Sua oferta não foi aceita porque fosse de uma espécie errada, mas por não ser a melhor que ele poderia trazer. Não há uma clara indicação de que a oferta dele fosse pecaminosa em si mesma.

A questão toda estava mais relacionada com a atitude e motivação do ofertante. Caim não considerou importante levar o primeiro fruto, mas não somente isso Adorador e sua oferta são inseparáveis. Mais do que a adoração em si, são autênticos adoradores que Deus procura, disse Jesus (Jo 4.23). Será que, se tão somente Caim tivesse sacrificado um animal teria sido aceito? Certamente não, isso devido à condição de seu coração cheio de inveja e ódio (Gn 4.5). Que fique claro: rituais vazios não servem para Deus (Is 1.13,14), pois antes de aceitar a oferta. Ele precisa aceitar o ofertante (Gn 4.7).

3- O ambiente religioso (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta.”

Chama a atenção que Caim não era um ateu. Ambos os filhos eram, por assim dizer, religiosos. Não é curioso que toda essa questão de inveja, ódio pelo irmão e planeja mento de assassinato ocorra dentro de um contexto de culto e de adoração a Deus? Saibamos que muitas maldades podem existir e ocorrer mesmo entre aqueles que dizem servir e adorar a Deus. Isso é um alerta para todos nós. O que passou na cabeça de Caim? Será que ele pensou: “Se eu matar Abel, aí Deus só terá o meu culto Teria sido isso? Não sabemos. Mas a advertência é muito grande. Ninguém está protegido do mal simplesmente porque está dentro de um templo religioso, Lembremos que no grupo apostólico havia um traidor; na igreja primitiva, Ananias e Safira. Nosso coração precisa ser protegido e vigiado pela prática da oração, do temor e da obediência à Palavra de Deus. Ninguém está acima da necessidade da vigilância.

 

III – O PRIMEIRO HOMICÍDIO (Gn 4.27)

Como já foi dito, primeiro Caim fracassou no altar; e, porque fracassou no altar, também fracassou nas demais coisas.

1- Filhos diferentes (Gn 4.2) “Depois, deu à luz o Abel, seu irmão Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador”.

Todos sabemos que não há duas pessoas iguais. Nem mesmo gêmeos univitelinos são idênticos, apenas se parecem. Pais que desconsideram isso terão enormes problemas. Caim e Abel sugaram o mesmo leite materno, tiveram os mesmos pais e nada indica que tiveram uma educação diferente um do outro. De fato, tiveram a mesma carga genética, crescerem na mesma casa e receberem os mesmos ensinos. Pais precisam saber que, não obstante fazerem o melhor, se esforçarem e amarem profundamente os filhos, haverá um momento no qual eles terão que decidir que caminho seguir. A parábola do filho pródigo, entre outras coisas, nos ensina que o descaminho, falha de caráter e devassidão de um filho não significa que os pais falharam. A Bíblia revela que Caim era do Maligno (1 Jo 3.12) e Abel, um homem de Deus. Todos nós somos responsáveis por nossas decisões. Não são os astros, os signos, maldições hereditárias ou o destino. Somos nós.

2- O lar de Adão e Eva (Gn 4.7) “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”

No primeiro lar mencionado na Bíblia havia disputas. O lar de Adão e Eva foi profundamente afetado pelo pecado. Começou com a transferência de culpa de Adão quando confrontado por Deus (Gn 3.12). Ele não assume imediatamente a sua responsabilidade. Ali nasce o primeiro conflito conjugal da história. Logo depois temos as desavenças entre os irmãos. Há um sério problema de relacionamento entre Caim e Abel com consequências desastrosas Deus toma a iniciativa para normalizar as coisas, mas Caim endureceu ainda mais o seu coração. Há uma grandiosa lição prática para todos nós: cultuar a Deus requer relações saudáveis com nosso irmão. Não é possível separar nosso relacionamento com Deus dos relacionamentos que temos na igreja Um não sobrevive sem o outro.

3- O homicídio (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel seu irmão: Vamos ao campo Estando eles no campo sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu irmão, e o matou.”

Deus confronta Caim perguntando o motivo da sua cara feia. O texto sugere que Caim sabia por que havia sido rejeitado. Deus lhe explica que o pecado é como uma besta feroz que jaz à porta de sua vida e que era melhor não abrir essa porta. Se Caim procedesse corretamente, seu semblante seria levantado e Deus receberia sua oferta. É a primeira vez que a palavra “pecado” aparece na Bíblia. Seu significado é “desviar-se do caminho reto”. Caim deveria vigiar e se cuidar. Ele não considera a advertência divina e comete o primeiro homicídio da história. Mas não há pecado que fique encoberto aos olhos de Deus. Achando que estava destruindo a vida de Abel, ele destruiu a si mesmo.

A amargura pode se transformar em ódio, e o ódio em homicídio. Em Hebreus 12.15, somos recomendados a não permitirmos que nenhuma raiz de amargura brote, perturbe e contagie o nosso coração e o ambiente à nossa volta. É perigoso carregar tais sentimentos no coração. Provavelmente, Caim matou seu irmão muitas vezes no coração antes de assassiná-lo de fato. Por isso, o apóstolo João afirma que quem odeia a seu irmão é homicida (1Jo 3.15, Mt 5,21,24). Caim não se arrependeu, não se humilhou, não chorou. Mesmo assim, Deus o trata com misericórdia colocando-lhe um sinal para protegê-lo.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Sem um coração submisso, nem mesmo as mais preciosas ofertas podem nos tornar aceitáveis diante de Deus. Como está o seu coração? Se parece mais como de Caim ou com a de Abel?

 

RESPONDA
Marque V para verdadeira e F para falso nas afirmativas abaixo;

(V) O pecado não é um fenômeno raro ou incomum, mas presente e universal.
(V) O culto de Abel e Caim a Deus expressava o que havia em seus corações
(F) Apesar de tudo, o lar de Adão e Eva permaneceu intacto e inalterado, mesmo após a Queda.

 

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EBD – Lição 05: GÊNESIS 6 – Os Dias de Noé | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 6 há 22 versos. Suge­rimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 6.1-22 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Olá, querido(a) professor(a)! Nesta lição, que trata dos tempos de Noé, aprenderemos que as linhagens de Sete e Caim se unem e que o pecado se espalha sobre a terra. É nesse contexto que Deus adverte os homens – através de Noé – sobre as consequências inevitáveis da maldade. O próprio Jesus destacou a fé e a obediência de Noé em oposição à maldade e indiferença dos que pereceram no dilúvio, o que nos faz pensar na oposição entre os que fazem uma sincera opção pela vontade de Deus e os que, lamentavelmente, seguem sua própria vontade. É nossa tarefa, como professores e como Igreja, testemunhar o Evan­gelho para que muitos se convertam e sejam alcançados pela Graça de Deus através de Jesus.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Professor(a), começa sua aula destacando o fato de que Deus ofere­ceu à humanidade um longo tempo para que abandonasse o pecado. A misericórdia e generosidade do Cria­dor ainda aguardam que o pecador de agora também se converta e faça sua opção por Jesus. O cristão deve testemunhar uma transformação de vida tamanha, a ponto de renunciar aos antigos pecados para viver sob os princípios do Evangelho de Cristo. Se­jamos, como Noé, sinal para o mundo.

 

LEITURA ADICIONAL

Muitíssimos pecados eram cometidos em todos os lugares, e por todas as classes sociais. Qualquer um podia ver que a maldade do homem era grande; porém, Deus viu que toda imaginação, ou propósito dos pensamentos do coração humano, era de contínuo somente o mal. Esta era a raiz amarga, a fonte corrupta. O coração é enganoso e perverso; os princípios, corruptos; os hábitos e as disposições são maus. As intenções e pla­nos dos homens eram maus. Eles praticavam a maldade deliberadamente, e engenhavam a perversidade. Não havia o bem entre eles. Deus viu a maldade do homem como alguém que é ferido ou maltratado por ela. Viu-a como um terno pai contempla a necessidade e porfia de um filho rebelde e desobediente, fato que o aflige e o faz desejar não ter tido filhos.

[…] “Rasparei os homens de sobre a face da terra”; assim como se varre o pó ou a sujeira de um lugar que deve estar limpo, e se lança este pó ao monte de lixo, que é o lugar apropriado para ele. Deus fala do homem como de sua própria criatura, quando decide castigá-lo. Aqueles que não correspondem com o propósito de sua vida, perdem-na. Deus tomou esta decisão sobre os homens, depois que o seu Espírito contenderá durante muito tempo com eles; porém, em vão. Ninguém é castigado pela justiça de Deus, exceto aqueles que detestam ser reformados pela graça dEle.

