Escrita Lição 11, Betel, Ageu, Um chamado para despertar da inércia, 3Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 11, Betel, Ageu, Um chamado para despertar da inércia, 3Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV

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EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2023 TEMA, PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. Escola Bíblica Dominical 

 https://youtu.be/UPClh6RZ3vE?si=NT6ZYPzQzqaBhg-w Vídeo

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/08/escrita-licao-11-betel-ageu-um-chamado.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/08/slides-licao-11-betel-ageu-um-chamado.html

PowerPoint https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-11-betel-ageu-um-chamado-para-despertar-da-inrciapptx

TEXTO ÁUREO

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos.” Ageu 1.7

  

VERDADE APLICADA

O discípulo de Cristo precisa estar sempre revendo suas prioridades, se estão de acordo com a Palavra de DEUS

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o cenário do profeta Ageu.
Destacar a necessidade do arrependimento.
Extrair lições do livro de Ageu para os nossos dias

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - AGEU 1

1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
2 Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada.
3 Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo:
4 É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Ag 1 Exortação para reedificar o templo.
TERÇA Ag 2.1-9 A glória do segundo templo.
QUARTA Ag 2.8 “Minha é a prata, e meu é o ouro”
QUINTA Ag 2.10-19 Repreensão e promessa de bênção.
SEXTA Ag 2.22 A destruição dos inimigos.
SÁBADO Ag 2.23 A elevação de Zorobabel.

 

HINOS SUGERIDOS: 93, 108,115

  

MOTIVO DE ORAÇÃO - Ore para que o Reino de Deus seja prioridade em sua vida.

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DO PROFETA AGEU

1.1 Conhecendo um pouco mais o profeta

1.2 A mensagem do profeta

1.3 Convocação à reconstrução do Templo

2- A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

2.1 O povo obedece a ordem de DEUS

2.2 O novo Templo

2.3 Deus promete abençoar o povo

3- AGEU PARA HOJE

3.1 Prioridades erradas

3.2 A importância do encorajamento mútuo

3.3 Promessas valiosas de DEUS

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

 

LIÇÃO 11 – AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA

4º Trimestre de 2012 - Data: 16 de Dezembro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

 

VERDADE PRÁTICA

A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.

 

HINOS SUGERIDOS - 111, 394, 406.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda – 2 Cr 36.23 O rei da Pérsia e o Templo

Terça – Ed 3.10 Lançam-se os alicerces do Templo

Quarta – Ed 4.3 A edificação do Templo

Quinta – Ed 4.23,24 O embargo da construção

Sexta – Ed 5.1,2 Reinicia-se a construção do Templo

Sábado – Ed 6.14 A nação prospera pela profecia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ageu 1.1-9.

1 – No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:

2 – Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada.

3 – Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo:

4 – É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?

5 – Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.

6 – Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado.

7 – Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.

8 – Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR.

9 – Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? — disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.

 

INTERAÇÃO

O Templo era o símbolo visível da aliança de Deus com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: “Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!”. Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de Deus, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, “a glória da segunda Casa será maior que a da primeira”. Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de Deus e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra. Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.

 

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.
Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo.
Saber que temos responsabilidade diante de Deus e dos homens.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Reproduza o esboço abaixo conforme as suas possibilidades. Utilize-o para introduzir a lição. Explique que o livro do profeta Ageu pode ser divido em duas partes principais: a primeira, “a reconstrução do Templo”; a segunda, “o esplendor futuro do Templo”. Dê ênfase à palavra-chave, pois a profecia de Ageu gira em torno deste tema. Conclua dizendo que devemos encarar a nossa responsabilidade na obra de Deus não como um fardo pesado, mas como um grande privilégio.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE AGEU

Parte I — Reconstrução do Templo (1.1-15)

(1.1) …………………………… Introdução.

(1.2-11) ……………………… Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.

(1.12-15) ……………………. Segundo oráculo: resposta e compromisso.

Parte II — Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)

(2.1-9)………………………..Terceiro oráculo: compromisso e promessas.

(2.10-23)…………………….Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.

 

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave - Templo: Espaço ou edifício destinado a culto religioso.

 

De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.

 

I. O LIVRO DE AGEU

1. Contexto histórico. No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período pós-exílio. Por isso, é fundamental ler os seis primeiros capítulos do referido livro, para compreendermos o profeta Ageu. O rei Ciro, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá.

a) Cambises. Ciro reinou até 530 a.C, ano em que faleceu. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de Deus em Jerusalém (Ed 4.23).

b) Dario Histaspes. Após a morte de Cambises, Dario Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como “Dario” (Ed 6.1,12,13).

2. Vida pessoal. Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento. O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14). Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio. Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: “no ano segundo do rei Dario” em 520 a.C (1.1; Zc 1.1). O fato de Ageu apresentar-se como “profeta” (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado. Além dele, apenas Habacuque e Zacarias mencionam o ofício profético em suas apresentações (Hc 1.1; Zc 1.1).

3. Zorobabel. A profecia de Ageu foi dirigida “a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (v.1). Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6,7; 12.1). A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27). Dessa forma, Jesus é o “Filho de Davi”, mas também de Zorobabel.

4. Estrutura e mensagem. O livro consiste de quatro curtos oráculos. O primeiro foi entregue “no sexto mês, no primeiro dia do mês” (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto]; o segundo, “no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês” (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro]; o terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, o “vigésimo quarto dia do mês nono” (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro]. A revelação foi dada diretamente por Deus (vv.1,3). Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. O tema do livro é reconstrução do Templo. Dos a 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de Deus, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18). Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27).

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de Deus em Jerusalém.

 

II. RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES

1. A desculpa do povo. Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2). O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir. Por isso, o Senhor evita chamar Judá de “meu povo”, referindo-se a eles como “este povo”. Em outras palavras, Deus não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).

2. Inversão de prioridades (vv.3,4). O oráculo volta a dizer que a Palavra de Deus veio a Ageu (v.3). Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa. Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4). Era uma opção insensata. Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16). O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).

3. Um convite à reflexão. No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio Deus quem fala. Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.

 

III. A EXORTAÇÃO DIVINA

1. Crise econômica. O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano. Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco. A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos. A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de Deus (v.6). Tudo isso “por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa” (v.9). Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40). Era o resultado da ingratidão do povo. Por isso, o profeta convida a todos a refletir (v.7).

2. A solução. Nem tudo estava perdido! Deus enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo. O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com Deus: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de Deus. Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8). Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos. Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente. O Espírito Santo atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).

3. O Segundo Templo. Enquanto isso, na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo. Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra. Ele ainda pediu oração ao povo de Deus em seu favor (Ed 6.7-10). Finalmente, o Templo foi inaugurado em 516 a.C, “no sexto ano de Dario” (Ed 6.15). Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. E assim, a presença de Deus no Templo fez da glória da segunda Casa maior que a da primeira (2.9).

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A presença de Deus no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.

 

CONCLUSÃO

A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como fardos pesados, mas recebê-los como algo sublime. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por Jesus a atuar na seara do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e Deus seja glorificado (Mt 5.16).

 

VOCABULÁRIO

Hegemonia: Supremacia, superioridade.
Embargo: Impedimento, obstáculo.
Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.
Inóspito: Lugar em que não se pode viver.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

1. Quem embargou a construção do Templo de Jerusalém, e quem depois vetou esse embargo?

R. Cambises, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23).

2. Quem liderou os remanescentes de Judá no retorno de Babilônia para Jerusalém?

R. Zorobabel e Josué, filho de Jozadaque.

3. Qual o tema do livro de Ageu?

R. A reconstrução do Templo.

4. O que representa o gesto de desprezo peia Casa de Deus?

R. Representa o gesto de ingratidão do povo judeu.

5. O que fez a glória da segunda Casa ser maior do que a da primeira?

R. A presença de Deus.

 

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LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Os Doze Profetas Menores - Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de CRISTO.
Comentários da revista da CPAD: Pr. Esequias Soares
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
QUESTIONÁRIO
 
 
TEXTO ÁUREO 
"Mas buscai primeiro o Reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
 
 
VERDADE PRÁTICA 
A verdadeira profecia liberta o povo da indiferença e do comodismo espiritual.
 
 
LEITURA DIÁRIA 
Segunda - 2 Cr 36.23 O rei da Pérsia e o Templo
Terça - Ed 3.10 Lançam-se os alicerces do Templo
Quarta - Ed 4.3 A edificação do Templo
Quinta - Ed 4.23,24 O embargo da construção
Sexta - Ed 5.1,2 Reinicia-se a construção do Templo
Sábado - Ed 6.14 A nação prospera pela profecia
 
Veja http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-nic-4tr11-quandoacrisemostraasuaface.htm
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Ageu 1.1-9
1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo: 2 Assim fala o SENHOR dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada. 3 Veio, pois, a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: 4 É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? 5 Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 6 Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado. 7 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. 8 Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o SENHOR. 9 Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa.
 
Comentário rápido - Ev Henrique
Nove profetas menores já profetizaram até aqui sobre o cativeiro de Israel e os juízos de DEUS sobre Israel, tanto do norte como sobre Judá devido a sua idolatria.
Agora o império babilônico cai. O império vigente agora é o Persa.
O profeta Ageu é o primeiro dos profetas menores a profetizar após o cativeiro babilônico. Ageu - seu nome significa festa, alegria de voltar a Jerusalém e celebrar festas ao Senhor. Profetizou na época do profeta Zacarias.
Após 70 anos de cativeiro como Jeremias havia profetizado o rei Ciro II ou Ciro” o grande”, rei da Pérsia, 2 Cr 36.22 permitiu e incentivou o povo de Israel a viajarem para Jerusalém para que a casa do Senhor  fosse reconstruída. Nessa época Daniel faleceu. Nem todos desejaram voltar, mas aqueles que se prontificaram voltaram sob o comando de Zorobabel que tinha a primazia sobre eles por ser descendente direto dos reis e junto com o sumo sacerdote Josué.
Quem estava bem financeiramente ficou em babilônia e região. Todos já haviam sido curados da idolatria aos deuses da terra de Canaã.
O rei Cambises ordenou que fosse paralisada a obra do templo por ouvir a denúncias de inimigos dos judeus que moravam na região, principalmente os samaritanos.
O rei Dario Histaspes autorizou a continuação da obra do Templo (Ed 6.1,12,13). Até pediu a oração do povo em seu favor.
O pecado do povo agora não era a idolatria, mas o amor ao dinheiro. Desanimaram de construir o templo e passaram a se dedicar a embelezar suas próprias casas.
Qual era a situação desse povo? A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de DEUS (v.6). Por que? Era o castigo de DEUS pela desobediência e quebra da aliança que DEUS tinha com eles  (Dt 28.38-40).
O profeta Ageu foi o mensageiro de DEUS para levar uma mensagem de reflexão sobre a situação em que estavam vivendo e de fé e de ânimo ao povo. Ao contrário do povo de antes que não ouvia seus profetas, aqui, o povo ouve Ageu e trabalha na construção do templo acontecendo assim um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).
Assim o Templo foi inaugurado em 516 a.C. "no sexto ano de Dario" (Ed 6.15) em quatro anos duração. Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus conhecido como o templo de Zorobabel.
Ageu profetizou durante quase 4 meses e entregou 4 mensagens. Ano em que profetizou - 521 a.C.
Mensagens entregues por Ageu:
Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)
Propósitos do livro:
(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e
(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as bênçãos divinas.
A glória desse segundo templo seria maior do que a glória que apareceu no templo de Salomão. JESUS (DEUS mesmo) estaria ali no futuro. No templo restaurado por Herodes, mas esse mesmo templo, conhecido como templo de Zorobabel.
Quem é santo e toca em alguém não vai tornar puro aquele em que ele toca (santidade é conseguida por esforço e decisão individual), mas aquele que é impuro torna impuro aquele em que ele toca (concordar ou participar dos pecados alheios, manter a comunhão com os pecadores nos torna impuros).
Aplicação
Será que estamos deixando de contribuir com a obra de DEUS para nos dedicarmos a nossas casas?
Será que gastamos mais em Coca-Cola do que em ofertas para missionários?
Será que nossos líderes gastam mais em mansões, carros de luxo, ternos de grifes famosas, templos suntuosos do que em missões e evangelização mundial?
Será que estamos mantendo nossa fidelidade nos dízimos e ofertas para a obra do Senhor?
Será que estamos nos santificando ou estamos nos misturando ao mundo e até somos confundidos com seu cidadãos?
 
 
Comentários da BEP - CPAD
1.1 VEIO A PALAVRA DO SENHOR, PELO... PROFETA AGEU. Ciro, rei da Pérsia, havia permitido que 50.000 judeus exilados voltassem a Jerusalém sob a liderança do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (ver Ed 1.2-4; 2.64, 65; 3.2; 5.1). Durante o segundo ano de seu retorno (536-535 a.C), foram lançados os alicerces do templo (ver Ed 3.8-10). A oposição dos samaritanos, porém, fez cessar a obra (ver Ed 4.1-5,24). Consequentemente, os judeus tornaram-se espiritualmente apáticos. Passar-se-iam dezesseis anos até que retomassem à construção da Casa do Senhor. DEUS, então, envia-lhes os profetas Ageu e Zacarias para encorajá-los a recomeçar a obra (ver a introdução do livro de Ageu).
1.4 CASAS ESTUCADAS. Os judeus que haviam voltado do cativeiro, estavam tão ocupados com os próprios interesses, que passaram a negligenciar a construção da Casa de DEUS. Suas casas achavam-se revestidas de madeira de cedro, ao passo que o templo permanecia em ruínas. Ageu, então, mostra-lhes que a obra de DEUS tem de ter toda a primazia. Da mesma forma, o reino de DEUS e os interesses da causa do Mestre devem ser a suprema prioridade em nossa vida (Mt 6.33). Note como o Senhor JESUS era zeloso pela casa e obra de DEUS (Jo 2.17; 4.34; 6.38; 9.4). O que estabelecemos como prioridade, indica o amor que devotamos ao nosso Senhor.
1.6-11 SEMEAIS MUITO E RECOLHEIS POUCO. O povo de DEUS perdera a sua bênção, pois estava vivendo apenas em função das próprias vantagens. Eles revelavam um mínimo interesse pelos alvos e propósitos divinos. De igual modo, poderemos esperar um declínio das bênçãos e da ajuda de DEUS em nossa vida, se não estivermos vitalmente interessados pela sua obra, tanto no lar quanto entre as nações.
1.12 OUVIU... A VOZ DO SENHOR. Os líderes e o povo reagiram positivamente à mensagem de Ageu, obedeceram e temeram ao Senhor. Levando a sério a palavra de DEUS, recomeçaram de imediato os trabalhos de construção da Casa de DEUS.
1.13 EU SOU CONVOSCO. DEUS responde à obediência de seu povo, prometendo-lhe que estaria ao seu lado. Fortaleceu-lhes a resolução, e ajudou-os a levar a efeito a obra (cf. Zc 4.6). Estar "contigo" é a mais grandiosa promessa que o Senhor pode fazer-nos (ver Gn 26.24; 28.15; 39.2,3,21,23; Êx 3.12; Mt 28.20).
 
2.3 ESTA CASA NA SUA PRIMEIRA GLÓRIA. Depois de concluída a obra do templo pós-exílico, algumas pessoas viram-se desanimadas e desiludidas por considerarem o novo templo como "nada" em comparação à magnificência do templo construído por Salomão. Sendo assim, DEUS encoraja o povo com três promessas:
(1) o próprio DEUS estará com eles para garantir o cumprimento de todas as suas promessas segundo o concerto (v. 4);
(2) o ESPÍRITO de DEUS permanecerá entre o povo (v. 5); e
(3) a glória do último templo seria maior que a do primeiro por causa da demonstração do poder de DEUS que nele haverá (v. 9; cf. o ministério de JESUS e dos apóstolos, conforme registrado nos Evangelhos e em Atos, dar-se-ia na época do segundo templo). Não é a beleza das estruturas eclesiásticas que, em última análise, dá frutos ao reino de DEUS. O que mais importa é a presença dos dons, ministérios e poder do ESPÍRITO SANTO em nosso meio. Perguntemo-nos a nós mesmos: O ESPÍRITO SANTO manifesta-se em grande medida em nossas reuniões, ou há pouca, ou nenhuma evidência, de sua presença e poder entre nós
2.6-9 FAREI TREMER OS CÉUS, E A TERRA. Estes versículos referem-se ao juízo divino contra o mundo antes e durante a volta de JESUS CRISTO (cf. Hb 12.26,27): "Os céus e a terra tremerão" (Jl 3.16; cf. Mt 24.29,30). A glória de DEUS, então, encherá o templo como nunca dantes aconteceu. Ele habitará entre o seu povo, em paz, como o Salvador glorioso.
2.10-14 PERGUNTA, AGORA, AOS SACERDOTES. DEUS mostra ao povo que, embora a santidade não possa ser transmitida mediante o contato, as influências corruptíveis do pecado não deixam de ser contagiosas. Noutras palavras: morar na terra santa não torna ninguém santo, ao passo que o pecado profana tudo quanto o povo faz, inclusive os atos de adoração.
2.15-19 APLICAI O VOSSO CORAÇÃO A ISSO, DESDE ESTE DIA EM DIANTE. DEUS ordena ao povo que considere por que não fora ainda abençoado. A causa era a desobediência (ver 1.9-11).
Agora, porém, dispunham-se a edificar o templo. Por sua vez, DEUS faz com que tudo quanto eles empreendam tenha êxito. Tal princípio é expresso também no NT. O favor de DEUS, seu amor e comunhão, vêm-nos somente à medida que continuamos a buscá-lo, e a observar-lhe os mandamentos (ver Jo 14.21-23).
2.21 FAREI TREMER OS CÉUS E A TERRA. O profeta encoraja Zorobabel, governador do povo de DEUS, garantindo-lhe que, um dia, o Senhor destruirá o poder dos reinos e nações em toda a terra. Este dia dar-se-á quando JESUS CRISTO estiver reinando sobre todos os habitantes do mundo (ver Ap 19.11-21).
2.23 ZOROBABEL... COMO UM ANEL DE SELAR. Quando chegasse o momento de abalar os céus e a terra, Ele faria de Zorobabel um anel de selar. Constituía-se este na marca oficial da autoridade suprema; era uma garantia do favor de DEUS para com o seu povo. É possível que Ageu estivesse profetizando acerca de JESUS CRISTO que, como descendente de Zorobabel (ver Mt 1.12-13), será, "naquele dia", o governante supremo, cujo reino há de ser absoluto e universal.
 
Esboço da BEP - CPAD
I A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
A.Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)
B.O Profeta Repreende o Povo por Não Ter Concluído a Construção do Templo   (1.2-11)
C.A Reação do Povo (1.12-15)
II.A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
A.Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)
B.O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)
C.A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)
III.A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)
B.O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)
C.A Bênção da Obediência (2.15-19)
IV.A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)
A.Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)
B.A Ruína Futura das Nações (2.21,22)
C.O Significado Profético de Zorobabel (2.23)

Autor: Ageu
Tema: Reedificação do Templo
Data: 520 a.C.

Considerações Preliminares
Ageu é o primeiro de três livros pós-exílicos no AT (os outros dois são Zacarias e Malaquias). É mencionado nominalmente duas vezes em Esdras (5.1; 6.14), e nove neste livro. É chamado “o profeta” (1.1; 2.1,10; Ed 6.14) e “embaixador do Senhor” (1.13). Pode ter sido um daqueles poucos exilados que, ao voltarem para repovoar Jerusalém, ainda se lembravam do templo de Salomão antes que fosse destruído pelos exércitos de Nabucodonosor em 586 a.C. (2.3). Sendo assim, Ageu devia ter entre setenta e oitenta anos de idade ao profetizar. O livro tem uma data exata para sua composição: o segundo ano do rei Dario da Pérsia (520 a.C.; 1.1).
O contexto histórico do livro é importante para compreendermos sua mensagem. Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus exilados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar para Jerusalém, havia deitado os alicerces do novo templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando os trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C.. A letargia espiritual generalizou-se, induzindo o povo a voltar à reconstrução de suas próprias casas. Em 520 a.C., Ageu, acompanhado por um profeta mais jovem — Zacarias (ver a introdução de Zacarias), conclama Zorobabel e o povo a retomar a construção da casa de DEUS. Quatro anos mais tarde, o templo foi completado e dedicado ao Senhor (cf. Ed 4—6).

Propósito
Durante um período de quatro meses, em 520 a.C., Ageu entregou quatro concisas mensagens registradas neste livro (ver o esboço). As mensagens tinham duplo propósito:
(1) exortar Zorobabel (o governador) e Josué (o sumo sacerdote) a mobilizarem o povo para a reedificação do templo; e
(2) motivar o povo a reordenar suas vidas e prioridades para que a obra da Casa de DEUS fosse recomeçada com as bênçãos divinas.

Visão Panorâmica
O livro contém quatro mensagens, cada uma delas introduzida pela frase: “a palavra do Senhor” (1.1; 2.1; 2.10; 2.20). (1) Primeiro, Ageu repreende os repatriados por estarem tão interessados em suas próprias casas, revestidas de cedro por dentro, enquanto a Casa de DEUS permanecia em desolação (1.4). O profeta exorta-os por duas vezes a considerar seus caminhos (1.5,7), revelando-lhes ter o Senhor DEUS retirado a bênção sobre eles em consequência de seus maus caminhos (1.6,9-11). Zorobabel e Josué, juntamente com o restante do povo, reagindo à palavra do profeta, demonstram reverência a DEUS, e recomeçam a obra (1.12-15).
(2) Poucas semanas depois, a reação dos repatriados, que haviam visto a glória do primeiro templo e que consideravam como nada o segundo, começava a desanimar o povo (2.3). Ageu, então, exorta os líderes a se mostrarem corajosos, porque (a) seus esforços faziam parte de um quadro profético mais amplo (2.4-7), e (b) “a glória desta última casa será maior do que a da primeira” (2.9). (3) A terceira mensagem de Ageu, que conclama o povo a viver uma vida de santa obediência (2.10-19), (4) e sua quarta mensagem (2.20-23), foram entregues no mesmo dia. A última mensagem prediz que Zorobabel representaria a continuação da linhagem e da promessa messiânica (2.23).
Características Especiais
Quatro aspectos básicos caracterizam o livro de Ageu. (1) Foi a primeira palavra profética nítida ouvida por Judá depois do exílio babilônico. (2) É o segundo menor livro do AT (apenas trinta e oito versículos); Obadias é o menor. (3) A frase “assim diz o Senhor” (e suas variações) ocorre vinte e nove vezes, ressaltando a urgência de sua mensagem aos repatriados. (4) Contém uma das profecias mais arrojadas do AT a respeito da visitação futura de DEUS (2.6-9).

O Livro de Ageu ante o NT
Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv. 6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb 12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como o “anel de selar”, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de JESUS CRISTO, no NT (Mt 1.12,13; Lc 3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.
 
INTERAÇÃO 
O Templo era o símbolo visível da aliança de DEUS com o seu povo. Nesse contexto é que aparece Ageu, o primeiro profeta a exercer o ministério no período pós-exílio. Sua mensagem central não poderia ser outra: "Israel, reconstrua o Templo para o Senhor!" Os judeus estavam indiferentes em relação à obra de DEUS, porém através do ministério de Ageu e Zacarias, o Templo foi reconstruído, e conforme a palavra do Senhor, "a glória da segunda Casa será maior que a da primeira". Como servos do Altíssimo precisamos estar atentos, pois como os israelitas, também podemos negligenciar a obra de DEUS e o cuidado com a Casa do Senhor. Que sejamos servos compromissados com o Reino, trabalhando para o seu crescimento aqui na Terra.  Coloque suas prioridades em ordem correta, segundo as Escrituras Sagradas.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o contexto histórico da vida de Ageu.  
Elencar os principais problemas encontrado pelos judeus para reconstruir o Templo. 
Saber que temos responsabilidade diante de DEUS e dos homens.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
Reproduza o esboço da abaixo conforme as suas possibilidades. Utilize-o para introduzir a lição. Explique que o livro do profeta Ageu pode ser divido em duas partes principais: a primeira, "a reconstrução do Templo"; a segunda, "o esplendor futuro do Templo". Dê ênfase à palavra-chave, pois a profecia de Ageu gira em torno deste tema. Conclua dizendo que devemos encarar a nossa responsabilidade na obra de DEUS não como um fardo pesado, mas como um grande privilégio.
 
ESBOÇO DO LIVRO DE AGEU
Parte I – Reconstrução do Templo (1.1-15)
(1.1).................................Introdução.
(1.2-11)............................Primeiro oráculo: exortação para a reconstrução do Templo.
(1.12-15)..........................Segundo oráculo: resposta e compromisso.
Parte II – Esplendor Futuro do Templo (2.1-23)
(2.1-9)..............................Terceiro oráculo: compromisso e promessas. (
(2.10-23)..........................Quarto oráculo: decisões e bênçãos futuras.
 
 
RESUMO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
I. O LIVRO DE AGEU  
1. Contexto histórico.
a) Cambises. b) Dario Histaspes.
2. Vida pessoal.
3. Zorobabel.
4. Estrutura e mensagem.
II.  RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES 
1. A desculpa do povo.
2. Inversão de prioridades (vv.3,4).
3. Um convite à reflexão.
III. A EXORTAÇÃO DIVINA 
1. Crise econômica. .
2. A solução.
3. O Segundo Templo.
 
SINÓPSE DO TÓPICO (1) O tema do livro de Ageu é a reconstrução do Templo. Dos trinta e oito versículos, dez falam da Casa de DEUS em Jerusalém.  
SINÓPSE DO TÓPICO (2) A responsabilidade e as obrigações devem ser precedidas por uma reflexão cujo bom senso e a consciência permite-nos conhecer o agir do Senhor em nossa volta.  
SINÓPSE DO TÓPICO (3) A presença de DEUS no Templo fez a glória da segunda Casa maior que a da primeira.  
 
 
 
LIVRO DE AGEU - PRINCÍPIOS PARA O SUCESSO E PROSPERIDADE - REVISTA BETEL - 2º TRIMESTRE DE 2008
 
TEXTO ÁUREO
Mas buscai primeiro o reino de DEUS, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas". (Mt 6.33)
 
VERDADE APLICADA
DEUS é o principal interessado na prosperidade dos salvos, pois eles são membros do corpo de CRISTO.
 
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que DEUS cuida de todas as necessidades daqueles que confiam nEle, e se entregam, sem reservas, ao cumprimento dos Seus desígnios;
Ensinar que aplicar recursos materiais na obra do Senhor nao é generosidade. É fidelidade ao projeto de DEUS; .
Lembrar que depois de entregarmos ao Senhor o que lhe é devido ainda teremos o suficiente para satisfazer os desejos do nosso coração.
 
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda Zc 8.9-13 - Terça 1Rs 17.13,14 - Quarta Mt 6.25,26 - Quinta Mt 6.31,32 - Sexta Mt 7.7-11 - Sábado Jo 15. 16
 
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ag 1.4 - É para vós tempo de habitar em vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?
Ag 1.5 - Ora, pois, assim diz o diz o Senhor dos exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos.
Ag 1.6 - Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestidos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe num saquitel furado.
Ag1.7 - Subi o monte e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor.
Ag 1.9 - Olhastes para muito, mas alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhes assoprei. Por que? - Disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um corre à sua própria casa.
 
INTRODUÇÃO
DEUS comissionou Ageu para revelar aos judeus que as dificuldades financeiras deles eram reflexos diretos do abandono do propósito pelo qual o Senhor os trouxera do cativeiro. Sua profecia é fundamental para a Igreja do Senhor JESUS, pois a observância dos princípios nela apresentados, guarda-nos de cair no engano de Satanás, principal interessado em desviar e empobrecer os filhos de DEUS e impedir a difusão do evangelho e o estabelecimento do reino dos céus.
 
1- O CONTEXTO HISTÓRICO DE AGEU
Este tópico deve ser cuidadosamente estudado e comparado com o livro de Esdras que é onde se encontra maior quantidade de informação sobre o contexto e ambiente histórico dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Este último profetizou cerca de setenta anos depois dos primeiros, mas de um modo geral as condições eram as mesmas.
a) Quem foi Ageu? - Não temos a resposta, porém temos a mensagem, que o profeta cuidadosamente registrou e através dela DEUS fala ao seu povo até hoje.
Pelo livro de Esdras tomamos conhecimento que Ageu e Zacarias estavam entre os cativos que voltaram da Babilônia quando o rei Ciro, movido por DEUS autorizou o regresso dos judeus a Jerusalém em 536 a.C (Ed 5.1).
b) Cerca de cinquenta mil pessoas fizeram a viagem de volta ao lar (Ed 2.64,65) - Abastecidos com ouro, prata, objetos preciosos, gado e muitas outras coisas que foram voluntariamente doadas, além dos utensílios do templo que Nabucodonosor tinha levado para Babilônia (Ed 1.6-11).
Animados, assim que se organizaram, começaram a obra (Ed 3.8). Mas esta por ordem de Artaxerxes, foi interrompida (Ed 4.6) e a retomada só se deu 15 anos após (Ed 4.24), mediante o estímulo de Ageu e Zacarias, chamados de "profetas da restauração".
c) As profecias registradas no livro de Ageu e no Livro de Zacarias tiveram lugar no ano 520 a.C - E este era o segundo ano de Dário I (Ag 1.1; Zc 1.1), porém o ministério do segundo estendeu-se um pouco mais (Zc 7.1). As de Malaquias em 435 a. C. Pelas exortações do capítulo um de Ageu e pelas promessas do capítulo dois ficamos sabendo que já há algum tempo secas, pragas e inflação vinham angustiando e empobrecendo os judeus.
 
2- AGEU CONCLAMA A DAR PRIORIDADE A DEUS .
Mesmo trabalhando árdua e constantemente as necessidades básicas ao quotidiano (Ag 1.6a), fracassos nos negócios, e dificuldades financeiras se tornaram rotineiras na vida dos judeus do pós-exílio, a ponto de não desfrutarem, sequer, do produto de seus labores (Ag 1.6); e muitos outros, escravizados pelo consumismo.
Por mais que aumentassem a renda, nunca tinham o suficiente para satisfazer as necessidades que surgiam a cada dia (Ag 1.6).
De acordo com O profeta Ageu, eles precisavam:
a) Precisavam rever o projeto de DEUS - Os judeus perderam de vista o projeto principal de Jeová para eles - reconstruir o templo (Ed 1.3). Foi-lhes concedido tudo o que precisavam para iniciar a obra (Ed 1.6-11), o restante DEUS lhes daria à medida que os trabalhos avançassem. Cada membro do corpo de CRISTO foi chamado e capacitado para o Seu grande e maravilhoso propósito: "Eu vos escolhi e vos nomeei para que vades e deis muito fruto ... " (Jo 15.16; lPe 2.5,9; Ef 3.10).
b) Precisavam eliminar as desculpas que não se justificavam mais - Dário I já havia liberado as obras do templo. Mas, os judeus alegavam que ainda não era chegado o tem o de edificar a casa de DEUS. Satanás procura manter-nos bem ocupados para não percebermos as oportunidades novas que o Senhor cria. Mas, o Senhor JESUS exorta-nos: "Lembra-te de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" (Ap 2.5).
C) Precisavam por as contas em dia - Os judeus receberam abundância de recursos para investirem na reconstrução da casa do Senhor (Ed 1.6), mas quando a obra foi interrompida eles usaram o restante na edificação de suas próprias casas (Ag 1.4). Por conta disso, eles tinham colheitas fracas, fome e sede fortes; agasalhos leves, invernos rigorosos; salários baixos, preços altíssimos (Ag 1.6); almejavam muito e alcançavam pouco. Suas contas foram reprovadas por DEUS (Ag 1.9-11).
 
3- AGEU CONCLAMA A RESGATÀR O PLANO DE DEUS
Não era suficiente que os judeus reconhecessem que tinham falhado em observar as prioridades de DEUS. Para mudar a situação era necessário tomar atitudes firmes e corajosas que possibilitassem a retomada do plano de DEUS, e assumir a responsabilidade de reconstruir e zelar pela manutenção da casa do Senhor, confiando que Ele supriria abundantemente
todas as suas necessidades. Motivados e estimulados pelo profeta:
a) O povo agiu imediatamente" E o povo ouviu a voz do Senhor, seu DEUS, e as palavras do profeta Ageu". "Então o príncipe Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué, e o resto do povo, vieram e trabalharam na casa do Senhor DEUS dos Exércitos, ao vigésimo quarto dia do sexto mês" (1.12,15).
E em vinte e quatro dias fizeram a planta do edifício e começaram a obra (2 .1,3). Ações iniciadas antes que se dissipem a força, o entusiasmo e os recursos recebidos do Senhor, são indispensáveis ao sucesso de empreendimentos.
b) O povo afastou a ideia de que o passado era melhor do que o presente - Esta comparação poderia desanimá-los ao constatar a escassez dos recursos à disposição naquele momento e levá-los a desistir do projeto de DEUS (Ag 2.3; Ed 3.12). Tenha o passado como referencial libertador, não como prisão. Lembre-se, DEUS não mudou. Ele está agora mesmo renovando
e restaurando tudo em sua vida.
c) O povo esforçou-se e trabalharam - Ageu exortou-os para que empenhassem todo esforço na empreitada e DEUS moveria céus e terra (Ag 2.6-8) para levar a Jerusalém toda prata e todo ouro necessários à obra do templo, e assegurou-lhes: "A glória desta última casa será maior do que a primeira" (Ag 2.9). Faça o mesmo. Recomece com os dons, recursos e vigor que você tem, mesmo que te pareçam escassos. Esforça-te no Senhor teu DEUS, que nada te há de faltar na execução do plano incomparável que Ele confiou a você.
 
4- AS PREOCAUÇÕES PAR MANTER A PROSPERIDADE
O profeta Ageu sabia que a prosperidade só perdura se forem tomadas providências necessárias à sua manutenção. Por isso, somente considerou seu ministério entre os libertos concluído, depois de dar-lhes instruções a este respeito. Para prolongar a prosperidade eles precisavam destas coisas:
a) Precisavam fechar a porta para o mal - o santo se torna impuro pelo contato com o imundo? Sim (Ag 2.12,13). Isto indica que um único deslize moral destrói um ministério, uma carreira política, uma empresa, uma família. Porém, no meio do caos que a falta produz nenhuma atitude correta é vista ou levada em conta a favor do faltoso (Ez 33.12,13).
Portanto, feche bem a tua porta. Mantenha o mal do lado de fora.
b) Precisavam estabelecer a prioridade de DEUS como referencial  - Ageu propôs que os judeus tomassem como referencial o dia que eles voltaram ao projeto de DEUS e começaram a reconstruir o templo. Tendo isto em mente, sempre que surgissem dificuldades, eles poderiam voltar lá e perguntar: Qual era a nossa situação antes deste dia (2 .15-17) e como ela veio a ser depois dele (2.18 ,19)? O que 'DEUS nos mandou fazer a respeito e como Ele, reagiu a nossa obediência? Por este referencial eles seriam advertidos contra possíveis desvios de propósito e estimulados a permanecerem fiéis às prioridades de DEUS.
C) Precisavam confiar no Senhor - Depois que as prioridades foram restabelecidas, as medidas necessárias para retomar o projeto de DEUS foram adotadas e as portas fechadas para o mal. Eles confiaram e esperaram pacientemente pelo Senhor. DEUS garantiu-lhes que no tempo oportuno derribará tronos, destruirá poderes e forças de oposição aos Seus propósitos e ao Seu povo e dará autoridade e poder aos Seus escolhidos (Ag 2.21 -23).
 
CONCLUSÃO
A prioridade de DEUS para a Igreja é que, através dela, o mundo ouça o Evangelho e milhões sejam salvos pela fé em JESUS. Se vivermos em sintonia com este propósito, não precisaremos temer a pobreza, nem sermos consumidos pela avidez das riquezas. Portanto, "busquemos primeiro o reino de DEUS, e a Sua justiça, e todas essas coisas nos serão acrescentadas" (Mt 6.33).
 
Subsídios
Ageu, Zacarias e Malaquias, introdução e comentário - Série cultura bíblica - Joyce G. Baldwin (http://www.vidanova.com.br/produtos.asp?codigo=442)
 
INTRODUÇÃO
No ano 520 a. C. Jerusalém estava em crise. Não era uma crise percebida por todos, como p. ex. uma ameaça de invasão leva o povo todo à ação, mas o estado perigoso de paralisia moral que aceita como normais condições que exigem mudanças drásticas. A não ser que um homem de visão e determinação pudesse intervir no tempo, não haveria esperança de recuperação.
Os judeus que retomavam de Babilônia tinham esperado que todo o deserto se tomasse um jardim florido (Is 35:1). Em vez disto eles encontraram um deserto que invadia seus campos e pomares à medida que um ano de seca sucedia ao outro. A consequente carestia e pobreza baixara o moral dos que de outra forma estariam ansiosos por recons­truir. Três séculos antes Amós tinha falado de condições climáticas adversas e colheitas frustradas (Am 4:6s), ensinando que tinham sido os sinais divinos de advertência, que Israel em sua autoconfiança não, reconheceu. As circunstâncias eram outras, mas mesmo assim Ageu viu nas secas seguidas um repreensão divina. Diferente de Amós, -ele estava confrontado com um povo que sabia das suas necessidades e estava preparado para admitir seu fracasso. Eles aceitaram o diagnós­tico de Ageu como vindo de DEUS, reorganizaram sua vida de acordo, e se puseram a trabalhar.
 