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp.

 

 

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO

Gênesis 6.1-22

 

 

INTRODUÇÃO
I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO Gn 6.2-5
1– Eram duas linhagens Gn 6.2
2– Um sinal da vinda de Cristo Gn 6.5
3– Um tempo final Gn 6.3
II- NOÉ Gn ó.8-9
1– Alvo da graça Gn 6.8
2– Justo e íntegro Gn 6.9
3– Andou com Deus Gn 6.9
III- ENSINAMENTOS Gn 6.7-22
1– As advertências de Deus Gn 6.7
2– Santo em um mundo ímpio Gn 6.11
3– Qual é o nosso legado? Gn 6.22
APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO

Gênesis 5 traz uma lista de dez ge­rações, destacando nela dois homens: Enoque e Noé. A lista é caracterizada pela repetição da frase “e morreu”. A única exceção é o caso de Enoque, que compartilhou com Elias a experiência de serem os únicos na história humana transladados por Deus sem morrer. Embora a Bíblia registra apenas dez versículos acerca de Enoque (Gn 5.20-24; Hb 11.5,6; Jd 14,15; Lc 3.37), isto é suficiente para o con­siderarmos um exemplo de fé, de quem anda com Deus e o agrada. Vamos agora ao estudo do ca­pítulo 6, o qual trata de Noé.

 

I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO (Gn 6.2-5)

A humanidade havia atingido um nível de corrupção jamais vis­to e isso deixou Deus desgostoso, pelo que decidiu julgar o mundo.

1- Eram duas linhagens (Gn 6.2) “Vendo os filhos de Deus que as fi­lhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram.”

Em Gênesis 6.1 nos deparamos com o crescimento vertiginoso da raça humana e, paralelo a isso, com a multiplicação da maldade (Gn 6.5). Temos, claramente, no livro em estu­do, duas linhagem colocadas uma ao lado da outra: a linhagem de Caim (Gn 4.17-24) e a linhagem de Sete (Gn 4.25-6.32). Facilmente observamos, no capítulo 5 de Gênesis, que a genea­logia de Adão passa a ser retratada a partir de Sete. Caim é colocado de lado. Temos uma linhagem piedosa (de Sete) e uma perversa (de Caim). No capítulo 6, as duas linhagens convergem e se misturam, acele­rando a multiplicação da maldade e da violência. Há uma interpretação muito comum que trata a expressão “filhos de Deus” como anjos e não como descendentes de Sete. É im­provável que o texto esteja falando de anjos, por quatro motivos:

a) Em Lucas 3.23-38, a descendência de Sete é associada diretamente a Deus;
b) todo o contexto dos capítulos 5 e 6 está falando de homens. Por que, do nada, seriam inseridos anjos?
c) Não se fala nada de castigo para anjos, só para homens. Se “filhos de Deus” se refere a anjos, porque somente os seres humanos são castigados?
d) Je­sus disse (Mt 22.30) que o casamen­to não é algo que faz parte da consti­tuição angelical.

2- Um sinal da vinda de Cristo (Gn 6.5) “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração.”

Quando Jesus falou dos dias de Noé, relacionou-os com os dias fu­turos e imediatos à Sua vinda: “Pois assim como foi nos dias de Noé, tam­bém será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias an­teriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37-39). Em outras palavras, o que Jesus está dizendo é que, de alguma maneira, os dias de Noé seriam repetidos quando a Sua vinda se aproximasse. E como foram esses dias? Foi uma época especial­mente marcada pela secularização, crueldade, violência e indiferença para com Deus (Gn 6.11). Há duas advertências aqui:

a) Primeiro, equivoca-se quem acha que o mundo vai melhorar e me­lhorar à medida que se aproxima a volta de Cristo;
b) O mundo que an­tecederá a volta de Cristo será sur­preendido pelo seu retorno como a geração de Noé o foi com o Dilúvio.

3- Um tempo final (Gn 6.3) “Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.”

A expressão “então” estabelece uma decisão tomada por Deus a par­tir daquilo que viu e constatou. Ele decidiu abreviar o tempo daquela ge­ração. Limitou-o a 120 anos, a partir daquele instante. Isso não significa, como alguns já sugeriram, que Deus estava limitando em 120 anos a vida de todas as pessoas que viriam, pois nos capítulos seguintes veremos que as pessoas continuaram vivendo mui­to mais do que isso (Gn 11.10-32).

O que está dito é que a humanidade de então teria mais 120 anos, após quais, Deus a julgaria Ele poderia fazer isso de imediato, mas, em Sua misericórdia, opta por uma prorro­gação. Seria um tempo de graça para a humanidade, para que pudessem se arrepender e alinhar-se à vontade de Deus. Pedro deixa claro que, nesse período, Noé foi o pregador da justiça (2Pe 2.5), mas ninguém lhe deu ouvi­dos. A todos os seus pecados, aquela geração acrescentou mais este: o des­prezo pela oportunidade final conce­dida por Deus.

 

II- NOÉ (Gn 6.8-9)

Noé, cujo nome significa “conso­lador”, é uma das grandes biografias das Escrituras. Ele é mencionado em nove livros da Bíblia, num total de 50 vezes. Não foi um pequeno coadjuvante, mas um grande perso­nagem na história da redenção.

1- Alvo da graça (Gn 6.8) “Porém Noé achou graça diante do Senhor.”

Noé e os seus descendentes foram conservados e poupados primeiramente devido à graça e à misericórdia divinas. O mundo permanece porque Deus concedeu Sua graça a um homem. O mundo não foi preservado devido à tecnologia, à cultura, ao esforço ou mesmo aos méritos de alguém, mas porque Deus usou de graça. O que isso sig­nifica? Graça, aqui, vem de um verbo que significa “ser misericordioso”, “ser generoso”, “contemplar com fa­vor”. É verdade que Noé era justo e santo, como veremos a seguir, mas não foram as suas obras que o qua­lificaram, e sim a graça de Deus. Al­guém disse que Deus, em sua graça, nos dá o que não merecemos e, em sua misericórdia, deixa de nos dar o que merecemos. Deus teve misericórdia dele. A graça de Deus é um tema sublime e superlativo mas que incomoda muita gente e às vezes é combatido, inclusive na igreja, por­ que ele demonstra nossa falência e humilha nosso ego. Não merecemos nada; ninguém merece. Contudo, Deus, sendo gracioso, nos abençoa apesar do nosso demérito.

2- Justo e íntegro (Gn 6.9) “Eis a história de Noé que era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.”

Pela primeira vez, a palavra “jus­to” é mencionada na Bíblia. Não sig­nifica, obviamente, que Noé não fos­se pecador, mas demonstra que ele decidiu viver segundo um padrão de piedade negligenciado por sua gera­ção. Integridade tem a ver com aquilo que somos no recôndito mais ín­timo da nossa interioridade, quando trancamos a porta do nosso quarto e ninguém, exceto Deus, nos enxerga. Sobre integridade, Warren Buffett, grande investidor e um dos ho­mens mais ricos do mundo, tem uma frase espetacularmente profunda: “Ao procurar pessoas para contratar, você deve buscar três qualidades: in­tegridade, inteligência e dinamismo.
Se elas não tiverem a primeira, as outras acabarão com você.”

3- Andou com Deus (Gn 6.9) “Eis a história de Noé. Noé era homem justa e íntegro entre os seus contempo­râneos; Noé andava com Deus”

Noé é um dos nomes de Gê­nesis dos quais é dito que “andou com Deus”. O outro é Enoque (Gn 5.22). Um foi salvo da morte e o outro, do dilúvio. Imaginemos o que deve ter significado andar com Deus naquela geração de homens e mulheres cheios de maldade e dissoluções, quando a violência prevalecia. Noé e Enoque nos inspiram, demonstrando que o ser humano não é produto do meio, mas pode decidir, com a ajuda de Deus, que vida terá, a despeito das pressões e massificação seculares. Como disse Chesterton: “Uma coisa morta segue a correnteza. Somente quem está vivo pode contrariá-la”. Não importa quão tenebroso seja o nosso tempo, nós podemos andar com Deus. Você tem andado com Ele ou tem se pautado pela opinião da maioria? Saiba que, por causa de Jesus Cristo, andar com Deus é
um privilégio que está disponível a quem quiser. Você quer?

 

III- ENSINAMENTOS (Gn 6.7-22)

Mesmo quando abordamos assuntos negativos, encontramos lições e ensinamentos que, se co­locados em prática, nos farão bem. As Escrituras devem não apenas encher nossa cabeça e aquecer nosso coração, mas principalmen­te mudar nossa vida

1- As advertências de Deus (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrepen­do de os haver feito.”

Ficamos sabendo pelo Novo Tes­tamento que tanto Enoque como Noé foram instrumentos de Deus para advertir aquela geração e leva­da ao arrependimento. Isso mostra como Deus, por ser Santo, tem uma natureza generosa e está sempre oferecendo oportunidades ao peca­dor, pois não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11). Nos dois ca­sos, tanto Noé como Enoque foram pregadores da Palavra. De Enoque é dito, inclusive, que profetizou (Jd 14,15) e de Noé que foi “pregador da justiça” (2Pe 2.5).

As advertências de Deus pre­cisam ser levadas a sério por nós. Jesus, ao falar desse tempo, afirma que aquela geração só se deu conta da seriedade da pregação de Noé quando já era tarde demais: “… e não o perceberam, até que veio o dilúvio” (Mt 24.39). Pessoas rebeldes e fe­chadas para o arrependimento de seus pecados não ouvem as men­sagens de advertência. Estas lhes parecem delírios de gente fanática Preferem ficar no posicionamen­to anterior, achando que nada lhes acontecerá e que tudo continuará como sempre, ou que podem pos­tergar suas decisões pois ainda te­rão muito tempo pela frente. Precisamos dar ouvidos à repreensão e ao chamado de Deus hoje, pois a partir de um determinado momen­to será tarde demais.

2- Santo em um mundo ímpio (Gn 6.11) “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência.”

É possível sermos santos na nossa geração? É possível destoarmos completamente da desobediência e corrupção moral dos nossos dias? Noé diria que sim. Ele próprio foi um homem santo em um mundo ímpio e injusto como o nosso ou, talvez, pior ainda. A desculpa costumeira de que “todo mundo faz assim” não serve para o cristão. Gosto das palavras de Isaltino Gomes quando ensina­va sobre santidade: “Deus não nos chamou para sermos cópias ou clo­nes, mas para sermos o original”. A igreja não deve imitar o mundo. Antes, deve se portar como espe­lho para o mundo.

Não precisamos e não devemos ser imitadores massificados do mundo à nossa volta. Podemos e devemos ser diferentes. Lembremos do que disse Paulo, apóstolo: “E não vos conformeis a este século…” (Rm 12.2). Uma tra­dução possível seria “não tomeis o molde”. O seguidor de Jesus não é uma massa moldada pelo mundo, nem um “Maria vai com as outras”. Santificação não é adesão a uma cultura evangélica, nem ser sisudo ou um chato esquisito contra tudo e contra todos. Ser santo é ter o caráter de Cristo em nós. É viver como Ele viveu

3- Qual é o nosso legado? (Gn 6.22) “Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara.”

Não se mede a vida de uma pessoa pela sua extensão. Matusalém foi o homem que mais vi­veu sobre a terra, mas tudo que se diz dele é que gerou filhos e filhas (Gn 5.30). Noé foi um ho­mem obediente a Deus (Gn 6.22). Ele não apenas ouviu, mas colo­cou em prática aquilo que Deus lhe falou. Noé não alterou nada do que Deus lhe disse, mas seguiu à risca cada detalhe. W. Wiersb acrescenta que “a maioria das pessoas sabe que Noé construiu uma arca, porém, o que provavelmente não sabem é que ele tam­bém construiu um caráter piedo­so e uma família temente a Deus, porque se não fosse a sua família, Abraão não teria nascido, e, sem Abraão, não teria havido uma na­ção judaica, e consequentemente o Salvador”. Jesus viveu 33 anos e mudou o mundo para sempre. Ninguém obedece a Deus em vão. Esse é o legado de Noé. Qual será o nosso?

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Noé foi uma dádiva e consolação de Deus para a sua geração, embora ela não tenha usufruído disso completamente. O que nós somos para a nossa geração.

 

RESPONDA

1) No que diz respeito à Sua volta, o que disse Jesus sobre o estilo de vida da geração dos dias de Noé? R. Que ele se repetiria nos dias da Sua volta
2) Mencione duas características de Noé. R. Justo e andava com Deus.
3) Gênesis menciona dois homens que andaram com Deus. Um foi Noé. Qual foi o outro? R. Enoque

 

 

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EBD – Lição 06: Gênesis 7 a 9 – O Dilúvio | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 7, 8 e 9 há 24, 22 e 29 versos, respectivamente. Sugeri­mos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 7.1-24 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Caro(a) professor(a), esta é uma lição para pensarmos o caráter de Deus segundo Seus atos. Ao con­trário do que dizem os adversários da fé, os atos do Criador são justos, e não vingativos. Deus é santo, por isso não tolerou a devassidão que corrompeu quase toda a humanidade. Quando o homem deixa-se corromper, fica sujeito a juízo segundo suas escolhas em favor ou contra a vontade de Deus. Ora, Deus ama tanto Sua criação que Ele mesmo ensinou a Noé as medidas e formas da embarcação. Contudo, a propor­ção da destruição também revela um Deus justo. Partiu de Deus a Aliança que preserva a humanidade apesar de seus pecados, isso para que saibamos que Seu projeto é de salvação, e não de morte.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Professor, que tal começar sua aula com um panorama da atualidade? A Palavra de Deus – manifestação clara de Sua vontade – vem sendo sistematicamente afrontada por ideologias, instituições políticas e heresias religiosas. Jesus disse que, em Sua vinda, encontraria grande parte da humanidade indiferente a Deus, como nos tempos de Noé. Então, mostre aos alunos a necessidade de perseverarem em sua fé, pois a qualquer momento virá o Senhor Jesus.

 

LEITURA ADICIONAL

Morreram todos os homens, mulheres e crianças que havia no mundo, exceto os que estavam na arca. Podemos facilmente imaginar o terror que tomou conta deles. O nosso Salvador nos disse que até o próprio dia em que o Dilúvio chegou, eles comiam e bebiam (Lc 17.26-27); estavam surdos e cegos a todas as advertências divinas. A morte os surpreendeu nesta postura. Eles se convenceram do quanto haviam sido néscios, mas quando já era demasiadamente tarde. Podemos supor que tentaram todos os meios possíveis para salvarem-se, porém, foi tudo em vão. Aqueles que não se encontram em Cristo, que é a Arca, serão certamente destruídos, e destruídos para sempre. Façamos uma pausa e consideremos este tremendo juízo! Quem é capaz de prevalecer perante o Senhor quando Ele está irado? A transgressão dos pecadores será a ruína deles, mais cedo ou mais tarde, se não se arrependerem. O Deus justo sabe levar a ruína ao mundo dos ímpios (2 Pe 3.5). Que terrível será o dia do juízo e da perdição dos homens sem Deus! Felizes aqueles que fazem parte da família de Cristo e que, como tais, estão a salvo com Ele; eles podem esperar a provação sem qualquer desmaio, e regozijar-se de que triunfarão quando o fogo queimar a terra e tudo o que nela há

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 31).

 

 

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO

Gênesis 7.1-24

 

INTRODUÇÃO
I- O ANÚNCIO DO DILÚVIO Gn 6.7-7.21
1– O direito de julgar Gn 7.21
2– Os animais também? Gn 6.7
3– No tempo de Deus Gn 7.11
II- A ARCA Gn 6.15; 7.10
1- Suas dimensões Gn 6.15
2– Sua capacidade Gn 6.20
3– O dilúvio Gn 7.10
III- ENSINAMENTOS Gn 7.23; 9.11
1– O Deus dos recomeços Gn 8.16
2– O Deus das Alianças Gn 9.11
3– Um tipo de Cristo Gn 7.23
APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O dilúvio descrito em Gênesis não foi um mito, mas uma fato histórico. O fato de Jesus associá-lo com a Sua segunda vinda corrobora sua historicidade.

 

I- O ANÚNCIO DO DILÚVIO (Gn 6.7; 7.21)

Tanto os profetas (Ez 14.14), como Jesus (Mt 24.37-38) e os apóstolos (1 Pe 3.20; Hb 11.7) trataram o dilúvio como um fato histórico.

1- O direito de julgar (Gn 7.21) “Pereceu toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de animais domésticos e animais selváticos, e de todos os enxames de criaturas que povoam a terra, e todo homem.”