I. O PROFETA
 
Parece que Ageu não precisava ser nem apresentado nem identificado (1:1), porque também em Ed 5:1 e 6:14 ele é simplesmente "o profeta", e a julgar pela repetição aramaica de Ed 5: 1 - "os profetas, Ageu, o profeta  - ele geralmente era chamado assim (cf "Habacuque, o profeta", Hc 1:1). A ausência de ascendência pode significar que seu pai já caíra no esquecimento, que havia poucos profetas e que, por isto "o profeta" era suficientemente específico, e que ele era bem conhecido na pequena comunidade judaica. Seu nome é, como' muitos outros no Antigo Testamento, derivado da palavra hag, "festa": Hagi (Gn 46: 16, Nm 26:15), Hagite (11 Sm 3:4), Hagias (I Cr 6:30). Provavel­mente ele nasceu num dia de festa, e por isto foi chamado de "minha festa" (em latim festus, em grego hilary). Também é possível que Ageu tenha sido um apelido.
Não devemos nos surpreender se um livro tão curto revela pouca coisa sobre a vida do profeta. Era ele um jovem que voltou com seus pais em 538 a.C. ?
Se ele na ocasião ainda era criança, a ausência de seu nome na lista de Esdras 2 poderia ser explicada. Será que ele esteve mesmo em Babilônia? De acordo com a tradição judaica ele viveu a maior parte de sua vida em Babilônia. 12 Em parte com base nesta tradição e em parte baseado em Ageu 2:3 surgiu a opinião de que ele era um homem muito idoso quando profetizou, alguém que tinha visto o templo antes de' sua destruição, e foi incumbido da tarefa mais impor­tante da sua vida pouco antes de morrer. A autoridade com que ele pregou e esta única preocupação com o templo tendem a confirmar isto.
De acordo com uma tradição cristã antiga Ageu era um sacerdote, que foi sepultado com honras perto dos túmulos dos sacerdotes. 13 O fato de nas versões antigas certos salmos serem atribuídos a Ageu pode prestar apoio à sua linhagem sacerdotal. A LXX, por exemplo, sobres­creve os salmos 138 e 146-149 com os nomes de Ageu e Zacarias, talvez indicando que eles eram respons4veis pela coletânea da qual foi feita a tradução grega. A tradição hebraica, por outro lado, não concorda que Ageu tenha sido sacerdote, e o Rabi Eli Cashdan, do nosso tempo, escreve: "É evidente que ele não era da tribo sacerdotal, já que ele chamou a atenção dos sacerdotes de seu tempo para a impureza leví­tica" (ii. 11). 14. Esta evidência, no entanto, dificilmente prova o argu­mento. A única coisa que podemos afirmar com certeza é que ele tinha uma paixão pela causa de DEUS que o consumia, como os grandes profetas antes dele. Assim como Elias confrontou seus contemporâneos 'com uma decisão fundamental no Monte Carmelo, Ageu reconheceu que para sua geração tudo dependia da reconstrução do templo. Isto foi "de fato um tipo de encarnação de tudo que DEUS representava, exigia e podia fazer por seu povo naquela época que estava por surgir". 15.
 
12 Rabi Eli Cashdan, lhe Twe/ve Prophets (Soncino Press, 1948), pg 254.
13 H. G. Mitchell, ICC. Pg. 26, citando Dorotheus e Hesychius para provar sua afirmação. .
14 Op. cit., pg. 252.
15 J. B. Taylor, Ezekie/ (TOTC. 1969), pg. 253.
Das informações precisas contidas no texto descobrimos que Ageu pregou os sermões registrados em seu livro no espaço de quinze semanas durante o segundo ano de Dario 1(521-486 a. C.). Tem sido possível, com a ajuda da evidência de mais de cem textos babilônicos, e de tabelas da lua nova calculados com informações astronômicas, sincronizar os antigos calendários, o lunar com o calendário Juliano. Os resultados coin­cidem quase completamente, com margem de erro de um dia. 16 A tabela abaixo apresenta as datas que aparecem em Ageu e Zacarias, e seus equivalentes. A coluna quatro dá a data no calendário Juliano em que houve lua nova em cada ano mencionado.
 
 
 
Ano de
mês
Data da
 
data equivalente,
 Referência
Dario
 
lua nova
dia
a.C.
 Ag 1:1
segundo
sexto
29 ago
1.0
29 ago 520
 Ag 1: 15
..
..
..
24.°
21 set 520
 Ag 2:1
..
sétimo
27 set
21.°
17 out 520
 Zc 1:1
..
oitavo
27 out
 
 
 Ag 2: 10,20
..
nono
25 Nov
24.°
18 dez 520
 Zc 1:7
..
11.°
23 jan
24.°
15 fev 519
 Zc 7:1
quarto
nono
4 dez
4.°
7 dez 518
Não há nenhuma possibilidade de saber o que aconteceu a Ageu
depois de 18 de dezembro de 520. Assim que a reconstrução do templo
foi iniciada com seriedade sua missão estava cumprida, e ele se retirou
do cenário, tendo em Zacarias um sucessor para continuar sua obra.
 
II. SEU LIVRO 
Neste curto livro foram registradas somente as partes essenciais das quatro mensagens do profeta. Se prestarmos atenção, poderemos notar a distinção que há entre as palavras do profeta e a moldura em que elas foram colocadas. As introduções datadas (1:1, 2:1, 10,20), a narrativa (I: 12) e as introduções abreviadas (2: 13, 14) fazem referência a Ageu na terceira pessoa, dando a impressão que alguém; que não era o profeta, foi responsável pela coletânea das mensagens. Há muita probabilidade de que o livro foi" editado logo depois de 520 a.C. Que Ageu estava tão vivo na memória das pessoas que não precisava ser apresentado já foi mencionado.
 
16 Material importante, junto com tabelas que incluem as datas em que os meses iniciavam, pode ser encontrado em R. A. Parker e W. H. Dubberstein, Babyloniao Chron%gy 626 a.C. - 75 'd.e. (Brown University Press, 1956).
O." Eissfeld ficou impressionado com "os detalhes muito exatos e claramente confiáveis do relato", que na sua opinião devem remontar as anotações do próprio profeta, para destacar a impressão de total objeti­vidade do seu relato, escolhendo por isso a terceira pessoa e não a primeira". 17 P. R. Ackroyd tem um ponto de vista totalmente diferente. Ele acha que o editor foi responsável pela datação e arranjo dos escritos, possivelmente um século, talvez até dois depois do tempo de Ageu. "No caso de Ageu podemos presumir que durante algum tempo os oráculos foram transmitidos oralmente, depois em forma escrita, até .assumirem a forma atual. Não podemos determinar a duração deste período, mas em vist das semelhanças já mencionadas, entre as datas de Ageu e as de Crônica podemos estimá- 'em não menor que um século", talvez tão extenso como dois séculos ,18
Recentemente W. . M. Beucke argumentou que Ageu e Zacarias 1-8 foram editados "numbiente ronístico".19 Ele argumenta que o mesmo interesse destacado 0-1 pio, seu ritual e a comunidade da linhagem davídica dominam tanto estes profetas como os livros de Crônicas. Isto é verdade, mas se Beucken está querendo dizer que os editores selecionaram os temas que eles individualmente preferiam re­gistrar; isto diminuiria a confiança nos livros na forma que chegaram até nós. Nós cremos que é mais provável e lógico que Ageu foi editado cedo, possivelmente antes de 500 a.C., e que ele, junto com Zacarias, moldou o pensamento dos que editaram os livros das Crônicas.
Ageu, como seus predecessores, talvez tenha colocado seus orá­culos em forma poética para torná-los o mais vívidos e memoráveis possível. A incerteza surge porque a poesia hebraica não tinha rimas, e passaria por prosa, como muitos poemas atuais, se não fosse escrita em versos; por isto nem sempre é possível identificar a poesia hebraica com certeza. Vemos um claro paralelismo (idéias iguais ou opostas coloca­das em cláusulas paralelas) no versículo 6, e notamos um ritmo distinto
até mesmo na tradução de 1:9-11.20 Quer tenha usado poesia ou prosa, Ageu era direto e franco. Ele desafiou seu ouvintes com as característi­cas de Elias. Ninguém podia deixar de compreender sua mensagem, pois ele repetiu diversas vezes seus imperativos favoritos: "Considerai" (l :5, 17 O. Eissfeldt, The Old Testament An Introduction. Trans. P. R. Ackroyd (Dlackwell, 1965), pg. 428.
18 P. R. Ackroyd, "Studies in the Dook of Haggai", JJS. 11,4, 1951, pp. 163-176.
19 W. A. M. Deuçken, Haggai-Sacharja 1-8 (Assen, 197), resenhado por R. J.
Coggins em JTS. 20, 1969, pp. 264-266.
  20 Dois autores que acham que Ageu pronunciou suas mensagens em forma poética; são A. Bentzen, Introdução ao Antigo Testamento (ASTE-SP), pg. 156; e H. G. Mitchell, ICC. pp 38 e 39.                 .
" 2: 15, 18), "sê forte", trabalhai" (2:4). Citou com frequência palavras de profetas anteriores (p. ex. 1:6, cf Os 4:10, Mq'6:15; e 1:11, cf Os 2:9, I'/e). Sabia até citar uma metáfora adequada (I :6e).
Uma característica do estilo de Ageu é seu uso livre da "fórmula do mensageiro". Ele não se contenta em iniciar seus sermões com" Assim di.. o Senhor dos Exércitos", mas muitas vezes conclui com isto (2:7, IJ, 23), ou inclui a frase em outra sequência (2:4, 14,23). Ele sabe que é boca, voz de seu DEUS, e se controla para não fazer aparecer sua própria personalidade. Como "enviado do Senhor" (I: 13) ele tem de tornar a mensagem clara e fazer com que ela seja compreendida, e nenhum profeta provocou uma reação tão imediata como ele. A estrutura do livro reflete isto. Primeiro ele acusa (I: I-lI), depois vem a reação (1: 12-14), Seguida da garantia de sucesso no fim (2: 1-9). A estrutura se repete: acusação (2:10-17), reação (2:18, 19), garantia do triunfo de DEUS (2:20-23). A proporção do livro dedicada ao "discurso de julgamento" é da mesma extensão da dedicada ao "anúncio da salvação". 21
Apesar de o livro ser tão curto surgiram divergências quanto à 5cquência do texto. A NEB afirma, em nota de rodapé a 1:13, que a Sequência original deve ter sido 1:14,15,13; 2:15-19,10-14,1-9,20-23. A
ideia de que 2:150:19 deveriam seguir o capítulo I surgiu com J. W. Tothstein,22 e foi aceita principalmente na Europa Continental, se bem
que também na Grã-Bretanha.23 A data de v. 18 é omitida como glosa ou
adaptada fazendo do "nono" o "sexto" (mês). A intenção é isolar os versículos 10-14 e possibilitar a identificação de "este povo" (v. 14) com os samaritanos. A transferência de 2: 1-9 para depois de 2:20 põe no fim as duas profecias que contém elementos escatológicos. Esta deslocação altera o livro radicalmente, e não recebe apoio de qualquer texto ou versão conhecidos.
A publicação do rolo dos Doze, das cavernas de Murabba 'at, trouxe a público o manuscrito hebraico de Ageu mais antigo que conhecemos.24 Ele contém aproximadamente dois terços do livro (1:12­2: 10 e 2: 12-23), e dá muito apoio ao TM, diferindo dele somente em dois lugares de menos importância. Como a ordem dos versículos é a mesma da maioria das nossas Bíblias, toda a evidência reunida as ratifica como confirmada.
 
21 Sobre estas expressões veja Claus Westermann, Rasic Forms of Prophetic Speech (Lutterworth, 1967), e Klaus Koch, The Growth ofthe Rib/ical Tradition (A. & C. Black, 1969). (N. Ed. Veja Klaus Homburg, Introdução ao Antigo Testamento, Ed. Sinodal)
23 "Juden und Samaritaner' (RWAT. 3, 1908).
23 Exemplos de estudiosos do Continente: F. Horst, HAST. K. Ellinger, A TD: O.
Eissfeldt, Introduction. pg 427. Da Grã-Bretanha: L. E. Brown, Early Judaism (CUP, 1920), pp 61s; D. Winton Thomas, IR.
24 P. Beno1t, J. T. Milik, R. de Vaux, Les Groues de Murabba 'at (Oxford, 1961), pp 203-205.
 
 
III. MENSAGEM
Ageu era um homem de uma só mensagem. Ele representava o DEUS que ele gostava de chamar de Senhor dos Exércitos, a fonte de todo poder, o senhor das potências militares, na terra e no céu (veja notas adicionais sobre "Senhor dos Exércitos", pg. 34). A consequência foi que sua palavra tinha autoridade; o clima obedecia às suas I ordens (I: I), .todo o universo estava ao alcance da sua mão e um dia seria sacudido por ela (2:6,21).
Este mesmo DEUS era coerente em sua atitude para com as pessoas. Apesar de elas o desprezarem, ele nunca desistia delas. Quando elas deixaram de fazer sua vontade, ele lhes dificultou a vida, para que voltassem para ele (1:5). Quando elas se dedicavam ao seu serviço, ele se agradava disto e era glorificado (1:8). Ele mudou as atitudes das pessoas (1:14), e morou entre elas na pessoa de Seu ESPÍRITO (2:5). Ele transfor­maria o trabalho delas por ele, e faria com que as nações trouxessem presentes de ouro e prata, que pertenciam a ele por direito (2:8).
Ageu não fez nenhuma lista de pecados graves. Parece que os judeus que voltaram para Jerusalém nesta época obedeciam à lei, ainda impressionados com lembranças do exílio. Faltava certa insatisfação com o estado das coisas, e consequentes atitudes concretas. A resigna­ção mata a fé. O esqueleto do templo em ruínas era como um cadáver que se decompunha em Jerusalém e contaminava tudo (2:10-14). Como esta ofensa podia ser retirada? Com um esforço conjunto de reconstru­ção, o que seria prova e garantia de uma mudança de atitude da resignação para a fé. Assim que as prioridades estivessem na ordem certa a presença do Senhor entre o povo se tornaria evidente pela prosperidade que acompanharia tanto a construção como a agricultura (2:9,19).
Esta certeza da salvação do Senhor no presente e no futuro per­meia a mensagem de Ageu e põe nele a marca do verdadeiro profeta. Ele é capaz de ver as paredes nuas do templo em seu estado momentâneo revestidas da prata e do ouro presenteados pelas nações (2:7-9). Zorobabel, responsável pela reconstrução, é o governante davídico que estava por vir, ou pelo menos seu representante na cena do momento (2:21-23). O reino universal de DEUS, no qual as nações em guerra encontrarão paz, capitulando diante dele (2:22, cf7-9), é a meta final da história, mas Ageu o vê 'surgindo em sua própria época à medida que problemas pessoais e comunitários são submetidos ao controle de DEUS. Não que tudo vá terminar bem no fim, mas que o DEUS imutável está anteriormente, concretizando seu propósito já agora: "O meu ESPÍRITO habita no meio
d., vós; não temais" (2:5). Desta forma a obediência atual alinha o povo de DEUS com seu propósito derradeiro, e seu ESPÍRITO o enche da certeza de que está experimentando em pequena medida "escatologia realizada".
 
ANÁLISE
 
I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)
a. Desafio (1:1-11)
b. Reação (1:12-15)
II. OUTUBRO de 520: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9)
 III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2: 10-23)
a. De agora em diante, bênçãos (2: 10-19)
b. Zorobabel, escolhido e precioso (2:20-23)
 
I. AGOSTO DE 520: AGORA OU NUNCA (1:1-15)
a. Desafio (1":1-11)
Ageu desafia seus compatriotas a relembrar suas experiências des­de que tinham voltado para Jerusalém, e a atentar para sua condição de pobreza. A desilusão tinha se alastrado depois que a sensação inicial de aventura tinha se esvaído.
1. Este versículo introdutório substitui o cabeçalho costumeiro (c/Na 1:1, Hc 1:1, etc). A data com que o livro começa deve ter tido grande importância naquele momento, porque naquele dia a voz autêntica da profecia se fez ouvir pela primeira vez na era pós-exílica. O primeiro dia do mês era o dia da lua nova no calendário lunar, e temos evidências de que era costume observar a lua nova como feriado ou, mais literalmente como dia santo (SI 81:3, Is 1:13,14,66:23, Os 2:11, Am 8:5). Seria por isto uma oportunidade de alcançar a comunidade agrícola, porque haveria festividades em Jerusalém. O sexto mês neste período deve ter sido equivalente a Agosto/Setembro,1 a época do ano em que eram colhidas uvas, figos e romãs. 
Veja as informações do quadro da pg. 23. Os judeus adotaram o sistema babilôni­co de datação durante o exílio, e desde então o ano novo cala na primavera. Temos evidências de que em tempos pré-exílicos o ano terminava no outono, depois da colheita (~ 23:16, 34:22); o assim-chamado Calendário de Gezer (D07T pp 201-203) também fala de um ano novo no outono, apesar de iniciar com a colheita e não depois dela. A expressão "primeiras chuvas" (em outubro/novembro) e "últimas-chuvas" (março/abril) deixa claro que o ano novo era comemorado no outono. Êx 12:2, por outro lado, falando da instituição da Páscoa, diz que o ano novo deveria cair na primavera. e possível que textos que falam do ano novo na primavera foram editados durante o exílio. 11 Rs 22-23 pressupõe que o ano inicia no outono porque a descoberta do livro da lei, as reformas e a Páscoa ocorreram no décimo oitavo ano de Josias (R. de Vaux, Ancient Israel. Darton, Longman and Todd, 1961, pp' 190-192). Outra possibilidade é que antes do exílio o ano civil e o ano agrário começavam no outono, e o cerimonial na primavera (cf NDB, "calendário").
Em Ezequiel e Ageu são usados números para identificar os meses li nlo nomes, como em Zacarias, Ester e. Neemias, que usam nomes babilônicos. Durante o exílio os nomes pré-exílicos caíram em desuso, e II principio o povo relutou em adotar os nomes babilônicos, que eram associados com cultos pagãos. Sem dúvida até o quinto século a.C. a conexão pagã tinha sido esquecida. Ou Zacarias era mais novo que Ageu e menos conservador, ou seu livro foi editado mais tarde. A omissão dos nomes tende a apoiar a afirmação de .que o livro de Ageu foi editado primeiro (veja introdução, pg. 24).
A palavra do Senhor veio por intermédio de Ageu (lit. "pela mão de"). Isto é uma expressão hebraica comum, que significa simplesmente que o profeta era o meio de transmissão. Mesmo assim ela é rara nos livros proféticos, pois só aparece ainda em Malaquias 1: 1. A expressão comum é "a palavra do Senhor veio a..:" (' el), e no rolo de Murabba 'at consta 'el em 2: 1. A expressão "pela mão de" aparece muito para Moisés no Pentateuco, e para Moisés e outros nos livros históricos (Lv 8:36, 10:11, Nm 4:37,45, Js 14:2, I Rs 16:7, etc). Por esta razão é
improvável que se possa lançar dúvidas sobre o grau de inspiração do profeta Ageu. Pode ser que a frase menos comum foi usada nesta sentença para evitar a repetição da palavra "a".
A primeira palavra era dirigida aos dois lideres, Zorobabel e Josué,
mas do versículo 4 em diante fica claro que todos estão incluídos. Zorobabel, neto do rei Jeoaquim, que fora levado cativo para Babilônia em 597 a.C. (11 Rs 24:15), parece que era considerado herdeiro do trono de Davi. De acordo com a genealogia de I Cr 3:19 Zorobabel era filho do terceiro filho de Jeoaquim, Pedafas; o mais velho, Sealtiel, parece não ter tido filhos. O mais provável é que Sealtiel adotou seu sobrinho mais velho, que a partir de então seria chamado pelo seu nome; outra possibilidade é que ele era filho da viúva de Sealtiel através do levirato. 2 Zorobabel, um nome babilônico, significa "Semente de Babilônia", ou, de acordo com S. Mowinckel, "Tiro de Babilônia".3
Governador de Judd. O alcance do poder de Zorobabel tem sido questionado, porque havia um governador em Samaria, o centro da província. Até a época de Neemias o relacionamento entre os dois centros de governo ainda não estava esclarecido, e não sabemos se houve uma sequência de governadores em Jerusalém entre Zorobabel e Neemias. Se o território sujeito a Zorobabel não estava claramente delimitado é fácil encontrar nisto uma causa de conflitos em potencial entre Jerusalém e Samaria. Pebâ, governador. é uma palavra emprestada do acadiano, um lembrete de que Zorobabel fora nomeado por um rei. persa.
2 Opinião de W. Rudolph, Chronikbücher (BAT. 1955).
3 S. Mowinckel, Be 'lhat Cometh. Trans. G..W. Andenon(BlackweD, 1956), pg 119.
Josué (Jesua em Ed-Ne; lesous. ou seja, JESUS, na LXX) era filho de Jeozãoaque (Jozadaque em Ed-Ne), que foi levado cativo em 587 (I Cr 6:15). Seu famoso nome significa "Yahu (forma abreviada de Javé) é salvação", e ele, como descendente de Zadoque, veio como sumo sacer­dote. responsável pelas atividades religiosas da comunidade em Jeru­salém. Fora estas referências a ele na visão de Zacarias a única outra informação que temos dele é que alguns de seus descendentes casaram com mulheres estrangeiras no tempo de Esdras (Ed 10: 18).
Não há motivo para duvidar da inferência de Ed 3: 1-13 de que Zorobabel e Josué vieram a Jerusalém com a primeira caravana que chegou ainda no reinado de Ciro. As listas de Ed 2 e Ne 7 podem ser a soma de diversas listas de nomes, representando várias levas de repa­triados, mas mesmo neste caso o fato de os dois nomes encabeçarem a lista sugere que Zorobabel e Josué foram os primeiros dois que lidera­ram o retorno. É verdade que no relato legendário de 1 Esdras Zorobabel está em Babilônia durante o reinado de Dario (I Esdras 3-4), mas de' acordo com 5:65-73 ele estava ali também durante o reinado de Ciro. E o relato de Esdras é confiável, enquanto o de 1 Esdras não é.
2. Ageu falou em nome do Senhor dos Exércitos (~e~ã'ôt em hebraico), título que enfatiza o poder imbatível que dá peso às ordens de DEUS. (Veja a Nota Adicional n~ pg. 34): Este povo em vez de "meu povo" já é uma repreensão. Será que DEUS os tinha deserdado? Ele usa as próprias palavras deles: Não veio ainda o tempo. .. muito realistas, por sinal. Havia muito por fazer, e eles eram muito poucos. Os homens capazes era requisitados para todos os tipos de serviço, e como pode­riam eles recomeçar a vida agrícola e ao mesmo tempo reedificar o templo? Podemos imaginar alguns questionando se era justificável gas­tar tanto com a reconstrução do templo, e se era de fato DEUS quem o ordenava, ou somente Ciro, o rei persa (Ed I :2,3; mas cf Is 44:28, 45: 13). Até houve quem dissesse que o templo seria restituído de forma milagrosa, porque Ezequiel "vira" o templo que lhe foi descrito (Ez 40-43), sem mencionar sua reconstrução. "Reconstruir era trair a esperança escatológica. "4
Este versículo apresenta algumas dificuldades, quanto ao hebraico. Nossas versões tentam obter uma tradução mais suave, alterando o infinitivo do verbo vir (bo'), para o pretérito veio (ba'). A LXX suprime uma vez a palavra "tempo" CeD, mas a repetição no hebraico pode estar reproduzindo exclamações do povo.
 
4 R. G. Hamerton-Kelly, "The Temple and the Origins of Jewish apocalyptic". VT, XX, I, 1970, pg. 12.
3. Para o leitor que espera agora ouvir um comentário sobre a atitude do povo, a repetição da fórmula do mensageiro, neste versículo, t um anticlímax. Se, porém, o porta-voz do povo esteve enfrentando o profeta, podemos compreender o por quê desta introdução enfática. O que segue é a grande chamada à atenção que marcou aquele dia. O diálogo entre o Senhor e seu povo chegara ao clímax.
4. O profeta coloca em dúvida as prioridades do povo. No he­braico o pronome vós - está repetido, para dar mais ênfase: "Acaso é tempo de vocês, sim, vocês, morarem em casas com telhados?" A proposta seria que é irracional exigir de alguém que viva em uma casa .cm telhado, mas a intenção da pergunta é clara. Que valor eles esta­vam dando a DEUS se deixavam seu templo em ruínas?
A palavra hebraica sãpan significa tanto "apainelar" (RAB) como "colocar forro" (RIB), e é raiz da palavra "telhado". É mais provável que Ageu esteja se referindo à conclusão das casas do povo, e não tanto no luxo de painéis de madeira, mas talvez a residência do governador estava sendo reconstruída com um pouco da elegância do palácio de Salomão. Se este foi o caso, Ageu estava pensando diretamente em Zorobabel e Josué. O conflito entre despesas com luxo em casa e sustento condigno do trabalho do Senhor persiste até hoje entre nós.
5-7. Considerai é uma expressão característica de Ageu (duas vezes nestes versículos, e duas vezes em 2:15,18). A expressão "pensem em", do Reino do Norte, inclui tanto um tom de repreensão como de adver­tência, no original. Refletir sobre os acontecimentos à luz da palavra de DEUS é indispensável para o povo de DEUS, se quiser saber o significado da sua orientação providencial nas coisas do dia a dia. Assim Moisés reflete sobre os acontecimentos do êxodo em Dt 1-11, tirando conclu­sões salutares de fracassos e desilusões passadas. Ageu não se surpreen­de com a insatisfação que o povo sentia apesar de trabalhar tanto, e que o seu dinheiro se esvaía como farinha pela peneira. DEUS estava falando com o povo através de coisas circunstanciais como preços altos e inflação.
Neste período já havia uma certa circulação de moedas cunhadas (Ed 2:69), mas não é provável que o trabalho de um operário fosse pago com moedas já tão cedo. Os sacos de dinheiro provavelmente conti­nham pedaços e rodelas de cobre ou prata, de valor aproximado. Mas como a fundição era conhecida, e os pedaços de metal frequentemente eram lixados, era necessário pesar o valor de cada transação (cf Zc 11: 12, onde os siclos de prata ainda tinham de ser pesados).
8. A esta introdução segue a parte central da mensagem, com sua ordem de trazer madeira das montanhas para a construção. Não há referência específica a arrependimento, porém pela obediência o povo estará voltando as costas para a apatia e a indiferença, provando seu arrependimento pela ação. A longo prazo o que importa são as ações (Mt 21:28-32). Não se fala de trazer pedras, talvez porque as havia por perto, e madeira não. As montanhas de Judá tinham uma vegetação abundante nos tempos do Antigo Testamento, e de Ne 8:15 nós sa­bemos que havia oliveiras, palmeiras e outras árvores. Era costume colocar camadas de madeira nos muros de pedra, para diminuir os prejuízos dos terremotos (if5:8); esta madeira, principalmente as toras maiores, que se estendiam de um a outro lado do templo para sustentar o teto, provavelmente tinha de ser importada (Ed 3:7). Salomão tinha introduzido o trabalho forçado para obrigar a população a talhar pedras e transportá-Ias (I Rs 5:13-18). Ageu queria que se apresentassem voluntários.
Dela me agradarei. Trabalho feito com a intenção de agradar a DEUS também lhe dá glória. Serei glorificado está mudando o sentido exato do hebraico, literalmente "farei com que eu seja glorificado", e a relação às vezes feitas com Ez 10: 18 e 43:4 com base nesta tradução não se justifica.
9. Revertendo as queixas econômicas do povo Ageu insiste em que há uma ligação direta entre a pobreza e o abandono do templo (cf Os 2:8, onde ouro, prata e também colheitas são presente direto de DEUS).
10. Eles não podiam alegar ignorância, ao deixarem de ver a mão de DEUS no malogro das suas colheitas. Espera-se deles que eles conhe­çam e apliquem Am 4:6-10 (cf Ag 2:17), Os 4:10 e Mq 6:15. O céu e a terra obedecem seu Criador, mas seu povo não (cfls 1:2,3 Jr 18:14-17).
O orvalho era importante, para evitar que o cereal maduro murchasse no calor.
n. Com o expediente simples de reter chuva ou orvalho, DEUS pode acabar com o orgulho e a autossuficiência humanas. Um jogo de palavras opõe seca (I].õreb) com a "ruína" do templo (l].ãrêl2, 1:4,9).
b. Reação (1:12-15)
 
Apesar de tudo o impacto da pregação de Ageu foi tal que todos, unanimemente, decidiram retomar o trabalho no templo, mas de forma alguma isto lhe foi creditado. O Senhor o fizera.
12. Liderado por Zorobabel e Josué, todo o resto do povo obede­ceu. O "remanescente" foi um tema característico da profecia de Isaías.
Na visão do templo ele advertiu da destruição, à qual somente um pequeno grupo sobreviveria (Is 6:11-13), e o nome de seu filho, Sear­-Jasube (Is 7:3, "Um resto volverá"), se tornou representativo da sua pregação (Is 7:3, 10:21. 11: lI). Ageu e também Zacarias reconheceram no pequeno grupo de judeus repatriados o cumprimento da profecia de lsaías, mas exigia-se mais deles do que simples presença física na terra em que eles deveriam cumprir as esperanças de Isaías. O verbo "retor­nar" (8012) significa também "arrepender-se" (cf Zc I :3), e é digno de nota que Ageu aplica para o povo a palavra "resto" no momento em que ele atende à voz do Senhor seu DEUS. Ninguém está pondo em dúvida a autoridade de Ageu (cf I Rs 22:24, Mq 2:6). O povo temeu diante do Senhor. Este temor contrasta com a indiferença despreocupada que os profetas pré-exílicos enfrentaram. Apatia diante das palavras de DEUS é evidência de ateísmo na prática. Eles "temeram" no sentido de terem sido despertos pela voz de DEUS.
13. Assim que o povo deixou clara sua intenção de executar as instruções de Ageu, recebeu o incentivo do Senhor: Eu sou convosco. DEUS endossa e confirma nossas decisões boas. Ageu pode ter se refe­rido aIs 42:18:43-7, passagem em que o profeta repensa o passado de Israel e depois fala com palavras ardentes: "Não temas, pois, porque sou contigo" (v. 5). Se for este o caso, a referência a Ageu como enviado do Senhor pode ter sido inspirada pela mesma frase em Is 42: 19. Esta é a única passagem em que Ageu é chamado assim, porém nem por isto se trata de uma interpolação posterior. Explica-se a fraseologia pela associação de idéias. Israel, durante tanto tempo surdo e mudo, finalmente estava reagindo. A tradução de H. L. Ellison, 5 Então Ageu falou: o Anjo do Senhor está aqui com uma mensagem para o povo, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor", é possível, e seria a maneira natural de entender o texto se o livro fosse Zacarias. Ageu em lugar algum fala como se existisse um mensageiro sobrenatural.
14. Por trás da reação disposta dos dois líderes e do povo estava a atuação silenciosa do Senhor, criando uma atitude aberta a Seu ESPÍRITO (cf Zc 4:6). Chegara a hora da mudança, e o trabalho na casa do Senhor dos Exércitos recomeçou. A preposição "em" (bC) implica em que existiam ainda paredes em pé.
15. De acordo com a data citada aqui houve um espaço de vinte e três dias entre o começo da pregação e o reinício do trabalho. Por este motivo houve quem sugerisse que o dia do mês foi erroneamente inserido de 2: 10. Na opinião de J. W. Rothstein, 2: 15-19 deveria seguir neste ponto, transferindo para o sexto mês a cerimônia que marcou o novo projeto de reconstrução6. É possível, no entanto, dar um bom sentido ao texto sem mudar sua sequência. O sexto mês era mês de 5 H. L. Ellison, Men Spake from God (Patemoster Press, 1952), pp. 120 e 121. 6 Veja Introdução pg. 25 e o comentário sobre 2:14. colheita, com tarefas urgentes nos pomares e nas plantações. Em vinte e três dias este trabalho poderia ser concluído, e depois todo homem capaz poderia acorrer ao templo.
 
Nota adicional sobre "o Senhor dos Exércitos"
 
Este título para DEUS ocorre perto de 300 vezes no Antigo Testa­mento, predominantemente nos livros proféticos (247 vezes), e com proporção maior em Ageu (14 vezes), Zacarias (53 vezes) e Malaquias (24 vezes). Por esta razão é importante, em um estudo dos profetas pós-exílicos, examinar o significado deste popular e tradicional nome de DEUS.
A palavra hebraica f ~ã'ôt ("exércitos") tem um significado eminentemente militar (hostes de soldados, em primeiro lugar), e em alguns contextos o Senhor é o DEUS dos exércitos de Israel (I Sm 17:45, SI 24:7-10). Mas há muitas passagens que falam da ajuda do Senhor na guerra sem que este título apareça (Dt 1:30, 7:18, 19, etc.), e uma interpretação meramente nacionalista não faz justiça à teologia nem de passagens históricas antigas. Nem sempre os exércitos de Israel foram vitoriosos, e até mesmo a arca da aliança do Senhor dos Exér­citos foi capturada (I Sm 4:4-11), depois do que ela é chamada de "arca de DEUS" (v. 13s). Certamente os profetas não estavam dispostos a ensinar que os exércitos de Israel poderiam esperar favores divinos quando em batalha, e não parece que eles tenham usado o título com isto em mente.
O nome "Senhor dos Exércitos" não ocorre de Gênesis a Juízes: a primeira vez é I Sm I :3, que relata como Elcana veio para "adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Silo". Aparece novamente na oração de Ana (I: 11) e na descrição da arca (4:4). Não foi possível ainda explicar por que o termo foi cunhado em Silo no século onze, mas. é evidente que a ligação original era mais com culto que com batalhas, e neste caso os "exércitos" ou hostes seriam seres angelicais. O tradutor dos Salmos, na LXX, e o do rolo grego de Zacarias em Qumran entenderam o nome neste sentido, traduzindo-o kurios tõn dunameõn. "Senhor dos poderes celestiais", apesar de a LXX preferir em Ageu e Zacarias o termo mais comum kurios pantokratõr, "Senhor Todo-po­deroso". Estas hostes angelicais foram simbolizadas pelos querubins de ouro que encimavam a arca, entre os quais o Senhor dos Exércitos estava entronizado (I Sm 4:4). Quando Davi transferiu a arca para Jerusalém ele abençoou o povo em nome do Senhor dos Exércitos (11 Sm 6:18; cfv. 2), e em sua oração pela construção do templo ele pediu que fosse dito: "O Senhor dos Exércitos é DEUS sobre Israel" (11 Sm 7:26; cf v. 27). A partir do tempo de Davi houve uma relação especial entre este título e a cidade de Jerusalém, "a cidade do Senhor dos Exércitos" (SI 48:8). Isaías, que viu no templo "o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Is 6: 1-6), usou este nome com frequência durante seu minis­tério em Jerusalém.
Há, desta forma, evidências de que este é o título peculiar da divindade em relação ao templo e ao culto, e sua ocorrência na antí­fona do Salmo 24, proclamando que o rei da glória está entrando em leu santo lugar, daria apoio a este ponto de vista. Por outro lado profetas que não estavam relacionados com Jerusalém também usaram C) título. Elias, no Monte Carmelo, tinha sido "zeloso pelo Senhor, DEUS dos Exércitos (I Rs 19: 10,14); Eliseu pregou ao Reino do Norte em nome do Senhor dos Exércitos (11 Rs 3: 14), e Amós confrontou Israel com a palavra "do Senhor, o Senhor dos Exércitos", que "toca a terra, e ela derrete" (Am 9:5), e estava prestes a julgá-los e condená-Ios ao exílio (Am 3:13, 4:12,13, 5:27, 6:14).
Outra possibilidade é que as "hostes" em questão fossem as estrelas. Is 40:26 (cf Gn 2:1) pode dar apoio a esta ideia, e em 45: 12,13 o Criador é claramente identificado com o Senhor dos Exércitos. Durante e depois do exílio, quando a arca não existia mais e o templo estava em ruinas, é bem possível que tenha predominado uma referência cósmica. B. N. Wambacq7 afirma que podemos acompanhar o desenvolvimento da ideia de uma associação militar inicial até o conceito cósmico dos profetas.
G. von Rad apresenta uma boa argumentação contra esta idéia de evolução, dizendo que temos de deixar de lado a tentativa de explicar racionalmente um nome de DEUS tão antigo, 8 e deixa implícito que o nome deve ter tido conotações diferentes para cada período e autor. Do argumento de O. Eissfeldt9 tiramos conclusões bem diferentes. Ele diz que o plural "exércitos" é um plural abstrato intensivo, do que temos outros exemplos no hebraico. A tradução, então seria "Senhor de poder" ou "Senhor poderoso". Este ponto de vista, que está começando a se impor, poda os diversos significados possíveis da palavra "exér­citos" e a generaliza de uma maneira que a faz perder as referências vívidas do original, com a tradução. Aquele em nome do qual os profetas falavam era Senhor sobre todos os poderes, visíveis e invisíveis, no universo e no céu.
7 L'Épithete Divine lahvé Seba'ôt (Bruges. 1947).
8 G. von Rad. Teologia do Antigo Testamento (ASTE. SP) 1973, I. p. 335. 
9 O. Eissfeldt, "Jahwe Zebaoth", Miscellanea Academica Berolinensia, li, 2 (1950).
 
II. OUTUBRO DE 510: ANIMEM-SE E TRABALHEM (2:1-9) 
Mais ou menos um mês depois do reinício das obras, Ageu recebeu nova mensagem do Senhor. Podemos imaginar que nestas semanas a principal tarefa fora limpar o local da construção dos entulhos, verificar quais pedras poderiam ser reaproveitadas, checar a firmeza das paredes que ainda estavam de pé (sabemos que é surpreendente quantas paredes ainda ficam de pé mesmo depois de um bombardeio), e organizar os grupos de trabalhadores de acordo com suas tarefas. Atacar desta forma uma ruína de sessenta anos, sem auxílio mecânico, afetaria o ânimo de qualquer um; por isto o entusiasmo tinha de ser realimen­tado. Havia, no entanto, ainda outro fator.
O trabalho pode ter sido interrompido no sétimo mês pelas festas, que não permitiam nenhuma atividade. Além dos dias de descanso sabático o primeiro dia do mês era a festa das trombetas, e o décimo o Dia da Expiação (Lv 23:23-32). No décimo quinto dia começava a Festa dos Tabernáculos, quando toda a população morava durante uma semana em cabanas feitas de galhos, em memória à marcha do êxodo. Esta, portanto, era uma ocasião de regozijo durante a colheita, com a qual eles experimentavam a cada ano a fidelidade de DEUS às suas promessas (Lv 23:33-36, 39-44; Dt 16.13-15). Seria compreensível que os que estavam entusiasmados e queriam trabalhar estavam impacientes durante os dias santificados.
1,2. Ageu pronunciou seu segundo sermão no último dia da Festa dos Tabernáculos, como que para animar estas pessoas. O vigésimo­-segundo dia do mês era um dia de descanso solene (Lv 23:39). O profeta recebeu instruções para falar a Zorobabel e Josué, cujos títulos oficiais novamente foram mencionados, porém desta vez o resto do povo está incluído (cf comentário sobre 1:12).
3. Os reverenciados anciãos que se lembravam do templo anterior devem ter falado muitas vezes saudosamente do seu esplendor. Alguns devem ter participado da tentativa frustrada de reconstrução em 538 a.C. (Ed 3:8-13). Aquela desilusão os fizera pessimistas quanto ao presente e futuro. O novo templo jamais seria como o antigo; eles não tinham recursos para pagar profissionais do exterior, como Salomão tinha feito, e eles não podiam nem pensar em cobrir de ouro o interior (I Rs 6:21-22). Apesar do seu esforço, não se via ainda muito progresso. Comparação desfavorável do presente com o passado estava Ihes ti­rando todo estímulo.
       4, 5. Sê forte (RAB; esforça-te, RIB), foi a ordem que o outro Josué tinha ouvido muitas vezes (Dt 31:7, Js 1:6, 7, 9, 18), bem como Israel (Dt 31:6, Js 10:25), quando entrou na terra. Uma destas passa­gens pode bem ter sido o. texto da meditação no último dia desta semana em que os acontecimentos do êxodo eram relembrados (v. 5). Na ordem tríplice do v. 4 temos um eco da oratória de Ageu. Todo o povo da terra significa aqui e em Zc 7:5 o povo comum, diferenciado dos lideres. Contraste isto com o significado da frase em Ed 4:4, onde ela se refere aos adversários de Judá e Benjamin (v. I).
Há um paralelo interessante entre a exortação de Ageu e as pala­vras de JESUS em Mc 6:50: "Tende bom ânimo! sou eu. Não temais!" A presença pessoal do Senhor confere coragem, determinação, e a certeza de que ele não permitirá que seu objetivo fracasse. Se o exílio aparentemente tinha anulado a aliança, agora o povo era certificado de que DEUS ainda estava entre eles em ESPÍRITO, como estivera durante lodo o êxodo (Ex 29:45). O meu ESPÍRITO habita no meio de vós. "Habitou" também está certo; o particípio hebraico, que denota ação contínua, engloba tanto o passado como o presente. DEUS estivera presente mesmo no desastre aparente, e fazia sua presença ser notada no momento em que ele!!> se arrependiam.
Alguns comentadores têm pensado que o v. 5a é uma adição. Algumas traduções, de fato, o omitem, seguindo a LXX. O texto hebraico quer dizer "o assunto sobre o qual o qual eu fiz um acordo com vocês, quando saíram do Egito", mas não é esta a expressão costumeira, e além disto a frase interrompe o sentido, separando as afirmações paralelas "Eu sou convosco" e "O meu ESPÍRITO habita no meio de vós". Uma referência marginal de um escriba a Êx 29:45,46 pode ter sido incorporada ao texto.
. 6, 7. O Senhor passa a tornar mais explícito o seu plano. Ainda uma vez, dentro em pouco não reproduz bem o sentido. O profeta está dizendo: "Esperam só mais um pouquinho". Não demorará mais muito até que o Senhor abale toda a criação. O verbo está no hifil particípio, o que quer dizer que o Senhor causará uma série de abalos. Terremotos já tinham sido antes um símbolo da intervenção sobrenatural de DEUS, principalmente aquele do oitavo século, pelo qual a profecia de Amós é datada (Am 1:1), e que ele usou para ilustrar sua mensagem (Am 8:8, 9:15). Isaías (I!i 2:23-21, 13:13,29:6), Joel (JI3:16) e Ezequiel(Ez 38:20) também o fizeram. Terremotos vêm sem aviso prévio, e não há como escapar ao terror que eles causam. Ageu antevê todo o universo em uma série de convulsões, que levarão inclusive as nações a' se separarem das suas riquezas com prazer. Estas serão trazidas para o templo, para fazer com que ele seja cada vez mais belo, até que seu esplendor seja com­pleto. Culto sem pompa em épocas de dificuldade econômica também tem seu lugar no propósito final de DEUS (c/Is 60:5-22). DEUS nunca tem falta de recursos.
As coisas preciosas de todas as nações. As traduções mais recentes abandonaram o singular da Vulgata ("a preciosidade"), com sua cono­tação messiânica, porque no texto hebraico o verbo está no plural e exige um sujeito plural. Vemos que os gentios desempenham um papel no plano de DEUS, trazendo-lhe seus tesouros como um tributo.
8. No tempo de Salomão havia tanto ouro que a prata valia pouco (I Rs 10:21). No sexto século os persas tinham herdado a riqueza do mundo, mas um dia também eles teriam de entregá-Ia, e o derradeiro dono seria aquele que a fizera, o Senhor dos Exércitos. Já que tudo era seu, ele poderia transferir os tesouros para quem e quando quisesse.
Nesta época houve uma demonstração disto. Adversários que queriam fazer parar a construção tiveram de pagar todas as despesas do templo com o tributo real recolhido em seu próprio distrito tributário (Ed 6:8-12). Provavelmente esta decisão foi posta em prática logo depois de Ageu pregar que todas as riquezas eram de DEUS, e que ele supriria as suas necessidades. Herodes, o Grande, e seus sucessores, muito mais tarde, haveriam de gastar fortunas com o templo. Partes da sua estru­tura ainda existem, e podem ser identificadas pelas enormes pedras talhadas que foram usadas. 10 Seus pináculos reluziam de ouro para dar as boas-vindas àquele "que era maior que o templo".
. 9. A glória desta última casa será maior que a da primeira: isto se tornou realidade literalmente, sob os Herodes (Mc 13: I), mas principal­ mente porque o Senhor do templo veio (Mt 12:6) e super-excedeu-o (Jo 2:13-22). E neste lugar (mãqôn) eu darei paz ('itIlôm). Uma vez que o nome Jerusalém significa "cidade da paz", o profeta está fazendo um trocadilho, ligando ao mesmo tempo a palavra, por assonância, com mãqôn, lugar, que às vezes tem um sentido cúltico (p. ex. Dt 12:5,14, 14:23, 'etc.; Ne 1:9: Jr 17:12; Ez 43:7). Sâlôm (até hoje usado como saudação - "paz seja contigo") resume todas as bênçãos da era messiânica, quando a reconciliação com DEUS e seu governo
justo assegurarão uma paz justa e duradoura. O templo era a fonte da qual todas as bênçãos haveriam de fluir (Ez 47: I), fazendo de Jerusalém o centro do bem-estar mundial, a "cidade da paz". Já que nos últimos
dias a salvação estaria tão relacionada com o templo, sua reconstrução não podia ser adiada.
 
III. DEZEMBRO DE 520: PROMESSA E PREDIÇÃO (2:10-23)
 
a. De agora em diante; bênçãos (2:10-19)
Antes de desenvolver com mais detalhes sua visão do futuro, Ageu recapitula seu sermão anterior (l :2-11). Ele olha para trás (2: 10-18) para dar ênfase na mudança completa que poderá ser vista no próprio dia em 10 André Parrot. The Tempel oI Jerusalem. Trad. B. Hooke (SCM Press, 1957), pp. 76-96.
que ele está falando. Para ser exato ele acrescenta a data. Cada ouvinte do profeta terá uma temporada tão bem sucedida em sua plantação que .era óbvio que DEUS está abençoando.
Alguns comentadores dividem esta passagem em duas seções e colocam os vv 15-19 depois de 1:15 (cf Introdução pg. 25). A vantagem pretendida é que a promessa de bênção seguiria imediatamente após o Inicio das obras, enquanto que como o texto está a promessa é dada por ocasião da plantação. A desvantagem é que neste caso os vv 10-14 ficam sem qualquer explicação ou aplicação. Dizer que eles se referem aos samaritanos é uma suposição sem base. (Veja o comentário sobre o v. 14). Além disto esta variação da sequência do texto é totalmente arbitrária.
10. A nova data (18 de dezembro, no nosso calendário) delimita um período de dois meses desde o sermão anterior de Ageu (2:1). As primeiras chuvas caíram em meados de outubro nos arredores de Jeru­salém, e assim que o solo estivesse suficientemente fofo ele era arado e semeado. 11 Até meados de dezembro este trabalho estaria no fim, e todos passavam a esperar por um bom ano, sem secas e doenças. Exatamente isto DEUS estava planejando dar, por eles o terem colocado em primeiro lugar (v. 19).
Zacarias tinha iniciado seu ministério em Jerusalém algumas se­manas antes (Zc 1:1).
11. Ageu, sem dúvida pregando no templo, convoca os sacerdotes para uma discussão aberta (Torá) sobre um assunto de culto (cf Zc 7:3, MI 2:7). Este uso da palavra Torá para uma instrução breve dos sacer­dotes provavelmente faz mais jus ao seu sentido original, que se desen­volveu até englobar toda a Lei de DEUS, a Torá, o grupo de preceitos divinos para a vida humana. Mais tarde a Torá acabou sendo identi­ficada com o que chamamos de Pentateuco. Por isto nossas versões trazem pergunta agora aos sacerdotes. a respeito da lei. 12
12. A pergunta de Ageu não visa tanto uma resposta, mas mais provocar interesse. Carne santificada se tomava "santa" quando era destinada para algum sacrifício. O animal usado no sacrifício pelo pecado era coisa "santíssima" (Lv 6:25). No fim do voto de um nazireu parte do cordeiro da oferta, junto com porções da oferta de cereal, era movida num gesto de apresentação ao Senhor, "santo para o sacer­dote" (N m 6:20). Estas porções santas provavelmente os sacerdotes carregavam com frequência nas dobras das suas roupas. De acordo com Temos evidências de que primeiro se semeava, depois se arava, em J. Jeremias, The Parables 01 JESUS. Trad. S. H. Hooke (SCM Press, edição revisada, 1963), pg.
12 Sobre o significado da palavra Tôrâ veja R. de Vaux, Ancient Israel. Trad J. McHugh (Darton, Longman and Todd, 1961), pp. 353-7.
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Conseguiriam solucionar adequadamente (cf LXX no versículo anterior, induzindo esta expressão). Durante anos os cereais tinham produzido somente 50% do normal, as uvas ainda menos. O lagar (a palavra só aparece ainda em Is 63:3) inclui o lugar onde as uvas eram pisadas c' o recipiente que recolhia o suco.
17. Eu vos feri. O Senhor da colheita tinha poder para reter e assim advertir quanto ao seu desagrado (Dt 28:22, Am 4:9). Ageu aqui está se referindo a Amós, e por isto é justificável que o verbo final defectivo (literalmente "e não vocês a mim") seja complementado de Amós 4:9).
18. Depois de olhar para trás, Ageu olha para a frente, desde este dia em diante. Ele faz uma declaração solene, datada com a precisão de um documento legal, afirmando que a semente recém-lançada dará muito fruto. Desde o dia em que se fundou. ., Mais uma vez Ageu t:onsidera a construção do templo de crucial importância. Sobre o ~ignificado desta observação, veja a nota a seguir.
19. A semente não estava mais no celeiro, mas no solo; ninguém, no entanto, se atreveria a prever no meio do inverno a qualidade da colheita do ano seguinte. A coragem de Ageu mostra como ele tinha certeza de que sua mensagem era autêntica.
 
Nota adicional sobre "o dia em que se fundou o templo do Senhor" (2:18)
 
Frequentemente é dito que não temos evidência em Ageu de um outro lançamento de pedra fundamental, e que o único acontecimento deste tipo está registrado em Ed 3: 10-13. Por isso argumenta-se que o v.
18 se refere a outro evento, de 520 a.C. Já que o livro de Ageu é considerado uma fonte histórica confiável, e a obra do cronista é tardia ~ evidencia interesses especiais (Esdras-Neemias geralmente é conside­rado obra do cronista que escreveu I e 11 Crônicas), houve quem dissesse que o silêncio de Ageu prova que não houve lançamento de alicerces em 538 a.C.
A palavra hebraica usada tanto em Ag 2:8 como em Ed 3:6 para­" e se fundou" é o verbo yãsag, que em muitos contexto significa "lançar fundamentos". Observe que o hebraico não tem substantivo para a nossa palavra "alicerces". Duas sentenças em que o cronista usa este verbo nos podem ser elucidativas: "Quanto. .. à restauração da casa do Senhor" (11 Cr 24:27), e, falando da coleta de dízimos, "no terceiro mês começaram a fazer os primeiro montões" (11 Cr 31:27). Estas citações mostram que a palavra "alicerces" não é fundamental; ela nem aparece na tradução. Em uma sentença o verbo yãsag é trazudido
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Lv 6:27 a própria roupa será santa, mas esta santa não passada para nada que a roupa tocasse.
13. A contaminação ritual, pelo contrário, era transmitida pelo contato, como uma doença contagiosa (Lv 1:28, 22:4-7).
14. Assim é este povo. A aplicação é dupla. I) Israel tinha sido destinado para o Senhor, e por isto era santo (Êx 19:6), mas 2) a nação tinha se tomado impura, e tudo que tocasse, inclusive suas ofertas, se tomaria impuro. A ruína do templo, testemunha dos pecados por I omissão, estava como um cadáver bem no meio deles. Como eliminar a impureza, se os próprios sacrifícios eram impuros? A lei Levítica previa rituais para certas emergências, mas estas tratavam somente de impu­reza externa, que seria eliminada pelo tempo e as abluções cerimoniais. I Não havia remédio conhecido para Israel. A única esperança era ser aceito pelo Senhor, e a bênção prometida (v. 19) deixa implícito que esta aceitação estava garantida. Acolhendo a repreensão do profeta e transformando boas intenções em ações Israel praticou sua fé e experi­mentou graça salvadora, A mudança do texto, permitindo que "este povo" se refira aos samaritanos, está delineada na introdução, p 25, onde dissemos que nenhum texto conhecido foge à sequência tradicional. A sugestão foi feita porque os samaritanos tinham causado a primeira paralisação das obras (Ed 4:1-5), razão pela qual Ageu poderia ter se referido à oposi­ção feita por eles. Se sua intenção, de fato, foi esta, por que ele não foi mais claro? Por que não os mencionou nominalmente e fundamentou seu argumento com um de seus imperativos favoritos? Além disto a expressão "este povo" foi usada por Jeremias para criticar os habitantes de Judá.(Jr 6:19,21, 14:10,11), e pelo próprio Ageu (1:2) para criticar seus compatriotas. Não há indícios de que ele tenha usado esta expres­são com outro sentido neste versículo. "Se a disputa com os sama­ritanos subjaz Ag 2: 10-14, isto é mais implícito que explícito. O peso da prova está com aqueles que o presumem."
15. Desde aquele dia. A expressão hebraica pode tanto se referir ao futuro como ao passado.14 Ela está como uma placa em uma encruzi­lhada, apontando tanto para a estrada já percorrida como para a que ainda está pela frente. Em primeiro lugar Ageu constatou que as coisas tinham ido de mal a pior desde que a obra no templo tinha sido adiada (Ed 4:24). A LXX acrescenta aqui "como vocês estavam?"
       16. Antes daquele tempo (RAB), Quando (RIB) são tentativas de traduzir uma expressão difícil, que os tradutores primitivos também não conseguiriam solucionar adequadamente (cf LXX no versículo anterior, traduzindo esta expressão). Durante anos os cereais tinham produzido Somente 50% do normal, as uvas ainda menos. O lagar (a palavra só "parece ainda em Is 63:3) inclui o lugar onde as uvas eram pisadas C! o recipiente que recolhia o suco.
13 Herbert H. May, . "This People" and "This Nation" in Haggai', VT, XVIII (Abril
de 1968), pg. 192.
       14 BDB, pg. 751; veja também Addenda et Corrigenda, pg. 1125.
17. Eu vos feri. O Senhor da colheita tinha poder para reter e assim advertir quanto ao seu desagrado (Dt 28:22, Am 4:9). Ageu aqui está se referindo a Amós, e por isto é justificável que o verbo final defectivo (literalmente "e não vocês a mim") seja complementado de Amós 4:9).
18. Depois de olhar para trás, Ageu olha para a frente, desde este dia em diante. Ele faz uma declaração solene, datada com a precisão de um documento legal, afirmando que a semente recém-lançada dará muito fruto. Desde o dia em que se fundou. .. Mais uma vez Ageu considera a construção do templo de crucial importância. Sobre o significado desta observação, veja a nota a seguir.
19. A semente não estava mais no celeiro. mas no solo; ninguém, no entanto, se atreveria a prever no meio do inverno a qualidade da colheita do ano seguinte. A coragem de Ageu mostra como ele tinha certeza de que sua mensagem era autêntica.
 
Nota adicional sobre "o dia em que se fundou o templo do Senhor" (2:18)
 
Frequentemente é dito que não temos evidência em Ageu de um outro lançamento de pedra fundamental, e que o único acontecimento deste tipo está registrado em Ed 3: 10-13. Por isso argumenta-se que o v.
18 se refere a outro evento, de 520 a.C. Já que o livro de Ageu é considerado uma fonte histórica confiável, e a obra do cronista é tardia e evidencia interesses especiais (Esdras-Neemias geralmente é considerado obra do cronista que escreveu I e 11 Crônicas), houve quem dissesse que o silêncio de Ageu prova que não houve lançamento de alicerces em 538 a.C.
A palavra hebraica usada tanto em Ag 2:8 como em Ed 3:6 para' "e se fundou" é o verbo yãsag, que em muitos contexto significa "lançar fundamentos". Observe que o hebraico não tem substantivo para a nossa palavra "alicerces". Duas sentenças em que o cronista usa este verbo nos podem ser elucidativas: "Quanto. .. à restauração da casa do Senhor" (11 Cr 24:27), e, falando da coleta de dízimos, "no terceiro mês começaram a fazer os primeiro montões" (11 Cr 31:27). Estas citações mostram que a palavra "alicerces" não é fundamental; ela nem aparece na tradução. Em uma sentença o verbo yãsag é traduzido "restaurar", na outra "fazer".
Da mesma forma seria correto em Ed 3: 10,11, e menos enganoso, traduzir "Quando os edificadores começaram a restauração" (v. 10), e "porque a reconstrução da casa do Senhor tinha iniciado" (v. 11).
Compreendido desta maneira o texto não apresenta contradição entre o relato de Esdras e o de Ageu. O trabalho foi iniciado em 538, foi 'interrompido, e recomeçado em 520 por causa da profecia de Ageu.
Esta interpretação explica por que a reconstrução foi concluída em quatro anos e meio,'5 enquanto Salomão, com todos os seus recursos humanos e materiais, levara sete anos e meio (I Rs 6:37,38) para terminar o templo original. Longe de ter sido nivelado ao solo, muitas estruturas sobreviveram intactas ao fogo (11 Rs 25:9). O que mais se precisava era madeira (Ag 1:8), para substituir a que tinha se queimado.
Não se trata de lançar fundamentos.
b. Zorobabel, escolhido e precioso (2:20-32)
As últimas palavras registradas de Ageu são dirigidas a um indi­víduo, Zorobabel, o príncipe davídico. Em linguagem escatológica tradicional, ele apresenta uma nova fase na história do mundo, em que tronos ruirão diante de exércitos vizinhos, e Zorobabel será o homem escolhido por DEUS para o momento.                                           .
É natural que pensemos que Ageu (e Zacarias) esperavam que esta nova era viria ainda em seus dias, como resultado dos levantes do início do reinado de Dario. À medida que o tempo passou, e Zorobabel não foi honrado como eles esperavam, as esperanças messiânicas foram transferidas para seus descendentes. Como compreendeu o autor da carta aos Hebreus, neste adiamento da promessa havia um princípio importante, amplamente ilustrado no Antigo Testamento (Hb 11: 13).
Zorobabel poderia ter sido incluído na lista dos que, pela fé, ansiavam por seu cumprimento.
       20. Esta palavra veio a Ageu, e não "através" dele, o que contradiz o argumento de que o "através" menos comum não é tão importante.
(Cf comentário sobre I: I). Não há razão para duvidar que o profeta poderia receber duas mensagens separadas no mesmo dia (c/ 2: 10).
21. Este abalo de céus e terra não seria só um sinal para que as nações trouxessem suas riquezas (2:7-9), mas também uma indicação de que os últimos dias tinham chegado.
22. O profeta usa palavras tradicionais para a intervenção mila­grosa de DEUS. Como no êxodo, cavalos, carros e cavaleiros serão destruídos (~x 15:1-5); reinos serão derrubados, como o foram Sodoma
15 Foi iniciada no sexto mês do segundo ano de Dario (Ag 1:1.24), e concluída no décimo-segundo mês (Adar) do sexto ano de Dario (Ed 6: 15).
e Gomorra (Dt 29:23, Is 13:19, Jr 20:16, Am 4:11); homens cairão 11m pela espada do outro (Jz 7:22, Ez 38:21, Zc 14:13). O fato de Judá ser pequeno e indefeso não faz diferença quando DEUS diz Eu destruirei. Ele agirá, Judá não precisará lutar.
23. O vocabulário continua tendo um significado especial. Tomar­-te-ei (lãqai); o verbo é usado aqui no sentido de escolha especial (tx 6:7, Js 24:3, 11 Sm 7:8). Zorobabel não é só governador (v. 21) mas também meu servo, um título usado para Davi (Ex 34:23,37:24) e que é muito destacado em Is 40-55. Além disto "servo" e escolhido estão em justaposição em Is 41:8, 42:1, 44:1. A tribo de Judá, o Monte Sião e Davi foram "escolhidos" de maneira semelhante (SI 78:68-70) para concretizar o plano de DEUS. O avô de Zorobabel, Joaquim (Conias), aparentemente fora rejeitado: "Ainda que Jeconias... fosse o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria" (Jr 22:24). Agora a sentença é anulada. O anel do selo, em que estava gravada a marca real, era usado para validar todos os documentos oficiais (c/Et 8: 10). Ele era tão precioso que geralmente o rei Q usava, para evitar que ele fosse
roubado. Esta figura vívida confirma a renovada eleição da linhagem de Davi, representada por Zorobabel nos dias de Ageu. Ele também seria preservado para cumprir o plano de DEUS.
Gerações posteriores tinham Zorobabel em alto conceito. Seu no­me é incluído, ao lado de Josué, entre os homens famosos chamados de pais de Israel (Eclesiástico 49: 11), e até hoje ele consta do hino do Hanucá que conta as libertações que DEUS operou: "Eu quase morri, quando o fim trazido por Babilônia se aproximou; através de Zoroba­bel eu fui salvo depois de setenta anos."16
Ageu continua conclamando o povo de DEUS para o serviço. Entre­ga que não é total não é entrega. Pensar que qualquer coisa contribui para um serviço sério é errar o alvo completamente. Ele quer abençoar, mas não pode fazê-lo enquanto seu povo está apático e egocêntrico. E nesta situação eles só passarão por dificuldades, apesar de ele estar disposto a cobri-Ios de coisas boas. O remédio que Ageu receita para hoje, como o fez em seu tempo, é uma igreja mobilizada para a ação; ele lhe diria: "Sê forte, trabalha, não temas". O propósito de DEUS para o futuro será concretizado e será mais glorioso no cumprimento do que na promessa, na mesma proporção que JESUS CRISTO foi mais glorioso que o templo.
16 Daily Authorised Prayer Book of lhe Uniled Hebrew Congregalíons of lhe British Empire. Nova tradução por Rev. S. Singer (London, 1891), pg. 275.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico
"Ageu [...]
Ageu censurou os judeus por sua indiferença, e os repreendeu por construírem as suas próprias casas enquanto a casa de DEUS era negligenciada. Ele assegurou aos habitantes de Jerusalém que as adversidades que vinham sofrendo eram castigos por sua apatia. Zorobabel foi estimulado a dar a supervisão apropriada à obra que tinham em mãos, e quando parecia que as revoltas na Babilônia podiam ainda ser bem sucedidas, ele parece ter sido considerado como o homem divinamente ungido, que deveria conduzir Judá à independência.
[...] O livro de Esdras passa em silêncio pelo período de cinquenta e sete anos que se seguiram à conclusão do segundo Templo. No império persa, a morte de Dario I, em 486 a.C., foi seguida pela ascensão de seu filho Xerxes (486 - 465 a.C.).
[...] Durante este período, a comunidade judaica lutou, com coragem, para sobrepujar a pobreza com que a terra fora assaltada, e esforçou-se duramente para arrancar alguma prosperidade do solo inóspito. Em outro tempo, porém, a orgulhosa capital ainda carregava os sinais de sua humilhação, e embora o Templo estivesse concluído, a cidade ainda permanecia sem muros" (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.285-86).
 
VOCABULÁRIO 
Hegemonia: Supremacia, superioridade.
Embargo: Impedimento, obstáculo.
Sobrepujar: Exceder, ultrapassar.
Inóspito: Lugar em que não se pode viver
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
 
SAIBA MAIS PELA Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 52, p.41.
 
 
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 11, AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DE DEUS 
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2012
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
 
TEXTO ÁUREO 
1- Complete:
"Mas buscai __primeiro__ o Reino de DEUS, e a sua justiça, e __todas__ essas coisas vos serão __acrescentadas__" (Mt 6.33).
 
VERDADE PRÁTICA 
2- Complete:
A verdadeira __profecia__ liberta o povo da __indiferença__ e do comodismo __espiritual__.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO 
3- Quantos anos se passaram desde os tempos da profecia de Joel até Ageu?
(    ) Passaram-se mais de 300 anos.
 
4- Quais os problemas reinantes agora, entre os judeus?
(    ) A indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de DEUS.  
 
I. O LIVRO DE AGEU  
5- Qual o contexto histórico do livro de Ageu? Complete:
No livro de Esdras, encontra-se o relato das primeiras décadas do período __pós__-exílio. O rei __Ciro__, da Pérsia, baixou o decreto que pôs fim ao cativeiro de Judá em 539 a.C. Pouco tempo depois, a primeira leva dos hebreus partiu da Babilônia de volta para Judá. __Ciro__ reinou até 530 a.C., ano em que faleceu. __Cambises__, identificado na Bíblia como Artaxerxes (Ed 4.7-23), reinou em seu lugar até 522 a.C. Este, por dar ouvidos a uma denúncia dos vizinhos invejosos e hostis a Judá, decidiu embargar a construção da Casa de DEUS em Jerusalém (Ed 4.23). Após a morte de Cambises, __Dario__ Histaspes assumiu o trono da Pérsia (reinando até 486 a.C.), e autorizou a continuação da obra do Templo. Ele é citado nas Escrituras Sagradas simplesmente como "__Dario__" (Ed 6.1,12,13).
 
6- Como era a vida pessoal. de Ageu?
(    ) Não há, além do profeta, outro Ageu no Antigo Testamento.
(    ) O seu nome aparece nove vezes na profecia e duas no livro de Esdras (Ed 5.1; 6.14).
(    ) Ageu foi o primeiro profeta a atuar no pós-exílio.
(    ) Seu chamado ocorreu cerca de dois meses antes de Zacarias receber o primeiro oráculo: "no ano segundo do rei Dario" em 520 a.C. (1.1; Zc 1.1).
(    ) O fato de Ageu apresentar-se como "profeta" (vv.1,3,12; 2.1,10) demonstra que os contemporâneos reconheciam-lhe o ofício sagrado.
 
7- Quem era Zorobabel?
(    ) A profecia de Ageu foi dirigida "a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote" (v.1).
(    ) Sob a sua liderança e a do sacerdote Josué, ou Jesua, filho de Jozadaque, os remanescentes judeus retornaram da Babilônia para Jerusalém (Ed 2.2; Ne 7.6, 7; 12.1).
(    ) A promessa divina dirigida a Zorobabel é messiânica (2.21-23), sendo que a própria linhagem messiânica passa por ele (Mt 1.12; Lc 3.27).
(    ) Dessa forma, JESUS é o "Filho de Davi", mas também de Zorobabel.
 
8- Apenas Ageu apresenta com tamanha precisão as datas do recebimento dos oráculos. Quando foram entregues os 4 oráculos do livro de Ageu?
(    ) O primeiro foi entregue "no sexto mês, no primeiro dia do mês" (v.1) [mês hebraico de elul, 29 de agosto];
(    ) O segundo, "no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês" (2.1) [mês de tisrei, 17 de outubro];
(    ) O terceiro e o quarto oráculos vieram no mesmo dia, O "vigésimo quarto dia do mês nono" (2.10,20) [mês de quisleu, 18 de dezembro].
 
9- Qual a estrutura e mensagem do livro de Ageu?
(    ) O livro consiste de quatro curtos oráculos.
(    ) A revelação foi dada diretamente por DEUS (vv.1,3).
(    ) O tema do livro é a reconstrução do Templo.
(    ) Dos 38 versículos divididos em dois capítulos, dez falam da Casa de DEUS, em Jerusalém (vv.2,4,8,9,14; 2.3,7,9,15,18).
(    ) Em o Novo Testamento, Ageu é citado uma única vez (2.6; Hb 12.26,27). 
 
II.  RESPONSABILIDADE E OBRIGAÇÕES 
10- Qual foi a desculpa do povo para não continuarem a construir a casa de DEUS?
(    ) Ageu inicia a mensagem com a fórmula profética que aponta para a autoridade divina (v.2).
(    ) O povo, em débito que estava com o Eterno (v.2b), em vez de reivindicar o decreto de Ciro para continuar a construção do Templo, usou a desculpa de que não era tempo de construir.
(    ) Por isso, o Senhor evita chamar Judá de "meu povo", referindo-se a eles como "este povo". Em outras palavras, DEUS não gostou da desculpa da nação (Jr 14.10,11).
 
11- Como se deu a inversão de prioridades (vv.3,4), quanto a dedicação do povo judeu, após seu retorno do exílio?
(    ) O oráculo volta a dizer que a Palavra de DEUS veio a Ageu (v.3).
(    ) Ênfase que demonstra ser o discurso do profeta uma mensagem advinda diretamente do Senhor que, inclusive, trouxera Judá de volta a Jerusalém para construir a sua Casa.
(    ) Mas o povo preocupou-se mais em morar nas casas forradas, enquanto que o Templo, cujo embargo havia ocorrido há 15 anos, continuava em total abandono (v.4).
(    ) Os judeus negligenciaram uma responsabilidade que, através do rei Ciro, o Altíssimo lhes atribuíra (Ed 1.8-11; 5.14-16).
(    ) O desprezo pela Casa do Altíssimo representa o gesto de ingratidão do povo judeu (veja o reverso em Davi: 2 Sm 7.2).
 
12- Como DEUS faz um convite à reflexão?
(    ) No versículo cinco, vemos um apelo à consciência e ao bom senso, pois é o próprio DEUS quem fala.
(    ) Tal exemplo mostra que devemos parar e refletir, avaliando a situação à nossa volta, percebendo, inclusive, o agir do Senhor.
 
III. A EXORTAÇÃO DIVINA 
13- Qual era a situação econômica e por que havia essa situação entre o povo do pós-exílio?
(    ) O profeta fala sobre o trabalhar, o comer, o beber e o vestir como necessidades básicas, pois garantem a dignidade do ser humano.
(    ) Mas temos aqui um quadro deplorável da economia do país. A abundante semeadura produzia muito pouco.
(    ) A quantidade de víveres não era suficiente para saciar a fome de todos.
(    ) A bebida era escassa, a roupa de baixa qualidade e o salário não tinha a bênção de DEUS (v. 6).
(    ) Tudo isso "por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa" (v. 9).
(    ) Era o castigo pela desobediência (Dt 28.38-40).
(    ) Era o resultado da ingratidão do povo.
 
14- Qual a solução apresentada por DEUS para que o povo fosse abençoado, através de quem foi dada e qual a reação do povo?
(    ) Nem tudo estava perdido! DEUS enviou Ageu para apresentar uma saída ao povo.
(    ) O Profeta deveria levar adiante o compromisso assumido com DEUS: subir ao monte, cortar madeira e construir a Casa de DEUS.
(    ) Fazendo isso, o Senhor se agradaria de Israel e o nome do Eterno seria glorificado (v.8).
(    ) Não era comum o povo e as autoridades acatarem a mensagem dos profetas naqueles tempos.
(    ) Oseias e Jeremias são exemplos clássicos disso, mas aqui foi diferente.
(    ) O ESPÍRITO SANTO atuou de maneira tão maravilhosa, que ocorreu um verdadeiro avivamento e a construção do Templo prosseguiu sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (v.14).
 
15- O que fez o rei Dario em relação a construção do segundo templo?
(    ) Na Pérsia, o novo rei Dario Histaspes pôs fim ao embargo.
(    ) Ele colheu ofertas para a construção e deu ordens para não faltar nada durante o andamento da obra.
(    ) Ele ainda pediu oração ao povo de DEUS em seu favor (Ed 6.7-10).
 
16- Quando foi finalmente inaugurado o segundo templo, houveram mais templos em Jerusalém?
(    ) O Templo foi inaugurado em 516 a.C., "no sexto ano de Dario" (Ed 6.15).
(    ) Esse é o segundo e o último Templo de Jerusalém na história dos judeus. 
 
CONCLUSÃO 
17- Complete:
A lição de Ageu tem muito a ensinar-nos. Não devemos encarar a nossa responsabilidade e compromisso como __fardos__ pesados, mas recebê-los como algo __sublime__. É honra e privilégio fazer parte do projeto e do plano divinos, mesmo em situação adversa (At 5.41). Assim, somos encorajados por JESUS a atuar na __seara__ do Mestre a fim de que a nossa luz brilhe diante dos homens e DEUS seja glorificado (Mt 5.16).
 
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO na Lição acima 
 
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. 
William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Revista - LIÇÃO JUVENIS CPAD 2002= ESTUDO PANORÂMICO DOS PROFETAS MENORES
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD 

 

 

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Lição 5, Zorobabel Recomeça a Construção do Templo
 
Revista Adulto, CPAD, 3° trimestre 2020
Tema: Os Princípios Divinos em Tempo de Crise - A reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
Comentarista: Pr. Eurico Bergstén
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
 
 
Preciso de sua ajuda para continuar esse trabalho -
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Lição 5, Zorobabel Recomeça a Construção do Templo

Slides

https://ebdnatv.blogspot.com/2020/07/slides-licao-5-zorobabel-recomeca.html

https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshare-lio-5-zorobabel-recomea-a-construo-do-templo-3tr20-pr-henrique-ebd-na-tv
Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=7YUiLVWdoBs
 
 
TEXTO ÁUREO
“Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: [...] Ponde, pois, eu vos rogo, [...] desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, ponde o vosso coração nestas coisas.” (Ag 2.10,18).
 
 
 
VERDADE PRÁTICA
Sob o poder de DEUS, a Igreja torna-se imbatível no cumprimento das tarefas que CRISTO lhe entregou.
 
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ed 5.1,2 O poder da palavra profética
Terça - Ed 5.5 O poder de DEUS sobre os anciões
Quarta - Ed 5.13-17 O poder de DEUS sobre o rei Dario
Quinta - Ed 6.14 O poder de DEUS traz prosperidade
Sexta - Ag 2.4 O poder de DEUS sobre o ministério
Sábado - Ag 2.7-9 O poder de DEUS sobre os recursos
 
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Esdras 5.1,2; Ageu 1.1,12; Zacarias 4.6-10
Esdras 5
1- E Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do DEUS de Israel lhes profetizaram. 2- Então, se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a Casa de DEUS, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de DEUS, que os ajudavam.
Ageu 1
1- No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
12- Então, ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu DEUS, e as palavras do profeta Ageu, como o SENHOR, seu DEUS, o tinha enviado; e temeu o povo diante do SENHOR.
Zacarias 4
6- E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO, diz o SENHOR dos Exércitos. 7- Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela. 8- E a palavra do SENHOR veio de novo a mim, dizendo: 9- As mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós. 10- Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra que discorrem por toda a terra.
 
 
OBJETIVO GERAL - Compreender como se deu a reconstrução do Templo sobre a liderança de Zorobabel.
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar como DEUS levantou os profetas Ageu e Zacarias para incentivar o povo a reconstruir o Templo;
Saber que o ministério profético é uma prova da manifestação de DEUS;
Explicar o ministério profético a luz da Bíblia.
 
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), na lição anterior (lição 4) vimos que o povo de DEUS havia dado início à obra de reconstrução do Templo. Eles fizeram um culto de adoração ao Senhor quando as últimas pedras do alicerce foram fincadas. Mas, logo os samaritanos e outros povos da redondeza se levantaram para impedi-los de reconstruírem o Templo e estabelecerem Jerusalém. Eles se sentiram ameaçados, por isso armaram traiçoeiramente emboscadas contra o povo de DEUS, atrapalhando assim a obra. Segundo o Comentário Bíblico Beacon eles "alugaram conselheiros e aparentemente deram uma impressão enganosa sobre os judeus ao rei da Pérsia."
Parecia que o Templo jamais iria ser reconstruído novamente. O povo estava sem fé, sem coragem e sem esperança. Ficava evidente que somente DEUS poderia ajudá-los. Então, o Senhor usou os profetas Ageu e Zacarias para incentivar e exortar o seu povo a concluírem a sua Casa e depois de uns 18 anos, aproximadamente, a reconstrução do Templo foi concluída.
 
 
PONTO CENTRAL - Os profetas que DEUS levanta são necessários para a sua obra.
 
 
Resumo da Lição 5, Zorobabel Recomeça a Construção do Templo
I - DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS.
1 . DEUS levantou dois profetas.
2. O resultado da mensagem dos profetas.
3. O impulso espiritual dado pelos profetas continuou dominando os construtores até à conclusão da construção.
II – O MINISTÉRIO PROFÉTICO, UMA PROVA DA MANIFESTAÇÃO DE DEUS
1. Manifestações sobrenaturais no Antigo Testamento.
2. Manifestações sobrenaturais no Novo Testamento.
III – O MINISTÉRIO DE PROFETA À LUZ DA BÍBLIA
1. O profeta na dispensação do Antigo Testamento. Mediador entre DEUS e o povo.
2. O profeta na dispensação do Novo Testamento.
 
 
 
Resumo do Pr Henrique da Lição 5, Zorobabel Recomeça a Construção do Templo
 
I - DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS.
DEUS, vendo o desânimo do povo e de seus líderes, Zorobabel e Jesua (Josué), escolhidos por Ele mesmo, envia dois profetas, Ageu e Zacarias, para reanimá-los.