Há quem ache que Deus nunca intervém na história dos homens. Milhões vivem como se nunca fossem ser julgados, como se não houvesse um Deus moral que pune o pecado. Também é comum pessoas questionarem o direito de Deus em julgar Suas criaturas. Ora, Deus é o Criador e Senhor de tudo e de todos. Ele dá o fôlego de vida e tem o direito de ti­rar a vida quando quiser. O tempo todo na revelação das Escrituras nos deparamos com essa verdade: haverá uma prestação de contas final (Rm 14.12). Ninguém fugirá disso. Somos seres morais e nossas ações, decisões e intenções são avaliadas por Deus.

Historicamente, já houve várias intervenções divinas, deixando claro que Ele não deixa o pecado impune. Julgamentos históricos localizados e temporais não anulam o julgamento final, antes o afirmam (Ap 20.12). “Sabei que o vosso pecado vos há de achar” (Nm 32.23). Nos dias de Noé, Ele decidiu que interviria com juízo, e este seria rigoroso: “farei desapa­recer da face da terra” (Gn 6.7). Não havia mais remédio, o pecado havia chegado ao ponto máximo do qual o retomo não seria mais possível. Essa é uma lição para todos nós. Há um ponto sem retorno. Há um limite no qual Deus diz: “Chega!”

2- Os animais também? (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”

Foram os seres humanos que pecaram contra Deus. Por que os animais também deveriam padecer no julgamento divino? Lembremos que as Escrituras ensinam que há um conceito de so­lidariedade entre a criação. Toda a vida está interligada. Tudo que existe na terra foi criado por Deus em função do homem ou pensan­do nele, pois é ele o representante de Deus e líder na administração do planeta. No Éden, quando o casal pecou, a terra foi amaldiçoada. Agora, a humanidade é julgada e a terra sofre de novo. Nossos atos não afetam somente nossa vida, mas tudo à nossa volta. Escreven­do aos Romanos, Paulo diz que a criação aguarda e geme pelo dia da redenção (Rm 8.22). O pecado também a afetou.

3- No tempo de Deus (Gn 7.11) “No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram.”

Sabemos, a partir de Gênesis 5.25 a 27 que Matusalém foi o homem de maior longevidade na ter­ra. Viveu 969 anos. Em um sermão contido no livro “O Desafio”, Billy Graham diz que o nome Matusalém significa “Quando ele morrer isto será enviado”, referindo-se ao dilúvio. Curiosamente o dilúvio real­mente sucedeu no ano em que Matusalém morreu. Segundo o texto sagrado, ele tinha 187 anos quando gerou a Lameque. Este tinha 182 anos quando gerou a Noé. Noé, por sua vez, estava com 600 anos quan­do iniciou o dilúvio (7.11). Somando-se tudo isso chegamos à idade da morte de Matusalém e o início do dilúvio (187 + 182 + 600 = 969 anos). Coincidência? Creio que não. Devemos pensar nisso como mais um sinal da misericórdia e bondade divinas preservando a vida de Matusalém e retendo o juízo para mostrar Seu absoluto controle e soberania sobre a vida e o universo criado por Ele.

 

II- A ARCA (Gn 6.15-7.10)

Deus instruiu Noé sobre o que ele deveria fazer para escapar do juízo que viria: construir uma arca para sua salvação e da sua família.

1- Suas dimensões (Gn 6.15) “Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta, a largura; e a altura, de trinta.”

A arca seria um grande barco de madeira de cipreste com 135 me­tros de comprimento por 22,5 de largura e 13,5 de altura. A palavra “arca”, que aparece aqui no hebrai­co, só surge duas vezes na Bíblia. A outra é em Êxodo 2.3 (traduzido ali como cesto). A palavra usada para “arca da aliança” é diferente. Inte­ressante Moisés também ter sido salvo por meio de uma arca Para evitar a entrada de água, a arca foi calafetada por dentro e por fora de betume, que no grego foi traduzido pela expressão “asfalto”. As dimensões da arca exigiram um tempo muito longo de prepa­ração, separação de materiais e um projeto mínimo que garantisse o tamanho e encaixe exato das peças de madeira.

Isso também é mais uma razão dos 120 anos concedidos por Deus, desde que falou até o momento do dilúvio. Noé realmente preci­saria de muito tempo. Para termos uma ideia aproximada, em 2012, Johan Huibers, um carpinteiro ho­landês, construiu uma réplica da arca de Noé respeitando as dimensões bíblicas. O peso ficou em 2.500 toneladas com capacidade de até 5.000 pessoas. O custo total ficou em 1,5 milhões de dólares e demorou 4 anos para finalizá-la. Se hoje, com toda a tecnologia existente, Johan Huibers gastou tanto tempo, imaginemos Noé numa época tão rudimentar.

2- Sua capacidade (Gn 6.20) “Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.”

Vale lembrar que a arca não possuía leme, nem velas, pois sua finalidade era flutuar e não ser navegada. O Capitão e navegante seria o próprio Deus e não Noé. Ela possuía três pavimentos, re­presentando uma área total de aproximadamente 10.345m2. Essa área resulta num volume total de cerca de 50.168m3, com capacidade para 13.960 toneladas. Tais medidas elevam a arca de Noé à categoria de um navio de grande porte. Segundo o professor Adauto Lourenço, todo esse espaço seria suficiente para comportar 120.000 animais do porte de uma ovelha.

Espaço mais do que sufi­ciente para abrigar representan­tes dos 4 grupos de seres vivos mencionados por Deus em Gêne­sis 6 (répteis, anfíbios, aves e mamíferos). Esses quatro grupos hoje representam um total aproximado de 33.100 espécies. Estima-se que os animais tenham ocupado, no máximo, 56% de seu volume total. O restante de sua capacidade foi utilizado para armazenar alimen­tos e outros artigos necessários à sobrevivência das pessoas e dos animais.

3- O dilúvio (Gn 7.10) “E aconteceu que, depois de sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.”

A expressão no original para “dilúvio” só foi utilizada em re­lação à inundação do tempo de Noé. Trata-se de uma palavra em etimologia no hebraico. Acredita-se que o melhor significado seja “destruir”. É comum pensarmos no dilúvio apenas como chuva, mas não foi somente isso. Além das águas proveniente da chuva, a Bíblia também relata que “rom­peram-se todas as fontes do grande abismo” (Gn 7.11), o que significa que os enormes reservatórios de água debaixo da terra também vieram para a superfície. Não foi uma enchente comum. Houve a necessidade de rupturas da crosta terrestre para liberar essas correntes de águas, como se fossem gigantescas erupções vin­das do interior da terra.

Água de baixo e água de cima. No versículo 16 do capítulo 7 é dito que o Senhor fechou a porta por fora e a arca co­meçou a flutuar. Noé e os seus estão protegidos no interior da arca. Esta situação durou 150 dias, ou seja, cinco meses (7.15). Um tem­po suficiente para aniquilar toda a vida animal e humana fora da arca. Após 375 dias boiando e sendo guardado, Noé e sua família, após a autorização divina, saem da arca (8.14-16). O Deus que mandou Noé entrar, agora o manda sair.

 

III- ENSINAMENTOS (Gn 7.23-9.11)

1- O Deus dos recomeços (Gn 8.16) “Sai da arca, e, contigo, tua mulher, e teus filhos, e as mulheres de teus filhos.”

Sem dúvida, depois de passar um ano e 10 dias na arca, Noé e sua família não viam a hora de desembarcar. Ao saírem da arca, dão de cara com um novo mundo à sua espera. Noé é uma espécie de “segundo Adão”, pois, através dele e da sua descendência, a terra seria re­povoada novamente. Assim é Deus. Apesar de exercer seu juízo, Ele também é o Deus das novas chances e oportunidades. Ele não se cansa de proporcionar novos recomeços. A primeira atitude de Noé é edi­ficar um altar e oferecer um culto a Deus juntamente com sua família (8.20). É a primeira vez que apare­ce nas Escrituras a palavra “altar”. Noé está cheio de gratidão e louvor ao aproximar-se de Deus. O projeto divino continua e prossegue. Deus pune o pecado, mas a sua misericór­dia oferece um recomeço. Quando pensamos que os pla­nos de Deus fracassaram e tudo deu errado, eis que a misericórdia triunfa e um recomeço é anunciado.

2- O Deus das Alianças (Gn 9.11) “Estabeleço a minha aliança con­vosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruirá terra.”

Noé oferece o seu melhor e Deus aceita o seu culto. O texto diz que o Senhor sentiu o suave chei­ro do seu sacrifício. Essa é uma forma de dizer, de modo simples, que Deus recebeu sua adoração. Então, Deus decide graciosamente que não mais destruiria a terra com um dilúvio universal. Foi uma aliança incondicional, não apenas com Noé, mas com toda a huma­nidade depois dele. Ele garante a continuidade da humanidade até o fim da história apesar do pecado humano.