1 . DEUS levantou dois profetas.
ESDRAS 5.1 OS PROFETAS... PROFETIZARAM AOS JUDEUS. O reinício e conclusão da construção do templo só foi possível graças aos ministérios proféticos de Ageu e Zacarias (ver Ag 1.9-11). Suas profecias incluíam: (1) ordens diretas de DEUS (Ag 1.8); (2) advertência e repreensão (Ag 1.9-11); (3) exortação (Ag 2.4); e (4) alento mediante a promessa de bênçãos futuras (ver Ag 2.6-9; Zc 8.3). A palavra de DEUS através de Jeremias pusera em marcha o início da reconstrução do templo (1.1); da mesma forma, agora, a palavra do Senhor através de Ageu e Zacarias impulsionava a conclusão da obra (6.14). BEP - CPAD
Resumo rápido do templo em Jerusalém
O tabernáculo (antes de existir o templo)
(1) O tabernáculo foi o primeiro local de adoração construído por ordem de DEUS (Êxodo 25:9). Foi construído na época de Moisés e era um local (móvel) de adoração a DEUS e de realização de diversas cerimônias ordenadas pela lei, principalmente as cerimônias de sacrifícios. Esse tabernáculo foi usado no deserto nos 40 anos em que o povo peregrinou e também por um bom tempo quando o povo se instalou na terra prometida. Ele foi usado até a época do rei Salomão.
O templo de Salomão
(2) Davi desejou construir um local fixo de adoração a DEUS, mas DEUS disse a ele que seu filho Salomão é quem construiria esse local de adoração, pois Davi havia sido um homem de guerra: “Porém DEUS me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue” (1 Crônicas 28:3). Mesmo com essa palavra do Senhor, Davi preparou toda a ajuda necessária para essa construção para que seu filho a erguesse no futuro. Após a morte de Davi, Salomão se dedica a essa construção que leva vários anos ( 2 Crônicas 3).  Temos aqui então o famoso templo de Salomão, que a partir daqui passa a ser o local central de adoração dos Israelitas.
O templo de Zorobabel
(3) O templo de Salomão fica centenas de anos de pé servindo ao povo, no entanto, o povo de Israel se desvia totalmente do Senhor. Depois de muitos avisos por meio dos profetas, o Senhor permite que Nabucodonosor, rei da Babilônia, invada Jerusalém, destrua seus muros e queime totalmente o templo de Salomão, ficando o povo agora sem independência, totalmente nas mãos da Babilônia (2 Reis 25). Depois de ficarem 70 anos como cativos (2 Crônicas 36:21), DEUS levantou um novo Império, o império persa, que na figura do rei Ciro, mandou que muitos judeus voltassem até Jerusalém para a reconstrução do templo. Temos, então, aqui, sob a liderança de Zorobabel, a construção de um novo templo, muito mais humilde que aquele que Salomão havia construído. Esse templo ficou conhecido como templo de Zorobabel (Esdras 6:13-15) e foi terminado por volta do ano de 515 a.C.
O templo de Herodes
(4) Herodes, o grande, querendo agradar os judeus de sua época e demonstrar o seu poder, resolveu remodelar o templo de Zorobabel, transformando-o numa construção faraônica. Esse trabalho de remodelamento começou por volta do ano 20 a.C. Algumas partes ficaram prontas rapidamente (em torno de 10 anos, ou seja, em 10 a.C mais ou menos). Podemos ver isso nas várias menções desse templo na época de JESUS, pois esse era o templo mencionado nos evangelhos. Mas ele só foi finalizado em sua totalidade no ano de 64 d.C. Esse ficou conhecido como templo de Herodes. Mas foi também totalmente destruído no ano de 70 d.C pelo general Tito.
 
 
Zorobabel e Josué, representantes político e religioso de Israel, respectivamente, embora soubessem da ordem maior de Ciro para a reconstrução do templo (irrevogável) e do poder de DEUS (insuperável) para derrotar os inimigos de seu povo, mesmo assim, aceitaram passivamente as afrontas de seus inimigos e pararam a obra de DEUS. Se amedrontaram e desanimaram diante das ameaças e violência de seus inimigos.
Hoje, a liderança da igreja, de forma semelhante, mesmo sabendo do apoio constitucional à igreja e do poder de DEUS sobre todas as doenças e enfermidades, se dobraram diante das ameaças e violência dos inimigos da igreja e da obra de DEUS. Se acovardaram e desanimaram.
 
Quem foi Zorobabel?
Zorobabel foi o governador de Judá que reconstruiu o templo de Jerusalém, quando os israelitas voltaram do exílio. A construção enfrentou várias dificuldades mas Zorobabel não desistiu. DEUS enviou alguns profetas para encorajar Zorobabel.
O início da construção
Quando Nabucodonosor, o rei da Babilônia, conquistou Jerusalém, ele destruiu o templo e levou o povo para o exílio. 70 anos mais tarde, o rei Ciro decretou que os israelitas poderiam voltar a sua terra e reconstruir o templo (Esdras 1:2-4). Os israelitas levaram consigo vários materiais para a construção e Ciro devolveu vários utensílios do templo que Nabucodonosor tinha levado como despojo.
Zorobabel foi um dos exilados que voltou. Ele era descendente direto do rei Davi e se tornou governador de Judá. Junto com o sacerdote Jesua e outros líderes do povo, Zorobabel organizou a reconstrução do templo. Eles reconstruíram o altar e voltaram a oferecer sacrifícios a DEUS e a celebrar as festas que DEUS tinha ordenado na Lei de Moisés (Esdras 3:2-3).
Com o dinheiro angariado, Zorobabel pagou os trabalhadores e os materiais para a construção. Os sacerdotes e levitas organizaram o trabalho (Esdras 3:8). Quando os alicerces do templo foram lançados, houve uma grande festa de louvor e gratidão a DEUS em Jerusalém.
A oposição ao trabalho
Nem todos ficaram felizes com a reconstrução do templo. Os estrangeiros que moravam em Israel tentaram impedir o trabalho, causando várias dificuldades (Esdras 4:4-5). Eles escreveram cartas aos próximos reis da Pérsia, acusando os israelitas de rebelião.
Quando o rei Artaxerxes leu as acusações, ele fez uma pesquisa e descobriu que Jerusalém tinha um historial de rebelião e mandou parar a construção. Os israelitas também perderam interesse na construção do templo, porque queriam construir suas próprias casas e tratar de seus negócios. Durante alguns anos, Zorobabel foi impedido de completar a obra no templo (Esdras 4:23-24).
O fim da construção
DEUS enviou os profetas Zacarias e Ageu, no tempo do rei Dario, para encorajar Zorobabel. Ageu repreendeu os israelitas por terem esquecido da obra do templo e os animou a voltar ao trabalho (Ageu 1:2-4). Zacarias encorajou Zorobabel, profetizando que ele veria o templo reconstruído (Zacarias 4:9-10).
Por causa dos profetas, Zorobabel decidiu continuar o trabalho no templo (Ageu 1:14-15). Os governantes da região ficaram preocupados e enviaram uma carta ao rei Dario. O rei investigou e encontrou o decreto do rei Ciro, que ordenava a reconstrução do templo. Por isso, ele permitiu que os israelitas continuassem e até ajudou a pagar as despesas!
Com todo esse encorajamento, Zorobabel conseguiu completar a construção do templo. A dedicação do templo foi mais uma grande festa e todos os israelitas ficaram felizes (Esdras 6:15-16). Zorobabel foi um exemplo de perseverança, coragem e dedicação a DEUS. Ele obedeceu a DEUS e DEUS o honrou. (https://www.respostas.com.br/quem-foi-zorobabel/)
 
 
 
2. O resultado da mensagem dos profetas.
5.2 OS PROFETAS DE DEUS, QUE OS AJUDAVAM. A piedosa liderança de Zorobabel e Jesua, levou a efeito a reconstrução do templo. Porém, Esdras nota dois outros fatores que contribuíram para a vitoriosa restauração da Casa de DEUS.
(1) O ministério dos profetas Ageu e Zacarias, em muito contribuiu para a conclusão das obras, apesar dos muitos obstáculos e reveses. A obra de DEUS sempre requer a participação dos seus profetas, na realização do seu propósito concernente a qualquer geração. (2) Outro elemento-chave na bem-sucedida restauração da Casa de DEUS, foi a dedicação dos anciãos e do povo (vv. 5,8; cf. 7.23). Eles não se tornaram apáticos, nem aceitaram o desafio com indiferença, antes, empreenderam a tarefa com grande diligência, e DEUS abençoou a obra das suas mãos. O reino de DEUS sempre progride através das palavras e ações dos dirigentes e do povo que, ao trabalharem juntos, dedicam-se plenamente ao propósito de DEUS para esse mesmo povo. BEP - CPAD
 
3. O impulso espiritual dado pelos profetas continuou dominando os construtores até à conclusão da construção.
 
5.3 QUEM VOS DEU ORDEM PARA EDIFICARDES ESTA CASA? Os fiéis obedeceram à palavra do Senhor, através dos seus profetas (v. 1). Dedicaram-se a trabalhar para a glória de DEUS (v. 2), e DEUS estava com eles de modo especial (v. 5). Todavia, o inimigo surgiu e se opôs à obra (v. 3). Sempre que houver progresso espiritual, podemos prever que virão oposição e provação da parte de Satanás e dos inimigos de CRISTO. O povo de DEUS deve enfrentar tal oposição com oração contínua a DEUS, confiança nEle e avançando até à conclusão da obra (ver Ef 6.11 nota).

5.5 OS OLHOS DE DEUS ESTAVAM SOBRE OS ANCIÃOS. Aqueles que dedicam a sua vida à causa e obra de DEUS, são objetos especiais do seu cuidado vigilante. Se você está empenhado em exaltar o reino do Senhor e a sua justiça, Ele sempre estará com o seu olhar sobre você (Jó 36.7; cf. Mt 6.33). Nesse caso, a você pertence a promessa: "Os olhos do SENHOR estão sobre os justos" (Sl 34.15). BEP - CPAD
 
 
 
II – O MINISTÉRIO PROFÉTICO, UMA PROVA DA MANIFESTAÇÃO DE DEUS

1. Manifestações sobrenaturais no Antigo Testamento.
Tabela cronológica dos profetas do AT
 
Vamos adotar a vida de Elizeu como exemplo de manifestações do poder de DEUS no AT, usado em dons do ESPÍRITO SANTO:
 
2 Reis 2.9-14
9 Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim. 10 E disse: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará. 11 E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. 12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes. 13 Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. 14
E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, DEUS de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.
 
2.9 PORÇÃO DOBRADA DE TEU ESPÍRITO. O termo "porção dobrada" não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se, antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. DEUS atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual, moral e doutrinária a seu redor.
2.11,12 UM CARRO DE FOGO, COM CAVALOS DE FOGO. Elias foi levado ao céu assim como Enoque (Gn 5.24), sem experimentar a morte. (1) O traslado milagroso de Elias ao céu foi o selo divino da aprovação com destaque, da obra, caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel à palavra de DEUS no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento, vivera em prol da honra de DEUS, tomara posição firme contra o pecado e a idolatria de um povo apóstata e despertara o remanescente fiel de Israel. Teve uma comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao céu. (2) A trasladação de Enoque e de Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de DEUS, à segunda vinda de CRISTO (1 Ts 4.16,17).
 
Dons e vida de Eliseu – Manifestações poderosas do ESPÍRITO SANTO através de Eliseu.
 
1- Palavra de Sabedoria no AT
2 Reis 3.16, 20:
Eliseu solicitou a presença de um músico. Queria enlevar o espírito. Sentir-se inspirado: "E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor. E disse: "Assim diz O Senhor, fazei neste vale, muitas covas".
"E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água".
3.15 TANGENDO O TANGEDOR. Tratava-se de um harpista. A música da harpa ajudou a afastar toda distração e incredulidade do ambiente em torno de Eliseu, predispondo seu espírito a receber a revelação da parte do Senhor.
 
O rei Jorão era irmão de Acasias, filho de Acabe e Jezabel.
Retirou a estátua de Baal do templo de Baal embora não tenha deixado de adorar a Baal.
Tentou recuperar o território de Moabe como deveria ser segundo a ordem de DEUS – para isso levou consigo o rei de Judá, Josafá e o rei de Edom. Foram pelo deserto, caminho mais curto, onde não havia nem água e nem alimento.
Convocaram então Eliseu por orientação de Josafá e o milagre das águas aconteceu.
Tangedor é chamado por Eliseu para que a mensagem de DEUS chegasse. A adoração precede a revelação e os milagres de DEUS.
Quem não furou uma cova ficou sem água – a ordem era furar covas no deserto que DEUS enviaria a água para enchê-las. Isso aconteceu e muitas águas apareceram ali.
 
2 Reis 8:11-12
E afirmou a sua vista, e fitou os olhos nele até se envergonhar; e o homem de DEUS chorou.
Então disse Hazael: Por que chora o meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas mulheres grávidas fenderás.
8.11,12 E CHOROU O HOMEM DE DEUS. Numa visão, pelo ESPÍRITO de revelação, Eliseu viu que Hazael se tornaria rei da Síria e que cometeria terríveis atrocidades contra Israel (vv. 12,13). Eliseu chorou pelo sofrimento de Israel devido a sua apostasia. Como verdadeiro homem de DEUS, ele sentiu profundo pesar por DEUS, agora desprezado pelo seu povo. Também sentiu pesar pelo próprio povo, que agora ia sofrer castigos pesados pelos seus pecados. De modo semelhante, JESUS chorou por Jerusalém (Lc 19.41) e Paulo, pela igreja (At 20.28-31). As palavras de Eliseu não justificam a futura crueldade de Hazael, mas meramente descrevem as práticas selvagens de seres humanos depravados em tempos de guerra (cf. Is 13.15; Os 10.14).
 
2- Palavra de Conhecimento no AT:
2 Rs 6.12
Eliseu sobre conversas escondidas:
E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir.
Isso é um manifestação de Palavra de Conhecimento (revelação de algo que está acontecendo em outra parte, não sendo conhecido aqui).
Exemplos:
JESUS:
Jo 1.48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe JESUS: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
João 4:16-19 JESUS disse à mulher samaritana: "Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe JESUS: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta"
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Pedro, Ananias e Safira
Atos 5.4 “Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.
Eliseu recebia de DEUS revelação de todos os planos do rei da Síria para montar emboscadas ao exército de Israel.
 
Visão do exército de DEUS - 2 Reis 6:17
E orou Eliseu, e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.
Esse moço provavelmente era um dos alunos da escola dos profetas, pois Geasi estava leproso e não poderia servir a Eliseu naquela situação.
6.16,17 MAIS SÃO OS QUE ESTÃO CONOSCO DO QUE OS QUE ESTÃO COM ELES. Existe um mundo espiritual invisível, que consiste nas hostes de anjos ministradores, que estão ativos na vida do povo de DEUS (Gn 32.1,2; Sl 91.11; 34.7; Is 63.9). Desse ocorrido podemos assimilar vários princípios: (1) Não somente DEUS está a favor do seu povo (Rm 8.31), como também exércitos dos seus anjos estão disponíveis, prontos para defender o crente e o reino de DEUS (v. 17; Sl 34.7). (2) Todos os que creem na Bíblia devem orar continuamente para DEUS livrá-los da cegueira espiritual e abrir os olhos dos seus corações para verem mais claramente a realidade espiritual do reino de DEUS (cf. Lc 24.31; Ef 1.18-21) e suas hostes celestiais ( Hb 1.14). (3) Os espíritos ministradores de DEUS não estão distantes mas, sim, bem perto (Gn 32.1,2), observando os atos e a fé dos filhos de DEUS e agindo em favor deles (At 7.55-60; 1 Co 4.9; Ef 3.10; 1 Tm 5.21). (4) A verdadeira batalha no reino de DEUS não é contra a carne e o sangue. É uma batalha espiritual "contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" (Ef 6.12; cf. Ap 12.7-9; ver Ef 6.11). (5) Há um relacionamento de causa e efeito nas batalhas espirituais; o resultado das batalhas espirituais é determinado parcialmente pela fé e oração dos santos (vv. 16-20; Ef 6.18,19; ver Mt 9.38)
 
Eliseu prediz mensageiro do rei - 2 Reis 6:32
Estava então Eliseu assentado em sua casa, e também os anciãos estavam assentados com ele. E enviou o rei um homem adiante de si; mas, antes que o mensageiro viesse a ele, disse ele aos anciãos: Vistes como o filho do homicida mandou tirar-me a cabeça? Olhai pois que, quando vier o mensageiro, fechai-lhe a porta, e empurrai-o para fora com a porta; porventura não vem, após ele, o ruído dos pés de seu senhor?
 
Eliseu prediz alimento farto - 2 Reis 7:1, 6, 16
Então disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, quase a este tempo, haverá uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samaria.
Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós.
Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos sírios; e havia uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do SENHOR.
7.1 UMA MEDIDA DE FARINHA... POR UM SICLO. Eliseu profetizara que a falta de alimentos chegaria brevemente ao fim e que seus preços cairiam, até chegar ao normal (cf. v. 16).
7.16 CONFORME A PALAVRA DO SENHOR. Por meio do evento registrado neste capítulo, os israelitas compreenderam que "a palavra do Senhor" era realmente a verdade, e que DEUS, na sua misericórdia, salvara a nação apóstata, da calamidade, para que se arrependesse e voltasse a Ele; e que a incredulidade e a recusa em obedecer a palavra de DEUS resultaria em mais castigos (vv. 2,17-20).
 
Eliseu prediz seca de 7 anos - 2 Rs 8.1
E falou Eliseu àquela mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o SENHOR chamou a fome, a qual também virá à terra por sete anos.
8.1 O SENHOR CHAMOU A FOME. DEUS enviou uma fome contra Israel como castigo pela apostasia da nação (cf. Dt 11.16,17; 28.38-40). O texto não diz quando a fome ocorreu, embora pareça ter sido antes do castigo de Geazi (v. 5; 5.27) e depois da ressurreição do filho da sunamita (v. 1; 4.32-37; essa é provavelmente a mesma fome referida em 4.38).
8.2 E LEVANTOU-SE A MULHER. Porque a mulher demonstrou ter fé sincera, e porque permaneceu fiel ao profeta de DEUS num período de apostasia geral (4.8-37), o Senhor ajudou-a na hora da necessidade (cf. Mt 10.41; Ap 3.10).
 
3- Dom de discernir espíritos no AT - OS MILAGRES DE JULGAMENTO
 
Maldição dos rapazinhos. 2 Reis 2:24
E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.
Eliseu subia para Betel – lugar de adoração a Baal – Havia ali também um núcleo da escola de profetas.
Um legítimo homem de DEUS deve ser respeitado. A unção de DEUS está sobre ele. Aqueles rapazes poderiam ser adoradores de Baal que saiam de um bosque, poderiam ser rapazes escandalosos como haviam em Judá (1 Rs 14.24), rapazes que eram conhecidos como prostitutos cultuais. Assim como Paulo amaldiçoou Elimas, o encantador, em Atos 13:7, 8, ficando cego por tentar impedir a obra de DEUS na vida do procônsul Sérgio Paulo; cremos que Eliseu amaldiçoou esses rapazes por irreverência, assim como Uzá irreverentemente morreu ao segurar a arca de DEUS.
Ali deveriam ter pelo menos uns 200 jovens, pois a maioria fugiu, mas 42 deles foram mortos por duas ursas, provavelmente protegendo seus filhotes.
2.24 E OS AMALDIÇOOU NO NOME DO SENHOR. Para desagravar a honra do Senhor, Eliseu pronunciou contra eles um julgamento divino, formulado na lei da bênção e da maldição, segundo o concerto (Lv 26.21,22; Dt 30.19). O próprio DEUS julgou aquelas crianças degeneradas, enviando-lhes duas ursas (Gl 6.7). O julgamento em Betel foi uma advertência a Israel de que as maldições de DEUS segundo o concerto seriam a sua parte, se aquele povo persistisse em rebeldia contra DEUS (Dt 30.15-20).
 
A doença de Geazi. 2 Reis 5:27
Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve.
Geasi foi usado por DEUS para servir de exemplo aos profetas da escola de profetas. Os milagres são de DEUS e quem recebe o retorno por seus milagres é somente ELE. O retorno deve ser em glorificação e exaltação de DEUS. Deve ser salvação de almas.
5.20 HEI DE... TOMAR DELE ALGUMA COISA. Geazi, servo de Eliseu, tinha um coração cobiçoso e, daí, intentou desvirtuar o ato gracioso de DEUS, visando proveito próprio material. Nas suas transgressões, ele traiu Eliseu, mentiu a Naamã e a Eliseu e desonrou o nome de DEUS. O NT refere-se a pessoas semelhantes, que mercadejam a Palavra de DEUS (2 Co 2.17 ARA). Existem, infelizmente, obreiros que procuram enriquecer e acumular riquezas materiais através da proclamação do sangue derramado de CRISTO, oferecendo salvação aos perdidos, cura aos enfermos, ou aconselhamento aos que estão em crise. Os tais se aproveitam da Palavra de DEUS e mercantilizam a sua misericórdia, transformando as "riquezas incompreensíveis de CRISTO" (Ef 3.8) em "tesouros do Egito" (Hb 11.26).
 
Geasi pegou a lepra de Naamã, pois amou mais o prêmio terreno do que o celestial. Eliseu não aceitou pagamento e recebeu mais poder e intimidade com DEUS.  
 
Exército cego - 2 Reis 6:18-23
18 E, como desceram a ele, Eliseu orou ao SENHOR e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. 19 Então, Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria.20 E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó SENHOR, abre a estes os olhos para que vejam. O SENHOR lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que estavam no meio de Samaria.21 E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai? 22 Mas ele disse: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam e se vão para seu senhor.23 E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu, e foram para seu senhor; e não entraram mais tropas de siros na terra de Israel.
 
Eliseu promoveu a paz entre Israel e a Síria - É mais difícil conseguir a paz do que conseguir a guerra.
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hebreus 12:14)
 
4- Dom de Milagres no AT: OS MILAGRES DE PROVISÃO
 
2 Reis 2:19-21
E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é boa a situação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril.E ele disse: Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.Então saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem esterilidade.
 
Vasilha nova – prato novo
Tudo o que se oferece a DEUS deve ser novo – nós nascemos de novo. JESUS disse que não se põe remendo novo em pano velho. Não se coloca vinho novo em odre velho. O vinho novo deve ser colocado em odre novo. Paulo diz que as coisas velhas se passaram e tudo se fez novo.
Sal
Usado em alianças – Nós estamos em aliança com DEUS através de JESUS.
Devemos ser sal da Terra – exemplo de vida segundo a Palavra de DEUS.
O sal conserva e preserva e para que o mundo seja conservado e preservado funcionando é preciso que os crentes salvos sejam sal, combatam o pecado e sejam exemplo no meio de uma geração corrompida. 
 
Abundância de víveres.
Multiplicação do Azeite da viúva - 2 Reis 4:3, 6, 7
Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de DEUS; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.
Vimos na Lição passada.
4.1 UMA MULHER... DOS FILHOS DOS PROFETAS. Os atos milagrosos de Eliseu, registrados no cap. 4, apresentam verdades espirituais surpreendentes. A narrativa da viúva com seus dois filhos revela que DEUS cuida dos seus fiéis quando estão em necessidade e aflição. A viúva com os filhos representam o povo de DEUS quando estão em abandono e opressão. Tanto no AT como no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em DEUS e da verdadeira piedade (Êx 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27)

2 Reis 4:40-41
Assim deram de comer para os homens. E sucedeu que, comendo eles daquele caldo, clamaram e disseram: Homem de DEUS, há morte na panela. Não puderam comer. Porém ele disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e disse: Dai de comer ao povo. E já não havia mal nenhum na panela.

4.38-44 HAVIA FOME NAQUELA TERRA. Essas duas narrativas sobre os "filhos dos profetas" ilustram a verdade de que "os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na fome" (Sl 33.18,19). Quem permanece fiel à Palavra de DEUS, permanece sob os cuidados especiais do Senhor (cf. Mc 16.18).
4.39 A APANHAR ERVAS. Bem diferente da vida abastada dos ricos, o modo de vida dos "filhos dos profetas" (ver 1 Rs 20.35) era simples, compreendendo serviço fiel e abnegação (2 Co 4.7-12; 6.4-10).
 
Agora Eliseu está passando pela quarta escola de profetas - em Gilgal - seu retorno estava completo. Elias o havia levado de Gilgal para Betel - de Betel para Jericó e de Jericó para o Jordão. Agora ele completou o ciclo passando por todas essas cidades voltando e visitando todas as escolas de profetas por onde Elias havia passado antes com ele.
A fome não acabara, mas a morte havia sumido da panela. Depois vem a multiplicação dos pães.
 
2 Reis 4:42-44 - A multiplicação dos pães.
E um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de DEUS pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes na sua palha, e disse: Dá ao povo, para que coma. Porém seu servo disse: Como hei de pôr isto diante de cem homens? E disse ele: Dá ao povo, para que coma; porque assim diz o SENHOR: Comerão, e sobejará. Então lhos pôs diante, e comeram e ainda sobrou, conforme a palavra do SENHOR.
4.42 TROUXE AO HOMEM DE DEUS... PRIMÍCIAS. Certamente, o homem de Baal-Salisa não quis dar sua oferta aos sacerdotes e levitas corruptos (1 Rs 12.28-31). Pelo contrário, sendo um homem piedoso, trouxe sua oferta aos verdadeiros profetas do Senhor; aos que eram fiéis à sua palavra e aos preceitos do concerto.
 
DEUS alimenta seus servos, seja fiel ao Senhor e nada que lhe seja necessário faltará. Pode faltar o desnecessário, mas nunca o necessário. Esse milagre foi realizado por JESUS em muito maiores proporções no Novo Testamento.
 
O MILAGRE DE RESTITUIÇÃO.
O machado que flutuou. 2 Reis 6:5-6
E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado. E disse o homem de DEUS: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.
6.5 O FERRO. A história do ferro do machado que perdeu-se na água é uma ilustração da solicitude e cuidado de DEUS num caso que talvez pareça insignificante. Um ferro de machado, naqueles dias, era uma ferramenta muito cara, e esse pobre homem ficou aflito ao pensar na sua responsabilidade pela ferramenta emprestada. O milagre serviu: (1) para mostrar ao homem em aperto, que DEUS é compassivo; (2) demonstrar o poder de DEUS operando através do profeta e, assim, confirmar ainda mais a sua autoridade e ministério e (3) aumentar a fé dos jovens profetas que estavam com Eliseu (cf. vv. 1-7).
 
Todos estavam unidos no trabalho do Senhor - eles queriam alargar o lugar de adoração a DEUS - eles queriam receber o profeta e acomodá-lo melhor - eles queriam maior intimidade com DEUS - queriam ser usados por DEUS como Elias e Eliseu.
O machado significa o evangelho que muitos perderam em sua caminhada cristã - A água é o mundo que precisa da Palavra de DEUS ministrada por um homem de DEUS cheio do ESPÍRITO SANTO que é usado em milagres, prodígios e maravilhas. DEUS vai recuperar sua capacitação para pregar o evangelho se você se lembrar de onde você parou e continuar agora corrigindo os erros que o levaram a deixar de pregar o evangelho do Senhor.
 
O MILAGRE DE RESTAURAÇÃO
2 Rs 2.13,14 - As águas de Jericó.
Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, DEUS de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.
 
Em Jericó havia um núcleo da escola de profetas. O Jordão se abriu para revelar o novo professor da escola – os vários profetas viram o Jordão ser aberto por DEUS e reconheceram Eliseu como o legítimo substituto de Elias. Eliseu haveria de visitar todas as escolas por onde passou com Elias.
O Jordão significa que existe uma barreira entre permanecer como assistente ou passar a ser combatente - do outro lado do Jordão está o lugar de receber a porção dobrada - Passe para lá e volte com a capa do poder na mão.
 
5- Dom da Fé no AT:
 
A ressurreição do filho da sunamita
Aqui podemos colocar o milagre da fertilidade da sunamita como milagre também, pois a bíblia diz que ela não tinha filhos e que Eliseu pediu a DEUS por um filho para ela em agradecimento por ela lhe arrumar um quarto para descansar quando ali passava em suas viagens. 
2 Reis 4:34
E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu.
Ao que parece Eliseu pensava que aquilo era coisa fácil de resolver, pois DEUS iria resolver aquilo rapidamente. Mandou Geasi com seu bordão, mas mesmo antes de Geasi voltar ele já estava chegando lá com a mãe do menino que não lhe largou nem por um minuto.
Foi preciso intercessão e persistência por parte de Eliseu para que o milagre se realizasse. Elias havia ressuscitado uma criança agora Eliseu também.
Mais tarde, quando houve uma grande seca em Israel e esta viúva aconselhada por Eliseu saiu de sua terra ela recebeu sua terra de volta das mãos do rei Jorão quando voltou para Israel.
 
Ressurreição de um homem depois de morto - 2 Reis 13:21
E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem, e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e se levantou sobre os seus pés.
Vamos estudar sobre este milagre na Lição 13.
13.21 TOCANDO [O MORTO] OS OSSOS DE ELISEU, REVIVEU. Eliseu morreu e foi sepultado, mas mesmo lá na sua sepultura, DEUS manifestou o seu poder e deu testemunho do caráter de Eliseu como o profeta que vivifica (4.32-37; 1 Rs 17.17-24). Este milagre sugere que a influência de uma pessoa que anda com DEUS não cessa automaticamente com a sua morte, mas que depois disso poderá ser um manancial de vida espiritual para os outros (Jo 12.24; 2 Co 4.11,12).
 
6- Dons de Curar no AT:
 
A cura de Naamã - 2 Reis 5:14
Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de DEUS; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado.
5.1 NAAMÃ. A história de Naamã demonstra a providência de DEUS (vv. 1-14), seu poder e sua graça redentores (vv. 15-19) e seu juízo contra o pecado (vv. 20-27). A narrativa destaca a verdade de que a graça e a salvação divinas não se limitavam a Israel, mas que Ele queria compadecer-se dos não israelitas e levá-los a conhecer o único DEUS verdadeiro (ver Lc 4.18,19; 25-27).
5.10 LAVA-TE... NO JORDÃO. Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas turvas do rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e de obediência. Além disso, ao fazer assim, Naamã acharia impossível atribuir a sua cura aos seres humanos ou a meios naturais. Tanto os israelitas, quanto os sírios sabiam que o Jordão não poderia curar lepra. Naamã precisava saber que a cura provinha milagrosamente da graça e do poder de DEUS, mediante a palavra do seu profeta.
5.13 LAVA-TE E FICARÁS PURIFICADO. Este trecho, juntamente com muitos outros do AT, aponta profeticamente para JESUS CRISTO, o prometido Messias de DEUS.
5.15 EM TODA A TERRA NÃO HÁ DEUS, SENÃO EM ISRAEL. É surpreendente que Naamã, embora sendo estrangeiro, foi milagrosamente liberto da lepra e convertido ao DEUS verdadeiro, enquanto que muitos leprosos, em Israel, permaneceram na sua impureza. O próprio CRISTO referiu-se a Naamã (Lc 4.27) a fim de ressaltar que quando o povo de DEUS desobedece à sua Palavra, Ele tira deles o seu reino e suscita outros para experimentarem a sua salvação, justiça e seu poder (Mt 8.10-13; 23.37-39).
5.16 NÃO TOMAREI. DEUS não atende os necessitados por um preço estipulado; se assim fosse, somente seria atendido quem pudesse pagar. Por conseguinte, Eliseu achava injusto tirar proveito daquilo que DEUS fizera através dele (cf. Mt 10.8; 2 Co 2.17). A cura de Naamã foi um ato misericordioso de DEUS, que nenhuma soma de dinheiro poderia retribuir. Agora, Naamã devia servir somente a DEUS por toda sua vida (v. 17).
 
Uma missionária estava morando na casa do general Naamã. Naamã era general, era o braço direito do rei da Síria, era respeitado por seus soldados, mas em casa era apenas Naamã, o leproso. A missionária de DEUS fala com sua senhora sobre o seu DEUS e o profeta desse DEUS que morava em sua Terra. Naamã se sente agora cheio de esperança. O rei se interessou em que seu general fosse curado e enviou cartas ao rei de Israel para que curasse seu general. Em sua maneira de pensar Naamã pensava que seria recebido e atendido com toda pompa de um general de um país poderoso, mas nem recebido foi pelo homem de DEUS. Era proibido ao homem de DEUS ter contato com alguém leproso - por isso Eliseu não o recebeu, mas conversou com ele logo após ele ser curado.
Apenas deveria se humilhar diante de DEUS para que fosse curado. Os servos de Naamã eram mais sábios e humildes do que seu general e o aconselharam a se submeter às orientações do homem de DEUS. Assim mergulhou sete vezes no rio Jordão e foi curado.
 
Milagres no Antigo Testamento:
Hebraico “môphet” (מןפת), “algo admirável”, “uma demonstração do poder de DEUS”.
No AT estão registrados 67 milagres (Gn 5.21-24; 11.6-9; 19.1-11,24-25,26; Êx 3.1-6; 4.1-5,6-8; 7.9-13; caps. 7 a 12; 13.20-22; 14.21-28; 15.25; 16.12-36; 17.6; Lv 10.1-2; Nm 12.9-15; 16.24-35,46-50; 17.1-13; 20.7-13; 21.4-9; 22.28-30; Js 3; 6; 10.12-13; Jz 6.36-40; 1Sm 5; 6.19-21; 12.16-18; 2Sm 6.6-8; 1Rs 13.1-6; 17.3-7,14,22; 18.1-40,41-45; 2Rs 1.1-18; 2.8,11,12-14,19-22; 3.16-20; 4.1-7,32-37,38-41,42-44; 5.1-19,20-27; 6.1-7,15-23; 7.1-20; 13.20-21; 19.35-36; 20.7-11; 2Cr 7.1-3; 26.19-21; Dn 3.19-30; 5.30; 6.1-28; Jn 1).
 
 
 
2. Manifestações sobrenaturais no Novo Testamento.
Estudo sobre ministério Profeta NT
 
 
A Natureza do Miraculoso
Visto que o termo milagre é popularmente aplicado a ocasiões incomuns, até mesmo por aqueles que professam não acreditar no sobrenatural, nem sempre é fácil atribuir.o verdadeiro significado bíblico à palavra. É provável que a definição mais simples seja; “Uma interferência na natureza por um poder sobrenatural” (C. S. Lewis, Miracles, p.15). Uma definição de Machen também é útil. “Um milagre é um evento no mundo exterior, que é trabalhado pelo poder imediato de DEUS” (J. Gresham Machen, The Christian View of Man, p. 117). Com isto ele quer dizer que uma obra divina é milagrosa quando DEUS “não usa meios, mas utiliza o seu poder criativo, como o utilizou quando fez todas as coisas a partir do nada” (loc, cit). Em outras palavras, um milagre acontece quando DEUS dá um passo para fazer algo além do que poderia ser realizado de acordo com as leis da natureza, do modo como a entendemos, e que na verdade pode estar em desacordo com elas e ser até uma violação delas. Além disso, um milagre está além da capacidade intelectual ou científica do homem.
Quatro palavras gregas aparecem nos Evangelhos para descrever as obras sobrenaturais do Senhor JESUS: terás (traduzido como “maravilha”) fala do seu caráter extraordinário; aemeíon (“sinal”) simboliza a verdade celestial e indica a imediata conexão com um mundo espiritual mais elevado; dynamis (“poder”) descreve um exercício de poder divino e demonstra o fato de que forças superiores penetraram e estão trabalhando neste nosso mundo inferior; ergon (“trabalho”) se refere aos feitos miraculosos que CRISTO veio realizar. Os primeiros três desses termos estão reunidos em Atos 2.22: “A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas [ou milagres, dynamesi], prodígios [terasi] e sinais [semeio is\, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” (veja W. Gráham Scroggie, A Guide to the Gospels, pp.203-204).
 

O Propósito dos Milagres
Alguns tendem a ver os milagres como eventos isolados na vida dos profetas ou do Senhor JESUS CRISTO. Presumivelmente, o desespero medonho de uma pessoa, a seriedade de uma situação, ou a iniciativa de Elias ditaram se um milagre deveria ou não ser realizado. Mas os milagres não estão espalhados em uma confusão geral ao longo da Bíblia Sagrada. Eles estão caracterizados em quatro períodos na história bíblica: os dias de Moisés e Josué, Elias e Eliseu, de Daniel, da igreja primitiva, e do Senhor e Salvador JESUS CRISTO e da Igreja primitiva. Em cada caso, os milagres serviram para dar crédito à mensagem e ao mensageiro de DEUS, em ligações importantes no desenvolvimento da tradição judaico-cristã. Eles também preservaram a verdade de DEUS da extinção.
Moisés era um estranho ao seu povo e precisava de alguns meios para demonstrar que havia sido enviado por DEUS para guiá-los, tirando-os da escravidão. Além disso, ele precisava de uma forma de persuadir Faraó a libertar os israelitas escravizados. E é claro, uma vez que DEUS guiou os israelitas para fora do Egito, Ele tinha que exercer um poder miraculoso para passar com milhões deles pelo deserto até Canaã.
Elias e Eliseu ministraram a Israel em uma época em que a adoração ao bezerro e a Baal ameaçavam exterminar a fé no DEUS verdadeiro. Atos milagrosos mostraram que a mensagem dos profetas era verdadeira e digna de crédito, e que o DEUS deles era o único DEUS verdadeiro. Este fato fica especialmente claro no confronto entoe Elias e os profetas de Baal no Monte Carmelo.
Daniel e seus associados foram impulsionados às posições de liderança, no dia em que o Templo e o poder político judeu foram destruídos, e quando uma grande porcentagem de membros e lideres da comunidade hebraica foi exilada da sua terra natal. Muitas questões devem ter passado pela mente dos exilados. DEUS não existe mais? Ele estava sempre com eles? Os assírios e babilônios estavam certos quando zombavam, dizendo que o deus deles era mais poderoso do que o DEUS dos hebreus? O DEUS hebreu era um DEUS local capaz de proteger seus adoradores apenas na Palestina? Será que DEUS ainda tinha poder, agora que o seu Templo estava destruído, e não tinha mais aonde habitar? Daniel e seus associados estavam enganados em sua visão a respeito de DEUS e de seu poder? Os milagres realizados na Babilônia responderam várias vezes a todas essas perguntas. O DEUS do céu era o único verdadeiro, universal em seu poder e amoroso em sua terna supervisão para com os seus. Ele honrou o testemunho dos seus servos fiéis,־ mostrou que a imagem de Nabucodonozor não era nada quando comparada ao seu poder; Ele abateu Belsazar no exato momento em que este ousou profanar as vestes sagradas do Templo e ridicularizar a Divindade judaica. Um povo tirado da sua terra natal e de seus padrões normais de adoração precisava de tal demonstração de poder para suportar os seus dias de cativeiro. O fato dos hebreus não se assemelharem à população mesopotâmia, mas manterem a sua nacionalidade distinta, por si só é um milagre. É ainda mais notável que tantos que vieram à Mespotâmia como prisioneiros de guerra e escravos, tenham se tornado proeminentes na sociedade babilônica e persa. Descobertas arqueológicas atestam este fato de uma forma incrível.
Durante o ministério terreno de JESUS, Ele usou os milagres para demonstrar a sna divindade, para provar que era o Enviado de DEUS, para sustentar o seu Messianato, para ministrar com compaixão às multidões necessitadas, para guiar seus seguidores à fé salvadora, para evidenciar um renascimento espiritual interior (como no caso da cura do paralítico, Mc 2.10,11), e como um auxílio na instrução e preparação de seus discípulos para o ministério que eles estavam prestes a desempenhar (por exemplo, Mc 8.16-21). E também está claro que os milagres da encarnação, ressurreição e ascençâo são parte integrante da provisão divina da salvação para a humanidade.
Depois qne o Senhor JESUS CRISTO ascendeu ao céu, os seus discípulos começaram a pregar em seu nome, interpretando os acontecimentos de sua vida e especialmente de sua morte, escrevendo aos seus convertidos mensagens que traziam em si a autoridade do ESPÍRITO SANTO.
Então a questão da comprovação (ou da autenticação) surgiu mais uma vez. Eles eram verdadeiros mensageiros de DEUS, interpretando corretamente a mensagem e a obra de seu Filho? Os seus pronunciamentos deveriam ser tratados como se fossem inspirados? Os milagres ajudaram a responder estas perguntas de forma afirmativa.
 