O arco-íris é um símbolo dessa aliança de Deus. Esse sinal era visível, notável, colocado nas nuvens para todos verem. O significado central de aliança é “pacto, acordo, concerto”. É um ato de Deus, originado Nele, dependendo Dele, de Sua vontade. Não é algo negociado ou que se discuta, é unilateral em seu con­teúdo. Ele não diz “firmamos uma aliança” ou “nossa aliança”, mas diz “a minha aliança” (Gn 6.18). Há uma aliança final, feita na cruz (Mt 26.28), através do sangue de Jesus. Uma aliança eterna, perfeita e eficaz garantindo que todos os que Nele creem têm a vida eterna.

3- Um tipo de Cristo (Gn 7.23)“Assim, foram exterminados todos os seres que havia sobre face da terra; o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus foram extintos da terra; ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.”

Todo estudante da Bíblia compreende a relação tipológica entre Jesus e a arca que salvou Noé e sua família. Ela é um tipo de Cristo. Assim como Noé, nós, que estamos em Cristo, fomos chamados e escolhidos pela graça de Deus para compor a Sua Igreja. Não existe salvação fora de Cristo, como não havia fora da arca nos dias de Noé. Só houve salvação para os que esta­vam na arca. Quem nela não entrou, morreu. Do mesmo modo, quem não estiver abrigado em Cristo perecerá, pois não há escapatória para o pecador longe de Jesus (Jo 3.36). Hoje é tempo de salvação. Precisa­mos anunciar isso ao mundo. A porta da arca estava aberta até pouco antes do dilúvio ter início, porém, apenas oito pessoas resolveram passar por ela. Da mesma forma, pela Porta, chamada Cristo, milhões têm tido acesso à salvação. Você já entrou por ela? Se já, tem falado dela aos demais?

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Assim como nos dias de Noé, há um juízo se avizinhando. Mas esse terá maior peso, pois será eterno. A única forma de escapar é através da porta chamada Jesus Cristo. Você já está seguro?

 

RESPONDA

Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:
1) (F) O relato de Gênesis sobre o dilúvio e a arca é absolutamente fantasioso e sem paralelo com a realidade.
2) (V) O dilúvio serve de alerta para todos nós, pois evidencia que há um limite sem retomo, ou seja, um ponto a partir do qual Deus diz: “Chega!”.
3) (V) A arca é um tipo de Cristo.

 

 

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EBD – Lição 07: Gênesis 11 – A Torre de Babel | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 11 há 32 versos. Suge­rimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 11.1-9 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Olá, professor(a)! Nesta lição veremos como o antigo pecado da soberba levou a humanidade ao desejo de fazer-se acima de Deus; de fazer seu nome mais célebre que o do Criador. Essa velha e falsa lição da serpente tem nos afastado da perfeita e agradável vontade do Criador. Esta aula é para refletirmos sobre atos pessoais ou coletivos – mesmo entre crentes – que talvez estejam sendo movidos por vaida­de e soberba. Também é ocasião para observarmos que ainda hoje há homens e instituições importantes empenhados em confrontar a Palavra de Deus. Onde quer que o crente esteja, deve deixar clara sua obediência a Deus e seu empenho em seguir, humilde e mansamente, os princípios do Evangelho.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Professor, faça uma aula parti­cipativa. Peça aos seus alunos que digam o que entendem por soberba, só depois disso exponha o conteú­do da lição. Durante a aula, mostre como Deus agiu para que Seu pro­jeto de salvação prevalecesse sobre os desejos humanos. Ao final, peça que todos mencionem exemplos de como o homem ainda tenta elevar-se acima de Deus pela tecnologia, pela política e pela ciência. Conclui mostrando que o plano de Deus prevaleceu através da humildade e obediência manifestas em Jesus.

 

LEITURA ADICIONAL

O propósito de Deus era que a humanidade formasse muitas nações e povoasse toda a terra. Desprezando a vontade divina e contrariando o conselho de Noé, a maioria da humanidade uniu-se para edificar uma ci­dade e uma torre que lhes impedisse de serem dispersos. […] Existe nesta passagem uma expressão conforme a maneira dos homens: “Desceu o Senhor para ver a cidade”. Deus é justo e bom em tudo o que faz contra o pecado e os pecadores, e não condena alguém sem antes ouvi-lo. […] Observe a sabedoria e a misericórdia de Deus nos métodos que Ele empreendeu para desfazer este projeto de construção, observe ainda a misericórdia de Deus ao não permitir que o castigo fosse igual à ofen­sa; Ele não nos trata conforme merecem os nossos pecados. Observe a sabedoria do Senhor, ao estabelecer uma forma segura de deter os pro­cedimentos deles. Se não fossem capazes de entender-se, não poderiam ajudar um ao outro; este fato os apartaria do trabalho de edificação. Deus possui diversos meios, que são eficazes, para frustrar e derrotar os projetos de homens orgulhosos que se posicionam contrários a Ele e, em parti­cular, dividem-nos entre si mesmos. Apesar de sua unidade e obstinação, Deus estava acima deles; pois quem jamais endureceu contra Ele o seu coração e prosperou? A linguagem daqueles homens foi confundida. Esta é a razão pela qual todos nós sofremos até hoje as dores e os problemas pertinentes ao aprendizado dos idiomas; tudo isto por causa da rebeldia de nossos antepassados. Ora! Quantas infelizes disputas e pelejas de pa­lavras surgem porque uns entendem mal as expressões dos outros, e, por tudo o que sabemos, devido a esta confusão de línguas.

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pg. 41-42).

 

 

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO

Gênesis 11.1-9

 

INTRODUÇÃO
I- UM SÍMBOLO DE REBELIÃO Gn 11.4-9
1- Ajuntar-se em vez de espalhar-se Gn 11.4
2– Um grande nome Gn 11.4
3– A Babilônia Gn 11.2
II- CONSEQUÊNCIAS DA REBELIÃO Gn 11.4-8
1– Centraliza o homem Gn 11.4
2– Gera oposição a Deus Gn 11.6
3- Atrai Juízo Gn 11.8
III- ENSINAMENTOS Gn 11.6-9
1– Somos uma só raça Gn 11.6
2– Um indício da Trindade Gn 11.7
3– É melhor obedecer Gn 11.9
APLICAÇÃO PESSOAL

 

 

INTRODUÇÃO

No começo, a humanidade usava uma só língua. Isso seria uma bênção não fosse o pecado. Não sabemos exatamente qual era esse idioma.

 

I- UM SÍMBOLO DE REBELIÃO (Gn 11.4-9)

O foco maior aqui é, mais uma vez, mostrar que Deus sempre frustra os planos autônomos do coração humano enquanto executa os Seus planos perfeitos.

1- Ajuntar-se em vez de espa­lhar-se (Gn 11.4) “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalha­dos por toda a terra.”

Todo o projeto de Babel configura-se como uma clara rebelião contra Deus e seus propósitos. O capítulo inicia dizendo que todos possuíam uma só linguagem e uma só maneira de falar. Isso seria bom se o pecado não desfigurasse o ho­mem inclinando-o ao mal. Interessante essa questão e ênfase do texto em torno da língua falada. A língua tem o poder de nos unir e o poder de nos desunir, dependen­do do uso que dela fazemos. A huma­nidade aqui se uniu não apenas para fazer uma torre, mas fazê-la em rebe­lião contra Deus. Os planos deles es­tavam em oposição aos de Deus e o excluíam deliberadamente. O propó­sito de não serem “espalhados pela face de toda a terra” ia na contramão do mandato cultural de Deus em Gê­nesis 1.28 e reafirmado em 9.1 após Noé e sua família saírem da arca. O propósito da união não era cumprir o projeto divino, mas substituí-lo pelos seus próprios planos. Como já foi dito: “toda geração constrói suas próprias torres”. Que torres você e eu estamos construindo?

2- Um grande nome (Gn 11.4) “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.”

Poderíamos perguntar o que havia de errado em fazer uma torre cujo topo chegasse ao céu. A ques­tão, para o escritor bíblico, era a motivação com que faziam isso – tornar-se famosos e independen­tes. Essa parece ser a constante preocupação do ser humano ao longo dos séculos, um nome gran­dioso para si mesmo, à parte de Deus. Isto veio desde o Éden e con­tinuou nas gerações subsequentes. Não pensemos que hoje é dife­rente. Mesmo na igreja, a preocu­pação, muitas vezes, não é a glória de Deus, mas enaltecer o homem. Sem se atentarem para isso, muitos cultos se tornaram antropocêntricos, ou seja, o foco deslocou-se de Deus para o próprio cultuante. As pessoas já não se reúnem em mui­tos lugares para servirem a Deus, mas para serem servidas por Ele. Torna-se necessário relembrar que o culto não é para nós e sim para Deus. Algumas pessoas avaliam o culto pelo que sentiram, pois estão interessadas apenas em si: esse é o culto antropocêntrico. O culto deve ser avaliado de outra maneira: terá agradado a Deus? Fizemos o que Deus pediu que fizéssemos? Falamos o que Ele nos ordenou? Deus foi agradado e glorificado? Agradar a Deus é o alvo do culto autêntico.

3- A Babilônia (Gn 11.2) “Sucedeu que, partindo eles do Oriente, deram com uma planície na terra de Sinar; e habitaram ali.”

O significado literal de “Babel” é “portal dos deuses”, mas passou a significar “lugar de confusão”. Trata-se de um jogo de palavras significando que Deus os confundiu. Quando o homem tenta fazer o céu sem Deus, diz um comentarista, tudo que produz é confusão. A hu­manidade foi se deslocando, confor­me o relato, do oriente para a terra de Sinear, considerada a planície da Babilônia. “Habitaram ali”, diz o texto. Nasce, assim, a Babilônia. Depois ela acabou se tornando uma grande cidade e um grande império. Nas Escrituras, essa cidade veio a simbolizar a crescente corrupção moral, rebeldia contra Deus, a su­perstição e o orgulho (Is 47.8-13; Ap 17 e 18). No Apocalipse ela é contrastada com a Jerusalém ce­lestial, que glorifica a Deus (Ap 21.10,24-27). A Babilônia terrena é chamada de prostituta, enquanto a Cidade Santa do céu é chamada de noiva de Cristo.

 

II- CONSEQUÊNCIAS DA REBELIÃO (Gn 11.4-8)

Vejamos algumas característi­cas e perigos da rebelião.

1- Centraliza o homem (Gn 11.4) “Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalha­dos por toda a terra.”

O plural do texto é significativo. Rebeldes não costumam cair sozi­nhos, sempre levam outros. Eles queriam tornar célebre o nome de­les. Queriam os holofotes, a fama, ser o centro de todas as coisas. Toda vez que tocamos no tema “rebelião”, veremos essa subleva­ção do ego humano. Mesmo depois do juízo de Deus ser revelado por meio do dilúvio, vemos que o ho­mem continua o mesmo. O homem pecador não mudou em nada. O pecado sempre resulta do desejo de sermos independentes, grandes e donos da nossa vida, sem ter nin­guém a quem prestar contas. Sítios arqueológicos daquela região têm descobertos “zigurates” (construção piramidal para fins re­ligiosos). A torre construída, pos­sivelmente, possuía uma estrutura assim, com locais de sacrifícios no topo. O objetivo, segundo Warren Wiersbe, era que, tornando-se céle­bres, não apenas fossem admirados, mas também mais e mais gente se juntasse a eles, numa espécie de “nações unidas”, falando um único idioma e habitando num único lu­gar. Só faltou a aprovação divina.

2- Gera oposição a Deus (Gn 11.6) “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma lingua­gem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.”

A rebeldia é uma afronta a Deus e ao Seu santo nome, e não é bom termos Deus como opositor (Hb 10.31). Hoje, muitas decisões de nações e seus órgãos representativos, ainda que tomados de forma democrática e diplomática, são uma afronta ao caráter santo de Deus e um dia chegará a pres­tação de contas. Parece haver uma mobilização dos homens contra o Senhor e a influência da Sua Pala­vra, por meio de muitos governan­tes e líderes em todas as esferas da sociedade (política, social, edu­cacional, comunicação, entreteni­mento, mídia etc). O mundo caminha em clara oposição aos padrões e propósi­tos de Deus revelados na Sua Palavra e essa situação só tende a piorar. Episódios como o da torre de Babel nos mostram uma verdade: de Deus ninguém zomba. Há duas grandes ironias no texto:
a) Enquanto os homens procuravam subir, Deus desceu. É comum os homens gabarem-se dos seus feitos, ainda que muitos deles se­jam pequenos e inexpressivos. Enquanto os habitantes da terra pensavam que estavam fazendo algo tão grande que alcançaria os céus, Deus precisou descer para enxergar o que faziam, numa clara indicação do quão insignificante e desprezível era tudo aquilo;
b) “Cujo tope chegue até aos céus” (11.4). Os construtores de Babel não atentaram para outro princí­pio bíblico: ninguém chega perto do céu subindo, mas descendo e se humilhando. Eles estavam na contramão.

3- Atrai juízo (Gn 11.8) “Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra; e ces­saram de edificar a cidade.”

Quando Deus diz uma coisa e nós optamos por fazer algo di­ferente, o resultado será sempre caótico e triste. Gostamos muito de Romanos 8.31: “Se Deus é por nós quem será contra nós?”, mas como nos sentiríamos se invertêssemos o versículo? Se Deus for contra nós, o que faremos? O juízo de Deus vem novamente. Em primeiro lugar, confundindo a linguagem deles (11.7). Em segun­do lugar, espalhando-os pela face da terra (11.8,9). É impossível alguém lutar contra Deus e prevalecer. O resultado será sempre amargo e infeliz. O homem pode chamar seu pecado de lapso, erro ou fraqueza, mas a Bíblia chama de desobediên­cia à vontade de Deus e fonte de morte. O desejo do homem de fazer o seu próprio caminho não leva a um bom lugar (Pv 14.12). Lemos esse texto e os achamos extremamente tolos, achando que poderiam se dar bem mesmo desafiando a Deus, mas quantas vezes, individualmente, não pensamos o mesmo?

 

III- ENSINAMENTOS (Gn 11.6-9)

A beleza das Escrituras tam­bém é revelada nos piores cená­rios. Mesmo em meio à confusão há ensinos positivos para avaliarmos e refletirmos. Senão, vejamos:

1- Uma só raça (Gn 11.6) “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma lingua­gem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.”

Indiscutivelmente, a humani­dade é uma só. Aprendemos isso no Gênesis. Todos descendem de Adão e Eva e, posteriormente, da família de Noé (At 17.26). Não há raças superiores. Nada mais tolo e afrontoso aos olhos de Deus do que esse desejo supremacista de alguns povos de se imporem aos outros por se acharem melhores ou oriundos de uma cepa superior. Deus ridicu­lariza a e joga por terra o orgulho hu­mano (Jr 51.53). Apenas Ele, e mais ninguém pode promover a verda­deira união entre os homens. Warren Wiersbe diz que “aquilo que a humanidade não pôde realizar por meio das suas ‘torres de orgulho’, Je­sus Cristo realizou ao morrer numa cruz de humilhação. Na igreja de Jesus existe a verda­deira união proposta e estabelecida por Deus conforme Gálatas 3.8. A igreja é multiforme, mas também um único povo. Um dia, todos os que estão em Cristo partilharão da eternidade celestial e darão glórias ao Cordeiro, independentemente da raça, cor, língua ou tribo (Ap 7.9).

2- Um indício da Trindade (Gn 11.7) “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro.”

Essa é a terceira vez no Gêne­sis que encontramos uma expres­são plural para se referir a Deus. A primeira foi em 1.26 (“façamos o homem…); a segunda, em 3.22 (“en­tão disse o Senhor Deus: o homem agora é como um de nós…) e aqui, no episódio de Babel (“vinde, desçamos e confundamos”). O que significam essas expressões? Se só existe um único Deus, por que essas expres­sões estão no plural? Isto tem susci­tado não somente curiosidade, mas muita polêmica. Entendemos ser uma indicação de que na unidade divina existe mais de uma pessoa, ou seja, há uma pluralidade de pes­soas no ser de Deus. Deus é trino e ao mesmo tempo único. Não somos politeístas. Há um só Deus. Mas este Deus único subsiste em três pes­soas distintas e ao mesmo tempo iguais: Pai, Filho e Espírito Santo.

3- É melhor obedecer (Gn 11.9) “Chamou-se lhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a ter­ra e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.”