A Plausibilidade dos Milagres
O homem que vive na época da ciência tem dificuldade de aceitar os milagres
. Desde o início da nossa época de escola, ficamos impressionados com a lei natural - com a constância ou uniformidade das operações do universo. Quando crescemos e começamos a desenvolver um mundo e uma visão da vida por nós mesmos, um conflito surge entre este ponto de vista sobre a natureza e o sobrenatural, Como podemos resolver esta questão? Podemos aceitar os milagres?
O fundamento paia a solução de qualquer problema desta natureza é uma visão adequada de DEUS. Uma forma de começar a chegar a este conceito é através de argumentos filosóficos para a existência e a natureza de DEUS. O primeiro deles é o argumento ontológico, aquele que simplesmente afirma e argumenta que o homem tem dentro de si a idéia de um ser perfeito. Se este ser é perfeito, ele deve existir porque a perfeição inclui existência. Alguns filósofos alegam que é impossível discutir a existência real a partir de um pensamento abstrato; mas Hegel, dentre outros, sentiu que o ontológico era o argumento supremo para a existência de DEUS.
Kant, por outro lado, acreditava que o argumento moral era o mais importante. Começando com o “deve” ou com um imperativo categórico no homem, ele defendia a existência de um ser que tinha o direito absoluto de comandar o homem - um legislador e juiz. Outros expressam este argumento de forma diferente, e sustentam que a ampla divergência entre a conduta do homem e sua presente prosperidade requer um acerto de contas no futuro, o que por sua vez Tequer um juiz absolutamente justo. Contudo, alguns que utilizam o argumento moral enfatizam que a alma ou o espírito religioso no homem exige um objeto pessoal que seja infinito, ético e que possa ser conhecido.
Um terceiro argumento é chamado cosmológico ou argumento da casualidade. Cada parte do universo é dependente de algo. Nem mesmo o universo é eterno, mas é um acontecimento, e por isso deve ter uma causa. O argumento retorna através da relação de causa e efeito à causa que não foi induzida, e Aquele que é auto-existente. Ao pensarmos na causa do universo, concluímos que: (1) seja qual for a sua causa, o universo é algo real; (2) o próprio universo é uma grande causa que pode ser infinita; (3) esta causa deve ser livre ou autodeterminada; (4) deve ser uma causa única ou unificada; se existissem muitos deuses, eles estariam necessariamente trabalhando juntos.
Um quarto argumento é o teológico. Há uma ordem, um ajuste, e um projeto visível em todos os lugares no universo. Existe a evidência de um projetista do universo. A partir deste argumento, podemos concluir que: (1) este Criador deve ter um grande poder; (2) Ele deve ter grande inteligência; (3) a partir de uma inteligência tão grande, podemos concluir que este Glorioso Ser possui a sua personalidade e autoconsciência.
Através de uma cuidadosa consideração, podemos ir mais além nestes argumentos teístas chegando a uma possibilidade, a uma probabilidade, e até mesmo a uma alta probabilidade de um teísmo total: uma crença em um DEUS pessoal, sobrenatural, e onipotente. Embora possamos chegar a certezas morais, não poderiamos chegar à verdadeira certeza intelectual sem restar nenhuma dúvida intelectual por parte do indivíduo. A certeza intelectual a respeito de um DEUS pessoal e ético só pode ser alcançada através dos fatos da revelação cristã, e, de forma conclusiva, apenas através de uma experiência interior com DEUS. Não é razoável concluir que o onipotente projetista do universo não teria poder para revelar a si mesmo, ou que não teria interesse em se revelar às suas criaturas (isto é, através da Palavra escrita, a Palavra Viva).

Uma vez que admitimos a existência de DEUS, não podemos negar a sua atividade sobrenatural no universo, no tempo e no espaço.
Boettner comenta: “Se a oposição ao sobrenatural for realizada de forma consistente, ela não pode apenas negar os milagres, mas deve levar a pessoa diretameute ao agnosticismo ou ao ateísmo. A pior e mais acentuada inconsistência para o modernista é admitir a existência de DEUS e, contudo, negar os milagres registrados nas Escrituras, por considerar que estes se opõem à lei natural. Uma pequena reflexão devería convencer qualquer um de que uma concepção teística ao universo como um todo coloca em risco a crença nos milagres” (Loraine Boettner. Studies in Theology, p. 53).
Porém, muitos encontram pouca ou nenhuma ajuda nos argumentos teístas para o estabelecimento dos milagres. Então considere uma outra abordagem: olhe as próprias leis da natureza. O que elas são? Será que elas impedem a possibilidade dos milagres? Quanto ao caráter das leis da natureza, Boettner observa: “Elas não são por si só forças na natureza, mas simplesmente declarações gerais do modo como estas forças atuam, de maneira que possamos ser capazes de observá-las. Elas não são forças que governam toda a natureza forçando a obediência, mas sim meras abstrações sem uma existência concreta no mundo real” (ibid., p. 61). Nesse mesmo ponto, C. S. Lewis conclui: “Temos o hábito ae falar como se as leis da natureza induzissem os acontecimentos; mas estes nunca foram induzidos... E estas leis não induzem; elas ditam o padrão a que cada acontecimento - se é isto que está sendo considerado como indução - deve se adequar, assim como as regras da aritmética definem o padrão a que todas as transações com dinheiro devem se adequar - se houver algum dinheiro. Assim, por um lado, as leis da natureza cobrem todo o campo do tempo e do espaço; e, por outro, o que elas deixam de fora é precisamente o universo real e inteiro - uma torrente incessante de eventos que fazem a verdadeira história. Isto deve vir de algum outro lugar. Pensar que as leis podem produzir, é como pensar que você pode criar dinheiro verdadeiro apenas fazendo contas” (Lewis, op. cit., p. 71).
Então deve ficai claro que as leis da natureza são meramente observações da uniformidade ou da constância na natureza. Elas não são forças que dão início à ação. Elas simplesmente descrevem a forma como a natureza se comporta - quando o seu curso não é afetado por um poder superior. No plano humano, observamos uma constante introdução de novos fatores ou forças para interferirem no curso normal da natureza. É contrário às leis da natureza, imensos navios de aço flutuarem, ou aeronaves pesando toneladas voarem. Outros fatores têm sido introduzidos, De acordo com as leis da natureza, produtos químicos misturados em certas quantidades produzirão um composto benéfico para o homem. Se outra força, como o calor ou outro produto químico for introduzido, o resultado pode ser uma explosão ou um veneno mortal.
O homem está constantemente realizando “milagres” à medida que interfere na natureza. Milhares de suas invenções aparentemente violam as leis da natureza. Será que DEUS é menos do que o homem? Lewis chegou a uma boa conclusão: “Quanto mais certos estivermos da lei, mais claramente saberemos que se novos fatores forem introduzidos, o resultado variará. O que não sabemos, como cientistas, é se o poder sobrenatural pode ser um desses fatores... O milagre é, sob o ponto de vista do cientista, uma forma de tratar, e até mesmo de falsificar !como alguns preferem), ou mesmo de trapacear. Ele introduz um novo fator na situação, ou seja, a força sobrenatural que o cientista não tinha avaliado” (ibid., pp. 70-71). Não precisaria haver um conflito hásico entre ciência e religião. “A ciência... para a maioria agora, mostrou claramente que procurar descrever uma ordem na natureza não implica em negar um fundamento da natureza” (C. J. Wright, Miracle in History and in Modem Thought. p. 178). Há uma tendência crescente de se reconhecer que a ciência é uma coisa e a religião é outra. A ciência procura descrever o fenômeno e desenvolver novas invenções no mundo físico. Ela tenta responder à pergunta -‘Como?” A religião procura descrever o fenômeno e ampliar os horizontes no mundo espiritual. Ela busca as razões que estão por trás do fenômeno. Ela se esforça para responder à pergunta “Por quê? A ciência e a religião podem se harmonizar através de uma abordagem inteligente do problema. Pica claro que uma harmonização é possível pelo fato de muitos cientistas proeminentes em nossos dias serem totalmente sobrenaturalistas - crentes em milagres. A dificuldade vem quando os homens “agem sob a hipótese de que os milagres são algo impossível de acontecer”. Assim, uma visão ateísta de mundo se torna o critério da história. Ao invés de examinar O mundo para obter uma visão de mundo, os incrédulos usam as suas visões de mundo para tentar construir a história do mundo, e a história que eles construíram é autocon- traditória” (Gordon H. Clark, “The Ressur- rection”, Christianity Today, 15 de abril de 1957, p. 19).
Uma defesa dos milagres no final do séc. XX requer um entendimento da opinião e do pensamento moderno. Por algum tempo houve uma tendência de abandonar a posição extrema de uma negação dos milagres. Na virada do século, Adolf Hamack, um grande liberal, escreveu: “Muito do que foi rejeitado anteriormente tem sido restabelecido sob nma investigação mais profunda, e à luz da experiência geral. Quem hoje, por exemplo, poderia desprezar ou escrever apenas resumidamente a respeito da obra de curas miraculosas como aquelas que são descritas nos Evangelhos, como faziam os eruditos de antigamente?” (Adolf Hamack, Christianity and History, p. 63). Desde a sua época, esta- beleceu-se uma tendência ainda maior nessa direção. O antigo liberalismo não tinha uma mensagem para o mundo que estava convulsionaao e chocado devido a duas guerras mundiais, a corrida das armas nucleares, as guerras frias e quentes entre o Ocidente e o Oriente, os constantes conflitos no Oriente Médio, e os desafios da era espacial. Gradualmente, os baluartes do antigo liberalismo desmoronaram diante dos mundos em colisão, e dos ataques da neo-ortodoxia ou do neo-supernaturalismo. A lei da relatividade de Einstein, e outros fatores, modificaram o antigo conceito Newtoniano do universo, e outras variáveis foram introduzidas, o que abriu a porta para um retorno à posição conservadora sobre os milagres.
Isto não significa que o mundo esteja sendo convertido a um cristianismo conservador, mas que a crença em milagres tem sido muito mais intelectualmente respeitada do que costumava ser. Podemos então concluir que uma crença nos milagres não é apenas plausível nos nossos dias, mas que é a única esperança para uma humanidade presa no redemoinho do poder político e de uma iminente guerra atômica.
 
Sem o elemento miraculoso, o cristianismo não teria uma mensagem e nem um consolo para a nossa era. Um JESUS que é simplesmente um mártir da verdade, um pTíneipe dos filantropos, um modelo de professores éticos, não poderia apresentar aos homens mais do que um idealismo conhecido e desgastado. A única resposta para os mares agitados da vida é um Salvador que possa dizer “Cala-te, aquieta-te” (Mc 4.39). A única esperança para a vitória sobre o poder de Satanás, é Aquele que os demônios reconhecem e obedecem. A única esperança para o corpo nesta vida e na próxima reside naquele que é o Senhor da vida e da morte. A única esperança para a alma descansa naquele que morreu pelos nossos pecados, ressuscitou e ainda vive para interceder por nós.
 
 
Sugestões Para o Estudo dos Milagres
Muitas vezes, não se dá a devida atenção aos milagres, e assim estes são facilmente considerados um fenômeno interessante e dramático. Porém uma investigação cuidadosa dos milagres proverá informações verdadeiramente valiosas para o estudante da Bíblia, e contribuirá para o aumento de seu conhecimento da metodologia de estudo da Bíblia. A seguir estão algumas maneiras de abordar os milagres.
1. Classifique os milagres. Por exemplo, eles podem estar organizados de acordo com a demonstração de poder sobre a natureza, os demônios, as enfermidades, ou as deformidades físicas.
2. Estude-os como uma ferramenta de ensino. Que ponto o realizador do milagre tentava atingir através do milagre?
3. Observe o valor apologético dos milagres; por exemplo, considere-os como uma evidência da divindade de CRISTO. Reconheça o fato de que, em todos os exemplos, as maravilhas que JESUS realizou eram humanamente impossíveis.
4. Veja o que eles revelam sobre a pessoa do realizador do milagre. Alguns fatos bastante perceptíveis através dos milagres de CRISTO são: seu poder, compaixão, amor, atitude em relação ao judaísmo, ao governo, e o respeito pelas pessoas.
5. Observe o método ou procedimento obedecido na realização dos milagres. JESUS falou com as três pessoas que Ele ressuscitou. Ele tocou um leproso, e aplicou lodo aos olhos de um cego.
6. Veja o que eles revelam sobre a pessoa pela qual o milagre é realizado. O que eles falam sobre a sua posição social, econômica, sob o seu ponto de vista religioso e a sua gratidão? Que efeito o milagre exerce sobre a vida psicológica e espiritual desta pessoa?
7. Observe as necessidades relativas daqueles que foram beneficiados pelos milagres.
8. Visualize o drama do momento. Desenvolva uma imaginação santificada. Por exemplo, imagine Jairo profundamente ansioso e até mesmo nervoso e inquieto, enquanto o Senhor JESUS, depois do seu pedido, se volta para a mulher que tocou na orla das suas vestes, para tratar de sua hemorragia. Talvez tenha passado pela mente de Jairo um breve pensamento de que, se o Senhor JESUS tivesse se apressado, a sua filha não teria morrido.
 
 
A Questão dos Milagres Hoje
Sempre se levanta a questão se a igreja moderna pode desfrutar do mesmo poder de realizar milagres como ocorria no início do NT. Deve-se considerar qne DEUS é onipotente e pode capacitar os seus para realizar milagres hoje. Apesar de estar claro pela história que DEUS parou de operar através de “sinais” no final do NT, os milagres continuam acontecendo. Ocorrências bem comprovadas de curas milagrosas aconteceram e continuam acontecendo em nossos dias (veja Cura, Saúde). Entre o povo das tribos, estes milagres serviram para comprovar a mensagem e o mensageiro, em sna primeira apresentação do evangelho. Naquelas mesmas tribos os milagres aparentemente não ocorreram com tanta freqüência depois que a igreja se estabeleceu. Isto não significa que os milagres não ocorreram ou não ocorrerão sob outras condições.
O dom de realizar certos tipos de milagres está sempre relacionado à condição espiritual da igreja, e é confirmado que se a igreja dos nossos dias fosse mais espiritual, ela poderia exercer os dons como fez a igreja do primeiro século. Veja, entretanto, que a igreja de Corinto estava exercendo os preciosos dons, mesmo vivendo em uma condição carnal. Além disso, 1 Coríntios 12 deixa claro qne nem todos recebem do precioso ESPÍRITO os mesmos dons, mas são dados dons variados aos diferentes membros do Corpo de CRISTO. Aparentemente, os dons são concedidos de acordo com a soberana vontade de DEUS, e não necessariamente de acordo com a espiritualidade do vaso (veja Dons Espirituais). Deve-se lembrar que alguns dos homens mais espirituais na Bíblia Sagrada - como, por exemplo, Abraão e João Batista (que foi cheio do ESPÍRITO desde o ventre materno) - não realizaram milagres. E o apóstolo Paulo nem sempre realizou milagres; lembre-se de que ele deixou Trófimo doente em Mileto.
Fica claro pelas Escrituras, que a realização dos milagres apostólicos em geral está relacionada a um programa ou cronograma divino. Pode muito hem ser que alguma outra grande manifestação de milagres ocorra nos últimos dias antes da volta de CRISTO. No Sermão do Monte das Oliveiras, o Senhor JESUS CRISTO profetizou que falsos profetas e cristos realizariam milagres, e seriam tão astutos que, se fosse possível, enganariam até os próprios escolhidos (Mt 24.24). Outras indicações semelhantes podem ser encontradas em 2 Ts 2.9 e Apocalipse 13.12-15 (cf. Mt 7.21-23). Se no plano de Dens as falsas operações de milagres deverão ser neutralizadas, podemos presumir que DEUS permitirá aos crentes uma nova demonstração apostólica de sinais divinos e maravilhas com esta finalidade específica.
Jamais nos esqueçamos de que o Senhor é o mesmo ontem, hoje e etemamente, e assim busquemos, recebamos e desfrutemos os seus milagres hoje.
 
 
Os Milagres Bíblicos
Os milagres realizados por Moisés e Josué podem ser facilmente encontrados e estudados nos capítulos iniciais de Êxodo, nos capítulos subseqüentes do Pentateuco e no livro de Josué. O trabalho maravilhoso de Elias é descrito em 1 Reis 17—2 Reis 2, e o de Eliseu em 2 Reis 2-8. Os milagres do período de Daniel estão registrados em sua profecia.
Visto qne os milagres de nosso Senhor estão relatados ao longo dos quatro Evangelhos, e que alguns milagres são mencionados em mais de um Evangelho, pode ser útil obter uma única lista completa. Os milagres realizados pelos líderes da igreja primitiva podem ser encontrados no livro de Atos, a partir do capítulo 3.
 
Os Evangelhos registram 35 milagres separados realizados por CRISTO; entre estes, Mateus cita 20; Marcos, 18; Lucas, 20; e João, 7. Não se deve concluir, entretanto, que o Senhor só realizou estes milagres. Mateus, por exemplo, relembra 12 ocasiões em que o Senhor JESUS realizou várias maravilhas (Mt 4.23-24; 8.16; 9.35; 10.1,8; 11.4,5; 11.20-24; 12.15; 14.14; 14.36; 15.30; 19.2; 21.14). Obviamente OS escritores dos Evangelhos simplesmente escolheram os milagres de acordo com o seu objetivo, dentre os inúmeros que foram realizados pelo Senhor JESUS.
Há muitas formas de organizar os milagres individuais registrados nos Evangelhos, dependendo do propósito do comentarista. Pode ser de grande valia enumerá-los em sua ordem de ocorrência, tanto quanto for possível.

1. A transformação da água em vinho (Jo 2.1-11)
2. À cura do filho de um nobre em Caná (Jo 4.46-54)
3. A cura um paralítico no tanque de Betesda (Jo 5.1-9)
4. A primeira pesca miraculosa (Lc 5.1-11)
5. A libertação de um endemoninhado na sinagoga (Mc 1.23-28; Lc 4.31-36)
6. A cura da sogra de Pedro (Mt 8.14,15; Mc 1.29-31; Lc 4.38,39)
7. A purificação de um leproso (Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16)
8. A cura de um paralítico (Mt 9.2-8; Mc 2.3-12; Lc 5.18-26)
9. A cura de um homem que tinha uma das mãos mirrada (Mt 12.9-13; Mc 3.1- 5; Lc 6.6-10)
10. A cura do servo do centurião (Mt 8.5- 13; Lc 7.1-10)
11. JESUS ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7.11-15)
12. A cura de um endemoninhado cego e mudo (Mt 12.22; Lc 11.14)
13. JESUS acalma uma tempestade (Mt 8.18.23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25)
14. A libertação de um endemoninhado gadareno (Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39)
15. A cura da mulher que tinha um fluxo de sangue (Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48)
16. JESUS ressuscita a filha de Jairo (Mt 9.18.19.23-26; Mc 5.22-24,35-43; Lc 8.41, 42,49-56)
17. A cura de dois cegos (Mt 9.27-31)
18. A libertação de um mudo (Mt 9.32,33)
19. JESUS alimenta mais de 5 mil pessoas (Mt 14.14-21; Mc 6.34-44; Lc 9.12-17; Jo 6.5-13)
20. JESUS anda sobre as águas (Mt 14.24- 33; Mc 6.45-52; Jo 6.16-21)
21. JESUS expulsa o demônio da filha de uma mulher siro-fenícia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30)
22. A cura de um surdo-mudo em Decápolis (Mc 7.31-37)
23. JESUS alimenta mais de 4 mil pessoas (Mt 15.32-39; Mc 8.1-9)
24. A cura de um cego em Betsaida (Mc 8.22-26)
25. A libertação de um garoto (Mt 17.14- 18; Mc 9.14-29; Lc 9.38-42)
26. Encontrando o dinheiro do tributo (Mt 17.24-27)
27. A cura de um cego de nascença (Jo 9.1-7)
28. A cura de uma mulher em um sábado (Lc 13,10-17)
29. A cura de um hidrópico (Lc 14.1-6)
30. JESUS ressuscita Lázaro (Jo 11.17-44)
31. A purificação dos 10 leprosos (Lc 17.11-19)
32. A cura do cego Bartimeu (Mt 20.29-34; Mc 10.46-52; Lc 18.35-43)
33. JESUS amaldiçoa a figueira (Mt 21.18,19; Mc 11.12-14)
34. A restauração da orelha de Malco (Lc 22.49-51: Jo 18,10)
35. A segunda pesca maravilhosa (Jo 21.1-11)

Bibliografia. Frank G. Beardsley, The Miracles of JESUS, Nova York. American Tract Society, 1926. John H. Best, The Miracles of Ckrist, Londres. SPCK, 1937. Alexander B. Bruce, The Míraculous Element in the Gospels, Londres. Hodder & Stou- gliton, 1886, John Laidlaw, The Miracles of Our Lord, Londres. Hodder & Stoughton, 1890. C. S, Lewis, Miracles, Nova York. Macmillan, 1947. H. van der Loos, The Miracles of JESUS, 2a ed., Leiden. Brill, 1968. Richard C. TVench, Notes on the Miracles of Our Lord, Westwood, NJ.. Revell, s.d. H. Wace, "Miracle” ISBE, III, 2062-2066. Dicionário Bíblico Wycliffe
 
 
Milagres no Novo Testamento:
“dynamis” (δύναμις) = “poder”, “poder em ação”, daqui vem a palavra Dinamite, tem o significado de "explosão de poder".
“semeion” (σημειον) = “milagre”, “sinal”, “marca”
Os milagres de JESUS
Já estava previsto que JESUS se apresentaria como "O MIRACULOSO" e ELE mesmo confirma isso.
Lc 4. 16E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. 17E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: 18 O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
 
Durante seu ministério, JESUS  operou vários milagres, mostrando assim seu poder sobre a doença, a natureza e até mesmo sobre a morte.
É importante notar que em nenhum momento JESUS  usou seus poderes para benefício próprio. Nem ao ficar quarenta dias em jejum, quando foi levado ao deserto para ser tentado por Satanás (Mateus 4:1-11).
Sem dúvida alguma, os milagres relatados na Bíblia não representam a totalidade de maravilhas que JESUS  realizou durante seus 3 anos e meio de pregação do Reino de DEUS. Como é dito pelo apóstolo João: "JESUS , na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos para que creiais que JESUS  é o CRISTO, o Filho de DEUS, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome." (João 20:30-31)
 
Os milagres são para nossa época?
Muitos afirmam que não, que só eram necessários em épocas passadas e que agora somente a Palavra revelada de DEUS é suficiente para evangelizar e para se sustentar a igreja Cristã.
 
A legítima Igreja de JESUS CRISTO crê em milagres?
Sim, mas a fé anda atrelada à desconfiança e ao temor do engano, pois os vasos usados estão por demais sujos para serem recebidos como homens de DEUS.
 
Estariam os milagres desaparecendo?
Com certeza não, o problema é que cada dia se tornam mais raros os legítimos milagres e aparecem muito mais os "milagres" do controle da mente alheia.
 
JESUS, o nosso amado Salvador e Senhor tinha como credencial de seu ministério terreno "O Miraculoso". Seu ministério foi recheado de milagres maravilhosos, sinais e prodígios no meio do povo, que atestavam sua filiação e poder. Se JESUS nunca tivesse aberto seus lábios aqui na Terra, mesmo assim deveria ter sido reconhecido como "O Filho do DEUS Altíssimo". Seus milagres indicavam sua divindade.
Jo 10.25 Respondeu-lhes JESUS: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.
 
Os discípulos de CRISTO começaram a crer em seu Mestre a partir dos milagres que ELE fazia:
João 2:11 JESUS principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
 
O povo reconhecia JESUS como vindo de DEUS pelos milagres que fazia:
João 2:23 E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.
 
Um importante religioso da época de JESUS, reconheceu-lhe a procedência devido a seus inconfundíveis milagres:
João 3:2 Este foi ter de noite com JESUS e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de DEUS, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se DEUS não for com ele.
 
Os milagres atraem multidões:
João 6:2 E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos.
 
Os milagres atestam o profeta:
João 7:31 E muitos da multidão creram nele e diziam: Quando o CRISTO vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito?
 
Muitos outros milagres JESUS fez, mas por falta de espaço, não foram registrados:
João 20:30 JESUS, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro.
 
 JESUS sabia que sem milagres jamais o povo o receberia como vindo de DEUS:
João 4:48 Então, JESUS lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.
 
Os milagres são prova de uma fé genuína nesse DEUS de poder:
Marcos 16:17 E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
 
Os milagres eram provas irrefutáveis para confirmação da Palavra pregada pelos apóstolos:
Marcos 16:20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
 
Os apóstolos pregavam os milagres de JESUS:
Atos 2:22 Varões israelitas, escutai estas palavras: A JESUS Nazareno, varão aprovado por DEUS entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que DEUS por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;
Abaixo, segue a relação dos milagres de JESUS  relatados na Bíblia:
 
O NT mostra que JESUS  realizou muitos milagres (Mt 8.16-17; 12.15; Lc 7.18-23; Mt 14.34-36). Os Evangelhos registram 36 milagres de JESUS, embora ainda existam outros que não estão registrados.
 
Que são milagres? Será que podem acontecer hoje?
Esse tema está intimamente ligado com a doutrina da providência divina. DEUS controla continuamente todos os aspectos da criação, e o milagre, ele serve para despertar a admiração e o espanto das pessoas, pois nele DEUS dá testemunho de si mesmo.

a) OS MILAGRES MARCAM A NOVA ALIANÇA
Nicodemos reconheceu que DEUS estava com JESUS pelos milagres (Jo 3.2). JESUS mostrou sua glória aos discípulos pelo milagre da água transformada em vinho (Jo 2.11). JESUS foi aprovado por DEUS por meio de milagres (At 2.22).

Na igreja primitiva aconteceram muitos milagres (At 2.43; 4.30; 8.6-8; 9.42; 1 Co 12.10, 28; Gl 3.5).
Isso tudo mostra que a ocorrência de milagres é uma característica da Igreja do Novo Testamento e pode servir como sinal da ação do ESPÍRITO SANTO que começou no Pentecoste e pode perdurar ao longo da história da igreja.

b) OS PROPÓSITOS DOS MILAGRES
*** 
Um dos propósitos dos milagres é certamente autenticar a mensagem do evangelho (Jo 3.2; Hb 2.4) no início da igreja e podemos esperar que continuem acontecendo em nossos dias.
*** Um segundo propósito dos milagres é dar testemunho da vinda do Reino de DEUS (Mt 4.23; 9.35; 10.7-8; 12.28; Lc 4.18; 9.1-2; At 8.6-7, 13).
***Um terceiro propósito dos milagres é ajudar os necessitados (Mt 14.14; 20.30, 34; Lc 7.13). Os milagres mostram a compaixão de CRISTO pelos necessitados.
***Um quarto propósito dos milagres é remover obstáculos para as pessoas (Mt 8.15; Fp 2.25-30). Os dons miraculosos devem edificar as pessoas (1 Co 12.7; 14.4, 12, 26).

Os milagres certamente devem nos levar a dar glória a DEUS (Mt 9.8; Jo 9.3).
 
c) ESTAVAM OS MILAGRES RESTRITOS AOS APÓSTOLOS?
Certamente que uma admirável concentração de milagres caracterizava os apóstolos como representantes especiais de CRISTO (At 5.12-16; 19.11-12). Mas os milagres não se limitavam a eles (Gl 3.5), ainda que alguns defendam que os milagres cessaram com os apóstolos (2 Co 12.12).

É importante considerar que os milagres no contexto do Novo Testamento, não foram realizados apenas pelos apóstolos (Mc 16.17-18; At 6.8; 8.6-7; 1 Co 12.10, 28; Gl 3.5). A glória de DEUS e o poder do ESPÍRITO SANTO são para todos os crentes que podem também ser cheios do ESPÍRITO SANTO (2 Co 3.1-4.18; Ef 5.18).

d) DEVEM OS CRISTÃOS BUSCAR MILAGRES HOJE?
Não podemos negar que existem falsos milagres, como aconteceram nos tempos do Antigo Testamento, nos tempos do Novo Testamento e acontecem também hoje. Mas isso não invalida em nada a realidades dos milagres.

É errado buscar milagres para ter fama (At 8.21-22), para se divertir (Lc 23.8), ou para fazer críticas (Mt 14.1-4). Mas se o propósito for autenticar a mensagem do evangelho, testemunhar do Reino de DEUS, ajudar os necessitados, libertar as pessoas para servirem a DEUS, e dar glória a DEUS, certamente que é correto pedir que DEUS faça milagres hoje (At 4.29-30).
 
e) OS MILAGRES E OS DONS
Fica claro que os milagres no Novo Testamento são operados pelo ESPÍRITO SANTO no crente e hoje temos mais variedades de milagres do que no Antigo Testamento, pois sob o ponto de vista pentecostal podemos adotar todos os dons do ESPÍRITO SANTO como milagres, senão vejamos:
Palavra de Sabedoria -  Capacitação do ESPÍRITO SANTO para ver o futuro.
Palavra de Conhecimento - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para saber o que ocorre em outra parte sem estar lá.
Discernimento de espíritos - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para ver no reino espiritual.
Fé - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para tornar possível o impossível (exemplo: ressuscitar mortos)
Maravilhas - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para mudar a natureza das coisas (Aqui inclusas todas as interferências de DEUS no curso natural das coisas).
Curas - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para curar doenças.
Profecia - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para trazer mensagens de edificação, consolação e exortação, vindas de DEUS.
Línguas - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para se falar em diversas linguagens sem se ter aprendido nenhuma delas naturalmente (inclusas aqui linguagens celestiais e terrenas).
Interpretação de Línguas - Capacitação do ESPÍRITO SANTO para se interpretar diversas linguagens sem se ter aprendido nenhuma delas naturalmente (inclusas aqui linguagens celestiais e terrenas).
 
 
Na bíblia podemos encontrar os milagres com diversos nomes como “maravilhas”, “sinais”, “prodígios” e “obras”.
Milagre é ver tornar-se possível o impossível. Milagre é para hoje, é para mim, é para meus filhos, é para meus pais, é para os crentes, é para os descrentes, é para que DEUS seja glorificado em todas as nações, povos, línguas, tribos e nações.
O maior milagre de todos ainda é a salvação através da pregação do evangelho. A conversão é um milagre realizado por DEUS nos corações arrependidos. Só DEUS pode transformar um bêbado em um pregador, uma prostituta em uma presidente de círculo de oração, um assassino em um pastor, etc...
O milagre é o canal de comunicação entre DEUS e o pecador e também entre DEUS e seus filhos, mas o fim é sempre a salvação, o maior milagre de todos.
DEIXE DEUS USAR VOCÊ TAMBÉM.
 
 
 
III – O MINISTÉRIO DE PROFETA À LUZ DA BÍBLIA
 
PROFETA - Dicionário Bíblico Wycliffe
Esta palavra é derivada do termo grego prophetes, “aquele que fala sobre aquilo que está porvir [ou adiante]”, um proclamador ou intérprete da revelação divina (Arndt, p. 730). Elá geralmente refere- se àquele que age como porta-voz. As vezes, também é sinônimo de “vidente” ou “pessoa inspirada”, e traz a conotação de um prenunciador ou revelador de eventos futuros. O uso prático determina o sentido em qne a palavra deve ser entendida.
Terminologia. No AT hebraico são encontradas diversas palavras cujo significado preciso deve ser determinado mais pelo uso do que pela etimologia. Entre elas, aquela que ocorre mais freqüentemente é nabi‘. Vánas tentativas foram feitas pelos estudiosos para descobrir o significado etimológico dessa palavra (cf. My Servants the Prophets, pp. 56-57), porém os resultados não foram satisfatórios. Entretanto, sua utilização comum mostra a força que possui. Dessa forma, em Deuteronômio 18.18, DEUS afirma que o profeta (nabi") declarará tudo que Ele lhe ordenar. Novamente, em Êxodo 7.1, essa palavra tem o mesmo significado. Outras passagens são Êxodo 4.15,16; Jeremias 1.17a; 15.19 etc. Em todas elas, e na verdade através de todo o AT, a palavra nabi’ aparece como aquele que declara uma mensagem em nome de um superior.
No AT, não há nenhuma ênfase na maneira pela qual a divina revelação é recebida, mas sim sobre a proclamação da mensagem. A esse respeito, a religião divinamente revelada do AT é considerada como sendo de natureza bastante prática. Em muitas culturas pagãs, por outro lado, o que é proeminente é a maneira pela qual o vidente recebeu a mensagem. Parece que não é a proclamação propriamente dita, mas o obscuro cenário de mistério que recebe a maior ênfase. Nesse ponto, o AT mostra um contraste muito grande com o mundo pagão. Não há dúvida de que a mensagem profética não é de origem humana, mas divina (2 Pe 1.20,21), e por essa razão o profeta do AT era diferente do adivinhador pagão ou vaticinador da Antiguidade. Enquanto o adivinhador poderia ter recebido sua “mensagem” ou presságios através de métodos de invenção humana, as palavras do profeta originam-se de sonhos e visões enviadas por DEUS. Miquéias afirmava que estava cheio de poder - do ESPÍRITO do Sennor - para tornar conhecidos à nação de Israel os pecados que haviam praticado (Mq 3.8).
Duas outras palavras, ro’eh e hozeh, ambas particípios, dizem respeito àquele que vê, e são praticamente usadas como sinônimos. Em ambas, a força recai sobre o método de receber a revelação, isto é, de ver. Ro’ek e hozeh eram homens que recebiam a mensagem que DEUS lhes havia enviado. É difícil dizer se essa visão acontecia através dos olhos físicos, ou de uma visão, ou se a palavra poderia estar referindo-se a uma visão metafórica como um discernimento sobrenatural. É possível que o vidente fosse simplesmente um homem que com seu “olho interior" enxergava a verdade que DEUS lhe enviava. Ao mesmo tempo, está claro a partir de uma comparação entre as principais passagens nas quais essa palavra ocorre (por exemplo, 1 Sm 9.9; Is 30.9,10) que ro’eh e hozeh eram porta-vozes de DEUS. Sua função era a mesma do nabi’. Resumindo, podemos dizer que o profeta do AT, por qualquer nome que porventura lhe fosse designado, era aquele em cuja boca DEUS havia colocado suas Palavras, e que transmitia essas preciosas Palavras ao povo.
O profeta e Moisés. Para um melhor entendimento da origem divina da instituição profética, a passagem chave está em Deuteronômio 18.9-22. Em contrapartida à contínua atividade dos adivinhadores e vatici- nadores cananeus, DEUS prometeu enviar a Israel seus profetas. Portanto, Israel não seria compelida a lançar mão de meios humanos para obter informações sobre a vida e a morte. Antes, a nação deveria dar ouvidos aos profetas que iriam declarar as verdadeiras Palavras de DEUS. Dessa forma, assim como Moisés, ele seria um mediador entre DEUS e a nação. Da mesma forma como o sacerdote representava o povo perante DEUS, também o profeta representava DEUS perante o povo. Entretanto, nenhum dos profetas foi uma cópia exata de Moisés. Somente com a vinda de CRISTO eles realmente conheceram aquele grande Profeta que fora verdadeiramente representado por Moisés, aquele que conhecia a DEUS Pai face a face (Dt 34.10; cf. Nm 12.8).
Em Hebreus 3.1-6, existe um grande contraste entre Moisés e CRISTO. Na casa de DEUS, isto é, na divina organização ou dispensação, Moisés era fiel como servo, mas CRISTO está acima da casa como Filho. A era do AT, ou a Era Mosaica, ficou aqui estabelecida como testemunha do período do NT. Nesse sentido, todo o desígnio mosaico pode ser considerado como típico e preparatório de uma nova época. E nesse desígnio de aspecto e preparação, Moisés foi a maior figura, o único que era realmente parecido com CRISTO.
Alguém poderia perguntar por que havia necessidade de que outros profetas seguissem Moisés, o legislador. Quando os israelitas entraram na terra prometida, eles descobriram que havia muitas situações onde a lei de Moisés não entrava em detalhes. Para atender às necessidades provocadas por essa situação, era preciso que fossem feitas outras revelações, muitas vezes de natureza mais específica e detalhada. Essas informações constituíam o assunto principal das profecias. As mensagens dos verdadeiros profetas estavam sempre de acordo com a lei de Moisés; eles não a contradiziam nem a anulavam.
Moisés, entretanto, foi colocado acima de todos os profetas, não como o primeiro entre iguais, mas como o servo fiel sob cujo exemplo os outros profetas deveriam trabalhar. A posição que ele ocupava na organização era singular, e não era compartilhada por nenhum outro profeta. Por um lado, essa singularidade aparece na maneira como DEUS falava aos profetas. Com Moisés Ele falava claramente, frente a frente, e não através de frases enigmáticas ou obscuras, e permitia que Moisés visse a sua forma. Por outro lado, *eus falava aos outros profetas por meio de sonhos e visões, e as Escrituras sugerem que Ele também pode ter falado através de enigmas (Nm 12.1-6). A eles DEUS transmitia revelações de uma forma menos clara e distinta daquela que Ele usava para falar com Moisés. Ê por essa razão, portanto, que podemos encontrar em muitos pronunciamentos proféticos uma certa medida de obscuridade e até mesmo de ambigüidade. A linguagem profética não pode ser interpretada como se fosse uma prosa normal. Na interpretação das profecias devemos sempre considerar a natureza dessa linguagem, assim como o fato de que grande parte daquilo que os profetas expressam visa a tipificação de fatos e situações.
Portanto, os profetas eram homens a quem DEUS criou para declarar a sua vontade à nação. Eles estavam de acordo com a época à qual pertenciam, e indicavam a vinda daquele que iria personificar, no sentido mais pleno e mais completo, os ideais da instituição profética. Finalmente, quando Ele chegasse, não haveria mais a necessidade de profecias, pois nessa ocasião a dispensação da preparação daria lugar à dispensação do cumprimento das profecias (cf. 1 Co 13.8-12). Em um sentido mais profundo, portanto, como a própria profecia era uma preparação para a vinda de CRISTO, da mesma forma o profeta era, individualmente, e na inteireza de seu ministério, uma testemunha e também uma tipificação de CRISTO, o Profeta por excelência.
Escolas de profetas. Durante o período de Samuel foram feitas referências a grupos de profetas. Sabemos pouco sobre esses grupos, embora eles tenham sido objeto de muita especulação. Entretanto, parece que ajudaram Samuel a ministrar às necessidades espirituais da nação.
A obra da teocracia revelou-se demasiadamente grande para Moisés, e por esta razão foram escolhidos 70 anciãos para ajudá-lo nessa árdua tarefa. No período de Samuel, essa obra revelou-se novamente muito grande para um único indivíduo. Esse período foi particular mente crucial, pois a época dos juizes estava chegando ao fim e a monarquia estava apenas começando. Havia a necessidade da presença do ESPÍRITO, não apenas em
Samuel, mas também naqueles de menor estatura.
Não sabemos praticamente nada sobre a organização desses grupos. Eles foram descritos como um “grupo” ou “rancho” (hebet); eles dedicavam-se a profetizar e a louvar a DEUS ao som de músicas (1 Sm 10.5,10). E provável que o grupo tenha sido organizado por Samuel, porém as Escrituras não afirmam esse fato explicitamente.
Depois da divisão da monarquia, aparece novamente um corpo de profetas, dessa vez chamado de “filhos dos profetas” (q.v.). Eles eram encontrados somente no Reino do Norte, em conexão com o ministério de Elias e Eliseu. Nessa época, além de ter sido dividida, a nação enfrentava um perigo adicional pela influência do culto ao deus Baal dos fenícios. Dessa forma, os profetas colocaram - se em uma associação mais íntima com Elias e Eliseu do que no caso do grupo de profetas em relação a Samuel. Por essa razão, eles foram chamados de “filhos”, isto é, filhos espirituais de mestres proféticos. Eles podem ter se casado (cf. 2 Rs 4.1) e tido um lugar comum para morar (cf. 2 Rs 6.1,2). Com o término da obra de Elias e Eliseu, eles desaparecem de cena, exceto por uma obscura referência, feita por Amós, de que ele não era filho de um profeta (Am 7.14).
O profeta e a teocracia. A afirmação de que existia uma grande separação entre o sacerdote e o profeta, era praticamente um axioma da escola superior de crítica de Welthau- sen. O sacerdote era o representante formal e oficial da religião, enquanto podemos entender que o profeta havia sido chamado para um tipo mais espiritual de religião. Estabeleceu-se uma reação contra essa falsa disjunção, e atualmente os estudiosos afirmam que a ênfase ao sacerdote e ao profeta não era necessariamente antagônica. Na verdade, existiam alguns (por exemplo, A. R. Johnson) que até mencionavam profetas ligados a seitas, afirmando que o profeta era, muitas vezes, um empregado da seita de que fazia parte.
Do ponto de vista bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia. De acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis. Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o profeta estava sempre presente para oferecer a sua ajuda (por exemplo, Is 7.3ss.; Is 37.5-7; 21.35). Era seu dever mostrar o curso de ação que DEUS desejava que a nação adotasse, rortanto, os profetas não eram simples figuras políticas, mas pronunciavam-se sobre ouestões políticas porque elas poderiam influir no futuro curso da teocracia.

O profeta e o Messias. O movimento profético como um todo deve ser entendido como uma preparação para a vinda do Messias. Se o pecado de Adão e Eva não tivesse acontecido, não haveria necessidade de um Messias ou dos profetas. De acordo com os profetas, o Messias era aquele que iria realizar um papel triplo. Ele seria sacerdote, profeta, e rei. Existem certos elementos essenciais no quadro messiânico que são apresentados pelos profetas.
1. A vinda do Messias é sobrenatural. O Messias não é apenas uma figura humana cujo aparecimento na cena da história foi acidental. Ele é, verdadeiramente, uma figura humana, porém sua vinda é a chegada do próprio DEUS (por exemplo, “Emanuel", Is 7.14; Mq5.2; Zc 6.12).
2. O próprio Messias é uma pessoa divina. Passagens como Isaías 9.6,7 mostram que Ele é realmente DEUS.
3. A vinda do Messias é escatológica. Ela prenuncia o fim dos tempos (Ml 3.14; Ag 2.6-9).
4. O Messias é um Rei que irá governar em perfeita virtude e justiça (Jr 23.5; Is 11.1-5; Zc 6.13).
5. O Messias é um profeta que declara a Palavra de DEUS com claridade e plenitude até então incomparáveis (Dt 18.9-22).
6. A obra messiânica é sotérica (Is 53.5,6,10- 12; Zc 12.10; 13.1). A essência da tarefa do Messias é salvar seu povo dos pecados que praticaram. O Messias é o Salvador.
Se alguém comparar o conteúdo desse quadro do Messias com o da consciência messiânica de nosso Senhor, ficará admirado pela impressionante semelhança. Os elementos aqui mencionados são essenciais à figura completa do Messias contida no AT. Se eliminarmos qualquer um deles, o quadro será prejudicado. Desnecessário dizer que nem todos esses elementos podem ser encontrados em cada uma das profecias messiânicas; antes, em uma determinada profecia alguns deles podem ter recebido maior ênfase do que outros. Por exemplo, em Isaías 53 o elemento sotérico é o mais importante, enquanto o elemento real está mais ou menos obscuro. Somente quando se analisa o aspecto geral do quadro apresentado no AT é que poderemos ver esses seis elementos como as seis partes necessárias e essenciais à construção aa plenitude do quadro messiânico.
De acordo com a natureza do caso, deve ficar bem claro que o AT não apresenta esses elementos seguindo uma oraem sistemática. Ao contrário, na revelação relativa ao Messias existe uma notável progressão de desdobramentos, Embora a própria palavra “Messias” apareça de forma pouco constante, o quadro da salvação conquistada pelo Senhor através de um agente humano aparece freqüentemente. E a profecia onde ocorre algum dos elementos essenciais mencionados acima, é evidentemente e genuinamente messiânica.
A primeira profecia messiânica foi pronunciada pelo próprio DEUS e dirigida à serpente. Ela falava sobre a Semente da mulher que iria ferir a cabeça da serpente (Gn 3.15). DEUS menciona nesse verso um ser humano descendente de Eva que desferiría um golpe mortal contra a serpente.
Assim como esse golpe representa o clímax da inimizade entre a mulher e a serpente, uma inimizade que também se estende às suas respectivas sementes trará um golpe que derrotará o inimigo da humanidade e libertará o homem de seu poder. Nesse ponto, o elemento sotérico é repercutido com mais clareza.
A medida que o tempo passava. DEUS revelava aos seus servos e profetas mais e mais informações a respeito do Messias. No âmago da revelação, sempre residia a maravilhosa obra da salvação que o Messias iria realizar. O ápice da profecia messiânica foi alcançado em Isaías 53, que ensina claramente que a morte substitutiva do Messias iria trazer a salvação à humanidade. Na qualidade de “O Servo do Senhor”, o Messias consumou sua maravilhosa obra. Veja Messias. Avaliação. A fim de avaliar adequadamente o movimento profético do AT, existem três considerações fundamentais que devem ser levadas em conta.
1. A convicção psicológica, por parte dos profetas, de que DEUS havia falado com eles. Ao proclamar suas mensagens, os profetas estavam convencidos de que Jeová, o DEUS de Israel, que acreditavam ser o DEUS do céu e da terra, havia falado com eles. Eles não apresentavam a mensagem em seu nome, ou em nome de um corpo de profetas, mas no nome do Senhor. Além disso, estavam convencidos de que as próprias palavras que declaravam haviam sido proferidas por DEUS ou eram originárias dele. Está claro que não se consideravam como homens que inventavam ou ampliavam uma mensagem que DEUS lhes havia dado, mas como mensageiros das palavras do próprio DEUS.
2. A continuidade do movimente profético. Durante um período de mais de 1.000 anos o ministério da profecia manteve-se praticamente contínuo em Israel. Embora vivendo com uma diferença de centenas de anos, os profetas sempre afirmavam que DEUS havia falado com eles. Todos reconheciam o mesmo DEUS, Jeová, e acreditavam que Ele havia sido o autor das mensagens que eles, por sua vez, transmitiam. Esse é um fenômeno sem paralelos na história mundial.
3. O conteúdo das profecias. Embora se encontrassem bastante dispersos na história de Israel, os profetas não transmitiam mensagens heterogêneas, desencontradas ou conflitantes. Unir seus ministérios na proclamação da futura vinda do Messias era um propósito teológico destes servos de DEUS. Os profetas eram nomens que pertenciam à organização do AT, à época dessa categoria, e dessa forma falavam sobre uma futura redenção. Embora muitas vezes suas mensagens estivessem relacionadas a assuntos locais, no âmago de seu ministério estava presente uma mensagem que apontava para o futuro. Portanto, em um sentido bastante real, os profetas realmente transmitiam palavras que expressavam eventos ainda por vir - genuínas profecias. Eles falavam sobre Aquele que viria para salvar seu povo dos pecados.
E é sob essa luz que a profecia deve ser entendida. Se dependessem de seu próprio conhecimento, os profetas não poderiam ter previsto o futuro; mas DEUS lhes revelou seus propósitos, e assim eles falavam da futura salvação (1Pe 1.10-12).
O dom de profecia é um dom que DEUS nos concede, não com a finalidade de prevermos o futuro, mas de nos levar a CRISTO (Ap 19.10). As profecias como dons, e não como ministério, estão repletas de benefícios espirituais como a edificação, a consolação e o conforto; elas apresentam a vontade de DEUS em muitas questões práticas que nos atormentam e nos deixam perplexos (1 Co 14.3). Mas acima de tudo, elas fixam os nossos olhos sobre Aquele que assumiu as funções salvadoras de sacerdote, profeta, e rei.

Os profetas na Igreja.
Os profetas continuaram a desempenhar um papel importante na Igreja do NT. Paulo escreve que a Igreja, a casa de DEUS, foi edificada “sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas” (Ef 2.20), e que o mistério da igual posição dos gentios no Corpo de CRISTO foi “revelado pelo ESPÍRITO aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.5). Havia homens conhecidos como “profetas” especialmente escolhidos para o constante e regular deste ministério (Ef 4.11). Depois dos próprios apóstolos, eles eram os ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja primitiva (1 Co 12.28).
Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do livro de Atos. Seu ministério era geralmente triplo: o de pronunciar (proclamar), ministrar milagres e de prever (pre-anunciar). Observe como Ágabo, em duas ocasiões diferentes, previu acontecimentos futuros para que os cristãos se preparassem para uma emergência que se aproximava (At 11.27-30; 21.10-14). Eles forneciam direção espiritual à Igreja de Antioquia porque, evidentemente, através de um deles o ESPÍRITO SANTO dava ordens relativas ao futuro trabalho evangelístico de Barnabé e Saulo (At 13.1-4). O trabalho de dois outros profetas era exortar (ou “consolar”) e fortalecer os irmãos (At 15.32), e era semelhante às funções da profecia relacionadas em 1 Coríntios 14.3, isto é, edificação, exortação e consolação.
Em uma reunião da Igreja, uma manifestação do dom de profecia ou uma revelação dada por um profeta poderia ser compartilhada com os crentes reunidos (1 Co 14.30). Como diz J. A. Motyer, “Esse fato poderia assumir a forma de um pronunciamento espontâneo que está associado à atividade do ESPÍRITO de DEUS (cf. 1 Ts 5.19)... é uma percepção da verdade de DEUS transmitida de modo inteligível à assembléia” (NBD, p. 1045).
Paulo ensinou que o profeta deve pronunciar Suas mensagens de maneira ordenada, e que “Os espíritos dos profetas estão sujeites aos profetas. Porque DEUS não é DEUS de confusão, senão de paz” (1 Co 14.32,33). Em primeiro lugar, a mensagem de um profeta deve ser julgada pelos outros profetas presentes, ai se relacinando a profecias (14.29), e depois pelos demais crentes. Este julgamento é feito comparando a mensagem do profeta com os ensinos dos apóstolos, que são os depositários absolutos da Palavra de DEUS (14.36-38). Portanto, não parece que os profetas do NT estivessem longe ou mesmo separados das fontes doutrinárias dos apóstolos, que tratavam da recém-manifestada verdade doutrinária da Igreja. Marcos, Lucas e Judas, por exemplo, podem ter sido profetas que escreveram seus livros sob a orientação de um ou mais apóstolos, assim como sob a direta inspiração do ESPÍRITO SANTO.
 
Obs.: Não confundir Dom ministerial de profeta (Ef 4.11) - homem dado a igreja - com Dom do ESPÍRITO SANTO - Profecia (1 Co 12; 14) - manifestação do ESPÍRITO SANTO para edficação, consolação e exortação.
 

1. O profeta na dispensação do Antigo Testamento. Mediador entre DEUS e o povo.
 
O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito.
No Antigo Testamento, o ofício do profeta era de âmbito nacional. Quando DEUS levantava um profeta, conferia-lhe a missão de falar em seu Nome para toda a nação e até para povos estranhos.
1. A IMPORTÂNCIA DOS PROFETAS
O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando JESUS se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica.
1) Profetas no Pentateuco. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, DEUS lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por DEUS para ajudar Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, DEUS diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos DEUS ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles homens não tinham um ministério profético. Foram usados por DEUS em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal.
2) Profetas em diversos livros do Antigo Testamento. Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de DEUS de modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39) e revelou o pecado de adultério de seu pai Davi antes, depois falou sobre a construção do templo pelo mesmo Salomão que havia de ungir como rei; o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi usado por DEUS (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando DEUS quer, usa a quem Ele quer.
Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o profeta messiânico devido à grande parte de suas profecias se referirem o Messias, no futuro. Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por DEUS para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20).
Esdras, líder da reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).
2. OS PROFETAS MAIORES
Integram uma lista de 5 livros, de Isaías a Daniel. São chamados de “maiores” não por importância pessoal dos profetas, mas pelo volume ou tamanho de seus livros bem como a abrangência das profecias. Aqueles mensageiros de DEUS foram usados para transmitir mensagens do Senhor ao povo de Israel, no seu tempo, e também foram usados de maneira profética para vaticinar acontecimentos futuros, escatológicos.
3. OS PROFETAS MENORES
São 12 livros, de Oseias a Malaquias. De igual modo, seus autores são chamados de “menores”, não por serem inferiores aos outros, mas pelo menor volume de seus livros e menor extensão de suas profecias. Os profetas do Novo Testamento apenas foram citados, no texto bíblico, em referência a sua participação na história da Igreja, mas não tiveram a condição de serem incluídos no cânon bíblico. Os profetas do Antigo Testamento tinham um ministério voltado para toda a nação.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 84-85.
 
O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS.
(1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15). Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.
 
PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
(1) Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
(2) Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO de DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21 .), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.
 
HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA.
O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características: (1) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência.
O Senhor usava os profetas para pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos mundiais que ainda estão por ocorrer.
(2) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
(3) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e iniquidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.
 
O PROFETA E O SACERDOTE.
Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a um viver realmente santo.
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
 
OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO.
Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
(1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista humano.
(2) O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito, vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o Seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
(3) À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. .
(4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele.
(5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). .
(6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. .
(7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61–62; 65.17–66.24; Jr 33; Ez 37). .
(8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3–4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como ignorar o seu caráter e a sua mensagem.
 
A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais:
(1) A natureza de DEUS. (2) O pecado e o arrependimento. .(3) Predição e esperança messiânica. .
STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
3. O profetismo.
ASPECTOS GERAIS
O profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar, chegando a formar escola de profetismo, culminando na vasta literatura profética que hoje faz parte da Bíblia.
a- Etimologia
A palavra portuguesa Profeta geralmente é entendida como a pessoa que sabe prever o futuro. Esta, porém, não é a única compreensão etimológica da palavra, na sua origem. A sua raiz se encontra no grego profh,thj que pode ser traduzida por: Aquele que fala diante. Não é o pré-ditor, mas o que fala pelo outro, alguém que fala diante dos outros, que comunica revelação divina.
Traduz o Hebraico abn nabi, cuja raiz acádica tem o sentido de: chamar, falar em voz alta, orador, anunciador. A mesma raiz, em árabe tem o sentido de delirar, borbulhar, caráter frenético de expressão. A partir destas idéias, Albright define o profeta como um chamado por DEUS para falar por ele.
 
b- A Profecia no Antigo Oriente
Era comum, no Antigo Oriente, a existência de homens que exercem a magia e a adivinhação (Nm 22,5s; Dt 2,2; 4,3-4). São pessoas consultadas pelas autoridades antes de grandes empreendimentos. Geralmente diante de guerras, os profetas devem dizer com proceder.
 
c- A Profecia em Israel
Em Israel, inicialmente, os profetas têm papel semelhante aos do Antigo Oriente (1Rs 22,1-29). Nos tempos dos juízes surgem os filhos dos profetas (1Sm 10,5ss), cuja função é semelhante à dos profetas do Antigo Oriente (1Sm 19,20-24). Estes se parecem como grupos de dança e canto no culto. Ainda recebem títulos como: vidente (1Sm 9,9), visionário (Am 7,12), homem de DEUS (1Sm 9,7)[6].
Em Israel se formou uma tradição profética devido aos discípulos dos profetas (2Rs 2; Nm 11,17). Assim, o que inicialmente era apenas um movimento espontâneo, tornou-se uma experiência que foi marcante na história de Israel.
O surgimento dos profetas está relacionado com a instituição da monarquia e do sacerdócio. O profeta forma, ao lado do rei e do sacerdote, um dos três eixos da sociedade (1Rs 1). Eles dão orientações aos reis (Natan, Elias, Eliseu, etc.). Porém, a profecia não é uma instituição como a realeza e o sacerdócio (Dt 18,14-19). O profeta sempre será o portador de um Dom de DEUS. É neste sentido que o profetismo, em Israel, adquire um sentido diferente do mesmo fenômeno em outros povos., ainda que em Israel também havia profetas de outras divindades, de outros países, estes se restringiam à magia, adivinhação e oráculos. Não é este o caso dos legítimos profetas de Israel. “O conteúdo ético e religioso da profecia israelita não tem paralelo no mundo antigo”.
Ao que parece, na origem do profetismo de Israel, havia líderes profetas que acolhiam discípulos. Estes alunos eram chamados de Filhos de Profetas, ou seja, eram discípulos de um profeta e se identificavam com sua causa. Samuel é um líder profeta (1Sm 3,1ss). Ele tem papel nas escolhas dos reis, na unção dos mesmos e até na sua deposição (1Sam 7 –15). Além desta função política, Samuel tem também funções de um operador de milagres. Ele é vidente (1Sm 9,9-11.18-19). Ele encontra animais perdidos. “Samuel é mais diretamente o antepassado do profetismo sucessivo do que o são os Filhos de Profetas”. Elias é um continuador do professorado de Samuel e depois dele, seu sucessor, Elizeu, deu sequência a esse ministério.
<http://www.estef.edu.br/pessoais/arquivos/ESTEF_PESSOAL_12_08_2005_21_34_48_ProfSab.htm> 
 
d- Características Do Movimento Profético  
O Profetismo no Antigo Israel: Forma extática.
Nabi – aquele que foi chamado.Também conhecido como Rozeh o vidente.
Possuía vida nômade. As Escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel. Is 8:16;30:8; Jr 36.
Profetas profissionais do culto: Fundiram o Nabi com o rozeh.
Pregavam a Benção e a Salvação.
Seu tema principal é "a eleição do povo conduz os indivíduos a DEUS, ainda que pela punição".
Outro tema importante é a exaltação de Israel: "Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo. Jr 14:13".
Profetas da Corte: Falam o que o rei quer ouvir I Reis 22:8-18; I Sm 10:1, 24; 16:12-13.
Conselheiros do rei 1Sm 22:5; 2Sm 24:11-19; 1Rs 11:29-31.
Quando a política se desviou dos planos de DEUS, a profecia mudou seu discurso e passou a criticar o rei. Inimigos, I Rs 21:20; 18:17.
Perseguidos I Rs 18:13; 19:10; Jr 18:18; 26:11.
Divisão: Profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado, independentes. Jr 28:1-17. 14:13-16; 23:9-40; 28:9; Ez 33:30-33; Jr 17:15; 12:1.
Profetas individuais ou anônimos - Amós, Oséias, Isaias, Miquéias, Sofonias, Jeremias e Ezequiel. Vocacionados e não profissionais.
Vêm o homem numa condição de abandono de DEUS, recusando entregar-se a Ele, revoltado.
Esperam a punição. (O dia do Senhor)
Apontam a possibilidade de perdão e de uma nova salvação. "Ruína ou salvação".
O Tema é a conversão.
A salvação, para esses profetas trata-se de uma transformação radical, interior e exterior.
Profetismo Escatológico: Reinterpretam os profetas individuais.
Inicia-se com o Isaias, seguido de Daniel, Joel, e a apocalíptica judaica.
Estágios Proféticos: DEUS se apossa interiormente da pessoa.
O ESPÍRITO ou a palavra de DEUS vem sobre o profeta. Is 6:8 audição.
O profeta não perde a consciência. O Profeta procede à interpretação e explanação de acordo com a fé em que vive. Acréscimo de imagens, ilustrações poética, que marcam o estilo do profeta.
 Abraão, Moisés, Débora, Aarão, todos foram chamados de profetas. Gn 20:7; Ex 7:1; Dt 34:10; Jz 4:4.
Jeremias e Isaias não são chamados de profetas.
Amós rejeita ser chamado de profeta Am 7:14.
Em Ageu e Zacarias, após o exílio, vemos que o ofício profético foi reconhecido socialmente Ag1:1, Zc1:1, e já passaram a ser chamados como "Antigos Profetas" Zc 1:4.
Como o povo via os profetas? Como doidos, ou tolos 2Rs 9:11; Os 9:7. Será que alguém queria ser profeta? E hoje, as pessoas anseiam por ser profetas?
Os profetas foram pessoas que se levantaram em momentos de crise social. Surgem em grupos I Sm 19:20; I Rs 2:3,
Chamam-se filhos de profetas I Rs 20:35,
Líderes que presidiam suas reuniões I Sm 19:20;
Viviam em comunidades 2 Rs 4:38-41;
Alguns eram casados 2 Rs 4:1;
Sustento por esmolas e doações 2 Rs 4:8,42;
Vestimentas, mantos de pele e cinturão de couro 2 Rs 1:8; Zc 13:4; sinais e cicatrizes na testa I Rs 20:41;
Cantavam, soltavam gritos e lamentações I Sm 10:6-9; Mq 1:8; chegavam até a cair por terra, prostrados ou desmaiados I Sm 19:24; Dn 8:18,27. Entravam em transe I Sm 19:24.
<http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo> 
 
 

2. O profeta na dispensação do Novo Testamento.
 
João Batista, o último profeta? Existiam profetas na época do início da igreja? Existem profetas hoje?
João Batista foi o último profeta do Antigo Testamento - profetas do AT profetizaram sobre primeira vinda de JESUS e alguns sobre depois disso. Alguns muito usados em milagres, alguns sem milagres, mas com grandes profecias messiânicas, alguns sem milagres e sem profecias messiânicas, mas com mensagens de juízo. Os verdadeiros eram temidos e pouco desejados em meio à sociedade em geral, principalmente entre os ricos. Eram pessoas de grande fé e santidade. Suas vidas eram inteiramente comprometidas com DEUS e sua palavra inspirada. Os profetas eram muito usados para revelarem o pecado da nação e para falarem sobre o futuro. A bíblia nos diz que nossa fé deve estar em conformidade com os ensinos dos apóstolos e dos profetas.
No Novo Testamento, como ocorre com os apóstolos, temos o ministério de Profeta. Efésios 2.20; 4.11 fala sobre isso e em muitas outras partes do NT, como por exemplo: Atos 11:27 - profetas; Atos 15:32 - Judas e Silas; Atos 21:10 - Ágabo; 1 Co 12.28, 29; Tito 1.12 - profeta que revela pecado; Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
O ministério profeta deveria ser reconhecido na Igreja, mas com o passar do tempo, e devido à multiplicação do pecado, principalmente por parte da liderança da igreja, esse ministério teve a mesma sorte daquele que havia no AT, passaram a ser pessoas "non gratas" nas igrejas. Revelar pecado e juízo sobre esse pecado é uma das maiores tarefas de um legítimo profeta de DEUS, por isso sua pouca popularidade na igreja atual.
O que o profeta falaria hoje na igreja? O profeta revelaria o pecado oculto da maioria dos crentes de hoje. O profeta é excluído de nossos púlpitos devido ao temor dos líderes de que seus pecados sejam revelados e eles sejam desmascarados ante suas inocentes ovelhas que são tosquiadas a cada dia para enriquecimento dessas lideranças materialistas. O adultério e a prostituição, principalmente deveriam ser revelados e condenados pela Igreja.
O pecado tem que ser combatido a qualquer custo e a mensagem do profeta deve ser ouvida na igreja para que o temor se apodere dos crentes e eles se arrependam de seus pecados e sejam sarados.
Lembremo-nos de que todos aqueles que escreveram nossos livros que estão contidos na bíblia e falam sobre alguma coisa no futuro, principalmente a escatologia, todos eles foram profetas de DEUS. Não existiria o livro de Apocalipse se não existisse profeta no Novo Testamento (João era usado em Dom de Palavra de Sabedoria - revelação do futuro). Os ministérios podem ser mudados ao longo do tempo e até multiplicado de acordo com a necessidade. Por exemplo, João que começou como apóstolo, terminou como profeta, escrevendo Apocalipse. Paulo que começou como Apóstolo, passou pelo ministério de profeta, evangelista, pastor e mestre.
O ministério é dado por CRISTO de acordo com a necessidade do momento. Paulo preso pode e é usado por JESUS como um legítimo profeta de DEUS, combatendo o pecado nas igrejas e falando sobre coisas futuras.
 
 
Dom de Profecia X Ministério Profeta
 
Dom de Profecia é para edificação, exortação e consolação, não prediz nada, pode vir de 3 fontes, DEUS, homem e o Diabo; deve ser julgada.
 
Profeta é ministério, Profeta é usado em dons de revelação - fala a respeito do futuro (Palavra de Sabedoria - dentro da Onisciência de DEUS - DEUS sabe o futuro). Tmbém revela coisas ocultas tanto no passado quanto no presente (Dom da Palavra da ciência ou Conhecimento - dentro da Onipresença de DEUS - DEUS está presente em toda parte). profeta é usado em dons de poder (ressuscitar mortos - Fé; Curar enfermos e doentes - Dons de Curar; Modificação na natureza - milagres) - Alguns profetas escrevem a respeito de coisas futuras, como Apocalipse, por exemplo - são revelações das coisas futuras dadas ao profeta. Os apóstolos Pedro, João e Paulo escreveram sobre coisas futuras. Quem tem ministério de profeta não quer dizer que um dia não possa ter outros ministérios.
 
Observação sobre sustento do profeta:
O Didaquê, obra da igreja primitiva que pode ser dada como de produção ao redor do ano 90 de nossa era (parece anteceder, inclusive, ao evangelho de João), e que é considerado como um manual de doutrina da igreja primitiva, diz o seguinte, sobre o trabalho de mestres itinerantes na vida das comunidades cristãs da época: “Todo apóstolo (profeta e pregador também) que venha a vós seja recebido como o Senhor, porém não permanecerá mais que um dia, e se houver necessidade, ainda o outro dia; mas se permanecer três dias, é um falso profeta. E tendo saído o apóstolo nada tomará para si, a não ser pão, até o próximo alojamento. Mas se pede dinheiro é um falso profeta” (11.4-7). Não estou declarando o Didaquê como inspirado, como os escritos do Novo Testamento, mas reconhecendo-o como documento histórico e como manual de doutrina da Igreja. A conexão que ele faz entre apóstolo, profeta e pregador itinerante é interessante, bem como o método para descobrir se é falso o apóstolo ou profeta ou pregador itinerante: se busca levar vantagem no exercício de sua função.
<http://www.ensinameaviver.com.br/admin/pdf/O_PROFETISMO_EM_ISRAEL_-_Isaltino_Gomes_Coelho_Filho.pdf >
 
A importância do ministério do profeta neotestamentário.
Atos 11:27 - profeta Ágabo
E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
 
Veja a importância de um profeta aqui - este profeta previu uma grande seca em todo mundo - DEUS lhe revelou algo que haveria de acontecer no futuro. Deveríamos desejar que esse ministério fosse ativo na igreja - DEUS poderia nos dizer muita coisa grandiosa, mesmo antes de que elas acontecessem. Alguns historiadores dizem que pouco antes que o general Tito destruísse Jerusalém, DEUS enviou uma mensagem, através de um profeta, a igreja que estava em Jerusalém, avisando da tragédia que se avizinhava. Quem deu crédito ao que dizia o profeta de DEUS, fugiu da cidade e escapou com vida.
O dom Palavra de Sabedoria é muito percebido agindo no profeta, por isso mesmo, muitos escreveram a respeito de coisas que aconteceram muito depois de suas épocas e que ainda vão acontecer depois de nossa época, tanto os profetas do AT quanto os do NT . Um legítimo profeta recebe mensagens futurísticas de DEUS que sabe tudo sobre o futuro, dentro de Sua Onisciência, e revela a seus profetas.
"Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7
 
Atos 15:32-34
"Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras. E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos;
Mas pareceu bem a Silas ficar ali". Atos 15:32-34
 
Judas e Silas eram respeitados profetas da Igreja e foram encarregados de passarem nas igrejas abertas por Paulo para corrigirem erros doutrinários exigidos pelos falsos apóstolos e profetas que por ali passaram. Judas e Silas transmitiram aos irmãos a resoluções do primeiro concílio da igreja.
Veja a importância de verdadeiros profetas de DEUS que adquirem respeito e confiança da igreja. Os apóstolos confiavam a eles uma de suas mais importantes resoluções da igreja.
 
Atos 21:10-11
"E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo; E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios". Atos 21:10-11.
 
Veja aqui, mais uma vez, a importância de um profeta que fala a respeito do futuro. Paulo, agora, já sabia o que lhe aconteceria no futuro. Poderia fazer a escolha entre obedecer integralmente à ordem de JESUS para ele ou de servir a DEUS parcialmente. Temos a escolha de conhecer a vontade perfeita de DEUS para nós ou de conhecer sua vontade permissiva. Só recebem tudo de DEUS aqueles que são capazes de entregar-se totalmente a DEUS. São capazes de dar suas vidas pelo evangelho. "Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas". Amós 3:7.
 
1 Coríntios 12:28
"E a uns pôs DEUS na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". 1 Coríntios 12:28.
 
Veja a importância do ministério de profeta. Aqui Paulo o coloca em segundo lugar de importância para a edificação e progresso da igreja.
 
Tito 1.12 - profeta que revela pecado
"Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé". Tito 1:12-13.
 
Veja aqui Paulo dando testemunho da veracidade de uma palavra de um profeta a respeito dos cretenses. Um profeta sabia a verdade sobre a igreja, pois enxergava da maneira que DEUS enxergava e a revelava ao apóstolo.
Apocalipse 18.20 profetas e apóstolos.
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa quanto a ela.

Apocalipse 18:20
Alegra-te sobre ela, ó céu, e vós, santos apóstolos e profetas; porque já DEUS julgou a vossa causa quanto a ela. Apocalipse 18:20
Um dia DEUS dará a paga aos perseguidores dos profetas de DEUS, sejam eles falsos crentes ou descrentes. Quase não se vê um profeta na igreja de hoje. São perseguidos. Não têm oportunidade para pregar em nossos púlpitos. São considerados como escória. São desprezados. São tidos como loucos. Ainda bem que um dia DEUS os recompensará.
 
Como identificar se a mensagem é vinda de um ministério Profeta ou de alguém usado em dom de profecia?
Quando se fala a respeito de coisas futuras ou coisas passadas ou ocultas quando se revela pecados ocultos e notícia de juízo é Ministério de profeta. O profeta revela às vezes um problema ou uma doença, ou um juízo e já trás a solução com um milagre, uma transformação, ---------a profecia não traz o milagre junto. A profecia é mais um aconselhamento, para edificação, consolação e exortação. não tem elemento preditivo e nem palavra de juízo contra o pecado. A profecia é para indicar a presença de DEUS na vida do crente ou descrente.
Não confunda profecia com Profeta, por favor. profecias devem ser julgadas. Profeta - homem de DEUS que traz uma mensagem de DEUS, revelando pecados ou coisas ocultas e futurísticas. Na hora que o profeta fala já se sabe se é de DEUS ou não. Se a mensagem for a respeito do futuro só se saberá se é de DEUS se acontecer o cumprimento. Não se pode julgar o que ainda não aconteceu.
 
Porque existe uma rejeição intensa para com o profeta ministerial nos dias de hoje?
Não só hoje, mas o profeta sempre foi temido, excluído, colocado à margem dos poderosos. O profeta tem a revelação do pecado, principalmente o pecado da liderança. profeta revela roubo de dinheiro na secretaria, desvio de dinheiro das obras sociais e de missões, revela superfaturamentos nas notas fiscais, revela adultérios, revela homossexualidade, lesbianismo, prostituição, etc... Imagine quem quer um profeta em sua igreja!!! O rei da igreja, ou o ditador da igreja morre de medo de um profeta e não dá oportunidade para ele pregar de jeito nenhum.
 