A Palavra de Deus deixa claro que “o mundo inteiro jaz no malig­no” (1Jo 5.19). E qual o resultado ou efeito disso? Basta olhar à nossa volta. O homem rebelde busca sua própria vontade. O que vemos hoje, em nossa geração, é um mundo em rebeldia buscando fazer a sua pró­pria vontade em direta e aberta desobediência ao plano de Deus. O mundo caído se orienta não pela vontade revelada de Deus, mas pelo seu próprio coração peca­dor, e quanto ao resultado disso, re­pito, batalhamos em volta. Urge anunciarmos o Evangelho de Jesus Cristo, que convida o homem a abandonar o caminho da rebelião e ajustar sua vida com Deus. A chave da bênção é, e sempre será, a obe­diência. Não há vida autêntica fora da vontade de Deus, apenas morte e decadência. Em oposição, há paz e satisfação quando a obedecemos. Curiosamente, Jesus nunca disse: “adore-me”. Seu chamado era “se­gue-me”. Como já foi dito: “é mais fácil adorar alguém do que seguir alguém”. Mais do que culto, Deus requer de nós obediência.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Obedecer a Jesus é a única forma de vencermos o maior ídolo do ser humano: ele mesmo. Esse é o chamado do Evangelho. Você já o recebeu?

 

RESPONDA

1) Embora significasse “portal dos deuses*, o que passou a significar “Babel”? R. Lugar de confusão
2) Mencione duas características da rebelião. R. Opõe-se a Deus e traz a Sua disciplina.
3) Segundo a lição, o que significa a expressão “desçamos e confundamos”? R. Uma dará indicação da Trindade divina.

 

 

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REVISTA NA ÍNTEGRA – 1º TRIMESTRE DE 2023

 

Lição 1, Betel, Do Éden a Babel, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- Elohin: o Criador e Senhor da História

1-1- O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo

1-2- O DEUS que vela por Sua Palavra

1-3- A semente da mulher

2- O coração do homem e o coração de DEUS

2-1- O mal no íntimo do homem

2-2- A tristeza no íntimo de DEUS

2-3- Graça em meio ao juízo

3- A origem das três civilizações antigas

3-1- Uma nova terra

3-2- As três civilizações

3-3- A grande confusão

 

 

TEXTO ÁUREO

E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Gênesis 3:15

 

 

VERDADE APLICADA

O Senhor DEUS, que criou todas as coisas conforme a sua vontade, é poderoso para cumprir o seu glorioso propósito.

 

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Mostrar DEUS como o criador e Senhor da história.

- Apresentar o coração do homem e o coração de DEUS.

- Explicar a origem das três civilizações antigas.

 

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - Gênesis 1:26-28, 31

26 E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27 E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou.
28 E DEUS os abençoou e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

31 E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Gn 1.26-31 A criação dos seres viventes.

TERÇA Gn 3.1-8 A queda do homem.

QUARTA Gn 3.7-19 DEUS prometeu redimir a humanidade.

QUINTA Rm 5.19-21 A graça superabundou o pecado.

SEXTA Hb 8.6-11 CRISTO é mediador de um pacto eterno.

SÁBADO Ap 21.1-4 O novo céu e a nova terra.

 

HINOS SUGERIDOS - 124, 139, 258

MOTIVO DE ORAÇÃO - Ore para que possamos colocar mais nossa confiança em DEUS e Seus propósitos.

 

 

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos lições baseadas no livro de Gênesis, identificado como o livro dos começos. Na presente lição serão enfatizados os seguintes assuntos: a maravilhosa e perfeita obra da redenção já tinha sido planejada por DEUS antes da fundação do mundo; a multiplicação da maldade na humanidade; e a origem das nações e dispersão dos povos.

 

 

1- Elohin: o Criador e Senhor da História

Como o povo de Israel que nasce na glória dos propósitos de DEUS acaba aparecendo em estado de escravidão no Egito? O livro de Gênesis nos responde esta pergunta.

 

 

1-1- O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo

O plano de redenção divina não foi um desesperado plano B de DEUS para resolver o problema da queda. Aquele que teria o calcanhar ferido pela serpente é o mesmo descendente da mulher que lhe esmagaria a cabeça na cruz (Gn 3,15). Mas sua morte estava determinada antes da fundação do mundo (Ap 13,8). Precisamos ler toda a Escritura tendo isso em mente.

 

SUBSÍDIO 1-1

Comentário Bíblico Moody — Gênesis 3: "Assim, temos nesta famosa passagem, chamada protevangelium (primeiro evangelho), o anúncio de uma luta prolongada, antagonismo perpétuo, feridas de ambos os lados, e vitória final para a semente da mulher. A promessa de DEUS de que a cabeça da serpente seria esmagada apontava para a vinda do Messias e a vitória garantida. Esta certeza entrou pelos ouvidos das primeiras criaturas de DEUS como uma bendita esperança de redenção."

 

 

 

1-2- O DEUS que vela por Sua Palavra

O desenrolar histórico que se deu desde esta promessa divina no Éden até a sua consumação, não consiste em acidentes aleatórios, obras do acaso e trapalhadas humanas. DEUS conduziu e conduz a história de uma forma misteriosa, amorosa e soberana para que o que Ele prometeu permanecesse de pé. O redentor viria como semente da mulher — uma referência clara à encarnação do Verbo e nascimento virginal do CRISTO. E esta mulher descenderia de Israel. Daí, DEUS, ao preservar Israel em toda a sua história de erros e fracassos, está garantindo o cumprimento daquilo que Ele prometeu, pois DEUS mesmo cuida para que Sua Palavra se cumpra [Jr 1.12; Ml 3.6].

 

SUBSÍDIO 1-2

No verso de Jeremias, DEUS deixa claro que Ele mesmo cuida para que aquilo que Ele prometeu se cumpra. O próprio DEUS ilustra Sua prontidão em cumprir Suas promessas com uma vara de amendoeira, cujo termo no hebraico é semelhante à palavra “vigiando".

Antes de ser fiel aos Seus servos, Ele é fiel a Ele mesmo. As promessas de DEUS são um compromisso dEle com Ele mesmo. Em Malaquias isso é reforçado em nossa relação com Ele. Fica claro que, na aliança que DEUS tinha com Israel, se dependesse de Israel, DEUS já os teria destruído completamente. Ou seja, a única razão para Israel ainda estar sendo preservado; era porque, ainda que o homem mude e abandone seus compromissos com DEUS, DEUS, por amor a Sua glória, não muda em Suas promessas.

 

 

1-3- A semente da mulher

A serpente (o diabo que estava nela) que estava no Éden ouviu numa mesma frase DEUS falar tanto do destino de CRISTO assim como do seu próprio destino [Gn 3.15]. Ainda assim passou a história tentando impedir que o descendente da mulher viesse ao mundo. Quando Israel estava no Egito, Faraó tenta exterminar a próxima geração de hebreus matando os recém-nascidos machos para eliminar possíveis ameaças de rebeliões [Êx 1.16]. Se esta loucura tivesse pleno sucesso, a raiz pura de Israel de onde o redentor nasceria se perderia com a miscigenação egípcia.

Por trás da intenção insegura e infanticida de Faraó, estava a serpente tentando "ferir o calcanhar" de Israel para que o redentor não chegasse a nascer. DEUS, porém, salvou das águas a Moisés [Êx 2.1-9], varão hebreu de sangue puro que redimiria Israel da escravidão egípcia. DEUS usou Moisés como um tipo Daquele que no futuro viria para libertar o povo da escravidão do pecado [Mt 1.21; Jo 8.36].

 

 

SUBSÍDIO 1-3

R. Cole (Êxodo: introdução e comentário, Vida Nova, 1980, p. 54): "Essa vã tentativa de eliminar o povo de DEUS encontra seu paralelo no Novo Testamento quando Herodes tenta destruir toda uma geração de meninos em Belém [Mt 2.16]. Todavia, como no Novo Testamento, o agente escolhido de DEUS é protegido; nem Faraó nem Herodes podem se opor ao plano de DEUS.

 

 

2- O coração do homem e o coração de DEUS

Após a queda do homem, a caminhada da humanidade foi cada vez mais degradante. Gênesis, cujo significado simples significa começo, sinaliza de fato o começo de tudo. Inclusive do sofrimento na história humana.

 

 

2-1- O mal no íntimo do homem

O primeiro homicídio dentro da primeira família com Caim e Abel mostra como a raça e sua história seria marcada pelo "morrerás" decretado no Éden [Gn 2.17]. Não só a morte, mas o homicídio entrou na rotina humana e não saiu mais. Pelo contrário, foi institucionalizado [Gn 4.15; 9.6]. Caim e Abel foram os primeiros irmãos e Caim o primeiro homicida. Champlin, em seu comentário sobre o primeiro homicídio em Gênesis, diz: "Essa narrativa simboliza a degeneração humana desde o princípio. Nada havia no meio ambiente de Caim que o tivesse levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade no íntimo.