 
 
AJUDAS DIVERSAS
 
 
DARIO I - (https://cronologiadabiblia.wordpress.com/2011/05/21/dario-i-o-grande/)
529 AC – (Anno Mundi 3367) – Dario torna-se rei da Pérsia
Dario I foi um dos generais de Cambises e assumiu o poder depois de sua morte, tendo governado a Pérsia por 36 anos. Ocupou-se de ampliar as fronteiras persas e empreendeu uma grande reforma administrativa por todo o império, que foi dividido em províncias, cujos sátrapas tinham poder absoluto, prestando conta de seus atos apenas ao rei.
Dario fez várias tentativas de anexar a Grécia ao seu império, mas fracassou em todas, sendo finalmente derrotado na famosa batalha de Maratona. Durante seu tempo, Ageu e Zacarias foram os profetas que incentivaram Israel a prosseguir na reconstrução do Templo de Jerusalém (Ed 5:1).
Flávio Josefo (História dos Hebreus, Vol. 3, Cap. IV, § 449, Pág. 313) nos diz que desde antes de Dario se tornar rei da Pérsia já era amigo de Zorobabel, e que havia feito um voto ao amigo de que se ele se tornasse rei um dia retomaria as obras de reconstrução do Templo de Jerusalém que estavam paradas há tempos.
Dario se tornou rei e nomeou Zorobabel um dos três gestores de sua casa. Lembremos que 14 anos antes de Dario assumir o reino da Pérsia Zorobabel havia ido com a primeira leva daqueles libertados no 1º ano de Ciro. A informação de Josefo indicaria, portanto, que Zorobabel numa certa altura haveria retornado a Pérsia.
Diz Josefo que em seu primeiro ano de governo Dario deu um grande banquete para seus convidados e neste dia propôs a seus três administradores uma questão trivial, e entre todas as respostas ouvidas, foi a de Zorobabel a que mais lhe agradou e fê-lo desta forma merecedor de um presente do rei.
Zorobabel lhe teria pedido então que relembrasse da promessa de reconstruir o Templo de Jerusalém. É uma ilustração interessante, mas em desacordo com o relato bíblico, que nos informa que Dario autorizou a continuação das obras depois de uma consulta do governador das terras de além do Eufrates.
Além disto Ed 5:2 nos dá conta de Zorobabel já trabalhando na reconstrução do Templo junto com os profetas Ageu e Zacarias antes da autorização oficial de Dario.
Mesmo assim, não deixa de ser um relato interessante, pois mostra até que ponto a cultura popular tende a influenciar a história, pois este conto muito se parece com as estórias que o povo conta para valorizar um mito.
529 AC – (Anno Mundi 3367) – as obras do Templo são retomadas
Incentivados pela morte de Cambises, os profetas Ageu e Zacarias, no primeiro ano de Dario, exortaram o povo para que as obras de reconstrução do Templo fossem continuadas, mesmo sem autorização oficial para fazê-lo. (Ed 5:1-5)
529 AC – (Anno Mundi 3367) – Dario é questionado sobre as obras
Conforme todo capítulo 5 de Esdras, ao ver as obras do Templo serem retomadas, Tatenai, governador da província, enviou uma carta a Dario questionando se os judeus estavam ou não autorizados a continuar com seu trabalho, uma vez que estes argumentavam haver uma ordem do rei Ciro a este respeito. Porém, enquanto houve o trâmite deste documento, as obras continuaram mesmo sem autorização oficial.
528 AC – (Anno Mundi 3368) – Dario autoriza a continuidade das obras
Ao receber a carta do governador, Dario deu ordem para que se verificasse nas crônicas reais se Ciro havia de fato autorizado a reconstrução do Templo de Jerusalém (Ed 6:1).
Uma vez constatada a existência de tal ordem, Dario ordenou que as obras prosseguissem de acordo com a vontade de Ciro (Ed 6:6-12).
Os reis sábios costumam respeitar as decisões de seus antecessores para que suas próprias decisões sejam respeitadas pelos que virão depois dele.
528 AC – (Anno Mundi 3368) – Zorobabel governador da Judéia
De acordo com Ag 1:1, no segundo ano de Dario Zorobabel já era governador da Judéia em lugar de Sesbazar.
524 AC – (Anno Mundi 3372) – termina a reconstrução do Templo
De acordo com Ed 6:15: “acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.”
A conclusão das obras se deu 18 anos depois de iniciada no primeiro ano de Ciro, 437 anos depois de Salomão haver inaugurado o Templo em 961 AC.
493 AC – (Anno Mundi 3403) – morte de Dario, o Grande
De acordo com a história secular, Dario reinou 36 anos, de onde concluímos, de acordo com as datas bíblicas, que sua morte se deu em 493 AC
 
 
 
Esdras 5:3-17 - A Reação dos Inimigos - Comentários Bíblicos - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

Temos aqui:
I
O conhecimento que os seus vizinhos logo tomaram da retomada dessa boa obra. Parece que tinham um olho invejoso sobre eles e, assim que o ESPÍRITO de DEUS encorajou os amigos do Templo a dar continuidade à obra, o espírito perverso incitou seus inimigos a se opor a ela. Enquanto o povo edificava e colocava um fino acabamento nas suas próprias casas, seus inimigos não os incomodavam (Ag 1.4), embora a ordem do rei tivesse sido de parar a edificação da cidade (Ed 4.21); mas quando voltaram ao trabalho do Templo, logo soou o alarme e todos os líderes vizinhos estavam empenhados em impedi-los (vv. 3,4). Os adversários são mencionados aqui: Tatenai e Setar-Bozenai. Os governadores mencionados anteriormente (Ed 4), provavelmente foram substituídos no início desse reinado, como de costume. É a política dos príncipes de mudar com freqüência os delegados, procônsules e magistrados das províncias. Esses, embora inimigos reais da construção do Templo, eram homens de índole melhor do que os anteriores, e buscaram retratar a verdade. Se a fé não é de todos (2 Ts 3.2), é bom que alguns a tenham. Os inimigos da Igreja não são todos igualmente iníquos e imoderados. O historiador começa a relatar o que se passou entre os edificadores e esses inquisidores (vv. 3,4), mas interrompe o seu relato, e faz alusão à cópia da carta que enviaram ao rei, onde a mesma aparece de forma mais completa e detalhada, e que ele começou a resumir (v. 4), embora, depois de pensar bem, tenha inserido todo o conteúdo.
II
O cuidado que a Providência divina teve em relação a essa obra (v. 5): os olhos de DEUS estavam sobre os anciãos dos judeus, que estavam ativos na obra, assim que seus inimigos não podiam fazê-los parar, como teriam feito, até que a questão fosse levada a Dario. Eles desejavam que somente parassem até que tivessem instruções do rei a esse respeito. Eles não os impediram porque os olhos de DEUS estavam sobre eles. 1. Isso aturdiu, confundiu e debilitou seus inimigos e protegeu os construtores dos seus desígnios perversos. Enquanto estamos empenhados na obra de DEUS estamos debaixo de sua proteção especial; seus olhos estão sobre nós para o bem, sete olhos sobre uma única pedra em seu Templo (veja Zc 3.9; 4.10). 2. Isso os estimulou. Os anciãos dos judeus viram que os olhos de DEUS estavam sobre eles, para observar o que faziam e reconhecer que estavam fazendo uma boa obra. Assim, tiveram coragem suficiente para enfrentar seus inimigos e dar continuidade vigorosamente à obra, não obstante toda a oposição que enfrentavam. Nossos olhos sobre DEUS, observando seus olhos sobre nós, nos manterão em nosso serviço e nos encorajarão quando as dificuldades forem desanimadoras.
III
O relato que enviaram ao rei acerca dessa questão, em que podemos observar:
1. O relato completo que os anciãos dos judeus deram aos samaritanos acerca de sua conduta. Encontrando-os ocupados e bem-sucedidos, com todas as mãos ocupadas no trabalho da construção dessa edificação, e vendo que progrediam rapidamente, fizeram as seguintes perguntas: “Com que autoridade estão fazendo essas coisas, e quem deu essa autoridade a vocês? Quem os colocou no trabalho? Existe alguém que confirme esse trabalho?”. A isso, os anciãos responderam que tinham garantia suficiente para fazer o que faziam; porque: (1) “Somos servos do DEUS dos céus e da terra. O DEUS que adoramos não é um deus local e, portanto, não podemos ser acusados de partidarismo, ou estabelecer uma seita, ao edificar este Templo para a sua honra: mas pagamos nossa homenagem ao DEUS de quem depende toda criação e, portanto, precisa ser protegido e servido por todos e não impedido por ninguém”. É a sabedoria e o dever dos reis encorajar os servos do DEUS dos céus. (2) “Temos uma prescrição para esta casa; ela foi edificada para a honra de nosso DEUS por Salomão, muitos anos antes. Não é uma invenção recente; estamos levantando os fundamentos de muitas gerações” (Is 58.12, ARA). (3) “Foi para castigar-nos pelos nossos pecados que ficamos sem a posse desta casa por um período; não porque os deuses das nações prevaleceram contra o nosso DEUS, mas porque O provocamos (v. 12); por esse motivo ele nos entregou, e o nosso Templo, nas mãos do rei da Babilônia, mas nunca pretendeu, com isso, colocar um ponto final em nossa religião. Apenas fomos suspensos por um tempo, não despojados para sempre”. (4) “Temos o decreto real de Ciro que nos justifica e apóia naquilo que estamos fazendo. Ele não somente permitiu e consentiu, mas ordenou-nos a edificar esta casa (v. 13), e a edificá-la neste lugar (v. 15), o mesmo lugar onde foi edificada anteriormente”. Ele deu essa ordem, não somente pela compaixão aos judeus, mas em respeito ao seu DEUS, dizendo: Ele é o DEUS. Ele também entregou os utensílios do Templo a alguém em quem confiava para que fossem devolvidos ao seu antigo lugar e uso (v. 14). E eles tinham esses utensílios para confirmar o que estavam alegando. (5) “A edificação começou de acordo com essa ordem, tão logo retornamos, assim que não deixamos de cumprir o benefício da ordem por decurso de prazo; ainda estamos construindo e não terminamos a obra, porque enfrentamos oposição”. Observe que eles não mencionam a falsidade e maldade dos governadores anteriores, nem reclamam deles, embora tivessem motivos suficientes para fazê-lo; isso nos ensina que não devemos retribuir amargura com amargura, nem a censura mais justa pela mais injusta, mas estar satisfeitos caso obtenhamos um tratamento justo no futuro, sem uma alusão hostil a insultos anteriores (v. 16). Este é o relato que deram do seu procedimento; não perguntaram sob que autoridade os estavam investigando, nem os reprovaram pela sua idolatria, e superstições, e religião confusa. Estejamos dispostos a dar com humildade e temor a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3.15), a entender da maneira correta, e então a declarar prontamente o que fazemos a serviço de DEUS e o motivo pelo qual o fazemos.
2. Quão imparcialmente os samaritanos apresentaram essa situação ao rei. (1) Eles chamaram o Templo em Jerusalém de a casa do grande DEUS (v. 8); porque embora os samaritanos, pelo que parece, tivessem muitos deuses e senhores, eles reconheceram que o DEUS de Israel era o grande DEUS, que está acima de todos os deuses. “É a casa do grande DEUS e, portanto, não ousamos nos opor à edificação dela, sem ordens de sua parte”. (2) Eles relataram claramente o que estava sendo feito, não afirmando, como fizeram os seus predecessores, de que estavam fortificando a cidade como se estivessem planejando uma guerra, mas somente que estavam edificando o Templo, com o objetivo de adoração (v. 8). (3) Eles sugeriram que o rei consultasse os registros, para ver se Ciro, de fato, tinha feito esse decreto, e então tinha dado orientações como lhe parecia bem (v. 17). Temos motivos para pensar que se a causa dos judeus tivesse sido apresentada a Artaxerxes de modo tão justo, no capítulo anterior, como o foi a Dario, ele não teria ordenado a paralisação da obra. O povo de DEUS não podia ser perseguido se não fosse desvirtuado, não podia ser seduzido se não fosse vestido com pele de urso. Que a causa de DEUS seja declarada de maneira justa, e ouvida de maneira justa, e ela se manterá firme.
 
 
 
CAPÍTULO 5 - (520 aC) - EXPOSITOR BÍBLIA THE WORD

A RECONSTRUÇÃO COMEÇOU NOVAMENTE T HEN os profetas, Ageu, o profeta, e de Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e Jerusalém, em nome do DEUS de Israel lhes profetizaram (os dois livros de Ageu e Zacarias deve ser lida em conexão com o presente capítulo) .
2 Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de DEUS, que está em Jerusalém; e com eles estavam os profetas de DEUS ajudando-os (os Profetas agora entrar em cena, com a Palavra do Senhor de que o trabalho deve ser retomado, e rapidamente, as pessoas haviam se tornado tão ocupado em construir suas
próprias casas e se preparando, que pouca atenção foi dada agora para o Templo, sem verdadeiros profetas, a Igreja vai definhar) .
OS INIMIGOS DOS JUDEUS PROCURAM IMPEDIR A CONSTRUÇÃO DE NOVO
3 Ao mesmo tempo vieram ter com eles Tatenai, o governador dalém do rio, e Setar-boznai e seus companheiros, e assim lhes perguntaram: Quem te ordenou para edificar esta casa, e completar este muro? (Como o trabalho prossegue, Satanás será novamente traseira de sua cabeça feia, mas sem sucesso.)
4 Então disse-lhes que desta maneira, que são os nomes dos homens que constroem este edifício? (O texto deve ler: "Então, disse que ...?")
5 Os olhos do seu DEUS estavam sobre os anciãos dos judeus, que não podiam levá-los a impediram, até que o negócio se comunicasse a Dario, e então chegasse resposta por carta sobre este assunto (neste momento, as pessoas idosas que presidiu sobre os trabalhadores empregados na restauração eram um assunto especial de vigilante cuidado de DEUS, para que os que de bom grado teria impedido eles não podia) .
UMA CARTA PARA O REI DARIO BUSCANDO PARAR O TRABALHO NO TEMPLO
6 A cópia da carta que Tatenai, o governador dalém do rio, e Setar-boznai e seus companheiros, os governadores, que estavam deste lado do Rio, enviaram ao rei Dario (Tatenai era um só governador-geral do vasto regiões ao oeste do rio Eufrates, ele visitou pessoalmente Jerusalém, ao invés de ouvir os relatos de adversários de Israel) :
7 enviaram-lhe um relatório, no qual estava escrito; Ao rei Dario toda a paz.
8 Saiba o rei, que nós fomos à província de Judá, à casa do grande DEUS, a qual se edifica com grandes pedras, ea madeira está sendo posta nas paredes, e esta obra vai rápido, e prosperou em suas mãos.
9 Então perguntamos àqueles anciãos, falando-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificar esta casa, e completar este muro?
10 Pedimos os seus nomes também, para certificar que você, para que pudéssemos escrever os nomes dos homens que estavam o chefe deles.
11 E, assim, eles voltaram a responder, dizendo: Nós somos servos do DEUS do Céu e da Terra, e construir a casa que foi construída há tantos anos atrás, que um grande rei de Israel edificou e acabou.
12 Mas depois que nossos pais provocaram o DEUS do céu para a ira, Ele os entregou na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu, o qual destruiu esta casa, e transportou o povo para Babilônia.
13 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro baixou decreto para que esta casa de DEUS.
14 E os vasos também de ouro e de prata da casa de DEUS, que Nabucodonosor tirou do templo que estava em Jerusalém, e os trouxe para o templo de Babilônia, Estes tirou Ciro, o rei tirar do templo de Babilônia, e eles foram entregues a um homem cujo nome era Sesbazar, a quem ele tinha constituído governador;
15 E disse-lhe: Toma estes utensílios, vai, e leva-os para o templo que está em Jerusalém, e deixar a casa de DEUS ser construído em seu lugar.
16 Então veio o dito Sesbazar, e lançou os fundamentos da casa de DEUS, que está em Jerusalém, e desde aquela época até agora tem sido na construção, e ainda não está terminado.
17 Agora, pois, se parece bem ao rei, que haja consultas efectuadas em casa dos tesouros do rei, que está em Babilônia, se é assim, que um decreto foi feito do rei Ciro para reedificar esta casa de DEUS em Jerusalém, e que o rei enviou o seu prazer para nós quanto a este assunto (é bem possível que este "decreto de Ciro" ainda pode existir nas ruínas da Babilônia e um dia vai ser descoberto) .
 
 
 
Esdras - LIVRO - Dicionário Bíblico Wycliffe
 
O livro que leva o nome de Esdras estava originalmente combinado com o de Neemias, em um único volume. Isto era verdade nos manuscritos hebraicos, até que houve a separação em um manuscrito datado de 1448 d.C. No entanto, os livros eram conhecidos por Orígenes e Jerônimo como obras separadas em algumas versões de manuscritos gregos.
Esboço
I. O primeiro retorno, 1.1-2.70
A. A permissão para retornar, 1.1-11
B. O registro dos qne retomaram, 2.1- 70
II. A reconstrução do templo, 3.1-6.22
A. Construção do altar e das fundações do templo, 3.1-13
B. Empecilhos ao trabalho, 4.1-5,24
C. Oposição posterior, 4.6-23
D. Conclusão do templo, 5.1-6.22
III. A atividade de Esdras, 7.1-10.44
A. A missão de Esdras, 7.1-28
B. A chegada de Esdras, 8,1-36
C. O problema dos casamentos mistos, 9.1-10.44
Fontes
A natureza combinada do livro é também evidente, especíalmente no Texto Massorético. A alternância dos pronomes pessoais de primeira e terceira pessoas, e o uso alternado do hebraico e do aramaico são facilmente reconhecíveis. O livro fez as seguintes combinações:
1. Memórias de Esdras (7.27-9.15). Estas foram escritas em primeira pessoa. Podem ter sido um resumo do relato que Esdras teve que fazer à corte persa.
2. Documentos em aramaico (4.7-16; 4.18- 22; 5.7-17; 6.3-12; 7.12-26). Estes incluem cartas e documentos oficiais e semi-oficiais.
3. Documentos hebraicos (1.2-4; 2.1-70; 8.1- 14; 10.18-44). Estes vêm, sem dúvida, e principalmente, dos arquivos de estado.
Autoria
De acordo com o Talmude (Baba Bathra 15a) e outras evidências da tradição hebraica, Esdras escreveu tanto o livro que leva seu nome quanto o livro de Neemias. No entanto, é pratica mente universal mente aceito hoje em dia que Crônicas, Esdras e Neemias formavam originalmente um único livro. Como os versículos finais do segundo livro de Crônicas também aparecem no inicio do livro de Esdras, provavelmente a ordem tenha sido invertida. A expressão “o cronista” é normal mente atribuída ao autor de toda a obra. Embora muitos estudiosos reconheçam Esdras como “o cronista”, outros datam o trabalho de compilação desses livros como tendo ocorrido no final do século IV a.C. (aprox. 330 a.C.). No entanto, as grandes semelhanças lingüísticas com papiros em aramaico do século V, da comunidade judaica em Elefantina, no Egito, requerem uma data dentro da época de Esdras. Veja Papiros de Elefantina. K. M. Y.
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 5 - 3º TRIMESTRE DE 2020 - REVISTA CPAD
SÍNTESE DO TÓPICO I - Os profetas Ageu e Zacarias são levantados pelo Senhor para incentivar e exortar o povo a retornar a reconstrução do Templo.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“O reinício e conclusão da construção do Templo só foi possível graças aos ministérios proféticos de Ageu e Zacarias. Suas profecias incluíram: (1) Ordens diretas de DEUS (Ag 1.8); (2) Advertências e repreensão (Ag 1.9-11); (3) Exortação (Ag 2.4); e (4) Alento mediante a promessa de bênçãos futuras. A Palavra de DEUS através de Jeremias pusera em marcha o início da reconstrução do templo; da mesma foram, agora, a Palavra do Senhor através de Ageu e Zacarias impulsionava a conclusão da obra (Ed 6.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p.716)”.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O ministério profético é uma prova da manifestação de DEUS.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Profecia
No Antigo Testamento, um oráculo profético ou mensagem a ser transmitida ao povo era entendida como um ‘peso’ (em hebraico massa) sobre a alma do profeta até que ele pudesse pronunciá-lo (Pv 30.1 e 31.1, cf. Is 13.1; Hc 1.1: Zc 9.1). Também foi usada a palavra n’bu’a, relacionada com nabi, ‘profeta’ (2 Cr 9.29; 15.8; Ed 6.14; Ne 6.7). O termo no Novo Testamento é a palavra grega propheteia, que pode se referir-se a um atividade profética ou a ‘profetizar’ (Ap 11.6), ao dom de profecia ou a profetizar (Rm 12.6; 1 Co 12.10), e a declarações proféticas (Mt 13.14; 1 Ts 5.20).
Os profetas foram os primeiros de todos os prenunciadores e porta-voz de DEUS. Moisés, o maior de todos os profetas deveria receber a palavra diretamente de DEUS e transmiti-la a Arão, que era seu porta-voz. Como Moisés deveria ser o ‘deus’ do Faraó, o ministério de Arão demonstra perfeitamente o ministério do porta-voz. Todos aqueles que agem na função de proclamar a Palavra de DEUS são seus porta-vozes. É nesse sentido que o crente no Novo Testamento pode profetizar, quando está diretamente habilitado pelo ESPÍRITO SANTO” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.1599).

SÍNTESE DO TÓPICO III - Os profetas exercem uma função ministerial determinada pelo Todo-Poderoso.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“1. Proclamação direta. O profeta proclamava, em linguagem direta e simples, a mensagem que DEUS lhe havia dado. Ela era comunicada ‘boca a boca’, como no caso de Moisés, ou através de uma visão ou sonho. Mas a mensagem sempre lhe era concedida através de uma inspiração divina direta, para que os profetas continuassem a escrever ‘Assim diz o Senhor’.
2. Linguagem figurada. Como regra geral, as profecias do Antigo Testamento são claras e diretas, embora algumas certamente sejam propositadamente figuradas. As principais. As principais razões seriam: (a) Para transmitir de modo mais efetivo e expressivo algum fato ou verdade (cf. Is 66.12,13; Am 9.13), e (b) para revelar o conhecimento de eventos futuros, de tal forma que não pudesse ser imaginado pelo descrente, por um lado, e, por outro, para que só pudesse ser entendido pelo crente depois de um estudo cuidadoso. DEUS não lança pérolas aos porcos.
Entretanto, geralmente as figuras de retóricas são prontamente entendidas quando examinadas sob o contexto da cultura do Antigo Testamento” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.1600-01).
 
PARA REFLETIR - A respeito de “Zorobabel Recomeça a Construção do Templo”, responda:
Por quanto tempo esteve paralisada a construção do Templo? Quinze anos.
Que profetas o Senhor levantou para animar os judeus na reconstrução do Templo? Ageu e Zacarias.
Como atuava o profeta do Antigo Testamento? No Antigo Testamento, o profeta além de transmitir a mensagem de DEUS para o povo, era consultado pelo povo acerca de assuntos espirituais e até mesmo acerca de assuntos materiais.
Como atuava o profeta do Novo Testamento? Exercia o ministério da Palavra, para o qual o ministro recebeu de DEUS uma preparação especial do ESPÍRITO profético.
Por que, hoje, não necessitamos mais consultar os profetas? Porque possuímos a Palavra de DEUS, que é a nossa única regra de fé e conduta.
 
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - BÍBLIA de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.- BEP - CPAD - CD
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Veja vídeos em http://ebdnatv.blogspot.com, http://www.ebdweb.com.br/ - Ou nos sites seguintes: 4Shared, BauCristao,
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www.portalebd.org.br (Caramurú)
BANCROFT, E. H. Teologia Elementar. São Paulo, IBR, 1975.
CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1977.
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Edição contemporânea. São Paulo, Vida, 1994.
McNAIR, S. E. A Bíblia Explicada. Rio de Janeiro, CPAD, 1994.
Espada Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5. ed. São Paulo: Hagnos, 2001. v. 1
JOSEFO, Flávio. História dos hebreus: de Abraão à queda de Jerusalém obra completa. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR, William. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Coelho, Valnice Milhomens. Personalidades restauradas, São Paulo: Edição do autor, 1992. 244p.1. Palavra da Fé Produções Caixa Postal 60061 - CEP 05096-970 Av. Pompéia, 2110 - São Paulo - S. P. - Tel. :(011) 873-3117, FAX 62.4015
Comentários Bíblicos - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT – CPAD
 
 
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I – O LIVRO DE AGEU

– Na sequência do estudo dos profetas menores, estudaremos hoje o livro de Ageu, o décimo livro do cânon.

– Ageu é o primeiro profeta literário que Deus levanta após o retorno do cativeiro da Babilônia. Seu ministério marca, portanto, a continuidade do compromisso de Deus para com o Seu povo, além de reativar a promessa messiânica, visto que tal profeta é usado por Deus para reafirmar a Zorobabel, o governador de Judá que era descendente da casa de Davi, a promessa do Messias.

– Ageu foi o primeiro profeta que Deus levantou depois do cativeiro da Babilônia. Seu ministério (pelo menos o registrado nas Escrituras) é um dos mais curtos registrados nas Escrituras, pois, segundo o próprio texto de seu livro, teve início no ano segundo do rei Dario, no sexto mês, tendo terminado no vigésimo quarto dia do sétimo mês, ou seja, apenas dois meses. Se, entretanto, o ministério foi curto em tempo, foi extremamente eficaz no seu propósito, pois o objetivo foi alcançado, qual seja, o de fazer o povo tornar a dar prioridade às coisas relativas ao Senhor. Este é mais um exemplo bíblico de que o que importa não é o tempo ou a duração de um ministério, mas, sobretudo, a presença do Senhor nele.

– Ageu, em hebraico é “Haggai” (חגי ), que quer dizer “festivo” ou “festividade”, o que talvez estivesse relacionado com a data do nascimento do profeta ter se dado em alguma festa ou solenidade do calendário judaico. Mais uma vez vemos um grande paralelo entre o nome do profeta e o seu ministério, pois Ageu foi levantado para Deus para que o povo voltasse a ter, novamente, as suas festividades, que haviam se interrompido com o cativeiro da Babilônia e que tinham o templo como um indispensável ponto de referência (cfr. Ex.34:18,22,23).

– Ageu foi levantado por Deus num período de grande perigo espiritual para o povo judeu. Após o alegre e esperançoso retorno para a Palestina (cfr. Sl.126:1-3), a nação escolhida de Deus enfrentava uma dura realidade: a destruição efetuada antes do cativeiro havia sido completa, tudo estava por fazer e, como se não bastasse a penúria e a dificuldade naturais de um tal empreendimento, os povos vizinhos apresentaram-se hostis e adversários, conseguindo até uma ordem do rei persa para que cessasse a obra (cfr. Ed.4).

– Num clima desta ordem e natureza, a reação dos judeus foi imediata e previsível: cada um passou a pensar em sua própria sobrevivência, cada um passou a pensar na sua vida, deixando os planos de reconstrução nacional, que começavam com a reconstrução do templo, para um momento posterior, para um instante em que houvesse circunstâncias mais favoráveis. Afinal de contas, as acusações dos inimigos envolviam a de que os que haviam retornado do cativeiro estariam intentando rebelar-se contra o rei da Pérsia e nada melhor do que cada um garantir a sua existência de forma privada e individual para afugentar tal suspeita levantada pelos inimigos.

– O povo, então, decidiu cumprir a ordem do rei persa e abandonou o plano de reconstrução do templo, que mal havia se iniciado (Ed.3:8-16). Esta decisão, embora fosse a mais lógica e plausível possível, do ponto-de-vista humano, não era, em absoluto, o que Deus esperava de Seu povo e, em razão disto, Deus começou a fazer o povo lembrar de que mais importava obedecer ao Senhor do que aos homens (At.5:29), como, aliás, determinava o grande mandamento da lei (Mt.22:37,38) e, para tanto, passou a agir como já havia anunciado por boca de Moisés (Dt.28:15-58), trazendo quebras de safra e dificuldades na própria sobrevivência do povo, que era o que estava sendo buscado em detrimento das coisas de Deus (cfr. Ag.1:5,6).

– Como o povo, mesmo diante destas dificuldades, não se dispunha a dar o devido lugar a Deus em suas vidas, o Senhor, então, resolve levantar Ageu como profeta, para chamar-lhes à consciência, a começar das duas autoridades máximas do país naquele tempo: o governador civil Zorobabel e o sumo sacerdote Josué (Ag.1:1).

– Vê-se, pois, que a mensagem de Ageu era altamente impopular, mas de profundo realismo: enquanto o povo não se dispusesse a enfrentar as dificuldades, inclusive o embargo real da reconstrução do templo, enquanto não cumprisse com o propósito divino de reedificação do templo e da própria nação, não haveria como obter o benefício da sua própria sobrevivência. O povo aceitou a mensagem de Ageu, que, inclusive, passou a ser ajudado por outro profeta levantado por Deus na mesma época, a saber, Zacarias, e o templo foi reedificado.

– Além de conclamar o povo à reconstrução, Ageu trouxe mensagens concernentes ao futuro próximo e remoto dos judeus. Afirmou que o segundo templo teria maior glória do que o primeiro, o que se confirmaria porque foi neste segundo templo que foi apresentado e ministrou o Messias, Jesus Cristo; que o povo deveria abandonar o indiferentismo e se aplicar às coisas de Deus e uma promessa de vitória a Zorobabel no seu empreendimento, o que se verificou, porquanto a reconstrução do templo acabou sendo ratificada e autorizada pelo governo persa.

– Pouco se sabe sobre a vida de Ageu, pois a Bíblia é omissa a este respeito. Sabe-se, apenas, que era alguém que havia voltado do cativeiro juntamente com aquela leva guiada por Zorobabel, no reinado de Ciro, o Grande, também chamado Ciro II, que foi rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C., o primeiro rei do Império Persa, responsável pela conquista de Babilônia.

– Se há poucas referências quanto ao autor, o livro de Ageu é o mais pormenorizado das Escrituras em termos de datas, visto que as suas quatro mensagens são precisamente datadas no texto sagrado, tendo sido proferidas no ano segundo de Dario, que é, sem dúvida, o rei Dario I, que foi rei da Pérsia de 522 a 485 a.C.

– Sendo assim, o profeta Ageu profetizou no ano de 521 a.C. Edward Reese e Frank Klassen, co-organizadores da “Bíblia em ordem cronológica”, datam as quatro mensagens do profeta em 1º de setembro de 521 a.C., 24 de setembro de 521 a.C., 21 de outubro de 521 a.C. e 24 de dezembro de 521 a.C.

OBS: Não devemos confundir este rei Dario com o Dario mencionado no livro de Daniel, que era, na verdade, um corregente de Ciro.

– O livro de Ageu, que tem dois capítulos, pode ser dividido em quatro partes, a saber:

a) 1ª parte – primeira mensagem do profeta – Ag.1

b) 2ª parte – segunda mensagem do profeta – Ag.2:1-9

c) 3ª parte – terceira mensagem do profeta – Ag.2:10-19

d) 4ª parte – quarta mensagem do profeta – Ag.2:20-23

– Em Ageu, vemos o cuidado de Deus em preservar a identidade religiosa e espiritual de Seu povo e a continuação da construção do cenário que serviria para a suprema manifestação do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo, a glória do segundo templo, o Desejado de todas as nações (Ag.2:7).

OBS: ” O livro de Ageu ante o Novo Testamento – Vários versículos do capítulo 2 falam da vinda do Messias (vv.6-9, 21-23). O abalo futuro dos céus, da terra, das nações e dos reinos é referido pelo autor de Hebreus (Hb.12.26-28). Além disso, Ageu profetiza que Zorobabel será como ‘o anel de selar’, ou selo oficial. Em ambas as genealogias de Jesus Cristo, no NT (Mt.1.12,13; Lc.3.27), Zorobabel é o ponto que liga as ramificações da linhagem messiânica: de Salomão (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até Maria; e de Natã (filho de Davi) até Zorobabel, e daí até José.” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.1347).

” Cristo Revelado – Duas referências a Cristo no Livro de Ageu são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o que Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional. Após um transtorno entre os povos da Terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo. A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá. A segunda referência à vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro livro do NT: Zorobabel é uma das pessoas listadas nas genealogias de Jesus. Duas coisas fazem Zorobabel significativo e o ligam a Cristo: 1. Zorobabel é um sinal de um homem escolhido por Deus, de cuja natureza dedicada Deus fez fluir vida, liderança e ministério. O que Zorobabel fez em partes Jesus fez por completo como o Servo do Senhor. 2. Zorobabel está, também, na linhagem do Messias. As listas dos ancestrais de Jesus em Mateus e Lucas incluem o nome de Zorobabel, o filho de Selatiel, cuja própria importância pessoal foi excedida por seu papel como um dos que apontaram à frente para a vinda do Salvador ao mundo.”(BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, p.914).

– Segundo Finnis Jennings Dake (1902-1987), o livro de Ageu tem 2 capítulos, 38 versículos, 8 perguntas, 9 ordenanças, 3 promessas, 14 predições, 9 versículos de profecia, 6 versículos de profecias cumpridas, 3 versículos de profecias não cumpridas e 5 mensagens distintas de Deus (1:1,12; 2:1,10.20), mensagens que poderia ser divididas em não menos que 23 partes distintas, pois, nelas, o profeta faz 23 afirmações de que Deus falou por seu intermédio (1:1-3,5,7,12,13; 2:1,4,6-11,14,17,20,23).

– Segundo alguns estudiosos da Bíblia, o livro de Ageu, o 37º livro da Bíblia, está relacionado com a décima quinta letra do alfabeto hebraico, samek (ס), cujo significado é “suporte”, “sustentação”, “apoio”, “ajuda”, “socorro”. Ageu mostra o socorro de Deus para que o povo mantivesse o seu compromisso com Ele, levantando um profeta para que o templo fosse reconstruído e reafirmando a promessa messiânica.

II – A PRIMEIRA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Conforme já vimos no item anterior, um bom entendimento do livro do profeta Ageu exige a leitura dos seis primeiros capítulos do livro de Esdras, que nos falam dos primeiros anos depois do término do cativeiro da Babilônia.

– Ciro II, também conhecido como Ciro, o Grande, rei da Pérsia, autorizou o retorno dos cativos de Judá para a sua terra, cumprindo-se, desta maneira, a profecia de Jeremias, que disse que o cativeiro duraria setenta anos. Nesta autorização de retorno, o rei também autorizou a reconstrução do templo de Jerusalém (Ed.1:1-3).

– Neste retorno, o povo foi liderado por Zorobabel, cujo nome persa era Sesbazar (Ed.1:8), descendente da casa de Davi, o herdeiro presuntivo da coroa de Judá, ou seja, aquele que deveria ser o rei caso houvesse a restauração do reino, o que não ocorreu, tanto que Zorobabel retornou tão somente como governador.

– Quando os judeus reiniciaram as obras do templo, os samaritanos quiseram participar da sua construção, mas os judeus com isso não concordaram (Ed.4:1-3). Em represália, então, os samaritanos começaram a fazer um “lobby” junto da corte do rei da Pérsia, desde os dias de Ciro, a fim de impedir que a construção do templo pudesse ser feita (Ed.4:5-7).

– Com a morte de Ciro, os samaritanos fizeram uma acusação contra os judeus, no reinado de Cambises II, filho de Ciro II, que o sucedeu e que reinou de 529 a 522 a.C. e é chamado, no texto bíblico, de “Assuero” (Ed.3:6) e de “Artaxerxes” (Ed.3:7), acusação que resultou na ordem de embargo da obra (Ed.3:17-24).

OBS: Que se trata do rei Cambises, temos a confirmação de Flávio Josefo em suas Antiguidades Judaicas, “in verbis”: “ Cambises (Artaxerxes), seu filho, sucedeu-o e logo que subiu ao trono, os sírios, os fenícios, os amonitas, os moabitas, os samaritanos escreveram-lhe(…). Esta carta deixou Cambises (Artaxerxes) muito irritado; ele era naturalmente mau e assim respondeu: (…). Assim o trabalho ficou interrompido durante nove anos, e até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia…” (Antiguidades Judaicas, XI, 1, 437 e 2,438 in: História dos hebreus, v.1, p.234).

– Diante da ordem real, os judeus, então, desistiram de reconstruir o templo e passaram a cuidar dos seus afazeres, descuidado completamente das coisas de Deus. É neste estado de coisas que o Senhor levanta o profeta Ageu, depois de ter lançado sobre os judeus uma terrível crise econômica com o propósito de despertá-los.

– O que notamos, de início, é que a mensagem dos profetas pós-exílicos mudam de foco. Se, antes do cativeiro da Babilônia, o grande problema do povo era a idolatria, após o cativeiro, vemos que a grande tônica das mensagens dos profetas será a indiferença, o comodismo. O cativeiro da Babilônia serviu para livrar o povo da idolatria, foi um amargo remédio mas que conquistou a cura para o povo de Israel deste mal que o acometia desde o episódio do bezerro de ouro, quarenta dias após a aliança firmada com Deus no monte Sinai.

– No entanto, diante das dificuldades sentidas na reconstrução do Templo, os judeus logo se acomodaram, esqueceram-se das promessas de Deus, da sua razão de ser como “propriedade peculiar de Deus dentre os povos”, do papel que deveriam assumir de “reino sacerdotal e povo santo” (Ex.19:5,6). Chegaram à conclusão de que “não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada” (Ag.1:2).

– Esqueceram-se até que o rei Ciro os havia autorizado a voltar para Jerusalém e para Judá com a incumbência de edificar novamente o templo. Diante das falsas acusações dos samaritanos e da ordem contrária recebida de Cambises II, simplesmente desistiram de edificar o templo, passando cada um a buscar a própria sobrevivência na terra que fora habitada pelos seus pais, como se esta fosse a principal razão para que o Senhor os tivesse levado de volta para lá.

– Esta dimensão horizontal da vida, que leva em conta apenas as coisas desta vida, tem sido o horizonte exclusivo de muitos que cristãos se dizem ser em nossos dias. Pensam em Deus apenas para as coisas desta terra, não percebem a razão de ser de pertencerem ao povo de Deus, não têm consciência de que estão neste mundo para “pensar nas coisas de cima” (Cl.3:1,2).

– Tal conduta é de completa indiferença para com Deus e faz destas pessoas as mais miseráveis entre todos os homens (I Co.15:19), que, em assim agindo, comprometem grandemente a sua própria salvação, já que não têm a mínima noção do que ela significa. Envolvem-se com uma religiosidade que para nada aproveita e que os levará a ser envolvido pela corrupção deste mundo, corrupção que destrói grandemente (Mq.2:10).

– Precisamente porque tal conduta não correspondia ao que Deus esperava de Seu povo que o Senhor começou a agir, passando a trazer quebras nas colheitas, fazendo com que o povo começasse a sofrer uma grave crise econômica, exatamente como dissera que faria toda vez que o povo deixasse de servi-l’O (Dt.28:20,38-40).

– Mas, como não tinha sido suficiente a operação sobre a natureza, a fim de evitar a corrupção do povo, o Senhor, então, levantou Ageu, o primeiro profeta pós-exílico, cuja primeira mensagem foi exatamente esta: tudo o que esta a acontecer em termos de prejuízos e de comprometimento da própria sobrevivência material do povo era em decorrência da indiferença espiritual e do comodismo que fizeram com que o povo desistisse de reconstruir o templo de Jerusalém (Ag.1:3-6,9-11).

– Ageu mostra claramente que os judeus, como povo de Deus, deveriam dar prioridade às coisas do Senhor. Seu principal objetivo deveria ter sido o de reconstruir o templo, até porque tinham ordem do rei da Pérsia para fazê-lo. Entretanto, cada um tinha preferido “cuidar da sua vida”, deixando as coisas de Deus para um momento posterior.

– Esta mesma mensagem de Ageu é repetida pelo Senhor Jesus no sermão do monte. O Senhor diz que devemos buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as coisas desta vida nos serão acrescentadas, tais como a comida, a bebida e a vestimenta, coisas necessárias mas que devem ser secundárias em nossa escala de valores (Mt.6:31-34).

– Todavia, nos dias em que vivemos, cada vez mais percebemos que muitos que cristãos se dizem ser estão agindo exatamente como os judeus nos dias de Ageu. Preocupam-se, primeiramente, com a sua própria subsistência e a de sua família, para, só depois, pensar no reino de Deus. Dão ao Senhor apenas o que sobra, o que resta. Fazem as coisas Deus “quando dá tempo”, “quando não outra coisa a fazer”, num descompromisso que salta aos olhos. Lamentavelmente, temos observado isto muitíssimo em diversas igrejas locais.

– Entretanto, a mensagem do profeta Ageu mostrava claramente que uma tal atitude não agrada a Deus nem é digna de quem se diz pertencer ao Seu povo. Havia muito esforço de cada um dos judeus em satisfazer as suas necessidades básicas, que continuavam, porém, insatisfeitas, porque o Senhor queria que eles entendessem que a maior necessidade que tinham era a de buscar as coisas relativas ao seu relacionamento com Deus.

– Tudo isso se dava porque os judeus não aplicavam os seus corações nos seus caminhos (Ag.1:7). Não tinham amor pelo Senhor, não O buscavam de coração, consideravam o relacionamento com Deus como algo meramente formal, o que os tinha levado a uma atitude de indiferença para com o Senhor. Não há como nos relacionarmos com Deus se não tivermos amor. A base de nosso relacionamento com Deus é o amor (I Jo.4:19) e devemos cuidar para que este amor não esfrie(Mt.24:12) nem tampouco seja abandonado (Ap.2:4), pois isto nos levará, certamente, à perdição (Ap.2:5).