 

 

SUBSÍDIO 2-1

É impressionante perceber como virtude de Abel estimulou o pecado no interior de Caim. Esta é a natureza do mal em que se encontra o homem após a queda. O ambiente não explica nem origina a maldade. Ela já está à porta da alma esperando oportunidade de manifestar as trevas interiores [Jo 3.20].

 

 

2-2- A tristeza no íntimo de DEUS

O mal no íntimo do homem manifestou a tristeza no íntimo de DEUS. A forma mais próxima de descrever esta tristeza de DEUS estão nas palavras: "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração." [Gn 6.6]. Esta tristeza é revelada depois que DEUS constata o estado avançado do coração humano para o mal [Gn 6.5]. Esta constatação culminou no dilúvio. É nos dito que DEUS se arrependeu de haver feito o homem e decide fazê-lo desaparecer da face da terra [Gn 6.7]. Porém, uma família foi salva. A família de Noé.

 

 

SUBSÍDIO 2-2

Comentário Bíblico Broadman, JUERP, 1987 - p. 196: "O verbo arrependeu-se (literalmente, suspirar) descreve o fato de se arrepender e de ficar triste apenas em sentido derivado. O escritor não quer dizer que DEUS lamenta ter criado o homem, mas que Ele suspira de tristeza com o que está acontecendo. Uma coisa era prever o pecado do homem; outra, enfrentá-lo. Os três verbos deste versículo: arrependeu-se, feito e pesou provêm da mesma raiz, da mesma forma como as três principais palavras da declaração de Lameque, em 5.29: "consolará... obras... trabalho." mesma forma como as obras dos seres humanos lhes produziam dores, os seus atos na esfera moral causaram sofrimentos ao seu Criador" (Cassuto)."

 

 

2-3- Graça em meio ao juízo

Após descrever a corrupção que assolava a humanidade, a maldade se multiplicando e a decisão do Senhor de destruir da face da terra o ser humano, o escritor sagrado apresenta um "porém" [Gn 6.8] o termo que expressa um contraste: há um homem que tem fé em DEUS, obedece a DEUS, anda com DEUS. Pela graça de DEUS, manteve-se puro em meio a uma geração corrompida [Gn 6.9; Hb 11.6-7]. Noé não se conformou com o modus vivendi de sua geração [Fp 2.15; 2Pe 2.5]. O relato da epístola aos Hebreus e da primeira de Pedro [1Pe 3.20] fazem menção da salvação da família de Noé. Dentre tantas lições preciosas a serem extraídas deste texto, destacamos: 1) A graça de DEUS continua se manifestando de maneira superabundante; 2) A influência positiva de Noé sobre sua família antes do dilúvio; 3) A fé que resulta em obediência a DEUS e um viver justo e reto.

 

 

SUBSÍDIO 2-3

DEUS disse que Noé foi o único justo que DEUS encontrou naquela geração [Gn 7.1]. Porém, Paulo faz uso da teologia da queda do Antigo Testamento para concluir que "não há um justo sequer" [Rm 3.10]. Como entender isso? Existem homens que são mais justos ou mais pecadores que outros. Porém, a justiça que salva não é aquela que podemos observar em comparação aos homens, mas é uma justiça que reflete a pureza e santidade de DEUS. Neste quesito, não há um justo sequer. Para sermos salvos por DEUS, precisamos deste tipo de justiça que vem de DEUS por meio de CRISTO. Uma justiça que se manifesta no evangelho. Que não é por mérito, mas pela graça de DEUS. (a justificação se dá pela fé e não por obras – Noé está na galeria da fé de Hebreus 11 – acréscimo meu Pr. Henrique).

 

3- A origem das três civilizações antigas

Quando Noé estava construindo a arca, o som das suas marteladas na madeira era engolido pelo barulho da vida desregrada em que vivia sua sociedade. Agora, porém há um completo silêncio e uma terra vazia para um novo começo.

 

 

3-1- Uma nova terra

DEUS deu a Noé o que deu a Adão: missão e autoridade. Ele deveria se multiplicar, encher a Terra e dominá-la [Gn 9.1-3]. Temos um paralelo com o Éden aqui. O dilúvio é um novo começo. Porém, não no jardim, e não sem pecado. Por esta razão a lei a respeito do valor da vida foi estabelecida. Quem tirasse uma vida teria a vida tirada, sob a perspectiva de que cada ser humano carrega a imagem de DEUS [Gn 9.5-6]. Estabelecido este mandamento e dada a Noé sua missão, DEUS faz com ele e seus descendentes Sua aliança. Esta aliança divina, porém, se enquadra mais com uma promessa divina, pois não há parte requerida ao homem para que DEUS não destrua mais o mundo com águas [Gn 9.9-17]. A partir dos filhos de Noé, toda a terra foi repovoada [Gn 9.19].

 

 

SUBSÍDIO 3-1

Expressões como "E lembrou-se DEUS de Noé" [Gn 8.1] e "Então me lembrarei do meu concerto" [Gn 9.15] têm a mesma natureza da expressão "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra" [Gn 6.6], que é falar em linguagem humana a respeito de DEUS. Chamamos isso de antropomorfismo, quando DEUS é representado em forma humana ou antropopatismo, quando é representado por emoções humanas. Deve-se entender a dificuldade e limitações do escritor bíblico em traduzir a revelação de DEUS aos homens, buscando as melhores palavras que dispunha para conseguir se fazer entendido. Tais palavras são sempre insuficientes, porém as melhores que ele tinha.

 

 

 

3-2- As três civilizações

Com o início de uma nova humanidade, os três filhos de Noé se tornaram os pais das três grandes civilizações do mundo antigo [Gn 10.32]. Sem deu origem aos semitas, de onde surgiriam os judeus, de quem nasceria o Messias. Os outros dois filhos de Noé deram origem às duas grandes civilizações gentílicas. Jafé se tornou o pai de uma grande parte dos gentios com história de expansão, poder e prosperidade. De Cam nasceram os povos canaanitas, que ocuparam as regiões de Canaã. Sob a bênção de DEUS, similares às dadas a Adão [Gn 1.22, 28], as três civilizações se multiplicaram, repovoando a terra para um novo começo [Gn 10.1-3].

 

 

SUBSÍDIO 3-2

No dilúvio, apenas Noé e sua família receberam livramento do Senhor. Depois que as águas baixaram, Noé sai da arca e adora a DEUS junto com sua família. Ele deveria recomeçar a civilização como se fosse um novo Adão. Cada um dos seus três filhos deu origem às três grandes civilizações do mundo antigo. Os semitas encontraram o destaque na história da redenção, pois seriam, através de um relacionamento mais íntimo por meio da lei, o canal de DEUS para reconciliar todas as nações ao Criador.

 

 

3-3- A grande confusão

A criação de DEUS indica a ordem sobre o caos [Gn 1 ,2-3]. O propósito criativo sobre o vazio, "Tudo foi criado por ele e para ele" [Cl 1.16]. Ou seja, tudo o que DEUS fez e faz é para a glória do Seu nome. Ele cria a humanidade e dá dons e habilidades aos homens para que estes, por meio dos feitos, propaguem a glória do nome de DEUS em sua multiforme sabedoria. Porém, o que vemos em Babel retrata como o homem falha em dois aspectos: ao invés de se espalharem como portadores da glória de DEUS ao mundo, eles se ajuntam. Além disso, usam sua capacidade para honrar seu próprio nome [Gn 11.3-4]. A resposta de DEUS à ordem humana que contraria o propósito de DEUS é a confusão [Gn 11.7-9]. A ação divina, porém, em confundir a língua também foi solução divina para a propagação daqueles que carregam a Sua imagem.

 

 

SUBSÍDIO 3-3

Podemos ver a bênção e a ordem de DEUS para que Noé se multiplica sobre a Terra [Gn 9.1] na genealogia do capítulo 10. Todas as nações posteriores descendendo de uma mesma raiz genealógica e se espalhando com características distintas. O dilúvio, uma das grandiosas intervenções divina, demonstra que DEUS não deixa o homem por sua própria conta. Com Noé Ele julga, em Babel Ele perturba e em Abraão Ele chama. A rotina do povo antediluviano era comer, beber e dar-se em casamento. Tudo isso, porém era feito como se não existisse um DEUS. CRISTO diz que este será o ambiente que precederá a Sua vinda, Estamos vivendo tempos diferentes disso?

 

 

CONCLUSÃO

A entrada do pecado na história afetou não apenas a humanidade, mas, também, a própria natureza. Porém, tal tragédia não surpreendeu o Criador, pois o perfeito plano da redenção já estava delineado desde a fundação do mundo.

 

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Para me ajudar – 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva (EBD NA TV)