– Amor não é um simples sentimento, mas, sim, um comportamento, como o Senhor Jesus nos deixa bem claro ao dizer que quando O amamos, fazemos o que Ele manda (Jo.15:14), guardamos a Sua Palavra (Jo.14:23). Por isso, o profeta Ageu diz que era hora de os judeus subirem o monte, trazerem madeira e edificarem a casa e isto seria agradável ao Senhor, que, com tal atitude, seria glorificado (Ag.1:8).

– Não há como glorificarmos a Deus se não demonstrarmos o nosso amor para com Ele através de obras, de atitudes concretas e reais. Era necessário que o povo se esforçasse para realizar esta obra. Observemos que a situação vivida pelos judeus, em termos econômicos, era difícil, em virtude até da mão de Deus estar contra eles, mas, mesmo diante daquela circunstância, deveriam eles se sacrificar para subir o monte, trazer madeira e recomeçar a obra paralisada.

– Temos aqui uma determinação divina que exigia determinação por parte do povo. Em meio a todas as dificuldades existentes, econômico-financeiras, políticas e sociais, era necessário se dispor a efetuar a obra, a subir o monte e trazer madeira, bem como edificar a casa, tudo isto com o único propósito de agradar a Deus e de glorificá-l’O.

– Deus é o mesmo e está a exigir de nós a mesma dedicação, o mesmo esforço, independentemente das circunstâncias que existam. Deus quer que façamos boas obras para que, por elas, o Seu nome seja glorificado (Mt.5:16), pois a razão de ser da nossa existência é para que O glorifiquemos, este é o objetivo, o propósito da nossa vida.

– Muitos, na atualidade, estão a se envolver com tantas coisas precisamente porque se esqueceram de que o fim de nossa existência é a glorificação do nome do Senhor. Estão, por isso, a buscar outros objetivos, outros propósitos que são completamente estranhos ao que quer o Senhor. Assim como toda criação, que declara a glória de Deus (Sl.19:1), também devemos, como coroa da criação terrena, também moldar as nossas vidas de forma a que façamos com que o nome do Senhor seja glorificado.

– O Espírito Santo, que é Deus, tem a missão de glorificar o nome de Jesus entre os homens (Jo.16:14), tendo Jesus vivido nesta Terra para glorificar o Pai (Jo.17:4), Pai que também glorificaria o Filho ressuscitando-O dos mortos e O assentando à Sua direita (Jo.17:5). Como, então, podemos dizer que estamos em comunhão com Deus se não estamos dispostos a glorificar o Seu nome? Pensemos nisto!

– Muitas frustrações, decepções e desânimos que existem entre muitos que cristãos se dizem ser, nos dias hodiernos, decorre desta falta de foco com relação ao propósito de nossas existências. Existimos e estamos neste mundo para glorificar o nome do Senhor. Muitas vezes, aquilo que almejamos, desejamos, queremos e não alcançamos nos deixa entristecidos, decepcionados, com baixa autoestima, como, sem dúvida, estavam os judeus nos dias de Ageu. Mas tudo isto é decorrência do fato de que enxergamos apenas aquilo que queremos, como se fazia nos dias do profeta, sem que miremos aquilo que Deus quer que façamos, sem que observemos que o que Deus quer é que, através de nossas vidas, o Seu nome seja glorificado. Havendo isto, devemos agradecer a Deus e estarmos certos de que estamos cumprindo nossa missão sobre a face da Terra.

– A mensagem de Ageu encontrou guarida nos corações de Zorobabel, o governador de Judá e do sumo sacerdote Josué, bem como de todo o povo, gerando temor, ou seja, reverência, respeito, consideração e obediência (Ag.1:12).

– Como é bom quando nos dispomos a ouvir a Palavra do Senhor, a atender ao que o Senhor deseja e quer. Quando ouvirmos a Palavra de Deus, não podemos, de modo algum, rejeitar o que nos é falado, não podemos endurecer a nossa cerviz (Sl.95:7,8), sob pena de termos o mesmo fim do povo que se rebelou em Meribá e em Massá, desgostando ao Senhor e, por isso mesmo, perdendo a promessa de Deus (Sl.95:8-11).

– Quando o Senhor viu a disposição vinda do interior do coração do povo, que temeu diante da mensagem proferida, imediatamente mandou que Ageu complementasse a sua mensagem, a fim de provar que se trata de Deus que conhece os corações (I Sm.16:7), a fim de lhes dizer que o Senhor estava com eles (Ag.1:13).

– Quando nos dispomos a atender ao mandado de Deus, quando estamos dispostos a cumprir a Sua vontade, Ele promete estar conosco, para que possamos superar todas as circunstâncias adversas. Deus simplesmente não manda, mas vai conosco para que façamos aquilo que Ele quer. Jesus nos repete esta promessa ao dizer que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt.28:20). Tenhamos, pois, a confiança expressada pela poetisa sacra Frida Vingren: “Se Cristo comigo vai, eu irei, e não temerei, com gozo irei, comigo vai. É grato servir a Jesus, levar a cruz, se Cristo comigo vai, eu irei” (estrofe do hino 515 da Harpa Cristã).

– Assim, diante desta garantia divina de que o Senhor estaria com eles, o povo, o príncipe Zorobabel e o sumo sacerdote Josué retomaram a reconstrução do templo, no vigésimo quarto dia do sexto mês, no segundo ano do rei Dario I, ou seja, vinte e quatro dias depois do pronunciamento do profeta, ou seja, segundo Edward Reese e Frank Klassen, no dia 24 de setembro de 521 a.C.

III – A SEGUNDA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– O povo reiniciara a reconstrução do templo de Jerusalém, mas o Senhor não Se calou mesmo diante desta atitude de temor a Ele. No sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, ou seja, 26 dias depois do reinício da reconstrução do Templo, o Senhor traz uma nova mensagem ao profeta Ageu.

– Esta mensagem do profeta tinha uma razão de ser. Em meio ao reinício das obras, também retornou um sentimento de dubiedade que havia caracterizado o “lançamento da pedra fundamental” do Templo ainda nos dias de Ciro.

– As Escrituras registram que quando foram lançados os alicerces do templo, no segundo ano do retorno do cativeiro, ou seja, segundo Edward Reese, em maio de 535 a.C., ou seja, 14 anos e 4 meses antes do reinício da reconstrução, houve uma dupla reação no meio do povo: os anciãos, que haviam visto o templo de Salomão, começaram a chorar, pois verificaram que a nova construção era muito mais modesta que aquele antigo templo, ao passo que os mais jovens jubilavam de alegria, porque o novo templo começava a ser reconstruído, não se tendo discernimento deste dúbio sentimento (Ed.3:11-13).

– Com o reinício da reconstrução, esta dubiedade se fazia novamente sentir. Conquanto os mais velhos certamente tivessem diminuído de número, o fato é que começou a haver esta contradição de sentimentos no meio do povo, contrariedade que não poderia subsistir, pois, para que o nome do Senhor seja glorificado e que se tenha a bênção de Deus, é absolutamente necessário que os irmãos vivam em união (Sl.133).

– Mais uma vez, o Senhor ostra ter pleno conhecimento dos corações dos judeus e, com o intuito de dissipar todo sentimento contrário e que pudesse levar ao desânimo, traz uma mensagem de ânimo para o povo, dizendo que, embora os que tivessem visto a primeira casa achassem que esta segunda era como nada comparada àquela, era para que todos se esforçassem na sua edificação, pois a glória da segunda casa seria maior do que a primeira (Ag.2:3-9).

– O Senhor prometia estar com os judeus na reconstrução, como também que cumpriria os compromissos assumidos no monte Sinai, razão pela qual não precisavam temer, mas o Senhor faria tremer, ainda uma vez, dali um pouco, os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca, faria tremer todas as nações, e viria o Desejado de todas as nações e a casa seria cheia de glória.

– Vemos aqui, mais uma vez, na mensagem de Ageu, o entendimento de que devemos tão somente fazer a vontade de Deus, sem olhar para as circunstâncias nem para as aparências. Os mais velhos notavam que a construção era muito mais modesta que o primeiro templo que havia sido construído por Salomão e, no seu saudosismo, eram tentados a achar que todo o trabalho desenvolvido era em vão, pois a glória da primeira casa não seria restaurada.

– No entanto, o Senhor levantou o profeta para mostrar que o que importava era fazer a obra determinada por Deus. O que importava era atender ao propósito do Senhor, até porque, ao contrário do que indicavam as aparências, aquele templo teria maior glória do que o primeiro, pois seria nele que Jesus haveria de entrar e desenvolver o Seu ministério.

– A mensagem do profeta, dirigida primeiramente aos mais velhos que estavam sendo levados pela aparência da nova construção, ensina-nos, também, que o saudosismo não é uma atitude que agrade a Deus e que contribua para a Sua obra.

– Salomão é claro ao nos dizer: “Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque nunca com sabedoria isso perguntarias” (Ec.7:10). Quando assim afirma o sábio, temos que o saudosismo, ou seja, “tendência, gosto fundado na valorização demasiada do passado”, é uma atitude despida de sabedoria e, portanto, que não se encontra amparada em Deus.

– Não devemos viver presos ao passado, pois devemos sempre nos lembrar que Deus vive num eterno presente e que, portanto, devemos confiar na Sua presença agora e que Ele é o mesmo, de sorte que tudo o que fez no passado, também pode fazer agora e no futuro. Ademais, não se pode glorificar a Deus com a memória, mas sim com um comportamento atual e persistente.

– Nos dias em que vivemos, em que se multiplica o pecado e onde existe uma grande apostasia, somos tentados a nos tornar saudosistas, lembrando dos tempos passados, quando havia menos escândalos, menos pecado, menos apostasia. No entanto, esta atitude não pode ser tomada por quem crê em Deus autenticamente. Devemos nos lembrar dos dias passados, mas esta lembrança deve nos servir tão somente para confiarmos em Deus no presente e no futuro, para sabermos que Deus não muda e que, portanto, em vez de chorarmos e lamentarmos, passarmos a viver aqui e agora de modo a que glorifiquemos a Deus.

– Não era para os judeus ficarem a chorar a glória perdida do primeiro templo, mas para continuarem e concluírem a edificar o segundo templo, crendo que nele a glória de Deus seria maior do que a primeira, como, aliás, de fato, foi. Enquanto ficamos parados, voltados ao passado, não podemos, de forma alguma, cumprir a vontade de Deus em nossas vidas. Lembremos disto!

– Quando olhamos para o passado, observamos que Deus cumpre o Seu compromisso com o Seu povo, mas, se ficarmos apenas olhando para o passado, não poderemos jamais cumprir o nosso compromisso com Deus e era exatamente isto que o Senhor queria que os judeus dos dias de Ageu fizessem e, por isso, mandou esta segunda mensagem ao povo.

– Além do propósito de debelar a dubiedade de sentimentos no meio do povo, esta segunda mensagem de Ageu tinha, ainda, o propósito de notificar a Zorobabel, a Josué e ao povo que não deveriam ter medo, pois era o Senhor quem faria tremer as nações e toda a face da Terra. Deus assim falava porque sabia que os samaritanos, diante do reinício das obras, estavam se dirigindo até o rei da Pérsia, com o intuito de fazer paralisar novamente as obras.

– Com efeito, posteriormente à mensagem de Ageu, os samaritanos foram ate Jerusalém para questionar o reinício da reconstrução (Ed.5:3), mas, animados pela palavra do profeta, Zorobabel e Josué, desta feita, não titubearam, disseram que estavam a cumprira ordem do rei Ciro II (Ed.5:11), o que motivou os samaritanos a apelar para o rei Dario I (Ed.5:6-17), o qual acabou por determinar não só que os samaritanos não interferissem na reconstrução, como também que cooperassem com materiais para ela (Ed.6:1-13).

– A mensagem do profeta Ageu, também, menciona a “vinda do Desejado de todas as nações”, passagem nas Escrituras que é muito discutida, porquanto outros textos traduzem a expressão como “farei tremer todas as nações, as quais trarão para cá os seus tesouros” (NVI) ou “abalarei todas as nações, então afluirão as riquezas de todas as nações” (Bíblia de Jerusalém), ou, ainda, “virão para cá as coisas preciosas de todas as nações” (Bíblia Hebraica), que parece ser mesmo a melhor tradução para este texto.

– Assim, neste ponto, o profeta Ageu não estaria mencionando o Messias, como se vê na Versão Almeida Revista e Corrigida, que repete aqui a tradução feita pela Vulgata Latina, mas, sim, o fato de que Deus é o dono do ouro e da prata e que, portanto, a falta das riquezas neste segundo templo em comparação com o templo de Salomão não seria qualquer problema para que a glória de Deus fosse maior neste segundo templo do que no primeiro, até porque viriam riquezas de todas as nações para aquele templo, o que, realmente, ocorreu não só na conclusão desta reconstrução, como se vê no relato de Esdras, por ordem de Dario I, mas, também, na grande reforma iniciada por Herodes, o Grande neste templo (Jo.2:20), que tornou o templo, uma vez, um fator de orgulho por parte dos judeus (Mt.24:1), como que “preparando” o templo para o Senhor Jesus.

IV – A TERCEIRA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Pouco mais de dois meses depois, o Senhor trouxe nova mensagem ao povo por intermédio do profeta Ageu, no vigésimo quarto dia do mês nono, o que, para Edward Reese, se deu no dia 24 de dezembro de 521 a.C.

– Esta nova mensagem revela, uma vez mais, como o Senhor conhecia os corações dos judeus e que desejava que houvesse uma real conversão, um real empenho de todos na Sua obra. Se não mais havia vozes dissonantes com relação ao propósito divino, se os saudosistas já não mais desanimavam o povo, nem por isso o Senhor estava contente com o que via, apesar de a obra estar prosseguindo.

– Deus não queria que houvesse apenas uma religiosidade formal, um relacionamento apenas externo para com Deus. Era importante a reconstrução do templo, era indispensável que o povo edificasse a casa do Senhor, mas, muito mais importante do que isto, era que o povo fosse comprometido com Deus, que tivesse um comportamento tal que não repetisse a superficialidade das gerações anteriores ao cativeiro.

– Por isso, o Senhor levanta Ageu com o propósito de mostrar ao povo que era necessário, além da reconstrução física do templo, a assunção de um compromisso de santidade, de um compromisso de guardar a lei e de se manter separado do pecado.

– Para tanto, mandou o Senhor que o profeta perguntasse aos sacerdotes se se alguém levasse carne santa na aba do seu vestido e tocasse algo, este algo seria considerado santo. Os sacerdotes, então, lhe responderam que não, o toque de algo santo com alguma coisa não tornava esta coisa santificada (Ag.2:111,12).

– Diante da resposta dada pelos sacerdotes, o Senhor mandou que Ageu fizesse outra pergunta aos sacerdotes, no sentido de que se alguém que se tivesse tornado impuro tocasse algo santo, se este algo se tornava impuro. E os sacerdotes responderam que sim, que o toque de algo impuro com alguma coisa ou alguém tornava aquele algo ou alguém impuro (Ag.2:13).

– Diante destas respostas dos sacerdotes, o profeta, então, entregou a mensagem de Deus ao povo, qual seja, a de que o povo era considerado impuro diante do Senhor, uma vez que haviam se misturado com o pecado, a ponto, inclusive, de terem se tornado indiferentes às coisas de Deus. Deste modo, não poderiam edificar a casa do Senhor naquela situação, enquanto não se santificassem, enquanto não se purificassem. Só, assim, então, o Senhor cessaria de lhes lançar as maldições previstas na lei e eles recuperariam a sua prosperidade material (Ag.2:14-19).

– Nesta mensagem do profeta, vemos, com absoluta clareza, que não se pode fazer a obra de Deus a contento se não se estiver em comunhão com Ele, se não estivermos em santidade, pois somente assim as nossas ações externas serão agradáveis ao Senhor.

– O povo, talvez, estivesse, diante do árduo trabalho de quase três meses, perplexo diante de que não havia ocorrido quaisquer mudanças com relação às circunstâncias adversas que o próprio Deus havia dito que era em decorrência da indiferenças em relação à reconstrução do templo.

– Talvez muitos estivessem a dizer que, apesar do reinício da reconstrução, não tinha havido chuva sobre a terra, nenhuma melhora havia se verificado com relação às dificuldades vividas pelo povo que, além do mais, estava a efetuar grandes despesas com a obra da reconstrução.

– O Senhor, então, manda o profeta dizer que as maldições eram decorrência da vida pecaminosa que eles viviam, não apenas pela inércia de se reiniciar a reconstrução da casa do Senhor. A falta de empenho na reconstrução era tão somente uma consequência, um efeito da vida distante de Deus, da ausência de santidade, não a causa. Assim, somente haveria retirada das maldições quando o povo se reconciliasse com Deus, quando abandonasse o pecado, quando se purificasse e se santificasse.

– É importante aqui verificarmos, também, que esta correspondência entre a prosperidade material e a prosperidade espiritual não pode ser aplicada aos nossos dias, pois estava umbilicalmente relacionada com a aliança firmada com Deus no monte Sinai, com a lei de Moisés, algo que não mais vigora na atualidade.

– Deste modo, não podemos, de forma alguma, usar esta passagem de Ageu como uma “prova” de que, quando alguém está em comunhão com Deus, terá “prosperidade material” ou de que a vida pecaminosa gera prejuízos econômico-financeiros, como gostam de propalar os falsos pregadores da “teologia da prosperidade”.

– É preciso entendermos que Ageu é um profeta levantado por Deus após o cativeiro da Babilônia para fazer ver para o povo judeu que os compromissos assumidos por Deus no monte Sinai estavam em pleno vigor e deveriam ser cumpridos por Judá. Ademais, o próprio profeta disse que a glória da segunda casa seria maior que a da primeira, a indicar, portanto, que o que hoje vivemos, que é a graça trazida pelo Senhor Jesus, a razão de ser da glória maior, é superior à lei e que, portanto, não mais estamos debaixo dos parâmetros mencionados pelo profeta Ageu.

– A mensagem do profeta mostra ainda que o Senhor, na Sua presciência, sabia que o povo iria mudar as suas atitudes, “aplicar o seu coração à santidade” e que, portanto, a partir daquele dia, o Senhor passaria a abençoar o povo.

– Em nossos dias, devemos ter a mesma atitude que foi tomada pelo povo, ou seja, de “seguir a santificação”. Não para que tenhamos prosperidade material, porque, em nossa dispensação, nem sempre ela virá.

– A santificação nos traz algo ainda mais excelente, algo muito superior, que é a garantia de que veremos o Senhor (Hb.12:14), ou seja, que desfrutaremos da Sua glória, quando do arrebatamento da Igreja (I Ts.4:17), o objetivo e o anelo de todo aquele que serve a Cristo Jesus (I Jo.3:1,2), o motivo pelo qual buscamos sempre nos manter em santidade (I Jo.3:3). Temos esta esperança?

– Não há como sermos agradáveis a Deus, não há como servirmos verdadeiramente ao Senhor se não estivermos em santidade, se não buscarmos a santificação, condição “sine qua non” para que possamos pertencer ao povo de Deus. Por isso, deve ser este um tema incessante e sempre presente em nossas reuniões, em nossas meditações, em nossa vida espiritual.

– A terceira mensagem do profeta Ageu é atualíssima, pois mostra que não pode haver povo comprometido, compromissado com o Senhor que não busque a santificação, que não zele pela santidade, que não se mantenha empenhado em viver separado do pecado. Quando vemos que tal assunto tem desaparecido de nossos púlpitos, que tal zelo e preocupação têm sido rotulados por muitos de “fanatismo”, “fundamentalismo”, “atraso”, vemos como tem se disseminado entre nós a apostasia e o engano…

V – A QUARTA MENSAGEM DO PROFETA AGEU

– Neste mesmo dia vinte e quatro do mês nono, que, segundo Edward Reese, era o dia 24 de dezembro de 521 a.C., Deus trouxe ao profeta Ageu uma segunda mensagem, que seria a sua quarta e última mensagem, mensagem esta, desta feita, dirigida tão somente ao príncipe Zorobabel.

– Zorobabel era o príncipe de Judá, o governador dos judeus, mas que era herdeiro presuntivo do trono de Judá, ou seja, era o legítimo descendente de Davi, aquele que poderia ocupar o trono, mas que, ante as circunstâncias políticas, era apenas um governador, que não tinha nem poderia ter qualquer pretensão de reinar sobre os judeus, que se encontravam sob domínio persa.

– Era absolutamente natural que, diante das promessas trazidas por Ageu ao povo, da retomada da consciência de que os judeus eram o povo de Deus e deveriam estreitar seu relacionamento com o Senhor, que o príncipe indagasse o Senhor a respeito da promessa messiânica, da promessa dada a Davi de que nunca faltaria varão para reinar sobre Judá (II Sm.7:12-16), promessa esta que, quando da inauguração do primeiro templo, foram lembradas por Salomão (I Rs.8:25; II Cr.6:16).

– Conhecendo, então, o íntimo do coração do governador, o Senhor, firme no Seu propósito de fazer ver ao povo judeu que os compromissos assumidos no monte Sinai se mantinham em vigor, assim como as revelações subsequentes feitas por intermédio dos profetas, renova a promessa da segunda mensagem, qual seja, a de que faria tremer os céus e a terra, que derrubaria o trono dos reinos e destruiria a força dos reinos das nações (Ag.2:21,22), ou seja, promete a Zorobabel que o reino seria dado, sim, à casa de Davi, que o sistema mundial gentílico que dominava sobre os judeus se dissiparia e que a promessa messiânica se concretizaria.

– O Senhor afirma a Zorobabel que o havia escolhido, que ele era o legítimo descendente de Davi, que a linhagem davídica não se perderia e que ele seria feito como “anel de selar”, ou seja, como “sinal de um compromisso assumido e irrevogável”. Zorobabel, embora não fosse rei, mantinha a linhagem real, linhagem de onde viria o Messias, o Salvador, Aquele que reinaria não só sobre Israel mas sobre todas as nações (Ag.2:23).

– Efetivamente, esta profecia de Ageu se cumpriu na medida em que vemos que Zorobabel pertence à genealogia de Jesus Cristo (Mt.1:12), a demonstrar que o Senhor realmente escolheu Zorobabel e confirmou nele a promessa messiânica após o retorno do cativeiro da Babilônia.

– Vemos, portanto, que Deus, de Sua parte, sempre cumpre os compromissos assumidos, mas, em contrapartida, exige que Seu povo seja um povo comprometido, compromissado com Ele. É esta a profunda mensagem que Ageu nos deixa para os nossos dias. Temos tido este compromisso com Deus?

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LIÇÃO 11 – AGEU, O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA

 

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 REVISTA BETEL 3TR23 NA ÍNTEGRA

Escrita Lição 11, Betel, Ageu, Um chamado para despertar da inércia, 3Tr23, Pr. Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

EBD Revista Editora Betel | 3° Trimestre De 2023 TEMA, PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias. Escola Bíblica Dominical 

  

TEXTO ÁUREO

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos.” Ageu 1.7

  

VERDADE APLICADA

O discípulo de Cristo precisa estar sempre revendo suas prioridades, se estão de acordo com a Palavra de DEUS

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o cenário do profeta Ageu.
Destacar a necessidade do arrependimento.
Extrair lições do livro de Ageu para os nossos dias

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - AGEU 1

1 No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
2 Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada.
3 Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo:
4 É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?

 

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Ag 1 Exortação para reedificar o templo.
TERÇA Ag 2.1-9 A glória do segundo templo.
QUARTA Ag 2.8 “Minha é a prata, e meu é o ouro”
QUINTA Ag 2.10-19 Repreensão e promessa de bênção.
SEXTA Ag 2.22 A destruição dos inimigos.
SÁBADO Ag 2.23 A elevação de Zorobabel.

 

HINOS SUGERIDOS: 93, 108,115

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que o Reino de Deus seja prioridade em sua vida.

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DO PROFETA AGEU

1.1 Conhecendo um pouco mais o profeta

1.2 A mensagem do profeta

1.3 Convocação à reconstrução do Templo

2- A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

2.1 O povo obedece a ordem de DEUS

2.2 O novo Templo

2.3 Deus promete abençoar o povo

3- AGEU PARA HOJE

3.1 Prioridades erradas

3.2 A importância do encorajamento mútuo

3.3 Promessas valiosas de DEUS

  

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos como Deus, por meio do profeta, repreende, desafia e anima o Seu povo. As palavras proféticas mostram uma estreita relação entre a obediência e a bênção de Deus.

  

PONTO DE PARTIDA - Deus se agrada da obediência do Seu povo

  

1- O CENÁRIO DO PROFETA AGEU

O nome Ageu significa “festivo” ou “Minha festa de gratidão”. Ageu foi a primeira voz profética a ser ouvida depois do exílio babilônico. Ele foi contemporâneo de Zacarias e, também, de um famoso pensador chinês, chamado Confúcio, que revolucionou o modo de pensar no extremo Oriente, na mesma época em que Ageu e Zacarias motivavam o povo judeu a reconstruir o Templo de Deus [Ed 5.1-2; 6.14], obra que já estava em andamento há 15 anos.

  

1.1 Conhecendo um pouco mais o profeta

Nada se sabe sobre o profeta Ageu ou seus antecedentes. Provavelmente ele nasceu na Babilônia e foi um dos que retornou do cativeiro junto com Zorobabel, segundo o decreto de Ciro. Ele profetizou durante o período da reconstrução do templo, de acordo com o registro de Esdras e foi o primeiro chamado a profetizar depois que os judeus retornaram para Jerusalém após o exílio da Babilônia. Ageu começou a profetizar dezesseis anos depois da volta do primeiro grupo.

  

J- G. Baldwin (Ageu, Zacarias e Malaquias – introdução e comentário, Vida Nova e Mundo Cristão, 1982, p. 21-22): “Parece que Ageu não precisava ser nem apresentado nem identificado [Ag 1.1], porque também em Esdras 5.1 e 6.14 ele é simplesmente “o profeta”, e a julgar pela repetição aramaica de Esdras 5.1 – “os profetas, Ageu, o profeta…” – ele geralmente era chamado assim. A ausência de ascendência pode significar que seu pai já caíra no esquecimento, que havia poucos profetas e que por isto “o profeta” era suficientemente específico, e que ele era bem conhecido na pequena comunidade judaica. (…)”. Tanto Baldwin como o Manual Bíblico (CPAD) apresentam a hipótese de Ageu ser um homem já muito idoso quando profetizou, podendo, inclusive, ter visto o templo antes da destruição – opinião baseada em Ageu 2.3.

  

1.2 A mensagem do profeta

A profecia de Ageu é uma exortação a começar sem demora a reconstrução do Templo, pois não poderia continuar em ruínas por muito tempo, mas deveria ser restaurado para a glória de Deus [Ag 1.8]. A ordem vinha da parte de Deus: “Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado, diz o Senhor.” [Ag 1.8]. Essa ordem não podia ser ignorada sem que trouxesse sérios resultados para todos: a seca, a perda das colheitas e a pobreza, que seriam os indicativos da ira divina [Ag 1.9-11], Por outro lado, Deus abençoaria e traria uma rápida e perene salvação ao seu povo, se, mediante o esforço coletivo, o Templo fosse reconstruído [Ag 1.8; 2.6-9, 20-23].

  

J- G. Baldwin (Ageu, Zacarias e Malaquias – introdução e comentário, Vida Nova e Mundo Cristão, 1982, p. 26) escreveu sobre a mensagem de Ageu: “Ageu era um homem de uma só mensagem. Ele representava o Deus que ele gostava de chamar de Senhor dos Exércitos, a fonte de todo poder, o Senhor das potências militares, na terra e no céu. A consequência foi que sua palavra tinha autoridade; o clima obedecia às suas ordens [Ag 1.11], todo universo estava ao alcance da sua mão, e um dia seria sacudido por ela [Ag 2.6,21]. (…) Assim que as prioridades estivessem na ordem certa a presença do Senhor entre o povo se tornaria evidente pela prosperidade que acompanharia tanto a construção como a agricultura [Ag 2.9, 19]. Esta certeza da salvação do Senhor no presente e no futuro permeia a mensagem de Ageu e põe nele a marca do verdadeiro profeta.”

  

1.3 Convocação à reconstrução do Templo

A reconstrução do Templo teve o seu início assim que os primeiros deportados para a Babilônia começaram a chegar em Jerusalém. Depois de preparados os alicerces do Templo em 536 a.C., a forte oposição à obra retardou em muito a sua edificação, o que veio a acontecer dezesseis anos depois. Nesse intervalo de tempo, o novo rei, Dario, subiu ao trono da Pérsia e tinha boa vontade para com os judeus. Sob a pregação de Ageu e Zacarias, a obra foi reiniciada dentro de vinte e quatro dias e a obra do Templo acabada em quatro anos.

  

Comentário Beacon: “Os judeus esperaram o momento certo para reconstruir o Templo; diziam que ainda não era o momento. Erigiram o altar e fizeram um ritual simples. Sob as circunstâncias vigentes, acharam que isso bastava. Pelo visto, deixaram de terminar a reconstrução do Templo em virtude de uma interpretação meticulosa da menção de Jeremias aos 70 anos [Jr 25.11]; julgavam que o período ainda não se completara.”

  

EU ENSINEI QUE;

Deus sempre cumpre Suas promessas, ainda que pareça que está demorando, mas Ele espera que o cristão cumpra a sua parte, priorizando a Sua obra.

  

2- A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

Ageu pontuou em sua mensagem que o povo deveria construir a Casa de Deus e, embora eles estivessem desanimados, o Senhor os encorajou através do profeta dizendo que se agradaria do Templo e nele seria glorificado [Ag 2.9], pois o Senhor busca mais a fidelidade do Seu povo do que o sucesso conquistado [Ag 2.4-5; IC o 4.2; 15.58].

  

2.1 O povo obedece a ordem de DEUS

O recomeço da obra foi por volta de três semanas após a ordem de Deus. Aquele povo que havia voltado do cativeiro na Babilônia era um povo diferente daquele que havia morado ali antes da destruição de Jerusalém. As muitas experiências amargas em terra estrangeira fizeram com que desejassem o regresso à terra natal. No entanto, estavam preocupados em garantir primeiro o sustento, deixando a construção da Casa do Senhor para depois, mas Deus os repreende através das palavras de Ageu [Ag 1.5]. A aceitação da palavra do profeta e a obediência foi unânime começando por sua liderança [Ag 1.12].

  

Comentário Moody; “Após outra convocação para um sério exame de sua condição, apresenta-se o remédio. O povo devia subir às terras altas e às áreas cobertas de matas para buscar madeira para o Templo. (…) Deus prometeu desde o início que a obediência resultaria em sua aprovação. Resumidamente Ageu declara: “Obedecei a Deus e tereis as suas bênçãos e a sua aprovação”. Serei glorificado. Aqui está a prova de que Deus se preocupava (…) com os aspectos espirituais da reconstrução. Salomão tinha orado [lR s 8.30] que Deus fosse magnificado através da adoração do Seu povo Quando essa atividade da vida espiritual foi negligenciada, resultou em esterilidade.”

  

2.2 O novo Templo

Depois que o povo foi exortado a considerar os seus caminhos e a construir o Templo de Deus, o Senhor assegurou que se agradaria dele e nele seria glorificado [Ag 2.9]. No período de vinte e sete dias o alicerce, que tinha sido o início da primeira restauração, foi desobstruído e o povo trabalhou bastante para que começassem a aparecer os primeiros contornos e a configuração geral do edifício. No entanto, a simplicidade deste segundo Templo, comparada à majestosa obra de Salomão, trouxe tristeza aos idosos que tinham presenciado a grandeza do primeiro Templo [Ed 3.12], É preciso ter em mente que o Templo significava a presença de Deus entre o povo de Israel. E, mesmo o segundo Templo não possuindo a riqueza como o que Salomão construiu, a glória do segundo seria maior do que a do primeiro, pois essa é uma referência espiritual – algo incorruptível.

  

Bíblia de Estudo Plenitude – SBB, 2013, p. 1000, comenta sobre Ageu 2.7,9, enfatizando que a parte final do versículo 7 – “e encherei esta casa de glória” – “refere-se, em parte, à dedicação do templo atual de Zorobabel, mas também profetiza a habitação de Deus em templos humanos através de Cristo Jesus [1Co 6.19-20]”. E, quanto ao versículo 9, informa que “na tradição judaica, “última casa” equivale a “segunda casa”, sendo o templo de Salomão a primeira. Este é o templo que estaria erguido no tempo de Jesus, embora ampliado e embelezado por Herodes.”

  

2.3 Deus promete abençoar o povo

A história do povo era de escassez, mas seu futuro seria de bênçãos. O povo atentou para as palavras de Deus, por meio do profeta e recomeçaram a obra do Templo, obedecendo a ordem de Deus. Por isso, o Senhor os convidou a observarem com cuidado o que aconteceria nos meses seguintes, porque Sua Palavra se cumpriria, dando-lhes bênçãos que tanto desejavam e precisavam em seus campos, com o sinal de renovo e graça [Ag 2.18-19].

  

R. N. Champlin: “O povo de Judá é, uma vez mais, convidado a exercer a consideração divina, contemplando as coisas de um ponto de vista espiritual. Eles precisavam “pensar cuidadosamente nas coisas” [Ag 1.5, 7; 2.15]. No passado, os judeus haviam fracassado, e tinham sofrido por isso. Mas agora, se concentrasse sua mente e seu coração na questão, poderiam efetuar uma mudança através do arrependimento. Se começassem a edificar o templo com vigor, então todos os aspectos de sua vida se aprimorarem.”

  

EU ENSINEI QUE:

O relacionamento com Deus deve ser a prioridade de todo cristão, pois ele é o combustível que mantém acessa a chama da esperança em tempos difíceis.

  

3- AGEU PARA HOJE

Ageu encontrou um povo desanimado para a reconstrução de uma obra que já havia começado a ser feita há alguns anos após a volta do exílio babilônico. Mas o povo se intimidou com a oposição dos inimigos, principalmente dos samaritanos. A obra do Templo precisava ser concluída, mas, além de desanimados, intimidados e sem recursos, o povo estava com suas prioridades focadas em suas vidas particulares. Estavam preocupados em reerguer suas casas, enquanto a casa do Senhor estava abandonada. A palavra de Ageu foi um encorajamento para pôr fim àquele estado de letargia espiritual.

  

3.1 Prioridades erradas

O cenário era de abandono da casa do Senhor, enquanto os mais ricos construíam suas casas. Um claro caso de prioridades erradas. Como já dito anteriormente, o Templo era o centro religioso da vida do povo; ele significava a presença de Deus entre o povo de Israel. Sem o Templo a vida religiosa do povo estava subordinada a um lugar de menor importância. Nunca é demais ressaltar que o fato de falar sobre prioridades não exime a responsabilidade e o esforço pessoal de cada um na construção de sua estabilidade financeira. Não se deve confundir a prioridade do Reino com a negligência humana.

  

Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2008, p. 55): “Precisavam estabelecer a prioridade de Deus como referencial – Ageu propôs que os judeus tomassem como referencial o dia que eles voltaram ao projeto de Deus e começaram a reconstruir o templo. Tendo isto em mente, sempre que surgissem dificuldades, eles poderiam voltar lá e perguntar: Qual era a nossa situação antes deste dia [Ag 2.15- 17] e como ela veio a ser depois dele [Ag 2.18-19] ? O que Deus nos mandou fazer a respeito e como Ele reagiu a nossa obediência? Por este referencial eles seriam advertidos contra possíveis desvios de propósito e estimulados a permanecerem fiéis às prioridades de Deus.”

  

3.2 A importância do encorajamento mútuo

Quando Ageu se depara com o desânimo do povo, ele exerce um papel muito importante de encorajamento: “Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos.” [Ag 2.4]. O povo estava apático por causa da singeleza do segundo Templo, além de problemas. No entanto, as palavras proféticas são de que a glória do segundo templo, ainda que mais singelo em sua construção, seria maior do que a do primeiro templo, construído por Salomão.

  

J.G. Baldwin (Ageu, Zacarias e Malaquias – introdução e comentário, Vida Nova e Mundo Cristão, 1982, p. 36-37): “Sê forte (esforça-te), foi a ordem que o outro Josué tinha ouvido muitas vezes [Dt 31.7; Js 1.6-7,9,18], bem como Israel [Dt31.6; Js 10.25], quando entrou na terra (…) Há um paralelo interessante entre a exortação de Ageu e as palavras de Jesus em Marcos 6.50: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” A presença pessoal do Senhor confere coragem, determinação, e a certeza de que ele não permitirá que seu objetivo fracasse. Se o exílio aparentemente tinha anulado a aliança, agora o povo era certificado de que Deus ainda estava entre eles em Espírito, como estivera durante todo o êxodo [Êx 29.45].”

  

3.3 Promessas valiosas de DEUS

Deus fez uma promessa a Zorobabel, dizendo que o faria como um anel de selar [Ag 2.21-23], O anel de selo continha o nome do rei e era isso que validava os documentos daquela época. O anel de selar, portanto, representava a autoridade do rei. Zorobabel, governador de Judá e descendente de Davi, seria o anel de selar de Deus – seu representante oficial na terra. Essa profecia ultrapassa Zorobabel, remetendo para o Messias que haveria de vir.

  

R. N. Champlin: “A mensagem com que o livro de Ageu termina é uma mensagem de encorajamento para o governador, Zorobabel. Yahweh haverá de abalar as coisas, tanto no céu quanto na terra. (…) Para que a nação de Israel gozasse de paz e chegasse a ocupar um lugar legítimo de liderança, teria de haver um tremendo abalo. Reinos teriam de cair, para que Israel fosse capaz de soerguer-se (…). Ora nenhum grande abalo ocorreu nos dias de Zorobabel, pelo que a maioria dos intérpretes vê aqui uma promessa messiânica, relacionada à era do reino de Deus.”

  

EU ENSINEI QUE:

Deus tem reservas de bênçãos maravilhosas, mas nem sempre são bênçãos como se idealiza. Por isso, é importante crer no amor e na providência de Deus, que sabe do que Seus servos precisam.

  

CONCLUSÃO

O profeta Ageu usa a histórica para celebrar a glória suprema do templo messiânico definitivo que ainda estava por vir e incentiva as pessoas com a promessa de paz, prosperidade, governo divino e bênçãos ainda maiores durante o milênio. Dado a nossa limitação, nem sempre conseguimos enxergar a grandeza dessas bênçãos porque ficamos focados apenas nas bênçãos materiais.